">i 'iimfmmmm^^mfmimmm
li
É^m
'-mm^'":
,tiisj;;:i|;:to.'.'::.
i
fc«^'
/iilifeiiíSi^
\/ p /'//í* "?'
/ -^í ^ ., -^ '7
BOLE 11 M
DA
SOCIEDADE BROTERIANA
PUBLICAÇÃO ANNUAL
Director — Dr. Júlio Augusto Henriques
PIIOFESSOK DE BOTÂNICA
VolviiTie X^iCVI
'í
Propriedade e edição da Sociedade Buoteuiana.
Redacção e administi-açào — Jardim Botânico — Coimhha.
-<»®«S*-
COIMBRA
IMPRENSA DA UNIVERSIDADK
1911
BOLETIM
DA
SOCIEDADE BROTERIANA
BOLETIM
DA
SOCIEDADE BROTERIANi
PUBLICAÇÃO ANNUAL
Director — Dr. Júlio Augusto Henriques
PROFESSOR DE BOTÂNICA
VoluiTie XXVI
Propriedade e edição da Sociedade Broteriana.
Redacção e administração — Jardim Botânico — Coimbra.
-<^^-f'í>'
COIMBRA
IMPRENSA DA UNIVERSIDADH
1911
/^. ^/
R. 6555
A NIEMORIA
DE
SIR JOSEPH DALTON HOOKER
ké//^^^^^^.
SIR JOSEPH DALTON HOOKER
csi
A 10 de dezembro terminou a longa e gloriosi vida d'este grande
botânico, o maior de certo entre os mais dislinctos do século passado.
Tinha completado 94 annos a 30 de junho, conservando até esta consi-
derável idade toda a intelligencia e actividade, trabalhando até quasi aos
últimos momentos.
Filho d'um grande botânico, Sir W. Jackson Ilooker, na sciencia amável
foi educado e, lendo obtido o grau de doutor em medicina em Glasgow,
em 1839, aos 22 annos de idade, teve occasiào de entrar em servi^-os,
que bem mostraram a sua aptidão. Tratava-se então d'uma expedição de
estudo ás terras antarticas. Hooker foi nomeado medico e naturalista d'essa
expedição. Por esse tempo estava Ch. Darwin de volta de expedição aná-
loga, que durou cinco annos. Foi isso para Hooker de grande utilidade,
porque d'este grande naturalista educado com a pratica obtida durante a
longa viagem, pôde dar a Hooker instrucçòes e conselhos. Desde então se
estabeleceu intima amisade entre os dois novos naturalistas, amisade que
só terminou com a morte.
Hooker embarcou no Erebus, um dos dois vasos destinados á expedição.
No outro vaso, Terror, embarcou outro naturalista que com seus trabalhos
tanto iilustrou a sciencia o dr. D. Lyell.
Foi esta primeira viagem de grandes resultados e que mostrou bem o
grande valor de Hooker. Durante ella recolheu material para dar a co-
nhecer a flora de regiões até então não exploradas. Mais tarde percorreu
regiões nas quaes ainda nenhum europeu tinha entrado nas gratulfs mon-
tanhas do Hymalaia. Já de idade avançada ainda \isitou a Syria para fazer
estudos sobre o Cedro do Libano. Nas viagens que fez não colligiu só
plantas, fez observações de varias ordens, meteorológicas, geológicas, ele,
isto é, fez estudos completos das regiões percorridas.
Em Inglaterra fez serviços nos jardins reaes de Kew, sendo director
seu pae, e a este succedeu em 1865. A direcção d'este jardim foi noiavel.
IV
graças ao espirito organisador e vastissimos conhecimentos botânicos de
Sir J. Kooker. Durante a sua admiciistraçào teve graves difficuldades, que
todas venceu em proveito do grande estabelecimento botânico que dirigia.
Enumerar todos os serviços prestados á sciencia por Sir Hooker seria
trabalho longo, pois 6 enorme o numero de publicações sobre assumptos
botânicos por eile publicados. Foi sob sua indicação a direcção que co-
meçou a publicação de tioras notáveis, taes como a Hora da Austrália, da
Africa tropical e da índia, na qual tomou parte activissima.
A botânica descriptiva e systemalica foi sua obra importante. Attesta-o
entre outras obras a que tem por titulo Genera plantarum, feita com col-
laboraçâo com o botânico notável Bentham. Os conhecimentos anatómicos
eram-lhe familiares e bastaria a memoria sobre a Welicitschia mirabilis
para d'isso convencer.
Nas grandes viagens feí estudos importantes sobre a geographia das
plantas, procurando interpetrar as diíFerenças de vegetação nas diversas
regiões como efíeito das condições climatéricas, prevendo a theoria da
transformação das espécies, que com Darwin desenvolveu c da qual foi
constanlt; defensor. Ainda em 1908, por occasião da solemne celebração
do afuiiversario do nascimento de Darwin, coincidindo com o quinqua-
gesimo anno da publicação da theoria, Hooker, já então de 91 annos de
idade, feí um interessantissimo discurso sobre trabalhos do seu amigo e
companheiro.
As maiores honras foram concedidas a Hooker. Varias medalhas lhe
foram conferidas, entre as quaes uma de ouro oíferecida pela Sociedade
de sciencias da Suécia por occasião das festas do bicentenário do nasci-
mento de Linneu. Foi presidente da Sociedade real de Londres^ e do
governo inglês recebeu também titulos dos mais honorificos.
Tudo mereceu quem durante tão longa vida tanto trabalhou.
Apesar de insignificante o nosso preito de respeito pela sua memoria,
nSo queremos deixar de o prestar.
J. A. Henriques*
MATERIAES PARA O ESTUDO DO PLANCTON
NA COSTA PORTUGUESA
POE
IvUÍs Wittnich Carrisso
o presente fascículo é o primeiro de uma série, que tencionamos
publicar sobre o Plancton da costa portuguesa. Kcfere-se às Dino- e
Cystoflagelliae, que sam um dos seus elementos mais importantes e
característicos, e abre por uma Introdução, onde procuramos resumir
algumas ideias geraes sôlDre Planctologia, e fazemos a descrição dos nossos
trabalhos, indicando os métodos e processos que seguimos, e alguns resul-
tados de maior interesse.
No segundo fascículo, que esperamos publicar brevemente, ocupar-nos
hemos das Diatomaceae e das Tintinnae. Seguir-se ham outros, que
dirám respeito aos Foraminífera, Radiolária e Crustácea, para os
quaes já temos algum material acumulado.
Como o indica o título, com o qual o apresentamos, este trabalho não
tem a pretensão de ser completo; representa apenas uma tenlativa em
determidada ordem de estudos, infelizmente pouco conhecidos entre nós (1).
A descrição do Plancton das aguas que banham a costa de Portugal é
uma obra de largo fôlego, que não pode ser elaborada dum jaclo; ha-de
resultar necessariamente da compilação de uma série de monografias, que,
apesar de incompletas, não deixaram de ter utilidade. É esla a nossa
orientação: pretendemos por ora apenas reunir materiaes, que de futuro
possam servir de base a uma obra de conjunto, mais completa.
(1) Que eu saiba, na bibliografia científica porlugin-sa apenas existe sobre o
Plancton um artigo do sr. A. Nobre, publicado nos Annaes de Sciéncias Nuluraes,
tom. IV, pag. 12.
Nas publicações do falecido rei D. Cahlos também se encontram ligeiras refe-
rências ao Plancton da costa portuguesa.
6
Mas além de taes deficiências, mais ou menos inevitáveis, lia ainda
neste trabalho muitas outras, fáceis de reconhecer. Sam elas o resultado
de muitas dificuldades que encontrámos, e que nem sempre podemos levar
de vencida.
A Ciência não é fácil, mormente quando, abandonado o campo limitado
dos livros, entramos decididamente no caminho da investigação directa da
nature/a, na aspiração de novas coisas. Então, as dificuldades sam enor-
mes, e, muitas vezes, insignificantes os resultados obtidos, comparados
com o esforço dispendido em os alcançar. Esta verdade é, sem dúvida, re-
conhecida pelos que consomem dias de vida nos laboratórios, e também
por aqueles que se cansam por montes e vales na investigação científica
da natureza.
Mas além destas dificuldades de ordem geral, outras se me depararam,
não menos importantes e embaraçosas. Hefiro-me à falta de material pró-
prio e adequado, indispensável para os trabalhos sobre o Plancton, e cuja
aquisição está em muitos casos fora dos limites a que se tem de cingir o
esforço particular. A classificação dos organismos só pode fazer-se com o
auxílio de livros, que nem sempre se obtèem com facilidade, sobre tudo
quando se trata de uma bibliografia tam fragmentada, como a do Plancton,
e, pelo que respeita a pescas e operações correlativas, taes como lavagens,
fixagens, etc, impòe-se a montagem de um laboratório o mais perto pos-
sivel do lugar das pesquisas.
Conseguimos, porém, remover algumas dessas dificuldades, a que alu-
dimos apenas como explicação das numerosas faltas que porventura se
notem no nosso trabalho.
Resta-me ainda registar a expressão do meu vivo reconhecimento a
todos os que me auxiliaram na mirdia árdua tarefa. Devo referir-me em
primeiro lugar ao sábio professor de Botânica da Universidade, sr. Doutor
JuLio Augusto IIem«íquez, que tantas e tam seguras provas me tem dado
da sua amizade, e a cujo vasto saber e esclarecido conselho tantas vezes
recorri. Este meu reconhecimento abrange também o sr. Doutor Gon-
çÁLVEZ GuiMAKÀES, a cuja incontestada competência e nunca desmentida
dedicação devo a fineza de uma apurada revisão de provas, elucidando-me
àcêrca da adaptação ao português de alguns termos científicos. Aqui
deixo também consignado o meu agradecimento ao sr. Doutor Bernardo
AiitEZ, pela amabilidade, com que muito me penhorou, de por à minha
disposição, durante algum temj)0, o material do Gabinete de Zoologia da
Universidade.
Luís Willnich Carrisso.
ITV T Ror>u
é por isso o primeiro a que nos vamos referir aqui.
Ao passo que um grande número de animaes terrestres sam de tem-
peratura constante, a Fauna marinha é constituída na sua maioria por
organismos de temperatura variável, dependentes, por conseguinte, das
mais pequenas variações térmicas do meio exterior. A sua temperatura,
segundo as determinações de Richkt, ê mais alta cerca de um grou do
que a da agua que os envolve, cujas variações térmicas eles reflectem
fielmente.
Semelhantemente ao que se dá com outros factores, não é propria-
mente o valor absoluto da temperatura do meio que tem importância
ecológica considerável, mas sim a amplitude e a rapidez das variações.
De um modo geral, nos pontos do meio marinho em que as variações de
temperatura sam rápidas e de grande amplitude, a Flora e a Fauna nào
apresentam nunca a riqueza e variedade de formas que caracterizam as
regiões termicamente tranquilas. E este o motivo que Walther invoca
para explicar o brilhante desenvolvimento da Flora e da Fauna dos mares
polares, o qual contrasta com a pobreza relativa dos mares das regiões
mais aquecidas.
Mas nem todos os organismos manifestam a mesma sensibilidade pelas
variações térmicas. Morius designa pelo nome de eslenotêrmicos os
que exigem uma temperatura constante, e por euritérmicos os que
sofrem sem incómodo maior variações, ainda que bastante dilatadas e
rápidas, da temperatura do meio que os cerca.
(1) A propósito do estudo físico do mar, não queremos deixar de citar a obra ma-
gistral do oceanógrafo alemão Kriímmel, Handbuch der Ozeanographie. StiUlgart, 1907.
No que diz respeito à acção das condições físicas sôíjre os seres marmlios, deve-
mos também registar aqui o livro de J. Walther, Bionomie des Meercs. Jeiía, 18j;j.
Também é digno de nota o cap. II da obra citada de Steuek.
16
A maior parle dos organismos marinhos sam estenotérmicos, o que se
explica pela fidelidade com que neles se reflectem as variações da tem-
peratura exterior; e é deste facto que resulta a importância, a que já
aludimos, das condições de temperatura do meio marinho como factor
ecológico.
Ha, porém, organismos marinhos nitidamente euritérmicos, e esses en-
contram-se, como é natural, em pontos em que o regime térmico acusa
variações largas e rápidas. As algas do Benthos sam um exemplo típico:
a sua ditribuíçào depende muito mais da luz, do que da temperatura
(Walther); e o mesmo se pode afirmar de muitos outros organismos
litoraes, que como elas sofrem as variações de temperatura que caracte-
rizam as aguas costeiras.
Mas estes casos não sam a regra, e em geral os organismos marinhos
sam mais ou menos estreitamente estenotérmicos. Já dissemos que, se-
gundo Walther, é à constância do regime térmico das aguas polares
que se deve ir buscar a causa explicativa da riqueza da Flora e da Fauna
marinhas dessas regiões; riqueza que é mais surprehendente, quando se
compara com a nudez solitária e gelada das terras emersas das mesmas
latitudes. É a semelhança de regime térmico que nos faz comprehender
o aparecimento, nos abismos oceânicos das regiões temperadas e quentes,
de formas que vivem ã superfície das aguas frias dos Pólos, precisamente
como, no Geóbios, alguns organismos das terras polares se encontram nas
altitudes alpinas.
Julgou-se a princípio que o facto dos animaes pescados nas grandes
profundidades do Atlântico chegarem já quase mortos á superfície, seria
devido à rápida descompressão, que atinge por vezes dezenas de atmo-
sferas. Mas as investigações do Pkíncipe Alberto de Mónaco vieram
mostrar que este facto se deve atribuir sobre tudo à mudança de tempera-
tura, e que a descompressão tem uma acção secundária. Este illustre
oceanógrafo observou que, contrariamente ao que sucedia no Atlântico,
os organismos pescados no Mediterrâneo a profundidades que chegaram
a 1650 metros, eram recolhidos a bordo cheios de vida, sem desarranjos
fisiológicos de importância. Ora, se em ambos os casos a descompressão
é evidentemente a mesma, outro tanto se não dá com a temperatura:
ao passo que as aguas do fundo do Atlântico estám a cerca de 0°,
no Medilterráneo, abaixo de 1000 metros, reina constante e invariavel-
mente uma temperatura de 13°, e assim a diferença em relação à super-
fície, que no primeiro caso atinge 20** (admitindo 20° para temperatura
superficial) reduz-se no segundo a 7°. Comprehende-se que esta dife-
rença seja muito importante, tratando-se de organismos altamente esteno-
térmicos, como sam os que habitam aquelas profundidades, onde a tem-
peratura se mantém perfeitamente constante.
17
Além da sua importância como factor ecológico, que deriva da sua
acção directa sobre os seres vivos, o repiíne térmico do mar merece ainda
atenção pelo facto de ter debaixo da sua dependência, de uma maneira
mais ou menos íntima, a maior parte dos outros factores, taes como cor-
rentes, salinidade, percentagem de gases dissolvidos, etc. Por este duplo
motivo, a temperatura deve reputar-se a condição física do meio marinho
que tem uma acção mais decisiva na vida e na distribuição dos Planctontes.
Luz.
A agua do mar é um meio transparente que permite a penetração da
luz solar a profundidades que variam não só em relação ao comprimento
de onda dos diferentes raios, mas também em função de circunstâncias
diversas, taes como a presença de partículas mineraes, organismos, etc.
Parte da luz que incide sobre a superfície é reflectida, mas outra parte
refracta-se, e penetra na espessura do meio. Investigações de diferentes
autores, em particular de Fol e Sarasin, vieram mostrar que esta pe-
netração termina praticamente a uma profundidade não superior a 400
metros.
Este facto é devido a uma certa absorção dos raios luminosos, absorção
que é sobre tudo sensivel para os raios de grande comprimento de onda.
Ao atravessar a agua, a luz solar vae-se modificando, extinguindo-se su-
cessivamente os diferentes raios, do vermelho ao violete, até à completa
obscuridade.
A intensidade desta absorção depende da transparência da agua, e assim
o limite entre a região diáfana e a região afótica varia dentro de
certos limites. Pode, porém, tomar-se como valor máximo bastante apro-
ximado, a profundidade de 400 metros, a que já aludimos.
A determinação do grau de transparência toma assim um certo inte-
resse, pois permite avaliar a maior ou menor penetração da luz.
Em geral, a transparência é maior no mar largo do que ao pé da costa,
o que é devido, como facilmente se comprehende, à presença, junto da
terra firme, e particularmente na embocadura dos rios, de grande número
de partículas mineraes ou orgânicas em suspensão. A quantidade de Planc-
ton, segundo as observações de Schott, também tem, a este respeito,
uma iníiuência notável; e o mesmo se pode afirmar, mas em grau muito
menor, da salinidade e da temperatura das aguas.
Como factor ecológico do meio marinho, a luz tem uma importância
considerável.
O concurso das radiações solares, e, particularmente das radiações ver-
melhas e amarelas, é indispensável 5 assimilação clorofilina, e deste facto
3 XXVI
1«
resulta a íntima dependência que liga a distribuição das plantas marinhas
às condições de iluminação.
Do que acima dissemos, conclue-se que a vida vegetal, no mar, deve
ser sobre tudo intensa junto da superfície, diminuindo com a profundidade,
até à sua completa extinção junto dos limites da região afótica. E na ver-
dade, estas conclusões sam confirmadas pelos resultados da observação,
mormente no que se refere à Flora benthónica.
Mas a distribuição vertical do Fitoplâncton nem sempre concorda com
este esquema; a zona de maior exhuberáncia da Flora planctónica nem
sempre se encontra junto da superfície, mas a uma certa profundidade,
aliás bastante variável. Os motivos desta aparente anomalia sam principal-
mente a acção de outros factores ecológicos, em particular da temperatura
e da salinidade, e o facto de os óptimos de iluminação a que cor-
responde o máximo desenvolvimento de cada Fitoplanctonte nem sempre
coincidirem com o máximo de iluminação dos estratos superficiaes.
Assim no Báltico o maior desenvolvimento do Plancton corresponde
às zonas profundas, o que facilmente se explica pela fraca salinidade das
aguas superficiaes (I).
É o excesso de iluminação e o superaquecimento que dam origem, nos
mares das regiões quentes e temperadas, ao mergulhamento diurno do
Plancton, que de noite se encontra à superfície (2).
As investigações de Lohmann mostram que no Mediterrâneo o má-
ximo de frequência dos diferentes Fitoplanctontes se encontra entre 20 e
80 metros de profundidade, e não à superfície; e o mesmo se deduz das
observações de SciiuOder (3).
Mas cm muitos outros casos nota-se realmente um empobrecimento
gradual do Fitoplâncton com a profundidade.
CiiuN (4) divide as aguas do mar em três grandes estratos, em relação
ao desenvolvimento da uda vegetal. O estrato superior, ou região eufó-
tica, eslende-se desde a superfície até à profundidade de 80 metros e é
caracterizado pelo exhuberante desenvolvimento do Fitoplâncton; a assimi-
lação clorofilina exerce-se activamente, debaixo da acção de uma farta luz
solar. O segundo estrato, ou região disfótica, segue-se ao precedente,
e atinge uma profundidade de cerca de 350 metros. Nesta região encon-
tra-se uma Hora especial, a que Schimper deu o sugestivo nome de Flora
da sombra (Schallenjlora) , constituída prmcij)almente por organismos
(t) Steuer, loc. cit., pag. 3o6.
(2) Waltiieh, loc. cit., pag. 51.
(3) Stecer, loc. cit., pag. 35-").
(4) Citado em Steuer, pag. 83.
i9
estenotérmicos, cujo desenvolvimento é particularmente favorecido por uma
iluminação muito fraca e por um regime térmico constante. Finalmente,
a parte restante do meio marinho coiistitue a região afótica, região de
completa obscuridade, totalmente desprovida de Plancton vegetal.
Os trabalhos do próprio Cuim, de Karsten, de Gran e de outros au-
tores levam a crer que a divisão nas três regiões que acabamos de indicar
se aplica sobre tudo aos mares das regiões quentes e temperadas. Nas re-
giões frias, a estratificação da vida vegetal parece sujeitar-se a outro
esquema, e particularmente, a «Flora da sombra» de Schimper não se
pode evidenciar nitidamente.
Mas o papel que a luz desempenha como factor ecológico do meio ma-
rinho não se reduz só ao que deriva do seu imprescindivel concurso na
assimilação do carbono.
Como excitante fisiológico, a luz tem ainda debaixo da sua dependência
directa o interessante grupo de fenómenos que hoje se classificam com o
nome de fototropismo e fototactismo. Observam-se muitos fenómenos
de tactismo luminoso no Planclon, e é a eles que se devem atribuir os
deslocamentos verticaes dos Planctontes, pelo menos em grande parte.
Nesta ordem de factos, o fenómeno mais curioso é o que consiste na mi-
gração para nma zona mais ou menos profunda, durante o dia, de Planc-
tontes (Medusas, Plerôpodes, Ihlerópodes, Crusláceos) que voltam junto
da superficie durante as horas da noite (Plancton nictipelágico).
É ainda debaixo da dependência da luz que se devem colocar nume-
rosos casos de mimetismo dos organismos marinhos, como a transparência
de grande número de Planctontes, que constituo um dos seus caracteres
ecológicos mais interessantes. A completa escuridão das grandes profun-
didades dá lambem lugar a importantes fenómenos adaptativos nos orga-
nismos abissaes, taes como a atrofia dos órgãos visuaes, ou a sua hipertrofia
concorrentemente com o aparecimento de aparelhos fosforecentes.
Saliniclad-© .
Debaixo do ponto de vista biológico, as aguas do mar distinguem-se
das aguas doces principalmente pelo facto de conterem em dissolução uma
dose bastante elevaJa de saes. É à presença desses saes que se deve atri-
buir a separação, mais ou menos completa, da Flora e Fauna marinhas
da Flora e Fauna de agua doce.
As experiências de Plateau, Ricuet e P. Bert vieram mostrar que
nas acções que a salinidade total exerce sobre os organismos não ê igual
o papel que cabe aos diferentes componentes. Assim os sulfatos (SOjMg,
S04Ca, SO4K2) revelam-se biologicamente indiferentes: a sua presença
âo
não tem acção sobre os organismos de agua doce, e as variações da soa
percentagem na agua salgada é suportada pelos organismos marinhos sem
incómodo de maior. Com os cloretos (ClNa, GlaMg) observa-se precisamente
o contrário; tanto a sua presença, na agua doce, como as variações da sua
percentagem na agua salgada, sam altamente tóxicas para os seres vivos,
e determinam rapidamente a morte. Os trabalhos de Fredekicq confir-
mam e explicam <^stes resultados, mostrando que os cloretos, e particular-
mente o cloreto de sódio, impregnam e abandonam com grande facilidade
os tecidos vivos, estabelecendo-se rapidamente um equilíbrio entre as pro-
porções destes saes no interior dos organismos e no meio ambiente.
É ao cloreto de sódio que se deve atribuir o principal papel que a
salinidade exerce sobre os Planctontes. Como. porém, as proporções re-
lativas dos diferentes saes em relação à salinidade total sam praticamente
constantes, é aos números que a representam que se recorre, quando se
estuda a iníluéncia da natureza química da agua do mar sobre as formas
vivas que nele habitam.
Convém ainda noiar que, semelhantemente ao que acontece com os
outros factores ecológicos, que estamos estudando, as variações lenias e
progressivas da salinidade sam mais facilmente suportadas pelos organis-
mos, que a elas pouco a pouco se vam adaptando, do que as variações
rápidas e repentinas, cuja acção é geralmente mortífera. Mas, debaixo
dôsle ponto de vista, os seres marinhos apresentam uma sensibilidade
muito variável: ha-os que resistem a grandes mudanças na natureza quí-
mica do meio, ao p.isso que outros sucumbem a variações relativamente
insignificantes. Môbhs agrupa-os em três classes:
Organismos cstenohalinos — que só podem viver em aguas com
salinidade normal (3 a 4%);
Organismos eurihalinos — que sofrem facilmente variações con-
sideráveis da salinidade;
Organismos salobros — organismos adaptados a aguas de fraca
silinidade, que tam facilmente sucumbem ao seu aumento como
à sua deminuição.
Todas estas três classes tèem numerosos representantes no IMancton.
Oases dissolvidos.
Os gases dissolvidos na agua do mar. Oxigénio, Nitrogénio e Anhidrido
carbónico, tèem uma importância biológica considerável.
O Oxigénio desempenha no meio marinho o mesmo papel que na terra
21
ftmersa: ;i sijíi prfjsonça (t iriílispcrisfjvel ponj que lenham Inflar os fenó-
merios vilães. A sua origem <'; em parte atmosférica, e em parlíí da função
assirniladora das Plantas marirdias.
Km geral, a percentagem de oxig('ínio tem o sen m.'iximo junto da su-
perfíci(!, e deminue gradualmente com a profuiiílidade, sem rontudo se
anular nunca, n(!rn nas grandes fossas oc(;.'inicas. Kste facto cxplica-se
pela circulaçHo constante das aguas, que só chegam a profundidade depois
de se terem carregado de oxigénio à superfície. Nalguns mares interiores,
porém, como o Mar \egro (1) e o Mar (^áspio, esla circulação nSo tem
lugar, ou ílIo (t siiíicientemente activa, e as aguas ahissaes, desprovidas de
oxigénio, sarn completam(;nte a/oicas.
í) Anhidrido carbónico dissolvido nas aguas do mar, provém da
atmosfera, da rriSpiraçHo dos organismos marinhos, e da oxidaçHo das
matérias orgânicas. NTio existe no estado livre, mas unido aos carbonatos,
formando bicarbonatos.
Semelhantemente ao que jíi dissemos a respeilo do oxigérno, o gas
carbónico, no meio marinho como na atmosfera, representa o manancial
aonde as Plantas varn buscar o carbono necess/irio à sua síntese vital.
As variações na percentagem destes gases lêem uma influência muito
secundaria sobre a distribuição das formas vivas.
A observação e a experiência sam concordantes em patentear a fraca
inlluéncia, sobre os organismos mariníios, das variaçóes de pressHo.
.lá nos referimos alr/is às observaçóes do I*hí.\(Jipk dv. Mónaco, ten-
dentes a d(!monstrar que a descompressão, que os organismos ahissaes
sofrem ao serem arrastados para a superfície, tem consequências fisioló-
gicas pouco im[)ortafites, e que é a variação da temperatura que se dev(;
reputar a priricijjal causa da sua morte.
CiiLN, a propósito de pescas ahissaes de 4000 e 'íOOO metros, nota
que, apesar dos organismos sofrerem uma descompressão de .'iOO atmo-
sf(!ras, a sua estrutura se conservou perfeitamente ('!).
IVocurou-se a coníirmaçrio destes factos por via experimental, e os
resultados obtidos foram perfeitamente concordantes. Mulusct^s subme-
tidos a uma pressão crescente entraram em letargo a 000 almosferas.
(1) Na» aguas profunrJas do Mar Ncf/ro nota-se a exislcncia dfi gas sulflndrico,
o qu »
12 de maio de 1910....
21 de maio de 1910....
18 de junho de 1910 ...
24 de junho de 1910...
2 de julho de 1910....
n »
6 de julho de 1910....
8dejnlhode 1910....
i5 do julho de 1910....
24 de julho de 1910....
1 de agosto de 1910. . .
15 de agosio de 1910. . .
29 de agosio de 1910...
1 de setembro de 1910
18 de janeiro de 1911 . ■
7 de fevereiro de 1911,
14 de fevereiro de 1911
Hora
2'' da tarde
2" 1/2
2
l^Vz
2h
1"
l^Va
1"
12''
2h
2" 1/2
12" da manhã
1" da tarde
Local
Enseada de Buarcos
6"
1" '/2
4"
l"'/2
»
»
»
»
Rio Mondego
Enseada de Buarcos
» »
Rio Mondego
»
»
»
Enseada de Buarcos
Rio Mondego
»
Enseada de Buarcos
1) »
» »
Observações
Quantitativa
XXVÍ
.'iO
Pescas quantitativas
Procurámos realizar algumas determinações quantitativas, e, com quanto
os resultados que obtivemos sejam muito deficientes e incompletos, não
queremos deixar de os consignar aqui.
Servímo-nos da rede de pesca que descrevemos nas páginas preceden-
tes, e que construímos já na ideia de a aplicar a trabalhos quantitativos.
Conscientes das grandes dificuldades inerentes òs pescas deste género, a
que atrás tivemos ocasião de nos referir, abandonámos logo de princípio
a ideia de efeituar determinações absolutas, e preocupámo-tios apenas em
dispor as cousas para obter valores relativos da íreqiiéncia dos diferentes
Planctontes, mas por forma que os resultados dos lanços fossem compará-
veis entre si.
Desta forma, adiámos desnecessário tapar a rede com um obturador,
e não tentámos sequer medir o seu coeficiente de resistência à filtração,
que, atendendo ao seu grande ângulo de abertura, havia necessariamente
de ser muito elevado.
Realizámos quatro determinações desta natureza, e abandonámos logo
completamente esta ordem de trabalhos, por motivos de natureza diversa,
particularmente pela falta não só do material próprio, mas também do
conhecimento suficiente da Flora e da Fauna que pretendiamos sujeitar
à análise quantitativa.
Estas pescas foram feitas, como as simplez colheitas do Plancton, na
enseada de Buarcos, a pequena distância da terra, e à superfície. Cada
lanço durava 15 minutos, e, emquarito a pesca se efeituava, procurávamos
determinar a velocidade do barco com uma barquinha vulgar, de llutuador,
que, para pequenas velocidades, dá sem dúvida melhores resultados do que
as barquiidias de hélice, ordinariamente denominadas «barquinhas de pa-
tente».
O material pescado recolhia-se com todas as precauções a que já
atrás nos referimos. A seguir a cada lanço colhíamos uma amostra de
agua, para a determinação da salinidade, e procedíamos a observações
sobre temperatura e transparência da agua (1). Desta forma, cada pesca
era acompanhada da nota das condições físicas mais importantes.
O material pescado era transportado logo para o laboratório, e aí,
depois de convenientemente lavado e fixado, ficava em repouso durante
(1) Mais adeanie refcrimo-nos às observações sobre salinidade, temperatura ç
transparência.
ol
24 horas numa (jrovela graduada. Terminado esse prazo, fazia- se a lei-
tura do volume brulo, e procedia-se à contagem.
Para esse efeito, depois de convonietitemente diluída, a pesca era lan-
çada num balão de vidro, d'onde se extraía uma amostra por meio de
uma bombilha graduada, pela forma que já indicámos na primeira parte
desta Introdução. Essa amostra, que era sujeita à contagem, era geral-
mente de 0.5 cc.
Como aparelho contador, servi-me do microscópio de que dispunha,
um modelo médio da casa Keichert, a cuja platina apliquei um apare-
Ihozinho de madeira, que facilitava a contagem e impedia as repetições.
Umas lâminas de vidro, de 10x9 cm., quadriculadas em quadrados de
2 mm., e lamelas de 8x9 cm., completavam o nosso escasso material
de trabalho.
Efeituada a contagem, uma símplez mulliplicaçào nos dava a composição
da pesca total. Para que os resultados dos lanços fossem comparáveis uns
aos outros, referiamo-los a uma pesca ideal em que a rede filtrasse uma
columna de agua de 100 metros.
Os quadros seguintes resumem os resultados obtidos:
Lanço n.° 7
30 de março de 1910, a 1" Vz da tarde
Temperatura (ta agua 13°,6 Velocidade (por minuto) 30 ni.
Tianspaiéncia iiH cm. Duração da pesca lo mm.
Salinidade 36,3 Espaço percorrido 4.)0 m.
Volume bruto, total 2,3 cc.
Volume bruto, em 100 m 0,55 cc.
Planctontes (em 100 m.)
Crustácea ^ ...
Tintinninae — Cytldroajclis campânula f>:'
Radiolaria — Acunthomelra ^;'
Cystoflagelliae — Noctiluca mitiaris ^-J
Dinoflagelliae — Peridinium ãi pressum ;*.*
— Ceratiiim fusus • • .• i'-!
Diatomaceae — Biddulphia mobiliensis ^^j'^
— outras Biddulpitia Jj
— Chaetoch-as ^|J
— Çoscinodiscus :.;.
Ovam hispídum _^ .
Total.
9321
»»
S2
Lanço n.° S
30 de março de 1910, às 2'' da tarde
Temperatura da agua.. 13°56 Velocidade (por minuto) 30 m.
Transparência 120 cm. Duração da pesca 15 min.
Salinidade 36,3 Espaço percorrido 450 m.
Volume bruto, total 2,5 cc.
Volume bruto, em iOO m 0,55 cc.
Planctontes (em 100 m.)
Crustácea 6038
Tintinninae — CyttàrocycUs campânula 55
Radiolaria — Acanfhomêtra 66
Cystoflagelliae — Nactilnca miliaris 44
Dinoflagelliae — Peridinium. depressum 111
— Ceratium fusus 22
— Ceratium furca 22
Diatomaceae — Biddulphia mobiliensis 3074
— Cliaetocêras 277
— Coscinodiscus 66
Ovum hispidtim 366
Total 10141
Lanço n." 9
/ 27 de abril de 1910, à i^ da tarde
Temperatura da agua 14»,2 Velocidade (por minuto) 30 m.
Transparência 120 cm. Duração da pesca 15 min.
Salinidade 33,0 Espaço percorrido 4.'J0 m.
Volume bruto, total 5 cc.
Volume bruto, em 100 m 1,1 1 cc.
Planctontes (em 100 m.)
Crustácea 1864
Tintinninae — CyttàrocycUs campânula 932
— CyttàrocycUs serrata 622
Foraminifera — Lituola 266
Cystoflagelliae — NoctiWca miliaris 666
Dinoflagelliae — Peridinium depressum 2131
— Peridinium pellucidum 44
'— Ceratium fusus 932
53
Diatomaceae — Thallassiothrix Nilschioides 577
— Rhabdonema 89
— Rhyzosolenia o728
— Chaetocéras ilTiJ
— Lepíocylindrus danicus 1 154
— Biddulphia mobiliensis 4706
— outras Biddulphia i:j(i6
— Coscinodiscm 89
— Stephnnopyxis turris 1420
— Delonula Schrõderi 1483
Ovum hisptdum 799
Total 28580
Lanço n." IO
27 de abril de 1910, à l"* »/2 da tarde
Temperatura da agua 14»,2 Velocidade (por minuto) 30 m.
Transparência 200 cm. Duração da pesca lo min.
Salinidade 33,0 Espaço percorrido 450 ni.
Volume bruto, total 1 cc.
Volume bruto, em 100 m 0,22 cc.
Planctontes (em 100 m.)
Crustácea 2fi6
Tintinninae — Cyltârocyclis campânula 88
Dinoflagelliae — Peridinium depressum 400
— Peridinium pellucidum, e outros Peridinium. . . 88
Diatomaceae — Thallassiothrix Nilschioides ()66
— Rhyzosolenia 1 o()40
— Chaetocéras , 58840
— Leptocylindrus danicus *. 0750
— Biddulphia mobiliensis ^22
— Detonula Schrõderi 12-)77
Echinupluteus 444
Ovum hisptdum ^^^
Total 96292
Observações
Os resultados dos lanços 7 e 8 foram obtidos a partir da média de duas
contagens para cada um. Os lanços 9 e 10 baseiam-se apenas numa con-
tagenj.
u
Os Crustáceos foram contados em globo, compreendendo as formas
larvaes.
Os números relativos às Chaeloceras, Rhyzosolenia, Melosira, etc, refe-
rem-se ao número de frústulas e não ao número de cadeias, que não foi
determinado.
Só foram contados os organismos dos grupos indicados nas tabelas, a
saber: Crustácea, Tinlinninae, Foraminiferat Cyslo/Iagelliae, Dinoflagelliae,
Diaíomaceae, larvas de Echinodermàla, e as curiosas formas qne Cleve
registou com o nome de Ovum híspídum. Todas as outras formas, aliás
pouco numerosas, foram sistematicamente desprezadas.
.lá fica registado que a imperfeição tosca do nosso material só nos per-
mitia obter resultados aproximados, e, com efeito, como taes se devem
considerar os que acima apresentamos.
Tanto o material obtido no lanço n." 7 como o obtido no lanço n.*^ 8
foi sujeito a duas contagens, correspondentes a duas amostras, como já
notámos nas Observações.
Apresentamos a seguir o resultado dessas operações, para que se possa
avaliar o grau de precisão com que foram feitas :
Lamço n." 7
Volume bruto total 2,5 ce. diluído em álcool a 70" até perfazer o vohune de 50 cc.
Volume das amostras sujeitas à contagem 0,5 ce.
4." amostra 2." amostra
Crustácea 259 201
Tintinninae — Cyltàrocydis cmipanvla 2 3
Radiolaria — Acanlhomêtra 2 I
Cystoflagelliae — NoclilTica miliaris \ 2
Dinoflagelliae — Peridinimn depressum 2 2
— Ceratium fusus 2 1
Diatomaceae — Chaetocêras 27 4
— Cnscinodisrus O 1
— Biddidphia mohilknsis 146 160
— outras Bidilulpliia O 1
Otwn liispidiim l't 9
Total... 455 385
o.)
Lanço n.» 8
Volume bruto total 2,d cc. diluído em álcool a 70" até perfazer o volume de oO cc.
Volume das amostras sujeitas à contagem 0,5 cc.
1." amostra 2.* amostra
Crustácea 294 233
Tintinninae — Cyttãronjdis campânula 3 "2
Radiolaria — AcanthomHra 5 1
Cystoflagelliae — Noctiluca miliaris 2 2
Dinoflagelliae — Peridinium depressum 5 5
— Ceratium fnsus 1 2
— Ceratium furca 1 l
Diatomaceae — Cliaetoceras 17 8
— Coscinodiscm 5 1
— Biddulphia mobiliensis 159 118
Ovum hispidum 16 17
Total 508 390
As quatro determinações quantitativas que atrás apresentamos sam
evidentemente insuficientes para caracterizarem o Plancton de Buarcos.
Prestam-se porém a basear algumas reflexões, tendentes a evidenciar as
inegáveis vantagens do método de Iíknsen.
Em primeiro lugar, é indiscutivel que a símplez leitura dos respectivos
quadros sugere uma ideia muito mais precisa da composição do Plancton
do que a que a estimativa poderia dar. Observa-se assim facilmente que
nos lanços 7 e 8 as formas dominantes sam os Cruslacea, e que d'eu(re
as Dialomaceae o primeiro lugar cabe à Biddulpliia mobiliensis, que é
aliás uma das formas mais freqiientes do Plancton da nossa costa. Todas
as outras espécies eslám fracamente representadas: das Cliaetoièras apa-
recem apenas umas 200 ou 300 Irústulas, e as Rhyzosolenia, Leplocylin-
(Irus e Melosira faltam absolutamente. Os Cyslo- e Dinoflagelliae revelam
uma frequência fraca.
O quadro muda porém sensivelmente nos lanços 9 e 10, feitos 28 dias
mais tarde. Os Crustácea manifestam um retraimento no lanço n.^ O, que
se acentua no lanço n.° 10. Pelo contrário, a& Dialomaceae apresentam-se
exuberantemente, quer no número de espécies, quer no munero de indi-
víduos; e a freqiiéncia dos Tintinninae, Cysto- e Dinoflagelliae cresce no
lanço n.** 9, para baixar novamente no lanço n.^ 10.
Os lanços 7 e 8 foram efeituados no mesmo dia, e com um pequeno
intervalo; mas é importante notar que em ambos os pontos em que se Icz
a pesca, as condições físicas e quítnicas do meio — temperatura, transpa-
56
réncia e salinidade, se conservaram constantes. E, em concordância com
este facto, a análise qualitativa e quantitativa do Plancton correspondente
revela uma semelhança que chega quase à identidade, atendendo a que os
resultados das contagens devem ser apreciados grosso modo, sem atender
a minúcias.
Esta concordância já se não verifica nos lanços 9 e 10, feitos também
no mesmo dia e com um pequeno intervalo. Com efeito, comparando os
quadros respectivos notam-se diferenças importantes; limitar-nos hemos a
indicar a redução do número dos Cruslacea no lanço n." 10, o apareci-
mento dos Forominifera lanço n.° 9^ e o seu desaparecimento i^lanço
n.° 10), o retraimento dos Cyslo- e DinofJageUiae neste último lanço coin-
cidindo com o desenvolvimento preponderante das Diatomaceae dos géneros
Chaetoccras, RhyzosoJenia. Leplocylindrus e Delonuhi.
É interessante notar que, se a temperatura e a salinidade correspon-
dentes a ambas as pescas sam as mesmas, o mesmo se não dá com a
transparência, que de 120 cm. (lanço n.° 9) passa a 200 cm. (lanço
n.° 10).
E limitemo-nos a estas ligeiras considerações, porque o número exíguo
das determinações quantitativas não nos permitiria mais.
Lavagem, flxagem e conservação do Plancton
Depois de efeituada a pesca, o matei ial colhido era transportado com
a rapidez possivel para o laboratório (1). Aí procedia-se então à obser-
vação do Plancton ainda vivo, que oferece em geral muito interesse, e à
separação para um frasco especial de algum organismo de maiores dimen-
sões, que por ventura tivesse ficado preso pela rede.
Seguia-se a fixagom do Plancton, e a sua imersão no líquido conser-
vador. Empregámos exclusivamente, como fixador, a solução concentrada
de cloreto mercúrico, ou sublimado corrosivo. Escolhèmo-lo de preferência
a qualquer outro pela simplicidade da sua preparação; e os resultados que
obtivemos foram perfeitamente satisfatórios.
Como a mistura da agua do mar com a solução do sublimado dá lugar
à formação de um abundante precipitado, o Plancton era cuidadosamente
lavado em agua doce antes da sua immersão no fixador. A prática mostrou-
nos que, empregando uma solução saturada de sublimado, no fim de o mi-
(i) A maior parle dos nossos iraballios foi feita num pequeno laboratório que
montámos na nossa casa da Figueira da Foz.
57
mitos de ImmersSo a íixagem era completa. Depois de fixado, o Plancton
era novamente lavado; e passado sucessivamente por álcool a 30'' e a SO"*,
e finalmente lançado em Álcool a 70^ onde se conservava.
Esta série de operações, que consistem essencialmente na immcrsão do
Plancton numa série de líquidos, agua, solução fixadora, agua, Álcool a
30°, etc, é muito facilitado pelo emprego de um aparelhozinho extrema-
mente símplez, que passamos a descrever.
Consta dum tubo de vidro, de uns 4 ou 5 centimetros de diâmetro,
e de uns 6 a 10 centimetros de comprimento, numa das extremidades do
qual se aplicou um fundo de gaze de seda, fixo por meio de um cordel.
Para evitar que as bordas do tubo cortem a gaze, é conveniente lixá-las,
ou melhor, passá-las à lâmpada. Este aparelho, assim constituído, a que
daremos o nome de filtro de gaze, é muito semelhante ao balde das
redes de pesca ; e, como vamos ver, o seu funcionamento é aproximada-
mente o mesmo.
O Plancton trazido para o laboratório no frasco de boca larga é lançado
neste filtro de gaze. A agua do mar escorre-se, ao |)asso que o Plancton
é retido pelo fundo. Assim que toda a agua p-issou, e que o Plancton se
acumulou junto da gaze, ruima massa amarelada, de aparência gelatinosa,
immerge-se rapidamente o filtro até meia altura numa tina com agua
doce (1). A agua penetra pelo fundo de gaze, e banha o Plancton; e agi-
tando o filtro convenientemente obtém -se uma lavagem perfeita. Levanta-se
então o filtro, e deixa-se escorrer a agua ; e assim que esta operação ter-
mine, mergu!ha-se novamente o filtro até meia altura na solução fixadora,
onde se deixa estar o tempo necessário, facilitando a acção do fixador por
meio de uma agitação adequada. Segue-se a escorredela do líquido fixa-
dor, nova lavagem na agua doce, immersão no álcool, etc. — e em todas
estas operações se utiliza sempre o mesmo filtro, do interior do qual o
Plancton nunca sáe — o que simplifica immenso as operações, e reduz muito
as inevitáveis perdas de Plancton.
Quando o Plancton é muito miúdo, alguns Planctontes de menores di-
mensões conseguem atravessar as malhas da gaze juntamente com a agua.
Este caso dá-se sobre tudo com as Diatomáceas filiformes, particularmente
com algumas Rhyzosolenia, Leplocylíndrus, Melosira, etc. Este prejuízo,
que é insignificante nos casos ordinários, tem contudo muita imj)ortáncia
no caso das pescas quantitativas; póde-se evitar fazendo passar novamente
pelo mesmo filtro o líquido proveniente da primeira filtração, que con-
(t) É conveniente evitar um longo contacto entre o Plancton e o ar atmusft-rico.
Por esse motivo, logo que a filtração acabe, é conveniente proceder iiiiiiiediatamenle
à inversão do Plancton na agua, ou no líquido que se desejar.
58
tém os organismos. O Plancton que se acumulou junto do fundo de gaze
obstruiu parcialmente as malhas, aumentando muito-a finura do filtro, por
forma que, na grande maioria dos casos, nesta segunda filtração todo o,
material fica retido.
Quando a pesca é muito abundante, esta acumulação do Plancton junto
do fundo do filtro chega por vezes a obstruir as malhas por tal forma, que
a filtração deixa praticamente de se efeitiiar. Neste caso recomenda-se o
emprego de uma série de filtros, cujos fundos tenham malhas de dimensões
decrescentes, através dos quaes se faz filtrar sucessivamente o produto da
pesca, a começar pelo de malha mais larga, e a terminar no de malha
mais fina. O Plancton divide-se assim nos diferentes filtros, sem se acumular
demasiadamente em nenhum deles, e a filtração efeitua-se relativamente
depressa. Este processo tem ainda a vantagem, que é muito apreciável,
de operar uma separação de Planctontes pescados segundo as suas dimen-
sões. Esta separação, porém, nunca é perfeita; alguns Planctontes mais
miúdos ficam sempre retidos nos filtros de malha larga, juntamente com
os Planctontes maiores.
Empregámos frequentes vezes este processo dos filtros em série, com
bons resultados. Adoptámos cinco tipos de gaze; a mais larga tinha 100
malhas em cm.^ e a mais fina, que era a mesma da rede, 4900 malhas
por cm.^, como já tivemos ocasião de dizer.
Da insj)ecção, à vista desarmada, do material pescado, deduzia-se apro-
ximadamente a maior ou menor percentagem dos elementos finos e dos
elementos grossos, e d'aí se concluia quaes dos tipos de gaze seria mais
vantajoso empregar. As diferentes fracções desta filtração, que merece
bem a designação de filtração fraccionada, conservam-se em frascos
ou tubos difereiíles, convenientemente rotulados.
Como liquido conservador, empregámos exclusivamente o álcool a 70°,
que nos deu muito bons resultados. O material colhido nas nossas pri-
meiras pescas, em novembro de 1909, ainda se encontra actualmente,
volvidos 16 meses, em perfeito estado.
Condições físicas e químicas
Além das colheitas de Plancton que fizemos na enseada de Buarcos, e
cujo relatório temos apresentado nas páginas precedentes, tentámos tam-
bém determinar para aquelle ponto da costa portuguesa o valor de algu-
mas das condições físicas e quimicas do meio marinho que oferecem maior
interesse ao Planclologisla.
Nesse sentido, fizemos observações sobre temperatura, transparência e
50
salinidade. Os dados que obtivemos sám ainda muito escassos; achamos
porém conveniente registá-los aqui.
Temperatur^a.
Fizemos apenas as seis observações, que vam indicadas no quadro se-
guinte :
Teinperalura
Data da observação oliseiv.ula
3 de novembro de 1909 14°,6
30 de março de 1910 13»,()
27 de abril de 1910 15°,2
12 de maio de 1910 15°,8
24 de junho de 1910 14",4
1 de setembro de 1910 17°,6
Estas observações foram todas feitas na enseada de Buarcos, a uma
distância de terra comprehendida entre 500 e 2000 metros, no primeiro
metro superficial. Empregámos um termómetro vulgar, que mantinliamos
dentro dagua, à sombra, o tempo necessário.
O número das observações é demasiadamente pequeno para servir de
base a quaesquer considerações. Temos porém motivos para crer que o
regime lérmico da enseada é muito mais complexo do que o deixa supor
o quadro que acima apresentamos.
Transpar-éncia.
Servímo-nos de um pequeno aparelho, fornecido pela casa Altmann,
de Berlim, que consiste numa placa rectangular de porcelana vidrada,
medindo 21x1 5, o cm., suspensa por uma corrente graduada. Mergu-
Ihava-se a placa suspensa pela corrente, lentamente, e lia-se a profundi-
dade a que deixava de ser visivel.
Obtivemos os seguintes resultados:
Transparência
Dala e hora (cm cm.)
3 de novembro de 1909, às 2'' da tarde 170
28 de novembro de 1909, a l'' da tarde l'i<»
30 de março de 1910, à 1" Va da tarde 1"^0
27 de abril de 1910, ã 1'' da tarde 120
27 de abril de 191(1. á 1" '/. da tarde 2<^0
12 de maio de 1910, à 1" da tarde 40
24 de junho de 1910, às 2" da tarde 2«0
1 de selen)bro de 1910, a 1'' '/» da tarde -J^O
Estas observações foram todas feitas na enseada de Buarcos.
60
SalinidLade.
As determinações da salinidade foram feitas por meio da fórmula de
KUNDSEN (1)
S = 0,030 + 1,8050 Cl
sendo a percerila^em de cloro obtida por meio de uma solução titulada
de nitrato de prata, segundo o processo conhecido.
A tabela seguinte dá conta dos resultados obtidos :
Salinidade
Data por lilro de agua
3 de novembro de 1909 Bee--,!
lo de dezembro de 1909 35s%2
30 de março de 1910 - . . . 36g^3
27 de abril de 1910 XW,0
18 de junho de 1910 36s%0
24 de junho de 1910 36s%8
1 de setembro de 1910 36s^,8
7 de fevereiro de 191 1 SSe^S
A média destas 8 determinações é 358^7. Tudo leva, porém, a crer
que fora da enseada, mais longe da costa e da boca do rio, a salinidade
das aguas seja ligeiramente superior à que este número indica.
L FLAGELLIA
Independentemente do interesse que merecem, por serem um dos ele-
mentos mais importantes do Plancton, os Dinoflagelados atraem natural-
mente a atenção dos Micrógrafos pela extravagância das suas formas, e
pela complexidade da sua organização.
(1) Krummel, Handbuch der Ozeanographie, pag. 222.
i>\
Não nos ocuparemos aqui do estudo da sua morlologia, da sua fisiologia
ou do seu desenvolvimento ontogénico; consideramos esse assunto estranho
ao nosso plano de trabalho. Limitamo-nos, a esse respeito, a citar a
obra de F. Schutt, Die Peridtneen der Planklon-Expedilion, I, Theil (I),
que é, sem dúvida, o trabalho mais completo que modernamente se tem
produzido sobre os Dinollagelados. Faremos, porém, algumas considera-
ções àcêrea do papel que desempenham no Plancton, do qual sam, como
dissemos, um dos elementos mais importantes; e isso levar-nos ha a apre-
ciar os fenómenos adaptativos que sam a consequência do seu modo de
vida planctónico, e a traçar as Hnhas geraes da sua distribuição nos mares.
Abstraindo das Bactérias, o Microplancton vegetal é constituído pelos
Dinollagelados, pelas Diatomáceas e por outras Algas, aliás relativamente
pouco numerosas. Visto que no Mar, como na Terra emersa, a Vida ve-
getal é o substrato de toda a Vida orgânica, segue-se que a distribuição
destes organismos tem em Planctologia uma importância fundamental.
O concurso da energia solar é indispensável para que se efeilue a sín-
tese vegetal, e por isso os domínios dos Fitoplanctontes não vam além dos
limites da região diáfana. Mas a incessante queda dos cadáveres dos orga-
nismos superficiaes, sendo a única fonte de alimento orgânico nas grandes
profundidades, faz ainda depender, directa ou indirectamente, o desenvol-
vimento da Fauna abissal do da Vida vegetal dos estratos superiores.
Esta dependência da radiação solar torna particularmente necessária
para os Dinollagelados, como para os outros Fitoplanctontes, a sustenta-
ção nos estratos aquosos correspondentes à região diáfana. E, realmente,
é nestes organismos que atingem a maior perfeição os aparelhos que per-
mitem e facilitam esta sustentação — aparelhos, a que poderemos talvez
dar o nome de aparelhos suspensores, ou hidrostáticos.
A existência destes aparelhos hidrostáticos, que é muito frequente
entre os Planctontes, deve tomar-se como o resultado de um fenómeno de
adaptação à Vida pelágica. Estes aparelhos sam aliás muito diversamente
constituídos, segundo os diferentes organismos; e nalguns casos, além de
tornarem possível a sustentação na agua, determinam também movimentos
verticaes.
Mas ha muitos casos em que a sustentação não é devida a uma dispo-
sição especial. É o que se dá particularmente com os Dinollagelados, que
sam dotados de movimentos próprios. Neste caso é a deslocação activa do
organismo, que se pode efeituar tanto no sentido vertical como euj quul-
(l) Esta obra faz parte do relatório científico dá expedição do National a que já
temos aludido : Ergebnisse der Plankton-Expcdition der Hiwiboldt-Sdflumj, heruusye-
geben von Victor Hensen^ Kíel.
(y-1
quer outro, que evita que ele seja arrastado para profundidades incom-
pativeis com as suas condições de existência. É, como dissemos, o que
sucede com a maioria dos JJinoílagelados, cujos curiosos movimentos heli-
coidaes sam, sem dúvida, o que principalmente os sustenta no seio das aguas.
Alguns factos de observação tendem porém a mostrar que além do seu
próprio movimento, estes organismos dispõem ainda de outros meios de
evilar que uma queda prolongada ou rápida os arraste para as zonas pro-
fundas, onde a falta de luz os condenaria a uma morte certa.
Assim KoFOiD observou que o Tripsolenia, logo que cessa o movimento
dos seus llagelos, tende a abandonar a posição vertical pela horizontal,
posição esta em que a resistência da agua, devida à sua grande superfície,
reduz a velocidade da queda a um valor mínimo. O mesmo autor refere
ainda que o Ceratium Iripos consegue modificar as suas condições de
sustentação quer alongando as hastes, quer abandonando-as, por um fenó-
meno de autotomia. As enormes membranas alares do Ornilhocercus splen-
didus devem ser consideradas como um pàra-quedas, e a forma alongada
de alguns Amphisolenia talvez se explique pelo facto dessa forma facilitar
a sustentação, semelhantemente ao que se dá com muitas Diatomáceas.
A formação de geléa. envolvendo o organismo exteriormente, e de gotas
oleaginosas, no protoplasma, também tem, provavelmente, uma acção im-
portante sobre a lluctuabilidade; mas o papel destes agentes não é ainda
conhecido com suficiente clareza (I).
Muitos Dinollagelados tornam-se ainda interessantes pelo facto de serem
fosforescentes. Mas tanto neles, como em todos os outros Microplanctontes
em que o mesmo facto se dá, a produção de luz deve considerar-se não
como um fenómeno adaptativo, mas apenas como uma consequência se-
cundária da sua actividade orgânica, sem significado biológico de maior
importância.
A distribuição dos Dinollagelados não é ainda coidiecida com suficiente
precisão. As investigações de Ghan, Schutt é Vanuoffen levam porém
a crer que, em geral, eles se devem considerar como habitantes das aguas
quentes, ao passo que a grande massa das Diatomáceas planctónicas teria
uma preferência acentuada pelas aguas frias (2).
(1) Estes ligeiros dados àcêrca das condições de sustentação dos Dinoflagelados
sam extraídos da obra citada de Steuer.
(2) Steueh, pag. 3?)9.
í)3
Esta afiimaçrio, porém, só se pode e deve aceitar como e\|)rimindo os
factos na sua grande generalidade; pois nào só ha alguns Dinoilagelados
que vivem normalmente nas aguas do Pólo norte [Dinophysis Vanhôfjem,
OsTENF. (1), Peridinium calenaium, Levander (2), Ceralium hijperhureiím,
Cleve (3), etc), como também as Diatomáceas estAm representadas nas
regiões equaloriaes por um número elevado de espécies (4).
ScHRODER afirma que nos mares quentes existe como que um anta-
gonismo entre estes dois grupos de organismos, por forma que, ou os
Dinoilagelados sam dominantes, e as Diatomáceas pouco numerosas, ou
vice-versa (5),
Trata-se, porém, em ambos os casos, de informações vagas e pouco
precisas.
O planctologista escandinavo Gran apresentou para o Mar do Norte
uma divisão dos Dinoflagelados em quatro grupos biológicos, que decerto
se poderá aplicar a todo o Atlântico septentrional. Ksses grupos sam os
seguintes :
Espécies árticas — duas espécies, das quaes a mais importante
seria o Ceralium arcãcum (Ehr.) Cleve;
Espécies boreaes — em número de oito, sendo de entre elas a
mais característica o Cerntium longípes (Bailey) Gran;
Espécies atlantico-temperadas — cujo número se eleva a doze;
Ceralium macroceros (Ehr.) Cleve, e Ceralium horrkhim Gran
(==inlermedium Jõrgensen) seriam as espécies mais frequentes;
Espécies atlantico-tropicaes — das quaes apenas cinco se en-
contrariam no Mar do Norte, como hóspedes pouco frequentes;
Ceralium compressum Gran deve considerar-se como o represen-
tante do grupo (6).
Segundo o seu autor, esta divisão, de que acabamos de indicar os
principaes tópicos, além de representar o agrupamento natural dos Dino-
ilagelados do Mar do Norte, poder- se hia ainda tornar extensiva a todo o
Plancton d'aquelas regiões. As espécies dominantes, que indicámos a |)n)-
posito de cada grupo, tomariam assim o valor de espécies caracterís-
ticas de determinadas associações planctónicas.
(i) Cleve, The seasonal distribulion of atlantk IHanklon organisms, pag. 241
(2) Cleve, loc. cit., pag. 256.
(3) Cleve, loc. cit., pag. 223.
(4) Steuer, loc. cit., pag. 473.
(5) Citado em Steuer, pag. 473.
(6) Steuer, loc. cit., pag. 475.
04
Mas os dados mais completos acerca da distribuição no Atlântico, nâo
só dos Dinoflagelados, como também de todos os outros Planclontes, en-
contram-se hoje, sem dúvida, na obra magistral de Cleve, The seasonal
dislribulion of atlaníic Planklon organisms. Aí vêem resumidas um número
elevadíssimo de observações, consistindo na indicação não só da data e
dos lugares da colheita das diferentes espécies, como também dos valores
máximos, mínimos e médios da temperatura e da salinidade das aguas em
que essas colheitas foram feitas.
Apresentamos a seguir a lista das espécies que encontrámos no Plancton
de Buarcos, e que classificámos no decorrer dos nossos trabalhos. Inútil
será dizer, que somos os primeiros a afirmar que esta lista está longe,
muito ionge até, de estar completa; quer-nos, porém, parecer que nela
estarám comprehendidos os Dinollagelados mais frequentes naquele ponto
da nossa costa, que imprimem ao Plancton a sua feição característica.
Cada espécie vae acompanhada de uma curta diagnose, à qual juntamos
a referência não só do niès, como também do lançu em que foi recolhida.
Para simplificar, indicamos os lanços pelo respectivo número de ordem,
envolvido em parênteses rectos [J, segundo a tabela que exposémos na
Introdução. Também apresentamos algumas ligeiras observações sobre
temperatura, salinidade, etc.
Para levarmos a efeito a classificação das espécies, servimo-nos sobre
tudo da obra de O. Paclsen, Peridiniales, que constitue a parte XVIII
da magnífica colecção que se está publicando com a denominação genérica
de Nordisches Planklon (1). Também nos foi bastante útil o livro citado
de ScHUTT, Die Peridineen der Planklon- Expedition, I, Theil, que faz
parte do relatório científico da expedição do National (2). Fazemos tam-
bém numerosas referências à obra, já citada, de Cleve.
Para evitarmos repetições imiteis, limitamo-nos a indicar estas três
obras pelos nomes dos respectivos autores.
Seguimos Paulsen na ordem de enumeração das diferentes espécies.
A respeito de sinonímia, limilamo-nos ao absolutamente indispensável,
(1) Nordisches Planklon, lierausgegeben von prof. Dr. K. Brandt und prof. Dr. C.
Apstein, Kiel und Leipzijí, Veilag von Jjipsius & Tisclier.
(2) krgebnisse der Planídon- Expedition der Ilumholdt-Sliflung, herausgegeben von
YiCToa IIensen, Kicl und Leipzig, Yerlag von Lipsius & Tisclier.
c
tí
principalmente pelo motivo de que o nosso escassissimo material de tra-
balho nos dava margem para bem pouco. Nào nos parece, porém, grande
inconveniente nesta omissão, tanto mais que as espécies que indicamos
vam todas referidas ao livro de Paulscn, onde as indicações sinonimicas
se encontram com desenvolvimento suficiente.
Fam. PROROCENTRACEAE
ProroeeiítrHiiii iiileaiis, Ehr.
(Paulsen, pag. 8)
Est. II, fig. 1
Corpo comprimido laleralmente. Face dorsal mais convexa do que a face
ventral, o que (orna asimélrico o conlórno da vista lateral. Na parte poste-
rior existe um dente ou espinho forte e desenvolvido, que serve de suporte a
uma membrana que, fixando-se nele por um lado, vem pelo outro inserir-se
ao longo da linha média dorsal. Na raiz desle dente, e para baixo, ha uma
pequena depressão donde parle um flagelo.
Em pequenas amplificações, lanto a membrana como o llagelo sam
dificilmente visiveis, e esta forma tem a aparência de uma folha, cujo
pecíolo seria o dente posterior.
Cleve nào se refere a esta esp''^cie, e Paulsen classifica-a como nerí-
tica, com larga área de dispersão.
Encontrámos o P. micans em agosto e setembro [35, 3 O, 38].
Fam. PERIDINIACEAE
nÍllO|»liyíSíÍ!S ovil III, SCIIUTT
(Paulse.n, pag. 17; Schutt, Est. I, fig. 6)
Est. II, Fig. 2
Forma mais ou menos regularmente oval, vista de lado; e lateralmente
comprimida, como todas as formas do mesmo género. Funil bastante fundo ;
g xxvi
ee
membrana alar desenvolvida, sustentada por três espinhos. Superfície com
pontuações (poroides).
Encontrámos o D. ovum nos meses quentes, julho e agosto [81, 88,
85], mas com uma frequência muilo fraca: apenas observámos dois ou
três exemplares.
Ooiiiaiilax >«»|iiiiifoi>a (Clap. e Lâch.)
(Paulsen, pag. 29)
Est. II, figs. 3, 4 e 5
Forma globular, asimétrica. Haste apical distinta, bipartida por uma
fenda — fenda apical — que se prolonga para a parle posterior, consti-
tuindo o sulco longitudinal. Parte posterior arredondada, com dois (às
vezes mais) espinhos ou dentes fortes e salientes. Sulco transverso helicoidal,
bastante fundo, com asas pouco distintas. Sulco longitudinal em forma
de S; começa na fenda apical, muito estreito, contorna as extremidades
destrocadas do sulco transverso, e vem terminar, largo e pouco profundo,
na região posterior, onde dá inserção, nos seus bordos, aos espinhos ou
dentes a que nos referimos. Superfície com numerosos poroides, grandes e
evidentes, munida de pequenos espinhos, nem sempre facilmente tisiveis.
Limites das placas pouco distinctos.
Tanto esta diagnose, como as figuras correspondentes, diferem nalguns
pontos das de Paulsen. Nos exemplares que observámos, e a que nos
referimos aqui, a fenda apical 6 muito mais larga e funda do que o indica
a estampa daquele autor, e a fenda longitudinal que nessa estampa é quase
rectilínea, tem nos nossos exemplares a forma em S, bastante sensivei, a
que aludimos. Outras ligeiras diferenças se poderiam ainda notar, mas de
menor importância.
Estas diferenças sam, porém, compensadas por numerosas semelhanças,
que nos levaram a classificar os nossos exemplares como pertencendo à
espécie G. spinifèra de Claperède e Laciijiann. Ficam, porém, de pé
as reservas acima indicadas, até que trabalhos posteriores venham elucidar
completamente este assunto.
Além das formas típicas, a que se refere propriamente a nossa descrição,
e que vêem representadas nas figuras 4 e 5 da Estampa II, observámos
também algumas formas mais pequenas, com poroides menos numerosos.
É a elas que diz respeito a figura 3.
Nào nos achamos habilitados a afirmar se se trata de uma símplez
6/
variedade do G. spinifera, Clap. e Lacii., ou de uma forma especifica-
mente diferente (talvez o G. poli/fjranww, Stein. — Paui.srn, pag. 29).
Notámos o aparecimefito do G. spinifera em juidio, jullio e agosto
[15, §8, *ii, 5Ô*Í, *è&]. Durante estes meses, porém, a sua j)resença
nào foi constante.
Clkve (pag. 250) indica 12° como limite máximo de temperatura da
agua em que tenha sido encontrado o G. spinifera. As nossas modestas
observações não condizem com as do ilustre Planctologista escandinavo:
assim, a pesca ['áS], em que este organismo estava presente, foi feita
em aguas cuja temperatura era de 17°,5.
I*eridiiiliiiii ovattiiu (Pouchet), Schutt
(Paulsen, pag. 4i; Schutt, Est. XVI)
Est. II, figs. 6 e 7
Forma elipsóide achatada, com a face superior ligeiramente reniforme.
Haste anterior muito pouco desenvolvida; hastes posteriores ausentes. Sulco
transverso quase no mesmo plano, ocupando a região equatorial, com asas
eslriíidas radialmente; sulco longitudincd só na parte posterior, com expan-
sões (dares muito desenvolvidas. Superfície pontuada.
O P. ovatum é um elemento bastante frequente, mas sempre muito
pouco abundante no Plancton de Buarcos. Observámo-lo em abril [O, IO],
maio [l-t], junho [S5, fl©], julho [18, «O, 81, 88] e agosto [8«],
mas o número de exemplares era sempre muito reduzido.
l*ei*Í(B3BlÍS8lll ^tCMItii, .ToRGENSEN
(Paulsen, pag. 47; Perkiinium Michaelis, Schutt, Est. XIV, fig. 46)
Est. II, figs. 8 e 9
Forma geral piriforme. Haste anterior desenvolvida. Sulco transverso
aproximadamente no mesmo plano, munido de membramts. Sulco longitu-
dinal só na parte posterior, com asa do lado esquerdo. Esta asa, prolon-
gando-se, confunde-se com a haste posterior esquerda, reduzida, como a
t »
68
direita, a um longo espinho com membranas alares. Superfície finamente
reticulada.
Julho [81], agosto [8ô] e setembro [^88], quantitativamente pouco
frequente.
Peridiíiiiiiii pcllucSdiíiu (Bebgh), Schutt
(Paulsen, pag. 49; Sghutt, Est. XIV, tig. 4o)
Est. II, figs. 10 e 11
Forma regular, um pouco comprimida na sentido dorsiventral. Haste
anterior comprida e bem desenvolvida, terminando num orifício largamente
aberto; hastes posteriores em forma de espinhos compridos e fortes, munidos
de membranas alares muito desenvolvidas. Sulco transverso aproximada-
mente no mesmo plano, alado. Sulco longitudinal só posterior, largo e pouco
fundo, com asas, das quaes a esquerda, a mais desenvolvida, se prolonga
para trás, para fora do contorno do corpo, formando um espinho, ou antes,
um gancho, muito saliente, revestido pela membrana da haste posterior es-
querda. Superfície finamente reticulada; suturas lineares.
Os desenhos de Paulsen e de Schutt apresentam grandes diferenças.
Os exemplares que observámos correspondem perfeitamenle aos deste
último autor.
Encontrámos o P. pellucidum em abril [IO], junho [lo, I©], julho
[18, «I], agosto [««, «G, »9] e setembro [8 8].
Cleve (pag. 269) indica 3o^^63 %o como o máximo de salinidade
caraterístico desta espécie. Nós encontrámo-la, porém, em aguas de sali-
nidade superior: 36»S8%o [88].
Pcrifliiiieaaii cleiírciiifsiiiii, Bailey
Paulsen, pag. 53; Schutt, Peridinimn divertjens, var., Est. XIIÍ, fig. 43)
Est. II, figs. 12 e 13
Forma relativamente grande, e asimétrica, em virtude da haste posterior
direita ser mais desenvolvida do que a esquerda. Sulco transverso quase
plano, com asas muito distintas. Sulco longitudinal bastante fundo, come'
69
çando no sulco transverso e terminando na região posterior, entre as dnas
hastes, por uma depressão profunda. Hastes bem desenvolvidas. Suturas
lineares, facilmente visiveis, sem zonas intercalares; superfície das placas
nitidamente reticulada.
P. dipressum é, de entre os Dinoflagelados, a forma mais comum e
mais abundante do Plancton de Buarcos. A sua presença é constante,
salvo raras excepções aliás explicáveis, desde março atr novembro, e,
talvez ainda, até dezembro [S, », 9, 8, », IO, l«, 14, 15, 16,
19, 18, 90, 91, 39, 9S, 9ã, 96, 99, 98].
Segundo supomos, Cleve refere-se a esta forma com o nome de P.
divergens, Ehr. (pag. 258). O P. depressum, Bailey, deste autor, é uma
forma muito esteno-térmica e esteno-halina, que habita as regiões frias
(temperatura média, cerca de 8"). Esta composição é justificada pelo facto
de, a propósito do P. divergens, Ehr., Cleve se referir à fig. 43 da
Est. XIII da obra de Schitt, precisamente como o faz Paulskn a pro-
pósito do P. depressum, Bailey, que aqui nos ocupa.
Desta forma comprehende-se que sendo o P. depressum, Bailey, da
obra de Cleve um organismo altamente esteno-térmico e esteno-halino,
adaptado às aguas frias, o nosso P. depressum, Bailey, seja bastante euri-
térmico e euri-haiino, vivendo em aguas de temperatura média muito mais
elevada.
Com efeito, nós encontrámo-lo em aguas cuja salinidade variou de
338'' 7oo [9] a 368^8%o [i«» *^8]. e cuja temperatura esteve com-
prehendida entre 1 3*^,6 [9] e 17°,6 [9 8]; observações estas, que estám
perfeitamente de acordo com os dados que o ilustre planctologista escan-
dinavo indica a respeito do organismo que regista na sua obra com o
nome de P. divergens, Ehr., como atrás dissemos.
l*erifliiiÍHiii clauflicauii, Pailsen
(Paulsen, pag. 55)
Est. II, fígs. 14 e 15
Forma asimétrica, com a haste posterior direita mais desenvolvida do
que a esquerda, bastante parecida com o P. depressum Bailev, do qual se
distingue, entre outros caracteres, por ser mais pequena e maia alongada.
Hastes bem desenvolvidas. Sulco transverso quase num plano, munido de
asas. Sulco longitudinal só na região posterior, bastante fundo, com asas
muito distintas, terminando na região posterior por uma depressão, limi-
70
tada de um e outro lado pelas eatremidades das asas, extremidades que,
prolongando-se bastante, formam dois pequenos espinhos salientes. Suturas
lineares, geralmente bem visiveis; superfície em mosaico (reticulada) do tipo
hexagonal.
O P. claudicans, Paulsen, é muito semelhante ao P. divergens, Ehr.
(Paulsen, pag. 54), do qual se distingue sobre tudo por não ter faxas
intercalares.
Por motivos semelhantes aos que já invocámos a propósito do P. depres-
sum, Bailey, somos levados a supor que Cleve não distingue esta forma
do P. Oceanicum, Vanhuffen. Pallsen também dá a entender que o P.
claudicans, Paulsen, se aproxima muito daquela forma.
Encontrámos o P. clandicans, Paulsen em julho [fl8, 81, 2 31 e em
agosto [5íô]. Numa das pescas, a sua frequência foi bastante elevada [81].
RerieSiBiiioiii clivergeiíst Ehk.
(Paulsen, pag. 56; Schutt, Est. XIII, figs. 43, 19-43, 21-43, 22)
Est. III, figs. 16 e 17
Forma asimêtrica. Haste anterior mais ou menos bem desenvolvida.
Hastes posteriores bem desenvolvidas, bastante divergentes, limitando late-
ralmente uma região deprimida, onde fazem saliência dois espinhos corres-
pondentes às extremidades das asas do sulco longitudinal. Sulco l)ansi'erso
quase plano, com as extremidades apenas ligeiramente destrocadas, com asas
distintas, estriadas. Sulco longitudinal só na parte posterior, terminando
numa região deprimida, entre as hastes posteriores, com asas que se prolon-
gam para além do contorno posterior, originando dois espinhos, dos quaes
o esquerdo é particularmente visível. Faxas intercalares tracejadas, largas
e muito visiveis. Sujjerfície das placas em mosaico, com protuberâncias ou
pequenos espinhos.
O P. divergens é muito semelhante ao P. claudicans, do qual se distin-
gue especialmente pelo facto de ter faxas intercalares.
Eecontrámo-lo freijuenles vezes no Plancton de Buarcos, desde junho
até setembro, e, talvez, até outubro [li?, i<», 15, ííí, 80, 81, '48,
85, 8®, 88], sendo contudo o número de exemplares semj)re relativa-
mente deminuto.
71
l*Cl*Í4lÍllÍlllll COISiclllll, (jRAN
(Paulsen, pag. 58)
Est. III, Figs. 18 e 19
Forma asimélrica em relação ao plano sagital, com o aspecto de um
pentágono com a base concava; superiormente reni forme. Parle anterior em
forma de cone, sem haste anterior dislincta; hastes posteriores também em
forma de cones, terminando por um espinho pequeno e por vezes pouco vi-
sível. Suturas lineares, e superfície pontuada.
Na diagnose do P. conicum, Paulsen indica a existência nesta forma
de faxas intercalares. Nunca conseguimos, porém, ver essas faxas, apesar
das nossas observações terem sido feitas num número elevado de exem-
plares.
Encontrámos o P. conicum em junho, julho e agosto [15, Zt, 8 8].
Cleve não se refere a esta forma, pelo menos com o nome específico
que adoptamos.
B*eri€liiiiiiiíi iiCBitampa IV aproxi-
ma-se mais da segunda variedade do que da primeira; mas observámos
também exemplares que pertenciam indiscutivelmente à var. atlântica
(Est. IV, fig. 26).
C. tripos (O. F. Muller) Nitscii é um elemento muito constante no
Plancton de Buarcos, se bem que nunca se apresente em grandes quan-
tidades.
.Junho [i5, 16, 19], julho [IS, *40, 81, «3, 33], agosto |"«5,
36, «?] e setembro [88].
C. tripos é aliás um dos Pianctontes que mais abunda no Atlântico
oriental (Cleve, pag. 231).
Segundo os trabalhos de Lohmann (1), o C. tripos, Nitsch, var. sub-
salsa, durante os meses do verão e do outono divide-se, dando origem a
formas que nalguns casos sam semelhantes à forma-màe, mas que noutros
casos diferem muito dela.
Destas últimas encontrámos duas, no decorrer dos nossos trabidhos,
cujas diagnoses inserimos a seguir.
Cei*atiiini tripos, var. Niilisnlsn,
f. lÍBieala (Eim.), Lohmann
(Paulsen, pug. 88; Sciiutt, Est. IX, íig. 36)
Est. V, Fig. 31
Corpo apròximadamenie tam largo como comprido (sem as hastes). Haste
anterior aberta, muito disíincta, e comprida; hastes posteriores muito distinc-
(1) Citado em Paulsen, pag. 79.
76
tas, e fechadas; a esquerda, mais comprida, está no prolongamento da haste
anterior, ao passo que a direita, mais curta, diverge dessa direção. Sulco
transverso aproximadamente no mesmo plano, sem asas. Superfície com
pontuações e com esculturas lineares.
Não registámos as datas de aparecimento desta forma.
Ceratiiiiii trípos, var. sliísalsa, f. lata, Lohmann
(Paulsen^ pag. 88)
Est. V, fig. 32
Forma muito semelhante à anterior, mas com a haste anterior mais
comprida e as hastes posteriores mais curtas, relativamente. Superfície com
escidturas em mosaico.
Nào registámos as datas de aparecimento desta forma.
Ceraliiiiii coiii|ik*csisiiiii, Gran
(Paulsen, pag. 81)
Est. IV, Tigs. 28 e 29 ; Est. V, fig. 30
Haste média forte, aberta, com duas fiadas lateraes de espinhos, por
vezes muito fortes e desenvolvidos, ligados por expansões membranosas, cm
forma de serrilha. Hastes lateraes grossas, fortes, abertas, curvas na parle
proximal por forma a tornarem-se apn)ximadamente paralelas à haste
média na parle distai. Contorno posterior do corpo com duas depressões
correspondentes à raiz das duas hastes lateraes, revestido de espinhos fortes,
ligados por membranas, em forma de serrilha, que se exlende pelo contorno
externo das hastes lateraes. Superfície com pontuações mais ou menos abun-
dantes, € por vezes com esculturas salientes, irregulares.
Observámos o C. compressum, Guan nalgumas pescas em junho [IO,
1?] e em julho [1», «O, »l].
77
Ceratíiiiu fiirca (Ehr.), Clap. e Lacu.
Paulsen, pag. 90; Schltt, Est. IX, fig. 37)
EsL. V, figs. 33, 34 e 35
Forma mais ou menos alongada. Contorno posterior do corpo obliquo
em relação à linha antero-poslerior, da esquerda para a direita e de traz
para deante. Sulco transverso quase plano, sem asas, ou com asas muito
pouco distinctas. Haste anterior aberta, por vezes um pouco curva, mais
ou menos desenvolvida. Hastes posteriores fechadas, deseguaes (a esquerda
maior do que a direita) dirigidas para traz, aproximadamente paralelas,
de desenvolvimento variável. Superfície com abundantes pontuações e com
esculturas lineares.
Tanto esta diagnose, conno as figuras a que ela se refere, ínostram bem
que os exemplares de C. furca, Clap. e Lach. que observámos variavam
bastante quanto à sua forma geral.
O C. furca, Clap. e Lach. que é aliás uma forma muito vulgar, que
se encontra nào só no Atlântico, como também no Pacifico, no Indico e no
Mar Vermelho (Cleve, pag. 218), constitue um dos elementos mais con-
stantes e mais abundantes do Plancton de Buarcos, durante os meses
quentes, desde maio até setembro ou outubro [15, IO, t8, IO, Si O,
«1, 8«, «3, 85, 8«, «?, 38].
CeratiíEiii fusiis (Ehr.), Clap. e Lach.
(Paulsen, pag. 90; Schutt, Est. IX, fig. 35)
Est. V, fig. 36
Forma alongada, fusiforme. Hastes anterior e posterior direita muito
desenvolvidas ; haste posterior esquerda rudimentar, geralmente reduzida a
um pequeno dente. Sulco transverso sem asas. Superfície com estrias e
pontuações.
Paulsen, indica como dimensões limites desta forma 300 f/. e 500 (i.
As formas ^ue observámos tinham geralmente cerca de 300 t/. de com-
primento, sendo raras as que atingiam 400 [/..
^8
C. fusus, Clap. e Lach. é, sem dúvida, de entre os Dinoflagelados, o
Planctonte que encontrámos com mais freqiiéncia e com maior abundância
nas nossas pescas.
Março [5], abril [©], maio [14], junho [!*», lô, 15, 18, 1?>], julho
[ao, ai,' ^9, a 3], agosto [as, a«, as] e setembro [28].
O máximo de frequência desta forma parece ter lugar em junho e julho.
* *
Inserimos a seguir um quadro em que reunimos os resultados das nossas
observações, quanto às datas de aparecimento e à freqiiencia dos principaes
Dinoflagelados.
Como as observações relativas à freqiiencia eram feitas por meio da sím-
plez estimativa, limilamo-nos ao emprego dos três graus seguintes:
* frequência fraca.
* * freqiiencia média.
#*# frequência elevada.
Da inspecção desse quadro deduz-se que as espécies mais constantes e
mais frequentes sam o Peridinium depressum, Bailey, o Ceralium fusus,
Clap. e Lach. e o Ceralium furca, Clap. e Lach.
Segundo as nossas investigações, sam pois estas três espécies as que,
de entre os Dinollagelados, dam ao Plancton de Buarcos a sua feição
característica.
O quadro mostra-nos ainda que o aparecimento dos Dinoflagelados,
considerados na sua totalidade, se faz de preferência durante os meses
quentes, com um máximo em junho, julho e agosto, e com um mínimo
em janeiro e fevereiro, e talvez em dezembro.
Observações mais completas e mais minuciosas ham de, decerto, revelar
o aparecimento nas nossas costas, durante estes meses frios, de Dino-
flagelados tipicamente boreaes ou mesmo árlicos. Quer-nos, porém, pa-
recer que esse aparecimento será apenas esporádico, e nunca se efeiluará
em massa.
Com efeito, tudo leva a crer que o Plancton da costa portuguesa esteja
muito intimamente relacionado com o Plancton do (iolf-Siream, — pelo
motivo forte de que as nossas costas sam percorridas |)elo ramo descen-
dente dessa corrente — e assim, mesmo durante o inverno, só um acaso
79
excepcional poderia motivar a descida, até às nossas latitudes, de espécies
que sam próprias das regiões polares.
Pela contrario, a iiiíluéncia do Golf-Síream, a que acabamos de aludir,
fazia prever o aparecimento de espécies tropicaes, pelo menos durante os
meses quentes. As nossas investigações, porém, nào verificam essa pre-
visão; de entre as espécies que classificámos nenhuma se pode considerar
como tropical.
Estamos, porém, convencidos que este facto se explica pelo pequeno
desenvolvimento das nossas pesquisas, e que trabalhos futuros, mais
completos e mais demorados, ham de revelar o aparecimento dessas
espécies.
80
Fam. PROROCEiNTRACEAE
Proiocenlrum micans, Eiir
Fam. PEHIDIíMACEAE
Dinophysus ovum, Schutt
Goniaulax spinifeva {Clw. e Lach.), Diksing . .
Piridinium ovatum (Puuchet), Schutt
Peridinium Steinii, Jõrgensen
Pendiniwn pellucidum (Bergh), Schutt
Peridinium depresmm, Bah^ey
Peridinium claudicims, Paulsen
Peridinium divergens, Ehr
Peridinium conicum, Gran
Peridinium pentagonum ? Gran
Peridinium subinermis, Paulsen
Peridinium pundulatum, Paulsen
Ceratium platijcorne, v. Daday
Ceratium helerocamptum, Ostenfeld e Schmidt
Ceratium tripos (O. F. Miller), Nitsch
Ceratium compressum, Gran
Ceratium furca (Ehr.), Clap. e Lach
Ceratium fusus (Ehr.), Clap. e Lach
IVúmero
2-3
10
12
14
Data «ias
C5
O
03
O
li
>
o
c
05
o
rt
o
CO
o
O'
CS
o
O
05
o
ai
a
*
05
o
o»
e9
S^
O
05
O
S
os lanços
SI
15
16
17
18
19
20
-21
22
23
25
26
27
28
30
31
32
bservacoes
1 o
m
H
H
o
o
o
o
o
^^ ^
-i c
"5
o
o
o
««^
«H
a> ^
t. c
s ^
H
o^
05
05
o
o
o
^<
^*
C5
05
2
H
^^
«Íi4
^H
05
os
05
•«H
s
i 1
3
05
05
o
OJ
•■F^
^PH
^p«
i \
3 :
5 1
o
s
o
s
o
a
3
o
sz
o
o
o
o
o
o
00
o
o
tlfe
o
C/3
3 ;
>
•^^
"-^
2
3
3
•—,
■—,
&»
fO
rt
õ .'.
u
00
(M
(3^
o
iO
CS
50
^ 0
0
m ^
■4
•
•
•
•
•
.
•
•
•
*
* **
•
*
.
•
•
*
*
*
*
•
•
*
'
* * *
* *
.
*
.
.
#
*
•
,
#
•
*
*
*
*
*
•
#
#
*
•
#
•
**
•
*
*
*
*
# #
* *
*#
*
*
***
**
*
**
*
*
#
•
•
•
*.
•
**
*
*
.
.
*
*
*
*
*
*
*
*
#
#
#
•
•
•
•
**
*
•
•
•
•
•
•
•
*
*
*
•
«
•
•
•
*
*
*
•
#
*
•
*
*
*
.
•
•
•
•
•
•
•
•
•
*
#
•
•
•
•
•
•
*
•
«
*
•
*
*
#
*
#
*
*
#
*
#
*
#
•
#
*
*
*
*
•
•
•
»
•
•
*
*
•
*#
#
*
*##
##
*
*
**
#
#
s # *
**
**
* * #
*
*
**#
**
*
*
*
*
#
XXVÍ
82
OY^TOI^^LA-OELLIAE
A sub-classe Cystopagelliae (1) só contém dois géneros: Nocliluca,
SuRiRAY, e Leptodiscus, R. Hertwig, que constituem também, muito
provavelmente, as suas duas únicas espécies.
E entre elas, só nos interessa o
fVoctiliica iiiiiiaris, Surtray
Forma aproximadamente esférica, com cerca de I mm. de diâmetro, com
um fagelo forte, que nasce de uma região deprimida, o sulco ventral. Corpo
unicelular, translúcida, amarelado, limitado por uma membrana muito fina;
núcleo evidente; citoplasma em trabéculas, quer diagonaes, quer formando
uma rede fina, que reveste interiormente a membrana.
N. miliaris, Suiuiiay, é um elemento muito frequente, seniio constante,
do Plancton de Buarcos, durante os meses quentes. Apresenta-se por vezes
em grandes massas, dando enlào origem, de noute, a fenómenos de fosfo-
recéncia verdadeiramente admiráveis e grandiosos.
Se bem que muitos Dinoflagelados sejam também fosforecentes, as
nossas observações levam-nos a atribuir quase exclusivamente, sen3o
mesmo exclusivamei^e, ao N. miliaris, Slriuay os fenómenos luminosos
das aguas da enseada de Buarcos.
(i) Belage el Herouaud, Traité de Zoologie Concrèle, tome l^»".
83
EXPLICAÇÃO DAS FIGURAS
Estampa. I
Fig. 1 — A rede de pesca.
Fig. 2 — As Ires peças do balde, na sna posição respectiva (tamanho natural).
Fig. 3—0 balde armado e pronto a servir (reduzido a motadi!).
Estampa II
X300
Fig. { — Prnrocenffnm micans, Eurenrerg.
Fig. 2 — I)inophysis ovum, ScMVTT.
Fig. 3 — Goninulox spinifern, Clap. e Lach.?
Fig. 4 )
Goniaulax spinifern, Clap. e Lach.
Peridinium ovatum (Pouchet), Schutt.
Peridinium Steinii, Jôhgensen.
Peridinium pellucidum (Bergh), Schutt,
Peridinium depressum, Bailey.
Fie. 14 )
> Peridininm claudicans, P.^ulsen.
Fig. 15 )
Estampa III
X300
Fig 16 j
Peridinium divergens, Ehrenberg.
Fig. 17 j
Fig. 18 )
\ Peridinium conimm, Gran.
Fig. 19 i
Fig.
5
Fig.
6
Fig.
7
Fig.
8
Fig.
9
Fig.
10
Fig.
11
Fig.
12
Fig.
13
84
Fig. 20 — Peridinium subinermis, Paulsen.
Fig. 21 — Peridinium pentagonum ? Gran.
Fig. 22 — Peridinium punctulatum, Paulsen.
Fig. 23 — Ceratium plulycorne, v. Daday.
Fig. 24 — Ceratium platy corne, v. Daday, var.?
Estampa. IV
X300
Fig. 25 — Ceratium heterocamptum (Jorgensen), Ostenp^eld e Schmidt.
Fig. 26 — Ceratium Iripos (O. F. Muller), Nitsch, var. atlântica.
Fig. 27 — Ceratium tripos (O. F. Muller), Nitsch_, var. subsalsa.
Fig. 28
Fig. 29
Ceratium compressum, Gran.
Estampa V
X300
Fig. 30 — Ceratium compressum, Gran.
Fig. 31 — Ceratium tripos (O. F. Muller), Nitsch, var. subsalsa, f. lineata iEhr.),
LOHMANN.
Fig. 32 — Ceratium tripos (O. F. Muller), Nitsch, var. subsalsa, f. lata, LohiMANn.
Fig. 33 j
Fig. 34 > Ceratium furca (Ehr.), Clap. e Lach.
Fig. 35 )
Fig. 36 — Ceratium fusus (Ehr.), Clap. e Lach.
Est. I
Est. II
Est. Ill
Est. IV
Est. V
85
ESBOÇO DA FLORA DA BACIA DO MONDEGO (^)
Series Rosaies
[Garpellos em numero egual ou menor de que o das pctalas.
Subseries Saxifragineae.
[ Garpellos 1-qo Subseries Rosineae.
Subseries Saxifragineae
[Garpellos 5 livres Crassidaceae.
[Garpellos 2 mais ou menos ligados Saxifragaceae.
Subseries Rosineae
'Flores unisexuaes Philanaceae.
Flores cyelicas Rosaceae.
^Flores zygomorphieas Legumimsae.
Crassulaceae (2)
IEstames em dois verticellos 1
Estames num só verlicillo; corolla gamopetala OUylcdon L.
[ Flores 5-meras Sedum L.
1
I Flores 6-20-meras Sempcrvivum L.
(1) Continuado do vol. XXV, pag. 221.
(2) J. de Mariz — Boi. da Soe. Brot.. VI, p. 17; XX, p. i8.i.
86
Seduin L.
I Flores amarellas 1
Flores brancas ou côr de rosa 4
[Folhas dos ramos estéreis formando bainha na base S. amnlexicaule DC.
i
Folhas não formando bainha 2
2
3
[ Carpellos erectos 3
( Carpellos divergentes S. acre L.
IRhizoma subienhoso; estames peitudos na base S. altissimum Poir.
I Estames glabros S. elegans Lej.
I Folhas subglobosas 5
Folhas mais ou menos cylindricas 6
I Folhas quasi oppostas; flores com peclolo longo S. brevifolium DC.
Folhas dos ramos estéreis e da base do caule imbricadas; flores guasi rentes.
S. anglkum Huds.
l Planta glabra 7
6
(Planta gladuloso-puberula S. hirsutnm L.
(Estames 3 S. rubens L.
(Estames 10-12 8
8
[Plantas sem ramos estéreis S. pedicellalmn B. et H.
(Plantas com ramos estéreis S. álbum L
Sect. Seda geiiuina L). Kock.
S. amplexicaule J)C. Happ. II, p. 80.
Terras áridas. Fl. em junho e julho. I.
S. allissimuin Poir. Dicl. IV, p. 634; S. fruliculo.sum Ijrot. II, p. 206.
Terras áridas, arenosas. Fl. de junho a agosto. I. — Herva pinheira
enxuta.
S. elegans Lej. F"'l. Spa. I, p. 205; S. reílexum Brol. (non L.), II,
p. 208.
Sebes e logares áridos. Fl. de junho a agosto. I.
87
S. acre L. Sp. 432; Brot. II, p. 209.
Paredes, lendas de rochas, terras áridas. Fl. de maio a agosto. MI.
— Vennicularia.
S. brevifolium DC. Rapp. lí, p. 79; S. dasiphyllum Brot. II, p. 210.
Fendas das rochas, terras pedregosas. Fl. de junho a julho. 1-V.
S. angiicum Huds. Fl. angl. p. 196.
a. Raji Lange. S. arenarium Brot. II, p. 212.
Terras áridas arenosas. Fl. de junho a julho. I.
S. alhum L. Sp. I, p. i32; Brot. II, p. 213.
Muros, telhados, terras arenosas. Fl. de jurdio a julho. I-IIÍ. — Arroz
dos telhados. Pinhões de ralo.
S. hirsutum Ali. Fl. pedem. II, p. 122; Brot. II, p. 212.
Muros, rochas, terras pedregosas. Fl. de junho a agosto. I-IV.
Sect. Procrassula Gris.
S. rubens L. Sp. I, p. 432; Brot. II, p. 213.
Campos arenosos. Fl. de maio a junho. I.
S. pedicellatum Bss. et Reut. Diagn. pi. nov. p. 24.
Sitios áridos e pedregosos de regiões altas. Fl. de junho a agosto.
II-III.
>^eiii|»crvivaiBii L.
S. arboreum L. Sp. I, p. 464; Brot. II, p. 378.
Paredes velhas, terrenos arenosos. Fl. de novembro a janeiro. I.
Colylcdoii L.
Sect. Umbilicus DC.
C. umbilicus L. Sp. I, p. 42 a; Brot. II, p. 203.
Rochas, muros velhos, logares húmidos. Fl. de abril a maio. I. —
Conchellos, Sombreirinhas dos telhados. Orelha de monge.
Saxifragaceae
\ Pétalas o ; estames 10 ; capsula 2-locular Saa;ifraga L.
j Pétalas O ; estames 8-10; capsula 1-locular Chrysosplenium Tourn.
88
Saxifrag;a L.
Ovário supero 1
Ovário semiinfero 2
I Filetes dos estames subalados Sect. III. Boraphila Engl.
Filetes dos estames mais largos na metade superior. Sect. IV. Robertsonia Haw.
Folhas palmatifidas Sect. II. Dadyloides Tausck.
2
Folhas crenadas, retlculato-nervosas Sect. I. Nephrophyllum Gaud.
Sect. I. Nephrophjllum Gaud.
S. granulata L. Sp. I, p. 403 ; Brot. II, p. 172.
Muros velhos, terrenos hervosos. Fl. de abril a junho, I.
Sect. II. Dactjloides Tausck.
S. hypnoides L. Sp. l, p. 405; Brot. II, p. 174.
Sobre rochas lujmidas das altas regiões (Serja da Estrella). Fl. de
junho a agoslo. IV-V.
Sect. III. Borapliila Engl.
V
S. stellaris L. Sp. I, p. 400.
Logares húmidos das montanhas graniticas (Serra da Estrella). Fl.
de junho a agosto. IV-V.
Sect. IV. Robertsonia Haw.
S. spatularis Brot. I, p. 172.
Logares húmidos das altas regiões (Serra da Estrella, Louzà). Fl.
de junho a agosto. IV-V.
Cliryso8|ilciiiiiiii L.
C. oppositifolium L. Sp. I, p. 3í)8; Brot. II, p. 40.
Logares húmidos das regiões altas. Fl. de maio a julho. III-IV.
89
Subserie Rosinae
Platanaceae
Plataiiiis L.
P. orientaiis L. Sp. 999; P. hybridus Brot. II, p. 487.
Cultivado e com especialidade a var. accrifolia.
Rosaceae
1 Carpellos 1-9 {
I Carpellos oo Subfani. fíosoideae.
(Receptáculo pouco desenvolvido ; estamos perigynicos- . . Sultfani. Spiracoidme.
1 JReceptaculo concavo; carpello 1 livre; estames perigynicos. Subfam. Prumideae.
(Receptáculo incluindo os carpellos e ligado com elles; estames epigynicos.
Subfam. Pomoideae.
Subfam. Spiracoideae
Spiraea L.
S. Filipendula L. Sp. I, p. 490; Brot. II. p. 355.
Arrelvados húmidos da base da Serra da Estrella. Fi. de março a
agosto. III. — Filipendula.
Subfam. Pomoideae
IFructo com endocarpo coriaceo 1
Fructo com endocarpo duro Mespillus Tournf.
[Flores solitárias grandes ; fructo coberto de felpo Cydonia Tournf.
1
( Flores em corymbo ou umbella Pirus Tournf.
Cydonia Tournf.
C. vulgaris Pers. ; Pyrus Cydonia L. Sp. I, p. 480; Brot. II, p. 330.
Cultivado. Fl. na primavera. — Marmeleiro.
90^
Pirus Tournf.
Subgen. F»iroplior*u.m Med.
P. communis L. Sp. I, p. 479; Brot. II, p. 328.
a. Adiras VValIr. Scked. 213 ap. DC.
v. Saliva DC. Prod.
a. Regiões montanhosas. Fl. de abril a junho. — Pereira brava, Pe-
reira.
y. Cultivada. Fl. na primavera. — Pereira.
Subgen. IMalus Tournf.
P. Malus L. Sp. I, p. 479; Brot. II, p. .329.
Cultivada. Fl. na primavera. — Macieira.
Subgen. Sor^l)!!» L.
P. aucuparia (L.) Gaertn. fr. 2, p. 45; Sorbus aucuparia L. Sp. 477;
Brot. 11, p. 298.
Regiões monlanliosas (Serra da Estrella). Fl. de maio a junho. IV.
— Tramazeira, Cornogodinho.
P. latifolia (Pers.) P. Cout. Boi. da Soe. Brot. XXV, p. 190; Sorbus
Ária Brot. II, p. 2913.
Regiões montanhosas. Fl. na primavera. — Mostageiro.
ileiipyliis L.
|Um único estyiete M. monoijyna (Jacqj Willd.
( Mais de dois estyietes M. oxyacanlha (L.) GaerUi.
M. oxyacantha (L.) Gaertn.; Crataegus oxyacantha L. Sp. I, p. 477.
Sebes e logares incultos, mas raro. Fl. na primavera.
M. monogvna (Jacq.) \AMIId.
Frequente nas sebes. I'l. rui primavera. — Pilrilciro.
91
Subfam. Rosoideae
[ Receptáculo convexo Polenlilleac i
JReceplaculo concavo ;5
(Frncto de carpellos drupaceos com 2 sementes Ruhinae.
(Fructo de carpellos seccos o com 1 semente 2
^Epicaiix de 4-5 divisões ; estyletes lateraes Potenlillinne.
(Epicalix 0; estyletes terniinacs accrescentes Dryadinafí.
[Carpellos poucos ; receptáculo secco. Hervas Sanguisorheae.
(Carpellos muitos; receptáculo um pouco carnoso quando maduro Arbustos.
Roseae.
I. Potentilleae
Rubinae
iiliiis L. (1).
Eubatus Focke
^Estipulas lineares, foliolos peciolados 1
(Estipulas lanceoladas, foliolos rentes ou levemente peciolados .... Corylifolia.
(Turião forte, a principio direito, pouco villoso e sem pellos estrel lados.
■ I Candicantes.
Turião arqueado ou prostrado e mais ou menos villoso 2
Turião com pellos e glândulas raras ou nullas; aculeos eguaes 3
Turião com pellos ásperos e glândulas; aculeos deseguaes Uudulae.
Foliolos nitidamente peciolados e branco-tomentosos na pagina inferior.
.> , Discolores
[Foliolos com a pagina inferior verde ou raras vezes pardacenta Silvalici.
9
(i) Ha na região, com certeza, maior numero de espécies Como, pmóm, (i.s excin-
plares do herbario são incompletos, deixo para mais tarde o estudo, alias dilTicil, das
espécies deste género.
92
Candicantes Focke Natur. Pfl. III
R. thyrsoideiis Wimm. Fl. Schles.
Sebes e terras incultas. Fl. de junho a agosto. I-II.
Discolores Focke
R. ulmifolius Schott in Isis (1818).
Sebes e terras incultas; vulgarissimo. Fl. de junho a agosto. I-II.
Silvatici Focke in A. n. G. Syn.
R. villicaulis Kohler in Wk. et N. Rub. Germ.
Sebes e terrenos incultos. Fl. de junho a agosto. I-II.
