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BIBLIOTHEK

DES

LITTBRARISCHBN VEREINS

IN STUTTGART.

XXVI.

HTIITTCSART.

ORDEVCKT AUF KOSTRN UM UTTKRAIU0OHP.N VEREIN!).

1852.

.«.

VERWALTUNG DES LITTRRARISCHEN VEREINS.

Präsident: Dr Keller, professor in Tübingen.

Secretär: Dr Holland, privatdoccnt in Tübingen.

Kassier: Huzel, reallehrer in Tübingen.

Agent:

Fues, Sortimentsbuchhändler in Tubingen.

für das jähr 1852:

G. Cotta freiherr v. Cottendorf, k. bayer. kämmerer in Stuttgart

Dr Fallati, oberbibliothekar in Tübingen.

Hofrath dr Grimm, mitglied der akademie in Berlin.

Dr £. V. Kausler, archivrath in Stuttgart

Dr Klüpfel, bibliothekar in Tübingen.

F. V. Lehr, director der k. privatbibliothck in Stuttgart

Dr Menzel in Stuttgart

Dr Michelant, professor in Paris.

Dr Schmeller, bibliothekar in München.

Obersiudienrath dr C. v. Stalin, oberbibliothekar in Stuttgart.

Dr Wackernagcl, professor in Basel.

Dr. G. V. Wächter, oberappellationsgerichtspräsident in Lübeck.

CANCIOÄÜ/vGERAL.

/•••

ALTPOßTUGIESISCHE LIEDERSAMMLUNG

DES EDELN

GAßCIA DE RESKNDE.

Neu herausgegeben

von

Dr. E. H. V. Kausicr,

k. wtrteaik. Arekhrraüi, Hitler 4ea Orden« 4er wirtemb. Krone und dr« k. preunt. rothen Ailerordoafl III. Ctoaee, Mitglied der OeeelUchaft far allere denUcke OeicbicIiUkunde

V. a. w.

DriUcr Band.

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Stuttgart.

Gedrockt auf Kosten des lillerarischen Vereins.

1852.

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Dnick von J. K r e v i e r in 0 i v U c « r t.

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DO ORAUsrmo dom dioguo de

, MBNESES AA SENHORA DONA

FELDPA D'ABREV.

Sa]fba-85e que digao [co] cada dia & cada ora: que Dam sam meu, mas ssam todo da senhora 5 dona Felipa d'Abreu.

Que, s'eu tyuera poder em mym & em minha vyda, nam na tyuera perdyda, Dem me podera «perder. 10 Mas poys triste nam sam meu, Dem DO serey nenhum'ora, sayba-sse que diguo eu: que sam todo da senhora dona Felipa d'Abreu.

O conde de Tarouca.

15 Sam por ela tam perdido & por sea gram merefer, que a meu yer da chagua que sam ferido jaa Dom posso goare9er.

20 E por jsso diguo eu

CaB«ioBciro ftnd. UI.

[F. 146«]

* * *•

LOUUOR DO CRAUfiYRO.

daas mjfl yezes cad*ora: que sam aandea d'ämocsf ^fla-jsenhora däna lläypa "^JAbtep. :

Jorge da Sylueyra.

6 Em 4odo8 tendes Boder,

todos matays, genial dama,

es de lonje com a fnma,

08 d*>aqay c'd pare^er.

Po^s jsto que deos vos deu io DOS podeys tyrur num'ora,

he sandeu

quem vos nam serue, senhora

dona Felypa d'Abreu.

Sancho de Tovar.

Dama de tarn grand'estima 15 & de tal merefimento»

Dam na sento,

se nam soo aquela prima

que me daa grande tormento.

f porem confesso eu 20 pera sempre desd'aguora,

que nam sam seu,

mas da prima da senhora

dona Felypa d'Abreu.

Dom Francisco d'Almeyda,

Eu yyuo tarn emleado 25 coni tam mortays desfauores, que ando marauylhado & pasmado,

porque me mato d'amores. E poys que ja nam sam meu.

LOUUOR DO CRAUBTRO.

ft J8to nam he d'aguora, sayba-ase, que nam sam asea, porque sam d'outra senhora, que se nam chama d'Abreu.

Do craueuro. [F. 146*]

5 Dyno de muy grande culp]^

deue ser & rreprendido,

quem ae nam vey destroydo

& por vos nam he perdido;

eu Ihe vejo maa desculpa. 10 Bem culpado sery*ea

cada dja k cada ora

se nam fosse tam sanden,

como sam, por vos, senhora»

dona Felypa d'Abreu.

Joam Anrriquez.

15 Sam ja de todo vencydo,

for^ado de seu poder

& pare(}er;

yejo-me, sendo perdido,

ganhado por bem querer. 20 Vejo-me catyuo seu,

acupado toda ora

a dyzer, que nam sam meu,

se nam todo da senhora

dona Felipa d'Abreu.

Dom Felype.

25 Poys que al fazer nam posso, yendo vossa fermosura, he forqado

apregoar-me por vosso» poys me deu minha Ventura

LOUUOR DO GRAÜEYRO.

tal cuydado. Cuydado nam trazy*eu em me namorar agora, mas mal viu'ea, 5 86 me Dam dou aa senhora dona Felipa d'Abreu.

Aluaro Pyiyz de Tauora.

Quem 886 decrarou por voaso»

acho eu, que ae tyrou

de muytos danos, 10 porque eu triste nam posso,

chamando-me de cajo aou

aa myl anos.

& assy, que nam sam meu, [F. 146*']

nem o quero ser hum'ora; 15 ft jsto confesso eu

a minha prima & senhora

dona Felypa d'Abreu.

Symäo de Stoma.

He de tantas perfey^oöes

que todos os, que a uemos» 20 Ihe deuemos

de dar nossos cora90öe8.

Sera primeyro o meu,

que ja nunca tem hum'ora

de descansso polo seu 35 d'aquesta nossa senhora

dona Felypa d'Abreu.

De Pero Corea ao craueyro,

Soea galante Singular k dyno de muyta fama, pojfs em tarn fermosa dama

LOUUOfi DO CRAUETRO.

TOS Bonbestes empreguar. Ozala Yos fosse eu! nam dyguays que To-lo disae; qne tarn bem seria seu» 5 se m*o ela coDssentisse.

Outra 8ua,

Tomastes genfil qiierella, se de YOS for bem scguyda; m^Ihor he morrer por ela qoe por outra dobrar vyda. <o E iyzej, que dygno eu, que naceo muyto emboora quem perdeo o ssyso seu com amores da senhora dona Felypa d'Abreu.

Uaico Guomez d'Abreu.

15 Fermosura tarn sobeja

Ihe deu deos qu'antre nos,

que nam sey quem na bem veja,

que nam digiia como yos.

Gerto he que sera seu [F. 146']

20 seruydor d'esta senhora,

quem nam for da que sam eu,

ft esta tyrando afora,

todas lena a d'Abreu.

Pero de Mendoga.

Huma prima jqu'ela tem 25 me tyray fora a hum cabo, enton^es nam dyres guabo, que Ihe nam Yenha muy bem; ft por jsso diguo eu, que a Yyo muyto em fortora

6 LOUUOR DO CRAUETRO.

ham irmfio, que tenho ea, o pare9er da senhora dona Felypa d'Abreu.

FranfUco de Mendo^a.

Do qae dyzeys nom m'espaDto, 5 mas coino fyra ninguem,

que nam dygua outro tanto,

que Ihe nam queyra mor bem.

E por mym o julguo eu,

que nam fyca nenhum'ora 10 de ser perdydo polo seu;

poys brademos desd'aguora

todos juntos: por Abreu.

Oar^ia de Eresende.

Quem nam for muito veofido

de seu gentil .pare9er, 15 por perdido

se conte, ft nam por na^ydo,

poys o al nam he vyuer.

Que por este m'ouuer'eu

se, como a vy, mays hum'ora so fora meu,

ft nam loguo da senhora

dona Felypa d'Abreu.

Dioguo da Sylueyra.

He de muytas estremada & de muyta perfey9ivn 25 a senhora nomeada no rryfam.

Mas eu, triste, nam sam seu» [F. 146*]

porque sam d'outra senhora, per quem meu corafam ebora

LOUUOa DO CfiAUBTBO.

cada ora,

que se nam chama d'Abren,

Dam Qar^ya de Noronha.

Se nam fora conhe^er

a senhora saa prima, 5 pusera a senhora a ^yma

das damas que podem ser

naQjdas & por na^er.

Pojfs a vy & polo sseu

me perdy junto num'ora; 10 nam me tenhays por sandeu

em nam sser d'esta senhora

dona Felypa d'Abreu. '

Francisco de Sorna ao craueyro,

Que Yos male sseu cuydado, porque vyua vossa fama,

15 antes d'ela desamado,

poys soes tam bem empregado, caa yyndo com outra dama! Este conselho he o meu, nam diguo mays por aguora,

20 que sam seu

polo Yosso da senhora dona Felypa d'Abreu.

Outra 8ua.

Antes me quero calar, contento me d'entender, 2i que sem doYyno poder nam se poderaa dizer quanto fyca por falar; & por jsso fyco eu 1) Orlg. deknu.

LOUUOR DO GRAÜEYRO.

tal cajfdado. Caydado nam trazy*ea em me namorar agora, mas mal m'eu, 5 86 me Dam dou aa senhora dona Felipa d'Abrea.

Ahiaro Pyiyz de Tauora.

Quem 8se decrarou por voaso,

acho eu, que se tyrou

de muytos danos, 10 porque eu triste nam posao,

chamando-me de cajo soa

aa myl anos.

ft assy, qae nam sam mea, [F. 146*]

Dem o quero ser hum'ora; ts & jsto coDfesso eu

a minha prima & senhora

dona Felypa d'Abreu.

Symdo de Stousa.

He de tantas perfey90öe8

que todos os> que a uemos, 20 Ihe deuemos

de dar nossos cora90öe8.

Sera primeyro o meu,

que ja Dunca tem hum'ora

de descansso polo seu 35 d'aquesta nossa senhora

dona Felypa d'Abreu.

De Pero Corea ao craueyro,

Soea galante syngular k dyno de muyta fama, poys em Um fermosa dama

LonooK DO cbAibtio.

pera sempre desd'agnora nidt meo,

por Hr todo da Beabora doM Felyps d'Abreu.

Oulra ma.

9 Nesta Tyda dama tal crejo qne nam vylt ningnfm, polo quäl,

ajnda qne fa^a mal,

Ihe daaem de qaerer bem.

10 ?oya d'aqu; m'arjrmo eil, qae tenha mall eada ora, nam ser meu,

por ser todo da aenbora dona Fclypa d'Abreu.

De Fratifiico SAlmada. [F. 147*]

IS Qaem quiaer leuar caminho

de a louuar na verdade,

he aaudade;

po>s he i;erlo c'Agnasliuho

s'embara^oa na trindade. » E pois niBto fuy sandeu,

lan^o o tal cuidado Tora

& confesso que sam seu,

da aenbora

dona Felipa d'Abreu.

Fran^'iteo da SUveyra.

» Acolhamo-nos oo ssjwo, sejamoa cujos deuemos, nsm erremos; pojs o al he todo rriao. nom ae leyxe o pan^ao,

10 LOCVOl^DO OBAOSTEO.

d*oje auante «fertemos. Nom quero mays ser asandeu»'^ ft leyxo ja desd'aguora de ser meu, 5 por ser todo da senhora dona Felipa d'Abreu.

De JoarnJ^guaga.

Por ela m'ey de perder, por que he todo meu bem, ft ey de morrer» 10 por ela ey de fezer 0 que nam fera nioguem. E por ela diguo eu, pera sempre k desd'aguora, que nam sam meu,

19 mas sam ferto da senhora dona Felipa d'Abred.

Joäm da Silueyra.

Huma ley se fez & disse, de que todos tem querela: que quem esta dama risse,

20 em tarn gram pena caysse que se perdesse pare-ela

Pola Ter mc rejo eu [F. 147*»]

perdido cada meora, sem sser meu 25 atee mer^e da senhora dona Felipa d'Abreu.

Fym do craueyro.

Esta ley foy assynada, senhoras» com condifam, qu'esta seja apregoada,

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i4 1>B Hdte DiOGÜO.

Senty-o, poys o leyzamos, em Tida despiadosa,^ tanf crua ft tarn doaidoaa.

Do.eonde de Parfalegre. «

Este rremedio tomado [F. 147']

5 se fosse posto em balan^a,

sobre muy fraca esperanfa

segura grande cuidado.

Mas he bem auenturado,

quem com vida (rabalhosa io escolhe a mays periguosa.

Do conde de YUa-noua.

Ue seus rremedios nam asey, sey maylo de seu periguo, qae qua se veo comiguo, onde me d'ele apartey; i5 E quando mays m'alonguey, emtam vy mais douidosa minha esperan9a enguanosa.

Do baram.

Uosso mal be tarn sem cura,

que nam deueys d'esperar, 20 de terdes vida segura;

a que yos der auentura,

esaa deueys de tomar.

De?es-uos de contentar,

de dama tarn periguosa 39 ter a vida douidosa.

DE DOM DIOGUü IJ

De dorn Joam de tAKtfam.

Toniar-Bte.dc mor^ t Tidt tera 9erto quem t yyr» k qoaoto majfB t Maniir, ter»' pena mays erefjrda. 5 Eata condifam aaabida, tem, qaen| Tyr a perigüoaa, vida k moilt dooidoaa« t

De dorn Afüuio d'Atajßde.

Se foaae em nossa elej^am, do mal tomar menos mal» «0 quem qaereria faser al» Tendo tarn crara rreiam? Maa olhos k cora^am nesta vida dooidoaa eacolhem a maya perigaoaa.

Do coniador mor. [F. 147*]

15 Bstes periguos tos dam,

terdes tam juata querela,

qae quem vos julguar por ela,

confeasara Toasa rrezam.

k com eata condifam 20 tende vida trabalhoaa,

poia que Ten da periguoaa.

De dorn Pedro d'Atmepda.

Pera aqui poder ?iuer, ^

onde ae ?ida nam daa, 0 mor periguo» que haa, tf fyca ja em ser prazer. Pera aqui aver de ter

DB DOM DI06U0.

▼ida menos doaidosa, seria inaia perigaosa.

Ouira iua,

Nenbum rremedio nam rejo» que nesta vida qae siguo, 5 quanto mais certo periguo mere9e, mais o desejo. . Qa'esperaifa &. mal s^ejo» a fora ser douidosa, he muyto mais pen|;uo8a.

De d0m Luys de Mei^eset.

io Oo que vida tem quem fiue neste mundo sem na ver, nem ouuir, nem entenderl mas poys eu esta nam tiue, desespero de a ter.

19 Nem pode ninguem querer de dama (am periguosa

se nam vida douidosa.

De Luyn da Silueira,

Mu; maao rremedio yos Tejo, & ¥08 pyor 0 buscays»

20 qu'esperan^a nam (enbays. quem tem (am aUo desejo, nam deue de querer mays.

Nem creo eu, que ninguem [F. 147(|

queyra da gram periguosa 89 mays que vida douidosa.

M POM MOGUO. ^

De dorn Brodrtgm Lobe.

De tarn grande ft ial cuidado este'e o bem que ss'alcanfa: perder omem esperanfa, & tjeax ele dobrado. 5 Uiaey tos desenguanado eom Tida tarn perigaosa» qae val maya que douidosa.

Ouirm iua.

Estaa may aaentarado

quem lam alto fantesya» 10 poys se mete num cuidado,

que, quanlo mais aprefya,

se vey mays desesperado.

Enguano desenguanado

be a vida douidosa i5 em poder da periguosa.

De Symäo de Saousa.

Tormento» que atormenta assy por amor, de quem se ssente, rremedeo do mal presente se pode chamar aquy. 70 Se sse vyo, eu nunca vy seruida despiadosa, tarn do9e, tarn periguosa.

Outra tua.

0 que se na Tida mays preza, que se na Tontade mays traz, 25 esta be a que mays mal faz & a de menos firmeza.

gtral, m.

iS M WM M0600.

A Tidt por gentileia seja a da tarn perigntsa» por ahy nam auer grosa.

De Spmäo de Miranda.

0 rremedio dos veiiffdos [F. 148*]

5 be a causa de aeu mal

sendo com'cata, qae'e M

qaal nanca Tjram na^idos.

Guanban-sse de bem perdido»

08 qae com vida penoaa io se chamam da perigaosa.

De Joam Foguafa,

Quem lomiar k qoem diaaer, muy grande Terdade dyi» k nam se engoana, . que Dam a hy jgoal nelher 15 a senbora dona Briat^yi de YjrlbaDa.

Polo quäl nam ha rremedio a cousa iam periguosa, nem ba moUier Um fennosa.

De Siancho de 6$ou»a.

20 Senbora ) quem eu aemira,

contente d'atormentado»

dando yida por coidado, .

se a ley o permetyra,

Uosso mal por bem sentira; 20 que de vida periguosa

be % minha desejoea.

1

IIB 9011 woeiio.

De dam Jeronimo.

Meo mal rreme^ iiam lern, a dor d'isto be deaigoal; inas em mjrm nam ha ma^s bem, qoe e8peran9a de sea mal 5 Se m'esta tenfam nam val em ooasa tarn periguosa» v

deos a fa^a piadotar

De Joam Rraiz de Siaa.

A qaem se meleo em bando

antre periguo k rresam» «0 majs Tal yiaer desejando

dauidas» que vam volando,

que ter fcrteias na mfio.

Qu'em tamanha oupiniam [F. 148^]

a vida mays douidosa i5 he a menoa periguosa.

Oufra 9ua.

Que rremedio tomaria» quem me a mym preguntasse, ysto Ihe consselbaria: que periguo por melhoria 70 de dous estremoa tomasae. B se a vida aueniuraase, a sser triste ft trabalhoea, fosse pola periguosa.

De Joam da SUaeyra,

Tomay a mioha roalade 25 esta Tida por auen^; ' porque ua gram deferenfa.

imwmmomo.

qaem anreget a verdade, nam quer eaperar ssenleiifa. Bern compre qaalquer detenfa« qualqner cousa douidosa, 5 em yida tarn perigoosa.

*

De Nuno da Cunha,

As duuidas, que nos dajs cada ora em nossas yidas, ea as tinha bem sabidas, senbora, em vosaoa sajmaes. 10 Em Y08808 sinaes mortaes, em qae nam Ty douidosa minba Yida periguosa.

2>e Vero do Siem,

Nam m'atreao a guabar

Ul primor & prefcy9amr i5 caidar, ver & contemprar,

porque dar yida & matar

pode 0 com a ten^m.

Pols qaem dara aqai rremedeo,

d'escapar aa periguosa, 20 se nam ela tam fermosal

Ouira iua.

A ela nos ssocorramos, [f- 148*]

a ela nos eutreguamos, & a ela ssoo pe^amos, que nos guarde de sseus danos, TS poys mal Ihe nam mere9emo8; k s'o contrayro queremos, nam nos seraa piadoaa; mas antes mhy periguosa»

INI DOM SfOGUa 21

D'Animii0 da Cmüka.

Gram periguo he nam na Ter; mas o que de a Ter s^alcan^a, he Tioer sein eaperan^a de Jamals poder yiuer. 5 E se yida poder ter o que Tyr a perigaosa, sera triste & douidosa. '

tTAhMoro nmandex d'Almepda.

O rremedeo he yn^rto & a perdifam ssegüra; 10 mas quem d'ela esta mays perto, este tem milhor Ventura. Porque a dor d'esta fegura» que sseja muy periguosa, tambem he muyto fermosa.

De dorn Fran^iaca de Ssotua,

i5 Esta duuida era jaa

aa muytos dias ssabida,

mas a que tem minha vida

esta nunca sse diraa,

Porem ysto ssaberaa: 20 que he pera mym pia'dosa

quem na flzer douidosa.

De dorn Fran^Uco de Viueifro.

Este'e o cabo dos louuores que a dama sse podem dar, minha senhora a louuar, 2s sendo a mayor das mayores.

Oo que primor de primbres! [F. 148']

1) Orig. demeoee.

IUI Mwmnomm.

hama dama tarn fennosa loiraar a gram perigaasa.

Outra 9Wi.

Nooos modos de diser sse deaiam de bascar; 5 poys que deo8 pera a fazer trabalhoa polps achar. Deaen-sse de contentar

05 que tem vyda penosa, ser a eaosa a perigaosa.

De Oar^a de ttreeende.

io Quem na vyr, nam pode ver se nam de ssy maao pesar» po;8 tem ^erto o pade^er,

6 a pagoa do perder 800 com ve-la se pagnar.

i5 Mas goay de quem ss'afastar de ver cousa tarn fremosa, que seja tarn periguosa!

(hUrm $ua.

Por nam cayr em ^ertesa, nam falo na fermosüra,

20 em manhas, nem gentilesa» poys d'aqui atee Yeneza nam na^eo tal criatura. Minh^alma tem ja ssegura minha vida perigaosa ,

25 minha fee nam doqidosa.

u BOM mowo. ^

De äiMn Äluäro d^Ahranehet.

bto MO me deoe crer polo qae tenhp rtab^do, depoys de tanio Moffiido, que me fax tarn triste sser 5 quanto ledo sser perdido. Polo qaal he mor rremedio morrer pola perigaosa que ter Tida douidosa.

De dorn Alom$o Pacheco.

Pera tos louuar milhor, [F. 148*]

10 nenhum louuor vos nam saento,

que vos nam yenha pior;

qae nono merefimento

ha mester noao louuor.

Nem queyrays qutro majror 15 que: de sserdes tam fremosa

vos acbam tam periguosa.

Da ienhora dona Maria de Bobadilha,

Isto nam m'o aguarde^aaes, porqu'ysto vos am d'achar; que o que mays vos louuar, 20 vos fica deuendo mays. Nem qneyrays outros ssynays de sserdes tam periguosa, se nam sserdes tam fremosa.

Fgm de dorn Diogxw.

Este rremedio que temos, tu bem vejo, quam caro custa;

24 M IHNi MOOTO.

i qae a vida aaenturemos, por aer por ooasa lam juata, he gram rrezam que a demos. Porqae maj p[o]tico perdemoa em Tida tarn douidosa, poia he pola perigaosa.

DE DOM JOAM MANUEL, CAMARBYRO

MOOR.

Desejo muyto saber de qaem foy leedo algum dia, que couse'e esta alegria, per que nunca a pude Ter.

6 Andej ja dias St anos poraehar, voo in'a perder, soffreodo cojtas St danos; acho aempre desenguanos ^ qoe me nam lejfxam yiuer. 10 Desespero de praser» sam tarn fora d'alegria, qo'em qae m'aa mostrem de dia, [F. 148^] nam na ey de conhefer.

Pedr^Omem,

Huna disem qn'eatana eaa^ lA outroa, qne rem de Caatela,

ein poder d'hnma domela,

de qne nonea a'aneraa.

A ontroa ounj diier,

qo'eata aenhora aabya so com mayto pooca alegria

moyU triateaa faier.

DB DOH lOAM MANinSL.

Annique Carrea.

Certefico-1108, senhor, yaio nam sajra d'aqay, qae nestas festas a vy a hom meu oompetidor. 5 S'era rreiam de a ter, eu nam volo jararia; mas Jaro, qae nam rj dia qoe yjne meiioa prater.

Dam Nuno.

Uejo TQS» senbor yrmSot «0 eo nam aey, $e tendes dama»

rjT chorando da «erilo

ft dar 9em voltoa na cama.

Naa damaa naM ha pniier;

eu por yaap lodo a dia» 15 ae aa'ela no oampo oria,

coyday» qae a ej de uer.

Tedoa meoa diaa per^y em baaca-la; Gaatela, Fran^a corry,

20 oatraa mit terraa qae yy, aem acha-la! Maa per la ouiqr diteri que neate nreyno» d'raid'iai fycaaa toda em poder

2s de quem nam na Bierei(ya«

tMi

DE PERO DE SOUSA RRIBEYRO tF.i49>]

AA SBNHORA DONA MARIA DE ME-

NESES ESTANDO PARA CA^AR.

Bm tudo Dooa maaeyr« tomou mea bem d'aoabar; em leuantando a bandejra comprio loguo de bayxar.

5 Que perder a liberdade,

que tinha qaam a ii^Bfi iein,

nam sey como, nem por ^em

a tantoa fas croeldade.

He gaerra grande ynteyrai, 10 qu'a mym aa de gaerrear,

poya tny leaantar bandqrra»

qoe comprio loguo a bajnar.

Sua.

Sey 0 mal do eaa^mieiilo»

porc'huma res ja easey, 15 tenho dor, tenho toirmeiito,

porque nam no encantoey.

A coaaa vay de maneyra,

qae ae nam pod'eacuaar;

ft eil leaantey bandeyra 20 qne rresam manda abayxar.

28 I>E PBRO DB 80U8A RRTÜBTRO.

O eamarepro moar.

Nam party com boas aues k com pee esquerdo entrey» poia achey malea mais graues de qaantoa fantaaiey. 5 Eatoii na mala derradeyra maa reniiiray qae cuydar 86 pode, poya a bandeyra ja n«n ey d'aleuantar.

' . '

O prior do Craio dorn Dloguo d'Almeidä.

0 mundo he deatroydo, 40 ja nam ha hy mal, nein bend;

tudo ae perde por qaem

a mym leyxa tam perdido.

Fremoaura tam goerreyra! [F. 149^]

como no8 podeya leixar, 15 ou que aeraa da bandeyra

qae me mandaya a bayxar!

Oufra ma ^ fym.

Se nam conflrmaase el rrey a ten^a qne Ihe'e pedida, porqae flcasse empedida 20 eata ley tam contra ley, Seria grande maneyra, pera ae tudo emiear, ft quem abayxou bandeyra» toma-la-hya a leuantar.

\

DB PEDR'OMEM, ESTRIBBIRO MOOR

DEL RRBY.

D^oje auante quem qoiser, qae Ihe qoeyra mal alguem, djrgaa-lhe, qae Ihe quer beoi. .

E por hy nam aoer grosa» 5 nam entendam todos yato

se nam em dama fermosa,

descreta & gra^iosa,

porque d'esta sam mal quisto.

Porque a que nam tyuer tu estas tres como ela tem,

quifa que querera bem.

De dorn Fernando de Meneies.

Porque d'isto me temjfa, m'encobry o mays que pude, mas nuDca me deos ajude» 15 80 0 9erto nam sabya. E por ysto quem quiser, que Ihe vaa mal com alguem, airua a quem eu quero bem, *

De Jorge d^Agwgar.

Porque tal m'acontefeo [F. 149*]

com feam»

qae seruy desqae na^eo.

i

30 ra PBDrONBN.

mas desqne me conhefeo, DUDca mais me fojr muy aam. E por yaso qaem qaiaer» que ihe vaa mal com alguem, 5 digua-lhe, qae Ihe qaer bem.

0t ArelhMO.

Se quereya em PDtlifguil, qae tos vaya bJen d'amorea, seruy a quem qotoerdea mal, & vereya Tenir fraerea. 10 E por 6890 el qae qairiere faaorea aacar d'alguem, fingindo le qoiera Men.

JkHn Oarfia d'Alboquerque,

Moatray, ae quereya tyrar da dama algam bem querer,

15 que a nom quereya ovlhar, nem, ond*ela eata, eatar: ye-la-eya por voa perder. E ae 0 nom quereya faier ft Ihe quiaerdea gram bem,

20 nam yolo querera iiiBguem«

Outra $ua,

D'iato aom eaearmentado ; poya Mate por mym paaaou, %om verdate namorado, aem hum'ora ser mudado, 25 de quem morte me causou, & folgou

de me Ter aaay morrer por Ihe querer grande bem, moor que uunea qojA ntaigaeiii.

DB PKDrOMBN.

31

De Franfheo da SUMfra.

Fffm.

Nisto nom aja debate» ante todos aeja crido: ^e quen^ ^liaer d'anTemat« grande benit sem aer fengido, eate tal seraperdido. E por jrsso quem qaiser d'amores querer algvem» fengido Ihe qoejra bem.

(F. 149*1

/

DB JORGE DA SYLUEYRA A HUUM

PROPOSITO.

Mlnha rlda nam he ridt. eon^am nom me rrepousa com desoayros d'dma eoiila.

[eus olhos desejam ver 9 o que minh'alma queria» mil mortes na fanteaya qa'iato desuia de sser. . Assy que nam tenho vida, corafam nom me rrepoasa 10 com desuayros d'esta coasa.

Symäo da ßylueyra.

0 que quero» o que desejo, näm no ouso de saber» porqu'ey medo do que vejo, k arre^eo o qu'a de ser. 15 Porem queryaa dizer: tem tanto medo esta cousa» que sayr de mym nam ousa.

0 craueffTO.

De dous males desigoaßs me yejo tam combatido, so que perco todo sentido, aem saber nem ter ssabido

HB lORW DA SILUETRA.

qoe mal d'estes me doy nfajs. Com ambos me nam leyxais» eorafam nom me rrepousa com desejar hama cousa.

Luy$ da Sylueyra.

5 Eu caidey qu'era passado [F. 149*]

ja meu mal & meu tormento,

k he vento:

qoe synto nouo cuydado

de muy yelho pensaamento. io Oo nouidadea de vida!

ea nam sey quem Tiuer ouaa

deaejando grande couaa«

Dom Aluaro de Noronha.

Descansso nam no eapero,

de tudo deseaperey, i5 como me determiney;

nem fa^o a vida que quero,

nem me quer a que tomey.

A Ventura aeguirey,

que'e muy perigosa cousa, 20 fazer homem o que nam ouaa.

8ymäo de Borna,

0 que'e bom pera viuer he mao pera quem nam viue. de quantas mas vidas tiue, eata soo m'o fez saber: Que maa vida de aoster he a de Symfio de Saouaa com deauayros d'uuma couaa.

ftiatlwwht fWftU DL 8

34 US lORGB DA STLUftTBJu

De Vateo de Fbeee.

A vida que tenho «gora, essa ey sempre de ter, nem viraa dia nem ora, em que tenha mays prazer! 6 desejo de a diyer, mas meu cora^am nam oasa que descubro grande cousa.

Dom FranfUco de Biueyro.

Ajf que Dam posso Yiuer» segundo caminho vejol io porqu'o que quer meu desejo, mynha Ventura nam quer. E porqu'isto assy a de ser, ja minha vida nom ousa desejar nenhuma oousa.

Outra 9ua. [F. 149']

15 Uossa grande perfeyfam m'aa for^ado que vos ame, & vossaa obras lays saam, que mamdam que vos desame. Em tal ponto minha vida

20 posta he, que nom rrepousa com desuayros d'uuma cousa.

Dom Oar^ia de Noronha.

Em meu mal estaa meu bem, perdi o em Almeyrim» ja nam tenho mays em mym 25 c'os desastres que me vem. Oo cam triste Tida tem

U JOl« DA CTIiUKnU. S6

peMoa, qae nam rreponaa com 4psi^F<» d'imma coosa!

Afflre$ TeleM.

Uiuo triste y deapedido

do bem que daa eaperan^a deaejo faser mudanfa,

d*oiitra parte coDfyaii9a

qaer que yiua, como yiuo.

Som de todo ja veDfido,

cora^m Dom me rreponaa 10 com deaejo d'ouma cousa.

Otttra «fia.

Liberdade tuy perder por gnanhar douo caidado; mas 8*eu qaeria yiaer 800 hum'ora sem no ter»

19 nunca yiaa deacanaaado. Por que'e ja tarn eogaanado meu cora^am nesta cousa, que nas outraa nam rrepousa.

Duarte da Oama.

0 temor demasiado

20 do mal, que por mym s'espera, me fas que ja o quisera

ter passado.

E foz-me, que minha vida [F. 150*]

nom descanssa, nem rrepousa 25 com desuajros d'uma cousa.

^

S6 I>B 'ORGE DA STLUETBA.

Oar^ de Rre$ende. *

Minha yida soo o nome tem de yida & de viuer, & quem yida quiser ter, o coDtrayro d'ela tome 5 pola 9edo nam perder. Ysto me Taz nam diier & encobrir huma cousa, que na minh'aima rrepouaa.

Joam Broiz de Saa,

Nam 0080 de desejar, 10 Dem desejo ser ousado, porqu'ey medo de tomar tomar tam grande cuidado qae me nam queyra matar. Folgaaria d'acabar, i5 mas meu cora^am nam ousa comefar tamanba cousa.

•!..

D'AYRBS TBLEZ AA SBNHORA DONA JOANA DE MENDOgA.

A grorea de sse perder, qae teraa qaem voa serair» qui-la deo8 aoo descobrir a quem quis dar mala praier.

5 Porqa'a vida qa'algum tem

nam se ssente, nem pade^,

ae nam segundo mere^e

a cousa dond'ela vem.

E qaem esta puder ter, 10 aenhoray por voa aeniir

nam pode pena aentyr,

que nam synta mays prazer.

0 baräo,

Se com ¥0880 parefer [F. 150^]

condi^öea manhaa consaeguem» 15 aa ouiras damaa de crer

deaem, qu'ayeya de tatet ,

0*08 seroidorea aa negaem.

E por yaso, qnem Uoer

aayao, deue de fogyr, 20 d'onde nam deyxam aentyr

a pena qoe da praxer.

38 D^ATRES TEUZ.

Francisco da Silua.

0 qae menos tos conhece este ey por mays perdido» porque, quem por vos padefe, na groria tem mays avido 5 do que na pena mere^. E quem por tos se perder, s^rlh'a milhor nam seniyr o gosto de vos seruir, pera mays vos mere^r.

0 eonde do Vimioio.

10 Se prazer he ser perdido, grande dita foy a minha, poys com tanto mal soffrido me foy perdw tarn assinha, Ditoso em me perder!

i5 mas nam pera ros seruir; c'outrem tem esse poder, & eu na^y paro-o sentyr.

Outra 8ua.

Ea determino d'auer hmna vida emprestada»

ao pera por vos a perder, porqu'a minha nam he nada. Que nam tem tanto valer» pera que possa sentyr a groria» que deue ter,

35 senhora, quem ros seruir.

">v

VJCtUBimMX.

Por eate coatentainento» qae decrara este riifam, quando Uoer mays tormento, terey majrs satitfofam, 5 Que se pode aeoDte9er, [F. 150*]

Dem qae posso ja sentyr» poya qoe qaaiido me perder, aa de aer por tos aeralr!

Manuel de VUhena,

Esta groria qaem na tem» la posto qoe folgue co'ela,

Dam Ihe tyrara oiDguem

o rrcfeo de perde-la.

Em couaa» qoe a'a de ter

pera mor pena aeotyr» Dam se pode acbar prazer»

ae Dam aoo em voa seroyr.

Gar^a de Rre$ende.

Qoem menoa vos tem seroido»

tem maya qoe tob aleguar;

poya Tai mays o mais perdido» 10 milhor me Tem o partido

do perder qoe do goaohar.

E ae me oam qoya perder,

aeohora, por tos aeroir,

deoeys crer ft coDSseotyr, 29 qoe foy por mays merefer.

40 P^ATRES iraBZ.

Fran/fiaco de Ssataa,

Tres anos ha que sam fora quatro mil legoas d'aquy, d'onde afirmo que nam yy» nem menos desque na^y, 5 tarn gentil dama ategora. E por ysto sey dizer, que quemqaer que vos seruyr, que, quanta pena sentyr» se pagua so com vos Ter.

Dioguo de Meto.

io Poys nos deos quis amostrar,

em Yos todo seu poder

ter sojeyto,

deuemo-lo bem de louuar,

se sse nam arrepeoder 15 de YOS ter feylo.

Grande mer^e quis fazer [F. 150']

so a quem quis descobrir

a groria que he: perder

a yida por vos seruir.

Joam Rroiz de Saa.

20 Mas porem nam na quis dar

tarn barato, qu'escusasse

de passar, quem na buscasse,

grandes tormentos d'amar^

antes qu'a porto cbeguasse, 25 Para se poder soster

a groria de tos seruir,

deu mal para rresestir

a tarn sobejo praze[r].

4t

D&m nwnfUco ä€ Viuebro.

Cnidar em dar tm loaooret he lao^ igoa no mar,

sem jamays nonoa ehegaar ^

a Toaaos grandes primorea. 5 Mas a^ qoe, qoem bem aentyr, fara o qa'e; de faier, qae'e: morrer por tos seruir, k aem jaao nam Thier.

FrmifUeo S&mmn.

Tarn grande merefimento, 10 qae rreiam lene por gaia»

nam tos piDta a fantesia,

que Ibe days coDtentamento.

Maa a groria de Toa Ter

obrigaa a roa aernir, 15 sem se poder encobrir

de ningaem mays sea praier.

Pero Momx,

Tal rrosto ft tal fegnra TOS foy deoSy senbora, dar qne qaemqaer que tos olbar 20 nam tem na yida segora. Ditoso, se a perder! pois s'a de rrestituir a pena, qu'a de aentyr, co'a groria, qa'a de ter.

Cabo (VApre$ Telex. [F. IM)«]

25 Se eo podease . ganbar d'outra parle fem mil vidas.

4t i>^

seria por rolas dar, pera aa rer tanibem. perdMa«. Porqoe'e tarn ponco perder boma 800 por vo» seniir, qae, por maya groroa seBtyr, qaeria maja Yidu lor.

*■

DE JOAM DA SYLUEYBA AA ^NHORA DONA MAROUARIDA HUBYRB.

Desqo dfi tos lonuar» mas qaando qaero tiser» tarn poueo posso diier, como se dem calar.

5 E mays om qiie posaa 0er,

OQtro medo m'o defende,

qne quem ysto emprender,

dara logno a entender,

qne cnida qae tos entende. io 0 qne nam sa'a de caydar»

menos ae dene dizer;

ft por ysao en qaero ter

a culpa de me calf^r.

De dam Lcuren^o dfAlmeida.

A quem aobeja rrezam 15 nam pode deaslnralar,

qa'esta he ndoha fen^am,

quem nam tem compara^am

nam se pode comparar.

E se cnido em tos gaabar» 20 yqo qne nam pode sser,

k qaem mays ha it diier,

aa-sse de saber calar.

44 LOUUOR DE JOAM DA STLüKTRA.

Do conde d'Aleauiym.

Ea quisera me calar, ft nam me pade soffrer; ft tambem Dam sey dizer, quanto sse deue falar. 5 Assy qu'aqueata rrez&o [F. 15(K]

m'eacusa d'este periguo ; mas o qu'ea aqay nam diguo, caa o diz minba tenQ&o.

De Femam Telez.

Eu bem aey, qae me aseria 10 de meua males gram conforlOp

se visse na fanteaya

quem na vida me tem morto.

Mas poys triste contemprar

tam infyndo parefer 15 nam poode sser,

louue ¥08 quem tos louuar»

qn'eu nam sey mais c'a adorar

ft pade^er.

Do conde do Vimioeo.

Como, quem fala de fora, 30 oQsara de tos guabar,

se nam fora

Ter TOS eu, minba senhora»

meu cunhado assy matar.

Mas ficou-me de vos rer 25 tal medo, que mays falar

nam ouso, nem ssey diser;

que bom calar

be milbor par'esoapar.

wamm n ioam ni srunmu. 45

D0 e&mäe de Fktäo.

Qoanto temot nudt rreum dte loQoar 0 qne pare^e» tanto menos dos mere^e de loonar a concliQaiii. 5 Porqae soo de a olfaar e'e8peran9a ie'a de ter, he de majio mal aoflirer k poueo lern eaperar.

De dorn FtanfUee dPAImeida.

Aa mioa Tosaaa tem ja feyto 10 em mjm aempre tal laoor»

qae em todo sea faoor

aom ssojejrlo.

Mas porem poss'afjrrmar, [F. 151*1

qa'este vosso pare^er 15 nom sse vyo, nem ss'a de Ter

tal coosa pera guabar.

Dom FranfUco de Vyue^o.

Quem algum syso tyuer,

dyraa qne nam tos guabemos,

pojs que sajba 0 qae qojser, 20 qne digua mays que soober,

he nada par'o que remos.

E por yssoassy euydar,

me calo eom soo ssaber,

c'o qoe sse dene diier SS era a fyma de louoar.

46 LODOOR DB lOlM Uk üHmA.

0 campo eraro sse rja fycar por tos ateegiiora, se Dam fora a senhora dona Maria 5 Anrriqaez, miaba senhora. Esta 800 quero lejzar, poys he soo no mere^; entam a meu pareQer *^ podejrs vos todas leuar.

De Dioguo de Melo,

10 Nam posao guabar, qae quebra»

as cousas per s; guabadaa;

mas terey esta manejra;

hyr-m'ey com Joam da Siloeira,

se nam fala nas casadas. 15 Co' [e]le m'ey d'asynar

sempre neste parefer,

poys que nom posso dizer

o que nam posso calar.

Do baräo.

Todo mal eu adeuinho: 20 porque, como vos fuy ver,

yyo c'auia de sser

do triste de meu sobrinho.

Querer-uos homem guabar [F. 15P]

he laD9ar tempo a perder, 25 qu'ynda que tenbo luguar,

nam pode te-Io querer.

%0mm^mMäMwikmvmmk*

De dam JMr* 40 Narmiha,

Nts 0OQM8 (Pf grandaa itfo, cimpre ler mag giaade tonto; c'o&de sobej« iteifei fde^ o MUi»diflMiil9. 6 Por 7890 ^aeai oome^ de fdar onde difer, at piimeiro bem de oer

cam mal ae pod'acabar.

- »

De Jerge da Bf/fuenra.

Naqaeataa damas qne Temoap 10 Temoa^fraMle aol»«aaMo» porque ao no qa'emtendemea poode-lo rrjraeo. miQfa dto, e'a todaa quantaa sabemea. Poys quem podeaae ebaguar «5 0-0 qu'estaa por entender; ^jnd'esl'encarefer » era pequeao lowiar.

Do marquee.

U; tarn gram merefimeaio,

yjr tarn ^raade fermoaura, tt que perdjr atrewymeiito,

& gaabey deaauentyra.

llaa a'ousa-ae de falart

0 qa'eu 4]^y*>

aeria: qn'era ereajra» 25 cuydar nioguem de loHuar

qaem nam pode. eomparar.

48 LOimm INS lOAM DA fllMRlA.

Ouira ntm.

He pecar no spyrito santOp he preaonfio moy sobeja, " "

por dto aaber qae aeja, de 0 800 ciiydar m'espanto. 5 Ea nom creyo, nem crerya, que ninguem tal presumiaae; antes cryo, qae serya [F. 151*]

ousadya d'eresjra, como disse.

De Jorge de Melo.

io Quando daos, da gentylesa

qujs qae foaaeya tos o cabo,

ordenou qo'era aympresa

dar-uos guabo.

Tem 9erto qaem tos olbar, 45 se ¥06 souber entender,

c'aa de tcr --^

pera aempre em qae caydar.

Outra $ua,

Uyue com dobrada dor

quem sser tosso nom alcao^a; 20 & depoys qae tosso for,

teraa muyto boom senhor»

& de ssy maa esperaoQa.

Qu'em serayr-uos come^ar,

seja 9erto qu'a de ver, 25 se nam morer,

de ssy fedo mao pesar.

LOUUOR DE JOAM DA SYLUEYRA. 49

V

De Manuel de thffoe.

Eo nam ssey como pigaji; nem yos pagotO V>o»^ ^os i|i^f nenit se serae em tos sen^r^ 86 fyca deaendo mays. 9 Qua 86 qa6ro daacontar da pana ou do prasar, I nam do aae; datraaiinar;

c'ambaa cra^m com voa Ter.

De Oarfia^) de Breeende,

r

I

Nam 86; quem aa qoer meter 10 em cooaa lanto aobyda»

qae^ antea qua a aayda

Iha dA» nem nada diaaar,

0 iMraa emaandefer.

Quem tal coydado*) lomar, 15 86 nam tyuer tal aaber,

como tendes par69er, . [F- 1511

k merefer,

faraa bem de aae calar.

De Voico Gamez d^Ahreu*

0 qne yjt mylbor de noa - w & maya roa quyaer guabar»

dyr-uoa-ba, que Toa soea Toa,

& entam pode cuydar,

que nam ha mays que falar.

E ae maneyra buacar 39 outra mays, ou quyaer ter,

aa meater, qne aea aaeber»

como Toa, nam tenba par.

1—8) Oria* fuepm Gre^ eeyie de.

/

50 LOmHMk INI 10411 Mk fffiranuL

De Joam Foguofa.

A muyto s'atreoeria

quem eujdaise,.

por mqrto que vos lounasse»

qae dyria 5 a Tossa galantaria. '

Porqae quem em tos falar

pode mayto bem dixer,

sem errar,

quo 800 deos tem o poder, 10 senbora» de vos louuar.

De dorn Fernando d*Äiayde.

Poys triste tarn aoo fjquey de minba passada dor, TOS soes a qae loanarey, vos soes a que tyrarey 15 em qualquer ontro lomior. Mas ba nisto.de pagaar 0 Tosso boom par^^r na vyda, qu'ey de vyuer, qu'ele soo m'a de tyrar.

De Lvyg da Sylueyra.

20 S'esta senbora nos Teyo

mostrar sen pare9er,

oy porc'emie deos irefeo

de 0 ela pre^eder,

e a la quiseaee ter. 25 E pera la nam leyxar, [F. 151*]

lembrou-lbe c'oavyo dyser:

dous santoa md parefer

pera oulbar»

quanto mays pera adorar 80 k pera crer.

i

J

LOUUQi DB lOAM DA 8TLVBTHA. 5|

De TrMam Föguofa.

Sem iirar ningaem afora , senhora» nyslo me fiindö, qae qaantos aa neste mundo ▼08 deoem ter por seohora. 5 k qpem tam feguo andar, tffj^to bem nam eotender, qali mqffl vyr naAi he rer, qae yer ae poaaa cbamar.

De Vaeco de .Fbpo$.

De quem ae tanto goabar» 10 qae diaaer,

qae nam he em sea poder loaoar-uos, nem voa loauar bem DO podem rreprender.

Qae saber, qae aabe nada, 15 conhe^r-sse aem poder»

hy-jato taalo saber,

c'ajnd'estaa por naqer

peasoa tam acabada.

Por ysso quem yos oalhar, 20 a Toaso gram parefer

nam compre rrezam baacar,

qae por fee sse deae crer.

DE JORGE D'AGOTAR APARTANDO-SSE DOS AMORES.

AmoreSy desd'oje majrs nam me conteys per Tosso, nem me quejrays; nam qnero nöjos que daya, 5 nem quere rosaas merfes.

Deyxo Tosaas eaperanfaa, [F. 151']

yfias & sem nenham rreponao, deyxo-uoSy porque Dom ouao soffrer majrs vossas mudan^as. 10 Nam m'o ja eys per yosso maya, nem m'o cbameys, amores, poys que soys tays; nam quere nojoa que dajrs, nem quero vossaa merfes.

Ajuda de Fran^ico da SUueyra,

15 Lembra-me que vos seruy

muyto ft muy de rerdade,

& com quanta lealdade,

ft por jsso me perdjr.

£ poys que tanto matays» 20 nam me culpeys

de nam ser ja tosso maya;

k poya tantos nojoa daya,

nom quero Yoaaaa merfea.

OB I0R6B D*A6IJTAR.* 53

De dorn Joam de Meneeee.

Se vos seniy algam'ora,

da aogejfam, em qu'estaua,

nam quero majrs que ser fora,

porc'aguora 5 sey quam mal o empregaua,

E por jsso nunca mays

m'acolhereya

de ser vosso, poys mataya

com tantos nojos que daya, io qo'ante nom qoeyra mer^es.

Do coudel moor.

Quem podeer tanto conssigao, precnre ssa lyberdade, maa eu nam poaso comygno, nem posao mudar yontade. Com todo mal que faQaes, nem me faseys, amorea, aempre ja mays nam quero nojoa que daya, poya me podeya dar merfea.

D'Anrryque gAlmeyda, [F. 152*]

20 Por me tyrar d'eata brigua,

de quem mal oufo dizer,

quero aeruyr buma amygua,

quäl mylbor me pareijer.

Senhora, laa ond'eataya, tf perdoareya,

ae diaaer, que quero maya

a aaudade que me daya,

ca d'ootrem cem myl mer^ea.

DE SIMAA'O DE SOUSA HA SENHOü DONA BRIATIZ D^ SAA.

Quem quyser saarar o mal qne d'ontra molher tjaer, oolbe a qae Ib'eu dysaer.

«

Porqae s'aa d'oulhar rresam, 5 por ela sa'a de perder»

& s'aa de ter sojeyfam,

onde pode myUior aaer?

0 perdy^am de prazer

pera quem olhoa tyuer! 10 o molberes, que molher!

O baräo.^

Como ssarara meu mal quem folgou de m'o fazer, & folgua de me perder, cuydaudo que pod« aaer, 15 deuendo de cuydar all £ por maya ^erto aynal, em quanto yyda tyuer» nom verey outra mdher.

Jorge da Sylueyra.

Bem vejo o rryaep que corra 30 naqueate meu catyueyro»

tont

I

DE SYMV^O DE SOUSA. 55

mas ssam &eu tarn verdadeyro,

qa'jmda qne me dem dinbeiro,

nnn qoero d'de ater Unto.

▼enha-me nial aobra aal, [F. 152^]

▼enba-m'o qae me igrer,

▼enha por eala nMiherl

EJiö cond^ do VymffoiQ,

A vyata qn'a de aaloar tudo ee p^rdepor eU, por jsao nam aaej caydar» f ^ aae'e inor pefyiod dalhir,

l ae moor djU eonli6fe4a.

Haa ajnto, qu'eataa em TeJa» com quanto mA me tpLef^ minba T]fda aem na ter.

Hont Rrödrfffuo dB ÖtMo.

a

15 A triatesa, qae ae tem Go'aa condjfdeä da mitiha, bem pode matar aayBha, mas nonca leyiar ningnem. Aasjf que, quem ae qaer bem

90 k algaum praaerquyiMr, (äga d'aqueaaa molher.

Gonpäto da äffUut.

Se fora bo mal paaaado, voaao conaselbo tomara, k podera aaer, c'achara 35 eate rremedyo pronado. Maa quem eataa apartado de mal ft 0 nom qiitaer, nom yeja eaaa moDier.

I

l

56 IUI sTiuro PB wmk.

Ayrei Telez. *) '

De mea mal ja deaeapero, porqu'a nele gram desaajrro, faz-me bem o que nam qaero, & quero o que me'e oontrayro. 5 E sey, c'o mor aduerssayro que minha Tida tyuer, sera yer huma molher.

Dam Pedro d^Ahnepda.

0 rremedio do caydado, [F. 152*]

qae m'a mym pode aarar, 10 nam eataa em bem oulhar, porqae yem de mal olbado. E quem d'ysto for tocado, guarde-säe do qa'eu fyser, & olbe quem Ib'eu disser.

0 capitäo da Jlha,

15 A ora ey por perdida

que pasao aem na oulhar,

yendo-a me custa a yyda,

que m'outra nom pode dar,

nem tomar. 20 Porque sc nom pod'achar

quem tanto poder tyuer,

se nam em quem eu diaaer.

Joam da ßilueyra,

Nam tem rremedio meu mal, comprir-ss'a sua yentura, 25 porque par'ela ter cura aa-sae d'achar outra tal. 1) Orl«. TeMem.

B por nrnju ^ito sjnial, qoem outra coota dtosar» moatnurJh'ej liiima molher:

ßgmOö da Sphiejfrä.

Hjl moitaa d'mn t/f/üsnif 5 sam lambranfa da qoa liiilub

por. m'acAar nugra asyiiba

m'ordeooa Biiiilia reolara«

Ha rnny jmpMoaa eora;

eada hmn djgp-o qne qnyaar, la k d[a]7ie m'mna. molher.

Cfarfia de Breiende.

Oa olhos qne aa pnaerem (jrrmea em aeu parater» Ijyrar-aa'am de quem qidaerem, maa doa aeüa nam pode aaer. 15 Meua olhoa, poja foataa tar- qnem tos nam ye, nem ?08 qaer, aoflray» qnanto tos ^jraer!

Ouira iua. [F. 152*]

Qaam na fyr, nam yeraa mala

ouira peasoa na^a; V quem nam na fem conbdfjrda,

dou-lhe d'ela eatea aynaya:

qua daa aempre triste fjrda,

Nom presta te-la semyda,

porqo'a qnem mor bem Ihe quer 35 deyxa maya fedo perder.

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M wnuTo M wmmä.

Dam Joam Lobo.

Se fossejrs ja conhefida, poys caraia mal em mudaiifa qaem ter eata confjran^! Atayde, mtariia Tida, 5 nam posao ter eaperan^r Eate-'e a que me fat mal; se rremedyo me nm der, nam m'o d6 onlra mdhert

Dom Joam de Meneiei.

Ab ayea qua madam mal «0 0 bom ca^ador ordena, como madem ana pent A se cabram d'ooUra tal. Mas eorre rryaco moilal da noua que Ifae ^er, <5 & goay de quem na lyuer 1

Outra 9ua.

E quem pode com ajudas mudar-8se coma falcam, perde pena de Symio & fyca Symfio i Judas. io Uen-lbe penas tarn agudas, que sobe cim alto quer» mas guarda de Lu^yfer.

Dom Alon$80 Pacheeo.

Pnes do yo perdy la vyda alguno pienssa beuyr» » em sser mas de my seruyda no la quyero deseruyr.

I

I

DB SYMA'O DE SOUSA. 59

Elba causa my partyr, [F. 152*]

otra me fara bolaer

•*

a moTTT en sau poder.

Nos malet em qae ba onra, 5 todo benefy^ Tal, . . j

maa o mal que'e jmmortal, )

quem Ihe rreokpdjo prociin,

perde lodo o cabedäU

Quem quyaer Ter o aynal 10 do qne digao aaay aaer,

olhe a qne Ih'eti diaaer.

Dom Ahwrö d^Ahranehei.

Jato nunca tjo ningoem» por jaao nam aey diier,,. nem eataa no eoobei^ 16 nßber ^erto». d'onde vem» 0 moor deacanaao qae fem, quem eate meu mal tyuer, t he nam saber enlender.

'i'.»

Joofn JUnx dt ßtiü»

0 mal, que tenho aofrido 20 de aoffrer A emcubriry nom ae cura con aa^niido, porque nafeo 0 de aentyr* D'yato 800 Ibe pode vyr o rremedeo, & quem m'o der 25 he moyto maya que molher. 1) Orig. iMfM.

..'» ■-

«0 ra raiirp m wmu.

Dmn Lmß ie Jümetet.

Pdrqae ssey, qa'ey de gnanhar, folgattin d'apostar hama mnyto grande oouaa, e'o qne Um Symio de Souaa 5 nam tem deos mab c^arranhar. B qoem d'isto doaidar, deyxe quem ele qnyaer, k olbe qaem me nam qaer.

Franko de BrUo.

Coydo ea em qaem aeraa [F. 152^

10 a qua tanto poderaa;

aoho qna'e a qne me tem,

aem me ftaer nenhum bem,

qne me ja nnnea faraa.

Nyato ae conhe^raa; 16 mM quem desqnanaao qayaer,

fngua de a conhe^r.

Dom €hmfal0 de Ctufel-branco.

S'onaara de nomear, ja tenera dyto, quem me pode dar eom olhar 20 aande, qne de ningnem ateqny qnja a^eytar, Por todo men mal goardar a aaaarar, qnando diaaer o nome d'eata molher.

Franfi[ic]o de Süumo.

29 Hnma me pare^e bem, nam aej ae Aseya por ela;

j

, DB mguro M woBA.

qne, se bem qulserdes ?e-la, um ?ot lembrarai oiiigoenDu Tantt jenttleia tem/ tarn fennoM he qnando qaer, 6 qne'e miqrto nuijt qae molhar«

Ua$eo de Fb€$.

Mea senhor Symio de Soomi» deyxar-m^ya antes tjnw; aem teer nenhama cooaa, qae com Toaeo me cnrar. M 8'aIgQiim lempo lanto mal m'am meoa olhoa de Umpr, nam noa qnero» Vaa de aer.

Ouira nuu

Se foaaeya com'ea ferjdo, da fyda deaeaperado, 15 TOS terieya o cuydado qae lenho de niy perdydo. Por jaao carar mea mal oam he bem, nem pode aaer, nem tenho olhoa par'o Ter.

Do eitrifbeyro mar. [F. 153*1

V 0 qaem podera tomar

o conaaelho do rryfami

maa he maj mal deaejar.

o mal de meu cora^am

Foy aer sogeyta a rresam tf da Tontade, que me qaer

com aeaa engaanoa perder.

et DB OTMA'O DB SOOBA.

De Sadßjoz,

Nom lengo por buen con^Ho el rremedio que me dajrs» qne com so que tos sanajrs, con 6880 byuo yo muerto. 5 Mas b€ tos iezjT de fjerto, que yo toelgo ^de io sser, por Ter su giram mere^r.

De Symäo de Souisa.

Nam ha ky tempo passado, se nam presenle A portyr, 10 pera sentyr

meu mal qu'estaua goardado que tanto tardou em vyr. Quem DO c'os meus olhos ryr, qu'ele estey no que quyser,

19 faraa o que eu ffser.

Outra $%ia ^ cabo,

Faley soo do poder saea» ^ sem falar no mays que tem, tambem do nam poder meu oulhar jaa outrem ninguem.

20 B soe hy ouuer 'alguem, que douyde no que diguo, eu Ih'o prouar ey muy bem comygub.

I

l

DE SYMAO DE MYRANDA AA SEN-

flORA DONA BRIATYZ DE VILHANA,

ACONSSBLHANDO - liHB QUB SSB

GOARDB DE SOBfiRBA d? DBS-

PRBZAR NINGUBM.

Fortana, sortes, maao fado [F. 153*^] sempre yem pola aoberba, oa por quem muyto deapresa qualqaer mal aüeiiforadö.

5 Da aobefba rem cahyr

do maya aKo no maya fimdo.

goarde-aae, quem neate mando

folgna mal de bem omiyr.

Qaem eahyr neate pecado, jo aom aae l^e em gMÜlasa»

porque qaem muytoa deapreia,

aea Taler he deapreiado.

^Do cande do' VymjfOio.

Qual Toa eu qülaaeae maya, nam no saej determinar: 15 com a aoberba malaja, maa tambem, ae d'ela Imatjfa, he comefo de pecar. /Poya cahyrdea em peeado, rremjraa noaaa trlateia»

64 »B SnüTO DB MTRAMDA.

da soberba & cnieza

nam ae queyxe o deapreiado.

Dam Alontso Pacheco.

Nam me salua a rrezua,

aendo perdido por ela, a maa mea mal t perdi^am»

tudo bem a'enpregaa nela.

Ea doa por bem empreguado

em mym toda a triateia»

porque na minha fyrmesa 10 ae deaqaanaaa meu ctijrdado«

De Sffmäo de Siotua.

Ahy nam ha salnafam aem huma ponca d'omildade; quem tyuesse piadade, teria mays perfey9am. . <5 Maa yejo bem mal julgado que daa por males fyrmeza, & esforfar-sse a crueza aobre quem tudo tem dado.

De Gar^ de Rreeende. [F. 153*]

Artygno de nossa fee 30 be, nam desprezar ninguem,

k fazer a todos bem,

aegundo cada hum hee.

Emparar deseroparado,

0-0 triste nom dar tristeza, 25 aoa fyrmes ter fyrmeza,

eaperar deaeaperado.

DB BTIUrO DB MTRANDA. 85

De Joam Braiz de Saa.

Que d'isso syntays pajrxam, Dom TOS deueis d'espitfitar» que dos anjos he pecar em soberba k presmiQam. 6 Nem cuydeys de sser Tinguado do qae fax saa craeia; que perder a gentUesa Dom sse segua de pecado.

e Symfo de Myranda, porque tjo a cantigoa na eabe9a da senhora dona Joana de Hendofa.

Seja a cantigaa adorada, io senhores, que o nam mere^a,

nam ela, mas a cabe^a

onde ontem foy mostrada«

Esta nam teraa pecado

d'enueja, nem de soberba, 15 pois nam pode a natureza

dar-lhe mala do que Ihe'e dado.

OMiritadn ftnO« m.

DE SYMA'O DE SOUSA AA SENHORA DONA GUYOMAR DE MENESES.

Uossa gra^a k pare^er

Tay, senhora, de maneyra,

que deue, quem quer yyuer,

de fazer per yos nam ver,

9 ahynda qu'ele nam queyra.

E deue-sse d'entender, [F. 153^

em quem vos nam tenha visto» porque depoys de yos ver nam se pode fazer jsto. 10 Que quem tos bem conhe^er & YOS yyr, que deos nam queyra, nam pode leyxar de sser Yosso, em quanto yyuer, nem yyuer d'outra maneyra.

Do comendador mor d'Atys,

19 Uosso nome & fermosura sam duas cousas ygoaes. porque melhor m'entendaes: ^ huma d'elas daa tristura,

a outra penas mortaes.

20 Assy c'a meu pare^er

o Yosso he de maneyra, que, quem leedo quyser sser, nam deue nunca querer yer-uos, ahynda que queyra.

f

f

»Mi.

DE SYMAM DE SOI SA. 57

Do baraäo,

Nam^) sey em que syso cabe perder tempo em tos gaabar, poys no quo tarn bem sse 8ibe, 86 nam deuede gaatar. 6 Porem quem me qn3r8er erer, deae de buscar maneyra, qae nam moyra aem roa Ter» que sem jaao nam morrer be morfe maya yerdadeynu .

Do conde do VymyoiO.

10 Louuar vossa perfey9amy

gabar Vos offenssa be,

ae nam fosse a ten^am,

porque, se mingoa rreiani,

aenbora, sobeja fee. i5 Pära a pena por roa yer

deaejo de ter maneyra»

porqae aem jato yyuer»

se vyda pudeeaae ter,

nam aey para qae saequeyra.

De dorn Joam de Cattei^-Bran^o. [F. 153*]

20 Se T08 en vyra, senhoray »

antea de ter o mal meu,

ja dead'emtam ateguora

minha yida ae me fora,

ou meu fora pelo seu. 25 Mas por quem me yejo sser-

perdido, aem ter maneyra

de me poder rrepender,

me fas ouaar de tos Ter»

& fara, em que nam queyra.

i

68 ra STMAM DB SOUSA.

Luys da Sylueyra.

Tomarya d'esta dor, poys o rremedio he tal, 8ofre-la por menos mal que curar c'o que'e pyor. 5 Este he meu pare^er, & he ja, em que nam qnejrra; & quem bem quyser saber cam mal se pode aoffrer, preguDte*) Luya da Sylueyra.

Symam da Sylueyra,

10 Honde sobeja rresam, o louuor he eacusado» & falo sem afey9am, sendo bem afey^oadp. Porc'o vosso parefer

19 nos obrigua de maneyra, que, quem vos ouuer de uer, o haa sempre de^) fazer, ajnda qu'ele nam queyra.

O craueyro.

Infyndas cousas dyria,

20 senhora, a este rryfam, se nam fosse porque sam da senhora dona Maria.

E com tudo, a meu ver, vos parefeys de maneyra, 25 que, quem yyuo quyser sser, arrede-sse de tos yer, ahynda que deos nam queyra.

1) Orig. pregunta. 2) Orig. da.

U flllili ra SOÜBJL

B6nma de G&ifp$. [P. ISS']

Nttn espero de tomar 0 eonsselho do rrjfam; k 0 qne m'aa de custar qaero por satistBfam. 5 Porqoe soo pera tos ?er me eoitipre bascar maneyra; todo o al a'aa d'eaqoe^er, A qae al podeaae aaer, nam enlendo qaem no queyra.

OoTfla de RreMende.

10 Tem muy $erlo, quem Toa yyr,

nam qnerer yer mays nyogaem.

Dem desejar outro bem,

ae nam pera Toa aeniyr.

Por J88o, quem quer viuer, 15 trabalhe por ter maneyra

de voa ver,

que morte^) poIo faser

he a vyda Terdadeyra.

TrUtam Fogwifa.

Quem teraa saber, que guabe 20 |am alto merefimentOy

nem syso, pera c'acabe

dyzer o que d'ysao aabe,

que nam perca mays o tento!

Pore'a gra^a, pare^er 25 he, aenhora, de maneyra,

que deue, quem quer yiuer

contento de aay» fazer

por voa ver, em que nam qu[e]yra. i) Orig. miort0.

70 M BTUAM m BOOBk.

Ouira tua.

Se Yossa mer^e seniida de mjrm fjsesse memoria, nam sey cousa, que na yyda ouuesse por mor vTtorya. 6 Porc'a gra^a*)» pare^er he, aenhora, de maneyra, qae deue aempre Tiuer bem tnste, sem yosso sser seruydor tee derradeyra.

Dom Aluaro d'Ahranchen. [F. 154*]

10 Eu deuo de aer sospe'yto

pola yyda que tomey;

com tudo nam leyxarey

dyzer o que d'ysso sey,

por esse mesmo rrespeyto. 15 Que TOS nam poderaa ver

ninguem, que tenha maneyra

de poder leyxar de sser,

por tal gra^a & pare^er,

sandeu; jnda que nam queyra.

t

Caho dt 8ymäo de Sousa.

20 Senhora» qu'aquy vejays

a ten^am de cada huum,

nam fica de nos nenhuum

que se nam cale c*o mays.

Eu sam loguo o primeyro 25 c'o mays leyxey de dyzer',

mas nam ja o derradeyro

que TOS soube ess'entender.

1) Orig. grar^

DE GARgiA DE RRESENDE A HUUM PROPOSITO EM OUE FEZ ESTE VYLAN- qEftE, A QUE TAMBEBI FEZ O SSOM.

Cora^am, cora^am triste, friste cora^am coytado, quem vos deu tanto cuydado!

Uede bem o que fyzestes, 5 ond'andastes, que ouuystes,

quem vos tem, a quem vos destes,

que calays, que descobristes!

Que foy jsso que senlisles,

que vysles, triste coytado,' 10 que vos deu tanto cuydado!

De dorn Aluaro d'Abranches.

Quem m'o daa nam me conssente, [F. 154^] que Ihe possa chamar seu; & poys d'outrem se nam sente, este mal todo he meu. 45 Eu nam culpo quem m'o den, se nam se m'aa por culpado de vyuer neste cuydado.

Dom Joam de Meneses,

Oo ^eguo! que quem vos ^egna nam vos quer nem vos a mym, 20 d'onde vem que nossa fym

72 M 6ARQU DB RR88BNDB.

bem ft mal tudo s'empregoa. negays me por quem tos negaa, fyco ea bem auyado, engeytado d'engeitado.

Outra 8ua.

5 Vem meu mal de tanto bem, que se pagaa con sse dar, quando mays me descanssar se yeraa d'onde me vem. Este soo descansso tem,

10 c'a poucos he ontorguado, que moyram d'este cuydado.

Joam da Syluefra.

Quem em meu mal douidar, QU tanto nam poder crer, compre-lhe, par'o saber, 15 nam preguntar, mas olhar. E loguo pode julguar, se nam for afeyfoado quem daraa tanto cuydadö.

Symäo de Sousa.

Dos olhos 0-0 cora^am 20 vem 0 mal c'o meu pade^e,

0 cuydado da rrezam

que se nam ve, nem conhe<;e;

Onde tudo desfalefe.

cora^am desenganado 35 nam vyue niuy descanssado.

I

f:

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I

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DE GAR(?IA DE RRESENDE. 73

Dom Pedro d'Almefda. [F. 154*]

A pena qae'e seqi rreMm, por majB dorUe'^eii a salbte, de matar näm fie eSntente, maa eonaaente ^ a na Tjda pera a payxam.

Eata he aua tenfam, dar a vyda a hgm,.coytado, ae'e vyda de iJMLpüydado«

Joam Rroiz de Ssaa.

Quem mea cnydado tomqp, io quem nem cuydar me nam den, hynda mays acre9entoa, ao mal, que me caasou, negar-lh'o *nome de sseu, Oonasynto que aeja mea, <9 aoo por nam aaer demlgado 0 segredo do cujdado.

Aluaro*) Fernandez d'Almeida,

0 cora^am, quando tem cuydado sem outro mal, pare^e rrezam ygoal 20 pergonUr d'onde Ihe yem. Maa 0 meu, que'e sempre triste ft tam mal afortnnado, tem por deacansso caidado.

Affres Telez,

Nam sey nenhuma rrezam, 25 Dem na har em quem vos deates para os males que quysestes, 0 Orts. Ahtere.

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74 M QIMJIA M RBtfttNM.

para ä vyda que tos dam. De toda aatisfa^am, cora9am desengoanado, quem fos dea^&ulo «ojdador!

Tristam da Syfwi.

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H

5 Quem TOS den tanto tormentol

corafam , em naiariMntvr .

& nam poder'wHBL

segundö o i^aM^^^E sento.

Que nam sey qcBIlMKmento [F. 154']

«e posaa aer tam e^for^ado,

qu'eaco^a tantö cuydado.

Manuel de G&yos.

Se V08 nam quer quem quereis & V08 J8(o doobra as dores, aabey o, se nam sabeys, 15 qu'este'e manha dos amores: 0-08 desleaes dar fauores, & o-os perdidos cuydado, 8em lembrar o mal passado.

Dom Oon^alo.

Quem ¥08 fez tudo lejxar, 20 por quem -vos pondes em fym,

quem tos fez nam tos lembrar

de TOS mesmo, nem de mym?

Quem TOS fez, o gualarim!

soffrer todo mal dobrado, 25 quem tos den tanto cuydado?

J>B GARQU DB RRE6BNDB. 75

FranfUco de Sau$a.

Nam me pena, cora^am, a pena de que penays, porque yos vos contenlais te-)a por satisfa^am; 5 Mas ^8a6r#la de fey^anu ^e he mal auenlurado, quenr descobre tal cuydadol

Gar^ia de Rresende 4* cabo.

Que farey, qu'ey de ^Rrer 0 vosso mal ft o meal io polos olhos hyveja ver pade9emo8 yos k eu. Mas que, quem* tal irida deu, nam tepha d'ela cuydado, tudo he bem^npregnado.

D AliPpCE RREFI AUA <fe . BEYJ AU DONA GUYOMAR DE CRASTO.

Senhora, eu tos nam acho [F. 154*]

rrezam, pa^a. rraffyar & beyjar tarn sem enpacho dona Guyopar, 5 saluante se vos soya mache.

Se o soys & nam soys d^a,

he muy bem que o^^^uays,

& tambem deue sua^nia

nam querer, que vos jafays io 800 com ela em huma cama.

Confessay-nos que soys macho,

ou que folguais de beyjar,

que d'outra guysa nam acho

rrezam de antrepernar 15 tal dama tarn sem enpacho.

AjtuUL de Femam da Sylueira.

Dous gostos podeis leuar, senhora, d'esta maneyra, poys sabeys de tudo vsar, ser macho pera Guyomar, 20 & femea pera Nogueyra. E por jsso nam vos tacho, anles vos quero louuar;

DOS tngos, em ifiia tos iMdio, poderejt tob empreDbar ^ ontra molher como' mactev. -^

m

Dom Rrodriguo de Ca$tro.

*

Lan^-uÖ8 fora do pa^o, 5 00 TOS Iteem a JLjfiboa,

00 TOS dem ootra^^maeboa»

com quo potajrs o rrijbaftf,

Lanfen-oos hom baitjeacbo^

00 TOS mand^mos capar; 10 porc'oiitnr forma nom acbo < -'

pera poder escapar

dona Gujromar»

poys ss'afTnna qoe sojs macho.

Dom Pedro da Sylua.

Pera ^e9er donzela 15 coosas tendes bem que farte,

mas cbamardes tos muela

a beyfos de dama bela; [F. 154']

nam tos Tem de b6a parte.

D'oje auante nom me agacho, 20 nem mays ey assy d'andar;

mas com muy genlil despacho

TOS ey d'yr arregua9ar /

k oulhar,

se soys femea ou macho.

Femam da Sylueira, o rregedor.

25 Com estes tratos d'amor, com estes beyjos maa ora TOS noin ham ja por senhora, mas por boom fyno senbor. Tambem trazes boom rrecacbo

78

DB DOM JOAM DB XBNBflBS.

& hum 8om de galear»

qae bejjm Um ntm eDpaebö

dona GuyiM^,

que TOS aipfebdos por macho.

Outra tua 4* cabo.

5 Huma muy estranha cooaa

ae frage quaa antre nos, . porqae läa cS>fh*T08Co püuaa^

dona Joana de Saoaaa;

dizem que'e« prenhe de tos. 10 Tambeni dix quo o'om mocbaeho

T08 foy, nam sey quem, topar.

auey eramaa enpacho,

manday. hum d'elea coriar

ou tapar, 15 k fycay femea ou macho.

D'ANRRIQUE D'AL]!lfE|bA PA^SARO AA BARGUIlAa de DOM GOTEKRE QUE FEZ DE BORCADO, ENDERENi^ADAS

AAS DAMAS.

Nom ajays por marauUha preguntar d'onde vos vem, quererdes saber que tem dom Goterre na barguylha.

5 Canreu deuinhar nam po8«o, [F. 155*] como deemo ysto dizeys: se vos ele deixa o vosso, vos 00 sseu que Ihe quereys? par deos he gram marauilha» «0 que tem de fazer ninguem c'o que tem, ou que nam tem dorn Goterre na barguilba.

0 coudel moor,

Barguilba de falsso peyta, rrebolo-a, 13 quando rem a sser no feito nunca boa.

Faz amoatra k gram parada» porque toda a caaa peje; se acha quem Ibe rrabeje,

A BiaeUTLHA DB IMMI 60RUB.

saj-Toa tam emTergODhada k emcnrtada,

emiam bascaj quem peieje, E fica toda d'um je;to 9 a pesBoa, porqne s'enguanou no (eito d'arralhoa.

Dom Äbmro (rSVoyde a etU cmtti^iß.

Sobrinho, de meu coosselho,

pois de baixo nam jai na^ iD s& nam hnm triste foltielho,

nom te fa^as domingnelho

por bragnada.

Ca sse jouner no teu lejto

pula rroa, 16 acbar-t'aa tarn emcolheyto

& do nembro tarn tolbeito,

qu'jraa maa, k vyraa boa.

Fernam da Sylueyra a eata cantigaa.

Segundo a ten9ain m^rnha.

quem bargnilha assy goarne^e, 30 quer aoprir com lou^a^nha,

o que por obrq fale^e.

E o, que nisto sospe^to [F, 155*]

& caa aaoa,

he que nam be pera (eyto 39 lam mixilhoa.

Canligua ma a nfa barffuilha.

Caualheyros de Castilha, voa qn'estajs eo Frejxfnal, vynde Ter buma barguilba

A. BAEGUTLHA DE iK>H GOTBUB. gl

Portogual

do filho do nuuichal.

He de bom borcado rraso, qu'eachameja como brasa, 5 ft he gram caso, aayr hum omem de casa com barguilha toda rrasa. Mandat lan^ar em Sseuilha hum preguam, que sseja tal: 10 dorn Golerre fez barguilha cordeal, Yiode a yer a Portuguall

O coudel moor a eita canügua.

0 fidalgo de linhajem, fUho de pay muy honrrado, 15 he de huma tal carnajem, que, sem mais fazer menqera,

Y08 vem jaa desuaturado. Com rrecheos de pontilha rraapa Ifta, & ysto tal 20 faz hum cume de barguilha tam mortal que mao grado a SsandoyaL.

Joatn Correa a eita cantigua.

Todalas cöusaa prouistas, sem mays grosa, 25 polos quatro auangelistas, nestaa vistas

Dom vem cousa tam pomposa. Mas nam he gram marauilha, em caso que venha tal, , 80 ser hum sonho da barguilha, [F. 155*]

0>iti»ntf gtnO. m. 6

82 A BARGÜTUA ra DOM fiOTPWB

aynda mal,

porque tudo he papasaal.

caniifWL

Yrey eu d'aqai a Rroma,

por ver ysto que ase dii: ' 5 meteras-lh'o iea narys?

ft sjquer fisera ssoma:

ora tomal

Porque ssaqueste barguilba

nesta festa do natal, 10 que jaa yay a Bobadilha

de Freyxinal

noua d'ela & que tal?

Dom Peih'o da Siltia.

Quemr^te vyr o teu boreado ft te for buscar o 9en(ro,

13 achara grande toucado & chyco rrecado d'entro. Em nenhum rreyuo, nem ylba Dunca se ryo trajo tal com'esta tua barguilha,

20 por teu mal

muy vazia do ylhaL

Dom Aluaro d'Atayde.

Barguilba de gram yalya, chea de Ida ou de pena, por nom andares vazia, 25 emche-te de carne ajeoa ou feucherey de lamya.

Fixeste d'hum mao rretalho de borcado, feyto em tyras,

A' BAIGUTLHA DB DOM «OfUBB. 83

pera pequeno tassalho grande outeiro de m^ntyras. Felo quäl loguo ordena, como nom aade vazia; 5 emche-a de carne ajena, ou Vencherey de lamja.

Letreyro d^Anrrique (TAlmeyda a bargmlha.

Aqui jaz o emcurtado, [F. 155^

que 0 mundo mal logrou, aqui jaz quem nom pecou 10 contra deos hüm ssoo pecado.

Aqui jaz quem nunca ssono fez perder a seu senhor, aqui jaz quem a seu dono nunca fez vender penhor. i5 Fonhamos Ihe por dilado, poys tarn maa vida passou; ' aqui jaz quem nom gostou d'este mundo hum soo bocado.

O coudel moor letreyro,

Aqui jaz quem sempre jaz 20 dormente, mas nunca dorme;

leixem no viuer em paz,

poia que jaz k nunca faz

de ssy forma em que emforme.

Aqui jaz quem, sem comer, 25 jaz em som mays que de farto;

aqui jaz, sem sse mouer,

quem jaz fora de poder

de matar ninguem de parlo.

6

84 A BARGUTIflA DB DOM CKnmil.

Dom Ooterre por my as danuu*

Assy me veja ea em Beja muyto aa minha vontade» com'isto vay com emaeja, mas nam jaa por sser verdade. 5 Senhoras, por mea rrepayro, a quem iiisto douidar, eu Ih'espero de moatrar o confrayro.

DOM JOAM MANUEL A HÜMAS PANOA- DAS QUE DEU HUM TIPRE A HUM TE- NOR iS: ABADE EM PAGUA DOUTRAS QVE LHE JA DERA, ENDERENi^ADAS AO DVQUE DOM DIOGUO.

Huma musica, senhor, [F. 155*]

ouuy de que m'espantey, 0 tipre coDtr'o tenor canlarem: »«a que del rrey.**

5 Mas 0 tipre nam cantaua,

nem agoardaua compasso,

o teoor mays que de passe

suas vozes alias daua.

0 rrifam: „a que del rrey," 10 a copra: ^por deos, seohor,"

a lorna: „moyro de der/

o vilancete nam ssey.

Manuel Qodinho,

Porque jaa o abadam ' c'o tipre nam aeordaua, IS faz [o] tipre 0 c'o bordäm o tenor, por quanto chfto, hom descanto que ssoaua. 0 vilancete, senhor, depois do: „& quo del rrey^

1) Orig. fau iiprt

88 DB DOM JOAM UASÜtSL.

dys, qae dizia o tenor: „qo'era maa volas eu dey.**

Jorge Monyz.

0 nosso tipre medroo & tomoa-sse atabaqueyro,

5 0 tenor moy mala yoseiro do qae aaoya cantoiK- A caotigua escutey ft nam dizia o tenor: „doDselha, per cujfo amor;'

40 maa syn vergonfa com temor: „a qne de deos & del rrey!"

»•M

Femam Godynho,

Oo que alte contraponto k que baixa tarn rrastreyra, que emcontro de t[r]yncheyra, i5' que assentar de pesponto! O ssolfar ficou menor, aegundo que 9erto ssey; "0 quem yio pena mayor, tam grande como passey!''

Trislam da Chmha. [F. 155']

20 O tipre nom agoardou que fossem buscar estante: como yyo o tenor dianle, d'y auante a musica come9ou.

25 ^Amor yo nunca penaae,'' descantaua o tenor, „que tu leuasses o milfaor, fasta aora que lo ase.**

DI (DOM JOJüi MAlWfiL. g7

Pe4r^0mem,

0 tenor deeacordaua» mas o tipre por saer lKM>m algumas vesea erraua, porque aae naa coatas 4aua,

5 nam aaoaua & ficaua em aaomitoom. Peroo cantou o tenor, depois do „a que del rrey** „nuDca foy pena raayor

10 que saber mfio de cantor, poia a mfio do quanto asey.''

O confadar Luyi Femandez,

Sobre tres altaa em saupra yy meter huma ter^eira» aasaz baixa na trincheyra, 15 per modo . de voz cadupra. Cayo com elaa o tenor de maneira, que cuide^y que oa brados do cantor deziam: „a que del rrey.** ,

Joam de Monte-moar.

20 Nunca tal cantor sa'achou, aegundo quaa vay aaoando, o que quem sobrepojou, poia que cadupra cantou, quatro por huma leuando;

2s meteo por la9fio mayor

aeys que ter^eyra aeya que aaey, que Ihe deram grande dor; com aa quaea cantou, aenhor, trea veses: „a que del rrey.**

88 DB DOM loiM UAmmu

Rodrifuo AlmareM, [F. 158*]

Qaando oouy tal mistora de Tozes, cnidey qoe era: „ipoys com aobra de triatara my Tida ae deaeapera.*^ 5 Quando a [e]le8 chegoey, dizia 0 typre, aenhor: „ae fogyres, malar-rey/ & rreapondia o tenor: ^a que de deoa k dernrey."

Bertolameu da Coita.

10 Nuoca typre aaay cantoo

de tal modo canto chäo,

nuDca Jamals o erroa

em quanto o tenor achou,

coiday que nom deu no chfto. 15 Desacordaua o tenor

o typre, vos jurarey,

que Ih'aa pegou do teor,

que Yoa em^ima contey.

Buy Lopez.

De vos & de mym queixoao 20 o tenor ouuy cantar:

de voa, por que saoya forfoao,

de mym, que sam tarn gotoao,

que nunca pude apildar.

A copra, polo rrumor 25 fee d'ela vos nam darey,

0 yilan9ete, senhor,

9erto foy: „a que del rrey.**

n MmoAa HifonB..

Set6i|fmiot ht qua vioo; mas 60 nmica fy tal canto, nem vy typre tarn esquiuo» nem 17 dar tarn gram qnebraiito» 5 quäl den 0 tjpre 0-0 tenor naqnela mia del rrey, qae sem daoida foy mayor qoo^o qu'em Tanger eleuejr.

Affonuo Rrofz.

Mangones deeste pancadas [F. 156^]

10 k Lopo bem te zoboa;

que, 86 boöas as ledoa

a osadas,

qae nam menoa i'as pegou.

E poya leoaste ssabor 15 em Ihe dar as que eu ssey,

comporta-te com a dor

do negro: «nA qua del rrey!

Ouira ma.

Creo qae ninica s'achon

.caniigna de lal maneyra 20 qoal este typre a^rtou;

todo hum pfio eacodeon

ao tenor na caaveyra.

Tiue por mörto o tenor,

na Tontade o ssoterrey, « 80 nam qaando 0 yy, senhor,

que bradana „a qne deV rrey*.

. DK DOM HtUI MUm..

O t;pre Tj qae omliM' altBB Toses: »nata mila," QO tenor assj ssoana a Ojinia como a qaarta. s Era o c«ntar, senhor, mais forte do qae cofflejr. dauB-BS'oo deemo o tenor, diseodo com grande dor: „uom me val deos, nem-el rnj."

Rodriguo de MagalMe*.

tb Qaant'eu, nnou rj Ul «anto.,

nem tat rrogjdo de rotes,

& o de que mays m'espanto.

be ver que asoana taut«

o coinpasBO como aa Toves. » E qoando mais me chegue;

ouuy cantar 0 tenor:

„cala que bom pagnador .

be, senhor, daa que Ihe dey."

Femam de Crtuto.

Quando vy ler oo tenor IF. 156*1

w hum ponlinho na meetade

da coroa d'outra cor,

assenley caa na vontade

qu'era por la^o mayor.

Cuidey qu'era o ano* dey s que cantana este caator

da missa ifo/o mw M«y,

se Dam qnando ouoy, senhor,

dar bradoa: «a que del rroy."

m DOM lOAM MANUBL. 91

Oonfjoh Oamfiz da SUua.

Quando 'os brados acady, ^endo ¥08 a verdade, 0 tenor cantar oaay: „et in terra paos a my 5 deram de boa vootade.** Chegaey-me emtam 0-0 tenor; »oomo estaya?** Ihe pregaoley, k rrespondeo-me : „senhor, neata terra nam a hy rrey.*

Lionel Rroiz. -

10 Nunca yy tal a;ertar

de tipre, desqu'aqoi ando,

nem tenor tarn mal cantar»

porque loguo encome9ando

comefou deaacordar. i5 0 que desia escultey

k yy cantar 0 tenor,

com mortal sanha mirey

inoMrair 0-0 corregedor.

Affontio Valenfe ^ ecke,

Hama aincopa onay, 20 rrepartida por tal modo,

k 0 qne nela aenty

no- tenhor aconheqy,

por aaer a parte de todo.

A proporfafio mesurey 25 por diapaaam, que aaey

contando bem aeu valor,

k do tipre ao tenor

dose Qompaaaoa achey.

DE NCNO PEREYRA A HUCMA DAMA, DA MANEIRA QUB LHE AULA DE OOAIU NE^ER HtJMA MULA EM OUE FOSSE, PARTYNDO-SSE EL RREY PARA BA- TALHA A FAZER 0 SAYMENTO DEL

RREY SEU PAY ETC.

«

Mens olhos & minha vida, [F. 156']

d'oje mais m'avey por vosso,

V08 sereis de mim seruida

nesta hyda, 5 aenam s'eu nada nam posso.

De mula & goarniihento

& sombreiro de guedelha;

que vos laa no saymento

antre fento 10 nom vejays vossa semelha.

Harn mache vos teoho auido

que traz Pero de Queyroos;

ae o rrabo for comprido

desmedido, is dar-lh'emo8 hum par de neos.

