Resumo. A pesquisa em música, no Brasil, dependendo de seus objetivos e metodologia, freqüentemente exige a consulta de materiais raros, como documentos manuscritos, fontes iconográficas, publicações e gravações antigas. A Universidade vem treinando alunos para o trabalho de gabinete com essas fontes mas, normalmente, não os prepara para enfrentar os sérios problemas de acesso às mesmas, problemas esses que, em muitos casos, resultam em mudanças freqüentes do objeto de pesquisa, método ou orientador, acarretando até diminuição ou perda do interesse pela atividade acadêmica. Minhas reflexões, neste texto, poderiam ser desenvolvidas em um estudo sociológico mais amplo. No entanto, como uma primeira abordagem do assunto, prefiro limita-lo na apresentação de algumas idéias básicas, destinadas ao início de discussões a esse respeito. Para isso, vou me referir a episódios vivenciados por mim em 1997, sem citar nomes, para me ater exclusivamente a questões éticas e comportamentais de interesse para nossas discussões.