Radulae Focke Syn. Rub. Germ.
R. radula Wk. in Roenningh. Prodr. Fl. Monast.
Sebes e terrenos áridos. Fl. de junho a agosto. I-II.
Corylifolia
R. caesius x ulmifolius.
Sebes; raro. Fl. em junho e agosto. I.
Potentiliinãe
(Receptáculo succolento e corado Frarjaria L.
(Receptáculo secco mais ou menos pelludo Potentilla L.
Fraguaria L.
F. vesca L. Sp. I, p. 494: Rrot. II, p. 349.
Logares frescos e sombrios. Fl. de junho a julho. I. — Moran-
gueiro.
93
Poieutilla L.
Teduuculos terminaes; carpellos pelludos pelo menus na base; flores brancas.
Sect. I. Fragariaslt-um.
[Pedúnculos axillares; carpellos glabros; flores ainarellas. Sect. II. EupotetUilla.
Sect. I. FragariastruDi
P. montana Brot. II, p. 350.
Nos arrelvados das regiões altas. Fl. de abril a maio. II.
Sect. II. Eupolcnlilla
(Caules floriferos replantes e radicantes I
(Caules floriferos ascendente-erectos P. Tormentilla Neck.
iCorolla 5-mera; folhas caulinares com longo peciolo P. reptans L.
* j
(Corolla 4-mera; folhas caulinares de peeiolo curto P. procumbens Siblh.
P. reptans L. Sp. 499; Brot. II. p. 350.
Terrenos húmidos. Fl. no verào. I. — Polenlilla ou Cinco em rama.
P. erecta X reptans Murbecke, Bot. Not. 1890.
Terenos húmidos, sebes. Fl. de junho a agosto. I.
P. Tormentilla Neck. Act. Acad. thod. Palat. 1770; Brot. II, p. 352.
Logares húmidos. Fl. no verào. I. — Tormentilla ou Sele em rama.
Dryadinae
Oeuni L.
Sect. Caryopliyliata
I Folhas caulinares grandes 3-8ecadas; estipulas foliaceas G. nrbanum L.
Folhas caulinares pequenas simples; estipulas lanceoladas. G. silvaticum Tourr.
G. urbanum L. Sp. I, p. 501; Brot. II, p. 354.
Logares sombrios e húmidos, sebes. Fl. de maio a jurdio. I-III. —
Caryophyllala, Herva busla, Sanabomda.
94
G. silvaticum Pourr. Act. Acad. Toul. 3, 319; G. biílorum Brot. II,
p. 353.
Terrenos calcareos, mattas húmidas. Fl. de abril a maio. I-III.
II. Sanguisorbeae
1 Flores com caliculo i
(Flores sem caliculo Poterium L.
lEstylete basilar; corolla O AlchemiUa L.
1
(Estylete terminal ; corolla mais ou menos desenvolvida Agrimonia L.
ililc liem i lia L.
[Flores em cymeiras corymbiformes terminaes e lateraes.
Sect. I. Eualchenúlla Fock.
Flores em feixes opposlos ás folhas Sect. II. Aphanes L.
Sect. I. Eiialclicmilia Fock.
A. alpina L. Sp. I, p. 123.
Subesp. A. saxatilis Buser. Notes sur qnelques Alchem. 1891, p. 3.
y. Iransiens (Buser) Uouy, Fl. de Fr. VI, p. 442.
Regiões altas (Serra da Estrella). Fl. em agosto. IV e V.
Sect. II. A|thanes L.
[Folhas 3-parlidas; segmentos 3-4-fidos A. arvensis Scop.
(Folhas 3-partidas; segmentos lateraes 2-lobados, o intermédio 3-lobado.
A. microcarpa Bss. el Reut.
A. arvensis Scop. Fl. Carn. Ed. 2, I, p. 115; A. Aphanes Brot. I.
p. 159.
Campos cultivados e nas pastagens. Fl. de abril a junho. I-II.
A. microcarpa Bss. et Reut. Diagn. pi. nov. Ilisp. 11.
Terrenos arenosos arrelvados. Fl. de abril a junho. I-III.
95
Agríiii»uia L.
A. Eupatoria L. Sp. I, p. 448; Hrot. II, p. 292.
Terrenos diversos, sebes, muros. Fl. de maio a julho. I.
l*o(eriuiii L.
(Fructos alados {
\ Fructos não alados /'. agrimonioides L.
íCapimlos de flores relativamente grandes; fructo (3-7 mm.) alado, azas profiinda-
j I mente crenadas P. MagnoUi Spach.
(Capítulos pequenos; fructo (3 mm.) com azas quasi inteiras.
P. Spachianum Coss.
P. Magnolii Spach. ]\e\. Poler. in Anu. se. nat. 1846, p. 38; P. San-
guisorba Brot. II, p. 296 pro parte.
Terrenos arrelvados, coilinas, bordas de caminhos. Fl. de al)rii a
junho. I-II.
P. Spachianus Coss. Nat. pi. crit. 108; P. Saní:uisorl)a Brot. pro parle.
Mesmas locahdades da espécie anterior. Fl. de abril a junho. 1.
P. agrimonioides L. H. Ups. 200; P. hybridum L. Sp. 994; Brot. 11,
p. 297.
Terrei'os húmidos, proximidades de íloreslas. Fl. de abril a junho. I.
— Agrimunia bastarda.
Roseae
Rosa L.
Estyletes ligados entre si formando columna saliente e villosa (Seet. I. Synslylae
' Crep.) fi- sempervirens [..
[Estyletes livres inclusos ou salientes 1
(Foliolos sem glândulas na pagina inferior, inodoros (Sect. II. Caninae Crep.)- • 2
1
(Foliolos muito glandulosos, odoríferos (Sect. III. hubigimsae Crep.) 3
(Estipulas largas ^ canina L.
2 {
(Estipulas curtas l<- Pouzmn Tra».
[Pedúnculos glanduloso-liispidos ^ mirrantha Sm.
jpedunculos sem glândulas R «''/"■"^« Thuill.
96
Sect. I. Synslylae Grep.
R. sempervirens L. Sp. 492; R. scandens Brot. II, p. 341.
a. genuína Crep. — Foliolos gi andes. Fruclos ovaes.
;í. scandens Crep. — Foliolos grandes. Fructos globosos.
y. microphylla DC. — Foliolos pequenos.
Frequente nas sebes. Fl. de junho a julho.
Sect. II. Caninae Crep.
R. canina L. Sp. 491; Rrot. 340.
a. sphaerica (Gren.) Crep. — Fructos subglobosos ou esphericos.
3. scabrala Crep. — Peciolos e nervura rnedia glandulosos.
y. dumelorum (Thuill.) Crep. — Foliolos compltítamente villosos
na pagina inferior.
Frequente nas sebes, nas florestas e mattagaes. Fl. na primavera.
— Rosa de cào ou Silva macha.
R. Pouzinii Tratt. Monogr. Ros. II, 111.
a. Nuda Gren. — Sepalas sem glândulas na face externa.
'^. dionudis Gren. — Sepalus glandulosas.
Sebes, florestas e nos níiattos. Fl. de maio a junho.
Sect. III. Rubiyinosae Crep.
R. micrantha Sm. Engl. Bot. tab. 2490; R. rubiginosa Brot. II, p. 3il.
Sebes, florestas e maltos. Fl. de maio a junho.
R. sepium Thuill. Fl. Paris. 252.
Sebes, florestas e maltos. Fl. de maio a junho. II.
Leguminosae
Subfam. Papilionatae
(Vagem dividindo-se transversalmente em artículos 1-spermicos Uedysareae.
j Vagem abrindo longitudinalmente 1
97
íFolhas peunadas, terminadas por uma poDla ou gavinha Vicieae.
( Folhas nao terminadas em ponta ou gavinha 2
2
[Arbustos ; estames nomadeiphos Genisleae.
[Hervas; estames em geral diadelphos 3
l Folhas 3-foliadas 4
(Folhas 5-oc - foliadas, imparipennadas 5
IFoliolos com estipellas Phaseokae.
Foliolos denteados sem estipellas Trifolieae.
1 Folhas 3-5-foliadas : foliolos inteiros Loteae.
( Folhas oo-foliadas Galegeae.
PAPILIONATAE-GENISTEAE
1 Sementes sem estrophiolo Spartiinae. 1
I Sementes com estrophiolo Cytisinae. 4
(Folhas digitadas Lupinm L.
i
( Folhas 0. simples ou 3-foliadas 2
ÍFolhas simples ou O 3
2
(Folhas 3-foliadas Adenocarpiis DC.
1 Cálix subspathaceo, 1-labiado Spnrtium L.
3
I Cálix 2-labiado, lábio superior 2-fido Genisla L.
l Arbusto muito espinhoso Vlfx L.
( Al busto não espinhoso Cylisus DC.
PAPILIONATAE-GENISTEAE-SPARTIINAE
í Caiix com appendices lineares entre os lábios 1
j Cálix sem appendices lineares í- í"'^"* ''•
1 Flores amarellas ^ '"'*'"* '^•
M ■ 2
(Flores azues ou purpurmas *
7
ÍXTI
2
í)8
1 Inflorescencia em cacho laxo 3
[ Inflorescencia densa '. C. hispanicus B. et R.
!i
[Planta toda pelluda L. hirsutm L.
( Foliolos glabros na pagina superior 4
IFoliolos 0-7 L. varius L.
Foliolos 0-9 quasi lineares L. angustifolius L.
L. albus L. Sp. p. 721; Brot. II, p. 132.
Cultivado e subspontaneo. Fl. na primavera. — Tremoço.
L. hirsutus L. Sp. p. 721; Brot. II, p. 133.
Sitios relvosos. Fl. na priníiavera. I.
L. varius L. Sp. p. 721.
Terrenos cultivados e arenosos. Fl. na primavera. I.
L. angustifolius L. Sp. p. 721; Brot. II, p. 132.
Frequente nas terras cultivadas entre as searas. Fl. na primavera. I-II.
L. hispanicus Bss. et Reut. Diagn. p. 10.
Terras incultas e mattagaes. Fl. na primavera. I-II.
L. luteus L. Sp. p. 722: Brot. II, p. 134-.
Terrenos incultos. Fl, na primavera. I-II.
S|iai*iiuiii L.
Sp. junceum L. Sp. p. 708; Brot. II, p. 80.
Sebes, cômoros e mattos. Fl. na primavera. I-II. — Giesta ordinária
ou Giesta d' s jardins.
Geuista L.
I Legume curto, l-â-spermico comprimido Brachymrpae. 1
Legume comprido linear-oblongo, oc-spermico Stenocarpae. 2
[ Folhas alternas Sect. II. Voglera G. M. S.
G. íriacantlios li rol.
[Folhas oppostas Sect. L EcUinosparthum Spach.
[Arbustos ou arbusculos inermes 3
[Arbustos ou arbusculos espinhosos 4
Corolia marcescente^ cálix persistente Sect. V. Spartioides Spach.
[Corolla e cálix caducos Sect. VI. Genistoides Spach.
99
l Vagem recta Sect. IV. Erinacoides Suach.
i
(Vagem mais ou menos curva Sect. III. Phyllospartum Willk.
Sect. I. Ecliinositarlum Spach.
G. lusitanica L. Sp. p. 711; Brot. II, p. 88.
Regiões montanhosas. Fl. de julho a agosto. IV-V.
Sect. II. Voglera G. M. S.
G. triacanthos Brot. II, p. 89; Phyt. lusit. I, p. Í30, tab. 54.
Terrenos incultos, mattagaes, florestas. Fl. de março a agosto. I.
Sect. III. Plijilospartura Willk.
(Flores com uma bractea grande foliacea G. anglica L.
(Flores com bractea muito pequena 1
IRamulos quasi sempre aos pares, o superior com muitos espinhos e sem folhas.
G. falcata brot.
Ramulos aos pares, os superiores transformados em 3 espinhos fortes em cruz.
G. berbmdea Lse.
■'B^
G. anglica L. Sp. p. 710.
Terrenos arborisados, mattagaes das regiões inferior e moiilanhosas.
Fl. de maio a julho. I-III.
G. falcata Brot. II, p. 89.
Outeiros arborisados, mattagaes, silvados. Fl. de março a julho, I-IV.
G. berberidea Lge. Descript. et icon. pi. nov. p. 1, tab. I.
Terrenos húmidos das regiões inferiores e submontaidiosas. Fl. de
maio a julho. I-II.
Sect. IV. Erinacoides Spach.
G. histrix Lge. Descr. et icon. pi. nov. p. 2, tab. 2 e Pug. p. 357.
a. glabra Lge.
Regiões altas. Fl. de junho a julho. IV-V.
iOO
Sect. V. Sparlioides Spach.
1 Flores solitárias ou aos pares G. cinerascens Lge.
(Flores em racimos G. polygalae folia DC.
G. cinerascens Lge. Pug. p. 358,
Regiões montanhosas. Fl. de junho a agosto. IV-V.
G. polygalaefolia DC. Prodr. II, p. 151; G. polygalaephylia Brot. II,
p. 56.
Regiões montanhosas. Fl. de maio a julho. IV-V. — Piorno dos tin-
tureiros.
Sect. VI. Genistoides Mnch.
G. Broteri Poir. Supl. II, p. 720; G. parvidora Brot. II, p. 87.
Regiões montanhosas elevadas. Fl. em junho e julho. IV-V.
it.c1euocai*pus DC.
l Ramos com grande numero de folhas, foliolos lanceolados ... A. hispanicus DC.
(Ramos com poucas folhas fasciculadas, foliolos pequenos obovados 1
I Cálix sem glândulas pecioladas A. Telonensis DC.
Cálix com glândulas pecioladas 2
2
[Pedúnculos com 2 hracteolas ao meio A. parvifolius DC.
(Pedúnculos sem hracteolas A. inlermedius DC.
A. hispanicus DC. Fl. fr. V, p. 550; Cjtisus hispanicus La Marck.
Brot. II, p. 91.
Frequente em sitios somhrios e húmidos. Fl. de junho a julho. l-II.
— Codeço alto.
A. Telonensis DC. Fl. fr. V, p. 550; A. commutatus Gem. Prod. II.
Sic.
Mattagaes das regiões inferior e montanhosa. Fl. de maio a julho.
I-III. — Codeço.
A. parvifolius DC. Fl. fr. V, p. 550; A. complicatus J. Gay; Cytisus
compliratus Brot. II, p. 92.
101
Mattagaes da região inferior e montanhosa. FI. de maio a julho. I-III.
— Codeço.
A. intermédios DC. FI. fr. V, p. 549.
Mattagaes. FI. de maio a junho. I-IV.
FAPILIONATAE-GENISTAE-CYTISINAE
Ulcx L.
(Ramos e ramúsculos oppostos e estes em cruz Sect. I. Stauracantlm Lk.
Ramos espinhosos alternos, ramúsculos oppostos ou alternos.
Sect. II. Eitulex Willk.
Sect. I. Stauracanthus Lk.
U. spartioides (Webb.) Willk. Prodr. III, p. 443 ; U. genistoides Brot.
ex part. II, p. 78.
Matias e pinhaes da região inferior. FI. de março a abril. I.
Sect. II. Euulex Willk.
I Flores grandes (12-lo mm.) ; phyllodios longos espinescentes l
I Flores pequenas (4-5 mm.) ; phyllodios curtos espinescentes 4
iBracteolas dispostas junto do cálix 2
(BracteoJas quasi a meio do peciolo U. opisthnlepis Wbb.
Bracteolas grandes ovaes ou suborbiculares U. europaeus L.
Bracteolas pequenas lanceoladas 3
Dentes do cálix muito pequenos ; bracteolas muito pequenas ... U. baetiais Bss.
3 {Dentes do lábio superior do cálix largos ovaes divergentes ... U. Jmsiaei Wbb.
Dentes do lábio superior lanceolados e afastados U. scaber Kze.
(Ramos secundários (espinhos) direitos longos U. nnnus Forst.
(Ramos secundários curtos, grossos, recurvados, densos 5
(Ramos secundários (espinhos) ramosos U. micranthus Lge.
5 <
(Ramos secundários simples em geral U. lusitanicus Maris.
2
102
U. europaeiís L. Sp. 741; Brot. II, p. 78.
Vulgar nas mattas, mattagaes das regiões inferiores e montanhosas.
Fl. de janeiro a junho. I-III. — Tojo amai.
U. scaber Kze. Flora 1846, p. 696.
Sebes das regiões inferiores e montanhosas. Fl. de março a abril.
I-III.
U. nanus Forsl. in Symons Syn. p. 168.
Mattagaes, llorestas, charnecas da região inferior. Fl. de abril a no-
vembro. I.
U. opistholepis Wcbb. Otia hisp. p. 43,
Florestas das regiões inferiores e montanhosas. Fl. de março a se-
tembro. I-II.
U. Jussiaei Webb. I. c. p. 43, tab. 36.
Florestas e mattagaes das regiões inferiores e montanhosas. Fl. de
fevereiro a abril. I-II.
U. micranthus Lge. Diagn. pi. penins. Iber. novar. p. 16.
Regiões inferiores, nos Jogares áridos, mattagaes. Fl. de abril a maio.
I-II.
U. lusilanicus Mariz, Boi. da Soe. Brot. II, p. 115.
Kegiões inferiores e manlanhosas áridas. Fl. de abril a maio. l-II.
€'ylisiis L.
I Caule e folhas normues, cálix campanulado 2-labiado 1
(Caule 2-3-alado; folhas simples ou phyllodios. . . Sect. IV. Pterospartum Spach.
I Lábio superior profundamente dividido Sect. III. Teline Webb.
Lábio superior apenas 2-dentado 2
l Estylete curvo Sect. II. Spartocytisns Webb.
(Estylete longo e enrolado em espiral Sect. I. Saruthamnus Wimm.
Sect. I. Sarolhamnus Wimm.
I Ramos cylincricos 1
Ramos augulosos estriados 2
1 Legume oblongo-elliptico C. Wehcitschii Bss. et Reut.
(Legume trapezoide-elliptico largo C. eriocarpus Bss. et Reut.
103
(Folhas todas 1-foliadas C. grandiflm-us DC.
( Folhas inferiores 3-foliadas, as superiores 1-foUadas 3
3
> Legume todo densamente pelludo C. patens (L.) Webb.
( Legume peUudo nas margens e glabro nas faces C. scoparins Lk.
C. scoparius Lk. En. h. Ber. Spartium scoparium L.
Terras arenosas, encostas de mattas, florestas das regiões inferiores
e montanhosas. Fl. de abril a junho. I-III.
C. grandiflorus DC. Prod. II, p. 154; Spartium grandiflorum Brot. II,
p. 80.
Mattagaes, penedias das regiões inferiores e montanhosas. Fl. de
maio a junho. I-IV. — Giesteira das sebes.
C. Welwitschii (Bss. et Reut. Pug. p. 28) ; Spartium patens L. Brot. II,
p. 83, era parte.
Terras arenosas das regiões inferiores e montanliosas. Fl. de maio a
junho. I-IV.
C. eriocarpus Bss. et Reut. Diagn. pi. nov. p. 10.
Regiões montanhosas. Fl. de junho a julho. I-IV.
C. patens. (L.) Webb. It. hisp. 51; Spartium patens L. Brot. II, p. 83.
Mattagaes das regiões altas. Fl. de maio a julho. III-IV.
Sect. II. Sparloqtisus Webb.
IFlores brancas • • C. albns Lk.
(Flores amarelladas C. purgans (L.) Wk.
C. albus Lk. Enum. pi. h. Berol. II, p. 241; Spartium álbum Desf. ;
Brot. II, p. 83.
Terras incultas da região inferior e montanhosa. Fl. de abril a junho.
I-III. — Giesteira branca.
C. purgans (L.) Wk. Prod. Fl. hisp. III, p. 456 ; Spartium purgans L.
Entre as penedias das regiões altas. Fl. de junho a agosto. IV-V.
Sect. III. Teline Webb.
. C. candicans DC. Fl. fr. IV, p. 504; Genista candicans L.
Mattagaes e bosques das regiões inferior e montanhosas. Fl. de abril
a junho. l-III.
1
104
Secl. IV. Plerosparlum Spach.
[Peciolo quasi egiial ao tubo do cálix; bracteolas quasi filiformes.
C. stenopterus Spach.
[Peciolo mais curto que o tubo do cálix; bracteolas linear-espaluladas 1
1 Bracteolas mais curtas que o tubo calicinal C. cantabricus Spach.
[Bracteolas mais C(tmpridas que o tubo calicinal C. tridentatus L.
C. stenopterus Spach; Genista tridentata L. ; Brot. II, p. 86.
Terrenos incultos das regiões baixas e montanhosas. Fl. da maio a
junho. I-IV. — Carqueja.
C. cantabricus Spach.; Genista tridentata L.
Como a anterior. Fl. de maio a julho. I-III. — Carqueja.
C. tridentata L. ; Genista tridentata L.
Como a anterior.
PAPILIONATAE-TRIFOLIAE
( Estames monadelphos Ononis L.
(Estames diadelphos 1
[Pétalas ligadas na base ; corolla marcescente Trifolium L.
[Pétalas livres; corolla caduca 2
Ilaflorescencia em capitulo 3
Inflorescencia em cacho ou espiga Melilotus Juss.
i Vagem arqueada cx-spermica dehiscente Trigonella L.
3
(Vagem em espiral, dehiscente ou não Medicago L.
OuouiíS L.
1 Flores articuladas com o pedúnculo lloral Sect. III. Natrix Mnch.
I Flores não articuladas 1
1 Plantas arbustivas espinhosas; flores côr de rosa — Sect. I. Acanthononis Wk.
Plantas herbáceas inermes Sect. 11 Bugram DG.
1
105
Sect. I. ikanthononis Wk.
O. spinosa L. Sp. p. 716; Brot. II, p. 96.
Planta espinhosa direita não estolhosa 1
Planta prostrada na base, estolhosa, quasi inerme; vagem 2-spermica. p. mitis L.
(Vagem oval-lenticular 1-spermica Y. antiquorum L.
(Vagem ovóide 2-4-spermica a. spinosa L.
a. spinosa L. — O. campestris Koch. et Zir. Cat. Pai. 22.
^. mitis L. — O. procurrens Wallr.
y. anliquorum L.
Terras arenosas incultas, campos áridos. Fl. de junho a setembro.
I-II.
Sect. II. Bugraoa DC.
ÍCorolIa rósea Subsect. I. Euhugrana Wk.
{Corolla amarella ^ Subsect. II. Bugranoides DC.
Subsect. I. Eubugraua Wk.
[Flores nitidamente pedunculadas em cacho O. Picardi Bss.
(Flores rentes em espiga terminal densa 0. mitissima L.
Subsect. II. Bugranoides DC.
Espécie perennal ; folhas todas 3-foliadas 0. pusilta L.
O. Picardi Bss. El. 55 e Voy. Bot. Esp. p. 954, tab. 45.
Terrenos arenosos da região inferior e do liltoral. FI. de maio a
junho. I.
O. mitissima L. Sp. p. 717; Brot. II, p. 97.
Terras calcareas e argillosas, sitios húmidos, bordas de campos. FI.
de maio a junho. I.
d
106
O. pusilla L. Sp. ed. 10, II, 1159; O. Columnae Ali. Fl. Pedem. Brot.
Phyt. lusit. I, p. 135.
Outeiros e campos incultos, seccos. Fl. de maio a julho. I.
Sect. III. Natrlx Mnch.
[ Pedúnculos muticos 1-floreos 1
(Pedúnculos aristados 0. hrcviflora UC.
[Folhas inferiores 3-foliadas, as superiores 1-foliadas; estipulas ovaes denteadas
mais curtas que o peciolo O. reclinata L.
JFolhas inferiores e superiores 1-foliadas, as medias 3-foliadas, estipulas grandes
do comprimento do peciolo O. pubescens L.
O. reclinata L. Sp. ed. 2, p. 763; Brot. II, p. 97.
Outeiros áridos, mattagaes. Fl. de maio a junho. I.
O. breviflora DC. Prodr. II, p. 160; O. viscosa Brot. II, p. 93.
Rochas, mattagaes, florestas, pastagens. Fl. de maio a junho. I-II.
O. pubescens L. Mont. II, p. 207; O. arthropodia Brot. II, p. 94;
Phyt. lusit. I, p. 141, tab. 58.
Nas mesmas localidades das espécies antecedentes. Fl. de maio a
junho. I.
Tríg^ouclla L.
Sect. Eutrigonella, | Bucerates Bss.
T. monspeliaca L. Sp. p. 777.
Terrenos arenosos e outeiros áridos. Fl. de março a junho. I.
lledioago L.
í Vagem reniforme, espiralada na extremidade, 1-spermica. Sect. I. Lupularia Ser.
(Vagem espiralada 1
I Vagem livre em toda a extensão Sect. II. Falcago Rchb.
( Espiras ligadas na parte central Sect. lil. Spirocarpos Willk.
1
107
Sect. I. Lopularia Ser.
M. lupulina L. Sp. p. 779; Brot. II, p. íi±
Campos, pastagens, margem de caminhos. Fl. de junho a julho. I.
Sect. II. Falcago Rclib.
l Vagem falciforme m. falcala L.
(Vagem espiralada 1
lEspiral de 2-3 voltas, espinhos nullos M. sativa L.
(Espiral de 2-3 voltas muito juntas, margem grossa e espinhosa... M. marina L.
M. falcata L. Sp. p. 779.
Terrenos arenosos cultivados. Fl. de abril a agosto. I. — Luzerna de
sequeiro.
M. sativa L. Sp. p. 778; Brot. II, p. 112.
Cultivada em terras frescas e permeáveis. Fl. de maio a julho. I. —
Luzerna.
M. marina L. Sp. p. 779; Brot. II, p. 113.
Frequente nas areias da costa maritima. Fl. de abril a junho. I.
Sect. III. Spirocarpos Willk.
I Vagem sem nervura extra-marginal Subsect. I. Orbiculares Urb.
Vagem com uma nervura extra-marginal parallela à sutura dorsal 1
[Vagem coberta de pellos glandulosos.. Subsect. III. Rigidulae Fiori et Begninot.
M. riíjidula Desr.
Vagem glabra 2
(Vagem cylindrica com espinhos fortes, espiras grossas e duras e muito juntas;
e, ] sementes separadas por septos Subsect. II. Pacliyspirae Urb.
Vagens membranosas ; espinhos menos fortes 3
Dentes do cálix piloso-barbados na extremidade. . Subsect. IV. Lcptospirae Urb-
Dentes do cálix glabros completamente Subsect. V. Eiispirocarpae Urb.
1
3
108
Subsect. I. Orl)iciilares Urb.
M. orbicularis Ali. Fl. Pedem. I, p. 314; M. polymorpha a. L. Sp. 779.
Terrenos arenosos cultivados. Fl. de maio a junho. I.
Subsect. II. Paehyspirae Urb.
1 Vagem pequena discoide-cylindrica 1
( Vagem grande mais ou menos cylindriea 2
( Pedúnculo aristado M. littoralis Rohde.
1
(Pedúnculo não aristado M. obscura Retz.
2
'Vagem com 4-6 voltas de espira; espinhos completamente divaricados.
M. truncatula Gaertn.
jVagem com o-7 voltas, margem larga t-nervea, espinhos fortes, lacinias do cálix
villosas na extremidade M. turbinata Willd.
M. obscura Retz. Obs. bot. l, p. 24.
1. Helix. — Voltas da espira 1 Vs"^*
a. aculeata Guss.
II. Ternala. — Voltas da espira 4-8.
(3. muricata Urb.; M. muricata Brot. II, p. 116.
Campos e terras incultas. Fl. de abril a maio. I.
M. littoralis Rohde in Lois. Not. 118.
Areaes do littoral e ainda nas terras arenosas do interior. Fl. de
março a maio. I.
M. truncatula Gaertn. De fruet. II, p. 350.
b. longeciliata Urb.
Terras arenosas e incultas. Fl. de março a maio. I.
M. turbinata Willd. Sp. pi. III, 1409; M. polymorpha 5. iurhinala e
e. muricata L. Sp. ed. 2, 1058.
a. aculeata Gaertn.; M. villosa Brot. II, p. 116.
a. dexlrorsa Arch.
p. sinistrorsa Asch.
109
Campos e terrenos incultos, arenosos e relvosos. Fl. de março a maio.
Subsect. III. Rigidiilae Fiori el Begiiinot
M. rigidula Desr. in Lam. Encycl. IIÍ, p. 634; M. polymornha i. riqi-
dula L. Sp. ed. 2, 1098.
Terras arenosas e incultas mais ou menos relvosas. Fl. de abril a
maio. I.
Subsect. IV. Leptospirae Urb.
M. mínima Grufberg in L. Amoen. IV, p. 105; M. polymorpha >i. mí-
nima L. Sp. ed. 2, 1099.
a. pubescens Webb. Hist. nat. Canar.
a. vulgar is Urb.
p. longisela DC. Prod. II, p. 178.
b. mollissima Koch. Syn. p. 164.
Terrenos cultivados e incultos frescos. Fl. de março a maio. I-II.
Subsect. V. Eiispirocarpae Urb.
Pedúnculos aristados com 2-o flores 3/. arábica Ali.
Pedúnculos não aristados com 3-8 flores M. hispida Gaertn.
M. arábica Ali. Fl. Pedem. I, p. 315; M. polymorpha >i. arábica L.
Sp. ed. 2, 1098; Brot. II, p. 115.
Terrenos relvosos e húmidos. Fl. de abril a maio. I.
M. hispida Gaertn. De Iruct. II, p. 349; M. ciliaris Brot. II, p. 114.
A. MiCROCARPA Urb.
a. oliyogyra Urb. — Vagens com 1 '/j-S 7^ voltas da espira.
a. apiculala Urb. — Espinhos de comprimento egual
ou pouco mais do que a espessura das espiras.
j5. denliculala Urb. — Espinhos muito mais compridos
do que a espessura das espiras.
110
B. Macrocarpa Urb.
a. tricycla Urb. — Vagens com 3-4 voltas da espira.
6. pentacydica Urb. — Vagens com 5-6 voltas.
^. breviaculeala Vrh. — Espinhas pouco mais longas
do que a grossura das espiras.
y. longiaculeata Urb. — Espinhas muito mais longas
do que a espessura das espiras.
Terrenos arenosos, incultos, campos e searas. Fl. de abril a junho. 1.
ilelilolus Tournf.
IFructos reliculado-rugosos Sect. I. Coelorytis Ser.
JFructos com linhas salientes curvas concêntricas Sect. II. Gyrorytis Koch.
Sect. I. Coelorytis Ser.
/Flores e fructos muito pequenos; estipulas acuminato-setaceas.
) iU. paiviflora Desf.
(Flores e fructos relativamente grandes; estipulas ovato-acuminadas.
M. itálica Lam.
Sect. II. Gyrorylls Koch.
Planta glabra; fructos côr de palha M. segetalis (Brot.) Ser.
M. itálica Lam. Fl. fr. II, p. 594; Trifolium Melilotus itálica L. Sp.
p. 765; Brot. II, p. 102.
Cultivada e subspontanea. Fl. de abril a maio. I. — Anaphe.
M. indica Ali. Fl. Pedem. I, p. 308; Trifolium Melilotus indica L. Sp.
p. 765; Brot. II, p. 102; M. parviflora Desf. Fl. ali. 2, p. 192.
Pastagens e terrenos húmidos. Fl. de maio a junho. I. — Anaphe.
M. segetalis (Brot.) (1) Ser. DC. Prod. II, p. 187; Trifolium Melilotus
segetalis Brot. II, p. 484.
Searas, caminhos, terrenos arenosos. Fl. de abril a junho. I.
(1) Ê considerado por alguns botânicos como variedade do M. sulcatus Desf.^ do
qual diflere apenas pela côr do fructo e pela glabrescencia.
111
Trifoliuiii L.
j Flores acompanhadas de bracteas Subgen. Trifoliastrum Ser. 1
(Flores sem bracteas Subgen. Lagopus LoisiC. 3
l Cálix regular 5-denteado ou 2-labiado 5-nerveo não accrescenle 2
1 <
(Calix 2-labiado 10-nerveo, accrescendo depois da floração.
Sect. III. Golearia Presl.
1 Corolla amarella, bracteas pequenas Sect. I. Chronosemium Ser.
i
(Corolla branca ou rósea, bracteas bem apparentes.
Sect. II. Euamoria Gib. et Belli.
l Flores de capitulo todas eguaes e férteis Sect. I. Eulagopus Lojac. 4
(Flores periféricas dos capítulos férteis, muitas do centro sem corolla e estéreis.
Sect. II. Cahjcomorphnm Presl.
I Fauce do calix aberta ou fechada com pellos; corolla marcescente.
§ Prosbatostoma Gib. et Belli.
Fauce do calix fechada por um corpo calloso; corolla caduca.
§ Stenostoma Gib. et Belli.
Subgen. Trifoliastrum Ser.
Sect. I. Chronosemium Ser.
[Estipulas largas e arredondadas na base, mais curtas que o peciolo: capítulos de
3-5 flores 1
|Caules filiformes, estipulas não dilatadas na base mais longas que o peciolo;
capítulos pequenos de 2-5 flores; pedúnculo capillar flexuoso.
T. micranílium Viv.
Capítulos de 3-5 flores T. minus Sm.
Capítulos de 20-40 flores T. eampeslre Sclireb.
Sect. II. Enamoría Gib. et Helli
Calix bem mais curto que o estandarte 1
I Calix egual ou pouco mais curto que o estandarte 2
(Caules rastejantes e radícantes; capítulos em pedúnculos longos . . T. repens L.
1
(Caules restejantes mas não radícantes. T. pallescens Sclireb.. var. glareosum Pers.
112
I Capítulos em pedúnculos flexuosos mais curtos que as folhas. T. cernuum Brot.
Capítulos axíUares rentes T. glomeratiim L.
Sect. 111. Galearia Presl.
^ Capítulos com pedúnculo muito curto ou quasí rentes T. tommtosum L.
( Capítulos com pedúnculos longos 1
! Planta annual; corolla com o estandarte voltado para o labío inferior do cálix
depois da fecundação T. resiipinatum L.
Plantas perennaes de caule mais ou menos lenhoso na base 2
(Bracteas grandes, as inferiores ligadas entre si T. fragiferum L.
2
(Brecteas muito pequenas, as inferiores subverticilladas T. physodes Stev.
Sect. I. Clironosemiura Ser.
T. minus Sm. in Relham. Fl. Cantabr. p. 290; T. filiforme Brot. II,
p. 111.
Terras frescas, caminhos. Fl. de maio a junho. I.
T. filiforme L. Sp. p. 773.
Prados e em terras de cascalho, Fl. de maio a junho. I.
T. campestre Schreb. in Sturm. Deulschl. Fl.; T. procumbens L. Fl.
Suec; Brot. II, p. 110.
Pastagens, terras incultas, margens dos rios. Fl. de abril a junho. I.
Sect. 11. Euamoria Gib. et Belli
T. repens L. Sp. p. 767; Brot. II, p. 103.
Prados e terras frescas. Fl. de maio a outubro. I-II.
T. pallescens Schreb. in Sturm. Deutschl. Fl. var. glareosum Rouy il
Fouc.
Terras arrelvadas e pedregosas. Fl. de junho a julho. IV.
T. cernuum Brot. Phyt. lusit. I, p. 150, tav. 62.
Prados, terrenos arrelvados e arenosos. Fl. de maio a junho. I-II.
T. glomeratum L. Sp. p. 770; Brot. II, p. 198.
Terras cultivadas, áridas, caminhos. Fl. de março a junho. I.
ivò
Secl. III. Galearia Presl.
A
2 )
T. resupinatum L. Sp. p. 771; Brot. II, p. 109.
a. majus Bss. ; T. suaveolens Willd.
[3. minus Bss.; T. Clusii Gr. et Godr.
Terras frescas arenosas, Fl. de abril a junho. I.
T. tomentosum L. Sp. p. 771 ; Brot. II, p. 110.
Terrenos arenosos cultivados ou estéreis. Fl. de abril a junho. I.
T. fragiferum L. Sp. p. 772; Brot. II, p. 109.
Pastagens, terrenos arenosos e huníiidos. Fl. de maio a setembro. I.
T. physodes Stev. in M. Bieb. Fl. Taur.-Cauc. II, p. 217; T. Cupani Tin.
Terrenos de sombra, florestas. Fl. de junho a setembro. I.
Sul)gen. I-.agopvis Lnjac.
Sect. I. Eulayopus Lojac.
§ Prosbatostoma Gib. et Belli
[Estandarte completamente livre Stenosemium Celak.
T. striahim L.
Estandarte ligado pela unha com as outras pétalas e estames 1
Fructo com uma única semente i
Fructo com mais d'uma semente V. Pmlensia Sib. et Belli.
l Cálix com 10 nervuras 3
( Cálix com 20 nervuras VI. Lappaceae Gib. et Belli.
Cálix membranoso entre as nervuras, lacineas selacoas densamente plumosas
o i 3-4 vezes mais longas que o tubo I. Anrnsia Gib. et Helll.
[Calix coriaceo com nervuras fortes '*
íLacinias do calix subuladas quasi erectas na maturação.
\ II. Trichopíera Gib. et Belli.
(Laclnias afastadas entre si na maturação ••
I Lacinias recurvadas para fora IH- Scahroidea (iib. cl Itellí.
(Lacinias longas subespinliosas dispostas em eslrella . . IV. Stellata Gil. et Belli.
g XXVI
114
i
Stenostoma Gib. et Belli
(Folhas superiores oppostas, foliolos obovaes 1
(Folhas alternas, foliolos estreitos VII. Angustifolia Gib. et Belli.
[Dentes do cálix triangular-acuminados, os lateraes pouco mais curtos que o tubo.
o inferior egual ou pouco mais longo VIII. Marilima Gib. et Belli,
I Dentes do cálix laiiceolados, os lateraes muito mais curtos que o tubo, o inferior
bastante mais longo IX. Ochroleuca Gib. et Belli.
Sect. II. Cal)comorphum Presl.
Flores da periferia férteis com corolla, as internas estéreis sem corolla. Matura-
ção dos fructos liypogea T. subterranewn L.
Subgen. Lagopus Lojac.
Sect. I. Eulagopus Lojac.
Stenosemium Celak.
T. striatum L. Sp. p. 770; Brot. II, p. 107.
Outeiros, pastagens, terrenos calcareos. Fl. na primavera. I.
I. Arvensla Gib. et Belli
T. arvense L. Sp. p. 769; Brot. II, p. 106.
Campos cultivados, outeiros seccos, caminhos. Fi, de junho a julho. I.
— Pé de lebre.
li. Trichoptera Gib. et Belli
T. Bocconii Savi Observ. Trif. p. 37; T. semiglabrum Brot. Phyt.
lusit. I, p. 155.
Terrenos arenosos arborisados. Fl. de junho a julho. I.
iro
III. Scabroldea Gib. et Belli
T. scabrum L. Sp. p. 770; Brot. 11, p. 107.
Terrenos arenosos áridos, marge;is de caminhos, campos cultivados.
Fl. na primavera. I.
IV. Stellata Gib. et Belli
(Flores em espiga longa, cyiindro-conica; corolla vermelha ... T. incarnatum L.
I Flores em capitulo ; corolla branca ou rósea y. stellatum L.
T. incarnatum L. Sp. p. 769.
Cultivado e subspontaneo era terras férteis. Fl. de abril a maio. I.
— Trevo incarnado.
T. stellatum L. Sp. p. 769; Brot. II, p. 107.
Vulgar nos terrenos cultivados, nos caminhos. Fl. de maio a junho I.
V. Pratensia Gib. et Belli
[Dentes do cálix linear-setaceos ciliados, o inferior com o dobro do comprimento
do tubo ; fauce do tubo fechado por um annel calloso T. praletise L. Sp.
[Dentes do ealix subulados duas vezes mais compridos que o tubo; fauce aberta.
T. di/Jusum Ehrh.
T. diffusum Ehrh. Beitr. VII, p. 14.^; T. purpurascens Roth. Catai. I.
p. 91; Brot. II, p. 105.
Prados, sitios sombrios e húmidos. Fl. de junho a julho. í.
T. pratense L. Sp. p. 768; Brot. II, p. 105.
3. villosum VVahlb. — Caule e peciolos villosos, pellos patentes,
y. nivale Sieb.; T, pratense, var. pjrennicum Willk. et Lange.
— Caule e peciolos villosos, pellos encostados á casca.
Prados, terrenos frescos, margens de rios. Fl. de junho a julho. I.
VI. Lappacea Gib. et Belli
Cálix com 10 nervuras T. nmlium (h.) Huds.
Cálix com 20 nervuras •
*•
116
Í Dentes do cálix densamente ciliados T. Cherleri L.
Dentes do cálix fracamente ciliados T. lappaceum L.
T. médium (L.) líuds. Fl. Angl. ed. I, p. 284.
Sitios relvosos frescos sombrios. Fl. de maio a dezembro. 1.
T. Cherleri L. Dem. pi. 21, Amoen. Acad. III, p. 418; Brot. II, p. 104.
Collinas relvosas, campos incultos. Fl. de abril a maio. I.
T. lappaceum L. Sp. p. 768; Brot. II, p. 104.
Outeiros calcareos, campos, terras arenosas. Fl. na primavera. I.
VII. Angustifolia Gib. et Belli
T. angustifolium L. Sp. p. 769; Brot. II, p. 104.
Terrenos arenosos relvosos, bordas de campos, collinas incultas. Fl.
de abril a junho. I.
VIII. Marítima Gib. et Belli
[Dentes do cálix muito deseguaes, o inferior com o dobro do comprimento do tubo
1 e por íim reflectido T. squarrosum L.
iDentes do cálix deseguaes, o inferior de comprimento egual ao do tubo e não re-
[ flectido, todos por fim patentes T. maritimum L.
T. squarrosum L. Sp. p. 768; Brot. II, p. 106.
Terras frescas e prados. Fl. de junho a agosto. I.
T. maritimum Huds. Fl. Angl. ed. I, p. 408.
Terras arenosas da região maritima. Fl. de maio a junho. I.
IX. Ochroleuca Gib. et Beili
T. ochroleucum Iluds. Fl. Angl. ed. I, p. 283; L. Svst. Nat. ed. 12,
III, p. 233.
Prados, sitios relvosos, terrenos sombrios. Fl. de junho a julho. I.
Sect. II. Calicomorpbura Presl.
T. subterraneum L. Sp. p. 767; Brot. II, p. 103.
Terrenos relvosos, caminhos, paredes velhas. Fl. de abril a maio. I,
ir
PAPILIONATAE-LOTEAE
(Vagem indehiscente 1-2-spermica inclusa no cálix Anthyllis L.
(Vagem dehiscente 2
I Vagem recta oc-spermica, valvas enroladas em espiral depois da deliiscencia.
Lottis L.
Vagem recta 2-4-spermica, valvas não enrolando Doryrninm Vill.
itiitliyllis L.
( Estames monadelphicos Scct. I. Vulneraria DC.
1 Estames 2-adelphos i
! Vagem 1-spermica, inflorescencia globosa, pequena.. Sect. II. Dorynwpsis Bss.
Vagem oo-spermica (2-6) septada transversalmente, inflorescencia em capítulos de
5 a 9 flores Sect. 111. Cornicina Bss.
Sect. I. Vulneraria DC.
A. vulneraria L. Sp. p. 719; Brot. II, p. 154.
a. vidgaris Koch. — Cálix concolôr; corolla branca ou amarella.
p. rubra L. — Corolla vermelha.
8. hispida Bss. et Reut. — Caule e folhas hispidas.
Terras frescas, arenosas. Fl. de abril a julho. MI. — Vulneraria.
Sect. II. Dorycnopsis Bss.
A. Gerardi L. Mant. I, p. 100; Brot. II, p. 155.
Collinas seccas, vinhas. Fl. de junho a julho. I.
Sect. III. Cornicina Bss.
A. lotoides L. Sp. p. 720; Brot. II, p. 155.
Campos e terras incultas. Fl. de maio a junho. I.
118
Dorycuiuiii Vill.
Secl. Bonjeania Rchb.
D. reclum Ser. in DC. Prodr. 11, p. 208; Lotus rectiis L. Sp. p. 775;
Brot. II, p. 123.
Logares húmidos, bordas de ribeiros. Fl. de maio a agosto. I.
IjoIus L.
l Cálix tulniloso-campanulado, raras vezes sub-2-labiado.. Sect. I. Eulotus Ser. 1
(Cálix 2-labiado, lábio superior 2-fiào, o inferior 3-partido. . . Sect. II. Lotea Ser.
L. crelicns L.
Plantas perennaes 2
Plantas annuaes • • 4
Cálix com dentes eguaes 3
Cálix subbilabiado L. glareosus Bss. et Reut.
1
[Caule fistuloso; flores 4-14 em umbellas; cálix de dentes linear-lanceolados.
L. uliginosus Schkerber.
I Caule não fistuloso, 2-3 flores; cálix com dentes triangulares na base e franca-
mente subulados L. corniculatus L.
[ Legume incluso no cálix L. parviflorus Desf.
(Legume mais comprido que o cálix 5
[Legume em arco L. conimbricensis Brot.
5
(Legume recto 6
3
4
Pedúnculo com 2-4 flores, que se fazem verdes, seccando
7
Pedúnculo com 1-3 flores, que não se coram de verde, seccando.
L. imgifstissimus L.
[Estandarte chanfrado; carena em longo bico direito L. hispidus Desf.
[Estandarte apiculado; carena em bico recurvado... L. castelhanus Bss. et Reut.
Sect. I. Eulotus Ser.
L. corniculatus L. Sp. p. 775; Brot. II, p. 121.
119
a. vulgaris Willk. — Glabro ou quasi glabro; dentes do cálix do
comprimento do tubo.
a. genuimis. — Pedúnculos 2 ou 3 vezes mais compridos
que as folhas.
3. pedunculatus. — Pedúnculos 4 ou mais vezes mais com-
pridos que as folhas.
6. gracilis. — Glabro ou pubescente, caule e ramos muito del-
gados.
c. pilosiis. — Mais ou menos albo-piloso; dentes do cálix mais
compridos que o tubo.
a. ciliatus. — Foliolos, estipulas e cálix mais ou menos
ciliados.
p. villosus. — Toda a planta densamente villosa.
f. alpinus Bss. — Anão, cespitoso; folhas quasi rentes,
foliolos pequenos.
Terras arrelvadas, arenosas. Fl. de abril a junho. I-III.
L. uliginosus Schkerhr. Handb. II, p. 433; L. corniculatus silvaticus
Brot. II, p. 121.
Sitios muito húmidos. Fl. de maio a junho. I.
L. glareosus Bss. et Reut. Pug. p. 36.
y. glacialis.
Terrenos de cascalho e areentos. Fl. de junho a agosto. III-V.
L. parviflorus Desf. Fl. Atl. II, p. 206; L. microcarpus Brot. II, p. 119.
Terrenos seccos arenosos. Fl. de abril a maio. I.
L. coimbrensis Willd. Sp. pi. III, 1390; L. conimbricensis Brot. Phyt.
lusit. fase. I, p, 28; Fl. lusit. II, p. 118.
Terrenos relvosos e húmidos. Fl. de abril a junlio. I.
L. angustifolius L. Sp. p. 774; L. oligoceratus Scop. Brot. II, p. 118.
Terras arenosas e húmidas. Fl. de maio a julho. I.
L. hispidus Desf. Cat. Hort. Pav. p. 190.
Terras arenosas, relvosas e húmidas. Fl. de maio a junho. í.
L. castellanus Bss. et Reut. Diagn. pi. orient. n.** 9, p. 34, e Png. p. 38.
Terras incultas, arrelvadas, húmidas. Fl. de julho a outubro. I-IIÍ.
Sect. II. lolea Ser.
L. creticus L. Sp. p. 775; Brot. II, p. 120.
Areias do littoral. Fl. de março a maio. I.
120
t
PAPILIONATAE-GALEGEAE-ASTRAGALINAE
(Vagem cylindrica Asíragalus L.
(Vagem linear comprimida denteada no dorso Biserrula L.
itistrag^alus L.
I Plantas pequenas annuaes ou 2-annuaes Sect. I. Trimenaeus Bge.
Plantas perennaes 1
[Flores pedmiculadas em cacho laxo^ vagem grande e um pouco vesiculosa.
Sect. II. Phaca Bge.
[Flores rentes ou quasi, em cacho denso, vagem comprida e estreita.
Sect. III. HypogloUis Bge.
1
1
Sect. I. Trimenaeus Bge.
[ Pellos 2-furcados, ramos parallelos á epiderme A. Epiglottis L.
[Pellos simples grossos presos pela base 1
1 Vagem em fornia de barquinha A. cymbaecarpus Brot.
[Vagem estreita recurvada em forma de foicinha A. hamosus L.
A. epiglotlis L. Mart. II, p. 274; Brot. II, p. 168.
Campos e outeiros arenosos e argillosos. Fl. de abril a maio. I.
A. cymbaecarpus Brot. II, p. 167; Phyt. lusit. I, p. 143, tab. 59.
Terras húmidas e arenosas. FI. de abril a junlio. I.
A. hamosus L. Sp. p. 758; Brot. II, p. 167.
Terrenos áridos e estéreis. Fl. de abril a julho. I.
Sect. II. Phaca Bge.
A. lusitanicus Lanik. Dicl. I, p. 312; Brot. II, p. 166.
Terrenos férteis, terras da beira mar. Fl. de abril a junho. I-II. —
Alfavaca dos montes.
121
Sect. III. Hypoglottis Bge.
A. granatensis Lge. Piig. p. 372; A. hypoglottis Brot. Phvt. lusit. !,
p. 145, tab 60.
Collinas estéreis, sitios alpestres. Fl. de abril a julho. I.
Biserriila L.
B. Pelecinus L. Sp. p. 762; Brot. II, p. 170.
Terrenos arenosos cultivados e incultos. Fl. de março a junho. I.
PAPILIONATAE-HEDYSAREAE-CORONILLINAE
[Folhas inteiras, vagem espiralada e com liuhas salientes (costullas) longilndinaes.
Scoíyinrm L.
[Folhas 3- 00 -foliadas, vagem recta ou em forma de foucinha i
I Vagem recta dividida em articules oblongos Coronilla L.
Vagem em forma de foucinha, nitidamente articulada Ornilliopus L.
^corpiuriis L.
'Costullas externas com tubérculos cónicos ou espinhos mais ou menos recurvados
em gancho na extremidade S. muricnta L.
(Costullas externas com tubérculos muito dilatados na extremidade; voltas da es-
pira muito juntas ; pedúnculos 1-floreos íí. vermkulata L.
S. muricata L. Sp. p. 745; Brot. II, p. 79.
a. typicus Fiori et Beg. — Espira laxa, com curtos tubérculos
cónicos; pedúnculos 2-lloreos.
p. sulcala (L.). — Espiras laxas, espinhas direitas em geral gla-
bras; pedúnculos subtrilloreos.
y. subvillosa (L). — Espiras um pouco juntas, espinhos mais
compridos e mais finos do que os das variedades ante-
riores; pedúnculos i-íloreos.
Terrenos cultivados. Fl. de abril a julho. I.
S. vermiculata L. Sp. p. 744; Brot. II, p. 79.
Terras cultivadas e incultas. Fl. de março a junho. I.
122
OriíitSiopus L.
lUmbellas sem bractea Sect. I. Arthrolobivm Desv. i
(Umbellas com folha bracieal imparipennada .... Sect. II. Euornithopus Wh. 2
(Folhas inferiores simples; estipulas ligadas invaginantes O. durus Cav.
1
(Folhas todas imparipemiadas; estipulas quasi miUas 0. ebracteatiis Brot.
2
I Flores pequenas amarellas 0. compressm L.
j Flores brancas com linhas côr de rosa no estandarte 3
I Flores muito pequenas, vagem articulada direita, roslro curto. 0. perpiisillus L.
Flores maiores, vagem curva com rostro longo (Vs ou Va do comprimento da va-
gem 0. sativvs Brot.
Sect. I. Arliirolobiuin Desv.
O. durus Cav. Ic. I, p. 31, tab. 41; O. hetcrophyllus Brot. lí, p. 160;
Phyt. t. 87.
Collinas áridas. Fl. de abril a junho. I.
O. ebracteatus Brot. II, p. 159; Phyt. lusit. I, tab. 68.
Terrenos cultivados e arenosos. Fl. de abril a agosto. I.
Sect. II. Eiiornilhopus Wk.
O. compressus L. Sp. p. 744; Brot. II, p. 159.
Terrenos incultos e arenosos. Fl. de março a junho. I. ■ — Serraâella
estreita.
O. perpusillus L. Sp. p. 743.
a. roseus (L,). — Pedúnculos mais compridos que as folhas;
folha floral de comprimento do cálix quando muito; flor
maior.
Terrenos arenosos, incultos, bordas de caminhos. Fl. de maio a ju-
nho. I.
O. sativus Brot. II, p. 160.
Cultivado e subspontaneo nas terras arenosas. Fl. de março a maio. I.
— Serradella cultivada.
123
Coroiiilla L.
Tolhas com 2 a 3 pares de foliolos, vagem de 4 angulo?.
Sect. I. Evcoronilla Benlli. cl Hook.
C. glauca L.
^Folhas 3-foliadas, foliolo médio grande, os laleraes reniformes pequenos.
Secl. II. Srorpioidrs Benlh. i'l Hook.
C. srorpioidcs (L.) Koch.
Sect. I. Eucoronilla Benlli. et Ilook.
C. glauca L. Cent. pi. 1, p. 23; Sp. ed. II, lOí-7; Brot. II, p. 163.
Terrenos calcareos. Fl. de março a jullio. I. — Senna do reino.
Sect. II. Scorpioides Beiíth. et Hook.
C. scorpioides (L.) Koch. Syn. ed. I, p. 188; Ornithopiis scorpioides
L.; Brot. II, p. 161.
Terrenos cultivados. Fl. de fevereiro a ju«ilio. I.
PAPILIONATAE-VICEAE
ITubo dos estames truncado muito obliquamente Vicia L.
(Tubo dos estames truncado em angulo recto i
lEstylete comprimido lateralmente Pisum L
1
(Estylete comprimido transversalmente Lathyrus L.
Wieia L.
(Estylete comprimido dorsal ou lateralmente 1
Estylete filiforme assovclado pubeseente na extremidade, Sect. IV. I'Jnilia 1-k.
Estylete barbudo na face inferior pouco abaixo do estignia. Sect. I. Envida Vis.
Estylete pelludo na face superior ou em roda 2
1
2
(Vagem troncada muito obliquamente e rostrada na extremidade.
Secl. II. Cracca Riv.
[Vagem arredondada na extremidade c não rostrada Sect. III. Knum L.
124
Sect. I. EuTÍcia Vis.
I Caule delgado raslejante ou trepador Vicicinae. l
Caule recto mais ou menos consistente e carnoso Fabinae. 4
1 Vagem curta e larga Platycarpae. 2
( Vagem comprida ensiforme Hyphocarpae. 3
2
1
2
fFlôr amarella, vagem linear-oblonga com pellos duros nascendo d'um tubérculo;
sementes globosas V. lutea L.
iFlôr amarella n)ais ou menos riscada de violeta; vagem rhomboidal-oblonga co-
berta de pellos acastanhados; sementes (3-4) quadrangulares comprimidas.
V. vestita L.
1 Flores e legumes rentes V. sativa L.
3
(Flores pedunculadas; pedúnculo egual ou mais comprido que a folha.
V. Bythnica L.
Folhas inferiores com um só par de foliolos e sem gavinha; foliolos grandes elli-
plieos. Flores grandes, pedúnculos mais curtos que a folha; dente superior do
cálix triangular, os inferiores lanceolados mais compridos; corolla purpurina.
4 { V. narboneniis L.
fFolhas todas mucronadas, corolla branca, vagem muito grande, sementes grandes
achatadas lateralmente, hilo linear V. Faba L.
Sect. II. Cracca Riv.
*
1 Plantas annuaes polyspermicas, flores grandes 1
[Plantas annuaes 2-4-spermicas, flores pequenas 2
[Dentes superiores do cálix muito curtos, os inferiores linear-subulados; vagem
glabra V. dasycaiya Ten.
JDentes do calix sctaceos quasi eguaes densamente villosos; vagem densamente
villosa V. atropurpurea Desf.
[Dentes do calix deseguaes, os superiores conniventes, os inferiores subulados
ciliados ; vagem amarellada glabra V. ãisperma DG.
) Dentes do calix eguaes villosos; vagem muito pequena (8-10 mm.) negra villo-
sula V. hirsuta S. F. Grav.
128
Sect. III. Ervura L.
Foliolos linear-allongados; flores de 0-6 mm.; cálix de dentes quasi eguacs.
V. tetiaspcnna Moencli.
Sect. IV. Eivilia Lk.
Folhas com 8-12 pares de foliolos, mucronadas, sem gavinha.. V. Ervilia Willd.
Sect. I. Envida Vis.
# Vícicinae
V. lutea L. Sp. p. 736; Brot. 11, p. 151.
Terrenos cultivados, collinas áridas, prados. FI. de março a junho. I.
V. vestita Bss. Elench. p. 67; Voy. bot. Esp. p. 193, tab. o7.
Searas, terrenos cultivados e sitios sombrios. Fl. de abril a maio. I.
V. sativa L. Sp. p. 736; Brot. II, p. 150.
Plantas sem estolhos brancos subterrâneos.
V. sativa typíca Beck. Fl. Nieder-Oesterr. p. 876. — Flores de
2-3 mm.
«. obovala Ser. in DC. Prod. — Foliolos obovaes ou obcor-
dados.
^. Unearis Lang. Pug. — Foliolos muito estreitos. Flores de
1,5-1,8 cm.
V. cordata Wulf. in Sturm. Deulsch. Fl. — Foliolos das folhas
inferiores obcordados, os das superiores linear-cuneiformes.
V. angustifoUa L. Amenit. Ac. IV, p. 105. — Foliolos das folhas
superiores linear-troncados ou obtusos.
a. Bobarlli Koch. Syn. ed. II, p. 213. — Foliolos das fo-
lhas superiores linear-lanceolados, ou linear-troncados,
ou emarginado-mucronados.
p. segeialis Koch. I. c. — Foliolos das folhas superiores
oblongo-lanceolados arredondados na extremidade.
V. amphicarpa L. Sp. ed. II, p. 1030. — Plantas com estolhos
brancos e subterrâneos; duas formas de ílôr, umas completas,
outras imperfeitas.
Searas, sebes e maltas, terrenos incultos. Fl. de abril a junho. 1.
Í2tí
V. Bithnica L. Syst. ed. X, p. 1166.
Sebes, bordas de campos. Fl. de abril a junho. I.
** Fabinae
V. narbonensis L. Sp. p. 737.
p. serrati folia Koch. Syn. ed. II, p. 215.
Terrenos húmidos e férteis, mattas, valias. Fl. de maio a junho. 1.
V. Faba L. Sp. p. 737.
Cultivada. Fí. de maio a junho. I.
Sect. II. Cracca Riv.
V. dasycarpa Ten. Viagg. Abruzz. p. 81; V. varia Host. ; V. Cracca
Brot. II, p. 149.
Searas, sebes. Fl. de maio a setembro. I.
V. atropurpurea Dcsf. Fl. Atl. II, p. 164; V. villosa Brot. II, p. 150.
Terras incultas, relvosas, arenosas. Fl. de março a maio. I.
V. disperma DC. Cat. líost. Monsp. p. 154.
Terrenos arenosos, pedregosos, mattas. Fl. de abril a junho. I-II.
V. hirsuta S. F. Gray Nat. an. Brit. pi. II, p. 614; Ervum hirsutum
L.; Brot. II, p. 152.
Terras cultivadas, searas. Fl. de abril a julho. I.
Sect. III. Ervum L.
V. tetrasperma Moench. Meth. p. 148.
var. gracilis Arch. ex Gurb.; V. gracilis Lois.; Ervum varium
Brot. II, p. 152; V. laxiflora Brot. Phyt. I, p. 125.
Searas, bordas de campos, sebes, mattagaes. Fl. de março a maio. I.
Sect. IV. Ervilia Lk.
V. Ervilia Willd. Sp. pi. III, p. 1103; Ervum Ervilia L. Sp. p. 738;
Brot. II, p. 153.
Cultivada e subspontanea nos campos. Fl. de abril a junho. I. —
Orobo das bolicas, Ervilha de pombo.
Í27
Í Todas as folhas, pelo menos as superiores, com gavinhas.
Sect. I. Archylathyrns. l
Todas as folhas sem gavinhas Sect. II. Orobus.
(Estylete não torcido 2
1
(Estylete torcido 4
[Folhas reduzidas á gavinha, estipulas muito grandes I. Aphacn Tourn
2
( Folhas todas ou pelo menos as superiores com foliolos 3
IPeeioIos inferiores foliaceos; estandarte bigiboso-calloso perto da base.
II. Clymenum DC
Todas ou quasi todas as folhas com foliolos e gavinhas : caule 2-gumeo.
IV. Orobastrum Gr. et Godr.
ÍEs.ylete recto; pedúnculos com 4-3 flores; vagem oval-alongada.
III. Cicercula Much.
Estylete curvo V. Eulalhyrus Ser.
Sect. I. Archjlalhyriís
I. Aphaca Tourn.
L. Aphaca L. Sp. p. 729; Pisum Aphaca Brot. 11, p. lio.
Searas, sebes, sitios arenosos. Fl. em abril e maio. I.
II. Clymenum DC,
(Flores amarellas ; vagem 2-alada L. Ochrus DC.
I Flores vermelhas '
íAzas da corolla azues; vagem comprimida, canaliculada no dorso.
\ L. Clvmenum L.
1
Azas da carolla brancas; vagem tubulosa, não canaliculada no dnrso.
^ L. arluulalus L.
L. Clymenum L. Sp. p. 73*2.
a. íenuifolius Godr. — Caule e peciolos subalados; foliolos lan-
ceolado-lineares.
128
[i. latifolius Godr. Brot. II, p. 14 v. — Caule e peclolos per-
feitamente alados; foliolos oblongo-lanceolados ou lanceo-
lados.
Mattas, sebes, searas, bordas de caminhos. Fl. de abril a junho. I.
L. articulatus L. Sp. p. 731; Brot. II, p. 439.
Terrenos cultivados, sebes. Fl. de abril a maio. I.
L. Ochrus DC. in Lam. et DC. Fl. Fr. IV, p. S78.
Campos e terras incultas. Fl. de abril a maio. I.
III. Cicercula Much.
[ Vagem glabra ' 1
( Vagem hirsuta L. hirsntus L.
( Corolla amarella L. annuus L.
j Corolla mais ou menos violácea 2
(Pedúnculos mais curtos que as folhas; vagem canaliíiulada no dorso. L. Cicera L.
(Pedúnculos eguaes ou mais compridos que as folhas; vagem 2-alada no dorso. 3
I Planta sem estolhos brancos L. sativus L.
Planta com estolhos brancos, fructificação aérea e subterrânea.
L. amphicavpus Brot.
L. sativus L. Sp. p. 730; Brot. II, p. 138.
Searas. Fl. de março a maio. I. — Chicharos grossos ou ordinários.
L. amphicarpus Brot. II, p. 135, e Phyt. lusit. I, p. 163.
Collinas e outeiros argilloso-calcareos. Fl. de março a maio. I.
L. annuus L. Amoen. Acad. Ill, p, 417; Brot. II, p. 141.
Searas, prados, terras incultas frescas. Fl, de abril a junho. I.
L. Cicera L. Sp. p. 730; Brot. p. 137.
Searas, vinhas, terras incultas. Fl. de abril a junho. I. — Chicharos
meudos.
L. hirsutus L. Sp. p. 732; Brot. II, p. 141.
Terras cultivadas, searas. Fl. de maio a julho. 1.
IV. Orobastrum (Bss. Fl. Or.) Taub.
Í Pedúnculos oo-floreos L. palustris L.
Pedúnculos com uma só ílòr i
1-20
/Pedúnculo aiislado, arliculailo ao meio, mais curto que a folha.
1 < L. sphaerkus Hetz.
(Pedúnculo articulado perto da extremidade, 4-6 vezes mais comprido (jue a folha.
L. anyulalus L.
L. palustris L. Sp. p. 733.
p. nudkauUs Willk. — Caule e peciolos nào alados (1).
Terrenos incultos húmidos. Fl. de maio a junho. I.
L. sphaericus Relz. Obs. bot. Ill, p. 39.
Vinhas, terras cultivadas. Fl. de abril a julho. I.
L. anguiatus L. Sp. p. 731; Brot. II, p. 139.
Terras incultas, searas, terrenos arenosos. Fl. de abril a julho. I-II.
V. Eulathyrus Ser. in DC. Prod.
I Dentes do cálix deseguaes, os superiores direitos 1
Dentes do cálix deseguaes, os superiores conniventes L. latifolius L.
Í Vagem glabra 2
Vagem e caule villosos L. odoratus L.
2
1 Estandarte côr de rosa na face anterior e esverdeado no dorso . . L silvestris L.
I Toda a corolla vermelha L. Tingitamis L.
L. silvestris L. Sp. p. 733.
^. latifolius Peterm. — Foliolos inferiores grandes ovaes oblon-
gos arredondados e mucronados, os médios elliptico-lan-
ceolados, os superiores lineares.
Mattagaes, terras incultas sombrias. Fl. em junho e julho. I.
L. latifolius L. Sp. p. 733; Brot. II, p. 142.
Sebes, brenhas, mattas. Fl. de junho a agosto. I.
L. Tingitanus L. Sp. p. 732.
Sebes e brenhas. Fl. de maio a junho. I.
L. odoratus L. Sp. p. 732.
Cultivado e subspontaneo. Fl. de maio a julho. I.
(I) O sr. G. Sampaio nota diíTercnças importantes entre esta planta e o verdadeiro
L puhistris. dando talvez logar a considerar-se como nova espécie.
9 KXM
130
Sect. II. Orobus
JFolioIos ovaes, elliplicos ou oblongo-lanceolados; dentes inferiores do cálix egua-
lando o lubo. Planta estoionifera e productora de tubérculos.
L. montanus Bernh.
IFoIIoIos ellipticos; dentes inferiores do cálix egualando Va do tubo. Planta tor-
nando-se negra seceando L. niger Bernh.
L. niger (L.) Bernh. Syst. Verz. Esf. p. â48 ; Orobus niger L. Sp.
p. 729; p. 146.
Mattas das regiões montanhosas. FI. de maio a julho. II-III.
L. montanus Bernh.; Orobus tuberosus L. Sp. p. 728; Brot. II, p, 147.
Nas mattas das regiões baixas e montanhosas. Fl. de abril a maio. I.
Pisiiiu L.
l Pedúnculos oo-floreos ; sementes amarelladas, globosas P. saHvum L.
(Pedúnculos l-floreos; sementes escuras, angulosas P. arvense L.
P. sativum L. Sp. p. 727; Brot. II, p. 144.
Cultivado em muitas variedades. — Ervilhas.
P. arvense L. Sp. p. 727; Brot. II, p. 144.
Cultivado e snbspontaneo. Fl. de maio a julho. — Ervilhas meudas.
PAPILIONATAE-PHASEOLEAE-PHASEOLINAE
[Cálix 2-labiado. Carena com o estylete e estamos enrolados em espiral. Plantas
trepadoras Phaseolus L.
[ Cálix 5-denteado. Carena não eniolada Dolichos L.
Phaseolus L.
Ph. vulgaris L. Sp. p. 723.
a. communis Arch. FI. Prov. Brandenb. — Feijoeiro branco de
trepa.
b. nanus L. (como espécie) Cent. pi. I, p. 23. — Feijoeiro branco
das searas.
Cultivado. Fl. na primavera e no verão.
l,1í
Ph. mullillonis Lamk. Ericy. Ill, p. 70.
Cultivado. Fl. de junho a julho. — Feijoeiro escarlate.
Uoliclios L.
D. monachahs Brot. FI. lusit. II, p. 125.
Cultivado. Fl. no verão. — Feijão fradinho.
Serie Oeranlales
í Flores hermaphroditas i
(Flores unisexuaes Subserie Tricoccae.
1 Flores regulares ou quasi Subserie Gercmiineae.
( Flores symetricas Subserie Polyynlinae.
Subserie Geraniineae
IFolhas simples 1
I Folhas compostas 2
[ Folhas inteiras estreitas; frueto capsular Linaceae.
(Folhas lobadas ou fendidas; frueto com um longo bico Geraniaceae.
IFolhas 3-foliadas Oxalidaceae.
(Folhas pennadas 3
(Estigma simples Ruíaceae.
3
(Estigma com 5 raios Zygopbyllaceae.
Geraniaceae (*)
lEstames férteis 10 Geranium L
(Estames férteis 5, estéreis 5 (G. pusillum L.) Erodhtm I.'Herit.
(1) J. Mariz -£o/. da Soe. Brot., VIU, p. 161.
132
Oerauiuiii L.
[Plantas perennaes com rbizoma desenvolvido; pedúnculo 1-tloreo.
Sect. I. Batrachia Koch.
[Plantas annuaes; pedúnculo 2-floreo 1
í Sepalas patentes Sect. II. Columbina Koch.
1
(Sepalas erectas na flor e conniventes no fructo Sect. III. Robeitiana Koch.
Sect. I. Batrachia Koch.
G. sanguineum L. Sp. p. 683; Brot. II, p. 7i.
Sebes, outeiros pedregosos estéreis. Fl. de junho a julho. I-II. —
Gerânio sanguíneo, Bico de Grou sanguíneo.
Sect. II. Columbina Koch.
; Folhas lobadas ou fendidas 1
[ Folhas partidas 3
[Carpellos com rugas transversaes G. molle L.
( Carpellos lisos 2
1 Estames 10 férteis G. rotundifolinm L.
( Estames férteis 5, estéreis 3 G. pusillum L.
[Carpellos pelludos ; pedúnculos mais curtos que as folhas G. dissedum L.
1
2
3
[Carpellos glabros; pedúnculos muito mais comi>ridos que as folhas.
G. Coiumbinum L.
G. molle L. Sp. p. 682; Brol. 11, p. 72.
Terras cultivadas e incultas. Fl. de abril a julho. I-il.
G. rotundifolium L. Sp. p. 683; Brot. II, p. 72.
Terrenos cultivados, sebes. Fl. de abril a outubro. I.
G. pusillum L. Sys. Nat. ed. X, n.** 36.
Campos relvosos, terras cultivadas. Fl. de maio a julho. IV.
G. dissectum L. Cent. I, p. 21 ; Brot. II, p. 73.
Campos arrelvados, terras de pousio. Fl. de abril a maio. I.
133
G. Columbinum L. Sp. p. 682; Brot. 11, p. 73.
Terras arrelvadas, campos. Fl. de junho a julho. I-II.
Sect. III. Roberliana Koch.
I Folhas renlformes palmilobadas q lucidim L.
(Folhas 3-0 palmipartidas G. Robertianum L.
G. lucidum L. Sp. p. 682; Brot. II, p. 72.
Terrenos sonnbrios e húmidos. Fl. de abril a julho. I-III.
G. Robertianum L. Sp. p. 681; Brot. 11, p. 71.
Mattas húmidas, fendas das pedras, muros velhos. Fl. de maio a
julho. I-IV.
Erocliiim L.
[Folhas simplesmente denteadas ou lobadas 1
(Folhas piunatiseccadas 2
\
[Bico do fructo de 2-3 centímetros; folhas serrilhadas ou lobadas.
E. malacoides (L.) Willd.
|Bíco do fruclo de 1 decimetro; folhas inferiores crenadas ou lobadas, as superio-
res pinnatifidas E. Botnjs (Cav.) Bertol.
(Filetes dos estames férteis largos e 2-denteados na base 3
2
(Filetes dos estames não 2-denteados 4
ÍFoliolos grandes denteados distantes uns dos outros.
E. moschatum (Burm.) L'IIerit.
Foliolos pequenos pinnatifidos E. primulaceim (Wchv.) Lange.
[Folhas inciso-lobadas ou pinnatisecoadas E. cicutarinm (L) L'lierit.
4
( Folhas 2-pennadas ou qnasi 3-peDnadas 5
(Folhas 2-pennadas, segmentos inteiros E. cicularitm, a. bipinnaíum (W.).
b }
(Folhas 2-pennadaSj segmentos profundamente divididos.
E. ciaitarium, p. Jacquinianum (Fiseh., Mey. et Ave-Lall.).
I3í
E. malacoides (L.) Willd. Sp. III, p. 639; Geranium malacoides L.
p. 680; Brot. II, p. 74.
Terrenos arenosos, campos áridos, caminhos. Fl. de maio a julho. I.
E. Botrys (Cav.) Bertol. Amoen. p. 35; Geranium Botrys Cav. Diss.
IV, p. 218, tab. 90; Brot. II, p. 74.
Terras incultas, outeiros seccos arenosos. Fl. de março a junho. I.
E. moschatum (Burm.) L'Herit. in Ait. Host. Kew. p. 414; Geranium
moschatum L. ; Brot. II, p. 74.
Campos e terras incultas, bordas de caminhos. Fl. de maio a julho.
I-II. — Bico de Grou ou de Cegonha moscado, Agulheiro ou agulha
de partes moscadas.
E. primulaceum (Welw.) Lange Ind. sem. H. haun. 1885, p. 24; Pug.
pi. IV, p. 328; Welw. pi. lusit. exsic. n." 85.
Terrenos argillosos e húmidos. Fl. de fevereiro a maio. I.
E. cicutarium (L.) L'Herit. ; Geranium cicutarium L. Sp. p. 680;
Brot. II, p. 75.
a. bipinnatum (W.) Fiori et Beg.
^. Jacquinianum (Fisch., Mey. et Ave-Lall.) Fiori et Beg.
Terrenos cultivados e incultos; ^. terrenos arenosos da beiramar.
Fl. de fevereiro a abril. I.
Oxalidaceae
Oxalis L.
Planta de caule prostrado ; folhas caulinares 0. corniculata L.
Plantas rhizomatosas bulbiferas; folhas todas radicaes O. cernua Thunb.
O. corniculata L. Sp. p. 435 ; Brot. II, p. 223.
Frequente em terras cultivadas e incultas, muros. Fl. de maio a
agosto. I-II.
O. cernua Thunb. Diss. de oxal. n." 8, p. 12, tab. 2.
Subspontanea nas terras cultivadas. Fl. de setembro a novembro. I.
Linaceae
I Flores 4-meras ; planta pequena Radiola L.
Flores 5-meras Linum L.
135
Radiola L.
R. linoides Roth. Tent. 2, p. i99; Liniim Radiola L. Sp. p 281-
Hrot. I, p. 485. ^ ^
Terrenos arenosos, pastagens, mattos. Fl. de maio a junho. I.
liiiiiiiii L
I Pétalas amarellas; sepalas glandulosas na margem. . Sect. I. Linastrum Planch.
( Pétalas azues, côr de rosa ou brancas; sepalas não glandulosas.
Sect. II. Eulinum Planch.
Sect. I. Linastrum Planch.
I Folhas Ihiear-lanceoladas {
Folhas linear-subuladas ; pétalas subuiadas L setacmm Brot.
[Ramos pubescentes /,. strictum L.
Ramos glabros l. gallicum l.
Sect. II. Eulinum Planch.
[Sepalas interiores levemente ciliadas; antheras quasi globulosas.
L. angustifolium Huds.
[Sepalas todas glabras ; antheras sagitadas L mitatissimum L.
L. setaceum Brot. I, p. 484.
Terras áridas, mattos. Fl. de abril a julho. I.
L. strictum L. Sp. p. 279; Brot. I, p. 484.
a. laxiflorum Gr. et Godr. — Fasciculos de ílores poucos e dis-
tantes uns dos outros na extremidade de ramos longos.
p. cymosus Gr. et Godr. — Fasciculos de ílores compactos em
ramos curtos.
y. axillare Gr. et Godr. — Fasciculos de flores axillares por
quasi todo o caule.
Terras áridas, vinhas. Fl. de abril a maio. I-II.
L. gallicum L. Sp. ed. II, p. 401; Brot. I, p. 483.
Terrenos seccos, vinhas. Fl. de abril a junho. I.
L. angustifolium Huds. Fl. Angl. p. 134; Linum agreste Brot. I, p. 481.
136
Prados, pastagens, mattas. Fl. de abril a agosto. I-II. — Linho gal-
lego bravo.
L. usitatissimum L. Sp. p. 277; Brot. I, p. 481.
Cultivado em quasi todo o paiz. Fl. de maio a julho. I. — Linho;
linho da terra, gallego ou mourisco.
Zygophyllaceae (i)
ZYGOPHYLLOIDEAE-TRIBULEAE
Tribiiliis L.
T. terrestris L. Sp. p. 387; Brot. II, p. 70.
Frequente em terras áridas e ainda nas cultivadas. Fl. de junho a
setembro. I. — Abrolho terrestre.
Rutaceae (i)
RUTOIDEAE-RUTEAE-RUTINAE
Ru. monspeliaca L.
(Nervuras lateraes das azas ligando se cm arco na extremidade 1
[ Folhas inferiores oppostas p. depressa Wender.
( Todas as folhas alternas p. vulgaris L.
P. monspeliaca L. Sp. p. 702; Brot. II, p. 29; Pliyt. lusil. II, p. 216,
tab. 176.
Outeiros calcareos, terrenos incultos. FI. de março a julho. I.
P. depressa Wender, Schrift. d. Ges. d. Naturwiss z. Marburg.
Regiões montaidiosas. Fl. de junho a julho. IV e V.
P. vulgaris L. Sp. p. 702; Brot. II, p. 29.
a. íypica (P. vulgaris Rchb.). — Azas elliplicas mais largas que
a capsula.
^. oxyplcra (Rchb.). — Azas cuncalo-ellipticas mais estreitas
que a capsula.
f. angusti folia.
y. lusilanica P. Cout. — Azas ciliadas.
Prados, mattas e montes. Fl. de março a julho. I-IV.
Subseries Tricoccae
Euphorbiaceae
(Flores monoicas ou dioicas nao contidas num invólucro membranoso. Aralyphrae.
(Flores monoicas, masculinas e femininas contidas dentro d'um invólucro membra-
noso Euphorbieae.
38
Acalypheae
* Mercurialinae
micreiírialiii (^Tuuriif.) L.
(Folhas pelludas glandiilosas ; planta perennal M. perennis L.
(Folhas glabras ; planta annuai M- annua L.
M. perennis L. Sp. p. 1035.
Mattas sombrias e húmidas. Fl. de maio a julho. I. — Mercurial.
M. annua L. Sp. p. 1035; Brot. II, p. 51.
a. genuína J. Mull. — Flores dioicas; flores masculinas em es-
piga com pedúnculo mais comprido que as folhas.
"^.ambígua J. Mull. — Flores monoicas em grupos axiliares
rentes.
Frequente nos campos, nas terras incultas, muros velhos. Fl. de fe-
vereiro a dezembro. I.
Euphorbieae (í)
Eu|ihorbia L.
[Flores solitárias; folhas oppostas com estipulas. Plantas rastejantes.
Sect. I. Anisophyllum Haw.
[Flores em urabella ; folhas sem estipulas Sect. II. TithyniaJus Scop.
Sect. I. Anlsophjllum Haw.
Subsect. Chamaesyceae
E. Peplis L. Sp. p. 455; Brot. II, p. 309.
Areias maritimas. Fl. de junho a setembro. I. — Maleileira das areias.
(1) J. DâweâVi ~ Euphorbiacées de Portugal — Boi. da Soe. Brot., III (1885).
139
Sect. II. Tilhjmaliis Scop.
[Folhas caulinares oppostas Subseel. I. Decussalae Bss.
E. Latliyris L.
[Folhas caulinares alternas 1
/Glândulas do invólucro inteiras, ovaes ou arredondadas.
Subseel. II. Galarrhnei Bss.
Glândulas do invólucro em forma de crescente, bicorueas ou i-corneas.
Subsect. III. Esulae Bss.
Glândulas do invólucro pectinadas na margem, ou 2-corneas, ap|)endices curtos
\ dilatados na ponta . . Subsect. IV. Ahjrsiniíis Bss.
Subsect. I. Decussatae Bss.
E. Lathyris L. Sp. p. 457; Brot. II, p. 311.
Terras cultivadas. Fl. de junho a julho. I.
Subsect. II. Oalarrhaei Bss.
Sementes lisas 1
Sementes finamente tuberculosas E. pubescens Wahl.
Sementes alveoladas 2
[Folhas caulinares lanceoladas de 4-7 mm E. (hdcis L.
1
(Folhas caulinares muito pequenas linear-oblongas E. uliginosa Welw.
2
[Capsula alada no dorso E. ptericocca Brot.
[capsula lisa E. helioscopica L.
E. dulcis L. Sp. p. 457.
Prados, pastagens, mattas huníiidas. Fl. de abril a julho. I.
E. uliginosa Welw. Plant. lusil. exsic. n." 532.
Terrenos muito bumidos do littoral. Fl. de abril a maio. I.
E. pubescens Wahl. Syneb. II, p. 55; E. pilosa Brot. II, p. 315.
p. leucotricha Bss. — Folhas obtusissimas.
y. crispata Bss. — Folhas curtas e de margens onduladas.
Terras húmidas, margens de ribeiros, etc. Fl. de maio a julho. I.
110
1
2
E. ptericocoa Brot. 11, p. 312; Phyt. lusit. l, p. 186, tab. 76.
Collinas e valles cultivados. Fl. de abril a maio. I.
E. helioscopica L. Sp. p. 459; Brot. II,. p. 312.
Vulgar nos terrenos cultivados e incultos. Fl. de janeiro a maio. 1.
— Maleiteira, Tithymalo dos valles.
Subsect. III. Esulae Bss.
Folhas floraes livres 1
Folhas floraes ligadas 4
Sementes tuberculosas, folhas floraes lanceolado-lineares E. exígua L.
Sementes foveoladas ou lisas 2
Sementes foveoladas 3
( Sementes lisas E. Paralias L.
[4 pequenas cavidades nas faces lateraes E. Peplus L.
3 h pequenas cavidades nas faces lateraes E. peploides Gouan.
(sementes irregularmente foveoladas E. segetalis L.
l Capsula glabra (planta dos sitios húmidos) E. amygdaloides L.
(Capsula pellnda (planta dos sitios áridos) E. Charadas L.
E. exigua L. Sp. p. 456; Brot. II, p. 310.
Terras cultivadas e incultas, pinhaes. etc. Fl. de maio a julho. I.
E. Peplus L. Sp. p. 456; Brot. p. 310.
Campos, sebes. Muito vulgar. Fl. de abril a dezembro. I.
E. peploides Gouan, Fl. Monsp. p. 174.
Terras cultivadas. Fl. de janeiro a abril. I.
E. segetalis L. Sp. p. 468; Brot. I, p. 312.
Terras cultivadas, especialmente nas searas. Fl. de abril a agosto.
I-III.
E. amygdaloides L. Sp. p. 463; Brot. II, p. 317.
Florestas frescas e húmidas. Fl. de fevereiro a maio. I.
E. Characias L. Sp. p. 453; Brot. II, p. 319.
Frequente nas collinas calcareas, sebes. Fl. de janeiro a abril. I. —
Trovisco macho, Tilhynialo maior, Maleiteira maior.
4
141
Subsect. IV. Myi-sinitis Bss.
E. Broteri Daveau, Boi. da Soe. Brot. III, p. 33; E. Myrsiiiites Brot.
II, p. 317.
Serra da Estrella, Manteigas. Fl. de maio a abril. III-IV.
Callitrichaceae
Callitriclie L.
C. palustris L. Sp. p. 969.
«. slagnalis (Scop.). — Fructo lobado e lóbulos carenado-alados.
f. major Kutz.
f, minor Kulz.
^. verna (L.). — Friiclo oval com os lóbulos levemente margi-
nados.
Aguas estagnadas ou de pequeno movimento. Fl. de abril a maio. I.
Series Sapiudales
I Flores herinaphroditas Aquifoliaceae.
Floies unisexuaes i
1 Flores 3-meras : fruclo baga Etnpeliaceae.
1
(Flores regulares, sepalas e estames 3, carpellos 3, fructo drupaceo.
Anacardiaceae , % Rhoideae.
Empetraceae
EiiípcCriiiii L.
E. álbum L. Sp. p. 10-22; Brot. I, p. 70.
Terrenos arenosos da beiramar. Fl. de março a abril. I. — Camari-
nheira ou Camarinha.
Anacardiaceae
§ Rhoideae
(Pelalas 4-6 '''"'^ ^'^
(Pétalas O rislacia l.
'1
142
IIIbus L.
R. coriaria L. Sp. p, 265; Brot. I, p. 475.
Terrenos áridos, fendas de rochas. Fl. de maio a junho. ML — Su-
magre.
I*i8tacia L.
Í Folhas paripennadas ; peciolo alado P. Lentiscus L.
Folhas im paripennadas ; peciolo não alado P. Terebinthus L.
P. Lentiscus L. Sp. p. 1026; Brot. I, p. 478.
Outeiros áridos, sebes. FI. de abril a maio. I. — Lenlisco verdadeiro,
Aroeira.
P. Terebinthus L. Sp. p. 1025; Brot. I, p. 478.
Terrenos áridos. Fl. de abril a maio. I-II. — Terebinlho ou Corna-
Iheira dos transmontanos.
Aquifoliaceae
IleiL L.
L Aquifoiium L. Sp. p. 125; Brot. I, p. 213.
Regiões altas (Serra da Estrelia). Fl. na primavera. IV. — Azevinho.
Series Rbamnales
Rhamneae
Rliaiiiiius L.
[Flores dioicas, 5- meras; estylete 2-3-fido; folhas membranosas.
Subgen. I. Eurhamnus Dippel.
[Flores hermaphroditas; estylete indiviso; folhas coriaceas.
Subgen. II. Frangula Brongn.
Subgen. I. Eurlxamiius Dippel.
R. Alaternus L. Sp. p. 193; Brot. I, p. 301.
Sebes, mattagaes das encostas e valles, margens di ribeiros. Fl. de
mar^o a abril. I. — PbylUrea bastarda ou dos jardineiros.
Ii3
Subgen. II. Fraiigula Broiigo.
R. Frangula L. Sp. 193; Brot. I, p. 301.
Mattagaes e ílorestas húmidas. Fl. de maio a junlio. I. — Franyula,
Sanguinho d' agua ou Amieiro preto.
Series Hiaivaies (l)
Malveae-Malvinae
( Caliculo nascendo da base do cálix Malva L.
jCaliculo independente do cálix; foliolos do caliculo ligados na base i
(Caliculo com 6-9 divisões Allhat-a L
1
( Caliculo com 3 divisões Lavatera L.
ilalwa L.
l Flores axillares solitárias ; folhas palini-partidas l
( Flores axillares fasciculadas ; folhas palmi-lobadas fi
1
1 Caliculo de 2 foliolos M. hispânica L.
Caliculo de 3 foliolos 2
ICarpellos glabros 3
2
(Carpellos mais ou menos villosos no dorso 4
3
ICarpophoro pyramidato-conico; sementes túmidas M. Morenii Poli.
[Carpophoro em forma do disco; sementes com ííices concavas. M. Colmeiroi Wk.
'Corolla 3-4 vezes mais comprida que o cálix; carpellos não se tornando negros.
JW. Tourneforliaiia I..
4 ,
(Corolle 2-3 vezes mais comprida que o cálix; carpellos tornando-se negros quando
maduros ^'- moschata \.
(I) P. Coutinho — ^s Malvaceas de Porlvgal — Boi da Soe. Brot., X, p. inl.
l/i4
1 Pétalas pouco maiores que o cálix M. parviflora L.
5 I
(Pétalas com compriuiento duplo do do cálix pelo menos 6
1 Carpellos lisos M. Nicaeensis AU.
I Carpellos rugosos 7
(Pedúnculos fructiferos mais curtos que as folhas M. silvestris L.
7
(Pedúnculos fructiferos egualando o comprimento das folhas ou mais.
M. vulgaris Fries.
M. hispânica L. Sp. p. 689; Brol. II, p. 274.
Vulgar em terras diversas. Fl. de abril a agosto. I.
M. Morenii Poli. Fl. Veron. II, p. 437.
|i. Reichenhachiana P. Cout. — Folhas inferiores cordato-rotun-
data-lobatas, as caulinares inferiores palmatiseccadas e as
superiores palmatipartidas; caule glabrescente.
S. flabellata P. Cout. — Folhas inferiores cordato-lobadas, as
superiores llabellato-lobadas, lóbulos mais ou menos sub-
pinnatifido-crenados; caule hirsuto na base.
y. confusa P. Cout. — Folhas inferiores como na var. [3. as su-
periores palmatilobadas, lóbulos triangulares inciso-den-
teados ou subpinnatifidos.
Terras áridas, sebes, Fl. de julho a outubro. III.
M. Colmeiroi Willk. Pug. n.° II ; Wk. et Lange, Prodr. Fl. Hisp. III,
p. 577; Malva Alcea Brot. II, p. 274?
Sebes mattas. Fl. de julho a agosto. I.
M. Tournefortiana L. Amen. Acad. IV, p. 283.
Campos incultos, logares áridos, sebes. Fl. de maio a julho. I-III.
M. moschata L. Sp. p. 690.
a. laciniala Gr. et Godr. ; M. laciniata Brot. II (parte), p. 275.
— Todas as folhas palmato-pinnatipartidas.
fí. inlcrmedia Gr. et Godr. — Folhas inferiores reniforraes cre-
nadas, as superiores palmato-pinnatipartidas.
y. Ramondiana Gr. et Godr. — Todas as folhas cordato-arredon-
dadas levemente lobado-crenadas.
8. G eranii folia yWi. — Folhas profundamente palmatipartidas,
segmentos inciso-denteados ou subpinnatifidos.
Terrenos arenosos, pastagens, sebes, bordas de campos. Fl. de junho
a agosto. I-IV.
us
M. parviflora L. Am. Acad. III, p. 410.
Terras incultas, caminhos, sebes. Fl. de abril a junho. I.
M. Nicaeensis Ali. Fl. Ped. II, p. 40; M. rolundifolia Brot. II,
p. 273.
Caminhos, paredes, terras cultivadas. Fl. de abril a setembro. I.
M. silvestris L. Sp. p. 689; Brot. II, p. 273.
íi. Mauritiana (L.). — Differe do typo por ser mais glabra, e
as pétalas mais coradas e menos lobadas.
y. polymorpha Pari. — Carpellos tomentosos ou glabros; caules
débeis estrellado-tomentosos.
Terrenos áridos, sebes, terras cultivadas. Fl. de abril a setem-
bro. I.
M. vulgaris Fries. Nov. Suec. p. 219; M. rolundifolia L. (parie).
Terrenos relvosos, caminhos. Fl. de maio a setembro. I.
Lavatera L.
/Carpophoro discoideo Sect. I. Stegia DC.
< Carpophoro cónico Sect. lí. Olbia DC.
(Carpophoro concavo Sect. III. Anthema DC.
Secl. I. Stegia DC.
L. trimestris L. Sp. p. 692.
a. genuína. — Dentes do cálix (lorifero quasi de comprimento
duplo do caliculo.
'^. pseudo-trimesíris Kouy. — Dentes do cálix pouco maiores
que o caliculo.
Terrenos cultivados arenosos. Fl. de abril a maio. I.
Sect. II. Olbia DG.
L. olbia L. Sp. p. 690.
p. hispida (Desf.) Gr. et Godr. — Cálix e parte superior dos
ramos lanato-hirsutos com pellos fasciculados.
^ Terrenos húmidos. Fl. de maio a junho. I.
10 "''
146
Sect. III. Anthema DC.
L. arbórea L. Sp. p. 690; Brot. II, p. 277.
Sebes e terras próximas da beiramar. Fl. de maio a junho. I.
L. cretica L. Sp. p. 691; L. silvestris Brot. II, p. 277.
Terrenos arenosos, terras cultivadas, sebes, caminhos. Fl. de abril a
junho. I.
^lltliaea Cav.
A. officinalis L. Sp. p. 686; Brot. II, p, 280.
Terras muito húmidas. Fl. de junho a agosto. I. — Mahaisco.
Series Parietales (l)
IEstames ligados 1
Estaines livres 2
l Pelos filetes (estames polyadelphicos) Hypericaceae.
l <
(Pelas autheras Violaceae.
(Estames 3-10 3
2
I Estames oc Cístaceae.
í Flores 3-4-meras; estyletes curtos; estigmas arredondados. Hervas aquáticas.
Elatinaceae.
o ICalix com 5 dentes; pétalas 5; estames 6; estylete dividido em 3-4 estigmas
linear-clavados. Plantas pequenas rastejantes Frankeniaceae.
ÍEstames 5 inseridos num disco hypogynico. Pequenas arvores de folhas muito
pequenas imbricadas Tamaiicaccae.
(1) P. Coutinho — Boi. da Soe. Brot., XII, p. Ití.
U1
Subserie Xheineae
Guttiferae
HYPERICOIDEAE-HYPERICEAE
Hjperieiíiii L.
(Glândulas hypogynicas 3, alternando com os estames Sect. I. Elodes Spach.
( Glândulas hypogynicas nullas 1
IFructo antes de completamento maduro bacciforme, abrindo por fim irregular-
mente Sect. II. AndrosaemHm Allioni.
Fructo capsular, 3-locular, 3-valvar; estames 3-adelphos.
Sect. III. Euhypericum Bss. 2
! Estames grossos (15-20); lacinias do cálix deseguaes.
Subsect. I. Oligostema Bss.
H. humifusum L.
Estames muitos 3
3
4
[Cada grupo de estames de 15 o máximo. Subsect. II. Homotaenium R. Keller. 4
[Cada grupo de estames de 15-25 Subsect. III. Heíerotaenimn R. Keller.
H. perforatiim L.
1 Caule cylindrico 5
[Caule quadrangular ou com duas linhas oppostas 6
IToda a planta coberta de tomento denso claro //. tomentosum L.
5 '
I Planta glaberrima H. pulclnum L.
1 Caule com duas linhas oppostas H linearifolium Vahl.
Icaule quadrangular H quadrangulum L.
Sect. I. Elodes Spacli.
H. Elodes Huds. Fl. Angl. ed. I, p. 292; IJrot. H, p. 324.
Terrenos húmidos. Fl. de abril a setembro. I.
148
Sect. II. Androsaemuin Allioni
H. Androsaemum L. Sp. p. 784; Brot. II, p. 321.
Margens de ribeiros, sitios frescos e sombrios. Fl. de junho a se-
tembro. I. — Androsemo.
Sect. III. Eahypericnm Bss.
Subsecl. I. Oligostema Bss.
H. humifusum L. Sp. p. 785; Brot. II, p. 323.
Terrenos áridos, caminhos, sitios relvosos. f l. de março a setembro.
I-IV.
Subsect. II. Homotaeiíinm R. Keiler
H. tomentosum L. Sp. p. 786; Brot. II, p. 324.
a. genuinum.
p. dissitiflorum De Roem. — Ramos da inflorescencia longos,
llores afastadas dispostas em cjmeira unilateral.
Logares húmidos, valias, caminhos. Fl. de maio a junho. I.
H. pulchrum L. Sp. p. 786; Brot. II, p. 323.
Matlagaes e florestas. Fl. de junho a agosto. I.
H. linearifolium VahI. Symb. I, p. 65; Brot. II, p. 321.
a. acuíisepalum P. Cout. ; H. linearifolium Gr. et Godr. — Se-
palas lanceoladas, acuminadas, glanduloso-ciliadas.
p. obtusisepalum P. Coul.; H. linearifolium Lamk. — Sepalas
elliplicas, obtusas, glanduloso-íimbriadas.
Mattagaes, florestas. Fl. de maio a setembro. I-V.
H. quadrangulum L. Sp. p. 785 ; Brot. 11, p. 322.
a. acutum (Moench.) Fiori et Beg. ; H. telrapterum Fr.; H.
quadrangulare Brot. II, p. 322 (em parte). — Caule per-
corrido por 4 azas mais ou menos desenvolvidas, direitas
ou onduladas (II. undulatum (Schousb.).
Margens de ribeiros, terras húmidas. Fl. de junho a setembro. I-IV,
149
Subsect. III. Heterostaeiíium R. Keller.
H. perforatum L. Sp. p. 788; Brot. II, p. 325.
Campos, sebes, mattagaes, etc. Fl. de maio a outubro. I-IV.
Elaiiue L.
Subserie Tamaricineae
Elatinaceae (i)
(Folhas oppostas E. paludosa Senb.
(Folhas verticilladas E. Alsinastrum L.
E. paludosa Seub. Monogr. Elatin. Nov. Act. Acad. Leopold. n. 2,
XXI, p. 46, tab. Ill, fig. 1-8.
Pântanos ou era aguas de pouco movimento. Fl. de julho a agosto. I.
E. Alsinastrum L. Sp. p. 368.
Aguas pantanosas das regiões altas. Fl. de junho a setembro. III.
Frankeniaceae (2)
Fraiikeiiia L.
F. hirsuta L. Sp. p. 331.
a. laevis (L.) Bss. Fl. Orient. I, p. 780; F. laevis Brot. I,
p. 536. • — Cálix glabro; flores em fasciculos terminaes.
Tamaricaceae (3)
Tamaricoideae-Tamariceae
Taiiiai*ix. L.
[Folhas translúcidas nas margens e no vértice; anlheras não apiculad.is.
T. africana 1'oir.
[Folhas opacas ; antheras apiculadas T. aivjlica Webb.
{{) P. Coutinho — fio/, da Soe. Brot., XII, p. 34.
(2) P. Coutiniio — Boi. da Soe. Brot., X, p. 22.
(3) P. Coutinho — Boi da Soe. Brot., XII, p. 32.
150
T. africana Poir. Voy. II, p. 189; T. gallica Brot.
Logares húmidos, terras da beiramar. Fl. de março a junho. I. —
Tamargueira ou Tamariz.
T. anglica Webb. Ann. d. Sc. Nat. IV, p. 348; T. galhca Brot.
Logares húmidos e terras da beiramar. Fl. de maio a julho. 1. —
Tamargueira.
Subserie Cistineae
Cistaceae (i)
I Capsula abrindo em 5 ou 10 valvas Cistus Tourn.
Capsula abrindo em 3 valvas Helianihemmn Tourn.
Ci§itlis Tourn.
[Flores côr de rosa ou purpurinas com unha amarella.
Subgen. I. Erythrocistus Dunal. 1
[Flores brancas com unha amarella Subgen. II. Ledonia Dunal. 3
Subgen. I. Erytlirocistu.s Dunal
1
[Folhas pecioladas penninerveas C. polymorphus Wk.
(Folhas rentes 2
I Folhas rentes ligadas na base e mais ou menos onduladas C. crispus L.
Folhas rentes livres na base C. albidus L.
Subgen. II. Ledonia Dunal
I Capsula septifraga, abrindo só na parte superior C. mompelHensis L.
Capsula loculicida, abrindo até á base 4
[Folhas rentes C. hirsutus Lanik.
4
( Folhas pecioladas 5
(1) J. Daveau — Coniribution pour 1'étude de la flore portiignise — Cistinées — Boi.
da Soe. Brot, IV (1886), p. 15.
151
(Cálix com epicalix (2 folhas)
5 < ' " ' "
Galix sem epicalix r i i r
^ o. ladaniferus L.
