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Tomisideos neotropicais V: Revisão do gênero Onocolus SIMON, 1895 (Araneae, Thomisidae, Ste- phanopsinae).......--..-+-.reneseeneneneneenen en p. 3 BRAUN, P.C.; BRAUN, C.A.S. & PINEDA, M.D.S. Ocorröncia de Physalaemus nanus (BOULENGER, 1888), no Estado do Rio Grande do Sul (Anura, Lep- todactylidae)..... a a REN ARE ee Rep p. 99 MOTHES DE MORAES, B. Ocorrência de Erylus topsenti LENDENFELD, 1903 na costa do Rio de Janeiro (Porifera, Demospongiae)......... cce rsreo p. 105 BRAUN, P.C. & BRAUN, C.A.S. Ocorrência de Hyla pinima BOKERMAN & SAZIMA, 1973 no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil (Anura, Hylidae).......... p. 113 GASTAL, H.A. de O. Lista preliminar dos Asopinae do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil (Insecta, Hemip- tera, Pentatomidae) ...-- «++ --+++-rrrr er eneennnee ne p. 119 LISE, A.A. Tomisideos neotropicais VI: Sidyma kolpogas- ter LISE, 1973 descricäo do macho e nova ocorrência (Araneae, Thomisidae, Stephanopsinae) .............- p. 129 Museu de Ciências Naturais da Fundacäo Zoobotänica do Rio Grande do Sul Publicado com auxilio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnolögico (CNPq). Processo nº 40.3065 /79 FUNDAÇÃO ZOOBOTÂNICA DO RIO GRANDE DO SUL Entidade de direito privado, instituída pela Lei Estadual nº 6497 de 20/12/72. EOCEONANICa: (Supervisionada pela Secretaria de Estado da Agricultura). Governador do Estado JOSE AUGUSTO AMARAL DE SOUZA Secretário de Estado da agricultura BALTHAZAR DE BEM E CANTO Presidente da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul JOSE WILLIBALDO THOME * Diretoria da Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul Diretor-Superintendente 3 JOÃO PEDRO RANQUETAT PAPALEO Diretores-Executivos do Jardim Botânica — MARTA ELENA FABIAN do Museu de Ciências Naturais — HERACLIDES SANTA HELENA do Parque Zoológico — HELIO FERNANDO SARAIVA Impresso com autorização e sob a responsabilidade do Diretor Superintendente da FZB (alínea d), art. 14, dos Estatutos — Decreto RS nº 22.683/73). Tomisideos neotropicais V: Revisão do gênero Onocolus SIMON, 1895 (Aranae, Thomisidae, Stephanopsinae)* Arno Antonio Lise** SNITASONA NOV 3 di RESUMO No presente trahã : da fevisão do gênero Onocolus SIMON, 1895. As es- pécies O. biocellatus MEL D- ITÃO, 1948, O. compactilis SIMON, 1895, O. echinatus (TACZANOWSKI, 1873), O. echinicauda MELLO- -LEITÃO, 1929, O. echinurus MELLO- LEITÃO, 1929, O. episcopus MELLO-LEITAO, 1934, O. granulosus MELLO-LEITÃO, 1929, O. infeliz MELLO-LEITÃO, 1940, O. pentagonus (KEYSERLING, 1880), O. per- ditus MELLO-LEITÃO, 1929, O. simoni MELLO-LEITÃO, 1915 e O. trifolius MELLO- LEITÃO, 1929 são redescritas e ilustradas. O. mendax SOARES & SOARES, 1946 é considerada sinônimo de O. infelix MEL- LO-LEITÃO, 1940. Paranocolus intermedius MELLO-LEITÃO,1929, a única espécie que compõe o gênero é considerada sinônimo de O. episcopus MELLO-LEITÃO, 1934. O macho de O. simoni descrito por MELLO-LEITÃO em 1915 é, na realidade, o macho de O. garruchus LISE, 1978. São descritos pela primeira vez, os machos de O. episcopus MELLO-LEITÃO, 1934 e O. infelix mello-LEITÃO, 1940. As espécies O. pallescens BRYANT, 1940, O. granulata( sic) BRYANT, 1940 e O. venustus BRYANT, 1948, as duas primeiras descritas para Cuba e a última para o Haiti e República Dominicana, não são incluídas no presente trabalho por não pertencerem ao gênero ora revisto. É confirmado o status de O. stolzmanni (KEYSERLING, 1880), (CAMBRIDGE, F.O.P. -, 1900: 160) como Tmarus stolzmanni KEYSERLING, 1880, concordando com BANKS (1902). ABSTRACT Thespider genus Onocolus SIMON, 1895 is revised. The twelve known species O. biocellatus MELLO-LEITÃO, 1948, O. compactilis SIMON, 1895, O. echinatus (TACZANOWSKI, 1873), O. echinicauda MELLO-LEITAO, 1929, O. echinurus MELLO-LEITÃO, 1929, O. episcopus MELLO-LEITAO, 1934, O. granulosus MELLO-LEITÃO, 1929, O. infeliz MELLO-LEITÃO, 1940, O. pentagonus (KEYSERLING, 1880), O. perditus MELLO-LEITÃO, 1929, O. simoni MELLO- LEITÃO, 1915 and O. trifolius MELLO-LEITÃO, 1929 are redescribed and drawn. * Trabalho aceito para publicação em 29/X1/1979. Contribuição FZB nº 161. Parte da Tese defendida e aprovada em Concurso à Livre-Docência de Zoologia, realizado de 16 a 18.05.1977 na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS. ** Pesquisador do Museu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Caixa Postal 1188, 90000 Porto Alegre, RS. Professor Adjunto de Zoologia na PUC-RS. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 4 LISE, A. A. The specific name O. mendax SOARES & SOARES, 1946 is newly synonymized with O. infelix MELLO-LEITÃO, 1940. The male of O. simoni described by MELLO-LEITÃO in 1915 is considered as being the male of O. garruchus LISE, 1979. Paranocolus intermedius MELLO-LEITÃO, 1929, the single species described for the genus is synonymized with O. episcopus MELLO-LEITÃO, 1934. The male of O. episcopus MELLO-LEITÃO, 1934 and O. infelix MELLO-LEITÃO, 1940 are described for the first time. The species O. pallescens BRYANT, 1940, O. granulata (sic) BRYANT, 1940 and O. venustus BRYANT, 1948, the first two ones described from Cuba and the third one from Haiti and Republica Dominicana are taken out of the genus now revised by not belonging to it. The status of O. stolzmanni (KEYSERLING, 1880), (CAMBRIDGE, F.O.P. - 1900:160) is sustained as Tmarus stolzmanni KEYSERLING, 1880, according to BANKS (1902). INTRODUÇÃO O presente trabalho é o sexto de uma série que tem por objetivo realizar a revisão dos gêneros que integram a subfamília Stephanopsi- nae, com representantes na fauna brasileira. O gênero Onocolus SIMON, 1895 ora revisaão, tem ocorrência registrada até o presente, para as Antilhas, América Central e do Sul. A quase totalidade das espécies que integram o gênero são restritas ao Brasil. Face à escassa exploração araneológica da Região Neotropical, mormente no que diz respeito aos Thomisidae, aliada à raridade de representantes deste gênero, é bem provável que novas espécies ainda estejam por ser descobertas. A exigua quantidade de exemplares de cada espécie encontrada nas coleções ora examinadas, motivada talvez, pela falta de emprego de tec- nicas adequadas de coleta, tendo-se em vista o habitat exclusivamente arboricola e o diminuto tamanho dos espécimes, é um fator limitante no estudo do gênero em questão. Coletas intensivas e extensivas, empregando-se uma metodologia de captura adequada ao habitat eminentemente arboricola das espécies, utilizando-se o guarda-chuva entomológico, poderiam prover as coleções de material mais abundante, propiciando o exame de séries regionalmen- te representativas de espécimes de ambos os sexos e em diferentes es- tágios de desenvolvimento, o que possibilitaria uma conceituação precisa das espécies. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 Tomisideos neotropicais V... 5 A revisão deste gênero tem por objetivo dar uma conceituação mais sólida às espécies conhecidas, baseada na redescrição dos tipos, fornecendo elementos para futuros estudos que tentem estabelecer as relações filogenéticas dos representantes da subfamília Stephanopsinae. MATERIAL E MÉTODOS COLEÇÕES ESTUDADAS Durante a elaboração do presente trabalho foram examinados espécimes depositados nas seguintes instituições: BMNH -— British Museum (Natural History), Londres, Inglaterra. MCZC — Museum of Comparative Zoology, Cambridge, Massachusetts, Estados Unidos da America. MNHN — Museum National D’Histoire Naturelle, Paris, Franca. MNRJ — Museu Nacional do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. MZSP — Museu de Zoologia da Universidade de Säo Paulo, Säo Paulo, SP, Brasil. MCN — Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil ILUSTRAÇÕES Todas as ilustrações foram elaboradas pelo autor, usando um microscópio estereos- cópico Wild-M5 com câmara clara. Machos e fêmeas de todas as espécies para as quais estes são conhecidos são ilus- trados pela primeira vez sob vários aspectos morfológicos considerados de importância taxonômica, obedecendo sempre um mesmo critério. As ilustrações foram elaboradas preferencialmente sobre o tipo. No caso da existên- cia de séries típicas ou de vários exemplares da espécie configurada e, na impossibilidade de se particularizar o espécime desenhado através de uma numeração própria, este foi colocado no mesmo frasco da série, em tubo individual, possibilitando desta forma sua futura identificação. MEDIDAS Todas as medidas são expressas em milímetros e foram obtidas com ocular mi- crometrica. Os diâmetros oculares são expressos em relação ao maior diâmetro da córnea, obser- vada em vista de perfil, o que elimina erros de visualização motivados geralmente pela maior ou menor pigmentação do olho, quando observado frontalmente. . Para as distâncias interoculares e para todos os dados biométricos expressos em função do posicionamento e diâmetro dos olhos, seguimos os conceitos propostos por LISE (1973:27): O comprimento e a largura da área ocular média (área dos olhos médios) são sempre tomados em suas maiores dimensões. O comprimento é tomado colocando-se o espécime de tal forma que o eixo longitudinal do cefalotórax forme um ângulo de apro- ximadamente 45º com a platina do microscópio. A largura é tomada na borda externa dos olhos médios posteriores. Assim procedendo tem-se em vista expressar o maior com- primento e a maior largura da área ocular média, uma vez que os olhos, via de regra, es- tão dispostos em dois planos, os anteriores frontalmente e os posteriores dorsalmente. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 6 LISE, A. A. Para referir a curvatura das filas oculares anterior e posterior é utilizada a nomen- clatura aqui proposta, referida em glossário. As distâncias entre os olhos da fila anterior são expressas em função do diâmetro dos olhos médios anteriores e, para os da fila posterior, do diâmetro dos olhos médios posteriores. As medidas de comprimento dos artículos das pernas e dos pedipalpos foram to- madas segundo o esquema da fig. I. O diâmetro do fêmur e a largura dos demais arti- culos do pedipalpo são tomados em suas porções respectivamente, mais espessa e mais larga. O comprimento do cefalotórax é tomado a partir da borda anterior do clipeo, quando este for proclive e, portanto, visível em vista dorsal ou, então, a partir da borda anterior dos olhos médios anteriores quando o clipeo for vertical, até sua porção mais distal. A largura é tomada em seu terço posterior, porção em que atinge a largura máxima. O comprimento e a largura do abdômen sempre incluem os tubérculos posterior e laterais. Face a escassez de material deste gênero, nas coleções examinadas, resumindo-se as séries típicas, quando existentes, a um número reduzido de espécimes, não raramente existindo apenas o holótipo e, mesmo este por vêzes não foi localizado, torna-se impos- sível dar um tratamento estatístico à biometria das espécies. Face a isto, as medidas referidas nas redescrições representam, sempre que possível, as do tipo. EXAME DOS TIPOS E SELEÇÃO DOS LECTÓTIPOS Não foram examinados os tipos de O. echinatus (TACZANOWSKI, 1872), O. pen- tagonus (KEYSERLING, 1880) e O. simoni MELLO-LEITÃO, 1915, apesar dos esforços dispendidos no sentido de localizá-los. De O. echinatus (TACZANOWSKI, 1872) não foi obtida qualquer informação que conduzisse à localização do tipo, o mesmo acontecendo em relação ao tipo de O. penta- gonus (KEYSERLING, 1880) o qual consta estar depositado “In der sammlung der Universitat in Warschau”. De O. pentagona SIMON, 1895( sic) (= O. simoni MELLO-LEITÃO. 1915) exami- namos o material do Museum National d'Histoire Naturelle de Paris, etiquetado como tal, porém, nenhum dos lotes apresentava dados de coleta referindo “Brasilia: Rio” com o que não se tem notícia do paradeiro do exemplar fêmea pulus usado por SIMON, (1895: 440-1) para descrever a espécie e que seria o holótipo. De Tmarus stolzmanni KEYSERLING, 1880, referido por CAMBRIDGE, F.O.P. — (1900:160) como “O. stolzmanni (KEYS)”, recebemos do Dr. Starega do “Institut Zoologiczy , Polska Akademia Nauk”, dois espécimes etiquetados como “Tmarus stolz- manni Keyserl Tombillo-Peru leg. Y. Satoleman. detm. E. Keyserling, Syntipi”. Os exemplares em questão pertencem à família Sicariidae, com o que julga-se ter ocorrido troca de etiquetas, embora os dados de coleta coincidam com os referidos por KEYSERLING (1880), para a espécie acima. Sempre que necessário, foram designados lectótipos e paralectótipos. Neste caso foram confeccionadas etiquetas com as correções propostas que passam a acompanhar as etiquetas originais. GLOSSÁRIO 1. Borda anterior do abdômen: é o segmento antero-dorsal do abdômen. ; IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 Tomisídeos neotropicais V... 7 2. Bordas laterais anteriores do abdômen: são os segmentos latero-dorsais do abdômen compreendidas entre a borda anterior e os tubérculos laterais. 3. Contornos posteriores: representam a curvatura posterior do cefalotórax a nível da quarta perna. 4. Fila levemente recurva: diz-se da fila ocular quando, passando-se uma linha tangente à borda posterior dos olhos médios, esta seccionar os olhos laterais. 5. Fila recurva: é aquela em que ao se passar uma linha tangente à borda posterior dos olhos médios, esta for tangente à borda anterior dos olhos laterais. 6. Fila fortemente recurva: é aquela em que duas linhas paralelas, uma passando tan- gente à borda posterior dos olhos médios e outra à borda anterior dos laterais, es- tiverem separadas por um mínimo de meio diâmetro dos olhos médios. 7. Fila dos olhos médios: corresponde a largura anterior da área ocular média. 8. OMA: olhos médios anteriores. 9. OLA: olhos laterais anteriores. 10. OMP: olhos médios posteriores. il. OLP: Olhos laterais posteriores. 12. Bulbo espermático: porção mais dilatada dos espermioductos, situada no limite entre os ductos aferentes, de deslocamento postero-anterior, e os ductos eferentes, de deslocamento antero-posterior. HISTÓRICO SIMON, em 1895a, cria o gênero Onocolus com base na espécie Stephanopis echinata (TACZANOWSKI, 1873), a qual passa a ser a espécie tipo. Ainda em 1895b, SIMON descreve O. compactilis e O. pentagona (sic). Em 1900, CAMBRIDGE, F.O.P. -, cita O. echinatus (TACZANOWSKI, 1873), O. pentagonus (KEYSERLING, 1880), O. compactilis SIMON, 1895 e O. stolzmanni (REY. SERLING, 1880) como espécies integrantes do gênero, ao mesmo tempo em que fornece alguns desenhos do macho e da fêmea de O. pentagonus (KEYSERLING, 1880). Em 1915, MELLO-LEITÃO, considerando que 0. pentagona( sic )JSIMON, 1895 era nome pré-ocupado pela espécie O. pentagonus (KEYSERLING, 1880), estabelece O. simoni como nomem novum. Em 1929, MELLO-LEITÃO descreve como novas as espécies O. echinurus, O. granulosus, O. trifolius e O. echinicauda. Em 1934, MELLO-LEITÃO descreve O. episcopus com base em uma única fêmea coletada no Rio de Janeiro. BRYANT, em 1940, descreve O. pallescens e O. granulata (sic )para Cuba. Em 1940, MELLO-LEITÃO amplia o número de espécies com a descrição de O. in- felix, com base em uma fêmea coletada em Rio Negro, Paraná, Brasil. SOARES & SOARES, em 1946, descrevem O. mendax com base em um único macho, coletado em Rio São José, Colatina, Espírito Santo, Brasil. MELLO-LEITÃO, em 1948, descreve O. biocellatus do Rio Yawakuri, Guiana. BRYANT, em 1948, acrescenta ao gênero a espécie O. venustus para o Haiti e República Dominicana. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 Sr LISE, A. A. As espécies do gênero Onocolus são listadas alfabéticamente, sem serem discutidas, nos catálogos de PETRUNKEVITCH (1911). ROEWER (1954) e BONNET (1958). Finalmente, LISE, em 1979a-d descreve O. garruchus, O. mitralis, O. latiductus e O. eloaeus. REDESCRIÇÃO DO GÊNERO ONOCOLUS SIMON, 1895. Onocolus SIMON, 1895a: 1053 Onocolus: PETRUNKEVITCH, 1911:414 (citação). Onocolus: PETRUNKEVITCH, 1928:162 (citação). Onocolus: ROEWER, 1954:757 (citação). Onocolus: BONNET, 1958:3184 (citação). Paranocolus MELLO-LEITÃO, 1929:79 n. syn. Espécie tipo: Onocolus echinatus (TACZANOWSKI, 1873) de Gayenne, Guiana. Dimorfismo sexual bem evidente: Cefalotórax tão longo quanto largo ou levemente mais longo do que largo, plano ou quase plano nas fêmeas, nitidamente convexo nos machos. Olhos anteriores em fila le- vemente recurva ou recurva, os médios geralmente menvres e mais afas- tados um do outro, mais próximos dos laterais. Olhos posteriores em fila reta, exceto em O. compactilis em que é levemente recurva. Olhos médios geralmente mais afastados um do outro do que dos laterais ou equidistantes. Lábio mais largo do que longo. Esterno geralmente mais longo do que largo ou tão longo quanto largo, de ápice geralmente arredondado nas fêmeas e truncado nos. machos contornos arredondados ou quase nas fêmeas, muito recortados e “hanfrados, em geral, nos machos. Área ocular média retangular ou levemente trapezoidal. Clipeo baixo com tubérculos setiferos e cerdas na borda inferior. Pernas I e II muito maiores e mais robustas do que III e IV, com tubérculos setiferos em número e tamanho variáveis nos fêmures, patelas e basitarsos; tibias e basitarsos com espinhos bisseriados na face an- terior; tibias, basitarsos e tarsos com tricobótrias na face posterior. Per- nas posteriores múticas ou com um número reduzido de pequenos tuber- culos setiferos. Unhas tarsais pectinadas. Fascículo subunguenal pouco denso. Abdômen pentagonal com ou sem tubérculos nos três vértices pos- teriores, estes, às vezes, muito eminentes. Queliceras com três dentes na promargem e dois na retromargem do sulco unguenal. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 Tomisideos neotropicais V... o Palpo do macho: patelas e tíbias curtas, com tubérculos setiferos; a tibia com uma apófise retrolateral, geralmente longa e curva com um sulco longitudional ou na face lateral. Cymbium ovaldo, de dorso piloso, podendo apresentar grossos pêlos nas bordas. Tegulum de superfície ventral quase plana. Embolus emergindo diretamente do tegulum, enrolado em espiral sob este último. Genitália da fêmea: aberturas de fecundação diminutas, de difícil visualização, sem espessamentos quitinosos. Às aberturas seguem-se dois ductus aferentes cujo comprimento varia conforme a espécie. São de percurso póstero-anterior e desembocam num par de bulbos espermá- ticos. Tais canais apresentam-se sob dois padrões bem definidos: curtos, com leve curvatura, divergentes, até atingirem os bulbos espermáticos; ou longos, descrevendo um enrolamento póstero-anterior em helicóide, com um número variável de voltas. Os bulbos espermáticos apresentam formato e volume variáveis. Ao bulbos seguem-se dois ductos esper- máticos eferentes, de calibre nitidamente maior do que os anteriores, que descrevem um movimento ântero-posterior, enrolados ou não em heliccóide, e que desembocam nas espermatecas. Estas são em número de um par e de posição posterior às estruturas já mencionadas, logo à frente de prega epigástrica. CHAVE DICOTÔMICA PARA AS ESPÉCIES IPREemen ed a DI o e SRT E jo ROSE AS VS EE 2 = MINAS aiii ro aut te REU DAR O DDR RR DR E STR 15 2. Espermioductos não enrolados em helicöide............:2.22ec2eeeseeeoeeeeann en 3 — Espermioductos enrolados em helicóide; tibias I e II com 3 tubérculos setiferos an- teriores apicais, o mediano no centro da face anterior .............cccccccccco. 11 guto gumentos muito: CErdOSOSE. eras soro) eita an unia ia gelo ne ne einen ee nee fee a E 4 — Tegumentos pouco cerdosos ou múticos ...........ccccciccscrescrescrasserras 7 4. Abdômen sem tubérculos posteriores, apresentando duas grandes manchas dorsais. Tegumentos densamente revestidos de longas e delgadas cerdas. Cefalotórax baixis- SATA OA bro eco MEP Fe a pd esse À cr tora coiso Upside ds O. biocellatus — Abdömen com tubérculos posteriores bem salientes ............ccccicicicisseeos 5 5. Bulbos espermäticos esféricos muito pequenos, canais aferentes curtissimos, pene- trando nos bulbos pela face ventral, medianamente. Tubérculo posterior do abdômen muitoslongo muito cerdosoR e Ra RR RR O. garruchus — Bulbos espermáticos mais volumosos do que as espermatecas .................... 6 6. Bulbos espermáticos muito mais volumosos do que as espermatecas. Canais aferentes curtos. Aberturas de fecundação situadas logo acima das hastes longitudinais do EPIEINOMIRA SOME Gm GB FOR RE ER RT MO o ERA ITA O. echinurus IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 10 LISE, A. A. — Bulbos espermáticos um pouco mais volumosos do que as espermatecas. Canais 10. JUL, 12. 13. 14. 15. aferentes curtíssimos sendo a comunicação entre as aberturas de fecundação e os bul- bos espermáticos feita quase diretamente. Tegumentos densamente revestidos de cer- das. Tubérculo posterior do abdômen muito longo e robusto ......... O. echinicauda . Tegumentos cefalotorácicos. granulosos. Bordas anterior e laterais do abdômen com curtas e grossas cerdas em tubérculos setiferos bem salientes. Borda do clipeo com quatro tubérculos setiferos muitoevidentes..............22cceneeeennennen O. mitralis Tegumentos cefalotorácicos lisos ou muito fracamente granulosos ................ 8 . Abdömen mais longo do que largo, muito espesso, com tubérculos laterais insigni- ficantes e tuberculc posterior muito conspicuo e grosso. Canais aferentes curtos, bul- bos espermáticos mais volumosos do queas espermatecas. ........... O. compactilis Abdômen mais largo do que longo, pouco espesso, nitidamente pentagonal com tubérculos laterais e posterior conspicuos.............cccccicciccarire cerca 9 . Abdômen com ombros anteriores muito evidentes, tubérculo posterior muito longo. Tegumentos lisos. Bulbos espermáticos em forma de um grande “U” deitado. Aber- turas de fecundação na borda posterior das espermatecas................. O. infelix Abdomên sem ombros anteriores. Borda anterior reta ....... cc 10 Clípeo com uma fila transversal de cerdas em sua borda inferior. Bulbos espermáticos quase do mesmo volume das espermatecas. Aberturas de fecundação na borda pos- terior das espermatecas. Abdômen de dorso em geral coberto por uma grande mancha marrom-avermelhada.. pj sr je cmi re no iodo esto ooo co oUfo PE No RAR ERRA SER O OR O. episcopus Clipeo com quatro ou cinco cerdas medianas e mais uma em. cada ângulo lateral. Bulbos espermáticos nitidamente menos volumosos do que as espermatecas, estas es- féricas. Tubérculos laterais e posterior do abdômen, granulosos. ........ O. trifolius. Canais aferentes penetrando nos bulbos espermáticos pela promargem. Fêmures I e II com poucos tubérculos setiferos na face anterior. Tibias I e II pouco arqueadas...... 4 de Modo Fa vel pote dedo Va Nao Me a o a tamo EA o opa oo PAR RP RR u LH R O. granulosus Canais aferentes penetrando nos bulbos espermáticos pela retromargem. Fêmures I e II com tubérculos setiferos mais abundantes .............cccccciccsirs cs 12 Tubérculos laterais e posterior do abdômen bem pronunciados, o posterior maior .. 13 Tubérculos laterais pouco nítidos, o posterior curto € grosso .............ccccco. 14. Tubérculos laterais e posterior do abdômen delgados. Os laterais voltados para trás, pouco cerdosos. Aberturas de fecundação sobre as espermatecas. Canal aferente des- crevendo duas voltas em helicöide ...........2ccceoeeeeseeeeneanen O. pentagonus Tubérculos laterais e posterior do abdômen grossos. Aberturas de fecundação muito pequenas, medianas, imediatamente à frente das hastes longitudinais... O. echinatus Canais aferentes curtos, descrevendo menos do que duas voltas. Aberturas de fecun- dação sobre as hastes longitudinais. Região cefálica com uma fila longitudinal de cer- das nas bordas inferiores, lateralmente ........ con ee en O. simoni Canais aferentes muito longos. Aberturas de fecundação um pouco à frente das hastes longitudinais, as STS RO AU DÃO e PAT wer end .. O. latiductus Área interocular ornada de oito potentíssimos tubérculos munidos de grossissima cer- da espiniforme, os situados atrás dos OMA nitidamente maiores. Apófise tibial do pedipalpo longuíssima. Face ventral das coxas I com filas de pequenas cerdas .... 16 IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 Tomisideos neotropicais V... 11 — Área interocular com tubérculos muito menores ou mútica. Apófise tibial de pedipal- 16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. ‚23. po dificilmente ultrapassando a metade do cymbium. Coxas I sem as cerdas na face ventralo RT. Tee ee SE N LE 2 CIR DER Rad 17 Tuberculos laterais e posterior do abdömen longos e delgados, munidos de grossas e curtas cerdas espiniformes. Gancho dorsal da base da apöfise tibial do tarso, curvo, mao lespinalad or Ele late auelonsherene bs so MORE] eras dá o tale O. echinatus Tubérculos laterais e posteriores do abdômen curtos, o posterior mais largo, todos munidos de duas grossas cerdas apicais. Gancho dorsal da base da apófise tibial do tarsoreurvorem’espiralt.. tamem a ee dia gás a DA ee MAR a O. pentagonus Abdômen fortemente cerdoso ...........cccccicc rer rneenn 18 Abdômen fracamente cerdoso ou mÚticO..........cccccc 19 Clipeo com duas grossas cerdas medianas na borda inferior, com uma forte projeção quitinosa entre e abaixo delas. Cefalotórax com tubérculos setiferos armados de gros- sas cerdas, dispostas sem filas longitudinais. Embolus curto. ........... O. garruchus Clípeo com cerdas em toda a borda anterior, dispostas em duas filas transversais, superpostas. Borda inferior dos contornos laterais do cefalotórax com cerdas curvas, dispostas longitudinalmente, raras no dorso. Embolus descrevendo uma curvatura de 180yerausHrar.. age bo o ENS E RD el CNS a ba a O. echinicauda Embolus curto, descrevendo uma curvatura não superior a 180 graus ............ 20 Embolus longo, descrevendo uma curvatura superior a 180 graus................ 21 Abdömen em forma de mitra. Apófise tibial de pedipalpo curta, espatulada. Clipeo com uma projeção mediana muito saliente armada de quatro cerdas ...... O. mitralis Abdômen globóide. Apófise tibial de pedipalpo curta, não atingindo o meio do cym- bium. Clípeo com um par de cerdas medianas na borda inferior e entre estas outras muitosimenores A Mi MS ee ee O. perditus Erontejerareaiocular MULICAS). acc can een nee E Va era anta soa eai ab ara RS 22 Frontee área ocular com tubérculos setiferos......... 22.2222 c see eeae onen anne 23 Tuberculos laterais e posterior do abdömen bem demarcados. Bordas anterior e la- terais anteriores do abdômen com tubérculos setiferos conspicuos. Borda inferior do clípeo com quatro cerdas medianas ............22n0neeneeneenennnn nenn O. eloaeus Tubérculos laterais e posterior do abdômen pouco demarcados. Bordas anterior e laterais do abdômen sem tubérculos setiferos e cerdas. Clipeo com diminutas cerdas na borda inferior. Embolus descrevendo um enrolamento de aproximadamente 450 ERES od ER Dagps RR Ro Da AS ARENA Rye : O. compactilis Clipeo com uma fila transversal de grossas cerdas espiniformes na borda inferior, ocupando todaia sua extensão SAD a een nenne O. episcopus Clípeo com apenas duas ou quatro cerdas medianas na borda inferior. Com um par de tubérculos setiferos atrás dos OMA, um de cada lado entre os OLA e OLP e atrás dosOBP 2 2. Seres a erra a e op MR EPI SRS retas ee ANS ja A O. infelix REDESCRIÇÃO DAS ESPÉCIES Onocolus biocellatus MELLO-LEITÃO, 1948 (Figs. 6-11) IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev 1981 12. LISE, A. A. Onocolus biocellatus MELLO-LEITÃO, 1948:178. MATERIAL-TIPO: Holótipo q BMNH 1923-VII.23.66, Rio Yawakuri, sec. 3, Guiana, VII.1919, A.A. Abrahamleg. LOCALIDADE-TIPO. Rio Yawakuri, Guiana. REDESCRIÇÃO - Fêmea (macho desconhecido). Comprimento total — 5,750 Cefalotórax fulvo. Esterno levemente mais claro do que o cefa- lotórax, tendendo para o amarelado. Lâminas maxilares, lábio, queli- ceras e pedipalpo amarelos, o mesmo acontecendo com as pernas. Abdômen de dorso amarelo, reticulado de branco com duas gran- des manchas circulares ao nivel dos ângulos laterais, de coloração cas- tunha, com um anel central marrom. Faces laterais amarelo esbran- quiçadas. Ventre amarelo com algum reticulado branco. Declive pos- terior amarelo com manchas marrons, esparsas. Cefalotórax tão longo quanto largo (2,750), baixo (1,125), de lados regularmente arredondados. Dorso plano revestido de inúmeros tuber- culos curtos dos quais emergem longas cerdas. Região cefálica estreita, muito projetada para diante, de lados paralelos. Olhos anteriores em fila moderadamente recurva, os médios me- nores do que os laterais (0,100 x 0,150). Olhos médios separados entre si por um diâmetro e meio (0,150) e por apenas meio diâmetro dos laterais (0,050). Olhos posteriores em fila reta, iguais entre si e do mesmo tamanho dos médios anteriores (0,100). Olhos médios posteriores separados entre si por dois diâmetros e um quarto (0,225) e por um diâmetro e um quarto (0,125) dos laterais. Área ocular média mais larga do que longa (0,425 x 0,375), mais estreita na região anterior (0,375). Atrás dos OMA existem dois pe- quenos tubérculos munidos de longas e delgadas cerdas e três de cada lado atrás dos OLA e dos OLP. Clipeo vertical, transversalmente convexo, com cinco tubérculos medianos na borda inferior, munidos de fortes cerdas e mais uma série de pequenos tubérculos lateralmente aos medianos, igualmente munidos de cerdas bem menores do que as medianas. Altura do clipeo menor do que a fila dos OMA (0,250 x 0,375), mais baixo do que a área ocular média (0,250 x 0,425) e equivalente a dois diâmetros e meio dos OMA. Queliceras muito mais longas do que largas (0,700 x 0,450) com a face anterior revestida de longas cerdas. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 Esterno levemente convexo, quase liso, com apenas alguns pêlos escassos, região anterior levemente escavada e posterior arredondada, mais longo do que largo (1,300 x 1,125). Lâminas maxilares de comprimento exatamente o dobro da largura (0,600 x 0,300), levemente convergentes no ápice, este subquadrado, com pêlos na borda interna. Lábio mais largo (0,500) do que longo (0,350), de ápice arredon- dado, não ultrapassando o meio das lâminas maxilares, revestido de lon- gos pêlos, mais abundantes no ápice. Abdômen pentagonal, sem tubérculos, mais largo do que longo (4,250 x 3,375), pouco espesso (1,950), de dorso plano, com algumas cer- das longas e delgadas. Borda anterior e bordas laterais anteriores, com longas cerdas espiniformes. Declive posterior com alguns tubérculos muito salientes, rodeados por uma área granulosa, dos quais emergem potentes cerdas espiniformes. Faces laterais do abdômen com raras e di- minutas cerdas. Ventre revestido de densa pubescência. Epigino com recep- táculos seminais fulvos, muito escuros e duas hastes longitudinais medianas muito longas, chegando quase ao pedicelo. Perna I: fêmur com abundante tubérculos principalmente nas faces anterior e posterior, munidos de longas cerdas espiniformes, erectas. Patela igualmente munida de tubérculos e cerdas. Tibia com 2-2-2 fortes espinhos anteriores emergindo de cavidades articulares muito salientes. Entre os espinhos existem longos pêlos. Face posterior com muitas cer- das, face dorsal com algumas e face ventral lisa. Basitarso com 2-2-2 fortes espinhos anteriores. As demais faces com raros e diminutos tubér- culos munidos de pequenas cerdas. Tarso de ápice mais dilatado do que a base. Perna II: fêmur e patela semelhantes aos da perna I, porém, com menor número de tubérculos e cerdas. Tibia semelhante a I, de espinhos anteriores maiores. Basitarso com 2-2-2 potentes espinhos anteriores e mais 1 dorsal, apical. Demais elementos iguais aos da perna I. Tarso igual ao da perna I. Perna III: fêmur praticamente liso. Patela e tibia com poucos tubérculos na face posterior, munidos de pequenas cerdas. Basitarso de face anterior munida de fortes e abundantes cerdas e face posterior com alguns tubérculos setiferos. Tarso com fortes cerdas na face anterior. Perna IV: semelhante a III, porém, com todos os artículos, exceto o fêmur, dotados de um maior número de tubérculos setiferos. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 14 LISE, A. A. Pedipaldo: fêmur três vezes mais longo do que o diâmetro (0,750 x 0,250). Patela mais longa do que larga (0,375 x 0,250), densamente revestida de longas cerdas. Tibia bem mais longa do que larga (0,425 x 0,275), com muitas cerdas e várias tricobótrias no centro da face dorsal. Tarso quase três vezes mais longo do que largo (0,550 x 0,200), todo revestido de longas e delgadas cerdas. DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Guiana. DISCUSSÃO TAXONÔMICA. Esta espécie distingue-se das demais do gênero por apresentar o cefalotórax muito largo e delgado, totalmente plano; pela ausência de tubérculos abdominais e, finalmente, por apresentar os tegumentos totalmente revestidos e abundantes e lon- gas cerdas. MATERIAL EXAMINADO GUIANA. Rio Yawakuri, sec. 3, VII.1919, A.A. Abraham leg. 1 9 BMNH 1923- V11.23.66. OBSERVAÇÕES MELLO-LEITÃO (1948), ao se referir à fila dos olhos anteriores, diz que é fortemente recurva quando, na reasidade, formam uma fila levemente recurva. Em relação aos olhos médios anteriores, diz serem duas vezes menores do que os laterais. Tal relação não se verifica, uma vez que são apenas um terço menores. A equidistância entre os olhos anteriores também não se verifica, uma vez que os médios distam um diâmetro e meio um do outro e, apenas meio diâmetro dos laterais. Em relação aos olhos posteriores diz que os médios estão duas vezes mais separados um do outro do que dos laterais. Tal relação não é perfeita uma vez que os médios distam um do outro 0,225 e dos laterais 0,125. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 Tomisídeos neotropicais V... 15 Onocolus compactilis SIMON, 1895 (Figs. 12-26) Onocolus compactilis SIMON, 1895b:441. Onocolus compactilis: PETRUNKEVITCH, 1911:414. Onocolus compactilis: MELLO-LEITÃO, 1929:69. MATERIAL-TIPO. Lectótipo ? MNHN 3958 e paralectötipos 3 de 4 2? MNHN 3958-A (designação presente), na coleção E. Simon do MNHN com etiqueta contendo os seguintes dados : “Pebas S. Paulo Oliv. Fonteböa Types”. LOCALIDADE-TIPO. AMAZONAS. REDESCRIÇÃO a) Fêmea Comprimento total - 6,875. Cefalotórax amarelo, podendo apresentar-se manchado de casta- nho. Esterno, lâminas maxilares, lábio, pedipaldo e queliceras amarelos. Pernas da cor do cefalotórax. Fêmures com uma mancha castanha, apical, contornando as faces anterior, dorsal e posterior. Patelas fulvas. Chan- fradura das tibias sombreadas de marrom escuro ou de negro. Porção mediana da face posterior do basitarso com uma pequena mancha se- micircular, fulva ou marrom, de onde emergem tricobótrias. Abdômen fulvo amarelado, bastante reticulado de branco e com várias manchas enegrecidas, dorso-lateralmente dispostas, na porção posterior aos tubérculos laterais. Laterais da mesma cor do dorso, com uma grande mancha quase negra, de cada lado e uma terceira, da me:s- ma cor, no declive posterior. Ventre amarelo claro com duas filas lon- gitudinais de pequenas manchas circulares, fulvas. Tubérculos fulvos, sombreados de negro. Fiandeiras fulvas. Cefalotórax tão longo quanto largo (2,950), mais espesso atrás (2,000). Dorso levemente convexo, finamente granuloso, principalmente na porção mediana e nos contornos laterais. A concentração de grânulos pode formar uma mancha caliciforme no centro do dorso, como no macho, porém muito menos evidente do que naquele. Região cefálica lar- ga, menos projetada para a frente do que nas outras espécies e de lados não paralelos. Olhos anteriores em fila recurva, os médios menores do que os laterais (0,100 x 0,150). Os médios estão afastados um do outro por um diâmetro e meio (0,150) e por um diâmetro dos laterais. Olhos posteriores em fila levemente recurva, iguais entre si e do mesmo diâmetro dos médios anteriores. Os olhos médios separados entre si por dois diâmetros e meio (0,250) e por dois diâmetros dos laterais (0,200). IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 16 LISE, A. A. Área ocular média mais larga do que longa (0,450 x 0,350), mais estreita na porção anterior (0,350), mútica. Clípeo estreito e proclive com pequenas cerdas na borda inferior. Altura do clípeo muito menor do que a linha delimitada pelos OMA (0,200 x 0,350), e de altura equivalente a dois diâmetros destes. Sua al- tura ainda é igual à distância que separa os OMP dos OLP e à altura do trapézio formado pelos olhos anteriores. Esterno bem mais longo do que largo (1,325 x 0,875), levemente escavado anteriormente, laterais quase paralelas, com uma escavadura rasa a nível da coxa II, ápice em ponta romba. Lâminas maxilares de comprimento superior ao dobro da largura (0,750 x 0,350), convergentes, de ápice arredondado com pêlos apicais na promargem. Lábio mais largo do que longo (0,500 x 0,425), de ápice arredon- dado, não ultrapassando o meio das lâminas maxilares. Queliceras curtas e grossas (0,750 x 0,600), de face anterior mu- nida de fracas cerdas. | Abdömen mais longo do que largo (3,750 x 3,650), muito espesso atras (2,500), pouco quitinizado. Dorso fortemente convexo, com alguns pequenos gränulos esparsos, dos quais emergem diminutissimas cerdas. Faces laterais e declive posterior lisos. Face ventral pubescente. Epigino com um par de espermatecas fulvas. Tuberculos laterais inconspicuos, desprovidos de tuberculos setiferos e de cerdas, o posterior muito gros- so, de ápice römbico, levemente rugoso. Perna I: fêmur com uma fila longitudinal de proeminentes tubér- culos setiferos na face anterior, intercalados por outros bem menores, de tamanhos variáveis. Demais faces lisas. Patela lisa. Tíbia com 2-2-2 ou 1-2-2 pequenos espinhos anteriores, o basal muito pequeno. Face pos- terior com uma escavadura no terço basal da qual emergem tricobótrias. Basitarso com 2-2-2 espinhos anteriores, maiores do que os das tibias. Face posterior com levissima depressão de onde emerge uma tricobótria. Tarso uniformemente dilatado com uma tricobótria apical. Unhas pec- tinadas. Perna II. fêmur semelhante ao da perna I com tubérculos menores e menos abundantes. Patela igual a I. Tibia igual a I com 1-2-2 ou 2-2 fracos espinhos anteriores. Basitarso com 2-2-2 espinhos anteriores e mais 1 dorsal, apical, muito pequeno. Tarso igual ao da perna Il. Pernas III e IV: fêmures e patelas lisos. Tíbias com uma esca- vadura alongada na face posterior, com duas tricobótrias. Face anterior com algumas cerdas longas. Basitarsos com alguns pequenos tubérculos setiferos na face posterior e grossos pêlos curvos na face anterior. Tarsos uniformemente dilatados com pêlos curvos na face anterior. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 Tomisideos neotropicais V... 17 E [e [e [mom [om [om RR 0,825 1,000 0,550 ERES Pedipaldo: fêmur de comprimento superior ao diâmetro (0,500 x 0,295), liso. Patela mais longa do que larga (0,475 x 0,350), com pe- quenas cerdas apicais. Tíbia tão longa quanto larga (0,375), pilosa, com pequenas cerdas e tricobótrias na face dorsal. Tarso longo e estreito (0,550 x 0,300), piloso. b) Macho Comprimento total — 3,050 Cefalotórax castanho escuro de lados enegrecidos. Centralmente, no dorso, a condensação dos grânulos delimita uma área caliciforme, de base posterior, de tonalidade nitidamente mais escura do que o restante do dorso e da mesma cor das laterais. Esterno, lâminas maxilares e lábio fulvos. Queliceras da mesma cor do cefelotórax, sombreadas de negro, o mesmo acontecendo com as pernas e o pedipalpo. Abdômen de dorso amarelo sombreado de negro com inúmeras manchas circulares, fulvas, irregularmente distribuidas. Uma faixa es- treita, fulva clara, contorna a borda anterior e as laterais anteriores. Sobre esta faixa existem tubérculos setiferos e grânulos fulvos, muito escuros. Laterais da mesma cor do dorso, com um sombreado negro que se estende a partir do declive anterior, extinguindo-se ao nível dos tubérculos laterais. Ventre fulvo levemente sombreado de negro. Região epigästrica castanha. Tubérculos fulvos. Fiandeiras fulvas, rodeadas por um anel fortemente quitinizado, castanho escuro. Cefalotórax levemente mais longo do que largo (1,600 x 1,500), mais espesso atrás (0,950), um pouco mais convexo do que na fêmea, porém muito mais quitinizado e nitidamente mais granuloso, principal- mente no centro da face dorsal e nos contornos laterais. Região cefalica, como na fêmea, pouco projetada para a frente, de lados fortemente divergentes. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (57):3-97,-9.fev. 1981 18 LISE, A. A. Olhos anteriores em fila levemente recurva, os médios anteriores menores do que os laterais (0,075 x 0,100). Olhos médios afastados entre si por um diâmetro e dois terços (0,125) e por um diâmetro (0,075) dos laterais. (0,075) dos laterais. Olhos posteriores em fila levemente recurva, iguais entre si e dos mesmo tamanho dos médios anteriores. Olhos médios separados entre si por três diâmetros (0,225) e por dois diâmetros e um terço (0,175) dos laterias. Área ocular média tão longa quanto larga (0,325), mais estreita na região anterior (0,250), totalmente desprovida de tubérculos e cerdas. Clipeo vertical, com pequenas cerdas na margem inferior, todas emergindo de tubérculos bem salientes, dispostos medianamente. Clipeo de altura igual a do trapézio formado pelos olhos anteriores (0,175), mais baixo do que o comprimento da fila dos OMA (0,175 x 0,250), equivalendo a dois diâmetros e dois terços dosOMA. Esterno um pouco mais longo do que largo (0,650 x 0,575), ova- lado, muito convexo, levemente escavado na borda anterior, bordas laterais arredondadas, ápice rômbico. Lâminas maxilares de comprimento superior a duas vezes a largura (0,375 x 0,175), levemente convergentes, ápice arredondado com pêlos apicais pouco abundantes na borda interna. Lábio nitidamente mais largo do que longo (0,250 x 0,200), de ápice arredondado, com pêlos apicais. Queliceras curtas e muito largas (0,425 x 0,300), de face anterior microgranulosa. Abdömen mais largo do que longo (1,875 x 1,650), espesso (1,275), de borda anterior reta. Dorso plano com gränulos pouco salientes, po- dendo apresentar diminutissimas cerdas. Laterais lisas. Ventre piloso. Declive posterior com cerdas pouco eminentes, dispostas em filas lon- gitudinais. Tuberculos laterais e posterior, pouco salientes, granulosos. Pernas I e II: fêmur com dois grossos e eminentes tubérculos na margem dorsal da face anterior, encimados por curtissima e grossa cer- da. Entre estes dois existem outros muito menores, munidos de cerdas. Face posterior com alguns tubérculos pouco salientes no terço apical. Tibia arqueada, espessa com 2-2 pequenos espinhos anteriores, o par apical muito menor. Face posterior com escavadura no terço basal da qual emergem tricobótrias. Basitarso com 2-2-2 espinhos anteriores. Face posterior levemente escavada no terço apical de onde emergem tricobótrias. Tarso todo piloso, levemente mais dilatado no áudio. Unhas pectinadas. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 Tomisídeos neotropicais Vea 19 Tegumento dos dois primeiros pares de pernas muito quitinizado e finamente granuloso. Pernas III e IV: fêmur e patela múticas, podendo ocorrer dimi- nutissimas cerdas na face posterior. Tibia muito espessa, levemente ar- queada e escavada no terço basal da face posterior. Basitarso e tarso com grossos pêlos curvos na face anterior e alguns tubérculos munidos de cerdas na face posterior. No terço apical do basitarso e no ápice do tarso emergem tricobótrias, a do basitarso é muito longa e curva. er Pedipalpo: fêmur de comprimento superior e duas vezes o diâmetro (0,450 x 0,200). Patela levemente mais longa do que larga (0,275 x 0,250), com pequenas cerdas na face dorsal. Tibia de comprimento na base do tarso menor do que a largura (0,175 x 0,300), com uma longa apófise na fase retrolateral. A apófise é curva dorsiventralmente, apresentando um dente curvo, muito proeminente, na base, dorsalmente. Longitudinalmente, na face externa, a apófise apresenta-se sulcada. Tar- so mais longo do que largo (0,550 x 0,475), espesso (0,370). Cymbium piloso. Embolus longo, descrevendo uma curvatura aproximada de 450 graus. BASITARSO TARSO 0,375 0,275 2,200 DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA. Peru: Pebas. Brasil: Amazonas (São Paulo de Olivença e Fonte Boa) e Mato Grosso. DISCUSSÃO TAXONÔMICA . As fêmeas desta espécie distinguem-se das demais espécies pela. forma alongada do abdômen, pelo reduzido tamanho dos tubérculos laterais e grande eminência e espessura do tubérculo posterior; pela ausência de cerdas no cefalotórax e no abdômen. Os machos distinguem- se das demais espécies pela ampla largura da área cefálica; pelos tegumentos cefalotorácicos e abdominais múticos; pela acentuada espes- sura do bulbo, e por apresentar a fila ocular posterior levemente recurva. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 20 LISE, A. A. MATERIAL EXAMINADO PERU. Pebas. BRASIL. Amazonas: São Paulo de Olivença e Fonte Boa,1 9 MNHN 3958, 36 e 4 9 MNHN 3958-1; Mato Grosso: 19 MNHN 10355-C (todos sem coletor e data). OBSERVAÇÕES Ao redescrever a fêmea, MELLO-LEITÃO (1929) diz que os olhos médios posteriores são maiores do que os laterais, quando na realidade são do mesmo tamanho. Em relação à altı:ra do clipeo diz: “Clypeo da altura da fila dos olhos anteriores”. Se considerarmos que ao se referir à altura do clipeo a tenha comparado com a altura do trapézio determi- nado pela fila dos olhos anteriores, neste caso, a altura do clipeo será geralmente maior. Se a comparou com a fila dos olhos anteriores, neste caso, será sempre muito mais baixa. Ao se referir aos basitarsos dos dois primeiros pares de pernas diz SIMON (1895b): “metatarsi aculeis longioribus 3-3 muniti”, quando na realidade tem 2-2-2. Na descrição original diz: “Abdômen circiter aeque longus ac la- tum”. Esta relação também apresenta variações pois, ora é mais longo do que largo, ora mais largo do que longo. A relação tão longo quanto largo só se verificou em um único exemplar, subadulto, prevalecendo a relação mais longo do que largo, em cinco das seis fêmeas examina- das. Onocolus echinatus (TACZANOWSKI, 1873) (Figs. 27-41) Thomisusechinatus TACZANOWSKI, 1873.97. Thomisus sexpunctatus TACZANOWSKI, 1873:101. Stephanopis echinata: REYSERLING, 1880:189. Stephanopis echinata: KEYSERLING, 1891:248 Onocolus echinatus: SIMON, 1895a:1053. Onocolus echinatus: CAMBRIDGE, F.O.P. — 1900:160. Onocolus echinatus: PETRUNKEVITCH, 1911:415. Onocolus echinatus: MELLO-LEITÃO, 1929:77. Onocolusechinatus: MELLO-LEITÄO, 1940:242. Onocolus echinatus: MELLO-LEITÃO, 1943:207. MATERIAL-TIPO. TACZANOWSKI (1873), ao descrever a espécie diz: “Deux mäles et une femelle, de Cayenne” sem contudo mencionar a Instituição em que estariam depositados. O mesmo autor, op. cit., ao descrever Thomisus sexpunctatus-, sinonimi- sada por KEYSERLING (1880) com a presente espécie refere “Femelle unique, de Cayen- ne, mäle inconu”. Como no caso anterior, não menciona o local em que foi depositada. KEYSERLING (1880), ao redescrever a fêmea diz, apenas “Brasilien, Para. Ein Exem- a der Sammlung desHerrn E. Simon. Aus Cayenne in Warchau”. Tipos não loca- lizados. LOCALIDADE-TIPO. Caiena, Guiana Francesa. