, q nda NARRA PERSAS Ta NO NERO RN À nr ) ES Ses Era x : FA aeee É ae Ee rr Torta a a obs eine E es Eco dd, ris aire E Do Ecs ata SRS ES E fSegiaçd Pia serio! ES ss pe SEE a ts ddr ES REA A po Fes (as A é PR ed RE v f > Smithsonian Institution mbrartes Alexander Wetmore 1946 dSixtbSecretary 1 953 G th Co ga Do o Ha a bri Í Mo ME RR CA : E E o ar Tm mo Ri io Ri, RU E ir o Du NM ú É: RATO Ro READ no No | À ] j TRUR IN NA Ei | SUA e ) nf A; ay aa dr ETR Ro As aves do Estado de 5. Paulo, POR H. VON IHERING. As aves do Estado de S. Paulo são em grande parte e desde muito tempo bastante conhecidas do mundo scien- tifico, devido ás viagens que aqui fez nos annos de 1818 — 1823 o naturalista João Natterer, ornithologo austriaco que perto de 20 annos percorreu o Brazil desde Curityba e Paranaguá até os Estados de Amazonas e Pará, reunindo collecções magnificas que foram enviadas ao Museu de Vienna. Sobre as aves colligidas por Natterer temos uma boa obra publicada por Pelzeln. Encontram-se outras indi- cações sobre a nossa fauna ornithologica nos livros de Burmeister e outros autores, como tambem no excellente catalogo do British Museum de Londres, catalogo que em 27 grossos volumes reune descripções, synonymia e indi- cações sobre a occorrencia de todas as especies de aves até agora conhecidas. Assim já foi bem estudada a nossa ornithologia e muitas são as especies descriptas como tendo apparecido neste Estado, que ainda faltam ás collecções do Museu Paulista. Do outro lado acontece tambem que esta pu- blicação, a primeira nesse sentido impressa por uma repartição do Brazil, augmenta notavelmente a lista das especies até hoje observadas no territorio paulistano. O presente artigo não pretende ser um catalogo da collecção ornithologica do Museu Paulista, mas sim uma synopse de tudo que até hoje consta da litteratura e das collecções do Museu sobre as aves de S. Paulo. Por essa razão são IRRARIES mencionadas aqui todas as especies que apparecem neste Estado, mas como existentes no Museu Paulista são notadas apenas as especies que temos provenientes deste Estado. Acontece que temos uma especie já observada em S. Paulo, da Bahia ou do Rio de Janeiro, mas neste caso sob a rubrica Mus. Paul: ella não é indicada, porque nessa occasião me pretendo occupar apenas das observações feitas em S. Paulo. Temos no Museu, além da collecção exposta, outra boa e bem avultada de couros não cheios, guar- dados para estudo em gavetas de armarios construidos propositalmente para tal fim. Causou-me grande dificuldade o estudo da antiga collecção do Museu, prestando eu bastante attenção à proveniencia dos exemplares, sendo que parte dos ex- emplares notada como proveniente do Estado de.São Paulo, provem de outras regiões do Brazil. Por essa razão aconteceu que o primeiro esboço deste catalogo publicado sem auctorisação por um ex-empregado *) do. Museu continha grande numero: de especies que não occor- rem effectivamente em S. Paulo. Se foi pelos especialistas competentes notada a deficiencia desse. «trabalho» «muito cheio de erros», como diz o Conde Berlepsch, apenas tenho a dizer que aquella lista não foi destinada á publi- cidade e que a esta repartição não cabe responsabilidade alguma em virtude de uma publicação que seria capaz de originar enganos na sciencia se fosse aproveitada na lit- teratura. ) Refiro-me ao artigo « Ornithologia Paulista » no Journal fir Ornithologie de 4. Reichenow Vol. 44. Leipzig 1896. No meu artigo sobre a distribuição geographica dos passaros de canto do Est. de S. Paulo no mesmo periodico (Ibid. 1898 p. 624) recti- fiquei em uma ordem, a dos (Oscines, numerosos erros. Não voltarei ao assumpto aqui, notando apenas uma das determinações mais falsas e mais notadas, a de « Turdus fumigatus, Licht.», que nem ao menos pertence á ordem dos Oscines. O respectivo pas- saro da colleeção do Museu, determinado por engano como T. fumigatus foi classificado por mim de Lathria virussu Pelz. e essa determinação toi confirmada pelo Sr. Conde Berlepsch a quem mandei o respectivo exemplar. Não houve outro recurso senão deixar completamente de lado a collecção antiga e começar a nova, deixando fora de consideração todos os specimens do «Estado de S. Paulo» dos quaes não é confirmada pela nova collecção ou pela litteratura, a occorrencia neste Estado. Não satisfeito ainda com a nova fórma deste catalogo e julgando conveniente incluir maior numero de notas sobre os caracteres distinctivos das differentes especies eu o escrevi. e elaborei pela quarta vez, dando-lhe a fórma actual. Tive o desejo de ajuntar tambem descripções dos caracteres das familias e generos, mas então ficaria o trabalho volumoso demais para esta Revista. Talvez que publicações como esta tragam com o tempo muitos amigos para o Museu, com bastante enthusiasmo para a exploração scientifica do Estado e com bastante influencia para poder- mos obter do Congresso outra verba para o Museu e que então seja possivel publicar em fórma de um livro com- pleto e ricamente illustrado e augmentado este artigo. O fim desta publicação é apenas o de formar a base para o estudo e a discussão da ornithologia de S. Paulo. Seguir-se-hão a este artigo outros tantos de minha lavra, assim como de collaboradores, tratando da biologia e da distri- buição geographica de nossas aves. Não posso deixar de recommendar ao leitor neste sentido o excellente livro do Dr. E. 4. Goeldi que representa uma introducção utilis- sima ao conhecimento da ornithologia do Brazil. Até certo ponto estão perfeitamente de accordo o presente artigo e o livro de Goeldi que se refere a todo o Brazil e á bio- logia de grande numero de especies. Ao contrario, este meu artigo deixa á parte as questões geraes e biologicas pretendendo fornecer elementos minuciosos e necessarios para a classificação. Entre os artigos seguintes tenho o prazer de mencionar “o do Sr. Carlos Euler (Rio de Janeiro) sobre a biologia e especialmente a reproducção, ninhos e ovos das aves do Brazil meridional. Os diversos artigos referentes a este assumpto e publicados numa revista allemã pelo Sr. Euler RE fl One são geralmente reputados como os mais exactos e com- pletos que até hoje têm apparecido sobre essa parte da biologia do Brazil. Teremos agóra uma edição portugueza completada pelo proprio autor, que será publicada no seguinte volume desta Revista. Quanto á nomenclatura usada eu me referirei á termi- nologia explicada pela figura que se segue. ES Sp s Sea a or E ] i 4 ) 1 t 1 1) AN Portuguez Latim 1., gonys, da mandibula inferior gonys 2., tomia, margens cortantes das mandibulas tomia 3., culmen, cume da mandi- bula superior culmen — 117 — Portugues Latim 4., venta — 5., loro ou freio, região entre o olho e o bico lorum 6. tronte frons AAVERUCE vertex 8., nuca nucha 9. ouvido ou região auricular | regio parotica Io., pescoço posterior cervix II., interscapulio ou dorso alto | interscapultum 12., dorso inferior tergum I3., uropygio, sobrecú uropygium I4., coberteiras superiores da cauda supracaudales I5., rectrizes ou pennas da | cauda rectrices 16., coberteiras inferiores da cauda subcaudales 17. Crisso, região ao redor do anus crissum 18., tarso tarsus I9., barriga venter 20., peito pectus 21., pescoço anterior inferior jugulum 22., garganta (pescoço anterior superior) gula 23. mento mentum 24., remiges da mão remiges primariae 25. remiges do braço remiges secundariae 26., coberteiras exteriores gran- tectrices superiores mai- “des da aza ores 27., coberteiras exteriores pe- tectrices superiores mi- quenas da aza nores 28., encontro flexura Completando as indicações sobre nomenclatura con- vem observar alguma cousa com respeito ao bico. Quando o my do je as duas mandibulas são do mesmo tamanho e feitio, o bico é paragnatho, quando a mandibula superior é maior, com a ponta recurvada para baixo, o bico é epignatho. Chama-se cerume a membrana que cobre a base do bico dos papagaios e aves de rapina. Os terminos: conirostro, fissirostro etc. são explicados na introducção do capitulo oscines que em baixo segue. : Mach. == macho; fem. == femea; juv. =— filhote. Outro motivo para modificar mais uma vez este cata- logo se deu quando recebi o catalogo do British Museum. Esta importantissima obra reune em 27 volumes, em descripções exactas, tudo que agora sabemos das especies de aves, ajuntando a synonymia completa e indicações sobre a patria. Vi-me obrigado a começar de novo esta lista e tomar aquella obra por base da nomenclatura, cujo conteudo é o seguinte: Vol. 1. Sharpe R, B. Vulturidae, Falconidae. London 1874. Vol. 2. Sharpe R. B. Bubonidae, Strigidae. London 1875. Vol. 3. Sharpe R. B. Corvidae. London 1877. Vol. 4. Sharpe R. B. Muscicapidae. London 1879. Vol. 5. Secbohm, H. Turdidae. London 188r. Vol. 6. Sharpe, R. B. Timelidae. London 1881. Vol. 7. Sharpe, R. B. Timeliidae. London 1883. Vol. 8. Gadow, H. Lanidae. London 1883. Vol. 9. Gadow, H. Meliphagidae. London 1884. Vol. 10. Sharpe R. B. Hirundinidae, Mniotiltidae, Mota- cillidae. London 1885. Vol. 11. Sclater, P. L.Coerebidae, Tanagridae, Icteridae. London. 1886. Vol. 12. Sharpe, R. B. Fringillidae. London 1888. Vol. 13. Sharpe, R. B. Sturnidae. London 1890. Vol. 14. Sclater, P. L. Tyrannidae, Oxyrhamphidae, Pi- pridae, Cotingidae. London 1888. Vol. 15. Sclater, P. L. Dendrocolaptidae, Eoraib fds Conopophagidae, Pteroptochidae. London ea Vol. 16. Hartert, E. Trochih, Cypselidae, Caprimulgidae. London 1892. | | Vol 17. Ogilvie-Grant, W. R. Alcedinidae, Momotidae, | Trogonidae. London 1692. Vol. 18. Hargitt, E. Picidae. London 18go. Vol. 19. Shelley, G. E. Rhamphastidae, Galbulidae, Buc- conidae, Cuculidae. London 1891. Vol. 20. Salvadori, T. Psittaci. London 189r. Vol. 21. Salvadori T. Columbidae, Peristeridae. London 1893. Vol. 22. OgilvieGrant, W. R. Phasianidae, Cracidae. London 1893. Vol. 23. Sharpe, R. B. Rallidae, Aramidae, Eurypygidae, Psophiidae. London 1894. Vol. 24. Sharpe, R. B. Charadriidae. London 1896. Vol. 25. Osbert Salvin. Laridae. London 1896. Vol. 26. (Ardeidae, Steganopodes)—ainda não publicado. Vol 27. Salvadori, T. Anatidae, Tinamidae, Rheidae. London 1895. Quanto á outra litteratura por mim aproveitada dou em seguida a lista observando que varias obras de Vieillot e outras monographias não me são accessiveis. À synonymia completa acha-se indicada no Catalgo do British Museum a que sempre me refiro. Berlepsch, H. von. Zur Ornithologie der Provinz 5.º Catharina, Siúd-Brasilien. Journal f. Ornithologie v. Cabanis XXI 1873 p. 225293 e XKII 1874 p. 241284. Berlepsch, H. von und Jhering, HH. von. Die Vógel der Umgebung von Taquara do Mundo novo, Prov. Rio Grande do Sul. Zeitschrift fir die gesammte Ornithologie 1885 p. 97—184 (188) u. Taf. VI-IX. Burmeister, H. Systematische Uebersicht der Thiere Brasiliens. Bd. H e HI Vógel (Aves) Berlin 1856. Coues, Elliot. Key to North american Birds. London 1084. Goeldi E. As aves do Brazil I. Rio de Janeiro (Alves & CC.) 1894. rd ÃO Thering, H. von. Die Vôógel der Lagoa dos patos. Zeitschrift f. ges. Ornithologie von Madarás 18867 p. 142 — 165 und Taf. 1. Jhering, H. von. Ueber die Verbreitung der Singvôgel von S. Paulo. Journ. f. Ornithologie 46. Jahrg. 1898 p. 6—24. Marcgrav, G. et Piso, G. Historia Naturalis Brasiliae. Lugdunum Batavorum 1648. Wed, Prinz Maximilian. Beitráge zur Naturgeschichte von Brasilien. Vógel: Band HI Weimar 18301831; Band IV 1832-1835. Pelzeln, 4. von. Zur Ornithologie Brasiliens. Wien 1871. | Selater, P. L. and Hudson, W. H. Argentine Orni- thology. London Vol. I 1888; Vol. II 1889. Spix, J. B. de. Avium species novae quas in itinere per Brasiliam annis 18171820 collegit. Monachii 1824. Cumpre-me ainda agradecer aos distinctos Senhores que neste estudo me prestaram valiosos serviços: ao Sr- Conde Berlepsch em cuja opinião em todas as questões difficeis e discutaveis sempre tenho a maior confiança e aos Srs. Ricardo Krone em Iguape, Alexandre Hummel em S. Manoel do Paraizo e Valencio Bueno em Piracicaba que me forneceram couros de especies que nos faltávam e que com informações valiosas sobre a biologia e sobre os nomes vulgares de muitos passaros amavelmente me ajudaram. Assumpto que muito me occupou foi a denominação vulgar das aves mais conhecidas. Resulta dessas pesquizas que muitas vezes existem nomes meramente locaes, deno- minações de aldeia, usadas só em um ou outro municipio. Julgo que não é tarefa de estudos como este concorrer para tornar mais conhecidos taes nomes. Acontece até, como no caso dos chopim e virabosta, que a mesma palavra usada aqui e em outras regiões visinhas do Brazil é applicada a passaros differentes. Creio que é dever dos naturalistas contribuir nesse sentido para a apuração e Ri GO codificação da lingua brazileira. As denominações das aves, mammiferos etc. como as das plantas são em grande parte tiradas da lingua tupy-guarany, afastando-se nesse sentido a lingua fallada no Brazil muito da fallada em Portugal. Não é só a lingua portugueza, não é só a historia commum que une os differentes Estados do Brazil, mas tambem o facto quasi admiravel da distribuição vastissima e completa das palavras derivadas da lingua geral. E' preciso respel- tar essas raizes da formação da nacionalidade brazileira e julgo que aos sabios que estudam a natureza do paiz compete, com todo criterio, apoiar e guiar o processo da assimilação dos termos tupys no organismo da lingua brazileiro-portugueza. Infelizmente ainda estamos bastante atrazados na or- thographia e etymologia tupys, não havendo, ao menos, accôrdo quanto aos principios que devem ser adopta- dos. Ao contrario de diversos eminentes escriptores que, como o Snr. General Couto de Magalhães, exigem a imitação mais fiel da pronunciação usada entre os guaranys viventes entre nós, acredito que, tanto quanto fôr possivel, deve ser usado um systema combinado, que esteja em harmonia com as palavras já adoptadas no organismo da lingua brazileira e que mais facilite a incorporação de outras em plena concordancia com as regras grammaticaes e or- thographicas da lingua portugueza. A pronunciação dos guaranys é variavel não só nas diversas tribus, mas até nos individuos e acontece ainda que de uma duzia de pessoas a mesma palavra ouvida ao mesmo tempo pro- nunciada por pessoa tupy é ouvida e escripta de modo differente. Para nós não convem imitar de modo mais restricto a pronunciação dos guaranys ou tupys e escrever, por exemplo, h-abia em vez de sabiá, jauara-eté em vez — de jaguar-eté, jauti em vez de jaboti, nem adoptar o modo “de escrever usado pelos especialistas linguisticos, embora da maior competencia, como Lucien Adam *) porque se *) cf. esta Revista vol. II p. 467. Revista do Museu Paulista. Vol, III 8 e ms utilisam de consoantes pouco usadas entre nós como W e. K estrevendo elle jagwar-eté e ka-pii em vez Su] Jaguar-. eté e capim. O ponto de vista que, a meu ver, deve, unicamente para nós, ser determinante é na orthographia usada pelas palavras tupys, a da correlação .com a lingua portugueza, para facilitar a assimilação daquellas palavras no organis- mo do nosso idioma. Quanto aos nomes vulgares das aves a litteratura contribuirá á medida de suas forças para fazer do uso geral as denominações mais acceitaveis, na fórma mais correcta e conveniente. Comparando os dados fornecidos em seguida e contidos no livro do Dr. Goeldi . veremos que a mesma ave muitas vezes é conhecida sob denominações diversas nos Estados do Brazil e até nas varias conarcas de um mesmo Estado. E” certo que. presentemente — quando nesse sentido o trabalho apenas está começando na nossa litteratura — não podemos deixar. de registrar os nomes que disso pareçam dignos, prepa- rando, assim, a nomenclatura trivial do futuro. Não se me objecte que o povo não é influenciado pela litteratura. A lingua não tem cousa alguma de fixo, varia e evolue e sob esse ponto de vista a sciencia dirige na França, Alle- manha etc. as modificações que os systemas glossologicos. têm sofírido. Isto dar-se-á aqui tambem e assim póde acontecer que uma denominação menos apropriada com o tempo ha de ser menos ouvida e afinal esquecida. Actualmente, neste sentido, a confusão é grande! Temos em parte nomes portuguezes applicados a animaes que | differem dos que se entendem em Portugal sob o mesmo. nome, temos nomes novos feitos aqui, temos nomes acceitos do tupy-guarany e outros acceitos tambem dessa lingua indigena, mas corrompidos de modo tal que muitas vezes . não é possivel estabelecer etymologia exacta, ou, ao menos, provavel"). Ha casos em que bem se conservou | ') O caso mais singular é o do marisco do mar Pholas - costata L., chamado em S. Sebastião tamba-foli, reunindo em foli. duas consoantes que não existem na lingua tupy. Tambã, aos - — 1239 — ao lado do nome portuguez o indigena, por exemplo, a gralha é designada ainda em certos logares acahé, mas em outros conservou-se apenas o nome portuguez, ás vezes mal empregado (pavão !). Entendo, pois, que convem colligir os nomes triviaes . sujeitando-os, porem, a um exame critico Contribuir-se-á assim para a adaptação á litteratura do nome escolhido como o mais commum e conveniente, de modo tal que com o tempo essa denominação preferida ou official seja geralmente acceita. “Não posso fechar esta introducção sem um protesto contra a destruição insensata dos passaros nos arrabaldes desta capital. E” verdade que ha uma lei de caça, mas ninguem a conhece e observa, nem ao menos os fiscaes da camara municipal. Devia ser absolutamente prohibida a caça de passaros de canto. Mas dirijam-se ao mercado e observarão, em grande quantidade, sabiás e outros pas- sarinhos menores que são mortos e vendidos como alimento. “O que acontece ao redor desta bella capital é triste! Desapparecem os ultimos capões e até as vassouras, tor- nando-se seccos e estereis os campos, deteriorados ainda por queimadas, cada vez mais frequentes. Das pontes roubam os pranchões, cahem as cercas porque fazem o mesmo aos mourões. Tomba o ultimo refugio onde os passarinhos puderiam construir o seu ninho e os poucos que sobrevivem cahem victimas de caçadores que, em parte, são malandros que nem respeitam cercas e propriedade particulares, matando com gosto as gallinhas que por ventura se afastam de casa, dando ás vezes em virtude de resistencia ou vingança, logar para encher os registros cri- minaes das folhas diarias. Não é o capricho que nos obriga a elevar a nossa voz em favor dos passaros. Na natureza cada organismo occupa contrario, é concha, marisco e creio que d'ahi nos vem a palavra sambaqni para os casqueiros da costa que devia ser escripta “Tamba-qui (tamba = concha, qui — aqui). Se isso é exacto será melhor escrever tambaqui, k lugar importante e as relações entre os grupos de animaes mais diversos e com o reino vegetal, são muitas vezes singulares e complicadas. No interesse da hygiene publica lastimamos o desenvolvimento colossal das moscas que nos ultimos annos se tem observado nos arrabaldes de S. Paulo, especialmente no bairro do Ypiranga, pois a mosca não é só um meio para distribuir epidemias, mas até a tuberculose. Mas aqui não ha mais passaros que as possam caçar, como não ha bemtevis e outras tyrranidas para perseguirem os insectos alados das formigas e cupins. Não se admirem das consequencias! Aqui só é possivel remedio radical. Prohibir no peri- metro de duas leguas ao redor da capital a caça, lançar imposto sobre armas de fogo e confiscal-as quando não o pagarem, punir com grande multa os que matam e ven- dem passarinhos — eis medidas justas e certas, caso. haja fiscalisação. Verdadeira caça de perdizes, codornas etc. já não ha mais perto da cidade, e admittir a conti- nuação de matança dos passarinhos de canto seria admittir prejuizo e perigo serio para a saude publica e para a. lavoura. I Ordem. Passaros. ) A grande ordem dos Passaros abrange mais do que a metade de todas as especies de aves até hoje observadas e cujo numero Moebius no anno corrente calculou em 13.000. O bico, variavel na fórma, é destituído de ce ume. As pernas têm o tarso sem pennas; os pés têm tres dedos anteriores e um posterior. A unha do dedo posterior é mais forte do que a do dedo maior dos tres anteriores, dos quaes os dous exteriores são ligados na base. Distinguem-se duas sub-ordens das quaes a primeira é a dos Oscines que contem os melhores cantores e repre- sentantes em todos os paizes do globo; a segunda é quasi exclusivamente americana. Essas duas sub-ordens desta- cam-se principalmente pela estructura do larynge inferior, tendo tres pares de musculos entre os Clamatores, 5 nos Oscines. |. Sub-ordem. Oscines. Além do caracter indicado, notam-se,os passaros dessa sub-ordem pelos tarsos que têm a superficie anterior coberta de 7 escudos que muitas vezes são unidos numa unica chapa e os lados lisos cobertos de uma lamella dura e lisa, reunindo-se para traz as duas chapas num canto. O numero das remiges da mão é variavel importando em 9 ou 10. Os sabiás têm a primeira remige rudimentaria, nos tico-ticos, gaturamas etc. ella falta completamente corres- pondendo a primeira que se encontra na mão á segunda do sabiá. Baseando-se nessas differenças distinguem alguns “naturalistas duas secções entre os oscines: a, Turdiformes com as familias: Turdidae, Troglody- 'tidae, Vireonidae, Sylviidae, Corvidae, tendo ro remiges da mão. b., Lrimgiliformes com as familias: Hirundinidae, Mniotiltidae, Motacillidae, Coerebidae, Tanagridae, Icteridae, Fringillidae, tendo 9 remiges da mão. No primeiro destes dous grupos representa a familia das Corvidas, entre nós representada pelas gralhas, um elemento heterogeneo bem distincto do resto, sendo as corvidae passaros grandes e fortes com o bico forte e alto, coberto na base por pennas setiformes viradas para diante, e distinguidos pelo mento situado relativamente longe para diante, isto é mais adiante do que as ventas. Quanto aos Fringillformes o caracter mais frisante é o bico que é fissirostro isto é, fendido até em baixo do olho, pequeno, mas abrindo largamente nas andorinhas (Hirundinidae), tenuirostro ou delgado, comprido um pouco arqueado nos sahys e mariquitas, cultirostro sendo forte comprido cortante nos Icteridae e Corvidae, conirostro ou a 75 E de fórma conica, curta nos Fringillidae e dentirostro nas outras familias, isto é, de fórma curta ou alongada, mas com uma incisão pequena perto da ponta da maxilla supe- rior. Um caracter importante é formado pela commissura, . isto é, a linha em que as duas mandibulas se encontram e que consiste em duas partes, uma anterior (tomia) e outra posterior atraz das ventas (rictus). À linha commis- sural é mais ou menos recta ou arqueada na maior parte das familias seguintes, mas angulosa nas familias Icteridae e Frigillidae. A nossa figura pag. 116 mostra a commissura angulada. FAM. TURDIDAE. * 1. Turdus rufiventris Vieill. Sabiá, Sabiá laranjeira. Turdus rufiventer Sgix 1 p. 7o Taf. 68. Turdus rufiventris Wied HI p. 639. Turdus rufiventris Burmeister II p. 122. Turdus rufiventris Pelzeln p. 94 (Matto Dentro, Ypa- nema). Turdus rufiventris Sclater a. Hudson 1 p. 3. Turdus rufiventer Cat. Br. Mus. V p. 222. Facilmente se distingue das outras especies de sabiá pela côr pardo-avermelhada do peito e da barriga. Especie commum desde o Rio da Prata até a Bahia e Bolivia. Mus. Paul. São Paulo, fórma typica e um albino; Itatiba; Cachoeira. “* 2, Turdus albicollis Vieill. Sabiá colleira. Turdus albicolhs Burmeister HI p. 125. Turdus albicollis Pe/zeln p. 93 (Ypanema). Turdus albicollis Berlepsch w. lhering p. IIZ. Turdus albicollis Cat. Br. Mus. V p. 209. “ À barriga é branca no meio, castanha nos lados. No pescoço ha em baixo da garganta uma mancha grande, branca, de fórma semilunar. A descripção de Spix (Lp.71 Pl. 70) de albicollis refere-se a uma outra especie parecida da Bahia, T. crotopezus Licht. e Wied (HI p. 346). T. albi- collis occorre desde o Rio Grande do Sul até a Bahia. Mus. Paul. S. Paulo; Iguape. * 3. Turdus albiventer Spix. Sabiá branco. Turdus albiventer Spix I p. 7o Taf. 69 fig. 1. Turdus albiventris Burmeister HI p. 124. Turdus albiventer Pelzeln p. 93 (Cemiterio, Ypanema, Itararé, Rio Paraná). Turdus albiventer Cat. Br. Mus. V p. 216. Não conheço esta especie parecida á seguinte que só acceitei seguindo Pelzeln que a menciona de varias loca- lidades do E. de S. Paulo, onde Natterer a caçou. O bico superior da ave adulta é escuro. T. albiventer é especie do Norte do Brazil e da Venezuela, que temos da Bahia. Mus. Paul. — * 4. Turdus leucomelas Vieill. Sabiá branco. Turdus crotopezus Burmeister (nec Licht.) HI p. 123. Turdus amaurochalinus Cabanis Mus. Heim. I p. 5, Turdus leucomelas Pelzeln p. 93 (Ypanema). Turdus leucomelas Sclater a. Hudson 1 p. 1. Turdus leucomelas Cat. Br. Mus. V p. 213. Especie commum desde a Patagonia até a Guyana. - Cinzento-azeitonado em cima, cinzento em baixo, com a “ garganta branca estriada por manchas brunas. As cober- teiras interiores da aza são amarelladas. Entre as remiges da mão, 4 e 5 são mais compridas. O bico em passaros adultos é amarello. Do Rio de Janeiro até a Bahia encon- tra-se uma especie parecida Turdus crotopezus (Licht.) Mg eis pt Wied III p. 646, figurada por Spix I Taf. 70, sob a deno- minação de Turdus albicollis Spix (nec Vieill.) Mus. Paul. Piquete. * 5. Merula flavipes (Vieill.). Sabiá-una. Turdus flavipes .Spix I p. 69 Taf. 67 fig. 2. Turdus carbonarius Wied HI p. 641. Turdus carbonarius Buyrmeister IN p. 125. Turdus flavipes Pelzeln p. 94 (Itararé). Merula flavipes Cat. Br. Mus. V p. 2593. Sabiá de côr cinzenta, com a cabeça, as azas e a cauda pretas. O bico e as pernas são amarellas em passaros adultos. O sabiá-una, o mais estimado cantor entre os sabiás e provavelmente entre os passaros do Brazil, vive, como o sabiá de colleira, na matta. A especie está distribuida desde o Rio Grande do Sul até a Bahia. E" passaro do litoral somente, que lalta na maior parte do Interior do Estado. Mus. Paul. Ypiranga. * 6. Mimus lividus (Licht.). Sabia da praia. Tuúrdais orpheus.Sg7x (nec dd ir Eae Mimus lividus Wed HI p. 6593. Mimus lividus Burmeister WI p. 128. Mimus lividus Pelzeln p. 95. Mimus lividus Cat. Br. Mus. VI p. 347. Este sabiá é de côr cinzento-azul nas costas, branco no lado inferior, excepto em exemplares novos que têm . o peito com manchas pardas. Parece-se com a especie seguinte, sendo um pouco menor e distinguindo-se della ainda “pelo seu bom canto. O sabiá da praia é passaro do litoral | do Brazil, especialmentre entre Rio de Janeiro e Bahia. Na costa de S. Paulo é raro, occorrendo, entretanto, perto de Iguape, especialmente na « Ilha do mar », como infor- mou-me o Sr. Krone. Espero receber delle exemplares para verificar a determinação. O temos da Bahia. Mus. Paul. — * 7, Mimus saturninus (Licht.). Sabiá do campo, Sabiá pocca. Mimus saturninus Wed HI p. 658. Mimus saturninus Burmeister IH p. 127. Mimus saturninus Berlepsch wu. lhering p. 113 nota. Mimus saturninus Pelzeln p. 95 (Matto Dentro, Ypa- nema). Mimus saturninus Cat. Br. Mus. VI p. 348. Bruno-cinzento nas costas, branco-cinzento em baixo. Sobre o olho corre uma estria branca, as rectrizes exte- riores têm pontas brancas. As pennas no lado da barriga são branco-estriadas. Esta especie é a variedade septentrional do M. modu- lator Gould das Republicas platinas e do Rio Grande do Sul. A especie parecida M. lividus encontrada do Ama- zonas até ao Rio de Janeiro não foi por ora encontrada no Estado de S. Paulo. M. lividus é de côr mais clara, azul-cinzenta. Mimus saturninus é especie dos campos de Minas Geraes e S. Paulo. Mus. Paul. S. Paulo. | FAME STEVIDAE * 8. Polioptila leucogastra (Wied.). Culicivora leucogastra Burmeister HI p. 1II. Sylvia leucogastra Wied Il p. gro. Polioptila leucogastra Pelzeln p. 7o (Rio das Pedras). Polioptila leucogastra Cat. Br. Mus. X p. 446 (Bahia). Cinzento em cima com as azas e a cabeça pretas. O lado inferior é branco. Das rectrizes, as do meio, são pretas, “as lateraes brancas. Especie da Bolivia e do N. da Argentina que Nat- terer encontrou no territorio de S. Paulo perto do Rio Grande, no Rio das Pedras. O Snr. Krone caçou um exemplar no valle do Rio Ribeira. Temos-a da Bahia. Mus. Paul. — 9. Polioptila dumicola (Vieill.). Sylvia dumicola Burmeister HI p. rI2. Polioptila dumicola Pelzeln p. 7o (Rio das Pedras). Polioptila dumicola Sclater a. Hudson I p. 12. Polioptila dumicola Cat. Br. Mus. X p. 444. ; Parecido a P. leucogastra da qual differe pela cabeça, sendo apenas a fronte e uma estria Re pretas. O peito é de côr cinzenta. Especie da mesma distribuição, mais ou menos, como a precedente, que Natterer obteve no Estado de a Paulo nas proximidades dos rios Paraná e das Pedras, como tam- bem em Cuyabá. Eu obtive-a em S. Lour GRço; Rio Grande do Sul. Mus. Paul. — FAM. TROGLODYTIDAE. * 10. Donacobius atricapillus (L.). Japacani Maregrav p.izia: Mimus brasiliensis Wed III p. 662. Donacobius atricapillus Burmeister WI p. 129 (Novo Friburgo). Donacobius atricapillus Pelzeln p. 49 (Rio Paraná). Donacobius atricapillus Cat. Br. Mus. VI p. 364. Em cima de cór parda, excepto a cabeça, que é preta, em baixo amarellento. As remiges são na base e as rectri- zes na ponta brancas. E” passaro do tamanho de um sabiá. E” especie do N. do Brazil que Natterer obteve no Pará, Matto Grosso e perto do Rio Paraná no Est. de S. Paulo. O Sr. Krone me communicou que caçou esta especie em 1889 na-Serra de Itatim. Temos-a da Bahia. Mus. Paul. — se Eno à E Thryophilus longirostris (Vieill.). Curruiraçã. Campylorhynchus striolatus Spix Ip. 77 “Taís 79 fig. 2. Troglodytes striolatus ied II p. 748. | Thryothorus striolatus Burmeister HI p. 135. Thryothorus striolatus Pelzeln p. 47 (Santos). Thryophilus longirostris Cat. Br. Mus. VI p. 206. Especie do Brazil, distinguida da Curruira pelo bico mais comprido. A garganta e uma estria supraocular são de côr branca. As azas e a cauda são riscadas por linhas pretas. € Mus. Paul. Iguape. * 12. Troglodytes furvus o Curruira. “Troglodytes furvus Wed HI p. 746. Thryothorus platensis Wed II p. 742. Troglodytes furvus Burmeister IH p. 1937. Troglodytes platensis Burmeister IL p. 137. + — Troglodytes furvus Pelzeln p. 414. Thryothorus platensis P/elzeln p. 48 (Ypanema, Ce- miterio). Troglodytes furvus Sclater a. Hudson 1 p. 13. Thryothorus platensis Berlepsch I p. 230. Troglodytes musculus Naum. Cat. Br. Mus. VI p. 255. Pelzeln obteve esta especie de Cemiterio e Ypanema. Especie commum de todo o Brazil, da Argentina e Bolivia. O passaro é pardo-cinzento em cima, pardo-amarellento -em baixo. Às azas e a cauda são transversalmente riscadas por linhas pretas finas. O catalogo do British Museum commette, a meu vêr, quanto a essa especie, alguma contusão. O mui platensis ou Hylemathorus platensis de Wed é citado duas vezes (Vol. VI p. 244 e 256) apparecendo até em dous generos distinctos. O passarinho a que Wed se refere é Tr. furvus, especie que não deve ser separada em varias conforme a variabilidade que existe. Cistothorus platensis é especie do Rio da Prata e da Patagonia que não existe no Brazil. Mus. Paul. Ypiranga; S. Sebastião. . 13. Cistothorus polyglottus Vieill. Curruira. Thryothorus interscapularis Burmeister HI p. 196. Thryothorus polyglottus Burmeister WI p. 135. Cistothorus polyglottus Pelzeln p. 48 (Ypanema, Ita- raré, Mogy). Cistothorus interscapularis Pelzeln p. 414. Cistothorus polyglottus Cat. Br. Mus. VI p. 245. Caçado por Natterer em Itararé, Ypanema e Curityba. Os generos Cistothorus e Troglodytes têm ambos o bico simples sem incisão terminal, mas a unha posterior é muito comprida, mais ou menos igual ao dedo mesmo, no genero Cistothorus, mais pequena no genero Troglodytes. Cist. polyglottus tem o dorso riscado por estrias pretas. É espe- cie distribuida desde a Patagonia até Guatemala. Mus. Paul. — E QE FAM. MOTACILLIDAE. ê MM. Anthus rufus (Gm. Je Sombrio. Anthus chi «Sprx 1 ps Pal. 76 he. Anthus lutescens Lesson Traité 1831 p. deu. Anthus chi Wied HI p. 631. Anthus chii Pelzeln p. 69. Anthus lutescens Berlepsch u. Jhering p. 114. Anthus rufus Cat. Br. Mus. X p. cof | Especie distribuida do Rio Grande do Sul até Ame- rica Central. Entre varias especies parecidas a menor, . distinguindo-se pela côr claro-amarella do lado inferi 10r. Mus. Paul. Iguape. * 15. Anthus chii Vieill. | Caminheiro. non o chii Burmeister MI D:. Ig. Anthus rufus Pelzeln (nec Gm.) p. 69 (Casa Eintada, Curityba). Anthus chii Cat. Br. Mus. X p. 608. Especie do Brazil meridional que obtive tambem no Rio Grande do Sul. As pennas do dorso são escuras orladas côr de ferrugem. O lado ventral é pardo-amarellento com manchas escuras no peito. As retrizes exteriores são orladas de côr pardo-amarella. Mus. Paul. Ypiranga. * 16. Anthus nattereri Scl. Caminheiro. Anthus correndera Pelzeln (nec Vieill) p. 69 (Rio Verde, Itararé). Xanthocorys natterreri Cat. Br. Mus. X p. 619. Esta especie do Est. de S. Paulo cacei tambem no Est. do Rio Grande do Sul. É especie muito parecida à precedente tendo a unha posterior mais comprida, o bico mais forte, a garganta e o pescoço mais amarella, as pennas da cauda mais pont- agudas. - Mus. Paul. Ypiranga. FAM. MNIOTILTIDAE. * 17. Parula pitiayumi (Vieill.). Mariquita. Sylvia venusta Wed II p. 7os. Sylvicola venusta Burmeister II p. 116. Parula pitiayumi Pelzeln p. 71 (Ypanema). Parula pitiayumi Sclater aud Hudson I p. 20. Parula Pitiayumi Cat. Br. Mus. X p. 259 Pl. XIfig. 1. Especie commum desde o Rio da Prata até Venezuela, de cór azul em cima, amarella em baixo. O dorso é verde- azeitonado. As pontas das coberteiras das azas são brancas. As rectrizes exteriores têm uma mancha branca, Mus. Paul. Ypiranga. E * 18. Geothlypis velata (Vieill.). “Pia-cobra (Iguape); Caga-sebo (S. Paulo). Sylvia canicapilla Wed II p. 7or. Trichas velata Burmeister WI p. 115. Trichas velata Pelzeln p. 71 (Ypanema, Itararé). Geothlypis velata Sclater a. Hudson I p. 20. Geothlypis velata Cat. Br. Mus. X p. 363 PLIX fig. 5. Em cima verde, em baixo amarello; a cabeça de côr cinzenta tem uma estria preta nos machos. Especie do Brazil desde a Bahia até ao Rio da Prata. Mus. Paul. S. Paulo; Ypiranga; Iguape. * 19. Basileuterus flaveolus Baird. Myiothlypis flaveolus Pelzeln p. 72 (Rio Paraná, Rio das Pedras). 'Basileuterus flaveolus Cat. Br. Mus. X p. 380. Rspece do Goyaz, Matto Grosso e Bahia que Natterer caçou ao Rio Paraná e Rio das Pedras. À côr é verde- amarella em cima, amarella em baixo, tendo a cabeça a mesma côr como o dorso. Temos-a da Bahia. Vias furia e 20. Basileuterus hypoleucus Cab. Basileuterus hypoleucus Burmeister HI p. 113. Basileuterus hypoleucus Pelzeln p. 72 (Ypanema). Basileuterus hypoleucus Cat. Br. Mus. X p. 388. Especie parecida ao B. auricapillus mas com o lado inferior branco; passarinho conhecido em Goyaz e Minas, que Natterer caçou em ponei Mus. Paul. — * 21. Basileuterus auricapillus (Swains.). Basileuterus vermivorus Burmeister HI p. 113. Basileuterus vermivorus Pelzeln p. 71 (Matto Dentro, Ypanema, Itararé). Basileuterus auricapillus Sc/ater a. Hudson I p. 21. Basileuterus auricapillus Cat. Br. Mus. X p. 393. | - Passarinho elegante verde-azeitão em cima, amarello em baixo com o vertice laranjo, orlado em cada lado por uma estria preta. Especie do Brazil encontrada desde o Rio Grande do Sule as Missões argentinas até Venezuela. Mus. Paul. S. Paulo; Iguape. * 22. Basileuterus leucoblepharus (Vieill.). Trichas leucoblepharus Burmeister HI p. 1I4. Basileuterus leucoblepharus Pelzeln p. 72 (Ypanema). Basileuterus leucoblepharus Cat. Br. Mus. X p. 400. “Verde-azeitão em cima, branco em baixo até o crisso que é de côr amarella. O vertice é preto com o centro branco. Em cimá do olho uma estria cinzenta. Especie do Brazil meridional que Natterer GhERve em Ypanema e Curityba. Mus. Paul. Ypiranga. 23. Basileuterus leucophrys Pelzeln. Basileuterus leucophrys Pelzeln p. 72 e 137 (Rio Paraná). Basileuterus leucophrys Cat. Br. Mus. X. p. 400. Especie parecida à precedente maior com o dorso mais escuro e a faxa supraorbital branca e mais larga, que Natterer obteve no Porto do Rio Paraná. Mus. Equi.: * 24. Basileuterus stragulatus (Licht). Muscicapa rivularis Wied II p. 789. Trichas stragulatus Burmeister II p. 115. Basileuterus stragulatus Pelzeln p. 72 (Ypanema, Ita. raré, Rio Paraná). Basileuterus stragulatus Cat. Br. Mus. X p. 401. Especie parecida ás duas precedentes tendo como “elas a “garganta branca, mas as pennas coberteiras infe- riores da cauda ace e os lados do peito de côr parda, Especie do Brazil meridional desde o Rio Grande do Sul até ao Rio de Janeiro que Natterer obteve em Para- naguá, Itararé e Ypanema. Mus. Paul, Iguape. FAM. VIREONIDAE. “* 29. Vireo chivi (Vieill.). Juruviara (Iguape). Thamnophilus agilis Spix Il p. 23 Taf. 34 fig. 1. Muscicapa agilis Wed II p. 795. Phyllomanes agilis Burmeister HI p. 108. Vireosylvia agilis Pelzeln p. 73 (Ypanema, Itararé, Curityba). Vireosylvia chivi Berlepsch w. Jhering p. IIS. Vireosylvia chivi Sclater a. Hudson I p. 22. Vireo chivi Cat. Br. Mus. VIII p. 295. Verde-escuro em cima, branco com o crisso amarello em baixo, com o vertice cinzento e uma tira branca sobre o olho. Especie distribuida desde o Rio da Prata até o Pará. Mus. Paul. S. Paulo; Piracicaba; Iguape. “* 26. Hylophilus poecilotis (Temm.). Hylophilus poecilotis Pelzeln p. 7o (Ypanema, Itararé, Rio Paraná). Hylophilus poecilotis Sclater a. Hudson 1 peiaa: Hylophilus poecilotis Cat. Br. Mus. VIHI p. 308. Verde-azeitão em cima, amarello em baixo, com a cabeça pardo-vermelha no vertice, cinzenta nos lados. Espe- . cie do Brazil meridional que Natterer obteve em Curityba e no Est: de Su laulo! A Sylvia poecilotis Wied HI p. 715 é separada como . especie differente (Hyl. amaurocephalus Nordm.) por ter a região loral de côr castanha em vez de branca, como a H. poecilotis. Parece ser pa uma variedade “u N. do do Brazil. Mns. Paul. S. Paulo. Era. % es d 5 ES pa ja AO ca A Cn A na og 27. Hylophilus thoracicus Temm. Sylvia thoracica Wied UL p. 717. Hylophilus thoracicus Burmeister HI p. IIO. Hylophilus thoracicus Pelzeln p. 70. Hylophilus pectoralis Pelzeln p. 70. Hylophilus thoracicus Cat. Br. Mus VII p. 307. Especie parecida á precedente, com o vertice cinzento, que Natterer obteve no Amazonas, Matto Grosso e Rio de Janeiro e da qual Burmeister diz que é encontrada tambem em S. Paulo. O Sr. Krone obteve-a em Iguape no meio de diversas especies de Calliste e Nemosia rufi- capilla, reunidas em banda. Mus. Paul. — * 28. Cyclorhis ochrocephala Tsch. Cycloris viridis Burmeister WI p. 107. Cyclorhis ochrocephala Pelzeln p. 73 e 138 (Casa Pintada, Ypanema, Itararé). - Cyclorhis ochrocephala Berlepsch wu. lhering p. 116 (20). Cyclorhis ochrocephala Sclater a. Hudson 1 p. 23. Cyclorhis viridis Cat. Br. Mus. VIII p. 318. Passaro de côr verde-azeitonada em cima com o ver- tice pardo e uma faxa de côr castanha que vai do bico ao olho. A excepção da garganta, que é branca, o lado inferior é amarello. A maxilla inferior é de côr clara, sendo escura na especie affim C. guianensis Gm., distinguida pelo vertice cinzento. Conforme a côr do vertice, bruno-azeito- nado ou bruno-vermelho, distinguem diversos autores duas «especies» C. viridis e ochrocephala. E' essa especie das republicas platinas e do Brazil meridional. Mus. Paul. S. Paulo, Tieté, S. Sebastião. 29. Cyclorhis wiedii. Pelzeln. Cyclorhis wiedii Pelzeln p. 74 e 137 (Rio Paraná) Cyclorhis guianensis Wied (nec Gm.) HI p. 1or6. Revista do Museu Paulista. Vol. III 9 deqide a Cyclorhis wiedii Berlepsch u. hering p. 116 (20); nota. Cyclorhis wiedii Cat. Br. Mus. VIII p. 318. Apenas uma variedade menor . da especie precedente que tem a faxa supraorbital mais comprida attingindo quasi a nuca. Pelzeln indicou-a de Bahia, Cuyabá e do Rio Paraná. O Snr. Krone caçou um exemplar na Serra do Paranapiacaba. Mus. Paul. — FAM. HIRUNDINIDAE. * 30. Tachycineta leucorrhoa (Vieill.). Hirundo leucorrhoa Burmeister HI p. 144. Petrochelidon leucorrhoa Pelzeln p. 17 (Taubaté, Ypa- nema). Tachycineta leucorrhoa Sclater a. Hudson 1 p. 30. Tachycineta leucorrhoa Cat. Br. Mus. X p. II4. Andorinha de côr verde-escura, com lustro metallico, | tendo o sobrecú e o lado inferior brancos. Uma estria branca corre da frente ao olho. Especie das republicas platinas, do Brazil meridional e do Paraguay. Mus. Paul. Ypiranga; Iguape. * 31. Tachycineta albiventris (Bodd.). Hirundo leucoptera Wied HI p. 362. Cotyle leucoptera Burmeister HI p. 143. Petrochelidon albiventris Pelzeln p. 17 (Ypanema). Tachycineta albiventris Cat. Br. Mus. X p. IIS. Especie menor, parecida a precedente, da qual differe pela côr branca de parte das pennas coberteiras das azas. A estria branca na região loral falta nesta especie na qual a côr branca do sobrecú occupa mais espaço do que em T. leucorrhoa. Natterer ope -a em Ypanema junto com T. leucorrhoa. Mus. Paul. Iporanga. E Jd “adiçã “cad * 32. Progne tapera (L.). Taperá. Hirundo pascuum Wed III p. 360. Cotyla tapera Burmeister II p. 143. Petrochelidon albiventris Pelzeln p. 17. Progne tapera Sclater a. Hudson 1 p. 26. Progne tapera Cat. Br. Mus. X p. 180 (Curityba). Especie grande com a cauda pouco entalhada no fim, de côr bruna em cima branca em baixo, excepto o peito que é bruno. Especie distribuida do Rio da Prata até á Guyana, que. por ora não temos do Estado de S. Paulo, onde porem existe em Iguape segundo informações do Sr. Kyone. “Mus. Paul. — * 33. Progne domestica (Vieill.). Andorinha grande; Taperá (Piracicaba). Progne domestica Burmeister WI p. 142. Progne domestica Pelzeln p. 17 (Ypanema, Rio de | Janeiro). Progne domestica Berlepsch 1 p. 234. Progne chalybea Sclater. a. Hudson I p. 25. Progne domestica Cat. Br. Mus. X p. 177. Especie grande de um azul-escuro em cima, com a garganta e o pescoço cinzentos e a barriga branca. É especie do Brazil meridional e das republicas platinas. A fórma do Norte do Brazil é um pouco menor e deno- minada P. chalybea Gm. Essa andorinha costuma cons- truir o seu ninho, bastante simples, de capim e algumas pennas, entre os capitéis das columnas do Monumento do Ypiranga em que está funccionando o Museu. Mus. Paul. Ypiranga; Piracicaba; S. Sebastião. “* 34. Atticora fucata (Temm.). Hirundo fucata Buymeister II p. 145. Cotyle fucata Pelzeln p. 18 (Casa Pintada, Ypanema, Itararé). Atticora fucata Sclater a. Hudson 1 p. 35. Atticora fucata Cat. Br. Mus X p. 188. Especie bem distinguida pela côr ruiva da cabeça que é mais escura, castanha no vertice; o dorso é bruno, a barriga é branca. É encontrada desde o Rio da Prata até á Guyana. Mus. Paul. Piracicaba; Itapetininga; Ypiranga. * 35. Atticora cyanoleuca (Vieill.). Andorinha. Hirundo minuta Wied II p. 369. Atticora cyanoleuca Burmeister HI p. 147. Atticora cyanoleuca Pelzeln p. 18 (Ypanema). Atticora cyanoleuca Sclater a. Hudson | p. 33. "“Atticora cyanoleuca Cat. Br. Mus. VIII p. 186. Essa andorinha: é de côr azul-escura em cima e no crisso, sendo o resto do lado inferior branco. É especie de grande distribuição desde o Chile e a Argentina até á America Central. Pelzeln diz que Natterer affirma que faz o ninho em baixo das casas, que é commum em Ypanema e alli encontrada todo o anno. Mus. Paul. Ypiranga; S. Sebastião; Iguape. “ 36. Petrochelidon pyrrhonota co Cotyle pyrrhonota Burmeister II p. 145. Petrochelidon lunifrons Coues p. 323 fig. 1893. Petrochelidon americana Pelzeln p. 17 (Itararé, Irisanga). Petrochelidon pyrrhonota Selater a. Hudson I p. 30. Petrochelidon pyrrhonota Cat. Br. Mus. X p. 1993. Distinguida pela côr pardo-vermelha do sobrecú e de: parte da cabeça. Especie distribuida desde a America do Norte até a Patagonia. Mus. Paul. Est. de 3: Paulo. “37. Stelgidopteryx ruficollis (Vieill.). Hirundo jugularis Wed II p. 365. Cotyle flavigastra Burmeister II p. 144. qm dm A a RAE Cotyle flavigastra Pelzeln p. 17 (Casa Pintada, Ypa- nema,). Stelgidopteryx ruficollis Sclater a. Hudson I p. 36. Stelgidopteryx ruficollis Cat. Br. Mus. X p. 208. Especie do Brazil, de côr pardo-cinzenta com a gar- ganta castanha e o trazeiro pallido-amarello. Mus. Paul. Piquete, Iguape, S. Sebastião. Para a distincção das andorinhas observo que Stelgi- dopteryx differe dos outros generos pelo caracter de ter o macho a borda externa da primeira remige serrada ou dentada. A venta é meio coberta por uma membrana superior em Tachycineta, livre nos outros generos. À cauda é dividida em fórma de forcado nos generos Progne e Atticora. E FAM. COEREBIDÃE. * 38. Dacnis cayana (L.). Sahy-azul. Coereba coerulea Wed II p. 766. Dacnis cyanomelas Burmeister HI p. 1593. Dacnis cyanomelas Pelzeln p. 25 (Ypanema). Dacnis cyanomelas Berlepsch 1 p. 235. Dacnis cayana Cat. Br. Mus. XI p. 19. | O bico tem no genero Dacnis o comprimento da cabeça, sendo mais comprido no genero Coereba que se “encontra só ao N. do Rio de Janeiro. D. cayana tem a côr azul-clara no sexo masculino, verde no sexo feminino. O macho tem a garganta e a fronte pretas. Essa especie está distribuida desde S.“ Catharina até a America Central, mas não vive mais no Rio Grande do Sul, nem na Costa da Serra e muito menos ainda em Pelotas, devendo haver engano por parte do Joyner quando assim a indicou em alguns exemplares. do British Museum. Mus. Paul. Iguape. 