/Pedúnculos com 1-3 Oores sem bracleas; folhas pequenas com pellos estrellados.
g ) C. saivifoUus L.
Pedunc.ilos com 3-5 flores com bracleas caducas; folhas grandes sem pellos
\ esiioiiadus (j populifolius L.
Heliautlieiiiuin Tourn.
[ Estylete mais ou menos comprido 1
( Eslylete quasi nullo 9
|E8lames , sendo os externos estéreis, similhando pellos.
Subgen. IV. Fumann Danai. 11
[Estames 5-oo todos férteis Subgen. lí. Euhelianthemwn í)unal. 8
H. vulgare Gacrtn.
l Plantas levemente víllosas Subgen. III. Tnberaria Dunal.
(Plantas argentino-tomentosas com ou sem pellos escamoso-estrellados.
Subgen. I. Halimium Uunal. 3
Subgen. I. Halimlxxm Dunal
[Folhas estreitas lineares, capsula cora poucas sementes.
Sect. Oligospeiina Willk. 4
Folhas largas ovaes ou lanceoladas, capsula oc-spermica.
Sect. Polysperma Willd. 5
4
, Flores brancas em umbellas ou eymeiras //. umbellaíum (L ) Spacli.
(Flores amarellas, terminaes ou axillares H. Libanoíis (L.) Lange.
(Pedúnculos e sepalas villosos com ou sem pellos estrellados 6
(Pedúnculos e sepalas cobertos de pellos escamosos com ou sem pellos esirellados.
H. halinifolinm (L.).
I Pedúnculos numerosos muito compridos (10-20 ceut.) //. orymoiils l.aiiik.
Pedúnculos curtos (3-4 ceut.) 7
(Sepalas cobertas de pellos simples . .' H. lasianllmin Pers.
( Sepalas cobertas de pellos estrellados //. occidnUale Willk,
152
Subgen. II. Eixlxeliantlieniixni Dunal
Folhas planas, sepalas quasi glabras H. vnlgare Gaertn.
Subgen. III. Tixberaria Dunal
I Folhas em roseta junto da terra; estipulas nullas. Plantas perennaes.
Sect. I. Evtuberaria Willk. 9
H. Tuberaria Mill.
Folhas oppostas no caule, as superiores com estipulas. Plantas annuaes.
Sect. II. Scorpioides Willk. 10
Sect. I. Eiiluberaria Willk.
Q (Folhas villosas mais ou menos esbranquiçadas na pagina inferior; pétalas ama-
I relias sem mancha escura .° H. Tuberaria Mill.
Sect. II. Scorpioides Willk.
10
[Folhas caulinares obtusas e planas H. guttatum Mill.
(Folhas linear-lanceoladas com as margens reviradas. . H. bupleurifotium Dunal.
Subgen. IV. Fuinana Dunal
I Flores em cacho com bracteas ; capsulas com 6 sementes.
Subsect. I. Helianlhemoides Willk.
Flores solitárias sem bracteas; capsulas com 12 sementes.
Subsect. II. Eufumana Willk.
Subsect. I. Helianthemoides Willk.
Planta villoso-glaiidulosa H. glutinosum Pers.
Subsect. II. Eufumana Willk.
^Pedúnculos mais curtos que as folhas H. procumbens Dunal.
( Pedúnculos mais longos que as folhas H. Spachii (Gr. et Godr.).
1S3
Cisius Tourn.
Subgen. Erytlirocistus Dunal
C. albidus L. Sp. p. 524; Brot. IF, p. 258.
Collinas calcareas. Fl. de abril a junho. I. — Roselha grande.
C. polymorphus Willk. Icon. H, p. 19.
a. vulgaris Willk. 1, c. p. 81 ; C. villosus L.
Collinas áridas. Fl. de maio a junho. I.
C. crispus L. Sp. p. 624; Brot. II, p. 258.
Frequente nas terras siliciosas. Fl. de abril a junho. I-II. — Roselha.
Subgen. Ledonla Spach.
C. monspeliensis L. Sp. p. 524; Brot. II, p. 260.
Frequente nas collinas silico-calcareas e argillo-schistosas. Fl. de
abril a junho. — Sargaço.
C. hirsutos Lamk. Dict. II, p. 17; Brot. II, p. 260.
a. brevifolius Willk. — Folhas inferiores pequenas elliplicas, as
superiores ovaes cordiformes.
p. pumilus Daveau. — Caules numerosos diífusos, folhas peque-
nas onduladas oblongo-lanceoladas. Folhas do ej)ic'alix com
a margem recurvada.
Collinas arborisadas e nas florestas. Fl. de junho a julho. I-Ill.
C. salvifolia L. Sp. p. 524; Brot. II, p. 259.
Florestas, collinas arborisadas ou áridas. Muito vulgar. Fl. de abril
a junho. I-III.
C. populifolia L. Sp. p. 523; Brot. II, p. 260.
Terras áridas. Fl. de maio a junho. I. — Estevão.
C. ladanifera L. Sp. p. 523; Brot. II, p. 261.
«. genuína Daveau. — Pétalas totalmente brancas.
p. maculatus Dun. — Pétalas com mancha purpurina na base.
Vulgarissima nas terras siliciosas. Fl. de março a junho. I-III. —
Esteva.
154
Heliautlieiuiiiii Tourn.
Subgen. I. Haliinlu-m. Dunal.
H. umbellalum ^L.) Mill. Dict. n.° 5; C. umbellatus L. Sp. p. 52S.
Pinhaes matlas, solo arenoso.. Fl. de março a maio. I-III.
H. Libanotis (L.) Lange, Pug. p. 285; Cistus Libanotis L. ; Brot. II,
p. 261.
Terrenos arenosos silico-quartzosos do littoral. Fl. de fevereiro a
maio. I.
H. halimifolium (L.) Willd. Enum. p. 569; Cistus halimifolia L. Sp.
p. 524; Brot. II, p. 203.
Areias quartzosas da beiramar, coliinas áridas. Fl. de abril a ju-
nho. I.
H. ocymoides (Lamk.) Pers. Syn. II, p. 76; Cistus ocymoides Brot. II,
p. 263.
Pinhaes, mattagaes, gandaras. Fi. de maio a junho. I.
H. lasianthum Pers. Syn. II, p. 76; Halimium eriocephalum Willk. Ic.
II, p. 62, tab. 105.
Mattagaes. Fl. de março a maio. I.
H. occidentale (Willk. Ic. II, p. 59, tab. 103 e 104).
a, virescens Willk. — Folhas todas verdes ou pelo menos na face
superior.
a. vulgare. — Folhas inteiras planas verdes nas duas faces.
p. rugosum. — Folhas denteadas e crespas, brancas na face in-
ferior.
b. incanum. — Folhas cobertas de pellos estrellados.
Mattagaes. FI. de maio a julho. I-III.
Subgen. II. E3u.lieliantlieinixm Dunal
H. vulgare Gaertn. Fruct. I, p. 371, tab. 76; Cistus Helianthemus L.
Sp. p. 528.
Terrenos seccos e arenosos. Fl. de maio a julho. I-IV.
15S
Subgen. III. Tutoeraria Danai
Secl. I. Eatuberaria Willk.
H. Tuberaria (L.) Mill. Dicl. n." 10; Cistus Tuberaria L. Sp. p. 526;
Brot. II, p. 268.
Pinhaes, mattagaes, terras siliciosas. Fl. de março a julho. I.
Secl. II. Scorpioides Willk.
H. guttatum (L.) Mill. Dict. n.** 18; Cistiis guttatus L. Sp. p. 526;
Brot. II, p. 268.
Collinas áridas, terras siliciosas. Fl. de abril a julho. I-III.
H. bupleurifolium Dun. ap. DC. Prod. I, p. 270.
Terrenos arenosos. Fl. de abril a maio. I.
Subgen. IV. Funiana Spach.
Sect. I. Heiianlhemoides Willk.
H. glutinosum (L.) Pers. Syn. II, p. 79; Cistus glutinosus L. Mantissa,
p. 246.
a. genuinum (Willk.). — Toda a planta pulverulenta-glutiiiosa.
p. Barrelieri (Willk.). — Folhas inferiores glabras.
y. juniperium {W\\\k.). — Folhas inferiores glabras, ciliadas e
terminadas por um pello sedoso.
Collinas calcareas. Fl. de abril a agosto. I.
Sect. II. Enfumaua Willk.
H. Fumana Mill.; Cistus Fumana L. Sp. p. 525; Brot. II, p. 267.
Collinas calcareas. Raro. Fl. de agosto a setembro. I.
H. Spachii Gr. et Godr. Fl. de BVance, I, p. 174; Cistus Fumana L.
Brot. em parte.
Collinas áridas. Fl. de abril a junho. I.
156
1
2
3
Subseries Klaoourtiineae
Vlolaceae (i)
Violeae
[ 2 pelalas superiores erecto-ascendentes • Nomimium Ging. 1
[4 pétalas superiores erecto-ascendentes Melaniuni DC. 3
[Estylete terminado em bico A. Rostellatae. 2
[Estylete terminado em disco obliquo B. Patellariae.
V. palustris L.
[Planta acaule; pedúnculos radicaes V. odorata L.
(Plantas caulescentes; pedúnculos caulinares V. canina L.
1 Flores amarellas ; folhas hirsutas V. caespiíosa Lange.
[Flores violetas amarellas na base; folhas glabras V. tricolor L.
Wiola L.
Sect. Sparcifolia Reich.
Herbáceas
§ Nomimium Ging.
V. odorata L. Sp. p. 934; Brot. I, p. 305.
Cultivada e subspontanea. Fl. de março a maio. I. — Violas ou violetas,
V. canina L. Sp. p. 935.
Planta sem roseta de folhas:
a. typica Fiori et Beg. — Estipulas das folhas caulinares 2 a 3
vezes mais curtas que o peciolo, que não é alado.
p. laclea (Sm.) Fiori et Beg.; V. lancifolia Thore. — Estipulas das
folhas caulinares egualando metade do peciolo, que é alado.
(1) P, Coutinho — Bo/. da Soe. Brot., X, p. 25.
157
Planta com roseta de folhas da qual nascem os ramos:
y. silvatica (Fr.). — Estipulas estreitas muito acuminadas e fim-
briado-ciliadas.
Campos incultos, collinas, maltas. Fl. em maio. I-II.
§ Melanium 13 C.
V. caespitosa Lange, Willk. et Lange, Prod. III, p. 701; Viola lutea
parvifiora foliis hirsutis Tournf.
Terras siliciosas das altas montanhas; Serra da Estrella. Fl. de mar^o
a agosto. III e IV.
V. tricolor L. Sp. p. 395; Brot. I, p. 306.
». aivensis Brot. — Pétalas quasi da grandeza do cálix e quasi
brancas; pedúnculos eguaes ás folhas ou do comprimento
quasi duplo.
^. Henriquesii (Willk.). — Floras pequenas (7-9 mm.); pétalas
azuladas; pedúnculos muito mais compridos que as folhas.
Campos cultivados e incultos, terras arenosas. Fl. em março. I.
Series Opuntiaies
Cactaceae
Subfam. Opuntioideae
Opimtia Haw.
O. vulgaris Mill. Dicl. ed. VIU, n."* 1 ; Caclus opunlia L. Sp. p. 408;
Brot. II, p. 245.
Cultivada e subspontanea, formando sebes. Fl. de junho a julho. I.
— Figueira da índia.
Series Illyrtiflorae
[Ovário superior; ílur monoperiantada, 4-mera; estames perlgynicos.
I Subserie Thymeluetnae.
(Ovário inferior, ou superior; flores com cálix e corolla . . . Subserie Myrlimue.
158
Subserie Thymelaeinae
Thymelaeaceae
Da |i li lie L.
D. Gnidium L. Sp. p. 357; Brot. 11, p. 27.
Collinas incultas, mattagaes. Fl. de maio a junho. I.
nario, Trovisco fêmea.
Trovisco ordi-
Subseries IVIyrtineae
1 Ovário superior; flor zygomorphica.
Ovário inferior
Lythraceae.
1
1
2
lEstames 2-10 2
(Estames oo Myrtaceae.
[Ovário 4-locular ; loculos com um só ovulo Halorrhagidaceae.
{ Ovário 4-locular ; loculos oo-ovulados Onagraceae.
Lythraceae
Tubo do cálix comprido ; fructo cylindrico Lythrum L.
Tubo do cálix curto ; fructo globoso Peplis L.
Peplis L.
(Tubo do cálix mais comprido que a capsula P. Portula L.
(Tubo do cálix mais curto que a capsula P. erecta Req.
P. Portula L. Sp. p. 332; Brot. I, p. 555.
P. erecta Reg. ex Benth. Cat. Fl. Pyren. p. 111.
Plantas aquáticas dos pântanos e em aguas pouco movidas. Fl. de
junho a agosto. I.
139
E, 38, IO,
4a].
Gen. Sceletonema, Grev.
Sceletciiieina ooistatiiiii, Grev.
Gran, NP., pag. 15; Perag., DM., pag. 439, est. CXXI, fig. 5;
V. H., TD., pag. 437, est. 33, figs. 889 e 890.
Encontrámos o 5. coslaliim, Grev. em dois lanços, em janeiro e
fevereiro de 1911 [30, 38], em grande abundância. Parece
tratar-se de uma forma caraterística das aguas frias.
Cleve (1) indica a seu respeito os seguintes limites térmicos: 10,2
(min.) e 13,5 (máx.). O facto de a termos encontrado só nos meses
frios concorda com estes dados.
Gen. Tlialassiosira, Cleve
Tlialassiftsira lijalíiia, Grun.
Gran, NP., pag. 17; Perag., pag. 438, fig. CXX, fig. 9.
Th. hyalina, Grun. é uma forma boreal, que apenas observámos uma
vez, em janeiro de 1911 [30j.
Gen. OosciíiocLisciis, Ehr.
Coscinofli^íciís cxceitf rieiís, Eim.
Gran, NP., pag. 29; Perag., DM., pag. 426, est. CXVI, fig. 3;
V. H. TD., pag. 531, est. 23, fig. 666.
Apresenta-se frequentemente durante todo o ano, mas nunca em
grandes quantidades [8-3, S, 18, 15, 18, 8 3, 30, 31,
38].
(i) ClevE; The seasonal distribution of atlantk Plankton organisms, pag. 3S1.
195
Cosi* iiiofli.afliatiis, Ehr.
Gran, NP., pag. 31; Pkrag., DM., pag. 430, est. CXVII, fig. 3;
V. H. TD., pag. 530, est. 23, fig. 663.
Só observámos esta forma nos meses de julho [15, 19, 'íi. 83]
e agosto [8«]. Estamos, porém, convencidos que este resultado
é devido à escassez das nossas observações, e que trabalhos fu-
turos ham de revelar a presença na nossa costa do C. radialus,
Ehr., durante todo o ano. Esta previsão ó baseada nos dados de
Cleve (1).
Cosciiiodísciis ocailus iridis, Eiir.
Coscinodiscus subbulliens, Jurg.. Gran, NP., pag. 32; Perag.,
DM., pag. 429, est. CXVIII, fig. 2; V. H. TD., Coscinodiscus
radiatus, Ehr., var. oculus iridis, Ehr.
Esta linda forma é muito frequente e muito abundante no Plancton
de Buarcos; e, em geral, a sua maior abundância nota-se nas
pescas em que os elementos neríticos sam pouco importantes.
Novembro l«-»l de 1909; março [Ç, 8], abril [9, ÍO], juidio
[fi5, 1«, ISl, julho [18, f», ao, «I, »3l, agosto [«5],
setembro [8 8"^] de 1910; fevereiro ['Ji] e agosto [41] de 1911.
Cosciíincliscus conciíiuiis, Sm.
Gran, NP., pag. 33; Perag., DM., pag. 424, est. CXV, fig. 12;
Coscinodiscus radiatus, Ehr., var. concinnus, W. Sm., V.
H. TD., pag. 531.
C. concinnus, Sm. é, semelhantemente ao C. oculus iridis, Ehr.,
com o qual em geral aparece associado, uma das formas mais
frequentes e mais abundantes do nosso Plancton [í-3, 8, lô,
1<», 19; 18, '^ã, ZG, 40, 41].
Analogamente às que observámos a propósito do C. oculus iridis,
Ehr., os máximos de abundância do C. concinnus verificam-se,
em geral, nas pescas de caráter holoplanctónico, em que os ele-
(1) Cleve, loc. cit., pag. 321.
196
mentos neríticos sam pouco importantes. Ambas estas formas estám
presentes todo o ano, sem que as suas datas de aparecimento pa-
reçam fixar-se em determinados môses (1).
(1) Todos os Diatomislas cujas obras pude consultar descrevem uma espécie, que
se aproxima muito, quer do C. oculus iridis, Ehr., quer do C. concinmis, Sm. Essa
espécie (ou variedade) é o C. centralis, Ehr.
Infelizmente, as diagnoses dos diferentes autores, longe de serem concordantes,
apresentam taes diferenças a respeito desta espécie, que é extremamente difícil, se
não totalmente impossível, saber ao certo quaes sam os seus carateres morfológicos.
Assim Gran (NP., pag. 33) apresenta uma diagnose que se aproxima muito da
diagnose do C. oculus iridis, Ehr. (= C. subbuUiens, Jôrg., Gran, NP., pag. 32) indi-
cando apenas como caráter distintivo a existência, no C. centralis, Ehr., de espiculas
periféricas em todo o contorno da face valvar, que não existem no C. oculus iridis,
Ehr. (= C. subbuUiens, Jôrg.). Este autor refere-se ainda a diferenças na face conec-
tiva das duas formas, diferenças que sam aliás pouco sensíveis e de pequena impor-
tância, por serem, na prática, de uma observação difícil.
Van Heurck (TD., pag. 530 e 531) considera tanto a espécie que nos ocupa, como
o C. oculus iridis, Ehr. e o C. concinmis. SíM., como símplez variedade do C radiuhis,
Ehr. Para este autor, a var. centralis (Ehr.) Rattr. distingue-se da var. oculus iridis,
Ehr-, sobre tudo pela presença de duas espiculas asimétricas — ao passo que (segundo
o mesmo autor) as espiculas em todo o contorno da face valvar apenas se observam
na var. concinmis, W. Sm.
Peragallo (DM., pag. 430) refere-se à espécie que nos ocupa nos seguintes ter-
mos, que transcrevemos textualmente :
«Cose. centralis, Ehr., Ber. A. K. 1838; Creg., Diat. of Clyde, p. 501, 11, f. 40 (n'a
été figure nettement nulle part) — C'est une forme intermédiaire entre le C. concinnus
et le C. oculus iri'tis. II à une aréolation plus fine que celle du C. oculus iridis, plus
grosse que celle du C concinnus, de cette derniére espèce il possede les deux nodules
marginaux asimétriqucs mais non la structure fasciculée. Cest une espèce encore bien
mal connue et qui a été confondue avec ses deux voisines. Ehrenberg lui méme ne
s'y jamais reconnu ei je crois que dans son idée c'était seulement un C. oculus iridis
plus finement areolé».
Devemos notar, de passagem, que nas figuras com que Peragallo ilustra o texto,
não se nota no C. centralis. Ehr. uma areolação mais fina do que no C oculus iridis,
Ehr. (Veja-se a est. CXVIII, figs. 1 e 2).
De Toni {Sylloge, pagg. 1256, 1272 e 1275) regista a existência, no C. centralis,
Ehr de espiculas periféricas em todo o contorno da face valvar, sendo duas dessas
espiculas, colocadas em posições asimétricas, maiores do que as restantes. No que diz
respeito à areolação, conclue-so dos dados de De Tonm, que as esculturas do C. cen-
tralis, Ehr., sam um pouco mais finas do que as do C. oculus iridis, Ehr., e muito
maiores do que as do C. co7icinnus. Sm.
Em resumo: relativamente à areolação, alguns autores consideram a do C cen-
tralis, Ehr. como mais fina do que a do C. oculus iridis, Ehr. (Peragallo, De Toni),
ao passo que outros consideram-nas, mais ou menos explicitamente, como eguaes
(Gran, Van Heirck); e no que diz respeito á existência de espiculas na periferia da
face valvar, Gran descreve-as como eguaes, distrilmidas por todo o contorno da face;
Van Heurck e Peragallo afirmam que sam apenas duas, asimélricamente, e De Toni
admite a existência de espiculas em todo o contorno (como Gran), mas sendo duas
maiores e asimétricas.
Para terminar esta confrontação, resta-nos observar que nas duas únicas figuras
do Atlas de Sch.nuot qua se referem ao C. centralis, Ehr. (60,12; 63,1 — ambas, aliás,
sob grandes reservas), não se nota espiculas algumas.
Conscientes destas dificuldades na determinação precisa do C. centralis, Ehr.,
197
Cosoinoflisciis gigas, Ehr.
Perag., dm., pag. 433, est. GXVIII, íig. 3.
Bastante freqiiente, e geralmente associado ao C. oculus iridis, Ehr.
e ao C. concinnus, Sai. (1).
[O, 16, 1?, :íO, 31, 3», 40, 41].
Cwseiíioiliseics iiitidiis, Greg.
Gran, NP., pag. 38; Perag., DM., pag. 434, est. CXVII, fig. 12;
V. H. TD., pag. 532, est. 23, fig. 667.
Apenas observámos um exemplar [8©].
Gen. ActiTiopt3^cliixs. Eh«.
i%ctiiiO|ifyeliiis uiicliiladis (Ehr.), Ralfs.
Gr4n, NP., pag. 42; Perag., DM., pag. 409, est. CXI, fig. 1;
V. H. TD., pag. 496. est. 22, fig. 648.
Muito frequente durante todo o ano, se bem que nunca se apresente
em grande abundância [»-», 9, », », 1«. 16, 19. 1?K «O,
«1, «3, 36, 30, 31, 3«].
itctiiBOiítycliiis spleiicleus, (Shadb.), Ralfs.
Gkan, NP., pag. 43; Perag., DM., pag. 410, est. CXI, fig. 4;
V. U. TD., pag. 497, est. 22, fig. 649.
Apenas observámos um exemplar [14].
Gen. A.U.1ÍSCU.S, Eíir.
i%ulíseiis sciilpdis? (Sm.), Ralfs.
Perag., DM., pag. 399, est. CVIII, fig. 1; V. 11. TD., pag. 482,
est. 21, fig. 646.
Apenas observámos um exemplar [83].
dificuldades tanto maiores, quanto por vezos a observação das espículas iieriférioas
da face valvar é muito precária, resolvemos não tomar em consideração o C. centrulis,
Ehr., classificando como C. oculus iridis, Ehh. as formas de areijlação prande (1 ou .■>
aréolas em 10 [jl) sem espículas periféricas nitidamente visíveis; e cornu C. iimrinuiis,
Sm. as formas de areolação fina (mais de 6 aréolas em 10 (i.) com espículas periféricas
distribuídas por todo o contorno da face valvar.
(1) Classificámos também çom o nome de C gigas, Ehr., algumas formas que se
aproximavam talvez mais do C. Janischii, A. S. (Per.\g. DM., pag. 432, est. CXVIH.
fig. 4). Na realidade, e como o próprio Peragallo o sugere, as duas espécies uão sam
distintas.
198
Gen. Detonxila, Schíítt
DctoiíiHla i^oliroderi (Bergon), Gran.
Gran, NP., pag. 22; Perag., DM., pag. 456, est. CXXI, fig. 8.
NSo muito Irequente, mas, por vezes, bastante abundante [®, IO,
14, 30. 3*^].
Gen. I^aud-or-ia, Cleve
Liaiideria liorealis, Gran.
Gran, NP., pag. 23; Perag., DM., pag. 457, est. CXXI, fig. 2.
[95, 30, 39].
Gen. Leptocylindr^us, Cleve
Ije|itocyliiG(lriGi§ ^laMBcasíi, Cleve.
Gran, NP., pag. 24; Perag., DM., pag. 454, est. CXXII, fig. 4.
[», IO, »8, 30].
Gen. Ou.in.ard.ia, H. P.
Ouiuarfllâa flaecicla (Castr.), H. P.
Gran, NP., pag. 24; Perag., D3I., pag. 459, est. CXXII, figs. 1
a 3.
Pouco frequente [14, 85, 88].
Gen. JFMiyzosoIenia (Ehr.) Brightw.
Rliyzosttleuia moltcrfotliii, H. P.
Gran, NP., pag. 49; Perag., DxM., pag. 460, est. CXXII, fig. 7.
Apenas observámos alguns exemplares em setembro de 1910 [88],
Rliyzostolcuia rohiista, Norman.
Gran, NP., pag. 50; Perag., DM., pag. 461, est. CXXIII, figs. 1
e 2.
Bastante raro ^«8, 39, 41].
199
Rhyzosoleiiia Sclinilisolei, Cleve.
Gra«, NP., pag. 52; Peuag., DiM., pag. 466, est. C\XIV-A, fig. 5.
Encontrámos esta forma em alguns lanços, e, num deles, em grande
quantidade [O, tO, «O, 30, Íl8j.
lllija:
o
Número dos lanços l 2-3
Fam. BACILLARIACEAE
Melosira Borreri, Grev
Melosira Jvergensii, Ag
Paralia sulcata, Ehr
Podosira Montagnei, K
Stephanopixis turris, Grev
Scélêtonêma costatum, Grev
Thalassiosira hijalina, Grun
Coscinodiscus excenlricus, Ehr
Coscinodiscus lineaíus, Ehr
Coscinodiscus radiatus, Ehr
Coscinodiscus oculus tridis, Ehr
Coscinodiscus concinnus, Sm
Coscinodiscus gigas, Ehr
Coscinodiscus nitidus, Greg
Actinoptychus undulalus (Ehr.), Ralfs. .
Aciinoptycltus splendens (Shadb.), Ralfs.
Auliscus sculpíus (Sm.), Ralfs
Detonula Schrõderi (Bergon); Gran
Lauderia borealis, Gran
Leplocylindrus danicus Cleve
Guinardia flaccida (Castr.), H. P
Rhyzosolenia SloUerfothii, H. P
Rkyzosolenia robusta. Norma n
Rhyzosolenia Schrubsotei, Cleve
Rhyzosolenia seligcra, Brightw
Rhyzosolenia slyliformis, Brightw
Rhyzosolenia alala, Brightw.
forma gracillima, Cleve . .
forma genuína, Cleve . . . .
Racteriastrnm variam, Lauder
Chaetoceras densum, Cleve
o
05
O
o»
o
CO
o
05
o
o»
g
O
**
*
#
*
#
***
#
o
Cl
X3
re
*
#
**
*
*
#
#
o
10
o
OS
o
S
o
Oi
o
s
o
CS
c
3
00
12
14
15
# *
*
#
^ TÍ" w
*
*
*
#
##
*#
*
*
**
* #
#
#*
*
*
#
207
o
C5
c
16
o
C3
*#
*
17
*
o
C5
(íí
18
#
*
*
#
o
o
(Tl
19
*#
#
*
o
Cl
o
x:
íO
20
#*
*
*
*
o
Oi
o
3
00
21
*
*
#
o
3
!0
22
*
#
o
05
23
**
*
*#
o
os
o
Sc
os
2o
#
*
#*
#
#
*
***
#*
#*#
*#
o
05
V3
O
26
*
#
*
#*
o
os
©1
27
#
*
o
^f4
Ci
^^
^^
C5
o
k.
O
J3
1-
S
O)
a>
:-
L.
4)
O)
>•
>
.3J
^
32
*
*
##
*#
#
##
*
#
*
#
#
Oi
■«p<
o
p
40
O)
o
CA
41
*#
#
«#
###
«#
#
#
*
*
â08
Data das observações \
05
O
o
S
O)
>
O
a
o
^^
Cft
o
o»
as
S
O
CO
o
O
o,
aS
s
o
o c
05 C
'C 'i
•9 -^
5 O
1 05
? S
21 maio 1910
18 junho 1910
Número dos lanços
2-3
7
8
9 1
0 12
14 1
3
Chnptncevãs horeale Bail
**
•
**
#
***
*
*
#
*
#
*
# í
• <
# ^
* *
•
•
*
*
*
*
*
** í
*
*
Chãpfocevas Vãrãdoxuni Cleve
ChaptocèrãS didvMutn Ehr
Chnpfncpm.i diDPrtiifm, Ca,v,w,
Cliãptocévãs cuvvisetuin Cleve
Kurniunifi zndin.riix Khti
Eijnitnnia (ivoptilnndica Cleve
DHiiliuni Bvinhtivplli íWest.) Gríín
TvicpratiuTti fãvus Ehr
Triceratium (amphitetrasj antediluvium. Ehr
Riddulnhifi nuTitn (TjYNíír \ Breb
Bidãulvhia mobiliensis íBail.). Gríín
BiddulDliiã vulchello Gray
Cpvataulus Sniithii Balfs
Isthtniã enervis. Ehr
Rhabdonétnã ãdviãticum KíJTZ
Rhn.hdnnêMã (ivcMcitum íLyngb.) Kíítz
Rhabdonêmã tninuíuin. Kíítz
LiCTtiovhora Lvnabuei íKutz.). Gríín
Svnedra fulaens (Kíítz.). Sm
Svnedva Gailonii Ehr
Syncdra nina (Nitzsch), Ehr.
— — var. longuissinia
Thdlassiotlirix Nitzschioides Gríín
Pleiwosigma angulatum, Sm., var. major
Plewosioma oMne Gríín
Plewosiotna formosum. Sm
PleuTosiama bãlticuni Sm
Nitzschia ci)'cumsuta ÍBailey) Gríín
Nitzschia seriata, Cleve
Surirella fãustuosa Ehr
CamvvlodiscHS echeneis. Ehk
209
o
^,
o
o
o
o
"•H
^
1
^'H
o
o
o
os
w«
os
Cl
«4
as
05
o
o
o
o
^H
o-
05
-!H
C5
^H
^m
^H
-H
^^
""^
*^
■TH
^
05
c;
05
o
^
C5
05
Oi
rrs
C5
•^H
p
o
_u
Cl
•*H
O
o
^p<
•^?^
^<
^H
c
o
"^
O
t>
1—
r^
o
o
o
^
^
'S
O
3
a
3
O
O.
o
c
^
C/3
o
o
t»
C/J
c
bft
S
'S
O)
O)
>
o
vi
•^->
""^
zz
3
p
2
,Z1^
,^z^
tu
as
et
g^
.^
>
^
~s
&c
(3^
(M
3^1
ÍO
5fi
(3^
rt
IO
Vi
00
3^
16
17
18
19
20
21
22
23
25
26
27
28
30
31
32
40
41
•
•
,
**
#
#
•
•
•
#*#
##
###
*
•
•
*
•
*##
##
*
*
•
•
•
•
•
#
•
•
•
•
***
***
***
**
**#
*#*
•
•
*
•
.
.
•
•
•
.
*
•
•
•
*#*
*#
*#*
•
•
«
•
.
• 4
•
*
*
*
*
*
•
.
•
•
•
*
.
*
.
•
.
*
*#
**
*
*
*
*
•
#
*
*
»
*
**
**
*#*
#
*
#
•
.
•
*
.
.
.
•
•
*
*
.
.
*
*
.
•
•
•
#
*
•
*
*
#
*
•
*
•
*
**
**
*
*
*
#
*
*
*#
*
•
*
•
*
.
.
•
•
*
.
•
*
•
•
•
•
•
#
•
,
*
.
•
*
.
#
#
**
•
#
.
•
•
#
•
•
•
•
*
•
•
#
#
•
*
•
.
•
•
.
#
#
•
*
•
•
•
*
*
*
*
#
•
•
*
#
14
&XV1
210
ESBOÇO DA FLORA DA BACIA DO MONDEGO (^)
Metachlamydeae ou Sympetala
[ Ovário superior 1
( Ovário inferior 5
(Flores isocarpicas 2
. (Flores anisocarpicas 3
l Estames em numero duplo das pétalas Serie I. Ericales.
2
(Estames em numero egual ao das pelalas Serie II. Primulales.
3
1 Tubo da corolla curto 4
(Tubo da corolla comprido Serie IV. Tubiflorae.
[ Pétalas 4; corolla escariosa Serie V. Plantaginales.
4 <
(Pétalas 4-8; prefluração em muitns torcida Serie III. Conlortae.
5
1 Folhas oppostas Serie VI. Rubiales.
\ Folhas alternas Serie Vil. Campanulatae.
Serie I. Ericales (2)
[Planta herbácea sem côr verde; pétalas livres Pirolacea".
Subfam. Monotropoideae.
\ Plantas lenhosas ; pétalas mais ou menos concrescenlos Ericaceae.
(i) (Innlinnado de pap. 177.
{t) i. do MM-a — bol. da 6oc. Drol., XVllI, p. 104.
211
Pirolaceae
Subfam. Monotropoideae
§ Monotropeae
lloiiotropa L.
M. Hypopitys L. Sp. pi. p. 387.
Terras hiimosas, sombrias. FI. de junho a julho. I-II.
Ericaceae
(Fructo baccifornie indehiscente; planta arbórea Subfam. II. Arhutoldeae.
(Fructo capsular 1
[Dehiscencia seplicida; corolla um pouco zygomorphica.
Subfam. I. Rhododendroideae.
[Dehiscencia loculicida; plantas lenhosas de pequenas dimensões.
Subfam. III. Eriroideae.
Subfam. I. Rhododendroideae
§ Rhododendreae
KlBOclotleiíflroii L.
R. ponticum L. Sp. pi. ed. 2.
var. baelicum Bss. et Reut. Diagti. pi. orient. II, n.'' 3, p. 118.
Terrenos graníticos. Serra do Caramullo. FI. de abril a junho. II-III.
Subfam. II. Aiu)utoideae
§ Arbuteae
Arbiiliis Tournf.
A. Unedo L. Sp. pi. p. 395; Brot. II, p. 68.
Não raro em terras pouco calcareas. Fl. de julho a outubro. I-IV.
— Medronheiro.
212
Subfam. III. Ericoideae
Corolla gomilosa ou cylindriea; sepalas mais curtas que a corolla .... Eriça L.
jCorolla iirofandamenle dividida; sepalas petaloideas e mais compridas que a co-
rolla Calluna Salisb.
Calluiia Salisb.
C. vulgaris, Salisb. Trans. Soe. Linn. VI, p. 317; Eriça vulgaris L.
Sp. pi. p. 352; Brot. II, p. 21.
Eem terrenos e condições muito diversas. Fl. de julho a setembro.
MV.
Krica L.
Eu-Erica Benth.
j Folhas ciliadas 1
[Folhas glabras 2
I Corolla recurvada; capsula glabra; antheras sem appendice E. ciliarís L.
[Corolla direita; capsula pelluda; antheras appendiculadas E. Tetralix L.
[Antheras salientes 3
1
2
( Antheras não salientes 4
[Folhas em verticillios de 3; flores erectas em umbellas tei'minaes de 3-6 flores,
n I E. mnbellaía L.
[Folhas em verticillios de 4; flores aos pares axillares inclinadas.
E. mediterrânea L.
4
[ Flores côr de rosa (varias vezes brancas, E. cinerea) 5
( Flores brancas ou verde-amârelladas 6
/Eslylete pouco saliente; estigma peitado; appendices das antheras denteados,
l E. cinerea L.
M JEstylete bastante saliente; estigma capitado; appendices das antheras subpinnato,
\ incisas E. ausiralis L.
[Estylete muito saliente; appendices das antheras inciso-denteados na parte ex-
\ terna E. aragonensis Wk.
1 Flores brancas 7
G
Flores peíiucnas verde-amarelladas em longos cachos E. scoparia L.
/
213
[Pediinculo do comprimonto da corolla com pequenas bracieas n^^ ineio- ai>|i<^n-
dices das anlheras lineares e. Insihnuat Hiul.
|Pedani-ulo mais comprido que as ft)lhas ; appondices das anlheras oblongo-arrednn-
^ dados /í. arbon-a L.
E. ciliaris L. Sp. pi. p. 454; Brot. II, p. 125.
Cliariiccus iironosas e húmidas, pinhacs, sebes. Fl. de maio a outu-
bro. I-III.
E. Tetralix L. Sp. pi. p. 353; Brot. lí, p. 22.
Maltagaes, pinhaes e charnecas Inimidas. Fl. de junho a agosto. I-IV.
E. umbellata L. Sp. pi. p. 352; Brot. II, p. 24.
var. subcampanuíata DC. — Corolla com fauce mais aberta e
estames mais curtos.
Terrenos arenosos áridos, charnecas, pinhaes. Fl. de abril a junho.
I-IV.
E. mediterrânea L. Diss. de Eriça; Brot. II, p. 25.
Terrenos sombrios, charnecas húmidas. Fl. de jaFieiro a abril. l-II.
E. cinerea L. Sp. pi. p. 352; Brot, 11, p. 23.
Mattagaes, pinhaes, charnecas seccas. Fl. de maio a julho, l-lll.
E. australis L. Diss. de Eriça; Brot. II, p. 23.
Mattagaes. charnecas, pinhaes. Fl. de levereiro a maio. I-II.
}í. aragonensis ^A k. Inumer. plant. Misp.
Mattagaes, charnecas, terrenos pedregosos. Fl. de maio a julho. III-IV.
E. scoparia L, Sp. pi. p. 353; Brot. II, p. 21.
Pastagens, maltas, pinhaes, outeiros calcareos. Fl. de dezembro a
junho. I-II.
E. lusitanica Rud. in Schr. .Tourn. II, p. 286; E. arbórea Brot. II (parte).
Maltas, pirdiaes, charnecas. Fl. de dezembro a março. I. — Urze
branca ou Torga.
E. arbórea L. Sp. pi. p. 353; Brot. II (parte).
Maltas, proximidades d'agua. Fl. de março a junho. I-I\'. — Urze
branca ou Torga.
Serie II. Primulales (')
1 Estames inseridos na corolla; eslylele simples Primuhicene.
I Estames livres ou quando muito ligados á corolla na base; estyletos íi.
IHumhaginaceiu.
(i) J. de Mariz — 5o/. da Soe. Brot., XVI, p. lo9.
214
1
Primulaceae
IPrefloração imbricada 1
( Fiefloração torcida III. Lysimachieae.
l Ovário superior I. Primuleae.
(Ovário semi-inferior II. Samuleae.
I. Primuleae-Primulinae
Priíiiiila L.
P. vulgaris Huds. Fl. angl. p. 70; P. acaulis Brot. I, p. 266.
Terreno humoso, prados húmidos. Fl. de março a maio. I-III. —
Queijadilho, Pão de leite.
II. Samuleae
ͻaiii7
C. lineatus L. Syst. Nat. ed. X.
Campos argillosos, terrenos ralcareos áridos. Fl. de maio a julho. I.
C. tricolor L. Sp. pi. p. 1S8; Brot. I, p. 268.
Campos, viidias, terrenos relvosos, searas. Fl. de março a agosto. T.
C. meonantluis líoffgg. et Link. Fl. de Port. I, p. 369, tab. 69; C. tri-
color, var. Brot. I, p. 268.
Terrenos calcareos, relvosos férteis. Fl. de março a junho. I.
C. arvensis L. Sp. pi. p. 152; Brot. I, p. 267.
p. pumihis Chois. in DC. Prodr. IX, p. 406. — Caule de 9-10
cent.; folhas pequenas.
y. oblusifoUus Chois. 1. c. — Folhas ovadas alabardinas arre-
dondadas.
e. Unearifolins Chois. 1. c. — Folhas lineares.
Cearas, sebes, caminhos. Fl. de maio a agosto. I-II. — Corriola,
Verdeselha ou Verdisella.
C. althaeoides L. Sp. pi. p. 156; Brot. I, p. 268.
Caminhos, bordas de campos, terrenos calcareos pedregosos. Fl. de
abril a junho. I.
Calyisicgíia U. Br.
I Caule volúvel trepador; corolla grande branca ou rosada; capsula globosa.
C. sepium R. Br.
[Caule não volúvel replante; corolla rosada ou purpurina; capsula ovóide aguda.
C. Soldaneíla R. Br.
C. sepium R. Br. Prodr. p. 483; Convolvulus sepium L. Sp. pi. p. 153;
Brot. I, p. 268.
var. rósea Chois. (C. repens L. Sp. pi. p. 158). — Corolla
rósea.
Sebes e margens de ribeiros. Fl. de maio a outubro. I-II. — Trepa-
deira, Bons dias.
C. Soldaneíla R. Br. Prodr.; Convolvulus Soldaneíla L. Sp. pi. p. 159;
Brot. I, p. 268.
Areias do littoral. Fl. de maio a junho. I. — Soldaneíla, Couve ma-
rinha.
»•
228
Subfam. Cuscuioideae
Cusiciita (Tournf.) L. (1).
I Estigmas filiformes; capsula circuracisa Sect. í. Eucusciita.
Estigmas capitosos; capsula quasi indehiscente Secl. II Grammica.
Sect. I. Euciiscuta
C. Epilhymum (L.) Murr. Syst. Veget. ed. 13; C. europaea, 3- Epi-
thjmum L. Sp. ed. 2.", n.** 1 ; C. europaea, var. Brot. í, p. 208;
C. europaea barbuvea Brot. Phyt. lusit. p. 192, tab. 165.
fTubo da corolla pouco mais comprido do que o limbo; escamas substaminoas
denteadas ; caule e flores brancas «. typica.
Lóbulos do cálix e da corolla obtusos a. alba (J et C. Presl.).
Lóbulos do cálix e da eorolla acuminados b. snbulaía (Ten.).
Tubo da corolla mais curto que o liuibo p. plani/lora (Ten.).
Estyletes quasi de comprimento duplo do ovário, c. opproximaía (Bali ).
Parasita sobre vários vegetaes. Fl. de junlio a outubro. I.
Sect. II. Graramita
C. australis R. Br.
a. breviflora (Vir.) — Flores 4-meras.
Plantas parasitas sobre vários vegetaes. Fl. durante o verão. I-IV.
— Cuscula, Linho de rapoza.
Borraginaceae (-)
IEstylete terminal Subfam. Heliotropioideac.
Estylete gynobasico Subfam. Borraginoideae.
(1) A. Fiore ed A. Beguinot — Flora anaUjHca (Vílalia.
(2) P. Coutinho — £o/. da Soe. Brot., XXI (1905).
229
Subfam. Heliotropioideae
Hcliotropiuni L.
( Cálix o-fido persistente //. europaenm L.
(Cálix 5-denteado caduco n. supinum L.
II. eiiropaeum L. Sp. pi. p. 130; Brot. I, p. 293.
Terrenos áridos, margens de caminhos, etc. Fl. de junho a outubro.
I-Iil. — Tornasol, Verrucaria, Herva das verrugas.
H. supinum L. Sp. pi. p. 130; Brot. I, p. 293.
Margens dos campos, terras inundáveis. Fl. de junho a setembro.
MI.
Subfam. Borraginoideae
IFlores zygomorphicas — IV. Echieae.
1 Flores regulares i
l
[ Achenios de base plana ou qnasi plana 2
Achenios de base concava e rebordo annular II. Anehuseae.
I Achenios de dorso quasi plano ou concavo com inserção obliqua e mais ou menos
ligados I. Cynoglosseae.
Achenios muito duros livres e de base pequena III. LWiospermeae.
I. Cynoglosseae
[Corolla infundibuliforme; tubo egualando o cálix; carpellos cobeitos de aculcos.
Cynoglussum L.
[Corolla rotacea; Uibo muito curto; carpellos côncavos na face externa.
Omphaíodcs Moench.
Oiii|iflial»fleii (Tourn.) Moench.
O. lusitanica Pourr. herb. ; Cynoglossum lusilanicum L. Sj). 11; Brot. I,
p. 29G ; Phyt. lusit. I, p. 53, tab. 24.
Terras húmidas e sombrias. Fl. de abril a setembro. I-llI.
230
CynogloiiSiiiiii L.
[Corolla fechada de comprimento egual ao cálix; pétalas hirsutas na extremidade.
C. clandestinum Desf.
[ Corolla aberta; tubo egualando o cálix; pétalas glabras C. creticum Mill.
C. creticum Mill. Dict. ed. VIII, n.° 3; C. pictum Ait. H. Kew. I,
p. 179; Brot. I, p. 296; Phyt. lusit. I, p. 179, tab. 159.
Terras de varia natureza, sebes, caminhos. Fl. de março a julho.
I-III. — Cynoghssa de flor listrada, Orelha de lebre.
C. clandestinum Desf. Fl. Atl. I, p. 159, tab. 42; Brot. Phyt. lusit. f,
p. 177, tab. 158; C. officinale Brot. (non L.) I, p. 295.
Collinas relvosas, caminhos, orla de campos. Fl. de fevereiro a ju-
nho. I.
II. Anchuseae
l Corolla tubulosa i
I Corolla rotacea ; tubo muito curto . . Borrago L.
1 Corolla regular ; tubo direito Anchusa L.
1
( Corolla um pouco irregular ; tubo recurvado Lycopsis L.
Borrago L.
B. oílicinalis L. Sp. pi. p. 137.
Vulgar em terrenos diversos. Fl. de fevereiro a outubro. Mil. —
Borragem.
Auchilisa L.
í Achenios com appendice lateral III. Cwyolopha Fisch.
( Achemos sem appendiees 1
(Achenios direitos ou levemente recurvados I. Buqlossum Rchb.
1
Achenios muito recurvados II. Euanchiisa Rich.
I. Buglossum Rclib.
A. itálica Retz. Observ. p. 12; Brot. Phyt. lusit. I, p. 173, tab. 156;
Caryolopha oílicinalis Brot. (non L.) I, p. 297.
231
Searas, terrenos incultos, caminhos. Fl. de abril a agosto. I-IV.
b"
Biiglossa, Lingiia de Vacca.
II. Euanchusa Hicli.
A. undulata L. Sp. pi. p. 133; Brot. I, p. 297.
' Bracteas subcordato-ovaes mais curtas que o cálix i
|Bracteas ovado-lanceoladas ou lanccoladas, cguaes ou mais compridas que o
, cálix 2
I Toda a planta subvelutino-pubescente a. subvehitina P. Cout.
(Cálix setoso-estrigoso; caule com pellos encostados e outros patentes.
[3. typica P. Cout.
I Caules com pellos patentes e pellos encostados y. hyhrida P. Cont.
2
( Caules só com pellos patentes S. Granatensis P. Cout.
Não rara em terrenas diversos. Fl. de fevereiro a agosto. I-II. —
Buglossa ondeada, Chupa-mel.
III. Caryolopha Fisch.
A. sempervirens L. Sp. pi. p. 134; Brot. I, p. 298; Caryolopha sem-
pervirens Fisch.
Logares húmidos e sombrios, margens de rios. Fl. de abril a junho.
I-Iil. — Olho de galo.
Ijyco|isis L.
L. arvensis L. Sp. pi. p. 139; Brot. I, p. 299.
Campos cultivados, proximidades d'agua. Fl. de fevereiro a julho.
I-lIl.
III. Lithospermeae
ICorolla de tubo longo afunilada 1
CoroUa de tubo curto assalveada Myosotis L.
( Fruelo de 4 achenios Litfmpermwn L.
l
( Fructo de 2 achenios Ciriniht L.
232
Illyosotis) L.
Í Cálix com pellos encostados e não terníiinados em gancho 1
Cálix com pellos patentes e mais ou menos terminados em gancho . 2
[Caule coberto de pellos patentes; cálix 5-fido até além do meio.
M. Welivitschii Bss. et Reut.
[Caule com pellos encostados; cálix S-fido até ao meio ... M. caespitosa Schultz.
1 Corolla azul ; tubo quasi do comprimento do cálix 3
[ Corolla quasi sempre amarella ; tubo mais longo que o cálix 4
iPedicellos eguaes ou mais curtos que o callx fructifero M. hispida Schultz.
(Pedicellos com o dobro do comprimento do cálix fructifero.. . M. intermédia Lk.
[Corolla pequena (2-3 mm.) mudando de cor (amarella, azul e violácea).
M. versicolor Pers.
[Corolla pequena (3-4 mm ) sempre amarella M. lutea Pers.
M. Wehvitschii Bss. et Reut. Diagn. pi. orient. nov. p. 138; M. pa-
lustris Brot. I, p. 294.
p. stolonifera (Gay) P. Cout. — Planta mais fraca, eslolonifera.
Logares muito húmidos. A variedade é das regiões altas. Fl. de
março a setembro. l-IV.
M. caespitosa Schultz. Fl, Slarg. Suppi. II; M. palustris Brot. 1. c.
a. vulgaris Loret et Barrandon, Fl. de Montp. — Pedicellos in-
feriores muito mais compridos que o calix; limbo da corolla
plano, egual ou mais longo que o tubo.
^. perennis Loret et Barrandon. — Bhizoma perennal; planta
mais vigorosa.
y. skula (Guss.). — Pedicellos mais curtos que o calix; limbo
da corolla mais curto que o tubo e concavo.
Terrenos pantanosos, muito húmidos. Fl. de março a julho. I-III.
M. hispida Schlecht. Mag. Nat. Berl. Víll, p. 210; M. arvensis, var.
minar Brot. I, p. 29 1.
Terras húmidas, arenosas. Fl. de março a jurdio. I-III.
M. versicolor Pers. Syn. I, p. 156.
Terras húmidas, florestas, muros. Fl. de março a Jlilho. I-UI.
233
M. lutea Pers. Syn. I, p. 156.
Terras húmidas arenosas. Fl. de abril a junho. I-III.
M. intermédia Lk. Enum. hort. Berol. I, p. 164; M. arvensis Brot
(parte) I, p. 294.
Terras cultivadas e incultas, frescas, sebes, muros. Fl. de abril a
junho. I-II. — Orelha de ralo.
IjÍ III ws per 111 11 111 L.
L. prostratum Lois. Fl. Gall. I, p. 105, tab. 4; L. fruticosum Brot. l,
p. 292; Phyt. lusit. II, p. 171.
Frequente nos pinhaes, sebes. Fl. quasi todo o anno. MH. — Herva
das sete sangrias.
CÍB*iiitlic L.
C. major L. Sp. pi. p. 136; Brot. I, p. 289.
á. piirpurascens (L.) Bss. — Corolla de vermelho escuro,
p. flavescens L. — Corolla amarella ; tubo por vezes branco.
Campos, vinhas e terras húmidas. Fl. de fevereiro a julho. MI. —
Ftâr mel, Chupa-mel.
IV. Echíeae
Ecliiuiii L.
4
[Caule com indumento simples 1
I Caule com indumento duplo (pellos finos encostados; pellos rijidos patentes, inse-
ridos num tiiberculo mais ou menos desenvolvido) 2
[Corolla pequena (8-9 mm.); folhas inferiores linear-lanceoladas hirsutas.
E. Broleri G. Samp.
.Corolla azul grande ; folhas inferiores ovadas ou oblongas... E. plantagineum L.
Caule alto (1 m.) anguloso estriado; folhas inferiores oblongo-tanceoladas.
E. pomponium Bss.
, Caule de 6-7 dec. cylindrico; folhas inferiores medíocres 3
[Indumento não muito denso; plantas de côr verde distincta 4
[Indumento muito denso; pellos fortes sobre um tubérculo branco; i)lantas de côr
cinsenla E. tubemdatum HoíTm. et Link.
(Nervuras lateraes das folhas pouco ou nada distinclas E. austrak Lam.
(Nervuras lateraes bem distinctas E. romlatum Lgc.
234
E. Broteri G. Samp,; E. italicum Brot. (non L.) I, p. 290.
Sitios húmidos e arenosos das regiões alias. Fl. de maio a setembro.
III-IV.
E. pomponium Bss. Voy. bot. Esp. tab. 124.
Campos e florestas. Fl. de agosto a setembro. I. — Raro.
E. tuberculatum Hoffgg. et Link. Fl. Port. p. 183; E. vulgare Brot.
(noii L.) I, p. 289.
a. genuinum Bourgeaii. — Planta densamente hispida; folhas
um pouco grossas e por vezes revolutosas.
p. lalifoUum Hoffgg. et Link. — Planta menos hispida; folhas
mais molles e planas.
Caminhos, muros, terrenos cultivados, areaes maritimos. Fl. de abril
a julho. I-II. — Viperina.
E. plantagineum L. Mantis. II, p. 202; Brot. I, p. 289.
Terras cultivadas e incultas, arenosas e húmidas. Fl. de março a ju-
lho. I-IV. — Soagem.
E. australe Lam. III. I, p. 413, n.^ 1860.
Terras arenosas. Fl. de março a agosto. l-III.
E. rosulatum Lge. Ind. sem. 111. Hann. 1854; Pug. pi. III, p. 2i.
a, genuinum. — Flor subregular; planta prostrada.
p. campestre. — Flor maior subbilabiada ; planta direita.
Terras arenosas, campos, margens de caminhos, proximidades d'agua.
Fl. de maio a outubro. l-IL
Verbenaceae
Verbena L.
[Folhas pinnatifidas ou serrilhadas V. officinalis L.
(Folhas 1-2 pinnatifidas V. supina L.
V. officinalis L. Sp. pi. p. 20; Brot. I, p. 160.
Margens de caminhos, logares húmidos. Fl. de maio a julho. I. —
Vrgehào, Verbena.
V. supina L. Sp. pi. j). 21; Brot. I, p. 160.
Nas mesmas condições da espécie precedente. Fl. de maio a julho. I.
235
Labiatae (i)
lEstylete semigynobasico Subfam. I. Ajugoideae.
(Estylete perfeitamente gynobasico 1
ÍGyneceu inserido sobre um prolongamento do receptáculo (gynophoro).
Subfaiii. II. Scntellnrioideae.
Gyneceu inserido sobre um disco 2
(Lóbulos do disco oppostos aos locuios do ovário . . Subfam. III. Lavanduluideae.
2
( Lóbulos do disco alternos com os locuios do ovário 3
lEstames ascendentes Subfam. IV. SIacliyoideae.
(Estames inclinados sobre o lábio inferior Subfam. V. Ocimoideae.
Subfam. L Ajugoideae
ICoroUa 1-labiada; estames 4; achenios rcticulato-rugosos — Trib. I. Ajugeae.
Corolla 2-labiada; estames 2; achenios lisos Tiib. II. Bosmarincae.
Trib. I. AJUGEAE
ICoroUa unilabiada ; lábio 3-lobado Ajuga L.
Corolla unilabiada ; lábio 5-lobado Teucrium L.
IVerticillastros Go-floreos dispostos em espiga I. Dugiila Schreb.
Verticillastros paueifloreos axillares II. Chamaepytis Schreb.
I. Biigula Schreb.
(Planta estolhosa A. replans L.
I Planta não estolhosa A. pyramidalis L.
(1) P. Coutinho - Boi. da Soe. Brot., XXIII.
236
II. Chamaepytls Schreb.
(Folhas superiores S-partidas A. Chamaepytis (L.) Schreb.
(Folhas superiores snbdenteadas ou inteiras A. Iva {L.) Schreb.
A. reptans L. Sp. pi. p. 561 ; Hoffgg. et Link. Fl, Port. p. 76.
Terrenos húmidos, prados, florestas. Fl. de abril a julho. I-II.
A. pyramidalis L. Sp. pi. p. 561; ííoffgg. et Link. 1. c. p. 76.
Prados e logares sombrios. Fl. de março a julho. I-IV.
A. Chamaepytis (L.) Schreb. PI, V^ert. unilab. p. 24; Teucrium Cha-
raaetypis L. Sp. pi. p. 562.
Vinhas, terras áridas. Fl. de maio a julho. I.
A. Iva (L.) Schreb. 1. c. p. 15; Teucrium Iva L. Sp. pi. p. 563.
a. pseudo-Iva (Rob. et Cast.) Benlh.; Teucrium Iva Brot. I,
p. 163. — Corolla amarella ou branca com pontuações
purpúreas na base.
Terrenos áridos, caminhos, orlas de florestas. Fl. de março a setem-
bro. I.
Teiicriiiiii L.
(Flores em capitulo Sect. IV. Polium (Mnch.) Benth.
( Flores axillares ou em espiga 1
(Dente superior do cálix maior que os outros. Sect I. Scqrodonia (Mnch.) Benth.
(Dentes do cálix quasi eguaes 2
(Flores (1-3) axillares mais curtas que as folhas. Sect. II. Scordium (Cav.) Benth.
2
( Flores em espiga maiores que as folhas . . Sect. III. Chaviaedrys (Mnch.) Benth.
Sect. I. Scoroílonia (Mnch.) Bentli.
(Flores amarelladas T. Scoroâonia L.
Flores côr de rosa T. satviastncm Schreb.
T. Scorodonia L. Sp. pi. p. 564; Brot. I, p. 163.
237
Florestas, sebes. Fl. de junho a setembro. I-III. — Escorodonia,
Salvia bastardo, Seixebra.
T. salviastrum Schreb. Unilab. p. 38; T. lusitanicum Brot. I, p. 163;
T. lusitanicum salviastrum Brot. Phjt. lusit. p. 71.
Regiões altas. Fl. de julho a agosto. II-V.
Sect. II. Scordiuni (Cav.) Benth.
T. scordioides Schreb. Unilab. p. 37; T. Scordium Brot. (non L.) I,
p. 164; Scordium lanuginosum Brot. Phyt. lusit. p. 73, tal). 107.
Margens de rios, terras húmidas, paludosas. Fl. de maio a outubro.
I. — Escordio.
Sect. III. Cliamaedrjs (Mnch.) Benth.
T. Chamaedrys L. Sp. pi. p. 565.
Terrenos áridos da beiramar. Fl. de abril a maio. I.
Sect. IV. Polium (Mnch.) Benth.
T. Polium L. Sp. pi. p. 566.
a. lusitanicum (Schreb.) Brot. Phyt. lusit. p. 66, t. 104.
Collinas áridas. Fl. de maio a agosto. I-II.
Trib. II. ROSMARINEAE
no.miiariiiiiiii L.
R. officinalis L. Sp. pi. p. 23; Brot. I, p. 16.
Cultivado e expontâneo em terras seccas, pinhaes. Fl. em quasi todo
o anno. I. — Alecrim.
Subfam. II. Scutellarioideae
Sciitcllaria L.
[Planta mais ou menos pubescente^ alia (até 1 m.) S. galericulala L.
(Planta glabra ou levemente piloí^a, pequena (6-7 dec) S. minor L.
238
S. galericulata L. Sp. pi, p. 599.
Locaes muito húmidos. Fl. de maio a junho. I.
S. minor L. Sp. pi. ed. II.
Locaes muilo húmidos, prados, airozaes. Fl. de maio a setembro.
I-líl.
Subfam. III. Lavanduloideae
IjaYaucIíila L.
[Espiga terminada por bracteas estéreis compridas violáceas.
Sect. I. Stoechas Ging. l
[Espiga sem bracteas estéreis terminaes Sect. II. Spica Ging.
[Pedúnculo curto (0/J a 2 ou ,3 cent.) L. Stoechas L.
l
(Pedúnculo muito comprido (2,5-9 cent.) L. peãtmculata Cav.
Sect. I. Sloecbas Ging.
L. Stoechas L. Sp. pi. p. 573; Brot. I, p. 170.
Terras áridas, pinhaes, mattagaes. Fl. de fevereiro a julho. I-II. —
Rosmaninho.
L. pedunculata Cav. Praelet. p. 70; L. Stoechas, var. pedunciãata
Brot. I, p. 170.
a. longicnma P. Cout. — Bracteas estéreis compridas (20-30
X 3-8 mm.).
^. brevicoma P. Cout. — Bracteas estéreis curtas (8-15 raras
vezes 20x2-5 mm.).
Nas mesmas condições da espécie anterior. Fl. de fevereiro a agosto.
I-II. — Rosmaninho.
Sect. II. Spica Ging.
L. spica L. Sp. pi. p. 572; Brot. I, p. 170.
Cultivada e subspontanea. ¥\. em junho e julho. I. — Alfazema.
Subfam. IV. Staciiyoideae
lEstames inclusos no tubo da corolla 1. Marrubieae.
\ Estames não inclusos ^ 1
â39
IEstames 4 didynamicos, os posteriores mais compridos 2. Nepeleae.
Estames 4 ou 2 eguaes ou didynamicos, os anteriores mais compridos 2
I Lábio superior da corolia concavo ou em forma de capacete. 3
Lábio superior da corolia plano ou quasi plano e não muito dilTerente dos outros.
o. Sutureieae.
IEstames 4 ascendentes parallelos; connectivo nmito curto, não articulado.
3. Slachydeae.
Eslames 2; connectivo muito comprido e articulado como filete ... 4. Salvieae.
1. Marrubieae
llamiliiiiBii L.
M. vulgare L. Sp. pi. p. 583; Brot. I, p. 168.
Vulgar em terras diversas, muros, caminhos. Fl. de abril a setem-
bro. 1-IV.
2. Nepeteae
( Lábio inferior da corolia concavo ; planta erecta Nepela L.
(Lábio inferior da corolia plano : planta rastejante Glechoma L.
Hepcta L.
'Planta mais ou menos lenhosa; bracleolas ovadas on ovato-lanceoladas; verticil-
lastros em espiga densa N. tubewsa L.
[Bracleolas subsetaceas; plantas mais ou menos pubesccntes 1
I Folhas pecioladas serrilhadas iV. Cattaria L.
[Folhas rentes ou quasi, crenadas, verticillastros distantes N. latifolia DC.
1
N. tuberosa L. Sp. pi. p. 371; Drot. I, p. 173.
Outeiros áridos, caminhos. Fl. de abril a agosto, I.
N. Cattaria L. Sp. pi. p. 570.
Terras seccas, caminhos, sebes. Fl. em julho. 1-IV.
N. latifolia DC. Fl. de Fr. Ill, p. 528; N. multibracteata líoíTgg. et
Link. Fl. Port. p. 94, tab. 5; Brot. Phyt. lusit. p. 87, tab. 111;
N. violácea Brot. I, p. 173.
Florestas, prados, sebes, searas. Fl. de maio a julho. II-III,
210
iMleclioiua L.
Gl. hederacea L. Sp. pi. p. 578; Brot. I, p. 165.
Terras muito húmidas e sombrias. Fl. de março a julho. I-IV. —
Herva terrestre.
3. Stachydeae
(Cálix subregular com 5-10 nervuras c. Lamiinae.
(Calix 2-labiado 1
! Cálix campanulado amplo membranaceo b. Melittinae.
Callx mais ou menos lubuloso de S-10 nervuras; lábios conniventes depois da
, floração; filetes dos estamos denticulados na extremidade superior.
a. Brunellinae.
a. Brunellinae
[Bracteas estreitas e aristadas; estylete 4-fido; lábio inferior da coroUa 2-fido.
Cleonia L.
I Bracteas largas; estylete 2-fido; lábio inferior da corolla com o lóbulo médio con-
cavo e denteado Brtinella L.
Cleonia L.
Cl. lusitanica L. Sp. pi. ed. II; Brot. I, p. 181.
a. vulgaris P. Cout. — Lábio superior do calix denticulado;
denticules curtamente aristados.
p. aristata P. Cout. — Lábio superior do calix com denticules
triangulares mais desenvidos e mais longamente aristados.
Sitios áridos montanhosos, pinhaes. Fl. de maio a julho. I-II.
Ilriaiiclla L.
Í Flores de 15-20 mm 1
Flores de 25-30 mm 3
l Corolla violácea ou purpúrea • 2
1
( Corolla amarellada Br. laciniata L.
IPlanta quasi glabra Br. vulgaris L.
2
( Planta tomenloso-villosa Br. lacmiaia X vulgaris.
241
(Dentes do lábio superior do cálix de 1,5-2 mm Br. haUaefolia Brol.
i
(Dentes do lábio superior do cálix pequenos (0,5-1 mm.).
Br. hastaefolia X vulgaris P. Cout.
Br. vulgaris L. Sp. pi. ed. I; Brot. I, p. 180.
Prados, pastagens húmidas, pinhaes e caminhos. Fl. de março a
agosto. I-IV. — Herva férrea.
Br. laciniata L. Sp. pi. ed. II.
a. pinnaliflda (Koch) Briq. — Folhas pinnatifidas.
p. subiníegra Halmilt. — Folhas denteadas irregularmente.
Regiões montanhosas, pinhaes. Fl. de maio a julho. I-II.
Br. laciniata x vulgaris Stapf. in Kerner Sch. ad flora exsic. austro-
hung. n.° 1420; Br. intermédia Brot. I, p. 180.
Mesmas localidades da anterior. Fl. de junho a julho. I.
Br. hastaefolia Brot. Fl. lusit. I, p. 181.
Terrenos arrelvados húmidos. Fl. de junho a agosto. II-IV.
Br. hastaefolia x vulgaris P. Cout. Boi. da Soe. Brot. XXIIl, p. 138.
Mesmas localidades das anteriores. Fl. de junho a julho. II-III.
b. Melittinae
ileliiiisi L.
M. Melissophyllum L. Sp. pi. p. 597; Brot. 1, p. 179.
Terras húmidas e sombrias. Fl. de abril a agosto. I-III.
c. Lamiinae
[Estylete dividido em dois ramos muito deseguaes ; lábio superior da corolla curvo
e comprimido lateralmente Phlomis L.
[Estylete dividido em dois ramos eguaes 1
INuculas arredondadas na parte superior 2
Nuculas troncadas na parte superior Lamium L.
Í 'Lábio inferior da corolla em angulo recto com o tubo Stachys L.
Lábio inferior da corolla regularmente inclinado; estames não divergentes depois
da fecundação Ballota L.
Phioiílis L.
Ph. Lychnitis L. Sp. pi. p. S85; Brot. I, p. 166.
Terras seccas, pedregosas. Fl. de maio a julho. I-III. — Salva brava.
16 XXVI
1
2
242
liamiuiii L.
Subgen. Slulamlum Aschers.
[Cálix cylindrico não contrahiclo na base Sect. I. Lamiopsis Dumort. 1
íCalix cylindrico só na parte inferior, cotrahido a seguir e depois venlricoso; annel
( de pellos no interior da parte contrahida Sect. II. Lamiotypnn Dumort.
L. maculatum L.
[Tubo da eorolla com um annel de peilos interiormente ^ 2
JTubo da eorolla sem annel de pellos; folhas floraes, rentes, reniformes, amplexi-
( caules L. amplexicaule L.
[Folhas pecioladas, subregularmente crenadas L. purpureum L.
(Folhas subpecioladas irregularmente inclso-crenadas.
L. amplexicaule X purpúrea G. May ?
Sect. I. Lamiopsis Dumort.
L. amplexicaule L. Sp. pi. p. 579; Brot. I, p. 166.
Terras cultivadas, cearas. Fl. de fevereiro a julho. I-III.
L. purpureum L. Sp. pi. p. 579; Brot. I, p. 166.
Terras cultivadas, muros, sebes. Fl. de março a junho. I-III.
L. amplexicaule X purpureum G. May? P. Cout. in Boi. da Soe. Brot.
XXIII, p. 124.
Sect. II. lamiotypns Dumort.
L. maculatum L. Sp. pi. ed. II; Brot. í, p. 166.
a. longifoUum Rouy, Naturalisle 1882.
Frequente nas terras cultivadas, bordas de caminhos. Fl. de março
a junho. I-Ul.
SIachys L.
[Tubo da eorolla sem annel de pellos no interior. Sect. III. Beíonka Benth.
St. ofjicinalis (L.) Trev.
1
[Tubo da eorolla com um annel de pellos interiormente 1
jBracteolas muito pequenas; planta piloso-hispida Sect. I. Emtachys Briq.
[Bracteolas do comprimento do cálix, villosissimas . . Sccl. II. Eriostomum Briq.
St. Germânica L.
243
Sect. I. Eustacliys Briquet
(Folhas íloraes miicronado-espinescentes ; plantas annuaes 1
(Folhas floraes inermes; planta perennal rhizomatosa St. palustris L.
l Corolla pouco maior que o cálix ; lábio superior inteiro St. arvensis L.
l
iCorolla mais comprida do que o cálix; lábio superior S-fido.
St. Marriibiastrum (Gouan) Briq.
St. arvensis L. Sp. pi. ed. lí, Brot. I, p. 165.
Vulgar nos campos, hortas, searas. Fl. de fevereiro a agosto. I-III.
St. Marrubiaslrum (Gouan) Briq. Les Labiad. des Alpes, p. 252; St.
hirta L. ; Brot. I, p. 165.
Vulgar nas terras cultivadas, caminhos. Fl. de maio a agosto. I.
St. palustris L. Sp. pi. p. 580; Brot. I, p. 164.
Terras paludosas, margens de valias. Fl. de junho a julho. I.
Sect. II. Eiiostomom (Hoíígg. et Link.) Briquet
St. Germânica L. Sp. pi. p. 581.
var. lusitanica (Hoífgg. et Link.) Briq.; St. Germânica Brot. I,
p. 165; Phyt. lusit. p. 78, tab. 109.
Valias, sebes, localidades húmidas. Fl. de abril a agosto. I-II.
Sect. III. Betonica (L.) Briquet
St. officinalis (L.) Trev. Prospet. delia Fl. Engan. p. 26; Betonica
officinalis L. Sp. pi. p. 573; Brot. I, p. 167.
a. genuína.
p. algeriensis (De Not.) P. Cout.
Florestas e mattas. Fl. de maio a agosto. I.
Itallota L.
B. nigra L. Sp. pi. p. 582; Brot. I, p. 167.
Margens de campos, sebes. Fl. de março a outubro. I-IV,
t •
244
4. Salvieae
SalYia L.
ÍTubo da corolla com annel de pellos initeriormente. . Sect. I. Eusphace Benlh.
Subgen. I. Salvia Benth.
Tubo da corolla sem annel de pellos Sect. II. Pletliiosphace Benth.
Subgen. II. Sclarea Benth.
Sect. I. Eusphace Benth. ,
Subgen. I. Salvia Benth.
S. officinalis L. Sp. pi. p. 23; Brot. I, p. 18.
Cultivada e raras vezes subespontanea. Fl. de abril a agosto. I. —
Salva.
Sect. II. Plelhiosphace Benlh.
ff
Subgen. II. Sclarea Benth.
[Cálix pelludo e muito viscoso-glanduloso; achenios subglobosos.
S. sclareoides Brot.
[ Cálix pelludo; pellos longos, nada ou pouco glanduloso; achenios ovóides.
S. verbenaca L.
S. sclareoides Brot. Fl. lusit. I, p. 17; Phyt. lusit. I, p. 3, tab. 2.
Terrenos áridos e principalmente nos calcareos. Fl. de abril a ju-
lho. I.
S. verbenaca L. Sp. pi. p. 25; S. verbenacoides Brot. I, p. 17.
o. subesp. verbenaca Briq. — Folhas crenadas ou sinuoso-cre-
nadas.
p. amplifrons Briq. — Folhas ovado-ellipticas irregularmente
sinuoso-crenadas.
6. subesp. clandesiina Briq. — Folhas pinnato-lobadas ou sub-
pinnatifidas,
c. subesp. mullifida Briq. — Folhas profundamente pinnatifidas
ou pinnatiseccadas.
Caminhos, campos, logares áridos. Fl. cm quasi todo o anno. I,
245
1
5. Satureieae
I Corolla 4-lobada; lóbulos quasi eguaes III. Menthinae.
[Corolla 2-Iabiada 1
1 Estames direitos divergentes 11. Thyminae.
(Estaraes arqueados, achatados na base e aproximaudo-se na parte superior.
I. Melissinae.
I. MellssiBae
l Folhas perfeitamente inteiras Satureja L.
I Folhas serrilhadas Melissa L.
llelissn L.
M. officinalis L. Sp. pi. p. 592; Brot. I, p. 178.
Sitios húmidos e sombrios. Fl. de junho a agosto. I. — Herva
cidreira.
Satureja L.
l Cálix subregular Sect. I. Sabbatia Briq.
Cálix 2-labiado 1
2
'Cymeiras mais ou menos laxas com pequenas bracteolas.
I Sect. II. Calamintha Briq.
[Cymeiras densas rentes 2
1 Cymeiras multifloreas Sect. III. Clinopoãium Briq.
I Cymeiras de poucas flores (por vezes 3) Sect. IV. Acinos Briq.
Sect. I. Sabbatia Briq.
S. Juliana L. Sp. pi. p. 567.
Paredes, logares áridos. Fl. de maio a agosto I.
246
Sect. II. Cãlamintha Briq.
S. Cãlamintha (L.) Schreb. Fl. II, p. 577.
a. silvatica Briq. — Pedúnculos das cymeiras mais ou menos
longos; pedicellos longos.
b. montana (HofFgg. et Link.) P. Cout. — Pedúnculos quasi
nullos.
Logares seccos, nas sebes, caminhos. Fl. de abril a dezembro. I-III.
— Neveola, Herva das azeitonas.
Sect. III. Clinopodium Briq.
S. Clinopodium (L.) Caruel, Fl. ital. p. 135; Clinopodium vulgare L.
Brot. I, p. 179.
Sebes e sitios mais ou menos áridos. Fl. de maio a agosto. I-III.
Sect. IV. Acinos Briq.
S. alpina (L.) Schreb. Fl. II, p. 577; Thymus alpinus L. Sp. pi.
p. 591.
a. granatensis (Bss. et Reut.) Briq. ; Thymus Acinos Brot. I,
p. 176.
Terrenos seccos das regiões altas. Fl. de maio a julho. II-III.
II. Thymlnae
Í Cálix com 10 nervuras, 2-labiado 1
Cálix com 10-13 nervuras, uão labiado Origanum Moench.
[Cálix não comprimido de dorso convexo; lábio superior da corolla emarginado.
Thymus L.
[ Cálix muito comprimido de dorso plano; lábio superior da corolla 2-fido.
Corydothymus Rchb.
247
Orig;aiiiiiii Moench.
O. virens Hoíígg. et Link. Fl. Port. p. 119, tab. 9.
a. genuinum. O. viilgare Brot. I, p. 169; O. vulgare virens
Brot. Phyt. lusit. p. 89, tab. 112. — Espigas oblongas
curtas.
{3. macroslachyum (Hoífgg. et Link.) P. Cout. ; O. macrosta-
chyum Hoíígg. et Link. Fl. Port. p. 120, tab. 10; O. vul-
gare macrostachyum Brot. Phyt. lusit. p. 91, tab. 10. —
Espigas compridas (15-30 mm.) subprismaticas.
Terrenos áridos, sebes. Fl. de junho a setembro. I-III. — Om-
regão.
Coryclotliyiiiiis Rchb.
C. capitatus (L.) Rchb. Icon. Fl. germ. XVIII ; Thymus creticus
Brot. I, p. 174.
CoUinas seccas. Fl. de julho a setembro. I-III. — Ouregão.
Tliyiiius L.
Sect. Serpyllum Benth.
I Folhas planas 1
(Folhas, pelo menos as inferiores, enroladas; lábio superior do cálix 3-denteado.
§ Vulgares Briq.
! Folhas um pouco grossas subenerveas com muitas pontuações glandulosas ; lábio
superior do cálix dividido em 3 lacinias triangulares siibuladas, o inferior em
2 lacinias subuladas, ciliadas § Mastichina Briq.
Folhas coni nervação pronunciada 2
! Lábio superior do cálix oval 3-denteado, os dentes lateraes menores que o médio.
§ Pijperella Briq.
Lábio superior 3-fido, o inferior com 2 lacinias subuladas, ciliadas.
§ Seiyylla Briq.
§ Serpylla Briq.
Th. Serpyllum L. Sp. pi. p. 590.
a. ovatus (Mill.) Briq.; Th. SerpyHum Brot. I, p. 174; Th.
glabralus Hoffgg. et Link. Fl. Port. p. 130, tab. 15;
248
Brot. Phyt. lusit. p. 103, tab. 120. — Verticillastros dis-
postos em espiga,
p. liguslicus Briq. — Verticillastros globoso-capitados.
Terrenos arenosos e áridos. Fl. de junho a agosto. I-IV.
§ Piperella Briq.
Th. caespititius Brot. I, p. 176; Phyt. lusit. I, p. 26, tab. 11.
a. genuinus. — Flores pequenas (6-10 mm.); lábio superior do
cálix levemente 3-denteado.
Terrenos áridos, pinhaes, muros. Fl. de julho a setembro. I-III.
§ Vulgares Briq.
Th. Zygis L. Sp. pi. p. 591.
a. subesp. Zigis P. Cout. — Todos os verticillastros distinctos
formando uma espiga longa interrompida.
6. subesp. silvestris (Hoífgg. et Link.) ; Th. Zygis Brot. T, p.
176; Th. Zygis silvestris Brot. Phyt. lusit. II, p. 105,
tab. 121. — Verticillastros dispostos em espiga curta e
densa.
Terras áridas arenosas, pinhaes. Fl. de março a julho. I-IV.
§ Mastichina Briq.
Th. Mastichina L. Sp. pi. ed. 2.'; Brot. I, p. 176.
Terrenos áridos, pinhaes, caminhos. Fl. de março a agosto. I-III.
III. Menlhinae
Estames 2 Lycopus L.
Estames 4 1
I Cálix 4-denleaclo ; denles côncavos e aristados; achenios obtusos. . . Prcslia Op.
Cálix 5-denteado ; dentes planos ; achenios ovóides Mentha L.
249
Ijycopiisi L.
L. europaeus L. Sp. pi. p. 21; Brot. I, p. li.
Margens de ribeiros, sítios húmidos. Fl. de julho a setembro. I-III.
— Marroio d' agua.
Preslia Op.
P. cervina (L.) Fresen. Syll. pi. 1. c; Ratisb. II, p. 238; Mentha cer-
vina L. Sp. pi. p. 578; Brot. I, p. 172.
Localidades muito húmidas. Fl. de junho a setembro. I-II.
ilentlia L.
í Calix regular de fauce aberta Subgen. I. Menthastrum Coss. et Geran.
(Cálix 2-labiado com a fauce fechada por pellos.
Subgen. II. Pulegium Lani. et DC.
Subgen. I. IMentliastruixi Coss. et Geran.
[Folhas rentes, arredondadas ou oblongo-ellipticas; inflorescencia em espiga.
M. rolundifolia L.
[Folhas pecioladas ovadas ; verticillastros densos 1
1 Verticillastros densos, terminaes ou subterminaes ilí. aquática L.
[Verticillastros dispostos em espiga M. aquática X rotundifolia.
1
M. rotundifolia L. Sp. pi. ed. 2.'; Brot. I, p. 171.
a. glahrescens Tin. Lap. — Caule pouco villoso.
p. bullata Briq. — Caules densamente villosos.
y. craspopoda Briq. — Caules floccoso-villosos.
Margens de rios, sitios muito húmidos. Fl. de maio a outubro.
I-III.
M. aquática L. Sp. pi. p. 576; M. aquática e M. hirsuta Brot. I,
p. 171.
I Largura das folhas maior que metade do comprimento ^
Largura das folhas quasi egual a metade do comprimento. 3. acuta (Op.) H. Br.
(Folhas com serrilha profunda «. capitata (Op.) Briq.
(Folhas com serrilha pouco profunda 2
2
250
[Folhas discolores (de côr mui clara na pagina inferior) mais ou menos obtusas.
p. Broteriana P. Cout.
JFolhas subunicoloreSj glabrescentes na pagina superior, oblusiusculas ou sub-
agudas, brevemente acuminadas ò. acuta (Op.) H. Br.
Margens do rios, de valias, terras muito húmidas. Fl. de julho a
outubro. 1-11.
Subgen. II. F»u.leglu.iia Lam. el DC.
M. puiegium L. Sp. pi. p. 577; Brot. I, p. 172.
(Folhas e caules glabrescentes ; planta esverdinhada a. vulgaris (Mill.).
I Caules densamente tomentosos p. tomentella (Hoíígg. et Link.) P. Cout.
Sitios húmidos, valias, margens de rios. Fl. de junho a agosto.
I-IV.
Subserie Solanineae
[Estamos 5 1
Estames 4 didynamicos 2
[Eslames 2 Lentibulariaceae.
iCorolla regular branca, violácea ou azulada; estames glabros Solanaceae.
1
(Corolla subregular aniarella; estames subeguaes, os .'{ anteriores pelludos.
Subfam. Pseudo-solaneae.
§ Verbasceae.
2
1 Plantas com côr verde Scrophulariaceae.
[Plantas sem côr verde, parasitas Orobanchaceae.
Solanaceae (i)
[ Fructo bacciforme 1
[Fructo capsular 3
(1) J. de Mariz — Bo/. da Soe. Brot., XVII.
251
I Cálix âccrescente ; fructo 5-5 locular I. Nicandrfoe.
1
( Cálix apenas persistente ; fructo 2-locular II. Solaneae. 2
í Corolla cvlindrica # Liciinae.
2
(Corolla rodada; tubo muito curto * Solaninae.
Í Capsula 2-locular ; corolla tubulosa IV. Cestreae.
* Nicotianinae.
~ j Capsula i- locular ; dehisceneia septifraga; corolla campanulada. . III. Datnreae.
'Capsula 2-locular; dehisceneia circumcisa; corolla zygoniorphica.
* Hyosciaminae.
I. Nlcandreae
PBiys»nlis L.
Ph. angulata L. Sp. pi. p. 183; Pli. Alkehengi Brot. I, p. 281.
Vinhaes, terras caicareas. Fl. de julho a outubro. I. — Alquequenje.
II. Solaneae
* Lyciinae
l Arbusto lenhoso espinescente ; corolla pequena Lycium L.
(Planta herbácea; corolla violacea-escura Atropa L.
Ijyciuii] L.
L. europaeum L. Sp. pi. p. 182; Brot. l, p. 284.
Sebes, não longe da costa. Fl. de março a junho. I. — Espinheiro
alvar.
Atropa L.
A. belladona L. Sp. pi. p. 18!.
Subespontanea em sitios sombrios (Bussaco). Fl. de julho a setem-
bro. I. — Belladona.
* Hyoscyaminae
Hyoscyaiuiis L.
I Folhas todas pecioladas H. albus L.
I Folhas superiores rentes ff- ""^W" ^-
252
H. albus L. Sp. pi. p. 180; Brot. I, p. 274.
Muros, terras incultas áridas. Fl. de maio a agosto. I-II. — Mei-
mendro branco.
H. niger L. Sp. pi. p. 179; Brot. I, p. 274.
Caminhos, Jogares áridos. Fl. de maio a agosto. I. — Meimendro
negro.
# Solaniuae
Slolaiiuiii L.
I Plantas inermes 1
Planta espinhosa S. Sodomaiim L.
[Caule lenhoso, glabro ; flores violáceas S. dulcamera L.
1 I Caule herbáceo ; flores brancas ; fructos negros S. nigrum L.
Fructo vermelho a. miniatum Willd.
S. sodomaum L. Sp. pi. p. 187; Brot. I, p. 283.
Terrenos arenosos próximos da costa. Fl. de maio a agosto. I.
S. dulcamera L. Sp. pi. p. 185; Brot. 1, p. 182.
Sebes e terras húmidas e sombrias. Fl. de março a setembro. I. -^
Dulcamára, Doce amarga ou Uva de cão.
S. nigrum L. Sp. pi. p. 186; Brot. I, p. 283.
o. miniatum (Bernh.).
Frequente em terrenos incultos sombrios e húmidos. Fl. de maio a
outubro. I. — Herva moira.
III. Datureae
natura L.
D. Stramonium L. Sp. pi. p. 179; Brot. I, p. 269.
Terrenos cultos e incultos. Fl. de julho a outubro. I. — Estramonio.
IV. Cestreae
* Nicotianinae
Mieoliaiia L.
I Folhas glabras glaucas ; planta lenhosa .' iV. glauca Grah.
Folhas glanduloso-villosas rentes; planta herbácea N. Tabaeum L.
1
253
N. f2[lauca Grah.
Terrenos da beiramar. FI. de abril a setembro. I.
N. Tabacum L. Sp. pi. p. 180.
Cultivada e subespontanea. Fl. de abril a setembro. I.
Scroplmlariaceae (*)
(Flores subreguiares ; estames 4-5 subeguaes I. Pseudo-solaneae.
( Flores zygomorphicas 1
[Gorolla com as divisões posteriores cobertas pelas laleraes no botão.
II. Antirrhinoideae.
[ Gorolla com as divisões posteriores cobrindo as lateraes no botão.
III. Rhinantlioideae.
I. Pseudo-solaneae
[Estames 4 ... Celsia L.
[Estames 5 Verbascum L.
II. Antirrhinoideae
[Tubo da corolla bojudo na base ou prolongado em esporão.
Subtrib. I. Aniirrhineae.
[Tubo da corolla nem bojudo nem esporoado 1
I Inflorescencia cymoso-racemosa Subtrib. II. Cheloneae.
I Inflorescencia racemosa ou flores axillares solitárias... Subtrib. III. Gratiolcae.
III. Rhinanthoideae
l Lóbulos da corolla planos Subtrib. V. Digitaleae.
(Lábio superior da corolla concavo Subtrib. IV. Rhinaníeae.
Celsia L.
C. glandulosa Bouché, Linnaea, t. 5, p. 12.
Terrenos seccos pedregosos, fendas de paredes. Fl. de maio a julho. I.
1
(1) P. Coutinho — Boi da Sue. Brof., XXII.
254
Werbasciiiii L.
ÍAntheras dos estames maiores inseridos nos filetes obliquamente.
Sect. I. Thapsus Benlh. 1
Anlheras todas eguaes reniformes, inseridas transversalmente.
Sect. II. Lyclmitis Benth. 3
í Estames com pellos purpurinos V. virgatum \N'ith.
1
(Estames com pellos brancos ou amarellos 2
iCoroila grande; anlheras pouco decurrentes. . . V. macranthum Hoffgg. et Link.
(CoroUa menor; antheras inseridas muito obliquamente ... V. Linkianum Mariz.
lEstames com pellos purpurinos 4
(Estames com pellos brancos V. pulverulentum Vill.
í Corolla de amarello puro V. sinuatum L.
4
(CoroUa amarella com estrias purpurinas na fauce V. hybridwn Brot.
Sect. I. Thapsus Benth.
V. macranthum HoíFgg. et Link. Fl. Port. p. 215, tab. 27; Brot. Phyt.
lusit. 11, p. 168, tab. 153.
Terrenos incultos, Fl. de maio a agosto. III-IV.
V. virgatum With. Arrang. p. 250; V. blattarioides Lamk., Brot. í,
p. 272; Phyt. lusit. 11, p. 169, tab. 154.
a. lanceolalum Mariz (V. blattarioides líofígg. et Link.). — Fo-
lhas medias e superiores e bracteas ovaes lanceoladas.
Sitios arenosos, estéreis e áridos, vinhas, campos, mattas. Fl. de ju-
nho a setembro. I-III.
V. Linkianum Mariz, Boi. Soe. Brot. XXIII (1907), p. 33; V. Thapsus
Brot. I, p. 270 (parte).
a. simplex Mar. — Flores em espiga simples.
subvar. — ■ Folhas rentes (V. simplex HoíFgg. et Link. ; V.
Henriquesii Lange in litt.).
subvar. — Folhas decurrentes mais ou menos.
^. composilum Mar. — Espiga terminal composta.
y. ramosum Mar. — Caule ramoso, espiga densa, corollas pe-
quenas.
Terrenos incultos pedregosos. Fl. de maio a agosto. I-II,
255
Sect. II. Lychnitis Benth.
V. sinuatum L. Sp. pi. p. 178; Brot. I, p. 270.
Outeiros seccos, terrenos incultos, pedregosos. Fl. de junho a setem-
bro. l-II.
V. pulverulentum Vill. Fl. Delpli. II, p. 490; Brot. I, p. 272.
Terrenos de cascalho, pedregosos, arenosos, férteis, sebes, bordas de
caminhos, margens de ribeiras. Fl. de maio a setembro. I-IV.
V. hybridum Brot. I, p. 270.
Sebes, terrenos pedregosos e sombrios. Fl. de junho a julho. I.
Subtrib. I. Antirrliíneae
l Corolla mascarina 1
iCoroUa labiada Anarrhinum Desf.
ITubo oa corolla bojudo na base ; capsula poricida Antirrhinum L.
Tubo da corolla prolongado em esporão 2
I Flores solitárias ou em pequenas espigas ou raeimo axillar 3
Flores em espiga ou raeimo terminal Linaria Juss.
Folhas palminerveas com longo peciolo Cymbalaria Baumg.
Folhas penninerveas com peciolo curto Elatinoides Wettst.
Cyiiilialaria Baumg.
C. Cymbalaria (L.) Wettst. in Engl. und Prantl. Pflanzenfam. IV, p. 58;
Antirrhinum Cymbalaria L. Sp. pi. p. 612.
Subespontanea em fendas de paredes. Fl. de março a outubro. I.
Elatiuoicles (Chav.) Wettst.
[Pedúnculos glabros mais compridos que as folhas.
(Pedúnculos villosos mais curtos ou pouco mais compridos que as folhas.
E. spuria (L.) Wettst.
(Folhas estreitas lanceolado-hastadas E. cirrhosa (L.) Wettst.
1
Folhas largas ovado-hastadas E. Elatine (Desf.) Wettst.
256
E. spuria (L.) Wetlst. 1. c. ; Antirrhinum spurium L. Sp. pi. p. 613.
» a. genuína Bourgeau PI. d'Esp. et de Port. n.° 1978. — Flores
solitárias axillares.
3. racemiyera (Lge.) P. Cout. — Antirrhinum spurium Brot. I,
p. 188; Phyt. lusit. II, p. 119; Linaria lanígera HoíFgg.
et Link. Fl. Port. p. 231, tab. 34. — Flores na base da
inflorescencia em ramúsculos com pequenas folhas.
Terras cultivadas e incultas, searas. Fl. de julho a outubro. I.
E. cirrhosa (L.) Wettst. 1. c. ; Antirrhinum cirrhosum L. Mant. II,
p. 249; A. Elatine Brot. I, p. 189.
Campos, logares húmidos, sebes. Fl. de abril a outubro, l,
E. Elatine (Desf.) Wettst. 1. c. ; Antirrhinum Elatine L. Sp. pi. p. 612.
Campos e caminhos não longe do littoral. Fl. de junho a agosto. I.
Liiuaria Juss.
Xaules floriferos prostrados ou decumbenles ou diíTusos; sementes marginadas.
Sect. I. Supinae Benth.
[ Caules floriferos erectos 1
1 Flores grandes (35-45 mm.) Sect. III. Grandes Benth.
1 Flores pequenas 2
i
[Flores muito pequenas (3-5 mm.j ; sementes lenticular-marginadas.
a 1 Sect. II. Arvenses Benth.
(Flores de 15-28 mm . . Sect. IV. Versicolores Benth.
Sect. I. Supinae Benth.
I'Corolla de côr mais ou menos amarella 1
Corolla lilacinea ou azulada 3
IAza da semente grossa na margem L. Broiissoneín (Poir.) Chav.
Aza da semente membranosa fina 2
I Disco da semente granuloso L. saxatilis (L.) HoíTgg. et Link.
Disco da semente liso L. supina (L.) Desf.
l Aza da semente grossa na margem L. ameíhystea (Lam.) HoíTgg. et Link.
3
I Aza da semente membranosa fina 4
4
•i57
I Disco da semente granuloso L. d/psa HotTgg. et Link.
(Disco da semente liso L. caesia (Lag.) DC.
L. annelhystea (Lam.) Hoffgg. et Liiik. Fl. Port. p. 251, tab. 47; An-
tirrhinum amethysteum Lam. Dict. IV, p. 353; Brot. I, p. 197;
Phyt. lusit. p. 134, tab. 137.
Terrenos cultivados, searas, e mesmo em terrenos incultos. Fl. de
março a junho. I-II.
L. Broussonetii (Poir.) Chav. Monogr. p. 169; Antirrhinum multi-
punctatum Brot. I, p. 195.
Terras cultivadas e incultas. Fl. de fevereiro a junho. I.
L. saxalilis (L.) Hoffgg. et Link. Fl. Port. p. 239, tab. 40.
a. genuína P. Gout. — Viscido-pilosa ou subglabra; folhas lan-
ceolada» com 6 mm. de largura,
j3. Tournefortii (Poir.) Rouy. — Folhas densas, glutinoso-pilosas,
linear-lanceoladas.
Terrenos seccos, arenosos, muros. Fl. de março a setembro. I-IV.
L. diffusa Hoffgg. et Link. Fl. Port. p. 257, tab. 49; Antirrhinum
diffusum Brot. Phyt. lusit. p. 139, tab. 141.
Terras bravias, campos. Fl. de abril a agosto. I-III.
L. supina (L.) Desf. Fl. Atl. II, p. 44; Antirrhinum supinum L. Sp.
pi. p. 615; Brot. I, p. 194 (em parte).
Terras incultas e áridas. Fl. de março a julho. I.
L. caesia (Lag.) DC. in Chav. Monogr. p. 174.
a. pohjgalae folia (Hoffgg. et Liuk.) P. Cout. — Folhas estreitas
(1-1,5 mm.) de vértice agudo.
3. Broleri (Rouy) P. Cout. — Folhas mais largas (1-2 mm.)
obtusiusculas.
Areaes maritimos. Fl. de março a novembro. I.
Sect. II. Arvenses Benlh.
L. simplex DC. Fl. de Fr. III, p. 588: Antirrhinum arvense, [i. L.
Sp. pi. p. 614. /
Terras incultas, cultivadas e arenosas. Fl. de abril a julho. I-)^
17 XXYI
2o 8
Sect. III. Grandes Benth.
L. triornithophora (L.) Hoífgg. et Link. Fl. Port. p. 244; Antirrhinum
triornithophorum L. Sp. pi. p. 613; Brot. I, p. 198.
Sebes, margens de rios, florestas. Fl. de abril a setembro. I-III.
Sect. IV. Versicolores Benth.
ÍCorolIa aniarella; planta muito ramosa L. spartea (L.) HoíTgg. et Link.
Corolla azulada; estylete grosso na extremidade; estigma chanfrado.
L. saphirina (Brol.) Iloffgg. et Link.
Corolla violácea; estylete não grosso; estigma 2-fido, L. linogrisea HoíTgg. et Link.
L. saphirina (Brot.) HoíFgg. et Link.; Antirrhinum saphirinum Brot. I,
p. 197; Phyt. lusit. p. 133, tab. 136.
Campos, searas. Fl. de maio a setembro. II-IV.
L. linogrisea Hoffgg. et Link. Fl. Port. p. 240, tab. 41; Antirrhinum
linogriseum Brot. Phyt. lusit. p. 131, tab. 13o.
Campos e vinhas. Fl. de fevereiro a julho. I-II.
L. spartea (L.) HoíFgg.- et Link. Fl. Port. p. 233, tab. 36; Antirrhi-
num sparteum L. Sp. pi. p. 1197.
a. typica P. Cout. — Caules estéreis poucos; folhas estreita-
mente lineares. Planta de 15-50 cent.
^. praecox (Hoífgg. et Link.) Lange. — Caules estéreis nume-
rosos; caules férteis pouco ou nada ramosos.
y. expansa Sampaio. — Caules procumbentes; folhas dos caules
estéreis um pouco carnosas.
8. monantha (Hoffgg. et Link.) P. Cout. — Planta de 20-50
cent. quasi sempre ramosissima ; ramos finos; folhas fdi-
formes; pedúnculos em alguns exemplares mais longos do
que nas variedades anteriores.
Vulgar em terrenos muito diversos. Fl. de janeiro a setembro. I-IV.
^iitirrliiiiiiiii L.
ISepalas lineares deseguaes mais compridas que a capsula. Sect. L Orontium Benth.
(Sepalas largas um pouco deseguaes em geral mais curtas que a capsula.
Sect. II. Antiirltinastrum (Lam.) Lge.
rò^j
Sect. I. Orontium Benth.
A. Orontium L. Sp. pi. p. 617.
ar. genuinum. — Corolla mais comprida que o cálix.
3. calycinum (Lam.) Lge.; Antirrhinum calycinum Lamk. Dict.
IV, p. 365; Brot. I, p. 200; Phyt. lusit. p. 117, tab. 167.
— Corolla mais curta que o cálix.
y. abyssinicum Hochst. in DC. Prod. — Subsimples ou ramoso
na base; corolla muito pequena (5-7 mm.).
Terras cultivadas e incultas, searas, etc. Fl. de março a agosto. I-II.
Sect. II. Aalirrhinastrum Ghav.
[ Corolla pequena côr de rosa^ amarellada ou branca 1
I Corollas grandes vermelhas 2
[Sepalas lanceoladas agudas; bossa basilar muito pronunciada; caule glabro na
\ parte inferior e pubeseenle-hirsuto na parte superior.
1 < A. meonanthwn lIolFgg. et Link.
(Sepalas ovaes-obtusas; planta toda glanduloso-pubescente. A. hispanicum Chav.
Folhas ovaes-lanceoladas quasi rentes; pedúnculos em geral mais compridos que
o cálix A. Linkianum Bss. et Reut.
JFolhas lanceoladas ou lanceolado-lineares glabras e pecioladas; pedúnculos mais
curtos que o cálix ou egualando-o A. majus L.
A. meonantbum Hoífgg. et Link. Fl. Port. p. 261, tab. 51; Brot. Phyt.
lusit. p. 115, tab. 126.
Entre rochas, muros. Fl. de maio a agosto. I-III.
A. hispanicum Chav. Monogr. p. 83; Antirrhinum majus, var. flore
luleo Brot. I, p. 199.
•a. genuinum Bourgeau, PI. d'Esp. exsic. n.*' 2286. — Corolla
de 25-30 mm. levemente purpúrea ou amarellada.
3. glabrescens Lge. — Corolla de 20-25 mm. levemente rosada
ou branca; sepalas menos obtusas. Planta de ramos finos
flexuosos.
Entre pedras, paredes. Fl. de junho a setembro. I-III,
• t
260
A. Linkianum Bss. et Reut. Diagn. pi. Orient. Ill, p. 160; A. majus
Brot. I, p. 199 (parte); A. majus iatifolium Brot. Phyt. lusit.
p. 113, tab. 125.
Muros, sitios áridos, sebes e mesmo nas searas, não longe da costa
marítima. Fl. de abril a julho. I-III. — Herva bazerra, Boccas de
lobo.
A. majus L. Sp. pi. p. 617.
a. genuinum. — Folhas lanceoladas ou linear-lanceoladas, pecio-
ladas.
|i. ramosissimum W. in W. et Lange, Prodr. Fl. Hisp. — Planta
robusta muito ramosa ; ramos enrolando-se nos corpos vi-
sinhos.
Muros, rochas, sebes. Fl. de abril a setembro. I.
AuarrBiiiiuiii Desf.
A. bellidifolium (L.) Aschers. ; Antirrhinum bellidifolium L. Sp. pi.
p. 617; Brot. I, p. 198.
Outeiros, pinhaes, caminhos, muros. Fl. de março a agosto. I-III.
Subtrib. II. Clicloiieae
Scropliularia L.
IEstaminodio longo escamoso . Sect. I. Scorodonia Don. 1
Estaminodio linear-l;iiicooIado Sect. II. Tomiophyllum Benth. 4
1
iSepala com margem escariosa estreita S. Herminii HolTgg. et Link.
I Sepala com larga margem escariosa : 2
(Folhas com longo peciolo pinnatiseccadas S. ebulifolia HolTgg. et Link.
2
(Folhas com peciolo curto; caule quadrangular 3
l Caule íistuloso subaiado glabro S. Srorodonia L.
3
( Caule não íistuloso mais ou menos puberulo-hirsuto S. aquática L.