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 Tomisídeos neotropicais V... 21 REDESCRIÇÃO — a) Fêmea. Comprimento total — 4,825. Cefalotórax, esterno, lâminas maxilares, lábio, pedipalpo e que- liceras amarelos. Pernas amarelas, de tonalidade um pouco mais clara do que a do cefalotórax, apresentando uma mancha marrom, no terço apical da face dorsal dos basitarsos. Abdômen de dorso amarelo, de tonalidade levemente mais clara do que a do cefalotórax, com duas grandes manchas brancas que ocupam quase todo o dorso. Borda anterior e laterais anteriores sombreadas de marrom, reticulado. Sobre as manchas brancas há quatro depressões cir- culares, duas de cada lado, de cor amarela. Laterais e ventre amarelos. Tubérculos laterais e posterior amarelos, algo sombreados de marrom. Fiandeiras amarelas. Espermatecas fulvas e hastes longitudinais amarelo-escuras. Cefalotórax levemente mais longo do que largo (2,250 x 2,125), de espessura quase igual em toda a sua extensão (1,000), de contornos cir- culares. Dorso plano, não granuloso, com alguns tubérculos setiferos mais evidentes nos contornos posteriores e outros muito menores, espar- sos. Região cefálica muito estreita, de largura nitidamente inferior a do cefalotörax, de bordas laterais não paralelas e armadas de vários tubér- culos setiferos bem evidentes, todos encimados por cerdas. Olhos anteriores dispostos em fila levemente recurva, os médios um pouco menores (0,125 x 0,100). Olhos médios afastados um do outro por um diâmetro (0,100) e por meio diâmetro dos laterais. Olhos posteriores formando uma linha reta, iguais entre si e do mesmo tamanho dos OMA, Olhos médios afastados um do outro por um diâmetro e um quarto (0,125), sendo equidistantes dos laterais. Area ocular média tão longa quanto larga (0,275), mais estreita na região anterior (0,225), apresentando dois tubérculos setiferos atrás dos OMA, armados de cerdas muito menores do que as do macho, e mais três de cada lado entre os OLA e OLP, como no macho, porém bem menores. Clipeo vertical, com quatro cerdas centrais, curvas para o centro, na borda inferior, uma de cada lado nos ângulos laterais e mais uma série de outras muito menores do que as anteriores, na borda inferior. Altura do clipeo muito menor do que a fila dos CMA (0,100 x 0,225), mais baixo do que o trapézio formado pelos olhos anteriores (0,100 x 0,175), muito mais baixo do que a área ocular média (0,100 x 0,275), correspondendo sua altura a um diâmetro dos OMA. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 22 LISE, A. A. Esterno muito mais longo do que largo (1,025 x 0,800), levemente escavado na porção anterior, laterais arredondadas, levemente angulosas a nível da coxa I e ápice rômbico. Lâminas maxilares duas vezes mais longas do que largas (0,500 x 0,250), convergentes, de ápice arredondado na promargem e atenua- damente anguloso na retromargem. Lábio bem mais largo do que longo (0,350 x 0,250), de ápice largo, pouco arredondado, com fracos e raros pêlos apicais. Queliceras mais longas do que largas (0,500 x 0,350), face anterior quase plana com alguns pêlos e fracas cerdas. Abdômen mais largo do que longo (2,625 x 2,500), baixo, de espes- sura mais ou menos uniformes em toda a sua extensão (1,125), pouco quitinizado. Dorso plano, mútico. Bordas anterior e laterais anteriores com curtos tubérculos armados de curtas e grossas cerdas espiniformes. Faces laterais e ventre, fracamente pubescentes. Declive posterior com pequenos tubérculos munidos de cerdas de tamanho e diâmetro diferen- tes. Tubérculos laterais não muito pronunciados. Tubérculo posterior saliente. Todos munidos de pequenas cerdas. Epigino com um par de espermatecas esféricas situadas logo acima da fenda epigástrica. Ductos espermáticos longos, enrolados em heli- cóide. Ductos que desembocam nos bulbos espermáticos cilindricos e de pequeno calibre, descrevendo quase duas voltas, atingindo os bulbos es- permáticos retrolateralmente. Ductos que vão do bulbo às espermatecas de diâmetro quase três vezes maior do que os anteriores. Aberturas de fecundação pequenas e de dificil visualização, situadas centralmente, logo acima da haste longitudinal. Perna I: fêmur com duas filas longitudinais de grossos tubérculos setiferos, na face anterior, todos munidos de grossas e curtas cerdas es- piniformes e entre eles outros muitissimo menores, munidos de longas e delgadas cerdas. Face posterior semelhante à anterior, com tubérculos menores e menos abundantes. Patela com alguns pequenos tubérculos no ápice da face anterior e uma fila longitudinal de tubérculos setiferos bem mais evidentes, na face posterior. Tibia cilindrica, levemente ar- queada, com 2-2-2 potentes espinhos anteriores e mais 3 tubérculos apicais munidos de grossa e curta cerda espiniforme. Face posterior com uma fila longitudinal de tubérculos setiferos e algumas tricobótrias no terço basal. Basitarso com 2-2-2 potentissimos espinhos anteriores, o apical bem menor e curvo. Demais faces fracamente cerdosas. Tarso fracamente mais dilatado no ápice, todo piloso. Fascículo subunguenal pouco espesso. Unhas grandes e bidenteadas. * IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 Tomisideos neotropicais V.. 23 Perna II: fêmur e E semelhante aos da perna I, o fêmur menos cerdoso. Tibia cilindrica, mais delgada e mais arqueada, com 2-2-2 es- pinhos anteriores, mais finos do que os da tíbia I e mais 3 grossos tubérculos apicais, encimados por grossa e curta cerda espiniforme. Demais faces como em I. Basitarso com 2-2-2 potentissimos espinhos anteriores e mais 1-1 dorsais, um quase médio e o outro apical. Demais faces como em I. Tarso como o da perna I. Pernas III e IV: fêmures múticos ou com diminutissimas cerdas na face anterior. Patelas e tíbias com tubérculos setiferos na face posterior, as tibias com longa tricobótria. Basitarsos com algumas cerdas apicais na face posterior e grossos pêlos curvos, na face anterior. Tarsos curtos e de mesma espessura em toda a sua extensão, com grossos pêlos curvos na face anterior, fascículo subunguenal pouco espesso, formado por pêlos curtos, unhas pequenas e bidenteadas. PATELA TÍBIA BASITARSO br TOTAL 1,050 0,450 0,825 Pedipaldo: fêmur de comprimento quase três vezes superior ao diâmetro (0,500 x 0,175), com apenas duas diminutas cerdas espinifor- mes, apicais. Patela mais longa do que larga (0,350 x 0,250) com um tubérculo setifero apical na face prolateral, algumas cerdas dorsais e retrolaterais. Tibia um pouco mais longo do que larga (0,300 x 0,250), nitidamente mais cerdosa do que a patela, apresentando duas áreas dor- sais de tricobótrias. Tarso longo e delgado (0,500 x 0,175), piloso, com uma unha apical. b) Macho Comprimento total — 3,250. Cefalotórax fulvo, mais escuro centralmente e nas bordas laterais, onde os grânulos são mais concentrados. Esterno, lâminas maxilares e lábio fulvos, de tonalidade um pouco mais clara do que a do cefalotórax. Queliceras, pedipalpos e pernas fulvos. IHERINGIA. Sér. Zooi., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 24 LISE, A. A. Abdômen de dorso amarelo, algo reticulado de branco e sombreado de negro formando áreas de contornos indefinidos, mais escuras. Apresenta ainda quatro depressões circulares fulvo-escuras, duas de cada lado, a nível dos tubérculos laterais e várias manchas circulares, de tamanhos variáveis, fulvas. Laterais fulvo-amareladas. Ventre amare- lado com filas longitudinais de manchas elípticas de cor fulva. Central- mente há cinco ou seis pares de manchas circulares longitudinalmente dis- postas em linha curva, fulvas. Fiandeiras amarelas, rodeadas por um anel saliente, fortemente quitinizado. Tubérculos laterais e posterior da mes- ma cor e tonalidade do cefalotórax. Cefalotórax um pouco mais longo do que largo (1,525 x 1,375), fracamente mais espesso atrás (0,800). Dorso fortemente granuloso, convexo, com dois potentes tubérculos setiferos nos contornos posteriores, um de cada lado, atras dos OLP, ambos munidos de grossa cerda espinoforme. Além destes tubérculos ocorrem outros bem menores, irregularmente distribuidos em todo o dorso e laterais. Região cefálica estreita, de lados não paralelos, muito proje- tada para a frente, muito quitinizada e granulosa, com pequenos tubér- culos nas bordas inferiores. Olhos anteriores dispostos em fila levemente recurva, os olhos médios um pouco menores do que os laterais (0,075 x 0,100). Olhos médios afastados um do outro por cerca de um diâmetro e um terço (0,100) e por cerca de meio diâmetro dos laterais (0,030). Olhos posteriores dispostos em fila reta, iguais entre si e dos mes- mo diâmetro dos OMA (0,075). Olhos médios separados um do outro por um diâmetro e dois terços (0,125), equidistantes dos laterais. Area ocular média levissimamente mais longa do que larga (0,300 x 0,275), um pouco mais estreita na região anterior (0,250), fortemente quitinizada, apresentando um potentissimo tubérculo bifido colocado atrás do OMA. Cada um dos dois ramos do tubérculo está encimado por potente cerda espiniforme. Entre os OLA, OLP e OMP há uma pro- tuberância de ápice trituberculado de onde emergem grossas cerdas es- piniformes. Clipeo vertical, fortemente convexo centralmente, granuloso, com dois pares de tubérculos, o par mediano maior e ituado em plano in- ferior ao par externo, todos munidos de cerdas espiniformes. Altura do clipeo muito inferior à linha dos OMA (0,125 x 0,250), mais baixo do que o trapézio formado pelos olhos anteriores (0,125 x 0,175), muito mais baixo do que a área ocular média (0,125 x 0,300), equivalendo sua altura a um diâmetro e dois terços dos OMA (0,125). Esterno quase tão longo quanto largo (0,650 x 0,600), quase plano, região anterior escavada, laterais recortadas e ápice rômbico. - IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 Tomisideos neotropicais V... 25 Läminas maxilares quase duas vezes mais longas do que largas (0,325 x 0,175), convergentes, de ápice subquadrado, com pêlos apicais. Lábio mais largo do que longo (0,225 x 0,175), de ápice arredon- dado, não escavado na base, não ultrapassando o meio das lâminas maxilares. Queliceras mais longas do que largas (0,375 x 0,225), de face an- terior quase plana, com alguns pêlos. Abdômen mais largo do que longo (1,875 x 1,775), de espessura quase uniforme em toda a sua extensão (0,850) e tegumento bem qui- tinizado. Dorso fracamente convexo, com algumas cerdas pouco notá- veis. Borda anterior e laterais anteriores ornadas por grossos tubér- culos, encimados por curtas e grossas cerdas espiniformes, curvas. Laterais levemente pilosas, ventre revestido por curtos e grossos pêlos. Declive posterior fortemente cerdoso. As cerdas estão dispostas em filas longitudinais contornando o abdômen. Tubérculos laterais e posterior muito eminentes, quase cilindricos, ornados por grossas cerdas espinifor- mes. Perna I: coxa com duas filas longitudinais de pequenos denticulos na face ventral. Fêmur com duas filas longitudinais anteriores e duas posteriores de tubérculos setiferos armados de grossas cerdas espinifor- mes. Patela com dois tubérculos apicais anteriores e três filhas longi- tudinais de potentes tubérculos setiferos na face posterior. Tibia cilin- drica, fortemente arqueada, com 2-2-2 potentissimos espinhos anteriores emergindo de cavidades articulares muito salientes, o ânterodorsal apical é fixo e mais três tubérculos apicais armados de potente cerda espinifor- me. Face posterior com uma fila longitudinal de tubérculos armados de cerdas espiniformes e algumas tricobótrias no terço basal, de ambos os lados dos tubérculos longitudinais. Basitarso com 2-2-2 potentes espi- nhos anteriores, o par apical menor. Faces dorsal e posterior pilosas, es- ta com uma ou duas tricobótrias, medianamente dispostas. Tarso piloso, com fasciculo subunguenal pouco denso, unhas com diminutos dentes. Perna II: fêmur e patela semelhantes aos da perna I. Tibia mais delgada, fortemente arqueada, de quetotaxia igual à I. Basitarso e tarso de caracteristicas iguais aos da perna I. Pernas III e IV: fêmures múticos ou com pequenas cerdas na face posterior. Patelas e tíbias com tubérculos na face posterior, tibia IV mais cerdosa. Basitarsos com alguns pequenos tubérculos na face pos- terior e grossos pêlos curvos, na face anterior. Tarsos pilosos, com gros-! sos pêlos curvos na face anterior, unhas com dentes muito pequenos. Tegumentos das pernas muito quitinizados e microgranulosos, ex- ceto nos tarsos. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 26 LISE, A. A. 3,475 e Br. Pedipalpo: fêmur de comprimento muito superior ao diâmetro (0,425 x 0,175), com dois curtos tubérculos apicais. Patela levemente mais longa do que larga (0,250 x 0,225), com grossos tubérculos pro- laterais e retrolaterais, outros menores, dorsais. Tibia de comprimento na base do tarso menor do que a largura (0,200 x 0,250), munida de uma longuissima apöfise (0,550), que atinge quase o äpice do cymbium. A apófise é levemente curva dorsiventralmente e percorrida ventralmente por um profundo sulco longitudinal. Na base da apófise a tibia apresenta uma saliência de posição retrolateral, em forma de uma braçadeira, que envolve a base da apófise, em cuja porção dorsal ha um dente curvo. Face dorsal da tíbia com al- gumas cerdas e longuissimas tricobótrias. Tarso um pouco mais longo do que largo (0,575 x 0,450), espesso (0,350). Cymbium muito convexo, piloso, com uma escavadura na face retrolateral no ponto de tângência com a apófise. Tegulum fracamente convexo. Embolus muito longo, descrevendo uma curvatura em torno de 810 graus. DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA. Brasil: Pará. KEYSERLING (1880) refere a espécie para a Guiana Francesa (Caiena). MELLO- LEITÃO (1929 e 1943) a refere para a Venezuela, Guiana Francesa (Caiena), Peru e Brasil (Rio Grande do Sul). A etiqueta original de E. Simon (MNHN), que acompanha os espécimes, refere apenas “Plusieurs endroits”. DISCUSSÃO TAXONÓMICA. Esta espécie é muito próxima de O. pentagonus e de O. granulosus. As fêmeas de O. echinatus são dis- tinguidas das de O. pentagonus, pelas aberturas de fecundação muito pequenas, de dificil visualização, colocadas logo acima das hastes lon- gitudinais do epigino; pela menor altura do clípeo, e pela curvatura das tibias I e II um pouco mais acentuada. De O. granulosus distingue-se pelo grau de enrolamento dos ductos espermáticos em que o ducto aferente atinge o bulbo espermático correspondente pela promargem; “pelo maior comprimento e curvatura das tibias I e II, e pelo maior número de tubérculos e cerdas nos fêmures, patelas e tibias I e II. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 Tomisideos neotropicais V... 97 Os machos de O. echinatus diferenciam-se dos de O. pentagonus pelo acentuado comprimento e espessura dos tubérculos e cerdas si- tuadas atrás dos OMA e entre os OLA, OLP e OMP; pelo maior número e tamanho dos tubérculos da patela e tibia do pedipalpo, e pela menor curvatura do gancho existente na retromargem apical da tíbia, dorsal- mente à apófise tibial. O macho de O. granulosus é desconhecido. VARIAÇÃO INTRA-ESPECÍFICA. Nas fêmeas, o colorido dorsal do abdômen pode ser branco reticulado, amarelo reticulado de branco com algum sombreado marrom, ou amarelo com manchas brancas e ful- vas e contornos sombreados de marrom, de modo a formar um retículo de malhas irregulares. Nelas, os basitarsos são totalmente amarelos ou fulvo-claros, podendo apresentar ou não um sombreado ou uma mancha bem definida, da mesma cor, no terço basal da face posterior. Nos machos o colorido do cefalotórax é muito uniforme, apresen- tando no entanto, variações cromáticas na face dorsal do abdômen. Este pode ser totalmente amarelo, muito claro; fulvo-amarelado com manchas esparsas, brancas e fulvas; fulvo-amarelado sombreado de negro, ou mesmo com uma grande mancha negra a qual pode se estender da borda anterior ao tubérculo posterior. MATERIAL EXAMINADO VENEZUELA. San Esteban: 19 MNHN 10861. BRASIL.Goiás: 19 MNHN 21670-C; São Paulo: Lussanvira 1 & MNRJ 1169, R. Arle leg.; 4 9 ell S MNHN 2670, plusieurs endroits. OBSERVAÇÕES KEYSERLING (1880), ao redescrever a fêmea e ao se referir aos olhos anteriores, diz: “Die vorderen S.A. sind fast doppelt so gross als die übrigen ziemlich gleichgrossen”. Em nenhum dos exemplares exa- minados encontramos tal relação uma vez que os OLA são no máximo dois terços maiores do que os OMA; o mesmo acontecendo em relação aos olhos posteriores. Estes, em apenas uma fêmea imatura demons- traram ser menores do que os OMA, sendo iguais a estes em todos os demais espécimes. Ao se referir aos olhos posteriores, diz: “Die hinteren MA, liegen reichlinch um ihren doppelten Durchmesser von einander und nicht so weit von den hinter SA., die mit den vorderen SA. und MA. eine gerade Linie bilden’. Na maioria dos espécimes examinados, os OMP acham-se afastados entre si por menos do que dois diâmetros, sendo na realidade equidistantes aos OLP. Ao fazer menção à quetotaxia das tibias e basitarsos I e II afirma que: “An den Tibien der beiden vorderen Fuss paare sitzen 4 Paar und IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 Ap 28 LISE, A. A. an den Metatarsen 3 Paar recht langer Kräftiger und am Ende meist etwas gekrümmter Stacheln”. As tibias apresentam 2-2-2 fortes espinhos na face anterior e mais 3 tuberculos apicais, munidos de grossa cerda es- piniforme. O basitarso I tem 2-2-2 fortes espinhos anteriores e o II apresenta 2-2-2 anteriores e mais 1-1 dorsais. MELLO-LEITÃO (1929), diz: “Área dos olhos médios muito mais alta que larga, mais estreita adiante”. Em nenhum dos exemplares examinados verificou-se tal relação. Na maioria ela é tão longa quanto larga, havendo casos em que ela demonstrou ser levemente mais larga do que longa. MELLO-LEITÃO (1929), ao descrever o macho e ao se referir à al- tura do clipeo, diz “clypeo muito pouco mais alto que a área dos olhos médios”. Este, na realidade demonstrou ser mais baixo do que o tra- pézio formado pelos olhos anteriores. Onocolus echinicauda MELLO-LEITÃO, 1929 (Figs. 42-57) Onocolus echinicauda MELLO-LEITÃO, 1929:70. MATERIAL-TIPO. MELLO-LEITÃO (1929), ao descrever a espécie em questão, que segundo se deduz foi nominada por SIMON mas não descrita por ele, diz: “Desta es- pécie inédita de E. Simon, dou a descripção pelos typos” dizendo ainda estarem os “Ty- pos e Cotypos” 8789, 10355, 21630 e 22459 na coleção de E. Simon do Museum National d'Histoire Naturelle de Paris. Das três fêmeas que compunham o lote nº 8789, provenientes do Paraguai, com etiqueta manuscrita de E. Simon e designadas por ele como “Types”, elegemos uma como lectötipo, conservando-lhe o nº 8789 e às outras duas atribuímos o nº 8789-A e as con- sideramos como paralectotipos. Oslotes nº 10355, 21630 e 22459 (MNHN) não têm qualquer indicação tipolögica. LOCALIDADE-TIPO. Paraguai. REDESCRIÇÃO — a) Fêmea Comprimento total — 8,300. Cefalotórax, esterno, lâminas maxilares, lábio, queliceras, pedipal- po e pernas amarelos. Abdômen: dorso amarelo esbranquiçado, levemente sombreado de marrom escuro. Laterais amarelas, muito reticuladas. Ventre amarelo muito reticulado de branco, apresentando uma larga faixa longitudinal, mediana, amarela, quase da mesma tonalidade do cefalotórax. Tubér- culos laterais e posterior amarelos, sombreados de marrom muito escuro. Fiandeiras amarelas. Epigino com duas espermatecas, esféricas logo à IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 Tomisídeos neotropicais Ve: 29 — frente da prega epigástrica e um par de bulbos espermáticos muito volumosos, anteriores às espermatecas. Aberturas de fecundação na promargem dos bulbos espermáticos. Cefalotórax tão longo quanto largo (3,000), bem mais espesso no terço posterior (1,500). Dorso quase plano, com a área correspondente à região cefálica bem saliente, bastante convexa, nitidamente demarcada. Tegumento moderadamente quitinizado, totalmente revestido de tubér- culos, muito evidentes, todos munidos de cerdas conspicuas, maiores e mais abundantes a nível dos contornos posteriores. Região cefálica muito estreita, fortemente projetada para a frente, de lados paralelos, com muitas cerdas embasadas em pequenos tubérculos. Olhos anteriores dispostos em fila recurva, os médios um pouco menores do que os laterais (0,100 x 0,125). Os olhos médios distam um do outro dois diâmetro (0,200) e dos laterais, um diâmetro. Olhos posteriores em fila reta, iguais entre si e do mesmo diâmetro dos médios anteriores. Os olhos médios distam um do outro dois diä- metros e três quartos (0,275) e dos laterais, um diâmetro e três quartos. Área ocular média tão longa quanto larga (0,425), mais estreita na região anterior (0,375), com várias cerdas emergindo de pequenos tubér- culos. Destaca-se pelo maior tamanho, o par situado no centro da área, atrás dos OMA. Entre os OLA e OLP ha uma crista transversal encimada por três tubérculos com cerdas longas e finas. Clipeo vertical, fortemente convexo no centro, munido de quatro cerdas medianamente dispostas, na borda inferior, todas emergindo de tubérculos conspicuos, mais duas de cada lado nos ângulos e outras bem menores irregularmente dispostas. Altura do clipeo bem menor do que a fila dos olhos médios (0,200 x 0,375), da mesma altura do trapézio formado pelos olhos anteriores, igual à distância que separa os olhos médios ante- riores e equivalente a dois diâmetros dos OMA. Esterno ovalado um pouco mais longo do que largo (1,425 x 1,125), de superfície levemente convexa, revestido por diminutos pêlos, esparsos. Borda anterior quase reta, laterais curvas, não recortadas e ápice largamente rômbico. Lâminas maxilares muito mais longas do que largas (0,625 x 0,375), levemente convergentes, de promargem arredondada, pilosa, e retromargem reta, subangulosa. Lábio bem mais largo do que longo (0,500 x 0,400), de ápice ar- redondado. Queliceras longas (0,625 x 0,375), mais salientes no terço basal da face anterior, de onde emergem longos pêlos e tubérculos encimados por cerdas longas e delgadas. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 30° LISE, A. A. Abdômen mais largo do que longo (5,300 x 5,050), espesso (2,700), pouco quitinizado. Dorso moderadamente convexo, totalmente revestido de cerdas emergindo de tubérculos de vários tamanhos, irregularmente distribuídos, mais abundantes e maiores nas bordas anterior e laterais anteriores. Laterais lisas, com diminutíssimos pêlos, ventre piloso. Declive posterior densamente revestido de cerdas implantadas em tubér- culos conspicuos, ordenados em filas longitudinais, as quais contornam o abdômen posteriormente. Tubérculos laterais bem salientes, totalmente revestidos de cerdas. Tubérculo posterior muito longo, cônico, fortemen- te setifero. Perna I: fêmur densamente revestido de tubérculos setiferos, maiores na margem anterior. Patela de mesmo aspecto do fêmur, com os tubérculos maiores na face posterior. Tibia cilindrica, não arqueada e nem escavada, com 2-2-2 fracos espinhos anteriores, implantados em cavidades articulares muito salientes. Faces dorsal e posterior fortemen- te cerdosas, encontrando-se várias tricobótrias no terço basal da face posterior. Basitarso com 2-2-2 fortes espinhos anteriores, bem mais potentes do que os das tibias. Tegumento semelhante ao dos demais ar- ticulos, com tricobótrias no centro da face posterior. Tarso levemente mais dilatado no ápice; unhas fortes, pectinadas. Perna II: fêmur, patela e tibia muito semelhante às do primeiro par, um pouco menos cerdosas. Basitarso com 2-2-2 fortes espinhos an- teriores, muito mais longos e grossos do que os da tíbia e mais 1-1 dor- sais, um mediano entre o primeiro e segundo pares anteriores e o outro apical. Tarso igual ao da perna I. Pernas III e IV: fêmures com pequenos e raros tubérculos setiferos na face anterior. Patelas e tibias muito semelhantes às dos dois pri- meiros pares de pernas. Basitarsos semelhantes aos das pernas I eII,o IV com um maior número de tubérculos e cerdas e em ambos há longos pêlos grossos e curvos na face anterior. Tarsos normalmente dilatados, apresentando grossos pêlos na face anterior. Unhas munidas de dois grandes dentes curvos e longos. Tibias, basitarsos e tarsos com trico- bötrias na face posterior, como nas pernas I e II. Ei 0,400 4,500 FEMUR IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 Tomisideos neotropicais V... 31 Pedipalpo: fêmur muito longo (0,750 x :0,275), mútico. Patela mais longa do que larga (0,500 x 0,350), com muitas cerdas dorsais. Tibia mais longa do que larga (0,425 x 0,375), com muitas cerdas e tricobó- trias na face dorsal. Tarso de comprimento superior à duas vezes à lar- gura (0,725 x 0,325). b) Macho Comprimento total — 3,500. Cefalotorax fulvo escuro. Na região dorsal medianamente e nas laterais, onde há uma grande concentração de grânulos, é negro ou cas- tanho muito escuro. Esterno, lâminas maxilares e lábio amarelos, da mesma tonalidade das coxas. Queliceras fulvas escuras. Pedipalpo: fêmur amarelo na região basal e quase negro da metade até o ápice. Patela, tibia e tarso fulvos, muito escuros. Abdômen: dorso amarelo, reticulado de branco, todo sombreado de negro, com várias manchas fulvas, amarelas e negras distribuidas ir- regularmente. Laterais quase negras com uma mancha amarela na base dos tubérculos laterais. Ventre amarelo, sombreado de negro. Tubérculos laterais e posterior fulvos, percebendo-se, por transparência, um cone longitudinal mediano, negro. Fiandeiras fusco amareladas. Cefalotórax mais longo do que largo (1,650 x 1,550), de espessura mais ou menos uniforme em toda sua extensão (0,875), de tegumento: fortemente quitinizado. Dorso convexo, mais saliente na região cefálica, forte e grosseiramente granuloso. Centralmente, os grânulos se concen- tram em toda a extensão longitudinal de modo a delimitarem uma área caliciforme de base posterior. No espaço entre esta área central e as laterais, que são igualmente muito granulosas, há espaços de rarefação dos grânulos e mesmo inexistência deles, formando-se pequenas áreas completamente lisas, facilmente visualizadas pela sua cor muito mais clara. As estrias torácicas são demarcadas por segiiências lineares de grânulos. Dos tubérculos dorsais são principalmente notáveis os situados atrás dos olhos laterais posteriores, os dos contornos posteriores e dois centrais, quase medianos. Menção especial merece uma série linear de tubérculos conspicuos na borda inferior do cefalotórax a nível do pri- meiro par de pernas. Todos os tubérculos são encimados por grossas cer- das espiniformes, erectas. Região cefálica larga, correspondendo a um pouco mais do que a metade da maior largura do cefalotórax, bem projetada para a frente e de lados paralelos, com alguns tubérculos armados de curtas e grossas cerdas. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 32 | LISE,A.A. Olhos anteriores alinhados em fila recurva, iguais entre si (0,100), os médios distando um do outro um diâmetro e meio e apenas meio diâmetro (0,050) dos laterais. Olhos posteriores em fila levemente recurva, iguais entre si (0,075) e menores do que os anteriores. Olhos médios afastados um do outro por dois diâmetros e dois terços (0,200) e por dois diâmetros (0,150), dos laterais. Área ocular média tão alta quanto larga (0,325), levemente mais es- treita na porção anterior (0,300), fortemente granulosa, com dois grossos tubérculos atrás dos OMA, “armados de grossissima cerda espiniforme erecta, dirigida para a frente e mais três tubérculos um pouco menores, colocados em uma carena transversal situada entre os OLA eOLP. Clipeo vertical, fortemente quitinizado e muito convexo transver- salmente, com quatro potentes tubérculos centrais na borda inferior, cada um armado de grossissima e longa cerda espiniforme, ladeado por mais duas de cada lado bem menores nos ângulos e mais uma igualmen- te pequena abaixo dos OMA. No espaço que separa a borda do clipeo das queliceras há oito pequenas cerdas. Altura do clipeo menor do que a fila dos OMA (0,225 x 0,300), maior do que a altura do trapézio (0,175) formado pelos olhos anteriores e de altura equivalente a dois diâmetros e um quarto dos OMA. Esterno tão longo quanto largo (0,675), de superficie quase plana. Borda anterior bem escavada, laterais muito recortadas e ápice muito largo e reto. Lâminas maxilares convergentes, de promargem arredondada e pilosa e retromargem reta, apicalmente subangulosa, de comprimento superior a duas vezes a largura (0,375 x 0,175). Lábio muito mais largo do que longo (0,275 x 0,175), de ápice arredondado e piloso, não atingindo o meio das lâminas maxilares. Abdômen mais largo do que longo (2,075 x 1,925), de espessura uniforme em quase toda sua extensão (1,000). Bordas anterior e laterais anteriores munidas de grossas cerdas espiniformes, implantadas em tubérculos curtos e grossos. Tegumento muito quitinizado. Dorso com muitas cerdas. Laterais e ventre desprovidos de cerdas, apenas pilosos. Declive posterior com inúmeros tubérculos setiferos conspicuos, dispos- tos em filas longitudinais que contornam o abdômem. Tubérculos la- terais e posterior muito longos e delgados, quase cilindricos, os, laterais voltados para cima, levemente dirigidos para trás, o posterior não in- clinado, todos com grossos tubérculos, encimados por grossas cerdas es- piniformes. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 Tomisídeos neotropicais V... 33 Perna I: fêmur com grossos tubérculos armados de potentes cerdas espiniformes, nas faces anterior e posterior. Patela de face posterior or- nada por grossos tubérculos dos quais emergem macrocerdas. Tibia muito dilatada, muito arqueada, com 2-2-2 potentissimos espinhos anteriores, postos em cavidades articulares muitissimo salientes e mais um par de tubérculos apicais muito conspicuos, encimados por grossis- simas cerdas. Face dorsal com uma fila longitudinal média de grossos tubérculos setiferos e várias tricobótrias no terço basal. Basitarso mar- cantemente mais delgada do que a tíbia, com 2-2-2 longuíssimos es- pinhos anteriores, algumas cerdas nas faces dorsal e posterior e trico- bótrias no centro da face posterior. Tarso levemente mais dilatado no ápice, com unhas grandes e bidenteadas. Perna II em tudo semelhante à I, porém com a tíbia muito menos dilatada e francamente arqueada. E Todos os artículos dos dois primeiros pares de pernas, exceto os tarsos, com o tegumento muito Pata ga e finalmente granuloso, à semelhança de uma lixa. Pernas III e IV muito semelhantes às da een 0,750 0,325 0,500 0,425 0,300 Pedipaldo: fêmur de comprimento superior ao dobro do diâmetro (0,425 x 0,200). Patela de comprimento levemente superior à largura (0,275 x 0,250), com várias cerdas dorsais e dorsilaterais de tamanhos variáveis. Tibia de comprimento na base do tarso bem menor do que a largura (0,175 x 0,250), com uma grosa e longa apófise na face retro- lateral a qual atinge quase o meio do cymbium. A apófise tem quase o dobro do comprimento da tíbia, tomado ao nível do embasamento do tarso. Apresenta-se levemente curva, com profundo sulco longitudinal e um pequeno dente curvo, na base, dorsalmente. No dorso a tíbia IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (57) :3-97, 9 fev. 1981 34 LISE, A. A. apresenta longas tricobótrias e algumas cerdas muito longas embasadas em curtos tubérculos. Na face prolateral apresenta algumas cerdas gran- des e outras menores na face retrolateral. Tarso bem mais longo do que largo (0,550 x 0,375), com 0,325 de espessura. Cymbium muito convexo, com grossos pêlos ventrais, na pro e na retromargem. Tegulum mais ou . menos conveso. Emboloso curto, descrevendo uma curvatura de cerca de 180º. DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA. Brasil: Pará (Santarém): Goiás: Mato Grosso; Minas Gerais (Diamantina); Rio Grande do Sul (Cerro Largo e Garruchos). Paraguai. DISCUSSÃO TAXONOMICA. Espécie próxima à O. garruchus LISE, 1979, da qual as fêmeas se diferenciam por terem todos os te- gumentos muito mais cerdosos, com cerdas menores e mais delgadas; o abdômen mais largo do que longo com o tubérculo posterior muito eminente; o clipeo vertical com muitas cerdas em sua margem; as tibias I e II apresentando 2-2-2 espinhos anteriores; os bulbos espermáticos são maiores do que as espermatecas, aqueles, muito maiores do que os de O. garruchus. Os machos de O. echinicauda diferenciam-se dos de O. garruchus pelo cefalotórax menos cerdosos e menos granulso; por apresentarem várias cerdas no clipeo, dispostas em duas filas transver- sais superpostas; pelo maior achatamento e alargamento do abdômen; pelos tubérculos laterais e tubérculo posterior do abdômen mais delgados e pelo maior comprimento da apófise tibial do pedipalpo. MATERIAL EXAMINADO BRASIL. Pará: Santarém, 1 q MNHN 16098; Mato Grosso: 5 © e5 d& MNHN 10355; Goiás: 2 9 MNHN 21630, 1 é MNHN 21629-D; Minas Gerais: Diamantina, 1 9 MNHN 22459; Rio Grande do Sul: Cerro Largo, 1 q MCN 4313, 12.11.1943, P.Buck leg.; Garruchus, 2 9 el & MCN 4213, 6.X11.1975, A. Lise leg.. PARA- GUAI. 1 9 MNHN 8789, 2 q MNHN 8789-A. OBSERVAÇÕES Fêmea — Ao descrevê-la, MELLO-LEITÃO (1929) diz que o clípeo é bem mais largo do que a fila dos olhos médios. Ao mencionar largura, deveria estar se referindo à altura, que em todos os exemplares exa- minados é muito menor do que a fila dos olhos médios antericres e muitissimo menor do que a fila transversal dos olhos anteriores. Sua al- tura é geralmente maior do que o do trapézio formado pelos olhos an- teriores, mas verificou-se em quatro dos exemplares examinados que ambas as alturas se igualam. Ao se referir às distâncias dos olhos anteriores diz serem quase equidistantes. Do exame biométrico de todos os espécimes que IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 Tomisideos neotropicais V... 35 compõem o lote verificou-se que os médios distam entre si num mínimo de um diâmetro e três quartos e num máximo de dois diâmetros e um quarto, enquanto que os laterais anteriores distam dos médios num mínimo de meio diâmetro e num máximo de um diâmetro, prevalecendo os afastamentos de três quartos de diâmetro a um diâmetro. Parte des- tas variações talvez se devam à dificuldade de obter-se medidas precisas, principalmente em animais muito claros nos quais os limites das córneas são mais dificeis de serem precisados. Menciona, também: “Área dos olhos médios muito mais alta que larga, mais estreita adiante”. Apenas em três espécimes verificou-se ser ela levemente mais longa do que larga e em todos os demais é tão longa quanto larga, confirmando contudo a menor largura na região anterior. Sobre a quetotaxia das pernas, diz estarem as tibias armadas de 2- 2 pequenos espinhos, quando na realidade apresentam 2-2-2, raramente 1-2-2, no caso o impar de posição ântero-ventral. O basitarso I tem 2-2-2 anteriores e o basitarso II tem 2-2-2 mais 1-1 dorsais. No que diz respeito ao colorido do abdômen, as variações são notáveis, dentro dos seguintes padrões: a) pardo, muito reticulado de branco com intenso sombreado marrom muito escuro e duas manchas circulares brancas, medianas; b) quase todo marrom com quatro manchas circulares de cor bran- ca e mais duas grandes manchas de contornos irregulares, uma de cada lado, ao nível dos tubérculos laterais, ocupando quase toda a metade an- terior do abdômen; c) todo amarelo, levemente sombreado de marrom; d) fusco, todo reticulado de um marrom muito escuro, quase negro, provavelmente vermelho no animal vivo. As faces laterais e ventrais são normalmente amarelas, algo som- breadas de marrom ou mesmo totalmente brancas, às vezes reticuladas em intensidades variáveis. Macho — MELLO-LEITÃO (1929), ao descrever o macho diz: “Olhos posteriores em fila direita, os médios mais afastados”. Em apenas dois exemplares de toda a série examinada verificou-se a dis- posição em linha reta, sendo levemente recurva em todos os demais. Ao se referir aos olhos anteriores diz: “Olhos anteriores quasi equidistan- tes, em fila muito recurva, os médios um nada menores”. Em relação ao diâmetro verificou-se serem iguais a não ser em casos isolados nos quais pode-se observar diferenças minimas e nestes casos o olho esquerdo diferia em tamanho do direito. A equidistância entre olhos médios e laterais nunca se verifica uma vez que os médios são sempre muito mais afastados um do outro do que os laterais. Os médios distam um do outro IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 36 LISE, A. A. no minimo em um diâmetro e dois terços, prevalecendo um afastamento de dois diâmetros. Quanto ao afastamento dos olhos médios anteriores dos laterais, nunca se verifica um distanciamento maior do que dois ter- ços de diâmetro, ocorrendo uma predominância quase absoluta de apenas meio diâmetro. No que diz respeito ao colorido dos machos, as variações são pequenas, apenas o abdômen pode estar mais ou menos intensamente manchado de castanho e negro. Onocolus echinurus MELLO-LEITÃO, 1929 (Figs. 58-63) Onocolus echinurus MELLO-LEITÃO, 1929:76. MATERIAL-TIPO. Holótipo % MNHN 17808, Parahyba do Norte, atual João Pessoa, Paraiba, Brasil (sem coletor e sem data) na coleção E. Simon. LOCALIDADE-TIPO. João Pessoa, Paraiba, Brasil. REDESCRIÇÃO — Fêmea (macho desconhecido). Comprimento total — 9,500. Cefalotórax, esterno, lâminas maxilares, lábio, pedipalpos, que- liceras e pernas amarelos claros. Abdômen: dorso marrom com inúmeras pequenas manchas esbran- quiçadas. Borda anterior marginada de branco. Laterais brancas, muito reticuladas. Ventre amarelo pardacento muito reticulado de branco. . Tubérculos laterais e posterior brancos. Fiandeiras amarelas. Epigino com as espermatecas e as hastes medianas fulvas. Cefalotórax tão longo quanto largo (3,250), mais espesso no terço posterior (1,750). Dorso moderadamente convexo, pouco quitinizado, todo revestido por diminutos tubérculos setiferos, irregularmente dispos- tos, dos quais emergem diminutas cerdas, meiores e mais abundantes nos contornos posteriores. Região cefálica muito estreita e muitissimo projetada para a frente, de lados paralelos, com vários tubérculos munidos de cerdas. Olhos anteriores em fila recurva, os médios muito menores do que os laterais (0,075 x 0,125). Olhos médios afastados um do outro por três diâmetros e dos laterais por um diâmetro (0,075) Olhos posteriores formam uma fila reta, iguais entre si e do mesmo diâmetro dos médios anteriores. Os olhos médios distam um do outro por três diâmetros e dois terços (0,275) e dos laterais por dois diâmetros e um terço (0,175). IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 Tomisideos neotropicais V... 37 Area ocular media täo larga quanto longa (0,450), mais estreita adiante (0,375), toda revestida de pequenos tuberculos encimados por del- gadas cerdas. No centro da área ocular, atrás dos OMA, há dois grossos tubérculos encimados por longa e delgada cerda espiniforme e mais três ig de cada lado, sobre uma carena transversal, entre os OLA e Clipeo vertical, transversalmente convexo, com 16 tubérculos dis- postos em duas filas transversais, superpostas, cada uma com oito tubérculos, todos munidos de longa cerda curva e mais um tubérculo bem mais grosso, no centro do clípeo, acima dos demais. Altura do clipeo menor do que a fila dos OMA (0,325 x 0,375), muito mais baixo do que a área dos olhos médios, equivalente a quatro diâmetros e um terço dos OMA. Esterno bem mais longo do que largo (1,625 x 1,200), de superficie levemente convexa, toda revestida de pêlos. Borda anterior quase reta, laterais levemente recortadas a nível das coxas dos dois primeiros pares de pernas, e ápice arredondado terminando além do embasamento da coxa IV. Lâminas maxilares de comprimento duas vezes superior à largura (0,750 x 0,375), convergentes, de ápice piloso e arredondado. Lábio mais largo do que longo (0,525 x 0,425), de ápice arredon- dado, com raros pêlos apicais. Queliceras longas (1,000 x 0,625), mais salientes no terço basal da face anterior, com vários tubérculos munidos de longas e delgadas cer- das. Abdômen mais largo do que longo (6,300 x 5,850), muitíssimo es- pesso (5,150), fracamente quitinizado. Dorso muito convexo totalmente revestido de pequenos tubérculos encimados por finas e curtas cerdas. Faces laterais lisas. Declive posterior fracamente ornado de tubérculos, estes muito pequenos e com cerdas pouco eminentes. Ventre pubescente. Tubérculos laterais pequenos, totalmente revestidos de tubérculos, en- cimados por cerdas delgadas e longas. Tubérculos posterior muito sa- liente, grosso, de ápice curvo dorsiventralmente, total e densamente revestido de tubérculos de tamanhos variáveis, todos munidos de cerdas. Perna I: fêmur com uma fila longitudinal de longuissimos tubér- culos na face anterior. Face dorsal e posterior com pequenos tubérculos encimados por finas e curtas cerdas. Patela com grossissimos e abun- dantes tubérculos setiferos na face posterior e alguns muitissimo me- nores na face dorsal. Tibia cilindrica, levemente arqueada, com 2-2-2 es- pinhos anteriores e mais dois tubérculos apicais munidos de grossa cerda espiniforme. Face posterior com grossos e abundantes tubérculos se- tiferos e várias tricobótrias curtas no terço basal. Face dorsal com al- IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 38 LISE, A. A. guns pequenos tubérculos setiferos. Basitarso muito menos espesso do que a tibia, com 2-2-2 grossos espinhos anteriores, o par apical muito menor, de ápice curvo. Face posterior com tubérculos muito menos abundantes do que na tíbia e longa tricobótria mediana. Tarso mais dilatado no ápice, todo piloso, com uma tricobótria apical. Unhas fortes e pectinadas. Perna II. fêmur e patela iguais aos do par anterior. Tibia levemen- te menos arqueada que a I, com 2-2-2 fracos espinhos anteriores e mais um par apical de tubérculos com cerda espiniforme. Basitarso com 2-2-2 espinhos anteriores, maiores do que os da tíbia e mais 1 dorsal, apical, muito pequeno. Tarso como em I. Pernas III e IV: fêmures com alguns pequenos tubérculos setiferos na face anterior. Patela e tíbia como em I e II. Basitarso com tuber- culos setiferos na face posterior e longos e fortes pêlos curvos na face anterior. Tarso uniformemente dilatado em toda sua extensão, com lon- gos e grossos pêlos na face anterior. Unhas grandes tridenteadas. EEE SE — [om Seiser pe ri ia a Pedipalpo: fêmur uma vez e dois terços mais longo do que seu diâmetro (0,500 x 0,300). Patela e tíbia de mesmo comprimento e de mesma largura (0,500 x 0,400), ambas com muitos tubérculos setiferos dorsais, munidos de longas cerdas. Tibia com tricobótrias dorsais. Tarso de comprimento superior a duas vezes a largura (0,750 x 0,300), muito piloso, com algumas cerdas e uma forte unha apical. DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA. Brasil, Paraiba. DISCUSSÃO TAXONÖMICA. Distingue-se de O. echinicauda da qual é espécie próxima, pela genitália; pela maior altura do clipeo e pelo maior arqueamento das tibias I e II. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 Tomisídeos neotropicais V... 39 MATERIAL EXAMINADO. BRASIL. Paraiba: João Pessoa, 1 9 MNHN 17808. OBSERVAÇÕES Em relação a altura do clipeo, diz MELLO-LEITÃO (1929) que este é mais alto que a área dos olhos médios. Pelo exame do tipo constata-se ser um pouco mais baixo. Ao se referir à area dos olhos médios diz ser ela mais alta do que larga, paralela. Nenhuma das duas afirmativas é real já que a área n .,0 º I 2 o o D ocular e nitidamente mais larga do que longa e & mais estreita anterior- mente. Quanto ao lábio, diz ser mais longo do que largo quanto na rea- lidade é bem mais largo do que longo. Em relação é quetotaxia das tíbias dos dois primeiros pares de per- nas, diz possuirem 2-2-2-2 espinhos anteriores. Tanto a tíbia I como a II apresentam 2-2-2 espinhos móveis em cavidades articulares muito proeminentes e mais um par de tubérculos com uma cerda espiniforme, iguais aos que ocorrem nas faces dorsal e posterior de todos os artículos. Onocolus episcopus MELLO-LEITÃO, 1934 (Figs. 64-78) Onocolus episcopus MELLO-LEITÃO, 1934:48. Paranocolus intermedius MELLO-LEITAO, 1929:79. MATERIAL-TIPO. Holótipo ? MNRJ 41770, Gávea, Rio de Janeiro, R. Arlé leg. LOCALIDADE-TIPO. Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil. REDESCRIÇÃO a) Fêmea. Comprimento total — 8,625. Cefalotórax, esterno, lâminas maxilares, lábio, queliceras; pedipal- po e pernas amarelas. Abdômen: Dorso amarelo, fortemente reticulado de branco com uma enorme mancha marrom, mais ou menos descontinua, que reveste todo o dorso, deixando apenas uma estreita faixa transversal na borda anterior, de cor branca. A nível dos tubérculos existem duas depressões côncavas, uma de cada lado, de coloração fulva. Laterais amarelas, den- samente reticuladas de branco. Ventre com uma larguissima faixa cen- tral longitudinal, amarela, contornada de branco, pouco reticulada. Tubérculos laterais e posterior da mesma cor do dorso. 'Fiandeiras amarelas. ; Ea IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 40 LISE, A. A. Cefalotórax tão longo quanto largo (3,750), mais elevado atrás (1,500). Dorso muito pouco convexo, pouco quitinizado, quase liso, apresentando alguns tubérculos setiferos pequenos, nos contornos pos- . teriores. Região cefálica muito estreita, muito projetada para diante, de lados paralelos. Olhos anteriores dispostos em fila recurva, os médios menores do que os laterais (0,125 x 0,162). Olhos médios afastados entre si por um diâmetro e um quinto (0,150) e por apenas três quintos de diâmetro (0,075) dos laterais. Olhos posteriores dispostos em fila reta, de mesmo tamanho e de diâmetro igual aos olhos médios anteriores. Olhos médios afastados en- tre si por dois diâmetros (0,250) e por apenas um diâmetro e um quinto (0,150) dos laterais. Área ocular mais larga do que longa (0,475 x 0,400), mais estreita na região anterior (0,400), totalmente lisa, apenas com diminutissimas cerdas entre os OLA e OLP, em pequeno cômoro transversal que as separa. Clipeo muito proclive, transversalmente convexo, munido de oito tubérculos setiferos medianos, na borda inferior e mais dois de cada lado, nos ângulos laterais, o interro bem mais evidente, curvo para o centro, todos encimados por cerdas curtas e finas. Altura do clípeo muito menor do que a fila dos OMA (0,275 x 0,400), de altura equiyalons te a dois diâmetros e dois quintos destes. Esterno mais longo do que largo (1,875 x 1,250), convexo, borda anterior quase reta, laterais quase paralelas ou levemente recortadas a nível do segundo par de pernas. Äpice termina em ponta estreita e rôm- bica. Lâminas maxilares de comprimento superior e a duas vezes a dimensão da largura (0,850 x 0,400), convergentes, de ápice arredon- dado, munido de pêlos na promargem. Lábio muito mais largo do que longo (0,600 x 0,425), de ápice arredondado. Queliceras curtas e grossas (0,750 x 0,600) com diminutas cerdas na face anterior. Abdômen mais largo do que longo (5,750 x 4,850), espesso (3,000), pouco quitinizado. Dorso quase plano com diminutissimas e raras cerdas dorsais na borda anterior, laterais anteriores e no declive posterior. Tubérculos laterais pequenos, posterior bem desenvolvido, cônicos, de ápice arredondado e rugoso, com pequenas e raras cerdas. Laterais e ventre lisos. Epígino com duas espermatecas castanhas e, entre elas, duas hastes paralelas, longitudinais, fulvas. