ps SO td it 10 3 SETE 5 4 SO LEHEO, Tó Li SEDA em 1 a 3 em Z 3 4 : OCIELO Sm pru io ie: MES 5 rara pa si INSTITUTO SOROTHERAPICO BUTANTAN DO ESTADO DE SÃO PAULO (NOÇÕES GERAES SOBRE COBRAS) Prof. Dr. RODOLPHO KRAUS Ex-Professor da Faculdade dê Medicina ent Vienna Ex-Director do Instituto Bacteriologico do Departamento Nacional de Hygiene em Buenos Aires Director do Instituto de Butantan em S. Paulo Instituto Butant UT Ni IN | 0100000424 19283 EDITORA COMP. MELHORAMENTOS DE S. PAULO (WEISZFLOG IRMÃOS INCORPORADO) S. PAULO +» CAYEIRAS -: RIO cm 1 2 3 4 : OCIELO SRI O a DO 5 SciELO! do Tio pia INTRODUCÇÃO Se me decidi a discorrer em estylo popular sobre o Instituto Sorotherapico de Butantan foi somente para vir ao encontro de uma necessidade que se fazia sentir, qual a de um guia para os visitantes do Instituto, seguindo assim o que se observa nos institutos similares e museus. O Instituto, pelos trabalhos importantes de Vital Brazil, pela sua natureza e pelo seu famoso serpentario, tem uma fama mundial, o que explica ser elle um dos pontos de attracção da capital de S. Paulo. O que mais chama a attenção do publico, ao visitar o Instituto, são as co- bras. Apesar das explicações verbaes que são dadas aos visitantes, estes pedem sem- pre um guia ou folheto escripto para melhor se orientarem sobre assumpto tão at- trahente como seja a Ophiologia. «La Déiense contre "Ophidisme», a celebre obra de Vital Brazil, é mais de caracter scientilico, e nella se nóta a falta de explicações populares. Eis um dos motivos que me levaram a escrever este folheto ; além disso, quiz tambem demonstrar que o Instituto de Butantan é uma instituição que serve não só aos interesses da Sciencia como aos do Serviço Sanitario do Estado, produzindo sóros anti-peçonhentos e todos os demais sôros e vaccinas para a cura e prevenção das molestias infecto-contagiosas. Á gentileza do Dr. Vital Brazil devemos a reproducção de alguns quadros que illustram este folheto, e aqui deixamos consignados os nossos agradecimentos a tão illustre scientista. As photographias, em sua maioria tomadas dos originaes existentes no Insti- tuto, foram feitas pelo photographo do estabelecimento, sr. Euclydes da Costa Soares. Butantan, Junho de 1922. R. KRAUS 14 NVINVINd JA OLNLILSNIOG VIADO VISIA 1ELO e pes E a TA Ea cm Historico O Instituto Sorotherapico de Butantan foi fundado em 1899, por oceasião do apparecimento da peste bubonica no porto de Santos. O Governo do Estado, tendo encontrado difficuldades na cbtenção do sóro e vaccina contra a peste, adquiriu, perto da cidade de 5, Paulo (9 kilometros), à margem esquerda do rio Pinheiros, uma bella. pro- priedade denominada «Butantan» (em tupy, lingua indigena, quer dizer: «lugar de vento forte»), para nella installar um Instituto So- rotherapico que tratasse desde logo do preparo daquelles productos. A frente do Instituto o Governo collocou o Dr. Vital Brazil, que 4 se manteve como seu director até o anno de 1918, e a quem se Dr. Vital Brazil 6 Instituto Sorotherapico de Butantan deve o desenvolvimento do Instituto desde seu início até sua actual evolução, bem como a fama e o progresso de que hoje goza. Os primeiros trabalhos do estabelecimento tiveram início naquelle anno, mas sua organização official só se realizou em 1901, em virtude do dec. n.º 878-A, de 23 de fevereiro desse anno, e para seu funccio- namento foram utilizadas antigas casas existentes na propriedade, sendo apenas feitas as adaptações mais necessarias no momento, Depois disso foram construidas diversas dependencias, taes como cocheiras, enfermaria para os animaes pestosos, um alpendre para sangria, etc, Antiga installação para animaes O facto de maior relevo na historia da evolução do Instituto occorreu em 1914, com a inauguração do sumptuoso predio destinado à Jocalisação dos diversos laboratorios para os estudos scientíficos. Esta obra teve seu início em 1910 e sua conclusão se deu em 1913, tendo sido inaugurada em data de 4 de abril de 1914, quando foi lavrada a seguinte acta: « Aos quatro dias do mez de abril de mil novecentos e quatorze, nesta capital, no districto de Butantan, presentes os Exmos. Sts, Drs. Carlos Augusto Pereira Guimarães, Vice-presidente do Tstado, em exercicio, Altino Arantes, Eloy Chaves, Paulo de Moraes Barros, Sampaio Vidal, respectivamente Secretarios de Estado dos Negocios do Interior, da Justica e da Seguranca Publica, da Agricultura, Com Instituto Sorotherapico de Butantan Laboratorio primitivo Serpentario antigo 10 Instituto Sorotherapico de Butantan Entrada principal (Hall) Instituto Sorotherapico de Butantan Exposição dos productos e RSS TR Instituto Sorotherapico de Butantan Sala de sangria, enfermaria Bioterio para os animaes de experiencia Instituto Sorotherapico de Butantan 1 mercio e Obras Publicas e da Fazenda, Guilherme Alvaro, director geral do Serviço Sanitario do Estado, varios outros cavalheiros de representação € muitas outras pessoas gradas, foi solemnemente inau- surado o novo predio em que funeciona o Instituto Serumtherapico, departamento da Directoria Geral do Serviço Sanitario do Estado. A construeção do referido predio, feita sob planta e direcção technica do engenheiro sanitario, Dr. Mauro Alvaro de Souza Camargo, foi iniciada em novembro de 1910, sob a presidencia do Fxmo. Sr. Dr. Manoel Joaquim de Albuquerque Lins, sendo então Secretario de Estado dos Negocios do Interior o Exmo. Sr, Dr. Carlos Augusto Pereira Guimarães e Director Geral do Servico Sanitario, o Exmo. sr. Dr. Emilio Marcondes Ribas. As obras foram continuadas soh à presidencia do Exmo, Sr. Conselheiro Francisco de Paula Rodrigues Alves, sendo Secretario de Estado dos Negocios do Interior, o Exmo. Sr. Dr. Altino Arantes, e nesta ultima administração coneluidas, Pestemunham a construcção desse edifício, que obedeceu a todos os reclamos da necessidade e mesmo convemencia, e a perfeita dotação dos seus multiplos laboratorios, o patriotico esforço do Go- vero do Estado em proporcionar todos os recursos para a custosa, si bem que generosamente compensadora, installação dos institutos seclentificos creados para servir ao inestimavel designio de convergir as luzes da Seciencia para à resolução dos muitos e graves problemas de que depende w saúde publica, São, portanto, as installações deste Instituto um monumento de hbenemerencia para as esclarecidas administrações que têm per lustrado o Governo deste Estado progressista, que notavelmente se salienta no seio da Federação Brasileira pela sua civilisação, elfeito da mui nobre comprehensão dos deveres cívicos pelos seus homens publicos, dignos a todos os respeitos das melhores homenagens, como aqui se concretisa. ! À Eu, EL. M. Homem de Mello, funcecionario da Directoria Geral do Serviço Sanitario, substituindo o secretario da repartição, a es- CTeVI, (aa) Carlos Augusto Pereira Guimarães, Altino Arantes, Eloy de Miranda Chaves, Paulo de Moraes Barros, Sampaio Vidal, Francisco Ferreira Braga, Meirelles Reis Filho, T. Mondim Pestana, 'P. Mondim, Odilon Damasceno Ribeiro de Moraes, br. Rubião Meira, Abilio €, de Andrade, Ranulpho Pinheiro Lima, Mario Ayrosa, Theodureto de Camargo, P. de Siqueira Campos, Geraldo de Paula Sov a, Dr. Theodoro Bayma, Dr. Armaldo Vieira de Carvalho, Dr. E. cumpl, Dr. Vital Brazil, Dr. Emilio Ribas, Dr. Ayres Netto, Dr. Alexandrino Pedroso, Phillipe Aché, Jesuino Maciel, R. von Ihering, João Flo- rencio Gomes, H, von lhering, Heitor Maurano, Dr. Dorival de Camargo Penteado, B. Rangel Pestana, etc. ». No anno de 1917 foram creadas as secções de Botanica e O Instituto de Medicamentos Officiaes para utilização pratica das plan 12 Instituto Sorotherapico de Butantan tas medicinaes brasileiras. Ao mesmo tempo tambem se instalou uma nova secção a de opolherapia e soluções medicamentosas, Para que a grande extensão de Lerrenos que possãe o Instituto não ficasse sem utilidade, foi ereada tambem a secção agricola com o fim de fornecer aos animaes do estabelecimento toda a forragem de que necessitam. ViraL Braziz dedicou toda sua actividade à producção dessóros, vaccinas e fabricou desde o início do Instituto quasi todos os productos reclamados pelo Serviço Sanitario para a sua lucta systematica contra as enfermidades infecciosas. Mas não sómente como fabrica funecionou o Instituto com Vital Brazil, pois elle soube rodear-se de um nucleo de adeptos e assim poude formar, pouco à pouco, uma escola scientifica, Desde o anno de 1901 até 1917 foram publicados 24 trabalhos, que se encontram reunidos em uma publicação do Instituto denominada « Collectanea de Trabalhos ». Desses trabalhos os mais importantes são de Vital Brazil, sobre as- sumplto que significa o orgulho e a gloria do Istituto estudo das serpentes sul-americanas, sobre seus venenos e a preparação dos sóros anti-peconhentos. Vital Brazil demonstrou que o sóro de Calmette preparado com veneno das cobras das Indias não dew resultado no Brasil porque os venenos das serpentes do Brasil e da America do Sul são completamente differentes (Viperidae) dos das cobras dus Pudias (Colubridae) e que o sóro contra a mordedura daquellas ser- pentes deve ser preparado com o veneno delas. Dahi surgiu a idéa de se construir um serpentario para alojamento de cobras, afim de se obter o veneno com que se pudesse preparar um sóro antispeçonhento para o paiz, e desde então esse serviço vem sendo feito com toda a actividade. Acompanhavam o Dr Vital Brazil nesses trabalhos os seus col laboradores Bruno Rangel Pestana, Dorival de Camargo Penteado, Naur Martins, e especialmente o mallogrado Dr. J. Florencio (iomes. Além dos trabalhos sobre ophidios foram publicados estudos sobre peste, dosagem do valor anti-foxico dos sóros, das globulinas e