(Planta mais ou menos villwa^ forte; caule simples S. grandipora DC.
4
(Planta glabra multicaule S. canina L.
261
Sect. I. Scorodonia Doii.
S. Herminii Hoffgí;. et Link. Fl. Port. p. 266, tab. 53; Brot. Phyt.
lusit. II, p. 158, tab. 48.
a. genuína. — Folhas pouco mais compridas do que largas.
3. fíourgeana (Lge.) P. Cout. — Folhas 2 ou 3 vezes mais com-
pridas do que largas.
Regiões montanhosas (Serra da Estrella). Fl. de junho a agosto.
IV-V.
S. Scorodonia L. Sp. pi. p. 620; Brot. I, p. 201.
Frequente nos sitios húmidos. Fl. de março a setembro. I-IV.
S. aquática L. Sp. pi. p. 620.
a. glabra. S. aquática Brot. í, p. 201; S. auriculala Brot. I,
p. 261; S. trifoliata HoíTgg. et Link. — Folhas glabras e
sem auriculas ou auriculadas na base.
^. pubescens Cíirud. — Folhas pubescentes na pagina inferior,
auriculadas na base e por vezes 3-5 pinnatiseccadas.
Proximidades d'agua. Fl. de abril a setembro. I-III. — Herva das
escaldadellas.
S. ebulifolia Hoífgg. et Link. Fl. Port. p. 270; S. sublyrata Brot. Phyt.
lusit. p. 156, t. 147.
a. genuina. — Folhas todas pinnatiseccadas lyradas; segmento
terminal comprido subovado.
p. Schoushoei (Lge.) P. Cout. — Folhas superiores e floraes
indivisas, todas as outras pinnatiseccadas lyradas; segmento
terminal grande ovado arredondado.
y. Schmilzii (Rouy) P. Cout. — Todas as folhas indivisas.
Região littoral e montanhosa. Fl. de maio a julho. I-IV.
Sect. II. Tomiophyllum Benth.
S. grandiílora DC. Cat. II. Monsp. p. 143; S. sambucifolia Hoíígg. et
Link.
Frequente em localidades diversas. Fl. de fevereiro a julho. I.
262
S. canina L. Sp. pi. p. 621.
a. genuína. — Folhas pinnatiseccadas ou pinnatifidas ; segmentos
pinnatifidos ou denteados.
(3. pinnatífida (Brot.) Bss.; S. pinnatifida Brot. I, p. 202. —
Folhos subpinnatifidas ou pinnatilobadas.
y. Baeiica Bss.; S. frutescens, var. Brot. I, p. 202. — Fdhas
ovado-lanceoladas subagudas muitas vezes serrilhadas.
í. frutescens (L.) Bss.; S. frutescens L. Brot. I, p. 201. —
Folhas ovado-cunheadas ou subarredondadas ou quasi in-
teiras.
Bordas de caminhos, regiões montanhosas e marítimas. Fl. de abril
a agosto. I-III.
Subtrib. III. tiratioleae
Graiiola L.
Tlantaglaberrima; caule tctragono; folhas lanceoladas ou sublineares 2-5-nervea8
denticuladas ou subintegras G. officinalis L.
I Planta pubescente pelo menos na extremidade e nos pedúnculos; caule cylindrico;
folhas lineares sem nervura ou quasi G. linifolia Vahl.
G. officinalis L. Sp. pi. p. 17.
Sities pantanosos, margens de correntes d'agua. Fl. de maio a agosto.
I. — Graciosa.
G. linifolia Vahl. Enum. plant. I, p. 89.
Sitios pantanosos, margens de correntes d'agua. Fl. de junho a setem-
bro. I. — Graciosa.
Subtrib. IV. Rliinaudieae
[Corolla quasi regular; tubo muito curto ou tuboloso-campanulada.
Subtrib. Digitaleae. 1
[ Corolla perfeitamente 2-labiâda Subtrib. Rhinantheae. 3
[Estamefi 4 2
(Estames 2 Verónica L.
[Corolla tuboloso-campanulada; limbo desegualmente 4-lobado Digitalis L.
(Corolla rodada 5-lob;ida; lubo muito curto Sibthorpia L.
1
2
263
(Folhas pennatiseccadas Pcdicularis L.
(Folhas inteiras denteadas ou um pouco divididas 4
( Calix 4-denteado 5
( Calix 5-denteado 7
5
Calix ventricoso-coinprimido Rhinanthiis L.
Calix não ventricoso 6
Sementes delicadamente estriadas Parentusella Viv.
6 {Sementes sulcadas longitudinalmente Bellardia AU.
Sementes sulcadas e aladas. Bartsia L.
I Loculos do ovário 1-2-ovulados Melampyrum L.
I Loculos com mais de 2 sementes 8
(Loculos das aulheras com appendices eguaes Odontites L.
(Loculos das antheras com appendices deseguaes Euphrasia L.
Subtrib. V. Dig^ítaleac
i^ililhorpía L.
S. europaea L. Sp. pi. p. 631; Brot. I, p. 203.
Visinhanças d'agua, sebes, muros. Fl. de junho a agosto. I-IV.
Weroiiíca L.
! Flores solitárias na axilla de folhas eguaes ás do caule; sementes cymbiformes.
Sect. IV. Omphalospora Bess.
, Flores em cacho ; sementes comprimidas 1
1 Inflorescencia terminal Sect. III. Veronicastnim Benth.
( Inflorescencia axillar ; capsula loculicida 2
/Valvas por fim 2-partidas e separando-se ambas ou uma da columna placentaria.
a 1 Sect. i. Beccabunija Griseb.
(Valvas intimamente ligadas á colunma placentaria. Sect. II. Chamaedrys Griseb.
264
Sect. I. Beccabunga Griseb.
f v/ihas carnosas pecioladas obtusas; capsula oval V. Beccabunga L.
Folhas pouco carnosas, rentes e amplexicaules; capsula obovada. V. Anagallis L.
V. Beccabunga L. Sp. pi. p. 12; Brot. I, p. 13.
Sitios húmidos, fontes, ribeiras. FI. de maio a julho. I-II. — Beccabunga.
V. Anagallis L. Sp. pi. p. 12; HoflFgg. et Link. Fl. Port. p. 290.
a. genuína. — Capsula suborbicular, levemente chanfrada, um
pouco mais curta que o ovário. Planta glabra.
[3. transiens Rouy; V. Anagallis Brot. I, p. 13. — Capsula ovada
ou piriforme.
y. anagaUoides (Guss.) Bertol. — Capsula menor elliptica obtusa
não chanfrada.
Sitios húmidos, proximidades de fontes, ribeiras. Fl. de abril a setem-
bro. I-IV.
Sect. II. Cliamaedrjs Griseb.
IRacinios mulliflores e pedúnculo firme 1
Racimos com poucas flores; pedúnculo fino V. scutellata L.
[Folhas inteiras ou dentes pequenos 2
JFolhas com dentes grandes mais ou menos pubescentes; pedicellos mais curtos
que o cálix. Planta muito pelluda F. officinalis L.
[Pedicellos mais longos que o cálix e bractea ; coroUa mais comprida qne o cálix.
V. Chamaeãrys L.
[Pedicellos muito mais curtos que o cálix e bractea; corolla mais curta que o cálix.
V. micrantha IIoíTgg. et Link.
'S8-
V. scutellata L. Sp. pi. p. 12; Brot. II, addenda, p. 421.
Terrenos húmidos, visinhanças de rios. Fl. de junho a julho. I-III.
V. officinalis L. Sp. pi. p. 1 1 ; Brot. I, p. 12.
^. Tourn p for tii Uchh. — Planta pequena; folhas arredondadas;
dores menos coradas.
Florestas e silios montanhosos. Fl. de maio a setembro. I-IV.
265
V. Charaaedrys L. Sp. pi. p. 13; Brot. I, p. 14.
Sitios húmidos, FI. de abril a junho. I.
V. micrantha Hoffgg. et Link. FI. Port. p. 286, tab. 57.
Sitios um pouco húmidos e sombrios. FI. de maio a agosto. I-III.
Sect. III. Veronicastrum Beuth.
[ Pedicellos mais compridos que o cálix . . 1
( Pedicellos mais curtos que o cálix 2
I Caules radicantes ; píanla perennal V. sevpylli folia L.
Caules não radicantes; plantas annuaes V. acinifolia L.
(Planta glabra, brevemente puberula na extremidade V. peregrina L.
2
(Planta com duas linhas de pellos no caule V. arvensis l,.
V. arvensis L. Sp. pi. p. 13; Brot. I, p. 14.
Campos, hortas, searas, muros. FI. de março a agosto. I-IV.
V. peregrina L. Sp. pi. p. 14.
Caminhos, muros, terras cultivadas. FI. de março a maio. I.
V. serpyllifolia L. Sp. pi. p. 12; Brot. I, p. 13.
et. genuína. — Folhas ovadas ou ovado-subarredondadas.
p. mimmiilarioides (Lee. et Lamoth) Bor. — Folhas arredon-
dadas.
Sitios húmidos, prados, sebes. FI. de abril a agosto. I-IV.
V. acinifolia L. Sp. pi. II.
Sitios húmidos, muros. FI. de março a junho. I.
Sect. IV. Ompbalospora Bess.
Folhas lobadas ou digitadas 1
Folhas mais ou menos digitadas 2
Folhas digitadas ; flores de côr azul viva V. íriphyUos L.
Folhas lobadas; flores de côr azul pallida; capsula glabra ... V. hederaefolia L.
Pedicellos fructiferos mais compridos que as folhas V. pérsica Poir.
Pedicellos pouco maiores que as folhas; caule prostrado V. agrestis L.
1
2
266
V. hederaefolia L. Sp. pi. p. 13; Brot. I, p. 14.
Campos, muros, searas. Fl. de fevereiro a julho. I-II.
V. agrestis L. Sp. pi. p. 13; Brot. I, p. 14 (em parte).
a. typica Fiori et Beg. — Sepalas ovaes-lanceoladas, ordinaria-
mente obtusas, quasi sem nervuras; corolla de azul-pallido.
^. didijma (Tenor.) Fiori et Beg.; V. polita Fr. — Sepalas ovaes
geralmente agudas e com nervuras bem distinctas; corolla
de azul vivo.
Campos, muros. Fl. de fevereiro a julho. I.
V. pérsica Poir. Dict. Ene. VIII, p. 542.
Sitios húmidos. Fl. de fevereiro a agosto. I.
V. triphyllos L. Sp. pi. p. 14; Brot. I, p. 14.
Campos, jardins, searas. Fl. de fevereiro a março. I.
Dijíitalís» L.
i
1
l Capsula egual ou pouco mais longa que o cálix
(Capsula mais comprida que o cálix; folhas caulinares decurrentes. D. Thapsi L.
i Limbo das folhas radicaes terminando abruptamente no peciolo; corolla grande.
I D. purpúrea L.
(Limbo das folhas radicaes diminuindo successivamente para o peciolo.
D. nevadensis Kze.
D. purpúrea L. Sp. pi. p. 621; Brot. I, p. 200.
p. longebracteata Henriq. — Bracteas duplo, triplo ou ainda mais
longa que o pedicello.
■y. tomentosa (Hoffgg. et Link.) Brot. Phyt. lusit. p. 159, tab.
149. — Planta mais pubescente que o typo.
Sebes, sitios sombrios e um pouco húmidos. Fl. de abril a setembro.
I-IV. — Dedaleira.
D. nevadensis Kze. Chlor. n.** 306.
Begiòes mais altas da Serra da Estrella, Covão das Vaccas, Cântaro
Magro. Fl. em agosto. V.
D. Thapsi L. Sp. pi. ed. H; Brot. I, p. 200.
Montanhas, margens de rios. Fl. de maio a agosto. I-IV.
llelaiiipyniiu L.
M. praiense L. Sp. pi. p. 605; Brot, I, p. 187.
Mattas e sitios sombrios. Fl. de maio a setembro. I-III.
267
Pareutucellia Viv.
ICorolla de côr amarella P. viscosa (L.) Caruel.
Corolla de côr purpúrea ou branca P. lati folia (L.) Caruel.
P. viscosa (L.) Caruel, Fl. Ital. p. 482; Bartsia viscosa L. Sp. pi. p.
602; Rhinanlhus viscosus Brot. I, p. 187.
Sitios húmidos. Fl. de março a julho. I-IV.
P. latifolia (L.) Caruel, I. c. ; Euphrasia latifolia L. Sp. pi. p. 604;
Brot. I, p. 184.
Sitios seccos e arredondados. Fl. de março a junho. I-II.
Odoutites Pers.
O. tenuifolia (Pers.) G. Don. Gen. Syst. IV, p. 611; Euphrasia linifolia
Brot. I, p. 185; Euphrasia tenuifolia Pers. Syn. PI. II, p. 150;
Brot. Phyt. lusit. p. 111, tab. 124.
Mattagaes, mattas, terrenos arenosos maritimos. Fl. de junho a ou-
tubro. I-III.
Oartsia L.
B. áspera (Brot.) Lge. in Willk. et Lange, Prodr. II, p. 614; Euphrasia
áspera Brot. I, p. 185.
Mattagaes, logares pedregosos e seccos. Fl. de junho a outubro. I.
Bellardia AU.
B. Trixago (L.) Ali. Fl. Ped. p. 61; Bartsia Trixago L. Sp. pi. p. 602;
Brot. I, p. 186; Phyt. lusit. II, p. 154, tab. 58.
a. lulea. — Corolla amarella.
^.versicolor (Rhinanthus versicolor Willd. ; Brot. I, p. 186;
Phyt. lusit. I, p. 32, tab. 14). — Corolla branca com ou
sem o lábio superior roseo-purpurescente.
Collinas, pinhaes, terrenos arenosos. Fl. de abril a julho. I-III.
Peclioularis L.
P. silvatica L. Sp. pi. p. 607; Brot. I, p. 188.
a. genuína. — Planta de côr verde pallida, lloriíera quasi desde
a base do caule central; lábio superior tendo d'um e outro
lado da extremidade dois denticules bastante longos e um
pouco dobrados.
268
p. lusitanica. — Planta de cor verde escura, florifera quasi sem-
pre só na parte superior do caule central ; denliculos do
lábio superior mais curtos e direitos.
Prados, sitios húmidos, terrenos arenosos. Fl. de maio a julho. a. IV.
^. I-II.
Orobancliaceae (i)
Oroliaiiclie L.
[Flores acompanhadas de 3 bracteas Sect. I. Trionychon Wall 1
( Flores acompanhadas de uma única bractea Sect. II. Osproleon Wall. 3
í Antheras glabras 0. nana Noé.
1
(Antheras muito villosas 2
1 Corolla de 15-21 mm O. trichocalyx Beek.
2
( Corolla de 24-36 mm 0. arenaria Borkh.
ÍFlôr pequena (10-20 mm.); corolla em tubo estreito III. Minores. 5
^ i
(Flor grande; corolla amplamente campanulada 4
1 Linha dorsal curva desde a base até ao lábio superior I. Arcuatae. 8
4 \
Linha dorsal direita no meio II. Cruentae. 9
Corolla apertada na extremidade do tubo 6
( Corolla não apertada 7
I Corolla branco-amarellada glabra interiormente 0. Hedcrae Dubv.
Corolla violácea glanduloso-pilosa O. minor Sutt.
o
7
[Caule delgado de 15-45 cm. estriado, não muito grosso na base e em geral glan-
duloso-piloso O. amethystea f huil.
I Caule grosso firme de 16-60 cm. amarellado e mais ou menos violáceo na base
e ahi muito escamoso O. mauritanica Beck.
I Filetes longamente pelludos abaixo das antheras; estylete mais ou menos glan-
duloso-piloso ....'. 0. major Smith.
Filetes glabros ou com poucos pellos; estylete glabro ou parcamente glanduloso.
O. insólita Guimarães.
(1) J. d*A. Guimarães — Orobancns — Brnteria, III (1904).
269
l Corolla atro-purpurea O. foetida Poir.
9
(Corolla amarellada com veios violáceos 0. gracUis Smith.
Sect. I. Trionychon Wall.
O. nana No(i in Reich. Herb. norm. n." 1352; Beck. Monopr. d. Gatt.
Orobanche, p. 9í; O. ramosa Brot. I, p. 183 (parte); Pbyt. lusit.
II, p. 152, tab. 145.
Terrenos arenosos, parasita sobre plantas diversas. Fl. de abril a ju-
nho. I.
O. trichocalyx Beck. I. c. p. 107.
Parasita sobre o Pleris aquilina? Fl. de abril a junho. I.
O. arenaria Borkh. Beitrâge zur Dent. Fl. in Romer's Neuen Magar.
f. Bot. I, p. 6.
Areaes maritimos, parasita especialmente na Arlcmisia crilhmifolia
L. Fl. de maio a junho. I.
. Sect. II. Osproleon Wall.
I. Arcuatae
O. major Smith, Engl. Brot. tab. 421.
Mattos, parasita das leguminosas do grupo das Genisteas e por vezes
nos Cistus. Fl. de abril a agosto. I.
O. insólita Guimarães in Orobancas, p. 91, est. XII.
Parasita no Erynyiurn campestre. Fl. em junho. I.
II. Cruentae
O. gracilis Smith in Trans. of. the Linn. Soe. IV, p. 172.
Mattos, parasita nas leguminosas e cistaceas. Fl. de fevereiro a ju-
lho. I.
O. foetida Poir. Voy. en Berb. Itin. II, p. 195; O. foetida lusitanica
Brot. Phyt. lusit. 11, p. 149, tab. l4o; O. barbala atro-purpurea
Brot. I, p. 183.
Terras cultivadas ou incultas, parasita nas leguminosas herbáceas.
Fl. de abril a maio. I.
â70
III. Minores
O. amelhystea Thuill. Fl. de Paris, ed. II, 1.**, p. 317.
Sebes, sitios sonil)rios e arrelvados. Fl. de maio a junho. I-II.
O. mauritanica Beck. 1. c. p. 233.
Terras cultivadas, arrelvados. Fl. de abril a junho. I.
O. minor Sutton, Trans. of Linn. Soe. IV, p. 179.
Collinas, prados e sebes. Fl. de abril a junho. I.
O. Hederae Duby in Bot. Gallic. I, p. 352.
Sebes, proximidades de regatos, parasita da Hedera Helix. Fl. de
abril a agosto. I.
Lentibulariaceae
1 Folhas inteiras ; plantas terrestres Pinguicula L.
(Folhas pinnato-filiformes; planta aquática Utricularia L.
l*iii^iiioiila L.
P, lusitanica L. Sp. pi. p. 17; Brot. I, p. 15.
Sitios bastante húmidos. Fl. de maio a junho. I.
Utricularia L.
[Planta ramosa; folhas niultifidas; lacinias lineares; flores amarellas grandes.
U. vutgaris L.
) Planta pequena, ramosa; folhas pennadas; foliolos poucos, filiformes; flores pe-
quenas U. exoleta R. Br.
U. vulgaris L. Sp. pi. p. 18; Brot. I, p. 16.
Pântanos, arrozaes. Fl. de maio a julho. I.
U. exoleta R. Br. Prodr. Nov. Holl. p. 430.
Pântanos. Pinhal do Urso. Fl. de maio a julho. I.
Acanthaceae
i%caiitiiiis L.
A. mollis L. Sp. pi. p. 939; Brot. I, p. 182.
Sitios sombrios e húmidos. Fl. de março a julho. I.
271
Serie Plantaginales (1)
Plantaginaceae
(Flores unisexuaes isoladas; fructo indehiscente Lilíorella L.
(Flores hermaphroditas em espiga; fructo dehiscente Ptantago L.
Ijittorella L.
L. lacustris L. Mant. II, p. 295; Plantago uniflora L. Sp. pi. p. 115.
Terrenos arenosos mais ou menos húmidos. Fl. de maio a julho. I.
Plantago L.
[Caule ramoso; folhas lineares Sect. I. Psilliiim Tournf.
PI. Psillium L.
[Plantas acaules 1
1 Capsula com 2 ou 4 sementes 2
(Capsula com muitas sementes Sect. V. Polynevron Dcn.
1 Folhas largas e compridas 3
2
(Folhas estreitas inteiras ou mais ou menos divididas. Sect. IV. Coronopus Tournf.
1
3
iSepalas anteriores ligadas; folhas com 3-5 nervuras. Sect. II. Arnogloss-um Dcn.
[Sepalas livres; folhas com 3 nervuras Sect. III. Leucopsyliium Dcn.
Sect. I. Psillium Tournf.
Planta glanduloso-pubescente PI. Psillium L.
Sect. II. Arnoglossum Deu.
ilnflorescencia com pellos longos PI. Lagopus L.
[ ' *
[infloseseencia glabra ou quasi — PI. lanceolata L.
(1) J. A. EenviqVies — Ptaniaginaceae — Boi. da Soe. Brot. XIV (1897), p. 67.
272
Sect. III. leucopsjilium Dcd.
*
Folhas linear-Ianceoladas pubesceutes; espiga compacta curta. Pt. Bellardi Ali.
Sect. IV. Coronopus Tournf.
Capsula com 2 sementes estreitas e lougas, 3-quetras ou semicylindricas 1
) Capsula com i sementes (ou 2 por atrophia); folhas planas com recortes mais ou
menos profundos 2
(Folhas linear-Ianceoladas planas 3-nerveas . PI. alpina L.
(Folhas linear-filiformes mais ou menos rijas PI. carinata Schrad.
[Folhas oblongo-lanceoladas mais ou menos serrilhadas PI. serraria L.
2
(Folhas espatuladas ou lineares 3
! Folhas espatuladas mais ou menos denteadas e densamente pelludas.
PI. macrorrhiza Poir.
Folhas linear-Ianceoladas quasi pinnatifidas PI. Coronopus L.
Sect. V. PoIjDeiirou Dcn.
Folhas largamente ovaes 3-7-nerveas PI. major L.
Sect. I. Psyllium Tournf.
PI. Psillium L. Sp. pi. p. 115; Brot. 1, p. 158.
[3. dentifolia Willk. — Folhas mais ou menos denteadas.
Terrenos arenosos, searas, muros. Fl. de março a julho. I-TI.
Sect. II. Arnoglossum Dcn.
PI. Lagopus L. Sp. pi. p. 114; Brot. I, p. Í56. — Orelha de lebre.
p. major Bss. ; PI. lusitanica Willd. Sp. I, p. 644; Brot. 1,
p. 156. — Planta de maiores dimensões, por vezes cau-
273
lescente; folhas com longo peciolo, 5-7-nerveas. — Tan-
chagem do reino, Língua de ovelha.
Terrenos incultos arenosos e mais ou menos estéreis. Fl. de abril a
junho. I-III.
PI. lanceolata L. Sp. pi. p. 113; Brot. l, p. 156.
p. eriophylla Dcn. ; PI. eriophylla Hoíígg. et Link. Fl. Port. I,
p. 423; PI. argêntea Brot. I, p. 156. — Folhas lanuginosas.
y. capiíala Dcn. — Folhas lineares ou linear-lanceoladas, fel-
pudas na base.
Sitios húmidos em geral. Fl. de abril a julho. l-III. — Tanchagem
menor ou das boticas.
Sect. III. Leucopsjlllum Dcn.
PI. Bellardi Ali. Fl. Pedem. í, p. 82; Brot. I, p. 157; PI. tenuis
Hoffgg. et Link. Fl. Port. I, p. 426.
Terrenos arenosos seccos e nas margens de campos; Fl. de março
a julho. I-II.
Sect. IV. Corouopus Touriif.
PI. alpina L. Sp. pi. p. 114; PI. subulata Brot. I, p. 157 (parte).
Regiões mais altas (Serra da Estrella). Fl. de julho a agosto. V.
PI. carinata Schrad. Cat. h. Gott.
p. depauperata Gr. et Godr. ; PI. subulata Brot. (parte). —
Planta menor que a espécie; folhas mais curtas obtusas;
bracteas móis curtas que o cálix.
Regiões altas (Serra da Estrella). Fl. de julho a agosto. V.
PI. serraria L. Sp. ed. X, n.*^ 11; Brot. I, p. 157.
p. hispânica Dcn. — Folhas semi-pinnatifidas.
Terrenos arenosos incultos. Fl. de maio a julho. I.
PI. macrorrhiza Poir. Voy. 11, p. 154; PI. coronopifolia Brot. í, p. 157
(parte).
Terras áridas da beiramar. Fl. de março a agosto. I.
PI. Coronopus L. Sp. pi. p. 1 1 5 ; PI. Coronopifolia Brot. I, p. 1 57 (parte).
?. Idlifolia DC. Fl. fr. (PI. ceratophylla Hoíígg. et Link. Fr. 6).
Terras incultas, áridas. Fl. de março a agosto, l. — Guiabelha.
18 wvi
274
Sect. V. Polynenron Dcn.
PI. major L. Sp. pi. p. 112; Brot. í, p. 151.
Terras cultivadas, proximidades d'agua, margens de caminhos. Fl.
de março a julho. I.
Serie Rabiales
Rubiaceae (i)
§ Galieae
Fructo carnoso Rubia L.
Fructo secco 1
l Fructos sem appendices na parte superior . . ; 2
1
(Fructos com 3-6 appendices na parte superior 4
I Flores em espiga com 2-3 bracleas na base Crucianclld L.
Flores não em espiga 3
ITubo da coroUa muito curto; fructo 2-spermico Galmm L.
Tubo da corolla infundibuliforme ou campanulado Asperula L.
( Fructos com 3 appendices espinhosos Vaillantia L.
4
I Fructos com 6 dentes Sherardia L.
Slierarclia L.
S. arvensis L. Sp. pi. p. 102; Brot. I, p. 152.
Campos cultivados, mnros, caminhos. Fl. de fevereiro a maio. I-II.
Cruciauclla L.
I Planta herbácea ; folhas lineares C. angnsli folia L.
Planta subfrutescente ; folhas coriaccas de margem carlilaginea. C. marítima L.
(1) P. Coutinho — As Rubiaceas de Portugal — Boi. da Soe. Brot. XVII (1900), p, 7.
275
C. angiistifolia L. Sp. pi. p. 109; Brot. I, p. 15o.
Terras seccas incultas, pinhaes. Fl. de maio a jiillio. Í-IH.
C. maritimiim L. Sp. pi. p. 190.
Terrenos arenosos da cosia maritintia. Fl. de maio a setembro. I.
i%si9eriiB!a L.
A. arvensis L. Sp. pi. p. 103; Brot. I, p. 132.
Terras cultivadas, nas cearas. Fl. de abril a junho. l.
Ci^aBiiiMi L.
[piolhas 3-nerveas 1
(Folhas 1-nerveas 2
(Flores amarellas polyganiicas Scct. IV. Cruciata Kocti.
1
(Flores Ijrancas hermaphroditas Sect. III. Ptatygalium DG.
I Plantas perennaes 3
Plantas annuaes 4
/Inflorescencia em panlcula de pedúnculos curtos; caule liso.
Q ) Sect. I. Eugalium Koch.
(infloresceDcia em panicula de pedúnculos longos; caule aculeado.
Sect. II. Trachigalium K. Sch.
(Inflorescencia em panicula ou cvmeira de muitas flores. Sect. V. Aparine Koch.
4
(Flores axillares em pedúnculos 1-floreos ou de poucas flores.
Sect. VI. Pseudo-vaillantia Lange.
Sect. I. Eugalium Koch.
I Caules robustos direitos ; panicula pyramidal direita 1
( Caules prostrados ; paniculas curtas G. saxatile L.
(Flores de amarello vivo G. verum L.
[Flores amarelladas G. Mollugo L.
Sect. II. Trachigalium K. Sch.
[Folhas eííuaes em cada verticillio, mucronadas, com aculeos nas margens volta-
das para a base G. Elodes HoíTgg. et Link.
Folhas desesuaes obtusas 1
1
■'O
t •
1
276
[Folhas ovado ou oblongo-lineares ; panicula laxa; fructos rugulosos,
1 G. palustre L.
(Folhas lineares; panicula mais compacta; fruelo tuberculoso... G. dehile Desv.
Sect. III. rialygaliuin DC.
[Panicula laxa paucidora; folhas orbiculares; fructos hispidos.
G. rolundifolium L.
[Panicula corymboso-densiflora; folhas ovado-ellipticas; fructos tuberculosos.
G. Broterianum HoíTgg. et Link.
Sect. IV. Cruciala Koch.
[Pedúnculos com bracteas foliaceas G. cruciata Scop.
/Pedúnculos sem bracteas; caule mais ou menos hispido, ou subglabro ou esca-
bro 1
[Caule duro, ramoso; folhas lineares, verdes, negras depois de seccas.
\ G. vernnm Scop.
1 <
i Caule escabro, simples; folhas elliptico-ovaes, amarelladas, muito mais curtas que
( os entrenós G. pedemontanum Ali.
Sect. V. Aparine Koch.
I Pedúnculos fructiferos reflectidos | Comptaparine K. Sch.
Pedúnculos fructiferos direitos 1
I Flores brancas § Leucaparinc Bss.
G. Aparine L.
Flores amarellas § Xanthaparine Bss.
G. parisiense L.
Sect. VI. Pseudo-vaillanlia Lange
I Flores polygamicas, a do centro feminina; pedúnculos fructiferos com um só fru-
cto verrucoso G. saccliaratum Ali.
Flores hermaphroditas; pedúnculos com 2-3 fructos G. tricorne With.
Sect. I. Eiiyalium Koch.
G. saxatile L. Sp. pi. p. 106; G. hircinum Brot. I, p. 149.
Muros, terrenos húmidos. Fl. de maio a agosto. I-V.
277
G. verum L. Sp. pi. p. 107; Brot. I, p. 150.
Muros, sebes, collinas. Fl. de junho a agosto. I-IV.
G. Moilugo L. Sp. pi. p. 107; Brot. l, p. 151.
Sebes, muros, prados, etc. Fl. de maio a agosto. Í-IV. — Solda branca.
Sect. II. Tracliigaliirm K. Sch.
G. Elodes Iloffgg. et Link. Fl. Port. p. 47; G. uliginosum Brot. I, p. 150.
Margens de ribeiros, sebes, florestas. Fl. de abril a julho. I-III.
G. palustre L. Sp. pi. p. 105; Brot. I, p. 149.
Logares húmidos. Fl. de maio a agosto. I-III.
G. debile Desv. PI. d'Anjou.
Logares húmidos. Fl. de junho a julho. I-II.
Sect. III. Piatigaliuni DC.
G. rotundifoHum L. Sp. pi. p. 157; Brot. I, p. 151.
Regiões altas (Serra da Ettrella). Fl. de maio a junho. IV-V.
G. Broterianum Bss. et Reut. Diagn. pi. Hisp. p. 15; G. rubioides
Brot. I, p. 148.
Logares húmidos. Fl. de maio a agosto. I-IV.
Sect. IV. Criiciata Koch.
G. cruciata Scop. ¥\. Carn. I, p. 100; Vaillantia cruciata L. Sp. pi.
p. 1052; Brot. I, p. 207.
Sítios sombrios e húmidos. Fl. de março a agosto. I.
G. vernum Scop. 1. c. p. 99, tab. 2.
Terrenos seccos e altos. Fl. de abril a julho. I-III.
G. pedemontanum Ali. Fl. Ped. p. 2.
Fendas de rochas e sitios arrelvados das montanhas. Fl. de maio a
junho. III-IV.
Sect. V. Aparlne Koch.
§ Comptaparine K. Sch.
G. saccharatum Ali. Fl. Ped. p. 9; Vaillantia Aparine L. Sp. pi. p.
1051; Brot. I, p. 207.
Sebes e muros. Fl. de janeiro a maio. I.
278
G. tricorne Witli. Brit, ed. 11, p. 153; G. spurium Brot. I, p. 150.
Campos, searas. Fl. de abril a maio. I.
I Leucaparine Bss.
G. Aparine L. Sp. pi. p. 157; Brot. I, p. 151.
Sebes, campos cultivados, sitios áridos. Fl. de março a junho. I. —
Amor de horlelão, Pegamaço.
§ Xanthaparine Bss.
G. parisiense L. Sp. pi. p. 157.
a. leiocarpum Tausch. — Fructo glabro.
p. lasiocarpiim Tausch. — Fructo glochidiado-hispido.
y. decipiens Jord. — Planta em tudo maior que a var. antecedente.
Sitios áridos. Fl. de abril a julho. l-ll.
Sect. VI. Pseudo-vaillantia Lange
G. murale Ali. Fl. Ped. I, p. 8, tab. 77, fig. 1 ; Sherardia muralis L
Sp. pi. p. 103; Brot. I, p. 153.
Sitios seccos, muros. Fl. de março a junho. I.
Waillaiiiía DC.
V. muralis L. Sp. pi. p. 1051; Brot. I, p. 207.
Terrenos seccos, muros. Fl. de março a maio. I.
Oaprifoliaceae (i)
(Flores regulares rodadas ; tubo muito curto 1
(Flores zygomorpliicas ; tubo lougo III. Lonicirae.
[ Folhas compostas ; antheras extiorsas 1. Sambiiceae.
(Folhas inteiras; antheras introi"sas II. Viburneae.
(1) J. de Mariz — Boi. da Soe. Brot., XVIII.
279
I. Sambuceae
í Planta lenhosa s. nigra L.
(Planta herbácea S. Ebulus L.
II. Viburneae
l Folhas caducas palmatilobadas V. Opulus L.
(Folhas permanentes coriaceas penninervadas V. Tinus L.
III. Lonlcerae
I Folhas superiores ligadas pela base 1
Folhas todas livres; corolla pubescente glandulosa L. Periclymenum L.
l Inflorescencia terminal rente L. imvlexa Ait.
( Inflorescencia terminal pedunculada L. etrusca Santi.
I. Sambuceae
Saiiiliiieiisi L.
S. Ebulus L. Sp. pi. p. 269; Brot. I, p. 474.
Terrenos húmidos e sombrios. Fl. de junho a julho. I-IIl. — Engos,
Ebulo ou Sabugueirinho.
S. nigra L. Sp. pi. p. 269; Brot. I, p. 474.
Sebes, margens de caminhos, proximidades d'agua. Fl. de abril a
maio. I. — Sabugueiro.
II. Ylburneae
lihuruuiii L.
V. Opulus L. Sp. pi. p. 268; Brot. I, p. 474.
p. roseutn R. et S. Syst. VI, p. 635; V. roseum L. Brot. I,
p. 474. — Cymeira globosa; flores estéreis; corolla branca
grande.
Sitios húmidos, sebes. Fl. em junho. I. — Novellos, Rosa de Guel-
dres.
280
V. Tinus L. Sp. pi. p. 267; Brot. I, p. 473.
Maltas, sebes, collinas calcareas. Fl. de março a abril. I-II. — Fo-
lhado.
III. Lonlcerae
liouicera L.
L. implexa Ait. Hort. Kew. í, p. 131; L. caprifolium Brot. I, p. 285
(parte),
p. lernalum Lge. — Folhas ternadas.
y. puherula P. Lara. — Folhas pubescentes ou pelludas na pa-
gina inferior.
5. lusííanka P. Cout. — Folhas medias e superiores inteira-
mente soldadas na base, as floraes arredondadas ou leve-
mente apiculadas.
Sebes, outeiros calcareos. Fl, de abril a maio. I.
L. etrusca Santi Viagg. I, p. 113; L. caprifolium Brot. I, p. 285
(parte).
Sebes, vallados, muros e mattas. Fl. de junho a julho. I. — Madre-
silva caprina.
L. Periclymenum L. Sp. pi. p. 163; Brot. I, p. 285.
Sebes, mattas, sitios húmidos. Fl. de maio a julho. I-II. — Madre-
silva das boticas.
Valerianaceae (i)
[ Estames 1 Cmtranthus DC.
(Estames 3 1
Í Limbo do cálix enrolado formando um annel em volta da corolla. . Valeriana L.
Limbo do cálix membranoso não enrolado Valerianelta Hall.
Valcriauella Hall.
I Limbo do cálix muito reduzido 1
Limbo do cálix grande, C-denteadO;, villoso na face superior.
Secl. I. Coronalae Bss.
(1) J. de Mariz — Boi da Soe. Brot., XV.
281
ÍFructo mais largo que longo Sect. III. Locmlae DC.
1 <
(Fructo mais comprido do que largo Sect. II. Euvarianella Iluek.
Sect. I. Coronalac Bss.
V. discoidea Lois. Not, Fl. Fr. p. 148; Valeriana discoidea Brot. I,
p. 48.
Terreno calcarão secco, searas. Fl. de abril a junho. I.
Sect. II. EuYarlanelIa Kock.
I Fructo telragono V. carinatn Lois.
Fructo ovoide-conico V. dentata Poli.
V. carinata Lois. Not. Fl. Fr. p. 149.
Terras cultivadas, muros. Fl. de abril a maio. I.
V. dentata Poli. pai. I, p. 30.
Searas. Fl. de julho a agosto. I.
Sect. III. Locustae DC.
V. olitoria Poli. pai. I, p. 30; Valeriana olitoria Brot. I, p. 68.
Terras cultivadas. Fl. de março a maio. I-II,
Waleriana L.
V. tuberosa L. Sp. pi. p. 33; Brot. 1, p. 48.
Pastagens e prados das regiões altas. Fl. de abril a junho. IV.
Ccuirauthus DC.
^Esporão egual ou mais comprido que o ovário Mucrocenlron Lge.
(Esporão mais curto que o ovário Calcitrupa Lge.
Macrocentron Lge.
C. ruber DC. Fl. Fr. p. 239; Valeriana rubra L. Sp. pi. p. 31 ; Brot. T,
p. 47.
Muros, rochas, sebes. Fl. quasi todo o anno. I-III.
282
1
2
Calcítrapa Lge.
ÍTubo da coroUa mais comprido que o aehenio; esporão curto.
C. macrosiphon Bss.
Tubo da corolla de comprimento egual ao do aehenio; esporão quasi nuUo.
C. Calcitrapa DC.
C. macrosiphon Bss. p. micranthus Wk. Lange in Wk. et Lange, Prodr.
Fl. Hisp. II, p. 5.
Campos e terras arenosas. Fl. de abril a junho. I-IV.
C. Calcitrapa DC. Fl. Fr. V, p. 492; Valeriana Calcitrapa L. Sp. pi.
p. 31; Brot. I, p. 47.
Terrenos estéreis arenosos, muros, campos cultivados. Fl. de feve-
reiro a agosto. I-III.
Dipsaceae (O
(Planta com numerosos aculeos Dipsacus L.
( Planta sem aculeos 1
[Palhetas herbáceas quasi tão compridas como as flores; corolla 4-lobada.
I Siiccisa Coult.
[Palhetas mais curtas que as flores 2
I Cálix de 5 dentes ; estigma 2-lobado ; Scabiosa L.
1 Cálix com mais de 10 dentes Plerocephalus Vaill.
Dipsacuis L.
[Folhas com numerosos aculeos nas duas faces; capítulos ovado-hemisphericos
com coroa de palhetas na extremidade D. ferox Lois.
[Folhas com aculeos só nas nervuras e por vezes nas margens; capitulo ovado-
conico ; palhetas superiores curtas 1
(Folhas caulinares inteiras; cálix celheado 4-denteado D. silvestris Mill.
1
(Folhas caulinares peunati fidas; cálix 4-lobado; flores brancas.. D. laciniaías L.
(1) J. de Mam — Bol. da Soe. Brot., XV.
283
D. silvestris (Dod.) Mill. Dict. n.° 2; Brot. I, p. 146; D. fullonum L*
Sp. pi. p. 97.
Outeiros calcareos, sebes, beira de caminbos. Fl. de julbo a agosto.
I-IIl. — Cardo penteador bravo.
D. laciniatus L. Sp. pi. p. 97; Brot. í, p. 147.
Sebes, terras calcareas, caminhos. Fl. de julho a agosto. I-II.
D. ferox Lois. Fl. Gal. ed. 1.', p. 719.
p. ambiguum Lge. — Planta com menos aculeos; palhetas re-
curvadas no ápice e muito estrigoso-celheadas.
Terras calcareas, campos cultivados, caminhos. Fl. de iunho a ju-
lho. I-II.
Siicciisa Coult.
[Folhas inferiores e superiores inteiras ou remotamente denteadas i
Folhas inferiores mais ou menos divididas, as medias lyrato-pennatifidas, as su-
periores inteiras S. pinnaUfida Lge.
1
|Calyculo hirsuto quadrangular em 4 dentes curtos S. pratensis Moench.
Calyculo glabro; limbo membranoso com 4 ou 5 lobos obtusos.
S. Carvalheana Mariz.
S. pratensis Moench. Meth. p. 489; Scabiosa succisa L. Sp. pi. p. 145.
Terrenos relvosos e frescos. Fl. de julho a setembro. I-II.
S. pinnalifida Lge. Pug. II, p. 113.
Mattos e rochas. Fl. de julho a setembro. I-III.
S. Carvalheana Mariz, Boi. da Soe. Brot. VIII, p. 147.
Terrenos húmidos e paludosos. Fl. de maio a agosto. I.
Picroccphaluis Vaill.
I Planta annual; capítulos pendentes Pt. papposus Coult.
Planta perennal ; capítulos erectos Pt. Broussonetii Coult.
Pt. papposus Coult. Dips. p. 32, lab. 1, fig. 17; Scabiosa papposa L.
Sp. pi. p. 101.
Sitios estéreis arenosos. Fl. de maio a julho. I.
Pt. Broussonetii Coult. in li(t. 182Í-; Pt. Iiisitanicus Coult. in DC.
Prodr. ; Scabiosa gramunlia Brot. I, p. 145.
Terras arenosas. Fl. de maio a julho. I.
284
Sc. marilima L. Cent. II, n.° 114 in Amoen. acad. IV, p. 304; Sc.
Columbaria Brot. I, p. 145.
a. genuína Lge. — Glabra; corolla roseo-lilacinea ou amarella.
3. atropurpurea Gr. et Godr. — Corolla purpureo-escura.
y. grandiflara Bss. — Folhas inferiores serrilhadas; flores maio-
res.
^. sahuldorumysk. — Capitulos pequenos, os fructos globosos.
Rochas, terras pedregosas, calcareas e arenosas. Fl. de junho a
agosto. I.
Cucurbitaceae
Cucurbiteae-Cucumerinae
[Planta trepadora; folhas membranaccas verdes Bryonia L.
( Planta rastejante; folhas ásperas um pouco carnosas, glaucas. Ecbalium A. Rich.
Brjoilia L.
Br. dioica Zacq. Fl. aust.. II, p. 59; Brot. 1, p. 308.
Sebes. Fl. em julho e agosto. I. — Bryonia, Norça branca.
Echalíiiiii A. Bích.
Ec. Elaterium A. Rich. Dict. cias. d'hist. nat. VI, p. 19; Momordica
Elaterium L. Sp. pi. p. 1010; Brot. I, p. 309.
Terrenos incultos áridos. Fl. de maio a agosto. I. — Pepino de
S. Gregório.
Campanulaceae (i)
I Flores actinoniorphicas I. Campannloidcae.
Flores zygomorphicas II. Lohelioideae
I. Campanuloldeae
I Capsula abrindo por fendas lateraes Campamdeae-Campanulinae. 1
Capsula abrindo na extremidade superior Campannleae-Wahlenbenjinae. 2
(1) P. Coutinho — Boi. da Soe. Brot., XVIII, p. 22.
?
285
Corolla campamilada Campânula L.
1 jCorolla rodada; sepalas longas Specularia Heist.
Corolla infundibuliforme; cálix muito pequeno Trachelium L.
Flores solitárias ; corolla tubuloso-campanulada Wahlenbergia Schrad.
(Flores em capitulo ; corolla estreita 5-partida Jasione L.
II. Lobelioideae
I Corolla 2-labiada ; tubo fendido no dorso quasi até á base Lobelia L.
Corolla subbilabiada; tubo não fendido Laurentia Neck.
Gampanulinae
Caiiipauiila L.
/Capsula abrindo por fendas perto da base Sect. I. Médium Tournf.
j C. Erinus L.
( Capsula abrindo por fendas ao meio ou no vértice.. . . Sect. II. Rapunculus Bss.
Sect. II. Rapuuculus Bss.
/Espécie annual; inflorescencia cymoso-dichotomica laxa; capsula obconica.
i C. lusitanica L.
jEspecies biennaes ; inflorescencia em cacho C. Rapunculus L.
( Espécies perennaes 1
(Planta robusta ; folhas grandes crenadas C. primulae folia Brot.
1
(Planta pequena; caule rubro, uniíloreo simples, raras vezes ramoso.
C. Herminii Hoírgg. et Link.
Sect. I. Médium Tournf.
C. Erinus L. Sp. pi. p. 169; Brot. I, p. 287.
Terrenos frescos e arenosos, muros. Fl. de março a setembro. I-II.
Sect. II. Rapunculus Bss.
C. Herminii Hoffgg. et Link. Fl. Port. p. 9.
Terrenos arrelvados da Serra da Estrella. Fl. de junho a agosto. IV- V,
286
C. primulaefolia Brot. T, p. 288; Phyt. lusit. I, p. 43, lab. 19 e 20.
Localidades húmidas e sombrias. Fl. de junho a agosto. I-II.
C. Rapunculus L. Sp. pi. p. J64; Brot. I, p. 286.
Terras cultivadas, sebes, maltas húmidas. Fi. de abril a agosto. I-III.
— Rapuncio ou Raponcio.
C. lusitanica L. in Petr. Loeíl. Iter hisp. p. 160; C. Loeílingii Brot. I,
p. 287; Phyt. lusit. 1, p. 41, tab. 18.
a. occidenlalis Lge. Pugil. p. 107. — Caule ramosissimo; ramos
patentes; lacinias do cálix de comprimento egual ao dobro
da capsula.
p. Matritensis Lge. 1. c. — Caule menos ramoso e ramos levan-
tados; lacinias do cálix em alguns pouco mais compridas
que a capsula.
y. filiformis Lge. — Caule longo muito fino e debil ; lacinias do
cálix muito longas e escabras.
Sebes, searas, pastagens, sitios húmidos. Fl. de abril a agosto. I-IIL
Speciilaria Heist.
(Corolla mais curta que o cálix; planta mais ou menos pubcscente.
Sp. hybrida DC.
[Corolla quasi do comprimento do cálix; planta áspera. ..... Sp. castellana Lge.
Sp. hybrida DC. Monogr. Camp. p. 348; Campânula hybrida L. Sp.
pi. p. 168; Brot. I, p. 287.
Searas, terrenos cultivedos sombrios. Fl. de abril a junho. I.
Sp. castellana Lge. Ind. sem. Holm. p. 25.
Searas. Fl. de maio a junho. I.
Tracbcliiiiii L.
Tr. coeruleum L. Sp. pi. p. 171.
Paredes velhas e rochedos húmidos. Fl. de junho a setembro. I.
Wahlenberginae
lValilcul»ei*ftia Schrad.
W. hederacea Uchb. PI. crit, V, p. 47, tab. CCCCLXXX; Campânula
hederacea L. Sp. pi. p. 169; Brot. I, p. 287.
Sitios sombrios húmidos pedregosos. Fl. de junho a setembro. I-IV.
287
Jaisione L.
Tlanta annual ou bisannnal de raiz aprumada, não estolhosa; folha linear-lan-
ceolada ; pedúnculo e cálix glaberriuios J. montana L.
jPIanta perennal, estolhosa; estolhos terminados por uma roseta de folhas; cálix
de lacinias lauuginosas J. humitis Lois.
J. montana L. Sp. pi. p. 928; Brot. I, p. 402.
a. genuína Wk. — Bracteas inteiras, crenadas ou crenado-ser-
rilhadas; lacinias do cálix metade ou de duplo compri-
mento do tubo; capitules de 12-22 mm.
p. dentata DC. — Bracteas com 1-3 lobos arislados; lacinias do
cálix de comprimento duplo ou triplo do do tubo; capítulos
de lS-25 mm.
y. gracilis Lge. — Planta delicada glabrescente; folhas inteiras
ciliadas; pedúnculos longos filiformes; capitulos pequenos
(8-12 mm.).
Terrenos áridos arenosos, bordas de caminhos e de campos. Fl. de
maio a setembro. I-IV.
J. humilis Lois. Notes PI. de Fr. p. 42.
Terrenos áridos. Fl. de maio a agosto. Í-IV.
II. Lobeiloldeae
Ijofielia L.
L. urens L. Sp. pi. p. 931; Brot. I, p. 304.
a. longebracteata P. Lara. — Bracteas egualando quasi o cálix;
lacinias do cálix lineares eguaes ou maiores que o tubo.
|3. brevibracteata P. Lara. — Bracteas por vezes minimas, mais
curtas que o cálix; lacinias do calix triangular-subuladas
mais curtas que o tubo.
Sitios húmidos. Fl. de maio a setembro. I-III.
Eiaisrcntia Neck.
L. Michelli DC. Prodr. VII, p. 409; Lolulia Laurentia L. Sp. pi. p.
931; Brot. I, p. 304.
Logares muito húmidos e sombrios. Fl. de abril a setembro. L
288
1
Ooinpositae (i)
iFlores todas tubulosas ou só as do disco TiibuUflorae.
(Flores todas liguladas Liyuliflorae.
Tubuliflorae
i Flores do raio quasi sempre liguladas, as do centro tubulosas 1
[Flores todas tubulosas IX. Cynareae.
1 Capítulos homogamos I. Eupatorieae-Agereíinae.
(Capítulos heterogamos 2
[ Autlieras com cauda III. Invleae.
2
[ Antheras sem cauda ou 2-mucronadas ou mucronado-subcaudadas 3
I Aulheras sem cauda ou submucronada 4
[ Antheras uiucronado- subcaudadas VII. Calenduleae.
.Folhas oppostas , IV. Ueliantheae.
[Folhas radicaes ou alternas 5
[Invólucro de bracteas interiores 1-seriadas e as exteriores pequenas ou nullas.
VI. Senecionideae.
[ Invólucro de bracteas 2- oo - seriadas .' 6
1 Bracteas do invólucro seccas ou escariosas na extremidade 7
[Bracteas nem seccas nem escariosas II. Astereae.
1 Achenios sem pellos V. Anthemideae.
I Achenios densamente pilosos VIII. Arctotideae.
I. Eupatorleae-Ageretinae
l^iipaioriíiiii L.
E. cannabinum L. Sp. pi. p. 838; Brot. 1, p. 351.
(1) J. de U'àr\z~ Boi. da Soe. Brot., IX-XI.
289
Terrenos férteis nas margens de rios, maltas regadas. Fl. de julho
a agosto. I-III.
II. Asterieae
I Todas as flores da mesma côr a. Solidagininae.
1 Flores do raio de côr diíTerente das do disco 1
í Goroila das flores femininas ligulada 2
i
(Corolla das flores femininas nulla ou filiforme d. Conyzinae.
IPapilho nullo ou muito reduzido b. Bellidiíiae.
2
(Papilho dislinclo seloso c. Asterinae.
a. Solidagininae
Koli. 327.
Terrenos arenosos, pedregosos, áridos, rochas. Fl. de junho a outu-
bro. I-ll.
c. Inulinae
Biivila L.
l Sedas do paj)ilho ligadas na base por uma membrana /. viscosa Ait.
(Sedas do papilho livres 1
ILIguIas pouco ou nada maiores que o invólucro I. Conysa DC.
(Ligulas bastante mais longas que o invólucro /. crilhmoides L.
I. viscosa Ait. Hort. Kew. ed. II, p. 78; Brot. Phyt. lusit. II, p. 190,
tab. 164.
Terrenos arenosos, incultos, margens de rios. Fl. de agosto a outu-
bro. I-II. — Taveda de Dioscorides, Hcrva de bálsamo.
I. Convza DC. Prodr. V, p. 46i; Conyza squarrhosa L. Sp. pi. p. 861;
BVot. I, p. 358.
Terrenos pedregosos, incultos. Fl. de julho a agosto. I-II.
I. crilhmoides L. Sp. pi. p. 883; I. crithmilolia Brot. I, p. 38Í-.
Terrenos pantanosos, marilimos, arenosos. Fl. de agosto a outubro. I.
294
Pulicaria L.
I Planta annual; capítulos medíocres; folhas estreitas e agudas. P. hispânica Bss.
Planta perennal ; capítulos graudes 1
1
[Folhas superiores abraçando o caule com duas grandes aurículas.
P. (lysenterica Gaerln.
[Folhas superiores maiores que as da base e levemente aurículadas.
P. odora Rchb.
P. hispânica Bss. Fl. orient. III, p. 205; Inuia Pulicaria Brot. I, p. 384.
Terrenos reivosos, arenosos, estéreis e hiimidos. Fl. de junho a se-
temhro. I-II.
P. dysenterica Gaertn. De fruct. sem. II, p. 461; Inula dysenterica L.
Sp. pi. p. 882; Brot. I, p. 384.
Terrenos pantanosos, inundados, margens de rios. Fl. de agosto a
setembro. I-II. — Herva das dysenterias.
P. odora Rchb. Fl. germ. exsic. p. 239; Inula odora L. Sp. pi. p. 881 ;
Brot. l, p. 380.
Terrenos arenosos, incultos, mattos, pinhaes. Fl. de maio a agoslo.
l-II. — Herva Monta.
d. Buphthalminae
Otiontospcriiiiiiii Neck.
1
(Folíolos do invólucro espínescentes na ponta O. spinosum (L.).
Foliolos não espínescentes 1
Folíolos exteriores mais longos que as ligulas O. aqtiaticum Sch. Bip.
Folíolos exteriores não mais longos que as ligulas O. mariíimum Sch. Bip.
O. spinosum (L.) ; Buphthalmum spinosum L. Sp. pi. p. 903; Brot. I,
p. 395.
Terrenos arenosos, cultivados ou incultos. Fl. de abril a julho. I-III.
— Pampilho espinhoso.
O. maritimum Scb. Bip. in W. et B. Phyt. Cass. II, p. 233; Buphlhal-
mum maritinum L. Sp. pi. p. 903; Brot. I, p. 396.
Rochas maritimas e areaes da zona littoral. V\. df março a junho. I.
— Pampilho marilimQ.
295
O. aqualicum Sch. Bip. 1. c. p. 232; Buphthalmum aqualicum L. Sp.
pi. p. 903; Brot. I, p. 396.
Terrenos arenosus ou argillosos, cultivados, húmidos. Fl. de abril a
agosto. I.
IV. Heliantheae
Heliantheae-Caryopsideae
ISifllcBis L.
B. triparlita L. Sp. pi. p. 831; Brot. I, p. 351.
Terrenos húmidos, paludosos, charcos e poços. Fl. de junho a outu-
bro. I-III.
V. Anthemldeae
I Receptáculo com palhetas a. Anlhcmidinae.
Receptáculo sem palhetas b. Chrysantheniinae.
a. Anthemidinae
1 Folhas inteiras, ou denteadas, ou creuadas 1
I Folhas mais ou menos divididas 2
íCapitnIos homogamos pequenos dispostos em corymbo. I^lanta carnosa cotonosa
, 1 branca ". Diotis Desf.
)
(Capiíulos heterogamos grandes, solitários ou em corymbo; achenios cónicos.
Anthemis L.
(Folhas pennatifidas; achenios telragonos comprimidos SantolÍ7ia L.
2
(Folhas 2-pennatipartidas; achenios comprimidos e alados Anacyclus L.
*
b. Chrysantheminae
IFolhas oppostas Phalacrocarpum Willk.
I Folhas alternas 1
(Folhas simples mais ou menos serrilhadas Chrysanthemum L.
1
(Folhas pennatifidas ou 2-3-pennatiseccadas 2
(Folhas pennatifidas Cotula L.
2
( Folhas 2-íi-pennatiseccadas 3
296
( Capítulos pequenos 4
( Capítulos relativamente grandes termínaes 5
1 Capítulos rentes entre as folhas Soliva Buiz et Pavon.
4
(Capítulos com curtos pedúnculos em cacho, espiga em panícula.. . Artemísia L.
5
1 Receptáculo cónico Matricaria L.
(Receptáculo plano ou convexo Chrysanthemmn (Pyrethrum).
a. Anthemidinae
!laiiloBiiia L.
S. Chamae-Cyparissus L. Sp. pi. p. 842; Brot. I. p. 352.
Cultivada e suhespontanea. Fl. de junho a julho. l. — Ab raiano fêmea
ou Guarda roupa.
Aiitliemis L.
[Flores do disco com tubo alado e com esporão Sect. I. Ormenis Cass.
(Flores sem esporão 1
1
Receptáculo com palhetas só na parte superior; acheníos tuberculosos.
Sect. III. Manda Cass.
) Receptáculo completamente coberto de palhetas permanentes ou as superiores
caducas Sect. II. Euanthemis Cass.
Sect. I. Ormenis Cass.
A. mixta L. Sp. |)1. p. 894; Brot. I, p 393.
Terrenos cultivados mais ou menos pedregosos, proximidades d'agua.
Fl. de maio a outubro. 1-1 V.
Sect. II. EuaDllieinis Cass.
Acheníos lisos, os externos maiores pyramidato-quadrangulares. Planta annual.
A. airensis L.
'Acheníos obovados, subtetragonos, estriados. Planta annual A. fuscala Brot.
'Achenios com 3 linhas pouco salientes na lace interna; folhas divididas em laci-
nías linear- setaccas. Planta perennal A. nobilis L.
297
A. arvensis L. Sp. pi. p. 894; Brot. I, p. 393.
Terras cultivadas, caminhos, sebes. Fl. de abril a setembro. I-III.
A. fuscala Brot. I, p. 394; Phyt. liisit. I, p. 61, tab. 28.
Terras cultivadas, relvosas, arenosas, hiimidas. Fl. de dezembro a
maio. l-IÍ. — Margaça fusca, Margaça de inverno.
A. nobilis L. Sp. pi. p. 894; A. aiirea Brot. I, p. 39 i.
Pastagens, terrenos de matto, arrelvados, arenosos. Fl. de abril a
agosto. I-IV. — Macella gallega vulgar.
<
Sect. III. Manita Cass.
A. Cotula L. Sp. pi. p. 894; Brot. I, p. 393.
Terrenos cultivados, arenosos. Fl. de maio a setembro. I-III. — Mu-
cella felida ou fedugosa.
Aiiacveliis L.
A. radiatus Lois. Fl. gall. ed. I, p. 583; Anthemis Valenlina L. Sp.
pi. p. 895; Brot. I, p. 394.
Terrenos cultivados, relvosos, arenosos. Fl. de abri! a maio. l. —
Pão poslo.
Ilíolis DesF.
D. maritima (L.) Sm. Fngl. Fl. III, p. 403; Athanasia maritima L. Sp.
ed. II; Santolina maritima Brot. I, p. 352.
Areaes maritimos. Fl. de junho a agosto. I. — Cordeiros da praia.
b. Chrysantheminae
Cliry$^aiitlieiiiiiiii L.
Plantas annuaes 1
Plantas perennaes 2
ÍAchenios do raio quasi sempre 3-quelros e 3-alados sem coroa.
Secl. I. Pinardia Cass.
Achenios do raio com 4-10 linlias salientes, sem aza e com coroa memiiranosa.
Sect. li. Coleostfphns Cass.
ICapitulos radiados; liouias brancas ou amarciias. . Sect III. Pyrethnim Gaertn.
2 I
(Capilulos discoideos; íloies do laio femininas, tuiiuiosas, 3-4-denleadas.
Sect. IV. Tanacetum L.
298
Sect. I. Pinardia Cass.
[Achenios da circuuifereucia alados nos dois ângulos externos; folhas denteadas.
Ch. segeíum L.
lAchenios da cifcuniforcncia com 3 ângulos alados; folhas 2-pennatifidas.
Ch. coronarium L.
Ch. segetum L. Sp. pi. p. 889; Brol. I, p. 378.
Terrenos cultivados, searas. FI. de maio a junho. I. — Pampilho de
searas.
Ch, coronarium L. Sp. pi. p. 890; Brot. I, p. 379.
Terrenos cultivados, sebes, muros. Fl. de abril a junho. I. — Mal-
mequer ou Pampilho ordinário.
Sect. II. Colcosteplius Cass.
lAchenios do disco com coroa lubulosa Ch. Myconis L.
<
j Achenios do disco sem coroa Ch. hybridus Lge.
Ch. Myconis L. Sp. ed. II; Brot. I, p. 379.
Terrenos cultivados e incultos, vinhas, sebes. Fl. de abril a agosto.
I-III. — Pampilho de Mycao.
Ch. hybridus Lge. Pug. p. 127.
Terrenos húmidos, incultos ou cultivados, searas, sebes. Fl. de março
a julho. I-ll. — Pampilho.
Sect. III. Pyrdhruni Gaertn.
1 Folhas com dentes grossos, profundos e deseguaes 1
1 Folhas pennaliseceadas ou pennatifidas 2
[Coroa dos achenios nulla ou quasi Ch. Leiícanthemum L.
1 < Coroa dos achenios 2-partida; caule simples ou pouco ramoso.. Ch. pallens DC.
(Corôa muito variável; folhas ohovadas crenado-denteadas: caule muito ramoso.
Ch. silvaticum Hulígg. et Link.
l Folhas muito i)eqnenas mais ou menos tomentosas 3
2
1 Folhas não pequenas 4
299
[Lacinias das folhas lineares curtas e quasi roliças Ch. pulverulentum Lag.
(Lacinias das folhas lineares compridas e planas.. Ch. flaveolum Hoífgg. et Link.
[Folhas todas pecioladas Ch. Parlhenimn Sm.
4
(Folhas superiores rentes Ch. conjmbosum L.
Ch. Leucanthemum L. Sp. pi. p. 888.
Prados, terrenos relvosos, cultivados. Fl. de maio a agosto. l-II.
Ch. paliens Gay. ex Perreym. in Guill. Arch. Bot. lí, p. 545.
Mattos, outeiros pedregosos. Fl. de junho a julho. I-IIÍ.
Ch. silvaticum Hoff<:g. et Link. Fl. Port. p. 329.
Terrenos somhrios e de mattos, areaes do litloral, fendas de roche-
dos. Fl. de m;iio a junho. I-ÍV. — Margarida maior. Olho de boi
dos hervolarios, Bemmequer das florestas.
Ch. pulverulentund Lag. Nov. gen. sp. n.** 375; Ch. minimum Brot. I,
p. 379.
Terrenos arenosos, pedregosos, rochas das regiões altas. Fl. de maio
a julho. I-IV.
Ch. flaveolum Hoífgg. et Link. Fl. Port. p. 34t.
f5. alpestre. — Peciolos e pedúnculos mais curtos; folhas mais
sericeo-puhescentes; ligulas amarelladas estreitas.
Terrenos pedregosos das alfas regiões. Fl. de maio a julho. IV e V.
Ch. Parthenium Sm. Fl. Brit. IL p. 900; ftlatricaria Parthenium L.
Sp. pi. p. 890; Brot. I, p. 375.
Terrenos de cascalho e rochas. Fl. de junho a agosto. Í-III.
Ch. corymbosum L. Sp. pi. p. 890; Brot. I, p. 378.
Terrenos relvosos, mattagaes, mattas. Fl. de maio a agosto. II-IIL
Sect. IV. Tanacetuin L.
Ch. vulgare (L.) Bernh.; Tanacetum vulgare L. Sp. pi, p. 844; Brot. I,
p. 354.
Sebes, mattas, margens de campos. Fl. de julho a agosto. I-llI. —
Tanaceto ou Athanasia das boticas.
Plialac*i*oc*ar|iaiiii Willk.
Ph. oppositifolium Willk. Prodr. Fl. Ilisp. II, p. 94; Chrysanthemum
oppositifolium Brot. I, p. 381.
Bochedos e sitios pedregosos das regiões altas. Fl. de maio a junho.
IV e V.
300
Cotula L.
C. coronopifolia L. Sp. pi. p. 892.
Terrenos húmidos e salgados da região littoral. Fl. de março a ju-
nho. I.
^oli%'ti Rtiiz et Pavon.
S. lusitanica Less. Syn. p. 268; Hippia stolonifera Brot. I, p. 373;
Phyt. lusil. I, p. 72, lab. 73, fig. 2 e 3.
Sítios húmidos, caminhos, por entre as pedras. Fl. de fevereiro a
junho. I.
jLrleiíiísiia L.
Sect. Dracuncuhis DC.
.Planta aromática glabra ou sul)viscosa: follias 2-penuatiparlidas: capítulos muito
i numerosos quasi rentes e dispostos em panicula A. variubilis Ten.
* Planta não aromática: folhas carnosas pennatipartiflas; segmentos linear-lanceo-
lados; capitules quasi rentes dispostos em panicula de racimos curtos e paten-
tes A. crilhmifoiia L.
A. variabilis Ten. Fl. Neap. Prodr. V, p. 128; A. pani«u!ata Brot. I,
p. 356.
Terrenos arenosos, de cascalho, estéreis, margens de caminhos. Fl.
de julho a outubro. IV.
A. crithmifolia L. Sp. pi. j). 846; Brot. I, p. 355. -
Areaes marítimos. Fl. de setembro a outubro. I.
VI. Senecionldeae
(Caule com foltias normaes '. 1
(Caule com escamas, desenvolvendo-se antes das folhas Petasiies Gaertn.
( Foliolos do invólucro dispostos nnma só ordem Senecio L.
1
(Foliolos do invólucro dispostos em duas ordens 2
2
.Folhas alternas Doronicim L.
\ Folhas oppostas Arnica L.
P. Iragrans Presl. Fl. sic. I, p. 28.
301
Terrenos arrelvados. prados húmidos, proximidades d'agua. Fl. de
dezembro a março. I.
Ariiiea L.
A. montaria L. Sp. pi. p. 884; Brot. I, p. 387.
Terrenos arenosos, pantanosos, paúes, prados. Fl. de junho a agosto. I.
l>oi*oiiieiiiii L.
[Caule simples glanduloso s>em folhas na parte superior; folhas basilares ovaes de
longos peciolos D. planíagmeum L.
[Caule ramoso hirsuto muito glanduloso; folhas basilares oblongo cordi formes.
D. carpetanum Bss. et Reut.
D. plantagineum L. Sp. pi. p. 885; Brot. I, p. 386.
* Terrenos arrelvados, matlas. Fl. de abril a julho. I-IV.
D. carpetanum Bss. et Ueut. ; Lange, Pug. pi. p, 130; D. Pardelian-
cíies Ort. Brot. I, p. 386.
Pastagens, terrenos pedregosos, rochedos das regiões altas. Fl. de
junho a julho. IV-V.
^eucci» L.
(Folhas mais ou menos profundamente divididas (pelo menos as superiores)... 1
(Folhas simplesmente denteadas, serrilhadas ou crenadas. Sect. III. Dória Ilchb.
I Escamas do invólucro reflectidas depois da queda dos achcnios.
Sect. I. Enscfícrio.
Escamas do invólucro sempre erectas Sect. II. Jacobaea Tlmmb.
Sect. I. Eusenecio
ILigulas nullas ou muito curtas; invólucro cylindrico ou ovoideo. a. Obaejacae DC.
Ligulas bem formadas muito mais longas que o invólucro campanulado.
b. Obaejacokleae DC.
a. Obaejacae DC
[Ligulas nullas; planta não glandulosa S. vulgaris L.
I Ligulas cartas ; plantas glandulosas na parte superior 1
302
I Capitules pequenos; lóbulos das folhas profundas e deseguaes. . S. silvaíicus L.
I Capítulos grandes; lóbulos das folhas pouco profundas e quasi eguaes.
S. lividus L.
b. Obaejacoideae DC.
I Capítulos solitários em longos pedúnculos S. minutus DC.
Capítulos numerosos em corymbo S. gallicus Chaíx.
Sect. II. Jacobaea Thumb.
[Planta glabra ou (juasí ; caule amarellado até ao meio; escamas do invólucro
ovaes, pouco aeuiiiinadas, membranosas na margem 1
'Plantas pubescentes; escamas do invólucro lanceoladas 2
i
Kolhas rígidas pennatípartidas; segmentos oblíquos, obovados ou linear-oblonjros;
capítulos em corymbo denso S. jacobaeoides Wk.
iFolhas inferiores ovaes ou elliptico-lanccoladas, inteiras ou lyradas; pedúnculos
erecto-pateutes com muitas bracteolas lineares; ca()itulo em corymbo laxo.
S. aqualicus Huds.
[ Ligulas amarellas S. foliosus Salzm.
2
I Ligulas do raio purpurinas S. pseudo-elegans Less.
Sect. III. Dória Rchb.
i Capítulos quasí solitários; caule direito; folhas hirsutas ovaes. S. Lagascanus DC.
(Capítulos (2-10) em corymbo ; folhas glabras S. Tournefortii Lap.
p. carpetamis Wk.
Secl. I. Euseiiecio
a. Obaejacae DC.
S. vulgaris L. Sp. pi. p. 807; Brot. I, p. 388.
Terrenos arenosos cultivados. Fl. quasi todo o anno. I-III. — Tas-
neirinha.
S. silvaíicus L. Sp. pi. p. 808; Brot. I, p. 388.
Terras areentas de mattas. Fl. de junho a agosto. I-IV.
S. lividus L. Sp. pi. p. 807; Brot. I, p. 388.
Terrenos arenosos. Fl. de março a julho. I-llI.
303
b Obaejacoideae DC.
S. minutus DC. Prodr. VI, p. 346; Cineraria minuta Cav. Brot. I,
p. 387.
Terrenos arenosos. Fl. de março a julho. I-II.
S. gallicus Chaix ap. Vill. Fl. Dauph. 1, p. 331.
p. exsquameus DC. Prodr.; S. exsquamcus Brot. I, p. 388.
Terrenos arenosos, de cascalho, cultivados, pastagens. Fl. de julho a
Sect. II. Jacobaea Thunib.
agosto. I.
S. jacobaeoides \\'k. Prodr. Fl. Ilisp. II, p. 119.
Prados e terrenos sombrios. Fl. de julho a agosto. I-III.
S. foliosus Saizm. in pi. liug. exsic. 1825; DC. Prodr. VI; S. Jaco-
baea Brot. I, p. 389.
Terrenos húmidos, prados, pastagens. Fl. de junho a julho. I-IV.
S. aquaticus Huds Fl. Angl. p. 366; S. Jacobaea Brot. I, p. 389.
Terrenos húmidos, lagoas. Fi. de junho a dezembro. I-IV.
S. pseudo-elegans Less. Svn. p. 391; S. elegans Thumb. Brot. I,
p. 389.
Prados, pastagens e logares húmidos. Fl. na primavera. I.
Sect. III. Dória Rchb.
S. Tournefortii Lap, 3. carpelanus Wk. Prodr. Fl. Ilisp. II, p. 115;
S. caespitosus Brot. I, p. 390.
Terrenos pedregosos. Fl. de julho a agosto. IV e V. — Uerva loira.
S. Lagascanus DC. Prodr. VI, p. 3.57; S. Doronicum Brot. I. p. 390.
Terrenos pedregosos. Fl. de junho a julho. I-IV.
VII. Calenduleae
Caleufliila L.
fAchenios exteriores grandes terminados em ponta, transversalmente rugosos no
dorso C. arvensis L.
lAchenios exteriores glabros ou parcamente aculeados, terminados em esporão
dilatado C. micropliylla Lge.
304
G. arvensis L. Sp. pi. ed. II; Brol. I, p. 400.
Vulgar em terrenos diversos. Fl. em diversas épocas. Í-ÍI.
C. microphylia Lange, Boi. .da Soe. Brot. I, p. 51; VAillk. 111. Fl. Hisp.
ins. Balear. 1, p. 130, tab. LXXIX.
Zona lilloral, em sitios lodosos. Fl. de maio a setembro. I.
VIII. Arctotldeae
Sect. Crjptostemma R. Br.
A calendulacea L. Syst. XII, p. 578; A. Calendula L. Sp. pi. p. 922;
A, acaulis Brot. I, p. 401.
Terrenos arenosos do litloral, outeiros e planicies incultas. Fl. de
abril a junho. I.
IX. Cynareae
[Capiulo gi^al espherico formado de capítulos parciaes unifloreos.
1. Ecliinopsideae.
, Capitules simples 1
1 Inserção dos achenios basilar 2
1
(Inserção dos achenios obliqua 4. Centaureinae.
1
[Bracteas internas do invólucro maiores e coradas 2. Carlineae.
|Bracteas internas, nem maiores que as externas, nem mais coradas; sedas do
papilho ligadas iia base 3. Carduinae.
1. Echinopsideae
Keliino|is L.
E. slrigosus L. Sp. pi. |). 815; Brot. I, p. 353.
Outeiros seccos abrigados, caminhos, searas. Fl. de maio a julho. I.
2. Carlineae
Ca 1*1 i na L.
[Planta quasl acaule; capitulo muito grande cercado de folhas grandes encostadas
á terra C. gummifera Lessing.
' Planta com caule distincto 1
\
3
305
'Escamas medias do ins^olncro lineares tomentosas prolongadas em um bico pur-
purino, as interiores sulplmreas C. racemosa L.
JEseamas medias do invólucro curtas lanceoladas cotonosas terminadas por um
pequeno espinho, as interiores radiantes linear-lanceoladas amarellas.
C. corymbosa L.
C. gummifera DC. Prodr. V., p. 547; Acarna gummifera Brot. Pliyt.
Iiisit. II, p. 183, tiib. 165; Cirselium gnnimiferuin Brot. I, p. 346.
Outeiros calcareos, sebes, bordas de caminhos. Fl. de setembro a ou-
tubro, í. — Carlina bastarda. Cardo do Visgo, Cardo matacão.
C. racemosa L. Sp. pi. p. 829; Brot. I, p. 346.
Outeiros áridos, campos em pousio, terras estéreis. Fl. de julho a
setembro. I,
C. corjmbosa L. Sp. pi. p. 828; C. hispânica Lamk. Brot. I, p. 345.
Terras estéreis, caminhos, campos em pousio. Fl. de julho a agosto.
I-IIl.
3. Carduinae
(Receptáculo com sedas 1
(Receptáculo nii mas [irofundamente alveolado Onopordon L.
iFiletes dos estames ligados entre si 2
(Filetes^ livres 3
I Flores marginaes neutras, radiantes, maiores que as do centro . . . Lnpsia Neck.
Flores todas férteis ; papilho pelludo Sylibwn (Vaill.) Gaertn.
Bracteas do invólucro terminadas em gancho Arctium L.
Rracteas não terminadas em gancho 4
1 Receptáculo carnoso Cynara L.
4
( Receptáculo não carnoso 5
(Papilho plumoso Cirsium Scop.
5
(Papilho não plutnoso : Cardmis L.
i%rcliiiiii L.
A. Lappa L. Sp. pi. p. 816; Brot. I, p. 349.
a. minus Bernh.
Terrenos férteis sombrios, sebes, margens de caminhos. Fl. de julho
a agosto. I-III. — liardana ordinária, Pegamaço, Lahaga.
20 wvi
3()í;
Carcliiiis L.
1
2
1 Capítulos pequenos ou mediocres 1
[ Capítulos grandes ou muito grandes 2
'Escamas exteriores do invólucro linear-lniiceoladas planas erecto-patentes; planta
muito espinhosa; espinhos longos amarellos C. Gayanus Dur.
[Escamas exteriores lanceoladas canaliculadas superiormente, arqueado-patentes;
capítulos alongados na extremidade dos ramos C. tenuiflorus Curl.
Escamas patentes ou quasi recurvadas no vértice C. medius Gou.
( Escamas arqueadas ao meio 3
I Invólucro pouco ou nada unibilícado C. nigrescens Vill.
Invólucro muito umbilicado C. granaiensis Wk.
C. Gayanus Dur. in litt. 1837; Willk. et Lange, Prodr. Fl. llisp. II,
p. 133.
Caminhos, sebes, pastagens. Fl. de junlio a julho. I-IV.
C. tenuiflorus Curt. Lond. fase. VI, p. 55; C. acanthoides Lam. Ene.
meth. I, p. 697; Brot. I, p. 341.
Terrenos pedregosos argillosos, sebes, ete. Fl. de maio a julho.
I-III.
C. nigrescens Vill. Prosp. hist. pi. Dauph. p. 30.
Terrenos pedregosos, férteis. Fl. de maio a setembro. I-II.
C. granatensis Wiílk. Prodr. Fl. llisp. II, p. 197.
Terrenos férteis mais ou menos cascalhentos. Fl. de junho a julho.
I-III.
C. medius Gou. 111. p. 62, tab. 24.
p. Broleri (Welw.).
Mattos e terrenos incultos, rochas calcareas. Fl. de março a julho.
I-III.
Cirsiuiii Scop.
(Escamas do invólucro terminadas em espinho pennado. . IV. Picnomon (Cass.).
(Escamas do invólucro terminadas em espinho simples ou inerme 1
I Folhas com pellos rígidos espinescentes na pagina superior. III. Epilrachys DC.
Folhas lisas na pagina superior 2
307
I Flores herniaphroditas; papilho mais curlo que a corolla 3
Flores dioicas; papilho por fim mais longo que a corolla. II. Cephalonoptos Neck.
1 Flores periplierieas estéreis; filete dos estames hirsutos I. Nofobasis Cass.
(Flores todas herniaphroditas; filetes papillosos Y. Chainaclon DC.
I. Notobasis Cass.
C. syriacum (L.) Gaertn. Fruct. II, p. 383, tab. 163, fig. 2; Cnicus
syriacus W. ; Brot. I, p. 342.
Caminiios, sebes, maroens de ribeiros, terrenos cultivados e incultos.
Fl. de maio a junlio. I-II.
II. Cephalonoptos Neck.
C. arvense Scop. Fl. carniol. II, p. 126; Serratula arvensis L. Sp. pi.
p. 820; Cnicus arvensis Brot. I, p, 344.
Searas, vinhas, terras cnltivadas. Fl. de julho a agosto. I.
III. Epitrachys DC.
jCapitulos grandes; escamas pouco lomentosas; folhas decurrenlcs hranco-tomen-
losas na pagina inferior, peunalipai tidas ou pennatifidas. C. tanceolafum Scop.
JCapitulos menores; escamas bastante tomentosas; folhas decurrentes branco-
tomentosas na pagina inferior, pennatilobadas ou lanceoladas. C. Linkii Nym.
C. lanceolatum Scop. Fl. carniol. II, p. 130; Carduus lanceolatus L.
Sp. pi. p. 821; Cnicus lanceolatus W. ; Brot. I, p. 343.
Terrenos pedregosos, muros, sebes, margens de campos. Fl. de ju-
nho a outubro. I-III.
C. Linkii Nyman Syll. p. 23; Comp. Fl. Europ. p. 406; Cnicus stri-
gosus Hoífgg. et Link. Fl. Port. p. 191.
Mattas, sebes, margens de campos e de caminhos. Fl. em julho. l-III.
IV. Picnonion (Cass.) •
C. Acarna (L.) Moench. Meth. Suppl. p. 226; Carduus Acarna L. Sp.
pi. p. 820 ; Cnicus Acarna Brot. I, p. 344.
308
Terrenos áridos e estéreis, campos em pousio, Fl. de junho a agosto.
I-II.
V. Cliamaelon DC.
1 Capítulos termioaes isolados i
I Capítulos numeiosos pequenos aglomerados C. palustre Scop.
;Folhas radicaes penuatífidas densamente alvo-tomentosas na pagina inferior.
C. fdipendulum Lge.
[Folhas radicaes oblongo-lanceoladas mais ou menos lobadas e glabras.
C. Weluritschii Coss.
C. filipendulum Lge. Pug. p. 142; Cnicus bulbosus Brot. I, p. 343.
Prados seccos, mattas, sebes. Fl. de maio a agosto. I-III.
C. Welwitschii Coss. PI. crit. p. 118.
Terrenos húmidos. Fl. de jurdio a julho. I. — Cravo de burro.
C. palustre Scop. Fl. carniol. II, p. 128; Carduus palustris L. Sp. pi.
p. 822; Cnicus palustris W.; Brot. I, p. 343.
[3. spinosissimus Wk.
Terrenos húmidos, pantanosos, margens de regatos. Fl, de junho a
agosto. I-IV.
Cyiiara L.
C. humilis L. Sp. pi. p. 828; Brot. I, p. 339.
(â. kucanlha Coss. 1. c. — Corolla branca.
Terrenos áridos. Fl. de maio a julho. I. — Alcachofra de S. João,
Alcachofra brava.
^ilyliBiiii Vaill.
S. Marianum Gaertn. de fruct. sem. 11, p. 378, tab. 168, fig. 2; Car-
duus Marianus L. Sp. pi. p. 823; Brot. I, p. 341.
Terrenos férteis, relvosos, sebes. Fl. de maio a agosto, I-II. — Cardo
de Santa Maria, Cardo leiteiro.
ljii|i.?ii poucas lacinias na
base Sect. VIU. Melanolouui Cass.
I Appendice pennado em quasi toda a extensão; lacinia terminal pouco maior que
as lateraes Sect. IX. Acrolophus Cass.
ICorolla amarella Sect. XIII. Mesocentron Cass.
9
(Corollas purpurinas IO
I Appendice terminado por longo espinho canaliculado de côr clara.
Sect. XI Calcitrapa Cass.
Appendice palmado Sect. XIII. Scrídea DC
3Í1
Sect. I. Centaurium Cass.
C. tagana Brot. I, p. 369 ; Pliyt. lusit. I, p. 69, tab. 32.
Terrenos áridos arenosos, mattos, pinhaes. Fl. de junho a julho. I-II.
— Rhaponlico bastardo, Rhaponlico da terra.
Sect. II. Phalolepis Cass.
C. amara L, Sp. pi. II, p. 1294; Brot. l, p. 369.
Pastagens do iittoral, terrenos seccos. Fl. de junho a outubro. I.
Sect. ÍII. Leuzea DC.
C. longifoUa (HoíTgg. Lk. Fl. Ort. p. 217, tab. 96; Serratula conífera
Brot. Phyt. Lusit. I, p. 67 (parte), tab. 31.
Mattos e terrenos húmidos. Fl. de junho a julho. I.
Sect. IV. Microlonclms DC.
C. Salmantica L. Sp. pi. p. 918; Brot. I, p. 372.
Sitios estéreis, terras incultas, vinhas, caminhos. Fl. de maio a agosto.
I-III.
Sect. V. Jacea Cass.
C. nigra L. Sp. pi. p. 911.
p. pallida Lge. Pug. p. 134; C. rivularis Brot. I, p. 367; C.
pratensis Hoífgg. et Link. Fl. Port. p. 322.
Prados, terrenos relvosos, proximidades d'agua. Fl. de junho a de-
zembro. I-III.
Sect. VI. Cpuus Cass.
C. Cyanus L. Sp. pi. p. 911 ; Brot. I, p. 366.
Searas. Fl. de junho a julho. I. — Fidalyiiinhos, Lóios dos jardins.
312
Sect. YII. Melanoloraa Cass.
C. pullata L. Sp. pi. p. 911; Brot. I, p. 366.
Campos, pastagens, sitios relvosos. Fl. de fevereiro a junho. I.
Cardinho das cdmorreimas.
Sect. VIII. Cheirolophus Cass.
l Appeudice longo triangular; caule ramoso C. sempervirens L.
(Appendice estreito arredondado; caule simples ou pouco ramoso.
C. uliginosa Brot.
C. sempervirens L. Sp. pi. p. 913; Brot. I, p. 366.
Sebes, terrenos calcareos pedregosos. Fl. de julho a agosto. I. —
Lavapé ou Viomal.
C. uliginosa Brot. I, p. 368; Phyt. Lusit. I, p. 65, tab. 30.
Sitios pantanosos, juncaes. Fl. de julho a setembro. I.
Sect. IX. Acrolophus Cass.
[Invólucro ovado-oblongo C. limbala HoíTgg. et Link.
[invólucro oblongo-cylindrieo C. micraníha HofTgg. et Link.
[invólucro ovado-globoso i
I Appendice escuro C. coerulescem W.
Appendice fusco C. Hanrii Jord.
C. limbata Iloffgg. et Link. Fl. Port, p. 221, tab. 97; C. paniculata
Brot. I, p. 366 (parte
a. melanosiicla Lge. Pug. p. 136.
Outeiros, maltos, terrenos arenosos do litloral. F'i. de julho a agosto.
I-III.
C. Hanrii .íord. Obs. fr. V, p. 70, tab. i, fig. B.
Terrenos seccos da região montanhosa. Fl. de junho a agoslo. III.
G. coLTulescens W. Sp. pi. Ill, p. 2319; C. arislata Iloffgg. et Link.
Fl. Port. p. 260.
313
Outeiros das regiões inferiores e montanhosas. Fl. de maio a iiillio.
I-IV.
C. micrantha Hoffgg. et Link. Fl. Port. 11, p. 220; C. paniculata
Brot. I, p. 366.
Terrenos graniticos e schistosos, áridos. Fl. de julho a agosto. I-IV.
Sect. X. Acroceiílron Cass.
C. ornata W. Sp. pi. III, p. 2320.
p. microcephala Willk. Prodr. lí, p. 147; C. collina Asso Syn.
Terrenos arenosos, de cascalho, estéreis. Fl. de junho a agosto. I-III,
Sect. XI. Calcitrapa Cass.
C. Calcitrapa L. Sp. pi. p. 917; Brot. I, p. 371.
Caminhos, muros, terrenos pedregosos. Fl. de julho a agosto. I-IlI.
— Cardo estrellado ou Calcilrapa.
Sect. XII. Mesocentron DC.
C. Militensis L. Sp. pi. p. 917; C. solstitialis Asso; Brot. I, p. 371.
Outeiros seccos, campos, sitios pedregosos, searas. Fl, de junho a
setembro. I-III.
Sect. XIII. Seridea DC.
í Folhas caulinares decurrentes C. lusitanica Bss. l\eut.
(Folhas caulinares não decurrentes C. polyacantha W.
C. lusitanica Bss. et Reut. Diagn. pi. orient. III, ser. 2, p. 85; C.
napi folia Brot. I, p. 370.
Terrenos calcareos e arenosos do lilloral. Fl. de maio a agosto. I.
C. polyacantha W. Sp. pi. III, p. 231 1; C. caespitosa Brot. I, p. 370.
Areaes, terrenos arenosos do littoral. Fl. de março a maio. 1.
Cartliaiiiiis L.
C. lanatus L. Sp. pi. p. 830; Carduus lanatus Brot. I, p. 342.
3U
Terrenos de cascalho, cultivados, outeiros estéreis. Fl. de julho a
agosto. I. — Cardo sanguinho.
Cartliiucellusi Juss.
C. coerulens DC. Prodr. VI, p. 614; Carduus coerulens Brot. I, p. 342.
a. deníalits DC.
Terrenos cultivados, relvosos. Fl. de maio a julho. I.
Cuiciis Gaertn.
C. benedictus L. Sp. pi. p. 826; Centáurea benedicta L. Sp. pi. II,
p. 296 ; Brot. I, p. 370.
Terras ferieis relvosas. Fl. de maio a julho. I. — Cardo santo.
Liguliflorae
Cichorietee
I Planta espinhosa; receptáculo com palhetas muito amplas 1. Scoliminae.
[Plantas não espinhosas 1
I Receptáculo nú ou herissado com pellos 2
[Receptáculo com palhetas caducas ou nú 3. Leontodontinae.
iPapillio palheaceo, membranoso ou nullo 2. Cichorinae.
[Papilho de pellos denticulados, mas nunca plumoso 4. Crepidinae.
1
9
1. Scoliminae
Scoliiiius L.
Capítulos terminaes envolvidos nas folhas floraes pectinadas; folhas de margem
espessa cartilaginea Sc. Jiuiculatus L.
I Capítulos lateraes em espiga folhosa, pouco envolvidos nas folhas íloraes não
pectinadas; folhas de maigem não curtilaginea Sc. hispanicus L.
Sc. maculatus L. Sp. pi. p. 813; Brot. I, p. 335.
Campos áridos, searas. Fl. de junho a agosto. I.
Sc. hispanicus L. Sp. pi. p. 813; Brot. I, p. 834.
Areaes, terrenos de cascalho, bordas de campos. Fl. de junho a
agosto. I-ll. — Cardo douro ou Cangarinha.
315
1
2. Cichorinae
Receptáculo alveolado e íibrilloso Hispidella Bernad.
Receptáculo nu 1
Flores amarellas 2
Flores azues ou brancas Cichoríum L.
Papilho O 3
2 {Papilho formado de escamas muito finas, pelo menos no centro 4
Papilho reduzido a uma coroa curta membranosa Arnoseris Gaerln.
Achenios da margem divarlcado-patentes e envolvidos pelas escamas do invólucro
3 , quando maduros Rhagadiolus Scop.
(Achenios não divaricado-patentes Lapsana L.
í Invólucro de escamas largas 1-seriadas Hecb/pnois (Tournf.) W.
4 '
(Invólucro de escamss muito estreitas oo-seriado Tolpis Biv.
Ilis|)ítlclla Barnad.
H. hispânica Lamk. Dict. Ill, p. 134.
Terrenos arenosos, incultos. FI. de maio a agosto. Ul-lV.
Ciclioriíiiii L.
I Planta perennal verde C. Iníybus L.
Planta annual de cor glauca C. glaucum HoíTgg. et Link.
C. Intybus L. Sp. pi. p. 813; Brot. I, p. 333.
3. glabralum Gr. et Godr. — Capitulos geminados; escamas do
invólucro giabras.
y. Imcophaeum Gr. et Godr. — Capitulos ternados; escamas pel-
ludas mais ou menos glandulosas.
Campos seccos, cultivados, caminhos. Fl, de junho a setembro. I-II.
C. glaucum Hoflgg. et Link. Fl. Port. II, p. 178, tab. 9o.
Terrenos incultos, beira de caminhos. Fl. de julho a agosto. I.
316
Ijap.«>aiia L.
L. communis L. Sp. pi. p. 811; Brot. I, p. 312.
Terrenos cultivados, sebes, logares sombrios. Fl. de jiinbo a setem-
bro. I-III.
Tolfiis (Adans.) Biv.
l Ligulas centraes purpúreas T. barbaía Gaertn.
( Ligulas todas amarellas T. umbellata Bert.
T. barbata Gaertn. de fruct. sem. 11, p. 372; Brot. I, p. 321.
Campos incultos, arenosos, searas, sebes. Fl. de abril a junho. I-III.
— Leiluga.
T. umbellata Bert. Mem. Soe. Emnl. Génova.
Rluros, pastagens, terrenos arenosos, schistosos. Fl. de abril a junho.
I-IV.
ilriB»seri$i Gaertn.
A. pusilia Gaertn. de fruct. sem. II, p. 365, tab. 157; Ilyoseris mí-
nima L. Sp. pi. p. 809; Lapsana minima Brot. I, p. 313.
Terrenos arenosos graniticos. Fl. de junho a julho. I-V.
Rliag;aclioliis (Tournf.) Scop.
Rh. stellatus DC. Prodr. VII, p. 77.
a. leíocarpus DC. — Folhas inferiores oblongo-lanceoladas den-
teadas.
^. edulis DC. Brot. I, p. 313. — Folhas inferiores compridas
lyradas com o lóbulo terminal grande orbicular denteado.
Terrenos cultivados, searas, sebes, muros. Fl. de abril a junho. I.
Heflyiiiiois (Tournf.) W.
(Pedúnculos fiucliferos muito grossos; papillio dos achenios centraes de palhetas
curtas e de 5 ;iallietas sedosas centraes H. cretica W.
[Pedúnculos fiuctiferos pouco engrossados, quasi cylindricos. H. polymorpha DC.
II. cretica W. Sp. jil. p. IGIC; Ilyoseris cretica L. Sp. pi. p. 810;
Brot. I, p. 322.
Terras arenosas estéreis, cultivadas. Fl. de maio a agosto. I.
317
H. polymorplia DC. Prodr. Vil, p. 81.
a. jjendula Wk. et Lange, Prodr. II, p. 207. — Folhas den-
teadas ou inteiras.
Terrenos cultivados e incultos, arenosos, calcareos, estéreis. Fl. de
abril a julho. I.
3. Leontodontinae
Ilnvoluero l-seriado ; aclienios com longo Ijico 1
invólucro de escamas imbricadas 2
ILIgulas amarellas Urospermmn Scop.
1
I Ligulas violaceo-roseas Geropogon L.
I Receptáculo com palhetas lineares caducas; papilho 1- seriado plumoso.
l Hypocheris L.
]Receptaeulo nú ou fibriloso; pedúnculos radicaes; folhas em roseta. Leontodon L.
(Receptáculo nú ou fibriloso ; caule com folhas 3
(Papilho caduco formado de sedas ligadas na base em annel Picris L.
3
(Papilho de sedas não ligadas na base, plumosas, barbas erusadas. Scorzonera L.
Hypocheris L.
íBracteas do receptáculo muito aguçadas e mais compridas do que o papilho.
Planta perenual de raiz grossa H. radicata L.
iBracteas acuminadas e mais curtas que o papilho. Planta animal de raiz del-
gada it. glabra L.
H. radicata L. Sp. pi. p. 811.
a. roslrata Moris. ; H. radicata Brot. I, p. 331. — Aclienios
todos attenuados em ponta delgada mais compridos que o
fructo.
^. heterocarpa Moris. — Achenios externos sem ponta.
Prados, terrenos relvosos. Fl. de maio a dezembro. I-V.
H. glabra L. Sp. pi. p. 811.
a. genuína Godr. Fl. Fr. p. 293; II. hispida, lí. dimorpha
Brot. I, p. 329; lí. adscendens Brot. Phyt. lusit. I, p. 55.
318
— Achenios externos sem ponta, os internos com ponta
longa.
[â. Loisekuriana Godr. — Achenios todos com ponta longa.
y. erostris Coss. Germ. Flor. paris. p. 427. — Achenios sem
ponta.
Campos seccos, bordas de camifihos. Fl. de maio a agosto. 1.
Urojilicruiiiiii Scop.
U. picroides Desf. Cat. h. paris. ed. I, p. 90; Tragopogon picroides L.
Sp. |)]. p. 790; fírot. I, p. 330.
Terrenos relvosos, caminhos, mattos. Fl. de abril a maio. l-II.
Ijeoiitocloii L.
[Achenios de duas formas, os externos quasi sem rostro e com papilho escamoso
em forma de coroa ou nulio, os internos com rostro longo.
Sect. II. Thrincia (Roth.).
^ Achenios eguaes^ com ou sem rostro e com papilho plumoso 1
'Raiz tuberiforme; achenios com rostro longo; papilho plumoso.
Sect. III. Millinoides Benth.
1
|Raiz não tuberiforme; achenios de rostro curto; papilho de pellos plumosos 1-2-
seriados, sendo os externos denticulados, os internos plumosos.
Sect. I. Apargia (Scop.).
Sect. I. Apargia (Scop,)
[Planta glabra ou com pellos simples L. pyrenaicum Gouan.
I Planta scabro-hirsuta L. hispidum L.
L. pyrenaicum Gouun. 111. p. 55, tab. 22, fig. 1 e 2.
Pastagens, terrenos férteis. Fl. de junho a setembro. IV e V.
L. hispidum L. Sp. pi. p. 799.
a. vulgare Bisch. Beitr. p. 58.
^. glabratum Bisch. 1. c.
Prados, pastagens, terrenos pedregosos. Fl. de julho a setembro.
IV-V.
319
Sect. II. Thrincia (Rolli.)
L. hirtum L. Sp. X, n." 6; Thrincia hirta Rolh.
a. íypicum Fiori et Begn. — Uostro dos achenios centraes egual
a Vi ^^ grandeza destes. Planta 2-annual ou perennal.
^. Rothii (Bali.); Thrincia hispida Roth. — Rostro egualando
uma ou duas vezes a grandeza dos achenios centraes.
Planta annual.
Terrenos arenosos, relvosos, seccos. Fl. de maio a agosto. I-III.
Sect. III. Millineides Benth.
L. tuberosum L. Sp. pi. p. 799; Thrincia grumosa Brot. I, p. 325.
Outeiros arenosos, pedregosos, relvosos. Fl. de fevereiro a maio.
I-III.
Picris L.
Invólucro simples; escamas com uma ou mais series; achenios eguaes e atte-
nuados Secl. I. Eiipicris DC.
[invólucro duplo, o exterior de 3-3 escamas folheaceas, o interior de 8- 10 escamas
lineares 1-seriadas; achenios com rostro mais comprido do que elles.
Sect. II. Ilelminlliia Juss.
Sect. I. Eupicris DC.
i Escamas exteriores do invólucro patentes P- hierurioides L.
(Escarnas exteriores quasi encostadas P. longifolia Bss. et Reut.
P. hieracioides L. Sp. pi. p. 792; Brot. I, p. 327.
Prados e terrenos cultivados. Fl. de julho a agosto. I-IV.
P. longifolia Bss. et Reut. Pug. p. 69.
Matlagaes das altas regiões. Fl. de julho a agosto. IIl-lV.
320
Secl. II. Helniinthia Juss.
/Planta revestida de sedas simples e pellos mais curtos em gancho; escamas exte-
l riores do invólucro ovado-cordiformes espinescentes ; aehenios com rostro fle-
] xi vel P. echioides L.
/Planta aculoado-liispida; escamas exteriores lanceoladas planas echinoso-celhea-
1 das ; aclienios terminados em i ostro rijo P. spinosa Poir.
P. echioides L. Sp. pi. p. 792; Ilelminlhia echioides Brot. I, p. 328.
Terrenos ferieis, relvosos, sebes, logares húmidos. Fl. de maio a
julho. I-II.
P. spinosa Poir. Sup. 3, p. 408.
Terrenos áridos, coMinas argillosas, beira de caminhos. Fl. de maio
a gosto. I-II.
Oci*0|iog»u L.
G. glaber L. Sp. pi. II; G. hirsutus Brot. I, p. 331.
Outeiros relvosos, pedregosos. Fl. de abril a maio. I.
Seorzoncra L.
[Folhas mais ou menos divididas; aehenios com pedicello ôcco sulcado mais longo
que elles Sect. I. Podospennum DC.
^ Folhas inteiras; aehenios sem pedículo Sect. ÍI. Euscorzonera DC.
Sect. I. Podospermum DC.
Planta glabra; escamas do invólucro não aristadas ou levemente em gancho no
ápice Sc. calcilrapifolia Vahl.
(Planta quasi glabra; escamas exteriores recurvadas em gancho no vértice.
Sc. laciniata L.
Sc. laciniata L. Sp. pi. p. 791.
Terrenos cultivados, caminhos. Fl. de maio a julho. I-III.
Sc. calcitrapifolia Vahl. Symb. bot. II, p. 87.
Terrenos argillosos, cultivados, caminhos, littoral. Fl. de abril a ju-
lho. I-II.
321
Secl. II. Eoscorzonera DC.
I Caule e folhas roliças fislulosas Sc. fistulosa Brol.
Folhas planas com nervuras Sc. humilis L.
Sc. fistulosa Brot. I, p. 329.
Terrenos húmidos, relvosos. Fl. de julho a agosto. I.
Sc. humihs L. Sp. pi. p. 790.
^. angustifolia Hoffgg. et Link. Fl. Porl. p. 124. — Folhas
linear-lanceoladas.
Prados e terrenos relvosos húmidos. Fl. de maio a junho. I.
4. Crepidinae
I Achenios com rostro 1
( Achenios sem rostro 3
[Rostro nascendo do centro d'unia coroa escamosa ou d'entre dentes. Chondrilla L.