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 Perna I: fêmur com uma fila longitudinal, anterior, de fortes tu- bérculos setiferos encimados por curta cerda. Face posterior lisa ou com diminutas cerdas. Patela lisa. Tíbia cilindrica, não arqueada, com 2-2 ou 1-2-2 fracos espinhos anteriores, o impar no terço basal, muito menor, o qual geralmente falta, e muito afastado dos outros dois pares, disposto na margem dorsal. Face posterior com filas longitudinais de pequenos tubérculos setiferos, a mediana mais evidente. De ambos os lados da fila longitudinal média, ocorre uma depressão rasa, da qual emergem quatro tricobótrias. Basitarso com 2-2-2 espinhos anteriores, bem mais potentes do que os das tibias. Face posterior quase lisa com uma depressão rasa, mediana, da qual emergem quatro tricobótrias. Tarso levemente mais dilatado no ápice, fascículo subunguenal pouco denso, apresentando ainda duas tricobótrias apicais na face posterior. Perna II: fêmur e patela semelhantes aos da perna I. Tibia com 2-2 ou 1-2-2 fracos espinhos anteriores, o impar na margem ventral. Basitar- so com 2-2-2 anteriores e mais 1-1 dorsais, um basal e outro apical. Tar- so como em. Pernas III e IV: fêmur liso. Patela com diminutas cerdas na face posterior. Tibia com escavadura rasa, no terço basal da face posterior, com quatro tricobótrias. Basitarso com pequenas cerdas na face pos- terior e duas tricobótrias, a apical muito longa e curva. Face anterior com grossos pêlos apicais curvos. Tarso piloso com duas tricobótrias apicais. FEMUR | PATELA | TÍBIA | BASITARSO | TARSO | TOTAL ERRAR EE nais [om [Gas [ae o [ese [om 1,650 0,900 | 1,300 0,450 5,275 Pedipalpo: fêmur de comprimento muito superior ao diâmetro (0,600 x 0,250). Patela de comprimento maior do que o diâmetro (0,550 x 0,400) com alguns tubérculos setiferos apicais e nas laterais. Tibia de comprimento maior do que o diâmetro (0,500 x 0,400) com abundantes cerdas e duas áreas dorsais de tricobótrias, uma de cada lado da linha longitudinal, cada uma com quatro tricobótrias. Tarso piloso, (0,725 x 0,350). IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 DESCRIÇÃO — Macho Comprimento total — 3,125. Cefalotórax, esterno, lâminas maxilares, lábio, queliceras, pedipal- po e pernos, fulvos, sombreados de negro, com intensidades diferentes. Abdômen de dorso amarelo pardacento, intensamente manchado de negro, podendo ocorrer algumas manchas brancas, leitosas. Laterais e declive posterior amarelos pardacentos, manchados de negro. Ventre pardacento, região epigástrica fulva. Tubérculos laterais não inclinados, no mesmo plano do dorso, voltados para trás formando um ângulo aproximado de 45º com o eixo longitudinal. Tubérculos laterais e pos- terior fulvos, com um eixo mediano negro. Cefalotórax mais longo do que largo (1,400 x 1,325), quase tão es- pesso quanto o abdômen (0,850), fortemente quitinizado. Dorso convexo, de região cefálica bem demarcada pela sua maior convexidade. Tegu- mento fortemente quitinizado, densamente granuloso, com áreas lisas entre as estrias torácicas. Atrás dos OLP e na curvatura posterior existe um tubérculo de cada lado, encimado por grossa e curta cerda espinifor- me. Região cefálica estreita, muito projetada para diante, de lados não paralelos. Olhos anteriores dispostos em fila recurva, os médios menores do que os laterais (0,075 x 0,100). Olhos médios afastados entre si por um diâmetro e um terço e dos laterais por apenas dois terços de diâmetro. Olhos posteriores em fila reta, iguais entre si e do mesmo tamanho dos médios anteriores. Olhos médios afastados entre si por dois diä- metros e um terço (0,175) e dos laterais por um diâmetro e um terço (0,100). Área ocular média mais larga do que longa (0,300 x 0,250), um pouco mais estreita na região anterior (0,275), fortemente granulosa, com um potente tubérculo entre os OLA e os OLP, encimado por uma curta e grossa cerda espiniforme. Clípeo vertical, transversalmente convexo, de tegumento fortemen- te granuloso, ornado por onze grossos tuberculos na borda inferior. A al- tura do clipeo & menor do que a fila dos OMA (0,200 x 0,275), equi- valendo a dois diâmetros e dois terços destes, sendo ainda igual a duas vezes a distância que separa os OMP dos OLP. Esterno um pouco mais longo do que largo (0,625 x O 1600), con- vexo, anteriormente entalhado, laterais fortemente recortadas, ápice reto e largo, tegumento microgranuloso. Lâminas maxilares convergentes, duas vezes mais ongs do que largas (0,350 x 0,175), de ápice arredondado, com pêlos apicais na promargem. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 Tomisideos neotropicais VS: 43 Lábio muito mais largo do que longo (0,250 x 0,175), de ápice moderadamente arredondado, munido de uma fila transversal de pêlos apicais. Abdômen tão longo quanto largo (1,725), baixo (0,875). Borda an- terior reta, munida de curtos e grossos tubérculos encimados por cerdas espiniformes, curtas e grossas, o mesmo acontecendo com a as bordas laterais anteriores. Declive posterior com as cerdas dispostas em filas que contornam o abdômen. Laterais lisas, ventre revestido por espessos e curtos pêlos negros. Tubérculos laterais e posterior pouco eminentes, - ornados por tubérculos setiferos encimados por curtas e grossas cerdas espiniformes. Perna I e II. fêmures com dois ou três tubérculos setíferos an- teriores na margem ântero-dorsal, munidos de cerdas curtas e grossas. Face posterior com duas filas longitudinais de tubérculos setiferos, os da fila dorsal muito mais conspicuos do que os da ventral. Patelas com três filas longitudinais de tubérculos setiferos na face posterior. Tíbias espes- sas, levemente arqueadas, com uma escavadura rasa no terço basal, com um grosso tubérculo setifero atrás e um bem menor à frente da esca- vadura, da qual emergem oito tricobótrias, quatro de cada lado. Face anterior com 2-2-2 longos espinhos, o par basal menor, e mais dois tubérculos apicais, encimados por grossa cerda espiniforme. Basitarsos com 2-2-2 longos e fortes espinhos anteriores. Face posterior com uma depressão rasa, mediana, da qual emergem duas longas tricobótrias. Tarsos mais dilatados no ápice, pilosos, com duas tricobótrias apicais. Pernas III e IV: fêmures lisos. Patelas com diininutissimos tubér- culos na face posterior. Tibias levemente escavadas no terço basal de on- de emergem duas tricobótrias. Apresentam ainda, dois tubérculos se- tiferos, um mediano e o outro apical. Basitarsos com apenas um tubér- culo apical na face posterior e duas tricobótrias, a apical muito longa. Face anterior com grossos pêlos curvos. Tarsos uniformemente dila- tados com grossos pêlos anteriores e longa tricobótria apical. pa fra ee Bee a oeler Bene] ve | IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 198. 44 LISE, A. A. Pedipalpo: fêmur com 0,375 de comprimento e 0,125 de diâmetro. Patela de comprimento e diâmetro quase iguais (0,225 x 0,200), com tubérculos setiferos dorsais. Tibia de comprimento e diâmetro, na base do cymbium quase iguais (0,125 x 0,150), com uma longa apófise re- trolateral. Comprimento da apófise igual ao diâmetro da tíbia. A apófise é curva dorsiventralmente, com uma profunda concavidade longitudinal, retrolateral. No terço basal apresenta um forte dente curvo, voltado para diante. Dorsalmente a tíbia apresenta longas tricobótrias e fortes cerdas espiniformes dorsais e prolaterais. Tarso mais longo do que largo (0,450 x 0,350), espessura 0,250. Cymbium com grossos pelos curvos na pro e na retromargem, dorso piloso. Tegulum de superfície levemente convexa. Embolus longo, descrevendo uma curvatura de aproximadamente 540º. DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA. Brasil: Ceará (Baturité); Rio de Janeiro (Gávea e Niterói); Paraná (Rio Negro); Goiás; Rio Grande do Sul (Viamão e Irai). Paraguai. Há ainda exemplares no MNHN eti- quetados com “plusieurs localites”. DISCUSSÃO TAXONÔMICA. A fêmea desta espécie é proxima a de O. trifolius, da qual se diferencia porque apresenta o tubérculo pos- terior do abdômen mais longo, não granuloso; o afastamento dos OLA dos OMA é maior; o afastamento dos OLP dos OMP é menor; a fila ocular anterior é mais recurva; o clipeo é mais acentuadamente proclive; as tibias I e II apresentam apenas 2-2 ou 1-2-2 espinhos anteriores e a fronte é mais estreita. VARIAÇÃO INTRA-ESPECÍFICA. Desta espécie tivemos a oportunidade de examinar o material logo após a coleta e em relativa abundância, se considerarmos a raridade dos mesmos, o que nos permite fazer algumas considerações sobre as variações no colorido. Nas fêmeas, o cefalotórax, as pernas e os palpos são quase hia- linos, tendendo para um branco leitoso, totalmente salpicados de man- chas verde azuladas, irregularmente dispostas. O colorido dorsal do abdômen varia de exemplar para exemplar. A maioria apresenta o dorso totalmente vermelho, como no holótipo. Em outros o dorso é branco leitoso intensamente manchado de vermelho, formando um fino retículo. Há exemplares de dorso amarelo reticulado de branco com duas grandes manchas marrom claras. O exemplar proveniente de Irai (RS) apresenta o dorso intensamente vermelho com duas enormes manchas ocelares brancas, uma de cada lado, ao nível dos tubérculos laterais. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 Em todos os espécimes fêmeas, as laterais e o declive posterior são brancos, reticulados, fracamente sombreados de verde. O ventre é bran- co, reticulado. As fiandeiras são contornadas anteriormente por um semicirculo amarelo. Nos machos, o cefalotórax é geralmente fulvo. Há espécimes em que as partes granulosas são negras, ou quase, e as lisas são amarelas ou fulvas. Os dois primeiros pares de pernas têm fêmures amarelos ou fulvos muito claros, sombreados de negro. A pigmentação negra dispõe-se em faixas circulares, contornando as faces. anterior, dorsal e posterior. A ventral permanece clara. Este desenho ocorre em todos os demais ar- tículos, tornando-se muito mais evidente e intenso, nos basitarsos e tar- sos. Os dois pares posteriores são geralmente amarelos, muito claros, manchados de negro ou de marrom claro. MATERIAL EXAMINADO BRASIL. Ceará: Baturité, 1 9 MNHN 17795; Rio de Janeiro: Rio de Janeiro 1 © MNRJ 41770, R. Arle leg.; Niterói 1 ô MNRJ 916; Goiás: 3 9? MNHN 21630-A; | Paraná: Rio Negro 1 ö MNRJ 58155; Rio Grande do Sul: Viamão, Parque Saint Hilaire 1 & MEN 4313, 28.VIII.1974, A. Liseleg.; 1 ö MCN 4314, 1.V.1976, A. Lise leg.; 7, ö MCN 4315, 7.V.1976, A. Lise leg.; 4 6 MCN 4317, 28.VII.1976, A. Lise leg.; 1 & MCN 4316, 28.VII.1974, A. Lise leg.; 3 9 MCN 4312. 1.V.1976, 1. Liseleg.; 1 ® MCN 2230, 28.VII.1974, A. Lise leg.; Iraí 1 9 MCN 4353, 20.X1.1975, A. Lise leg.. PARAGUAI. Plusieurs localités, 1 9 MNHN 8789-B. 3 9 MNHN 7313-D. OBSERVAÇÕES Ao descrever a fila dos olhos anteriores, MELLO-LEITÃO (1934) diz: “Anterior eyes forming a line strongly curved backwards (recurved), central smaller and closer to each other, less than a diameter apart, than to the lateral, about two diameters from them”. A fila na realidade é apenas recurva, os médios distam entre si por apenas um diâmetro e um quinto e o afastamento deles dos laterais, é de três quintos de diâmetro. Para a fila posterior diz: “Posterior row of eyes straight centrals larger further to each other about three diameters apart than to the lateral, one and a half diameter from them”. Do exame do tipo e dos demais exemplares constatou-se que os olhos posteriores são iguais entre si e do mesmo diâmetro dos médios anteriores. Verificou-se também que os médios estão afastados um do outro por dois diâmetros e -por um diâmetro e um quinto dos laterais. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 46 LISE, A. A. Onocolus granulosus MELLO-LEITÃO, 1929. (Figs. 79-84) Onocolus granulosus MELLO-LEITÃO, 1929:75. MATERIAL-TIPO. Lectótipo 9 MNHN 10342 e paralectótipo 2 MNHN 10342- A, Moyobamba, Peru. LOCALIDADE-TIPO. Moyobamba, Peru. REDESCRIÇÃO — Fêmea (macho desconhecido). Comprimento total — 6,650. Cefalotórax, esterno, lâminas maxilares, lábio, pedipalpos, e per- nas amarelos. Abdômen de dorso branco com enorme mancha marrom, reticulada . de branco, recortada posteriormente, entre os tubérculos laterais e o posterior. Laterais brancas, levemente reticuladas. Ventre amarelo. Tubérculos laterais e posterior amarelo esbranquiçados, sombreados de marrom. Fiandeiras amarelas. Cefalotórax tão longo quanto largo (2,750), bem mais espesso no terço posterior (1,500). Contornos quase circulares, dorso plano, mútico, apenas com alguns tubérculos setiferos nos contornos posteriores, te- gumento pouco quitinizado. Região cefálica estreita, muito projetada para a frente, de lados quase paralelos, divergentes atrás. Olhos anteriores em fila recurva, os médios menores do que os laterais (0,100 x 0,125). Olhos médios afastados entre si por um diä- metro e por meio diâmetro dos laterais. Olhos posteriores em fila reta, iguais entre si e de mesmo tamanho dos médios anteriores. Os médios afastados entre si por pouco mais do que um diâmetro e meio (0,160) e por um diâmetro e meio dos laterais (0,150). Área ocular média levemente mais larga do que longa (0,325 x 0,300), levemente mais estreita na porção anterior (0,300), com dois tubérculos setiferos munidos de cerda atrás dos OMA e mais três fracas cerdas, de cada lado, postas em uma saliência trifida, transversal, entre os OLA e OLP. Clipeo vertical, com dois fortes tubérculos centrais na borda in- ferior e mais um forte, mediano, acima dos outros dois, todos armados com forte cerda espiniforme. Há outras cerdas bem menores, uma um pouco afastada do par central e mais acima e uma de cada lado nos än- gulos laterais. Altura do clipeo duas vezes menor do que à fila dos OMA IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 Tomisideos neotropicais V... 47 (0,150 x 0,300), mais baixo do que a altura do trapézio formado pelos olhos anteriores (0,225 x 0,150), correspondendo sua altura a um diä- metro e meio dos OMA. Esterno bem mais longo do que largo (1,250 x 1,050), plano., região anterior quase reta, laterais arredondadas com leve angulosidade ao nível das pernas III e IV e ápice arredondado. Lâminas maxilares de comprimento quase duas vezes maior do que a largura (0,575 x 0,300), levemente convergentes, de ápice arredondado, com pêlos apicais na promargem. Lábio mais largo do que longo (0,400 x 0,325), de ápice arredon- dado, com leve escavadura no terço basal. Queliceras muito mais longas do que largas (0,750 x 0,450), le- vemente salientes no terço basal da face anterior, com alguns pêlos e cerdas longas. Abdômen mais largo do que longo (4,250 x 3,650) de espessura (2,650) quase uniforme em toda a sua extensão. Dorso pouco quitini- zado, com diminutas e raras cerdas. Bordas anterior e laterais anteriores com alguns tubérculos salientes, armados de pequena e delgada cerda. Faces laterais e ventre múticos, o ventre levemente pubescente. Tubér- culos laterais curtos e grossos, rugosos, com cerdas muito curtas e del- gadas. Tubérculo posterior cônico de ápice rômbico, mais rugoso do que os laterais, revestido por pequenas cerdas. Epigino fulvo, com um par de espermatecas. Perna I: fêmur com uma fila longitudinal de potentes tubérculos na margem dorsal da face anterior e alguns na margem ventral, todos en- cimados por curta e delgada cerda. Face posterior com duas filas lon- gitudinais de tubérculos, menores e em menor número do que os an- teriores. Faces dorsal e ventral múticas. Patela com pequenos tubérculos ap..ais na face anterior e uma fila longitudinal mediana na face pos- terior, os apicais maiores. Tibia cilindrica, levemente arqueada, munida de 2-2-2 potentes espinhos anteriores e mais 3 tubérculos apicais ar- mados de curta e grossa cerda, o mediano no centro da face anterior, um pouco abaixo dos outros dois. Face posterior com uma fila longitudinal de conspicuos tubérculos setiferos, de tamanhos variáveis, todos enci- mados por longa e delgada cerda. No terço basal ocorrem algumas tricobótrias. Basitarso bem ınais delgado do que as tibias, armado com 2-2-2 potentes espinhos anteriores, mais fortes do que os das tibias e de ápice curvo para dentro. Demais faces pilosas com tricobótrias medianas na face posterior. Tarso de ápice um pouco mais dilatado, com fascículo subunguenal nitido e unhas pectinadas. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 48 LISE, A. A. Perna II: fêmur, patela, tíbia e tarso como na perna I. Basitarso com 2-2-2 potentes espinhos anteriores e mais 1-1 dorsais, um quase mediano e o outro apical. Pernas III e IV: fêmures múticos ou quase. Patelas semelhantes as dos dois primeiros pares. Tibias com alguns tubérculos setiferos lon- gitudinalmente dispostos na face posterior, os da tíbia IV maiores e mais abundantes. Basitarsos e tarsos como nas demais espécies, com grossos pêlos curvos na face anterior, face posterior com alguns tubér- culos setiferos e longas tricobótrias. - PATELA | TÍBIA | BASITARSO TARSO | TOTAL [5 | ram [imo [om [rm [o [im [ua [is [am IE Pedipalpo: fêmur de comprimento superior a duas vezes o diâmetro (0,600 x 0,250), mútico. Patela curta e larga (0,375 x 0,300) com fortes tubérculos setiferos prolaterais e alguns dorsais menores. Tíbia mais lon- ga-do que larga (0,375 x 0,325) com fortes tubérculos setiferos prola- terais, outros bem menores dorsais e retrolaterais e longas tricobótrias dorsais. Tarso longo e delgado (0,575 x 0,225), muito piloso, com al- gumas cerdas prolaterais e uma unha apical. . DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA. Peru: Moyobamba e Brasil: Amazonas, Fonte Boa (MELLO-LEITÃO, 1929). DISCUSSÃO TAXONÔMICA. Espécie muito próxima de O. pen- tagonus da qual se diferencia pela genitália em que o canal aferente atin- ge o bulbo espermático pela Proqaangem após descrever duas voltas com- pletas em helicóide. VARIAÇÃO INTRA- ESPECÍFICA. O lectótipo apresenta uma enorme marícha marrom que cobre quase toda a face dorsal do abdômen enquanto que O paralectótipo não a apresenta. No lectótipo os tubér- culos laterais e posteriores do abdômen são mais granulosos e ab bordas anterior e laterais anteriores apresentam um menor número de tubér- culos setiferos. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 Tomisídeos neotropicais V... 49 MATERIAL EXAMINADO. — PERU. Moyobamba: 1 9 MNHN 10342,1 MNHN 10342-A. OBSERVAÇÕES Ao descrever a espécie MELLO-LEITÃO (1929) diz: “Clypeo estreito, da altura da fila de olhos anteriores”. Pelo exame dos tipos constata-se que este é nitidamente mais baixo do que a fila dos olhos anteriores ou seja mais baixo, do que a altura do trapézio formado pelos olhos an- teriores (0,150 x 0,225). Ao se referir aos olhos posteriores diz serem os médios levemente maiores quando, na realidade, são iguais entre si. Ao descrever a fila dos olhos anteriores diz: “Olhos anteriores em fila muito recurva, os médios nitidamente menores e mais aproximados”. Pela maneira como se expressou dá a impressão que os médios são mais próximos um do outro e consequentemente mais afastados dos laterais, o que não acon-, tece, pois os médios estão afastados um do outro por um diâmetro e por apenas meio diâmetro dos laterais. Ao se referir à área ocular média diz ser ela mais alta do que larga, quando é mais larga do que alta. Ao se referir à quetotaxia das pernas diz: “tíbias levemente es- cavadas na face superior, armadas de 2-2-2-2 espinhos inferiores, protar- sos com 2-2-2 mais robustos”. Nas tíbias dos dois primeiros pares de pernas há 2-2-2 espinhos anteriores e mais três tubérculos apicais com grossa cerda. No basitarso I há 2-2-2 espinhos anteriores, enquanto que no II ocorrem 2-2-2 an- teriores e mais 1-1 dorsais. 2 Onocolus infelix MELLO-LEITÄO, 1940. R (Figs. 85-99) Onocolus infelix MELLO-LEITÃO, 1940:250. Onocolus mendax SOARES & SOARES, 1946:62. MATERIAL-TIPO. Holótipo 2 MNRJ 58425; Rio Negro, Paraná; Brasil, Fr. Z. Rhor leg. Ro LOCALIDADE-TIPO. Rio Negro, Paraná, Brasil. REDESCRIÇÃO a) Fêmea Comprimento total — 7,250. Cefalotórax, esterno, lâminas maxilares, lábio, pedipalpo, queli- ceras e pernas amarelas claras. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 50 LISE, A. A. Abdômen: dorso amarelo esbranquiçado, reticulado. Laterais e ventre amarelo esbranquicado. Apice dos tubérculos e região compreen- dida entre os tubérculos laterais e posterior, sombreada de marrom. Fiandeiras amarelas de mesma tonalidade do ventre. Cefalotórax levemente mais longo do que largo (3,400 x 3,250), pouco espesso, mais alto atrás (1,650). Dorso levemente convexo, total- mente liso. Região cefálica muito estreita, muito projetada para diante, de lados paralelos. Olhos anteriores em fila levemente recurva, os médios menores do que os laterais (0,125 x 0,175). Os médios afastados entre si por um diâmetro e por apenas meio diâmetro (0,062) dos laterais. Olhos posteriores em fila reta, iguais entre si e do mesmo tamanho dos olhos médios anteriores. Olhos médios separados entre si por um pouco mais do que um diâmetro e três quintos (0,212) e por um diâmetro e dois quintos (0,175) dos laterais. Área ocular média mais longa do que larga (0,475 x 0,425), bem mais estreita na região anterior (0,325), totalmente desprovida de cer- das. Clipeo vertical, transversalmente convexo, com algumas cerdas pouco conspicuas, na borda inferior. Altura do clipeo equivalente a dois diâmetros dos OMA, mais baixo do que a linha formada pelos OMA (0,250 x 0,375) e da mesma altura do trapézio formado pelos olhos an- teriores. Esterno mais longo do que largo (1,625 x 1,375), levemente con- vexo, moderadamente escavado na frente, de lados regularmente curvos, não recortados e ápice arredondado. Lâminas maxilares de comprimento equivalente a duas vezes sua largura (0,800 x 0,400), convergentes, de ápice arredondado com pêlos na promargem. Lábio mais largo do que longo (0,550 x 0,450), de ápice arredon- dado, não ultrapassando o meio das lâminas maxilares. Queliceras mais longas do que largas (0,600 x 0,425), de face an- terior lisa. Abdömen pentagonal, mais largo do qrıe longo (4,500 x 4,000), es- pesso, pouco q ıitimizado, de borda anterior reta com dois tubérculos com conspicuos nos ângulos anteriores. Dorso levemente convexo, totalmente liso bem como as bordas an- terior, laterais anteriores e declive posterior. Tubérculos laterais salientes, cônicos, lisos. Tubérculo posterior subcilindrico, de ápice rômbico, muito IHSRINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (57) :3-97, 9 fev. 1981 Tomisídeos neotropicais V... 51 longo. Laterais e ventre lisos. Epigino com duas espermatecas esfericas, castanhas e duas traves longitudinais fulvas. Perna I: fêmur com uma fila longitudinal de tubérculos cônicos en- cimados por diminuta cerda, na fase anterior. Demais faces lisas, poden- do ocorrer uma fila de diminutissimas cerdas na face posterior. Patela totalmente lisa. Tibia com 2-2-2 fracos e curtos espinhos anteriores, o par basal bem mais afastado do que os outros dois pares e bem manor. Face posterior com apenas um tubérculo notável no terço basal, demais faces lisas. Basitarso armado com 2-2-2 espinhos anteriores, um pouco maiores do que os da tíbia, demais faces lisas. Tarso longo e mais di- latado no ápice com fascículo subunguenal bem nítido, unhas biden- teadas, fulvas. Perna II. fêmur e patela iguais a I. Tibia com 1-2-2 fracos espinhos anteriores. Basitarso com 2-2-2 espinhos anteriores e mais 1-1 dorsais, muito pequenos, um mediano e o outro apical. Demais elementos iguais à perna Il. Perna III e IV: sem detalhes especiais, apenas com fortes pêlos curvos na face anterior dos basitarsos e tarsos, como em todas as de- mais espécies. FEMUR | PATELA 1,550 2,375 1m 1,750 0,875 0,925 1,050 Pedipalpo: fêmur liso, de comprimento superior ao dobro de diâmetro (0,625 x 0,250). Patela e tíbia de igual comprimento e diâmetro (0,500 x 0,375), com alguns tubérculos muito pequenos na face dorsal. Tarso de comprimento igual ao do fêmur e de diâmetro levemente maior (0,275). DESCRIÇÃO — Macho Comprimento total — 3,075. Cefalotórax amarelo com todas as áreas granulosas negras ou denegridas. Arca ocular castanha denegrida. Esterno amarelo de bordas IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 52 LISE, A. A. negras. Lâminas maxilares, lábio e queliceras castanhos escuros, quase negros. Pedipalpo fulvo, denegrido. Os três primeiros pares de pernas fulvas. O quarto par apresenta a porção basal do fêmur fulvo e a porção apical negra. Patela, tibia e basitarso negros, tarso fulvo. O abdômen no animal vivo apresenta o dorso amarelo esverdeado, fracamente reticulado de branco e manchado de negro. Laterais quase totalmente negras levemente reticuladas de amarelo. Ventre denegrido com manchas amarelo fulvas, dispostas em filas longitudinais, região epigástrica fulva. Tubérculos laterais e posterior castanho avermelhados. Tubérculos setiferos e cerdas fulvos. Fiandeiras denegridas, rodeadas por um anel quitinoso fulvo. Cefalotórax mais longo do que largo (1,500 x 1,375), espesso (0,750), fortemente quitinizado. Dorso convexo, densamente granuloso, apresentando um grosso tubérculo ornado com uma grossa cerda atrás dos OLP. No dorso, centralmente, apresenta uma área caliciforme de base posterior que inicia atrás dos olhos posteriores e vai até o declive posterior do cefalotórax, a qual é formada por concentração de grânulos. Entre ela e as bordas laterais, que são igualmente granulosas, interpõe- se uma larga faixa longitudinal lisa. Contorno cefalotorácico quase cir- cular. Região cefálica mais estreita, moderadamente projetada para a frente, de lados não paralelos. Area ocular de tegumento fortemente granuloso, com dois grossos tubérculos medianos, munidos de grossa cerda espiniforme, atrás dos OMA. Entre os OLA e OLP existe um potente tubérculo setifero, maior do que o par mediano e contiguo äquele e internamente um outro, bem. menor. Olhos anteriores em fila levemente recurva, de diâmetros iguais (0,120). Olhos médios afastados entre si por menos do que um diâmetro (0,100) e por apenas um quarto de diâmetro (0,030) dos laterais. Olhos posteriores iguais entre si (0,075), muito menores do que os anteriores, dispostos em fila reta. Olhos médios afastados entre si por dois diâmetros e um terço (0,175) e por dois diâmetros dos laterais. Área ocular média levemente mais larga do que longa (0,325 x 0,300), levemente mais estreita na região anterior (0,300). “Clípeo muito levemente proclive, transversalmente convexo, com dois fortes tubérculos medianos, encimados por cerdas espiniformes, situados na borda inferior. Todo o clipeo é fortemente granuloso. Altura do clípeo menor do que a fila dos OMA e altura equivalente à dimensão de um diâmetro e oito décimos (0,200) destes. Queliceras: comprimento (0,375), largura (0,250). Face anterior quase lisa, quitinizada. z IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 Tomisídeos neotropicais V... 53 Esterno mais longo do que largo (0,600 x 0,500), convexo, ante- riormente entalhado, de bordas laterais recortadas e ápice largo, cortado em linha reta. Lâminas maxilares de comprimento duas vezes maior do que a lar- gura (0,350 x 0,175), convergentes, de ápice arredondado com pêlos na promargem. Lábio muito mais largo do que longo (0,250 x 0,175), de ápice arredondado, com uma fila transversal de pêlos apicais. Abdômen mais largo do que longo (1,675 x 1,600), espesso (1,000), tegumentos muito quitinizado. Bordas anterior e laterais anteriores or- nados por tubérculos setiferos cônicos, encimados por curta e grossa cer- da espiniforme. Dorso chato com escassas e pequenas cerdas. Laterais lisas. Declive posterior com tubérculos Setiferos alinhados em filas que contornam o abdômen. Ventre com curtos e grossos pêlos. Tubérculos laterais e posterior conspicuos, ornados por cerdas espiniformes curtas e grossas. Pernas I e II: fêmur de tegumento microgranuloso, com dois ou três tubérculos setiferos na face anterior e vários na face posterior, es- tes dispostos em duas filas longitudinais. Patela microgranulosa. Tibia levemente arqueada com pequena escavadura no terço basal, armada de 2-2-2 longos e delgados espinhos anteriores e mais um par de tubérculos setiferos apicais. Face posterior com um forte tubérculo setifero a nível da escavadura e duas áreas de tricobótrias, uma de cada lado do tubér- culo. Basitarso com 2-2-2 longos e delgados espinhos anteriores. Todo o tegumento piloso, com uma área de tricobótrias na face posterior, medianamente. Tarso levemente mais dilatado no ápice onde apresenta uma tricobótria. Fascículo subunguenal pouco desenvolvido. Pernas III e IV: tíbia levemente escavada com longas tricobótrias a nível da escavadura. Basitarso com duas longas tricobótrias apicais, na face posterior. Tarso todo piloso com uma longa tricobótria apical. disc CE aC Rm E TEA a ne om [om e IHERINGIA. Ser. Zooi., Porto Alegre (57):3-97, 9 iev..iQ8i 54 LISE, A. A. Pedipalpo: fêmur longo e liso (0,400 x 0,150). Patela de compri- mento quase igual ao diâmetro (0,225 x 0,200), com cerdas dorsais e dorsilaterais. Tíbia de comprimento na base do tarso menor do que a largura (0,150 x 0,200), munida de longa apófise retrolateral, a qual não ultrapassa a metade do comprimento do cymbium. A apófise é curva dorsiventralmente, com uma concavidade longitudinal e um forte dente curvo no terço basal. No dorso da tibia encontram-se longas tricobótrias. Cymbium bem mais longo do que largo (0,500 x 0,375) com 0,250 de es- pessura, todo piloso. Tegulum de superficie quase plana com longo em- bolus que descreve uma curvatura em torno de 720 graus. DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA. Brasil: Espírito Santo (Co- latina, Rio São José); Paraná, (Rio Negro); Rio Grande do Sul (Viamão), onde é simpátrica com O. episcopus, e Canela). DISCUSSÃO TAXONÔMICA. Espécie bem distinta das demais. As fêmeas são facilmente separadas das fêmeas das demais espécies por apresentarem ombros abdominais bem salientes; tegumentos lisos e tubérculo posterior do abdômen muito longo, quase cilíndrico, além da genitália apresentar espermatecas cilíndricas, com aberturas de fecun- dação posteriores a elas. Os machos distinguem-se por apresentarem dois grossos tubérculos setiferos entre os OLA e OLP; dois tubérculos atrás dos OMA; um forte tubérculo setifero atrás dos OLP e tegumento cefalotorácico fortemente granuloso e mútico. VARIAÇÃO INTRA-ESPECÍFICA. Como se teve a oportunidade. de examinar material logo após a captura, é oportuno fazer-se alguns comentários sobre as variações do colorido. Nas fêmeas o cefalotórax e os apêndices são brancos translúcidos, todos manchados ou pontilhados de verde. O abdômen apresenta o dorso verde azulado com estrias brancas. Os tubérculos dos ombros e os tubér- culos laterais, são manchados de marrom avermelhado. Unindo os tubér- culos anteriores ao posterior ha uma larga faixa marrom avermelhada, igual a do holótipo. As laterais e o ventre são brancos, levemente som- breados de verde. Nos machos a coloração é bastante variável, principalmente no cefalotórax e pernas. O cefalotórax pode apresentar variações cromáticas que podem variar desde o amarelo claro ao negro, passando pelo fulvo, marrom e sombreado de negro, permanecendo sempre claras as áreas on- de o tegumento é fracamente granuloso ou liso. As pernas, queliceras e esterno, podem ser amarelos, amarelos manchados de negro, fulvos e mesmo quase totalmente negros. : IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 Tomisídeos neotropicais V... 55 MATERIAL EXAMINADO BRASIL. Espirito Santo: Colatina, rio São José, 1 ö MZSP E. 455C 656, 15.IX.1942, B.A.M. Soares leg.; Paraná: Rio Negro 1 ? MNRJ 58425, Fr. Z. Rhor leg.; Rio Grande do Sul: Viamão, Parque Saint Hilaire, 1 é MCN 4121, 30.1V.1976, A. Lise leg.; 1 é MCN 4261, 7.V.1976; A. Lise leg.; 3 é MCN 4262, 7.V.1976, A. Lise leg., 1 9? MCN 357, 15.V.1966, A. Lise leg. 4 9 MCN 4123, 30.1V.1976, A. Lise leg., 1 6 MCN 4122, 30.1V.1976, A. Lise Leg.; Canela, 1 5 MCN 308, 3.11.1967, A. Lise leg.. OBSERVAÇÕES MELLO-LEITÃO (1940) ao descrever a espécie e ao se referir aos olhos anteriores diz: “Olhos anteriores em fila fortemente recurva, os médios muito menores, quasi esquidistantes”. Pelo exame do tipo e dos demais espécimes constatou-se que a fila ocular anterior é levemente recurva, os médios são realmente menores do que os laterais, mas não são equidistantes pois os médios distam um do outro por um diâmetro e por apenas meio diâmetro dos laterais. Ao descrever a fila ocular posterior diz: “Olhos posteriores em fila levemente procurva, os médios maiores, separados entre si quasi dois diâmetros e a um diâmetro dos laterais”. Os olhos posteriores na rea- lidade estão dispostos em linha reta, são iguais entre si e do mesmo diâmetro dos OMA. Diz ainda ser o “Clípeo de altura igual aos olhos anteriores”. Acredita-se ao se referir a altura do clipeo a quis comparar com a altura do trapézio formado pelos olhos anteriores, com o que concordam as medidas do tipo. Discorda-se, no entanto, se ao expressar a altura deste, o fez em função do diâmetro dos OMA. Onocolus pentagonus (KEYSERLING, 1880) (Figs. 100-114) Stephanopis pentagona ( TACZ. ) KEYSERLING, 1880:185. [sic ) Onocolus pentagonus: CABRIDGE, 1900:160. Onocolus pentagonus: PETRUNKEVITCH, 1911:415. Onocolus pentagonus: MELLO-LEITÃO, 1929:74. MATERIAL-TIPO. O holótipo não foi localizado e consta estar depositado no “Sammlung der Universitat in Warschau”. LOCALIDADE-TIPO. Valmal, Peru. REDESCRIÇÃO — a) Macho. Comprimento total — 3,075. Cefalotórax fulvo. Esterno, lâminas maxilares, lábio, queliceras e palpo fulvo amarelados. Patas fulvas, da mesma tonalidade do cefalo- tórax. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 56 LISE, A. A. Abdômen de dorso amarelo, com uma grande mancha negra des- continua que cobre toda a região anterior, estendendo-se até os tubér- culos laterais. Dorsalmente existem ainda quatro manchas circulares ful- vas, situadas em depressões côncovas. Faces laterais amarelas com uma grande mancha negra de cada lado, as quais iniciam nos ombros an- teriores e se extinguem ao nível dos tubérculos laterais. Ventre amarelo. Cefalotórax mais longo do que largo (1,500 x 1,350), pouco espesso (0,625), fortemente quitinizado. Dorso convexo, densamente granuloso, com áreas lisas entre as estrias torácicas e com um potente tubérculo situado imediatamente atrás dos OLP, do qual emerge uma grossa cerda espiniforme. Região dorsal mediana mais elevada e mais densamente granulosa. Lados arredondados, apresentando um potente tubérculo cônico dotado de grossissima cerda espiniforme, de cada lado, na cur- vatura posterior. Região cefálica estreita e bem projetada para diante. Olhos anteriores em fila levemente recurva, iguais (0,100). Olhos médios separados entre si por um diâmetro e por apenas um quarto de diâmetro dos laterais (0,025). Olhos posteriores em fila reta, iguais entre si (0,075) e menores do que os anteriores. Olhos médios posteriores equidistantes aos laterais posteriores, separados entre si por um diâmetro e um quarto (0,100). Area ocular média tão longa quanto larga (0,275), quadrangular, com dois potentes tubérculos setiferos medianos, situados atrás dos OMA e mais três de cada lado, bem menores, transversalmente dispos- tos entre os OLA e os OLP. Clípeo vertical, transversalmente convexo e granuloso, com quatro | pares de cerdas marginais, em planos superpostos. Altura do clipeo muito menor do que a fila dos olhos médios anteriores (0,275 x 0,175), de dimensão igual a um diâmetro e três quartos dos OMA e da mesma altura do trapézio formado pelos olhos anteriores. Queliceras com 0,325 de comprimento e 0,250 de largura, com a face anterior revestida de pêlos. Esterno levemente convexo, revestido por fraca pubescência, região anterior quase reta, lados pouco recortados e ápice arredondado, tão lon- go quanto largo (0,625). Lâminas maxilares de comprimento duas vezes maior do que a lar- gura (0,350 x 0,175), levemente convergentes, retromargem apical su- bangulosa e promargem arredondada com pêlos pouco abundantes. Lábio mais largo do que longo (0,225 x 0,150) de ápice arredon- dado, munido de abundantes pêlos apicais. Abdômen pentagonal com tubérculos laterais longos e delgados. Tubérculo posterior mais grosso do que os laterais. Comprimento igual à largura (1,625), pouco espesso (0,875), fortemente quitinizado. Dorso IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 Tomisideos neotropicais ve 57 plano, revestido por curtas cerdas. Borda anterior e laterais anteriores contornadas por curtas e grossas cerdas espiniformes. Tubérculos la- terais de ápice dicotômico com curtas e grossas cerdas. Tubérculo pos- terior mais pronunciado do que os laterais, bem mais setiferos. Faces laterais quase lisas. Declive posterior fortemente setiferos com as cerdas dispostas em filas que contornam o abdômen. Ventre revestido por gros- sos e curtos pêlos. Perna I: coxa apresenta ventralmente uma série de cerdas curtas, longitudinalmente dispostas. Fêmur com três tubérculos setiferos anteriores na metade distal, o basal bem maior do que os outros dois. Face posterior com duas filas longitudinais de tubérculos setiferos, uma dorsal e a outra ventralmente disposta, na metade distal. Face dorsal com diminutas cerdas e ventral lisa. Patela com curtas cerdas na face posterior, longitudinal e media- namente dispostas. Tibia fortemente arqueada com 2-2-2 fortes e lon- guissimos espinhos anteriores. Apicalmente existem mais três tubérculos com fortes cerdas, o mediano situado no centro da face anterior. Face posterior com três tubérculos setiferos, um basal, um quase mediano e o terceiro apical. Entre o basal e o mediano existe uma área de trico- bótrias. Basitarso muito delgado com 2-2-2 fortes e longuissimos es- pinhos anteriores, o par apical menor, todos implantados em cavidades articulares salientes. Tarso um pouco mais dilatado no ápice. Perna II: fêmur com três diminutos tubérculos anteriores, um pasal, um mediano e o terceiro apical, todos munidos de diminutas cer- das. Face posterior semelhante à da perna I, porém com cerdas menos abundantes. Patela, tíbia, basitarso e tarso semelhantes aos da perna I. Perna III. fêmur quase mútico. Patela e tibia com algumas curtas cerdas espiniformes posteriores. Basitarso e tarso com fortes pêlos cur- vos anteriores. Perna IV: semelhantes à III, de patela e tibia munidas de um maior número de cerdas posteriores. PATELA | TÍBIA | BASITARSO | TARSO mora OP AS Ei 0,575 0,875 0,700 0,475 3,750 0,350 0,550 0,375 0,250 2,275 IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 ] 58 LISE, A. A. Pedipalpo: fêmur cilindrico, mais dilatado no ápice, com alguns tubérculos setiferos apicais, comprimento 0,425, diâmetro 0,200. Patela mais longa do que larga (0,425 x 0,225), com dois tubérculos setiferos anteriores e um pequeno, dorsal, apical. Tibia de comprimento e largura a nível da inserção com o tarso quase iguais (0,175 x 0,200)), com uma proeminência retrolateral de onde emerge uma longissima apófise curva, dorsiventralmente, com um profundo sulco ventral, que a percorre lon- gitudinalmente. Dorsalmente à apófise, na base desta, ha um dente curvo em es- piral. Na face dorsal da tibia existem três longas tricobótrias, a mediana longuissima. Tarso oval com 0,700 de comprimento, 0,450 de largura e 0,375 de espessura. Cymbium piloso, com uma escavadura longitudinal em sua face retrolateral, na superfície que faz tangência com a apófise. Tegulum quase plano. Embolus muito longo, descrevendo uma curva- tura de aproximadamente 720 graus. REDESCRIÇÃO b) Fêmea. Comprimento total — 3,800. Cefalotórax, esterno, lâminas maxilares, lábio, pedipalpo e que- liceras amarelos. Pernas amarelas com um sombreado marrom, pro- vavelmente vermelho no animal vivo, na face dorsal do basitarso, medianamente. Abdômen de dorso amarelo esbranquiçado, com uma grande man- cha marrom descontinua, mais ou menos reticulada, que cobre todo o terço anterior, estendendo-se aos tubérculos laterais e posterior. No cen- tro apresenta seis depressões circulares de cor fulvo-amarelada, a pos- terior bem menor do que os dois pares anteriores. Laterais e ventre ‚amarelo-esbranquicados. Tuberculos laterais e posterior amarelo- esbranquiçados, manchados de marrom. Fiandeiras amarelas. Cefalotórax mais longo do que largo (2,500 x 2,375), mais espesso no terço posterior (1,000). Dorso chato muito amplo. Tegumento pouco quitinizado revestido de diminutissimos tubérculos setiferos. Nos contor- nos posteriores ha alguns tubérculos setiferos bem maiores do que os demais, todos encimados por fraca cerda. Região cefálica muito estreita, muito projetada para diante, de lados quase paralelos, aproximadamente duas vezes e meia mais estreita do que a largura máxima do cefalotórax. Olhos anteriores em fila levemente recurva, os médios um pouco menores (0,100 x 0,125). Olhos médios afastados um do outro por um diâmetro e por meio diâmetro dos laterais. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 Tomisideos neotropicais V... 59 Olhos posteriores em fila reta, iguais entre si e do mesmo ta- manho dos OMA. Olhos medios afastados um do outro por um diämetro e meio (0,150) e por um diämetro e um quarto dos laterais (0,125). Area ocular media täo longa quanto larga (0,325), mais estreita na região anterior (0,250), com dois grossos tubérculos atrás dos OMA, ar- mados de grossa e longa cerda espiniforme e mais três de cada lado, em uma carena transversal, entre os OLA e os OLP, armados de cerdas muito delgadas. Clípeo vertical, muito convexo no centro, com quatro cerdas medianas, na borda inferior, cada uma emergindo de um tubérculo saliente e mais uma de cada lado, muito menores, nos ângulos laterais. Altura do clipeo menor do que a fila dos olhos anteriores (0,150 x 0,250), mais baixo do que trapézio formado pelos olhos anteriores (0,150 x 0,225), de altura equivalente a um diâmetro e meio dos OMA. Esterno bem mais longo do que largo (1,125 x 0,950), quase plano, levemente escavado na porção anterior, laterais arredondadas e apice rômbico. Lâminas maxilares de comprimento duas vezes superior à largura (0,575 x 0,300), convergentes, de ápice arredondado na promargem e levemente angulosas na retromargem. Lábio mais largo do que longo (0,375 x 0,300), de ápice largamente arredondado, com raros pélos apicais. Queliceras mais longas do que largas (0,600 x 0,375), com leve saliência mediana na face anterior, de onde emergem alguns longos pêlos e delgadas cerdas. Abdômen mais largo do que longo (3,000 x 2,700), muito baixo (1,250). Bordas anterior e laterais anteriores com alguns tubérculos munidos de delgadas cerdas. Dorso plano, com algumas cerdas pouco eminentes. Faces laterais e ventre pubescentes. Declive posterior com longas e delgadas cerdas, pouco numerosas. Tuberculos laterais delgados e voltados para trás, com algumas cerdas. Tubérculo posterior com tubérculos setiferos salientes, armados de delgadas cerdas. Epigino com duas espermatecas cilindricas e longo espermioducto enrolado em he- licóide. Espermatecas e hastes medianas longitudinais fulvas. Perna I: fêmur com filas longitudinais de potentes tubérculos ar- mados de curta cerda espiniforme, na face anterior e posterior, os an- teriores bem maiores. Patela com uma fila longitudinal mediana de gros- sos tubérculos setiferos. Tibia cilindrica, arqueada, com 2-2-2 potentes IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 60 LISE, A. A. espinhos anteriores e mais 3 tubérculos apicais, munidos de grossa cerda espiniforme. Face posterior com leve escavadura basal de onde emergem tricobótrias e uma fila longitudinal de fortes tubérculos setiferos enci- mados por curtissima cerda espiniforme. Basitarso com 2-2-2 potentes espinhos anteriores e alguns pêlos e tricobótrias na face posterior. Tarso mais dilatado no ápice, com unhas pectinadas. Perna II. semelhante à I diferindo dela por apresentar a tíbia um pouco mais delgada e mais arqueada e pelo basitarso apresentar 1-1 es- pinhos dorsais além dos 2-2-2 anteriores. Perna III e IV: fêmures quase múticos, patelas e tíbias com filas longitudinais de pequenos tubérculos armados de delgadas cerdas, basitarsos e tarsos com grossos e abundantes pêlos curvos na face an- terior. FÊMUR | PATELA TÍBIA BASITARSO | TARSO TOTAL I 2,500 1,250 1,775 1,250 7,625 II 2,400 1,150 1,775 1,250 0,8550 - 7,425 HI 0,625 0,825 0,700 0,375 3,825 IV 1,250 0,625 1,000 0,850 0,375 4,100 Pedipalpo: fêmur mütico de comprimento muito superior ao diä- metro (0,600 x 0,225). Patela bem mais longa do que larga (0,375 x 0,250), com filas longitudinais de tuberculos setiferos. Tibia quase täo longa quanto larga (0,300 x 0,275), muito cerdosa, com longas trico- bötrias dorsais. Tarso muito longo (0,550 x 0,200), piloso. DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA. Panama: Bugaba (Chiriqui). Peru: Valmal (KEYSERLING, 1880). Brasil: Goiás (Jataí, Fazenda Aceiro). Peru e Goiás ( MELLO-LEITÃO, 1929). DISCUSSÃO TAXONÖMICA. Espécie muito próxima a O. echinatus e a O. granulosus. As fêmeas da presente espécie podem ser diferenciadas das de O. echinatus pelo clipeo um pouco mais aito e pelas aberturas de fecundação situadas mais para trás, sobre as espermatecas. Das fêmeas de O. granulosus são diferenciadas pelo menor arqueamento e menor comprimento das tibias I e II; pela maior número de cerdas nos fêmures, patelas e tibias I e II e pela genitália, em que o ducto esper- mático aferente atinge o bulbo espermático pela retromargem. IHERINGIA .Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 Tomisídeos neotropicais V... 61 Os machos de O. pentagonus diferenciam-se dos de O. echinatus pelo menor número e tamanho dos tubérculos e das cerdas na patela e na tibia do pedipalpo; pelo menor comprimento dos tubérculos laterais do abdômen; pelo esterno menos recortado nas bordas laterais e pelo enrolamento em espiral do gancho situado na base da apófise tibial. MATERIAL EXAMINADO. PANAMÃ. Bugaba: Chiriqui, 3 2 e2 é BMNH 1901.3.3. 