serinas, etc. Florencio (Gomes descreveu especies novas de cobras e sobre Triatoma chagasi; B. Rangel Pestana, sobre nambiuvit; Oclavio Veiga, sobre estrongylose dos cavalos e prophylaxia das moscas; 17. Mauwrano, sobre envenenamento eSCorpionico, No anno de 1918 appareceram as «Memorias» do Instituto, em que se encontram trabalhos de Vital Brazil, Dorival €. Penteado, Florencio Gomes e Octavio Veiga. A secção de bDotanica tambem apparece com os trabalhos de PF. €. Hoehne. Além destes, figuram trabalhos de Afranio Amaral e Pirajá da Silva, no fasciculo Il, Instituto Sorotherapico de Butantan 13 Não podemos, ao fazer o historico do Instituto, deixar de render especial homenagem à memoria de João Florencio (Gomes. A elle devemos a descripção de uma especie nova de serpente venenosa (Lachesis cotiara), w classificação das cobras do nosso mostruario, e innumeros trabalhos sobre ophídios do Brasil e da America do Sul, Com a sua morte muito perdeu não somente o Instituto, mas tambem a micro- biologia e especialmente a ophiologia bra- sileiras. Em julho de 1919 terminou a gloriosa direcção de Vital Brazil. Depois da sahida de Vital Brazil houve mm interregno, sendo a direcção do TInsti- tuto confiada interinamente ao Dr. Ulhõa Cintra que depois de varios mezes de di- rectoria passou esta ao Dr. Afranio Amaral. Por essa occasião foram nomeados assis- tentes do Instituto os Drs. José Bernardino Avantes, Joaquim Pires Fleury, Lemos Mon- teiro, Lucas de Assumpção e José Maria Gomes, para substituirem os que tinham acompanhado Vital Brazil. O Dr. Afranio Amaral dedicou-se de- João Florencio Gomes pois especialmente ao estudo da ophio logia e fez communicações diversas à Sociedade de Medicina e Cirurgia de S, Paulo a respeito dos resultados que obteve em seus estudos. Entre essas communicações salienta-se aquella em que elle descreveu a nova especie de serpente venenosa, que denominou Lachesis insularis, da qual fez o estudo completo, e que faz parte, juntamente com as descripções de outras especies de serpentes não venenosas, de um trabalho que sahiu publicado nos « Anexos das Memórias do Instituto ». Em setembro de 1921 fui contractado pelo Governo do Estado, para dirigir o Instituto, depois de terminado meu contracto em Buenos Aires, onde, por 8 annos, dirigi o Instituto Bacteriologico do Departa- mento Nacional de lIygiene. Tomando posse da directoria, procurei cumprir minha missão seguindo os caminhos traçados por Vital Brazil e conservar ou ampliar a organização do Instituto, segundo as exigencias do progresso da Setencia e necessidades do Servico Sanitario do Estado. A missão do Instituto, como bem fez vêr Vital Brazil em um de seus relatorios, não deve ser sómente «a de funccionar como uma fabrica para o preparo de todos os productos biologicos baseados nos conhecimentos scientificos actuaes, mas deve tambem contribuir com estudos scientificos, especialmente no vamo da microbiologia e da sorologia, para o desenvolvimento da Seciencia, para que dahi possa 2 14 Instituto Sorotherapico de Butantan formar-se um nucleo de Lechmicos competentes que virão constituir a escola especial de Butantan. Segundo as funeções do Instituto, quer as praticas, quer as scientificas, procurei organizal-o de tal maneira, isto é, em secções, à frente de cada uma das quaes se encontra um technico competente com sub-assistentes, que actualmente preenche todos os seus fims. Essas secções são as seguintes: Secção de Ophiologia (Assistente: Dr. Afranio Amaral. Sub-assistente: Dr. Rocha Botelho). Secção de Toxinas e Dosagem dos sóros anti-toxicos (Assistente: Dr. J. B. Arantes. Sub-assistente: Dr. Paulo Marrey). Secção de Vaccinas e sóros anti-infecciosos (Assistente: Dr. J. Pires Fleury). Secção de Peste e tuberculose (Assistente: Dr. J. Lemos Monteiro). Secção de Diagnostico biologico (Sub-assistente: Dr. Lucas de Assum- pção). Secção de Microbiologia (Sub-assistente: Dr, José M. Gomes). Secção de Opotherapia (Assistente: Ph. Fernando Paes de Barros). Secção de Ophiologia Esta secção tem a seu cargo o preparo dos sôros anti-peçonhentos, além do estudo systematico e biologico das serpentes brasileiras e de seus venenos, bem como a conservação da colleeção de cobras do Museu. Laboratorio da Secção de Ophiologia E «q Ss S = ea) v = o q = s ET) = em [S) — [e] (5) o p= ie: = ns Museu de serpentes Jal STE 13 2a6I ei ocei” br | 81 [61 | Si [Si6i [ii [Eli [el6i 6 | or6y 12 SET EO psi S E = [ea E =] a o Q [= e) o p= o = n o -) Ro E=| Gs sn = CET EE z Dao mora É SO£I E gi Re [bl 30 EE 50 3LNvANO EE JAM ENT aIToLDHA 30 SHQUALNI SHO am cm Instituto Sorotherapico de Butantan 21 ovoviviparas. Nos ovos das ultimas, as serpentes estão já completa- mente evolucionadas e delles sahem immedialfamente (40). Às venenosas geralmente não atacam o homem desde que não sejam tocadas. Atacando, projectam a cabeça com extraordinaria ra- pidez contra a presa, cravando os dentes na carne, injectando o veneno como uma injecção hypodermica, mercê da contracção dos musculos que comprimem as glandulas de veneno, A maioria das mordeduras são nos membros inferiores (75 9%) € menores no tronco (3 0), porque as cobras não podem saltar mais do que com 2/3 de seu corpo, As cobras terrestres se movem fixando-se em suas costellas e assim podem subir às arvores (e podem tambem nadar). Todas as serpentes venenosas e praticamente perigosas da America, do Sul pertencem à familia das Viperidae, sub-família Crotalinue, que são as que têm 2 dentes anteriores canaliculados (solenoglyphas) e estão em communicação com a glandula do veneno. Os dentes inoculadores do veneno caracterizam mais que tudo as serpentes venenosas. Os dentes das Viperidae são moveis e são tro- cados de tempos à tempos por outros novos. Pelles de serpentes, depois da muda Mém disso, existem outros característicos para diferenciação das serpentes venenosas das não venenosas, taes como: cabeca chata e imangular, cauda curta, fossa lacrimal, pupila vertical, escamas na ubeça e no corpo, ete. Estes caracteres podem falhar e por isso não se aconselha às pessoas sem conhecimentos especiaes fazerem a clas- siicação, baseadas sómente naqueles caracteres. Brehm diz termi- mantemente que não existe um meio para se differenciar as cobras pelo eu exterior, Instituto Sorotherapico de Butantan TE Y Wes mM t+ 17 ER, Veneno ML a venendads Cabeça, estimo da cabeça 4 Chala e (riangular escamas com nervura mediana | | Ovala da placas ou escudos lisos Fossa lereal cu agulheiro Iacrimal (o rh Uycamas de corpo SCIERO carinadas com | G y 9 nervura mediana | mais fino “QI SS TA 13 SESOUQUIA OPU SEIOS SEP OLIRjUadISS 12 SCE LO = g Res E Gg s E mB q Y E fo q =) S = 7) = em º e) [6 8] e) = = 32] JS a E s cm Instituto Sorotherapico de Butantan SESOLIUIA OBIU SPIQOI LIOD DIOAIY 1,30" 144 12 Se LVEL( 5 Instituto Sorotherapico de Butantan interna tem uma inclinação para dentro de modo a facilitar a subida das serpentes que venham banhar-se no canal, Na área interna dividida em canteiros plantados com grama, encontram-se pequenos abrigos em forma de cupins, onde as serpentes podem esconder-se e proteger-se da acção do frio ou do calor. A outra installação para as não venenosas é cercada por um muro alto, sem o canal circumdante, e na área inferna se encontram gramados e arvores diversas, Veneno e sua extracção O veneno das serpentes é o producto da secreção das glandulas venenosas e é summamente toxico para animaes sensíveis como o são os pombos, coelhos, cobayas, cavallos e o homem. O veneno é para as serpentes um fermento util e que por sua acção proteolytica tem importancia na digestão dos animaes comidos por ellas. Glandula do veneno Quando a serpente morde, o veneno mortifero sahe pelos seus dentes venenosos, “ara conseguir-se extrahir o veneno para a immunização de cavallos, um ajudante fixa bem a serpente, segurando-a logo abaixo da cabeca de modo a não poder ella mover-se e collocando uma placa. de vidro por sob os dentes venenosos, comprime com os dedos as glandulas secretoras e o veneno cahe na placa, sahindo pelos dentes. Em 15 dias pode-se recolher a mesma quantidade de veneno. Apesar cm 1 a 3 5 dies io! 10 1] rã. elis) FIA Instituto Sorotherapico de Butantan 41 da extracção do veneno, a mordedura, depois disso, pode ter conse quencias graves, pois sempre fica veneno sufficiente para produzir aceidentes. O veneno é um liquido claro, amarello nas Lachesis e incolor nos Crotalus, (*) que depois de seccado em estufa a 37º pode ser guardado por muito tempo sem modificar-se. À quantidade de veneno que sahe de cada vez é differente, segundo o tamanho, alimentação e estação. O calculo que nos dá Vital Brazil é — para Crotalus, 0,1 ce. de veneno liquido, correspondente a 33 mgrs. de veneno secco; para PRODUCÇÃO MEDIA DE VENENO POR ESPECIES Less JUEUIAT [JARARACUSSU) o) tl 0,5... Lute UM : [URUTU] f Tou 0.2 Prelialis CORUÁLCUS Seudess trmerelalis [CASCAVEL] [JARARACA] APATIA jararaca, 0,2 c. c. de veneno liquido, que correspondem a 66 mges. de veneno secco; para urutá, 0,5 e. c. de veneno liquido, que correspondem a 165 mges. de veneno secco. 1 Para ser ensaiado o veneno, deve elle ser pesado, dissolvido em sôro physiologico e depois titulada sua toxidez em pombos, coelhos ou cobayas. A dose minima mortal do veneno secco de Crotalus terrificus () O veneno das cascaveis do norte do Brasil é amarelio. 