(Rostro nú na base 2
[Pedúnculos radicaes Taratvm Hall.
2
(Plantas caulescentes Lactuca L.
Í Achenios comprimidos ou 5-angulares estriados longitudinalmente. . Sonchus L.
Achenios attenuados no ápice e com 6-20 estrias longitudinaes Crepis L.
Achenios attenuados na base e ironcados no vértice 4
(Receptáculo com alvéolos apenas fimbriados Hieracium L.
4
(Receptáculo com longas sedas. Planta cotonosa Andryala L.
Auflryala L.
(Planta bisannual ou perenne ; ligulas amarellas A. inlcgrifolia L.
(Planta annual ; ligulas amarcllo-alaranjadas A. íenui folia DC.
21 XXVI
1
322
A. integrifolia L. Sp. pi. p. 808.
a. CO ry mfcosa Wk. ; A. corymbosa Lamk.; Brot. l, p, 337. —
Cíiule muito ramoso iia parte superior; folhas inferiores
sinuosas,
p. angusii folia DC. — Caule ramoso desde a base; folhas linear-
lanceoladas.
y. sinuala Wk. — Foliias inferiores e medias mais ou menos
sinuoso-denteadas, ou sinuoso, ou roncinado-pinnatifidas.
Terrenos arenosos, pedregosos, estéreis ou ferieis. Fl. de junho a
agosto. I-III.
A. tenuifolia DC. Prodr. VII, p. 245.
Terrenos arenosos e rochas do liltoral, maltas, vinhas. FI. de abril
a junho. I.
Clioiidrilla L.
Ch. juncea L. Sp. pi. p. 796; Brot. I, p. 314.
Campos e terrenos incultos. Fl. de junho a setembro. I-II.
Tara^iLiiiai L.
T. officinale Web. in Wigg. Primit. fl. holsat. p. 56; Brot. I, p. 324.
a. genuinum Koch. — Folhas de verde claro.
[B. lividum Koch. — Folhas um pouco glaucas.
y. alpinum Koch. — Planta pequena; folhas verdes.
Prados e terrenos férteis, relvosos. Fl. de abril a outubro. I-IV.
Soiichiis L.
/
1
[Folhas caulinares com aurículas aciiminadas S. oleraceus L.
( Folhas caulinares amplexicaules i
[Folhas mais on menos divididas, as caulinares com aurículas muito largíis ahra-
çando o caule S. asper Vill.
I Folhas caulinares pouco largas na haso ; capítulos poucos i>. maritimus L.
S. oleraceus L. Sp. pi. p. 794; S. oleraceus, var. laevis Brot. I, p. 316.
a. triangularis Wallr. Sched. crit. p. 832. — Lóbulo terminal
de folha trian*íular ou arredondado e grande.
p. lacerus Wallr. I. c. — Lóbulo terminal egual aos lalcrars.
323
Terras cultivadas, caminhos, muros. Fl. durante quasi todo o anno.
I-IV. — Serralha, Serralha branca ou macia.
S. maritimus L. Syst. X, p. 1192; Brot. I, p. 317.
p. lalifoUus Bisch.
Terrenos húmidos, juncaes. Fl. de julho a agosto. I.
S. asper Vill. Dauph. III, p. 158.
a. inermis Bisch. Beitr. p. 222.
fi. pungens Bisch. 1. c.
Terrenos cultivados. Fl. de junho a outubro. I. — Serralha preta,
espinhosa ou áspera.
S. glaucescens Jord. Obs. fr. V, p. 75, tab. 5.
Terrenos pedregosos, muros. Fl. de maio a julho. I-III.
LiaciíBca L.
l Capilulo com muitas flores Sect. I. Scariola DC.
f Capitulo com poucas (5) flores Scct. II. Phoenixopus Cass.
Sect. I. Scariola DC.
[Capitules quasi rentes em espiga; folhas quasi lineares; rostro do achenio mais
comprido do que este L satigna L.
Capitules pedicellados em pauicula; rostro um pouco menor que o achenio.. i
Í Folhas espinhosas na margem e na nervura dorsal, roncinado-pennatifldas; ligu-
las amarellas L. Scariola L.
Folhas espinhosas na nervura dorsal; folhas inteiras ou sinuosas; escamas do
capilulo e ligulas mais ou menos violáceas L. virosa L.
L. saligna L. Sp. pi. p. 796; Brot. I, p. 316.
Terrenos cultivados, maltagaes, sebes. Fl. de junho a outubro. I.
L. Scariola L. Sp. pi. II; Brot. I, p. 315.
Terreíios cultivados, mnttas, sebes. Fl. de junho a setembro. I-II. —
Alface brava menor.
L. virosa L. Sp. pi. p. 795; Brot. I, p. 315.
Terras férteis, húmidas. Fl. de julho a outubro. I-III. — Alface brava
maior.
■ 9
324
Sect. II, Pboenixopiis Cass.
L. vimiiiea Lk. Eniim. li. Berol. 11, p. 281; Prenaiillies \iminea L.
Sp. pi. p. 797; Choiidrilla viminea Lamk.; Brot. 1, p. 314.
Terrenos estéreis pedregosos. Fl. de julho a outubro. I.
Crcpis L.
[Raiz fibroso-tuberculada ; capítulos solilarios na extremidade do caule; achenios
quasi de 4 faces Sect. II. Aetheorrhiza Cass.
|Raiz fibrosa: capítulos solitários ou em cymeira; achenios um pouco comprimi-
dos 1
'Achenios todos ou pelo menos os do disco rostrados. Sect. I. Barkausia Moench.
1 < Achenios apenas attenuados no ápice Sect. III. Eucrepis DG.
[Achenios nem attenuados nem rostrados Sect. IV. Catonia Moench.
Sect. I. Barkausia Moench.
C. taraxifolia Thuili. FI. paris. p. 409.
p. laciniala Wk. — Folhas basilares sinuado-pinnalifidas, ron-
cinadas ou pinnatipartidas.
y. Haensekri Bss. — Folhas obtusas quasi sempre apenas den-
teadas.
Terras cultivadas, arenosas, caminhos. FI. de maio a julho. I-II. —
Almeirão.
Sect. M. Aetheorrhiza Cass.
C. bulbosa (L.) Tsch. Flora XI, Eng. I, p. 78; Leontodon bidbosum L.
Sp. pi. p. 798; Ilieracium tuberosum Brot. I, [>. 318.
Areias do lilloral e terrenos leves. Fl. de fevereiro a julho. 1. —
Chundrilla de Diuscorides.
Sect. III. Eucrepis DC.
C. virens L. Sp. pi. II; C. lectorum Brot. I, p. 320.
328
». dentala Bisch. — Folhas basilares oblongo-lnnceoladas, den-
teadas.
^. runcinaln Biscli. — Folhas basilares roncinado-pinnalifidas
011 laririiado-pinnaliíidas.
y. pectinala Bisch. — Folhas caulinares pectinato-pinnatipar-
tidas.
S. agresíis Bisch. — Folhiis como em 3- mas capilulos maiores
e caule sempre erecto e robusto.
Prados, terras relvosas. Fl. de abril a outubro. 1 IV.
Saci. IV. Catonia Moench.
C. lamp«anoides Frõl in DC. Prodr. VII, p. 169; llieracium lampsa-
noides Lamark. Dicl.; Brot. I. p. .319.
Prados e matlas húmidas. Fl. de maio a a{^osto. IV-V.
Iflieraeiíiiii L.
|Pi;uilas cstolhosas com folhas viv.is n.i h;iso na cpoca da floração ; aclioiiios pe-
quenos (2 Va) m"i- quando maduros Suhgt-n. i. Pilosella.
[iManlas rhizomalosa.% mas não ostolhos.is; achciiios grandes (.3-'i. V^) mm.
Suligen. II. Archieracium.
Sultgen. I. r*ilosella
Rosula de folhas central estéril; estolhos férteis, 1-4 hastes simples ou forqiu"lha-
d;is ; folhas concolores § Castellaninae.
Rosula central feriil; folhas discolores; haste nua com un^a única flor.
§ Pilosellinae,
S Castellaninae
H. caslellanum Bss. et Reut. Diagn. n." 37; H. sloloniferum lloffgg.
et Link.
a. pilosum Schul. — Escamas do invólucro com longos pellos
brancos nào glandulosos e outros pequenos glandulosos.
p. glandulosmn Schul. — Escamas com pellos curtos glandu-
losos.
Pastagens arenosas. Fl. de julho a outubro. III-V.
326
§ Pilosellinae
H. Pilosella L. Sp. pi. p. 800; Brot. I, p. 318.
Terrenos arenosos, relvosos, fendas de rochas. Fl. de junho a setem-
bro. III-V.
Subgen. II. Arcliieraciu.m
Í Folhas basilares vivas (pliyllopodio) na época da floração A. Aurélia Fr.
Folhas basilares mortas na época da floração B. Accipitrina Fr.
A. Aurélia Fr.
I Plantas escapigeras * Triviaha.
Plantas de caule com folhas ** Vulgata.
* Trivialia
IEslylele amarello; folhas ellipticas de peciolo curto H. cinerascens Jourd
Estylete castanho ou aloirado; folhas cordiformes de longo peciolo.
H. murorwn L.
** Vulgata
Folhas lanceolodas, sinuosas ou inciso-denteadas, as inferiores e basilares atte
nuadas em curto peciolo H. vulgatum Fr.
B. Accipitrina Fr.
[Planta verde vivo; folhas coreaceas ovadas ou ovado-lanceoladas, serrilhadas, as
inferiores attenuadas em peciolo, as superiores semi-ainplexicaules
H. sabaudum L.
I, Planta de verde-pallido; folhas molles oblongo-lanceoladas, denteadas.
H. boreale Fr.
* Trivialia
II. cinerascens Jord. Cat. Grenob. 1849, p. 17; II. murorum líoffgg.
et Link. Fl. Port. II, p. 140.
327
Terrenos relvosos, maltas das regiões altas. Fl. de maio a setembro.
IV-V.
H. murorum L. Sp. pi. p. 802.
Terrenos arenosos, relvosos. Fl. de junho a setembro. IV-V.
** Vulgata
H. vulgatum Fr. Symb. p. 115; H. intybaceum Brot. I, p. 320.
Florestas. Fl. de junho a julho. Ill-V.
B. Accipitrina Fr.
H. sabaudum L. Sp. pi. p. 804; Brot. 1, p. 318.
Terrenos soltos, lloreslas e maltagaes. Fl. de agosto a setembro. I-II.
H. boreale Fr. Symb. p. 190; II. silvaliciim Brot. l, p, 318.
Em terras húmidas, nas maltas de carvalhos. Fl. de agosto a setem-
bro. I-IV.
Júlio Henriques.
328
OBSERVAÇÕES PHAENOLOGICAS
FEITAS NO JARDIM BOTÂNICO DE COIMBRA NO ANNO DE 1910
rou
A. F. Moller
Allit. 89"'; Latil. N. 40»12'; Longit. W. Gren. 8"23'
Acer platanoides
A. pseiido-platatms
Aesculus Hippocastaneum
Ailantlms glandulosa
AInus glulinosa
Aniygdalus commiinis
A. pérsica
Anacamptis pyramidalis
Armeniaca viilgaris
Atropa Belladona
Berberis vulgaris
Belula pubescens
Buxus sempervirens
Calluna vulgaris
Campânula primulaefolia
Cereis siliquastrum
Chelidoniuin niajus
Chrysanthenium leucanthenuim
Cornus mas
C. sanguinea
CoryJus avellana
Crataegus monogyna
Cydonia japonica
C vulgaris
Cytisus Laburnum
Drosophyllum iusitanicnm
Eriça lusitanica
Fagus silvatica
Fragaria vesca
Fraxinus anguslifolia
Gleditschia triacanthus
Gynerium argenteum
Jugians regia
Lagestrofimia indica
Laurus nobilis
Liguslrum vulgare
15.IV
Pi.IV
12.11
29.IV
20.III
iO.IV
l.IV
lo.III
l.III
2i.IV
3.11
7. IV
Primeiras fo-
lhas amarcllas
lO.X
30.x
lo.X
7X1
2.XI
5.XI
2X1
28.X
23.X
Í8.XI
28.x
16.x
24.III
23.XII
2.11
4.111
13.IV
20 III
18.V
lo.V
24X11
20X11
15.VI
17. III
23.11
2.VI
5.111
lO.V
25.III
5.11
29.11
li. IV
20 IV
20.XI
19.11
30.1
25.VIII
14.1V
25.VII
12.111
12.IV
Primeiros fru-
clos maduros
10. IX
22.VII
20.VIII
lO.IX
24.VIII
6.x
8.IX
28.IV
15.IX
18.IX
l.X
15.1X
329
Primeiras
folhas
Lilium candidum
Liriodendron tulipifera
Lonicera etru.sca
L. tatarica
Morus alba
Narcissus Bulbocodium . . .
N. obesus
N. poeticus
N. pseudo-uarcissus
N. Tazzetta
Olea europaea
Ophrys liitea
Philadelphus coronária. . . .
Platanus oriental is
Populus alba
P. canescens ,
P. nigra
Prunus avium
P. domestica
P. Pissardi
P. spiliosa
Pyrus cornmunis
P. nialus
Quercus pednnculata
Ranunculus Ficaria
Robinia pseudacacia
Rosa scandens
Rubus idaeus
R. ulniifolius
Salix atrocinerea
S. capiea
Salvia offlcinalis
Sambucus nigra
Sarotbamnus grandiflorus . .
Sciila pumila
Secale cereale
Sorbus aiicuparia
Syinphoricarpiis racemosus
Syringa vulgans .
Tilia americana . .
T. argêntea
T. vulgaris
Triticilm vnigare.
Ulex Jussiaei . . . .
Ulmus campestris
Viburnum Tiniis..
Vilis vinifera ....
22 III
6.III
30.111
25.11
2.IV
30.111
Mattas de carvalhos todos verdes
Cearas de centeio maduras
Cor^llus Avellana— flores masculinas
5.1V
14. III
18.11
20.111
31.11
21. IV
12.IV
10 IV
23.IV
12. IV
3!).1II
1'rimeiras fo-
lhas amarelias
7.XI
lO.XI
6.XI
20X1
18X1
15.XI
6.XI
23.x
12.XI
lO.XI
12.X
8.XI
18.x
25.x
20.XI
8.XI
lO.X
Primeiras
llores abertas
22.V
20.V
20. IV
18.III
2.1II
22.11
12.11
21.111
4.1II
18X1
18.V
19.11
30.IV
20.111
26.111
22 III
22.111
26.11
7.11
8.III
25.111
51V
28.X11
1 .IV
15.IV
15.IV
17.1V
23.1
20.11
12.IV
5.III
lO.IV
5.I1I
19.IV
15.IV
i6.IV
lO.Vl
lO.V
22X1
4.11
12.11
22. V
lO.lV
15.VI
28X11
Primeiros fru-
ctos maduros
15.V1I1
201V
25.1 V
14.V
18.V
12.VI
25.VI
27.V1II
181X
lO.VI
25.VI
15.III
14 IV
8.VII1
e.Viíi
24.VIII
6.1 V
4.VII1
330
índice das matérias
POB
ORDEM DOS AUCTORES
Carrlsso (Dr. Luís Wittnisch)
Henriques (Dr. J. A.)
Mariz (B.«' J. A.)
Moller (A. F.)
Pag.-
Materiacs para o estudo do Plancton da costa
portuguesa 5 e 190
Sir Jose|ih Dalton Hooker III
Esboço da flora da bacia do Mondego 85 e 210
Cypreste portiiguez (Cupressus lusiianica
Mill.) Cedro do Bus.saco 178
Flora lusitanica exsiccata — Centúria XIX.. 180
Observações phaeiíologicas feitas no Jardim
Botânico de Coimbra no anno de 1910 . . . 328
331
índice alphabetico
DAS
famílias e géneros mencionados neste volume
Pag.
Acanthaceae 270
Acanlhiis L »
Actinoplvchus Ehr 1 9o
Adenocarpus DC 100, 186, 189
Agrimonia L 9')
Agropyrum Bcauv 182
Agroslis L 181
AJLiga L 2:^5
Alchemilla L 91
Allium L 182
Althaea Cav 146
Ammi Tournf. 171
Anacardiaceae 140
Anacyclus L 297
Anagalis L 215
Anarrhinum Desf. 184, 260
Anchusa L 188, 230
Andryala L 321
Anethum L 174
Angélica L 1 7o
Anthemis L 296
Anthriscus HoíTm 166
AnthyllisL 117
Antirrhinum Tournf. 184, 188, 2o8
Apium L 170
Apocynaceae 524
Aquifbliaceae 142
Arabis L 187
Araliaceae 162
Arbutus Tournf. 24
Arctium L 30o
Arctotis L 304
Arenaria L 186
Pag.
Aristolochia Tournf. 183
Ariiieria Willd 216
Arnica L 301
Arnoseris Gaertn 316
Arrhenatherum Beauv 181
Artemísia L 300
Asclepidiaceae 22o
Asperulia L 275
AsKT L 2ol
Aslrocarpus Neek 187
Atropa L 2ol
Auliscus Ehr 19o
Avena L 181
Bacillariales 190
Bacteriastrum Wall 199
Ballota L 243
Bartsia L 267
Bellardia Ali »
Bellis L 289
Bíddulpbia Kilt 202
Bidens L 295
Bifora HoíTm 168
Biserrula L 121
Borraginaceae 228
Borrago L 230
Bromus L 182
Bryonia L 284
Brunella L 240
Bupleurum L 170
332
Cachris L
Cactaceae
Calendula L
Callitrichaeeae
Callilriche L
Calluna Salisb
Calystegia R. Br —
Campânula L
Oanipanalaceae . ■ . .
Campylodiscus Klir.
Caprifoliaceae
Cardamine L
Carduncellus Juss. .
Carduus L
Carlina L
Carthanius L
Cariim L
Celsia li
Pag.
169
157
:'03
141
Cenaiigium Fr
Centáurea L
Centranthus DC
Centunculus L
Cerastiuin L
Cerataulus (Ehr.)
(^eiintlie L 183,
Chaerophylluni L
ChaetoC''ras (Ehr.)
Chlora L
Clirysaulhemuni L
Chrysospleninm L
Chrytlnnum L
Cliondrilla L
Cicendia Adans
Cichorium L
Circaea L
Cirsinm Scop
Cistaceae
Cistus Tournf. loO,
Cladosporiuni Link
Cleonia L.
Cnicus Gaerln
Conipositae
Coniuin L
Conopodium Koch
Convolvulaceae
Convolvulus L
ívonysa Less
Coriandrum HolTni
Cornaceae
Cornus L
Coronilla L
Corydothymus Rchb
Coscinodiscus Ehr
212
227
28o
284
20o
278
187
314
306
304
313
172
253
180
310
281
216
73
202
233
166
200
223
297
88
174
322
221
315
162
306
150
187
180
240
314
288
168
172
226
2Í6
290
168
163
»
123
247
194
Pag.
CotulaL 300
Cotyledon L 87
Crassulaceae 85
Crepis L 324
Crucianella L 274
Ciicurljitaccae 284
Ciiscnta L 228
(]ydonia Tournf. 89
Cvmbalaria Baumg 255
CVnanchum L 225
Cynara L 308
Cynoglossum L 230
Cynosurus L 181
Cytisus L 102
r>
Daphne L 158
Datina L 252
Daucus L 177
Deschampsia Beauv 181
Detouula Scliult 196
Dianlhus L 187
DigilalisL 184,266
Dinollagelliae 60
Dinoplivsis Ehrenb 65
Diotis Desf 297
Dipsaceae 2S2
Dipsacus L »
Dilyliuni Bail 201
Dolicos L 131
DoronicuMi L 301
Dorycnium Vill 118
E
Ecbalium A. Rich 284
Echinops L 304
Echinm L 184, 283
Elatinaceae 149
Elatine L »
Elatinoidos Wettst 255
Emex Neck 183
Empetrum L 141
Epilobium L 160
Eriça 1 212
Ericaceae 24,211
ErigeronL 280
Erodiuni L 133
Eryngium L 164
Erysimuni L 187
Erythraea iNeck 185, 222
Eucampia Ehr 201
333
Pag.
Eupatoriíim L 288
Euphorbia L 138
Eiiphorbiaceae 137, 176
Evax Gaerin 202
F
Ferula L 175
Festuca L 182
Filago L 291
Flagellia 60
Foeniculum Adans 174
Fragaria L 92
Frankenia L 149
Frankeniaceae »
Fraxinus L 220
Fumana Spach 187
Galium L 183, 188, 27o
Genista L 98
Genliana Tournf. 224
Genlianaceae 221
Geraniaceae 131
Geraniales »
Geranium L 132
Geropogon L 320
Geum L 93
Glechoma L 240
Gnaplialium Dod 293
Goniaulax Diesing 66
GratiolaL 188, 262
Grimmia Ehr 180
Guinardia Perag 198
Guttiferae 147
H
Halimium Dunal 187
Haloirhagidaceae 162
•Hedera Tournf 162
Hedypnois Tournf. 183, 316
Heleocliloa Host 181
Helianthemum Tournf. 151, 187
Helichrysum DC 293
Heliolropium L 184, 229
Heloseiadium K 185
Heracleum L 176, 185
Hieraciuni L 32o
Hispidella Bernard 31o
Hydrocotyle L 163
Pag.
Hyoscianus L 351
Hvpericoideae-Hypericeae 147
Ilypericum L 147, 186
Hypocheris L 317
Ilex L 142
Inula L 293
Isthniia Ag 203
Jasione DC 183, 287
Jasmiuiuni L 221
Juncus L 182
Labiatae 235
Lactuca L 323
Lamium L 242
Lapsana L 316
Lalhyrus L 127, 186
Lauderia Cleve 198
Laurentia Neck 287
Lavandula L 238
Lavalera L 14o
Leguniinosae 96
Lentibulariaceae 270
Leoutodou L 183, 318
Leptocvlindrus Cleve 198
Lepturiís R. Br 182
Ligustruni L 220
Limnanlhemum Gni 224
Linaceae 134
LinariaL 180,256
Linum L • 135
Lithospermum L 233
LiUorella L 271
LobeliaL 287
Lobium L 182
Lonicera L 280
Lolus L 118, 186
Ludwigia L 159
Lupinus L 97
Lupsia Nfick 308
LuzulaDC 182
Lycium L 25 1
Lycmophora Ag 203
Lvcopsis L 531
LycopusL 184,249
334
Pag.
Lysi machia L 214
Lythraceae 158
Lythruin L 159
m:
Malva L 143
Malvaceae »
Malvales »
Malveae-Malvinae »
Margotia Bss 176
Marrubium L 239
Medicago L 106, 186
Melampyrum L 2t 6
Melilotus Tournf. 110
Melissa L 245
Melittis L 241
Melosira (Ag.) 193
Menianlhes Tournf 224
Mentha L 249
Mcicurialis L 138, 186
Mesembryanthenium L 185
Mespylus L 90
Monotropa L 211
Myosotis L 184, 188, 232
Myrtaceae 159
Myrtiflorae 157
Mvrtus L 159
]V
Ntíckera Hedw 181
Nepeta L 239
Nicotiaiia L 252
Nitzschia Hass 205
O
Odonlites Pers 267
Odontospermum Neck 294
Oenanthe L 173
Oidium Lara 180
Olea L 220
Oleaceac 219
Oiiiphalodes Moencli 184, 229
Onagra 'lournf. 164
Onaíjraceae 159
Ononis 1 104
Onopordon L 309
Opuntia Haw , 157
Opunliales »
Orchis L. 182
Pag
Origanum Moench 247
OrlayaHoíTm 167
Ornithopus L .' 122, 186
Orobanchaceae 268
Orobanche L 268
Orobns L 186
Oxalidaceae 134
OxalisL 134,186
Paralia Heiberg 193
Parenlucella Viv 267
Parietaria Tournf. 183
Pedicularis L 267
Peplis L 158
Peridiniaceae 65
Peridinium Ehrenb 67
Pelasites L 300
Petroselinum HoíTm 171
Phagnalon Cass 292
Phalaris L 181
Pbalacrocarpum Willk 299
Phaseolus L 130
Phlomis L 241
Phycosiris L 180
Phyllirea L 220
Pbysalis L 251
Physospermum Cuss 168
Picris L 319
Pimpiíiella L 173
Pinguicula L 270
Pirolaceae 201
Pirus Tournf. 90
Pislacia L 142
PisumL 130
Plaulaginaceae 271
Planlago L »
Platanaceae 89
Plalanus L »
Pleurosigma W. Sm. . 204
PlundDaginaceae 216
Poa L 181
Podosira Ehr 193
Polygalaceae 136
Poianiogeton L 1«1
Potenlilla L 93
Poterium L 95
Preslia Op 249
PrimulaL 214
Primulaceae 114, 214
Prorocentraceae 65
Prorocenlruni Khrenb; »
Pterucephalus Vaill 2S3
835
Pag.
Ptychotis Koch 171
Paccinia Pers 180
Pulicaria L 284
Racomilrium Brid 180
Radiola L 135
Ranunculas L 18H
Rhagadioliis Scop — 316
Rhamnales 142
Rhamnaceae »
Rhaninus L »
Hhus L »
Rhvnchostegiiim 181
Ridolfiia Moris 171
RosaL 95,189
Rosaceae 89
Rosales 85
Rubiaceae 274
RubusL 91, 185
Riiniex L 183
Ruía L 136
Rutaceae "
Salvia L |44
Sambucus L 279
Samolus L 214
Sanicula L lo3
Santolina L 296
Sarolhamnus Winim 186
Satureja L 2^5
Saxifraga L 88
Saxifragaceae 87
Scabiosa L 284
Scandix L 166
Sceletoiiema Grev 19 1
Scolimus L 31 i
Scorpiíirus L '21
Scorzonera L 320
Scrophularia Tournf. 184, 260
Scrophiilariaceae 253
Sculellaria L 237
Sediiin L 86
Sebnum HoíTm 1/4
Sempervivum L 87
Senecio L .- 301
Serralula L 309
SeseliL Hj
SherardiaL 2/4
Siblhurpia L 263
Pag.
Sideritis L 184
Silene L 187
Silvbum Vaill 308
Siiím L i72
Siiiiniium L 166
Solanaceae 250
Solanum L 252
Solidaeo L 289
Soliva R. etP 300
Soncbus L 322
Spaiiium L 98
SperoulaL 189
SpiraeaL 244
StachvsL 242
Statice Willd 217
Stephanopvxis Ehr 194
Succisa Cõull 283
SurirellaEhr 205
Svnedra Ebr 203
Tamaricaceaft 189
Tamarix L »
Taraxum L 322
Teucrium L, 184, 236
Tbalassiosira Cleve 194
Thalassiotrix Cleve 204
Thapsia L 176
Thvmeliaceae 158
Thymus L 247
Tolpis Biv 316
Tordylium L 176
Torilis Adans 166
Tracbeliiim L 286
Triceralium Ehr 201
Trifoliuin L Hl, 186
Trigonella L 106
Tiiberaria Dunal 187
XJ
UlexL 101
Umbelliferae 143
Urospermuin Scop 318
Ulriculai ia L 270
VaillantiaDC 278
Valeriaua L -81
336
Fag.
Valerianaceae 280
Valerianella Hiill »
Verbascum I 2o4
Veibena L 234
Verbenaceae »
Verónica L 185, 189,283
Viburnum L 279
Vicia L 123, 189
Vinca L 224
Viola L 156
Violaceae »
VuipiaGmel 181
Pag.
W
Wahienbergia Schrad 286
x:
Xantliium L 183
z
Zygophyllaceae 136
ADOEIVDA
Pag. 136 — A seguir a Polygalaceae deve ir Polygala L.
< BOLETIM
DA
SOCIEDADE BROT[R
Red. — J. A. HENRIQUES
Prof. de Botânica e Director do Jardim Botânico
"VOL. 2£:2£:"V"II
1917
»»><■
COIMBRA
IMPRENSA DA UNIVERSIDADE
1917
BOLETIM
DA
SOCIEOID
[R
Red. — J. A. HENRIQUES
Prof. de Botânica e Director do Jardim Botânico
"VoL. x:2§:"vii
1917
i»-*-4«
COIMBRA
IMPRENSA DA UNIVERSIDADE
1917
A ILHA DE S. TOMÉ
SOB O PONTO DE VISTA HISTORICO-NATURAL E AGRÍCOLA
Á MEMORIA
DE
(Sonxlâcho o/^ancòcc cfdhêcvto ^ia:> Qc^ta
àMOT .8 aa ATilAO
•esvísiíO 9£) BaA oiS .8S
.àdrasJ « .è^S
.lobfiínoO « BS
.oioO of) « .TS
.9bnB-í§ BO^A « .8S
.9«iioL íauaeM « .6S
.ebedA « .08
.onsupsq oSO « .18
.89VfiiíO 9b bqA 9b bíbH .o
.BflA bíabS ab eiBa .á
.OBoL .8 9b BigaA .0
.sbflBig bíbi^I íib bíbS .^
.ò^òl-ògòl ob BbB9&a3 .»
.6q69 fib ragniod ob BÍflo*! .\
.IsjjgiM .8 9l) &UQ- \i
,sbY o-goid .^
.8979^ âBb ^-lag — .o^a BÍno*I -s
.a«IoíI 2Bb JJ9ÍÍII .H
9a-B(9v a9Ô5BOÍbflí aifim bibI .3K
."09910 .iQ ob Bdli 6b BÍ-XBf) B
.èaiodT .8 9b ooH .1
.Bsiro8 oJB-^BÍaa .S
^BÍÍèraA BÔgBwI .8
.oiíbbO onoM .^
.Biíaia9*I .0
.oíluoo o .9
.aoaoffliol .?
.si\iio8. .8
.OlÍ98IílO .6
.9bBbiaT9ÍBi'i £b egíaoM .01
.iuprainpoM onoM .íí
.obBggnfiO « .21
.9ZÍ9*I « . .81
.o^aoqoM O .ti
.oÍB^BlaBO onoM ÕI
.a9baBaT9'í bíibM « -'dl
.89VBriO 9b BnA 09Í*I TI
.8911^ rIirVí ooil no oia-xBdO O .81
.'^9dfflodBO Mí
.9bnBi§ obO .os
.BÍB^bS 0DÍ4 .fS
.9baBi^ òl cia .SS
CARTA DE S. TOME
1.
Pico de S. Thomé.
23.
Rio Ana de Chaves.
2.
Estação Souza.
24.
» Lembá.
3.
Lagoa Amélia^
25.
1) Cantador.
4.
Morro Castro.
26.
» Contador.
5.
Peninha.
27.
» do Ouro.
6.
0 oculto.
28.
» Agua grande.
7.
Formosos.
29.
» Manuel Jorge.
8.
Botija.
30.
» Abade.
9.
Cruseiro.
31.
» Cão pequeno.
10.
Montes da Fraternidade.
a.
Baia de Ana de Chaves.
11.
Morro Moquimqui.
b.
Baía de Santa Ana.
12.
» Carregado.
c.
Angra de S. João,
13.
» Peixe.
d.
Baía da Praia grande.
14.
0 Mopongo.
e.
Enseada do lógó-Iógó.
15.
Morro Cantagalo.
/•
Ponta do homem da capa.
16.
» Maria Fernandes.
9-
Baía de S. Miguel.
17.
Pico Ana de Chaves.
h.
Diogo Vaz.
18.
0 Charuto ou Pico Maria Pires.
i.
Ponta figo. — Snr.^ das Neves.
19.
Cabombey.
R.
Ilhéu das Rolas.
20.
Cão grande.
Pico Zagaia.
N
21.
B. Para mais indicações veja-se
22.
Rio ló grande.
a carta da ilha do Dr. Greeff.
Í-O
29
Desde quando o Jardim Botânico da Universidade de Coimbra
começou a ter relações com os agricultores da ilha de S. Tomé,
enviando-llies plantas úteis e entre elas principalmente as da quina,
para que encetassem novas culturas, nutri desejo de visitar esta ilha
para ver e estudar processos agrícolas e para contemplar a explên-
dida vegetação tropical. Realizei esse desejo em 1903.
A 23 de junho embarquei no Benguela. Os longos dias de via-
gem tornaram-se agradáveis pela amabilidade do pessoal do navio
e pela óptima convivência com os passageiros, que seguiam para
diversos pontos de Africa. Fora do navio as distrações eram pou-
cas. Repetidas vezes gastava horas contemplando o movimento
constante do mar e de noite admirava a luminosa esteira do navio,
na qual parecia que se moviam milhões de pirilampos. Sinais de
vida eram dados por cardumes de peixes voadores, quando faziam
uns curtos exercícios aéreos.
No isolamento em que nos achávamos durante longos dias era
bem agradável ver ao longe a coluna de fumo dalgum vapor que
passava, ou algum navio de vela, que com o Benguela conversava.
Boas bátegas de água, acompanhadas de trovões longínquos
davam-nos sinais de proximidades da serra Leoa e por vezes o piar
triste de aves nocturnas nos faziam conhecer que não navegávamos
longe de terra.
A monotonia da longa estrada é cortada pelo brilhante quadro,
que oferece a ilha da Madeira, pelas ilhas de Cabo Verde, cujas
costas negras e ásperas quási causam terror, pelas Canárias de tão
curiosa vegetação e sobretudo pelo aspecto admirável da ilha do
Príncipe, na qual, tudo, desde o mar até aos lugares mais altos,
está coberto de densa vegetação. Parece mesmo que elegantes pal-
meiras surgem das águas do mar. E bem curiosa a forma dum
rochedo, próximo da ilha, conhecido com o nome de — boné de jokei.
8
Ao fim de 18 dias ao amanliecer tive o prazer de me encontrar
em frente da ilha de S. Tomé. Cedo desembarquei e em terra tive
a satisfação de encontrar amigos e grande número de administrado-
res de roças, que amavelmente me convidaram para visitar as cul-
turas que dirigiam. No dia anterior tinham vindo dar uma grande
demonstração de amizade ao Dr. António José de Almeida, que
nesse dia deixava S. Tomé, onde era por todos sobremodo estimado.
Jantei na — sala dos doutores (1) — com amigos dos tempos de
Coimbra, que me prodigalisaram todas as amabilidades. Segui
depois por entre palmeiras para a roça Boa Entrada, nome bem
escolhido. Pertence esta magnífica roça ao Ex.™'' Sr. Henrique de
Mendonça.
Prevenido por este senhor o administrador da roça, o Sr, Silves-
tre Dias da Silva, apenas desembarquei, comunicou-me as ordens
que tinha recebido e que por isso me conduziria até à Boa Entrada.
Assim se fez, e aí passei alguns dias bem agradavelmente.
Voltei à cidade e^embarcando no pequeno vapor que fazia o ser-
viço da ilha, dej)OÍs de dobrar, não o Cabo das tormentas, mas o
Morro Carregado, aportei ao mesmo porto, onde tinham ajíortado
em 1470 João de Santarém e Pêro de Escobar. Daí segui para a
roça Ponta Figo, onde o Sr. José da Costa Santos me deu óptimo
acolhimento e donde fiz interessantes digressões. Segui daí depois,
fazendo paragem mais ou menos longa, por Ponta Furada, S. Mi-
guel, S.'° António de Mussacabú, Jou, Porto Alegre, donde fui ao
ilhéu das Rolas, trepei até Monte Mário, posição explêndida. Novo
Brasil e depois "^através de longas plantações de cacau até S. João
dos Angolares e roça Granja. Embarquei e segui para a cidade,
indo daí à roça Agua-Izé e seguindo por Huba-Budo, Nova Java,
passei a visitar as roças das regiões altas. Saudade, Nova Moka,
Monte Café, S. Nicolau, subindo até a Lagoa Amélia, não chegando
a realizar a ascensão ao Pico de S. Tomé, como tanto tinha de-
sejado.
Desci até Ponta Figo e daí pela Rosema, por caminho, que só
para cabras poderia servir, entrei na grande roça Rio do Ouro onde
me esperava delicado acolhimento, graças à amabilidade do proprie-
(1) Sala dum pequeno hotel, onde jantavam o juiz, delegados, advogados e
outros empregados públicos.
tário, o Ex.""" Sr. Marquês de Valflor. Aí passei alguns dias tendo
ocasião de conhecer uma das principais roças da ilha, senão a pri-
meira.
Quem tinha começado a visita em S. Tomé |pela Boa Entrada,
não podia terminá-la melhor, passando os últimos dias nesta explên-
dida roça, à qual está ligado o nome_ dum dos princij)ais fomentado-
res da agricultura de S. Tomé, o Dr. Gabriel de Bustamante.
O Cabo Verde, no qual tinha de embarcar, estava prestes a par-
tir. Forçoso era nele entrar deixando com profunda saudade a terra
na qual tinha passado tão belos dias, e recebido em toda a parte o
melhor acolhimento, as mais afáveis distinções, de que sempre guar-
darei saudosa recordação.
O grande interesse que nutro por tão interessante ilha levou-me
a estudar tudo quanto lhe diz respeito. O tempo passado na ilha
foi curto para dela obter conhecimento completo. Ajiesar disso
julguei dever procurar dar da ilha a mais completa notícia, mas
quási só sob o ponto de vista histórico-natural. Na descrição física
valeram-me extraordinariamente as publicações do distinto enge-
nheiro Ezequiel Campos, das quais íiz longas transcrições, por que
me era impossível fazê-las iguais, e valeram-me ainda as minuciosas
informações que dele recebi. Sem tal auxílio eu j)ouco poderia es-
crever. Mal posso agradecer todo o valioso auxílio que me prestou.
A um outro amigo, o Conselheiro Francisco Felisberto Dias
Costa, devo favores especiais. Foi êle quem me animou a empre-
ender a viagem a S. Tomé, e quem para isso me auxiliou de modo
muito especial. De justiça era dedicar este meu trabalho à sua
memória.
De vários outros amigos recebi elementos importantes, tais como
fotografias, |)lantas, animais e informações. Foram eles a Ex.""*
Sr.* D. Laura Almeidinha, e os Ex.'"^' Srs. Dr. Lúcio Abranches,
Dr. Adriano Pessa, Henrique de Mendonça, Marquês de Valflor,
Mário F. Lopes, A. Lucas, Dr. Eduardo Lemos, Armando Cortezão,
Aníbal Gama, Acácio Magro, e igualmente a Direcção da Sociedade
de emigração para S. Tomé e Príncipe, que amavelmente emprestou
não poucos clichés de gravuras, que se encontram no magnífico rela-
tório referente ao ano de 1914.
A todos dirijo os mais sinceros agradecimentos.
10
BIBLIOGRAFIA
Não é pequena a bibliografia relativa a S. Tomé. Fiz o possivel
para reunir o que nela se compreende e pude obter as publicações
seguintes.
Publicações gerais sobre a ilha
Alberto Campos Mello. — A Ilha de S. Thomé. — Dissertação de concurso para admis-
são ao professorado das escolas industriais. Coimbra, 1904.
Almeida Negreiros. — Historia ethnographica da ilha de S. Thomé. Lisboa, 1895.
lie de San- Thomé. — Notice historique économique de Tile de San-Thomé et
monographie des produits envoyés par cette colonie à Texposition uuiverselle de
Paris en 1900. Paris, 1901.
• La main d'ceuvre en Afrique. Paria, 1901,
L'agriculture dans les colonies portugaises. Paris, 1905.
Les colonies portugaises. — Etudes documentaires. Produits d'expositions. Paris,
1906.
— Uorganisation judiciaire aux colonies. Paris, 1908.
— Les organismes politiques indigenes. Paris, 1910.
Le cacao portugais et la main d^oeuvre indigene. Paris, 1910.
Biker, J. — A ilha de S. Thomé. — Revista portuguesa colonial e maritima. Lisboa,
1898, n.o» 4 e 5.
Cadbury, W. A. — Os serviçaes de S. Thomé e Principe. — Relatório duma visita às
ilhas de S. Thomé e Principe em 1908 para observar as condições da mão de
obra empregada nas roças de cacáo da Africa portuguesa. Tradução portuguesa
por Alfredo H. da Silva. — Lisboa, 1910.
Correspondência trocada entre W. A. Cadbury e tma comissão de agricidtores de
S. r/iome. — Lisboa, 1910.
Carlos Babo, Dr. — A pérola do Atlântico. — S. Thomé, 1915.
Pela colónia de S. Thomé, — Depoimentos e crítica, — Lisboa, 1914.
Carvalho, e Almeida, J. E. — AilhadeS. Thomé e a agricultura progressiva. — Lisboa,1912.
Chevalier, Aug. — L'ile de San-Thomé. — O Occidente, n.° 1130.
Conde de Sousa Faro. — A ilha de S. Thomé. — A roça Agua-Izé. — Lisboa, 1908.
Ernesto de Vasconcellos. — As colónias portuguesas. — Geographia phisica, politica e
económica. Lisboa, 1896.
Izequiel Campos. — Cartas de S. Thomé publicadas no jornal — O Tempo — n.°« 214,
232, 236, 237, 240, 242, 243, 244, 260, 261, 262, 263, em 1904.
Viação em S. Tliomé. — Lisboa, 1906.
Caminho de ferro no norie da ilha de S. Thomé. — Porto, 1907.
11
Izequiel Campos. — ^ ilha de S. TJwmé. — Conferência feita na Sociedade de Geografia
de Lisboa em 5 de março de 1908.
Trabalhos topographicos na ilha de S. Thomé. — Conferencia feita na Associação
dos engenheiros portugueses em 20 de junho de 3908.
Melhoramentos x>ullicos em S. Thomé. — Lisboa, 1912.
Obras publicas em S. Thomé e Príncipe. — Subsídios para a elaboração e reali-
sação dujn plano. — Porto, 1915.
Fauvel, Pierre. — Sur les Polychetes rapportées par M. Ch. Gravier de S. Thomé. —
BuUetin du Muséum national d'Histoire naturelle. — Paris, 1914.
Ferreira Ribeiro, M. — Relatório sobre o serviço de saúde das ilhas de S. Thomé e Prin-
cipe. — 1871.
• A provinda de S. Thomé e Príncipe. — Lisboa, 1877.
O primeiro Barão de Agtia-lzé, João Maria de Sousa e Almeida. — Lisboa, 1901.
Uma família illustre. — Lisboa, 1901.
Greeff, Dr. R. — Die Inseln Rolas.
Die Angolares neger der Inseln Sao- Thomé. — Globus, 1882, vol, xi.ii, n."» 7 e 24.
Die Insel Sao Thomé. — Patermans Geogr. Mitteilungen. 1884, Heft iv.
Guedes, A. P. de Miranda. — Viação em S. Thomé. — Lisboa, 1903.
Henrique de Mendonça, J. M. — A roça Boa Entrada. —Lisboa, 1905.
Lopes de Lima, J. J. — Ensaios sobre estatística das possessões portnguezas na Africa
Occidental e oriental, na Ásia Occidental, na China e na Oceania. Livro III, Das
ilhas de S. Thomé e Príncipe e suas dependências. — Lisboa 1844.
l\4antero, F. — A mão d' obra em S. Thomé e Príncipe. — Lisboa, 1910.
Massui, Th. — Viagem á ilha de S. Thomé em 1899. — Revista portuguesa colonial e
marítima, 1907.
Mattos, Raymundo da C. — Chorographia histórica das ilhas de S. Tliomé e Principe,
Anno Bom e Fernando Pó. — Porto, 1905, 3." ed.
Nogueira, A. F. — A ilha de S. Thomé sob o ponto de vista da sua exploração agrícola.
— Boi. da Soe. Geogr. de Lisboa, 1885.
A ilha de S. Thomé. A questão bancaria no Ultramar e o novo problema colonial.
— Lisboa, 1893.
Piloto português. — Navegação de Lisboa a S. Thomé, 1555. — Foi publicada na Co-
lecção de notícias jiara a história de geografia das nações ultramarinas, e pela
Academia das sciências de Lisboa. Tomo II.
Silva Viana. — A ilha de S. Thomé. — Conferência feita no Ateneu Comercial de Lis-
boa em 23 de Outubro de 1904. — Lisboa, 1905.
Sociedade de emigração para S. Thomé e Principe. — Relatório da Direcção, parecer
do Conselho fiscal, etc. 2° ano. — Lisboa, 1914.
Strunk, Dr. — A ilha de S. Thomé. — Relatório apresentado à Sociedade de Geografia
na sessão de 5 de Março de 1906. — Boi. da Soe. de Geogr. de Lisboa.
Valentim Fernandes Alemão. — Chronicas das ilhas do Atlântico. 1506-1510. Publicadas
pelo Sr. Gabriel Pereira na Revista portuguesa colonial e marítima, n.°" 35 e 36
do 3.0 ano. — Lisboa, 1900.
Visconde de Pindela, Vicente P. L. M. de Mello Almada. — As ilhas de S. Thomé e
Príncipe. — Notas de uma administração colonial. — Lisboa, 1884.
Wommanson, Baron Ch. de Th. — A travers des plantatíons de Mayombe et S. Thomé.
1911.
12
Sobre as culturas e |)i'odutos naturais da ilha encontram-se es-
tudos nas publicações seguintes :
Augusto de Sousa, J — Enumeração das aves conhecidas da ilha de S. Thomé, seguida
da lista das que existem no museu de Lisboa. — Jornal de se. math. phys. e natu-
rais, XII.
Balthasar Osório. — Liste des erustacés des possessions portugaises d' Afrique occidentale
dans les collections du Muséum d'Histoire naturelle de Lishone. — Jornal de se.
math. phys. e naturais, n."' xliv, 1887, xlvii. — Lisboa.
Note siir quelques especes de crristacés des Ues S. Thomé, du Prince et Ilheo das
Rolas. — J. de se. nat., etc., 2.» série, tomo II, n.° v. — Lisboa, 1890.
Note sur qiielque especes de erustacés de VUe, St. Thomé ilot das Bolas et Angola.
— J. de SC. math., etc., 2." série, tomo II, n." vi. 1891.
Nova contribuição para a fauna carcinologica da ilha de S. Thomé. — J. de sc.
math., etc , 2.» série, tomo II, n.° vii. — 1892.
Noticia sobre duas espécies africanas de crustáceos parasitas. — J. de sc. math., etc.,
2." série, tomo III, n.» xr. — 1894.
Da distribuição geographica dos peixes e crustáceos colhidos nas possessões portu-
guesas da Africa occidental e existentes no Museii Nacional de Lisboa. — J. de sc.
math., etc, 2.^ série, tomo V, u." xix. — 1889.
Uma nova lista de crustáceos africanos. — J. de se. math., etc, 2." série, tomo VII,
n." XXVII. — 1906.
Estudos ichtiologicos acerca da fauna dos dominios portugueses na Africa. — J. de
se. math., etc, 2.^ série, tomo II, n.° ii. 1891 ; tomo II, n." vii. 1892 ; tomo III,
n." XI. 1894.
Les poissons d'eau douce des Ues du Golfe de Guinée. — J. de se. math., etc, 2.* série,
tomo IV, n." XIII. — 1895.
Indicações de algumas espécies que devem ser accrescentadas á fauna ichtyologica
da ilha de S. Thomé. — J. de sc math., etc, 2.* série, tomo VII, n.° xxvii.
Bedriaga, Dr. J. — Notes sur les amphibiens et reptiles recuellis par M. Adolf F. Mol-
ler aux Ues de la Guinée. — O Instituto, de Coimbra, vol. xxxix. — 1891.
Bentham de Hooker. — Flora nigritiana. — London.
Bocage, Dr. J. V. Barbosa du. — Reptis e amphibios de S. Thomé. — Jornal de sc.
math., etc, n." xlii. — 1886.
Sur UH mammifèrc nouveau de Vile de St. Thomé. — J. de sc. math., etc, n.° xliv
— 1887.
Oiseaux nouveaux de VUe de St. Thomé. — J. de se. math., etc, n." xliv. — 1887.
Additamento á fauna ornithologica de S. Thomé. • — J. de sc. math., etc, n.° xlvi.
— 1887.
Sur un oiseau nouveau de St. Thomé de lafamille Fringillidae. — J. de sc. math., etc,
n." xLvn.
Note sur la Phaeospiza thomensis. — J. de se. math., etc, n." xlvii. — 1888.
Sur quelques oiseaux de VUe de St. Thomé. — J. de ao. phys., etc, u.° xlviii. —
1898.
Bocage Dr. J. V. Barbosa du. — Oiseaux nouveaux de Vile de St. Thomé. — J. de sc.
math., etc, n.° xlviii. — 1888.
13
Bocage, Dr. J. V. Barbosa du. — Breves considerações sobre a fauna de S. Thomé. —
J. de SC. math., etc, 2.a séiie, tomo I, ii." i.
Sur ãeux especes à ajovter à la faune ornilhologique de St. Thomé. — Jornal de
SC. math., etc, 2.» série, tomo I, n." ii.
Chiropteres de Vlle St. Thomé. — J. de se. math., etc, 2." série, tomo I,
n.° iif.
Aves da ilha de S. Thomé. — Jorual de se. math., etc, 2.' série, tomo I»
U.° III.
Sur une espece nouvelle à ajouter à la faune crpétologique de St. Thomé et Rolas.
— Jornal de se. math., etc, 2.* série, tomo II, n.° v.
Oiseavx de Vile de St. Thomé.
Sur une variété de aPhyllorhina Commessoni» de Vile de St. Thomé. — Jornal de
se. math., etc , 2.^ série, tomo II, n.° vi.
Note sur le nDendraspis)) de Vile St. Thomé. — Jornal de se math., etc, 2.» série,
tomo II, n.» VIII. 1892.
A doninha da ilha de S. Thomé. — J. de se uiath., etc, 2.^ série, tomo IV.
n." xiii.
AÍ7ida a doninha de S. Thomé. — J. de se math., etc, 2.» série, tomo IV, n.° xiir,
— 1895.
Contrihution à la faune des quatreiles du Golfe de Guinée. — J. de se. math., etc,
2.' série, tomo VII, n.» xxv e xxvi. — 1905.
Aves de S. Thomé. — O Instituto, de Coimbra. 1887.
Bouvier, E. L. — Sur une pctite collection de crnstacées (Decapodes et Stomatopodes)
recueillis par Mr. Charles Gravicr à Vile de San Thomé. — Bulletin des Museum
d'hist. naturelle. 1906, n.» 7.
Camará, M, de S. e A. Mendes. — Mycetae aliquot et insecta pauca Theohromae Cacao
in Sancti Thomensis insula. — Lisboa.
CapellO, F. de B. — Primeira lista dos peixes da Madeira, Açores e possessões portu-
guesas da Africa qvc existem no Museu de Lisboa. — Jornal de se. math., etc,
n.° IX.
Cardoso Pereira, A. — Analyse de uma amostra de petróleo em Iruto da ilha de S. Thomé.
— Revista de Chimica pura e applicada, n." 91. — 1812.
Castro, J. F. — Estudo sobre as madeiras de construcção da ilha de S. Thomé. — Ta-
vira, 1894.
Chevalier, Aug. — Sudania. — Paris.
Cross, II. — Faunule malocologique terrestre de Vile de S. Thmíc. — Journ. de Conchy-
liologie, Sine serie, viu. — Paris, 18G8.
Nouveau catalogue des mollusques de Vile de San-Thomé. — Journ. de Couchyl.,
3me serie, xxviii. — Paris, 1888.
Dorhn, H. — Eine neue Nanina aus West-Africa. — Malak. Blatter xiii. 1860.
Fairmaire, V. — Contribution à Vétude de la faune eniomologique de S. Thomé. — Ins-
tituto de Coimbra, vol. xxxiv, n." 2. — 1891.
Germain, L. — Contribution à la faune malacologique de V Afrique tropicale. — Descri-
ption des mollusques nouveaux de Tile du Priuce et de TAfrique occideutelle.—
Bui. des Museum d'hist. nat., n.° 5. 1907..
Girard, A. A. — Sur la Thyrophorella thomensis Greeff. — Jornal do se. math. phys. e
nat,, 2.* serie, tomo IV, n.° xiii. 1895,
14
Girard, A. A. — Revision de la faune malacologique des Ues de St. Thomé et du
Prince. — Jornal de se, matli. phys. e uat., 2.« serie, tomo III, n.<" ix e x. —
1893.
Gravier, Ch. — Rapport sur une mission scientifique à Vile de S. Thomé (Golfe de Gui-
néej. — Nouvelles Archives des Missions scientifiques, tomo XV. — Paris, 1907.
Sur un coleopfère [Sphenophorus striatus Fahr.) qui attaque les Bananieres à S.
Thomé. — Bui. da Museum dliist. nat., n.» 1. 1907.
Observations hiologiques sur les Crabes terrestres de Vile de S. Thomé. — Bui. do
Museum d'hist. nat., n.° 7. 1906.
— Observations biologiques sur la larve d'un Papillon [Zeuzera sjo. ?) qui attaque
les Caeaoyers à S. Thomé. — Bui. du Museum d'hist. uat., n.° 2. 1907.
— Sur qiielque parasites des Caeaoyers à S. Thomé. — Bui. du Museum d'hist. nat.,
n.o 3. 1907.
— Sur quelqnes parasites des Caféikrs à S. Thomé. — Bui. du Museum d'hist. nat.,
n.° 4.
— Sur quelques maladies des Quinquinas à S. Thomé. — Bui. du Museum d'hÍ8t.
nat., n." 5. 1907.
• Sur Vhabitat et le polymorphisme du Sederastrea radians. — Bui. du Museum
d'hist. nat., n." 9. 1909.
Madreporaires des Ues de S. Thomé et Prince. — Annales de l'Institut oceano-
graj^hique. 1909.
Greeff, Dr. R. — Uber die Landschneckenfauna der Insel São Thomé. — Zoologischer
Anzeiger, n." 122. 1882.
Echinodermen, beobaclctet auf einer Reise nach der Guinea-Inseln, — Zool. Anz.
n.o 107. 1882.
I. Die Land-und Síisswasser-krebse der Insehi S. Thomé und Rolas.
II. Ueber einen neuen Siisswasserfisch der Inseln S. Thomé. — Sitzungsberichte
der Gesellschaft zur Beforderuug der gesam. Naturwiss. zu Marburg. n.° 2. 1882.
I. Ueber Siphonops thomensis B. du Bocage. — Sitzuugsber. des Gesellscb. zur
Befõrd. der ges. Naturw. zu Marburg. u.° 1. 1884.
Die Fauna der Guinea-Insel S. Thomé und Rolas. — Sitzungsber, der Gresellsch
zur Befõrd. deu ges. Naturw. zu Marburg. u." 2. 1884.
Ueber Westafrikanische Stylasteriden. — Sitzuugsber. der Gesellscb. zur Befõrd
dar gesam. Naturw. zu Marburg n.° 1. 1886.
Hariot, P. — Les algues de S. Thomé. — Journal de Botanique, 2nio serie. Tome I. —
Paris, 1908.
Hartlaub und Finsch. — Beitrage '^ur Oi-nithologie Westafrica' s .
System der Ornithologie Westafrica' s .
Vogel Westafrica' s. — Jourual fiir Ornithologie. 1870.
Hooker, J, D. — On the i^lants of temperate regions of the Camerons montains and is-
lands in the Bight of Benin coUected by M. G. Mann. — Liuneau Soe. Proecinding.
Vol. VII. Loudou.
Lamy, Ed. — Liste des coquilles maritimes recuillies par Mr. Ch. Gravier à Vile de S.
Thomé. — Bui. des Museum d'hist. nat., n." 2. 1907.
Larcher, E. — Cultura do Cacoeiro na ilha de S. Thomé e Príncipe. — Revista portu-
guesa colonial e marítima, n.'" 12õ e 128. — Lisboa, 1908.
Lopes Vieira, Dr. A. — Noticia acerca dos productos zoológicos trazidos da ilha de S'
lõ
Tliomé para o Museu zoológico da Universidade de Coimbra pelo Sr. Adal2)ho
Moller, em 1885. — O Instituto, de Coimbra, vol. xxxiv, 1886.
Lopes Vieira, Dr. A. — Insectos de S. Thomé classificados pelo Dr. M. Patdino de Oliveira
— O Instituto, de Coimbra, vol. xxxiv. — Coimbra, 1880.
Aranhas de S. Thomé examinadas e determinadas pelo Prof. Bertlcau.— O Instituto,
de Coimbra, vol. xli. — Coimbra, 1893.
Martens, E. von. — Landschnecke der Westafricanischen Inseln S. Thomé, Thyropho-
relia. — Sitzung. der Gesellschlf natur. Freuud. zu Berlin. 1886.
Matoso dos Santos, Dr. F. — Les Myriapodes d' Afrique dans le Museum de Lishonne.
— Jorual de se. matb. pliys. e nat., vol. viu.
Moller, A. F. — ^ cultura das quinas em. S. T/íOí?2d— Gazeta de rharmacia, ll.^anno,
n."' 3-5. — Lisboa, 1893.
Nota sobre as Esjponjas de S. Thomé examinadas e determinadas por W. Welter.
— Ann. de se. nat. — Porto, 1894.
Morelet, A. — Voyage du Dr. F. Welu-itsch, execute par ordre du gouvernement portu-
gais dans les royaumes d' Angola etdeBeiigucUa (Afr'qne equinoxiale). — MoUusques
terrestres et fluviatiles. — Paris, 1868.
Nobre, A. — Conchas terrestres e marinhas recolhidas pielo Sr. Adolpho Moller na ilha
de S. Thomé. — Boletim da Soe. de Geogr. de Lisboa. 1868.
Remarques sur la faune malacologique marine des possessions portugaises de V Afri-
que occidentale. — Jornal de se. math., etc., n." xlvi. 1887.
Contribuição para a fauna malacologica das possessões portuguesas da Africa
Occidental. — Annaes de se. nat., do Porto. — Porto, 1901.
Materiaux p}Our Vétude de la faune malacologique des possessions portugaises de
V Afrique occidentale. ■ — Buletim de la Soe. portug. de se. naturelles, vol. III.
Supplement 2. — Lisbonne, 1909.
Rathbun, Miss M. J. — The Decapod crustaceous of West- Africa. — Proceedings of
the U. States nat. Museum. Vol. xxii. 1900.
Sousa e Almeida, J. C. (Visconde de Malanza). — Productos agrícolas e industriaes da
Fazenda Porto Alegre; novos vegetaes.e novas industrias a introduzir. — Lisboa,
1900.
Sousa e Almeida, J. M. (Barão de Agua-Izéj. — As plantações de cacao nas ilhas de
S. Thomé e Príncipe de 1851 a 1858. — Lisboa, 1898.
Verhoeff, C. — Contributions à Vétude des Chilopodes de Vile deS. Thomé. — O Instituto,
de Coimbra, 3.» serie, vol. xi. — Coimbra, 1892.
Beoubeitung der von A. Moller auf der Inseln S. Thomé gosamelten Chilopoden
und Diplopoden. — Berliner Entomol. Zeitschrift. Vol. xyxvii. Heft ii. 1892.
No Boletim da Sociedade Broteriana, vol. iv, v, vii, x, xvii, xxi, xxiv, encon-
tra-se a indicação mais completa das plantas colhidas em S. Tomé pelos Srs. Moller,
F. Quintas, F. Newton, E. Campos c outros. No estudo dessas plantas fui proíiqua-
mente auxiliado por diversos botânicos.
Estudaram os fungos os Srs. Winter, G. Brasadola, Sacardo, C. Eoumeguère,
Berlese, Veríssimo de Almeida e M. Sousa da Câmara.
Determinou os lichenes o Prof W. Nylander ; as algas os Drs. J. G. Agardh,
D. Nordstedt e P. Hariot; as hepáticas o Sr. F. Stephani ; os musgos o Prof. C
Muller; quási todos os fetos o Sr. Baker; as gramíneas oProf. Hackel; as orquídeas
16
03 Srs. Ridley e Rolfe do Jardim de Kew ; as begónias e piperáceas o Sr. C. de Can-
dolle ; as melas tomáceas e cucurbitáceas o Prof. A. Cogniaux.
Além destes outros botânicos se ocuparam do estudo de plantas de S. Tomé,
muito especialmente os do Jardim Botânico de Berlin, descrevendo as espécies
novas.
No Botanischer Jahrbuch, redigido pelo sábio professor Dr. A. Eugler, encon-
tram-se muitas descrições de plantas de S. Tomé. Na Flora of tropical Africa,
publicada em Kew, de muitas espécies se encontram indicações.
RESUMO HISTÓRICO DA ILHA
A ilha de S. Tomé parece ter sido descoberta em fins de Dezem-
bro de 1470 por João de Santarém e Pêro de Escobar, cavaleiros
da casa de El-Rei com os pilotos Martins Fernandes e Álvaro Este-
ves. E isto o que se julga como certo. Pelos nomes dados às ilhas
se conhece a ocasião da descoberta delas. Assim se julga que aque-
les navegantes tenham chegado a S. Tomé a 26 de Dezembro, dia
dedicado pela Igreja ao apóstolo S. Tomé, assim como à de Ano
Bom no primeiro de Janeiro e à de S.^° António ou Antão a 17 de
Janeiro de 1471.
Foram estas descobertas devidas ao contracto celebrado em 1469
sob Afonso V com Fernam Gomes, cidadão honrado de Lisboa, que
tomou de arrendamento por cinco anos as terras e senhorios, que
D. Henrique tinha legado ao Infante D. Fernando com obrigação de
pagar por ano 200?$Í00 ede descobrir anualmente 100 léguas na costa
africana a partir da Serra Leoa.
Diz-se que a ilha era completamente deserta na ocasião da des-
coberta. Sabe-se que de 1485 a 1486 João de Paiva levou colonos
para S. Tomé e que em 1493 a população aumentou tendo o Caj^itão
Álvaro Caminha levado para lá os filhos dos judeus e degredados.
Da ilha da Madeira foram também para S. Tomé muitos mestres
para tentar a fabricação do assúcar. Em 1540 o naufrágio dum
navio junto às — Sete pedras — perto de S. Tomé deu logar à
entrada de negros de Angola, que se estabeleceram no Sul da
ilha.
Desde 1560 já estava estabelecida a principal povoação, cidade.
17
episcopal com mais de 600 fogos, e na ilha havia uns 60 en-
genhos de assúcar, j)roduzindo mais de 150 arrobas. Ali havia já
muitos comerciantes portugueses, castelhanos, franceses e geno-
veses.
Até fins do século xviii a vida da ilha foi extremamente aciden-
tada por causas tanto internas, como externas. Assaltos e mesmo
invasões de corsários e ph-atas por diversas vezes alteraram profun-
damente as condições da vida dos habitantes da ilha. Os angolares
repetidas vezes fizeram incursões com o fim de roubar mulheres, o
mais considerável foi a revolta destes em 1574 e ainda em 159Õ
nova revolta capitaneada pelo negro Amador. Além disto o incên-
dio da cidade, a discórdia quási permanente entre as autoridades
civis e entre estas e as autoridades eclesiásticas, assim como o re-
petido abandono por parte do governo central, notável durante o
reinado dos Filipes, foram as causas principais do estado decadente
a que chegou a ilha, que quási só era procurada por navios que
necessitavam tomar água, ou receber alimentos. As culturas esta-
vam despresadas porque os principais agricultores tinham emigrado
para o Brasil.
O século XIX foi mais favorável à ilha. Em 1800 o governador
João Baptista da Silva Lagos, mandando vir do Brasil semente de
café, promoveu a cultura desta planta, que com extrema facilidade
se desenvolveu. Em 1855 o benemérito João Maria de Sousa e
Almeida, mais tarde Barão de Agua-Izó, promoveu com grande em-
penho a cultura do cacau, importando-o da ilha do Principe, para a
qual do Brasil a tinha importado o governador Manuel Ferreií-a
Gomes.
Ao Barão de Agua Izé se deve igualmente a introdução do Ar-
tocarpus incisa árvore de grande utilidade pelos frutos (fruta pão)
de notável qualidade alimentícia.
Nesta época começavam a dirigir os trabalhos agrícolas homens
de grande actividade e iniciativa. Francisco de Assis Belard com
Manuel Joaquim Teixeira lançaram o fundamento das roças S.'* Mar-
garida, Monte Macaco, e Maiança; João M. de Sousa e Almeida os
da roça Água-Izé; Manuel José da Costa Pedreira os da Monte
Café; José Maria de Freitas os da roça Bela-Vista, Santarém e
Ilhéu das Rolas. Os trabalhos encetados serviram de exemplo e
muitos outros concorreram para o progresso agrícola da ilha. Entre
eles ó de justiça mencionar o brasileiro Dr. Gabriel de Bustaraante^
18
que lançou os fundamentos da roça Rio do Ouro, importando do
Brasil, sua pátria, grande número de boas plantas e promovendo
com cuidado as melhores culturas.
■ Não foi pequena a luta nestes primeiros tempos pela dificuldade
de obter pessoal, pelas gravíssimas epidemias de varíola, que redu-
ziam profundamente o pessoal existente e ainda em 187Õ a situação
foi agravada com a publicação da lei que aboliu a escravatura em
todas as colónias portuguesas.
Essa crise grave foi vencida e os agricultores continuaram a
prosperar admiravelmente.
Os angolares, que por vezes incomodaram os agricultores, já
em 1693 tinham sido metidos na ordem, estabelecendo-se regular-
mente na vila de S.'^ Cruz, sendo Governador ou Capitão General
Ambrósio Pereira de Berredo, que desse serviço encarregou o capi-
tão dos matos Mateus Pires. Apesar disso o sul da ilha continuou
improdutivo e os habitantes quási selvagens. Em 1878 sendo go-
vernador Estanislau Xavier de Assunção e Almeida, um novo con-
quistador dessa gente bárbara foi o Dr. Mateus Augusto Ribeiro
de Sampaio, que tinha obtido por compra os vastos terrenos, que
os angolares ocupavam. O Dr. Sampaio, destemido e valente, com
alguns amigos e limitado j)©ssoal desembarcou na baía de S. João,
tomou posse dos terrenos, neles se instalou, arroteou as terras,
abriu caminhos, civilisando a população negra, que hoje presta ser-
viços de valor na exploração agrícola.
A ocupação dos Angolares foi um dos actos mais notáveis da
história da ilha.
A prosperidade crescente da ilha tem-lhe creado inimigos, que
sob pretextos humanitários não se tem cansado de lhe promover
guerra de descrédito. Infelizmente — entre j)Oi'tugueses traidores
houve algumas vezes — que secundaram esse movimento.
Os progressos agrícolas fizeram a illia conhecida e homens de
sciência a visitaram para a estudar. O primeiro foi C. Weiss que
em 1847 nela fez explorações; em 1855 e 1861 o Dr. F. Welwitsch;
em 1862 os ingleses Don e G. Mann, chegando este a fazer a ascen-
ção ao Pico, no que não deveria ter encontrado pequenas dificul-
dades. O Dr. H. Dohrn lá esteve em 1865, e o professor R. Greeff
esteve no ilhéu das Rolas em 1879 e 1880, fazendo repetidas excur-
sões pela ilha e conseguindo óptimos resultados. Ultimamente, em
1905 os naturalistas franceses Ch. Gravier e Ch. Chevalier fizeram
19
ricas colheitas de produtos naturais, que serviram de base a publica-
ções importantes.
Não teem sido só os estrangeiros que se teem ocupado do estudo
da ilha. Em 1885 o Sr. Adolfo Moller, jardineiro chefe do Jardim
Botânico da Universidade de Coimbra, na ilha permaneceu por alguns
meses fazendo colheitas valiosas tanto de plantas, como de animais.
Estes trabalhos de exjíloração botânica foram continuados com ópti-
mos resultados pelo Sr, Francisco J. Dias Quintas. De produtos
zoológicos fez também boas colheitas o falecido naturalista F.
Newton.
Nos últimos tempos o engenheiro Sr. Ezequiel Campos, que teve
de joercorrer grande parte da ilha no serviço de levantamento de
plantas dalgumas roças, recolheu alguns exemplares botânicos e
reuniu muitos elementos sobre a orografia e geologia da ilha.
O que está feito em relação ao estudo dos produtos naturais da
ilha é já considerável, mas o que há a fazer será de certo muito
mais, e pena é que tal estudo não seja continuado.
POSIÇÃO GEOGRÁFICA E OROGRAFIA
Conhecida desde 1470 e desde 1800 xplorada activamente por
agricultores diligentes, só nos últimos tempos tem começado a ser
estudada scientiíicamente, podendo afirmar-se que o conhecimento
da orografia da ilha se deve quási exclusivamente ao distinto enge-
nheiro Ezequiel de Campos, que durante não poucos anos percorreu
a ilha em todos os sentidos e dela deu notícias importantes.
A notícia mais antiga desta ilha encontra-se nas crónicas de
Valentim Fernandes, que datam de 1510 (1). Nelas se diz — E re-
donda e terá em cerco 40 léguas ; e em algumas partes da ilha ha
picos secos, altos que vão ao ceu, com terras de penedos. No
meio desta ilha ha serras e rochedas mui altos em cinco picos que
(1) Crónicas de V. Fernandes publicadas por Gabriel Pereira na Ilevista jwr-
tuguesa colonial e marilima, 6." volume, 1900.
20
parecem que vão ao ceu, e o meio d'el]es é o mais alto e chamam-no
mosteiro. Tem muitas ribeiras d'agua doce, que correm todo o anno,
que descem das serras, que sae da serrania e não acliam fonte al-
guma. Tem uma formosa bahia, onde está a povoação, onde espal-
mam navios e está á banda de nordeste desta povoação — .
Mais tarde, em 1554 um piloto português escreveu outra notícia
com o título — Navegação de Lisboa á ilha de 8. Thomé. — Nessa
publicação lê-se a seguinte descrição — A illia de S. Thomé, que foi
descoberta á oitenta e mais anos pelo Capitão do nosso Rei, tendo
FÍ;í. 1
sido desconhecida pelos antigos, he de forma circular, e tem sessenta
milhas italianas de diâmetro, isto é, um gráo; jaz debaixo da linha
Equinoxial, o seu horisonte j^assa pelos dous poios Árctico e Antar-
tico; tem sempre os dias eguaes ás noutes sem a mais pequena
differença, quer o sol esteja no Cancro, quer em Capricórnio. A
estrella do Polo Árctico he invisível, mas as guardas ainda se vem
fazer um jjequeno giro, e a constellação chamada o Cruseko vê-se
muito alta. Nesta ilha ha um monte grandíssimo, e quasi no meio
delia, o qual sobe com a sua extremidade a muitas milhas de altura,
todo vestido de arvores altíssimas, muito viçosas e todas direitas;
são tão espessas e densas, e o caminho tão alcantilado, que com
mui grande dificuldade se pode alli subir: á roda do cume deste
monte, e dentro daquella espessura se vê continuamente como huma
névoa, e ou esteja o Sol na Linha, ou no Trópico, em qualquer
21
hora alli se conserva sem se dissipar, quer de dia, quer de noute:
não doutro modo do que nós vemos em montes altissimos estarem
continuamente as névoas. —
Mais tarde, em 1740, foi publicada uma carta (íig. 1) da ilha
num livro editado em Amsterdam pela Companhia das índias orien-
tais (1). A forma dada ao contorno da ilha pouco se afasta da
indicada por V. Fernandes e pelo Piloto português.
Uma outra carta (íig. 2) foi 23nblicada em 1831, levantada pelo
oficial da Marinha inglesa, T. Boteler, encarregado pelo seu governo
do reconhecimento das ilhas do Golfo da Guiné.
Data de então o conhecimento do contorno, posição geográfica
da ilha, assim como da relação de posição com as outras ilhas do
Golfo.
O bem recortado da costa está traçado com suficiente precisão.
Outro tanto não se pode dizer em relação ao relevo. São apenas
apontados os picos mais salientes do centro da ilha e alguns próxi-
mos da costa. Esta carta foi reeditada em 1853 e 1902 com algumas
correcções.
Descrição extensa e minuciosa foi feita por José da Cunha Matos
na Chorographia histórica, no capítulo que tem por título — Descri-
2)ção hidrográfica da ilha de S. Tomé — Aí indica que a ilha está
encostada a 28 minutos de latitude ao norte da linha e a 24 graus
e 58 minutos de longitude do meridiano da ilha do Ferro. Descreve
com cuidado a costa de toda a ilha, indicando alguns picos, tais
como o j)ico Mocondon, o Maria Fernandes, o Mucurú, o Ana de
Chaves, que decerto confundiu com o Cão grande, pois o indica
como pico muito delgado bem semelhante a uma pirâmide. Descre-
vendo a parte da costa de Diogo Vaz diz «Estas paragens constam
de montanhas as mais altas desta ilha em que merece a primasia o
grande pico de S. Thomé». Na descrição cita a lenda, que ele não
julga verdadeha, da existência duma caverna que atravessa a ilha
desde o Ilhéu grande até Diogo Vaz. Como bom militar mede
muitas vezes as distâncias pelo alcance de tiros de espingarda e até
de peça.
O capitão de fragata José Joaquim Lopes de Lima nos Ensaios
sobre estatística das possessões portuguezas dedica o livro II às ilhas
(1) Almada Negreiros, A ilha de S. Thomé, Paris, 1901.
22
de S. Tomé e Príncipe. Faz a história dessas ilhas e referindo-se
á de S. Tomé indica do seguinte modo a posição e dimensões dela:
%
f
ISl.ANJ;
SITUOMXH.
lU.i. W..I.. fXt-tèl .
..-y^
fii'-'
W-
' 1
^ <'
;
■■'V-.-.Í.I, ,■.*■'.""■
!!•« if «"^' fn^tirc^ih
í-ig. 2
«Esta ilha de S. Thomé lançada no Majipa do Golfo da Guiné quasi
de Nornordeste a Susudoeste tem nesta direcção nove léguas de
com^^rimento a contar desde a Ponta Figo ou do Morro Carregado
23
ao Norte até à Ponta da Baleia, que ó a mais meridional da ilha ; a
sua maior largura (desde o Ilhéu de Santa Anna ou da Ponta do
Praião a Leste até ao ilhéu de S. Miguel ou a Ponta furada na
costa Oeste) é de seis léguas; esta porem deminue muito para o
Norte, em cujo extremo não chega a contar três léguas — e muito
mais diminue para o Sul, em cuja direcção a Ilha adelgaça mui sen-
sivelmente até acabar quasi em bico no logar chamado Villa onde
tem apenas uma milha de largo. A sua área está calculada em 270
milhas quadradas das de 60 ao grau e a sua costa apresenta 23 a 24
léguas de circumferencia».
«Pela parte septentrional ofPerece esta ilha de S. Thomó aos olhos
do viajante extensas planuras e férteis varseas, regadas por muitas
ribeiras caudalosas, que dantes serviam grandes engenhos de assu-
car; e a ]3equena distancia da costa se avistam oiteiros de mediana
grandeza, no regaço dos quaes está assentada a villa de Nossa Se-
nhora de Guadalupe. No meio da ilha (um pouco mais para NO)
ergue-se o notável pico de S. Thomé — na latitude de 17' ao Norte
do Equador».
Transcreve a descrição dada pelo piloto português e a seguir
escreve: — «Todavia cumpre observar que não é somente deste ele-
vadíssimo Pico, que nascem as numerosissimas ribeiras que fertili-
sam a Ilha : todo o terreno d'alli para o Sul é montuoso, e a menos
de uma légua do Pico de S. Thomé E4SE eleva-se como pirami-
dal o Pico de Anna de Chaves, e d'ahi correm duas cordilheiras
de montes altos, uma para Leste, que finda em despinhadeiros na
Angra de Maria Alves e d'ahi se estende para a Angra de S. João
— e a outra que vae ao SE até topar o Pico Maria Fernandes e Pico
Mocondon, e de lá volta a SO, ostentando nesta direcção as bem
conhecidas Pontas, denominadas — Cão grande o Cão j)equeno, — ^
a Ponta Preta e o agudo Pico dá Praia Lança. Do seio de todas
estas montanhas encadeadas, que encerram nas suas vastas abertu-
ras extensos e fecundíssimos valles brotam por toda a parte fontes,
as quaes engrossando o seu cabedal na sua queda vam despenhan-
do-se nas planicies, e restituindo ao solo a humidade que de conti-
nuo lhe rouba a acção dos raios solares. . . húmus argiloso constitue
geralmente o solo da ilha». Descreve a costa da ilha não se afas-
tando do que tinha escrito Cunha Matos, e numa carta representa
o contorno como na de Botelar mas a orografia ó muito imper-
feita.
24
Publicações mais importantes são as que teem jíot autor o Dr.
Eicardo Greeíf que nos anos de 1879 e 1880 percorreu as ilhas do
Golfo da Guiné. Durante dois meses esteve no Ilhéu das Rolas e
c^ .,^««.^-
i-
Jt' V/tni/a:rrtí TeUti mrvf l^nmitt
^ ■ òfr-tt^a í/«r íft^nririfl^ 9-Afrit'tt
-*> -.o \
~^^:^
Jí>-
Moftstab 1:250 000
/^Gj//íL»
7
í't. ,tr Ãttfí/i Ãiil^
■_^<,,
niicH) (las Caliras
. .! . 1
A 7l\ ar íj^ ^-"'^ I J^Wv* «^' Arma de Cham
... £.'iyí:-**-M^^'' >
v--i-^-
<5JSiav,';*s.F,Ti'.»J
j . jo S« :-■
^4 '
:^^'^
<^jJtfc>m?)i-
/"á /V(^-
^d^*-'
flíúiihi- I.in^i- G^
w
Fig. 3
2õ
de lá fez repetidas excursões na Ilha de S. Thomé colhendo precio-
sos elementos de estudo. Descreve do modo seguinte a orografia
da ilha (1), e acomjDanha a descrição com uma carta (fig. 3).
«A ilha de S. Tomé, como a do Príncipe e as outras do golfo
da Guiné, é de origem vulcânica e consiste fundamentalmente em
basalto e lava basáltica. Desde a costa sobe de todos os lados,
incluindo numerosas ravinas e vales profundos percorridos j)or tor-
rentes e regatos, até um jjlanalto verde e elevado, com montes e
píncaros de forma variada e fantásticos cones agudos frequente-
mente quási verticais, do meio dos quais sobresae, como domina-
dor, um forte massiço central, o pico de 8. Tomé, de 2.000 metros
de altura, que se deve considerar como o antigo vulcão principal,
em volta do qual se agruparam os restantes montes como cones
eruptivos secundários. Para leste e nordeste é o pico cercado em
arco por uma serra de numerosos cumes, a Cordilheira de 8. Tomé.
Esta desce gradualmente em terraços, na direcção da cidade de
S. Tomé e da costa N. E., até uma extensa encosta suave e ver-
dejante na qual ainda se encontram alguns cones mais pequenos, e
para oeste pelo contrário eleva-so o Pico atrás da serra como de
uma gigantesca muralha protectora. Se fosse permitido tirar alguma
conclusão desta conformação singular, poderia considerar-se esta
linha montanhosa curva que rodeia em parte o Pico, como resto
da borda de uma antiga grande cratera, de cujo fundo se levantou
o Pico actual.
Outras muitas provas se encontram da antiga actividade vulcâ-
nica da ilha, em toda a sua superfície . . .
8erras: De nenhum lado se descortina tão completamente o
grandioso panorama orográfico de S. Tomé, como do Sul e nomea-
damente da Ilha das Rolas: (fig. 4).
Primeiro aparece -nos logo atrás da borda meridional de S.
Tomé, da Praia Inhame, uma cumeada arborisada que em cada
extremidade termina por um pequeno monte : é a península do logo,
que constituo a extremidade meridional de S. Tomé, e ó limitada
a E. por uma profunda enseada, o logo-Iogo, ou baía de logo no
qual desagua o Rio Salgado. Atrás do logo salienta-se um segundo
(1) Die Insel Sam Thomé (Petermanns Geogr. Mitteilungen. 1884) Die Imd
Rolas (Globus, Band xli n.«' 7, 8, 9).
26
dorso montanlioso, dej^rimido ao meio, e elevando-se mais em ambas
as extremidades, e atrás do qual se vê a ponta dentiforme do Cão
Pequeno, cone deveras singular do aspecto que se eleva quási ver-
ticalmente não longe da costa S. W.
Depois segue-se, mais atrás, uma pirâmide larga e alta, que
para oeste começa numa encosta recortada e de inclinação áspera,
e depois se eleva gradualmente, o Pico de Ana de Chaves (2), o se-
gundo monte da illia em altitude, tendo talvez 1.600 metros. Atrás
deste e um pouco à esquerda ergue-se acima de tudo o majestoso
Pico de S. Tomé (1) de 2.000 metros ou mais de altitude, e à direita
a orgulhosa j^irâmide do Pico de Cabombey, junto da qual, e ainda
Fig. 4
mais à direita, aparece ainda a parte sul da Cordilheira de S. Tomé.
Ainda à direita desta, e atrás do dorso montanhoso que acima foi
descrito, avista-se uma pirâmide truncada em forma de mesa, e
por trás desta o dente do Cão Grande (4), um cone quási vertical
semelhante ao Cão Pequeno mas muito maior, que faz lembrar de
um modo notável o Pico Papagaio da Ilha do Príncipe, e que é
visível na sua totalidade da costa do sudoeste. Mais à direita ainda
ergue-se a ponta arrojada do Pico Maria Fernandes (5), e finalmente,
como saindo das ondas, surge, sobre uma j^enínsula avançada na
Angra de S. João, o Pico Macurú (6), que deste lado fecha o grandioso
panorama.
A oeste, à esquerda do Pico de S. Tomé avista-se ainda da
Ilha das Rolas uma pirâmide aguda, o Pico Zagaia, que fica não
longe da costa ocidental entre os rios Cabombey e S. Miguel. A
estes, visíveis desde Rolas, acrescenta-se o Pico Micondom, mesmo
junto à costa próximo à Praia Micondom, e finalmente temos ainda
a lembrar um monte muito notável, e até aqui segundo parece des-
conhecido, cuja notícia devemos aos negros Angolares: é um terceiro
Cão de tamanho intermédio entre o Cão Grande e o Cão Pequeno
e como eles da forma de um cone agudo e que se eleva abrupta-
27
mente; fica entre o Pico de S. Tomé e o Pico Cabombey, e parece
que se não avista de nenhum ponto da costa nem do mar, sendo
além disso de mui difícil acesso, por ficar no sertão desconhecido
da Ilha rodeado de altos montes e floresta espessa. Os Angolares
chamam-lhe, na lingua dos pretos de S. Tomé, Cào de San Ma Pibes,
isto é, Cão de Santa Maria Pires.
Além das acima mencionadas elevações mais importantes, verda-
deiros montes, que são denominados, ora Pico, ora Cão, encontra-se
um grande número de altos menores, os chamados Morros, a maior
parte dos quais são, como os montes maiores, cones ou cabeços
mais ou menos íngremes, e também cobertos de floresta, mato ou
capim, e só excejicionalmente cultivados, como os que se elevam na
cordilheÍ7-a. Ao Norte da Ilha fica mesmo junto ao mar o Morro
Peixe, assim chamado porque parece que nesta parte da costa ó
grande a abundância de peixe; a oeste daquele e igualmente junto
da praia fica o Morro Carregado, mais pequeno.
Na vertente da cordilheira para a costa nordeste elevam-se igual-
mente vários cones jíequenos, como o Morro Moquinqui próximo da
Vila N. S. de Guadalupe e do Rio do Ouro, um cone bastante abru-
pto coberto na parte inferior de floresta e na superior de mato,
árvores isoladas e ervas altas. Uma tentativa que empreendi de o
subir, foi baldada. . . Outros dois cones da cordilheira ficam no Rio
de Diogo Nunes perto da Roça Boa Entrada. O maior deles é
coberto de floresta, e por causa da fartura de macacos chama-se
Morro Macaco; o outro contém culturas de café, misturadas em
parte com outras árvores e matagal. Com o auxílio de um guia
hábil consegui alcançar o cume deste onde fica uma pequena cabana
meio arruinada, e donde se goza uma vista soberba sobre a rica
cordilheira e até à cidade e ao mar. O maior cone da cordilheira,
que fica entre os princípios dos rios de Diogo Nunes e de Mello, ó
o Morro Momjo, que é também visível da Baía do Ana de Chaves.
Do lado oriental a oeste do Pico Zagaia e muito perto da costa
fica o Morro de Souza, e no sudoeste entre Agua-Izé e Rio Ribeira,
dois cones, um dos quais tem o nome de Morro Cantagalo. Ao sul
do Rio Ribeira foram notados por nós e indicados na carta segundo
as suas posições três morros sem nome. Finalmente encontram-se
morros nas pequenas ilhas que rodeiam S. Tomé como o Ilhou das
Cabras, etc. Dois dos mais notáveis ficam na Ilha das Rolas deno-
minados pelo proprietário Morro Eqninoxial, e Morro de Ricardo
28
Greef. O primeiro tem 110, o segundo 120 metros de altura. Am-
bos conteem uma cratera profunda e regular cujo fundo desce até
poucos metros acima do nível do mar». -
*
A ilha de S. Tomé está situada entre o meridiano de 6" 20' e
tí°4J:' e os paralelos de 0°5 e 0°24'40'' e na linha que partindo dos
Camarões passando por todas as ilhas do Golfo, vai terminar na ilha
de S.*'*^ Helena partes superiores talvez de terras africanas submer-
gidas em épocas remotas.
O contorno da ilha (carta da ilha) (1) pondo de parte a quási pe-
nínsula do extremo Sul, é sensivelmente elítico, ficando o centro da
elipse no meridiano de G° 34' e no paralelo de 0° 14', fazendo o eixo
maior com o meridiano um ângulo de 21° na direcção NNE. A ilha
tem no seu maior comj)rimento pouco mais de 47,5 quilómetros, 27
na maior largura, e proximamente 1.000 quilómetros quadrados de
superfície.
Em volta da ilha encontram-se não poucos rochedos, alguns cu-
riosos. Um deles, o Joana de Sousa, próximo da costa ocidental, é
cavernoso. A água do mar entra e sái dele com grande explosão,
toda pulverisada. São bem notáveis as — Sete pedras — as quais, no
dizer de Lopes de Lima são — «como ilhotes levantados em cima do
mar como navios à vela». Apesar do nome o grupo é formado de 14
agulhas vulcânicas, das quais 7 são de dimensões superiores às das
outras. São de formas mais ou menos diferentes e algumas teem
cavernas de grandezas diversas.
Não longe da ilha encontram-se alguns ilhotes, um ao norte — o
Illieu das cabras — de pequenas dimensões (fig. 5) formado de dois
pequenos montículos ; outro, um pouco maior o Ilhéu de 6'.'" Ana a
nascente; três pequeníssimos o Ilhéu formoso, o Ilhéu gabado, o Ilhéu
S. Miguel, situados perto da costa ocidental à entrada da linda en-
seada de S. Miguel , ao Sul o Ilhéu das Bolas de dimensões já um
pouco consideráveis. Encontram-se nele duas crateras bem deter-
minadas. Morro Greef e o Morro eqninoxial. E de pequena altitude
e é curiosa a estructura da parte Sul toda formada de tufos vul-
cânicos, com extensas cavernas pelas quais a água do mar penetra
[IJ
Fig. 5 — Ilhéu das cabras visto de Fernão Dias
C2J
3]
N
c
s
"a
[2]
o
"d
eS
o
•d
Li
I
3]
ci
Kl
a
CS
o
o
i
29
saindo com violência, quási pulverisada, por aberturas que se en-
contram em pontos diversos (fig. 6).
A costa da ilha apresenta grandes variantes. Ora se estende
regularmente prolongando-se pelo mar até distância considerável
sendo formada de areia negra ou coberta de grossa camada de calhaus
rolados (fig. 7), ora é cortada a prumo até grande altura, como se
Fig- 6
vê em Diogo Vaz, onde a costa tem a forma de grande muralha
construída de pedras de forma regular, bases de j)rismas basálticos.
Junto da entrada da angr^ de S. João levantam-se os picos Agua e
Macurú, sendo a angra cercada de despenhadeiros de difícil acesso.
Ao norte junto da costa encontram-se os Morros Peixe e Carregado.
Noutras partes a costa é formada de rochas de formas variadas.
Quási no extremo sul sobre um aglomerado de grandes pedras le-
(1) É reprodução fotográfica da carta em relevo sobre outra desenhada pelo
sr. Esequiel Campos. Não pode ser considerada como representação exacta da illia,
mas dá idéa suficiente da orografia dela, como não dava nenhuma das cartas pu-
blicadas até hoje.
30
vanta-se uma de forma curiosa^ bem conhecida com o nome de Jíomem
da Capa. Noutros pontos a costa entra pelo mar até distâncias
variadas formando as chamadas pontas das quais as mais notáveis
são as pontas Praiâo e xigua na parte oriental, ao Sul a Ponta Baleia
e a do Homem da capa, jà indicada, na costa ocidental a Ponta Figo,
Ponta Zali, a Ponta Azeitona e a Ponta Furada, considerável rochedo
perfurado de modo a ser possível passarem barcos pela abertura.
Encontram-se numerosas enseadas de grandezas muito diversas,
sendo as mais notáveis a baía de Ana de Chaves (a) (1), perto da qual está
edificada a cidade, a angra de S. João (c) de forma quási circular e de
bastante fundo ; menor, mas muito agradável é a enseada de S. Mi-
guel (g) na costa ocidental, e ao sul a enseada do Yogó yogó (e), que
se prolonga pelo interior formando quási uma lagoa — Malanza — de
grande beleza (íig. 8). Outras enseadas e calhetas dão acesso a
barcos servindo para embarque de materiais para a cidade.
Se a costa da ilha é de formas tão variadas, o interior é de ex-
traordinária estrutura. Terras planas são raras e as únicas de re-
gular extensão encontram-se na região inferior do Rio do Ouro. Da
costa as terras sobem com inclinações muito diversas até ao ponto
culminante, cuja altitude, segundo observações do sr. E. Campos, é
de 2.023 metros. E o Pico de 8. Tomé (*) «monte grandíssimo (íig. 9)
6 quási ao meio dela (ilha) o qual sobe com sua extremidade a muitas
milhas de altura», como descreveu o piloto português.
Este pico liga-se por terras de diversas ondulações passando pela
Estação Sousa, pelas escadas (2) e pelo Calvário (') cujo j)onto cul-
minante está a 1.596 metros de altitude, com a Lagoa Amélia (3) com
1.485 metros. Este conjunto forma a parte culminante da ilha donde
irradiam todas as linhas divisórias principais, nada central como bem
mostra um corte pelo paralelo, que passa pelo Pico. A distância do
pé da perpendicular baixada desse ponto à costa ocidental é de 7.800
metros e de 23.560 à costa oriental. As terras que vão do Pico à
Lagoa Amélia formam uma cordilheira em curva cuja posição e
grandeza é inteiramente diferente daquela à qual o Dr. Oreeíf chamou
Cordilheira de S. Tomé e que figurou na carta que publicou.
Com esta parte culminante estão mais ou menos ligados os picos.
(1) As letras e números referem-se á carta da ilha.
(2) Passagem aspérrima e estreitíssima, pois tem em alguns sítios quando muito
&0 centímetros de largura, caindo aos lados o terreno a mais de 45".
31
montanhas e morros que se encontram em diversos pontos da ilha.
Um deles o Morro Castro (*) que em Monte Forte tem 1.064 metros
desce quási directamente do Pico até ao mar, formando uma âncora
para noroeste muito ravinada da Prainha ás Neves ; outro contraforte
muito saliente de 1.212 metros de altura cái do Morro das quinas de
Diogo Vaz para o lado ocidental. Da Estação Sousa, que fica pró-
xima do Pico, num pequeno planalto da cordilheira, parte para o Sul
outra cordilheira, segunda em importância na ossatura da ilha, o Ca-
homhey (*^) com 1.400 metros de altitude, cuja cumeada vai até à Ponta
do Homem da capa, prolongando-se através do mar até ao ilhéu das
Rolas, que dela é o extremo.
Do Calvário uma outra cumeada segue para sul, compreendendo
morros interessantes, a Peninha (^), os Formosos (^). o Botija (') o
Cruseiro (^) até aos montes da Fraternidade (*°).
As duas cumeadas, esta o o Morro Castro, limitam duas regiões
da ilha muito diferentes sob vários pontos de vista.
Dum modo geral pode dizer-se que a parte que fica ao norte
destas cumeadas sobe de modo bastante regular até à cumeada Pico
Lagoa Amélia. Alguns morros importantes aqui se encontram bem
eomo ravinas profundas.
Em terras do Rio Douro levanta-se o curioso Moquinuqi de forma
muito regular (fig. 10) com 271™, 95 de altura. Em terras do Monte
Café encontra-se o Mohongo todo coberto da densa floresta ; na alti-
tude de 800 metros está situado nas terras da Água Izé o Cantagalo
igualmente povoado de árvores.
Outros morros de menor importância num ou noutro ponto se
encontram, tais são o Maclu, o Sacli, o Monte Macaco, o Monte Sa-
meiro da Pinheira, e perto da costa os morros Carregado e Peixe.
Depressões mais ou menos fundas oncontram-se nas bacias dos
rios, que correm neste sector., E notável a profunda ravina por onde
corre o Agua Coimbra em Rio do Ouro. O rio Contador e seus afluentes,
descendo com grande declive da cumeada Pico — Lagoa Amélia, tem
cavado extensa e profunda ravina, com certeza a maior da ilha.
Ainda em terras próximas do Rio do Ouro a Ribeira funda é bem
notável. Quem da Rosema caminha para Rio do Ouro tem grave
impressão ao olhar do alto da ravina para os terrenos baixos. Tem
de se descer por caminhos tortuosos mais de 200 metros para chegar
ao fundo da depressão. Se na descida da Rosema para Rio do Ouro
o caminho é tão abrupto, a subida da costa para a Rosema não é
32
menos difícil e perigosa. A pequena distância da costa começa-se
a subir por uma encosta de grande inclinação por caminho estreito,
por vezes quási em degraus, tendo ao fundo uma grota apertada,
medonha.
O caminho para o Pico até à Lagoa Amélia é mais ou menos re-
gular, a23esar de por vezes o cavalo, que eu montava, na ascensão
que realisei até esse ponto, por vezes ter mostrado dificuldades em
subir os degraus, que no caminho se encontravam.
Da Lagoa até ao Pico é que as dificuldades são grandes, e por
isso poucos se teem aventurado a ir até lá.
A primeira ascensão a tão elevado ponto seria talvez feita pelo
piloto português. A descrição que desta parte da ilha êle faz, parece
indicar que por lá andou. Nos tempos modernos quem primeiro lá
subiu foi o explorador botânico Gustavo Mann em 1861. Em 1880
lá chegou também o Dr. M. R. Sampaio, voltando em 1884 em com-
panhia do Dr. A. Emílio de Azevedo. Em 1885 nova ascensão foi
feita por ocasião da estada do sr. Adolfo Moller em S. Tomé em es-
tudo da ílora da ilha. Organizou a expedição o sr. Spengler, admi-
nistrador da roça Monte Café, bom conhecedor da ilha. Fizeram
parte dessa ascensão, além dos srs. Moller e Spengler, e sr. José P.
de Castro, director das Obras Públicas em S. Tomé e os srs. Palanque
e Patrício Alvares.
Por meio dum podometro calcularam a distância da Lagoa ao
Pico em 47 quilómetros.
Em 1905 visitou a ilha o explorador botânico francês Augusto
Chevalier. Depois de percorrer boa parte da ilha procurou explorar
a região alta e nesse sentido a 29 de agosto seguiu para a roça
Monte Café para daí subir ao Pico. Dessa ascensão dá a seguinte
descrição (1). — «Fui dormir a Monte Café, e no dia seguinte ao rom-
per da aurora em hora e meia de caminho a cavalo cheguei a S. Pedro,
uma das mais elevadas dependências da roça, proximamente a 1.150
metros de altitude. O terreno é extremamente acidentado formando
um verdadeiro caos de vales pitorescos, cobertos de vigorosa floresta
nas partes em que esta não foi destruída. Nevoeiro denso e frio, que
ao anoitecer se resolve em chuva fina e que o sol com dificuldade
atravessa, envolve quási sempre toda a região sendo difícil vêr a
paizagem para além de 50 a 100 metros.
(1) O Ocidmte de 20 de maio de 1910.
33
Não é raro ver as. partes altas inundadas de luz e as baixas en-
volvidas por denso nevoeiro formando uma espécie de auréola em
volta dos picos. A 31 de agosto, logo de madrugada saí de S. Pedro
e a pé fui até à Lagoa Amélia.
Do terraço que está no bordo desta cratera vê-se perfeitamente o
pico, nessa ocasião envolvido em densa névoa, ficando a descoberto
apenas alguns pontos superiores. As 9 horas deixei a Lagoa Amélia
acompanhado por três indígenas. Desce-se da cratera contornando
a espiral da chaminé, que a suporta e ás 10 horas cheguei à cota de
1310 metros, donde se vêem densas plantações de cafezeiros e de
quinas na direcção Sul, situados a alguns centos de metros ; ca-
minha-se depois para oeste seguindo uma aresta de poucos decímetros
de largura e na qual cada um se aguenta agarran(^o-se às árvores,
cujas raíses aparecem à superfície da terra. As 11 horas trepámos
ao Pico Calvário, cuja base é coberta de densa floresta.
As 11 horas e 2õ minutos estávamos no cume do Calvário, situado
a 1Õ80 metros de altitude. A descida deste pico é muito difícil e
em alguns pontos quási vertical, sendo necessário cada um agarrar-se
aos troncos das árvores completamente cobertos de musgos. A um
e outro lado vêem-se abismos de muitos metros do profundidade e
quási verticais, não sendo fácil distinguir o fundo deles por que densa
névoa se encontra em toda a jDarte. A meia hora depois do meio dia
atravessamos uma torrente encaixada entre basaltos, cujas fracturas
produzem a ilusão de rochas estratificadas na direcção vertical. Ao
meio dia e três quartos encontra-se terreno bastante plano e só dum
ou doutro ponto se vê o abismo. A uma hora e um quarto encon-
tramos uma cabana de madeira, na qual trabalhavam dois indígenas,
construída alguns anos antes por um francês, Celestino Palanque,
nesse tempo empregado na roça Monte Café. E a Estação Sousa
cuja altitude é de 1585 metros.
As duas horas névoa intensa não deixava distinguir os meus
companheiros, que estavam a uns 10 metros de distância. Chegamos
à parte superior dum cabeço cuja altitude era de 1755 metros e onde
encontramos vestígios duma antiga cabana. Desce-se bruscamente
para de novo subir. Nesta altura a névoa dissipou-se na direcção
do Sul e podemos então comtemplar um abismo de 500 a 600 metros
cujo fundo estava coberto de densa névoa, e por cima um sol bri-
lhante.
Para chegar ao cume do Pico a partir da esplanada donde se
3
34
domina o abismo, é necessário subir quási verticalmente agarrando -se
às raízes e ramos das árvores.
Por fim ás 4 horas e 10 minutos cliegámos ao ponto culminante,
onde mal vegetam algumas quinas plantadas há anos. Sol brilhante
inundava toda a parte culminante da ilha ao passo que a névoa co-
bria a parte inferior nem deixando ver a costa. Aí o barómetro
marcou 2025 metros.
O Pico não é de forma arredondada, mas tem a forma duma crista
alinhada de O 20' S a E 20' N. A parte culminante tem apenas
20 metros quadrados em extensão, e mesmo no extremo se encontram
vestígios duma pequena habitação construída pelos plantadores de
quinas.