39. Dacnis nigripes Pelzeln. Dacnis cayana Burmeister HI p. 153 (excl. syn.; 9). Dacnis nigripes Pelzelu p. 25 (? Ypanema). Dacnis nigripes Berlepsch 1 p. 2937. Dacnis nigripes Cat. Br. Mus. XI p. 21. O tarso, côr de carne na especie precedente, é azul na presente. D. nigripes tem o bico mais curto e compresso na base, as azas e a cauda mais curtas, as pennas da cauda orladas de azul. É especie intimamente ligada a precedente, colligida em S.” Catharina e Nova Friburgo e que Nat- terer parece ter caçada em Ypanema. Mus. Paul. — * 40. Dacnis speciosa (Wied.). Sahy. Sylvia speciosa Wied II p. 708. Sylvicola speciosa Burmeister II p. 117. Dacnis speciosa Pelzeln p. 26 (Rio Paraná), Daenis speciosa Cat. Br. Mus. XI p. 26. Especie de côr azul com o trazeiro castanho, distri- buida desde o Amazonas até o Brazil meridional. O Snr. R. Krone affirmou-me que a especie existe em Iguape. Mus. Paul. — * 41. Certhiola chloropyga Cab. Cambacica (Iguape); Mariguita (Piracicaba). Coereba flaveola Wied II p. 774. Certhiola flaveola Burmeister HI p. 155. Certhiola chloropyga Pelzeln p. 26 (Ypanema). Certhiola chloropyga Berlepsch I p. 239 (S. Paulo). Certhiola chloropyga Cat. Br. Mus. XI p. 44. Passarinho pequeno, de côr cinzenta em cima, com o vertice mais escuro e o sobrecú verde-amarello. A gar- ganta e uma estria supraocular são brancas; a barriga é amarella. As pontas das rectrizes são brancas. Especie commum desde o Rio Grande do Sul até Cayenna. C. A e id 2 a dc ci ÁS E ST o Dei q flaveola L., a que se refere a bonita figura em Breu. Thierleben vol V p. 567, é especie da Jamaica. Mus. Paul. S. Paulo; Iguape. FAM. TANAGRIDAE. * 42. Procnias tersa (L.). Sahy-andorinha (Iguape); Sahira (S. Manoel). Procnias ventralis Wed HI p. 385. Procnias tersa Burmeister HI p. 191. Procnias tersa Pelzeln p. 132 (Ypanema). Procnias occidentalis Pelzeln p. 132. Procnias tersa Cat. Br. Mus. XI p. so (S. Paulo). O macho tem a côr azul-clara, com a fronte e a gar- ganta pretas e a barriga branca; a femea é verde. O bico é largo na raiz e deprimido. O Sr. Conde von Berlepsch escreve-me que essa especie foi caçada por Thiele em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, o que provavelmente se refere a um exemplar unico, pois eu não a encontrei naquelle Estado. A distribuição parece ser desde S. Paulo até a Columbia. Esta sahira é chamada «sahira buraqueira», por fazer o seu ninho no chão. Mus. Paul. S. Paulo; S. Carlos do Pinhal, Piquete. * 43. Chlorophonia viridis (Vieill). Bonito do campo (Iguape). Euphone viridis Burmeister II p. 197. Chlorophona viridis Pelzeln p. 202 (Ypanema). Chlorophonia viridis Cat. Br. Mus. XI p. 54. Especie de gaturamo de côr verde-clara, em baixo mais amarella, com a nuca e o sobrecú azues, sendo da mesma côr um annel ao redor do olho no sexo masculino. Especie do Brazil meridional desde o Rio de Janeiro até o Rio Grande do Sul. Mus. Paul. Piracicaba; Iguape. PR | * 44. Euphonia nigricollis (Vieill.). Gaturamo. Tereno (Piracicaba). Euphone musica Wed HI p. 443. Euphone nigricolhs Burmeister HI p. 1993. Euphona nigricollis Pelzeln p. 202 (Ypanema). Euphonia nigricollis Sclater a. Hudson 1 p. 37 (Cor- “o mentes): Euphonia nigricollis Cat. Br. Mus. XI p. 61. Em cima preto-azul, em baixo amarello. É a unica especie que tem o vertice azul-claro. Especie da America do Sul, encontrada desde a Colombia até o Rio Grande do Sul e Corrientes. Parece-me certo, que E. flavifrons Sparm. indicado por Hartert de Ypanema não occorre “alli, sendo especie das Antilhas, referindo-se Hartert a outra especie, provavelmente E. nigricollis. ct. Hartert Katalog d. Vógelsammlung d. Mus. Senckenberg, Frankfurt a. M. 1891 p. 46. Mus. Paul. Piracicaba; Iguape. * 45. Euphonia chlorotica (L.). Gaturamo miudinho. Puvy (Piracicaba). Euphone. chlorotica Burmeister HI p. 194. Euphona chlorotica Pelzeln p. 202. Euphona serrirostris Pelzeln p. 202 (Rio Paraná, Ypa- nema). Euphonia chlorotica Sclater a. Hudson 1 p. 37. Euphonia chlorotica Cat. Br. Mus. XI p. 64. Especie encontrada desde o Norte da Rep. Argentina até a Guyana. Em cima preto-azul com a frente amarella. O lado inferior é amarello a excepção da garganta que é preta. Mus. Paul. Piracicaba. 46. Euphonia xanthogastra Sund. Euphone xanthogastra Buyrmeister II p. 195, nota. Euphona ochrascens Pelzeln p. 202 e 328. Euphona xanthogastra Pelzeln p. 203, nota (S. Paulo). Euphonia xanthogastra Cat. Br. Mus. XI p. 67 (Guyana). Especie difficilmente a distinguir da E. chlorotica, da qual differe pelo tamanho um pouco maior, pelo bico mais forte, pelo dorso de côr azul-escura e não roxa, pela côr amarella da barriga e do vertice que é mais escura, exten- dendo-se até a nuca. Só a rectriz externa tem uma mancha terminal branca, achando-se essa mancha em E. chlorotica nas duas rectrizes exteriores de cada lado. Pelzeln diz que é encontrada em S. Paulo. Mus. Paul. — * 47. Euphonia violacea (L.). Tiete; Gaturamo; Bonito (Iguape). Teitei Marcgrav p. 212. Euphone violacea Wied II p. 439. Euphone violacea Burmeister II p. 195. Euphona lichtensteini Pelzeln p. 204. Euphona violacea Pelzeln p. 204 (Ypanema, Rio Paraná). Euphonia violacea Cat. Br. Mus. XI p. 74. O macho differe da especie precedente por ter todo o lado inferior amarello. As femeas nesta especie como em quasi todas as outras dos gaturamos são mais uniformes e esverdeadas na côr. E. violacea é encontrada desde o Rio Grande do Sul até a Guyana. Mus. Paul. S. Paulo; Piracicaba; Iguape. “* 48. Euphonia pectoralis (Lath.). Tieté (S. Paulo); Alcaide (S. Sebastião, Piracicaba). Euphone rufiventris Wed HI p. 447. | Euphone pectoralis Burmeister II p. 196. Euphona pectoralis Pelzeln p. 205 (Ypanema, Rio Paraná). Euphonia pectoralis Cat. Br. Mus. XI p. 80 (Pelotas!? Ih.). Unica especie dos gaturamos que tem a barriga cas- tanha. Especie do Brazil meridional desde o Rio de Janeiro até o Rio Grande do Sul. Mus. Paul. S. Paulo; Iguape; S. Sebastião. * 49. Hypophaca chalybea (Mik.). Gaturamo. Euphone chalybaea Burmeister HI p. 194. Cup a Pelzeln p. 204 (Ypanema, S. Paulo, Rio Paraná). Hypophaea o Cat; Br'« Mus: XI ipi: Sam com figura). O genero Hypophaea differe da Chlorophonia e Eu- phonia pela falta de uma incisão terminal na maxilla su- perior. H. chalybea, a unica especie do genero, tem o lado dorsal de verde-aço com a fronte amarella e o lado inferior amarello. É especie encontrada desde o Rio de Janeiro e Nova Friburgo até ao Rio Grande do Sul. | Mus. Paul. Est. de S. Paulo; Iguape. '* 50. Pipridea melanonota (Vieill,) Viuva (Piracicaba). Procnopis melanonota Burmeister II p. I9o. Pipridea melanonota Pelzeln p. 205 (Ypanema, Porto Feliz, Cemiterio). Pipridea melanonota Sclater a. Hudson I p. 937. Pipridea melanonota Cat. Br. Mus. XI p. 92. Especie bonita, em cima de côr azul que é mais clara no vertice e no sobrecú. A fronte é preta, o lado inferior amarello-avermelhado. Esse sahy é encontrado por todo o Brazil desde o Rio Grande do Sul até Venezuela. Mus. Paul. S. Paulo; Piracicaba; Iporanga. *51. Calliste tricolor (Gm.). Sahyra; Sahy; Sahy de sete cores (Iguape, Piracicaba). Tanagra tatao Wed II p. 459. Calliste tricolor Burmeister II p. 187. ia dc ade Se Sid desde ias al cin Ss ci NE Calliste tricolor Pelzeln p. 206 (Ypanema). “Calliste tricolor Cat. Br. Mus. XI p. 99 (Pelotas!? Ih.). Especie de S. Paulo, distribuida até Goyaz e Bahia. A cabeça é verde, o dorso preto e para traz côr de laranja, “o sobrecú verde como o crisso e a barriga; o peito azul. Mus. Paul. Est. de S. Paulo; Iguape. * 52. Calliste festiva (Shaw.). Sahy militar (Iguape). Tanagra rubricolls Wed HI p. 456. Calliste festiva Burmeister II p. 188. Calliste festiva Pelzeln p. 206. Calliste festiva Berlepsch w. Jhering p. II8. Calliste festiva Cat. Br. Mus XI-p. 100. Especie de muitas côres como a precedente, verde com o vertice e a garganta de côr azul, a fronte e o dorso pretos, a nuca vermelha. A especie é encontrada desde o Rio Grande do Sul até Amazonas. Mus. Paul. Est. de S. Paulo; Iguape. * 53. Calliste cyaneiventris (Vieill.). Tanagra citrinella Wed II p. 464. Calliste citrinella Burmeister II p. 184. Calliste cyaneiventris Pelzeln p. 206 (Ypanema). Calliste cyaneiventris Cat. Br. Mus. XI p. 100. O dorso é amarello com manchas pretas. A cabeça é amarella com a fronte e a garganta pretas, o peito azul. Especie de S. Paulo, Rio de Janeiro e Espirito Santo. Mus. Paul. S. Paulo; S. Carlos do Pinhal; Piquete. 54. Calliste thoracica (Temm.). Sahy verde (Iguape). Calliste thoracica Burmeister II p. 186. “Calliste thoracica Pelzeln p. 206 (Casa Pintada). Calliste thoracica Cat. Br. Mus. XI p. 101. O dorso é verde com manchas negras, a fronte e uma a mancha da garganta são pretas, o pescoço anterior é ama- rello, o lado ventral amarello-verde. Especie brazileira de S. Paulo, Rio, Minas e Goyaz. O Snr. Krone caçou-a na Serra de Paranapiacaba. Mus. Paul. S. Paulo. * 55. Calliste flava (Gm.). Sahy amarello (Iguape). Guirapera Marcgrav p. 212. Tanagra flava Wied HI p. 467. Calliste flava Burmeister II p. 181. Calliste flava Pelzeln p. 207 (Ypanema, Itararé, Rio Paraná). Calliste flava Cat. Br. Mus. XI p. 113. O lado dorsal é amarello, as azas são verdes, a gar- ganta e o peito são de côr preta. Especie distribuida desde S. Paulo até Goyaz e Pernambuco. O Sr. Krone obteve-a em Iguape. Mus. Paul. Est. de >. Paulo. “* 36. Calliste pretiosa (Cab.). Sahyra (= Sahy-ira). Tanagra gyrola Wed II p. 471. Calliste preciosa Burmeister II p. 182. Calliste pretiosa Pelzeln p. 207 (Capivary). Calliste pretiosa Cat. Br. Mus. XI p. II4. O lado dorsal é castanho até ao sobrecú que é ama- rello, o lado ventral é verde. Especie commum nos Estados do Rio Grande do Sul até S. Paulo e no Paraguay. Mus. Paul. Estado de S. Paulo. “* 57. Calliste melanonota (Shaw.). Sahy-guaçú (Iguape); Sahyra. Calliste melanonota Pelzel» p. 207 (Rio Paraná, Matto Dentro). “» Calliste melanonota Cat. Br. Mus. XIp. 115 (S. Paulo). Especie alliada com a C. gretiosa tendo porem o dorso, entre as azas, preto. Especie do Brazil meridional desde S.“ Catharina até Goyaz e Panamá. Mus. Paul. Iguape; S. Paulo. “* 06. O nbi Horus leucocephalus (Vieill) - Azulão (Iguape); Sanhaçu frade (S. Paulo). Stephanophorus coeruleus Burmeister UI p. 205. ' Stephanophorus leucocephalus Pelzeln p. 207 (S. Paulo, Mogy das Cruzes). Stephanophorus leucocephalus Sclater a. Hudson 1 p.-98 BL: 4. Stephanophorus leucocephalus Cat. Br. Mus. .XI p. 143 com figura (S. Paulo). De côr azul; mais claro na nuca com o vertice ver- melho, a fronte e a garganta pretas. Passaro que occorre - desde Buenos Ayres até Paraguay, Goyaz e Rio de Janeiro. Mus. Paul. S. Paulo; Piquete. * 59. Tanagra cyanoptera (Vieill.). Sanhaçi. Tanagra sayaca Wied HI p. 484. Tanagra sayaca Burmeister part. (9!) IH p. 176. Tanagra cyanoptera Pelzeln p. 209, nota. Tanagra cyanoptera Berlepsch I p. 240 (S. Paulo). Tanagra cyanoptera Berlepsch w. lhering p. 1IO9. Tanagra cyanoptera Cat. Br. Mus. XI p. 157 (S. Paulo). Especie que occorre desde Buenos Ayres até Goyaz e Bahia. A cor é azul-cinzenta, mais verde em cima, mais clara em baixo. Os encontros são de côr azul-claro em ambos os sexos. Mus. Paul. Est. de S. Paulo; Iguape. * 60. Tanagra sayaca L. Sanhaçii. Tanagra sayaca Burmeister part. (2) HI p. 176. Tanagra sayaca Pelzeln p. 208 (Ypanema, Itararé, Rio Paraná). Tanagia sayaca Sclater a. Hudson I oBresh Tanagra sayaca Cat. Br. Mus. XI p. 158. Especie muito chegada á precedente que apenas dil-' fere pelo bico mais curto e alto e pela côr cerulea dos. encontros, que carecem dessa mancha azulada na Tanagra sayaca. A especie occorre desde o Rio Grande do Sul “até o Ceará. Mus. Paul. Piquete; S. Sebastião. * 61. Tanagra palmarum Wied. Sanhaçú dos coqueiros. Tanagra palmarum Wied HI p. 489. Tanagra olivascens Burmeister II p. 175. Tanagra palmarum Pelzeln p. 209 (Rio das Pedras). Tanagra melanoptera Pelzeln p. 209. Tanagra palmarum Berlepsch 1 p. 242. Tanagra palmarum Cat. Br. Mus. XI p. 159. De côr verde-cinzenta com o vertice e uma faxa das azas verdes e o dorso, as azas e a cauda preto-pardas.' Especie distribuida desde S.“ Catharina até a America Central. Mus. Paul. S. Sebastião. * 62. Tanagra ornata Sparm. Sanhaçú de encontros. Tanagra archiepiscopus Spix II p. 42 Taf. 55 fig. 1. Tanagra archiepiscopus Wied IH p. 481. Tanagra ornata Burmeister HI p. 174. Tanagra ornata Pelzeln p. 209 (Ypanema). Tanagra ornata Berlepsch 1 p. 242. Tanagra ornata Cat. Br. Mus. XI p. 161 (S. Paulo). Verde em cima, com a cabeça e o peito azues e uma mancha amarella nas azas ao lado dos encontros. Especie do Brazil meridional desde S.” Catharina até Bahia e Goyaz. O Sr. Krone obteve-a ém Iguape. Mus. Paul. S. Sebastião. * 63. Rhamphocoelus brasilius (L.). Tie-sangue (S. Sebastião); Tieé-fogo (Iguape). Tije piranga Marcgrav p. 192. Tanagra brasilia Wied IH p. 511. Ramphocelus brasilia Burmeister II p. 173. Ramphocelus brasilia Pe/zeln p. 210, nota. Rhamphocoelus brasilius Cat. Br. Mus. XI p. 170 (S. Paulo). Especie encontrada desde S. Paulo até Pernambuco. O macho é de côr esplendida, vermelho-cochonilha, a excepção das pennas das pernas, das azas e da cauda que são pretas. A femea é de côr bruna com o dorso baixo vermelho-pardo. O Sr. Kyone caçou essa especie em Iguape. Mus. Paul. S. Sebastião. 64. Rhamphocoelus jacapa (L.). Ramphocelus jacapa Burmeister UI p. 172. Ramphocelus albirostris Pe/zeln p. 210. Ramphocelus atrosericeus Pelzeln p. 211 (Rio Paraná, Rio das Pedras). Rhamphocoelus jacapa Cat. Br. Mus. XI p. 174. -* Especie muito parecida á precedente com o dorso negro-pardo. Especie do Norte do Brazil que Natterer caçou na zona do Rio Paraná. Mus. Paul. — “65. Pyranga saira (Spix). - Tanagra saira Spix Il p. 35 Pl. 48 fig. 1 (9). Tanagra missisippensis MWied II p. 521. Pyranga coccinea Burmeister WI p. 171. Pyranga saira Pelzeln p. 211 (Ypanema, Itararé). Pyranga saira Cat. Br. Mus. XI p. 185. Especie do Brazil meridional desde o Rio Grande do Sul até a Bahia. O macho é de cor vermelho-cochonilha, a femea verde-azeitonada no dorso, amarella no lado ventral. Mus. Paul. Est. de S. Paulo. — 152 — * 66. Orthogonys viridis (Spix). Tanagra viridis Spix Il p. 36 Taf. 48 fig. 2. Orthogonys viridis Bnyrmeister HI p. 17o. Orthogonys viridis Pelzeln p. 211. Orthogonys viridis Cat. Br. Mus. XI p. 194 (S. Paulo). Passaro do Brazil meridional (Rio Grande do S. até Rio de Janeiro), de côr verde-azeitonada em cima, verde- amarella no lado abdominal. Mus, Paul. Iguape. * 67. Phoenicothraupis rubica (Vieill.). Tic do Matto Grosso (Iguape). Tanagra flammiceps Wed II p. 497. Tachyphonus rubicus Burmeister HI p. 168 (S. Paulo). Phoenicothraupis rubica Pelzeln p. 212 (Ypanema). Phoenicothraupis rubica Cat. Br. Mus. XI p. 196 (5. Paula O macho é de côr escuro-cochonilha, mais clara no lado ventral e vermelho-cochonilha vivo no vertice que fórma um pequeno topete. A côr da femea é bruna. A especie é encontrada no Brazil meridional desde Rio Grande do Sul até Bahia e Bolivia. O Sr. Kyone caçou-a em Iguape. Mus. Paul. Piracicaba (Rio das Pedras). “* 66. Tachyphonus melaleucus (Sparm.). Tanagra nigerrima Wed II p. 594. Tachyphonns nigerrimus Buyrmeister II p. 166. Tachyphonus melaleucus Pelzeln p. 212 (Rio Paraná). Tachyphonus melaleucus Cat. Br. Mus. XI p. 206. Especie da America Central e do N. do Brazil. Natterer obteve-a do Rio Paraná. O macho que não tem topete é preto com os encontros brancos, a femea é parda. Mus. Paul. — o si iria» E “e nc 1 wa EEE am NEN, a RV AP NE DD ED PS NDO en * 69. Tachyphonus cristatus (Gm.). Tanagra cristata MWied UI p. 474. Tachyphonus cristatus Burmeister II p. 165. Tachyphonus cristatus Pelzeln p. 213. Tachyphonus cristatus Cat. Br. Mus. XI p. 210 (Pe- lotas, Rio Grande do S.? Ih.). O macho é preto com o vertice e topete vermelho- cochonilha e o dorso baixo amarello. A femea é pardo- amarella. Especie mencionada de S. Paulo pelo catalogo do British Museum e encontrada ao N. do Brazil até á Guyana. A indicação Pelotas, Rio Grande do S., parece-me duvidosa. Mus. Paul. Est. de S. Paulo; Iguape. Ho E] o (IR “Tachyphonus coronatus (Vieill.). Tié preto (Iguape); Gurundi preto (Piracicaba). Tanagra brunnea Spix IH p. 37 Tatf. 49 fig. 2(d! juv.) Tachyphonus coronatus Burmeister III p. 166 (S. Paulo). aa Tachyphonus coronatus Pelzeln p. 213 (Matto Dentro, Ypanema). Tachyphonus coronatus Berlepsch 1 p. 244. Tachyphonus coronatus Cat. Br. Mus. XI p. 213 (S. Ro Paulo). Especie do Brazil meridional, desde Rio de Janeiro E Minas e Paraguay até Rio Grande do Sul. O macho é preto com o vertice vermelho. A femea é parda em cima, + amarellenta em baixo. Mus. Paul. S. Paulo; Iguape; Piquete. a To tda 4 SE Sam bar * 1. Trichothraupis quadricolor (Vieill.). ; Tié de topete. Tanagra auricapilla Spix II p. 39 Pl. sa. Tanagra auricapilla Wed II p. 538. Tachyphonus quadricolor Burmeister HI p. 164. Trichothraupis. quadricolor Pelzeln p. 212 (Ypanema, Cemiterio). Trichothraupis quadricolor Berlepsch 1 p. 244. Revista do Museu Paulista. Vol. III 10 — 154 — Trichothraupis quadricolor Sclater a. Hudson I p. 40. Trichothraupis quadricolor Cat. Br. Mus. XI p. 220. Em cima verde-azeitão com a fronte, as azas e a cauda pretas, em baixo amarello. O macho tem o vertice e um topete amarellos. Especie distribuida desde o Kio Grande do Sul e as Missões até Goyaz e Bahia. Mus. Paul. Piracicaba; Itatiba; Tieté. * 72. Cypsnagra ruficollis (Licht.). Leucopyvgia ruficollis Burmeister WI p. 162. Cypsnagra ruficollis Pelzeln p. 214 (Cemiterio, Itararé, Irisanga). Cypsnagra ruficollis Cat. Br. Mus. XI p. 221. Especie que occorre desde S. Paulo até Bahia e Bo- livia. A côr é preta em cima, amarella em baixo; uma facha branca corre sobre o dorso baixo e sobre as azas. Mus. Paul. Est. de S. Paulo. * 73. Pyrrhocoma ruficeps (Streckl.). Nemosia ruficeps Burmoeister IN p. 159. Pyrrhocoma ruficeps Pelzeln p. 216 (Ypanema). Pyrrhocoma ruficeps Berlepsch u. Jhering p. 120 Taf. VI got Pyrrhocoma ruficeps. Cat. Br. Mus. XI p. 222. Passarinho preto com a cabeça castanha e a fronte preta, distribuido desde o Rio Grande do Sul até Per- nambuco. Mus. Paul. Piracicaba; Piquete. * 74. Nemosia pileata (Bodd.). Hylophilus cyanoleucus Wied IH p. 734 (01). Hylophilus caeruleus Wed HI p. 731 (9). Nemosia pileata Burmeister HI p. 158. Nemosia pileata Pelzelm p. 214 (Rio Paraná). Nemosia pileata Cat. Br. Mus. XI p. 223. De côr cinzenta em cima, branca em baixo com o vertice preto. Especie do Norte do Brazil, que temos da Bahia. “Mus. Paul. — 75. Nemosia guira (L.). Guira-guaçu beraba Marcgrav p. 212. Hylophilus guira Wied HI p. 729. Nemosia guira Pelzeln p. 215 (Rio Paraná). Nemosia guira Cat. Br. Mus. XI p. 224. Verde-azeitonado em cima, verde mais claro no lado ventral com o peito e o dorso baixo côr de laranja. À garganta é preta no macho, parda na femea. É especie do Norte do Brazil e da Guyana que Natterer obteve do Rio Paraná, mas que o catalogo do British Museum provavel- mente por engano indica do Rio Grande do Sul. Mus. Paul, — * 76. Nemosia ruficapilla (Vieill.). Hylophilus ruficeps Wied HI p. 725. Nemosia ruficapilla Burmeister HI p. 167. Nemosia ruficapilla Pelzeln p. 215. (Ypanema). Nemosia ruficapilla Cat. Br. Mus. XI p. 225 (5. Paulo). O dorso é verde-azeitonado, o peito e o dorso baixo são de côr amarella. A cabeça é castanha. Especie distribuida desde S. Paulo até Bahia. Existe em Piracicaba segundo me affirmou o Sr. Valencio Bueno. Mus. Paul. S. Paulo; Iguape. * 77. Arremon semitorquatus Swains. Arremon semitorquatus Burmeister WI p. 223 nota. Arremon semitorquatus Pe/zeln p. 217 (Ypanema). Arremon semitorquatus Cat. Br. Mus. XI p. 277. Passarinho de côr verde-azeitonada em cima, branco- cinzenta em baixo. A cabeça é preta com uma estria cinzenta no meio e uma fita branca sobre cada olho, No peito — I56 — existe uma colleira incompleta de côr preta. Do bico é a maxilla superior preta, a inferior amarella; os encontros são verdes. Especie que temos do Rio Grande do Sul (Nova Hamburgo pelo Sr. 4. Schwartz) e de S. Paulo; occorre tambem no Rio de Janeiro. Mus. Paul. Piquete, Iguape. 78. Diucopis fasciata (Licht.). j Tanagra axillaris Spix II p. 41 Pl. 54 fig. 2. Tanagra fasciata Wed HI p. 4993. Diuca fasciata Burmeister IN p. 219. Diucopis fasciata Pelzelm p. 219 (Cemiterio, Irisanga, Itararé). Diucopis fasciata Cat. Br. Mus. XI p. 279. Passarinho de côr cinzenta com a garganta branca; as coberteiras externas das azas são pretas com uma facha branca. Especie de S. Paulo e da Bahia que o catalogo do British Musem indica de Pelotas, Rio Grande do Sul, o que parece engano. Mus. Paul. — * 79. Saltator magnus (Gm.). Trinca-ferro (Iguape). Tanagra magna Wied HI p. 525. - Saltator magnus Burmeister HI p. 199. Saltator magnus Pelzeln p. 218. Saltator magnus Cat. Br. Mus. XI p. 285 (5. Paulo Vertice, nuca e dorso de cór verde-azeitonada; em baixo cinzento, a excepcão da garganta, que é amarella com uma estria preta de cada lado. Especie que occorre desde São Paulo até Panamá. Mus. Paul. Piquete; Iguape. * 80. Saltator similis Lafr. et POrb. Tanagra superciliaris Wed HI p. 518. Saltator superciliaris Burmeister WI p. 200. Saltator similis Pe/zeln p. 218 (Matto Dentro, Ypane- ma, Rio Paraná). Saltator similis Berlepsch w. lhering p. 121 (25) (S. Paulo). Saltator similis Sclater a. Hudson I p. 41. Saltator similis Cat. Br. Mus. XI p. 287 (S. Paulo). Especie parecida a precedente tendo o dorso de côr cinzenta, distribuida desde Corrientes e Rio Grande do Sul até S. Páulo e Bahia. Mus. Paul. Ypiranga; Rio Grande; Ribeirão Pires. “* 81. Saltator atricollis Vieill. Tanagra atricollis Spix IH p. 43 Pl 56. fig. 2. Fringilla jugularis ed Il p. 556. Saltator atricollis Burmeister II p. 202. Saltator atricollis Pelzeln p. 219 (Irisanga). Saltator atricollis Cat. Br. Mus. XI p. 2993. Especie distinguida das precedentes pelo bico mais forte, côr de laranja, com a maxilla superior escura em cima, pela garganta e pescoço anterior de côr preta e a barriga amarellenta. Essa especie occorre no Brazil central desde Paraguay e S. Paulo até Bahia e Goyaz. Mus. Paul. Est. de S. Paulo. * 82. Orchesticus abeillei (Less.). Orchesticus occipitalis Burmeister II p. 2093. Orchesticus abeillei Pelzeln p. 220 (S. Roque). Orchesticus abeillei Cat. Br. Mus. XI p. 297. ' De côr amarello-parda com o vertice bruno, o dorso, as azas e a cauda negras, sendo as rectrizes orladas de amarello. Natterer obteve a especie nos Estados de Paraná e S. Paulo, Burmester em Minas. Mus. Paul. Est. de S. Paulo. “* 83. Cissopis major Cab. Titinga; Prebixim (Ypanema); Anicavara (Piracicaba). Bethylus picatus Wed HI p. 545. Cissopis major Burmeister II p. 204 — 158 — Cissopis leveriana Pelzeln p. 217 (Matto Dentro, Ypa- nema). Cissopis leveriana Berlepsch I p. 245. Cissopis major Cat. Br. Mus. VI p. 300. Especie grande branca, com a cabeça, o pescoço, as azas e a cauda pretas, sendo as pontas das rectrizes bran- cas. À especie é encontrada desde 5.º Catharina até Bahia e Goyaz. Ás vezes tratam essa especie de gralha, mas por engano. Mus. Paul. Piquete. * 84 Schistochlanys capistratus (Wied). Tanagra capistrata Sgix II p. 41 Pl 54 fig. 1. Tanagra capistrata Wed II p. 500. Schistochlamys leucophaea Buyrmeister HI p. 209. Orchesticus capistratus Pelzeln p. 220 (S. Paulo, Ypa- nema, Sorocaba). Schistochlamys capistratus Cat. Br. Mus. XI p. 301 ! (S. Paulo). Passaro de côr cinzenta em cima, amarellenta em baixo, com à fronte preta. Especie que occorre desde São Paulo até Pernambuco. Mus. Paul. Ypiranga: Itatiba; Piracicaba. 35. Schistochlamys atra (Gm). Tanagra melanopis Med II p. so4. Schistochlamys melanopis Burmeister II p. 209. Orchesticus ater FPelzeln p. 220 (Rio das Pedras). Tanagra olivina Pelzeln p. 210. Schistochlamys atra Cat. Br. Mus. XI p. 301. Especie de côr cinzenta com a fronte, cara, garganta e o pescoço anterior pretos, que é encontrada no Brazil central e na Guyana, e que Natterer caçou perto do Rio Grande. Mus. Paul. — “* 66, Pitylus fuliginosus (Daud.). Bicudo; Bico pimenta (S. Paulo). Tanagra psittacina Spix II p. 44 PL 57 fig. 2. Fringilla gnatho Wied II p. ss2. Pitylus coerulescens Burmeister WI p. 206. Pitylus fuligmosus Pe/lzeln p. 220 (Matto Dentro Ypa- nema). Pitylus fuliginosus Berlepsch I p. 245. Pitylus fuligmosus Cat. Br. Mus. XI p. 304. Passaro do tamanho do sabiá, fusco-cinzento com a garganta e o peito pretos e com o bico forte, côr de laranja. Especie do Brazil meridional desde Rio Grande do Sul até Bahia. Pelzeln diz que esse passaro tem o nome de Guaranisinga em Matto Dentro e de Buchi caraim em Ypanema. Mus. Paul. S. Paulo; Iguape; Piracicaba. FAM. FRINGILLIDAE. “ste Guiracaccyanea (ti). Gurundi azul; Azulão. Fringilla Brissonii Wied II p. 561. Coccoborus cyaneus Burmeister II p. 297. Guiraca cyanea Pelzeln p. 221 (Pahor, Matto Dentro, Ypanema). Guiraca cyanea Sclater a. Hudson 1 p. 43 (Catamarca). Guiraca cyanea Cat. Br. Mus. XII p. 71. Papa-arroz de côr azul no sexo masculino, pardo-ama- rella no sexo feminino, distribuido desde Rio Grande do Sul até Venezuela. Mus. Paul. Piquete; S. Sebastião. * 66. Oryzoborus torridus (Scop.). Avinhado, Curió (S. Paulo); Papa-arroz (Iguape). Loxia nasuta Spix II p. 45 Taf. 58 fig. 1—2. Fringilla torrida Wied HI p. 567. Oryzoborus torridus Burmeister HI p. 239. = "260 = Oryzoborus torridus Pelzeln p. 222 (Irisanga, Ypa- nema). Oryzoborus torridus Cat. Br. Mus. XI p. 77 (Y panema). O macho é preto com o peito e a barriga de côr castanha; a femea fusca em cima, amarellenta em baixo. Esse passarinho é encontrado desde Rio Grande do Sul até Venezuela. Mus. Paul. Iguape; S. Sebastião. 89. Spermophila plumbea (Wied). Patativa. Fringilla plumbea Wed IN p. 579. Sporophila plumbea Burmester II p. 242. Spermophila plumbea Pe/zeln p. 223 (Itararé, Irisanga). Spermophila plumbea Cat. Br. Mus. XII p. 97. Papa-arroz de côr cinzenta com as azas e a cauda pretas e uma mancha branca nas azas, que é encontrado desde S. Paulo até a Bahia. Mus. Paul: — “* 90. Spermophila superciliaris Pelzeln. Papa-arrosz. Spermophila superciliaris Pelzeln p. 223 e 330 (Matto Dentro, Rio Paraná). Sporophila euleri Cabanis Journal fir Ornithologie 1874 p. 84. | | | | | | | | Spermophila superciliaris Berlepsch u. Jhering p. 122. Taf. VII. Spermophila superciliaris Cat. Br. Mus. XI p. 99. Papa-arroz, um dos maiores, verde-azeitonado em cima, esbranquecido no lado ventral com uma estria branca sobre o olho e com duas fachas amarellas na aza. Especie do Brazil meridional desde Rio Grande do Sul até São Paulo, que ás vezes tem feito bastante estragos nas plan- tações de arroz no Rio Grande do Sul. Mus. Paul. Est. de S. Paulo. [ | Cab ha “A -— TÓI — * 91. Spermophila nigroaurantia (Bodd.). Caboclinho. Loxia brevirostris Spix II p. 47 Pl so fig. 1—a. Fringilla pyrrhomelas Wed II p. 586. - Sporophila aurantia Burmeister IN p. 250. Spermophila aurantia Pelzeln p. 226 (Taubaté, São Paulo, Itararé). Spermophila nigroaurantia Cat. Br. Mus. XII p. 113. O macho é de côr castanho-parda com o vertice, as azas e a cauda pretas. A femea é de côr parda, mais clara e amarellenta no lado ventral. Essa especie é encontrada desde S. Paulo até Pará. Mus. Paul. Ypiranga. * 92. Spermophila pileata Scl. Colleira do brejo. ' Sporophila alaudina Burmeister II p. 251 (Montevideo). Spermophila pileata Pelzeln p. 226 (S. Paulo. Itararé, Irisanga). Spermophila pileata Cat. Br. Mus. XI p. 115. Especie muito parecida á precente, tendo o lado ven- tral branco, conhecida do Brazil meridional. O bico é preto, sendo fusco na S. nigroaurantia. Mus. Paul. Est. de S. Paulo. 93. Spermophila cucullata (Bodd.). Fringilla atricapilla Wied HI p. 569. Sporophila pectoralis Burmeister HI p. 247. Spermophila cuculata Pelzeln p. 223 (Rio Paraná). Spermophila cucullata Cat. Br. Mus. XI p. 117. Fusco em cima com a cabeça preta, branco ou ama- rellento no lado ventral com uma faxa transversal no peito de côr preta. Especie da Guyana e do Norte do Brazil, encontrada por Natterer no Rio Paraná. A variedade de barriga branca que occorre no Rio de Janeiro é mencionada pelo catalogo do Brit. Mus. como Sp. polionata, sendo — 162 — synonymos Sp. collaria Burmeister II p. 246 e Sp. atri- capilla Pelzeln (nec Wed). Mus. Paul. — * 94. Spermophila caerulescens (Bonn. et Vieill.). Colleira; Tia-tam (Iguape); Papa-cepim (S. M. do Paraizo). Fringilla leucopogon Wed HI p. 572. Sporophila ornata Burmeister UI p. 243. Spermophila ornata Pelzeln p. 224 (Matto Dentro, Ypanema, Itararé). Spermophila caerulescens Sclater a. Hudson 1 p. 46. Spermophila caerulescens Berlepsch I p. 246. Spermophila caerulescens Cat. Br. Mus. XII p. 126. O macho é de côr cinzenta em cima, branco em baixo, com a fronte, a garganta e uma faxa sobre o peito pretas; a femea tem essas côres mais pallidas. Especie commum desde o Rio da Prata até a Bahia. Mus. Paul. Piquete; Iguape; S. Sebastião; S. Paulo. * 95. Spermophila gutturalis (Licht.). Loxia ignobilis Spix II p. 46 Taf. 60 fig. 3. Loxia plebeja Spgix II p. 46 Taf. so fig. 3. Fringilla melanocephala Wed HI p. 577. Sporophila gutturalis Burmeister IL p. 244. Spermophila gutturalis Pelzeln p. 225 (Resáca). Spermophila gutturalis Cat. Br. Mus. XI p. 128. O macho é verde-cinzento em cima, verde-amarello em baixo, tendo cabeça, garganta e peito de côr preta. Especie dos campos do Norte do Brazil e da Venezuela que occorre no Rio de Janeiro e S. Paulo, sendo o nosso exemplar da Bahia. Mus. Paul. — “* 96. Spermophila lineola (L.). Papa-capim colleiro (Piracicaba). Sporophila lineola Burmeister HI p. 248. Spermophila lineola Pelzeln p. 224 (Rio Paraná). Ne no DDD ds AEE A — 163 — Spermophila lineola Cat. Br. Mus. XII p. 131. O macho é preto em cima, branco em baixo, tendo uma estria branca larga no vertice e outra em baixo de eada olho; a garganta é preta. Especie do Norte do Brazil. Mus. Paul. Piracicaba. 97. Spermophila melanogaster Pelzeln. Spermophila melanogaster Pelzeln p. 225 (Itararé, Re- sáca). Spermophila melanogaster Cat. Br. Mus. XII p. 140. Este papa-arroz é de côr cinzenta em cima, preta em baixo. Parece ter sido encontrado só no Est. de S. Paulo. Mus. Paul. — * 98. Volatinia jacarini (L.). Tia-tam preto (Iguape); Tizio (S. Paulo); Guerin (Piracicaba): Fringilla splendens Wied HI p. s97. Volatinia jacarina Buyrmeister HI p. 294. ' Volatinia jacarina Pelzeln p. 226 (Ypanema, Itararé). Valatinia jacarini Cat. Br. Mus. XII p. 152. Especie distribuida desde S. Paulo até a America Central, de côr preta com lustro de azul-aço. É especie conhecida pelo seu costume de levantar-se do logar onde se assentou á distancia de alguns palmos por occasião de cantar. Em diversos logares é conhecida sob diversas denominações como jacarini, serra-serra, alfaiate etc. Mus. Paul. Piquete; S. Sebastião. “* 99. Chrysomitris icterica (Licht.). Pintasilgo. | Fringilla campestris Sgix II p. 48 Taf. 61 fig. 3. Fringilla magellanica Wed II p. 620. Chrysomitris magellanica Burmeister HI p. 255. Chrysomitris icterica Pelzeln p. 231 (Matto Dentro, Ypanema, Itararé). Chrysomitris icterica Sclater a. Hudson I p. 64. Fabi ai Chrysomitris icterica Cat. Br. Mus. XII p. 217 (São Paulo). O pintasilgo é de côr verde em cima, verde-amarello em baixo; o macho tem a cabeça preta. Especie das Re- publicas platinas, do Chile e do Brazil meridional até Bahia. Mus. Paul. Est. de S. Paulo; Iguape. * 100. Sycalis flaveola (L.). Canario da terra. Guiranheem-gatu Maregrav p. 211. Fringilla brasiliensis Sgix II p. 47 Taf. 61 fig. 1—2. Fringilla brasiliensis Wed HI p. 674. Sycalis brasiliensis Burmeister WI p. 2593. Sycalis flaveola Pelzeln p. 231 (Ypanema). Sycalis flaveola Cat. Br. Mus. XII p. 377 (S. Paulo). Esse canario, o maior entre varias especies parecidas, é no sexo masculino verde-amarello em cima com a fronte e o vertice côr de laranja e o lado ventral amarello-claro. A femea tem as costas pardo-cinzentas, o peito amarello, a garganta e a barriga brancas e os lados da barriga estriados com manchas escuras. Essa especie occorre em S. Paulo, Rio de Janeiro etc. até Venezuela, mas falta no Rio Grande do Sul — devendo ser falsa a indicação «Pe- lotas» do Cat. Br. Mus. — e na Rep. Argentina. . Existe outra especie de canario, pouco menor, tendo no lado inferior as remiges orladas de amarello como S. flaveola, mas o macho tem o lado do peito munido de manchas fuscas e a femea carece da faxa amarella que transversalmente percorre o peito na especie S. flaveola e da côr amarella do crisso. Esta segunda especie é Sycalis pelzelni Sclater (cf. Berlepsch wu. lhering p. 125; Cat. Br. Mus. XI p. 380), especie do Rio da Prata e do Rio Grande do Sul, da Bolivia e do planalto central do Brazil que não é aaa no litoral desde Bahia até Rio Grande do Sul. Mus. Paul. S. Sebastião; Pique be A oc SER Co PAR RR AD pi ') Mo ==. 165 — * 101. Sycalis arvensis Kittl. var. minor Cab. Sycalis hilarii Burmeister HI p. 254. Sycalis hilarii Polzeln p. 232. Sycalis minor Pelzeln p. 232. Sycalis arvensis var. minor Cat. Br. Mus. XII p. 384. Especie menor com o lado inferior da aza cinzenta, em cima pardo-cinzento, em baixo amarello. Esse pequeno canario está distribuido desde a Rep. Argentina até Bolivia, Perú e planalto central do Brazil. O nosso exemplar do Ypiranga talvez represente especie nova, Mus. Paul. Ypiranga. * 102. Zonotrichia pileata (Bodd.). Tico-tico. Tanagra ruficolls Spix II p. 39. Pl 53 fg. 3. Zonotrichia matutina Wied HI p. 623. Zonotrichia matutina Burmeister HI p. 229. Zonotrichia pileata Pelzeln p. 229 (Ypanema). Zonotrichia pileata Cat. Br. Mus. XII p. óro. O Tico-tico está espalhado desde a Patagonia e Chile até o Mexico. Mus. Paul. Ypiranga; S. Sebastião. “a * 103. Haplospiza unicolor (Lich.). Pichocho (Iguape). Phrygilus unicolor Burmeister HI p. 2932. | Haplospiza unicolor Pelzeln p. 227 (Matto Dentro, ER Ypanema, Itararé, Cubatão). Haplospiza unicolor Berlepsch wu. Jhering p. 128 Tat. Evite Haplospiza unicolor Cat. Br. Mus. XII p. 626. O colorido é mais ou menos uniforme negro-cinzento no sexo masculino, verdoengo no sexo feminino. É especie do Brazil meridional, desde o Rio da Prata e Rio Grande do Sul até S. Paulo. Occorre em Iguape, em abundancia, prejudicando as plantações de arroz. Mus. Paul. Est. de S. Paulo. -—— 166 — 104. Poospiza assimilis Cab. Paospiza lateralis Burmeister II p. 215 (S. Paulo). Paospiza Cabanisi Burmeister II p. 215. Poospiza lateralis Pelzeln p. 228. Poospiza assimilis Pelzeln p. 229. Poospiza assimilis Beylepsch u. lhering p. 123. Poospiza assimilis Cat. Br. Mus. XII p. 644. Em cima na cabeça e no pescoço cinzento, nas costas e no sobrecú pardo; o peito é amarello, a barriga branca no meio, castanha nos lados, a garganta cinzenta. As duas rectrizes externas têm na ponta uma mancha branca. A especie affim P. lateralis Nordm. (nec Burm.) é distinguida pela garganta amarellenta e uma estria branca no loro. E' certo que P. assimilis é especie do Norte da Argentina e do Rio Grande do Sule parece que P. lateralis é especie do Rio de Janeiro. Nada consta sobre exemplares de 5. Paulo, a excepção da noticia de Burmeister referente-se . provavelmente a P. assimilis. Mus. Paul. — 105. Poospiza thoracica (Nordm.). Paospiza thoracica Burmeister WI p. 217. Poospiza thoracica Pelzeln p. 229. Poospiza thoracica Cat. Br. Mus. XII p. 634. Passarinho de côr verde-cinzenta nas costas, pardo- vermelho no peito, nos lados da barriga e no crisso, a garganta e a barriga no meio são brancas. E” passaro da Bahia e do Rio de Janeiro do que Burmeister diz que pertence tambem ás regiões mais ao Sul do Brazil, o que me confirmou o Sr. R. Krone que o obteve em Iguape. Mus. Paul. — * 106. Ammodromus manimbe (Licht.). Fringilla manimbe Wed II p. 600. Coturniculus manimbe Burmeister WI p. 228. Coturniculus manimbe Pelzeln p. 230 (Matto Dentro, Ypanema, Itararé). Er 167 — Ammodromus manimbe Cat. Br. Mus. XI p. 691. Passarinho dos campos, de côr pardo-cinzenta, distin- guido pela cor amarella do loro e dos encontros. Especie distribuida desde Montevideo até Venezuela. O Sr. Va- lencio Bueno observou a especie em Piracicaba, o Sr. Krone em Iguape. | Mus. Paul. Ypiranga. * 107. Coryphospiza albifrons (Vieill.). Poospiza oxyrhyncha Pelzeln p. 229 (Curityba). Donacospiza albifrons Pelzeln p. 231, nota. Donacospiza albifrons Sclater a. Hudson 1 p. 49. Coryphospiza albifrons Cat. Br. Mus. p. 766. De côr cinzento-parda em cima, amarellenta em baixo, com uma estria amarellenta na região loral. Especie do Brazil meridional desde o Rio da. Prata ate Curityba e que. entra tambem no Est. de S. Paulo. Mus. Paul. Est. de S. Paulo; Piracicaba. 108. Coryphospiza melanotis (Temm.). Emberizoides melanotis Burmeister II p. 226 (São Paulo). Emberizoides melanotis Pelzeln p. 230 (Ypanema, Mogy Mirim). Coryphospiza melanotis Cat. Br. Mus. XII p. 767. Pardo-cinzento em cima, esbranquecido em baixo com o vertice e os lados do peito pretos e com uma estria branca sobre o olho. Os encontros são amarellos, a cauda é comprida. Especie do Brazil meridional. Mus. Paul. — * 109. Emberizoides macrurus (Gm.). Canario do campo (Piracicaba). Emberizoides macrurus Burmoeister WI p. 225. Emberizoides sphenurus Pe/zeln p. 230 (Matto Dentro, Ypanema, Itararé). y, — — 168 — Emberizoides sphenurus Sclater a. Hudson I p. 63. Emberizoides macrurus var. herbicola (Vieill) Cat. Br. Mus. XII p. 769. Passarinho não pequeno caracterisado pela cauda com- prida com as rectrizes pontagudas. De côr pardo-cinzenta com malhas pretas em cima, branco-cinzenta em baixo; os encontros são verdes em cima, amarellos no lado inferior. As coberteiras inferiores da cauda são uniformes em E. sphenurus, munidas de orlas desbotadas em É. macrurus — differenças que não justificam a separação de duas espe- cies, mas que correspondem á distribuição geographica, representando E. sphenurus a variedade do Brazil e a outra fórma a da Venezuela. Mus. Paul. S. Paulo; Cachoeira. * 110. Pseudochloris citrina (Pelz.). Sycalis citrina Pelzeln p. 233 e 333 (Itararé). Pseudochloris citrina Cat. Br. Mus. XII p. 778. Canario um pouco maior do que as especies de Sycalis, distinguido pelas manchas brancas nas pontas das duas rectrizes exteriores de cada lado. Especie da Guyana e do Brazil, encontrada por Natterer nos Estados de S. Paulo e Paraná. Mus. Paul. Est. de S. Paulo. * 411. Coryphosphingus cristatus Gm. Cardeal; Tico-tico-rei (Piracicaba). Coryphosphingus cristatus Burmeister WI p. 213. Coryphosphingus cristatus Pr/zeln p. 228 (Ypanema, Itararé, Rio Paraná). Coryphosphingus cristatus Cat. Br. Mus. XII p. 803. Pardo-vermelho nas costas, vermelho na barriga; o macho tem no vertice um topete de pennas alongadas vermelho-escarlates. Especie do Norte do Brazil, da Guyana | e da Bolivia, que foi indicada tambem do o Grande do Sul, talvez por engano. C. pileatus Wied não occorre no a de 5. Raulo, Mus. Paul. S. Paulo; Piracicaba; S. Carlos do Pinhal, — 169 — li2. Tiaris ornata Wied.. Fringilla ornata Wed II p. 610. Tiaris ornata Burmeister UH p. 257. Tiaris ornata Pelzeln p. 2286 (Nas Lages). Tiaris ornata Cat. Br. Mus. XII p. 807. Passarinho dos campos, cinzento, com o vertice, a gar- ganta, pescoço anterior, as azas e a cauda de côr preta. Especie do Norte do Brazil, que Natterer obteve perto de Araraquara. Mus. Paul. — FAM. ICTERIDAE. * 113. Ostinops decumanus (Pall.). Japu; Japu-guaçu. “Cassicus cristatus Wied WI p. 1220. Cassicus cristatus Burmeister IL p. 275. Ostinops cristatus Pelzeln p. 191 (Matto Dentro, Ypa- nema). Ostinops decumanus Cat. Br. Mus. XI p. 315 (Ypa- nema). A especie maior, preta, com o sobrecú e o crisso de cór castanha e a cauda amarella, a excepção das duas rectri- zes do meio que são pretas; o bico é branco. Essa especie é encontrada desde S.“ Catharina até a America Central. O Sr. Valencio Bueno observou esse japu em Piracicaba. Mus. Paul. Piquete. * 114. Cassicus albirostris Vieill Soldado; melro. Cassicus albirostris Burmeister WI p. 272. Cassiculus albirostris Pelzeln p. 193 (Butuhuru, perto de Mogy das Cruzes). Cassicus albirostris Cat. Br. Mus. XI p. 323 (S. Paulo). E o conhecido soldado, preto, com o sobrecú e os em- contros amarellos e o bico branco. Especie do Brazil me- Revista do Museu Paulista. Vol. III 11 UPAS de Ab POP RA — 170 — ridional desde o Rio Grande do Sul até Paraguay e Goyaz. O Sr. Valencio Bueno obteve-a em Piracicaba. Passaro muito | . parecido e chamado tambem soldado é Icterus pyrrhopterus Vieill., distinguindo-se entretanto bem pelo bico que é alargado na base ou na fronte no genero Cassicus, sendo estreito no genero leterus. Mus. Paul. Piracicaba, * 15. Cassicus haemorrhous (L.). Guache (S. Paulo); Japuira (Iguape). Japira Marcgrav p. 193. Cassicus haemorrhous Wed IH p. 1230. Cassicus haemorrhous Burmeister HI p. 274. Cassicus haemorrhous Pelzeln p. 193 (Rio Tibaya, Tijuca, Serra de Cubatão). |. Cassicus haemorrhous Cat. Br. Mus. XI p. 324 (São Paulo). O guache é preto com o dorso baixo e o sobrecú de côr vermelho-escarlate e o bico amarello. A especie occorre desde S.” Catharina até Pernambuco. E' commum em Piracicaba, vivendo em bandos. Mus. Paul. Piracicaba. * 116. Cassidix oryzivora (Gm.). Cassicus niger Wied II p. 1241. Scaphidurus ater Burmeister WI p. 278. Cassidix ater Pelzeln p. 201 (Ypanema, Rio Paraná). Cassidix oryzivora Berlepsch I p. 251. Cassidix oryzivora Cat. Br. Mus. XI p. 329. Passaro preto com lustro azul, distinguido pelas pennas alongadas da nuca no sexo masculino, que occorre desde S.“º Catharina até o Mexico. Mus. Paul. Est. de S, Paulo, Et PO SIDO MM ED p ; . a re Pd, ” e o E o SS | * 17. Molothrus bonariensis (Gm.). Chopim a Paulo, Piracicaba); Vira-bosta (Iguape). Icterus minor Spix I p. 67 Taf. 63 Hg. a Icterus violaceus Wied WI p. 1212. Molobrus sericeus Buymeister HI p. 279. Molothrus sericeus Pelzeln p. 200 (Ypanema, Itararé). Molothrus bonariensis Berlepsch I p. 249. Molothrus bonariensis Sclater a. Hudson I p. 72. Molothrus bonariensis Cat. Br. Mus. XI p. 335. O macho é preto com lustro de azulaço, a femea é negro-fusca. É chamado aqui chopim, mas no Rio Grande do Sul e como Goeldi diz timbem no Rio de Janeiro vira-bosta, sendo aqui o vira-bosta Aphobus chopi que no Rio Grande do Sul é o anum. O chopim, muito conhecido pelo seu costume de pôr os seus ovos nos nmhos dos tico-ticos e outros passarinhos, está distribuido desde a Pa- gonia até Amazonas. Mus. Paul. Tieté, Itatiba; Ilha de S. Sebastião; Iguape. 118. Agelaeus cyanopus Vieill. Agelaeus cyanopus Pelzeln p. 196 (Rio Paraná). Agelaeus cyanopus Cat. Br. Mus. XI p. 345. Especie de côr uniforme, escura, do Paraguay e Matto “Grosso que Natterer encontrou no Porto'do Rio Paraná. Mus. Paul. — 119. Agelaeus ruficapillus Vieill. Chrysomus frontalis Burmeister II p. 267. Dolichonyx ruficapillus Pelzeln p. 199 (Rio Paraná). Agelaeus ruficapillus Sclater a. Hudson 1 p. 99. Agelaeus frontalis Cat. Br. Mus. XI p. 347. Agelaeus ruficapillus Cat. Br. Mus. XI p. 347. Especie de côr preta, com o vertice e a garganta “castanhos, distribuida desde o Rio da Prata até a Guyana. . ' Creio que Pelzeln tem razão rejeitando a separação em duas « especies » conforme a extensão da côr castanha sobre maior ou menor parte do pescoço anterior. Os exemplares do Rio Paraná com toda probabilidade devem assemelhar-se aos do Paraguay. AVES QUI * 120. Pseudoleistes guirahuro (Vieill). Chopim do brejo. Icterus atro-olivaceus Wed HI p. 1216. Leistes viridis Burmeister HI p. 264. Pseudoleistes viridis Pelzeln p. 198 (Itararé, Rio Paraná). Pseudoleistes guirahuro Cat. Br. Mus. XI p. 352. Passaro de côr parda com o peito, a barriga e os encontros amarellos. É amarello tambem o dorso baixo e o sobrecú, que é da cór das costas na especie affim P. virescens do Rio Grande do Sul. P. guirahuro é especie do Paraguay e do Brazil meridional. Recebemos um exem- plar dos Campos de Itapetininga, onde vive nos brejos. Enviou-o o Sr. major Cornelio Vieira de Camargo em Tatuhy. Mus. Paul. Itapetininga. “ 121. Icterus pyrrhopterus (Vieill.). Encontro. Soldado de bico preto. Hyphantes pyrrhopterus Pelzeln p. 194 (Rio Paraná). Icterus pyrrhopterus Sclater a. Hudson I p. 107. Icterus pyrrhopterus Cat. Br. Mus. XI p. 368. DR De cor preta, com os encontros castanhos ou laranjo- escuros; o bico é preto. Esta especie é da Bolivia, do Paraguay e Matto Grosso. Natterer obteve-a no Rio Paraná eo Sr. Valencio Bueno affirmou-me que existe tambem nos arredores de Piracicaba, dizendo que é mais commum | que Cassicus albirostris e canta melhor. O ninho é o mesmo como na especie mencionada. PD Selater no catalogo do British Museum refere a essa A especie Xanthornus pyrrhopterus Burmeister (La Plata I E à P. 493) e considera Xanthornus chrysopterus Bwymoister CER pa ae (HI p. 271) como synonymo de Icterus cayanensis Z. e de sua variedade tibialis Siw., mas eu acredito que Bur- meister confundiu aqui duas especies. Dizendo elle que X. chrysopterus é ave de S. Paulo e S.“ Catharina acre- dito que isso se refira a Ágelaeus thilius Mol., em parte. Seja como fôr essa synonymia confusa, não temos aqui no litoral de S. Paulo este «encontro», mas sim entre Pira- cicaba e Rio Paraná. Agelaeus thilius Mol. é identico no colorido, mas differente no bico que é depresso ou achatado na base. Icterus tibialis Sw. do Rio de Janeiro talvez occorra em S. Paulo, mas por ora não tenho prova disso. Noto que nem o checheu (Cassicus persicus L.) nem o corrupião (Icterus jamacai Gm.) occorrem em S. Paulo, sendo encontrados só no Norte do Brazil, especialmente no Estado do Ceará. Mus. Paul. Piracicaba. “* 122. Aphobus chopi (Vieill.). Vira-bosta (S. Paulo, Piracicaba); Chopim (Iguape). Icterus sulcirostris Spix I p. 67 Taf. 64 fig. 2. Icterus unicolor Wed II p. 1208. Psarocolius unicolor Burmeister WI p. 281. RE chopi Pelzeln p. 195 (Ypanema, Matto Dentro, Rio Paraná). Aphobus chopi Sclater: a. Hudson 1 p. 108. Aphobus chopi Cat. Br. Mus. XI p. 405 (S. Paulo). -Passaro preto distinguido pelas pemnas estreitas e pontagudas da cabeça e pelos sulcos obliquos do bico, que é encontrado no Norte da Rep. Argentina, no Rio Gr ande do Sul, Paraguay, Bolivia como em S. Paulo e Rio de Janeiro. E" passaro que prejudica a lavoura tirando do chão sementes que se plantou obtendo, por essa razão, em certos logares, o nome de arranca-milho. Mus. Paul. Ilha de S. Sebastião. = 174 maio FAM. CORVIDAE. * 123. Cyanocorax chrysops (Vieill.). Gralha do matto. Cyanocorax pileatus Brmymeister II p. 284. “Cyanocorax pileatus Pelzelm p. 189 (Itararé, Lages, Rio: Paraná Cyanocorax chrysops .Sclater a: Hudson | p. IIO. Cyanocorax chrysops Cat. Br. Mus. HI p. 120. Gralha azul com a fronte, garganta e pescoço anterior pretos, com o peito, a barriga e as pontas das rectrizes brancas. E especie do Paraguay que alcança o Estado oriental e parte de S. Paulo. A côr da barriga, que é amarello-branca e duas malhas de azul-claro em cima e em baixo do olho, distinguem essa especie da Uroleuca cya- noleuca que é especie maior e do campo, preferindo esta as mattas. Ambas as especies vivem no interior do Estado, faltando na zona litoral. O Sr. 4. Hummel observou essa gralha em S. Manoel, o Sr. Valencio Bueno em Piracicaba onde, porém, devido aos caçadores agora já não existe mais. | Mus. Paul. Est. de S. Paulo. * 124. Cyanocorax coeruleus (Vieill.). Gralha. Coronideus coeruleus Burmeister HI p. 287. Cyanocorax azureus Pelzeln p. 191 (Itararé). Cyanocorax heckeln Pelzeln p. 191 (Paranaguá). Cyanocorax coeruleus Sclater a. Hudson | p. Io. Cyanocorax coeruleus Cat. Br. Mus. IN p. 126. * Gralha azul, com a cabeça preta. Em exemplares de Paranaguá com as pennas da fronte erectas e a cabeça de cor negro-fusca Pelzeln baseou nova especie (C. heckeli). Tendo essa especie do Rio Grande do Sul, de Curityba e de Iguape que é situado perto de Paranaguá não posso ver razão para distinguir duas especies. No Est. de São Paulo essa especie foi observada só perto da divisa com o Est. do Paraná. Sendo, porem, C. coeruleus especie do Paraguay é provavel que exista timbem na região occidental do Est. de S. Paulo. Que existe no municipio de Apiahy sei por informação do Sr. major Cornelio Vieira de Camargo. | Mus. A dd Iguape. ê 125. Uroleuca cyanoleuca (Wicd) Gralha do campo. Corvus cristatella Wied HI p. 1251. Uroleuca cristatella Burmeister HI p. 286. Cyanocorax cyanoleucus Pelzeln p. 189 (Matto Dentro, Ypanema). Uroleuca cyanoleuca Cat. Br. Mus. HI p. 1937. Essa gralha, que é dos campos do Brazil central, dis- tingue-se das precedentes pelas azas compridas que se extendem até a metade da cauda, sendo as azas mais compridas do que a cauda. A cabeça, a nuca e o dorso alto são negro-fuscos, o peito, a barriga e as pontas das rectrizes são brancas. A aza extende-se pois até ao principio da parte branca da cauda nessa especie, attingindo apenas o principio da cauda na outra gralha parecida (C. chrysops). O Sr. Valencio Bueno observou essa especie em Piraci- caba, onde, porém, é rara. Mus. Paul. Est. de S. Paulo. 