2 É, 4 5 SciELO, Mor Ss ts 14 Instituto Sorotherapico de Butantan | Cetividade do differente, venenos para 05 umano de laboratorio. Colculada pola minima morta, - Iujecedts porvia intra- muscular. VENENOS [| tita Ih) sóê HEGBAÇE L 5 [nen td D ql Eee — Mm [ e n nom Zi Sroriariar “m/Dra 1 I ] UI UM) E mn o — E) qruajmam edit D 4 Dn ma 0 em | | a ds Dn mo [em s (cascavel) por via intramuscular para o pombo é de 0,001 mgr., de 1 mgr. por kilo de coelho e de 0,015 mgrs. para cobaya de 250 grs.; o de Lachesis jararaca é de 0,5 mgr. para o pombo, de 1 mgr. por kilo de coelho e de 1,5 mgr. para cobaya de 250 grs.; o de Lachesis ulternata (urutú) é de 1 mgr. para o pombo, de 8 mgrs. por kilo de coelho e de 2 mgrs. para cobaya de 250 grs. Immunidade natural Nem todos os animaes são sensiveis ao veneno das serpentes. Entre os mammiferos existem alguns que resistem, como o porco (?) as mangustas, o ichineumon (Herpestes ichneumon), o ouriço caixeiro (Erinaceus europeus). No Brasil, descobriu o Dr. F. A. Iglesias, um mammifero do Piauhy, denominado Conepatus chilensis (cangambá), que tem uma immunidade natural contra as cobras venenosas (Lachesis) e se ali- menta desses repteis. Tambem existem aves, como a seriema (Dicholofus crystatus), o jaburú (Micteria americana) e o acauã (Herpetoteres cachinans ) que em 2 3 5 Si BO 10 11 12. elid» LÁ Instituto Sorotheraipco de Butantan Cangambá (Conepatus chilensis) mammifero ophiophago entre os indios gozam de uma grande reputação como destruidoras de cobras, Para ter-se uma idéa da diflerença que pode existir entre a sensibilidade e a resistencia natural, citaremos um exemplo do in- teressante livro de Vital Brazil sobre as serpentes. Com a quantidade de veneno de cascavel sufficiente para matar 10. serpentes de outra especie, pode-se matar: 24 cães 25 bovinos 60 cavallos 600 coelhos 800 ratos 2000 cobayas - 300000 pombos ] As serpentes venenosas em geral são immunes para o veneno da sua especie e mesma para o das outras, mas tambem as não venenosas têm uma resistencia contra os venenos. Existem certas cobras ophio- phagas, geralmente não venenosas, que comem as outras. A mais celebre ophiophaga é a Mussurana, que é immune contra o veneno da jararaca e cascavel e se alimenta com as serpentes venenosas. Instituto Sorotherapico de Butantan - Lachesis alternata (Urutú) comendo Lachesis cotiara Roosevelt, em sua visita ao Instituto, aprecia a lucta entre a mussurana e a jararaca 5 SciELOS Jr al. Fiz SEA É £ E 8 Z ã E) º Z E 5 Z qe Instituto Sorotherapico de Butantan Envenenamento A gravidade dos accidentes depende da especie de serpente e da quantidade de veneno e do lugar por onde elle penetrou. O veneno o2/ é inocuo na pelle ou nas mucosas intactas (estomago). As 3/4 partes das mordeduras no homem são nos membros inferiores, principalmente FREQUENCIA vos ACCIDENTES POR ESPECIES MORDEDORAS PDA E (MU) (JARARACA] /2 4 9 II; Lurediosts in Means ICASCAVEL | [URUTU) nos pés (75 9%). Muitos accidentes serium evitados se os trabalhadores ruracs usassem bolinas ow botas e us creancas andassem calçadas. Os symptomas do envenenamento são locues € geraes € variam segundo a especie de serpente que mordeu, uma cascavel ou uma Lachesis. A mordedura das cobras venenosas se caracteriza por 2 pontos hemorrhagicos na pelle, que correspondem aos 2 dentes do 5 SciELOS Jitpag led FZ rei SA Instituto Sorotherapico de Butantan Mordedura por uma jararaca q [3 ae) “ q o q q “ o q = 3 ES) o no) = e) pao [e] Instituto Sorotherapico de Butantan Pé mumificado, devido a um accidente ophídico Victimas de accidentes ophidicos AGE A o em” 1 2 3 cm Instituto Sorotherapico de Butantan Sôros anti-peçenhentos O grande progresso no tratamento das mordeduras de serpentes se deve ao descobrimento da immunização com veneno de cobra por Sewal (1887), Kaufmann (1889), Fraser, Phisalix e Bertrand, e so- bretudo por Calmette. Para a America do Sul têm os estudos de Vital Brazil importancia muito grande, pois verificou elle que os venenos das cobras sulamericanas (solenoglyphas) não são neutralizados pelo sôro anti-peçonhento de Calmette, preparado com o veneno das cobras da India (proteroglyphas). Por esta razão Vital Brazil começon a preparar sôros especiaes para as mordeduras das serpentes do Brasil e da America do Sul, com os venenos dessas mesmas serpentes. 14 4 5 1 Pilioo, MO is 2 AS Instituto Sorotherapico de Butantan Preparação dos sôros anti-peçonhentos Para obter-se o sôro anti-peçonhento, é necessario injectar-se cavallos, sub-cutaneamente, com o veneno, começando com diluições de milligrammos e augmentando cada 5 ou 6 dias a dose, até chegar a 900 ou 600 mgrs, por vez. Depois de soffrerem este processo durante algum tempo, (6 mezes e mais) processo que chamamos imunização, os cavalos fornecem o sóro (anti-toxina) que se encontra no sangue circulante, Desde que os cavallos, depois de um certo tempo, supportam in jJecções de quantidades grandes destes venenos, podem então ser sangrados, porque em seu sangue já se encontram as substancias maravilhosas chamadas antitoxinas, que são capazes de destruir Os venenos (loxinas), A sangria dos cavallos se faz na veia jugular e se liram de cada vez 4a 6 litros de sangue. O liquido claro que se consegue do sangue é o que chamamos sóro, é que contem os remedios espe- cificos as anti-foxinas, Como com, o veneno, que é uma substancia chimicamente não de- finida e portanto, não pode ser titulado por methodos chimicos, mas só mente por experiencias em animaães, O mesmo succede com Os soros, Às antifoximas que se encontram no sangue podem ser sómente tituladas com seus respectivos venenos e em animaes de laboratorio. Dosagem do sôro Para conhecer-se a elficacia do sôro, seu valor antfi-foxico, é necessario medilo, A dosagem se faz em pombos (ow coelhos), nos quaes se injecta por via endovenosa certa quantidade de mistura do Soro e veneno, Se o pombo sobrevive à injecção, o soro contêm substancias antitoxicas e segundo sua quantidade já pode ser dado a consumo, Se o sôro não contem a quantidade sufficiente antitoxica, pod então ser concentrado, O tratamento das mordeduras exige sempre um sóro especilici preparado para o veneno da especie que morder. O veneno de um: especie de cobra venenosa não se neutraliza com o sóro preparado com o veneno de outra especie, Assim, por exemplo: o sóro anti crotalico, que neutraliza 1,200 doses mortaes de veneno de cascavel, não neutraliza nem poucas doses Jethaes de veneno de Lachesis, e. vice-versa. 5 SciELO 9 AQ iris «1,8 5 e s & s em 4 (se) vu o ã 2 q E s$ 2 = o =) D o e = E dei n =] E OjIeArO WO (OpÍPZIUNIIUT) OUDUDA Op ogdoaluT us Delidoa SA 11 ES OA 6 4 Instituto Sorotherapico de Butantan O[JEARI WIN dp vuBues - ra e e ara SCLEIM) cm Instituto Sorotherapico de Butantan SEPARAÇÃO do SORO pe” j CORGUIAÇÃO EXSPONTANEA ' emo mem <—9ôro (auli-c Sangue de aimnal e Cosgulo ' fibrins MIUMEZIdO) —» SANGRIA Sangue recolhido em oxalato de sodio, vendo-se a maneira como se separa o sôro (plasma) dos globulos vermelhos Instituto Sorotherapico de Butantan Injecção endo-venosa em um pombo (sôro veneno) Por esta razão, o Instituto prepara os seguintes sôros anti-pe conhentos: anti-bothropico (polyvalente) — contra todas as especies de Lachesis anti-bothropico (monovalente) — contra a jararaca sómente anti-crotalico — contra a cascavel anti-ophidico — contra todas as especies venenosas em geral (menos as co Taes venenosas). (*) O sôro anti-bothropico polyvalente deve dosar — 1 e e neu tralizando 1,5 mgrs. de veneno de jararaca; o sôro anti-crotalico lc. c. neutralizando 0,8-1,0 mgrs. de veneno de cascavel; e o sór anti-ophidico, 1 ce. e neutralizando 0,4 mers. de veneno erotalic e 1,5 mgrs. de veneno de jararaca. O sôro é distribuido em ampolas de 10 c. c., trazendo no votul a dosagem de seu valor. Cada tubo de sôro é acompanhado “+ con selhos para a sua applicação e de um questionario para o vesultad da applicação do sõro (5), (*) A mordedura pelas coraes venenosas (Elaps) é muito rara e a preparação do sõro, pel escassez de veneno, traz grandes dificuldades. (**) Segundo investigações de Vita! Brazil, os sõôros anti-peçonhentos conservam sua activa dade durante muitos annos. 5 SciELO 9 TO Cn. TZ ais Instituto Sorotherapico de Butantan Applicação do sôro O tratamento do envenenamento ophidico realmente elficaz e que pode salvar a vida é sómente o sóro anti-peçonhento. Todos os outros remedios usados pelo povo, como o alcool, pluntas e remedios de curan- leiros, são de pouca ou nene efficacia. Tão pouco a sueção da fe ida, sangria, cauterização a fogo, são meios seguros, Para evitar a aabsor- vção do veneno, é muito empregada a ligadura. Mas não se deve altar o membro por mais de !