Qo'ele nom aeja perfeyto

k aa pernaa tenha mancaa,

hee beaU de muy bom jeyto,

& aeu feyto .20 he aaltar em9ima d'aocaa.

DB NVNO PKIUnrRA. 93

Todos sam azuir^ores

estes rouus que assjr ssam;

se forem es seruidores

maos ändadores, 5 a Yooz d'ele segairam.

Guabam no de boom choutar«

k praz-me por tos bem yrdes,

mas se mayto rreuelar»

ex* .apupar, 10 afora cando cahyrdes.

Os goarnimentos d'yrlanda

feytos de manto de frysa,

do de Vasco de Miraüda,

tal qaal anda, 15 por DOS mais matar de rrisa.

E sera a funda da sseela [F. 156*]

de bancal com aruoredo

& desy ex' a borreela

com a donzela, 20 tal c(ue ja agora ey medo.

A sela seraa mourisca,

a d'este Mooro das pazes;

& eu vejo quem se chisca

da gram trisca 25 & da grita dos rrapazes.

Mas vos yreis embucada

d'alfareme de 9endal,

de tres mo90s agoardada»

muy olhada, 10 poys nom vay neohuma tal.

Os Tqo9os yram vestidos de pelotes gyronados, muy largos A may compridos, goarncQidos 35 de tarramaques bordados.

DB nUNO PSBETU.

Cada hnm ib cyapa^ de goalleyrft com fenaabo; cada hum com sna cbiif«, & vos mur^a s n-efoasinhando no nucho.

Emnoaar bem tat fjntrj*

antr'estoDtros corteafioa

com 93rrios de confraria,

& malaria 10 emcanadns A nam naSos.

E poyg bj» bem arrajadü

com tarn gram proeperidade,

he bem que vades canlada

& leuada IS com: leuade ora Iqnade.

Ey de fazer o parte),

CasteihaDos dizem pralo,

muyiog cOBcorCeB com mal

atee fartel, 30 nam de galinbas nem pato,

E por fmyta das castanbaa

das colharinhaa da Bejra,

porque cauBam boag manhas, [F. 1561

mujF estranhas, 2S pera conuidar pra^eyra.

Cabo.

Por mer^e querey, senllores, com ajndas m'acudir, pois sabeys, que sam amores &. seroidores, M qn« querem damaa saniir.

INI mgfo waamnjL j^i

odi do0 fSßknlM de algomas pje^as qae l&e vjniä fide^em pera a ]^»lida, & comcifa logao dfun Gotene.

Seeta rarai de bragud,

•enhora, tos dm» per loaea»

porqae em tedkr Pprtaguat, .

nem em Aroaca 6 nam aeharea ootra tal,

BlaDtilha colat de telha,

como ooaUnnSe na Bejra» ^

k per Yoa te a ooiileji^ ' ^

maa jnteyra, io leoay peloyna fsermelha.

Senhora, minha jrmfta

V08 manda pere-esta yda

hum par de loaiaa de IIa

de Cooilhfta, 15 per serdea d'ela aeniida.

E poys s'esta coiiaa atifa^

nam aeria coiiaa feea

trea voltaa de Uiigoy^

ou aoori^a aa 0-0 peacofo per cadea.

0 conde de Tarouca,

Senhora, pois que te9ido eaquefeo neata rre^e^ta, eu Yoa maiido hum d'enpFeyta, que de ^ejrta 2$ me trouuerfto goarnefido.

B poya hjra peraa Baialha, [F. 157*]

a aeer neale aaymento» huna alforgea eom kjftalba,

96 DB NUNO PFRSnUL

que nemigalha

leoay por aaisamento.

Outra iua,

Nam seria mujto mal,

se nam leuasseya burel, 6 hom chourifo por firmal,

qu'em Portugual'

nam ha tarn do9e joel.

Leuareys por guargaDtilha

huma gentii rreste d'alhos, 10 qoe seraa gram marauilha»

em Seoilha

acbar taes pendericalhos.

Jorge d^Aguyar,

Joeyra velba, quebrada leaares por a^afate,

19 derredor emcanelada, rremendada

d'um 9ambarquo tal que male; E seraa bem goarne9ida do que perten^'o-o caminho,

20 porque yades bem seruida k per9ebida,

k me nam chameys mezquinho.

Oulra 8ua.

Dou V08 mays buma salsinha pera ajuda da jueyra, 25 d'uma coor gar^efazynba ou chychorrinba, mas nam ha de ser ynteyra. E hum pentem enrredado com seu Tinagre k azeyte,

per WBÜ fiiiet itnjantaJo, Id fM lemdeni Man eiigejie»

- ^":.:

' *

Outra ma.

"i

Honi «stojo oom tanas 9 k tjsojrts Jt nMMlha»

porqae te guedtlha Ira* [F. 157^]

* meater fai>

qoe nam fiqne nemigalha.

E por yerdaa a'ja genlyU la com'eo crejpo» qu'is o-o cabo»

doo vaa Mpeiho lendil,

qoe antra nU

Töa. jolgoem por qoal tos goako.

Do conde de VHa^noua.

Poya tantas coasas leuays,

19 60 doo TOS boma goyrlanda, ft dar-Tos-ey aloairays»

ccfm qoe ajajs

homa egooa rro^ panda«

Qoe o maeho na jornadii

20 TOS ha logoo de canssar, porqoe nam comte ^eoada» oasy nada,

& podeys a pee fycar.

Ouira iua.

Se TOS egoa fale9er, as boscareya o Tjmtaneyro» qoe logoo bfa traier ft eorreger.

hnm moy Talente sendejM. Pera ysto mostrareys

meu alnan qae leoayi, A se o nam ^br, tomur«7« ft (rar-m'efB eatormeoto do qn'achays,

Dom Joam de Menete$.

> LeoareyB por ahnofada ham muy grande earairejro, em que vades assentada, perfümada

pera tos de Ijnio cheTro. 10 Lenarea de paao espoora

800 hnm gram cbapirn ttme^, OS dedos dos pees de ton, por agora TOS vades milhor da feesta.

Outra na. [¥. 157'1

:s Dou TOS m»3» por senridorea

dons diaboB prinfipaes,

ft bejrja-los por amorea

dos faaores

sejo-o moor qae Ibe fa^ys. » Por TDS nam vor em trabalho

co'eles, nem aluoro^,

lenares dous dentes d'albo

num cbocalbo

por rreliquias o-o pesco^o.

Outra Uta.

i Per fater con<ia emnonada, h^res 0 0 treues na asela, o-o rrabo moj' bem pfgncdi, escsDchada, fa^a que qoiaer borrela.

<

IIB NUNO PEUKTRA. 9g

Tambem ¥0S qaero auisar, que leaeys rrebu^o poato, P0I98 Dam desnamorar» & gpatdar. :\: :. t qdtr vös'nahf Vejam* ho' rrösto.

De dorn Rrodriguo de Menetet,

Hain cabresto emrrodilhado

leuay 0-0 rredor que mate,

alinofa9e nele atado

com noo dado, io tal que nunca se desate.

E d'aqui tee a Batalba

TOS k o macho comereya

dos farelos com da palba,

ou nemigalha, 15 & de noyte ambos jareys.

Outra 8ua.

Leuareis mays sobracada

borracha chea de yinho,

a que deys gram iopetada,

muy bem dada, 20 se canssardes no caminho.

9arrar-uos-ey8 c'o que digao» [F. IS?*)

ft fazey por sser vermelbo,

& av^-me por voss'amiguo,

dorn Rrodriguo» 25 pois TOS dou tam bom consaelbo.

Joam Rroiz Pereyra.

Uosso arreyo Tay inteyro, bem yreys a deos prazeudo, k eu dou TOS ham pandeyro alcancareyrOf

100 ra NDNO PBBITBA.

qne leaeys na mfto taDgendo. E dou TOS hama i^espina de xhaparia de latam»

})orgue.8oy&^4^i9& u^V, fin^ 5' '&*l)em dyna

pera mays do que tos dam.

Affonsio de Carvnlho.

Por escusar zombaria

de gualantes k donzelaa»

o que milhor yos seria io he freyria

d'Aayeiro, maa nam daa Chelaa.

Leyxay vestidoa k mala

k tod'este mao rrepajpro;

eu yo8 dou huma cogula 15 pere-escapnla

d'este yosso maao fadayro.

Dioguo Monyz.

Ja yo8 nam fale^e al,

yoss'arreo yay machncho,

k eu dou yos hum atafal 20 dadiual

com estribo de capucho.

E se rretrancas farpadaa

quiserdes lenar de quaa,

de yossas cores bordadaa, 25 debrumadaa,

leuay-as, tanto me daa»

k arralhaa.

Dam Fernando.

D0U-TO8 tauoaa oon9ertadas, [F. 157*] k don-yo-las de corty^a»

DE NUNO PERETRA. JQ!

qaebradas ft rremendadas , mal atadas

com atilhos de tamifa. Portjoe*, r/üand& VoS" soIi^röcÄ ft oeias pera caualguar/ TOS vejamos se cayrdes, & detcobryrdes ho deaoneato luguar.

Fran^Bco da Silueyra.

Segund'ys aparelhada M de todo o que me pare^e,

pera vos nam mingoar nada

d'abastada,

aqaisto ssoo vos fale^e:

0-0 pesco^o campaynha, «5 por seruidor marramaqoe

falar muyto ant'a rraynha

com bespinha,

& ssacodyr hum grSo traque.

Outra 8ua^ fym.

O cheyrar a rraposinhoa 20 seria cousa galante,

rrimaria c'oa fufinhoa

nestes caminhos»

c'aues, d'andar d'oj'auante.

Hyreys toda d*uum jaez, 25 aas outras fareys enreja,

falaram de vos em Fez

& mays de dez

fareys rryr de vos em Beja.

. ••

DE DOM GOTERRE AOS GIBOaES DB FERNAM DA SYL13EYRA dr DOM PEDRO DA SYIiUA, 013E FEZERAM DE BOR- CADO COM MEAS MANGAS dr OOLAR

DE GRAAM.

Sempre Tjuam suas famas d'eates jjfböea que fixestes, com que tanto praser deates e-eatas damaa.

6 Polo quäl me dam cnuadoa, mil preaentes de lacoöea» por Ihe dar bem apodadoa o T088O par de gyboöea, do teor d'estea colhoöea

10 abraaiadoa.

[F. ISTT

Dam Rrodriffuo de Ca$iro.

Eu disae qu'eram coraya d'elea coma de ^entolaa, ou bycos de tarambolaa, ou d'algumaa auea tajs. i5 Ou pernas, peea de perdisea, quäl quiaerdea d'eataa trea, ou 08 ?ermelho8 narizes de Jam Gar9e8

Outra aua.

Senhorea, 8e me tomaya 30 aa doD9a de Pero feo,

DB DOM GOTJBRRE. 103

elas foram mays d'arreo, m9B oam jaa tarn cordiays. Temos grandes preaun^öes, andamos muy abalados 5 de ter tarn bem apodados 0 T0880 par de gyboöes, agnjarados.

O eoudel moor.

Mxjs qae fran^Iha andam os gyboöes maneyros 10 & de^m, nam rreferteyros, a excarlata, qae aemelha coor de telba.

Harn pouco mays efaymados

do outro que ae desdoura, «5 08 gyboöes aguyarados

fllharam polos costados

buma toura

d'aqaestes perros fanados,

Mas pardelha. [F. 158»]

20 assax andam de rroleyros,

poys de^m a custureyros

d'exarlata mal vermelha,

cor de telba.

DE DOM RRODRIGUO DE MONSBJ AO MONGY COM CAPELO DE I MARTINHO DE TAUORA.

Que nam venha bem a pelo» eu yenho bem eapantado» de Ter hum mongy forrado com capelo.

5 Era de pardo forrado,

yeatido muy corteafto»

feyto bem de aaobremfio

com mangas todo ^arrado.

Cheguey-me por conhefe-lo 10 com muy bom dessimular»

k Disto fuy-lh'enxerguar

hom capelo.

Por T08 descobrir a coosa»

& vos Dam hyrdes em vSo; 15 este era o filho meSo

de Rruy de Ssousa.

vi-lhe muy Crespo cabelo,

yi-lhe restido forrado,

ft fiquey marauilhado 20 do capelo.

Foy-Ihe por mym preguntado, por nam hyr assy barrafio, qoe nome Ihe tendea dado

DOM RBODRIGUO DBMONSSAiriD. ipS

e-este TO860 guabjpard!^ d'oma tarn noua feY^ani. * 9 ^ »

Respoodeo-me com maazfl|p: senhor, he moggy forrado, poya eu Teyo-lhe peguado ^ hum capelo. ^ «

m

Pero de S$auia Rribfyro.

Eu fiquey bem espantado, [F. 158^]

ae Yistes bem amarelo d'achar Tavora culpado 10 em capelo.

Eu eatou tarn mal sentido, que ?08 Dom posso dizer, quanto me deu de praser ▼er hum tarn rrico veatido. IS Quem m'o desse aynda relo, para yer

como sse pode meter 0 capelo 1

Sua.

Que gra^ foj saber eu tt que 0 pedio emprestado,

k muj flno penhor deu,

fycando porem goardado.

D*oje mays Ihe ponho 0 saelo

de meu parente nom sser, 25 poya partyo a asocorrer

com capelo.

Ifl^ IHI DOM UjlPRIQÜO DB momMAHTO.

De dorn Rrodriga^'' de JkoilMidito a Lounofo de Farit, manejra .que^nuüiwi« a ham^Ma e^bmio qne earasae hin

"rot miilf.

Loureofo: ^copprar. pasiel de pam aloo,** diieodo-o eseraao : «qoerer jaa ehofrar.** . 5 Eacraao -dbm medo: „seohor chofrarej.** LoureDfo: „Medo, asainha, dorn perro, as pera moley.**

De Jomm Mfuof«.

«0 „Senhor mj, alfar

coberta de rrabo;

TOS esUr diabo [F. 158*]

com tanto mandar.**

„Qoatn arrenegoado! 15 eu te matarey,

aem rrabo lauado

ft cooo chofrado

m'ey d'yr para el nrey!"

Ji

•^» .-V

DB DOM RRQDRtöUO m JIRksVO,,^ FBRNAM b^SXL\JEfRA*d|[^^U)^E^ GUAQA A JOAM QOmZ *D^ YUA, POROÜE VYRAM HUM CfAÜALO* dOV HÜMAS ^CALADA», d? SCfUbERiM QUE ERA SEU, ^ Q13E ERA VYNDO

ELE DA YliHA.

Polas vossu alcaladas sftoubemos qu'ereis cheguado; 08 quaes nam aaejam moalradaa» maa caladaa, 5 por Dam saer de toos falado. Qoa d'eata terra o zombar he tarn braao & tarn forte, qae qoem d'ele escapar ha de paaaar pola morte.

10 Hora aaem nenhum rre^eo,

por noaa'amor & rrespeyto,

noa disey do yoaa'arreo,

ae foy na Ylha com feyto

coma feyto. i5 Qoa Toa joramoa pardes,

qae Toa nam ?eyo d'aalem,

qoe tal feyfam de jaez

nam aae traz em Treme^em.

108 DE DOM RRODRIGUO DB CRASTO.

Be^$ta de Joam Qomempolon coni$oanie».

Voys T09 pare^em erilidas 88 tefi^des de meu caydado, & per troua( muy delgadas, bem trouad|9y •d^^sam per tos ciesenguanado, . »; -^ ^ "tm^ros m^ ffiero löoaar, .

",Vt peroi \fifi pena aaojforte, : ^ . ''^- »polüo^ qae» de taotejar ' [F. 158*]

* ea. aja onse por aaorte.

»

. 10 ^ Por hum pare^er alheo,

maia qae qoantos ?y perfejto, meu jaei, fennoao ou feo, foy na Ylha contrafeyto de aseo jeyto. 15 Aa guisa de miqoinez a for de mouro fo^em das on^as passa de des todas mofycas d'argem.

%'

DE FERNAM D A ' SILUstUA A>1$0^ RRODRIGUO DE . CASTJEIO, . IWRmJB, TRAZENDO« BIUYTO 6RANQI^tf|iroA, POR SEU YRMAA'O DOM FERNANDO A

FOY RRAPAR AA NAüil|2pA.

Oaue ledife sobeja da nooa que me foy dada, qo'a vossa barbe-'e rrapada &. arraaada, 5 qoe mojrt'emb'ora vos seja.

E quero aaber primeyro s'estaua hy Joam Foguafa, & 886 V08 diaae o barbeyro em acabando: prol fa^al 10 Que aaay eu praser veja, de ueer a ser festejada a tua barba rrapada & rraaada, que mujrt'e-eramaa te sseja.

De dorn Ahwro (TAtapde.

15 Para namorar don'Ana, que nam he peca, compre bariia da Fonaaeoa on dos de aanla Saoaana; polo quäl de Ij mol^a

*- - ««

iiO I>K FERNAM PA 8TLI«TRA.

& estaa'may'abalada

da tua barba rrapada

&'rra8ada9

que mayt'em bo'ora te aaeja.

*De^dom Qotirre. [F. 158«]

fjVilfc'* ^'™ «oreln de tomar toim»'

". / 7r cuidaj ae'a nam vendeis, . ♦^l^r ((tke coAif riraa qu'espereid . . ^ ^ iempo do9 byurooiet. #

^^Quelaa yem outra Tcmdeja, '* i^t^nde a bem emcrespada, 9 gorqae barba penteada k anafada no carmo mayto a'enteja.

O coudel mar.

Manday a goardar muy bem» 15 k fiay-vo8 vos em mym, porque o corpo de deos yem k comprar-vo-la-a Joochym. Que he velho k panroeja, k traz huma jaa ^fada; 20 & a vossa penteada» anafada, he tal quäl ele desaeja.

De dorn Pedro d* Atakde.

Quando me disem: rrapada» eu embu9o; 25 que cuidey c'andaaa atada no toutufo.

Porem como qner qoe aseja» quer po8fi9a9 qaer criada» eo ey por gra9a aobeja,

» .

DB FERNAM DA 8YL1JETRA. m

aa naualha aer pinchada,

arraaada,

qae mayt'e-eramaa te aaeja.

Dom Rrodrigu0 de Monwanio.

Ea logao d'aqui o digoo» 5 que a'aignem for c^o barbeyco, qa'ty de aaer com dom'Rrodrigso atee ficar no terreyro derradejrro. » ^

Ca naoaDia foj aobeja 10 deatemperada,

qae rrapou loda a papada,

bigoodea, mea queyxäda,

& gyxou laa pelo-oreja, [F. ISS']

que moyt'e-eramaa te aa^.

De Femam da Silueyra f flm,

15 Qoe sejamoa Dorte & aaal,

disey, por iFjda d'aleme,

se aaayatea muyto axol

doa puDhoa do alfageme.

Qoe nam poode aer qae aeja, 20 ae nam qoe cor aaooada

TOS ficaaae da rrapada,

tarn escamada,

qae oiojfi'e-eramaa ?oa aacja.

DE DOM JOABI DE BIENESBS EM NOME

DAS DAMAS AO OONDE DE VILA-NOUA

d; A^ANRIQIJE OORREA QVE FIZE-

RAM CARAPU^AS DE SSOIiYA.

Nam sey mal qae nam mere^, quem vos te% tal lombaria, que TOS meteo na cabe^a carapu9a de ssolia.

5 Se vos enguanoo Agosto,

somos-lh'em obriguaqiim,

por faserdes enoenfam,

de qae temos tanio gosto,

& de Yos nam* <o k mais diz dona Maria,

qoe'e rreiam que Ih'avorreft,

a quem meiern em cabefa

carapufa de ssolia.

De Pedr^Omem a Anrrique Correa.

Se a fixestes por leue, i5 he pesada,

se por do9e, he ssalguada,

se por fria» he de neeue.

Que a vos nam tos pare^a,

nam foy pequena ousadya, ao qaererdes traxer de dia

carapufa na cabe^a.

DK DOM lOAM M MBIIBSBS. 143

O eonrfe if« rarotica. [F. 159*]

D'esse pano ft d'esse forro ea fyier «ntes pelotes, * ou ca^otesy

porqae por ?os eo me corro* 5 de Ihe rer dar iantos motes. Qm'e ja tanta.a lombaria ft toorarya,

qa'ahjDdä que maya nam cre^a» «

da-lhlo Taao pola cabe^a ' fo de aaolya/

Dam Joam a amboi,

Falay com este traafto,

qQ*aqo7 cura de mao aar,

se Tolas pode tyrar

aas; como leaa^am; 15 & a^e nam,

el rrey vos manda apartar,

antes que maya.dano crefa»

porque s'acha em aolorgya

que a'apegua esta aolya 20 como babaa na cabe^a.

0 camare^ro tnoar.

Par deo^r bem tos aoob'armar, quem en tam pouca solya- Yoa fez ambos embycar & cayr. juDtos num dia. 25 Foy tam grande zombaria, que nunca creo qu'eaquefa, em quanlo hy ouuer solya on cabe^'a. '

CiMiMtir« f«ral» DL -8

DB DOH lOAll DB HBNBSBS. Sua per Briatbs iPAxeuedc.

Jararya por minh'alma, que onncB sn T70 tal jogDO, poyg por fogyrdea a ealma destes com vosco no fogao. s AJDdi m'al^nnatya, que nam aey o qne pan^ bäum abyto do Bolya na cabe^B,

Jorge Täte« Oonfeto». [V. 159

Ea. nan Ihe dou muyta culpa, 10 qu'alTorofo Ib'a fet fater;

maa o nam ae eonhe^er

aquysto nam tem deaculpo.

Conbe^a, eramaa cCnhe^,

que fez maa galautaryal 15 It quem Ih'as fes, mere9}a

mayltis cou^ea na cabefa.

' Manuel de €loyci a ambo:

Quem Tolas fez, a Terdade nam he a ninguem culpado, poys a TOS fez a vonlade ao & a nos perdeyo cnjdado. Este mal vem da cabe^a, k meu conaelho serja, . porqn'aa coifo nam de^a, que cure^s a fantesya.

Sua 'Awryqut Correa.

19 Dona Joana me dyase, que Toa podja djzer, que se vola ela vysae, que se verja morrer.

DB Mm lOiM ra MBfwm. 115

Djs qa'a« medo qn'esmorefty ft jaroo-me» qae qaerja anlet Ter-nos sem cabefa, 5 que com ela com asolya.

Jor^e Furlado,

, Senhor68> fem cidpa siam; por aaer de menor jdade,

m

pera conaaelhar jnnlo iam feyto a aaa rontade. 10 JBe mal fes, qae o.pade^, poja em aaj tanto ae fya» qae meteo aai cabeiga em poder de maa aolja.

Antonio de Mendo^ä.

Jrmfio» qae a d'ensaynar 15 OS mais mo^os por maia Telho,

& que aa de dar cooaelho [F. 159*]

para-lh'o bomem loma'r» nam aa tarn rryjo d'errar. He bem qae nam Ih'obede^a, 20 Dem Ihe fale majrs ham dya, poj8 fyou aoa cabe^ d'aom couodo de solya.

Outra iua ^ ffm.

E sabeys que Ihe custou, traieado a muyto pouco? 25 co'ela Dada gauhou A fycoo

para sempre d'aly moaco. . .

He rrexam que o pade^a, poya Ihe reyo a ftmteaya querer traier oa cäbefa earapu^a de aolya.

8*

DE DOM JOAM MANUEL A LOPO DE SSOUSA, AYO DO DUQUE, VINDO DE OASTELA NO VERAM COM HUMA GRANDE CARAPUgA DE VELUDO, QUE OS OASTELHANOS CHAMAM

OANGORRA.

Ryfam. ,

D'tessa gangorra faria haum gybaSo, . ou a trarya na m&6.

He cousa cbfia coma' palma» 5 que, quem Tola yyr. trazer,

& ¥08, c'aueys de morrer,

haum de rryso, outro de cakna.

Na cabcfa a nam trarya,

& na m3o 10 trarya antes huum jjbam.

Outra iua.

m

S'outra tal soma de pano entrar por rryba de Coa, rrefeberafio muyto dano 08 rryndeyroa d'aquest'ano 15 d'alfandegua de Lixboa.

Mas muyto mays perderia [F. 159^]

▲A OilfOCttRA DB LOPO DB 80V8A. |17

bam eorteslo

em tnser Ul enren^lbi.

i}o barem.

Em tempo del rrej Dnarte ttamOf qae foram Tsadts « may grandes capenitadas; mu nanea foram dest'arte. Polo qnal d'eata rrerja com rraiam, qae feaae de man jnnio.

Ouira aM.

10 Maa poja qa'eata feyta he, compre c'outra ae nam fafa» & d'eata se fa^a grafa ao porteyro da aaee par'a traser co'a mafa.

15 E com tado Ihe d^rya, qu'em yerfio aempre a tragaa na'mfo.

Peär'Omem. .

Sayba todo Portuguea, porqae tal trqo o nam ven^a, 20 qa'eataa rem d'uma doenfa qae ae chama mal Franfea. Pegoü-aae da frontarya a PerpinhSo, morreo logoo o capitSo.

(Htira atia.

95

0 guorra de grio valya! quem t'a \y bem contempraaae,

11g AA GANGORRA DE LOPO DE 80USA.

hynda qu'em terra t'achasse, nunca te leuanltria. A huma, nam poderia, a oulra rrezäo 5 preguntem o de Guzm

Ruy de Sausa,

SobrinhOy nam yos pare^a qu'eslays em Yalhadoly; caa nam trazem na cabeca [

tres varas d'azeytony. 10 Eu a vos perdoarya, mas foaäo nam dyguo quem nem, quem nam.

Dom Joam de Mene$ei.

Quem teus malea bem soabesse

& le vysse, como vy, 15 douydo que te trouxesse,

ajnda que se Ihe desse ^

buum rreyno todo por t^.

Que nam te leuantaria

dom Johaäo, 20 em que t'achasse no cbfio.

Ouira 9ua.

Quem yyo nunca Pnrtugues que gastasse tanto pano em bum tarn mao entiremes» que mays fyzera bum Franfea, 25 ou Castelhano.

Foy muy grande grosarya & gorra nam, fazer-sse tal eoTen^am.

XA SAHGOBRA DB LOPO DB 800U.

bjrnda qu'em terra t'achaMe, nanoa te leoauNirla. A bama, nam poderia, a outra iresSo s preguntem o de GusmSo

Ruir de Smua.

Sobrinho, aam tos pare^ qu'estays em Valhadoljr; caa nam tratem na nbe^a ■]¥. 159*]

trea varas d'asejrtony. 10 Eu a TOB perdoarya, maa foaSo nam dyguo quem nem, quem nam.

Dom Joam de Menetet.

Quem teus males bem aoobesse

& te Tjflfle, como vy, donydo que le trooxess«,

aJDda que se Ihe desae '

hnum rreyno lodo por \y.

Que nam le leuantaria

dorn Johailo, 30 em qae t'achasae no cHXo.

Outra tuo.

Quem vyo nunca Purtugues que gastaase tanto pano em hum tarn mao enlremea, que mays fyzera hum Frankes, » ou Castelbano.

Foy muy grande grosarya & gorra nam, faier-aae lai eoTenfam.

AA «ANGQUaA DB LOPO DB 80USA. 119

0 cande tff Tarmiea.

m

He muj alta k poderosa por detras & por diante, seca d'aar.ft muj calmosa» das jlhargaaa perjgaoia, 5 pera riTrem d'mim galante. Da fa^e d'elft fatya barcbylafio« OH forro huum balandra&o.

Outra muL

Esta gorra nie semelha» 10 qae- deaya aser geerada

numa gram caperotada,

caualguada

d'qum sombreyro de guedelha;

Polo quäl a nam trayi7a 15 no yerfio,

80 nam se fosse na mSo.

Jorge da Sylueyra. [F. 159']

Nam he trajo de galante para meter em terrejrro, hynda qn'escoae aombreyro, 20 por aoafio, nem por leqante. Mas antes d'ela farya bnum gnabafio, pojs errou de sser jubafto.

Do conde de Vylo-iuma .

m

Hanns perguntan: qne teraa 26 de fera, linhas & pano? mas, 80 me eu nam engano,

AA GAH^CWBA DB LOFO DB MOBA.

qnatro qnintajs pesaraa. Por jsso antes trarya hom pyaBirafiq na cabe^a, ou na mfio.

Jnrgt dt Ttueonftlo».

s TArqne caa nam sse pegaaa«, aerjra mu^ta ireEflo, qnem de Castela cbegnaase, qu« na corte nam entrassR, sem tracer rrecada^am; 10 ft d'yeto loguo forya ordena^So de fydalgno atee pjraSo.

Uatco de Foe§.

NaiD dene ningnem rombar, pojrs fat deos por milhor tado; 15 mas deue-sse d'espanlar, quäl ft>y o qne foy achar fsier pasteys de veludo. Os quaes eu nam pronaria ') no TeraSo 90 com' medo d'algum ') oajfio.

0 tenhor dorn Affmuto.

Com estar arrependfdo qnem na quy portou primeyro, fora-lbe melhor vendido o sobeja a bom dinheyro. » He propia galantaria [F. 160*]

de CaslelaSo, que DunCB fo; corteaaSo. 2) Orig. alfNM.

▲A mnmmk db lopo db wmu. 121

0 couM moar.

Qne nam -Mja de Iraier este trajo com qn'entrastes , porque he d'eseaniefer» lod'esU Corte obrigastee. a Sobre apeata a nam trarja, Dem Da mio, lA Dom paaaar 0 verfo.

Sua.

Nam digno aar ardidesa, meter em corte rreal 10 pe^a qne nam tem ygoal em aabor & em graodesa. D'uom qaarto d'ela farya hiram gybfio, & o maya fyqn'em tinHo.

fhüra ma.

15 Reneguo de loa^aynha, qae conaygao tras anyso, qae faz logiio voluorioba, com qne mata mjl [de] 11790. Em arcaaz a fecbarya

20 com chaufio,

tee üner d'ela gybio.

I

AffoniiO Furtado.

Bem era de rre^ear Ud tnijo» ae aa'apegaaae, & homem qne o lounaaae ti maya dyno de caatigoar. Log'oje d*ela fBrya

U ftAHGORU DB LOPO DB lODSA.

hnnin gybio,

inu nsm ja pera verSo.

Anrrique Correa.

AnteB que mays daoo cref« d'aquesla negra gangom, I Akm e'o lastra na maunorra; [F. 160*]

k a quem na trat na cabefai Ontra peoa nam daria. ■e nKo que a Irouxesse harn ve^So.

Antoiäß de Mmdo^a.

10 Qn'em Caslela ae cnatmne,

em Portugual, eu coaocndo,

que segundo aeu. pesame

fara mnylo mor velumo

de IrouBs que de veludo, IS k por jsso a leyxaria

a dorn Joam,

que nam moatrasae o rrjfahi,

Dom MarÜHko da Sj/btelra.

Se n^so, prater nos dais. a carapu^a o pade^a; m & guardsy de a p6r maya, qne perdereya a cabe^B. Uenda-sae na Judarya, k aehario por ela majn d'uum myIhSo.

iS^ «N nome doa rrjfltdeyrot d^alfandegua.

95 Senhor, mande Toaa'alleia tomar-ase Lopo de Sboubb,

*♦

AA QäfWQIVBä DB LOPO HB SOUBA. ^

qae por causa d'esta cousa nam Tem galea de Yenesa. A funa la chegoarla» ft he rresAo« 5 d'este grio esrapoflo.

Saneho äe P§4ro$9.

Esta negra cabertura menos mal que dysem fas, poys. aqnele qoe a tras nestes diss ia^to dara. 10 Oo qae gram gra^a seria Castelio com gangorra no serlol

Anrrfquä ArrpguM. [¥. 160«]

Eo yy ja fem mil maneyras de trajos bem cortesaSos, 15 ft tambem yy ^ydad&os yeatjdos d'aluas cordeyras. Mas nam yy, nem yer qneVya enyen^fto tam fornyda no yerfio.

20 Carapufinbas d'olfio

& barretinbos syngelos-

seram estes caramelos,

que de fryo os matarlo.

Nam se fafa sombaria: 25 k sacaram

ontra forma d'enuenfam.

jU 6AN00RU in IJOtSf tf souu.

Sgmäo.ät Mfrtmä»:

Quem tm por oara{iiifa de syao b PortagDsl, tronxer'anteB hnma miir^, on mytra pont^fieal. B Hays oneito Ihe seria ser ladrSo, qae ver-lh'a Iraier na mio.

Pfuno Firnande% d'Atagde.

Ea nam sej pera que seja baroa tam gram dyadema. 10 se nam pera na jgreja pendarar anlr'ovos d'ema. Qae he ^erlo que farya deaafKo rer hunm tal caraputjlo.

Jorge Barreto.

19 Nam se podera fezer

emvenQam ma>s a meu grado,

psra mj'lbor poder sser,

quem na trouier, apodado.

Digao qu« a nam Iraria 30 nnnm sserSo

por me darem hum mjl[h]to.

Dom Manuel. [F. 160']

Se Iroaxerdes no verSo

tres varaB de teq^elo,

nam res ^cara cabelo,

et qae tob nam lene na mSo.

E crede qne nem lanqnya

AA OANGORRA de LOPO DB 80U8A. 125

com ssabam^

mays preates '•Toa peleram. .

Dam Ocn^alo Cauünho.

Qaando per e8caramo9aa nam poderam faier danoa ^5 Franfesea a Castelhanos, lan^araii-lhe carapu^as. E com esta ss(yarya fycaram com elas por maldjfam«

«

Joam Falcam.

10 A teaoyra do Juden,

que fer^ea myl pelotea,

por. dar mais luguar oa motea,

ajnda nela nam deu.

Da Tolta 800 aae faria 15 bäum fayxam,

que fercasse o cala^&o.

Dam Joam de Maura.

Gorra de Parmynias, aeguodo aa nouaa c'oa^o, en te farey huum gamoufo 20 primeyro que tu te uaa. Quem al fem na fanteaya, he fybrfio, assy com'eu aaam Grialfio.

Pero Monyz.

Antea me troaqniaria 25 como anda Yascö Palha, porque tal galantaria

AA GAHGOBHA DE LOFÖ DB SOCBA.

perefe ser lombaiya,^, feyta per mSo de n^ftilha. Abs; qae m'arymuiT^a {F. 160*]

sem afej^o s c'b gangorra he de H;llo.

Atgr de Soui^o Cfdg,

Caqajr nun aeja defeso, a ninguem nam acoDte^a, fyBT de HUB cabe^ couaa de lamanho peso. 10 Antes m'aconselharia, porqne nam desae com tndo no chlo.

Manutt de GofM.

Se Martern Telei Tjuen,.. em Castela nam ss'achara u quem tal consa qua troutera, que o loguo nam pagnara. Sr a ujsBP, matar-aa'^ra com sua mfio o bysconde doin Joam.

Dvm Lopa aAlmeyda.-

» Ea nam' ae; a qnem pare^ ,

que lam poderoso he,

que poBso (er na cabe^a

o corucheo d'esla ssee.

Nam creo que poderia 39 Sanus&o

traie-la todo hnm verSo.

AA 6ANG0RRA DB LOPO M SOtSA. ^ 127

Dom Qar^a de Ctuftp.

4 m

Esta gorra he pre^edente a todo trago galante, se nam fosae rrepanante * para aaade da jente. Ja diz Antam de Farya, ' qu'em MonrSo morreo d'elas haum vyläo.

\ Anfam de Farya,

I

i.

Se nam fosae por pendeo^a, eu ferto nam na trarya, 10 peso coro que dorn Gar^ia nunca' fara rreuerencja, Porque mays leae sseria [F. t60']

o morriäo, com qu'ele foy ter o chSo.

O margues.

i5 Eu ouu'outra tal tyara,

qnando fuy feylo marques;

mas se tarn caro custara,

marquesado - nam tomara,

se nam fora em que roe pes. 20 Ant'outra vez tomaria

Tutuäo,

que tomar eata na mäo.

Detcnlpa de Lopo de Ssonsa.

Eu me tenho por sesodo, poys, pof nam paguar dyreyto 25 de sseys pe^as de teludo, mely em vestido feyto.

I

Ak OAHGOBU M IXWO M MHU.

Ca aem jsto o nen nwtji

em conditio,

por mingoa de desoj^lo.

BepoMia 9 ^ cqmd€ de

Porhäägr«.

Nam siey lal um com'esaa, 'S a quem nam pare^ mal,

qne aoo por vobso jnUrMae

danes todo Portagaa).

La, la, em ADdaluzya,

d'aquy nam 10 V08 hyres sem ponj^am.

Pwo Farzam Btueanle.

Senhores, leyia-laa vyr, nam corra ninguem de rrosto; leyia-las cheguar a Agoslo, farlar-DOS-emos de nyt. ' iB Soltea-Ihe da Tosaria 0 njfam, as Irouas o correram.

Antam Dias Mtmle^p.

Pazer todoa gram cakda, eu a erguerey por trelsr w k depoys d'aleuantada, le^a-la passar a annada, que ae aam torn'a Castela. Que grande daao faria DUm veram as eacapar tal enueufam. 0 Ori|. tUfMt».

Dom JJHäf& d'AUi^i^.'

de Ctslela i PortogQftlt ^ '

' t qo«ii te tiM jlVjtD Milt

5 Por le Iraser «nuFV^t ^ ,,.

hmn ebteonMi

Ml eoite de Rfoselham.

Oufra i^a.

Gangorra, senhora mana, qoe i^Hsadia' foy esta, 10 qae tos nam söes para festa, nem menos para somana! Qae foaseys tos de tanxia, nem molam nam tos Iraria na mam.

Qüira $ua.

15 Afyrma o gram monarqoa,

fylosofo, sabedor,

qae 88e chama Lays d'Arca,

das Pyas comendador,

Qae por seesta anles leria 20 por la^am,

qae Irazer carapa^m.

^^gunta de Jorge de Vascon^eloi a Lopo de Soueaj 4* tlf^'

Dyzey-me t;omo trouxestes tarn longe de Portagoal ham peso- tarn desygöal, 35 poys qae por maar nam yiestes?

ISO

Ea Dam sej coino h dmU M cabe^ft co'a mam, senhoraB, Ul enneDfam; c'u mester bomt earreUi . 5 pan a iruer nmn Mraai. E poTfl por nwir «m TJOftsi tarn loQge de Portogod. como tarn 46seoiiuBal gangona Iraier podealM?

[F. 161*1

DOM ANTONEO DE VALHASCO,

rA[N]I>0 EL RREY NOSSO SENHOR

(}ARAGOqA, A HUMAS <;)EROYLAS

CHAMALOTE QUE FEZ MANUEL

NORONHA, FYLHO DO OAPFTAM

DA ILHA DA MADEYRA.

Rpfam.

Que se pyerda la memorea DO es rrason» senhor» de lal yaueoQion.

Sy 8on feruelas de ueras, 5 Manuel fue eontra la \ey

en no las Ibeuar a el rrey,

poes que fueron las primeras.

Y tambyen seran postreras

de rrazon, 10 ssy no es por maldlfion.

Oira ftiya. 9

Sepa lodo cortesano, porque par'otras s'acaerde» que cal^as de rraso verde causaram muerte allesKcano; IS pues myraa quanto es mas sano el yeludo en Aragon qne los chamyloles som.

9*

182 AAS I^OTLAS DB ttANDBL Ol HOKOHflA.

Otrampa.

B'Mste mando niexqnTiio, Ted las coBas como tmb: - . Ja »t cstfB el cordotum [F. 161*]

- ■■obre cbuD^lote Ijno. -s iHj qaa aham «yer riaa,

I aer garfon, ' j Btaw Ul yoTMi^lon.

. , OIra da dorn Anlonfo.^

ttnfu qnerfiT» qae Mi-hya, ■enhores, en eelaa trobaa, (0 dB qne aremos las lobas, Bj lo sab'el ctindeslable ; Chamylote rnuonable TSldria mas para bunm jjbon qne de borcado bnam rropon

Otra tuga.

a Ya 13 cal^as de Demagco,

de qne hune gram maniilha,

j oy d^er ein Castilha

de dorn Sancbo de Yalaaco.

Mas.no (uuo fantasya, ID b; presuncion,

c'oTieaae Ul ynTeD^ion.

D0 dorn Alonuo PimenteL

Las TDealru calfas, senhor, elbaa andam em laguar. qne mere^m bjenandar, « pnea no paede aer pjor. A tat 960 Ul bnor

qae se hagua ilVwaea^ton«

Ohra iuißa. .

Ter Qerei el ebauqflale el jubon* lömtL desmajo,

9 jlanbgm'fnfäi d tajfo qoe le quep« algmi a^te; Qae aoteo Ihyeoa taolo'iDOle de joven^oD»

el leme-lhe es gram rraioa.

Ohra miga.

10 El que 88'<atreuyo pAsaar [F. 161'} hondura de tanto mote

por agoas de chamjlote, paaaaraa las de la mar. Oo que maio ea naaegnar «9 ajm giqron,

senbor, por tal joren^on!

Otra iuyia.

Uoa traes eal^as de rryaa, porqne sott de chamjlotes, tambjren son cal^s de motes, 20 que son pyor qde de frysa. Sy sse ssaca la pesqoysa delh'enaeufioD , qae maeraes es gran rason.

Jo€Hn Föguofa.

Mayios trajos se fyseram, 29 dynos de rryso & de mote; mas cal^as' de chamalote

AIS (nOTUB DB UHraL-HB MOMM«».

nunca ja mayg ae tronxema. Sempre tjean ournoria, com rreiam, senhor, de tal eovenonn.

0 camarejfromo»r.

s Soes, senhor, tarn' anganado

com '^eroylaa d'eate pano,

que huum mos desemoalmiido

tOs c&usou ser apodado

todo anno. - 10 Antes qnero nam ser ggano

em Aragam,

qae faser tal eiiaen9ani.

Ynhgffuo Lopez.

Segnjide que va. herjFdo, DO tengays temor de nada, IS que la jerua es muy prouada, por babjr eatar acajdo. Ha gram rrato que es corrido, com rrazon, a cuasa delb'enuencion.

Dom Broiryguo de M6eot». [F. 161*]

ao Se fue trsje por ^ne^a fryo,

fue desordem de cody^ia;

y 8se fue por deeuario,

quy^a que Uiuo jusly^a.

Que muriesse syn mali^ia, 15 es rrazon,

de tan pesada jnnen^ion.

affÄ^^***

com© »*»" |-,tt«i** „0 d'amotes. ^

' I

per«»«»'**

m

eo «•»*' a- -ordalale en tierra Jego

» Poes to.^ ..oiet«^?»'

tarn »«««*'•.. Ae outoa;

109 AäB ^jBKOTUB DB MAKDIL Bl IfOBOmk.

Yo antes las »acai^a [F. 1611

em bnm joboH -

olnt rei por joaen^^ioo.

Otra niga.

Senhbr mjro, como eata^ 3 mD^ mal, pojiB qne Tym de Fortogoal a Toe dar de qne riTaya ■TOS burlaj«.

Pues cmnple-os que lengaTs 10 buen conifon, ' qoe loneys mala Juren^oD.

Oulra ma.

Nas agoas de chanulote pare^eo sseu mal sem cura, & corre rrysco de morle,

19 soo de [rio, sem quentura. 0 que grfio desauentara de . gar^am ,

morrer de lal «nTen^am!

Oonfalo atemlez ^aeolo.

Bdos galantes escolbidoa,

20 d'emven^Oes jnuentadorea, conhe^;, graadea senbores; mas nam ja Um atreuydos, nem nos vy ser tarn prouidos, Que das Ilbas aa memorea

IS esta enuenfam

troiueaaem Aragam.

«i mmoML m umnum nr

0 cal^l.'b Htm nie mmlas, ea entendo was chamas; 86 te bem rjttm aa damaa, todaa baleram noa dentea

r

6 De ttjo, qoe nam de quentea, com irafaniy poya de dentro maja o aaaiD.

Dom BroMgo de Sande.

Depoya de bem apodadaa» . [F. 162*]

cbeaa de pena k de mel, . 10 seram loguo dmpicbtadaa

ou emforcadas,

poya Doa gaslaram papel. .

Fora milhor d*oaropeI,

meu coracam, 15 eata yossa enneiifaiiL ''

OuJtra 9ua,

E day tres fygas aa motte , ae TOS nam andardea qaente, qöe oam aabe esta jente qae calfaa de cbamalote 20 sam mays friaa que o norte. E he coma lanto forte .em Aragam maya qae de Pero Pfaihlo. .

Amrtque Correa.

»

Eata cousa be mnytb dyna 25 para no tombo jaser; aa meater c'a Rmy-de IPyna

M

Aifl ^mOTUS HB MAHDRL U mtONBL

hft logao «aber. Por tjcu d'ela meniorea, he mtam, qoe »'MoreT'MtK eaneofaM.

Oufra «HO.

s Os r«7Uw Um aBaysadoi

leoan noB lodos a Frandoa,

pera rjnm fsgiirados

oomo Gomas tnii<rto grandea.

E pojs esta he de grorja, 10 he iratam,

qne va la twU onaanfain.

Ouira ma:

Porqae dUem c'o mal uoa,

bera bem que ae tyrasse

hnnin estonnento, 15 E qse se leue a Lixboa,

ante que nela entrasse,

esta nona de tormenlo,

E por honrra de vyloria [F. 162*]

he rreiam, 30 qae rrian da pavea^am.

Dom Duarfe de Meneata.

Foy conaa miiyto mays fea luerdes de chamalote ennea^ain de taato mote, qne beyjar mfioB aa candea. 15 Nem sey dama que as cren, nem tob qaeyra com rresBo, se TOB Tyt tal «onenfam.

ämißtim üi imwii iimiwi 4tW

Se toys, %twki»f mgüiftdo com ser frias, fuejs mal» c'andarejfs mays afrootad» de sombado

qua ae foaaem de aayaL Se leoajs a Portugual tal enoeiifam, aas YUiaa tos mandario.

ßlfmäa, de Myrfmäa.

■■*■'■ Amey mays o chamalialo

10 qae \jIb, nem goardalate,

qae fjrz cal9a8 d^m pelote;

de qae jafo de rremate.

Nam fyzera marr|ite

eata enuen^am, 15 nem o grfto Pero de Lobm.

Otilm do eamareyro mar.

Quando de zarzaganya se fyserfio outras taya, eu yy huma profe^ya, que 4ytta, 20 que quem vyaeaae, veria outnn maya e8pe^a[y]a. E porqa'ealaa o aaam maya, com rrezam rryremoa de eojaa aaam.

JVimo Femandez d'Aiojfde.

39 F^xeateiT taya entremeses \S8f^]

neataa calfaa que trazeya;

Alf ^OTLÄfl DI MAIIDB. M tUtbttlt.

qne joram AragoiiflSM, «*•• «ortM duram tru aaiM, s^ TOB nam tob coiregM. Auy quo Tot not tovji 5 com rreiua jnoenur ein Arngam.

Owfni de JiMim A^opo.

DjgDO, padre, qnii p«qiH^

A sam perdido

da enuen^am qae ssaqnej, 10 dB qoe lam arrepsndydo. . Nun tenho d'ela rfa Krorla,

maa ') contrlfam,

qoe pequej por f

Outra de SymAo de Mfranda.

Hinha culpa digiio majB, iB qoe peqoej de eontfado,

'aendo bem aconselhado,

ty% (erojlaB cordqres.

D'fBto, padre, nam rryays,

maa da; rexam ao pwa minha salna^m,

Outra de Oan^alo IHeudex ^aeoto.

Nam he bem qne' o padre pe^a rreniTSBain de tanlos danos, poya TineDdo dei myl anoB nam be couaa qne esque^. as C'uDma gra^ desqn'empe^a ein RTbm,

cada honiD a tns na rolo. 1) OHg. «M.

am ^ßmoffUB m Kuma. ra ngpwi jg^t

Manuel de Noronba a dorn Antoneo &$ ¥alafeo tobre o

rryfiun tpe Ihe fes.

Antet qae de chamälote [F. 162']

fjnera d'esse rrjfam feroyliis par*d teram.

E maya daa copraa furey 6 oatra loba» de qaerria» qae aeja eaa; Um frya coma ewta de aoljra, qoe TOS Ml ja perdoey.

____

B aaay eacpparejr 10 naa copras & no rryfom das calmas d'este veram.

ikUra a lete €wrta de iolia que ft% itom Jii/eiips.

Eu fy loba de solya,

que me pare^o rraBam

nam lembrar pera rryfam.

15 Da Tossa barba 0 rrapada.

quanto he o qu'ea dyrya,

eu a ej por casy nada

pera a loba de solya.

Day o domo a fantesya 90 k loda Yossa deserf^am,

poys a loba he tarn frya,

qae nam lembra o rryfam.

Outra tua,

Ea Ty iTQva asojada- com ootri tal enfeafam^

1) Orig. kmrhm. ^ .

142 AAS ^BOTLAS DE XAMIBL DB NOaOMU.

mas com barba tarn rrapada Donca yy ja cortesfio. De morrer desejaria, & terya gram rrazam, 5 pojra que fez loba tam fria, tendo ja feyto o rryfam.

Outra tua.

D'algans d'estea trouadores nam quero ser ajudado, antes ssoo com minhas dorea» 40 que tam mal acompanhado. Em que m'igam por calp^do, a jsto m'atreuaria, poys que he tam condenado o da loba de solya.

Do coQdd rooor Fran^iscx) da Sylueyra, esiando em [f. 162*] Portugual, a estas feroylas de Hauuel de Noronha, as quaei

mandou a Caatda«

Ryfam.

15 Grande corte de Caatilha, nam ajaes por marauilba Manuel cal^ar-sae mal, que nam he de Portugual, mas he da Ylba.

20 Enganou-aae por Terfio,

& foy la em forte ponto,

cuydando qu'em Aragam

nam auia cortesfio,

que de rryr vieaae a conto, 25 mas de laa ou de Seuylha»

parefe por matauilha,

T

^■lOfLu in MAmnn. H MMMUL ms

•fertoQ algiim umt td, qae qnji rryr de P^rtagoai» k rryo da Ylha.

m

Com'ale dt Ylha teo» 6 »6 tsoobe qoa pior aaen sajmo,

qae de chamalote ISfoo

firya calfas d'arreo.

Maa aa-ase poc marauilha

aerein fejlaa em Saeoylha 10 k catparHwe em PortogaaL

pagoe laa» poya fies o mal

em CaaUlluL

Coydaram nea CaataAi

qne nos lenham ja oa nrede; 15 ora crede

qae somos qua tarn oolinoa

qoe nam calfamos tays panos.

Em ca^otea, em fraUttba,

em joböes, em tabardtiha, 20 em oqtros d'eate matal

ae gastam, k nam tam md

como em CaaUUia.

A quem taea ^eroylaa fei [F. 162 H

se deuera perdoar 25 por esta primejra res»

& dando-Ih'este luguar,

em outra o foreys tomar.

Dygao^ Gonde de TendiUia

k a aenhora Bobadilha, 10 se da ylha do Fonehal

foy bomem tam por saov aaal

a Caatylha.

Eataaa fnra do rrol k d'esles motea jaento,

AU ißunua um uäsosl »

k meleo rreqaeiTMieBtQ, -.-^

com qne nam- fei iaa prol, tau ante »ea corriineiito, Conapoer, aenhor da Ylba, s poys por for^a n«- qDadrilfaa TOS foalsi da Portngoal, a enTencioaar mal a Caalilba.

Compre qne tos deaealpaja, 10 lomando a eolp« por voaia.

aem s'aner nada por nosaa,

poys quo soo a men^rj».

E compre qne «ü^adjlht

no aennlo digi em CaatiIhBt IS em TOI alU espe^al,

qae dbri saoes de Fortagnti,

inas soes da llha.

FoBtes la mnylo 'aramaa

para tos fater tal consa, 90 quo a voB dano traraa, '

k qne nam tob valeraa

Pere^a, Sjlua, nem Ssoosi.

Hjlhor TOS fora em camjlha

JBzer cürando hnma aaylba, te on TOB tornar o-o Ftanchal,

qne com trajo lam aem aal

hyr a Caatilha.

Ajuäa de Jorge SAgvjfor.

Cuydey qne, eomo paaaaaae d'nma poesy« vant 10 on de tronas de mengana,

nam- a'achaaae em triana [F. 1

quem de feroj^lai tronaue. Hu poja 0 piQo aie Alba

per Valasco * BobadOht a causa d'um Irqo tat, nam sse dena fer por mal marramaqae fa^ a Caatflha.

5 Oa Ingos naqnesta teorra

sam sempre tarn eseoymados,

qae quem na fey^am os erra,

hjmda qde sejam borcados,

ness'ora ssam apodados: 10 Como oaaistes da bargoilba

nas enlradas de CaslQba '

do IHho da marichtfl,

que as cal90u por seu mal

com'as feroQas da TIba«

15 Mas ssomos tarn piadosos

ft de tarn boa na9am,

qae vem qua mil esquinosos

com traJQS mny mais meloaos

do qa'eslas 9eroila8 ssam. 20 Mas por ter d'eles mansüba

& de todo o de Castilba,

quebramos o rryr em al:

& TOS las ;s tratar mal

hum yno9enie da Ylha!

Duarte da Ouama.

75 Porqne quer niogaem diser

mal d'aqaesta vossa coasa»

poys a yida ja de sser

tarn ^erto como o morfer

em Gastela Rruy de Ssonsa » 80 qaisereys mais a fey^am

do yrmfio

do craneiro de Padilha

^^•Mtr« gmd. m. 10

JUS ^BOTLAS DI MANDKL DI NOIOIOl.

que faser Ul taaei^un em Cwtilba.

IKoj'aTairte anire noi qaem for mal enuen^ionado, t) sera may bem apodado & por for^ degradado pera vos.

Porque. d'entro em Anrgam [F. 163^]

ft em Caslilha 10 saJbam, qn'eaU eDneo^la fei de TOS rryr torso yrtnäo la Da Ylba.

De qn'elu lobas haremoa

dorn Anlonio preguntou, <s com» quem nam sse lembrou,

c'o condestable ssarou

hiima rroupa, que ssabemos,

A quäl foy de gram frisada,

mas por ser laa de Caslilfaa, w nam toy nunca apodada,

mere^endo sser trouada

mais qu'aa ^roilbat da Ylba.

Jorge da Silueyra.

Nam sintays o iryr de caa,

nem mole que a vos vaa; 39 que milbor be qu'em vos falem

que dizerem que nam ssabem,

se fosles laa;

Como dizem em Sseuilha

& nss; por loda Caatilba, ■0 que de todo Porlagual

nenbom bomem nam toy lal

como 0 da Ylhm

DO COUDSU. MOOR. ^47

ft falar fageyramente [F. 20^]

308 OQtros derredor, e se oaayr: nom seor, acodyr may rrjrgamente.

5 Na outra parte segnnda,

poys ja de; tym a primeyra,

sobrinho, nesta maneyra

a ten^am minha ae fuDda.

Pero-o pafo se Irautar 10 estaa manhaa se rrequerem,

ft DOS qoe elas couberem,

na Corte sam de prezar.

He may boom aer alterado»

& aer gram deaprezador, 15 & he bom aer rryfador;

maa melhor ser desbocado.

Outrosy he bom d*oufaDO

em todo caso tocar;

mas melhor he ja gabar 20 ft mentyr de macha maao.

He muy bom buscar puahadaa e meter nysso par^eyro, mas nam ser 0 dianteyro, por reguardo das queyxadaa« 25 Ho-os arroydos da vila acodyr ser muy desposto, mas s'algem tyuer 0 rosto, aue-los pees ala fyla.

Item maoha de louar

80 he jagar bem o malham;

& ho jogo do pyam

fauor se Ihe deae dar.

Nem sey porque maya Toa gäbe

aer gram peacador de vaaa;

10»

DB COratSU. MOOR

nuB jogar abadslasaa

em qualquer galante cabe.

Saber bem ho pego-cbana & bo cnbre bem jogar,

9 sam diiBB pera medrar galante contra fortuoa. Nem BBberya a bäum fjrlbo escolher mylbor conselho, se nam que jogo-o fylelho,

10 jaldeta, cnoca, saijlho.

Quem estas manhas tjaer, que ja d;se, jnleyraniente pod'arer ao presente quanto Ihe tyter mester. IS Ca hu s'ele df^scobrir, quäl Sera alam sofnida, que Ihe logo nam acuda & Ihe de canlo ped;r.

Mas que djrgo sayba: sajba 20 jugar d'espada & broquell, porquB dentro no bordel como fora, do-le caj'ba & se Ihe vyeBse a m&o, poder-a'ya nele ler ii quem ajnda sa soBler, seu andar sempre lou^fio.

Regalo deue moatrar, qne nam leua en coio duas, & que lodas cousas suas 30 sam.mny dynaa de prezar: Item majs, falar en ludo A aprerjar sem medo, ft o-OB olhoB hjr c'o dedo A tjagyi de mu; agado.

D'ESTES TROUADORES, ABAIXO NOME- ADOS, A NUNO PBREYRA POR HUMA CARTA QUE ESCREUEO AO FRIN^EPE, dr POS-LHE NO SOBREESCRITO: PER' ALTEZA DO PR1N(;)EPE NOSSO SBNHOR.

Do coudel moor,

Nos outros, a ciuel gente, quando nos tomam de ssalto, escreuemos: o-o muy alte, poderoso & ey^elente. 5 Mas pois 0 paco despreza [F. 163'J

velhi^es de notador, d'oje mais vaa: per'alteza do prin9epe nosso aenhor.

De Fernam da Silueyra.

Bern cuydou de dar no fyto, 10 ou 0-0 menos na calueyra,

quem notou tal sobrescrito

como pos NuDO Pereyra.

Tentay bem na sotileza,

que buscou este rreytor, 15 quando escreueo: per'alteza

do prin^epe nosso senhor.

De Jorge d'Aguyar,

Estando na froniaria nessas partes de Gastela,

AS DR PRH'AtTEKi.

em ora de mejo d!a me ebegou «ata nooela. Maade; loguo com desiresa tomar portos, de Bsbor: 3 Bam paBSBSBß tal ^ympreia, qaal h;a: per'alteu do priD^pe nosso aanhor.

De DhffVü BejpMto.

Gn andej ja a Picardla

ft B terra do Dal^, <D Frao^a k a Lombardia,

k tarn gram sensBaboria

Dom B'acbaraa como em mym.

Com (oda minha frieza

nom Bam eu tarn senssabor, IS qu'escreuesBe: per'alteza

do prin^epe noBso senhor.

IfAttrriqne fAlmegdn Pmun-o.

Como foates dar no fnndo de Um gram seassaboria, poys qae Babieys, qa'av^a !0 Anrriqu'Alnaeida no mundo.

Nam fizera mor friesa [F. 163*]

bam muj'lo mao ora der qne eacreuer: per'allesa do prin^epe nosso senhor.

Do dovtor mettre RroOrigtio.

ü Eu [03' jaa em Pecarronia ft lambem em Parvolyde, k faley c'oB de Gumide ft c'os donlores d'Uxonia. Mas nam acliej tal frieu.

A8 ra PBR*1LTEZA. 15|

Dem nenham tarn senssabor» qu'escreuesse : per alteza do prin^epe nosso senhor.

De Joatn d*Arrayolo8 Mawritco.

Aly cono^r bem Alanies» 5 & muytas terras aDdar» ft correr jaa os Alguarues, d*aquein mar Sc d'alem mar. Nunca ver tal pairuoeia, dita por tal sabedor, 10 como escreuer: per'alteza do prin<;epe nosso senhor.

De dorn Attrrique Anrriguez.

Nunca al yy se nam aesudos fazer may grandea erradaa, ft dos ssotys ft agudos 15 sahyr grandes badaladas. Vos, com vossa sotileia, qaisestes sser orador em escreaer: .per'alteza do prin9epe nosso senhor.

De dorn Affonteo Anrriguez.

20 0 diabo nam achara

tal maneira d'escreuer,

nem, por muyto qu'estudara,

nam no podera saber.

E vos, por mais jenUleia, 25 por mais perro & ssabedor,

escreuestes: per'alteza [F. 163']

do prin9epe nosso senhor.

Ij^ JUS in Pm'ALIBZA.

De Joam Foffuafo.

Quem mujtos anos viuer, mu^Us cousas ouujraa, muytas folgiiaraa de Ter, d'oulras inuytaa sse rriria. s D'aqueala tossb agude», tarn fria, tam Benssabor, fie rrj'in todos ante 'alteta doprin^epe noaso senhor.

De Oome» 8*oare*.

Quem deyxa caminbo cbaSo 10 k caminba por atalbo, eataa jaa ^erto na maäo qii'aa de leuar mor trabalho. Uos dejvastt^a a certesa, cuidando que era primor, 15 escreuerdes: per'alleza do princepe nosso senbor.

De Dioguo de IHiranda.

Se foreys Aragoes, ou ssensabor Caslelbano, ou dore Valenceano, 20 passaara por enlremes. Nam sey, sse foy ardideza, se foy eerdes aabedor, a^erlardes: per'alleza do prjnr.epe nosso senbor.

Aluttro Nogueyra.

39 Senhor, be rouyta rrezam, pois tais cousaa a^ertais.

AS DB PBR'ALTBZl. 153

que tenhaw gram pre8an9am & Y08 enssoberae^ays: Dea TOS deos mayor sabesa que nunca deu o-orador, 5 poys eacreueis: per*alteza do pri[n]9epe nosso senhor.

De Dioguo Perepra.

Uos soubeeate« a verdade, [F. 164*]

V08 sabeis o qu'escreueis: tudo o al he raydade, io se nam o que tos faieys. Nunca Ty lam gram destreza d'escreuer & notador quäl foy a de: per'alteza do prinfepe nosso senhor.

^tiQo Pereyra a todos estes irouadorcs, & a outros que P" Qam Tam per se nam acharem suas trouas, em rre-

posta das que Ihe fizeram.

A Jorge d^Aguyar.

15 Eu Tenho da frontarla,

som alcaide de Zagnala,

todo 0 mundo de mim fala

& da roinha gualania.

Como ssam na forteleza, 20 sam hum deemo Telador

com: Tiua» Tiua alteza

do prin9epe nosso senhor.

A dam Anrrigtie Anrriguez,

Sam de cote grafioso, diguo mil gra^as de cote,

154 A8 DB PBrALIVEA.

a quem qaero don htim mole; & pico-me de pomposo. D'outro cabo tal baixeoBa & compasso de gram dor^ 5 qn'em chapyiis nam cbego 'aHeza do prin^epe nosso aenhbr.

A dorn Atfon$8o Amriqv^z.

Sam gualante Catelafio, 0 moor qu'a d'aqui o-o CaTTO, ft gasto c'am botycayro io cada dia hum obinfrafio; Porque'e ial minha magreia» que rrequere confeaaor: bem 0 sabe.att'alteza [F. 164^]

do prinfepe noaao aenbor.

Ao coudel mor.

15 Par deos» eu me marauilbo

qoem nam morre de pasmar

em vor meu gentil trouar»

& ja agora o de meu fiibo,

Benza deos sua agudeza, 20 a mym goarde o saluador

para seruifo d'alteza

do priuQepe nosso senbor.

A Fran^itco da Silue^a,

Essa troua que laa vay, ela vay posta por minba; 25 ora TOS ssed a dcvinha: se a fyz eu, ssc meu pay. Eu pico-me de frauqneza, onde quer que lonuor for,

MB PSR*ALTBZA. |M

na Corte de sa'alteza . do prin^epe nosao senhor.

A Aluaro Nogueyra.

Ea sam todo nuiyto lonro,

k saam loaro mayto franco, 5 ea saam todo, todo branco.

aam huma madeyxa d'ouro.

Ea saam cheo de frieza,

k saam gram rrefyador»

k asam seu de su'alteza (0 do prin^epe nosao senhor.

A Joam Foguaf€f.

Auer-m'ey por tengomengo, se m'eu nom gaabo per mjm, qoe ssam gentil eatrelym, oa heres sobre Framengo.

19 Nos olhos hnma frooaeia, mais brancoa qoe hom leytor» k sam seraydor d'alteza

do prinfepe nosso senhor.

A Jorge da Sllueira. [F. 164«']

En em mym tanto conio,

20 qa'antr'as damaa dou mil rrotoa, k tenho maia titos ootoa

qae o lageo meu tyo; Sobr'isso tal dereyteca, qae pare^o jnatador, 25 qae qaer justar ant'alteza do prinfepe nosso senhor.

iSUnVALTBIAi

A Oomn Stoarm.'

El] de coote aoajreMo poT fllha de minba asogn diMpesB' nun se me logri, Dem Tal aaer piatjrfahado. 9 Oo qne grande rrealSH tem quem he' grand'anudor em caa da tia d'altoia do prin^e noaao seiiborl

A IHofftu Ztfmotc.

Ell mala por CaateUuno, 10 lezDgo por Aarania

k tanbo fWT geometria,

Iroaxe veatido de pano.

Tado ysto he aneheia

& fey^am do atambor, 15 que 8se tange ante alteia

do prin^epe nosao aenbor.

A Diogno de Mirantla.

Sam amigDO dos amiguos. ponho a bartia e'os mala allos, & ssem dar pntoa nem asalloa 30 ebenso cambo de figuoa. Que me tacbem de frieia, aa damas do salaanor me beyjem, & vira alteza do priofepe noaso senhor,

A GoTfia de Meto.

» Pergunley ea Nu por nouaa (F. 16-

das AlcafOTBS A Pas;

AS DB PBR*ALTBZA. 157

rrespoDdeo*me: sse tos pras, laa TOS yy posto nas troaas. Respondi-Ihe: que frieza & que grande senssabor, 5 quem grosa carta d'alleza do priofepe nosso senhor,

A Rruy de Sioiua Borje$.

Eu m'achej muy alterado, & ouue por gram du9ura ^ de me Ter hyr na mistura 10 nas trouas yntitulado. Ficou-me tal altareza ft do pa^o tal amor, que jaa m*onrro com'alteza do prin9epe nosso senhor.

A Ayres da Sylua, camareyro moar.

15 Eu tsam cafador de galguos,

& tenho fey9am de choupa,

nom folguo na goardarroupa,

nem deyxo laa hyr fidalguos.

Na beesta tenho ^erteza, 20 & ssam jaa comendador:

mantenha deos su'alteza

do prhifepe nosso senhor.

^Anrrigue d^Almeyda Panaro.

Que passaro, que menino, . que burro d'escame^erl 25 & quero m'yndo fazer

jem motes tronador fyno.

E he m^is minha longueza

qn'a do frade preguador

A8 W nU'ALTEZ*.

qoe pregtia ao paj d'altua do prin9epe dosso seohor.

Ao doujpr meatre HradrifHO.

Eu com; alabafea uro em deu & graüoa torrados B & pees de vitela a ^ea [F. 164*]

com baadouua apica^dos. Nem pjmenta de Yeneia me nom den atal ssabor, cotno me deu pcr'altesa 10 do priD^pe dosbd senbor.

A Dh Perelra tCAUer.

Eu tenbo fremoaa Slba, tal be minba preean^am; k qne sseja rrechoncham, nom ^ais por marauilhe, 19 Nein que teuha rredondesa. mais a lern o alanor do que beebe au'alteia do priufepe noaao seabor.

A Femam Gomex da Mgita.

Se m'a mjrm nam mente Ajrxa, 30 se me Conba nam eaguana,

ae; bailar melhor mangana

que danijar alta nem baixa.

0 rre; guaba k deapresa

qualquer outro bailador: w ysto prouarey a alteia

do prinqepe nosso lenbor.

A8 DE PER ALTBZA. 159

Outra sua.

Ando per rruas a pee, meus brozegujfs com rrecramos, criados, compadres, amoa» tudo casta de Guynee. 5 Todo Portugual me preza, porqae tuy descobridor da Mina de 5u*altezä do^rin^pe nosso senhor.

A Marianei da Yfanie.

Nom som d'alcouiUria, 10 nem menos curo d'amores,

qua me poem os irouadorea

nesta gram sobran^aria.

Porque com minba baixeza [F. 164^]

louuo muyto o criador, 15 que me fez, & fez alteza

do prinfepe noaso senhor.

De iayam da Yfante.

Quem me mete a mim sayam andar em trouas lampeyro, pois andar no rreposteyro, 20 he muy mao jogo de quam. Nom quero tal agudeza, nem buscar corregedor, nem queixar-me a su'alteza do prinfepe noaso senhor.

A Francisco de Mranda.

25 Som Francisco de Miranda, som muy lou^am & gualante,

AS DB PBriLTitA.

tarn hjrrlo A tarn eiUnto com» o mundo de mijm anda, Eqtantado da hyrteaa, qüe me nun ehegoa eanlw 3 de qoanloe lern Sn'aHeia do prinfepe nosao »«Bhor.

A Femam da aUntira §r fifm.

Eu tenho , gentil fey^m com quarent'anoa bem feitos. m k tenho detrM og peytos 10 maj'ores qoa dom Joam. Nem ha em lodo Venen bnm Um mao oanalgoador: pergiintem a an'alteta do prin^epfl nono aenbor.

DE NUNO PEREYRA.

e Nuno Pereyra a dorn Joam Pereyra, quando casou, porque primeyra noyte foy donnyr aa pousada de Joam de Saldanha.

Day ora o-o demo tal manha [F. 165*] do noyuo que vay casar & a primeyra noyte passar na pousada de Saldanba.

9 Dom Joain, despois que feou

poUgees, pastes de pote,

hum rrabo de porco acfaou,

que, por muyto qu'esfregou,

nam pode fazer vyrote. 10 E diz que, por nam passar

horaa yergonba tamanba,

que se lan^ara no mar,

se nam achara Saldanha.

De Joam de Saldanha,

A pousada nunca tolho i5 a ninbum desacorridö,

nem a noyuos nam conuido,

se nam yem daar o-o ferrolbo.

Bem ouue por cousa estranba,

estar para me Janqar, 20 & ouuir noyuo braadar:

Taley-me, senhor Saldanha.

f

jr

OftHtoMirt fftnü. DL 11

-Lc-ii. c-nnie sa

da da» d0tmela$ ia imtiara 4ana FMpa.

Dona Maria de 89H9a.

S'a fejfam me mm enguana, soys em cabo grafioso; & agora cam pomposo andareya com Yossa cana 5 Diante das ygoarias com goarda» goardaporteiro / com 0 rrol das moradiaa» ja agora neate Janejro!

lAanar Moni».

Qoe mandar Faser de Iiime, io qoe mandar armar de panoa»

que chamar o-os mo^os: manoal

qae caatiguos de queyxume!

Quam cortea voa moatrareya

agora d'ofB9ial9 15 que carretos que trareys,

para nam falar em all

Dona Maria da Ctitüia.

Sem Y08 yer, nem laa esiar, yede, se ssam adeoinha: qu'^s 9em yea es aa coxinha ao por TOS maiä negofear.

£ asey que jaa tos ^etrocha [F. 165*]

a ynfante com yergonha, de mandar äsender tocha, piimeiro que aol se ponha.

Maria de 8oma.

Oo que dar de conssoada peros, castanhas & flgos,

11

19« Hmnn

k eonttf I ordenanfu na pomtdal Colpar nmjrto i jrtuito tc OS Bens offi^iaes, s disendo: qne d'oje anaotfl pode TPr qaanto .(

Joaka Fsrnpra.

Auy faf diofl qnem qner fawr bonrras ft merfes; d'eete offf^io sahares » maj ^do sser esmoler. D'atnrar bsm attirt;, qoe'e consielho d'amlMde, ft banne ocolos compra;, qne ireqaerem b tal jdade.

Bona Jotma Jjirri^iics.

u Agoarda;, poia agoärdaatos

a Tida loda do padre,

emladaDdo sna madre,

& TOB nam TOS entadaates.

Pois TOS (gada a Tenlnra, 10 Babe-Toa tos ^udar:

que qnem ne pa^ atara.

nnnca dejrxa de medrar.

Dona Ytabtl da Süua.

Que TOB jaa lenhais hum eele, que fiDcoenta sse monia, IS Teador, nam fa^ais conla de filier preeguaa na peele. Sern; bem tosso senhor, qne Bsqida o derradeTTO,

DB MUNO FBRISTRA. |Q5

podeis ficar veador

com estrigua de fen^eyro.

m da ekanftiariof para iaberem eomo o aniam [F. 165^]

de mütolar.

De Byxorda.

Uos decraray-vo8 , senhor; por Yos hörnern intitulary 5 como vos ham de chamar: ^

a'em Cristos comendador, ou do duque veador.

Poys yos eu ey d'escretter,

pois YOS en ey de sseruir, 10 compre-me, senhor, saber

a qnal aueis d'acodyr,

Qaando vos hörnern chamar

a YOS, diguo, monsseor:

se vos ham de nomear 15 em pra^a por veador,

se por frey comendador.

De Nuno Pereyra por cabo d^estat.

Se he Qerto que he ial, por minha vida, he a gra^a mais sobida, 20 que se vyo em Portugnal. Se a vos veador days, jararey,

segmido o que de vos ssey, vos mesmo vos apodäys.

25 Ontra graija sabereys, em qae ando cada dia contemprando: qaantos castelos fareis

D'iniiBM faydas i

k d'eqwna^M

du muterdes rossas Un^s

Mm fenwr Toua paneU.

Ca»o.

He lamuiho mea dewjo

B de VM rar, qae me fai eirtnati^, poTqae ta) ootua nam rajo, E por «er detengDanado , Bfl'e nrdade,

10 jnro o coipo. de deos, dorn I qne toi tbb Ter rrebn^do.

IF. I6V1

DO OOÜDBL MOOR.

couM moor Frao^ueo Siloeyra a Pero de Sioiim bejro 0ohre loof^FiÜMB qoe iDändana foier seerelafl, k foram •ehadas na lodaria, pcvque de nam sabja de laa.

Algmna causa a de aaer neata somaoa algnmUia, aegondo Tay o mexjsr na Jodaria.

5 0 mgenioje he tanto,

sem conto aparidar;

em hans enxergaia eapanto,

& oatroa. de canto em canto

de rriao arrebentar. 10 Cordeal coosa a de aser

neata aomana algom dia»

poloa sinaea» qoe fiijr fer

na Judaria.

En Tj mafonde embo^do» 15 TOS vede que couse-este'e,

d'um olho eacalayrado

vyr em saom dessimnlado

disendo: Yinha dum Pee.

Yy oQtro marale^r, ao yy gritar hmna Jndia,

alfiuramys tj prender

naqnele dia.

B DO C»IIDB mOB.

0 900 udaat troiudo ft a D*7te fes troaam, 8d1 sabyo emssuigoenUdo; Ter 0 dia nenotdo s me foi gram nu^afam. Hmna'estreela vy oorrer, a terra toda tremia:

mra rede o qa'aa de 8|$r [F. 169

naqnelo dia.

Cak».

u Oa BBjuais aam de perigoo^

mostnm todos gram temor,

goay d'iqnde qn'ele -fiarl

mai en sobre tndo digno ,

que deos he 0 sabedor. u Sen seraa 0 despender,

tninba sera a alegria

0 dia c'oaaer de sser

a gualania.

De IVimo Perejrra.

Eu vy olheyra nmn'olho, 30 a hotn Juden,

iy outro vezlnbo Bsen

lan^ar ' barbae em rremolbo.

Vy mnytos Judeus ferner;

pregunley, qne sse faiia. 3S rresponderam : h; 0 rer

aa Judaria.

De Jvrfe Oa Silueira.

Ea ache; camlnhoa cbeoa doe JudeuB. qu'yam fogiDdo, hmiDs com medo ft rre^o, 1) Orig. Urfmr.

Sa OQGDW- MÖGE. Iff

ootros de rrifo eihjndo. Fuy-m'a eles, pan ter ' qoe rreqoHa tal steria, disaeram: hj o aaber 8 aa Jadaria.

üe DioffUB 4a Sikmhra.

As dattaa tom jaa lomadaa par^eata comia janelaa» t andäm tarn «baladaa, qoe asam cbeaa aa eatradaa' 10 ft tenreyro para fe-las. Milhor fora nimca saer ▼eatido de tal yalia^ qo'andarem todoa a ver f qae sae da Jadaria.

D'Anrrique d^Almtyda. [F. 166^]

is Dizem quem Teni & quem Tay»

e'ouaem^ grande arroido,

Ghamam Judeiis: adonay!

aa Jadiaa disem: »goay

emn Criatam tarn atreoido! la Ualha-Doa den verdadeiro»

poia joatifa hy nam haa:

qae coaamos em ssabaa,

0 do pano qae nam daa

ia^amos mongy inteyro.**

Otffra aica.

25 „S'a rrainha nam ikn com sua donielaria; eate Cristam oam teaera tanta pressa, nem metera em doylo a Jadaria.

DO conDB.iio<n.

' tu» «onpre-iHM pngaoUr, - qaem be loa umond«, por Ihe mandamu» mgaar, qne nos de; seqno- lognir

1I00 Bsomuu ■caliadi.*'

CmiHtim *t dam Msfto Amrifiws a ctto* ImpaMIm.

Qoflm Tfo nnnea loifriiiln, qne, utes qae «•'■oabieae, qae u damas da irafaihi de irfao todta iiittMM.

w E rede o qa« mtm o dl* do pvA^er, on qaem entam podaraa eacapar de nam nuHrer. Qnant'en, diguo: mma minha,

tB qae aseraa bem quem achaaae laguar a par da rrainfaa, qae 0 rriao a nam lutwael

Do coodel moor Fran^iaM da Silaein m bran V^- 16'

dooi DiogDO Lobo sobre tres feridu qne Ihe dea hnmi poi

DO monte, ssem Ihe de dar i

Ja DOS vbiios em Liiboi

priejar nao com toaro, ao k aaano com a l;oa

ft Juden com perro moaro.

Mas annea lan;« de Lorca

Timos emeonlrw de 1 u qae fliease Tyr a porai

e'o lobo am por area.

DO GOUIXBL MOOR. 171

Jmr^ da SUueira.

Omiy nooas de eaydaB, qne MOMtop nonteaado, Ä timbeiii de Iret feridas c'omiefles, nenhimia dando* 8 Peeou-me eomo ss'en fora , cömo miiibaa me magoaram» mas quere saaber agora e qae fei vosaa aaenbora» porqae qaa mal aae aaoaram.

De^Numo Peregra.

10 Goalaiite e'tMj aa'emberca a emcentrar aa bolina, ntfn digao topar com poRa, maa qoalqner magra ceohioa Q rreyolue & deaätina.

15 Ferj aempre d'arremeaao, per aaegnrardes a vida, maa o mal de rro^ messe magra bacora parida fas o rryr vir aa ferida.

Outra $ua. [F. 166«]

20 Mas aaeja bem empregoado em TOS» poys feryr qoisestes a qaem per yosso pecado ▼OS den o qae Uie nam desles.

DO BARAM A LYONEL DE HELO.

Do luntB a LyMkd de Udo uobn hmn pelole de Tcfado qne

Inmie « ioiro d'oalra triBtdo, ft dcpoja o tinm A o iHrm

de cndqras.

Teinoi TOB en grtnd'eaÜmi, eremoi qae soia deoa ssegODdo, poT« 0 e'andtaa de faaio ttfj por TOS poeto em ^nuu

> Temos qDe, quem jslo bi,

mil coDSBB. moores faraa;

k faraa da gaerra pai,

E da pai gaerra traraa.

Hai qnem com tosco BB'aaiina 10 estBB' 8seguro no mundo,

poia qu'ioda c'ande de fnndo,

0 podejs toniar a fima.

Ajnda de Fran^sco da Syloeyra.

Nam flzera mala marina a de Mendofa

IS L;anor, nem Caterina, nem a oalra de Hedina, nem em Telba, nem em mo^. Para eataa tado rrima & para ea ontras do mnndo;

m maa aaayo qn'andon de (tindo, mao Inatro daraa de ^a.

1

DB FERNAM DA SILIIEYBA.

Feniam da Sihieyra a d(Mn Rrodrigoo de Cartro, qae bey- joo huma dama, & ela meteo-lhe a lingoa na boca.

Poys medistes assy crua [F. Ißfi']

a Bsaa linguoa co'a vosaa, disey-Dos: quäl he mays groasa» 86 a Toasa, se a saiuk

5 Tambem qoeremos saber

atee onde foy metida»

& qoal era mays comprida,

maia aolta no rremezer*

Se veyo tal falcatraa 10 por sna parte, ou por vossa,

DOS dizey: quäl he mays groasa,

se a yossa, se a ssua.

Repoita de dorn Rrodriguo.

Mays comprida & mays delgaada

achey a ssua que a minha, 15 porque toda a campainha

me leyxou escalayrada.

E fez me tarn ^randes briguas

DOS queizays,

que m'os nom fizera tays 20 hum grande molho d'ortiguas.

Outra 9ua.

Eu disse-lhe: ta-te perra, nam metays assy de ponta

174 I>B FEBNAM DA STLUBTRA.

a lingoa, que tanto monta como-08 da boca em terra; 5 fazey conta. Dizia: mano, deixa;-me em quanto tenho luguar, A en bradaua: soltay-me» deixay-me rreafoleguar, 10 que me quereis afoguar.

Oufra de Fernam da Sylueprm.

Ouuy de iodos mandado da senhora dona Guyomar» que mända desen^erar hum croque, que'e en^erado. 15 E manda que muy asynha a degfradem do seram» porque toda a campainha [F. 166*]

esfolou a sseu yrmam.

De Femam da Silueira a dorn Rrodriguo & a ootros sob hmna carta que tinham de Lop^Aluarei de Hoora.

Mais prazer que huma toura 20 nos daraa yer essa carta

de Lop'Aluarez de Moura»

pois que mata.

Mandai-no-la , que Ihe pea,

senhores» ft ve-la-emos,

ft todos tres julguaremos

& TOS diremos» 86 se rem muyto descortea»

A qui^aa canta-la-emos.

DO TROTEIRO DO CONDB RBIOR.

De dorn Rrodriguo de Monsanto & d'ootros ao timAe |fiDr,

sendo manfebo, porque acharam num caminho hum sra mofo

d'esporas com hooma trouxa de vestidos aas costas.

A Tinta tres dias do mes de Janeiro, huma sesia feyra»

aquem das Cabrita», alem da Landeira, topamos troteyro. 5 Toparam troteiro com cousa tam pouca, tarn pouca» tam lene, que, quem a leuaaa, diz» que tam leue co'ela s'achaua, que daua tais saltos, tam alto pulaua, mais alto que (}aäie baylando com touca.

10 Senhor dom Joam, o yosso troteyro

cbegou ho barreyro ft loguo embaroou;

a barca com ele tam leue s'achooy

por onde o barqueiro leuar-lh'esemiou

da trouxa dinheyro. 15 Sem vela, sem rremo partio denradeira,

& chegou primeiro,

porque a trouxa do tosso troteiro

a fez mais veleyra.

»O HAOHO DE LUVS FRDniB.

Do iiwsho rnifo de Luys ftejre> eslindo.iMn la

Pojq qne vcijo qae de<w qan.

d'eatfl mnndo me lenar, qnero bem encuninhai; a minha bIidb, sse poder. E Em qoBDto eston em mea ijso, 8 morle dando-me gaam, mando 'alma ao parajao, 8> o corpo aa terra.

E mando loguo primejro, 10 em q«anto vino me sento,

qae d'este meu teatameoto

seja men testamenleTro

Meo jnnlo, o-de barroou,

qne eu mays que lodoa amo, » por sempre fogir a trocaa,

e serUTT mu> bem säen amo.

0 qnal me fara lenar com muy grSo solenjdade 0-0 Rrossjo da triodade, so hu me mando enterrar. Po;s me d'aljr goueme; gram parle de mlnha T^da, a carne qne leuarejr aljr dene »er oomjda.

vo Kioro DJS unni vunuL 177

E vafio cantando diante a de Braria & d'Afonsso hum tarn solene rreaponsso, qae todo maodo sae espante.

9 A estes ambos ajade '

0 macho de ^Ckiinei borgea, 0 qaal leue 0 ataude» a bjtalha & oa alforgea.

Rogo aoa cortesaftos,

10 qoanto Ihe poäao rroguar» qtie todoa me.Tam onrrar eom «ei» ^irios naa mioa.

E poja eram eapaiita'doa» .

de paaaar Tjda (am ferte, 15 deuem aser de mym lembradoa, dando-me önrra na morte.

Item me leuem d'oferta [F. 167^]

dooa- ou trea ^eatos de palba, qae poys casta nemygalha, 20 nam deue d'auer ireferta.

Tambem me leaem hum alqueyre de farelos oa ^eaada» poys na vyda Lays freyre d'isto nanca me dea nada.

25 Inl^ndos- perddes pedy

aa poasadaa, y poasey,

d'algaydares que qaebrej

& gamelaa qoe rrohy.

E nam me deaem calpar 30 de Ihe fazer tantos danoa,

poys qae de palha fartar

nonca me pade em xx anoa.

Item pefo aa yer^eyras

moytoa enfyndos perdöes ftnl. m. IX

AO MiOBO DI Lim

A tunbem loa ortalSw dos danoB das BUlgadCTrii. Qoe » bofea ho me tolltii«, fome Id me oombatji, 9 qoe qaalquer conM c'aehiaai todo muy bem mfl 'ft'olji,

E qae mea uno agrauos me desse com anurgnras, ' de;io-lhe trea femdaraa 10 que nun tem majra de dow eriMt. E pero d'ele me queyi» de nudes que me tem- dadea,. dons on trea denlea Ihe lejio, qne mwndd tiier eii dadm.

» Nam Ihe posso mala leiiar;

qa'ele ndnca maj's me den;

rroguo Alnaro .d'Abreu

qae o qncTra aeompanbar.

fiogno tanto, qae aae doa ao d'ele tanto mea jnnSo,

qne o ponha em Liiboa

arredor de saam Gjratn.

Sobre mioba ssepolhira,

depojB de sser enterrado, » se ponba esle ditado,

p'or ue Ter mJnha Tentnra.

Aqajr jai o maja leal t^- 167*]

maoho rrn^ qoe nafeo,

•qo; jai qnem nim comeo w a saeu doDO harn aoo nea).