E soberbo o espetáculo que se gosa deste ponto elevado. O cume
do Pico está completamente inundado de luz e revestido de árvores
raquíticas, torcidas, aleijadas, com os ramos curvados sob o peso
das criptogâmicas, que sobre eles vivem. A distância duns lÓO
metros apenas se distinguem nuvens densas, brancas como algodão.
Um único pico atravessava a espessa névoa ; era o Pico de Maria
Pires.
Demorei-me na parte culminante desde as quatro horas e dez
minutos ató às quatro e trinta.
A descida foi mais fácil e ás seis horas acampei na Estação Sousa,
onde dormi, e apesar de bem agasalhado não me livrei de sentir o
frio da noite. No dia seguinte parti de Estação Sousa ás seis da
manhã, cheguei à Lagoa Amélia ás onze, trazendo uma rica colecção
de plantas, que não se encontram noutras partes do mundo»,
A esplanada inferior do Pico deu o dr. Sampaio o nome de va^
randa do Pico.
Em carta escrita do Pico de S. Tomé o sr. E. CamjDOS descreveu
do modo seguinte as impressões que recebeu : «A trovoada ronda
de dia e de noite com rumores longínquos princijDalmente para os
lados de S. Miguel; mas para o lado da cidade, quando não há ne-
voeiro, vê-se apenas o recorte duvidoso da ilha toda esbatida num
tom azul sombrio através dum céu húmido e fumarento. Ao sol
posto, todos os dias, é que paisagem se torna mais interessante.
Olhando j)ara os lados de Diogo Vaz vê-se o mar erguer-se em parede
inclinada para o largo ató à altura dos nossos olhos, a confundir-se
com o céu ; curva-se para os lados do Lembá e para o norte da ilha,
como superfície dum grande cone, todo rugoso do nuvens brancas e
8Õ
pardacentas, coroado à altura do horizonte. A terra cái a prumo
j)ara o pego, donde saem grandes fumaradas alvas de nevoeiro, como
penachos de vajDor dalgum vulcão colossal. E o conjunto, todo a
meias tintas, com o sol a mergulhar-se uo mar por entre nuvens de
trovoada, dá-nos a impressão de que ocupamos o centro duma cra-
tera imensa, onde se levantou um cone de terras altas, de cujos
lados fendidos sobem nuvens de fumo branco, que se vão descaindo
para o ocidente.
E a impressão que salta logo, tão frisante é a perspectiva do mar
como o interior rugoso duma cratera iluminada por luz oblíqua, tão
profunda fica a orla ocidental da ilha mergulhada em trevas de vapor,
tão a prumo parece a queda para o abismo, e tão alvas e movediças são
as nuvens brancas a levantarem-se das grotas todas na escuridade».
O sector do Sul é inteiramente diverso. Logo no alto a terra cái
do Pico com grande inclinação e a grande profundidade.
Diz assim o sr. Campos. «Afeito, como estava, a olhar muitas
vezes para 200 a 300 metros de depressão talhada a pique a meus
pés, tive uma verdadeira impressão de receio quando do Pico olhei
pela primeira vez para a caldeira da nascente do rio Cantador. O
nevoeiro tinha voado num levantar de pano ; a meus pés sem mais
planos que o das ervas amareladas que o vento a subir deslocava uns
40 metros mais abaixo, via-se muito longe, quási na vertical, o tapete
verde sombrio da floresta, toda igual, sem uma árvore mais aparente
na massa da verdura — tamanha é a distância — e somente a des-
tacar-se neles umas pedras, que deviam ser colossais, mas que pareciam
uns pequenos calhaus rolados a orlar o leito dum fio de água — o
Cantador — cuja música chegava até mim. A queda deve ser de 800
metros, se não for maior» (1).
Começa assim a asj^ereza da região, que fica ao Sul da cordilheira
superior da ilha. Ravinas profundas, morros de considerável gran-
deza, picos e agulhas notáveis, rochedos de formas cajjrichosas
cortam o resto.
Na cumeada, que segue do Calvário quási na direcção SE. há
uma série de picos curiosos o Peninha (^) (2), o Oculto (^), os Formosos (^)j
o Botija {^), o Cruzeiro {^), e por último os montes da Fraternidade,
todos formados de rochas basálticas e de formas singulares. — O
(1) E. Campos — Conferência sobre S. Tomé.
(2j Estes números cncontram-se na carta da ilha.
36
Formoso grande (íig. 11), escreve o sr. Campos, «é todo de pedra.
Passando-se encostado a êle, da banda dos Angolares, como é ta-
lhado a pique, parece que as grandes rugosidades, constituídas por
enormes calhaus de basalto fendido, vêem despenhar-se sobre a nossa
cabeça (1)». Um jdouco afastado desta cumsada encontra-se o Maria
Fernandes (fig. 12j (*^) o morro mais interessante do sudoeste da ilha.
É uma enorme jjedra a nú polo lado de sudoeste, acomjianhada de
terra à orla do topo por nordeste, com o seu penacho de nevoeiro
Fig. 12
alvadio. Referindo-se a êle, visto do Cabombey escreve o sr. Campos
— O Maria Fernandes despe o casaco flutuante, põe um chajjeu al-
vadio, que pouco a pouco vái afeiçoando até dele se aborrecer e ficar
com a sua permanente côr azul sombria, curvado para o Sul» (2).
Como mo contrariou este morro, quando pretendi fofcografa-lo da
Granja! Deu voltas variadas jDara afeiçoar o chajjeu, mas por mais
que eu esperasse, não chegou a aborrecer-se dele.
Cumeada, ou antes cordilheira bem definida e extensa é a que
partindo da cumeada Pico-Calvário vai até à Ponta do Homem da
(1) E. Campos — Conferencia.
(2) Idem, ibidem.
37
Capa a constituir a espinha dorsal de todo o sul da ilha. Na parte
superior^ que vai ligar-se àquela cumeada salienta-se alteroso o Cha-
ruto, noutros tempos Pico de Maria Pires, linda agulha, cujo topo
está a 1356 metros ; a seguir depois de bastantes reductos da serrania
levanta-se o Cabombet/ {^^) com 1400 metros de altitude, dominando pe-
sadamente todo o sul da ilha. Tem a forma regular de monte, sem
agulha de pedra a domina-lo. — Referindo-se a este monte escreve o
sr. Campos. «Não se pode descrever o panorama extravagante que
daqui se vê. Apesar de acostumado a viver com selvagens nesta
natureza revolta, soltei hontem uma série de interjeições para o meu
pseudo-guia Cocálo diante da vista imponente que o sul e lesto
da ilha apresenta daqui. Sob o ponto de vista de estudo e pelo lado
artístico a ascensão deste morro é inquestionavelmente mais interes-
sante que a do Pico. De lá nota-se nitidamente a disposição e re-
lação de todo o relevo da ilha, desde Santa Catarina até à Lagoa
Amélia contornando pelo sul. Os cavaletes e ravinas apresentam-se
nítidos para estudo, destrinçados por ordem e orientação ; emquanto
que alguns rios, o ló, o Quija, o Lembá correm como fitas luminosas
j)ara o mar, perfeitamente distintas. Tem-se aos pés um mapa em
tamanho natural com relevos salientados pela luz oblíqua da manhã
ou da tarde, posto em boa posição para a perspectiva ordenada duma
grande parte da ilha. A ascensão do Cabombej, por distracção
apenas encarada, é muito mais interessante que a do Pico. A meio
caminho vê-se a grande cascata do Umbugú, dum brilho imponente,
a cair para o grotão profundo, tinta de uma cor azul sombria, e de
lá de cima, à luz clara da manhã ou com o sol a pino^ a vista não
se cansa de admirar os caprichos desta ilha toda viçosa, tão fan-
tástica, com tantos cambiantes de formas e de luz, tão movediça de
aspectos, que, mesmo para os mais acostumados a vê-la por toda a
parte, por todas as maneiras, há-de trazer exclamações e surprezas.
Agulhas gigantescas de pedra, como grandes menhirs do tempo
alinhados pelos cavaletes ; erosões profundas, grotas e caldeirões ;
cavaletes com arestas escarpadas, mamilos erectos para o céu ; fitas
de água brilhante e espumosa, recortes caprichosos de angras e baías;
ilhéus e pedras pelo mar; casas brancas perdidas pelos montes; um
grande mar de nevoeiro a bailar, a dar enfeites caprichosos aos
picos e ás montanhas ; o deslisar suave duma geleira enorme de
nevoeiro sobre as grandes altitudes . . . tudo nos oferece no curto
espaço duma hora o alto de Cabombey acompanhado pela cons-
38
tante toada das cascatas longínquas quando se descerra o scenário
da i]ha(l).
Foi para mim penosa e longa a ascensão de Cabombey, onde
gastei quatro dias, sempre a caminliar debaixo de cliuva e trovoada.
Para o Cabombey não há trilho seguido, e muito menos caminho ; é
necessário conhecer muito bem a orograíia da região e, com ne-
voeiro, como é regulamentar, guiar-se constantemente por ela e pela
Fig. 13
agulha magnética para não andar para trás, ou fazer um trajecto
perigoso e longo; manter-se constantemente na divisória do Quija e
Umbugú, depois de sair da serrania de Vila Verde, caminhando para
o norte».
Além desta parte tão interessante e pouco conhecida desta cu-
meada encontra-se ao lado dela a agulha mais notável de toda a
ilha o — Cão grande— {fígs. 13, 14 e 15) H.
Descreve-o assim o sr. Campos. — E uma agulha gigantesca com
mais de 310 metros de altura ; é uma pedra mais alta que a torre
(1) E. Campos no O Tempo n.° 2262.
[5]
Fig. 10 — O Moquimqui
[6]
■!'~í5a
Fii;. II — O Formoso grande
F'\ — No Miinuol .íoríje
[15]
Fi'':, ií"> — Nu foz lio rio Lenibá
ItíJ
Cl,
cá
CO
bl)
45
Em toda a parte as águas dão valor muito especial à paisagem,
6 em S. Tomé, onde a vegetação que cobre a terra c bastante monó-
tona, quási só o som das quedas dos rios dá indícios de movimento,
de vida. Apesar da côr negra dos leitos dos rios a paisagem ari-
Fig. 30. — Cascata do rio Ana de Chaves
ma-se, tornando-se nuns sítios amena, noutros vigorosa e quási
medonha. O Manuel Jorge nas proximidades da ponte que fica pró-
xima da roça Guegue (fig. 23 e 24), a foz do Lembá (fig. 25) são
exemplos de lindas e amenas paisagens, e não menos a Ribeira
Peixe (fig. 26).
O Rio do Ouro tem aspectos bem diversos, ora se despenha de
46
grande altura formando admiráveis cascatas (fig. 27), ora corre
apertado entre negras margens basálticas (fig. 28\ ora, como quási
Fi^. 3Í, — Cascata do rio Qiiija
todos os rios da ilha se apresenta enérgico, terrível, como forte
agente destruidor (fig. 29).
Como quási todos os rios da ilha nascem a grandes altitudes, as
quedas de água são frequentes e notáveis e algumas de singular
beleza. No rio Ana de Chaves há uma (íig. 30) que o Sr. Cam2303,
17
Fiequenos cristais de a^ja-
tite; e de olivina, alguns idiomór-
Fig. h
(1) R. Reinish — Petrographisches Pratikum, Berlin, 1912.
(2) Achávamos mais própria a desiguação — basaltos fonolíticofl.
64
ficos, com formas bem desenvolvidas e geralmente com as suas habi-
tuais alterações em serj^entina ou óxidos de ferro.
Alguns octaedros e grãos de magnetite de dimensões apreciáveis,
duma primeira geração, diferentes dos grãos da base.
(Loc. Pico, juuto do marco da triangulação).
h) Traquidolerito.
Caracteres macroscópicos, Roclia cinzenta-escura, com cristais
macroscópicos de feldsj^ato, brancos, alterados.
Exame microscópico. Textura
holocristalina avisiuliando-se da
textura ofítica (fig. i).
Predominam os cristais colu-
nares da labradorite e massas de
grãos irregulares de augite e di-
vina. Deste último mineral cris-
tais regulares, muito irregular-
mente fendidos.
Alguns fenocristais de plagio-
clase, tabulares e com estrutura
zonar, de maiores dimensões que
os cristais colunares.
Pequenos cristais ou pequenas manchas claras de nefelina.
A textura faz classificar esta rocha entre os doleritos.
(Loc. Cabombey).
c) Traquibasalto típico.
Caracteres macroscópicos. Ro-
cha cinzenta-escura, compacta,
com aspecto basáltico.
Exame microscópico. Textura
microlítica traquítica (fig. j"). Base
do labradorite em pequenos cris-
tais alongados, augite, magnetite
e nefelina.
Fenocristais de angite, pouco
abundantes e de pequenas dimen-
sões.
A rocha não contêm olivina.
(Loc. Angolares.)
^
^m
h|.
^p
^^pj
^^L
fíC'^^9A
■nvC^^V^SV^nD^
^ttf^r '"^
^^«3qm^^«N|A
gSà^
•
j^^^^S
iSSb^sL.
kã^K "WM- *^ 9 '^P* 0^
<^9^^^0K^sl
\
Fig- j
w
65
d) Rochas de transição para os
limburgitos.
1.*). Caracteres macroscópicos.
Rochas compactas basaltoides com
cristais de piroxena e grãos de oli-
vina.
Exame microscópico. Textura por-
íirica com base microlítica pilotáxica,
ou hialopilítica mas com muito pouco
vidro residual (fig. k e /).
Na base microlitos de plagio-
clase e augite, grãos de magnetite
e de olivina. Nefelina rara.
Fig. /
Fig. k
Fenocristais dominantes de au-
gite, muito claros, quási incolores,
outros claros na parte externa,
mas com a parte central verde.
Muitos maclados.
Cristais e grãos de olivina com
serpentinização frequente. Cris-
tais de magnetite.
A augite é o mineral predomi-
nante.
Loc. São as rochas mais fre-
quentes da bacia do rio
do Ouro.
2 . ^ ) . Caracteres macroscópicos .
Rochas porosas, basaltoides, cinzen-
tas-escuras em que com o auxílio da
lu2Da se distinguem cristais de au-
gite, magnetite e grãos de olivina.
Exame microscópico. Textura por-
fírica pilotáxica ou hialopilítica.
Base formada principalmente por
microlitos de augite e magnetite.
Grandes cristais de olivina, idio-
mórficos, de contorno hexagoiial,
com alongamento da zona prismá-
Fig. m
Q6
tica. Traços de clivagem imperfeitos e paralelos à direcção do
alongamento.
Grãos corroídos de olivina envolvidos por cristalizações de augite
(fig. m).
Grandes cristais de aegirina-augite, pleocroicos, com tons verde
claro no contorno e verde carregado no meio.
Rocha visinlia dos limhurgitos, pelo ^^redomínio da aiigite e oli-
vina.
Loc. Molundo, Diogo Vaz. Muito seme-
lhante um exemplar do bordo da La-
■ goa Amélia.
B. Basanito nefelínico fonolitoide.
Caracteres macroscópicos. Roclias cinzentas escuras, ásperas e
j)oro3as, quási homogéneas, distinguindo-se cristais de hornblenda e
augite.
Exame microscópico. Textura porfírica microlítica.
Base de augite, plagioclase, nefelina e sanidina (?). Cristais de
hornblenda apresentando com frequência larga orla de corrosão
magmática com produção de augite e magnetite. Augite basáltica
e aegirina-augite tão abundante como a hornblenda.
Raros grãos de olivina. Agregados de nefelina. Muito rara a
hauyna ou noseana. Pequenos cristais de apatite e magnetite.
Loc. Pico de S. Tomé.
c.
Tefrito nefelínico basaltoide.
Rocha densa, compacta, homo-
génea, de côr cinzenta escura,
fractura conchoide. Aspecto do
basalto.
Exame microscópico. Textura
porfírica microlítica.
A base formada por microlitos
e pequenos cristais alongados de
plagioclase e augite (fig. n). Me-
nos abundantes, pequenos cristais
de nefelina. Magnetite.
Numerosos cristais de horn-
blenda, alguns quási inteiramente
f-ig- n
67
transformados em aglomerados de pequenos grãos opacos de ma-
gnetite.
Macas divididas de nefelina e cristais de labradorite. Cristais
de augite, parda clara.
Loc. Nova Moka. Da mesma loc. outra
amostra de rocha mais escura e com
augite dominante e sem fenocristais de
plagioclase.
D. Limburgito.
Caracteres macroscópicos. Rocha densa, preta, basaltoide, com
amigdalas.
Exame microscópico. Textura microlítica com resíduo vítreo.
Microlitos de augite violácea e magnetite. Pequenas agulhas inco-
lores de olivina, com forte relevo, extinção longitudinal, e pequenos
esqueletos de cristais do mesmo mineral com a sua forma caracte-
rística em dois ramos curvos, voltando um para o outro o lado con-
vexo e ligados pelo meio.
Cristais de augite quási incolores e grãos de olivina e magnetite.
Esta rocha afasta-se dos limburgitos tipos pela redução da parte
vítrea.
Loc. Curso médio do Eio do Ouro.
E. Augitito.
Caracteres macroscópicos. Rocha muito densa, preta, com vácuo-
los. Distinguem-se pequenos cris-
tais pretos de augite.
Exame microscópico. Textura
porfírica de base microlítica com
resíduo vítreo pouco abundante.
Microlitos de augite e magnetite,
(fig. o).
Cristais de augite, de cor vio-
leta pálida, quási incolores, al-
guns. Rocha, como a anterior
destituída de feldspato.
Loc. Nova Moka
Fig. o
68
CLIMA
Do clima da ilha pouco se sabe alem do que é comum a todas
as terras, que se encontram em condições geográficas análogas.
Colocada quási sob o equador tem as duas estações distintas de
chuva e de tempo seco, durando esta em geral de Maio a Setembro
com variantes em diversos pontos da ilha. A época das chuvas
tem por vezes uma pequena diminuição de intensidade em Janeiro
formando o que chamam — pequena gravana ou gravanita. — Em
todos os outros meses a chuva é por vezes enorme, a humidade do
ar muito considerável e a temperatura alta. Durante esta estação
chove abundantemente em todos os dias, quási sem excepção. Como
em toda a zona tropical, quási a hora certa nuvens de trovoada apa-
recem vindas quási sempre do Norte, e a tempestade, por vezes
medonha, desenvolve-se e durante todo o tempo, que ela dura, a
chuva cai em torrentes. Os rios engrossam rapidamente, tornan-
do-se violentos em todo o seu curso : nada se lhes pode opor. No
seu rápido correr as mais pesadas rochas são arrastadas, árvores
colossais são arrancadas, A ventania forte que acomj)anha a tor-
menta vem auxiliar a acção destruidora. O efeito é por vezes hor-
rivel, aterrador.
Passado certo tempo tudo sossega : a convulsão passou. O ceu
apresenta-se lim^:»© e de uma notável transparência. As árvores
lavadas pela chuva torrencial parecem mais verdes e viçosas ; as
aves cantam ; tudo respira satisfação.
Em S. Tomé, como os rios são de curta extensão e de leito
extremamente inclinado, o efeito da tempestade é ráj^ido e violento.
Por vezes o viandante fica detido entre dous rios, tendo de esperar
que a torrente pare.
Nesta estação a alta temperatura e a grande humidade são alta-
mente incómodas.
Durante a gravana não há chuvas, Ou quando as há são de pouca
importância; a temperatura é menos alta; o ceu quási sempre mais
ou menos toldado. São condições estas, como já se disse, comuns
a todos os países intertrojjicais. Em cada um deles há porém va-
69
riantes, que dependem de condições locais, tais como a orografia,
a direcção e frequência dos ventos, a vegetação, a acção das corren-
tes marítimas nas terras próximas do mar, ou cercadas por êle.
A ilha de S. Tomé está cercada por mar quente, devido às duaa
correntes marítimas, uma ascendente costeando o continente africano,
aquecendo durante o trajecto, a outra descendente, a corrente da
Guiné, igualmente quente. Em mar de temperatura alta o ar satu-
ra-se de humidade que se nota em toda a ilha. A direcção dos'
ventos, o número de vezes que em cada rumo sopram determinam
graus de humidade diversos nas diversas localidades e essas varian-
tes estão intimamente ligadas com a orografia da ilha. Variadíssima
como é, deve determinar variadíssimas condições locais.
Pelo quadro seguinte pode fazer-se ideia da importância dos
ventos que em diversas direcções sopram na ilha, E este quadro
baseado no que tem sido publicado e principalmente pelo que se lê
no livro do Sr. Ferreira Ribeiro.
Como unidade tomei o número (8) de vezes que na cidade soprou
o vento NNE.
NN£
WEW
NWW
ESE
wsw
ENE
E
NE
NE
sw
NW
N
ssw
SSE
SE
S
1(8)
1,1
1,4
1,5
hi
1,6
2
2,9
3,7
4
4,1
5,6
10,7
12
16
47,9
Por este quadro se vê a importância que teem os ventos, como
factores climatéricos e vê-se bem qual deva ser a acção dos ventos
do sul, o menos frequente dos quais é representado por 10,7, que
corresponde a 8õ,5 vezes que tal vento sopra, e o vento S ó indicado
por 47,9, correspondendo a 373,3 vezes a sua acção na ilha, ao passo
que a soma das vezes que todos os outros sopram é consideravel-
mente menor.
Junte-se a isto a forma orográfica da ilha; uma muralha alterosa
dividindo-a em duas regiões bem definidas, uma ao Norte, outra
ao Sul, dando logar a humidade, chuvas e névoas mais frequentes
e importantes no sector Sul. Este mesmo, dividido por montes altos
e sulcado em direcções diversas por ravinas fundas, necessariamente
tem de apresentar condições climatéricas muito variadas.
O Sr. Campos, bom conhecedor de tudo quanto se refere a
70
S. Tomé, em carta, que me dirigiu diz o seguinte: — A gravana acen-
túa-se, em regra, rapidamente por toda a illia numa transição brusca
do tempo; mas as chuvas vêem de vagar. Ficam elas mais ou me-
nos permanentes em torno do Zagaia e nas terras altas do Pico e
e Cabombey. No centro da ilha, quer na bacia do ló, perto da
Peninha, quer na profundidade do talvegue dos rios Lembá e Can-
tador, em j)l©na gravana (Junho e Julho) senti sempre chuva, um
nevoeiro densíssimo, que de vez em quando se resolvia em chuva.
Descendo as torrentes o tempo ia mudando, e na proximidade do
litoral encontrava-se a gravana seca.
Pode-se observar todos os anos a marcha das primeiras chuvas
do sudoeste jDara norte por ambos os lados da ilha. Nas viagens
de circumnavegação, ou a quem se desloque frequentemente pela
ilha o fenómeno dá na vista. Os nevoeiros permanentes do Zagaia
ao Morro Irene, e do Cabombey ao Pico, começam a resolver-se em
chuva, e o litoral do Bindá até à Ponta Furada dia a dia se enevoa
mais. No entretanto começa a chover no Paga Fogo e nas terras
altas a sudoeste do Pico, notando-se dia a dia o descanso e engros-
samento das névoas das montanhas, sem que a gravana deixe de
soprar rija de sudoeste nas terras de S.'^ Catarina, Diogo Vaz e
Ponta Figo.
Já está ensopada toda a Estação Palanque e Ponta Furada e a
terra de Diogo Vaz. continua toda gretada com os cacoeiros de ra-
mos sem flores. Pelo lado do ló acontece o mesmo; chove do For-
moso grande para o centro da ilha nas terras de Vila Verde e Novo
Brasil, há secura nas terras de litoral por S. João, Coimbra, Aliança,
e sopra a gravana rija de Angra Toldo à cidade. O centro da ilha
cada vez mais se carrega de nuvens, lá por 8 ou 12 de Setembro
ouve-se a primeira trovoada a nordeste das terras altas, e cái a
primeira chuva, que basta para florirem os cafezeiros. Ao mesmo
tempo a chuva ronda pelas praias de oeste e vem até Diogo Vaz,
dias depois até às Neves, quando por Agua-Izé comtíça também a
chover.
Quantas vezes por dias e até por semanas consecutivas faz sol
num ponto donde se vê a chuva cair torrencialmente a 3 ou 5 qui-
lómetros mais longe. . . Em 1904, na segunda quinzena de Junho
chovia no cume superior do Lembá, àlêm do Morro Irene; só no
fim de Agosto já chovia em Paga Fogo, de Diogo Vaz à j)raia de
S.'* Catarina, e só em 12 de Setembro é que começou a acentuar-se
71
em Ponta Figo o mesmo ceu carregado que de há tanto tempo se
notava para as bandas da Ponta Furada (1).
A grande humidade atmosférica dá higar nas altas regiões a
névoas densíssimas. Na minha digressão até à Lagoa Amélia, aí
a névoa era tão densa, que nada se distinguia a pequeníssima dis-
tância. O Pico está quási sempre cercado de largo anel de nuvens.
Quem lá chega gosa de admirável espetáculo. O Sr. Campos des-
creve assim o que tanto admirou quando duma vez subiu ao ponto
mais alto da ilha : — Nem ao menos ao sol posto, antes da retirada
de todos os dias, o ceu apresentava aspectos lindos. Só num dia
por pouco não fui assaltado pela noite no Pico por causa da pai-
sagem. As cinco e meia começou a limpar, e em poucos minutos
num rápido mudar de scenário, tinha a meus pés em toda a volta,
dos coníins do horizonte até 20 metros de mim, uma enorme geleira
alvíssima, chã, de nível, deslocando-se socessivamente para oeste,
cheia de ondulações e sombras delicadas ao largo, a noroeste. So-
bresaindo a um mar branco não agitado, única mancha de terra,
estava apenas o topo do Pico, a meus pés com uma extensão
menor que trinta metros, em oval irregular, com uns pinheiros esga-
niçados e uma árvore de aspecto estranho ; o sinal da triangulação
com o quadrado branco, como se fosse vela da jangada misteriosa
dum mar fantástico. O sol a dous palmos acima do horisonte, todo
radiante num ceu de chumbo cortado de fresco, muito extravagante,
sem uma nuvem, sem. o mínimo tom avermelhado de crepúsculo ; e
Vénus atrás dele a caminho para o ocidente, destacando-se muito
bem como estrela brilhante no ceu plúmbeo.
Para leste a sombra do Pico muito esguia no mar de nevoeiro,
sombra que parece que tem léguas de extensão a terminar em bico
aureolado por um resplendor de arco iris, como se fosse cabeça de
um santo. Uma esj^écie de ilusão de que esse canto de terra, com
árvores musgosas e disformes ia a navegar na geleira tão suave-
mente, como se deslizasse em mar estanhado. E por sobre tudo
isto um silêncio, que não se exprime, a letargia enorme da naturesa
que vai dormir debaixo do lençol branco do nevoeiro ... —
Todas as variantes climatológicas deviam ser observadas com
rigor.
(1) E. Campos — Conferencia, pág. IG.
72
Tal serviço não é questão de luxo, mas sim de necessidade e
utilidade. Para se emj)reender qualquer cultura com proveito é
indispensável conhecer o clima da região natural da planta, que se
quizer cultivar, e o clima da região na qual a cultura tem de ser
feita.
Não se procedendo assim, o acaso poderá favorecer a empresa,
mas pode bem dar-se o contrário, e então todo o trabalho e dinheiro
empregado na tentativa será perdido.
Por outras razões essas observações meteorológicas são neces-
sárias.
A floresta tem importância capital no clima, e especial na humi-
dade da região. Derrotada a floresta sem cuidado, pode bem suce-
der que haja j^rofunda alteração na humidade do ar, e como conse-
quência a diminuição ou mesmo o desaparecimento das chuvas,
indispensáveis para todas as culturas.
A província de Cabo Verde é disto prova evidente.
A excessiva humidade pode ser também prejudicial. E por tudo
isto que convêm ter a floresta como regulador do clima e isso não
se pode conseguir sem se fazerem regulares observações.
Pouco se tem feito para conhecer o clima da ilha. Só em duas
localidades se tem realizado observações, na cidade com repetidas
interrupções e em Monte Café onde o Sr. Spengler fez observações
regulares durante 10 anos seguidos. As primeiras foram feitas a
pequena altitude e a pequena distância do mar, as de Monte Café
foram feitas na altitude de 690 metros, e a 10.832 metros de distân-
cia do mar.
Os quadros seguintes dão a conhecer os resultados obtidos nas
duas estações.
73
-03
E
o
CO
■o
e
,
o
o>
o
^
o
1-
•
o
O)
c3
a>
a
E
^
o
o
(0
c3
O
o
CO
J
c
a.
o
c
o
s
Cd
o
p
Q
CO
o
(D
CQ
c
tJ
+^
.2
u
0
o
ti
CO
u
•a
o
0
03
T3
O)
'O
O
i
o
O
(D
L.
<^
m
O
;:5
o
0
O)
09
E
c
0
'd
R
m
c«
lO
CD
L.
m
to
3
■O
Cd
a>
CO
J3
O
0}
es
o.
o
«1
L.
t:
n.
-4J
CO
-t-=
a
p— 1
^.4
«O
03
íipajV
'^^
O
C5
o^
eo^
CO^
CM
Cí
co^
CO
"*-
O]^
co^
r^
*-
crT
t-
C^
c-'~
t-T
c-"
Go"
t-
t>r
I>r
[-"^
t^
t-'~
suaAnu ap apípiínçtiQ
«IPílí
-
Oí
c-
o
O
CO
iH
1
tH
ia
05
o
lO
lO
ÍAIltp Op
tH
T-l
1
»-)
I>-
s«ip ap ojamníj
3 ^
ri
|e|
s -*
co
ço
CO
o
(M
O
O
o
CC
00
CO
,£
co
^ »*
a ciT
in
to
lO
tD
to
^D
CO
co"
lO
lO
lO
■d
CO
o
S2 •*
a
o^
rt
o <
O. ^
n
a i-i
o
l>-
1-1
CO
O
^^
t-
co^
t—
(>J
Tíf
00
^
M
i2
S r-T
oT
to
trs
co"
(m"
Ol"
CO
t-*^
CO
cm"
co"
o"
o
C<1
T— (
CO
(M
CO
Tíí
CO
CO
(M
(M
tH
t— 1
CO
H
iH
7-1
tH
r-i
I—l
T-(
r-t
r-l
r-(
r-l
tH
tH
I—l
2 C3
gO
(N
o
lO
o.
o
lO
O
o_
O
o
rt
■w
c ^
2
•p e 2
so"
o~
c^"
CO
Cí'
o"
1
tH
o"
•^^
CO
cd"
o
-a =^-
l^
O
Oi
Ci
lO
Tj<
Tí<
00
C5
05
*rt
o
s s;
1— (
3
1— 1
câ
>
= <
G
a f
!£>,
íO_
o^
ií5
líi
O
00
r-
Cl
CM
lO
CD
rt
s cT
od"
CO"
oT
T-l
CM
o"
O
(M
CO
(^
o
t—
Õ
Oí
O
m
'ti
1-M
(N
(M
(M
CD
lO
o
>— t
r-(
tH
r-i
r-(
1-1
o
I— (
Bipsjv
lO
í£>_
^
I— 1
00
t—
CN^
C2
05
O
C5
CM
c-
—
CO
-r-T
o"
(M
O
.n
itT
O
r^
o"
T-l
1— 1
05
8AI1BI8J apcpaunij
GO
CO
GO
CO
CC
t-
c-
c-
E—
00
CO
00
t-
/ «is
Ê D
i£^
co^
O^
OJ,
o.
lO^
o^
CO^
C.
q.
o^
~
d
s
^r~
cfl
©
O
Is
O
Ol
05
C5
o
CD
«D
lO
OD
00
00
00
'c
o
1
S-ã
r-^
1—1
T— 1
1—1
c^
1— 1
1— 1
1— 1
rH
I—l
tH
1— 1
S
I— (
tyo
^
S 3
iC^
q_
O,
o^
o_
O
■^^
CO^
GO
co^
00
o.
tn
=3
a
'P "S
o
CO
CO
(N
1—1
O
C5
05
C5
1—1
CM
CM
•ri
CO
s^
CC
CO
CO
CO
CO
CO
(M
(M
(M
CO
CO
CO
e
CO
ri 'i
00^
CN
T-l
(M
CO
ri^
I>-
líi
^
a
t-
o^
00
cS
^«•§
o
"
'^
■~
"^
c^
*^
'^
**
**
"^
"^
c-
2-0 c
1— (
(M
fN
J
(>J
Ga
CO
(M
l
!P?W
Et-^
Oi
o
00
v~
t--^
O
CO^
f
1-H
T^
o"
D-''
CO
a^
lO
lO
iC
lO
iC
«D
CO
CD
CD
CO
lO
^
ií5
B0I.I3JSO
m\v oçssajj
t^
c-
t-
I>-
t>-
C-
t-
t-
!>•
t-
t-
t-
^4
00
•
.
•
•
.
•
r— 1
00
•
•
*
•
0
^SH
CJ
•
d
•
•
O
2
2
rt
CO
o
u
0)
fl
ci
'3
>•
•
o
o-
.2
o
o
O
+^
r/l
O
bC
a
0)
<13
o
f-l
a
0)
o
1
N
Pm
S
<
^
^
'-s
<1
72
O
^Q
74
E
0
CO
O
c
es
O
c«
ce
eo
o
IO
o
CS
>
09
CO
CO
Cd
T3
O
{03
es
03
O
O)
OC
T-l
CO
o
oq_
^
t>-
CO^
1—*
CO
0
CO
siiOAtiu ap apEpnuBno
oT
l>^
c-"
t-"
t-"
çíT
t^
t>r
1»"
00"
t-"
sfiu jod íAnqo ap
CO
^
lO
lO
^
^
CO
(N
t—
■^
uO
SEip' ep oipaiu 0J0iuç\[
r-
1— 1
r-<
1— (
tH .
T-i
I-l
T-i
1— 1
TH
tH
00
O
O
CO
■<í<
O^
eo
(M
lO
t—
1
1
•rt 5-^
CN~
•^■~
^^
co"
eo"
lO
co"
itT
'^^
0
1
,§ \ ^ ^«
^
1
rt
o <
a
o. 1
rt
£
> 1 ^^
m^
oq_
O
C5,
cr>
CO,
t-^
r-í^
T-l
r-l
r- #
tí 1 ^
ff Õ
1 ^
T— (
i>^
o"
t-^
o"
co'~
t-^
CD~
itT
0"
C>
CO
t-
o
t>-
CM
■*
lO
03
CO
lO
"^
zo
CO
'^
"*
lO
'^ .
IO
10
lO
■*
\
0
1 £
05^
Oi
T-l
t-
ia
CM
O,
CO
10
0
»-
.S ;2 O
oT
ifT
c-
CD
CO
00
T-T
oT
cm"
0"
1
o
CO
<7>
-^
o
o
00
r-
C3
'^
1
1-1
iH
T-i
r-i
r-i
1— 1
s
0
"a
o^
CO^
O,
1-1
iO
O
c^
eo_
T-l
(M
eo
c^
s
•r-T
i-T
co"
O
0^
-*"
CO
y—l
1— (
0"
CO
in
(M
c-
t-
00
CD
03
CD
00
'IH
'^
00
OO
1-1
co
•*
CO
00
t-
0
CO
03
l
CN
f
o~
o"
cn"
03
CO
03
cm'
T-l
co
•a
T-i
T-l
l-H
ri
1—1
T-l
T-l
te
rt rt
CJ
Sã
lO„
(M
t-
»o.
o
CD_
CO
G^
CD
CM
0,
u
^
X "o
-
CO
00
00
cí
s
*rt «
CO
CO
G^
-J
ts
c»
00
8
in
CD
t-
cò
03
ã
1— (
(>í
cô
•dH
^
CO
00
OO
00
CO
03
03
03
C3
Oí .
^
CO
r-l
i— 1
00
CO
00
1— 1
CO
Tl
CO
T— 1
00
1—1
CO
1— (
CO
r-l
75
Este pequeno exemplo mostra bem como uma leve mudança nas
condições locais dá logar a modificações meteorológicas importantes.
Uma diferente altitude apenas dá além doutras modificações uma
enorme diferença na quantidade de chuva e na evaporação.
Que notáveis diferenças não haverá nas diversas localidades da
ilha expostas a ventos tão diferentes e a outras condições. Que
quantidade de chuva não cairá no sector Sul, indo todos os ventos
que nele sopram deparar com a cordilheira central determinando a
precipitação da água e a formação de névoas quási permanentes e
um superior grau de humidade.
O conhecimento do clima duma localidade qualquer não tem
unicamente o interesse scientífico ; é de primeira necessidade para
a vida do homem e para o bom resultado das culturas, que êle
queira empreender, ou dos animais que deseje criar.
Hoje ninguém pode duvidar disto.
Um simples exemj)lo mostra a verdade desta afirmação.
A floresta é um agente de condensação de humidade e como
consequência de chuvas. Terreno coberto por floresta densa é ne-
cessariamente muito húmido e como tal prejudicial ao homem e a
determinadas culturas. O exemplo está nos resultados péssimos da
cultura do cacau em determinada altitude no sector Sul.
A floresta desvastada sem critério pode determinar o efeito con-
trário. Em muitas localidades a desvastação da floresta é seguida
da falta de humidade e de chuvas e em mais duma localidade a
aridez é tal, que a terra se torna improdutiva.
O sector Norte de S. Tomé ressente-se já não pouco do efeito
da destruição do arvoredo. Este deve ser conservado na devida
proporção e isso só se consegue tendo por guia os instrumentos
meteorológicos.
E não se pense que a observação desses instrumentos oferece
dificuldades. E justamente o contrário. Com dous termómetros,
um marcando as temperaturas mais altas (termómetro de máxima),
outro as mais baixas (termómetro de mínima), um psicómetro e um
pluviómetro, lendo estes instrumentos todos os dias a hora deter-
minada, tem-se o que é mais importante.
A casa Negreti e Zambra de Londres vende esta pequena colecção
de instrumentos por pequeno preço.
Um outro processo consiste no emprego de instrumentos regis-
tradores. Com esses o trabalho reduz-se a substituir o papel no
76
qual o instrumento regista os fenómenos meteorológicos durante
dias, e a ler o registo feito. E serviço de poucas lioras no fim de
cada semana (1).
Se na sede de cada roça houvesse estes instrumentos, o clima
da ilha seria definido e poderia com precisão indicar-se o tratamento
das florestas para que nunca faltasse a humidade e as chuvas na
quantidade útil.
Seria óptimo, na dificuldade de se realizar este serviço nas roças
que o governo da província estabelecesse certo número de postos
em localidades convenientes, ou ainda tratasse com os proprietários
das roças para que essas observações fossem feitas, concedendo-se
uma gratificação ao observador. Não poderia ser grande a despesa,
e era considerável o valor do serviço feito.
Se para as culturas o estudo dos elementos meteorológicos indi-
cados é suficiente, para a aclimação e condições de vida do homem
outros elementos há e importantíssimos, cujo estudo é absolutamente
necessário para serem conhecidos e poderem ser corrigidos.
O calor e humidade são dous agentes activíssimos da decompo-
sição orgânica dando logar ao desenvolvimento extraordinário de
agentes j)atogénicos. Em consequência disso o ar e a água, ele-
mentos essenciais para a vida do homem, são constantemente con-
taminados, tornando-se agentes poderosos de doenças. A decomjío-
sição das matérias orgânicas nas águas pantanosas, infectam o ar:
análogas decomposições nas florestas e nas j)laiitaçÕes produzem
efeito semelhante e infiltrando -se na terra vão contaminar as águas
das fontes e dos rios.
O exame dos quadros nosológicos de S. Tomé, e servem bem
para isso os que se encontram nas publicações do Sr. Manuel Fer-
reira Ribeiro (2), mostra que são predominantes as febres palustres
sob diversas formas e as moléstias intestinais — a diarreia e a de-
senteria — , cuja origem é hoje conhecida.
O exame médico ó sempre indispensável. Ele tem mostrado que
os pântanos são causa de grandes males e que as impurezas das
águas de consumo são portadoras de agentes maléficos diversos.
(1) A casa Ricbard Fròres (Paris, Impasse Fessard, 8) fornece aparelhos regis-
tradores muito bons.
(2) M. F. Ribeiro. — A provinda de S. Thomé. e Príncipe e suas dependências.
77
Em S. Tomé, especialmente na cidade, o clima não é bom e a
causa está principalmente na existência de pântanos nas proximi-
dades 6 na má qualidade das águas de consumo.
Uma análise bacteriológica publicada no Boletim oficial de 1916
n.° 24 indica 100.000 colibacilos por litro de água e indica igual-
mente abundância do bacilo desintérico.
Nas diversas localidades da ilha ó desconhecida a constituição
das aguas de consumo. E de crer que muitas não sejam próprias
para a alimentação. A análise da água de seis nascentes da roça
Saudade deu apenas duas como potáveis. Destas não foi feita a
análise bacteriológica. Por isso nem mesmo nessas pode liaver
confiança.
Todos os defeitos das águas podem ser vencidos, fazendo desa-
parecer os i^antanos, procurando boas águas, filtrando-as sempre,
tornando as plantações permeáveis ao ar e aos raios solares, enér-
gicos purificadores da atmosfera.
E de notar que apesar das relativamente fracas condições clima-
téricas, não poucos indivíduos há que tem vivido em S. Tomé,
mesmo na cidade, por não poucos anos, gozando saúde.
A FAUNA
Nas crónicas do alemão Valentim Fernandes se dá a mais antiga
notícia dos animais que se encontravam em S. Tomé. As informa-
ções que dá colheu-as de Gonçalo Pires «marinheiro que' foi a esta
e outras ilhas, muitas vezes, homem maduro e de credito, anno
1506, no dezembro». As informações dadas jDor esse homem ma-
duro são as seguintes :
«Ha nesta ilha bois que levaram j)a.ra lá de Cabo Verde, tão
grandes como de Portugal. E assim as váccas parem uma vez no
anno.
«Cavallos quando os levam lá não vivem mais que um anno e
dizem que morrem de gordura. Trazia o capitão d'agora duas bur-
ras tao gordas que parecia que queriam arrebentar.
78
« Ovelhas ha nesta ilha tao grandes como de Portugal, e na
têem lãn se naõ no jDapo, e tudo outro é cabellinho curto como de
cão da nossa terra, E as ovelhas da Guiné parem como as cabras
cada vez dois e três cordeiros e ás vozes quatro. E as ovelhas que
levam para lá de Cabo Verde parem de três em três meses.
«Cabras desta ilha e de Guiné são grandes de corpo e pequenas
e curtas de pés, assim que a barriga lhes chega acerca do chaô E
parem cada vez e delles j^árem duas creanças, delias três, delias
quatro crianças. E o dito autor viu que cabrito dum mez nascido
emjjrenhára naquelle mez. E os vira mamar e serem 25i'6nhes. As
cabras que levaram para ahi das ilhas de Cabo Verde estas parem
de três em três mezes e dois cabritos até três ou mais.
«Porcos criam nesta ilha muitos que levaram de Portugal.
«Ratos grandes se criam aqui pelas matas e são próprio como
os de cá com orelhas e rabo porém são tão grandes como grandes
coelhos. E assim os comem lá como nós aqui os coelhos.
(íGallinlms da Guiné ha nesta ilha muitas e gallinhas como
de cá.
a Falcões muitos e Rolas muitas. Pombas e seixes muitas. Alca-
trazes muitos. Habi- cortados muitos. Patas bravas e mansas muitas.
(.(.Lagartos havia muitos e agora poucos de doze covados em
longo. E comem homens e mulheres, vaccas e bois e animalia.
Estes lagartos não vão fora d'água senão que sempre lhes fica o
rabo na agua doce. E qualquer animalia que toma e logo dá com
ella na agua e dentro na agua o mata e o come. Empina-se sobre
o rabo como um homem em pés.
« Cobras ha nesta ilha mui peçonhentas de dous covados de longo
e de um braço de homem em gordo. E estão olhando os homens e
não fogem d'elles. Estas cobras são negras de côr.
(.(Tubarões peixes no mar são como grande caçoes.
«Ha nesta iWidi, ])exotas bicudas; e quem delias como morre».
(.(Peixe agidha ha nesta ilha também peçonhento.
«Sardinhas tem, pequenas e boas.
((Badejos peixes, e muitos.
«Em agua doce tem enxarrocos muitos e bons.
«Disse-me Gonçalo Pires marinheiro que aqui tomaram um peixe
feio com grandes dentes e sua feição era de cação de três braças
de longo».
Como com2)lemento acrescenta: — Muitas gallinhas da Guiné,
79
são milito bravas. Pombos bravos pelas arvores. Rollas, seixes,
tordos; todas estas aves são mansas, e estão em cima das arvores,
e andam os moços com uma vara, feito um laço de cordão na vara,
e lhes lançam no pescoço, e as tiram para baixo. Todas estas aves
se não podem comer de gordas, se não frigir e lançar fora a gor-
dura. —
Boa informação de homem maduro e de crédito.
Mais conciso ó o piloto português. Menciona — uma infinidade
de caranguejos semelhantes aos do mar, que andam por toda a ilha;
os que nascem sobre os montes, são melhores do que os da planicie,
porem todos elles se comem. Ha infinitas aves como perdizes, es-
torninhos, melros, e huns pássaros verdes, que cantam, e também
huma espécie de pa23agaios j^ardos. Pesca-se toda a qualidade de
jieixes, mas sobretudo em alguns tempos do anno: os sáveis são
delicadissimos nos meses de Junho e Julho. Entre esta ilha, e a
costa de Africa, vê-se tão grande quantidade de balêas grandes, e
pequenas, que he cousa maravilhosa de dizer. —
Mais próximo da verdade está esta informação.
Cunha Matos apenas faz a descrição da cobra negra — cnja mor-
dedura causa immediatamente a morte : o comprimento das ditas
cobras chega muitas vezes a 12 ou 15 palmos : é veloz em extremo,
e brilha como um espelho : a cabeça é similhante á do pato com cer-
tas excrescências vermelhas como cristas, e tem o pescoço ama-
rello. —
Lopes de Lima sem entrar na ilha indica, de certo de informação,
como encontrando-se em S. Tomé — abutre, albatroz, andorinha,
codorniz, curuja, corvo, estorninho, francelho, gaivota, garça, ga-
vião, gralha, maçarico, melro, milhafre, mocho, pardal (ha-os de
uma espécie muito linda como canários e com canto), pardella, pa-
pagaio (são pardos), periquitos (são verdes), pica-peixes, pombos
(de varias espécies), rabo-de-juiico, rola. —
Informação quási tão falsa como a que deu da constituição geo-
lógica da ilha.
O conhecimento exacto dos animais que na ilha vivem assim
como no vizinho ilhéu das Rolas é devido às explorações de C. Weiss
em 1847, e muito especialmente às do Dr. Greeff em 188i e dos
Srs. A. Moller em 1885, Francisco Quintas e Francisco Newton,
e ultimamente dos naturalistas franceses Ch. Gravier e A. Che-
valier.
80
O que actualmente se coiiliece é o seguinte:
Mamíferos 12 Insectos 113
Aves 64 Miriápodos 10
Reptis 18 Aracnideos 27
Anfíbios 5 Crustáceos 69
Peixes 118 Policliaetas 23
Moluscos 181 Equinodermos 19
Celenterados 10
E bem de crer que uma exploração bem feita dará maior número
de representantes do reino animal, atendendo a que uma grande
parte da ilha está por explorar. Todos os terrenos altos para o Sul
do Pico compreendendo o Pico de Ana de Chaves e o Cabombey
estão ainda não estudados. O que se conhece porém é já impor-
tante.
O número dos mamíferos é pequeno e desses nem todos são
rigorosamente indígenas na ilha, mas apenas aclimados. Tais são
ratos, a lagoia (Viverra Ciretta), a doninha, importados da Europa, e
o cachalote, que tanto aparece no mar de S. Tomé como noutros
mares. O Corcopithecus mona não é também nativo da ilha, pois
encontra- se na costa africana e em especial no Senegal. O Cyno-
mi/cteris straminia, encontra-se também nas ilhas do Príncij)e e Fer-
nando Pó, e este morcego e o Phyllorrldna fuliginosa vivem igual-
mente na ilha do Príncipe, bem como o Crocidura thomensis. São
portanto pró|)rios da ilha só os três morcegos Cynomycteris hrachyce-
pliala, Phillorhina thomensis e Miniopterus ^ewtonii.
Pelo número .e pelos prejuízos que produzem são os ratos os mais
notáveis, verdadeira j^raga tanto nas habitações, como nas culturas
de cacau. E grande a guerra que se lhes faz, mas a sua acção ma-'
léíica continua.
E de triste efeito ver voando lentamente ao cair da tarde o
gidmhu (Phgllorrhijna thomensis) com suas grandes asas negras ; de
dia cortam o grande silêncio das plantações o rouco grito dalgum
macaco velho, ou os gritos agudos de grupos de macacos que agil-
mente saltam de ramo em ramo.
Das 65 espécies de aves que vivem em S. Tomé 5 são comuns
também às ilhas do Príncipe e Fernando Pó (Crisococcyx smaragdi-
nus, Niimenius phaeops, Ardea gidaris, Batorides atricapillus, Anous
81
stolidvs); vivem também em Fernando Pó Milvus aegyptius, e Bihulcus
Ihis e no Príncipe 11 (Agapornis pullaria, Alcyon Dryas, Coradas
garrida, Cypselus ajfinis, Spermestes cucullata, Estrelda astrilda, Tur-
turaena Malherbi, Actitis liypoleuca, Sida leucogastra, Phaeton candidus,
Sterna anaestetaj.
Ainda 17 espécies se encontram em diversas partes da Africa
ocidental (1), ficando portanto privativas de S. Tomé 2õ esi^écies.
Não animam a paisagem de modo notável estas aves nem pelo
brilho das cores, nem pelo canto. Poucas são as de plumagem
brilhante e só uma é de canto agradável, e tanto que lhe chamam
— roixinol da ilha. — E o ossobó. Não o ouvi e por isso não posso
dizer se o canto dele quebra agradavelmente o grande silêncio, que
domina toda a ilha.
A informação que deu o maduro Gonçalo Peres de certas aves
tão mansas, que se deixavam apanhar a laço, tem ainda hoje uns
visos de verdade. As cecias (Treron crassirostris), parecem surdas
e até de vista curta; não fogem quando de j)©i"to lhes fazem fogo.
Presenciei isso.
Ave curiosa é o Taclé (Prinia Molleri). Saltando de ramo em
ramo produz com as asas um estalido particular, donde deriva de
certo o nome por que ó conhecido.
E interessante também a Garça branca (Ardea gidaris), que ó
quási ave doméstica. Branca, de forma elegante, acompanha os
bois no pasto, salta-lhes para o lombo e cata-os com singular cui-
dado. Bem perto das habitações elas se encontram neste curioso
serviço, não se importando muito com os serviçais que passam.
Do pequeno número de reptis e anfíbios que vivem na ilha só 7
são especiais da ilha. São também da ilha do Príncij^e 6 (Chelone
Mydas, ITemidactylus Greeffíi, Lygodactylus tJiomensis, L. macuUlahris,
L. africaniis, Boodon lineatus); um é comum às ilhas do Príncipe e
de Fernando Pó (Rana Neictonii); a Naja melanoleiíca e o Boodon
lineatus são também de Angola
(1) Em S. Tomé alguém afirmou ao Sr. Moller que algumas das espécies de
aves que se encontram em S. Tomé eram de introdução moderna, devido ao seguinte.
Em certa ocasião o capitão dum navio, arreliado pelas constantes questões levanta-
das entre os marinheiros por causa dos roubos de aves que traziam de Angola, que
uns aos outros faziam, chegando a S. Tomé abriu todas as gaiolas dando liberdade
às aves que nelas se encontravam.
6
82
Be todos o mais temível, ou antes o único perigoso é a Naja.
É de todas a maior e muito venenosa. Não é já muito vulgar,
e são raros os casos de morte em consequência da mordedura dela.
São comensais dos habitantes as osgas, que se encontram por
toda a parte nas casas. Ao cair da tarde é curioso vê-las andar
caçando, correndo velozes pelas ]3aredes. E curiosa a djita, cobra
longa e fina de côr verde brilhante. Trepa pelos cafezeiros com toda
a facilidade, naturalmente à caça dalgum pequeno animal. Não se
importa demasiado com quem passa perto dela.
Alem destes animais ainda fazem parte da fauna terrestre e flu-
vial alguns peixes, numerosos insectos, moluscos, e crustáceos.
Reduzido é o número de peixes de água doce. Será isso devido
talvez à disposição do leito dos rios, que por grande inclinação
determina movimentos fortes e rápidos da água, havendo só na re-
gião inferior, na proximidade da foz desses rios pequena extensão
de águas de movimento lento. A esta circunstância acresce a das
cheias frequentes e fortes na época das chuvas.
O Dr. Greeff só teve conhecimento de duas espécies de peixes
de água doce — Gohius Bustamanti e Leyitipes Bustamanti. As explo-
rações do Sr. F. Newton no Sul da ilha deram a conhecer mais oito
espécies — Serranus aeneus, Lutjanus eutactus, L. jocu, Gohius Man-
droni, G. soporatur, Periophthalmus papiUo, Eleotris gyrinus, Mugíl
hrasiliensis , sendo estas duas espécies americanas.
Ultimamente a meu pedido fizeram-se pescas nos rios do Sul da
ilha e obtiveram-se novas espécies, ficando a fauna ictiológica da
água doce representada por 11 espécies da família Gohidae.
As espécies do género Gobius teem uma organização especial que
lhes permite caminhar fora da água. As barbatanas ventrais sol-
dando-se formam uma es])écie de ventosa que lhes dá a faculdade
de se fixarem tanto sobre a terra como sobre as jjedras, podendo
fazer longas viagens fora da água.
De todos estes um dos mais vulgares ó o peixinho (Lentlpes Bus-
tamanti), que os negros pescam aos milhões (1), e secando-os e de-
(1) O angolar e o indígen.a apauham muitos peixinhos com um aparelho feito
de andala (folha de palmeira) chamado quissacli. Seca-o ao fumo em folhas de ba-
naneira. Acontece apanhar num dia muitos cestos cheios, como muitas vezes vi na
Fraternidade, quando regressava do ló para S.i» Cruz dos Angolares. Em algumas
roças os serviçais, por vezes em número superior a 100, teem chegado a tomar
algumas refeições exclusivamente de peixinho. (Nota do Sr. Campos).
83
fumando-os, deles se servem como alimento. Estes pequeníssimos
peixes, tendo como os Gobios a ventosa ventral, viajam extraordi-
nariamente pela ilha, trepando até grandes altitudes, movendo-se
sobre a terra e sobre as pedras mais ou menos húmidas. E curiosa
a forma do caminhar deles. Assim o descreve o Sr. E. Campos:
«Lembro-me bem do dia em que almocei sobre a Perna do Diabo,
uma — ponte que Deus fez — no rio Quija, junto de Vila Rial, a ver
o peixinho subir, como uma fita enorme de corpo vivo, a pedra
húmida da cascata, dum e doutro lado, bem encostado à água a
despenhar-se.
«Surpreendeu-me aquele processo especial de vencer 8 e 12 me-
tros de rio a pique, e a teimosia da luta pela vida que a grande
massa dos pequenos seres revelava.
Imagine-se um amontoado semi-pastoso de milhões de cor23Úscu-
los de dois centímetros de comprimento, estirado em fita contínua
côr de castanha dum e doutro lado da torrente, na roclia humede-
cida, como 30 fosse uma cobra indefinida, achatada de encontro a
ela. A fita, de perto vê-se deslocar lentamente, com a velocidade
de 40 centímetros por minuto, sempre a subir com movimento uni-
forme, sempre interminável, sempre dum castanho escuro, reluzente
ao sol. De vez em quando despega- se daquela trepadeira viva uma
mão cheia de peixes que caem na torrente : os de traz cobrem logo
a depressão da fita, e ela continua a subir intacta, sem se notar a
falta dos vencidos. E é assim, desde pela manhã até à noite, e
desde a noite até j)ela manhã, um desfilar contínuo de milhões de
corpos vivos, sempre a subir, uns j)or cima dos outros, colados em
massa, como se fosse um todo de pequenas coisas que oscilam e se
arrastam com um barulho es^^ecial, como de muitas mandíbulas de
insectos a roer folhas.
«Nem sei quanto tempo e em quantos dias observei aquela luta
pela vida, aquela união de esforços, tão persistente, tão afincada.
«E quantas vezes não fugiam eles de mim, despegaudo-se em
grandes cha2:)adas da parede de rocha húmida, caindo aos milhares
na base do imenso degrau que já levavam quási de vencida, quando
eu aparecia na crista duma cascata, de^Dois de ter suado valente-
mente para lhe vencer as margens escarpadas !
«E chegava a ter pena daqueles pobres animalculos que nasce-
ram talvez na grande bacia espelhenta de Monte Rosa, tão linda e
calma, e que vieram através de perigos, fugindo à caça brutal que
84
os homens lá em baixo lhe davam, rio acima, em busca das paragens
frias do obó, dos penedos disformes do curso superior do Quija.
«Vencida a crista da cascata aquela fita que vem a deslisar e a
subir, descola-se da rocha, alastra-se pela água, e cada pequeno
peixe vai só a nadar pela torrente acima, aproveitando aqui e acolá
a aderência da ventosa para se firmar às pedras, nalgum rápido que
o queira derivar rio abaixo.
«Que trabalho enorme subir assim a grandes degraus de 10 a 20
metros, e a grandes patamares inclinados a enorme altitude de 300
a 500 metros em busca de um refúgio !» (1)
Os outros elementos desta parte da fauna terrestre da ilha de
mais difícil dispersão compreendem bom número de espécies novas
colhidas pelos Srs. Dr. Greeíf, Moller, Newton e Ch. Glravier.
O número efe insectos encontrados em S. Tomé e scientíficamente
determinados é de 113, sendo 28 espécies completamente novas. Esta
proporção entre o número total das espécies encontradas e o das
espécies novas, já de si bastante notável, é muito mais pronunciada
com relação aos coleopteros, representadas por 74 espécies, sendo 27
novas e 3 géneros (Stenioternus, Ph//solagria, IlatitaJ, novos também.
Nas aranhas dá-se quási a mesma proporção entre o número total
das espécies observadas (33) e o das espécies novas (12). Dos mi-
riápodos, representada por 8 espécies, 5 são igualmente novas.
Dos lepidopteros tem sido colhido pequeno número de espécies
(14). Destes não há formas muito notáveis quer pela grandeza, quer
pelas cores.
Dos outros grupos de insectos o Dr. Greefí' nas suas publicações
menciona apenas as famílias ou géneros das espécies colhidas.
Com relação às térmites, vulgares na ilha, assim como a muitas
es]3écies de formigas, nota que diferem das que se encontram no
continente pela forma de organizar as habitações. Em vez de as
construírem à superfície da terra, altas e consistentes, estabelecem-
nas junto das raízes ou nos troncos carcomidos das árvores.
Dos ortopteros cita como muito notável um muito semelhante
ao Clilorocaelas Tanánà da região amazónica, cujo canto ó tão intenso
e forte, que a grande distância é ouvido. O Dr. Greeíi', estando no
ilhéu das Rolas ouvia-o durante a noute cantar em S. Tomé.
(1) Conferencia cit., pág. 9.
85
Para cantar este insecto arqueia as azas de tal maneira acima
do corpo, que o animal parece quási um balãosinho verde-amarelado,
formando a cavidade assim produzida uma caixa de ressonância.
De entre os coleo23teros é notável o Macrotoma edulis, cujas lar-
vas de grandes dimensões são muito estimadas pelos negros.
Insectos há, que atacam algumas plantas causando não pequenos
prejuízos. Uma borboleta, que o Sr. Gravier diz que será talvez a
Zeuzera coffeae ataca os cacaoeiros ; um coleoptero do género Phlaeo-
hius é prejudicial aos cafezeiros, abrindo a larva dele largas galerias
no tronco dessas plantas causando-lhes a morte.
Espécies do género Sphenoplioriis (S. quadrimaciãatus, sordidus,
striatus) são prejudicialíssimas às bananeiras. As larvas vivem no
caule destas plantas, que com isso sofrem e mesmo morrem. Tem
havido graves prejuízos em consequência da acção de tais insectos.
Dos moluscos terrestres ou íluviáteis as explorações dos Drs. Wel-
witch, Greeíf e dos Srs. Moller e Newton deram a conhecer 31 espé-
cies. Igual número se encontra na vizinha ilha do Príncipe, notan-
do-se que só 7 (Stveptostele Moreliana, Dendrolymax Ilynemanni , Bidimus
eminulus, Achatina bicarinata, SabuUna striatella, Succinea concisa,
Opeas Dohrni) são comuns às duas ilhas.
Comparando as faunas malacológicas terrestres das ilhas de
Fernando Pó, Ano Bom, com a de S. Tomé vê-se que a fauna dessas
ilhas é muito limitada (6 espécies) e que das espécies de Fernando
Pó nenhuma tem representante em S. Tomé e das de Ano Bom só
duas (Opeas Dohrni e O. Greeffi.) aqui se encontram. O Bidimus
eminulus e a Subulina striatella, que se encontram em S. Tomé, vi-
vem também no Gabão e em Angola. São pois prójJrias de S. Tomé
19 espécies. Uma dessas, a Achatina bicarineta, que é de dimensões
relativamente grandes e cujos ovos são de grandeza igual à de ovos
de rola, fornece alimento muito estimado dos negros.
Muito interessante é a Thijophorella thomensis, gasteropodo terres-
tre de pequenas dimensões, colhido pelo Dr. Greeíf na altitude de
800 a 900 metros, que é munido dum falso apérculo. O exame de
alguns exemplares colhidos pelo Sr. Newton deu ao Sr. A. Girard
ocasião de interpretar tão curiosa organização (1).
(1) A. Girard — /S'í(r la Thyophorella thomensis GrreeíF gastropode terrestre muni
d'un faux opucule à charnière. — Jornal de se. math. phys. e nat., tom. IV, n.» xm.
1895.
86
Dos crustáceos, dos quais o Dr. Greeff foi o primeiro a dar notí-
cia, seis espécies vivem nos rios da ilha Atya intermédia, A. scahra,
Palemon Olfersii, Potamon margaritaceus, Tkelphusa margaritacea,
Actaea ynifopunctata vivem nos rios da ilha a grandes altitudes. O
Potamon margaritaceus, encontra-se no rio de Mello na altitude de
300 metros e ainda na Saudade a 700 metros. É talvez a esta
espécie que se referiu um poeta desconhecido, pouco afeiçoado a
S. Tomé, quando escreveu
Maldita terra
Onde se pesca camarão na serra.
Quatro espécies são perfeitamente terrestres Gegarcinus lagostoma,
Cardisoma arinatuum e duas espécies de ArmadiUo.
O Dr. Greeíf cita ainda como terrestre o Caenobita rugosus, ou
antes o C. rubescens, segundo o -Sr. Bouvier, que examinou 19 exem-
jDlares colhidos pelo Sr. Gravier. O Dr. Greeíf encontrou este crus-
táceo na roça Monte Café na altitude de 800 metros. Este Caenobita
aproveita-se de conchas variadíssimas j)ara nelas se alojar. Oita-se
o caso de ter sido encontrado um metido num caroço de palmeira
Andim.
Os dous crustáceos terrestres, Gegarcinus e Cardisoma abrem
longas o profundas galerias nas quais habitam não longe do mar,
invadindo as plantações, causando não pequenos prejuízos. E
curioso o modo de andar e a facilidade com que se escapam, quando
alguém tenta apanhá-los. O Sr. Gravier, que teve ocasião de bem
os observar dá deles a descrição seguinte (1) : _ Os caranguejos ter-
restres da família dos G egarcinidae (Cardisoma armatum, Gegarcinus
lagostoma), os quais durante o período de evolução apresentam
curioso polimorfismo, são numerosos em S. Tomé como em todas as
regiões quentes dos dous hemisférios. Nos terrenos pertencentes
às Obras públicas, na capital da ilha, afastam-se da costa a muitos
centos de metros, chegando aos jardins da Administração, nos quais
se fazem ensaios de aclimatação de várias essências e princijDalmente
de Eucalij^tos, causando aí prejuízos comparáveis aos que nos nossos
países causam as toupeiras. O número deles aumenta ao passo que
(1) Obíierb-ations biuloyiífies sur les crabes terrestres de file de S. Thomé par M.
Ch. Gravier, Ihdl. da Museum et histoire nalurelle. — Paris, 190G, fase. n." 7.
87
dimiuue a distância ao mar, e nas vizinhanças deste a terra está
completamente crivada pelas galerias, que elas abrem.
É espetáculo bem particular observar de manhã sob o sol quente
desta ilha equatorial estes crustáceos nas proximidades de suas
habitações subterrâneas caminhar de modo rápido e bem especial
com o corpo parecendo colocado sobre umas andas formadas pelas
longas pernas, que tocam na terra apenas com a extremidade do
artículo terminal. Vendo-os de longe, dir-se hia que são pequenas
aves saltitando sobre a terra. As cores vivas, dominando o azul,
o amarelo e o vermelho faziam-me lembrar das cores brilhantes de
algumas aves, que eu tinha visto na Africa oriental nas altas pla-
nuras do Harrar.
oConservam-se não longe do seu buraco sempre em observação e
nele entram imediatamente logo que qualquer barulho é jiroduzido,
quando, por exemplo, alguém se aproxima deles com as maiores
precauções. Desde que se refugiam no seu esconderijo em conse-
quência de qualquer rebate, não saem de novo senão com extrema
circunspecção e conservam-se por algum tempo ao nível do orifício
como para exjilorar o horisonte e ver se todo o perigo terá passado.
Por vezes tentei surj)reendê-los antes que eles entrassem para a sua
morada, mas em vão; os rapazes indígenas, mais ágeis do que eu,
também não o conseguiam.
«Foi nas proximidades da deliciosa baía da Ribeira Peixe, na
costa Este da ilha que eu colhi os exemplares que estudou o Sr. E.
L. Bouvier. Sob os coqueiros que se encontram nesta baía tão
pitoresca os Cenobitas (Caenohita rubescens) vivem em grande nú-
mero em companhia dos Gegarcinos. Estes penetram mesmo nas
plantações de cacoeiros que cobrem os terrenos próximos, que se
elevam bruscamente muito perto da costa e aí abrem galerias cujo
diâmetro é de 10 centímetros e mesmo mais até à profundidade de
um metro ou mais. Estas galerias não teem orientação determinada
e por vezes ligam-se entre si. . . Se de dia ó inútil pensar em que-
rer apanhar alguns destes animais fora da sua habitação, na qual
rapidamente se recolhem, de noute é isso fácil colocando sobre a
terra uma lanterna. Vê-se então os carangueijos aproximarem-se
da luz com curiosidade, e facilmente podem ser apanhados».
A fauna marítima é mais numerosa e variada. E isso próprio
do meio, no qual há mais facilidade de transporte e no qual os ani-
mais podem quási em todas as regiões encontrar as condições de
Í?!S
calor * hu qut» liie$ coíiv^^à*m. E d^^ ci^èrto por is^^ ■ ■-» no* m*r^«
dt» S. Tor^c^i <íi «Mxcoíitnm c^:í'..i» «*«piki«?$
A èkuua, a; kl c^tàc'^, HO «è^j^k-ws dt? péoi^ d*» moliisco^s» 63 ^pòoièsj d<í crustík^èo*, T ^s\>^-w$ d« au^
l.ido5> U> í^-^núuodtírm^í * 10 c«I'*íit<*r*do«. D<è$tti»$ .5 ^^plor*-
s*0^« c Ssius darão com C'èròoi'«»s. O Sr. Giravi^èr obsi^rvxjtt ao faudo vío mar «ííitr^ a coíita «>
o ilii«?u das Cabras iudioio$ c^rtío* d»^ s-^rt^s d^èst»? grupo ac >.^»
r.Ào te > 6k*ír colii^ita di*^ por ódia d<è iastrom^^atos propnos.
O »iu st* dia a n»$poitio vieste povi-^ diar^r^^iè do$ outros grupos
Vois d"«? todos d»* c*rto havx^rà maior aúm-wro d«* ^p4citès do qutí as
actuahm-íttt* coahiècidos.
O c^tÀoiío, qu'd è^u-èutí* os mar^ vi^ 6» lomo» «? o cucoiloit mo-
i*nHVf*AWws. A cada passo s«è obs^èrvav:* o grand'* jacto d^è água,
qu^ èi'^ ^xpi^liam. Wm como uâo era raro v4-los saltar tibra da água.
Ao atravessar o canal das Rolas um destes auimíàs deu um graud*
salto uá,o longe do baroo «m que eu ia. Tive ocasião de observar
o que por veices tinha Udo em tratados de loologia — o coiíibate da
baleia e> como vi. dos baleotes com o peixe serra. Da baia de
Agua-tiè tive ocasião de observar esse curioso combate. O peixe
iutrod\i3t a serra uo dorso do baleote. líiSte íèrivío procurando
Uvraj>se do incómodo compaalxeiro, ora mergulhava, ora voltava à
suj>erficie da água. Ao chegar à suj>erfície da agua ainvia se via o
peixe serra, direito, mas tombava logo. Por longo tem.po vi des-
aparecer e de uovo reaparecer estes dous ■ :,>s, que se éíram
aíAstar.vío> teudo-os por ám perdido de vista.
O número de esj^ies de peixes já indicado mostra que a fauna
ictiològica maritima é rica e ^variada.
A maior parte dessas espa«rm« ii^<^* F-^' ""^ cAonu».
^ . rifigr. ''^)-».>.>,-»tP*#.>í ,j .r:«í, (^';jr-
^ae são dos mares c - .ie a costa oriental
alricduia at^ à costa ocidental americana. Comuns à costa oriental
80
arní-írícana o noa inarcfí do 8. Tom*'} «ão 22 esp''icío8, íacto bastanto
ÍJOtííV<íI.
K«|/ícío« nova» propriamente dita» são aj>f5íias 4 (OphirhUi//n
f/uíneenHiu, OtrrhíUn atUnfíruff, H/irraauH drin/itn», Sphyraaiui Ji<)<:a(j(d)
d'5«<;rjta» pelo Br, lialta«ar Osório.
A íauua malacológica apreíenta também ajgamaíj sjijgu)aridasaUi do Ví),(Úí\ííq e da» Filipinas, a JCaUrrui In-
UrmcÁvi. vive desde a Noruega at<'i ao Mediterrâm^o e desde a» Ca-
nárias at6 â Florida. Comuns aos mares de S, Tom<'i e a co»ta
oriental americana sâo 4 esp''}cíe» (lJ©s do grupo do» livííAldura 12 vivem i^inh^nn Ji^ »ta oriental
da Am^íríca do Sul. O mesmo se dá com a» espécie» de equínoder-
me», do» qoai» líJ «ão comun» também nas mesmas regiões.
Do» crinoide,» a A?d('Â/m roJsac^M, que »ó era conhe<;ida do M.edí'
terrâneo, foi eíi-contrada peJo J>r. Oreeíf na ^x>»»ta portuguesa, na»
Ganiria» e em H. 1'omA,
A FLORA
A iliia de B. Tom<5, wlocada qjiási »ob o equador, tem toda» a.»
eou, agentes poderoso» da vida vegetal.
Outro agente indispensável, a h-umiduA^a, é-lhfi fornecida abundant**-
ment© pelo mar que a cerca.
ifQuando foi d^^scoberta, escreveu o piloto português, era U>ovoou os terrenos abandonados. As árvores não cres-
ceram em poucos meses como entre nós em muitos anos, como dizia
o piloto, más ainda hoje essa força vegetativa se manifesta. Um
ligeiro abandono da terra basta para que a vegetação expontânea
adquira grande actividade.
Na roça de S.*° António de Mussacabú admirei a rapidês e vigor
da vegetação expontânea. Não longe da casa de habitação, num
terreno sem cultura, mas povoado de árvores- indígenas, as plantas
trepadeiras tinham-se desenvolvido por tal forma que atingiam as
partes mais altas das árvores e formavam uma rede fechada, perfeita-
mente impenetrável (fig. 40).
Não são porem só as plantas erváceas que teem rápido e fácil
crescimento. Observa-se isso mesmo nas grandes árvores. Um
exemlpo notável deu-se na roça Boa Entrada. Foi aí derrubada uma
árvore enorme, um Ocá (fig. 41). O tronco não foi aj^roveitado, e
deitado sobre a terra ao fim de pouco tempo produziu ramos e raízes
em vários pontos, de modo que o gigante derrubado foi substituído
por umas poucas árvores (fig. 42).
[25]
Fig. 40 — Em Mussacavú. As trepadeiras
[26]
-5
a
o
m
a
<3
o
O
o
o
a
o
H
[27]
[28]
!
i
^^ÊÊÊ
f ■
^jjj
(
l
.f.
1 ■
1 ■
^7I||^^^^^^^^^^^^^^^^^^^H
f
!.
^^^^^^^H
!'■■
^^Bmi
i^^H^^I
1
^íM'
J^^B^H
^^^H
cã
a
o
EH
(D
O
O
CO
-31
91
Como estes exemplos muitos outros se encontram na ilha mos-
trando que não era fantástica a informação dada pelo piloto por-
tuguês.
Nos diversos períodos porque passou a ilha as modificações da
vegetação de certo foram muito variadas.
O estado actual será do certo de mais profunda modificação devida
à intensidade que teem tomado certas culturas.
A cultura do café ocupou extensão considerável de terreno. A
cultura do cacau suplantou esta e tem tomado posse de área exten-
síssima até altitudes superiores a 800 metros.
A das quinas invadiu também zonas extensas nas altas regiões.
Hoje quem fizer uma excursão circular pela ilha fartar-se há de vêr
plantações de cacaoeiros, árvore que dá riqueza à ilha, mas não beleza.
Num ou noutro ponto em altitudes inferiores encontram-se ainda
restos de antigas florestas. Porém florestas normais sem mistura de
plantas introduzidas só podem ser encontradas nas regiões superiores,
no Pico, no Cabombey, no Ana de Chaves e terras ^^róximas, nas
quais ainda a acção do homem não entrou. Fora desses lugares a
floresta ou tem desaparecido ou está em vésperas de desaparecer,
porque por toda a parte a acção do homem, nem sempre bem pensada,
trata de a destruir.
E vulgar nas partes em que a vegetação é vigorosa e densa sen-
tir-se por vezes a distância o som do machado e o ruído prolongado
dos gigantes vegetais derrubados.
A acção do homem é rápida.
Em 190.3, quando estive em S. Tomé, os terrenos próximos do
Cão grande, apezar de já terem cacau ainda eram povoados de ár-
vores viçosas cercando o Cão (fig. 14), hoje está desacompanhado
quási por completo (fig. 15).
*
Presentemente a vegetação da ilha é formada de três elementos
distintos, um constituído pelos vegetais indígenas, outro formado
pelos vegetais de antiga introdução e hoje perfeitamente adimados,
o terceiro pelas plantas de moderna introdução, o cafezeiro, o ca-
caoeiro, a fruta pão, as árvores de quina, a vanilha e outras essências
92
de muita restrita cultura e que por isso não teem influência apreciável
no aspecto da vegetação.
Pondo de parte um limitado número de plantas cultivadas já em
altitudes consideráveis, todas as formas vegetais são das caracterís.
ticas das plantas tropicais.
A vegetação arbórea é a dominante, e as árvores são, como as
descreveu o piloto português, todas direitas tendo ramos só na parte
superiar, o tronco liso, em grando número delas de côr muito clara,
quási branca (tig. 43). Surpreende a forma elegante e a altura delas.
Desenvolvendo-se densamente crescem em altura procurando a luz
indispensável para a vida.
Na floresta densa os raios do sol só penetram coados através das
folhas, e nessa muitas vezes mais que meia sombra só vegetais in-
feriores podem vegetar, e são esses os que taj)etam o terreno.
Das árvores liá formas notáveis.
Uma das mais singulares pelas dimensões do tronco ó o imbon-
DEIRO (Adansonia digitata). E quási uma monstruosidade e singular
quando despido de folhas conservando ainda os grandes frutos pen-
.dentes.
Não é árvore vulgar. E nas baixas do Rio do Ouro que maior
número delas se encontram.
O OCÁ (Eriodendron anfracUiosum) toma dimensões notáveis. Entre
outras é bom exemplo o ocá da praia Cadão (fig. 44) e dois da Agua-
Izé com mais de 60 metros de altura (fig. 45). Teem estas árvores
base de forma singular, alongando-se em diversas direcções, formando
verdadeiros gigantes ou arcobotantes que lhes dão solides extraor-
dinária. A base do ocá gigante, que foi derrubado na roça Boa En-
trada (fig. 41), com 26 metros em circunferência, mostra a que grau
de desenvolvimento podem chegar estas árvores.
O que o homem conseguiu, quem sabe com que trabalho e ao fim
de quanto tempo, para dar solides aos seus castelos e às suas ca-
tedrais, a natureza deu à árvore a faculdade de se desenvolver de
modo a poder resistir às mais fortes tempestades.
Uma das árvores de maior desenvolvimento é a Amoreira (Chloro-
pliora tenuifoUa). Do tronco fabricam-se canoas, que os pretos uti-
lizam.
Nas crónicas de Valentim Fernandes já destas grandes árvores se
faz menção. «Há nesta ilha, escreve êle, árvores que parecem que
chegam ao Céu, e todas lisas senão umas ramas no mais alto, como
[29]
^»
■ ^m^^M..
^r
LIHbi^^^?^' ' Ag
f'^"'' 'f^
-r;;*^
KfiSF"
L^
I^^H^^^fT^ilr^ f^^B?* jc^j-^-Srk- jfflBBl
«m.^. '.. .^t^^M^^HiH
j^^
1^
HI^^Hí^^K^^^^^I
Jl' ■■*-•-■ ' ■'
■f '' ' ™^
.*dósfiaEi-««^.._ . iiipi^ í". .^^^^^
w '■' . Á
__ •-^*,,,ll^
fe.. . • ' ' '"■■"-**^
HBjL ^
.. -' ■
Kiíí 44. — Praia do Cadão. Um Ocá
[30]
Fig. 45 — OcAs em Agua Izé
[31]
Fig. 4" — Obó próximo da Lagoa Amélia
[32]
Fig. 48 — Obó próximo á Lagoa Ámelia
93
um pinheiro cortado, e se alimpa de si mesmo sem ninguém cortar.
E, destas árvores são tão grossas que podem fazer táboas de 25
palmos. E disse Gronçalo Pires que vira lõ homens cortar em uma
árvore sem verem uns aos outros. Vi eu em tempo de Elrei D. João
o segundo de pia memória no ano de 1496 uma meia táboa, que o
dito rei mandara serrar na dita ilha que tinha em largo 16 palmos,
porque mandara lá serras para isso e não cabia no navio a táboa de
32 palmos serraram-na por meio e lha levaram».
De grandes dimensões são também o Ipé (Olea WewUtschi) próprio
das altitudes consideráveis, e o PÁu lírio (Conopharingía stenosyphon)
de flores muito aromáticas.
Notáveis pelas dimensões são também o Iza-quente (Treculia
africana), a JACA (Artocarpus íntegrifoUa), o PÁU Capitão (Ceitis
Prantlei), o PÁu Sangue (Ilaronga madagascariensis) notável pelo lí-
quido de côr sanguínea que corre de qualquer ferida feita na casca.
Notáveis são também algumas figueiras não só pelas dimensões e
pela folhagem, mas principalmente pelas raízes adventícias que
nascem a diversas alturas e que descendo a procurar a terra, se
ligam umas com as outras, quando se encontram, dando lugar à uma
verdadeira rede, que impede o desenvolvimento do tronco, que por
vezes chega a morrer e a ser destruído, ficando a rede cilíndrica sus-
tentando a copa da árvore. E organização muito singular e sur-
preendente (1).
Não tanto pelas dimensões, como pela ramificação e forma das
folhas, é o GoFFE (Mussanga Smithii) bastante distinto. Surpre-
endeu-me uma destas arvores, que vista a distância me pareceu um
Castanheiro da índia.
Arvores doutra forma são vulgares. São as chamadas — Cordas
— semelhantes aos cipós americanos, e que são características das
florestas tropicais.
Não crescem direitas, nem engrossam, como as outras. Não po-
dendo conservar-se na posição vertical, vão crescendo e rami-
ficando-se, encostando-se ou enrolando-se em volta das outras. Por
vezes enrolam-se em si mesmas tomando formas curiosas.
Todas estas formas mais ou menos associadas formam a floresta.
(1) Era notável pela forma (fig. 46) uma destas árvores, que se tinha desenvol-
vido sobre um muro velho numa das ruas da cidade. Uma ventania forte quáai a
destruiu.
94
Esta por vezes é tão densa, que a copa das árvores em contacto
íntimo formam uma capa de verdura tão fechada através da qual mal
passam os raios do sol.
As cordas passando de árvore para árvore dão à floresta uma
forma muito esj)ecial. Abrir caminho através dela não é fácil.
Quando a floresta é densa de modo a não penetrar nela os raios do
Fiíí. 46
sol, nem os pequenos vegetais, que tapetam a terra se podem desen-
volver.
Todas estas circunstâncias dão à floresta um carácter muito es-
pecial e verdadeiramente im23onente e quem nela se encontra recebe
impressões profundas.
Nas proximidades da Lagoa Amélia atravessei uma destas flo-
restas, já um i^ouccT aberta (figs. 47 e 48). O Páu lírio toma aí uma
boa parte, ladeando o caminho e aromatizando o ar deliciosamente.
Figueiras cercadas de raízes adventícias, algumas vindo dos ramos
superiores direitas à torra, num ou noutro ponto o gigante Ipé com
longas cabeleiras de líquenes ramosos j)roduzem efeitos singulares.
Em toda a floresta o silêncio é profundo.
Em S. Tomo a fisionomia da floresta ó sensivelmente a mesma em
toda a parte.
Pas árvores modernamente introduzidas três modificaram pro-
95
fundamente a paizagem pela forma e pela côr da folhagem. São as
árvores da quina, o cafe^eiro e o cacaoeiro.
As árvores da qiiina não ocupam área tão extensa como as outras.
Formam manclias relativamente pequenas, mas muito densas de
folhagem de côr verde intensa, tomando algumas folhas com a idade
côr vermelha brilhante, parecendo flores.
O cacaoeiro forma floresta densa, pouco alta, extremamente mo-
nótona. Indo de Novo Brazil para os Angolares fartei-me de ca-
minhar por entre cacaoeiros todos iguais, sem um caminho ou atalho
seguido, encontrando aj^enas um negro, que seguiu seu caminho sem
atender ao que se lhe pedia. Cheguei a perder a esperança de en-
contrar casa que me recebesse.
Como na floresta natural também nesta mesmo nas horas de
mais claro sol a luz c muito atenuada. Vi morcegos vagueando por
entre os cacaoeiros, como entre nós ao cair da tarde.
As árvores do café formam florestas mais luminosas, porque a
folhagem menor e menos abundante dá livre j^assagem aos raios do
sol. Na época da floração são de efeito encantador, cobrindo-se por
completo de pequenas flores totalmente brancas e odoríferas. São
então estas árvores verdadeiramente belas. Mais tarde, quando com
frutos maduros, como cerejas rubras, teem aspecto agradável.
Na floresta das grandes árvores indígenas encontram-se vegetais
curiosos. São pequenas plantas que vivem sobre o tronco ou sobre
os ramos das árvores. Uma, pouco vulgar, é um cato (Ehípsalis
cassitha), cujos ramos delgados e longos formam uma espécie de ca-
beleira verde, pendente dos ramos da árvore sobre a qual vive ; outra
é um feto (Platycerium Phlegmaria) de forma singular. Duas ou mais
folhas largas forma,m uma espécie de vaso de dentro do qual saem
folhas longas, estreitas e bifurcadas muito elegantes. Não são raras
também impUntadas nas árvores diversas orquídeas de flores curiosas,
mas nenhumas porém brilhantes e vistosas, como se encontram em
florestas doutras regiões.
Nas arvores da região superior tronco e ramos são completamente
cobertos de musgos e de líquenes ramosos dando efeitos curiosos.
Como aí as névoas são constantes, esses musgos estão sempre com-
pletamente ensopados em água, o que permite que neles haja ve-
getais de pequenas dimensões, tais como fetos e uma bem curiosa
Utricularia.
Formas arbóreas interessantes são as palmeiras, introduzidas na
96
ilha, uma pelo menos, nos primeiros tempos que se seguiram ao des-
cobrimento da ilha. E o coqueiro.
A respeito dele o piloto português diz o seguinte — «também ali
levaram da costa da Etiópia a árvore de palmeira, que j)roduz frutos,
que eles chamam cocos, e na Itália nozes da índia, cuja amêndoa
quando está fresca é de um gosto delicadíssimo, e da água que se
contêm dentro do coco se servem de mil maneiras por ser de um sabor
muito suave».
Não é grande a área ocupada pelos coqueiros e nunca distantes
do mar (figs. 49 e 50). As raízes deles parecem mesmo procurar a
água salgada. Há perto da costa um coqueiro que vive imjjlantado
nas fendas dum rochedo cercado pela água do mar (fig. 51) e por ela
coberto na praia-mar, dando à paizagem um aspecto bem curioso.
Bem mais vulgar é a Palmeira Andim ou do óleo (Elais guine-
ensis) elegantíssima (fig. 52) atingindo grande altura (30 a 40 metros),
de caule delgado terminado por coroa de longas folhas de dentro das
quais saem enormes cachos de frutos de cor viva.
Destaca-se de todos os vegetais que a cercam pela altura que
atinge.
Uma outra palmeira, a Palmeira leque (Borassus flahelUfer var
aetliiopicus), cujo caule ó ótimo para estacaria nas águas salgadas, é
um j)ouco rara. Nas baixas do Rio do Ouro ó onde maior número
delas se encontra (fig. 53). São elas e o Imbondeiro que dão um
caráter distinto a esta região.
Uma outra planta quási arbórea, que como o coqueiro parece pre-
ferir a proximidade do mar, é o PÁu esteira (Pandanus thomensis),
de cujas folhas longas e estreitas se fazem esteiras, do que se deriva
o nome. E planta de 4 a 8 metros ramificada tendo grande j^arte do
caule e dos ramos cobertos de folhas dispostas em espiral. E no-
tável pelas raízes adventícias que sucessivamente produz, as quais
crescendo procuram a terra e para a qual se dirigem obliquamente.
Como estas plantas vivem associadas e a pequena distância umas
das outras, as raízes cruzam-se e dão lugar à formação duma espécie
de rede, difícil de vencer (fig. 54). Dão os gru2D0s destas plantas um
tom particular à paizagem. E curioso o fruto de forma de grande
2)inha de côr verde brilhante.
Na margem dos rios ou mesmo junto à costa são frequentes os
Mangues (Rhizophora racemosa), cujas raízes estão sempre debaixo
da água e como o Páu esteira produzem grande número de raízes
97
adventícias, que se ramificam e todas mergulham na água, formando
uma verdadeira barreira, sendo muito difícil chegar à terra, tendo de
se vencer tão valente obstáculo (fig. 54).
Outros tipos vegetais são constituídos por plantas erváceas ou
quando muito arbustivas. Dessas duas são as principais — a cana
de açúcar e a bananeira, ambas importadas pelos primeiros colonos.
"m,y.,..>i
Fig. 48
Duma e doutra se faz menção nô escrito de piloto português ô
nas Crónicas de Valentim Fernandes. O piloto escreve — «Tem
igualmente principiado a jílantar aquela erva, que se faz tão grande
em um ano, que parece árvore, e produz aqueles cachos com frutos
à moda de figos, a que em Alexandria o no Egypto chamam Muce
e na dita ilha avelãs».
Valentim Fernandes faz menção da bananeira descrevendo-a do
modo seo-uinte. — «Há nesta ilha de S. Tomé uma árvore chamada
O
avalaneira, e delas muitas, e a mais alta é de três braças. E não é
páo senão como erva. E suas folhas tão grandes como uma adarga;
e no cabo de mais alto leva um fruto só, tão grande como uma ca-
nastra. E pesa quanto um homem pode levantar do chão. E ó
7
98
assim amarelo como côdea de melão. E assim daquela feição de
talhada de melão e é tão doce como assúcar. E é dentro massiço
e como coisa coalhada. A verga desta árvore é uma só e uão tem
Fig. CO
outro ramo nem trás outro fruto, senão um só pomo, como se disse,
porém ao pà dela da raiz nascem muitos filhos, de que cada um
também não trás mais que um fruto só. E logo cortado o fruto
cortam o pó da dita verga de todo para não lançar a j)erder os filhos».
A bananeira em poucas parles ocupa largos tratos de terreno.
Encontra-se em todas as terras cultivadas mais ou menos dis-
seminada, nãò tendo por isso influencia importante na fisiono-
mia da vegetação. Com ela se encontra o ananás, de certo im-
[33]
Fig. 50 — Coqueiros em Porto Alegre
[34]
Fig 53 — Palmeira leque em Rio do Ouro
[35]
Fig. íá — Pau eateira
[36J
Fig. 56 — Gruta no rio Manuel Jorge
Ô9
j)ortado do Brazil por colonos que de lá viessem ou regressassem â
S. Tomé.
Mais importante é de certo a cana do açúcar, qne na região baixa
¥U. õl
ocupa bastante terreno. Dâo aã plantações da cana uma ideia
muito aproximada dos nossos campos de milho. Como ó de vegeta-
ção permanente, os terrenos ocupados j)or ela estão sempre cobertos
de tapete de verde brilhante.
ico
Além destes vegetais de aspecto e crescimento notáveJ há uma
infinidade de plantas de peqnenas dimensões, muitas quási invisíveis
sem côr verde, enconfrando-se quási por toda a parte outras mais
desenvolvidas, verdes, cobrindo todos os lugares onde liaja um pouco
de terra livre. Uma das formas mais características é a das gra-
míneas e ciperáceas, bastante conformes no aspecto. Cobrem, pelo
menos as primeiras, terrenos extensos, atingindo algumas altura
considerável dando ideia de longas searas.
Fig. 54
Uma 2)lanta da família das gramíneas, de. relativamente recente
introdução, o bambu, atinge grande altura o forma grupos muito
elegantes. Só num ou noutro ponto tem certa importância.
Os fetos, bastante numerosos, todos de formas elegantes e de bela
côr encontram-se em abundância em todos os sítios sombrios e hú-
midos cobrindo com denso tapete a terra, as rochas, o tronco das
-árvores, tudo emfim onde haja calor, humidade e luz suave. E
exem2)lo evidente a gruta no rio Manuel Jorge (fig. 5õ). Tudo aí
está coberto de fetos de formas diversas de côr verde brilhante.
Para completar a beleza do quadro ainda algumas trej)adeiras pres-
tam concurso.
Entre os fetos alguns há, que em beleza competem vantajosamente
com as palmeiras. São os fetos arbóreos de caule delgado e alto
marcado com as cicatrizes das folhas, que vão caindo e coroado por
folhas de grandes dimensões, elegantemente recortadas e extrema-
mente delicadas.
Na ilha e nas regiões altas encontram-se apenas três, Cyathea
Welwitschif C. Manniana e Drf/opteris Ilenriquesu.
101
A par destes alguns liá de insignificante grandeza. Dois (Pol//po-
diiim oosorum e P. Mollerl), que vivem não longe do Pico sobre o
musgo que reveste o tronco e ramos das árvores, teem apenas 3
a 5 centímetros.
Das criptogâmicas vasculares liá ainda duas formas distintas —
a dos Lycopodios e Selaginellas, estas ramificadas, rastejando sobre
a terra, aqueles com ramos longos cobertos de pequenas folhas,
quási todas pendentes e um direito, de ramos horizontais, verdadeira
miniatura duma árvore.
Organizações mais elementares são as das crij^togâmicas celulares,
havendo dois tipos bem distintos. Num as plantas teem côr verde.
São os musgos e hepáticas, pequenas plantas que vivem nos sítios
húmidos. São abundantes nas regiões superiores, como já foi in-
dicado.
Outros não teem côr verde : são os fungos e líquenes. Os pri-
meiros, privados da faculdade de fabricar matérias alimentares vivem
como parasitas sobre outras plantas, ou tiram sua alimentação dos
produtos da decomjoosição de todas as matérias orgânicas. E enorme
o número deles e em S. Tomé; com uma exj^loração relativamente pe-
quena foram colhidas 204 espécies.
Encontram-se por toda a parte sendo uns benéficos, outros bem
prejudiciais. Felizmente nas culturas da ilha não entrou ainda
nenhum dos mais terríveis, tais como a ílemilea vastatrix e outros.
Teem um papel importante na natureza, qual é o de reduzirem
ao estado mineral todas as matériaS;, que atacam, transformando-as
de modo a servir de elemento a novos vegetais.
São abundantes os líquenes, dos quais 17 próprios de S. Tomé.
A maior parte das espécies são das regiões altas e quási todas cor-
ticícolas. E notável a falta de líquenes vivendo sobre pedras. Já
o professor Nylander, sábio liquenógrafo tinha notado esta singulari-
dade. Até hoje nenhuma dessas esj^écies foi encontrada. Dos lí-
quenes ramosos alguns tomam grandes dimensões, distinguindo-se
entre todos a Usnea longíssima, que pende dos ramos das árvores em
longas cabeleiras.
A grande massa de vegetais é com2')Osta de plantas sífonogamas
e ainda dessas são as espécies da grande divisão das dicotiledóneas
as que mais importância teem pelo número e pelas grandes dimensões
que muitas adquirem.
Organisar um inventário completo da flora da ilha ó presentemente
102
impossive], porque, como já foi dito, falta muito que explorar. E
pois o inventário actual por emquanto muito incomj)leto.
O número das espécies conhecidas é indicado no quadro seguinte :
Fungos
Líquenes
Algas mainuhas
Musgos
Hepáticas
Criptogâmicas vasculares
Gimnospérmicas
IMouocoliledóneas ....
Dicotiledónias
Número
de
espécies
20i
86
54
57
74
101
1
127
425
Espécies
próprias
da ilha
38
21
2
25
33
8
1
23
52
Nem todas estas espécies são originárias da ilha. Grande número
delas encontram-se noutras localidades da costa africana, não poucas
americanas e outras são de larga distribuição à suj^erfície da terra.
São numerosas as plantas importadas, umas sem acção directa do
homem, como são a Fumaria qfficínalís, o Xasturtium ojficinale, a
Capsella bursa-pastoris, a Stellaria média, a Senehiera pinnatijida, e a
Argemone mexicana. Outras foram introduzidas pelas suas proprie-
dades ; tais são as esj)écies americanas seguintes : — Bixa orellana,
Anacardium occidentale, Indigofera Anil, Arachis hipogaea. Carica Pa-
2')aia, Syphomandra hetacea, Xicotiana TabacAim, Persea gratíssima, as
mirtaceas Eugenia Jambos, E. Michellii e Psidium pomiferum e ainda
as plantas da borracha Castillôa, Ilevea e Manihot Glasiouvii e desde
muito a Manihot lãilissima e as Cinchonas.
Das regiões orientais foram introduzidas a Mangifera indica, o
Artocarjms incisa e integrifolia, assim como o Cinamomum zeilandicum
e C. campJiora.
É muito diversa a importância das diversas famílias na vegetação
da ilha.
E o que mostra o quadro seguinte :
103
Leguminosas. ,
Compostas . . ,
Gramíneas . . .
Euforbiaceas . ,
Urticales . . . ,
Orquídeas . . ,
Rubiáeeas . . .
Ciperáceas . . .
Malváceas . • .
Chenopodiáceas
Número
de
géneros
Número
de
espécies
34
58
18
18
17
38
14
30
14
28
13
31
9
29
8
25
6
14
8
13
Além destas famílias outras há (80) de menor número de espécies.
Pelo quadro antecedente vê-se, que as famílias predominantes
pelo número das espécies e naturalmente pelo número dos indivíduos
são as leguminosas, gramíneas, compostas, orquídeas, rubiáeeas, ur-
ticales, enforbiáceas e ainda as ciperáceas.
Apesar do número de espécies parecer indicar o valor relativo
das diversas famílias na formação da vegetação da ilha, outras qua-
lidades devem ser tidas em conta e que modificam bastante o qup
indica o número das espécies.
Está neste caso a grandeza relativa das plantas. Atendendo a
este carácter as compostas e ciperáceas de pequena estatura, muitas
de duração anual, teem influência muito reduzida.
Outras jDelo contrário, árvores altas e vigorosas, teem papel prin-
cipal no aspecto da vegetação. Estão neste caso as leguminosas,
as euforbiaceas, muitas rubiáeeas, muitas urticáceas e das de pequeno
número de géneros e espécies as apocináceas.
As gramíneas tem notável importância pela área que ocupam. A
principal espécie, que oonstitui uma formação perfeitamente distinta,
é a cana sacarina. Os bambus teem também importância pelas
dimensões que adquirem, mas não pela área que ocupam.
Das monocotiledóneas são notáveis pela elegância das formas
e pelos productos que dão as palmeiras, das quais duas são cul-
tivadas— o coqueiro e a j^almeira de óleo — em número conside-
rável mas sem chegar a formar plantações extensas. Estão dissemi-
nadas pela ilha por entre outras plantações.
104
Dá um tom especial à paizagem da costa o Páii esteira, como já
foi indicado.
As bananeiras dispersas por
todos os terrenos cultivados são
interessantes pela folhagem ele-
gante e úteis pelos frutos. Da
mesma família há na região inferior
uma 2^1 anta curiosa. É o Costus
fflganteus, conhecido com o nome
de — bordão de macaco — (íig. 56).
O ramo estéril desta planta re-
curvado um 230UCO em espiral atinge
a altura de dois a três metros.
O ramo fértil de pouco mais de
um metro não tem folhas e quando
a inílorescência começa a organi-
zar-se tem a forma esférica com
tons avermelhados dando ideia do
castão duma bengala. 'De tal dis-
posição provêm o nome popular.
A inflorescência comj^letamente
desenvolvida tem a forma de uma
longa e densa esj)iga.
As orquídeas bastante nume-
rosas em espécies pouca ou ne-
nhuma influência teem na fisio-
nomia geral da vegetação.
Como já está indicado, a grande
massa da vegetação é devida às
plantas dicotiledóneas, que sobre-
sáem pola grandeza, pela forma e
pelo número tanto das espécies
como dos indivíduos e pela área
ocujíada. Das mais notáveis são
as plantas j)ertencentes à classe
das urticales, muitas árvores de
grande j)orte. Tais são o PÁu fede
(Ceitis Diirandii), o PÁu capitão (Ceitis Praiitlei), o Quaco branco
(C. Loyauxii), a Amoreira (Clovoplwva temdjòlia), a Mesocjyne Henri-
Fig. CG
105
qnesii, a Iza-quente (TrecuUa africana), a Fruta pao (Artocavpus in-
cisa), a JACA (A integrifolia) e ainda 7 espécies de Ficus. São as es-
pécies destas famílias que dão maior contÍDgente dos indivíduos que
constituem as florestas. As grandes árvores de tronco direito e de
casca branca pertencem a estas famílias.