/, hora, pois pode haver o perigo de gangrenar parte ligada. Às injecções locaes de solução de hypoc hlorito de cal 29, chlorureto de ouro a 1/100, permanganato de potassio tão pouco podem neutralizar o veneno, Immediatamente depois da mordedura deve-se injeclar o soro, O quanto muis depressa possivel, por ser isso mis efficaz. A parte da pelle que foi mordida deve ser lavada com alcool, ou desinfectante, como o bi-chloruro de mercurio a 1/5.000. Esta limpesa deve aconselhar-se sempre para evitar a infecção da mordedura, pro- duzida pelos microbios que se encontram na hocca das serpentes. Aconselha-se usar o sôro immediatamente após a mordedura serpente e injectal-o por via endovenosa si possivel ou então intra- muscular em qualquer parte do corpo, de preferencia nas regiões onde 1 pelle é lacilmente distensivel, como as costas, entre as espaduas, va quantidade de 10-15 e. c. em casos benignos e de 30 c. c. nos CASOS graves, ISto para OS sÕros anti-crotalico e anti-bolhropico, e dose dupla a essas, sempre que se empregue o sôro anti-ophidico (60 e. c.). Para se injectar o sôóro, escolhe-se primeiramente o logar, o qual deve ser lavado e desinfectado, depois do que se toma com a mão p querda uma dobra da pelle, formando um cône, em cuja base se introduz a agulha que previamente deve ter sido desinfectada em mua fervente, bem como a seringa. Qualquer seringa esterilizavel, de 10 ou 20 centimetros cubicos, poderá servir. Para preparar-se a seringa para injecção, colloca-se juntamente com as agulhas o respe elivo intermediario, em uma pequena vasilha, com a quantidade d' agua sulficiente para cobril-a completamente, Leva-se tudo ao fogo e 'deixa-se ferver por cinco ou dez minutos. Vasa-se depois cuidadosamente, a suua, deixa-se arrefecer um pouco. Não se deve deitar a seringa RR na agua a ferver, porque haveria perigo de partila, em se deve enchela quando ainda estiver muito quente, porque além de poder quebral-a, provocaria a coagulação do sÔro. Depois de vecupada a seringa deve ser cuidadosamente lavada na propria usua que serviu para esterilisala. Evilar-seá com ISSO, QUe O SÓrO sec cando colle o embolo às respectivas paredes, inutilizando o instru- mento. Instituto Sorotherapico de Butantan Sala de accondicionamento dos sôros cm 1 2 5 4 5 ICLELÇ. Jia Hi e 2 te A Instituto Sorotherapico de Butantan Maneira de encher-se a seringa com o sôro Maneira de injectar-se o sôro em 2 É 4 S Lo RiIE Om os Piel MZ Msg dA, Instituto Sorotherapico de Butantan Para encher a seringa basta quebrar-se a extremidade afilada da ampola e aspirar-se o conteúdo por meio da seringa, Escolhido e lavado o ponto onde se deve lazer a injecção, toma-se com a mão esquerda uma dobra da pelle, formando-se um cône, em cuja base implanta-se uma das agulhas, depois de haver retirado desta o pequeno fio metallico que garante a sua permeabilidade. A agulha deve transfixar completamente a pelle, verificando-se achar-se no tecido cellular sub-culaneo por um movimento de bascula. Adapta-se, então, 4 peça metallica collocada no pavilhão da agulha e por um movimento de propulsão lento, injecta-se o conteúdo da seringa. (Querendo-se infectar na mesma occasião dóse superior ao conteúdo da seringa, encher-se-á esta novamente com auxiho da outra agulha, devendo-se deixar a primeira agulha implantada para fazer-se a segunda injecção, evitando-se com esse processo, uma nova picada completamente des necessaria, Feita a primeira injecção, o doente deverá ser deixado no mais completo repouso, procurando-se evitar tudo quanto possa exeitalo ou perturbar-lhe a calma necessaria á restauração das forças. Si a dóse injectada foi sufficiente e feita em tempo opportuno, as melhoras se apresentarão dentro de algumas horas, sendo já bem accentuadas seis horas após a sua applicação e completas depois de 12 horas, Si ao contrario, a dóse foi insuficiente, as melhoras não serão sen siveis, tornando-se necessaria uma nova injecção. Nos aecidentes determinados por cascavel, acontece não raro que os phenomenos toxicos cedam completamente sob a influencia do tratamento especifico, considerando-se 0 doente curado ou pelo menos livre de perigo, e que, depois de alguns dias de bem estar, sobrevenham novamente phenomenos graves, que podem terminar pela morte do doente caso não seja tratado immediatamente por uma nova dóse de soro. /E, pois, preciso estar-se prevenido para no caso de laes ac cidentes prolongar a observação do doente pelo menos por vinte dias; sendo mesmo de bom conselho, fazer-se nos casos graves, uma injer ção no segundo e terceiro dia após à primeira applicação, no intuito de prevenir uma possivel recahida. Nos casos de mordedura de jararaca, de urutú, de jararacussh ou outras especies de «Lachesis », jámais observamos esses pheno menos tardios, constatados no envenenamento pela cascavel. Quanto ao regimen alimentar, o mais conveniente será manter à doente, durante os primeiros dias, em dieta líquida, constituida prin- cipalmente por leite, caldos, chá, calé, etc. No segundo ou terceiro dia, conforme o estado do doente, será conveniente administrar]he um purgativo brando, podendo preferir-se um sadino, o sulphato de sodio, por exemplo, Instituto Sorotherapico de Butantan Estatistica Pela estatistica que Dorival de C. Penteado apresenta em seu trabalho publicado na «Collectanea», verifica-se que a maior mor- talidade observada entre as pessoas mordidas e tratadas pelo sóro oi a de 5,9%, contra 30 a 35% das mordidas e não tratadas. Uma estatistica feita pelo Instituto desde 1902 a 1921, mostra que houve, entre as pessoas mordidas (14:5% homens e 111 mulheres) » tratadas com o sôro, uma mortalidade de 270%. QUADRO DEMONSTRATIVO DA SAHIDA DE SÓROS PEÇONHENTOS DURANTE O PERIODO DE 1902 A 1922. DATA CROTALICO OPHIDICO BOTHROPICO 1902 15 | 67 | 475 1903 294 | 253 951 1904 320 | 544 | 1384 1905 319 293 | 1308 1906 900 | 614 2004 1907 446 | 530 1455 1908 194 | 667 3026 1909 | 788 456 3325 1910 958 761 3002 1911 1237 1190 4518 1912 1306 1526 5156 1913 914 810 3758 1914 1307 1170 5061 1915 1659 1357 3594 1916 1147 1539 6794 1917 | 1968 1523 5474 1918 1261 1927 7314 1919 524 1555 3051 1920 500 | 21172 2599 1921 1224 | 2439 2415 Concentração de sôros Para ter valor maximo de substancias curativas que se podem onseguir com os nossos methodos, os sôros do Instituto são em ral concentrados com o sulfato de ammonea (methodo Annie Homer- anzhaf) e assim se obtem em um volume menor a mesma quantidade » anti-toxinas que no sóro bruto. Esta concentração tem sua im- rtancia, porque o sôro refinado (pseudo-globulinas) produz menos msequencias — que chamamos enfermidade serica — que o sôro em 1 2 3 4 5 SCcIELOS DO» dio quis Bm AA Instituto Sorotherapico de Butantan Sala de concentração de sôros bruto, e as experiencias feitas em todo o mundo são muito favo- raveis à applicação dos sôros concentrados. No Hospital de Iso- lamento de S. Paulo tambem elles têm sido applicados com os me: lhores resultados, em Il 2 3 5 SCLELO io ÍA 3» TA O Instituto não prepara sómente os sóros anti-peçonhentos, mas fabrica todos os sóros e vaccinas curativas e preventivas contra as enfermidades infecciosas dos homens e dos animaes para as curar e prevenir. Secção de Toxina e Dosagem de sôros anti-toxicos Esta secção se occupa com o preparo dos venenos das bacterias (toxinas) necessarios à fabricação dos sóros anti-diphterico, anti-tetanico e anti-dysenterico. Os venenos bacterianos são productos dos respectivos microbios, do bacillo diphterico, tetanica ou dysenterico. Para preparar os venenos cultivam-se os microbios em meios liquidos, deixando-se por algum tempo em estufa a 37, depois do que se filtra o liquido em fil- tros especiaes e o liquido que passa contêm o veneno dos micro- — = NS EE sao Laboratorio da Secção de Toxinas e Dosagem de sôros ei. Ml Es 3 4 o SCIELOS dica Cl 2a 43 cm Instituto Sorotherapico de Butantan ud Estufa para cultura de microbios bios, Estes venenos são provados em animaes para depois serem usados em injecções nos cavallos que irão produzir o sôro especifico contra o veneno do microbio com que foi feita a immunização do cavallo, da mesma maneira como dissemos para com o veneno das serpentes, Os sôros são usados hoje como meio preventivo e curativo na diphteria, no tetano do homem e dos animaes, e na dysenteria, com excellentes resultados. Antes de ser envasado O SÓrO, prova-se o seu valor; em cobayas os sóros anti-diphterico e anti-tetanico, e em coelhos e passaros O sóro anti-dysenterico. A dosagem do sôro anti-diphterico se faz com o sôro padrão do Instituto de Francfort (methodo de Ehrlich) e do sôro anti-tetanico com 0 methodo de Anderson e Rosenau, de Washington, e o anti-dysenterico pelo methodo de Kraus e Doerr. Além disso se verifica a esterilidade do sôro (secção de verificação); e depois de todas essas provas é elle então envasado e depois entregue 5 SCIELOS ipi sig. «18 14 Instituto Sorotherapico de Butantan 67 a consumo. Para se ter um juizo sobre a efficacia dos sôros no homem, são elles applicados no Hospital de Isolamento. Cada empola contêm uma bulla com a indicação para o uso do sôro. Sóro anti-diphterico Behring A diphteria é uma doença causada pelo bacillo diphterico (Loefl- ler). A forma mais perigosa é o crupe. O melhor tratamento é em- pregar-se, o muis cedo possivel o sóro diphterico, o qual reduz a mortalidade de 35 para menos de 10 9. O sôro anti-diphterico não é somente curativo, mas tambem deve ser applicado como meio preventivo onde haja possibilidade de con- taminação. O sôro anti-diphterico do Instituto, preparado com toxinas dos bacillos de Loeffler, tem um numero elevado de unidades anti- toxicas, graças ao methodo de refinação e concentração, pelo qual sao subtrahidos os proteidos inuteis e responsaveis pelos phenomenos locaes e accidentes sericos que se observam ordinariamente com o uso do sôro integral, Cultura em caldo para a preparação da toxina Ha differentes typos deste sôro, de actividade e preço variaveis. O seu emprego deve ser por numero de unidades antitoxicas. À seguinte tabella, devida aos Drs. Park e Bigs, constitue um precioso 5 Instituto Sorotherapico de Butantan Bacillo diphterico indicador para a applicação do sóro anti-diphterico, sendo por isso insistentemente recommendada pelo Instituto. eee Applicação do sôro anti- diphterico segundo a tabella de Park e Bigs Numero de “unidades a empregar. nos casos Be nignos | Medios | Graves | Muito graves Creanças de menos de 1 anno . . .| 2. 000 I 3.000 E 10. 000 | 10.000 E E a 5 annos Ra ES 000 | 5.000 | 10.000 | 10 000 | | | | e E > 39409 + «| 4.000 5.000 | 10.000 | 15.000 Pessoas de mais de 10 annos RR ESTUDO 10.000 | 10.000 | 20 000 injecções intra-musculares | injecções na | veia e O instituto fabrica os seguintes sóros anti-diphtericos : N.