0 COUDEL MOOB, COM RliEPQSTAS.

I coodd moor Fran^^ui^ da Sylueira^ «n ^m pede qne Sie

nrespondan a esia eantigoi.'« :

Fai-me 0103^0 rrecaar

«

de sseroir huma doni^» Ter mujta ganle quejxar^ ^ .. sempre d'ela.

5 Refeo de me- ^leter

onde depoys me nam pdssa

nenhuma conta ^alor»

porque siey qoe'e muy fermota

& 100; igrroaa. 10 He mays pera rre9ear9

senhores» aUd donsela,

ou he mays pera fotgoar

perder por eU?

Acuda todo gualante 15 cu'ina copra e-este rryfam, ft digua ssua tenfam, pond'eataa ambas diante.

Reipande a senhora dana Fettpa.

Fermoaa dama ssemyr rrefeo deoe faier, 20 maa maya. aae dme aenlyr por ela aae nam perder.

ia*

DO COVDHL MOOB.

Nem Bse me pode negoar em Portugnal k CaateU, qae perder be moor folguar por U) doDsela.

Brialis d'Atagit.

B ' . Mwii poda bem ireipondtr ' ' .

qoem d'eetaB vyae tarn fora, DBM poys-que men parcfer .■ qoerojs tonar A aaber:' [F. 167*]

perde-nos logno oessora. 10 Nam he nada rre^eur . . senijT galante dontela em ireapejrto de folgnur perder por ela.

Dona Caterina' Anrri^fW*.

A itya pregnnlas nam ssey, IS senhor primo, rresponder;.

mas pojB que.rp;s, en direy

ft. ?08 acoDSselfaarey

o qiie deoe^rg de faser:

Dene-la de rre^ar, 30 se tal com'eu he donxela,

mas mays dene;a de Mgnar

perder por ela.

' Dona Otraea.

Com qtianto rejo qaebrada toda Togaa presuD^am 35 & TOBsa Tjda gaslada, qoe me'daa majU pqrxam, Nam voa ey d'aconselhar, se nam qne por tal doniela

IK) CX>UDEL MOOR. IgJ

he muyto per^stimar morrer por ela.

Dona Guyatnar.

Quem ousa de me sserajrr,

em grSo perygao se n^ete, 5 aa mjrl despre^s d'ouuyr»

ft tanto mal de ssentir,

com que Ihe ssue o topete.

Mas que deyays rre^ear

a peryguosa donzela, io mujT maya he pera folguar

perder por ela.

Dona Branca.

Por quanto mal yos ja fys, V08 aconsselho aguora, que olheys bem o que dix: 15 esta fremosa aenhora

Aa vos ^erto de matar [F. 167*]

d'amores, qu'eu o saey d'ela, mas eu eacolho o folguar de sser por ela.

Dona Margaryda Anrriguex.

20 Nam me'e mays de rreaponder

a ysto, nem consaelhar»

que sse yos risse morrer

ante mym, ssem yos poder

em nada rremediar. Vi Mas poys nam posso escoaar»

nam temays esta donzela; .

que nam he morte matar,

se he por ela.

Voita Jmimi (ie Heb.'

PojTB TOS ej fRoonssolbaf todo o que me pare^, connem me de tos ckonr, qne Bse nani pode aaeaur s ver-nos moit« pafefor. Nam ciireTB de irefeir', perdej-TOB anle por ela, folgay de TOB TOT mstar atal donxela.

091» Margarjfda Atrfmfa.

10 Uendo-aoi deMjmnUr

a dor qae mo^og afogua,

TOB quero ssem me efaamar,

lenhor prymo, conseelhar,

porc'o sangue nam Bse rrogoa. IS E digno, que, sse apartaf

voa nam podeyB de qnere-la,

qoe he majB pera folgnar '

perder por ela.

Yfut da Brota.

D'onde my] partenn chorando, u porc'ousayB de vob metet, andamoB lodaB cuydando, como Dada rre^eando tanto folgaia de morrer. Maa em aser vosso penar [F. 16

u por quem nam tem par a ela, arantagein.tem fillgnar ter morte d'ela. 1) (Mf. ftlimaL

DOÖODMKIKKXL m

Ihma J§aiet Pereffra.

Nam qiiiseim negfoniet; poys Tou contra imiu genie» ft mqrs fKNT ^Moi ddscontenla sej qae tos ey de faier. 5 Esta pwte ejr de tomar: qoe a galante donsela 0 mqrs forte he ooaar de comete-la*

MartM Jaeome.

Se meu eoniaettio tomar 10 quyserdea, nam carareja

em tal peryguo entrar

com*e8te em que vos meteys.

Qu'ey doo de vo8 ver matar

a esta crua donzela, 15 & por ysso 0 afastar

he mjrlhor d'eU.

Dona Maria de nmara.

0 prazer de sser perdido por dama d'estes synays, nam vos negiio sser sobydo» 20 porqn'^m perder-vos ganhays« Mas mays deueys rrefear 0 oasar de comete-la» poys faze-lo he acabar de perde-la.

Nyeolao de ß$im$a.

25 Eq me von c'o rre^ear, poys o tenho» k o escoUie

DO G011IS& HOOB.

quem o tomoa, por me dar jnda nujB em qne ftnjdw, k meo dsBcansao me tolhe. Compre-nu de oaUr - s ft m^ha morte saxiBn^]», ' pojs qnn cbDoem nun muu de oomete-la.

Dom Pedro itii'S$oma. [F. ISS*]

Dtaah de Ul pflrfejr^am,- <

qnem seraa o qae nam qnysease, 10 por penas qu'ela Ihe deue,

semi-la de cora^am.

E poj« ^ito he saem par,

ey por feg« qae nam Mbia,

que see dene deaejar » perder por ela.

JoTffe da Sgtuegra.

Dama, que todos aqneTX«, Be algum nam Iras coDteote, d'esla quero em que me leixe ser sseu sempre flrmemente. n Ca mayB he pera folgnar de perder por tal domela, do qne he de rre^ar aeroifo d'ela. >

Garfia Afonata de Mela.

A vyda que a perdease, IS nam aueria por perda

por dama, que nam quiseaae em seiiB modoa' aeer eaquenU. Nem he pera comparar trefear, senior donielai

DO COUBBIi MOOR. 185

c'o praser que he folgar perder por ela.

Lopo Ssoarez.

Que me tornasseys a vyda

& eu tornass'a vyuer, 5 seria outra.vez perdjrda,

como ¥08 tornass'a ver.

Poys a groria he acabar

nesta grSo dor k soffre-la,

diguo que'e pera folguar 10 perder por ela.

D'Auy.

Nam me posso rrepender do que U quy tenho feyto, & a torto & a direyto [F. 168^]

0 espero defeoder, 15 Po^s tenho gentil quereia: que'e muyto milhor morrer, que 0 deyxar de perder ja por ela.

Dom Rrodriguo de Moura.

Qaanto em mayor Ventura 20 vos meterdes em periguo,

por seruir gram fremosura,

tanto mays a mor trestura

traz mayor prazer conssyguo.

Assy que'e d'aventurar 25 vossa yyda a perde-la,

poys perder sera ganhar

em tal quereia.

J)«m Oarta*.

Logno triste tag pei^ido, como 70 tay nimortdo, ; tarn pnato anm^ia como ieyio. my atjitäpt 0 po]tt tarn peMdO Mo roo por poleu eon flsta fort« dpB*di, noTlhor ton a m^tr sempre d'ela.-

10 Hy dolor fo; t«in cre^ydo,

por TOT TOBM fremoanra,

qae, sabendo sser perdido,

quyee dar a m; fontora

yo tristura. a Qne antea qaero peoar

por tarn fremosa dostela,

quo fogjT, Dem re^ear

>eIl^lre d'ela.

n-onfätco Bermuie».

Be^eos tenho passados, ao ft saynto agora payiam,

que ssam mens Uisles ciqFdados [F. 161*j

Um penados,

que malam mea corafam.

E 0 qne minba Tyda aasela, » pera menoB mal pasaar,

he qne'e maya pera ftolguv

perder por ela.

DO COUDIL MOOR. igS

PMr'Omem.

Todo mundo quer seruyr a que parefe mylhorv mas ss'ela nam conssentyr» esta Qerto o-o deapedir 5 aqueyzar-sse o sseruidor. E sse todos contentar, eu louao muyto perde-la, & 886 nam, he de louuar perder por ela.

Rup de Sfouia.

10 Se vedes com'eu eome^o, ja TOS tenho rreapondydo, que poys a morte ja pefo, menos mal he sser perdydo. Mas ey por groria penar

19 & por yyda matar-m'ela, antes que me ver amar d'outra donzela.

Anrique de Meto.

Lujrta aempre meu cuydado, 86 dire;» $86 oalarey»

20 86 me calo, aaam peuado, 86 0 diguo, morrerey: que farey?

Antes me quero queyxar por sseruyr geotii donzela, 2s que fogyr, nem rre^ar sempre d'ela.

188 M COUraL IKKML

Joam Lopett de 9$§quBgnu

8e a dama pcor algnim ^ nam qidaesae conaaettlfr» goalaiites querer^lhe bem~, ^ \t. 168*]

eacoaado he miiyü phigiieiii desigar de a saenrir. ^ Mas ante o rre^ear loiHiaria todo d'ela» qae nam he goanho gaiuihar com tal doniela.

Jaiy« 4e Mato..

10 Dama de gram fremoaim, dama de gram gentfleu» ▼iaer per ela em Iriatesa By 0 per boa TenUmi qae nam he de rre^ear

15 o perder por tal donsela, poys d'y Me gi^ho-o folg^ar de aaer por eta.

Afon»%o Vaienie.

A dama qae for fermoaa» may deacreta» moy aentyda,

ao mo^ dene aaer seroida ft temyda

da vida qae daa penosa. Mas por este douydar, qae aasy proceda d'ela,

29 nam ase deae de leyxar tal qaerela.

'^<

DO COÜDBL MOOR.

IM

BepoMta ia Ftim^eo da Splueyra a $9ua prBfwUm.

Gram medo be cooieler qnem meiM males a por yy^, mM moor groiia be perder ngrl Tjdas .em stea sseniifo S . 5 Todo he de soportar ' a tarn fremosa donxela, ae oam der aio a conehar a^Mrem d'ela.

^ Orig. «amjfia.

^*

DOS SBRUmORES DE DONA LYANi

[F. Despedymenio dos seniidores da senhora dooa Lyanor carenhas, porque dysse que se Ihe tonunfli cornyioli

D'Afonsso Valenie.

Por em vos serem' achadas myl Yontades rrepartidas, vossas ameyxeas cre^ydas & de ¥03 mal qonhefidas . 5 comyzolos ssam tornadas. Que quem bem vos conhecer, fugyr-vbs-ha,

& sse 0 nam quysef fazer, morreraa.

Dom Joam de Ssousa.

io Ja vos tinha bem deyxada

& tornaua m'a p'erder,

notn qaerendo cönhe9er,

nem folguando de ssaber,

quam mal soys ana9oada. 15 D*oje mays chamar-me vosso

nam entendo,

mas sse jaa o fuy Sc posso,

m'arrependo.

Jorge d'Aguyar.

Uosso gram desctnhe^er, 20 Tossas nam ^ertas medranfas»

DM flütmÖRBS DB DONA LTANOIL . IBl

fossas tnßtiß esperanfas farim fueir ittyl modanfas a qoem miiy firme nafer. Polo quäl com laya maneiraa 5 nom mdpar quem por cmtrem leoantar

llHy €famez da Oräa.

*

Com gram dor, com gram coidajto» \Jt. tGSH

eom mioj aobqa triatesa. 10 he for^ fMor mandado

de f oaaa grände. omeia.

A qaal» aempre mal obrando

contra noa,

noa mandapartir de vos, 15 braafamando.

AffanMiO 4e Böyfn. .

Aqneates qae tos dey^aram, como neataa ^»pras Tialea, que triste yida lenaram, a que tos pouco sentisteSy 20 TOS pedem em goalardam Dos dias mal despendidoiB, que TOS Ibe deys qnitafam, como ja TOSSOS nam ssam» ft Tarn de tos espedidos.

25 Assy todos deseanssadoa, como Tossa mer^e tc, liures de tossos cuydadoa» que daueys demasyla]dos» ae Tam com Toasa mer^e.

DO PRIOR DE SANTA CRUZ.

Do Prior de Santa Craz poIo priD9epe dorn Afonaso, qi casou dona Branca, com quem ele andma d'amores.

Lihorau mys ojos y my cora9on com mucha rraion.

. Lhoran my pena,

9 my mal no fengydo,

my dicha no buena, [F. 169*]

tan lexos d'oluydo. Morio my sentido de biua passyon

10 con mucba rrason.

Dam Joam eamareyro miMr»

Com tristes caydados tal yida fare, que conssolare los desconssolados. 15 Seran acabados my mal y pasyon con mucha rrazon.

Outra 8ua,

A do fayre del mal que me flere,

DO raiom DB umk cara.

sy DO 08 seniiere, como biuirei Paes triste djrre, qae la mj pasjon 5 «s 8JD rreden^oiL

De Pedf^Omem.

Se de mys dolores descansso s'alcanfs» sera em lembraD^a de ynestros amores. 10 Que ssaii los mayores que nel ^ mundo ssod con mucha rrazon.

Ouira iua,

Lagrimas royas, amores primeros, «5 seran derraderos en fym de mys dias; seran profe9ias de my perdicion com macha rrason.

Nuno Pereyra. [F. 169*]

20 Lhoran dos yidas com grande agonya, la vuestra y la mya, por seren partydas, Seran concluydas

25 con coyta y passyon, com mucha rrazon.

ftno. m. 13

Oiiriwni«-

ae sn trirt« »!*■• fttt Uioro y "^

AO CAUALO DE JOAM GOMEZ.

De Duuie da Gann em Uxboa, smio el rrej em ^arago^a,

a )oam Gomei d'Abrea, porqoe, estando.w Hwta ^^ pa^

mdndo d'mons, llii iiliji hm 'intta pili rnuln ffrmnrr-r

I09110, ft <le BW Um'.mmkm^-'mia.

A ttuait d'eata ctaalo me iD«t«raa papjjR^^,, ^^ 86 TM fn hjT a Loniam.

Nam leremos qua quem njä, 5 Dem noa outros de quem rryr, ^

o«n quem fata poesya, ^S '

nem quem ouse cada dia ^^

de csjr.

qaereja, ^etilMr, -Mi^ "^ ' » as dama§ de ipmbj^a, ■■■ ■"-■■ '"■

nam toi Tades a Lgruam.

D'esta morle lani honrradn [F. I69M

querem as damas snber, quäl aueys por mais ctil|>ailfl, <B ou quäl he mays inagouda sem no sser. E pojra d'eU Meapaatoa. aeta muj graaM mami, qoe Dam vadea a Loraam.

lie ^^ CAÜILO DB. WA« MHB.

4

Agora qaerem saber, em que anejs de eadalgaar, aguore-'e o seo praser saberem c'aa h; d'aner» 5 de qoe Iroaar. Agoora tos qaerun dar, em c'andejs, himm rrö^ynam» p6r Dam byrdea a Lomam.

D'oje voBjm em mnaaela^o» ff arrqrado de laUim,

fareya Toaaa abyt^fam,

oa em grande ayndejram

derrabado.

£ de como andaja banmdo/ IS aeraa bem qoe Toaao.jnaio

leoe aa Dooas a Loruam.

Dam Oar^ tAUmiUBrqm.

Pera tos desesperar, rryncboa aqaeate caoalo» como quantoa morto o galo 20 pera Judas s'emforcar. Uos deueya loguo d'andar, sem tardar, a buscar asoliii^am ho moesteyro de Loruam«

25 Uossa penden^a fareys,

como fes el rrey Rrodriguo,

mas em moymenio Tyuo

com cobra uam entrarejs.

Porque s'assy o faieys , [F. 1

so paguareys

pola lingoa, com rreiam,

o trouar de maldy^am.

AO cAUJOiO ra lOA« Mma. tgf

Parefe-me grande error, pade^er o jnofente huma morte tarn Tydente por culpa do pecador. 5 Ho qne mal, ho qoe dolor» qoe o senhor cause mprle ho rrofynaQi polo que fei em Loruam!

Dom Bernaldmr d^Almeyda.

Crede vos, senhor, por ^erto, 10 c'o caualo adyuinhou,

em lomar morte tarn perlo,

de quem ^erto Ih'a eausou«

E poys pqr ssy sse matou,

ele achou, 15 qae'era vossa 8alaa9am

o morrer de tal cajam.

Joam Paez,

Nam sejaes tarn desaiado, faley com Bertolameu, que por sserdes dos d'Abreo 'io vos daraa outro enprestado. Que sejaes rremedeado com payxam, mayor he hyr .a Loruam.

Que com magreza vos choute, 25 podeys d'ele aproueyiar-uos,

e pera nada gaslar-uos,

manday-lh'o como for noyte.

Poys ja tendes em qu'audar '

este veram, so nam vos vades a Loruam.

m mmmä»:vt

He leiMb-qm^mmitmtißmifi [P. 169*] ft TOS tendes may- aHMt* jMif^i i* Äc^ .

seraa bem qos de do« ii— y : ¥08 ponham d'aalr» at ft^«» ^-^ 5 Sereys fen.dTMkarifo, ft and«; cbid, nam eurejfs d'jfr a

Dom AffmuBo ^Aitupmtfmg.

' ' ' . - Ateeqay lampo perdido

fo; todo qiuuilo gaalittea» .

10. nam cuydaates

qae era tarn md i^fnäji/^ como deapoja o aohaalea^ Mal andastea» * pojs ¥08 pare^o rreaant

15 do pa^o fazer Laniam.

Sua.

Por muyto bem empregada deuyeys, aenbor, d'auer esta qaeeda deaeaUrada, que voa foy aconl^r, 30 Poys certo a'aa de saber em Loraam, que morreo d'esse cajam. .

Dioguo Brandam.

Ueo muy J>em ao. ito^g^, poys ha tauto qae nam Qome, . 25 ser aqaela: aua fym»

pola n^m fuer <^m foome Nenhom outro nam s'assome 1—3) Orig. 5«ea aeAaafaa mmimitm9.

•t

1

en iMfl| fvUuf litfifiUMi^ por nam- morrer de qiugani.

Este, que nin tsejr ste dem, comprou gordo k asahdo» 5 em tres dias qae o teoe o matoo d'eotrea jlbado. Uic-sae tarn deseaperado, que qnya BMjfa »orrer enlaaii, qae vjfuer, de aua mfio.

to Fea^Ihe ler lam pouca fee [F. 1691

o trata-lo de tal aorte,

que poIo leyiar a pee

quja tomar aqvtla norle«

Sofryam ryda Um forte, 15 que foy d'amboa rredeo^am

o morrer de tal cijam.

0 demo voa deu contenda com damas k com amorea, nam he lanta voaaa rrenda, 20 qoe por perda da faieada Dam syntaea algamaa dores. Nam döa oauaa a trouadorea, qae vos falem na fey^am, polo nam aaaber Loniam.

Pero Fenumde$ TyMeo.

75 Poia folgoa mala de morrer

ca aaer.YOfso toda vya,

he ayiiai qae nam veaya

quanda o tinheys em poder.

Se Ihe dereya de comer, 90 ae qner por rrafam

nnnca foreya a Loraam.

AOQiUAlOK

Nam lenliMt, iwAnrj^ fii^- »»-^ a qoererdMi o etkkr; " ^^^^ ^^'^ ea ond'entra anrebentar be dos goioa k waüa, . ^ "^ 5 poya foram em eottkaifa por hmun jnnfo *"«

nam tos preata 1^ « Lortwa. '^

«

Qnis-noa deoa i^ynda kam ,. ^'i- qa'eacapastes, o jtrreo,. '-^

10 seela, cylara ft freo,

cpi6 nam c|iija ooiupvar BingiWH« * Qoe Talha tudo hnlan yfjtMm, napD acharam qoem no ienha em Loraam.

15 F^car-Qos ha aoydade

como eu ey dlimna domeda, '

poya nam podes de terdade

d^er ao ma^ aela.

Qae de fronte da janela [F. 170

20 aToou peira o cham

quem tos fei fycar pjpam.

Nam .TOS d6 ningaem abalo sofre todo na poasada, poys que foy ora mingoada 25 em que tos mingon o caualo. E ja agora desama-lo seraa corafam . muyto moor qn'yr a Lornam.

Mas segundoy senhor, ssey* 30 que de todo estays sem pelo, ' s'estiuera aquy el rrey, caualgareys no camelo, On trabalhay por aae-lo

1.0 BB JOAM eOlUZ.

uorquc ouiüo dizer, quc Joam Gomcz man-

j)al» fi. vcnder n pclc, & quc iiunm mofo

i)iialro vyatees , & que de nam conteate

riqucni a coiii{Ht>u, que Ibe dessc a pole ou

uays dinheyro por ela.

\ Sabeys a noua que anda > eaiialo que morreo? ne a pele se randeo ^ ha Bobr'ysso demanda, A contTa re^byda tem Jam Gomes, qoe'e anlor, qn^ii-aae de mal vendjda, .0 defende-aa« o oomprador; Hj a eanaa pro^edida, sendo ja a pele cortyda.

Mj^am dorn Gar^a a etta t

Ej ^m medo de uemw* algaem eal^do a da pHe d'eate oojUtdo.

Aotea qnorla eal^

BSndo ^rto de lenar tniiM, de njao A mote, I oa aofhw dano tarn forte eono ht rer-ine eal^do da pde d'esle co;lado.

[F. 170*1

j^mmsQmnm^

_ * -.

•«-

Hiim mandado •*•§ i^-m&t'^^' do coD^lho k Jttj&MjU^ ^ qoe ningoem oose finer eal9ado pera traser 5 d'eafa pele por eobj^a. De a nender, piriüi pcmo qa'a eoalado, caro seraa o cal^ado.

Anysados ^japatayrd«, la 'qae Ifela nam lliifitti ttada, ba mealeff k^ b^vhagriM,* k tambem os correyros; poato que a^a oomimdli, Ser-lhe-ba toraadar

19 qoe d'ela fiolo plntado he tarn maao oomo ed^Mdo.

Ajnda qae benreaam k a mym m'o parefjra» qae morrendo o ajndejram ,

20 partjase loguo Joham co'ela a correarya. k aerya

menoa maao aer eafolado pera algmn cofre eDcoyrado.

35 Quem na comprou por oytenta, faraa rreedeaa k lalegoa sobre carregas ^qaoenta, jnda que custe nooeota: aa demandas k embargoa^ 30 Que amargos

aeram hotriale eojriado qu'eafolou com tal cujdadol 1) Orlg. #,

AO €AIUK» Dl lOAM eOUZ.

Se a TOSM s'Mbltra, nun tf^ por ipanto se dara, porqoe a'ela nam Irouara» ea ereo qae nam s'achara 5 qaem na de gra^a qoiaera. E c*a troaar [F. 170«]

be asas mal eropreguado o qoe por ela for dado*

Duarte da Qomsu

En a deos k a yentura 10 Tendera aos a^aqaaes,

pera forrar atafojs

ou cobrir enialmlidura.

D'eata res se m'afegura,

s'a deroanda tanto dura, 15 c'o coytado

ha de ser o condenado«

Asai lern em que cuydar quem d*ela fez tal barato, k tambem no desbarato 20 de nam ter em que andar. D'estas duas moor pesar ' s'espera ca de tomar este coytado, c'ä de sser ja degradado.

25 Comas pera cabeleyra

Ibe mandou tambem cortar,

k fes d'elas huum bom par,

que vendeo a Jam Caldeyra.

E tambem vendeo oa fejra, so c*o coytado '

foy de todo despejado.

204 AO GAIIaLO DS KUH

Dom Afom$0 JMtmfmfrfm,

»

Jajnes, vereadora«, rregedoresi

logno deueys de- mandar,| sem tardar»

9 a todokM corUdorea» que de cores

nam fa^am nenhom cä^dq da pele d'eate cojrtado/

Em cousas d'ootro meater

10 podeys mandar qae se gMto k abaate»

nam o lanfem a perder.

Aveys, senhorea» de crer, [F. 170*]

que era ja rremedeado

19 emcaminhado

da pele d'eate coytado.

Dom Bemaldffm d^Almejfda.

Se 886 a de desfaxer em arcas pera goardar quem se nam soube salaar,

20 nem escapar

de tal morie pade^er, Nam Ibe metays em poder nenbum vestido emprestado, nem o vosso esfarrapado.

Sua,

29 Espanto-me, poys vendest^ a pele de tal maneyra, como a carne nam comestes S ou tasalhos a fysestes

I) Orig. cmumim.

AO GAÜALO DB lOAM GOMRZ. 205

pera vender Lanäeyra, Oa na Sylueyra» qae nelas comem salguado o caualo por veado.

Joam Paez,

5 A abädessa muy sentida

estaa d'iato com rresam,

ser a pele aqay yendida»

k tarn preatea conasomyda» ^

pertenfendo a Loniam. M Nam Ibe daram,

quando la forgasalhado»

por ser na Tcnda colpado.

Dioguo Brandam,

Por esta pele busca-Io

ando ja de rrua em rrua; i5 toy seu pecado ^ega-lo

em vender a do caualo

por Ihe falarem na sua.

Sendo cnia, [F. 170«]

Ibe toy 0 rrabo cortado 20 k pentem nele peguado.

Nam sey porque quer ave-la, tendo 0 prefo por jnteyro, se quer arca fazer d'ela, o que ha de meter nela 35 queria saber primeyro. Mays yerdadeyro be aqueste seu cuydado, que nam de sser namorado.

Ho que manbas de fouueiro, 80 ho que tym pera louuarl

Siti AO GAVALO DB JOAII

mylhor foy qae %m Qgqfio - gastar na ?yda dinhajio ft ylo ^ na morte dar. Foy erro bem de eidpar 5 k condenar em ser Joam degradado,. nam sendo nada colpado.

A yertude d'eata peto . he rresam qoe se ^elebre, ^ 10 c'aynda qae ae qnerele,

nam podem diser por ele» que yendeo gato por lebre. Que com moiqaa ae rreqaebrep nam be nelaa tarn eolpado» IS qoe merefa desterrado.

k' Profano Pa$coaL

Sua morte deaiiyoa a que o caualo moreo; a yyda Ihe rrepayroa» porqa'emtam rre^afytoa» 20 quando Ih'a pele yendeo. E por tanto merefeo o eafolado ser d'ele sempre. adorado.

Pero Femandez TpnocQ.

Por demanda que maya ata 25 em ferlo yoa pronarey: -

que quem soo por sy se mata, [F. 170^ o yestido be del rrey. Mas eu nam Ih'o pedyrey, poys sam lembrado, so que foy yoaso o esfolado. 1) Het

äO GAÜALO IHI lOm QOMRI. 207

Deaerejrs» com'a Gujnea, de tutet a carae em postas, ou traser a pele aa coatas coma aam Bertolameu. Maa yemde-la, coma Jadeu deimedrado» foalea mal aeonaelhado.

>e Joam Gomei d*Aabreu, antea de ver eatas trouaa, porqoe seodo degradadö Ibe dyaeram que Ih'aa fosiam.

Ueo-m'aaa orelhaa ter, qa'a ODd'ando degradadö, 10 qae me tem ja la trouado.

Em cuydar que asam partido todoa oaaam de Mar; mas yoB crede, qa'eu envydo, para quando laa tomar, 15 Quem qajaer troaas faxer, seja bem ^erieflcado que aeraa rr^o finbrado.

A Tynocos & a Noronhaa ponho culpaa poucacbynbas, 20 porque ja em trouas minbaa descobry suas yergonhas. E com tudo Ib'aa de sser aeu trabalbo bem paguado, em que seja degradadö.

Cabo.

35 Disem qoaa neata comaroa, que laa querem aer das damaa

r/i manria c^tar [riir par«iaes do f ilo, je o

f^Aä moftf if de.

Fov citado dorn Garcia

*

por pareote do eaoalo; rrefpoodeo: qae Dam qoeria acQsar, Dem demanda-lo. 10 Qoe 9se liare, he gram rresam, pois Dam fov nada colpado; ^falay laa com meo jrmara, qu'estaa d'isso niagoado.**

A dorn Affan$9^

KespoDdeo com gramd'aqaesla : ii „0 yrmado, tos qae diieya, por Ventura sou eu besta, on qae deemo me querejrsT Hynda qu'ea ande yeatido nesta loba assy 9afada, nam cuideys qo*ando sentido d*esta cousa quasy nada.**

A Sym/io de Ssouaa d'Oaem,

O de Ssousa ft mais d'Osem rrespoiideo com grande aanha: Hiiain nie ^te a mym ningaem»

1

▲O CAUiÜUQ im IQAM GOMBS. 209

que nam tenho jaa essa manba; antes sey muy bem cantar eslas damas minhaa dorea; hey as todas de matar [F. 17 1^]

5 de rriso, que nam d'amores.**

Outra $ua.

Ea ^ hnm'ora oany na freata da aenhora dona Maria buma dama, que desia: «tende maio naqiuyMa beata." 10 Maa quant'en, nam eniend; tal falar» . ^ nem cuidey que o azyar ae pedia para my"

A dorn Bernaldim,

Oo muy do^e Bernaldim! i5 de gangorras farto & cheo;

deuereys de ter rre^eo

de fazer trouas a myml

Queereis yoa oo meu rro^im

ou 00 asno da yfante? 20 rreapondeo: ^sam roor galante

que aa no cham d'alquemim."*

A Joäm Paiz.

A Joam Paiz foy pobncada

eata nosaa ^ita^am,

rrespondeo: „aam escriuam

25 que nam ja besta albardada.

Eu cuidey d'yr em batel

com fidalguos esta festa,

& acbo que flco beata,

sende jaa d'antea tonel.** t) Orig. Ja«.

jUO äo GAUALo m nm

A Pero Flgrfumdei Tbmeo.

0 TiDoco s'agniai disendo eem gnmde dor das qae tjfnha: ,,par deos, hee detonmi bmii

5 ^tar ham oomendador por beattalia.

Hjnda qa'eu scja doettl6t A dlgaa bem d'mna penia, por yingiiar ti mett pweMe»

«0 hjrre; moirer aa taoemi.*

JAEZ DE FRANgiSOO D'ANHAYA.

ide de Borba a Franfiseo d^Anhaya, qne ?eo a [F. 171*] aal com grande doo, & trafia buinn jaes dourado & izado, poslo sobre pano de doo, & muyto largoo com graodes enxarrafiBS pretas.

Qua cabe^adas, peytoral, qua 88eu doDo he entrado em Portugual, qae nos faz perder o ssono.

5 Fez por doo este senbor

para ssy eate jaez»

para nos tem mays ssabor,

& he milhor

ca ssa fora feyto em Fez. <o Nam tenhays que'e de metal,

se nam sseu dono,

qua yeo tarn cordial,

que nos faz perder o ssono.

Joam Fogua^a.

^arto nam dyraa ningaem,

i5 segundo creo,

senhor, que o yosso arreo

foy feyto em Treme^m,

nem que Ihe parate bem.

14*

212 lAU DB FRÜl^nCO iMÜttiTA.

Nem digao por diier mal de 8sea dono, mas o Yosao pejtoral* he tal» 5 qae nos fai perder o atono.

Caparaxam» cabe^daa k Uido o al iNOulo . :i>j^ -

k yelhaoas alcal^daa, que aynda calo, 10 por saerem tarn dealiatradaa'. .

E nam dfgno agdra [F

porqu'ey ssono,

aae nam toma pejtoral

polo mal que fei lea doao.

. i

ihOra mm.

i5 Das cayxas emvernisadaa crede, senhor, que m'abalo» porque saam meas douradaa» enxarrafadaa, nas quaes agora nam falo»

30 Quem fez tarn mao pe;t(Hiil» nam perde o aaono» o quäl veo a Portogual por muyto mal de aaeu döno.

Bioguo Brandam.

Nam m'eapanto ja da ssela, 35 nem das fjftaraa de fiindo, que tudo ha em Caatela; mas eapanto-me ?er nela outro ja nom em aaegnndo. Oo jaes eape^iall

10 üH> «nun^sco rjaoAf A.

to fnes perder o «mmio» In biet pf^fßBo^ ml dt te« doDol

Senhor Antonio Caraeiro, 5 porqno nislo ^nif-M ?idi,

vot tomay de nos dinbejro,

•kmga; esta partidt

O-o nenof äta Natal;

Ibe fuay perdar 6 aaono, 10 ft ae nam qoiaer aaau dono,

ilqna qn» o paTtoraL

Smeho de PedröBa.

Nam ha hy aaber, nem sajso,

qae aa iriate nam Sieaaa»

86 nos Caatela nom daaae 15 tantoa bocados de rriao.

Grande joaerno Ihe nom Tai, [F. 171*]

nem aa chnnaa deat'oviono;

tndo paaaon por aaeo nuil»

po]ra aae rjo em Poriugual 20 eai'arreyo com aaen ^ono.

Ouira nco.

. Maiaganya ASHeanos mnj lindoa traaem jaezes, mas tyrfto outroa das fesea para matar Caatelhanos. 25 Em pasBo tarn deaygoal donnern aaen folgnado aaono, cuidandoy qn'em Poiiugoal nam rriryam d'iato tal k de aaeu dono.

914 AO JMI m WaJMßKO riMI4«L

Dam Matmei ie MSmetet.

Ha hy tanio qae fdtr em jtes d'esta iiiui«ira« que, aendo bem de notar , a cabelejrtt 5 fyca ja em nam lerabrar. Bern caatoa o peTlond a aaeu dono» poya 0 troaz'a Portngml a faser perder o aaomi.

Dom Jomm 4e Ifeneaet.

10 Aa coaaaa mOTlo guabadaa

nam podem parefcr bem,

k porem

pejrtoral k edbe^adaa

nam naa tj taea anii^pMaL 15 S'o arreyo todo he tat»

de sseu dono

avera em Portagaal

muyto maja. rriao que saoao.

(Mra nuL

El rrey, nosao senhor, creo, 20 que gaabou o caparasam,

k dobroa-lh'a preaoofam

que ja tynha do anreo.

Dyz que fax o peytoral [F. 17 t']

perder o ssono, 25 maa o caparasam he tal

que fara perder aaea dono.

AO im DB F1UNI7I9CO D*ANHATA. 2(5

Ontra iua.

Nam ssey quem vos aconsselba, mas saoys mal aconaselhado, poya traxqrs vossa guedelha naa goedelhaa d'um fjnado.

Femam Brcmdmm*

5 May grande. gra^ fiiy efita

d'aqaeste jaas » hma saoo

traxe-Jo ele por doo,

k ca fasern d'ele featat.

Para ssempr'em Portuguai, 10 ynda que moyra sseu dono,

flcara o peytoral

immortal,

pois DOS fas perder o aaono.

De Jorge de Vaeean^eiee 4* ff^

No eatremo com carneiros 15 nam cuideys que o paasou,

maa dis que nums aimideyroa,

tomado dos portageyroa,

por atatal o aaaluou.

E pois que perdeo o ssono 10 por jneter hnm aUfal

por jaes em Portagual, .

he para rryr de sseu dono.

DE PERO DE SSOUSA RRIBBIRO.

De Pero de Ssousa Rribeiro a esies casados abaixo noi dos, que andaaam d'amores, & partia-sse d rrey com

rrainha pera Almeirim.

Ao marquei.

O primeyro emtremes, em que quere comefar, seraa o senhor marques eintam d'a hy altracar. 5 0 quäl, desque passou Mayo, [F. 172*]

ateguora, que*e Ssetembro, todo sseu bra^D k nembro tem mais mangas co'o Saanpayo.

Tem atacas, tem made^xasy 10 tem ssedas de muytaa corea,

& de todos sseus faaorea

a marquesa uam tem queyxaa.

E tem a meu pare^er

mays mangas per'Almeyrim; 'IS mas sse lal aconte^er,

mal per ele, bem por mjm.

O cotide de Mariaiua.

Marialua tem tomado este caso da feycam, qu'ey medo sser condenado 20 com aljofar em gybam.

DB mO DB 80U8A RRTURO. 217

Blas 88'a partida del rrey ta de aaer detreminada, ea fieo qae o darey na ^U c'uma eamaltada.

Ao cande de Barba.

5 0 conde de Borba tem

lanla grafa neate (eito,

qae lb'a?emoB jn por.bem

fyear hain pouco deafeito.

Maa no cabo do caminbo, 10 a'en nam eatoo enguanado,

Jam da Silna. be braafamado,

oa eu nam aaoa adeuioho.

A dorn Dioffuo.

Em dorn Dioguo nam falo,

porque'e mor cousa do mando, 15 & poia nela nam ba (undo,

sem 0 majrs trouar me calo.

E com Uido be muy bem,

que nam negue ssua fama,

dar conta d'isso que tem 20 cada dia a saua dama.

Ao boTütn,

Goardaua pero'o baram, [F. 172^]

que tem ja feitoa veatidoa, k come^o no gybam: senbores, be de te^idos, 25 Ora vede que pelote Ibe pode em fima lanfar, aa de saer de cbamalote» & a 0 de debrumar.

Ao cani§ A tüi'nmki.

Dom Martin de CMtiitriw tem talito pert falar, qoe creo qae aa d'agaar» oa flcar ja aaempre maneo. 5 E juro por &008 doa.^}0lM» qae eataa bem eapjtdo

* yialo, qoe'e .eeoaeeUiede polo de Yaaeo Gen^eiDe.

Oulru ü €le.

Tem mvu gnurae apnelhi io par'omem nele trouar,

alem de deaeonfiar

jai em Teatido ▼ermelho.

E tem M!UKj$, qae ea nam edo»

nem era pera ealar, 15 c'am d'yr ele A dorn Gon^alo

hum polo outro fohur.

A Anrtique Correa.

Anrrique Correa tem queeda saua mesturada; ora vede quanto bem 20 pera a Iroua hyv ornada.

* nam ssera maraoHha, por aae-la gra^ eomprida» . comaselho tomar da Ylba afcrca d'esta partida.

A dorn Lopa canie (FAbranie$,

25 Dom Lopo qaero le^xar, . porque tem no guasto fejfto,

PBRO DB SOUSA RBYBSTRO. 219

tambem teoho bom rrespeyto ao eu mal oam iratar.

E porem, por sse goardar [F. 172'']

de periguos oa cajGes, ^ 5 coropre-lhe de ss'apartar d'alamares oa botöes.

Caßo.

Outros averaa casadoa,

que ae querem namorar,

mas eu oa lejfxo folguar, 10 que 08 nam dou per achados.

E por maia nam aa'alonguar

a obra, que vay cre^endo,

quero-roe loguo louuar,

que pus nela tal trouar, «5 que me vou todo temendo.

estes casados abaixo nomeados & d'oatros solieyros a Pero Ssousa Rribeiro em pagao d*estas trouas, que fcz por seus cados ; & come^a logao Joam Foguafa em nome do corre- gedor da corte com o pregaam que manda lanfar.

Pague trea mil em dinhefafo quem d'aqui atee Janeiro em outra cousa falar, se nam em ttjt & trouar 20 Pero de Ssouaa Rribeyro.

A quem soober enuen^am,

jejrtos, trajoa k gybam

di-Io-aa loguo aso pena

de paguar aquela pena

35 que aae contem no rrifam.

E como pasaar Janeyro, 1) Orig. e^o€4.

1

A PBO DI BOQU MlMiBü^

poderaa qudqoer dknjfö dy anante trabaHiar, que nam manJam maji goaidar Pero de Saouaa Rrlbefro«- -

Jomm .Fö§mmfa.

5 Fei pelotea, fei eapoiea» [F.

fes gyb5o8 k fes barrele,

fei de prala brafelete, -

trai na boca Teraoraiea

milhor qae freo gjnete. 10 Fei arreo o-o foaaeiro •*!

que val mvj poueo dinheirb,

fei cooaaa para paainiv»

aa qaaea nam pode negnar

Pero de Saouaa Rribqnro.

Dam €f€iifaio CinUimho.

15 Aroareh) hum pelote

aacoude ja aua bordado,

com que leuou tanto moie,

que depoia saempre de cote

foy ategora lombado. 20 Por amorea, num fejfeyro,

dixeniy que foy o primeyro

qu'emventou o Tottear,

este he, ssem Toa bulrrar,

Pero de Saouaa Rribeyro.

Outra auo.

25 Eu Ihe vy capui friaado, em que ajnda nam falastes, de prata todo franjado; ytem mais fei hum tabardo com botodea d'ambalas partea.

A mo m M1J8A nniTRo. 221

E pois gotfta Mao diiihejro

com alfayate ^ ft ssyrgnejro» <* para nos deaenfidar»

he hörnern pera presar 5 Pero de Saonaa Rribeyro.

Do eonde de Vila-naua.

Fai mil geytoa nuin aserafto,

eom que fas a gente rrouca

de rryr, A nam ja em Tale

trat hum eabelo na m&o 10 milhor e'a^ay d'oroa touca.

Quem qidaer, todo Janeyro

& qninie de Feoerejrro

poderaa saempre sunubar,

sem ter de qae as'agrauar 15 Pero de Ssouaa Rribeyro.

Joam Broiz Pereyra, [F. 172*1

Uejo 0 pa^o aluorocado, ▼ejo 08 todos rreinexer: disej, qüe festes fazer, cunhado, ja pousentado? 20 Dou-m'o-o demo todo inteiro c'o trouar ja de fumejrro, que quisestes rrenouar, porque dajrs em que falar, Pero de Ssousa Rribeyro.

Oif/ra 8ua.

95 Fota, eapelhar vermelho, tahyly k hum ter9ado, nuuma mula» c'um espelho na m&o, dys que foj achado Em vaguos ^erca d'Aveyro 1) Orig. aiftiifMie$ 99yrpU}fro,

APnOMSOOSA

aa ssombn jato nam mj per pilmr, ': mas por pena nam pigwt Pero de Ssoota Bribqfio.

5 Ne-eslahyem da Gaerrqrra

he ferlo qae foj adiido

mujtaa aseestaa,

k ssabeya de qae maneiraT

c'om moy bom capa ehapado» 10 qae Ihe dea el irqf naa fDaU». .

E dyi 0 e8lab\jad^jro,

qae nam flcoa eandoheyro

qae qaifleaae nuda andir,

por Tjrem todoa oolhar «5 Pero de Ssoaaa Rrfl>^7ro.

Jorge de Voico Bimfelo:

Uy-lh'ama manha faier»

que nam ficera harn Mooro,

do estribo, polo Ter,

tyrar o pee k meter 20 em corro hyndo com toaro.

k nam ficou no terreiro

Portugaes, nem estrangeiro,

Que nam fixesse apapar» [F. Vi

qaando Tjrram rremirar 25 Pero de Ssoasa Rribeyro.

0 conde de Mariahta.

Uy o ja canas jagoar,. vy grande praaer em ve-lo, vy o mal arremessar k yy 0 loguo tornar

A ffBO M 80ÜBA UTUTRO. 228

k p6-la alo no cabelo. No sseraSo k no terrejiro Ihe ij UDto por jnteyro d'estes Mens jogos Tstr, 5 que 886 dene bem trouar Pero de S8oa8a Rribeyro.

Nitno Perejfra.

Grosaa iiain saaem d'anire noa,

qaerem ca diser que'e taeha,

oDiar-aae hoiiieiD, aae aae acha, 10 86 aaeoSa ontran» ae aaooSa Toa.

Pode aaer major martejro,

86 no ombro cae argoejroy

qae nam aa'a d'eapeniear?

emtam vam rryr k trouar 15 Pero de Ssouaa Rribeyro.

Outra $ua,

Por iner9e qa perdam» que 0 ffz nuda quo for^ado com rre^eo do preguam k de nam aaer penhorado. 20 Nam tenho beea» nem dinbeiro, ej medo do pregoeyro num eacrauo penborar quem Toa mandaua trouar, Pero de Saousa Rribejrro.

Dam Dioffuo.

25 Dou 0-0 domo Tosaos fejrtoa, que Toa trazem tanto dano, homem, fejto pelicano, que c'oa olboa fer'oa peytoa. Num amor tam ?erdadeiro, [F. 173']

eoma o men ft Um jnt^jiOy nun deoerejs de toear; -^ nf pois hy auia tronar Pero de Saousa Rittejro. .

i^J^

üuira

;

5 0 qu'a minha saenhora falo he o menoa que Ihe qnero, ä o que majta aajnto, ealo, qae diser-lh'o nom eapero. Se me nam mala priOMho

#0 aeu amor, qae he tani gamßpo^ poia ¥08 fbalea deaamart eu ¥08 farejf eamayar Pero de Saoqaa Bilbajro.

Ouira «na.

Uoa de tantoa fllhoa padre, IS ¥08, que ja tres rreja lograatea, a'emfadaatea ssoa madre, como na fllha caidaatea? Poia ja 88068 o derradeyro d*aquele tempo primeiro» 90 compre-noa maia rrepouaar que trouar nem namorar» Pero de Saooaa Rribeyro.

Manuel de Naronha.

Se teue88emo8 memoreaa pera tudo noa lembrar, ?6 ha nele ^m mit eatoreaa notaueys pera contar. He de Griatoa oanaleyro, muytaa veiea foy lombado,

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^P^HHI^RF ^MBHBSFi ^^^HVV* ^^^W^^^ ^^^^^Bw J

•i ennrnflM tfjMiii^Blo, 5 polat tjran.iitei gödMoi; lemni-as UmpM'Mi nfb, & ntprüriAny» i|m toi myslo». Pero de SioiMi Itoikeii»^ > . m[F. 173^ qne b«, tflnfcfyiy Im nwutlmi ^

ipie ottn tti»^.fi«hi,dBwr couM qoe fof« M^rgoeiro.

Oan^äh da 89plua.

Uede, quäl apodador»

pare^ ssöa mar^» froiiua qB'em agoa aaa Te,

ou a?e o'o-a aiol aae .eara.

Ifioa-noa tal eanaleiro» .

qne. o pa^. tadlnieiro

qoU agora rrenooar » com dar saempre defolgiMurf

Pero de Ssousa Rribeirol

O marichal. '

Scjam Ihe logao arrinoädöa, per traier a boea bem^ 08 colmilboa ou saerrados, S5 poia que daiia conr boca^pa cordöea, emsea» qaanto tem. E mala dia bjun.aaerralheirov qae pague .9erto diiibeiro# aae Ih'a boca bem olhar». *

t&nL HL ^ .15

MC logao II

Pero de Ssomt.JMbalMb

: :;'

Dom Rrtiriifm ät

. En e-ettTomeii mm Ito ty

faiar coasa de taelNir» 5 nenn eom dniTto de hkmm

dgunoLM que d'ele euoy«

Se la nm saer mao totralniy

Dem fiear enbor'aRiro»

naai Hw podem ja tjrar» 10 aer moy dofe pera olkar

Pero de Saoaaa Rrikqfre.

OmMi aiMr.

Tambem eatou deaeoDtenle

de nam sseidea eonMeUNMlo»

ante de faser preaenle 15 0 que ja Unbejs paaaado.

Como bo demo be arleire» [P- 173*]

A V08 Tseyro ft ▼eaefare,

tomoa-?o8, fes-Toa falar

qae fora milhor ealar» » Pero de Saooaä Rribeire.

Dom AffoniiMo de Noramhm.

Se Yenexa embajfzador oulra TOS aqni mandar, eo Ib'o ey d'yr amoatrar, por malar 25 de praxefK o monaaeor. Ca Toto a deoä verdadeiro, que'e eno'fjT eatrangeiro, - que ijam de featejar, .

sem Ihe togao nam leaar P^ dt SfooM' Kiibejrro«

Am danxeloi da ynfanie.

Auemo» 4fe\t gram doo fldalgao velhö k onrrado;

5 em triste dia miiigoado na9eo ele em Ffgpeyroo. Loguo disae hmn feiü^iro que auia num Janeiro . hum gram Uabalho paaaar,

10 qae er'escuaado oriar Pero de Ssauaa Rribeiro.

A$ daimas da rroMia dana Lyanor,

A todas muyto nos pesa, . .por assy sser eata coosa, triste de Pero de Ssousa 9 15 que tomoo tarn maa empresa. Com sseu olho rremeleyro k na mfto o ssen babeyro, ca 0 viamoa cuilcar antes d'o demo tomar 20 Pero de Ssousa Rribejrro.

0 karam,

Mandon el ixey na bienda ' [F. 173'J'

rriscar tenfas k padram,

qu'em tosso caso entenda

c'os da ssna rrolafam.

«t E roandou 0 tesoureyro,

que TOS nam dA mays dinheiro,

atee sae detennmar

que na corte igaes d'andar,

Pero de Ssousa Rribeyro.

16

.N

Senhor, as tomm doBielit ^ eu ja goarai-lat nom potM». qua per Ter eat^omm. tlHi»,fysMA Dam m'aproQ^rta •o'daa ' >';;U'Kt)

s feehar portas nem jaMkü» ,.> m* B poja nam da» |i«r paiHpfi»>*t.>Ac anlei qae Tenbpi faMynr r «^J me maiidqr rreniedaar». ^i ^

an fsiey-lbea bciiii mmta&t . . .uxn

10 Pero .de JSsoost Bribofem. , ^,

O eonä0 4^ Börka.

Nam «jijaTS por maraidlba» nam pa4er tarn bem fMurdir Jam da SaQat aana tXtm^ qae me lejne de malarii.^.

19 Que por ela asara aaojqrtt . k despeao,

porqae'e dama de tal pesOf que me tem todo dealSeyliK«

Outra 9U4L

E quem nisto qoia Jtroaar»

20 eu Ibe tenbo perdoado»

poys Um bem me feji lembrMr

qaanto ssey que tem passate.

Qu'eu o Ty ja nom terrejrro com mil cousas de asyrgneiro 25 tamto plbar & rremirar»

com qa'eapero d'agaaatar

Pero de Sooaaa Bribeyro. -

A mbm m roOM uMTiKno. fn

TiMo j8to Dom he taybo: [F. 173*]

antes era naj marft»; quero Ibe leyxiKt hom ssaybo, eoa qoe tragna 9 Da aaa boca a Ten crni. Pojs nam acho ja sadejro, boUeajro, nem tindejro, qoe DO« qaejram trabalhar, por hjr lodoa eontamprar 10 Pero de Ssoma Riibeyrö.

Ouira ma,

Tudo J8to Tay muy brande» & he bem que assy se fa^ä, por maja hyr desaimolando 0 comeQo d'esla gra^a. 15 Eu porem tomo- hom parpeira, ' qoe me Teja per dinheiro, , quantaa Texes yej olhar, de saeu pee at'o colar, Pero de Saoüsa Rribeiro.

(htira tua.

20 Nam tem deoa onays c'arranhar

par'o eu aaempre lonuar,

que me da ham hörnern feito,

em que i^a lanto geyto

que me Tay deaenfadar. 25 Eu estou aperfebido,

se-o vejo qiais (rpuar,

& Ih'ouuir dizer iouido,

para logtto rreuidar/

lyAmriquB tf « Jlnnftwäft f ßm.

Por majltt rrarta» im aikr do qae sse poode dixar« . nam 88tj 4pi«m poo46 fisar - a Mooro morto mata4i. 5 Ande solto bo terreiro 0 nies todo de Janeiro ,

w* I

' I

para nos desenlidar, - >. i

A quem no qidaer elluv, ^ pagae doua rreaet primeiio.

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1. 1 ^ *i«

AS LETRAS DAS JUSTAS. i^- ^^^'\

A uynte & noue dias de Dezembro de mil & quatrofentos & nouenta fei el rrey dorn Joam em Eoora hmniias jnataa Treaes no casamento do prinfepe dorn Affonsso, seu filho, com a prin- ^esa dona Ysabel de Casiela; & foy o dia daa moatra houma quynta feyra, & aa seata ae oome^am, A duraram tee o doomigao aegaynte; & el rrey com oyto mantedorea manteue a toa em hama fortaleia de madeyra, aeDgarlamenle feytat ende iodos eatauam^ de dya & de noyte, que tambem juata- aam; & es letras & fimeyras, que ae tiram, aam eataa.

Os mantedorea.

Bi rref iraxia huum IfomeM äe nao, 4* dnia a Wrai

Gates lyam de maneyra, qua jaamaia poode qoebrar quem co'elea oaueguar.

O prior de Sam Joam trazia Alexandre en^ma doe ^ry/«a»

äi dixia:

No es menor my penasamiento, 5 mas ha quebrado tristura laa alas de my ▼entura.

Ihm Dio§m d^AkmeUm traxim humna becm d^fß^fenm emm «iMOt ,

^ dvda:,

Nerobra-os de mya paaaioiiaa» [F. 174'] animas, y deacaiiaaareya de quantaa penaa teneya. 1) Oria. eeteuem.

232 18 UnUS DAS JUTAlr

iHm de 8$eu$a traaia kuma ketim ftrm^ f Aquesta gaarda ssin arauuiy

nniica d elhas me defiende«

. Jtrm 4a 4NiM Irmi« kam fiM«| (MiMfni, Jf Mkteki >

do«rdas ta, maa iio iM ^4äk "'' '''"'*';' 0 iDottio jra sialnpre goardA' " ^ * '

k foe del bien qne eobrt. . ;

Uli Ponpw» Mftnmte§, inxki kumm 4M$pä ie Mll4i, »f 4idbi

. .. .u~ ..■''...- .■' Qäien me tocare n aqaesUt

yo le rrompere la testa.

Ihm Joam de Mem$e$ irazia hum ffche min kum komem me-

fjfde fee finla^ ,^ dmdtit

.* '

Es tan dul^ my pröioD , «0 que deue, pera matar-nie, no prender-me, nias soltar-me.

Aluaro da Cfimha fraaAa kama arpa $em carda$j ^ dhia:

Quanto mas oye alegria quien no alcanQa Ventura» tanto mas siente tiistura.

Rüg Barreie ieuaua hum banco pinehadü^ 4f dtetei

19 Maa quiero' morirtras.el, ans peligros esperando, que la muerte rre^lando.

▲S UnA§ DAS JUBTA8. 2^^

.. i

•'• Avenlnreyros.

. -

luque traqra seys jastadores seus, & ele & eles [F. 174^]

trasiam os' sete planetas.

P duque leumta 0 deot iSfofurfio, ^ iOsda:

El' consaejo 'que*e tomado d'este muy antigno dios, es» -dezar a my por ros.

Dam Jomn Manuel ieuaua o to/, 4* <ttkta:

Sobre todoa rreaplande^e 6 my dolor» porque es el qu'es mayor.

Pedr^Ometn frazia VemUj 6f dhia

Si esta gra^ia y hermosara puede dar-la, de TOS tiene de tomar-la.

Gar^ia Affontto de Meto frazia a luüa^ ^ dUziat

io Ante la luz de su lumbre de mestra gran claridad es la d'esta escnridad.

Louretifo de Brito Irazia Mer curia, 4* dizia\

No ay saber ny descricion al que os myra, m porqu'em yend'os se le tyra.

981 A0 isnus Pis mu%

La TUorfft, qoe de aqfdflite he m^i&i, M, fer-me de tos reiifido.

ibi/Mi# 4e BHfe ItifoiMi Jl^tr, f" dUi& (F. 174«-^

Aqaeste snele dar vfda 5 al que mas seniir ae alba» j f oa al Tueatro quita-UuL ,^^

Os ootros anmUireyros qne tmimi per eaj.

IHim FinntmäOj fiiho do marfiieff J hrnim kmm /W^ f Mt

« ieirai

En el mar de my deaeo, fiendo aaa Inmbre, aeguy a elba, y deze a my«

Pe^Aire$, CatieUkmo, iraaia hmma 9$erpej 4t änka

10 La Tida pierde donniendo el que muerde est'anfmal, y yo calhando my mal.

Dam Anniqua Anrriguex iraaia huma tarrt com kmm 99fi^

4* ätüa:

Este aaona, my aaemi^o aer com res «5 tan ^erto eomo oon dies.

ä» urmii DA8 ionjor. t^

Qaando .siiviain d'um dolor los qae, eomo yo, pade^n, siete del so le. rrecrie^en.

O copifflM JtanQni MBtHtw ttweltt Amiia ^MNiifü) (^ tfMvt

Ha descuMerto my fida 9 deade aqoy gran deacansso pera my.

I

D0m Rndri^io de Mene$e$ trazia humm IhntiM, [F. 174']

^ dkdiit

Eataa aaeltan las priayonea, de qae muchos am salido, ft a my am maa prendido.

0 cand€ de YUa^noua leuaua hmna mäo com Anttt fnaimeque-

resj ^ dhdai

10 Cem mfl d'estaa deafoje, maa fiie my reotm'a lal» quo aiempre quedö nel mal.

Jwge da Sibteira leuaua humae fate^xatj f" dexia:

Uam buacando mys aerui^ioa el gnarlardon, que cayo 15 dondo mmea pare^io.

Dom JHoffUo Perefra leuaua o anjo 8am Miguel com balan^asj

6f devAai

Se a my gram querer y fee gaalardon tiene defesa, ta lo pesa.

236 ^ UCnU8 DAS JDBTA0.

Es tan .baza my TenUm jf tan alto elh'edefi^iOy * qae no baata my aenii^d.

O kmrato damDiofnio Lobo (rwäa kam l^am rrmnßmii€i ^ tm-

Com 8808 ftierfaa y niy fee 5 todos mya males dobree.

Dom Pedro de Stouia trasaa hum nuUador, ^ ähk:

Uuestra Tista deabarata [F. 174*]

maa do qu'este rroCa y mala.

FranpUco da8Uueira fraxUi Huu ehtOM ^ mgingoQda; ^dmn

Las mengoadaa aom mia bienea, y por my dicha aer tal, 10 las Ihenns son de my mal.

Pero d*Abreu trazka fmuma a§uea^ ^ diuai

Nam t'espantes do qae fa^a, sigue-me bem, & veras: ea te matarey a ca^a, & tu a depenaras. .

Dioguo da SUuepra trazia huum madronkefro €9m madronho

6f diziax

15 Neste rremedio de vida tenguo la mya perdida. 1) Orig. Md$H^io,

A8 LITBA8 DAS IU8TA8. 237

9wt.

Ferido basqae aquesto por rremedio de my mal; mas no poedo, qa'ea jpnortal.

JVmo Fernande» dPAiagde trasda hmau fetOM^ f Mziai

En el 0001690 de aqaeatos * 9 .comenfe, j nelhos acabare.

tfmrfim de Seeuea Irosiatanf cotnpatiM, f desiai

*

No paede »er compaaaada

la fee qae Yoa tenguo dada.

AreUumo trasäa huma ^elada, ^ dizia:

Ea deacansao de my mal, [F. 174']

to ser en aquesta felada toda my yida guastada.

Dioguo de Mendo^a leuaua fmma$ anearoi^ ^ dkxmi

.Qae rengua toda fortpna» jamaa aaeltan vez nenguna.

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OS POBOtüa

Eilet Mm oi pcmjaes qae toMn 'adiadcM noJMfo cm 8< em tanmo dd my denn Joam, Mm mtiieram mm os

Poys qae remot U&tod moäot d'omens, os quaes nam sabemot, '" ' fraiam qo» fügMlcaioa -^ -^^ 0 porqae o fnem todoa.

5 Porqae nam Tyla-rreal come galinha, nem pato? porqae o prior do OnH» apaoha tanto enzovalT ,

E porqae tarn bem goardado 10 tem Abranches seu dinhejro? porque o moor camareyro 800 troear he seu doidadoT

Porc'oaaam d'yr o-o serfo

Saldaoha k Jorge de Melo?

«5 porque he Affonsso Tele

tarn amigao de meUo?

E porqae tem aaeq yrmao

emparedada a molher?

porque tarn mal dom Joam

20 sähe cantar a meu yer?

Porque tras de caaalejro dom 6oD9alo presun^ao?

1

of Mwim.

porque - Jünndm di» Joani s'eiÄrida c^oaia.gaigfMroT

Ptorqm kt por aiMlado [P. 175*]

Lopo da Cmihft o qae dii? imqiie tri! temn MoDii eam'omem 0*01141 pumadot-

B porqaa Imh acopado he na ea^a dorn Rrodrigno? porqoe 0 Loko Aluilo dado !• Mtm Uie aabeiqpa an^gooT

B porqae 1^ tarn Tia laiem Correa * Pereyra? porqoe anda Joam * Caldejra tarn ealtio pola manhlaf

t5 Porqae Tynoco Femam dlngralerra tarn aajnha? porqoe Bocar dorn Joam taoto olba pola sobriobaT

B porqae todo Mjranda tu peode a banda doa inayorea? porqae dom Aorrique anda tarn rredondo ms amorea?

. Porqae daa neohunia coosa Maryaloa a Castelbaooe? tf porqae «obre noaeot'anot be mandasd Rniy de Saonaa?

Porqoe seo fylbo primeiro 00 jofemo tras ^atSeaT porqae oon tantoa botOet ao rem dorn Duarle 0-0 terrejro?

^ 08 rmonw.

Porquft N;o9lao.te».pQ9lg^ .«..>. tras em se Tepdor aa iwtetj.. .u( , - ' porque louuam tarn vu>^ conto Almeydas qualqaer pirevtet ,....( '

5 Porque faU laoto a fpoia: ^■

Lopo Soar« na gueiraT

porque tem tarn boa praa

Yjfteu no odre qu'aferraf . .

Porque Dioguo da Sjluein

' 10 rroquere «er do consaelhoT

porque tras Nuno Perejra

cabeleyra aobre relho?

Porque tanta ypocreaya [F. 17

ba em Saldanha Dioguo? ifi porque parefe morfeguo dorn Luja ao me;b diaT

Porque'e dorn Luya CSoutfnb'o tarn leue qa'anda nelh'ajfireT porque tantas f^lbas pare 20 a molher de dorn Martinho?

Porque Pero de Bayam diz mal d'Antam de Faria? porque Pedr'Omem trasia tanta .^ylada em gybam?

25 Porque nam pode a demanda o Tauarea aoabar? porque Vaaco de Mjfranda nunca leyxou de furtar?

Porque Jam Lopez Sequeira 80 cuyda que'e tarn rreaaabydo? porc'a Franfiaco Sylueyra nunca ae rrodipe o yestido?

' 08 PORQUBS'. 241

Porque se mostra feroi Maicarenhas, capMo? porqae Ljma dorn Joam ntmca hmn^ora bom'arroi?

5 Porqae o coudel mor fes tanta ma trooa escreaeir? porqae Afonaao d'Alboquer da pareaa a el irey de Fes?

Porqae Anrriqaei dorn Anrriqae «0 ho inaja Tentoao que Mayo? porqm no campo d'Oryque nanea na^eo papagayo?

Porqae nanea da vcharia Rra; Lobo nada dar quer? 15 porque traz rrebolaria Aluaro Lop^z de aaber? Porque o Barrocaa anda

de tantos lares corrydo? porque Ayres de Myranda 20 cada mes lan^a'hpm pedidp?"

Porque tanto caaamento [F. t75^]

dona Felypa ja vyo? porque de taoto^ enguento •Teyxcyra "o rrosto cobrio?

25 Porque dona* Branca male

'

presume do que'e fermosa? porque sc vem a da Rrosa 0-0 serfio & outras tays?

Porque Fran^iaca ie S8o[u]s8a 80 he tarn chea d'autoridade? porque ssay em tanta co\i8a dona Orraqua ao.padre?

«a

Porqne Unto aiwli|qat Ysabel Cardosa MsT* porqne he tarn mao mpai dona Margaridt AnrHqiw-Y

5 Porque fala todo o.'dia por todoaBrtlis Perejtaf 'por[que] Iras doaa Mufai aoa brafoa täl iripoieyraf

Porqoe dona Gyontrela «0 nunca temi o nroito qiiodo? porqne nam dam com InrnM iMi a Jacome & AMNiedo. ' . * '

Co»«.

G'oa porqaea deaejt folgoar, poys qae a nipgiiem empöre, 19 & rrya quem a'aidgrar»* & qaem nam, va-sae beyjar onde Ih'a pele fale^e.

'%

t

AB DO BRASETRO.

io Vjmioso a ham fidalgao qae no sserao dd rrey DU hmna chmgiiiie & fex sem feyto^ num braseyro, le era ham dos capitaes. -qoe byam a Torqiiy[a] ccmd 0 conde de Tarouca.

••

Foy feyto tarn atreoydo [F. 175']

o desl'omem, que.deaia nam parar at'a Torqaya.

8ua.

. Sera la hmn Anybal,. 5 fara feytos de Pompeo;

poys ca fez fa^anha tal, . . 'com qa'esque^o o Cabral

& oatroa qua Dam nomeo.

Uaiente k md sofrido / 10 deue ser qaem'se yen^ia

no serfiö de tal porfya.

Stia,

...

*.

Correb rryaco o aatrado

por aer lonje a chemyne, '

yyo-aae tam afadiguado

19 0 coytadOy

qae oam pode madar pee.

A pee qaedo * eombatydo

ia^

244 AS DOBBAflniÖ.

iiusoo de tal Tdentti, qae asayo como.qaeria.

Dam OonfiOo Cauibik$.

Duas on^as d'nm aaeriio tomadas por nojie frya 5 fasern mayor porgtflo ca finqao d'eacamonja. E 86 for bomem oorrido, nam braseyro em bam djri farji 0 qu'eo nam dyrla.^

Ouira tua,

«0 E diabo' Ib'afjmnon»

que 0 faria enreayael,

& aa 9insa o leuon

sem o entender o fjael.

E depoys qae acolbydo 15 0 vyo & yyyo fedia,

abaloa-8se, qae morria.

Joam da Sytueffra.

S'a Venesa for mandado, [F. 1

compre-lhe* nam-byr por mar, sem leaar a bom rrecado 20 hum nauio despejado, para s'ele despejar. E com qa'am aper^ebydo d'esta maneyra, yrya, hynda nam in'atreoerya.

Outra 9ua.

26 Para serem, como ssam» vosaas calpas perdoadas,

- AB nO B1A8BTR0. 24^

Tal c'o Q08 68ta rraxam, ser de camara o saerfio, ' k bem**de camara ousadad. Qae se em sali cometydo 5 fora täl deacortesja, . miiica 886 perdoari&r

IHopifo Brandam.

m

O mundo Tay de maneyra, que ja nele tildo aehays; humn fes agoaa na primeyra, «0 ontro foy caaar a beyra, eate deseobrio ja mays, Qu'at'aqny nam foy aaabydo, qa'em bräaeyro aae podia bser tal galantaria. ^

Otffra iua.

15 Se nam fora em chemyne»

qae foy loguo polo vSo,

pastflhas, lenh'oloe,

nem os cbeyröa de Gnyne

nam bastaram no raerfio. 30 Porqu'era tam ^esmedido

o grfio olor qne asahya,

que por fora rrefendia.

Aluaro Femandez (TÄlmeyda.

Ja no8 nam dara fadiguas Branc'Aluarez com suas m&oa; 39 aaa boticaa dou myl fyguas, poya hy ba d'auer serfios. Ypocraa estaa corrido» [F. 175^

porque quanto ele sabia» aoubemos em bum asoo dia.

^ AStiO

•. . i

>,■» <'Tf| PkUt t9tf

Se com di»M«fl«i iriw «^ nr^^v

por galante; iiem»l»i'ffiyf fi ''^ vi>t'r

* com elaa se pijM^'^^'? ^^ '^'^^^ .enuentou 9 deapejai^sse no ^^||p.^, - Foy despejo^'tam ere^db,* que nam ^ßs o^m» vfola quem tamta «cpwia ^nirfi»/

üfofmef de 09ffO$.

Soes mj^or jpan'pedMjffo? 10 que pera aolfrer pifiiee^ *

poya fjfseates em kvMejf»<

camara sobre cara5es.

O qoe noa tem paüflfl^io» ^

que foy alta gemetria, 15 k bayxa galantaria.

Luys (PAntas.

Quem a ssom de manyatreia sähe tam demaayado, que faria com criateya em lugar despouoado? 20 Faria mayor ssonydo c'o traseyro num aoo dya

que dez quartaos em Torquya.

)

Duarte da Gama,

Leuareys, aenhor» na mfio de barro ou de madeyra 25 hum priuado o-o serafio, como quem leua cadeyra

o

, /-» »-

»- »

'•■?.

. f

'A8 DO BlAaSTBO. 247

a pregiflo,

Qae hyndo desperfebido qnyfa qae nam s'acharja hom brasejro cada dia.

OuHra mut.

5 Ab prioadai eom irrasam dam de Toa fjKa injl qoerelaa; ma; agrauadaa eatam

por faserd^a no aeram [F. 176*]

o c'ouuera de aaer nelas. 10 Qoe aejaia d'elaa Ten^ido, mn; juata couaa aeria, pcija fiiealea demaaya.

Dhguo de Sepuiueda.

Nam queyramoa nada nam

de nenhum grande pedreyro, 15 poja antre noa ha barfto

qae fes camara em braaejrro

fimdada aobre carnam.

Nanca no tempo ssabydo

ae laaroa d'alaanaria 20 com taota deacorteaya.

Affotto d^Albcquergue.

m

Polo cheyro, qae -oa camara aae sentyo» ae foy e-ele o rrepoateyro, A dis qa'acboa nobraaeyro 15 coaaa qae nanca ae yyo;- E fycoa e8more9ydo, qaando Tyo c'omem aahya canaa c'aasy rre^endia.

248 AS Bo Muanoif».

Ou^rm fiM.

Sabyo, nam ja fora de aseu M]rso, maa couaa qae, qaem a yjo k 0 qoe a deaoobrio» 5 noa matou todoa de rrjao Em contar, c«n deamedido era aquylo qoe jaiia DO braaeyroy qae fedya.

Oarfia de Rre$ende.

Neste V0880 deabarato 10 que ouueatea do aaerafio»

se nam forejra tarn bynhato,

cobryrey-Io coma gato

co'a m8o

com da finca ft do eaniam: *i5 Nam fora nunca saabydo,

8c com tal galantaria

sayreys bynd'outro dia.

O dautor mestve Rrodriguo. [

Nunca hy nem acharam

n'Avy^ena nem Rrasys 20 que fyzesse purga9am»

mays que aguarico, serfto

de damas muyto gentys.

0 que me tem pare^ydo,

he, que o treaandarya 25 o aar da galantaria.

t*-»

äBi» ariMnio. :tu

Quem 06 rfl qaBnr entTtr, diru qne Mtm nanorados, k entam de despejftdoi, saluanor vttB M'iieiiUr 5 a eagiiar. Fuy pe^ Si endo eimrjdo,- porqae aa porta nam yya qoal era o qua fedia.

Dam Afflomto de Naranha.

Tiraaey-vos a bom rrecado 16 ft dqr goarda o-o pQuaadeiro, porqaö dk qne tem votado, 86 0 acha descuydado, aaltar co'ele o braseyro. *

Nam andeya deaperfebydo , <5 DaMendeya qne'e sombaria» qne voa fylharaa hanin dia.

Dam Duarie de Meneaet,

Qnem em tal lagar cagou, teoe mayor coraf 8o S A a mays aa'areniurou 20 que Joam Andre, que matou 0 grfto daqae de Myl&o. Denem d'auer por ardido quem aa'a tanto atreuia» qae em cbejoyne asabya. 1) Orlg. contemo.

AS DO BBASETHO.

Desciäpa do que cagou.

Senhoresi'mestre Joam [F. I76*|

die, que fo; o que He nada, acgDodo pars sserfio tonho a compreyssfo danada. I H&B com tudo he rraEam qn'eu estcy arrependtdo, paya podia, porqiie fora nam sahj'a.

•.•.V

3 BSPORAS DB SYMA'O DB SOUSA.

laam da Sjhneyra a Sgymam de Sioosa d'OMem, porqae ao terrejro d'Ahnejrym em biima nrola com brnnaa kurgmui eqporas da jynMa, esmaltadas & emt chapjDS.

Tu jaa nam t'as d'yr assy, porqae cujdas qae namoras 0-0 rolha polas esporas ft por ty.

5 Uieste tarn enganado,

por traxeres trajo noao,

qn'em entrando lodo o poao

de rryso foy abakdo.

Bradam todoa: acady, 10 aenhorest loga'eaaaa oraa

a ryrdea d'eataa eaporaa

qae Tem aqny!

(PAyre$ TeUz.

Tem oa Moaroa profe^,

qae de noa aae deaaymala, 15 qae dixya:

qae, qaando a Moariaea em mala

86 i78ae, qae correria

grio rriaco a galantarya.

lato ae comprio em ty 90 aqaelaa oraa,

qoando troauest'as esporas, tjüe te ry.

Femmn de FbuL

gq com'omeiiiyltea'ampio, {F. 170*] qojB Mbar to« praaeU» ' 5 ft adiey» qae na gjneta

E como te ij aqiqr üMtydo iieasas eäporas, ÜaHi logtto e-eaaaB oraa:

o perigvo qne Ihe fjl

••

** fc '

r

Qoero te dar hmn afyso,.

nanu no tomea o nrmiea:

qne nam Tejas ts lens paa, porqne, Te»?

morreras ooma Nar^so.

Este conaaelho de my

toma em milhores iMras

do qne cal9aste' as eaporas 20 de faty.

Ayret Telex.

A mnla vinh'eapantada ft muyto fdH'a de say, de Ter huum managany aa bastarda. 25 Desya: mocalamy! naa maa oras onneat'aqneataa eaporaa pera ty & pera my.

JHrlNifr .hmNIpm- -ilit Mßio,

•6 Barn M^ette e»*f6i, porfoe «idat am^aia

dejiMT 9 Qoett femgiMiioii» k asqr

'9

que* aoffirMMMi tajs etpen»

>

Ctefea Marii[njz Chgchorro.

-Conflgo nio'gaem ss'qvfdi'y to porqne .Unt forauMo. os, qae nam . lelliis noda.

mas.nain olhea par*«)« pes» [F. 176*]

porqite desf^ras a rroda 0 rreaea.

19 (Hha sempre pera ly;

mas nam ja par'af. eaporaa» qua ealfaaie em boaa oras . para mj. .

Em mida taoi'a^ycate

20 foy grande contrafeaer; mh roorte te nanca matel

poya eom peaaa cheoa d'eamalte noa mataate de praser. Aa ja inaya de des mil oraa» 29 qoe todo mnodo aae ny das Inas negraa eaporas,. com aa qnaes ningaem namoras» Dem aae namoram de ty.

tJ»

•ülÖM»»» ***

t*""-h„ de W ^*^ j[ ttt»er

■•

.a. be de Mo«o».

^ tambem •»

B,« tudo i»io *• ^

pera t-j-

IJtJWQRAB WräüTOMflOIIU. ^B

AMimig0 4a Sfgiua.

Gilante de Ues estremoSt diM hi qae ste Dim Yjro, nem d^ele tanto ise nyo, como fMto, qoe iMbemos

9 qn'este Ingo deseebrio, em qae nos nada nam orenoe. Deecobrfo nae mip oraa- peil aay; 00 qq'eainaUadaa esporaa .

40 pera mjl

Oar^ de 'Rreiende.

Na era de «Jesu Criato de myl'ft qainbeDtoa k dei, no terreyro d^AbaeyiTni, foj hörnern em mala viato

15 com largaa eqibra de Fei» calfada aobre chapiau Diese, comoo conbefy, ja nana toivoa e-eataa oraa com adargaa eaaaa eaporaa

20 17 aqajr.

. . Otthra ma. :

Em caaalo o.gfio Lobam troaze, carrancaa de prata» sendo el rrej em (^arago^a; - maa por milbor enrenfam 35 ey esta, poya .qäe mays mata de rrjr oa homena por lorfa. Tambem 0-0 Noronba vy fat>ylaa» qa'em tarn maa oraa

3tß iJß wtmm-iß'Baunf.-

ealfon com'eMu eaporas

■' ." 4

Jt£"!t

ttimäo da Agfitayrc

Poys qae jt ArthUai Mut Mtn nlT. 177*] Dem meiios Ejtor TroJfMH», > cum**«

5 diie» mano» .i-^r i't

qne Mgano v..^ :!.•

te fei möniMr polte pte». o^ ^i^-i^ Fjrquey perdido por.ly ^

H>ga'e88a8 oca% . *

fo ft monsseor das esporas acndy.

Ouira nta.

-• ' ■"

%

Jolgam qua «IgtBM |igfiea;

dee qa*ea ttjo;. - :' 15 c'os tdua pes pera üiytio

valem maya que die perdbea.

Em boora te eu yy;

k tu miqrto naa mas oraa

cal^t'aqueataa eaporaa, » pera ty.

' lA»y9 da SpUieyra.

Qoando andaate c'o tooroy pare^yaa me Francs; ft agnora yynhaa Mouro na cabefa, A nam noa pes. 25 ora Tea, .

ft ta coyda-lo o rreuea» c'o qa'ea moyro. Maa sae andaa maya aaay, todalaa oraa

AAS S8PORA0 m SXm^ftJM fiOUSA. ||7

se nyrim todos de ty, miqrto mays qae das esporas.

Ouhra mm.

Qoando ?7 o meMajeyro, eoTdey qn'eri» a ginete:

•e faehara ci^iafete, aifaara-ta eaoalayro, qoa falera bom dinbeyro Para ty» k para my, 10 por qnanfaa oräs tffi da rryr de ty k das esporas I

wrrmf€i$ äe ^mfy. [F. 177^

Uen-sse tarn ponco onrrtur

ft presar 15 neste tempo a gyneta,

qoe faguora rem andar

em maleta.

Este mal veo aquy

polas esporas, 20 qa'este troaxe oas teas oras

pera ssy.

O meyrinho da corie.

, * «

Porqae ningaem nam oometa

hyr oalr'ora contra ^ a ley»

eu m'yrcy 'os pes del rrey 25 k Ihe.direy

como danfto a gyneta.

Porqu'eu ty ontem aqay

noma mola humas esporas,

que nanca em outras oras so se Tyrfto traxer assy.

3rig. uArm.

»Mir« c«raL m. 17

A DOM WRASi^^aCO DE BnnEiiio.

tatMnfe A Mfldirejro a hooia daaa, fv ft« ■■rimi pdi |Mn hniB caundko. i

Be JffMitcrya.

Uaj qfiM OMBto gnade anda ja miiy deacobeilo, c'onia dama

Toa tem mal jaTejra ferto. 5 Folgaria de saaber jito demo qne Ihe da ja, pera Ter quam mal o tosso gasUija.

De LuißB da Sphiefrm.

Ea ja doa yoa bam conadbo, [F. 177*] 10 o qaal he ch2o coroa palma,

que nam Ih'o mandeya Termelho,

porque fas ja may gram calma.

0 conde de Mariaiaa

com outro tal qae mandoo 15 huma dama aoterroa,

ft perdeo o corpo A alma.

Joam Oon^aluez capytäo dm Ilkm*

Se sae soffrer em verfto, eo Toa tenho enculcada

A JDOM FRANCISCO BTBBTRO. 259

enaeofam,

qne Tem cosyda A talhada: Loba aberta alaraDJada» qa'aqny fes hom bom aenhory 5 com qu'yra muy bem betada & mays reslida de cor.

Dam Oeronimo.

Pols aa'aquy consaelho mete,

dou-uos eate deaengano:

aombreyro nam d^s de pano, 10 maa buum muy fjrno palhete»

que va aobolo barrete.

Este fax afronta poaca,

leua a dama may ayroaa;

ja, se hum pouco fremoaa» 15 podea eacaaar a touca.

Marihn Affon$$o de Meto.

Senhor, d'ylbarguas capus Ihe manday de tafetaa k bas bos,

qne com mays a^afraraa. » E faria fundamento d'aaano mandar leaar, porqae, se vem a eocalmar k Ihe falecer o rento, qae Ihe nam fale^ o ar.

Joam Rrodriguez de S$aa,

25 Homa pefa mayto sseca, [F. 177']

darey par^o atabyo,

porqae sae laa flser fryo,

quem leuar may boa teeä,

eu me tjOf

17

280 ^ i^<^ ffRANQisco ra BTOEnO.

qae nam yra muyto pec«. Mete mfto no coxcoirinbo» peytay Loarenfo Godinho» nam ijays doo do dinhejro; 5 co'ela eacaaaya aombreyro

r

k olhay-m'este pontinbo.

Symäo da Sylueyra.

Tenbo aebado hom ardil»

per que nam gastareya tanto;

o quäl he» qa'ajaya hom manlo 10 de Diogno de MadrO.

Paasara ta fym d'Abril,

porque he de mea flryaa;

ja a'a dama fort agaysa

k fyier byaa» 15 yra muylo maya gentyl

que d'outra guysa.

^onfalo da Sylua.

Meu aenbor, o de Vyueyro» se pano, seda nam tendea» aquy anda Pero Mendes»

20 que 0 fya sem dinheyro. E eu serey o ter9eyro, porque sey com'ysto pyca. k poys vos as costas fica, nam ajays doo do dinheyro;

26 venha tudo o tauoleyro.

Dom Aluaro de Noronha,

Eu 88am tanto voas'amiguo, qu'ey de tomar sobre mym 0 dado, sae for rroym; que a mays me nam obriguo.

A ran nUN^SGO DB BICKTRO. 261

Ateegaora nam ssey quem tal merfe tos qnys bser; mas ela a meii parefer nam fei beoL

8ym§^ de Sau$a. [F. 177*]

5 Nam asey o qne nyato Tay»

maa tos perdey o cuydado,

c'o coDtray

eataa md aTaliado.

Se Toa podeya eacasar, 10 aeria tiido»

porqu'aaay dene d'eatar

Telado.

JViino da Cunha.

Poya qne ja aneya de dar

tabardo, tonca, aombreyro, 15 deneya d'oulhar primeyro

0 qn'iBto pode cuatar.

Maa a'ele-'e merefedor,

a mym pare^e rresam

nam onlhar Talia9am, 20 ft tyrar o caparafio

ao penhor.

Uatcö de Föet,

Senhor, aaeja por Tosao bem eata dama o qne Toa qner, maa nam aaey ase be molher, 25 qne o tenha dito alguem. E se he d'esta maneirä, dar-nos-ey a minha touca, qn'abynda, qne deos nam qneira» em a pondo ssera mouca.

(

A DOM JnUN<7A0O H MriMK

Dioguo de Meio Cofltfl-lNabe»;

Porqne sse tob nam ragrifa ' & faser cnsta mays pouea, TOB emcaico oatra töoet, qn'aquy traqra o xarifoC 5 Ele tem na em Liiboa, & mandaj leaar do cpii prouTsSo del rrey qae la 86 Bsyraa yossa pesaoa,

Oar^a de Rreeende.

Se nam achardes oontray, [F. 171

10 TOB sereys de mym senijdo

com hum rronpSo verdognaj

do mercador de Cambay

qoe'e hom beln noo6 fealido

S'alfareme emrrodflhada 15 quyser leuar, ou lan^ado

00 pe8C090 per desdem»

ea TOS auerey iambem

0 qa'ele traz empreatado»

Äyrei Telex.

Porque'e tempo de trestura, 20 este ssera o mea dito

qu'ajays huma yistidara

qu'aquy anda verd'escora

d'ama dama do Egyto.

Tem hum geyto de bedem, 25 com que pod'ir a Mourisca,

& que sseja muyta trisca;

quem ss'a tudo nam arryaca

nam pode pare9er bem.

ArMMl fRANQISCO DB BTOBTaO. fg^

Dam Joam de Laream,

Senbor» Dam tos destraa^s, qa'eu tos auerej asyiiba bum alaara da rra^a de morlo» que nam syraajs 5 em loa^ynba« E as'yato nam abaatar» maya aseruifo tos farej; que 0 farey comflrmar^ por el rrey.

A^e$ Telet.

<o Se mala ouaerdea meater,

eo aaey quem vola dara;

mas a?ey-la de manter

& aoater

tee c'a rraynba aae ?a. 15 E bem voa a de paguar

0 que co'ela gastardes»

poya que aoo a de leuar

& tambem aconsaelhar

a quem na, senhor, mandardes.

(httra tua, [F. 178*]

20 He pyraalta & embycada, & nam tem ja nenhum dente; eu fyco nesta joraada que fyqueya d'ela contente. A mula he Tagarosa,

25 peytay Joana de Ta^o qu'eu Yoa {890, s'a dama he amoroaa^ que la vos fique no lafo.

264 ^ ^^^ FRANgiSCO DB BIUBTRO.

Dioffuo de Melö da fiffyhui.

Ob goarnimeiitos fale^em pera a mula qae tos dam; ae yo8 estes bem pare^enip lan^ay mfio.

Aquy anda hum capelfio d'este bispo de Yysen, que traz huna de cordouSo» & estes emculco eu.

Outra tua.

A mula^ embycadeyra io a dama pode cahyr,

auey mo^os d'estribeyra

d'algum abade da Beyra,

que Ihe possam aeudir.

0 abade he balbesteyro, <5 folgnara de Ih'os prestar;

escusareys de gastar

em aluguar

quem na tyre d'atoleyro.

De dom Fran^ysco de Byucyro em rrcposta d'estas trooas i iodos OS que Ih'as fyzeram, & esta prymeyra vay aas damai

Poys deos com todo poder so Yos quys fazer,

ssenhoras', mays ey9elente8

qu'as passadas, nem presentes,

nem quantas ssam por na^er,

Estas trouas, que aquy vam, [F. 178^]

25 juntas com as que la estam,

as rejam vossas mer^es,

1) Orig. mute, 2) Orig. 99€kkore»,

A mm nuNQisco ds bidbtro. 265

que en me lyo no qne sabes» 86 jalgnays ssem afey^aiiL

A todo$ junio$, Senhoresl

Uossas troaas foram lidaa

& entendidas 5 & mayto bem decraradas;

mas ssabay qae foram nydaa

mojto mylbor qae trouadaa.

E depoja qae me fartar

de fombar d'elaa naa mias, 10 eapero de rrepricar

& amoätrar

qae nom leao em colo daas.

A Lup$ da 8ylueyra 4* Siffmäo da 8$phuyra.

Come^ DOS doas jrm&oSy

cortes&os , 15 qae nom tem maya deos qae dar

Um aluos & tarn loucdos.

cujoa geyloSy pees & mfioa

sam may do^es de notar.