9. Sub-ordem. Clamatores. Sob a denominação de Clamatores, ou Passeres me- somyodi, entendem-se os passaros que têm os musculos do orgão da voz fixados no meio dos anneis incompletos dos bronchios. Entre elles distinguem-se duas divisões Oligomyodae assemelhando-se na estructura do orgão da voz ou do syrinx aos Oscines, differindo delles pelo nu : ana mero reduzido de musculos e Trachcophones que não têm, como os outros, os bronchios modificados em fórma de syrinx, mas a parte inferior da trachea. Entre os caracteres distinctivos que, sem exame ana- tomico, podem ser observados, merecem attenção especial o bico e os tarsos. Ao contrario do que se observa nos passaros cantadores faltam as laminas compridas, das quaes de cada lado uma cobre o lado posterior do tarso. À parte anterior do tarso está coberta por 6-8 escudos separados ou mais ou menos concrescidos, que nas differentes fami- las mostram modificações diversas. Taxaspideano chama-se o tarso, quando os escudos da parte anterior de ambos os lados extendem-se até a metade do lado, deixando livre a parte posterior que é coberta por escudinhos pequenos. Exaspideano é o tarso, quando os escudos grandes da parte anterior lateralmente se extendem sobre a metade do lado interior e sobre todo o lado exterior do tarso, de modo que uma zona nua ou não coberta por estes escudos é situada no lado interior do tarso. Endaspideano é o tarso, quando se dá o caso opposto, que os escudos anteriores cobrem todo o lado interior deixando a zona nua da planta no lado exterior do tarso. O tarso é exaspideano nas familias Tyrannidae, Oxyrhamphidae, Pipridae e Conopo- phagidae; endaspideano na familia Dendrocolaptidae; taxa- spideano nas familias Formicariidae, Pteroptochidae e Cotingidae. Na familia Pipridae os dous dedos exteriores são unidos por concrescencia até á segunda articulação. O bico é paragnatho na familia Dendrocolaptidae, epi- gnatho nas outras familias. A base do bico é muitas vezes, especialmente entre os tyrannidos, munida de cerdas rijidas. Na familia dos tyrannidos ha muitos passaros geral- mente conhecidos como o Bemtivi, Siriri, Tesoura etc., | quasi todos vivendo de insectos. Nas familias das Pipridae | da qual fazem parte as tangaras, e das Cotingidae, á qual pertencem o araponga, o pavão, corocochó etc. prevalece a alimentação por bagas e fructas do matto. Os membros x das familias Dendrocolaptidae, a qual pertencem o João de barro e os arapaçús, e os das Formicariidae, que con- tem as papa-formigas e borralharas, vivem quasi exclusi- vamente de insectos. Ha entre elles alguns grupos de passaros que vivem no chão, virando as folhas na procura de insectos como o pincha-cisco e os tovacas, a maior parte, porem, desses passaros, exclusivamente sul-americanos, vive no interior do matto virgem, muitos entre elles trepam com habilidade nos troncos das arvores como os pica-pãos dos quaes entretanto são distinguidos com facilidade, tendo tres dedos anteriores e um virado para traz, ao contrario do que se dá entre os pica-páos e outras aves trepadoras, que têm dos quatro dedos dous dirigidos para diante e dous para traz. Divisão I. Oligomyodae. FAM. TYRANNIDAE. SuBFAM. I. T'AENIOPTERINAE. * 126. Taenioptera nengeta (L.). Pombinho das almas (Piracicaba). Muscicapa polyglotta Spix II p. 18 PI. 2. Muscicapa polyglotta Wed III p. 862. Taenioptera nengeta Burmeister IL p. stT6. Taenioptera nengeta Pelzeln p. 97 (Taubaté, Matto Dentro, Ypanema). Taenioptera nengeta Sclater a. Hudson I p. II4. Taenioptera nengeta Cat. Br. Mus. XIV p. 11. Passaro do tamanho do sabiá que habita os campos do interior do Brazil, da Republica Argentina, do Paraguay e da Bolivia. É de côr cinzenta, com as azas e a cauda pretas, a garganta e o crisso brancos. Em baixo do olho corre uma estria preta. As rectrizes e as remiges são, na base, brancas. As pontas das rectrizes são brancacentas. O Sr. Valencio Bueno caçou essa especie em Piracicaba. Mus. Paul. Est. de S. Paulo. — 178 — “* 127. Taenioptera velata (Licht.). Muscicapa velata .Sgix II p. 17 Pl, 22. Muscicapa velata Wied II p. 859 Taenioptera velata Burmeister Il p. 516. Taenioptera velata Pelzeln p. 97 (Irisanga, Rio das Pedras, Rio Paraná). Ta velata Cat. Br. Mus. XIV ps 2 Especie parecida a precedente tendo a cabeça de côr brancacenta; a fronte, a garganta e o lado inferior bran- cos. Especie dos campos do Brazil e da Bolivia. Mus. Paul. Est. de S. Paulo. 128. Taenioptera irupero (Vieill.). Muscicapa nivea Spix IH p. 20 Pl. 29 fig. 1. Taenioptera moestra Burmeister IL p. 517 (5. Paulo). Taenioptera irupero Sclater a. Hudson 1 p. 118. Taenioptera irupero Cat. Br. Mus. XIV p. 13. Especie toda branca com as primeiras remiges e as pontas da cauda pretas. É especie das republicas platinas e da Bolivia que Burmeister menciona como vivente em S. Paulo, observação que, por ora, não posso confirmar. Provavelmente ha nisso engano, visto que nem Natterer ou eu, nem os Srs. Krone e Valencio Bueno observaram essa especie. Mus. Paul, — * 129. Arundinicola leucocephala (L.). Viuva; Velhinha (S. Manoel do Paraizo); Velho (Iguape). Muscicapa dominicana, Spix Il p.21 Pl. 29 fig. 2 (9) e Blusas. (2 (2): Muscicapa leucocephala Wied HI p. 822. i Arundinicola leucocephala Burmeister 1 p. 512. Arundinicola leucocephala Pelzeln p. 98. Arundinicola leucocephala Sclater a. Hudson Ip. 122. Arundinicola leucocephala Cat. Br. Mus. XIV p. 37. TRA PDAS pao > AR du 451 arado A PIN AAA MALD VM Especie, menor do tamanho do tico-tico. O macho é preto com a cabeça branca. A femea é cinzenta com a fronte, a garganta e o pescoço anterior brancos e com a cauda preta. A especie é encontrada desde Corrientes até Venezuela. Mus. Paul. Piquete; Iguape. * 130. Alectrurus tricolor Vieill. Galhto. Muscicapa alector Wed HI p. 874 (Rio G. do Sul). Alectrurus tricolor Burmeister Il p. 511 (S. Paulo). Alectorurus tricolor Pelzelm p. 98 (Itararé, Ypanema). Alectrurus tricolor Selater a. Hudson I p. 122. Alectrurus tricolor Cat. Br. Mus. XIV p. 39. , Passarinho distinguido no sexo masculino pela fórma abnorme das duas pennas medianas do rabo que são muito mais largas do que as outras e por essa razão dis- postas verticalmente como as do gallo. O macho é preto com a garganta e a barriga brancas. A femea, que é de côr pardo-amarella, não tem a singularidade descripta da cauda. Especie notavel descoberta por Azara no Paraguay que “occorre desde o Rio Grande do Sulaté S. Paulo e Minas. Mus. Paul. Est. de S. Paulo, * 131. Cybernetes yetapa (Vieill.). Tesoura do campo. Gubernetes yiperu Burmeister II p. 509. Muscicapa longicauda Spix II p. 14 Pl. 17(S. Paulo). Cybernetes yetapa Pelzeln p. 99 (Matto Dentro, Iri- sanga, Mogy das Cruzes, Rio Paraná). Cybernetes yetapa Sclater a. Hudson 1 p. 124. Cybernetes yetapa Cat. Br. Mus. XIV p. 40. A cauda em fórma de tesoura com as duas: rectrizes exteriores extremamente compridas caracterisam bem essa | especie e o genero do qual é o unico representante. É passaro grande, de côr cinzenta, com as azas e a cauda pretas e e TD a garganta branca orlada de castanho. Especie do Brazil meridional e da Bolivia. Perto de Piracicaba não existe essa especie segundo me disse o Sr. Valencio Bueno. Mus. Paul. Est. de S. Paulo. * 132. Sisopygis icterophrys (Vieill). Suiriri. Muscicapa chrysochloris Wed II p. 793. Taenioptera icterophrys Burmeister 1 p. 518. Sisopygis icterophrys Pelzeln p. 98 (Ypanema). Sisopygis icterophrys Sclater a. Hudson 1 p. 125. Sisopygis icterophrys Cat. Br. Mus. XIV p. 41. Este suiriri prefere a capoeira. É de côr verde-azei- tonada em cima com as azas e a cauda escuras, amarella em baixo. E' de côr amarella tambem uma faxa que corre sobre o olho. Esta especie é encontrada desde Buenos Ayres até Bolivia e Bahia. | Mus. Paul. Ypiranga; Piquete. * 133. Cnipolegus comatus (Licht.). Muscicapa galeata Spix II p. 20 Pl. 27 (9!) (S. Paulo). Muscicapa comata Wed HI p. 819. ê Cnipolegus comatus Burmeister HI p. 513. Cnipolegus comatus Pelzeln p. 98 (Itararé). Cnipolegus comatus Cat. Br. Mus. XIV p. 43. Passarinho todo preto em ambos os sexos, distinguido pelo topete que tem no vertice. As remiges são brancas na base. O bico é preto. E' passarinho dos campos do Brazil meridional. O Sr. Valencio Bueno disse-me que perto de Piracicaba não observou essa especie nem outras desse genero. Mus: Paul Est, de :S. Paulo. * 134. Cnipolegus cyanirostris (Vieill.). Cnipolegus cyanirostris Pelzeln p. 98 (Ypanema, Ce- miterio). Eb STR A EaD a Si ni Sb a LA O Es => "“TOI Cnipolegus cyanirostris Berlepsch wu. Mering p. 128 (Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro). Cnipolegus cyanirostris Sclater a. Hudson I p. 127. Cnipolegus cyanirostris Cat. Br. Mus XIV p. 46. Especie menor do que a precedente e sem topete. O macho é preto, a femea parda; o bico é cinzento, os pés são de côr parda. Especie do Brazil meridional, da Ar- gentina e do Paraguay. . Mus. Paul. Est. de S. Paulo, “135. Cnipolegus nigerrimus (Vieill.). Muscicapa galeata Spix II p. 20 PI. 28 fig. 1 (9) (S. Paulo). Cnipolegus nigerrimus Pelzeln p. 98. Cnipolegus nigerrimus Cat. Br. Mus. XIV p. 43. Parecido a C. comatus. E' menor com o topete pouco desenvolvido e o bico cinzento-azul. Os pés são pretos. A femea que na especie C. comatus não differe do macho tem na especie presente a garganta riscada com manchas vermelho-pardas. Especie do Brazil meridional mencio- nada do Rio Grande do Sul por Cabanis e Heine (Mus. Hein. II, 47) que Natterer obteve no Rio de Janeiro e Spix em S. Paulo. Mus. Paul. — * 136. Muscipipra vetula (Licht.). Muscicapa vetula Sgix HI p. 15 Pl. 18. Milvulus vetulus Buwyrmeister IL p. 468 (S. Paulo). Muscipipra vetula Pelzeln p. oo (Itararé, Ypanema, | Casa Pintada). Muscipipra vetula Cat. Br. Mus. XIV p. 49 (S. Paulo). Passaro grande, de côr cinzenta, com a cauda e as azas pretas e com a borda das rectrizes exteriores branca. A cauda tem a fórma de tesoura devido as rectrizes exte- - riores alongadas. E' especie dos campos de S. Paulo, - Minas e Goyaz. Mus. Paul. Piracicaba. Cone o * 137. Copurus colonus (VieilL). Viuva (S. Manoel do Paraizo); Viwvinha (Iguape). Platyrhynchus filicauda Spix IL p. 12 Pl. 14. Muscipeta monacha Wed II p. 925. Copurus filicauda Burmeister II p. 507. Copurus colonus Pelzeln p. 100 (Ypanema, Matto Dentro). Copurus colonus Berlepsch I p. 256. Copurus colonus Cat. Br. Mus. XIV p. so (S. Paulo). O genero Copurus é bem caracterisado pelas duas pennas medianas da cauda que são muito compridas, sobre- pujantes as outras e tendo a ponta alongada em fórma de pua. Passarinho preto com a cabeça eo uropygio brancos. Mus. Paul. Ypiranga; Piquete, Piracicaba. | SuBraM. 2. PLATYRHYNCHINAE. “* 138. Platyrhynchus mystaceus Vieill. Platyrhynchus cancroma Burmeister Il p. 500. Platyrhynchus mystaceus Pclzeln p. 100 (Ypanema). Platyrhynchus mystaceus Berlepsch w. lhering p. 129. Platyrhynchus mystaceus Berlepsch 1 p. 256. Platyrhynchus mystaceus Sclater a. Hudson 1 p. 136. Platyrhynchus mystaceus Cat. Br. Mus. XIV p. 67 (Rio Grande do Sul, Bahia, La Plata, Guyana). Passarinho pequeno distinguido pelo bico extrema- mente largo e chato, munido ao lado de cerdas compridas. A côr é parda em cima, amarellenta em baixo, a garganta é branca. O macho tem o vertice amarello. Esta especie . occorre desde Rio Grande do Sul até a Guyana. Mus. Paul. Tieté; Piquete. “ 199. Todirostrum cinereum (L.). Todus melanocephalus Six II p. 8 Pl. 9 fig. 2. Todus melanocephalus Wed HI p. góz. Triccus melanocephalus Burmeister II p. 495. — 183 — Todirostrum cinereum Pelzeln p. 100 (Rio Paraná). Todirostrum cinereum Cat. Br. Mus. XIV p. 69. Especie parecida a seguinte, da qual differe pela fronte preta. É especie do Norte do Brazil e da Guyana que Natterer caçou em Cuyabá e perto do Rio Paraná. O nosso exemplar é da Bahia. Mus. Paul, — * 140. Todirostrum poliocephalum (Wied). Teque-teque (Iguape). Todus poliocephalus Wed HI p. 965. Triccus poliocephalus Burmeister II p. 496. Todirostrum poliocephalum Pelzeln p. 100. Todirostrum poliocephalum Cat. Br. Mus. XIV p. 71 (S. Paulo). Passarinho pequeno, de 100 mm. de comprimento, amarello no lado inferior, verde-azeitonado em cima, com o vertice escuro e com uma mancha amarella a cada lado da fronte. O bico é preto, chato, porem mais estreito do que no genero Platyrhynchus, Essa especie é commum no litoral desde S. Paulo até Bahia. Mus. Paul. S. Sebastião; S.º Amaro; Piquete. * 141. Euscarthmus nidipendulus Wied. “Cagasebo (Piracicaba). Euscarthmus nidipendulus Wed II p. 950. Triccus nidipendulus Buymeister II p. 498. Euscarthmus nidipendulus Pelzeln p. 102 (Ypanema). Euscarthmus nidipendulus Cat. Br. Mus. XIV p. 78 (Ypanema). Esse pequeno passarinho que tem o bico parecido ao de Todirostrum, porem mais curto, é de côr verde em cima, cinzenta em baixo com a barriga branca. E" especie do | Brazil meridional, desde S. Paulo até Bahia. Mus. Paul. Ypiranga; S.º Amaro. == BA 142. Euscarthmus orbitatus Wied. Euscarthmus orbitatus Wied p. 958 (Bahia). Euscarthmus orbitatus Pelzeln p. 102 (Ypanema). Triccus orbitatus Burmeister II p. 497. Triccus orbitatus Cat. Br. Mus. XIV p. 79. Especie parecida a É. nidipendulus, mas um pouco maior, medindo 116 mm. e distinguida pela côr branca da orla ao redor do olho. A barriga é amarella. Essa especie é encontrada em S. Paulo, Rio de Janeiro e Bahia. Mus. Paul. — 143. Euscarthmus fumifrons (Hartl.). Triccus crinitus Burmeister IL p. 497. Euscarthmus pumifrons Pelzeln p. 101 (Rio Paraná). Euscarthmus pumifrons Cat. Br. Mus. XIV p. 79. Especie pequena parecida ás precedentes tendo, porem, a fronte e a região ao redor do olho de côr avermelhada. Duas faxas desmaiadas correm sobre a aza. Especie da região amazonica e do Matto Grosso, que Natterer obteve do Rio Paraná. “Mus: Paul. — 144. Euscarthmus pelzelni Scl. a. Salv. Euscarthmus margaritaceiventer Pelzeln p. 101 (Rio das Pedras). Euscarthmus pelzelni Cat. Br. Mus. XIV p. 80. Especie do Matto Grosso que Natterer obteve perto do Rio Paraná. Pelzeln denominou-a margaritaceiventer, mas Sclater julga que dessa especie differe pela cór parda da cabeça e pelas faxas esbranquiçadas das azas. Mus. Paul. — “* 145. Euscarthmus gularis (Temm.). Triccus gularis Burmeister IL p. 496. Euscarthmus gularis Pelzeln p. 102 (Ypanema). Euscarthmus gularis Sclater a. Hudson I p. 136. NE E A O Es FZ O CT Ss E PEA EAD 1 ra A O q RP SS Go o Caio — 185 — Euscarthmus gularis Beylepsch u. lhering p. 129. Euscarthmus gularis Cat. Br. Mus. XIV p. 8r. Especie distinguida pelo vertice cinzento-escuro e a face vermelho-parda, com a região do ouvido preta. Nas costas é verde, na barriga é branca. Sobre as azas correm duas faxas amarellentas. Especie da Bolivia e do Brazil meridional. Mus. Paul. Ypiranga. 146. Ceratotriccus furcatus (Lafr.). Euscarthmus furcatus Pelzeln p. 102 (Matto Dentro). Ceratotriccus furcatus Cat. Br. Mus. XIV p. 85. Essa especie rara forma o genero Ceratotriccus, cara- cterisado pela cauda um pouco entalhada na ponta em fórma de tesoura. É verde em cima, com a cabeça aver- melhada, cinzenta em baixo. Uma mancha branca no pes- coço anterior e a borda branca na ponta da cauda cara- cterisam a especie, que foi encontrada nos Estados de S. Paulo e Rio de Janeiro. Mus. Paul. — 147. Orchilus auricularis (Vieill.). Euscarthmus cinereicollis Wied HI p. 955. Triccus auricularis Burmeister IH p. 499. Orchilus auricularis Pelzeln p. 102 (Ypanema). Orchilus auricularis Berlepsch wu. lhering p. 130. Orchilus auricularis Cat. Br. Mus. XIV p. 88. Especie muito pequena, de 7o mm. de comprimento, verde em cima, amarellenta em baixo com uma malha vermelho-esbranquiçada atraz do olho e outra preta atraz desta no ouvido. Esse passarinho é encontrado desde o Rio de Janeiro até o Rio Grande do Sul. Mus. Paul. — * 146. Hemitriccus diops (Temm.). (?) Euscarthmus vilis Burmeister II p. 490. Hemitriccus diops Pelzeln p. 103 (Ypanema). Hemitriccus diops Cat. Br. Mus. XIV p. gr. Revista do Museu Paulista Vol, III. 12 — 186 — O genero Hemitriccus com essa unica especie distin- gue-se de Euscarthmus pelo bico mais curto e pela cauda mais comprida. O passarinho é de côr verde em cima, cinzenta em baixo. A região loral é preta, a circumferencia do olho branca. É especie do Brazil meridional que Nat- terer obteve em Ypanema e Curityba. Mus. Paul. Alto da Serra. “* 149. Phylloscartes ventralis (Temm.). Euscarthmus ventralis Burmeister IL p. 491. Phylloscartes ventralis Pelzeln p. 102 (Cemiterio, Ypa- nema). Phylloscartes ventralis Sclater a. Hudson I p. 137. Phylloscartes ventralis Cat. Br. Mus. XIV p. 92. Este passarinho é verde em cima, verde-amarello em baixo com uma estria desmaiada sobre o olho e duas faxas de manchas amarellas sobre a aza. E" especie do Brazil meridional, desde o Rio Grande do Sul até S. Paulo. Mus. Paul. Iguape; S. Paulo. 150. Hapalocercus rufomarginatus Pelz. Hapalocercus rufomarginatus Pelzeln p. 103 e T74 (Rio das Pedras, Calção de Couro).- Hapalocercus rufomarginatus Cat. Br. Mus. XIV p. 93. Especie de 130 mm. de comprimento, até hoje só observada no Estado de S. Paulo perto do Rio Grande. A côr é parda em cima. As remiges e as rectrizes têm as margens orladas de castanho. A face é amarellenta, a gar- ganta e o meio da barriga são de côr branca, o resto do lado inferior é de côr amarellenta. Mus. Paul. — 151. Hapalocercus meloryphus (Wied). Euscarthmus meloryphus Wed HI p. 947. Euscarthmus meloryphus Burmeister Il p. 493. Hapalocercus meloryphus Pelzeln p. 103 (Ypanema). ABRE lo Hapalocercus meloryphus Cat. Br. Mus. XIV p. 93 (Ypanema). A côr é parda nas costas, cinzenta em baixo, com a barriga branco-vermelha. As pennas do vertice são verme- lho-pardas. Especie dos campos do Norte do Brazil encon- trada em Ypanema por Natterer. O genero Hapalocercus é caracterisado pelo bico um PESO compresso e pela cauda fina e comprida. Mus. Paul. — 152. Habrura pectoralis (Vieill.). Euscarthmus superciliaris Wzed II p. 953. Hapalura minima Burmeister II p. 494. Hapalocercus pectoralis Pelzeln p. 103 (Calção de Couro). Habrura pectoralis Sclater a. Hudson I p. 138. Habrura pectoralis Cat. Br. Mus. XIV p. 96. Passarinho de 100—rIo mm. de comprimento, de côr pardo-cinzenta em cima, com uma linha supraocular alvacenta. As pennas do vertice são na base brancas, em cima preto-cinzentas. As azas e a cauda são dene- gridas com as margens das pennas mais claras. O lado inferior é amarellento, excepto a garganta que é denegrida. Essa especie occorre desde o Norte da Argentina e Paraguay até Cuyabá e Guyana, estendendo-se até as regiões occidentaes dos Estados de S. Paulo e Minas. Mus. Paul. — 153. Pogonotriccus eximius (Temm.). Euscarthmus eximius Buyrmeister HI p. 491. Pogonotriccus eximius Pelzeln p. 103 (Ypanema). Pogonotriccus eximius Cat. Br. Mus. XIV p.98 (Ypa- nema). Essa especie do' genero Pogonotriccus, caracterisada “pelas cerdas muito rijas e compridas da base do bico, e verde-escura nas costas, mais clara no lado abdominal com o vertice cinzento, a fronte e uma estria supraocular — 188 — brancas. Especie conhecida como occorrente nos Estados de 'S. Paulo: é Rio de Janeiro. Mus. Paul. — 154. Culicivora stenura (Temm.). Hapalura stenura Burmeister II p. 494. Culicivora stenura Pelzeln p. 103 (Ypanema, Itararé, Rio das Pedras). Culicivora stenura Sclater a. Hudson Ip. 139. Culicivora stenura Cat. Br. Mus. XIV p. 97 (Itararé). Passarinho parecido ao Euscarthmus, com a cauda mais comprida. As pennas são amarello-pardas nas costas com o centro de cada penna mais escuro. À cabeça é preta, com riscas brancas, o lado inferior é amarellento. As ro rectrizes são differentes em comprimento. Especie do Brazil meridional, desde S. Paulo até as Missões. “Mus. Paul. — * 155. Serphophaga subcristata (Vieill.). Alegrinho (Piracicaba). Serphophaga subcristata Pelzeln p. 103 (Matto Dentro, | Ypanema). Serphophaga subcristata Berlepsch wu. lhering Pp. 130. Serphophaga subcristata Sclater a. Hudson I p. 140. Serphophaga subcristata Cat. Br. Mus. XIV p. 102. Passarinho pequeno, de 1ro mm. de comprimento, cinzento-azeitonado em cima, branco-amarello em baixo, tendo o vertice cinzento com uma mancha branca e com duas faxas alvacentas correntes. sobre a aza. Especie que vive na restinga e capoeira, desde S. Paulo e Minas até Paraguay, Bolivia e Rio da Prata. O Sr. Valencio Bueno observou essa especie em Piracicaba nas mattas. Mus. Paul. S. Sebastião; Piquete; Ypiranga. * 156. Serphophaga nigricans (Vieill.). João pobre (Iguape). Euscarthmus nigricans Burmeister II p. 492. Euscarthmus cinereus Burmoeister H p. 526. RES Ena e ga id RR rs Ê, E RR o a Serphophaga cinerea Pelzeln (nec Strickl.) p. 103 > (Jacarehy, Ypanema). Serphophaga nigricans Berlepsch und Mering p. 130 (Rio Grande do Sul). Serphophaga nigricans Sclater a. Hudson I p. I41. Serphophaga nigricans Cat. Br. Mus. XIV p. 104 (excl. synon.). Especie parecida á precedente com mancha branca no meio do vertice, mas sem as faxas das azas, de côr cinzenta que é escura em cima, clara em baixo. Esse passarinho vive perto dos rios e arroios e occorre desde a Patagonia até S. Paulo e Paraguay. O Sr. von Berlepsch tendo examinado os typos de Burmeister mostrou que cmereus é identico a nigricans. O Sr. Krone observou essa especie em Iguape, o Sr. Valencio Bueno em Pira- cicaba. Vive perto da agua. Mus. Paul. Tiete. SuBrAM. 3. ELAENEINAE. PTtosvCyangtis'azarae (Lichic). Papa-piry (Iguape). Cyanotis omnicolor Burmeister IL p. 484. Cyanotis azarae Sclater a. Hudson 1 p. 142. Cyanotis azarae Cat. Br. Mus. XIV p. IIo. Passarinho elegante, de muitas côres, preto nas costas com o vertice vermelho e orlado de amarello. As azas têm manchas brancas, o lado inferior é amarello até ao crisso que é vermelho. O passarinho, que é encontrado nas republicas Argentina e Chile, já foi observado por mim no Sul do Estado do Rio Grande do Sul e obtive-o como tambem o ninho, de Iguape, do Sr. Krone. Não occorre no interior do Estado de S. Paulo. O nome papa- piry refere-se ao modo de viver do passarinho, sendo piry == juncal. Mus. Paul. Iguape. AD RT VE * 158. Mionectes rufiventris (Licht.). Mionectes rufiventris Burmeister II p. 482. Mionectes rufiventris Pelzeln p. 104 (Ypanema). Mionectes rufiventris Cat. Br. Mus. XIV p. rI4. Verde-azeitonado em cima; a cabeça e o pescoço são de côr cinzenta, a barriga e o peito são amarello-pardos. As azasea cauda são pretas com margens amarellentas das pennas. Passaro do Brazil meridional, desde o Rio Grande do Sul até o Rio de Janeiro. Mus. Paul. Iguape; Tieté; Ypiranga. * 159. Leptopogon amaurocephalus Cab. Euscarthmus amaurocephalus Burmeister IH p. 491 (S. Paulo). Leptopogon amaurocephalus Pe/zeln p. 104 (Ypanema). Leptopogon amaurocephalus Cat. Br. Mus. XIV p. 117. Especie de distribuição vasta, desde Curityba até Guyana. Verde-azeitonado em cima, verde-amarellento em baixo com a cabeça parda e com duas faxas amarellentas na aza. Mus. Paul. Iguape. * 160. Capsiempis flaveola (Licht.). Platyrhynchus flaviventris Sgix II p. 12 Pl. 15 fig. 1. Muscipeta flaveola Burmeister II p. 488. Capsiempis flaveola Pelzeln p. 104 (Ypanema). Capsiempis flaveola Cat. Br. Mus. XIV p. 120. Verde-azeitonado em cima, amarello em baixo com duas faxas amarellentas correntes sobre a aza. Especie da Guyana e do Norte do Brazil que Natterer obteve em Ypanema. Mus. Paul. — * 161 Phyllomyias brevirostris (Spix). Platyrhynchus brevirostris Spix IH p. 13 Pl 15 fg. 2 Muscipeta asilus ed II p. 894. Phyllomyias brevirostris Pelzeln p. 105 (Ypanema). Phyllomyias brevirostris Berlepsch wu. lhering p. I31 Phyllomyias brevirostris Cat. Br. Mus. XIV p. 121. O genero Phyllomyias distingue-se pelo bico curto e pelas sedas situadas na sua base, fracas e curtas. P, brevi- rostris é verde-azeitonado em cima, amarello em baixo com a garganta esbranquiçada. Sobre a aza correm duas faxas amarellentas. Especie do Brazil meridional, desde o Rio de Janeiro até o Rio Grande do Sul. Mus. Paul. Iguape. 162. Phyllomyias burmeisteri Cab. et Heine. Cagasebinho (Iguape). Elaenea brevirostris Burmeister IL p. 479. Phyllomyias burmeisteri Cabanis et Heine, Mus. Heine | | fla Phyllomyias subviridis Pelzeln p. 105 (Ypanema). Phyllomyias burmeisteri Cat. Br. Mus. XIV p. 122. A garganta amarella como o pescoço parece a unica differença entre essa especie e a precedente que prova- velmente são apenas variedades de uma unica especie. A distribuição geographica parece a mesma. Pelzeln distingue tres especies desse genero, todas encontradas em Ypanema. Mus. Paul. — 163. Phyllomyias virescens Pelzeln. Phyllomyias virescens Pelzeln p. 105 (Ypanema). Phyllomyias virescens Cat. Br. Mus. XIV p. 121, nota. Se Pelzeln tem razão julgando essa especie identica á figurada por Temmink (Pl. col. 275 fig. 3), então essa pretendida especie é synonyma de P. brevirostris. Mus. Paul. — “* 164. Myiopatis semifusca (Scl.). Platyrhynchus murinus Spix Il p. 14 Taf. 16 fig. 2. Phyllomyias semifusca Sclater (nec Pelz.) Proc. Zool. D0€. 1861 'p.o909 Pelz; ao team, Myiopatis semifusca Cat. Br. Mus. XIV p. 123 (Ypa- nema). Sclater separa o genero Myiopatis de Phyllomyias, devido ao bico mais compresso e longo. O Phyllomyias semifuscus Pelzeln pertence a outro genero (cf. Sublegatus platyrhynchus. Temos a especie da Bahia. Mus. Paul. — * 165. Ornithion imberbe (Scl.). Myiopatis incanescens Pelzeln p. 106 (Ypanema). Ornithion imberbe Cowes p. 444. Ornithion imberbe Cat. Br. Mus. XIV p. 126. Passarinho pequeno, de côr cinzenta, com as azas e a cauda mais escuras e com as pontas das coberteiras da aza castanhas, formando faxas. O bico é mais compresso nesse genero e sem sedas na base. Essa especie que é do Mexico, do Equador e do Norte do Brazil, foi encontrada em Ypanema por Natterer, isto e, segundo a synonymia do Brit. Mus. Catalogue, que eu não julgo nesse sentido exacta. Provavelmente Berlepsch tem razão, dizendo que O. imberbe é a especie da Bahia, que então em Ypanema não coexistirá com a outra, existindo entretanto no litoral de S. Paulo. Mus. Paul. Iguape. * 166. Ornithion obsoletum (Temm.). Elaenea murina Burmeister (nec Spix) Il p. 481. Elaenea obsoleta Burmeister K p. 480. Muscicapa obsoleta Pelzeln p. 106 (Ypanema). Ornithion obsoletum Berlepsch w. Jhering p. I31. Ornithion obsoletum Cat. Br. Mus. XIV p. 127 (Ypa- nema). Especie um pouco maior que a precedente, mais verde- azeitonada nas costas. Especie do Brazil meridional, que temos do Rio Grande do Sul. Mus. Paul. — de ” p a na Dis RAD AS E fe * 167. Elainea pagana (Licht.). Guracava (Iguape). Platyrhynchus paganus Sfix IX p. 13 Pl. 16 fig. 1. Muscicapa brevirostris Wed HI p. 799. Elaenea pagana Burmeisiter II p. 476. Elainea pagana Pelzeln p. 106 (Itararé, Ypanema). Elainea pagana Berlepsch wu. Jhering p. 134 (9. Paulo). Elainea pagana Cat. Br. Mus. XIV p. 137 (S. Paulo). Especie de 150 mm. de comprimento, bruno-cinzenta “em cima, tendo o vertice mais escuro com uma mancha branca pouco visivel. Em baixo cinzento-branca no pes- coço, amarello-pallida na barriga. As pontas das coberteiras exteriores da aza são esbranquiçadas. E' essa uma especie distribuida desde S. Paulo até o Mexico, mas que me não consta ser encontrada ao Sul de S. Paulo, não julgando eu exacta a indicação «Pelotas» do catalogo do British Museum. El. pagana tem as pennas do vertice estreitas e “alongadas em fórma de topete. Mus. Paul. S. Sebastião. * 108. Elainea albiceps (d'Orb. et Lafr.). Elainea albiceps Pelzeln p. 107 (Ypanema). Elainea albiceps Berlepsch u. lhering p. 133: Elainea albiceps Sclater a. Hudson 1 p. 145. Elainea albivertex Pelzeln p. 107 e 177 (Ypanema). Elainea parvirostris Pelzeln p. 107 e 178 (Curityba). Elainea albiceps Cat. Br. Mus. XIV p. 141. Especie parecida a E. pagana, differente pelas pennas não alongadas do vertice e pela barriga esbranquiçada. Parece ser grande a synonymia e talvez haja algumas espe- cies parecidas e por ora confundidas. E' especie de distri- buição vasta occorente quasi por toda a America do Sul. Mus. Paul. Ypiranga; S. Carlos do Pinhal, * 169. Elainea mesoleuca Cab. et Heine. Muscipeta modesta Wed II p. 923. Elainea mesoleuca Cabanis et Heine Mus. Heim. II p. 60. a ra Elainea mesoleuca Berlepsch u. Jhering p. 1932. Elainea mesoleuca Cat. Br. Mus. XIV p. 153. Especie intimamente ligada á precedente da qual dif- fere pela falta da mancha branca do vertice e pelo peito cinzento-verdoengo. Os nossos exemplares têm a côr nas costas mais azeitonada do que E. albiceps. O comprimento | é de 140—I50 mm., o da aza 75-80 mm. Essa especie é encontrada desde o Rio Grande do Sul até a Bahia. Mus. Paul. Piquete; Ypiranga. 170. Elainea placens Scl. Elainea implacens Sc/ater Proc. Zool. Soc. 1861 p. 408. Elainea implacens Pelzeln p. 108 (Ypanema). Elainea placens Cat. Br. Mus. XIV p. 418. Especie distinguida pela côr amarella da mancha do vertice e pela falta de faxas alvacentas na aza. Especie occorrente desde o Norte do Brazil até o Mexico, e que Natterer obteve em Ypanema. Mus. Paul, — 171. Elainea caniceps (Sw.). Tyrannula caniceps Swainson B. Brazil T. 49. Elainea caniceps Pelzeln p. 107 (Ypanema, Rio Paraná). Elainea caniceps Cat. Br. Mus. XIV p. 151. Especie parecida á precedente na côr amareilo-branca da mancha do vertice, munida, porem, nas azas de faxas esbranquiçadas. Mus. Paul. = * 172. Elainea obscura Lafr. et dOrb. Elainea obscura Pelzelm p. 108 (Mogy das Cruzes, Ypanema). Elamea obscura rustica Berlepsch u. lhering p. 1932. Elainea obscura Cat. Br. Mus. XIV p. I52. Especie semelhante a E. mesoleuca, como ella sem man- cha do vertice, differente por ser maior e pela barriga ama- =" E ça E SU Ra tella. E. obscura mede 17o—19go mm. de comprimento, sendo o comprimento da aza go mm. A especie occorre desde o Rio Grande do Sul até a Bolivia e Perú. Mus. Paul. Iguape, Piracicaba (Rio das Pedras). 173. Elainea affinis Burm. Elaenea affinis Burmeister II p. 477. Elainea affinis Pelzeln p. 108 (Cemiterio, Rio das Pedras). Elainea affinis Cat. Br. Mus. XIV p. 151 (Rio das Pedras). Cinzento em cima com o uropygio verde-amarello; a garganta e o pescoço são brancos, a barriga é amarella. Às pennas da cauda são pretas no meio, amarellas na base e têm uma orla esbranquiçada na ponta terminal. Especie encontrada desde S. Paulo e Minas até Bahia. Mus. Paul. — 174. Legatus albicollis (Vieill.). Muscicapa citrina Wed II p. gr7. Elaenea albicollis Burmeister IL p. 475. Legatus albicollis Pe/zeln p. 108 (Ypanema). Legatus variegatus Cabanis et Heine Mus. Heine. IH p: 60; “Legatus albicollis Cat. Br. Mus. XIV p. 115 (S. Paulo). O genero Legatus, formado por essa unica especie distribuida desde S. Paulo até o Mexico, é caracterisado pelo bico mais curto e largo. O passarinho que mede 150 mm., é bruno-escuro em cima com uma mancha amarella no vertice. O peito e o pescoço anterior são cinzento-claros, a barriga é amarella. O peito e o crisso têm riscas escuras no meio de cada penna. Mus. Paul. — * 175. Sublegatus platyrhynchus (Scl. a. Salv.). Muscipeta incanescens Wied III p. 898. Phyllomyias semifusca Pelzeln (nec Sclater) p. 105. a o cp Sublegatus platyrhynchus Cat. Br. Mus. XIV p. 158 (S. Paulo). Especie pequena de 116 mm. de comprimento, bruno- cinzenta em cima com o vertice mais escuro, em baixo branco-cinzenta no pescoço e peito, amarella na barriga. Sobre a aza correm duas faxas desmaiadas. Especie do Norte do Brazil, que o British Museum obteve de S. Paulo por Joyner, e que o Sr. Krone me diz ter caçado em Iguape. Temo-a da Bahia. Mus. Paul. — “* 176. Myiozetetes similis (Spix). Bemtevisinho (Iguape). Muscicapa similis .Sgix II p. 18 PI 25. Elaenea miles Buymeister IL p. 474. Myiozetetes similis Pelzeln p. 109 (Ypanema, Rio Paraná). Myiozetetes similis Cat. Br. Mus. XIV p. 167 (S. Paulo). Especie maior, de 170 mm. de comprimento, bruno- azeitonada em cima, com o vertice vermelho orlado de preto. Uma estria sobre o olho e a garganta são brancas, o peito e a barriga são amarellas. Especie que occorre no Brazil, desde S. Paulo até Pará. Mus. Paul. Iguape; Tieté; Piracicaba; Piquete. * 177. Rhynchocyclus sulphurescens (Spix). Platyrhynchus sulphurescens Spix Il p. 10 Pl 12fig.r. Platyrhynchus nuchalis Wed II p. ogr. Cyclorhynchus nuchalis Burmeister II p. 503. Rhynchocyclus sulphurescens Pelzeln p. 109 (Y panema). Rhynchocyclus assimilis Pelzeln p. TIO. Rhynchocyclus sulphurescens .Sc/ater a. Hudson Ip. 147. Rhynchocyclus sulphurescens Cat. Br. Mus. XIV p. 168. Em cima verde-azeitonada com a nuca amarella, em baixo cinzenta, desde a garganta até a barriga, que é amarella. Especie do matto virgem distribuida desde a America Central até S. Paulo. Mus. Paul. Piquete. CAE RE RE 2a SS ra pa | | | | Dos WO a farra LHo y gem 178. Rhynchocyclus megacephalus (Sw.). Muscipeta megacephala Burmcister H p. 487. Rhynchocyclus megacephalus Prelzeln p. I1o (Matto Dentro). Rhynchocyclus megacephalus Cat. Br. Mus. XIV p. 170. Verde-azeitonada em cima com o vertice cinzento. Em cima do olho uma estria esbranquiçada e outra escura em cima desta. A barriga é amarella, o peito e a garganta são de côr cinzenta. Sobre a aza correm duas faxas ama- rellentas. É especie do Norte do Brazil, que Natterer obteve perto de Taubaté. Mus. Paul. — 179. Conopias trivirgata (Wied). Muscicapa trivirgata Wied HI p. 871. Tyrannula superciliosa Burmeister H p. 475. Conopias superciliosus Pelzeln p. III (Ypanema). Conopias trivirgatus /artert Catalog. Samml. Frank- furtia:M, p. 102 (5. Paulo). Conopias trivirgata Cat. Br. Mus. XIV p. 173. Verde-azeitonado em cima com à cabeça preta, ama- rello em baixo. Sobre o olho corre uma estria branca. Passaro de 150 mm. de comprimento. A especie occorre desde S. Paulo até Bahia. Mus. Paul. — “ “* 180. Pitangus sulphuratus L. Bemtevi. Muscicapa pitangua Wed III p. 836. Saurophagus sulphuratus Burmeister IL p. 461. Saurophagus sulfuratus Brechm Thierleben V p. 591 figura. Pitangus bellicosus Pelzeln p. 111 (Ypanema). Pitangus sulphuratus Pelzeln p. III. Pitangus maximiliani Berlepsch 1 p. 260. — 198 — Pitangus sulphuratus Cat. Br. Mus. XIV p. 176 (Ypa- nema). O bem conhecido bemtevi, um dos passaros mais fortes entre os Tyrannidos tem o bico comprido e recurvado na ponta. Pardo em cima, amarello em baixo. O vertice é amarello, orlado de preto. A fronte, a nuca, a garganta e uma estria supraocular são brancas. Distinguem-se muitas especies e variedades entre os bemtevis, mas só estudando caracteres de pouca impor- tancia. Noto que a especie do Rio da Prata e do Rio Grande do Sul é P. bolivianus isto é, variedade de P. sulphuratus com o bico mais comprido e com as remiges da mão orladas de bruno na margem anterior. A indicação Pelotas no Cat. do British Museum e referente a fórma de São Paulo é outro signal de erro que alli houve. Desde S.º Catharina até Bahia e Ceará temos o Bemtevi de S Paulo que diversos autores chamam a variedade maximiliani Cab. et Hein. As remiges da mão, dessa variedade, são orladas na frente de vermelho-pardo. Sclater no catalogo do British Museum julga-o P. bellicosus Pelzeln como synonymo de P. bolivianus, o que não é exacto; se Pelzeln teve na collecção de Natterer tambem o P. bolivianus então será de Matto Grosso e sob a denominação de P. maximiliani Pelzeln. Seria pois: P. bolivianus do Rio Grande do Sul, Rio da Prata, Bolivia e Matto Grosso. P. sulphuratus var. maximiliani de S.º Catharina até Ceará. P. sulphuratus var. typica do Pará e Guyana. O Sr. Valencio Bueno obteve o Bemtevi em Piraci- caba, o Sr. Krone em Iguape. Os indios guaranys de Rio Verde chamam o Bemtevi «nhan-nhai», como se imitassem a voz do passaro. Mus. Paul. S. Sebastião; Piquete. conta Pes A id PR e RA Ei fá T+ Ro? Ri “* 181. Sirystes sibilator (Vieill.). Myiarchus sibilans Burmeister IL p. 472. Sirystes sibilator Pelzeln p. 111 (Ypanema, Itararé, Rio Paraná). Sirystes sibilator Berlepsch w. lhering p. 135. Sirystes sibilator Cat. Br. Mus. XIV p. 181. Cinzento em cima com o vertice preto, cinzento- esbranquiçado em baixo. As azas e a cauda são pretas, as coberteiras da aza esbranquiçadas nas pontas. O com- primento é de cerca 190 mm. Passaro do Brazil meridional. Mus. Paul. Iguape; Piracicaba. * 182. Myiodynastes solitarius (Vieill.). Siriri-tinga (Iguape). Tyrannus audax Wied IN p. 889. Scaphorhynchus audax Burmeister II p. 459. Myiodynastes solitarius Pelzeln p. 112 (Ypanema, Goyaz). Myiodynastes solitarius Berlepsch 1 p. 261. Myiodynastes solitarius Sclater a. Hudson 1 p. I50. Myiodynastes solitarius Cat. Br. Mus. XIV p. 185 (S. Paulo). Passaro de 210220 mm. de comprimento, distinguido pelas pennas dorsaes que são escuras com orlas desma- tadas. As pennas do lado ventral são esbranquiçadas com uma linha escura no meio, correspondente á haste. As pennas das azas e da cauda têm orlas castanhas, o vertice é no meio amarello. Especie distribuida desde o Rio da Prata até a Guyana. Mus. Paul. Cubatão. SUBFAM. 4. [yRANNINAE. * 183. Megarhynchus pitangua (Sw.). Bemtevi de bico chato (Piracicaba); Bemtevi do matto (Iguape). Pitangua guaçu Marcgrav p. 215. Scaphorhynchus sulphuratus Wied IH p. 983. — — 200 — Scaphorhynchus pitangua Burmeister Il p. 458. Megarhynchus pitangua Pelzeln p. 112 (Itararé, Ypa- nema). Megarhynchus pitangua Cat. Br. Mus. XIV p. 189 (S. Paulo). E este um bemtevi de bico chato bem parecido ao outro mais conhecido, porem, que tem o bico mais largo e chato. Na altura das ventas o bico do Pitangus mede ro mm. e o do Megarhynchus 15 mm. de largura. Na especie presente a mancha amarella do vertice é menor e mais escondida entre as pennas pretas e de côr mais escura, laranja no sexo masculino. Essa especie occorre desde S. Paulo até o Mexico. O Sr. Krone obteve-a em Iguape, o Sr. Valencio Bueno em Piracicaba. É especie do matto que não tem a voz do Bemtevi. Mus. Paul. Nha de S. Sebastião. * 184. Muscivora swainsoni Pelzeln. Papa-mosca real (Piracicaba). Muscipeta regia Wied II p. 944. Megalophus regius Burmeister HI p. 504. Muscivora swainsoni Cat. Br. Mus. XIV p. 192. Passaro de côr pardo-clara, com um topete de pennas de côr escarlate com pontas pretas. O macho tem o topete de côr vermelha mais viva e com as pontas dessas pennas do vertice de côr azul-aço. Não sou bem informado sobre a occorrencia desse passaro no Est. de S. Paulo, sendo porém, informado pelo Sr. Valencio Bueno que occorre nas mattas ao redor de Piracicaba. À especie occorre desde S. Paulo até Bahia. Mus. Paul. Est. de S. Paulo. * 185. Hirundinea bellicosa (Vieill.). Platyrhynchus hirundinaceus Spix p. 11 Taf. 13 fig. 1. Platyrhynchus rupestris Wied HI p. 977. Muscivora ferruginea Buyrmeister II p. 505. END E Ra do Ss Aedes alii senai Rd Aa ic ao Gi Lo Sad e 1 o E Tc Ad aço e aaa AO E Lee Hirundinea rupestris Pelzeln p. 113 (Itararé, Ypanema, Capivary). Hirundinea bellicosa Berlepsch wu. lherng p. 135- Hirundinea bellicosa Sclater a. Hudson 1 p. IST. Hirundinea bellicosa Cat. Br. Mus. XIV p. 196 (Ypa- nema, Capivary). Passaro cujo nome indigena não conheço e que con- forme Wied é chamado gibão de couro ou casaca de couro na Bahia. A côr é bruno-escura nas costas, castanha no uropygio e na cauda cujas pennas têm a ponta preta. Às remiges são castanhas no meio, a barriga é castanha. O passaro que mede 17o—180 mm. occorre no Brazil, desde o Rio Grande do Sul até Pernambuco e Goyaz e tambem na Bolivia e no Paraguay. Mus. Paul. S. Sebastião; Iguape. 186. Myiobius barbatus (Gm.). Platyrhynchus xanthopygius Spix II p. 9 PL o fig. 1. Muscipeta barbata Wed II p. 934. Myiobius barbatus Burmeister II p. 501. Myiobius barbatus Pelzeln p. II3. Myiobius xanthopygius Pelzelm p. 113 (Ypanema). Myiobius barbatus Cat. Br. Mus. XIV p. 199. Passaro pequeno, de 130 mm. de comprimento, verde- azeitonado em cima, amarellento em baixo com a barriga, o crisso e o uropygio de côr amarello-clara. O macho tem no vertice uma mancha amarela. Passaro do Norte do Brazil, que Natterer obteve em Ypanema. Mus. Paul. — * 187. Myiobius naevius (Bodd.). Cagasebo (Iguape). Platyrhynchus chrysoceps Spix Il p. 1º PI STI figa. Muscipeta chrysoceps Wied II p. 940. Muscipeta virgata Burmeister II p. 486. Myiobius naevius Pelzeln p. II4 (Ypanema). Revista do Museu Paulista. Vol. III 13 ETA DA a Myiobius naevius Berlepsch w. lhering p. 136. Myiobius naevius Sclater a. Hudson 1 p. I51. Myiobius naevius Cat. Br. Mus. XIV p. 209. Passarinho semelhante a espécie precedente, bruno em cima, esbranquiçado em baixo, com manchinhas escuras no peito. No meio do vertice ha uma niancha amarella. Sobre a aza correm duas faxas pardo-vermelhas. Especie commum no Brazil, que occorre desde Buenos Ayres até. o Mexico. Mus. Paul. Iguape; S. Sebastião; Ypiranga; Piquete. * 188. Pyrocephalus rubineus (Bodd.). 4 Muscicapa coronata Wied II p. 880 (d!). Muscipeta strigilata Wied II p. goo (9). Elaenea coronata Burmeister HI p. 476. Pyrocephalus rubineus Pelzeln p. 114 (Ypanema, Ita- | raré, Rio Paraná). | Pyrocephalus rubineus Berlepsch w. lhering p. 196. | É Pyrocephalus rubineus Sclater a. Hudson | p. 152. Pyrocephalus rubineus Cat. Br. Mus. XIV p. 221. O macho é de côr pardo-cinzenta em cima, a excepção da cabeça que tem pennas alongadas formando um topete e que é escarlate como o lado inferior. A femea é uniforme, pardo-cinzenta. Passarinho distribuido desde Buenos Ayres até Venezuela e Colombia. Mus. Paul. Iguape; Cachoeira. * 189. Empidochanes fuscatus me) Guaracavuçu (Iguape). Muscipeta fuscata Wied II p. goz. Muscipeta fuscata Burmeister HI p. 487. Empidochanes fringillaris /elzeln p. 116. Empidochanes fuscatus Cat. Br. Mus. XIV p. 2zr6. Empidochanes fringillaris Cat. Br. Mus. XIV p. 216. Passarinho de 150 mm. de comprimento, bruno-pardo em cima, cinzento-azeitonado em baixo, com a barriga ame fa pallido-amarella e com duas faxas côr de ferrugem cor- rentes sobre a aza. A descripção dada por Sclater de E. fringillaris é baseada em exemplares typicos de Pelzeln e corresponde á descripção de Wied. A mandibula inferior em parte de nossos exemplares é esbranquiçada na base sendo, porem, em outros completamente preta. Não ha razão para distinguir com o catalogo do British Museum duas especies. Ha porem outra especie muito semelhante da qual logo tratarei (Empidonax bimaculatus). Esta especie é encontrada desde S.” Catharina até o Rio de Janeiro, Goyaz e Amazonas. Mus. Paul. S. Sebastião. * 190. Empidonax bimaculatus (2º Orb. et Lafr.). Empidochanes euleri Cabanis Journ. f. Ornith. 1868 | P. 195: Empidonax bimaculatus Sclater a. Hudson 1 p. 155. Empidochanes fuscatus Berlepsch wu. Jhering p. 136. Empidochanes fuscatus Pelzeln p. 115 (Ypanema). Empidonax bimaculatus Cat. Br. Mus. XIV p. 224. Especie muito semelhante á precedente differindo pelo bico mais chato com a mandibula inferior toda branca e pelo tarso mais curto. O nosso exemplar tem as pennas da perna côr de ferrugem. Essa especie é encontrada desde o Rio Grande do Sul até Amazonas. Mus. Paul. Iguape. * 191. Myiochanes cinereus (Spix). Platyrhynchus cinereus Spix Il p. 11 Pla! Myjiochanes cinereus Burmeister IL p. 473. Myiochanes cinereus Pelzeln p. 116 (Ypanema). Myiochanes cinereus Cat. Br. Mus. XIV p. 245 (S. Paulo). E entre os passaros desta secção um dos menores; 140 mm. de comprimento. Bruno-cinzento em cima, com a cabeça denegrida, cinzento em baixo. O bico é bruno- escuro em cima, pallido em baixo. A especie occorre desde S. Paulo até Pernambuco. Mus. Paul. Iguape. “* 192. Myiarchus ferox (Gm.). Pae Augustinho (Iguape). Myiarchus ferox Wied HI p. 855. Myiarchus ferox Burmeistor IL p. 470 (part.). Myiarchus cantans Pelzelm p. 117 (Ypanema). Myiarchus cantans Berlepsch w. lhering p. 137. Myiarchus ferox Sclater a. Hudson I p. 156. Myiarchus ferox Cat. Br. Mus. XIV p. 253(S. Paulo). Especie de 180 mm. de comprimento, cinzento-azeito- nada em cima, do peito até a garganta cinzenta, amarello- clara na barriga, que occorre desde Buenos Ayres até o Mexico. Mus. Paul. S. Sebastião; S. Carlos do Pinhal; Piquete. “* 193. Myiarchus tyrannulus (Mill). Myiarchus ferox Burmeister IL p. 470. Myiarchus ferox Pelzeln p. 116 (Cemiterio, Ypanema). Myiarchus tyrannulus Sc/ater a. Hudson | p. 156. Myiarchus crinitus var. erythrocercus Coucs p. 435 (cf. fig. 284). Myiarchus tyrannulus Cat. Br. Mus. XIV p. 251. Especie um pouco maior que a precedente da qual diese pelas rectrizes que têm a borda interior de côr castanho-pallida em ambos os sexos, o que não succede em M. ferox. Não tenho certeza que essa especie occorra em S. Paulo, visto como Sclater diz que os exemplares de Pelzeln só em parte se referem a M. tyrannulus. Os nossos exemplares pertencem todos ao M. ferox Gm. As locali- dades certas indicadas para essa especie pelo catalogo do British Museum são de Catamarca, Bolivia, Bahia, Vene-. zuela, Antilhas. Temol-a da Bahia. Mus. Paul. — * 194. Empidonomus varius (Vieill.). Muscicapa rufina Spix HI p. 22 Pl. 31. Muscipeta ruficauda Wed II p. 926. o SA e Tyrannus rufinus Burmeister II p. 466. Empidonomus varius Pe/zeln p. 117 (Ypanema, Cuyabá). Empidonomus varius Berlepsch w. lhering p. 137. Empidonomus varius Cat. Br. Mus. XIV p. 265. As azas são compridas no genero Empidonomus com as pontas das primeiras remiges attenuadas. Especie de T6o mm. de comprimento, de côr cinzento-bruna com as pennas no meio mais escuras. A barriga é amarello-des- maiada. A fronte e uma borda supraocular são de côr branca, o vertice é preto com uma mancha amarella no meio. As pennas da cauda são orladas de castanho. A especie occorre desde o Rio Grande do Sulaté a Guyana. Mus. Paul. S. Carlos do Pinhal; Iguape. * 195. Tyrannus melancholicus Vieill. Siriri. Muscipeta furcata .Spix IH p. 15 Pl. 19. Tyrannus furcatus Wed HI p. 884. Tyrannus melancholicus Burmeister IL p. 464. Tyrannus melancholicus Pe/zelm p. 117 (Matto Dentro, Ypanema). Tyrannus melancholicus Berlepsch w. Jhering p. 137. Tyrannus melancholicus Sc/ater c. Hudson I p. 158. Tyrannus melancholicus Cat. Br. Mus XIV p. 273. O siriri é especie bem conhecida, de 200 mm. de comprimento, em cima cinzenta na cabeça e no pescoço, verde-azeitonada nas costas com uma mancha côr de laranja no vertice. Em baixo são: a garganta e o pescoço cinzentos, o peito e a barriga amarellos. As rectrizes exteriores são mais compridas do que as do meio. À especie occorre desde Buenos Ayres até o Mexico. O Sr. Valencio Bueno obteve-a em Piracicaba. Mus. Paul. Iguape; S. Sebastião. * 196. Milvulus tyraunus (L.). Tesoura; Tesoureiro. Muscicapa tyrannus Wed II p. 8934. Tyrannus violentus Burmeister IL p. 467. Ea es Milvulus violentus Pe/zeln p. 118 (Ypanema, Taipa). Milvulus tyrannus Berlepsch w. Mhering p. 138. Milvulus tyrannus Sclater a. Hudson I p. 160. Milvulus tyrannus Cat. Br. Mus. XIV p. 277. A tesoura é bem distinguida pela cauda comprida, com as rectrizes exteriores extremamente alongadas de modo que o comprimento total da ave chega a 370 mm. A côr é cinzenta nas costas, branca no lado ventral. A cabeça é preta com uma mancha amarella no meio do vertice. Voando o passaro abre de vez em vez as duas metades da cauda como tesoura. Não é bem conhecida a sua parada durante o inverno, parecendo haver migrações. A especie occorre desde Buenos Ayres até o Mexico. O Sr. Valencio Bueno disse-me que observou com regulari- dade a tesoura em Piracicaba, mas só no verão quando alli faz ninho e cria, desapparecendo depois. Os guaranys do Rio Verde chamam a tesoura «tapendi». Mus. Paul. Est. de S. Paulo; Iguape. FAM. OXYRHAMPHIDAE. * 197. Oxyrhamphus flammiceps (Temm.). Araponguinha; Chibante (Piracicaba). Oxyrhamphus flammiceps Bwrmeister UI p. 33. Oxyrhamphus flammiceps Pelzeln p. 42. Oxyrhamphus flammiceps Cat. Br. Mus. XIV p. 28r. O genero Oxyrhamphus forma uma familia caracteri- sada pelo bico direito, estreito e pontagudo e pela borda denteada da primeira remige da mão. O tarso é exaspi- deano. A especie da que trato é verde com um topete escarlate no vertice. O lado inferior é amarellento com manchas pretas. A especie occorre desde 5.