HARVARD UNIVERSITY. ITBRARY OF THE MUSEUM OF COMPARATIVE ZOOLOGY. 326 AUGUSTO NOBRE í * PUBLICADOS | | MO 4 j VP RO POR. RE AE RA AA De RR AR o , 455 à " a | já ? X NO s 4 ; “S l ( : sá 4 Ra | 70] 4 á f f e c |) 45 ' . ed Ê ” k ; E) g k j MA PAN 1 p + DIETA dy ADO 7 , é Pg Ra LAS, Op EA e p , à E h ) x ! y 4 E 4 y 1 a E - DIE ef ' f 4 8 a , , , RATE A. f " Mk , 41) Fed y BD) eo o + : REM T ) a Ls o A y 4 t ANNAES SCIENCIAS NATURA ES A fra “ANNAES SOIENCIAS NATURARS PUBLICADOS | AUGUSTO NOBRE VOLUME VIII “PORTO PORTO Typographia A. F. Vasconcellos, SuccessorEs Rua de Sá Noronha, 51 PLANTAS NOVAS PARA À FLORA DE PORTUGAL (2.2 série) POR GONÇALO SAMPAIO I Entre as plantas citadas n'este trabalho encontra- se um numero relativamente consideravel de Rubus, ge- nero critico a cujo estudo me dedico desde ha cinco an- nos, no intuito de lançar alguns esclarecimentos sobre a nossa quasi desconhecida flora batologica. | Não é Portugal, certamente, um paiz rico em es- “pecies de Rubus; estou profundamente convencido, po- rém, de que uma exploração cuidadosa das provincias do norte traria como resultado a descoberta de muitas outras fórmas deste genero, que infelizmente até hoje tem merecido bem poucas attenções dos herborizadores da nossa peninsula. Na Allemanha, na França, na In- glaterra, asssm como n'outros paizes do norte da Eu- ropa, tem a batologia tomado n'estes ultimos annos um incremento deveras assombroso, esperando-se que o seu estudo venha lançar uma grande luz sobre importantis- simas questões theoricas, como seja, segundo bem o nota o professor Sudre, o tão debatido problema da origem das especies. Seria, pois, de uma flagrante opportunidade a pu- blicação de um trabalho especial aproximadamente com- pleto sobre os Rubus portuguezes. Pela minha parte, porém, confesso-me falho de elementos sufficientes para a realizar por'ora, e limito-me a apontar aqui algumas 6 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES das especies que julgo ainda não citadas ou inventaria- das entre nós. No meu herbario possuo ainda um certo numero de outras fórmas de Rubus indigenas sobre as quaes não tenho por emquanto uma opinião mais ou menos segura. Porém, tanto estas como as fórmas hybridas, que são bastante numerosas, serão inventariadas devidamente num meu pequeno trabalho sobre alguns Rubus do. norte de Portugal, trabalho que trago entre mãos e que conto publicar pelos fins do anno que vem. Segue a enumeração. 1. Astragalus stella, Gou. —Barca d'Alva, nos cam- pos da margem do rio Douro. O exemplar que conservo no meu herbario foi co- lhido por mim em junho de 1902, no logar acima indi- cado. À planta encontrava-se com a, frucificação Já bas- tante adiantada. 2. Rubus nitidus, W. et N. lusitanicus, Samp. — Chúules delgados, pouco robus- tos; ramos floridos geralmente curtos; foliolos um pouco contrahidos para a base; flóres bran- cas; fructos vermelhos durante muito tempo, quasi até á maturação. Ponte do Lima, nas margens do rio, etc. Arredores do Porto: Val- longo, Trofa, etc. (nos bosques e pimnhaes fres- cos). E” proximo da subespecie R. opacus, da qual differe por alguns dos caracteres apontados. 3. Rubus leucandrus, Focke. — Vieira: Ruivães, na base da Serra da Cabreira (frequente nos bosques). No verão do anno corrente tive occasião de estudar esta planta em Ruivães, onde já tinha sido colhida ha G. SAMPAIO. PLANTAS NOVAS PARA A FLORA DE PORTUGAL 1 alguns annos pelo snr. À. Moller. Devo dizer que ella se apresenta alli como uma verdadeira fórma de transição entre o grupo das «Suberecti» e o grupo das «Silvatici». N'alguns exemplares as sepalas são quasi destituidas de tomento dorsal; na maioria dos casos, porém, esse to- mento é donas conforme a lettra da diapnogo classica do R. leucandrus. Não se deve esquecer que o proprio dr. Focke imdicou já esta sua curiosa especie como asse- melhando-se ao mesmo tempo com algumas «Suberecti» e algumas «Silvatici» *. De resto os meus exemplares Identificam-se muito bem com os que me foram enviados da Inglaterra pelo illustre rubologista Moyle Rogers, e a determinação d'elles foi-me confirmada por diversos especialistas estrangeiros. A planta colhida pelo snr. Moller foi examinada por mim e encontra-se depositada no herbario da Uni- versidade de Coimbra. Não tem fragmento de turião e snrs. Pereira Coutinho e Conde do Ficalho referiram-n'a ao ft. silvaticus *, especie que eu nunca vi de Portugal e que deve ser riscada da nossa flora até que novas inves- tigações porventura a revelem. 4. Rubus rhamnifolius, W. et N. 6. australis, Samp. — Difere do typo pelo turião pro- vido de algumas glandulas pediculadas e pelos Joliolos um pouco menores e estreitados para a base. Montalegre: Pitões. Esta planta parece-me quasi intermedia entre o typo e a subespecie R. Bakeri, de que possuo exempla- res authenticos inglezes. A nossa planta apresenta, po- rém, as petalas brancas e os foliolos um pouco maiores e mais attenuados para a base. Os aculeos do turião são, “tambem, um pouco menos robustos. 1 Synopsis Ruborum Germaniae, pag. 210. 2 Boletim da Sociedade Broteriana, xvi, pag. 104 e 105. 8 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES Esta especie deve encontrar-se egualmente na Ga- liza, pois que verifiquei que ella se estendia até juncto da fronteira do remo visimho. 5. Rubus hedycarpus, Focke. subesp. R. macrostemon, Focke. — Figueira de Cas- tello Rodrigo: Escalhão. Serra do Marão: An- cães. | Os exemplares do Escalhão foram colhidos por mim em junho do anno corrente. Os de Anciães colhi-os em agosto. f 6. Rubus Caldasianus, Samp. — Vieira: Ruivães. Montalegre: Pitões. Amarante: Serra do Mira, de. Anciães a Condomil. Turiãio robusto, anguloso, de faces não canelladas, armado de aculeos for tes e muito dilatados na base, dinei- tos ou um pouco curvos, geralmente avermelhado e provido algumas vezes de escamolosidades glawco-cirosas, com ju- bescencia estrellada, fina, curta e pouco densa, que póde desapparecer nas partes mais idosas. Folhas E snados de um verde claro ow amarellado, com os foliolos coriaceos, rugosos, oblongos, mais largos para cima do meio, rapida- mente contrahidos em longo acumen, finamente serreados, hirsutos por cima e providos na pagina inferior de um denso tomento esbranquiçado sobre o qual se eleva uma villosidade abundante. Inflorescencia mediocre, subcylin- | drica, aculeada, com os pediculos aberto-ascendentes e to- mentoso-villosos. Sepalas branco-esverdeadas, densamente tomentosas, reflectidas ou subpatentes nas flóres e bem re- Tectidas nos fructos. Petalas brancas, mediocres ow gran- & des, ovaes e rapidamente contrahidas em unha curta. Es-| tames brancos, muito mais compridos do que os estylletes esverdeados. Fructos mediocres, negros na maturação. Esta imteressante especie é muito constante nos seus caracteres e oceupa uma area bastante consideravel ao G. SAMPAIO. PLANTAS NOVAS PARA A FLORA DE PORTUGAL 9 norte do nosso paiz, sendo muito abundante em quasi “todas as regiões elevadas e montanhosas das provincias do Minho e Traz-os-Montes. À planta parece-me, pelo conjuncto dos seus cara- cteres, verdadeiramente intermedia aos R. tomentosus, KR. hedycarpus e R. ulmifolius, dos quaes se distingue, todavia, por caracteres bem fixos e salientes. Um hy- brido fertil destas trez especies foi denominado pelo eminente batologista Mrs. Sudre com o binome R. colli- colus; como não conheço, porém, esta planta nada posso indicar das relações morphologicas do R. Caldasianus com ella, sendo-me apenas permittido asseverar que o - Rubus portuguez não me parece de fórma alguma um hybrido, pois que além da sua fertilidade tem a indicalo como especie autonoma a consideravel area que occupa, a constancia dos seus caracteres, a sua abundancia nas regiões onde vive e o facto de não se encontrar n'essas regiões, que eu saiba, o &. tomentosus, e de só n'uma dellas apparecer o R. hedycarpus. | E' com o maximo prazer que eu dedico esta curiosa «Discolor» ao meu illustre amigo e antigo mestre dr. José Joaquim da Silva Pereira Caldas, erudito e nota- vel professor do Lyceu Central de Braga. “7. Rubus bifeons, Vest. 2. duriminius, Samp. — Difere do typo especifico pela inflorescencia inerme e pelos estames equalando ou excedendo muito pouco os estylletes. Além disto a planta tem os turiões quasi sempre mais obtusamente angulosos, com as faces muitas vezes convexas, e as foi quasi sem- pre 3-nadas, pelo menos as medias. E” muito abundante nos terrenos imcultos e mais ou menos arborizados das provincias do Minho e Douro, sobretudo na parte littoral: Montale- gre, Povoa de Lanhoso, Ponte do Lima, Bra- 10 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES ga, Vianna do Castello, Villa Nova de Fama- licão, Amarante, arredores do Porto, Gaya, etc. Nos logares mais frescos e humidos a planta ad- quire um desenvolvimento muito consideravel, apresen- tando fórmas macrophyllas interessantes e bellas. Nos terrenos sêccos, pelo contrario, encontram-se por vezes as fórmas de folhas aúnito reduzidas lim Alea (Val- longo) observei nos bosques exemplares com as flóres de um vermelho vivo. Em todas estas fórmas o caracter da inflorescencia inerme, bem como o dos estames eguala- rem ou excederem pouco os estylletes, é absolutamente constante. O typo não é conhecido em Portugal. 8. Rubus portuensis, Samp. — Ponte do Lima. Arre- dores do Porto: Espinho, Gaya, Vallongo, Reca- rei, Mattosinhos, Villar do Pinheiro, Castéllo da Maia; etc. Tusrião robusto, descalhido, anguloso, de faces geral- mente planas, com pubescencia estrellada, fina, quasi ara- | chnoidea e visivel á lupa, avermelhado e provido de esca- molosidades glauco-cirosas, armado de aculeos espaça- dos, compridos, muito achatados na base, inclinados, di- reitos ou um pouco curvos. Folhas 5- nadas, com os folio- los subcoreaceos, elliptico-rhomboidaes, mais largos geral- mente para cima do meio, grosseiramente serreados e: contrahidos rapidamente em longo acumen, glabros por cima e providos na pagina inferior de um tomento tenue, raso e esbranquiçado, que por vezes desapparece de modo que o limbo fica, então, verde em ambas as faces. Inflores- cencia desprovida de glandulas, obtusa, alongada, tornan- do-se muito grande nos logares frescos, com os pedunculos e pediculos tomentoso-villosos, compridos, delgados, paten- tes ou erecto-patentes e quasi sempre inermes, pelo menos os superiores. Sepalas branco-tomentosas, ovaes, curtas, reflectidas nas flôres e fructos. Petalas roseas ow de um G. SAMPAIO: PLANTAS NOVAS PARA A FLORA DE PORTUGAL 11 — roseo esvahido, ovaes e de unha curta. Estames numerosos, muito mais compridos que os estylletes, com os filetes leve- mente roseos. Estylletes esverdeados. Carpellos villosos. Fructos mediocres, enegrecendo rapidamente, glabros, de sabor adocicado. Floração em junho e julho. À" primeira inspecção este interessante Rubus faz lembrar o BR. thyrsoideus e o R. incanescens; um exame attento, porém, mostra que elle constitue uma imconfun- divel especie antonoma, do grupo das «Discolores» e quasi em transição para o grupo das «Silvatici». Tenho estudado cuidadosamente esta silva nos ar- redores do Porto, onde ella é muito frequente e abun- dante, e constatei rigorosamente que, apezar de ser bas- tante poly morpha, os caracteres que a separam d'aquel- las duas especies se manteem fixos em todas as suas fórmas. Do &. thyrsoideus, planta que nunca vi de Por- tugal *, separa-se muito bem pelo turião pubescente e não canellado, pelos foliolos não villosos por baixo, pela inflorescencia quasi inerme e pelas flóres roseas. Do AR. incanescens, especie muito provavelmente estranha á nossa flora, approxima-se sobretudo pelo tomento raso da face inferior dos foliolos, mas afasta-se consideravel- mente por outros caracteres, como são o turião pubes- - cente, o comprimento e fórma dos aculeos, os foliolos subcoreaceos, a inflorescencia desprovida de glandulas pediculadas, as sepalas sempre reflectidas e as petalas roseas, ovaes, com unha curta. 9. R. villicaulis, Koehl. — Amarante: Condomil, nos bosques e terrenos incultos. = 1 Dos exemplares portuguezes que tenho visto etiquetados como R. thyrsoideus, taes como os existentes no herbario da Universidade de Coimbra, nenhum d'elles me pareceu pertencer a esta especie collecticia. Uns pertencem ao R. bifrons, outros provavelmente ao R. hedycarpus e outros, ainda, são talvez productos hybridos. Em todos faltava, infelizmen- te, fragmento de turião. 12 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES O unico exemplar portuguez que possuo desta es- pecie colhi-o no logar acima indicado no verão do anno corrente, quando a planta estava já quasi totalmente desflorada. : Devo dizer que esta fórma do Condomil necessita de ser devidamente estudada sobre bons exemplares frescos, poisque pertencendo sem duvida ao R. villicau- lis constitue talvez uma variedade portugueza desta es-. pecie polymorpha. 10. Rubus discerptus, P. J. Muell. — Serra do Marão: Anciães, abundante pelas margens dos campos e da estrada de macadam. De mistura com o typo encontrei numerosas plan- tas com a imflorescencia desprovida de glandulas estipi- | tadas, mas não pude verificar com segurança se ellas constituiam variações da especie se hybridos provenien-. tes do cruzamento d'esta pelos outros Rubus que exis-. tem na localidade. 11. Rubus pallidus, W. et N. — Serra do Gerez, pro- ximo 4 Ponte Feia. Trancoso. Os unicos exemplares portuguezes que consegui observar pertencem ao herbario da Universidade de ea Coimbra e foram referidos pelos snrs. Pereira Coutinho | e Conde do Ficalho ao R. hirtus *, especie que muito. provavelmente se não encontra em Portugal. Eº certo que tanto no exemplar colhido no Gerez pelo snr. A. Moller, como no colhido em Trancoso pelo snr. M. Ferreira se não encontram fragmentos de caules estereis, como seria indispensavel para uma determima- | ! Boletim da Sociedade Broteriana, xvt, pag. 110. G. SAMPAIO: PLANTAS NOVAS PARA A FLORA DE PORTUGAL 13 ção segrra; mas os caracteres fornecidos pelos ramos floridos são mais que sufficientes para os excluir defini- tivamente do grupo das «Glandulosi», grupo que me parece não estar representado na nossa flora. À planta portugueza pertence, sem a menor duvida, ao grupo “das «Spectabilis», e é tão perfeita a sua analogia com exemplares authenticos do R. pallidus, W. et N. que não hesito em referia a esta especie. 12. Rubus trifoliatus, Samp. ; Turião decahido, comprido e relativamente delgado, de um vermelho vinoso e mais ou menos escuro, pelo menos do lado da luz, anguloso, com as faces planas ou convexas, de pubescencia estrellada mais ou menos abundante, ex- tremamente fina, arachnoidea, visivel á lupa, provido de numerosas glandulas pediculadas vermelhas e armado de aciculos e aculeos deseguaes : uns pequenos ou quast tuber- culosos, irregularmente espalhados, outros muito mais for- tes, de base dilatada, dispostos sobre os angulos, inclinados, direitos ou pouco curvos. Folhas sempre 3-nadas, de um “verde mais ow menos claro, com os foliolos delgados, de tamanho muito variavel, largamente ovaes-arredondados, ' subcordados na base e rapidamente contrahidos no apice em longo acumen, miudamente serreados, com a pagina superior geralmente provida de pellos esparsos e com a in- — Jferior muito hirsuto-villosa, verde ou branco-tomentosa. Inflorescencia pyramidal, com os pedunculos e pediculos delgados e ascendentes, provida de glandulas pediculadas vermelhas, de aciculos e de aculeos direitos. F'lôres peque- “nas. Sepalas branco-tomentosas, com glandulas e aciculos, reflectidas nas flôres e fructos. Petalas de um roseo muito esvahido, estreitas, lentamente unguiculadas, não contiguas. Estames levemente roseos e muito mais compridos que os estuylletes. Carpellos densamente villosos. Fructos pequenos, negros na maturação. Floração em junho, julho e agosto. Montalegre: Ponteira, Pitões, ete. 14 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES Este Rubus, que tem um aspecto caracteristico e inconfundivel, é frequente em toda a larga região de Barrozo, apresentando fórmas ou modalidades compa-. ctiveis com a exposição, illuminação, etc., do terreno. Não julgo plansivel considerar-se esta planta como um producto hybrido, porque ella é extremamente fertil e oceupa uma extensa região onde não encontrei qualquer outra especie das «Glandulosi» ou das «Spectabilis» que por hybridismo podesse dar-lhe origem. Na verdade, silva provida de glandulas no turião e na inflorescencia, só achei ahi o R. leucostachys, planta que de fórma al- guma se póde considerar um ascendente do 1º. trifolia-. tus, cujas glandulas e aciculos são quast sempre muito abundantes. No herbario da Universidade de Coimbra existem dous especimens de um Rubus, sem turião, etiquetados em duvida como R. fusco-ater, —um deles apanhado no Gerez e o outro na Serra dá Estrella. Pelo mcompleto destes exemplares não me é possivel affirmar que elles pertençam ao R. trifoliatus; comtudo devo dizer que elles se approximam bastante de certas fórmas enfezadas que este apresenta nos logares muito sombrios. Se, por- ventura, o R. trifoliatus apparece no Gerez é facil ahi inter preii ar theoricamente a sua natureza hybrida, con- siderando-o como um pr oducto do R. pallidus pelo ft. Di- frons. Isto, porém, seria uma mera hypothese, contra a qual se opporia o facto de elle abundar em grandes re- gides onde não tem apparecido o R. pallidus e onde não encontrei nenhuma fórma que o approximasse parficu- larmente de uma das especies geradoras, como acontece com os hybridos ordinarios. Admittir um hybrido fertil e fixo em virtude de uma segregação natural não é, de certo, repugnante; para mim, porém, um tal pr odueto qEs sempre na cathegoria das e especies legitimas. Não vejo, pois, motivo plausível para se considerar o R. trifoliatus mais como um hybrido ordinario do que como uma especie fixa, pois que na vasta região onde se G. SAMPAIO: PLANTAS NOVAS PARA A FLORA DE PORTUGAL 15 encontra offerece todos os caracteres de uma verdadeira planta autonoma, tanto pela sua fertilidade como pela constancia dos seus caracteres privativos. À nova especie parece-me, segundo a diagnose do snr. W. Moyle Rogers * especialmente approximada do R. thyrsiger, Bab., fórma endemica da Inglaterra e de que eu nunca vi exemplares. 13. Arvmeria Willkommii, J. Henr. 8. odorata, Samp. — Differe notavelmente do typo es- pecifico pelas bracteas exteriores do involucro longamente acuminadas e agudas, pelas hastes curtas, não excedendo o comprimento das folhas e pelas folhas mais ou menos glaucas. Serra d'Arga, a cerca de 800 metros de altitude. Florece em junho e julho. Colhi a planta em junho do anno corrente. As flô- res são dotadas de um odor muito agradavel e sensivel, caracter que nunca encontrei em outra qualquer especie do genero. 14. Phelipsea arenaria, Walp. — Caminha, nos areaes maritimos da foz do rio Mimho, sobre as raizes da Artemisia crithmifolia, L. A planta é abundante no logar indicado, onde a encontrei em julho do anno corrente. Como era dema- stadamente tarde não me foi possivel colher exemplares em bom estado, nem consegui verificar a côr dos esty- gmas. Úreio, porém, não haver engano na determinação especifica, embora os lobulos das corollas sejam mais estreitos e agudos do que no typo. 1 Handbook of British Rubi, pag. 76. 16 ANNÃES DE SCIENCIAS NATURAES 15. Galeopsis tetrahit, L. — Montalegre: Paradella, entre Ruivães e Pitões, nos terrenos cultivados. Em setembro do anno corrente colhi no logar in- dicado, alguns exemplares desta especie, que é o pri- meiro representante do genero Galeopsis em Portugal. Porto, outubro de 1902. AS ZONAS BOTANICAS DA MADEIRA E PORTO SANTO E GENERALIDADES SOBRE A ESTATISTICA VEGETAL E RELAÇÕES DA FLORA DO ARCHIPELAGO DA MADEIRA COM A DE OUTROS PAIZES POR CARLOS A. MENEZES Na Madeira, como em todos os paizes montanhosos onde se observam variadas condições de clima, os vege- taes acham-se repartidos d'um modo mais ou menos ca- racteristico em zonas distinctas. Na opinião de Lowe, o botanico que melhor estudou a flora d'esta ilha, essas' zonas podem reduzir-se ao numero de quatro, a saber: 1.º zona. Dos cactos e bananeiras. Vae desde a beira mar até cerca de 200 metros. 2.º Da vinha e castanheiros. Abrange os terrenos comprehendidos entre 150 e 750 metros. - 9.º Dos loureiros e urzes. Estende-se desde o limite superior da zona precedente até 1:650 metros. 4.º Dos altos cumes. Abrange todos os pontos eleva- dos da ilha comprehendidos entre 1:650 e 1:843 metros. Acceitando esta classificação que se nos afigura suffi- cientemente approximada, vejamos que outras plantas, além das que mencionamos, podem considerar-se como tendo influencia clara no caracter physiognomico de cada “uma das mesmas zonas. 8 Ann. Sc. Nat., vol. VIII, igor. Porto, 18 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES As especies da zona inferior, que constituem as for- mações da costa e que parecem depender antes da pro- ximidade do mar que da influencia d'outro qualquer agente, são entre outras as seguintes: Lotus glaucus Áit., Crithmwm maritimum L., Helichrysum obconicum DO,, Senecio incrassatus Lowe, Calendula maderensis DC., Mesembrianthemum nodiflorum L., Andryala crithmifolia - Ait., Lavandula pinnata L., Eehiwm nervosum Ait., Beta onistmd ED: pe C. Smith, Atripler hastata Li; Cheio lanata Mog., Suaeda Fruicosa Forsk, e Po- lug ygonum maritimum E. O Helichrysum obconicum DC,, subarbusto branco-tomentoso peculiar da Madeira, é a especie que melhor caracterisa as rochas basalticas da beira mar. Mathiola madereniss Lowe e Plantago made-. rensis Dene., que se suppunha serem especies proprias do littoral, Pata por nós observadas tambem nas rochas do nteiior da ilha. Uma especie de Ruppia (R. rostellata Ko, encontra-se nos charcos perto da costa, no Paúl do Mar. Das especies espontaneas ou apparentemente espon- taneas que entrando mais pelo imterior do paiz, impri- | mem á parte não cultivada da mesma zona uma feição especial, são dignas de menção as seguintes: Rapistrum rugosum Berg., Malva silvestris L. dá Proraled dentata DC,, Prifolium angustifolium L., T. scabrum L., Melilotus pas vifiora Dest, Medicago lupulina L., Scorpiurus sulcata L., Rn um ogicinale Al. - Hedypnois polimonpha DC., Ur ospermum picroides Spr., Plantago Lagopus Ls. Prue nisetum conchroides Rich., Ao ena fatua L., Brachaypodivm distachyum R. et 5, Bromus madritensis L., Lepturius ancurvatus Trm., fio São communs aos Renan do ht- toral e ás rochas das Fá as especies lenhosas seguim- tes: Catha Dryandri Lowe, Chamaemeles coriacea Lindl, Helichrysum Monizii Lowe, Ólea europaea L. (temol- a en- contrado espontanea no interior da ilha até á altitude de 300 metros, mas no Cabo Girão sobe até quasi 600 me- tros), Jasminun odoratissimum L. Sideroxylon Marmu- C. A. MENEZES: AS ZONAS BOTANICAS DA MADEIRA E PORTO SANTO 19 lano Lowe, Buphorbia piscatoria Ait., Apollonias Cana- riensis Nees., Myrica Faya Ait., Juniperus Phoenicea L., etc. Tamus edulis Lowe (norça) cultivado no Porto do Moniz e Achadas da Cruz, apparece espontaneo nas ro- chas do Garajau, onde foi pela primeira vez encontrado pelo nosso fallecido amigo e distincto botanico João Ma- ria Moniz. A Ponta de S. Lourenço, comprehendida na primeira zona, offerece, no tocante á sua composição floristica, um mteresse muito particular, pois encerra especies que se não encontram em ponto algum mais da ilha. Essas es- pecies são: Frankenia hirsuta L., Silene Behen L., Linum strictum, L., Lotus argenteus Lowe, Astragalus Solandri Lowe, Ononis reclinata L., Herniaria cinerea DO., Ai- zo0n canariense L., Mesembrianthemum erystallinum L., Helichrysum devium Johns., Beta patula Ast., Chenolea lanata Moq., Polygonum maritimum L. e Gastridium ni- tens Dur. Muitas destas plantas apparecem igualmente na visinha ilha do Porto Santo. A canna Vassucar (Saccharwm oficinarum L.), que vae até uma altitude media de 450 metros, é a cultur: dominante na primeira zona nos pontos onde abundam as aguas de irrigação, mas a vinha tambem não é rara na mesma zena, assim como o trigo (Triticum vulgare Vil), o milho (Zea Mays L.), a cevada (Hordeum hexas- tichum L.) e differentes arvores e plantas de fructo, en- tre as quaes avultam as figueiras (Vicus Carica L.), as amoreiras (Morus nigra L.), as amendoeiras (Amygdalus communis L.), os pecegueiros (Persica vulgaris Mill), os damasqueiros (Prunus Armeniaca L.), as nespereiras (Briobotrya Japonica Limdl.), as laranjeiras (Citrus Au- rantium L.), as mangueiras (Mangifera indica L.), as gotabeiras (Psidium piriferum L.), os araçás amarellos e roxos (Lsidiwm littorale Raddi e P. Cattleianum Sab), as pitangueiras (Bugenia Micheli Lam.), os jambeiros (Janbosa vulgaris DC.) os maracujás (Passiflora edulis - Simis.), as papayas (Carica Papaya L.), as abacates(Per- 20 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES sea gratissima Giartn.), as tamareiras (Phoenir dactyli- fera L), as bananeiras de prata e anans (Musa sapientum L. e M. Cavendishii Paxt.) e os cactos ou tabaibeiras (Opuntia Tuna EHaw.). Estas duas ultimas plantas defi- nem juntamente com a canna d'assucar a parte cultivada da primeira zona, onde tambem se encontra por vezes, ao ar livre, o ananaz (Ananassa vulgaris Lindl.), cujos fructos são todavia mais pequenos e acidos que os pro- duzidos nas estufas. Nas ruas, praças e jardins publicos, apparecem a figueira da India (Hicus comosa Roxb.), a Ficus elastica Roxb., a Jacaranda mimosifolia Don., o platano (Platanus occidentalis L.), o camphoreiro (Cin- namomum Camphora Nees), a pimenteira da India (Schi- nus molle L.), a Acacia Melanoxylon R. Br., a Araucaria excelsa R. Br., a Hucalyptus robusta Smith, ete., ete. À mistura das culturas tropicaes com as mediterraneas im- primem uma feição particular 4 região quente ou inferior da Madeira. À anoneira na altitude de 700 metros * floresce mas não fructifica, e duas bananeiras que vimos em 1892 no Curral das Freiras (650 metros), nunca haviam produ- zido fructos segundo nos informaram. Alouns mdividuos da arvore do pão (Artocarpus incisa L.) e do baobab (Adansonia digitata L.), que um curioso tentou cultivar ha annos no Funchal, definharam e morreram depois de terem apresentado TA ante um certo tempo bom aspecto, mas em compensação já vimos florescer e fructificar na costa do sul a purgueira (Jatropha Curcas L.), especie agora extincta talvez por não ter sido considerada suffi- cientemente remuneradora a sua altura. O cafezeiro (Cof- tea arabica L.), foi outrora muito frequente na região baixa do sul da ilha. A temperatura media annual á sombra, é no Funchal - 1 A anoneira produz abaixo de 450 metros magnificos fructos conhe- cidos pelo nome de anonas. C. A. MENEZES: AS ZONAS BOTANICAS DA MADEIRA E PORTO SANTO 21 0 de 18º.7 centigrada, correspondendo 15º.8 aos mezes de inverno (dezembro a fevereiro), 16º.8 aos da primavera (março a maio), 21º.4 aos do estio (junho a agosto) e 20º.3 aos do outomno (setembro a novembro). À media do mez mais frio (fevereiro), é de 15º.4 e a do mez mais quente (agosto) de 22º.6. A" sombra, as sopa dE to mais elevadas registadas no Funchal foram 32º.5 Quiho de 1882) e 33º.5 e 35º.6 (agosto de 1902), em occasião de leste *, e a media annual das maximas diarias é de 21º. A quantidade media de chuva accusada pelo udometro do posto de S. Lourenço é de 688 millimetros e o nu- mero de dias chuvosos de 78. A segunda zona, que na costa do sul principia na attitude de 200 metros, e na do norte, mais fria em vir- tude da exposição, na de 150 metros approximadamente, é caracterisada pelas seguintes especies espontaneas ou subespontaneas: Genista virgata DO. Robinia Pseudaca- cia L., Adenocarpus complicatus Gay, Ulex europaeus L., Ornithopus perpusillus L., Rosa stylosa Desv., Sambucus ebulus L., Myrtus communis L., Valerianella olitoria Poll., ex Azevinho Sol., Vinca major L., Solanum Pseu- do- Capsicum L., M: ora versicolor Reich., Salvia collina Lowe, Lavandula pedunculata Cav., Ser uai race- mosa Lowe, 8. Moniziana Mnzs., Andi italicum Mill. Danihiônia: decumbens DC., Aira ear poplgida Ei, Avenid barbata Brot., etc. (9) tar (Pinus Pinaster Ait.), é a essencia mais frequente na arborisação florestal da parte sul da segunda "* zona, constituindo massiços consideraveis que se esten- “dem até acima de 1:000 metros, altitude esta já compre- hendida na terceira zona. À vinha que, como dissemos, se encontra já na região inferior, é a cultura que prepon- dera na costa do sul até á altitude de 600 metros, attin- 1 1 Os madeirenses chamam leste «o vento E. S. E. que sopra do lado d& costa d' Africa. 