504-6, Champion leg., na coleção “Godman and Salvin. PERU. 1 ó BMNH 3483-1890-1310. BRASIL. Goiás: Jataí, Fazenda Aceiro, 1 é MZSP E-2824, Expedição CDZ leg. OBSERVAÇÕES KEYSERLING (1880), ao descrever o macho e ao se referir a área ocular média, diz: “Die 4 MA. bilden ein vorn etwas schmäleres aber sichtlich höheres als hinten breites Viereck”. Pelo exame dos espécimes constatou-se ser a área ocular média tão longa quanto larga e não mais estreita na região anterior. Se a área ocular fosse mais longa do que lar- ga, não poderia ser quadrangular como ele próprio afirma. Tão pouco poderia ser retangular uma vez que afima ser ela mais estreita na região anterior o que a caracterizaria como sendo trapezoidal. Ao se referir à quetotaxia das pernas I e II do macho diz: “an den stark gekrümmten Tibien befinden sich unten 4 Paar und an den Me- tatarsen 3 Paar recht langer starker Stacheln, die auf recht vorspringen- den Hockern zitzen”. Nas tibias I e II existem 2-2-2 longos espinhos an- teriores e mais 3 tubérculos apicais com curta e grossa cerda espinifor- me. MELLO-LEITÃO (1929), ao descrever o macho, diz ser a altura do clípeo superior à da área dos olhos médios. Em todos os espécimes examinados ela mostrou-se visivelmente mais baixa, concordando com a descrição de KEYSERLING (1880). Ao se referir aos olhos anteriores diz MELLO-LEITÃO (op. cit.): “Olhos anteriores em fila fortemente recurva, os médios muito menores, separados um do outro por um diâmetro e a meio diâmetro dos laterais”. A fila ocular anterior é levemente recurva, os olhos são iguais entre si, os OMA estão afastados um do outro por um diâmetro e apenas um quarto de diâmetro dos laterais. MELLO-LEITÃO, (op. cit.) ao se referir à área ocular média da fêmea, diz ser ela “muito mais alta que larga, mais estreita adiante.” Também na fêmea a área ocular é tão longa quanto larga, sendo realmente mais estreita na região anterior. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 62 LISE, A. A. A não localização do tipo de O. pentagonus (KEYSERLING, 1880) e o escasso material disponível de O. echinatus (TACZANOWSKI, 1872), levou-rbs a considerá-las como espécies distintas, embora os caracteres diferenciais nos pareçam pouco consistentes. Somente o exame do tipo de O. pentagonus e de séries representativas de machos e fêmeas deste e de O. echinatus permitirá estabelecer com se- gurança se se tratam de duas espécies distintas ou se O. pentagonus deve ser sinonimizada a O. exhinatus. Onocolus perditus MELLO-LEITÃO, 1929. (Figs. 115-123) Onocolus perditus MELLO-LEITÃO, 1929:71. MATERIAL-TIPO. Holótipo d MNHN 11530, Condeúba, antigo Santo Antonio da Barra, Bahia, Brasil. LOCALIDADE-TIPO. Coudeúba, Bahia, Brasil REDESCRIÇÃO — Macho (fêmea desconhecida). Comprimento total — 2,650. Cefalotórax fulvo escuro com as bordas laterais e a região mediana dorsal, onde os grânulos são mais concentrados, marrons. Esterno fulvo claro, de bordas sombreadas de negro. Lâminas maxilares fulvas. Lábio de base castanha e ápice fulvo. Queliceras, pedipalpo e pernas fulvos muito escutos tendendo para o marrom. Abdômen de dorso amarelo pardacento, algo reticulado de en sombreado de negro, apresentando algumas manchas negras, bem evidentes. Laterais da mesma cor do dorso. Ventre amarelo, fortemente sombreado de negro. Placas epigästricas amarelas. Fiandeiras amarelas pardacentas, rodeadas por um anel quitiniso conspícuo. Cefalotórax tão longo quanto largo (1,300), espesso (0,700), de região mediana mais elevada. Tegumento fortemente quitinizado, den- samente granuloso, principalmente nas laterais e região mediana dorsal, totalmente desprovido de tubérculos e cerdas. Região cefálica larga, correspondendo sua largura a dois terços da largura máxima do cefalotórax, nitidamente projetada para a frente e de lados não paralelos. Olhos anteriores alinhados em fila levemente recurva, os médios um pouco menores do que os laterais (0,075 x 0,090). Olhos médios afas- tados um do outro por um diâmetro e um terço (0,100) e por apenas um diâmetro dos laterais. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 Tomisideos neotropicais V... 63 Olhos posteriores dispostos em fila reta, iguais entre si e de diä- metro igual ao dos OMA. Olhos médios afastados um do outro por dois diâmetros e um terço (0,175) e por um diâmetro e um terço (0,100) dos . laterais. Área ocular média muito mais larga do que longa (0,325 x 0,250), de largura anterior igual ao comprimento. Tegumento muito granuloso, mútico. Clípeo vertical, transversalmente convexo, com dois tubérculos ar- mados de curta e grossa cerda espiniforme, centralmente na borda in- ferior, e contiguos a estes outros pouco conspicuos. Altura do clipeo muito menor do que a fila dos OMA (0,175 x 0,250), quase da mesma altura do trapézio formado pelos olhos anteriores (0,150), de altura igual à distância que separa os OMA e ainda equivalente a dois diâmetro e um terço dos OMA. Esterno mais longo do que largo (0,600 x 0,500), centralmente con- vexo, de região anterior moderadamente entalhada, laterais recortadas e ápice estreito e transversalmente reto. Lâminas maxilares de comprimento quase duas vezes superior à largura (0,275 x 0,175), levemente convergentes, de ápice arredondado na promargem e anguloso na retromargeın. Lábio muito mais largo do que longo (0,200 x 0,175), de ápice arredondado, não ultrapassando o meio das lâminas maxilares. Queliceras de comprimento igual à largura (0,250), de face anterior mútica. Abdômen mais largo do que longo (1,625 x 1,425), muito espesso (1,200). Dorso convexo, mais elevado no terço posterior, com poucas e pequenas cerdas. Laterais e ventre lisos. Declive posterior com raras e diminutas cerdas. Tubérculos laterais e posterior inconspicuos, fraca- mente rugosos, ornados por pequenas cerdas. Pernas I e II: fêmures muito dilatados, com dois tubérculos na face anterior, encimados por curtissima cerda espiniforme e entre eles al- gumas cerdas muito finas. Face posterior com duas filas longitudinais de pequenos tubérculos armados de curtas cerdas. Patelas apenas com um curto tubérculo apical na face posterior. Tibias pouco dilatadas e le- vemente arqueadas com 1-2-2 pequenos espinhos anteriores, o impar na margem ventral. Face posterior com um pequeno tubérculo encimado por curta e grossa cerda espiniforme no terço basal e, logo à frente deste, uma leve escavadura da qual emergem algumas tricobótrias. Basitarso muito menos dilatado do que as tibias, com 2-2-2 curtos e grossos es- pinhos anteriores. No centro da face posterior há uma leve escavadura IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 64 LISE, A. A. da qual emergem duas tricobótrias. Tarsos curtos e espessos, pilosos, com fascículo subunguenal pouco evidente e unhas pectinadas. No terço apical da face posterior ha duas longas tricobótrias. Perna III. fêmur curto e espesso, quase mútico. Patela com di- minutas cerdas posteriores. Tibia espessa com leve escavadura no terço basal da face posterior de onde emergem tricobótrias. Basitarso e tarso com grossos pêlos curvos na face anterior e longas tricobótrias na face posterior. Perna IV: igual à III, porém com a patela, tibia e basitarso ar- mados de um maior número de tubérculos conspicuos na face posterior. Tegumento de todas as pernas muito quitinizado e microgranuloso. e [um [om | nem o o Ss [o [oe [tm pi e Le e = Pedipalpo: fêmur de comprimento superior a duas vezes o diâmetro (0,300 x 0,125). Patela mais curta do que larga (0,175 x 0,200), com cur- tos tubérculos munidos de pequenas e grossas cerdas dorsais e dorso- laterais. Tibia de comprimento menor de que a largura (0,125 x 0,175), ambos tomados na base do tarso. Na face retrolateral da tibia ha uma grossa apófise de comprimento superior ao da tíbia, sulcada longitu- dinalmente. Na base da apófise há um grosso dente curvo. No dorso e na face prolateral da tíbia ocorrem algumas cerdas e longas tricobótrias. Tarso de comprimento nitidamente maior do que a largura (0,400 x 0,275) e esta quase igual à espessura (0,250). Cymbium dorsalmente piloso, com fortes pêlos curvos ventrais na promargem. Tegulum pouco convexo. Embolus muito curto, descrevendo curvatura de cerca de 180 graus. E DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA. Brasil: Bahia (Condeúba). DISCUSSÃO TAXONÔMICA. Esta espécie separa-se facilmente das demais por apresentar o abdômen muito espesso, com tubérculos laterais e posteriores insconspicuos; pela falta total de tubérculos e cer- das dorsais no cefalotórax, na área ocular e na fronte; pelo formato IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 Tomisideos nectropicais V... 65 retilineo da apófise tibial do pedipalpo e pelo avantajado comprimento do dente basal da apófise. MATERIAL EXAMINADO BRASIL. Bahia: Condeúba, 1 ö MNHN 11530. OBSERVAÇÕES Ao descrever a espéciee e ao se referir aos olhos posteriores, MELLO-LEITÃO (1929), diz: “Olhos posteriores em fila direita, os médios maiores e vez e meia mais afastados”. Pelo exame do tipo cons- tata-se que apresentam o mesmo diâmetro, estando os médios afastados entre si por dois diâmetros e dois terços e por um diâmetro e um terço dos laterais. Onocolus simoni MELLO-LEITÃO, 1915 (Figs. 124-129) Onocolus pentagona [E sic ) SIMON, 1895a: 1051. Onocolus pentagona [sic] SIMON, 1895b: 140 nec O. pentagonus (KEYSERLING, 1880:185). Onocolus simonis( sic ) MELLO-LEITÃO, 1915:144 (nomen novum). Onocolus simoni: MELLO-LEITÃO, 1929:72. Onocolus simoni: MELLO-LEITÃO, 1940:242. MATERIAL-TIPO. SIMON (1895a) ao descrever a espécie, consta ter alicercado a descrição em uma fêmea jovem proveniente do Rio de Janeiro, Brasil. MELLO-LEITÃO (1929), ao redescrevê-la e ao se referir ao material utilizado por SIMON, diz: “Há em sua co- llecgäo, ao lado do typo, postos por elle no mesmo vidro, várias femeas, algumas sexualmente maduras, sobre as quaes é calcada a presente redescrição. Por que teria SIMON usado uma fêmea jovem para a descrição se, pelo que é su- gerido, haviam espécimes adultos? A informação de MELLO-LEITÃO (1929) não deixa claro se as “varias femeas” e mais o holótipo integravam um mesmo lote, colocadas todas num mesmo frasco ou se es- tavam em frascos separados, colocados juntamente com os das demais espécies do gênero, tous bocal 1575, de coleção E. Simon, conforme consta na guia de remessa de material recebida no Museum National d’Histoire Naturelle de Paris. No primeiro caso é de se supor que tenha havido o acréscimo de espécimes no frasco do holótipo e que a etiqueta com os dados de coleta, se realmente existiu, tenha sido trocada por outra onde consta “plusieurs localités” uma vez não existir nenhum lote referido para o Rio de Janeiro. Tipo não examinado. LOCALIDADE-TIPO. Rio de Janeiro, Brasil. REDESCRIÇÃO — Fêmea (macho desconhecido). Comprimento total — 5,700. Cefalotórax, esterno, lâminas maxilares, lábio, pedipalpo e pernas amarelos. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 66 LISE, A. A. Abdômen de dorso amarelo, reticulado de branco, todo sombreado de marrom, exceto centralmente onde forma uma grande mancha branca reticulada, com a forma de um “V”, de vértice posterior. Laterais e ven- tre amarelos, reticulados de branco. Tubérculos laterais e posterior fulvo amarelados. Fiandeiras amarelas. Cefalotórax tão longo quanto largo (2,500), mais espesso no terço posterior (1,325). Dorso plano, pouco quitinizado, com alguns tubérculos setiferos nos contornos posteriores. Região cefálica muito estreita, de largura inferior à metade da largura do cefalotórax, muito projetada para a frente, de lados paralelos, com tubérculos setiferos dispostos lon- gitudinalmente ao longo das bordas. Olhos anteriores em fila recurva, os médios bem menores do que os laterais (0,100 x 0,150). Olhos médios separados um do outro por um diâmetro e um quarto (0,125) e dos laterais por meio diâmetro (0,050). Olhos posteriores em fila reta, iguais entre si e do mesmo diâmetro dos médios anteriores. Os olhos médios distam um do outro por um diâmetro e meio (0,150), sendo equidistantes aos laterais. Área ocular média tão longa quanto larga (0,375), mais estreita na região anterior (0,300), apresentando dois tubérculos setiferos divergen- tes atrás dos OMA e mais três de cada lado, em uma carena transver- sal, entre os OLA e OLP, todos armados de cerdas. Clipeo vertical, fortemente convexo transversalmente, munido de sete cerdas, das quais quatro são centrais, uma em cada ângulo lateral e mais uma mediana abaixo dos OMA, todas emergindo de tubérculos setiferos, as cinco centrais mais evidentes. Clipeo muito baixo, de altura muito menor do que a fila dos olhos médios anteriores (0,125 x 0,300), muito mais baixo do que o trapézio formado pelos olhos anteriores (0,125 x 0,225), equivalente a um diâmetro e um quarto dos OMA. Esterno bem mais longo do que largo (1,325 x 1,000), pouco con- vexo, levemente escavado na porção anterior, laterais fracamente recor- tadas e ápice estreito e rômbico. Lâminas maxilares quase duas vezes mais longas do que largas (0,575 x 0,300), convergentes, de ápice arredondado na promargem e an- guloso na retromargem. Lábio nitidamente mais largo do que longo (0,400 x 0,325), le- vemente escavado na base, de ápice arredondado. ; Queliceras muito mais longas do que largas (0,625 x 0,400), mais salientes no centro da face anterior, onde são levemente granulosas e de onde emergem algumas cerdas delgadas e longas e alguns pêlos igualmente longos. a IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 Tomisideos neotropicais V... 67 Abdömen mais largo do que longo (3,600 x 3,000) espesso (1,875), pouco quitinizado. Dorso levemente convexo, com raras e fracas cerdas. Bordas anterior e laterais anteriores com alguns tubérculos armados de curtas cerdas. Laterais e ventre pubescentes. Declive posterior com raras cerdas, longas e delgadas. Epigino com espermatecas e canais fulvos. Aberturas de fecundação logo acima das espermatecas. Perna I: fêmur com quatro filas longitudinais de tubérculos se- tiferos, duas na face anterior e duas na face posterior. Tuberculos an- teriores bem maiores e mais abundantes, todos encimados por curta e grossa cerda espiniforme. Patela com três filas longitudinais de tubérculos setiferos na face posterior, a mediana muito mais evidente. Tibia quase cilíndrica, levemente arqueada com 2-2-2 fracos espinhos anteriores e mais três tubérculos setiferos apicais armados de grossa e curta certa espiniforme, o mediano no centro da face anterior. Face posterior com uma fila longitudinal de fortes tubérculos setiferos dos quais emergem longas e delgadas cerdas, apresentando-se levemente escavada no terço basal, de onde emergem tricobótrias. Face dorsal Com diminutas cerdas. Basitarso com 2-2-2 grossos espinhos anteriores, demais faces pilosas. Tarso um pouco mais dilatado no ápice, piloso, com unhas pectinadas. Perna II: fêmur semelhante ao da perna I com tubérculos setiferos menores e em menor número. Patela e tibia iguais à I. Basitarso com 2- 2-2 espinhos anteriores e mais 1-1 dorsais, um quase mediano e o outro apical. Tarso igual à I. Pernas III e IV: fêmures múticos. Patelas e tíbias com fracos e raros tubérculos setiferos na face posterior. Basitarsos e tarsos com fracos tubérculos na face posterior e com longos e grossos pêlos curvos na face anterior. Tibias, basitarsos e tarsos com tricobötrias na face pos- terior. [fas [has [| us | pras [am ee EE IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 68 LISE, A. A. Pedipalpo fêmur de comprimento quase três vezes maior do que o diâmetro (0,575 x 0,200). Patela bem mais longa do que larga (0,400 x 0,275), com algumas cerdas dorsais, medianas, retrolaterais e prolate- rais, estas com tubérculos salientes. Tibia mais longa do que larga (0,375 x 0,300), mais cerdosa do que a patela, com duas áreas de tri- cobótrias na face dorsal, uma prolateral basal e a outra retrolateral, no terço apical. Tarso longo e delgado (0,600 x 0,225), piloso, com unha apical. DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA. SIMON (1895b), ao descrever a espécie em questão, a cita para “Brasilia: Rio”. MELLO-LEITÃO (1929) da como distribuição geográfica “Hab.: Amazonas (Teffé, Fon- teboa), Rio de Janeiro, S. Paulo (Novo Niagara). Perú (Pebas, Tarapoto, Cavallo': Cocho). Pernambuco (Communaty) e Ceará (Baturité)”. De todos os lotes mencionados por MELLO-LEITÃO (1929), apenas o de número 7313 contém, juntamente com exemplares de outras espécies, seis fêmeas identificadas como O. simoni MELLO-LEITÄO, 1915. Como este lote está etiquetado com Plusieurs localités, o lote 17254 como proveniente de Pernambuco, o lote 17795 como sendo de Baturité, Ceará e finalmente, o lote 19828 sem qualquer dado de coleta, além destes três últimos não conterem espécimes de O. simoni MELLO-LEITÃO, 1915, a distribuição geográfica proposta por MELLO-LEITÃO (1929) fica su- jeita a confirmação. DISCUSSÃO TAXONÖMICA. Espécie muito próxima de O. pen- tagonus e de O. granulosus das quais se diferencia pela genitália; pela equidistância dos olhos posteriores; pelo reduzido tamanho e fraca granulosidade dos tubérculos laterais e posterior do abdômen. VARIAÇÕES INTRA-ESPECIFICAS. Colorido dorsal do abdômen podendo variar segundo os seguintes padrões: a) todo branco e reticulado sombreado de marrom, com duas manchas circulares amarelas, a nivel dos tubérculos laterais: b) todo branco, com duas manchas amarelas ao nível dos tubérculos laterais, estes e o tubérculo posterior sombreados de marrom; c) todo branco muito reticulado, muito fracamente sombreado de marrom, deixando uma enorme mancha branca central com a forma aproximada de um trevo, de ápice posterior; d) branco reticulado com um grande '“'T” marrom, muito claro, semelhante ao do exemplar de- senhado (Fig. 124); e) amarelo reticulado, todo contornado de marrom, deixando uma enorme mancha branca mediana, mais ou menos cordifor- me. A genitália também apresenta variações de modo que, em certos es- pécimes, os espermioductos que comunicam as aberturas de fecundação com os bulbos espermáticos descrevem uma volta ou uma volta e meia . em helicóide pósteroanterior. Em conseqiência deste alongamento, o es- permioducto, que vai do bulbo espermático à espermateca, irá descrever uma volta a mais ou a menos penetrando na espermateca pela face dor- IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (57) :3-97, 9 fev. 1981 Tomisideos neotropicais V... 69 sal. Pequenas variações ocorrem também na altura do clípeo e no distan- ciamento dos olhos de ambas as filas. MATERIAL EXAMINADO. 6 2 MNHN 7313, “plusieurs localités”. OBSERVAÇÕES MELLO-LEITÃO (1929), ao redescrever a fêmea, diz: “Clípeo da altura da fila dos olhos anteriores”. Em nenhum dos seis exemplares examinados verificou-se tal relação, uma vez que a altura do clipeo é sempre menor do que a do trapézio formado pelos olhos anteriores. No que diz respeito à área ocular média diz ser ela mais alta do que larga, pouco mais estreita adiante. Em todos os exemplares examinados ve- rificou-se ser ela tão longa quanto larga ou levemente mais larga do que longa, sendo realmente mais estreita na região anterior. Em relação às tibias e basitarsos dos dois primeiros pares de per- nas, SIMON (1895b) diz: “Tíbias subtus, in parte apicali, aculeis robus- tis fulvis subpellucentibus 3-3, metatarsi aculeis similibus 3-3 armati”, e por sua vez, MELLO-LEITÄO (1929) diz: “as tíbias com 2-2-2-2 es- pinhos na metade apical da face inferior e protarsos com 2-2-2 mais robustos”. Nas tibias I e II existem 2-2-2 espinhos anteriores e mais 3 tubérculos setiferos apicais. No basitarso I e II existem 2-2-2 espinhos anteriores e mais 1-1 dorsais apenas no basitarso II. O macho descrito por MELLO-LEITÃO (1929) como sendo de O. simoni, é na realidade o macho de O garruchus LISE, 1979. Onocolus trifolius MELLO-LEITÃO, 1929 (figs. 130 - 135) Onocolus trifolius MELLO-LEITÃO, 1929:72. MATERIAL-TIPO. Holótipo q MNHN 17820, Parayba do Norte (atual João Pes- soa), Paraiba, Brasil. LOCALIDADE-TIPO. João Pessoa, Paraiba. REDESCRIÇÃO — Femea (macho desconhecido). Comprimento total — 6,875. Cefalotörax, esterno, lâminas maxilares, lábio, queliceras, pedipalpo e pernas amarelos claros. Abdômen: dorso amarelo, reticulado de branco, com uma faixa marrom de contornos irregulares nas margens anterior e laterais ante- riores. Medianamente apresenta quatro concavidades circulares de cor IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (57) :3-97, 9 fev. 1981 70° LISE, A. A. amarela. Tuberculos laterais e posterior da mesma cor do dorso do ab- dömen. Fiandeiras amarelas. Cefalotórax um pouco mais longo do que largo (3,300 x 3,200), muito mais espesso no terço posterior (2,375). Dorso quase plano, pouco quitimizado, quase liso, apresentando raras e dimunutissimas cerdas es- parsas, um pouco mais desenvolvidas e mais abundantes nos contornos posteriores. Região cefálica estreita, de largura inferior à metade da lar- gura do cefalotórax, muito projetada para a frente. Olhos anteriores em fila levemente recurva, os médios bem me- nores do que os laterais (0,100 x 0,150). Os olhos médios estão afastados um do outro por um diâmetro e meio (0,150) e por três quintas de diâmetro (0,075) dos laterais. Olhos posteriores dispostos em linha reta, iguais entre si e do mesmo diâmetro dos médios anteriores. Olhos médios afastados um do outro por três diâmetros (0,300) e por dois diâmetros (0,200) dos late- rais. Área ocular média mais larga do que longa (0,450 x 0,375), niti- damente mais estreita na região anterior (0,375), de tegumentos total- mente lisos. Clipeo levemente proclive com nove cerdas medianas na borda in- ferior dispostas em dois planos superpostos: cinco no plano superior, emergindo de tubérculos cônicos bem salientes, e quatro menores, não emergindo de tubérculos, no plano inferior. Nos ângulos ocorrem mais três cerdas. Altura do clipeo muito inferior à fila dos OMA (0,250 x 0,375), quase da mesma altura do trapézio formado pelos olhos ante- riores (0,250 x 0,225), equivalendo a dois diâmetros e meio dos OMA. Esterno mais longo do que largo (1,550 x 1,250), levemente con- vexo, de região anterior fracamente escavada; laterais levemente recor- tadas ao nível das coxas do segundo par de pernas, ápice rômbico. Lâminas maxilares quase duas vezes mais longas do que largas (0,725 x 0,375), levemente convergentes, de ápice arredondado e piloso na promargem. Lábio mais largo do que longo (0,500 x 0,425), com leve escava- dura no terço basal e de ápice arredondado, pouco piloso. Queliceras de largura muito inferior ao comprimento (0,500 x 0,875), mais dilatadas no terço basal da face anterior de onde emergem alguns pêlos e fracas cerdas. Abdömen mais largo do que longo (4,350 x 3,500), de espessura mais ou menos uniforme em toda a sua extensão (2,250). Dorso leve- mente convexo. Tegumento pouco quitinizado com pequenissimas cerdas esparsas. Faces laterais e ventral pubescentes. Declive posterior com IHERINGIA. Ser. Zool., Purio Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 Tomisideos neotropicais V... 71 cerdas pequenas e pouco numerosas. Tuberculos laterais e posterior pouco eminentes, grossos, de ápice römbico e rugoso, com raras cerdas. Epigino com duas espermatecas fulvas e duas hastes medianas longi- tudinais igualmente fulvas. Perna I: fêmur com uma fila longitudinal de potentissimos tubér- culos encimados por diminutas cerdas espiniformes na face anterior. Face posterior com pequenissimos tubérculos dos quais emergem fracas e curtas cerdas. Faces dorsal e ventral lisas. Patela praticamente mútica. Tíbia quase cilindrica, não arqueada, levemente mais espessa na base, com 2-2-2 pequenos espinhos anteriores, o basal bem menor do que os demais e muito afastado deles. Face posterior com apenas um tubérculo conspicuo no terço basal e outros diminutos, todos dispostos em fila longitudinal. Basitarso com 2-2-2 espinhos anteriores, nitidamen- te maiores do que os das tibias. Demais faces apenas levemente pilosas. Tarso longo, levemente mais dilatado no ápice, piloso na face anterior. Unhas pectinadas. Perna II: fêmur e patela como em I. Tibia bem mais longa e le- vemente mais delgada do que a do primeiro par, com 2-2-2 fracos es- pinhos anteriores, os basais muito pequenos e muito afastados dos outros dois pares. Face dorsal como na perna I, com leve escavadura no terço basal da qual emergem tricobótrias. Basitarso com 2-2-2 fortes es- pinhos anteriores e mais 1-1 dorsais, um mediano e o outro apical, muito menores do que os anteriores. Tarso como em T. Pernas III e IV: fêmures e patelas quase múticas, apenas com diminutissimas cerdas nas faces anteriores e posteriores. Tibias com leve escavadura pouco conspicua no terço basal de onde emergem uma ou duas tricobötrias. Basitarsos e tarsos com longos e grossos pêlos curvos na face anterior. Face posterior com algumas diminutas cerdas. Unhas tarsais pectinadas. BASITARSO | TARSO | TOTAL e u Le re 2.050 | _—— 1,650 | 1,050 | 97h00 IHERINGIA. Ser. Zcel., Porto Alegre (57) ::3-97, 9 fev. 1981 12 LISE, A. A. Pedipalpo: fêmur de comprimento superior a duas vêzes o diâmetro (0,625 x 0,300). Patela mais longo do que larga (0,475 x 0,375), com duas cerdas espiniformes na face anterior e algumas diminutas no ápice da face posterior. Tibias mais longa do que larga (0,425x 0,350), total- mente revestida de pequenas cerdas, algumas emergindo de tubérculos pouco eminentes. Tarso de comprimento bem superior ao dobro da lar- gura (0,600 x 0,250), totalmente piloso, com unha apical. DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA. Brasil: Paraiba (João Pessoa); Pernambuco (Serra do Comonati). DISCUSSÃO TAXONÔMICA. Espécie próxima à O. simoni e ão. granulosus, dos quais se distingue pela ausência de tubérculos setiferos e cerdas na área ocular e fronte e, principalmente, pela simplicidade da genitália. MATERIAL EXAMINADO. BRASIL. Paraiba: João Pessoa, 1 © MNHN 17820. Pernambuco, Serra do Co- monati 1 9 MNHN 17254. OBSERVAÇÕES. Ao descrever a espécie, MELLO-LEITÃO (1929) diz ser o clipeo mais alto que a area dos olhos medios. Pelo exame do holötipo constatou-se que o mesmo é muito mais baixo do que a área dos olhos médios, uma vez que a altura deste é de 0,250, enquanto que a área ocular média é de 0,375. A altura do clipeo é, no entanto, levemente superior à do trapézio formado pelos olhos an- teriores e talvez tenham sido estas as relações que MELLO-LEITÃO tenha querido estabelecer, quando se referiu altura do clípeo. Ao se referir ao comprimento e largura da área ocular média, diz MELLO-LEITÃO, op.cit.: “Area dos olhos médios mais alta do que lar- ga, bem mais estreita adiante”. Se, ao comparar o comprimento com a largura da área ocular, for considerada a largura máxima a qual se verifica na região posterior, a | area sera bem mais larga do que longa (0,450 x 0,375). Se, no entanto, o comprimento for comparado com a largura minima (0,375) a qual se verifica na região anterior, ela será tão longa quanto larga porém, neste caso, deixa de ter validade a afirmativa > ser ela bem mais estreita adiante. Ao se referir ao lábio diz ser ele mais longo do que largo quando, na realidade, é bem mais largo do que longo. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 Tomisídeos neotropicais V... 73 DISCUSSÃO E CONCLUSÕES 1 — A sistematização com que foram obtidos os dados que figuram nas descrições, conforme exposto no item Medidas nos leva a afirmar que a área ocular média não é constantemente mais longa do que larga como descrita por SIMON (1891) mas sim predominantemente mais lar- ga do que longa. A ocorrência de área ocular tão longa quanto larga também se verifica em algumas espécies. Visto os OMA e OMP delimitarem uma área trapezoidal, cuja base maior é posterior e delimitada pelos OMP, parece adequado referir como medida representativa para a largura, na relação comprimento/largura, aquela ao nível dos OMP. O fato de diversos autores haverem descrito a área ocular como sendo mais longa do que larga, e até muito mais longa do que larga, parece se dever ao fato de haverem tomado como referência para a lar- gura da mesma, a largura minima, justamente ao nível dos OMA. 2 — A inexistência de coleções representativas, geograficamente não abrangentes, com uma enorme descontinuidade entre as diversas localidades de que procedem: os espécimes, dificulta sobremaneira o es- tudo comparativo entre as espécies. Esta circunstância impossibilita o estabelecimento da constância e da real validade de certos elementos morfológicos a níveis específicos. Pelo exposto torna-se imperioso um colecionamento sistemático e intensivo em toda a Região Neotropical, para o preenchimento dos claros existentes na distribuição geográfica, para o real inventário das espécies ocorrentes, bem como para o estabelecimento de possiveis variações a níveis. populacionais o que pressentimos, mas que por ora são de im- praticável comprovação. 3 — Após o estudo intensivo e extensivo dos caracteres morfo- lógicos que definem o gênero Onocolus, torna-se possível afirmar que se aproxima de Epicadinus SIMON, 1895 pelo formato pentagonal do ab- dômen e pela presença dos três tubérculos abdominais nos três ângulos posteriores do pentágono. Difere, no entanto deste, por apresentar te- gumentos muito menos granulosos e nitidamente menos cerdosos e pelo posicionamento dos olhos posteriores em linha reta ao passo que em Epicadinus estes se dispõem em linha procurva. Aproxima-se também de Epicadus SIMON, 1895 já que este também apresenta tubérculos abdominais, mas via de regra, em número superior a três, que é o máximo verificado em Onocolus. Diferencia-se facilmente dele pela diminuta altura do clipeo, pela inexistência de tubérculos ou cômoros centrais no dorso do cefalotórax e ainda por apresentar os olhos posteriores em fila reta. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 74 LISE, A. A. E ainda um gênero afim a Tobias SIMON, 1895 também pela presença dos tubérculos abdominais, mas distingue-se deste pelo menor comprimento e altura dos cefalotórax, pela fila ocular posterior reta e não procurava, pela menor altura do clipeo e pela menor espessura e an- gulosidade do abdômen. 4 — Embora seja limitado o conhecimento sobre as afinidades filogenéticas entre os representantes do gênero Onocolus, o estudo sobre a morfologia da genitália de ambos os sexos, pela primeira vez reali- zado para o mesmo, permite reunir as espécies em dois grupos. 4.1. — As que apresentam genitália muito simples, com canais aferentes curtos e não enrolados em helicóide e bulbos espermáticos es- féricos ou esferóides como O. biocellatus, O. compactilis, O. echinicauda, O. echinurus, O. eloaeus, O. episcopus, O. garruchus, O. mitralis, O. perditus, e O. trifolius. 4.2. — As que apresentam genitália mais complexa com esper- mioductos longos e enrolados em helicóide, abrangendo as espécies O. echinatus, O. granulosus, O. infelix, O. latiductus, O. pentagonus e O. semoni. Nas espécies em que os espermioductos são curtos, verifica-se que o embolus do macho também apresenta-se curto. Da mesma ma- neira, naquelas dotadas de espermioductos longos e enrolados, os machos apresentam um embolus significativamente mais longo do que no grupo precedente. 5 — O gênero Onocolus encontra-se satisfatoriamente caracterizado. do ponto de vista da morfologia. Por isto não se entende a inclusão no gênero Onocolus SIMON, 1895 de Tmarus stolzmanni KEYSERLING, 1880 por CAMBRIDGE (1900) sem ter feito qualquer comentário a res- peito. Em 1902, BANKS confirma a espécie de KEYSERLING (1880) no gênero Tmarus SIMON, 1875 invocando fundamentalmente elementos morfológicos do palpo do macho. Embora existam algumas diferenças morfológicas no desenho do palpo apresentado por BANKS (1902) em relação aquele da obra de KEYSERLING (1880), pode-se confirmar o posicionamento da espécie em questão no gênero Tmarus em que foi originalmente descrita, por outras características morfológicas que não as do palpo, dentre as quais a forte retrocurvatura da fila ocular posterior bem como a grande des- proporcionalidade entre o comprimento e a largura do abdômen, além do avantajado comprimento do par anterior de pernas. As observações de campo fornecidas por SNODGRAS in BANKS (1902) a respeito de Tmarus stolzmanni KEYSERLING, 1880 quando IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 Tomisídeos neotropicais V... 715 diz ‘“When disturbed they attempt to scape notice by remaining perfec- tely motionless on a twig, with the long anterior legs stretched out straight in front of the body”, constitue-se comportamento típico de Tmarus, nunca verificado em Onocolus. Por outro lado, o gênero Onocolus carece totalmente de estudos sobre a anatomia, embriologia e cariotipia, todos eles de grande valia na elucidação de problemas sistemáticos e filogenéticos. Tais estudos que fogem do escopo do presente trabalho, extensivos aos demais gêneros que compõem a subfamilia Stephanopsinae, per- mitiram posicionar melhor o gênero em questão, bem como os demais, dentro de um sistema geral de classificação, estabelecendo as afinidades e subordinações filogenéticas entre os mesmos. 6 — Com a exclusão das espécies descritas por BRYANT (1940- 1948) do gênero Onocolus, por ter-se constatado que as mesmas não se enquadram nele, depreende-se que a distribuição geográfica registrada até o presente momento, limita-se à America Centrale América do Sul. Nesta área os registros para o gênero estão compreendidos entre 10ºN e 30ºS e entre 35ºW e 85°W. A espécie de maior dispersão geográfica é O. pentagonus, a qual tem em Chiriqui, no Panamá, o seu limite setentrional e em Jataí, no Estado de Goiás, Brasil, o seu limite meridional. AGRADECIMENTOS Queremos externar nossos agradecimentos mais sinceros ao Dr. Max Vachon e Dr. Michel Hubert, do Museum National d'Histoire Naturelle de Paris, pelo empréstimo dos tipos e demais exemplares da coleção E. Simon, sem o que teria sido impossível a rea- lização da presente revisão; ao Dr. Herbert Levi, pelo empréstimo dos tipos de Bryant depositados no Museum of Comparative Zoology, bem como pela ajuda na obtenção de material bibliográfico, pelas sugestões e incentivos que sempre nos dispensou durante a realização deste trabalho; a F.R. Wanless, do Britian Museum — Natural History, ao Dr. W. Starega do Institut Zoologiczy, Polska Akademia Nauk e a Anna Timotheo da Costa, do Museu Nacional do Rio de Janeiro, pelo empréstimo de tipos. Ao Dr. José Willibaldo Thomé, da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, pelos ensinamentos, criticas e sugestões, pelo apoio e constante incentivo, nossos mais sinceros agradecimentos. Pelas criticas oportunas e sugestões somos reconhecido à Dra. Miriam Becker. Aos colegas do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, que de uma maneira ou outra colaboraram tornando exequivel este trabalho, nossos agradecimentos. A Rejane Rosa pelo acabamento dos desenhos. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 76 LISE, A. A. Figs. 1-5: Onocolus spp.: 1. posição de tomada das medidas dos artículos das per- nas; 2. detalhe das cavidades articulares dos espinhos das tíbias e basitarsos I e II; 3-5. diferentes tipos de cerdas: 3. conjunto de cerdas da borda anterior do abdômen; 4-5. corte longitudinal de dois tipos de cerdas das pernas. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 Tomisideos neotropicais V... 17 - 17 6 AdE DI OA rn N Figs. 6.11. Onocolus biocelatus holötipo fêmea BMNH 1923.V11.23.66: 6. vista dor- sal; 7. vista ventral; 8. vista de perfil; 9. fronte e queliceras, 10-11. genitália: 10. vista ventral; 11. vista dorsal. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 78 LISE, A. A. Figs. 12-17. Onocolus compactilis paralectótipo fêmea MNHN 3958-A: 12. vista dorsal; 13. vista ventral; 14. vista de perfil; 15. fronte e queliceras; 16- vista ventral; 17. vista dorsal. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 17. genitalia: 16. Tomisideos neotropicais V... 79 imm Figs. 18-26. Onocolus compactilis paralectötipo macho MNHN 3958-A: 18. vista dorsal; 19. vista ventral; 20. vista de perfil; 21. fronte e queliceras; 22-26. palpo esquer- do: 22. vista dorsal; 23. vista ventral; 24. vista prolateral; 25. vista retrolateral; 26. vista retrolateral, cymbium expandido. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 80 LISE, A. A. 0,5mm Figs. 27-32. Onocolus echinatus fêmea MNHN 2670: 27. vista dorsal; 28. vista ven- tral; 29. vista de perfil; 30. fronte e queliceras; 31-32. genitália: 31. vista ta dorsal. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 ventral; 32. vis- Tomisídeos neotropicais V... 81 SA (DZ A RRETEET tu SI 5 Figs. 33-41. Onocolus echinatus macho MNHN 2670: 33. vista dorsal; 34. vista ventral; 35. vista de perfil; 36. fronte e queliceras; 37-41. palpo esquerdo: 37. vista dor- sal; 38. vista ventral; 39. vista prolateral; 40. vista retrolateral; 41. vista retrolateral. cymbium expandido. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (57) :3-97, 9 fev. 1981 82 LISE, A. A. Figs. 42-48. Onocolus echinicauda sintipo fêmea MNHN 10355: 42. vista dorsal; 43. vista ventral; 44. vista de perfil; 45. fronte e queliceras; 46-48. geniales 46. vista ven- tral; 47. vista dorsal; 48. vista anteroposterior. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 Tomisídeos neotropicais V... 83 Figs. 49-57. Onocolus echinicauda sintipo macho MNHN 10355: 49. vista dorsal; 50. vista ventral; 51. vista de perfil; 52. fronte e queliceras; 53-57. palpo esquerdo: 53. vista dorsal; 54. vista ventral; 55. vista prolateral; 56. vista retrolateral; 57. vista retrolateral, cymbium expandido. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (57) :3-97, 9 fev. 1981 84 LISE, A. A. O,5mm Figs. 58-63. Onocolus echinurus holotipo fêmea MNHN 17808: 58. vista dorsal; 59. vista ventral; 60. vista de perfil; 61. fronte e queliceras; 62-63. Berlin 62. vista ven- tral; 63. vista dorsal. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (57) :3-97, 9 fev. 1981 Tomisídeos neotropicais V... 85 0,5 mm Figs. 64-69. Onocolus espiscopus fêmea MCN 2230: 64. vista dorsal; 65. vista ven- tral; 66. vista de perfil; 67. fronte e queliceras; 68-69. genitália: 68. vista ventral; 69. vis- ta dorsal. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 86 LISE, A. A. imm 0,5mm Figs. 70-78. Onocolus episcopus macho MCN 4314: 70. vista dorsal; 71. vista ven- tral; 72. vista de perfil; 73, fronte e queliceras; 74-78. palpo esquerdo: 74. vista dorsal; 75 vista ventral; 76. vista prolateral; 77. vista retrolateral; 78. vista retrolateral, cymbium expandido. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (57):3-97. 9 fev. 1981 Tomisideos neotropicais Vo: 87 Figs. 79-84. Onocolus granulosus paralectötipo fêmea MNHN 10342-A: 79. vista dorsal; 80. vista ventral; 81. vista de perfil; 82. fronte e queliceras; 83-84. genitália: 83. vista ventral; 84. vista dorsal. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 88 LISE, A. A. Figs. 85-90. Onocolus infelix fêmea MCN 357: 85. vista dorsal; 86. vista ventral; 87. vista de perfil; 88. fronte e queliceras; 89-90. genitália: 89. vista ventral;-90. vista dorsal. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (57) :3-97, 9 fev. 1981 Tomisídeos nectropicais V... 89 Figs. 91-99. Onocolus infelix macho MCN 4122: 91. vista dorsal; 92. vista ventral; 93. vista de perfil; 94. fronte e quelíceras; 95-99. palpo esquerdo: 95. vista dorsal; 96. vis- ta ventral; 97. vista prolateral; 98. vista retrolateral:; 99. vista retrolateral, cymbium es- pandido. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 90 LISE, A. A. “eco cr" q ASS N Name ESTES VT | NU 1 \ vr \ 2 Iy\ \) 1a \ imm 104 105 106 107 108 Figs. 100-108. Onocolus pentagonus macho BMNH 1901.3.3.504—-6: 100. vista dorsal; 101. vista ventral; 102. vista de perfil; 103. fronte e queliceras; 104-108, palpo es- querdo: 104.. vista dorsal; 105. vista ventral; 106. vista prolateral; 107. vista retrolateral; 108. vista retrolateral, cymbium expandido. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 Tomisideos nectropicais V... 91 Figs. 109-114. Onocolus pentagonus fêmea BMNH 1901.3.3.504-6: 109. vista dorsal; 110. vista ventral; 111. vista de perfil; 112. fronte e queliceras; 113-114. genitália: 113. vista ventral; 114. vista dorsal. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 92 LISE, A. A. Figs. 115-123. Onocolus perditus holótipo macho MNHN 11530: 115. vista dorsal; 116. vista ventral; 117. vista de perfil; 118. fronte e queliceras; 119-123. palpo esquerdo: 119. vista dorsal; 120. vista ventral; 121. vista prolateral; 122. vista retrolateral; 123. vista retrolateral, cymbium expandido. Et IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 Tomisideos neotropicais Vers 93 Figs. 124-129. Onocolus simoni fêmea MNHN 7313-A: 124. vista dorsal; 125. vista ventral; 126. vista de perfil; 127. fronte e queliceras; 128-129, genitälia: 128. vista ven- tral; 129. vista dorsal. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 94 LISE,A.A. Figs. 130-135. Onocolus trifolius holótipo fêmea MNHN 17820: 130. vista dorsal: 131. vista ventral; 132. vista ds perfil; 133. fronte e queliceras; 134-135. genitália: 134. vista ventral; 135. vista dorsal. o IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 Oo 00 >JOov u oO eo 8 9 ee © » © © Tomisideos neotropicais V... 95 io biocellgtus ıO compactilis O echinatus Io echinicauda echinurus HO IO elodeus IO episcopus garruchus granulosus oO |O IO infelix E) latiductus IO mitralis O pentagonus IO perditus 1º) simoni to - trifolius IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 96 LISE,A.A. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BANKS, N. 1902. Papers from the Hopkins Stanford Galapagos Expedition, 1898-1899. VII. Entomological results (6). Proc. Wash. Acad. Sci., Washington, 4:49-86, Mar. pl. 1-3. (cópia xerografada ) . BONNET, P. 1958. Bibliografia araneorum. Toulouse, Douladoure. v. 2, n. 4, p. 3184-5. BRYANT, E.B. 1940. Cuban spiders in the Museum of Compative Zoology. Bull. Mus. comp. 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Zool., Porto Alegre (57):3-97, 9 fev. 1981 Tomisideos neotropicais Vic. 97 MELLO-LEITÃO, C.F. de. 1934. A new brasilian Onocolus. Separata da Revta. chil. Hist. nat., Santiago, 38:48. . 1940. Aranhas do Paraná. Arg. Inst. Biol., São Paulo, 11(30):235-58. . 1943. Catálogo das aranhas do Rio Grande do Sul. Arq. Mus. nac., Rio de Ja- neiro, 37:149-245; 67 fig. . 1948. Contribuição ao conhecimento da fauna araneolögica das Guianas. Anais Acad. bras. Cien., Rio de Janeiro, 20(2):151-96. PETRUNKEVITCH, A. 1911. A synonymic index-catalogue of spiders of North Central and South America with all adjacent islands, Greeland, Bermudas, West Indies, Terra del Fuego (sic ],Galapagos, etc. Bull. Am. Mus. nat. Hist., New York, 29:1-79, May. . 1928. Systema Aranearum. Trans. Conn. Acad. Arts Sci., New Haven, 29:1-270, Jan.( cópia xerografada ) ROEWER, C.F. 1954. Katalog der Araneae von 1758-1940. Bruxelles, Inst. Sci. Nat. de Bel- gique. v. 2, p. 757-8. SIMON, E. 1895a. 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Pedro Canisio Braun** Cristina Assunção Sirangelo Braun*** Maria Dolores Schuler Pineda**** RESUMO Neste trabalho é registrada a ocorrência de Physalaemus nanus (BOULENGER, 1888) ro Estado do Rio Grande'do Sul, Brasil, ampliando-se significativamente sua área de distribuição conhecida, ao mesmo tempo em que são feitas considerações siste- máticas e ecológicas sobre a referida espécie. ABSTRACT The authors report the occurrence of Physalaemus nanus (BOULENGER, 1888) in Rio Grande do Sul State, Brazil, also enlarging the geographical distribution area at the same time that make remarks about systematic and ecology of refered species. INTRODUÇÃO Baseado em dois exemplares procedentes de Lages, Santa Cata- rina, Brasil, BOULENGER (1888a) descreveu uma espécie de anfíbio que denominou Eupemphix nana. Posteriormente (1888b) mencionou-a novamente para o Estado de Santa Catarina, o mesmo ocorrendo com BAUMANN (1912) e COCHRAN (1955). MIRANDA-RIBEIRO (1926) também registrou sua presença para aquele Estado, porém sob o nome de Engystomops nana. BOKERMANN (1962, 1966) passou a nominá-la P'hysalaemus nanus, enquanto BARRIO (1965) deixou transparecer claramente sua dúvida entre as denominações Eupemphix e Physalae- mus para a referida espécie. LYNCH (1970), reunindo os gêneros Engys- tomops, Physalaemus e Eupemhix sobe o nome Physalaemus, ordenou melhor a questão, sendo a espécie denominada atualmente Physalaemus nanus (BOULENGER, 1888). * Aceito para publicação em 05/11/1980. Contribuição FZB nº 163 ** Técnico Superior Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul. Rua Dr. Salvador França. 1427. Caixa Postal 1188. 90000 Porto Alegre RS. Brasil. Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq. Proc. 30.4532/76-Z0). *** Técnico Superior Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Porto Alegre. Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cier:ifico e Tecnológico (CNPq. Proc. 30.0206/77-Z0). **** Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq, Proc. 10262/76) no Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):99-104, 9 fev. 1981 100 BRAUN, P.C. et alii Physalaemus nanus tinha, até agora, sua distribuição geográfica restrita a localidades situadas no Estado de Santa Catarina. Em coletas realizadas no Município de Cambará do Sul, Rio Grande do Sul (RS), foram capturados quatro exemplares que são aqui descritos, sendo acrescidos alguns dados morfológicos e ecológicos. Os espécimes foram depositados na coleção de anfíbios do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MCN). MATERIAL EXAMINADO MCN 11707 a 11710, machos adultos, Itaimbezinho, Municipio de Cambará do Sul, RS, Brasil, 21/X11/1976, S. Scherer & A.A. Lise leg. DESCRIÇÃO DOS EXEMPLARES MCN 11707 a 11710, quatro machos adultos, com variação mínima no comprimento do corpo. Cabeça pequena, um pouco mais comprida que larga. Narinas escuras, mais próximas da ponta do focinho que do olho. Largura da pálpebra superior menor que o diâmetro ocular e maior que o diâmetro do timpano. Este é bem visivel, arredondado e situado para trás e abaixo do olho, que por sua vez é pequeno e apresenta pupila horizontal. A coloração dorsal dos quatro espécimes segue dois padrões bá- sicos, quando em animais vivos. Em dois deles é rosada (MCN 11707 e MCN 11708), enquanto nos outros dois (MCN 11709 e MCN 11710), é verde claro, com exceção da cabeça que possui tons amarelados. Nos exemplares rosados, a mancha interocular é escura, destacan- do-se nitidamente da coloração de fundo. Essa mancha prolonga-se para o centro do dorso onde forma duas manchas com aspecto de pontas de flecha, cuja porção inferior chega até a região inguinal. Nos exemplares verdes, a mancha interocular é estreira e escura, separando a coloração amarelada da cabeça, da verde do restante do dorso. A mancha interocular prolonga-se para trás formando as carac- teristicas pontas de flecha que, nesse caso, são verdes escuras & se dis- tinguem perfeitamente da cor de fundo. Em todos os exemplares, partindo de cada olho, ha uma mancha escura, em forma de barra, que contorna superiormente o timpano, alar- gando-se à medida que se aproxima do meio do corpo, terminando abruptamente antes de atingir a região inguinal. Região ventral de coloração semelhante em todos. os espécimes, sendo que a gula e o peito são castanho escuro tendendo para o negro, IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):99-104, 9 fev. 1981 Ocorrência de Physalaemus... 