º Catharina até o Rio de Janeiro. O Sr. Valencio Bueno observou-a perto de Piracicaba, mas só desde 1881. Mus. Paul. Iguape. As ç Ed — 207 — FAM. PIPRIDAE. * 198. Piprites chloris (Temm.). Piprites chloris Burmeister IL p. 449. Piprites chloris Pelzeln p. 126 (Ypanema). Piprites chloris Cat. Br. Mus. XIV p. 284. Verde-azeitonado em cima, verde-amarello em baixo. A fronte é castanha, a face cinzenta. As pontas das cober- teiras das azas e das rectrizes são brancas. As rectrizes exteriores são mais curtas do que as medianas. Especie do Brazil central, de Goyaz e Matto Grosso que Natterer obteve em Ypanema. Mus. Paul. Piracicaba; Iguape. 199. Metopia galeata (Licht.). Metopia galeata Burmeister II p. 440. Metopia galeata Pelzeln p. 129 (Irisanga, Rio das Pedras, Borda do matto). Metopia galeata Cat. Br. Mus. XIV p. 290. O macho é preto com o dorso e a cabeça escarlates, tendo as pennas da fronte elevadas. À femea é uniforme verde. Passarinho de 154 mm. de comprimento que vive na Bolivia, na Bahia e em Minas Geraes e que Natterer encontrou neste Estado. Mus. Paul. — 200. Pipra fasciata P'Orb. et Lafr. Pipra fasciata Pelzeln p. 127 (Rio Paraná). Pipra fasciata Cat. Br. Mus. XIV p. 294. Passarinho de 100 mm. de comprimento, preto, com a cabeça e o lado inferior amarellos. Uma faxa branca corre pela base da cauda e na aza. É especie do Amazo- nas e da Bolivia, que occore no Rio Paraná. Mus. Paul. — e 200 — * 201. Pipra leucocilla L. Pipra leucocapilla Wzed HI p. 427. Pipra leucocilla Burmeister IL p. 444. Pipra leucocilla Pelzeln p. 127. ; Pipra leucocilla Cat. Br. Mus. XIV p. 297 (S. Paulo). O macho é preto, com a fronte e o vertice de côr branca, a femea é verde. Não estou certo que essa especie effectivamente occorra em S. Paulo, acceitando-a apenas devido a indicação do catalogo do British Museum que a obteve de S. Paulo por Joyner, cujas indicações, entretanto, não parecem fidedignas. A especie é encontrada desde o Rio de Janeiro até a America Central. Mus. Paul. — “* 202. Chiroxiphia caudata (Shaw). Tangara. Pipra caudata Six Il p. 5 Pl 6 fig. 1—2. Pipra longicauda Wed IH p. 4193. Pipra caudata Burmeister II p. 441. Chiroxiphia caudata Pelzeln p. 129 (Ypanema, aidré Chiroxiphia caudata Sclater a. Hudson | psot6r: Chiroxiphia caudata Cat. Br. Mus. XIV p. g1o0. O macho adulto é azul com a fronte e o vertice de escarlates;, a face, o pescoço, as azas e a cauda são pretas. Na cauda são as duas rectrizes medianas mais com- pridas que as outras e de côr azul. A femea é verde e assim tambem o macho novo antes de lhe apparecer a côr vermelha do vertice. E este o conhecido e elegante dansador. Essa especie habita todo o Brazil, desde o Rio Grande do Sul até o Amazonas. Os indios guaranys do Rio. Verde chamam-n'a tangara. Mus. Paul. Ypiranga; Piquete; Iguape; Piracicaba. * 203. Ilicura militaris (Shaw). Tangarasinha (Iguape). Pipra militaris Burmeister II p. 441 (S. Paulo). Wicura militaris Pelzeln p. 129 (Ypanema). Ear E Aa DES o Pa (2 as Helicura militaris Cat. Br. Mus. XIV p. 311. O macho é preto nas costas, cinzento-branco no lado ventral e tem a fronte e o uropygio de côr vermelho- carmim. Às azas são, em parte, de côr verde; a cauda é - preta e tem as duas rectrizes do meio alongadas. No meu vêr essa especie devia ser reunida com o genero Chiro- xiphia. Não julgo conveniente mudar o nome lIlicura por não estar bem explicada a sua derivação. A especie occorre desde S.“ Catharina até o Rio de Janeiro, Minas e Goyaz. Mus. Paul. Ypiranga; Iguape. * 204. Chiromachaeris gutturosa (Desm.). Rendeira (Iguape); Barbudinho (Piracicaba). Pipra manacus Wed HI p. 4932. Pipra manacus Burmeister Il p. 446. Chiromachaeris gutturosa Pelzeln p. 130 (Ypanema). Chiromachaeris gutturosa Cat. Br. Mus. XIV p. 313 (S. Paulo). O macho é preto nas costas, no vertice, nas azas e na cauda. À garganta, o pescoço e a nuca são brancos, a barriga e o uropygio são de côr cinzenta. A femea é verde. Essa especie é encontrada desde S. Paulo até a Bahia e Goyaz. O Sr. Valencio Bueno observou-a em Piracicaba na sua dança. E' um só que, cantando, pula adiante e volta ao seu lugar. Mus. Paul. S. Sebastião; Iguape; Piquete; Ypiranga. 205. Ptilochloris squamata (Wied). Muscicapa squamata Wed II p. 814 (9). Ptilochloris squamata Burmeister IL p. 435. Ptilochloris remigialis Burmeister IL p. 4936. Ptilochloris squamata Pe/zeln p. 126 (Ypanema). Ptilochloris squamata Cat. Br. Mus. XIV p. 317. Verde-azeitonado em cima, com as azas e a cauda denegridas. O vertice é preto, o lado inferior é amarello ap en o pi com linhas transversaes pretas. Na aza do macho é a quarta remige estreitada na ponta. Especie do Norte do Brazil, uma vez observada em S. Paulo. Mus. 'Paul., =— * 206. Heteropelma virescens (Wied). Muscicapa virescens Wed III p. 802. Ptilochloris virescens Burmeister IL p. 4936. Heteropelma virescens Pelzeln p. 124 (Ypanema). Heteropelma virescens Cat. Br. Mus. XIV p. 321 (S. Paulo). Passaro de 160—17o mm. de comprimento, de côr verde-azeitonada. A especie occorre desde o Rio Grande do Sul até a Bahia. O Sr. Valencio Bueno obteve-a em Piracicaba. Mus. Paul. Iguape. * 207. Heteropelma flavicapillum Scl. Heteropelma flavicapillum Pelzeln p. 125 (Nas Lages, Rio das Pedras). Heteropelma flavicapillum Cat. Br. Mus. XIV" poraor Bier Verde-azeitonada em cima, esbranquiçada em baixo, com o vertice e os encontros amarellos. Especie conhecida da Bahia e Rio de Janeiro, que Natterer encontrou perto do Rio Paraná. VS: QU as * 208. Neopelma aurifrons (Wied). Muscicapa aurifrons Wed IH p. 829. Euscarthmus aurifrons Burmeister II p. 489. Heteropelma aurifrons Pelzeln p. 125 (Ypanema). Neopelma aurifrons Cat. Br. Mus. XIV p. 323. Passaro de 130—140 mm. de comprimento, verde-azei- tonado em cima, verde-cinzento no peito, amarellento na barriga com uma grande mancha amarella no vertice. Es- pecie do Brazil, desde S. Paulo até a Bahia. Mus. Paul. S*º Amaro; Ypiranga. ant fa Et DÁ Cd qdo als dntaÃ: Jo Ea a aê a Gai d E ci AE a aa ei a a 4 Et 9 f Darc A AR Rs y e ge DES DA çe à e da fada Cata k | E 2 q e] 4 a 4 a =. — 211 — FAM. COTINGIDAE. * 209. Tityra brasiliensis (Sw.). Canjica (Iguape), Araponguira (Piracicaba). Pachyrhynchus cayanus Spix II p. 92 Taf. 44 fig. 1. Psaris brasiliensis Burmeister 1 p. 457. Tityra brasiliensis Pelzeln p. 119 (Matto Dentro, Ypa- nema, Itararé, Irisanga). Tityra brasiliensis Berlepsch wu. lhering p. 139. Tityra brasiliensis Cat. Br. Mus. XIV p. 329 (S. Paulo). Passaro grande de 200220 mm. de comprimento. O macho é de côr branco-cinzenta, a cabeça, as azas e a cauda são de côr preta. A femea tem as pennas do corpo munidas de estrias escuras. Ao redor do olho um annel desprovido de pennas. O bico é preto, excepto na base que é mais clara. A especie occorre desde o Rio Grande do Sul até '* Pernambuco e Bolivia. O Sr. Valencio Bueno caçou-a em Piracicaba. Mus. Paul. S. Carlos do Pinhal. * 210. Tityra inquisitor (Licht.). Psaris inquisitor Burmeister II p. 456 (S. Paulo). Tityra inquisitor Pelzeln p. 120 (Ypanema, Irisanga, Cuyabá). Tityra inquisitor Cat. Br. Mus. XIV p. 331. Da especie precedente differente pela falta do annel nu ao redor do olho, por ser menor e por ter a femea a fronte pardo-vermelha. Especie do Norte do Brazil, da Guyana, da Bolivia etc. que Natterer encontrou no Est. “de S. Paulo. O Sr. Valencio Bueno caçou-a em Piracicaba. Mus. Paul. Est. de S. Paulo. * 211. Hadrostomus atricapillus (Vieill.). Canelleiro (Iguape). Pachyrhynchus cinerascens Six Il p. 34 Pl. 46 ig. 1 (o! juv.) A e Pachyrhamphus validus Burmeister Il p. 455. Hadrostomus atricapillus Pelzeln p. 120 (Matto Dentro, Ypanema). Hadrostomus atricapillus Cat. Br. Mus. XIV p. 333. O macho é de côr denegrido-cinzenta em cima, com o vertice preto e o lado inferior amarellento; na aza tem perto do encontro uma mancha branca. A femea é casta- nha em cima, amarellenta em baixo e tem o vertice e as azas escuras. O passaro occorre desde S. Paulo até o Pará. Mus. Paul. Piquete; Iguape. “* 212. Pachyrhamphus viridis (Vieill.). Pachyrhynchus cuvieri Sgix II p. 33 PL 45 fig. 2. Muscipeta nigriceps Wed II p. gr4. Pachyrhamphus nigriceps Burmeister II p. 454. Pachyrhamphus viridis Pelzeln p. 120 (Ypanema). Pachyrhamphus viridis Berlepsch I p. 263. Pachyrhamphus viridis Berlepsch wu. lhering p. 140. Pachyrhamphus viridis Cat. Br. Mus. XIV p. 338. O macho é verde em cima, com o vertice de côr preto- azul; a face e a nuca são de. côr cinzenta, a fronte e a garganta brancas, a barriga amarella. A femea é semelhante tendo, porem, o vertice verde e as coberteiras das azas de côr castanha. A especie é encontrada desde o Rio Grande do Sul até Pernambuco. Mus. Paul. Iporanga. * 213. Pachyrhamphus rufus (Bodd.). | Pachyrhynchus rufescens Spix II p. 34 Pl 46 fig. 2. Muscipeta aurantia Wed II p. grr. Bathmidurus melanoleucus Burmeister Il p. 451. Pachyrhamphus rufescens Pelzelm p. 122 (Ypanema, Pahor). Pachyrhamphus rufus Berlepsch 1 p. 264. Pachyrhamphus rufus Cat. Br. Mus. XIV p. 343 (São Paulo). fi = PE a en RE 22E Dei q pe UE Les bipS a Passaro de côr parda em' cima, pardo-amarellenta em baixo com a face e a nuca de côr cinzenta. O bico é azul- cinzento. A femea é parecida, distinguindo-se pela segunda remige da mão que-é mais comprida do que a primeira, sendo, ao contrario, menor e modificada no macho, como tambem nas outras especies do genero Pachyrhamphus. É entretanto preciso notar que muitas vezes nessa especie o macho não apresenta a 2.º remige modificada, pare- cendo que ella só apparece em machos bem velhos, ou “só em passaro da Bahia. Essa especie é encontrada desde S.” Catharina até Venezuela. Mus. Paul. Piquete; Iguape. * 214. Pachyrhamphus polychropterus (Vieill.). Canelleirinho (Iguape). Pachyrhynchus variegatus Spix II p. 31 Pl. 43 fig. 2 aa (o! Juv.). Muscipeta splendens Wed HI p. 906. Bathmidurus variegatus Burmeister IH p. 452. Pachyrhamphus polychropterus Pelzeln p. 121 (Mogy das Cruzes, Itararé). e a polychropterus Sclater a. Hudson 1 p. 162. ESRpiratEnos polychr opterus Cat Br Mus AIM. p. 345 (5.. Paulo). O macho é preto em cima, cinzento em baixo e tem o vertice de côr azul-preta; as azas e a cauda são pretas; as coberteiras das azas e as rectrizes exteriores têm as pontas brancas. A femea é verde-escura em cima, amarel- lenta em baixo e tem as remiges orladas de pardo. Espe- cie do litoral do Brazil, que occorre desde Buenos Ayres até Amazonas. Mus. Paul. Iguape; EO “* 215. Lathria virussu (Pelz.). Sabiá de Matto Grosso; Virussu. Lipaugus virussu Pelzeln p. 122 e 184 (Matto Dentro, Ypanema). Lathria virussu Cat. Br. Mus. XIV p. 351 (Matto Dentro). y Passaro de 260 mm. de comprimento; assemelhando-se a um sabiá, mas bem differente pela estructura da perna . e do bico. É de côr cinzenta, com a barriga pardo-aver- melhada; as azas e a cauda são pardo-escuras. Especie de S. Paulo e Rio de Janeiro, que o catalogo do British Museum indica de Pelotas, provavelmente por engano do colleccionador. Mus. Paul. Iguape. 216. Lipaugus simplex (Licht.). Muscicapa cinerascens .Sgix II p. 16 Pl. 21. Muscicapa rustica Wied III p. 866. Myiárchus rusticus Buyrmeister IL p. 470. Lipaugus simplex Burmeister II p. 422. Lipaugus simplex Pelzeln p. 123. Lipaugus simplex Cat. Br. Mus. XIV p. 356(S. Paulo). Passaro de 19o mm. de comprimento, de côr cinzenta com a barriga um pouco amarellenta, caracterisado pelo lado posterior do tarso verruguento. É especie do Norte do Brazile da Guyana, que o catalogo do British Museum indica de S. Paulo, recebida por Joyner. Mus. Paul. — ; * 217. Attila cinereus (Gm.). Capitão de sahyra (Iguape). Tinguassu (Piracicaba). Muscicapa cinerea Spix Il p. 19 Pl. 26 fig. 2. Muscicapa cinerea Wied HI p. 853. Dasycephala cinerea Burmeister II p. 85. Attila phoenicurus Pelzeln p. 96 e 171 (Matto Dentro) — quv. Attila phoenicurus Cat. Br. Mus. XIV p. 358. Attila cinereus Pelzeln p. 95 (Ypanema, Matto Dentro). Attila cinereus Cat. Br. Mus. XIV p. 363 (S. Paulo). Passaro do matto virgem, de 220 mm. de compri- mento, em cima bruno-pardo com a cauda castanha, em — 215 — baixo cinzento no pescoço e na garganta, castanho na barriga. A cabeça é cinzenta. O bico é compresso, com- prido e recurvado na ponta da maxilla superior. Especie do litoral do Brazil, desde Paranaguá até a Bahia, que Natterer obteve em Matto Dentro, Paranaguá, Rio de Ja- neiro. O Sr. Valencio Bueno caçou-a em Piracicaba. Ex- emplares novos com o bico mais curto e as coberteiras exteriores das azas escuras com orlas pardas foram por Pelzeln denominados A. phoenicurus. Mus. Paul. Iguape. 218. Casiornis rubra (Vieill.). Dasycephala rubra Burmester II p. 86 (S. Paulo). Casiornis rubra Pelzeln p. 96 (Rio Paraná). Casiornis rubra Sclater a. Hudson 1 p. 1693. Casiornis rubra Cat. Br. Mus. XIV p. 365. Passaro de 160 mm. de comprimento, de côr pardo- castanha que é mais clara no lado inferior. É passaro do Amazonas, Goyaz e Paraguay, que Natterer obteve do Rio Paraná. Mus. Paul. — * 219. Phibalura flavirostris Vieill Tesourinha (Piracicaba). Phibalura flavirostris Buymeister II p. 433. Phibalura flavirostris Pelzeln p. 131 (Mogy das Cruzes). Phibalura flavirostris Cat. Br. Mus. XIV p. 372 (São Paulo). Passaro distinguido pela cauda comprida em fórma de tesoura. Em cima é preto, riscado nas costas por estrias verdes e ornado no vertice por mancha escarlate. O lado inferior é amarello com estrias pretas e brancas transversaes no peito e com malhas pretas nas pennas da barriga. O bico e as pernas são de côr amarellenta. O passaro occorre desde o Rio Grande do Sul, onde o observei na colonia de S. Lourenço perto de Pelotas, até o Rio de Janeiro e -— at6 — | Goyaz. O Sr. Krone participou-me que essa especie foi por elle caçada em Iguape e perto do Rio Paranapanema. No municipio de Piracicaba foi observado só desde 1881 pelo Sr. Valencio Bueno. Mus. Paul. Est. de S. Paulo. 220. Tijuca nigra Less. Ptilochloris chrysoptera Burmeister 1 p. 435 (S. Paulo) Tijuca nigra Cat. Br. Mus. XIV p. 373. Passaro grande de 27o—280 mm. de comprimento, que occorre no Brazil, desde S.“ Catharina até o Rio de Janeiro. O macho é preto, com o bico e as margens das remiges de côr amarella. A femea é verde. Mus. Paul. — * 221. Ampelion cucullatus (Sw.). Corocochó ou Porocoche. Ampelion cucullatus Burmeister IL p. 432. Ampelion cucullatus Pe/zeln p. 132 (Rio Grande, perto de S. Paulo). Ampelion cucullatus Berlepsch 1 p. 266. Ampelion cucullatus Cat. Br. Mus. XIV p. 374 (São | Paulo). Passaro de 230 mm. de comprimento, bruno-verde nas costas, preto na cabeça e pescoço. O lado inferior e a nuca são de côr amarella ou amarello-verde. As pontas das coberteiras das azas são amarellentas. Especie do Brazil meridional, entre Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Especies de Ampelion não existem no municipio de Pira- cicaba segundo me diz o Sr. Valencio Bueno. Mus. Paul. Iguape; Ypiranga. * 222. Ampelion melanocephalus (Sw.). Corococho. Ampelion melanocephalus Buymeister II p. 432. Ampelis melanocephala Wed II p. 401. E as É a ada om Ampelion melanocephalus Cat. Br. Mus. XIV p. 374 (3. Paulo). Especie semelhante a precedente, verde nas costas e nas coberteiras das azas que são uniformes. O peito e a barriga são de côr amarello-verde com faxas transversaes escuras. Essa especie é conhecida de S. Paulo, Rio de Janeiro e Bahia. Mus. Paul. Iguape. 223. Iodopleura pipra (Less.). Iodopleura pipra Burmeister HI p. 465. Iodopleura pipra Hartert Katalog d. Vogelsammlung. Frankfurt a. M. 1891 p. 106 (S. Paulo). Iodopleura pipra Cat. Br. Mus. XIV p. 392. Passarinho de go mm. de comprimento, fazendo parte de um genero distribuido no Norte do Brazil e em Vene- zuela; é caracterisado por pennas roxas que a cada lado do peito do macho formam como um pincel. O macho dessa especie observado em Minas e Rio de Janeiro e que Hartert indica de S. Paulo, é de côr cinzenta em cima, tendo as azas, a cauda e o vertice denegridos. O lado inferior é cinzento com estrias brancas transversaes, excepto na garganta e no crisso, que são de côr pardo-avermelhada. A femea é similar, sendo entretanto destituida das pennas roxas do peito. Mus. Paul. — * 224. Pyroderus scutatus (Shaw.). Pavão ou Pavo. Coracina scutata Wed II p. 406. Coracina seutata Burmeister IL p. 417. Pyroderus scutatus Pelzeln p. 135 (Matto Dentro, Ypa- nema, Rio Paraná). Pyroderus scutatus Beyrlepsch | p. 267. Pyroderus scutatus Cat. Br. Mus. XIV p. 397 (S. Paulo). Especie grande do Paraguay e do Brazil meridional, “desde o Rio Grande do Sul até a Bahia. O passaro, que Revista do Museu Paulista Vol. III. 14 TEMAS o Ad A RA q a — 218 — mede 450 mm. de comprimento, é preto com a garganta e o pescoço anterior de cor escarlate. É passaro do matto e que vive de fructas. O Sr. Valencio Bueno caçou-o em Piracicaba, o Sr. Krone em Iguape. Os guaranys do Rio Verde chamam-n'o «dju-ai». Mus. Paul. Est. de 5.. Paulo. Divisão-Il. Tracheophones. 225. Chasmarhynchus nudicollis (Vieill.). Araponga. Ferreiro. Chasmarhynchus ecarunculatus Sgix II p. 3 Pl. 4. Chasmarhynchus nudicolls Wied HI p. 377. Chasmarhynchus nudicollis Burmeister IL p. 426. Chasmarhynchus nudicollis Pelzeln p. 134 (Matto Dentro, Ypanema). Chasmarhynchus nudicollis Berlepsch I p. 267. Chasmarhynchus nudicollis Cat. Br. Mus. XIV p. 404 (S. Paulo). O macho do araponga é branco com a fronte, face e garganta privadas de pennas e de côr verde. A femea é verde-azeitonada em cima com o vertice e a garganta de cor preta, amarellenta em baixo com manchas escuras. É especie dos mattos do litoral do Brazil, desde o Rio Grande do Sul até a Bahia. O Sr. Valencio Bueno caçou o araponga em Piracicaba, o Sr. Krone em Iguape. Os guaranys do Rio Verde chamam-n'o «guira-pong». Mus. Paul. Est. de S. Paulo. FAM. DENDROCOLAPTIDAE. SuBrAM. 1. FuURNARIINAE. * 226. Geobates poecilopterus (Wied). Anthus poecilopterus Wed HI p. 633. Geobates poecilopterus Pelzeln p. 35 (Ypanema, Ita- raré, S. Paulo, Sorocaba). sm Fo ÓA 24 - es pre DA qa CAE e it da rá ira Dt ENE ZE, Anthus fuscus Burmeister II p. 120. Geobates poecilopterus Cat. Br. Mus. XV p. 4. Passaro de 115 mm. de comprimento, de côr parda, e quese distingue pelo bico curto e direito e pela cauda curta, de côr castanha com uma faxa preta perto da ponta. Tambem as azas são de côr castanha com 1-—2 faxas pretas. As coberteiras interiores das azas são de côr parda com manchas brancas. Passaro dos campos de S. Paulo, Minas e Matto Grosso. Mus. Paul. Est. de S. Paulo. * 2427. Furnarius rufus (Gm.). João de barro. Furnarius rufus Burmeister HI p. 3 (partim). Furnarius badius Pelzeln p. 34 (Rio de Janeiro?!). Furnarius rufus Berlepsch wu. lhering p. I41. Furnarius rufus .Sclater a. Hudson 1 p. 167. Furnarius rufus Cat. Br. Mus. XV p. II. Passaro de 200 mm. de comprimento, de côr parda (côr de terra), com o vertice mais escuro, a garganta branca e a cauda pardo-avermelhada. É essa a especie de São Paulo, do Rio Grande do Sul e do Rio da Prata. A variedade de Minas e Bolivia, de côr pardo-avermelhada nas costas, é F. albigularis e a da Bahia e Pernambuco de côr uniforme castanha em cima, é F. figulus. Perto do Rio de Janeiro não é encontrado o João de barro segundo me disse o Sr. €. Euler, sendo pois inexacta a respectiva indicação de Natterer. Aqui em S. Paulo nos arrabaldes “da Capital e em todo o litoral não é encontrado esse passaro, que é commum em todo o valle do Rio Parahyba e nos municipios do Oeste. E” singular, entretanto, que Natterer nos annos de 1819-1822 não encontrasse nenhum exemplar de João de barro no Estado de S. Paulo. Como me disse o Sr. major Cornelio Vieira de Camargo no municipio de Tatuhy faz só cerca de 20 annos que tem apparecido esse passaro. Em Cachoeira elle já é conhecido desde 4o—so annos. Vale a pena examinar em que aaa 242) 0) is tempo esse passaro, tão bem conhecido pelo seu ninho feito de barro em fórma de forno, immigrou no valle do Rio Parahyba. O Sr. Valencio Bueno informou-me de que o João de barro é raro perto de Piracicaba, commum em Pirassununga. Os guaranys do Rio Verde chamam o João de barro «habia», o que parece o mesmo que sabiá. Mus. Paul. Cachoeira; Piquete. * 228. Lochmias nematura (Licht.). Macuquinho (Iporanga). Lochmias nematura Burmeister II p. 6. Lochmias nematura Pelzeln p. 35 (Ypanema, Matto Dentro). Lochmias nematura Cat. Br. Mus. XV p. 28. Passaro de 150 mm. de comprimento, de côr bruno- parda em cima, denegrida em baixo, com manchas grandes brancas nas pennas desde a garganta até a barriga. À especie occorre desde o Rio Grande do Sul até a Guyana. O Sr. Valencio Bueno observou essa especie nos mattos, em Piracicaba, onde se estabelece perto da agua. Mus. Paul. Piquete; Iporanga. Susram. 2. SyNALLAXINAE. * 229. Phloeocryptes melanops (Vieill.). Tico-tico do piry (Iguape). Phloeocryptes melanops .Sclater a. Hudson 1 p. 174. Phloeocryptes melanops Cat. Br. Mus. XV p. 33. Passaro de 150 mm. de comprimento, pardo em cima, com manchas pretas no vertice e nas costas, esbranquiçado em baixo; as azas ea cauda são escuras com manchas côr de canella nas azas. Esse passarinho, encontrado com Cya- notis azárae nos banhados de Iguape, apparece ao Rio da Prata no mez de Setembro desapparecendo no inverno, retirando-se provavelmente para o Brazil meridional, onde De E 25 IRADO a ARO IDT CPR TD, ER NR TAÇA EI of no mez de Outubro o encontrei em S. Lourenço, Rio Grande do Sul. Obtive alli como tambem de Iguape o seu ninho. O ovo é de côr verde-azul. Mus. Paul. Iguape. * 230. Synallaxis ruficapilla Vieill. Turucuheé (Ypanema); Curutié (Iguape). Synallaxis cinereus Wed II p. 685. Synallaxis ruficapilla Burmeister HI p. 38. Synallaxis ruficapilla Pelzeln p. 35 (Ypanema, Itararé). Synallaxis ruficapilla Berlepsch I p. 252. Synallaxis ruficapilla Berlepsch wu. Jhering p. 142. Synallaxis ruficapilla Cat. Br. Mus. XV p. 38(S. Paulo). Passarinho de 150 mm. de comprimento, com a cauda comprida. Nas costas é de côr pardo-cinzenta; a fronte, o vertice até a nuca de côr castanho-clara como tambem as azas e a cauda. Atraz do olho uma estria amarellenta. O lado inferior é cinzento. Passarinho commum nos mattos e capoeiras do Estado de S. Paulo, notavel pelo seu enorme ninho, feito de espinhos e raminhos seccos. A especie occorre desde o Rio Grande do Sul até o Pará. O Sr. Valencio Bueno caçou-a em Piracicaba. A especie semelhante S. frontalis Pelz., coma fronte pardo-cinzenta e differente do vertice castanho, é encontrada na Bolivia, em Goyaz, Matto Grosso etc. e não foi até hoje encontrada em São Pauio. Os guaranys do Rio Verde designam as especies de Synallaxis «cinuyi». Mus. Paul. Ypiranga; Tieté;, Piquete; São Sebastião; Iguape; Cachoeira. * 231. Synallaxis spixi Scl. Parulus ruficeps Spix I p. 85 Pl 86 fig. 1 (01). Synallaxis albescens Buwymeister HI p. 39. Synallaxis spixi Pelzelm p. 35 (Ypanema, S. Paulo). Synallaxis spixi Berlepsch w. lhering p. 143. Synallaxis spixi Sclater a. Hudson 1 p. 179. Synallaxis spixi Cat. Br. Mus. XV p. 42. ie DPM es Especie semelhante a precedente, differindo pela falta da estria amarellenta atraz do olho e pela cauda que não é de côr castanha como as azas, a fronte e o vertice, mas bruna como o dorso. O lado ventral é cinzento. Especie das republicas platinas e do Brazil meridional, desde o Rio Grande do Sul até a Bahia. O Sr. Valencio Bueno observou-a em Piracicaba. Mus. Paul. Rio Grande; Cachoeira. 232. Synallaxis albescens Temm. Synallaxis albescens Pelzeln p. 38 (Cemiterio, Itararé). Synallaxis albescens Sclater a. Hudson I p. 179. Synallaxis albescens Cat. Br. Mus. XV p. 43. Especie semelhante a precedente da qual differe pela fronte que é de côr bruno-cinzenta como o dorso, sendo só o vertice de côr castanha, e pela garganta branca. Essa especie occorre desde Buenos Ayres até a America Central. Mus. Paul. — 233. Synallaxis cinerascens Temm. Synallaxis cinarescens Burmeister UI p. 40. Synallaxis cinerascens Pelzeln p. 36 (Ypanema). Synallaxis cinerascens Berlepsch wu. lhering p. 143. Synallaxis cinerascens Cat. Br. Mus. XV p. 48 (S. Paulo). Especie com a cabeça bruno-cinzenta, que tem a cauda e as azas de côr castanha; o lado ventral é cinzento com . o crisso pardo-cinzento. Especie do Brazil meridional, desde o Rio Grande do Sul até S. Paulo. Mus. Paul. — * 234. Synallaxis cinnamomea (Gm.). Curutic (Iguape). Synallaxis ruficauda Six I p. 84 Pl 85 fig. 2. Synallaxis caudacutus Wed IH p. 692. Synallaxis mentalis Buymeister HI p. 41. Synallaxis cnnamomea Buyrmeister IH p. 42. — 493 — Synallaxis cinnamomea Pelzeln p. 37. Synallaxis ruficauda Pelzeln p. 37 (Ypanema). Synallaxis ruficauda Cat. Br. Mus. XV p. so. De côr pardo-cinzenta em cima, branca em baixo, com a garganta amarello-clara. Especie encontrada desde o Rio Grande do Sul até o Amazonas e a Colombia. O Sr. Krone observou-a em Iguape. . Mus. Paul. Piquete; Cachoeira. 235. Synallaxis torquata Wied. Synallaxis torquata Wed HI p. 697. Melanopareira torquata Burmeister II p. 37. Synallaxis torquata Pelzeln p. 36 (Cemiterio, Irisanga, Ra é). Synallaxis torquata Cat. Br. Mus. XV; p. 56. Passarinho de côr pardo-cinzenta em cima, amarellenta em baixo, distinguido por uma faxa preta Eh adiante de branco correndo sobre o peito. A nuca é castanha, a face preta. E passarinho dos campos de Minas, Bahia etc. e da Bolivia. Mus. Paul. — 236. Synallaxis rutilans Temm. Synallaxis rutilans Bumeister NI p. qo. Synallaxis rutilans Pelzeln p. 36 (Irisanga).. | -Synallaxis rutilans Cat. Br. Mus. XV p. 57. E Passarinho de côr castanha, com as azas e a cauda ) denegridas e com a garganta preta. Passaro do Amazonas 4 que Natterer encontrou no Oeste do Estado de S. Paulo. E Nessa especie a cauda é mais curta e o bico mais forte do que nas outras. Mus. Paul. — * 237. Siptornis pallida (Wied). Synallaxis pallida Wed II p. 690. Synallaxis pallida Burmeister UI p. 41. Siptornis pallida Pelzelmn p. 38 (Ypanema). NDA sq Siptornis pallida Cat. Br. Mus. XV p. 59. O genero Siptornis tem 12 rectrizes em vez de 1o no genero Synallaxis. Essa especie é de côr parda em cima e tem o vertice, as azas e a cauda de côr castanha. Sobre o olho corre uma estria branca, o lado ventral é. amarellento. Especie dos campos do Brazil meridional e | central. Especie semelhante observada por mim no Rio Grande do Sul, por Natterer no Estado do Paraná e que, provavelmente aqui occorre tambem, é S. ruticilla Licht., RE tem a fronte esbranquiçada, o vertice da côr do dorso a garganta no meio amarella. | Mus. Paul. Est. de S. Paulo. SuBrAM. 3. PHILYDORINAE. “| 238. Anumbius acuti-caudatus (Less.). Anumbius acuti-caudatus Sclater a. Hudson I p. 189. Anumbius acuti-caudatus Pelzeln p. 38 (Itararé, Rio Verde). “Anumbius acuti-caudatus Cat. Br. Mus. XV p. 76. Passaro de 210 mm. de comprimento, caracterisado pelas rectrizes pontagudas. A côr é bruna em cima, com a fronte castanha e uma estria supraocular branca. Em baixo é amarellento, com a garganta branca e orlada por manchas pretas. As rectrizes são pretas com pontas ama- rellentas. Esse passaro conhecido das pampas argentinas foi por mim encontrado no Rio Grande do Sul, por Nat- terer em Itararé e Curityba. E' notavel pelo immenso ninho que construe de ramos seccos e espinhos. Mus. Paul. — * 239. Thripophaga sclateri Berl. Thripophaga sclateri Berlepsch Ibis 1883 p. 490 Pl. XIL Thripophaga sclateri Berlepsch w. lhering p. 144. Tripophaga sclateri Cat. Br. Mus. XV p. 84 (S. Paulo). Passaro de 19go mm. de comprimento, distinguindo-se pela comprida cauda cujas rectrizes lateraes são mais curtas nr ày, ig Ea | ERES e Pc 0 a que as do meio. À côr é pardo-azeitonada em cima excepto na fronte e no vertice, que são de côr castanha. O lado mferior e as rectrizes lateraes são de côr castanha com excepção das quatro rectrizes medianas que são da côr do dorso. Encontrei essa especie no Rio Grande do Sul (Barra de S. Lourenço) e em S. Paulo. Mus. Paul, S. Paulo. * 240, Automolus ferruginolentus (Wied). Anabates ferruginolentus Vied HI p. 1166. Anabatoides ferruginolentus Burmeister II p. 25. Automolus ferruginolentus Cat. Br. Mus. XV p. 88. Especie de 190 mm. de comprimento, medindo o culmen do bico 20 mm. Em cima bruno-parda com estrias longitudinaes amarellentas na cabeça e no dorso superior. Sobre o olho corre uma estria amarellenta, a cauda é de côr castanho-clara, o uropygio em nossos exemplares é da côr do dorso. Em baixo a côr é amarellenta, as pennas do peito e da barriga têm as margens fóscas. De outras especies parecidas essa distingue-se pelas estrias amarel- lentas tanto em cima como em baixo. À especie occorre desde o Rio Grande do Sul até a Bahia. Não sei porque na lista de Pelzeln essa especie falta. Contem ella outra, Anabates infuscatus Temm., sobre a qual pelo catalogo do British Museum, não me é possivel informar-me. Mus. Paul. S. Paulo; Iguape. é 241. Automolus leucophthalmus (Wied). Philydor albigularis Sgix 1 p. 74 Pl 74 fig. 1. Anabates leucophthalmus Wed II p. 1170. Anabates leucophthalmus Burmeister UI p. 27. Anabates leucophthalmus Pelzeln p. 39 (Ypanema), Automolus sulphurascens Sclater a. Salvin Nomencl, 7 E p. 65. Automolus leucophthalmus Cat. Br.'Mus. XV p. 95. Passaro de 180200 mm. de comprimento, pardo- avermelhado em cima com o uropygio e a cauda castanhos. A 2) 6 pe A garganta e o pescoço anterior são brancos, o peito e a barriga são de côr amarellenta, mais escura nos lados. A especie occorre nos mattos, desde o Rio Grande do Sul até a Bahia. Mus. Paul. Tieté; Piracicaba; Iguape. * 242. Philydor atricapillus (Wied). Philydor superciliaris Spix I p. 73 Pl. 73 fig. 1. Anabates atricapillus Wed HI p. 1187. Anabates superciliaris Burmeister HI p. 28. Anabates superciliaris Pelzeln p. 40 (Ypanema). Philydor atricapillus Cat. Br. Mus. XV p. 96 (5. Paulo). Especie de 180 mm. de comprimento, de côr pardo- vermelha, mais clara no lado inferior. O uropygio e a cauda são castanhos, a fronte e o vertice são de côr preta. Uma estria amarellenta corre sobre o olho; as azas são de côr bruno-cinzenta. Especie encontrada desde S. Paulo até Minas e Bahia. Mus. Paul. Iguape; Ypiranga. * 243. Philydor rufus (Vieill). Philydor ruficollis Spix I p. 74 PL 75. Anabates poliocephalus Buyrmeister II p. 29. Anabates poliocephalus Pelzeln p. 40 (Ypanema). Philydor rufus Cat. Br. Mus. XV p. 97 (S. Paulo), Especie semelhante a precedente, pardo-azeitonada nas costas, pardo-amarella em baixo. A fronte e a face são de . côr pardo-amarella. O vertice, a nuca e uma estria atraz dos olhos são de côr cinzento-escura. À cauda e as azas são castanhas. Especie distribuida desde S. Paulo até Pará. Mus. Paul. Tieté, Iguape. * 244, Heliobletus superciliosus (Licht.). Heliobletus superciliosus Burmeister UI p. 32. Anabates contaminatus Pelzeln p. 40 (Y panema, Itararé). Heliobletus contaminatus Berlepsch wu. lhering p. 144. Heliobletus superciliosus Cat. Br. Mus. XV p. 104. 4 gi o Mo ed Wes ORI) A q A 4 RM Rx A b : 7 N b , E , ERR 2 Mean Especie pequena, de 120 mm. de comprimento, medindo 12 mm. o cuimen do bico. Pardo-azeitonada em cima com o vertice mais escuro, tendo cada penna no meio uma estria amarella longitudinal. Uma estria supraocular é amarellenta como a garganta e as partes lateraes do pes- coço. A cauda é castanha. As remiges são escuras, orladas de pardo-azeitonado. As pennas do peito e da barriga são pardo-cinzentas com uma mancha amarella no meio de cada uma. Especie do Paraguay e do Brazil meridional, desde o Rio Grande do Sul até S. Paulo. Mus. Paul. Ypiranga. * 245. Anabazenops rufo-superciliatus (Lafr.). Anabatoides adspersus Burmeister HI p. 24. Anabates rufo-superciliatus Pelzeln p. 39 (Ypanema, Matto Dentro, Pahor). Anabazenops rufo- superciliatus Bordo pick u. lhering PeTdS: Anabazenops rufo-superciliatus Cat. Br. Mus. XV p. 105 (S. Paulo). Especie de 180 mm. de comprimento, pardo-azeitonada em cima, com o loro e uma estria supraocular de côr amarellento-escura. A cauda é castanha. À garganta é esbranquiçada, o peito e a barriga são de côr pardo-cin- zenta, tendo cada penna no meio uma mancha larga de côr alvacenta. O comprimento do bico é de 16 mm. no cume. Especie do Brazil, do Perú e da Bolivia, que eu obtive no Rio Grande do Sul e Burmeister no Rio de: Janeiro. Mus. Paul. Ypiranga; Tieté. * 246. Anabazenops amaurotis (Temm.). Anabates amaurotis Burmeister HI p: 29. Philydor amaurotis Sclates a. Salvin Nomencl. p. 66. Anabazenops amaurotis Cat. Br. Mus. XV p. 107 (Matto Dentro). at USA | > [6 q Especie de 160170 mm. de comprimento, pardo- azeitonada em cima, com a cauda castanha. As pennas do vertice são orladas de preto. Tem uma estria supraocular, comprida, amarellada. O lado inferior é amarellento, tendo as pennas do peito no meio uma mancha mais clara. Se a essa especie pertence o nosso exemplar de Iguape recebido do Sr. Krone, representando talvez uma variedade ou o macho, tem este as pennas do vertice até a nuca com uma mancha branca orlada de preto e mais para fora ainda munida com uma orla da côr do dorso. Espe- cie do Brazil meridional descoberta por Natterer, mas que não acho mencionada por Pelzeln. Mus. Paul. Iguape. “* 247. Xenops genibarbis Il. Xenops genibarbis Wed HI p. 1155. Xenops genibarbis Burmeister HI p. 22. Xenops genibarbis Pelzeln p. 41 (Ypanema). Xenops genibarbis Cat. Br. Mus. XV p. IIOo. Passaro de 110—120 mm. de comprimento, singular pela linha curvada para cima ou ascendente do gonys da mandibula inferior. A côr é bruno-azeitonada nas costas, pardo-cinzenta no: peito e na barriga. Uma estria amarella corre sobre o olho, outra branca em baixo do ouvido. As azas são denegridas, com uma faxa castanha. As rectrizes -do meio e as pontas das tres exteriores são castanhas, o resto das rectrizes é de côr preta. A especie occorre desde S. Paulo até o Mexico. Mus. Paul. Iguape. * 248. Xenops rutilus Licht. Xenops rutilans Wed WI P. 1159. Xenops rutilans Burmeister HI p. 23. -Renops rutilus Pe/zeln p. 42 (Ypanema). Xenops rutilus Berlepsch wu. lhering 1. c. p. 145. Xenops rutilus Cat. Br. Mus. XV p. III. ras - do a — 229 — Especie um pouco maior do que a precedente, da qual differe pela cor pardo-avermelhada do dorso, pelà cauda quasi uniforme e castanha, pelas manchas amarellas do vertice e pelas manchas esbranquiçadas do peito e da barriga, sendo cada penna branca no meio e orlada nos lados de pardo-cinzento. A especie occorre desde o Rio Grande do Sul até a America Central, Mus. Paul. Iporanga. * 249. Anabatoides fuscus (Vieill.). Anabatoides fuscus Buyrmeister WI p. 24. Xenops anabatoides Pelzeln p. 41 (Matto Dentro, Ypa- nema). Anabatoides fuscus Berlepsch 1 p. 253. Anabatoides fuscus Cat. Br. Mus. XV p. IIZ. Passaro semelhante no bico ás especies do genero Xenops, porem maior, de 190 mm. de comprimento. Pardo- azeitonado em cima, pardo-amarellento em baixo, com o vertice mais escuro e a cauda castanha. Sobre o olho corre uma estria branca. A garganta e uma faxa que sahe della occupando o lado do pescoço são brancas. À especie está distribuida desde S.“ Catharina até o Rio de Janeiro e Minas Geraes. O S. Valencio Bueno obteve-a em Pira- cicaba, onde não é rara. Mus. Paul. Ypiranga; Tieté, SUBFAM. 4. SCLERURINAE. * 250. Sclerurus umbretta (Licht.). Papa-formiga (Iguape); Pincha-cisco (Piracicaba). Tinactor fuscus Wed III p. 1106. Sclerurus caudacutus Burmeister HI p. 45. Sclerurus caudacutus Pelzeln p. 86 (Matto Dentro, Ypanema). Sclerurus umbretta Sclater a. Hudson 1 p. 174. Sclerurus umbretta Cat. Br. Mus. XV p. II4. Passaro de 190 mm. de comprimento, semelhante pela cauda rija às Dendrocolaptinas, mas. vivendo no chão das mattas grossas onde costuma virar as folhas atiran- do-as com agilidade ao redor de si em procura de insectos e aranhas. A côr é bruna, sendo pardo-avermelhada no peito e no uropygio. A garganta é esbranquiçada. O comprimento do bico dentirostro é de 22 mm. O passaro vive nos mattos do Brazil, desde o Rio Grande do Sule as Missões argentinas até a Bahia e o Paraguay. Mus. Paul, Piracicaba, Iguape. SUBFAM. 5. [DENDROCOLAPTINAE. * 291. Sittosomus erithacus (Licht.). Sittasomus erithacus Burmeister HI p. 20. Sittasomus erythacus Pelzeln p. 42 (Ypanema). Sittosomus erithacus Sclater a. Hudson 1 p. 198. “Sittasomus erithacus Berlepsch u. lhering p. 146. Sittosomus erithacus Cat. Br. Mus XV p. II9. Passaro de 150160 mm. de comprimento, pardo- azeitonado nas costas, pardo-amarellento no lado inferior, com as azas e a cauda de côr castanha. As pontas das hastes das rectrizes são alongadas, fortes e recurvadas. E especie distribuida desde as Missões argentinas e o Rio Grande do Sul até a Bolivia, Matto Grosso, Minas e Rio de Janeiro. O Sr. Valencio Bueno disse-me que conhece essa especie em Piracicaba. Mus. Paul. Iguape; Ypiranga. * 292. Xiphocolaptes albicollis (Vieill.). Arapassu. | Dendrocolaptes decumanus Spix I p. 86 PI. 87. Dendrocolaptes guttatus Wed III p. 1120. Dendrocolaptes decumanus Burmeister WI p. ro. Xiphocolaptes “albicollis Pelzeln p. 43 (Ypanema). Xiphocolaptes albicollis Sclater a. Hudson 1 p. 200. “3 NS es O TP O A e E 4 ug j 4 — 231 — Xiphocolaptes albicollis Cat. Br. Mus. XV p. 142. Passaro grande, de 28000 mm. de comprimento. O bico é mais alto do que largo, um pouco arqueado e mede 41 mm. de comprimento. A côr é pardo-azeitonada em cima, mais escura na cabeça, bruno-castanha na cauda. Na cabeça, no pescoço e no peito tem cada penna no meio uma estria amarellenta. As pennas da barriga são transversalmente riscadas por faxas pretas. À garganta é branco-amarella. A espécie occorre desde o Rio Grande do Sul e as Missões argentinas até Paraguay e Bahia. Mus. Paul. S. Paulo. 253. Picolaptes squamatus (Licht.). Dendrocolaptes wagleri Spix I p. 88 Pl. go fig. 2. Dendrocolaptes squamatus Burmeister HI p. 14 (São Paulo). Picolaptes squamatus Cat. Br. Mus. XV p. 147. Pardo-amarellento nas costas com as azas e a cauda pardo-castanhas. A fronte e o vertice são de côr escura, tendo cada penna no meio uma mancha amarella. No lado inferior a garganta é branca, o peito e a barriga são de côr pardo-cinzenta, tendo cada penna no meio uma mancha esbranquiçada. Essa especie foi encontrada por Burmeister em Nova Friburgo, dizendo elle que occorre tambem em S. Paulo. Talvez haja engano nesse sentido, visto como Natterer e eu em S. Paulo só observamos a especie seme- lhante que se segue. Mus. Paul. — * 254. Picolaptes falcinellus (Cab. et Heine). Thripobrotus falemellus Cabanis et Heine II p. 38. Picolaptes falcmellus Pelzeln p. 44 (Matto Dentro, “Ypanema, Itararé). Picolaptes falcinellus Berlepsch wu. lhering p. 146. Picolaptes falcinellus Cat. Br. Mus. XV p. 148. Especie de 200 mm. de comprimento e com o bico medindo 28 mm. de comprimento, que é muito semelhante = vago: a ao P. squamatus, distinguindo-se pelas manchas amarellas da cabeça mais pronunciadas e que se extendem sobre a nuca e o dorso, onde são mais compridas e estreitas do que na cabeça. A garganta é branca. Especie que occorre desde o Rio Grande do Sul até S. Paulo. Parece-me que ao Norte de S. Paulo essa especie é substituida por P. squamatus. Mus. Paul. Ypiranga. * 255. Picolaptes tenuirostris (Licht.). Dendrocolaptes tenuirostris Wed HI p. 1127. Dendrocolaptes tenuirostris Burmeister HI p. 14. Picolaptes tenuirostris Pelzeln p. 44 (Ypanema). Picolaptes tenuirostris Cat. Br. Mus. XV p, 151 (São | Paulo). Especie menor, de 17o—180 mm. de comprimento, com o bico 25 mm. comprido, semelhante ao P. falcinellus porem menor, medindo a aza 96 mm. de comprimento na precedente e 72 mm. na presente especie. À garganta é amarellenta. Essa especie é encontrada desde S. Paulo até a Bahia. A descripção e figura que Spix deu de P. tenuirostris não se refere a essa especie, mas ao Dendrornis spixi Pelz. do Pará. Mus. Paul. Ypiranga; Iguape. * 256. Picolaptes bivittatus (Licht.). Dendrocolaptes bivittatus Spix I p. 87 Pl. go fig. 1. Dendrocolaptes rufus Wied HI p. 1130. Picolaptes bivittatus Burmeister HI p. 17 (S. Paulo). Picolaptes bivittatus Pelzeln p. 44 (Cemiterio, Irisanga). Picolaptes bivittatus Cat. Br. Mus. XV p. 155. Passaro de 180200 mm. de comprimento, de cór castanha nas costas, amarellenta em baixo. A garganta é branca, a fronte e o vertice são de côr pardo-cinzenta com manchas estreitas amarellentas. A cauda e as azas são castanhas. Sobre o olho corre uma comprida estria o sa branca: Essa especie, que prefere os capões dos campos, occorre desde a Bolivia, Matto Grosso, Minas, S. Paulo até a Bahia. Mus. Paul. Est. de S. Paulo. * 257. Xiphorhynchus procurvus (Temm.). Arapassuú de bico comprido (ou curvo). Xiphorhynchus trochilirostris Burmeister HI p. 16. Xiphorhynchus procurvus Pelzeln p. 44 (Ypanema, Matto Dentro). Xiphorhynchus procurvus Berlepsch wu. lhering p. 147. Xiphorhynchus procurvus Cat. Br. Mus. XV p. 158. Especie de 250 mm. de comprimento, de côr pardo- azeitonada com as azas e a cauda de côr castanha, tendo “as pennas da cabeça e do pescoço marcadas por manchas amarellentas. O bico delgado arqueado do comprimento colossal de 68 mm. e de côr escura, caracterisa muito bem essa especie, que occorre desde o Rio Grande do Sul até a Bahia. Na Bahia e ao Norte da Bahia até Panamá occorre outra especie muito semelhante, X. trochilirostris (Licht.) Wied, distinguida pela côr pardo-vermelha do bico. Tratam esse passaro tambem de arapassú. Mus. Paul. Tieté; Ypiranga. * 258. Dendrocincla turdina (Licht.). Dryocopus turdinus Wied HI p. 1112. Dendrocincla turdinea Burmeister IM p. 8. Dendrocincla turdina Pelzeln p. 42. Dendrocincla turdina Cat. Br. Mus. XV p. 167. Passaro forte, de 200 mm. de comprimento, de côr pardo-azeitonada, amarellento na garganta, e com a cauda castanha. As pennas da cabeça são marcadas por umas manchinhas lineares de côr amarellenta. O bico, que mede 24 mm., é quasi do comprimento da cabeça, direito, com a ponta recurvada para baixo e mais largo do que alto. Revista do Museu Paulista. Vol. III 15 Essa especie é encontrada nos mattos, desde S. Paulo até a Bahia. Parece que no Estado de S. Paulo só occorres na zona do litoral. Mus. Paul. Iguape. * 259. Dendrocolaptes picumnus Licht. Arapassú. Dendrocolaptes platyrostris Spix I p. 87 PI. 89. Dendrocopus platyrhynchus Buymeister II p. o. Dendrocolaptes picumnus Pelzeln p. 43 (Ypanema, Itararé). Dendrocolaptes picumnus Berlepsch I p. 2593. Dendrocolaptes picumnus Sclater a. Hudson Ip. 199. Dendrocolaptes picumnus Cat. Br. Mus. XV p. 170 (S. Paulo). Especie grande, de 270 mm. de comprimento, asseme- lhando-se muito a Xiphocolaptes albicollis (cf. p. 230), da qual differe pelo bico que é mais curto, menos alto e mais largo na base, medindo 33 mm. Essa especie é encontrada desde o Rio Grande do Sul até o Rio de Janeiro e Matto Grosso. Mus. Paul. Ypiranga. FAM:-FORMICARIIDA E: SuBraM. 1. [HAMNOPHILINAE. * 260. Batara cinerea (Vieill.). Borralhara ; Matraca; Rabilhão (Piracicaba). Thamnophilus undulatus Burmeister HI p. 89. Batara cinerea Pelzeln p. 74 (Ypanema). Batara cinerea Cat. Br. Mus. XV p. 179. Passaro grande, do tamanho do pavão, medindo no comprimento 350 mm. O macho, que tem as pennas da cabeça alongadas em fórma de topete preto, é de côr cinzenta, tendo o dorso, a cauda e as azas de côr preta ad " E A — 2935 — com linhas transversaes brancas. À femea é de côr pardo- amarellenta e tem o vertice castanho e as estrias do dorso etc. de côr parda. Essa especie bem caracterisada pelo bico forte, compresso e recurvado na ponta, occorre desde o Rio Grande do Sul até o Rio de Janeiro e Goyaz nos mattos das Serras. O Sr. Krone obteve-a em Iguape, o Sr. Valencio Bueno em Piracicaba onde a tratam de Bor- ralhara rajadão. Os indios guaranys do Rio Verde cha- mam-n'a «nuangandu-guassu». Mus. Paul. Est. de S. Paulo. * 261. Thamnophilus leachi Such. Borralhara. Thamnophilus leachi Byrmeister HI p. 9o. Thamnophilus leachi Pelzeln p. 74 (Matto Dentro, Marmeleiro, Ypanema). Thamnophilus leachi Sclater a. Hudson 1 p. 202. Thamnophilus leachi Cat. Br. Mus. XV p. 181 (São Paulo). Passaro forte, de 260 mm. de comprimento, preto, com manchas redondas brancas nas pennas do lado dorsal e com estrias transversaes brancas no lado abdominal. A femea tem as manchas e estrias de côr amarellenta. A especie occorre desde o Rio Grande do Sul e as Missões até Minas e Rio de Janeiro. Não sei explicar a etymologia tupy da palavra borralhara ou burrajara. Mus. Paul. Iporanga. * 262. Thamnophilus guttatus Vieill. Borralhara pintada. Dema nD Did guttatus .Sgix II p. 25 Pl. 35 fig. T(G) (S. Paulo). Thamnophilus guttatus Wed HI p. ror9. Thamnophilus meleager Burmeister HI p. gr. Thamnophilus guttatus Pelzeln p. 75 (Ypanema, Rio E Paraná). Thamnophilus guttatus Cat. Br. Mus. XV p. 182. O macho é preto, com manchas redondas, de côr branca nas costas e no peito. Sobre as azas e a cauda correm estrias brancas. A barriga e a garganta são branco-cin- zentas. O comprimento é de 210 mm. À femea tem as manchas e estrias de côr amarellenta. Especie dos capões e capoeiras, desde o Rio Grande do Sul até Minas e Bahia. O nome que os guaranys do Rio Verde dão a « essa especie é «nuangandú». Mus. Paul. Iguape. * 263. Thamnophilus severus (Licht.). Burrajara. Thamnophilus severus Burmeister HI p. go Thamnophilus severus Pelzeln p. 75 (Matto Dentro, Ypanema). Thamnophilus severus Cat. Br. Mus. XV p. 183. Especie de 220 mm. de comprimento, com topete de pennas alongadas na cabeça. O macho é preto, a femea preta, com estrias transversaes de côr pardo-avermelhada no corpo e nas azas e com a cabeça, em cima, de côr cas- tanha. A especie occorre desde o Rio Grande do Sul até Minas, Goyaz e Rio de Janeiro. Mus. Paul. Piracicaba; Iporanga. * 264. Thamnophilus naevius (Gm.). Choca. Thamnophilus albonotatus Spix II p. 27 Taf. 37 fig. 2 (9). Thamnophilus naevius Burmeister IN p. 94. Thamnophilus naevius Pelzeln p. 76 (Ypanema). Thamnophilus naevius Cat. Br. Mus. XV p. 197. Passaro de 140 mm. de comprimento. O macho é de côr cinzenta com a fronte e o vertice pretos. As azas são pretas com orlas brancas nas pennas. À cauda é preta com pontas brancas das rectrizes. A femea é semelhante, mas de côr bruno-parda em cima, amarellenta em baixo. E fo MORRO UR e Essa especie occorre desde Curityba até a America Central. No Rio Grande do Sul, donde Joyner a indicou de Pelotas, não a obteve e duvido da exactidão. Mus. Paul. Ypiranga; Piquete. * 265. Thamnophilus caerulescens Vieill. Thamnophilus pileatus Burmeister II p. gs. Thamnophilus caerulescens Berlepsch w. Mering p. 148. Thamnophilus caerulescens Sclater a. Hudson I p. 204. Thamnophilus caerulescens Cat. Br. Mus. XV p. 200. Especie muito semelhante a precedente, da qual apenas difere pelas manchas das rectrizes exteriores. Uma mancha: branca na barba exterior da rectriz exterior é pequena e muito distante da ponta branca em Th. naevius, grande e quasi contigua com a da ponta em Th. caerulescens. Voltarei ao assumpto na discussão da especie que segue. Th. caerulescens é especie da Argentina e, caso seja exacta a minha determinação, de S. Paulo. O macho tem as co- berteiras inferiores da cauda cinzentas com manchas indis- tinctas escuras. , Mus. Paul. Ribeirão Pires; Tieté. * 266. Thamnophilus maculatus POrb. et Lafr. Thamnophilus naevius var. gilvigaster Pelzeln p. 76 (Ypanema). Thamnophilus maculatus Beylepsch wu. lhering p. 147. Thamnophilus maculatus Cat. Br. Mus. XV p. 201. Variedade da precedente, distinguida apenas pela cór amarellenta da barriga e das coberteiras inferiores da cauda do macho. Nos meus exemplares de caerulescens esse colorido amarellento parece apenas indicado um pouco. - Um tem a fronte cinzenta, o outro preta. Como Berlepsch diz que obteve T. maculatus de S. Paulo, se devia julgar que meus exemplares de M. caerulescens pertencessem ao Th. maculatus. Neste caso, entretanto, devido á variabili- dade dos caracteres distinctivos, parece-me que as duas «especies» devem ser reunidas em uma só, entrando Th, maculatus na synonymia de caerulescens ou representando quanto muito variedade della. AVIS: dEUS * 267. Thamnophilus ruficapillus Vieill. Choca. Thamnophilus ruficapillus Pelzeln p. 79 (Ypanema). Thamnophilus ruficapillus Berlepsch wu. lhering p. 149. Thamnophilus ruficapillus Sclater a. Fludson 1 p. 204. Thamnophilus ruficapillus Cat. Br. Mus. XV p. 213. Especie de 160 mm. de comprimento, distinguida pela cabeça que em cima é de côr pardo-avermelhada em ambos os sexos. O macho é pardo em cima, branco-cin- zento em baixo, rajado no peito por faxas pretas. Nas rectrizes a borda interior é munida de manchas brancas. A femea é semelhante, pardo-amarella no lado inferior, com as faxas pouco marcadas ou faltando. Essa especie occorre desde Buenos Ayres até S. Paulo. Mus. Paul. S. Paulo; Piracicaba. * 268. Biatas nigropectus (Lafr.). Biatas nigropectus Burmeister HI p. 84. Biatas nigropectus Pelzeln p. 74 (Ypanema). Biatas nigropectus Cat. Br. Mus. XV p. 215. Passaro de 17o mm. de comprimento, de côr pardo- azeitonada. A cabeça é preta, em cima, seguindo na nuca uma faxa esbranquiçada. A garganta é branca, o pescoço anterior preto. As margens das remiges e a cauda são castanhas. A especie occorre em S. Paulo e no Rio de - Janeiro. O Sr. Valencio Bueno obteve-a em Piracicaba onde é, porém, rara. Mus. Paul. Est. de S. Paulo. * 269. Dysithamnus guttulatus (Licht.). Thamnophilus strictothorax Wed HI p. rors. Dysithamnus guttulatus Buymeister IH p. 81 (S. Paulo). tocado. DÊ dás EA à > ER hs cid Dysithamnus guttulatus Pe/zeln p. 79 e 417. Dysithamnus guttulatus Cat. Br. Mus. XV p. 220. Passarinho de 130 mm. de comprimento, de côr verde- azeitonada em cima, amarello-clara em baixo. As pennas do peito têm manchas denegridas, que no sexo feminino são pouco marcadas. A cabeça é em cima de côr cinzenta no macho, de côr castanha na femea. A especie occorre desde S. Paulo até a Bahia e Bolivia. Mus. Paul. Iguape. * 270. Dysithamnus mentalis (Temm.). Myiothera poliocephala Wed III p. 1098. Dysithamnus mentalis Buyrmeister II p. 82. Dysithamnus mentalis Pelzeln p. 79 (Rio Paraná). Dysithamnus mentalis Cat. Br. Mus. XV p. 221 (São Paulo). Especie um pouco menor do que a precedente, de 120 mm. de comprimento, da qual differe pela côr cinzenta da garganta, do pescoço anterior e do peito. O macho tem o encontro branco. As coberteiras exteriores da aza têm pontas brancas como na especie precedente. A especie é encontrada no matto virgem, desde o Rio Grande do Sul até a Bahia. Mus. Paul. Tieté; Iguape. SuBraM. 