292 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES gindo mesmo n'alguns pontos a de 750 metros, emquanto que os castanheiros (Castanea vulgaris Lam.), outrora mais frequentes do que hoje, cobrem aimda muitos tra- ctos de terreno desde 400 ou 450 metros até o limite ex- tremo da segunda zona, o qual raras vezes ultrapassam. Às cerejeiras (Prunus Avium L.), apparecem nos val- les humidos e frescos da parte superior d'esta zona, é em quasi toda ella abundam as ameixieiras (Prunus do- mestica 1,.), as macieiras Pijrus Malus L.), as pereiras (P. communis L.), os pecegueiros (Persica vulgaris Mill.), os damasqueiros (Prunus Armeniaca L.), os marmeleiros (Cydonia vulgaris Pers.), as nespereiras (Lriobotrya ja- ponica Lindl.), as nogueiras (Juglans regia L.) e outras arvores de fructa, assim como o milho, a cevada, o trigo e o centeio, podendo este ultimo servir de limite á região cultivada, a qual só em raros pontos vae além de 800 metros. Nos sitios incultos e elevados apparecem exten- sos massiços de Ullea europaeus L. e Sarothamnus sco- parius Koch, arbustos que na epocha da florescencia dão à paisagem um aspecto sobremaneira agradavel. Nas quintas e jardins são frequentes a Acacia Mela- noxylon R. Br. que não floresce habitualmente abaixo de 150 metros, os carvalhos (Quercus pedunculata Ehr.), as camellias, o castanheiro da India (Lsculus Hippo- castanum L.) que floresce e fructifica tão bem no Fun- chal como nos sitios elevados o Pittosporum undulatum Andr., o Prunus Lauro-Cerasus L., o Viburmum Opulaus L., a Betula alba L. e differentes arvores imdigenas, en- tre as quaes avultam os loureiros (Laurus canariensis WblL), tis (Oreodaphne fotens Nees), vinhaticos (Per- ser indica Spr.), barbusanos (Apollonias canariensis Nees), fayas (Myrica Faya Ait.), cedros (Juniperus bre- vifolia Ant.), mocanos (Pittosporum coriaceum Ait.), ete. O Eucalyptus globulus Labill. e a Acacia dealbata Limk, são cultivados com o melhor resultado no Monte, Chou- pana e outros sitios, e nas quintas da Camacha encon- tram-se alguns sobreiros (Quercus suber L.), arvores es- C. A. MENEZES: AS ZONAS BOTANICAS DA MADEIRA E PORTO SANTO 23 tas infelizmente pouco frequentes, mas que se adaptam bem ao clima da nossa ilha. Nas beiras dos caminhos e taludes de terra, apparecem quasi espontaneos— Agapan- thus umbellatus Herit., Amaryllis Belladona L., Hiydran- gea hortensis Sm., Fuchsia coccinea Ait., Pelargonium in- quinans Ait. e outras especies ornamentaes. Os nabos (Brassica asperifolia Lam.), couves (B. oleracea L.), feijões (Phaseolus vulgaris L. e P. nanus L.), ervilhas (Pisum sativum L.), favas (Vicia Faba L.), aboboreiras (Cucurbita moschata Duch.), bogangueiras (OC. melanosperma Braun.), cabaceiras (Lagenaria vulga- ris Ser. ), pepineiros (Cucumis sativus L.), pepinellas ou cahiotas (Sechium edule Sw.), batatas (Solanum tubero- sum L.), batatas doces (Batatas edulis Chois.) e ce- noiras (Daucus Carota L.), são muito frequentes nas hortas tanto da primeira como da segunda zona. À terceira zona que abrange os terrenos comprehen- didos entre 750 e 1:650 metros, é caracterisada como dissemos, pelas urzes e loureiros, os quaes abundam tanto nos valles do interior como nos pontos elevados da montanha. N'estes ultimos, as especies de pequeno porte mais frequentes, são: Teesdalia nudicaulis R. Br, Thrincia nudicaulis Lowe, Filago minima Fr., Plantago lanceotata 1, Agrostis castellana Boiss. e Aira praecox L. Nos charcos e logares humidos, encontram-se Miyoso- tis repens Don., Juncus effusus L., Cystopteris fragilis Bernh., e Asplenium filie-foemina Bernh., e nas rochas Viola silvestris K. O planalto do Paul da Serra, na atti- tude de 1:500 metros, acha-se quasi mteiramente coberto pelo Thymus micans Lowe, especie muito visinha do 7, caespititius Hottm., da Peninsula, e em muitos pontos da Serra apparecem extensas formações o Pteris aquilina L., feto que chega a atimgir 2 metros d'alto e é sem du- vida o mais frequente da ilha. Entre 1:200 e 1:600 metros encontram-se extensos massiços de Vacciniwm maderense Link (uveira), arbusto cuja folhagem toma por vezes uma côr avermelhada, e 24 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES dentro da mesma faixa tambem não são raros os lourei- ros, que se apresentam ora isolados, ora em pequenos grupos, mas sem nunca chegarem a attingir as dimen- sões que os vemos tomar no fundo dos valles e outros pontos abrigados da violencia dos ventos. À urze dura- zia (Lrica scoparia L.), é abundante em todas as serras da ilha, ao passo que a urze mollar (Erica arborea L.) só apparece habitualmente em pontos distantes e alta- mente situados. Se a vegetação é pobre no numero de especies nos sitios elevados da terceira zona, é pelo contrario bastante rica e variada nas vertentes das montanhas e nas ravi- nas do interior. E” principalmente junto das fontes e cur- sos d'agua que as plantas são mais abundantes e vigoro- sas, formando por vezes extensos tapetes de ver dura que se conservam ainda durante a epocha de maiores calo- res. A maior parte das rochas humidas do interior acham- se cobertas pela Deschampsia argentea Fowe, a qual ap- parecem muitas vezes associada à Festuca Donax Lowe, outra graminea peculiar e tambem muito frequente. Tam- bem alh se encontram, mas são mais raros: Melanoseli- num decipiens Schrad., umbellifera arborescente que faz lembrar ao longe uma pequena palmeira, a Imperatoria Lowei Coss. muito visinha da Z Ostruthium L. da Eu- ropa media e austral, a (Enanthe pteridifolia Lowe, o Bupleurum salicifolium Lowe, o Ranunculus grandifolius Lowe, de flores grandes e de uma linda côr amarella, o Sono Jfruticosus L. f. !, composta arbustiva que chega a attmgir 2 metros Valto, o Cirsium latifolium Lowe, a Festuca albida Lowe, ete., etc. Junto das levadas abunda a Orchis latifolia L. (O. foliosa Sol), orchidea de bellas ! As compostas frutiscentes que constituem uma das caracteristicas das floras tropicaes e austraes, teem larga representação na flora madeirense, As que attingem maiores dimensões são : Sonchus fruticosus L. f. e 8. pinnatus Ait. C. A. MENEZES: AS ZONAS BOTANICAS DA MADEIRA E PORTO SANTO 25 “flores purpurimas dispostas em espiga, e nas rochas e terrenos assombreados das vertentes dos montes encon- tram-se: Cheiranthus mutabilis Herit., Ceranium anemo- nefolium Herit., Vicia capreobata Lowe, Rubus grandifo- lius Lowe, Sempervivum divaricatum Lowe, Sazxifraga maderensis Don. * Galium ellipticum W., Rubia peregrina L., Senecio maderensis DO., Argyranthemum pinnatifidum Lowe, Sonchus pinnatus Art., Musschia Wollastoni Lowe, Echium candidicans L. f., Isoplexis Sceptrum ILimdl, Odontites Holliana Benth. Cedronella triphylla Much., Bystropogon punctatus Herit., B. maderensis Wbb., Hu- phorbia mellifera Ait., Semele androgna Kunth («alegra campo» dos madeirenses), Luzula purpureo-splendens Seub., Carex decipiens Gay, C. elata Lowe, Cynosurus elegans Dest., etc., etc. Em todos os valles do mterior e vertente do norte da ilha abundam os loureiros, tis e vinhaticos, arvores de primeira grandeza e que constituem a base das poucas mattas de essencias mdigenas que anda nos restam. Às - serras da Ribeira da Jamella, do Seixal, de São Vicente, da Boa Ventura, do Arco de São Jorge e do Fayal, são as mais arborisadas. Na vertente septentrional a cultura do pinheiro não tem attingido tão grande desenvolvi-' mento como na meridional, mas já hoje se encontram ali algumas mattas desta essencia, principalmente nas freguezias de Sant'Anna, São Vicente e Porto da Cruz. Tambem é caracteristico dos valles do mterior e dos sitios elevados das vertentes meridional e septentrional o folhadeiro (Clethra arborea Ait.), linda arvore ainda frequente por causa do pouco valor da sua madeira. Quanto ás outras especies lenhosas indigenas e que ap- parecem na terceira zona, só os azevinhos (Mex Azevi- 1 Esta planta, Stnophragma Thalianum Cel., Draba muralis L. Carex decipiens Gay, Agrostis truncatula Parl,, e poucas especies mais, representam na Madeira, d'um modo muito imperfeito, a vegetação alpina. y 26 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES nho Sol.), os adernos (Ardísia excelsa Ait.) e o piorno (Genista maderensis Wbb.), chegou a constituir pequenos grupos, sendo as outras, todas ou quasi todas tão raras que impossivel é hoje encontral-as, a não ser em pontos muito distantes dos povoados ou nas rochas maccessi- veis do interior da ilha. À extincção ou quasi extincção de muitas das nossas essencias mais preciosas, deve at- tribuir-se aos abusos, poucas vezes reprimidos, dos Je- nheiros e carvoeiros e a se consentir que pastem nas serras, em completa liberdade, muitas centenas de ca- bras. K' nos sitios umbrosos e humidos da terceira zona que mais abundam as cryptogamicas vasculares, sendo alh que devem ser procurados — Hiymenophyllum wnila- terale Bory, Trichomanes radicans, Sw., Asplenium tri- chomanes L. (4. anceps Lowe), 4. monanthemum E., A. umbrosum J. Sm., Aspidium falcinellum Sw., A. fron- dosun Lowe, Nephrodium Filie-mas Rich. (N. foeniseciã Lowe), Gymnogramme Totta Schlecht. (G. Lowei HK.) e outros fetos raros ou interessantes da Madeira. Pambem alli se encontram e são frequentes Selaginella denticulata L. e Licopodium Selago L., ao passo que uma outra Lycopodiacea — Lycopodium complanatum DC. — só ap- parece n'um unico ponto perto da Cumeada de S. Vi- cente. Podem definir a quarta zona, que abrange os altos pincaros da ilha comprehendidos entre 1:650 e 1:843 metros, as especies seguintes: Cerastium pumilum Curt, Arenaria serpylifolia L., Brica cinerea L., Viola para- dora Lowe, Armeria maderensis Lowe, Avena sulcata Gay, Agrostis truncatula Parl., Sedum farinosum Lowe, etc. No Pico Ruivo, o ponto mais elevado da Madeira (1:843 metros), verificamos que a Erica scoparia L. não, passa acima de meia encosta (cerca de 1:820 m.), ao passo que a Hrica arborea L. vae quasi até ao cume, sem todavia o attingir. No ponto mais alto do Pico, obser- C. A. MENEZES: AS ZONAS BOTANICAS DA MADEIRA E PORTO SANTO 27 vamos por occasião d'uma visita que all fizemos em 1891 — Teesdalia medicaulis R. Br., Senecio silvaticus L., Filago minima Fr., Aira praecor L., Vulpia sciuroides Gm. e Erica cinerea L., ao passo que no sopé (cerca de :TTO metros) vimos entre outras as segumtes especies: Sinapidendron frutescens Lowe, Sarothammnus scoparius Koch, Hypericum humifusum L., Galium productum Lowe, Brueneila vulgaris Much., Calamintha Clinopodium Bth., Phymus micans Lowe, Scrophularia Scorodonia L, e Pteris aquilina L. Nas rochas proximas apparece a muto rara Viola paradora Lowe, de fores amarellas. O limite superior do. Vacciniwm maderense Link e da Sorbus Aucuparia L., outra especie lenhosa que tambem apparece no alto das serras, deve ficar entre 1:700 e 1:750 metros, mas ha quem nos affirme ter visto esta ultima essencia nas vertentes do Pico Ruivo na altitude não inferior a 1:800 metros. O loureiro não passa ordi- nariamente acima de 1:550 metros. O nosso erudito amigo sr. Guilherme Telles de Me- nezes, que em 1895 teve occasião de fazer observações meteorologicas num posto ainda por inaugurar que existe ha muitos annos na serra dos alves perto do Pico do Arceiro, achou para aquella localidade (1:700 m.), nos mezes de junho a outubro, a.media thermica de 12º.2 centigrados. Se se comparar esta media com a obtida no Funchal nos mesmos mezes, acha-se uma dif- ferença de 8º.3, donde parece deprehender-se que na Madeira a teipér atura decresce um grau em cada 201 metros ou 0,49 do grau em cada 100. metros, ao menos no periodo a que se referem as observações. À tempe- ratura mais baixa observada pelo mesmo sr. Telles foi de 2º abaixo de zero, em novêmbro. De novembro até março succede quasi todos os annos cahir neve nas ser- ras, a qual se apresenta sob a fórma de granizo e dura ordmariamente 3 a 15 dias. No Funchal a neve é des- conhecida, e abaixo de 500 metros quando por acaso chega a cahir alguma, desapparece ao cabo de algumas 28 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES horas. Na opinião do nosso fallecido amigo e distineto naturalista inglez James Yate Johnson, o limite das ne- ves eternas na latitude da Madeira deve estar a 3:450 metros, altitude esta da qual nem se approxima o nosso Pico Ruivo, que mede apenas 1:843 metros. Ailha do Porto Santo“é mais quente que a Madeira se bem que situada mais ao norte. O nosso illustrado amigo sr. Adolpho Cesar de Noronha, que fez all algu- mas observações thermometricas desde novembro “ds 1900 a outubro de 1901, achou que a temperatura me- dia annual á sombra é de 20 graus centigrados, corres- pondendo 17.9 aos mezes de inverno, 19 aos da prima- vera, 22.3 aos do verão e 20.2 aos do outomno. À tem- peratura media mensal é superior a 20 graus desde maio até outubro, emquanto que no Funchal é ella respeeti- vamente de 18º.06 e 19º.88 em maio e junho. Às estia- gens são por vezes muito prolongadas, e a vegetação nos annos normaes, semelhantemente ao que se dá na região mmferior da Madeira, começa com as primeiras chuvas fortes que cahem quasi sempre em outubro, para desapparecer, requeimada pelos ardores do sol, desde os fins d'abnil até meiado de maio. Em novembro e dezem- bro já se encontra grande numero de especies em flôr. A ilha é quasi mteiramente desarborisada e as suas principaes culturas são a vinha, o trigo, a cevada, o centeio e a lentilha (Lens esculenta Mnch.). Nas hortas encontram-se as aboboreiras, as batatas, as batatas do- ces, as couves, favas, chicharos (Lathurus Cicera L. e L. articulatus L.), ha em sativum L.), etc. À Cu- cubita melanosperma Braun. e a Lagenaria vulgaris Ser, tão frequentes na Madeira, são desconhecidas ou quasi desconhecidas no Porto Santo, mas em compensação apparecem all algumas plantações de melancias (Cucu- mis Citrullus Ser Ei cucurbitacea esta quasi desconhecida nas nossas hortas, A tamargueira (Tamaria gallica L. ) abunda nas pro- ximidades da villa, e a arvore do paraizo (Lleagnus C. A. MENEZES: AS ZONAS BOTANICAS DA MADEIRA E PORTO SANTO 29 angustifolia) tambem não é rara em certas localidades, assm com a Phoenix dactylifera L., cujos fructos ama- durecem melhor do que na Madeira. Dois ou tres pi- nheiros d'Alepo e um zimbreiro (Juniperus phaenicea L.), descoberto pelo sr. Noronha nas vertentes do Pico Bran- co, são as unicas coniferas que se encontram nu ilha. Esta ultima especie, que é espontanea, foi outrora mui frequente, assim como o dragoeiro (Dracaena Draco L.), agora perfeitamente extincto. Às amoreiras, figueiras e pereiras, são as unicas arvores de fructo que merecem ser assignaladas. Ao contrario do que se dá na Madeira, os terrenos baixos da ilha são na sua totalidade ou quasi totalidade de natureza calcarea, sendo tambem calcareas as areias que cobrem a praia, junto da qual está edificada a villa, e uma grande parte do interior. À isto se deve talvez o não apparecerem no Porto Santo muitas especies uteis que se cultivam com o melhor resultado nos campos e hortas madeirenses. Nas areias do interior ha lindas plantações de vinhas, protegidas por tapumes de arvores do paraizo, tamar- gueiras e cannas de roca (Arundo Donax L.), e no Cam- po de Baixo, nos sitios onde existem poços para irriga-- ção das terras, apparece cultivada a.canna d'assucar, mas em pequena escala. O espinheiro (Lycium europacum L.), arbusto espon- tanco, apparece nas proximidades da villa, e da circums- tancia de haver perto do Pico do Facho uma pequena fonte conhecida pela denominação de fonte do Louro, parece deprehender-se que o Laurus canariensis Wbb. tambem existiu outrora no Porto Santo. O marmulano (Sideroxylon Marmulano Lowe) foi assignalado na Serra de Dentro pelo fallecido J. M. Moniz e no Ilheu de Cima pelo sr. À. C. de Noronha, e o zambujeiro ou oliveira (Olea europaea L.), por este ultimo cavalheiro no cume do Pico d' Anna Ferreira. Convem observar que a arvore a que os madeirenses chamam marmulano, é conhecida 30 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES no Porto Santo pelo nome de barbusano, não se encon- trando o verdadeiro barbusano (Apollonias canariensis Nees.) presentemente n'aquella ilha, segundo parece, se bem que assignalada, por lapso, como especie do Zim- bralinho, Ilheu de Baixo e Ilheu de Cima, n'um trabalho que ha annos publicamos. No nosso entender, o Porto Santo apresenta tres zonas botanicas bem distinctas entre si, estendendo-se a primeira desde a beira mar até 150 metros pouco mais ou menos, a segunda desde o limite da precedente até 400 metros, e abrangendo a terceira todas as elevações da ilha comprehendidas entre 400 e 507 metros. j A primeira zona, cultivada na sua maior parte, é. caracterisada pelas seguintes especies espontaneas ou subespontaneas: Papaver fhoeas L., P. somniferum L., . P. setigerum DO., Fumaria parvifora Lam., Senebiera didyma Pers., Silene inflata Sm., S. Behen L., 8. no- cturna L., Lavatera arborea L., Erodiwm chium W., Oxalis cernua TPhumb., Psoralea bituminosa L., Melilotus parviftora Destf., M. sulcata Desf., Lotus glaucus Ait., L. Loweanus Wbb., Scorpiurus sulcata Dest., Ononis serrata Forsk., Aizoon hispanicum L., Mesembrianthemum nodi- Horum L., M. erystallinum L., M. edule L., Senecio in- crassatus JLiowe, Pinardia Coronaria Less., Cichorium divaricatum Sechousb., Geropogon glaber L., Crepis diva- ricata Lowe, Convolvulus althacoides L., Amex spinosa Campd., Atriples parvifoiia L., Euphorbia Terracina Ait., Asphodelus fistulosus L., Phragmites communis L., Bromus madritensis L., B. rigidus Ait., etc., ete. São: plantas proprias das areias: Cakile maritima L. f., Lo- bularia Lybica Wbb., Convolvulus Soldanelta L., Salsola Kali L., Polygonum meritimum L., Huphorbia Paralias Lisseto: | À segunda zona, cultivada em parte, é caracterisada principalmente pelas especies seguintes: Tuta bracteosa DO., Sarothamnus scoparius L., Catha Dryandri Lowe, Sempervivum villosum Ait., Dipsacus feror Loisel., Syli- C A. MENEZES: AS ZONAS BOTANICAS DA MADEIRA E PORTO SANTO 31 bum Marianum Grtn., Cynara cardunculus L., Thrincia medicaulis Lowe, Helminthia echioides Giirtn., Myosotis versicolor Rich., Scrophularia arquta Ait., Mentha Pule- gium L., Origanum virens Hotim., Ajuga Tva L., Orchis cordata W., Romulea grandiscapa Gay, Vulpia sciuroides Gm., Bromus mollis L., Aira caryophyltea Li, Pteris aqui- lina L., etc. Podem defimr a terceira zona, mculta na sua maior parte, as seguintes especies: Cerastiwm viscosum L., Pri- Jolium striatum L., TP. glomeratum L., DP. minus Relh., Lotus argenteus (Lowe), Sedum nudum Ait., Saxifraga maderensis Don., Calium geminiflorum Lowe, G. murale C., Sanecio maderensis DC., Tolpis umbellata Bertol., Erica scoparia L., Sibthorpia peregrina L., Sideritis Mas- somana Benth., Parvetara debilis Forst., Dactylis glome- rata L., Festuca jubata Lowe, etc. A vinha só é cultivada em grande na região inferior, mas os chicharos e o trigo attingem por vezes as encos- tas dos altos picos. À Opuntia Tuna Mil. tão abundan- te na Madeira, só apparece no Campo de Baixo, Serra de Dentro, Serra de Fora e poucos logares mais. À au- sencia quasi absoluta das formas tropicaes faz com que “a vegetação do Porto Santo encarada no seu conjuncto' apresente um typo mais mediterraneo que a da Madeira, sem que esse typo possa todavia considerar-se perma- nente, visto a ilha possuir condições para a cultura de muitas especies dos paizes quentes, as quaes uma vez introduzidas poderão talvez facilmente acelimar-se ou naturalisar-se. No cume rochoso do Pico do Facho, o ponto mais elevado do Porto Santo (507 metros), encontramos em fins de março de 1872, as especies seguintes: Prifolium procumbens L., Lotus macranthus Lowe, Phyllis Nobla L,., Saxifraga maderensis Don., Galactites tementosa Mnch., Echium plantagineum L., Sideritis Massoniana Benth, Parictaria debilis Forst., Plantago lanceolata L. e Daval- lia canarvensis Smith. 392 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES Os fetos tão abundantes na Madeira, acham-se re- presentados no Porto Santo por 6 especies apenas, a saber: Polypodium vulgare L., Pteris aquilina L., Adian- thum capillus-Veneris L., Davalha canariensis Smith, Asplenium lanceolatum Huds. e A marimum L. As quatro primeiras especies achamol-as nós, as duas ultimas só foram encontradas pelo sr. Noronha, parecendo ser bas- tante raras. O numero das especies espontaneas, subespontaneas e cultivadas em grande que existem no archipelago da madeira é de 976, sendo 739 dicotyledoneas, 182 mo- nocotyledoneas, 5 gymnospermicas e 50 acotyledoneas vasculares. Conhecem-se tambem cerca de 150 musgos e hepaticas, 145 lichenes e 60 algas marinas, achando- se as outras cryptogamicas cellulares todas muito mal estudadas ainda. | Das 926 phanerogamicas do archipelago, 772 são espontaneas ou subespontaneas e as restantes cultivadas em grande ou fugidas das hortas e jardins e amda mal estabelecidas. D'estas 772 especies, 622 são dicotyledo- neas, 146 monocotyledoneas e 4 gymnospermicas. As familias que teem mais larga representação na flora do archipelago são as seguintes: Leguminosas com 113 especies (89 espontaneas ou subespontaneas bem estabelecidas), Compostas com 95 (91 espontaneas ete.), Gramineas com 94 (T9 espontaneas ete.), Labiadas com 40 (36 espontaneas ete.), Cruciferas com 38 (94 espon- taneas ete.), Escrofulariaceas com 33 (29 espontaneas etc.), Rosaceas com 28 (11 espontaneas ete.), Umbell- feras com 27 (todas espontancas etc.), Liliaceas com 22 (15 espontaneas etc.), Caryophylleas com 21 (todas es- pontaneas etc.), Cyperaceas com 20 (todas espontaneas etc.), Solanaceas com 20 (17 espontaneas ete.), Gerania- ceas com 18 (17 espontaneas etc.), Polygonaceas com 17 (16 espontaneas etc.) e Euphorbiaceas tambem com 1T (16 espontaneas etc.) Ha no archipelago 106 phanerogamicas endemicas C. A. MENEZES: AS ZONAS BOTANICAS DA MADEIRA E PORTO SANTO 33 e 57 communs tambem ás outras ilhas do Atlantico. Das primeiras, 71 são especiaes da Madeira, 3 do Porto San- to, 2 das Desertas, 15 da Madeira, Porto Santo e De- sertas, 9 da Madeira e Porto Santo e 6 da Madeira e Desertas; e- das segundas, 3 encontram-se nos archipe- lagos da Madeira, Canarias e Açores, 42 na Madeira e Canarias, 10 na Madeira e Açores, 1. na Madeira e Cabo Verde e 1 na Madeira, Canarias e Cabo Verde. Segundo uma moderna estatistica elaborada pelo professor Chri st, o numero das especies endemicas especiaes das Cânarias é de 422, e o das communs igualmente aos outros gru- pos, de 47. Deduzindo as 163 plantas especiaes dos archipelagos do Atlantico das 772 phanerogamicas espontaneas ou subespontaneas que dissemos existirem no nosso distri- cto floral, ficam 609 especies, das quaes 550 são medi- terraneas, 4 europêas não mediterraneas e 55 extranhas à Europa e á região mediterranea. Das 550 especies me- diterraneas, 535 encontram-se na Europa austro-occi- dental, entrando n'este numero 11 que só apparecem no dominio Iberico e nas ilhas do Atlantico. Se por um lado a veg getação do archipelago da Ma- deira se approxima da da região mediterranea pela pre- sença d'um grande numero de especies, entre as quaes são caracteristicas a murteira, as urzes, a oliveira e outras arvores e arbustos de folhagem persistente, por outro “differe d'ella em possuir differentes lauraceas d'alto por- te e algumas outras essencias desconhecidas n aquella região. E” preciso notar, porém, que o nosso loureiro, commum tambem ás, Cnh se bem que differente especificamente do pequeno lodr eiro mediterraneo, é uma fórma muito vizinha d'elle, e que os generos Persea, no qual entra o vinhatico indigena, e Phoebe, ao qual póde ser referido o nosso barbusano, hoje extinctos na. Europa, foram all frequentes durante a epocha tercia- ria. Tambem a Clethra arborea Ait. (folhadeiro), pecu- liar da Madeira, se avizinha muito uma fórma existente 3 Ê Ann. Sc. Nat., vol. VII, 19go1. Porto, 34 ANNÃAES DE SCIENCIAS NATURAES na Europa na mesma epocha e agora alli extincta, mas que ainda é abundante na America, desde a Virginia até ao Brazil 2. As dicotyledoneas do archipelago podem s ser repar- tidas por 85 familias e 368 generos, as monocotyledo- neas por 16 familias e 98 generos e as gymnospermicas por 2 familias e 4 generos, existindo por consequencia no nosso districto floral 103 familias e 470 generos de phanerogamicas. Se excluirmos os grupos contendo ape- nas especies cultivadas em grande ou fugidas das hortas e jardins e ainda mal estabelecidas, ficam-nos, para as dicotyledoneas 71 familias e 310 generos, para as mo- nocotyledoneas 12 familias e 76 generos, e para as gy- mnospermicas 2 familias e 3 generos, ou sejam, no todo, 85 familias e 389 generos de phanerogamicas, sendo destes 6 endemicos. As familias estão pois para os ge- neros na proporção de 1:4,5 e os generos para as espe- cies na de 1:2, emquanto na Austria, na Suissa e na AI- lemanha, por exemplo, onde existem em numeros redon- dos, 120 familias, 800 generos e 3:500 especies, a cada familia correspondem mais de 6 generos e a cada genero 4 a 5 especies. À baixa proporção que no nosso “arehio pelago guardam entre si principalmente os generos e as especies, é uma consequencia do isolamento geographi- co, e observa-se igualmente tanto nas demais ilhas do Atlantico: como dos outros mares. O genero Trifolium que comprehende 22 especies, é o mais rico do archipelago, seguindo-se o genero Vicia com 16 das quaes 3 cultivadas, Huphorbia com 14, Lotus ! Para explicar as affinidades mais ou menos sensiveis que se notam entre as especies endemicas do archipelago « certas fórmas do occidente da. Europa, algumas das quaes actualmente extinctas, admitte-se geralmente que ambos estes territorios foram visitados durante a epocha terciaria por uma flora vinda do norte, flora cujos elementos se separaram com o decorrer dos tempos, guardando porém entre si relações de parentesco. Consulta-se a | este respeito o «Manuel de Géographie Botanique» do Dr. Oscar Drude, traduzido por G. Poirault, pag. 108 C. A. MENEZES: AS ZONAS BOTANICAS DA MADEIRA E PORTO SANTO 35 e Carex com 10 cada um, Lathyrus com 9 e Hypericum, Medicago, Galium e Scrophularia com 8. O genero Tri- folium acha-se representado nas Canarias por 18 espe- cies (Webb e Berthelot), nos Açores por 16 (Trelease) e em Cabo Verde por 1 (Schmidt). O numero de generos com uma só especie é avultado na Madeira. Havendo no archipelago 46 cryptogamicas vascula- res indigenas ou apparentemente indigenas, a proporção para as phanerogamicas é de 1:17. Os fetos, em numero de 41, podem ser distribúidos por 19 generos, as equi- setaceas por 1 e as lycopodiaceas por 2. Dos fetos, 3 são peculiares, 1 commum á Madeira e Canarias e 1 á Madeira e Açores; e dos restantes, 28 são mediterraneos e 8 não, mas d'aquelles só 2 deixam de ter uma area de habitação bastante extensa. Dezenove, pelo menos, dos fetos madeirenses, encontram-se na America, e não é pequeno o numero dos que teem sido observados tam- bem na Africa, Asia e Australia. Das 772 phanerogamicas espontaneas ou subespon- taneas que constituem a flora do archipelago, 392 são annuaes ou biennaes e 380 perennaes, sendo d'estas 146 lenhosas. Das especies lenhosas, 30 são arvores, das quaes 27 indigenas, 13 crandes arbustos, dos quaes 7 indigenas e 105 subarbustos ou arbustos de pequeno porte. Quanto aos fetos são todos perennaes, excepto um. Outros dados e considerações podiamos apresentar relativamente á estatistica e geographia botanica da Ma- “eira e Porto Santo, ainda muito mal estudadas; o que deixamos dito, porem, parece-nos suficiente para dar uma ideia, embora muito imperfeita, da maneira como as plantas se acham distribuidas nas duas ilhas e do papel que desempenha a flora do archipelago na vege- tação do globo. Se um dia voltarmos a escrever sobre o assumpto, havemos de procurar desenvolver certos pontos de flo- ricista comparada e de biologia em que mal tocamos ou 36 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES em que não tocamos agora para não tornar demasiada- mente extenso este artigo, mas- cuja importancia é reco- nhecida por todos aquelles que se consagram ao estudo bastante complexo da geographia das plantas. Funchal, Outubro de 1902. ; ERRATAS PRINCIPAES Pag. Linh. Errata Emenda 20 I7 imprimem imprime 20 30 altura cultura 2332/40 de 24 20 apparecem apparece 26) 2 ghegou chegam 26 18 Nephrodium Filix-mas,Rich. Nephrodium Filix-mas, Rich. (N. foenisecii, Lowe) (N. afjine, Lowe), N. ae- mulum, Bak (N. foenisecci, Lowe). 