Hum d'elea aaabe Latym» 20 o outro yay a .(^afym

nesta Tiagem d'aguora;

se per eles me nom fora,

nam estiaera em Almerym.

O major ae aluoro^ou 2S & mal bordou

pelotea, capas dous pares; peroo tanto que as tirou, logo esflora noa aaacoa do cora^am myl pesarea.

iBIfB A DOM nUN<;ilBCO DB BüflfBO.

Nam qoero mqrs m'estender, fjque 0 nugrt por dlier agora d'esta Yiagem» porqoe ssSo d'nma linbagem 5 de quem me tem em poder.

k Man$»orfo.

Uenhamos ao saeo pra^iro, [F. f

o estrangejrro 9

que pouaa naa aaaa poöeadia»

qne fyco por ele a oaadiB, io qne nom gaste aaeu dinhejro

em estaa barqoarryadaa.

He tam dofe Monaaorio

& tam maaayo

por aua deaaoentiirai 15 qne com toda eata qaentora

noa mala a todoa oom bjo.

A Mmrüm Affanao de Meto.

Martym Affonsao de Melo

eu 0 asselOy

maa nam ja para galante , 30 qne pare9e por diante

Bjncaynho longo & belo.

E posto qne me deaama»

por quem ama

tem duaa pefaa de valor, 25 a cor pera cobertor,

aa pemaa pera huma dama»

que Ihe faltam aegum fama.

A dam Aluaro de Loronha.

0 outro nam decrarado namorado,

A Mtf IBANQISGO DB BIOITRO. fff

qoe olha mfailur asenlioni, 0 fjmoB if^r em fertora com amarelo A emcarnado. He coaM pari nam crer-aae, ö qua aaoo ^n ver-aae yaatido neatea pelotaa Ihe naoeram iantoa nMHea» qae nom poderam eolher-aae.

A Sfmäo de Sioma d*0$$em.

Ootro por me aconaaelhar 10 me foy fuear,

& meleo-aae em peego fnndo;

eale aoo nafeo no mundo

para mea deaemfadar.

Tras eapa nom debnimada, [F. 178']

«5 aberta, curta, mal lan^da,

9yntaa bqmliaa de cojrro:

doa m'o demo, aae nam moTro

com couaa Um anorada.

A Nuno da Cunha,

4

Do Toaao bom pronimento 20 me contento,

porqae'e conta 9erta & boa,

aej qae yalera em Lizboa

a maya de doie por ^ento.

8e foreya aconaaelbado 25 do Yoaao oaro tyrado,

que ¥08 Tymos rroalo a nroalo»

mylhor roa fera tyrado

da Yoasa capa qae posto.

in A WM» nungnoo MrMHiOi

A AniM0O im A^fMic.

0 da Sq4iia ^ M^tfiadtf ^'

nenbrnn« oonsa sa etaoato, ' - ••

DO aerSo oom asa dapa' *- iri;-.

deapachar» aaagondo ühmt;' -^ -* ' 5 nrajtaa eoiwäa oomo oanda.

Fat de oaro» prata A aaeda

& de moada

hom niao * readdo de nMnio:

perdoe-me, aae. me «0 pöys üam leoe a pena

A J^mm Rroirigwz dtt Amm^ nan— lawfa Mt«df.

Do gemTo de doni' Haillybo

an adeuiiihOy

qae, quem tem taufe filMr» -

qae a tnmaa ae mj Urn^, 15 f edo ca^e & ande caminho«

0 qoe d'eata manha yaa»

0 al rreflaaa:

aabeysy qae tem o troaar»

qoe muj mylhor qae ea^ar 20 tya d'ArroQches eacosa.

Ä Joam Oon^abiez fylho do eapUäio,

Ea T08 yy ja nom aam'lo, [F. 178*]

capiUo,

alcatyfaa bem pingaar mayto mylhor qae dao^r, 35 jato he ferto na mSo. Meteatea tos na.pinguela da burrela;

naoi qaero mayor vingan^ 1) (Mg. mS«.

DOH imAM^iaGO DB BIUBTRO. MB

qae Tor-oos perder dui^, A mm TOft eobrar Mem ela.

Afre9 Telex.

D'Ayres Teles nada dyguo»

qae en me obrigaö» 5 qae nam no fei por me errar»

raas por rrjr-Me & sombar»

porqoe feiio he meo amygoo«

Fes J8to asqr» nam asey eomo»

k eo Ihe tomo io agora qualqaer^deacalpa»

oias 88*oatra ora mete oolpa,

yera bem eomo me asaomo.

guo de Meto de Caitel^branco ^ ao e^trybej^o mor.

Eatea doaa nam asam calpadoa»

qae bascaram empreatados 15 rrengrOea pera me mandar;

nam noa qaero acoymar,

acoymem noa aseaa pecadoa«

D'eles Toa poaao dizer»

qoe qnalqaer omem qae oa trjr 20 & oa oauyr,

se muy bem os entender,

emfada-lo podera sser,

maa nam ja (ase-lo rrjr.

A Oarfia de Sioa,

0 de Ssaa nam he culpado, 15 ea o tenho bem olhado» se a boca bem goardar» de sae rr^rr & de sömbar meatre Ihe-aaeraa.eaeaaado. Dil, qua culpa me nam lern,

asty ea ^Ttui A praier lij^a» qo'ele'e miOfelN» dt jM|p.

.5 Se SM oMert^de'ioMMr^^ -'.'«r-

ea ctmtoar - V-^ •:.■*. -in.

qaalipMir grifa im iiufcirti^ "

por foe mwM m •uttifA

aatre •• oatras ,a gilnr*' fo Mas porqae m -ooim # ffV^

bum pfwlfiyi : !. - \

por J8|o tseiia bom fjptmHOM d'eefemkirafc^

A nmUf enfa trmmrnom tego Mfrä tik iüflrw, mmm a «fi-

i9 Qayserft Ter a de Fönte

qne, ante conte,

Ibe ouaera de rresponder:

porqae aa tanto que diier,

qoe fora de monte a laieate. 20 Ble eajda qae he capai»

& nysto jas;

mande-m'a & rreqponterej»

por ela Ihe mooBitBstejf

•e be aaaj ou o conirabs.

Ao adiam.

35 Comfesson-me o adayam» & ysio be cbio, qae qaem sna Iroua tn, nam em Fraai^» maa em Fei aprepdeo eala en?eiiflo.

^> Orig. de.

HAN^^iSGO IIB BWRIO. JHfJ

Como a ijo, nie fo; diier A prometer»

qoe o bt de eeeomimgiiar» se o acolhe nugfs em troiuur 5 atee mays Dam aprender.

r

A Oar^ia de Rreeiende,

0 rredondo de ^ Rreeaende

bem m'entende,

taiqe & canta muyto bem

A debozaraa eignem , [F. 179*]

10 sse com ysto nam sie offende.

Anire eataa fes bama troua,

A nam aae trona

de Um mal niaao tocar;

milbor Ibe fora calar 15 A meter aae nbuma coua.

A Lapo de Valdeveuo,

Per Lopo de Yaldeveaac

ea atraueaso

mays de qnatro fentaa dobraa,

qa'ele nam Tic tarn maas cobraa 30 de direyto nem de aveaso.

Pedo trealado de ssyso

com tal auiso,

qae Ib'o nam possSo negaar,

porque espera de as leuar 35 a grorfa do parayso.

A dorn Joam de Larcam,

De morto preuelegiar nam aa laguär a quem he morto d'amores, porqae aaam taya sanaa dores

272 A DOM FRAICgiSCO DB BTURRa

que matam ssem aoabar. Se me hum podeaae aoer para mays ^edo morrer» peytaria eu dorn Joam, 5 hum muyto gentil falcam, 0 milbor que pode saer.

A dam Oerontmo.

Monsseor, que andon em Caatela

k fora d'ela,

ssem sser ca nem la apodado» 10 por mao * de aseu pecado

me emviott huma troua de la.

Antre os outros me tocoa»

& nam errou;

que fuy contra aa martaa aauaa 15 k tambem contra outraa duaa

enuen9de8, que ja ssacou.

A Oon^aio da 8$plua.

Meu ssenhor, que vay a Myna» [F«

nam sse fina

em dicer gra^as no pa^o; 20 mas eu o tenho em hum lafo,

se me ver nam desatina.

Mas porqu*am d'yr para el rrey

nam ssey o que sse la a de paasar,

por o nam escandaliiar, 25 com esta me calarey.

1) Orlg. nulo.

DE DOM FHANtllSCO tIE Byi'EVBO. 273

Frani;iscü de Biucyro a Ssjmaäo da SylucjT» & aos ]liy Domcados, qiic Ihe mnndiiraui trouas, porque ele 1 pclolc, (juc fcü SyiRBo da Sylaeira de chamalote franjad».

De donn^a lam morlal curaj uoa nam venha a motte, avrrdes por bom ssynal, pnre^er-me a mim lam mal i tarn ma pelole.

' Em mnlii •(> «T^FTDM'ilselM •■> com mä' fhMyli'idc'fHlnMi i->iiii-. mas *iej qn Mn tW«« toi -^ •^)^'-

a nlnhiim palet« t«-Ias.' '. '

10 Qae Tenbam a PortHgDil nosidades (am de mUle, esta mala que todas val, ' fniDJsr ne oomo- ft-ontal ham pelole.

A tMs» da Stitueira.

19 Nam Toa denem engnanar

as ttey(fie» de parente,

porqne o pa^o nom conssenlfl

taya couias dessimular.

Se T08 nam pare^e mal 2D eate maluado pelole,

guaetay tosbo lempo em al,

nam cureya d'andar em corte.

A dorn Pedro d'Almej/da.

Se quiaerdea oam gnaatar, [F. 179*]

r&iey-TOB lays emnep^Sea, » qne darem noa cora^öes » pnL ni. IB

274 MB DOM FBAN^GO 9B STÜKnO.

em qnanto o mundo dcnrar. Porqae este trqo be tat, & de tal ssorte» que fara sser immortal ö haom pelote.

A Sytnäo de S$auia fO$$em.

Ja nam posao agarde^r a deo8 0 qae me tem dado, pois me tam deferenQado fei de ¥0880 pare^r. io Ui-uo8 lyt tam cordial omtem com Yoaao pelote, que me fei nam aver por mal franjas no de chamalote.

«

Por Dioguo Lopez de Steguebra.

Esta tal noua, este que da, 15 defendam na belegujn8y que se a ssabem os Cbyna, al^ar&o o pre9o a sseda. Que diram, que em Portugual harn por pouco andar de cote 20 em hum pa90 tam rreal, franjado de rretros tal, hum pelote.

AS DE JORGE D'OlilUBIRA.

Tdes a Jorge l*Ofioeyira, rrendeTro da chanfelaria, »00 a Jorge de Helo doie mil. rreaes por hmn pa- n qoe dtepachoo, sem.lhe querer qoitar nada.

Quem tinte algom padrio, trabalhe por ler mtneira» qoe sse goarde d';rä malo d'aqaeste nouo Cristafio 5 c'aqay anda d'QIiuejrra.

Lena tado por intelro \ [F. 179^

nam tem nenhuma afeifSo,

folgna tanto com dinheiroy

c'ahj^ida deoa verdadeiro 10 venderaa por hum tostfio.

Nam Ibe tenbo ma ten^fio,

mas falo d'esta maneira»

porqae doie^ mil na mfio

Ihe vy dar por hum padr&o 15 e-eate Jorge d'Oliueyra.

Detemkarffuo da rrola^äo.

Todot taoem de goardar a noa outros corteaya, eate nada quer quitar, mas antea noa quer leuar 20 de tudo cban9elaria.

Poia de quanto aqui noa dam,

rig. imUirm. 2) Orlg. «üim.

18*

276 * ^ ^ lÖRCB BHMLramL

Dola leua toda inteira, aeordam em rrola^ que profeda eate rrifXo contra Jorge d'Oiiaeyra.

Bula papa contra J9r§^ ^OKmgrm.

ß Uem qua qaerda tainttilllC

qae ealar-aae he ^rande mal«

d'um CrisUio nono d'Bapanlia,

do rreyno de Portogöal.

Poia qne da tanta apreaafo 10 aem dejiar leyra oem iHijra» ^ .

noa damoa jeral perdio

a quem for iieaie rrlflä

eontra Jorge d'(Hiaejra.

Sem'omem toma Saojr^» 15 anda ssempre em penden^,

por aver dei mil de tenfa

em paguo de aseu aseniifo.

E em fym ase aa padrSo,

bynda corre eata tranqaeyra, 20 que casy tudo na m&o

fica a este bom Cristfio

d'Oliueyra.

Dioguo de Melo da aUma, [F. 179*] i

Poys qae tu feste tarn yil» que rrapaste doie mil, 25 sem nada d'eles quitar; aynda o as d'amarguar, segundo o demo he aaotä. Tu nam tees boa tenffto; cre-me» Jorge d^OUaeira»

nein te njo aübuiflo» poif tratifte mea jrmio

Oo^ ernur d'esto feito;

5 mas d'de .naAi nam saey, qae me mm tem^dado d rrey de qa6 Ibe pagae direito. Mas aaegniido a fej^o feita gordo d'ÖUiiejra,

10 goardar d'aner doa^; qoe leaa lodo na inlo . qoanlo aeha n'aya? ejra.

J0€m liroix ito 8$aa.

Nam ¥08 deae d'espantar, qQa[D]i06 priaadoa comprenda

15 0 aaeo nam qnei^r qnitar, poja ter por mym a fuenda me nam pode aproaeylar/ E ajnda he de maneira, qne aaem dinheiro na inSo

20 0 Joden, nem o CriaUo nam tira d'eal'Oliaejra deaembargno, nem padrfto.

Do conde da Vinäoio.

Nam fiar maja em prende-lo, senhorea, pa eorleaia» 35 qne lena eojro ft eabelo & arrendon eban^elaria por aaaelar Jndaria. De mao bomem k boom CriatAo o'emtregn'este de manein^

278 ^ ^^ JOHCS JD^OUDEIRA.

que se nam dajrs mpdlo,

he menos passar padrfo [F. %^^^

de Ssantiaguo que d'OUoejnu

Com$elh9 tMu.

Por tua grey ft na tut ley, 5 morreraa;

a CriaUlo nam qnitaraa,

nem no sseras,

se t'o nam mandar el nrcrf.

Rroubaras, 10 poras 08 homens no fto:

com dia te trancarts

de medo d'algum deaiqro,

& como achares naryo,

partyras.

Dom Nuno.

15 Nam m'espanto nada d'itto, nem de consa tarn mal feyta» pois yees por linha direyta dos que prenderflo a Cristo. Tdes bynda tal deuaffio

20 co'a tua ley primeyra, que cuidas que'e ssalua^o, fazer ssempre ssem rrezfto 08 que crem na verdadeyra.

Antoneo da Ssylna.

Jorge, leuas mao caminho *i5 naquisto qu'andas faxende; nam cuides qne dorn Martinbo t'a d'andar ssempre valendo. Trazes tam presun^fto & andas ja de maneira,

AB ra K)BGB D PUUBIBA. 279

qu'ey medo qae corteslo leae'narixes na Biio & ss'acolha a Talaaeira.

Pero de Mendopa.

»

Agraoas Unta pesaoa» 5 que X'ey medo»

que 886 Iragaa algnm teo dedo

na rribeyra de Liiboa

moyto ^do.

Mas 886 tu yas por Monrfio, [F. 180^]

10 algom'ora pera feyra»

nam aa de p6r pee.em cblo,

qae metido nnm aaeyrSo

aaa de paaaa-la rribeyra.

Fran^iiC'Omem.

Se Mojaea aqoy teuera 15 bom padrflo,

com que Tontade Ih'o dera

este tmfiol ,

Como Tay pela carreyra,

como mostA o coracAe, 20 como lern a ley inteyra,

para eafolar bum Cristfio!

diabos o cozeram,

que 0 tem ja n'aljaveyra.

Spmäo da Siylueyra.

Oxala me viaae eu 25 co'ele ja neaaaa briguaa» para Ihe paguar em flguas todo o saeu

A yoltaa com coxcorrftot eata be boa maneira/

I *,

Doaa pagna d'eMMffo em lear rrab; AbralOt irab; Moase d'O^jMlra.

Martim Agttm$0 d0 MtOm.

Poia i{ue aa'jato j'iaqr &9^ ' 5 yenbamoa loguo a yerdade: . t

eate he o maia mae mfm

yelhaco> grand'alcatras, ^

mofatraz, . .

gram seloao da maldade, 10 Nas estrelas bom GriatSo,

compridor da fee iaiefra;

porem may rroim lilio

ft gram cfio

grande Jorge d'Oliaeira.

Uoicö Martkix^ CUeofTO.

» Quanta aalato be jaglieUff, [F. 180

ela he maa sombaria,

pois qua da chan9elaria

nam podemos escapar.

Mas compre de ter maneira 20 co'este douo Cristflo,

que ya ter de mfio em mSo

a fogaeira.

A^fiito da Cunha.

Quem quiser aer despacbado

d'este tarn nouo Cristfio» 25 fale-lh'antes num pizmfto

que em deos crugificado.

E sse nam d'esta maneira»

d'outra nam m'afirmaria,

que quite chan^ellaria 90 esta potra d'Oliuelra.

▲t Mi^iOMii vmsmojL flgi

Omr^ äe Bre$en4e.

Se TOS .doer o cabelo

do c'a^qem poode bxer,

goardtr d*MBMlrar nuaelo,

meter tiido do etpeto> 6 sem DO t0r;

Dar de Iwiio.do manifo

ilgat t quem dor nt trinebeira,

goardar de comer ea^,

nem lejtio, . . 10 qoe o defeiid'a priaBeyra.

Ea nam. deuo de tocar

»

Dada saobr'eate rritBm»

porqae ipem nttn fjo niedrar,

nam pode asaber fdar 15 em padrfto.

Polo aaea bjrrey a mlo

a qoem tyrara a barraira, <

que Ihe nam dey em oabnio,

poia be CriatXo, . » k aaeja qoit'a primeyra.

Dam Pedro dPAlmeyda.

Mais TOS soffireo Jesu Christo [F. 180*] o-os qoe fditaa no matar; k 0 maia qoero ealar, pbrqoe ssqr qve tudo jato » he sombar.

E por ysao dorn Abrafo» nem Joden, nem bom Criatio^ ▼endedor da ley Inteyfa, como vyrdes na caiteyra

282 ABVB KA« BXXJmt*.

hom ptdrfo

tomar o fiigjr na info.

Joam Omifoiez e^^iMom

A mea yar nam he

am aaar Criatio, nam errad» 5 porqae bam no' rrafartoo,

k mal» am qne. Iha fiaaon:^

Ih'o fiaaram aaar fov^äda»

D'al; Uie ftcoo taaflo,

da ter ma; granda fanrraira .

10 a qaalqaar IM Örfatio;

k a derradajra

bam jia'emtregua no padrfa.

De Jomm La^M», fiia /bf rraiub|ra.

* i

Teaa o tau boja tamanh», '

qoe ma nam qamt» eq^urtar». .

15 quereraa tudo leuar, 7 '

para encheras eaaa tanbo» Maa da parta d'Abrabam^ .' antaa c'oniram t'o iraqoajrEa» te pa^ coma yrrnfto^ ••:' ^

20 qua mades a conditio am ontra milhor limnaira.

Joam Rratz Maxearenha$ do infemo.

Depoia qua ; da la parlgr, . dizem qna eatea aaeohoraa, saagundo rem eramoraa, 35 qn'eaparam ^ado por ty. Mas pojs qua. ja qoa te dam por toaa obraa cadajra» aasenta la bam a mfto

iS BB MME« r quüi^ Sit

J . . .. -

t quam- qiM^ <im ttlr

»■• T

Htt %Mf« ite nta. [F. 180']

Com Ml» BMI cortiafajte

▼OS emTjfo t ooDMOlluBr, 5 quo nam deoes de'louar

por intalrp este daroito.

Porqo'attando am oratio

a paaaadia i^eil^ fqFra,

me Too am nrabdaflo: 10 qo'am jnaamo ä am varlo

.podem qoajmar OUnaira.

Contitite tfaa CrUfäö$ mMf , cortiß$äo$.

Nam TOS eapanta trouar» amigiio, rraby parfajto, leoaj a todo nraagoar»

19 qaanto poderdaa cobrart- com direjtOy on aaam dlrayto. Encba-yoft Toaao bolaaam» seja de qualquer manenra, fa^am eles qnantoa aaam

20 mujtaa trooaa k riifam, tade-'e yento aa derradeira.

Fermm da Siplueyra.

Sa m'eo^co'ele afortara, ea crera qa'ele rrendera, porqae de goiaa o tralara» 29 qne todo bem me quitara» 00 as orelbas perdera. Eu Ib'eacaldara a traaejra,. & com tam nooa maneka- 0 ssoobera atagoantar,

284 Mjfi^ IQROI b^HIOMBL

qae Ihe fawi I«yiar

Umi€B 4$ nß0.

Pojs Jorge MUB qpii

pwa gram pem Um- dar 5 jsio 886 deoe Amt;

tjpem-lbe o arMidar,

fa-lo-am logoö rnrnder» . *

Oo.ssoliem no a ircfitollo, {F. 180*1

qn'eata be boa iHHMBjra 10 d'emmeDdar eüe Criitfo;

k entio

▼ereit Jorge d'OUoeyra

nam fUar niais am padraftk

Do e&rr§g€49r ia eorie.

Sea oatrenn tal inMr, !• por este mea assinado

doa lagQar a quem qoiser,

qoe digoa qnaoto ssonber,

tjrando perro fanado.

B nam jugaelem de mflo, 90 qoe podem dar na moleyra, ^

ft aegando todoa ssaSo

eabaforeydos, darafio

d'ayesso com OUuejra.

Bi^$^crama^o de Jorge äfOUuepra.

E qnanto me costa* rrenda ta pola gram desdfcba mya, eu 9erto te aaoltaria» ae nam perdease a fasendal Das me tamanba apreaafto; ft be jato de mäneira»

10 BB mMBUtülülttU.

IM

qne for ty me fem rrilui^' k »0 okiHMm kom Critllo dtMfoejre.

tarn 4riiil»-qoe mfebetle, 5 trinUi Iraiiai anenit,

HO ii^iiSBO mtd^M.

yaaka^ rmAti aste Cilstip dtHinogfr» . poQoar. esla eihkjra.

^-

s

f.

w

A DOM ANBRIOÜB. P" i

D'Anrriqae Correa dorn AiinrM|te, iiho.d^ Marqoes, uumdou hmim cnuado aa mhoni doM Ihm' de 1

^ - -

andaBdo com da tmioreB.

Aa TOS de sser demandado * por onsena conhei^da» * . leuardes por ham dnoado todo 0 bem d'aquesta Tida.

6 Uale majB de mU daead(#

de jaro com jurdi^m

OS rretornos mal leuados,

que TOS vem contra rresam.

Tomay-lb'os, porque'e pecado io leuar cousa mal aiaida;

nam queirays por ham dacado

dar a mym tarn triste vida.

Anfoneo de Mendo^a.

Foy por menos a metade

yendido do que valya, 15 ft pode o de verdade

demandar dona Maria.

E poys he tarn mal guanhado»

ft ela arrependida,

nam tireys por hum dacado 80 a meu yrm&o ssaa vida.

>

IKMf ANBRIOUB. 387

Jwge Furtado.

Nam taeyB assy lenar esie beniy como cuidajs, . ssein primeyro tos matar, pois a lodoB nos mataja; 5 A yoa de aser demandado, pera aser rreatitidda, - qoem polo yoaao ducado tyra a meo yrmlo a tida. ^

Da ^ade de lixhoa.

Nam yoa am de conaaeotyr, [F. 181*] 10 que tenhays neata ^idade

tanto bem, aaem o partjr

com algaem por piadade.

He direyto costumado,

que a couaa mal yendida «5 ae perca yoaao ducado

e fazenda ft a yida.

-f^eü^am don parentei d*e$ta ienhara a rrola^o.

Senhor, fazey noa jaatifa d'este filbo do marquea, que por for9a com coby^a 20 leua 0 noaao, que nos pea, Cuida, porque'e enguanado, que he por ele perdida, k ela ni-aae do ducado, & tambem de aaua vida.

Da mi^ericordia.

25 Por bum. pequeno prazer, . que queyma mala que.a braaa»

nam queirajs alma perder, pois qne em breae temp» paiM^ Tornay ftlho, o mal leolidOy porque o-o tempo dt pivtl^* . 5 nam percaya por bub dvcado todo 0 bem da otftca fidfu

s

D0 etApdo da fM#.

■i

Eacomanhim» intradito lan^emoB na fidade polo rretorno maldito, . 10 que yoa yem confra yerdade. E poj8 jsto he pronado ft a verdade aBabyda» . tomay 0 Yoaso dacado ' ft toraay-lbe satia rida.

Dü$ Crii§ä0$ umm.

15 Nam ae deue consaenfjTy

qu'em rreyno tam ssengular

ya dom Anrrique preaomyr

de Ihe todo o bem leaar.

Se o leaa, he rroubado [F. 18

20 & a terra abatida,

ae conssentem ham ducado

tirar a tantos a yida«

Doi donoi de lAwboa.

Quet-emos voa desenguanar, porque auemos piadade, 25 de yoa deyxarmos cuidar, - que yo8 ama de yerdade.' Joga com vosco dobrado, porque he tam rreasabida.

qua tonara odoetdo,

Am crfairfat da margua.

Dqfniy, tanhor, ette bem' de qa« lodo o mimdo crama,

pörqae nam pera^ a Unna. Na« taBtuya £da .eiqrdado, rmp^ t|m deaMDhe^, qne ?oä leuoa o dneado, io ft foa qaar Ijrar a irlda.

Do pmm 4a XMm.

-Mereadores k tratanlaa

disem, qoe flcam perdidof, ft as danaii ft godantoa para aempra deatniidoa. i5 Polo qnd aaara forfado , qo*ela aaeja aaoeorrida, 880 pedV polo daeadp mab qoe hoiii dia de yida.

Acord'el rre; noaao a«ihor 20 c'08 da aaoa rrola^tem

qne dorn Annriqne dA penhor, ' oa fk^ aalbliifaiii.

B qoe Ihe aaeja tomado

qoalqoor cooaa conho^da, 35 qoe gnanhoo polo dacado,

.& (as-lhe merfe da Tlda.

19

^ * '^f^p^^^^.-tmKm'^ü;

T

Di SmcIk» dt PedroM #t#H»til■^|M^^ |

flkm giliiiilli %cM^Niia^ d'eniieii^ani m^y ijaomÄ. eom caB»iii-.itif«»i^^ r*;«

r^

De Tetado k »ifWli/"^ ' «•»' 6 eom tee^mJfciUupiii' '- •"»'^ qunitos Myliiillilrth^'"'*' " * qoen' w einMÜ|liif%iHilL ^

que hyra bem apodifti 10 a camiaa debmmadi *

Neata era de quinhentoa areremoa mq]ftoa.a«hiij8» k aqoMea a«ram Uda; que DOS dem eonlentamentoa, i5 Pera fölgaarinos k iryr, k aser mnjfto apodada,. a qaem-cuida; qo'em fefllr era ho^ a debmmada.

iNflfM

Senhor, a quem tanto cre 90 em Yosao aaaber ft grafa, eata gram merfe me fa^a.

M 1l2kNbH0 D1*FIDR08Ä. 291

c'qade yossa.mer^e. E* depoyB qne Tossa mfio for caDMada d'eacreoer« o senhor yosso jFfinSo . 5 fa^ niaio o qae quiaer.

8e por eontentar algims»

emyentoa eoqaaa tarn nouas»

deoe de soflhrer aa tronaa,

poia fes tarn noaoa debrana. io E aae jato bem Dam rjo^ [F. 181^

' quandq fes ' a debmn^adiBi»

goarde lado na pooaada.

Gualante Franfea, nem Mouro nonca tal fez ate quy; 15 mas he ja milhor aasy ea sser laarada com oaro. Ea tenho qae sse vestio» que Ihe nam fole^ nada, em faser a debrnmada.

Joam Afftm890 de Btffa.

90 Uoa aaabeya a enten^am ' d'eate gualante, ssenhores,

se a fes por deaa^am, se por cuidado d'amores. A minha tenfam sseria, 25 qaefoaae de tos sombada

mn;to milbor qae bordada.

Porqae a came sse chegon tanto esta TiaUmenta» dis Gnaapar, qae na emmenta 80 a el rrey a nam leaoa.

*^ ^ng. fr$m.

19*

DiM U Ah

im debnmS fc ÜNlHHMgM^ ddiniBK» IHB tt^HT ***H».

M a eMlu .d^nittH." '""-^ '^ ^ '

se lier lum alquemUta .

jfl rrölrtt hum diamante, poja qn fez csle gualante te oonu qne nunca fo; vista. If» pojs deos ja pcrmelyo bier-iBfl coDU enontdi, scga Hempra

^ .«».

[F. ISt'C^'

' Dom Pediinbo .t tpdM Ih ta inil qii67xitiBH do Tnniat...,

por bjr tuer annMifU&i

com qne a todM nuTto.ptu

& a ele nam.

Tambem db^ qsa nadi do^^f» » tod'eata aojte pasaada '

em eoidar na debnunada.

Joam Paif, '9* fit"^

A qnaDtoB a^aesta TTrem, BMihorM, bQo aaalter,

n BJJMant ra pbdbdsa.

qfitft mnijU nreiaiii de rrlrem dfl qvrai esta £9 ftier, polt ubdia esqne^r. Nmca tal oöusa sse tyo, 9 qne cmiiM 'd^bmmidt

luOM liocida.

JT

^■-*i

AS HARTAS DE DOM JER0NiHC3.

Loya da SSneira a dodi hkomao dTEfa a Immas fei em Afaneyrymi mojlo estr^ytas k ibmdas de

iniiyto vdha«.

'Pare^erain nos tarn mal ai Inas inaifasy qoe BB'BtyimtL qüe as mataa mnj perto do tea oaaaL ^ 5 Ujmöa-t'em ponteflcal com teua amytos, qae trasias por maDguytoa, eomo Tinhaa oordial.

Spmäo da fifUudra.

Olhajr» qoe boa rentura «0 foj a d'eatas rossas martaal

que ficam naa damäs fartas

de rriso, ft tos de quentara.

Andajr-ao8 huuma rei qaente,

senhor, aa yoasa Tontade, IS qu'eate-'e yerdade,

ft dejfxajr yoa rryr a gente.

De MafUBorio. [F. 181

Uimos outras muy louQflas em poder d'um coiiesfto, ft saemyer oatra rreiam, 30 DO caraSo

1

A8 MAETIB M DOM «ftONMO. 295

JiiIgiiimo8*qa*6riiii jnniB a TOS» 'ssenhor* jum job mentlo» . qo'ea tos joro» Monssdrio, ^e nos ssomos os qu'aqaentfto, 6 ft TOS 0 morlo de frio.

Os teos paoheoos olbey

k eseoldrinhej.

so disser Biioha teofaiiiy

a coiisselhir4'ej» 10 quo Dam Tenbas o-o sseraCo.

Mas jsto he esousado»

k poreniy

se ta quiseres Tjrr, Tem,

mas Bseja atarrafado, 15 qae t'as nam Tcga iliogiiem.

AgTU Telex.

Segimdo ssua crian^a k ssea craro alamenlo eu faria juramento » qae nanca foram em Franfa, 20 Mas qae morreram a lan^a naqaeste paal daa tela. dis tambem hama donsela, qae depoys d'andar na dan^ se nam qaisera Ter nela.

Luye da 8$ylueira.

TS Qaeyxa-sse Lays Teyxeira, tem ja conerasöes postas, qoe Ihe liraram das costas estas peles de toapeyra« Nam ssabe per qae maneira

▲8 hartja a Mm

Ihe fliemii ul

dis ^oa ds iqr ^CfÜMip», '

öa mny Siia l^jl^JBira. *

.

m <

Sias de inirtas Im aigiMB, (F.

5 n«m querem ja mab ngsmm, derraposoe ise 6mtM(an por 89ertii90s de TinCaüaü* E nam pasaem de Janeiro, ' antea qoe aaejam mala Tehaa;

io qae aae ehegnam a Peoerejro, tira-laa-ham por ovelhaa.

Sphäo de Samta por a t eiitor« iltiMi Jtois A

Nam deneyi ölhär me» erroa»

maa a minha enten^am,

qoe tirey por deaeiigam 15 neste sserfto.

Co ferro he de beiehoa:

Yoasa mer^e tudo abarca,

k em logoar de forrado

andajrs, aaenhor, eneoyrado' 20 com'arqaa. 1) Orig. eneoffimdo.

•*

üo cfoNDE DO vnaosa ••

^^nde io Viinioso .a Lujs da Sylueyra por huumas man- guas, qae fei de fetym c*o avesso.para fora.

^enbores, nam sseja ssoo a hmnas mangaas qae ly d'aveasoy ft nam por doo, sse nam sse for do ^aty.

5 Alias mangaas, dofe geyto,

gram maneira d'antremes,

tam cheas de ssea rrespeyto,

qae por nam terem direyto,

sam trazidas o-o rreaes. 10 Trazidas, mas nam por doo»

do coytado do ^aty;

qae de velho feyto em poo

tantas yoltas fez de ssy.

^^ta de Luis da Silaeyra.ao conde sobre outras manguas, qae irazya de velodo, estreyias & acayrelaadas*

Tenho muyto böos embargaos [F. 182^] <5 contra o qu'este ssenhor diz,

que nam poode sser jayz

de quem anda em^ trajos largaos.

E a mays proua estey qaeda,

doa aqaesta ssoo rrezam: 20 qae a ssaa jardi^am

DO coNDB Qo fnReao.

. -

#

ata a trat eoiiado| du laada

se eaftade,^ft flS^ naai.

0 qua HtjB ftjK pare^er, qoe Dam jäa fa^ aoitai

s biar as aiia|,tam jo^lMf qtfe nam ha'lqr«qiia-mAr. Maa pcqFi a cooSa viif Tania, lan^qr laa taobi^dat Mntei» qae yenn a con^abeiy'iBitea

10 am asanejtQte saoa.

As Toaaas. mangou» iteiihor, tem bem da qua laa qvajnr, ' qoe ssobre lanto sauer fostes-lhe mny mal pagoar.

19 Soys mny desagoardeflda, lembra-Tos mal o passado, qua tos tem mqjto asailiido»

* mny grossos eayrqfs softUo ft do^es poDlos lenado.

Cabo.

20 Foram TOS mayto fieas»* •passaram fem mil anda^s,

rem jh da cabefa os bra^os, ä estauam pera byr os pees. Mas poys que por gnalardam 25 as Yyndes meter em* motes , nam no ssaybam os pelotes, que TOS nam atnraram. 1) Orig. /Is«#.

•*

^fi Lturs DA mtJCEmA a# cwmdb.

* « -■

I^qr» da SylBMi m miii do tiainnii porqiie Imji

O TütM •orgliaii d'MrOt [F. 182^

qoe'e mayor qoe o d*iiiii towi» ' m$h bnmo «nMr'd*iai lyan, « mab foai v'o mmm Mooro/

Eie toj mal JuBtifado» nam taeDd'aa obras tam mas; foy pda bölaaa iTrado, qoe'e mor dor qae por delraa. «0 TmejB 0 eonfam d*oQro» tmeys d'ouro o cora^amt qoe'a major qoe o d'om lonro» majs brano 6*0 fum Ijam, maia leal c'o mesmo Moaro.

15 Nam aa hy quem sae oonbe^a,

pojrs TOS TOS nam conbe^eysy

k qae tos a8S7.par69a,

sabeys qaaDto me deueys:

de Tolo Ter na cabe^ 90 me eayo o meu o-os pees.

Donde'e o tosso tesonrö, .

d'aby be o eora^am,

.o TOSSO eora^am d'onro,

«Wm-fq-eod-^n Moore, » mala Homo c'o d'om Crif tarn.

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* "*" IX te coBtente Quem 4**^^

* """ Sm iele mit porqae d»*«* **

A LOPO rURTADO.

Symam da Silueyra a Lopo Furtado, que mandou de tela, hyndo de quaa, hum vllanf ete aa senhora dona Joana

Uanuel.

tüfttm de Lopo Furtado,

De la tierra donde vine yy mas bien que pude ser, alhaa me quyero boluer.

Rkfam de Simäo da Siiueira poloe comeoantee,

Porqu*ey medo que sse fine 5 hörnern qu'isto foy fazer, a Casteia o ey d*yr Ter.

Neste rreyno aa tais' goardas, que nom passa nemigualha, por muyto qu'ele iaa valha, 10 se nom ssam cousas fuftadas. mas as suas a osadas co'o sayr nem oo meter, nom sse poodem qua perder.

Com coiisa Iaa tam defesa 15 nos tendes caa todos mortos» metestes rriso per portos e'o que nos nada nam pesa. Que ora moor a despesa [F. 182*]

A Lopo miauao.

folguara de o faier

meu senhor, por vos h;r Ter.

De dorn Pedro tPAtmeida.

Por qu'pspero il'jr primeiro. TOS descubro esle sngredo, 5 que tenho jaa fey{icejro, ■lue u peso de dinheiro m'na laa At por inu,vto cedo. - . lasse huin dedo,

Inaa jBlo e btaer, n por TOS aia cedo ver.

De I Rroiz de Saa.

Passaareii rande periguo, ae DOm Tora sta rrezHm, para auer de los perdam, serdes mi ,vro amiguo, IS que Dom ii^nues culpa nam. Uil-ros'yato k « len^Mh,

p«TB TOB nute BUB tuW

qne desejar de tob ver.

On/ra tua. '■

' Hostrastea mo;. gnnda taSt^/u',

ao' se TOS ttenlaram nelB, ' -

tm Dom leuar t CMlela

de it» naji qite notaa ttage«,

A leuar tun ponioo d'ela.

Nom ainto tarn rr^a Irela,

38 com qnfl me podeeuem ter,

. que TOB nam foBse lia ver.

A LOPO niRTADO.

aod

JDofci <«yt 'de Men$$€$.

BftaJiqjB^e tos dais'd'ela, . nom na daäf ela de tob,

I»: N(v fo. da»>; »>.

ynfindas grt^ por ela. fi Mojtot rremos; mujta Veky * tado espero de ineter*

fior mais ^edo yoa byr rer.

Ho erauepro.

C|ipUuni(48'em Portagdal, a ^ama mojfto fermoaa 10 mandar-lhe mala de loosa, niu nam cantigaa aem aaal. Nem naa damas, nem em al

«

nom deys Tosao parefer, aem tos en piimejrro ver.

[F. 182^

.■.■■■ ■'"fyfv^^

DB UIOGUO DE MELO.

De INogaa.de Udo da Silua, cglandu cm Aleoba^ p . Telc2, qu'cslaua cm Almejrim.»^

Sfl oih; nMli fVten 4e TOB nundir -«Im Ihbm. tay fvt mt nundiidea mhm« da oort« da'M*tiUH. ' -V»»« ' s Nun ijn ftmTfcgwdi;"*^'-""'"' ' manday-m« «^ qite=liitfiifc-.r'^.-" mw go«7 fle qoem -qii'1fik#%üK'^ qae nan flot por um^%mt^ ''^ Ütej-tM o qH naiK».*?.'*^ ■^'"

-ii. / K ^y wt* fo Dar-roa-e; conta de mjut,

nam me teohais em maa oodU.

po^B sabeT« qne lanlo moiila

estar qaa com'em Alioejfim'.-'

Digno a^erca do medrar,

IS qae o rejo laa Um fonce,

.(pie deDe;« do perdoar

a qoem tem onde folgaal*,

polo nam t»des "por Iodco,

Trigtfo jaa do» mil TilaSo«, so qne qua faqo cada ora ' darem mootes o-os de fora, qae pare^em corleiaioa. Andam jaa tarn enaajnados, qae, mao grado o-oa da pa^, M tem me (ora mil cnidadoa, l)Ori|.

ao5

qne Irome desMparados: j8to he 0 qne qaa li^.

Tambem udo tcnpado

com 1110^9 qoe nam aae fön, ö ohamo*Ui*as Teses: aenbora,

ela a myin: men namorado.

He marea de ter janeela. [F. 183*]

pOe-aae nek para a Ter,

lern hmiiaa agoaa de donsela, 10 k en ayolo-me pare-ela,

aem do ana mly aaber.

Neaaaa damaa ha nam lUo,

Dem tambem^ nam naa deagabo;

maa coAi eataa qua me' oalo , <5 porqoe logno rem o-o cabo.

Nam qoero dama de laa

qoe'e de aaaa openjram;

dejfxajr-me co'as de qnaa,

porque neaias, aenhor, haa 90 vyrtm logno aa concrnaam.

S'algnm'ora Yoa aa ca^, mando chamar ca^adorea, outraa oraa peaeadorea: tndo haa em Aleoba^a. 25 Todos m'andam aa vonCade, sem andar aa de nlnguem. jnignay jato de verdade: de qa'aa d'aner aaadade qoem eata rida quaa lern?

30 Tudo me podejra mandar; hyr de qoaa nlm m'o' mandejfs» qne nam poaao» nem podeya; bem podeja em al Mar.

^•mtkf ftna. m. 20

306 DBJMOQUOM «BLO. \

Nam nego ser grande go8lo as pouaadas d'eaaa terra» maa ea qaa tenbo mea poatOy k a'el rrey laa lern Agoato» 9 tenho m'ea caa co'a aerra.

Nam poaao de quaa partir por coaaaa qa'eo meamo pintOp aa qaaea laa ej de aenljrr, que agora qaa nam aynto. 10 lato nam ey de faser, bem me podeia perdoar» A vaaaa nam eaque^er, qu'aueya tambem d'eacreoer de qnem me qoaa faa andar.

De Dioguo de Mdo, desavyndo-se d\mMi dama, que, T^' '^' trazendo outro seraydor, desya qa'ele era perdido pcF^ ^'

15 Senbora, nam me perdi» nem menos m'ey de perder, & tenho 9erto de my, que, poya nam m*arrependy, qne nam m'ey d'arrepender.

30 Nam dygaya qne me leyxaatea» qu*eu fuy o que voa leyxey; & bem aey

que no -joguo que jugaates maya perdeatea 'que ganhaatea,

23 A eu fuy o que ganbey. Ganhey, que nam me perdy, porque tos vya perder.

k f9j% am m'

qoe oaa m'ef tfpnnpMdwr. ,i . : ^^i

■JiT.

■*H

Otfra

Qmbi qpriBar opaiaBttmento, s flMi nto NflIltfMil cifparaiifiSt pnyt TeoMM, qw IMtr momento se Ummoi tantas madipaü

Ai tmmm qae.&a taaiara, da naoH M a^Ätttf »

«0 serem da/Uak ponca dora, qaa 'aanbaaia aam aegara, gFan aoatentameata fra«.- Deab9a o Madiuiaab qaam aapara am aaparaAfaa,

IS poja TaflMB taalaa nAiän^ daaaajradaa aqn mtamaato.

Oalfa aaa*

Maaa oHiaal qoam voa naadaaa oalhar qaaa taa aaia dhaaa, k poya Toa jaaö qniaaalaa, ^ soffrejy poja qaa aam aolTrealea a yjda qaa faa aa daoa.

Nam ma padqw dar dadaalf«. (F. 183*] poja qaaraja qaaai TOä nan qoar; ea apo taaba aataaolpa ^ em Toa dar tanto podar.

20*

olhardM q«Mi. MV dhHP^ «f^'

•0 mal qie M^lMtaNÄi «m« ''^

pojs Bie- dea o ^m *«e

» pola tyda qi|B Voa dimi.

-^füt^

De DiogDO de Meb, >^ ^UmmSk «MlP M

Bön io oowi6^ 9^ fosUMf

qae nit .^gp^^^t^Hg»^^, .^ o prner qinm ||||«|i 4|rv»i«» ... qiMlido 0 9*ere«,J;^p%,,^^ „,,.

Mm V»^, ^gmmtntf^ -^

pojt aviM. db Amt

na ihn todo. o qae qi^^iMte..

- .-•

15 Ta qaebm as- espAran^ -& desfaies fiiodamento, toda es feyta em mndan^, sein deyxar oontentamento. Mas quem yentara eonhe^e,

20 ft 66U8 malea Ih'ofere^e» ft em sea poder ae ve: jato» ft miqto maya mere^'

quem por Tenlinii aae ert.

Cora^m, ae me dejuraa 25 no tempo qae ea qiijraera, nam tjraeraa, nem feaHü coaam com.qoe me matanMk Defendea-me ftnaim raqafyiaa, qua nam digaa qbe ma dayiaa

taolof nudat

a qQ6m«Mlir6gr^«qffti||9eiiM,

eortfga» /»«•«• iMMfMi I

Tragpo fMf^'tmvMo

mim tiMe'e:«f«ph mi, quado »e Itmbro o p«Mado, LendinHM mfadui vordiide, [F. 183']

ft- qoim ponea leddade M «iMMjteoa em 'm6 caMr .

foaao mor m'aa de matar!

' 0 ^

D*eatv1«Bflk «ia nMUb lun «e lea ¥Ä podier

IS mqfa ^le hmn triste praier» le sele tteba paeaadow Tenho eaperan^ pürdidä - do qoe a IMba aerayda, qoe jaa Dam peaao' ebbrar.

aa dibrej mal a minh« ijda cada Tes qoe m*a lembrar.

Qoando me, qqero lanfar, tenbo a na fanteaya, k de nojte Toa aonbar

29 ce'ela qoe Ibe dfaria: PojB llieitea tat madao^, sem terdes de my lembran^, acabaj-me miiiha fjda»

poja nam tenbo esperan^a

30 de ja maja rer-oos Ten^jfda.

Sempre Ibe Tqa praier com'a ora qoe caaoo»

k v^a nuDoa Ih« ver ^^1

mp que qunnia me dejrsou. hfi lam triste mo (le>iaitt!, ouFm vyda qiie tomaste. I am qufltilo vyda Ijrucrea, mfMo a deoB , poya que casasle , < qM choranda deseaperes.

"•.«Iiiai«! »W^ *■%'*

tarn tan de |i*aji:.w>i<|fc . , 19 Sfl In qwrw CMaimt,, .L[9. 183

cre-me 1u, im«««) flqA, ..

DE DOM PEDRO D'ALMEYDA.

dorn Pedro d*Almeida aa senhora dona Briaiis da \jtim^ que come^aoa entam de s^tiyr.

De qaanto mal se m'ordefia, para ter melhor deaculpa, olbay antes minha eidpa, senhora» qae minha peiia.

5 E per jaao do qae fa^,

& hynda qae fofa maja,

nam qoero qae me deoaia

inais qaa aa eolpaa em qae ja^.

Leyxo o mal qäe ae m'ordena» «0 porqne tem boa deaealpa,

mas olhajf-me minha eolpa

em pago de minha pena.

Ootra soa«

Na Tjda, qae'e mal segora, qaem nela tem aea cojdado» 15 anda maja arenlnrado, sende longe da Tentora.

B qoem ^erio re ft tem no deacanaso mao sjnal,

312 AB M)M PSMO »«AUPIPM.

k'

desatperarM« de he menoe Ml. Pönpie mal i|pe oMqfto sempre daa nooo epydado, 9 ft quem d'eete he deeolado» esie lern melhor fetttan*.

riii.-^^-\u^ ^\ üiuiin NKM« aiu

oe iRMi noTOi ueMiMMo-eMt ve ponp ■■MHry ve ^v «

IIB will ^^BMl^lii^'

in*'' "H

O enydede iiiilii^ii%;;>t^ »<S

qua deaeja 4# «aÄI^«''*''' ; ^ ^ . ae algoeiii qpfip^-MMfV ' '-'' X^.**' 10 aeaba-aa'ele pilmaj^fc ^ ::^t/^^

E 0 q«e aaCa »agp ■m^nMi [¥. 183'] a fjda melhei^ ■•gjhi»» 'T '^'v" - poja Dam d«*to tada; aeohora, qo'eausanlo - donu 15 Toroej o maja Tardadejre, qüe'e maya perlo* Sa anlar, porque» quando a*aeabar; m'acha jaa moiio primeyro.

Oolra aua aa seohota doiia Brialii de Vühaiuu

Nam abaata aofrimento, 20 qaer seja bem empregoado, c'omd'aa grande paaaaanieiito, tambem ha grande cogrdado!.

Ja descanaao com ootea mal» qae aeja mao de aolfreri

Perygoto ssftjpmilo^ perigoo ke» »«lApngiuitei

1 Ftäto t hma «eohon qoe trani iHm ibilo de vdodo «iiPe0caM> por teafam.

10 o Yosfo Tdndo eteoro.

^ .

bto nnn he noojibde, ftenhora» nuM be rreiaai, qoe, tiivle nam hi Tootadep 0 abTto nam km lirada» 15 le o nam bi ä ten^iMD« E hjnda 'maj§ to« segiiro» senbora, fibr fUar craro, qua DO yoaao abjto eseiiro eo f iqr 0 qne eomprej caro.

oa a bmna molher. qbe Ihe maiidoa hviis [^- 184*] penaMMMUM de Cbro.

90 PeDaaamenioa qa'aadam lora tomo ea por mao synal» porqoe oa traieja, aenbora, para panaaardea eoA aal

i'Auiwn»*-

rwi«m ^«to» ^J""' fc «ndat pens»»«^"

^ bem to» «"*•''*»•

« ^^ '" * tos »»^ ••»*•"*•' a quem ^"" *^

qnaodo vem, «»in

ua» ^tt» ''"" .ri Enganoa waj ^^^^^^.

B oulrero tos J eolendet. « qtf.« bem V06 6.e,

1) Ort». •«•*«^-

i-

Bmi §000 irenodio lorjf«»

ipNB fOO fJAt^-^MPHiV]

k etto nam podo Mor.

qjad« o'odM ly iüm MMr; [P. 184»]

pqf» 0 nor doiMMd fMl es wn Tor-fOf tM ^Ml ll]^]or ho. o mal, qoe du *

-^<

ü VM -fjdM 1^:1^ fAC

De doB Pedro o Lnji da Syhiejra.

MM iktah M tui etlpiladb» qoe me aoolhigra oa mio a aaerdoa de mjm leuoado» qoe lonoOT qpie he ciqrdado

19 laa o trat ootro bato.

Ba nam Toa lomo, iiQn gabo, k aahqra porqoe me de^» he porqo'eo« como diabo» bem aej» e'onde nam aa oabo,

» qoe nam j^e arer come^.

Qaerej-m'aqqr rreqionder k diier yoaaa len^am» quo deaejo de aaber 0 rremedio.qQ'aa de ter » qoem teuer eata' pqnm. Ntala {Hregasla peqiiena, qoe a n^jfm aaaj me mata.

I

ai6 IMK Ufm MMU» B'UmOML

se Tos.Tfif» senhpr» a Tena^ oela Dam tomareis pena» ae nanu ae for a da pata»

Se teoerdea hona amorea

9 eom algosM mal fadada aecretoa, eom qua folgaeja, ft oaaer eompetidorea qa'a^ertem amalhoada^

<|ae hreja?

10 Per iaao d'ond'u de fjr hom rremedio mngio ferto a qqem oojdado aealjr» qua nam ae pod'emeobrir, nem pode aer deaonberto?

Repoata de Liqfa diSttodra poloa eooaöaiilea. [f* 18^^]

15 Senbor, tendo ja lanfado

neatas eouaaa o baatam,

fuy por Toa rre^u^tado

ft muj deaMseaaeguado

co'eata TOBaa qneaiam. 70 Na qaal me yereya o rrabo,

k poya me aaay conhefo,

confeaaaj, qoe Toa mere^

em errar mayto mor gabo.

Ea ey-aoa d'obede^r, 25 J8to tendea ja na mafio, & para mala me deuer, aabey, qoe'e com eotender, maM rrepoataa quam maaa alo.

flV

UotM prcgiiit'«roi#BM

oa por des «not de Seena 5 Mee im Buveoe de pnbu

Oe male dos dMeokrldores, qasodo fsm dar ds fjflsda, irwiSMise^'eeiie eurtieli A IjfeaBs «m; Isti franoies,

f 0 qam ves nsiir efltpefeai eeda - ae aab^js.

Uos ÖS podeM desiroyr, ((ae vos eehaaa eem eonferto, k o qu'snn de preaumyi,

15 OS haa de faser fl^{jr de TOS pArem em aperlo.

na Pedro d*Alnmda a este moto qae Ihe mandoo Imna

seDhonu

Quem do tempo sse fyar, senhora» pjor escolhe» porqo'o 4«Sa Tenlorä lolhe» 20 Dam bo pode o lempo dar.

E por jsso o qoe'e melbor, [F. 184'] yste-io » q|ne auds eanpefe« porqo'o mal sempre'e OMyor k iodo Tem ser pior 2s a qaem fontura Ue^e. Todo he temporixar»

ft pote ntda

Dom bo p#de o .|««p» teu

f.. .

''■*f?fi; ';-:"♦ '•■■:

Outrt SU a hmna molher qn*eflUm nnjto dente

Nam T08 lenhie <la«l# ahM, 5 poys nam na iMiaa paajiyaa, qae tos «aqaa^ 4a wjiik.

hio Temos. qoaa A laa, senbora, em qoalqpar paaiaa» nanca lar a abm boa, 10 quando lern a fyda nu|u E poya jato oraro aata» . bom he ser arrependida» mas nam ja qn'eaqae^a a tlda.

De dorn Pedro a huma moliier quo Ihemaiidea dixer, yeDderam tres vezcs cm huma noyte num jogao qoe

jogauam.

Quem de nojte me Teodeo, 19 sabendo que me Tcmlia« que fisera jaa de dya.

E poys ando posio em pre^ A vym aa Ter eata fjn« quero Ter ao que de^o, 90 ou quem daa menoa por mym.

WäMJUaUAi iiü

Qoe attjoejro mym ^tk parde-lo giobaria» M BM VeBdeMen de dia.

^om Vtdn^ tätmio docata» « boM Mdmt qoe eel«ui cm

bmm Miaai de gmde feila.

Nam qoero yer o praier [F. 184*]

5 qoe me trai ougfs qoe aenljr, ienho-o laa qoem o teoer, qa'onde me nam qoerem Ter, anlea b qoero oooyr. B poja jato mays me tal, 10 por me gdardar de rre^eos, qoero antfa ter meo mal qa'jr Ter praierea albeos.

Canligua soa.

Am Tesea Tem Ijberdade de Ter maytM oooidades, 15 ft qaem lem hama Tontade fai-lhe ter mojtaa Tontades.

A quem dam por deapedida TODladea fartaa ft cheaa, lem ba Tontade eomprida, 20 que qoem Tjoe aem ter Tjfda, nam qoer Ter Tidaa albeaa. D'aqoy Tem ler liberdade A faier mjl nooidadea, qoe por bmna aoo Tontade 29 Tem perder mojtaa Tootadeo.

jas pur vos aire moirer. pojB por TOS obede^er vos mostro minba vergonha. s Mel«*; as laa sso a lem, qu'a mjm juslo me pare^e, qur bra^o que (anlas erni ' tat pcna, senhor, mere^.

DE SYMA'O DA SYLUEIRA.

ymio da Sylueira haa senhöra dona Joana de Kendo^ sobre huma ave que Ihe lanfou d'ama janela*

Bm a yoss'aue tomando [F. 184']

Ibe senty no corafam» qae yos quer morrer na mam antes que vyuer yoando.

5 kto yem de.conhefer yos,

de que todo mal a'ordena,

buons se depenam por yer-uos . k outros yo8 yem com pena.

Estaa sse toda matando 10 queria por salua^am

byr morrer na yossa mam

antes que yyuer yoando.

Cantygua de Sjmäo da Sylueyra.

Para mym tanto me monta aer preaente coto'ausente; 15 todo yem a buma conta» porem mal por quem o '^aente.

Eala conta tenbo feyta,. ft fiseram m'a faser

finL IIL Sl

DB SnU'O DA STLÜBffi

com sali er

que Dada nam aprouejta. Assy que lanlo me monta sor preseate com'ausenle; 0 tado vem a buma conia, porem mal por quem no seote.

DE JORGB DE RRESENDE.

Jorge de Rresende, estando desauindo ft querendo sse

toroar ha vyr.

Nam posso com meu caydado,

nem he minha minha vyda,

que ssendo desesperado

he d'amores tam perdida, 5 que ja ssou d'ela caossado.

E tambem minha Yontade,

que rroubou a Ijrberdade,

he em tudo contra mym;

minha fee & ssaudade io nam tem tym.

Com que me defenderey? [F. 185*]

se tantos males me sseguem,

que estremo tomarey?

poys ja de todo me querem 15 acabar no que tomey.

E nam tenho cora9So,

nem me quer valer rrexSo,

pera leyxar de sseguyr

aquesla triste ten9ao, 20 de Y09 sseniyr.

Que pera me defender

dos males, que m'ordenays,

trabalbey por tos nam ver

estes dias, em os quays

26 me ouuera de perder.

21*

jt «eta com »»» •••"'

" »»' '" '°!^ um !•'»

aj m'acaba»»e.

potque me vej com »ospito» « «»J

1) Ort«, ••f«^*'

ft Mojdades, qm m'os aar dobraflos.'^

Qae mens males tarn ere^ido«

com morte M'acabaram, 5 ft mens contjDos geraidos;

qoe sahem do cMrafam,

entam sseram fenefidos.

E tambem a maa Tentara»

qne contra. mjni tanlo dura, 40 acabando aeabaraa,

qaerer-aos, qn'yito procura,

leyxar-m'aa.

PojTS com minba tym serSo de mim tantos males fora,

i9 pe9o T08 em eonemaamy senbora, minba aenbora» qae m'a deys por galardam. E 880 jsto me negaya, lembraj-ooe qne me cauaaja

20 mays dor da qae aaey diser» ft cre^ poya qae folgaaya mea padefor.

^e a irama molher qae sseroia, com qae Ihe ja fbra ^ ssem nenhama rreiam o come^u d'eaqoiaar, ft aoobe como secretamente se aeroia d'ootro.

Fay, ssenbora, deacobrir em mea mal a caaaa d*ele, K k nela fyqaey aaem ele.

^m^ DB mm DB mqjMmdXT

sem 88er triste na lenAnmijflV * ^ ja noDca farejrs rnndanftt qae me ponba em eafdudo, 5 Em meo mal sserqr jtil||^, quem aaouber a caoM '^'Ih» aar bem ipe fjoa aem ele.

. E nam Toe daefttkrv maj», porque aaey qae mreateadaya,- 10 k tambem, qoe coaba^eja se erraya ob nam errqfa^ Mas per quem me Toa treoala^ d'aqoy digno: t[r^te d'elel poya ja rejo mea pal nele.

15 Uo8 me tiiihaya {ftwmaüio, k nam com poiMa afay^ap, qne em Toaao cora^am nnnca sery'esqne^do. Mas poia, aaem aaer m^re^do,

20 mudaates minha fee nele, aaay o fareya a ele.

Cantygna a boma molher qae Ihe disse que nam

a aaeruir, qae p^erya moyto nysao.

Qaem pode tanto perder, qae ma^ perdido nam aeja, qaem yos vyo k sse deseja 35 lyure de yosoo poder!

E neste conbe^ento, bynda qae fale^a amor.

tcn WUtl&tr WBttlltlllHIBfOf

ft m cdjpa «M|j0r dar. Poys qno pMM M (arder, 8'jslo tado am rnym Kdiqa,

Ttanodo sem fMM tierf

DesoigrradM timlesju,

10 aeoBipinham maoa ciqrdädoa, t maoa diaa njalo saoo aam aeapados.

E a cRiaaa, d'anda Tarn

aata daaaajrro oa rnndanfa, 15 ha lambraiifaa da lambranfa, [F. ISS*]

qae ma tarn

a fyda ptfata am balan^a.

Qae nonca lajiam pprfju

da aomqoiatar maoa eaidadoa 30 com aoapiroa tarn canaaadoa,

qoa meiia diaa

Dam aaam am d acopadoa.

I querando-aae parl|r d'onde eaUma bmna molbar.

Uigr-^aaHn'o tampo aarqnaDdo da man mal aaDhoraar 25 mjnha vjda, aM qimdo ante Taa maa bam iomm.

328 1>B lORGB DE RRBSBNDE.

E nesta lembran^a jaa ssam meas diaa tarn canssados, qoe Dam espero que laa me leyxem tossos cuydados 5 tornar qaa. Que, quem Tjue sospirando, por Ib'a partida lembrar» olhay bem que fora» qnando b'j yyr de tos apartar.

Trouas suas em buma partida.

10 El dia que me party

d'ante vos, senhora mya,

ae partio my alegria»

d'onde nunca mas la uy.

E syn elha camynando, 15 vo moriendo poco a poeo,

com mys ojos Ihanteando,

gritos dando como loco.

Quanto mas de tos m'alexo,

mas s'acrefienta my mal; 20 my dolor es tam mortal,

que del beuyr ya m'aqnezo.

Los ojos bueltos atras

el cora^on me desmaya,

por DO Ter quien a my traya 35 Dueuas que os Tio ja mas.

Deseo passar los dlas, rp, 185*1

las Doches mas m'eotristefen, todas cosas m'anore^em, syDo sseguir mys porfyas. 30 Las quales me dam por gloria

eita Tjda qao )piiS6o, qiB atw de wig deieo eiperiii^ de fytoret.

B asqr ^a eqMnmtt,

de nefr-ee deeeapeiido , vo lyrrne eom oqr eqydado, BU la tyda am balan^ Lagrimaa del cora^oii sjempre aalen per nqra ojo«,

10 mja malea k nqra encjoa HO tteneni eompara^on.

Soledad em «d me eanaa dolor eafnioo,, qae m'eapaato^ eomo bjmo 15 eom Tjda tarn laatimerii, Deaeaperada de ter deaeanaao nanea en ana diaa, porqae laa aongoiaa imaa DO aae paeden aooorrer.

20 Porqne Toa» de qnyen my mal

podia aaer aoeorrido,

deaeaa rar me perdido

com tormento deaygoal,

T porqne Tneatro deaeo 35 yo deaeo de eoraprir,

aoy contento de aegnyr

eata Tyda qne poaaeo.

CoiA cara triaCe y mortal y la TOI enrroqneorda 10 endo com pena ore^yda, y crefe pera maa. maL No ayento conaola^ion, qne me deie eonaaolar.

DettMMMo de «grt dMJxMi es d'oMl <|M iilMH|NIMiil|fM* M

5 et wt, qm ■Nl'i^pMiP^MNip <i^

treffe «ruiiK^iiii ^mMmfß wimt^ ^ ^

Brte es el s4MMi|#»'' ß^-«T «i Mip. 185 de k my peiibfi tfÜTi *-^ «unt^eJ

oim est« eg ÄSÜTüftl,'':** ^Tqwsfü 10 7 Bse düliii wy loHimit. .*»^*<ft «C«^

^iQfnko» senoore» y ifiytii Uli vyte pmili SIÜIH «^ kdbf^eft fMi ssfro pef^MIfieMMK «m* "^^ 7 Heago Üirptti^ Mew^^f^'^M"''^ ''«r «^JsrqoetTos siMriilil ii|li/^r^ f«i'>^ W qriea k ny sM tiMh||«H|MiH>a y qfi iii'<i<t ^imiWpi MM9««r de Tydt atf^irniiiyi^^"* »'^^ ^'»r»*^

Ny qnyero d'estes dolerfs. 20 otra mer^ed, qy U fyd0,

syoo 800 qae en irtnido

TOS Dom pongi^ mys smoreSi

T sea de tos letakriidi

la mucha trisiesa my«; » paes my ti com elegria

a TOS ssoo la iengo dada.

De Jorge de ffraieiiie.

*

Pols por TOS meo mal^. sfawhat k metts coydados ssem tjm^

am,;

Dini tpfmg^ 0*Mi^ msi pjni

Ualqr ImM pqnm quinlt pMt» tedt-tetr-

tomi^y-iilo mov otn^üiL

. Qne gram' ssemiTefaiii bireis a nqfm, qne tanto tos qoero, pojf» redes qae desespero, 10 $6 me logbo.nani.Tal^yB. Nan eooa jiHab ' aaer colpada oeate mal .ipM^ m'ordMaja, qua. pogfa toa aaM^ H^ aaoaqra, * . tje^jB Dda cojdaaadai '

15 OoUiay» ae aaereja tacbada,

pcqfa niojro per ?oa quarer»

k doy-me rer-noa baer

Irama eoiiaa tarn errada.

Qae fyeando^Toa aaeniida \F. 188*]

30 aem culpa da mea penar»

folgaria d'aoabar

por dar lim a Um maa Tida*

Aaay qne, aaoo pelo roaao, por eam bam toIo mere^o, » day ja a man bem eome^, poya com tanto mal nam posso. Nun conayntaya qoe sse digaa, qoa ftaeya laf aaemtraaam em qoerar qo'aata payxam

m

30 para aempre me peraygna.

Cabo.

E aae tanto deaejaya de m0 vor pw Toa peraUo»

M WMä M K

com mjl pajiSet detlrojdi», eoDMento, poji qne Mgtif§, Que nam qaero mi^ pfeiMr de mens malet deqrgotjf, que aao tabor qu t/ctj% aendda com m& perder.

Cantigna totu

Ujmo aaoo em toa qoerer, ft Toa em me deatroKjr; lado Toa ej de aolber» M aenpre yoa ey de aaeniir«

Maa o erro qae bieja, be o qoe me da paytam: oalhay, quanto me deo'eia nesta soo salisfafam. 15 Ja me nam podeys perder, bem me podeya deatrojr; que tudo ey de aoffrer, aempre tos ey de seruir.

Cantigiia aua.

Se menos rresam tiuera 20 no qae aento d'acabar, menos tempo me Talera; maa ela me yay salaar.

Qae de quem me fuy yen^er [F. i8 he de tal merefimento.

m.

qne dobvtr mmt |.iin«r he Mfär «oviMtMMttfo. B te iMa Bil' mm l|Mrt jfto pera dtteanMar» 9 ja 4e todo am pardora; Baa aqiqr »e ftiy aahuur. ^|||

UBflifale amL

Meoa ndaf, aa pi'aaabardaai qua faraya? paja am «qm todäa Tiflaya!

10 Uaa ina mjm Dam tandaa vjfda» t a minha Toaaa he, poya diiey, por roaaa lee, qae ganbqra am taer pacdida? Nun ?oa ssayqra da^medida *

15 ft fuaja,

meoa malaa» o.^ dan^a?

%

RepoiuMgr, pois rrepoaaastea em mjm» paaaa de trea anoa, bonde sofry Umtoa danos 20 qnaotoa me Toa ordenaateo. De todo bem m'apaHaates, qoe qaerejt? fe9a7 jaa, aam m'aeabeTat

jvym.

Nam haoejt lan^a erueia, 7'i leixaj a meoa olhoa tar hom aeoo dia de praser; poja tem tanloa de Iriateaa.^

9 M«i««*°''*°*'T

potOT '»''° , „cobnt,

„m volo «S^ ^j^^ „„.,».

j, neu «ij** .

Dim ttey mtf qtm^im^. Porqa'eintim Im Mitedo bim gfiato flwtMtimeolo » nuM TOMO ■ürt^ento 5 ine tonui desetperado.

Onlit ciBligM saa.

Uqo qne era^ mea mal, nam rejo rejHoa yarque; maa aae; qoe fMaa narfe be a caoaa prim^jtfü*

«0 MoaliqNDie cono aoMlqra, qoe bem aaey qae me mataalaa; ae com Ter me eondeiiaalea, tam bem njaao. me adnaya. E poja nialo he jgoal

is a pajxam eom a omr^e, de qne mojro, oa perqae, decraragHM-foa mea imäL

Outra cmtigaa aaa.

O triatel que me'e for^ado [F. 186«]

de pavijp, A'onde nam aaej 20 qae fa^a d'apaaqronado, que fareji

Qo'em partyr partem de mjm Tide, deafla»aao» prater; payxtea \ coydadea, qaerer

DE I0BG8 DB I

m'9o de sseguyr slee f^m. Qae d'eles nunc:» a|)BrIado ej de sser, * bem no »sey: mas 0 parier he Tornado , i que farey!

Cantigus sua.

(Jaem cont

em TOS vor,

a 8sy mesmrt quem d. L

nparlou.

nunca innys

aier.

10

Neslas amba

culparnm

OS olhos, com

TOS VJ,

que logo m" A tambem

ram. enaratn

IS

0 dia qufi rae p Partio-se de mjta prayte,

00, meu bem,

de TOS Ter!

quem m'arMtM

Canügoa au.

LenbrMi9aB, triales onydadM

30 magoam meu cora^ain, quando cnydo nos passados dias que passados ssam,

Que fl Tyda' me ciiat»i«i todo outro' pade^er, 1) Orifl. ifim.

Di XMIQB DB RBB8BNDB. gSf

folgaria de sofrar, 8*0 passado luim leinbrasse; mas porqae sejam dobrados meus males mays do qoe ssam, Gujdo ssempre em bees passados, qoe perdy bem sem rrezam«

Grosas saas a estes motos.

D«96f eppen»^ trifte«. F. 186*]

Com qaanio mal sempre ?istes pade9ermos, cora9am, 10 tomastes por galardam

do^es esperan^as tristes.

Qae s'esperan^a nam direjs

a meus crecidos coydados,

neles culpa nam tynereys; 15 o quanto mylhor viuereys,

se foram desesperadosl

Mas com quanto sempre vistes

nossas dores k payiam^

tomastes por galardam 20 do^es esperan^as tristes.

Ujria twk tMito evj4aio.

Poys que ssam des[es]perado de nunca descansso ter, pera qoe quero soster 2s Tida com tanto coydado?

Que, lanfando bem a conta

do em que posso parar, finl. m. 22

DE lOBOB DK H

sam cerlo de m'acabar hum mal que laolo in'afroDta. E po>s jslo afirmado ja lenho que aa de sser, t pera que quero soster vjrda com lanlo cujdado?

Cantigua, endo-sse dos sospiros.

Sospin que quere^a

vyr todos j. < a mym? po^B perdeys por mioha flm 10 nam ter onde rrepODseyg.

Leyxsy-me, que ja me leji:a por vos a vy6a praier, Je meu cora^am ss'aqueyxa de V08 nam poder sofrer. » £a nam siejr porquo qnenys

d'ir lodos juntoB njni, [T. 1

poys, em me dardes i tjm, B TOS landpem a daraj«.

Oulra saa.

O rouerle, pues que dolsrea w me causaste desigoales com dar fym a mye amorea, DO dobrea vyda a mya malet I

CoD eato me pagarias los males, que me qaesyate

lORGB RRESENDB. 839

ordenar,

sy diesses fim a mys diaa,

y querer yyda tarn triste

acabar.

Pues m'aas cauaado dolores

tan esqayuos y mortales,

com dar fym a mys amores

DO dobres vida a mys males.

Trouas, estando desauindo.

Onde nam yale rrezam, 10 que aproueytam querelas?

mas se sam do cora9ain,

quem ss'a de calar co'elas?

Ja nam posso mays soffrer,

tudo ey de prouycar; 15 poys me quisestes perder,

eu nam me posso ganhar.

E poys d'esta esperan^a ja estou desesperado, nam pode vyr malandan;a, w que me d^ mayor coydado, De que ey d'auer temor. ▼say toda cmeldade» poys com tanto desamor falsastes fee k verdade. ^

25 Desque de yos me Ten9y & por Yosso me quisestes, sempre ja mays tos seruy no rrysco que me posestes. E por bem nem mal que vysse, [P. 187*]

1) Orlg. fmU&stes fwd V4r 4* e.

22*

OB JOR^ DE »BgSSNDB.

nunc« d'isso in'apartc,v.

nem por oo

usai

i qoe oouisse,

mudüni^a nv

incH

cuydey.

E flssy c.

Dm

tal finneza

passaua, por vos querer.

lanta dor. tanla

iristeia.

que cnidey

de

me perder.

E vos, por

major riloria

auerdes 4 sserdes leda,

achegsBtes-n

i'aa

or groria.

por me dardes

n lyor qaeds.

E na ord

nnn ne Tistes

mais coole

.amorado.

sem mais 1

me feristes

no qne sss

magoado.

Acabasles

«er.

Irocaslee

nento

em dobrado

P'

er,

A a vida em

rmenlo.

to Ass; Tino ssem ler iÜ»,

ft moyro ssem acabar; por sserdes deBconhe^di, quys assjr desabafar. Mas bem seey qne'e por demaia. as A aquy qaero dar flm, poys TOS mesma me jolgaya, que soys ymigua de mym.

DB Kmm DB RBB8BNDB. 841

Cantigiia.

Aeabastes minha Tida, mas bem ssay qae nam aerejs de nenhimia tarn aeraida, poia qnerida. 5 ja nanoa tal cobrareys.

Se Tingaan^a deaejara,

eate fora gram conforto.

o quem tanio nam amara» * porqae niaao deacanaaaral 10 maa doj-me deapoia de morto,

Qae com verdade qnerida, {P. 187^]

aenbora, nunea aaereis,

& aaereia mala rreqnerida

qae aaeruida; 15 & por mym aoapirareya.

parfa a haooia molher qae aaenna & ae casou.

Oa meas diaa s'acabaram;

porqae estes ja nam aisam»

o praser Vida pasaaram,

de lo[do] 880 me qaebraram 20 aa cordaa do corafam.

O olhos canasados, tristes»

qae tantoa males ja vistes,

choray tam grande mudan^a!

& Toa, falsa eaperan^a» 25 leixe-me» pois yos partistes/

de todo Tossa lembranfal

DB JÖRGS DE BRBSSNDB

com myl payiöes deslroydo, conssenio, poys qne folgajs. Que nam qiiero mays pra»er de meus males desygoajrs, > que BBo saber que fycays seruida com me perder.

TTyno sBOir em vos querer. k VOB em me i! rohyr; tndo VOB ey de i Trer. I Benpre vos ey de sseruir.

faieyB , ayiam:

Mas 0 he 0 que m oulhay, quai deueis

iB Ja me nam podejs perd«r, bem me podeju destrojr; qne tudo ey de soflhir, aempre tob ejr da seniir.

frimligm flUL

Se menos ireHm llaera ) no que Bento d'acabir, menos terapo me valera; maa ela me rsy selnar,

Qae de qaem me fu; vei he de Ul mere^ento,

[F. lae'

M JOlMf Bl RIIBSBNDB. 888

qae dobrar meu pade9er he dobrar contentamenio. B 86 mea mal Dam tyoera jsto pera deacanssar, 5 ja de todo me perdera; maa aquy me fuy aalaar.

*

Uihmfele seu.

Meoa malea» ae m'acabardea» qae fareya? poya em mjm todoa yiaeja.

10 Uoa aem mjrm nam tendea Yyda» & a minha voaaa he, pojs dizej, per vosaa fee, qae ganhaya em aaer perdida? Nam TOS ssayaya da medida *

15 & fareya»

meua malea, o qae deaeya?

Repoaa^, pois rrepoaaaates em mym, passa de trea anoa, honde aofry tantos danos 20 qaantoa me yos ordenastes. De todo bem m'apartastes , que quereys? 9e9ay jaa, nam m'acabeyal

Nam haseys lania cruesa, 23 leixay a meaa olhoa ter ham aaoo dia de praser; poya tem tanioa de triateia.

DB JORGE DE BRESEKDE.

Nj'Slo fareys geiiljleia,

se querejs,

ft despoys m'acabareys.

t htuna molhei- que seniya, porque llie pedyo hijuii^ M cousa que cra rrczain quc fizcsse, £ a eU dwt paixam.

üejo que leiides rrezam [F. 186']

i no que me mandsjs pedir, .

lambem minha condicam I

nam dd pode consentir.

Mas poys em mym o lejuis,

eu veJD bem sse m'DDgano, 10 fazey o, nam m'o digajs,

porque sseja menos daua

Purem lodo das payxam,

nam Tolo ae^ encobrir, 1

mas po^ Jtm tendes iitiHU,' |

» he forfado conssenlTr.

Ctmtigna sua.

SeDbon, de neu niydafa nam mej julguar o que asento, porque- da ooateDUmenIo Ic fat^me deaesperado.

) Deseapera m'e«perar - Ter a flin de meo d«^, nuB na ora que tm i^,

m.mf»M

Dam 8sey mqps ^le.detqar. Porqa'emtam Im acabado hum gnade eontenUmento , mas Yoaso aere^imento me toma deaesperado.

Ontra ctotigiM sua.

qae era^ meii mal, nam yejö reiam porqae; mas aaej qoe foaaa merfe he a caasa prinzipal.

10 Mo8tr^y-me como maUqrs» qae bem asey que me mataaiea; se com Ter me oondenaates» tarn bem nyaao. me aaluaya. E poya niato lie jgoal

is a payxam com a mer^, de que mojro, ou porqae» decrar^F^ne-roa meu maL

Outra cantigua sua.

0 tiistel que me'e for^do [P. 186^]

de parijr, d'ende oam B»ey 20 que fafa d'apaaayonadot que farejt

Qu'em partyr pariem de mym ▼ida, deaeanaao, praier; payxöes \ coydadoa» querer

■' " ■; nj*"« '"''*•

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Canlip" »»''■

1 vos «r.

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, Ne.1» •"*»", „. n. „. Ottos, »o" ,^,

i «mbeit

quem ^^ "* „„«. i»»5' "

,. Ne.l» •"*' „. Ottos, eon ,M 108° "" li «mbelt

ae TO» »«''

DB JORGB DB RRE8ENDB. 337

folgaria de sofrer, 8*0 passado nam lembrasse; mas porque sejam dobrados meus males mays do que ssam» 5 cuydo ssempre em bees paaaados, que perdy bem sein rrezam.

Grosas suas a estes motos.

Do^i efperan^ tristes. F. 186*]

Com quanto mal sempre vistes pade9ermo8, cora9am, 10 tomastes por galardam

do9e8 esperan9as tristes.

Que s'esperan9a nam direys

a meus crecidos cuydados,

neles culpa nam tynereys; 15 0 quanto mylhor yiuereys,

se foram desesperadosl

Mas com quanto sempre Tistes

nossas dores k payxam,

tomastes por galardam 20 do9e8 esperan9as tristes.

Poys que ssam de6[e8]perado de nunca descansso ter, pera que quere soster Tida com tanto cuydado?

Que» lanfando bem a conta do em que posso parar,

^•Mirt ftnil. m. 22

DE JOROS DE RHEBBNn.

sam i;erto de m'acabar htim mal que lanlo m'erroDts. E poys jslo atirinncio ja lenho que mi de sser, I pera que quero Bosler r;da com lanto cuydado?

Cantigiu, aqueixando-sse dos sospiros-

Sospjri querej^s I

vyr lodot , ^ mymi poys perdpys poi ni'aha ßm 10 DBm ter onde rrepouseyB.

Lejuay-me, qne ja leyi« por V08 a vyda praier, & meu corni^.am ss'aqueyxa de vos iiam poder sorrer. 19 En Dsm giejr porqus qoereya

d'ir todos jODlos i njrm, [F. 186'1

poys, em me dardn i Ijm, a roa tambem e dareja.

Ontra sua.

0 muerle, pues que dolaraa ) me causasle desigoales com dar 1^ a mys amorea, no dobrei ryda a mys maleal

Con esto me pagariaa loa males, qne me qaesyale

M KMlw ra bbehnnb.

ordenar»

ay dieaaea im a mja diaa»

y querer vyda tarn iriate

acabar.

Poea m'aaa oauaado dolorea

tan eaqnynoa y oiortaiea,

com dar fjrm a mya amorea

DO dobrea vida a mya malea.

Tronaa, eatando desauindo.

Onde nam Tale rrezam, 10 qae aprooeytam querelaa?

maa ae aam do corafam,

qaem aa'a de calar co'elaa?

Ja nam posso maya aofirer,

todo ey de prooycar; 15 poya me quiseates perder»

eu nam me posso ganhar.

B poya d'eata esperan^a ja eston deaesperado» nam pode yyr malandan^a, w que me d^ mayor coydado, De que ey d'auer temor. ▼say ioda crueldade, poys com tanto desamor falsastes (ee k verdade. ^

25 Desque de yos me Ten9y k por vosso me quisestes, sempre ja mays tos seniy no rrysco que me posestes. E por bem nem mal que Tysse, [P. 187*]

lg. fmU&stes f€€d ver 4* e.

22*

DB iOBQE DB RBBSEKUL

nuncB d'isso m'apartej,

nem por cousss que oDUisse.

mudan^a nuncn cu,vdey.

E Bssj' com tal finneia s passaua, por vos querer, tania dor, tanln tristeta, que cuidey de me perder. E vos, por mayor viloria aoerdes & sserdes leda, M achegastes-m'aa mor groria, por me dardes ma,vor qiieda.

E na or» nue tmi vistea

mais conte ^ morado,

setD mais e feristet

u no que ssa magoado. Acabasles r er,

Irocastes into

em dobrado pi ,

& a vida em me ilo.

10 Aas; tIuo gsem ter iÜA,

A mojTo ssem acabar;

por saerdes descoofae^da,

qoys assy deaabafar.

Mas bem ssey que'e por denuis, 3B ft aqa; quero dar flm,

poys TOS mesma ma jnlgays,

qae soys ymigua de m^m.

DB M»« DB RBB8BNDB. 841

Canügoa.

Aeabastes minha vida, mas bem ssey qoe nam aerejs de nenhoma tarn aeruida, poia querida. 5 ja nonca tal cobrareya.

Se Tingaan^a deaejara»

eate fora gram conforto.

o quem lanto nam amara, * porque niaao deacanaaaral 10 maa doj-me deapoia de morto,

Qae com verdade qaerida, {P. 187^]

aenbora» nunea aaereis,

ft aaereia mala rrequerida

qoe aaeniida; 15 & por mym soapirareys.

iparfa a hmwui molher qae aaemia & ae casou.

Oa meus dias s'acabaram;

porque estes ja nam asam,

o praser tida passaram,

de to[do] 880 me quebraram 20 aa cordas do corafam.

O olhoa canssados, tristes,

que tantoa males ja yistes,

choray tam grande mudan^a!

k Yos, falsa eaperan^a» 25 leixe-me, pois yos partistes,'

de todo Yosaa lembranfal

DE JOHQB DB KRESEi'O)«.

Outra p-spsT^a.

Quem me poderan valer. pois eil nam posso sentit 0 que mais ssSo me sstirii? JB faleceo meu prazer, s ft eu quys nisso conssentyr crendo que acabnna. Mas com quanlo mal padeco. Dam posso Irisle acbuar, porque ssey, 10 senhora, que nam meru^o de me ver assy iraUr: B ^ qne farey ?

Oltra esparfa em que esiaa o nome d'nma senhorn nas (in tucyras lelras de cada rrcgra.

De TOS, senhota, & de mjtu

Oluare; de m'aqueiiar IS HOS miUs, qae Uam tetti M,

ontes Tarn ob gualarim [p. 187*]

Jurando de m'acabar.

fottfmado com rrezam

(Buores bem me Azeram 30 rresestir minha paUam;

fateyra satisfa^am

oa metter pois me prenderam.

Oatra eipaivi-

Cuidado, quem te padesse de ssy hiun'ora aparlar.

n IM€» BB RBB8BNDB. $48

ft que maifl bem nam ÜneM«,

era muyto ntm cojdar.

Qae tu es destroifam

do corafADi namorado,

ft iSes esta condi^am»

que es agaalardoado

com 0 que nom das paUam.

iTf«, nam podendo yer sua dama, bnacando OS iremedios pera ysso.

A grorea de conhefer^YOs

nam m'a pode ja neguar 10 meu mal qae seja dobrado;

mas rresam conssente ver-nos,

yentora nam daa lagaar,

k moyro desesperado.

Que a Yida, ssem yos ver, 15 nam he vida, nem Tiaer,

nem se deue chamar vida,

nem, s'em yos nam pode sser»

qae leize de sser perdlda.

Oatra espar^a.

Ado * alhare prazer? ao 0 males, males, lexad-me! sj nom lo quereys azer, acabad» 7 acabad me! Qae mi vida se destniye, syn alhar conseola9ion,

m

DB iORr.E DE RRESENDH.

en lo que 6syen(e : do descanaso me hujc: iro US el cora^Dii

4Ue lal soffrir me coossieote.

IMwUela, porquc dcspois de casada sna dama o I^- lö^*^. coalMtaN huuma amygua , dizendo que ayoda denia de (e e8peraa9B.

r obltti

Qaem em vida m'acabou. Dam deue ningiiem de crer, que morlo m'aa de valer.

A cousa qii'eslaa in<;erta. bem se pode douidar; #0 mas aquesta hs lam ^«rta, qae sse nam Aeae cuydar. Pera mnis males me dar, Tontade sse deae crer; mas nam per9 yder. .

15 Qn'flsperan^ (am perdlda . ba a que .fem neata parte, poia 0 ja he minha rlda a ousadas quanto farte. E quem acabon d'est'arte,

M sBein Ih'o nunca mere^r, Gomo Ih'a de asocorrer?

Cabo.

Nam lenho majFs ijerto bem ' que bnscar « aflpoltura, nem eapere ja ningoem 38 de me rer ontra Teotura.

M KMite M RBB8BNIIB. 845

Que meus malea Dflm lern em» nam diguo pala nam ter, 11110 por mingoa de qaerer.

Cantigua.

Qaebrastes mynh'esperan^a, 5 falsaates vossa rerdade» & pusestes em balan^a modar-aae minba Tontade ft qaerer tomar yingoanfa.

Mas nam conasente mea bem, io qae yos troqae mal por mal;

8offrer-voa-ey como quem

ja nam pode faser al, [F. 187*]

nem outro rremedeo tem.

Porem moyro na lembran^a i5 do deaterro da yontade;

chorarey yossa madan^a,

yiaerey em ssaudade,

fora de tod'eaperanfa.

Outra cantigua.

Minha vida saam triatezas, 20 men descanaao he sospirar; Yoaaas obraa sam craesaa » qne joram de m'acabar.

A paaaar eata paixam ja eaton oiferefido»

346

mas nam no ter mera^do me magoa o corafam. Asay viuo em tristesaa, meu deacanaso he aoapirar, ft Yoa com Yoasaa craesaa oonaaentya em m'acabar.