2. FORMICARIINAE. * 271. - Myrmotherula gularis (Spix). Thamnophilus gularis Spix II p. 30 Pl. 41 tig. 2. Myiothera cinerea Wied II p. 1093. Rhopoterpe gularis Burmeister HI p. s6. Myrmotherula gularis Pe/zeln p. 81 (Ypanema). - Myrmotherula gularis Cat. Br. Mus. XV p. 233. Passarinho de 100 mm. de comprimento, pardo-aver- melhado em cima, cinzento em baixo com excepção da garganta e do pescoço anterior que são de côr preta com pingas brancas. As coberteiras exteriores da aza são pretas com as pontas pardo-amarellas. A barriga e o crisso são de côr pardo-amarellenta. A cauda é muito curta. A especie occorre desde o Rio Grande do Sul até a Bahia no litoral do Brazil. ; Mus. Paul. Piquete; Iporanga. 272. Herpsilochmus longirostris Pelz. Herpsilochmus longirostris Pelzeln p. 80 e 150 (Rio Paraná). Herpsilochmus longirostris Cat. Br. Mus. XV p. 246. Passaro de 140 mm. de comprimento. O macho é em cima cinzento com a cabeça preta e uma estria supraocular de côr branca. As coberteiras exteriores da aza e as rectrizes, que são pretas, têm as pontas brancas. O lado inferior é branco. A femea differe do macho pela cabeça pardo-avermelhada e pelo lado ventral de côr castanho- amarellla. Passaro do Goyaz e Matto Grosso, que Natterer obteve tambem do Rio Paraná. Mus. Paul. — 273. Herpsilochmus atricapillus Pelz. Herpsilochmus atricapillus Pelzeln | p. 80 e 150 (Rio Paraná). Herpsilochmus atricapillus Cat. Br. Mus XV p. 246. Especie menor, de 100 mm. de comprimento, seme- lhante a precedente, da qual differe pela côr amarellenta da barriga. A femea é semelhante ao macho, tendo, porem, a cabeça munida de manchas brancas. A especie parece ter a mesma distribuição que a precedente e o British Museum obteve-a de Pernambuco. Mus. Paul. — * 274. Herpsilochmus rufimarginatus (Temm.).- Myiothera scapularis Wied HI p. 1083. Formicivora rufimarginata Burmeister HI p. 79. Herpsilochmus rufimarginatus Pelzeln p. 80 (Ypanema). A o ; " E: vs a = a É 4 E N = E DAT a Herpsilochmus rufimarginatus Cat. Br. Mus. XV p. 247. Passarinho de 110 mm. de comprimento. O macho é cinzento em cima, com a cabeça desde a fronte até a nuca preta e com uma estria esbranquiçada correndo sobre o olho. A barriga e o peito são de côr amarello-clara, a garganta é branco-cinzenta. As coberteiras das azas e as rectrizes têm as pontas brancas. As remiges têm orlas castanhas. A femea é semelhante tendo, porém, a cabeça pardo-avermelhada. A especie occorre desde S. Paulo até a Bahia e Matto Grosso. Mus. Paul. Iguape. * 275. Formicivora rufatra (Lafr. et dOrb.). Thamnophilus griseus Spix II p. 29 Pl. 40 fig. 1(9). Myiothera rufa Wed HI p. 1095 (9). ; Formicivora superciliaris Burmeister UI p. 74. Elhpura rufa Burmeister HI p. 7o (9). Formicivora rufatra Pelzeln p. 83 (Rio das Pedras). Formicivora rufatra Cat. Br. Mus. XV p. 250.. Passaro de 130 mm. de comprimento. O macho é bruno em cima, com uma estria branca supraocular. As coberteiras exteriores das azas e as rectrizes são pretas com pontas brancas. A garganta e o peito são de côr preta, que se extende no meio na barriga, cujas partes lateraes entretanto são esbranquiçadas. A femea é seme- lhante, mas tem a garganta e o peito brancos com estrias pretas. Especie do Matto Grosso e Goyaz, que occorre tambem em Pernambuco, Pará, na Bolivia e no extremo Oeste do Estado de S. Paulo, e que temos da Bahia. Mus. Paul. — * 276. Formicivora ferruginea (Licht.). . Papa-formiga; Trovoada (Iguape). Ellipura ferruginea Burmeister II p. 71. Formicivora ferruginea Pelzeln p. 83 (Matto Dentro, Ypanema). Formicivora ferruginea Cat. Br. Mus. XV p. 252. Especie de 130—140 mm. de comprimento, de côr castanha com a cabeça, as azas e a cauda de côr preta. As coberteiras exteriores das azas e as rectrizes têm as pontas brancas. No meio do dorso existe uma mancha grande de pennas brancas com pontas pretas, como na maior parte das especies deste genero. Sobre o olho corre uma estria branca. A femea quasi não differe. Especie de S. Paulo, do Rio de Janeiro e da Bahia. Mus. Paul. Alto da Serra; Iguape. 277. Formicivora genaei Filippi. Formicivora genei Pelzeln p. 83 (Ypanema). Formicivora genaei Cat. Br. Mus. XV p. 253. Especie bem distinguida pela côr pardo-avermelhada da cauda e do uropygio. À côr é cinzenta em cima, com a cabeça preta e uma estria branca sobre o olho. As azas são pretas com pontas brancas das coberteiras exteriores. O lado inferior é branco-cinzento com estrias pretas até a barriga inferior e o crisso, que são de côr pardo-ama- rellenta. A distribuição da especie parece ser a mesma como da especie precedente. Mus. Paul. — * 278. Formicivora striata (Spix). Papa-formiga. Thamnophilus striatus Spix II p. 29 Pl. 40 fig. 2. Ellipura striata Burmeister IH p. 69. Formicivora striata Cat. Br. Mus. XV p. 252. Especie de 130—140 mm. de comprimento. O macho é cinzento com manchas pretas nas costas, preto na cabeça que tem uma estria branca sobre o olho. O dorso inferior e o uropygio são de côr pardo-avermelhada. As azas e a cauda são pretas com pontas brancas das coberteiras exteriores das azas e das rectrizes. No lado'inferior é a barriga inferior e o crisso de côr castanha, o pescoço e o peito são brancos com estrias pretas. A femea é seme- lhante, mas de côr parda em cima e com estrias escuras no vertice. Especie de S. Paulo, Minas Geraes e Bahia. Mus. Paul: Alto da Serra; Iguape. cn ASA re Sh "o * 279. Formicivora squamata (Licht.). Papa-formiga. Myiothera squamata IVied III p. 1070. Ellipura squamata Burmeister HI p. 70. Formicivora squamata Pelzeln p. 84. Formicivora squamata Cat. Br. Mus. XV p. 254. O macho é preto em cima, com pingas brancas e com uma estria branca sobre o olho. A aza é preta com pontas brancas das coberteiras exteriores e das remiges do braço. A cauda é preta e as rectrizes têm alêm da ponta branca mais manchas brancas nas barbas. O lado inferior é branco- cinzento com manchas pretas. A femea é semelhante, mas todas as manchas do lado superior são pardo-amarellentas em vez de brancas. Especie dos mattos de S. Paulo, Rio de Janeiro e Bahia. Mus. Paul. Iguape. * 280. Formicivora malura (Temm.). Ellipura malura Burmeister II p. 68. Formicivora malura Pelzeln p. 83 (Ypanema). Formicivora malura Berlepsch u. lhering p. I50. Formicivora malura Cat. Br. Mus. XV p. 254 (Ypanema). Especie de 110 mm. de comprimento, distinguindo-se pela cauda uniforme de côr bruno-denegrida sem pontas brancas. O macho é de côr cinzenta nas costas; a cabeça é preta em cima com estrias brancas. As azas são pretas com pontas brancas das coberteiras exteriores. O lado inferior é branco com manchas pretas até a barriga, que é cinzenta. A femea é semelhante, de côr mais parda. Essa especie é distribuida desde o Norte do Rio Grande do Sul até a Bahia. Mus. Paul. Piquete; Iporanga; Ypiranga. * 281. Rhamphocaenus melanurus Vieill. Troglodytes gladiator Wied HI p. 751. Rhamphocaenus melanurus Buyrmeister HI p. 72. = BAA a Rhamphocaenus melanurus Pelzeln p. 84. Rhamphocaenus melanurus-Cat. Br. Mus. XV p. 260. Este passarinho de 120130 mm. de comprimento é bem caracterisado pelo seu bico delgado e comprido, de 21 mm. de comprimento, e pela cauda uniforme preta e não curta. A côr é pardo-azeitonada em cima, branco-cin- zenta na garganta, no pescoço anterior e no meio do peito e da barriga. As partes lateraes da barriga e do peito são de côr pardo-avermelhada. As rectrizes lateraes são mais curtas do que as do meio. A rectriz exterior é na ponta e na borda exterior de côr cinzenta. A especie occorre desde o litoral de S. Paulo até Matto Grosso, Pernambuco e Amazonas. | Mus. Paul. Iguape. * 282. Pyriglena leucoptera (Vieill.). Papa-formiga; Papa-taóca (Iguape). Myiothera domicella Wed HI p. 1058. Pyriglena domicella Burmeister HI p. 59. Pyriglena domicella Brehm Thierleben Bd. V 1879 p. 614 e figura. Pyriglena leucoptera Pelzeln p. 85 (Matto Dentro, | Ypanema). Pyriglena leucoptera Berlepsch I p. 254. Pyriglena leucoptera Cat. Br. Mus. XV p. 269. Passaro de 17o—19o mm. de comprimento. O macho é preto com uma mancha no meio do dorso e duas taxas nas azas de côr branca e com a iris do olho vermelha. A femea é parda em cima, pardo-cinzenta em baixo e tem a cauda denegrida. Não encontrei a especie no Rio Grande do Sul, donde o catalogo do British Museum a indica. A especie occorre desde S.º Catharina até a Bahia, Minas, Goyaz e Bolivia. Mus. Paul. Piracicaba; Iguape; S. Sebastião; Ypiranga. 2 dia + ENTE é ] mos e a RA, Po ra qa TAPE SE - * 283. Myrmeciza squamosa Pelz. Papa-formiga. Myrmeciza squamosa Pelzeln p. 87 e 162 (Matto Den- tro, Ypanema). Myrmeciza squamosa Berlepsch w. lhering p. IST. Myrmeviza squamosa Cat. Br. Mus. XV p. 281 (Ypa | nema). Passaro de r50o— 160 mm. de comprimento, caracteri- sado pelo bico fino e pelos tarsos compridos de cór ama- rella. O macho é pardo em cima com uma mancha branca orlada de preto no dorso. As azas e a cauda são de côr bruno-denegrida, as coberteiras exteriores das azas têm as pontas brancas. . À garganta e o pescoço anterior são de côr preta, o peito tem as pennas pretas orladas de branco, a barriga é branca. A femea é semelhante, mas sem a a côr preta da garganta e do pescoço. Essa especie é encontrada desde o Rio Grande do Sul até o Rio de Janeiro. Do Rio de Janeiro até a Bahia ella é substituida por M. loricata (Licht.), cujo macho tem de cor preta só a garganta e as pontas das coberteiras exteriores de côr amarellenta. O Sr. Valencio Bueno que observou em Piracicaba M. squamosa, disse-me que este passero não pula no chão como os outros passarinhos, mas que anda como as gallinhas. » Mus. Paul. Ypiranga; Piquete; Iguape; Iporanga. * 284. Formicarius colma (Gm.). Gallinha do matito. Myiothera ruficeps Spix 1 p. 72 Pl. 72 fig. I. Myioturdus tetema Wed II p. 1036. Myiothera tetema Burmeister UI p. 46. Formicarius ruficeps Pelzeln p. go. Formicarius colma Cat. Br. Mus. XV p. 302 (S. Paulo). Passaro de 170 mm. de comprimento, com a cauda curta e a região atraz do olho nua. A côr é pardo-bruna, mas a cabeça em cima e a nuca são de côr castanha. A face, a garganta e o pescoço anterior são de côr preta. A cauda é denegrida. Este passaro, que nos mattos grandes procura insectos no chão, occorre desde o litoral de São Paulo até Pará e Matto Grosso. Mus. Paul. Iguape. SUBFAM. 3. (GRALLARIINAE * 289. Chamaeza brevicauda (Vieill.). Tovacca. Myioturdus marginatus Wied III p. rogs. Chamaezosa marginata Burmeister HI p. 47. Chamaeza brevicauda. Pelzeln p. or (Matto Dentro, Ypanema). Chamaeza brevicauda Berlepsch w. Mering p. 51. Chamaeza brevicauda Cat. Br. Mus. XV p. 307 (São Paulo). A cauda é no genero Chamaeza de comprimento regular, sendo bem pequena e mais curta do que o tarso no genero Grallaria. A especie presente é passaro de 210220 mm. de comprimento, de côr parda em cima com a cabeça pardo-avermelhada e às vezes com uma mancha preta na fronte, que parece ser signal da ave adulta ou do macho adulto. As rectrizes têm as pontas pretas orladas de amarello. A garganta é branca. O peito e a barriga são de côr branca, sendo cada penna munida de orlas pretas nos lados. A especie occorre desde o Kio Grande do Sul até a Bahia, nos mattos grandes, procurando no chão e sob as folhas cahidas insectos. O Sr. Krone obser- vou essa especie em Iguape, o Sr. Valencio Bueno em Piracicaba. Mus. Paul. S. Paulo; Iporanga. * 286. Grallaria imperator Lafr. Tovaccassu. Myioturdus rex Wied HI p. 1027. Grallaria rex Burmeister UI p. 49. — 247 — Grallaria imperator Burmeister HI p. so. Grallaria imperator Pelzeln p. gr (Ypanema). Grallaria imperator Berlepsch I p. 255. Grallaria imperator Berlepsch w. lhering p. IST. Grallaria imperator Cat. Br. Mus. XV p. 316. Passaro grande de 200 mm. de comprimento, que no Brazil meridional corresponde á G. varia Bodd. do Brazil do Norte e da Guyana. A côr é parda nas costas, cinzenta na cabeça. Quasi todas as pennas do lado dorsal têm na margem uma estria escura e no meio uma linha amarella. A cauda e as azas são de côr pardo-avermelhada. No lado ventral a côr é amarellenta com faxas escuras. À garganta é denegrida orlada de cada lado por uma estria branca. O comprimento do tarso importa em 58 mm., o do bico em 27 mm. À specie occorre desde o Rio Grande do Sul até a Bahia. O Sr. Krone caçou-a em Iguape, o Sr. Va- lencio Bueno em Piracicaba. Mus. Paul. Est. de S. Paulo. * 287. Grallaria ochroleuca (Wied). Myioturdus ochroleucus Wed II p. 1032 (S. Paulo). Chamaezosa ochroleuca Burmeister HI p. 48. Grallaria ochroleuca Pelzeln p. 91 (Ypanema). Grallaria ochroleuca Cat. Br. Mus. XV p. 324. ' Especie menor de 1390—140 mm. de comprimento. O tarso mede 35 mm. À côr é pardo-azeitonada em cima; as remiges são orladas de pardo-avermelhado. Em baixo é a côr branca no meio, pardo-amarella nos lados. No peito e nos lados da barriga notam-se manchas pretas. Sobre o olho corre uma estria amarellenta. A especie occorre nos Estados de S. Paulo, Minas e Bahia. Mus. Paul. Est. de S. Paulo. FAM. CONOPOPHAGIDAE. * 288. Conopophaga lineata (Wied). Chupa-dente (Iguape); Guspidor (Piracicaba). Myiagrus lineatus WVied II p. 1046. “Conopophaga lineata Burmeister HI p. 52. a Conopophaga lineata Pelzeln p.9g2 (Mogy das Cruzes, Casa Pintada, Ypanema). Conopophaga lineata Cat. Br. Mus. XV p. 333. Passarinho de 130 mm. de comprimento com o tarso alto, medindo 28 mm. A cauda é curta. A côr é pardo- azeitonada em cima, branca no meio da barriga, pardo- castanha na garganta, no pescoço anterior e no peito. Uma estria de pennas brancas observa-se atraz do olho. Essa especie é distribuida desde o Rio Grande do Sul até o Mexico e Bahia. O Sr. Krone obteve-a em Iguape, o Sr. Valencio Bueno em Piracicaba. Os nomes acima indicados referem-se á singular voz do passarinho. Mus. Paul. Ypiranga; Piquete; Tieté. * 289. Conopophaga nigrigenys Less. Myioturdus perspicillatus MWied HI p. 1042. Conopophaga maximiliani Pelzeln p. ga. Conopophaga nigrigenys Cat. Br. Mus. XV p. 334 | (S. Paulo). Passaro de 110 mm. de comprimento, pardo-azeitonado nas costas, com manchas pretas em exemplares novos. À cabeça é castanho-clara em cima, desde a fronte até a nuca. A face e a região loral são de côr preta. A garganta e o pescoço anterior são brancos, o peito e a barriga de côr cinzenta. Essa especie occorre desde o Rio Grande do Sul até Belmonte no Est. da Bahia. Mais ao Norte, em Bahia, essa especie é substituida por C. melanops (Vieill) (== perspicillata Burm.), com a fronte preta. Mus. Paul. Iguape. 290. Corythopis calcarata (Wied). Myiothera calcarata Wied HI p. IrIOr. Corythopis calcarata Burmeister WI p. 58. Corythopis calcarata Pelzeln p. 92 (Ypanema). Corythopis calcarata Cat. Br. Mus. XV p. 335. EA, 249 pato Passaro de 140 mm. de comprimento, semelhante ás especies de Conopophaga, mas distinguido pela unha pos- terior comprida e direita. A côr é pardo-azeitonada nas costas, esbranquiçada no lado ventral com o peito preto e manchas pretas em baixo do peito. A especie é distri- buida desde S. Paulo até a Bahia e Matto Grosso, e vive nos mattos, no chão. Mus. Paul. — FAM. PTEROPTOCHIDAE. * 291. Scytalopus indigoticus (Wied). Macuguinho (Iguape). Myiothera indigotica Wied II p. rogr. Scytalopus indigoticus Burmeister II p. 63. Scytalopus indigoticus Pelzeln p. 46 (Matto Dentro, Ypanema). Scytalopus indigoticus Cat. Br. Mus. XV p. 341. Passarinho de 120130 mm. de comprimento, com a cauda curta e o bico fino, assemelhando-se á curruira. Cinzento-escuro em cima, até o uropygio, que é pardo- avermelhado. Em baixo, a garganta, o pescoço e o peito são brancos. As partes lateraes do peito e do pescoço são de côr cinzenta, as da barriga pardo-avermelhadas com faxas pretas. Passarinho pouco commum dos mattos do litoral do Brazil, desde S. Paulo até a a Mus. Paul. Iguape. * 292. Merulaxis rhinolophus (Wied). Myiothera rhinolopha Wed HI p. ros. Scytalopus rhinolophus Burmeister II p. 62. Scytalopus ater Burmeister WI p. 61. Merulaxis rhinolophus Pelzeln p. 46. Merulaxis rhinolophus Cat. Br. Mus. XV p. 343. Passaro de 180 mm. de comprimento, formando como monotypo o genero Merulaxis, caracterisado pelas pennas Revistaido Museu Paulista. Vol. III 16 estreitas, sediformes e dirigidas para diante da região loral. A cauda é comprida. A côr do macho é cinzento-escura em cima até o dorso inferior e o uropygio, que são de côr pardo-azeitonada como a barriga. O peito é azul-cin- zento, a cauda denegrida. A femea é de côr pardo-azeito- nada com a garganta e o peito de côr castanha. À especie occorre no matto virgem do litoral do Brazil, desde São Paulo até a Bahia. Mus. Paul. Iguape. Il. Ordem. Macrochires. Às aves que compõem esta ordem estão mais ou menos intimamente ligadas aos passaros, dos quaes differem pela estructura do larynge e pelos tarsos. São todos excellentes voadores, que vivem exclusivamente de insectos, tendo as azas compridas e pontagudas com as coberteiras exteriores mais compridas e mais numerosas que os passaros. No chão pouco se movem, não prestando os pés, que são fracos, para regularmente caminhar. O bico é tenuirostro, quasi sempre comprido, nos beija-flores, e fissirostro, curto, com a bocca aberta, enorme, nas outras duas familias. Esta differença está em relação com o seu modo de viver, visto como os beija-flores tiram com a lingua comprida os insectos das flores, em quanto as Cypselidas e Caprimulgidas os caçam voando. Na aza ha 10 remiges de mão, raras vezes g,na cauda 10 rectrizes. Ha uma singularidade no esqueleto dessas aves: cada metade da maxilla inferior consiste em duas peças ligadas por articulação, e no braço ó humero é, relativamente, muito curto. A familia das Trochilidas abrange os beija-flores, uma das familias maiores, comprehendendo cerca de 500 espe- cies e uma das mais caracteristicas da America meridional. O bico é estreito e comprido, a maxilla superior muitas vezes abraçando lateralmente a inferior. As margens das maxillas são em grande parte ou só na ponta, denteadas e ás vezes lisas. A lingua é comprida, bifida na ponta e capaz de ser extendida do bico como a dos pica-pãos, offerecendo o osso hyoide a mesma disposição singular. O numero das remiges do braço é reduzido a 6, que são pequenas, mais ou menos escondidas pelas coberteiras. O numero das remiges da mão é ro ou raramente 9. O nome que os indios guaranys do Rio Verde dão ao beija-flor é maenó. Montoya escreve mainumbi. Não se entende a etymologia, mas lembro a palavra manimbé (Coturniculus manimbe) de outro passarinho do nosso Es- tado, que porem vive no chão como o tico-tico. A familia das Cypselidas contem passaros que muito se assemelham ás andorinhas, sendo como ellas excellentes voadores e fissirostros, com o bico pequeno, curto, mas largo. A aza assemelha-se muito a das andorinhas, sendo muito comprida e pontaguda, contendo To remiges da mão e 7—8 do braço. As coberteiras exteriores compridas são alongadas, extendendo-se sobre mais da metade das remiges do braço, o que está em contraste com o que se observa nas andorinhas que têm estas coberteiras curtas. Na cauda ha ro rectrizes, tendo as andorinhas 12. Outras differenças são dadas pelo larynge e pelos tarsos que são curtos e não têm as lamellas lateraes das andorinhas, sendo em geral nús, sem escudos, ou vestidos de pennas. Pouco se sabe da o destes passaros, que o povo não sabe distinguir das andorinhas. A familia das Caprimulgidas consiste em aves de tamanho maior que o das outras familias desta ordem. Ao contrario do que se dá com os representantes das outras “duas familias de que tratei e cuja vida é diurna as Capri- mulgidas são aves nocturnas, tendo, como as corujas e outras aves nocturnas, a plumagem molle fazendo o vôo imperceptivel. A cabeça é grande, os olhos grandes, o pes- coço curto. O bico é chato, curto, muito largo com a bocca muito grande. Na base do bico ha, em geral, de cada lado uma porção de cerdas rijas, muito fortes e compridas, que porém nos generos Chordeiles, Podager e Lurocalis são bastante fracas ou faltam. Na aza notam-se To remiges: da mão e 12-13 do braço, na cauda 10 rectrizes. Os pés são fracos, os tarsos curtos:e mais ou: menos revestidos de pennas. . Distinguem-se duas subfamilias: Nyctiblinae, com o unico genero Nyctibius e Caprimulginae. Estas ultimas têm no dedo exterior só quatro segmentos ou phalanges e a unha do dedo mediano no lado interior denteada, em fórma de pente. As Nyctibiinas, conhecidas sob o nome de urutau, têm no dedo anterior exterior cinco phalanges e a unha do dedo mediano sem dentes. Os Urutaus, que pela sua voz desesperada e funesta nós assustam á noite, são os maiores membros desta familia e notaveis pelo modo de pôr os seus ovos em cima de um tronco ouco ou toco de arvore. Os representantes das Caprimulginas, conhecidos sob as denominações de curiango, bacurau etc. pôem os ovos no chão sem fazerem ninho. FAM. TROCHILIDAE. Susram. 1. THaLURANINAE (Serrirostres). * 293. Heliothrix auriculatus (Nordm.). Trochilus auritus Wied IV p. 104. Heliothrix auritus Burmeister 1H p. 3936. Heliothrix nigrotis Pelzeln p. 34 (Ypanema). Heliothrix aurita Pelzéln p. 34 (Ypanema, Rio Paraná). Heliothrix auriculatus Cat. Br. Mus. XVI p. 32. Beija-flor de 11o—r20 mm. de comprimento, bem caracterisado pelo bico diminuindo em largura desde a | base até a ponta fina. À côr é verde em cima, lustrosa na cabeça, no mento e nas partes lateraes da garganta. As remiges e as rectrizes medianas são pretas. A face atraz dos olhos é preta. O lado inferior, excepto o mento, | é branco, como tambem são brancas as duas rectrizes exteriores de cada lado. A especie affim do Amazonas e da Guyana, H. auritus (Gm.), tem todo o lado inferior branco. H. auriculatus é especie do Brazil meridional, desde S. Paulo até a Bahia. Mus. Paul. Est. de S. Paulo, “ep tt ce 358 um “* 294. Rhamphodon naevius (Dumont). Beija-flor do matto (Iguape). Grypus ruficollis Spix 1 p. 79 Pl. 80 fig. 3. Grypus naevius Buyrmeister II p. 320. Grypus naevius Pelzeln p. 27. Ramphodon naevius Berlepsch I p. 273. Ramphodon naevius Cat. Br. Mus. XVI p. 37. Especie grande, de 150 mm. de comprimento. A côr é verde-dourada em cima, tendo as pennas orlas amarel- lentas. Uma estria sobre e atraz dos olhos e os lados do pescoço são pardo-amarellos. Atraz dos olhos uma mancha preta. O meio da garganta e o resto do lado ventral são pretos com orlas esbranquiçadas das pennas. As rectrizes exteriores têm pontas pardo-amarellas. O comprimento do bico é de 35-40 mm. O macho tem a ponta do bico revirada em fórma de gancho. Especie do Brazil meridio- nal, desde S.º Catharina até o Rio de Janeiro, Minas e Goyaz, que Lichtenstein obteve de S. Paulo e R. Krone de Iguape. Mus. Paul. S. Paulo. * 295. Chlorostilbon pucherani (Bourc.). Hylocharis prasinus Burmeister II p. so. Hylocharis flavifrons Pelzeln p. 33 (Matto Dentro, Ypanema, Irisanga, Rio Paraná). Chlorostilbon pucherani Cat. Br. Mus. XVI p. so, Beija-flor de go mm. de comprimento, com o bico medindo 17—18 mm. de comprimento. A côr é verde- dourada no lado dorsal, verde-lustrosa em baixo, com lustro azul na garganta e no pescoço anterior. A cauda, cujas penas lateraes são mais compridas que as do meio, é de côr preto-azul. O bico é preto na ponta, vermelho na metade basal, E essa a especie de S. Paulo, Rio de Janeiro e Bahia, substituida na Bolivia, Argentina e Rio Grande do Sul por especie pouco differente, maior e com o lado inferior verde-dourado, Ch. splendidus (Vieill.), cujo bico mede 19-20 mm. O genero Chlorostilbon distingue-se pela falta de pennas na base do espaço entre as duas maxillas inferiores. Mus. Paul. Ypiranga; Piracicaba; Piquete. * 296. Thalurania glaucopis (Gm.). Guainumbi segunda species Marcgrav p. 197. Trochilus glaucopis Wied IV p. 85. Glaucopis frontalis Burmeister H p. 3933. Thalurania glaucopis Berlepsch I p. 274. Thalurania glaucopis Pelzeln p. 29 (Ypanema, Irisanga). Thalurania glaucopis Cat. Br. Mus. XVI p. 77 (São Paulo, Itapetininga). Especie bastante commum no Estado de S. Paulo. O comprimento é de 110-—11I5 mm., o do bico de 18-20 mm. À cauda tem as pennas lateras mais compridas do que as do meio e a côr della é azul-preta. A côr do macho é verde-lustrosa, mas a fronte e o vertice são de côr azul-roxa. À femea tem o vertice verde, o lado inferior esbranquiçado e as pontas das rectrizes exteriores esbran- quiçadas. Essa especie occorre desde o Rio Grande do Sul até a Bahia. Mus. Paul. Ypiranga; Piquete; Cachoeira. 297. Thalurania eriphile (Less.). Glaucopis eriphile Burmeister II p. 334. Thalurania eriphile Pelzeln p. 30 (Rio Paraná). Thalurania eriphile Cat. Br. Mus. XVI p. 80. Especie semelhante a precedente, especialmente no sexo feminino, de too mm. de comprimento, mas com O bico um pouco mais comprido (22-23 mm.). O macho é verde-metallico, mais lustroso na fronte e na garganta. O peito e a barriga são azues, o bico é preto. Essa especie apparece mais no interior do Brazil, em Matto Grosso etc. e foi no Est. de S. Paulo caçada na zona do Rio Paraná, mas no Est. “do Rio de Janeiro caçou-a Burmeister em Nova Friburgo. A femea é quasi a mesma como a da especie precedente. Mus. Paul. — cs ADS * 298. Lampornis violicauda (Bodd.). Guainumbi quinta species Marcgrav p. 197. Trochilus mango Wed IV p. 47. Lampornis mango Burmeister 1 p. 331. Lampornis mango Pelzeln p. 28 (Porto de Jacarehy, Goyaba, Ypanema, Irisanga). Lampornis violicauda Cat. Br. Mus. XVI p. 93. Beija-flor grande, de r10—120 mm. de comprimento, com o bico medindo 24 mm. O macho é verde-dourado em cima e nos lados, preto-azul na garganta, no pescoço anterior e no peito. Das rectrizes as do meio são verdes, as lateraes vermelho-roxas orladas de azul-escuro. A femea tem o lado inferior branco, com uma estria larga, preta no pescoço anterior e as rectrizes exteriores com as pontas brancas. A especie occorre desde o Panamá até o Rio Grande do Sul, sendo na Jamaica substituida por outra muito semelhante, mas com a femea não differente do macho, L. mango L. Mus. Paul. Piquete. * 299. Petasophora serrirostris (Vieill.). Colibri crispus Sgix I p. 80 PI. 8r. Trochilus petasophorus Wied IV p. 76. Petasophora crispa Burmeister H p. 335. Petasophora serrirostris Pelzeln p. 28 (Matto Dentro, Ypanema, Itararé). Petasophora serrirostris Sclater a. Hudson 1 p. 3. Petasophora serrirostris Cat. Br. Mus. XVI p. 106. Especie grande, de 120130 mm. de comprimento. Os dous sexos quasi não differem no colorido. A côr é verde-dourada em cima, verde-azul lustrosa na garganta e no pescoço anterior. O crisso e as coberteiras inferiores da cauda são brancas. A cada lado do pescoço ha, atraz do ouvido, uma mancha grande de pennas esplendidas roxas. As rectrizes são de côr verde-azul mais escura na ponta. Pelzeln (p. 407) diz que Lund obteve essa especie em Campinas, Ytú, Araraquara. A especie occorrée em Tucuman e Bolivia, em Matto Grosso, Goyaz e desde S. Paulo até a Bahia. Mus. Paul. Cachoeira. SUBFAM. 2. AÁRGYRTRIINAE (Intermedii). * 300. Lepidolarynx mesoleucus (Temm.). Calothorax mesoleucus Burmeister IL p. 339. Heliomaster squamosus Pelzeln p. 31 (Taipa, Ypanema, Irisanga). Lepidolarynx squamosus Cat. Br. Mus. XVI p. 120. Especie de r1o mm. com o bico direito, preto, de 30 mm. de comprimento. No genero Lepidolarynx extendem-se as pennas da fronte sobre a base do bico, cobrindo as ventas. O macho é bem distinguido pelas esplendidas pen- nas de côr encarnado-roxa que cobrem a garganta e o pescoço anterior, e pelas coberteiras inferiores da cauda verdes com orlas de côr branca. As rectrizes são verdes, “as do meio verde-claras douradas, as dos lados verde-pretas. No meio da barriga uma estria branca. A femea tem as pennas da garganta escuras com orlas brancas e as rectrizes exteriores com pontas brancas. É essa uma especie dos campos do interior do Brazil, desde S. Paulo e Minas até Goyaz e Bahia. Mus. Paul. Piracicaba. * 301. Leucochloris albicollis (Vieill.). Colibri albogúlaris Spgix | p. 81 Pl 82 fig. r. Thaumatias albicollis Burmeister II p. 342. Argyrtria albicollis Berlepsch 1 p. 276. Argyrtria albicollis Pelzeln p. 29 (Taipa, Ypanema). Leucochloris albicollis Sclater a. Hudson H p. 7. ' Leucochloris albicollis Cat. Br. Mus. XVI p. 178. Especie de 100—11o mm. de comprimento, medindo o bico 21-22 mm. O bico é chato, direito e a metade ! ; | f ç NE DE, SEP Dr So Poa O INR aa di ci A o cedo » Ps qm EP oo E Rà E ES PURE DT OTS DI E g EG NIND D 1 D basal da maxilla inferior é amarella: A côr é em ambos os sexos verde-lustrosa em cima e no mento, no peito e na barriga, branca no pescoço anterior. Às rectrizes medianas são verdes, as lateraes são preto-azues com pontas brancas. O crisso e as coberteiras inferiores são esbranquiçadas. É essa especie do Brazil meridional e do Paraguay, commum desde o Rio Grande do Sul até o Rio de Janeiro. O catalogo do British Museum menciona por engano sob essa especie o Trochilus vulgaris Wied, que é tambem notado sob Argyrtria tephrocephala, a qual pertence. Mus. Paul. Rio Grande. * 302. Argyrtria brevirostris (Less.). Thaumatias brevirostris Burmeister IL p. 343. Argyrtria brevirostris Pelzeln p. 29 (Ypanema). Argyrtria brevirostris Berlepsch 1 p. 276. Argyrtria brevirostris Cat. Br. Mus. XVI p. 178. Beija-flor de go mm. de comprimento total e de 16-17 mm. de comprimento do bico. A côr é verde-metallica, mas a garganta e o resto do lado inferior são brancos no meio. As coberteiras inferiores da cauda são de côr cin- zenta com orlas brancas. Às rectrizes são de côr verde- cinzenta com uma mancha escura perto da ponta. O bico é preto em cima, amarello em baixo na base. Essa especie occorre desde o Rio Grande do Sul até a Bahia. Uma especie bem semelhante que differe por terem as pennas do pescoço anterior e do peito uma mancha verde na ponta é A. affinis (Gould), que temos, provavelmente do Estado de S. Paulo, mas que por não ter indicação certa da proveniencia por ora não acceito nesta lista. A. affinis é especie de Minas e Rio de Janeiro. Mus. Paul. Est. de S. Paulo. * 303. Argyrtria tephrocephala (Vieill.). Trochilus vulgaris Wied IV p. 72. Argyrtria albiventris Pelzeln p. 28. Argyrtria tephrocephala Cat. Br. Mus. XVI p. I9r. Especie de 110 mm. de comprimento. O bico, que mede 21—22 mm., tem a base da maxilla inferior amarella, À côr é uniforme, verde, a excepção da barriga e das coberteiras inferiores da cauda que são brancas. As rectrizes são preto-azues, tendo as lateraes as pontas cinzentas. Essa especie, que é commum em São Sebastião e que Wied obteve no Rio de Janeiro, parece principalmente especie do Norte do Brazil e de Matto Grosso. Mus. Paul. S. Sebastião; Ilha de S. Sebastião. 304. Eucephala caeruleo-lavata Gould. Eucephala caeruleo-lavata Gould Proceed. Zool. Soc. London 1860 p. 306. Eucephala caeruleo-lavata Cat. Br. Mus. XVI p. 244 (S. Paulo, Brazil). Especie de 95 mm. de comprimento. O bico mede 20 mm. A côr é verde-dourada em cima, verde-azul em baixo quasi preta na barriga. As coberteiras inferiores e as rectrizes medianas são roxas, as rectrizes lateraes preto- azues. O genero Eucephala distingue-se de Hylocharis pela cauda um pouco dividida. Uma especie, E. cyanogenys (Wied), verde, com o mento azul, occorre no Rio de Ja- neiro. O exemplar typico dessa especie obteve Gould do Rio de Janeiro pelo Sr. Thomas Reeves, que a elle com- municou que a especie occorre em S. Paulo. Mus. Paul. — * 305. Hylocharis sapphirina (Gm.). Trochilus latirostris Wed IV p. 64. Hylocharis sapphirina Burmeister II p. 346. Hylocharis sapphirina Pelzeln p. 393. Hylocharis sapphirina Sclater a. Hudson I p. 8. Hylocharis sapphirina Cat. Br. Mus. XVI p. 245. Especie de os mm: de comprimento. O bico, que mede 20 mm., é vermelho com a ponta preta. A côr do macho é verde-dourada em cima e na barriga. O mento Es RE E E = is do a cai e de cs “e Mm” e as coberteiras inferiores da cauda são castanhas, o pes- coço anterior e o peito são azues. À femea é no lado inferior cinzenta, mas com o mento castanho e a garganta azul. A especie occorre desde Buenos Ayres até a Guyana; não é rara no Rio e na Bahia, mas no Estado de S. Paulo não foi observada, senão pelo Sr. Krone em Iguape. Temol-a da Bahia. É Mus. Paul. — * 306. Hylocharis lactea (Less.). Trochilus sapphirinus Wed IV p. 61 (S. Paulo). Hylocharis lactea Burmeister IL p. 347. Hylocharis lactea Pelzeln p. 33(Taipa, Goyaba, Irisanga). Hylocharis lactea Cat. Br. Mus. XVI p. 247. Essa especie assemelha-se em tamanho etc. a prece- dente. A côr é verde-dourada com a garganta e o peito azues e a barriga no meio branca. As coberteiras inferiores da cauda são escuras com orlas brancas. À especie occorre desde S. Paulo e Minas até a Bahia. Uma outra especie semelhante que occorre desde Rio de Janeiro até Amazonas e que provavelmente tambem occorrerá em S. Paulo, é H. cyanea (Vieill.), que se distingue pelo vertice azul e a côr preto-azul das coberteiras inferiores da cauda. Mus. Paul. Katiba; Cachoeira. SuBram. 3. PHAETHORNINAE (Laevirostres). * 307. Phaethornis eurynome (Less.). Phaethornis eurynomus Burmeister 1 p. 324. Phaethornis eurynome Pelzeln p. 27 (Matto Dentro, Ypanema). Phaethornis eurynome Cat. Br. Mus. XVI p. 276. As especies do genero Phaethornis são bem caracte- risadas pelo bico comprido e curvo e pela cauda comprida na qual as rectrizes medianas são muito alongadas. As pennas do lado dorsal são orladas de amarello-pardo, sendo E ono + à côr escura na cabeça, verde no dorso. A região atraz dos olhos é preta, orlada em cima como em baixo por uma estria amarellenta. O lado inferior é amarello-cinzento, tendo as pennas da garganta o centro escuro. As rectrizes são verdes na base, pretas no meio e brancas na ponta. O bico é preto a excepção da maxilla inferior, que desde a base até perto da ponta é amarella. O. comprimento total é 160 mm., o do bico 31 mm. Essa especie occorre desde o Rio Grande do Sul até o Rio de Janeiro. Mus. Paul. Est. de S. Paulo. 308. Phaethornis squalidus (Natt.). Phaethornis squalidus Buyrmeister II p. 325. Phaethornis squalidus Berlepsch I p. 273. Phaethornis squalidus Pelzeln p. 23 (Matto Dentro, | Pahor, Ypanema, Irisanga). Phaethornis squalidus Cat. Br. Mus. XVI p. 276. Especie muito semelhante a precedente, porem um pouco menor, medindo 110120 mm. de comprimento total e 22-25 mm. do bico. As pontas das rectrizes lateraes são pardo-vermelhas. A especie é encontrada desde S.º Catharina até o Rio de Janeiro, Minas e Matto Grosso. Mus. Paul. — “* 309. Phaethornis pretrii (Less. et Del.) Trochilus superciliosus Wed IV p. 116 (nec L.). Phaethornis superciliosus Burmeister II p. 2293. Phaethornis pretrii Pelzeln p. 27 (Irisanga). Phaethornis pretri Cat. Br. Mus. XVI p. 277. Essa especie distingue-se das duas precedentes pela cauda, na qual, alem das duas rectrizes medianas mais compridas, tambem as que se acham ao lado dellas são alongadas. São, pois, nessa especie as quatro rectrizes medianas munidas de pontas alongadas, estreitas e brancas. A côr é verde em cima até o uropygio, que é pardo-ver- melho. O lado inferior é de côr castanho-amarella. Todas = toOT as rectrizes têm pontas brancas. O tamanho regula com o de P. eurynome. Essa especie occorre desde s. Paulo até Goyaz, Matto Grosso .e Bahia. Mus. Paul. Piquete, 310. Campylopterus largipennis (Bodd.). Campylopterus largipennis Pe/zeln p. 28 (Ypanema). Campylopterus largipennis Cat. Br. Mus. XVI p. 288. Especie de 130140 mm. de comprimento, com o bico um pouco curvo medindo 28 mm. A cauda é com- prida, sendo as rectrizes lateraes mais curtas do que as medianas. Das remiges da mão têm as tres primeiras a haste entumecida como no genero Eupetomena, onde, po- rém, estão as duas primeiras. As quatro rectrizes medianas são verdes como todo o lado superior, as outras são pretas com pontas brancas. O lado ventral é cinzento. E' essa especie da Guyana e do Norte do Brazil, que Pelzeln diz ter sido caçada em Ypanema por Natterer. Outra especie deste genero, com a qual acontece o mesmo, é €. lazulus (Vieill.) “da Venezuela, que Burmeister descreveu sob o nome de C. falcipennis referindo-se a um exemplar da Nova Fri- burgo. A occorrencia da especie de Campylopterus no Brazil meridional precisa de mais es sclarecimentos, Mus. Paul. — * 31. Eupetomena macrura (Gm.) Guainumbi tertia species Marcgrav p. 197. Trochilus macrourus Wed IV p. 93. Prognornis macrurus Burmeister IL p. 330. ppa macroura Pelzeln p. 28 (Mogy Mirim, Irisanga). Eupetomena macrura Cat. Br. Mus. XVI p. 295. Um dos maiores entre os beija-flores, medindo 170 mm. de comprimento. O bico, que é pouco curvo, é rela- tivamente pequeno, medindo 25 mm. A cór é verde-dourada nas costas e na barriga, azul na cabeça e no pescoço anterior. A cauda, de côr preto-azul, é dividida, sendo as — "ás rectrizes exteriores quasi tres vezes mais compridas do que as medianas. E especie dos campos do interior do Brazil, desde Minas, Matto Grosso etc. até a Guyana e na região occidental do Est. de S. Paulo foi encontrada por Natterer. Mus. Paul. Est. de S. Paulo. 312. Aphantochroa cirrhochloris (Vieill.). Campylopterus campylostylus Burmeister H p. 329. . Aphantochroa cirrhochloris Berlepsch 1 p. 274. Aphantochroa cirrochloris Pelzeln p. 28 (Ypanema). Aphantochroa cirrochloris Cat. Br. Mus. XVI p. 297 (Y panema). Especie de 1r1o— 120 mm. de comprimento, com o bico preto, medindo 22 mm. A cauda é curta não dividida. As rectrizes são uniformes, sem pontas brancas. À côr é verde em cima, cinzento-verde em baixo. As coberteiras inferiores da cauda são cinzentas com orlas brancas. A especie occorre desde S.“ Catharina até Pernambuco e Matto Grosso. Mus. Paul. — * 313. Clytolaema rubinea (Gm.). Calothorax rubineus Burmeister II p. 340. Clytolaema rubinea Pelzeln p. 31 (Monjolinha, Ypa- nema). Clytolaema rubinea Berlepsch I p. 275. Clytolaema rubimnea Cat. Br. Mus. XVI p. 311. Especie de 120 mm. de comprimento, com o bico medindo zo mm. Às rectrizes são castanhas com orlas verdes. O macho é verde em cima com lustro de cobre, a garganta é verde com lustro esplendido, vermelho-me- tallico. A femea é verde em cima, castanha em baixo. A especie occorre desde o Rio Grande do Sul até o Rio de Janeiro, Minas e Goyaz. Mus. Paul. Piquete. = Nalioias * 314. Florisuga fusca (Vieill.). Colibri leucopygius Spix I p. 8r Pl. 8r fig. 3. Trochilus ater Wed IV p. 52. Florisuga atra Burmeister II p. 3938. Florisuga fusca Pelzeln p. 30 (Ypanema, Taipa). Florisuga fusca Cat. Br. Mus. XVI p. 331. Especie de 130 mm. de comprimento. O bico é direito, medindo 20 mm. À côr é uniforme, preta, sem lustro. Só as coberteiras exteriores das azas e o uropygio são verde- escuros. As quatro rectrizes exteriores de cada lado são brancas, com pontas pretas. Essa especie occorre desde S. Paulo até a Bahia. Mus. Paul. Ilha de S. Sebastião; Cubatão; Piquete. * 315. Cephalolepis delalandi (Vieill.). 'Orthorhynchus delalandii Burmeister IL p. 351. Cephalolepis beski Pelzeln p. 33 e 58. Cephalolepis delalandii Pelzeln p. 33 (S. Paulo). Cephalolepis delalandii Cat. Br. Mus. XVI p. 356. Especie de 80-—go mm. de comprimento, medindo o bico, que é quasi cylindrico e preto, 13—14 mm. O macho tem atraz do vertice um pennacho formado por algumas pennas alongadas das quaes a mais comprida é preta. O lado dorsal é verde, o lado ventral roxo-azul no meio, cinzento nos lados. As rectrizes lateraes são azul-pretas. A femea é destituida de pennacho e tem o lado ventral cin- zento. Especie de S. Paulo e do Rio de Janeiro, Mus. Paul. Est. de S. Paulo. 316. Cephalolepis loddigesi (Gould). Orthorhynchus loddigesi Bwymeister Il p. 352 (S. Paulo). Cephalolepis loddigesi Pelzeln p. 33. Cephalolepis loddigesi Berlepsch u. Mering p. 153: Cephalolepis loddigesi Cat. Br. Mus. XVI p. 357. Especie muito semelhante a precedente da qual diftere pela cór azul do vertice e de seu pennacho no sexo mas- culino e pelas pontas brancas das rectrizes exteriores. Não é rara no Rio Grande do Sul. Natterer obteve-a em: Cu- rityba e parece que perto da divisa com o Estado do Paraná é encontrada em S. Paulo, visto como Burmeister diz que essa especie occorre em S. Paulo. Mus. Paul. — * 317. Calliphlox amethystina (Gm.). Trochilus brevicauda Spix I p. 79 Pl. 80 fig. 2 (9). Trochilus campestris W%ed IV p. 793 (9)... Trochilus amethystinus Wed IV p. go (91). : Calliphlox amethystoides Burmeister Il p. 359. Calliphlox amethystina Pelzeln p. 32 (Oudaria, Ypa- nema, Rio Paraná). Calliphlox amethystina Cat. Br. Mus. XVI p. 386. Este beija-flor é singular pelo facto de ter a femea a cauda simples e o macho a cauda dividida, sendo as rectrizes exteriores alongadas. O comprimento do macho é 80 mm., o do bico 15 mm. O macho é verde em cima e tem a garganta e o pescoço anterior rubim-roxos, o peito bruno. A femea tem o lado inferior cinzento no meio, castanho, nos lados e as rectrizes lateraes pretas com pontas ama- rellentas. O macho quando novo assemelha-se à femea. A epecie occorre desde o Rio Grande do Sul até o Ve- nezuela. Mus. Paul. Ilha de S. Sebastião. 318. Ptochoptera iolaema (Reich.). Thalurania iolaema Pelzeln p. 30 e 57 (Ypanema). Ptochoptera iolaema Cat. Br. Mus. XVI p. 389. Especie rara, de 110 mm. de comprimento, encontrada só uma vez por Natterer em Ypanema. O lado superior e a garganta são de côr verde-dourada, o peito e a barriga são pardo-cinzentas. As pennas cinzentas do lado inferior têm orlas verde-metallicas. A cauda é dividida; as rectrizes medianas são verdes, as lateraes roxas e estreitas. O bico que mede 18 mm. é preto. Mus. Paul. — — 265 — * 319. Lophornis magnificus (Vieill.). Colibris helios Spix I p. 81 Taf. 82 fig. 2. Trochilus magnificus Wied IV p. 79. Lophornis magnificus Burmeister II p. 353. Lophornis magnificus Pelzeln p. 32 (Oudaria, Ypanema, Rio Paraná). Lophornis magnificus Cat. Br. Mus. XVI p. 422. Uma das especies mais bonitas e mais pequenas de beija-flores, de 75 mm. de comprimento. O macho, como em todas as especies desse genero, tem as pennas lateraes do pescoço alongadas, sendo em cima verde-metallico, com uma faxa transversal branca no uropygio e com um topete de pennas castanhas no vertice. As pennas alongadas do pescoço são brancas, com a base castanha e a ponta verde- preta. As rectrizes lateraes são castanhas com orlas verdes. “O bico é avermelhado com a ponta preta. A femea carece do topete e das pennas alongadas do pescoço e tem a face e a garganta pardo-amarellas e as rectrizes verdes com pontas castanhas. A especie está distribuida desde o Rio Grande do Sul até a Bahia e Matto Grosso. Mus. Paul. Est. de S. Paulo. * 320. Lophornis chalybaeus (Vieill.). Colibri mystax Spix I p. 82 Pl. 82 fig. 3 (S. Paulo). Lophornis festivus Burmeister II p. 354. Lophornis chalybea Berlepsch I p. 275. Lophornis chalybea Pelzeln p. 32 (Ypanema). Lophornis chalybaeus Cat. Br. Mus. XVI p. 426. O macho é verde em cima, cinzento em baixo e tem as pennas alongadas do pescoço verdes, com pontas brancas, as rectrizes- pardo-roxas. Ambos os sexos têm entre o dorso e o uropygio uma faxa branco- amarella. À femea tem a garganta e o pescoço anterior escuros no meio, amarellentos nos lados sem pennas alongadas e as rectrizes anteriores com pontas pardo-amarellas. O bico é direito, preto, medindo 12 mm. de comprimento. Essa especie occorre desde S.