31 2 medicaulis nudicaulis. SUBSIDIOS PARA O ESTUDO DA FAUNA MARINHA DO NORTE DE PORTUGAL POR AUGUSTO NOBRE “Para que algum dia possa ser bem conhecida a fauna marinha do norte de Portugal, por emquanto incomple- tamente estudada em alguns grupos ou inteiramente ignorada em outros, decidi iniciar a publicação de lis- tas em que sejam archivadas as especies que tenho en- contrado em toda esta parte do litoral. Dos invertebrados, excepção feita dos crustaceos e. dos molluscos, pode dizer-se que, até á publicação deste catalogo, quasi todos eram desconhecidos ?. D'aqui o interesse que julgo ter o registo de qualquer descoberta embora fazendo parte de grupos ricos em especies. Pouco a pouco se irão conhecendo, evitando assim que sejam ignoradas, como existentes nas costas mariti- mas do norte do paiz, especies vulgares nos mares cir- cumvizinhos e outras muito interessantes pela sua distri- buição geographica. 1 D'alguns d'elles tenho já publicado listas nos Annuarios da Acade- mia Polytechnica do Porto. . 38 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES CELENTERATA Hydromedusse HYDROIDEA Fam. CORYNIDAE CORYNE, Gaertner Coryne, sp. Foz do Douro, sobre as algas. Não pude observar senão um unico exemplar em mau estado de conservação. Fam. EUDENDRIDAE EUDENDRIUM, Ehremberg, in part. Eudendrium rameum, (Pallas). tudendrium rameum, Landsb. — Pop. Hist. of. Brit. Zooph., 1852, p. 108, pl. 11, f. 5. Eudendrium rameum, Pallas — Hincks, Brit. Huydr. Zooph., 1862, p. 80, fig 8 (frontesp.) Budendrium rameuwm, Johnst. — Carus, Prod. Faun. medit., 1883-85, v. Ip. 4. Leça da Palmeira, nas redes de pesca do arrasto. Esta especie vive no Atlantico e no Mediterraneo. Fam. HYDRACTINIDAE HYDRACTINIA, Van Beneden Hydractinia echinata (Eleming) Hydractinia echinata, Landsb. — Hist. Br. Zooph. 1852, p. 104, pl. I, f. 1. | Hydractinia echinata, Fleming — Hincks, Brit. Hydr. Zooph., 1868, p. 23, pl. IV. A. NOBRE: FAUNA MARINHA DO NORTE DE PORTUGAL 39 Hydractinia echinata, Van Beneden — Rech. Faune lit. Belgique: Polypes. 1866, p. 134, pl. XI, £. 1-9. Hhydractinia echinata, Johnst. — Carus, Prod. Faun. medit. 1884-85, 1, p. 5. Costa do Porto. 7 Frequente em alguns pontos da costa, em fundos - de 20 braças. Os pescadores do arrasto recolhem muitas vezes esta especie, que vive sobre as conchas d'alguns gastropodes habitadas por Pagurus, principalmente sobre a Nassa reticulata, Natica catena e Cassis saburon. Fam. TUBULARIDAE TUBULARIA, Linneu (in part.) Tubularia larynx, Ellis et Solander. ubularia laryna, Landsb. — Hist. Brit. Zooph., 1852, Rimet tao Pubidaráã: coronata, Abildgard — Van Beneden: Po- lypes, 1866, p. 107%, pl. IV. Pubularia laryna, El. and Sol. —Hincks, Br. Hhydr., 1868, p. 113, pl. 21, f. 1, la. Tubularia laryna, El. and Sol. arado Prod. Faun. medit., 1884-85, I, p. 7. Recolhi esta especie em frente da Boa Nova, ao nor- te de Leça da Palmeira, com uma rede lançada a 10 bra- “ças de fundo. Fam. HALECIIDAE HALECIUM, Oken Halecium halecinum. (Linn.) Halecium halecinum, Landsb, Hist. Br. Zooph., 1852, pl Zi; pe TE ft. Balecium Ralecinum, Lin. — Hincks, Brit. Hydr. £Zooph., 1868, p. 221, pl. XLII. 40 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES Halecium halecinum, Sehweigg — Carus, Prod. Faun medit., 1884-85, 1, p. 11. Povoa de Varadin: Encontrada nas redes dos pesca- dores, lançadas a 30 braças de fundo. Fam. SERTULARIIDÃE SERTULARELLA, Gray Sertularella polyzonias, (Lin.) Sertularella polyzonias, — Landsb., Hist. Br. Zooph., 1852, p- 125, pr IV, É d0, Sertularella polyzonias, Lim. — Hincks, Brit. Hhydr., 1868, p. 234, pl. XLVI, f. 1, la. Sertularella polyzonias, Gray — Carus, Prod. Faun. medit., 1884-85, 1, p. 12. Povoa de Varzim; recolhida ao largo da costa nas redes de pesca chamadas rasqueiras. DIPHASIA, Agassiz *Diphasia pinaster (Ellis) Sertularia pinaster, — Landsb., Hist. Br. Zooph., 1852, p. 128. Diphasia pinaster, Ellis & Soland. — Hincks, Brit. Hdr., 1868, p. 252, pl. L. f. 1. Diphasia pinaster, Agassiz — Carus. Prod. Faun. medit., 1884-85, I. p. 12. | Povoa de Varzim. Recolhida, com a especie prece- dente, nas redes rasqueiras, geralmente lançadas de 20 a 30 braças de fundo. SERTULARIA, Linn. (in part) Sertularia pumila, Linn. Sertularia pumila, — Landsb., Hist. Br. Zooph., 1852, p. 125, pl IV ft. 18. “ A. NOBRE: FAUNA MARINHA DO NORTE DE PORTUGAL 41 Dynamena pumila, Linn. — Beneden, Polypes, 1866, p. 186, pl. XVII, f. 9-10. Rertulneta pumila, Linn.—Hincks, Brit. Hydr., 1868, p. 260, pl. LIII, f. 1, la. Sertularia mi à, Linn. — Carus, Prod. Faun. medit., 1884-85, 1, p. 13. Foz do Douro. Sobre as algas e sobre os espongiarios Incrustantes nos rochedos. Sertularia gracilis, Hassall. Sertularia gracilis, Hassall — Hincks, Br. Hydr., 1868, p. 262, pl. LIII, £. 2. Sertularia gracilis, Hassall — Carus, Prod. Faun,, -1884-85, I, p. 13. | Foz do Douro, Porto de Leixões; sobre as algas. Sertularia abietina, Linn. Sertularia abietina, — Landsb. — Hist. Br. Zooph., 1852, p. 130, pl. V, f. 14. Sertularia abietina, Linn. — Van Beneden, Polypes: 1866, p. 185. MS ortudário abietina, Linn. — Hincks, Brit. Hydr., 1368, p. 266, pl. LV. Nerbilária abietina, Linn. — Carus, Prod. Faun. me- dit., 1884-85, I, p. 14. “Moledo E Minho, Caminha. Sobre as algas. THUIARIA, Flem. Thuiaria tuja (Linn.) Thuiaria tuga, — Landsb. Hist., Br. Zooph., 1852, p. HS AVE EIS. ? daria tuja, Linn. — Hincks, Brit. Hydr. » 1868, p. 275, pl. LIX. card tuja, Linn. — Carus, Prod. Faun. medat., 1884-85, 1, p. 15. | Povoa de Varzim. Encontrei um exemplar fixo sobre uma concha recolhida nas redes de pesca. 492 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES Fam. PLUMULARIDAE AGLAOPHENIA, Lamx (in part.) Aglaophenia pluma (Linn.) Aglaophenia pluma, (Limnn.) — Hincks, Br. Hydr., 1868, p. 286, pl. 63, £. 1. | Aglaophenia plenas, (Linn.) — Carus, Prod. Faun. medit., 1884-85, 1, p. 15. Leça da Palmeira. Matozinhos, sobre a carapaça dum Maja squinado. Aglaophenia myriophylum, (Linn.) Plumularia myriophyllhum, — Landsb., Hist. Brit. Zooph., 1852, p. 152. Aglaophenia myriophyllum, Linn. — Hincks, Brit. Hydr., 1868, p. 290, pl. LXIV, f. 2, 2a. “ Aglaophenia myriophyllum, Lam. — Carus, Prod. Faun. medit., 1884-85, 1, p. 16. Thecocarpus myriophyllum, (L.) — Nutting, Americ. EHhydr., 1. The Plumularidae, 1900, p. 107, pl. XXIV, f. 12, 13. Povoa de Varzim, recolhida nas redes dos pesca- dores. PLUMULARIA, Lamk. (in part.) Plumularia setacea, (Ellis) Plumularia setacea, Ellis — Landsb., Hist. Br. Zooph., 1852, p. 150, pl. IX, £ 96. Pinna setacêa; Ellis — Van Beneden, Polypes, 1866, p. 187. ind setacea, Ellis — Hincks, Brit. Bijdro 1868, p. 297, pl. LXVI, f. 1, la. Plumularia setacea, Lam. — Carus, Prod. Faun. medit., 1684-85, 1, p. 17. A. NOBRE. FAUNA MARINHA DO NORTE DE PORTUGAL 43 Plumularia setacea, (Ellis) — Nutting, Amer. Hydr. 1. Plumul., 1900, p. 56, pl. 1, f. 1, 4. Foz do Demo atira os netas do litoral desco- - bertos na baixa mar. Em Leça da Palmeira, ao norte e “em frente da Boa Nova, recolhi um exemplar com uma rede lançada a 10 braças de fundo, sobre rochedos. Plumularia halecioides, Alder Plumularia halecioides, Alder — Hincks, Brit. Hydr., 1868, p. 306, pl. LXVII, f. 2. Moledo do Mimho, sobre os espongiarios que vivem sobre os rochedos descobertos na baixa mar. Plumularia obliqua, (Saunders) Plumularia obliqua, Saunders — Hincks, Brit. Ehydr., 1868, p. 304, pl. LXVII, f, 1. Plumularia obliqua, nc Carus, Prod. Faun. medit., 1884-85, 1, p. 18. Foz do. Douro, sobre as algas. NEMERTESIA, Lamx. Nemertesia ramosa (Lamk.) Antennularia ramosa, — Landsb., Brit. Zooph., 1852, p. 142, pl. VII, f. 21. ten anita ia ramosa, Lamk. ão Brit. Hydr., 1868, p. 282, pl. LXII. | Nemertesia ramosa, Lmx.—Carus, Prod. Faun. medit., 1884-85, 1, p. 19. Povoa de Varzim, recolhida nas redes dos barcos de pesca. Nemertesia antennina, (Lin.) Antennularia antennina, — Landsb., Brit. Zooph., 1852, p. 141p, 1. VII, f. 20. Antennularia antennina, Lim. — Himcks, Brit. Hydr., - 1868, p. 280, pl. LXI. 44 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES Nemertesia antennina, Lmx. — Carus, Prod. Faun. medit., 1884-85, 1, p. 19. | Antennularia antennina, (Lin.) -- Nutting, Americ. Ehydr., 1, Plumul., 1900, p. 66, pl. IX, f. 1, 2. Povoa de Varzim, apanhada pelas redes rasqueiras em fundos de 30 braças. Fam. EUCOPIDAE EUCOPE, Gebr. Eucope affinis, Ggbr. Campanularia volubilis — Landsb., Brit. Zooph., 1852, p. 163, pl. X, f. 36. Clythia volubilis, Lamoroux — Van Beneden, Polypes, 1865, p. 166, pl. XIV, f. 1-10. Clythia Johustoni, Alder, — Hincks, Brit. Hydr.,, 1868, p. 143, pl. XXTY, f. 1. Eucope afinis, Gebr. — Hydr. Clythia. Johnstona, Hincks — Carus, Prod. Faun. medit., I, p. 28. Foz do Douro, Leça da Palmeira, Moledo do Minho, Caminha. Muito commum sobre diversas especies de al- gas. Zona litoral. OBELIA, Péron et Lesseur Obelia gelatinosa (Pallas) Laomedea gelatinosa, Dlenus— Landsb. Brit. Zooph., 1862, p. 161, pl X, £. 32. | Campanularia gelatinosa, Van Beneden, Polypes, 1865, p. 153, pl. XIV, f. 11-14. Obelia jelhdingde, Pallas, — Hincks, Brit. Hydr. e 1868, p. 151-piXAVE pol Obelia gelatinosa, Haeck, —Carus, Prod. Faun. med., 1884-85, I. p. 30. Leça da Palmeira, Porto de Leixões. Nas boias do Pórto de Leixões e das armações de pesca Commuu. A. NOBRE: FAUNA MARINHA DO NORTE DE PORTUGAL 45 Obelia polystyla, Heck Obelia longissima, Pallas, —Hincks, Brit. Hydr., 1868, p. 154, pl. XXVII. Obelia polystyla, Heeck—Carus, Prod. Faun. medit,, 1884-85, 1, p. 30. Povoa de Varzim, Moledo do Minho. Nas redes de pesca. Obelia geniculata (Linn). Laomedea geniculata, L.— Landsb., Hist. Brit. Hydr., 1852, p. 160, pl: X, f 31. Óbelia geniculata, Linn. — Hincks, Brit. Hydr., 1868, EEE TAS pi, ARNS DA Obelia geniculata, Allm.—Carus, Prod. Faun. medit., 1884-85, 1, p. 29. | Muito commum sobre as folhas das Laminarias. Re- colhi alguns exemplares sobre as carapaças de Folybius Fenslowi, pescados a 10 braças de fundo, ao norte de Leça da Palmeira. SIPHONOPHORA Fam. PHYSALIDAE PHYSALIA, Lamk. Physalia caravella (Miiller) Physalia pelagica, Lamk., An. sans vert., 1840, 2º éd,, VE po 92 Physalia caravella, Eschsh. — Carus, Prod. Faun. medit., 1884-85, v. 1, p. 49. | Leça da Palmeira. Ha alguns annos recolhi um exemplar ainda vivo, que havia sido arrojado á praia do Castello (antes da construcção do Porto de Leixões), de-. pois d'um violento temporal. : 46 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES Fam. VELELLIDAE VELELLA, Lamk. Velella spirans (Forsk.) Velella limbosa, Lamk., An. sans vert., 1840, 2º ed. y. ALR. ao: Velella spirans, Eschsch. — Carus, Prod. Faun. -me- dit., 1884-85, v. 1, p. 49. Povoa de Varzim, Leça da Palmeira. Apparece al- gumas vezes, depois de temporaes. Tenho-a encontrado com mais frequencia nas costas do Algarve e no Tejo. ACALEPHA Fam. LUCERNARIIDAE LUCERNARIA, O. F. Miiller Lucernaria auricula (Miiller) Lucernaria auricula, Montagu, e Pop. Br. Zooph., 1852, p. 262, pl AIV TA Laucernaria dada Mull. En Brit. Zooph. a 1847, v. 1, p. 249, f. 57. o maria auricula, Miller — Beneden, - Polypes, LSbo, po ob: Moledo do Minho. Foz do Douro. E” frequente na. Foz sobre as algas vermelhas, na zona deixada a des- coberto pelas marés. POLYPI Fam. ALCYONIDAE ALCYONIUM, Limn. Alcyonium digitatum (Linn.) Lobularia di, gibaia, L.—Lamk., An. sans vért., 18306, Drag do Da A. NOBRE: FAUNA MARINHA DO NORTE DE PORTUGAL 47 Aleyonium digitatum, Linn.— Johnston, Brit. Zooph., 1847, v. 1, p. 174, v. II, pl. XXIV. — Costa maritima de Leça da Palmeira. Apenas reco- lhi um exemplar que pude destacar do fundo de rocha, - a 10 braças, com uma rêde de pesca. Fam. GORGONIDAE GORGONIA, Linn. Gorgonia verrucosa (Linn.) Gorgonia verrucosa, Limn. — Johnston, Brit. Zo00ph., 1847, v. 1, p. 166, v. II, pl. XXXII, f. 1. Gorgonia verrucosa, Pallas. — Curus, Prod. Faun. medit., 1884-85, v. I, p. 60. Povoa de Varzim. Apparece nas rêdes dos pescado- res, principalmente durante a primavera. Fam. PENNATULIDAE PTEROIDES, Hrklts Pteroides grisceum (Bohadsch) | Pennatula grisea, Esp. — Lamk, An. sans vért., 1863, 2º éd., v. II, p. 644. Pteroides griseum, Kolll— Carus, Prod. Faun. medit., 1884-85, v. I, p. 63. Leça da Palmeira. Obtive n'esta costa um exemplar, por dragagem, ha alguns annos. Povoa de Varzim, nas redes dos pescadores. | Obs. Deve tambem existir no norte de Portugal a Pennatula rubra, visto que já recolhi um exemplar na Nazareth, que se encontra actualmente no Muzeu da Academia Polytechnica. 48 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES VERETILLUM, Ouv. Veretillum cynomorum (Pall.) Veretillum cynomorwm, Pallas. — Lamk, An. sans vért., 1856, 22 BO... v. EL po 609: Verao cynomorum, Cuv. — Carus, Prod. Faun. medit., 1884-85, v. 1, p. 65. Povoa de Varzim. No muzeu da Academia existe um exemplar que recolhi n'aquella praia em 1896. ZOANTHARIA Fam. ACTINIDAE ANEMONIA, Risso Anemonia sulcata (Pennant) a Anthea cereus, Elhs and Solander. — Johnston, Brit. Zooph., 184%, p. 221. Anthea cereus, El. and Sol. — Gosse, The Brit. sea anemones, 1860, p. 160, pl. V, f. 21, VI, o UE Anemonia sulcata, Pennan. — Fischer, Actinies des côótes océan. de France, 186, p. 205. Anemonia sulcata, Penn. pa us, Prod. Faune Re 1884-85, v. 1, p. 66 Muito vulgar em todos os rochedos da costa desco- bertos durante as marés. Variavel em côr. Devemos assi- gnalar as variedades seguintes: aculos esverdeados con: as extremidades côr de vinho; — hrisGõs com as extremidades roseas: — verdes claro e acinzentados. Tambem se encontram alguns individuos com os tentaculos inteiramente HraNGoa mas são menos fre- quentes. A. NOBRE: FAUNA MARINHA DO NORTE DE PORTUGAL 49 ACTINIA, Linneu Actinia equina. Lin. Actinia mesembryanthemum, EM. and Sol., Johnston, Brit. Aboph., 1847, v. 1, p: 210, pl: XXXIV, £. 1-5. Actimia mesembryanthemum, El. and Sol. — Gosse, Br. sea anem., 1860, p. 175, pl. VI, f. 1-7. Actinia equina, Linn.— Fischer, Actin. France, 18695, p. 206. Actinia equina, L. — Haddon, Rev. Brit. Actim,, 1889, p. 546. Actinia equina, L.—Carus, Prod. Faun. medat., 1884- Eve dp: 66 Muito commum sobre todos os rochedos do litoral deixados a descoberto pelas marés. E' muito variavel em côr. As mais vulgares são as variedades citadas por Gosse: hepatica, umbrina, ochra- cea e olivacea. HELIACTIS, Thomps. Heliactis bellis, Andr. Actinia bellis, EM. and Sol. — Johnston, Br. Zooph., MESAS po 20 vd; p4:228 plzAEIL tod 3-6. Sagartia bellis, Gosse, The Br. sea anem., 1860, p. Tina 0) RR ME A Cereus pedunculatus, Penn. — Fischer, Actim., côte France, 1865, p. 211. Heliactis bellis, Andr. — Carus, Prod. Faun. medit,, 1884-85, v. 1, p. 12. Foz do Douro. Nas fendas dos rochedos das poças d'agoa, situadas no limite superior das marés. — Segundo Gosse, Holdsvoorth encontrou esta especie «aos myriades», perto do Porto. Ann. Sc. Nat., vol. VIII, 19got. Porto. 50 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES SAGARTIA, Gosse Sagartia sphyrodeta., Gosse Sagartia Po ua Gosse, Br. sea Anem., 1860, p. à, PL Tr. =9. ' Sagartia sphyrodeta, (GGosse — Fischer, Actin. cóte France, 1865, p. 215. Foz do Douro. E” bastante rara. Vive adherente á face inferior dos rochedos descobertos na baixa-mar das marés vivas. Sagartia effecta, (Lin.) Actimia parasitica, Conch. — Johnston, Brit. Zooph., 1840 mp. 228, pl NELA, Sagartia parasitica, Gosse. Br. sea Anem., 1860, p. “a pe o rat DNS A Sagartia effecta, Linn. — Fischer, Actin. cóte France, 1865, pn; 222. Povoa de Varzim. Matozinhos. Commum nas con- chas de Triton e Ranella trazidas nas redes dos pescado- res. Apparece tambem aleumas vezes nas conchas de Cassis. Recolhida de 20 a 40 braças de fundo. Ordina- riamente, as conchas a que se fixa esta especie são habita- das por Pagurus. ADAMSIA, Forbes Adamsia palliata. (Bohadsch) Adamsia pallista, Bohadseh — Johnston, Br. Zooph.; 184%. Vodopa au: Adamsia pallata, Boh. — Gosse, Br. sea Anem,, 1860, p. 125, pl. HI, f. 7-8. Adamsia palliata, Boh. —Fischer, Actin. côte France, 1865, p. 225. Ádampia palliata, Forb. — Carus, Prod. Faun. medat., 1884-85, v. 1, p. T1. A. NOBRE: FAUNA MARINHA DO NORTE DE PORTUGAL 51 Matozinhos. Apparece fixa ás conchas de Natica e Cassis. Já as temos tambem encontrado agarradas a conchas de Helix aspersa, que naturalmente são levadas para o mar durante as cheias dos rios Douro e Leça. Apparece entre 20 a 30 braças de fundo. As conchas são geralmente habitadas pelo Pagurus Prideauxii. Re- colhida pelas redes de arrasto. BUNODES, Grosse Bunodes gemmaceus, Gosse Actinia gemmacea, El. and Sol. — Johnston, Br. Zo0ph., 1847, v. 1, p. 223, pl. XXXVIII, f. 6-9. Bunodes gemmacea, ed asas Br. sea Anem., 1860, p. 190, pl. IV, f. 1-2. Bi ndd verrucosus, ot deh e Actin. côte Fran- ce, 1865, p: 228 Bitúdes verrucosa, Pen. — Haddon, A rev. Br. Act, 1889, p. 349. Bunodes gemmaceus, Gosse, Carus, Prod. Faun. me- dit., 1884-85, v. 1, p. 67. Todo o htoral; na parte superior deixada a desco- berto em todas as marés. Vive geralmente nas poças d'agoa, fixa aos rochedos e encoberta muitas vezes pela areia accumulada nessas poças, deixando apenas os ten- taculos a descoberto. Commum. 592 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES ECHINODERMES Crinoides Fam. ANTEDONIDAE ANTEDON, Freminville Antedon bifida. (Penn.) Antedon rosacea, Norm. — Carus, Prod. Faun. me- dit., 1884-85, v. 1, p. 85. Antedon bifida (Penn.) — Bell. British tichinod., 1892, p. dô. Povoa de Varzim, nas redes dos pescadores. Leça da Palmeira, vulgar entre 16 e 20 braças. Tambem já a recolhi a 30 braças de fundo. Em um dos muros do porto de serviço, em Leixões, encontrei ha alguns annos um exemplar. Asteroides Fam. ASTEROIDAE ASTERIAS, Limn. Asterias glacialis, Linn. Asterias glacialis, O. F. Miller — Carus, Prod. Faun. medit., 1884-8385, v. 1, p. 86. Asterias glacialis, Linn. — Bell. Brit. echinod., 1852, 1. Moledo do Minho, Povoa de v arzim, Leça da Pal- meira, Matozinhos, Foz do Douro. E vulgar nos rochedos da costa durante a baixa- mar das marés vivas. Tenho-a recolhido entre 10 e 20 braças. Alguns exemplares attmgem grande desenvol- vimento. A córação póde variar os o branco amarel- lado e o amárello escuro. A. NOBRE: FAUNA MARINHA DO NORTE DE PORTUGAL 53 Sus. Fam. ASTERININAE ASTERINA, Nardo Asterina gibbosa, (Penn.) Asterina gibbosa, Forbes — Carus, Prod. Faun. me- dat., 1884-85, v. 1, p. 88. Diga na mibévio (Penn.)— Bell. Brit. Lchinod., 1892, Doo pio de dy 10. Moledo do Minho, Vianna do Castello, Povoa de Varzim, Leça da Palmeira, Matozinhos, Foz do Donro. Frequente nos rochedos da costa descobertos du- rante a baixa mar. Muito commum em Vianna. Fam, ASTEROPECTINIDAE ASTEROPECTEN, Linck Asteropecten irregularis.( Penn.) Asteropecten aurantiacus, Gray — Carus, Prod. Faun. medit., 1884-85, v. 1, p. 89. Asteropecten irregularis, (Penn.) — Bell. Brit. Hchi- nod., 1892, p. 66. Povoa de Varzim, nas redes dos pescadores. Em Leça da Palmeira tenho obtido exemplares entre 20 e 0 braças. Os pescadores de Matozinhos trazem, frequen- “tes vezes, muitos exemplares nas redes do arrasto. Em geral, todos os exemplares que tenho observado são in- feriores em dimensões aos que se encontram em Setubal e no Algarve. Asterias rubens, Linn. Asterias rubens, Linn. — Bell. Brit. Echinod., 1892, p. 100. ! Muito commum em toda a costa do norte do paiz. Tenho recolhido esta especie na costa do Porto até 30 braças de fundo. 54 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES [Da Ophioroides Fam. AMPHIURIDAE AMPHIURA, Forbes Amphiura elegans (Leach.) Amphiura squamata, Sars— Carus, Prod. Faun. me- dit., 1884-85, v. I, p. 84. Amphiura elegans, Leach —Bell. Brit. Hichinod., 1892, p. 119. Moledo do Minho, Vianna do Castello, Leça da Pal- meira, Foz do Douro. Munto vulgar debaixo das pedras, principalmente onde se deposita apenas lodo e areia, na zona descoberta durante a baixa mar. Fam. OPHIOTHRICIDAE OPHIOTRIX, Miller et Troschel Ophiotrix fragilis, Dub. et Kor. Ophiotriz fragilis, Dub. et Kor. — Carus, Prod. Faun, medit., 1884-85, v. L, p. 95. Ophiotrie fragilis, Dub. et Kor.— Bell Brit. Fchi- nod., 1892, p. Lôd. Foz do Douro, debaixo das pedras descobertas du- rante a baixa mar. Vulgar até 20 braças de fundo. Recolhi muitos exem- plares, a esta profundidade, em frente de Leça da Pal- meira e da Boa Nova. Echinoides Fam. CIDAFIDAE CIDARIS, Leske Cidaris papillata, Leske Cidaris papillata, Leske — Bell. Brit Echinod., 1892, p. 159. A. NOBRE. FAUNA MARINHA DO NORTE DE PORTUGAL Db Povoa de Varzim. Raro. Apanhado nas redes de pesca. Fam. ECHINOMETRIDAE STRONGYLOCENTROTUS, Brandt Strongylocentrotus lividus, (Lamk.) Stronguylocentrotus lividus, Brdt— Carus, Prod. Faun. medit., 1884-85, v, 1, p. 99.: Strongylocentrotus lividus, Lamk — Brit. Echinod., 18172, p. 151. Extremamente commum em toda a costa, sobre os rochedos. Sobre os fundos arenosos, entre 10 e 20 braças, en- contram-se com frequencia os individuos novos, alguns com emmco millimetros de diametro. Fam. ECHINIDAE D a ) ECHINUS, Linn Eichinus esculentus, Lin Sphaerechinus granularis, A. Ag. — Carus, Prod. Faun. medit., 1884-85, vol. I, p. 100. Hchinus esculentus, Linn. — Bell. Brit. Echin., 1892, p. 152. Povoa de Varzim. Apparece com frequencia nas re- des de pesca, chamadas rasqueiras. Matozinhos, redes de pesca. O Snr. Isaac Newton offereceu ao Museu da Aca- demia um exemplar recolhido n'esta ultima localidade. Fax. CLYPEASTRIDAE ECHINOCYAMUS, Van Phels Echinocyamus pusillus, (O. F, Miiller) Echinocyamus pusillus, Gray — Carus, Prod. Faun. medat., 1884-85, p. 101. 56 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES Fichinocyamus pusillus, O. F. Miller— Bel. Brit. Echinod., 1892, p. 160. Matozinhos. "Tenho encontrado alguns exemplares d'esta especie. Fam. SPATANGIDAE ECHINOCARDIUM, Gray Echinocardium cordatum, (Penn.) tochinocardium. cordatum, Penn. — Bel. Brit. Hcha- nod., 1892, p. 169. Matozinhos. Os barcos do arrasto trazem algumas vezes nas suas redes numerosos exemplares. Holutoroides Fam. ASPIDOCHIROTAE HOLUTURIA, Limn. Holuturia, sp. Costa do Porto, a 50 braças de fundo. Em uma pes- caria a que assisti, ha alguns annos, no vapor de pesca Hercules pude recolher alguns exemplares duma Holu- turia grande e annegrada, mas que na occasião não pude determmar. A. NOBRE: FAUNA MARINHA DO NORTE DE PORTUGAL DT ARTHROPODA Pantopoda Fam. NYMPHONIDAE NYMPHON, Fabr. Nymphon gracile, Leach Nymphon gracile, Leach, Zool. misc., 1814, v. LI, p. As pls REX, fd: Foz do Douro, sobre as plantas marinhas, na zona litoral. Especie nova para a fauna portugueza. Fam. PHOXICHILIDAE PYCNOGONUM, L. Pycnogonum litorale, O. Fabr. Pycnogonwm litorale, O. Fabr. — Carus, Prod. Faun. medit., 1884-85, v. 1, p. 288. Foz do Douro. Commum sobre as algas da zona h- toral, Especie nova para a fauna portugueza. 