101 com raras manchas claras intercaladas. Abdômen alaranjado anterior- mente, com fundo esbranquiçado dotado de intensa pigmentação escura e escassa pontilhação amarela, posteriormente. Membros anteriores curtos, dedos delicados e finos. Face superior de coloração rosada, mesmo nos individuos verdes e apresentando pe- quenas manchas pretas lateralmente. Mão com palma rosada e ponti- lhações negras superiormente. Membros posteriores relativamente curtos, com fêmur maior que a tibia. Glândula sacral bem desenvolvida, com a evidente mancha negra cobrindo a parte central. O calcanhar, quando levado para frente, atinge a orla anterior do olho. Dedos dos pés longos e finos, com ponta aver- melhada. Face superior do fêmur, tibia e tarso, rosada nos dois exem- plares cujo padrão dorsal é rosado e verde nos dois em que o padrão é verde, sempre com faixas e linhas escuras transversais. Algumas man- chas negras, pequenas e arredondadas, próximas ao calcanhar. Face in- ferior das coxas com pigmentação escura e face interna com tons alaran- jados. Nos exemplares mortos, mantidos em líquido conservador, de- sapareceram as cores mais vivas, tais como o verde, o vermelho e o alaranjado. Todos os exemplares tomaram um aspecto uniforme na coloração, tanto dorsal como ventralmente. Dorsalmente os indivíduos ficaram castanho escuro e ventralmente castanhos com pequenas manchas brancas entremeadas. Medida dos exemplares (mm): MCN 11707 — comprimento do corpo 18,0; comprimento da cabeça 6,2; largura da cabeça 5,9; espaço internari- nas 1,3; distância olho-narina 1,5; distância narina-focinho 1,2; membros anteriores 10,5; fêmur 7,9; tibia 7,7; pé 11,5; diâmetro ocular 1,4; pál- pebras superior 1,2; timpano 0,9. MCN 11708 — comprimento do corpo 17,6; comprimento da cabeça 6,3; largura da cabeça 5,4; espaço inter- narinas 1,2; distância olho-narina 1,4; distância narina-focinho 1,1; membros anteriores 11,0; fêmur 7,8; tíbia 7,6; pé 11,6; diâmetro ocular 1,6; pálpebra superior 1,3; timpano 1,0. MCN 11709 — comprimento do corpo 17,6; comprimento da cabeça 6,1; largura da cabeça 5,2; espaço internarinas 1,3; distância olho-narina 1,6; distância narina-focinho 1,3; membros anteriores 10,5; fêmur 7,7; tíbia 7,4; pé 10,8; diâmetro ocular 1,4; pálpebra superior 1,2; timpano 0,9. MCN 11710 — comprimento do corpo 17,6; comprimento da cabeça 6,3; largura da cabeça 5,3; espaço internarinas 1,2; distância olho-narina 1,5; distância narina-focinho 1,2; membros anteriores 10,8; fêmur 7,6; tíbia 7,5; pé 11,0; diâmetro ocular 1,5; pálpebra superior 1,3; timpano 1,0. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):99-104, 9 fev. 1981 102 BRAUN, P. C. et alii COMENTÁRIOS FINAIS Os exemplares foram capturados num pequeno banhado situado próximo a um precipício com cerca de 800m de profundidade. Nesse mesmo local cantavam e foram apanhados, exemplares de outras es- pécies, salientando-se entre elas Lysapsus mantidactylus COPE, 1862, Leptodactylus ocellatus (LINNAEUS, 1758), Leptodactylus gracilis (DUMERIL & BIBRON, 1841),Physalaemus henseli (PETERS, 1870), Hyla marginata BOULENGER, 1882 e Hyla fuscovaria A. LUTZ, 1925. O horário da coleta foi ao escurecer, cerca das 19h, estando a tempe- ratura ambiente por volta de 15 graus centigrados. De um modo geral, os espécimes de Physalaemus nanus apa- nhados no RS, assemelham-se aos da localidade-tipo, situada em Lages, Santa Catarina. Ocorrem algumas divergências de pequena monta, que podem ser atribuídas ao elevado grau de variabilidade característico do gênero Physalaemus. BOKERMANN (1962) menciona que a maior fêmea por ele examinada media 18mm e o maior macho 17mm. Como viu-se anteriormente o maior macho capturado aqui atingiu 18mm. Outra variação diz respeito à coloração, já que nos diversos trabalhos consultados, nenhum faz menção à existência de individuos com a região dorsal verde, tal como acontece com dois exemplares descritos. A ocorrência de Physalaemus nanus no Estado do Rio Grande do Sul, estende consideravelmente o limite meridional dessa espécie e refor- ça a constatação da penetração de fauna anura, oriunda de Santa Ca- tarina, no Estado. A figura de número 1, mostra o mapa da atual dis- tribuição geográfica de Physalaemus nanus (BOULENGER, 1888), nos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, Brasil. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA BARRIO, A. 1965. El genero Physalaemus(Anura, Leptodactylidae) en la Argentina. Physis, Buenos Aires, 25(70):421-48. BAUMANN, F. 1912. Brasilianische Batrachier des Berner Naturhistorischen Museums. Zool. Jb., Jena, 33(2):87-112. BOKERMANN, W.C.A. 1962. Notas sobre tres especies de Physalaemus(Amphibia, Salientia, Leptodactylidae). Anais Acad. bras. Ciênc., Rio de Janeiro, 34(4):563-8. . 1966. Lista notada das localidades tipo de anfíbios brasileiros. São Paulo, Serviço de Documentação-RUSP.183p. BOULENGER, G.A. 1888a. Descriptions of new brazilian batrachians. Ann. Mag. nat. Hist.. Ser. 6, London, 1:187-9. 1888b. A list of batrachians from te Province of Santa Catarina, Brazil. Ann. Mag. nat. Hist. Ser, 6, London, 1:415-7. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (56):99-104, 9 fev. 1981 Ocorrência de Physalaemus... 103 COCHRAN; D.M. 1955. Frogs of southeastern Brazil. Bull.U.S.natn.Mus., Washington (206):354. LYNCH, J.D. 1970. Systematic status of the american Leptodactylidade frog genera En- gystomops, Eupemphix and Physalaemus. Copeia, New York, (3):488-96. MIRANDA-RIBEIRO,A. de 1926. Notas para servirem ao estudo dos Gymnobatrachios (Anura) Brasileiros. Archos Mus.nac., Rio de Janeiro:1-127. PARKER,H.W. 1927. Arevision of the frogs of the genera Pseudopaludicola, Physa- laemus and Pleurodema. Ann. Mag. nat.Hist. Ser. 9, London, 20:450-78. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):99-104, 9 fev. 1981 104 ; BRAUN, P.C. et ei PARANÁ PN São Bento do Sul STA. CATARINA da Combara do RIO GRANDE DO SUL Sul à - PHYSALAEMUS NANUS Fig. 1 - Mapa demonstrativo da atual distribuição geográfica de Physalaemus nanus (BOULENGER, 1888) , nos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, Brasil. gi IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):99-104, 9 fev. 1981 Ocorrência de Erylus topsenti LENDENFELD, 1903 na costa do Rio de Janeiro (Porifera, Demospongiae).* Beatriz Mothes de Moraes** RESUMO No presente estudo é citada pela primeira vez a ocorrência de Erylus topsenti LEN- DENFELD, 1903 para o Atlântico Sul (25º 01’S — 44º 45' W). O autor, com base no material coletado, oferece um breve comentário pertinente à espécie, bem como uma tabela de mensurações micrométricas e desenhos em câmara clara do conjunto espicular, ampliando desta forma as descrições anteriores. ABSTRACT Material de Erylus topsentiLENDEFELD, 1903, was dreged from 918m deep waters at the Rio de Janeiro littoral, Brazil (25º 01'S - 44º 45'W), by the N/0c. “Almirante Saldanha”. This is the first record for the species in South Atlantic waters. A detailed study of the spicular set was made. A table of micrometric measures of the spicules and “camara clara” drawings of megascleras and microscleres with indications of the morphological gradient of some cate- gories of spicules are also given. INTRODUÇÃO Em 1892, TOPSENT ao observar um espécime que havia sido coletado no Atlântico Norte (Arquipélago dos Açores), numa profun- didade de 454m, identificou-o como Erylus mammillaris (SCHMIDT, 1862). LENDENFELD (1903) ampliando o estudo realizado por TOPSENT (1892 verificou que o material examinado não se identificava com Erylus mamıntillaris (SCHMIDT, 1862). Com base neste fato propôs a espécie Erylus topsenti em cuja sinonimia incluiu Erylus mammillaris TOP- SENT, 1892 non SCHMIDT, 1862. TOPSENT (1904) examinando um espécime coletado pelo N/Oc “Hirondelle” em 1888, nas proximidades da Ilha de São Miguel (Ar- quipélago dos Açores) numa profundidade de 454m, considerou o mesmo como sendo uma espécie nova, denominando-a Erylus chavesi. do Aceito para publicação em 20/TI1/1980. Contribuição FZB nº 166 ** Técnico Superior Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Cx. Postal 1188, 90.000 Porto Alegre, RS. Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (T.C. nº 1111. 652/77). Realizado em parte, com auxílio (10/77) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):105-111, 9 fev. 1981 106 MOTHES DE MORAES, B. WIEDENMAYER (1977) registra a semelhança de Erylus mam- millaris TOPSENT, 1892 non SCHMIDT, 1862 com Erylus chavesi TOPSENT, 1904, incluindo as duas espécies na sinonimia de Erylus topsen- ti LENDENFELD, 1903. Em janeiro de 1972 o N/Oc “Almirante Saldanha” coletou no litoral do Rio de Janeiro (BR), numa profundidade de 918m, um frag- mento de espécime, cujo conjunto espicular e alguns caracteres mor- folögicos nos permitiram identifica-lo como Erylus topsenti LENDEN- FELD, 1903. Com o registro desta ocorrência para o Atlântico Sul es- tamos ampliando relatos científicos anteriores no que tange à distri- buição geográfica e batimétrica da espécie. MATERIAL E MÉTODOS O material estudado encontra-se conservado em álcool 70% e depositado na coleção de Porifera do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Siglas usadas no texto: MCN, Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS; RJ, Rio de Janeiro; RS. Rio Grande do Sul; N/Oc, navio oceanográfico. Para o método usado nas preparações de dissociação espicular veja-se MOTHES DE MORAES (1978). Os desenhos e mensurações micrométricas dos espículos foram elaborados em microscópio biológico “Leitz” binocular com câmara clara. Erylus topsenti LENDENFELD, 1903 (Fig. 1-8) Erylus topsenti LENDENFELD, 1903:87; WIEDENMAYER, 1977:182. Erylus mammilaris (SCHMIDT) sensu TOPSENT, 1892:46-7. Erylus chavesi TOPSENT, 1904:75. MATERIAL EXAMINADO - MCN 352, Rio de Janeiro, RJ, profundidade 918m, 07.1.1972, N/Oc. “Almirante Saldanha” leg.. O especime examinado consta de um fragmento de forma irregular, apresentando uma pequena expansäo lobosa numa das extremidades da superfície. O exemplar mede 1,5cm de comprimento 0,5cm de largura e 0,4cm de altura. A cor do material fixado é cinza-claro com tonalidade mais escura em algumas zonas da superfície e internamente apresenta cor branco- amarelada. Foram observados um grande número de poros e microvilosidades na esponja, conferindo um aspecto coriáceo à superficie da esponja. Não foram observados ósculos. O material examinado apresenta consistência branda. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):105-111, 9 fev. 1981 Ocorrência do Erylus topsenti... 107 O córtex da esponja é levemente endurecido e constituído de re- giões nitidamente distintas. Na camada superior foi observada uma den- sa distribuição de escleras do tipo microstrôngilo e na região subsegüen- te espículos do tipo esteräster, dispostos em camadas sucessivas e li- geiramente paratangenciais aos microstrôngilos. No coanossoma foram observados oxeas, com disposição radial em relação à superficie da esponja, sendo que a extremidade apical destas escleras muitas vezes atravessa a zona do córtex, projetando-se exter- namente. Escleras do tipo dicotriene, também foram observadas sendo que os cladomas destes espículos encontram-se logo abaixo do córtex, com disposição tangencial aos esterásteres, algumas vezes mergulhados entre os mesmos ou projetando-se além da superficie externa da esponja. Escleras jovens dos tipos microstrôngilo e esteräster em menor quan- tidade foram registradas espalhadas pelo coanossoma, as quais são mor- fologicamente um pouco diversas daquelas encontradas no córtex. Os mi- crostrôngilos apresentam as extremidades mais aguçadas em relação aqueles que ocorrem na região superior do córtex e os esterästeres por sua vez exibem a superfície com pouca espinhadura ou lisa, algumas vezes apresentam em sua superfície estrias radialmente dispostas em torno de um hilo. Megascleras Dicotrienes — rabdoma fusiforme; protoclade constituído por eixos vol- “tados levemente para cima em relação ao rabdoma e deuteroclade com os eixos dispostos transversalmente em relação ao protoclade; extremidades dos eixos do cladoma levemente estrongiliformes. Oxeas — fusiformes, gradualmente aguçadas; extremidades dos eixos levemente estrongiliformes ; algumas com uma pequena constrição numa das extremidades. Microscleras Esterásteres — geralmente elípticos, podendo ocorrer formas arredon- dadas ou com expansões lobulares na superfície; a superfície é ornada com microespinhos dispostos em pequenas áreas poligonais. Microstrôngilos — cilindricos, levemente encurvados; não centrotilotes; superfície com microespinhos, com maior concentração nas extremidades do eixo. Oxiásteres — com vários eixos, geralmente aguçados, com as extre- midades pontiagudas e microespinhadas. COMENTÁRIOS Apesar do espécime por nós estudado encontrar-se incompleto e por este motivo não se apresentar morfologicamente semelhante com IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):105-111, 9 fev. 1981 108 MOTHES DE MORAES, B. aquele examinado por TOPSENT (1892, 1904) não tivemos dúvidas em identificá-lo como sendo Erylus topsenti, uma vez que o seu conjunto espicular é idêntico ao desta espécie. A superfície da esponja observada apresenta o mesmo aspecto coriáceo citado por TOPSENT (1892). Pequenas variações foram constatadas no que tange ao tamanho das escleras. No espécime examinado verificou-se que as megascleras do tipo dicotriene são menores do que as descritas por TOPSENT (1892) e citadas por LENDENFELD (1903). Não foi possivel estabelecer com- parações do tamanho das megascleras do tipo oxea, uma vez que TOP- SENT (1892) e LENDENFELD (1903) referem-se apenas ao aspecto morfológico deste tipo de espiculo. Quanto ao tamanho, as microscleras são semelhantes as do espécime coletado no Atlântico Norte. Foram constatadas pequenas diferenças em relação ao espécimeestudado por TOPSENT (1904) quanto à distribuição da microespinhadura localizada nas microscleras do tipo oxiäster e microstrôngilo. O autor acima men- ciona que estas microscleras são inteiramente cobertas por microespi- nhos, enquanto que as escleras por nós observadas apresentam uma maior concentração nas extremidades dos eixos dos microstrôngilos e nos oxiästeres se confinam nas extremidades dos raios. Contudo tais diferenças possivelmente refletem a ação de um con- junto de fatores abióticos diversos daqueles que provavelmente ocorrem no Atlântico Norte, motivados pelas diferenças batimétricas e geo- gráficas de ocorrência da espécie. Baseados nesta hipótese as diferenças verificadas não representariam caracteres suficientemente válidos para proposição de uma nova espécie. AGRADECIMENTOS O autor agradece À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul, pelo auxílio concedido, durante o desenvolvimento do presente trabalho. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA LENDENFELD, R von. 1903. Porifera. Tetraxonia. Tierreich, Berlin, 19:87. MOTHES DE MORAES, B. 1978. Esponjas tetraxonidas do litoral Sul-brasileiro: II - Material coletado pelo N/Oc. “Prof. W. Bernard” durante o programa Rio Grande do Sul. Bolm. Inst. Oceanogr. São Paulo, 27(2):57-78,il. TOPSENT, E. 1892. Contributions à L'étude des spongiaires de l’Atlantique Nord. Result. Camp. Scient Prince Albert I, Monaco (2):46-7. . 1904. Spongiaires des Acores. Result. Camp. Scient. Prince Albert I, Monaco (25):75,pl.9. WIEDENMAYER, F. 1977. Shallow-water sponges of the western Bahamas; Basel, Bir- khäuser Verlag. p.182,il, (Experientia. Supplementum, 28). IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (57):105-111, 9 fev. 1981 Ocorrência do Erylustopsenti.. 00 10 TABELA Comprimento, largura e diâmetro em micrometros dos espículos de Erylus topsenti LENDENFELD, 1903 (são dadas as dimensões mínima, média e máxima observadas). Comprimento largura diâmetro minima 2628 30 Oxeas média 3500 50 máxima 4295 65 minima 79 Protoclades média 140 8 máxima 254 a 5 3 RR: A minima 74 Deuteroclades | media 162 máxima 322 | asc tao 65 44 Esterásteres aa A 118 76 165 117 minima 62 6 Microströngilos media 82 8 maxima 112 12 minima Oxiásteres média 292 máxima IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):105-111, 9 fev. 1981 110 MOTHES DE MORAES, B. Fig. 1-2. Erylus topsenti LENDENFELD, 1903. MCN 352: 1 - vista lateral, a base do fragmento corresponde ao plano de seccionamento; 2 - plano de seccionamento, observan- do-se o córtex e o coanossoma. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Aiegre (57):105-111, 9 fev. 1981 Ocorrência do Erylus topsenti... | 111 ES sm o so 095 ”) Saas Fig. 3-8. Erylus topsenti LENDENFELD, 1903. MCN 352: 3-7. Tipos de escleras: 3. oxiáster; 4. oxea; 5. microstrôngilo; 6. esteräster; 7. dicotriene; 8. ornamentação da es- clera do tipo esteräster. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (57):105-111, 9 fev. 1981 Ocorrência de Hyla pinima BOKERMANN & SAZIMA, 1973 no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil (Anura, Hylidae).* Pedro Canisio Braun** Cristina Assunção Sirangelo Braun*** RESUMO Os autores registram a ocorrência de Hyla pinima BOKERMANN & SAZIMA, 1973 no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil, ampliando sua área de distribuição co- nhecida, até agora restrita à regiões montanhosas do Estado de Minas Gerais, Brasil, ao mesmo tempo em que são feitas considerações de ordem zoogeográficas e ecológicas sobre a referida espécie. ABSTRACT The authors report the occurrence of Hyla pinima BOKERMANN & SAZIMA, 1973in the Rio Grande do Sul State, Brazil, enlarging the geographical distribution area known at the time that make remarks about zoogeography and ecology of therefered species. INTRODUÇÃO BOKERMANN & SAZIMA (1973) em estudos sobre anfíbios da Serra do Cipó, Município de Jaboticatubas, Minas Gerais (MG), des- creveram uma espécie nova de Hyla que denominaram Hyla pinima. Nesse trabalho foram examinados 21 exemplares, sendo 20 machos e uma fêmea, todos capturados no mesmo local. EA Em coletas realizadas nos Municípios de Caçapava do Sul, Viamão e Porto Alegre, todos no Rio Grande do Sul (RS), encontramos uma série de espécimes de Hyla, posteriormente identificados por SAZIMA (1980) como sendo H. pinima. Tratando-se de uma espécie cuja distribuição geográfica era tão restrita e tendo em vista o fato de não ter H. pinima afinidade com 2 Aceito para publicação em 14/V/1980. Contribuição FZB nº 174. ** Técnico Superior Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Rua Dr. Salvador França, 1427, Caixa Postal 1188, 90.000 Porto Alegre, RS, Brasil. Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq. Proc. 30.4532/76-Z0). *** Técnico Superior Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPa, Proc. 30.0206/77-Z0). IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):113-118, 9 fev. 1981 114 BRAUN, P. C. & BRAUN, C. A. S. nenhuma das Hyla até agora conhecidas do sudeste brasileiro (BOKER- MANN & SAZIMA, 1973), nem do extremo sul do Brasil, apresentamos a descrição dos exemplares capturados, acrescida de algumas obser- vações ecológicas e zoogeogräficas. Os exemplares foram depositados na coleção de anfíbios do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MCN). MATERIAL EXAMINADO MCN 2132, fêmea adulta, Morro de Teresópolis, Município de Porto Alegre, RS, Brasil, 19/X/1956. C.Hartlieb leg.; MCN 9328 e 9329. machos adultos, MCN 9340, fêmea adulta, MCN 9341 a 9350, machos adultos, MCM 9352, fêmea adulta, MCN 9353, macho adulto, MCN 9374 a 9380, machos adultos, MCN 9407 a 9413, machos adultos, Município de Caçapava do Sul,RS, Brasil, 28/X/1975, P.C.Braun, C.A.S. Braun, M.L.M. Alves, S. Scherer & J.J. Rodrigues leg.; MCN 12613, macho adulto, Jardim Botânico, Município de Porto Alegre, RS, Brasil, 29/X/1979, P.C. Braun leg.. Na tabela são fornecidos dados biométricos dos 38 exemplares examinados, segundo critério usado por P.BRAUN & C. BRAUN(1975) e expressos em mm. DESCRIÇÃO DOS EXEMPLARES Examinamos 35 exemplares machos e três fêmeas, todos adultos, apresentando em linhas gerais as mesmas características assinaladas por BOKERMANN & SAZIMA (1973), variando no entanto em alguns aspec- tos. Possuem o dorso pardacento claro com manchas marrons escuras ovaladas. A parte anterior da cabeça e parte da pálpebra superior são de cor creme amarelada, nunca branca, porém perfeitamente destacadas do restante da coloração corporal. Entre os olhos ha uma ou mais manchas marrons de formas e tamanhos variáveis. Membros anteriores e pos- teriores com manchas marrons muito escuras, entremeadas com pe- quenas manchas claras. Alguns espécimes apresentam a parte superior das coxas sem nenhum tipo de desenho, sendo uniformemente amare- ladas. Pontas dos dedos dos pes e das mãos de cor amarelo alaranjada. Exemplares colocados em liquido conservador (formol 10% ou álcool 70%) sofrem um escurecimento das partes claras das pálpebras e da par- te anterior da cabeça. As medidas máximas, minimas e médias, em mm, são as seguin- tes, para os 38 espécimes estudados: Fêmeas — comprimento do corpo 28,3-26 (27,6); largura da cabeça 9- 8,1(8,5); comprimento da tíbia 14,1-12,8(13,4); diâmetro ocular 2,3- 1,9(2,1); distância olho-narina 2,2-1,8(2,0); diâmetro do KINDARO 1,4- 1,2(1,3). IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (57):113-118, 9 fev. 1981 Ocorrência de Hyla pinima... 115 Machos — comprimento do corpo 28,5-22,8(25,6); largura da cabeça 8,9- 7,4(8,1); comprimento da tíbia 13,4-11,1(12,2); diâmetro ocular 2,5- 1,9(2,2); distância olho-narina 2,4-1,7(2,0); diâmetro do timpano 1,5- 121153). O canto nupcial desta especie ja foi estudado, sendo figurado o seu sonograma (BOKERMANN & SAZIMA, 1973). Em adendo, acrescen- tamos que os machos podem sustentar o canto por periodos relativamen- te longos, quer formando coro quer isoladamente. Quando isolado, o canto assemelha-se ao som do “tic-tac” de um relógio despertador. Segundo observamos, não escolhem posição para cantar, podendo fazê-lo tanto em posição vertical como horizontal, próximo ao solo ou em arbustos mais altos, mas especialmente sobre a grama da margem das lagoas on- de procriam. Esses locais de reprodução podem ser de águas temporárias ou permanentes. Em 28 de outubro de 1975, no Município de Caçapava do Sul, com uma temperatura ambiente de 23°C, tivemos a oportunidade de cons- tatar, ao redor de uma lagoa permanente de cerca de 100m de diâmetro, uma incrível concentração de exemplares dessa espécie. A proporção de machos para fêmeas coletados foi de 10:1. Nenhum casal foi apanhado em cópula e o canto nupcial ficava praticamente irreconhecivel, tal o número de indivíduos cantando ao mesmo tempo. Nos Municípios de Porto Alegre e Viamão, assinalamos que os espécimes começam a cantar nos primeiros dias de agosto, não sendo mais ouvidos a partir da metade de novembro. Assim, em 22 de setembro de 1979, no Distrito de Águas Claras, Municipio de Viamão, com uma temperatura ambiente de 18°C, às margens de uma lagoa temporária medindo ao redor de 60m de diâmetro e com profundidade máxima de Im ouvimos o canto de dois exemplares dessa espécie, os quais encontravam-se abrigados em arbus- tos espinhentos, localizados a mais de 2m da água. Eram 20h de uma noite muito escura e quando nos aproximavamos, mesmo com a lanterna apagada, cessavam o canto. Esse fato impediu a coleta dos mesmos, embora um dos exemplares chegasse a ser avistado em determinado momento. Em 29 de outubro de 1979, a uma temperatura de 28ºC, às 20h 30min, começando a chover, coletamos no meio da vegetação que margeia uma lagoa, cuja água quase seca durante o verão, no Jardim Botânico, em Porto Alegre, um exemplar de H. pinima que cantava jun- tamente com outros de sua espécie. Revisando a coleção de anfíbios do MCN, encontramos uma fêmea adulta de H. pinima, apresentando a região abdominal dilatada pela presença de grande quantidade de ovos, que podiam ser vistos devido a semi-transparência da pele naquele local. Segundo registros, esse es- pécime foi capturado durante o dia, tendo sido encontrado sob a uma pedra, no alto do Morro de Teresópolis, em Porto Alegre, na data de 19 IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):113-118, 9 fev. 1981 116 BRAUN, P. C. & BRAUN, C. A. S. de outubro de 1956. A presença de ovos comprova que a espécie ainda encontrava-se em atividade reprodutora nesse periodo. COMENTÁRIOS FINAIS A penetração no Rio Grande do Sul de fauna anfibiológica oriunda de regiões situadas mais ao norte,tem sido comprovada pelos autores no decorrer dos últimos anos. P. BRAUN (1978) e P. BRAUN & C. BRAUN (1979, 1980) constataram a entrada de Hyla flavoguttata A. LUTZ & B. LUTZ, 1939, Aplastodiscus perviridis A. LUTZ, 1925 e Dendrophryniscus brevipollicatus ESPADA, 1870, no que caracterizam como uma zona de influência subtropical. O registro da ocorrência de A. pinima no Rio Grande do Sul, vem dar maior realce a essas constatações e desperta, além disso, redobrada atenção, tendo em vista a enorme dis- tância que medeia os dois locais em que a espécie foi encontrada até - agora. A Serra do Cipó, Municipio de Jaboticatubas, MG, e os Muni- cipios de Porto Alegre, Viamão e Caçapava do Sul, RS, estão separados por aproximadamente 1800Km de distância, o que se constitue num fato insólito em se tratando de entidades coespecificas (BARRIO, 1977). Não podemos afirmar categoricamente que não existam outras populações de H. pinima no território intermediário, mas a ausência de registro para áreas relativamente bem conhecidas do ponto de vista anfibiológico, situadas entre os Estados do Rio Grande do Sul e Minas Gerais, leva- nos a crer em tal possibilidade. Outro fator que merece destaque é a diversidade de altitude dos habitats onde vivem essas duas populações: uma entre 1000 e 1400m (BOKERMANN & SAZIMA, 1973) e a outra praticamente desde o nível do mar (Porto Alegre, Viamão) até cerca de 400m (Caçapava do Sul). E interessante salientar, ainda que nos locais onde foram encon- trados exemplares de H. pinima, no Rio Grande do Sul, cantavam outras espécies de anfíbios, tais como: Hyla minuta PETERS, 1872, Hyla eringiophila GALLARDO, 1961, Hyla pulchella pulchella DU- MERIL & BIBRON, 1841, Hyla sanborni SCHMIDT, 1944, Hyla squalirostris A. LUTZ, 1925, Hyla berthae BARRIO, 1962, Elachis- tocleis bicolor (GUERIN, 1838),Physalaemus gracilis (BOULENGER, 1883), Physalaemus cuvieri FITZINGER, 1826, Physalaemus biligo- nigerus (COPE, 1860) Lysapsus mantidactylus COPE, 1862 e Phyllo- medusa iheringi BOULENGER, 1885. Três das espécies citadas também foram surpreendidas cantando junto com os espécimes de H. pinima na Serra do Cipó, ou seja, H. minuta, H. squalirostris e P. cuvieri. Tendo em vista as considerações anteriormente feitas, expressamos a convicção de que um mais aprofundado estudo dessas duas popula- ções, separadas por tão longa distância, é imprescindível para acrescer- IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):113-118, 9 fev. 1981 Ocorrência de Hyla pinima... TEA tar novos subsídios ao conhecimento dessa espécie, ao mesmo tempo em que deverá aclarar alguns aspectos interessantes do ponto de vista zoogeográfico, ainda um tanto obscuros no momento. AGRADECIMENTOS Agradecemos ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico pelas bolsas concedidas, ao Dr. Ivan P. Sazima pela identificação do material, a José Jayme Rodrigues e Scherezino Scherer pelo auxílio prestado na coleta dos exemplares. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARRIO, A. 1977. Aportes para la elucidacion del “status” taxonomico de Pleurodema bi- broni TSCHUDI y Pleurodema kriegi (MULLER) (Amphibia, Anura, Leptodactyli- dade). Physis, Buenos Aires, 37(93):311-33. BOKERMANN, W.C.A. & SAZIMA, I.P. 1973. Anfíbios da Serra do Cipó, Minas Gerais, Brasil. 1: Duas espécies novas de Hyla (Anura, Hylidae). Revista bras. Biol., Rio de Janeiro, 33(4):457-72. BRAUN, P.C. 1978. Ocorrência de Hyla flavoguttata A. LUTZ&B. LUTZ, 1939, no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil (Anura, Hylidae). Iheringia. Ser. Zool., Porto Alegre (51):43-4, fev. BRAUN, P.C. & BRAUN, C.A.S. 1975. Sobre a ocorrência de Hyla berthae BARRIO, 1962 no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil (Anura, Hylidae). Iheringia. Ser. Zool., Porto Alegre (46):19-24, jun. . 1979. Presenca de Dendrophryniscus brevipollicatus ESPADA, 1970 no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil (Anura, Bufonidae). Iheringia. Ser. Zool., Porto Alegre (54):47-52, jan. BRAUN, P.C. & BRAUN, C.A.S. 1980. Lista prévia dos anfíbios do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Iheringia. Ser. Zool., Porto Alegre (56). (no prelo) SAZIMA, I.P. 1980. Comunicação pessoal (carta). IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):113-118, 9 fev. 1981 BRAUN, P. C. & BRAUN,C.A.S. - 118 VI DI SI OUBdUII) OP OXJoUIBIC LA 0'2 BULIBU-OUJO BIOUBISICH o Tg T'g 18]n00 01Jaureiq] Tal val Sel [a BIQN BP oJuewmduoy “SL 0'8 2'8 v'8 BJoqua ep indie Bra S'yo S'8z 99 E12 # ve] Ure] 667 0dı09 op ojusurriduios “EIS CIV6 CIV6 LIVE OIH6 6056 6L€6| 8286| LLE6 Tejduwoxo OP GN ZEN VI Po Ze JE ougdur Op omauıgıcı Ten T'Z 61 BULIBU-OUJO BIDUBISICT 02 Egg ‚0 A8]N90 OIUIBI Sr ar g'zı | 9a | BIqn ep oqueunidmoo, TE EO ERC BJoquo up BInSIs] 8'727 0'9% 072 0 1's2 \2’v2| 6'972 | 9 odı109 op ojusuriduios, , — rejdmoxoopçN SrE6 LHE6 9VE6 IVE6 VhEG EHE6 86€6| L£E6| 9EE6 | 9€€6 EEE6 6066 | BEN EIER DEN "SOPBUIWIBX9 SOIB[ÄULIXI HE SOp SOOL1J9WIOLG SOPEP :BJoqu ], 113-118, 9 fev. 1981 . . IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (57) Lista preliminar dos Asopinae do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil (Insecta, Hemiptera, Pentatomidae).* Hilda Alice de Oliveira Gastal** RESUMO O presente trabalho apresenta uma lista preliminar dos Asopinae (Hemiptera, Penta- tomidae) do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil, com citações de novas ocorrências, feita com base em material depositado nas coleções do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoo- botânica do Rio Grande do Sul e do Instituto de Pesquisas Agronômicas da Secretaria de Agricultura, ambos em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. ABSTRACT This work presents a preliminary list of the Asopinae (Hemiptera, Pentatomidae) of the Rio Grande do Sul StateBrazil, with new occurrences, based upon specimens de posited in the collections of the “Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul” and “Instituto de Pesquisas Agronômicas da Secretaria de Agricultura”, both in Porto Alegre, Rio Grande do Sul. INTRODUÇÃO Objetivando atualizar os dados sobre a distribuição da subfamília Asopinae (Hemiptera, Pentatomidae) no Rio Grande do Sul (RS), uma vez que BUCKUP foi o único autor a preocupar-se especificamente com a distribuição desta subfamília no RS, relacionando 8 espécies para 4 localidades, 21 espécies para 17 localidades e 22 espécies para 19 loca- lidades, respectivamente em 1952, 1960 e 1961, apresentamos uma lista preliminar dos Asopinae no Estado. O presente trabalho foi feito com base no exame dos exemplares depositados nas coleções do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MCN) e do Instituto de Pesquisas E pa da Secretaria de Agricultura (IPAGRO) em Porto Alegre, Deixamos de incluir nesta lista os exemplares cujos dados de coleta não nos permitiram precisar a localidade exata de ocorrência. As localidades seguidas do sinal * não constam nos trabalhos de BUCKUP (1952, 1960, 1961). ra Aceito para publicação em 09/VI/1980. Contribuição FZB nº 176. ** Pesquisadora do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zcobotânica do Rio Grande do Sul, Caixa Postal 1188, 90.000 Porto Alegre, RS, Brasil. Bolsista do Conselho Nacional de Desenvol- vimento Científico e Tecnológico (Proc. 30.0279/78). IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):119-127, 9 fev. 1981 120 GASTAL, H. A. de O. Os 309 espécimes examinados procedem de 30 localidades (Tabela I) O genero de maior frequência foi Podisus HERRICH- SCHAEFFER, 1851 com 128 espécimes, registrando 41,4% do total examinado, e o de menor fregiiência foi Heteroscelis LATREILLE, 1829 com apenas 2 espécimes (Tabela 2). O gênero Heteroscelis ainda não havia sido citado para o RS, constituindo-se numa nova ocorrência para o Estado. Os autores que já relacionaram espécies de Heteroscelis para o Brasil, citam H. servillei (LAPORTE, 1832) para os Estados de Goiás, Bahia e Rio de Janeiro (BUCKUP, 1960), H. amazonica PIRAN, 1961 e H. carcavalloi PIRAN, 1961 para o Amazonas e H. bimaculata (WAL- KER, 1867) para o Rio de Janeiro (PIRAN, 1961). LISTA DAS ESPÉCIES E LOCALIDADES Alcaeorrhynchus BERGROTH, 1891 Alcaeorrhynchus grandis (DALLAS, 1851) Marcelino Ramos, 3 2 MCN 200, 202 e 203. Torres*, é IPAGRO 256e2 ? IPAGRO 258 e 259, 9/11/1966, E. Kober leg.; ? IPAGRO 257, 9/11/1954, E. Kober leg.. Osório, Arroio Teixeira*, ö MCN 12895, 15/1/1978, S. Pauls leg.; Atlântida*, 2 2? MCN 2614 e 2620 e é MCN 2622, 26-31/X11/1964, J. W. Thomé leg.; © MCN 12839, 7/1/1968, M. Becker leg.. Tramandaí, Santa Terezinha*, 2 ? MCN 8469 e 8471, 16/11/1973, M. H. - Galileo leg.; Imb&e*, 0 MCN 2617, 11/1961, L. Buckup leg.; Pinhal*, © MCN 13291, 2/1/1972, T. de Lema leg.. Santa Maria*,o MCN 13142, 21/X/1967, D. Link leg.; é MCN 13143, 3/IV/1971, L. C. Heinzeleg.; 5 MCN 13144, 4/IV/1971, E. Santos leg.. Guaiba*, 1 exemplar MCN 9405, 20/11/1974, M. H. Galileo leg.; o MCN 1289, 8/IV/1976, H. A. Gastal leg.; é MCN 12896, 8/IV/1976, M. H. Galileo leg.. Viamão, 5 é MCN 184-187 e 2624 e 2 2? MCN 196 e 208, IV/1956, L. Buckup leg.; Itapuã, 14 3 MCN 169-174, 176-182 e 14213, 5 ©? MCN 191-195 e 3 exemplares MCN 165, 168 e 190, 4/X11/1958. Porto Alegre, S IPAGRO 255, III/1941, M. Nery leg.; & MCN 188, 1/1954, L. Buckup leg.. Pelotas*, 2 MCN 2618, 16/XII/1961, Mantovani-Biezanko leg.; ? MCN 2619, 21/X/1961, Mantovani-Biezanko leg.; é MCN 2621, 23/11/1962, Mantovani-Biezanko leg.; 9 MCN 13289, 28/1/1974, E. Heinrichs leg.. Coryzorhaphis SPINOLA, 1837 Coryzorhaphis leucocephala SPINOLA, 1837 Marcelino Ramos, 1 exemplar MCN 240; 1 exemplar MCN 242, 3/X11/1940; 1 exemplar MCN 243, 17/X11/1939; 1 exemplar MCN 244, 19/X11/1939. Tramandaí, Santa Terezinha*, 9? MCN 8482 e ö MCN 8485, 16/11/1973, M. H. Galileo leg.; 4 © MCN 8489, 8500, 8503 e 8504 e 2 é MCN 8501 e 8502, 24/11/1973, M. H. Galileo leg.; Pi- nhal*,º MCN 13290, 2/1/1972, T. de Lema leg.. Santa Maria*, 2? MCN 13145 17/X1/1969, M. F. Tarragó leg.. E IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):119-127, 9 fev. 1981 Lista preliminar dos... 121 Heteroscelis LATREILLE, 1829 Heteroscelis sp Cerro Largo*, © MCN 254, 1/1931, P. Buck leg.. São Francisco de Paula*, 2 MCN 255, 7/11/1940, P. Buck leg.. Marmessulus BERGROTH, 1891 Marmessulus nigricornis (STAL, 1864) Marcelino Ramos, 2 MCN 112; 9 MCN 113e é MCN 117, 23/X11/1939; © MC- N 114, 20/X11/1939. Oplomus SINOLA, 1837 Oplomus (Catostyrax) catena (DRURY, 1782) Marcelino Ramos, 2 exemplares MCN 135 e 151, 8/X11/1939; 1 exemplar MCN 136, 24/X1/1939; 1 exemplar MCN 137, 25/XI1/1939; 1 exemplar MCN 138, 5/XI1/1939; 1 exemplar MCN 139, 22/X11/1939; 1 exemplar MCN 152, 22/X1/1939; 1 exemplar 153, 17/X11/1939; 1 exemplar MCN 154, 23/XII/1939; 1 exemplar MCN 157, 20/1/1940; 1 exemplar MCN 158; 1 exemplar MCN 164, 12/111/1940. Bom Jesus, ? MCN 142, 1/1955, Baucke leg.; 3 @ MCN 143, 144 e 156, X11/1954, Camargo leg.; 1 exemplar MCN 150 e 9 MCN 163, XII/1954, Baucke leg.; 2 ? MCN 161 e 162, 1/1955, Camar- go leg.. São Francisco de Paula, 9 MCN 141, 11/1944; ô MCN 149, 25/1/1939. Porto Alegre*, © MCN 2613, VIII/1966, M. Becker leg.. Pelotas*, 9 MCN 2612, 24/11/1962, Mantovani-Biezanko leg.. Oplomus (Oplomus) cruentus (BURMEISTER, 1835) Bom Jesus, é MCN 118, XII/1954, Baucke leg.. São Francisco de Paula, & MCN 123, 11/1936. Viamão, 3 é MCN 119-121 e 9 MCN 125, IX/1956, L. & E. Buc- kup leg..Porto Alegre, 9 MCN 201, V/1964, M. Becker leg..; 2 MCN 13204, 11/X1/1959; 2 IPAGRO 315, P. Buck leg.. Pelotas, 9? MCN 166, 7/1/1961, C. M. Biezanko leg..! 5 MCN 175, 20/1V/1964, Mantovani-Biezanko leg.. Oplomus (Oplomus) lunula HORVATH, 1911 Marcelino Ramos, q MCN 130, 8/XI1/1939. Oplomus (Oplomus) marginalis (WESTWOOD, 1837) Marcelino Ramos, 2 q MCN 126 e 128, 17/XII/1939; 9 MCN 127, 5/XI1/1939; lexemplar MCN 131, 22/X1/1939. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (57):119-127, 9 fev. 1981 122 GASTAL, H. A. de O. Oplomus sp. Osório, Capivari*, 9 IPAGRO 8222, 13/1/1964, O. Baucke leg.. Podisus HERRICH-SCHAEFFER, 1851 Podisus (Podisus) crassimargo (STAL, 1860) Porto Alegre, é MCN 261. Podisus (Podisus) nigrispinus (DALLAS, 1851) Marcelino Ramos, 1 exemplar MCN 266, 30/X1/1939. Santa Maria*, ô MCN 8518, 26/1V/1973. D. Link leg.. Porto Alegre, é MCN 267; 2 MCN 268, 111/1954, L. Buckup leg.; 9 MCN 270, 20/1V/1949; ? MCN 8425, 29/V/1973, A. Lise leg.. Pän- tano Grande*, © IPAGRO 8120, 6/11/1962, O. Baucke leg.. : Podisus (Podisus) obscurus (DALLAS, 1851) Marcelino Ramos, 1 exemplar MCN 275, 8/1X/1939; 1 exemplar MCN 276, 1/X1/1939; 2 exemplares MCN 277 e 279, 29/X1/1939; 1 exemplar MCN 278, 5/X1/1939; 1 exemplar MCN 280, 8/X11/1939. Podisus (Tylospilus) distans BERGROTH, 1891 Bom Jesus, 2 exemplares MCN 292 e 294, X11/1954, Baucke leg.. Caxias do Sul, Vila Oliva, é - MCN 290, 29/1/1952. Podisus (Tylospilus) nigrobinotatus (BERG, 1879) Marcelino Ramos, 1 exemplar MCN 296, 6/X11/1939. Porto Alegre, Ilha do Laje, MCN 13245, 2/IX/1959; © MCN 13246 e é MCN 13256, 27/V/1959; * MCN 13247, 13/V1/1951; ö MCN 13249, 12/X/1949; © MCN 13251 e ? MCN 13262, 20/1X/1963; © MCN 13252, 16/XI/1949; S MCN 13255, 24/X/1951; ? MCN 13257, 13/1X/1950; ® MC- N 13258, 11/VII/1956; ? MCN 13261. 7/VIII/1956; é MCN 13263, 27/X/1958; Vila Assunção” 3 9 MCN 2629, 2630 e 2632 e 3 d MCN 2627, 2628 e 2631, 28/X/1964, L. Buckup leg.; Morro do Sabiá, é MCN 13241, 12/X1/1963; ? MCN 13260, 3/IX/1963; Ipanema, 2 ? MCN 329 e 330, X1/1956, M. Palova leg.; Ponta Grossa, * MCN 324, 3/1/1955. Tapes*, 2 MCN 2637 e 2641, X1/1963, P. Buck leg.. Pelotas*, © MCN 283, X11/1948. Stiretrus LAPORTE; 1832 Stiretrus (Stictonotion) decastigmus (HERRICH-SCHAEF FER, 1837) Cerro Largo*, © IPAGRO 928, VII/1934. Bom Jesus, é MCN 515, XII/1954, Baucke leg.. São Francisco de Paula, - IPAGRO 297, 14/1/1938, P. Buck leg.. Caxias do Sul, Vila Oliva, © MCN 527, 9/11/1950. Santa Maria*, > MCN 13148, 28/X/1971, A. Raskoni leg.. Salvador do Sul, © MCN 13207 e 7 MCN 13208, 1960; & MCN 13209, 19/IX/1959. Viamao*, . 2654, V/1966, J. Grazia leg.. Stiretrus (Stictonotion) rugosus GERMAR, 183º Bom Jesus, 1 exemplar MCN 533, 1/1955, Camargo leg.; ? MCN 535, 1/1955, Corseuil leg.; ? MCN 536, XII/1954, Baucke leg.. Santa Maria*, é MCN 13146, 6/IX/1971, H. Almeida leg.. Salvador do Sul* 5 MCN 13206, 1960. Stiretrus (Stiretroides) loratus GERMAR, 1839 Cerro Largo, 3 MCN 538, VIII/1939; É MCN539e © MCN 542, XII/1942. Stiretrus (Stiretrus) circumdatus (SPINOLA, 1837) Marcelino Ramos, 1 exemplar MCN 492, 29/X1/1939. Cerro Largo, > MCN 485, 11/1944: 2 = MCN 493 e 494, XII/1942. São Francisco de Paula, > MCN 495, 1/1935. Pareci Novo, 2 MCN 486, X/1936. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (57):119-127, 9 fev. 1981 124 GASTAL, H. A. de O. Stiretrus (Stiretrus) decacelis BERG, 1883 Marcelino Ramos, 1 exempiar MCN 504, 1/X/1939. Viadutos, 1 exemplar MCN ' 503, X1/1941. Cerro Largo, ö MCN 502e 9 MCN 510, XI1/1942. Stiretrus (Stiretrus) decemguttatus (LEPELETIER & SERVIL. LE, 1825) Marcelino Ramos 1 exemplar MCN 734, 27/X11/1939. Cerro Largo*, 2 9 MCN 13211 e 13222 e ö MCN 13231, XI/1949. Porto Alegre*, ? IPAGRO 300, 1/1932, P. Buck leg.; & MCN 13233, 11/X1/1959; Belém Novo*, & MCN 2651, I /1959. Stiretrus (Stiretrus) smaragdulus (LEPELETIER & SERVIL LE, 1825) Santa Marie*, © MCN 13147, 8/V/1971, J.C. Kruel leg.. Porto Alegre*, ; IPAGRO 314, 11/1930, P. Buck leg.; Lami*, © MCN 566, III/1962, O. Baucke leg.. Stiretrus sp. Cerro Largo,3 ? MCN 13236-13238, X1/1949. Supputius DISTANT, 1889 Supputius cincticeps (STAL, 1860) Marcelino Ramos*, 1 exemplar MCN 237, 30/X/1939; 1 exemplar MCN 238, 29/X1/1939. Cotipora*, © MCN 256, 23/11/1962, C. Araujo leg.. Santa Maria*, © MCN 13155, 10/V/1971, L. C. Heinze leg.; 9 MCN 13156, 27/X/1971, H. Antonio leg.. Porto Alegre, é MCN 232, VII/1951, T. de Lema leg.; 9 MCN 236; © MCN 13250, 11/X1/1959; * MCN 13259, 27/V1/1953; Belém Novo, * MCN 257e é MCN 258, 1/1959, P. Buck leg.; Ponta Grossa, ö MCN 233, 3/1/1965. Tapes*, 9 MCN 2642, X1/1963, P. Buck leg... Tynacantha DALLAS, 1851 Tynacantha marginata DALLAS, 1851 Marcelino Ramos, 1 exemplar MCN 229, 30/X1/1939; 1 exemplar MCN 320, 17/XI1/1939; 9 MCN 231. Cerro Largo, * MCN 223, 11/1943; ? MCN 224, 1/1931. Pareci Novo, ? MCN 222. Guaiba, 9 225, 1/1947, Redaelli leg.. Porto Alegre, 3 MCN 217, 11/VII/1949; 1 exemplar MCN 221, III/1955, Camargo leg.; é MCN 13205, 27/V1/1953. AGRADECIMENTO À Bióloga Terezinha Lermen da Silva por permitir-nos o exame dos exemplares da coleção da Secção de Entomologia do IPAGRO. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):119-127, 9 fev. 1981 Lista preliminar dos... 125 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BUCKUP, L. 1952. Notas entomológicas do Rio Grande do Sul. Lista preliminar dos Pentatomidae do Rio Grande do Sul, com algumas informações zoogeográficas e ecológicas. Ciências e Letras, Porto Alegre, 6(3):46-61. . 1960. Pentatomideos neotropicais—II. Contribuição ao conhecimento dos Aso- pinae da América do Sul (Hem. Het.-Pentatomidae). Iheringia. Sér. Zool., Porto Alegre (15):1-25. . 1961. Os pentatomideos do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil (Hemiptera- Heteroptera-Pentatomidae). Iheringia. Sér. Zool., Porto Alegre (16):1-24. PIRAN, A.A. 1961. Sinopsis del género Heteroscelis LATREILLE, 1829 (Hem. Pen- tatomidae) con la descripcion de cinco especies nuevas. Revista de Investigaciones Agricolas, Buenos Aires, 15(1):83-99. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):119-127, 9 fev. 1981 126 GASTAL, H. A. de O. Tabela I: Número de espécimes encontrados nas diversas localidades do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil, onde foram coletados exemplares de Asopinae (Hemiptera, Pentatomidae). LOCALIDADES Nº DE ESPÉCIMES Marcelino Ramos 61 Viadutos Cerro Largo Carazinho São Borja Garruchos Bom Jesus São Francisco de Paula Vila Oliva Cotiporã Farroupilha Torres Canela Arroio Teixeira Atlântida Santa Terezinha Imbé Osório Pinhal Santa Maria Salvador do Sul Pareci Novo Canoas Guaiba 24 Viamäo 14 Itapuä 26 Porto Alegre 63 Päntano Grande 1 Tapes 3 Pelotas 8 a IL fá O É 00 — — fr o, fa DO o O) IO peá qi qua go je Dem JOIN IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (57):119-127, 9 fev. 1981 Lista preliminar dos... 127 Tabela 2: Número de espécimes encontrados, e respectiva fregüöncia, em cada um dos gêneros de Asopinae (Hemiptera, Pentatomidae) regis- trados para o Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. GÊNEROS Nº DE ESPÉCIMES FREQUÊNCIA (%) Alcaeorrhynchus 57 18,5 Coryzorhaphis 14 4,5 Heteroscelis 2 0,7 Marmessulus 4 1,3 Oplomus 41 13,3 Podisus 128 41,4 Stiretrus 40 12,9 Supputius 13 4,2 Tynacantha 10 3,2 IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (57):119-127, 9 fev. 1981 CEE ALTEATHHE EO da MO” k EMOS TT 7 ii segel andar EN Wilco 7.0: = Umtro Larıd > OuranintuB, BL di TE são Bor, lb o —- ar: Ber Cartucho? &! SR | OR e oo dera d A di E gr. abe Tranfjgco de Paula dr uy tias by R otipore Farroupilha Torten o ah i Arroto Teineira x Atıkotiie j E manta Taraginha BI _ irmos x Orshrio ö É a Pina Seu ta Maria : Salvador do Sul a É | Lara Prreci Novo 2 : (ras Ei DW 1) + us + mess ga o tia pa 8 BEI Ds 10 apa - ) Porto ABA TO Päntano Grande Tapes Paste E. . ERRI est O CREA (rãs IHERINGLA. Be. Zon) Pinto Aa MOTIUESNNANE, en AR o " fr ow PT or en. “a = we % PS, a. Thomisideos neotropicais VI: Sidyma kolpogaster LISE, 1973 descrição do macho e nova ocorrência (Araneae, Thomisidae, Stephanopsinae).