Cantigoa*

Senhora, pöia me maUgra» por TOS dar meu cora^am, pe^o vos, que me digaya, 10 de qae maneira trataya aos cpie Tosaoa nam aaam.

E qai^a que neata eonta leuarey contentamento, ae vyr que tanto me monta-

15 na pagua de mea tormento. E se ¥08 a todos daya tam crua satisfa^am, pe90-ao8, que me diguaya» que tormentos enaenta[y]8

20 ao8 qne yossos nam ssam.

Espar^a.

Que triate Tida me daya, que cuidado tam cre^do, que penas tam deaygoays, aem yolo ter mere^do! 25 aVey ora piadade, [F. 18

aBhiomi ra Rimifini. air

poto qae minba Uberdade edUM em fossd^ ptnder; nam folgueys de me perder, qae fiisejs gram cnieldade.

Oabti eaparfa.

5 Nam tenho ja eaperan^a » meu praser perdido he, ft com toda mdandäii^a nam poode faim* modas^^ d'adorar töb^ minha fee.

10 B TOS, qae esta flrmesa Tedes ft minha tristeza, qäereja meas males dobrar: ja deaia de qoebrar, senhora, lanta cniesa.

Uilanfete de Jorge de Rreaeode.

15 Qae sse perca minha Yida, DO qae desejo cobrar, mais 886 deoe aaentarar.

Sogygaey mea cora^am a coaaa.de tanto pre^o, 20 qa'ahynda Ihe nam mere9o, dar-me lal aatiafa^am. Em tarn jaata perdlJ^am qoiaera» por me aalaar, mil Tidas qa'aTentorar.

DE JORGE DF. RIIE9E>DE.

Outro vilan^cte seu.

Poys iRnta parle vos cabe da perda de mynha vtda, nam consstata^s ser perdida.

Uos perdeis em sse perder I o poder d'ela & de mym;

eu aam perco mais em tym

que leyiar de pade^er.

Querej jsto conhecer.

pois he vossa irÜDlia vida; > nam conssinlai^fl ser perdida.

•o vilan^eta *

Pois meti bem tarn verdadeyro [F. IK anle vos lam pouco val, a rida sera meo mal,

Seram oheos de trisle» 19 OS dl»s que Tiaeref,

s'aeabar acabarey

de sentyr Tossa orneia.

Fara fim minha firmeia,

po^B ela me tem ja tat, u qae viaer e; por mar mal.

Outro nlan^ete seu. .

Es(a dor m'a d'aoabar, mena olhoa, ae aas; he, ' qat em tos aa ponca fe.

Hl I0H6S DE RBB8iNDB. f^g

Mas rrexam nam me consteiile poder me nisao aftnnar» que qnem be tarn ey9eleDte9 nam aa tarn craro d'errar: Nisto me yoa confortar« ?08, meo bem, oiilbay que be grande erro, näm ter fe.

Cantigaa aaa.

Nam pode mea Gora9am Uberta[r]-88e de catiuo» 10 porque'e grande a ssogey^am em qae viae & em que yiuo.

Que s'alguma liberdade em mym & nele tyuera, que mor Titoria quisera 15 qae fazer yos a yontadel Mas be tal a ssogey^am de ¥08 querer, em que viuo, que nam pode o cora^am libertar-sse de caUuo.

llilaofete, desayindo-sse de homa molher que aemia.

so Uos me quisestes perder, eu, ssenbora» me guanbey» poys de yoaao me liorey.

Ea compry quanto abastaaae [F. 188^]

como quem roa moyto amaua;

DE JOROB DB

yo8 qnisestes qne oofdiMe, quanto contra mjm enmia. Com tndo nam me pesaoii» mas agora, c'aeordey, conhe90» qoe me ssalaaj.

Öuiro vüanfete.

Por majfs mal qoe me thUjKys, nunca madar me fareys» ate qae nam m'acabqn.

Minha fee mynha firmeia

10 em V0880 poder estaa; aoffrerey minha triateia» poys vossa mer9e m'a dat. E meu bem nunca faraa mudan^a» nem na yereya,

15 ate que nam m'acabeys«

Pergunta sua.

Pols em TOS, senhor, ae acha toda duuida, que temos nos amores, descuberta, Nam ¥08 perguntar he tacha,

20 por vermo8 do que queremoa a carreyra 88er aberta. E porque em meu cuydado aento muyta toruafam em cuydar naqueste caao,

25 Seja por Toa decrarado,

poiB qoe ypssa descrifam fax o.asparo sser rraao.

He, asenbor, o qoe pergunto ft de ?oa qaero aaaber»

5 por deacanaaar meu aaentido: Qaal he eooaa, que tras janto com peaar dor gram praser, sende d'amorea feridof Porque yato m'aconte9e,

10 sem aaaber d'onde me vem, maa aaey que iiafe d'amorea. E poia em men aaber fale^e, aocorrer-m'a roa comTem, qoe aaoea primor doa primorea.

Groaa soa a eate moto. [F- 188*]

15 Secrtto 4olor 4t mj,

Yo gane por oa myrar, mya diaa pueatoa em Arn, laa nochea mal aaoapirar; y nonca poedo qoitar 20 aecreto dolor de my.

Homa paaaion, qoe no digoo,

aflige my vida triste,

goerreo asyempre comigoo,

y la yentora qoe sygoo, 25 em mal y maa mal oonaayate.

Todo me caoaa peaar,

plaaer ya lo deapedy;

my descanaso ea soapirar,

y no se poede qoitar so aecreto dolor de my.

iy;*r

sam c

Sam OMlrd»w, <|pp iiipM»;.

minha tida a foa qmm, 10 com tal fee, qM.ülliaMit..

meu8 sentidoa, A eanaaarito . .

nam iser Yfda owi^fhim» ^

Amor, rrexam, fee era^äa

aempre me {K>am am daaaaypaa, 15 minha dor he sem medida,

meas olhoa a minha ridt

sam contrayros.

.j

Cantagua aoa. .

Lembray-aos, liieii lieni» l^ftll^, [F. 188' porque saoo em tossa miö 20 estaa nünha salaa^io, k minha fym.

Aa iIa VAS n«m flnir 1«tn^miAA

M lOM» M BRB8BNDB. 858

Ootara cantigua mitu"

Pöis Tino ^csesper^o» . bem 88aria» . que ine leytasBeys hom dia, meo cuidado. -

m

5 Gualardam nam no espero, nem aa*em mea mal mais bem qua aaoo qaerer, porque qaero maia qae nunca quia ninguem. Porem aaam deaeaperado

10 d'alegria:

leyxay-me ja hum sao dia, meu cnidado!

Outra- sua.

Meus olhos, qqando part;y8te8, me fiaeaiea conheQer 15 coidadoSy lembran^ tristes» sospiroa & pade^er.

Todo .praser me rroubastea» nam sse^ quando vos Terey. nem quando descanssarey 20 deaejos que me leyxastes. Fezestea meus dias tristes, do'brastes meu padefer; meus olhos« poys que partistes, nam me queirays esquefer!

•iro «ml. UL 28

354 ^^ iOtkOR DE RBMWIim

Cantigua a huuma amigua de qpie mnjflo confiaoa, [ & ssoube que ö vcndia & fidaua por ootro.

m

Eu cuydey, que me ssduava, & fuy, ssenhora, saaber' que d'um'arte.m'engaaiiaQa» qqe-me lanfaua a perder.

5 Atentay nisto que diguo, * & nam queirays que mais digna: que, quem he (am grande amygao, deuera de ter amigua. Nam creays que descuydaua, 10 pois que tudo fuy asaber, & de quem mais confiaua * achey, querer me yender.

Cantigua, finando-sse huuma molker que sseniia.

Mys ojos, pues ya perdislea esperanca de teuer 15 algum descansso,

Yuestros dias serftn tristes y vuestro gram pade9er nunca mansso.

Beuireys muy lastimados, 20 deseosos d'algum ^ia. poder ver

com quien ereys conssolados, quien vuestra passiou azia menor sser. 1) Orig. confian^a.

M Xm« DB RBSBBIDB.

Desdicbado» ojos tristes, piies qae no podeys tener niDgan descansso» Ihorad el bleu qae perdistes, 5 qae ja faeiA padefer HO vereys manssol

«SS

. >

23

DE JOAM DA SYLUEYRA. [f.18S^7

De Joam da Sylueyra a Pero "Monyz & a dorn Garfia (TU- boquerque, quando foram com dorn Joam de Sousa a CaslA que foy por embaixador, do que Ihc auia d^aconte^er, eok-

ren9adas aas diimas.

Senhorasi

De doas, qu'am d'acömpanhar dorn Joam atee Öastela, quero eu adeiiinhar o modo que am de leuar 5 atee se tornarem d'ela. E confyo em seu saber, que se nam escandalizem, posto que Ihe profetizem *a maneira que am de ter.

10 Eies ja polo caminho

am d'yi; ambos .sempre ssoos *;

& naquislo vereys vos

c'a de sser o c'adeuinbo.

Hum d'eles parecer-lh*a - 15 que leyxa fettö aly^erce,

& o outro sospiraraa,

porque as vezes cuidaraa,

que, quem nam parefe, esque^e.

Sam genlys homens que farte, 20 brandos de conuerssafam, 1) Orig. ssoüs.

i

m lOAM HA STLUSTHA. 857

* iam dous amiguosp d'imui arte, galantes, cpi'eni qaalquec parte ^e estiaerem» raleram.. Nam Bt podem enfodar

9 pessoaa tarn eon9ertada8, maa antea pera blar

. folgnaram de caminbar mala joroadaa.

Am d'eatar majto frautados

10 aa mesa, qaando ^earem, tt ae algims aperfyarem» am d'eatar elea dobxadoa.

E com aaoapiro calado [F. 189*]

dira hnm per'ante algaem: 15 „per deoa, estea eatam bem fora de nosso cuidado.**

0 ootro mais cortesSo»

eo apostarej» que colba

ham rramo seco, aem folha, 20 que leae sempre na mfto.

am tambem de caminbar

Algom' ora sem ae Ter;

porqa'aa yezea bnm cuidar

yal maia que qaanto falar 25 nnm caminho pode aaer.

Se andarem por luar, por aa; eata adeuinbado: cada bnm aa'a d'apartar, & emtam o contemprar 80 perde; cnidado. . B na primeyra jomada aa bnm de diser asay: »quem ja eatineaae aqui da tomadal*'

358 I>B lOAM PA STCÜBTBA.

E se laa os contridarem,

aa primejrra Trogar-ss'am

o que yyreiiiy-andaram - muyto cheos de notareln. 5 Pare^er-lh'am grandes anos

todolos dias passades; .

far-ss'am muyto oamoradoB '

per geytos a Castelbanos.

Ambos 8008 poIo caminho 10 hyram assy asaudosoa,

apartados do sobrinho»

por hyr maya austan^iosoa,

Yram assy cordiäys,

as yezes ataar ss'am; 15 am de lenar presan^ani

de rrepresentarem maya

que dorn Joam.

Leuam motos rreapondidoa,

pedidos pera a despeaa, 20 trabalharam por empreaa;

mas nam an de aaer ouuidoa.

0 qu'este tempo fizeram [F. 189'

am que fica em balan^a,

& tambem ssey que disseram: 26 „o duuidosa lembran^a!''

A hum d'elea am d'ouuyr: „el secreto es descaberto,** 00 que rresponder tam ^erto! & nom sse pode encobrir 30 & sorrir!

Se quereys que maya alcan^; nom digays muyto s'estendem; mais am de cantar rroman^e, em que cuidem que a'entendem.

DR JOAM DA SYLüEtlU. 359

Troua por parte d eles.

INsey ttido o qife puderdes, *

qo'em Arn eles partiram;

k a^ystö por mal oüuerdes,

rride-yoa quanto quiaerdes: 5 qo'eles ssabem como yain.

Nam sse pode grosar hyda

em dias tanto ssem festa,

qne ssoo polo de tat yida;

antea nunca yy partida 10 a proposito mais que esta.

inian^ele de Joam da Siloeyra.

Nam synto o que me fazeya, se nam o itiays qoe ssey que me desejays.

Os trabalhoa ey por bem, 15 que sejam camanhos ssam,

qu'eu nam chamo mal se nam

yerdade com que vem.

Nem d'eles nam me deueys

8e nam o maya 20 que ssey que me desejays.

Que nisto, c'assy me trata a que nada me nam yal» 0 que yejo fas me mal, maa o qu'emtendo me mala. 25 Porque, com quanto fazeys, [F. 189*]

c'o que mostrays, o que fica rae doy mais.

DE DOBI RliODRIGUO.

De dorn Brodriguo Lobo a haom desengiuiio qne Vie di

Querem me desengnaiMur: que farey desenguanado? descansso fora cuydar» sy nam ouiiera cuidado.

5 Grande tempo grande engnano

trouze eu meaino comigao/

leaou-m'o hum desenguano,

fiquey eu asoo no perigao.

Todo 0 tempo de foiguar 10 para mym he eacusado,

cansaado ssou de cuidar

da parte do meu cuidado.

Outra cantigua sna.

Hum Douo mal que me Teo, d'onde o bem esperey, 15 me tem assy, que nam aaey que desejo, ou que rre^«

Por seguir huns ySos enganos me leizey mesmo a mym, com tudo me desauim, 20 coDfcrtey-me com meua danos. Mas pois que m'eu fiz alheo de quem me nam goardarey, & que fim esperarey d'antre desejo & rre^eo?

.UARO FBRNANDEZ U'AIMEYDA,

Ahiaro Fcsrnandes d^Almeida a hmn fimdamento.

Qaando fa^o ftindamento d'aquUo qne mays m'apraz, a fortona me desfaz tod'em casteeloa de yentp. 5 Qu'iato assy seja ordenado, [F. 189^]

ja me nam podem tyrar morrer bemaaenturado, poia m'eles am d'acabar.

Assy paaso eata Tida, 10 julgnay quejanda aeraa»

poya 0 mor bem que nela'a,

he lembrar me como estaa

para tado offerefida«

Minha dor tam esqne^ida, 15 00 minha flm k come^o!

qaem Toa Tiaae conhe^ida

de quem eu tam bem conhe^o!

Cabo.

Oa deaaatrea, qaem Ihea deu

asobre mym tanto poder? 20 ou como pod'iato aser

poia a yoa aaoo me dey eu?

Nam me ib deoa mais yiioria,

poya 0 mal aaai m'alcaofa,

ae nam perder a memoria 35 qaando perde-^'eaperanfa. ^

lg. Usperam^a,

362 D*ALUABO FERNANDEZ D*AIJBTI»A.

Espar^a sna.

iPois 08 males» qaantoa aaam, nam mudam maus fundamentosy mal podem outros tormentoa emlhear minha ten^am. 5 E poys ysto esta assentado, medido por este peso, 00 cuidado mal despeso, 00 mal despeso cuidado!

Oiibraa d*AIiiaro Femandez d*AIiiieyda a hmui molher

falaua nde miL

Se podeaseys ter maDoira 10 de mudar a sseruentia»

gram proueyto tos faria,

senhora, quanto a primejra.

E por mais craro o diier:

feede vola boca tanto, 15 que m'espanto,

como TOS podem soffrer.

Por ysso, de mea conaselho, [F. 189*] ¥08 deuieys d'escusar de todo ponto o falar, 20 ae nam for por hum joelho. E seja logao ^errada a boca de aaobre m§o, de fey^am que d'ela nam aaaya nada.

25 Aa genglaaa & qs dentes nanca os tays vy a ninguem;

J^'JOäBIM IBRNAlfDU D*AIJnitDA. $$l^

TOS parH^^i ne tarn bem

coino tende hw parentas. . Em. tado ssojni acabada,

Jam cotrim , - ; 5 porem yos falaya em mjm

Goma molher magoada.

Se bem ou mal pare9ej8, qae tob posao ea faserf pexe deuereys de sser, 10 poya pola boca morreys. Nanca jsto confessey, mas eu d'ela me fioara, s# de ¥#a MM m'airedara asay como m'arredey.

15 Aa troaas aaam aoabadas.

porque as quero acabar;

malas magoaa olddadas

malaa tos saam d'oluidar.

Leyxay cada hvm Tiuer,- 20 day 0 demo tarn ma manba;

qu'ea nam posso maya diier,

porqae tenho qua fuer

na gram Bretanha.

Cantigoa d^Aluaro Femandez d'Almeyda.

Apressdes de eada dia» - 25 -qne as eu possa soffrer, elas dam bem qae fasof aa fantesya.

914 D'AUJJAO FEHNANDEZ D'Ä

Porqne, sse cuido qucToa, [P- 189']

no mejo de minbas dorn, Tcjo quem m'as ordenou Bern culpa d'outras mayoree, s em qu'estou. Roguo a virgem Mnria, que me nam quejra raler, se trag 110 na fanlesya eousa que possa entender.

/

Oaln a liuinft scnhora quc I a hnm synays do m^o-

w Meus olhos yyram s^naes, comecando meus amores, senhora, que nam creaes que podiam eser piares.

Mas ea nam qoii tomar d'elM a ae nam eugoano dobrado,

seado certoque por tit»

ton bem deaengnanado.

Mas poia tm aas; lejm^s

quem TOS den tcntoa aoHHVs, so nam m'eDgaanarej jamaya;

mas cuidarej, que ssioajs

sam proD^jFas majores.

Ootra 1

Ba jya aempre creger de coDtino este cnidado; 3s qnando tynba mala praser.

\

ifäuamo Ruiiianii D^iujonA. . ;hb

. ine §ttiij9L mids «aniMdo..

Mf nanf erj esles •jiuits,

nem oDtros» qne fj peores,

bem iMre^enr mei» amores 5 0 deactoMo qne Ihe daja.

Canligiia ana«

Majto mala mal mere^era do qae paaao cada dia, 86 me por tos nam perdera, poia qoe t<m ja conhe^ ^

10 E neste eonhefimento [F. 190^]

yejo 0 bem qne me 'deoa fei»

poys qae na^ buma yei, .

para morrer por to$ ^ento«

Se ea jsto nam quiaera, 15 bem yejo qae merefia

perder mil ahnia nuni dia»

8*0 corpo iantaa tiaera.

ua d'Ahiaro Fernandei fAlmeydt aobre *lMmi caso qae ele Difun daaa conta a^niagoem.

Ja dera ^toa bum mado c'o meo d'ama paixam 20 qa'eu teobo; maa aaoffrb lade por conaaeraar a. ten^am.

SofiTro moYta dor aaeretä do qae be ü a de aaer.

. ,„e» '"'* ,a cor«'«»' a«e *""" ^,1 gaff»

" cJ=^* :::-*<* •■■■

11 o«- '

V4w*ip pnmwu riimn^. 4pr

Trabi^bqr P9r dcan^ar jsto» qae vjqi a saaber, para me deaengoanar, ft acabey de conhcfer, . qae, pois aaia de sser, nam ssß podia escusar«

ro Femaades d^Alflieyda a buma dama gorda, como

lomior*

Leuaya doaaa ft donielaa» . todo mando prefedeys» no aaerfio k naa janelaa» «0 odre quer qae pare^ys.

E majs aoya bem deauiada das damas c'agaora ssam, porque asois muy carreguada que'e saynal de presunfam. ' 15 Loguo- pare^ya anlr'elaa d'aqaeles a qae rrefeodeyat naa pouaadaa, naa janelaa, odre quer qae parefeya.

Oütnift iuaa a eate vilanfeto qae. d|yi:

30 iMfo rof I T penMO «1 al.

Sy ta, pandero, aupieaaes

my dolor y 16 aeotieiaea, el saonido qae hisieaaea saeria, Ihorar iny mal.

D'ALCARO FERKAHDEZ I

Quando lanbo est'eslromento, es com fuer^a de tormenlo, porqu'esta nel penssamento la memoria d'este mal.

[F. im

6 Y a; peosso em mj dolor, baze-se mucho ma^or; no se quäl es lo raejor, n; se como suffro tal.

**'• Em my cora^on enhores » son coDlinos los öuiores, los cantares son cramores de qu'el jesto daa enhal.

¥ la causa dest'eignanho ha mas, que dura, d'un anho ' 19 DO OSO deiyr my danbo, porque no muera sd mal.

Cabo.

D'esta pena es la grarla, asaenla-lha en la memoria, porqu'eala es la Titona » del triste que quiso tal.

Gautigoa d'Alnaro Femandei' d'Abnejda.

Pars me poder valer, lyro do c'ando cuidando: c'o qu'a de ser aa de eser para que'e andar canssando. ,

D'AUJARO ISmUNDRZ D^AUIKTDJL

369

B mais ssey qua tanto monfa ferdade como engoano, porqu'emgoaqo ft deaengaano, tudo yem a hama conta. Qoando aa conaaa am de aaer» nam ha hy hjr-lh*atalhando, porqoe'e mao de deafaier o qae o tempo yaj fundando.

fenil. in.

24

DE JOAM G0ME2 D'ABREÜ.

De Juani Gomcz d'Abreu a doiii Duarte de Meneses, Olli eom el rrey qosso senor em Aragam, em que Ifae daa BO de LisboB.

Meu senhor, por vos paguar (F. 190') OB emssjrnos qiie me days, Douas VDS quero mandar ■> com que'e certo qiie folgiiays. i

« Temos qua muy gealjs damas & mui^ Lern acumpanhadaa, & vns la pagiiays as camas k pousadaa.

Nam promeletn caa pancadas 10 as danias por Ihes falar,

maa dam dores muy dobradas

a quem nam sse quer calar.

Dam dinheyro por ouuyr

as vezes loda pessoa, 15 aadam gordas ja de rrjr

nesta Liiboa.

Ja nam tomam qua espadae em as calhes drsoneslas, mag muy aQerca das frestas 30 das. nossas damas prezadas Com bisaima Bras Correa quer o paQo vyr rroldor.

DB JOAM GOUEZ D'ABRBU. 371

böos fidalguos aa cadea . quer leuar.

Quem nam tem rro^m ligeiro

mala que quantoa aa em Fei, 5 nam agoarde no terreyro

que 88e dem aa oraa des.

Andam loguo beleguyns

pola Costa passeando,

se TOS acham by falando» 10 eya tos bys.

A aeuhora que casaua» ela a noaao pare^er estaa d'isso eacuaada, segundo ouuy dizer. 15 Hum dos quatro do consselho a rrequere para ssy: rri-sse mays do conde Telho que de my.

Prima Tossa aaeruidorea 20 acha maya do c'aa mester,

faz-lhe tarn poucoa fauores, [F. 190*]

que nam ba by qu'escreuer.

Ouue palauras coutinhas,

algum'ora por desdem, 25 & com nouas maoaynbas

foigua bem.

Lordelo Tejo andar sempre tam triste com'eu, dizendo q[u]'aa de caaar 30 com bum d'Abreu. Culparies tos Miranda byr buscar Tida Tifosa, se asoubesaeys como anda tam fermosa.

24*

372 DB lOAM GOMBZ D^ABBBU.

Em Anrriqaez Gajomar T08 nam falo ao presente» porqu'estando ela doente nie quisera desoDrrar. 5 Dis, que disse d'cla mal, esta de mym descontente, & sser d'isso yno^ente mam nie Tal.

Prima vossa tem cuidado 10 de gualantes assenlar,

tem me ja desenguanado

de no conto nam entrar.

E em parte ha gram praser

sdhyr eu mal deapachado, 15 por yrmfio aqui trazer

escusado.

0 Noronha do Rmam he da Ssilua namorado, a candea d'Aragam 20 foy por ela apodado.

E chamou: caa rrespondi-nos, 008 guantes c'aqni'stam, faz mandar em desatinos sem rrezam.

2j Tem que passa dos oytenta

seruidor nesta cidade,

& tem outros de corenta,

na verdade.

Tynoco anda escondido [F. I

30 quer com musycas ven^c-la,

he de boubas mais perdido

qiie por ela.

Estaa com Castro dom Rrodrigo mua9erca de casar;

DB iOäM aoiaz If ABRBU. 9|a^

Sancho qaet sser ssea amiguo, . Htm qirer j|i ninguem maiar. Ateeqay ealen'emferrado» fei man^aa de chamalote, 5 preaamimoa c'o pelote he friaado.

Trom'aqiiy o aaea pecado ham domingao» Joam Falcam; vy-lhe loguo o corafam 10 hjr de todo traatornado. Pergontey-lhe: qae bnacaya, nam voa lembra o mal paasado? rreapondeome: ssam asinays de namorado.

15 Se Yiaaeya atraueasar

aaa janelaa o Coutinho

& com daroas praticar

em talhadas de tou^inho,

Folguaryes de o ver 20 departir c'aiima senhora,

nam quiaesseys mais viuer

huma 800 ora. .

He por Melo tam ssandeu

T0880 amiguo, o de Toar, 25 que me pesa polo sseu

de o Ter assy penar.

He d'ela pior tratado

do que ^erto Ihe merefe,

cada vez maio namorado 80 me pare^e.

Seria muyta caatura pera toda esta ssomana, contar-Tos da fennosnra da 88enhora dona Joana.

DS lOAH GOHEZ D'l

Sabej ^erlo, que Meneses todas juntas qiiantas ssam, malam qiiaiilos Porluguesps qua eslain.

s O duqup lern gsulSea,

dama oenhunia nam mala,

lein galantes baMiiteü

& nam de prnla.

Erasavoii-»ii«e no lerre^ro ■0 ant'as jaiielns da jfaiite,

fez do seu paje fouueyro

ja galante,

Do senhor qae qua n«pousii,

no bayrro por escolar IS nam aa li,v que dizer coiisa,

que sseja pera cuiilar.

Seu Sampajo seruidor

traz muy lonra cabetejra,

anda caa no saluador 20 com buma fre^ra.

Fylbos dous Penamacor da GODdessa de Li^eyra, 0 peqneno que'e mayor tem Ma9edo por ler^eyra, IS Andam ambos derredor seus amores mal dizendo, 0 que he comendador rremelendo.

tembem.damas syngelaa, w qo'e Stern sempre a passar no eyrado k nas janelas pola seesta as vy estar. Cre^e a erua derredor, andam hy bestas pa^endo:

DB lOAM GOMEZ D ABREU. 375

a coDtar-uos mays, senhor, nam emtendo.

0 Ssousynba em arrefem

se vestio de lou^aynha, 5 de gangörra & bedem

toy aa asala da rraynha.

Serue mal sua donzela,

Tay-lhe bem com'e trezam;

assentou-sse ja com ela 10 DO sserfio.

Fym.

Sam d'Abreu Gomez Joam, [F. 19P]

que com mny graade mesura

me conhe^o sser feytura,

meatre meu, de To^sa mfio. 15 Encomendas os jrmSos

day-lbe minbas por nobreza,

& beyjay por mym as mafios

a* 8u*alteza. 4- mfalttma.

OANTIGIJA DE FRANCISCO D'ALMAD^

Oo gozo de ni^v alegria quieres qiie noa despidamos; que la desvenlura ra^a manda, que no nos feamos em quanlos dias b^uamos.

l>aeB ifraco tu desM, anique graue ww, que la cojta em qne ne veo manda que onoca te rea. 10 De la gloria que solia conuiene que nos partamoa; que la deauentura in>a manda, que no nos teamos em quanlos dies bjuamos.

DE rRAN(;ilSCO LOPEZ.

ui^sco Lopei Pereyra a homa molber que seniya.

O T0880 amor, qae m'aquejrxa, anda em foltaa comygao: foge-me, qnando o aajguo; se Ihe fiqo, nam me leyza. 5 Nam me leyxa sossegnar, quando o crelo, emtam me negua, no bem qae tat sse me entregua, pera m'a vyda tyrar.

Onde estou, aly nam ssam, 10 & saam, d'onde nam estou,

por muy longe que me tou

fyca com men corafam;

naquilo que mays me pras

sento loguo desprazer, 45 sem poder triste saber [F. 191*]

meu descansso em que jaz.

Traz-me assy enganado, que nam ssey o que desejo; mata-me, sse tos nam vejp, 20 irendo tos falo dobrado. Faz me tanto mal em ssoma, que nam ssey onde me Taa; se m'alguma groria daa, Hesse momento m'a toma.

i

En aqaesta deforenfa, 10 d'ooda ¥08 tsoa Um conforme, eu nam ssey a qaem me torne» nem qae boaqae com qae o Teuf«» Se nam a tob, mioba aenhora, quo tendea ianto poder. 15 qae me podeatea faiar de lyure voaao noma onu

E poys T0S80 amor he o que me caasa eate dano» nam queyrays que d'eate engano 20 se magoe minha fe.

Maa poia que a mal tamanho rreajatyr com al nam poaao, mandaj-lhe, que como a yoaao me träte, nam coma eatranho.

Dl^ niNgiSGO LOPEZ.

8e 0 fuejseoin rmam, [F. 1911

nam m'oufay«* nunea descnlpa» . & 886 TOS' nam tenho culpa, doja-T08 mioha payxam. Nam qaeyrays que ssjga eatremoa» que moatrem qae me mataya; qoe com a T^da que me days nam no posso fazer menos.

Dteey-noa que mere^emoa, 10 aenhpras» poja noa mataja; qoe sse nysso culpa temoa, he bem que nos tos vjnguemoa de 008, emqoe Toa Tiogaya. E 886 nam saomos culpadoa, 15 qoeyram Yossas fremoauraa, por 008 oam ver acabadoa, qüe mingoem oossoa coidadoa & crefam oosaaa veoturas.

Gantigua sua.

Seobora, eu tos mere^o . 20 deacoobe^erdeson'aaay,

que tambem, desque tq8 yj,

meamo eu me desconhe^o.

Aquisto- nam tos- deaculpa, maa poys yentura orde'na

ig. mouem^M,

380 »K FRANCISCO LOPBZ.

ser eu ssoo naqnesta pena, minha saeja toda a culpa. Quero que ea a merofo, & nam qaero maya de my 5 que lembrar-me qae roa tj» pera qaanto mal padefo.

Espar^a saa.

Ja muytos dias podemos

Sem nos ouuirdea ▼juer;

maia hum dia ssein tos Ter» 10 senhoras, nos nam aabemoa

como sse posaa soffrer.

Pedimos, qae nos queyraya

dar olhos com que Tejamos,

k Tydas com que poasamoa [F. 191

15 sofre-la que deseja[i]s,

poys pera mays

nam quereys que as queyramoa.

Cantigua sua.

Nam facays quanto podeys, porque pera me matar, 20 senhora» pode abastar menos do qqe me fazeys.

Mostre-sse tosso poder a quem d'ele jnda douida,- que a mym nam me fyca Tyda 25 pera o ja de8Conhe9er.

ra flUM^lSCO LOPBZ. Sgl

B 886 com tudo qaerejBy senhora» qne em mjm 88e yeja» day-me fyda; em qa'yato aaeja, ft erer-88'aa qaanto podejs.

Trouaa auas.

0 Desqne entrey nesta poasada,

yy c*08 olhos a fygara

da 88em rremedio fylada,

qae me Unha aqay annada

minha boa ou maa ▼entura. fo Uj gentes postas em guerra,

ry fydades ssem äbriguo,

ry ferco de mar & terra;

mas ja agora ssey^^qae era,

pressagyo del rrey Rrodriguo.

«5 A lyberdade he perdida,

por terra todo ssea maro,

& yejo comstytuyda

00 corpo mal deporyyda

& a alma pena de jaro. 20 Mas poys foram destinados

meu8 dias par'esta pena,

8ygaan-ss'o8 curssos fadados

campran-sse nestes cuydados

08 qae lern quem m'os ordena.

Cabo,

25 0 amor! poia me comprende a for^a de teo ^poder,

em meu rremedio entisode, [F. 1911

nam quejraa qae qaem m'ofeade

DB FSANQI8CO TJOTOL

te possa d es conti ei; er. A^endF em fromas vyuas de furor ssuss enlranhas com dores morlays, eaqyyiiu. 3 porque ssenla. a que in'obrigu aeslas qu'eu Bofro tamanbas.

Canligua sus.

Ucd ya como puede sser yjuyr yo, jjue ssj tos veo, mj Tjila veo perder, tD y ssy no os puedn ver, malA-rae nieslro deseo!

Mala-me, quc coudi^ioo noD alho pera lybrar-me; en iny mal no aa rrcden^ioo.

IS pues que dobia la passyon lo que penBso descanssar-me. Anssy que no puede aser, Teuyr jo, segum que veo, vendo-os jr-m'a perder,

» y no OS podiendo ver malar-me vuesiro dpseo.

Oulra canligus sua.

Mundo triste, que vingan^a me daraa de 1y ningueml poys que com tue mudaQ9a tt quiseate flcar asem bem, por me Ter asem esperan^a.

DB FRANgiSCO LOPU.

Modo8 buscaste anouados, que per rrexam nam rrecolho, em rojl cfuezas fundados, poya qnebraste a ty hum olho,

6 por m'os yer ambos quebradoa. Assy que nam asey vingan^ - que de ty me d6 niDguem, poys que com tua mudaofa, quyseste fycar sein bem,

10 por me yer saem esperaufa.

Ootra caniigua sna. [F. 192*]

Poys qae d'oatrem yos lembrajs, & de mym ssoys eaque^ida» seraa bem que, pays folgaya, fafamos fym d'oje a mays «5 pera toda nossa yyda.

Seja 0 passado esquefydo

k deytado da memoria,

& por hum sonho ayydo

nossas cousas que oo ssentido 20 nunca d6m pena nem groria«

Pe^o-uos que o fa^ays,

poys que d'isso soys semida,

k que fim desoje amays

fafamos, poys que folgays, 35 pera toda nossa yyda.

i

DE FBASpiSCO LOPRZ.

Ouira canligaa sna.

Aflaca vueslro dcsco y crie^e m^ volunlad com lo que morir me veo, 3 foB del mal quc posseo s agenajs la piedad.

Ny OS mueue compuB^on a tener de m} fnbranca, sabiendo com q^e rraion sufro y calho my passyon,

tarn ageoa d'esperao^.a.

Mirad, myrud lu que sjenlo, cüi) ojos de piedad, no oluidej's my lormietilo, nenbn?-os mj perdimienio,

if flnnezBi fee y verdadi

Cantigna saa.

Por laber que vyda sygua, se mingoa meo mal, ou dobra, maiidajr, aenhora, que digua com as palanras obra.

» Confessays, que me quereys;

nenfaum rremedio me days:

ou falay, como obraya,

ou obray, como dyzeys.

Qae nam ssey yyda que Eygua, [F. 192') 21 nem em que men bem sae cobra,

aem tos mandardes que digua

com ag palauras a obra.

DB FRANCISCO LOPEZ. 'j|B5

Prende-me yossa mostran^a, aolta-me Tosao obrar; bim oom me deseaperar, ontro com dar-me esperaDfa. 5 Nam qneirays dar-me fadigua, poya por by nada ae cobra; aede amygua, ou jmygoa no falar como na obra.

e Franfisco Lopez aa pryaam de Joana de Farya.

Eatabat, como aoya, 10 em sauaa oontempra^ftes,

eata senhora Faria,

que de noyte k de dia

daa gram pena o-os cora^öes.

Repousado sseu senlido, 15 de dentro da casa sua

.oauyo hum grande arroydo,

k com 0 rre^eo perdido

sayo aa porta da rrua.

Com todos seas Fariseus 20 erat autem Joam da Noua»

que pare^iam Judeus

que prendiam Cristus deua

no orto, segum se proua.

Foram tarn ssem piedade 25 aquestes que a prenderam»

que yos juro de yerdade,

que tamanba crueldade

a ninguem nunca fyzeram.

Interrogauit a guya 80 aaua may: ^a quem buscaya?"

«•■•iro ferttl. III. 26

DE niANgiSCO LOPBZ.

bradando a roi dez^a: „a Joana de Faria k a vos, qiie nos falajs." Forain lopno miiy cortAdas s B mSy & lambem a filha com jslo, lern Ircapassadaa & da cor lam demudadas, que era gram tnarauilba.

E „dixit: que mal tem feylo

to a coytada yno^ciile? a ly, deos, peco direyto d'esle tamanbo despeylo, que nos faz aquesta genle." Nam curarSo de rreiöcs

» OS loboB & a tomar9o

com tarn grandes empuiSes, que nom ssento cora^ßes, qiie de uer lal nom quebrarSo.

FogirSo OS saeniidares, 10 nulus nunquam parefeo; foram tantos sseus tremores, que B fee de seus amores naquela ora sse perdeo. Nam ouu'ahy quem corlaage 75 orelba a beleguym,

nem quem espada lirasse , que naquilo sse mo Strasse sua fee nam faier fim.

Dacta est, segutB se ssoa,

so a Faria por mor dano a esse Pero de Lixboa, que por sser gentil pessoa, era pontifyx esse ano. E ele, pela fazer

u de ham nm oulro andar,

M FRANCISCO LOPBZ. ^gj

disse, sseu juyz nam sser, & inaDdou ha rremeter 0-0 botelho saem tardar.

Tanquam latrones com ela,

ff Yj beleguyns apegados, ouue tamanha maSEela, que,por nunca conhe^e-la, dera eu muytos cruzädos. Triste, coytada de tos,

10 meDjrna com tanto mal! amaros, tristes de nos, que ficamos qua tarn ssoos k com dor tam desygoal!

Canllgua sua. [F. 192*]

Olhay bem, como nos tratam, is & vereis como nos correm; que sse goardam d'onde morrem as que yiuem d'onde matam«

Quem aquisto bem olhar,

yede sse poderaa crer, 20 que aa medo de morrer

quem folgua de nos matar.

0 quantas maneyras catam

com que nossos males dobrem,

que sse goardam d'onde morrem 25 as que vyuem d'onde mataml

25

MA DE FRAN<;iSCO LOPEZ.

hspar^a sua.

Cheguamos dous üeruidorcB d'esBa casn bem censsados, do caminlio ' lam lomados como ssoiiios dos amores,

s que nos trazem lays lornadog. So vyiios nos desejajs, vinde loguo e-esla bandeyra, port^ue em dor de 'il manfira & penas Um desjgoiys

M nunca Tiuer voa vejty».

DE BERNALDIM RRYBEIRO.

laldim Rr^fbeiro a huma molher que seruia, & vam todas sobre memenio.

Lembra-uos, quam ssem modaDfa,

senhora, he meti querer,

perdida toda esperanfa;

& de mym yossa lembran^a 5 nnnca sse pode perder.

Lembre-uo8, quam ssem porque

desconbefido me vejo,

& com tudo minha fee

sempre com vossa mer^e 10 com mays cre9ido desejo.

Lembre-uos, que se passaram

muytos tempos, muytos dias,

todos meus bees s'acabaram, [F. 192*]

com tudo nuDca mudaram 15 querer-uos minhas porfyas.

Lembre-uos, quanta rrezam

tyue pera esque^er-uos ,

& sempre meu cora^am,

quanto menos galardam, 20 ta[n]to ma^s firm'em querer-uos.

Lembre-uos, que ssem mudar o querer d'esta yontade m'auejs sempre de lembrar tee de todo m'acabar

DB BEBNALDm BH^-ramO.

vos & Tossa

saiidade.

Lerobre-vos.

romo pnguays

0 lempo qiie

me dcueis;

olhav, quam

mal ine Iratays:

s HHm 0 que v

OS quero mays.

0 que menos

1 vos quere JB.

Leuibre-voa lempo (lateadn. iiam poique de lembiar sseja, mas vereys cam magondo

10 deuo de sser c'o c rdndo do que minh'alma iiiseja. Lembre-vos minha fvrmeEa, de vos lam descoiibecyda, lembre-uos vossa cruexa,

u JUDta com minha Iristesa, qae naoca foj Bwrcfjrd«.

Lembre-uos, qse, ue

ms; como cotwentktei, .

nestes meus males fyiereys, ao com 0 menos que podereys

nam sserem meus dias tristes.

Lembre-vns, quam mal Iralate

lembran^as vossas me traiem,

eu sempre menos mudado, as quando mays desesperado

rossas mostranfas me faiem.

Lembre-uos, a quam maa Tyda tenho por bem vos querer; esla dor faz mays cre^yda, N nam vos ver arrependida de m'o assy desconhe<;er. Lembre-ues, minha senhora, [F. 1921

que por ja me verdes vosso mostrays, que vos desnamora

BS UBlfALDiM IIRYBEIAO. )M

procurar ver-uos cad'ora, o qa'eu escuaar oam posso.

Lembre-uoa , que Dem por jsao

minha fee yereys mudada, 5 o qu'eataa craro & bem Ttsto,

po^a cousaa mores naquisfo

tiueram for^as de na da.

Lembre-uos c'outra mer^e

de mjm nunca foy pedida» 10 se nam ssoo que minha fee,

poys tipha catiaa porque,

foase de tos conhe^yda.

Nestes dias dezyinados

Jembre-uos» com quanta pena 15 am de vyuer mens cu^dados,

sende ja desesperados,

Tendo que nada os condena.

Lembre-uos, que vyda lal

nunca vola mere9y; 20 olbay bem, em quanto mal

me paguays o sser leal

c'o tempo que yos seruy.

Lembre-uos, que vosso amor

m*aa, senbora, d'aeabar, 25 poys com tanto desfauor

nunca ora minha dor

de YOS me pode apartar.

Lembre-uos, poys nyslo espero

d'acabar, c'aquabo aquy, so que, com quanto desespero,

nam menos assy vos quero

que no dia em que vos yy.

392 I>B BBRNALDÜf RRYBKTRO:

Caniigaa soa.

Nunca foy mal nenfaum moor, nem no a by nos amores caa lembran^a do fauor no tempo dos desfauores.

5 Eu por minha maa Ventura [F. 193*]

nam aa ja mal que nam viaae» roas. nunca tanta tristura

me lembra qu*inda sentisse.

«

Fuy & ssam grande amador 10 & vay-me bem mal d'amores, & muylos vy de grSo dor mas est'e ssuma das dores.

DE PERO DE SOVSA.

Pero de Sousa Rrybeyro ao baram, porque ibe bfya Cabanas buma capa bordada^ de mal-me-quereys.

Que mal me queres Cabanas , qiie senrrevra tees coniigno, qae tanfo pano me danas, sende sempre teu amyguo?

5 D'enuenfam de mal-me-queres

estay'eu bem descuydado;

mas tu perro arreneguado

pagaras o que fizeres.

Sempr'este feste Cabanas, 10 juguetas muy mal comiguo,

pois estas obras, que danas,

traxem no rryso consyguo.

Francisco da Sylueyra por parte da Cabanas.

Senhor, porque vos queyxaes?

para que sam tais oufanas? 13 se yos mal entretalhais»

para que'e culpar Cabanas?

Tendes condi^am estranha,

erraes' a gualantaria;

entam quereis que nam rrya 20 a de Mendanha.

I Orig. karlmdm. 2) Orlg. 4- rraes.

DE PBBO DB 80D»*.

GlDÜgua de Pero de Ssousa Rrybeyro.

Aperfya meu ctiydado comyguu, sem me deviar, lanto, que seraa for^ado, se dura, de me matar.

Nunca me äeyxa Irisleza, |F. 193'|

de a 1er tenho rresam, poys vejo meu cora^nm ^

contra mjm em lal Brmeia. Fax-me ser desesperado I tal vyda sein esperar, lanlo, (]ue scran forcado, se dura, de me malar.

De Pero Sousa a dona Maria d'Eft.

A, que meu descansso empe^, (empo he de a nomear; » 00 minfaa senbora d'B^a, pirly-mp sem tos ftdar!

Se nesle pa^o andaua, srahora, sem vos serujr, andaiiB porque cnj^dana 20 qu'era aeniyr-noa mentir. Mas nunca a ningnem aqne^ com TOSCO dessjmolar, 00 minba senhora d'B;«, partj-me sem roB falarl

0B FBRO S0U8A.

de Sonst a dorn Fernando Pereyra, andando ambof na dama, & niim eaminho foram achar hnma aiit semela com hmn ireposieyro d'annas alheas.

Achämos t'um rreposteiro

com crus de Cristos no meo»

que te nam cuatoa-dinbeyro;

maa tam ferto, como es feo»

5 he alheo.

Sc o mandaras fazer» fora Terde k Ijonado, ou ta mentes no cujrdado, em que m'eu yejo morrer. 10 Compr'outro do teu dinheiro das cores, de quem rre^eo, qu'eu ja bem creo qu'es feo ; ' mas descreo de ser teu o rreposteyro.

j que fez Pero de Sousa, quando el rrey nosso l^- 193*] ) de Santyaguo, que fez o sengular momo em Santos, nlan^ele hyam cantando dianie do entremes & carro em que bya Santiaguo.

15 Alta rraynha senhora, Santyaguo per nos ora!

Partymos de Portugual catar cura a nosso mal, sc nos ele & yos nam val, 20 tudo he perdido agora.

DB PSBO D8 SOmi.

Po^ qne BOmos sens rromejiroa ft das damas lam ealeyraa, faesem jaa nosaos marleyros, ^e niinca cessam hum'ora.

8 Pediinos a vossa allexa, •Ol qu'estaa nossa Ütraeta, qne nam conssynU cniexa ■fste seram o-os de fore.

Aqiiy noH lern ja preseotes N dft nossos males coDtentes; pAjs nom valem Hdereiiles, oje nos vale;^, s nhora!

DO BARAM AO COUDBL MOR.

ram a fVan^ysco da Sylueyra, porqne d^ima loba ^ nuindou fazer huma capa de grada.

Seobor» ringan^a me day, ou a pedyrey a el rrey d*aque8te perro d'Jssay, que fes quanto Ib'eu mandey.

5 Porque Ibe disse em desdem,

c'a lob'era jaa ^afada,

lettou ba para pousada,

fes d'ela capa de grada,

que nam agrada a ninguem. 10 Tal alfayate deyxay, [F. 193']

A seruy-uos do del rrey,

poys este perro dTssay

me fes quanto Ih'eu mandey.

DE SYMA'O DE SOUSA.

De Symam de Soosa aa senhora dona Caterpa de

Fygucyroo,

Oo yida que sse nam aaente ,

de quem na daa & a tem

por pyor fim!

0 meu mal qu'estas preseDte, 5 o meu bem que nam es bem,

nem no aa em myml

Mas Tyuo em me lembrar,

que ssoes yos por quem sosteniio

nam vyuer, 10 k que nam posso leyxar

d'auer quanlos males tenho

por prazer.

Por ysso nam fa9ays ?os

errada, que ambos vemos 15 conhe^yda,

sem fazer nenhum de nos

0 que cada hum deuemos

e-esla vyda.

Uos, por me mdndardes mal, 20 & eu, quem volo comprir

assy me fundo;

▼08 por fazer desjgoal

0 mandado do ssentyr

que 880U 0 mundo.

DI smra ra soosi.

Qae mays descansto nam tanha, .

ja TOS dey qafiiito bem tinha,

qne ja nam (enho;

ina9 nam ssey qaem sc sostenha, 5 86 nam en, na vyda mhiba»

qne sostenho.

Sobr^isto mal me faieya,

A nam vedes o'o» qn'eu tmjo^

be fengido, 10 asay que, quanto quereys,

aenhora, ea contrafa^o,

Ic aam perdido.

Em mens malea deacanssaua [F. 193*]

antea que m*08 defendesse «5 qnem m'oe den,

A co'elea m'alegraaa;

maa nam qnys qae oa aofreaa«

polo saeu.

Olhay bem, cam pouco saer 20 days a vyda qae soatenho,

de que vyao;

qae me lanfays a perder,

& perco quanto bem lenho,

& quanto diguo.

'^'^ D'onde me vyraa descansso,

s'a nretam, qu'era perdida,

me tyrarflo,

se eu cuydo nyaso cansao,

qu'em me darem eal'outra vyda 80 me matar&o.

E trouoe-m'a eate fym

esta dor que m'assy Irata,

que nam canasa,

que nam ssey parte de mym, 3s mas tanto, quanto me mata,

me deacanssa.

Nestes males na bdm msl,

que niDgucm nam pode Iw

se nam eu,

a que nam acbo jgoal, s qu>ii folguo bem de sofTrer

polo sseu.

Mata^T-m'aa vossa voDtade

roin voBsos males eslranbos,

sem rrezam , 10 que ssee a minba verdade,

poalo que sejäo lamantiog

Gomo 88 am.

De quanio vedes que diguo, nam cuj'dejs que me squejrio, ts mss deacanaso.

Qup he o mayor abriguo

de qtiantoe busqucy & dpyio.

St mays I

Outras 8UBS a esta senhora. [''' '^

H6 lanto 0 mal que asento, > que nam posao eBcuaar,

senbora, de tos lembrar,

que mo^o de sofrimento.

E poys eslou neste f^,

a que me delermiaastes, ) quero uos lembrar de roym,

poys voB voa nunca lembraslea.

Muytaa vezes vou . cuidando, Gomo poaso descanssar;

tmwmfo Ds souflA. ^

ae«bo taiiipre eanssaiido de caydar. « E maneyra nunca yejo pera jato poder aser 5 aem acabar de Tyuer, <|iie agora maya deaejo.

Aasy nain saey deaejar de aaer bem aventurado, porque nam posso cuydar M DO que aaam deaenganado. Faiey o com qae folguays, qu'eu ysto ey de faser aempre em qiiantö fyaer, poato que voa nam queyraya.

15 Couaaa que daa- presuncfio

lern muyto boa desculpa,

fujo sempre d'esta culpa

ft Toa da minha rres&o.

Nem 86 podem goardar tanto 20 buna olbos, que algum'ora

Dam olhem aaua. senbora

detraa d'alguem ou d'um quanto.

«

Qu'este mal, que'e o meu bem» de todos 0 goardo eu; » maa qu'a de faser quem lern laDtoa medos polo sseu? ^say nam asey que me valha» ae tolhem o que nam dam, ' & dam muyto maa rresam 80 por nemygalba.

S'olbardea o fym que ssygoo, [F. 194^ yerea bem craro meu mal;

»••iro iw%\, III. 2a

DE STMA'O DB SOCU.

queyxo-me em quanlo dyguo, mns nada porem me val. Esla ora Ta,v perdyda, & eu me vou a perder; 3 nem me mala minba vyda, nem me quer leyxar v.yuer.

De Ssymao de Sousa « dona CaleiToa de Figaero.

Pars me lytar s v^da muyiBs cousas s'ajunlaräa: duas d'elae abaslarfio.

10 Abastara nam «os Ter, ou uer que ' me oam olhays,. poys que ssaiD males mortais qualquer d'esles de sofTrer. E co'esles a minh« vyda

a taoloB oulros s'ajunlsrSo, que de todo m'a tyrar&o.

De SymSo de S«usa a dona Caterioa ia Vypun.

Ja mujtos dias avya, .qu'este tempo rre^eaua, & me trouxe a fantesj'a, » que .deaja

saber de m;m com'andaua. Quando es cousas tem tat fim, aa nelas graudes ssynays, comefej' d'olbar por myra,

1) Orts- ime.

M flmrO DB 80U8A.

* Almeyrym

me descobrio h^od« mays.

0 Tyaef'tam atreuydo

OQde'e tarn deaofe^nado; 5 0 praxer he ja perdido

k mal 8o|rrido»

bem perdido A mal.ganhado«,

S'eata yyda toda he tal»

nain na ter mylhor me vem, 10 asay Dysto , nem no al

Dam aynto mal,

nem desejo nenham bem.

. Trabalho de ase- nam Ter [F. .194^]

0 qae von deasymulaodOy , «5 fypjo qae tenho prazer»-

ft per aae crer ..

Ihorando ando caAtando.

Desejo de m'acabar

este mal qu'eih mym nam 6alfe» 20 & queria m'endinar,

por me vinguar,

mas» ss'eu posso, deos o ssabe.

Esperan^a de prazer

nam yos yendo he perdida; 25 se trabalho por tos ¥er,

von saber

qa'em ambas nam lenho vida.

Assy nam ssey o'que-fa^o,

todalas coasas rre^eb, 30 o fundamento desfafo,

em que ja^o,

poys eu, nem ele tem meo.

0 men mal foy ordenado

a qu'eu sso ssey o rrespeyto,

26*

I DE BTHA'O SB SOCSA.

leyia m'a^saz msgosdo k v^nguado,

tnas porem nüin snlisf^yto. E poys he por .tarn mao tym , s deiiP de ler msyor culpa: a lam mao eslado vyta, que a dou a tn.vtn, por dar s outrem desculpa.

Uo8 me [ysesle» perder 10 o guosto do desejar,

emrado-me de ryuer

por TO» Ter . . ,..

an onlras cousas folgar,

Oo trabalhoBo cujdado » en iBoo vog ej de ssentyrl

oo Icmpo tambem gastado,

ja pBBsado,

lam mao o iju'eslaa por v^!

A groria he perdide M do mal d'aquesta demanda ';

ey medo de minha vyda,

mal sostida,

polo luguar em que anda.

Je-esta mal delermin^do, \f- t94*]

39 qu'^Bto nam fosse mays (edol

nuncB m'eu vy lam onsado

d'enganado,

nem oaue tamanho medo.

Hum cooforto posao ter, so qae outro me nam ficaase, he, ouuyr sempre diier: que nam quys faier deoB a quem desemparasse. I) Oilg. Ummitdo.

M fnU*0 DB SOUfA. 405

Ja dedb meu fiiDdamento, per dar a meos males fym; 00 mens xasteloa de vento, qaaDto aaento Ter-üoa ja.fora de mym!

Cantigoa soa.

Tudo se pode sofrer, pera lüde hya a rresfio» maa nam jaa omem ?yuer aem cora9fio.

10 No lagnar com'eu estaa, pas per mays aeguro sea; mas como yyuyrey eu, 86 0 nam consentem laa? Nam 886 yyo, nem a de uer

15 tal modo de perdi9fio; todoa folgäo de yyuer, & en nam.

mao de Ssousa a huum sseo amyguo por quem falana.

0 trato he assentado

muyto a minha vontade» 30 mas na verdade

eu achey o mar pycado.

Na primeyra altercamos,

desfys-lh'as suas rresöes,

ft nas minhas concrusöes 25 asentamoa.

\

DE SVHA'O DB MVU.

De Ssymäo de Ssousa a scnliora dona Joaot de HeoJof

Nam ssey de mjin o que Tora, [F. 194*| nem que fj'zcra, Be meu bem volo nam ilera,

S'aleegora nnin »tOubtTam

9 quem sempre teu'esle bem.

toy medo que me poserSo

05 males de quem m'o lern. Que s'esle medo nam fora, eti dissera

10 minha dor a quem ma dera.

E vendo que me'e pfor, nam quero se nnm dixe-Io,

6 escolho por inylhor faier-me mal & 6urre-lo.

W Quy^a o dyguo em ora, que qu.vsern nam ler vyda, que perdfra.

Se me mala, saberam por quem moiro & s9o ven9ido, so que'e muylo boa rrezSo pera tudo sser perdido. Sempre o (ay & agora, por qnem era rres&o qne tudo perdera.

21 Da senhora^ dona Joana

de Mendo^a me Chamo eu,

por esta ssam ja sandeu,

que com ningnem nam B'engana,

se d'ela, d'outrem nam fora, u> nem quysera

nenbum bem que me fyzera.

OB «nuro DB 'wcsk. mv

E ignda qoe tioMse o bem d'oatreniy oam no ^ qaero; por majB pena qae me desse» nam daria o mal qu'espero. d Por qae ase ele Dam fora, nam tyuera deacaDsao, Dem no qniaera.

E sae jaa deaaymale; 0 mal d'este penssamento, 10 fo; muyto grande tormento, qa'en bem synto & senijrey. Maa nam asey d'entSo teegora [F. 194*]

que fjnera, a'yato em mym nam conhe9era.

i5 Conhe^o que'e gram rreifio,

que me male» sae qnjaer;

maa qnem tal causa tyuer»

fem boa satisb^So.

Te-la-ey sempre & agora» 20 maa quysera

ter maya vidaa que perdera.

Pola que lenbo perdida desejo mays que perder, sem eaperär de auer 25 d'eate meu bem conhe^yda. Com tudo diguo, senborat quem lyuera mor poder qu'em ay vos dera?

Fym.

Nam quero mais qna rreslo; 80 fase 0 peor que souberdes, & de Tossa condi9fio vsay» quanto Toa queserdes. Mg.

Que se de i nam ouuera por bem nenhum que Ijuers.

Cantigua d'esUs trouas.

Ateequj (lessjmulej , a qaanta dor tenho & me ilays. j'agora nnivi nuys.

Poderey si (ßfrer

quanto mal pt i ouuerdes,

mas iiam lejiar dtzer, 10 que Tolguo de nie perder; vos folguay no que qiiiserdes. Esla dor dessiniuley aieeqny, mas nam creays, que a pude encubrir mayt.

De Ssymao de Ssousa a dona Joana de Mendoft.

15 Males qae nam ssSo de fora [F. 194'] & que vem do coraijSo, eales matao, c'oolros dIo.

Nesles, que do meu me Tom, corro eu itjb[c]o mortal; ao mas como pody eu ter bem, se nam Ijnera eale mal; com qnsnto he desjgosl a dor do meu coracSo, dem ns a mym ', & oalrem nam.

29 Por ssegurar minba vyda B dey e-este mal presente. 1) Ofl8. Mim.

M VaurO DB 80Ü8A. 4g|

o yyda que'es tarn perdida eom*ea d'ela asam conteDte. Este mal por bem ase aaente, poato quo a perdi^ 5 eate bem ^erta na mfio.

Deacanaao do meo ryner, trabalbo qne nmica canaaa, Tjrda, tomada por mansaa, maya forte qae pode aser; 10 Que desujado praxer de quantaa coaaaa o dam l^e 0 d'eata perdy^iol

Cantigua sua a esta senhora.

Por ter em roa esperan^a aeja» poys nam quero al, 15 d'algQm bem on de maya mal.

E aaera com condifam, poys hy nam a bem sem ela, se m'a tyrardes eniam, leue sa'a vyda co'ela. » Qne d'ela, pera perde-la» be mayto ^erto synal» de 886 perder tudo o al.

De Ssymao de Saousa a eate vylan^te alheo.

Poi« iayzMto eai aii aievorM evydado, pen« y iolort 35 lOftdO MMM Mior.

Sy ie do gra^aa, my dioa» [F. 195*]

no 88on por las qne me aaes,

W! STMA'O DE SOüSA.

antn nelhas me desplaze«, qm <rum mal me azes dos. ^ lu por bien das a nos Tida de lanto dolor B loado seas amor!

QobdIo bien lutie, le Ay; tu a my, (]uanlo mal veo: aore^eiilas my deseo por vida mcneoar a mj. « Paea veo morir en tj my vida, qu'es my dolor, loado sseas amor!

De Sfjmio de Ssoosa estando doH Joana prest por i dl irnnlia.

Senhora, poia qae sojra preaa

& ja nam pode sser al, » seja por coaaa dofea»,

que Toe nam pod'ntar mal.

Aaty que tal prisoneyro

oesta prlsam o lopasse,

sendo eu o ca^lreyro m A senhor quem sse pagaasse.

De SsjFinäo de Sioiua, qae Ihe disseram qne casioa i Joana de Heodofa.

Du, que quem cala conssente, jBlo oam «'enteada em tob, porqoe oam paguemo» hob

Dt SflurO IUI MUSA. ^

todo em Tida detooBteale. -

Se o faiej«» fie nreiam

qae digu« meu pirefer,

A BBjbajB minha teofam, » por lado te too dis«r.

0 costome d'esie rreyno di-lo-ey, qae nam aaam miido: de fidalgo t'eacttdeiro, aas molheres pende tado. M Andam bradando por oasa [F, 195^J

com paiiam, dor ft eoidado, jostaDdo em saela rrasa» rrefertando o mal gaatado,

Aieite, Tinho ft pSo 15 a ssaas mer^ea aa'emcomenda,

be bem que se nam entenda

o que a entender-lbes dio.

Tambem Ihes pedem rresio

do que d'iato be guaatado» 20 dixendo c'a prouisäo

be de molber de rreoado.

Aa veses vam a eoxinba, aem aver nela que ver, que eondifam, taDto minha, 95 DU para minha molherf Leyxando o qne tendea caa ft que d'outroa s'oferefe por tomardes o de laa que'e pyor do que pare9e.

80 Outra cousa m'esquefia, que nam vay neata .rre^eytay que'e paiiam de cada dia, de que a cönta eata feita: He c'a cbaue do dinbeiro

DE STUA'O DK B0U3A.

SB nam ßa de deos padre senhora d'uma gram verdade que'e condiijam d'ciscudeiro.

Ja i'y a dous ou tres anos, » qu'isto vem a rrete^er. come^ao 09 desenguBDOs a cre^er he vorrecer. S; nsm aa conformidade, quando as coiisas sssy vSo, te poDc'aproiieyta rreiSo, onde rsle9e von lade.

Jsto a meu parecer, senhora, qu'aqu,v aponlo, aynda num vem a conto, 15 pa'rou, c'awes la de ter. Eu ssoo roe ssej desuiar de lodos, polo qne asejF, eSo lodo de deiafar 111190 ' domine de;.

» Todo mea fejrlo he pmer, [F. 195']

comja coDtPDtamento,

folguar, tryt, canUr, Unjer,

arer tudo o al por vento.

S'a Bsenhora que vyer, V nam for muyto desorada,

fara tndo a qne qniaer,

se 0 for, nam fara nada.

G tera bem negroa dias, qu'eu tambem posso morrer, M ^erto nam podia saer da doen^a de Manijiaa. Se for a minha vonlade dina do meu penssamento.

M gnuro w 80084. m

dar-lh'ej minlui Uberdide, bnsipie loo coBtentamento.

Se TOS yyr Um engaaoad« -

k nos leyzirdM tarn mos, 5 quaiido pregonUr por tos, - sert pola enforcada.

Polo entender milhor

T7111 Negro a diser:

MÜiandar bser de comer, w senhora, pera m^a senhor.**

m

Este aniso qaereo, ele podes 'fngejrtar, qne ningaem Dam tem rrefeo, se nam do rrecucbühar. 15 Tambem tos doe de tos, qae ssem Tida nos leixays, em na tyrardes de tos, pola dar a quem tos days.

De Ssymao de' Sousa a dona Joana de Meiidofa.

0

m

Nam me podeys agrauar 20 com consa que me fiserdes, porqoe dam ssey desejar se nam 0 que tos quiserdes. No qne ssey qne tos folgays, nisso folge eu tambem, 25 se me nam fiserdes'bem mas que nunca m'o fa^ys.

Que CO' esta condi^am [F. lOM]

quis Tida pera perder.

DB SYHA-0 DB SODBA.

que me dcu b presiin^fliD de TOS saber enlender. Com isto ssoube a^erlar que me mil vezes mateys,

i nisso 8S0O ey de folgnar;

. nam ssej no que folguarejs.

De SlJinftO de Ssousa a liunia mo^a dn camsra da rratnbi. que nui" "•""^" "" "ic ft*z daina.

ExempfO bem verdsdeyro, que B todoB ey de da-lo,' dyz: qiie queda de ssyndeiro 10- be mayor que de caualo.

Ja ase o ssyndeiro he d'albarda ,

he milhor andnr a pee huma valente jornada. IS Tiueras cornoa ssyndeiro, pois que ja nam es caualo, que dar couce hum cbincbeiro' ja quem xequer ssabe da-lo.

'W^.^i^ .0,

De Ssymso de Ssousa a dona Jopna de Mcnda9fi-

Senhora, queiji vos nam vio, M he fora dum i^ram rtiidado; quem vos vjo. bein Ih'a custado.

CuBla bem 4 cusla dor,

cusla vida, & dav-la lal,

que deue de sser milhor

SS o que ss'a por major mal.

ip sniro n spusA.

Se qaero coidar em al, im feogjfr oolro cnidado» be trabalho esousado.

E pojs hj Bam ha deaeanaso 5 menoa piadade voasa»

Sejo 0 tormento' majrs maDsso,

com qne a yida milbor possa.

Ca dor dlsto saeja roasa, [F. 195*]

ea por mea ey o caidado, 10 qae me tanto tem coatado.

Ootra aoa a esta aenbOTi.

Se Tedea polo qoe b^o» •qne «e posao bera faaer, he porc'al nam pode' aaer.

Neate tempo qae pasaou, i5 que nanca pode passar,

na Tida, que me dejnoa»

▼j yida peim deiiar.

E por Ih'outrem nam matar»

o qnis en a mjm tmett 30 por tal cnlpa nibgnem ter.

Ontra ana a dona Joaiuu

. Qnem aoAer minha vontade k cnlpar minha ten9am> ou tera rreaam, nam.

Huma vontade qpe Unha, 25 qne me daua mfl vontadea.

DE STHA'O DE SOUSi.

por buma minlira minhs WC inoslrou muyias verdndes. Vajdflde das Taydades, errnda conlemprüqHiii B i'as c'Algum deitcansso daml

, , De Ssymäo de Sousa.

Deacansso de nitnfaa pena,

tremedio d' paixam,

o HOBhonI

por qaem lanlo mü- HTerdflnt, W onde as cousas assy v3a,

qnam nsm Tora!

Por rremedio tos buaquej

de qoando eu nam veuia

■em vos ver; IS Bm ]uguar d'tslo acbey

Uola dar, que »am qtieria

ja viaer.

0 vida de miiiha Tlds,.

cuidado, que me oam deiia ao cuidar -em all . [F. 195']

que vos Tojo tarn perdida

c'aiee minh'alma sse queyxs ,

d'esle mal.

Que farey ou-que taseytt- u o'nde tos hjs, qae deiiaj^s

lodO'Caa?

Uedes 0 quem tob perdej^

que l8 onde tos leuajs,

Dam aa laal

■0 Leixays o mundo perdido tos, ssenhora, mal gusnbada, aem desejo. -

DB snüTO DB sotrsA. 4tV

Fica o mundo destroydo, ▼08 fedo desenguanada tambem vos vejo. Quändo vos despoya achardes neate enguano, qü'a de dar praxer a nos,

Por mais que emtam cfaorardes, eu aaani o qu'ej de chorar mala ca vos.

10 S'estas magoas aentisseya

qae no cora9am me dam,

saenhora,

Nam pode saer, que nam visaeja,

que de minha perdifam i5 he Yinda a ora.

Tiraatea m'o meu prazer,

deaiea me tanta triateza

por tanto bem,

Que nam quero ja viuer, 20 por nam ver tanta crueza

em ninguem,

0 que triateza tam triste,

que deaconsaolada yida

& que cuidadol 25 Que sse tu fortuna Yiste,

golpe em yida perdida

a mym he dado. '

Fizeate me muyto mal

& a yida nam a'esfor^a 30 par^o aoffrer.

Eu nam posso fazer al;

mas ysto saeraa for^a

de nam yiuer.

Remedio nam no eapero; [F. 196*]

85 que quem m'o podia dar, •■•iro ff«m« m. 27

I

sem nenhuma piadade io & 8sem vida;i

0 cniel tonneitlo aie«,

qae d'oatrem nam pode aaidr.

nem he bim qae wtiäV

Que tanto trabaUio defi 15 a mym, a qnem o ftoer

me asobeja. ' .

Atormentado de nouna,

deaconssolado, perdido^l'

Tida perdidal 20 Que dcspiadoaa flml

00 quem nam fora nafido

Deata Yida!

Quem ajaa de querer nada d'este mundo» nem de'Toa» 35 nem d'aquyl

Ca coUsa vay ja danada . em vef mao peaar de tos- feylo por hy. Podera ora bem saer»

m snro de boujbi. 4J9

Estas palauras perdidas,

nam aas digno por guanhar

■adi co^elaa.

Mas 886 no8 tyrays as vidaa, 6 Idxaj-me deaabafur

por elaa»

E leizay-me farUr bem

qu'eu d'eata ora to8 deixo

por diante. 10 Nam me defenda ninguein» [F. 196^]

ja que me ea oaih aqueyzo» *

qae m'espante.

Cantigaa saa.

Bern perdido & mal guanhado Dam sse aaente» & eu o aaento; 15 00 fandamento enguanado» tomado 88e,m fundamentol

Onde rrexam he perdida» no qae ss'entam offerefe flca a ten^am conhefida 20 d'uma que ase nam conhe^e. Sentido tam acupado, eaprito» que foate ysento» quem te fes tam enguanado, que te nam dea fundamento?

27

i

DO ESTRYBEYRO HOOR.

De Fran^iaoo Omem, cslrjbcjxo moor del rrey dosso r

O (]uien viessc praio ^terlo y fuesse venidn ««"Arte del muj 0" i^ierto

■'' de ssu d( .11 rle!

He ray mal q ero ncobrir . k comiguo padei^er, por me nom dar gi im prazer al Uempo de my m nir,

Porquc no quiso Ventura 10 que fuessedes piadosa,

pues que vob fizo fermosa

soljre loda fremosura.

Mas eBtaaa[D] ya ordenado

del come^o de inys dias IS las grandes angusliaa mju,

finnadas de m; cuidado.

Yo de passiones ferido, y de dolores passado de ver-os amorte^ido w y del deseo finado,

Oo qae graode estrema salgol [F. 196*1

ay comeQO, mas no medio. o fim de lod'el rremedio, senhora, como ssoy vjuol

39 Y con lormienlo mortal, dolor y pena y oluido distes las armas al mal.

DO ISTRTBBTBO MOOR. 42|

com qae me tiene Ten^ido. De mj estoy ma; dadoBo» todo el praser Me desria. o my cnydado Ihoroso, 5 perdida esperan^ myal

Los yuestro« gra^iosos ojos, fennoaoa & deseados» los myoa, con ssns eDOJoa DIU j tristes y may caniisados; 10 Querelham ss'elhos de mym, yo qaexo*me d'elbos fierto; niaa aqneste dbsconfierto es eoDfierto de my flm.

Uos, senhora, lo quereys, 15 y craesa lo conssiente,

mas elh'alma triste ssietite

el mal que tos me faieys.

Mas yo fierto sere sayo,

que la fee pide y qtiiere, so qa'este fiiegao, de que fuyo,

yo lo pido» y el me fiere.

Deiir-vos la my gram pena DO lo sufreD mys querelhas, que my mala ssuerte ordeoa 25 el mal que me yieue d'elhas. T DO OSO descobrir mys Ihaotos y disfauores; fercado ya de* dolores me parte pera el morir.

30 Soy catiuo del eDguaoho, sogeito de la sogeita d'esta YCDtura ymperfeifa^ que sse queixa de su daubo. T fierto dudosa groria

leiiaj's d'esle mj lormento, qu'cs grande el veni^JinFEito y pequenha la ritoria.

PS'»- [F. 196*1

No me quero >& queiar. I qae ray mal y my porfia

DO sse puedc yinaginar,

ay lo daa-la fantesya.

Porque crc* raAa ora

tarn gran^» > I y fuertfl, 10 qoe vos, iar la maerle,

ya me la qiii senbors.

Ootna SQis ssobre liuni rregimenlo de humas codUs. a ssc guanhaußtn muytos perdSes.

Este he 0 rregimento & rrcia-sse d'esla ssorle. come^a-sse em meu lormento IS k acaba-sse em minha morte. Oulhay, ssenhora, por ele, k nam por mym; al deinenos vereys nele minha fini.

aa llem, ssenhora, rreiando

eale rrosayro Ires vezes,

Gonfessada & confeasando, .

qae nieus niales nunca Tedes,

Uos ficaryeys ssem culpa in ic eu na pena,

porque a culpa me desculpa,

sahen do de quem sa'ordena.

Que ss'eu eaguanado Tiuo, deseuguanado pade^o;

DO SBTRYBBTBO MOOR. ^

Dam me dajrs o.que merefo, nem me quereys por catiuo. Blas Jjzey-me tos agora; que farey? 5 que ssem tos lembrar, aenhora, morrerey.

E porque busco os estremoa, me bascam eles a mym; maa triste de mym, qae vym io aa conta qu'ambos fazemos.

E ea a fa^o de perdido, [F. 196*]

sem yentura

yen^do, que he ja yen^ido

da yossa gram fremosura«

15 Mas he muy ferto, que a yida,

que en tays perigos sse ye,

nam pode sser, nem sse cre,

se nam que he ja rreperdida.

Tomay as contas na mSo 30 com tal fee,

que «ste yosso cora^äo

yossQ hee.

Anda o esprito em pena

nesta yida, que nom tem, 25 este foguo, d'onde yem

que tantos males m'ordeba.

Porqu'este mal, que m*aqueyxa,

nam tem meyo,

mas pois que m'ele nom deixa, 30 de yos yeyo.

Oo coytada d'esperanfa» que tomou nome de minha, porque em yer-uos adeuinha, que mudada days mudan^al

424 ^^ BSTHTBETRO MOOE«

Que T08 fiz, que Y09 mere^»

qae me days

dores & dor que pade^o

desygoays.

5 Uyrdes yos» ssenhora» a ter perdam de tantos enguanos» nom ouso, nem ssey diser que ssois liure de mil anos. Qqe aegundo 0 tos faseya,

10 sem nos terdes,

ey medo, que nos mateya, como 0 ssouberdes.

Cantigua sua.

Senhora, laa vos daram humas contas que pedistes, 15 porque as minhas nam nas vistes; nem ouuistes, nem vos pareceo rrezam.

E ^ com minha conta feyta [F. 196']

rrompestes m'a ssem na ver, w mas tarn pouco m'aproueüa

cala-lo com'o ^ dizer.

Os estremos vossos ssam,

contas de longo' pedistes;

meus males nam nos ssentistes» 25 nem me vedes, nem me vistes,

sende comiguo a rrezam. 1 3) Oig. Eu comou lanye.

DO I8TRTBETE0 MOOE. 4g^

Oalrä soa.

0 tempo fara o ssea;

que dos asinays da Tentura

eaperanfa nam asegara.

Oo yentura , que ordenaya 5 sem eaperanfa ved^dol

qu'em 0001690 tarn perdido

perdidos ssam noa saioajra.

Porqae de periguo sseu

a mudanfa me ssegura io muyto gram deaauentara.

Mas a causa d'este mal Dom he mal, pois de vos yem, que quanto mais desigoal, mais mere^imento tem. 15 Seguro que o tempo deo* com ssinays de fremosura, nam ssam de vida segura.

na ssaa a bäum omem qne sc queyxaaa do tempo.

Como o tempo he de mudan^as,

busca ssempre meyos tays, 20 que DO que mays desejays

daa muy lougas esperan^as.

nam quer, sse nam que guasteys

somanas, meses k anos,

&. ele com sseus engoanos 25 trai emeubertos os danos

de males que nomi ssabeys.

5 Laurey c'o« ^i|im •ligvaMt» a rresam ssemeiw fpana, * k meu CQida4# ai'of4Mi nouidade de mH d$mßi -. Senhora, Vay alraue»

10 com males meii «Mraffln» qtie asemea huma paiiam & colbe des.

. > •.

pena.

Naqaesta pena txmy alta, meas olhos» yedea tal dano» 15 qu'aneys por vid*0' engnäno.

Porque perigao tarn grande, tarn grande como meu he, ej medo» que sse desipande a vida, mas nam ja a *fee.

AA

f\^

Dp ItTanKTEO MOOR. 419

8oa qoe mandou a raa dama, porque sse ferio Dnm

dedo.

Do T0880 feryr ey. medo\ porque a culpa da tenfam deu ssynal ao Toaao dedo do maT do meu corafam.

9 A vinguan^a que a de vyr

agora sse descobrio,

que quem c'os olhos ferio

com ferro aae a de ferir.

A culpa nam he da mSo, 10 nem foy, aaenhora, do dedo,

maa do Toaao cor89So,

ouaado & ssem nenhnm inedo.

Outra sua. [F. 197*]

Poya que minha vida he tal, ja queria ssaber ^erto, 15 ae Tem yosao bem tarn perto como 0 mal.

Porque o mal tenho comyguo & ele anda ja ssem mym; mas coma mayor jmiguo

20 0 bem me poem em periguo, periguo que nam tem fim. Mas a fee, que he immortal, tera a esperan^a ^erto, de Ter o bem muy in^erto,

29 & ^erto 0 mal.

428 ^O B8TRTBETR0 MOOR.

Oütra sua.

Tado yejo contra mym, T08 & ea & a rrazam. coytado d'um cora^am! qoe saam trea a dar-lhe fim.

5 Cercado & combatido, qaerendo-sae defender, a Tontade o tem yendido & a rrezam o fez perder. Deacobrio-sse contra mym

«0 cuidado, dor ft paixam. coytado d'nm cora^am! qoe mil modos tem de fim.

DE FRANi^lSOO MENDEZ.

De Fraofisco Mendez de Vasconfelos, hyndo-sse meter frade, a hmn seo amiguo, que Die mandou preguntar oude hya.

Mea senhor, tos desejays minha partida ssaber, pe9o-uo8 que nam ssintays a perda de me perder. 5 Qae ondeqaer qae m'achar & esUuer,

seruir-uos-ey de folguar no que poder.

De saer yosso obriguado, [F. 197*]

40 sam ferto, que o ssabeys»

porque culpa me nam deys,

irespondo o-o preguntado.

O quäl ssempre quis calar,

por que ssabia 15 ayer-uos pena de dar

a que ssentia.

Trazer ysto tarn calado me conuinha, pera sser a ninguem uam no dizer, so me for^aua sseu cuidado; Do que culpa me nam deys, que, sse olhardes, vereys craro, que errareys em m'a dardes.

) DB FRANCISCO

Que we laa tal voe dissera. o pensar-uos ' m'esloruara: sein quererdfs nam fizera aquilo que despjara,

3 E d'esrnrle, Dam tos vendo nam darpira

B m>m pena da que ent^nda que tereys.

Por menos msles ssentyr 10 de »08 ver rl^ndo; ^

per'oulr'arle ._. ^...Jr

sem vcr-vos fu^ mats ssentinds.

Mala-me a ssaudade

que lerejs; IS s que leuo aa voolade

ja ssabejTB.

Na dor, que leuo, conheqo a quo TOS por mym terejs, ' & nela, ssenhor, mereco 90 a que inais pade^ereys. E por de myin tos vinguar quero düer a Tida que rou busear pera Tiuer.

« Pardo abylo, cordam,

do meu nome nomeado,

com manio da condi^am

da m^ba bem desuiado.

Com alforge ft cajado t^. 197']

»D meDdigaudo,

a aiym meamo do pasaado

caaliguando.

Escolh; equeala cor, pola meu cora^am ter, 1) Orlg. f«r««rKM.

n f«ANQ18C0 MUfras. ^ttl

o qaal he ^ cbeo de dor, em trabalho quer morrer. Nunca pude al fater pola rrazam,

9 & a quem mal pare9er pefo perdam.

Aqueste triste Teatido t^ maneyra de viuer, por ter menoa que perder,

10 eacolhy ja de perdido,

E nele, sem mais querer,

Tynirejr;

a Tida que ey de ter

Domearey.

15 Uyuirey de saentimento

de quem mal tenho ?euidö,

terey yida com tormento,

que bem tenho mere9ido.

E saerey arrependido ?o do pasaado,-

o quäl tenho conhe^ido

aer errado.

Uyuirey de aaaudade»

aem dizer de que seraa, «5 vyuirey sem Hberdade,

que mais Hure me faraa.

A mym outrem mandaraa,

& cu farey,

86 errar, castiguaraa, so & sofrerey.

Uyuirey ledo, contente DOS tormentos d'esta Yida» minha dor nam conhefida outraa mooretf me oonaaento« 3rig. de.

DB FRANCISCO HSNDEK.

Toda cousa c'atormente

buscarey

de Boffrer, sempre doenle

andarey.

s Meu descansso aa de eser \f. 197*)

canssar em outros seniir:

quanlo nioor pena sentir,

mais ledo m'ey de feier.

Seraa lodo meu praier, w ser deepretado,

de niDguem nam mc querer

muy conseolado.

Terey meu conlentameolo

muy Brme neele dcsejo, ii das cousas em quc me vpja

terey boin conhe^itnento.

Por ler mais merefimenlo.

auerey

por- descansso o tormeolo m que terey.

Neslas cousas meu riaer seraa ssem o desejar, k Bteraa meu deacanssar esperan^a de morrer. Ä Triste vida ey de ter, desaimulada

de niogaem a conhe^r, magoada.

Os cuttumea mudarey, 30 B condi^am ficaraa, com ela conssolarey a dor que al me faraa. Men Tiuer contentaraa ' 08 qa'emtenderem ,

DB nUkN^ISCO MKNDEZ. 483

do8 outros nam me daraa mal diserem.

Nam ej majto de curar

de falar em capachädo, 5 a me bem pooco de dar

ser de pecoa mal jolgnado.

Deoa me mate anisado,

que he ley

de que nunca condenado 10 Teuirey.

As cousaa, como mere^em» am de aser de mym tratadas; as peaaoaa auisadaa no pouco tudo conhecem. 15 Nam ssam frade pera aaer [F. 197^]

aanteftcado ,

nem por dos outroa me Ter ser adorado.

Mea deaejo he aaluar 20 miah'alma may aimprezmente,

d'iato 8800 sserey contente

que deo8 pode ordenar.

Nam m'ey muyto de matar

por me terem 25 por ssanto, nem por cauaar

de o dizerem.

Em ter pena mynha groria soo terey que a mere^o, & leyzar Tiua memoria 30 d'esta morle que pade^o. D'eaaa culpa me conhe^o muy errada, aer d'aquy me offere^o castiguada.

il«Miro fftraL m. t8

DE ntANQläCO MBNDBZ.

Uiucndo d'esla maneira serey alem de conteDte, porque ssey como se ssenle lodo ü al aa derTadeira. 9 E ein Um poi» a morrer SBomos for^ados, pera que'e, ssenhor, sofrer tuttos cuidados?

Em quanio sempre 10 por pruerM alcan^tf,

00 quaatos males MfreoKM

qnando oo« uoe k lejzart

E pois vemoa o pnaer.

quam poDoo dura, IS pera qne qnergm nwrefer .

mayor tristim?

D'eite pial ben coatw^

ey por beiti o qa'eacolh;, & sse nain o coobe^y, so BBsy quero qua Tiuer. tc laa riUH quem qiiiser em fauores,

la« goarde, quem os Uuer, Buas dorea.

35 Laa goslay tobsoo SBerfioa, [F. 198*]

laa goarday rossos amores,

que bem ssey como Bsara tSos

seu fauor & desfauorea.

E ja ssey, quam pouco dura 30 seu prazer,

& senty, quania trislura

Boem fazer.

Laa goarday vyr enfadadoa d'agoardar a quem sseniis;

DB nANqSCO MBNDEZ. 495

laa goarday aaer namorados, poia laotos males aentya, E trabalhay por andardea com as damas, 5 laa TOS onrray de danardes auaa famas.

Laa goarday may bem el rrey, laa trabalhay por yiuer, qae.em flm tudo bem aaey 10 (fae ?08 aa d'auorre9er. Maa tal he Doaaa yentara, que conaaente, qae Tida de tal triatura Doa eoDlente.

15 Laa goarday ?oaaa rriqueia,

laa trabalhay pola ter;

qae eu rrico na proueia

por outr'arte ey mais de aaer.

Laa trabalhay por leixar, 20 quando morrerdes,

a quem ouuer de lograr

o que tiuerdea.

E fazey, como fizeram

alguDs que Tistes morrer, 35 que, quanto mor rrenda oaueram,

mais morriam por auer,

Nam contentes da que tinham»

maa cansaando,

& mil trabalhos sostinham 30 deaejando.

Oo quanto fora milhor

nam terem caa que ieyzar»

& acharam mais fauor

na conla que am de dar»

28*

<

DB PBANpISCO MRnDHZ.

De como foram gastadas. [F. 198^]

se fixer am

obras bem iiuenluradas,

pois tioeram.

9 Uede bcm a breuidade da »ida em que viueroos, & vede a vaydade do prazer que nela lemos. Olba^ bem, cam pouco dura 10 nela bem,

A T«d« qunta tilttan . sempre lern.

Lembro-Toa, qae nun Miheii

0 que tendes de Tfner, IS k que podfl may bem Her,

qae muy ^edo aoirenja.- -

ft por jpsso traballuy

per corregerdes

TOBsa vida, que ase Tay «I sem Ibe valerdes.

0 que cada dia Temos nos deuia d'eaBsjmar, & de quanlo mal fazemos nos deaia ca vidar. 35 Maa por prazerea seguir mundauays

queremot penaa aentir desygoays.

Asaeelo, por concruaam so do que diase & direy, que saam Trade ft aerey pera sempre com rrezam. Nam fix jsto de payiain> Dem raydade.

DB nUkN^nCO MBNDBZ.

IHM de Umpa deaaftm * Tontade.

437

Sejam, como forem Ijrdas»

por me mala mer^ faxer, 5 com quantaa tendes, rronipida[8],

qae la nam pnde rromper;

Porqae culpa me nam dd

a que entendo.

aenhor, em Toaaa merfe 10 m'encomendo.

[F. 198*1

D'AYRES TELEZ.

D'Ayres Tele« a huuma molher que seruya, porque Ihe

huuma boleta.

Nam espere ninguem jaa por seruir contentamento , pois o meu mere^imento tarn pequeno fruyto daa.

6 Dispus minha ?ida bem,

mas rrendeo-me muyto mal,

ft nam posso colher al

86 nam mal que d'ela vem.

Bom seruico he jaa vento, 10 pois em tal luguar estaa,

qae grande mereQimento

tam pequeno fruyto daa.

Cantigaa sna a huma molher com que andaua, que mai dizer que estaua mal sseniida, & nam ssabya de que

Uossa doen9a he ssabida, senhora, que nam he al 19 86 nam sserdes mal sentida da meu mal.

Este'e 0 mal yerdadeiro, aenhora, sse o curays,

1>*ATRU TBUZ. 4S9

hmn rremedio a doos days, k jnda qoe nam qoeyrajra, o meu a de ser primeiro. Nam me lembra minha Tida, nem synto ja d'aqui al 86 nam de sser ome^ida, aeohora, no Toaao mal.

sa asua a bmna molher com qoe andaoa, a [F- 198^ xUo homa coosa, & ela rrespondeo, que Ih'a nam qaeria faxer, porqae tynha dnas leys.