58 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES CRUSTACEA Entomostracea COPEPODA Fam. CALIGIDAE CALIGUS, O. F. Miller Caligus, sp.? Foz do Douro, sobre as plantas marinhas da zona htoral. LEPEOPHTHIRUS, V. Nordm. Lepeophthirus, sp.? Porto de Leixões, sobre um roballo. Cirripedia Fam. LEPIDIDAE Eepas, Linn. Lepas anatifera, Linn. -— Carus, Prod. Faun. medit., 1884-85, I, p. 380. Foz do Douro, Leça da Palmeira. Depois dos tempo- raes não é raro apparecer esta especie agarrada a pe- daços de madeira ou a boias de cortiça arrojadas á praia. SCALPELLUM, Leach Scalpellum vulgare, Leach Scalpellum vulgare, Leach — Carns, Prod. Faun. me- dit., 1884-85, 1, p. 381. | Povoa de Varzim. Tenho recolhido alguns exempla- res nas redes de pesca de fundo. Não me parece rara. E especie anda não mencionada como pertencendo à fauna portugueza. A. NOBRE: FAUNA MARINHA DO NORTE DE PORTUGAL 59 POLLICIPES, Leach Pollicipes cornucopia. Leach Pollicipes cornucopia, Leach-— Carus, Prod. Faun. medit., 1884-585, 1, p. 981. Toda a costa. Muito commum nos rochedos descobertos ou quazi descobertos nas baixa-mares das marés vivas. Blocos ex- teriores do porto de Leixões, rochedos da Boa Nova, etc. Durante as vasantes das marés vivas esta especie é recolhida pelos pescadores e vendida nos mercados ou pelas ruas. Nome vuigar. Percebas, mijonas. Este segundo nome tem por motivo o jacto do liquido que expellem quando são comprimidas. Malacostraca Fam. CAPRELLIDAE Caprella acanthifera, Leach Caprella acanthifera, Leach — Carus, Frod. Faun. medit., 1884-85, v. 1, p. 387. Caprella acanthifera, Leach — Saxs, Amphip. of Nor- mn 1896, p. 666, pl-239t..3 Boa Nova, ao norte de Leça da Palmeira, em uma rede de pesca lançada a 10 braças de fundo. Caprella acutifrons, Desm. Caprella acutifrons, Desm. — Carus, Prod. Faun. me- dit., 1884-85, v. 1, p. 388. Foz do Douro, zona litoral. Caprelia linearis, M. Edy. Caprella linearis, M. Edw. — Carus, Prod. Faun. me- dit., 1884-85, v. I, p. 389. aredin nie: Sars, Amphip. RR ora 8, Pp. 657%, pl. 236. 60 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES Boa Nova, ao norte de Leça da Palmeira; aleuns exemplares recolhidos em uma rede de pesca, a 10 bra- cas de fundo. | PODALIRIUS, Króyer Podalirius typicus, (Sp. B.) Podalirius typicus, Rr. — Carus; Prod. Faun. medit., 1884-85, v. 1, p. 590. “Leça da Paimeira, zona litoral. Fam. ORCHESTIIDAE TALITRUS, Latr. Talitrus locusta, (Linn.) Talitrus locusta, Latr., Carus, Prod. Faun. medit., 1884-835, v. 1, p. 398. Extremamente commum em algumas praias nos cor- dões litoraes constituídos pelos detrictos arrojados pelo mar, Nome vulgar. Pulga do mar. Isopoda Fam. TANAIDAE TANAIS, M. Edw. Tanais tomentosus, Kióyer Tanais vittatus, Lilly. — Carus, Prod. Faun. medit., 1884-85, v. I, p. 429. Tanais tomentosus, Krúyer — Saxs, Crust. of Norway Tsopoda, 1896, p. 12, pl. V. | Porto de Leixões, dragagem superficial. Especie nova para a fauna portugueza. A. NOBRE: FAUNA MARINHA DO NORTE DE PORTUGAL 61 Fam. APSEUDIDAE APSEUDES, Leach Apseudes talpa, (Mont.) Apseudes talpa, Leach. — Carus, Prod. Faun medit., 1884-85, v. 1, p. 432. Porto de Leixões, dragagem superficial. Especie nova para a fauna portugueza. LEPTANTHURA, G: O. Sars Leptanthura tenuis, G. O. Sars Leptanthura tenuis, G. O. Sars. Crust. of Norway, Isopoda, 189%, p. 48, pl. XX. Porto de Leixões, dragagem superficial, Esta especie já havia sido encontrada nos mares de Lisboa pela expedição do Porcupine. Fam. CYMOTHOIDAE ANILOCRA, Leach Anilocra physodes. (Linn.) Anilocra Ppades M. Edw. — Carus, Prod. Faun. medit., 1884-85, 1, p. 441. A ruilocr a E ad Leach— G Ra Les Lemo- dipodes et les Isop. Marseille, 1891, p. 13. Matozinhos, Povoa de Varzim, vulgar. CERATOTHOA, Dana - ; Ceratothoa ocestroides, (Risso) Ceratothoa oestroides, Sch. et M.-—Carus, Prod. Faun. medit., 1884-85, I. p. 442. Cerotothoa estroides. — Gourret, Les Lemodipodes et Isop., Marseille, 1891, p. 14, pl. IV, f. 10-11. Matozinhos, Povoa de Varzim, commum. 692 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES Fam. SPHAEROMIDAE SPHAEROMA, Latr. Sphaeroma granulatum, M. Edw. Sphaeroma granilatum, M. Edw. — Carus, Prod. Faun. medit., v. 1, p. 446. Foz do Douro, na zona litoral. CYMODOCEA, Leach Cymodocea pilosa, M. Edw. Cymodocea pilosa, M. Edw.—Carus, Prod. Faun. medit., 1884-85, v. 1, p. 446. Foz do Douro, nas plantas marimhas. Leça da Pal- meira, a 10 braças de fundo, sobre rochas. - NAESA, Leach Naesa bidentata. Leach Naesa bidentata, Leach — Carus, Prod. Faun. medit,, 1884-585, v. 1, p. 447. Foz do Douro, commum sobre as algas. Fam. IDOTEIDAE Edotea linearis, (Linn.) Idotea linearis, Latr. — Carus, Prod. Fuun. medit., 1884-85, 1, p. 488. Idotea linearis, Limn. sp. — A. Dollfus, Idot. de Fran- pé 189440: ER Leça da Palmeira. Obtive muitos exemplares com uma rede de pesca lançada entre 10 e 15 braças de fun- do. Matozinhos, nas redes dos pescadores do arrasto; frequente. A. NOBRE: FAUNA MARINHA DO NORTE DE PORTUGAL 63 Idotea pelagica., Leach Idotea pelagica, Leach — À, Dollfus, Idot. de France, VEDA pd DO, Lao. Idotea pélamita, Leach — Sars, Crust. Norway, Iso- poda, 1899, p. 81, pl. 33. Foz do Ei Moledo do Minho. Commum. Sobre os rochedos cobertos de mexilhões e entre as algas. Idotea marina, Pennant Idotea marina, Pennant — À. Dollfus, Idot, de Fran- Co ESSO ps, SI, DD, fo ZA. Foz dê Douro, Die da Palmeira, Moledo do Minho, Sobre as algas. E a especie mais commum deste genero. Edotea balthica, (Pallas) Idotea tricuspidata, Desm. — Carus, Prod. Faun. me- dait.; 1884-85, 1, p. 448. Idotea tricuspidata, Desm. — À. Dolf., Idot. de Fran- EE Ro q O DDS Lo Idotea balthica, (Pallas) — Sars, Crust. Norway: Iso- poda, p. 1899, p. 80, pl. 32 Foz do Douro, sobre as algas, pouco commum. Leça da Palmeira. STENOSOMA, Leach Stenosoma lancifer, Leach Stenosoma lancifer, Leach. Dolffus, Idot. de France, ESSA Pp; Ot 13. Foz do Douro, nas algas, ende não é rara. Esta especie deve talvez ser considerada como uma variedade de 5. appendiculatum, cuja fórma typica ainda não encontramos. 64 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES Fam. ONISCIDAE LIGIA, Fabr. Ligia oceanica, (Linn.) z Ligia oceanica, Fabr.- -Carus, Prod. Faun. medit., 1884-85, 1, p. 455. Ligia oceanica, (Linn.) — Sars, Crust of Norway, Iso- poda, 1899, p. 156, pl. 70. — Commum em todo o litoral, na zona superior das marés. Em Vianna do Castello, ao norte da barra, é muito abundante debaixo das pedras apenas attingidas pelas marés. Stomapoda SQUILLA, Fabr. Squilla Desmaresti, Risso Squilla Desmaresti, Risso—Be]. Brit. Crust., 1859, p. 904. Squilla Desmaresti, Heller, Crust. 5. Europa, 1863, p. 307. Squilla Desmaresti, Risso — Carus, Prod. Fun. me- dit., 1884-85, 1, p. 464. Matozinhos. Amda só encontrei um unico exemplar, entre o mexoalho ( Polybius Henslowi) recolhido nas redes de pesca d'este crustaceo. Esta especie amda não foi mencionada por outro naturalista nas costas portuguezas. Schizopoda Fam. MYSIDAE, DANA MYSIS, Latreille Mysis vulgaris (J. V. Thompson) Mysis vulgaris, J. V. Thompson. — Bell, Brit, Crust., 1869, Pp. 999. É sa qa e E Du, Sh “A. NOBRE; FAUNA MARINHA DO NORTE DE PORTUGAL 65 E ão o “Boa-N ova, ao norte de Leça. Recolhi alguns exem- pla es com uma rede lançada sobre fundo de och a 10 - braças de profundidade. Porto de Leixões, dois exemplares obtidos com uma “rede de malha muito o arrastada à superficie da agoa. Decapoda Fam. CARIDIDAE á PENAEUS, Latr. e do Penacus membranaceus, (Risco) e nem Penacus membranaceus, Risso. —Carus, Prod. Faun. E medit.; 1889-86, v- É p. 471. : ado rinhos: nos ns cos do arrasto, raro. SR A Pçs RA e o gy ie TRT - a: o do é A Et do v7 E NT ; 7 PALAEMON, Fabr. Palacmon serratus (Penn) — - Palaemon serratus. — Bell, Brit. Crust., 1853, p. 302. — Palaemon serratus-—Hel fer, Crust. s. E ruropa, 1865, Ep 265. “— Palaemon serratus, Fabr. — Carus, Prod. Fawun. me- 5 “dat., 1884-85, 1, p. 178. E Mútio ante em toda à zona htoralí Nome vulgar — Camarão. E j St ATHANAS, Leach e Athanas nitescens, (Leach) E 1Ors a Athanas nitescens, Bell, Brit. Crust., 1853, p. 281. ç — Athanas nitescens, Heller Crust. s. Furopa, 18683, p. E ORI, pl IX. +f. 21-23 & - Athanas ido Leach — Carus, Prod. Faun. me- dit. 1884-85, 1, p. 479. a | nda do Chstelio, na agoa reprezada nas poças z “da praia, pur ante a baixa-mar. sro aa Ann. Sc. Nat., vol. VIT, igor. 66 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES CRANGON, Fabr. Crangon vulgaris, Fabr. | Crangon vulgaris, Fabr. — Bell, Brit. Crust., 1853, p. 296. dies Crangon vulgaris, Heller, Crust. s. Luropa, 1863, p. 226, pl. VII, f. 8-9. — Crangon vulgaris, Fabr. — Carus, Prod. Faun. me- dit., 1884-85, 1, p. 482. Muito commum em toda a costa. Zona litoral. Fam. ASTACIDAE Ae. | NEPHROPS, Leach RERN upa norvegicus, (Linn.) Nephrops norves gicus, Leach. — Bell, Brit. Crust., 1959, p2D1. | E Nephfao norvegicus, Heller, Crust. s. Europa, 1863, . p. 220, | Nephrops norvegicus, Leach—Carus, Prod. Faun. me- dit., 1884-85, 1, p. 485. Costa do Porto, Povoa de Varzim. Pouco frequente na costa do Porto. E” apanhado nas redes de fundo. An- tigamente era recolhido nas redes dos vapores de pesca. Nome vulgar — Lagostim. HOMARUS, M. Edw. Homarus vulgaris, M. Edv. ; y Homarus vulgaris, Edw. — Bel. Brit. Crust., 1853, p. 242. Homarus vulgar is, Heller, Crust. s. Buropa, 1863, po2i a: Fomarus vulgaris, M. Edw. medit., 1884-85, 1, p. 485. Frequente em toda a costa. Nome vulgar — Lavagante. Carus, Prod. Faun. - «. - À. NOBRE: FAUNA MARINHA DO NORTE DE PORTUGAL 67 Fam. PALINURIDAE ARCTUS, Dana Arctus ursus, Dana Seyllarus arctus, Heller, Crust. s. Europa, 1863, p. 190: pe VE. Arctus ursus, Dana — Carus, Prod. Faun. medit., * 1884-85. 1, p. 486. Costa do “Porto. Apanhada frequentes vezes nas re- “des dos pescadores. Nome vulgar — Lagosta da pedra. PALINURUS, Fabr. Palinurus vulgaris, Latr.: Palinurus vulgaris, Latr. — Bell. Brit. Crust., 1853, FpoBLo: Palinurus vulgaris, Heller, Crust. s. Europa, 1853 ) 2 2 , 3 polos ph VE As; Palinurus vulgaris, Latr. — Carus, Prod. Faun. me- * dit., 1884-85, 1, p. 487. ef Toda a costa. Pouco frequente na costa do Porto. Muito abundante da Povoa para o norte, até Vianna do Castello. | Nome vulgar — Lagosta. Fam. GALATHEIDAE GALATHEA, Fabr. Galathea strigosa. (Linn.) “Galathea strigosa, Fabr. — Bell. Brit. Crust., 1853, p. 200. Galathea strig gosa, Heller, Crust. s, Europa, 1863, p. 189, pl. VI, f. 1-2 68 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES Galathea strigosa, Fabr. -—- Carus, Prod. Faun. me- dit., 1884-85, 1, p. 488. ela strigosa, Fabr. di Rev. Crust. Mari | seille, 1888, p. 116, pl. VHI, f. à Porto de Leixões, um ed aaa nas caio las de pesca. Costa do Porto, na zona do arrasto. Povos! de Varzim, nas redes de pesca. E” especie a poucas . vezes apparece. Galathea squeamifera. Leach Galathea squamifera, Leach-— Bell, Brit. Crust., 1355, p-L04 | | Galathea ed Heller, Crust. s. ron p. 190 PEV E: “Galúthca aiii Leach — Carus. Prod. Fuun. medit., 1884-85, 1, p. 488. ho squaimifera, Leach — Gourret, Rev. Crust. Marseille, 1888, p. 113, pl. VI, f. 25-36; pl. VIL f. 1-2. Povoa de Varzim. Tenho encontrado aleumns exem- plares nas redes rasqueiras, Obs. Deve existir no norte de Portugal a Calhanassa subterranea, especie que vive no Atlantico é no Mediter- raneo e que eu Já encontrei em Sines. Fam. PAGURIDAE EUPAGURUS, Brandt. Eupagurus Bernhardas, (Linn.) Pagurus Bernhardus, Bell, Brist. Crust., 1858, p: lia. ; 1863, p. 160. Eupá qurus Bernhardus, Brdt. — Carus, Prod. Faun. . medit., 1884-85, 1, p. 491. Epa: gurus Bér nhardus, Linn — Bouvier, Les Pagur. á Mers Europe, 1896, p. 125, LUA A DIS as Eupagurus Bernhardus, Heller, Crust. s. Europa, “A. NOBRE: FAUNA MARINHA DO NORTE DE PORTUGAL 69 O hd antissima em toda a costa, desde pequenas RREO cidades onde habita as conchas dos molluscos H- - toraes, como Nassa, Natica, Purpura, Murex, etc. Na Povoa de Varzim tenho encontrado esta especie “em conchas de pequenos molluscos que vivem a grandes — profundidades, como Turnitella e Nassa semistriata. to PR, RE a EE eua = EMP A ESP NAS + ER ASA A ad a) pe ee EAR ja ns FA MBA, en NR lupagurus Prideauxi, Leach É ui Prideauai, Leach —Bell, Brit. Crust., 1858, Ep. 145. Lupagurus Prideauai, Heller, Crwust. s. Europa, 1863, Ep: Gl, pl. V/£ 1-5. ie FE Picanço, Heller — Carus, Prod. Faun. — medit., 1884-85, 1, p. 491. | parte P; dona Heller Gourt et, Rev. Crust. — Marseille; 1888, p.-90, pl. VII, f. 17-22. E Eupagurus Eidraria Elo Poor Les Fagur. e pe d'burope, 1896 (La Feuille J. N.) p. 150, 20: É Habita toda a costa, mas com menos eqetica ea “maiores profundidades. E apanhada nas redes de arrasto em Matozinhos e nas rasqueiras na Povoa de Varzim. Rs Endate! PR . eta URI Er o - E E Te Hupagurus sculpiimanas, (Lucas) e E Eupagurus seulptimanus, Heller, Crust. s. Europa, E 1663: bo py Ed : | a gurus pe Ra Heller-— ur Prod. Faun. — medit,, 1384-85, 1, p. 492. - & E gurus SR RE Lucas — eres Les Pa- “gur. Mers Europe 1896 (La Feuille J. 1 N.) p. 149, ESPl o. - - Povoa de Varzim, Amda só pude encontrar um unico : exemplar, numa rede rasqueira, que faz: parte das col- * leeções do Muzeu da Academia Polytechnica. Ê -- Especie nova para a fauna portug ueza. Vive no Me- - diterranco e costa do norte da África, 70 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES PAGURUS, (Fabr.) Dana Pagurus striatus, Latr. N Pagarus striatus, Heller, Crust. s. Europa, 1863, p.. Ji4. | — Pagarus striatus, Latr. — Carus, Prod. Faun. medit., 1884-85, 1, p. 494. aqi us striatus, Latr. =* Bottier Der Pau quis. Mers Europe, (La Feuille) p. 153, f. 8-44. Muito vulgar nos fundos: além de 30 piscas Re- colhido nas redes de pesca, rasqueiras e da pescada. Vive principalmente nas conchas de Triton nodiferus e Ranella gigantea. Fam. PORCELLANIDAE PORCELLANA, Lamk. Porcellana platycheles, (Penn.) Porcellana platycheles, Bell. Brit. Crust., 1853, p. 190. | Porcellana platycheles, Heller, Crust. s. Buropa, 1863, p. 185, pl. V; £. 19-21; Porcellana platycheles, Lam. — Carus, Prod. Faun. medit., 1884-85, 1, p. 496. Foz do ato: Porto de Leixões, e toda a costa do norte. Commum debaixo das pedras situadas na zona pn rir e descobertas nas baixa-mares. Porcellana longicornis, (Penn.) Porcellana longicornis, Bell, Brit. Crust., 1853, p. 195. Porcellana longicornis, M. Edw.—Caraus, Prod. Faun. medit., 1884-85, 1, p. 497. | Nos mesmos logards que a especie precedente, mas menos commum. Redes rasqueiras. Er E ti sy a io Nado o PA ) NE 1% No SAS x Uai do SACO Ae OO A E ” e Es 6) é - + a TERA PIO A ud ai a E RE 4 par ' mo INES ty ç REPINRA E SOM Sad PD Pu [is 4h, Y e, : 1a o Í DE NEL, alo ca 3 b) « AD ul 1 ri pe? ) ES ATA Doo na “dit., 1884-85, 1, p. 502. A. NOBRE: FAUNA MARINHA DO NOR“ DE PORTUGAL 71 Fam. CALLAPIDAE e CALAPPA. Fabr. Calappa granulata, (Lin.) Calappa granulata, Heller, Crust. s. Europa, 1868, p. 130, pl. IV, f. 3. Calappa granulata, Fabr. — Carus, Prod. Faun. me- Costa do Porto. Antigamente, esta especie era reco- lhida com frequencia nas redes dos vapores de pesca. Agora é rara na costa do Porto, na zona dos arrastos dos barcos, porque vive em fundos maiores onde é apa- nhada pelas redes rasqueiras da Povoa de Varzim. Fam. INACHIDAE STENORHYNCHUS, Lamk. Stenorhynchus phalangium., (Penn.) a ynchus phalangiwm, Bell. Brit. Crust., 1858, ERA | Stenorhynchus phalangium, Heller, Crust. s. Europa, 1863, p. 25. Send hanchus phalangium, M. Edy. — Carus, Prod. Faun. medit., 1884-85, v. 1, p. 503. Povoa de Varzim, frequente nas redes rasqueiras. Stenorhynchus longirostris, (Fabr.) Stenorhynchus tenuirostris, Bell, Brit. Crust., 1853, p. 6. o Stenorhaynchus longirostris, Heller, Crust. s. Europa, 1863, p. 29, pl. |, f. 1-2. Stenorhynchus longirostris, M. Edw. — Carus, Prod. “Faun. medit., 1888-85, I, p. 503. Povoa de Varzim, nas redes dos pescadores. 8 ANNAES DE SCIENCIAS NATURA ES INACHUS, Fabr. Enachus scorpio, (Fabr.) RE a Inachus Dorsettensis, Leach — Bell, Brit. Crust, 1858,. pe bos ar Inachus scorpio, Heller, Crust. s. Europa, 1863. Pp DA pirates, e scorpio, Fabr. = Oar us, Prod. Faun. medit., 1884-859 v. 1, p. 904. E ortorde Leixões. Um exemplar. - Povoa de Varzim, frequente nas redes dos pescado-. res, nas rasqueiras e nas da pescada. a Fam. MAHNDÃE MAJA, Lamk. Maja.squinado, (Herbst.) Maja squinado, Bell, Brit. Crust., 1853, p. 89. Maja squinado, Holier Crust. s. uau 1863, p. 49. Maja squinado, Latr. — Carus, Prod. Faun. edito | 1884-85, 1, p. 507. Toda a costa. Pouco frequente até 20 braças. Muito abundante para além desta profundidade, onde é apa- nhado nas redes rasqueiras. Ha aleuns annos encontrei . um exemplar adulto nos rochedos “da costa de Leça da Palmeira, durante a baixa-mar. Maja Goltziana, Oliveira Maja Goltziana, Oliveira, Nouveau Oxyrhynque di Portugal (im Inatifito de Eae a, 1888). - Povoa de Varzim, nas redes dos pescadores. Fam, CANCRIDAE CANCER, Linn. Cancer pagurus, Linn. Cancer pagurus, Bell. Brit. Crust., 1855, p. 59. A. NOBRE: FAUNA MARINHA DO NORTE DE PORTUGAL 73 — Cancer pagurus, L. == Heller, Crust. s. Buropa, 1868, q “P: 62, pl. TI, f. 2. E Oenier pagurus, L.— Carus, Prod. Faun. medit. 1, - 1884-85, p.-obl; 4 “Toda a costa. Os individuos novos são frequentes na -* zona litoral, debaixo das pedras descobertas pelas marés. “Os adultos são recolhidos nas redes rasqueiras, — Nome vulgar — Arolia, Centolla. XANTHO, Leach Xantho floridus, (Montagu) jm sd) ' var , TA E de PR) À o hds , ER, E pd (8 ARNO AOS UT >: A + A « h ii ” : 1 9) Xantho florida, Leach — Bell. Brit. Crust., 1853, ot. ai io n y % a Xantho foridus, Heller, Crust. s. Europa, 1863, p. 67. . Xantho florida, Bed Cine Prod. Faun. mioiE, EI, 1884-85, p. 512. E E POZ de Douro, Leça da Palmeira, Moledo do Minho. * Debaixo das pedras, onde se junta alum lodo é areia, - na zona descoberta pelas marés. Muito variavel. sç - mum. Segundo o. snr. Bouvier (Les Xantlidae des mers * de VEurope) a descripção e gravura do X. tuberculatus E “do Euro do Heller devem referia à esta especie. e e “Fam. ERIPHIDAE, Dana E PILUMNUS, Leach E Pilumnus hirítellus, (Linn.) E E Pilumnus hirtellus, Leach-— Bell. Brit. Crust., 1858, Eos aa Pilummis hirtellus, Heller, Crust. s. Europa, o EC po 2 pl A8; a Pilisannitiê hirtellus, Leach — Carus, Prod. Faun. me- Pri af E dit, 1884-85, 1, p. 513. 74 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES amam, Matozinhos, adulto, raro. Foz do Douro; na zona das lamimarias não são raros os mdividuos novos. ERIPHIA, Latreille Eriphia spinifrons, (Herbst.) Eriphia spinifrons, Heller, Crust. s. Europa, 18683, polo. | Eriphia spinifrons, Savigny — Carus, Prod. Faun. medit., 1884-85, 1, p. 514. Matozinhos. Muito raro. Nas redes dos pescadores do arrasto. É Fam. PORTUNIDAE PORTUNUS, Leach Portunus puber. (Linn.) Portunus puber, Bel — Brit. Crust., 1853, p. 90. Portunus puber, Heller, Crust. sud. Europa, 1863, p. 82, pl. II, f. 11-13. - Portunus puber, Latr. — Carus, Prod. Fawn. medit., I, 1884-85, p. 516. É Toda a costa, na zona litoral e a pequenas profun- didades. Os adultos-são conhecidos pelo nome de Nava- lheiras. | CARCINUS. Leach | Carcinus manas, (Penn. Carcinus menas, Bell, Brit. Crust., 1853, p. 76. Carcinus menas, Heller, Crust. s. Europa, 1863, p. 94, plo 1 [o 14-5. | Carcinus moenas, Leach -— Carus, Prod. Faun. me- dit., 1, 1884-85, p. 518. Muito frequente em toda a costa, especialtaçaio nos estuarios dos TIOSs. ade “A. NOBRE; FAUNA MARINHA DO NORTE DE PORTUGAL 15 PLATYONYCHUS, De Haan Platyonychus latipes, (Penn.) Portumnus variegatus, Leach — Bell, Brit. Crust,, 1853, p. 85. Platyonyelus latipes, Heller, Crust. s. Europa, 1863, De do ph ti; fe 16: Platyonychus latipes, M. Edw. — Carus, Prod. di medit., 1, 1884-85, p. 519. Costa do Porto: frequente nos fundos lodosos e are- nosos, na zona dos arrastás, além de 15 braças. POLYBIUS, Leach Polybius Henslowi. Leach Polybius Henslowi, Leach — Bell. Brit. Crust., 1853, p. 116. D'uma extrema abundancia durante os mezes de agosto até janeiro, em que os pescadores da costa do Porto, especialmente da Afurada e Matozinhos, se em- pregam na sua pesca, vendendo-o para adubo das terras. E' apanhado com redes de arrasto providas d'um sacco central de malha apertada. Apparece durante o resto do anno-nas redes da sar- dimha e nas outras redes de pesca. E” o crustaceo mais abundante na costa do norte do paiz. Nome vulgar — Mexoalho e Pilado. ATELECYCLUS, Leach Atelecyclus cruentatus, Desm. Atelecuyclus cruentatus, Heller, Crust. s. Luropa, 1868, pod ta pl TV do: Atelecycius cj medit., 1, 1884-85, p. 519. Costa do Porto.. , Prod. Faun. - 76 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES Vulgar na zona dos arrastos, nos fundos lodosos. Apparece todo o anno. “ CORYSTES, Latreile Corystes cassivelaunus, (Pem.) Corystes cassivelaunus, Penn. — Bell, Brit. Crust,, 1853, p. 159. Co orystes dentatus, Heller, Crust. s. Luropa, 1863, p. 36, pk IV, £ 6. Co 01 dig cassivelaunus, Leach — Carus, Prod. Faun. medit., 1, 1884-85, p. 520. dona do Pório: Abundante na zona do arrasto, de 15 a 30 braças de fundo, durante todo o anno. Fam. PINNOTHERIDAE PINNOTHERES, Latr. Pinmotheres pisum, (Linn.) Pinnotheres pisum, Bell, Brit. Crust., 1853, ps 121. Pinnotheres piswm, Heller, Crust. s. Europa, 18683, pls PRBÇR E pisum, ai GR Prod. Fawn. me- dit., 1884-85, 1, p. 520. | Povoa de Voa, nas redes dos pescadores. Esta especie apparece poucas vezes. Talvez que pelas suas. pequenas dimensões não seja trazida com facilidade nas redes rasqueiras. | | - Fam. GONOPLACIDAE GONOPLAX, Leach Gonoplax angulata, (Fabr.) Gonoplax angulata, Bel, Brit. Crust., 1853, p. 130. - Gonoplar angulata, Preter: Crust. s. Purópo. 18683, p. 105. “A NOBRE: FAUNA MARINHA DO NORTE DE PORTUGAL 77 ; Gonopla an súlaia; Leach — Carus, Prod. Faun. E poi I, 1884-85, p. 521. “o “Costa do norte: do paiz, nas zonas profundas, além “de 30 braças. Não é raro no estomago dos ruivos (Pri-. Elo) Matozinhos, Povoa de Varzim, nas redes dos pesca- pdÓres, raro. E | | Fam. GRAPSIDAE “PACHYGRAPSUS, (Randall) Stympson E Pachygrapsus marmoratus. (Fabr.) É EPacho grapsus marmoratus, Heller, Brit. Crust., 1858, RE pitlt. | . E Pachygrapsus marmoratus, Stimps. — Carus, Prod. Fan. medit., 1, 1884-85, p. 528. sa Toda a a V ulgar nas fendas dos rochedos e nas * poças d'agoa, no limite superior das marés. Este crus- E “taceo é muito veloz e defende-se tenazmente com as ; “pinças. Durante a baixa-mar encontram-se agelomera- : de. o. á ad E“ r 3 2R a Z d) “ dos nas fendas dos rochedos, vivendo facilmente numa atmosphera humida. a 18 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES BRYOZOA Gymnolsemata Fam. AETEIDAE AETEA, Lamouroux Actea anguina, (Linn.) Anquinaria spatulata, Ellis— Johnston, Brit. Zooph., 1847, p- 290, pl. É, É 7-8. Ami quinaria Rad, Ellis — Landsb., Brit. Zooph.; 1852, pl AVI, [. 56. Aetea anguina, Heller, Brioz. adr. meeres, 1867, p. 88. Anquinaria spi atulata, Joliet, Bryoz. de Fr ance, 1817, 96. a Aetea anguina, Lin. — Hincks, Brit. Polyz, 1880, v. Ip. 4, v. IH, pl. 1, f 4-5. AÁetea anquina, Lmx. — Carus, Prod. Fun. medit., 1889-938, v. II. pl, 1. Foz do Doi o, commum sobre as algas; Moledo do Minho. Fam. EUCRATEIDAE EUCRATA, Lms. Eucratea chelata, Lin. Eucratea chelata, Limm. — Johnston, Brit. Zooph., 1847, p. 288, £ 64. - Euer atea elielatai Ellis—Landsborough, Brit. Zooph., 1852, p. 286, pl. Xv. f. Dô. Eucratea chelata; Joliet; Bryoz. France, 1877, p. 96. Eucratea chelata, Liann. E na, Brit. Polyz., 1880, Va pos As A o YU TA 9d, Eucratea chelata, Lmx. ais Prod Faun., me- dit., 1889-938. v. II, p. 2. Foz do Douro, Sobre-asLaminarias. SA A. NOBRE: FAUNA MARINHA DO NORTE DE PORTUGAL 79 Fam. CELLULARIDAE SCRUPOCELLARIA, Van Bened. Scrupocellaria reptans, (Lin.) Celhdaria reptans, Lim. — Johnston, Brit. Zooph., 1847, p: 337, pl. LVEI, £. 3-4. tada reptans, Lin. —Heiler, Bryoz. adr. meeres, 1801; Pp. 3%. Cardo reptans, Johet, Bryoz. France, 18TT, p. 95. Scrupocellaria reptans, Lim. — Hincks, Brit. Pólycoa; EEt8so, v. Lp. 52;. IL pl VIE, f£ 1-7. Scr. reptans, Gray — Carus, Prod. Faun. medit., É 1889-983, v. IL p. 5. oz do Douro; sobre as ia junto da Fu- “cratea chelata. Fam. BICELLARIDAE BICELLARIA, Blv. A Bicellaria cillata, (Linn.) Cellularia ciliata, Linn. — Johnston, Brit. Zooph., 1847. p. 335, pl. LVII, f. 1-2. Cellulari ia ciliata, Ri Eadboronõh: Brit. Z00ph., 1852, p. 337%, pl. XVIL E a chata, Jolict. Briyoz France, 18TT, p. 96. Bicelaria cihata, fina = ncia Brit. Polyz., 1880, ve dp: 09, +. EE pl VHEA 1.5. Bicellaria ciliata, Blv. — Carus, Prod. Faun. medit., ” 1889-983, v. II, p. 6. Porto de Leixões, sobre os rochedos. Moledo do Mi - nho, entre as algas arrojadas á praia. Fam. FLUSTRIDAE FLUSTRA, L. Flustra papyracea, Ellis and Solander Flustra chartacea, Turt-— Johnston, Brit. Zooph., 1847, p. 348. 80 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES Elustra chartacea, Landsborongh, Brit. Z o0ph., 1852, p. 947. Flustra chartacea, Jolhet, Bryoz. France, 187%, p. 97. Flustra. papyracea, Elis and Solander — Hincks, Brati-Polyes- 1880, vo dp; 148; vo Dl plo ANT Dz Elustra papyracea, Lu. — Omo: Prod. aii a 1889-93, v. II, p. 9. à Foz do Douro, Porto de Leixões. Sobre os rochedos descobertos na baixa-mar das marés vivas. É Encontrei alguns exemplares sobre a carapaça dum | Maga squinado recolhido com rede d'arrasto. j | Fam. MEMBRANIPORIDAE MEMBRANIPORA, Blyv. Membranipora pia a de (Linn.) Flustra membranacea, Lam. — Jolmston, Brit. Zooph., 1846; 3: E po 948 vol prNVIL o, Sa Membranipora embates, ha aa Dr. Fleming) Landsb., Brit Zo0ph., 1852, p.392.. | Membranipora membranacea, Lin. —- Heller, Bryoz. adr. meeres, 186%, p. 96. Menibpatirar a membranacea, Jolhiet, Buyoz. de France, LS FpD E membranacea, am di Brit. Polyz:; 1880, v. Ep. 1405 v. Ih pl. XVIE f,/5-6: Membranipora membranacea, Busk — Carus, Prod. Faun. medit., 1889-983, v. II, p. AE | Foz do Douro, sto de ups sobre as Laminarias. Membranipora pilosa, Linn. Membranipora pilosa, Linn.—Johnston, Braz. FestRçs 1847, p. 326, pl. LVI, f. 6. | 4 Monard ) Nona Joliet, Bryoz. Dana 1877, p. 98. E E 4 4 É ; A. NOBRE: FAUNA MARINHA DO NORTE DE PORTUGAL 81 = Membranipora pilosa, Limn. — Heller, Bryoz adr. meeres, 186%, p. 97. Membranipora pilosa, Limn., 1880, Himcks, Brit. Po- us vo E p. dót; v. 1, pl XXXII, f. 1-4. Membranipora pilosa, Farre— Carus, Prod. Faun. medit., 1889-953, v. II, p. II. Muito commum em todo o litoral. Vive sobre as al- * gas. À fórma vulgar pertence á var. dentata. (Hincks, 1. c.; p. 137, pl. XXIII, f. 2-3.) Fam. ELECTRINIDAE ELECTRA, Lamouroux Electra verticillata,. Lamouroux Electra verticillata, Lamouroux — Carus, Prod. Faun. E medit., 1889, v. I, p. 15. o Foz do Douro, a 10 braças de profundidade. Obtida com rede de pesca. Especie commum sobre as praias depois de grandes temporaes. Yam RETEPORIDAE RETEPORA, Lamarck MRetepora celiulosa, Johnston . Retepora Beaniana, Johnston, Brit. Zooph., 1847, v. I, p. 355. Retepora Beaniana, Landsb., Brit. Zooph., 1852, p. SO Lp pi AXEX fo TS: à Retepora Beaniana, Kimg — Hincks, Brit. Folyz., * 1880, v. 1, p. 391; v. IL, pl. LIT, f. 1-5. - Retepora cellulosa, Johnston — Carus, Prod. Faun. . medit., 1889-953, v. II, p. 11. Povoa de Varzim, nos coralliarios apanhados nas re- des da pescada. 6 Ann, Sc. Nat., vol. VIII, 19gor. Porto. 