º 15 empolas de 10 cc. contendo 3.000 unidades >» 16 » cc. >» 2.000 17 cc. 2.500 » 18 cc. » 3.000 20 , Ce » 4.000 SCLELM SS dão digo A Instituto Sorotherapico de Butantan empolas de 2 !', cc. contendo 2.500 unidades » 2 f.cc. 3.000 » vo Doce. 2 1), ce. 2 cc. » (uso prophylactico) MORTALIDADE POR BIPHTERIA QUANDO EMPREGADA A SORDTHERAPIA DISTRIBUIÇÃO DOS OBITOS PELOS DIAS DE EN- FERMIDADE, NOS QUAES FOI INICIADO O TRATAMENTO QUANTO MAIS CEDO MAIS CERTA É SE EMPREGAR TOS A CURA E MENOS pi A SOROTHERAPIA MURTES SE OBSERVA Instituto Sorotherapico de Butantan Sôro anti-tetanico O tetano é uma doença microbiana causada pelo bacilo tetanico. O bacillo tetanico existe de preferencia na terra, e com especialidade quando misturada com estrume de animaes. Todas as vezes que houver ferimento em contacto com a terra, deve-se infectar o soro unti-tetanico. São principalmente perigosos os ferimentos produzidos por prego ou outro estrepe sujo de terra. (Estes ferimentos devem Bacillo tetanico ser limpos e desinfectados immediatamente). O tetano é uma enfermi- dade evitavel e coravel, desde que se empregue no inicio da infecção o sóro anti-tetanico. Sôro anti-tetanico, é fornecido por animaes immunizados com a toxina tetanica. O seu poder curativo € preventivo é expresso por unidades anti-toxicas segundo o methodo de dosagem americano de Rosenau e Anderson. Emprega-se preventiva e curativamente, Deve ser empregado preventivamente em todos os traumatismos, ferimentos 5 SciELO S Ta Cl. TZ. «LIA Instituto Sorotherapico de Butantan ra! profundos, contaminados por terra, esmagamentos, fracturas expos- tas, ete. É preventivamente que elle dá os melhores resultados, pro- tegendo efficazmente por 15 dias. Nos ferimentos que reclamam tratamento de longa duração é aconselhavel repetir-se a mjecção cada 15 dias. Dose preventiva para adulto 1.500 unidades em injecção sub-cutanea ou intramuscular; dose curativa: 10.000 unidades, repe- tidas dentro de 24 horas, por via endovenosa, intramuscular ou mtra-racheana. O valor mais importante e bem demonstravel do sôro anti-te- tanico está baseado na sua acção prophylactica. Uma estatistica interessante se encontra na publicação do Sir. D. Bruce, em «The Lancet» de 1917. Os graphicos que apresentamos são feitos segundo os dados deste autor e são a melhor illustração para a acção preventiva do isôro anti-tetanico, Tetano no homem Como resultado da injecção preventiva de sôro anfi-telanico e como as injecções preventivas nos annos posteriores (1916-1918) da guerra se fizeram em todos os casos de feridas, diminuiu a quantidade de tetano com o estado de curta incubação e [órmas agudas, e au- gmentaram os casos de tetano com estado de larga incubação que são benignos. Assim se explica tambem que ao principio da guerra houvesse % de mortalidade, que diminuiu de 19 até 16,40%. » DOd Pelas injecções preventivas se evitou tetano ou foi transformado em tetano com o estado de incubação larga, com a prognose muito favoravel Instituto Sorotherapico de Butantan Mortalidade por tetano em casos tratados preventivamente com sôro e não tratados. 05 f 64 62 5 Mortalidade por tetano no d0 exercito inglez (BRUCE) 54,5 | 4 191415 1516 5 ea Rs Dia MI a Z siSD TA Instituto Sorotherapico de Butantan Tetano apparecido antes de 10 dias (preto) e depois de 10 dias (branco). Como consequencia das injecções preventivas de Termo medio de dias sôro anti-tetanico o tetano apparece mais tarde e se de estado de incubação apresenta em uma forma tão benigna como nos casos do tetano de tetano com o estado de incubação larga, cor mp fe O Instituto prepara, para os differentes usos, os seguintes sôros inti-tetanicos: N.º 41 — empolas de 10 cc. contendo 10.000 unidades 43 10 cc. 5.000 45 10 cc. 10.000 52 5 ce. 1.500 » (uso prophylactico) Instituto Sorotherapico de Butantan Sôro contra a dysenteria bacillar O sôro anti-dysenterico só é elficaz no tratamento da dysen- teria bacillar (Shiga-Kruse). Elle é antitoxico e antimicrobiano poly- valente. Varias estirpes dos typos Shiga-Kruse e Flexner são em- pregados na immunização dos cavallos que fornecem o sôro. A acção do sôro é preventiva e curativa. Com o fim prophylactico podem- se infectar as doses de 5 a 10c. À immunidade assim obtida é immediata porém transitória, não Fe rando mais de 10 a 15 dias approximadamente. Bacillo dysenterico No tratamento da dysenteria bacillar o sóro deve ser injectado tão cedo quanto possivel, As doses à empregar dependem da gravidade da molestia, do numero de dias decorridos desde o seu início, e da edade do doente. São geralmente aconselhadas as seguintes doses para os adultos, e metade dellas para as creanças de menos de 10 annos: Nos casos brandos de dysenteria 10 c. c. Nos casos de media, gr widade 20 CG. É. Nos casos graves 40 à 60 c. 5 SciELO S OD Fiz. eis 14 Instituto Sorotherapico de Butantan 15 E indicada a repetição destas doses no dia seguinte se as me- lhoras não são muito accentuadas, O Instituto prepara este sóro sob o n.º 55, em empolas de 10c.« Secção de vaccinas e sôros anti-infecciosos Esta secção é encarregada do preparo das vaccinas preventivas e curativas e dos sôros antiiinfecciosos. Assim, preparamos, entre outras, as vaccinas typhica, meningococeica, gonococcica, estreptococ- cica, pneumococeica, como o indicam as bullas. Bacillo typhico As nossas vaccinas são preparadas com ether, segundo o methodo de Vincent, ou por aquecimento a menos de 56º, e assim conseguimos vaccinas muito suaves que não produzem reacções locaes ou veraes. As experiencias pessoaes que temos, nos levam a aconselhar O uso da vaccina typhica a todas as pessoas, mesmo às creanças das escolas. Esta vaccina tem uma importancia especial para o lstado de 5. Paulo, pela frequenc ta da-febre typhoide, e o Instituto vem fazendo propaganda especii , em suas conferencias populi Wes, para a divulgação das vantagens da applicação dessa vaceina. Es S 4 5 SCTEDO, ug Ai Za LS 14 Instituto Sorotherapico de Butantan Ulceras produzidas no intestino pela febre typhoide 5 SCI La Pd Tião grana Instituto Sorotherapico de Butantan m 4 febre typhoide é uma enfermidade infecciosa grave, produzida pelo bacilo typhico (Eberth). Transmitte-se pelo consumo da agua, do gelo e da manteiga infectados; das verduras crúas recolhidas em, terrenos adubados com materias fecaes typhicas e em muitissimos casos tambem pelo contacto com os enfermos de lebre typhoide ou com os portadores sãos, Quando as condições de hygiene são más e as probabilidades de contagio são muitas, a melhor medida é vaccinar-se conira a [febre typhoide, sem esquecer, entretanto, as desinfecções e as medidas de hygiene conhecidas (esterilização das aguas, desinfecção das ma- terias fecues e das excreções dos enfermos, assim como de todas as suas roupas e utensílios, limpeza cuidadosa das mãos, desinfecção das habitações, ete.). Vaccina anti-typhica A vaceina anti-typhica é constituida pelos microbios dessa en- fermidade, destruídos pela acção do ether. Esta vaccina applica-se em tres mjecções sub-cutaneas, O poder preventivo da vaccina é realmente efficaz sómente quando se fazem as tres injecções indicadas, A applicação da vaccina em França, Allemanha, Inglaterra e Estados Unidos deu sempre resultados eflicazes contra a lebre ty- phoide (veja-se o quadro). A vaceina typhica como meio prophylactico, tem seu emprego justificado por multiplas estatisticas, Nossa vaccina é preparada com grande numero de raças de bacillos typhicos mui variados, accrescidas de uma terça parte de diversas raças de bacillos pratyphicos A e B, Aconselha-se a vaccinação, com insistencia, às pessoas que vivem em collectividade, consumindo aguas suspeitas, ou às que se acham em um fóco epidemico, ou mesmo em contacto com os doentes. Devem ser praticadas tres injecções de 1 ec. e. cada uma, de oito em oito dias. Vaccina n. 1 com 1 ce. contem 500 milhões de bacillos > + 2 1 cc. 1.000 » » » 3 1 cc. 2.000 ; Technica para a applicação das injecções — Observadas as precauções correntes de asepsia, taes como: seringa fervida, pelle esterilizada com alcool, ether ou tintura de iodo, etc., aspira-se o conteúdo da ampola após ser bem agitada e injecta-se por via cutanea nos flancos ou entre as espaduas, Não devem ser vaccinadas as pessoas que soflrem dos rins, dos pulmões ou coração, nem as mulheres gravidas, cm 1 2 õ 4 5 SciELO, LO 1d 12 13. TA cm 78 Instituto Sorotherapico de Butantan Não devem ser vaccinados os menores de 2 annos e, entre essa idade e a de 14 annos, usa-se a metade da dose. A immunidade por esse processo dura um anno e deve repetir-se a vaccinação annualmente. A injecção pode causar uma ligeira reacção local, um pouco de mau estar geral, cansaço e pequena elevação de temperatura, phe- nomenos esses passageiros. Podem ser evitados uma vez que se façam as injecções à tarde e que se observe dieta liquida durante a noite, Às vaccinas de mais de 6 meses não devem ser ulilisadas. MORTALIDADE (FEBRE TYPHOIDE) POR MIL NO EXERCITO AMERICANO 0,56 1900 1,67 0,72 1901 0,84 0,72 1902 0,95 1,66 1903 0,47 1,43 1904 0,36 1885 1,41 1905 0,33 1886 0,098 1906 0,28 1889 0,69 1907 0,32 1890 0,54 1908 0,34 1891 0,62 1909 vaccinação tacult. 0,25 1892 0,55 1910 0,18 1893 0,48 1911 0,09 1894 0,56 1912 vaccinação obrig. 0,03 1895 0,67 1913 0,03 1896 0,87 1914 0,04 1897 0,56 1915 0,02 1898 0,74 1916 0,04 guerra 1917 0,04 hispano-americana 1918 0,05 1899 2,52 guerra européa 0,06 Vaccinas: gonococcica, estreptococeica, estaphylococcica, pnreumococeica e meningococcica (preventivas e curativas). — O em- prego das vaccinas, segundoro methodo de Wright, no decurso de varias doenças infecfuosas geraes ou locaes, tem dado resultados. Às injecções devem ser feitas por via sub-cutanea, com intervalos de 3 a 4 dias de uma para outra e em doses progressivamente cres- centes, Preparo e indicações — As stock-vaccinas gonococeica, estrepto- coccica, estaphylococeica, pneumococcica e meningococeica, do Ins- titulo são preparadas com culturas de diversas raças oriundas de material colhido em differentes casos de furunculo, abcesso, anthraz, osteo-myelite, erysipela, fleimão, pyo-dermite, Iymphangite, mortas previamente pelo aquecimento e emulsionadas em agua phy- siologica phenolada a 0,40%. E distribuida em ampolas de 1 cc, e em 6 doses de 10 a 100 milhões de germens. 