Outras árvores há de valor pertencentes a famílias diversas. As
ipericáceas teem o Pau sangue (Ilaronga madagascariensisj ; as ru-
táceas teem o Marapiao (Zanthoxylon rnhescens) ; às burseraeas per-
tence o Safú íCanarium edule.) de frutos muito estimados ; é das
anacardiáceas o Cajueiro (Anacardium occidentale). E de valor a
Sucupira (Pentachletra macrophyllaj. O Pau lírio [Conopharingia
stenosyphon) de flores aromáticas e o Pau cadeira (Kichsia africana),
apocináceas, teem valor importante nas florestas da região superior.
As euforbiáceas teem como representantes arbóreos os Cyclostema
glaber, C. Uenriquesii e Thecacoris memhranácea.
A corda Que (Paidlinia pinnata), a corda Ipé (Dioclea reflexa), a
Glycinia sinensis ; a rubiácea Corda de água (Plectronia Uenriquesii)
interessante pela quantidade de líquido que escorre de qualquer
ramo cortado e que fornece bebida apreciável, e a Psichotria Guerke-
ana e outras fazem parte da floresta como trepadeiras (cordas) en-
rolando-se nas árvores de modos curiosos.
A estas formas vegetais ligam-se várias plantas erváceas, espe-
cialmente as da família das convolvoláceas e piperáceas. O tapete
vegetal que cobre a terra quer das florestas, quer das partes não
cultivadas ou arborizadas, é formado por várias plantas de pequeno
porte, gramíneas, ciperáceas, compostas e muitas outras. Pode
afirmar-se que toda a ilha está coberta de vegetação ; mesmo as
grandes massas de rochas, tais como o Cão grande e os Formosos,
se não estão completamente cobertas por vegetais, lá teem pelo menos
alguns.
No estudo da distribuição dos vegetais na 'ilha é indispensável
vêr o que diz respeito às plantas cultivadas e o que se observa em
relação aos vegetais indígenas. A distribuição das primeiras é fácil.
A cana do açúcar encontra-se quási exclusivamente na região mais
baixa da ilha na costa ocidental, começando no Rio do Ouro até à
106
Ponta Furada ou pouco mais. Fora desta região só se encontra
em Nova Cejdão e em Trás dos Montes em altitude considerável.
O coqueiro é encontrado perfeitamente à beira-mar. Fora de aí
mn ou outro exemplar aparece, como sucede em Monte Café.
Outro tanto não sucede com a j)almeira Andim. Essa chega até
à altitude de 570" e ainda em altitudes superiores, mas com fraca
vegetação.
Pode pois tomar-se esta altitude como limite superior da pri-
meira zono de vegetação, constituindo a região das palmeiras.
O cacaoeiro, que se encontra hoje em grande parte da ilha e em
todas, as exposições, vái até 880"* de altitude. Será aí o limite da
segunda zona de vegetação.
A seguir o Cafezeiro, que vai até à altitude de 1050™, marca
outra zona ; as quinas, que formam pequenas florestas ainda a 1400™,
marcam o limite superior das culturas.
Convêm notar que estas indicações se referem quási exclusiva-
mente à região ocidental. É de crer que, principalmente no Sul, a
distribuição destes vegetais seja diferente.
Se em relação às plantas cultivadas a caracterização das zonas
de vegetação oferece pequena dificuldade, outro tanto não sucede
em relação à vegetação indígena.
Duas são as causas que tornam difícil essa caracterização : — a
exploração botânica relativamente pequena, pois de certo haverá bem
maior número de espécies àlêm das já conhecidas, — e a acção das
culturas, que teem feito desaparecer grande número de plantas, al-
terando jDrofundamente a fisionomia vegetal.
Na região das culturas os únicos elementos que podem servir de
guia são quaisi só as plantas conservadas para dar sombra e protecção
às plantas cultivadas.
Em vista dos estudos feitos poder-se há apenas traçar um esboço
da geografia vegetal da ilha e nada mais.
Dum modo geral poder-se há dividir a ilha em duas zonas de al-
titude, uma a inferior desde a costa até proximamente 1000 metros,
a outra, superior, desde essa altitude até ao Pico.
Tomando em conta apenas as espécies encontradas em cada
uma dessas zonas e pondo de parte muitas que lhes são comuns,
notam-se diferenças importantes. Na zona inferior contam-se '248 es-
pécies, na superior 133. A diferença é mais pronunciada ainda
vendo a distribuição de certas famílias.
107
Das gramíneas, que na ilha são representadas por 37 espécies, 17
são próprias da região inferior e apenas 6 da superior.
Das Ciperáceas, cujo número total é de 23 espécies, 4 são da
zona superior e 9 da inferior; as Amaramtáceas, cujo número total
é de 21 espécies, são representadas na zona superior só por uma es-
pécie ; as Malváceas são todas (14) da zona inferior. Bem maiores
diferenças são dadas j^ôlas Leguminosas e Euforbiáceas. Das pri-
meiras 'Oncontram-se na zona inferior 47 espécies e na superior
apenas 3 ; das segundas na zona inferior contam-se 22 esj)écies e na
superior 5.
Comparando ainda o número de famílias representadas nas duas
zonas, de 181 famílias, que fazem parte da flora da ilha, só 13 não
teem representantes na zona inferior, ao j)asso que na sujoerior faltam
42. Esjjecializando um pouco em relação às plantas criptogâmicas,
ainda outros dados vêem confirmar ou caracterizar as duas zonas.
Assim dos líquenes há na zona inferior 11 espécies e na superior
65, dos musgos 3 são da zona inferior e 23 da superior ; dos fetos
(97) são 19 da zona inferior e 51 da superior , das Licopodiáceas (8),
uma só se encontra na inferior.
Esta desigual distribuição das espécies nas duas zonas é suficiente
para fundamentar a divisão proposta. Há porém outras considera-
ções que a justificam.
O aspecto da vegetação nas diferentes épocas do ano, e mais es-
pecialmente durante a gravana, é muito diverso.
Durante esse período mais ou menos longo, mas sempre bem dis-
tinto, grande parte das árvores e arbustos perdem a folha, resultando
disso alteração notável na fisionomia da vegetação. Como exemplo
bastará notar o aspecto do Imbondeiro vestido de folhas na época
das chuvas e nú, só com os frutos pendentes, durante a gravana. Não
é só nas plantas arborescentes que a gravana influe. O mesmo su-
cede às gramíneas e outras plantas, que secam ficando as terras,
que elas cobriam, completamente despovoadas. Outro tanto não
sucede na zona superior.
Várias formas vegetais são também características da zona inferior.
As gramíneas, e nelas deve entrar a cana de açúcar, desde séculos
aclimada na ilha, cobrem largos tratos de terreno, e não é só pelo
número que elas teem importância, mas também pelo tamanho. Os
Androporjons atingem boas dimensões, o os bambus são gigantes.
Forma bem característica é a das palmeiras, desde muito ha-
108
bitantes da ilha : o coqueiro, a palmeira do óleo, e a palmeira leque,
esta própria só da parte mais baixa da ilha. Está bem rej^resentada
nas terras baixas do Rio do Ouro ; o coqueiro vegetando nas terras
próximas do mar, subindo excepcionalmente até perto de 800 metros
de altitude ; a palmeira do óleo, muito mais difundida, atingindo
maiores altitudes, ainda que com menor produção.
Duas outras plantas costeiras são próprias da zona inferior, o
Pau esteira e a Bhizophora racemosa. O primeiro foi'ma grupos de
grandeza diversa na costa ocidental e ainda na oriental ; a segunda
não é rara, mergulhando as raízes na água salgada. No Malanza é
abundante.
Na parte baixa desta zona é onde o Imbondeiro vegeta.
As famílias da classe das Urticales teem nesta zona muitos re-
presentantes e alguns de consideráveis dimensões. Pondo de parte
as espécies erváceas ou mesmo as arbustivas, pertencentes a esta
classe, devem notar-se o Pau fede (Ceitis Durandii) notável pelo
péssimo cheiro que exala, o Quaco branco (C. Prantlii), o Pau capitão
(C. Soi/aiixii) uma das maiores árvores, o Pau cabra (Trema affinis),
a Amoreira (Chlorophora temdfolia) árvore gigante, o Mesogyne Ilen-
riquesii, o Gofe (Musanga SmitJii) e os Ficas 77iucusso, suhcalcarata,
Vogelii, Gilletii, e Demeuxi, quási todos árvores de grandes dimensões.
São todas estas árvores, como bem dizia o piloto português vi-
çosas e tão grandes, que parecia tocarem o ceu — Quási todas teem
a casca de côr muito clara. O seu conjunto, hoje mesmo, apesar já
bem longe de formarem florestas, dão um tom muito especial à pai-
zagem.
Outras famílias fornecem elementos à povoação vegetal desta
zona: das rosáceas os Parínariuvi excelsa e macrophylla ; das legu-
minosas não poucas de grandes dimensões teem aqui lugar impor-
tante, tais a Par/lia intermédia, a Pentacletra macrophi/Ua, a Tetra-
pleura Thoniiifjii, a Cynometra Mannii, o lamarindiis indica, de frutos
medicinais, o Lonchocarpiis macrophijUus, todos de dimensões con-
sideráveis. A Fagara thomensis, rutácea de grandes dimensões, o
Cf/clostemon glaber, euforbiacea de dimensões médias, o Gogó (Pseudos-
pondias acutifolia), a Adinandra Mannii de 10'", o Pau Obá (Pentadesma
hiLtyracea), o Pau sangue (JJaronga paniculata), o óleo barão (Sí/m-
phonia glohulifer e ainda o Anisophijllnm Cabolé, produtor de linda
madeira, concorrem de modo considerável para a formação dos ve-
getais arbóreos.
1Ô9
Arbustos e jDlantas de pequenas dimensões são abundantes :
espécies numerosas de leguminosas, tais como as espécies de Cássia,
de Desmodiuin, das tiliáceas os (.'orchonis, e todas as malváceas.
Como elementos das ílorestas desta zona devem contar-se as
cordas, pertencentes algumas á familia das rubiáceas como a corda
de água (Plectronia Ilenriqnesiana), (Randki Qníntasu) a TTippocnitea
velutina, PauUinia pinnat((, a ScJiefffera Ilenriqucsii entre outras. Ve-
getam também nesta zona as diversas espécies de Cis.nLs, uma só
das quais se encontra na região superior. Aqui vivem igualmente
as cucurbitáceas com excepção também duma só.
E nessa zona também que se cultiva o Caeaoeiro, o Cafezeiro, as
árvores e cordas produtoras da borracha.
A zona superior sob o ponto de vista climatérico ó muito diferente
da zona inferior na sua maior parte : a temperatura é menor, o grau
de humidade enorme, névoas densas são quási permanentes obstando
à acção luminosa e calorífica do sol. Ainda em contradição com a
zona inferior, nesta o período da gravana é insignificante. Todas
estas condições se acentuam a partir da Lagoa Amélia, cuja altitude
é de 1-Í35 metros, e em mais baixas altitudes no Cabombey.
Desde a altitude de 1.160 metros até à Lagoa estas condições não
são tão acentuadas. Há aí uma zona de transição mas já caracte-
rizada jDor formas vegetais distintas. O l^ò (Olea Welwitsclilij é re-
presentado por dimensões colossais, o Pau lírio (Conoj)haringia steno-
si/jJion) formando macissos consideráveis, perfumando o ar com o
delicioso aroma de suas flores, são elementos bem característicos desta
zona.
Para àlêm da Lagoa Amélia e a menor altitude no Cabombey há,
como me informou o Sr. E. Campos, florestas densas e contínuas : ó
tudo floresta, mas o aspecto da floresta ó outro. Há muitas árvores,
talvez mais do que nas florestas litorais e das torras próximas, mas
as árvores teem muito menos pujança, menos ramaria, porte mais
esguio, muito menos diâmetro, e os troncos e ramos carregam-se de
musgos e líquenes, engrossando-os e deformando o aspecto da vege-
tação. Nas montanhas centrais, ao longo das cumiadas ásperas e
atormentadas, a vegetação da floresta apresenta verdadeiros aleijões
nas ramarias, ajoujadas com as mantas de musgos, curvas e tor-
tuosas, quando não esgaçádas com os penachoslongos de cabeleiras
musgosas.
No aspecto diferem ainda as cumeadas do Norte do Pico das do
IIÔ
Sul, antes e depois do Cabombey. Há nesta maior saturação de hu-
midade e falta de luz, menos vigor, menos diâmetro, mais folhagem
larga, as folhas todas cheias de pequenos musgos. Os fetos e as
begónias e muitos arbustos idrófilos fecham e atulham a grande es-
ponja, que está sempre a pingar. Aqui o Sol nunca chega a enxugar
a floresta ; o chão está sempre fofo da folhagem o sempre lamacento,
sempre saturado de água.
E assim grande parte da zona superior. Condições tão especiais
não podem deixar de dar lugar a formas de vegetação bem diversas.
Especializando um pouco mais podem ser indicadas plantas es-
peciais, realmente características. Já foi indicado o Ipé, que aparece
gigante perto do S. Pedro na altitude de 1162 metros e que vai quási
até ao Pico embora com menores dimensões. E exclusivo desta zona
o Pau lírio, já citado. Está no mesmo caso uma figueira (Ficus tro-
chocarpus M'arl)), e, embora hoje já um pouco raro, o pinheiro da
terra (Podocarpus Maimii),
Plantas de bem menores dimensões, mas igualmente exclusivas
desta zona são o Rubus pinnatus Willd. e a urze (Philippea thomensis
Henriq.). Ambas estas espécies formam manchas de boas dimensões
nos sitios onde a floresta desapareceu. Não longe de S. Pedro vi
um largo trato de terreno coberto pelo Rubus, formando um tapete
serrado, impenetrável. A urze desenvolve-se de modo considerável
formando quási pequenas florestas densas, de belo efeito na época
da floração.
Além destas espécies outras são próprias desta zona ; as anouáceas
são representadas pelas Myristica Kombe e M. macvocarpa; a Her-
nandía beninensis, lauracea de boas dimensões, as leguminosas Dia-
liiim guineense e Desmodium Scalpe, o Marapião Pagara melanacariiha ,
as euforbiaceas Cydostoma Ileriquesiana, Ihecacor-is Manniana, que
vai até ao Pico, o Sapium Manniamun, o hipatiens buccinalis, balsa-
minacea, a rhisoforacea Dactyloi)€tahim Mannii, que vive nos sitios
mais altos, as melastomaceas Calvoa crassinoda, robusta, hirsuta, Ilen-
riquesii e integrifolia, a loganiacea Anthodeista scandeus e as rubiaceas
Bertiera laxa, Psichotrla, Guerkeana.
Das criptogâmicas o número das espécies prój^rias desta zona já
está indicado. Não teem valor só jdcIo número, mas também pela
qualidade.
São características desta zona as seguintes esj^écies arbóreas,
Ct/athea Welwitschii, C. Manniana, Dryopteris Ilenriquesii e ainda o
111
Diplazium arhoreum. Nenlinma destas espécies tem representantes
na zona inferior.
São ainda desta zona as seguintes espécies, próprias de S. Tomé
Dryopteris afra^ D. opositífoUa, Asplenium Molleri, Pohjpodium as-
trosoriim, Elaphoglossum Chevalieri e as Selaginella MoUeri, S. Manni.
As mnsciueas, e com especialidade os musgos, teem aqui um papel
bem predominante e característico. Como já foi indicado essas
plantas cobrem densamente o tronco e ramos das árvores dando-lhes
aspecto singular.
Essas massas musgosas, cercadas quási constantemente de densa
névoa, estão completamente ensopadas em água e constituem um
modo de cultura muito especial para uma vegetação muito caracte-
rística. Aí vegetam Begónias, fetos diversos, entre os quais dois
de pequeníssimas dimensões (Polypodium MoUeri, P. oosorum) e uma
curiosa fanerogâmica, delicadíssima (Utricularia hryophijUa), de certo
a de menores dimensões dentro das congéneres.
A vegetação atenua-se consideravelmente na parte mais alta do
Pico, e aí aparecem espécies próprias às regiões temperadas. Tais
são as Stellaria media e St. Mamúi, as crucíferas Diplotaxis tenuisiliqua,
Cardamine africana, Capsella bursa-pastoris e Senehiera pinnatijida.
A AGRICULTURA
A planta vive em dois meios : o solo e a atmosfera. O solo
oferece-líie lugar onda se íixa e materiais nutritivos ; a atmosfera na
qual ela espande seu aparelho aério, considerada como fonte do
alimentos, fornece-lhe elementos de extrema importância. Na lin-
guagem vulgar as condições da atmosfera sintetizam-se na palavra
clima.
O clima é o conjunto de todos os fenómenos meteorológicos que
exercem influência sobre os seres organizados.
O clima e o solo colaboram na produção agrícola, jDodendo mesmo
dizer-se que tem verdadeira preponderância sobre as operações do
cultivador. A jDosição deste ó bem diferente segundo se tratar do
solo ou do clima. É possível obter qualquer produção vegetal em
uâ
qualquer solo, por exemplo em areia calcinada, até mesmo em água
distilada, uma vez que à planta sejam fornecidas sob forma con-
veniente algumas substâncias nutritivas, que ela reclame. Ainda
também em qualquer terra cultivável é possível sob todos os climas
modificar a composição dela, o grau de liumidade, isto ó corrigir
os defeitos que dificultem a cultura.
Lutar contra o clima é que é impossível. Está-se dependente
das acções meteorológicas, das leis gerais das estações, das variações
de temperatura, etc. O mais que se pode fazer é atenuar a gravidade
dos defeitos dominantes da atmosfera em determinada situação, sendo
conhecidas as causas desses defeitos (mudanças de temperatura, do
estado de humidade, etc).
E portanto essencial conhecer e compreender essas influências
para se poder tentar combate-las quando forem desfavoráveis, e
aproveitá-las no caso contrário. Este conliocimento é indispen-
sável para a instrução do cultivador que calcula todas as suas
operações e que deseja aproveitar os benefícios que o futuro lhe terá
reservado. E este o processo duma agricultura progressiva : usar
das forças da natureza, defender-se contra elas, ou secunda-las, se-
gundo os casos, para que elas concorram para um fim melhor (1).
Em S. Tomé a acção do clima é benéfica dum modo geral. Para
uma boa vegetação são condições indispensáveis, abundância de luz,
de humidade e de calor.
Nenhuma destas condições falta, como já anteriormente foi ex-
posto. Ainda até a atmosfera pode concorrer jDara o enriquecimento
do solo fornecendo- lhe compostos azotados, consequência das acções
elétricas intensas tão frequentes na época das chuvas.
Com tais condições a vida vegetal é intensa, ainda mesmo quando
o solo não for muito favorável.
E sabido que o terreno cultivável deve poder fornecer às plantas
uma parte das matérias necessárias para a nutrição delas. A atmos-
fera fornece uma muito importante — o carbono.
A terra deverá fornecer especialmente potassa, cal, azote, e ácido
fosfórico, elementos sem os quais a nutrição vegetal não pode ser
regular.
Da quantidade relativa desses elementos e das exigências das
plantas depende toda e qualquer vegetação.
(1) Ad. Damseanx — Manud dUigricullíire gétiérale, Bruxcllcs, 190?,
113
Só por meio de análises podem ser conhecidas estas qualidades
das terras e das plantas.
Assim nma terra será boa, fraca ou má, conforme tiver o grau de
divisão conveniente e contiver os princípios nutritivos necessários
para as plantas, que se quizer cultivar.
Quem não atender a tudo isto em vez de fazer agricultura pro-
gressiva, fará agricultura regressiva, caminhando para a riiina.
Como todas as terras derivam das rochas, as quais atacadas pelos
agentes atmosféricos se dividem e decompõem, nelas haverá fragmentos
de grandeza diversa — cascalhos, areias e terra fina, último grau de
divisão.
Nas terras haverá também restos de vegetais e animais, em parte
profundamente modificados constituindo o húmus.
O agricultor deve conhecer a quantidade das matérias funda-
mentais da terra que desejar cultivar.
E sabido que uma boa terra deve conter 20-30 0/,, de argila,
50-70^/0 de areia, 5-10% de calcáreo, e igual quantidade de húmus.
As análises físicas das terras de S. Tomé dão a composição se-
guinte (1).
Argila
Areia
Calcáreo
Húmus
Humidade
41,62
41,27
0,24
3,95
7,65
São terras argilo-arenosas, pobres em calcáreo e não muito ricas
em húmus. Teem porem a permeabilidade e consistência conve-
nientes.
Não basta porém esta análise ; é essencial a análise química que
dará a conhecer a existência e quantidade das matérias nutritivas.
Da natureza das rochas, que entram na formação da ilha 6 já
possível prever quais serão essas matérias, pois ó bem sabido que as
terras derivadas de rochas vulcânicas são ricas em potassa, soda,
sílica, cal, magnésia, óxido de ferro e ácido fosfórico em quantidades
tais e em tal estado que em determinadas condições são fortes e
muito férteis.
(1) Média de análise de 17 amostras de terras de localidades diferentes,
114
Algumas análises feitas parecem dar a conhecer que os terrenos
da ilha não são ricos de potassa, em ácido fosfórico e que são muito
pobres em cal, elementos importantíssimos da nutrição vegetal.
Apesar disso a vegetação em S. Tomé é vigorosa, dando produtos de
grande valor.
Hoje é bem limitado o terreno não aproveitado. Sem errar muito
pode dizer-se que, exceptuando o Cabombey, o Ana de Chaves e as
terras comj)reendidas entre estes dois picos e a cordilheira Pico Lagoa
Amélia, todas as terras estão em cultura desde a costa até 1.400
metros de altitude.
Calculando a superfície da ilha aproximadamente em 91.259
hectares, podem considerar-se em cultura, instalações e caminhos
51.676 hectares, divididos em 164 roças (1) de grandezas diversas,
algumas de área extenssíssima. Estão neste caso as roças Rio do
Ouro, Boa Entrada, Porto Alegre, S. João, Água Izé, Monte Café.
Muitas outras há importantes.
A organização das roças não apresenta grande variedade. Em
geral quási todas teem o mesmo tipo.
Em cada uma há a sede, centro de administração, e dependências,
secções com administração especial subordinada à administração
central. Nesta reside o administrador geral, o pessoal dirigente e o
pessoal trabalhador.
Nas dependências há um chefe de serviço, algum pessoal branco
e de côr mais ou menos numeroso segundo a área a cultivar.
Tanto na sede, como nas dependências há as habitações neces-
sárias para o pessoal branco e para o de côr (Senzalas). Em todas
as roças há um hospital e em muitas há creches nas quais são re-
colhidos e tratados os filhos dos trabalhadores de côr. O serviço
clínico ó feito por médicos contratados j)©las roças.
Em todas há o material necessário para as culturas o para as in-
dústrias, que o pessoal possa exercer.
Entre o grande número de roças algumas são modelares sab todos
os, pontos de vista. Não são raras lindas plantações, bem aliuhadas
orlando caminhos, tais como a avenida das árvores de fruta-pão em
Água-Izé, e a bela rua de palmeira, (fig. 57), bem com construções
elegantes, (fig. 58) na roça Rio do Ouro.
(1) F. Mantero — A mão de obra em S. Tomé e Príncipe •— Lisboa, 1910. É pu-
blicação de muito valor e muito digua de ser consultada.
115
Estão neste casí) todas as que pertencem ao Sr. Marquês de Vale
Flor. — Rio do Ouro, Diogo Vaz, Bela Vista e Vale Flor, a primeira de
50 quilómetros quadrados, a segunda quási de igual área, e as outras
duas cerca de 8 quilómetros quadrados. Na primeira liá 16 distritos
ou dependências, Jiavendo um director, 86 europeos e 2.500 serviçais,
Fig. 57
oriundos das costas oriental e ocidental africanas. Diogo Vaz tem
apenas 35 quilómetros em cultura, nas quais são empregados 74 eu-
ropeus e 2.000 serviçais.
Na Bela Vista e em Vale Flor há duas dependências nas quais
trabalham 14 europeus e 418 serviçais. Em todas estas roças há
caminhos de ferro de via reduzida e de sistema Decauville.
Há oficinas para variadas indústrias, escolas de instrução primária
116
para rajDazes e adultos, creclies para os pequenos, e boas habitações
para todo o j^essoal.
Na sede as habitações e numerosas dependências ocupam um
grande espaço, estando situadas num terreno levemente inclinado na
parte inferior do qual está a habitação do administrador, as habita-
ções dos empregados europeus, vários armazéns.
Fi >•. £8
Na encosta disposta em duas linhas estão as senzalas e na parte
mais alta um perfeito hospital de grandes proporções, com labora-
tório, casa de autópsias e capela (fig. 59).
Visto da habitação do administrador este conjunto é de belo efeito.
O quadro termina ao longe com o Pico de S. Tomé frequentemente
envolvido em névoa.
[381
tS.
a
o
o
O
o
[39J
\
c
W
o
ta
i
mê.
■• .JVt-iflCi ■ -• »v-j
:.. v^'^
|40]
[41]
[42]
"^f
cS
N
O)
rfí
[43]
CD
tn
^
^^\
in
■:'^i
■=•■ «r'^;.
117
A roça Boa Entrada, j)i'opi"ieclacl6 do Sr. Henrique do Mendonça
é igualmente digna de menção; abrange uma área de 1.700 hectares
de terreno.
Está dividida em 11 dependências, nas quais trabalham por ano
em média 4.500 serviçais, para dirigir os quais há europeus.
As instalações tanto da sede como das dependências são modelares.
Na sede (fig. 60) a bela casa de habitação do administrador
(fig. 61) tem em frente um grande largo com grande reservatório de
água ao centro e é ladeado por um bem organizado hospital (íig. 62),
um grande grupo de senzalas (íig. 63), bem construídas e nas quais
cada serviçal tem tudo quanto lhe é necessário (fig. 64). A pequena
distância estão as oficinas, a casa da fabricação de azeite de palma,
currais, e cercado por um bonito jardim um hos^jital para doentes de
moléstias infeciosas (fig. 65).
Atrás da casa de habitação estão os terreiros para secar o cacau
e café, as casas nas quais são recolhidos os taboleiros rolantes, e
ainda páteos para aves e vários animais.
Energia elétrica fornece a luz e a força necessária para mover os
diversos maquinismos.
Toda a roça é cortada por caminhos e ^^or linha Decauville.
Em Agua Izé a sede vista do mar dá ideia duma pequena vila, tal é
o número de construções. Entre ela sobresai o hospital (fig. 65). Esta
roça abrange uma superfície de mais de 80 quilómetros quadrados.
Em 1908 o administrador, sr. Conde de Almeida e Faro, calculava
em 3.000 metros quadrados a área cultivada. A roça é dividida em
9 distritos dos quais alguns são subdivididos em dependências, em
todas as quais há para o j^essoal habitações bem organizadas.
Trabalham nesta roça 2.500 trabalhadores e para cada um ou para
cada casal há uma casa de habitação que mede 4" de comprimento,
3"' de largura e 3'",50 a 4"^ de pó direito, tendo portanto cubagem
mais que suficiente.
Monte Café, roça das mais antigas é de enorme extensão, (quási
87 quilómetros quadrados). Começando ao Norte por 400"' de altitude
vai até ao Pico, passando àlêm para ir terminar junto ao mar a
poente. Tem óptimas acomodações, linhas férreas, ligando as de-
pendências, pessoal numeroso.
Aí o administrador Spengler fez regulares observações meteoro-
lógicas, anteriormente citadas e estabeleceu um pequeno jardim ex-
perimental, onde ainda hoje se encontram preciosas plantas, que
118
bem podiam ter larga cultura da ilha. Tais são entre outras a Lan-
dolphia Daioei e a Myristica fragrans.
Outros exemplos poderiam ser apresentados, pois liá muitos.
Por estes se pode ajuizar dos outros.
As sedes de muitas roças estão admiravelmente situadas. A de
Agua Izé junto à costa está em magníficas condições. A de S. Mi-
guel num ponto elevado sobranceiro ao mar, junto da linda baía,
guardada pelos Ilhéu Formoso, Gabado e S. Miguel é admirável.
A de Monte Mário na altitude de uns 300 metros é cercada por
todos os lados por paisagens soberbas.
*
A vida nas roças é toda de trabalho, tanto para dirigentes, como
para dirigidos, não exceptuando mesmo os pequenos pretitos, que
em muitas roças colhem o cacau dos ratos (1). Durante os 365 dias,
que conta cada ano, apenas nos domingos há um ligeiro descanço.
Ao romper do dia a sineta dá o sinal de preparar para o trabalho.
Os doentes são inspecionados e todos os válidos formam em frente
da habitação do administrador, saudam-o todos a um tempo com o
— bom dia patrão (fig. 67). A. seguir dividem-se em grupos, que
acompanhados por europeus — homens do mato — encarregados de
vigiar e dirigir o j)©ssoal de cada grupo, seguem para o local onde
há trabalho a realizar.
Lembro-me bem de ter visto um desses grupos caminhando para
o seu destino. Estava na j^raia da Angra de S. João. A luz da
manhã fraca, o mar sem o menor movimento, o pequeno vapor, que
fazia a viagem em volta da ilha, ancorando ao meio da angra, nem
baloiçava; em volta enorme massa de verdura, mas tudo imóvel;
um silêncio profundo. Parecia que não havia vida. Nestas con-
dições é que vi passar na costa oposta uma longa fila de serviçais,
silenciosos também, caminhando lentamente. Quantos com saudado
se recordariam do sertão angolense, onde tinham nascido !
Durante o dia na sede o pessoal é limitado, e fora do serviço
vêem-se alguns doentes fazendo serviços ligeiros, compatíveis com
(1) Semente de cacau dos frutos em parte roídos pelos ratos.
[45j
SC
ti
<
P<
m
O
u
a
C
CD
to
l46]
o
a
m
cS
bb
[471
MáÊKÊ
yi^g^^^«oã.-^^Hn|
k íJHk
^^^ .ai^^^
I^^^^^^^^^^H^' '^^Bk • '- jà^B^fl^^P^ ^^^^Iv^^Hl^fe^
r i»
^^^Kf \ik^
-^CcvF^y&nr - ^^^^^B^B^^^^P^f^^^^J
. ^^^S^^^^H^
4- ""^ ^^^^^^^^^^^^^^^^hsK
"\
IP^^^BHv ' ' ^ ^'^si^BfiStfM^K^^B^^^^H^vU^lli^HK
«
r attp' '
f ■■
* , ' ' '
Fig. 68 — Serviçal com o filho
[18]
o-
O
O
50
a
o
as
lã
[49]
30]
o
oi
-M
a
o
O-,
a
(D
CD
O
«3
o-
"3
I
151J
[52]
Fig. 73 — Depois da derrubada
119
as forças deles, mullieres, trazendo as mães os filhos sobre os rins
embrulhados nos panos, que lhes servem de vestido (1) (fig. G8), e
fervilham por toda a parte os pequenos moleques (fig. 69).
Ao fim da tarde regressam à sede todos os serviçais, formando,
como de manhã, trazendo cada um amostra do que fez, uns lenha,
outros pasto para os gados, cachos da palmeira do óleo, os serradores
uma táboa, etc. O maioral passa revista para vêr se algum fugiu e
em seguida dão as — boas noites patrão — e debandam seguindo
para suas habitações.
Estes quadros repetem-se invariavelmente em todos os dias do ano.
Os trabalhos executados em cada dia são variadíssimos e alguns
são executados com perfeição. Vi aparelhar enormes vigas de modo
admirável. Em Monte Gafe vi fazer cestos muito perfeitos imitando
os que tinham visto fazer aos chineses, que durante algum tempo
estiveram em S. Tomé.
Aos domingos o movimento é maior.
Cingem panos lavados, as mulheres vestem blusas garridas, panos
ou saias, colares de grandes contas ao pescoço e cobrindo a cabeça
com lenço bem posto em forma de barrete.
As negras que fazem serviços de creadas apresentam-se bem,
mesmo até com tal ou qual elegância. (Jhegam mesmo a originar
paixões (fig. 70).
O movimento aumenta quando chega a hora da distribuição dos
alimentos. Correm todos para as proximidades dos armazéns e aí
o pessoal encarregado da distribuição vai dando a cada um o que lhe
pertence (fig. 71).
Os alimentos distribuídos consistem em arroz, farinha de milho,
bacalhau, peixe e carne seca, carne de conserva, açúcar, farinha de
mandioca, grande quantidade de azeite de palma, vinho e leite es-
terilizado para o hospital e creche (2).
(1) Em Ponta Figo deu-se um caso curioso. Uma preta por mais duma vez
abortou devido isso talvez a pancadas, que lhe aplicava o marido. Duma vez porém
nasceu um pequeno e o pai tomou conta dele e trazia-o sempre como as mulheres.
Creio que seria exemjilar único.
(2) Como exemplo veja-se o que com isto se consome na Boa Entrada. Nessa
roça consomem-se em média 100 toneladas de arroz, 20 de farinha de milho, 18 de
bacalhau, 35 de peixe seco, 6 de carne sêea, 12 de carne de conserva, 10.000 de feijão,
GOO de mandioca, 15.000 litros de vinho, 1.200 de leite esterilizado c 6 000 de azeite
de palma.
120
Além destes alimentos teem à descrição os frutos que se encontram
nas roças, bananas, fruta pão, mamão, e muitos outros.
Pode afirmar-se que não passam fome.
No fim de cada mês faz-se o pagamento do salário. É uma das
ocasiões mais interessantes. Recebido o ordenado sentam-se na
terra e contam e recontam o dinheiro, distribuem-o em pequenas
parcelas, talvez calculando despesas determinadas e conservando-se
neste serviço por não pouco tempo (fig. 72).
Na roça o administrador (patrão) é tudo. E êle quem faz e
desfaz os casamentos, quem julga os delitos e determina os castigos,
quem resolve os casos familiares.
Em Ponta Figo ao anoitecer, terminada a forma, uma preta veiu
procurar o patrão. Falava pelos cotovelos muito exaltada. Segundo
depois me disse o administrador, ela queixava-se dos maus tratos,
que lhe inflingia o marido. Por tal motivo não podia continuar a
viver com êle. Tinha abandonado a casa recolhendo a casa honesta.
O patrão aconselhava-lhe socego e acalmação, chegando até a
indicar-lhe tais ou quais penas. A nada se movia. Pouco depois
veiu a outra parte interessada no caso. Fez queixas, recebeu con-
selhos paternais e deu-se a audiência por terminada.
Passados dias, quando regressei a Ponta Figo perguntei pelos
litigantes. Tinham feito as pazes e a desertora tinha volvido aos
trabalhos caseiros.
Costa Santos era um patrão bondoso e os serviçais tinham por
êle muita consideração.
Procedendo assim, captando a afeição e respeito do pessoal a
disciplina é fácil. E necessário certo rigor; é indispensável que o
pessoal reconheça a benignidade do patrão, mas que também re-
conheça que êle é justiceiro e enérgico. Ter numeroso pessoal, como
é vulgar em quási todas as roças, na devida ordem não ó coisa fácil.
Se entre os serviçais há elementos de raças diferentes, a difi.culdade
é bem maior.
Os delitos teem de ser castigados, mas por processos razoáveis.
Felizmente hoje é esse o processo geralmente seguido. Poderá
alguém dizer o contrário, mas a verdade é que o tratamento actual
nada tem de bárbaro.
Note-se que o serviçal tem um protector oficial ; o curador dos ser-
viçais, para o qual pode recorrer.
O serviçal terminado o seu contrato pode voltar para o seu país.
121
Para facilitar a repatriação é parte do seu salário posta em depósito,
sendo-lhe entregue ao voltar para a sua pátria.
Traz isso consigo não pequenas dificuldades à agricultura porque
os serviçais ausentam-se justamente quando estão mais habilitados
para os serviços agrícolas ou industriais, sendo substituídos por
pessoal ignorante, mal disposto e que só com o tempo se aclimata
ao novo modo de vida e adquire a educação necessária.
A repatriação é um direito, que não pode ser negado ao serviçal.
Querer trocar a vida de trabalho, mas sem lhe faltar alimento,
remédios, cuidados, pela vida do sertão é bem pouco razoável. A
vida que o negro aí passa é verdadeiramente miserável. E porém
um direito, tem de ser respeitado.
Entre os serviçais há vícios, que dão que fazer. Um deles ó a
paixão pelas bebidas alcoólicas. Não podem passar sem elas e disso
lhes vêem doenças e transtornos diversos.
São gastadores, pois não pensam no futuro. Para obviar a
estes desmandos em quási todas as roças há a loja, na qual o pessoal
encontra tudo quanto lhe pode ser necessário e pelo mais baixo
preço. Em algumas roças há mesmo cooperativas que j)roduzem
óptimos resultados.
Esta organização tende a evitar que as compras sejam feitas fora
das roças sempre por preços elevados.
Outro defeito é o hábito de roubar, havendo nessa arte artistas
perfeitos, dando-se até casos engraçados (1).
Roubar cacau e outras frutas para vender por baixo preço a es-
tranhos é coisa corrente. Os regulamentos policiais são de limitado
efeito, e necessário era que fossem mais rigorosos e rigorosamente
executados (2).
(1) Na roça G-ranja tinha-se guardado coin segurança um barril de vinho.
Quando em certa altura quizeram utilizar-se do vinho encontraram o barril vazio.
Procurando explicação descobriu-se que entrando numa loja da casa por baixo do
compartimento onde estava o barril, furaram o pavimento e o barril, e beberam o
vinho.
(2) Na ilha da Trindade (Pequenas Antilhas) o regulamento do comércio de de-
terminados produtos agrícolas é extremamente rigoroso.
Só o proprietário ou quem o representa pode vender e para se ter faculdade de
comprar é indispensável estar autorizado pela Repartição da polícia. O autorizado
é obrigado a ter escrituração regular das compras e vendas, sujeito à inspecção po-
licial.
Quem negociar sem a devida licença paga uma multa de 1 até 25 libras e não
122
Não é raro também dar- se a fuga dos serviçais. Para não serem
presos ns camiulio levam consigo qualquer objecto roubado na roça
em que viviam, que lhes serve para mostrar que vão cumprir ordem
que lhes foi dada.
Por este processo ficou sem cabeçada numa noite em Porto Alegre
uma égua em que eu viajava.
Na ilha além dos serviçais há trabalhadores activos, que nas
roças prestam bons serviços. São os angolares, descendentes dos
escravos que naufragaram nas Sete pedras em 1640 e que por largo
período viveram independentes no Sul da ilha. Hoje ainda muitos
aí estãc estabelecidos, outros vivem em localidades diversas. São
homens enérgicos, próprios para todos os serviços, sendo insignes
para as derrubadas. Ninguém faz esse serviço com tanta perfeição.
São também bons homens do mar. Faz gosto vêr como navegam
velozmente nos seus barcos feitos duma só peça, talhado no tronco
de qualquer árvore gigante. Os angolares trabalham por paga diária
e sabem pagar-se.
E assim a vida nas roças.
Interesses especiais levantaram a este respeito críticas graves,
mas não justas. Viajantes independentes que teem visitado a ilha
teem dado informações claras, completamente opostas ás críticas in-
glesas. O Príncipe alemão A. de Lõewenstein, o director das plan-
tações do Camarão, W. Kemmer, os doutores Schulte e Strunk, os
naturalistas franceses A. Chevalier e Gravier deram notícia do que
pagando logo, tem a pena de prisão de 14 dias a 6 meses, seudo confiscadas pela po-
lícia as mercadorias apreendidas
Quem fizer compras a um menor de menos de 12 anos paga a multa de 5 libras,
ou prisão com trabalho forçado por três meses.
O licenciado que não tiver os livros em ordem terá pela primeira vez a multa de
10 libras e de 10 a 20 pela segunda vez e à terceira pagará 20 libras e ser-lhe há
cassada a licença. Não sendo pagas as multas imediatamente terá três meses de tra-
balhos forçados.
Os proprietários ou os seus representantes devem ter autorização legal para
fazer prender qualquer pessoa, que se suspeite ter desviado produtos agrícolas seja
onde fòr.
Ainda mais. — Qualquer pessoa que tenha roubado ou assistido a um roubo, ou
tenha recebido produtos roubados terá seis meses de trabalhos forçados e será açoi-
tado na prisão.
É com estas medidas rigorosas e com outras providências que a agricultura tem
prosperado na Trindade.
123
tinliam observado e nenhum deu a menor nota pela qual se pudesse
inferir que as acusações tinliam fundamento.
Ainda mais, na própria Inglaterra mais do que um individuo
tomou a defeza de Portugal. O tenente-coronel J. A. Wyllié foi
um dos principais (1).
*
O primeiro trabalho a executar para transformar a floresta em
terreno cultivável é derrubar as árvores. G-eralmente começa-se por
cortar todas as plantas de pequeno porte (salsar) e em seguida são
abatidas as árvores.
Neste serviço são aproveitados em geral os angolares.
O modo de proceder é assim descrito pelo Sr. Conde de Sousa e
(1) O Dr. Strunk escreveu o seguinte.
No decorrer da minha visita cheguei à cozinha, grande e espaçosa, onde se es-
tava a cozinhar para todo o pessoal de côr. Lá estavam instaladas sobre fornalhas
de alvenaria grandes caldeiras para cozer arroz e o feijão e formidáveis tachos de
cobre para a preparação de azeite de palma em plena actividade. A comida era
feita com asseio e esmero. Adquiri a convicção de que na Alemanha o sustento dos
trabalhadores nas grandes propriedades rurais não pode ser melhor.
Théo Masui numa notícia publicada no Bulletin de la Soe. d'études coloniahs,
escreveu o seguinte :
«Si Ton se place au point de vue uniquement moral, c'est une véritable missiou
philantropique que remplit TÉtat portugais en favorisant le rachat de ces esclaves
des mains de leurs bourreaux ; le travail régulier et remunere n'est-il pas le premier
èchalon de la régénération de cette race déshéritée?. . .
«Les serviçaes ont une vie de travail, mais pour toujours soustraits à une mise-
rable vie d'aventures, ils ont une famille, un intérieur et sont assurés de soius cons-
tants. . .
«Je quittais Tile après m'etre rendue compte três exactement de ce qu'est cette
belle colonie et suis heureux de rendre un hommage sans restriction aux qualités
qu'ont déployées les Portugais dans cette entreprise considérable. Avec des moyens
restraints, presque sans capitaux, ils ont transforme, en un quart de siècle, des
milliers dliectares de forôt vierge en riêches plantations et montré au monde un bel
exemple de ce que peut devinir cette terre d'Afrique par la volunté et le travail».
Diz mais ainda — ftLes portugais connaissent bien le noir, ils savent la manière
de le ti-aiter, ne se livrent pas sur lui à desbrutalités répréhensibles, mais n'ont pas
d'excés de sensibleries; ils lui inculquent des idées de respect et de discipline, iu-
dispensables pour maintenir une organisation regulière du travail».
124
Faro. — Êsfces homens picam, a golpes de macliado, as árvores de
menor porte e inferior resistência, que se encontram em volta das
mais possantes, grandiosas e colossais, fazendo em seguida baquear
estas.
Colocam-se dois bons maoliadeiros junto a cada árvore ferindo-a
a um tempo, em golpes perfeitamente conjugados, acompanhando o
som rijo e cavo do bater dos machados com o canto plangente e
monótono dos negros.
Ao primeiro estalar, próprio do ranger das árvores prestes a
serem decepadas, os derrubadores, fazendo grande alarido, fogem
pelas encostas alcantiladas das serras, e as árvores, na sua queda
racham, quebram, derrubam e arrastam aquelas sobre as quais se
precipitam. Ouve-se então, repercutindo-se pela profundidade dos
vales e pelas encostas das montanhas circumvizinhas o éco estron-
doso da queda desses gigantes vegetais, espalhando-se pelos ares
nuvens de folhas, que o choque violento das árvores desprendeu das
suas ramagens. — É um espectáculo, na verdade, imponente e como-
vedor !»
O aspecto do terreno a seguir à derrubada é medonho (fig. 73).
Aproveitam-se as boas madeiras e todas as outras ficam expostas
à acção dos agentes atmosféricos, dos fungos, das bactérias e dos
insectos que num período não muito longo as reduzem a pó, que
fertiliza a terra.
Começa-se em seguida com plantações sendo em geral a primeira
a das bananeiras e mais tarde, obtido o bom estado do terreno, a
doutras plantas de mais valor.
A cultura que primeiro foi ensaiada na ilha foi a da cana do
açúcar. Assim o afirma o Piloto português, dizendo: — O principal
negócio dos habitantes desta ilha, é fabricar açúcar, e vende-lo aos
navios, que vão busca-lo todos os anos.
Dá esta ilha cento e cincoenta mil arrobas de açúcar e mais . . .
Tem vindo para aqui muitos mestres da Ilha da Madeira, para fazer
os açúcares mais brancos, e mais duros ; mas por mais diligências
que tenham posto nisso, não o podem conseguir».
Esta cultura continuou-se até hoje, mas não para fazer açúcar,
mas sim álcool. A área cultivada, como já está indicada, não ó
grande e não sei se a variedade da cana será da melhor e se a cul-
tura será feita de modo a dar bom produto. Seria de vantagem talvez
a fabricação de açúcar, que a ilha consumiria e poderia exportar.
125
A fabricação do álcool oii antes da água-ardente é corrente na
ilha. A mais ampla e perfeita instalação j^ara isso é a da roça Rio
do Ouro, na qual a cultura ocupa maior área.
Toda a água-ardente produzida na ilha, nela é consumida e mais
alguma é ainda importada.
A cultura do cafezeiro foi a que se seguiu à da cana sacarina,
sendo iniciada em 1800, chegando a atingir considerável desenvol-
vimento. O clima tem-lhe sido favorável e o cafezeiro não tem sido
atacado por moléstias de importância e felizmente ainda na ilha não
entrou o principal inimigo — a Ilemileia vastatríx. Alguns insectos,
quando no estado de larvas, causam alguns prejuízos.
Além do Cojfea arábica foi modernamente introduzido o C. liherica
pela razão de ser mais resistente às doenças.
A cultura porém desta espécie não tem tomado grande desenvol-
vimento.
A colheita dos frutos é em geral feita por mulheres, que vão re-
colhendo os frutos em cestas de palmeira (coal) colocadas em face do
ventre e susj)ensas por uma delgada corda em volta da cinta.
Os frutos passam por diferentes operações para os quais em
muitas roças há aparelhos próprios
Em 1855 ensaiou-se a cultura do cacau e com tão bons resultados
que dentro de pouco tempo se tornou a cultura dominante, invadindo
mesmo terrenos que eram ocupados pelo cafezeiro. Hoje ocupa área
enorme.
Nem todas as plantações teem sido feitas de modo. conveniente.
Colocam-se em cada cova 3 ou 4 semestres a certa distância umas
das outras. Depois de germinarem e as novas plantas terem atingido
certa altura, uma só, a mais forte, devia ficar.
Não é essa porém a regra, ficam todas, o que necessariamente as
j)rejudica.
Ficando só a melhor, decerto se desenvolveria mais regularmente,
poderia ser educada convenientemente e seria mais produtiva. A
conservação de todas as plantas que nascem na mesma cova torna
a plantação mais irregular.
Um outro defeito, que hoje vai sendo evitado, consiste no pouco
ou nenhum alinhamento das plantações, tornando a plantação irregu-
laríssima, dificultando os serviços de limpeza do terreno e da co-
lheita.
O cacaueiro necessita de sombra, mas a sombra demasiada traz
126
grandes inconvenientes. Com uma atmosfera Immidíssima a sombra
intensa facilita o desenvolvimento de parasitas bem prejudiciais. É
essencial que a luz f)enetre livremente na plantação. Tenho visto
folhas de cacaueiro cobertas de pequenas plantas (musgos, liquenes)
em quantidade, o que prejudica a planta. Se a sombra fosse menor
isso não sucederia. O excesso da humidade e a falta de luz são
ainda condições favoráveis ao desenvolvimento de fungos, que pre-
judicam as árvores e em especial os frutos.
Além dos vegetais que podem viver sobre os cacaueiros, vários
animais e em especial uma espécie de cochonilha (Aspidiotus trilo-
hitiforynis) os atacam também, prejudicando-os muito.
Para combater as plantas parasitas é útil o emprego da calda
bordeleza, e contra os animais servem os líquidos que teem por base
o petróleo (1).
(1) O petróleo tem aeção activa sobre os iusectos, que atacam as plantas. É
aconselhada a fórmula seguinte do líquido que deve ser aplicado por meio do pul-
verizador ás árvores atacadas.
Sabão negro 500 gramas
Agua a ferver 4 litros
Petróleo 2 litros
Dissolve-se o sabão na água quente e em seguida mistura-se o petróleo j^ouco
a pouco, mexendo constantemente o líquido para o petróleo se emulsionar completa-
mente. Esta emulsão pode conservar-se por algum tempo. Para ser empregada
mistura-se uma parte da emulsão com 15 a 25 partes de água.
Um meio de destruir as cochonilhas consiste na propagação de fungos parasitas
desses animais. Em S. Tomé descobriu o sr. Armando de Seabra um (Microcera
coccophila).
O dr. L. Trabut, que em Argel se tem ocupado muito no estudo dos parasitas
vegetais, aconselha proceder-se dos modos seguintes.
Cultivar junto de qualquer árvore muito atacada pela cochonilha infectada pelo
fungo qualquer planta trepadeira, um feijoeiro ou qualquer outra. A cochonilha
ataca essa planta e quando ela já tiver bastantes cochonilhas, corta- se e distribuc-se
pelas árvores atacadas. Quando essas plantas receberem cochonilhas já infectadas,
o fungo que elas levam proi)aga-se e ataca as cochonilhas que nela encontra.
Lembra outr.' processo que é o seguinte — lançar em água muito pura folhas
ou ramos nos quais haja cochonilhas atacadas pelo fungo, agitar a água, que depois
é espalhada por meio do pulverizador nas árvores que apresentam cochonilhas-
Este pi'Ocesso tem por fim conseguir que na água sejam espalhados esporos do fungo»
que irão germinar sobre as árvores a que a água é aplicada.
Para evitar a destruição do fungo nunca deve ser empregada a calda bordeleza.
153 1
Fig. 74 — l']nntacHO nova rlc cafiiu
L54J
aí
05
O
1)
-a
a,
ci
o
05
Cá
O
o
ti
O
(8
o
«3
El.
129
é na estação das clmvas, a cada j)asso é necessário reunir e cobrir
com impermeáveis o cacau, que está espalhado nos terreiros.
Em muitas roças em vez de o cacau ser espalhado no terreiro, ó
posto em taboleiros que rolam sobre carris, de modo que prontamente
podem ser recolhidos numa casa própria (fig. 79).
O processo, bastante geral, dos taboleiros metálicos, aquecidos
por ar quente, ó de efeito rápido, mas exige grande cuidado para
evitar que as amêndoas cheguem a ser torradas. Seria necessário
poder graduar-se a temperatura para se evitar ôsse perigo. Exige
ainda pessoal para remecher constantemente as amêndoas, para que
a secagem seja bem igual.
O processo das estufas seria o melhor, não devendo ser necessário
estar dentro delas pessoal, que decerto muito se há de incomodar
com o alto calor necessário para a secagem. Seguindo-se os métodos
emj)regados para a secagem de vários frutos tanto na América, como
na Europa, o resultado seria bom, sem esse inconveniente.
O emprego de aparelhos especiais é bom, mas é caro. Em Agua-
Izé emjDrega-se esse processo e por êle se pode avaliar o efeito.
As dificuldades devidas ao preço dos bons aparelhos podiam ser
vencidas pela união dos cultivadores, constituindo um sindicato,
processo hoje seguido em muitas indústrias com magnificos resul-
tados.
A unificação dos processos tanto de fermentação, como de secagem
daria um tij^o definido ao cacau de S. Tomé, no que haveria van-
tagem.
Se na fermentação ó essencial grande cuidado, na secagem não
pode deixar de haver a maior atenção. Por isso deverá seguir-se o
processo em que o bom resultado dependa menos do pessoal em-
pregado nele.
Dos processos conhecidos o melhor será de certo o aconselhado
pelo Dr. Schulte, no qual todo o bom resultado depende apenas da
determinação da quantidade de água contida nas amêndoas e na
regularização da temperatura que seca o cacau e melhora suas quali-
dades. Tem ainda as vantagens de reduzir o pessoal empregado e
de evitar que ôste fique exposto a doenças, tais como á pneumonia,
pela necessidade, quando a secagem se faz em estufas, de se expor
sucessivamente a temperaturas muito diferentes.
O cacau é a grande riqueza de S. Tomé, todo o cuidado por isso
é pouco para que êle no mercado tenha sempre boa aceitação e para
9
130
isso 6 absolutamente necessária preparação perfeita e escolha ou
classificação cias amêndoas feita muito conscienciosamente (1).
Uma outra cultura foi iniciada em 1868 e com grande entusiasmo,
sendo o Jardim Botânico de Coimbra que para ela concorreu, en-
viando sementes e plantas (2). Foi a cultura da árvore da quina.
Procurou-se promover activamente essa cultura. As novas plantas
desenvolveram-se bem e em poucos anos contavam-se na illia alguns
milhares de árvores. Em Lisboa estabeleceu-se uma fábrica para a
prejjaração do quinino e com bom resultado.
(1) A importíiucia da cultura do eacaueiro e do cafezeiro pode ser avaliada pelos
dados seguintes, que representam as quantidades exportadas e os valores respectivos :
C
acau
Valor
Café
Anos
Quilos
Quilos
Valor
1898 .........
1.825.77G
273.000,^00
8.323.057
2.132.000íâ00
1899 .
1.555.198
233.000-^00
11032.133
3.088.000100
1900 .
2.400.050
300.000^00
11.420.397
3.199.000^00
1901 .
1.6G2.242
249.000s^0()
13.571.345
3.799.000^00
1902 .
2.275.277
341.000^00
14.741.352
4.130.000,^00
1903 .
1.290.8G3
193.000^00
18.842.793
5.274.000^00
1901 .
1.7G1.993
lGI 000^00
21 236.108
5.955 OOOc^ 00
1905 .
730699
109.000^00
22.306.793
G.245.000^00
190G .
1.513.428
25.^6.000^00
21.324.142
5.997.000;SCX)
1907 .
1.143.409
171.000^00
20.699.227
5.961.000^00
1908 .
1.G11.551
241.000^00
27.187 290
7.786.000,^00
1909 .
1.313.777
197.000^00
31.602.418
7 900.000;^(;0
1910 .
979.082
86.000^00
36.174.932
9.043.000)^00
1911 .
1.3G9.151
205.000^00
31.203.379
7.790.000,^00
1912 .
33.558.84^5
7.477.403^32
645.860
781.508;^79
1913 .
43.495 2G0
7.5IG.248(^'iO
673.077
201.718,^50
1914 .
33.319.079
7.1G3.G0M99
471.686
141.508^50
1915 .
28.013.587
6.023.0õ6;^71
512.124
163.537^35
M6
lias
23.747.674
4.461.284^80
1.320 302
204 292/95
(2) Já anteriornieutc o Dr. Wclwitsch tinha mandado sementes, mas infelizmente
da peor espécie.
lai
A grande baixa désto modicamerito cauHOu o dosaiiímo dos cul-
tivadores o hoje a cultura dessa preciosa pl;ujta está quási aban-
donada. Apesar da baixa de valor, ainda em 1000 a exportação de
quina foi de 74,054 kiios no valor de 14:74'3/58í/J, sendo só superior
a do cafc o do cacau.
Creio bem que 6 ôrro pór de parto esta cultura, que ocupa re-
giões onde outra não pode ter lugar e que dá relativamente pouco
trabalho.
Como as árvores da quina atingem bastante altura e formam
floresta bastante densa, serviriam como meio de regular as precipita-
ções da chuva, substituindo utilmente as florestas destruídas.
Cultura antiga ó a das palmeiras, tendo importância não pequena
a da palmeira Andirn, ou do óleo, e alguma a do coqueiro. Estas
plantas realmente são já mais como plantas indígenas do fjue como
plantas cultivadas. A primeira produz frutos dos quais h extraído
o óleo da palma, empregado na cosinha dos serviçais, e do qual pouco
é exportado. As sementes (coconotej teem valor considerável sendo
exportadas para a Europa, onde teem várias aplicações. A expor-
tação em 1000 subiu a 20.201r5<^j80 reis. A palmeira Andim <'; planta
de valor e de vantagem seria obter-se sementes do variedades de
frutos de maiores dimensões, ou mais ricos em óJ';o, que se encontram
em algumas localidades na Africa.
iJas folhas fazem os negi-os cestos, peças que entram na cons-
trução das habitações, material de pesca.
O coqueiro tem na illia menor importância apesar de ter maior
valor do que a palmeira Andirn, Além do emprego das folhas, tal
como o das folhas palmeira Andim, tem o fruto do qual tudo <'; útil.
A parte externa dá o cairo, o endocarpo muito duro tem aplicações
diversas, o albumen (miolo de coco; 6 de grande valor pelas variadas
aplicações que tem. Ainda modernamente a indústria dele extrai a
iifívalna e produtos análogos de grande consumo. O corní^jrcio do
mioUj de coco (coprah quando «'^ seco) •'; hoje de 70<'J-80^J.0^/J toneladas
e ó de crer que aumentará.
Além destas duas palmeiras e palmeira leque outras podiam ser
cultivadas utilmente. Vi lá poucos exemplares da Cart/ota urens,
palmeira vinifera e produtora de bom sagú, que tambôrn 6 produzido
pelas e8p<'ícies do género Matroxylon. A liaphvt. r/inifera é digna de
ser cultivada. É rica em seiva produtora de vinho e é útil pelas
folhas, cuja epiderme forma a ràpMa do qual se faz enorme consumo.
132
Do Jardim de Coimbra foram enviadas para S. Tomú sementes
do Butia eriospatha, palmeira elegante e que frutifica abundantemente.
Os frutos são desagradável sabor e fermentam facilmente, produzindo
boa água-ardente. Todas estas palmeiras de cultura fácil podiam
ter bom lugar na ilha dando rendimento apreciável.
Uma cultura iniciada modernamente — a das plantas produtoras
de borracha pode vir a ter importância grande. Do Jardim Botânico
de Coimbra foram enviados para S. Tomé, segundo creio, os pri-
meiros exemplares da Ilevea brasiliensis (Seringueira do Brazil) e da
ManiJiot. O Sr. H. de Mendonça introduziu na sua roça em 1900
estas duas espécies e a Castillôa. Em Porto Alegre vi lindos exem-
plares desta planta. Tanto a ManiJiot (fig. 80), como as Hevea e
Castillôa (fig. 81) tem tido bom desenvolvimento e hoje umas e outras
teem já notável cultura na ilha. Uma Landolphia^ (L. Dawei Stapp)
é cultivada em Monte Cafó e em Porto Alegre, se não me engano.
Produz muito boa borracha e, como corda, que ó, podia ser cultivada
nas florestas.
Todas estas esjDÓcies são de valor. Como porem o produto de
cada indivíduo não é grande, necessário ó dispor de grande número
de plantas para se obter quantidade bastante para comércio. E in-
dispensável procurar-se obter sementes das variedades melhor pro-
dutoras, pois algumas são fracas.
Cultura hoje desprezada é a da Vaiiilha, introduzida dos Camarões
pelo Sr. Custódio de Borja em 1870, planta que em S. Tomé vegeta
magnificamente e cuja frutificação é fácil de obter. Não é cultura
de grande rendimento, mas nas colónias francesas e noutras ligam-lhe
importância.
Vegeta bem na ilha a árvore |)rodutora da canela. Vi em Nova
Moka um belo exemplar. Facilmente podia essa espécie ter cultura
regular.
Modernamente tem-se iniciado a cultura das plantas produtoras
de fibras. Do Jardim de Coimbra foram enviadas algumas espécies
de S.anseviera e na Boa Entrada cultiva-se com certa intensidade a
Ágave 7'i(jida, var. Sizahma, tendo já sido obtidos bons filamentos,
óptimos para cordas, tecidos e papel.
São pequenas culturas em comparação com as do cacau e café,
mas não convêm despreza-las. E certo o ditado — de muitos poucos
se consegue muito.
A cultura duma ou de duas espécies, embora de boa produção, c
[591
Fig. 80 — Manihot (3 anos de edade)
1601
^
133
um perigo É fácil o aparecimento duma moléstia, que as pode
anular, assim como igual cultura feita noutra região, prosperando de
modo especial, pode fazer concorrência no mercado fazendo descer o
valor dos produtos.
Foi o que aconteceu com as quinas, as quais tiveram culturas
largas na índia e em Java, facilitando a fabricação dos sais de
quina, descendo o preço destes extraordinariamente.
Todas estas culturas teem-se desenvolvido também em S. Tomé,
e não é razoável deixar de as aproveitar todas.
Poderia referir-mo a muitas outras plantas, cujo desenvolvimento
atesta o que aqui tenho exposto. A árvore de fruta pão, a man-
gueira (íig. 82), muitas árvores frutíferas brazileiras vegetam em
S. Tom»'' tão bem como nas terras nas quais são indígenas.
Uma cultura bem antiga é a das bananeiras, cultura utilíssima
para a alimentação. Uma espécie de oídio ou talvez mildio ataca
as folhas, e um insecto (Spherophorus sordidus '?) deposita os ovos
nestas plantas, e as larvas vivendo na base das folhas e no caule
matam-as. O fungo ou fungos que atacam as folhas podem ser
combatidos com a calda bordelesa ; os efeitos jiroduzidos pelo in-
secto só poderão ser evitados dando-lhe caça, o que será difícil,
ou pela destruição das plantas atacadas, sendo queimadas. Seria
indispensável uma campanha geral, aliás os insectos creados numa
parte qualquer seriam foco de propagação do mal. O remédio não
deixa de ser violento de certo modo, mas não me parece que haja
outro eíicaz.
Todas as culturas necessitam de encontrar na terra tudo quanto
lhes é indispensável e é incontestável que as plantas esgotam as
terras mais ou menos rapidamente. E por isso indispensável res-
tituir as matérias gastas e em certos casos dar mesmo às terras
matérias que certas plantas exigem e que nem todas as terras con-
teem. Assim para o cacaueiro é essencial o calcáreo, de que a terra
de S. Tomé ó pobre.
Para que as culturas não emfraqueçam é indispensável a adubação
da terra. Com esse fim é muito útil empregar os resíduos dos
frutos, as folhas, todas as partes das plantas que não teem emprego
especial.
Assim as cascas das cápsulas dos frutos do cacaueiro, o parche
ou camisa das sementes dos cafezeiros, quer postos em montureira
com estrumes de animais, quer reduzidos a cinza, podem servir
134
magnificamente para fertilizar a terra. É meio que não deve ser
desprezado. Como complemento os adubos químicos, fosfatos cal-
cá.rios, sais de j)otassa serão muito úteis.
A FLORESTA .
Ninguém pode pôr em dúvida a importância da floresta. Em
qualquer direcção que dirigamos nossas vistas depara-se sempre com
produtos florestais. São as nossas casas, nossas mobílias, nossos
navios, caminhos de ferro, e nem mesmo até as minas poderiam
existir, se não existissem florestas. Sem combustível de nada nos
serviriam os alimentos, que necessitam de ser cosinbados ; a força
do vapor ser-nos-ia desconhecida e não nos transportaria através
dos continentes e dos mares, se a floresta não nos fornecesse ou
tivesse fornecido tudo isto» . Assim enuncia a importância da floresta
um grande j)rofessor alemão (1).
Esse mesmo diz ainda — A extensão das culturas está em intimas
relações com as florestas ; é porem deplorável que a agricultura tenha
sido noutros tempos a mais terrível inimiga da vegetação florestal e
que ainda hoje em algumas partes se proceda do mesmo modo».
A floresta tem acção j)rQponderant6 sobre o clima^ sobre a tem-
peratura, sobre o grau de humidade e até sobre a fertilidade da
terra. As árvores ao cair das folhas restituem à terra quási todos
os elementos qae dela receberam. E a floresta que regulariza a
queda das chuvas, modera a corrente das torrentes impedindo o
efeito desastroso das inundações.
Em toda a parte onde as florestas teem sido destruídas as con-
dições da vida teem sido profundamente modificadas.
Em S. Tomé, como em toda a parte, deve ter-se em muita con-
sideração estas verdades. Nào as conhecer, ou não as tomar como
regra a seguir tem como resultado desastres extremamente preju-
diciais.
Se em S. Tomé continuar a destruição das florestas, já conside-
(1) Dr. H. Schaclit. — Lcs arhres.
[611
Fig, 82 — Mangueira (5 anos)
135
rável em algumas partes, a humidade diminuirá, a temperatura au-
mentará, e as culturas sofrerão. No Norte da illia já a cultura do
cacaueiro dá sinais de falta de água, e mais se ressentirá se a floresta
continuar a ser destruida. No Sul, como as condições orográficas
dão lugar a grande condensação do vapor aquoso na atmosfera,
pode haver conveniência em rarefazer a floresta, mas com muito
cuidado. Devia esse serviço ser dirigido por competentes e as au-
toridades para bem da colónia deviam ter grande rigor e vigilância
nesse serviço.
Bem fazem os proprietários e administradores que conservam
quási intactos determinados massiços florestais, como o Mongo em
Monte Cafó.
Na floresta teem os agricultores lenha para consumo, madeiras
magnificas para toda a qualidade de obras.
A amoreira dá óptima madeira para construções, a azeitona quási
que não tem rival, a gogó ó madeira óptima para marcenaria, o ipé,
forte e resistente, o obá tão útil para construções, o pau-ferro, o
marapiam, o viro, próprio para mastros de navios e para marcenarias,
o cabolé de beleza singular, magnifica para marcenaria, e muitas
outras merecem muita atenção dos agricultores porque são de apli-
cação directa na ilha e para exportação, que, se hoje é difícil por
falta de cómodo transporte até à costa, mais tarde ou mais cedo
poderá ser feito com facilidade.
A floresta é uma riqueza, que não deve ser desperdiçada. Se
fôr destruida as consequências serão desastrosas. Pensam' nisto Bs
agricultores.
UM PROBLEMA
É ideia corrente que a ilha do S. Tome não era habitada quando
foi descoberta pelos portugueses. Nunca teria realmente tido habi-
tantes ?
O sr. dr. Adriano Pessa, que durante alguns anos exerceu clínica
nesta ilha, oferecen-me um instrumento de pedra perfeitamente com-
parável a alguns da idade da pedra pulida. Este instrumento
tinha-lhe sido dado 2'or um empregado da roça Porto Alegre, que
136
lhe disse que tinha sido encontrado numas escavações feitas para abrir
um caminho.
O exame da pedra de que é formada mostra que é de natureza
vulcânica, comparável a algumas das que
se encontram na ilha.
A sujDerfície deste instrumento está
um pouco modificada 2:>or alteração parcial
da rocha, de que é feita.
Qual seria a origem deste objecto?
Será admissível que alguém, em qual-
quer época, a levasse para S. Tomé e por
acaso a joerdesse ? Não me parece acei-
tável tal hipótese, muito especialmente
atendendo à circunstância de ser feita de
rocha da natureza das rochas da ilha.
Haveria em épocas pre-históricas ha-
bitantes na ilha ?
Na Africa ocidental houve habitantes
nas épocas da pedra lascada em Mos-
sâmedes e na Huilla e em Maugyanga no
vale do Congo.
O sr. Stainier(l) descreve numerosos
instrumentos de pedra lascada encon-
trados no Congo e com eles instrumentos
de pedra pulida parecendo-lhe que de-
veriam pertencer à época neolítica.
Desses alííuns apresentam forma com-
parável à de S. Tomé.
Haveria portanto habitantes em S. Tomé na éj)Oca neolítica?
Bom seria que houvesse em S. Tomé quem procurasse descobrir
exemplares de instrumentos semelhantes àquele de que dou notícia,
pois que um só e desacompanhado de informações sobre o local e
condições em que foi encontrado, mal pode servir de base a qualquer
hipótese.
(1 ) Staiuier — Uàge de la pierre au Congo. Annales du Musée du Congo. Série iii,
Bruxelles, 1899.
Portugal cm África n.« 83 (1900) e 85 (1902).
137
Deste instrumento de pedra diz assim o meii colega dr. Anselmo
F. de Carvalho ;
— Talhado numa rocha besaltoide muito compacta, tendo ana-
logias estreitas com exemplares
estudados de Nova Moka ou Rio
d 'Ouro (íig. p).
Apresenta textura hialopilítica,
com passagem a uma disposição
íluidal dos pequenos cristais sobre
tudo junto dos cristais de maiores
dimensões. Estes são raros e prin-
cipalmente de augite e olivina,
um e outros muito alterados. A
augite em quási todos associada
à clarite e a olivina à serpentina.
A massa de cristais micros- F'g- p
cópicos é formada por augite e magnetite, apresentando-se esta
última em gráos de dimensões muito seduzidas.
E do grupo das rochas basaltoides mais básicas, podendo clas-
sificar-se entre os augitetos.
CATALOGO DAS ESPÉCIES DE ANIMAIS E PLANTAS
ATÉ HOJE ENCONTRADAS NA ILHA DE S. TOMÈ(l)
I. MAMMALIA(2)
Pitheci
Fam. Cynopitheci
Cercopithecus mona Erxl. Macaco.
Chiroptera
Fam. Ptepopina
Cynomycteris straminea (GeoíFr.) Greeff. Morcego. — C. brachycephala Bocage,
Morcego.
Fam. Rhinoiophína
# Phyllorhina thomensis Bocage. Morcego. — Ph. fuliginosa Temm. Morcego.
* Miniopterus Nevvtouii Bocage.
Carnívora
Fam. Viverridae
Viverra civetta Schreb. Lagoia.
(1) O catálogo das espécies de animais ó transcrição do publicações feitas por diversos
naturalistas, alguns estrangeiros, como sâo o professor Greeíf, dr. J. Bedriau-a, H. Cross, H.
Dorhn, V. Fairmaire, L. Gormain, Cli. Q-ravier, L. Laniy, E. von Martens, A. Morelet, Miss
Rathbun e C. Verhoeíf, outros portugueses, dr. J. V. B. du Bocage, Prof. Balthazar Osório,
F. de B. Capello, A. A. Girard, dr. A. Lopes Vieira, dr. F. Matoso dos Santos, Prof. A. Nobre.
O catálogo das espécies vegetais foi já publicado no Boletim da Sociedade Brotcriana, vols. IV,
V, X, XIII, sendo na presente publicação feitas algumas adições e correcções. Nas deter-
minações das espécies mencionadas colaboraram não poucos botânicos estrangeiros, botânicos
do jardim botânico de Bei-lim, dos jardins de Kew, do Museu de História natural de Paris,
os Profs. VVinter. G. Brasadola, C. Roumeguère Borleso, Nylandor, Nordstorit, P. Hariot, F.
Stephani, C. Mullcr, Prof Hackol, O. du Candolle, A. Cogiiiaux. Dos portugueses estudaram,
algumas espécies de fungos os Profs. Veríssimo de Almeida e M. Sousa da Câmara.
No Jornal de seicncias malcmálicaí, /incas e naturais, no Boletim da Soe. de Geografia, nos Anais
de Sc. Nal. do Porto, nos Nouvelles Archives dcs Jilissions scientifiques O no liulclin du 3Iuseum d'IIisl.
Kat., no Instituto de Coimbra o nos Procccdin(js of lhe U. Stats nal. Mtiseum, encontram-se as pu-
blicações que serviram para o presente catálogo.
Da parte botânica muitas descrições se encontram do Bolanischcr .Jahrbuch, na Hora of.
tropical Africa c ainda no Buletin de la Soe. boi. de France.
No catálogo as espécies próprias de S. Tomé silo marcadas cora o sinal*.
(2) Bocage, dr. J. V. der -Jornal de scienc. math.iJiys,, n."' XXIV, XXLIV, 2." série tdmo I, IV_
139
Fam. Mustelidae
Putorius ibericus Barrett-Hamilton. Doninha.
Insectivora
Fam. Soricideae
# Crocidura thomensis Bocage.
Rodentia
Fam. Mupídae
Mus. decumanus Pall. Ratazana. — M. rattus L. Rato.
Natantia
Fam Catodontídae
Catodon. macrocephalus Lac. Cachalote.
II. AYES(l)
I. Accipitres
Fam. Falconidae
Milvus aegyptius (Gm.) Hartl. Milhafre.
Fam. Strigídae
Scops lencotis (Hartl.) L. Vieira.
* Strix thomensis Hartl. Coruja do mato.
II. Psittaci
Fam. Psittacídae
Agapornis paliaria (L.) Hartl. Periquito.
III. Picaria
Fam. Copaciidae
Coracias gárrula L.
(1) Bocage, Dr. J. V. B. du — Jorn. de scien. math. phys. etc, n »* XLVI, XLVII, XLVIII,
2.» série tomo I, Instituto de Coimbra, 1887.
Aug. de Souza, J. — .lorn. de scienc. math. phijs. etc, n." XH.
140
Fam. Aicedínidae
« Corythornis thomensis Salv. Cenobia^
Halcyon dryas Hartl.
Fam. Cuculídae
Crysococcyx smaragdinus (Sw.) Bocage. Ossóbó.
Fam. Caprimuigidae
Cypselus affinis G. R. Gray. Andolim.
* Chaetura thomensis Hartest. Andolim.
IV. Passeres
Fam. Nectarínídae
* Eleocerthia thomensis (Bocage) Shell. Zom-zom.
Cinniris Newtoui Bocage. Xele-xde.
Fam. Hirundi!iidae
Hirundo rústica L. Andorinha.
Fam. Muscicapidae
Terpsiphone atrichalibea (Thomps.) Bocage. Tomé gayé té.
Fam. Lanidae
* Fiscus Nevvtonii Bocage. Zana.
Fam. Oríolídae
* Oriolus crassirostris Hartl. Papa figo.. Carniceira,
Fam. Turdidae
Turdus olivaceofusciis Hartl. Todo.
* Amaurocichla Bocagei Sharpe.
Fam. Syvtdae
* Prinia Molleri Bocage. Tadé.
Fam. Paridae
* Zosterops lugubris Hartl. — Z. Feae Salv. Pastelim, Dá-buto (nos Angolares).
Fam. Lamprotornidae
* Onychognatus fulgidas Hartl.
141
Fam. PIoceidae
Hyphantornis grandis Gray. Camixda.
Vidua principalis (L ) Bocage. Viuva.
Steganura paradizea (L.) Salv.
Spermestes cuccullata Sw. Freirinha.
* Quelea erythrops (Hartl) Salv.
* Laganosticta thomensis (Sonza) Salv.
Pyromelana áurea (Gm.) Bocage. Quc-hlancana-jnmilo. — P. flaniiceps Sw.
* Heterophantes Sancti Thomae (Ilartl.) Salv. Tchim-tcliim.
Estrelda astrilda (L.) Bocage. Thudi.
Fam. Fríngílidae
* Linurgus tliomensis (Bocage) Salv. Pádé.
Neospiza concolor (Bocage) Salv. Enjolé.
Serinus icterus (Vieil.) Salv.
V. Colnmbidae
* Treron crassirostris Frazer. Cacia.
* Cofumba tliomensis Bocage. Pombo bravo.
Turtur senegalensis L. Eôla.
Turturaena Malherbi (Vcrm.) Bocage. Bola, Lôla.
Haplopelia simplex (Hartl.) Bocage. Munqiié.
VI. Gallinae
Fam. Meliagridae
Numida meleagris L. Galinha do mato, galinha de Augola.
Fam. Tetraonídae
Coturnix Delagorguei Bocage. Codorniz.
VII. Grallae
Fam. Charadriidae
Strepsilas iuterpres (L.) Bocage.
Fam. Ardeídae
Ardea gularls Bac. Garça branca.
Herodias garseta (L.) L. Vieira.
Bubulcus ibis (L.) L. Vieira. Gaça.
Buturides atricapillus (Afr.) L. Vieira. Tjomo,
142
Fam. Ciconidae
Ciconia alba Becbst. Cegonha.
Fam Scolopacidae
Numenius phoeopus L. Coco piloto.
Actitis liypoleucus (L.) Brclim.
Totanus glareola (L.) Bocago.
Fam. Rallidae
Rallus coeruleus Gm,
Ortygometra egrégia Finscli et Haiti.
Gallinula angulata Semd. — G. ehloropus L. Galo d'aúa.
Fam. Ibídae
Falcinellus igneus Gray.
Comatibis olivacea (Du Bue ) Bocage. Galinhola.
VIII. Odontoglossae
Fam. Phoenicopterídae
Phoenicopterus roseus Palias.
IX. Gaviae
Fam. Laridae
Sterna fuliginosa Gm. Coco Sanãjia. — St. anaestbeta Scop.
Anous stolidus Leacb. Padé do male.
X. Steganopodes
Fam. Suiidae
Sula leucogastra (Bod.) Salv. Matchia, Vage.
Graculus africanus Hengl.
Fam. Phaêthontidae
Phaèthon candidus (Briss.) Bocage.
XI. Longipennes
Fam. Procellaríídae
Oceanodroma castro (Harcourt) Salv.
143
111. REPTILlA(l)
I. Chelonia
Fam. Testudinidae
Sternotherus derbianus Gray. Kágado.
Fam. Chelonidae
Ghelone mydas (Latr.). Tartaruga. — Ch. imbricata (L.) Schwcigg. Tartaruga.
II. Sauria
Fam. Ascalabotae
Hemidactylus mabuia (Mor. de Jon.) Greeff., var. Moíleri Bedriaga. — H. Greeffii
Bocage.
* Lygodactylus thomensis (Peters) Boulenger.
Fam. Scincoidea
Mãbuia maculllabris (Gray) Bedriaga. Euprepes notabilis GreeíF.
Lygosoma africanum (Gray) Bedriaga. Mocoa africana Greeff.
Ophidia
Fam. Typhiopidae
T3rphlops Newtoni Bocage. Onycbocephalus coecus Greeff.
Fam. Elapídae
Naja melanoleuca Boulenger. Naja haja Greeff. Cohra preta.
Dendraspis viridis (Hallowel) Boulenger.
#
Fam. Lycodontidae
Boodon limatus D. & B. — B. capensis Greeff". Cobra Djita.
Philothamnus thomensis Bocage. Colra Suá-Suá.
(1) Bocage, Dr. J. V. B. du — J. de se. mal., pln/s. otc, n." XLII ; 2.* série, tomo II, VII.
Bedriaga, Dr. J. — Insíilulo de Coimbra, vol. XXXIX.
144
* Rana Newtonii Bocage.
AMPHIBIA
Annra
Fam. Ranidae
Fam. Polypedatidae
* Rappia thomensis Bocage. — * R. MoUeri Bedriaga.
Arthroleptis calcaratus Peters.
Fam. Gymnophionaé
* Dermophis thomensis Bocage. Cohra hó bó, Cobra amarela.
PISCES(l)
Teleostei
Oi(L I. CANTHOPTERYGII MULL.
Fam. Prestipomatidae
Frestipoma Perotaci Cuv. et Vai. Honcaãor. — P. suilliim Ciiv. et Vai. — P. Ben-
nettii Lowe. — P. cavifrous Cuv. et Vai.
* Haemulon miciophthalmum B. Osório.
Gerres melauopterus Blhr. Parente.
Dentex macrophtlialmum BIocli. Vermelho fundo. — D. filosus Vai. Pargo.
Smaris melanurus Cuv. et Vai.
Fam. Mullidae
Mullus surmuletus L.
Upeneus prayensis Cuv. et Vai. Salmonete.
Fam. Squamípennes
Chaetodon striatua L. Tchin-chi.
Ephippus gigas Cuv. Palá-patá.
Drepane punctatum Vai., var. africanmn, B. Osório.
Fam. Sparidae
Box vulgaris Cuv. et Vai.
Letherinus atlanticus Cuv. et Vai. Bica.
Pagrus vulgaris Cuv. et Vai. — P. Ehreubergii Cuv. et Vai.
Pagellus Belcottii Sleid
(1) Baltaaar Osório —Jornal de se. mal., i^hys. c nat., 2.* séiie, II, n."^ VI o Vil; III, n."' X
e XI ; IV, n.» XIII ; V, n.» XIX ; VII, n.» XXVII.
145
Fam. Triglidae
Scorpena seuegalonsis Stciíul. Mê-vudê. — S. laevis Froíclil. — S. tudcs Vai. — S.
scrofa L. — S. Pluinieri BI.
Sebastus poljdactylus Valil. — S. Kiililii Bowd. Canga.
Dactylopterum volitans Cuv. et Vai.
Fam. Trachinidae
Trachinus radiatus Cuv. et Vai. I.ainlia dé plé (rainha da praia).
Fam. Polynemídae
Galeoides polydactylus Vahl. Barbudo.
Fam. Sphyraenidae
Sphyraena dúbia Blk. — S. Bocagei Osório. Bacuda.
Fam. Scombridae
Cybium tritor Cuv. et Vai. Cavalla. — C. maculatum Agasa. Fixe sela (Peixe
serra).
Echeneis uauerates L. Canna-Leme.
Nomeus chrysurus L. — L. Gronowii Gm.
Drepane punctata Cuv. et Vai., var. africana Osório.
Fam. Carangidae
Trachurus trachurus L.
Caranx carangus Cuv. et Vai. Cocovado, corcovado. — * C. alexandrinus GeoíF, —
C. crumerophthalmus Laccp. Garapàn. — C. rhoncus Geoff.
Micropteryx chrysurus L. Bébéca.
Lichia amia L. Bébéca-bâhô. — L. glauca L. Bébéca, Bebeca blanca.
Trachinotus goreeusis t uv. et Vai. Bébéca blanco.
Fam. Gobidae
Gobius Bustamanti, Greeff. Encharroco, Charroco. — G. soporator. Cuv. et Valenc.
— G. Mandroui Svg. Charroco. — G. guineensis Peters.
Lentipes Bustamanti (GreeíF) Boulanger. Peixinho.
Sycidium Plumieri, 1>1. — S. brevifilis O. Graut.
Periophthalmus Koelreuteri Schu. — P. papilio BI.
Eleotris Monteiri O'. Sh. — E. gyrinus Cuv. et Vai.
Fam. Pediculati
Antennarius vulgaris Cuv. et Vai.
Fam. Biennidae
Salarias atlantlcns Cuv. ot Vai.
CliuUS muchipinnis Quoy et Gaim. Maruja,
10
146
Fam. Athcrinidae
Atherina Boyeri Risso.
Fam. Mugílídae
Mugil cheio Cuv. — M. biasiliensis Agass.
Fam. Fístularidas
Fistularia tabaccaria Lacep.
Aulostoma coloratum Miill. et Frosk.
Ord. II PHARYNGOGNATHI
Fam. Pomacentridae
Pomacentrus Icucostictus Mull. et Frosck.
Heliastes margiueta Castelu.
Glyphidodon saxatilis Lacep. — G. Hoefleri Sleiu. — G. chrysurus Cuv. et Vai.
Fam. Labridae
Gonyphus tredecimspiuosus Guntli.
Novacula cultrata Gimth.
Julis pavo Cuv. et Vai. — J. Newtonii B. Osório.
Coris atlântica Gunth. — C. guiueensis Blkr.
Scarus cretensis Cuv. et Vai. — S. radians Cuv. et Vai.
Psendoscarus Hoefleri Stein.
Ord. III. ANACANTHINI
Fam. Scopelidae
Saurus myops Cuv. et Vai. — S. iutermedius Spin.
Scopelus Benoiti Cocco.
Fam. Pieuronectidae
Hemirhombus aramaca Cuv.
Rhomboidictys podas Delar. — R. lunatus Lacep.
Fam. Scoinbresocídae
Belone Lowi Gruntli. — B. rapbldoma Rawzaui. — B. choram Forsk. Zam-vi.
Hemirhamphus vittatus Valenc. — H. Schlegeli Steiud. Mati-pombo.
Exocaetus liueatu.s Cuv. et Vai.
Fam. Clupidae
Clupea madeirensis Low. Sardinha. — C- senegalen.sis Benn. Sardinha carça.
G. dorsalis Cuv. et Vai.
Fam. Muraenidae
Muraena mel.anotis Raup. — M. maculipiímis Kaup.
Gymnomuraena vittata Kichards.
147
Enchelycore nigricans (Bonaterrc) Gunth.
Myroconger compressus Guutli.
Ophichthys fiiseriadis Kaup.— 0. scmicinctus Ricli. — 0. pardalis Vai. — * 0. gui-
neensis B. Osório.
Ord. IV. PLECTOGONATHI
Fam. Sclerodermi
Balistes forcipatus Gou. Asno. — B. bimiva Lacep.
Monacanthus setifer Beun.
Ostracion quadricornis Lacep.
Fam. Gymncdontes
Tetradon Spengleri Bloch.
Diodon histiix Lacep.
Chilomycterus geometiicus BI., var. a Gunth.
Ord. IV. LOPHOBRANCHIJ
Fam. Syngnathidae
Hippocampus guttulatns Cuv. Longo de mar.
Oíd. V. PLAGIOSTOMATA
Fam. Carchaniídae
Carcharias Walbeemhii Blkr. — C. glaucu.s MuU. et Heul.
Zygaena tudes Vai.
Fam. Prístídae
Pristis i^ectinatiLs Latham ? Peixe agulha.
Fam. Torptdinídae
Torpedo narce Riss. Uza-limi.
MOLLUSCA(l)
Cephalopodes
Fam. Sepildae
Sépia Hierreda Raiig. — S. ornata Rang.
(1) A. Nobre — Matèriaux pour 1'ílurle de ta/auné malacotogique des póaséssions forttitjaíxM de VÀ/ri-
quK occidenlale. (Bui. de la soe. porl. rlex .tciencct naítircllexj, vol. Ill, snppl. 2.
A. Qirard — Jornal r/c .vc. mnUi. plnju. c r.aliiraca, 2." série, tomo III, n.» ÍO, tomo IV, n." 13.
E. Lamy — Lislc deu coqiiillen rcrucUlks par M. Cb. Gravier a file de S, T/iomf, Rui, dtt Mmeum
d'hist, lutíurelle, U07.
148
Gasteropodes
Fam. Auriculídae
Melampus flavus Gmelin. — M. Llbertianus H. et A. Adams — M. pusillus Gmelin.
Fam. Siphorwaridae
Siphonaria capensis Quoy et Gaimard. — S. stiiato-costata Dunker,
Fam. Gadinidae
Gadinia afra (Gmelin) Gray.
Fam. Bullidae
Bulia Mabillei (Gray). — B. ampulla L. — B. striata Bruguière.
Haiuinea navicula da Costa.
Fam. Umbrellidae
Umbrella mediterrânea Lamk.
Fam. Aplustridae
Hydatina physis L.
Fam. Terebridae
Terebra corrugata Lamk. — T. senegaleusis Lamk.
Fam. Conidae
Conus papiliouaceus Hwass. — C. testudinarius Martj^u. — C. genuanus L. — C. pro-
motlieus Brug. — C. monachus Lamk.
Pusionella vulpina Born.
Pleurotoma diadema Kiener. — P. sinistralis Petit.
Drillia pyramidata Kiener.
Cancellaria cancellata L., var. similis Nobre.
Fam. Olividae
Oliva flamulata Lamk. — 0. acumiuata Lamk.
Olivelia leucozonias Gray.
Fam. Har»pidae
Harpa rósea Lamk.
Fàm. Mapginellidae
Marginella bifasciata Lamk. — M. olivaeformis Kiener.
Gibberula miliaria L.
Fam. Volutídae
Cymbium Neptuni Gmelin.
Fam. Mítrídae
Mitra barbadensis Gmelin.
Fam. Fasciolaridae
Fusus albocínctus.
Latirus filosus Schiib. et Wagn,
149
Fam. Turbineliidae
Melongena morio (Lamk.).
Trionidea viverrata Kiener.
Cantharus sulcatus Born.
Pseudoliva plúmbea Chem.
Fam. Nassídae
Nassa tritoniformis Kiener.
Fam. Columbellídae
Columbella rústica L.
Fam. Murí«idae
Murex rosarium Chemnitz. — M. hoplites Fisclier. — M. tuniuloses Sowcrby. — M.
Blainvillei Payr.
Potamites radula L.
Purpura hoemastoma L. — P. cônsul Chemnitz — P. coronata Larak. — P. neritoides
Lamk.
Ricinula nodulosa Adans.
Fam. Tritonidae
Triton nodiferum Lamk. — T. variegatum L. — T. oleariam L. — T. ficoides Reeve.
— T. ridens Reevc. — T. tranquebaricus Lamk. — T. obscurum Reeve.
Ranella scrobiculator L.
Fam. Cassídae
Cassis spinosa Gronovius. — C. crumena Brug.
Fam. Dolíidae
Dolium galea L.
Fam. Cypraeidae
Cypraea tigris L. — C. lurida L. — C. zouata Chemnitz. — C. picta G-ray. — C. spurca
L. — C. variolaris Lamk. — C. ratus Lamk. — C. moneta L.
Fam. Strombídae
Strombus bulbonius Lamk.
Fam. Cerithidae
Cerithium atratum Born. — C. guiniacum Philippi. — C tuberculatum L.
Tympanotomus radula L. — T. fuscatus L,
Fam. Planaxídae
Planaxis Hermannseni Duuker.
Fam. Vermetidae
Tenagoides senegalensis Reclus.
Fam. Littorinidae
Littorina punctata Gmclin. — L. striata King.
150
Fam. SolarWdae
Solarium granulatum Lamk.
Fam. Hipponycidae
Hipponyx autiquatus L.
Mitrularia equcstris L.
Calyptraea cliinensis L.
Fam. Naticidae
Natica millepunctata Lamk. — N. ala-i^aiiilionis Chem. — N. collaiia Lamk. — N.
carrera L. — N. niamilla L. — N. variabilis L. — N. dillwyni Payraudeam. —
N. porcelana cl'Orbiguy.
Sigaretum concíivus Lamk.
Fam. Janthinfciac
Janthina commimis Lamk.
Fam. Scalaridae
Scalaria commutata di Monterosata. — S. lamelosa Lamk.
Fam. Eufimidae
Eulima intermédia Cantraiue.
Fam. Pyramidellidae
Pyramidella dolabrata L.
Fam. Neriíidae
Nerita senegalensis Gmeliu.
Fam. Tisrbhiidae
Pharianella azorica Dautzenberg.
Fam. Trochidae
Glauculus spadiceus Philippi. — G. cruciatus Gmeliu. — G. guiueensis Ginelin. — G.
Krausii Plúliijpi.
Fam. Haiíotidae
Haliotis roáacca Recve, var. stricta.
Fam. CapuHdae
Fissurella gibberula Lamk. — F. nubecula L.
Fam. Patellidae
Patella natalensis Krauss.
Fam. Chiionidae
Chiton lyratus Sowerby. — C. cauarieusis d'Orbigni.
151
Pélécipodes
Fam, Ostreídae
Ostrea plicatula Gmelin. — 0. cornucopiae Dohrn. — 0. cucullata Born. — 0. guine-
ensis Dunker.
Nota — Chemnitz considera a O. cucullata synouimo de O. cornucopiae e Dohrn con-
sidera a O. giiineensis formas juvenis dessa espécie.
Fam. Spondyiídae
Spondylus gaederops L.
Fam. Pectinídae
Pecten nodosus Lamk. — P. gibbus L.
Fam. Aviculídae
Avicula atlântica Lamk.
Perna isognomum L.
Fam. Mytilídae
Mytilus senegalensis Lamk.
tythodomus biexcavatum Reeve.
Fam. Arcídae
Arca Nooe L. — A. Bouvieri Fischer. — A. pulcliella lieeve. — A. tctragona Poli. —
A. senilis L. — A. plicata Chemn. — A. decussata Sowerby. — A. nivea Chemn. —
A. láctea L.
Pectunculus rubens Lamk.
Fam. Cardítídae
Cardita rufescens Lamk. — C. senegalensis Reeve. — C. trapezia L.
Fam. Cardiídae
Cardium ringens Chemnitz, — C. bullatum L.
Pam. Venerídae
Meretrix tumens (Gmelin) Dunker.
Dosinia isocardia Dunker.
Vénus lyra Hanhy.
Fam. Donacidae
Donax rugosus L. — D. scortum L.
Fam. Solenidae
Solenocurtus guiueensis Chem.
Fam Mactridae
Mactra Adansoui Philippi. ^ M. silicula Dcsluiys.
152
Fam. Lucinidae
Lucina leucoma Turton.
Jagonia reticulata Poli.
Fam. Teilínidae
Tellina baltica L.
Âsaphis hyaliua Gmelia.
Fam. Scrobicularidae
Amphidesma modesta A. Adanson.
Mollusca terrestria et fluviatila (1)
Fam. Gastpopoda
Streptostele Moreletiana Dohru.
Dendrolimax Heynemannii Dohrn.
Nanina hepatison (Gould.) Nobre. — N. Wclwitscliii (Morelet) Nobre. — N. chrysos-
ticta (Morelet) Nobre. — N. thomensis (Dohrn) Nobre. — N. MoUeri Nobre
Bulimus eminulus Morelet. — * B. Dohrui Greetf. — * B. hispidus Greeff. — * B. Cas-
tro! Nobre. — # B. Crossei Nobre.
* Pupa Nobrei Girar d.
Atopocochlis exarata Miiller.
Achachatina bicarinata Bruguiere.
Trichodina marmórea (Eeeve). — T. clavus Pfeiffer. — T. monticola (Morelet). — T.
Massonianus (Crosse).
Sabulina striatella Rang.
* Opeas Dohrui Girard. — #0. Greeffi Girard.
* Thomea Newtoni Girard.
Pyrgina imíbilicata Greeff.
* Thyrophorella thomensis Greeff. — # T. Nobrei Girard.
Succinea concisa Morelet.
* Veronicella thomensis Girard.
« Cyclophorus MoUeri Nobre. — * C. Vandellii Nobre.
INSFXTA C^)
Coleoptera
Fam. Cícíndelitae
Cicindelidae
Cicindela melancholica Fabr. — C. generosa Dej. — C. purpúrea Oliv. — C. nitidula Dcj.
Odontocheila confusa Dej.
Oxycheila tristis F.
(1) Alb. Giraril. — Jornal d( se. math., phijs c naluraa. 2." .série, tomo III n." 10, tonn IV,
n.» 13.
(2) Greeff, Dr — Dic Fauna der Giiinca Invcln.
Fairmain, V. — In-il. de Coimbra, XXXIV.
Lopes Vieira, Dr. A. — liibt. de Coimbra, XXXIV.
153
Pherophorhus augolensis Ericli.
Zargus collatus Karsch.
Fam. Carabídae
Brachinidae
Scaritidae
Scarites fatuus Karach. Achmocera semipicea Chan.
Morionidae
Morio guineensis Smh.
Sclenophorus atratus Klg.
Hydaticus capricula Anlar.
Trogus biuotalus Klg.
Harpalidae
Fam. Dytíscidae
Dytiscitae
Fam. Nítidulariae
Peltidae
Trogosita (Temnochila) Patricioi Karsch.
Fam. Pselaphii
Pselaphidae
Pselaphus (Pentolobus) barbatus Fabr,
Lissomus Francisci Karsch.
Atractocerus frontalís Klug,
Fam. Byrrhií
Lissomidae
Fam. Lymexylonií
Lymexylonidae
Fam. Elaterií
Hemirhipidae
Âlaus chalcolepidinum L. Fairm.
Psephus melanoatoides L Fairm. — P. athoides cand.
Ctenicera controversa Karsch.
Fam. Scarabeii
Scarabidae Cetonidae
Cetonía (Pachnorla) prasina (Mus. Berl.) — C. rufa Dcj.
Diplognata gagates Fabr.
Tephraea ancilla Karsch.
154
Dinastidae
Temnorhynchus DIanac P. de Beauv.
Oryctes obuucus Karsch. — 0. latecavatus L. Fermaire.
Cyphonistes canunis Karseh.
Triophus sp?
Leptognatus Latreillianus West.
Orphniini
Stenosternus costatus Karsch.
Fam. LucanH
Lucanidae
Cladognatus quadrideus Hop. — C. antilopus Swader.
Figulus sublaevis P. de Beanv.
Fam. Pímelíi
Tenebrionidae
Opatrum aequale Ericb. — 0. calcaripes Karsch.
Opatrinus Josephii Karsch.
Cyphonistes canorus F.
Priocelis serratus F.
Derasphaerus Justi Karsch. — D. Marqucsii Karsch
Uloma Costae Karseh.
Toxicum taurus Fabr,
Menephilus conquinatus Karsch.
Fam. Lagriídae
Physolagria Molleri V. Fairm.
Fam. Oedemeridae
Danerces semipicea Karsch
Fam. Curculíonii
Antribidae
Phlaeobius .sp.
Benthidae
Ceocephalus Georgei Karsch.
Phyllobitae
Phyllobus verrunculatus Karsch.
Cryptorhynchidae
Cyanobulus Greeffi Karseh.
Curculionidae
Mecistoceros uubcculosus L. Fermaim. — M. costatus Karsch.
Fam. Cerambycii
Cerambycidae
Sphenophorus quadrimaculatiis Gilhn. — Sp. sordidus. — Sp. striatus F.
Chlorida festiva Jj
1Õ5
Hystrocera sp.
Calliehroma festivum F.
Euporns brevicornis F.
Phiíematium Greeffii Karsch. — Ph. festivum F.
Prionidae
Macrotoma (Sarathrogastra) edulis Karsch.
Mallodon Downesi Hope.
Lamidae
Ceroplesis bieincta F.
Achmocera authriboides Chevrot.
Ancylonotus tribulus F.
Monohainus ruspator F.
Coptops fusca Olio.
Sternotomis ducalis Klg.
Fam. Chryscmelidae
Crioceridae
Lema rubricollis Klg.
Anlacophora delata Erichs.
Hatita limbatella L. Fairmaire.
Fam. Coccinellidae
Chilomenes lunatas F.
Aspidomorpha quiuquefasciata F.
Coccinella sulfúrea Oliv.
Hymenoptera
Fam. Sphegldae
Pelopeus spirifer Latr.
Hemipepsis sp.
Papilio Demoleus L.
LEPIDOPTERA
I. Rhopalocera
Fam Papílionidae
Fam. Pieridae
Callidryas Pyrene Swains. — C. florella F.
Terias floricola Brd.
Pontia Alcesta Cr.
Fam. Nymphalidae
Hypolimnas ^lisippus L. — H. salmacis Dr. — H. dubius P. Beanv.
Danais chvysippus L.
Fam. Satyridae
Melanitis Leda L.
Fam Acraeidae
Acraea Zetes L. — A. guirina F.
Leucostrophus Hirundo Stdg.
Zeuzera CoíFeae?
Tabanus serratus Loew.
1Õ6
II. Heterocera
Fam. Sphingidae
Fam. Cossidae
Diptera
Fam. Tabanidae
Fam. Muscídae
Sarcophago regularis Wiedemann.
Fam. Nyoteribidae
Cyclopedia Greeffi Karscli.
Sarcopsylla penetrans L.
Fam. Pulicidae
Hemiptera
Fam. Pentatomídae
Agonoscelis versicolor F.
Nezara smaragdnla F.
Pierosternum calidum F.
Pentatoma sp,
Eurygaster (Platypleura) sp.
Fam Coreídae
Leptoglossus membranaceus F.
Choerommatus farinosus Am.
Cletus lanciger F.
Leptocorisa sp.
Fam. Lygacídae
Pamera sp.
Fam. Reduvíidae
Acanthaspis sp.
Fam. Cercopidae
Locris rúbida Stal.