82 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES “Fam. ESCHARIDAE SCHIZOPORELLA, Hebr. Schizoporella hyalina, (Linn.) Lepralia hyalina, Linn. — Johnston, Brit. Zooph., 1844, prodt, pl LIVE. Lepralia hyalina, Landsborough, Brit. Zooph., 1852, p. 303. Lepralia hyalina, Linn. —Heller, Bryoz. adr. meeres, 1864,p. 112; pi £9. Lepralia hyalina — Jolhet, 1877, Bryoz. de France, p. 99. Schizoporella hyalina, Linn. — Hincks, Brit. Polyz., Los v ol p. 27lovo o pl X VII [610 | Schizoporella hyalina, Heks — Carus, Prod. Faun. medit., 1889-938, v. II, p. 32. Foz do Douro. Sobre as Laminarias e outras algas vermelhas. Fam. CRISIDAE CRISIA (part.), Lamouroux Crisia cornuta, (Lin.) Crisidia cornuta — Johnston, Brit. Zooph., 1847, p. 290, pl.-L, É. 1-2. Crisia geniculata —J ohnston, Brit. Zooph., 1852, p. 286, var. geniculata, M. Edw. Crisidia cornuta — Landsb. — Brit. Zooph., 1852, p. 234, pl. XV, f. 51. Crisidia cornuta, Linn. (non M. Edw), var. B. geni- culata — Busk, Cat. mar. Polyz. Pt. II, 1875, pl. 1, f. 1-4, | Crisidia cornuta — Jolet, Bryoz. de France, 1877, p. 95. Crisia cornuta, Linn., var. a (geniculata) — Hincks, Brit. Polyz., 1880, v. 1, p. 419, v. II, pl. LVI, £. 1-4. A. NOBRE: FAUNA MARINHA DO NORTE DE PORTUGAL 83 Crisia cornuta, Lmx. — Carus, Prod. Faun. medit., 1889-983, v. II, p. 38. Foz do Douro. Crisia eburnea, (Linn) Crista eburnea, Linn. — Johnston, Brit. Zooph., 1847, v. I, p. 283, v. II, pl. L, f. 3-4. Crisia eburnea, Linn. (non Ellis), Landsb., 1852, p. 281, pl. XV, f. 52. Crisia eburnea —— Heller, Bryoz. adr. meeres, 1867, prdds. Crisia eburnea, Linn. — Busk, Cat. mar. Polyz., 18T5, HI, p. 4, pl. II, f. 1-2; pl. V, f. 1-2-5-10. Crisia eburnea — Jolhet, Bryoz. France, 18TT, p. 92. Crisia eburnea, Linn. —Himcks, Brit. Polyz., 1880, v. É, p- 420, f. 21, v. UH, pl. LVI, f.. 5-6. Crisia eburnea, Lmx. —Carus, Prod. Faun. medat., 1889-983, v. II, p. 38. Povoa de Varzim. Sobre os coralliarios trazidos nas redes dos pescadores. Fam. DIASTOPORIDAE DIASTOPORA, Lmix. Diastopora obelia, (Johnston) Diustopora obelia, Johnston, Brit. Zooph., 1847, v. E patt +. Ip RLVH fo 008. Diastopora obelia, Jolmston (not Dr. Fleming), Lan- dsb., Brit. Zooph., 1852, p. 276. Diastopora obelia, Johnston — Heller, Bryoz. des adriat. meeres, 1867, p. 123. Diastopora obelia, Johnst. —Busk, Cat. mar. Polyz., 1875, HJ, p. 28, pl. XXVI. Diastopora obelia, Johnston — Jolhet, Bryoz. de Fran- ce, 1819, p. 94. 84 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES Diastopora obelia, Johnston — Hincks, Brit. Polyzoa, 1880, v. 1, p. 462; v. IJ, pl. LXVI, f. p. 10-107a: Diastopora obelia, Johnst. — Carus, Prod. Faun. medit., 1889-93, v. II, p. 40. Povoa de Varzim, adherente aos coralharios reco- lhidos nas redes pelos pescadores. Grandes fundos. Fam. TUBULIPORIDAE IDMONEA, Lamouroux Idmonea atlantica, E. Forbes Idmonea atlantica, E. Forbes—Johnston, Brit. Zooph., 1847». dep. 278, vw. 11, ph XLVIM o: Idmonea Atlantica, E. Forbes, Landsb., Brit. Zooph., 1852, p. 271. Idmonea atlantica, E. Forbes —Busk, Cat. mar. Pole: VS To, pe UA Idmonea Atlantica, E. Forbes — Hincks, Brit. Polyz., 1880, v. E, p. 451, v. II, pl. LXYV, f 1-4, Idmonea atlantica, Forb. —Carus, Prod. Faun. medit., 1889-983, v. Il, p. 42. Povoa de Varzim, sobre os coralharios recolhidos pelos pescadores nas redes lançadas nos grandes fundos. ENTALOPHORA, Lamoroux Entalophora clavata, (Busk) Entalophora clavata, Busk—lHincks, British Polyzoa, 1880, v. I, p. 456; v. II, pl. LIII, f. 1-5. Povoa de Varzim, sobre os corallarios recolhidos pelos pescadores nas redes de pesca. Os nossos exemplares concordam exactamente com esta especie, que se approxima bastante da Entalophora proboscidea, M. Edwards, do Mediterraneo. A. NOBRE: FAUNA MARINHA DO NORTE DE PORTUGAL 85 Fam. LICHENOPORIDAE LICHENOPORA, Defrance Lichenopora hispida, (Fleming) Tubulipora hispida — Johnston, Brit. Zooph., 1847, p. 268, pl. XLVII, f. 9-11. Tubulipora hispida, Fleming (non Cordiner) — Landsb., Brit. Zo0ph., 1852, p. 271. Discoparsa hispida — Heller, 1867, Bryoz. adr. mee- res, p. 125. Discoporella hispida, Fleming, (sp.) — Busk, Cat. mar. Polyz. 1875, p. 30, pl. XXX, f. 3. Tubulipora hispida — Jolhet, Bryoz. de France, 18TT, p. 94. Lichenepora hispida, Fleming — Hincks, Brit. Polyz., 1880, -v. 1, p. 473, v. H, pl. EXVIIE CHE 8. nda HEsaias Hcks. — Eus, Pr od. Faun. medit., 1889-93, v. II, p. 46, sE oa de V arzim. Sobre os coralliarios recolhidos pelos pescadores nas redes lançadas nos grandes fundos. Fam. MIMOSELLIDAE MIMOSELLA, Hcks. Mimosella gracilis, Hincks Mimosella gracilis, Hincks — Landsborough, Brit. £Zooph., 1852, p. 376, pl XX, f. 80. Mimosella gracilis, Hincks — Heller, Bryoz. adriat. meeres, 186%, p. 128, pl. VI; f. 1-2. Mimosella gracilis, Hincks, Brit. Polyz., 1880, v. 1, p. 556, figs. 27-34: v. II, pl. LXXIV, f. 1-6. Mimosella gr” acilis, Hinck-—Carus, Prod. Faun. medit., 1889-93, v. II, p. 52. Foz do Douro, sobre as Laminarias. 86 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES PEDICELLINEAE Fam. PEDICELLINIDAE PEDICELLINA, Sars Pedicellina cernua, Pallas Pedicellina echinata, Sars— Johnston, Brit. Zooph., 1847, p. 382, pl. LXA, f. 5. eifineliino tido Sars — Jolhet, Bryozoair es de France, 187%, p. 103. Pediceiiina cernua, Pallas — Hincks, Brit. Polyzoa, 1880, v. 1, p. 565, f. 36-39, v. IL, pl. LXXKXI, f. 1-3. Pedicellina cernua, Santt — Carus, Prod. Faun. me- dit., 1889-938, v. 1I, p. 52. Moledo do Minho, sobre as algas. E deu a] SAS ST a, ” Ee Eae! EE s "a E E mM A. NOBRE: FAUNA MARINHA DO NORTE DE PORTUGAL 87 BRACHIOPODES Fam. TEREBRATULIDAE TEREBRATULINA, d'Orb. Terebratulina capat-serpentis, Lk Terebratulina caput-serpentis, Lk — Hidalgo, Molus- cos marinos, 1870, pl. 14, f. 7-9. Terebratulina caput-serpentis, VOrb. — Carus, Prod. Faun. medit., 1889-93, v. II, p. 55. Povoa de Varzim. Vive agarrada aos coralharios e é recolhida nas redes dos pescadores lançadas nos gran- des fundos da costa. MUHFELDTIA, Bayle Miihfeldtia truncata (Linn.) Mergelia truncata, L. — Hidalgo, Mol. mar. 1870, pl. 14, f. 4-6. Megerlia truncata, King. —Carus, Prod. Faun. medit., 1889-93, v. II, p. 56. Povoa de Varzim. Nas mesmas condições da espe- cie precedente.: 88 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAÃES VERMES Discophora Fam. ICHTHYOBDELLIDAE, ; PONTOBDELLA, Leach Pontobdelia muricata, (Linn.) Pontobdella muricata, Moquin-Tandon, tan ce Fh- rudin., 1846, p. pl. I, f. 11-12. Pontobdella E to == Joana Cat. Br. Mus. 1865, Pp. 99 Pontobdella muricata, Risso — Carus, Prod. Faun. medit., 1884-85, v. 1, p. 194. Costa de Vianna, entre 40 a 50 braças de fundo; um exemplar recolhido a bordo do vapor de pesca Her- cules. Povoa de Varzim, nos barcos de pesca. Matozinhos, nos barcos do arrasto. Apparecem, algumas vezes, anda agarradas às raias. A. NOBRE: FAUNA MARINHA DO NORTE DE PORTUGAL 89 CHAETOPODA Polychaeta. Fam. APHRODITIDAE APHRODITA, Limn. Aphrodita aculeata, Lis Aphrodita aculeata, Johnston, Cat. Brit. Museum, 1865, p. 10, pl. IX, f. 1-11. É Aphrodite aculeata, LL. — Carus, Prod. Faun. medit., 1884-85, v. 1, p. 198. | - Aphrodita aculeata, L.—de St. Joseph, Annélid de “ Dinard (1888) Aun. Sc. Nat. v. V, p. 146. Aphrodita aculeata, Lin. — Me Intosch, Brit. Annélid, 11, 1900, p. 247, pl. XXIV, f£. 4-5. Costa do Porto, redes de arrasto, Fam. POLYNOIDAE LEPIDONOTUS, Leach Lepidonetus clava, (Vontagau) Lepidonotus clava, Mont.—J ohnston, Cat. Brit. Mus., ro66: p. LEE -pitv, E 5,6. Popidlomotus o Jobiart — Carus, Pr od. So -medit., 1884-85, v. 1, p. 202. Lepidonotus do a, Mont. — de St. Joseph, ii Di- nard., 1888, Ann. des Sc. Nat., v. V, p. 225. Pepidonofis clava, Montagu- —Me Intosch, Brit. An- nel., II, 1900, p. 280, pl. RXTL LL pl. XXVII, f. 4. Porto de Leixões, debaixo das pedras do enroca- mento dos molhes. Foz do Douro, debaixo das pedras na zona deixada a descoberto pelas marés. Esta especie é bastante commum. No museu da Academia existem exemplares que eu colhi em Setubal. 90 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES Fam. EUNICEA EUNICE, Schw. S. g. MARPHYSA Marphysa sanguinca, (Montagu) Eunice sanguinea, Mont. — Johnst., 1865, Cat. Brit. Mus., p. 134. Eunice sanguinea, Aud. et Edw.—Carus, Prod. Faun. medit., 1884-85, v. 1, p. 212. Ma physa sanquinea, Mont., — de St. Joseph, Ann. Polych. Dinard., 1888, p. 201 (Ann. Sc. Nat., V). Vive na oa litor al Foz do Douro, mir do Cas- tello. Fam. PHYLLODOCEA PHYLLODOCE, Sav. Phyllodoce laminosa, Sav. Phyllodoce laminosa, Johnston — Cat. Brit. Mus. d866: po Lia, pl. ANE do: Phullodoce Laiminosa, Sav.— Carus, Prod. Faun. medit., 1884-85, v. 1, p. 240. Pha yllodoce laminosa, Sav., — de St. Joseph, Annel. Polych. Dinard., 1888, p. 269. (Ann. des Sc. Nat., V). Leça da Palmeira, em uma rede lançada a 10 bra- ças de profundidade, sobre fundo de rocha, em frente de Leça da Palmeira. . Fam. LYCORIDEA NEREIS, Cuv. Nereis pelagica, Linn. Nereis pelagica, Linn. — Johnston, Cat. Brit. Mus,, 1865, p. 148, fig. XXV, XXVI; pl. XV, f.1 Nereis pelagica, Linn. — Carus, Prod. Faun. medit., 1884-85, v. L, p. 218. — A. NOBRE. FAUNA MARINHA DO NORTE DE PORTUGAL 91 Nereis pelagica, L. —de St. Joseph, Annel. Polych. Dinard, 1895, p. 221. (Ann. Sc. Nat., XX). nro nas regiões lodosas das margens do Douro Fe do Leça. E' conhecida pelo nome vulgar de cenrada j e é usada na pesca. Vianna do Castello, na foz do Lima. E 2 q j S. g. LIPEPHILE, Mgr. Lipephile cnltrifera. Gr. Johnston, 1865, Cat. | Heteronereis lobulata, Sav. Br. Mus., p. 161. Nereis cultrifera, Gr. — Carus, Prod. Faun. medit., -1884-85, v. 1, p. 218. — Lipephile cultrifera, Gr. — de St. Joseph, Annel. Po- lych. Dinard, 1888, p. 260. (Aun. Se. Nat., V). — Porto de Leixões; só pudémos obter um exemplar. Vianna do Castello. " EULALIA, Sav. et Oerst > Eulalia viridis, (Linn.) - Phallodoce viridis, Johnston, Cat. Brit. Mus., 1865, p. 178, pl. XVI, f. 11-15. Eulalia viridis, Sav., Oerst— Carus, Prod. Faun. medit., 1884-85, v. 1, p. 241. Eulalia viridis, Miller — de St. Joseph. Ann. Polich. “Dinard, 1888, p. 283. (Ann. Sc. Nat. V). Foz do Douro, Leixões, Leça da Palmeira na zona litoral; commum. Fam. ARENICOLIDAE ARENICOLA, Lam. Arenicola marina, (Lin.) | Arenicola piscatorium, Lamk. — Johnston, Cat. Brit. Mus., 1865, p. 229. 992 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES Arenicola marina, Mimgr. — Carus, Prod. E me-. dit., 1884-85, v. 1, p. 251. : ZA natos marina, Ju. — de St. Joseph, Amnel. Polych. | Di 1894, p. 121, pl. VI, f. 158-159. (Ann. des Se.4 E] Nat. E DO, 4 Fou do Douro, commum na zona descoberta pelas. marés. Encontra-se na vasa lodosa accumulada debaixo - das pedras. dj : á Fam. HERMELLACEA SABELLARIA, Lam. Sabeliaria alveolata, (Linn.) Sabelaria anglica, Grube. — Johnston, Cat. Brit. Mus., 1865, p. 248. | j Sabellaria alveolata, Lam. — Carus, Prod. Faun. me- dit., 1884-85, v. 1, p. 259. E Sabellaria alveolata, L. — de St. Joseph, Ann. Po- : luych. Dinard, 1894, p. 160, 1898, p. 405. Costa do norte do paiz; é extremamente commum em alouns locaes na zona inferior das marés, cobrindo a su- perficie dos rochedos com os seus tubos de areia agglu-. tmada. bd SERPULA, Limn. Serpula vermicularis, Linn. Serpula vermicularis, Linn. — Johnston, Cat. Brit. Mus 1865:-p260" Serpula Philippiis Morch. (fide St. Joseph.) — Carus, Prod. Fawun. medit., 1884-85, v. I, p. 275 Serpula vermicularis, L. — St. Joseph, Ann. Polych. - Dinard, 1894, p. 328, pl. AXEL Dad (Ann. des Se. Nat.) Povoa de Varzim, Matozinhos, nas ei de Avi- cula, Pecten, Pinna, ete., recolhidas nas redes rasqueiras. + RECIBA q un PERENE EMMA ia A. NOBRE: FAUNA MARINHA DO NORTE DE PORTUGAL 93 5 e dá ad eai AA DOM RD ES PU E CRUSTACEOS É Fam. ARCTURIDAE 4 ASTACILLA, Cordiner 4 Astacilla Bocagei, Nobre. PI. I j | Corps de la femelle assez gros, presque cylindrique, & “recouvert de plaques rondes et aplaties. Céphalon por- tant en dessus trois tubercules assez élevés. Les deux “postérieurs, placés transversalement et à côté un de Tantre, sont plus clevés que Vantérieur situé un peu en avant. | — Premier ségment du mésosome portant un tubercule “assez élevé. Deuxitme et troistême ségments présentant “chacun un mamelon sur le dos. —* Segment médian trois fois plus long que les trois premiers, pourvu de mamelons, le premier placé à peu “prês sur le milieu de la ligne dorsale et Pautre un peu “au devant de Particulation de ce segment avec le eim- “quitme, qui est muni d'un tubercule dorsal fortement incliné vers la région postérieure. Sixitme segment pré- sentant un faible mamelon, plus conique au septitme. — Métastome presque aussi long que les trois derniers “séoments réunis du mésasome, pourvu d'une élévation “assez prononcée, vers la région antérieure et termmé en “pointe courte et arrondie. dj ds 4 Não nos occuparemos n'esta memoria dos molluscos, porque elles são “comprehendidos n'outro trabalho especial em publicação n'estes ÁxNAES. E 94 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES Antennules courtes, aplaties et pourvues de fila-. ments olfactifs. | Antennes presque aussi Jongues que le corps, gar- | nies de soies. Deuxitme article três gros, et fortement | basta! | nies de crims senlaien à Y estremitds les a paires sa 4 vantes plus longues, assez grêles, avec le dermer article . : fortement denticulé du côté ER E Les trois paires de pattes postérieures robustes, à ar- ticles courts et terminés en griffe. Yeux grands, à con- tour inégalement hexagonal. Conleur d'un blane jauná- tre mat. E Male inconnú; les six exemplaires tronvés étant des . femelles. ; Cette espece, dediée à notre eminent Zoologue Mr. 3 le Dr. Barboza du Bocage, Directeur du Muséum de Lis- bonne, habite la côte de Porto. Je Vai recueillie avec fil- let, par 20 metres de profondeur, sur fond rocheux, au nord de Leça da Palmeira en face de la plage de Boa Nova. DIAGNOSES D'ALGUMAS PLANTAS NOVAS OU POUCO CONHECIDAS “DA ILHA DA MADEIRA POR Carlos A. Menezes DICOTYLEDONEAE BORAGINEAE Gen. Echium, L. 1. E. candicans L. f. Suppl. 131; Wk. et Lge. Prodr. Fl. Hisp. II. 482; J. Hk. m Curtis! Bot. Mag. ser. à (1886) n.º 496; DC. Prodr. X. 17º? 8. Noronhae nob.— Differt a typo statura humihore et panicula laxa, breviore (6-12 em.). Dedicamos esta variedade ao nosso amigo sr. Adol- pho Cesar de Noronha, naturalista distincio a quem muito deve o estudo da fauna ornithologica e da flora “da ilha do Porto Santo. Descobrimol-a em julho de 1901 nas rochas quasi inaccessiveis perto da vereda que con- duz da Serra dos Balcões á levada do Ribeiro Frio. O typo da especie encontra-se em muitas ravinas do im- terior. ; SCROPHULARINEAE Gex. Scrophularia, L. 2, 8. Smithii Hornem. Hort. Hafn. Suppl. 68; Benth. m DC. Prodr. X. 308. — Erecta, magis mmusve hirsuta; 96 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES | caule 50-150 em. 1., acute quadrangulo, simplci aut ramoso; foliis ovato-oblongis, oblongis v. subovatis, du- plicato-dentato-crenatis serratisve, basi cordata v. sub- cordata valde inaequalibus; panicula ampla, laxe oblon- ga v. pyramidata, inferne foliata; cymis peduneulatis, laxifloris, ramis pedicellisque subglanduloso-pubescenti- “bus; bracteolis plerisque oblongis v. lanceolato=lineari- bus; calyeis lacimis ovato-orbiculatis; staminodio orbi- culari v. obovato; capsula late ovata. Ab affimibus dif- fert panicula foliata et foliis plerisque basi valde imaequa- lbus. Species polymorpha. Esta especie facil de distinguir das affins pela pa- nicula folheada e pelas folhas a mór parte das vezes bastante desiguaes na base, tem sido achada em Nossa Senhora do Monte (Mandon), nas rochas humidas da Levada do Ribeiro Frio perto da Quebrada da Azeda, e no leito da Ribeira de Santa Luzia, um pouco abaixo da queda d'agua. Muito rara. 3. 8, pallescens Lowe im tt. ad Moniz.; 5. made- rensis Mnzs. Catal. das Phanerog:. 18. — Pubescens; caule acute quadrangulo; foliis mediis et superioribus m spe- cimine unico examinato petiolatis, ovatis v. ovato-oblon- gis, duplicato-dentato-crenatis, basi cordatis, utrmque aut subtus pubescentibus; panicula aphylla, cymis pe- dunculatis, laxifloris, pedicellis calyce 2-4 plo longiori- bus ramisque subglanduloso-pubescentibus; bracteolis oblongis v. lanceolato-Imearibus; calyeis lacmis ovatis v. suborbiculatis, margine angusto; staminodio obovato, integro v. emarginato; capsula late ovata; semimibus... Valde affinis 5. Smithii Horn. a qua differt panicula aphylla, foliorum forma, etc. À Esta especie descoberta em setembro de 1864 pelo nosso fallecido amigo e distincto botanico João Maria Moniz, na Ribeira de Vasco Gil, perto do Funchal, nunca mais tornou a ser encontrada. O unico exemplar | que della possuimos, além de incompleto, acha-se bas- tante deteriorado. Ho o] 2a “ o E “ ” by . vidi t s ar É mor: 1] DOTADO o My 4 Era ne a Da Lad A ia dt > ai ac Di mao aci cd a RR dp C. A. MENEZES: DIAGNOSES D ALGUMAS PLANTAS NOVAS, ETC. 97 4. S. Moniziana Mnzs. Catal. das Phanerog. 16.-— Glabra; caule atrorubente, erecto, 1-2". 50 l., acute quadrangulo, simplci aut ramoso; foliis petiolártis, ova- tis, ovato-oblongis v. rato dama cold: basi cordatis v. subcordatis, inferioribus et mediis duplicato-crenato-den- tatis, superioribus simpliciter serratis; paniculae elonga- tae aphyllae, rare foliatae, ramis racemosis, Hextosis, pedicellisque calyce longioribus sparsim subglandulosis; bracteolis minutas, lanceolato- lnearibus ; calycis emas ovatis v. suborbiculatis, late scarioso- Rd stami- nodio amplo, suborbiculari v. obovato-suborbiculari; ca- psula parva, calyci subaequilonga; semimbus undulato- costatis. Diftert a )5. racemosa Lowe tolis duplicato-cre- nato-dentatis, basi saepius cordatis, cymarum ramis ma- gis racemosis, capsulis minoribus, etc. Cymae peduncu- latae, panei- x.-multifiorae. Corolla S. racemosae Lowe. Esta especie, publicada pela primeira vez em 1894, relembra o nome do distincto botanico e malacologo fun- chalense João Maria Moniz, nascido a 25 de julho de 1822 e fallecido a 10 de julho de 1898. Encontra-se na Levada de São Roque perto do Wunchal, e na Ribeira de João Gomes perto da origem da Levada do Bom Successo, neste ultimo sitio associada 4 S. racemosa, da qual se distingue facilmente pelos caracteres acima apontados. | 5. 8. hirta Lowe Primit. Faun. et Fl]. Maderae et P.S. 21. -— Folis cordato- oblongis, acutiusculis, excisis, argute duplicato-imeiso-serratis, utrinque fetiolis caule- que acute quadrangulo hirsutis; panicula aphylla, laxe oblonga, eymis pedunculatis, foro: ramis pedicellis- que Sliadulosd= pubescentibus ; bracteolis plerisque la- tinscule lmearibus; calycis laciniis ovato-orbiculatis; sta- minodio minuto, barato oblongo; capsula late ovata, obtusiuscula. 2. ambigua nob.; 8. hirta Benth. im DC. Prodr. X. 308. — Hirsuta vel pubescenti-hirsuta; foliis cordato- oblongis subovatisve, duplicato-serrato-crenatis; cy- 1 Ann, Sc. Nat., vol. VIII, Igor, Porto. 98 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES marum ramis pedicellisque subglanduloso-pubescent- | bus. O typo da especie encontra-se na Levada do Ri-. beiro Frio, perto da Quebrada da Azeda; a var. f. na origem da mesma levada, e na Ribeira dé Santa Luzia acima da Fundoa. AS. MR ta é uma das plantas mais raras da Madeira. Ê LABIATAÉE Gex. Eavandala., L. E Eca Cav.; Benth. im DC. Prodr. XH. 144: Wk. et Lge. Prodr. FL Hisp. II. 590. y maderensis Benth. 1. c. (sme deser.). «Rosmani- nho roxo» incolarum. — Fohis limearibus v. oblongo-l- nearibus, breviter tomentosis, subincanis, margine revo- . lutis; spicis densis, comosis, longe pedunculatis; pedun- . culis supere dense albido-villosis; folis comae viola- ceis, oblongis v. obovato-oblongis spica brevioribus;-foliis Horalibus obovatis v. cuncafis, “mucronatis, villosaio iene tosis, nervosis denticulatisque, inferi 1oribus frequenter aCu- mimatis; corollae atropurpureae tubo calycem aequan- te v. parum superante. Encontra-se nas beiras dos caminhos e por ER OS pinhaes, no caminho do Pasto em 8. Gonçalo, na Le- vada da Serra ou do Furado e entre-o Palheiro e a Choupana. Pouco frequente. O typo da especie não tem. sido achado na Madeira. MONOCOTYLEDONEA E NAIADACEAE Ges. Potamogeton, L. T. P. cuprifolius Lowe im htt. ad Moniz.; Mnzs. Ca- tal. das Phanerog. 51; P. natans Holl et Buch non L.; P. polygonifolius Coss. Catal. des pl. recueilhes par Man- don, non Pourr. — Caule ramoso, tereti; folis superio- C. A. MENEZES: DIAGNOSES D' ALGUMAS PLANTAS NOVAS ETC. 99 er od td atra ribus longe petiolatis, natantibus, ellipticis, ovatis v. oblongis, 12-17 nerviis, obtusis v. obtusiusculis, basi saepe “rotundatis v. leviter cordatis, mferioribus submer- sis, lanceolatis; spicis densis; fructibus 2 mm. long, “oblique obovatis, fuscescentibus, margine sub-acutis. An var. P. poligonifoliê Pourr.? Encontra-se nas ribeiras, charcos e levadas em E - Sant'Anna e Santo Antonio da Serra. Frequente n'estas localidades. 4 8. P. gramineus L. Sp. ed. T. 127. H. 184; Wk. et — Lge. Prodr. El. Hisp. I. 28: P. heterophyllus Sehreh. É Var. machicanus; P. machicanus Lowe im litt. ad * Moniz.; Mnzs. Catal. das Phanerog. 52; P. gramineus “var. Coss. Catal. des pl. recueilhes par Mandon; P. fui- — tans Holl non Roth. — Caule ramoso, tereti; RR sub- — messis lanceolatis linearibusve; natantibus lanceolatis, q acutis v. subacutis, T-14 nerviis, utrimque angustatis ; E pedunculs superne valde imcrassatis; fructibus (immatu- ris) parvis, margime obtusis. ; Eiconira -se na Ribeira de Santa Cruz e nas leva- das perto da villa de Machico. À forma typica não ap- parece na Madeira. E : GRAMINEAE 4 Gex. Phalaris. Lo. | RE eaernlescens Desf. Atl. 1. 56; A bulbosa Ca E Wk E Lee Lost olgou Pl Bus ET E “Var. maderensis Mnzs. Catal. das E Tt. — Radice fibrosa; enhmi 20-50 em. 1.; thyrso oblongo- -CY- ; lindrico, SRS bast interrupto; “pluúmarum alis den- E tats v. benlcte serratis; foribus pilosis. Thyrsus palh- dus v. violascens. An distincta species? g Na Madeira apparece unicamente no Ihea dos — Desembarcadomros (Ponta de 5. Lourenço). Possuímos ? tambem exemplares colhidos no Porto Santo pelo dis- À tincto naturalista sr. Adolpho Cesar de Noronha. Funchal, maio de 19083. a CATALOGO DA Colleeção de ninhos e ovos das aves que criam em Portugal, existente no Museu de Zoologia da Universidade de Coimbra PELO DR BOPES VIEIRA. Vamos apresentar e deixar aqui registada esta col- lecção, tal como ella se encontra, mas que não conse- gue ainda representar todas as especies de aves que se reproduzem em o continente do nosso paiz. Começada a organisar em 1886, quasi ao mesmo tempo que promoviamos a acquisição das aves para substituir as poucas e mal preparadas da velha collec- ção do Musen, debalde tem esperado, para vêr se podia completar-se: porque desde que se reformou e comple- tou toda a collecção de aves, teve tambem que cessar a encommenda de ninhos. Mas além d'isso, faltam na colleeção os ninhos e ovos de algumas especies, que se tornou impossivel de obter, apesar de grandes diligencias para isso empregadas. Estão n'este caso o ninho do Cipselus melba, L. ave que se vê fazer seu ninho por debaixo dos estratos de rocha, avançados sobre o abysmo do oceano, batendo 102 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES mm em baixo contra as penedias da base do promontorio da Nazareth, sem que seja humanamente possivel attingir- lhe os ninhos em taes condições! Nas mesmas condições eria alh o pombo bravo da especie pequena ou Columba livia, L.: e asssm não se conseguiu tambem chegar-lhe aos ns Outras faltas dependem da pouca felicidade dos. exploradores: está n'este caso a falta do ninho da Cetti u Cetti, pequena avesimha semelhante na côr da pluma- gem ao rouxinol, mas mais curta do que este, Esta ave vê-se facilmente à beira dos rios, ow antes saltitando pela verdura arbustiva das margens dos rios, e ferindo os ouvidos com o seu. canto estridente e repe- tido, inconfundivel com o de qualquer outra das nossas aves. Pois apesar de tudo isto, anda não lográmos al- cançar o seu ninho. ; Mas ha, a mais dos contados, os ninhos e ovos de duas especies de aves, que se não puderam determinar, à falta de indicações da localidade de provemiencia, onde tambem se desconhecia a que ave pertenciam, e à caren- cia de obra mais elucidativa, do que a de Polydore Roux, cujas gravuras são dados mmpertfeitas para po- derem esclarecer dúvidas. Julgamos, porém, conveniente publicar desde já o catalogo; não só para que elle possa sobreviver a qual- quer cata çhianão que destrua a collecção, mas até para pôr em facil evidencia as lacunas que ainda existem na collecção e despertar a vontade de as preencher. E digno de nota o modo como se tem conservado perfeitamente todos os ninhos da collecção, amda os mais plumosos e procurados pelo terrivel Anthrenus dos Museus, para alimento da sua larva, e todos os ovos; isto a despeito do prognostico que ouvimos ao fallecido naturalista José Maria Rosa de Carvalho, de Cellas, ao emprehendermos a referida collecção; o qual prophe- tisava que os ninhos seriam dentro de pouco tempo ao ii did a caça r DR. L. VIEIRA : CATALOGO DE NINHOS E OVOS DAS AVES, ETC. 103 PER SA Sia E SS o CO e destruidos pela traça e reduzidos a detritos pulverulen- E-tos. s Bastou, para desmentirmos o terrivel prognostico, ter o cuidado de conservar dentro das vitrmas e debaixo dos ninhos alguma naphtalina, nos primeiros amnos, para matar assim todos os imseetos que já vinham nos ninhos e consecutivamente as Jarvas nascidas dos ovos do mesmo insecto, que facilmente escapam á acção dos vapores da naphtalina, e os insectos perfeitos nascidos d'algumas chrysalidas escondidas. Eis a collecção : 1. Vultur monachus, L., Abutre prêto. 1 ovo sem m- nho, Mertola, maio de 1889. 2. Gyps occidentalis, Bp., Abutre loiro. 1 nimho com um ovo. Coruche. 3. Aquila chrysaetos, Brehm., Aguia real. 1 ninho com 2 ovos, Coruche, 10 de abril de 1888. 2 ovos sem nmho, Coruche, maio de 1889. 4. Aquila Adalherti, Aguia imperial. 1 ninho com 3 ovos, Coruche, 27 de março de 1888. 5. Buteo vulgaris, Bechst., Mito. 1 ninho com é ovos, Campo Maior, maio de 1886. 1 ninho com 5 ovos, Coruche, maio de 1888. 6. Milvus regalis, Briss., Milhafre de rabo de baca- lhao. 1 ninho com 2 ovos, Coruche, maio de 1880. 1 ninho com 1 ovo, Montemor, 1886. 1 ninho com 2 ovos, Coruche, 10 de abril de 1888. : 7. Falco subbuteo, L. 1 ninho com 4 ovos, Com- bra, 2 de junho de 1889. 8. Falco finnunculus, L., Pencireiro. 1 mmho com 6 ovos, Maiorca, maio de 1886. 1 ninho com 6 ovos, Coimbra, 1886. 104 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES 9. Accipiter nisus, Pall., Gavião. 1 ninho com 2 ovos, Serra do Dianteiro, 4 de junho de 1886. 1 ninho com 4 ovos, Estarrêja, 1 de junho de 1887. 10. Cireus aeruginosus, Sav. 1 ninho com 3 ovos, Coruche, 17 de maio de 1888. 11. Circus cyaneus, Boie. 1 ovo sem ninho, Campo | Maior, 19 de maio de 1888. 12. Strix fammea, L., Coruja das torres. 4 ovos, Oliveira do Conde, 24 de maio de 1888. Off. pelo Snr. João Ferraz. 7 13. Noctua minor, Briss., Mócho. 