8 SciELO S degelo Zi «ds 14 Instituto Sorotherapico de Butantan Sôro contra a Meningite cerebro-espinhal É uma enfermidade produzida pelo meningococeo intracelular (Weichselbaum) que se localiza nas meninges, produzindo uma enfermi- dade grave, com mortalidade muito alta — 70 9%. O remedio melhor que temos. é o sóro nti-meningococcico. Este sôro provém de cavallos immu- nizados por injecções intra-venosas de differentes raças de meningo- coccos segundo o processo de Harold Amoss e Martha Wollstein, Meningococcus intracellularis (Weichselbaum) Pus do Instituto Rockefeller. E applicado nos casos de meningite cerebro- espinhal epidemica, em cujo tratamento sua efficacia tem sido am- plamente demonstrada. Modo de applicação e doses: As doses devem ser de 80 à 50€.€. applicadas o mais precocemente possivel, para se obter melhor re- sultado. O sôro é imoffensivo mesmo em altas doses e deve ser sempre injectado pela via racheana, podendo-se no entretanto admi- nistrar pela — intramuscular ou intra-venosa. (Deve-se retirar volume de liquido cephalo-racheano igual à quantidade de sôro que-se pretende injectar). Não havendo melhora do doente nas 24 horas após a primeira injecção, a segunda e terceira injecções do sôro deverão ser feitas. 80 Instituto Sorotherapico de Butantan Segundo as estatisticas, o sóro applicado na devida jorma e o muis depressa possivel, pode diminuir a mortalidade de 50 e 70 9% para 20, 1009 e menos. Às injecções de sôro devem ser feitas o mais depressa possivel, porque a mortalidade augmenta se o tratamento se faz esperar. Flexner Netter Dopter Injecções antes do 3.º dia da infecção 14,90/, 714º 8,290 z depois de 4-7 dias da infecção 22 9/9 11,19% 14,494 3 » 7 dias da infecção 36,4 0/0 235º 2419/45 Sôro anti-estreptococcico (applicavel em caso de erysipela, Te- bre puerperal, septicemias, abcessos e outros estados morbidos de origem estreptococeica). Este sôro é fornecido por animaes im- munizados contra um grande numero de raças de estreptococcos, entre as quaes figuram culturas isoladas de varios [leimões, anginas, infecções do puerperio, etc, É, pois, um sôro polyvalente. Deve ser applicado em todos os casos de estreptococeia, [nes como tleimões, lIymphangites, infecção puerperal, rheumatismo ar- treular agudo, etc. Os resultados do tratamento por este sóro, de- pendem muito da rapidez e da energia com que é empregado, As doses macissas são aconselhaveis, podendo começar-se por injectar por via sub-cutanea ou intramuscular até 100 e. c. e repetir a injecção conforme a edade e a gravidade do caso, O Instituto prepara este sôro sob n.º 60 e em empolas de 10c.c. Sôóro normal de cavallo e de bovino — O sóro normal goza da propriedade benefica de excitar os diversos elementos cellulares (Pro- teinotherapia). Além disso, o sôro normal é dotado de notavel poder hemostatico e goza de propriedades cicalrizantes fão mamifestas, que pode ser considerado um dos melhores agentes therapeuticos (de certo o mais racional) para os casos de feridas, ulceras atonicas, phagedenicas, efe, O Instituto prepara: a) sóro injectavel, em empolas de LO c. €.; b) soro secco, em caixas de 6 tubos de 1 cc. MoDosS DE ADMINISTRAÇÃO E DOSES: O sóro normal injectavel q e ser administrado de accordo com as regras de sorotherapia e segundo a gravidade de cada caso, em injecções sub-cutaneas, intra- musculares ou intra-venosas, em doses diarias de 10 a 100 e. c. O sóro secco deve ser empregado de accordo com a seguinte technica que o Instituto aconselha: lavagem da ulcera (ou outra alfecção) com agua physiologica esterilizada, ou com agua simplesmente fer- vida; pulverização do sóro em camada regular sobre toda a superficie da ulcera,- previamente enxuta; applicação de um penso aseptico, com gaze esterilizada, ou de faixas embricadas de esparadrapo nos primeiros dias do tratamento, tê oCIELOS Lo Ti 12 13 “JA Instituto Sorotherapico de Butantan Sôro hemostatico — O sóro hemostatico é constituido por so- lução de euglobulina extrahida por sulfato de ammonea do sôro normal. Esta substancia, segundo modernas investigações sôrologicas, é a parte activa da sóro total, na sua acção hemostatica. À sua propriedade coagulante sobre o plasma sanguineco é constantemente mais energica do que a do sôro original. Deve ser empregado de preferencia ao sgôro normal em todos os causos em que este é indicado como hemostatico: na hemophilia, na purpura e nas hemorrhagias internas. Apresenta sobre o sôro normal as seguintes vantagens: 1.º, é mais coagulante; 2.º: é menos toxico; 3.º é mais facilmente absor- vido. Pode ser applicado por injecções sub-cutaneas, intra-musculares ou endo-venosas em doses de 10 a 20 c. c. Sôro renal caprino — Desde 1898 o sôro do sangue da veia renal tem sido utilizado no tratamento das nephrites agudas e chro- nicas, e nos ultimos tempos esta nova forma de opotherapia entrou na pratica da clinica das molestias renaes, Esta medicação é obtida de cabras sãs, ligando-se a vela renal o recolhendo-se asepticamente o sangue que corre após a phlebotomia. Depois da coagulação o sóro é distribuido sem addição de anfisepticos em empolas de 10 cc. As indicações do sôro renal se referem principalmente à uremia e aos accidentes uremicos consequentes a nephrites agudas e chronicas e a outros phenomenos devidos a disturbios das funcções renaes como cephaléas, insomnia, dispnéa, edemas, albuminurias da gra videz, etc. Os elfeitos do sôro renal consistem na attenuação ou no desap- parecimento desses disturbios, com o augmento da secreção urinaria e diminuição da albumina e da sua toxicidade, e concomitantemente dos symptomas respiratorios, circulatorios, e subjectivos subordinados à auto-Imnloxicação urinaria. Dose: começar com as doses de 10-20 e. c. em injecção lypo- dermica. Estas doses podem ser repetidas nos dias seguintes. Secção de peste Esta secção tem por funeção o preparo do sôro e da vacceina contra a peste humana, tuberculinas e malleina, Sôro contra a peste bubonica A peste é uma doença infecto-contagiosa, occasionada pelo «ba- cillus pestis» (Yersin-Kitasato). O microbio da peste tem especial predileeção para os ratos, aos quaes causa epizootias; estas precedem, Instituto Sorotherapico de Butantan Bacillus pestis (Yersin) de uma puncção ganglionar quasi sempre, ás epidemias. Disto se deduz a importancia dos ratos na propagação do germen da peste. São as pulgas os principaes transmissores da peste de rato a rato e do rato ao homem. Uma Lorma de peste extremamente contagiosa, e que se transmitte por contacto directo, é a pneumonite pestosa. Sôro anti-pestoso (para o tratamento da peste bubonica) — é fornecido por animaes immunizados contra o Bacillus pestis. É im- dispensavel que o tratamento seja instituído logo nos primeiros dias da molestia, por doses bastante elevadas, até 100 e mais c. €. Não se deve começar por dose inferior a 40 c. c. para o adulto e 20 €. e. para os individuos de menor edade. Este sôro deve ser administrado sempre que possivel, por in- Jecções intra-musculares ou endo-venosas. Estas devem ser feitas com a maxima lentidão afim de evitar-se as perturbações circulatorias observadas logo após as infecções endo-venosas de sôro. As admi- nistrações do tratamento especifico deverão ser repetidas de 24 em 24 horas, até que o doente entre em franca via de cura. O sôro anti-pestoso é tambem usado preventivamente em combina- ção com a vaccina, para protecção dos individuos que tenham estado E SCAELO TODA FZ. «AB ETA Instituto Sorotherapico de Butantan 83 ou pretendam estar em contacto com doentes atacados de peste, A dose preventiva deve variar entre 10 e 20 e. c. À immunidade conferida neste caso é de 10 a 15 dias. Vaccina contra peste bubonica — A vaccina contra peste, pre- parada por esta secção do Instituto é constituida por bacillos pestis provenientes de cultura em gelose e mortos pelo aquecimento a 65º, durante uma hora e suspensos em agua physiologica phenicada a 1/49. Cada dose está calculada pela quantidade media de bacillos que se pode obter em 48 horas em um tubo ordinario de agar inclinado. O vehiculo para cada dose é de 2 1/2 cc. A applicação da vaccina se faz por injecção hypodermica, no braço ou em outra qualquer parte do corpo, tendo-se o cuidado de asitar-se a ampola antes de encher-se a seringa, afim de obter-se a suspensão homogenea dos corpos bacillares, Para um homem robusto deve-se empregar todo o conteúdo da ampola; para as mulheres e individuos fracos ou pouco desenvolvidos a metade da dose é sufficiente; para as creanças, de 1/5 a 1/3 da dose, conforme a idade. A vaccina confere immunidade sete dias depois da sua appli- cação, immunidade que subsiste por muitos meses. E prudente vaccinar-se contra a peste sempre que se tenha de visitar focos da molesfia. Além do preparo do sóro e da vaccina contra a peste, esta secção tem a seu car- so à preparação da cubereulina para o diagnostico das tuber culoses humanas e bovinas, e prepara tambem a malleina para o diagnostico de mormo nos equineos. Tuberculi- na (Para o diagnos- tico e tratamento da tuberculose) O In- stituto prepara, para usos elinicos, dilui cões de tuberculina 7. O. A, (Denys) e da tuberculina de Koch e Denys. A primei ra é constituida pelo Bacillo da tuberculose no escarro Instituto Sorotherapico de Butantan v E) [e] = o Ra) & E a o] qo S 13 5 SCIELO, Gra 2. «3 14 E & Fi bem q Les =! m e) o fo) Q B S -— U — = a 9 [= D fo) Ss = de ne =] ns [= BUINOIoquy Pp vouejnoqus ogõoafur vjad epiznpold pousou] 0BddroM SO INDIAANL VC ODILSONDVIA EA > ERES! Es | E | = Ifna 6 Ejc1,6,9/€) cao Bcl69 € | N lê US IA 11 SCIELO 5 Instituto Soratherapico de Butantan OBdavaL-OW|vIUdo BUINIToqny 10d souraoq wa 9S0jnI1qn) p P 09ysougeia 05 I-OUW|EJUdO BUloIpeur 10d owszow op ODtsoudrrd 14 13 SCALE) cm Instituto Sorotherapico de Butantan culdo de cultura de bacilo Koch de 30 a 40 dias, filtrado a vela; a segunda é preparada com a cultura de 30 a 40 dias, a qual é morta pelo aquecimento a 100º, filirada e evaporada ao lecimo. rara o emprego da T.O.A. offerece o Instituto 4 diluições: a 1 por 10.000; a 2: a 1 por 1.000; a 3: a 1 por 100 e a por 10. Da tuberculina de Koch tem o Instituto cinco diluições: a la nor 100.000; a 2.