“ Catharina até S. Paulo. Mus. Paul. Piquete. Révistaldo:Museu Paulista Vol. III. 17 e An sal. Heliactin cornuta (Wied). Trochilus cornutus Wied IV p. 99. Heliactinus cornutus Burmeister IL p. 356. Heliactina cornuta Pelzeln p. 32 (Rio das Pedras). Heliactin cornuta Cat. Br. Mus. XVI p. 433. Especie de:roo mm. de comprimento, distinguida pela cauda comprida cujas rectrizes medianas são mais com- pridas do que as lateraes, e pelas pennas alongadas que o macho tem atraz dos olhos, variando de verde-dourado até roxo. O macho é verde em cima, branco em baixo, com a garganta preta e o vertice azul. As rectrizes lateraes são brancas. À femea tem o vertice verde, uma estria em baixo dos olhos e a garganta amarellentas e uma faxa trans- versal preta nas rectrizes exteriores. É essa especie dos campos centraes do Brazil, de Minas, Goyaz, Matto Grosso e Bahia, que Natterer encontrou perto do Rio Grande, no Estado de S. Paulo. | Mus. Paul. — FAM. CYPSELIDAE. * 322. Chaetura zonaris (Shaw). Taperussu. Cypsellus collaris MWied HI p. 344. Acanthylis collaris Burmeister H p. 364. Chaetura zonaris Pelzeln p. 15 (Ypanema). Chaetura biscutata Sclater Cat. Br. Mus. XVI p. 479 (Y panema). Chaetura biscutata Pelzeln p. 15 (Ypanema). Chaetura biscutata Berlepsch wu. lherng p. 155. Hemiprogne zonaris Sclater a. Hudson IH p. 11. Chaetura zonaris Cat. Br. Mus. XVI p. 476. Como todas as especies do genero Chaetura tem essa as hastes das rectrizes na ponta sobrepujantes e sobre- sahindo a ponta em fórma de espinho, o que não se dá com as especies do genero seguinte. Essa especie é an E — 267 — grande, de 220 mm. de comprimento, de côr negro-bruna com uma colleira branca que, no lado anterior, é mais larga. A distribuição geographica dessa especie extende-se do Rio Grande do Sul e o Norte da Argentina até o Mexico. A colleira é, às vezes, completa e larga, ás vezes estreita, ou interrompida nos lados. Exemplares com a colleira incompleta descreveu Sclater como Ch. biscutata, porém sem razão, visto como essas variedades, tanto na nossa collecção como na de Natterer, occorrem juntas e na mesma localidade, representando apenas variedades individuaes. Mus. Paul. Est. de S. Paulo. * 323. Chaetura pelasgia (Wied). Cypselus pelasgius Wied HI p. 347. Acanthylis oxyura Burmeister II p. 366. Chaetura poliura Pelzeln p. 16 (Borda do Matto, Ypa- | nema, Itararé, Irisanga). ? Chaetura cinereicauda Cat. Br. Mus. XVI p. 482. Especie de 120 mm. de comprimento, medindo a aza 128 mm. À côr é bruno-denegrida em cima, com lustro verde-metallico até ao dorso baixo, que é bruno-cinzento, com mistura de amarello, devido ás orlas pardo-amarellas de parte das pennas, e o mesmo refere-se ao uropygio e as coberteiras superiores da cauda. As rectrizes medianas são pardo-cinzentas, as exteriores bruno-denegridas, com lustro verde. As pontas das rectrizes sahem em fórma de espinho de 3 mm. de comprimento. O lado inferior é pardo-cinzento na garganta, no pescoço anterior e nas coberteiras inferiores da cauda, bruno-escuro no peito e na barriga. Creio que é a essa especie que se referem Wied e Pelzein, mas não estou certo que aconteça o mesmo com o catalogo do British Museum redigido, quanto a essa familia, por Hartert. Diz elle, que a côr em cima até ao dorso baixo é preta com lustro azul e que o lado inferior é uniforme, não sendo a garganta mais clara do que a barriga. Isto não corresponde ás aves observadas por mim RR eq e Wied. Hartert por engano menciona Ch. poliura Pelzeln duas vezes (p. 482 e 484) descrevendo sob Ch. poliura uma especie que tem o mento, garganta etc. até o crisso de côr preta, o que não corresponde a que Pelzeln p. 16, nota, diz: de Ch. poliura. “Ch. cinereiventris Scl., que Natterer obteve no Rio de Janeiro, tem as coberteiras exteriores da cauda com- pridas, escuras, da côr do dorso, as coberteiras inferiores da cauda denegridas e a barriga cinzenta. Em vista das duvidas que ainda existem a respeito das especies do grupo de Ch. poliura Temm., prefiro o nome dado por Wied. Ch. pelasgia occorre desde S. Paulo até a Bahia e Matto Grosso. Mus. Paul. Piracicaba. * 324. Cypseloides fumigatus (Streubel). Cypselus fumigatus Burmeister H p. 365, nota. Nephocaetes fumigatus Pe/zeln p. 16 (Ypanema, Itararé). Cypseloides fumigatus Cat. Br. Mus. XVI p. 496. Especie de côr bruno-denegrida uniforme, de 140 mm. de comprimento, com a aza medindo 150 mm. Asrectrizes são todas do mesmo comprimento. Especie distribuida desde Curityba até o Equador. Mus. Paul. Est. de S. Paulo. 325. Cypseloides senex (Temm.). Acanthylis senex Burmeister II p. 365. Chaetura senex Pelzeln p. 16 (Ypanema, Irisanga). Cypseloides senex Cat. Br. Mus. XVI p. 496. Especie. semelhante à precedente, sendo, porém, bas- tante maior, de 200 mm. de comprimento, com a aza medindo 170 mm. À cabeça e o pescoço são um pouco mais claros. Especie de S. Paulo e das regiões centraes do Brazil. Mus. Paul, — B6o FAM. CAPRIMULGIDAE. * 326. Caprimulgus rufus Bodd. Antrostomus rutilus Burmeister II p. 385 (9). Antrostomus ornatus Sclater Proc. Zool. Soc. 1866 p. 586 PI. 45 (01). Antrostomus cortapau Pelzeln p. 13 e 53. Antrostomus ornatus Berlepsch w. Mhering p. I56. Caprimulgus rufus Cat. Br. Mus. XVI p. 566. Especie grande, de 270 mm. de comprimento e com " a aza medindo 17o—180 mm. À côr é parda em cima com faxas pretas, finas e transversaes. As pennas do vertice e do dorso têm cadauma uma mancha comprida preta no meio. As remiges e as rectrizes são castanhas, com faxas transversaes e manchinhas pretas. As rectrizes exteriores têm as pontas pardo-amarellas. O lado inferior é amarel- lento com faxas pretas, finas; no meio do pescoço anterior nota-se uma faxa amarellenta. O macho tem nas rectrizes - exteriores grandes manchas brancas. Essa especie occorre desde o Panamá até o Rio Grande do Sul. Mus. Paul. Est. de S. Paulo. 327. Caprimulgus sericeicaudatus (Cass.). 7 Curiango. Antrostomus sericeocaudatus Pelzeln p. 13 (Ypanema). Caprimulgus sericeocaudatus Cat. Br. Mus. XVI p.567. O genero Caprimulgus comprehende as especies mu- nidas de cerdas rijas ao lado da bocca, com o tarso, mais curto do que o dedo mediano, munido na frente de pennas e com a cauda não muito comprida arredondada na extre- midade. Na maior parte das especies desse genero têm os machos manchas brancas nas rectrizes exteriores e nas remiges da mão, que fazem falta ás femeas. Essa especie tem o comprimento de 300 mm., medindo a aza 180 mm. À côr é bruna em cima. As pennas da cabeça são dene- gridas aos lados da haste. O lado inferior é bruno, com manchas pardas. Especie do Brazil, que Natterer caçou em Ypanema. | Mus. Paul. — * 328. Caprimulgus parvulus Gould. Stenopsis parvulus Pelzeln p. 12 (Ypanema, Itararé, Irisanga). | Antrostomus parvulus Sclater a. Hudson II p. 14. Caprimulgus parvulus Cat. Br. Mus. XVI p. 574. Especie menor, de 190 mm. de comprimento, parda em cima com manchinhas pretas e a cabeça com manchas pretas; amarellenta em baixo com faxas transversaes pretas e na garganta com uma mancha branca, cuja continuação nos lados do pescoço é uma colleira branca. As coberteiras exteriores das azas têm as pontas amarellentas. O macho tem manchas brancas nas quatro primeiras remiges da mão e pontas brancas nas rectrizes. Essa especie é distribuida desde a Argentina e Brazil , até a Colombia e Perú. . Mus. Paul. Est. de S. Paulo. * 329. Caprimulgus ocellatus Tsch. Ibiyau Marcgrav p. 195. Antrostomus ocellatus Burmeister II p. 386. Antrostomus ocellatus Pelzeln p. 13 (Ypanema). Antrostomus ocellatus Cat. Br. Mus. XVI p. 578. Especie menor, de 210 mm. de comprimento, medindo a aza 125 mm. À côr é pardo-avermelhada com numero- sissimas faxas pretas. No dorso ha grandes manchas prêtas redondas com orla castanha. No pescoço anterior ha uma faxa branca semilunar. As remiges e rectrizes são castanhas com faxas transversaes pretas. As rectrizes exteriores são mais curtas que as outras e munidas de pontas brancas. Parece que essa é a unica especie do genero na qual o macho não differe da femea. A especie occorre desde 5. Paulo e por todo o Norte do Brazil até Equador. Mus. Paul. Est. de S. Paulo. 330. Stenopsis candicans Pelz. Stenopsis candicans Pelzeln p. 12 e 49 (Irisanga). ? Stenopsis langsdortfi Pelzelm p. 12 e 52. NaN] já “Stenopsis candicans Cat. Br. Mus. XVI p. s82. A cauda, que é arredondada no genero Caprimulgus, com as rectrizes lateraes um pouco mais curtas é, nesse genero, um pouco entalhada, sendo as rectrizes lateraes um pouco mais compridas do que as medianas. O com- primento total é nessa especie 220 mm., o da aza 150 mm. A côr é cinzenta com manchinhas amarellentas e pretas em cima. No meio do vertice corre uma estria preta. As coberteiras exteriores grandes das azas são brancas como o são as remiges da mão na base. O pescoço anterior e o peito são de côr castanha com faxas pretas, a barriga é branca. As rectrizes exteriores são brancas. Especie das regiões centraes do Brazil, especialmente do Matto Grosso, que Natterer obteve em Irisanga. | Mus. Paul. — * 331. Stenopsis platura Pelz. Stenopsis platura Pelzeln p. 12 e 53 (Ypanema). Stenopsis platura Cat. Br. Mus. XVI p. 584, nota. Pelzeln descreveu apenas a femea dessa especie que tem o comprimento de 200 mm. À côr é preta em cima salpicada de castanho, amarellenta com faxas escuras em baixo. O macho differe pelas pontas brancas das quatro rectrizes exteriores, que na barba exterior têm manchas castanhas e na barba interior duas grandes manchas brancas. Na rectriz exterior a ponta branca mede 16 mm.; segue um intervallo preto da barba interior de 20 mm. e depois a mancha branca de 7 mm. de diametro e na mesma dis- tancia a segunda. O vertice entre as duas estrias supra- oculares amarellentas é preto, com salpicos cinzentos na nuca, seguindo no pescoço posterior a larga faxa castanha de colleira incompleta. A face é preta, com algumas man- chinhas amarellas. As remiges da mão são pretas, com “grandes manchas castanhas, as remiges do braço têm as pontas amarellentas. As coberteiras exteriores da cauda e as duas rectrizes do meio são cinzentas com salpicos e = 202 — faxas pretas. As rectrizes são quasi todas iguaes em com- primento, sendo a exterior talvez 2 mm. mais curta do que a central. Hartert, no catalogo do British Museum, emittiu a opinião que essa especie seja identica com S. ruficervix o que, porem, não é exacto. Para completar a diagnose de Pelzeln noto as differenças do macho com a femea e com St. ruficervix. St. platura & differt a St. ruficervice Scl. deficiente fascia alba gulari necnon maculis albis remigum primario- rum; rectricibus exterioribus utrinque quatuor apice albo, pogonio exteriore ochraceo-fasciato, interiore maculis duabus albis notato. Long. tot. 211 mm.; alae 141 mm.; caudae 114 mm. Mus. Paul. Cachoeira (d!). * 332. Nyctidromus albicollis (Gm.). Bacurau; Curiango (Piracicaba). Coriavo (S. Sebastião). Caprimulgus guianensis Wed HI p. 318. Nyctidromus albicollis Burmeister II p. 389. Nyctidromus guianensis Burmeister H p. 391. Nyctidromus guianensis Pelzeln p. 13 (Ypanema, Iri- sanga). Nyctidromus albicollis Coues Key p. 450. Nyctidromus albicollis Cat. Br. Mus. XVI p. 587 (São - Paulo). O genero Nyctidromus, do qual a presente é a unica especie, differe do Caprimulgus por ter o tarso sem pennas e do comprimento do dedo mediano com a unha ou maior. É essa especie grande, de 300 mm. de comprimento, com a aza medindo 175 mm. À côr é cinzenta em cima da cabeça, com manchas compridas escuras, bruna com manchas escuras e amarellas em cima, amarellenta com faxas escuras no lado ventral. Uma mancha grande semilunar, de côr branca, é notavel no pescoço anterior. As tres rectrizes exteriores são em grande parte brancas, estendendo-se a côr branca mais com a idade. O macho tem manchas grandes e brancas nas remiges da mão. A especie occorre desde S. Paulo e Norte do Brazil até o Mexico e Texas., “Mus. Paul. Tieté, S. Sebastião. * 333. Eleothreptus anomalus (Gould). Curiango. Eleothreptus anomalus Burmeister II p. 383. Eleothreptus anomalus Pelzeln p. 12 (Matto Dentro, Goyao, Ypanema, Cemiterio, Itararé, Irisanga). | Eleothreptus aríomalus Sclater a. Hudson 1 p. 16. Eleothreptus anomalus Aartert Thierreich, Caprimul- gidae p. 31. Eleothreptus anomalus Cat. Br. Mus. XVI p. 593. (Irisanga). O genero Eleothreptus, semelhante quanto ao tarso a Nyctidromus, é bem caracterisado pela configuração sin- gular das azas no sexo masculino, visto como as seis primeiras remiges da mão são iguaes em comprimento, excedendo ellas, porem, em comprimento as tres seguintes. Essa especie monotypica mede 180—190 ium. de compri- mento, sendo o da aza 130 mm. À côr é pardo-cinzenta salpicada de preto em cima, bruna em baixo, com manchas amarellentas compridas no peito e faxas transversaes escu- ras na barriga. As primeiras seis remiges da mão têm as pontas brancas. As rectrizes exteriores têm pontas esbran- quiçadas. A especie é distribuida desde o Brazil central e meridional até Buenos Ayres. Mus. Paul. Est. de S. Paulo. * 334. Hydropsalis torquata (Gm.). Hydropsalis torquata Pelzeln p. 11 (Ypanema, Itararé, Irisanga). Hydropsalis torquata Cat. Br. Mus. XVI p. 598. No genero Hydropsalis tem o macho a rectriz exterior muito alongada e a rectriz mediana mais comprida do que a que ao lado della se segue. No genero Macropsalis são as rectrizes medianas as máis curtas é as outras successiva- mente mais compridas. À especie presente tem o compri- . mento total de 380 mm. e a'aza mede 160—170 mm. À côr é pardo-cinzenta em cima com salpicos escuros e com manchas anarellentas nas coberteiras exteriores das azas. O peito tem faxas escuras, as coberteiras inferiores da cauda são amarellentas. A rectr iz exterior do macho mede 280300 mm. e tem a ponta e a margem interior esbran- quiçadas. O pescoço posterior é cingido por uma colleira pardo-vermelha.. E essa a especie de S. Paulo, do Rio de Janeiro e do Norte do Brazil. No Rio Grande do Sul, na Argentina, no Paraguay, Bolivia e Matto Grosso occorre outra especie muito semelhante, H. furcifer Vieill. (= pal- lescens Pelzeln), cuja rectriz exterior mede 380 mm. e que tem a colleira amarellenta. a Mus. Paul. S. Sebastião. -*.335. Macropsalis creagra (Bp.). Curiango tesoura (Piracicaba). Hydropsalis forcipatus Burmeister H p. 3280. Hydropsalis forcipatus Pelzeln p. 11 (Ypanema). Hydropsalis ypanemae Pelzeln p. 11 (Ypanema). Macropsalis RicRRan er Thierreich, Caprimulgidae Pre Macropsalis. epi Cat Br. Mus. XVI p. 603 (São Paulo). Especie semelhante na côr a Hydropsalis torquata, “mas bem differente pela cauda, como já expliquei, e pelo comprimento extraordinario da rectriz exterior de 600 mm. Esta rectriz é direita, tem a haste e a barba exterior denegridas ea barba interior esbranquiçada. Especie conhecida de S. Paulo e Rio de Janeiro. O Sr. Valencio Bueno- caçou-a em Piracicaba. Os guaranys do Rio Verde chamam-n'a Coriava coariavú. “Mus. Paul, Est. de S. Paulo. 336. Chordeiles virginianus (Gm.). Chordeiles popetue Comes Key p. 454 fig. 290 e 295: Chordeiles virginianus Sclater a. Hudson IL p. 193. Chordeiles popetue Pelzein Pp. 14 (Ypanema, Itararé, Irisanga): “Chordeiles virginianus Cat. Br. Mus. XVI p. 6ro. Especie de 230 mm. de comprimento, com as azas medindo 200 mm. A côr é preta em cima, salpicada de bruno. As -azas são pretas, com uma faxa larga branca na base das primeiras cinco remiges da mão. As rectrizes são pretas com faxas transversaes brunas e uma taxa branca perto da ponta. O lado inferior é branco, com nu- merosas faxas pretas e com uma faxa no pescoço que é branca no macho, amarellenta na femea. E essa especie da America do Norte, que alli não permanece no inverno, extendendo as suas migrações até ao Sul do Brazil e da Argentina, onde apparece em Janeiro e Fevereiro. Uma especie affim é Ch. acutipennis Bodd. (Ch. brasilianus Wied e semitorquatus Wied) com as azas de 160 mm. e a faxa branca extendendo-se só sobre as . quatro primeiras remiges, que occorre desde o Rio, pe ; Janeiro até o Norte do Brazil. Mus. Paul. — e) * 337. Podager nacunda (Vieill.). Corucão (Piracicaba). Caprimulgus diurnus Wied WI p. 326. Podager nacunda Burmeister Il p. 400. Podager nacunda Pelzeln p. 15 (Mogy das di Sorocaba, Ypanema, S. Paulo). Podager nacunda Sclater a. Hudson Pp: E; Podager nacunda Cat. Br. Mus. XVI p. 6r9. Especie de cerca de 300 mm. de comprimento, parda, . com manchas e salpicos pretos e amarellos. Uma faxa do pescoço anterior, a barriga e as coberteiras inferiores : da. cauda são brancas. As remiges da mão são brancas. ma .:. = ag e base. Às rectrizes exteriores têm as pontas brancas no macho. O tarso é nú, sem pennas. À especie occorre desde a Patagonia até a Guyana. É a primeira a começar a voar ao pôr do sol e ás vezes de dia, em tempo de chuva. Mus. Paul. Ypiranga. | * 338. Lurocalis semitorquatus (Gm.). Tuju (Piracicaba). Chordeiles semitorquatus Burmeister II p. 397. Chordeiles nattereri Burmeister II p. 398. Lurocalis semitorquatus Pelzeln p. 15. Lurocalis nattereri Pelzeln p. 15 (Ypanema, Irisanga). Lurocalis nattereri Berlepsch u. Jhering p. 155. Lurocalis semitorquatus Cat. Br. Mus. XVI p. 621 (Ypanema). Especie de 240 mm. de comprimento, com as azas medindo 200210 mm. À côr é bruno-denegrida, salpicada de pardo-vermelho. Uma faxa semilunar branca occupa a garganta. A barriga é de côr pardo-avermelhada com largas faxas transversaes pretas. As ultimas remiges do braço são branco-cinzentas com manchas pretas. Essa especie occorre desde o Rio Grande do Sul até a Guyana. Os guaranys do Rio Verde chamam-n'a Cu- riango guariava. Mus. Paul. Piquete. * 339. Nyctibius jamaicensis (Gm.). Urutau pequeno. Nyctibius cornutus Buyrmeister II p. 376. Nyctibius cornutus Pelzeln p. 10 (Ypanema). Nyctibius jamaicensis Cat. Br. Mus. XVI p. 625. Essa especie é a menor entre as tres de Urutau que. occorrem no nosso Estado. O comprimento total é de 380—390 mm., o das azas de 270280 mm. À cór é pardo- cinzenta, com manchas pretas. A garganta, a barriga e as coberteiras inferiores da cauda são de côr alvacenta, o — 299 — vertice é preto. No peito tem cada penna uma grande mancha preta perto da ponta. As remiges e rectrizes são escuras com faxas transversaes cinzentas. Os encontros são esbranquiçados. Encontrei essa especie em S. Lourenço, no Sul do Rio Grande do Sul. Ella occorre desde alli até o Mexico e Jamaica. Mus. Paul. Piquete. * 340. Nyctibius aethereus (Wied). Urutau. “Caprimulgus aethereus Wed III p. 303. Nyctibius aethereus Burmeister IL p. 375. Nyctibius aethereus Pe/zeln p. 10 (Ypanema). Nyctibius aethereus Cat. Br. Mus. XVI p. 627. Especie muito grande, de soo mm. de comprimento, a aza medindo 340 mm. e a cauda 300 mm. À côr pre- dominante é pardo-avermelhada em cima, com estrias lon- gitudinaes e salpicos pretos. O vertice é bruno-escuro, a garganta cinzenta, a barriga esbranquiçada. As pennas do peito são pardo-cinzentas e têm manchas grandes, dene- gridas na ponta e perto dessas outras amarellentas. As rectrizes têm faxas largas, de côr escura. Os indios gua- ranys do Rio Verde chamam-n'a urutau. Essa especie é conhecida no Brazil, desde S. Paulo até a Bahia. Mus. Paul. Est. de S. Paulo. 341. Nyctibius grandis (Gm.). Urutau. Ibiyau maghnitudine noctuae Marcgrav p. 196. Caprimulgus grandis Wed HI p. 295. Nyctibius grandis Burmeister II p. 374. Nyctibius grandis Pelzeln p. 10 (Matto Dentro). Nyctibius grandis Cat. Br. Mus. XVI p. 628. aa 278 E ' Especie um pouco menor do que a precedente, tom à aza um pouco mais comprida, medindo 360 mm. A cor predominante é cinzento-branca, com estrias e sálpicos denegridos. E' essa especie mais do Norte do Brazil, Matto Grosso etc. atéa Venezuela, que Natterer caçóu em Matto Dentro, onde a chamavam Urutau e preguiça. O principe Wied diz que na Bahia asqonuna oo essa ave de Man- dalua ou Choralua. Cabra Mus. Paul. — HI. Ordem. Pici. As aves que compõem esta ordem formam um, “grupo bem natural, tendo parentesco intimo com as aves das duas ordens que se seguem. Alguns naturalistas acceitam uma”“ordem immensa Picariae, reunindo nella as nossas ordens II-—V. Elles reconhecem entretanto que tal classifi- “cação é pouco natural e não pode ser caracterisada de “modo preciso. Fiirbringer na sua obra classica constróe uma ordem maior ainda, Pico-passeriformes, reunindo aos Passaros os pica- pãos, tucanos, beija-flores etc. e dividindo “as aves de rapina em duas secções, uma, composta. das “corujas é das caprimulgidas, contendo a outra. os: gaviões e as garças. Outros autores elevam grande parte das antigas familias á categoria de ordens. Deixando o escla- recimento ao futuro acceito aqui um systema que me parece bem justificado e que foi acceito pela União dos Ornithologistas americanos. Os pica-páos têm os pés typicos dos. trepadores com dous dedos dirigidos para diante e dous para traz, sendo além do pollegar o dedo que corresponde ao anterior exterior dos passaros dirigido para traz nessa familia. Os dedos anteriores são: ligados entre si na base: O bico é comprido e forte, direito, paragnatho, aquilhado em cima e embaixo, truncado na ponta. Na aza ha ro remiges de mão, das quaes a primeira é pequena e g—i2 do braço. SE = ama A cauda tem 12 rectrizes que no genero. Picumnus são molles com a ponta redonda e nos outros generos fortes com o cano rijido e proprios para dar apoio á ave quando trepa. As coberteiras exteriores das azas são curtas como nos passaros. No esqueleto é notavel o grande, desenvol- vimento dos ramos posteriores do osso hyoide que entre o craneo e a pelle em grande curva dirigem-se até a base do bico, facilitando o protrahimento e a retracção da lingua até a distancia de algumas pollegadas. A lingua é pequena triangular, denteada nas margens, servindo para pegar os insectos nos buracos que fazem na cortiça e. na madeira das arvores velhas. Em buracos de páos oucos fazem, o seu ninho, sendo aves de biscato, isto é, os filhotes recem- nascidos são nús e precisam ser Sado É esse um grande grupo de aves distr ibuido em todas as regiões e zonas do mundo. Em Portugal denomi- nam-se essas aves picanços, no Brazil pica- páos. O nome indigena de pica-páo «ipecu» vem de ipé casca de arvore. Marcgrav escreve ipecú. Os indios guaranys do Rio Verde deram-me para os pica-páos os-seguintes nomes: pécu-anti para Celeus, pecu-nauta para Ceophloeus, pecu- rupacân para os outros a excepção de Melanerpes flavi- frons que é curutui ou pecu-rutui? Pecu-nteré é Melanerpes candidus. E' bem possivel que tenham dito ipecu quando eu apenas entendi e notei pécu. Afinal o ino começo da palavra é sem importancia e Montoya escreve pé “e 1pé para casca de arvore. O nome do pato é ipeg. * 342. Colaptes campestris (Vieill.). Pica-pão do campo; Chan-chan (Piracicaba). Picus campestris Spix I p. 57 Pl 46 (9). Picus campestris Wed IV p. 409. Colaptes campestris Burmeister H p. 235. Pediopipo campestris Pelzeln p. 249 (Taipa, Matto Dentro, Goyaba, Ypanema). Colaptes campestris Cat. Br. Mus. XVII p. 23 (Taipa). — 280 — Especie grande, de 300 mm. de comprimento, medindo a aza 160 mm., o bico 40 mm. A fronte, o vertice e a | garganta são pretas. À nuca, o pescoço e parte do peito são amarellas. O dorso e a barriga são esbranquiçadas com 'faxas pretas transversaes, o uropygio é branco com faxas pretas. As hastes das remiges são amarellas. E' esse um pica-pão um pouco fóra do commum no seu modo de viver preferindo os campos, vivendo em bandos e andando no chão á procura de formigas e cupins. No Rio Grande do Sul e na Argentina é substituida essa especie por outra pouco differente que tem a garganta branca, C. agricola Malh., sendo C. campestris a especie do Brazil central e septentrional, desde S. Paulo até a Bolivia e Pernambuco. Mus. Paul. Cachoeira. * 343. Chloronerpes erythropsis (Vieill.). Picus icterocephalus Spix I p. 62 Pl. 54 fig. 1, 9. Picus erythrops Wied IV p. 427. Chloronerpes icterocephalus Burmeister II p. 228, Chloronerpes erythropes Pe/zeln p. 244 (Monjolinho, Matto Dentro, Rio Paraná). Chloronerpes erythropsis Cat. Br. Mus. XVII p. 75. Especie pequena, de 180 mm. de comprimento, me- dindo o bico 22 mm. O dorso e as azas são verde-amarellas, o peito ea barriga são amarellentas com faxas transversaes de côr bruno-azeitonada. A cabeça é amarella com o ver- tice vermelho no sexo feminino, extendendo-se a côr ver- - melha no sexo masculino tambem sobre a fronte ea gar- ganta. As remiges têm a base pardo-amarella. Essa especie é encontráda desde S. Paulo até o Norte do Brazil. Mus. Paul. Piracicaba; Cachoeira. * 344. Chloronerpes aurulentus (Temm.). Chloronerpes aurulentus Burmeister H p. 227 (partim). Chloronerpes aurulentus Pelzeln p. 243 (Jacarehy, Ypanema). PO im ros dE. é j (pq Chloronerpes aurulentus Sclater a. Hudson E p. 21. Chloronerpes aurulentus Berlepsch w. lhering p. 158. Chloronerpes aurulentus Cat. Br. Mus. XVII p. 79. Especie de 2ro mm. de comprimento, com o bico medindo 25 mm. O macho é verde-azeitonado em cima, brancacento em baixo, com faxas transversaes pretas. A garganta é amarella, a cabeça em cima e uma estria nas bochechas são vermelhas. A face é cinzenta, orlada em cima e em baixo de amarello. As rectrizes são pretas, as remiges pretas com faxas transversaes pardo-vermelhas. A femea tem só a nuca vermelha, o resto da cabeça em cima é preta. Essa especie está distribuida desde o Rio da Prata até o Rio de Janeiro, Minas e Paraguay. Mus. Paul. Est. de S. Paulo. * 345. Chrysoptilus melanochlorus (Gm.). Picus melanochlorus Wed IV p. 423. Chrysoptilus melanochlorus Buyrmeister II p. 242. Chrysoptilus chlorozostus Pelzeln p. 249 (Monjolinho, Matto Dentro, Ypanema, Itararé). Chrysoptilus chlorozostus Berlepsch wu. lhering p. 156. Chrysoptilus chlorozostus Cat. Br. Mus. XVI p. III. Especie maior, de 290 mm. de comprimento, medindo o bico 28 mm. À côr é amarello-verde no corpo com faxas transversaes pretas no lado dorsal e com manchas redondas pretas no lado ventral. A fronte e o vertice são pretos, a nuca é vermelha, a face branco-amarella. O uropygio é amarello. As remiges são escuras com faxas verdes e hastes amarellas. O macho tem as bochechas vermelhas. Essa especie occorre desde o Rio Grande do Sul até o Paraguay, Minas e Bahia, sendo representada no Rio da “Prata por especie muito. semelhante, Ch. cristatus Vieill,, amarella no lado inferior. Mus. Paul. Est. de S. Paulo. Revista do Museu Paulista. Vol, III 18. ago “* 346. Melanerpes candidus (Otto). Biro (Piracicaba). Picus candidus Wied IV p. 415. Picus dominicanus Spix I p. 59 Pl so fig IPezd!. Leuconerpes candidus Burmeister HI p. 2937. Leuconerpes candidus Sclater a. Hudson HI p. 23. Leuconerpes candidus Pelzeln p. 247 (Matto Dentro, Ypanema, Itararé, Irisanga). Melanerpes candidus Cat. Br. Mus. XVII p. 148. Pica-pão de 280 mm. de comprimento, medindo o bico 34 mm. As azas são muito compridas extendendo-se quasi até a ponta da cauda. Ao redor dos olhos nota-se uma zona núa, de côr amarella. A côr é branca, uma linha ao lado do pescoço, o dorso e as azas são de côr preta. Às rectrizes são pretas, com faxas brancas. A barriga é ama- | rella e no sexo masculino a nuca. À especie está distri- buida desde o Rio da Prata até a Bolivia, Matto Grosso e Bahia. Mus. Paul. Itatiba. * 847. Melanerpes flavifrons (Vieill.). Picus flavifrons Spix I p. 60 Pl. 52 fig. 19 ez d. Picus coronatus Wed IV 419. Tripsurus coronatus Burmeister IL p. 239. Melanerpes flavifrons Pelzeln p. 248 (Ypanema, Itararé). Melanerpes flavifrons Cat. Br. Mus. XVII p. 161 (5. to “re Paulo Especie de 200 mm. de comprimento, o bico medindo 25 mm. O macho é preto”nas costas, branco no uropygio e nas coberteiras superiores da cauda. Asazas e a cauda são pretas. A fronte e a garganta são amarellas, a face é preta, o vertice e a nuca são vermelhas. O peito é ver- melho, a barriga é amarellenta, com faxas transversaes pretas. A femea tem o vertice e a nuca pretas, a fronte amarella. Essa especie occorre desde o Rio Grande do Sul até Paraguay, Goyaz e Bahia. Mus. Paul. Piquete; Piracicaba. MW: EO 348. Dendrocopus cancellatus (Wagl.). Dendrobates maculatus Burmeister Il p. 224 (nec Vieill.) S. Paulo. Picus cancellatus Pelzeln p. 245. Dendrocopus cancellatus Cat. Br. Mus. XVIII p. 260. Especie pequena, rara, de 140 mm. de comprimento. O bico mede 16 mm. A primeira remige é muito curta, a cauda é mais comprida do que a segunda remige. O angulo mental é coberto por cerdas dirigidas para diante. A côr é denegrida, com faxas transversaes brancas no dorso e com manchas compridas, brancas no peito e na barriga. A cabeça é bruno-preta em cima, tendo cada penna uma estria branca e as pontas vermelhas no sexo masculino; a femea tem só na nuca as pontas das pennas vermelhas. Uma estria branca corre dos olhos até o ouvido. As remiges são escuras, as rectrizes brancas, com faxas pardo-cinzentas. Natterer caçou essa especie em Matto Grosso e Goyaz, Azara no Paraguay. O Museu de Berlim obteve-a de S. Paulo por Sellow, provavelmente proveniente da zona occidental do Estado. Especie semelhante da Argentina e do Chile é D. mixtus Bodd. Mus. Paul. — 349. Dendrobates olivinus (Malh.). - Campias olivinus Pelzeln p., 246 (Rio Paraná). Dendrobates olivinus Cat. Br. Mus. XVHI p. 356- Especie semelhante a que se segue, tendo porem todo o lado inferior riscado por faxast transversaes. O dorso e as coberteiras superiores da cauda são uniformes, o uro- pygio é riscado por faxas. Nesse genero, como no prece- dente, Dendrocopus, é a primeira remige da mão extrema- mente curta, não excedendo a parte livre della o compri- mento do culmen do bico. Em ambos esses generos é o dedo posterior exterior mais comprido do que o anterior exterior. À cauda é no genero Dendrobates mais curta do que a segunda remige. ola e Essa especie occorre em Goyaz, Matto Grosso e Bolivia e foi por Natterer caçada no Rio Paraná. Mus. Paul. — * 350. Dendrobates spilogaster (Wagl). Dendrobates passerinus juv. Burmeister (nec L.) H p. 223 partim. Campias spilogaster Berlepsch 1 p. 281. Campias spilogaster Pelzeln p. 247 (Ypanema). Chloronerpes spilogaster Beylepsch u. lhering p. 158. Dendrobates spilogaster Cat. Br. Mus. XVII p. 358. Especie de 170 mm. de comprimento, medindo o bico 23 mm. À cor é verde-azeitonada em cima, com manchas amarellas. A garganta é branca, com estrias escuras, O resto do lado inferior é verde-azeitonado, com manchas amarellentas isoladas, que só na barriga formam faxas. A cabeça é denegrida em cima, com estrias estreitas longi- tudinaes que são amarellas no sexo feminino, vermelhas no sexo masculino. É essa especie do Brazil meridional, desde Montevideo até S. Paulo. Uma especie semelhante que talvez seja encontrada em S. Paulo é D. affinis Swains,, que tem na nuca uma faxa amarella e o lado inferior riscado por toda a parte de faxas transversaes. Mus. Paul. Piracicaba; Iguape; Cachoeira. * 351. Celeus flavescens (Gm.). Pica-pão de cabeça amarella; João velho (Piracicaba). Pacus flavescens Sgx Ip. 58 PL so fig. 1 ge 200 Picus flavescens Wied IV p. 396. Celeus flavescens Burmeister IL p. 221. Celeus flavescens Pelzeln p. 250 (Ypanema). Celeus flavescens Cat. Br. Mus. XVIII p. 423 (S. Paulo). No genero Celeus, como nos dous que se seguem, é o pescoço muito estreito em comparação á cabeça, que é larga. Toda a cabeça é amarello-clara, com as pennas do vertice alongadas, formando um topete. O corpo é preto, - TÊ aé JpRECr A — 285 — a excepção do uropygio que é amarello. As pennas do dorso e das azas têm orlas amarellas. O macho tem a bochecha vermelha. O comprimento total é 290 mm., o do bico 35 mm. Essa especie occorre nos mattos, desde o Rio Grande do Sul até a Bahia e Paraguay. Mus. Paul. Cachoeira. 352. Campophilus melanoleucus (Gm.). Ipecu Marcgrav p. 207. Picus albirostris Spix I p. 56 Pl 45 fig. 1 fe 2 9. Picus comatus Wed IV p. 3293. Dryocopus albirostris Burmeister Il p. 221. Campephilus melanoleucus Pelzeln p. 242 (Rio das Pedras). Campophilus melanoleucus Cat. Br. Mus. XVIII p. 470. - As-especies do genero Campophilus têm o dedo exte- rior posterior mais comprido do que o exterior anterior, que é mais comprido do que o exterior posterior no genero seguinte. Especie grande, de 340 mm. de comprimento, medindo o bico, que é brancacento, 45 mm. A côr do macho é preta em cima, correndo a cada lado do pescoço e do dorso uma estria branca que, com a do outro lado, se reune no meio do dorso. A cabeça com o seu topete 'é vermelha. A garganta e o pescoço anterior são pretos, o peito e barriga são esbranquiçados, com faxas pretas transversaes. À femea tem a fronte e parte do topete pretas. Essa especie é do Brazil central e da Guyana. Natterer obteve-a no Rio Paraná. Mus. Paul. — * 353. Campophilus robustus (Licht.). Picus robustus Spix I p. 56 Pl. 44 df. Picus robustus Wed IV p. 385. Campephilus robustus Buymeister IL p. 217 (5. Paulo). Campephilus robustus Pelzeln p. 243 (Cemiterio, Ypa- nema). Campephilus robustus Cat. Br. Mus. XVII p. 477. RARAARES oa eg A especie maior entre os pica-pãos do Brazil, medindo 360 mm., sendo o comprimento do bico de 53 mm. À côr do corpo é amarellenta, uniforme em cima, com faxas escuras transversaes em baixo. A cauda e as azas são pretas, as remiges têm faxas pardo-vermelhas na barba interior. A cabeça e o pescoço são escarlates. A femea tem o topete menor e em baixo dos olhos uma estria desmaiada com orlas pretas. O bico é branco-amarellento.: Essa especie está distribuida desde o Rio Grande do Sul até o Para- guay e Bahia. Mus. Paul. S. Sebastião. * 354. Ceophloeus lineatus (L.). Picus lineatus Sgix [ p. 56 Pl 48 fig. 1 q! e 2: Dryocopus lineatus Burmeister II p. 219. Dryocopus lineatus Pelzeln p. 243 (Ypanema). Ceophloeus lineatus Cat. Br. Mus. XVII p. 508. Especie grande, de 350 mm. de comprimento, medindo o bico, que é preto, 40 mm. O macho é preto em cima com uma mancha branca nas azas, sendo a barba exterior de algumas pennas scapulares branca. À cabeça é escarlate em cima até a nuca, cujas pennas formam o topete. A garganta é branca, com estrias pretas, o peito e o pesçoço anterior são pretos. A face é cinzenta. Uma estria branca . corre ao lado do pescoço e sob o ouvido até o bico, onde começa com côr amarella. A bochecha é vermelha. A barriga é amarello-branca, com faxas pretas transversaes. A femea tem o vertice e a fronte cinzento-pretas. Esse. grande pica-páo é commum nos mattos do Brazil, desde S. Paulo até o Pará e Guyana. A especie seguinte é apenas “uma variedade meridional. Mus. Paul. Est. de S. Paulo. * 355. Ceophloeus erythrops (Valenc.). Picus lineatus Wed IV p. 389. Dryocopus erythrops Burmeister II p. 220. Dryocopus erythrops Sclater a. Hudson II p. 18. É f Dryocopus erythrops Berlepsch wu. Mering p. 157. Dryocopus erythrops Pelzeln p. 243 (Ypanema). Ceophloeus erythrops Cat. Br. Mus. XVII p. 5193. É essa uma variedade da especie precedente, que tem as azas todas pretas. As faxas transversaes da barriga são pallidas ao lado de cada penna, mais escuras no centro. Não tenho de modo algum a convicção de que essa «espe- cie» realmente seja differente da precedente, sendo a falta “das orlas brancas das pennas scapulares a unica differença. Tão pouco parece differente a distribuição geographica, sendo C. erythrops observada desde o Rio Grande do Sul até Pernambuco. O assumpto merece estudos, sob o ponto de vista aqui indicado. Provavelmente a extensão - da mancha branca das azas é variavel. Mus. Paul. Est. de S. Paulo. 356. Ceophloeus galeatus (Temm.). Picus galeatus Burmeister Il p. 222, nota. Dryocopus galeatus Pelzeln p. 243 (Ypanema). Dryocopus galeatus Berlepsch wu. lhering p. I57. Ceophloeus galeatus Cat. Br. Mus. XVII p. 513. Especie de 300 mm. de comprimento, medindo o bico 35 mm. À côr é preta entre as azas, amarellenta no dorso baixo e no uropygio. As azas e a cauda são pretas, as remiges são amarellentas na base da barba interior. A cabeça é vermelha em cima. Uma estria branca corre do ouvido á nuca. O lado imferior é amarellento, com faxas transversaes pretas. O macho tem as bochechas vermelhas, a femea amarello-cinzentas. Essa especie rara foi caçada por mim no Rio Grande do Sul e por Natterer em São Paulo. Mus. Paul. — * 357. Picumnus temmincki Lafr. Pica-pão anão. Picumnus temmincki Burmeister II p. 246. Picumnus temmincki Pe/zeln p. 240 (Ypanema). e O ea Picumnus temminckii Berlepsch u. lhering p. I56 Taf. o fig. 2 d!. Picumnus temmincki Cat. Br. Mus. XVII p. 530 (Ypanema). Os pequenos pica-páos do genero Picumnus distin- guem-se de todos os outros pela cauda pequena, molle e sem pontas sobresalientes rijidas das rectrizes. P. temmincki tem o comprimento de go—100 mm., medindo o bico 12 mm. A côr é pardo-cinzenta no dorso, esbranquiçada, com faxas pretas transversaes, em baixo. A face e o lado do pescoço são uniformes, pardo-amarellos. A cabeça é preta com pontas brancas das pennas no sexo feminino. O macho tem na fronte e no vertice as pontas das pennas vermelhas, no resto da parte superior da cabeça pontas brancas. À cauda é preta, com pontas brancas das rectrizes exteriores. Essa especie occorre desde o Rio Grande do Sul até S. Paulo. Temos no Museu um lindissimo ninho excavado num tronco e que nos offereceu o Sr. Krone. Mus. Paul. Iguape. * 356. Picumnus cirrhatus Temm. Picumnus minutissimus Wed IV p. 378. Picumnus minutus Buyrmeister IL p. 245 (nec L.). Picumnus azarae Pelzeln p. 442. Picumnus cirrhatus Pelzeln p. 241 (Ypanema). Picumnus cirrhatus Cat. Br. Mus. XVII p. sar. Especie extremamente semelhante á precedente, da qual differe pelo lado dorsal mais pardo-avermelhado com faxas pouco distinctas transversaes e pela face e os lados do pescoço amarellentos, com faxas escuras transversaes. Essa especie occorre desde o Paraguay, Tucuman e S. Paulo até a Bahia. “Mus. Paul. S. Sebastião; Tieté; Cachoeira. / — 289 — IV. Ordem. Coccyges. É esse um grande grupo de aves que com preferencia habitam as regiões mais quentes do globo. São na maior parte aves trepadoras, sendo em geral as pernas e os pés pouco fortes ou bem pequenos e fracos. Num dos grupos (C. anisodactylae) são tres dedos dirigidos para diante, sendo entretanto o terceiro e quarto dedo ligados na base. Nos outros membros da familia são dous dedos dirigidos para diante, dous para traz, mas assim mesmo ha uma differença notavel, sendo na familia Trogonidae alem do pollegar ou primeiro dedo dirigido para traz o segundo e nas outras familias o quarto. Por essa razão separam-se as Trogonidas como C. heterodactylae das outras familias que formam os C. zygodactylae. ; Quanto aos outros caractereres são relativamente com- pridas as coberteiras exteriores das azas. O bico é grande mas leve, ás vezes duas vezes mais comprido do que a cabeça e em diversas familias são as margens cortantes denteadas. A cauda contem 10-12 rectrizes, sendo esse numero reduzido a 8 nas Crotophaginas. Varias entre essas familias são na sua distribuição restringidas á America meridional como as Momotidae, Galbulidae, Bucconidae, Rhamphastidae. Coceyges anisodactylae. São representadas por duas familias Momotidae e Alcedinidae, caracterisadas, como já disse, pelo syndactylismo dos dous dedos exteriores. As Momotidas têm as tomias ou as margens cortantes do bico denteadas, as Alcedinidas têm as tomias simples, o bico direito e comprido. Á primeira familia pertence apenas entre nossas aves a Juruva, a segunda é formada pelas aves denominadas «Martim pescador» e que abundam ao longo dos rios, dos quaes tiram o seu nutrimento, que consiste em peixes e em cujos barrancos cavam os seus ninhos. Coccyges heterodactylae são apenas as aves que formam a familia Trogonidae. O bico é curto com cerdas rijas na A om ÁOIO, fim base e com as tomias denteadas. As pennas são molles, a pelle é delgada, difficil de ser preparada. A cauda é com- prida consistindo em 12 rectrizes. Pertencem a esse grupo os surucuás, as aves mais bonitas e mais estupidas de nosso matto virgem. Coceyges eygodactylac. É grande o numero das familias dessa secção. A familia Galbulidae está entre nós representada apenas por 2—3 especies, por nenhuma no Rio Grande do Sul. A cauda tem só 10 rectrizes, o bico é direito e comprido, as azas são curtas. Os dous dedos anteriores são unidos na base. Em um dos generos, Jacamaralcyon, existem só tres dedos, faltando o pollegar. Essas aves assemelham-se ao Martim-pescador e aos Beija-flores. A familia Bucconidae contem aves com o bico mais forte, cuja maxilla superior na ponta é virada para baixo. Na base do bico notam-se numerosas e fortes cerdas. Os dedos anteriores não são unidos. A cauda contem 12. rectrizes. São aves pouco intelligentes como os surucuás e por essa razão denominadas João bobo, João doudo etc. A familia Cuculidae assemelha-se no bico ás Bucconi- dae, tendo cerdas na base do bico e este arqueado e lateralmente compresso. A cauda tem geralmente 10 rectri- zes, mas nos generos Crotophaga e Guira apenas 8. Nos generos Diplopterus e Dromococcyx são as coberteiras exteriores da cauda muito compridas, extendendo-se até perto da ponta da cauda. A cauda é comprida e molle. Fazem parte dessa familia de aves insectivoras o sacy ou sem fim, alma de gato e os anús. . A familia Rhamphastidae é bem caracterisada pelo bico immenso, cujo comprimento é 1—2 vezes maior do que o da cabeça. Na cauda ha To rectrizes. Os tarsos são relativamente fortes e compridos. São bem conhecidos os tucanos e os araçaris. 4 RELA Ti; — 291 — SUBORDEM E: Coccyges ANISODACTYLAE. FAM. MOMOTIDAE. * 359. Baryphthengus ruficapillus (Vieill.). Jeruva ou Juruva. Prionites ruficapillus Wed WI p. 1257. Prionites ruficapillus Buyrmeister II p. 411. Momotus Lavaillantii Pelzeln p. 19 (Matto Dentro, Ypanema, Rio Paraná). | Momotus ruficapillus Berlepsch I p. 268. Baryphthengus ruficapillus Cat. Br. Mus. XVII p. 330 (Rio Grande do Sul). Ave grande, de 440 mm. de comprimento. O bico, que tem as margens denteadas, mede 45 mm.; a cauda comprida mede 250 mm. A côr é verde-azeitonada, a barriga e a cabeça em cima são castanhas, a região ao redor, adiante e atraz dos olhos é negra, como tambem uma mancha do peito. As margens exteriores das remiges da mão e as pontas das rectrizes são azues.. À garganta é cinzento-amarella. Especie que occorre em todo o Brazil no matto virgem. O nome indigena, e o que é usado em S. Paulo, é Jeruva. Os indios guaranys do Rio Verde cha- mam-n'o jirú. Dizem que na lingua geral tem tambem o nome de pira-paya ou guira-paya. No Rio de Janeiro e Bahia tratam-n'o de «taquara» ou gallo do matto. O Sr. Krone caçou essa especie em dee o Sr. Valencio Bueno em Piracicaba. Mus. Paul. Piquete. FAM. ALCEDINIDAE. * 360. Ceryle torquata (L.). Matraca (Itatiba); Martim grande (Iguape). Alcedo cyanea Wed IV p. 5. Megaceryle torquata Burmeister p. 404 e 405, 2 (caesia). Ceryle torquata Pelzeln p. 23 (Ypanema). a Ceryle torquata Berlepsch 1 p. 269. Ceryle torquata Sclater a. Hudson II p. 26. Ceryle torquata Cat. Br. Mus. XVII p. iz1. Entre as diversas especies de Martim-pescador é essa a maior, facil de conhecer pela côr cinzento-azul do dorso. O comprimento total importa em 440 mm., o do bico em 75—80 mm. Às azas e cauda são pretas, com faxas transversaes brancas. A garganta e uma colleira que della sahe são brancas. O macho tem o peito e a barriga castanhas, o crisso branco, a femea tem o peito cinzento e o crisso amarellado. Essa especie está distribuida por toda a America central . e meridional. Uma variedade della, var. stellata, é encon- trada na Patagonia e no Chile. O nome das especies de Alcedo é jaguacati na lingua geral ou jaguati como me O indicaram os guaranys do Rio Verde. Natterer diz (Pelzeln p. 23) que na lingua geral o nome para o Martim-pescador é uarirama. Mus. Paul. Est. de S. Paulo. * 361. Ceryle amazona (Lath.). Martim-pescador. Alcedo amazona Wied IV p. 12. Chloroceryle amazona Burmeister II p. 405 e 406 (leucosticta). Ceryle amazona Pelzeln p. 23 (Matto Dentro, Ypanema, Itararé, Irisanga). Ceryle amazona Sclater a. Hudson IF p. 27. Ceryle amazona Berlepsch I p. 270. Ceryle amazona Cat. Br. Mus. XVII p. 129. Especie menor que a precedente, medindo 330 mm. sendo o comprimento do bico 7o mm. À côr é verde-me- tallica em cima e nos lados, branca em baixo. Da garganta | sahe uma colleira branca. As azasea cauda têm manchas brancas. O macho tem o peito castanho. À especie occorre desde o Rio da Prata até o Mexico. Mus. Paul. Iguape. eia da a Ed SE Re a 1 ay e” E tá EA +54 no A 7 Si AD ET (SI * 362. Ceryle americana (Gm.). Martim-pescador pequeno. Alcedo americana Wed IV p. 17. - Chloroceryle americana Burmeister Il p. 407 e 408 | (chalcites). Ceryle americana Pelzeln p. 23 (Taipa, Ypanema, Irisanga). | Ceryle americana Sclater a. Hudson 1 p. 27. Ceryle americana Berlepsch 1 p. 270. Ceryle americana Cat. Br. Mus. XVII p. 131. Das tres especies de Ceryle que no Brazil meridional occorrem por toda parte, entre o Rio da Prata e o Rio de Janeiro, é essa a especie menor e a mais commum. O comprimento total é 200 mm., o do bico 4o mm. À côr é mais ou menos a mesma da especie precedente, mas as azas têm as pontas das coberteiras exteriores brancas. A especie occorre desde o Rio da Prata até a Guyana e Colombia. O macho tem o peito castanho, a femea o tem verde. As rectrizes medianas são verdes, as lateraes têm manchas brancas. Mus. Paul. S. Sebastião; Itatiba. * 363. Ceryle inda (L.). Alcedo bicolor Wied IV p. 23. Chloroceryle bicolor Burmeister II p. o Ceryle bicolor Pelzeln p. 23. Ceryle inda Cat. Br: Mus. XVH p.. 197. Especie de 22 centim. de comprimento, com o bico medindo cerca de 5 centim. O macho é verde e tem uma estria dos olhos até o bico e todo o lado inferior castanho. As azas e a cauda têm salpicos brancos. A femea é seme- lhante, tendo, porém, no peito uma larga faxa transversal verde. Essa especie foi caçada na Ilha de S.º Catharina por Lesson e occorre em Goyaz, Bahia, Pará e Panamá. No interior do Estado de S. Paulo não parece occorrer, mas em Iguape obteve-a o Sr. Krone. Mus. Paul. Iguape. a O Re SUBORDEM Ze Coccyces HETERODACTYLAE. FAM. TROGONIDAE. * 364. Trogon atricollis Vieill. Surucuá dourado. Trogon atricollis Wed IV p. 309. Trogon atricollis Burmeister II p. 279. Trogon atricollis Pelzeln p. 20 e 403 (Lages). Trogon chrysochlorus Pelzeln p. 20 (Ypanema) Trogon chrysochlorus Berlepsch u. lering p. 160. Trogon atricollis Cat. Br. Mus. XVII p. 456. Ave bonita, de 260 mm. de comprimento. O macho é verde-metallico em cima e no peito, tendo a fronte, a face e a garganta pretas. As coberteiras exteriores das azas são pretas, com salpicos brancos. As rectrizes medianas são verdes, as exteriores pretas, com faxas transversaes brancas. A barriga é branco-amarella. O bico é alvacento. A femea é bruna, tendo tudo pardo-avermelhado o que é no macho de côr verde, sendo no mais igual ao macho. Essa dilferença na côr das rectrizes medianas é observada geralmente entre os dous sexos no genero Trogon. Essa especie occorre desde o Rio Grande do Sul até a Ame- rica central. | Mus. Paul. S. Sebastião; Iguape. * 365. Trogon viridis L. Surucuá amarello. Trogon violaceus .Sgix I p. so. Trogon violaceus Wed IV p. 297. Trogon viridis Burmeister II p. 277. Trogon viridis Pelzeln p. 20(Monjolinho, Matto Dentro). Trogon viridis Berlepsch I p. 271. Trogon viridis Cat. Br. Mus. XVII p. 458 (S. Paulo). Especie de 3900 mm. de comprimento. O macho é verde-lustroso em cima, com o verticee a nuca metallico- azues. A fronte, a face e a garganta são pretas. O peito ES UA io e =) é azul, a barriga amarella. As azas são pretas, as rectrizes medianas são verdes com pontas pretas, as exteriores são pretas com pontas brancas. A femea é cinzento-fusca, com a barriga amarella, as coberteiras exteriores das azas são riscadas por has brancas e as rectrizes exteriores além das pontas brancas têm faxas brancas. Tr. viridis occorre desde S. Catharina até Venezuela e Equador. Parece que no Rio Grande do Sul não foi encontrado. Mus. Paul. Iguape. * 366. Trogon surucura Vieill. Trogon surucura Burmeister 1 p. 274. Trogon surucura Pelzeln p. 19 (Matto Dentro, da Trogon surucura Berlepsch w. Jhering p. 160. Trogon aurantius Berlepsch wu. lhering p. 167. Trogon surucura Sclater a. Hudson Il p. 29. Trogon surucura Cat. Br. Mus. XVI p. 471. O macho dessa especie é verde-metallico nas costas, preto-azul com lustro roxo na cabeça, no pescoço e no peito, encarnado na barriga. As coberteiras exteriores das azas são pretas com salpicos brancos. As rectrizes media- nas são azues com pontas pretas, as exteriores pretas com pontas brancas. A femea é cinzento-escura, com a barriga encarnada. Essa especie oecorre desde o Rio Grande do Sul e as Missões argentinas até o Paraguay e S. Paulo. Uma figura que o Sr. von Berlepsch descreveu como T. aurantius julgo presentemente ser T. surucura. Mus. Paul. Piracicaba. 