CASTAGNA, Paulo. Reflexões metodológicas sobre a catalogação de música religiosa dos séculos XVIII e XIX em acervos brasileiros de manuscritos musicais. III SIMPÓSIO LATINO-AMERICANO DE MUSICOLOGIA, Curitiba, 21-24 jan.1999.
Anais. Curitiba: Fundação Cultural de Curitiba, 2000. p.139-165.
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Resumo. A organização e catalogação de acervos constituídos principalmente de música religiosa manuscrita já era praticada, no Brasil, desde fins do séc. XIX, mas ainda por motivos funcionais. Entre os exemplos mais antigos, estão o catálogo das composições de José Maurício Nunes Garcia (1767-1830) existentes na Capela Imperial do Rio de Janeiro por Joaquim José Maciel (1887) e o catálogo musical da mesma instituição, elaborado por Miguel Pedro Vasco em 1902. A atividade de organização e catalogação de acervos por razões musicológicas, ou seja, científicas, começou entretanto a ser realizada, no Brasil, somente a partir dos trabalhos de Cleofe Person de Mattos, em 1970. Na década de 1980, essa atividade ampliou-se consideravelmente e vários acervos brasileiros começaram a ser organizados e catalogados, embora não existam ainda catálogos publicados de todos eles. Apesar disso, a metodologia utilizada na catalogação de manuscritos musicais religiosos no Brasil não tem sido suficientemente desenvolvida ou discutida, verificando-se, ainda, a dependência de concepções ligadas à prática musical européia do séc. XIX, muitas vezes acarretando descrições parciais e idealizadas dos acervos.