Fam. Coccidae
Aspidotus trilobi íbrmis Green.
Orthoptera
Fam. Blattidae
Periplaneta americana F. — P. australasiae.
Leucophaea surinanensis F. — L. Maderae F.
Panchlora sp.
Fam. Mantidae
Polyspilota pustulata Stoff.
Deroplatys sp V
167
Fam. Phaegcmuridae
Conocephalus mandibularia Charp.
Fam. Phasmidae
Bactododema miliaris, Bolívar.
Paracinema tricolor Br.
Oxya africana Br.
Acridium sp.
Humbe sp.
Euprepocnemis sp.
Pachytilus sp.
Xyphidium sp.
Liogrylius capensis F.
Gryllotalpa africana Pai.
Termes (Entermes) sp.
Fam. Acrídíldae
Fam. Locustidae
Fam. Gryilídae
Fam. Tepmitidae
MYRIAPODA(l)
I. Chilopoda
Fam. Lithobidae
Lithobius seutigeroides Verhoeff.
Otostigmus prodiictus Karsh. — 0. iuermis Br.
Fam. Scolopendrcídae
Scolopendra subspinipes Leach. — * Sc. subsp. v. Mollcri VerhoefF. — Sc. elongata
Per.
Fam. Geophilldae
* Geophilus fossuliferus Karscli.
* Mecistocephalus guineensis Karsch.
II. Diplopoda
Fam. Julidae
* Spirostreptus Molleri Verhoeff. — * S. iuteger Karsch. — # S. margineseaber Karsch.
(1) Dr. F. Karsch. — Die Fauna der Gidnea-Inxeln, é. Tliomé em Rolns von Prof, ilr. R. Qreelf.
1Õ8
AllACHNOlDEA(l)
Arthrogastra
Fam. Scoppionídae
Isometrus maculatus (Deg.).
Damon medias Herbst.
Pedipalpi
Fam. Phrynidae
Araneidea
Fam. Theraphosídae
# Selenocosmia Greeffi Karsch. N. V. Samanpinger- TaranítíZa.
Fam. Drassidae
Anahita mamma Karscli.
Fam. Lycoridae
Lycosa bacchabunda Karsch. — L. gulosa Karsch.
Fam. Atlidae
Icius maritus (Karsch.).
Fam. Theridídae
Limiphia viridis Karsch.
Fam. Thominidae
Sarotes veuatorius (L.) Karsch.
Pholcus barbonicus Vinson.
Thelcticopis truculenta Karsch.
Philodromus morsus Karsch.
Diaea puncta Karsch.
Fam, Epeinídae
Singa coucinna Karsch.
Epeira Redii (Scopoli) Karsch. — E. semiannulata (Karsch). — E. aprica Karsch.
Cyrtophora citricola (Forshel).
Meta uudulata (Vinsou). — M. argeutea-nigra Karsch.
Nephila pilipes (Lucas) Karsch,
Nephilengis diadela (Walckeuaer) Karsch.
Argiope lobata (Palias) Karsch., var. Caboverdiana Capello. — A. flavipalpis (Lucas)
Karscli.
Gasteracantha formosa Vinson^ var. confiuxa Karsch.
(1) Ph. Bertkan. — Jnstilulo de Coimbra, 15-93. — Dr. F. Karsch, 1. c.
1Õ9
Acarina
Fam. Sarccptidae
Pteropus Cynonycteridis Karsch.
CRUSTÁCEA (1)
Sub-ordo — Brachyura
Fam. Octpodídae
Ocypoda ippeus OUv. — 0. cursor L. — 0. africana de Man. — 0. Edwardsi B. Osório.
Uca Taugeri (Eidoux).
Fam. Gegarcínidae
Gegarcinus lagostoma M. Edw. — (G. ruricola Greeff ) — G. rurlcola Latr.
Cardisoma armatum Haklot. — C. Guanhami Greeff.
Fam. Grapsidae
Goniopsis cruentata (Latreille).
Metographus messor (Porsh) M. Edw.
Grapsus grapsus (L.) Ives. — G. pictus Latreille.
Geograpsus lividus M. Edw.
Pachygrapsus transversas Gibbes.
Cyclograpsus occidentalis M. Edw.
Plagusia degressa (Fabr.) Say. — (P. squamosa B. Osório}. — P. squamosa Herbst. —
Percnon planissimum (Herbst) Dana.
Fam. Poíamonjdae
Potamon margaritarius (M. Edw.). — P. dubius (Capelo) Tolphusa dúbia Capelo.
Fam. Píiummidae
Actaea margaritaria M. Edw. — A. rufo pumctata M. Edw.
Leptodius convexus (M. Edw.) Eathb.
Xanthiae melauodactylus (M. Edw.) Rathb.
Eupanopus africanus (M. Edw.) Rathb.
Chlorodiella longimana (M. Edw.) Eathb.
Pilumnus hirtellus, var. africanus^ M. Edw.
Epixanthus Helleri M. Edw.
(1) Baltasar Osório — Jorn. de scienc. matem., plnja. e naturais, 2.* série, figura II, pág. 45, 140,
1S9, Xr, pág. 129.
Marj' J. Rathbun — Procecdings of thc Unil. Slalcí nalional Muteitm, vol. XXII, pàg. 271.
Greeíf, D. R. — Die Land und LUssicanser-Krehsc der Tnveln S. Thomi und Rolas. ■
Bouvier^ E, L. — Bui, du Muscum d' UM. naliirel. Paris, 1G06, n," 7, P"g. 491.
160
Fain. Portunidae
Portunus hastatus (Latr.) Rathb. — P. diacanthus Latr.
Callinectes Bocomti M. Edw.
Carybdella rubra (Lamb.) Rathb.
Thalamita iutegra, var. africana^ Miers.
Fam. Oxyrhyncha
Stenorynchus sagitarius (Fabr.) Rathb.
Micropisa violácea M. Edw.
Fam. Oxystomata
Calappa pullus (Herbst) Rathb. — C. rubro-guttata Herklot.
Fam. Dòrippidae
Dorippe armata Miers.
Fam. Raninidae
Ranina Rauina (L.) Rathb.
Fam. Dromidae
Dromia vulgaris M. Edw. — D. spiuiratris Micos.
Sub-erdo Macrura
Fam. Hippidae
Hippa cubensis (Sauss.) Rathb.
Remipes scutellatus Faljr.
Fam. Taguridae
Tagurus striatus Fabr.
Fam. Cenobitae
Cocnobita rubescens Greeft. — C. rugosus M. Edw.
Pachycheles ornatus E. L. Bouvier.
Fam. Palinupídae
Palinurus rcgius Capello. — P. hirtellus, var. africanus, M. Edw. .
Fam. Penaeídae
Penaeus brasiliensis Latr. — P. velutimis Baua.
Fam. Alpheidae
Alpheus paracrinitus Miers. — A. tubcrculosus B. Osório. — A. intriuseclis Hate.
Fam. Hippolytidae
Hippolyte, Sp.
161
Fam. Atyídae
Atya Seabra Leach. — A. intermédia Bouvier.
Fam. Panaemonídae
Bithynis jamaicensis Vollenhovenii (Herld.) Rathb. — B. Olfersii (NViegmann) Rathb.
Galeopsis nitidus M. Edw,
Stomapoda
Fam. Squillidae
Petrosqnilla Folini M Edw.
Squilla Hoevenii Herklotz. — S. empusa Say.
Lasiosquilla scabricauda Lamk.
Isopoda
Fam. Oniscidae
Armadilho officiualis Desm. — A. nigricaus Brandt,
Fam. Cymothoidae
Cymothoa Dufresnii Leach.
ENTOMOSTRACA
Cirripedia
Fam. Lepadidae
Lepas anserifera Darwin.
Fam. Baíanidae
Chelombia testudiuaria L.
ANELIDA(l)
Polyctaeta Errantia
Fam. Nereidae
Pseudonereis ferox Hansen.
Fam. Phyliodocidae
Phyllodocide, Sp.
Exemplar em mau estado, dando os cirros dorsais ideia do P. maculata.
Fam. Amphínomidae
Hermodice carunculata Palias, var. didymohranchiata^ Baim.
Eurythre laevisetis P. Fauvel.
(1) Dr. R. Greeff. — Úber die pelasglichc Fauna and en Kliten du Ouinea-Inseln, — Pierro-Faurel
— Sur Jes Polychetes rapporUes par Mr. Ch. Qravier de S. Thomó {Bui, du Muscum d'IIul. nat., 1914
n.» 2).
11
162
Vam Eunicsdae
Eunice tubifex Cronlaod. — E. coccinea Grub. — E. siciliensis Grub.
Nicidion edentulum Ehlers.
Aglaurides erytbaeensis Gravier, var. symetrica.
Maclovia iricolor Montagu.
Fam. Alciopídae
Alciope Cantraiinii (Dela Chiajc) Clap. — A. longirhyncha Greeff.
Vanadis melanophthalma Greeff. — V. setosa Greeff.
Rhynchonerella fulgens Greeff.
Fam. Tomopteridae
Tomopteris Eolasii Greeff. — T. Mariana Greeff'.
Polychaeta sedentária
Fam. CIrratulidae
Anduina filigera Delia CliiajeV
Fam. Hermeilídae
Sabellaria spinulosa Leucbart, var. Intoshi, P. Fauvel. — Var. Gravíeri, P. Fauvel.
Fam. Terebellídae
Loibia Medusa Savigny.
Fam Serpulídae
Hypsicomus pigmentatus Gravier.
ECHINODRRMATA (1)
Holothurioidea
Fam. Aspidochírotae
Holothuria grisea Selenha.
Stichopus maculatus Greeff'.
Thyonidium flavum Greeff.
Echinoidea
Fam. Cidarídae
Gidaris tribuloides (Lamk.) Blainv.
Fam. Diadematidae
Diadema setosum Desml.
[1) Dr. R Groeff. — Zoologischcr Anzciger, 1882, n.»' 106, 107.
163
Fam. Arbacidae
Arbacia punctulata Gray.
Hipponoè esculenta Agassis.
Fam. Echinometridae
Echinometra subangularis Desml.
Clypeastroidea
Fam. Clypeastridae
Clypeaster subdepressus Agassis.
Meoma ventricosa Liitkeu.
Ophiuroidea
Eam. Ophioglyphidae
Ophioderma guineense Greeflf.
Fam. Amphiurídae
Ophiocoma pumila Liitken.
Ophiolepis paucispiua Mull. u Tr.
Ophiactis Krebsí Liitken.
Asteroidea
Fam. Linchiidae
Ophidiaster ophidianus Agass.
Linchia Guildingii Gray. — L. Bouvieii E. Peirier.
Fam. Pentacepotidae
Pentagonaster semilunatus Linck.
Pentaceros dorsatus E. Perrier. — P. semilunatus Linck.
Crinoidea
Fam. Comatulidae
Antedon rosácea Normau.
COELKNTERATA (1)
Polypomedusae
Fam. Stylasteridae
Allopora subviolacea W. S. Kent. coral azul — # A. rósea Greeíí'.
Stenohelia madeirensis W. S. Kent.
(1) Dr. Eí. Greeíf. — Vber die pelasgische Fauna au den Klislen der Ouinea-Inseln.
164
ANTHOZOA
Madreporaria (1)
Fam. Poritldae
Porites IJernardi Gravier -2).
Fiim. Madreporidae
Meandra cerebrum EUis et Soland.
Fabia fragum (Esp.) M. lídw. et Heime.
Orbicella aimularis Ellia et Soland.
Oculina aibuscula Agassics.
Siderastia radians Palias.
Actiniaria (3)
Fam. Actinídae
Actinia equina L.
Fam. Cribinidae
Cribina Listeii (Johnson) Pax.
Fam. Sagartíadae
Aiptasia Couchii (Cocks) Pli. II. Gosse.
Telmatactis Valle-Flori Ch. Grav.
Zoantharia
Fam. Zoanthidae
Palythoa guiueensis Koch. — P. canaliíera Koch. 1. c,
Spongiaria
Fam. Spongldae
Euspongia irregularis.
Hippospongia Sp.
Chalinide Sp.
Clathria Sp.
Stelospongia ?
(1) Ch. Gravier — yln. de Vlnstitut oceanographique, tom. I, fase. 2, 1909.
(2) Idem— Bui. du Mus. d'Uist. nat., tom. XV, 1909.
(8) Idem — Conlribuíion h V ilude de la/aune acíienne de San Thomí iQolfe de Guinée) — Annalcs de
VJnslilid ocia)iograjihique. Tom. VII iasc. 5.
165
FLORA (1)
I. SOHIZOPHYTA
Schizophyceae
Oscíllatopíaceae
Oscillatoria tenuis Ag.
Phormidium Boryanum Kg.
Scytonemataceae
Scytonema javanicnm (Kg.) Bornet,
II. MYXOTHALLOPHYTA
Myxogasteres
Lycogala epidendrum Bunb.
III. CONJUGATAE
Zygnemataceae
Spirogira lineata Suring f. gracilior.
IV. CHLOROPHYCEAE
Confervales
UIvaceae
Enteromorpha prolifera (Mull.) Kg.
Valoniaceae
Struvea delicatula Kg.
Siphomocladales
Ciadophoraceae
Cladophora catenata (Ag ) Ardiss.
Cl. prolifera (Roth.) Kg.
Siphonales
Bryopsideae
Bryopsis plumosa (Huds.) Ag.
Caulerpaceae
Caulerpa sealpelliformis (R. Br.) Ag.
C, denticulata Dene.
C. taxifolia (Vahl.) Ag.
C. pliiinaris Forak.
C. cupressoides (Vahl.) Ag.
C. racemosa (Forsk.) Ag.
V. PHAEOPHYOEAÊ
Phaeosporeae
Cutleriaceae
Cutleriã multifida (Sm) Grev.
Cyclosporeae
Fucaceae
Marginaria Boryaua (Rich.) Mut.
Sargassum viilgare Ag.
(1) Boi, da Soe. Brot., IV, 1«S6. — P. Hariot — J. de Hot., 2." série, tomo I, ItJCe. — FobIío
Rtv, syst. SuTV, of JUelobes, 1900.
166
Dictyotales
Dictyotaceae
Zonaria variegata Kg.
Padina pavonia (L.) Lmrx.
Dictyota deutata Lmrx.
D. ciliata, Ag.
D. Bartayresiana, Lmrx.
D. Martensii (Mart.) Kg.
D. dichotoma (Huds.) Lamrx.
VI. RHODOPHYCEAE
Florideae
Helminthocladiaceae
Batrachospermum (e grege B. atri).
Chaetangiaceae
Galaxaura cylindrica (Sol.) Lmrx.
G. rugosa (Sol.) Lmrx.
G. lapidescens (Sol.) Lmrx.
G. marginata Lmrx.
Gelidíaceae
Caulacanthus notulatos (Mart.) Kg.
Gelidium claviferum Kg.
G. crinale (Turn.) Lmrx.
Rhodymeniales
Sphaerococcaceae
Gracilaria VVrigtii (Turn.) Ag.
G. Poitei (Lmrx) Ag.
# G Henriquesil P. Hariot.
Hypnea musciformis (Wulf.) Lmrx.
H. spinella (Ag ) Kg.
Rhodomelaceae
Laurencia obtusa, (Huds.) Lmrx.
L. tuberculosa, Ag.
L. perforata, Mont.
Acanthophora muscoides (L.) Bory,
Digenea simplex (Wulf.) Ag.
Bryothamnion Seaforthii (Turn.) Kg.
B. triangulare (Gaud.) Kg.
Ceramiaceae
Spyridia filamentosa (Wulf.) Harv.
Sp. cia V ata Kg.
Ceramium clavulosum Ag.
Cryptoneniiales
Corallinaceae
Lithophyllum Marlothii Heydr.
L. retusum Foslie, forma.
L. subtencllum Foslie.
Hildenbrandtia rósea Kg.
Amphiroa capensis Aresch.
Goniolithon Boergeuii Foslie var. afri-
cana.
Lithothamnion ponderosum Foslie
EUMYCETES (1)
Oomycetes
Perenosporiaceae
Phytophthora Faberi !Maubl.
Em frutos
Peronospora australis Spegz.
Em folhas de cucurbitaceas
(1) Dr. G. Wiuter— Rol. Soe. Jirut., IV. — SaccórJo — Boi. Sue. lirot., XXÍ. — Sacc. ot Ber-
le.se — Rcvut mijcol., ISfeO. — Bresadol.i et Eouine^uòre — licviie myeol., Ib90. — Lister — Bui. de la
Soe. Bot, de France, 2.* série, tomo VI. — V. de Almeida e S. dii Câmara.
167
Zygomycetes
Mucor raucedo L.
Nas sementes fermentadas do ca-
cau.
Ascomycetes
Peziza stictica Berk. et Curt.
Na terra húmida
Helotium herbarum (Pers.) Fr.
Coryne sarcoides (Jacq.) Tui.
Patellaria Theobromatis V. Alm. et S.
Cam.
Na casca dos cacaueiros
Cudunia circinans (Pers ) Fr.
Plectascineae
Aspepgiliaceae
Meliola triloba Winter.
Em folhas de cucurbitaceas
M. conglomerata Winter.
* M. stenospora Winter.
Em folhas da Piper subpeltata
* M. Thomasiana Sacc.
Nas folhas e caule da Elatostoma
angolensis
* M. asteroides Winter.
Em folhas de piperaceas
H. manca Ellis et Mart.
Em folhas do JRubua
* M. anastomosans Winter.
Em folhas de Labiadas
M. inermis Kalchbr. et Cook., var. Ma-
cilenta Winter.
M. amphitricha Fries.
Em folhas de gramíneas
* M. velutina Winter.
Em folhas duma Canacea
* M. Molleriana Winter.
Em folhas duma Malvacea
* M. acicularis Winter.
M. coronata Speg.
Em folhas de Luhea divaricata
* M. bicornis Wintei'.
Em folhas de leguminosas
Perisporiales
Erysibaceae
Sphaerotheca Castagnei Lév.
Em folhas de cucurbitaceas
Apiosporium Footii Dcsm. et Burel.
Em folhas do Coffea arábica
Microtheríaceae
Microcopora fecundum Sacc.
Em folhas do Craterispernmm
* Asterina tenuis Winter.
Em folhas de Turraca Vagelii
# A. circularis Winter.
Em folhas indeterminadas
A. labecula Mont.
Em folhas duma árvore
* A. pseudo-cuticulosa Winter.
Micropeltis appl anata Mont.
Em folhas de árvores
* M, viridiatra Winter.
Em folhas de feijoeiros
# M. Molleriana Sacc.
Em folhas de Thecacoris Manniana
# M. aeruginosa Winter.
Em folhas indeterminadas
Pico de S. Tomé.
Hypocreales
Hypocreaceae
Nectria episphaeria (Tode) Fr.
Parasita no líypoxylitm cetrarioidts
# N. asperula Winter
No hymenium do Stereum subjnliatum
# N parvispora Winter.
No Stereum srthpiliatum.
Sphaerostilbe nigrescens Kalchbr. et
Cook.
ílm casca de árvores
# Cesatiella polyphragmospora S. Ca-
mera.
Em casca de árvores
# Hypocrea lobata Winter.
Nas árvores da região superior
168
Dothidiales
Dothidíaceae
* Scirrhia infuscata Winter,
Phyllachora Bromi (Pers) Rab.
Em folhas de gramíneas
Sphaeriales
Sphaeríaceae
Melanomma Henriquiesiana Bres. et
Koum.
Na casca dos cacaueiros
Scortichinia acanthostroma (Mont.)
Sacc.
Em casca de árvores
Mycosphaerellaceae
* Guignardia filicina (Winter) Lindau.
Em folhas de fetos.
G. Cephalariae, A^ar. Alter nantherae Sacc.
Em folhas murchas de Álternan-
thera.
Mycosphaerella Bonna-noctis Sacc.
Em folhas de Ipomaca bonna noctis.
Pleosporaceae
* Diplodia punctata Winter.
Nos peciolos podres da Musa.
Metasphaeria Cumanella Sacc. et Bres.
Em folhas mortas de Musa.
Pleospora herbavum (Pers.) Rabenh.
Nos caules secos duma Crassula.
Melogrammataceae
Melogramma Irpex (Berk. et Br.) Sacc.
Em casca de árvores.
Clypeosphaeriaceae
* Trabutia Mollcriana Winter.
Em folhas de iSpathodea.
Anthostomella Molleriana Winter.
Nas folhas secas de Musa.
A. itálica Sacc. et Spegaz.
Em folhas secas de Musa.
Xylariacea
Ustrulina vulgaris Tui.
No tronco de árvores.
Hypoxylon malleolus Berk. et Curt.
Nas árvores.
H. cetrarioides Welw. et Curr.
Na casea de árvores de região su-
perior.
Daldinia concêntrica (Bolt.) Ces. et Not.
Nas árvores.
Xylaria polymorpha (Pers.j Grev.
No tronco das árvores.
X. filiformis (Ali. et Schw.) Fr.
Na casea dum fruto.
X. digitata (L.) Grev.
Em madeira podre.
X. dichotoma Mont.
Em madeira podre.
X. involiit;i (Khtz ) Cooke.
No tronco de árvores.
X. nigripes (Klotz.) Cooke.
X. scruposa (Fr.) Berk.
LICHENES (1)
Pyrenocarpeae
Verrucariaceae
Verrucaria mamillana Ach.
Região superior.
V. nitida Schrad.
Região superior.
V. glabrata Ach.
Região superior.
# V. glabriuscula Nyl.
Região superior.
V. pyrenuloides Mut.
Região superior.
(1) Nylander, Dr. W. — liol. da Soe. Brot., IV".
169
* V. lugescens Nyl.
Região superior.
# V. euthelia Nyl.
Região superior,
# V. infossa Nyl.
Região superior.
V. trópica Ach.
Região superior.
V. nucula Ach.
Região superior.
# V. albidoatraía Nyl.
Região superior.
Trypeíheliaceae
Trypethelium platystomum Mui., var.
leucostormim Nyl. l. c.
Região inferior.
* Tr. subalbeus Nyl.
Região superior.
Strigulaceae
Strigula complanata Mut.?
Mycoporaceae
* Mycoporum consimillimum Nyl.
região superior.
GYMNOCARPEAE
Coniocarpinae
Sphaerophoraceae
Sphaerophorus coralloides Pers.
Região superior.
Sph. compressus Ach.
Região superior.
Graphidineae
Arthcniaceae
Arthonia cinnabarina, var. adspersa
(Mut.) Nyl. N. Grau. p 97.
A. Antillarum Fée.
A. bessalis Nyl. Andam, p 1.^.
A. rubella Fée.
Região superior.
Graphidaceae
Opegrapha atra Pers.
Região superior.
* 0. subuothella Nyl.
* 0. lepidella Nyl.
Região superior.
* Graphis timidula Nyl.
Região superior.
* Gr. subnivesceus Nyl.
Região superior.
Gr. coutexta Pers.
Região superior.
Gr. scripta Ach.
Região superior.
Gr. teuella Ach.
Região suijcrior.
Gr. diversa Nyl. N. Caled. p. 74.
Região superior.
Gr. quadrifera Nyl.
Região superior.
Gr. ohrysautera Mut.
Região superior.
* Phaeographis pervarians (Nyl. sub
Graphis).
Região superior.
* Ph. lynceodes (Nyl. sub Graphis).
Região superior.
* Graphina albonotata (Nyl. sub Gra-
phis).
Gr. rigida (Nyl.) f. Condaminea (Fée).
Gr. Acharii (Fée) Mull. Arg.
Gr. soi^histica (Nyl.) Mull. Arg.
Região superior.
Chiodectonaceae
Sarcographa labyrinthica (Ach.) Mull.
Arg.
Região superior.
S. trichnsa (Ach ) Mull. Arg.
Região superior.
Chiodecton sphaerale Ach.
Região superior.
170
Ch. rubrocinctum (Ehrbg) Nyl. N. Gran.
p. 110.
Região superior.
Rocellaceae
Rocella tinctoria D. C.
Cyclocarpineae
Lecanactídaceae
* Lecanactis leucophora Nyl.
* L. Montagnei (Borsch), var. deducta
Nyl.
Thelotremaceae
Thelotrema albido-pallens Nyl. Andam.
p.9.
Região superior (1110"').
* Th. foratum Nyl.
Região superior (1150"").
Th. cavatum Ach.
Região superior (800'"-21-20™).
Th. microporum Mut.
Região superior (1250'"').
* Th. subterebratum Nyl.
Lecideaceae
* Lecidea thomeusis Nyl.
Região superior (2120n>).
L. tuberculosa Fée.
Região superior (IIOO^-ISOO-').
L. vigilans Tayl.
Região sujjerior (950"').
* L. furfurosula Nyl.
Região suijerior (950").
L. rubicola Cronau.
Região superior (900™) nas folhas de
Elais guineensis.
.# L. sopliodella Nyl.
Região inferior nas folhas da E.
gnineensis.
L. nigritula Nyl.
Região superior (1200'").
Cladonieae
Cladonia sphaerulifera Tayl.
Collemaceae
Leptogium azureum Ach.
Região superior.
Pannariaceae
Pannaria rubiginosa (Thunb).
Stictaceae
Lobarina retigera (Ach.).
Região superior.
Stictina intricata (Del) f. subargyracea,
Nyl.
Região superior.
S. argyracea (Del).
Região superior.
* Ricasolia interversans Nyl.
Região superior.
Lecanoraceae
Lecanora granifera Ach.
Região inferior.
L. punicea Ach.
Região superior.
* L. dactylopholis Nyl.
Região superior.
Coccocarpia molybdeia Pers.
Panmelíaceae
Parmelia tinctorum Despr.
P. perlata (L.).
Região superior.
P. ciliata D. C.
Em todas as regiões.
P. crinita Ach.
P. laevigata (Sm.).
Região superior.
Usneaceae
Ramalina subcomplanata Nyl.
R. geniculata Hook.
R. pusilla Le Prév.
Usnea longíssima Ach.
Região superior.
171
U. florida (L.).
Kegião superior.
U. ceratina Ach.
Região superior.
U. triehodea Ach.
Eegião superior.
D. articulata Hoffm.
Região superior.
Physciaceae
Pyxine Meisseneri Tuck,
Physcia flavicans DC.
Ph. angustifolia Mey et Flot.
Região superior.
Ph. speciosa Wulf.
Eegião superior.
Ph. hypoleuca (Ach.).
Região superior.
Ph. corallifera Tayl.
Região superior (800'" a 1300").
BASIDIOMYCETES
Hemibasidii
Uredínales
Pucciniaceae
Puccinia rubigo vera (DC.) Winter.
Em folhas de Cy2Jerus.
* Aecidium Pouchetiac Saco.
Em folhas de Pouchetia parvifloia.
* A. Cassiae Bres.
Em folhas de Cássia occidentalis.
Uredo Commelinae Spegaz.
Em folhas de Traducantia.
U. Vignae Bres.
Em folhas de Vigna lutea.
U. Ficus Cast.
Em folhas de Ficus.
Auricuraliales
Aurícularíaceae
Auricularia polytricha Mont.
No tronco de árvores.
A. fusco-succiuea Mont.
Nos ramos de árvores.
Tremelineae
Tremellaceae
Tremella sarcoides (Diks.) Fr.
Nos troucos de árvores.
Hymenomycetineae
Hypochnaceae
Corticium eoeruleum (Sclwad.) Fr.
Em madeira húmida.
* G. Quintasianum Bres. et Roum.
Em madeiras.
Hymenochaete damaecornis (Llnk) Lcv.
Em madeiras.
H. tabacina (Sw.) Lev.
Em madeiras.
H. tenuissima Berk.
Em madeiras.
Stereum obliquum Mont. et Berk.
Em madeiras.
* St. fasciatum Schr., var. pulchellum
Sacc et Berl.
Nas árvores.
St. subpileatum Berk. et Cust.
Nas árvores.
St. versicolor Swartz.
Nas árvores.
St. lobatum (Kunze) Fr.
Nas árvores.
St. bellum Kunze.
Região do Pico.
St. hirsutum (Willd.) Fr.
No tronco das árvores.
* St. amphyrliytes Sac. et Bcrl.
No tronco das árvores.
St. spadiceum Fr.
Nas madeiras.
St. bicolor (Pers.) Fr. •
No tronco das árvores.
St. subpileatum Hak. et Curt.
No tronco das árvores.
172
St. duriusculum Berb. et Br.
Em madeiras.
Thelephora affinis Berk. et Curt.
Em madeiras podres.
Th. radicans Berk.
Nos troncos das árvores.
Th. aurantiaca Pers.
Craterellus crispus Fr.
Sobre a terra.
Clavariaceae
* Glavaria Henriquesii Brass. et Bonmg.
* Lachnocladium MoUeviaimm Sacc. et
Roumg.
Nas madeiras.
Hydnaceae
* Phlebia Molleriana P. Heuu.
Hydnura rawakense Pers.
Irpex flavus Kloteseb.
Nos troncos das árvores.
Polyporaceae
Poria ferruginosa (Sclirad) Fries.
Nos troncos das árvores.
Fomes igniarius (L.) Fries.
F. iDectinatus Klotzsch.
Em troncos de árvores.
F. senex N. et Murt.
Em troncos de árvores.
F. lucidus (Leys) Fries.
Em troncos de árvores.
F. amboinensis (Lmk.) Fries.
Sobre madeiras na região alta.
F. australis Fries.
Nos troncos das árvores.
F. ochrolaccatus Mont.
Nas madeiras.
F. fulvellus Bres.
Polyporus dictyopus Mont.
Nos troncos das árvores.
F. gilvus Schm.
Nos troncos das árvores na região
superior.
P. scruposus Fries.
P. scruposus, var. isiãioides Berk.
Nas árvores na região superior.
P. lichnoides Mont.
Nas árvores.
P. Auberianum Mont
Nas árvores.
P. zonatus Berk.
Nas árvores.
P. rugulosuB Lev.
Nas árvores.
P. atypus Lev.
Nas árvores.
P. torquescens Sacc. et Bres.
Nos troncos das árvores.
P. grammocephalus Berk.
Nas árvores.
P. albo-gilvus Berk. et Curt.
Nas árvores.
P. Venezuelae Berk. et Curt.
Nas árvores.
Polystictus flãbelliformis Klotzsch.
Muito vulgar.
P. rossogramma Berk.
Nas árvores da região superior.
P. velutiuus Fries.
P. Personii Fries.
P. caperatus Berk.
Nas árvores da região superior.
Trametes cubensis Mont.
Nas árvores
«
T. hypnoides (Sm.) Fries.
Nas árvores.
T. badia Berk.
Nas árvores.
T. cami)estris Quelet.
Nas madeiras.
Daedalea quercina (L.) Pers.
Nas árvores.
D. sanguínea Klotz.
Lenzites áspera (Klotz) Fries.
Nas árvores
L. repanda (Pers) Fries.
Nas árvores.
L. deplanata Fries.
Hexagonia polygramma (Mont.) Fries.
H. teuuicola Palis.
Nas árvores.
173
Laschia auriscalpum Mont.
Nos ramos podres na região superior.
L. treraulosa Fries.
Nas árvores na região superior.
Favolus purpurascens Berk. et Curt.
Nas árvores.
F. Jacobaeus Sac. et Berl,
Nas árvores.
F. brasiliensis Fr.
Sobre as raizes das árvores.
Aganícaceae
Cantharellus buccinalis Mont.
Na casca das árvores.
Coprinus cinereus Schaeff.
Sobre a terra.
Schizophyllum commune Fr.
Sobre as árvores.
Lentinus villosus Klotzsch.
Na? árvores.
L. descendeus Fries.
Nas árvores da região superior.
Marasmius amadelphus (Buli.) Fries.
Nos ramos das árvores.
M. splachnoides Fr.
Sobre folhas mortas.
Nancoria fusco-olivacea Bres. et Rourner.
Nos troncos das árvores.
Hyporhodius papillatus (Bres.).
Sobre a terra.
Phallineae
Ciathraceae
Clathrus parvulus Bres. et Roumg.
Nos troncos podres.
Plectobasidiineae
Tulostomaceae
Tulostoma Mollerianum.
FUNGI IMPERFECTI
Sphaeropsidales
Sphaeropsidaceae
Phyllosticta dcstructiva Desm.
Nas folhas dum Hibisco.
* Ph. Fiei Bres.
Nas folhas dum Ficus.
* Ph. dissiminata Winter.
Nas folhas do Ormocarpus sesa
moides.
* Ph. Ormocarjili Bres.
Nas folhas do Ormocarpus sesa-
moiães.
* Ph. Theobromae S. Cam. et A. Cam.
Nas folhas do cacaoeiro.
Actinonema Rosae (Lib.) Fries.
Nas folhas de roseiras cultivadas.
Diplodia cococarpa Sacc.
Nos frutos do cacaoeiro >
* D. cacaoicola Henn.
Nos frutos do cacaoeiro.
* Diplodia Sterculiae Winter.
Nos frutos podres de Sterciilia.
Chaetodiplodia diversispora E. March.
Nas bracteas dos coqueiros.
* Lasiodiplodia Thomeana Sacc.
Nas folhas da Schefflera líenriquesi.
* Camerosporium megalosporiíam S. Cam
* Septoria jMolleriana Bress. et Roumg.
Nas folhas de Catmvalia obtusifolia.
* Aschersonia chaetospora Sacc.
A. parnjjhysata Sacc.
Melanconiales
Melanconiaceae
* Gloeosposium laccatum Winter.
Nas folhas das Artocarpeas.
* Colletotrichum maculans Winter.
Nas folhas duma Asclepia.
Pestalozzia funérea Desm.
Nas folhas do Persea gratíssima.
* P. conglomerata Bres.
No pericarpo das Anonas,
174
HYPHOMYCETES
Mucedinaceae
Sterigmatocystis luteo-nigra Lutz.
Verticillium candidulum Sacc.
Nas folhas de Conopharingia.
Acrostolagmus Vilmorini Gueg.
Dematíaceae
Stachybotrys papyrogena Sacc.
Nas folhas podres de Musa.
Trichosporium splenicum Sacc. etBerl.
No hymenio do Stereum subpiliatum.
Zygosporium orcheoides Mont.
Nas folhas da Carica Papaya.
* Helminto sporium clavatum Winter.
Nas folhas de Spathoclea.
* H. parasiticum Sacc. et Berl.
Sobre o stroma de Diaporthe.
Macrosporium verrucosum Lutz.
Em frutos doentes do cacaueiro,
* Cercospora aequatorialis Winter.
Em folhas de compostas.
C. crassa Sacc.
Nas folhas dum Sonclius na região
alta.
* C. Mangiferae Winter.
Nas folhas da Mangifera indica.
C. Nasturtii Passerini.
Nas folhas de cruciferas.
C. Gilbertii Speg.
Nas folhas da Celosia trigina.
C. rosicola Passerini.
Nas folhas de roseiras.
* C. striaeformis Winter.
Em folhas de gramíneas.
Stílbaceae
* Isaria arbuscula Bres. et Koumeg.
Na casca de ramos podres.
* Arthrosporium parasiticum Winter.
Parasita na Meliola inermis.
Tuberculariaceae
* Tuberculina apiculata Sacc.
Nas folhas dum Clerodendron.
Fusarium Theobromae Lutz.
Nas sementes fermentadas do Ca-
caueiro.
Chaetostroma atrum Sacc.
Nas folhas secas de Musa.
EMBRYOPHITA ASIPHONOGAMA
Hepaticae (1)
Ricciaceae
Riccia fluitans L.
Região superior.
Marchantiaceae
Dumortiera hirsuta (Sw.) R. BI. Nees.
Região superior.
Marchantia planiloba Stef.
Jungermanlaceae anakrogynae
* Aneura erosa Stef.
A. reticulata Stef.
A. piuguis (L ) Dumort.
Região superior.
Metzgeria recurva Stef.
Região superior.
* M. thomensis Stef.
Pallavicinus piliferus Stef.
Jungermaniaceae acrogynae
I. Epigonianthecae
* Syzygiella geminifolia (Milt.) Stef.
* Plagiochila rotundifolia Stef.
(1) Stephani in Boi. Soe DroUriana, 17, 1886; Bui. de 1'herbier Boissier ; Hedwigia, 1891, 1896
Engler Bot. Jahrh.
175
P. Molleri Stef.
Eegião superior na casca das ár-
vores.
* P. bruneola Stef.
P. thomensis Stef.
P. amplifolia Stef.
* P. mauritiana Nees., var. angustifolia
Stef.
P. triangularis Stef.
* P. Quintasii Stef.
* P. gibbiflora Stef.
P. flabellata Stef.
Região sujjerior.
P. Winteri Stef.
P. clavaeflora Stef.
Forma integerrima.
P. curvatifolia Stef
Lophocolea devexa Mitten.
* L. Molleri Stef
Região superior na terra húmida.
Conoscyphus inflexifolius Mitten.
* Chiloscyphus thomensis Stef.
li. Trigonantheae
* Mastigobryum Molleri Stef
Região superior.
Sprucella succida (Mett.) Stef.
III. Ptiiídíoideae
Chandonanthus hirtellus (Weber) Mit-
ten.
Região superior.
* Schisma molle Stef.
Região superior.
IV. Stephanoldeae
* Radula thomensis Stef.
R. bipinnata Mitt.
Região superior.
R. tamariscina Mitt.
* R. Molleri Stef.
R. angustata Stef.
Região superior.
R. tubaeflora Stef.
V. Pleurozioideae
Pleurozia gigantea (Weber) Lindb.
VI. Bellincinoídeae
* Bellincina thomensis Stef
VII. Jabuloídeae-Frullanieae
* Frullania (Chonanteiia) thomensis
Stef.
Fr. africana Stef.
* Fr. (Galeiloba) Molleri Stef.
Fr. Stephauii Schfín.
Fr. (Thyopsiella) cordata Mitt,
* Fr. laceriloba Stef.
* Fr, cordifolia Stef.
* Fr. (Meteriopsis) subatrata Stef.
Fr. angulata Mst.
VIM. Jabuloldeae-Lejeuneae
Mastigolegeunea Buttneri Stef.
M. túrgida Stef
Ptychocoleus amplectens Stef.
* P. Quintasii Stef.
* P. Molleri Stef.
* Brachiolejeunia thomensis Stef.
* B. nigra Stef.
Marchesina excavata (Mett.) Stef.
* Odontolejeunea thomensis Stef
* Prionolejeunea fissistipula Stef.
Drepanolejeunea clavicornis Stef.
* D. Molleri Stef.
* D. Gomphiae Stef
* Leptolejeunea Quintasii Stef.
* L. thomeensis Stef.
Região superior.
Ceratolejeunia floribuuda Stef.
* Taxilejeunea lougirostris Stef.
* T. ramorissima Stef
* Hygrolejeunea grossocristata Stef.
* H. pulcherrima Stef.
* H. patelliro.stris Stef.
* Enosmolejeunea grandlstipula Stef.
* Microlejeunea cochlearlfolla Stef.
* Leptocolea crenatiflora Stef.
* Diplaziolejeunea cavifolia Stef.
176
Anthrocerataceae
Aspiromitus pinnatus Stef.
MUSCI (1)
Acrocarpi
Dicraneaceae
* Trematodon flexifolias C. Mull.
Região superior.
* Leucoloma gracilescens Brotb.
L. secundifolium. Brotli.
* Gampylopus Quintasii Brotli.
C. erytlirocaulon Broth.
Leucobryaceae
* Leucobrium homalophyllum Broth.
*L. leucoplianoides C. Mull,
* Leucophanes MoUeri C. Mull.
Fissídentaceae
* Fissidens subglaucissimus Brotb.
Calympenaceae
Sirropodon lainprocarpus Mitt.
Região superior nas árvores.
* S. Quintasii Brotb.
* Calymperes thomeanum C. Mull.
Região superior.
Orthotrichaceae
* Macromitrium undatiíblium C. Mull.
Região superior nas árvores.
Splachtiaceae
* Tayloria (,Ortbodon) tbomeana (Brotb).
Região superior nas árvores.
Funariaceae
* Funaria acicularis C. Mull.
Região superior.
Bryaceae
* Bryum squarripilum C. Mull.
B. erytbrostegum C. Mull.
Região superior nas árvores.
* B. areoblastum C. Mull.
* B. Molleri C. Mull.
Região superior ; Pico.
B. subuliferum Mitt.
Rhodobryum Quintasii (Brotb) Paris.
Rhisogoníaceae
Rhisogonium spiniforme (L.) Brucb.
Região superior.
Bartramiaceae
* Philonotis tricbodonta (C.Mull.j Paris.
* Ph. mauotbecia (C. Mull.) Paris.
Região superior sobre a terra.
Poiytnichaceae
* Fogonatum Molleri (C. Mull.) Paris.
Região superior.
P. rnbenti-viride (C. Mull.) Paris.
Região superior.
Pleurocarpi
Necheraceae
* Orthostichidium thomeanum Brotb. in
Engl. v. Prantb, Pflanz, tamil.
* Pilotrichélla ealomicra Broth.
* P. inflatifolia C. Mull.
* Região superior ; encostas do Pico.
* P. leptoclada C. Mull.
Região superior; encostas do Pico.
(1) Boi. da Soe. Uiot., IV, VIII. — Hiern, Catalogue of M"dw. african Plants. T uris — IndeJ) mus-
corum
177
* Floribundaria pateutissima (C. Mull.)
Bio th.
Região superior iias árvores.
* F. Molleri (C. Mull.) Broth.
Região superior perto do Pico.
* Trachydopsis Qiiiutasiauua C. Mull.
Pinnatella africaua (C. Mull.) Fieiscb.
* Parotrichum Quintasii Broth.
* P. caudatum Broth.
P. corticola Kindb.
Thamnium Molleri (C. Mull.) Paris.
Hookeriaceae
* Callicostella thomeana Broth.
Região superior.
* C. Quintasii Broth.
* C. chionophylla (C. Mull.) Broth.
Região superior nas árvores.
* Lepidopilum niveum (C, Mull.) Paris.
Região superior nas árvores.
Hypoptenygiaceae
* Hypopterygium subtrichocladon Broth.
H. laricinum Hook.
* H. brevifolium Broth.
Região superior.
Leskeaceae
« Thuidium iuvolvens (Hedw.) Mitt.,
var., thomeanum Broth.
Microthamnium subelegantulum Broth.
Região superior.
* M. lepto-reptans Broth.
Ectropotheciumbrevifalcatum (C. Mull.)
Kindb.
Região superior.
E. drepaniphyllum Broth,
Região superior.
* Acanthocladium trichocoleoides (C.
Mull.) Broth.
Região superior.
* Isopterygium uauoglobuni (C. Mull.)
Paris.
Região superior.
* Vesiculariã flaucula Broth.
Região superior nas árvores.
Lematcphyllaceae
* Rhaphidostegium amblystegiocarpum
(C. Mull.) Paris.
Região superior.
* Trichostelum dicranelloides Broth.
Região superior.
* T. subpycnocylindricum Broth.
Rhacopilaceae
* Rhacopilum orthocarpoides Brot.
* R. thomeanum Broth.
Região superior nas árvores.
Brachythecaoeae
* Rhynchostegium HopíFeri (Welw. et
Duby) Gepp.
PTERIDOPHYTA (1)
Pilicales leptosporangiatae
i. Hymenophyilaceae
Trichomanes hymeuoidcs Hedw.
Região superior.
T. pyxidiferum L.
Região superior.
T. radicans S. Schrad.
Desde a região inferior até 1800'".
T. reptans S\v.
Região inferior (Chevalier).
Hymenophyllum polianthoa Schrad.
Região superior.
H. ciliatum Schrad.
Região superior.
(1) Boi. da Soe. Brot., IV.
13
178
li. Cyatheaceae
Cyathea Manniana Hook.
Eegião superior nas encostas do
Pico.
C. Welwitscbii Hook.
Região superior.
III. Polypodlaceae
Aspidieae
Dryopteris cirrhosa (Schum) O. Kze.
Região superior, no Pico.
D. orientalis (Gmd.) C. Christ.
Região superior.
D. Filix-mas (L.) Schott. Gm. fil., var.
elongatum Hook, et Grevil.
D. securidifoi-mis (Hook.) C. Clirist.
* D. Henriquesii (Baker) C. Christ.
Região superior.
D. truncata (Point) O. Kze.
D. parasitica (L.) O. Kze.
* D. afra Christ.
Região superior.
D. striata (Scluim) C. Christ.
Região superior.
D. truncata (Poir) O. Kze.
Região superior nas margens do rio
Agua Grande.
D. opporitifolia (Hook.) Urban.
Região superior, Pico.
D. pennifera (Forst.) C. Christ.
Região superior.
Didymochlaena truucatula (Sw.) .T. Sim.
Região superior.
Aspidium cicutarium (L.) Sw.
Região superior.
A. nigrescens Mett.
Leptochilus auriculatum (Lam,) C.
Christ.
Região superior (Chevalier).
L. virens (Wall.) C. Christ.
# L. phanerodictyum (Bak.) C. Christ.
Oleandreae
Oleandra articslata (Sw.) Pr.
Região superior.
Davallieae
Arthropterisobliterata (R. Br.) J. Smith.
Nephrolepis bisserrata (Sw.) Schott.
Em todas as altitudes.
N. cordifolia (L.) Pr.
Região superior.
Davallia denticulata (Burm.) Mett.
Microlepia speluncac (L.) Moorn.
Ilhéu das rolas e na região supe-
rior.
Odontosoria chinensis (L.) Sm , var. di-
varicata Christ.
Região superior sobre as árvores.
Asplerdeae
Athyrium macrocarpum (BI.) Bedd.
Região superior.
Diplasium arborescens (Bory) Fée.
Região superior.
D. proliferum (Lam.) Thouars.
Aspleniuin Currori Hook.
A. variabile Hook.
A. hyppomelas Kuhn.
Região superior.
A. vagans Baker.
Região superior.
A. longicanda Hook.
Região superior.
A. lunulatum Sw,
Região superior.
A. anisophyllum Kze.
Região superior.
A. serra Langsd. et Fisch.
Região superior (Pico).
A. adiantoides (L.) C. Christ.
Região superior.
A. dimidiatum Sw. Prodr., var. exaustum
Christ.
Região superior.
* A. MoUeri Hieron.
A. unilaterale Lam.
Região superior.
A. praemorsum Sw.
Região superior.
A. pedicularifólium St. Hil.
S. Tomé e Príncipe (Barter e Mann).
179
A. drageanum-Kzc.
Região superior.
A. caudatum Forst. Prod., var. suhin-
tcgrum Christ.
Região superior nas rochas húmidas
no caminho do Pico.
A. africanum Desv.
S. Tomé (Welwitsch).
A. protensum Schrad.
Região superior.
A. emargiuatum P. Beanv.
Região superior.
Stenochlaena sorbifolia (L.) J. Sim.
Região superior.
Pterideae
Gymnogramlnae
Coniogramma fraxinea (Desv.) Diels.
Região superior nas margens do
Contador e no Pico.
Cheilanthinae
Pellaea Doniana (J. Sm.) Hook.
Ilhéu das Rolas.
Hypolepis sparsisora (Schrad.) Kuhn.
Região superior.
Adiantlnae
Adiantum tetraphyllum Willd.
A. lunulatum Burm. Fl.
A. candatum L.
Pteridlnae
Pteris biaurita L.
Em todas as altitudes.
P. atrovirens Willd.
Região superior.
P. tripartita Sw.
P. brevisora Bakr.
Histiopteris incisa (Thumbg.) J. Smitt.
Região superior.
Pteridium aquilinum (L) Kuhn., var.
lanuginosum.
Em toda a ilha.
Lonchitis pubescens Willd.
Região superior.
L. occldentalis Bnker.
Em todas as altitudes.
L. Currori (Hook.) Mett.
Região superior.
Vittarieae
Vittaria lineata (L.) Sm.
Anthrophyum Mannianum Hook.
Em todas as altitudes.
Polypodieae
Hymenolep.s spicata (L. fil.).
Região superior ; em Trás dos Mon-
tes.
* Polypodium Molleri Baker.
Região superior; sobre as árvores
no Pieo.
P. loxogramma Mett.
Região superior.
P. vaccinifolium Langs. et Fischer.
Região superior sobre as árvores.
» P. oosorum Baker.
Região superior sobre as árvores,
P. lineare Thumb.
Região superior,
P. lycopodioides L.
Ilhéu das Rolas.
P. punetatum Sw.
P. phymatodes L.
Em todas as altitudes.
P. astrosorum Christ.
Região superior (Chevalier).
Diynaria Willdenowii (Bory).
Acroatlclieae
*Claphoglossum Chevalicri Christ.
Região superior; Pico.
E. conforme (Sw.) Schott.
Região superior.
E. Aubertii (Desv.) Moore.
Região superior.
180
E. vJlIosum (Sw.) J. Smith.
Região superior.
Acrostichum aureum L.
Ilhéu das Rolas.
Platycerium stemaria (Beanv.) Desv.
Gleicheniaceae
Gleichenia linearis (Burm.) Clarke.
Região superior uas margens do rio
Contador.
Marattiales
Marattiaceae
Marattia fraxiuea Sm.
Em todas as altitudes.
Ophiaglossales
Ophioglossaccae
Ophioglossum reticulatum L.
Lycopodiales
Lycopodiaceae
Lycopodiuin verticillatum L. fil.
Região superior sobre as árvores.
L. gnidioides L. fil.
Região superior.
L. dacridioides Baker.
Região superior sobre as árvores.
L. Phlegmaria L.
L. cernum L. •
Região superior.
L. clavatum L.
Região superior.
Seliaginellaceae
* Sellaginella Molleri Hier.
Região superior.
# S. Mannii Baker.
No Pico.
EMBRYOPHYTA SIPHONOGAMA
Gymnospermae (1)
Coniferae
Taxaceae
# Podocarpus Mannii Hook. Pinheiro
da terra.
Região superior.
Angiospermae
Monocotyiedoneae
Pandanales
* Pandanus tbomensis, J. Henriq. Pau
esteira.
Região inferior, litoral.
Glumiflorae
Gramineae
Coix lacryma L.
Região inferior (600-800'").
Andropogon Sorghum Brot., var. effusus
Hackel
A. contortus L. a genuinus, siibvar.
typicus Hack.
Região inferior.
A. rufus Kunth. a genuinus Hackel.
Região inferior.
Paspalum conjugatum Berg.
A todas as altitudes.
P* scrobiculatum L.
Região inferior.
P. paniculatum Gaertn.
Região inferior.
Eriochloa puuctata Hamilt.
Região inferior, litoral.
Isachne Mauritiana Kunt.
Região superior.
Panicum sauguinale L,
Região inferior.
(1) Boi da Soe. Brot., V,
181
P. uueinatum Raddi.
Região superior, Pico.
P. brevifolium L.
Em todas as altitudes.
P. homonymum Steud.
Região inferior.
P. indicum L.
Região superior.
P. maximum Jacq.
Região inferior.
P. ovalifolium Poir.
Região inferior.
P. costatum Roxbourg.
Região inferior.
P. elatum Aubl.
Oplinesmus afrieanus P. Beanv.
Região inferior.
0. barbifultus Hochst.
Região superior (1200'"-1300'").
0. Jacquini Kuuth.
Região inferior.
Pennisetum Benthami Anders.
Região superior.
P. unisetum Kunth.
De 600"'-1000"'.
P. purpurascens Humb. et Kunth.
Região inferior.
Stenotraphum americanum Schrank.
Região inferior, litoral.
Olyra brevifolia Schumacher.
Litoral.
0. latifolia L.
Leptaspis cochleata Thw. •, L. conchifera
Hackel in Boi. Soe. Brot.
Região inferior.
# Sporobulus Molleri Hackel.
A diversas altitudes (770 "-1300"').
Sp. virginicus Kunth.
Zona litoral.
Sp. indicus Brown.
Região inferior.
Cynodon dactylon Pers.
Zona litoral.
Chloris abyssiuica Hochst.
Região inferior.
Ch. radiata Swartz.
Região superior (800'"- 1100'")
Eleuzine indica Gaertu.
Região inferior.
Centotheca lappacca Dew.
Região inferior.
Rottboellia exaltata L.
Regiào inferior.
Cyperaceae
Hypolytrum afrieanum Nees. ; II. ne-
morum Ridlcy in B. Soe. Brot.
Região inferior.
Cyperus difíormis L.
S. Thomé (Don).
C. Manuii C. B. Clarke ; C. elegans Ri-
dley non Vahl in B. Soe. Brot.
C. Reuschii Roech. ; C. sylvicola Ridley
in B. Soe. Brot.
Região superior.
C. sphacelatus Ruttb.
Região inferior,
C. distans L. fil.
Região inferior.
C. rotundus L., var. laxatus C. Clarke.
C. exaltatus Retz.
S. Tomé (Don).
Mariscus Dregeanus Kunth ; C. dubius
Rottler in B. Soe. Brot.
Regiào inferior.
M. umbellatus Vahl.
Região inferior.
* M. thouiensis C. Blarke ; C. flavus Ri-
dley non Boech. in B. Soe. Brot.
Desde 20'"-1100"'.
M. rufus H. B. et Kuntli.
M. flabelliforinis II. B. et Kunth.; C.
umbellatus Ridley no B. Soe. Brot.
Killinga peruviana Lamk.
Ilhéu das rolas.
K. pumilla Mich.
Regiào superior.
Fuirena umbellata Rottbol.
S. Tomé (Don).
Fimbristylis ferruginea Vahl.
S Tomé (Rattray).
F. monostachys Thwaites.
B. Tomé (Dou).
182
# Mapania ferruginea Ridley.
Kegião superior (1100"-1350").
M. subcomposita C. Clark.
M. superba C. Clark.
Região superior.
Carex leptodadus C. Clark.
Região superior ; Pico.
Príncipes
Palmae
Borassus flabellifer., var. aethiopicum
Warburg.
Região inferior (cultivado).
Coccolneae
Coccos nucifera L. Coqueiro.
Região inferior (cult.).
Elais guineensis Jacq. Palmeira An-
dim ou do Óleo.
Região inferior (cult.).
Spathiflorae
Araceae
GulcãSia angolensis Welw. Pimenta da
terra.
Região inferior.
C. scandens P. Beanv.
Região superior.
Colocasia antiquorum Schott., var. e«-
ctdenta.
Cultivada em algumas roças.
Galadium bicolor Vent.
Região inferior.
Farinosae
Bromeliineãe
Bromeliaceae
Ananás sativa Lindl. Ananás.
Cultivado e quási espontâneo.
Juncaceae
Luzula campestris DC, var. Mannii Bu-
chin.
Pico de S. Tomé.
Commelinineae
Qommelinaceae
PoUia Mannii C. Clark.
Região superior.
P. condensata C. Clark.
Em altitudes diversas.
Palissota pcdicellata K. Schum.
Região superior.
P. laxiflora C. Clark.
Região superior.
P. bracteosa C. Clark , P. Mannii in Boi.
S. Brot.
Commelina nudiflora L.
Aneilema beninensis (P. Beauv.) Kunth.
Bufforrestia imperforata C. Clark.
Liliiflorae
Liliineae
Liliaceae
Dracaena arbórea Link. Pári sabão.
Em altitudes diversas.
D. elliptica Thumb. et Dalm.
Amaryllidaceae
Hippeastnim Reginae (L.) Herb.
Crinum giganttum Aubr.
S. Tomé (Don).
C* podophyllum Hook.
Dioscoraccae
Dioscorea sativa L. Oto/ti, luhane Zam
buço.
D. alata L.
183
D. prehensilis Bentli.
C. (Heimia) diimctorum. Bofo.
D. Wehvitchii Rendle. Cuini.
Scitamineae
Musaceae
Musa sapieutium L, yíiy . pai adirica L.
Cultivada na região inferior.
A variedade vittata, que se diz oriunda
da ilha de S. Tomé, é hoje ali desco-
nhecida.
Zíngiberaceae
Costus afer Ker.
* C. giganteus Welw. Bordão de ma-
caco.
* Renealmia grandiflora Baker; Alpinia
africana Kidley in B. Soe. Brot.
Amomum Melagueta Rose.
A. angustifoliuin Sonnerat., A. erythro-
carpum Ridley.
Cannaceae
Canna indica L. subsp. orientalis Rose.
Região inferior.
Marantaceae
Thaumatococcus Daniellii Benth.
Região inferior,
Maranta araudinacea L.
Região inferior.
Microspermae
Orchidaceae
* Habenaria thomana Rchb. •, H. barrina
Ridl.
Pogonia umbrosa Rchb.
* Zeuxine elongata Rolfe.
Região superior.
* Cheirostylis lépida Rolfe
Ch. heterosepala Rchb.
Manniela Gustavi Rchb.
Região superior.
Eulophia latifolia Rolfe.
Corymbis Welwitschii Rchb.
* Orestias elegans Ridl.
Região superior.
* Polystachia albesceus Ridl.
Região superior; Pico.
P. tessellata Lindl.
* P. Ridleyi Rolfe.
Região superior.
* P. expansa Ridl.
Em altitudes diversas.
* P. disticha Rolfe.
Calanthe corymbosa Lindl.
Região superior.
* Bulbophyllum resupinatum Ridl.
Em altitudes diversas.
* B. Quintasii Rolfe.
B. recurvum Lindl.
Megachlinium maximum Lindl.
Angolares.
Mi. falcatum Lindl.
Angolares.
* Angraecum flexuosum Rolfe; Redino-
xium flexuosum Ridl. in B. Soe. Brot.
Região superior.
* A. Quintasii Rolfe.
Região superior.
* A. Henriquesianum Rolfe.
* Listrostachis acuta Rolfe; Angraecum
acutum Ridl. in B. Soe. Brot.
* L. subclavata Rolfe; A. subclavatum
Ridl. 1. cit.
* L. thomensis Rolfa; A. thomense Rolfe
in B. Soe. Brot.
* Mystacidium Astroarche Rolfe; A. Aa-
troarche Ridl. 1. cit.
Região inferior.
M. rutilum Durand et Schinz; Listrosta-
chis rutila Ridl. 1. cit.
Região superior.
* M. dolabriforme Rolfe.
M. distichum Benth,
Região inferior.
Vanilla plauifolia.
liegião inferior (cnbtivada).
184
vai', ihomeanum
DICOTILEDONEAE (1)
ARCHICHLiMYDEAE
Piperales
Piperaceae
Piper eapense L. fil.
P. subpeltatum Willd.
Kegiâo superior.
P. guineense Schum.,
C. D. C.
Região inferior.
# P. pseudo-silvaticum C. DC.
Região superior.
# P. Molleri C. DC.
Região superior.
* Peperomia Molleri C. DC.
Região superior.
* P. thomeana C. DC.
Região inferior — Angolarcs
P. pelliicida Kunth.
Região inferior.
P. Martiana Miq.
Região inferior.
P. Holstii C. DC.
Região inferior.
Urticales
Ulmaceae
Celtoideae
Ceitis Darandii Engl. Páuféde.
Região inferior.
C. Prantlii Priemer. Quaco branco.
Região inferior.
C. Soyauxii Engl. Páu capitão.
Região inferior.
Trema affiuis Blum; T. guineense Fi-
calho in PI. úteis da Afr. port. Páu
cabra.
Moraceae
Meroideae
* Clorophora tenuifolia Engl. ; C. excelsa
Heniiq. in B. Soe. Brot. Amoreira.
Região inferior.
# Mesogyne Heuriquesii Engl.
Região inferior — Angolarcs.
Treculia africana Dene. Iza-quente.
Região inferior.
Artocarpideae
Artocarpus incisus L. fil. Fruia pão.
Região inferior (cult.).
A. integrifolius L. fil. Jaca.
Região inferior.
Castilloa elástica.
Região inferior (cultivada).
Bosquiea angolcnsis Ficalmo?
Região inferior.
Exemplar sem flores e sem frutos. Deter-
minação i)or comparação com exem-
plares africanos.
Artocarpoideae
Ficus mucusso Welw.
Região inferior.
F. exasperata Warb.
Região inferior.
F. subcalcarata Warb. et Schwein
Em diversas altitudes.
F. trochocarpa Warle.
Região superior.
F. Vogelii Miq.
Região inferior (Chevalier)
F. Gilleti Warb.
Região inferior (Chevalier)
F. Demeuxi Warb.
Região inferior.
Comocephaloideae
Musanga Smithii R. Br.
Região inferior.
Gojfe
(1) nol. da fíoc. Brot., X.
185
Cannaboideae
Cannabis sátira L. Liamba.
Região inferior.
Urticaceae
Urera obovata Bentn,, var. Quintasii
Engl
Região superior.
Fleuria aestuans Gaudich. a Linnaeaua
Wedd.
Região inferior.
Pilea Manniana Wedd.
Região superior.
P. ceratomera Wedd.
Região superior.
* Elatostoma Welwitachii Engl.
Região superior.
* E. Henriquesii Engl.
Região superior.
E. angolense Engl.
Região superior.
* E. thomense Henriq.; E. parvulum
Engl.
região superior.
Boehemeria platicarpa Wedd.
Região inferior
Pouzolzia guineensis Benth.
Santalales
Santãlineae
Olacaceae
Heisteria parviflora Smitli. Nono.
Região superior.
Polygonales
Polygonaceae
Rumex abyssinica Jacq.
Região superior (Pico o Lagoa
Amélia).
Polygonum senegalense Meisn.
Região inferior.
Centrospermae
Chenopodiineae
Chenopodíaceae
Chenopodium álbum L.
Região inferior.
Ch. ambrosioides L.
Em todas as altitudes.
Amarantaceae
Amarantoideae
Gelosia trigyna DC.
Região superior.
C. argêntea L
Região inferior.
Amarantus spinosus L.
Região inferior.
A. viridis L.
Em todas as altitudes.
Cyathula prostrata Blume.
Em todas as altitudes.
Achyranthes áspera L. Folha galo.
Região inferior.
Pupalia lapacea Moq.
Região inferior.
Gomphrenoideae
Alternanthera sessilis R. Br.
Região inferior.
A. Achyrautha R. Br.
Região inferior.
A. nodiflora R. Br.
Região inferior — Angolarcs.
Irisine vermicularis (L.) Moq.
Região inferior.
Phytolaccineae x
Nyctaginaceae
Mirabilis Jala[)a L.
Região inferior.
Boerharia adscendens Willd.
Região inferior.
186
B. paniculata Ri eh.
Região inferior.
Phytolaccaceae
Phytolacca dodecaudria lj'Herit.
Região superior.
Ph americana L.
Região inferior.
Portulacineae
Portulacaceae
Talinum crassifolium Willd.
Região inferior.
Caryophyllineae
Carlophyllaceae
Stellaria Mannii Hook.
Região superior.
St. media (L.) Smith.
Região superior.
Drymaria cordata Willd.
Região superior.
Ranales
Magnoliineae
Anonaceae
Uvarioideae
Polyalthia acuminata Oliv. Pàu preto.
Região inferior; Angolares.
Xylopeae
Xylopia africana Oliver.
Em altitudes diversas.
Oxymitra sp. O patenti Bentli. affinis.
Inhé preto.
Região superior (Welw ).
Anona muricata L. Sap-sap : Coração
de preto.
Região inferior.
A. palustris L. Nona.
Na parte inferior da região superior.
Monodorea Myristica Dun., var. gran-
di flora Oliver.
Região superior.
Myristicaceae
Myristica Kombu Baill.
Região superior ; Monte Café (Welw).
M. macrocarpa Welw.
Região superior.
M. fragrans.
Cultivada em Monte Café.'
Lauraceae
Cinnamomum Camphora Nees et Ekerm.
Carnforeira.
Cultivado em algumas roças.
C. zeylaudicum Brayn., var. commune
Nees. Caneleira.
Cultivado em Nova Moka.
C. Burmanui Blume.
Região superior (Chevalier).
Persea gratíssima Gaertn. Abacateiro.
Cultivado.
Hernandiaceae
Hernandia beninensis Welw. Bungo.
Região superior
E-hoeadalés
Rhoeadineae
Papaveraceae
Argemone mexicana L.
Região inferior no litoral.
Fumaria officinalis L.
Região inferior.
Capparidineae
Cruciferae
Coronopus didymus (L.) Sm.
Região inferior.
187
Diplotaxis tenuisiliqna Delil.
Região superior.
Brassica juncea (L.) Coss. Mostarda.
Região inferior.
Nasturtium officinale R. Br.
Cultivado e quási expoutâneo nas
terras altas.
Cardamine africana L.
Região superior.
Capsella bursa-pastoris (L.) Moench.
Região superior.
Capparidaceae
Cleome ciliata Schura. et Thonn.
Região inferior.
Pedicellaria pentaphylla (L.) Sehrank.
Vulgar em toda a ilha.
Capparis tomeutosa Lamk.
Região inferior.
Rosales
Saxifragineae
Crassulaceae
Kalanchoe crenata Haw.?
Região inferior.
Exemplar bastante incompleto colhido
em Porto Alegre.
Eosiueae
Rosaceae
Eriobotrya japoniea.
Cultivada.
Rubus pinnatus Willd.
Região superior.
Âlchemillã tenacicaulis Hook.
S. Tomé (Chev.).
Rosa laevigata Much.
Parinarium excelsa Sabin.
S. Tomé (Mann).
P. macrophylla Sabine,
S. Tomé (Don.).
Connaraceae
Connarus africanus Lamk. Corda anã.
Ilhéu das rolas.
Agelaea obliqua P. Beauv.
Caestis oblongifolia Baher. Mondim
Muda.
Ilhéu das rolas.
Leguminosae
Mimoseae
Acácia Farnesiana Willd.
A. pennata Willd.
Leucaena glauca Benth.
Mimosa asperata L.
M. pudica L.
Tetrapleura Thonningii Benth. Cm-'
pira.
Parkia intermédia Oliv Luha.
Pentaclethra macrophylla. Sucupira.
Caesalpinioideae
Cynometra Mannii Oliv.
Tamarindus indica L. Tamàrideiro.
Região inferior.
Dialium guineense Willd. Salambá.
Região superior.
Cássia occidentalis L. Maiobo, Fede-
goso.
C. Sophora L.
Em diversas altitudes.
C. Tora L.
C. mimusoides L.
Região inferior, litoral.
C. siberiana DC.
Região superior.
Gaesalpinia Honducella Fleming.
Litoral; illieu das rolas.
C. pulclierrima (L.) Sw.
Fapiliouatae
Sophora tomeutosa L.
Crotalaria othrolenca G. Don.
C. intermédia Kotschy.
Litoral.
188
C. striata DC.
Indigofera hirsuta L.
I. endecaphylla Jacq.
Litoral.
I. Anil L.
Tephrosia Vogelii Hook. f.
T. flexnosa G. Don.
Região inferior.
Milletia Barteri Dum.
Sesbania pubescens D C.
Diphaca cochinchinensis Lour.
D. verrucosa (P. Beauv.) Taub.
Aeschynomena indica L.
Arachys hipogaea L. Ginguha.
Desmodium lasiocarpum D. C.
D. adscendens D. C.
D mauritianum D. C.
D. scalpe D. C.
Região superior, perto do Pico.
D. incanum D. C.
Alysicarpus vaginalis D. C.
Litoral.
Uraria picta D. C.
Dalbergia acastophyllum (L.) Taub.
Lonchocarpus macrophyllus H. B. etK.
Colema.
Glycine hedisaroides Willd.
Litoral.
Teramnus labialis Spreng.
S. Tomé (Don. Chevalier).
Mucuna pruriens D. C.
M. ureus Medik.
Diodia reflexa Hook. f. Corda Ipé.
Ilhéu das rolas.
Canavallia marítima P. Thouar.
C. iucurva P. Thouar.
Litoral
Cajanus indicus Spreng.
Rhychosia caribaea D. C.
S. Tomé (Don).
R. debilis Kook. f.
S. Tomé (Don)
Phaseolus luuatus L.
P. adenanthus G. F. W. Mey.
P. vulgaris L.
Cultivado até 800"\
Vigna triloba Walp.
V. lutea A. Gray.
V. Donii Baker.
Geraniales
Geranineae
Oxalidaceae
Oxalis corniculata L., var. stricta Oliv,
Região superior.
0. caprina L.
Rutaceae
Xanthoxylum maerocarpa Oliv.
Sudoeste (Chevalier).
Pagara megalacautha (Planch.) Engl.
Marapião.
Região superior.
* F. thomensis Engl.
Burseraceae
* Pachylobus edulis Don. Safú, Mu-
hafo.
Região superior.
* Santiriopsis balsamifera (Oliv.) Engl.
Bálsamo de S. Tomé.
Região superior.
Mel iaceae
Melioideae
* Garapa Goge Chev.
Turraea Vogelii Hook f. Vara preta.
Trichilia grandifolia Oliv.
Região superior.
Malpighineae
Malpighiaceae
Acridocarpus Semeathmannii Guill, et
Perrot. Milando hometn.
Litoral.
189
Dichapetalineae
Dichapetalaceae
* Dichapetalum Bocageamun Eiigl.;
Chailletia Bucageana Henriq. Me-
lambó.
Angolares.
Tricoceae
Euphorbíaceae
Phyllanthus Niruri L,
Ph. discoideus Muel. Arg.
Ph. floribundus Muel. Arg.
(Chevalier).
Ph. odentadeuium Muel. Arg.
(Chevalier).
* Cyclostemon glaber Pax.
* C. Henriquesii Pax. Nó-nó.
Região superior.
* C. laciniatum Pax.
Thecacoris Manniana Muel. Arg. Páu
fígado
Eegião superior. Pico (Mann.).
* Th. membranacea Pax.
Th. steuopetala Muel. Arg.
Região superior.
Bridelia stenocarpa Muel. Arg.
Croton Draconopsis Muel. Arg. Páu
purga.
* Agrostistachys africana Muel. Arg.
* Claoxylonpurpurascens Beille; C. Mol-
leri (Pax) Prain.
Região superior.
Alchornea cordata Benth.
Acalypha Vahliana Muel. Arg.
Caporonia latifolia Pax.
Jatropha curcas L. Purgueira.
Litoral.
J. multifida L.
Hevea guyanensis.
Cultivada na região inferior.
Manihot utilisslma L. Mandioca.
Cultivada e quási expontânea.
M. Glasiovii Muel. Arg.
Cultivada na região inferior.
Sapium Mauuiauum Muel. Arg.
Região superior.
Euphorbia pilulifcra L.
E. hypcrici folia L.
S. Tomé (Douu).
E. prostrata Ait.
E. indica Lamk.
Litoral.
E. rhipsaloides Lem.
E. Esula L.
* E. Quiutasii Pax.
Litoral perto do rio Agua grande.
Sapindales
Anacardiineae
Anacardíaceae
Mangifera indica L. Mangueira.
Cultivada até SõO"'.
Anacardium occidentale L. Cajueiro'
Cultivado até 260™.
Pseudospondias microcarpa Eugl. Gue-
gue.
Sorindeia aeutifolia Engl. Gogó.
Eegião superior.
S. grandifolia Engl. Gunni-quion.
Hippocrateaceae
Hippocratea víilutina Afz.
Sapindineae
Sapindaceae
Paullinia pinnata L. Corda Qué, Zo-
roqué.
Cardiospermum ILalicacabura L.
Litoral.
Allophylus africanus P. Beauv. Páu
vala, Stlá-aelá, S'la S'la.
Litoral.
Chytranthus Mannii Ilook f. Pece
gueíro de S. Tomé.
Blighia sapida Koenig.
190
Balsaminineae
Balsaminaceae
* Impatiens buccinalis Hook f. Ca-
marões.
Desde 100" até 1400" de altitude.
Rhamnales
Vitaceae
Cissus producta Afz.
C. Barbeyana de Wild. C. uvifera Plancb.
in B. Soe. Brot.., v.
C. aralioides Planch.
Ilhéu das rolas,
debilis (Bak.) Planch.
gracilis Guill. et Perrot.
curvipoda (Baker) Planch.
Leeoideae
Leea tinctoria Lindl.
Região inferior.
Fruta ceté-celé.
Malvales
Malvineae
Tiliaceae
Corchorus olitorius L.
C. acutangulus Lamk.
Grewia carpinifolia Juss.
Gr. pilosa Lamk. forma subglabra.
Triumfetta rhomboidea Jacq.
Maivaceae
Abutilon hirtum Don.
Wissadula rostrata Planch.
Sida carpinifolia L.
S. humilis Cav.
S. acuta Burm.
S. rhombifolia L.
S. cordifolia L.
tJrena lobata L., var. reticulata GiirJce.
Hibiscus suratensis L.
H. tiliaceus L.
H. Abelmoschus L.
H. rosa-sinensis L.
H. lunarifolius Willd.
Gossypium herbaceum L.
Bombaceae
Adansonia digitata L., var. angolensis
Cheval. Imbondeiro.
Bombax pentandrum L. Ocá.
Sterculiaceae
Theobroma cacao L. Cacaueiro.
Cultivado até 800".
Sterculia pubescens G. Don.
Cola acuminata R. Br. Cola, Coleira.
Cola digitata. Masters.
Parietales
Ochnaceae
Diporochna Quintasi, van. Tiegh-, Ochna
membranacea B. Soe. Brot.., iii.
Região inferior.
Rhabdophyllum Quintasii, van. Tiegh •,
Ouratea affinis (Hook.) Engl.
Região inferior.
Monelasmum thomense, van. Tiegh; Ou-
ratea reticulata (P. Beauv.) Engl.
M. Henriquesii, van. Tiegh; Ouratea re-
ticulata (P. Beauv.) Engl. Páu dumo,
Dumo vermelho.
M. MoUerii, van. Tiegh; Ouratea reticn-
lata.
Região inferior.
Theineae
Dílleníaceae
Dillenia indica.
Theaceae
Ternstroemlaceae
Adinandra Mauuii Oliv.
191
Guttiferae
Harungana paniculata Pers. Páu san-
gue.
Região superior.
Pentadesma butyracea Sabini. Páu
ova, Obá.
Região superior.
Symphonia globulifera Sabim. Óleo
barão.
Região superior.
Cistineae
Rixaceae
Rixa orellana L Quisafú, Urucú.
Região inferior, subspontâuea.
Tlacourtineae
Víolaceae
* Rinorea MoUeri M. Brandt-, Alsodeia
ardisiae flora Henriq. B. Soe. Brot.
Soá-soá.
Região inferior.
R. dentata ^P. Beauv.) O. Ktze. Tesse.
Flacourtiaceae
Oncobã spinosa Forsk., var. Angolensis
Oliv. Malinhogue, Dihini.
Litoral.
Passlfloraceae
Passiflora foctida L.
Região inferior.
P. edulia. Maracujá.
Cultivado.
P. quadrangularis. Maracujá.
Cultivado.
Papayineae
Carica papaya L. Papaia.
Cultivada na região inferior.
Begoniineae
Begoniaceae
* Begónia (Meziera) Heuriquesii C. D. C.
Região superior.
* B. (Squamibegonia) ampla Hook.
Região superior.
•* B. baccata Hook.
Região superior,
* B. (Luasiobegonia) thomeana C. D. C.
Região superior perto do Pico.
#B. (Fusibegouia) Molleri (C. D. C.)
Warb.
Região superior.
*B. (Rostrobegonia) Quintasii C. D. C.
Região inferior: ilhéu das rolas.
Opuntiales
Cactaceae
Rhipsalis Cassytha Gaertn.
Myrtifiorae
Myrtineae
Rhizcphoraceae
Rhizophora racemosa G Meyer.
Região inferior; litoral.
* Dactylopetalum Manuii Hook.
Região superior perto do Pico
(Alann.).
* Anisophillea ( 'abole Henriq. Cabolé.
Região inferior; Angolares.
Combretaceae
Quisqualis indica L.
Região inferior (Chevalier) cul-
tivada?
Terminalia Catappa L. Amendoeira da
índia.
Cultivada.
Conocarpus erecta Jacq.
Ilbeu das rolas.
192
Myrtaceae
Psidium Guajava L. forma pommiferum.
Guiaheira.
Cultivado na região inferior.
Eugenia Jambos L. Jamboeiro.
Cultivado na região inferior.
E. uniflora Tv. Pitangueira.
Cultivado.
Melastomaceae
Tristema incompletum Br.
Região superior.
T. Scliumacheri Guill. et Perrot.
Região superior.
T. albiflorum Bentli.
Região superior na estação Souua
(E. tampos).
* Calvoa grandifolia Cogniaux.
Ilhéu das rolas.
# C. crassinoda Hook.
Região superior no Pico (Mann).
* C. robusta Cogniaux.
Região superior no Pico (E Cam
pos).
C. Heuriquesii Cogniaux.
Região superior.
C. hirsuta Hook.
Região superior.
* C. integrifolia Cogniaux.
Região superior.
Onagraceae
Jussieua linifolia Vahl.
Região inferior,
J. villosa Lamk.
Região inferior.
Umbelliflorae
Araiiaceae
Sclieff.lereae
Scheffiera Henriquesiana Harms. (1) in
lit.
(1) Esta planta foi indicada no Boi. da Soe. Broteriana X, com o nome de Heptapleurum Bar-
teri Hiern. O Prof. Harnis examinando mais tarde novos exemplares indicou-me o novo nome,
considerando a planta como espécie nova. Não conheço a descrição desta nova espécie. Que
é diferente da Schefflora [Aeplapleurum] bastará vêr qne esta é, como a descrtve o Hiern — A
small glabrous (rcc — ao passo que a nova espécie é arbusto trepador (corda, liana). Compa-
rando a planta de S. Tomé com exemplares da Scli. Barlcri colhidos nos Camarões noto di-
ferenças na grandeza e forma da flor em botão. O botão da Sch. Bartcri tem 3 milímetros, o
da iSch. Henriquesiana 4,5 milímetros. A forma da coifa formada pelas pétalas é de forma có-
nica e apiculada, na Sch. Henriquesiana e quási semiesférica na Sch. Barteri.
ComparanJo a nova espécie com a SeU. scundens (Hiern) dos Camarões, espécie afim, noto
as diferenças indicadas no quadro seguinte :
Peciolo
Peclololos
Limbos
Ramos da inflorescência.
Pedidos das umbelas. . .
Pediolog das flores .
Umbelular
Sch. Henriq.
5 — 8i'ol.
1-2
5—9
8 — 13
1
I
10 flores
Sch. scandens
1,5 _ 6po1.
1-1,5
3,5 — 7,5
ò
quási metade
do anterior
10 flores
Em ambas as espécies nos ramos da inflorescência há bracteas e bracteolas ovadas Irmcn-
/arinosa como indica Hiert. São espécies. extremamente afins, se não são uma e mesma espécie.
193
Panax fulvuin Hieni.
Ilhéu das rolas.
Umbeilíferae
Hydrocotyloideae
Hydrocotyle bonarieusis Lamk.
Região inferior ; Angolares.
Saniculoideae
Eryngium foetidum L.
Kegiào inferior (Mann).
f
METACHLAMIDEAE
Ericales
Ericaceae
* Philippia tliomeusis Heuriq. Urze.
Região sui^erior; Pico.
Primulales
Myrsinaceae
* Maesa Borgeana Henriq. ; M. Quintasii
Gilg.
Região superior.
* Ardisia cymosa Baker.
S. Tomé (Mann.).
Oncostemon cuspidatum K. Schum.
Região inferior.
Myrsine menalopliloes R. Br.
Região superior (Chevalier).
Plumbaginaceae
Plumbago capeusis Thumb.
Região superior (cultivada) V
P. zeilandica L.
Regiào inferior (Chevalier).
Ebenales
Sapotaceae
Sideroxylon densiflorum Baker. Páu
azeitona.
Regiào inferior (Maun, Wehv.)
Chrysophyllum africanum DC. Umiuem.
Região inferior.
Ch, álbum G. Don.
Regiào inferior (G. Don, Chevalier).
Diospyrineae
Ebenaceae
Maba buxifojia Pers.
S. Tomé (G. Don).
Contortae
Oleineae
Oleaceae
Olea Welwitschii (Knobl.) Gilg. Ipé.
Regiào superior.
Jasminum mauritianum Boje.
Litoral (Chevalier).
Gentianinae
Loganiaceae
Anthocleista scaudens Hook f.
Pico de S. Tomé (Mann.).
A. Liebrechliana W. et Dur.
Região inferior em Porto Alegre
(Chevalier).
Apocynaceae
Landolphia Dawei Stapf.
Parte mais alta da região inferior
em Monte Café (cultivada)?
* Conopharyngia insignis K. Schum in
lit. (1).
Região inferior.
(i) Ignoro se o Prof. K. áchumann descreveu esta espécie, fundada era exemplares colhidos
por mim numa dependência da roça Ponta-Figo.
13
194
# C. stenosiplion Stnpf. Páit lírio.
Região superior.
C. angolensis Stapf.
Região inferior
Voacanga angolensis Stí\pf.
Região inferior.
Rawolfia macrophylla Stapf.
Região inferior no Monte Café.
C. dichotoma K. Schum.
Monte (íafé.
R. Senegambiae DC.
Ilhéu das rolas.
R. vomitória K. Schum.
Região inferior; Ilheu das rolas.
Fontuinia africana Stapf.
Região inferior.
Asclepíadaceae
Asclepias curassavica L.
Região inferior.
* Oncostemma cuspidatum R. Sclnmi.
Região inferior.
Tubiflorae
Convolvulineae
Convolvulaceae
Merremia pentaphylla Hallier.
Região inferior.
M. congestifolia Ilallier.
Região inferior.
M. umbellata Hallier.
Região inferior.
Ipomoeae
Quamoclit coccinea Moench.
Região inferior.
Ipomoea hispida R. et Sch.
Região inferior.
I, stolonifera Gmel,
Região inferior.
1. palmata Forsk,
Região inferior
I. lilacina 151.
S. Tomé (Don).
I. biloba Forsk.
Região inferior; Ilheu das cabras.
I. digitata L.
Região inferior.
ColomyjLi:n s^!(!ciosum Choisy.
Região inferior.
Borraginineae
Borragínaceae
Heliotropium indicum L.
Região inferior.
Verbenineae
^■
Verbenaceae
Lantana camera L.
Região inferior (('hevalier).
Duranta'^Plumieri Jacq.
Região inferior.
* Premma macrosiphon Baker.
Região superior.
* Clerodendron Silvaeanum Henriq.
Região superior.
Avicennioideae
Avicenia africana P. Beauv.
Região superior (Chevalier).
Labiatae
Leonotis nepetifolla Ait.
Região inferior (Chevalier).
Achyrospermum densiflorum B 1 u m e .
Folha Ihga.
Região inferior.
Salvia coccinea L.
Região superior (cultivada) ?
Solenostemon ocymoides C. Sch. et
Thorn.
Região inferior (Chevalier).
Platostoma africanum P. Bcauv.
Região inferior.
195
Ocimum Basilicuin L. « piloáiiin. Mos-
quito.
liegião inferior.
Solanlneae
Solanaceae
Nicandra physaloides Gaertn,
liegião inferior.
Physalis angulata L.
Capsicum cerasiforme Mill.
Kegião superior.
C. frutescens L.
Região superior.
Solanum nodiflorum Jacq.
Região superior.
S. bifureum Hocliot.
liegião inferior.
S. bilabiatuin Dammer.
Região superior.
S. Saucti Thomae G. Bithr.
Região superior,
S. Monteiroi C. H. Wriglit.
llheu das rolas.
Cyphomandra betacea Sendtn.
Cult. a 700™.
Datura fastuosa L.
Região inferior.
Cestrum vespertiuum L.
S. Tomé (Mann).
C. Parqui L'Herit.
Região inferior.
Nicotiana Tabacum L.
Subspontâneo até 800".
Scnophulariaceae
Scoparia dulcis L.
Região inferior ; Ilhéu das rolas.
Thumbergianthus Quintasii Engl.
Bígnoniaceae
Newbouldia laevis Secm. Quine.
Litoral.
Gesner.acaae
Epithema thomensis Ileuriq.
Região superior.
Lentibulariaceae
Utriculária bryophylla Ridley.
Região superior.
Acantineae
Acanthaceae
Elytraria marginata P. de Beauv.
Região inferior; Angolares.
Thunbergioideae
Thumbergia alata Boger.
Região inferior.
Brillantasia Vogeliana Benth. ; B. Mol-
leri Lindau D. Soe. Brot.
Região superior.
B. Lamium Benth.
Região superior.
B. Palissotii Lindau.
Região inferior até 800'°.
Phaylopsis micrautha (Benth.) Clarke.
Região inferior (Don, MoUer).
Heteradelphia Paulo -Wilhelmia Lindau;
Paulowilheimia nobilis Clarke.
Região superior.
Graptophyllum hortense Nees.
Região inferior, subspontâneo.
Isoglosseae
Brachystephanus occidentíilis Lindau.
Região superior.
Justicia tenella T. Anders.
Região superior.
J. Lazarua S. Moore ; J. thomensis Lin-
dau.
Região inferior,
196
Rubiales
Rubiaceae
Oldenlandia corymbosa Oliver.
Litoral ; Ilhéu das rolas.
Pentodon pentaudrus Vatke.
Região inferior,
Pentas occidcntalis Beuth. et Hook,
Região superior i encostas do Pico.
Cinchona succirubra Pav.
C. Calysaia Wedd.
Cultivadas na região superior.
Mussaendia tenuifloraBenth., var. ^rraw-
diflora Schum.
Região inferior.
Determíhaoão duvidosa pela imperfeição
dos exemplares.
* Bertiera racemosa K. Schum.
Região inferior; Angulares.
B. laxa Bcnth.
Região superior ; Pico (G. Mann).
Urophyllum insulare Hiern. Páu cai-
xão.
De 650-" a 800"'.
Sabicea cauliflora|Hoem.
Região superior.
S. ingrata K. Schum.
Região superior.
Randia palleus Hiern,
Região inferior.
# R. Quintasii K. Schum. Muindo.
Oxyanthus speciosus DC. Páu-louro.
Região inferior.
Pouchetia parviflora Benth.
Região inferior; Angolares, lilicu
das rolas.
* Plectronia glabriflora K. Schum.
Ilha de S. Tomé (G. Mann).
# P, Henriquesiana K, Schum. Corda
de água.
Região superior.
Craterispermum moutauum Kiern. Ma-
cambrará.
Região superior.
Coffea arábica L.
C. liberica Hiern.
Cultivadas.
Pyschotria Doniana Benth.
Ilha de S, Tomé (G. Mann).
P. monticola Hiern.
Ilha de S. Tomé (G. Don).
* P. velutipes K. Schum.
Região superior. ^
* P. Guerkeana K. Schum.
Na i^arte mais alta das encostas do
Pico,
* P. Molleri K. Schum.
Região inferior ; Angolares
* P. Henriquesiana K. Schum.
Região inferior ; Angolares.
P. euchlora K. Schum.
Região inferior.
Grumilea macrocarpa Hiern.
Região superior {G. Mann).
Chassalia virens K. Schum.
Em diversas altitudes.
Geophila spathacea Hiern.
Em diversas altitudes.
Morindã citrifolia L. Moindo.
Região inferior.
Diodia marítima Thon. et Sch.
Litoral.
Borreria ocimoides (Baker) Oliver.
Em altitudes diversas.
B. verticillata G. F. W. Mey.
Região inferior.
Campanulatae
Cucurbitineae
Cucurbitaceae
Melothria minutiflora Cogniaux.
Em diversas altitudes.
Momordica Charantia L. B. abreviata
S\v.
Região inferior.
Lufifa cylindrica Roem. Mumalongo.
Região inferior.
Bryonopsis laciniata Naudin,
Região superior.
* Peponia bracteata Cogniaux iu Boi.
Soe. Brot. X.
Região superior.
197
# Cayaponia latebrosa Cogniaux ^ gla-
brata Cogniaux.
Sechium edule Sw. Piv^pinda.
Cultivado e subspontâneo.
Campanulineae
Campa nuiaceae
* Lobelia Molleri Henriq. ; L. tliomensis
Dgl.
Região superior.
Eugl.
Composítae
Sparganophorus Vaillantii Gaertn.
Região inferior.
Vernonia amygdalina Delib.
Região inferior.
Herderia stellulifera Beuth.
Região inferior.
Elephantopus scaber L.
Região inferior.
Adenostemma viscosum Forst.
Em altitudes diversas.
Ageratum conysoides L.
Em altitudes diversas.
Mikaniã seandens Willd.
Em altitudes diversas.
Dicrocephala latifolia DC.
Região superior nas encostas do
Pico.
Conysã percicaefolia Oliv. et Hiern.
Em diversas altitudes.
Epaltes brasiliensis DC.
S. Tomé (G. Don).
Ambrósia senegalensis DC.
S. Tomé (G. Don).
Eclipta alba Hassharl.
Região inferior.
Spilanthes Acmella L.
Região inferior.
Bidens pilosus L. Pega-pega.
Em altitudes diversas.
Galinsoga parviflora Cavan.
Em diversas altitudes.
Chrysantemum indicum L.
Região inferior.
Gynura crepidioides Benth.
Região superior.
Sonchus oleracens L.
Região inferior.
OBSERVAÇÕES FLORESTAIS DE UMA JORNADA PELA BEIRA
FEITA EM AGOSTO DE 1876
PELO
Engenheiro florestal
BERNARDINO BARROS GOMES
1. — Fins que me propuzera
Desejei averiguar as condições de vegetação nas três partes da Beira
que distingui com os nomes de meridional, transmontana e central ;
tais como o aspecto dos arvoredos, das culturas e o regímen das
águas mas j)udessem revelar.
Tinha particularmente em vista determinar a distribuição do car-
valho da Beira, muito pouco averiguada ainda, e difícil de averiguar
por outra forma, em resultado da confusão que se faz geralmente das
nossas espécies de carvalhos, cujas designações vulgares carecem de
ser revistas e esclarecidas pelo estudo botânico. Este trabalho
tinha-me parecido de absoluta necessidade para um desenho definitivo
da carta xilográfica, tal como a empreendera fazer.
Para o conhecimento regional do país era-me também muito pre-
ciso visitar a serra de Montemuro e observar de ]36rto a sua impor-
tância orográfica e condensadora, pela assinalada posição que ela
ocupa entre todas as do pa-ía, sendo a que mais perto da costa maior
área possue a mais de 1 kilómetro de altura.
2. ~ Itenerário seguido
A 18 de manhã parti de Lisboa. A 21 de manhã cheguei a Cas-
telo Branco, seguindo de Abrantes até lá por estrada nova, em carro,
e apeando-me a meudo para observar os arvoredos. Nesse mesmo
190
dia atravessei em diligência a planície entre Castelo Branco e a
serra de Alpedrinha, observei em rápida i^assagem os arvoredos im-
portantes que revestem parte desta última e atravessando o Zêzere
de noite cheguei pouco depois h Covilhã. A 22 percorri a cavalo e
a pó a nova estrada da Covilhã até à Guarda. A 23 segui da
Guarda, a cavalo e a pé até Longroiva e a 24 de Longroiva a For-
coa 6 S. João da Pesqueira ; donde a 25 parti, Douro abaixo, che-
gando de tarde' a Lamego. A 26 ao meio dia estava no alto da
serra de Montemuro, a 27 em S. Pedro do Sul, a 28 em Vizeu, a 29
em minha casa no Ribatejo e a 31 de regresso à residência da Azam-
buja.
3. — Concelhos visitados
Foram 7 na Beira meridional, 10 na transmontana, 7 ná central,
a saber :
1) Na Beira meridional — Abrantes, Sardoal, Vila de Rei, Proença
a Nova, Castelo Branco, Fundão, Covilhã.
2) Na Beira transmontana ~ Guarda, Pinhel, Trancoso, Meda,
Foscôa, Pesqueira, Taboaço, Armamar, Lamego, Resende.
3) Na Beira central — Sinfais, Castro Daire, S. Pedro do Sul,
Vouzela, Vizeu, Tondela, Santa Combadão, e, já na Beira litoral
pela maior parte, o concelho da_Mealhada.
4. — Observações sobre a distribuição
do carvalho da Beira, Quercus Tozza
De Abrantes até Castelo Branco não deparei com uma só árvore
ou moita desta espécie. Encontrei as primeiras lenhas dela numa
casa de Castelo Branco, onde me disseram que tinham vindo da
Ribeira de Ponsul. As primeiras matas de Quercus Tozza que vi
nesta excursão foram as da serra da Guardunha junto a Alpedrinha,
a mais de 200 metros de elevação. Aparece logo associado ao cas-
tanheiro formando árvores de porte mediocre com abundância de
moitas ou criação expontânea pelas abas da serra ; ocupando porém
pouco terreno. Pode contudo dizer-se que ao largar o alto plano de
Castelo Branco>e entra por aquela serra em plena região do Quercus
Tozza. Na Covilhã, no vale do Zêzere, no concelho da Guarda, nos
200
de Trancoso, Pinhel, e ainda na parte sul do actual concelho de
Meda que fez parte de V. N. de Fozcôa, o carvalho da Beira forma
constantemente elemento importante da arborização espontânea,
"preponderando mesmo em muitas partes sobre o castanheiro com o
qual é quási constante a sua mistura. As abundantes moitas de
carvalho que encontrei de Avelãs da Ribeira do Freixial no caminho
da Guarda a Longroiva, são todas desta espécie, reduzida em muitos
casos pelas arroteas e culturas a ter de contentar-se com as extremas
das propriedades onde não falta por entre as j^edras dos muros' e
onde procura bracejar e elevar-se apesar das roças frequentes. As
melhores matas que dele encontrei são as de Belmonte, Seixo e Vela
ao subir do Zêzere para a Guarda, onde revestem com verdadeiro
montado de carvalho e castanho dezenas de hectares, em terrenos
graníticos de encosta a 300-600 metros de altura.
Ao descer da Guarda para Fozcôa torna-se muito notável nas
imediações de Marialva e Barreira o rápido desaparecimento, dali
para o norte, das moitas e árvores do Quercus Tozza, e a sua substi-
tuição por moita rasteira de azinho sobre terrenos schistosos ; facto
constante até Fozcôa. Nesta parte do trajecto torna-se evidente
que a cultura tem conseguido extinguir nela o azinho como árvore
dominante ainda mais eficazmente do que o carvalho da Beira na
parte anterior.
De Fozcôa a S. João da Pesqueira passando por Cedadelhe,
Horta e Sr.'*^ da Estrada, longe de descer de contínuo como da
Guarda a Fozcôa, sobe-se e desce-se cortando transversalmente as
ondulações grandes do terreno e podem observar-se com menos cla-
reza, mas com ma,is frequência, as mudanças de arborização devidas
às variantes de altitude. São pequenos os carvalhais beirões que
se encontram pelas encostas mais elevadas e com eles aparecem já
de mistura, àlêm dos castanheiros, algumas moitas de carvalho por-
tuguês, que talvez noutras épocas tivesse por ali mais importância
do que o carvalho beirão, ou pelo menos ocupasse áreas maiores do
que hoje.
De S. João da Pesqueira a Pezo da Régua todo o alto Douro
vinhateiro e schistoso não tem arvoredo es23ontâneo e oferece apenas
vestígios de antigos azinhais nas moitas e raros e pequenos bosques,
ou quàsi só talhadias ou roças desta espécie que se podem facil-
mente observar, dispersas por entre os quási continuados vinhedos.
E na subida da Régua para Lamego que reaparece o carvalho da
201
Beira, mas dum modo inteiramente diverso do que até ali ; porque
se observa então associado ao roble, ausente de toda a Beira por
mim atravessada ató à Régua ! E esta associação é constante em
todo o terreno da serra de Montemuro de Lamego a Castro Daire,
por Grralheira, alto da serra, Póvoa e freguesia do Pinheiro, excepto
na parte mais alta onde o carvalho da Beira forma sósinho as moitas
e grupos de poucas árvores que se encontram por pé das povoações.
Nas margens do Paiva a admirável arborização que reveste a parte
inferior das encostas é de annosos castanheiros com muito roble e
carvalho da Beira, àlêm do pinheiro marítimo. Mas de Castro Daire
a Vizeu e daí à Mealhada o carvalho da Beira, se não desaparece de
todo, reduz-se pelo menos a ocupar excepcionalmente um ou outro
lugar a par do roble, do castanheiro ou do pinheiro, como por
exemplo nos arredores de Vizeu e na mata do Bussaco.
5. — Resumo de todos os factos de que tenho conhecimento
relativos à distribuição do carvalho da Beira
em território português
Segundo as observações precedentes este carvalho é a espécie
preponderante desse género, ou quási exclusiva, do alto Zêzere, do
alto Coa, e do alto da serra de Montemuro.
E também, segundo excursões de 1873 à serra da Estrela, o car-
valho principal de Ceia a Loriga e Alvôco, onde sobe acima dos
últimos castanheiros. A págs. 247 do relatório acerca da arboriza-
ção geral do país lê-se que entre o Sabor e a fronteira crescem di-
re7'sas espécies de carvalho. O carvalho da Beira é designado
naquele trabalho pelo nome de negral. Embora não se cite expressa-
mente este nome não pode restar dúvida que a existirem a leste do
Sabor diversas espécies de carvalho, uma delas há-de ser o carvalho
da Beira e a outra provavelmente o roble, ao qual os autores do
relatório dão o nome vulgar de alvarinho.
Para o trato entre o Tua e o Sabor cita-se a pág. 253 expressa-
mente o negral como o mais comum a par do alvarinho. A pág. 296
dá-se também como existente no Minho. E pois provável que tam-
bém exista entre o Tua e o Tâmega embora não se leia naquele
relatório coisa alguma que o afirme positivamente,
Torna-se notável a ausência deste carvalho na parte inferior da
9(19
Beira transmontana, em todo o alto Douro vinhateiro, em grande
parte da Beira central e da Beira meridional, por toda a costa até
Lisboa, com excepção dos altos de Ourem e Bucelas onde poucos
exemplares o representam.
Ao sul do Tejo acha-se reduzido a ocupar área de alguma ex-
tensão só na serra de Portalegre. E se existe aí por outras partes
do território, tão pouco se faz notar, que só o encontrei no concelho
de Monto Mor o Novo. no extremo ocidental do alto Alemtejo ;
onde a maior proximidade- da costa e maior elevação produzem uma
abundância relativa de frescura e águas meteóricas, que comunica a
essa parte pequena da província uma feição peculiar, recordando re-
giões mais do norte.
Do conjunto destes factos se deduz :
1) Que o Quercus Tozza ou carvalho da Beira é a árvore pre-
ponderante das montanhas da Beira ;
2) Que requer elevações de 2 — Os mortos 212
■•5
índice
Pág.
Ilha de S. Tomé.
Intkodução 7
Bibliografia 10
Resumo histórico da ilha 16
Posição geográfica e orográfica. . , 19
IlheuS; picos e morros 28
Rios e cascatas 40
Estrutura geológica 48
Rochas de S. Tomé .53
Clima 68
A fauna 77
A flora 89
Zonas de vegetação 105
A agricultura 111
As roças 114
A vida na roça . 118
As culturas. 123
A floresta 134
Um jjroblema . ■ 135
Catálogo dos animais 138
Catálogo dos vegetais 176
Estudos florestais 198
Os mortos 212
EREATA
Pág.
Linha
Onde se lê
Leia-se
55
13
Guengue
Guegue
70
23
Cacoeiro
Cacaueiro
84
18e22
representadas
representados
85
33
aperculo
operculo
97
—
Fig. 48
Fig. 49
98
—
Fig. 50
Fig. 51
99
—
Fig. 51
Fig. 52
100
—
Fig. 54
Fig. 55
125
25
semestres
sementes