367. Trogon aurantius Spix. Trogon aurantius Spix I p. 47 Pl. 36 (fig. pessima ?). Trogon aurantius Burmeister II p. 279. Trogon aurantius Pelzeln p. 20 (Monjolinho). Trogon aurantius Cat. Br. Mus. XVII p. 471. E” essa apenas uma variedade de T. surucura, sub- siituindo: -a no Rio de Janeiro, no Norte do Ei e na Guyana. Parece que a côr de laranja da barriga representa — 296 — a unica differença e a figura de Spix, pouco caracteristica nesse sentido, podia tambem referir-se a T. surucura. Pare- ce-me haver engano quando Goeldi, p. 182, diz que o dorso é vermelho. Não conheço essa especie que desde a divisa de S. Paulo com Rio de Janeiro parece substituir a T. surucura. A indicação de Berlepsch u. Ihering (Rio Grande do Sul), refere-se a uma figura incompleta e diz respeito, a meu vêr, a T. surucura. Mus. Paul. — SUBORDEM 3. (CocCyGES ZYGODACTYLAE. FAM. GALBULIDAE. * 368. Galbula rufo-viridis Cab. Guainumbi-guassu; Beija-flor do matto virgem. Galbula viridis Wed IV p. 436. Galbula viridis Burmeister Il p. 299. Galbula ruficauda Burmeister II p. 300. Galbula macuiicauda Pelzeln p. 24 (Rio Pardo, Rio Paraná). Galbula rufo-viridis Cat. Br. Mus. XIX p. 165. Ave de 220 mm. de comprimento, que vive no matto virgem. A palavra guainumbi-guassu quer dizer beija-flor «grande. O bico é direito, lateralmente compresso, preto, medindo so mm. A côr é esplendida, verde-dourada no peito, no lado dorsal e nas rectrizes medianas. A barriga é pardo-avermelhada e da mesma côr são as rectrizes lateraes que têm as pontas verde-escuras. A garganta do macho é branca, da femea amarellenta. Essa especie é do Norte do Brazil e da Bolivia. Natterer caçou-a no Est. de S. Paulo, perto do Rio Paraná. Galbula viridis, a que se refere o Jacamaciri de Marcgrav, p. 202, é especie do Norte do Brazil, differindo pelas rectrizes exteriores, de. côr denegrida. Mus. Paul. — 369. Brachygalba melanosterna Scl. Brachygalba melanosterna Burmeister II p. 526. Galbula melanosterna Pelzeln p. 24 (Rio Paraná). Brachygalba melanosterna Cat. Br. Mus. XIX p. 174. O genero Brachygalba distingue-se de Galbula pela cauda mais curtá e de Jacamaralcyon pela presença de quatro dedos. Essa especie tem o comprimento de 150 mm. e o bico mede 48 mm. A côr é fusca em cima, preta em baixo; a garganta e o meio da barriga são de cór branca. O bico é branco. Essa especie é da Bolivia e de Matto Groso. Natterer caçou-a no Rio Paraná, onde apparece com frequencia. Mus. Paul. — * 370. Jacamaralcyon tridactyla (Vieill.). Galbula tridactyla Spix Ip. 55 Taf. 57 fig. 3 (S. Paulo). Galbula tridactyla Burmeister II p. 303. Galbula tridactyla Pelzeln p. 25 (Monjolinho, Cemiterio, Ypanema). Jacamaralcyon tridactyla Cat. Br. Mus. XIX p. 174. Especie monotypica bem caracterisada pelos pés que têm só tres dedos, faltando o posterior interior ou pollegar. O comprimento total é de 17o—19go mm., o do bico, que é preto, de 47 mm. À côr é denegrida, com lustro verde- metallico em cima. À cabeça é bruna com estrias ferrugi- nosas longitudinaes, o peito e a barriga são no meio esbranquiçados. Essa especie é encontrada em S. Paulo, Rio de Janeiro, Minas e Bahia. Mus. Paul. Piquete. FAM. BUCCONIDAE. * 371. Bucco swainsoni Gray. João do matto (Piracicaba). Capito macrorhynchus Buyrmeister II p. 283. Bucco swainsoni Pelzeln p. 21 (Y panema, Antonio Dias). Bucco swainsoni Cat. Br. Mus. XIX p. 183. Revista do Museu Paulista Vol. III. 19 Especie grande, de 220 mm. de comprimento. O bico que tem o comprimento de 30 mm., é preto e mais largo na base do que na especie seguinte. A côr é preta em cima, a excepção da fronte e da colleira que são brancas. A garganta, o pescoço anterior e a face são brancas, o peito é preto, a barriga amarello-parda. A masxilla superior é curvada para baixo na ponta; na base do bico vêm-se cerdas compridas e rijas que dão motivo ao nome «capi- tão de bigode» dado por alguns a essa especie, que foi observada em S. Paulo e Kio de Janeiro, mas que Natterer caçou tambem na barra do Rio Negro. Mus. Paul. Est. de S. Paulo. * 372. Bucco chacuru Vieill. Sucuruú; João bobo. Capito melanotis Wied IV p. 359. Capito melanotis Burmeister II p. 287. Bucco chacuru Pelzeln p. 22 e 403 (Taipa, Matto Dentro, Mogy das Cruzes, Ypanema, Itararé, Campinas, Ytú). Bucco chacuru Cat. Br. Mus. XIX p. 191 (5. Paulo). Especie de 180—190 mm. de comprimento. O bico que mede 30 mm., é vermelho. A côr do lado dorsal é pardo-avermelhada, com taxas pretas transversaes. À face é preta, com uma mancha branca no ouvido, sendo brancas tambem as regiões loral e supraocular. O lado ventral é branco e delle sahe uma colleira estreita, de côr branca. A especie é commum no Brazil central, desde S. Paulo até a Bahia, Matto Grosso e Bolivia. Não é rara perto do Ypiranga, construindo o ninho em galeria subteranea. As especies de Bucco são pouco timidas e tratadas de João bobo ou doudo e dormião. O nome indigena é sucurú em S. Paulo; parece que era chacurú em Paraguay, tamatia no Norte do Brazil. Mus. Paul. S. Carlos do Pinhal; Piquete; Ypiranga. * 373. Malacoptila torquata Hahn u. Kiist. João barbudo. Bucco striatus Spix I p. 52Taf. 40 fig. 2. Capito fuscus Wied IV p. 364. Monasa fusca Burmeister Il p. 290. Monasa torquata Pelzeln p. 23 (Matto Dentro, Ypa- nema, q Monasa torquata Beylepsch 1 p. 271. Malacoptila torquata Cat. Br. Mus. XIX p. 195. Especie de 200 mm. de comprimento, com o bico preto, no culmen medindo 20 mm. À côr é bruna, com estrias longitudinaes amarellas na cabeça e nas costas. O. loro é ferruginoso. Sobre o peito corre uma larga faxa branca orlada para baixo por outra preta. Essa especie occorre desde S.“ Catharina até a Bahia e Goyaz. Mus. Paul. Piquete; Itatiba; Piracicaba. * 374. Nonnula rubecula (Spix). Bucco rubecula Spix Ip. sr Taf. 39 fig. 1. Monasa rubecula Buyrmeister Il p. 292. Monasa rubecula Pelzeln p. 23 (Ypanema). Nonnula rubecula Cat. Br. Mus. XIX p. 200. Especie de 140 mm. de comprimento. A côr é bruna, mais escura nas azas e na cauda. À região loral é branca. O lado inferior é amarello-ferruginoso, a barriga é branca no meio. O bico, que no genero Bucco é direito, coma ponta da maxilla superior recurvada para baixo, é nesse genero como nos outros da familia um pouco curvo, pontagudo e paragnatho. N. rubecula, que temos da Bahia é especie do Norte do Brazil e do Rio de Janeiro, que Natterer caçou em Ypanema. E' possivel que seja encontrada nesse Estado tam- bem Chelidoptera tenebrosa Pallas var. brasiliensis Scl. — preta com a barriga amarella e o crisso e o uropygio brancos —denominada andorinha do matto ou tatéra, e que não é rara no Est. do Rio de Janeiro. Mus. Paul. — FAM, CUCUEIDAR “* 375. Crotophaga major Gm. Anum guassu; Anum peixe (Piracicaba). Crotophaga major Wed IV p. g19. Crotophaga major Burmeister HI p. 253. Crotophaga major Pelzeln p. 268 (Tibaya, Irisanga). Crotophaga major Cat. Br. Mus. XIX p. 428. Especie grande, de 450 mm. de comprimento. O bico tem no meio uma crista alta e mede 45 mm. À côr é uniforme, preta, com lustro verde e roxo furtacór. Essa especie occorre desde S. Paulo até a Guyana e Equador. O Sr. Valencio Bueno obteve-a em Piracicaba. O catalogo do British Museum diz que essa especie está distribuida até o Rio da Prata, o que parece engano, visto como nem Sclater and Hudson obtiveram-n'a do Rio da Prata, nem eu do Rio Grande do Sul. Os indios guaranys do Rio Verde tratam as especies de Crotophaga de «Anú-un» ou anu preto. Mus. Paul. Est. de S. Paulo. “* 376. Crotophaga ani L. Anum. Ani Marcgrav p. 199. Crotophaga ani Wed IV p. gr4. Crotophaga ani Burmeister 1 p. 254. Crotophaga rugirostris Buyrmeister II p. 255. Crotophaga ani Pelzeln p. 269 (Ypanema). Crotophaga ani Comes Key p. 472 fig. 323. Crotophaga ani Sclater a. Hudson II p. 31. Crotophaga ani Cat. Br. Mus. XIX p. 429. Especie menor do que a precedente, de 320 mm. de: comprimento, com o bico mais curto e a crista mediana do bico alta extendendo-se até perto da ponta, sendo ás vezes sulcada de rugas, ás vezes quasi lisa. Assemelha-se no mais a especie precedente que, porém, é mais rara do que ET NE VA e SS ella. O anum é commum nos campos e na capoeira, chega perto ás casas. Ás vezes vê-se o anum no dorso de uma vacca tirando-lhe os carrapatos. A distribuição dessa especie é mais vasta do que a da precedente. Cr. ani occorre desde o Rio Grande do Sul até a Florida. Mus. Paul. S. Sebastião; Ypiranga. * 377. Guira guira (Gm.). Anum branco. Guira-acangatara Marcgrav p. 216. Coccyzus guira Wied IV p. 335. Ptiloleptis guira Burmeister II p. 257. Octopteryx guira Pelzeln p. 269 (S. Paulo, Ypanema). Guira piririgua Sclater a. Hudson H p. 32. Guira guira Cat. Br. Mus. XIX p. 433 (Ypanema). O genero Guira tem como Crotophaga o bico com- presso, porém, menor e não em fórma de crista, ambos os generos têm apenas 8 rectrizes na cauda, que é com- prida; o loro é nú. O anum branco é ave de 400 mm. de comprimento. O bico, que mede 30 mm., é amarello. As pennas do vertice e do occiput são alongadas formando um topete de côr pardo-amarella. O dorso é bruno, com estrias longitudinaes amarellentas. O uropygio e a base da cauda são brancos. O lado inferior é branco-amarellento, com estrias escuras ao longo das hastes. As rectrizes exteriores têm as pontas brancas. Essa especie occorre no Brazil e nas republicas Argentina e do Chile. Goeldi diz que os guaranys dão a essa especie o nome de peririguiá, mas isto parece referir-se só ao Paraguay e não notei este nome aqui; os guaranys do Rio Verde designaram essa e a especie semelhante Diplopterus naevius como «andirá» ou «sacy». Referindo-se, entretanto, a deno- minação de sacy mais a especie seguinte pode-se considerar andirá como o nome indigena do anum branco. Mus. Paul. Ypiranga. A RA * 378. Diplopterus naevius (L.). Sacy; Sem fim. Coccyzus naevius Wed IV p. 341. Diplopterus naevius Burmeister 1 p. 261. Diplopterus galeritus Burmeister IL p. 262. Diplopterus naevius Pelzeln p. 271 (Pahor, Matto Dentro, Ypanema, Itararé). Diplopterus naevius Sclater a. Hudson 1 p. 35. Diplopterus naevius Cat. Br. Mus. XIX p. 423 (Ypa- nema). Especie semelhante ao anú branco, mas com a cauda menor. Nesse genero e no seguinte a cauda é caracterisada pelo comprimento extraordinario das coberteiras exteriores da cauda que se extendem até perto da ponta das rectrizes. O comprimento total é de 280 mm., c do bico, que é arqueado, compresso, amarellento, de 15 mm. À côr é pardo-cinzenta em cima, branca em baixo. As pennas do dorso têm manchas longitudinaes escuras. A cabeça é castanha em cima, com estrias pretas e com uma estria alvacenta supraocular, que corre até a nuca. Essa especie está distribuida desde a Argentina até o Mexico. É ave notavel pela sua voz que consiste em duas syllabas e que é imitada nas diversas denominações sa-cim ou maty no Brazil, cho-chim no Paraguay e cris-pin na Argentina. A palavra usada aqui de sem fim é da mesma categoria. A superstição popular faz do sacy um demonio que praticando malefícios pelas estradas illude pelas suas notas a gente que afinal perde o caminho. A melhor exposição que conheço na nossa litteratura sobre caipora e sacy é a que deu Barbosa Rodrigues na sua excellente Paranduba (Annaes da Bibliotheca Nacional. Vol. XIV, Rio de Janeiro, 1890 p. 13 ss.). Enganou-se entretanto o autor dando (p. 19) como nome scientifico do sacy o de Cuculus cayanus L. que é o nosso Piaya cayana L. Provavelmente e só por engano Martius (Beitrige z. Ethnographie Brasi- liens IH Sprachenkunde Leipzig 1867 p. 474) indica como nome do Sacy Coracina ornata (== Cephalopterus ornatus Geoffr.). O Sacy é Diplopterus naevius (L.). É geralmente usado o nome de Sacy no litoral (S. Sebastião, Iguape), sendo no interior do Estado mais conhecida a denominação “Sem fim. Mus. Paul. S. Sebastião; S. Paulo. “* 379. Dromococcyx phasianellus (Spix). ? Cuco. Macropus phasianeilus Sgix I p. 53 PI. 42. Dromococcyx phasianellus Wed IV p. 353. Dromococcyx phasianellus Burmeister IL p. 260. Dromococeyx phasianellus Pelzeln p. 270 (Ypanema, Rio Paraná). Dromococcyx phasianellus Cat. Br. Mus. XIX p. 426. Ave de 370 mm. de comprimento, com as pennas da - nuca alongadas, em fórma de poupa e com os tarsos rela- tivamente altos. A côr é bruno-cinzenta em cima, branca em baixo, a excepção do peito, que é amarellento. A cabeça, em cima, é castanha. As coberteiras exteriores das azas e as rectrizes têm as pontas esbranquiçadas. As rectrizes são compridas, largas e molles. Essa especie occorre desde o Rio Grande do Sul até o Mexico. Não conheço o nome indigena. Mus. Paul. Est. de S. Paulo. * 380. Piaya cayana (L.). Alma de gato. Atingaçu camucu Marcgrav p. 216. Coccyzus cayanus Wied IV p. 329. Coccyzus cayanus Burmeister II p. 265. Piaya cayana Pelzeln p. 272. Piaya macroura Pelzeln p. 272 (Matto Dentro, Ypa- nema, Itararé). Piaya cayana Sclater a. Hudson IL p. 26. Piaya cayana Cat. Br. Mus. XIX p. 373 (S. Paulo). Ave conhecida sob o nome de alma de gato e que no Rio Grande do Sul chamam rabo de palha. O com- primento total é de 500 mm., o da cauda de 340 mm. A côr é castanho-parda em cima, cinzenta em baixo, a excepção do pescoço e do peito que são vermelho-cinzen- tos. As rectrizes têm as pontas brancas. À especie occorre desde o Rio da Prata até o Mexico. O nome indigena é no Norte do Brazil tinguassu. Os guaranys do Rio Verde chamam-n'o cantiú. Mus. Paul. Est. de S. Paulo. * 381. Coccyzus melanocoryphus Vieill. Cuco. Coceyzus seniculus Wed IV p. 3248. Coccyzus seniculus Burmeister Il p. 267 (nec Vieill). Coccyzus melanocoryphus Pelzeln p. 273 (Ypanema). Coccyzus melanocoryphus Sclater a. Hudson I p. 938. Coccyzus melanocoryphus Cat. Br. Mus. XIX p. 307. Entre as nossas Cuculidas a especie menor, de 270 mm. de comprimento. O lado dorsal é bruno-cinzento com reflexo verde, o vertice cinzento. A região adiante e atraz dos olhos é preta. As rectrizes são pretas, as lateraes têm pontas brancas. O lado inferior é amarellento, o bico é preto, medindo 23 mm. Essa especie está distribuida desde o Rio da Prata até a Guyana. Desde o Amazonas até o Mexico e Luisiana essa especie é substituida por outra muito semelhante com a maxilla inferior na maior parte amarella, C. minor Gm. == seniculus Vieill. Como existem exemplares de C. melanocoryphus com uma mancha ama- rella na base da maxilla inferior apresenta-se essa especie apenas como variedade meridional de C. minor. NE Mus. Paul. Piquete. 382. Coccyzus americanus PARE Coccyzus americanus Comes Key p. 476 fig. 326 e 327. Coccyzus americanus Sclater a. Hudson II p. 37. Coccyzus bairdi Pelzelm p. 273 (Paciencia, perto de Irisanga). PO DE PEA E o 7 a RR SOS qi Coccyzus americanus Cat. Br. Mus. XIX p. 308. Especie semelhante á precedente, mas com o lado inferior branco. A cabeça não differe pela côr do dorso que é bruno-azeitonado e não tem mancha preta ao lado dos olhos. As remiges têm a barba interior castanha. O bico é preto, com a maxilla inferior e as murgens superiores amarellas. Da especie semelhante C. cinereus Vieill. da Argentina differe pela cauda comprida com pontas grandes, brancas, e pelo bico que é preto em C. cinereus, especie que tem a cauda curta. C. americanus occorre desde Nova York até Buenos Ayres. Natterer caçou-a na região vccidental do Est. de S. Paulo. Mus. Paul. — FAM. RHAMPHASTIDAE. * 383. Rhamphastos toco Mull. Tucan-ussu. Tocano grande. Ramphastus toco Wed IV p. 271. Ramphastus toco Birmeister IL p. 2093. Rhamphastos toco Pelzeln p. 233 (Ypanema, Itararé, Borda do matto, Paciencia, Rio Paraná). Rhamphastos toco Sclater c. Hudson 1 p. 40. Rhamphastos toco Cat. Br. Mus. XIX p. 124. À especie maior, entre os tucanos, mede sso mm. de comprimento. O bico, que tem o comprimento de 150 mm., é côr de laranja, com uma mancha preta na ponta da maxilla superior. A côr é preta, sendo a garganta, o pescoço anterior e o uropygio brancos, o crisso vermelho. A especie occorre desde o Rio Grande do Sule as Missões argentinas até a Guyana. Essa especie occorre no Est. do Rio Grande do Sul, mas na publicação de Berlepsch e Ihering (p. 162) é por engano indicada com o nome do Tucano grande R. ariel, especie da qual não posso dizer se alli é encon- trada ou não. Mus. Paul. Est. de S. Paulo. * 384. Rhamphastos ariel Vig. Tucano de bico preto. Ramphastus temmincki Wied IV p. 272. Ramphastus temminckii Burmeister II p. 205. Rhamphastos ariel Pelzeln p. 234 (Matto Dentro). Rhamphastos ariel Berlepsch 1 p. 277. Rhamphastos ariel Cat. Br. Mus. XIX p. 131 (S. Paulo). Especie muito semelhante á seguinte, porem com o bico preto, com uma zona amarella na base. Embora occorrente desde S.“ Catharina até o Pará parece essa especie pertencer mais ao litoral do Norte, occorrendo em S. Paulo e S.“ Catharina quasi só na zona do litoral. Em todo caso tanto no Rio Grande do Sul como no interior de S. Paulo é a especie mais commum R. dicolorus. O Sr. Krone observou ambas as especies em Iguape. Mus. Paul. Est; de S. Paulo. * 385. Rhamphastos dicolorus L. Tucano. Ramphastus discolorus Burmeister 1 p. 204. Rhamphastos dicolorus Pelzeln p. 235 (Matto Dentro, Unaiva, Ypanema, Itararé). Rhamphastos dicolorus Berlepsch I p. 277. Rharmiphastos dicolorus Cat. Br. Mus. XIX Pp. 133 (S. Paulo). O tucano é preto, com o pescoço anterior amarello- carregado, mais claro para cima e em baixo. O peito, o crisso e o uropygio são vermelhos. O bico é verde, com uma zona preta na base e mede 100120 mm. Esse tucano é commum desde o Rio de Janeiro até o Rio Grande do Sul. A indicação Bahia, de Gould, precisa como as outras referentes a Cayenne, ser confirmada. O principe Wied encontrou entre Rio e Bahia só R. ariel. Mus. Paul. S. Paulo. E ET DO O * 386. Andigena bailloni (Vieill.). Tucaninho (Iguape). Pteroglossus bailloni Burmeister II p. 209. Pteroglossus bailloni Pelzeln p. 238 (Pahor, Antonio ve Dias) Pteroglossus bailloni Berlepsch 1 p. 279. Andigena bailloni Car. Br. Mus. XIX p. 1936. Especie de 360--380 mm. de comprimento, medindo o bico 7o mm. À côr é verde-azeitonada em cima, ama- rella em baixo. O uropygio é vermelho. O bico é verde com a base preta e provida de uma mancha vermelha. No genero Rhamphastos é o bico immenso e as ventas estão situadas atraz delle. No genero Andigena e nos dous que se seguem o bico é menor e as ventas estão situadas numa incisão da base delle. O nome geral desses E peques nos representantes de tucanos é arassari. An. bailloni occorre desde S.“ Catharina até o Rio de Janeiro. No Rio Grande do Sul não a encontrei; o Sr. Krone obteve-a em Iguape. Mus. Paul. Piquete; Piracicaba. * 387. Pteroglosus wiedi Sturm. Arassari. Aracari Marcgrav p. 217. Pteroglossus araçari Wied IV p. 283. Pteroglossus araçari Burmeister IL p. 207. Pteroglossus wiedii Pelzeln p. 235 (Matto Dentro, Ypa- nema, Itararé, Irisanga). Pteroglossus wiedii Berlepsch 1 p. 277. Pteroglossus wiedii Cat. Br. Mus. XIX p. 139. Especie de 450 mm. de comprimento. O bico, que mede 95—IIo mm., tem a maxilla inferior e uma estria mediana em cima da maxilla superior pretas. A maxilla superior é branco-amarella. A côr é verde-cinzenta em cima, a excepção do uropygio que é vermelho. A cabeça e o pescoço anterior são pretos, o resto do lado inferior ERR é amarello-claro, correndo, porém, uma larga fita vermelha sobre a barriga. Essa especie é encontrada desde S.º Catharina até o Pará. Mus. Paul. Est. de S. Paulo. * 388. Selenidera maculirostris (Licht.). Arassari-pocca; Saripocca. Pteroglossus maculirostris Wed IV p. 290. Pteroglossus maculirostris Buyrmeister Il p. 210. Selenidera maculirostris Pelzeln p. 298. Selenidera maculirostris Berlepsch I p. 279. Selenidera maculirostris Cat. Br. Mus. XIX Pp. 149 (S. Paulo). Qualidade de arassari bem caracterisada pelo bico não muito grande, munido na maxilla superior, que é alva- centa, de cada lado de tres grandes manchas escuras e pela diiferença sexual, que se não observa entre os outros representantes dessa familia. O macho é verde-escuro em cima, a excepção da cabeça e do pescoço que são pretos. Atraz dos olhos nota-se uma estria larga amarella. O peito é preto, a barriga verde, o crisso vermelho. As rectrizes têm as pontas castanhas. O comprimento total é de 320— 340 mm., o do bico de so—6o mm. À femea é semelhante tendo porem a cabeça e o lado inferior castanhos. No macho estas partes são pretas. Esse arassari occorre desde o Rio Grande do Sul, onde o obtive, até a Bahia. O Sr. Krone caçõu-o em Iguape, onde o denominam de saripocca, nome corrompido de arassari-pocca. Mus. Paul. Est. de S. Paulo. V. Ordem. Psittaci. Os papagaios formam uma ordem grande e natural que antigamente foi reunida com os pica-páos, tucanos etc. num grupo de Scansores ou aves trepadoras. Hoje esse agrupamento é reconhecido pouco natural, visto como a a e SA e aà ci DU ia a cd a a os papagaios têm, relativamente á sua anatomia, mais rela- ções com as aves de rapina. São dois caracteres que “especialmente distinguem os papagaios: o pé e o bico. Às pernas são curtas, carnosas, os pés têm dous dedos diri- gidos para diante e dous para traz, sendo dirigidos para traz o pollegar e o quarto dedo. O pé do papagaio serve- lhe bem para agarrar frutas, sementes etc. que quer comer, serve-lhe como a mão ao macaco, mammifero com o qual “muitas vezes se poz em comparação o papagaio. O bico é munido, como entre as aves de rapina, na base, por uma membrana grossa chamada cera e na qual, estão situadas as ventas, dirigidas para cima. O bico é extremamente curto e grosso, mais alto do que comprido. A mandibula superior é ligada por uma charneira com o osso frontal e arqueada, com a ponta curvada para baixo e nas especies americanas a superficie inferior opposta a lingua e a ponta truncada da masxilla inferior, é munida de sulcos transversos. E singular tambem a lingua que é grossa, carnosa, movel, facilitando a faculdade de falar mais aô papagaio do que acontece com outras aves. Nas azas ha ro remiges da mão, 1014 do braço. Na cauda contam-se 12 rectrizes. Constróem o ninho com pre- ferencia em buracos de arvores, pondo ovos brancos em numero pequeno, criando os filhotes como aves de biscato. Os papagaios formam um grupo grande de 500 especies mais ou menos, distribuidas sobre as regiões tropicaes e subtropicaes do globo. No Brazil ha cerca de 150 especies das quaes 23 estão representadas no Estado de S. Paulo Das seis familias de Psittaci tem na America meridional apenas representação a das Psittacidae, e das seis sub- familias dessa familia occorrem na America apenas duas: Conurinae e Pioninae. Conurinae. São os generos caracterisados pela cauda comprida, com as rectrizes lateraes mais curtas do que as medianas. A cera é provida de pennas que escondem as ventas, ou núa. Pertencem a esse grupo as araras, as ma? racanãs, tiribas e os periquitos. Pioninae. Subfamilia que contem os papagaios com a cauda curta e como truncada, sendo mais ou menos do mesrnio comprimento todas as rectrizes. A cera é sempre núa. Pertencem a esse grupo os verdadeiros papagaios, o sabiá sicca e as maitaccas. E de certo bastante incompleto o nosso conhecimento dos papagaios que occorrem no Estado de S. Paulo e peço ás pessoas que ligam attenção ao assumpto que me obtenham couros ou exemplares vivos das especies não men- cionadas. Não tenho certeza de que realmente occorre no litoral no Estado o moleiro ou jurá (Chrysotis farinosa Bodd.). O Sr. Kyrone communicou-me que perto da Estação Rio Grande caçou em 1882 um papagaio que chamavam papagaio inglez e que em Iguape tratam de papagainho, com a fronte e os encontros vermelhos. É muito incom- pleto o nosso actual conhecimento das especies dos rios Paranapanema, Tieté Baixo, Rio Grande. SusraM. CONURINAE. “* 389. Anodorhynchus hyacinthinus (Lath.).. Arara-una. Anodorhynchus maximiliani Spix 1 Taf. 11. Anodorhynchus augusti Six I p. 25. Macrocercus hyacinthinus Buyrmeister II p. 159. Sittace hyacinthina Pelzeln p. 254. E Sittace hyacinthina Brehm Thierleben Bd. IV. 1878 p. I14 e figura. Anodorhynchus hyacinthinus Cat. Br. Mus. XX p. 147. Arara grande, de 85 até 100 centim. de comprimento, uniforme, azul. A região núa ao redor dos olhos e a base da maxilla inferior são amarellas, o bico é preto. Essa especie procedente de Matto Grosso e do Amazonas, no territorio do Est. de S. Paulo é encontrada na região do curso inferior do Rio Tieté especialmente em Itapura, como me participou o Sr. Coronel Corúelio Schmidt dizendo, entre- y k Po E EA ae e a de al — 911 — tanto, que os respectivos exemplares são mais azul-escuros do que o nosso exemplar, que é de côr azul-cobalto. Espero que o Sr. Coronel Schmidt ha de conseguir para o Museu um exemplar dessa e de outras especies communs “em Matto Grosso, mas que na zona de Itapura existem no territorio de S. Paulo. Mus. Paul. Est. de S. Paulo, * 390. Ara arauna (L.). Caniide. Ararauna Marcgrav p. 206. Psittacus ararauna Wied IV p. 153. Macrocercus ararauna Burmeister Il p. 157. Sittace ararauna Pelzeln p. 255.º Ara ararauna Cat. Br. Mus. XX p. 152. Arara grande e bem conhecida, cujo comprimento total chega a perto de 80 centim. A côr é azul em cima, amarella em baixo. A fronte é verde, a garganta preta. O bico é preto. Por numerosas pessoas fidedignas estou informado que o canindé occorre junto com a Arara-vermeiha, a especie seguinte, nos mattos do Rio Paranapanema e do Rio Paraná. Natterer anda em 1818 ou 1820 caçou O ararauna perto do Rio de Janeiro, onde não foi raro no tempo da des- coberta como o sabemos por Jean Lery. Nada me consta nesse sentido sobre o Estado de S. Paulo. O canindé occorre desde Panamá até a Bolivia e Matto Grosso. É tratado tambem, as vezes, de ararauna, o que porém é antes a denominação do A. hyacinthinus, especie toda azul. Observo que no Paraguay e Matto Grosso existe outra especie semelhante, Ara caninde Wagl., que tem a fronte azul e a garganta verde e será bem possivel que occorra tambem no Oeste do Estado de S. Paulo. Espero que estas linhas terão como effeito informações exactas por pessoas habitantes naquella região e se for possivel a remessa de couros preparados para a collecção do Museu. Obtive informações valiosas do Sr. Coronel Cornelio Schmidt do Rio Claro que varias vezes tem percorrido o Rio Tieté até Itapura e que alli caçou e obteve vivo o canindé de garganta preta. Os guaranys do Rio Verde conhecem a especie que alli vive e que chamam canindé. Mus. Paul. Est: de S. Paulo. * 391. Ara chloroptera G. R. Gr. Arara vermelha; Arara piranga. . Arara-canga Marcgrav p. 206. Ara macao Spix Il p. 27. Psittacus macao Wied IV p. 138. Macrocercus macao Burmeister IL p. 155. Sittace chloroptera Pelzeln p. 255 (Serra de Cubatão, Rio Paraná, Murungaba). Ara chloroptera Cat. Br. Mus. XX p. 156. Arara grande, de 85 centim. de comprimento, com a cauda comprida medindo 52 centim. A côr é escarlate. O uropygio e as coberteiras da cauda são azul-claras, as remiges e as rectrizes lateraes são azues, as rectrizes me- dianas são vermelhas. As coberteiras das azas são no meio dellas verdes. A face é núa, com linhas de pennas vermelhas. O bico tem a maxilla superior branca, a infe- rior preta. a Essa especie occorre desde a America central até Matto Grosso e S. Paulo. No Est. de S. Paulo, entretanto, não occorre na região do litoral, mas sim no valle do Rio Paranapanema e do curso inferior do Rio Tieté. O Sr- Coronel Cornelio Schmidt observou essa arara desde o Rio Morto até Itapura. Se bem entendi os guaranys do Rio Verde chamam essa especie gua-á. Existe uma especie semelhante, Ara macao L., que é na sua distribuição limitada ao Norte do Brazil, e que. tem as coberteiras exteriores das azas, em parte, côr de laranja e a face núa sem sories de pennas vermelhas. Mus. Paul. Est. de 5. Paulo. * 392. Ara maracana (Vieill.). Maracandá. Arara purpureo-dorsalis Spix I p. 26 Taf. 24. Psittacus illgeri Wied IV p. r6o. Macrocercus illigeri Burmeister II p. r6r. “Sittace maracana Pelzeln p. 255 (Matto Dentro, Ypa- nema, Itararé). Ara maracana Berlepsch wu. lhering p. 162. Ara maracana Cat. Br. Mus. XX p. 163. O maracaná tem o comprimento de 400 mm. A côr é verde, com o uropygio e &barriga no meio escarlates. A fronte é vermelha, a cabeça verde-azul. As bochechas, o loro e a região ao redor dos olhos são núas e de côr branco-amarella. As remiges são azues, as rectrizes tam- bem, mas com a base vermelho-bruna. O lado inferior da cauda e das azas é verde-amarello. O bico é preto. Essa especie occorre desde o Pará até o Rio Grande do Sul. Os indios guaranys do Rio Verde chamam-n'a maracaná. A especie semelhante A. severa L. tem a fronte castanha e o lado inferior da cauda e das azas avermelhado. Mus. Paul. Est. de S. Paulo. 393. Ara nobilis (L.). Arara macrognathos Spix I p. 26 Tal. 25 fig. 1—2. Psittacus nobilis Wed IV p. rós. Macrocercus nobilis Burmeister p. 162. Sittace nobilis Pelzeln p. 256 (Rio das Pedras, Rio Paraná). Ara nobilis Cat. Br. Mus. XX p. 167. Especie semelhante à precedente, porém menor. A parte núa da face é branca, a fronte azul. As rectrizes são verdes como o corpo. O lado inferior das remiges e - rectrizes é amarello. Os encontros e as coberteiras inferiores das azas são vermelhas. O bico tem a maxilla superior branca, a inferior denegrida. Essa especie, que occorre desde Matto Grosso até Pará e Bahia, foi por Natterer caçada na zona do Rio Paraná. Mus. Paul. — Revista do Museu Paulista. Vol. III 20 * 394. Conurus auricapillus (Licht.). Jandaya. Aratinga aurifrons Sgix 1 p. 92 Taf. 16 fig. 1-2. Psittacus auricapillus Wied IV p. 178. Conurus auricapillus Burmeister Il p. 167. Conurus jendaya var. meridionalis Pelzeln p. 257 (Ypanema, Tijuco). Conurus auricapillus Cat. Br. Mus. XX p. 178. Especie de 300 mm. de comprimento. A côr é verde. As pontas das remiges e das rectrizes exteriores são azues. O vertice é amarello, a fronte e o loro são laranjo-ver- melhos. A barriga é vermelha e verde. As coberteiras exteriores das azas são vermelhas. Essa especie occorre desde S. Paulo e Minas até a Bahia. No Pará e Pernambuco é substituida por especie muito semelhante C. jendaya Gm. que tem tambem a nuca, a garganta e todo o lado inferior amarello. Creio que é por engano que o catalogo do British Museum menciona essa especie de Pelotas no Rio Grande do Sul. Sou informado que o Jandaya é commum no mu- nicipio de Itapetininga. O Sr. Coronel Cornelio Schmidt encontrou-o commum no curso inferior do Rio Tieté. Mus. Paul. Est, de S. Paulo. A” * 395. Conurus leucophthalmus (Mill). Araguahy. Aratinga nobilis sive guianensis Spix I p. 36. Psittacus guianensis Wied IV p. 169. Conurus guianensis Burmeister Il p. 164. Conurus pavua Pelzeln p. 256 (Matto Dentro, Ypanema). Conurus pavua Berlepsch w. lhering p. 163. Conurus leucophthalmus Cat. Br. Mus. XX p. 187. Especie de 350 mm. de comprimento, uniforme verde com os encontros vermelhos e as coberteiras interiores das azas amarellas. O bico é encarnado-esbranquiçado, como tambem a zona núa ao redor dos olhos. A especie occorre desde o Rio Grande do Sul até a Guyana. | ! E E : Observo nessa occasião que as especies de Conurus têm a cera coberta de pennas que escondem as ventas. Ao contrario as especies de Pyrrhura têm a cera desprovida de pennas e as ventas expostas, visiveis. Alem disso no genero Conurus é a quarta remige da mão na ponta sin- gularmente attenuada. Os guaranys do Rio Verde chamam essa especie aruai. Tratam essa especie tambem de ma- racananti. Mus. Paul. Est. de S. Paulo. * 396. Conurus aureus (Gm.). Jandaya. Tui apute-juba Marcgrav p. 206. Aratinga aureus Spix 1 p. 37. Psittacus aureus Wed IV p. 173. Conurus canicularis Burmeister IL p. 169. Conurus aureus Pelzeln p. 258 (Irisanga, Rio Paraná). Conurus aureus Cat. Br. Mus. XX p. 199 (Rio Paraná). - Especie de 27o mm. de comprimento, verde, com a fronte e a zona ao redor dos olhos, que tem pennas, laranjo-amarellas e o vertice azul. O pescoço anterior é verde-cinzento, a barriga verde-amarella. As pontas das remiges da mão são pretas, as das remiges do braço azues. O bico é preto. Essa especie occorre desde o Paraguay e Bolivia até a Bahia, Pará e Guyana. Natterer observou-a no Oeste do Est. de S. Paulo, onde vive nos capões e capoeiras dos campos, em bandos. Temol-a da Bahia. Mus. Paul. — “* 397. Pyrrhura cruentata (Wied). Tiriba grande. Aratinga cyanogularis Spix 1 p. 33 Taf. 17. Psittacus cruêntatus Wed IV p. 183. Conurus cruentatus Burmeister IL p. 176. Conurus cruentatus Pelzeln p. 259. Pyrrhura cruentata Cat. Br. Mus. XX p. 2193. a ag Especie de perto de 30 centim. de comprimento, de côr verde. A cabeça é bruno-denegrida em cima, bruno- vermelha na face, seguindo mais para traz do ouvido e no lado do pescoço uma grande mancha côr de laranja. As bochechas são verdes. O pescoço anterior, até o peito, é azul. A barriga e o dorso baixo são vermelho-escuros. Os encontros são escarlates, as remiges azues. A cauda é verde-azeitonada em cima, vermelho-escura em baixo. O bico é cinzento-denegrido. : Esse tiriba é commum nos Estados de Rio de Janeiro e Bahia. Natterer caçou-o no Est. de Rio de Janeiro, em Araras, perto da divisa de S. Paulo. Provavelmente occorre pois perto de Bananal etc. no Est. de S. Paulo, faltando, porém, mais ao Sul. Reapparece no curso inferior do Rio Tieté como me affirmou o Sr. Coronel Cornelio Schmidt do Rio Claro. Mus. Paul. Est. de S. Paulo. * 398. Pyrrhura vittata (Shaw). Tiriba. Aratinga fasciatus .Spix | p. 35 Taf. 21 fig. 1—2. Conurus vittatus Burmeister HI p. 178 (S. Paulo). Conurus vittatus Pelzeln p. 259 (Matto Dentro, Ypa- nema, Na Pirro vittata Cat. Br. Mus. XX p. 215 (S. Paulo). Especie de 260 mm. de comprimento, verde, com a margem da fronte bruno-vermelha. O pescoço anterior e o peito são verde-azeitonados, com faxas amarellentas, orladas de escuro. A barriga é vermelha. As remiges são azues, as rectrizes verdes em cima, vermelho-escuras em baixo e na ponta. O bico é escuro. Essa especie occorre . no Brazil meridional, desde o Rio Grande do Sul até Minas Geraes e Rio de Janeiro. No Rio Grande do Sul chamam-n'a periquito. Os guaranys do Rio Verde cha- mam-n'a tiriba. Mus. Paul. S. Sebastião; Ilha de S. Sebastião. 399. Pyrtrhura leucotis (Licht.). Tiriba pequeno. Psittacus leucotis Wied IV p. 188. Aratinga ninus Spix I p. 34 Taf. 19 fig. 2. Conurus leucotis Burmeister Il p. 177. Conurus leucotis Pelzeln p. 259. Conurus leucotis Cat. Br. Mus. XX p. 216. Especie pequena, de 200 mm. de comprimento, verde e que se distingue por uma mancha branco-cinzenta na região do ouvido. A cabeça é bruna em cima, seguindo-se na nuca uma faxa azul. A fronte e a face são bruno-vermelhas. O peito tem faxas transversaes cinzentas e denegridas como a especie precedente. O dorso baixo e a barriga no meio são vermelhos. Os encontros são vermelhos, as remiges azues. As rectrizes são em cima verdes na base, vermelhas na ponta, sendo tambem vermelho o lado inferior. E essa especie do Norte do Brazil, commum na Bahia e Rio de Janeiro, que não é conhecida até agora no Est. de São Paulo, mas que o Sr. Kyone me affirmou ter caçado em Iguape. Nesse caso essa especie extende-se na sua distri- buição desde o Rio ao longo do litoral até Iguape, sem occorrer, segundo penso, no interior do Estado. Mus. Paul. — * 400. Psittacula passerina (L.). Tuim. Tui-eté Marcgrav p. 206. Psittaculus passerinus Spix 1 p. 38 Taf. 33 fig. 1. ? Psittaculus gregarius Spix I p. 39 Taf. 34 fig. 3€e4. Psittacula passerina Burmeister IL p. 197. Psittacus passerinus Wed IV p. 260. Psittacula passerina Pelzeln p. 267 (Ypanema, Santos). Psittacula passerina Cat. B. Mus. XX p. 245 (S. Paulo). Unico representante no Brazil meridional do genero Psittacula, notavel a respeito de sua anatomia pela falta da furcula e quanto á plumagem pela differença entre os pn 318 ais sexos. Especie pequena, de 120—130 mm. À côr da femea é uniforme, verde-clara. O macho tem as azas e o uropygio azues. O bico é alvacento. Essa especie está distribuida desde Pernambuco até o Rio Grande do Sul, onde fui informado da sua existencia na colonia do Mundo Novo sem que, porem, me fosse possivel obtel-o. No Amazonas e na Guyana é substituida por P. guianensis Sw., especie na qual tambem o macho tem o uropygio verde. Parece que no Estado de Minas ha varias especies semelhantes e incompletamente conhecidas que Spix des- creveu sob os nomes de Psittaculus xanthopterygius e gregarius. Os indios guaranys do Rio Verde chamam essa especie «bem-bei». Mus. Paul. Poço Grande; valle do Rio da Ribeira; S. Sebastião. * 401. Brotogerys tírica (Gm.). Periquito. Tui tirica, tertia species Marcgrav p. 206. Aratinga acutirostris Spix | p. 32 Taf. 15 fig. 1. Psittacus viridissimus Wed IV p. 198. ai Conurus viridissimus Burmeister JL p. 172. Brotogerys tiriacula Pelzeln p. 260. Brotogerys tirica Brehm Thierleben IV. 1878 p. 136 e figura. Brotogerys tirica Cat. Br. Mus. XX p. 254. Especie pequena, mas com a cauda comprida, sendo o comprimento total de 250 mm. A côr é verde-clara; a face, a garganta e o lado inferior são verde-amarellos. As remiges são azues, as coberteiras interiores das azas verde- azues. O bico é branco-encarnado. A cera é esbranquiçada, sem pennas, deixando bem visiveis as ventas. À especie occorre desde S.” Catharina até Amazonas. Não a encontrei no Rio Grande do Sul, não julgando exacta a indicação « Pelotas » do catalogo do British Museum. Os guaranys do Rio Verde chamam essa especie trintserará. Mus. Paul. Est. de S. Paulo. + ba PE Rida * 402. Brotogerys chiriri (Vieill.). Periquito de encontro amarello. Aratinga xanthopterus Spix Ip. 31 Taf. 15 fig. 2. ? Psittaculus xanthopterygius Spix Ip. 38 Tat. 34 fig. 1 (juv. ?). Conurus xanthopterus Buymeister II p. 174. Brotogerys xanthoptera Pelzeln p. 260 (Rio Paraná). Brotogerys chiriri Cat. Br. Mus. XX p. 255. Especie de 200 mm. de comprimento, verde, com as grandes coberteiras exteriores das azas amarello-claras. O bico é encarnado-esbranquiçado. A especie occorre desde Matto Grosso e Bolivia até a Bahia e Amazonas. No Est. de S. Paulo é encontrada na zona occidental. Mus. Paul. S. Carlos do Pinhal. Susram. PiONINAE. * 403. Chrysotis vinacea (Wied). Jurucha. Psittacus columbinus Spix | p. 40 Tal. 27. Psittacus vinaceus Wed IV p. 220. Psittacus vinaceus Burmeister IL p. 184. Chrysotis vinacea Pelzeln p. 265 (Pahor, Ypanema, Itararé). Chrysotis vinacea Sclater a. Hudson J p. 46. Chrysotis vinacea Cat. Br. Mus. XX p. 275 (Itararé). Papagaio grande, de 350 mm. de comprimento. A côr E “verde, tendo as pennas da cabeça e do dorso orladas de preto. À fronte e o loro são escarlates. O peito e o pescoço anterior são roxo-claros, com orlas escuras das pennas. Parte das remiges do braço tem as barbas exte- “riores vermelhas, o que produz uma mancha vermelha nas azas. São vermelhas tambem na base as rectrizes exte- riores. O bico é encarnado. Esse bonito « papagaio de peito roxo » occorre desde o Rio Grande do Sul e as Missões argentinas até a Bahia. Os guaranys do Rio Verde chamam-n'o paracauai. Mus. Paul. Est. de S. Paulo. * 404. Chrysotis aestiva (L.). Papagaio; papagaio-collareiro. Aiuru-curau Marcgrav p. 205. Psittacus aestivus Spix I p. 44 Psittacus amazonicus Wed IV p. 213. Psittacus amazonicus Burmeister IL p. 187. Chrysotis aestiva Pelzeln p. 267 (Itararé). Chrysotis aestiva Sclater a. Hudsow' II p. 47. Chrysotis aestiva Cat. Br. Mus. XX p. 285. Este é o bem conhecido « papagaio » ou « papagaio verdadeiro », verde, com as pennas orladas de preto, a fronte azul-clara, o vertice, a face, a garganta amarellos é os encontros vermelhos. As remiges são preto-azuladas, com uma mancha vermelha nas primeiras do braço. As rectrizes são verdes com as pontas amarelladas e com a base das exteriores vermelha. O bico é denegrido, o iris cór de laranja. Macho e femea não differen na côr, exemplares novos têm a cabeça toda verde. Essa especie vive no Brazil meridional e central, desde as Missões do Rio Grande do Sul e da Argentina até Pernambuco. No Est. de S. Paulo occorre perto de Itararé, no valle do Rio Paranapanema e no curso inferior do Rio Tieté. Os guaranys do Rio Verde chamam-n'a parauatá. Convem observar que existe outra especie que muito se assemelha a essa, tendo o nome de Chrysotis amazonica Briss., differindo pelos encontros verdes e pela mancha vermelho-laranja das azas. Ella é conhecida no litoral, entre Rio de Janeiro e Bahia, sob o nome de Curica e prefere os mattos visinhos ao mangue. É especie da Guyana e do Norte do Brazil, que me não consta fosse encontrada ao Sul do Est. de Rio de Janeiro. Outra especie que occorre no Rio de Janeiro e mais: ao Norte do Brazil é Chr. farinosa Bodd. (pulverulenta Gm.) a especie maior, toda verde, mas um pouco cinzenta como polvilhada de farinha, tendo por essa razão o nome de moleiro. O nome indigena é jurú. Dizem que, ás vezes, PEGO Enio De