1 ninho com 3: ovos, Oliveira do Conde, 29 de maio de 1887. 1 nimho com 3 ovos, Coimbra, maio de 1889. Off. pelo Sur. M. A. Rodrigues da Silva. 14. Syrnium aluco, Brehm., Curuja do mato. 2 ovos, Consso, fevereiro de 1889. Off. paes Snr. Dr. Henriques da Silva. 15. Bubo maximus, Flem., Bufo. 5 ovos, Coruche, 17 de março de 1888. Off. pelo mesmo Snr. 16. Scops Aldrovandi, Will., Mocho de penachos. 1 m- nho com 4 ovos, Coimbra, 3 de maio de 1887. 1 ninho com 3 ovos, Coimbra, 29 de maio de 1887. 1 ninho com 4 ovos, Estarrêja, 30 de maio de 1887. 17. Picus minor, L., Pito pegueno. 1 ninho com 4 ovos, Oliveira do Conde, 28 de maio de 1887. 18. Gecinus Sharpi, Sawnd., Pito real. 3 ninho com 6 ovos, Serra do Botão, 13 de maio de 1880. 1 ninho. com 6 ovos, Combra, 30 de maio de 1886. 1 nimho com 5 ovos, Estarrêja, 30 de maio de 1887. 19. Yunx torquilla, L., Torcicollo. 1 ninho com 2 ovos, Coimbra, 18 de maio de 1887. DR, L. VIEIRA: CATALOGO DE NINHOS E OVOS DAS AVES, ETC. 105 20. Cuculus canorus, L., Cuco, varios ovos dispersos * pelos ninhos do Cartaxo, obtidos em 1886. 21. Alcedo hispida, L., Guarda rio. 1 ninho com 7 ovos, Montemór Novo, 1 de maio de 1893. 22. Merops apiaster, L., Abelharuco. 1 ninho com 7 ovos, Coruche, 18 de junho de 1888. 1 ninho com 5 — ovos, Cousso, maio de 1889. 23. Silla caesia, Mey. & Wolf., Trepadeira. 1 ninho “com 8 ovos, Abrantes, 8 de maio de 1898. j 24. Certhia brachydactyla, Brehm., Trepadeira. 4 mi- nho com 5 ovos, Serra do Dianteiro, 31 de maio de 1886. 1 ninho com 2 ovos, Commbra, 8 de junho de 18858. 25. Upupa epops, L., Pópa. 1 nimho com 2 ovos, Oliveira do Conde, 23 de maio de 1887. 6 ovos sem ni- nho, Coruche, maio de 1889. 26. Corvyus corax, L., Côrvo. 1 ninho com 5 ovos e “outro com 2, Maiorca, maio de 1886. ESSA PDDU So AE MEDE RE UN PUROS PERO VV 7 PR UN 27. Coracia gracula, Gray., Gralha de bico vermelho. 1 ninho com 4 ovos, Serra d'Aire, 1 de maio de 1888... RIA, Wap gias a 28. Pica caudata, L., Péga. 2 ninhos com,5 ovos ã a A . | cada um, e outro com 4, todos de Estarréja, e de maio - de 1881. 29. Pica cyanca, Wagl., Píga asul. 2 ninhos, cada 1 o / g ) um com 6 ovos, vindos dq Alfeite em maio de 1888. Off. E Qy , . É] o a . — pelo Snr. José Antonio de Sousa, fallecido naturalista do Museu de Lisboa. 30. Garrulus glandarius, Vieill., Gaio. 2 ninhos, cada * um com 5 ovos, Combra, maio de 1886. 1 outro, tam- É bem com 5 ovos, vindo de Estarrêja, junho de 1887. í 31. Lanius rufus, L., Picanso. 4 ninhos, cada um com 5 ovos, e todos de Coimbra ou suas immediações, colhidos em maio e junho de 1886. SNS E RO E PN PE ENT DS SP ha f , 106 “ ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES 32. Sturnus unicolor, De la Marmora, Estorninho prêto. 1 ninho com 6 ovos, Bragança, junho de 1890. 39. Passer domesticus, Briss., Pardal. 1 nmho com 8 ovos, Coimbra, maio de 1886. 1 ninho com 7 ovos, Combra, junho de 1886. 94. Passer petronca, Degland. 1 ninho com 4 ovos, Coimbra, junho de 1886. pe: 55. Ligurinus chloris, Koch., Verdelhão. 2 ninhos, cada um com 3 ovos, ambos colhidos em Combra em maio de 1886. ) 36. Frinsilla coelebs, L., Tentilhão. 1 nimho com 5 ovos, Coimbra, maio de-1884. 2 outros, cada um com / 4 ovos, tambem de Commbra e de maio e junho de 1886. + : 9%. Carduelis elegans, Steph., Pintacilgo. . à nimhos, cada um com 5 ovos, todos de Coimbra, maio e-junho 1 de 1886, E : 38. Serinus meridionais, Brisson. Serêno, Chamariz. 1 ninho com 4 ovos e ontro com 5, ambos de Coimbra, aquelle de abril de 1888, e este de maio de 1886. 39. Cannabina linota, Gray, Pintarôxo. 1 ninho com 6 ovos e outro com 5, ambos de Cobra, 28 de maio de 1886. 2 outros com 5 e com 4 ovos, ambos da Serra do Dianteiro, maio de 1886. 40. Miliaria europaca, Swains. Drigueirão, Tem-te-na raiz. 2 ninhos, um com 3, e outro com 2 ovos, ambos - vindos da Serra d' Aire. em maio de 1888. 1 outro com 4 ovos, de Extremoz, em 3 de maio de 1893. / f a a in e a A a a ld a dp 41. Emberiza cirlus, L., Siócho. 2 ninhos com 4 e. 5 ovos, ambos de Cormbra, maio de 1886. 1 ninho com 4 ovos, Oliveira do Conde, maio de 1886. t b 42. Emberiza cia, L., Sia. 1 ninho com 4 ovos e. outro com 3, ambos da Serra do Dianteiro, 13 de maio j ' Ed hum “DR L VIEIRA: CATALOGO DE NINHOS E OVOS DAS AVES, ETC. 107 “de 1886. 1 outro com 4 ovos, da Serra do Rôxo, em “1% de junho de 1888 E 43. Aula arvensis, L. Laverca. 2 ovos, julho de . 1884. 44. Aauda arborea, L. Cotovia do monte ou Canta- “ deira. 3 ninhos a 5 e 4 ovos, todos vindos da Serra do “Dianteiro em maio de 1886. 45. Mauda brachydactyla, Leisler. Cotovia gallêga. 1 “minho com 3 ovos, Campo maior, junho de 1856. . Galerida cristata, Boie. Cotovia de pópa. 3 ni- É “a com 5 e 4 ovos, todos trazidos da Serra do Dian- E em maio e junho de 1886. + A AT: Agrodroma campestris, Swains. Correirolla. 2 m- * nhos com 5 € outros 2 com 4 ovos, todos provenientes E das Serras do Roxo e Dianteiro, em junho de 1898. -á ) ; à E 48. Motacilia alba, L. Lavandeira, Arveloa branca. : 1 ninho com 5 e outro com 4 ovos, olitidos em Coimbra - em maio e junho de 1887. - 49. Motacilla sulphurea, Bechst. Arveloa amarela. 1 ninho com 3 ovos, Coimbra, abril de 1887. 1 nmho “com 4 ovos, Córtes, abril de 1887. DO. lydrobata cinclus, Gray. Melriacho. 2? ninhos, cada um com 4 ovos, provenientes de Arco de Baulhe, “em maio e junho de 1887, offerecidos pela Ex.”* Snr' D. Maria Lima Henriques. 51. Oriolus galbula, L., Papa-figos. 1 ninho com 2 “ovos, vindo de NR da Conde, em mmio de 1888. “1 outro, com 2 ovos, proveniente de Oliveira, em junho de 1887. 1 outro, dos arrabaldes de Ci 52. Turdus merula, L. Melro. 1 ninhe com 5 ovos, “Serra do Roxo, maio de 1885. 2 ontros com 4 ovos, Coimbra, maio e junho de 1886. REM DE] MD, O je vigia he (A , vi DIES PTD VE e qa VEDA 1 108 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES 53. Turdus viscivorus, L., Tordoveia. 1 ninho com - 4 ovos, Coimbra, junho de 1885. 2 outros com 3 e 4 ovos, Oliveira dá Conde, maio de 1887, off. pelo nr. TORO Ferraz. 54. Rubecula familiaris, Blyth., Pisco. 1 ninho com 6 ovos e outro com 4, Braga, abril de 1887, offerecidos pelo Snr. Dr. Souza Gomes. 1 ninho com 4 ovos, Coimbra, junho de 1891. 7 55. Philomela luscinia, Selby, Louxinol. 1 minho com 4 ovos e outro com 3, Coimbra, junho de 1886. 1 ni- nho com 3 ovos, Serra d'Aire, Pando de 1886. 56. Ruticila thytis, Brehm. Merreiro. 1 ninho com 2 ovos, Coimbra, 11 de abril de 1886. 57. Petrocincla cyanea, Key e Blas. Melro azul. 1 ninho com 1 ovo, Serra d' Ayre, 10 de junho de 1888. 2 58. Petrocincla saxatilis, Vig. Melro das rochas. 1 ni- nho com 2 ovos, Guarda, junho de 1887. 1 outro só* com 1 ovo, Serra d' Aire, junho de 1887. 59. Saxicola stapazina, Tem. Cuida, ou Queigeira. 1 ninho com 4 ovos, sendo 1 de Unco, Gn da Abbadia, 25 de maio de 1887 (. 1 outro com 3 ovos, Serra d' Aire, 10 de maio de 1888. 60. Saxicola aurita, Tem. Queigeira. 2 nimhos cada um com 5 ovos, Serra d'Aire, maio de 18858. 61. Saxicola leucura, Key e Blas, Cu-alvo. 1 só m-. nho com 1 ovo, Pinhão, julho de 1889. 62. Pratincola rubicola, Koch. Car o: ou Chasco. 2 vinhos, com 5 ovos cada um, ambos de Coimbra, maio de 1886. 63. Sylvia atricapilla, Scop. Tutines gra. 2 ninhos, cada um com 6 ovos, ambos de Coimbra, maio de 1885 ro DR. L. VIEIRA: CATALOGO DE NINHOS E OVOS DAS AVES, ETC. 109 de 1887. e 64. Prunella modularis, Vieill. Negrinha. 1 ninho * com 4 ovos, 1878, offerecido pelo Snr. Tait. 65. Curruca melanocephala, Boie, Tutinegra de papo * branco. 1 ninho com 3 ovos, Coimbra, 4 de julho de E 1886. A é > ; ko ; 66. Curruea cinerea, Brisson. 1 ninho com 5 ovos e 4 2 com 4 ovos todos da Serra do Dianteiro, maio e julho de 1886. | “67. Melisophilus provincialis, Jenins. Zo/0sa dos mattos. 1 ninho com 4 ovos, S. Pedro de Muel, 6 de junho de E 18817. 68. Hypolais polyglotta, Gerbe. Chalrêta. 4 ninho com 5 ovos, Maiorca, junho de 1886. 2 ninhos, sendo 1 com 4 e outro com 3 ovos, Coimbra, maio de 1887. x di mn; DO VE DA WS E A TA 69. Aedon galactodes. 1 ninho com 3 ovos e outro - com 1, Campo maior, julho de 1888. TO. Calamoherpe turdoides, Boie. Chinchafolles. 2 m- nhos cada um com 6 ovos, Maiorca, maio de 1887, e ou- tro com 5 ovos, da mesma proveniencia: | 71. Calamoherpe arundinacea, Boie. frowxinol dos pan- — tamos. 1 ninho com 4 ovos, Maiorca, 21 de maio de Er 1887. 72. Cisticola shoenicola, Bs. 2 ninhos, sendo 1 com 2 ovos e outro sem elles, Campo maior, 8 julho, 1888. 73. Troglodites parvulus, Koch., Carriça. 5 ninhos com ovos, Cormmbra 1887. i 74. Phyllopenuste rufa, Bp. Polosa ou Fuinha. 1 m-. nho com 4 ovos, Coimbra, 15 de junho de 1886. 1 mi- nho com 3 ovos, Córtes, 30 de maio de 18858. 110 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES = 75. Parus major, L., Chapim. 1 ninho com 8 ovos, S. Pedro de Moel, maio de 1887. 2 ninhos cada um. com 5 ovos, ambos da Serra do Roxo, junho de 1888. 76. Parus cacrulens, L. Megengra azul. 1 ninho cona 6 ovos, Serra do Roxo, 31 de maio de 1880." 1 outro: 3 com 5 ovos, da mesma proveniencia, 31 de maio de 1886. TT. Parus cristatus, L. Megengra de pôpa. 1 nmho com 5 ovos e um outro com 2 ovos, ambos vindos da Serra do Roxo, em maio e junho de 1888. 78. Acredula Irbi, Sharp. e Dress. Pabilongo. 1 ni- nho com 5 ovos, outro com 7 ovos e outro com 6 ore E todos de Coimbra, abril de 1887 e 1888. 79. Butalis grisola, Boie, Paralhão. 1 ninho com 4 ovos, Coimbra, junho de 1886. É 80. Eirundo rustica, L. Andorinha de rabos. 1 nmho com 5 ovos'e ontro com 4, ambos de Coimbra, maio de 1886. 1 ninho com 5 ovos, Oliveira do Conde, maio - de 1887. 81. Chelidon urbica, Boie, Andorinha das casas. 1 ninho com 4 ovos e outro sem ovos, ambos vindos de + Maiorca, em maio de 1886. 82. Cypselis apis, 11. Andorinhão. 1 minho com à ovos, Coimbra, 27 de maio de 1886. 1 ninho com OVOS, a 24 de maio de 1888. É nd ão 3 Caprimulgas europacas, L. Noitibó. 1 ninho com 2 ovos, E starreja, julho de 1884. 1 outro com 2 ovos, Serra a Aire, 5 de julho de 1886. 1 outro com L ovo, Coruche, 13 de junho de 1888. 84. Columba palumbas, L. Pombo torquaz. 2 mnhos, cada um com 2 ovos, e ambos dos arredores de Comm- bra e de maio de 1888. Turtur auritus, Ray, LRóla. 2 ninhos, cada um — - ES “DR. L. VIEIRA: CATALOGO DE NINHOS E OVOS DAS AVES, ETC. 111 " com 2 ovos, Coimbra, maio de 1887. 1 nimho com 2 ovos, Oliveira do Conde, 27 de maio de 1885. 86. Plerocles alchata, Licht. Ganga. 1 minho com 3 ovos, Campo Maior, julho de 1889. E ST. Plerocles arenarius, Tem. a 1 ninho com É 2ovos, Idanha a Nova, 8 de Julho de 1888. 2 ninhos, sendo 1 com 3 ovos e outro só com 1, Sê de Campo Maior e de julho de 1889. 88. Caccabis rula, Gray, Perdiz. 1 ninho com 11 ovos, Serra do Dianteiro, 23 de maio de 1880. 1 ninho com 10 ovos, Serra d' Aire, maio de 1836. “89. Starna cinerea, Bp. Charella ou 1 perdiz cinzenta. 1 ninho com 7 ovos, Bragança, 27 de junho de 1885. â 90. Coturnix communis, Bonat. Codorniz. 1 minho ; com 11 ovos, Formosélha. 1 ninho com T ovos, Corm- * ra, 1885-1886. 1 nimho com 9 ovos, Campo Maior, E 15 de junho de 1888. i = j 91. Otis tarda, L. Batarda. 3 ninhos, sendo 1 com 3 ovos, outro com 2, e outro só com 1 ovo, e todos de Campo Maior, maio de 1887 e 1888. É 92. Otis tefrax, L. Batardinha ou Cisão. 2 mmhos, * cada um com 2 ovos, e ambos de Idanha a Nova, junho —- de 1887 e 1888. 2 ninhos com 3 ovos, ambos de Cam- ] po Maior, e de maio de 1889. 93. Vedicnemus crepitans, Temm, Alcaravão. 1 mi- =, nho com 2 ovos, Campo Maior, junho de 1887. 1 ni- nho com 1 ovo, Figueira da Foz, 16 de junho de 1887. 1 minho com 2 ovos, Idanha a NA 16 de junho de 14888. : 94. Charadrius hiaticula, L. Borrélho. 1 ninho com 4 - ovos e outro com 3, ambos das immediações da Figueira 1192 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES da Foz, e de junho de 1887. 1 ninho com 3 ovos, 8. João do Campo, junho de 1887. 95. (Gallinula chloropus, Lath., Fabilla. 1 ninho com 5 ovos, Estarreja, 1884. 1 ninho com 4 ovos, Maiorca, junho de 1891. | à ovos, Coruche, 10 de abril de 1888. 96. Fulica atra, L. Galleirão. 2 ovos, sem nimho, + Maiorca, 1886. ; 97. Ardeola minnta, Bp. Garcenho. 1 ninho com 5 | ovos, 2 outros com 4 ovos cada um, todos de Maiorca, maio e junho de 1887. 4 98. Ciconia alba, Willugh. Cegônha. 1 ninho com 5 + ovos, Campo Maior, 12 de abril de 1888. I ninho com 1 99. Ciconia nigra, Gern., Cegonha preta. 1 ninho com 4 ovos, e outro com 3 ovos e ambos de Idanha a Nova, maio de 1887 e junho de 1888. | 100. Phalacrocorax cristatus, Steph., Corvo marinho. 1 ninho com 4 ovos, Berlengas, 15 de maio de 1887. 1 ninho com 5 ovos, Berlengas, 13 de junho de 1890. 101. Pulfinus cinereus, Decl. Mergulhão. 1 ninho com 1 ovo, Berlengas, junho de 1889. 102. Larus sp”. Gaivota (alguma das especies, fuscus, argentatus ou leucophacus). 1 minho com 2 ovos, julho de 1887. 2 nmhos, cada um com 3 ovos, julho de 1888, e todos alcançados nas Berlengas pelo Snr. Garcia da Silva, facultativo então residente em Peniche, que V'alh nos fez obsequiosamente a remessa. 103. Sterna anglica, Montag. (raivina. 1 nimho com 2 ovos, vindo de Estarreja em 1886. 104. Sterna hirundo, L. Gaivina. 2 ninhos, cada um com 2 ovos, vindos de Estarreja em 1885. DR. L. VIEIRA: CATALOGO DE NINHOS E OVOS DAS AVES, ETC. 113 105. Sterna minuta, DL. Gaivina. 2 ninhos, cada um com 2 ovos, obtidos de Estarreja em 1883 e 1885. 106. Anas boschas, L. Pato real. ? ninhos, sendo 1 â com 8 ovos e outro com 5, ambos de Maiorca e maio de E iss. E . 2 . Ê 107. Podiceps fluviatilis, Degl. Alçacu. 1 ninho com "| Govos, Maiorca, 6 de maio de 1891. E 108. Uria troile, Lath. Airo. 5 ovos dispersos, reti- — rados das cavidades da rocha das Berlengas e obsequio- * samente mandados em maio de 1887 pelo Snr. Garcia da Silva. e bed a a dá ai A De DR | cidlcit sita s Brito Lda Ê 8 Aun. Sc. Nat., vol. VIII, 19o1 Porto, Ceci had JD a TT CO da e ds ça vn e, e SEA ; vs Eai PR E " da Al nd a de di PLANTAS NOVAS PARA À FLORA DE PORTUGAL (2.º série) POR GONÇALO SAMPAIO II As herborisações a que procedi no norte do paiz durante o verão de 1903 levaram-me á descoberta de mais algnmas especies botanicas ainda não conhecidas na nossa flora, entre as quaes predominam, pelo numero, as do genero Rubus, cujo estudo me merece actualmente um particular interesse. Não podendo apresentar agora uma enumeração completa de todas essas especies novas para nós, pois que ainda não consegui acabar o seu estudo, limito-me a apontar as seguintes: 1. Silene legionensis, Lag. — Arredores de Bragança, na margem da estrada de Vinhaes. Em agosto de 1903 descobri a planta nas bordas do macadam, no logar indicado, a cerca de seis kilome- tros de Bragança. Era abundante e encontrava-se em floração adiantada. 116 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES “a 4 2, Rubus sulcatus, Vest. — Castro-Laboreiro, nos ar- | redores da povoação. Gerez: S. João do Campo. A planta de Castro-Laboreiro representa exacta- mente o typo especifico e distingue-se logo á primeira | vista de todas as outras congeneres pelas suas flores de petalas muito grandes e de um branco puro; a da serra. do Gerez, porém, é um pouco diversa, tanto pelo turrião menos erecto e menos sulcado como pelas flores meno- res e levissimamente roseas, quasi brancas. Uma e outra apparecem com abundancia nos logares referidos, onde as encontrei em junho e julho do anno findo. 3. Rubus Questieri, Lef. et Muell. — Povoa de La- nhoso: Calvos, S. Gens, Igreja-Nova (abundante). Gaya: Oliveira do Douro (raro). E' a fórma typica da especie, apresentando as pe- talas quasi sempre bilobadas e a inflorescencia com ra- rissimas glandulas pediculadas. 4. Rubus villicaulis, Koehl. B. beirensis, Samp. — Apenas difere do typo especi- fico pelos aculeos do turião um pouco mais fortes e mais dilatados na base, pelas folhas glabras por cima, as medias e as superiores tomento- villosas por baixo, pelas petalas mais estreitas, pelos estylletes roseos e pelos fructos ovoide-oblon- “gos. Arredores da Guarda: Mommho do Gato e margem da estrada da cidade para a estação ferro-viaria. E' uma silva muito vigorosa e encontra-se com far- tura nas localidades indicadas. Descobri-a em julho de 1903. | 5. Rubus consobrinus, Sudre.— Serra do Gerez: 8. João do Campo, nas bouças. Julho de 1905. O snr. Sudre, eminente batologista de Albi, consi- dera esta planta como pertencendo ao seu ftubus conso- de o o tdo Cad G. SAMPAIO! PLANTAS NOVAS PARA A FLORA DE PORTUGAL 117 — brinus, descripto em 1900 no «Bulletin de Y Association de Botanique» e abundante, segundo o auctor, na re- gião montanhosa e granitica do "Varn, E” uma curiosa silva, com um aspecto particular e inconfundivel. Os seus foliolos são fortemente emprega- dos e os estyletes, que se conservam brancos ou quasi na floração, tornam-se muito vermelhos depois da queda das petalas. Iructifica bem. < 6. Rubus pulcherrimus, Neum. — Serra de Castro- Laboreiro (muito abundante). Encontrei esta planta em junho do anno passado. A floração estava ainda um pouco atrazada e os ramos floridos eram quasi sempre menos desenvolvidos que os dos exemplares inglezes que possuo. E” muito fertil e a sua inflorescencia apresenta, por vezes, rarissimas glan- dulas pedicuiadas.. O auctorisado especialista snr. Moyle Rogers, a, quem enviei alguns exemplares, escreveu-me dizendo que a planta portugueza faz lembrar pelo aspecto algu- mas pequenas fórmas do R. rhamnifolius que apparecem na Inglaterra, mas que diverge d'ellas por caracteres narticulares, que a approximam do A. pulcherrimus, em que eu a filiara. Devo acrescentar que os exemplares que encontrei mais desenvolvidos conferem exactamente com os ingle- “zes e que, além disto, as descripções que conheço no X, pulcherrimus se ajustam á silva de Castro-Laboreiro até nos mais insignificantes caracteres. »” 7. Rubus Coutinhi, Samp. — Melgaço, em varias lo- calidades. Serra de Castro-Laboreiro (frequente). Monção: Olho Marinho. Serra do Gerez. Vieira, Povoa de Lanhoso: Igreja-Nova. Serra de Monte- sinho, nos baixos. Arredores da Guarda, em varias localidades. Castello de Paiva. Vallongo (raro). Bus- 118 “ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES saco, na matta (frequente e abundante, sobretudo perto da Cruz-Alta). Purião quasi sempre avermelhado, obtusamente an- guloso, de faces planas ou convexas, glabro ou provido de pellos compostos muito espaçados e armado nos angulos de aculeos medianos, dilatados na base, direitos e um pouco inclinados, entre os quaes apparecem, irregularmente, ra- ros aciculos ou pequenos aculeos tuberculosos, bem como, por vezes, uma ou outra glandula pediculada. Folhas do turão quasi todas 5-nadas, as dos ramos geralmente 3-nadas, umas e outras com os foliolos grosseiramente serreados, o terminal oval e acuminado, glabras por cima ou providas de pellos raros, muito villosas na pagina inferior, que é ge- ralmente verde mas que em casos apparece revestida de um tomento cinzento-esverdeado. Inflorescencia typicamente em panicula pyramidal e ampla, muitas vezes arqueado-pen- dida, com o eixo e os pediculos compridos, delgados e abun- dantemente villosos, com raros aculeos tenues ou aciculares e algumas glandulas pediculadas nos bordos das bracteas. Flores pequenas, com as sepalas inermes, branco-tomento- sas, munidas de curta ponta e bem reflectidas. Petalas le- vemente roseas, ás vezes quasi brancas, pequenas, estreitas e não contiguas. Estames abrancadas, egqualando os estyle- tes esverdeados ou um pouco mais curtos. Carpellos villo- sos, avortando em grande quantidade, por vezes. Fructos pequenos e adocicados. Floração precoce, desde maio até meiados de junho. Terrenos arborisados, bordas dos cam- pos e dos caminhos. E” esta interessantissima planta uma das especies de silvas mais largamente espalhadas no nosso paiz e talvez aquella que, depois do R. ulmifolius e do R. cesius, desce mais para o sul. Encontra-se desde o extremo nor- te até ao monte do Bussaco, onde é abundante, e chega talvez a Coimbra, pois que um exemplar do herbario da Universidade, colhido nos arredores d'essa cidade e at- tribuido em duvida pelos snrs. P. Coutinho e Conde de Ficalho ao R. micans não me parece que seja mais do a o a ed do e ad e a AR CU Ai ido 56 ed LÃ dc + ci Vi E 7 ia, gi lr ia 1 E "a G. SAMPAIO: PLANTAS NOVAS PARA A FLORA DE PORTUGAL 119 “que o R. Coutinhi coberto pela densa felpa devida ao ataque do Eriophyes gibbosos, Nal. Este acaro ataca quasi todas as nossas especies de silvas, mas tem uma predilecção tão notavel pela planta * acima descripta que é raro o exemplar que não offerece mais ou menos manchas, nos caules, ramos ou folhas, da pilosidade que constitue a cecidia produzida pelo animal. O Rubus Coutinhi é bastante polymorpho, variando muito em desenvolvimento segundo a estação; comtudo o seu aspecto é extremamente característico e, tanto pe- los turiões como pelas inflorescencias e flores, não póde ser nunca confundido com qualquer outra especie por- tugueza ou estrangeira. À sua tendencia para se hybri- dar é muito acentuada em todas as localidades. Pelo exame microscopico do polen e pela infecundi- dade de muitas das suas flores seria de tomar esta planta como um producto hybrido. Assim o pensou o snr. Su- dre e assim o julguei eu por algum tempo; porém o es- tudo attento que d'ella fiz, sobre o terreno, convenceu-me de que se trata de uma especie autonoma, com caracte- . res bem fixos, reproduzindo-se bem, apenas parcialmen- te infecunda, por tal fórma que, se por ventura provém de antigos cruzamentos, os seus paes desappareceram por completo da flora portugueza. A posição d'esta especie é na secção das «Silva- tici», offerecendo uma certa analogia com o R. Spren- “gel, de que, no entanto, é bem distincta e diversa, sobre- tudo pelos turiões. Foi devido a esta analogia, certa- mente, que os snrs. P. Coutinho e Conde de Ficalho classificaram como pertencendo áquella especie os exem- plares desprovidos de fragmento de turião, existente no hervario da Universidade e colhidos na matta do Bus- saco pelos snrs. Loureiro e M. Ferreira. À semelhança d'esses exemplares com o R. Sprengeli, que deve ser riscado da flora portugueza, é tanto mais enganadora quanto é certo que elles representam fórmas da sombra, 120 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES depauperadas e muito virescentes, como as que eu exa- minei e recolhi no anno passado no interior da matta. Quem vai para a Cruz-Alta encontra no cimo do monte e em logar menos assombreado grandes colonias da planta, em toda a sua robustez e desenvolvimento. Na Sociedade Broteriana foi distribuido o Jubus Coutinhi sob a denominação de R. lusitanicus, Mur. Eram exemplares que representam a fórma normal, e ti- aham 'sido colhidos em S. Gregorio (Melgaço) pelo snr. Moller. Os snrs. P. Coutinho e Conde de Ficalho filia- ram esses especimens no R. lewcostachys, enganados pela falta do turião e so pilosidade muito desenvolvida da. inflorescencia. Tenho o maximo prazer em dedicar esta especie ao «distincto professor Pereira Coutinho, como homenagem ao seu talento e á sua profisciencia, que brilhantemente tem afirmado nos seus numerosos trabalhos sobre a flora portugueza. 8. (x?) Rubus brigantinus, Samp. — Bragança: serra de Montesinho, perto da povoação. Purião robusto, verde ou um pouco avermelhado, obtu- samente anguloso ow quasi roliço, provido de wma villosi- dade curta mas abundante e armado de numerosos aculeos pequenos, mais ow menos dilatados na base, um pouco in- clinados, irregularmente dispostos e entre os quaes appare-: cem alguns aciculos e glandulas pediculadas pouco densas. Folhas do turiião 5-nadas, com o foliolo terminal oval- oblongo, rapibamente contrahido em acumen comprido, glabras ow quasi por cima e com a pagina inferior muito villosa, verde ow provida de tomento acinzentado — as dos ramos ô-nadas ou 3-nadas, com mais ow menos pellos na face superior, villosas e verdes por baixo, com excepção das superiores, que offerecem um tomento acinzentado. Inflores- cencia pyramidal ou sub-cylindrica, obtusa, com pediculos curtos, aciculados e munidos de algumas glandulas peda- culadas. Sepalas branco-tomentosas, inermes, lanceoladas, G. SAMPAIO: PLANTAS NOVAS PARA A FLORA DE PORTUGAL 121 -com ponta comprida e reflectidas. Petalas grandes, estrei- tas, brancas ow levemente roseas. Estames numerosos, exce- dendo muito ou pouco os est; yletes esverdeados. Carpellos glabros, ou quasi, muito ferteis. Fructos grandes, agr údo- ces. Bordas dos campos. E” possivel que esta planta não passe de um hybri- do fecundo do R. Genevieri, que se encontra na região, por outra especie. Não o posso afirmar, porém, com se- gurança, pois que nem o encontrei variando nos seus caracteres, nem muitos d'elles se podem explicar pelo cruzamento do R. Genevieri por outro qualquer dos Ru- bus que appareceram em Montesinho e proximidades. Segundo o snr. Moyle Rogers nada ha na Inglaterra que se lhe identifique, e o snr. Sudre, comquanto não exclua a hypothese que a considera como um producto hybrido do R. Genevieri, acha a planta muito interes- sante e approxima-a dos ft. militaras, R. adenanthus, R. laevigatus, etc. 9. Rubus Genevieri, Bor. — Bragança: estrada de Vi- nhaes. Serra de Montesinho (abundante nos logares frescos, desde os baixos até ao cimo da serra). Encontrei esta bella especie em agosto de 1903. Já ni : tinha sido colhida na Gralliza, ha poucos annos, pelo dis- tincto botanico P.e Baltazar Merino, não longe da fron- teira portugueza, para os lados de Verin. 10. Rubus Kochleri, Veihe. £. gerezianus, Samp. — Difrere muito do typo especifi- co pelo turião mais anguloso e de villosidade mais abundante, pelas folhas villosas por cima e muito lustrosas, pelas sepalas mais ou menos erectas na maturação, pelas petalas sempre brancas e pelos fructos pequenos. Serra do Gerez: Ponte de Maceira, Ponte-Feia, Geira, etc., nos logares frescos e sombrios. Julho de 1903. No Herbario da Universidade de Coimbra existe 122 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES um exemplar d'esta curiosa silva, colhido na Ponte Feia, em julho de 1884, pelo snr. A. Moller, exemplar sem fragmento do turião e que foi referido, em duvida, pelo snr. Pereira Coutinho e Conde de Ficalho ao R. hirtus, juntamente com outro exemplar de um Rubus apanhado em Trancoso pelo snr. M. Ferreira. Tendo eu examinado estas plantas cheguei á con- clusão ! do que ellas pertenciam talvez ao KR. pallidus, visto a flagrante semelhança que o especimen de Tran- coso offerece com esta ultima especie. Ássim o julgo anda no que diz respeito a tal especimen; no respei- tante, porém, á planta do Gerez — cujas differenças com o exemplar beirão me não passaram desapercebidas — modifiquei por completo o meu parecer logo que, em Julho do anno findo, pude examinar em vivo numerosos individuos. A silva gereziana constitue, sem duvida, —e é esta a valiosa opinião do professor Sudre —uma fórma do fi. Koehleri, ligando-se ao typo por outras fórmas já co- nhecidas e descriptas. 