Em qne me vysseya yiner em ootra ley ateeqay, 10 aenhora, como tos vy, conhe^y, qoe na yoaaa ey de morrer.

»

E poys qae ja tenho a fee,

aenhora, day ?08 a gra^, 15 qu'aa obras for9ado Ihe'e

qn'em Totso nome aa fa^a.

Poia que nam quero yiaer

na ley quo tiue ateqny,

consaenty» 20 senhora, que dead'aquy

na Tossa posaa morrer.

Cantigna sna. *

Ao mal aaenlorado, 86 Ihe Tem hum nouo mal.

¥>

D ATRES TELBZ.

- rreDona-SBe todo o a), qne coida que'e ja pasgado.

E lern moor padecimento do que'e o praier que lern,

s se Itie lembra algum bem que Ihe dcu coDleriiameDto. Pols nam viua descanssado quem cuida que passou mal, que, SB vjer outro tat,

<o ser-lb'a presenl'u passado.

Ontra nia.

Seodo moiu malea mMtajs, »i^v: pera nnoca descaasuri '%'

B^ertaram de saer Ib;s, qne me nam podsm nutar.

IS E nam posso ter a ?ida (F. 198*]

maJB qu'em quanlo os lluer,

& eles podem roe ter

despoia da fida perdida.

Porqu'em quanlo me durar 30 a coDsa que me doy maya,

seram meus males mortais,

eem me poderem malar.

CaDÜgoa sua qne fez hum dia qne de todo sse itw

Deaejando sempre rida toy gram dita nam na' 1er, 29 pola agora nam perder.

1>*ATBB8 nUl. 411

E o'oesta fida tal tenbo 0 quem Dam lern niDgaem, c'o8 desastres qoe me yem. Dam me fazem bem nem mal. 9 Jsto he calpa de quem me oonea. deizon aver a yida pera perder.

Por mea mal, qtie nam tem ebra, tenho eu jsto prouado» 10 c'o mais mal anenturado mais aegaro he da yentara, k o mala deaengaanado de ter bem ft ter praier he 0 mala dd o perder.

Ajoda do conde do Vimioso.

ia Qoando yida deaejey,

nam entendia Tioer,

qu'era couaa de perder

o qo'em perder-me gaanhejr.

Maa agora, qae o aaey, 20 a yida, que ey de ter,

te-la-ey saem na querer.

saua que maiidou ao conde do Vunioao hmn dia que i aenhora dona Joana Manuel num aaeräo da coreama.

Oo que ditoao falar [F. 198*]

foy o T0880 no aaerSo ! i

00 que boa conflaaam, 25 pera aa'a mo^a aaaluar, maa voa namt

D**'nns THXz.

Oo alma de dorn Joam, las ondequer que nlns qnanU pena que leraa!

Reposta do conde do Vimioso.

Se liuera que diier, ' fnle^eo-m'a fantesia.

qu'eu ssoo lenbo ousadia

pcra meuB males sofrer.

S'oe morloa pod«m iH^

dos TtnoR o saea YiMr,- I dorn Joam, lu oad'wtaM.

qne doo de mjm .uwHil

D'ATNsTeHei a brnna molber eon que «ndiH, i crauos qne Ihe mAdon.

. Que tnil cousaa tob mere^, aenbora, nam pode aser, que ase me poasam meler iB eatea crauoa na cabe^.

Mu;to ha que he n-eiam d'eaperar por algum fniyto, maa a vosaa condi^am faz aaer eale temporam, ft ynda ave-lo por muyto. n B com'eo jato conhe^a, aenbora, Dam posao crer qne voa me queiraj'a meter nenbum crauo na cabe^.

D*AtBB8 nuts. 448

ua soft qae fec a hmna molher com qae andBoa» por- ihe diMe hmn dia, qae Ihe nam qaeria mal nem bem.

Quem em sseu poder me tem, [F. 199*] poj8 nun pode querer al» 0 menof qvejrra-me mal, por nam sser nem mal, nem bem.

5 Se m'o quiser de verdade,

como aey qoe m'o deseja,

ajoda que bem nam seja,

o menos aera yontade,

Maa 011 boa qaem na lern; io poya nam pode ja ter al^

ey qoe'e muyto menoa mal,

qae nam ter nem mal nem bem.

Cantigna sua a aenhora dona Joana de Mendofa.

Poya c'o mal que me cauaais, aenhora, tendes praxer, 15 nam sey, porque nam olhays, que, pera o eu asentyr maya, deuya menos de saer.

E quem he sua yerdade

desejar de tos seruir, 20 como podeys presumyr,

que pode nada sentyr

faxende yos a yontade?

Foys em quanto nam tyraya

do meu mal tosso praxer, 25 he rrexam que me creyaya,

que, quanto o fixer des maya,

tanto menoa aa de aaer.

DB DCARTE DE RRESENDE.

De Durtc de Rresende a huina molhcr que mruy».

Nel tiempo qne r.Bncro liene Febo d'eotro en posada

decljnantc ,

qnando ya meaoB deüene B en loB dias bu pasads .

qoa de ante, 90 «qoel que Proserpina Uenfl la primera ora BD rrejrnar, « jo prapnae majr ajna {t. 199^

- teruir-te Kjtaaxfm, seabwi, Bjn enar.

En este liempo m; vjda

anpe^o de oamynar la en aau por^a,

porflando dar sal^rda

al dolor que fue ganar

en aquel dia.

Y como pucB en aqaeste 30 el padre ya rretro^ede

de Feton,

my plater iretro^deste '

tanta, que de ty pro^ede

my pasBjroD.

2s Y lugo In bien bnaqae, halhe-lo m; esemyguo 1) Oilg. mlrtftdt»!».

DB miARTB DB BBBBBNDB. 445

capital y

porqae, como te m^e,

alhe-me qaal aqay diguo

de tu mal, 5 que por solo yo myrar

to lindesa may yfana,

a la ssason

quyerea ta comygo yaar

como la casta Diana 10 con Anteon.

Como» qnando ae apone

o geyto. rreaplande9iente

a Dueatro yyso,

SU conas loegao iraapone 15 la sauperfaz d^l yydente

enprouyso,

byen aasy tu claridad

pospuso de my Pirame

la aaalud» 20 rrobando my lybertad»

porque ssyempre jamaa Ihame

tn yirtud.

Procuram syempre mys danhoa

disfauores com rreueses 25 de tu vysta,

no yeo cobrar loa anfaos

lo que sse pierde em los meaea

my conquista.

0 quyta» senhora, enojos, [F. 199*]

80 y sea tu mer9ed dudosa

a my rremedio;

solo por yerem mys ojos,

sy eres em todo rraaiosa

tan syn medyo!

DE DUABTR DB RRBSBKDK.

Dy-me, senhora, que culpa

m^H conljrnuadoft sseruicios

Ic itiercQem;

y lanlo que le <IeacDlpa, 9 porque los lus t>i!nefj9los

careMin?

Sj \ioT my alreuimPDio,

rrequcsUr lu gran valer.

COR mys gemydoa, M muchos, syn merecimiento,

soo por-lo dp 8u querer,

Bon querydOB.

Sy ])or my djcha alcan^asse,

que qui§eiiBee ya myrar u my semblante,

porque piedad for^asse

tu cora^on a mudar

an talant«,

No creo, qoe la crneM to coDlyguo beuyr quysyeaae',

byen myrando

my grendissyma graueia;

maa piensso luego buyase

de tD maado.

» Que por ^ierlo yo no creo

c'ombre aya lal soffrido

a niDguaa;

maa creo, puea que )o reo,

que pior me as ferido 30 que Fortuna.

Ca saus byenes de conasuno

tiuelnen>6se oomo la faya

con los vyeoloa,

y tt ty no boluyo ninguno, S3 que algum descansso traya

a mys tormientoa.

Di VOäm DB BBBflgNDB. 4^J

Y con este dtuho tal

es la my passyon gygaaDie

ya por fierto,

quo ando maerto jnmortal, [F. 199']

5 y echo yna box damante

en ta diayerto,

deayerto de compasajon»

j de bienes prooechoaoa

para my; 10 poblado con my paasyon

y mya malea trabajosos

haal'aquy.

AI Qitaridea potente, .

rremediador d'amadorea 15 deadichados,

pydo-Ie, aga presente

mys anssyas y mys dolores

tan sobrados.

Y el que ssabe la rrazon 70 de querelbas mys tormientos

mas que muerte,

a el pydo el galardon

segun mys mere9imientos

en querer-te.

Esparfa soa.

26 Jo triste m'estoy myrando, y esperando»

qu'el tiempo qu'es por yenyr me consuele, qa'el presiente no se, quando

DB DÜABTE DE

hara raejor mj beuyr de lo que suele. Que a los males y lemor de II amar ' s> qujero ler gotrtiueDto del tormieDlo. my dolor deacubre my senlymjenlo.

Canligua.

No poedo, triste, desir 10 la paesyon de my partida, ny i'arliendo my beuyr no se deue Ihamar »ydn.

Parijd« maU jauer:; . (F. ISS"]

pirlyda cfeost^atalfa. ' " 15 partyda p»ne Dembraa^-,

qu'acre^ienla esperan^,

qa'es el tnysmo Tene^er.

Assy que caasam manir

loa danbos de tal partida, » pues byuendo com parlir

me parlo de la my vyda.

Grosa sua a esle moto:

DesMpcn-B'eipinaf*.

Esperey; mas a miidan^a fai o rreuea do qua quero, u A sse rremedio espero, desespera-m'esperan^a.

INI MUATH M BUiMM. .4IQ

Esper{ii9« de ter Tjrda me fex mfqfto €onfl«do; nuis pojfs a tenhp perdyda, 8am ja bem deaeDganado. Porqoe yejo qoe modaii^a he contrajrra do qae^ qoero» & qaando a mylhor eapero» detespera-in'esperanfa. ,

Cantigna.

S'obede^ era a rreaain <o ft rresest^ra a yontade» eu vyuera em lyberdade ft nam tyuera payxam.

Mas qoando ja qoia 'olhar, s'em algum erro ca^rra,

19 achey sser tudo mentjra, s'a jsto obaman errar^ que ssegujr sempre rrasanr & nam niH vesea yöntade« he-negoar aaemaiialydade,

90 cujo he o corafam.

Uilao^ete.

Mayfttyda podera ter, d'onde nenbmna s'alcaDfa; mas matou m'a conftan^a.

■•••iro rerAl. III. 29

DB DUABTB DE RftBSKNM.

Se confjey no presenlc^ [F. 199']

fpi-m'o o tempo passado, Aa porvyr nam Tu; lembrudo, Go^lado de quem no senle. 1 A verdflde nam mo menle, mas enganou-m'a espernn^a, porque quys a conflan9a.

Cantigua.

O bem c'assj sse desfai, nom llie deucin chatnar bem, 10 poys tarn pouco salisfaz a iiiiein no tem.

Porqaa d'ele Tflm o at com qaa ItfMko bf i«^ ' A 0 Arn fa« Bcmpre tal IS que jnda mal,

porqne o acho en em 111710. Porque vejo qae deafat ludo o que pode laer bnn, & sento'o dano qua las » A d'onde veni.

Ontra MOligua.

Nam posso ter o.qoa qaers, o que lenho nam queria, ca nam ao tendo teria huum .bem de qu'eii deseapero.

4»!

Nim Ifiiho poder em mjm, mit .temno em nijm o desqo, datetpero, pojt Dam Tejo o efejto do Mea. ^. Atqr teoho o qae nam qaero, k Dam leoho q ^e qaeria; ca, saa o teaeaae» leria 0gM Imi qit nam eapaio.

29

D'ANTONEO NENDBZ.

D'AolOBeo Hendez de Portalegre , Ihaoto em modo ii laineata^ioD,

fVecordsd ja, mjs sentidos, del dcsRiavo leuantsdos, oem muj profuntfos gemidos mys eniranfias lirados, [F. 2O0']

B hkirn Ihsntos doloridos. Lagrimas lam mal sofridas, ocRB morlal rrezon Ihoradas, tattias de sangre meicladas, Tenid de denlro saljrdas, <o de mys Ibagaa laaliaudaal

Leuanlen bot doloroaa

m;s clamores deajgqalea,

y mja soapiros mortaliiB

CBDtem em muy triste proaa IS los mjs dolorosos malesi *

Ueogan 1113« grandes pesares,

Ihorando del cora^o,

loa gr^tos de my pagsjop

em muj amargoa cantares w plaobjendi} my perdi9;onl

De mya laaUmas rranioaas aalgan graodea alaiydos, los abysmos escondidoa, em aua sombras espantoaaB

D'AMTOiiBO mNim. 45t

seam mys males öydos. Uepga la triste yentara a my angastioao prantp, porqae el dolorido canto da la grande deaaentora, qae me dio, le ponga espanto.

Comienfa ia lamenla^yon.

Como esta deaanparada,

quam sola Ihora so pena

my vyda, de males Ihenat 10 triste, may deseonsolada,

de todo plaser ageoa,

de gram dolor trepassada

esta asoo, assy planhendo

dentro delh'alma gymyendo, 15 de mortal rraaya 9ercada,

SOS mi^as cames rrompiendo.

De sy sola ae qoerelba,

esta la moerle Ihamando,

Doches y dyas Iborando 20 lagrimas, qoe correo d'elha

las SOS myxyihas banbando,

y no ay qoien la consoele

em so gram tribolafion, [F. 200^]

todos SOS sentidos son 25 del mal, qoe taoto le doele,

moy Ibenos de torbafioD.

Como la reo desyerta de todo el byen qoe tenia, so* gloria, so eompaoia, 80 de loto toda eobierta, de descansso moy yasia,

rig. sf.

454 D*MfTONBO MBNDU.

y de uer-se triste tal» que nyngum plaier eooqrente» la maerte tiene preteute acordando-se del mal» 5 de que tantos niallea tyente.

Qae complidoa aon los diaa qQ'endynaroD los mjs fados, pera qu'estaaam guardados em mys tristes profe^ias

10 pesares desordeaados« Los anhos de nqr dolor» a mjs males promelldos, presentes som ja Tonidos a Ihorar el mal miiyor,

15 para qae faeron iia9jdoi.

La mjr snertö desastrtda com sQs ondas de mndaiifas a buelto las esperan^ de la my edad passada

30 em muy amargas lembran^. Mys rrauyosas desueotaras nel mejor tiempo que Yieron todo my byen coauertyeron em Ihoros y em amarguras

25 de! pesar, com qae yyayeron.

Boeltas son em gram tristara mys alegrias passadas» mys pasycnes, tam Ihoradas, Ihorando la sepultora

30 d'onde fueron hordeoadas. Ltioram mys males cre^ydos y mys bienes acabados, mys pesares comen^adosy mys plazeres conuertidos

35 em Ihantos desesperados*

T com tal lamenla^ion [F. 200^

'nijv' Benty'doa contemplando, -rrepreMntaD Bospirudö la triBta rrecordadon, 0 com qae muero deMaado. 0 bjolr deseaperado, de my§ gloriis aUudt eomo m'as deBMnparado Um leXoH de mj aalud, to m; deaccDHO aepultadol

Hnerta es loda naj gloria;

todo m; bieo pere^o,

b triate Tjda qnedo,

lamenlando 1b memorea IS de) mal qae bjniendo tjo.

Y com la gram crneldad

del dolor, quo nelba mora.

la maerie sjreote cad'ora.

Iborando la soledad, w com qne my aojma Ibora.

J con esle desconaoelo

mjs dolores aon lamanboa,

qn'a mji pesares estranhos,

ay Uea proenro Gouaelo, 39 acrefientam niaa nijs danboa.

No safrem consola^n

lam peoadoa aentymientoa,

que mya trisles penaamlenloa- .

no falham compara^oa w al dolor de mys tormentos.

Has de uer-me Iriste yo , ' nel ealremo em qae me vao , com my fortana guerreo porqne byno me dexp u maerto todo nqy deaeo.

D'ANTONEO I ^^^

O muerle desordcDsda; ' " *

rrauiosa Ihaga syn com, " ^^ A lierra hainbrienla, dnrti*^*^^^* ndonde Ijenes rrobada " •**' •* 6 my deseada folgura!

Fym.

D'onde tyenes my querev. qu'eB de my planer perdydo. o my penado mdijuu, qotndo ae podenhipaHr v.' rhuif 10 UDto« mtles em ^qg^nt .< ,n. . .'.i Y pura :ja qaed« «»ifiMiim :.i-u< ^. 200*1 de I

u qurio dorare U .rj4ß, u^ \.

CogUmtt die« antiquot, et an»o$ etemoi in wtenfe haht^ D'Aotoneo Hendes sobre estas palaoras.

Sospirando meuH oujdados,'

chorando minha lembran^B

cnydey na triste mndm^

dos dias que aam pauados, » perdidoB fem esperan^. -

Cuydey em lodoa mem danoa,

lembroa-me todo meu mal,

cuydey nos tempoa Sc anos,

de que me Dam ^ooa al 23' se nam tristes deseagaoos.

Cborey mortal saudade qaa d'enlro no con^ani',

qo'esta so^ oonaolafim fyeoQ a minhft Terdade em minba gram perdj^in. Gujdey nos dias que yy, 9 no8 males em quo me yejo, A da gram dor quo aenty, be tarn triate mea deaejo» qae choro porqiie nafj.

Caydey noa antigoa diaa «0 do tempo que be ja mudado,

▼y mea bem todo lomado

em chorar oomo Man^yaa

a memerea do paaaado.

Cborey bo mal qae pade^o, 15 chorey ho bem qoe paaaoo,

▼y mea tempo, qa'acabou

k deyxou-me no comefo

doa males qae m'ordenou.

Guydey na pasaada rida, 20 cootente com aeas amores, yy de todo deatrayda

k em maj estraobaa dorea [F. 200*1

minha grorea comaertyda. Caydey no tempo preaente,

29 lembroa-mo eomo paaaaram 08 anos qae me deyxin'am, da uyda mays descontente qae da morte qa'ordenaram.

Caydey na triate yentara,

30 saaa madanfaa cborey, com qae cborando farey a meaa diaa aepoHara

doa malea coni' qae fyqaey. Uy mortaea deaeonf^an^a 85 em mea triate penaamento»

D'ANTONEO MBNCIR.

chorey ho gram perdimealq, que m'ordenam as l^mbrencis passadas, qo'agora sento.

Cnydey nos grandea cnidadoi s que sempre vyuo cuidando. disse com sospiros, quando poderey ver arahMdoe lantos male», em que ando. Deseoguanoa-me a lembran^a (0 do lempo em que cuidey, poys descansso nom echey na vyda, nem seguranca, qu'em morrer deacansarey.

UjtaDfeto aeu.

Tristeiaa, nam dejicija. . 19 poya be, per« ma dobrardei major mal quaodo tonardea.

Por meu deacuise voa -ajgo, que ja outro nam eap«ro, praser nam botqno nam qoero; 10 poys lam mal ae qaar ownyco.

Ver-m'ey ein grande pärigno, qnando me depoys tontrdes bo mal qn'agora tjT«rdes.

Ja deyxey as eapnao^ 39 do praier, qae vy pautr, qne nam' ouso d'eaperar outra wtt auaa mndaBfas.

Ntm safrem minhas lembran^as [F. 200 H tiistaMS, atai m'Mabardes» dqfxar-aosi iiem me deiiardes.

Culigiia «Hl.

Lembran^a, a qoe -rjeatea, 5 aaadadea qoe buaqoaea, 86 Yor-me Tino tardaya, ae morto ?olo l^seatea?

Uoa Mg^Fa eam miiiha vjfdat ea folgo de aar perde-la,

•0 poja qne nam teabo maja d'ela qoe te-Ia aempre perdida. Maa DO iempo qoe .Tleatea, oam ieobo de oyoo roaya, qo'a ter Tlooa oa ayoaya

15 doa malea qoe me fjieaiea.

Uylaofele de Pero Vai.

Niogoem da o qoe oam fem, & 08 meoa mafea aem l^m poderam na dar a oiym.

Folgaoa eom meoa ooydado8, 20 por aegorar minba Tlda, & eo ?ejo a perdida, elea tenbo oa dobradoa. Joda Toa ?eja acabadoa, malea» qoe nam lendea tjm^ 25 poja a Toa dealea a mjml

Ajada d'ADloneo UeoAea.

Arabcy meus dias ea; eles nanqua B'acabaram , mas, por m'acabar, boscvam outro mal major qo'o 8eii. s Deram m'o qoe Ibe nam deti, quem m'oa da UdIo sem fjm, que m'a dam eles b edjiil

Cantigna d'Anloneo Ueodes.

Dej7aj-me trisle vyuer [F. 20l*I

com minba dor (am cre^yda, M cujrdedos, que quero Ter, ae podem males faier majFS que l.vrarem m'a T;da.

Porque qaaodo m'aqaabarem

com 8ua mayor crneia; IS deaque morto me dejrxaram,

dejFxaram minba fynneia

mays vjua em me matarem.

Poyi ae jaa nom lern poder

de mndar fee lam cre^da, 30 mens males bem podem crer,

qae nom podem mays faior

qae dar tyta a triste tyda.

Espir^ flia.

0 majror bem de meo mal, deacansto de meu des^o,

D^ANTONBO MBNDBZ. 461

mea cuydado tarn mortal,

qae majs qae moito me yejo, *

Remedeo de meu tormenlo,

tormento de meu sentjrdo:

antl3-uo8 meu perdymento

nam dene aer eaqae^ydo,

poja por Toa nele conaento. . .

CantigQi^ aoa.

De qaantoa malea me days, day-me aqneate ao conforto, 10 'aenhora, poja me matajra» qae nam voa arrependaya de meu mal depoya de morto.

Porque no tempo qu'ouujr, que tendea por mym triatesa»

15 ey medo de rreaurgyr, pera toraar a aenlyr outra Tel Toaaa cruesa. Dejfxajf-me» poya me mataja, acabar, que'e gram comforto;

20 que majra crua voa moatraya em querer que Tyua maja, qu'em folgar de me Ter morto..

DE DIOGCO VELHO. |F MV;

De Diogoo id <la ch8n9oliiria , da ca^a que sc ca^a ob Portnglldt '>• DO aiio de <^rv<rfn de niil qainbenbM m

. I

B J1..U»« .

Linda <sa^, majr soliida .

se dcBcobre em noBsa Tjda, B qasl nunqna foj salijda, 10 nem seu [wefo qnuito ral.

0 da gram maU Uiboa, onde töda caQi Toa, Arabja, Ferejra & 6oa, tado cabe em aea curral.

19 Caleqno & Cananor Mellaqaa, Taarii- menor, Adern, Jafo jnterior,

todoa veem per hniim porial.

Talbamar da gram rriqueii^

20 Damasquo com forteleia.

Dioeuo fsioo. 413

Troyano, Gqr» übm M giandeta nom domarom nanqua lal.

Ho muy sabjo fialamoni, qoe fes o grande montom, 5 teoe parte ft qajnlioiii, mas nom todo ho cabedal.

Mjfda, Anglja com norte, ft Alexandre tam forte nom conaeraoa eata sorte, 10 nem ho aeu vldro eriatal.

Priamo, Jnba, Aaaueyro, [F. 201*]

Membrot, Pompeo guereyro,' •nenhom ft>y tam aobran^eyro, nem tam pooeo Anybal.

is Caryna» nanegador, nauegou com mujfta dor, nunqua foy descobridor d'eata tarn rriqao canal.

Ercoles, Cesar corredorea 20 tambem foram ca^adores, A nom foram achadorea B'este ^etro tam rreaL

Afrons, JapiUr erdeyro 25 nenham foy tam yerdadeiro» nem Satomo patemal.

Eneaa, Ulixea caminbebo» ' Tolomeu, Prinyo mesejeyro, Nyno, Rremolo primejFTo 90 jemerom , aabendo tal. .

464

DB MOGVO VEUBtO.

Macaben e'of doie ptres, com seus deosei ft dtares nom teverom tays lugarea» nem tal gra^a eape^äl.

5 Ouro, aljofar» pedraria, gomaa & espe^arya toda outra drogarya se rrecolhe em Portagud.

On^as, liÖesS alibntes» inoon8t[r]o8 ft avea Manles ; to porfelanas, diamAtes he ja tudo rouj jeral. *

Jentes nouaa eacondidaa».- que nunqaa foram sabidaa» 15 sam a noa tarn conhefydaa como qualquer natoral;

' Jacobjftas, Abaaaynoa, Catayos ultramarinoa; buscam Godos & Latinos' 20 esta porta prinfipaL

Ho avangelho de Criato [F. 201']

(inquo mil legoaa [he] vjfsto, k se cre ja la por jsto ho mjrsteryo diuinal.

* 25 Os das grandes carapofas» longas peroas, grandes Ghanas , Fariseus suas agu^as, nem ho Chinchea austerial.

Amaro ft ho ermitam 30 em saa contempla^om

1) Orig. HoÖM, 2) Orig. Blmtinos.

DE DI06U0 YELHO. 405

leyxarom rreoelli^m d-esi« orto terreal.

Em ho ano de qoinhentos & com mil primeyro tentos 5 descobrirom os elementos esla ca^a tarn rreal.

Em este aegre ^intel rrejma el ney dorn Manuel, que rrecolhe em aeu ,«Del 10 saa deviaa k aaeo ajfiwL

Porque he mojr virtuoao, ex9elenle & juati^so» deoa ho fes tarn poderoao» rrey de ^etro jmperial.

15 Saa Santa par^rya» rraynha dona Marya, eslas marauylhaa lya per esprito diuinal.

Esta he jenlU a andina, 20 pera cantar com a Myna ^afym, Zamor, Almedina tambem he de Portagoal.

Rezam he que nom noa l^que a alma do jfanle Anrrique, 25 & que por ela ae aoprique ao noaso deoa feleatrial.

Porque toy ^ deaejador

& o primejrro achador

d'ouroy aenioa ft bodor

30 & da parte oriental.

Orfg. «oy.

.OBeiro gtnl, IIL 30

BB DIOcrO VEUIO.

0 poderoso irey apgnndo Joham perfpjlo, jocundo, qiie Bfguyo esle profundo caminlio tarn diainal.

(F. 201 •]

0 cabo d deacobrio cc por sjnal & dVsle bem.

e boa Esperen^a im lemperAn^a demoslran^n que tsntu val.

A I

IT 10

ador, rdor.

in les

1

or.

>1 &

ham parfpyra, ■a

ll.

K Manuel scmi vj>ojante . rrey perfejlo, rroboanle, sojugou majs por diaiile 90 loda B parte •yrieolal

Nunqua siyam. esque^^rdos srnB nomea, s«nj>re sabjdo« & de glorla compiidoa per% aempre, eternal.

13 Aqoale grimde prnd^nte profeliion -do ponente & de loda aua jenfe ca^ar' ea^n tarn ireal.

0 gram rrej dorn

30 e Jflbasaeu A' Tsmael

tomaraa, & fara t^el

a ley toda vnjuersal.

DJB DIOGUO YBLHO. 467

Ja 08 rreys do Oriente ha esle rrey tarn exelente pagam parias & preaente, ha aaea eatado irihomfal.

5 PoUa grande confyan^a, que em deoa tem A eaperan9a, he-I|ie dada gram poaaan^a de memoria jornortal*

O doa mny lindöa buaeantea, [F. 201'] 10 rraaleyroa ft lam toantea» cff^adores rrastejantes» qae cafam ca^ rreall

Sam conhe^idos de ciijoa sam esiea lyadoa aabiqoa i5 he bem eryar-Ihe oa andajos pera caala nalnnil.

He o tempo acheguado pera Cristo aeer loauado; Gada huum tome coydado 20 d'este bem, que tanto val.

As nouas couaaa preaentes, ,8am ha noa tarn efydenlea, como nonqoa outraa jenlea jamaya tjrom mando taL

Ffßtn.

25 He ja tudo deacuberto, ho muy lonje noa he perto; oa vynd^grroa (em ji[ 9erto ho tesouro terreal.

30

D'ANRRYQUE DA MOTA.

>'Anrryque da Hota a buma molher que Ihe mandou d^ [ue a eada lelra do seu nome Uie fyzesse buma trova \

chamaua-sse Antonia Vyeyra.

Se vossa merfe qoysera

eu nam passar eate yaso,

grande mer^e me feiere ,

porqoe ae nam conhe^ra, 5 quam pouco asey neate caso.

Maa poya ja meu corafam

em tado vos obede^e,

Sem temor de rreprenaaam

dyr-?08-ey minha ten^m 10 d*aqaylo que me pare^e

No „A'', senhora, s'entende [F. 202*]

ho Amor muyto aobejo,

qae me mata A que m'en^ende,

que me manda & me dffende 15 que nam cumpre meu deaqo.

E o „M** TOS decrara

a Horte que me cauaaya,

da quäl eu nam m*aqueyxara,

ae das dores tos matara 20 que me Toa a mym malaya.

E 0 „T" he a Triateza que me days, porque aaam Tosao,

1) Orig. irwmui.

D*ANRRTQUB DA MOTA. 469

maa nam tem poder cruesa de Teofer minha f^rmeza, nem eu mujrto raenoa poaao. Ho „O** aam oa Olhoa trialea, 5 com qae Mate voa yj en, . & oa, com que Yoa T^ratea, aam aelaa, com qoe feryatea meo cora^aTO/ aaendo meu.

Ho „N„ naiii qoer diier 10 ae nam: Nam» qoe me diieya,

aem quererdea cooQeder

em diier aay, nem qaerer

o que quero qae aabeya.

Ho „Y„ dii que ao[y]a Ymigua 19 do deacanaao qv'eu quiaera:

aoa yoaaoa iays fadigna,

k quem majra por Toa obrigua,

menos gualardam eapera.

Ho „A**, aenhora, Toa chama 30 Aaarenia de fauorea;.

deaamays a quem Toa ama,

tendea de crua lal fama»

qaanta tendea de primores.

Polo „U*^ sse manifeata 25 minha sojeyta Uonlade,

qae asendo Ijare nam preafa,

& fax ciBtyaa moor feata

do qae faz com lyberdade.

E dtz 0 aaegnndo „Y^ 30 que lenho fee Ynmortal,

& creo que nam na^j

se nam deaque conhe^jr

aer moor bem o Toaao mal.

Pello „E** tenbo aaabydo [F. 202^]

35 a Enueja que me lern

alguns, que teiii couhe^jrdo qUAnIo Bssm, por tok peidido, ganhudo por querer bem.

No „Y" tcrreyro ronhe^, senhora. qiie soes Ysenla,

po^s qiie quanlo vos mere^o.

tendcs en Um pouco prcflO.

que ludo nam vos cnnlenla.

Ho rH" tie a Rezam. A querer

ynam

'f

perder.

-

rradeyro pre: Ajl ■o,

rjsoneyro vay.

Ksie i,.Bu

o noj-ie

Ä dia

por saber,

. quem

no ouoyr.

Tossa cnia bjilUjn ...„,

A minha

graada «Ivgri«.

morrendo

por TOB seruyr.

Grosa sua a e«te molo qne fez, em qde nam estam majs menos letras que as do nome <fAnt(mya Vjeyra.

IS Matar hiiam honem ven^do, preso sobre sna foe, ja vytorea ne-m he.

Halardeg-me tob, wohora, pello men nam me da nada;

DANRRYQUE DA MOTA. 47 1

mas por yos, qae soes calpada em rnaUr qaem vos adora. E que me matajrs agora, poya nam mataya mioha fee, 5 ja vytorea nam be.

Que Tjrlorea leoareya [F. 202*]

matar hom Tosao catjrao, pojra coDfeaao, qae nam vyuo, se nam qaanto voa qaereja. 10 E posto qae roe maleya, sem Yos lembrar n^inba fee, ja yytorea nam e.

Grosa saa a este moio

Poys nam s'escuaa perder 15 a vjfda com grande afronla, lan^ando bem ea(a conta, gram trabalbo be yjruer.

Es yyda tarn ealymada, qaanto ssam breues ieus dies,

20 que aendo por aempre dada, quanlo es agora amada, tam desamada serias! E poys naoca das praser, qae nam venba com afionta,

z'i lan9ando bem eata conta, gram trabalbo be yyaer«

472 D'ANHBTQVK DA MOTA.

Outra gTDsa «m nlaD^ete.

Quem nesla T^da cuydar, j)ode bem cerlo saber, lue'e gram Imbalho vyuor.

Quem ruidar ne»la mudan^a. B [jii'este Iriale mundo faz, achara qua nele jai

1

1

langa. ;rdcr.

N

vyuer.

1

1 t

u esfado rdadfl.

IG R

1 ]

'

ado rder.

gram tri.uu.ho

..V, vjuer.

Estes b^ea fle taiAa Mgm

com fadigoa ans

i tTydos,

so com fadigna poaaojdos .

& leyxadoa com

fadigna.

E poya eAe mal

»ogygia ' "

no ganiiBF k no

Toder,

gram trabalbo

he :

rj«r.

i Loguo m^m oontedtaijl, - ae nesta vyda prlMdifb * algaem Tjaelae eoMcntfr, ou daacantoado bdnm mtm Aa. Maa porqa'ysto, qu'eu querya,

I minca foy, aem ha de sser, gram trabalho he vyuer.

tF. 202*1

D*ANRRTQUB DA MOTA. 473

[ue da Mota a Joam Rroiz de Ssaa, para que falasse ao coDde, seu sogro. Sc a Jorge de Vascoofelos, seu 9 sobre dinheyro que Ihe nam pagaaam de vyuhos qae Ihe vendeo pera huma armada.

Senhor, a quem Febo deu lyngoa Virgyliana, de que corre, de qae mana qnanta fama 0090 eu. 5 E alem d'eate primor o muy alle deo8 d'amor, triamfante ,

▼08 fez bumn gentil galante, de damaa gram seruidor.

10 De nobreza &. fydalgaya

escaso de vos lonuar,

poys ¥0880 claro 8olar

como 80I rreaplande^ia.

E das artes liberays 15 & yertudes cardeay8

nam tos guabo,

porque nysto nam tem cabo

a gram fama que cadays.

Eu, aenhor, porque conhe^o 20 ¥0880 alto na^fmento,

quya tomar atreuymenio [F. 202*]

pedir-uo8 jsto que pe9o.

E que aeja desygual

pedir eata merfe tal, 25 sem aaeruyr,

faze 0, por conaseguyr

VO8S0 lyndo natural.

Eu fiz, s8enhor, buum parlido CO aenhor vosso cunhado,

DANBBYQtlE DA MOTA.

rio quäl per<ljr o gniihado & nsni gunhey u perdlilo. Coin)>ry com ele ssem bfigua. por me lirnr de fadigua, I k agora fuz-me nn pa|;ua \»l inorfl. qiie nam ssey ja qoe Ihe dlgiia.

E por tna^B me

agrauar

rremele-me

8 dorn MarUnho,

1

o Tinho. lagasr. mo CTÖ.

3

IS

1 Irouue

a ,,.

meroe. a el irey

iic

namento;

sua alteza c

om ,u.

1 lenlo

m ouiijo quanlo Ihe

aley.

Mas porcm

seinpre

ine dissc

que doni Marlinho

DUiiysse

meo »graae.

nivn sie;, u jai es

ite crauo,

21 nem meDos

Mtiy qi

lem no tjm«.

Eu, andatido ssem ssaber quem posesse nyAlo meo, em sonhos, senhor, me veo que vos me podeya valcr. 30 Uasconcelos m'o comprou, Castel-braaco m'o gastou em Zamor;

mas eu Dam actio, senbor, quem digua qoe m'o pagou.

D*ANR11TQUB DA MOTA. 475

£ poys TOS 88068 hom Teseo [F. 202'] em fsforfo & bom desUnto, lyuray-me do Laberynto, de que 88ayr nuDca creo. 5 Porque acho d'esta vez» queo qae Dedalo fez, nam toy tal,

poys que Fedra nam me vai, nem o gram pelouro de pez.

10 Mas V08, qne tendes na mSo

o cordel per u sayr,

se me qujfaerdes ouuyr,

podes me dar rredenfam.

E poys 880jf8 bom luytador 15 & podeys y lular, senhor,

per dous erroa

lyaray-me d'estes desterros,

& ganhajfs hum sseraydor.

Fym em vylan^efe.

D'eslas jdaa, d*e8las vindas, 20 d'estas paguas dos amores por huum prazer fem dolores!

No tempo do contratar andam tarn bem assombrados, que nam venham namorados, '^3 que mays saybam lysonjar. Mas este negro paguar nos causa com desfauores por hum prazer ^em dolores.

E poys que vossa mer^e 30 na^eo pera bem fazer, folguay de me socorrer, poys m'agranam ssem porque.

47ft D'ANBHYQVR DA MOT*.

E por VOSS!) me ave, porqiie qunnte mit touuores de vossos ßrandes jiritnores.

Oufro yylainjcle ao condc de Vjls-Doua sobre cslc msi

Quanlo ganho nos parlidoe. 5 UdIo gaslo em ^apalos d'Erodes pcra Pjlalos

Ex-me vou & c»-me venho [F. 203*1

como barca de carrejTa. quanlo ^iinnhu, quanto tenho, 10 ludo leun a lauorneyra. E assy d'esla inaneyra guasto todos meus ^apalos d'Erades pera Pilalos.

Qnando ciiido qu'esloii bem, IS emlnm acho qu'eslou ins),

quando cuido Bser alem,

aam aqnem de PorlugiiHl. .

E per esle modo lal

giUHlo todoB mem ^ipatos w dTrode» Y^-n PfIrtOB.

Ando muyto mays boifdo do qnc be ssaco de malha. tenho grain monle de palha; mas o gram nam be auido. 39 Sem cheguar a sscr ouuido rrompo todos meus rapalos d'Erodes pera Pililoa.

£ poys qne, seotior, ho in«a fiz de V08SB jnrdi^sm,

B^ANBBTQUB DA MOTA. 477

day-m'o, day-m'o, qoe'e rresam, day-m'Oy pojrs que deos m'o deo. Nam- queirays que guaste ea 0 qae nam guanhey nos tratos d'Erodes pen POatoa.

rique da Mola a lium creligo sobre hmiina pypa de Tynho se Ihe foy polo cham, ft lementaua o d*esia maneyra.

Ay> ay> «y» «y» qu« fawy!

ay, que dorea me ^ercarani) ay, que nouaa me cheguaram, ay de mym» ende me yreyl 10 Que farey triste mesquinho com payxam,

ludo leua maao caminbo, poys que vay todo meu rynho pelo cbam.

r

15 Oo vinho, quem le perdera [F. 203^]

primeyro que te compraral

00 quem nunca le prouara,

DU prouando-te morrera!

0 quem nunca fora nado 20 neste mundo ,

pois Tejo tam mal logrado

hum lal bem tam eatimiado,

(am profunde I

Oo meu bem tam escolbido, 25 que farey em Tossa auasen^ia!

nam poaso ter pafien^ia

por V08 Ter assy perdfdo.

Oo pipa tam mal fimdada»

deaditoaa, 30 de foguo ssejas queymada

desahnadol

ta lee« » ealpa fvimejni, M poU leipHle o nc« dMMjro

mal leaadol

» " •«

* •■ *■ .'

* * > 1 "

Oo pchra de .Maniäaw|Ho,.

tu emtoinaale eafe .■jbJm ,

huma posta de tbiiflahft 15 t*e; de guaatar Deaalf IoidInd. *

„A mjm nancay Donca n^Jfn

entoroar,

mjfm andar augoa jardim»

a inyin nonc» aaiir rroTiii,

20 porque bradar."

Se nam foase por älgaem,

perra, eo te.^ertefleo

bradar c'o mal mexerico

Alaaro Lopo Uünbem.

S5 „Uoa logoo tödoa ebamar^ . [F. 203*]

Toa beber,

Yoa pipa^ noDoa tapar,

D^ANBBTOUK DA Jf OTiL 479

a myin loguo vay te la« Mym tambem falar moöriDho ssacriaam,

mym nam niedo no toosainho, 5 gaardar, nam aser mala que Tinho creligaaml*"

Ora 1e doii oo djnbo,

rroguo-le ja, qae te calea,

que bem m'abaslam mens males, 10 qne me vem de cada cabo.

Olbay a perra qne dis,

qtte fva; .

jra dif er oo jnyi

0 que fli ft qne nam fli, 15 t cre-la-a.

E poys ela he tarn rreym, bem 88er6 que me perfeba, diraa, que'e minha man9eba, pera sse fingnar de mym. 20 Emlam em prouaa nam prouas gnaatarey,

yram dar de mim maa nouas, ft faram aaobre mym trouaa, que farey?

•25 0 asyso aaera calar,

pera nam buaear deaenlpa;

poya a negra nam lem enlpa,

pera que Ih'a qnero dar?

Eu saam aquy o culpado 30 ft oufrem nam,

eu aaam o denificado,

& eu aaam o magoado,

eu o aaam.

co'as minha>j .

4 . '

t

.,■. 1^ * 10 Poi8 Dam tmiho mpiy Hp^giiii^

ciiorareys cpnio

Chorare jt a ndniui.irfiMip cborarejs o ado cait, « 15 chorarejt o deaq^ptro ; ; ^, do meu bem ißOtjfifkf^, E poys taota |lor m,$g9^,; Müllern toif omM mfi^;

cborarejft como choi^.;

.

Palm eamt^ ^Ifmgrm^.

20 0 guordo padre Tiguajrrol V08, qae ssabej» qoe dor be,

iguday, per foaia Caf^K.y a chorar eite ffadigrro. . Se perdera o hatatagmrp/ .

rARRRTQÜB DA MOTA. ^gf

nam teaera atrenfanento da ssoffrer o que sofreste. He ham tarn grande mal este, que com doo, qne de iy ey» 5 pera ssempre ehorarej.

Faia com Ainaro Lopez.

Oo Aluaro, yrmio araiguo, ve-lo jas aqui no chflo, pois perdeate tea qainham, [F. 203*]

yem ft choraraa comyguo. 10 Certamente eu le diguo, que, quando morreo.el rrey, par deot, tanto nam chorey.

RepOBfa d'Aiunro Lopez.

*•

Milbor me fora perder dez mil ve^ea meo offlfio»

19 ou hum grande. bepefi^ io que lanta pana sofref. Poys nam temoa.que bebef, o yrmfio! onde mirey»

poys qae cboras, chorareyt

Fala com o aimoxarife,

20 Oo aimoxarife, yrmfto, leuantemos eata pipa,

& Teremoa, sae Ihe fica aynda algum nembro asfio. Maa eu lenho tal payxfio 29 do triste que nam logrey» qqe por ssempre cborarey.

leiro r«rftL m. 31

b'AttSTtTQtTE DA MOTA.

Retpomie o almoxarife.

Pole que nam lern alma ju, pera que'e aleuantada? mas mujio pjor sseraa, que iliiem que fiearaa ßsta casa v^olada; B confruria he danada. Oo irmSo aue le farevl

01 «rfätf. (Ui;aiD,

irayl SS So.

15 chorareys uomo cnorey.

Repoatti äo juh dot orfäot.

Esrori^ay, nam vos m&teys: (F. 203']

perlo he d'squy a Agoslo; a negra fica com vosco, com que vos confortareys. »» Do perdido nam cureya,

nem rhameys: a que del rrey, & eu vos coDssolarey.

Fym da tementn^nm do creligtio.

Todo genero honrrado, em que verlüde conssisle, K ajuday chorar o trisle que jaz aquy etnloriTado.

D*JINBKYQUB 0A MOTA. 483

E poys eu, por mea pecado, pera tanto mal fiquey, pera ssempre chorarey.

que da Mota a huum alfayate de dorn Diogao sobre hum cruzado que Ibe furtaram no bombarral.

Goajas, que sam deslrofadol 5 ay, adonay, que farey! poys que quya o meu pecado, que perdy o meu crusado que por mas noytes guanhey! (joay de mym, onde mirey 10 que rrefeba algnm couforto! 80 o calo, abafarey: jür'em den, nam calarey, porque nessora ssam morto.

Mas yr-m'ey por essa terra 13 como bomem ssiein Ventura,

porqu'a dor que me desterra

me fara tarn crua gnerra,

que moyra ssem sepnltnra. . .

Guyzeraa, que gram tristural 70 o* quem ante nam nafera

com tam gram desauentura!

poys seys ihesf 8 de caslura .

todos juntos 08 perdera.

Ay, que qoero abafar, [F. 204*]

25 ay, que me quero perdert

quero-m'yr lanfar no mar,

milbor be de me matar

que saempre proue viuer.

0 quem me deaae saaber,

80 onde hum toyro eatiuesse

by-lo bya eometer:

31*

D-AMRRVQDi DA KOTA.

jiir'em 6en, em me comer graode gm 9a r»e fizesse.

U'oulra parte nam he ssjso buscar minha perdicam, & que, quando culpam Nar9<rso que morreo por mao auiso, (loia de m^m ja que dirttm! Mas porem espantar-ssam OS que ssouberem lal lodu. 10 como lyxflm;

o sse 11t l^am

qne 1 se 101)0!

Corii

naa ora,

em pio. .uj

;ado.

IS pnis desen

gora

sempre

noflna mors,

. . sempr'j

issado.

Qiie farej

Bjtado,

que nnrn ssey

ja que me fa^al

10 ludo he bem

erapregaado

em'fniin, poia

lomej de-grado

. esta le^ noaa

de gra^t.

Ed. qde me qaejFra ealar com perda Ujb coahefMa, as nam posao dfaajnalar, ' ' porque por rnen aoapinr ' aera minha- dor asabida. Oo cruudot nrinba fMä, pera qne te eonlie^. so pojs tua triste partida ' -

me causa dor ti«i ere^tda, quäl eu DUnca padafjt

Eu nam sse;. que nai *■ Sc, que tal perda me convmba.

o corafam qu» me dli que va bascar o jids, & creo'qne bem. me jenha. E dtrey, que me raadtenba [F. 204*]

i em joati^a com aaa yara. . QO quem me dera ter grenha! poia nam tenho quem me teaha, eo per mj m'arrqpelara.

Partir-m'ey: nam parlirey. io hyr-me-ey: onde me for?

toraarey: nam tomarey.

ae morrer» nam yiutrey»

oa terej praser, on dor.

Maa porem aae o saenhor 15 dem Diogoo yato aaabe»

aegundo me tem amor,

perque aaam aaen aeroidorr

jar'em deu, que nam me goabe.

Pergunia dorn Joam o alfa^e.

Como veea eapauorido, 20 Manuel, que deoa te yalha?

„como nam tendea aaabidOt

senhor, como aaam perdido?''

nam asey d'isao nemjgalba,

com quem ouueate baralha, 25 nam me neguea jato maya.

„Oxala fora batalha,

nam me fica grafto nem palba,

qnero m'yr, nam me tenbayal**

Agoarda, agoarda diabö» 30 dize-m'eata puridade;

que bem aaabea por meu cabo» que aaempre majrto te guabo» por le ter boa Tontade.

486 D INUTOI» DA MOTA.

Nam me negues a yerdide, que qui9aa te vjfra bem« tenho le tal amiiadet ey de ty tal piadade» 5 que Dam erera mngaeiiK

nSenhor, toq deaamarrado

co*a perda que mantenho,

leuo meu colo alfado

k vou tarn deaatinado, io que nam ssey» sse vou» se fenbo.

0 que tinba nam no tenho» [F. 204*]

nem be ja em meu poder»

eataa barbas yos empenbo,

que valia d'hmn fermenbo 15 me nam fica per perder.*

Com tudo nam aeabaste

de deacobrir teu pesar,

mil rrodeos me buacaste»

& porem agora vaa-te, 20 sem nada me decrarar.

Nam as assy de pasaar,

nem te ey de leyxar yr;

as oje d'arrebentar,

sc nam aqui as d'estar, 25 „ora come9ay d'ouuyr."

„Hum cruzado que poypey,

em que tanlo me rreuia,

tantas veses o olhey

ale que nam no acbey, 90 Dem he ja onde ssoya.

Eu nam ssey» sse cayria

da bolssa, se m*o furtaram*^

ou qui^aa t'esqueceria

em jugando algum dia, 35 dar-t'o am sse t*o acharam.

JB poyt iuM p9MHr Um rraso

me fes star de dor teogoite,

poys paseqr ja eate ?aio ^

coDsselhay-me neste eaao ft o- qoe lit nugra meii pronete?*'

Yato, diiea, be ja fe^rto:

a aaaml'eaprito hgfraa,

batendd rryjo no peTio,

& contar-lh'aa ieo deape^o^ 10 k qiii9aa o cobraraa.

Orefom de Mnmtel im uamtetfrtto.

O tu, saenhar aaanfaaprilo,

poato qae t'eü mm ooiiba^;

de tj, aaenher, me.be, dito

qae ea hom deea ioAnitOy 15 k m'o metem am cabe^.

E disem, que m'efere^ [F. 204']

a ty em mjmba paiiara,

& poato que me oam ere^a

deua^m quanta mere^a, 20 nam me ponbaa eulpa oam.

Adeuinha, m'adettioba

tu, aenhor, quem me leaoa

hom oiruzado, que eu lioba

pera dar a molber minba, . 25 que nam aaej quem m*o fortou.

Dom Joam m'aeoiipaelbou

que me vieaae eo a ty;

vea m'aquy oade m'eatott«

nam me falaa? ja me you» 30 que nam poaao eatar aqui.

Aleuantey oiinbaa velaa« como nao oom* gram Jadigaa, carreguadp de ^erelaa

D'ANBBTQDS DA HOTA.

& tay acbar Joam de Belss, o qusi manda que o ssygua. E dii: queres que. Ic Aiuxia, Manuel, huma gram nouaY i „o senhor deos vos bem digua" ja este demo ss'alrigaa k nam quer ouiiir a proiia.

I bem fertat t]iie Joam de Betau du n 3lanMl do isi

1 OUUJ

■' s

■ni dissera.

10 0 quäl

be?i.

que pas.

ui

oulr'ome.

sy d'ond'era.

G aqaele m

loubera

d-hum saeu

ch^guado ,

IS que hum du

era

hum sseu filnu n

IIB Irouuera.

„esite lie o meu cruiadol"

„Nam qnero niais < senhor meu, inuylas mei^

10 o jnlt me vou.biMMr, que miinde loguo ^Mar esse bomem qae diMS. Nam m'ajaif» por descories, porqne t«8 laizo aqiri uoo.

u tattta rntTt^ti me fareji, qoe naquislo m'ajudeys por desdarmos eate noo." .

{¥. 204']

Fala Mannet c'o jttjfi, que erä GoHfalo da Mora,

Seobor jait, renk« caa com mujrlo-grandriniiaoi, X eatou qua, nam ealou Ua, .

Joam de Bdas j9B dtraa toda minba tioncriwani* Ea nam ssey quem, nem qaem oam bom cnisado me furtou, 9 ou 8se me cabje no cbam, porem tenbo preauiifain que bom homem o* acbou.

Ojicts.

Esse bomem d'onde be?

bem ssera, qoe m'o diguayt 10 porqoe» ssem mais boljr pee,

▼OS joro por mioba fee,

qae vosso croiado qajs.

„Senbor joys, bem Ticays!

ysso be 0 qo'ea espero.^ 15 ora ssQs! nam tarde mais, :

esse bomem c'acosaySy

0 nome ssaber-lbe qaero.

lya gue Manuel da do hmnem que Ihe aehiu o cruzado,

Eo nam ssey ond'ele viae,

porem be dond'ele for» 20 a par d'ele nam estiue»

nem menos nam no rretiue,

nem ssey onde'e morador.

Mas ponbo qae*e laurador

& foy filbo de alguem» 25 & mays tem na ssoa cor»

& tambem tem mor amor

a ssy mesmo qu'aa ninguem.

E be ftibo de molber, [F. 204Q

Iras 0 rrosto por diante» 30 ssabera quanto asoiibery & teraa o qoe tener.

k. D'AIWBYQtS HA HOM.

oit he reo , ou he gnlante. He mfijrs ba^io qne gygaanic, k he major que Pineu, ou lie fraco. oa he possanld, s nam he my, nem he itranlF, ou he CrisISo, ou Judeu.

Se majs ssinays demaDdardes, I dar-uo-loB-ej' , sse quereys,

mas porem, sse bem julguardes 10 em est'omem cou nardei, graode me irejs.

„Bem saern c, be>B, Dam cureys 9 falar;

& poys vos i abeyst

J5 esperay, k onuire

a ' saenten^a qa'ej de dar."

8 '9 Jmr«.

Uisto bem por mj, juji, eate tejUy k maa aufam k o qu'ea »sobr'isto fii

» A o qu'este boDAm dli ' em Sana mai concnutn; Digoo por boa rrestm, que sa'ele perdeo craHdo, as epislolaa de Catam,

19 que quarenti k «yto Baam, am culpa nesle pecado.

Kjpn.

Ma« porein porqa'alegnaja Bsynajs, com qua m'embifaates , por esaes meenos snuaj» n eo jnlguo, que tos porea^ 1) OflB. ♦.

D ANRRYQUB DA MOTA. 49I

o cruzado que furtasies.

Por c'assy como 0 guanhastes *

Sem temor de deos nem roedo»

a.bo fee bem no lograates,

& nam ssey como 0 goardaales,

qoe 880 nam perdeo mais ^do.

D'Aorriqae da Uoia ao ortelam que a rraiiiha tem ^ [P* 205*] nas Caldas, que he hum omem muyto peqaeno, & cbama-se Joam grande; & passou esias palauras com ele por trazer acarrelo de dixer, que 0 prouedor das Caldaa, que chamam Jeronymo d'Ayres era muyto seco em auaa eoviaa; & comefa a bater a porta da orta, & faiam amboa hum com 0

oubro.

Oulaa, oulaa, ou de laal ^quem esta hy?"* cheguay, pe^o-uos, aqoi» 10 que queria entrar laa.

nQuem ssoys vos? abryr-voa-eyt** abry-vos Sc ve-lo-eys, „que quereys?** abry & dyr-volo-cy.

Em abrhido a porta,

15 Amiguo, deos voa ajude

k a Yos fafa»

dizey-me por vossa gra9a9

assy deos yos dey saude:

Se estaa aqui Joam graade» 30 hum mny grande ortelam?

„eu o ssam

em quiinto a rrainba maode.**

B V08 pare^is bogio 10 eom capelo

rredoodo como noiwIOf

oa Pymea em desaSo.

»8e TOS Tindes a lombar, [F. 205^]

oam T08 qaero mait oooir» IS quero-m'jr,

qoe nam posao aqni ealir.*

Agorday, nam tos partats, escoitay-met

Mesiarey & ssegnrai-me 20 que nam sombels da mim mais.* Deizai-me passa-la porta, que qneria la entrar a falar c'o orteläo d'esta orta..

25 nPois, DU graüde, oa pequeoo» ez-m'aqoi,**

0 qae diioys he assi? . „assi he, por SsamI Jleno.**

D*A1IBRTQUB DA MOTA. 193

que qaero 9arra-la*^iior(a; eylo demo Yem «gaora.** Nam Tos'pidirey perdam por qaalqaer coosa qa'erraaae 5 ou pasaaase mais de voasa condifam.

„Por hy me podeis leaar, que per bem

nam me yen^era. ningaem. 10 ora podeis tos eotrar.** Benias deoa as laraogeiraa parefe c'a olho crefein» k ja fefem por aqui estas limeiras. .

15 O que coosa tarn rreal

comefada!

„entray que nam Tedes rtada,**

0 que fremoso fidral!

„E estas larangeirinhas, [F. 205*]

20 de laranjas carreguadas,

sam prantadas

por estas santas' m8os minhas.**

Quarito Yos aqui prantais

tudo prende» 25 porque tanto se m'entende

que ninguem nam ssabe mais.

„Hum pao sseco aqui metido,

e*o ssaber que me deos den»

farey eu

80 fica verde & muy frolido.**

O que cousa de louuor esta beet metey ca, per vosaa fee,

Drig. anrraia.

D'ANERTQUE DA MOTA.

estevosso protiednr. Hy correndo muj oitjnhii, que vos valha deos. Imze-o k faze-o, s que'e serui^o da rraiiihs-

„O Jesu! nam ine falets liest« consa,

porqiie meu «aber nam onsa faier ysso que qn^rets. 10 Porque loda » —'•veta, nem o ssab ffedea

nem Cti i nam far deza."

„Porqae bsub bs ;qnidade tt be de sBorte,

que nunca, se « i per morte,

inudsra sa call

E perd sse rr bem

primeiro deapmdara^, 38 A Bsecare;

loda qtiaata aagoa aqni Ten.*

„E ajDda nam m'alreuo a rregaa-lo,

Ic ae qniser bem agoa-lo, ' IS nam tnej ca o qae deno. Ante» «le flqne seco que dar maa cobU it myia, & em flin serey julgado por peco."

30 nPorqoe ssempre onujr falar, [F. 2051

ca e las,

qne 0 que natura daa ninguem o pode negair. Ble lern aseca na^m

D'ANBlTQin DA HOTA. 415

de sseu sseco nalwd,

pelo quäl «i

nam a h; ja rreden^ain.**

„Asay que tos deapedia 5 do Iraie-lo»

d'oQtra parte eu ponbo aaelo

a ysao qae conerodia.

Porqoe depoya qae na^y, .

outra tarn aaeca peaaoa, 10 aaendo booa,

nanca neata terra vy.**

Fifm^ eonemam.

E aaay qae ooncrodiodo

nanca pude achar maneyra,

pera que saua aaequeyra 15 sct foaae deminuindp.

Porem disem quahaoi dito,

bem me deueya d'eotender

que 886 acba em eacrito:

qae, quando vyrmoa aaol fito, 20 qu'eaperemos por cbouer.

iqae da Mota a huam aaea amigoo, em rreposta de carte qae Ihe ntandon, em qae Ihe contaaa huna Tiaam vyra, & pedia conaaelho ft deerarafam da dita ymm.

' Deicrtfam do tempo.

A madre que come^aoa derramar . aseua lauradorea» a Alba de noaaa llrorea o mundo ja yiaitaua.

& Neptiino derrnmauH *^^ .

seus tesoiiros

Bobre Crisiflos, ssobre Mouroa, [F.^OJ'I

Febo sseus cabelos louros i rreserauB

A saem gra^a »se mostraua.

0 qnal hya na casa do mi

rrepousando

que CO Tab» N & da boca bp

rere

mal V brando.

Neale lempo me roy dado hum es que me i is em cdid,

lando cuidado

no que I ' chando.

E depoys <'•> er lido.

fiqupy (odo i rater,

por nam poder cnlender Vi seu eslilo mn; ssobido.

E assy entreste^do

me partj.

na qual fayda me lern;

de m'acontefer aasy, a ' como ey lido '

que Omero foy perdido.

E com lain gnm deMlioo proMegny por mfnh« Tya. Rramusya tomey por goya so como fea el rrey Cadiao. E acbei-me. Um moftno cantiabante,

qoe quanio nia;> Vou aaante, me aeho tarn ynoroirte .

D*ÜIMTQBS PA «OTÄ. '4|f

de cootlno/ * mojflo majfs qne ham meoioo. . .

.

E hy» tarn treaportado» -

que nam Tjfa ^eo nem tarra; .^ * 5 a ittjriB meamo dan« gaerra

co*e§te noaa cuidado.

Porqa'ya tarn amleoado

em cujfdar,

que ssem eaminho aobar 10 me foy furlana leuar

a bum prado

d'homanoa deaabttado.

O qoal todo sse ^ei rana [F. 205']

d'uma aaerra per tal arte, IS tarn alla de iMida parte ,

que as' nuueea traapasaaaa. , Na quäl saerra fjr e'amdaaa montesyna

muyta fera aaaluagina, 20 & toda ave de rrapina 86 criaufr naquesta sselua tain braua.

E eu, Tendo que errey

0 eaminho da pouaada, 23 come^ey boaear entrada

por saayr per bu entrey.

E depoia qoe trabalhey

em buaea-lO)

sem poder jamaia aeha-lo, so de ter aaa 4Himo Dedalo

deaejey»

quando fercado m'achey.

E deaque nam acbey meyo pera aaayr da moolanba,

»Miro (ortL m. 32

»AÜKAIQUE DA MOtA.

bradaiia com graiide ssanlia; luesturada com rrt^cco. Pofem o carro Febeo eamiabando s me fo^ loüa lux tiraiulo, em lais Iruuas nie IcüaHrio como Urfi-o, qtiaiidg do jnferno veo.

E depoifl que lae Qeroou

ll> B SBOm I,

Proae

tpinoi

E com qtiniilo mal dobrado vo ate qui pnssej Uro duro. . ^ ,

com rre^.eo do fuluro ^

m'eaque^ia da passado. ^

Porque me ty rau; gercado [F. 206*]

de beatigoo», «> de minha vida jaHg^oa,

& eu, por fogjii ^riguM.

toy for^ado

em huma trnw^H« lf«V*4». -^

E depois d'^ly paMtr 30 gram parle da ao;to MCwa, ^

maldisae minba ?entura,

qne m'aly reo potlaf' ,■

& corneae; de rrogaar

a Cupido, M qu'algmie qifl« MflRMd«

DANBaYQUB DA MOTA. 4M

. & pera qoe tuy tmido a tal lagiiar me quiseaae deerarar.

E eu que oam Meabaiia 5 meu rrogao tarn pafiente,

qoando v^ supitaoiente

hum craror que me ^ercaaa.

E if 0 mejfo d'ele estaua

poderoso 10 hum mofo fegno fremoso;

ora ledo, ^öra euidoso

se mostraoa»

& tinba aas eon que Toaua. -

E trasia por aynal 15 de suas obras aeoreias,

hom coldre com muytaa aaetaa

& bum arco muy .rreaL

& a quem he maya leal

a saeu mandado» 20 esse yiue majfs penado,.

esse tem lapto oqidado

que mays ?al

fogyr do aaeu arrayal.

*

E aquelea^ que feria 25 com sseus furioses tiroa»

fazia-lhe dar.asospiroa»

sem canssar noyte nem die.

E Yy que tanto podia

seu poder, 30 que nam presla defeuder, [F. 206^]

nem o bomano saaber

nam ssabia

rresestir ssua jlerfU. .

32

D'A>RHYQUE UA MOTA

E eu com altera^am, que linha do.grande medo. fgiejr hum pouco mois ^edo do que mandaua rreiam.

s E disse roin lorua^am: 00 sspnhor.

se tu es 0 deos d'Amor, liura, liura dor

ineu cnra^om.

to que nam ir 1e paj'xam.

0 quäl TPspondeo:

„ea Bsam o grai ic Cupido. eu tuy Hv lemido

de quanla geni ne^eo.

IS E qiie me am lonhe^eo, nem nmoii.

potiea« couuB acabsa, nunca gualaole and^fl, nem vineo

30 qnem ssem amores i

„E eu' poaso d»r citid«tfos, eu dou peoa t eu groria , por myin alcan^m viteria

05 conslanles namorados. -

» E OS qne saam mala bomrados

6 aeruidos,

ae quero, ssam abalidoa; A per coDtrajTo qneridos , ft amadoa 90 oa Iriates desesperados."

„E asBj que em nieu p«der he a chaiie dos amores ft por laulo OS amadores me deuem obede^er. . H Deuem me rreconbet^er

fi^ANkBTQUB DA MOTA. SQÜ

obedten^ta,

poys mjnha grande ex9eIeDfla, por maya alta primioeD^a, iem poder ft pera dar dorft praxer. "

nE porque tu jnuocaste [F. 206'']

minha grande niagestade

com tarn vmilde Tontade,

grande gra9a percal^aste. 10 Maä nam cuidea qa'eacapaaie '

da gram pena

qae te mea aaaber ordena,

mas d'aqneata mais pequena

ie linraate, 19 quando^meu nome chamaste."

„E diraa a teo amigao/

que nam eure de caidar

na Tiaam qne jjo pasaar,

que o po8 em gram perigub. ao Porque aquele beatiguo,

qu'ele ria,

que as cames Ihe comia»

sera grande alegria,

que conaaiguo 25 lograra, como te diguo.**

E tanto qn'isto falou,

huma nnuem o cobrio

& aaaj sse translu^o,

que 08 olhoa me cegou. 30 E desque ase apartou

Bern no ver,

trabalhey por me de^r,

& achey-me» saem ssaber

quem me leuou» 39 neata terra ond'estou.

D'AMIBYQVB PA HOTA.

fym.

Aguora, SEcnhor, olhn;

est'oulra ' vysani que vy,

& enlenderes s<)uy

roseo fejto como vay. 5 Mas de mym vos Btlirmay,

que ssoo a «isla

me da latn forte con(|iit8U,

qiie nam ssey quem Ihe rresisla,

nem sse ssay 10 minha ilor por dizer ajl

D'Anrrique da Mota a doni Joam de Noronha & a dorn (I^- ^^ß'. Ssancho, seii ymiäo, porquc sc foraiii coiifcssar a ssam Bemal- dim na meladc do vrräo, Icuando comssygiio o vygayro d'Ouido;, quc hc muj'lo pordo, & vicrani janlar a iiuin liiguar qnc dia- mam os Gyraldos, & non acharam vyi^ pera beber.

No yerfio hjt t na for^ dos dln gnaAeSi - nam a b; bancos de FrMilfl« pert lanlo arrefear. w O trade mnj de aaguar assentado a bm praier a ^egnarregaa a eanlar, emUm estar. ft Moar: jslo be maia que merror.

ao Por tanto toy ordenado o confessar no innerno, porqn'o mor mal do JDferno be tser rnnylo emcahnado.

Ante 88er esemiHMgade

qae hyr coid^Mm fw ealliia,

qoe a^az he gram pecado»

ser 0 eorpö mal fräfado . ^

com- pouco proueite d'alma.

Ora poDham<)i, <|if^ Jaa seja fejta conflsaaro com may gfMide isoMlrii^my eomo creo 41t« aaeraa, 10 Vejamoa, qaim poderaa comprir agdora peodoii^y a quäl he eoiiaa tam maa, qae, ao Valma ?lda daa, no corpo caiM ioM^

ji

15 ' Be hama ootfaa muy aaia ...

pera oa comiioa aarea

noa diaa catliOQlaiw [F. 206*]

0 beber pela ttontea . *

a touguja im loorinbia, 20 Quem nam tiiier capariea

aaobre pera oo ma^ia»

& o äl he coiiaa tai^

em aaaluo eata quem rrepiea.

E sse diaaer o eoülrajrro 25 ease frade por Tentura,

dizey-lhe, c'aaay aae.eura

0 padre do caifipanayro.

Forque lern harn bfbyayro

em que rfesa aaem perfgoo so muyto maya qoe no rroaajro:

nam diguaya, qae'e o figiialfo,

porqa'ea, aenhor, nam no digoo.

Nem en ^^erto nam diria do senhor vigayro nada,

O'ANHBTQim BA MOTA.

nem da ssua imbiguaiU, .j

porque mescomuDguariB, _^

Muh porein ea jurarja ,

na Nsaya de sflam Bejnaldo 5 qwo ja ele rreaaria

hum rrcKponsso, que diziai ■libera me Aa Giraldo.

In tih Uta tremenda,

quanda for o ^eo inouido tu & o vinho falei^ido.

que nain achem quem no venda,

nem dado, nein aa teiida,

Nem per forca, nein per rroguo,

dotmne miehi defenda la de tarn atpera emmenda, . .anle me jiilgue per fo^ua.

A^as gram pendmi^a «n a qne (et vossa- mer^e , querer beber ssem ter quf.

20 Oo' qne pende»^ Un fcnl ssempre 0W17. qn* dmU «n he perigno (er 'terriswu '

ft ei Tj na ^oM rert A DO eoTHO da ssperi

21 c'iT^eB de ler fydigo».

Uiarom do ariente . [f. 2061

(res rre>s Hagos qae Habens, A TOS fo8(es lodos tres - moTto gnordoB em poneBte. 30 0 frade, mjijle cea(ente nam ssna (eis mu; tri», &. TOS per CBhna may quents, e.n m'espanto ^ertamenle , sssjrdfs d'aquele dia..

vjumnqm mk jidva. s05

Ora J9 tos coDfessMtes, goarday, tos dA jeJQaar; c'a^s TOS deae abisUr o ssvor qae laa ssnasCes» 5 Porqo^ doa-Ibe qae eontastos mays peeados do qae eram, ea m'aflrmo.qae pagaastes na lirootay qae la passasles, a penden^ qae to4 deraqi» «

Troots d*Aonriqoe da Mola a hosa mob, mujtfi magrt A

rdha, qoe tjo estar oo bon barral ha poitade dorn ' Diogoo,

BBio do mar^KS / "ft era de dorn Anrriqoe, aeo yimioj ' qoe

hya em rromaria a nossa seohora de Naittete, A leoaoi

nela hom seo amo.

10 D'oade ssoys, senbora mula»

qa'assy'stays desmasalada ,

TOS no peeado da gala

nam deaes de ser ealpada«

Segondo estays dtlieada, 15 jararia,

qaesereys aeastonadä

a eomer poaca feaada

cada dya.'

«

Uos pör* Tossa gram magreyra [F. 207*] 20 nam deaes ter dor de ba^; ja deaes deyxar ö pa^» pois TOS dam tam ma contdra. . Qa'ea ottn-sqrato 4|aem.Tos qoekSf porem ssqr»

D'j(r<I<[tVQl'E DA MOTA.

qaando foj d'Alfarroubpjra qti'nndaiif^ys na dianifyra c'os del rrey.

D'essa voss

giiarniijain

B bem ssej qm

:; TOS contetitsys,

d'outra parle

he rreum,

pois q

K me(a;s.

Ouro. D

lo k msys

lern

10 latam.

[letiiBjs:

partes hy

rjs

liuma boiz.

Se fordes a, Naxuree, aly he vosso farlar,

IS ha qup gram du^urd he ■rta k agoa do marl Se TM deoB bem -iyiHltr 'neaU jornada, ' *

qnero tos profelizar,

» qoe anea la de ficar eelirada.

UoB pare^es hpin diibo, se nam qiUDto mjb mqrs U*, por mays qae bolajs e'o rrcb* '

a anes de ter bem maa ^ea.

Tendes fey^m lanaprea

na longura,

da barrigua pouco chea:

ho Jesu, que ma pslrea, M qne traalurel

A Mala.

A bo Tm. fean.T«». ^1^1 Sem saber com qaem bla^a»

n

D^JmOITQÜB Uk MbTA. 507

k de mays 8S Tös euldajrs * qoe falays dorn qveni aaoeja. Uo8 de mjm sombar queres assas de mal, 5 qae fuy do senhor tnarques k ja rreys vy moitcr Ireii em Portugoal.

nO qae dixeya be aaay? [F. 207^]

disey, aaay voa deoa fartel'' 10 no tempo del rrey Doarte»

T08 afyrmoy (}lie na^y

k ja qaatro rreys semy

Portugoeees,

k com qoanto mal soffryt 15 Donca de casa saby.

dos marqueses.

nPoys com quem vyueis agora

que Yos tem tam mal tratada?"

traz m'um bomem emprestada 20 de qaem sseja ^edo fora.

^Nam me dyreys onde mora?**

se ousasse,

mas trac butna tal espoca,

querya la na maa ora 25 sse falasse. '^ ...

mNo tempo dos cäramelos qae ^mes, que deos yos valba?"* bama qaafta de farelos» bama jaeyra de palba. 90 ^Nam comes oatra bytalhi? assy gosedes!** Dam como mays nymygalba „dar-aos ha toilie batalhaT** j'ora vedes!

D-ANRRYQIIS DA I

„OA bFm. Ic HO bfber iiiBj V08 poeim proiiyssaift?" quanln d'issa fartn Nsam nam ha hy sl que dizcr. i Se mc dessem de corner d'essa maneyrn. bem podja gordar-sse, naiii me »yrj« morrer de laieyra.

♦0 „Tei

iiiy alios

A a came m

yds,

andays bem rora a<

aalios.

soys de quadrys be

fomyda."

Por hy »eres vosst

yda

« que eo passo,

& por sser mayi

royda

vou com bum Y

1 nesta hyda

.muy escasso.

..Ora bem esse vo

ss'amo.

n nam dyrei» eomo se

phamaT-

he 0 amo qu'en deaamo,

que a mym b«m pooco ama,

. Nam «7 de jsalar sei

. tma

qfi» m'esfole.

19 maa. ss'agor* qnveast

1 lami.

se Ib'en oam fet^sae

a cama

na mays mde.

(F. 207'1

0 Jesu qpe m'a fjsonha, o qoe coaaa tarn disfonne, 30 tem HO pbaooQO eomfonne com garganta de ^egonfaa. D'onde he lal carantonha de iays gejtos?

Msam da casa de Noronha & nam ey d'auer Tergonha de ineua fejrtoa."

MPorque redes. me aqay, 5 eu T08 jaro de^Terdade,

que ponnety fjrgyndade

& estoo tal quäl nafy.

Em meu bom tempo aaeniy

qoando pnde, 10 k depoys qae emTelhefy»

noDca mays bem rrefeby

Dem aattde.**

0 amo que hya nela-

Que diabo Ihe quereys

a eata trist« coytada? 15 dis que nam coroe feuada,

k que vos que Ih'a tolheys.

Qaero, poya- qq'ysso dyseys,

que saaybays

que a come cada mes 20 cada mes ha Tynta tres,

„que ma nam days.**

Anrriqne da Mofa.

Por que partydo ottuestes [F. 207']

a mula, que foy das boaa, aforada em trea peasoaa 25 0 c'ara maa ca yyestes? Nunca foro me ^iaaestes de tal aorte.

, « .

maa poya tos jaso fesealea eu me fa^o logo pipeatea 80 pera morte..

pera Ihe encher a ^jnta: fyco-uos, que majrs dab sjnU dor de veotre. .

Fäia o amo com Awrriqm ää IMIr

10 Se soubessejs como anda,

fycaryes espantado»

„ssejr que anda nal peaad»

nam muj farfa de vjanda.

Parefe longua Taranda i5 de taTerna»

traue longa, aiiqflo panda,

zambuco que sae nam manda,

nem gouerna.

Pala o amo cfntk a mala fnani^ 9§e ja fimriam fi

Toda a jente aae Tay jaa; 20 Tamo-noa d'aqujr em boora. „maa que yamea na maora que comjrgoo andara." Anda; rrjrjo A ?er-Toa-hai esla jente.

D'AMJUITQl» Uä. VOTA. 5)^1

porqu'o meu mal A tomo

tod'e meu 9 como sabeys.

0 que ando, he que me pes».

& com payxam,

*

5 desqae jem mym vos colhes: cuydays» que sam hum araea de Mjffam.** .

O amo.

Andi^, anday, nam tos tor^aia,

qa'olbam todos perii noa, 10 „oxala rrjraem de tos,

tanto ata que tos de^ia.**

Aguardajr, poja que palrrajrt,

co^ar Yoa ey

k vos, dona, rrespyogays, 15 sse me tos assouelais,

que tarey?

Deipydknento da miüa emtat parHndo.

Senhores do bom barral»

vou-me com.Tossa roer^e.

tanta mer^e me fase, 70 que TOS lembrea de meu mal.

E a eousa pryu^palt

que a deos pe^ays,

qu'esta fome tarn jeral »

que anda em PorUigaali 25 nam dure mays.

Que se m $aam mal prQiiida, quauto a terra he abaftada» que farey, quando a 9eiiada a coreuta he Tendida? 30 S'eu escapo d'eata byda com tal cura»

D'ANUTQCB DA HOTA.

Ej de busf^af bums «rmjil*, onile fa^ oiilrx vjda msj'S BCgBra.

D'aly a dias, jndu Anrryque Hota ter 'AicoEnlrc, {F.20''| liondc dum AniTyque c$(aua, actiou a iniila, que Ibe dru conti de lodo o quv pussara na jumada da rroinarja oode Ibn, > loniada.

Vo *^ achar,

ierra,

k trra

tigttr. « I r,

u I r,

lutiixci {}■ r a (lesar.

qtw pute;. .

Parlymos H«]U«la dja

qne dos tob vjstes pntjrr, » lodos 13» majrlo rr^rCt

se nun eu, qne nani po4ya.

Qno nun potisa alflgrjra,

nem praier

na Irypa mnylo nty, KP porqne todo bem sse orja

do comer.

E ffonuM ter aa Arelbo, onde la «mm aanhores A todos seoa seniTdores, IS todos eram d'nam conaMlho. Liagoado, perdli, coelbo, A em tym

r^

mujrta branco * Yermetfao;. & eu em ham palheyro Telho por rroym.

Poys la em saljr* do Porto » 5 que terra de f;ydepata, de feaada müjr enzaU, carefjrda de conforto. Soey aangue aly do orto com payxam, 10 meu esfor^o aly toy roorU)» porem foy o grande torto sem rrazam..

Qae TOS juro de Terdade, [F. 208*]

que como fomos cheguados, 15 todos foram apousenladoa

se nam eu; que gram maldadel

nam averem pyadade

de meu mal

& de minha etjrguydade 20 ae nam ssq Lopo d'Andrade,

que me val.

0 qua! me deu por pousada

huma casa muyto frya ,

de yyanda muy vazya, 25 muy yarryda & muy agoada.

E sselada & emtredda

me deyxaram,

& a porta bem ffechada»

sem me dar de comvf nada, 30 8se tornaram.

Fjrquey aasy paseando, chorando minbas ladyguas, * em minbas obras antygaaa, como ja case, ssonhando,

ftno. DL 33

P'AKUtTQDB PA MOTA,

inuyias vezes sospiraado por comer.

o8 galos todos canlando ft eu trisle an-enegaado s sem praser.

Se nam qaaodo, ey-lo, vem c'uma quarla d'uma quarla de farelos, qiie mtil farU quem taain graade rome lem. *

10 Mas eu dissc nam com betn d'eogej'lar

esle tarn pequeno bem, porque nam Ijrque aquem de ^ear.

19 Famo-D09 'Allfoyxyram ,

onde ha jnfjndo sal,

nam leuey cu d'aly al '

se nam dor de coracnin. **

D'aly a Famaljoam so nam lardamoa;

qae nome de maldy^am,

que Dem ceueda nem pam

sam achamos!

E d'aly a Pederneyra [F. 208')

25 leuey faum bom snadoyro

mas eu aam jeuaua ^oyro

DO lombo, nem na cylbeyra.

Lenaua muy gram peteyra

na barrygoa, so muyla fome, gram laieyra,

& cbegupy d'esla maneyra

com fadygua.

Bem disse o saabedor: - oje mal ft pyor craas.

D*iMUElTQUB DA VOTA. 915

8se ea mal paiiey atras, alj foy muylo pjor. D'arca la meu acDhor fartar me manda» 5 ela lern muy gentyl cor; maa day o demo o sabor da yyanda.

Tomamos oulra jorpada

la caminho d'Alcoba9a; io ea leuaua ^ pooca gra^a»

porqu'ya muy esfaymada.

Aly fay atormentada

nesta vya

k na crux muy marleyrada i5 com a asela bem lograda,

qae corrya.

Fyquey muyto descanssada»

quando me yy no moesteyro

em poder do estrybeyro 20 de poder d'este lyrada.

E fyquey muy espantada,

quando vy

feuada ja debulhada

ante mym apresentada, 25 que comy.

Tyue muytas alegryas 08 diaa qu'aly passey, nam asey quando taes trea dias em meu8 dias passarey. 30 Gram aaudade tomey na partyda, k partyndo come^ey: ho quam pouco que logrey esta vyda!

Drig. faiMMMi.

33

OANUtTaW »4 I

AsB? Irisle lamraUiHlo [F. 208'J

me pnrly. Sc ssem pru« outros mil malcs passBndo, que oam ssam pera djter, a As Caldas vj'emos ter sem tardar;

pergUDtey por maya saber: eslBS agoas lern poder de in'engor^ar?

w E dyserKn>roe: i

rm.

porem, logo sein

■iica,

qoera nelaa entrar.

imvem

qoc faca iniij gr

toden^a.

Bern inc pras d'es

onvcnca,

IS poys he lal.

mas esla miDfia i

ica

he faminla pcslrm

niu> morla).

He hnma dor de tiysUin, ao que fai aoa maja honrrados

dar aospiros may dobradoa,

ae OS toca per Tentora.

Qae nam ha hj dor Um don

de aoffrer 3s a Tyuenle cr;alara,

como ver-sse em aperlora

de comer.

Esta fas muyiaa vyleiaa, onde nam valem caatigos, M esta fai nsyl fortalezaa, dar em poder dos jnmjgoa. Eala (az mu^os amygos se perderem; OS preaentes & anlygos

D'ANIIRTQUB tk MOTA. Sff

886 po88eraiii em noyl perigos por comerem.

Assy qu'a dor, qae m'asseyta,

Ypoeraa k Galeflno 5 dam emeontra de sseu dano

hama may gnntyl rre^oyta;

& dysem qa'a de saer feyta »

per eat'arte

de farelos satiafeyta 10 feaada, bera eaeolbeyta»

qae me farte. ^

8e avcya por confyasam, [P. 208*]

a^az aaam de comfeaaada;'

eu nam como ja feuada, <5 jato porque m'a nom dam,

E tomo por deuafam

jejaar,

poys, quaol'a por contricam,

asaaz d'emffadada ssam 20 de chorar.

Eu estando con9ertada pera entrar ja nos banhos, foram meus males tamanhos que fay loguo emfreada. 23 E aly foy apartada ' a companhya; cada parte foy tomada com aea aenhor a pousada, qae soya.

A tMtla a Dom Dioguo, quando hya.

30 Uoasa sseiihorya yay caminbo do Bombärral: rresesty» aenhor, mea mal,

D'ANRIirQlTB DA VOTA.

po^Vü que fuy de vosso pajr, E com V05C0 me leuay, qiie eu m'yrey. Oll, seiihor, m'encomenday a a vosso jrrin9o, se nam: cuyday qoe morrarey.

G dvze-llie com rrygor.

quo mandc i^urar de m^m,

iiam deseje micdia fjm. 10 poys que fuy lal seiuydor.

Olhay bem o grand'ainor

que me liiihti

vosso |indre. meu senhori

que somenle ssen fauor 19 me manlinha.

Olhay bem, qaanlo seruyco fyz na jdade pas&ad», »am queyra lomar por vyco Ter-me morrer esfaymada. M Huin alquejre de ^euada, {F. 208']

qoe he hnm Tenlo, <iom farelos meatnrada com poDco msys case nada me contenlo.

Dom Dloguo.

IS Bem he jsgo que pedjs,

men jrmfio o ssabera,

aeruy-Yo» como sernys,

que (ndo se bem fara.

„Ho senbor, qu'esque^era, » logno sse digua,

ante que d'aquy sae vaa;

qae depoys nam lembrara

minba fadigaa."

D'inBTQCI DA MOTA.

„TodoB leaeram folgan^, seohor men, nesle caminho feuada, pam, earne, T^nho, ludo foy em abastao^a. s Todos BDdam cm boaBatfl, sein tromenta, se nam eu aem esperan^a; qa'eata fome por eran^a m'alonDenta."

Dom Dioguo.

<o Nam digaajFs jaeo maaara,

pojrs que eu aaey o contrajro;

aae eu tQdoa bem rrepayro ,

como tjKty» Toa de forat

„Nam dyguo ma^s por sgor« 19 por que'e feyo,

mas po^B jalo aae jnora,

manda; tos faier demora

k aabey-o."

Dom Dioguo'.

Nam ssey como sser podya n nam comerdes tob ^nada,

poys TOS era ordenada

kern trea quartas cada dia.

„I^erto en bem folguarya,

k coDTem 75 ssaber Tosaa «eohorya [F. 208']

o ^erto d'esU porfya,

maa he bem."

Dom DiogUo ao leu veaäor-

Dyzey, BasUam da CoaU,

TOB, que aabeya a verdade.

D'ANBRYOtm DA VOTA.

da,v aqu> vos»a rreposla, quem farya tal mnldsde. ,Ho senhor, he vaydade, »am vos menla, nam llje des aiitoridade i que ja passa da jdade dos selenla.'

„Uos quereys alabucar-me, que nam ouGse de falar;

M vos bem me fs maUr,

Rias eu nam ^j ^e calar." ,B vos cuydaj's d'enganar-me näsle vale.' „mas vos queres desfamar-me,

u nam queyraya vos asanhar-me, qne eu fale."

„Porem vos (omays solai, & em mym nam enlra rryso." ,ho senboT, que uam lern syso,

» dis aquysso que Ibe prU*. „Ora jsso nam me fae oenhum agrauo; pregunlay aquem riie tras, k sabey bem onde jaz

IS esle crauo."

Dom Dlagtto aa amo.

Dyzey, amo, pois lograya esta Iriste descarnada, ' nam Ibe vysles dar ^euada? ,0 senhor, natn na creaya; 10 Que depoys que ca andsys, nam ba fome, tres quarlas Ihe dam k mays,

D*A1«ITQÜI DA MOTA. 5||

bem k yos for^ m'aehays de quem come.V

Dom Dioguo ao veador. [F. 209*]

Djrsey a quem entregays

a rra9ain» & ssaber s'aa 5 a ^eaada que Ibe daya.

,ao aino qae hy eataa/

Djfsey, amo, vynde caa,

be assy?

,„a88; toy, be & aera, 10 & ela Dam o negara,

que cu Ib'a vy."*

nüyzey, yystes me goetar

a feaada que diseys?**

»noam, mas ssey & voa aabeya IS que vola mandana dar/**

^Senbor, ae de mym a'acbar

que foy comyda»

fazey-me vos deselar,

manday m'a aela quebrar 20 & a bryda."

Dam Dioffuo,

Ora eu nam tenho cidpa na ma yyda que paaaates» a verdade me desculpa a quäl vos espermentastes. 25 „Senbor, yob bem yos mostrastes yerdadeyro,

& aquem m'encomendastes bem comprio o que mandastes per jnteyro."

30 „Porem toda a culpa tem este mofo que me cura,

D'AiatRTOUB VA HOT«.

s ceunda bem precura, mas el(^ guarda a muy bcm. Bsabe deos quam ' mc vem lg esla lazeyra, e mas Taze-Io me comvem, porquci nam acho ninguetn que me queyra."

„Senhor, ey de conhe^,

poys a verdade se cre, 10 a mujlo graodo le b

que me folgasi icr.