º a 1 por 10,000; a 32 a 1 por 1.000; a por 100 e a 5º a 1 por 10. Halleima (para diagnostico do mormo em cavallos). — O Insti- prepara duas sortes de malleina: a malleina «in natura» e a bruta ou concentrada. A primeira é a cultura do bacilo morta pelo aquecimento a 100º durante 30 minutos e vela. O seu emprego não exige diluição alguma. É entregue + consumo em ampolas de 2 1/2 e 5 e. e, contendo as primeiras dose para um animal e as segundas duas doses, NS malleima bruta é constituida pela malleina «in natura» con- prada vo decimo por evaporação a banho-maria. O seu emprego uma diluição feita da seguinte maneira; Água phenicada 9 partes Malleina bruta 1 parte A dose desta diluição a injectar no animal suspeito é de 2 1/2 c.€. Mobo DE USAR: Começa-se por tomar a temperatura, de manhã “ à tarde, dos animaes suspeitos, 48 horas antes do emprego da malleina, devendo-se eliminar os animaes febricitantes. No terceiro ta ia em cada animal (cavallo ou burro), sub-cutaneamente, 2 1/2 e. e. «in natura» ou a mesma dose da malleina bruta diluida, Bt animaes sãos não apresentam, em via de regra, reacção notavel com esta dose de malleina. Ao contrario, os animaes atacados do mormo, mesmo quando não apresentam symptomas clínicos da mo- lestia, reagem fortemente à malleina, apresentando forte reacção local ponto da injecção, caracterisada por edema doloroso e persistente or alguns dias; abatimento, tremor de frio, elevação thermica de “1/2 a 4º acima da normal. Os animaes que apresentam lesões diantadas de mormo não reagem à malleina, Este methodo é precioso principalmente para o diagnostico do “ormo latente, ) 1 2 3 4 5 oCcI1ELO, OR A LD 13 14 *ouudeo [euoy 09! PIsoLwaH os | | OJIZALD OP [BIION Fog 0919090umaud-1uy 091029090)da1]s9-nuy osojsad-nuy 091990908uTtaW-guy Instituto Sorotherapico de Butantan GEL |avei | FL9€ cool | vazo | eira | I Ê | |STO8I | OLLI | L8LI | ces | 89 | OL££ OJLIJuasÁp-yUYy OJTUrI-NUV OIUIMUdIp-guy | Ic6l | 0c61 6161 I FE | 8IGI | LIGI SoOJOS 1661 E G16L 9P 's0JQS 9p eplyes ep onjemsuouap oupenf) SPA 12 SC LET cm Instituto Sorotherapico de Butantan | INSTITUTO SOROTHERAPICO BUTANTAN SAHIDA DE SÕROS, VACCINAS E TUBERCULINA DURANTE DS ANNOS DE 19/12 A 192] PRODUCTOS | 1912 193 I9l4 1915 I9I6 IST igiB I919 1920 ANTIE-CROTALICO SORO ANTI-BOTHROPICO SORO ANTI-OPHIDICO SÕRO ANTI-PESTOSO sro ANTI-DIPHTERICO S0RO ANTI-TETANICO SORO ANTI-DYSENTERICO SORO NORMAL DE CAVALLO SORO | ANTI-ESTREPTOCOUCICO SÕRO ANTI-ESCORPIONICO SORO RENAL CAPRINO SORO HEMOSTATICO | SÕRO 1 ] | | ANTI-PNEUMOCOCCIÇO SORO | TUBERCULINA VACCINA ANTI-PESTOSA VACCINA | ANTI-GONOCOCCICA | vACCINA ANTI- ESTREPTOCOCCICA VACCINA ANTI-ESTAPHILOCOCCICA VALCINA ANTI-TYPHICA Mad O | | | ] é É a a Se TE: ua el 12 1-3) 14 Instituto Sorotherapico de Butantan Secção de Diagnostico biologico Occupa-se especialmente com o preparo de reactivos biológicos para o diagnostico biologico das bacterias e enfermidades, especial- mente a syphilis, como a reacção de Wassermann, Sachs-Georgi e Meinicke, hemolysinas, etc. Prepara tambem os reactivos para dia- gnostico da febre typhoide (diagnostico Ficker) e precipitinas que facilitam o reconhecimento das manchas de sangue em casos criminaes para a Medicina Legal, ou verificação da falsificação de carnes, etc. Laboratorio da Secção Biologica Secção de Microbiologia Esta secção está encarregada especialmente de cultivar e conservar vivos os mierobios (museu). Além disso, occupa-se com a verificação da esterilidade dos productos, antes destes serem dados a consumo. Instituto Sorotherapico de Butantan rh, Par pa Its pol) a il email gula tc eso oemalii o). Pimimay e. co 1 2 voy : cal 1 Museu de culturas Instituto Sorotherapico de Butantan Secção de Opotherapia Prepara os remedios para as diversas deficiencias das glandulas internas, feitos com os orgãos de animaes sãos. Extracto suprarenal (qusta-renina), As supra-renaes são glapdulas ne- cessarias, não sómente porque bixam, translormam, ou destroem pigmentos, venenos exogenos e sobretudo endogenos, mas fambem porque sua secreção, constituindo o estimulante util dos elementos neuro-musculares, contribue particularmente para man- ter a tonicidade dos musculos da vida vegetativa e, agindo emfim sobre as [uncções e as secreções principaes da economia, exerce, egualmente, influencia sobre o me- tabolismo e regulariza a mulrição geral. E INDICAÇÕES YHERAPEUTICAS: O extracto suprarenal que é preparado com glan- dulas sãs e frescas, de boi, deve ser administrado em todos os casos de: aceidentes cardiacos, collapso e syncope, choque e adynamias post-operalorias, e, como pre- ventivo, contra as complicações da anesthesia geral e da anesthesia racheana, Lendo ainda as seguintes indicações especines: Insufliciencia suprarenal chronica: addisonismo ou syndrome hypo-epinephria elironica. Moleslia de Addison. Insulficiencia suprarenal aguda, no decurso de doen- Gas toxi-infectuosas, ou parasifarias: diphteria; febres eruplivas, typho e pneumo- mia; paludismo; ysenferia amebica; ancylostomose e outras verminoses, ele, Myaslhenias e neurasthenia associando-se, de preferencia, ao «extracto cerebral» Molestia de Recklinchausen, Vomitos incoerelveis aa gravidez. Hemorrhagias di- vestivas, nasaes, uterinas; purpura, variola hemorrhagica: leucemia e hemophilia. Mopnos DE ADMINISTRAÇÃO E Doses: O Inslilulo prepara o extracto suprarenal (uxfa-renina) sob tres formas: av extracto total, dessecado, em comprimidos de Ogr. 10, correspondentes a Ger. 50 do orgão lresco. Doses diarias: adultos, 2 a 5; creanças, La 3 com- primidos. a b) extracto Lotal glycerinado (para uso por via gastrica) em frascos de 50 ges., correspondentes a 2gr. 50 do orgão fresco, Doses diarias: adultos, 20 a 60 voltas; creanças, 10 a 20 voltas, e) extracto liquido, em empolas de Le. e. correspondente a O gr, 25 do orgão lresco — para injecções por via sub-eutanea, ou intra-muscular, podendo tambem ser administrado por via intra-venosa. Dosagem: cada fee deste extracto contêm cerca de O gr. 00025 de adrenalina (verificação segundo o melhodo de pesquisa da loxicidez — de Batelli e Taramasio), de sorte que pode ser usado nas seguintes doses diarias: adultos, 1 a dec; creanças, 1/2 à 2c.e. Extracto 'Thyreoideo (lhyreoidina). hyreoides são glandulas de secr interna e elaboram substancias dotadas de acção lrophica, de crescimento, neces uo desenvolvimento do organismo e à nutrição do stema nervoso. Desde que sua secreção diminue, manifestam-se os accidentes caracteristicos da insufliciencia Uiy- revidea, O extracto Lhyreoideo é indicado nos casos de: insulliciencia Lhyreoidea : mIy- xedema, infantilismo e nanismo thyreoideos; asthma; enxaquecas; dermaltoses. Nos casos de syndrome de Basedow., pode tambem ser administrado, mas cautelosamente e nos periodos de hypothyreoidia, associando-se, de preferencia, ao extracto para- tiyreoideo puro, MODOS DE ADMINISTRAÇÃO E poses: O Instituto prepara o extracto Ihyreoileo (ivrecidina) sob duas formas : q) extracto dessecado, em comprimidos de O gr, 10 correspondentes a O gr. 40 de orgão [resco, Doses diarias: adultos, 1 a 4; creanças, La 2 comprimidos, , Instituto Sorotherapico de Butantan E TRA Secção de opotherapia ES | Pavilhão de opotherapia, concentração, distribuição e acondicionamento de sôros, bioterio e enfermaria para animaes 94 Instituto Sorotherapico de Butantan ) extracto liquido (injectavel por via sub-cutanea ou intramuscular ampolas de Tec. Doses diarias: adullos, La? creanças, 1/2 a lc. Extracto de hypophyse (total), A medicação pelo extracto hypophysario total Lem suas indicações nos seguintes casos: allecções do myocardios hypo tensão arterial, vo decurso de molestias toxi-infecluosas (exlracto hypopliysario, sú, : neurasthenia e insoninia; acrone- galia (no periodo de hypo-pituilrimos); syndrome de Basedow (associando-se, de PR ratarentis uo extracto thyreo-paralhyreoideo); alopecia, de origem hypophysaria : myasthenia (extracto hypophysario só, ou associado ao extracto lesticular, ou ova- rico). Em casos de molestia de Pakinson produz melhoras. Deve, finalmente, « extracto hypophysario ser administrado nas manifestações todas de insufficiencia pituitaria, completa ou não (syndrome hypo-physia): lethargo pathologico ; obesidade e dystrophia adiposo-genital, typo Froelich; nanismo, infantilismo e feminilismo de origem hypophysaria. ou associado ao das elandulas suprarenaes); MoDoS DE ADMINISTRAÇÃO E DOSES: O Juslituto prepara a medicação hyv physaria total sob duas formas: lua comprimidos de hypophyse (exlracto dessecado), a Ogrs. 10, corres- pondentes a Ogrs, 45 de orgão fresco, para administração por via gastrica. Doses diarias; adultos, 2 a 6: creanças, LagzB comprimidos, PR: extracto liquido, injeclavel por via sub-culanea, ou intra-muscular, em empolas de le. c. Doses diarias: adultos, 2 a fe c; creanças, 1 a Zee. Pituitrina ou extracto da hypophyse posterior — A pituiltrina ou exiracto da hypoplyse posterior & indicada, segundo seus effeitos physiologicos, nos seguintes casos: imercia uterina, quando o utero não se contrahe efficazmente e de modo espontaneo, tornando o parto demorado. Atonia intestinal, Alonia vesical; oliguria. Affceções do myocardio. Hypotensão arterial, Movos DE ADMINISTRAÇÃO E DOSES: O Instituto prepara o extracto do lobo posterior da hypophyse sob duas formas: La extracto liquido ( pituitrina), injectavel por via hypodermica, ou in! muscular, em ampolas de Tec. igual a Ogr, 25 do orgão fresco. Doses dial adullos, 1 a 2c.c; creanças, 1/2 u Ie c Nora: Deve-se proceder criterios v e coutelosumente, quando se administra a pituitrina contra a inercia uterina; assim, não se deve injectar de vez uma dose grande, pois que nessas condições, em alguns casos, se fem verificado a ruptura do utero; 1/2 a Lec pro dose basta geralmente para produzir o bom efleito esperado, Extracto dessecado em comprimidos (para uso por via gastiea) a O gr. 05, correspondentes a O gr. 22 do orgão [resco. Doses diarias: adultos, La 6: creancas, 1 a2ovugB CORRA De! Extracto ovarico (luteo-ovarina), O Instituto prepara o extracto ovarico (uteo-ovarina), sob duas formas: aj extracto total, dessecado, em comprimidos de O gr, 10, correspondentes a Ogr.50 de orgão fresco. Doses diarias: 2 a 4 comprimidos. b) extracto total, liquido (injectavel por via sub-culanea ou intramuscular em ampolas de Teco ieual a Ogr. 25 do orgão fresco. Doses diarias: [a 2c.