11. Epilobium collinum, Gmel. — Melgaço: entre Alcobaça e S. Gregorio. Serra de Castro-Laborei- ro. Vieira: entre Rio Caldo e Caniçada. Junho e Julho de 1908. Não é planta abundante em qualquer das regiões “indicadas. - 12. Angelica laevis, Gay. — Serra de Castro-Labo- reiro (abundante nos prados, desde Alcobaça até ao cimo da serra). Junho de 1908. Eº uma bella especie, de folhas luzidias e flores ama- relladas. Apenas encontrei dous exemplares em fructifi- cação perfeita. 1 Ann, de Sc. Nat., vol. vir, pag. 12. ! bs aid dc Sd 3 e dd io a tai = A d add de ESBOÇO D'UM CALENDÁRIO DA FLORA DOS ARREDORES DO PORTO POR EDWIN J. JOHNSTON Supplemento ao artigo publicado nos 1.º5, 2.º e 3.º volumes d'estes «Annaes» Nota preliminar Este artigo é a continuação do que foi publicado” n'esta revista sob o mesmo titulo. Como foi previsto (An- naes, vol. 1, p. 5) as lacunas não podiam deixar de ser numerosas, e por Isso procuro, por este meio, preen- chel-as (pelo menos parcialmente), tornando assim estes pequenos trabalhos um pouco menos incompletos. Tem havido diversas observações novas, e o resul- tado das mesmas acha-se resumido na seguinte lista, que consta de muitas plantas, cujos nomes não appare- ciam nas listas anteriores, além de varios additamentos ás localidades. Espero, mais tarde, conseguir accumular os elementos que são precisos para a coordenação de outros supplementos, em continuação d'esta mesma ta- refa. lo4 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES Fevereiro PLATYCAPNOS SPICATUS, BernH. Hab. — Num campo ao norte de Perafita. Em Abril vi esta planta em flôr nas proximidades de Atães. VIBURNUM TINUS, L. Hab. — Margem esquerda do rio Ferreira, ao sul de Vallongo. FRAXINUS ANGUSTIFOLIA, Van. Hab. — Alfena, nas proximidades do rio Leça. Março ANEMONE PALMATA, L. Hab. — Nos pinhaes, nas proximidades de Alfena. GERANIUM MOLLE, L. Hab. — Custoias, Santa Cruz do Bispo e outras lo- calidades, nas margens das estradas, nos campos e ata- lhos. SPERGULA ARVENSIS, L. Fab. — Nos campos. Commum. PYRUS COMMUNIS, L. Hab. — Leça do Balio, Quinta do Bispo e Vallada- res, nos pinhaes. TILLAEA MUSCOSA, L. Hab. — Serra do Pilar, Ermezinde, Foz, Boa Nova e Leça da Palmeira, nas margens das estradas e em terras sêéccas e incultas. HYPOCHAERIS GLABRA, L. Hab. — Custoias (ao poente), Perafita, Castello do PAR RT, a dideici aci sa O À Dora ii pt a E K io R E E 8 no + JOHNSTON: FLORA DOS ARREDORES DO PORTO 12 o Queijo (ao nascente) e na estrada de Ermezinde, em ter- ras séccas, areentas ou aaa SENECIO LIVIDUS, Hab. — Cruz da Ei Ss. Gens e Avintes, nos muros e nas pedreiras. ANTHEMIS ARVENSIS, L Hab. —S. Gens, Custoias, Perafita e varios outros lugares. Abundante nos campos. STACHYS ARVENSIS, L Hab. — Ao sul de 5. “Gens; na Quinta do Bispo, e em Perafita, nos campos. - LAMIUM PURPUREUM, L. Hab. — Custoias, nos campos. ARMERIA PUBIGERA, Borss. Fab. — Boa Nova, nos rochedos. URTICA MEMBRANÁCEA, Porr. Hab. — Villa Nova de Gaya e Porto, nos atalhos. CALLITRICHE STAGNALIS, Scor. Hab. — Custoias; Santa Cr do Bispo; e entré é Snita Cruz do Bispo e Leça da Palmeira, nas vallas e nas margens das estradas. | SALIX REPENS, L. Hab. — Desde a Memoria do desembarque do Exer- cito Libertador até Boa Nova, em terras humidas. PINUS PINASTER, Arr. Pinheiro bravo. Hab. — Abundante em muitas localidades. MIBORA VERNA, P. B. Hab. — Custoias, Perafita, S. Mamede de Infesta e ao sul da Boa Nova, nos campos. 126 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES Notas EXPHORBIA SEGETALIS, L. (Calendario, p. 10). Hab. — Acrescentar: Pastelleira e Santa Anna de Leça. ; MELANDRYUM PRATENSD, Ronr. E' o LYCHNIS DICLINIS, Lac. Veja-se o artigo do snr. Gonçalo Sampaio, «Plantas novas para a flora de Portugal», nos Annaes das Sciencias Naturaes, vol. VI. Hab. — Acrescentar: Serra do Pilar e Quinta do Bispo, nos rochedos graniticos. GLYCERIA FLUITANS, R. Br. (Calendario, II, 33). Hab. — Acrescentar: Custoias e Santa Cruz do Bispo, nos ribeiros. . ANTHOXANTHUM ODORATUM, L. (Calendario, II, 33). Hab. — Acrescentar: Custoias, Santa Cruz do Bispo, S. Pedro da Cova e outras localidades, nos campos. Temos mais: BRASSICA CHEIRANTHIFLORA, D. €. Hab. — Nas praias ao norte de Leça da Palmeira. A descripção no «Prodromus» de Lange & Wilkomm da B. Tournefortii confere com esta planta, que não é a B. Tournefortii descripta por De Candolle. ERODIUM JACQUINIANUM, FrscH er Mer. Fab. — O mesmo que o da ultima especie. VERONICA HEDERAEFOLIA, L. Hab. — Entre Villarmnha e Mattozinhos, nas margens da estrada de Leça. POA BULBOSA, L. Hab. —-Entre Alfena e Vallongo, e ao sul de Val- longo, nas margens do rio Ferreira. E Tua ” a, x A / ia dd N PRIMO e es par E a fes e RO o A ay lgaa fd cod sd À na a e Aa o ea Sa E DO a ANS q A cid Dia a q A ires ia dead fi O in JOHNSTON: FLORA DOS ARREDORES DO PORTO 127 Abril RANUNCULUS HOLLIANUS, Rercas (R. suborbicu- latus, FREYN). Hab. — Serra do Pilar, e Milheiroz, na margem es- querda (sul) do rio Leça. HYPECOUM GRANDIFLORUM, BexrH. Hab. — Areal de Avintes. POLYGALA VULGARIS, L. Hab. — Boa Nova, Leça da Palmeira, Alfena e entre o Alto da Bandeira e Avintes. Não é rara nos pinhaes e tojaes. VIOLA TRICOLOR, L. Hab. — No Areinho, e nas proximidades de Atães. TAMARIX GALLICA, L. Hab. — Na margem direita do rio Douro, entre Val- bom e o rio Souza. MOENCHIA ERECTA, FL. Werr. Hab. — Serra do Pilar; Leça do Balio; entre o Alto da Bandeira e Avintes, e na estrada de Alfena a Val- longo, em terras sêccas. ACER PSEUDO-PLATANUS, L. Hab. — Nas margens do rio Leça, ao norte de Leça do Balio, e ao nascente da Quinta do Bispo (Santa Cruz do Bispo). ERODIUM BOTRYS, Berro. Hab. — Serra do Pilar e nos campos ao norte da es- trada da Boa-Vista. GERANIUM DISSECTUM, L. Hab. — Rio Tinto, Leça da Palmeira, Leça do Balio e eres localidades, nos campos e nas margens das es- tradas. 128 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES TRIFOLIUM SUBTERRANEUM, L. Hab. — Vulgar nas margens das estradas. TRIFOLIUM RESUPINATUM, L. Hab. — Foz, nas proximidades do mar, e nas estra- das; Alto da Bandeira a Avintes, Boa Vista, e de S. Ma- mede de Infesta a S. Gens. ULEX SPARTIOIDES, Wes. Hab. — Ao norte de Ovar, em terras areentas. SAROTHAMNUS PATENS, Wezs. Hab. — Nas margens do rio Ferreira, ao sul de Val- | longo: ao nascente da estação de Campanhã; nas mar- gens do rio Leça, em Leça do Balio, em Santa Cruz do Bispo, e ao nascente de Leça da Palmeira em terrenos sêccos e rochedos gramticos. Abundante em muitas lo- calidades. MESEMBRYANTHEMUM GLAUCUM, L. Hab. — Nas areias ao norte de Espinho. RHAGADIOLUS STELLATUS, D. €. Hab. — Nas proximidades de Atães, margem direita (norte) do rio Douro. ERYTHRAEA CHLOODES, Gr. Gopr. Hab. —N. E. do Castello so Queijo; Boa Nova; e mais ao norte, em terras areentas, nas proximidades da praia. ERICA ARBOREA, L. Hab. — Serra do Pilar, e ao norte de S. Cosme, em terrenos e atalhos humidos. LINARIA TOURNEFORTII, Lee. Hab. — Areinho (nas areas); Rua da Restauração e Rua da Alegria, nos rochedos. CENTAUREA ASPERA, L. Hab. — Foz, nas areias, perto do Castello. o Sa E A dia 7” (e E to y JOHNSTON. FLORA DOS ARREDORES DO PORTO 129 MUSCARI COMOSUM, Mu. Hab. —Nos campos, ao nascente de Ovar. CAREX DIVULSA, Goopn. Hab. — Arrabida; Pastelleira (Foz); Candal e ao nas- cente da Fonte da Vinha (margem esquerda do Douro); nos atalhos e nas margens das estradas. CAREX PANICULATA, L. Hab. — Mattozinhos, ao nascente da fabrica do gaz; ao sul de S. Gens, e ao poente de Valladares, em terre- nos pantanosos. CAREX ARENARIA, L. — Hab. —Lavadores, e ao norte de Leça da Palmeira, nas praias. AIRA PRAECOX, L. Hab. — Santa Cruz do Bispo, em terrenos sêccos. ATIRA CARYOPHYLLACEA, L. Hab. — Ao norte de Custoias, nas margens do cami- nho de ferro, em terrenos sêccos. ANDROPOGUN HIRTUM, L. | Hab. — Ao nascente de Massarellos, nos muros dos caes; Rua da Restauração: e na Arrabida, nos roche- dos, — GAUDINIA FRAGILIS, P. B. Hab. — Ao norte de Valladares, nas margens da es- trada, é nas proximidades de Avintes, perto do rio, em terrenos sêccos. CYNOSURUS AUREUS, L.- Hab. — Margens do Douro, perto do Seminario. Continuam em fôr em Abril: SAROTHAMNUS GRANDIFLORUS, Wesp. HALIMIUM LIBANOTIS, Lex. 9 Ann. Sc. Nat., vol. VIII, Igor, Porto 130 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES PLATYCAPNOS Sa BerxH. (Veja-se Feve- reiro). Maio RANUNCULUS ADSCENDENS, Bror. Hab. — Leça do Balio e Alfena, nas margens do rio Leça; Santa Cruz do Bispo e entre S. Gens e a estrada de Leça, nas margens do caminho de ferro, em pinhaes humidos. RANUNCULUS HOLOLEUCUS, Lroyv. Hab. — Ao sul de Vallongo, n'um ribeiro que fica perto do Chão do Cavallo Morto. CORYDALIS CLAVICULATA, D. €. Hab. — Entre a Quinta da Formiga e Ermezinde; ao sul de Alheira Baixa, proximo da margem esquerda do rio, Avintes; e entre AT e Agrella, perto do rio neem nas sebes. SAROTHAMNUS SCOPARIUS, Kocn. Hab. —Nos pinhaes, proximos da Fonte da Moura; e ao norte da (Quinta do Bispo, proximo á ponte por cima do caminho de ferro. LUPINUS LUTEUS, L. Hab.— Ao poente de Valladares, proximo a uns moi- nhos de vento, e perto do apeadeiro de Custoias. SAXIFRAGA CLUSII, Gou. var. PROPAGINEA, LGE. Hab. — Serra do Pilar, nos rochedos. OROBANCHE HEDERAE, Duz.? Hab.— Villa Nova de Gaya (Rua dos Queimados) « e Entre Quintas (Quinta da Capella). Parasitica na hera, ANTIRRHINUM ORONTIUM, L. Hab. —Custoias, perto do apeadeiro. dn RR las JOHNSTON: FLORA DOS ARREDORES DO PORTO 131 SCILLA VERNA, L. Hab. —Chão do Cavallo Morto, perto do rio Ferreira: CAREX ECHINATA, Murr. Fab. —Ao poente de Alfena, em arrelvados humidos. CAREX SETIFOLIA, Gonr. Hab. — Margens do rio Douro, ao nascente da Fonte da Vinha. PSAMMA ARENARIA, R. 8. Hab. —Nas areias das praias, de ambos os lados do rio Douro. Abundante. AGROSTIS ALBA, Scnrap. Hab. — Vila Nova de Gaya, nos atalhos; entre a Memoria e Boa Nova, em terras humidas. ARRHENATHERUM PALLENS, Lx. Hub. —S. Gens; Custoias; Perafita; Serra de Val- longo e Valladares: nos tojaes e pinhaes. POA TRIVIALIS, L. Hab. — Ao sul de Lavadores; Mattozimhos; e Que- brantões, nos lameiros. AITROPSIS GLOBOSA, Desyv. Hab. — Quinta do Bispo, em terras sêccas, e entre S. Cosme e a Serra de Vallongo, nos montes. Continuam em fôr em Maio: TAMARIX GALLICA, L. MESEMBRYANTHEMUM GLAUCUM, L. SAROTHAMNUS GRANDIFLORUS, Wesp. SAROTHAMNUS PATENS, Wes. LYCHNIS DICLINIS, Lac. (Veja-se a nota em Março). TRIFOLIUM SUBTERRANEUM, L. Notas. — Em Maio ou Junho deve estar em flôr o LILIUM 132 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES — MARTAGON, L., descoberto pelo snr. oie Sampaio entre Crestuma e a Quinta da Graceira. ORCHIS INCARNATA, L. (Annaes, vol. 1. p, 185). Acres- centar ao Hab.: N'uns lameiros ao sul da Memoria do Desembar- que do Exercito Libertador. .- Junho SILENE NICAEENSIS, ALL. Hab. — Nas areias ao norte de Espinho. SAGINA PROCUMBENS, L. Hab. — Abundante em muitos logares, nos muros hu- midos. É “VICIA ATROPURPUREA, Desr.? Hab. — Granja e Valladares, nos campos. LYTHRUM HYSSOPIFOLIUM, L. Hab. — Ao norte de Espinho, nas margens da estra- da, e mais ao norte, ao nascente da Praia de Valladares,, em terra humida. BULLIARDA VAILLANTII, D. €. Hab. — Lavadores, na superficie dos rochedos que ficam ao norte da praia. GALIUM APAÁRINE, L. Hab. —Leça do Balio; Moreira; ao poente da Villa- rmha (estrada de Leça da Palmeira), e outras localida- des, nas sebes. CHAEROPHYLLUM ANTHRISCUS, Lam. Hab. —Leça do Balio, ao nascente da Ponte da Pe- dra; e na Quinta do Bispo, nas sebes. HYDROCOTYLE BONARIENSIS, D. €. Hab. --Mattozinhos, proximo do mar, em terras PARE tanosas ou ar centas. PE PSA qu EAN UR ; ra, ido JOHNSTON. FLORA DOS ARREDORES DO PORTO . 133 EUPHORBIA PARALIAS, L. Hab. —Nas areias do littoral. Abundante. QUERCUS SUBER, L. (Sobreiro). Hab — Santa Cruz do Bispo; Vallongo; Alfena, e ou- tras localidades, ás vezes plantado. DACTYLIS GLOMERATA, L. Hab. — Nas margens das estradas e dos campos. Abundante. | MOLINIA CAERULEA, MorexcH. Hab. —De S. Gens até Custoias, nas margens do caminho de ferro. LEPTURUS INCURVATUS, Tri. Hab. — Boa Nova, em terras areentas ao nascente da capella. 7 POLYPOGON MARITIMUM, L. Hab. —Nas areias ao sul de Villa do Conde. POLYPOGON MONSPELIENSIS, Desr. Hab. —Granja, nas margens da estrada para Espi- nho. € Julho CLEMATIS VITICELLA, L., var. campaniflora, Prodr. FI. Hisp. (C. campaniflora, Bror.). Hab. — Margens do Douró, entre Crestuma e a Quin- ta da Graceira. MELILOTUS ALBA, L. “Hab. — Margens do Douro, entre Crestuma e a quin- ta da Graceira. 134 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES + LACTUCA VIROSA, L. 7 Hab. — Villa Nova de Gaya, nas proximidades da Quinta da Lavandeira, e nas margens do rio Leça, ao nascente de Santa Cruz do Bispo. HELMINTHIA ECHIOIDES, Garrn. * Hab. — Leça da Palmeira; Massarellos e proximida- | des do Palacio de Crystal. Plantas avulsas. PULICARIA ARÁBICA, Csss., var. hispanica, Boss. Hab. —Nas margens do Douro; em Villa Nova de Gaya, no Áreinho, e na foz do rio Souza. VINCETOXICUM NIGRUM, MozxcH. Hab. — Nas margens do rio Ra ao poente de Crestuma. Agosto CHONDRILLA JUNCEA, L. Hab. —No Areinho. | ORIGANUM VIRENS, Horrm. er Link. Hab. —Nas margens do Douro, ao nascente da Fonte E Vinha. MENTHA AQUATICA, L., var. glabrata, Benz. (M. citrata, BHRH.). Hab. — Ao norte de Boa Nova (Leça da Palmeira) nos arrelvados humidos. AMARANTUS RETROFLEXUS, L.? | Hab. —Valladares, nos campos ao norte da estação, e ao nascente de Leça da Palmeira, em terras cultivadas. KILLINGIA MONOCEPHALA, W. Hab. —Nas margens do Douro, entre Foz e Massa- | rellos, e nos arrelvados do jardim da Cordoaria. Planta das Indias Orientaes, Nova Hollanda, etc. Í | A EA q mpi a ii grs a Lo o Ai e A gd É AN E a a e JOHNSTON: FLORA DOS ARREDORES DO PORTO 135 ANDROPOGON ISCHAEMUM, L. Hab. —Fonte da Vinha, nas margens do Douro. Outubro ATRIPLEX PATULA, L. Hab. — Nas proximidades da praia, em Villa do Conde, e Guarda (perto de Perafita). Em Setembro e nos restantes dous mezes do anno não tenho, Por emquanto, mais que notar. EMENDA CENTAUREA SPHAEROCEPHALA, L.. (T, 89 d'estes Annaes) deve ser CENTAUREA POLYACANTHA, W. Notas Aos habitats Já indicados tenho que acrescentar: PLANTAGO BELLARDI, Art. Ao sul de Lavadores, numas planicies, perto da praia. TRIFOLIUM STELLATUM, L. Na margem esquerda (sul) do Dour 9; perto da fabrica de louça, no alto da subida. KOHLRAUSCHIA PROLIF ERA, Krn. Na Arrabida (entre Massarellos e Foz). TRIFOLIUM MINUS, Sm., e TRIFOLIUM PROCUM- BENS, L. (FL. Surc.). Ambos entre Guarda e Leça da Palmeira, nas margens das estradas. 136 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES TRIFOLIUM ARVENSE, L. Ao sul de Lavadores, nos campos perto do Plantago Bellardi, L., acima refe- rido. SPIRAEA ULMARIA, L. Nas margens do Douro, ao nascente da Quinta da Graceira. CIRCAEA LUTETIANA, L. Entre Quintas (Quinta do Meio). PHALARIS ARUNDINACEA, L. Abundante ao sul de Ovar. ILLECEBRUM VERTICILLATUM, L. Entre Perafita e S. Clemente, nas margens das estradas. EUPHORBIA DULCIS, L. Margens do rio Leça, nas proximidades de Alfena. CLEMATIS VITALBA, L. Margens do Douro, ao poen- te de Crestuma. INDICE NOTA. — O signal % significa que a respectiva planta já consta do artigo anterior mas que ha agora novas observações com referencia à mesma. Ater Psendo-platands, L. Du ii a a Agrostis alba, SCHBAD: se Ds sr Se. e a Aira caryophyllatea” Ei”. e Cena Ss a Ara praccox, Ei E Sc qc CE cap RD Airópsis globósa, DESV.« CE ava o se e SS Amaárantis retrolexus, Ei? Las A Sra Andropogon Ischaemam,-L. cs ce Cs selcião ds ne a » Morin E A AS pe AO Ra 129 Anemone palmáta; Tu «na nie ao sa pes RS Ras N 4 ; AN AR 4 + Ste a ç E; ER , . é he * -: AI po: 7 nei PERDE Pe ç f & Ads tia , Ls Db d . al N do 4 a 25 fer adaás é 2a cod ra 4 ci ne picado " : d ih its q sab a e E ) =” Deiy ia! Eadodd ” ad s ag: do dc | da a lo Sl A Ad Err db ie Ta RAD dd ad fd po ed a O JOHNSTON: FLORA DOS ARREDORES DO PORTO Anthemis arvensis, L. . . cc. Anthoxanthum odoratum, L.. . +. Antirrbinum Orontium, L. +. vc cs Armeria pubigera, Boss. Ea É agi era Arrhenatherum pallens, Lx. . Atriplex patula, L. Brassica cheiranthiflora, D. €. Bulliarda Vaillantii, D. O. +. Callitriche stagnalis, ScoP. +. . vc. Carex arenaria, L. . » divulsa, GooD.. . . . » echinata, MurR. . » —paniculata, L. » -setifolia, Conte ESSA ERo Ts Centaurea aspera, L. ES ag Ca ca » dana: VE rr ts » sphaerocephala, L. . . Chaerophyllum Anthriscus, Lam. . . Chondrilla jnncea, Li. >. += cs ss e titonca Intótiana; E. > 2 Go ds Clematis Vitalba, L. +. . ... ELAS Clematis Viticella, L., var. RE Bror. especie)... e Corydalis claviculata, D. C. E sand RA Cynosurus aureus, L.. +... . «wo E E Pe SOS a oa Enegantbdtes [ss CE ac tás cera Erodium Botrys, BERTOL. e » Jacquinianum, FíscH. ET Mer. EA Erythraea chloodes, Gr. Gopr. . Euphorbia duleis, L. . +. Mada aERDMSS PE= o est er e» a » segetalis, L. Fraxinus angustifolia, VAHL. +. +. cc. Galium Aparine, L. Gaudinia fragilis, P. B. Geranium dissectum, L. . . 2... + -—- (como 137 125 126 130 125 131 135 126 132 125 129 129 131 129 131 128 135 135 132 134 136 136 133: 130 129 133 128 127 126 )28 136 133 126 124 132 129 127 138 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES Gerapinm mole, Ei 24 o CA 4 Glyceria fuitans, R. BE Cu es e r Pe DE Haliminm Libanotis, Lar... crie Sec ca /é da RA ZA Helminthia echioides, GARTN. + . sv 0 0. 0 + 134 Hydrocotyle Bonariensis, D. C. . . . + «132 Hypecoum grandiflorum, BENtH. . . 2 0 cc 127 Eypochaetis glabra, is sc 0, O apra as se ar “ Hlecebram verticilatam, Ji so = Cia E e 136 | Kilingia monocephala, W.- cas do g 4 Kohlrauschia prolifera, KTH..' + e ars 135 À Lactuca Virosas a Do Go Caso NEN LR E Laminm: porpirenga Les 0 pia a Peba RA RR ap Lepturisincurvatus, JÉRIN. =. a. set o Ao o ça EliumaMattagon; Les cas SD ss Adonis Tinaria Dourmetortil, Lan; = + sora a LE Eupints Juténs Des ss ER Ra ea o cas Lychnis'dielinis; Lixe: Casca ce a Pr pi Lythram hyssopifolium; sa Lts cas o a + Melandryum pratense, RoHL.? . +. coco a 126 Melilotus alba, L.. . .. E ro bg RA Mentha aquatica, L. var. SRA a Ro Ro ra | > vs cibrata, ERRO ar Dad da SE GENE 134 8 Mesembryanthemum glaucum, E RIDE SIA pi pla 198- 1312: Mibpra-verna; DE nl E ua ço a 125 : Moenchia erecta, Ft. WEI... +. cv LS a 27. A Molínia-cacrúlea, MoENcH- «voc cb emu Da Musecari comosum, MILE... 05 1 e e SU PRTOS a: Orchis Incarnata, Ju ss. REA RGR O DE Ds ph Le Te pur o) Origanum virens, Hrrm. ET Ti SiS e Roo o Pes EE a O E Orobahche hederae, Dus.2i Cia ans ço rec e o x « Phalaris arundinacea, L.. =» 4 E Re daG Pinus Pimastér, Aim 1 is VD AD ga 1 pa SR : +“Plantago Bellardi;/AunS As ET as 135 à Platycapnos spicatus, BERNH. . +. cc 0. 194. 130 Poa buúlbosa, Lu. o aa EO qe aro TERES RR CARD » -trivialiss 0 Sl as DU Dr a so ca oca e De RR Polygala vulgaris; To soa UND A GR ta MR o OG a a DRA DEAD JOHNSTON: FLORA DOS ARREDORES DO POBTO 139 Polypogon maritimiúm, L.. . +. ce. Papa ep » monspeliensis, Desr. . RCE 1 is Psamma arenaria, R. S. . .. ads te: Pulicaria arabica, Cass., var. hispanica, Bon 134 Pyrus communis, L. . . .. RR 6 Quercus suber, L. a ad? 133 Ranunculus adscendens, BroT. . +... 2... 130 » Hollianus, Rercwm. (R. suborbiculatus, FREYN.) 127 » hololencia:SEmos Da Ss e 130 ias amolna stellatus; DOC ss ro Pr ecnss ses PAS parina proeumbéns, Li == sos. es 32 Salix repens, LD. . =. SER os UR a 125 « Sarothamnus grandiflorus, nn 129- EST » patens, WEBB. . 128-131 » SCOPanias AMOCH: Cu eds 130 Saxifraga Clusii Gou. var. propaginea, Lc. E ESTÃO Scilla verna, L. : Rei O É Senecio lividus, L. . ... ORNE 5 4io Silene Nicaeensis, ALL. . . . 132 Spergula arvensis, L.. .. 124 AE SS DIRaEa Winafia; Lu seua LE a EM di o 136 Revo arvensia EN cont ssa cep a 125 Emas o antunes Es ag 197- fode Tillaea muscosa, L. 1924. * Trifolium arvense, L.. 136 » minus, SM, .« + Pp Ee a e RA 135 » procumbens, L. FL. ui 135 » resupinatum, L. 128 x » sto tataino Fes a RR dim e 135 » Bnpierranenna Lo Sr a SS dps Sa 128- 131 Ulex spartioides, WEBB. . +. . . rios: etica membranacea; POLE: Msc cai e 25 Veronica hederaefolia, L. | o PO RDI EIRUSS Dio ce RN org DER E E rn SO pila po o AE Niceia atropurpntea; Desm. 2 css rsss. 132 Vincetoxicum nigrum, MOENCH. +. . +. . 134 REIoTA tErColOr Ee tos ros EO o ão ER a gro É E MOLLUSQUES ET BRACHIOPODES DU PORTUGAL “PAR AUGUSTO NOBRE (Suite) 1 Fam. PATELLIDAE Patella, (Lister), Linné Patella vulgata, Linné Patella vulgata, L. — Lamk., An. sans vert., t, VII, p. 535 [2me éd., Desh.] (1836) — Jeffreys, Brith. conch., v. HI, p. 236, pl. 58, £ 1-2 (1865) — Hidalgo, Mol. mar., pl. 52, Í. 1-8; pl. 53, f. 7-8 (1870) — Sars, Moll. Norv., p. 118 (1878) —Nobre, Moll. Noroeste Portugal, p. 25 (1884); Faune conchyl, p. 439 (Instituto, 1886) —Kobelt, Prod. moll. europ., p. 270 (1886-87) — Carus, Prod. faun. médit., v. II, p. 234 (1889-93). Hab. :— Três abondante sur les rochers de toute la côte occidentale et méridionale. Assez variable dans la forme. Nom vulg.— Lapa, Edule. Patella athletica, Bean Patella athletica, Bean — Sowerby, Ill. Br. shells, pl. X, f. 19 (1859) — Nobre, Moll. N. O., p. 25 (1384). Patella tarentina, Lamarck — Kobelt, Prod. moll. europ., p. 271 (1886-87) —Nobre, Faune conchy'l., p. 439 (Instituto, 1886); Faune Tage et Sado, p. 31 (1886) —Carus, Prod. faun. médit., v. II, p. 235 (1889-938). mm (2?) «Ann. de Sc. Nat.», vol. vi, 1900, p. 140. 1492 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES Patella aspera, Lamarck., An sans vert., v. VII, p, 529, 2me Desh. (1836) —Hidalgo, Mol. mar., pl. 53, 1. 1,2, 56 (1870). Patella cxrulea, [.., var. aspera, Lamk., Bucquoy, Dautzenberg et Dollfus, Moll. du Rouss., v. I, p. 415. pl. LX, f-6 (1866). Hab. : Cótes occ, et merid.— Assez commune sur les rochers. Nom vulg.— Lapa, Édule. Patella lusitanica, (Gmelin) Patella lusitanica, Gmelin—Philippi, En. moll. Sicil., v. I, p. 10; v. II, p. 84 (1536-44) —Hidalgo, Moll. mar., pl. 51, f. 3-8 (1870) —-Nobre, Moll. N. O., p. 13 (1844); Faune conchyl, p. 439 (Instituto, 1886) —Bucg. Dautz. et Dollf., Moll. du Rouss., v. 1, p. 469, pl. 57, f. 1-10 1886) — Ko- belt, Prod. moll. europ., p. 271 (1886-87)—Nobre, Faune malac., p. 31 (1886)—Carus, Prod. faun. médit., v. II, p. 235 (1889-93). Patella punctata, Lamk. —Payraudeau, Moll. de Corse, p. 88. » pl. III, f. 6-8 (1826) —Lamarck, An. sans vert., v. VII, p. 537, 2me éd, Desh. (1836). : Patella nigro-punctata, Reeve, Conch. icon., (s. Patella), pl. XXIII, f. 57 (1854). | Hab. : Cóte occ.—Rare dans le nord du pays, ou nous n'avons ren- -contré que des specimens roulés. Á Nazareth nous avons trouvé des exem- plaires vivants, sur les blocs détachés des falaises, au nord du village, et qui découvrent aux marées ordinaires. Berlengas (A. Girard). Côte mérid—Lagos (A. Nobre). S. g. Helcion, Montfort | Helcion pellucidum, (L.) Patella pellucida, L.—Lamk., An, sans vert., t. VII, p. 510, 2me éd. Desh. (1836) —Mac-Andrew, On the dist., p. 269 (1850) —Sowerby, TIL. Br. - shells, pl. 10, f. 20 (1859). Helcion pellucidum, L.—Jeflreys, Brit. conch., v. III, p. 242, pl. 58, f. 1-2 (1865-—Nobre, Moll. N. O., p. 25 (1884): Faune conchyl., p. 460 | (Instituto, 1885) —Kobelt, Prod. moll. europ., p. 272 (1883)—Carus, Prod. Jfaun. médit., v. 1, p. 236 (1889-983). Nacella pellucida, (Lin.)—Sars, Moll. Norv., p. 119 (1878)—Nobre, Faune Tage et du Sade, p. 31 (1886). Hab. : Cótes occ, et mérid.—Cette espêce est três abondante sur les tiges et les feuilles des Laminaria. Plus commune sur les côtes du nord du pays, dans la zone des Laminaria aux basses mers des grandes marées. Nom vulg.— Barquinho (Leça). no DD Es pdê ibéuid É E: É “= + PPENE e RRQ RR 0 Ro PRO EEN PR EE NERDS MPRRANES MO A. NOBRE: MOLLUSQUES ET BRACHIOPODES DU PORTUGAL 143 Ordre des POLYPLACOPHORA Fam CHITONIDAE Chiton, Linné Chiton laevis, Pennant Chiton laevis, Pennant—Sowerby, Tl]. Br. shells, pl. X, f. 11 (1859) —Jeffreys, Brit. conch., v. 1I, p. 226; v. V, p. 199, pl. 56, f. 6 (1865-69). Hab.: Cóte occ.— Ancora, Leça da Palmeira, Foz do Douro (A. No- bre). Cette espêce est assez rare. Elle vit attachée aux pierres découvertes aux basses mers. Nous avons rencontré quelques exemplaires vivants. Chiton Algesirensis, Capellini Chiton Algerisensis, Capellini, Oscabrions de la méditerrante, p. 7, pl. XII, £ 3 (Extr. Journ. conchyl., 1858) —Carus, Prod. faun. médit, v. II, p. 180 (1889-93). Hab. : Côte occ.—Sines (Paulino d'Oliveira, A. Nobre). Côte mérid —Lagos (A. Nobre). “Cette espêce n'est pas rare á Sines attachée aux pierres découvertes aux basses mers. Chiton marginatus, Pennant Chiton marginatus, Pennant— Lamk., An. sáns vért., v. VII, p. 492, ame éd. Desh. (1836) —Jeffreys, Brit. conch., v. HI, p. 221; v. V, p. 199, pl. LVI, f. 5 (1865-69) —-Nobre, Faune conchyl., p 411 (Justituto, 1886) —Bucg. Dautz. et Dollf, Moll. du Rouss,, v. 1, p. 497, pl. LXI, f. 13:16; pl. LXII, f. 3 (1386) —Carus. Prod. faun. médit., v. II, p. 179 (1899-938). Chiton cinereus, Sowerby, (non Lin.), Til. Br. shells, pl. X, f. 13 (1859). Chiton variegatus, Philippi, En. moll. Sicil., v. I, p. 107, v. II, p. 83, pl XIX, f. 13 A-B (1836-44) —Capellini, Oscab. medit., p. 3. (Extr. Journ. de conchyl.. 1858). E Craspedochilus marginatus, Pennant—Sars, Moll. Nor»., p. 115, pI. 20, f; 16 a-h (1878). Hab. : Côte occ. — Três abondante sur le littoral du nordouest. Elle vit sur les pierres découvertes aux marées ordinaires. Cette espêce pré- sente de nombreuses variations de coloration. 144 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES Chiton fulvus, Wood Chiton fulvus, Wood — Reeve, Conch. icon. (g. Chiton), pl. VII, f. 30 (1865) —Nobre, Faune du Tage et du Sado, p. 32 (1886). Hab.: Côte occ.—Lisbonne (Mac-Andrew). Côte mérid.—Faro (A. Nobre). Assez rare, sur les pierres reposant sur des fonds vaseux. Cetre espêce, d'assez grandes dimensions, est bien caractérisée par des lignes de petites granulations qui traversent longitudinalement les ai- res médianes et dont quelques unes sont bifurquées. Sur les aires latérales on voit des cordons rayonnants. La valve antérieure est traversée par des cordons un peu noduleux et rayonnants. Sur la valve postérieure, les li- gnes de granulations des valves intermédiaires se prolongent jusqu'au sommet, vers la moitié postérieure de la valve. Chiton olivaceus, Spengler Chiton olivaceus, Spengler —Monterosato, Enum. e Sinon., p. 17 (1878; — Bucqg. Dautz. et Dollfus, Moll. du Rouss., v. I, p. 489, pl. LXI,f. | 4-6; pl. LXII, f. 4 (1886) —Carus, Prod. faun. médit., v. II, p. 179 (1889-923). Chiton squamosus, (1. Linn.)