* Arno Antonio Lise** RESUMO No presente trabalho faz-se a descrição do macho de Sidyma kolpogaster LISE, 1973, ilustra-se a genitália da fêmea e registra-se a ocorrência da espécie para o Rio Gran- de do Sul, Brasil. ABSTRACT The male of Sidyma kolpogaster LISE, 1973 is described, the genitalia of the female is illustrated and it is reported for the first time the occurrence of this species from-Rio Grande do Sul State, Brazil. INTRODUÇÃO Sidyma kolpogaster foi descrita por LISE em 1973 tendo por base um único espécime fêmea cuja localidade-tipo é Rio Negro, Paraná, Brasil. Em trabalhos de inventário faunistico que o Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul vem desenvol- vendo no sul do país, foram coletados vários espécimes da espécie em questão, o que vem a ensejar o registro das novas ocorrências, bem como, a descrição do macho, até então desconhecido. São acrescentadas também as ilustrações detalhadas do epigino e da vulva da fêmea uma vez que ao ser descrita a espécie só se dispunha do holötipo do qual preferiu-se não retirar a genitália. MATERIAL E METODOS O material procede do Rio Grande do Sul e encontra-se depositado nas coleções do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MCN). As medidas foram aferidas com ocular micrométrica e são expressas em milímetros. As ilustrações foram elaboradas pelo autor, em câmara clara. Ambas, medidas e ilus- trações, foram feitas utilizando-se um microscópio estereoscópico Wild-M5. O acabamento dos desenhos foi feito por Rejane Rosa. + Aceito para publicação em 20/V1/1980. Contribuição FZB nº 179. ** | Técnico Superior Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul (MCN-FZB:, Caixa Postal 1188, 20.000 Porto Alegre, RS, Brasil. + IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):129-135, 9 fev. 1981 130 LISE, A. A. Material examinado: BRASIL: Rio Grande do Sul, Arroio do Tigre (Itaúba), 1 & MCN 8150, 23.IV.1978, H. Bischoff leg., 1 9? (subadulta) MCN 8047, 18.1V.1978, A. Lise leg.; Farroupilha, 1 é MCN 8269, 29.1X.1978, A. Lise leg.; Montenegro, 1 ? (subadulta) MCN 7613, 20.X11.1977, A. Lise leg.; Triunfo, 2 jovens MCN 7307, 28.X1.1977, E. Buc- kup leg.; Porto Alegre (Morro Santana), 1 9 (subadulta) MCN 9065, 17.V.1980, A. Lise leg.; Viamão (Águas Belas), 1? MCN 4995, 17.1.1977, A. Lise leg.. DESCRIÇÃO DO MACHO Comprimento total:3,062mm Cefalotórax: baixo (0,750) pouco convexo, quase tão largo quanto longo (1,350 x 1,375), mais largo a nível da coxa II. Coloração castanho escura com estrias torácicas quase negras as quais delimitam áreas microgranulosas. Tegumento dorsal quase mútico. Região cefálica estreita (0,587), moderadamente elevada e de lados não paralelos. E stern o: cordiforme, levemente escavado na porção anterior, ápice arredondado, castanho muito escuro, quase negro, mais largo do que longo (0,725 x 0,662), não se estendendo além das coxas IV. L à bio: castanho escuro bem mais largo do que longo (0,287 x 0,150), não alcançando o meio das lâminas maxilares, ápice arredondado com escassos pêlos apicais. Lâminas maxilares: bem mais longas do que largas (0,275 x 0,175), castanho escuras com retromargens denegridas e pro- margens fulvo amareladas, convergentes, de ápice aproximadamente quadrangular formando um ângulo quase reto na retromargem, promar- gem arredondada. Queliceras: mais longas do que largas (0,437 x 0,250), ful- vas, com uma larga faixa negra transversal, medianamente disposta. Face anterior com algumas cerdas pouco conspicuas. Clipeo: baixo (0,100), altura igual a um diâmetro e um terço dos olhos médios anteriores, cerca de duas vezes e meia mais baixo do que a altura da área ocular média, vista de frente e, quase duas vezes e meio mais baixo do que a linha delimitada pelos olhos médios anteriores. Olhos: fila ocular anterior, vista de frente, muito recurva. Fila ocular. posterior, vista dorsalmente, recurva. Olhos de ambas as filas cir- culares. Olhos médios anteriores menores do que os laterais anteriores (0,075 x 0,112), afastados entre si por uma vez e meia seu diâmetro (0,112) e dos laterais por meio diâmetro (0,037). Olhos médios poste- riores levemente menores do que os laterais posteriores (0,062 x 0,087), separados entre si por menos do que duas vezes o seu diâmetro (0,112), IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (57):129-135, 9 fev. 1981 Tomisideos neotropicaisVI... | 131 equidistantes aos laterais. Olhos leterais de ambas as filas separados en- tre si por duas vezes o diâmetro dos olhos médios anteriores (0,150). Al- tura do trapézio formado pelos olhos anteriores maior do que a altura do trapézio delimitado pelos olhos posteriores (0,175 x 0,125). Area ocular média retangular. Altura vista de frente: 0,262; largura: 0,224. A b dôm en: comprimento (1,687), largura a nível dos tubérculos laterais (1,062), espessura (0,812). Face dorsal quase negra com várias manchas circulares amarelas. Limitando a face dorsal com as laterais há uma faixa amarela, interrompida, que se estende dos ombros anteriores até os tubérculos posteriores, contornando-os. Declive posterior um pouco mais claro do que o dorso. Faces laterais amarelas reticuladas de branco. Abaixo dos tubérculos posteriores hã uma mancha da mesma cor do dorso. Ventre com uma larguissima faixa longitudinal mediana castanha muito escura, quase negra. Tubérculos curtos, de ápice ar- redondado, do mesmo colorido do dorso do abdômen. Tegumento ab- dominal pouco quitinizado, pubescente na fase ventral e com microcer- das pouco abundantes no dorso, nos tubérculos e no declive posterior. Fiandeiras cônicas, pilosas, castanhas. Pernas: comprimento relativo I-II-IV-III. Perna I: fêmur com 1-1-1 espinhos dorsais. Tíbia cilindrica, fortemente arqueada. com 2-2-2-2-2 es- pinhos ventrais, os três primeiros pares longuissimos. Metatarso curvo, com 2-2-2 potentes espinhos ventrais e 1-1-1 prolaterais. Tarso com unha den- teada e fascículo subunguenal. Perna II: fêmur com 1-1-1 pequenos espinhos dorsais. Tibia fortemente arqueada com 2-2-2-2 espinhos ventrais, os três primeiros pares longuissimos. Metatarso curvo, com 2-2-2 potentes espi- nhos ventrais, e 1-1-1 prolaterais. Tarso como em I. Pernas IIleIV: muitos menores do que Ie II. Tibia, metatarso e tarso de todas as pernas com uma fila longitudinal dorsal de tricobótrias. Pernas I e II castanho escuras, os tarsos fulvo claros. Pernas IIle IV amaralo claras. FEMUR | PATELA | TÍBIA | MATATARSO E E 0,350 2,424 IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (57):129-135, 9 fev. 1981 132 LISE, A. A. P alp o: Tibia com uma curta apófise retrolateral apical e várias microcerdas e tricobótrias dorsal, prolateral e retrolateralmente dispos- tas. Cymbium cerdoso com algumas macrocerdas prolaterais. Tegulum arredondado. Embolus curvo retrolateralmente. COMENTÁRIOS FINAIS A coleta de Sidyma kolpogaster em várias localidades do Rio Grande do Sul, oportunizou-nos a descrição do macho até então desco- nhecido bem como a ilustração da genitália da fêmea. Com o registro das novas ocorrências fica ampliada a área de distribuição geográfica da es- pécie em questão. A variação intra-especifica do material examinado é muito pequena restringindo-se fundamentalmente, em ambos os sexos, a variações cromáticas. Assim sendo, o colorido do cefalotórax varia do fusco ao fusco de bordas e região posterior denegridas até o castanho muito es- curo, quase negro. O abdômen dorsalmente varia do amarelo claro som- breado de fusco até um castanho quase negro com manchas claras. As laterais são amarelo. claras. O ventre é amarelo claro com uma larga faixa mediana que vai do fusco muito escuro até o negro.Os fêmures, patelas, tibias e metatarsos das pernas I e II variam do fusco escuro manchados e ou sombreados de castanho ou de negro até o castanho muito escuro uniforme, quase negro. Os tarsos são geralmente amare- lados. As pernas III e IV são amarelo claras. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS LISE, A.A. 1973. Contribuição ao conhecimento do gênero Sidyma no Brasil, com des- crição de uma nova espécie (Araneae-Thomisidae). Iheringia. Sér. Zool., Porto Alegre (43):3-47, nov. 53 fig. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):129-135, 9 fev. 1981 Tomisideos neotropicais VI... 133 Fig. 1: Sidyma kolpogaster MCN 8269. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):129-135, 9 fev. 1981 134 LISE, A. A. Fig. 2-9: Sidyma kolpogaster MCN 8269. 2. vista ventral; 3. vista lateral; 4. fronte e queliceras; 5-9. palpc esquerdo. 5. vista dorsal; 6. vista ventral; 7. vista prolateral; 8. vista retrolateral; 9. vista retrolateral expandido. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (57):129-135, 9 fev. 1981 Tomisideos neotropicais VI 135 Fig. 10-12: Sidyma kolpogaster MCN 4995. 10. epigino; 11. genitälia, vista dorsal; 12. genitälia de perfil, vista antero-posterior. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (57):129-135, 9 fev. 1981 IHERINGIA é o periódico de divulgação de trabalhos científicos inéditos do Museu de Ciências Naturais, Jardim Botânico e Parque Zoológico da FZB. E publicado em quatro séries: BOTÂNICA, ZOOLOGIA, ANTROPOLOGIA e GEOLOGIA. Cada série é editada em fasciculos com numeração corrida independente, podendo conter um ou mais artigos. O periódico em seu todo ou cada uma das séries individualmente é distribuido a Instituições congêneres em regime de permuta. Mediante entendimento prévio pode também ser enviado a cientis- ta e demais interessados. IHERINGIA is the official scientific periodical of the ''Museu de Ciências Naturais”. Its aim is the publishing of reports elaborated by the scientific staff of the three joining Instituts of “Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul”, the Museum of Natural Sciences, the Botanical Garden and the Zoological Park. Articles from other national and foreign Institutions researchers may be accepted. Emphasis is given to articles dealing with the flora, the fauna and the natural resourses of Rio Grande do Sul State. IHERINGIA is issued in four series, Botany, Zoology, Anthropology and Geology. Each series is issued in fascicles consecutively numbered and may contain one or more articles. IHERINGIA as a whole or as a separate series, is distributed to similar scientific Institutions on an exchanging basis and may also be available to scientists and other interested parties on pre- viours arrangements. RECOMENDAÇÕES AOS AUTORES: 1. Os manuscritos devem ser encaminhados ao Editor, através de ofício, podendo ser aceitos a cri- tério da Comissão Redatorial, ficando sua publicação condicionada a autorização do Diretor- Superintendente da FZB. 2. Terão prioridade os artigos dos pesquisadores do Museu de Ciências Naturais, Jardim Botânico e Parque Zoológico da FZB. A juizo, podem ser aceitos artigos de pesquisadores de Instituições nacionais ou estrangeiras cujas investigações versem preferencialmente sobre assuntos aan nados à flora, à fauna e os recursos naturais do Rio Grande do Sul. 3. Os artigos em língua postuguesa devem ter um resumo em língua estrangeira e os em língua es- trangeira (alemão, inglês, espanhol, italiano e latim) devem ter, obrigatoriamente um resumo em portugués. 4. Os originais devem ser apresentados em 2 vias datilografadas em espaço dois, com margens mínimas de 2 cm, sem emendas, em papel branco (tamanho oficial A-4:21x29,7 cm), utilizando-se um só lado da folha. 5. Todas as folhas devem ser numeradas na margem superior direita, com numeração corrida e rubricadas pelo autor ou ao menos por um dos autores. 6. Os nomes científicos de gênero e dos “taxa” infragenétricos deverão ser sublinhados com um traço ondulado. 7. O titulo geral do trabalho, o nome do autor, os eventuais subtitulos bem como as palavras latinas ou gregas usadas no texto devem ser sublinhados com um traço reto. 8. Os nomes de autores citados no trabalho, inclusive os constantes das referências bibliográficas (bibliografia consultada) devem ser escritos com letras MAIUSCULAS 9. As referências bibliográficas deverão estar dispostas em ordem alfabética e cronológica, dentro das normas da NB-66 da ABNT, salvo a indicação do ano de publicação que deverá seguir o nome do autor, obedecendo a seguinte ordem de elementos: a) Para artigos de periódicos: sobrenome do autor seguido das iniciais do(s) prenome(s), ano do trabalho, titulo do trabalho, nome do periódico (sublinhado com um traço reto e abreviado de acordo com o “World List of Scientific Periodicals”) local, volume (em algarismos arábicos e sublinhado), número ou fascículo (entre parênteses) seguido de dois pontos, página inical e final. 10. ot 12. 13. 14. 15. Ex.: FRENGUELLI, J. 1925. Diatomeas de los arroyos del Durazno y en las Brusquitas en los arredores de Miramar. Physis, Buenos Aires, 8(29):19-79. set. 2 est. b) Para livros: sobrenome do autor seguido das inicias do(s) prenome(s), ano da edição, título do livro (sublinhade com um traço reto), edição (em número arabico, seguido de ponto e da abreviatura no idioma da edição), local, editora número de páginas (seguida de p.), número de volumes (seguida de v.) ou então, páginas consultadas ou número do volume consultado (precedidos de p. e v. respectivamente). Ex.: SANTOS, E. “1952. Da ema ao beija-flor. 2. ed. rev. ampl. Rio de Janeiro, F. Briquiet. 335p. Ea Desenhos, fotos, mapas e gráficos devem ser citados como fig., com numeração corrida, em al- garismos arábicos. O editor distribuirá as figuras do modo mais econômico, sem prejudicar sua apresentação, respeitando quanto possível as indicações do autor. Todas as tabelas e figuras devem ter titulo claro, conciso e, se necessário, com explicações breves que possibilitem seu entendimento sem consultas ao texto. Este título, bem como as legendas, se houver, devem vir em folhas a parte. Os desenhos gráficos e mapas devem se feitos a nanquim preto, preferencialmente em papel vegetal e as fotografias nos tamanhos que permitam a redução para o máximo de 17cmxllcm. As ilustrações a cores devem ser combinadas previamente e seu custo fica a cargo do autor. Os artigos, sempre que possível, devem compreender os seguintes tópicos: Título; Nome do autor (es); Referências do artigo (data de aceitação para publicação, etc) e do autor (local de trabalho e endereço); Resumo (conforme item 3); Introdução; Material e Métodos; Resultados e/ou Discus- são: Conclusões; Agradecimentos; Bibliografia Consultada ou Referências Bibliográficas. A correção das provas tipográficas será, sempre que possível, de responsabilidade do autor. Os autores que tiverem interesse em separatas de seus artigos deverão solicitá-las por ocasião do encaminhamento dos originais ao Editor e arcar com as despesas correspondentes. Prof. Dr. Amo Antonio Lise EDITOR ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA COMISSÃO REDATORIAL (Mailing Address) Museu de Ciências Naturais Thales de Lema Caixa Postal 1188 Inga L.V. Mendes 90.000 Porto Alegre, RS Hilda Alice de O. Gastal Brasil Moema Leitão de Araujo Vera Lúcia L.Pitoni ENDEREÇO PARA PERMUTA (Address for exchange) Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul Biblioteca Caixa Posta 1188 90.000 Porto Alegre, RS Brasil a dit de trad li Nat h Poren p Zoo ie PÉ er ES rue Be & Bd AD j à des E. sm Ma u) dA gt Ed um tata esta Te TEE COM F : pó nb on temas tubo esto ash oiro soda ob ET " bi rar Bye) >" fora; ab à e s f un cf ß VOGA sb rend n anitos BB a! ur ba gesto sro esbájivacca essa ‚olller DO |, | to a rima . RE ' INT (Erin Pr a” Ê Gas a of the UU qui de Cikuches regt t po retro, le Serra lei) El he | bs wre Mae 0! Nesiunal Solenes, EA. a partie sho sáiveta as aan hd = pai a eig «pes a, x A - | - - um = obelis m a mb weder ug ao wo. ebá = ú 7% ira 4 { E RM reste a OR . Er ai. I do f A “ a Densagennie mem, à a gia RE) OS Eua N ioga period Ka). , 5 1 o ee UM rt db ale 4 o: nº x Eus d Es h u m ae mW A giro re Mp o i den si sina ob ritos Fe ‚art vom, BL: JM 6A FERRT ; = 0 mafra Up rollt eq pr ps ) u re set 2 A Pat wırua ob ua E ri wre rare; ke ce; Erle Dr: , Last , 0 is zu ae dl aa! GMT QÊ ei é Y aA bar w seh“, im esta ao de so) ves é A “4 r E . u j l ' a sá v4 is AS N er 3 er Fr End À ' y sup achrnee mus puma Eiras: s Hein cut \ Ar 1 : Le é Peida % Be hr Ro ' ve Sa sera devorar NADO gs ie ' A TE eo . abç ço j Ei. A sort: é 7 i rt » RB A No E Pp a À [tee ” Y nm “Tel e 3 P En in curas o is E ATUM AI ARAN CURAS Usada nd cost) - y A Rà E : j ama Eos audi SRAs Lat ; f oi eg a UT: ak | À 5 A u % Tess, bo a uhr E . o elisbários » crê ro de pratriciaçã “a , A O * ‚ u tas Inte Pre: me . A + ; todas à zuge ir 14 17 com gia 4º dar 4 dio ed er Dprmilicadão "Nr, Keule Mu rima ng A = no FRA year Clos ve der dois pá ye Fr Concluiu-se esta edição em fevereiro de 1981 “PROVAS REVISADAS PELO CLIENTE” Composição, impressão e acabamento: GEW) Indústria Gráfica e Editora Ltda. Rua Gen. Vitorino, 41 — Porto Alegre — RS Fones: 21-5566 e 25-8079 Rua Monsenhor Veras, 678 — Porto Alegre — RS Fones: 23-0523 e 23-5512 y Abel mio re Si E . OM sent ação — E e en) e prt ern pro EP ção EE ae y h Vad ER Iheringia serie Zoologia BL ISSN 0073-4721 SILVEIRA, C.F.B. da & MENEGHETI, J. O. Estudo sobre a relação peso e sexo em Notura maculosa (TEMMIMCK, 1815) (Aves, Tinamiformes, Tinamidae) .................. p.7 MENEGHETI, J. O. et alii Coments about the relationship between hunting effort and hunting yielding in birds....... p. 17 MENEGHETI, J. O. et ali Spacial and temporal variations of density of Notura maculosa (TEMMINCK, 1815) from hun- ting data 1977, in the Rio Grande do Sul State, Brazil ..... p. 23 BRETSCHNEIDER, D. da S. Nota sobre a alimentação do marrecão, Netta peposaca (VIEILLOT, 1816) em Santa Vitória do Palmar, Rio Grande do Sul, Brasil (Aves An- RR RO = pane manso ana en rsss cio p. 31 MELLO, H.F. & MENEGHETI, J.O. Considerações sobre o uso do solo e sua influência sobre o ecossistema campo, em Alegrete, Rio Grande do Sul, Brasil ..................... p. 41 SILVA, F. & SANDER, M. Estudo sobre a alimentação da per- diz Notura maculosa (TEMMINCK, 1815) no Rio Grande do Sul, Brasil (Aves, Tinamiformes, Tinamidae)........... p. 65 SILVA, F. Contribuição ao conhecimento da biologia do papagaio charão, Amazona pretrei (TEMMINCK, 1830) (Aves, DR St eb ASA a p. 79 Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul Publicado com auxílio do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF) “Projeto Pró-fauna, 1980", FUNDAÇÃO ZOOBOTÂNICA DO RIO GRANDE DO SUL Entidade de direito privado, instituída pela Lei Estadual nº 6497 de 20/12/72. ROBOT (Supervisionada pela Secretaria de Estado da Agricultura). Governador do Estado JOSE AUGUSTO AMARAL DE SOUZA Secretário de Estado da agricultura BALTHAZAR DE BEM E CANTO Presidente da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul JOSE WILLIBALDO THOME Diretoria da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul Diretor-Superintendente N JOAO PEDRO RANQUETAT PAPALEO Diretores-Executivos do Jardim Botânica — MARTA ELENA FABIÄN do Museu de Ciências Naturais — HERACLIDES SANTA HELENA do Parque Zoológico — HELIO FERNANDO SARAIVA Impresso com autorização e sob a responsabilidade do Diretor Superintendente da FZB (alínea d), art. 14, dos Estatutos — Decreto RS nº 22.683/73). SMITHSONIM NOV 3 1981 LIBRARIES APRESENTAÇÃO Este é um número especial de Iheringia, Série Zoologia, consti- tuído por sete artigos científicos, cujos autores trabalharam com avifauna cinegetica no Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Sua publicação, bem como o suporte para os estudos realizados, devem-se ao Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal, órgão responsável pelo manejo da fauna silvrestre no Brasil. Nesta Iheringia, homenageia-se a Henrique Luiz Roessler que foi o primeiro conservacionista no Estado a preocupar-se ativamente com o tipo de manejo que sofriam as espécies cujo abate era permitido na atividade de caça. Os autores agradecem à Fundação Zoobotânica e ao IBDF pelo. apoio oferecido, e ao médico cirurgião Carlos Henrique Menke pelo ar- tigo ao homenageado deste número. ROESSLER — O PROFETA DA ECOLOGIA “JURO SOLENEMENTE”, como filho do Brasil, orgulhoso de suas belezas naturais, zelar pelas suas florestas, sítios e campos, protegendo-os contra fogo e devastação, fomentar o reflorestamen- to, conservar a fertilidade do solo, a pureza das águas e perenidade das fontes e impedir o extermínio dos animas.” H.L. Roessler, União Protetora da Natureza, 1955. Henrique Luiz Roessler foi, sem dúvida nenhuma, o pioneiro do movimento conser- vacionista e um dos mais apaixonados defensores dos nossos recursos naturais. Se levar- mos em conta que ele atuou numa época em que não havia nenhuma conscientização ecológica, em que a mentalidade corrente era de exploração desenfreada da Natureza — cresce mais ainda a importância dessa admirável figura. Outro aspecto singular da per- sonalidade de Roessler é que, além do teórico de gabinete, do escritor de artigos edu- cativos, ele exercia uma intensa atividade prática, fiscalizando o cumprimento das leis vigentes. : Roessler nasceu na cidade de São Leopoldo em 16 de novembro de 1896. Sua profis- são era contabilista, mas a sua paixão era a Natureza e, desde cedo, iniciou a sua cruzada de idealismo. Ja em julho de 1942 ele aparece na revista Caça e pesca, editada em São Paulo. Em julho de 1942, o editor paulista referia-se assim a Roessler: “O Sr. Roessler, pela documentação que nos remetem, revelou-se aos nossos olhos uma pessoa pouco comum nos dias que correm. Imagine-se que às suas expensas, imprime ele cartazes, folhetins, oficios- circulares contendo instruções para a vigilância de nossa riqueza florestal. Além disso, de quando em quando, ocupa as colunas dos jornais de larga difusão sobre propaganda educativa arespeito.” Em 4 de outubro de 1944, foi nomeado Delegado Florestal em São Leopoldo, função que desempenhou gratuitamente até 1955, quando foi exonerado em virtude do Estatuto dos Funcionários Públicos proibir a prestação de serviços não remunerados. Vendo-se privado dessa forma de atuação, imediatamente fundou a União Protetora da Natureza (1955), com sede em-São Leopoldo, entidade que passou a reforçar campanhas educativas nas escolas, na imprensa e junto às prefeituras e autoridades encarregadas da proteção do nosso patrimônio natural. Roessler que escrevia artigos esparsos para os jornais, passou, a partir de 1957, a colaborar semanalmente para o Suplemento Rural de um jornal local, tendo publicado, até 1963, nada menos de 301 crônicas. Foi um período fecundo em que abordou toda a temática ambiental com clarividência, dissertando sobre a poluição dos nos, o problema das concentrações urbanas (''monstrópolis”, como ele as chamava), a derrubada das matas, a matança dos peixes nas granjas de arroz, a caça clandestina e até dos venenos nas lavouras — assuntos que explodiriam vinte anos depois com o despertar ecológico. Não esmoreceu nunca nessa pregação até sua morte em 14 de novembro de 1963, seis dias após a publicação de sua última crônica. Gozava a fama, entre os caçadores, de ser mais rigoroso “duro” dos fiscais, o que, na realidade, ele era: implacável, inflexível, incorruptivel, zeloso no seu afã de cumprir a la. Se Roessler tinha essa imagem para os matadores, para os verdadeiros caçadores ele era uma pessoa compreendida e admirada. Ele próprio aceitava a caça legal, escrevia sobre ela em seus artigos, dando conselhos sobre ética esportiva, segurança com armas de fogo e até como cuidar do perdigueiro. Colaborava na publicação das Portarias Regionais da Caça e para elas criou um “slogan” que até hoje é impresso nos folhetos distribuídos aos ca- cadores pelos clubes e lojas especializadas: “PASSARINHO NÃO É CAÇA.” Para que o Brasil Não se torne um Deserto — Em dezembro de 1957, Roessler foi . entrevistado por um reporter que lhe perguntou: “Qual o trabalho da União Protetora da Natureza para que o Brasil não se torne um deserto?” A resposta dada por esse profeta da ecologia foi antológica, atualissima, inquietante: Somos ainda modesta associação, fundada há dois anos e tudo quanto temos feito é o resultado da boa vontade e do idealis- mo de um grupo de cidadãos. Mas não desanimamos. Pretendemos disseminar pelo Es- tado o maior número possível de núcleos de associação, procurando entrar em todas as camadas, a começar pelas escolas — pois na juventude devemos incutir o amor à natu- reza, para preservar as riquezas da Pátria da sanha destruidora dos egoistas, desumanos e mesmo criminosos. Nossos sócios nos auxiliam bastante através de informações e de- núncias que trazem, não só quanto à caça e à pesca, como na defesa do patrimônio flores- tal. Não quero deixar de mencionar aqui a apreciável contribuição para esta campanha dos Clubes de Caça e Pesca que vem sendo criados neste Estado e que já são em número de 25. Não basta o interesse do Poder Público, a legislação em vigor. O problema das nossas riquezas está entregue ao povo: este é que, antes da iniciativa do Estado, deve compreender os perigos existentes, organizar-se através de associações, de clubes e por todos os meios proteger o patrimônio imenso que herdamos dos nossos antepassados — e sobre o qual paira a ameaça de uma destruição implacável. No dia em que forjarmos essa mentalidade em todos os brasileiros, teremos evitado que o Brasil se torne um deserto e. assegurado às gerações futuras o aproveitamento de nossas riquezas, a beleza de nossas paisagens, a graça e a vida plena de nossos pássaros, das aves de todas as espécies, dos animais, enfim, que devem saltar e povoar livremente os nossos bosques, lagos e rios.” “ISTO FOI O COMEÇO” CARLOS HENRIQUE MENKE # Feten. een rn Ee ddr ba E om vd, in na Delegado Fed arm SAO) ur Marine re tb ‚ans, cg nicho Era e tetos sm o A Bit prior Páblicds wall: - prata de peace eltedo data forca de Pr cão, Uerj nim Fenchu l HER, lub soda Am Bad Leopoldo entidade que peapdis # svfonçar di na mais De ker nat rat a prnlelisirns 16 sa re ee puçirid Rossio quo er a copas para 9 arte Bo A DRT, q Saara; are REN GUN > ou Ss zorel é E gesto, ota LOS Acker Fahne die BEN. pari Wei un ent ' re. 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Estudou-se a distribuição de fregü@ncia de peso de machos e fêmeas comparando as médias. ABSTRACT One hundred forty two dead individuals of Nothura maculosa (TEMMINCK, 1815) were weighted and separated by sex. The frequence distributions of weights of males and females were determined and their means compared. INTRODUÇÃO As diferenças de peso entre macho e fêmea de Nothura maculosa (TEMMINCK, 1815) foram examinadas de forma bastante precária por BUMP & BUMP (1969), pois trabalharam com um número muito pe- queno de dados; apenas oito fêmeas e um macho. Além disso sabe-se, por vários autores, que o peso varia, segundo fatores que adiante serão discutidos, e que necessita informações suplementares como: a hora do dia em que se deu o abate e a época do ano, entre outras. Antes disso, FIORA (1933) apresenta um trabalho com peso máximo, peso mínimo e peso médio de doze exemplares de Nothura maculosa mas, como o próprio autor afirma, seu trabalho é uma simples tentativa porque, além do reduzido número de dados, estes não estão separados por sexo. A variação de peso das aves e sua relação com fatores fisiológicos e ambientais, tem sido objeto de estudo de vários autores. * Aceito para publicação em 11/VIII/1980 Contribuição FZB nº 183 Parte da dissertação de Bacharelado em Ciências Biológicas — Enfase em Ecologia, apresentada em novembro de 1979 na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). ** Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq. Proc. 1111. 3576/78) no Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MCN- FZB), Caixa Postal 1188, 90.000 Porto Alegre, RS, Brasil. *** Técnico Superior Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (58) :7-16, 27 fev. 1981 8 SILVEIRA, C. F. da & MENEGHETI, J. O. Um dos fatores que explica a variação de peso nas aves é 0 sexo. Vários autores constataram que há diferença significativa entre peso de macho e peso de fêmea em algumas espécies de aves. Em outras espécies os pesos são iguais. BALDWIN & KENDEIGH (1938) constataram em onze espécies que o macho era mais pesado do que a fêmea, em quatro outras a fêmea era mais pesada que o macho. Entretanto os mesmos autores em outras nove espécies não constataram diferença significativa entre peso de macho e de fêmea; HELMS et alii (1967), com Junco hyemalis (LINNE, 1758), verificaram que o macho era mais pesado do que a fêmea durante o inverno; ROSEBERRY & KLIMSTRA (1971) en- contraram diferença significativa entre peso de macho e fêmea de Co- linus virginianus (LINNE, 1758), verificaram que ora o macho era mais pesado e ora a fêmea, dependendo da época do ano. Nothura maculosa é uma espécie que não apresenta dimorfismo sexual conspicuo. A identificação do sexo pode ser feita pelo exame da cloaca no periodo de reprodução em que o pênis apresenta-se desenvol- vido. Fora dessa época não é fácil a identificação com o animal vivo. BUMP & BUMP (1969) referem-se ainda a outro critério, que seria a cor dos olhos, mas este sofre restrições, já que só é válido em indivíduos adultos, e como a identificação da idade do animal é difícil, esse critério só pode ser usado em determinadas circunstâncias. A identificação do sexo no animal morto é feita através do exame das gônadas. Este trabslho pretende contribuir com um critério a mais para a identificação do sexo em Nothura maculosa. A partir da distribuição de frequências de peso das fêmeas e da distribuição de frequências de pesos dos machos, é possível tomar-se uma decisão sobre o sexo do indivíduo com probabilidades conhecidas de acerto. E evidente que se trata de um critério suplementar uma vez que o problema da variabilidade pode in- troduzir dificuldades nessa decisão. MATERIAL E MÉTODOS A coleta de dados foi realizada junto às barreiras de fiscalização de caça do Insti- tuto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF) e Brigada Militar. Os exemplares foram pesados individualmente e feita a identificação do sexo através e Utilizou-se, para pesagem, uma balança Marte Modelo 1001, com precisão e 0,005g. Além dos dados de peso e sexo, obteve-se informação do local de caçada. Os ca- çadores indicaram o local num mapa do Rio Grande do Sul, 1974, com escala 1:750.000, subdividido em quadrículas que foram numeradas conforme a figura 1. As quadriculas foram traçadas tomando por base as coordenadas geográficas com intervalos de 30'. Uma mesma quadrícula pode ter áreas de mais de um município, quando incluir regiões limites. Como há zoneamento de caça, uma quadricula que inclua mais de um município, com apenas um deles liberado para a caça, não pode ser considerada em sua área total. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (58):7-16, 27 fev. 1981 Estudo sobre a relação peso e sexo em... 9 Foram utilizados 142 exemplares de Nothura maculosa, sendo 132 obtidos em di- ferentes municípios do Rio Grande do Sul e 10 no Uruguai. Do total de indivíduos 78 eram fêmeas e 64 machos. A tabela 1 mostra a origem dos exemplares abatidos no Rio Grande do Sul. Para os dez exemplares caçados no Uruguai não se especificou as regiões daquele País onde se deu o abate. Os dados foram obtidos nos dias 1º e 2, 29 e 30 de julho de 1979. Nos dois pri- meiros dias citados, a barreira de fiscalização foi localizada no Posto de Polícia Rodo- viária, no quilômetro 118 da BR-290 e nos dois últimos no quilômetro 100 da mesma rodovia, ambas no Município de Rio Pardo. Os valores de peso verificados para machos e fêmeas de Nothura maculosa neste trabalho são subestimativas, já que os animais coletados tem perfurações provocadas no abate, havendo perdas de líquidos do corpo. A pesagem foi feita sempre aos domingos havendo, no mínimo, uma diferença de 12 horas entre os primeiros e os últimos abates. Inicialmente foi verificado se a distribuição de fregiência do peso das fêmeas seguia uma função Normal, fazendo-se o mesmo para os machos. Para isto utilizou-se o teste de aderência de KOLMOGOROV-SMIRNOV (apud SIEGEL, 1975). Dada a precisão da balança, não se obteve número suficiente da dados repetidos que permitisse evidenciar tendência quanto a melhor função ajustante. Devido a isto, foi necessário usar intervalo de classe e este foi calculado aproximadamente a partir da equação de STURGES (apud WAUGH sd ). Posteriormente foi testado se havia diferença significativa entre peso médio dos machos e peso médio das fêmeas, aplicando-se o teste bicaudal de STUDENT, segundo BROWNLEE (1965), para um nível de significância de 0,05, para amostras independentes de duas populações normais com número de fêmeas diferente na amostra do que o número de machos, com variâncias iguais. Para verificar-se as variâncias eram iguais ou diferentes, usou-se o teste F(apud SNEDECOR & COCHRAN, 1967). RESULTADOS O peso médio estimado dos machos de Nothura maculosa foi igual a 257,85g e o peso médio estimado das fêmeas foi de 276,32g. O desvio padrão estimado de machos foi igual a 16,56g e o desvio padrão estimado de fêmeas foi igual a 23,61g. Confia-se em 95% que o peso médio da população de machos de Nothura maculosa, que tiverem o mesmo tipo de procedimento de coleta adotado neste trabalho, esteja situado no intervalo entre 254,39g e 261,31g e, para fêmeas, entre 271,86g e 280,72g. As figuras 2 e 3 indicam que a melhor função ajustante seria uma Normal. o teste de KOLMOGORON-SMIRNOV confirmou esta hipótese, pois obteve-se um . para fêmeas de 1,04 e para machos de 1,18, inferiores, portanto, ao de tabela para um nível de significância de 0,05 e para uma amostra maior do que 40. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (58) :7-16, 27 fev. 1981 10 SILVEIRA, C. F. da & MENEGHETI, J. O. Para discriminar-se a equação de STUDENT, que permite fazer o teste de significância de pesos médios de machos e pesos médios de fêmeas, comparou-se as variâncias estimadas obtidas em machos e em fêmeas. O F. obtido foi de 2,03 que comparado com F$3 para um nível de significância de 0,05 leva à aceitação da hipótese denulidade. O tc foi de 5,25, que comparado com o t de tabela para um nível de significância de 0,05 e 140 GL faz com que se rejeite a hipótese de nulidade. Os intervalos de classe utilizados e suas respectivas frequências absolutas encontram-se nas Tabelas 2 e 3. DISCUSSÃO No periodo em que foi realizada a coleta de dados, verificou-se que o peso médio da fêmea de Nothura maculosa era significativamente maior do que o peso médio do macho. Ainda não se possui critério que per- mita a diferenciação rápida entre subadulto e adulto dessa espécie. As- sim quando se fez a pesagem, considerou-se adultos e subadultos em conjunto. Ora BUMP & BUMP (op cit.) constataram que em 2 meses e meio um macho apresentava o pênis em condições de reprodução; em HARDY (apud BUMP & BUMP, op. cit) relatou que as fêmeas iniciavam a pos- tura com menos de 2 meses de idade. Os animais nascidos no início de março já estariam com mais de 2 meses na abertura da temporada de caça em 15 de maio, quando se iniciou a amostragem. Os individuos nascidos em março já seriam considerados como resultantes de re- produção tardia. Já antes deste mês, não se sabe exatamente quando houve o pico de reprodução. Isto é, os individuos gerados em março e em abril são poucos relativamente aos gerados no pico de reprodução. As distribuições de frequências de peso de machos e fêmeas geram cada uma, uma função Normal e estas são diferentes entre si. Esta característica pode ser usada para a identificação do sexo, quando não houver possibilidade do exame da cloaca e desejar-se manter o animal vivo. Pelo número de individuos machos e fêmeas estudados, supõe-se que haja uma proporcionalidade entre peso médio e variabilidade dos in- dividuos mortos como os aqui considerados, com o peso médio e a variabilidade dos individuos pesados vivos. Portanto não se deve usar os pesos obtidos neste trabalho em termos absolutos e sim seu significado em termos proporcionais. Por exemplo: verificou-se que a propabilidade de se encontrar machos, abatidos da mesma forma citada neste trabalho, IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (58):7-16, 27 fev. 1981 Estudo sobre a relação peso e sexo em... il maiores do que 296,43g é de 0,01, ao passo que a probabilidade de se obter fêmeas maiores do que este peso é de 0,3023. Assim, ao se tra- balhar com peso de individuos vivos, espera-se que as mesmas propor- ções, ou próximas, sejam válidas. A combinação das probabilidades de ocorrências de pesos maiores do que um determinado peso pode ser feita, neste caso, simplesmente somando-as, sem que haja necessidade de ponderá-las porque os resul- tados obtidos com proporção de sexos para: Nothura maculosa, durante a mesma época deste estudo é de 1:1. Assim, por exemplo, tomando-se 296,43g, a proporção de ocorrência de machos com pesos maiores do que este seria de 1:31,23, enquanto que para fêmeas a proporção seria de 30,23:31,23. A dificuldade de se avaliar a idade do animal, impossibilitando diferenciar entre os individuos, os jovens impediu que se utilizasse as caudas inferiores das funcöes Normais. Ha restrições a serem feitas na obtenção dos pesos médios de machos e fêmeas de Nothura maculosa, neste trabalho. KONTOGIAN- NIS (1967), com Zonotrichia albicollis (GMELIN, 1789) constatou variação de peso no decorrer do dia, encontrando uma máxima taxa de aumento durante as primeiras 2h30min de luz, no período em que o animal se alimenta. O peso das aves aumentava nas primeiras 16h do dia e depois decrescia. LACK & LACK (1951) verificaram em Apus apus (LINNE, 1758) variações de peso no decorrer do dia. BALDWIN & KENDEIGH (1938) constataram um ritmo diário de peso nas aves que investigaram, com grandes pesos sendo observados no fim da tarde ou início da noite e baixos pesos no início da manhã. Períodos de mais rápido aumento de peso correspondiam a periodos de maior atividade alimentar. Considerando-se que, Nothura maculosa possa sofrer as mes- mas variações e que os dados obtidos não correspondem ao mesmo periodo do dia, o fator variação diária de peso pode estar influindo nos resultados. BALDWIN & KENDEICH (1938) verificaram um ritmo anual no peso das aves observadas: em 85 espécies constataram que os maiores pesos eram observados na metade do inverno e os menores na metade do verão. Considerando-se que Nothura maculosa igualmente sofre esta variação, € importante salientar que os resultados obtidos somente são válidos para a época em que foram efetuadas as coletas. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (58) :7-16, 27 fev. 1981 SILVEIRA, C. F. da & MENEGHETI, J. O. | rd bo AGRADECIMENTOS Aos professores Sidia Maria Callegari Jacques e Edgar Mário Wagner pelas críticas. Aos colegas, Dione Bretschneider, Maria Inês Burger Marques, Martin Sander, João Fabrício Filho e Flávio Silva, pela colaboração na coleta de dados. À Direção do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, por ter colocado à disposição todo seu equipamento e dependências; ao Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal pelo financiamento das saídas a campo. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA BALDWIN, P.H. & ZACZKOWSKT, N.K. 1966. Breeding biology of the vaux swift. Condor, Santa Clara, Ca., 65:400-6, il. BALDWIN, S.P. & KENDEIGH, S.C. 1938. Variations in the weight of birds. Auk, Cambridge, Mass., 55:416-67, July. il. BROWNLEE, K.A. 1965. Statiscal theory and methodology in Science and engineering. /New York/ John Wiley/ apud HEWLLET PACKARD. 1967. HP-67/HP-97 Stat Pac 1. Corvallis, Hewllet - Packard. p. 15-02. BUMP, G. & BUMP, J.W. 1969. A study of the spotted tinamous and the pale spotted tinamous of Argentina. Spec. scient. Rep. U.S. Fish Wildl. Serv., Washington (120): 1-160, Apr. il. FARRAR Jr., R.B. 1966. Lean dry weight and water balance in slatecolored juncos. 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Porto Alegre, Globo ( s.d. ) 489., il. - Es e: IGabriet: N : Adern: 3 Fig. 1 _ FE pivisso do Estado em Quadriculas. Municipios do Estado do Rio Grande do Sul liberados para a caça de Nothura maculosa em 1979. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (58) :7-16, 27 fev. 1981 14 20 q (0) 212,32 228,32 244,32 260,32 276,32 252,32 308,32 324,32 340,32 Fig. 2 — Distribuição de fregiências absolutas (f) de peso de fêm maculosa. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (58):7-16, 27 fev. 1981 SILVEIRA, C. F. da & MENEGHETI, J. O. peso(g) eas de Nothura Estudo sobre a relação peso e sexo em... 15 20 peso(g) 223,35 234,85 246,35 257,85 269,35 280,85 292,35 303,85 Fig. 3 — Distribuição de frequências absolutas (f) de peso de machos de Nothura maculosa. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (513):7-16, 27 fev. 1981 16 SILVEIRA, C. F. da & MENEGHETI, J. O. Tabela 1. — Origem dos individuos de Nothura maculosa amostrados. Nº da Quadricula N° de individuos obtidos Tabela 2. — Distribuição da freqiiência de pesos entre machos de No- thura maculosa em intervalos de classe. CLASSE FREQUÊNCIA ABSOLUTA 211,85 223,35 2 223,35 234,85 4 294,85 246,95 9 246,85 o 257,85 19 257,85 f 269,35 15 29,35 + _ 280,85 8 280/85, 27 7232,35 6 292,35 , | 303,85 1 Tabela 3. — Distribuição de frequências de peso entre fêmeas de No- thura maculosa em intervalos de classe. CLASSE FREQUÊNCIA ABSOLUTA | IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (58):7-16, 27 fev. 1981 Comments about the relationship between hunting effort and hun- ting yielding in birds* João Oldair Meneguetti** Marisa Ibarra Vieira** Flávio Silva ** ABSTRACT We tried to evaluate the stress upon the birds submitted to hunting pressure. For this, it is used an indirect indicator, that is, the relationship between hunting yielding and hunting effort. This procedure give indications quickly about the estate of the natural resources and a picture of the birds in a big area. RESUMO Pretende-se avaliar a resposta da espécie de ave submetida à pressão de caça através de um indicador indireto, resultado da relação entre rendimento de caça e esforço de caça. Tem a vantagem de fornecer rápidas informações quando se fazem necessárias decisões urgentes e quando se necessita de um quadro sinótico das aves consideradas numa área grande. INTRODUCTION Despite of its value, the observations got by hunters often are full of subjectivity that difficults the comparison among them. Thus, these informations could not be used by managers of the natural resources. They need other kind of information as the variation of population density in a given space and its turn over rate. The approach of this paper makes possible to obtain the variation of relative density from this kind of data. It is necessary to discipline the informations mentioned above by using a formulary. This approach allows: 1. To indicate research lines about the subject game and species of cynegetic birds, including priorities. 2. To obtain working hypothesis to be tested afterwards with more investigation. * | Accepted for publication in 21/VIII/1980. Contribution FZBnº 184. ** Researchers of Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Caixa Postal 1188, 90.000 Porto Alegre, RS, Brazil. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (58):17-21,27 fev. 1981 18 MENEGHETI, J. O. et alii 3. To give pragmatic informations to managers of natural resources, diagnosing the estate of animal population, and its response when submitted to hunting pressure, through the densities variation. This study was possible due to Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul and Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF). DESCRIPTION OF THE RELATIONSHIP BETWEEN HUNTING YIELDING AND HUNTING EFFORT The basic idea consists in the evaluation of relative density and its variation in space and time comparing it to hunting effort. Yield by unity of hunting effort (Y) is the number of captured individuals of a species by a known number of hunters by a known number of hours expended to do it. The data are gathered in hunting inspection barriers on the roads. The hunters give informations according to formulary, that shall be adapted to regional characteristics. With the aim of giving more accuracy to the item nn locality, the map of the region must be divided into squares over the hunting permitted regions. Hunting effort (E) is the actual time of incident hunting over one species in a given area during a given time interval. This is very important when there is quota that can be attained. Hunters attain this quota in different times as a function of the local density of animals and of the capture efficiency. Capture efficiency is the number of captured animals by the number of shots necessary to do it. Thus we use hunting yield instead of using absolute number of captured animals. As the hunters generally work in group, to estimate the hunting yield, the formularies of solitary hunters mustn’t be computed. If the hunters kill individuals of more than one species, it is difficult to know the time expended in capturing each one; so, these formularies are not computed. After the analysis of behaviour of hunting yielding and hunting effort, it is necessary to relate them, one against the other. The former as dependent and the last as independent variables. Primarily we plot in a graphic the points generated by data of two variables in the beginning and in the end of hunting season. It is advisable to do SESSEWAllES between these dates to confirm the tendencies. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (58):17-21, 27 fev. 1981 Comments about the relationship... 19 If the maxima quotas (Q) permitted of individuals captured were reached by all the hunters, the fitness function will be a power function R= Q.E-1 (Fig. 1). If the proportion of hunters that not attain the quota is large, it could happen that the best function to describe the ralationship between Y and E is parabola or exponencial or even a straight line. If the incidence of hunters with low capture efficiency is large, there will be the next consequences: 1. The low yielding do not represent low density of animals, but it is consequence of low efficiency of capture; 2. A straight line is generated and may be parallel to the ordinate axis or to the abcis axis, thus proposing that there is nox a relationship between yielding and hunting effort. Smaller the number of individuals captured in relation to the quota, larger will be the dispersion of points, and in consequence, larger the deviation related to the mathematical functions that shall be actually got. Therefore it could be used hunting yielding to express relative density of cynegetic species since fulfilled some requirements: 1. The efficiency of the hunters shall have low variation in such & way that the standard deviation is so near as possible of the average efficiency. The species that presented larger probability of escape to the trial of capture are those that generally origin unlike efficiencies of capture. Also the kind of hunting that present more complicated procedures, introduce other factors that contribute for larger variation of efficiencies. Thus an average efficiency with lower standard deviation would represent much better the relative density under game pressure. 2. It must have a maximum quota of capture. The efficiency of capture over one species must be of such way that the hunters could attain the quota in the normal time interval of hunting, that is, for instance, a week-end. A species that due to its characteristics as its distribution, its ability to escape, running or hiding, does not permit that in the time interval the hunters do not reach frequently the quota, introduce bias that mask the actual tendence of a population, especially when if considering the hunting yielding got against time. To evaluate the answer of the population it is necessary to compare two functions, or one power function with an other function. Characteristics as the slope of the curve, or the points where it touches the ordinate axis and abcis axis, propose differences on behaviour of functions. 3. One factor to introduce error in the relationship between hunting yield and hunting effort is the recruitment of new individuals IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (58):17-21, 27 fev. 1981 20 MENEGHETI, J. O. et alii during the hunting season. In this case, recruitment would be the availability of individuals of a new generation be captured by shots. It means the time interval in wich a new generation begins to fly. Therefore, it is basic that the maximum limit of the annual reproduction of the species is known, moreover, how much time in average the individual delays to fly. If the recruitment is before or after the hunting season, there is no problem. It arises, when the same occurs during the season, when a given tendence is broken off without a logic explanation. There will be clearly a deviation since the population in the beginning of season will be added of a new generation. Advantages of the method: 1. It gives general informations in a short time to furnish subsidies to the rational management of the natural resources. 