Porcm eu possc r,

que passey

oyto dtar -,

K manicndi er

que leii

Aea^a a wmla de conlar 'Aw da Mofa loäo o qyie /i"»««'

^ da ffim

B depoys d'eaUs rrufies todoa famos apartados, se nam ea, que de pajiöea

» Dam DO fuy por meua pecados Aqny ando com caydados ssem deporte, bu meus dias mal logradoe seram ssempre laelymadoB

u ate motte. 1) Ort«. ,"»■

DANUYQUB DA MOTA. 523

(jue da Mola a Vasco Abul, porque andando huma mo^ ndo cm Alanquer deu-lhe zombando homa cadea d'ouro, pois a mo^a nam lh*a qoys tornar, & andaram ssobre jßso lemanda, & veo Vasco Aböl falar sobre jsso ha rraynhaf cslaado cm Almada, & hahy Ihe fcz estas trouas.

Qae buscajrs ca nesta terra com tal sul,

meu senbor, Vasco Abul? „qua m'ordenam hama gaerra. 5 Seram jsso mexericos, nam sejays vos tal com'eu, mas sam huns senhores rrycos, que per bycos me qaerem leuar ho meu.*'

10 Trazeys alguma demanda, [F. 209*]

ou que he?

„nam no ssey por minha fee. * mal yyua que me ca manda!"

Uos andays esmore^ydo; 15 eu nam ssey que vos aueysi

„he huum caso tam sobydo»

que douydo,

se 0 vos enlendereys.**

Nam cureys de duuydar 20 & dyzee-m'o

„nam no dyguo, porque temo,

que am de mym de Eombar.**

Que caso pod'esse sser

em que tanto sopesays? ?5 „eu volo quero dizer

pera ver

o conselbo que me days.**

D'AKBBTQÜB DA MOTA.

„Fuy la mu}(o na maa ors nesta era,

ein ora que nam deuera, ty bajlar huma senhora, s Sey que foram jsso brigas, -

mas tuydo que ssam pecados; bem mere(o eu myi fygaa & fadyguas, poya quo perco raeua crasados."

10 Purtaram '- t'inheyro?

„mss tomaTuui,

& per geyta in'Bi« iram

que fii outrem ra erdcyro."

Quanl'a jsso folgaryu IB de saber como iii,

„he a mays alta pe.fya

& lombarya

que nunca ninguem cuydou."

„Huma genlyl bayladeyra io d' Alanquer,

fremosa, gentil molher,

me chorrou d'eata maneyra.

Por me nam pare^er fea,

Tendo a baylar hntn dia, a Ibe mandey por Uoa eslrea

bnma cadea

qu'en no peaco^o Uaiya."

„Depoys, quando qoyasra (F. 209'!

rrecolher, w quyseram me (aier crer, que eu por aua Ib'a dera." £ VOB fycays d'y bonirado, nam deueya diier by al, qoe 0 bomem bem cryado.

namorado

0 bom he ser IjdMraL

nBaylaaa balho Tylam,

ou moarysca, 5 mas chamo-lh'eu carraquisca»

maya Tyua que tardjram.

Eu Bam aaejf quem me ven^o

pera tomar tal trabalho.**

calay-ao8, que mays perdeo, 10 poya morreo,

ssain Joham per ham aoo balho.

E qae pereays ^coenta . boos cnuados,

haiiin homem doa maia honrradoa 15 neataa cousas a'eapermenta«

«Uos falaes bem do arnea

k nam carays de veaty-lo^

fasey voa o qae fasea -

& fycarea ^0 autor de nouo eatylo.**

E Yos la DO Bombarral assy days,

noa nom somoa lyberaya, aomos jente beatyaL 25 Mas yos deueya de folgaar de serdea nyato deuaaao» por de ¥08 fama fycar k emlhear quem diss que Toa aoea eacaaao.

M „Nam qiiero yoaao c^nsadbo nem m'o deya, poya que asey k tos aabeya» que aey mais, por aaer maia ▼eUio.'* Ho Qalay-uoat 'ganhay fama»

D'ANBRYQUE DA HOTA.

husay lyber*l;dade

& quyca, se tob Bom Rma

easa dama,

amar voü ha de vcrdade.

B B tambem teteya scruy^o (KSü^*]

emfynjlo

ao senbor sant'ispr; o, que he couaa de gram \yco. E ßiiiiliajH o Paroyso « pojs he oifSa a smhora. tomaj, senbor, csravjso, po>s he syso, i jr vos Dys muylo em booro.

E by leuar boa vydu » e Totaa caaa,

qu'yslo he rergonba mua

aTareta conhetjyda.

Poys qoe bbobb bom eaualeyro

&. vindea de Dobre jeale, 40 nam Toa faQays lysonreyro

do dinbeyro

ft day sempre nobretnente.

Ueaty-noB de gentyleia,

que deoB tos valfaa 35 & rrapay-noB aa naualba,

que TOB veja aaa altexa.

Fazey muy alegre rroBttp

gnarne^ey-uoB de rretros,

& poys eoea lam bem deaposlo, Bo leuay goslo

em falarem ca de tos.

^taea-BM pof Ul nuneyra que BW peu, A nam powo athir Mo»

D^ANRRTQUB DA MOTA. 527

que preste» posto qae queyra. A verdade nam me yal» por escasBO m'apregoo, & quem me faz lyberal 5 por meu mal» f erto nunca Ih'o perdoo.**

Fym em vilanfeie.

Pojrs destes tarn leuemente este colar, nam voa deae de lembrar.

10 Ho colar que ja toy yosso, que he de quem nam he vosaa, buacay quem yos nysso posaa conselhar, poya eu nam posso. «

E poys 0 tambem fjrzestea [F. 209 Q

19 em 0 dar,

nam yos deue de lembrar.

Todoa voa outroa aenhores, que sabeys aqueste feyto, sede mens ajudadorea

20 rre^cba de yos fauores, com que supra meu defeylo.

Ajuda de me$tre QU.

Ho tempo tem poder tal, que faz do aseruo jsento, faz liberal avarento, ?*( do avarento lyberal: k poys yosso natural de goardar mudou em dar^ nam yos deue de lembrar.

DANBRYQÜE DA MOTA.

Agottinho Qyram.

Com 0 colar, que cuj^daslea de prender, f^castes presse, k compraste-lo per peso, k ssem peso o eolrcgasles; s & po>s tjue tambem obrestes em o dar, nam tos deae de lembrar.

Affonsso Ferimndez 3toittaroyo.

O galanle que s»'emcarna em amores & em dar,

10 nam sc deue majs cocar, nem menos deue ter serna, po<rs r^cajs d'esla encarna descarnado sem coliir, nam tob deue de lembrar.

Joam Aiuarix, ttereiareo.

11 Tode hörnern qu'e escaasa, ae Ihe rem aa faDtesya,

dara mays em hum soo dys que en ^ent'anoB bum devasso; A poys destea sem compasso w este colar,

nam tos deue de lembrar.

Dioguo da Lemos. [V. 210*1

Alexandre fo; louaado, porque foy mu; liberal, &. TOS, se fyzerdes al, 18 podereya ser mu; tachado. E poys ja o lendes dado, - dajr 0 demo este colar, nam tos dene de lembrar.

D*AN1RTQÜB DA MOTA. i(29

IHogno Oan^ahiez.

Muy galante vos mostrais, bem rrapado sem carepa; & crede» aenhor, que peca quem voa diz que vos arraes; 5 & poys vossa alma ganhays em o dar» nam vos deue de lembrar.

Tome TQicano.

O djfnheyro da jgreja naquysto s'a de gaatar: . 10 cryar orffias & casar, porqne deoa seniydo aeja, & poys qne deos vos deseja de saluar, nam vos deue de lembrar.

Boitiam da Coiia, cantor.

<5 Andays ledo, em gram guyaa,

como quem veo da Myna,

galante, cheo de frysa»

com yossa gentyl denysa

De Cruz vermelha muy fyna; 20 & poys ja sse determyna,

que percays este colar,

nam vos deue de lembrar.

Femam Diaz,

D'estas nouas, que vam qnaa folguo, por ser voss'amyguo 25 & quem diz que soes mindyguo, [F. 210^] ja nunca mays o dyra, & por tanto, senhor, ja

kr« f enO. IIL 34

D'ANRRTQtJE DA VOTA.

Dam cuydcys iieslc coUr, nem vos deue de Icmbrsr.

Por Branc'Atuarez Cryitaleyra.

Porque ssey que sojs durejra em sayr de vos inertes, s deueya ander prazealeyro, por terdes o mealheyro pregado como r^'-ejs. A pojs meslKr 3 nam aueys, quero vos bar,

10 nam vos Ici ste colar.

Emhargot d'AnTrique ü r fera te nom enJrtguar 0 r a \atco Abt . rra^iiAa dona Lyanor.

Scahoral

Bern posso eu com rrasam,

por Her dos orfafio$ jujs,

a^eytar atal au^am;

0 djreylo asay 0 djx 19 nas sergas dTsprandiani.

E tambem, por nam cujdar

noB meu8 beea que se me perdem,

poys aodo tam de naguar,

quero, senhora, ordenar 30 qu'esU orffia nam deserdem.

E dit ft prouar entende, esla orfBs ou meDor, que ela bem sse defende, ft qu'este aea seruidor 13 o sseu nunca mal deapende. E he homem mny seaudo

D ANRRTQUB DA MQTi. fj^l

Sc posto que seja secp, esteue ja do estudo, & entende assy em tudo, que Dam perde o aseu de peco.

5 Ilem entende prouar, [F. 210*]

886 nom for ano ^ ijrsezto,

que, quem tero, bem pode dar,

a88y 0 diz outro tezto . ' na conquista d'ullramar, io E DO parrafo segundo

d'outra caron^ca noua

diz, que el rrejr Sagiamundo,

que he ja no outro mundo,

que fax muyto a D088a proua.

15 E 888; quer prouar majra,

que el rre; de Fez he Mouro,

& que antre os metaes

val majra eate colar d'ouro

que de ferro doua quyntays. 30 E tambem, aenhora, quer

per testemunhaa prouar

que he foral d'Alanquer,

que quem colar d'ouro der,

nam no posaa mays tomar.

Vi Item quer prouar tambem,

que ela quer a cadea

& que contra ela vem

0 *doutor Pero Correa,

primo de Matuaalem. so Maa voaaa alteza Ihe mande,

poya que parece paul,

que alguna dyas ca ande

& 0 dyrejrto demande

por parte de Ya8c'Abul.

84*

D'AN&RTQUB DA VOTA.

E ass.v mays quer prounr

per mujios ometis onrrados,

qii'ele llic deu o colar

por cynquocDla cnizados i sein hum ssoo grSao Ihe minguar.

E loguo ao enlregnar

iiiiugou hum cruzsdo & meo,

o quni Ihc dciie paguar,

po^B qiie logo ao pesar u o pP80 ^erlo nom Teyo,

E por Hl"

jspeyQam

por te!

be dou

hum paje C

1 Boldam

qu'a esta lei

EgOU

11 em lempo <i"'

y Jspam.

& ti

at.ycajro

que _

les Breca.

qno ora vvue

Cajro,

& hum : '

. D*e vygayro

80 d'enlro na casi

1 de Meca.

Item o Dalfym de Fraofa & el rrey de Treme^m &, Joham PiE de Bragan^a, Janes pera deos tambem

39 sähe muylo d'esta dan^a. E damos lambem Elyas, que sabe bem d'este feylo & o profeta Jeremyes k aquele que Hnryas

so fez malar d'amor sojeyto.

E pera mays breuydades hum homem nos preguntay, qu'esta nas sete cydades; & lambem damos dous trades u qu'estam em Monte-Sjna;,

D^ANRRTQUB lU MOTA. $||

Porqu'estes conbe^er tem . dos Ijberays & araros. ft nomeamos tambem hoDS dous parent^s de Sem 5 qoe Tyoem noa Montea Craroa.

E por eala jnqayryfain,

do que qoeremoa prooar,

aver mester dylafam,

Yossa alteza a mande dar 10 segnndo que for rrazam.

E por nam auer etiganoa

no que esta tarn prouado

ft ninguem rrefeber danos;

mahday-nos dar sesenfanos, 15 que he termo rrasoado.

E porqu'isto sse nauegue

pOr hum caminho muy santo,

a cadea se entregue

a est'orfSa entre tanto 20 & o seu nom se Ihe neguc.

E pera mayor fyrmeya

nomeamos a fyaufa,

sse o manda yos'alteza, .

o tesouro de Veneza, 25 que'e afaz em abastanqa.

Fym. [F. 210*]

E por isto sse seguyr & aver fym por meu azo, voss*aIteza mande m'yr, k aeabado este prazo 30 poderey ca aeudyr. E poder-ss'am concrudyr estas demandaa jujustas,

D'ANHRTQÜE DA MOTA.

& protestamos das cuslae, ic rreprjcsr sse comprir.

O pmnper d< GH Yy^enle neile profesao de Va$eo Abul a i yn^a dona Lianor.

Uoss'ciKeza me perdop.

eu acho m-'-

-"-uado

s este teylo n

ido.

ein que

B rraii

Uay a cur»

■radfl.

lay 0 reyi

;rdido,

»ay tarn

(trada .

10 que a moca i

nada

Vase- Abul fyea

1 i^jdO.

0 pri ;yiueiito

aseguta a lorlalesv,

sae o cume lern fraqueza, 13 gerou-sse no fundamento.

He errada a calydade

d'esle caso na primeyra,

vem a tanta Taryedade,

que na fym & na metade 30 lern oa pes por cabe^eyra.

Este dar moveo amor, porqu'amor gera franqneza no venire da esca^esa, poc mostrar quanto he seohor. 39 Poys s'o caso he namorado, fiindado lodo em amores; o autor foy enframado & 0 que deu, dado on notn dado, conaem outros jalgadorea.

1

Quem mete Bartolo aqay, [F.210n

nem os dootores legistas nem os quatro avangeUstas, mas 08 namorados uy, 5 mande, mande voss'alteza este professo a Arrelhano; vereis com quanta graueza busca leys de gentjleza no lyndo estylo Rromano.

10 Ele deae ser juyz

ft se apela^am * qaores,

apelem par'o marqoes,

procure Pero Monyz.

Pera qae'e quy rresponder, 15 pera qu'era pro^essar»

perfr que'e quy profeder,

poys nam he, nem pode sser,

que se possa aquy jvlguar.

Uejo tanta deferen^a, 20 vay a causa tarn rremota,

que OS embargos do Mola

vam primeyro qu'a senten^a,

ft mestre Antonyo tambem

yem com texto que topou, 25 textos' yam ft textos vem,

& este caso mays couuem

aquem menos estudou.

Assy que'e meu pare9er, & estou fertefycado, 30 que o feyto vay errado k nam deue pro^eder, porque, come'e dyto ja: Jsto he caso* d'amor, rrompa-Bs'o que feyto esta;

Orig. m f€iaeam, 2) Orig. faylo«.

w

D'ANBnYQüB DA. MOTA.

■e qner que nom ilygam la qne nom snbem cd d'a^r.

Fgm.

Leue o coEo doiii DiogUQ

CouUnho por relalor, s porqu'el rrej, nosao senhor,

ho far.i despachar logo.

E vyra ilo la, senliora.

hum pro^esso i. fermoso.

Vasc'Abul jr- n boora,

10 solfra-se, po; lainora

& logo quer ssei sposo.

Reeprjfca d'Aiarriqiie da Mola a etim rraxGea de Gil llffi

[F, 2I1'1 A qiipm deoE tn ordensda algum bem du pormetido. emlam Ihe he oulorguado IS quando mays deEesperado, por ser mays aguarde^ido. E por tanlo eslaa sabido por deos ?yr esta rrepöala, porque ^erto nam doQido, 10 segnodo o mar he ergu;do, este colar yr a cosla.

Em lomardes Arelhano

por jnis d'aqaeste feilo,

procurastes vosso dano, 39 porem eu tos desenguano,

que vos he muyto sospejto.

Que por comprir o pre^eyto

d'«sta ley dos amadores, .

de quem ele he aogeyto^ » se nam teuermbs direyto,

aa nos desfacer fauores.

DAMIRTQÜE DA MOf A. J^f.

Pols ja muyto mais errastes em pedirdes o margoes, per yo8 mesmo* yos mataates, o colar no8 confirmastea, 5 poys que tal juyz queres. E como TOS niom aabea, poya paason em yoaaoa diaa, qa'este senhor, qae disei, he Man^iaa Portogaea 10 & ynda mays que Manfias.

Nom sabeya quantos milharea

lern despesos de crosadpa,

qnantas joyaa & colarea,

qnantos rricos alamares i5 por amofes lern guastados,

Sem mays aerem demandadoa

nenhuns d'eates deapendidoa;

porque antre oa namorados

nam he erro serem dadoa, 20 & he erro ser pididoa.

Poya tambem ae procarar [F. 211^

esse galante Moniz,

c'o deemo yay o colar,

porque s'am de con^ertar 25 o precarador c'o jniz.

Emtam yeres o que diz,

ama dql rrey sobre nos»

en direy que nam no-fys»

yos dires que sam bilic; 30 eu direy que o soies yos.

Uos falaes por nossa parte & contra YS)s estudaes; olbay por quam sotil arte sua gra^a deoa rreparie, 35 pera que nam yos percaes. Orig. m€4m$.

D'ANnRTQUB DA VOTA.

Esla nao que nauegaes por pnrle de Vase' Abu), medo ey, qae a percaes, poj's a agulba que leuaes t TOS fai ja do norle gdI.

Tendes vcDto por d'auaale

& aby grande bayiia,

k nam ha nenhum galanle.

que de vos se nom espanle. <o nauegardes por lai via.

Tomay, lomsy out i rya,

acorday ja d'este t >ni>,

porque loda esta irl^a

per rrazam s'aci ra N em dar o seu a seu dono^

Huma gram di a sento.

que Yasc'Abul puu« dar,

porqu'eu farej juramenlo,

que nuncB seu penssamenlo » foy de dar esle colar.

E assy nam deoe gecar

doa priuilegios d'amor;

& poys ysto foy sombar,

o seu Ihe deaein tornar, » aem Ibe dar ontro Tauor.

E tanto qne Ibe for dado, [F. 211']

nsm seja aqay inays omiido,

seja d'aquy degradsdo,

nam ae cbame namorado, to poya d'amor nam foy Tenfido.

Mas eu ^erlo nam douido

por jsto que se ca fez,

qa'ele nam aeja atreuido

em pra^ nem escondido Kl a empresta'lo outra res.

DE BERNARDm RRIBEIRO.

ternardim Rribeiro a hmna senhora que se vistio d^amareUo.

Teqay me pud'enganar, mas agora qae podeja traze-la cor do peaar» pera mym soo a traseys. 5 Qu'a dor do deaeaperar he tanto mal de aofrer, que nam he pera paaaar, quanto maya pera trazer.

Mas ysto vay d'aqael'arte, 10 quando a'antre montea brada,

ho thom he em hama parte,

em oatro he a pancada.

Aaaj foy qu'a minha dor,

moatrou em yos o aynal, 15 porqu'ao menoa na cor

Yoa lembraseys do mea mal.

Cantygua sua a senhora Maria Coreama.

Huns eaperam a coreama, pera se nela aalaar; eu perdy-me nela meama, 20 pera nnnca me cobrar.

Mas com esta perda tal eu m'ey por muy bem guanhado,

DE BBRKALDTM RBYBBTRO,

porque o niillior de meu mal estaa todo na cuidado. Os que cuidam i]u'a coresma [F. 211'|

nam he pcra condenar, i se a vyrem hella inesma, msl se podersm saluar.

Oafra sna.

Anlre tamanhos mudan^as que coosa lerey segura? duuidosaa esperan^as, ) lam (^erla desauentura.

Uenham esles desenguanos do m'eu loguo eognano & vam, qiie ja o tempo & es annos oulros ciiidndoB me dam. I Ja nam soii pera mudanras, majs quero huma der segura; va cre-llas vBas eaperan^as qaem nam sabe o qa'auenlara.

Espar^ sua a faumas sospejlas.

Sospeytas veedes m'aqay, aa lena; m'oode desejajs;

quanio pude vos sofry,

j'agora nam posso maj«!

Sabe deoa bem com'ea Ton,

mas nam pod'aqui ser al, V que ja de triste nam sou

por mym, nem polo men mal

n BBUCAUm RBTBBTRO. iül

Oulra espar^ siia.

D'esperan^a em esperan9a pouco a pouco me leuou grand'eogaano» ou confian^, que me tarn looge lejrxoa. Se m'isto tomara outr'ora, cuidara de rer-lhe fym» mas qu'ey de caidar j'agora sem esperan^a k sem mjrm.

Oulra esparfa sua.

Chegou a fanto mea mal, [F. 211*]

10 que nam se; eslar aem ele,

& fugo dond'a hy al

coroo se fugisse d'ele.

Mas yendo me em lal estado,

que me yoa craro matar, 15 nam quero mays que cuidar,

por Ter s'emfado hum caydado,

que me nam pod'emfadar.

UilaD9ete seu.

Antre mim mesmo & mym nam sey que s'aleuanloa 20 que tam meu ymiguo sou.

Huns tempos com grand'engaano viuy eu mesmo comigiio, agora no mor perigao

DE BERNALDYU HRTBETnO.

se me descobreo mor dSDO. Caro cusla hum deseDguRno, & po}s m'esle oam maluu, quam caro que me custoul

9 De raym me sou icy\o tAbto, antr'o cii>dado & cutdado eslaa bum mal derramado, quc por mal grande me reo. Noua dor nouo rre^eo

<a fo; esle que me ddiou, aasy me tem, assj estoti.

Com quanlas cousas perdv. aynda me conssolara,

se m'esperanca flqiiara.

IS Mas pare^ que sabya

desanentara ou mudanfa,

se me fyquas eaperan^,

0 bem quD me fyquaria.

Tornou-Be-m'em aoyte ho dia 30 quem tanto bem m'oulroguara,

qa'o menos eu m'enguaoara.

Tado me desemparou [F. 211']

desemparado de m^, cnJdado que nam tem fj'm, 99 eale soo me pam lej'xou. De m;m nada me fiquou, a Tid'aynda me le;xera; ■e m'ela aas; nam flquaral

ra wuMkJLmm Branrio. #|8

Fay taato tenpo «Bguanadp quanto comprio a meiia danoa» agora yan-sa'oa enguanos que coropria a mea eiridado. Tado do qa'era he madado» se m'ea tambem aoo mndara» quantaa magoas qa'atalbara!

Outro seo.

Eaperaofa miDha» li^ys ?os; Dam sey se vos rerey mays, 10 poya tarn triste me leixays.

* Noutro tempo buma partida, qu'eu nam qoiaera faser, me magoou minha yida quanto ea nela viaer. 15 D'esta ja qae poaso crer? que poys qu'aasy me leixays, he pera nam tomar mays.

Apos tamanha mudan^a DU desauentura minha, 20 onde vos m*ys esperan^a, ya se todo o mais qu'eu tynha. Perca-ss'assy tam nasynha tudo, poys que nam olhays quam tarde & mal me leixays.

Ontro seu.

25 Cnidado, tam mal cuidado, quando m'aTeya de leyxar, pera tanto nam coidar?

Foram bem aaentondos, nam conheferam modan^ 10 08 qae na mar eipagaiy foram da Tida leaados. Nam tiaeram os enydadoo» que ae nam podem eiQfdir» ft mnyto menos lejuat.

«5 Esta a Tida qne fey ndriM» tal que ye-IIa he enKiI4ikd6, hnm modo de piedade aeria matar-m'aayidia. De quant'esperanfa eu tjiihjl

70 nam pode hnma aoo aaloar; & viao, k ey de ooydar.

DE MANUEL DE GOYOS.

[annel de Goyos ao conde do Yimioso, em que Ihe da Dta do que passou com sseus amores deqpoys que o

leyxou de ver.

' Gm V08 dar conta de mjrm nam erro, mas fa^o bem, poys nam deue auer ninguem que vola nan de ssy. 5 Ora ouuy! qae mil cousaa aehareya, - com qua, & de que rrireys.

E sera eoasa primeyra de que quero que se rrya, io acbar ninguem que a queyra nem sirua dona Maria, que seria»

80 achou ynda iambem a quem nam fizesse bem.

i5 E poys que ja comefoy [F. 212^]

querer-uos» senbor, diier

tudo quanto ca passey,

desqne voa leixey de uer»

Escreuer, ^ 20 quero tambem neaias nouas

minhas cantiguaa k trouaa«

) Orig. Buereumr.

Mi«B«irfi fftral. ID. 96

DE MANUEL GOTOS.

Loguo como fuy cheguado, trouuG m'assj rrefe^ido, nas palauras desalado, nas mostran^as rrecolhido. s Esquccido me vy d'ela o oulro dia, que soube que a seruia.

Nam pasBon cousa qtie digua, ' desonvi niifi me decrarej, 10 86 ^antigua,

Ihp fji & Ihe inandc;. tm qua mostrey quam Irisle vida le datia, Sl quam pouco Ihe lembraiia.

CantigHa.

a S'alguum'ora vos lembrasse 0 que fai Tinta lembran^B, (eryeye majs temperanfa com qnem na de tos tomaase.

Nam TOB desejo moor parie 30 d'esle mal que me fase^s,

se nam ssoo qne ros lembrejrs,

que de nym nunca se parte.

£ ae de voa alcao^aase

esta bemanenlnranfa, 39 podia ter esperan^,

qu'alguum'ora vos peaasse.

Nam cuydeys que me presUma bero aeniir, nem mal Iroaar; qae tndo me deapretaua ae por me maya deaesperar.

DB MANÜBL M 60t08. I^T

Qiiis-lhe mostril*

nesta cantigua Hiiidaii^,

& fyqoey em mays bonan^a.

Cmüigua. [F. 212«]

Nam aey por qae conhe^

9 quem m'aasy desconhe^eo, que despoys que-me Ven^eo, nam se lembra se na^y. .

Nam Yos soube conhe^er, poya me tarn mal eonbefestea!

10 soube me milhor perder

do que vos a mym pvrdestes. Eu sam o que me venfy, & YOS quem me coBhe^o, poya em fym nam me perdeo, 49 & eu perdy-me a mym.

Ceaaou sua maa Tontade de quem era desprezade, mas tomou huma amizade» que me deu nono cuidado. 20 Hum pinchado,

que se quys nela saluair como em taiioa no mar.

Em qnanto m'a mym rrenderam OS feumes dest'amiguo, 29 daua queyxas sem castiguo dos males que me fizeram. Desque puseram a Tergonha a huma parte» vinguey-me, senbor, d'est'arte.

36

OK lUnOEL DB GOTOS.

0 BGH comer aguardej^, & a mesa aleuanlada esla Iroua Ibe- Inn^ejr, a lodas eoderrncada. s Tam guabada foj a Iroua, que fjfcaram quo nunca se mays falarsm.

Seohorasl '

Antre vos ha huma dama,

qne fax secrelos fauores M a quem he doudo d'amores

pof outra, que desama

por oulros comp lidorcs.

E com tiido ysto cuida, [F. 212*1

que 0 lern ^erlo na inam, u & ele tra-la m cornuda

do qu'eu sam.

Despols d'um gram mes putr em muy crua deaauen^a, tornamos trauar penden^a » nos modos & a tralar, E acabar,

eu )be f;E satiafa^am, ela a m^ ou asy ou nam.

Foy de inym bem rrel^ada 3s numa tarde que a r;

aem eu quedar na pouaada

de que gram praier aenl;.

Foy-ae d'aly

ft fyquey com tanta dor M como aquy diguo» aenhor.

1

Dl MAmoL m Qorot. m^

Üilaniefe,

Quando rrefebem folgaaofa mens olbos, culpadoa aam no mal de meu corafam.

Uejo 800 em voa olhar 5 minha vida deacanssada;

como acaba de pasar,

fyco em pena dobrada.

Porqoe fjrca na lembcan^a

de ¥08 Ter tal empreaam, 10 qae me doy o coraiam.

Hum dia me deapresoa * huma mny grande mesara, Dunqua vistea tal trestora quäl comigao emtam fycoa. 15 Mas tornoa

como yyo esfa eantigua: dygo a, por mal que digua.

Canßgua.

Por mais mal qae me fa^is, nuDca leyxar^me fareys 20 d'esperar qu'aquabeys.

Nam creaya que be em mym [F. 212*] leyxar o mal que tomey; que me mostre minha fym, partyr-me d'ele nam saey. 25 Jsto nam m'o aguardefays ^ porque^ ynda que me pea, senhora, tob o fareya.

DE HA.NUEL DE GOTOS.

Por coiisas qtie nam tem liome DOS vj'emos a rromper; vossa merce d'aqui tome 0 qu'isto podia sser. s Foj' diier mal de mym a huma ani^a fj'Z-Ih'emtam esta canligua.

Cffnligtta.

Porqne nam leiules descalpa HO mal que me leudes feyto, <• anda^s Imscando rrespeylo pera me dar vossa culpa.

Ell a leutio & aam culpado; ma» sabc^ti, senbora, em que? em seruir TOBsa mer;« u »obre lam desengaoad«. Em mym nam a ouira culpa no mal que me tendea fe>(o; aer-uos-ya mais prouejto, buBcardea onlra deacnlpB.

» Pelo c'aqujr nam direy, por me dar mais d'JssD qu'ela, eala, senhor, Ibe mandey, qarrada ' de mym cbaufela. Fei burrela

K de ludo o que Ib'escreuy, & muylo mayor de mym.

Uilanfete.

Ja quiseales que quisease por meu bem lodo meu mal, & agwa querpys al. 1) Ottt. earrmit.

Ja ¥08 17 nam tos pesar [F. 212']

c'o qae mostraya qae tos pesa, no qae rae pondea defeaa me deates muyto lugaar. 5 Se qaerieya qae soubesae qae fasjreya de voa al, he mu; mal, maa ttienoa mal.

«

Pas-me logao a escreaer esta» pera Ihe mandar, 40 ae nam asoo por Ihe moatrar qae me queria perder. Nam me qaya crer, & fes grande sombaria d'ea dixer 0 qae desia.

üilanfete.

i5 Qaem m'a mjm dea esta vida, se a nam quer pera ay, porqae a tyra de my,

Fa^a d'ela o que qoiser, . que em fym ha de perde-Ia; 30 como a eu nam iyaer, nam teraa mays parte oela. Quem me tyra d'esta Tida, & a mym fora de my, nam estaa muyto em sy.

25 Mandey-lh'eata da pouaada,

d'u nam say nem sayra,

ate que Ihe nam oauira

sua culpa descolpada.

Em^arrada 80 esteae sem se vestir

tee-lh'o ea mandar pedyr.

DB HAKUBL DB GOYOS.

C(iii/ii7iia ^ fpm.

Trftbalhays por me perder, fotgays Ae. me dcstroyr, nam vos posso mays sofrer, nem vos quero may!) seruir.

s Mujio ha ja que lejxey de leyjar esle cujdado. inyl cousa« »■"■ -loey como om« ido. Nam hbs pos 'b sofrer,

10 nem vos qiierf s seriijr, escusarey de ' ?r. polas tanio nam ityr.

[F. 2131

I Vmicl de GojM ssealo dtmapäo ft

lomar vyr.

Ya mo sigue la porfya qu'en my porfyo o deseo,

15 con que yo d'anles eeguya el dolor en que me tbo. Lo qn'escogy por mejor m'a sydo inas adoersaryo, quien lome por vflledor

» m'a salido por conirario.

Y porqii'el beuir danhoio queda-se con mas enganho, salyo-me mas peligroao el rremedio que my danho. 2S Temy Tueatra crueldad,' qaise foyr al morir; maa quien vyo vuestrs beldad, jtmaa le puede fuyr.

m lumnu. im qotim^ SI§

En dexar de tos semir no dexe Toesiro serni^o, mas dexe el beneflfio qae deuiera rrefebyr. 0 Ny dexe iny gran tristora con el tal apartamientp, ny jamaa Yuestra figura s'apaiio del peDsamiento.

El que perdio elh'esperan^a, io y queda con au dolor,

no puede imer mudan^

ayno de mal en pior.

Puea tal fizo I^ primi^hi [F. 213^]

aegnn my pekra cre^ida, 15 yerea en eata poatrera

aer postrera de la vida*

Sy ouiere differen^ia de quien es el maa culpado, jasgue-s'en vaeslra preaen^a 20 quedando yo condenado. Mas s'a Yoa no Toa deacalpa echar sobre my el.eargo, qnered por Tueatro desoargo rreleaar-me d'eata culpa.

Sobreitrito que vinha neilai trauan.

29 Estas copraa voa dyraro, quando ja fuy namorado; k de moyto deaamado quya neguar minba payxam por me Ter deaeaperado. .

30 E fengy qua deaamaua quem me aempre deaamon;

DB MAPd'EL DB GOTOS

por verdes se inc prestou o rremedio que lomau», a conU ä'mo vog dou.

Oulras ssiifls «sp-ndo desouyDiio.

Cc la.

De ss^ megma 9 Tingou s quem, por mayt rda tue dar, ordenou de Ibo 11' ; . quaala comigo flc

£u perdy Dam me perder.

que'e gram perda pera mym, 10 mojio majB perdeo em flm

qaem la) perda me qvyt ver.

Porque ja deaesperoa [F. 213*]

de me majs deseaperar,

& em lugaar me malar 19 da morte me segnrou.

Mas ler d morte perdida nam me tyra de perigno, pojrs quem he de asy jmigao, ma;s sse ire^ea da vida. u A quem com ela Acou, quando da morte gostar, ae pode bem preganlar: quäl d'elas maya o matou.

Nam asey quem vid« des^a, 35 ue rre^ea de parde-la, pera quem nam gopta d'elt, nam bi consa Ubj» soltfija, Nbdch b tüagBon dwqoa

DB aANUBL DB GOTOS.

que B nam visse mingoar; ea a qDjri de mjrm tjrtr k emtain me flobejou.

Fgm.

Qoando mea mal rome^Bna, 9 ea T7 tarn acabado, que tay bem desengnanado, qufl com vosco m'enguaDana. E sabes que m'enguanon qaerer vos desengnanar, 10 qas TOS nam pode lej'zar qnem por tos tndo l«7X0ii.

Troua* tuflf dfajuda.

Nam tey quem Tida deseja, se rre^ea de p«rde-la, pera quem nam goela d'ela 15 nam ha coasa tarn aobeja. Nunca a niugneni desejon, que B nam viBse mingoar; eu a quyB de mjm Ijrar, & emiam me Bobejoo.

70 Quando mea mal come^aaa, [F. 213*)

eu me vy (am acabado,

que fuy bem desenguanado,

que com Tosoo m'engnanaua.

& seabejfs que m'enguanou 2s qaerer tob desengnanar,

que vos nam pode leyxar

qnem tudo por tob lej'xon.

OB HAMJBL D8 GOTOS.

Oulia sua esUndo desavyado.

Diiej-me, se me perdy, saberey ' se me perdestes? porque nam no sey de my, com quanlo mal me fizesles.

s Se SDU em vossa vonlade perdido, como moslrays, percn-sse minha v ade, (jue nam posso p< :r mays. Ja nam lenho maj em my,

M ludo al vos m'o ] lesles, sem saber sc me p<^rdy, com quanto mal me fiiestea.

CaBtigu sua a hnmas damas qpe die pregontarani pon;< Irabelhaua ninguem fot enganos.

Trabalbo por m'enganar, porqne sam desenganado; a qu'ejF primeyro d'acabar qne s'acabe meu cuydado.

Escolho por menos dano 0 que me faz mayor mal, quanfo mays me desengaDO, M menos posfio faier al. Culpe me quem me culpar, fyam-me por enganado, que eu sam ma;s obrigaado a TOS Ter qua a me salnar.

DB MAMÜBL DB GOTOS. 957

Uilanfete seu. [F. 213«]

Toys ?08 nam posso acabar» meus males, acabar-m'eys, & acabareys.

Nam TOS deaejo dar fyin, 5 Biaa Gonsento em m'a dardea,

porque, qaando m'acabardes ,

acabeya tambem em mjrm.

Nam qaero sem yo9 fycar.

Dem que tos aem mym fyqueys; 10 qae nam poaao» nem podeys.

de UaDael de Goyos d*ajada a budma cantigaa de

da Sylueyra.

Senbora, quo m'agraueys, deacansso neste caydado, porque sam desenganado: que a quem maya mal faseys 13 he mylhor aventurado. & que vos a outro fym me tyreys de meu sentydo; ho c'a outroa traz perdido, he rremedyo pera mym.

m^^'m »ly ■■ ^

1

DE FRANCISCO DE SOUSA.

De Francisco de Ssousa, aqucysamdo-sse da rrezam & waiii'^-

A vonlade & a rreiam, ambas rejo conlra niTin:

a vonlade he em fim

a que Bsegue openiani. s A rrexam nam me abasts, posto que sseja sobeja, ond'a TOtitade descja', em vbegaDdo tudo gasla.

Nam tenho a mi por amlgno, 10 tenbo ambos por conlrayros,'

& Bs'antr'eles aa desnayros, [P. 213'!

ea 8809 o moor men imigao.

De todas anas querelas

sam sseu jayz & rogado, 13 & do que he por myra julgado,

flco eu com todas elas.

Quisera ludo deyiar. A achejr que Dam podia, porque de mym me deuia m primeyramente goardsr. E ficoa-m'aMjr dobrado o desejo contra mjrm, que deaejo mioha 8m, por s«r fora de eoydado.

HB nUMSISCO Ol tOIAA. "80

Mil vezes qaero enjiar 06 dare:^ culpa a yentara» & acho, qne he grande cara ja nam se poder curar. 5 Tays nouidades aeodem de nouidades tarn noiw, que descanaso, porqu'ein troaas eacritas ja saer nam podem.

Estou nttma faoteaya^ M 886 m'o alguem aam deadisesae^

descansso aae me vieaae» > para mym nam ne qaeria.

Ando tarn emuolto em mal,

aa tantos diaa k anaoa» 15 que seriam novoa danoa .

o querer cuidar em aL

Assy que, poya tanto monta, nesta me deyxem viuer, porque viuer & morrer, M tudo tenho noma conta. Huma seguranfa tem esta Yida de mUhor, que nam pode aaer plor, que'e pera mjfm grande bem.

25 Se quero cuydar na ttda,

acbo-me tam aloan^do

d'outro cuidado passado,

que a deiio por perdida.

E 886 m'ela aqay deyxaaae« [F. 214*]

so nas Toltaa d'eala modan^a^ .

dar-m'ya mays eaperan^a

do qu'ela de mym lenaaae.

Que 8'algum morto queria tomar qua ou Ihe conaem;

DE FRAXI^ISCO DR SOOSl.

eu ^erlo m'aftrmo bem, que ja qua nam lornarla. Que mal |)osso )a passnr, por mu}'lo majs mal que veja, i que mu>lo pior nam sseja achantio o qu'ejr de dejrtar!

Fym.

E porem n'"'" "lonwudo, quo Bsain ti Bfe;'<josdo e-esle ineu insle cujilado, 10 que deyxo por e tudo. E que m'ele f mal, nbto ssoo m'atinnarFj', que jamuys o i :any, uem ^ero ooldw «flk'ak

Canligua de Fraa^bco de Ssoosa.

IS Tira^-uoB fora sospiros,- da; laguar o corafun, que chore ssua puxam.

Day lempo, day-lbe poder, porque jnnlos nam mojra;«, 30 que da manejra qu'ealaja, he Jmpoasiuel riuer. Porque me dencya de crer, qae'e grande couBaolafam , Isgrimss 0-0 corafam.

DB niAif^isco lagBömA. sff

Ontra Mua.

Aeho qne me dea deos tado, para mais mea pado^er: 08 olhos, pera tos Ter, eorafam» para sofrer, ö & lingoa, para aser mudo.

Olhos, com quo tos olhaase, [F. 214^]

cora^am, que consaentiase,

lingoa, que me oondenaaae;

maa nam ja que me aaloaaae 10 de quantoa malea^ aaentiaae.

Aaay qoe me den deoa todo

para maya mea pade^er:

08 olbos, para Toa Ter,

cora^m, para sofrer, 15 & lingoa, para aer mado.

Outra aua.

Ja 08 diaa qae fioer nam terey maya qne pedir, porque asoo com tos aemir me aoube satiabser.

30 Satiafys minha vontade para toda minha vida, poys Te-Ia por Toa perdida nam ey d'ela* aandade. Nem jamajra aaey al querer,

95 nem deaejar, nem pedir, porqne aaoo eom Toa aemir me aoube aatiafaaer.

tffmi. ID. 36

DR FItU4i?ISC0 DB SOUSA. Trouas saas a esle vilan^ete:

Oo monles erguidos! Aeyuy-yoi cahjr, Ji dftyxay-rc; •""■jr

ihas 98B,

Deyxay-m'as tornar 19 dar nouas da terra, que daa Unta gaerra.

Cabe. [¥. 2U']

0 saol escure^e, a Doyle sse Tera, mens olhos, men bem *} ja nam aftare^e. Mays fedo anoyte^e aaquem d'esla sserra que Da mtiiha terra.

Troua ssoa 'Afonsso d'AIboquerqae^ em GoSi porqae Ihe m doQ pedir huma e«Gmia iwr hflm Jode« mtjU} feo.

Senhor, estön cortado

31 de Dam «HJ

porqae fiquej emba^do do rroslo k do rreeado de quem m'o veo traier. Porem laa maiido cm im essa qae me Dam magoa. deos V08 dej poder em Goa k a mjm leoe a Liiboa polo Dam terdes em mym.

ssua a hmima freyra, qoe ssem na conhe^er Ihe [ hmn escryto por hom mofo aaeo, t ela lum aae

aaayiMHL

Senhora, bam mofo mea 10 me deo hom escrito tal,

sem lembrao^a, nem syDal

do nome de quem lh*o dea.

E o Ty muyto bem risto,

mas Dam \y d'ele rreiam, 15 por qu'aodo mao corteaSo

das damas de Jeao Criato.

Pregonta de Pero da Sayiua.

Qaem deseja d'acabar [F. 214']

vida triste, tam cojtada, qae rya deae tomar, 20 OD qaal ootra desejar, eom qo'esta deseaperada Dam Ihe possa mays lembrar? 0 rremedio qoe teraa qaem sae ve ssem aeobmD ter,

DE FRANCISCO DE SOUSA.

VOBsa mer^e m'o «Inrae, & crendo, que me faraa nisto B mor qne pode sser, o negar m'o escusaraa.

Reposta ile Francisco de Ssonia polos conssoanfo.

5 Seriiy quem m'a de mstar,

ae qiiere,vs ida

vida Ism mi <rKar,

porqu'eli n ir

lodatns oul > ida *

10 a quem oiAmt.

Porque, r, veraa

tarn (jrande ssi re^r,

que de ssy ss'esqueceTaa

ft de mj'm sse lembraraa, IS qaando me rjr pade^er,

porqae sse; qne me creraa.

Fmi^sGO de Ssousa a Pero da Sylua, por hum mof o qae Ui deu pera Ibe emssynar bum caminho.

0 TosBo gram gnjador,

que comigno vej'o quaa,

ferteflco tob, SBenhor, <o qu'era o moor deauiador

qae podera Yyt de laa.

Caminbo muyto ssabido

he a ele Inm esirenlio,

que, par deos, eu fique; manbo » em Ter que moco tamanbo

era tarn marentendido. '

DI imANQISCO DI BOmA. 569

Cantigua de Fraofisco de Ssoomu

Senhora, ja nam entendo, [F. 214*]

qae rida possa yiuer, poys qae neguo, nam tos vendo, canto descubro em yos ver.

5 Encobry quam desygoal,

sobejo bem, tos queria,

por me nam quererdes mah

me calatfa ft consaentia.

Poifl que ja ^erto tou crendo, io que me nam posso valer,

quero mats diier morrendo

que calando padefer.

Trouas de Francisco de Saonsa.

Meu8 malea vam ase acabando

por muylo craros ssynays, 15 quando mays ando atalhando»

pera me matarem maya,

atalhoa andam buacando.

Sem porque ft asem rrazam

se leuantam oontra mym» 20 feguos d'eata openiam,

qu'em me dar tarn triate ftm

eataa ssua aalua^am.

Conformey tanio a Tontade co'eate feguo desejo» 25 que, se pe^o piedadOt outra ja d'ele nam Tejo ae nam neguar m'a Terdade. Deixo-m'andar» aguardando

DB rflAHQUCO DE SODSA.

o teinpo que ludo cura, comiguo dessimtitando , /( minha desauenlura vem DO loguo prouincando.

s Btiscam cein mil noiiidades

fingidas d'uuma Tejcain,

que, asendo lodas maldndes,

Iraiem lal cor & rrazam,

quB sse juleuam vor rerdadea. 10 Jato e;

com tim»"' nento

quäl n """ sofrer;

porque n»^ que ssento. |F. 2U'I

mal sse er

u Ah; Tino natta vtda

tarn morto, qns tarn laam Tino, o talnfaa Tidi pMdUil poiqao HUa h .tMi>lrtao

de qoem m'a lern deatrojtla? 90 Mas qae me preatR quetxar? ' pojs wsy qnero viner com quem me nam qoer malar, nem me quer deyxar morrer, para maya m'atomenlar.

w Em' lal estremo estou

qae tado perdoaiia,

sae nesta volta que voa

podeBse viuer hun dia

liure de quem me deirxon. » f torno logno a caidar,

qu'ajnda qulato '^sesse,

'■e o podla acabat

comtgoo, mas que podeise,

nam no qnero mtgiDar.

Doy-me Unto o coraftm

caydar que pod'isto sser,

qae tomo por salua^m

saber qae m'o (kz dixer 5 yer-me com tanU aM^ani.

Porqu'a muyto grande dor

a quem he atonneniado

fa-lo-fazer malfeytor,

de asem culpa condenado, io de fiel qae'e rronbador.

Assy por mitiha Tentota

ssam eu no mal que pade^,

que com lobeja triatura»

yendo que näm no met^^, 15 busco rremedio aaem cura.

Ando coma queih he fegüo,

preguoto por d'onde jrey,

o que synto nam no negno,

para Ter a6*a^rtarey, 20 ond'a furtuna poem pregoo,

Se nam ryase mays mudan^aa, [F. 215*]

neataa me satiafiiria,

sem outraä rSaa eaperan^aa,

porque saey que aaoo hom dia 25 nam dam sseguraa fyan^aa.

Neste mal me deyzem jaa

mynhaa fortuiiaa ryuer,

porqu'ele a^aeabara, ou me deyxaVa morrer, 90 que'e o mor bem qu'ele.daa.

DE FBANQISCO DS BOVU. Outras suas em bitin cxmiiiho.

Os lugsres, em c'andejr com T09C0 ledo & oufano, nesla Iristeza os busqaey; mas 0 que DPles achejF toy i meu daoD moor dano. Come^ey-lh'a preeunlar, ira i U {.rorea, ; me asar;

oDi II I falsr,

M ua vyi.

Em quai memoria, pregunlo.

pode (at lembran^a sser?

rreapODderam : ludo jualo ^ ^

0 propio & o Iransunlo i

« na vossa poderejs ver.

Na neposta que seDl;,

t; meu mal camaobo tn,

vj 9 que loguo me rj

partyr d'eles ft de my m para d'onde nam quysera.

Comefej de caminhar

ham camiobo pouoado,

por hum majr craro lüar, '

que me fazya parar !s a cada paaso pasmado.

Pus OS olboB Das eatrelaa,

por nam Ter por d'onde aodaaa,

olbando por todaa * elaa

lagrimaa, tristes qnerelas 30 eseuro tudo toroaoai.

C«lt lembran^, ledas, Iristes, {F. 215*] Tjm asay EiotMjando: [. tumtr. 2) 0H|. Imdtß.

DI niN^ISCO DB .80U8A. 5fi9

faDtes^as, qoe nam viates, aentydoa, que nam sentystes como noa vynham maUodol Maa quem aoubera morrer 5 a tal lempo A tal ora, para nam tornar a ver . yyda tarn maa de soffrer com'esta triste d'agnora!

Oo vyda de minha vyda, 10 00 triste grorya passada,

00 memoria entreste^ydal

poys soys tarn deaconhe^da,

para que me lembrays nada"»

Esquecey vossas lembran^s, 15 deyxay-me yyuer assy

ssem Tossas vfias esperanfas,

porque com TOSsas modanfas

yyno ssem vos & ssem raym.

Caniiffua ^ fym.

Lembran^aa, nam persygnais 20 a quem ja nam tem poder mays que qnanto tos Ihe daya para sospiros k aya, para chorar k gemer.

Oo minba triste memoria, 25 00 minba dor nam feogida! se lembrar fosae ▼ytorea, a quem dareys maya grorya c'a quem days tarn triste, ilda? Mas estas lembran^as tays -

90 deuyes ja d'esqueoer, que, sse lembram, acordays

05 mens sospiros A ays

6 meu chorar ft gemer.

DB FllAWpISCO D6 SOl^A.

Cantygua stia.

LeinbrancBs nam me dejrtejs. com quaslo m'atormentajH , eonfesso quc me malRys, & (]uero que roe malejs.

> Quero ' -panhya.

quero mays vossos enganos, qu'ey por myl anos

Tyuer cc ivu t )o hum dia.

Por js80 nam me ulpeyt. M que antes ss^r uuero raays morlo do que embrays,

qua tyuo do itae^eya. l

4 m

Cantygiu nu.

Mens iniles, qne me qaereys, nteu corifun, qae cuydays, 15 aentydoB, qse dMajajs, olhos, porque nam olhajrs o dano qne ite faieys? ,

A. trifte ryda que vyoo, de que nUBca ssam jseoto,

ao caydado, iraBdd tormenbi nam tos di eoalentwn«Ato, Dem ver-me sempre catju«. Deyi^-m«, nam'me mateys» . com quantos nojos ms.days,

» nain folgueya c'o que (olgiiris, olhoi, pimpfl BUHw mja nenham deMaauft ^vtp.

1

U ilUIfQiSCO M 8OIJ0A.

m

Praofiseo de Souia a Gcr^a de Rrescade, con estas

trouas airas escrytas«

Laa TOS mando treladadas 88 qae me podem lembrar, as qaaea podeys emmendar, t^ ^ «Mttdo pur diraiaa. 5 Fjrca-me d'esie eaydado conteniamenlo, qse ienho rrependimento de te^po tara mal g$8tado.

, . - j* ■-■

«MtM

DOM RHODRYGCO't.OBO.

De dooi 1 Iryguo Lobo aas damas, porque fyzcrani huom iTOl ioa tm \s que avya para casar rortcsatlos. & acharam MwaU, km - des ' -' ijuc passauam dos sesscota.

1 BM I

•Pp r

[F. 215^

BrtQ,

poji nun &fl .. D ,(hn qa'«lM tem nie

Jt TM vidi L

Qmb t«mra i rt,

qu'eDiran la na «ruidui,

<• & fora jaa de setental

DE GAR<;SA DE RRICSENDE.

De Gar^ de Rresende, esUndo d rrey em Abiiejr|m, a

Manuel de G0708, qo'ettaoa por cafMtam na Mjna ft Ihe

mandou pedir qae Ihe eferenesse neoas da eofte, as qoaes

Ihe manda.

*

M andays me de la pedyr» que de qua tos minde nooaa, k eu, 8800 por tos sernyr, TOS qays faier estas Iroiias, 5 que TOS matarain da rryr. k nysto Tereys, senbor, se he Tosso seniydor qnem foy tomar tal caydado, estando tarn desaiado , 10 de Guydar qae'e tronador.

E poys que tenho perdydo

a Tergonba k 0 saber»

soo por Toos serdes seroydo,

deueys me d'agrade^er 15 acupar nysto o sentido.

Que ferto nam me lembrey,

quando estas oome^y/

se faiya mal nem bem;

Dem oulhe nelas nyngiiem» 20 poys ea nelas nam onlbei.

Por nam eayr em ^fiMu^ nam ey, aenhor» de dyier*

DE GAJI<;iA DE RRESENDE-

cntisa que (oque em Veoeta, tnas nouBS de sii'alteia que folguare^s de saber. Qu'eslaa sam, a deos loauores, [F. 215*] s iem coiisyguo myl senhoreB,

05 quBPs eslam arorredos, Bndam muji pouco agoardados,

6 grandes agoardadore«.

Uay my! rezes monlear ' ^

w k ca^ar com pouca gente. '

A aiidani nyalo tarn quente ai

algune, que badalejar

vemos myl veze§ o denle,

Nam de fryo natural, '•

ii mas d'umydo rredical, ^

que jaa neles he guastado t

por muyto leinpo passndo,

qne pusaram bem oa maL

Estaa jaa ^rto an nufto, » o dya que rny csfar

aver a noyte serto, .

ft ntm podeys loa cnjdar -

OS gahmtea que-'ele ualo.

S'a^erla de Dam arer » seralo, he por enUmder

em deapacliiM & confelho,

que m'espanto, nta a^r relho

quem tanto lein qiM bter.

E esla vyda qu tan, M teraa tee Abril pusado,

A DO oulro mea qne vem,

dlsem, qne'e d<^eratfi)a4ii

0 Teram em Säatarem.

Nam (onqp^latft.pe^tbw. . » pojrs qae bete mUj** Mobor.

0 qae poa«a alcta^. Dem qnero «mt d^onrar a tarn bom entan^ßdQf*

Estaa iambem dQ aaade 5 a rrayDha, nosii^ sephpra»

em qaem cre^^ a mmde,

cada dya k cada ora«

mojta emfynda Teitude.

Por este caminlio raSa [F. 215']

10 seos fylhos, A aasy saam

sobre tudo tarn galaniea,

qae tal prin^pe ä jCuitea

nanca foram, nein seram.

As nouas de grande peso 15 sam esperareja de mgm,

poys sabeys qne be defeao^

quem estaa em Almeyrym,

diser oom que seja preao*

Eatoo fora de fUar 90 nelaa, ft quero contar

as com que asey qoe fblgiugra;

ft s*aqay nam toco mqra»

pond'a culpa a nam ouaar.

As damas, que qua fycaram» 25 quando d'aqi^ Toa parliatea.

algumas d'elaa caaaram,

ft yyuem por jaao trlbitea,

ft outraa ae eonlentaram.

Das casadaa tos darey 30 esta noua, porque sey

que 0 aveys laa d'ounyrt

porque'e couaa para rryr

0 que Yos d'uuma. 4yoy*

m GAR(;iK DB RRESBPtDE.

A que sabejfl que casoa, que dii que'e mal maridada, "

0 d^a qiie s'eDcarroii, huma grande bofetada s a seu esposo pegou. Uede bem o que faria, ou se Ihe rreaponderin o marydo a nte, **

diietn, qne d liantc **

10 Ihe easlou a i fl- ^"'

Dons Cam,v1 »ti ""^ "^

com Sotm R Saft ^

no ouiro dia an: ^

nysto muytas cousas haa. i& de que ?os coat am dou.

Conuydou as damas todas. [F. 216']

huin dia ante das Todis,

dorn HarUnho a gentar,

ona'aby lal qne casar 30 deaejoD mais c'anet gordas.

Tem por eonaa maj aabida

mnTtos, qu'eataa con^riado

casar dona Margaryda

de Mendofa c'nm priäado as de qoaa, mayto qne'e s'eniyda.

Dona Guyonur de Meneses

estaa fora, ha ojId meaes.

do paQo nnm moesteyro;

nunca mays onae teircTro, to oem no baylar antremeaea.

Huma de saagne rreal, qae se «70« «n OaMelfe, sendo noast AiRMI;'" nam anda ntagvem eo'ela, *s nem casa cm Portngsal.

Fn mesara« de eabsfi, Dam aoha qaem Ihe mere^ meiuri d'ontn fejftm, K nam prymo com tnnfo, 5 OQ oalrem qtw o pan^a.

Fjlhaa do conde pryor

■am doaa aqujp enlradaa.

Dam tem hjnda ■erqjrdor;

* bama d'elas ooaadas 10 qne'« d'iiio mere^edorl

Gentil molher, dMp^tda.

da oDtrs nam digao Dada,

T*a DO Gonio das qne isalo;

qae de muTtu tos Dam hlo, ts qne Dam ^edam na pooaada.

D'Aoiriqaat doD« Maijt

bem deaeya laa de laber,

qne nam be jaa qoem eoya,

nam digno do parefer, 20 porqne cre^ cada dJa.

Nam trai nonhnm aernydor,

porqae'e de tanto primor,

qae ninguem a nam cootenUi,

nem he de lodo jaenta, 23 que o nam conaaiil'amor.

Dona Joana de Mendo^, [F. 216^]

que deiiaste« ha paitjda

boma muyto gentjit mo^a,

nam he coDsa d'esla rji», 30 qne mato-oa omena per forifa.

Cre^o Unto em tennoanra,

em manhas, deeenvoltBr«,

grafa, aaber, diacri^am,

qne nam ajnt'o.oorafam, as a que nam di maa raalDfaL

>m«tr* pi*L m. 37

m

DE GAR(;iA DR RRS^HOB.

A oulrs, asua .Tgoat

no nome & na vdaüe,

sabey, que em Porlugual

gentileza de vertlude i nunce se \yo oatra lal.

Pojs a nam posso louuar,

quero Tola Domear,

dona Joaiia Manuel.

majs que o anjo Guabriel 10 lern tudo para giubar.

Ab duas fauore^ydss, Calalavud, Fygueyroo, de serem qua mal seruydas perdey d'isso bem o doo, >

» qu'eslam longe d'esqiie^ides. Fjguejroo lie no seram de canliguHi de teu^m majig Beniyda qne ningmeiii de tres que GODtam maj bem:

10 Dj'slo saberejri qmm ana.

Ha poucof diM qn'eiitroti huma gram dona Me^a da Sylaeyti, c'apinhoa loguo nesse meamo dyt

w essefl galantes, c'schoa. E conto loguo primeyro I Frao^BGO de ^fuayro, qu'anda for^ando aa parede», tt le^ou baldo k rredes,

to per pasear so terreyro.

A outra dona Marya de Heneae», tfm-^n rytlm^ tarn lauta gatikauwrim, - . que du myl'awjriidoa Male*' u a quem am:4ae hm dmjr«>

M okmiik im ■■■BKNi« S79

E aqaesU metma fja [F. 216*]

Taoora dona Me^a leaa com setis aerojfdorea, ao8 qoaes Um aem fanores, 5 myl deapre^a cada dya.

D'ouira fermoaa molber,

qae laa nafeo noina jlha,

Dam dygao mala, ae nam aer

muyto grande marattjrlha 10 quem na i(yr nam ae perder.

Neata quero acabar,

& comefay d*eaciqrlar

Douaa d'outra ealidade,

naa quaea ferto na rerdade 15 Toa nam quyaera tocar*

El rrey de Fes ay]aiitoa

mais jente qne da primeira,

* aobr'Arsyia tonioii;

maa acbou-aiM de maneyra 20 que logno d'y apUdou.

E vay tam rryjo co^ado,

que creo qu'eacarmenlado

fycara d'aqneala ves,

nunca maya enürou jem Fes; 29 anda fora degradado.

Dom Franfiaeo so luguar

era entam» k bem no quente;

por jato quero paaaar.

maa de quam boarrada genle ao lenou, tob quero contar.

Eata 800 couaa nam ealo:

fyncoenta de canalo

tev'oyto meaea consayguo,

A 0 al, qa'aquy mm diguo, 86 be muylo nuQfa que o qne lalo.

37*

DE GAII<;:iA DE HREflBNDK-

Nuno Fcrnandez d'sqny I

Tay ^edo por capitam ^

|tor dous anos s Cafy, --^

& quinhenlas Un^as Tam •■•

B co'ele, segundo ouuy. -^ *

Out'jsIo com aderenles;

alguns ficam descoDlenles,

por natn aei Ihydos [F. 216']

parn jsso, nem oii äos, <o cuydando qucDles. ^.

Ob senhores de Castela, -*

c'andauam qua desterrndos

por huma justa querela,

sam de todo perdoados, •'

IS (ornam ss'aguora par'ela. 'm

Uyenn-ise deapedTT,

fet-lhe el my m partyr

honrra, merfe A hiior,

OS qaaea dii quo ram, senbor, ao bem preslei paro-o »enjr.

Huin hamem chegon aqny,

que vyo do mando gram parte,

ft as nouu, que Ih'ouujr,

ctinta as & dy-las d'nm'arte, 33 qae pare^cm aer au;.

E por moy ferto contou

qae o Tysorre; tomoa

huma mnjto grossa armada,

em c'oyto myl ha eapada w trdaxe, A dous rreya calTtnu.

D'estes senbores priaidos, de que nonaa dM^fate« qa'aqnji oam nm «MnMdM, bem aabeii qttke»' IM'M '•aja ■s aac<ribydoa-k (

n GAR47IA DE RBBSENI». Q6i

Estam todos majf hoorrados» nas rrendaa avantejadoa, nas mer^ea & noa fauores; alguns d'elea tem amorea» 5 k outroa outroa cuydadoa.

Fala em geral.

»

Aa damaa oanca pare^em,

oa galantea poncoa aam,

couaaa de prazer eaquefem;

oa nego9eoa Tem k Tarn, 10 nunca mingoam, aempre cre^m.

Nam ha ja denhum folguar,

Dem manhaa eyxerf^tar;

he tanto 0 rreqaerimento,

que ninguem nam trax o tento, 15 ae nam em querer medrar.

Myl peaaoaa achareya [F. 216*]

menoa daa qoe qaa leixaatea,

d'outraa voa eapantareya,

porqae ve-laa nam cuydaaiea 20 da maneyra qne yereya.

Huna acabam, outroa vem,

& huna tem, outroa nam tem;

k oa maia, polo geeral,

folguam muyto d'ouuyr mal, 25 k pouco de dizer bem.

Se qua aoea bem enaaynado, cada feyra raleia menoa, k ae mal, aoya eatranhado doua diaa, k loguo remoa 30 fycardea mala eatimado. E yay jato de maneyra, que na eapela cadeyra d'eapaldaa tem eaeudeyroa.

DB GARCU DB RHESBKDE.

k consenlen-lh'os porle^rot eslarem na dianteyra.

Anda ludo tarn danado,

quo o que menos mere^e %

& se moslra mais ngrauado,

& d'omens que nam conbe^e.

be el rrej •miyv, lado.

£ esles, que deos pade^a,

harn de cobrir a cabe^a tti per'ant'e]e no serain,

& Boo pot jaso laa uam,

■em arer quem oa conbe^a. <

B9oB & RiBos, (odos ja tratcm «

ofl rrabos aleuantados, ' »

u «m lobu fryaadaa jatem,

capuiea apeatanadoa

polti ponU do pee traten),

Contas ft lenfOB lanndos;

* da aala namorados, m tt nanca dytem de quem,

A poaaando em Sanlarem

sim assj afydalguadoa.

Qaem for muito come^do,

k quem for joate^cado, a nam sera muyto TaljrdOi

quem fop desavergoobado,

aeraa com todos quabydo. ' Nam ha homeus de prinor, [F-Slö*]

nem quem sjrnia por amor, 30 ae nam por ler k mandar,

nem a quem queyre lembrar

0 prooeylo do bbbIiot.

Quem Utm tfinb, qnr. foi^M-, A qnem gaaU. k«n 9 «MB.

M ükmifU WUWNM. - IM

nam no podein comportar, ham DO loguo por aandeii, k que*e syso eotesourar. Oa yelhos aam namoradaa» 5 08 manfeboa aonpadoa, oa caaados sam aoUeyroa, oa fracoa aam maj guerreyroa & oa clerigoa caaadoa.

Ha qaa pgucaa anqfsadea, 10 A grandea competjfmentoa;

cualumam poaco verdadea,

aeruen-aae majtQ de venioa

A.couaaa de yaydadea.

Nam lembra a ningaem xresain 15 ae nam soo.eiiAher a mam»

& paaae por bu poder.

Dem creaia qae bem faxet

fax nynguem, ae et rrey nam.

E aae qaer bjr ter veram so algum cabo oa ynYeriiar, & d'algana loma a ten^am, cada huum o quer leaar, para honde tem aeu pam. Poys niato niun tem rreapeito

29 ae nam aoo a aeu proaeylo, yede bem c'aconaaelbar faram num bom pelejar

ou em ontro grande fejFto.

Cabo.

Porque aey, qu'eaperareya

30 que TOS nouas de mym, . - roa dou eatas c'ouyyreis: qa'ealoa aam em Almeyrym. da aor^ QQ'aqqy fereia. . ;.

DE GABi;iA DE RRBfiBNDB,

Nntica mays sahj' d'aquy huma ora, ncm parly de serujr & d'agoardar, & ai^erqua do medrar: » IbI m'estou, quäl me miff.

fF. 217»!

Bmpo bneno,

Ifl

le mj!

Uu en Bco

'y

lodo ple

m

10.

10 Fue tyenpo y vtanag, ~^"

em que mys dias laron. * '

Maa an elhtn sA Bembriran It syngrente de inyi einu.

Qoyen do Ihora lo passsdo, 16 vyendo qaal va lo presente? Qajren busca nua a^ydeotfl de lo qu'el tiempo l'a dado?

Yo me vy aer bjen aniado, my deseo ein alta fyma. 20 Conlemplir em tat ealado la metnorea me lasljma.

Y paes lodo m'ea ausente, no aaä qaal eslremo escoja. Byen y mal, todo m'anoja: IS mesquyno, de qayen to syente!

Grosa de Gar^ de Iticsnde a est« rrynuiife.

Lob liet&poa Mraa putttot, quo fuepaen md «

«B^n jMi mmwiii:

syempre seran y per 11187 boenos eonlados, los d'aor« por perdidosi Yo, de mj^ nenbran^s Ibeno, 5 d'una ora qae ie'Tj, aospiro ayempre por ty» iienipo bneiiot tiempo bneno, quien te me Iheao de my!

Qoyen ih'apartoo del praser [F. 217^]

10 y deacansso qoe tenya,

qoien causa my pade^r,

syno yeMe teiie^r

eada ora ft eada dyal

Corres nray, aoelto syn freno, <5 tan rreiio pamas por my{

por te Ter byr tanto peno,

qn'en acordar-me de ty

todo plaier-m'HBs ajeno.

Nembranfa' DO da loguaf' 20 a poder benyr eonteotö;

axe my pena doblar,

•quaodo piensao qo'el bolgüar

passoo mas presto qae vento.

Dos mil esperan^as yanas, 25 que mys ojos desqnan^arön,

ya coroo sombra passaron,

fae tiempo y oras rfapas

em qae mys dias gosaron.

#

Que se yxo my tristora, ao que me soUa alegrar»

qoando maas roe ry penar,

que fue d'aqaelha rentura

qo'el byen solya döblar!

Ya todas em my morarou 95 y me faeron moy rmanas,

DK eAHCIA DB

buenss en qusnto dursron; mas en elhas se sembriron la s^mienle de tnys cani«.

No quedo svdo memorU a para maas me hatiiiiar, totia my plaier j gloria es anssy como JBloria que a outrem vy coiitar. 'j' Quien puede ser consolado, M syendo desto lau Busaenle. quien byae s^no peoado, qnyen no Ihora lo passado Tjendo qnal ra ]o preseotef

No mi ifJWBi u oom Unto» moaiM dtiMiw; ' qne meaw «» cl laiMi^ t . > -• )

fM de «Mrtiwt '«»fr- -■■■■; puayones Un -deeygoalM, Pubs es tan conamieiite. [F. 217'

se deolynar qaalqayer ealado, merege dolor doblado qoyen baaoa maas a^ydonte de lo qa'al tiempo l'a dado.

Porque yo todo paasvs, » todo 8^ quan poeo dura,

byen y mal eaprimenlee,

y lo maas ^yerto qae halbe,

Tue la fym ser de tristnra.

Yo me Ty com gru cirydade ae d'ana passyon mny soblyma,

yo me Ty deaesperado,

yo me vy ser bieo amado,

my deaseo en ■Ita fymai.

M aäMX)U PB BBBflBNl». 587

Esto DiQjf poco daroa

j qoedo-me mal que harte»

el descanMO quo me dyo

tao ayna se perdio, 5 qae del no supo mas parte.

Es dolor contynnado,

pasayon que no tyene jatjma»

quando niembra el bien paasado:

conteroplar em tal eatado 10 la memoria me laaiima.

Ca no ea maaa la nembran^a

nel triste que tiene amor

del tiempo de byenandan^a,

qne matar elh'esperan^a 15 j abyuar el dolor.

El pare9er exfelente,

la bondad que sobrepoja

ante mys ojos se antoja»

j pues todo m'es aussente» 20 no ss6 quäl estremo eacoja.

Cabo.

La muerte no ia desseo

por tal desquansso no Ter,

ny la Tyda, que posseo,

no la queria, ny creo 25 que nadya qdyera tener.

Todo de my se despoja, . [F. 217']

de todo soy desplazente *

& com nada pafiente:

byen y mal todo m'anoja> * - 30 myxquynOy de quien lo seyentet

in ^ eiBpiA. n ■RHOIBR

De G«^ de Rrc^ende a Rruy de Fygueretlo Opolas, preguntar, se poderyn poasar com de em AI 1 quc Ihe manilo dyzer, cxiiuo a poasada esla, maneyra qtie ele ha de Tyr.

Teobo as casas despejadas, '

podeis vyr quando igoiserdes, de rreposteyros hnrmadas, A camas muy concerladss 5 para uos & quem Irouierdes. SolaSos frios ao veram, DO jnTerno lemperados; -

■e aam vyndes cortesam, ■••

aveis de ser apodados, ^f

n TOB k 0 vosso vylam. ' t *

P«r MTdet- bmAm^yti, *< triMy no allbf}» puls ' Mm' ftito^ Btty «ttMyW,

qne h^a mays iparato 15 qne hum papa rrerestydo.

Trareys cbocas em tabardo,

bynda qua seja em Agosto,

vylfio Teslydo de pardo,

por vyrdes mais «Ipanardo, u nun trareys touea no rroato.

S'acfaardea ^dra, fydram,

peras ou fygaos, orjaeis,

manneloa, honas, meliih,

tanlo qne nam poaaa- mais u corregaarert ovylam.

Dest'arl« Tyrei» aem pejo,

£ sereya bem rrecolbydo,

mas bynda bem nam de^ydo

me pare<je, que vob tbjo n d'antemio aerdes corrido.

MGAS^ra RRBSPWWL 589

Trareis ein fjma. da aeela [F. 217*]

harn manto mal rryatado,

bedem velho enprestado,

& nos alforjes papeela 5 acopada com peseado.

Uynde a bryda sem rretranfaa,

que'« bom trajo de oaminho»

& que tenh'as pernaa maoeaa»

trareis menyno naa ancaa» io a que chamareys aobripho«

Trazey mala diante Tooa

trouxa com Yeatido fejFto,

per nam faxerdea qua mooa»

aeraa todo d'eate. jeyto, 15 & andarejrs como nooa.

Loba d'Ipre peapontada,

roangaa d'ualeda oa aolia,

beeca carta & eograxada,

barba d'am dia rrapada ao & de doua meaea troaqoja*

Brozegay largo, ameralo,

com Qapatoa de yeado,

& «barretinho ajngelo ,

pola borda ja ^afadci» 25 de fe^fam de cugumelo.

Negro yelbo com traf ado,

& menyno com ac^mbrejrOy

rramal de conlaa, lao^ado

ho peacofo, A mal calfado, so que aaybam qae'e dVaeodejro.

Hom par de latiaa de lam . trasey por amor de vajm,, porqoe'e cousa majto aam paro-oa frioa d'Almeirjm» 86 a Doyte A pola mwhani*

D;ie;, qoe fMP^iliMIrNite ' (F. 217

* besU eon fMü •# HitiTiv

* PMMM de Ul*^|k lyiliM^ ^ -* ' t'o rro^Tm nii^^li^ttniniW^ ^

15 gotrdaF-TQt-eit mmjßUm''''-

▼endo logQo iMii/IIQflMvft *^> ^^ qua pare^eys lHiipuii ,^ ^o = «i'*^^ fora d'aujl« ai. iiminr' '^'^ ^^ ^ 20 e*o topete jaa desfsylo. Pure^ja toyyatda^ ^ qoe foy otia]d6r Ml Jihüi (^ ftrayco namoradi^i*'/'/^*^* '^

* Criatam nwo^M^pMaiaV' ' as qua tem qniiMaa Mi eH^fUm.

^ Marranat tlaawjiajia» gram conheydar da vliibi ambrador^ ttüüfi Miejilo

> •■

-I {...i^^ M^

. EsUidante sem ••ktr, bacbarel de bot ettU, qu'ensjna niofos a 1er, clerigao, que por eomer

9 espancou aua mtdnurta« Moordomo de confiraria, qae fem cboealho Im porla k sempre gnallahas crya; ou cbararoelini d'OngHa»

10 caaado com puta torta.

Por nam eatranfaardea aadl k ser tado eoma a Toaae, com perten^ peuaada, •6 Dam s'eu nada nam poMo»

19 Yos terey aparethada. Porque, -seDbory oomo fora * no pafo topho a euna» para vos farey igora

caroa tal, que eida ora ^

20 deaejeys neli h«ma dami.

Para acre^eDtar desfjo [F. 218*]

. tere^s almadraqoe velbo» manta oooa d'Alemtejo, que voa dd polo arlelbo;

29 porque o maia aeraa aob«jo. Cbumafo deaeDfronbado

k com aeo len^l ovbeerto, nouo, grosaoy mal laoado, de pulguaa aeompanbado,

30 para estardea mala espeito«

Mantees curtoa mal.wradoat mesa de trea peea rrednda, pycbel, bafios tydradoat brancoa k Tcrdea/ qaebradot, 39 para tos jato avonda«

DB GASgU DE RRBSBNDB.

E eslarpjs esenlado num lanho de Santarrm. por TOS tudo ssber bein, o coopo sersa qnebrado 3 k 'albarrada (ambem.

E por vo» nam »palpar

s terra com o conißr,

ey-uos lambem d'ordfDar,

que nam vos ham mnis da dar, lu que o qiie laa üoeis de ler.

Que mudanca de liigares

muda mujrlo a eomprejsam,

k se mudam os manjare», ••

vem 89 doen^as a pares ••

IS k lard'ou nunca se vam,

Perdizes, capßea, gualinha»,

frangaäos, rrolas & Tjlelas, «

poaarinhos d'eapan-elas , «»

pasleia, tordu, escodeUi, ao sam viaadas mu^ daDinhas.

Laparoa, paUn ^adoa,

cabiTtoa k eacabydas,

lomboa de porcosi VM4oa,

pauoi, faisfiea, bona peacadoa as emcurtam mujto. as r;das.

Ttnyg, aenbof, ho jentar

vaca magra sem loufynbo,

com aen coartUho de Tlnb«,

com que posaaia jarrear, 30 k nam me chamar meiqulnho.

Ha fea da vac« fr^a, [F. 218^

rrabam, qnejjo k aalada

lie comer qne j) porco crya:

o mala he yelhacaiya a k ftaenda mal gMUute« >

DK aAiQiA in lamNDB. sM

K poys J6to tendes ferto,

▼jnde mayto descanssado

& desl'arte atabiado,

porqoe qnein ?08 vyr o perto» 5 caja loguo d'abalado.

Todo J8to qae tos diguo

k mujTto maya achareja»

k neatas me nam obrigao,

poia aabejra qae aam ai^yguo 10 o rooor qua ooDca terejfa.

iDfete de Gar^ia de Rresende, a que tambem fei o aom.

Minha fyda, poja esperan^a nam tem, nam na deaeje ninguem.

Se sooberam «5 mens olbos, qaando roa TjTam,

0 mal (ß'aoja de sser,

nam poderam

consentyr, nenti conaaentyram

ver m'aaay loguo perder. 20 Pade^er

he mea k nam de ningaem,

aem deacjar nenhmn bem.

Quem quiaer nam ser mal ayenturado, 25 nem ter aempre Iriate Yyda, ha mester,

como se fyr com cuydado, que Ihe ii loguo aahjda:

594 ^B GiRQU DB EBB8BNM.

qiie perdida

he a yyda, que o tem

Sem esperar nenbam bem.

Dyguo i«lo, [F. 2I8-]

5 porque logoo Dam moroenlo

perdy toda a esperaofa,

tenbo ▼yato

perder muyto em poaco tempo

k ganbar desconftanfa, 10 boo lembran^!

nam me tos tjre nlngneiiiy

que jaa nom qaer outro bem.

Cabo.

Porque aey

qoe tndo ha d'acabar 15 contrayro do qde a'espera,

bradarey:

que ae goardem d'eaperar,

porqu'esperar desespera.

Se me dera 20 este conaelbo algaem,.

quyfaa me goardara bem.

Garfia de Rresende a este moto d'uma aenhora.

Poya m'asay soube perder & por tarn justa querela, rede como pode ser, 25 que leyxe de ?08 querer nesta vyda & depoia d'ela.

Terey, onde quer que for, a fee com que tos aeruy;

lembrar-m'aa soo qae tm fy, & nam yosao deHunor. qae m'jrsto knfe a p«rder, tenho tarn joila qnerela, que ja ey sempre, de aar Toaao em quanto vyuer, Deata ?.yda k depoi« d'ela.

mta d*QiDa nudher a Gar^ de Rreaende, com que Ihe foy bem, & eslaaam desainndoa.

Pregunto-uoi per Mnor, ^ [F. 218']

hond'eataa & fax dearyo, 10 ae amor oa desamor

em balanfa he, da rel^o.

Porqne amboa e y paaaado ,

cada hom tem aiia rena;

por ?oa aeja decrarado: «5 qaal daa moor praxer ou pena?

Reposta de Gar^ya de Rresende polos consoanles.

Eu me yy jaa com faaor, k depoia triate perdi o, lyqaey com gram deafaoor k do bem paaaado fi70. so Nam pode aer comparado o deaquanaao co'a peoa, porqa'o bem vem com cuydado, k o mal maia mal ordena.

Oatra aua.

Qoando homem tem praser, 25 enlam Ihe ray a lembrar:

36

DB GASpU DE MBSeNDB.

que o podcra perder por s'a vonladß tnudar de quem no tein em poder, B 0 mal he sempre mais, I k dsa sempre mnyor dor; doobra sosptros morlais 8 quem reo desamor, senhorn, que Ihe moslrays.

mI «Op C£^.

1^ CantigiiB 9ua.

c

Senhora, pojs minha vidu ^ ^

H tendes em vosso poder, .,

por serdes d'ela semyda, .■ nam qucjrays que de8tn]}'da

poasa sser. ^

Jalo naiD por me pesar IS de morrer, se vns qnerejs;

qae mylhor me'e avabar,

que Boporlar

qDBDloi male« me faMjrg,

Mas Boo, por serdes serujda [P. 218*]

» de mjrni em quapto tyaet, ,

TOS pe^o, que minha Tjda

nam qupjrrais que deslm^da

possa aser.

Bi «Ai^u M ftunraHL 597

^ GiTfit de Rreseode, estando em Eaora, ao conde do y7niy[o]8o, qae se partyo d'y para a corte aobre

nego^eoa do pay.

Mfßfintt, .

Mea senhor, deeqoe parUates, nam yyuö. Dem Tyneiii qoaa; Dem creo qae vyiieia laa.

N08 com Yosaa saudade 5 temos fyda sem praier,

k Toa laa com rrequerer

mit Degofeoa da Uittdade

Dam podeys ledo vyaer.

Aasy aDdamoa moy trialea: 10 Doa, por Dam ?oa ?ermoa qoaa,

& ¥08, por 'aodardea Ua.

Qua oam ha aodar oa pra^a, Dem curra-lh'a seata feyra, Dem queremos lor maoeyra 15 ^e fazermos faser gra^a ho Meodes da eabeleyra. Olhay bem, sse oDDca yyslea taota mingoa feser qaaa oeobum hörnern qa*aode laa.

20 Nem ha ver k deaejar«

nem prazer huma soo ora.

Dem menoa com quem felar,

nem Douas para contär;

Dem diguo mala por aguora: 25 Soomente, qa'aodamoa triates,

todos qaaotoa aomoa quaa,

por ¥08, seohor, serdes laa.

DE GARplA DE BHBSBNDE.

Cabo.

Auej doo de nossH vyd». [F. 218']

nanday-nos, senhor, diser: Be esla vossa parljda com nos vyrdes ^.eda *er i ha de »er rrestetuyda. Se nani, (odo6, quanlos vi&tes Iristea por hyrdfs de quaa. nos veieis may ^edo laa.

Garpya de Rre^endi; a c$le moto d'ama smbora.

Dy plazer a mys cnojos em ver-OB, y a my passyon, y desquanBaron mys ojos y Dunca my coracon.

En ver-08, senhora-mya.

)05 ojoB Coman plaxer;

por DO ser como qoeria

el coracon alsgria,

nanca yo )e vy leoer. » Assy qaytoo mya enojos

Toestra vfata de pusion,

y de8q.ua[n]8aron mys ojos

y Donca my coracon.

Uilan^ete.

Qne areyo sym T«ntiir«I 3s pu«8 perdy

em TBT-os a tob a my.

M GAB^IA DB lUMBKDB. 59^

Trouis de Gar^ia de Rreseode a este vflanfete.

Los sospiro« j eoydadoa, qae my Tjda por tos sjente, me dexsD ario contente, 6D seren por ?08 cansados. 5 Y HO quyero mas bolgura, pues perdy em yer-os a vos a my.

No queria mas THorfa [f. tip]

qua poder yo merefer-os, 10 Ihegnar-os a la memoria» qae perdy a my por yer-o's. Seria boena rentura para my, lembrar-os, qae me perdy.

srgonta de Gar^ia de Rresende a Joam da Sihieyra.

15 Pols qae soys d'amor ferido.

Sc sabeys sua paixam,

00m deaeis ser esquefldp

de mym, qoe mais qae perdido

aodo com mayta rrezam. 20 Qaerey-me, sefihor, dyxer

o rremedio qae terey

a poder me defender,

qae me aam fa^am perder

estas coasas qoe direy.

Pergunia.

25 Sam muy yen^ido d'ampres, onde me nam aproaeyfa;

DE OiRCIA DE RttMEinnt.

itinca rrecebo fauores, »tu Bntes mil desrauores (neu querer de eey engejla. Bu, Be a qiicro esquee^er. B senlo meu mal ser dobrado, se rai;o pola oam ver, hee-me pyor qiie morrer tofrer tarn grande cuydado.

I^ra polus coRssoantes.

Nom p

m seniido

«D no cuidi

lam

estBB VO.w.,^

vido,

que por ser t

itido

me falece

Mas que

;aber.

e eu, senhor,

srey.

eOO pOt TOB ot

mss nam jaa por

eil

querer

meler-me no qne

oan

a rey.

HeiM$ta. [?. 219*1

Por rremedio d'estas dores 10 contempray come'e sojeyU, deyxaj moodos d'amadores, poia que com peaas mayörea, do qoe ros lendes, tob d«yta. Nom na vejaya por fazer IS ft comprir o sen maiidado, nem cureyi de a c6meter; mss ante deyxay de ser de lodo gen namorado.

^^egonta de Joam da Schein a Gpi^ Rreseade.

Bo, senhör, qaando eiifidey,

nom negQO ser com gram medo,

mas como detemfaiey,

logoo hes'ora protestey 9 de TOS pregantar ma; fedo;

Uer de Mopito molher

fora d'araores k qüedo

em qn'estaa sen logoo ser, "

me roanday, senhor, diser fo se quereys qae seja'Iedo?

Repoata de Gar^ia de Rreaende poloa coiiaoantes.

Medy laa se nam flqaey,

df rrauidar nam ai'arredo, -^ .^

poys seruyr-Yos come^ey,

a maäo foda tomarey, 45 se me derdea bom soo dedö.

Nam soub'amores rreger

Alexandre, o de MaQedo,

nem oulros de moor poder, -

porqu'as cooias de querer 20 nam »am per Leys nem Degredo.

Ootra de Gar^ya de Rresende a Joam da Sylueyra.

Men senhor, para saber [F. 219^]

a cousa qua douidamoa, he ne$essaria qae ajamos de quem mays aabe a prendar* 2 A TOS, qae aoys acabadp, por merfe qnero'pedir, ,

DE 6AE9KI

que, como bom namoucto, o qne lenho douidado qaeyraie, senhor, desoobrir.

Perpimla.

UemoB btnaSts nsmorado». * nmy gaalanles & perfpjtoe, screin d'amores sogeytos da» dainas pouco presados. E m menos

A de m( ^er,

10 r ,.. nos,

^^r^ I 'f sabenios:

m^ d aesy ser?

Rcyoeta de ioan laeyra polos

-1 Nom t«n. h.- m eote&der , 4 de todos, canlos cuydamos « -

» qa'algona cooia tronuMM. para guabar vgi psdflr, Por yaso d'ette ondad», Hnhor mn, ^oero f«0r, qae iiMuita nais apaitad* » aoya de aer de my leoaido, tanto hfl mais voa serayr.

Üepotla.

0$ laya bomeea desamados podem aer por rafl ireapaytos, por nom aegayr tays proasytoa w como oa menea con^ades. Oa qnfM ^erto todoa orwnoa elaa maylo ^raa;B qoerar, qaa dos mayorea qua fcmw,

M ttli^ M HOiDIlHL Int

ho que todot aBteadamot» querem majt seeretas ser.

m de Rreeende a hmn aea anugoo, em que [F. 219^] Ibe daa conti de aiia vida.

Hjnda qua me nani pe^aja .

a eonla de mlnha Tida, 5 qaero, senhor, qua aaibaja

aa'e bem oa mal deapendida.

Digno» qu'eaton da aavde,

a daoa loaaorea,

k qae tenho a meode 10 deafauorea

D'oma aoo inolliar, qua fem minha Tida em aeu podar, & porqu'iato aabe kam, neDhtom bem me quer faser. 45 E trai-me tarn eoleado, qae nam aey, ae me dara eate coidado, qne farey.

E per ?oa dar Terdadejra 30 eonta & deaengoanada,

sabey, qae aam he caaada,

oem yeaaa, nem he freyra.

E por ela tam perdido

aodo ea,. 25 qae nam he men mea aentido,

maa he aen.