€. Extracto testicular (orchejna). O Instituto prepara o extracto Lesticular torcheina) sob duas formas: a) extracto liquido, injectavel por via sub-cutanea om intra-muscular, em am- polas de 1c.c. Doses diarias: La Ze. b) extracto total, dessecado, em comprimidos de O gr. 10, correspondentes a O gr. 55 do orgão fresco. Doses diarias: 2 a 5 comprimidos. Além disso, a secção de Opotherapia se oceupa com a preparação dos di- versos medicamentos injectaveis, para injecções hypodermicas, intra-musculares e endo-venosas, e são feilos, na maior parte, em agua distillada canforada, esteri- lizados a frio e filtrados a vela. nstituto Sorotherapico de Butante Instituto Sorotherapi le Butantan Soluções injectaveis solução de tartaro emetico a [0 Esta solução é empregada por injec- ção endo-venosa nos casos de Leishmaniose tegumentar (ulcera de Baurú, ferida brava) e no granuloma venereo. A injecção na veia deve ser feita Jentamente, procurando-se evitar que a solução transvase nos tecidos circumvisinhos. A in- jecção na vela pode ser feita segundo a seguinte technica: applica-se no braço um laço constrictor; lava-se com alcool e com uma solução anfiseptica a parte anterior do ante-braço; com a seringa esterilizada carregada com a dose a in- jectar procura-se penetrar em uma das velas mais turgidas do ante-braço, pro- ximas da dobra do cofovello, Para adquirir-se a certeza de haver-se penetrado no interior da veia deve-se puchar ligeiramente o embolo da seringa: si a agulha estiver no inferior do vaso, algumas goltas de sangue apparecerão no interior da seringa: no caso contrario, O sangue não apparecerã e será necessario recomeçar a operação alé penetrar com a agulha no interior da vela. Doses: Nos adultos deve-se começar pela dose de Dec. c. dose esta que de- verá ser elevada a 10c.c. caso não hajam phenomenos de intolerancia, Nas crean- ças de 6 a 12 annos deve-se iniciar o tralamento com a dose de 2e.c., que poderá ser elevada a Sec. Às injecções podem ser feitas diariamente ou de 2 em 2 dias. vo cabo de algumas injecções apparecem geralmente dores articulares, prin- cipalmente localisadas na região deldoidiana; alguns doentes tanhem apresentan tosse, vomitos, febre e diarrhéa às primeiras injecções. Mas esses phenomenos não impedirão o uso do medicamento a não ser que se lornem muito accentuados, Sóro artificial (solução de chloruveto de sodio chimicamente puro a S poi mil). O Instituto prepara este soro em empolas de 50, 100 e 250€c. e, Solução de bi-chlorhydrato de quinina — E preparada em empolas de 2€. e. com Ogr. 50 de sal de quinina e accondicionada em caixas de 6 e 12 empolas. Solução de chlorhydrato de emetina Em empolas de Le.c. com Oger. 04 6 vdrato de mpol; ) y do sal, e accondicionada em caixas com 6 empolas. Solução de chlorhydrato de morphina Em empolas de Te.c. do sal, e accondicionada em caixas com 6 empolas. Solução de sulfato de esparteina Em empolas de Le.c. com Ogre, 05 de sal, e accondicionada em caixas de 6 empolas. Solução de cantora Preparada a 25 0% em oleo de oliva cuidadosamente purificado, e accondicionada em caixas de 6 empolas com 10, 95, Solução de cafeina Em empolas de Tec com Ogre. 25 de cafeina, e accondicionada em caixas de 6 empolas. Calomelanos (em suspensão em oleo de oliva, para injecção inlra-muscular Empolas de 2 1/2c.€. dosando O gr. 02 por cc, e accondicionados em caixas de 6 empolas Solução Gaucher (Denzoato de mercurio). Em empolas de 2 tendo cada uma Ogr. 02 do sal de mercurio, e accondicionada em caixas e 12 empolas Solução de Souligoux (eyanureto de mercurio). Em empolas de Le. contendo cada uma Ogre. OT do sal de mercurio, e aceondicionada em caixas 6 e 12 empolas, Solução de Hirsch Coxv-cvanureto de mercurio). Em empolas de Le contendo cada uma Ger, 02 do sal de mercurio, e accondicionada em caixas 6 e 12 empolas, Instituto Sorotherapico de Butantan Solução Ettinger (bijodureto de mercurio). tendo cada uma Ogr. 01 do sal de mercurio, e e 12 empolas. Em empolas de 1c.c. con- accondicionada em caixas de 6 Solução neuro-tonic: (elycero-phosphato de sodio com cacodylato de estrych- nina). Em empolas de 2c.c. contendo cada uma O gr.20 de glycero-phosphato de sodio e Ogr. 01 de cacodylato de estrychnina, e accondicionada: em caixas de 6 e 12 empolas. contendo em caixas de 6 e 12 empolas. Solução de cacodylato de sodio Em empolas de cada uma Ogr. 05 do sal, e accondicionada Solução de gayacol em oleo canforado Em empolas de lc. ce. contendo uma Ogr. 05 de gayacol, e accondicionada em caixas de 6 e 12 empolas. solução de iodureto de sodio a 10% cada (empregada com exito no tratamento do rheumatismo chronico, da syphilis, da arterio-esclerose e da asthma). Em empolas de 10c.c., accondicionada em caixas de 6 empolas e em tubos com uma empola de 50c.c. Se TE Ata id as ÇÃO 14 SERVIÇO DE IMMUNIZAÇÃO Sangria e concentração O serviço de immunização estã a cargo do sr. Theophilo Mar- tins. Para ter os animaes em estado de bôa saúde, ha na secção de immunização um veterinario, sob cuja direcção são feitas as mal- lemizações de todos os cavallos e burros que entram de fóra para o Instituto, estando tambem incumbido de proceder diariamente à visitas sanitarias aos animaes enfermos. O serviço de concentração e sangria está a cargo dos srs. Victor Salcedo e José Salcedo. Instituto Sorotherapico de Butantan Cocheira para cavallos em immunização 5 SCIELOS To in. TZ «13 A em" 1 2 3 Instituto Sorotherapico de Butantan Instituto Sorotherapico de Butantan Mangueira para os cavallos em immunização Cavallos de immunização em descanço 5 SCIELOS TER ita PIS. AS RA ADMINISTRAÇÃO A cargo da administração (administrador: sr. Julião Joaquim de Freitas) ficaram todos os outros serviços internos e externos do Instituto. O Instituto possue uma Bibliotheca (Bibliolhecario: sr. A, Reis) que já conta com 2.757 volumes e 442 revistas, e para os trabalhos scientificos tem tambem as secções de desenho (desenhista: sr. Carlos Rodolpho Fischer) e de photographia (photographo: sr. Euclvdes da Costa Soares), perfeitamente instaladas. A secção agricola (chefe: sr. Serafim Fontes), como annexo do Instituto, foi fundada para fornecer-lhe a maioria das forragens que necessita para os cavallos e animaes de experiencias. Segundo O caleulo feito, esta secção começará a produzir dentro em pouco, graças à verba que este anno lhe foi concedida e que continuará nos annos subsequentes, Instituto Sorotherapico de Butantan O ul pu ams ri 1 mm rm ur rem pps m a aros (MM ES] lhe, = E Bibliotheca Sala de desenho a Ao! Jar. Eizo sr eIA Instituto Sorotherapico de Butantan ch cup meet tim ng — Sala de photographia Secção Agricola Instituto Sorotherapico de Butantan dedo cet dusis Sadi itsmoo 2» 1a, moema uy Carro da Secção Agricola 5 SciELO S TO eria TZ AS EA Instituto Sorotherapico de Butantan Criação de cobayas 5 Stet NE 6! LO is BZ AS dA INSTITUTO DE MEDICAMENTOS OFFICIAES Ão lado do Instituto se encontra uma repartição fundada sob o nome de Instituto de Medicamentos Officiaes, que deve incumbir-se do preparo dos remedios de plantas medicinaes do Brasil, Até agora funcciona sómente uma parte, — a seeção de Botanica, a cargo do sr. &. O Hoechne, que se occupa com o preparo da materia prima para o laboratorio chimico-biologico, cultivando as plantas medicinaes no Horto « Oswaldo Cruz», annexo ao Instituto. Instituto Sorotherapico de Butantan Instituto de Medicamentos Officiaes Instituto de Medicamentos Officiaes 5 SCIELOS hLiGiA a RI SS RIR E E! E E E) E =! : O uv e) [o) Ea [= e) E VU E= = O = (=) n (o) Ro = je E a =) f-: «ZNID OPIBASO,, OL) 0JIOH OP PISIA dis Es ig SCLELO So ata LS» PIA 12 1ELO ERES RES add Instituto Sorotherapico de Butantan NYINVLNS VINO109 N es COBRAS VENENOSAS DO BRASIL em. 1 2 3 4 5 SciELO Do PLQs dida do IS 10 ALA 1% q s s s E fes! « K < ps o) Pra) (o) Z < = e) [94] [eh L (o) < | 13 14 (nssnarreref) NôVOVAVAVI SISIHOVT A Comtetro ds) DR a Sara se Ea Q [aa [o « a n un L (6) « | LACHESIS COTIARA LACHESIS ITAPETININGAE (Cotiarinha) E) > q Q & (29) jam) O re [af [a = [om [ip ha) o < | em) O [a (6) ELAPS CORALLINUS ELAPS FRONTALIS (Coral) em 1 2 3 4 5 is e rRE O et feitio IG SR HE ES eme) 2 3 4 3 é OCLELO Migas Ro a PR. ST DANS foi 2 5 4 o Ene TO O STR NS Se BA ita 3 é: SCIELO OP TR Su e, SE RAS cm 1 5 4 o ; SOCIELO deb dA Sileõão SERÃO PS