— Philippi, En. Moll. Sicil., v. I, p. 106, pl. VII, f. 3 (1836). Chiton siculus, Gray —Philippi, En. moll. Sicil., v. II, p. 82 (1844) — Capellini, Oscabrions de la meédit., p. À (Extr. Journ. conchyl., t. VII, 1858) Jefíreys, Brit. conch., v, V, p. 199 (1869). Chiton polii, Deshayes in Lamarck, An. sans vért, v. VII, p. 504, 2me éd. Desh. (1836). | Hab. : Côte occ. —Estoril, Parede, Sines (A. Nobre). Cette espêce n'est pas rare sur les pierres qui découvrent á basse mer. Les exemplaires sont assez developpés et parfaitement identiques à ceux que nous avons recoltés à Cette (France médit.). Chiton caprearum, Scacchi Chiton caprearum, Scacchi — Bucg. Dautz. et Dollfus, Moll. du Rouss , v. I, pag. 492, pl. LXI, f. 7-9; pl. LXII, f. 1 (1886). Chiton Polii, Philippi, En. moll. sicil., v. I, p. 106; v. II, p. 83 (1836-44)-— Capellini, Uscab. médit., p. 3 (1358) —Carus, Prod. faun. médit., v. II, p. 181 11889-93). Hab. : Côte mérid.— Lagos, étang de Faro (A. Nobre). Nos échantil: lons ne différent de ceux que nous possédons de la méditerr anée. DR] Po AN E A. NOBRE. MOLLUSQUES ET BRACHIOPODES DU PORTUGAL 145 Chiton mendicarius, Mighels Chiton mendicarius, Mighels—in Boston Journ. of Nat., Hist., 1, p. 49 (1841); IV, p. 42, pl. 4, f. 8 (1842) —Jeffreys, Lighining and Porcupine “exp. p. 667 (1882). Hab.: Cóte occ.—Au sud du cap Espichel, 292 f (Exp. du Porcupine, 1879). | Chiton cinereus, Linné Chiton cinereus, Linné — Lamk., 4n. sans vert., v. VII. p. 505, 2me éd. Desh. (1836) —Capeltini, Oscab. médit., p. 2 (Extr. Journ. conchyl., 1868) — Nobre, Faune Tage et du Sudo, p. 33 (1866). —Jeffreys, Brit. conch., Cv. MI, p. 218; v. V, p. 198, pl LVI, f. 2 (1865-69) —Jeffreys, Lightning and Porcupine exp., 668, V (1882). Lepidopleurus cinereus, (Linn.)—Sars, Moll. Norv., p. 112, pl. 7, £. “Sa-h (STS). Hab. : Cóte occ.— Cascaes (G. Dollfus). Côte mérid —Sud du Portugal (Exp. du Porcupine, 1870). Chiton alveolus, M. Sars Lepidopleurus alveolus, M. Sars—G. Sars, Moll. Norv., p. 110, pl. 7, £. 3, aci (1878). Chiton alveolus, M. Sars—Jefireys, Lightning and Porcupine exp. V, p. 668 (1882) —Locard, Trav. et Tallisman, v. II, p. 100 (1898). Hab. : Côte occ.—Á Pouest du Portugal, par 1350m de fond (Exp. du Travailleur, 1882). Chiton rarinota, Jeffreys Chiton rarinota, Jefireys, Lightning and Porcupine exp., V. p. 668, “PLL,£1 (1870). Hab. : Cóte occ.— Au sud du cap Mondego, 74)-1095 f. (E xp. du Por- cupine, 1870). Anisochiton, Fischer Anisochiton fascicularis, (Linn.) Chiton fascicularis, L.—Lamk., An, sans vért., v. VII, p. 492, 2me éd. Desh. (1836) —Capellini, Oscab. médit., p. 5 (1856) —-Sowerby, Zll. Br. shells, pl. X, £ 5 (1859)—Jeffreys, Brit. conch., v. II, p. 211; v. V, p. 197, pl. 55, £ 3 (1865)—Nobre, Moll. N. O., p. 24 (1884); Faune conchyl., p. 441 (Instituto, 1886); Faune Tage et du Sado, p. 33 (1886) — Bucg. Dautz. e. Dollfus, v. I, p. 502, pl. LXI, f. 17-20; pl. LXII, £. 6 (1886). “10 Ann. Sc. Nat., vol. VIII, 1901. Porto. 146 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES Acantochiton fascicularis, C.—Carus, Prod. faun. medit,, v. II, Pp. Res 182 (1889-983). Hab. : Cóte occ.— Ancora, Leca, Matozinhos, Foz (A. Nobre); Buar- er cos (Dr. Paulino); Estoril, Paredes, Setubal, Sines (A. Nobre), Cascaes (6. Dollfus). Cóte mérid.—Faro (Mac-Andrew); Lagos (A. Nobre). Assez commun sur les pierres qui découvrent aux marées ordinaires. Anisochiton discrepans, (Brown) | Chiton fascionlaris, var. 8 major, Philippi, En. moll. Sicil, v. 1, pas 108, pl. Vil, £ 2; v. 1], p 83 (1836-44). Chiton Ee Da Brown — Sowerby, JII. Pt Br. shells, pl. X, f 1 (1859) —Jeffreys, Brith. conch., v. HI, p. 214; v. V, p. 198, pl 55, f E (1865-69:-Nobre, Moll. N. O., p. 24 (1884); Piso conbhylo p. 441 Unsti tuto, 1885). ES Rouss., v. I, p. 505, pl. LXI, f. 21-25; pl. LXII. f. 7 (1886). ás A enthoobiia discrepans, ALE = Carus, Prod. fan, médit., v. II, p. 182 (1889-93). Anisochiton discrepans, Brown — Bucqg. Dautz. et Dollfus. Moll. pio : Hab. : Côte occ. — Leça, Foz, Setubal (A. Nobre). Cette espêce n'est à 2a pas rare sous les pierres dans la zone des laminaires. A. NOBRE: MOLLUSQUES ET BRACHIOPODES DU PORTUGAL 147 « SCAPHOPODES Fam. DENTALIIDAE Dentalium, (Aldrovande) Linné Dentalium vulgare, da Costa Dentalium tarentinum, Lamk., An. sans rért., v. V, p. 596, 2me éd,, Deshayes (1838) — Sowerby, 1/l. Br. shells, pl. X, f. 27, (1859) — Jeffreys, Brit. conch., v. III, p. 195; v. V, p. 197, pl LV, f. 2 (1865-69) — Lightning and Porcupine exp., p. 657 (1182) — Nobre, Moll. noroeste, p. 24 (1884). Dentalium vulgare, da Costa — Bucg. Dautz. et Dolltus, Moll. du Rouss., v. 1, p. 558, pl. LXVI, £ 1-6 (1886) — Kobelt, Prod. moll. europ., p. 295 (1866-357) — Carus, Prod. faun. médit., v. II, p. 175 (1889-983). Hab.: Côte occ. — Povoa de Varzim, Foz do Douro, Setubal (A. Nobre). Côte mérid. — Cap de Santa Maria (Mac-Andrew). On trouve parfois des coquilles vides de Dentalium, entiérement lisses, roulées sur les plages, mais nous ne citons que les localités ou nous avons recolté des exemplaires bien caracterisés, Dentalium panormitanum, Chenu Dentalium panormitanum (panormum), Chenu — Jeffreys, Light- ning and Porcupine exp, p. 657, V (18352), Dentalium panormitanum, Chenu — Monterosato, in Journ. de con- chyl., v. XXIL p, 256 (|574) — Kobelt, Prod. moll, europ., p. 292 (1886) — Carus, Prod. faun. médit., v. II, p, 174 (1889 23) — Locard, Exp. da Tra- vailleur et du Tallisman, v. II, p. 1292 (1898). Hab.: Côte mérid. — Cap. Sagres (E xp. du Porcupine, 1870). Dentalium capillosum, Jcfireys Dentalium capillosum, Jefireys, Lightning and Porcupine exp., V, p. 659, pl. XLIV, f. 1 (1882) — Kobelt, Pr od. moll. europ., p. 294 a 87) Watson, Challenger exp., p. 1., I,f. 1 a-h (1886). Hab.: Côte occ. — Sud dir cap. Mondego, 220, 994, 1740-1095 f. (Exp. du Porcupine, 1870); Setubal, 880 f. (Challenger, 1873). Dentalium ensiculus, Jefireys Dentalium ensiculus, Jefireys, Lightning and Porcupine exp. V, 148 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES p. 660, pl XLIX, f. 3 (1882) — Kobelt, Prod. moll. europ., p. 294 (1886. so — Watson, Challenger exp., p. 12, pl. TI, f. 2 (1886). Hab.: Cóte occ. = Sud du Cap Mondego, 994, 1740-1095, 795 f. (Exp. du Porcupine, 1870). Dentalium entalis, Linné Antalis entalis, Linné — Sars, Aoll. Norveg., p. 100 (1878). Dentalium entalis, Linné — Sowerby, 71. Br. shells, pl: X, £ ca (1858) — Jeffreys, Brit conch., v. HI, p. 191, pl. V,f£ 1; v. V, p. 197. pl LV; f. 1 (1859); Lightning and Porcupine exp. V. p. 659 (1882) — Kobelt, Prod. molt. europ, p. 292 (1886-817) — Locard, Exp. du Travailteur e et du Talisman, p. 114 (1598). Hab.: Cóte mérid. — Sud du Cap Sagres, 386 f. Exp. du Por cupine, (1870). Dentalium striolatum, Stimpson Antalis striolata, Stimpson — Sars, Moll. Norv., p. 101, A of a pl. 20, f. 10 a-b (1878). Dentalium striolatum, Stimpson — Lightning and Porcupine exp, V, p. 659 (1882) — Kobelt, Prod. moll. europ., p. 293 (1886-87) — Locard, Exp. du Travailleur et du Talisman, v. II, p. 119 (1898). Dia ss entalis. var. striolatum, Stimpson — Watson, Challen- ger, exp. p. 5 (1886). Hab. : Côte occ. — A Pouest du Portugal, 520, 627 mêtres de profono deur (Exp. du Travailleur, 182). Dentalium agile, M. Sars. “a-b (1878). Dentalium agile, M. Sars-— Jeffr eys, Lightning and Por cupine exp. V, p. 658 (1382) — Kobelt, Prod. moll. europ., p. 299 (1886-87) — Carus, . Prod. faun. médit, v. , p. 174 (1889-93) — Locard, Exp. du Travailleur et du Talisman, v. II, p. 117 (1898). | Dentalium entalis, var. agile, Sars — Watson, Challenger exp. Hab.: Côte occ. — Sud du Cap. Mondego, 220, 994, 7140-1095 f; Baie de Setubal; au large du Cap Espichel, 740 f.; au sud du Cap EprohEii 292 f. [Eh du Porcupine, 1870). Á Pouest du Portugal, 627, 1350, 950 m.; au sud'quest du Portugal, 460, 370 m. (Exp. du Travailleur, 1882). Côte mérid. — Sud du Ea Sagres (E xp. du Porcupine, 1870). Dentalium filum, G. B. Sowerby Dentalium filum, G. B. Sowerby—Thesaurum conchyl., p. 99, pl. CCXXV, f. 45 (1866) —Jeffreys, Lightning and Porcupine exp., p. 660 (1882) Antalis agilis, M. Sars — G. Sars, Moll. Nory., p. 102, pl. 20, £ en A. NOBRE: MOLLUSQUES ET BRACHIOPODES DU PORTUGAL 149 Coma —Kobelt, Prod. moll. europ., p. 293 (1886- Si a Prod. faun. médit., v. 1, p. 175 (1889-983) — Locard, Exp. du Travaiieur et du Talisman, v. H, p. 126 (1898). Hab.: Cóte occ.—Au sud du Cap. Mondego, 220 f. (Exp. du Porcu- pine, 1870). Dentalium subterfissum, Jefireys Dentalium subterfissum, Jeffreys, Lightning and Porcupine exp.; V, p. XLIV. £. 3 (1882)— Watson, Challenger exp. p. 10, pl 1, 1. 10 (1886) —Kobelt, Prod. moll. europ., p. 294 (1886-87)—Locard, Exp. du Travail- leur et du Tulisman, v. li, p. 125 (1898). | Hab.: Côte occ.—Á Youest du Portugal, par 3307 mêtres de profon- deur (Exp. du Travaillenr), Siphonodentalium, M. Sars Siphonodentalium teres, Jefireys Siphonodentalium teres, Jefireys, Lightning and Porcupine exp.,; p. €61 pl. XLIX. £. 5 (1852)—Kobelt, Prod. moll. europ., p. 296 (1886-871). Hab.: Côte occ.—Au sud du Cap Mondego, 994, 7149-1095, 795 1. (Exp. du Porcupine, 1810). Siphonodentalium affine, M, Sars. Siphonentalis affinis, M. Sars—G. Sars, Moll. Norv., p. 104, pl. 20, £ 12 (1878). dra gRR io affine, M. Sars—Jeffreys, Lightning and Por cupine exp, V, p. 651 (1882). Siphonodentalium affine, Sars—Kobelt, “Prod. moll. europ., v. 295 (1886-87)—Locard, Exp. du Travaillew et du Talisman, v. Hp. 127 (1898). Hab.: Côte occ.—aAu sud du Cap Mondego; 994, 740-1093, 795 f. (Exp. du Porcupine, 13710). | £iphonodentalium lofotense, M. Sars Siphonentalis lofotensis, M. Sars—G Sars, Moll. Nor», p. 104, pl. 20, f. 11 a-b (1878) —Carus, Lrod. faun. médit, v. 1, p. 176 (1889-938). Siphodentalium lofotense, M. Sars—Jeffreys, Lightning and Porcu- pine exp., V, p. 662 (1882). Siphonodentalium lofotense, M. Sars—Kobelt, 7rod. moll. europ., . 295 (1886-87)—Locard, Exp. du Travailleur et du Talisman, v. H, p. 198 (1898). Hab.: Côte mérid — Sud du Cap. Sagres, 361-386 f. (Exp. du Porcu- pine, 1870). 150 ANNAES Di SCIENCIAS NATUBAES Siphonodentalium quinquangulare, Forbes Siphonentalis tetragona, Brocchi—Sars, Moil Nor». p. 105, pl. 20. . £ 13 a-c (1878). | Siphodentalium quinquangulares, Forbes - Jeffreys, Lightning and Porcupine exp., V. p. 6b2 (1+82). Siphonentalis quinquangularis, Jeffreys — Carus, Prod. Jaun. médit., v. II, p. 176 (1889-93. | Siphonodental-um ninaidadicio, Forbes—Kobelr, Prod. moll. europ., p. 295 (1886-817) — Locard, Exp. du Tr availleur et du Talisman, v. IH, p. 130 (1889-293). Hab.: Cóte occ.— Au sud du Cap Mondego, 220, 195 f; Sud du Cap Espichel, 292 f. (Exp. du Porcupine, 1810). | Côte mérid.— Sud du Cap Sagres, 414 f. (Exp. du Porcupine, rs au Sud du Portugal, 1205 m. (Exp. du Travaileur, 1881). Siphonodentalium vitreum, (M. Sars) Siphonodentalium vitreum, M. Sars, Moll. Norv.,p. 1, f. 2a-c (1878). —Kobelt, Prod. moll. europ., p. 299 (1886-871). Siphodentalium vitreum, M. Sars—Jeffreys, Lightning and Porcu- pine exp., p. 662 (1882). Hab.: Côte occ.— Au sud du Cap Mondego, 7140-1096 f. (Exp. du ás cupine (1310). S. g Dischides, Jeffveys Dischides bifissus, (S. V. Wood) Dentalium bifissum, S. V. Wood, Crag. moll., v. 1, p. 190. pl. XX, | f. 3 a-b (1848-52).. : Dischides pifissus, SN Wood-—Jeflreys, Lightning and Porcupine exp., V, p. 663 (1882)—Kobelt, Prod. moll europ., p. 2) (1886 87) —Ca- e rus, Prod. faun. médit., v. 1, p. 177 (1889-938). Hab.: Côte occ.—Baie de Setubal (Exp. du Porcupine, 1870). S. g. Cadulus, Philippi Cadulus gracilis, Jeflreys Cadulus gracilis, Jeffreys, Lightning and Porcupine exp., V, p. 664, pl. XLXI, £ 6 (1882) —Kobelt, Prod. moll. europ., p. 296 (1586-87) — Watson, Challenger exp., p. 20 (1885)—Locard, Exp. du Pravailleur et du Talis- man, v. II, p. 137 (1898). Hab.: Côte occ.—Au sud du Cap Mondego, 99t, 740-1095, 795 f. (Exp. du Parcupine, 1840). + Qi PRE PAR SRA a RP ADE . yo! | Pag re da na A. NOBRE: MOLLUSQUES ET BRACHIOPODES DU PORTUGAL 151 Cadulus tumidosus, Jefireys Cadulus tumidosus, Jeflreys, Lightning and Porcupine exp., V, p. 6 (1882)— Kobeit, Prod. moll. europ., p. 296 (1886-87) —Carus, Prod. faun. médit., v. II, p. 170-(1889-98]— Locard, Exp. du Travailleur et dé Talis- man, - H, p. 143 (1895). Hab.: Cóte occ.—Au sud du Cap Mondego, 994, 7140-1095, 795 £ (Exp. du Porcupine, 1870). Côte mérid—Au sud du Portugal; 1205 m. de profondeur Es du Travailleur, 1881). Cadulus propinguus, G. O. Sars Cadulus propinquus, G. Sars, Moll. Norveg., p. 106, pl. 20, f. 15a-h (1878) —Jeflreys, Lightnning and Porcupine exp., V, p. 664 (1882) — Kobelt, Prod. moll. europ., p. 296 (1886)— Locard, Exp. du Travailleur et du Tulis- man, v. II, p. 138 (1898). Hab.: Côte occ.— Au sud du Cap Mondego 994, 740-1095, 795 £ (Exp. du Porcupine, 1870). Cadulus amphora, Jeffreys Cadulus amphora, Jeflreys, Lightning and Porcupine exp. V, p. 665, pl. XLIX, f. 9 (1882,—Kobelt, Prod. moll. europ., p. 297 (1886-87). Cadulus amphoratus, Locard, non Jeffreys, Exp. du Travailleur et du Talisman, v. II, p. 146 (1898). Hab.: Côte occ.—Au sud du Cap Mondego, 994 f. (Exp. du Porcu- pine, 1870). Côte mérid.— Au sud du Portugal, 1205 m. (Exp. du Travailleur, 1881). Cadulus gibbus, Jeffreys. Cadulus gibbus, Jeffreys, Lightning and Porcupine exp., V. p. 656, pl. XLIX, £ 10 (1882)—Kobelt, Prod. moll. europ., p. 297 (1886=87)—Lo- card, Exp. du Travailleur et du Talisman, v. 1, p. 145, pl. VI, £ 34-37 (1898). Hab.: Côte occ.— Au sud du Cap Mondego, 220 f. (Exp. du Porcupine, 1870). Á Pouest du Portugal, 3307 m. Exp. du Travailleur, 1881). Au large de Setubal 1365 m. (Exp. du Travailleur, dpi Nous croyons que le C. Monterosatoi, ioc., n'est plus qu'une des va- riétés du C. gibbus, Jeff., intermédiaire entre cette espêce et le C. tumido- sus, Jeff. SUBSIDIOS PARA O ESTUDO DA FAUNA MARINHA DO SUL DE PORTUGAL POUR AUGUSTO NOBRE Comprehende a seguinte lista aleuns invertebrados dos mares do sul que tenho encontrado nas minhas ex- i cursões, assim como outros que teem sido offerecidos ao Museu de Zoologia da Academia Polytechnica do Porto. Entre uns e outros ha um certo numero de especies que aimda não haviam sido mencionadas nos mares de Portugal. Foraminiferos Todas as especies que seguidamente são indicadas foram por mim encontradas nos depositos de detritos que constituem os cordões litoraes nas praias de Lagos. : Trochamina ringens, Brady. , Textularia cuneiformis, dOrb. Eq 4 1 Sobre a fauna dos invertebrados marinhos dos mares do sul vêr os “- trabalhos do snr. dr. Balthazar Osorio sobre crustaceos, e o Catalogue des E collections d'invertébrés du Portugul de feu, Dr. M. Paulino d'Oliveira, Coimbra, 1900. Embora não venham mencionadas n'este catalogo as localidades onde foram recolhidas as especies, sabemos, pelo que nos foi em tempos dito pelo dr. Paulino d'Oliveira, que a maior parte d'ellas são dos mares do sul. 154 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES CER ONGRE ) % à j 4 p , « uh E RES 0 Tem a taiido pda 7 Aid de ti E Biloculina irregularis, “'Orb. E Miliolina semilunum, Lim. 4 Cristellaria crepidula, Ficht. et Moll. jo Globigerina bulloides, AP Orb. a Planorbulina mediterranensis, POrb. e d Pruncatellina lobatula, Walk. and Jacob. aa Anomalina polymorpha, Costa. J Anomalina ariminensis, VOrb. Sa Polystomella crispa, Lim. 4 Além destas especies tenho encontrado a Polytrema : mimaceum, L., adherente aos coralharios recolhidos em E Setubal !. E Hydromedusas A Aglaophenia pluma, (Lin.) — Estoril. soa E: Nemertesia antennina, (Lim.)—Estoril, Setubal, Reco- lhida pelos pescadores nos fundos da costa. Hucope afinis, Gglr. — Nas algas; Cruz Quebrada. Campanularia flexuosa-—Cruz Quebrada. Echinodermes SE Cucumaria planci, Marenz., Bell. FA Juchên., Fadas. p. 57, pl If. 2, pl. II, f. 1. Praia da Parede, pr. | Lisboa, nos rochedos da zona inferior das marés. | A + Astropecten aurantiaca, L. — Algarve, Setubal. ! Esta especie vive tambem no norte de Portugal, onde a encontramos depois de escripta a nossa memoria sobre os invertebrados d'aquella região. Vêr: d'Orbigny — Moll. Echin. Foraminiftres et Polypes, rec. Canaries; d. Flint, Recent Foraminifera, etc. tr k ns dia | 4 t re a dv cid aid Rae A A ni o A A. NOBRE: ESTUDO DA FAUNA MARINHA DO SUL DE PORTUGAL 155 Astropecten subinermis, Ph. = Setubal, Snr. Luiz G. “ do Nascimento. Ásterina gibbosa, Penn. — Praia da Parede, Estoril, debaixo das pedras na zona inferior das marés. Sines, Lagos. Henricia sanguinolenta, (O. F, Miiller). Echinaster sepositus, M. et Tr.—Carus, Prod. faun. médat., 1884-85, v, I, p. 35. Echinaster oculatus, M. et Tr.—Carus, 2. c. p. 86. Henricia sanguinotenta, O. F. Miiller— Bell, Brit. Echin., 1892, p. 95. Cribella oculata, Forb. — Perrier, apl. Travailleur, 1894, Echin., p. 144. —-Costa de Setubal. O Muzeu de Voblo ça da Abadia Polytechnica do Porto possue dois exemplares recolhidos e offerecidos pelo snr. Luiz G. do Nascimento. Asterias glacialis, Lin.-— Setubal. Asterias rubens, Lin. —Setubal, Asterias tenuispina, Lamk. Asterias tenuispina, Lamk, An. sans vert., 1840, 2.º ed. (Deshayes) t. III, p. 250 Carus, Prod. Faun. médit., 1884-86, v. I, p. 86.—Simes, commum sobre os roche- dos da zona litoral. Ophioderma longicauda, M. et Tr.—Carus, Prod. Faun. médit., 1884-85, v. 1, p. 92.— Sines. No Mie da Academia existem dois exemplares enviados pelo snr. Luiz do Nascimento e recolhidos em Cezimbra, notaveis pelo seu grande desenvolvimento. Ophiura ciliaris, (Lim.). Ophioglypha lacertosa, Penn. -- Carus, Prod. Faun. medit., 188-85, v. 1, p. 92. 156 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES Ophivra ciliaris, Lim. — Bell., Brit. Echin. E 1892, ER E p. 106. — Algarve, Smes, Setubal. Especie commum nos . 4 mares do sul. Por lapso dir esta especie de ser citada nos Subsídios para a Fauna mar. do N. de Portugal. Encontra-se algumas vezes nos barcos de arrasto e nas sea redes dos pescador es da Povoa de Varzim. e Amphiura elegans, (Leach, )—Praia da Parede, vul- gar na zona inferior das marés. Ophiotria fragilis, Dub. et Kor.— Setubal. Na zona. o imferi 1or das marés. Gor 'gonocephalus, arborescens, Mull. et Tr. Ceduo Ainda, até hoje, só pude obter um exemplar recolhido | pelos barcos de pesca de Setubal. No amo passado o snr. Nascimento annuncion-nos o é id outro 4 exemplar, que não lhe foi possivel conservar. Pambem é. especie citada no catalogo do dr. Paulino VOliveira. Fichinus esculentus, Lim. —Setubal. 2d É SR es Ed Hip Td VA T É ty Strongylocentrotus lividus, Lamk. — Setubal. Echinocyamus pusillus, (O. F. Miull.).— Villa Nova de Portimão. si na Fx Echinocardium cordatum, (Penn.)— Cabo de Santa | Maria. Encontrei uma gr ande e de exemplares É rollados sobre a areia. x, af ral ARO Gate Sr, Crustaceos Caprella linearis, M. Edw.—Simes. Na zona litoral. Md 4 a ; 7 k: ca cgi PESA RR q Anilocra physoides, Lam. — Bahia de Setubal. Agar | rados a alguns peixes. NAO Ceratothoa cestroides, (Risso)—Faro. Ligia oceanica, Lin. —Faro; nas REAR do castello, — 4 junto da ra. | A, NORRE: ESTUDO DA FAUNA MARINHA DO SUL DE PORTUGAL 157 Palemon serratus, (Penn.) — Sines. Na zona litoral. - Paloimon squilla, (Lin.)— Faro, Sines. Na zona litoral, Crangon vulgaris, Fabr.— Setubal. Homarus vulgaris, Edw.— Costa de Setubal. -Seyllar us latus, Fabr. “ Scyllarus latus, Latr.— Carus. Prod. Faun. medit., “1884. S9; V: É p. 486. — Setubal. Snr. Luiz Gonz. do * Nascimento. Está especie ainda não foi mencionada como “existente nas agoas portuguezas. — Arctus ursus, Dana. — Arrabida, nas redes de arras- tar. Setubal. Squilla mantis, L.—Costa da Gallé, Setubal, 40 m. de prof.; snr. Luiz do Nascimento. Calianassa subterranea, Mont. sa Callianassa subterranea, Leach., Heller; Crust. s. Hu- ropa, 1863, p. 202, pl. VI, f. 9-11.-—Carus, Prod. faun. -medit., 1884-85, v. I, p. 489. Smes. Recolhi um unico — exemplar nas poças o agoa, durante a baixa mar. — Galathea stris gosa, Linn.— Setubal. Sn. Luiz G. do * Nascimento. a - Homola Cuvieri, Roux. E Homola ins Risso — Heller, Crust. s. Europa, “1863,.p: 151. E Prod. Faun. medit., 1884. 85, v. Eadop: 499.— Olhão. 86 encontrei um exemplar que e idos recolhido pelos pescadores nos grandes fundos, ao “largo da costa. Porcellana longicornis, (Penn. )—Praia da Parede, na —- zona inferior das marés, debaixo das pedras. — Jnachus scorpio, Fabr, (1. Dorsettensis, Leach). — Ce- — cimbra, a 12” de profundidade. Sur. Luiz G do Nasci- — mento. 158 Nascimento. Maia aa (Herbst)—Setubal. do ro Ra Eurynome aspera, Leach. Ro Eurynome aspera, Leach-— Heller, Cras. s. irado 1863, p. 64, pl. II, f. 1.—Carus, Prod. fun. mea 1884-85, v. E p- 509. —Smes. Na «ona htoral. Cancer pagurus, Lin— Setubal. Ear Foridus (1 Ea — Algarve, Sines, Setubal, Parede. | Portunus puber, Lin. — Arrabida. Portunus corrugatus, Leach.— Setubal. Carcinus Monas, (Penn. Ain Lagoa q Alba feira, Setubal, Polybiws Henslowi, Leach. —Setubal. Atelecyclus cruentatus, Desm. O pnlá da Galé, Se bal, a 40" de prof.; Snr. Luiz G. do Nascimento. Gonoplar angulata, Leach. — Costa de Cent s 70": de profundidade. Snr. L. G. do Nascimento. da + Gelasimus Tangieri, Eydoux.— Villa Real do: Santo Antonio, pr. de Castro Marim, Tavira, mo Ásseca; nos logares lodosos, onde faz uns buracos em que vive. Nome | vulo ar.— (O avalletes; Bôcas. Pachygrapsus marmoratus, (Fabr.) — Tavira, Setubal, E N. v. Furta camizas, (Tavira). Fe A. NOBRE: ESTUDO DA FAUNA MARINHA DO SUL DE PORTUGAL 159 Bryozoarios Actea anguina, (Lin.)— Estoril, sobre as algas. Scrupocelaria reptans, (Lin.)—Estoril, sobre as algas. Flustra papyracea, El. and Sol. —Estonil, sobre os rochedos, entre as algas. Cellaria fistulosa, Lin. Cellaria fistulosa, Lin.—Hincks, Brit. Polyzoa, 1880, ev. 1, p. 106, v. I, pl. XII, f. 1-4. Setubal, Estoril, rollados sobre a praia. pe ea PE IP Sa O Sid E SAR Tr Pe se o o RAD sa a E is q , Nr , 3 f Na 2 se ' Ma » DAR 1H eg y Membranipora pilosa, Lin. — Estoril. Sobre as algas. Electra verticillata, Lamouroux. —Lstor 11, rollada so- ai bre a praia, . Microporella impressa, Audouin. Microporella impressa, Aud. — Hincks, Brit. Polyz., ASS vp 216: q. EE pi XAVL +. 9-1, pl. XXIX f. 10-11. — Estoril, sobre as algas. Especie nova para a fauna portugueza. CC Microporella ciliata, Pallas. Microporella ciliata, Pallas — Hineks, Brit. Polyz., - 1880, v. 1, p. 206, v. II, pl" XXVIII, £. 1-8. — Setubal. Dchizoporella hyalina, Lin. — Estoril, sobre as algas. “Porella compressa, Sowerby. E Porella Na essa, Sow. —Hincks, Brit. Polyz., 1880, - AR SR LO BS É o XLV, f. 4- E Paredi: sobre [la- Ee liotis ada Setubal, sobre Murer trunculus. Espe- cie nova para a fama portugueza. Pubulipora Habellaris, Fabr. Tubulipora flabellaris, Fabr. — Hincks, Brit. Polyz., 1380, v. 1, p. 446, v. IL, pl. LXIV, £ 1-3.--Estonil. 160 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES Pherusa tubulosa, Lamouroux. | Pherusa tubulosa, Lamx.--Carus, Prod. Faun. me- dit., 1884-85, v. II, p. 48. Estoril. Especie nova para: a fauna portugueza. Vermes Pontobdella muricata, (Lin.) — Setubal. Cezimbra, a 70”: de prof.; snr. Luiz G. do Nascimento. | Branchelion torpedinis, Moq. Tandon — Monogr. Hi- rudintes, 1846, pl. 1, f. 1-10.— Setubal, Snr. Luiz G. do Nascimento. Aphrodita aculeata, Lin, — Setubal, Snr. Luiz G. do Nascimento. : Lepidonotrs clava, (Montagu)— Setubal, Parede. Tunicados Piyrosoma elegans, Sav.—Carus, Prod. Faun. medit., 1884-85, v. II, p. 491.-—-Costa de Cezimbra, 70”: de. profundidade, Snr. Luiz G. do Nascimento. so EE E Ann. Sc. NAT. VOL. vil. 1903. Porto. AstaciLLA Bocagei, Nobre. A PRN RA E sy LA teusto -Lsuso N'um dos primeiros dias de maio de 1902 falleceu “na sua residencia do Campo da Regeneração, no Porto, o snr. Augusto Luso da Silva, professor jubilado do ly- “ceu d'esta cidade, muito conhecido pela sua vasta illus- tração. O snr. Augusto Luso teve uma longa vida de acti- vidade e trabalho mental, revelando-se em numerosos escriptos como litterato, publicista didatico e naturalista. “No movimento que ha annos se iniciou no nosso paiz sobre o estudo das sciencias naturaes, movimento que, - por assim dizer, marca a origem de toda a moderna acti- vidade nacional n'este campo, desempenhou o illustre professor um papel por certo importante. A zoologia, a botanica e a paleontologia mereceram-lhe cuidados espe- ciaes, e se em qualquer ramo destas sciencias não deixou obras importantes, não deve negar-se que o que conse- guiu fazer representa muito para quem repartiu a sua attenção por assumptos tão diversos e n'uma época hostil a taes trabalhos, tanto pela falta de mestres e de livros portuguezes, como pela falha de incentivo official e do publico. À estes trabalhadores que nos precederam, des- bravando-nos mais ou menos o campo, não devemos, os de hoje, negar a nossa profunda homenagem e respeito. Foi elle um dos fundadores da «Sociedade de Instruc- 162 ANNAES DE SCIENCIAS NATURAES ção do Porto», sociedade que exerceu um papel impor- . tante no desenvolvimento da vida intellectual portuense, e na revista scientifica d'este instituto encontram-se di- versos artigos seus, entre os quaes devemos destacar o que se occupa do Isemerioscopio, apparelho da sua inven- ção destinado a mostrar a precessão dos equinocios e re-. trogradação apparente das constellações zodiacaes, etc. Como membro d'esta sociedade ainda a sua actividade - se revella como um dos organisadores da Exposição de Historia Natural, aberta no Porto, no Palacio de Crys- tal, em 1881. Na zoolooia deixou como da de mais valor um tra- o balho de catalogação dos moluscos terrestres e fluviaes dos arredores do Porto, publicado nos primeiros volu- mes do Jornal dos Se. Math. Phi. e Nat. da Academia Real das Sciencias. Na botanica entregou-se principal- mente ao estudo das nossas cryptogamicas, melusivé das Diatomaceas, que ninguem antes delle tinha estudado em Portugal. | O snr. Augusto Luso era um caracter honestissimo e bondoso. Tendo nos ultimos annos da sua vida soffrido o desgosto de lhe imporem uma jubilação, o illustre ve- Ihinho passava os dias inteiros no seu museu de Historia | Natural, onde se encontram as provas do seu saber e actividade. INDICE Plantas novas para a Flora de Es 2.º ser. I— por Gonçalo Sampaio . As zonas botanicas da dera e Porta Sato: — or no lós A: Menezes -. -*. E aaa Subsidios para o estudo da Eantá A dE one de Portugal — por Augusto Nobre . . Diagnoses d'algumas plantas novas ou pouco one da ilha da Madeira — por Carlos A. Menezes . Catalogo da colleeção de ninhos e ovos das aves que criam “ em Portugal, existente no Muzeu de Zoologia da Uni- versidade de Coimbra— por Lopes Vieira . ; Plantas novas para a Flora de Portugal, 2.2 ser. II— por Gonçalo Sampaio . . .. : Esboço d'um calendario da Flora o tenores “ Parto — por Edwin J. Johnston E Sd et Brachioodes du Portugal —por Angusto No- bre. Subsidios para o sto E Eaúna SR do eo de Pare tugal— por Augusto Nobre Augusto Luso— por G. S. PAG. 31 95 ) op PY A zera e. A 3 2044 093 338 200