Ando aempre aeopado a Ihe faser a fonfade,

DK fiARqiA DR RBBSBNBK.

& nara tenh'oulro cuidado ^ major que esle, nn verdade. ■■ E quando ciiydo c'a^erla a meu »er, A enlam estou meis jn^rto do que quer.

Se em janela ou s porla apare^e per terreyrs. olba me de lal maneyra, ID c'a TJsiH lujjuo B oorlt; Para ja luua poaer ver, nem desejar outra cousa que praier me possa dnr.

ij Cerlelieo vos, senhor, (jue mil vezes m'acontet^e. dar-me nam na ver lal dor, , que e vida m'avorre^e. g

E B'algiim'ora desejo

w de Tiner,

fae na ora que a vejo apare^r.

Mil reiDB com deatauore»,

que me fas, quero pronar, TS te podere; ter amorea .

em algum outro Ipgaar.

E qnanio mala apartado

esloa d'ela,

(ante hc mais meu cuidado 30 sempre nela.

Porqae tem bem conbe^do o grande bem que Ihe quero, me daa cujdado cre^id« para Ter ae deieepenh

Por in# o qiie mere^o, deseja de me perder k Ih'aYomft»

5 S'alguM'eri omi etesjfta,

& Ihe üi»^ tm de iocr

que, se lena fttmm »ajfte, *

nuijta mais lorno tnmr.

Nam me daa eoBteataneale 10 seo caidado,

nUto tras o pensaaoieiito

acopade.^

Nam tei9 hoairo paaeateoqio

meihor, qoe hyr paeaear «5 pdo canfe k erdenar

fem mil cojdadoa de vento.

Em quanle ia mido, eapero

algnm praser;

como yenho, deaeapero ?o de 0 ter.

Nem tenbo eenaeraa^am com parenle, nem aadgae; ando na aiaha peixam, falando sempre eeaaigm. 29 Deaejo nam fer wimgBtmxk, (F. 219']

pojfa nam fejo

quem he mea mal k mea bem k mea deaejo.

Ja me mil rezea quiseram so amignoa acomaelhar^

maa de qnanto me diaaeram, nam Ihea qujf« nada totttr. Nem Ihe daa'ottira neiMDi nem maya deaenlpa,

se nam: qaem ine d«B paixain me lyra a culpa.

He, por quem y»\a pade«;«. Ae ISDlo mere^imentu , s que seiiljT o mal que senlu be o majs que Ihe mere^a. Nein qucria majB ptaier.^ . , a mlDha vida, -ftv rf

que folguar ela de -m t

■0 d'iSHO SCI

Por eslas cousas que diase deiiej's TOS, scrnbor, cii.vdRr, se poderia contar outTBS moores, se vob visse. i ti Quem lern lanlo qii'eüor^arr & que falar,

mijyto maj'H deue eofrer « que qner calar. ■'^'il M

Cako.

Por 8ab«r4M nyahw terts, M TOS qo^s Mia «Kta dir,

como qaem ji mal d'aa*res

tem feylo' defMpsrtr,

E por Ter, se p*d0rf>;s

rremedesr ti DiiDha-TUa, que t«h]«

poaco dnrv.

Cantigak «m.

Hlnha vlda be de tal wrie, c'o moor rremedJo, qüe mdIo,

DI 6AB9U DB BBUBNDB. 007

he, saker que co'a morte darejr ffm ho penssamento.

Com aoapirar A gemer, [F. 220*]

trisiesaa, nojos» patzaniy 5 jantos em meu cora^aiiit

▼iuo 800 poloa aofror.

Jaa nam ha quem me oomforto

mea mal ft grande tormento,

86 nam lembran^a da morte» 10 qne daa fym ho penaaameoto.

sua a este moto qne Ihe mando« bonMi moflier eaUmdo *

moytö mal co*eUu

Molo.

Bsperey, jaa nam eapero de mais tos aerair, aenbora; pois me iaieja cada ora 15 tanto mal quo deaeapero.

Pois aey ferto qne folgsajFa» qnaodo maia mal me faseja, k que nonea deacanaaaia, 86 nam qnando me moatraia» 20 quam ponco bem me qaerela: aeniir Toa maia nam eaporo, pois men Tiner empeora com me faserdea» aenborä, tanto mal qne deaeapero.

DB OAll<;iA DB anSSENDB. Grosa sua « esle motö.

* ' Pois he mais vossd que mcii, scnliora, men cora^nm, [lalü T0S8O CBlJLio sam. it Rieu* olbos lembre-vDs eu!

Lembre-ußB minha tristua,

I mU tpKjx»

S' I I IBM.

w L -DOS, 11 m he meu

■Kam. ' c-uos cu!

De Gar^ia Je Rrcsende a humu molher que confes- ['''' 2^' saua que Ihe queria bem, sem fozer por ele Dada.

Senbora, pols ßonfeuala IS que grande ^am me qnereyi,

tt que de iii;m Tot l^brais,

k qoe com in«u bem folgays,

& de metr mal ras doej«;

Qnerej-me meu bem diier, 20 poys que obraa nuDca Tejo

para jrsto de ros crer>

como poderey vitier,

pois men md be Um aobejol

Sobejo com muylaa dores, » que por tos sempre pade^o, k contlnos desfaDorea, sem nuDCB dardes faaores a myrn, que taato mere^.

DE GAR^IA DE RRfiSENDE. QOQ

Nam diguo que me flxeseys qaanto bem era rresam, 86 nam soo qiie voa doeaeya de meus males, A me deseis 5 d'algum d'eles gualardam.

Por gualardam aueria,

se aoubeaae, qu'eaperaveia

de me faser aigum dia

lam leedoy que fanteajra' 10 tomasse que voa iembraueya

De m^, qu*em ter e8peran9a

m'averia por ditoso,

se teuesse confian^a,

que meu aeruir aem mudän^a 13 me seria prouejrtoao.

Mas ?iuer aempre tarn fora

d'esperar d'aquisto ser

me faz, que cuydo, senhora»

cada dia & cada ora, 20 que folguays de me perder.

E com esle tal cujfdar

8*acre9eDUi minha pena,

& nam posso rrepoaaar,

quando me Tay a lembrar, 25 que por voa meu mal s'ordeoa«

Que 86 triste s'ordenara [F. 220«]

por outrem meu padeqer»

a quem tanto nam amara

Gomo a Tpa, uam me penara 90 ver-me mil Texes morrer.

Mas de quem tem tal rreiam

para me rremedear,

como voa, meu coraQam

& me dejta em perdi^am, 89 rreiam he de m'agrauar.

^flß DE GARCU DE RRESENDB.

De quem me posso door, Je quem nie posso agrniiar, se ningupm nam lern podrr paia leedo mc fazer.

3 nein pars meii mal dobritr. ^e nam vo^. <ic quem conhflQO nam ser bem o vosso bem para mjm, pois que pade^ hum mal, qiie niiDca o eome^o

10 nem o cabo tjo ninguem.

^rdade

ey», «ys.

-U'

im bem quer,

nam

ir,

por majlo i

BDuber,

qne ni

ter.

s'aa loguo de aescobrir.

Aasjr TOS,

m^Bhi

1 senbora.

nam lende*

rreum

q.ed«

para aer de

culpa 1

Ibn.

pois vas Boo

aojB .

cauMdora

de men mal

sempre dobrar.

& tenda vob

soo poder

de descBDBaar meu

ileiejo.

nam querela

nano«

faxer.

como poasa

leedo

ser,

ft fateto me

0 mal

qua T«jo.

Cab9.

E pojB qoe, Und« aaUdo aquealat comas qne digao, folguo ser por tm perdido.

tF.ÜW*]

qoem podoria comlguol Senhora de minha Tida, doa-yo8 meu padefer, poys qae jaa sempre qgerida aaejra de ser k aenuda de mym em* qOanto Tioer *.

iTfia de Rresende a eale moto, qoe Ihe naadou esta molher.

Qne cauaeyi meu pade^» 10 que dobrejs mfnba payiam, qae me hn^b a perder, com tudo sempr'ey de ter milbor fee que gnalardam.

Qoe Tina com gram ciddadOy 15 mala triste que a tristeaa, que seja mala deaamado; nam ey de ser apartado de sofrer yosaa^ craeia. Qoe nonca tenha praser, 20 que sempre lenba paixam, qoe folgueys de me perder, nam ey de deixar de ter melbor fee qoe gualaVdaro.

1) Orlg. pMr.

-•

39

DE OAR<;U DB RBESB.NDB.

sende a huuma Uälher que vro eslar huns d (ioi itte por quem fazia niyl deao^öcs, & dissc-lhe olc que HO ouiro dta se auya d'yr.

Senhore.

Ouui-vos oolem diser, [F. HO']

qu'eslBuejs para vos hyr; quero vüs Tazer Eaber, que fazf^s ein o fazer 5 cousn qiie saa de senlyr k Mujlo de nos, os enfennos, -^lAAdka

que Saude rrecebemos com vossa conuersai^am . "

tc £e aquisto nain temos, .^_,

ID Irislea do uos, que faremot ,

se nam moner de paixam!

Se Terdade he lal nous,

dobrar-üse-am nossas dorea. '

matiday-BM fusf a coutf, la poia TOB h;a <U porta noua

ha rrua dos meroadores.

Ho que grsm mal, na rerdade,

nom quererdw piadade

aner de quem be rresamt w se nam mudajra a vontade,

crede que com aaudade

nos lao^ais em perdicam.

Para qn« -quereie rreiar.

Dem faserdes deuacQes, 2s que obra podeya obrar,

q)ie aeja mais de louuar, -

qa't tirardes mil paixOea

A qaem nunca, no^te & dia,

hnma ora d'alegria 30 poderaa ler sem vos Ter.

II quem oMsandeferia k com nojo morreria fora de roaso poder.

Caka.

Se loguo naln rreuoguaja 5 a aentenfa nam momeoto,

ouuireya faxer ajnaya

que fasern poloa mortaia,

A depois o aahjrmeoto

Resareis mil oraföea 10 poloa noMoa cpra^Öea»

que T08 fizeatea morrer

eom maytas trebttlai(6ea [F. 22(K]

A grandissimaa paixdea,

que nam podeeram aofrer.

Cuitigua sua.

15 Folguö bem, poys que conhefo que foiguays de dar paixam a mjrnir que iiam vos mere9ö, por quantoa malea pade^o, dardea m'eate guaiatdam.

20 Que aempre viua penado, co'eate conhe^m^nto fica-me coDtentamento em aaber, que tal tormeoto me daya aeiki aer eu culpado.

25 Porque aoo o qua pade^o he tanto, que eom rresam me deueya k Toa merefo, dardea a meu bero come^o k tyiür a tanta paixam.

DE GAB(;iA DB RRBeBKDE.

igua sua de^aiiyndo ge duma molhcr.

Fois tanlo iiTücRr leuajs Bin me fszer seinpre mal, enatey, ae Beer •) SB nam o que deaejajrs.

Ä Deaejay» nam vos sernir. '

A foljiuavs de mn pcrder, daaejaia Dunca me ver, *

ft inuylo mu 'ouu^r

n CM er.

0 lys yslo I,

la ]] mal.

Canligua sua eni hutna paiiidi.

Loa mys ojos toda ora ii DODca cesüaraii Ihorando, . basta que torne, senhora, ' d'onde parlo sospirando.

No cessaran de Ihorar [F. 22t*]

partiHa tan syn ptazer. 30 dolor que no (iene par,

aeren lexos de rnyrar

Tuestro genlil parecer.

Ho quanto mejor les ftiera,

qaando pari; sospirando. » perder la vida nun'ora,

pof no biuieren Iborandol

DI OiJlfU ra EBSUNDB. . ^^5

Grosa su9i a este molo d'iiina senbora.

Mil vezes meu cora9ain me tem dito k afyrmado, qu'ynda qae Ihe deys pafxain, 5 ja nuoca seraa mudado.

Porque'e tanto sem medida o grande bem que yoa quer, que por vos serdes serufda, mil yeses perdera a vida, 10 Sem se nunca arrepender. Qaem d'isto nam tem paixam, que Ihe deis sempre cujrdado, que o mateya sem rrezam, ja DUDca aeri^a mudado.

Grosa raa a este moto.

15 Gate «ift * m4a on.

Uossa ponca fee, senhora, & voasa gram crueldade me matam aem piadade cada dia ft cada ora.

20 Porque s'alguma flrmesa tiueaeia no corra^m, Dam me darieya paixam, nem sempre mal k triatesa. Mas 0 nam ererdea, aenhor^,

25 que ¥08 quero de rerdade, yo8 fas mudar a fontade cada dia k cada ora.

gtS DE OAtll^tA DE RB8f>B!fDK.

Trouas que Gar^in de Rresende fpz a mortc de dona l^- 221'] YnC3 de Castro, qu« ci rrcy dorn Afonso o quarto de Portugual matou ein Cotnibra, por o prinripe dorn Pedr» seu fUho a ler romo inulher, & polo brm que Ihe qneria oain queria casar, ciidereni;adas has damas.

Senhoraü, s'al^um senlior vo» quisor bem ou seruir, i quem toinar lal seruidor, ,

^ eu Ihe quero descobrir '

fA o guslnrdam do amor. ^

Por sua mer^e »aber ^^ _

0 que deue de faicr. JL

vej'o i]nc res esla dainH. ' que de ssy vob daraa fama,

m »'estas Irouas quereis ler. ^

F^la dona Ynti. *■

*

Qual seraa o cora^am

Um cru & sem piadade,

que Ihe oam cause peiXain

faams lan gram crueldade u A morle lam hm rreiaatl

Triate de 10710. jfao^eDt«! .

que por ter mayto feroeiile

lealdade, fee, amor,

ho priuQepe, safw aenhM-, M me mataram cnuHUlel

A RiToba' deuBtntan, . nun ctqtenta d'aethar-HD, por me dar «ajer (ristan, me foj pAr em lant'<]tHra, 35 para d'alto dertjbar>lne. Qoe ae me malara a^uem aotea ler lihto bem.

ein tays obamas ntn ardert, pay, filboa nam cenhefertp nem me chonura DiBgfNnBi.

Ea era mo^t. meBina, {F. 221*]

5 per nome dona Yoea

de Craalo, k de tddootriiia

k vertadea, qo^era dha

de meu mal aer ho rreoea.

Uiuia, Sem me lembrar . 10 que paixam podia dar,

nem da-la niognem a.myin;

foy m'o prinfepe olbar

por aeu nojo k mynlia lym.

Come^on m'a deaajar, 15 trabalbou por me ämir,

fortuna foy ofdenar»

dous cora^ea conformar

a hnma vontade fyr.

CoDbe9eo-mey eonbe^i o, 20 qays-me bem & ea a ete,

perdeo-me, laihbem perdi o, . nanca tee morte foy fHo

o bem qae triate'paa nele.

Dey-Ihe mmh« UbOFdade» 35 nam senty perda de fama, - '

pu8 nele minha rerdade»

quys fazer aua fontade, - '

sendo oHiy fremoaa dama.

Por m'eataa obraa pagoar 30 nanca jamaia qaya'Caaar»

polo qaal aoooaaeihMo «

foy el rrey, (pi'erft föfffädo

polo aea de me mttMv

polos campos de Mondegiio 10 caoalejrros ly somiir,

Como M cousM fs'm de tert

loguo dam no corifiin,

come^ey entretUfer

Sc comiguo 800 diser: 15 estea omees d*0Dde jrani?

E tanto que pregontey, [F. 221']

aoube logo qae en el>r^.

qaando o yy Um apreseadot

mea corafam iresptaaido ao foy, qae niiDct maji falej.

E qaando ?y qae deqla, aahy ha porta da aala, deoinbando o que qoerii» com gram choro ft corteaya 25 Ihe Ab homa triale iala. Meaa fllboa paa derredor de mym com gram omildade» muy cortada de iemor» Ibe diaae: avej» aenhor»

colpt^, Dcm fttsdo fiMüi» por ser miy dos TM^enltt qa'aohs voa etU» pf6MPla>, 5 08 qaaes tomos mIm

E tem tam pmMi yiadd que, 86 nam forem Miadm de rnym, 800 ooalaMkUide k 8iia gram orfymMto

10 morrfram deaemparados. Olhe bem» qoanla ^rtteM faraa Disto toaa'jdtcMf, k tambem, atekory- «iHijr»- poia do pria^fefo aoia ft^i

13 ilain Ihe deia tasla IriataM.

»

Lembre-aoa o gnttd'amer

que me yoaao illbo twi,

e qae aentiraa grm ter

morrer-lhe tat aanridor» 30 por Ihe querer grande beiii.

Que s'algom arrtf isera,

fora bem qoe pade^ere,

k qu'ested lUioa^earain

orfaftoa tristea, Ar boaaaram 25 quem d'elea pf^Hrm onoam.

Maa poya M mnea enrey (F. 221*]

k seropre mere^jr »iria^ - -

deueya, podefoao rfre;>-

n^m quebraatar rÖMt IpT. ' .

30 que> 86 moyro, (piebrantaya.

Uaay maya dr piadai» < . r

que de rrigor, i«ni wnlaia:-

atejr doo, aephor« ^ myiB,

nam me deya taan Male tnir: ^ **■ 35 pois que ounea It maÜMÜi«

DB GARCU DB

£1 rrey, vendo como psiaua. ^

ouue de mym compaiiam, dk

Ic vya o, que nam otilhüds, «^

rju'ciu B ele nam erraua, ,

s Dem fizera traicam. E vendo, quam de Tcrdinle liue amor & l^aldade

hoD prin^epe, cuja sain. -^

pode inais a piadsde «A

10 que a determina^Bin. t

•m <

Qae se m'ele defeodera, *4I

c'a oseu filfio nam amasse

A Ih'eu Dflm obcde^era.

eDlam com rrezam podera 15 dar-in'a moorte c'ordeiiasse.

Mas vendo que nenhum'ors,

desque nacy alegora,

nunca nisso ine falou, ^

quando sse d'islo lembron, 9

w toy-sc pola porla fora

Com Bseu rrosto ItgrimoM,

c'o proposilo mndado,

mnjrto triste, mjr «ndoio,

como rrey maj [^doso. V fflay Cristan J^ OBfor^ado,

Hmn d'aqueles qae Irasi«

conMlgDo na conpanhja,

caaaleTro desaiaado,

de Iras d'ele, o»; ynd«, 30 eatas palaaru deiia.

Senhor, roui piadade ' he dina de rrepreader, pola qae aam net^sMidadfl madaran Tosa« TOBtade » lagrimaa d"»» BuAer.

BS «4B0A K lUlKfM. f^l

E qoera]» e'atMnregiMido [F. 221']

com fiUios, eouio casado, eale senhor faaao ilho ; de Yos naia me mvrmBMm que d'ale, qoa'a mmomt^

Se a logao nan maiaia» Dam aeraia aoaea taarido^ oem faram o faa mand^ra, poya tarn f edo' tob mndajw

10 de coDSselho qu'era avido. Olhaj, qilam josla qnereia tendes, pois per amor d'eh V0880 fiiha qtwr aalar . . sem casar, Ar iioa qver dar

13 muyta gqerra oiam Caatela.

Com ana morte aaovaaroia muytas morlaa, moyUia danoa. V08, senhor > ^aoanaaaraia» ft a ¥08 A a Boa darais

tt paz para duseatoa anoa. 0 prin^epa caaaraa» filhos de boD^m teraa^ seraa fora de, pecado; c'agaora aeja airaiiad0,

25 menbam lb'eaquee9eraa.

*

E ouuyndo aea difor, el rrey ieou^ miqr toraado, . por 80 Ott taia eatroBBoa rar/ k qoe atya de faser

30 ou harn ou outro, for^ado. Desejaua dar-ipo Tjda» por Ibd Bam ter more^ida a morte, Man .oenbum oial! aentjfa pena raoriai

35 por ter fejto tal partida.

DB GAXqtk m RBBMMIR

'^tt^ E vendo que se Ihe dal»

a ele [ode-esU culpa. & quc lanto o spertaua, disse a aqiielp que bradaiia; s mvnha ten^am ms descolpa. Se 0 vos quereis faier, faiej-o sem m'o di«er; qu'eu nisso nun manda nadn, nem vejo hc-essa cojlnda 10 poique dena de morrer.

"Xm. [F. 222']

Dous cauoleyroa yrosos,

que tais palaursa lh'oii\vrani .

muj' crus & iiam piadosos.

pervcrssos, desamorosos , i contra mjni rrijo sc vyrata.

Com as espadas na mam

m'alrauesaam o coracam.

a cODlsaam me lotheram:

este be o gnalardam, I qoe meus amores me deratn.

Gar^ia de Bresende las damae.

Senhorae, nam ajais medo, nam n-e^eeyB fater bem, lende o corafam rnuy quedo; k Tosaaa merfea Teram ^do

35 quam graudes bSea do bem vem. Nam toraem vosao aentido as cousas qu'ayeia onujrda, porqne'e le; de deos d'AmDr: betn, Teriude, pem prjnor

M nunca jsmajs ser perdido.

m «Aft^UL n lunraii.

Por ferdes 0 goaltrdaia

que do amor rre^ebeo,

porque por ele morreo»

neatas trofat saberam 5 0 que gnaoboii oa perdeo.

Nam perdeo se nam a vjrda,

que podeera ser perdida

sein Da Dingüem conhe^er»

& gaanhoo pör bem querer io aer aaa morle tarn sentida.

Gaanhon maya, que aendo d'antea

nom mqra que fermoaa dama»

aerem aeua lllhoa jEiDtea,

aeua amorea abaatantea 15 de deyxarem taola Amia.

Outra moor honrra direj:

como 0 priD^epe fo; rrej»

aem tärdar, maa muy aaynha

a fez al^ar por rraynhay 20 sende morta o fez por \ey.

Os prin^ipaia rreja d'Eapanha , [F. 222^]

de Pprtugual & Castela

A emperador d'Alemanha,

olhay, que honrra tainanhal n que todoa de^Adem d'ela.*

Rey de Napoles, tambem

duque de Bregonha, ä quem

toda ^ Franfa medo auia ,

& em campo el rrey yenfia: 90 tvdoa eatea d'ela yem.

Por yerdea como yingou a motte tpit Ih'ordenaran^ como foy rrej> trabalhpü k fez tanUr, que tomou 85 aquelea que mataram.

1) M$. ,t$d0.

^i

tat QAB<;^IA DR RH

A hum lex espeda^ar. tt ho ouiro Tel 1,vrer por delras o cora^nin. poys amor Ana gitHlardam. s nam dvyxe ningufm d'amat.

Cabo.

Em todoB seus tFsllmenlos B dpcrarou por inolhPr; & por sisto raelhor crer, rei dous rricos Dinymenlos,

iu em qu'smbos verejs jaier;

Hey, rrajiiha, corcados, ■*

mtiy juntoa, nam aparlados, ^* no cruieyro d'Alcobac.i: *

quem poder Taicr bem, ra98,

IS po>s por bem sc dam Inys grados.

Gw^iade Rresende, biado para Broma, veo a Malfaorca

grandes lormentas, & vyo huma gentjU dama que

dona Esperan^, & aiuUaa veiüda de doo, & fez-lhe

vilan^ele & mandon-Ih'o ealoado lam bem per ele.

Que me quieres eaperanf«, aqny me rleaea buscar por me mas desesperart

Penasatia qo« me teoyas [F. 222*1

n del todo jra ohiidado,

3 aqul diät« a mj» diaa *

aobre malea mal dobr«do. -

Sflraa trisle my ONokraBfa,

puea te alba' ayn baaoar, as paia nua deaeaperar.

INI 0AR^IA DI aREfiSNBa 825

De my vida descontenlo^ de mys tierras apartado» por la mar del peDMamiento em las hondaa del cuydado 5 Com tormentas d'olaidao^a me nzysle aquy portar, por mas me desesperar.

Las yelas de my querer rrotas por te no mirar, 10 contra rrazon fuy dobrar el cabo de pade^er. Payrando mucha dudanfa em las agoas de Ihorar te halbe por maa penar.

CMo.

15 Lueguo Yy que my tristara

auia mas de cre^er,

paes yy tu lynda fegura

por my mal luto traer.

Como te vy esperan^a» <o yy que m'ayias de dar

sobre pesares pesar.

rfia de Rreesende ao secretario, qae Ihe dise, porqae tangeo cantou muito bem, que Ihe daria dous parea de perdices 'a 0 papo, & pera as mäos dous pares de laoaa, & que andasse a sua casa por tudo; & mandou com esta copra.

A yoz be para pedir, [F. 222<]

k as mfios para tomar: yos» senhor, soys para dar 25 mil cousas afora rryr. 0 rriso nam m'o mandeys,

OMotoMico fer»l. UI. 40

DK OABt;U DB BBESSIOII.

porque jaa qua lenho mu^ylo; o b1 inaridA)', & dare>8 de bo'arvore bom ftuylo.

irei Uarreca a Gar^ia de Rreseude sobre esia. i

A voi he para ouujr,

s BS mfios sam j locar,

D venire, para )rar

pola ora do

0 rroslro, pmi ar

ha porta da iro 10 em panela ou mgi dar

com sabam azul i cajro,

R^sla de Gari^ia de Hresende polos

Gaalgaa magrs de guanir, ftayco que quer preegaar, cabra morta d'eapjrrar, H Judeu d'Alca^erquebjr. Correlor sem caualguar, clerigno gram lapidajrro, & comfrsde da rrogayro, preao por adeuinbar.

De loam Rroiz de Ssae s Gar^ia de Rresende.

M UoB nesse Toeao buraco, de qu'pstaia mujlo contente, pare^ej's o ladram Caco. Gioftc do gram denle.

M 0Alt?IA DB BMSBNDB. 627

Pare^eys vsso empaladb» tQuro 9euadp em Imneyro, QU payo may rrecheado, dependarado em fumeyro.

»

rfia de Rresende a Joam 'Rroiz de Ssaa polos eonssoantes.

[P. 222*1

9 Galante trasido em saco»

mandado qua em presente, pare^ys Catelam fraco, - qae foy d'amores doente. Ualen^eaoo molhado

10 & cabrito com aombrayro, OQ cristos desenssoado»

qoe dan^ a a^ aom de pandeyro.

Outra de Joam Rrois de Ssaa polos coDssoa[n](es.

Embaixador do Yalaco, del rrey d'Ongria parente, 15 atabaque de deos Baco, almofreyxe de semenle.

Charamelam alporcado» gram palheyro todo ynteyro, & o ^erlo sol tendeyro 20 a qae festes apodado.

Reposta de Garfia de Rresende polos eonssoantes.

Pare^eis franguam velhaco & bacharel d'Oriente & 9en]a com olho zarco, ou gualgua com dor de dente. ?5 Aragoea rrefinado,

do9e , gualante sergueyro , Castelhano perfumeyro, musico acayrelado.

. 40^

fgg DE GAnCU Uli BRBSENDE.

Aluaro ilc Sousa, [laje du laii^a del my, e Rruy de Mein,

atcayde iiiour d'Eluas, e Aluaro Bam-Io v Frao^bco ila Cunha

e Frani^isru Omem, cslrjhtjro nioor dcl rrey, p JUaDuel Coirea,

estanilu juiitu« numu jiosada cm Aliueyrjm, nisndarani esles

moto!« a Guart;ia de Rreseudv.

Seiihar {lediiiios a vos§a iner(;e i|ue veja esles molos. [K. 222'1 ))or at]uy Terei» qiiRni pipa sors.

Ha irnhora äona bandottua pefO par tnrrff i/ue rreiponäa.

Pare^eys me nlmofreite, prima mudado no har. *

Ao tfnhor arco da» relha», 711» «an» 01 fegxei de ' Ingar doi bracoi, pefo por tnetfe t/ue me rre»ponda. Psre^eye elabaque felpndo que vsy polo virole.

Ao aenhor viiorreif dm emuttiidag pefO por mtrfe qtie mt rrtipondii.

s Pare^ejFs bufo-enba^ado que lu^lou em eyra.

Ao tenhor Irythoada d'emKgot pefo por mtrfe t/ue me rretponda.

Pare^eys * lonel passareyro;

ReposUi de Gar^ia de Rresende alodos esies senhores por comprir sea maudado.

A Aluaro de iStouM, paje da tanf».

CriMam nouo, paje velba, fliho d'abade on doalor, I) Orrg. 4m. 2) Ot\g. pertftt«.

DB OAR<;ilA DE RBE8BNDE. 629

dofe mays qae ham cantoir, morto 0 paao como coelho. Gualante de moesteyro, doada andrina d'andadura, 5 Caatelhano sein freaaara» criatoa molbado em rribejrro.

.4 Rruy de Melo^ alcayde moqr. [F. 223*]

Meu senbor alcajde mor,

dizey*ine ae'« jsto grafa;

com Toaco nam aey que fa^a, 10 porque in*acho aen asabor.

Eu disaera algmna cooaa,

por Yos nam byrdea em Tarn,

& porem deytay a mafto

d'eaia d'Aluaro de Soaaa, 15 voaso primo com jrmaffo.

A Aluaro Barreto.

Gualante godome^y & d'outra parte badana, parecjeys madrii manguana qu*en8syna a bailar aquy. 20 Neasa vossa fremosura quem acbaraa que dizer? poys soes do^e para Ter & todo al he pintura.

A Fran^co da Cunha.

A meu senbor bacbarel V* com jrmffa ama no paqo, pulga doente do ba;o» capelamzynho d*anel. Pare9ei8 guoso adayam com doua dedoa de Latym,

DB 6ARi;[A DE BRBSBNDB.

& podengo escryuun, que vende tj^nU TrQj>in ein AlmejTj'in.

A Manuel Corrta.

Senhor gualanle, lyslratlo ' corao manla d'Atemlejo, d'oulrem doenle vos vejo de qu'andais barbjal^ada. Fo§teB qua IroEjdo d'Ylha como Ijbree que nam fjlha > Sc em nouo (oy ardido, pareijeis gualan valjdo del ti^Dj'eDle de Seuylha.

A Fran^he'OfMtn, etfrytei/ro mor. [F. 223')

Sjndeyram Valen^eano

a qn'as Inpas rrugem mu>to. IS pare^ejs Juden Bein fiijlo,

grande enierto d'esle bdo.

Fosles Da^do em paul

& cr;ado em lezyra,

cal^da de tpda vjra, 20 com gram lulandram asol.

De Gar^ia de Rresende a Joam Foga9a, que Ifae oam querja mandar Irouas saas.

Se caydfljia que defeader acrefenla mais desejo, nam s'aa nysto d'entender qae ha de ser u HO que jaa bzeya com pejo.

Hl ui^ ra AiMiimB. 191

For JMO» •am aitjt livtori

m'ayeis, ftenbor, de mandar Toasas Irofias, tjoantaa aam; k ae nam:

goardig^Toa do meu trooar, qae daa c'oa om^ea no cham.

R^osta de Joam FogM^a.

Senhor, nam tenho lembran^a de coaaa que ja fizesse ipaia do que se fas em Franfa, 10 porque aae 0 eu aoubesse, dy-lo-hjra aem tardan^a. Ho gram comendador moor me lembra homa qoe fiz, a quäl dla.

)e Gar^ia de Rresende ao conde prior, mordomo moor, com loma ^eriydam de Rruy de Pygueyredo do ordeoado que oooe, qoando fo; a Rroma, pera Ibe darem a moradya do iempo

que laa mais andoo.

15 Fylbos do enbayxador, {F. 223'']

Gar^ia de Saaa &. eu

& rrey d'armaa Portugual,

a todos el rrey nos deu

hum ordenado» senhor; 20 & hynda mal,

nem mais nem menoa, bum. dia«

do que a eles foatea dar,

me ha yoaaa ^enhoria

de despacbar.

DB QABIJU DE BHESUtDE.

losle do conde polos conssoanles.

Uofl BOjB muy gram trouador. senhor, k amiguo ineu & guataiile nitural, 4 poTPm querya eu i ver del rrej nosso senhor haro syaal,

Para averdes moraiUfl, porqti'eu nam poaso maiidar |)or

tenut, 1 VascoDfc!os, porque i

qucrya escreuer numas troaas saBS.

Neste miinda a moor vjloria,

que sse daa nem pode ler

quslquftr pesaoa,

he ficar d'ela memoria; IS hört dejxay d'escreuer

eonsa boa!

B olhay, qae ob anljgnäs

dauam ho deemö as T;daa,

aoo porque (alaasein oeles. » E nos, por aermos ymygos

de nos, temos eaqae0da8

myl cousaa moores c'as d'eles.

De Gar^ya de Rresende a Bras da Coäta com haum juslo polo acre^enlamenlo de eaual^ro.

Polo qu'cu fiz pecador, [F. 223<]

pade^'ftgaora esse juslo:

DB CUA91A ra BAMBra». 633

laa Tolo mando, seDhor, 86 Ihe nam tendea aaior, far-aos-ha parle do cualo. E em pagoo do marteyro . c'a minha bolssa sentjo, m'asseDtay por caaaleyro» pois o ssam muy verdadeyro, de Cristos, que nos rremyo.

Repoata de Bras da Costa.

Eu yo8 mando hqma noua, 10 que seja d'omem rrebosto & tambem por ter bom custo:

I

que folguey maia com o josto que co*a troua. ä huma cousa tos diguo, 15 poys que tanfo a Corte syguo, compre ter pessoa leda, & quer d'amyguo quer d'imiiygo, eu fölguo com a moeda.

Gar^ya de Rresende a huoma molher que Ihe daua huma culpa.

Senhora, deueys cuydar, ^ 20 poys vos deos fez tarn fermosa, que nam foy por nos malar, mas por culpas perdoar e ser muyto piadoaa.

Olhay bem que tos mere^o, 25 por eamanho bem tos quero» mays desquansso do qu'espero, menos mal do que pade90. E sse TOS jsto lembrar»

Troua sna a Dioguo de Melo, qoe partja pera Alcoba^ [P. & avya-lhe de trater de laa hmn can^kmejrro d'iiiii «ImhU

chamam frej Hartynlio.

5 Decoray poIo caminho

fe ohegaarde8 ho moesteyro»

qtt'a de vjrr o canfiooejro

do abade fray Mariinho.

E s'esperardea de yyr» 10 sein m'o mandardea iraiery

podeis crer,

que quem tinheys ein poder

para sempre tos serayr

olho^ qoe o yyram hyr.

Gar^ia de Rreaende a homa molher qae dysae que ele

inuyto.

19 Tem me tarn morto o cuydado, qne me faz jaa nan aenflyr;

A Ha mnvln frAsnArl «Hn .

estaa em mjin qium me tem« E pois sam Um traaporladcr, que jaa nam tenho serfljfr; qoem me vjfr folgvar ov rrjrr, crea qae'e de mor cuydado.

Outra saa decrarando sc com boma molher.

Nam bey por ?jfda a paseada« pojs passou sem Toa aerujrr; e; por boa a qu'a de vyr»^ foys vola jaa lenho dada.

10 E nam cuydeys que'e d'aguora [F. 223']

este mudar de yjuer;

que toy sempre & ha de ser

serdes vos minha senhora.

Mas andou anny calada 15 minha vyda em voa aeroyr,

em qaanto pode feogyr:

ja'gora nam pode nada.

Trouas soas a este vylao^te.

Mira, genlil dama» el tu seraydor, 20 como esta tam triste, com tanto dolor.

Myra, que mere^o no ser desamado, ny tan oluydado.

DE GARt^'IA DK RRESBNUE

)ues lanlo pB(le<;.o. If pues con dolor m; T^da ifi Ihatna, m^ra, genlil daroa. 5 el tu seruydor.

Pues lu hermosuTB causa my dolor, myra my IriotuTa jr lu disfauor. 10 NS trales peor el que mag le sma: myra, gentil dama, el tu seruitlor.

Cuitigua sna.

Uyno jaa deaeipersdo ti de vyuer nunca conlenle, porque, quem me das eoydado. nam no senle.

De mym nam tem sentymenio, nera daa que (enha paiiam,

M anles tem conlentameDio em m'agrauar sem rretam. Assy triste afortuoado da vyda sam descoutenle, porque, quem me daa cuydado,

25 nam no seote.

1

DB GAB^ DB RBBSBNlffi. 037

Gar^a de Rresende a buma molher a que disseraln [F- 224*]

que ele qaerya bem a oiilra. .

Senhora, nam be rresam que por dito de Dinguem nam queyra^a quem voa quer bem.

Maa fae bem qne conhe^aia, « quem por tos be mala perdido,

& ae voa tem bem aerqido,

nam no deafauorefaia.

E tambem que nam creaia,

ae nam que quem voa vyr bem 10 nunca maya veraa ningoem.

Trouas suas a este vjlaii9ele.

S'ay alguna neate mundo que yo ame maa que a voa, mal me lo demande dioa.

E poys que tendea aabydö, qu'em myia nam cabe mudanfa, senhora, day m^eaperan^a & seja de maia perdydo. Que ae nunca arrependido fuy de me perder por voa, '20 mal me lo demande dioa.

Outra sua.

Tenho jaa eata fyrmeiEa tarn fyrme no corafam, que me nam daa jaa paixam

M GAIU;U DE ItRESEXDE.

IT por vos sempre IristPia. e desffluor, tiem crueia le pod'nparlar de vos, lal nie lo demaude dios.

Gar^ia de Rresende a Rioiy Fygueyrcdo Potas, eslmitlü detrcnijnaJo pcrii sc niclcr Trade.

B Pois - lade [F. 224']

flo.

ide , reapejlo.

tais, lenhor. de panjida I enirsr em noua vyda, iuiiia> J8lo, quc vos diguo, como d'um vosso amjguo grande, Tora de mcdida.

19 Se determJDays vestjrr

av^o com seu cordam,

nam sreiB nunca de rrjr

DO moeatejro, nem bolyr,

que'e ajnal de deuam. ao Djornal & breuj'ajro,

contas pretas & rroeayro

Irasey decote na mam,

aem rreiardes oraqam

a santo do calandajiro.

» Sy onuer de^epriaar,

h; com grande deoa^atn

& depojTB da casa estar,

baa escurea afonlar

rrjijo; mas aeja DO cham. 30 A meude aoapirar»

ra 6ABQIA ML RRBB^NDB. 639

qoe iodos possam ciqrdar que'e de muyto martejfrado : assy estareis.poopado, sem TOS da rregra tjfrar.

5 Auejfs sempre^de mostrar

que andais moj mal desposlo»

por do coro esoapar;

que'e gram Irabalho rreiar

a quem uysso nam tem gosto. 10 E ha mesa gejumhar,

que bfajfs todoa pasmar;

mas tereys em Tossa 9ela, ,

mantymenlo sempre nela,

com que poasais jarrear.

15 Tereys nela putarram,

que seja do v6sso geyto:

se baier o goardyam

ha porta, dar-lhe de mam [F. 224* J

para debaixo do leyto. 20 Se vos achar suareuto,

dixey que tosso elafnento

he estar d'esaa maneyra:

esta rregra he' verdadeyra,

& o al tudo he veato.

25 Tereys dessa o colcbam

jybam & calfas de malba,

casco, luuas, burquelam,

puohal & espadarram,

chu^a ft huiha uanalba, 30 Escada de corda boa,

que suba A de^ a pessoa«

scgura de nam ^luebrar»

cabeleyra nam errar,

para cobrir a coroa.

DS GABI^A DK BRBSimDB.

Como s'a loa poser, sahyreis d'ese fadairo, vestido como ta« mpster, ■'•

porqiie enlain aveis de ler 5 polo vosso calanda^ro. Por segurar o caminbo, sede am;gtio da ineirinlio, & da alcajde tninbein, qiic nam queyram por ninguein 10 tomar-uos no vosbo njnlio.

Pobreza A c de ^

& lainbem obeaj ia ^

dare;s l: d«;

mas DSU! i^.^ijn KU idade, 13 verdsde, nem pa^ien^ia.

Trabalhay mujlo por Iiyr

de cas'em casa pedyr

c'os olbos posloB por lerra,

porque assy se faz a guerra ^

30 melbor que com bom senior,

Para melbor tos sclQar,

sede muy mexerjqueyrti,

d'tiDS A d'ontros momtnrar ,

& 0 goardiatn loanar K em ludo muy por ynteyro.

Falsy raansso A de ragnar. [F. 2241

& s'oauerdea de rreiar,

seja alto & de mn mente,

& fazey-uos inuy ^yente 30 por molberea confesar.

Se vos mandarem ctoBti, agoar aniores, oa Tarrer, wr fomeyro, ou coiinbar, ou OS avylos lauar; u come^a; loguo gemer,

DI GABQU M R1B8BNM. Ml

E dyxey: pajdre, eu sam de tarn fraca cömpreysam, qae nam digag trabalhar, mas s'am pouco m'abaixar, 6 cahjfrey morto no ebain.

Cabo.

Jsto podereya faser»

mas 0 bom, qae a yyda tem,

nam no auejfs voa de aofrer,

por J880, antea de ser 10 frade, conaselhaj-uoa bem;

Porque, quanto bem merefe,

pola Tyda que padefe,

o bom frade, Tertuoso,

tanto o mao^rrelegioao 15 torna atraa A deamerefe.

las que Afonso Valente fea em Tomar a Garfia de Rre-

sende sem lh*as mandar.

Parefeya me lua crya, primo com jrmfto de bruto» parcfeis rroxo bauto» doente de priores. 70 Sacabuxa, jrmao de Jaquea, muyto farto de bordöea, & tanje tudo com traquea» hörnern que fas almadraquea ou seyröes»

2s Albergue de Frorentyna, [F. 224«]

que se paguam de ^ydram, homem farto de coxyna»

•■fiMtIro ftnL m. ^^

H QAR^IA DB HHBSEMW.

rrecheados de colam. Pare^fys deuinhaijaiu, pare^cis liuma facanh|, lape^oyro da Soldam, s quer gygaiite rrebordam como caslanha.

Dyiem que iHDgeis Uuil. & tocays bem ds be moles, & poiisays em rrelrapr'Ie« <D iibaixo <Ie gan

Se Isngeys poi u Iradn,

emflamado como i,

pare^fiys odre, i como mama.

15 TcDdea rousas muj' lagudas, Anrrique Ümem por Isl vva, & ii»\s ambos num dia como sain Syinam li Judas. FosleB fejlo em Boteyma

70 k criado em Trapisonda, soes (remalegua na onda, composlo lodo de frejima.

Pare^ejs de sul euspiro, bandouua de loda fjn,

35 pare^eya quarlao qae lyra & por fundo faz o (;ro. Pare^ejs bIhb que ledra, sobrefsrlo, Bonoreato, parece>8 cabo d'eseosdra

w de Ires myl odres de vento.

On soea vaso ou alambor nalgumas bochecbas do aul, ou lanbo comendador oado, feyto so fml.

M OMIplA BB IMSKMK. 943

Pare^eys grandd iiialoa, . de parto no mea d'Agoato arreboles de aol poalo,, *

gram larada de horöB.

5 Parcf eys canjcolar [F. 224']

de iodo. ano byaeato,

& 8068 0 mestno teysto

do plurar,

& tambem soes sengalar «0 na maaa feyqam de cuba,

ou gram bebada d'eatuba»

nua posta ao laar.

FareQcis may grande ro[l]

de grifos muy esfaymadosy 15 albarda moiher de prol,

muyto cbea de Jiordadoa.

Guya de daoQa d'eapada?»

gram mal assada d'estopaa;

guya de daD^a de copas, 20 todas cheas a rraaadaa.

Nam diguo mala por agora, porque s'agraua 0 tynteyro, por TOS morrer 0 pra^eyro, que era pior craateyro 25 de sam Yicenle de fora. Se nam que soea eofeDjrto para dar praser & njv, & protesto ae cömpjr rrepricar & dar no tjio.

30 Parefeya hum poaco o frato» preguador da Tjfda eterna, Grega bebada» de parte, antre cabaa em tauema. Bentaa aejam de balam

41

DB GARpU DB BHBBBNDB.

SS fadas qiie vos fadarsm, as letas que vos crjaram, c'assir vos empelr^naratn para, momo no serain.

fi Hoiide todos bem veram vossa groria, vossa fama, & caber-Dos-ha por dama buma saquB (rslgodam. Je por iDcha bum gram Ijr^ani.

10 Fare^ejs, Sforza

Mla em i DrCQ '.

ParmengUb ^^^,<^ em 901^1

lande com pee rrco.

e«fl«lM, [F. 22y]

läa', iuia

•obre hrl 1.

Por nam dar polos cabeloa, M quero loguo dizer (udo: pare^eis tefelam mndo em cboco sobre norelos.

E por qae melbor vos loune de louuor muy souerano,

a pare^eys bomem Monjiano como Gouue;

E por dar melbor d'agudo & vos nam ma^ar do coio, agado todb no boto,

30 tambem locays de troocbudo.

Pare^eis-me, segum ma;o, nas esporaa mujf sofirydo; pire^eis mujr gram jfncha^o, qoe na^eo a esse pa^o 1) Orli. tmfmt».

ra 6A1l(;iA HB RRB8BNDB. 045

I

desso bra^o,

de qae handtf mal sentydo. Parefels de Lombardia» posto qua aejays de Gre^a, 5 pare9ey8 lioa ney^ja, criada Da ycharya.

Pare^eja mala de aetenta cousaa poato em gybam, & cays DO horyzam * 10 d'um gram fardo de pimenta. Monje fujo d'AIcoba^a, patriarca de Yeneza, pare^eya deao'atfesa ancbo portejro. de ma^a.

15 Gram laaojra ae tos perde,

porque Tay emtal enaejo

V08SO cu de Terde a verde .' -

coroo o Tejo.

Hys.cobrindo toda a ponte, 20 as lezyras nom deafa^o,

08 lombos de monte a monte,

sem pare^er espinha^o.

Pare^eys Moura alfenada, [F. 225^]

c'adeuinba pola mSo, 25 paref eya bofa calada

do leuante no yerfio.

Detras de aam Njcolao,

em alto graao,

V08 yy eu numa alta dam^a, so com essa pan^ muy atento,

& o som era de vento

& a madanfa.

Uy-uoa na feyra d'enues ataDger muy grandea trombaa.

Di G4BQU DE HBB8EKDE.

A vv-uos ler d'uin cooues B cadeyra a duas bombss. raiD sam Joam barba-d'oaio . uüiTSxa, senbor da serra, B p&re^eys rjrlhü de touro & de faca d'JDgralcTT«.

Nem soes came, nem we» p«xe, menos proueylo, nem daao, 80 nam mala ou almoff^yxe (D de Bobi

Soes o Quii nto,

aem. mingoar »uin l i cpylil; soes 0 Greguo l 'il da orasta d'esle coi iDto.

IS Todas estas cousas sam,

nam queyrays al eotender, . ee.nain qu'apertej'S a mam ^.

ao comer, - ^

porque tob hjs a p«rder, 30 Tyray-uos de Uoto v^'^yo,

hjlbargua», banhas d'aliun,

faxendo algunt ^xer^jf^o

pola neiibain etn jejum.

E qnando fordes genlar is carrilbos frescos d'enpada,

Bera roBSo come^ar

etn vara d'irlanda assada.

£ depoys DO acabar,

por TBCuar so a freyma toda no fundo,

buma posperna do nmodo

comerejrs para aleslar.

B por 9ear teeuemeate, [F. 225']

pera enlrudes em fejr^m,

a

hnm beroeo moMfio ^e«la comereys alte saraü. E deueys^fiM de-'goarte de saltar, * jpdtr Mn lanto, 5 porque vos pode qoebrar a Ijmha do franzymeBlo.

E depoys de bem eoroprida esta rrefejFta qo^'dyguoV fycarey tam voaso amygo 10 como sam de mioba vyda; Mas nam ja para cidar o que syoto d'eaaa gra^, que tendes de fateyrafa com qn'estou par'eistalar.

Cabö.

«5 . Quanto maia contmqpro, citdo

em voasa feyfam A ralho,

pare^eis-me saato entraydo

de parto d'mii gFam ehocaHio.

Parefeys por aravya 20 grande coaaäo de vesdgoa,

& tarn bem por algemya

aaaado'de oonfrarya,

po'sto em aaya de ywdagoa..

sposta de Garf ia de Rresende poloa eonsoantei a todaa estaa »uas d^AfoDSo Valente, qoe foy achar sem A'as eile mandar. E vam fora do ordern por consegdjr as soaa.

Honrrado goso petya» 25 rredondo podengo eorto, fyseatea trouas a forlo, aas quaes rrespooder yos quis;

D8 GAH<;:iA DE RRESBNDE.

Gusto pinlado em paarques anlre vssos k Ijoöes, pyam muy folam em laques, liebedjiilto que daa baques 5 & rreioftes.

Pusesles yos nos polifo» [F. 225*)

para voa erguer do ctiam,

barrjl que veo dos Chyns,

coco. bala oii malaUm. 10 Soberbo benataram,

bscharetzyaho d'Ydanhii,

que ca^a com perdiguam . mujilo loDge d'Älemani

& d'Alemanha.

u O qoe Mttbs 0 .TifiBWid ro« leuutuya oi toün;

qmn>l>*dor de« CalteoAi - ' .• Hulato desorcilhado , » quo Irat para forno rrama & de muyio carreguado jaz na lama.

Tabaliam de Ires mndas, Iregejlador de Rroiya,

w bomhardeyrinho d'Ungria, solyl em cousas meudas. May rrebyncbfldo ^oleyma qae foy Qoqueyro de rroDda, cousynba muyto rredonda,

K que per ssy meamo ae queyma.

QayaeBtes dar tosso gyro em trouas por meter vyra juyi de por de menlyra guayteyto de tyrolyro

DB OABgU DB BBB8BÜDB. 640

Quem ¥08 bem oalbar am qaadra, yeraa baiio fandamentö» terejfs ferto Negra ladra, solorgiam do oonveDto.

5 Pare^ejs preeorador

qae yyaeo com Vaaoo Abul

A doudete ambrador

com lobeta aberta azül.

Doutor furo sem pessoa» ia como bacoro despoato,

de que eu nam tenbo gosto

para diier coaaa boa.

Homemzynbo de folar, [F. 225*]

aDtre passaros mal feyto, IS parefeys ^ malbafto no geytö

& rrebolar.

Almotafee de Tomar,

Vosaa fantesja adnba»

& he rrezam qu'assy suba io quem trabalha por medrar..

Sobre rrolda d*almouro1 c'os pees gotosos hyDcbadoa fazeys de noyte forol hos coelhos & yeados.' 25 E days em taocos pouaadas, . .

rremays os bates das popas & hahy yos tornays sopas» vos & outros com caoadas«

Brigoso juys de fora, 30 em saber gram malhadeyro, fysyco alcouyteyro, parefeys bonrrado odrey ro , homem de cabo de Nora.

1) Orig. ptr€^ty9.

050 ^ QAR^U DB BBB8BNDB.

Uo8 traiejfs algum esprito» qoe V08 faz tanto bolyr: marrano» quo quer pedir com maas trouaa per eaerito.

5 Pare^eys curto laguarto»

pintor manco d'uma p«riia

k piparote ou quarto,

tjDteyro, fraacoy ou lanteraa.

Deaeaaeguado trotam, 10 em que nunca caualguaram,

frade que de nojl'acharam

& com putam amalharam

em trajoa de rrefyam.

Crelegueie guorrjfam, 15 que com dia buaca a cama»

A com furia derrama

pychel de ?ynho no oham,

por sae faser rrebolam.

Guajeyro que Tay ha horfa, ?o que eu com coufea emborco,

tereys latada de nor^a,

beocds de velho orquo.

Gram ouHqo de caatanha, [F. 2251

. moordomo- de cogumelos , 25 pare^eys Pero d'Espanba, ' homenzynho de patranha,

de maa feycam Sc maos pelos» Syseyro dos colos 'eloa; preauqnys de muy agudo, 30 confeyteyro rrebuludo, sotyl mestre d'abrir selos.

Por muy espantado m'ouue do trouar Palen^eano, mas por serdea moucho oufBo 35 me aptouue.

DB ftAR^U im RRMBNPR. ^

Preeguador rouy sedeiido» c'aiegua sempr'o Ezcoto & feyty9eyro o'o loto, ou porteyro do estudo.

5 Malhadeyrynho madrafo«

como cachorro ardido,

yendeyrinho» gram tarra^,

prior que faz o rrechafo

sobre chuma^o. 10 Cristam nouo antremetydo«

pucarinha de Judya,

em que tem rroym e8pe9iä9

leelo que cbamafli Lucre^ya,

odrete de MalTaaya.

15 Gozo morto em tormenta,

ou rredondo brebeguam,

mal d'esposto foliam,

em que todo pouo atenta.

Em trouar nam teodes gra<^: 20 quereys tocar agudeza;

mas a vos'sa sotylesa

he na tauema ou ua pra^.

Tode-esta yosa'obra feede

ha leö-la, aegundo vejo, 25 ayseyro tomado em rrede»

bucarejo,

Se V08 oulho por de fronte«

pare^eis muy curto ma^o» . ou gram caldeyram de fönte 30 & pyloto do adar^.

Cangrejo que liam val nada [F- 226*]

& quer soster preannfam, pichet de mea canada, bilharc[a bela ou bulbam.

652 ^^ GARQU DB RRESENDE.

Jogral c'anda' em estaao com berymbaao. frade doudinho de Fran^a, por gram yelhaco ysento, 5 c'a tauerna he seu conaenio per eran^a.

Rebolo qo'aDd*o-o rreyes, criareys em caaas pombas, odre, Tolto do enaes 10 com peguama^oa & rronbas. Eacarauelho ou bisouro, qa'em couaas ^ajas aferra; pare^eys sirgueyro Monro, qile sabe pouco da goerra.

<5 Pare^eya peqaenq feyxe, ou rroym trooza de pano & te^elam de Condejrxe marrano. Lefen^eado aem tento,

20 que presume de sotil, sabereys pulhas cem mil, trouays ^ujo &. ca9urrento.

Rabicurto samcristam, qu^emsyna mpcos a 1er,

25 k ouriuez beberram, que quer ser alquemista, sem saber. Eu vos acho roaao endi^io em cuydardes que soys hum

30 em trouar & noutro officio, & em tudo soys nenhum.

Homemzinho poleguar, que com mas gracas enfada, 0 Orlg. e^io.

DB ftAE^U RB18BNDB. 6Ö3

Jadeu qu'enssjnaa daofar, pardal com capa k espada. D'iirremedar A troaar 8oy8 am Toroar 5 oairo rroupeyro segundo, A cujrdays qae sojrs profondo» nam tendo majra que pairrar.

Pare^eia gaansao ypotenle [F. 226^]

ou ^er^eado tostain, io yerreador de Benauente

& rrendeyro do carnam.

Bern ¥08 poder'eo matar,

800 de poro corrimento;

ae nam fora por eaiar 15 em moorea couaaa atento.

Hörnern de curla medida, rrecheado como figuo, poteiinho que tem triguo, caaguado ^ toaam ha brida. 20 Tronbeta do lumiar, tam rredondo como cha^a, & Pyneu com grande ma^a» que 80 quer c'um grou matar.

Aljubeyro qnartaludo, 35 maia rredondo que hum alho;

falajfa, trouajra, faseya iudo,

& em fym aojfa hum bugualho.

Juyi da caldejraria»

qu'enaynaa baylar texugoa» 30 ma^am que foy d'agom3ra,

& meatre de geomeiria»

ou batifolha de Burgoa.

1) 9ici

854 "^ Gk^t^JK !>E HHB9F«DB.

Troua sua 'Afonsso ^'alenle do cabo d'eslas.

Como gozo sorreleyro

GuydaBles que por rrafiteyro

TOS nam podia a^erlnr;

hora olhajr ess'npodar, 5 & verej'8 se ssam ^erlcjro.

E quem fez larh mao pcear

de »OS, e»lanil« em Tomar,

seni errar huin conssoanle,

se V08 teuera diante, ia nuaca podera acabar;

tc goardor de mais troiiar

d'oje ausDie.

Estas corenla & ojto Irouas fcz Gar^ia de Rresende por [F. 226°] mandado del rrey, uosso senlior, para lium jogno de carlas se juger no seram d'cslu iiiancira. Em cada carla sua Iroua escrila, & sam v^nte & qualro de domas & rynte & qoalro d'omees, s. doze de louuor & doz« de desloDOor. E baralludas todas, ham do tyrar huma caria em nome de foäa od foäo, A emlam le-la alto; & quem a^rUr o loooor, byra a bem, & quem tomara de matl, rryram d'ele.

Comefam loguo ot louuoret dat damai, o$ guaet fex todo» ha» «etiAffra dona Joana de Mendofa,

Nam se; qae pwsa diser

por T98, qae si^ loaoor; <s que se tam ousado für,

perderey o eotender.

Qnando quero comefar,

he cousa qne nam tem cabo:

attles me qnero oakr 10 qu« cuydarem que tos guabo.

H eAl^lA DB BlBOraiB. 655

Fermosura tam ssobeja ¥08 deu deos qaa antre Boa, que nam Bey qoem vos bem reja, qne sse nam peira por tos. 5 Que noa de;a aempre cujdado, qae nos mateya eada ora: antes de vos desamado, c'amado d'oatra aenhora.

Poys 8o;a sem oompara^m 10 de todaa qoantas iia9eraiii,

05 que por vos sse perderam, bem sse perdem com rreiam.

E poys Dunca vimoa tal , [F. 226']

nem creo que vyo nHigoem: 15 que fa^ays a todos mal, eu diguo que faieys bem.

Tendes tania gentileia, tanto haar na fala A nyi, que quem vos, senhora, vyr, 30 Dunca senlyraa triateza. Fostes no mundo nafida com gra^as (am escolbidaa, que 800 por tos ter seruida . daria duaa mll Tidaa.

35 Uossas grandea perfey^öea,

manhas & deaenTolturaa

tyram iodalas triaturaa

que acham noa corafOea.

Uossas peuaa aam prater, 30 TOSSOS cuydadoa Titoria,

Tosso mal he bem faier

6 Toaao eaquefer memork^

Quem Toa nam Tjro, nam tem ?ida, quem tos tti» aertio, atnhMrai

656 1>K GARgU DB RRE8ENDB.

pode contar por perdida toda sa yida teegora. E quem vyr tal fermosura» aeja ferto, qu'a de ier» 5 em quanto yiuer, tristura, juDtoa pesar & prazer.

Do que yos tendes de mays podeys dar a todas parte, & em vos ficar que farte, 10 8sem fale9er o que days. Que todas queiram tomar manhas» gra9a & pare^er, de vos nam pode mingoar, quanto nelas majfs cre^er.

15 Dama de tal fermosura»

dama de tal merefer,

0 que yiue sem yos ver

nam teue boa Ventura.

Para que'e vida ssem vos? 20 nem sse pode chamar vida,

e sse nam fore^s nafida,

porque na^eramos nos?

Quem vyo nunca tal senhora, [F. 226*]

quem vyo nunca tal molher, '^5 que poode dar, sse quiser,

a morte & vida num'oral

Certo nam dyra ninguem,

que sse vyo tal criatura,

nem que tal desenvoltura 80 doDzela teue, nem tem.

Soys tam lynda, tarn ayrosa, que muytos malais por fama; ante vos nenhuma dama nam sse chamara fermosa.

DE 6ARQU DB RRE6BNDB. 657

Porque quantas damas ssam, junUa'ssoo numa fegura. Dam teraa comparafam ante Tosaa fermosura.

5 Se no mundo sse perdesse

quanto sse pode caydar,

iudo TOS poderejs dar

sem qae nada fale^esse.

Porque o qu'em vos ssobeja 10 he ianio c'abastaria

a mil mundos, & teria

cada huma o qae deseja.

Cabo.

Em ssaber & descri^am,

em yerdudes & bondade 15 & em toda perfey^am

tendes primor na yerdade.

Soys tambem muy pyadosa,

amiga de todo bem»

sobre tudo a mays fermosa 20 do c'ouyyo nem vyo ninguem.

De deilouuor da$ dama$.

Uo8 nam soys muyto manhoaa» nem matays ninguem d'amorea, soys mays fea que fermosa, tendes poocos seroidores. 25 E o que tam enguanado [F. 226']

for que !he pare^ays bem, a mester desenguanado de TOS mesma ou d'algaeoL

Na dan^a ssoys muy atada, 30 no baylo pouco geytosa,

42

DE OAB<;U DE BHESE-NDB.

em paseear dessyrosa, etn falar deseograi^ada. SovH hum ponro ja taliida de lempo pera c*B«r, s & nam ssojs muyto aguda em escreuer, nem falar.

Poj's que por gualantaria nunca aveys de aser condesaa, o men coossetho seria 10 trabalhar por abadessa. Seruireys dosso seuhor, tereys i.erto de comer; se quiserdes seruidor, aBin sa laa de fale^er.

ts Pereceys mal em janela, em sseraSo inuyio pior, soys mays Tria & ssem ssabor do que nunca vy doneela. Hob fareys bem d'enssjnar

30 as damas moc^s a ler; nam a TesUr, nem falar, pojB o nam asabeys fner.

Uos nam bbo>s para unbora, nem menos para ter^eyra;

vt se me urerdea desd'agora, parefeys jaa mal ssolteyra. E pois manhas para dama nam teudes nem pare9er: casay-ros, & pode saer

n que aynda asereys ama.

Se d'algnem por an^ade TOS foaseys desenguansda, A TOS falasse a Terdade: flstaryeys na potisada.

DB eAl^IA DB RRBflUSmB. 659

Para vos oam be aaeraflo, dan^a» nem bajio moariaoo; em fea pondes o rrisco mays alto qae quantas salo.

9 Em falar saoys emxabida [F. 227*]

& em rryr desengra^ada,

ssois muj pouco antremetida,

em rresponder mny pejada.

Soys tambem deaensaoada, io para dan^r tordiam,

quifa 8se foreys yezada,

baylareys baylo Tllam.

Nam Toa acbo nenhum jeyto

para dos matar d'amores, i5 0 corpo nam he bem feyto,

as manbaa asam aenasaborea.

Nam sota das mays eatimadaa,

nem meuos daa mays aaabfdaa;

qae muytas asam as cbamadas 20 & poucas as escolhidas.

Nos, seohora, perdoay» se mal diguo, sse mal fa$o em diser qae vosso pay fes mal traier-Yos oo pa90. 25 Antes fora bom coDSselho meter vos ssalaador, ou casar-uos c'aam doutor» aynda qae fora velbo.

Falays com pedras na mfto, 80 como qae fosseys fermosa, & soys may presmrtaoaa sobre ier maa cond^am. Nam ssoys mayto bem deaposta, nem paroQeya moyto bem;

660 ^^ GilRQIA DB RRE8BNDS.

86 com ¥0800 fala alguem» a todo8 days maa rreposta.

Senhora» de meu conaaelho«

por Tiuerde8 de8caD88ada, 5 goarday voa de ter eapelho»

nem tos entre na pousada.

Qae 86 yirdea o que yemoa,

direys, que temoa rrezam

de rryrmos & de dizermoa <o que tendea muy maa fejfQam*

Cabo,

So;8 muyto maa de seniir» & 8oys 8empre rrauinhoaa, nam quereys ver» nem ouuir, [F. 227^]

tambem tocajs de nrayuosa. , 15 Sojf8 88oberba, 8Sojf8 infinta, 80^8 muyto forte molher. 8'eu tomar papel & tinta» muyto mays ey d'e8creuer.

Loiiuor do$ homens,

Sam tarn gentil cortesaSo, 20 que 8'as cäas me nam vieram»

as damas todas ssouberam

que dou mate a quantos ssaäo.

Nam eure de yaydade,

pico-me de gracioso, 25 tambem, de falar verdade,

as vezes saam comichoso.

Sam muy nego^eador, falo aempre aa poridade, tenho muyta grauidade 80 loguo parefo ssenhor.

DB GAB^fA m wasmuL Sgl

Sam sesado & auisado, & sam gram yesitador d'ofifiaesy ou priuado tambem de qualquer doutor.

5 Sam muy brando & temperado,

& por mens amignoa fa^a,

ando maj acompanhado

da pousada tee o po^o.

A todos rreapondo bem, 10 sam grande motejador^

k estaa-me bem bedem»

nam ssendo cauaiguador.

Antre lodos cortesafioa m'an d'emxergar & oauir:

19 sey bem as damas seniir, bulo sempre co'as mafios. Sam ssotil, brando & delgado, mays huniuerssal que todos,

& ssobr'ysso tam honrrado

20 que dou tres figas os Godos.

Sam muy soHo do falar, falo tado qaanto quero, nam me daa nada de dar [F. 227*]

mas rrepostas & sser fero. '

29 Soo na danfa muy ayrosor & bom musico tambem,

k tambem ssam grafioso mas se a eusta' d'alguem.

Que me tos rejays ealar,

30 eu traguo muyto boom jogo, ando tam perto foguo que m'ey nele de queymar. E por sser moyto descreto, me fazem taiitos faoores;

ge2 ^B 6ilR(;iA DE RRB8BNDB.

vay-me sempre bem d'aroorea, porque me tem por secreio«

Eu ssam muy anlremetido

com as damas & senhores, 5 & com todoa muy valido,

& ando sempre d'amores.

Trage as damas em rreuolta,

nam me ssabem entender,

k aa que'e mays desenvoUa, 10 he-essa dou mays que faser.

Eu ssam muy genlil galante d'idade par'o consselho; k que sseja bum pouco velho, sam nos amores costante. 15 E ssam muy bom ca^ador de toda sorte de ca^a; sey bem rrir a huma gra^a, sobr'ysso bom dan9ador.

Sam bem desposto & fremoso, '20 & que sseja hum pouco fryo,

sam em ludo muy maiiboso,

& em mym muyto confio.

Sam das damas seruidor,

em muytas cousas ssabido, 25 dan^o bem, ssam trouador,

k mays ssam muyto prouido.

Eu prezo-me d'escreuer k dar consselho nuuns motos, sey bem cantar k tanjer, 30 alguns ssam em mim deuotos.

E ssam prezado das damas, [F. 227^]

estimado dos ssenhores, k com todos mens fauores nam Ibe tyro sauas famas.

M UMijU m BMBSINIli. 663

Eu Mam moyto d'aalimar & assy Mam estioiado, «

porque sse; bem apodar & tambem aaer apodado. 5 Eu ssam mujfto graziöse, deapejado .no terreyro » qaero me fazer pompoao, Dunca falo e-eacudeyro.

Cabn.

Eu ssey bem falar trocado 10 & dar d'olho o-oa derredor»

presumo d'andar dobrado,

falo coaaaa de primor.

Sam desi'arte zombadory

& nam m'acod^ ninguein» 15 sam lonje de asemaaabor,

folguo de pare^er bem.

De deilatmor.

Uo8 nam no tomeya por yoa, mas vos aojrs tarn deaajrroao, que fareys qualquer de nos 20 de ssemssabor gra9ioao. De mula & de caualo, DO terreyro & no aaerfto soys tam fora de fei^fto» qu'eu ja nam posso cala-lo.

25 Vos m'entendeys bem, aenhor,

quando vestia a lobeta,

que pare^eya prouiaor,

caualguador da gyneta.

Soya hum pouco deaaiado w e nam muyto deaemvoko»

DE GARCIA OB HRRfiKWB.

em manbas nam mu.^to sollo, em dsr que rryr avezado.

Vossos iliaa jaa passaram,

loguo parece^s passado, i 6oyB das dsmas emjejtado,

e iiuncB vos emjrjlaram.

Soys mais pay que aeniidor, [F. 227']

Boys mais nvo que gunlante,

por ysso deeoje avanle 10 deyiay as damas, senhor.

Uos aiidays arrapiado. nam ssabemos »sc'c de frio. & ssoys jaa lain eragelbado c'aas damas fazeys faslio. n Se o causa Almeyriqi ou esiFs frios d'agora, tinr mer^e, crede m'a myra, nam emfadeys a senhora.

Que mostreya ser conBido, 90 DOS ontros ubemos bem,

0 qu'a de ler on que lem

0 gualante namorado.

Soys hum pouco irepincbado,

bom para ver em jubain, 33 & pare^eys fradeguam,

B'estays desatabyado,

Gualanle braafainador tendes fey^am de TarrSo, ■am loDJe de seemssabor w coma perto de^albalo. ,

Quem yslo tomar por »y, ha de aaer hörnern de ps^, tc jaa ea Tejo d'aqdy alguem poito «m embirafo.

Dl^ GABQU DB RRB8BNDB. 665

Porqne v jedes oo sserlo» pörque tos meteys na daofa» pois que pera cortesafto andays muy lonje de Fran^a. 5 Soys muy frio & asem ssabor, & sabeys tos mal restir; emtam quereys presumir de gualante & dan^ador.

Uos soys longoo & destripado, 10 bem pera folguar de ver,

pare^eys grou espantado,

bode morto por comer.

Se TOS Tier ter aa mäo

esta carta, por a9erto» 15 quer esteys longe, quer perto,

todos TOS conbe^raSo.

Gualaoie ssem sse Testir, [F. 227']

namorado ssem ter dama, desauyr, tornar a aTyr, 20 ele sse ama k desama.

Sem ninguem luyta conssyguo, ele caae, ele sse aal^a; quem olhar ysto que diguo» Teraa de que pee sse cal^a.

25 Que TOS eu pare^a assy,

nam tou laa, nem fa^o myngoa,

que nam solle muyto a lingoa,

outros piores 'a aquy.

Eu nam ssey, porque nam ssam so no pa^o muyto Talydo,

poys que ssam curto & corrido,

& tenho gram presunfam.

Uos sois muyto emfadonho & falays sempre de ssyso

666 ^^ GAR^IA DE RRE8BNDE.

& amostrays tos medonho por DOS tolherdes o rriso. Mando-yos eu meter medo, mando-yos arenguear, 5 c'aaeys d'auer tard'oa fodo que coase'e d'esgraayiar.

Cabo.

Uos andays amariotado, que ssejais mnyto sabido, & anders atabiado, 10 andays sempre entangaido. Ayeys mester enxuguado ao ssol k muyto quente, ou muyto bem apodado, por dar despraier aa gente.

DEO GRAgiAS.

cabouss e de empremyr o canf yo- neyro geerall. Com preailegio do mayto alto & mayto podcroso Rey dorn Manuell nosso seohor. Que ncnhQa pessoa o possa empremir nS trouaquenellevaa. sobpena dedozentoscnuad* & mais perder todollos volumes que 62er. Nem menos 0 poderam trazer deforado reyno aven- der ahyuda ^ la fossefejto so a mesma pena atras escrila. Foy ordenado & emedado por Garfiade Reesende fidalguo da casa deIRcy nosso senhor & escriuam da fazenda do principe. Come^ouse emalmeyrym & acabousena muyto nobre & sem- preleall (idadede Lixboa. PerHermSde cäpos alcma bSbardcyro delrey nosso senhor & empre- mjdor. Aos xxviij. diasde setebro da era de nosso senhor Jesu cristo de mil & quynhent* &vf} anos.

Tauoada de todalas cousas que estam neste lyuro, assy em ordern como nele vam, & nas cousas de folguar acharam

hum synal como este. ji.

(Tom. IJ

Pijmejrtmente ham prologao de Gtrfia de Rreiende derefjdo

ao priD^ype nosso senhor. XXIX

Ai troaas qne sse f^ieram do caydar k losplrar. . . ]. 1 De dorn Joam de Meneses sahyndo d'uns amorei e enlrando

nootroa xt. 106

D>ita folba alee ai deioyto folhas he tado trooas luas. . xrii). f Do eoadel moor sobre as corles que sse fizeram em Monle-

moor. . . xix. 136

Oalras laas lobre os bispados xlx.

t Troaas aaas as damu , xix. 142

t Omras a Gar^ia de Melo ix. 144

f Outru a Rniy Monyi xx. 161

Troaas a Joam Affonsso d'Aaejro xij. 167

t Oatru a Fernem Cebral xij. 169

Troaas soas d*es(a folha atee xxtlU. 178

D'Alaaro de Brito Pestana a Luis Foga^a xxlUJ. 179

t Troaas A canügas saas d'esta folha ale as folhas. . . xxxlj.

De Nano Perejra, porqae casoa sua dama xxxlj. 249

t Troaas k eantygaas saas d'esta folha alee as folhas. . . xxxt.

t D'Alaaro Barreto a Alaaro d' Almada xxxt. 272

t Oalras saas a el rrey dorn Afonsso xxx?J. 275

Troaas k cantigaas saas xxxrij. 279

De Daarte de Brylo de coasas que Ihe aeonte^ram k tjo. . xxxfIJ. 286

Troau k eantygaas saas d'esta folha atee u folhu. . . xxxtUJ*

De Dom Joam Manuel ha morle do prin^epe xutUJ. 374

Troau k eantigas saas d'esta folha atee as IJ.

Os »nunea vy antra prlaados" U* 394

Troaas k eantyguu saas d'esta folha atee u folhas. . . IfJ.

t De dorn Marilnho da Sylaeyra de noaas k homa cantygaa sua. IfU- ^^0

OaBtieatlre gtrak ID. ^^

670

Mhft. HC.

Cantygaa de dorn Brolym k de Diogao de Mjranda k de Fer-

nam Telei k Diogao 5c Sancho de Pedrosa I?U.

De Luis d'Aieaedo aa morte do Jfante k hama canligaa soa. 1?HJ.

t De de Craslo a Anrriqae d*Almeyda MiJ.

t De Pedr'Omem trooas k eantigaas lii.

D' Anrriqae d^Almeyda sete cantigas Il

De Joam Barbato, da'Tjsos Ix.

f Oatras saas d*aum sonho Iij.

t De Diogao Poga^ au damas k qoalro cantygaas. . . . bj.

De Feroam Lobato a huma molher Iij.

De Gil Moni! a homa molher IxiJ.

D^Afonsso Talente a dona Guyomar k grosa d*ama eantigoa k

hama preganta IxiJ.

De Rray Monix a soa dama IxlJ.

t Troaas k eantigaas suas d'esta atee as IxiliJ.

CTam. nj

De Tristam Teyxera trei cantlgaai hUg.

De Jorge d'Agniar eontr*a8 molherei MIU.

Troaas k eantigaas saas Iir.

De Femam da Silaeira aas damas, em qae se fei morto. . Ist.

t Troaas k eantigaas saas IzfQ.

De Diogoo Xaream em hama parüda k duas eantigoas sau. IxtII).

De. Joam Oomei da Ylha a rraxam Iifitl.

Troaas k eantigaas saa» In.

De dorn Goterre noae canliguas Ixx.

Do conde de Borba dez canligas Ixxj.

Do conde de Vyla-noua desauyndo k grosa saa a hum moto. In^-

Do conde de Taroaca hama pregunla luij.

Del rrey don Pedro qualro canligas IxiU.

Do Jfante dorn Pedro a Joam de Mena k a rreposta. . . Ixxlj.

Do jfante sobre o menospre^o do mundo obra grande. . . Ixxiij.

Do conde do Yymyoso a huma senhora Ixxix.

Troaas suas k d'Ayres Tylez sobre hama perca d'amores. . Ixxx.

Troaas k cantygas do conde, d'esta folha alee as folhas. Ixxx?).

De dom Diogao, fylho do marques, troaas Ai. cantygaa sua. hxxvj. 158

Do coudel mor Francisco da Sjflueyra a Alvaro da Ganha. . IxxxtJ. 161

Troaas k eantyguas suas, d'esta folha atee as IxxxviU.

De Joam Foga^a a dom Gon^alo lxxxTi(J. t77

t Troaas k canlygas suas, d'esu folha atee as follias. . . xe.

De Diogao Brandam aa morle del rrey dom Joam. . . . xe. 190

Troaas k cantygaas suas, d esta folha atee as folhas. . . . xe?y.

De Luys Anrriquez aa morle do pryn^ype xetU, 237

Troaas k eantigaas suas, desu folha atee as folhas. . . . etj.

671

folluu paf.

De Joam Rroli de Caslel-branco a Antonio Paebeoo. . . . eij. 293

Trouas k eantiguas soas ctIJ. 297

De Rray Gon^Iaei trouas saas c?ij. 306

Deiaseys eantigais suas c?lij. 808

Do doator Francisco de Saa grosa d'nma cantygoa. ... eis. 316

Oalra groia & ciintigas suas ex. 319

D'Anrriqae de Saa a Dioguo Brandam ex. 326

f Trouas k canligas suas, d'esla folba alee as folhas. . . cxij.

De Femam Brandam trouas k cantyguas suas, d*esta folha

atee as folhas rxllij. 344

De Joam Rroiz de Saa sobre alguns eseudos d*armas. . . . exlüj. 358

Trouas k eantiguas suas, d*esta folha atee as folhas. . . . exxfij.

De Luys da Sylueyra sobre o eclesyastes exifiij. 456

Ctntygnas k trouas suas, d'esta folha atee as folhas. . . . cxxx.

De dorn Lays de Meneses canlyguas k trouas suas. . . . cxxx. 473

f De Joam Afonsso d'Aueyro a Vasco Arnalho exxx. 478

f Tronu suai a Lan^arote de Melo k ajuda de Nuno Pereyra. cmj, 480

Ootras suu k huma cantigua cxxxj. 481

t De Bras da Costa trouas k cantyguas suas cxxxij. 487

De Duarte da tiama ao secretario exxxlj. 493

t Trouas k cantygas suas, d'esta folha atee as folhti. . . exxrr.

De TrisUm da Sylua trouas suas exxxt. 516

De Pero de Baiam k Dioguo Lopez exxxvj. 619

De Gon9alo Mendez C^acoto trouas k eantigas suas. . . . exxxrj. 522

f De Femam Cardoso trouas k cantygas suas exxxfij. 529

De Gregorio Afonsso os arrenegos k duas grosas suu. . . cxxxrilj. 634

De Joam Rroiz cantigua sua com grosa cxxxix. 545

Daas epyitolas lyradas per ele do Latym, d*esta folha atee. exUJ. 548

De 1 0 u u 0 r.

f De Fernam da Sylueyra em louuor de sua dama. . . . cxlU. 571

f De Nunc Pereyra em louuor de sua dama oxlili. 578

f Do eonde de Borba a dona Lyanor exlüJ 583

t Da aeiüiora dona Feiipa cxlilij. 689

t Do eonde do Yymioso a tres damas exlüij. 591

t Do eonde a huma senbora exlv. 593

(Tom. mj

f Do craneyro a dona Feiipa. exlv. 1

t De dom Dioguo a dona Briatiz cxIyIJ. 12

t De dom Joam Manuel exivilj. 25

t De Pero de Sousa a dona Maria. ......... exlix. 27

t De Pedr^Omem estrybeyro mor cxUx. 29

t De Jorge da Sylueyra exlix. 32

43

672

Mka. fif.

t D*Ayrei Telei a dona Joana eL 37

f De loam da Sylaeyra a dona Margaryda Freyre d. 43

t De Jorge d'Aguyar clj, 5t

f De Sym&o de Sousa a dona Brlatii clij. 54

f De Sym&o de Myranda a dona Briatii clilj. 63

f De Sym&o de Soosa a dona Guyomar clllj. 61

f De Gar^la de Rresende ellüj. 7t

Coosas de folgar.

f De dorn Joam a hama dama que beyjaaa dona Guyomar, cliilj.

t Da bargaylha de dom Goterre ellil].

f Das paneadas dos cantores elT.

f Da dama goarne^yda clfj.

f De dom Goterre aos Jyböes . cWij.

t Do mongy com capelo cUi|j.

t Da mula de Louren^o de Faria cWliJ.

f Das alealadas de Joam Gomei cItIQ.

f Da barba de dom Rrodriguo elTiU.

t Das earapo^as de solya clvifj.

t Da gangorra de Lopo de Sousa clii.

t Das ^eroylas de Manuel de Noronha rlii.

t Das de per*altesa cl&l||.

t A dom Joam Pereyra cliiiij.

t D'Anrrique d'Almeyda cIit.

t De Pero de Sousa Rrybeyro eliT.

f Ao baram d*Aluyto eIxTj.

f Do baram a Lionel de Melo dxfj.

t Da lingoa que tanlo inonta clxfj.

t De Lop'AIuarcx de Moura clxvj.

f Do troleyro do conde prior clxipj.

f Do mache de Luys Freyre clx?ij.

f Do coudel mor com rrepostas clx^ij.

t Dos seruydores de dona Lianor clxfÜJ.

t Do prior de Santa Cruz ehtrlij.

t Do caualo de Joam Gome/ clxix.

t Do Jaex de Francisco d^Anliava clxi^.

f De Pero de Sousa k rreposta clxxij.

f Das lelras k cymeyras clxxiij.

f Dos porques que se acharam clxxifij. 238

t Do qae sayo no braseyro clxxv. 243

t Das esporas de Symam de Sousa dxxvj. 25t

t De Francisco de BiueJro tV rreposta elxzrij. 258

t Do pelote de Symäo da Siiueyra clxxli. 273

t De Jorge d*OJiueyra clxxlx. 275

t De dom Anrrique clxix. 286

673

folba. paf.

f Da eimli« de dorn Francisco eUiiJ. 290

f Das marUs de dorn Jeronimo clnij. 294

Do eonde a Lays da Sylueyra, de Loys da Sylaeyra ao eonde. elxxiij. 297

f De Lopo Fortado Gastelhano clnxfj. 301

De Diogno de Melo a Ayres Telez clxxxlj. 304

Trouas k eantiguas saas elxxxilj. 306

De dorn Pedro d'Almeyda a dona Briaüi de Vilhana. . . . elxxxiij. 31t

Trouas k eantiguas suas elxxxlllj. 313

De Sym&o da Sylueyra eantiguas ,...,.. elxxxiiij. 321

De Jorge de Rresende a liuma mollier elxuüij. 323

Trouas k eantiguas suas, d*esta follia atee as folhas. . . . clxxx?iij.

t De Joain da Silueira a Pero Monis elxxxfüj. 356

Uilan^ete de loam da Sylueyra clxxxtx. 359

De dorn Rrodriguo Lobo clxxxix. 360

D*Aluaro Fernandex d'Almeida elxxxix. 361

Trouas k eantiguas suas exe. 362

f De loam Gomez d*Abreu cxo. 370

[Cantigua de Francisco d*Almada. cxcj.] 376

De Francisco Lopei a huma mollier cxcJ. 377

Trouas k eantiguas suas exeij. 381

De Bernardim Rri]>eyro cxeij. 389

t De Pero de Sonsa Rribeyro cxciij. 393

t Do baram ao eoudel mor cxeiij. 397

De Sym&o de Sousa a dona Caterina de Figueyroo. . . . cxciij. 398

Trouas k eantiguas suu, d'esia folha atee exevj.

Do estrybeyro mor trouas k eantiguas suas, d>sta folha atee. cxcfij. 420

De Fran^iseo Mendei o ftrade cxefij. 429

D^Ayres Telex a huma dama excviij. 438

Trouas k eantiguas suas cxeix. 439

De Dnarte de Rresende excix. 444

D'Antoneo Mendet lamenta^am ee. 452

Trouas k eantiguas suas ec]. 456

De Dioguo velho da chan^ellaria cej. 462

D'Anrrique da Mota a huma molher ttj. 468

f Trouas k eantiguas suas ceij. 470

t Trouas suas a hum clerigo. eeiij. 477

f Outras suas a hum alfayate eeiilj. 483

f Outras suas a hum ortelam oct. 491

Ontras a hum sen amyguo ee?. 495

t Outras suas a dorn loam ce?J. 502

t Ontraa a huma mula eoTj. 505

t Outras suas a Yasco Abu! eclx. 523

De Bernardim Rribeyro eeij. 539

De Manuel de Goyos ao eonde do Yimioso ecxtj. 545

Trouu k eantiguas tnu eexlij. 552

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Bemerkung.

Um das Erscheinen dieses Bandes, wodurch Resende*s Cancioneiro dem Leser nun vollständig zugänglich ist, nicht zu verzögern, sind die in der Vorrede des ersten Bandes an- gedeuteten Zugaben von Seiten des Herausgebers einer spate- ren Veröffentlichung vorbehalten worden.

Mit dieser werden sich dann auch einige Berichtigungen und Aenderungsvorschlage in Absicht auf die Textkritik einzel- ner Steilen verbinden.

Druckfehler.

Aller aaft^ewendeten Mühe angeachtel haben 8ich doeh aaeb im iweiten ond dritten Bande des Cancioneiro mehrfacbe, daranler sogar einige sinn- stOrende Drackfelilcr eingeschlichen, welche der geneigte Leser ta entsebal- digen and zn berichtigen gebeten ist.

In Band 11. ist S. 64, v. 14 das ? zu streichen. S. 72, t. 11 nach abaslanle ein ; za setzen. S. 92, v. 25 ist die entsprechende Yerszahi am Rande zu ergänzen. S. 199, v. 11 vor poder ein , za setzen. S. 203, ▼. 1 ist statt fones zu lesen fontes. S. 286 in der Zeile 3 der Ueber- schrifi St. mandoulh'o 1. mandoa-lh*o. 8. 321 im Colomnenlitel st. DOUTAR 1. DOUTOR und S. 233 in ebendemselben st. FRAN<;i8CA 1. FRAN(;iSCO. 8. 361, v. 15 nach Portagual das , la streichen. 8. 372, V. 14 St. Vyde 1. yyde. 8. 428, v. 19 st. d'AAa 1. dana. 8.430, T. 18 St. vor vos 1. por vos. 8. 453, t. 23 st. comyanheyro 1. eompanheyro. 8.536, st. Dorn elas 1. d'Ornelas.

In Band 111. ist 8. 175 im Columnenlitel st. RRIOR t. 1. PRIOR.— 8. 424 Anm. 1 3, st. Oig. 1. Orig. 8. 444, ?. 1 st. qne 1. que. 8. 472, f. 18 St. tanha I. tanta. -> 8. 491, in ZeUe 6 der Ueberschrift ein , zu setzen. 8. 495, die " zu v. 4 11 la streichen. 8. 504, V. 31 sL nam ssua 1. na ssua. 8. 605, ?. 2 st. Jejuaor 1. Jejnar. 8. 508, V. 14.st« Tossa 1. vos a und v. 28 st. m'a 1. mA. 8. 510, v. 6 st. aleoentre 1. Alcoentre.

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