foi encontrada no litoral do Est. de S. Paulo, mas não tenho disso prova fidedigna. Mus. Paul. Est. de 3. Paulo. * 405. Chrysotis ochrocephala (Gm.), Papagaio campeiro (Itapura). Chrysotis ochrocephala Pelzeln p. 267. Chrysotis ochrocephala Cat. Br. Mus. XX p. 289. Especie semelhante á precedente, differindo pela cabeça, que é verde, tendo ápenas a margem da fronte azul-verde. o resto da fronte e o vertice amarello-claros. O bico é escuro, com a base da maxilla superior encar- nada. Essa especie é da Venezuela e do Norte do Brazil. Existe no baixo Tieté, entre Guamicanga e Itapura como me affirmou o Sr. Coronel Cornelio Schmudt e, por con- seguinte, deve existir em Matto Grosso e Goyaz. Natterer obteve-a no Rio Branco. Temos na collecção outra especie de Chrysotis, seme- lbante a Ch. auropalliata G. R. Gr., tendo como ella todo o pescoço posterior amarello, mas differindo pelos encon- tros, que não são vermelhos, mas verdes. O Sr. Coronel C. Schmidt disse-me que tambem conhece entre o Rio Morto e Itapura essa especie, que alli tem o nome singular de papagaio inglez. Dei a essa especie nova o nome de Chr. Schmidti sp. n. em honra do excellente observador e caçador Sr. Coronel Cornelio Schmidt do Rio Claro e espero que nos ha de conseguir exemplares authenticos, visto como ao nosso falta a cauda e as necessarias indi- cações sobre a procedencia. Mus. Paul. Est. de S. Paulo. * 406. Chrysotis brasiliensis (L.). Psittacus cyanotis Burmeister Il p. 185, nota. Chrysotis erythrura Pelzeln p. 265, nota. Chrysotis brasiliensis Pelzeln p. 265. Chrysotis brasiliensis Cat. Br. Mus. XX p. 305. =, 322 rea Papagaio grande, todo verde, a excepção da cabeça que tem o loro e a fronte vermelhos, o vertice roxo-ver- melho, a face roxo-azul, a garganta roxa, com orlas azues das pennas. As remiges da mão são preto-azues. As rectri- zes lateraes têm a base roxo-preta, seguindo-se uma parte vermelha e depois a ponta verde-amarella. Em baixo do . encontro é a margem das azas vermelha. O bico é dene- grido. E essa uma especie bonita e pouco conhecida que Natterer colleccionou perto de Paranaguá e o Sr. R. Krone perto de Iguape, no braço grande do Rio Pariquera Mirim onde vivem e criam com regularidade. Não occorre na interior do Estado e parece na sua distribuição limitado ao litoral dos Estados de Paraná e S. Paulo. Mus. Paul. Iguape (d! e 9). * 407. Chrysotis pretrei (Temm.). Chorão. Ed Chrysotis pretrei Pelzeln p. 265, nota. Chrysotis pretrei Berlepsch w. Jhering p. 164. Chrysotis pretrei Cat. Br. Mus. XX p. 320. | Papagaio um pouco menor do que o precedente, dif- ferindo das outras especies mencionadas pela falta da mancha vermelha no meio das azas, nas remiges do braço, e pelas rectrizes verdes sem base vermelha. A côr é verde; a fronte, parte do vertice, o loro e a região ao redor e atraz dos olhos são vermelhos como tambem os encontros. . As remiges da mão são preto-azuladas, o bico é amarello. Essa especie occorre desde S. Paulo até o Rio Grande do Sul e Estado Oriental (Montevideo). É ave dearribação que no Rio Grande do Sul apparece no verão na costa da Serra e até á colonia de S. Lourenço perto de Pelotas, sendo a opinião geral que vem do Paraguay. É singular que a mesma affirmação, provavelmente falsa, reappareça aqui em S. Paulo, onde o chorão segundo informações recebidas pelo Sr. major Cornelio Vieira de Camargo é observado no municipio de Apiahy 2 outros visinhos desde uns 1015 annos. Na Argentina ha uma especie affim Ch. tucumana Cab. cujos encontros e a região atraz dos olhos são verdes. Mus. Paul. Piracicaba. * 408. Pionus maximiliani (Kuhl). Maitacca. Psittacus flavirostris Spix I p. 42 Taf. 31 fig. 2. Psittacus flavirostris Wed IV p. 2493. Pionus flavirostris Burmeister IH p. rgr. Pionus maximiliani Berlepsch w. Jhering p. 165. Pionus maximiliani Sc/ater a. Hudson 1 p. 217. Pionus maximiliani Pelzelm p. 264 (Matto Dentro, Ypanema, Itararé). Pionus maximiliani Cat. Br. Mus. XX p. 327 (Y panema). Especie de 280300 mm. de comprimento, verde, com a fronte, o vertice e o loro denegridos. O pescoço anterior e o peito são azues, o crisso e as coberteiras inferiores da cauda são escarlates. As partes lateraes do pescoço são verdes. As remiges da mão são verdes, com a base preto-azul. As rectrizes exteriores têm a margem exterior azul, a interior vermelha. O bico é amarello, excepto a base da maxilla superior que é escura. À especie occorre desde o Rio Grande do Sul, o Norte da Argentina e Paraguay até a Bahia. No Norte do Brazil, na Bolivia e na America central é essa especie substituida por outra semelhante, P. severus L., que tem toda a cabeça, todo o pescoço e o peito azues. Os guaranys do Rio Verde chamam-n'a arabatsai. Mus. Paul. Poço Grande (Valle do Rio da Ribeira). * 409. Triclaria cyanogaster (Vieill.). Sabiá-sicca. Psittacus malachitaceus .Sgix I p. 40 Taf.28 (4 Nu, Psittacus cyanogaster Wied IV p. 2095. Triclaria cyanogastra Burmeister 1 p. 181. Triclaria cyanogastra Berlepsch w. Jhering p. 164. Pionias cyanogaster Pelzeln p. 261 (Ypanema). Triclaria cyanogaster Cat. Br. Mus. XX p. 337 (Ypa- nema). Especie de 280 mm. de comprimento, verde-clara, uniforme. Às primeiras remiges da mão têm a margem anterior azul. As rectrizes exteriores são azues, as outras tem a ponta azul. O macho tem a barriga azul-roxa. O bico é branco-amarello. Especie do Brazil meridional que occorre desde o Rio Grande do Sul até Minas e Espirito Santo. Natterer diz que em Ypanema o seu nome é araçuay- ava; ha nisso engano no modo de escrever, que devia ser aruai, como Montoya o escreve e ainda hoje o pro- nunciam os guaranys do Rio Verde. Aruai é zombador, aba é homem e muito. Observo porem que essa especie não falla, assobiando como o homem. Não entendo a etymologia sabiá-sicca. Mus. Paul, Est. de S. Paulo. + “* 410. Pionopsittacus pileatus (Scop.). Cuyuyu. Psittacus maitaca -Spix I p. 41 Taf..29 fig. 1, o! ad.e al gone Psittacus pileatus Wied IV p. 247. Psittacula pileata Buyrmeister 1 p. 194. Pionopsitta pileata Berlepsch wu. lhering p. TÓS. Pionias mitratus Pelzeln p. 262 (Cemiterio, Y panema). Pionopsittacus pileatus Cat. Br. Mus. XX p. 340. Especie menor, de 230 mm. de comprimento, com differença pronunciada dos sexos. O macho é verde, com a fronte, o vertice, o loro, a região ao redor dos olhos e o ouvido escarlates. As remiges são azul-escuras, com a margem anterior verde, as coberteiras exteriores e os en- contros são tambem azul-escuros. Asrectrizes são curtas, estreitas, pontagudas, azul-escuras. O bico é cinzento, com a ponta mais clara e o culmen sulcado. A femea não tem pennas vermelhas na cabeça, tendo a fronte azul. Especie do Paraguay e do Brazil meridional, desde o Rio Grande do Sul até a Bahia. Na Bahia chamam-n'a maitacca da cabeça vermelha, no Rio Grande do Sul cattorita. O nome geralmente usado no Estado de S. Paulo é Cuyu-cuyu ou cuyuyu, sendo essa ultima palavra, embora não se entenda a etymologia, preferivel por ser usada por Montoya. Mus. Paul. Iguape. Hi. Urochroma wiedi Allen. Psittacus melanotus Wed IV p. 256. Psittacula melanonota Burmeister IL p. 196. Psittacula melanonota Pelzeln p. 268, nota. Urochroma wiedi Cat. Br. Mus. XX p. 352. Especie elegante e pequena, medindo apenas 150 mm. A côr é verde, a excepção do dorso, parte das azas e o uropygio, que são bruno-denegridos. A barriga é verde- azul. Os encontros são vermelhos. As rectrizes medianas são verdes, as lateraes são vermelhas na base, com uma faxa transversal preta perto da ponta. O bico é amarellado com a ponta mais escura. O Sr. R. Kyone participou-me que obteve viva essa especie do Rio Iririaia, onde costuma apparecer nos mezes de Julho e Agosto. E" tão pouco: arisco como o cujuyu, de modo que foi possivel pegar por laço alguns sem que os outros fugissem, nem mesmo quando se matou parte delles por tiro. O mesmo diz o principe Wied que ob- servou a especie na Bahia. Mus. Paul. — * 412. Urochroma surda (IL). Periquitinho. Psittacus surdus Wed IV p. 252. ? Psittacula surda Burmeister 1 p. 195. Psittacula surda Pelzeln p. 268. Urochroma surda Cat. Br. Mus. XX p. 354. 4 — 996 —. Especie pequena de 170 mm. de comprimento, verde com a fronte e a face amarellentas, o pescoço verde-ama- rellento e as pennas scapulares das azas bruno-amarellas. As remiges são pretas, com a margem exterior verde. Das rectrizes são as medianas de côr verde, as lateraes amarella- das, tendo todas a ponta preta. O bico é amarellento. A especie occorre desde o Pará até o Rio de Janeiro e certas regiões do Est. de S. Paulo, como o sei pelo Sr. Coronel Cornelio Schmidt, que me affirmou ser essa especie com- mum no baixo Tieté. Mus. Paul. Est. de S. Paulo. VI. Ordem. Striges. Esta ordem contem as corujas, mochos, caburés e outras aves nocturnas de rapina. A cabeça bem grande com os olhos grandes e dirigidos para diante, o desenvol- vimento extraordinario do ouvido, a plumagem macia caracterisam a ordem. Ao redor dos olhos ha uma corôa de pennas erectas, em parte com as pontas em fórma de sedas e para fóra dessa segue-se outra corôa de pennas em 4—s5 fileiras que correspondem ao ouvido e formam o véo. O bico é curto, arqueado, com a cera que cobre sua base e que contem as ventas, em parte escondida pelas pennas rijidas do loro ea da corõa facial. Ás vezes existe de cada lado, em cima do ouvido, um froco de pennas alongadas chamadas as orelhas. As pernas são curtas, os tarsos quasi sempre cobertos de pennas e muitas vezes a plumagem extende-se sobre os dedos tambem. Dos tres dedos anteriores do pé, que não são unidos por membrana na base, póde o exterior ser virado: para traz ou para diante. Nas azas ha To remiges de mão e 12-16 do braço, ' na cauda ha 12 rectrizes. Ao apparelho digestivo falta o papo. Distinguem-se nessa ordem duas familias. A das Stri- gidae, que abrange apenas a suindara, tem a margem posterior do sternum inteira ou sem incisões e a furcula A TE E O nO PD | | 1 . , q N o A df CEDO D RN Ri AA — És To + &g sq AMI Liv: TN É paia concrescida com a quilha do sternum. O dedo interior tem o mesmo tamanho como o do meio e este tem a unha com a margem interior denteada. O véo é triangular e completo. A familia Bubonidae tem na margem posterior do sternum duas ou mais incisões profundas, a furcula livre, o dedo do meio mais comprido do que o interior e a garra do dedo mediano não denteada. Das duas sub-lamilias têm as especies que compõem as Syrniimnae o ouvido exterior muito grande com um operculo que tapa a aber- tura. À corôa facial extende-se tanto em cima, como em baixo dos olhos. O genero Ásio tem orelhas, Syrnium não. Nas Buboninae é o ouvido menor, do tamanho dos olhos mais ou menos, sem operculo e a corôa facial é desigual, sendo muito mais desenvolvida em baixo do que em cima dos olhos. Nessa sub-familia são providos de orelhas os generos Bubo e Scops. E" bem representada no Estado de São Paulo essa ordem por 14 especies. Pelzeln enumera de todo o Brazil - 17 especies das quaes duas como variedades devem ser reunidas em uma especie, Scops brasilianus, de modo que em verdade são 16 especies do Brazil. Todas são de. grande distribuição geographica e duas especies, Strix flammea e Asio accipitrinus, occorrem tambem na Europa. FAM. STRIGIDAE. * 43. Strix flammea L. Suindara. Tuidara Marcgrav p. 205. Strix perlata Wied WI pós: Strix perlata Burmeister IL p. 137. Strix perlata Berlepsch 1 p. 281. Strix flammea Pelzeln p. 10 (Ypanema). Strix flammea Sclater a. Hudson IL p. 48. Strix flammea Cat. Br. Mus. II p. 291. E. Coruja conhecida geralmente pelo nome de suindara, que vive nos campos, entrando nos edificios, sendo, por exemplo, habitante regular do Monumento 'do Ypiranga, onde faz o seu ninho nos capiteis das columnas. E' ave de 35 centim. de comprimento. Os dedos do pé são des- providos de pennas e a unha do dedo mediano é denteada no lado interior. A côr é cinzenta e amarella nas costas, com salpicos brancos e pretos. À região ao redor dos olhos é escura e orlada de larga corôa branca seguindo para fóra e de modo concentrico o véo, que é amarello, com manchas pretas. Todo o lado inferior é branco ou branco- amarello na barriga com algumas pontas isoladas escuras. E' essa uma especie de distribuição vasta ou quasi cosmopolita, sendo na Europa conhecida sob o nome de mocho velado. Na America extende-se até a Patagonia e o Chile. Os guaranys do Rio Verde chamam-n'a suindá. Mus. Paul. Ypiranga. FAM:- BUBONID AE: SuBram. SyRNIINAE. * 44. Asio mexicanus (Gm.). Mocho orelhudo. Strix longirostris Spix I p. 21 Taf. 9, a. Strix maculata Wed II p. 281.. Otus americanus Burmeister IL p. 143. Otus mexicanus Pelzeln p. 10 (Ypanema). Asio mexicanus Cat. Br. Mus. II p. 231. Bonita coruja de orelha, tendo de cada lado em cima e atraz dos olhos um comprido froco de pennas alongadas de 5—6 centim. de comprimento que são pretas na barba exterior, brancas na interior. O comprimento da ave im- porta em 35—40 centim. A côr é amarellenta em cima, com largas estrias longitudinaes escuras. O lado inferior é branco-amarellento e as pennas do peito e da barriga têm ao longo das hastes das pennas manchas escuras. As —— 329 ce te— remiges é rectrizes são pardo-cinzentas, com faxas tran- sversaes escuras, cujo numero é de 5 na primeira remige da mão. A face, ao redor dos olhos, é alvacenta, orlada para fóra pelo véo denegrido. Os dedos são munidos de pennas até perto da unha. Essa especie occorre desde o Rio Grande do Sul até a America Central. Especies muito semelhantes são Asio wilsonianus Less. da America do Norte e Asio otus L. (Otus vulgaris Brehm V p. go fig.) da Europa. Mus. Paul. Est. de S. Paulo. H5. Ásio accipitrinus (Pall.). Otus brachyotus Burmeister HI p. 125. Otus brachyotus Brehm Thierleben Bd. V. 1879 p. 94 e figura. Otus brachyotus Pelzeln p. 10 (Ypanema, Morungaba, Itararé, Matto Dentro). Asio brachyotus Sclater a. Hudson II p. 49. Ásio accipitrmus Cones Key p. 507 e fig. 355. ÁAsio accipitrinus Cat. Br. Mus. IH p. 2934. ) Especie de 350 mm. de comprimento, differindo da especie precedente pelos frocos das orelhas curtas, formados apenas por 2-3 pennas brancas, de 20 mm. de compri- mento. Os dedos são cobertos de pennas. A cór é em “cima amarellenta, com estrias escuras, mais clara no lado inferior especialmente na barriga, onde as estrias quasi desapparecem. A face é alvacenta, com uma grande man- cha central ao redor dos olhos. O bico é preto. As remiges e rectrizes são esbranquiçadas, com algumas faxas tran- sversaes escuras. E' essa outra especie mais ou menos cosmopolita, commum na Europa e distribuida na America desde o Norte até o Estreito de Magalhães. No Estado de S. Paulo, onde- Natterer a caçou, não parece ser commum. Mus. Paul. Revista do Mnseu Paulista Vol. III. 21 * 416. Asio stygius (Wagl). Mocho diabo (Piracicaba). Otus stygius Pelzeln p. 10 (Itararé). Asio stygius Berlepsch wu. lhering p. 166. Asio stygius Cat. Br. Mus. II p. 241. Especie de 45—50 centim, de comprimento, uniforme bruno-denegrida em cima, com algumas manchas amarel- lentas nas coberteiras das azas e da cauda. As primeiras remiges são uniforme-escuras, com a ponta attenuada, as outras têm algumas manchas amarelladas. As rectrizes são bruno-escuras, com algumas faxas amarellentas transversaes. A face é escura, o veo bruno-escuro, com numerosas man- chas amarelladas. Os frocos das orelhas são brunos, com margens amarelladas e medem 50 mm. de comprimento. O lado inferior é amarellento, com largas estrias escuras, as pennas e as coberteiras inferiores da cauda são ferru-. ginoso-amarellas. O bico é cinzento-denegrido, os dedos são, só na base, providos de pennas. Especie rara, que occorre desde o Rio Grande do Sul, por todo o Brazil e até Cuba. O nosso exemplar é de Curityba. Mus. Paul. — * 417. Syrnium hylophilum (Temm.). Ciccaba hylophila Buyrmeister 11 p. 133. Syrnium hylophilum Pelzeln p. 9 (Ypanema). Syrnium hylophilum Berlepsch w. lhering p. 166. Syrnium hylophilum Cat. Br. Mus. II p. 269. Especie de 400 mm. de comprimento. Todo o lado superior é pardo-avermelhado, com largas taxas transversaes pretas, que são na cabeça e no pescoço mais estreitas do que no dorso e nas azas. À face eo véo são amarellentos, com faxas esbranquiçadas e escuras. No pescoço anterior ha uma larga faxa branca. O lado inferior é branco, com largas faxas transversaes amarellas e brunas. As pernas ão alvacentas, com faxas pardas e estreitas. Os dedos =» o. q “AR Ê, a Ro mA 2a são nús. As remiges e rectrizes são escuras, com faxas amarellentas. Essa especie occorre desde o Rio Grande do Sul até a Guyana e Colombia. Os guaranys do Rio Verde designaram essa especie de urucuruá-cucu e as do genero Pulsatrix de urucuruá-guassú. Mus. Paul. S. Carlos do Pinhal. * 418. Syrnium suinda (Vieill.). Ciccaba suinda Burmeister H p. 135. Syrnium suinda Berlepsch wu. Mering p. 166. Syrnium fasciatum (Vieill.) Pelzeln p. 9 (Ypanema). Syrnium suinda Cat. Br. Mus. II p. 272. Especie um pouco menor que a precedente; o com- primento das azas é de 260 mm. Todo o lado superior é bruno-escuro, com numerosas faxas amarellentas e finas. As remiges e rectrizes são bruno-escuras, com faxas ama- rellentas. À face é pardo-castanha, com manchinhas escuras, o véo amarello-ferruginoso. Sobre o olho corre uma estria branco-amarella. O lado inferior é amarellento com estrias largas, longitudinaes, pardas, no peito e na barriga. As pernas são amarello-escuras. Os dedos são nús. A especie occorre no Rio Grande do Sul, por todo o Brazil e no Paraguay, sendo especie rara. Pelzeln a ella referiu a Strix fasciata (Vieill.), não posso dizer se com - razão ou não. Sharpe no catalogo do Br. Museum p. 273 “refere a especie de Vieillot ao Syrnium virgatum Cass. Mus. Paul. Est. de S. Paulo. [4 * 419. Syrnium huhulum (Daud.). Mocho negro. Strix albomarginata Sgix I p. 23 Taf. 10, a. Ciccaba hulula Burmeister IL p. 1932. Athene huhula Pelzeln p. 8. Syrnium huhulum Cat. Br. Mus. II p. 275. “Coruja de 420 mm. de comprimento, toda preta, com - numerosas linhas brancas transversaes, tendo cada penna 3-—s dessas estreitas faxas arqueadas. Tambem as remiges e rectrizes têm faxas transversaes brancas. A face e o véo são pretos, com salpicos brancos. O bico é alvacento, os dedos são amarellos e desprovidos de pennas. A especie occorre desde S. Paulo até o Norte do Brazil e a Guyana. O nosso exemplar é de Piracicaba, onde o caçou e preparou o Sr. Valencio Bueno. Mus. Paul. Piracicaba. * 420. Syrnium perspicillatum (Lath.). Mocho matteiro. Strix pulsatrix Wed HI p. 268. Ulula torquata Burmeister 1 p. 130. Syrnium pulsatrix Berlepsch | p. 282. Syrnium pulsatrix Berlepsch wu. Jhering p. 166. Athene torquata Pelzeln p. 8. Syrnium perspicillatum Cat. Br. Mus. II p. 277. Coruja grande de so-—57 centim. de comprimento com a aza medindo 36 centim., bem caracterisada pelos dedos cobertos de pennas até perto da unha, atraz da qual se notam 2-3 escudos. O lado superior é bruno, côr de café, com salpicos e faxas indistinctas nas azas e na cauda. À face é bruna; sobre os olhos corre da fronte ao occiput uma larga estria branca. O peito é bruno, a garganta e o pescoço anterior e lateral são brancos, a barriga e as pernas são ferruginoso-amarellas. Essa especie occorre desde o Rio Grande do Sul até Mexico. ; Mus. Paul. Est. de S. Paulo. o * 421. Syrnium melanonotum (Tschudi). Athene melanota Pelzeln p. 9 (Ypanema). Syrnium melanonotum Cat. Br. Mus. II p. 280. Especie um pouco menor do que a precedente, com. a aza medindo 31 centim., bem distinguida pelos dedos nús, providos de pennas só na base. À côr é mais escura, bruno-denegrida em cima. O pescoço anterior é bruno em SRS É ET BE“ “cima, branco em baixo formaudo uma larga faxa ou col- lera que nos lados é amarella. As rectrizes têm finas faxas transversaes e as pontas esbranquiçadas. A barriga é uniforme, amarella, como na especie precedente. Parte das coberteiras exteriores da aza tem uma mancha ama- rella na ponta. À estria que do bico corre sobre os olhos é amarella. O Snr. von Berlepsch diz que pulsatrix Wied e pers- picillatum são especies differentes. Como nada diz sobre os dedos não sei se trata ou não de S. melanonotum, deixando indecisa esta questão. S. melanonotum occorre desde S. Paulo até o Peru. Mus. Paul. Piracicaba (Rio das Pedras) 2 e df. Susram. BuUBONIDAE. 422. Bubo magellanicus Gm. Jacurutu. Jacurutu Marcgrav p. 199. E Strix nacurutu Wed HI p. 274. | Bubo crassirostris Burmeister Il p. 121. “a Bubo magellanicus Pelzeln p. 9. Bubo virginianus .Sc/ater a. Hludson 1 p. so (nec Gm.). Bubo magellanicus Cat. Br. Mus. II p. 29. Coruja de orelhas, de 5o centim. de comprimento, que na Argentina e no Brazil substitue o B. virginianus Gm. da America do Norte, do qual parece uma variedade. Os dedos são densamente cobertos de pennas. Os frocos da orelha são pretos, com orla amarella na barba interior. A côr é amarellada- em cima com numerosos salpicos e faxas estreitas de côr bruno-denegrida. As remiges e rectrizes têm faxas largas. A face é amarellenta, o véo bruno-dene- grido. A garganta e o pescoço anterior são brancos, o peito e a barriga amarellos com estreitas faxas pretas e estrias pretas longitudinaes. As pernas são amarellas, o bico e as a garras pretas. Essa especie corresponde ao butfo da Europa or a A ad 2:25 a ad e dd CE a TOA SS que, porem, é maior e occorre desde o Estreito de Maga- lhães e Chile até o Amazonas. Na America do Norte é substituida por B. virginianus Gm. Mus. Paul. — * 423. Scops brasilianus (Gm.). Coruja. Caburé Marcgrav p. 212. Strix crucigera Spix I p. 22 Pl 9. Strix undulata Spix | p. 23 Pl. to. Strix brasiliana Wed HI p. 286. Scops decussata Burmeister II p. 126. Scops atricapilla Burmeister 1 p. 128. Ephialtes choliba Pelzeln p. 9. (Ypanema). Ephialtes atricapilla Pelzeln p. 9. Scops brasilianus Sclater a. Hudson II p. 51. Scops brasilianus Cat. Br. Mus. II p. 108. Coruja de orelhas com os dedos nús. O comprimento total é de 25 centim., o da aza de 17 centim. Essa coruja é bem caracterisada pelas estrias ramificadas das pennas do lado inferior, tendo cada penna no meio uma estria longitudinal da qual, de cada lado, sahem 2-—4 estrias trans- versaes. A côr é pardo-cinzenta em cima com salpicos pretos, amarello-cinzenta em baixo com estrias pretas ra- mificadas. A côr do lado dorsal é bruno-cinzenta no macho, bruno-avermelhada na femea. Os frocos da orelha são pretos, com salpicos amarellos. Essa especie oecorre desde a Argentina, por todo o Brazil e até a Venezuela. Pelzeln e outros autores distinguem duas especies, sendo S. ni- gricapilla mais escura no vertice, correspondendo talvez à femea. Os nossos exemplares do Ypiranga são mais claros do que o de Iguape. Acceito a opinião de Sharpe que no. Catalogo do British Museum não admitte S. nigricapilla nem como variedade. Essa coruja bonita vive com a suin- dara no edificio do Museu, no Monumento do Ypiranga. Mus. Paul. Ypiranga; Iguape. pag õS Ss ic * 424. Speotyto cunicularia (Mol.). Coruja do campo. Strix grallaria Spix 1 p. 21. Strix cunicularia Wed Ip. 248. Noctua cunicularia Burmester II p. 139. Athene cunicularia Pelzeln p. 9. (Rio Verde, Itararé, Irisanga). Speotyto cunicularia hypogaca Couwes p. 516 fig. 361. Speotyto cunicularia Sclater a. Hudson 1 p. 52. Speotyto cunicularia Cat. Br. Mus. HI p. 142. Coruja de 20-22 centim. de comprimento com a aza medindo 18 centim. e o tarso 5 centim., caracterisada pelo tarso comprido, incompletamente coberto de pennas e os dedos nús e pela cera entumescida ao redor das ventas. O lado dorsal é pardo-cinzento com grandes manchas redondas esbranquiçadas, o lado ventral é branco-amarel- lado com manchas pardo-avermelhadas transversas. As remiges e rectrizes têm manchas alvacentas formando faxas transversas. À garganta é branca, o crisso e as per- nas são uniformes, amarellentas. O bico é esbranquiçado. Essa especie occorre desde a America do Norte até a Patagonia e o Chile. Os nossos exemplares argentinos são um pouco maiores e têm as manchas brancas que, nos de S. Paulo, são branco-amarelladas. E' especie commum em nossos campos onde faz o ninho no chão em buracos que forra com excrementos seccos de gado vaccum. Mus. Paul. Ypiranga; Itapetininga: Piquete. * 425. Glaucidium pumilum (Temm.). Cabure. Strix minutissima Wed HI p. 242. Glaucidium pumilum Burmeister 1 p. 144. Athene minutissima Pelzeln p. 9. Glaucidium pumilum Cat. Br. Mus. II p. 198. Entre as nossas corujas a menor, de 13 centim. de comprimento, medindo a aza 8-9 centim. À côr em cima é bruno-cinzenta com manchinhas ou pingas amarelladas E na cabeça e maiores branco-amarellas nas coberteiras das E azas. Na nuca e no pescoço posterior são as pennas em parte pretas e munidas de grandes manchas brancas. A É garganta e o pescoço anterior são brancos, o peito é pardo, E a barriga branca com estrias longitudinaes pardas. As : rectrizes têm as pontas esbranquiçadas e quatro series de manchas brancas que são maiores na barba interior da rectriz e se não estendem até a haste. Essa especie 0ce- corre desde S. Paulo até o Amazonas. Pelzeln diz, p. 399, que Lichtenstein obteve-a de S.. ei o Snr. Krone obteve-a em Iguape. Mus. Paul. Estado de S. Paulo. RR ao Pa CE RS * 426. Glaucidium ferox (Vieill). Cabure. Strix passerinoides Wed II p. 239. Strix ferruginea Wed HI p. 294. Glaucidium passerinoides Burmeister 1 p. 143. Glaucidium ferrugineum Burmeister Il p. I41. Athene ferruginea Pelzeln p. 9 (Matto Dentro, Ypa- nema, Irisanga, Rio E, Glaucidium ferrugineum Coues p. 514. Glaucidium ferox Cat. Br. Mus. II p. 200. Especie maior, de 200 mm. de comprimento ou mais, medindo a aza 10 centim. ou mais. À côr é bruna ou bruno-avermelhada em cima. Às pennas do vertice têm estrias claras ao longo das hastes. O lado inferior é bran- co-amarellado, com estrias longitudinaes escuras. Sharpe no Catalogo do British Museum distingue duas variedades uma bruna e outra castanha. Esta ultima é a St. ferruginea de Wied e tem a cauda uniforme, pardo-avermelhada, se- gundo Sharpe, sendo, segundo Burmeister, a cauda do ma- cho uniforme, da femea transversalmente riscada. A cauda - de G. passerinoides tem manchas brancas como a de G. pumilum, mas em maior numero, de 5—6. Acceitando aqui. SP Si PERDE GENS RSA e E =, = DO ÃO O RA EO E AO TD RETA, ap NS ISSO 16; RES im a opinião dos especialistas competentes não posso deixar de emittir as minhas duvidas a respeito da reunião de todas essas variedades em uma especie. Os guaranys do Rio Verde chamam essas especies de Glaucidium caburé. Mus. Paul. Iguape; Est. de S. Paulo. VII. Ordem. Accipitres. As aves de rapina diurnas são caracterisadas pelo bico forte, alto na base, recurvado e afiado, que na base é revestido de uma membrana, denominada cera ou cerume, quasi sempre de côr differente da do bico, ás mais vezes amarella, e na qual estão situadas as ventas. A região loral é núa ou revestida de cerdas rijas. Os olhos estão situados lateralmente e não são cingidos por uma corôa de pennas formando o véo, que caracterisa as corujas. Só no genero Circus ha uma disposição analoga, uma qualidade de véo incompleto. De conformidade com essa circumstancia as orelhas não têm o desenx olvimento extraor- dinario que se nota entre as corujas. Nas azas notam-se 10 remiges da mão, 12-16 do braço. A cauda contem 12 rectrizes. As pernas e pés mostram grande variabilidade. O tarso é ás vezes provido de pen- nas, ás vezes nú, sendo revestido de escudos que são menores e hexagonaes ou maiores e semicirculares. As pennas do lado exterior da perna são, ás vezes, engrande- cidas e pendentes formando os «calções». Os pés são nús e notaveis pela força e pelo tamanho das garras, qué servem para agarrar a presa, e entre as quaes especialmente a posterior é grande. Muitas vezes são dos tres dedos anteriores os dois exteriores na base entre si ligados por uma curta membrana. Só no genero Pandion, a aguia pesqueira, pode o dedo exterior ser virado para traz, como o fazem as corujas. As aves de rapina diurnas, a excepção dos urubús, estão distribuidas sobre todas as zonas, tendo muitas espe- cies entre ellas uma distribuição geographica vasta. Grande — 398 — numero das especies da America meridional occorrem tambem na America do Norte e algumas até na Europa. Representam entre as aves o papel que os carnivoros fazem entre os mammiferos, vivendo de outros animaes especialmente de aves e insectos. As pennas, cabellos, ossos e outras partes refractarias á digestão são lançados fóra em fórma de bolas, como costumam fazer tambem as co- rujas. Vivem isolados respectivamente aos casaes. Em geral a femea não differe do macho no colorido, mas sim no tamanho, sendo quasi sempre a femea maior do que o seu companheiro. Ao contrario é bem dilferente muitas vezes no colorido o filhote da ave adulta, o que bastante dificil torna a determinação. A excpção dos urubús, que fazem o seu ninho muito simples no chão, constróem os ninhos em cima de arvores altas. Distinguem-se, ao menos quanto ás especies repre- sentadas no Est. de S. Paulo, duas familias, as Cathartidae e as Falconidae. | As Cathartidae, abrangendo os urubús, têm a cabeça e parte do pescoço nús e escamosos ou munidos de ver- rugas. O bico é comprido, menos forte e menos curvo do que o das Falconidae, um pouco contrahido na base e mais alto perto da ponta. As ventas são permeaveis de um lado do bico ao outro. Os pés têm o dedo posterior menor e collocado mais elevado do que os anteriores sendo todos na base unidos por membrana. As garras são pouco fortes, pouco curvas. Falta aos urubús o larynge e | a voz. E" essa familia exclusivamente americana, differindo das Vulturidae ou abutres do velho mundo. E” familia que abrange pequeno numero de especies entre ellas o condor dos Andes, representado na collecção do Museu por bonito exemplar, o urubu-rey e os urubús. Vivem de animaes mortos ou moribundos. As Falconidae são os rapineiros verdadeiros, não vi- vendo de animaes mortos. O bico, por essa razão, é mais forte, mais recurvado, alto na base. A margem cortante da maxilla superior tem, ás vezes, no meio um dente obtuso, ERES a como no genero Accipiter, ou perto da ponta um dente agudo como na sub-familia Falconinae. Esse dente em geral é simples, sendo duplo no genero Harpagus. O cerume é ás vezes molle, ás vezes duro, como a base do bico mesmo. À cabeça é bem munida de pennas. O larynge é pouco especialisado. São aves de rapina que caçam de dia. Não temos no Brazil verdadeiras aguias do genero Aquila, mas temos os gaviões de pennacho que os sub- stituem aqui, as harpias e apacanim, que são aves magni- ficas, soberbas. Não duvido que seja bastante incompleta a lista aqui apresentada. FAM. SARCOKHAMPHIDAE. * 427. Sarcorhamphus papa (L.). Urubu-rei; Corvo branco. Cathartes papa Spix | p: 1 Taf. 1. Cathartes papa Wed II p. 56. Sarcorhamphus papa Burmeister 1 p. 28. Sarcorhamphus papa Pelzeln p. 1 (Itararé, Morungaba). Cathartes papa Cat. Br. Mus. I p. 22. O Urubú-rei ou Corvo-rei é pouco maior do que o urubú preto, mas se distingue dos urubús, além do colorido, pela crista e pelas verrugas vermelhas que se notam na base do bico. A cabeça e o pescoço anterior são nús, ver-: melhos e, em parte, côr de laranja. No pescoço começa a plumagem que fórmá um collar cinzento de pennas maiores. As remiges, o uropygio e a cauda são pretos, o dorso e o lado ventral são branco-amarellados. O bico que é amarello-cinzento, mede 5 centim. no culmen. O Urubú-rei occorre no Rio Grande do Sul até 30 gráos de L. S. como sei por observadores de confiança, “não tendo o mesmo caçado. Occorre, pois, por todo o Brazil e até o Mexico. Os guaranys do Rio Verde chamam-n'o urubú-inti. Mus. Paul. Ss "Paulo. o ad * 428. Catharista atrata (Bartr.). Urubu; Corvo. Cathartes foetens Wied II p. 58. Cathartes aura Spix I p. 2. Cathartes urubu Burmeister II p. 32. Cathartes atratus Sclater a. Hudson H p. 89. Cathartes foetens Pelzeln p. 1 (Ypanema). Catharista atrata Coues p. 560 fig. 388. Catharistes atratus Cat. Br. Mus. I p. 24. O urubú ordinario é todo preto, tambem na cabeça, que é núa. As pennas do pescoço posterior ascendem com uma ponta triangular dirigida para a huca. As remiges da mão são em baixo esbranquiçadas. As hastes das remiges da mão são brancas em cima e em baixo, as das rectrizes são brunas em cima, brancas em baixo. As azas medem 42—44 centim., o tarso 7—8 centim. A cauda é curta e truncada. O bico e os pés são negros. Especie commum desde o Chile e a Patagonia até a America do Norte. Os guaranys do Rio Verde chamam-n'a japina. Mus. Paul. S. Paulo. * 429. Cathartes aura (L.) Urubu-pebda; Urubi campeiro; Corvo de cabeça vermelha. Cathartes ruficollis Spix 1 p. 2. Cathartes aura Pelzeln p..1 (Ypanema, Matto Dentro, Itararé). Cathartes aura Sclater c. Hudson 1 p. 89. Cathartes aura Berlepsch 1 p. 292. Cathartes aura Coues p. 558 e fig. 387. Oenops falelandica Sharpe Cat. Br. Mus. I p. 27 | Piz Tisfigire Oenops aura Cat. Br. Mus. 1 p. 25. Ave de 7o-—75 centim. de comprimento com a aza medindo 52—s4 centim. e a cauda 26-28 centim. À côr da plumagem é preta, mas as pennas em parte são bruno- Sa a : Ea ME pro O aa) E air cinzentas ou bruno-orladas especialmente as das coberteiras das azas. A cabeça e o pescoço são nús, encarnados. As pennas no pescoço inferior, onde começam, formam um “collar regular ao redor do pescoço. As remiges da mão têm as hastes brunas em cima, brancas em baixo. As has- tes das rectrizes são pretas em cima, brancas em baixo. O lado inferior da cauda é cinzento, o das azas esbranqui- cado. O bico é muito mais curto do que na especie pre- cedente, medindo na curva do culmen 52 mm. contra 64 em C. atrata. A distancia do ponto do bico até o princi- pio da venta é 25-26 mm. em C. aura, 3436 em C., atrata. As ventas são lineares em C. atrata, largas e bem permeaveis de um lado ao outro em C. aura. O bico e as pernas são amarellentas. À cauda, que mede em C. atrata 18-20 centim., tem o comprimento de 26-28 em C. aura, sendo na primeira especie a sua margem posterior concava, visto como as re- ctrizes lateraes são imais compridas do que as centraes, dando-se no genero Cathartes o contrario, sendo a cauda redonda com a margem posterior convexa e as rectrizes lateraes mais curtas do que as centraes. Não é, pois, só a côr da cabeça que distingue essas duas especies e mal procedeu o preparador do antigo Museu do Sr. Sertorio, quando pintando de vermelho a cabeça de “um urubú preto julgou ter representado o urubú campeiro. Além das differenças notadas ha outras biologicas. O urubú commum anda em bandos, o urubú campeiro em casaes e dizem que não vive só de cadaveres, mas tambem de reptis. C. aura tem grande facilidade em voar sem movi- mento das azas, dando-as ao vento como velas, o que o urubú commum só pode fazer por pouco tempo. C. aura occorre desde a Patagonia até a America do Norte. Os exemplares das ilhas Falkland separou Sharpe como especie falclandica, como acredito sem razão. Mus. Paul. Piquete; 5. Sebastião. E a o 430. Cathartes urubutinga Pelz. Urubu-tinga. Urubu Marcgrav p. 207. Cathartes aura Wed IM p. 64. Cathartes aura Burmeister 1 p. 30. Cathartes urubutinga Pelzeln p. 1 (Irisanga). Cathartes pernigra Sharpe Cat. Br. Mus. I p. 26. Cathartes urubitinga Cat. Br. Mus. I p. 28 PL IH fig. 2. Especie muito semelhante á precedente da qual differe pelas hastes das remiges da mão que são brancas em ci- ma e em baixo, pelo pescoço posterior que no meio tem pennas até a nuca como em C. atrata e pela côr da ca- beça que é roxa ou azul no vertice, côr de laranja nos lados. Observo que na especie C. aura a côr não é uni- forme na cabeça e que nos diversos exemplares que della temos a cór das hastes das remiges da mão varia de bru- no-escuro até amarello, quasi branco. Isto devia impor cuidado na creação de especies novas. Sharpe ao contrario augmenta ainda o numero das especies descrevendo os exemplares do Amazonas sob o nome de C. pernigra, que tem as hastes das remiges em cima brunas, a cabeça ama- relia, 'o iris branco. C. urubutinga occorre no norte e no centro do Brazil e foi encontrado por Natterer no oeste do Estado de S. Paulo. Mus. Paul. — FAM:FALCONIDAE: Susram. PoLYBORINAE. * 431. Polyborus tharus (Mol.). Carancho; Chimango; Caracará; (Iguape). Polyborus vulgaris Spix Ip. 3 PL 1. Falco hrasiliensis Wed HI p. 190.. Polyborus vulgaris Burmeister II p. 31. Polyborus tharus Brehm Thierleben IV p. 734 e figura. Re E Ao apos ERpaRe o sz * . E a do ii RA q E DE Ego; É bia Polyborus brasiliensis Pelzeln p. 2 (Ypanema, Itararé). Polyborus tharus Sclater a. Hudson Il p. 8r. Polyborus tharus Cat. Br. Mus I p. gr. Especie de 55 centim. de comprimento, com o bico alto, lateralmente compresso, e as ventas estreitas e com- pridas. O dorso e o peito são brancos, com faxas brancas transversaes. A face é nua, o ouvido e o pescoço são branco-amarellados, a cabeça em cima é bruno-denegrida. A barriga e as coberteiras das azas são uniforme-brunas. As remiges da mão são escuras na ponta e brancas, com faxas escuras, no meio. As rectrizes são brancas, com nu- merosas faxas escuras e com a ponta bruno-denegrida. O “bico é cinzento, a face, a cera e as pernas são amarellas. O carancho está distribuido desde a Patagonia até o Ama- zonas, sendo substituido na Guyana e até o Mexico por especie affim, P. cheriway Jacq., que tem o uropygio uni- forme e bruno em vez de branco com faxas escuras, como na especie presente. É especie que se observa muitas ve- zes no chão, caminhando á procura de reptis e amphibios. Voando costuma erguer as pennas do vertice como penna- cho. À ave nova não tem as faxas transversaes do peito etc. mas estrias escuras e longitudinaes. Os guaranys do Rio Verde chamam-n'o Caracará. Mus. Paul. S. Sebastião; S. Paulo. * 432. Ibycter chimachina (Vieill ). Caracará branco; Caracará. Gymnops strigillatus Spix | p. 10 Pl. 4, a (uv.). Milvago ochrocephalus Spix I p. 12 Pl 5. Falco degener Wicd II p. 162. Milvago ochrocephalus Burmeister IL p. 326. Milvago chimachima Byrehm Thieileben IV p. 731 e fig. Milvago chimachima Pelzeln p. 2 (Ypanema). Ibycter chimachima Cat. Br. Mus. II p. 39. Ave de 40 centim. de comprimento. O genero Ibycter tem as ventas, que são ovaes em Polyborus, redondas, com a margem entumescida. A ave adulta é bruna no lado iate pi dorsal. A cabeça é amarello-clara, com uma estria escura atraz dos olhos. O pescoço e o lado inferior são uniformes amarello-claros. As remiges da mão têm a base amarel- lada, com taxas escuras. As rectrizes são na ponta escuras, nos '/; basaes brancas, com faxas transversaes brunas. A cera e a face nua são côr de laranja, as pernas são cin- zento-azues. A ave nova é bruna, com estrias amarellas longitudinaes na cabeça, no pescoço e no peito. É especie do Brazil que occorre desde o Rio Grande do Sul até Panamá. É ave dos campos onde paira no chão à procura de insectos. Gosta de procurar no dorso do gado vaccum os carrapatos. Mus. Paul. Ypiranga. 433. Ibycter americanus (Bodd.). Caracará preto. Gymnops aquilinus Sfix 1 p. II. Milvago nudicollis Burmeister 1 p. 37. Ibycter formosus Pelzeln p. 2 (Ypanema). Ibycter americanus Pelzeln p. 2 (Rio Paraná). Ibycter americanus Cat. Br. Mus. 1 p. 35. O Caracará preto mede so-—6o centim. de compri- mento. A côr é uniforme preta, com lustro verde-metallico. Os ouvidos são cinzentos, a barriga, as pernas e as cober- teiras inferiores da aza são brancas. À face e a garganta são núas e côr de laranja, a cera é azul, o bico amarellado. Os tarsos e pés são côr de laranja. É ave do Norte do Brazil que vive nos mattos e come insectos, especialmente abelhas e vespas. Desde S. Paulo, onde Natterer a caçou, mas onde parece ser rara, visto que até agora não a pude obter, está distribuida até a America Central. Goeldi diz que tem o nome indigena de Urucaçu. Ha outra especie semelhante a essa, I. ater Vieill. (Milvago aterrimus Burm.), toda preta a excepção da base da cauda, que é do Norte do Brazil e da Guyana e que SUR io ID Pelzeln diz ter sido encontrada por Souza no Rio Grande do Sul. Como ninguem mais encontrou essa especie no Rio Grande do Sul ou no Brazil meridional creio que ha en- gano, sendo S. ater especie exclusivamente do Norte do Brazil. Mus. Paul. — 2. SuUBFAM. ÂCCIPITRINAE. 434. Circus maculosus (Vieill.). Falco palustris Wed HI p. 224. Circus superciliosus Burmeister Il p. 1I6. Circus macropterus Pelzeln p. 8 (S. Paulo, Irisanga). Circus macropterus Sclater a. Hudson WI p. 58. Circus maculosus Cat. Br. Mus. I p. 62. Gavião de 5o centim. de comprimento, distinguido como as outras especies desse genero por uma corôa ao redor dos olhos, um véo, que nessa especie é bruno-dene- grido com manchinhas alvacentas. A côr é pardo-denegrida em cima. Sobre os olhos corre uma estria esbranquiçada desde a fronte até ao véo. As remiges e rectrizes são cinzento-azues, com faxas transversaes escuras. O pescoço é bruno, o peito e a barriga são brancos, com algumas estrias longitudinaes escuras. As azas estendem-se até a metade da cauda, que é comprida. Os tarsos são nús e compridos. Essa especie occorre desde a Argentina até a Venezuela vivendo em localidades ricas, em lagoas e ba- nhados, onde caça amphibios e aves aquaticas. A especie affim C. cinereus Vieill., que é da Argentina, cacei no Rio Grande do Sul. Mus. Paul. — * 435. Micrastur semitorquatus (Vieill.). Astur brachypterus Spix I p. 9. Climacocercus brachypterus Burmeister 1 p. 88. Micrastur brachypterus Pelzeln p. 7. Micrastur semitorquatus Berlepsch I p. 288. Revista do Museu Paulista Vol. III. 22 ADA UR Micrastur melanoleucus Berlepsch w. lhering p. 171. Micrastur melanoleucus Cat. Br. Mus. 1 p. 75. Gavião de so centim. de comprimento. O lado dorsal e.-a cabeça em cima são denegridas como tambem uma estria larga, que desce do occiput sobre o ouvido. “A face é branca, uma colleira do pescoço e todo o lado inferior o são a igualmente. O bico e a cera são cinzento-denegridos, os tar- sos são altos (8 centim.), amarellentos. Essa especie occorre desde o Rio Grande do Sul até o Mexico. As azas são curtas no genero Micrastur estendendo-se só até a parte: basal da cauda, que é comprida e tem as pennas lateraes muito mais curtas do que as medianas. Os tarsos são altos e cobertos de escudinhos hexagonaes. | Mus. Paul. Est. de S. Paulo. | 4 * 436 Micrastur ruficollis (Vieill.). Gavião matteiro; Gavião caburé. Falco xanthothorax Spix I p. 19. E Climacocercus xanthothorax Burmeister HI p. 85. Micrastur xanthothorax Pelzeln p. 7 (Matto Dentro, Ypanema, Itararé). | Micrastur ruficollis Berlepsch I p. 287. | Micrastur ruficollis Cat. Br. Mus. I p. 77. Gavião de 33 centim. de comprimento, bruno no lado dorsal excepto na cabeça, que é pardo-cinzenta. As rectrizes são bruno-cinzentas com as pontas e quatro faxas trans- versaes estreitas e brancas. O lado inferior é castanho desde: 7 a garganta até o peito e no resto branco com numerosas À faxas pretas transversaes. O tarso que mede 6 centim. é | amarello. O bico é cinzento-denegrido. O lado dorsal é branco-cinzento no macho, bruno-avermelhado na femea. A ave nova tem faxas transversaes tambem no pescoço anterior e no lado dorsal. Essa especie occorre desde o Rio Grande do Sul até Venezuela. E Mus. Paul. Piquete. BRR a db * 437 Micrastur gilvicollis (Vieill.). Climacocercus concentricus Burmeister Il p. 86. Micrastur concentricus Pelzeln p. 7.º Micrastur gilvicollis Pelzeln p. 7. Micrastur gilvicollis Cat. Br. Mus. I p. 78. Especie de 3436 centim. de comprimento, bruna ou pardo-cinzenta em cima. As rectrizes têm as pontas e quatro faxas estreitas e transversaes brancas. O lado ven- tral é branco, com numerosas faxas estreitas, escuras e trans- versaes que diminuem ou desapparecem na barriga inferior e no crisso. À ave nova tem o lado inferior amarellado, com faxas transversaes e ao redor do pescoço uma colleira indistincta de manchas esbranquiçadas. Essa especie do norte do Brazil foi observada na Bahia e no Rio de Janeiro “e occorre tambem no Estado de S. Paulo. Mus. Paul. Piracicaba. “* 438. Geranospizias caerulescens (Vieill.). Falco hemidactylus Wed HI p. 97. Nisus gracilis Burmeister IL p. 77. Geranopus gracilis Pelzeln p. 7. Geranopus hemidactylus Pelzeln p. 7. Geranospizias caerulescens Sclater a. Hudson II p. 67. Geranospizias caerulescens Cat. Br. Mus. I p. 81. O genero Geranospizias é bem caracterisado pelo dedo exterior anterior que é relativamente muito pequeno, muito mais do que o interior anterior, pela falta de calções na tibia cujas pennas são curtas e pelos tarsos muito com- pridos. Esse gavião mede 42(9')—so(P) centim.. A côr é azul-cinzenta, com estrias brancas transversaes no lado inferior, que porém no macho adulto quasi completamente desapparecem. As remiges da mão são pretas, com uma grande mancha branca na barba interior. O crisso e as “coberteiras inferiores da cauda são ferruginoso-amarellas. As rectrizes têm duas faxas pretas, largas sobre um campo ada O que é cinzento nas medianas, amarellado nas exteriores. O bico é preto, os tarsos e dedos são amarellos. Não tenho plena certeza de que o nosso exemplar provenha do Estado de S. Paulo, mas tambem não ha razão especial para duvidas, visto a especie occorrer desde a Argentina e por toda a America Meridional. Cacei-a no sul do Estado do Rio Grande do Sul. Burmeister obteve-a no Estado do Rio de Janeiro. Vive nas mattas caçando passa- rinhos, insectos e caracoes. | Mus. Paul. Est. de S. Paulo. * 439. Antenor unicinctus (Temm.). Asturina unicincta Burmeister II p. 82. Urubitinga unicincta Pelzeln p. 3. Buteo unicinctus var. harrisii Coues p. 542. Antenor unicinctus Sclater a. Hudson II p. 63. Erythrocnema unicincta Cat. Br. Mus. I p. 85. Gavião de 57 centim de comprimento, bruno-denegrido, com as coberteiras dos encontros castanhas. A cauda é preta, com a base ea ponta brancas, os calcões das pernas são castanhos, com taxas transversaes: pretas. Essa especie, que occorre desde o Rio da Prata até a America do Norte, parece no Estado de S. Paulo habitar a zona do norte. A ave nova é differente no colorido e tem as rectrizes pardo-cinzentas, mais avermelhadas na barba interior, com pontas amarelladas e 16-17 faxas transversaes escuras. Mus. Paul. Piquete. 440. Astur poliogaster (Temm.). Accipiter poliogaster Pelzeln p. 8 (Ypanema). Accipiter poliogaster Berlepsch I p. 285, nota. Astur poliogaster Cat. Br. Mus. I p. 120. O macho tem o comprimento total de 42 centim,, o tarso medindo 5, as azas 25 centim. O unico exem- plar typpico se acha no Museu de Leyden e Pelzeln considera essa especie como a ave nova do Accipiter pileatus. A côr é escuro-cinzenta em cima, mais escura na O NERI A » de mestre 451 » de bico chato 199 Andorinha 140 | Bemtevi do matto 199 » grande 139 | Bemtevisinho 196 TUA do mar 443 | Bico-pimenta 159 Anhuma 422 | Bicudo 159 Anicavara 157 | Bigua 370 Anum 300 | Biguari 374, 382 » —guassú 300 | Bigua-tinga 370 » peixe 300 | Biro 282 » branco 301 | Bonito 145 Apacanim 359, 360 » do campo 143 Aracuan 411 | Borralhara 234, 235 Araguahy 314 | Borralhara pintada 235 'Arapassu 230, 234 | Burrajara 236 » de bico comprido 233 | Caboclinho 161 Araponga 218 | Caburé 335, 336 Araponguinha 206 | Cagasebinho 191 Araponguira 211 | Caga-sebo 134, 183, 201 Arara-una 310 | Cambacica 142 » vermelha 312 » do campo 335 » — piranga 312 | Caminheiro 152 /435 Arassari 307 | Canario da terra 164 » pocca 308 » do campo 167 Avinhado 159 | Canelleiro 211 Azulão 149, 159 | Canelleirinho 213 Bacurau 272. | Canjica 211 Baguari 374, 382 | Canindé 311 Baiacú 426 | Capitão de sahyra 214 Barbudinho 209 | Capoeira 407 Batuira 427, 430 | Caracará 342, 343 Batuira do campo 435 » branco 343 . Revista do Mnseu Paulista Vol. III. 30 = 474 — PAG. Caracará preto 344 Carancho 342 Carão . 385, 420 Cardeal 168 Carqueija 419 Caucau - 395 Cegonha 382 Chagá 422 Chan-chan 279 Checheu 173 Chibante 206 Chimango 342 Choca 236, 238 Chopim Britto » do brejo 72 Chorão 322 Chupa-dente 247 Codorna 463 » mineira 463 » buraqueira 464 Colhereiro 381, 386 Colleira 162 » do brejo 161 Colleirinha 366 Coriavo 272 Corocochó 216 Corrupião 173 Cortamar 442 Corucão 275 Coruja 334 Coruja do campo 335 Corutié 22l, 222 Corvo 340 » - branco : 339 » de cabeça vermelha 340 marinho 370 Cuco 303, 304 Curiango 209, 272 1273 » tesoura 274 Curicaca 384, 385 Curió 159 Curruira 131,/182 Curruiraçú 130 Cutucurim 357 Cuyuyu 324 Ema 465 Encontro 172 Fecha fradinho 453 Ferreiro 218 Fogo apagou 400 Frango d'agua 417 » >» verde-azul 419 Gaivota 447 » rapineira 449 Gaivotão Gallinha do matto Gallinhola Gallito Garça branca grande Garça branca pequena » azul » real Gaturamo » miudinho Gavião matteiro » caburé » | caboclo » puva » carijó > do mangue » pombo » real » pato Gralha y » do matto » do campo Guache Guainumbi-guassu Guacuru Guará Guaracavuçu Guerin Guracava Gurundi preto » azul Guspidor Harpia Inambú guassu » chintan » chororó Jabirú » — moleque Jacú-peba » guassú » tinga Jacucaca Jacurutú Jahó Jandaya Japú » guassu Japuira Jassanã Jeruva João pobre » de barro » velho » do matto PAG. 144, 145, 357, 410, 314, 414, 447, 459 245 440 179 374 375 375. 378 146 144 346 346 351 351 353 355 356 378 358 174 174 175 170 296 379 384 202 163 193 153 159 247 - RIO Ta ) PAG. João bobo -298 » barbudo 299 » grande . 374 Jurú 320 Jurueba 319 Juruty 402, 403 » — vermelha 404 » — piranga 404 Jurnva 291 Juruviara 136 Macuco 458 Macuquinho 220, 249 Maitaca 323 Maracaná 313 Mariquita 133, 142 Marreca 393 » do Pará 392 Marrequinha 395 Martim grande 291 » pescador 292 » pescador pequeno 293 Massarico 429. 432, 433, 434 Matraca 234, 291 Melro | 169 Mergulhão 369, 419, 454, 455 » pequeno 454 Mergulhador 395 Mocho orelhudo 328 » diabo 330 » — negro 331 » — matteiro 332 Mutum 408, 409 Narsejá 439 Nhandá 465 Nhapacanim branco 359 » preto 360 Pae augustinho 204 Papa-arroz 159, 160 » capim 162 » » — colleiro 162 » piry 189 » mosca real 200 » formiga 229,241, 242, 243, 244, 245 » taóca 244 Papagaio 320 » campeiro 321 » — collarelro 320 » inglez 321 Pararú 402 Parary 399 Patativa 160 Pato arminho - 390 391 »8 do-matto PAG. Patury 395 Pavão 217 Pavó 217 Penguim 456 Perdiz 462 Periquito 318 Periquito de encontro ama- rello 319 Periquitinho 325 Pernilonga 431 Piassoca 425 Pia-cobra 134 Pica-barra 454 Pica-pão do campo 279 « >» de cabeça amarella 284 » >» anão 287 Pichochó. 165 Pincha-cisco 299 Pintasilgo 163 Pomba legitima 398 » preta 398 amargosa 398 do Cabo 4592 Pombinho das almas 77 Porocoché 276 Prebixim 157 Puvy 144 Quero-quero 4928 Quiri-quiri 367 Rabilhão 284 Rendeira 209 Rola 400 » azul 401 Rolinha 400 Sabiá 126 » laranjeira 126 » — colleira 126 » - branco 127 » do Matto Grosso 213 » - una 128 » da praia 128 » — do campo 129 » —pocca 129 » —sieca 329 Sacy 302 Sahy 142, 146 » azul 141 » andorinha 148 » de sete cores 146 » militar 147 » verde 147 » amarello 148 » guaçú 148 Sahyra 143, 146, 148 E 470, = PAGe Sanhaçú 149 » frade 149 » dos coqueiros 150 » de encontros 150 Saracura 414, 415, 416 Saripocca 308 Sem-fim 302 Seriema 421 Siriri-tinga 199 Siriri 205 Socó-boi 3717, 380 Socó 379 » gallinha 379 Soldado 169 » do bico preto 172 Sombrio 132 Sovi 364 Sucurú 298 Suindara AA Suiriri 180 Surucuá dourado 294 » amarello 294 Tachan 423 Talhamar 442 Tangara 208 Tangarasinha 208 Tapema 360 Tapenna 360 Taperá 139 Taperussu 266 Tapicurú 384, 385, 386 Tayassu 37 Tentensinho 366 Teque-teque 183 Tereno 144 Tesoura 205 » do campo 179 Tesourinho 215 Tesoureiro 205, 368 Tia-tam 162 » = preto 163 Tico-tico 165 » rey 168 Tico-tico do piry Tié sangue » fogo » do Matto Grosso » preto Tié de topete » tinga Tieté Tinguassu Tiriba Tiriba grande » — pequeno Tiribinha Tizio Tocano » — grande' Tovacca Tovaccassu Trinca ferro Trinta réis Trovoada Tucano do bico preto Tucaninho Tucano Tucan-ussu Tujá Tuim Turucuhé Tuyuyú Urú Urubú-re Urubá » peba » — campeiro » tinga x Urutau » — pequeno Velhinha Velho Vira-bosta Virussu Viuva Viuvinha "6 E FETTST PAG. 220 151 "151 152 153 153 157 145 214 316 315 317 316 1163 306 305 246 246 156 444, 445, 446 241 306 307 306 305 276 317 221 383 407 339 340 340 340 342 271 276 178 178 171, 173 213 146, 178, 182 182 - REVISTA o ; ; DO : / MUSEU PAULISTA PUBLICADA POR by H. von IHERING, Dr. med. “et phil. Bu so | Director do Museu Eita socio honorario da Sodegndo. in Dana Italiana, | E da Academia de Sciencias:em. Cordoba, | da Sociedade Geographica de Bremen, da Sociedade Anthropologica de Berlim, da Academia de Sciencias de Philadelphia, da Sociedade dos seara mt de Moscow, da Sociedade Entomologica de Berlim, do Museu Ethnologico de Leipzig, da Sociedade Scientifica | do Chile, da Sociedade Senckenberg dos naturalistas de Frankfurt a. M NA - e do Museu zoológico do Pará. S. PAULO É ; “Tyr. A Vapor DE HENNIES IrmÃos, RUA CAIXA D'AGUA, 11€ E: : Re 1898 Es A MILTA ) Wildes A i [A cr ENO b 1 e qu) f uv já H HA À E Eua NU p ar f fi RAR, q Pa o ES: a = Ea E RE tn | 88º 5 ulo / 146 . Pa b .B7 es E q d O nhbird QL68 a As aves do Est do II) 3 9088 qo pr [em