2. It makes possible to get a synoptic picture of the game birds in the big area by multiplied activity of hunters. Disadvantages of the method: 1. In general there is no repetition enough of samples in the big area what difficults a more accurate evaluation. 2. The method do not inform about the mechanisms involved in the dynamics of the studied phenomena but often permits to obtain its diagnosis. 3. It gives informations only about the stratum of individuals that fly. It needs to be accomplished with research at the field considering the other strata. ACKNOWLEDGEMENTS The authors are greateful to the Director of the Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul and Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal by the stimulus and support, and to Loretti Portofé Mello by the English re- vision. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (58):17-21, 27 fev. 1981 Comments about the relationship... 21 R 3 2 | 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 E Fig.1 Fig. 1 — Theoretical fitness function for the relationship between hunting effort and hunting yielding (R=Q.E-1) IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (58) :17-21, 27 fev. 1981 Ben te ARE Spacial and temporal variations of density of Nothura maculosa (TEMMINCK, 1815) from hunting data 1977, in the Rio Grande do Sul State, Brasil.* João Oldair Menegheti** Flávio Silva** Marisa Ibarra Vieira** Dione da Silva Bretschneider** Maria Inez Burger Marques** ABSTRACT The data were got in the barriers of hunting inspection. The hunting yielding up was used as the expression of density of Nothura maculosa TEMMINCK, 1815 that is, as the index cf relative abundance. It was verified a dangerous concentration of hunting effort in Cachoeira do Sul and Rio Pardo counties, in the Rio Grande do Sul State. It is compared the observations done in 1977 with the 1976 ones and there was a significant difference among the average hunting yield from one and other regions. RESUMO Os dados foram obtidos junto às barreiras de fiscalização de caça. Obteve-se um in- dice de abundância relativa a partir do rendimento de caça. Constatou-se concentração perigosa do esforço de caça em Nothura maculosa TEM- MINCK, 1815 nas quadriculas correspondentes aos municípios de Cachoeira do Sul e Rio Pardo, Rio Grande do Sul. Comparou-se as observações feitas em 1977 com as de 1976 e constatou-se uma diferença significativa entre os rendimentos médios de caça, obtidos nos municípios zo- neados, numeoutroano. INTRODUCTION In 1976 we started a study of cynegetic species of Rio Grande do Sul State, based on data gathered in hunting inspection barriers of Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal. From that a new work was scheduled for the 1977 hunting season. * Accepted for publication in 22 /VIII/1980. Contribution FZB Nº 186. ** Researchers of the Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul. Caixa Postal 1188. 90.000 Porto Alegre, RS, Brazil. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (58) :23-30, 27 fev. 1981 24 MENEGHETI, J. O. et alii 2, que sean e a ada o VENUCHEA IRRE The hunters referred in this work are those from Porto Alegre Metropolitan Region and from the Northeast region of the State and they practised this sport mainly in week-ends. The hunting season started on May, 15 and finished on July, 31, thus comprising 12 week- ends, 4 of which were selected at random for the study. The data series gathering took place in May, 29 and 30; June, 5 and 6; June, 26 and 27; July, 31 and August, 1. Hunters from other regions of the State, likewise ilegal hunters were not computed. This work intends to evaluate the stress upon Nothura maculosa TEMMINCK, 1815 under hunting pressure, comparing the results got in 1977 with those from 1976. Nothura maculosa is the traditional grassland game bird in-the State; the regions where the hunting sport is allowed change from year to year, thus alternating its effect upon the bird population. This study was carried out in agreement with Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Floresta and Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. METHODS All specimens were identified, counted and weighted. Besides, data were provided by hunter according to formulary. The map of the State was divided into areas with 30 nautical miles of side that received a number. The method is based on the relationship between Hunting Effort (E) and Hunting Yielding (Y). Y is the number of individuals dead by hunter in one hour of his activity. E expresses the number of hours of activity of each hunter. An average Y was obtained from a large number of hunters and express the relative density of Nothuramaculosa. The variation of relative density against Hunting Effort permits a diagnosis about the hunting pressure and its consequences over the population. RESULTS AND DISCUSSION The estimate number of Nothura maculosa individuals captured is about 39,600. The average estimate numbers of individuals dead by hunter in one hour is 2.5. The average activity time of each hunter by week-end was about 6hl8min. The Hunting Effort over Nothura maculosa tended to decrease from June, 15 on, when the interest of hunters turns to Netta peposaca VIEILLOT, 1816. The Effort varied from 2254 hours in June (5 and 6) to 1501 hours and 30 minutes in June (26 and 27). The total Effort estimated over Nothura maculosa was about 20094 hours. . IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (58):23-30, 27 fev. 1981 Spacial and temporal variations of... 25 The localities with larger hunting incidence during the four considered week-ends were Cachoeira do Sul and Rio Pardo (1596 hours) and Säo Gabriel (671 hours). They correspond to the areas number 53, 54 and 50, respectively. (Fig. 1). Figure 2 shows the Y against E relationship in the 53th area. The best fitting curve was a power function and its residual variance was 0.86. The power function is Y= 10.1267 E-0.9141, The coefiicient of determination was 0.4953, therefore corresponding to a coefficient of correlation of -0.7041. Figure 3 shows the Y against E relationship in the 54th area. The best fitting curve was a power function and its residual variance was 1.07. The power function is Y=10.0199 E-1.0752, The coefficient of determination was 0.4732, therefore corresponding to a coefficient of. correlation of 0.6880. Every week-end, it is verified that the Yield decreases under accumulated Hunting Effort. That is, there is an actual reduction of the density of Nothura maculosa in the areas number 53 and 54 by week- end. Afterwards, it looks like that there is a regeneration of Nothura maculosa population during the further week. It is not known what happens in the area from Monday to Friday: it may be that the density reduction brings about a replacement of the empty habitats with individuals from adjacent areas. Thus, this replacement has a different nature of that of reproduction: it is not an adittion of individuals in the population, but a dispersion with corresponding decreasing in the clumping of Nothura maculosa. Therefore the individuals do not always live in the same place, but walk at random in an area limited by their own capacity of doing short dislocations in search of food and refuge. This dissimulates the detection of the consequences of hunting over the population, but fortunately not so much. So, when we verify a reduction of population density, the consequences are actually more drastic than they seem to be. Figures 2 and 3 show the distribution of points generated by the relationship Y against E in the areas number 53 and 54: considering the power function, the points are concentrated at intermediary values of the interval of Yield got in 1977. This suggests that presently the situation of Nothura maculosa population is neither of the higher nor of the lower densities. Comparison among results obtained in 1976 and 1977 seasons. The permitted localities in 1976 were more distant from Porto Alegre than those of 1977. In 1976, the Hunting Effort over distant IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (58) :23-30, 27 fev. 1981 26 MENEGHETI, J. O. et alii areas was nearly 53.64%, while in 1977, it was 35.68%. Camaquã, the locality of the higher hunting concentration in 1976, suffered a Hunting Effort of 673 hours; the localities with higher hunting concentration in 1977 were Rio Pardo and Cachoeira do Sul, with a Hunting Effort of 1596 hours. These data mean that in 1977 the hunting concentration was higher over areas near Porto Alegre than over the distant ones. By comparing data of 1976 with those of 1977, we see that the cause of the different variation coefficients of Y against E (2% and 40%) is an actual reduction of the relative density in 1977, due to phenomenon mentioned above. The factors responsible by this concentration in a small region are: 1 — Rio Pardo and Cachoeira do Sul are traditional localities of Nothura maculosa game. 2 — The increasing of hunting cost caused the search for nearest regions. 3 — The alternative grassland cynegetic species in the State is Rhynchotus rufescens TEMMINCK, 1815; it is used to stimulate the hunters to travel to distant regions, but since 1976 it is under moratorium. Considering the average Yield attained by hunter in the beginning of the hunting season, it is clear that in 1976 it was lower that in 1977: 1.6 and 2.5. individuals captured by hunter in one hour of activity, respectively. This difference is significant for a level of 0,05. The same happened by the end of the hunting season: 1.8 and 2.8 individuals captured in 1976 and 1977, respectively. Also here the difference is significant. Considering the total average Yield, it is seen that in 1976 it was significantly lower than in 1977, 1.8 and 2.5 individuals captured, respectively. The differences above suggest that probably the localities under Nothura maculosa hunting in 1976 (Carazinho, Passo Fundo, Soledade, Espumoso, General Câmara, Minas do Butiá, São Jerônimo, Dom Feliciano, Tapes, São Lourenço, Mostardas, Bagé. Lavras do Sul, Dom Pedrito, São Franscisco de Assis, Jaguari, Santiago, São Borja, Itaqui, Camaquã) have fewer individuals of the species than those of 1977 (Jaguarão, Canguçu, Piratini, Pedro Osório, Pelotas, Caçapava do Sul, Cachoeira do Sul, Rio Pardo, São Gabriel, Rosário do Sul, Júlio de Castilhos, Tupanciretã, Cacequi e Tramandai). The hunting pressure doesn't explain these differences, since by 1976 season openning, the Hunting Effort computed was 1855 hours, similar to 1988 hours in 1977. But by the end of the season, the Hunting Effort was larger in 1977 (1502 hours) than in 1976 (920 hours). IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (58):23-30, 27 fev. 1981 Spacial and temporal variations of... 97 In 1976, the best fitting curve describing the relationship between Yield and Hunting Effort was a straight line: Y=2.59-0.12 E. In 1977, as mentioned above, the best fitting curve was a power function. The straight line shows that there was a deviation of the function that describes the relationship between Y and E, that is, the power function. This is because a relatively large number of hunters did not attained the maximum quota, thus indicating low Capture Efficiency. This factor, plus the scattering of Hunting Effort over Nothura maculosa on the State, gave rise to protection mechanisms to the population. Therefore, apparently, it did not get so stressed as the one from a region under game pressure in 1977. The power function also means that in 1977 there was a greater selectivity among hunters than in 1976, a relatively large number of those reached the maximum quota, what suggests a good average Capture Efficiency by hunters. This factor, plus the concentration of Hunting Effort in a restricted area, brought problems to the Nothura maculosa population in 1977. Fortunately, Nothura maculosa density in the permitted region in 1977 was higher than in the one of 1976. If this were in the opposite way, probably the consequences upon the population in 1977 would be the worst. ACKNOWLEDGEMENTS The thanks of the authors to the Director of the Museu de Ciências Naturais da Fun- dação Zoobotânica do Rio Grande do Sul and to Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal by the stimulus and support, and to Loretti Portofé Mello by the English revision. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (58):23-30, 27 fev. 1981 Es Ic 550 540 Fi — The State of Rio Grande do Sul divided in squares. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (58) :23-30, 27 fev. 19 ve. DE gs I Mn Spacial and temporal variations of... 29 Fig. 2 — The fitness function in the relationship between Yielding and Hunting Effort in the square 53. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (58):23-30, 27 fev. 1981 30 MENEGHETI, J. O. et alii 4 8 12 16 2.07 24) 28 73292356 E Fig. 3 — The fitness function in the relationship between Aeldine and Hunting Effort in the square 54. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (58):23-30, 27 fev. 1981 Nota sobre a alimentação do marrecão, Netta peposaca (VIEI- LIOT, 1816) em Santa Vitória do Palmar, Rio Grande do = Brasil (Aves, Anseriformes, Anatidae).* Dione da Silva Bretschneider** RESUMO Examinou-se o conteúdo do esôfago de 41 indivíduos de Netta peposaca (VIEIL- LOT, 1816) abatidos durante a temporada de caça de 1978, no município de Santa Vitória do Palmar, Rio Grande do Sul, Brasil, identificando-se componentes de sua dieta. ABSTRACT Forty-one esophagus of Netta peposaca (VIEILLOT, 1816) were analysed. The in- dividuals were dead during the 1978 hunting season. They come from Santa Vitória do Palmar, Rio Grande do Sul State, Brasil. The esophageal content was examined and food components were identified. INTRODUÇÃO O marrecão, Netta peposaca (VIEILLOT, 1816), tem sua área de distribuição no sul do Brasil (Estado do Rio Grande do Sul), Chile cen- tral, Paraguai, no norte e centro da Argentina (DELACOUR, 1959; DE SCHAUENSEE, 1966). É uma espécie migratória e ocorre em maior número no Estado do Rio Grande do Sul (RS), Brasil, principalmente nos meses de inverno, estando sua densidade aparentemente relacionada às variações ambien- tais decorrentes dos periodos de cheia ou seca, entre outros fatores. Por ser ave aquática, supõe-se que em seu deslocamento, acom- panhe as linhas d'água, o que, pelo menos no Rio Grande do Sul, propõe sua ocorrência também em áreas de cultivo de arroz, que é feito pre- dominantemente com arroz irrigado. * Aceito para publicação em 08/IX/1980. Contribuição FZB Nº 188. Realizado com auxilio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) Proc. 1111.5091/77 e Ins- tituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF). ** Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) Proc. 10.3403/78 no Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do dis Grande do Sul (MC- N-FZB), Caixa Postal 1188, 90.000 Porto Alegre, RS, Brasil. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (58):31-39, 27 fev. 1981 32 BRETSCHNEIDER, D. da S. O período de reprodução dessa espécie ocorre de outubro a dezem- bro (CASARES, 1940; WELLER, 1967; BARATTINI & ESCALANTE, 1971), quando os marrecões começam a desaparecer do Rio Grande do Sul. Entretanto, grupos de indivíduos têm permanecido no Estado, sem acompanhar a emigração. Recebeu-se algumas informações de granjeiros e caçadores sobre a ocorrência de individuos dessa espécie no Estado durante todo o ano. Em maio de 1978 constatou-se, entre individuos abatidos por caçadores, exemplares jovens que não tinham ainda condição de vôo, o que indica sua permanência e reprodução no Estado. Na literatura constam poucas informações sobre hábitos alimen- tares dessa espécie e de forma precária. MARELLI (1919) observou o conteúdo de moela de uma fêmea de marrecäo, encontrando fragmentos: vegetais. ARAVENA (1927) analisou o conteúdo gástrico de um exemplar, encontrando sementes e areia. ZOTTA (1934) examinou o conteúdo gás- trico de dois individuos provenientes de Buenos Aires e Santiago del Es- tero, Argentina; no primeiro encontrou pequenos peixes muito digeridos, moluscos e grande quantidade de sementes com restos vegetais e areia fina, no segundo insetos (Hemiptera, Belostomatidae), pequenos peixes e grande quantidade de sementes e restos vegetais. No presente trabalho analisou-se o conteúdo do esôfago de 41 marrecões abatidos durante a temporada de caça de 1978, no município de Santa Vitória do Palmar, RS. Características do Município O município de Santa Vitória do Palmar está localizado no extremo sul do Rio Grande do Sul e sua sede tem as seguintes coordenadas: 33°31’14” de latitude S e 54°21’47” de longitude W. Faz limite ao norte com o município de Rio Grande; a leste com o Oceano Atlântico; ao sul com a República do Uruguai; e a oeste com a lagoa Mirim e com a República do Uruguai. Todo o seu território está distribuído sobre parte da planície cos- teira do Rio Grande do Sul; litologicamente é formado por arenitos quaternários, tanto do Pleistoceno como do Holoceno, apresentando no extremo leste lençóis de areia e campo de dunas. Ocorrem aí muitos banhados e numerosas lagoas, das quais des- tacam-se pelas suas dimensões, a lagoa Mangueira e a lagoa Mirim, esta última banha, praticamente, todo o oeste do município. Devido a sua configuração fisiogräfica, os rios com grande volume são inexistentes, sendo a drenagem realizada por pequenos arroios, dos quais o Chuí é o mais expressivo. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (58):31-39, 27 fev. 1981 Nota sobre a alimentação do... 33 O clima da região, segundo a classificação de Koeppen, é do tipo Cfa, isto é, clima subtropical, úmido, sem estiagem. A temperatura do mês mais quente é superior a 22ºC e a do mês menos quente varia de 3°C a 18ºC. A área do município é de 558.000 ha, não computadas as grandes lagoas como Mirim e Mangueira. Segundo dados da Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul, 54% de sua área apresenta solo de Classe IVi, cujas principais carac- teristicas são: áreas planas ou quase planas, onde encontram-se solos rasos sobre subsolo de má permeabilidade, até solos profundos, sus- cetiveis ao alagamento e/ou presença de lençol freático excessivamente superficial; 9% correspondem a solo de classe V, de encharcamento per- manente ou frequente, e prolongadas inundações. Este municipio é atualmente o maior produtor de arroz do Estado. MATERIAL E MÉTODOS O material utilizado nesse trabalho foi retirado de animais abatidos por caçadores, junto a cinco barreiras de fiscalização de caça, realizadas pelo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), no período de2 de julho a 17 de setembro de 1978. Os animais foram separados por sexo, etiquetados e retirados os esöfagos e moelas, que foram conservados em álcool 70%. Simultaneamente foram preenchidos questionários com informações prestadas pelos cinegetas, como o local de abate. Analisou-se 41 esöfagos, sendo 21 provenientes de machos e 20 de fêmeas. O conteúdo de cada esôfago foi separado, identificado e contado. Para identificação dos diversos tipos de alimento consultou-se pesquisadores e obras como PENNAK (1953), WARD & WHIPPLE (1959), entre outras. A identificação foi feita até o nível de espécie ou somente gênero, quando possível, mas em sua maioria utilizou-se taxa supra-genéricos. Calculou-se a percentagem de ocorrência dos diferentes tipos de alimento nos 41 esöfagos e realizou-se medidas volumétricas de 33, utilizando-se deslecamento de álcool em provetas graduadas. Para o cálculo da percentagem de volume foi utilizado a “Ag- gregate Volume Method" segundo MARTIN et alii (1946). Em alguns casos foi necessário agrupar volumes muito pequenos apresentados por diferentes componentes da dieta, pois individualmente não possibilitariam a realização da medida. Volumes menores do que 0,1cc foram considerados como traço. Deve-se salientar que as dimensões dos esôfagos variaram, dependendo da quan- tidade de alimento que continham. Observou-se a ocorrência de lodo fino nas amostras, cujo volume foi medido jun- tamente com fragmentos vegetais constituídos por glumas, fibras de celulose e outros, a fim de não haver perdas. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (58) :31-39, 27 fev. 1981 34° BRETSCHNEIDER, D. daS. RESULTADOS Listagem do material encontrado nos esöfagos. Material de origem vegetal: GRAMINEAE Oriza sativa (L.) Echinochloa crusgalli (L.) BEAUV. Echinochloa sp. Paspalum plicatulum MICHX. Paspalum hydrophilum HENR. Paspalum paspalodes (MICHX.) SCRIB. Paspalum almum (CHASE) Paspalum nicorae (ESRODT) Paspalum sp. Graminea näo identificada CYPERACEAE Frutos näo identificados COMPOSITAE Frutos näo identificados Material näo identificado: frutos e sementes Material fragmentado constituido por fibras e glumas Material de origem animal: MOLLUSCA PLANORBIDAE Biomphalaria sp. Drepanotrema sp. AMPULLARIIDAE Pomacea sp. SPHAERIIDAE Pisidium sp. ARTHROPODA COLEOPTERA (larvas) CURCULIONIDAE (adultos) HYDROPHILIDAE {adultos) DYSTICIDAE (adultos) IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (58):31-39, 27 fev. 1981 Estudo sobre a relação peso e sexo em... 11 maiores do que 296,43g é de 0,01, ao passo que a probabilidade de se obter fêmeas maiores do que este peso é de 0,3023. Assim, ao se tra- balhar com peso de indivíduos vivos, espera-se que as mesmas propor- ções, ou próximas, sejam válidas. A combinação das probabilidades de ocorrências de pesos maiores do que um determinado peso pode ser feita, neste caso, simplesmente somando-as, sem que haja necessidade de ponderá-las porque os resul- tados obtidos com proporção de sexos para Nothura maculosa, durante a mesma época deste estudo é de 1:1. Assim, por exemplo, tomando-se 296,43g, a proporção de ocorrência de machos com pesos maiores do que este seria de 1:31,23, enquanto que para fêmeas a proporção seria de 30,23:31,23. A dificuldade de se avaliar a idade do animal, impossibilitando diferenciar entre os individuos, os jovens impediu que se utilizasse as caudas inferiores das funções Normais. Há restrições a serem feitas na obtenção dos pesos médios de machos e fêmeas de Nothura maculosa, neste trabalho. KONTOGIAN- NIS (1967), com Zonotrichia albicollis (GMELIN, 1789) constatou variação de peso no decorrer do dia, encontrando uma máxima taxa de aumento durante as primeiras 2h30min de luz, no período em que o animal se alimenta. O peso das aves aumentava nas primeiras 16h do dia e depois decrescia. LACK & LACK (1951) verificaram em Apus apus (LINNE, 1758) variações de peso no decorrer do dia. BALDWIN & KENDEIGH (1938) constataram um ritmo diário de peso nas aves que investigaram, com grandes pesos sendo observados no fim da tarde ou início da noite e baixos pesos no início da manhã. Periodos de mais rápido aumento de peso correspondiam a períodos de maior atividade alimentar. Considerando-se que, Nothura maculosa possa sofrer as mes- mas variações e que os dados obtidos não correspondem ao mesmo período do dia, o fator variação diária de peso pode estar influindo nos resultados. BALDWIN & KENDEICH (1938) verificaram um ritmo anual no peso das aves observadas: em 85 espécies constataram que os maiores pesos eram observados na metade do inverno e os menores na metade do verão. Considerando-se que Nothura maculosa igualmente sofre esta variação, é importante salientar que os resultados obtidos somente são válidos para a época em que foram efetuadas as coletas. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (58) :7-16, 27 fev. 1981 36 BRETSCHNEIDER, D. da S. A abundância do arroz na dieta do marrecão propõe que ela tenha se alimentado principalmente em áreas desse cultivo, sendo que na maioria das amostras observou-se grãos em germinação. A época principal do plantio do arroz no municipio de Santa Vi- tória do Palmar, na safra 77/78, ocorreu nos meses de novembro e dezembro (INSTITUTO RIO GRANDENSE DO ARROZ, 1979). O cul- tivar de maior expressão plantado na região é o Bluebelle, que apresenta ciclo vegetativo de 120 dias (PEDROSO et alii 1978), devendo o periodo de colheita ter-se estendido aproximadamente até o mês de março. Constatou-se portanto, que os grãos de arroz encontrados nos esôfagos, coletados a partir de julho, foram procedentes de restevas, já que o período de amostragem correspondeu à época posterior à colheita e ainda anterior ao plantio. No Rio Grande do Sul, cerca de 90% do arroz irrigado é colhido mecanicamente, havendo na colheita uma perda de grãos, que perma- necem nas restevas. Aparentemente, essa disponibilidade de arroz nas restevas, é elemento de importância na alimentação de Netta peposaca, pelo menos no periodo observado. AGRADECIMENTOS À Direção do Museu de Ciências Naturais, pela utilização de sua infra-estrutura. À Mestra Marisa Ibarra Vieira, pela orientação e apoio. Ao Pesquisador João Oldair Menegheti, pelas criticas e sugestões. À Geógrafa Helena Fonseca Mello, pelo auxílio na descrição geográfica. “Aos Pesquisadores Inga Veitenheimer Mendes, Tânia Arigony, Pedro Canisio Braun, Ana Isaura Pereira, Nídia Lacerda, pela identificação de material. Ao Méd.Vet. Paulo Pacheco, pelas informações referentes à atividade cinegética e ao cultivo de arroz. Ao Pesquisador Flávio Silva e colegas Maria Inês B. Marques, Cynthia Silveira, Martin Sander, João Fabrício Fº e Lorétti Mello, pelo auxílio na coleta de material. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAVENA, R.C. 1927. Notas sobre la alimentación de las aves. El Hornero, Buenos Aires, 4(1):38-47. BARATTINI, L.P. & ESCALANTE, A. 1971. Anseriformes, In: CATÁLOGO de las aves uruguayas. Montevideo, Barreiro y Ramos pt.2, 142p., il. (Museo Damaso An- tonio Larrafiaga. Publicaciones Científicas. Serie: La Fauna Indigena). CASARES, J. 1940. Palmipedes argentinos. El Hornero, Buenos Aires, 7(3):327-58. DELACOUR, J. 1959-1964. The Waterfowl of the world. London, Country Life, v3. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (58):31-39, 27 fev. 1981 Nota sobre a alimentação do... 37 ENS CCC us 4 DE SCHAUENSEE, R.M. 1966. The species of birds of south America end their dis- tribution. Philadelphia, Academy of Natural Sciences. p. 43. INSTITUTO RIO-GRANDENSE DO ARROZ. 1979. Anuário estatístico do arroz. Porto Alegre. 104p. MARELLI, C.A. 1919. Sobre el contenido del estômago de algunas aves. ElHornero. Buenos Aires, 1(4):221-24. MARTIN, A,C. et alii. 1946. Alternative methods in upland gamebird food analysis. Journal of Wildlife Management, Washington, 10(1):8-12. PEDROSO, B.A. et alii. 1978. Cultivares. In: INSTITUTO RIO-GRANDENSE DO ARROZ. Estação Experimental do Arroz. Guia de produção de arroz. Cacho- eirinha. p.5-7, tab. (Recomendação da Pesquisa, 1). PENNAK, R.W. 1953. Fresh-water invertebrates of the United States. New York, Ronald Press. 769p. WARD, H.B. & WHIPPLE, G.C. 1959. Fresh-water biology. 2.ed. New York, John Wiley. 1248p. WELLER,M.W. 1967. 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Volume agregado, percentagem para 33 esôfagos, de Netta peposaca (VIEILLOT, 1816) procedentes de Santa Vitória do Pal- Volume agregado (%) Oriza sativa (arroz) Echinochloa spp. 16,42 Lodo fino + fragmentos vegetais 5,69 Moluscos 0,74 Anfíbios 0,57 Insetos (adultos + jovens) 0,36 Paspalum spp. 0,32 Cyperacea (frutos) 0,13 Graminea não identificada 0,11 Frutos e sementes não identificadas 0,02 Crustáceos Traço Miscelânia (material animal) IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (58):31-39, 27 fev. 1981 À sad a | | 4 "o , A + Js r AN in A e Oy . Cid Piu Mad é h iu be, Erg atendr kannten ca pt, . = u nn ans ! a o Zu E) kn Pt} men nn mn ne (EEE rn Er eh É, - : ud », sy [a a A ' É ad E to q pP ü Cu LR) e ços E - " Considerações sobre o uso do solo e sua influência sobre o ecossis- tema campo, em Alegrete, Rio Grande do Sul, Brasil.* Helena Fonseca Mello** João Oldair Menegheti*** RESUMO Alegrete, município do Rio Grande do Sul, Brasil, esta localizacio na zona fisio- gráfica da Campanha. Por sua extensão, é o maior município do Estado (782.000 ha) e por suas características geológicas, geomorfológicas, pedológicas, climáticas e biológicas é importante para o estudo do ecossistema campo. Neste trabalho fez-se uma análise do uso do solo enfatizando-se as consequências originárias do avanço da fronteira agricola sobre a área tradicionalmente usada para a pecuária, baseados em dados obtidos que foram compilados de forma abrangente, com o objetivo de se avaliar o estado atual do ecossistema campo e possíveis modificações que possam ocorrer em futuro próximo. ABSTRACT This work analyses the Alegrete county (29º46'59"S and 55º46'43"'W) Rio Grande do Sul, Brazil, focusing the influences of soil management over the grassland ecossistem, considering the geological, geomorphological, pedological, climatical and biological characteristics. These influences are consequence of the increase of agriculture over the tradicional cattle raizing areas. INTRODUÇÃO A área do Rio Grande do Sul, tradicionalmente conhecida por Campanha, localiza-se na parte oeste-sudoeste deste Estado e correspon- de à micro-região homogênea 321 (IBGE, 1970). A vegetação natural dominante é o campo (FORTES, 1959) e, devido aos diferentes usos do solo do Rio Grande do Sul, os campos da Campanha estão entre aqueles que se apresentam menos alterados. O objetivo deste trabalho é fornecer subsídios para se avaliar, pos- teriormente, o impacto do uso do solo sobre a fauna do campo. Por esta razão a zona da Campanha foi escolhida para início dos estudos. * Aceito para publicação em 06/X1/1980. Contribuição FZB Nº 190. ** Geógrafa da Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul à disposição do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. *** Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul * (MCN-FZB), Caixa Postal 1188, 90.000 Porto Alegre, RS, Brasil. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (58):41-63, 27 fev. 1981 42 MELLO, H. F. & MENEGHETI, J. O. Segundo JAEGER (apud SPALDING, 1953) em 1634 foi intro- duzido o primeiro gado no Rio Grande do Sul, iniciando-se então a pecuária gaúcha rio-grandense. Antes disso, entretanto, o solo da Cam- panha já era habitado por gado bravio oriundo do Paraguai, via Uruguai (SPALDING, 1953). Assim, há mais de 300 anos os campos da Campanha vem sendo usados para pastejo e, aparentemente, este uso não é incom- patível com a composição recente da fauna do campo. A introdução de pastagens artificiais no Rio Grande do Sul que poderia ser fator alterador, só se verificou a partir do século XX (BRASIL, 1977) e na zona da Campanha a sua utilização, quando ocorre, é feita em pequena escala, dada a pouca profundidade do solo agricultável. Até um passado recente, a agricultura na Campanha era apenas de subsistência. Entretanto com o interesse do governo em aumentar a produção agricola, vários incentivos têm sido oferecidos à agricultura; isto, mais o baixo preço pago aos pecuaristas, pelo quilo do boi vivo (até 1977) fez com que áreas tradicionalmente de pecuária fosse transfor- madas em lavouras de arroz, trigo, soja, milho e outros. A dilatação da fronteira agricola, porém, apresenta pulsação em decorrência de certos fatores, entre os quais, mencionam-se os insucessos de alguns cultivos e a reação do preço da carne no mercado interno; entretanto a tendência de aumento da área agricola permanece (FEE. SEITE). Este . mento da área traz consigo o aumento de certos insumos, que são alter.dores do ecossistema, como por exemplo, os defensivos agricolas (CAVERO et alii, 1976) com consegüente prejuizo sobre a fauna ali existente antes da aplicação destes insumos. Soma-se a isto a prática agricola dominante no Estado, que consiste, de um modo geral, em grandes áreas com monoculturas. Esta prática é incompatível com o manejo de fauna, onde um dos aspectos fundamentais é a interspersion, em que é importante a configuração e a área ocupada pelos tipos de vegetação, necessários à sustentação das espécies. De outra forma, poder-se-ia dizer que quanto maior for o número de efeitos de borda, mais favorável será o ambiente à fauna silvestre em geral. E importante que o animal tenha próximo de si diferentes tipos de vegetação, como os favoráveis à alimentação, à nidificação, ao repouso e outras atividades. Descrição do Municipio de Alegrete E um dos 12 municípios da micro-região homogênea 321 (IBGE, 1970); estã localizado no oeste do Estado do Rio Grande do Sul (RS). Faz limite ao norte com os municípios de Itaqui e São Francisco de As- sis, a leste com os municipios de São Vicente do Sul e Cacequi; ao sul com os municipios de Rosário do Sul e Quaraí; e a oeste com o município de Uruguaiana. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (58):41-63, 27 fev. 1981 Considerações sobre o uso do... 43 As linhas divisórias ao norte, leste e oeste, correspondem respec- tivamente, ao rio Ibicui e aos arroios Itapevi e Ibirocai (Fig. 1). As coordenadas geográficas da sede municipal são: 29º46'59”" S e 55º46'43” W; a altitude é de 89m. É o maior município do Estado; tem 782.000ha (cerca de 2,94% da área estadual). Pelo decreto nº 24.622, de 10.07.1976 foi criada a Reserva Bio- lógica do Ibirapuitã, cuja área é de 351,42ha, em cujos limites são en- contradas “a mata ciliar do rio Ibirapuitã, o espinilho e parte do campo nativo” (BRASIL. Ministério do Interior. SUDESUL 1978). Para res- guardá-la, as Portarias de caça do Instituto Brasiieiro de Desenvolvi- mento Florestal (IBDF), a partir de 1978, delimitaram uma área de proteção com cerca de 193.400ha em torno desta Reserva, onde é vu- dada, entre outras, a atividade cinegética. A área da Reserva de Ibi- rapuitã corresponde aproximadamente a 0,2% da área de proteção. Alegrete, do ponto de vista geológico, é constituido principalmente por rochas basálticas, seguidas de arenitos, arenitos quaternários e ar- gilitos; estes dois últimos correspondem a planícies e terraços aluviais, portanto localizados em áreas próximas ao curso dos rios, sendo que os arenitos sempre à montante em relação aos argilitos, como seria de se esperar (INCRA, 1972 b). As áreas, cuja litologia é o arenito, estão situadas, predominan- temente no leste e nordeste do município, aparecendo também, algumas ilhas com arenito no sul e nordeste. Nestas áreas a geomorfologia corres- ponde a coxilhas tabulares, cujos solos apresentam ravinamento, resul- tante da erosão hídrica ou eólica (INCRA, 1972 b). Estas coxilhas carac- terizam-se por topos achatados quanto ao perfil, e em planta, arredon- dados; seu relevo é suave ondulado. (INCRA, 1973). As áreas, cuja litologia é o basalto, estão localizadas, praticamen- te, em toda a metade oeste do município e apresentam, predominan- temente, uma superficie aplainada inferior; apenas no sul, em pequeno trecho, apresentam relevo escalonado (INCRA, 1972 b). A superficie aplainada inferior corresponde a superfícies planares ou suavemente onduladas, originadas do arrasamento quase total da área ou do transporte do material das áreas adjacentes. O relevo es- calonado corresponde a superfícies provenientes da erosão diferencial nos diversos derrames basálticos, constituídos por mesas de extensão va- riável e dispostas de forma escalonar apresentando seus topos bastante retalhados (INCRA, 1973). Estes dois tipos geomorfológicos apresentam superficie com alto grau de denudação (INCRA, 1972 b), isto é, super- IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (58):41-63, 27 fev. 1981 44 MELLO, H. F. & MENEGHETI, J. O. ficie onde ocorre desbastamento. acentuado das rochas devido a trabalho gliptogenético. A ENCICLOPÉDIA dos Municípios Brasileiros (1959) descreve a geomorfologia deste município da seguinte forma: u . . . . Alegrete não possui serras alterosas, em seu território, apenas aqui e alí se elevam alguns cerros pitorescos uns, e simples pontos de referên- cia outros. ; "O único cerro que pertence a um sistema de cordilheiras é o Catimbau no divorsum aquarium, do Caverá e Ibirapuitã e que faz parte dos últimos contrafortes da Serra do Caverd." Conforme Rio Grande do Sul. Secretaria da Agricultura - CEMAPA (1974), a isoipsa de maior altitude traçada em seu território é a de 200m e na realidade, corresponde a quatro pequenos segmentos ao sul do município. As áreas mais elevadas delimitadas por esta curva de nível têm cerca de 15.000 ha (1,9% da área do municipio) e estão localizadas: 1 — No limite com Uruguaiana e Quarai a oeste da ferrovia Alegrete-Quarai. 2 — Na coxilha de São Rafael, no limite com Quaraí. 3 — No limite com Rosário do Sul, entre os arroios São Eustáquio e Cavera. 4 — Na coxilha do Caverá no limite com Rosário do Sul e Cacequi. Todos estes locais fazem parte da área de proteção criada pelas Portarias de Caça do IBDF, para proteger a Reserva de Ibirapuitä. Além disto parece que há ocorrência de algumas elevações no leste do município, pois em RIO GRANDE DO SUL. Secretaria da Agricul- tura — CEMAPA (1974) aparecem simbolos, não explicados na legenda, que tradicionalmente indicam pontos cotados, entre os quais estã as- sinalado um, com cota de 211m. A hidrografia é representada pelo rio Ibicuí e arroios Itapevi e Ibirocai, que são linhas divisórias do município; pelo rio Ibirapuitä e seus afluentes (arroios Inhandui, Pai Passo, Cavera e outros) e por outros de menor expressão. Todos são, em última instância, tributários do rio Ibicuí e, de um modo geral, cortam o município no sentido sul- norte que corresponde ao da corrente. No que se refere ao clima, segundo a classificação de Koeppen, neste município ocorre clima subtropical (ou Virginiano), sem estiagem, onde a temperatura do mês mais quente é superior a 22°C e a do mês mais frio varia entre - 3º e 18°C (BRASIL. Ministério da Agricultura. Departamento Nacional de Pesquisa Agropecuária, 1973). IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (58):41-63, 27 fev. 1981 Considerações sobre o uso do... 45 Na Tabela 1 encontra-se transcrito parcialmente o resumo climático hidrológico de Alegrete conforme INCRA (1973). MATERIAL E METODOS A avaliação foi efetuada fazendo-se uma confrontação dos dados, já existentes e publicados (ou fornecidos sob a forma de relatórios de computador) oriundos de diversas fontes, que aparecem discriminadas a seguir: 1. Ministério da Agricultura (BR) 1.1 Departamento Nacional de Pesquisa Agropecuária (DNPEA): descrição das unidades de mapeamento dos solos do Rio Grande do Sul. 1.2. Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA): geomorfologia, capacidade de uso dos solos, hidrologia, deficiências hídricas do solo, sócio-economia e setor primério. 2. Secretaria de Coordenação e Planejamento (RS) 2.1. Sistema Estadual de Informação e Estatística (SEITE) da Fundação de Economia e Estatística: relatórios de computador relativos à área colhida e efetivo de rebanhos. 3. Secretaria da Agricultura (RS). 3.1. Central de Comandos Mecanizados de Apoio à Agricultura (CEMAPA): divisão municipal, hidrografia e altitude. 3.2. Coordenadoria Estadual de Planejamento Agricola (CEPA/RS): indicação de cultura e disponibilidade de solo. 3.3. Departamento de Recursos Naturais Renováveis;: localização das unidades de Mapeamento dos Solos do Rio Grande do Sul. 4. Instituto Rio-Grandensedo Arroz: area emanejo das lavouras dearroz. Muitos destes dados correspondem a mapeamentos temáticos do Estado do Rio Grande do Sul e para melhor interpretar estas informações foram elaboradas transparên- cias em acetato incolor, da seguinte maneira: delimitou-se o municipio e depois pele superposição foram transferidas as informações dos mapas para a transparência. Co- piaram-se apenas as informações que eram úteis ao estudo. Elaboraram-se então cinco transparências contendo, respectivamente, os seguintes temas: . geomorfologia e graus de denudação; . litologia; . deficiências de umidade nos solos; . capacidade de uso dos solos; . adequação entre o uso atual da terra e o indicado pela capacidade de uso dos pe COAhN HH solos. A superposição sucessiva das transparências permitiu analisar a interação dos as- pectos mapeados e sua relação com os dados fornecidos pelo SEITE e com os publicados pelo Ministério da Agricultura e Secretaria da Agricultura/RS e, a partir dai, elaborar considerações sobre o uso de solo e suas relações com a fauna nativa. Para a quantificação da área mapeada utilizou-se um planimetro de marca A.Ott - Kempten. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (58):41-63, 27 fev. 1981 46 MELLO, H. F. & MENEGHETI, J. O. o en ee I As figuras foram elaboradas pelos autores e a arte final é da desenhista Rejane Rosa. Restrições Com relação ao desenvolvimento do trabalho fazem-se as seguintes restrições: 1. O mapeamento do INCRA (1972a,b,c,d); de RIO GRANDE DO SUL Secretaria da Agricultura — CEMAPA (1974); de RIO GRANDE DO SUL. Secretaria da Agricul- tura. Departamento de Recursos Naturais Renováveis (1970) é na escala de 1:750.000 e, portanto, não se pode entrar em pormenores. 2. Os dados mapeados pelo INCRA (1972a,b,c,d) correspondem ao ano agrícola 1966/67 e como ha necessidade de avaliação da situação atual, foi realizada uma tentativa de projeção com base nos dados FEE. SEITE para o ano de 1977. 3. A áreas de cultivo mapeadas pelo INCRA (1972a,b,c ‚d) enfocam a adequação en- . tre'uso atual da terra e » indicado pela capacidade de uso dos solos enquanto queos Sans for- necidos pelo FEE. SEITE, correspondem area colhida. 4. Os dados do SEITE correspondem à área colhida de determinada cultura no municipio, por ano. Sabe-se que algumas destas culturas são realizadas de forma asso- ciada em uma mesma área e concomitantemente como, por exemplo, as culturas de soja e trigo, cujos cultivos, geralmente se sucedem ao longo do ano em uma mesma área. Assim na impossibilidade de detectar as áreas com associação ou rotação de culturas, e com base na variação dos dados relativos às áreas colhidas, assumiu-se queo trigo ea soja são cultivados namesma área. Poristo, subtraiu-se a área relativaà soja, dototaldaárea colhidano município, por ser esta igual ou menor do que a do trigo. Quanto às demais culturas, onde havia possibili- dadedeassociação, pornão serem suas áreas significativas, considerou-secomonão associadas. 5. Os dados do INCRA (1972a) relativos à adequação dos cultivos aos tipos de solo não permitem delimitar a distribuição espacial de cada cultivo e conhecer sua respectiva adequação às classes de capacidade de uso do solo. Isto porque foram mapeados em es- cala pequena e, como era de se esperar, as categorias apresentadas na legenda têm alto grau de generalização. 6. Os dados relativos à área colhida, fornecidos por FEE. SEITE, são na realidade uma resposta da área cultivada ao comportamento do clima e a outras variáveis. Desta forma, ela dificilmente corresponde à área, realmente, cultivada. Haverá sempre uma subes- timativa desta área. 7. Os dados do INSTITUTO RIO-GRANDENSE DO ARROZ (1978) referem-se às culturas de arroz cuja área é superior a 9ha. RESULTADOS E DISCUSSÃO A avaliação do impacto da agricultura sobre as caracteristicas ecológicas do campo, no município de Alegrete, parte do exame da Tabela 2. Aí se constata a pulsação da fronteira agricola com tendência ao crescimento. Além das alterações esperadas no ecossistema campo, simplesmen- te, pela substituição destas áreas por áreas agricolas, podem também, ocorrer problemas mais graves devido ao mau uso do solo. De certa for- ma o solo pode ser considerado como um recurso natural não renovável e seu uso inadequado pode levar a perdas irreversíveis com os consegüen- IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (58):41-63, 27 fev. 1981 Considerações sobre o uso do... 47 tes efeitos deletérios no ecossistema. Assim reuniram-se na Tabela 3 os dados relativos à indicação de cultivos para o municipio de Alegrete (RS). Como esta indicação é geral para todo o Estado, (RIO GRANDE DO SUL. Secretaria da Agricultura, 1978) é provável que a nível de município ocorram situações particulares diferentes do aqui exposto. En- tretanto com base nessa tabela constata-se que 82,5% da área colhida em Alegrete ocorre em zona preferencial e os demais cultivos signifi- cativos do municipio, em zona tolerada, conforme RIO GRANDE DO SUL. Secretaria de Agricultura, (1978): (1) zonas preferenciais corres- pondem “às melhores condições climáticas para a cultura podendo ou não ser o local ideal para a mesma, se comparando a outras áreas do mundo, mas apresentando condições boas para o cultivo no Estado; e (2) zonas toleradas que correspondem áquelas que apresentam um fator limitante negativo à cultura. Conforme ainda a mesma fonte cultivos realizados em zon:s preferenciais (ou toleradas onde foram tomadas as devidas precauções em relação aos fatores restritivos) garantem entre outros aspectos, alta produtividade. Desta forma, genericamente, pode-se dizer que a invasão da agricultura sobre as áreas de campo, em Alegrete, se dará em função da necessidade de aumento da produção de alimentos. Assim é provável que não ocorra um avanço indiscriminado da fronteira agricola devido ao abandono de áreas com baixa produtividade e consequente busca de novos locais na tentativa de melhor sucesso nas safras. Por outro lado a análise da capacidade do uso do solo de Alegrete, associado aos dados relativos à área cultivada e, ou colhida das culturas mais significativas neste municipio também permite se fazer uma avaliação da evolução da fronteira agricola. Conforme RIO GRANDE DO SUL. Secretaria da Agricultura (1978) os solos do Estado do Rio Grande do Sul foram categorizados utilizando a classificação de Capacidade de Usos dos Solos, apresentada no “Manual Brasileiro para Levantamentos Conservacionistas”, que se baseia no sistema norte-americano Soil Conservation Service, do United States Departament of Agricultura. Nesta classificação existem cate- gorias, classes e eventualmente subclasses, que são discriminadas a par- tir de uma análise detalhada de fatores restritivos ao uso do solo, tais como, profundidade, drenagem interna, declividade, erosão, fertilidade e outros, e seu respectivo grau de intensidade. A Tabela 4 dá uma visão global, quantitativa do solo deste mu- nicípio, em relação a sua capacidade de uso, e a figura 2 apresenta a dis- tribuicäo espacial desta capacidade. Como pode ser constatado, em Alegrete ha dominância da subclasse VI pf (categoria C, classe VI) e da. 48 MELLO, H. F. & MENEGHETI, J. O. classe III (categoria A). Conforme RIO GRANDE DO SUL. Secretaria da Agricultura (1979) a classe VI 'compreende terras que não são cul- tiváveis com cultura anuais, mas adequadas para a produção de certas culturas permanentes. A sub-classe VI pf tem como fator restritivo a, profundidade dos solos situados sobre lençóis de rocha intemperizade. sendo por isto adequadas a pastagens. Localizam-se de forma domi- nante a sudoeste do municipio. Os solos da classe III, os melhores do Estado, 'são terras cultiváveis segura e continuamente, com culturas anuais adaptadas produzindo colheitas de médias a elevadas, com obrigatoriedade de emprego de práticas intensivas ou complexas de manejo, como condições para esta utilização. Observando-se as áreas mapeadas pelo INCRA (1972d) relativas a cultivos, no ano agricola 1966/67 (Fig. 3), nota-se que estão dissemi- nadas em grandes ilhas, praticamente, em todo o município, com ex- ceção, do oeste e do sudoeste, onde ocorre, predominantemente, a sub- classe VI pf de capacidade de uso do solo (Fig. 2). Desta forma pode-se esperar que esta área de Alegrete, com solos de subclasse VI pf, se torne refúgio para parte da avifauna nativa recente, desalojada de áreas com uso agricola. Isto, porque estas áreas são indicadas para a pecuária atividade esta que já ha séculos, vem se desenvolvendo ali, e, que aparentemente, é compatível com este tipo de fauna. Quanto às dimensões da área com uso agricola constata-se certa discrepância considerável entre os dados de INCRA (1973) e FEE. SEITE (Tabela 5) mesmo sabendo-se que a área colhida é geralmente, menor que a área cultivada. Até certo ponto pode-se explicar esta superestimativa de IN CRA (1973), pela utilização, por parte deste Instituto, de categorias mistas, tais como, culturas e pastagens. Estas 'correspondem a associações de duas formas de uso da terra que ocorrem muito próximas, em áreas muito pequenas para serem mapeadas separadamente. Não é levada em conta a área abrangida, individualmente, mas sim a ocorrência na área (INCRA, 1973). Desta forma, presume-se que nos 160.310 ha de culturas e pastagens, ocorram predominância de campos e, a área com culturas seja inexpressiva, ficando com isto, reduzido o valor total, real da área cultivada. Entretanto são, ainda, significativas as discrepâncias entre os valores das áreas cultivadas relativas ao arroz e às outras culturas. Em relação ao arroz, pode-se atenuar a diferença ao multiplicar o valor da área colhida (SEITE) por três, obtendo-se o valor de 29.325ha que corresponderia ao valor, aproximado, da área com uso destinado à orizicultura. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (58):41-63, 27 fev. 1981 Considerações sobre o uso do... 49 Quanto às demais culturas não sabemos a causa da discrepância. Assim tomando por base os dados de FEE. SEITE, presume-se que, atualmente, a configuração da área cultivada em Alegrete seja em forma de pequenas ilhas dentro das grandes ilhas (superestimadas) mapeadas pelo INCRA (1972d). Mesmo constatando-se pela Tabela 2, ‚que a area colhida em 1977 (40. 623ha) corresponde a quase três vezes a área colhida em 1967, ainda assim, presume-se que a configuração espacial das cul- turas deve ser em forma de pequenas ilhas. Isto porque a área total cul- tivada corresponde a 5,19% da área deste E ds ou a 5,67%, seu valor máximo em 1976. A localização, o número e o tamnho destas ilhas devem ter mudado em decorrência das variações nas áreas dos. diferentes cultivos. Futu- ramente é provável que determinados cultivos aumentem em número ou em tamanho em decorrência da disponibilidade de solos da classe III que aí exis- tem. Assumindo-se que toda a área colhida em 1977 (Tabela 2) localiza-se em solos de classe III restam ainda (Tabela 4) mais de 100.000 ha de'terras cul- tiváveis segura e continuadamente com culturas anuais... o que é forte con- vite ao estabelecimento de novas áreas de cultivo. Quanto ao uso, o solo de Alegrete (Fig. 3) tem em sua quase totalidade, ou uso adequado ou uso inadequado por subutilização (IN- CRA, 1972d). Desta forma pode-se supor. que as alterações ambientais resultantes da atividade humana nesta área, sejam pouco prejudiciais, pois aí, o aproveitamento do solo na maior parte esta dentro de um limite compatível com sua preservação. Há entretanto, duas áreas (cerca de 11.000 ha) na bacia do rio Ibirapuitã que têm uso inadequado por superutilização (INCRA, 1972b). Este tipo de uso corresponde a um aproveitamento em excesso do solo, que pode levá-lo ao depauperamento e desgaste, tornando-se inaproveitado em face da perda de sua poten- cialidade agricola. Constatou-se que estas duas áreas possuem solo da subclasse VI pf (INCRA, 1972a) cuja vocação é a pastagem. Estas áreas correspondem a solos da unidade de mapeamento Pedregal 1 (RIO GRANDE DO SUL. Secretaria da Agricultura. Departamento de Recur- sos Naturais Renováveis, 1970) classificados como solos "LITÖLICOS EUTRÓFICOS textura média suavemente ondulado, substrato basalto; mais especificamente. Os solos destas áreas são rasos e apresentam forte restrição ao uso de máquinas e implementos agricolas, além da falta de agua. Quanto à erosão esta é ligeira e moderada (BRASIL. Ministério da Agricultura. Departamento Nacional de Pesquisa Agropecuária, 1973). Presume-se que o cultivo aí realizado seja o arroz, pois este solo localizado próximo aos cursos d'água é, comumente, utilizado para este cultivo (BRASIL. Ministério da Agricultura. Departamento de Pesquisa Agropecuária, 1973). IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (58) :41-63, 27 fev. 1981 ) 50 MELLO, H. F. & MENEGHETI, J. O. Como foi constatado anteriormente os dados de INCRA (1972d) superestimam as áreas com cultivos assim é provável que no município de Alegrete as áreas com superutilização tenham na realidade dimensões menores que as mapeadas na Fig. 3. Ainda pode-se prever avanços de fronteira agrícola a leste e noroeste do município, pois principalmente nestes locais, constata-se, pela superposição da Fig. 2 sobre a Fig. 3, a ocorrência de solos da classe III com subutilização. Também, por outro lado, além da análise da indicação e da ade- quação de culturas e da disponibilidade de uso do solo, se faz necessário analisar a alteração ambiental proveniente dos diferentes tipos de ma- nejo das culturas. O cultivo de arroz por ser o mais expressivo dos usos agricolas do solo de Alegrete (FEE. SEITE e INSTITUTO RIO-GRANDENSE DO ARROZ, 1979) será analisado com maior detalhadamento, neste trabalho. Conforme INSTITUTO RIO-GRANDENSE DO ARROZ (1978) as maiores áreas de cultivo de arroz estão ao longo dos rios Ibirapuitã e Ibicuí seguidos dos arroios Caverá, Itapororó, Inhandui e outros com menos de 1.000 ha de área cultivada (Tabela 6). Além desta área de 15.920 ha, concentrada ao longo destes cursos d'água, há 6.556 ha de cultivo de arroz irrigado por outros mananciais (Tabela 7). Conforme INSTITUTO RIO-GRANDENSE DO ARROZ (1978) mais da metade da área cultivada com arroz (Tabela 8) não recebe defen- sivos; isto atenua o impacto ambiental provocado, pelos mesmos, em: Alegrete. Entretanto, as necessárias construções de canais de irrigação e eventual construção de açudes devidas a este cultivo alteram os habitats não só nas áreas que distribuem e, ou acumulam água, como também nas áreas adjacentes que terão modificado o nível do lençol freático com consequente influência na fauna nativa. Quanto aos defensivos agricolas, a forma pelo qual são aplicados, conforme INSTITUTO RIO-GRANDENSE DO ARROZ (1978) é, predominantemente, manual (Tabela 9) o que torna mais localizado o impac- to, diminuindo alcance de seus efeitos deletérios. Já a área colhida de trigo/soja (12.000 ha) menor que a área co- lhida de arroz, no ano de 1977, devido à prática de cultivos alternados (de inverno e verão) suporta, duas vezes ao ano, aplicações de defensivos agricolas e fertilizantes, o que forçosamente repercutira de alguma forma sobre a fauna nativa. ' IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (58):41-63, 27 fev. 1981 Considerações sobre o uso do... 51 Entretanto se todo este avanco da agricultura sobre o campo, leva à alteração da fauna com prejuízo para certas espécies, outras podem se beneficiar pelo aumento da capacidade de suporte do habitat com o aumento do alimento disponível. CONCLUSÃO x Com base nos aspectos mais notórios à modificação do ambiente natural de Alegrete, pode-se dizer que: 1) A agricultura está avançando sobre o campo — o sistema natural dominante no municipio — alterando habitats e causando problemas de sobrevivência à faunanativa. 2) O valor de 40.623 ha (cerca de 5,2% da área do município) para .. a área colhida em 1977 não corresponde ao maior valor dos anos ana- lsados. Em 1975 e 1976 as áreas colhidas foram respectivamente de 43.090 ha e 44.301 ha. Portanto é provável que a área alterada em con- sequência das atividades agricolas já tivesse atingido seu valor máximo em anos anteriores a 1977. - 3) A superficie de 44.301 ha da área colhida parece ser significa- tiva, do ponto de vista do impacto ambiental, uma vez que subestima a área alterada. 4) A maioria dos cultivos ocorrem em zonas adequadas o que as- segura um avanço disciplinado da fronteira agricola. 5) E provável que haja um avanço considerável da fronteira agricola, nos próximos anos, já que existem mais de 100.000 ha de solos da classe III, os melhores do Estado, sem uso agricola. 6) As áreas de cultivos ocorrem em pequenas ilhas, praticamente, em todo o município, com exceção da parte sudoeste, onde, devido ao tipo de solo (subclasse VI pf própria para pastagens) possa haver uma área continua com campos. 7) O tamanho destas ilhas e seu número, provavelmente, aumen- tará, principalmente no leste e noroeste do município, onde há solos da classe III com subutilização. 8) Ocorrem duas áreas na bacia do rio Ibirapuitä; com uso ina- dequado por superutilização. Possivelmente a área seja bem menor que os 11.000 ha mapeados por INCRA (1972) e assim os sah: deleterios no ambiente sejam tambem, menores. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (58):41-63, 27 fev. 1981 52 MELLO, H. F. & MENEGHETI, J. O. 9) O cultivo do arroz irrigado, dominante no município, exige a construção de canais de irrigação e, às vezes, a construção de açudes, para que a inundação da lavoura possa ser realizada na época adequada. Isto altera os habitats não só nas áreas que distribuem e, ou acumulam água, como também, nas áreas justapostas, devido à variação do nível do lencol freático. 10) A área colhida de trigo/soja apesar de não ser mais expressiva do que a do arroz, tem valor considerável. Em 1977 foi de 12.000 ha. A mesma área, além da alteração fisica e biológica do habitat devido ao cultivo, está sujeita ao impacto dos defensivos agricolas e fertilizantes de forma mais intensa, já que ocorre, na maioria da área, a rotação des- tas culturas ao longo do ano. 11) O modo de aplicação dos defensivos agricolas nas áreas de cul- tivo de arroz é, predominantemente, manual, segundo INSTITUTO RIO-GRANDENSE DO ARROZ (1978) e por isto áreas adjacentes são menos atingidas. 12) A distribuição em ilhas ou mosaicos da área cultivada de arroz é favorável à parte da fauna. Sua descontinuidade espacial permite às diferentes espécies sobreviverem em suas bordas, sendo sua presença até desejável na medida em que aumenta a capacidade de suporte dos habitats justapostos. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem ao Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal e à Fun- dação Zoobotânica do Rio Grande do Sul pelos suportes financeiros e administrativo ., e ao médico veterinário H. Santa Helena pelas sugestões apresentadas a este estudo. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA BRASIL, J.F. de a. 1977. Cultura dos campos, noções gerais de agricultura e especiais de alguns cultivos atualmente mais urgentes no Brasil. 4ed. Porto Alegre, Caixa Econômica Estadual. 274p. BRASIL. Ministério da Agricultura. Departamento Nacional de Pesquisa Agropecuária. 1973. Levantamento de reconhecimento dos solos do Estado do Rio Grande do Sul. Recife. 213p. (Boletim Técnico, 30). BRASIL. Ministério do Interior. SUDESUL. 1978. Vegetação atual da região sul. Porto Alegre. 115p. (Série Planejamento e Estudos Regionais, 2). CAVERO, E.S. et alii. 1976. Manual de inseticidas e acaricidas; aspectos toxicológicos. Pelotas. Aimara. 345p. ENCICLOPÉDIA dos municípios brasileiros. Rio de Janeiro, IBGE, 1959. v. 33p. 95. FORTES, A. Borges. 1959. Geografia física do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, Globo. 393p. TILITIMTATMN , a A+: e 3 pe = — tea E, o A 4 Ss IHERINGIA. sér. ; Xol., Forto Ategre (08):41-65, 21 fev. 1981 Considerações sobre o uso do... 53 FEE. SEITE. Agricultura área colhida por municípios RS. 1964-1977. /s.n.t. Relatório de computador/. . Pecuária efetivo dos rebanhos nos municípios RS. 1964-1977. /s.n.t. Relatório de computador/. IBGE. 1970. Divisão do Brasil em micro-regiões homogêneas. 1969. Rio de Janeiro. 564p. . 1978. Anuário estatístico do Brasil-1977. Rio de Janeiro. 848p. INCRA. 1972a. Capacidade de uso dos solos - Rio Grande do Sul. Rio de Janeiro IN- CRA/IICA. 1 mapa. Escala 1:750.000. . 1972b. Geomorfologia - Rio Grande do Sul/Rio de Janeiro/ INCRA/IICA. 1 mapa. Escala 1:750.000. : 1972c. Hidrologia, deficiencia de umidade nos solos - Rio Grande do Sul. /Rio de Janeiro/. INCRA/IICA. 1 mapa. Escala — — . 1972d. Sócio-econômico, setor primário - Rio Grande do Sul. /Rio de Janeiro/. INCRA/IICA. 1 mapa. Escala: 1:750.000. . 1973. 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Zool., Porto Alegre (58):41-63, 27 fev. 1981 MELLO, H. F. & MENEGHETI, J. O. 54 "Z’A'EL6T "VHONI 'ALNOY x (9,) BIP9IN eange.ıadura], (uu) apeprun ap Jroyyac] (wur) [sou 666 opdeiidsueigodeam (ww) BAIJaJo BIIJAUIOIANIA 69/6161 LLSI (wur) BIIJUIOIANIA OdOolHAd U 68 :9PpnjMy wu L6T :S0988 SOUB ua apepıuın ap j1gad WEE :SORS SOUB ap BIDUQIIODO ap BIaugnbauy (SH) 93133] :09139]010998u1 09504 OIIIQTOYAIH OJLLYWITI ONNSAIH I vIaaVL IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (58):41-63, 27 fev. 1981 55 Considerações sobre o uso do... 89109NE sojad sopepno(n9 '(%) suodejusod ALIAS “AM (UU) 6918994 :SALNOM x Eno km kn En En Em o Em E run En Eu En Em (ey 000'284) ordjoranur OP vaıy q owöujaı wo 9) IYV.LOL SOULNO OBDUOS (LODIUL + (S)VLOS BoAmo w BPIYTO? [8707 BOI u wos OgÔB[o1 uns 9 8J91Fa]y ap ordjorunur ou SoApyjno stediourad sop sepryjoD Buaıy Sep ogônjoA é VTHEVL pe — legre (58 7 pa ra AI Der Porto Ai . Zool 2 IHERINGIA. Se -9[07 BOIR = |], 'j8rouoisjoid voir = A (Z) “our op oBuo] 08 'squauiBaIssaang "Borg BUISouI BU SOPBAInD ogs elos o og) enb es-niunssy (1) - "sa1onB sojad sopejnojso saIofeA — wogejuso1od us epIyfod Bely “ALIAS “HH — BU WO Bprjoo Baly 'BL6T “EMINSY ep eimjoros "INS OA HANVHO OIH — ogdenbapy "SYHLNOH « MELLO, H. F. & MENEGHETI, J. O. VaIHTOO VV SOALLIND «LL6T ºP ous O uud cpryjoo vers vp S210j8A SOATYadar ° (SH) Sj018o7y oldyranu ou soaymo sop ogóenhopy — € VIHAVL [eng -U9A9 OBSBZLLIT OJUBJISSEISU BILIPIY BIIUGTIITOP E 9 OATYLIISOI 10983 On) epa | | IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (58) :41-63, 27 fev. 1981 61 Considerações sobre o uso do... Moss 3 o 95 | 9IJ u 002 9P psdios! Djad sop -DJIWI] SOPDA9j9 sıow sDasy oo, jodıstumy ju] ——— Dyind -DJIq] Op DIIDOjoIg DAJSSoM jodıosıuny) epas 2 VONI9IT 000082: '9S3 SISSy ep 09SIDUDIJ ODS IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (58):41-63, 27 fev. 1981 62 MELLO, H. F. & MENEGHETI, J. O. O) O|«a Ola er o| W o RO) || ti old n Lu Classe III Classe IV Classe VI pf Classe VI|| [e] Classe V Oo 2 EI | FIG.2 IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (58):41-63, 27 fev. 1981 Considerações sobre o uso do... 63 ESC. 1:750.000 IND: \\ A ei Klee RD 4 N po] _—. E À © : EN y ee Il Es RA ANY Nag DEM USE nus = EN Vo \ - "o „ 77 Saite, ut AS .. - Ep rod o = = Ed {= .. | a er . E E re = RR E 8 2) 1) ES OO eh WE ° N DD ce a a See, Pa) 8 = E] 0423 GC DEE a N 5 pastar > ee CE) = S = o er te = e I + o = = > .. ee SL L © = > Es a SENA 3 Fal 5 o es A RE en . = E o a ES ra RA EO ee > o > 3 “no o © = (77) 7) > L E E o É) [o] ° a fal o O = = -— Cc o o o = (e) Oo o) a E = D o o = O o (5) Oo 3 3 oO >= m 3 o log TI E [é 8] 5 = © = = = o © = o) vo O -— oO o = Se Mes) Tuenacigios = E ER u een © o-- o (2) iu J’‘o > > = 5 EB MAN m = FIG.3 IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (58) :41-63, 27 fev. 1981 A o E u Estudo sobre a alimentação da perdiz (Nothura maculosa (TEM- MINCK, 1815)no Rio Grande do Sul, Brasil (Aves, Tinamiformes, Tinamidae).* Flavio Silva** Martin Sander*** RESUMO Este trabalho apresenta uma avaliação do regime alimentar de Nothura maculosa (TEMMINCK, 1815) no Rio Grande do Sul, Brasil, registrando aspectos qualitativos e dados sobre a diversificação alimentar. Examinou-se 178 papos de perdizes abatidas por caçadores durante a temporada oficial de caça esportiva. ABSTRACT This paper presents an evaluation of the feeding regimen of Nothura maculosa (TEMMINCK, 1815) in the Rio Grande do Sul State, Brazil. It is described the quali- tative aspects and data about the feeding diversification. 178 crops of Spotted-Nothura killed by hunters during the official hunting game, have been examined. INTRODUÇÃO Desde 1975 uma equipe do Museu de Ciências Naturais da Fun- dação Zoobotânica do Rio Grande do Sul começou a estudar espécies de valor cinegético no Estado. A partir de 1977 iniciaram os trabalhos de coleta de papos de Nothura maculosa (TEMMINCK, 1815) junto às barreiras de fiscalização de caça do Instituto Brasileiro de Desenvol- vimento Florestal, na BR-116, no Municipio de Guaiba, Rio Grande do Sul, onde convergem caçadores provindos de diferentes municípios da região sudoeste do Estado. RAMBO (1956) descreve a região de origem do material como campo típico, formado por um conjunto de vegetação que se estende como um tapete constituido essencialmente por gramineas, compostas e kguminosas, existindo ainda muitas plantas com raizes em forma de bulbos pertencentes às familias liliaceas, iridäceas, amarilidáceas e oxalidäceas. * Aceito para publicação em 06/X1/1980. Contribuição FZB Nº 191. Trabalho executado com auxílios do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico — CNPq e Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal — IBDF. ** Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Caixa Postal 1188, 90.000 Porto Alegre, RS, Brasil. *** Bolsista do CNPq (Proc. 1111.4995/77) no Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (58) :65-77, 27 fev. 1981 66 SILVA, F. & SANDER, M. SERIE (1921) apresenta resultados obtidos através ‚do exame de seis papos de N. maculosa da região de General Brandzen na Argentina, ressaltando a importância de complementar as investigações sobre o alimento desta espécie, pois poderiam contribuir como fator deutilidade para a agricultura. Também GIACOMELLI (1923) e LIEBERMANN (1935) citam esta espécie como sendo ave útil para a agricultura. HEM- PEL (1949) trata sobre o conteúdo alimentar encontrado em papos e moelas de 117 exemplares de N. maculosa provenientes do Estado de São Paulo, Brasil. KUHLMANN & JIMBO (1957) tratam dos métodos, técnicas e importância da investigação sobre a flora na alimentação das aves brasileiras. JIMBO (1957 e 1962) registra diferentes espécies de vegetais utilizados como alimento por N. maculosa, fazendo uma análise qualitativa e quantitativa do conteúdo gástrico de exemplares coletados em diferentes époças do ano, na região de Boa Esperança do Sul no Es- tado de São Paulo. ARAVENA (1927) examinou 14 conteúdos gástricos de N. maculosa de Buenos Aires, Argentina. ZOTTA (1934 e 1940) examinou três exemplares de N. maculosa da região de Entre Rios e Buenos Aires. BUMP & BUMP (1969) apresentam proporções entre alimento animal e vegetal, listando espécies. encontradas e dados sobre a fregüen- cia destes alimentos em diferentes estações do ano na Argentina. BONETTO et alii (1960) referem-se à influência do consumo de alimento de N. maculosa, com especial atenção à atividade entomófaga desta espécie, em relação à agropecuária da região de Santa Fé na Ar- gentina. SCHUBART et alii (1965) em estudos de conteúdo gástrico de aves brasileiras, também referem-se à alimentação de N. maculosa de um exemplar coletado em Minas Gerais e dois no Estado do Rio de Janeiro. GRIGERA (1973) examinou material gástrico de 54 exemplares de N. maculosa, mostrando a variação do consumo de alimento animal e vegetal nas diferentes épocas do ano em Buenos Aires. Neste trabalho pretende-se fornecer informações que possibilitem o manejo da espécie N. maculosa, no que se refere à alimentação. MATERIAL E MÉTODOS Os papos examinados foram retirados de perdizes trazidas por caçadores em exer- cicio da caça amadorista no Estado do Rio Grande do Sul, nos períodos de caça regu- lamentar (outono e inverno) de 15 de maio à 31 de julho de 1977 e 1978. Entre às peças trazidas, escolheu-se as que possuiam papos cheios de material alimentar. Seccionou-se o esôfago superior e inferior ao papo de maneira que o conteúdo ficasse contido no órgão. Após a retirada e etiquetagem, todos os papos foram acondicionados em vidros com ca- pacidade de 150ml contendo álcool 70%. 25 IHERINGIA. Ser. Znol., Porto Alegre (58) :65-77, 27 fev. 1981 Estudo sobre a alimentação da... 67 O exame e separação do papo foi realizado com auxílio de um microscópic estereos- cópico, marca Carl Zeiss. Para a determinação de vegetais recorremos à Equipe de Tec- nologia de Sementes do Instituto de Pesquisas Agronômicas do Rio Grande do Sul, ao Núcleo de Vegetais Superiores e Intermediários do Museu de Ciências Naturais da Fun- dação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, ao Herbário Anchietano da Universidade de Vale do Rio dos Sinos. O conteúdo de origem animal teve auxílio na determinação pelos Núcleos de Invertebrados Superiores e Inferiores do Museu de Ciências Naturais da Fun- dação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. RESULTADOS Entre 178 papos de N. maculosa examinados, ficou constatado que 8 (46,07%) continham somente alimento vegetal, 8 (4,50%) somente alimento animal e 88 (49,43%) continham alimento misto, constituído de porções de alimento animal e vegetal (Figura 2). Dos 82 papos que continham somente alimento vegetal, 7 conti- nham fragmentos minerais. Dos 83 papos com alimento misto em 12 en- controu-se fragmentos minerais. Em papos que continham somente alimento animal não foram encontrados fragmentos minerais. O alimento de origem animal é constituido na maior parte por in- setos, totalizando uma frequência de 83,08% dos papos examinados. Aracnideos tiveram uma fregiiência de 13,53%, diplópodos 1,87%, moluscos 0,75%, quilópodos e crustáceos 0,37% (Figura 3). As ordens e familias de animais encontrados nos papos são apresentadas na tabela 1. Dos 8 papos que somente continham alimento animal, em 6 deles foram encontrados apenas carrapatos com o abdomen intumescido, apresentando uma media de 17 individuos por papo, totalizando 105 carrapatos em perdizes abatidas no mês de junho. O alimento animal procurado por N. maculosa se apresenta quase na totalidade sob a forma de adultos. Crisálidas foram encontradas em 10 papos. Ninfa de hemiptero, (Nezara viridula (LINNAEUS, 1758), foi encontrada em um papo e, em outro, uma de ortóptero (Acrididae). Lar- vas de coleópteros (Carabidae e Elateridae) em um papo, larvas de le- pidópteros (Arctidae e Geometridae) em um papo, noctuídeos em quatro papos e lepidópteros não identificados em dois papos. Posturas ou ovos de aranhas foram encontrados em dois papos e de mantideos (louva-a- deus) em 10 papos. As posturas de mantideos foram encontrados sempre presasafolhasou pequenos galhos de vegetais. Do conteúdo de origem vegetal a maior parte eram gramineas (88,15%). As papilionáceas totalizaram 27,36%, oxalidáceas 10,78%, malväceas 9,21%, compostas 2,10%, convolvuláceas 1,31%, amarili- daceas 1,5%, solanáceas 0,52% e ciperáceas 0,26%. Algumas formas de IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (58):65-77, 27 fev. 1981 68 SILVA, F. & SANDER, M. sementes, bulbos, restos de frutos e folhas não determinados, totali- zaram 9,21% (Figura 4). Do alimento vegetal 82,89% eram sementes. Frutos foram encon- trados em 10 papos sendo que 9 continham Oxalis sp. e 1 Solanumsp.. Folhas foram encontradas em 44 papos examinados, sendo que as de Oxalis sp. (65,90%), sempre estavam inteiras, e o restante das folhas em forma de fragmentos. Bulbos foram encontrados em 9 papos, 4 contendo Alstroemeria sp., 3 com Oxalis sp. e 2 não determinados. As sementes de Oryza sativa LINN. (arroz) geralmente estavam em início de germinação, e em alguns papos haviam até 310 sementes. Os 39 papos que continham sementes de Glycine max MERR. (feijão-soja), pertenciam a perdizes abatidas no periodo de maio a julho. As espécies de vegetais encontradas são apresentadas na tabela 2. COMENTÁRIOS A alimentação da perdiz (N. maculosa) é bastante variada, e por serem aves essencialmente terrestres a origem do alimento é de camadas próximas do solo. HEMPEL (1949) referindo-se à alimentação das perdizes concluiu que o alimento animal é mais abundante que o alimento vegetal. JIMBO (1962) constatou que no inverno a alimentação da perdiz é mais vegetal do que animal, embora a frequência de papos que continham alimento animal fosse de 70%. Dai resulta a importância de realizar análise volumétrica do conteúdo alimentar, pois uma fregiiência baixa de ali- mento encontrado pode indicar um volume maior de alimento consu- mido, em relação a um alimento encontrado com grande fregiiência. SCHUBART et alii (1965) -encontraram um maior número de exemplares de formigas e coleópteros consumidos por perdizes. GRIGERA (1973) encontrou uma maior proporção de alimento vegetal em papos examinados nos meses de outono e inverno. Os ve- getais mais frequentes nesta época foram as gramíneas (38,15%) e papilionáceas (27,36%) e as formas mais consumidas foram as sementes. BONETTO et alii (1960) apresentaram como sendo o alimento vegetal mais frequente as formas de sementes pertencentes a gramineas e o alimento animal constituido preferencialmente por ortópteros. Dos 117 papos de N. maculosa examinados por HEMPEL (1949), 109 haviam ingerido alimento misto e os restantes, somente alimento vegetal. O alimento animal encontrado nos papos estudados por este autor era formado principalmente por ortópteros, lepidópteros, formi- IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (58):65-77, 27 fev. 1981 Estudo sobre a alimentação da... 69 cideos e o alimento vegetal estava constituído por sementes de grami- neas, em grandes quantidades, e de leguminosas (Desmodium sp. e Sida sordifolia LINN.). LIEBERMANN (1935), GIACOMELLI (1923), SERIE (1921), BONETTO et alii (1960), KUHLMANN & JIMBO (1957) e GRIGERA (1973) concluiram que N. maculosa é uma ave importante para a agricul- tura e a pecuária porque se alimenta de espécies nocivas, como ortóp- teros, formicideos, coleópteros, homópteros, larvas de lepidópteros e carrapatos. Nos resultados obtidos o número de vezes que foram encon- trados ortópteros, formicideos, homópteros (Cicadellidae) e carrapatos é significativo. Também na composição do alimento vegetal, frequente- mente sementes de Sida sp. (guanxuma), Echinocloa sp. (capim-arroz) e Desmodium sp. (pega-pega) foram encontrados. As sementes de Oryza sativa (arroz) e Glycine max (feijão-soja) apareceram frequentemente em papos no periodo de maio a junho. CONCLUSÕES Na dieta alimentar de N. maculosa, durante outono e inverno, os vegetais ocupam a maior porcentagem em relação à frequência, sendo as sementes de gramíneas as que mais salientam-se, seguidas pelas semen- tes de papilionáceas. O alimento de origem animal apresenta uma baixa porcentagem em relação à frequência dos vegetais. Dos grupos animais mais encontrados, os insetos na forma adulta são os mais frequentes. AGRADECIMENTOS Agradecemos pelos auxilios prestados na determinação dos vegetais ao Dr. Aloysio Sehnem do Herbário Anchietano da Unisinos, à pesquisadora Olinda L. Bueno do Núcleo de Vegetais Superiores e Intermediários do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul; à Ana M. Formosa e Cleveison S. Borla, dirigentes da Equipe de Tecnologia de Sementes da Secretaria da Agricultura. Na determinação dos animais agradecemos aos pesquisadores Arno Antonio Lise, Tania Heloisa de A. Arigony, Hilda Alice de O. Gastal, Erica Helena Buckup do Núcleo de Invertebrados Superiores e Vera Lucia L. Pitoni do Núcleo de Invertebrados Inferiores do Museu de Ciências Naturais; a Cesar Trois pela determinação das larvas. Aos membros da equipe do Projeto Pró-fauna pelos auxílios nas coletas de material e por toda a colaboração e apoio no desenvolvimento deste trabalho. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (58):65-77, 27 fev. 1981 70 SILVA, F. & SANDER, M. BIBLIOGRAFIA ARAVENA, R.O. 1927. Notas sobre la alimentacion de las aves. Hornero, Buenos Aires, 4(1):38-49. BONETTO, A.; PIGNALBERRY, C.; SAPORITO, P. 1960. A cerca de la alimentacion de Nothura maculosa nigroguttata (Salvadori), con especial referência a su actividad entomöfoga. Physis, Buenos Aires, 22(63):53-60. BORROR, D.J. & DeLONG, D.M. 1969. Introducaoaoestudodosinsetos. São Paulo. Edgar Blücher. 653p. 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ESSES Insecta Coleoptera Carabidae Chrysomelidae Cureulionidae Elateridae Scarabaeidae Scolytidae Staphylinidae Desconhecidos Gelastocoridae Lygaeidae Pentatomidae Hemiptera Acledra sp. Nezara viridula Pyrrhocoridae Dysdercus sp. Desconhecidos Acrididae Blatteridae Gryllidae Mantidae Orthoptera Arctiidae Geometridae Noctuidae Desconhecidos Lepidoptera Hymenoptera Homoptera Cercopidae Cicadellidae Desconhecidos Bibionidae Desconhecidos - ee Arachnida Aranene ‚Araneidae 2 Lycosidae a Salticidae 1 opa ran Gastropoda Stylommatophora | Bulimulidae Bulimulus sp. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (58) :65-77, 27 fev. 1981 Estudo sobre a alimentação da... .73 Tabela 2 Relacäo de especies vegetais encontradas em papos de Nothura maculosa sob forma de sementes (9 , frutos (Fr), folhas (Fo), bulbos (B) e frequência. FAMÍLIA ESPÉCIE Avena sativa Amaranthus sp. Brachiaria plantagina Bromus catharticus Cyperus sp. Digitaria abscendens Digitaria sp. Echinochloa sp. Oryza sativa Panicum sp. Paspalum dilatatum Paspalum notatum Setaria vaginata Setaria geniculata Setaria sp. Sorghum vulgare Triticum aestivum Zea mays Desconhecidos Papilionaceae Desmodium sp. Glycine max Stylosanthes sp. Vigna sinensis Desconhecidos Convolulaceae Ipomea grandifolia Ipomea sp. Compositae Bidens pilosa Desconhecidos DINHO HONHODH HH MW oo DD w O »BP°} Malvaceae Sida sp. Pavonia sp. Desconhecidos * Er DE Desconhecidos IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (58):65-77, 27 fev. 1981 SILVA, F. & SANDER, M. Esquema do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. st a x | | | | | Figura 1 - Mapa do Rio Grande do Sul. Número de papos examinados dos respec- | ir | IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (58) :65-77, 27 fev. 1981 tivos Munic Estudo sobre a alimentação da... 75 50 Est Alimento misto (animal e vegetal) IM Alimento vegetal [__] Alimento animal 25 Porcentagem do alimento Tipo de alimento Figura 2 — Tipo de alimento encontrado em 178 papos de Nothura maculosa. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (58):65-77, 27 fev. 1981 76 SILVA, F. & SANDER, M. o E Insetos E m O (6) É E ES aracnídeos E 7 É [+ e] Diplópodos = 50 E [__] Moluscos Q eg | e - [7 Quilöpodos e e ME E Ristaceos a Classes animais Figura 3 — Animais encontrados em 178 papos de Nothura maculosa. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (58):65-77, 27 fev. 1981 Demo estimo o Cliocaag o Ci O SO 50 [1] Gramineae IT] Popitionaceae 3 [O ] Oxalidaceae - o 3 ES Malvaceae HEM Restos n/identificados 2 [ em o E o o oO 25 “E o o) = [o o e (o) a SOIOZOIOZOZSO | Compositae Convouvulaceae [e] Amarylidaceae [|] Solanaceae EH Cyperacece Família dos vegetais Figura 4 — Vegetais encontrados em 178 paposdeNothuramaculosa. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (58):65-77, 27 fev. 1981 42 einlepsy ach oillmoa dad ara PEL qo Contribuição ao conhecimento da biologia do papagaio charão, Amazona pretrei (TEMMINCK, 1830) (Psittacidae, Aves).* Flávio Silva** RESUMO São relatadas observações sobre deslocamento de Amazona pretrei (TEMMINCK, 1830) dentro do Estado do Rio Grande do Sul e estimativas do número total de indiví- duos observados na Estação Ecológica de Aracuri, no município de Esmeralda. É feita a descrição de dois ninhos e ovos, encontrados na Serra do Sudeste do Rio Grande do Sul. ABSTRACT This paper presents the results of observations of movements of “Amazona pretrei, (TEMMINCK, 1830) and an estimation of the total number of individuals observed on the Ecological Station of Aracuri, in Esmeralda locality, Rio Grande do Sul State. The description of two nests and eggs found in the Serra do Sudeste of Rio Grande do Sul State are presented. INTRODUÇÃO O papagaio charão, Amazonapretrei (TEMMINCK, 1830), segun- do SCHAUENSEE (1966) ocorre no sudeste do Brasil, de São Paulo até o Rio Grande do Sul, e no nordeste da Argentina, em: Missiones. Tem alguns registros para o Uruguai, mas ainda sem confirmação segundo CUELLO & GUERZENSTEIN (1962). GORE & GEPP (1978) não o in- cluem na lista de aves do Uruguai. PINTO (1978) cita como distribuição atual o extremo sul do Brasil (Rio Grande do Sul). SICK (1969) coloca esta espécie na lista das aves brasileiras ameaçadas de extinção FOR- SHAW & COOPER (1977) acham que a espécie não está em perigo imediato de extinção, desde que haja preservação adequada das florestas de Araucaria angustifolia (BERTOLO. KZE). Neste trabalho pretende-se fazer uma descrição de dois ninhos e de dois ovos de A. pretrei com algumas considerações sobre a situação da sobrevivênvia da espécie no Rio Grande do Sul, Brasil. * Aceito para publicação em 05/X11/1980. Contribuição FZB, Nº 194. Trabalho realizado com auxílio recebido através de convênio com o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal. — IBDF. ** Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Caixa Postal 1188, 90.000 Porto Alegre, RS, Brasil. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (58) :79-85, 27 fev. 1981 80 SILVA, F. MATERIAL E MÉTODOS Desde 1975, A. pretrei tem sido observado em várias localidades do Rio Grande do Sul. Através de informações prestadas por muitas pessoas que residem no meio rural e observações próprias, obteve-se notícias de que nidificam em várias localidades do Es- tado. Em uma destas regiões foram realizadas seis excursões em três anos consecutivos. Na localidade de Muitos Capões, no município do Esmeralda foi criada a Estação Eco- lógica do Aracuri, local onde os papagaios reunem-se de maio a junho para dormir. Esta Estação é administrada pelo Núcleo Interdepartamental de Estudos de Ecologia-NIDECO, do Instituto de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Neste trabalho são descritos dois ovos coletados em dezembro de 1979 que estão conservados em álcool etílico a 70% na coleção do Museu de Ciências Naturais. Os locais onde se encontravam os ninhos foram fotografados e descritos. Para tomar as medidas necessárias às descrições dos ninhos e substratos foi usada uma fita métrica e um pa- quimetro para medir os ovos. RESULTADOS E COMENTÁRIOS Durante as observações de campo realizadas em várias regiões do Estado do Rio Grande do Sul, foi possível verificar que A. pretrei des- loca-se muito durante o ano, mas para observá-lo com maior frequência, as regiões mais indicadas são: Campos-de-cima-da-serra, Planalto e Serra do Sudeste. (Fig. 1). - a)Deslocamento no Estado: No outono e início do inverno, como menciona IHERING (1887), é possível encontrá-lo em grandes bandos nos Campos-de-cima-da-serra, onde ainda existem capões com predominância de Araucaria angustifolia. Num destes capões no municipio de Esmeralda, onde hoje é a Estação Ecológica do Aracuri, FORSHAW & COOPER (1977) mencionam que em 1971 observaram, ao anoitecer, bandos de milhares de indivíduos, es- timados aproximadamente entre 10.000 a 30.000 papagaios. No mesmo periodo do dia, de 11 a 14 de maio de 1972, William Belton (informações pessoais), estimou que o total de papagaios não chegaria a 10.000; de 24 a 26 de maio de 1975 o autor esteve no mesmo local e o número esti- mado foi inferior a 5.000. Em 13 de julho de 1980, também ao entar- decer, a estimativa foi de 1.000 individuos aproximadamente. Os mo- radores desta região do Estado e da Serra do Sudeste, são unânimes em informar que os bandos de charão estão diminuindo com o passar dos anos. Sabe-se, também através destas informações, que a reunião em bandos grandes, para pernoitarem em capões de araucária nos Campos- de-cima-da-serra acontece em outros locais durante os meses de maio a junho. Em outras estações do ano 4. pretrei pode ser visto em bandos por várias regiões do Rio Grande do Sul, à procura de frutos silvestres como de pinheirinho (Podocarpus lambertii KL.), no verão, gabirova IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (58):79-85, 27 fev. 1981 Contribuição ao conhecimento da... 81 (Campomanesia sp.) e guabijü (Eugenia pungens BERG.). Em 7 de outubro de 1975 foi observado um bando de 15 individuos que comiam frutos de cinamomo (Melia sp.) em Cruz Alta. Em fevereiro de 1979 Walter Voss (informações pessoais) observou bandos que estavam co- mendo frutos de pinheirinho (Podocarpus lambertii) no município de São Francisco de Paula, sendo que nestes haviam muitos indivíduos com plumagem de subadultos. IHERING (1887), menciona a existência de bandos de charões em colônia do Mundo Novo, hoje município de Taquara, nos meses de mar- ço e abril que, segundo ele, estariam voltando de uma migração para o Sul, iniciada em janeiro. A partir das observações de diferentes pontos do Estado, em diferentes estações do ano, supõe-se que após a reunião em grandes ban- dos, nos capões de araucária dos Campos-de-cima-da-serra, durante o outono, A.pretrei distribui-se em pequenos grupos por outras partes do sul do Brasil. Na primavera, os individuos que se acasalam vão procriar em regiões que ainda possuem matas altas, como por exemplo, Rincão dos Melos, Santana da Boa Vista (Serra do Sudeste). Os individuos que não procriam permanecem em bandos pequenos, também em locais de matas altas. Após o período de procriação, jovens e adultos reúnem-se em grandes bandos e movimentam-se por regiões com florestas nativas que forneçam frutos dos quais se alimentam. No inverno, quando os frutos nativos são mais escassos, ficam distribuídos em bandos menores em várias regiões. Nós últimos anos as áreas com florestas nativas foram grandemen- te desflorestadas. Atualmente as maiores áreas do Estado do Rio Gran- de do Sul cobertas com florestas nativas estão em alguns parques e reservas, estaduais ou federais, ou nas encostas ingremes de vales dos maiores rios. Infelizmente as áreas com florestas nativas tendem a di- minuir cada vez mais, devido ao alto preço da madeira. A caça furtiva e predatória, a captura para mantê-los em cativeiro, por certo muito con- tribui para um decréscimo dos charões. Segundo BERLEPSCH & IHERING (1885) já nesta época os agricultores atiravam com espingar- da em bandos de charões com a esperança de ferir levemente, uma ou outra ave, para conserva-las em cativeiro. Hoje em dia, em todas regiões onde sabe-se que a espécie procria, os moradores relatam nomes de pes- soas que retiraram filhotes de charões de ninhos e criaram-os em casa. Para garantir a perpetuação da espécie A. pretrei, as providências mais acertadas seriam a criação de mais áreas de preservação natural per- manente e a reprodução em cativeiro. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (58):79-85, 27 fev. 1981 82 SILVA, F. b)Nidificacäo: Na primavera (outubro, novembro e dezembro) através de infor- mações e observações, tem sido constatado movimentos de procriação nas regiões do Planalto Médio, Alto Uruguai de acordo com SICK (1969), Campos-de-cima-da-serra, Encosta Superior do Nordeste, Encosta In- ferior do Nordeste, Depressão Central e Serra do Sudeste (observações do autor). Atualmente o maior número de informações de nidificação são das localidades de Serra dos Vargas e Rincão dos Melos, no municipio de Santana da Boa Vista, na Serra do Sudeste. Neste local (Serra dos Vargas), de 10 a 14 de dezembro de 1979 foram encontrados dois ninhos “dos quais fez-se a descrição. Ninho nº 1: situado em uma árvore (chá-de-bugre, Casearia sp.) com 14 m de altura aproximadamente, dentro da mata, na encosta do vale de um riacho, em um oco de 51 cm de profundidade da entrada à superficie côncava do ninho. Após retirado o material que estava dentro do oco, este ficou em 70 cm de profundidade. O orifício da entrada parecia de forma circular e tinha 10 cm de diâmetro. O diâmetro interno do oco mediu 11 x 17 cm, mais ou menos igual em toda a extensão. A entrada do ninho estava situada a 10m do solo em uma curva do tronco. Parece que a origem do oco foi a cicatriz de um galho que desprendeu-se. Até o presente não obteve-se notícias de que A. pretrei nidificasse em Araucaria angustifolia. Material do ninho: no fundo do oco existiam pedaços de cipös muito finos, de coloração preta, farelos de casca de árvores e pedaços de troncos podres. Havia também pedaços de gravetos e pedaços de um ovo em decomposição. Os farelos de madeira, provavelmente foram retirados da própria árvore onde estava o ninho, devido a sua semelhança em cor e consistência com a madeira do tronco. Pela narrativa de um morador do local, três ou quatro semanas an- tes foram retirados deste ninho dois filhotes ainda sem penas, um maior do que o outro. Como além dos dois filhotes havia no oco restos de um ovo com material vitelinico, pode-se supor que a ninhada era de três ovos. Devido a diferença de tamanho dos dois filhotes, supõe-se que o choco tenha iniciado após a postura do primeiro ovo. Ninho nº 2: localizado em um oco de pau-de-sabão (Quillaja bra- siliensis MART) à 10 m do solo em uma curva do tronco principal da är- vore, onde havia um galho que já se desprendera (Fig. 2). A entrada do oco tinha na parte mais larga um diâmetro de 19 cm e a profundidade até o ninho era de 57 cm. A árvore estava no meio da mata, em uma en- costa do vale de um riacho. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (58):79-85, 27 fev. 1981 Contribuição ao conhecimento da... 83 Material do ninho: no fundo existiam folhas, farelos de madeira retirados do próprio tronco, partes de musgos semelhantes aos que revestiam o tronco da árvore, e algumas penas. Foram encontrados dois ovosnoninho. Neste ninho, a pessoa que o localizou afirma ter surpreendido um papagaio charão adulto sobre dois ovos. Os ovos tinham formato oval, cor branca, medindo: um 35,4 mm de comprimento x 26,7 mm no diâmetro maior, e o outro 38,1 mm de comprimento x 26,2 mm no diâmetro maior. Estes valores assemelham-se aos mencionados por BOND & SCHAUENSEE (1943) para 4. tucumana (CABANIS, 1885). CONCLUSÕES Pelas informações e observações obtidas sobre épocas de nicifi- ção de Amazona pretrei no Rio Grande do Sul, concluiu-se que procrie durante a primavera, iniciando as atividades em outubro e terminando em dezembro. Nidifica em ocos de árvores dentro da mata alta. E uma espécie realmente ameaçada de extinção que deve ser melhor estudada e observada. E necessário a criação de mais reservas de preservação per- manente para que a espécie possa sobreviver. BIBLIOGRAFIA BERLEPSCH, H. von & IHERING, H. von 1885. Die Vögel der umgegend von Taquara do Mundo Novo, Prov. Rio Grande do Sul. Zeitschr. f. ges. Ornith, Budapest. p.1- 88. BOND, J. & SCHAUENSEE, R.M. 1943. The birds of Bolivia. Part. II Philadelphia, Academy of Natural Sciences. 95, p.167-221. CUELLO, J. & GERZENSTEIN, E. 1962. Las aves del Uruguai. Lista sistemática, dis- tribuição y notas. Comun. Zool. Mus. Hist. Nat. Montev., Montevidéo, 6(93):1-191. FORSHAW, J.M. & COOPER, W.T. 1977. Parrots of the world. Melbourne, Landsdowe. 584p. FORTES, A.B. 1979. Compêndio de Geografia geral do Rio Grande do Sul. 6. ed. rev. amp. Porto Alegre, Sulina. 97p., il. GORE, M.E.J. & GEPP, A.R.M. 1978. Las aves del Uruguai. Montevidéo, Mosca Hnos. 283p. 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Zool., Porto Alegre (58):79-85, 27 fev. 1981 Contribuição ao conhecimento da... 85 Fig. 2 Desenho esquemático da localização do ninho nº 2, de Amazona pretrei (TEM- MINK, 1830), em Santana da Boa Vista, Rio Grande do Sul. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (58) :79-85, 27 fev. 1981 ma o en a ma di nto i ‘ E em petit py q do 5 ee rn a ep A [a ab Big penteado (OR E IHERINGIA é o periódico de divulgação de trabalhos científicos inéditos do Museu de Ciências Naturais, Jardim Botânico e Parque Zoológico da FZB. E publicado em quatro séries: BOTÂNICA, ZOOLOGIA, ANTROPOLOGIA e GEOLOGIA. Cada série é editada em fasciculos com numeração corrida independente, podendo conter um ou mais artigos. O periódico em seu todo ou cada uma das séries individualmente é distribuído a Instituições congêneres em regime de permuta. Mediante entendimento prévio pode também ser enviado a cientis- ta e demais interessados. IHERINGIA is the official scientific periodical of the ''Museu de Ciências Naturais”. Its aim is the publishing of reports elaborated by the scientific staff of the three joining Instituts of “Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul”, the Museum of Natural Sciences, the Botanical Garden and the Zoological Park. Articles from other national and foreign Institutions researchers may be accepted. Emphasis is given to articles dealing with the flora, the fauna and the natural resourses of Rio Grande do Sul State. IHERINGIA is issued in four series, Botany, Zoology, Anthropology and Geology. Each series is issued in fascicles consecutively numbered and may contain one er more articles. IHERINGIA as a whole or as a separate series, is distributed to similar scientific Institutions on an exchanging basis and may also be available to scientists and other interested parties on pre- viours arrangements. RECOMENDAÇÕES AOS AUTORES: 1. Os manuscritos devem ser encaminhados ao Editor, através de ofício, podendo ser aceitos a cri- tério da Comissão Redatorial, ficando sua publicação condicionada a autorização do Diretor- Superintendente da FZB. 2. Terão prioridade os artigos dos pesquisadores do Museu de Ciências Naturais, Jardim Botânico e Parque Zoológico da FZB. A juizo, podem ser aceitos ertigos de pesquisadores de Instituições nacionais ou estrangeiras cujas investigações versem preferencialmente sobre assuntos relacio- nados à flora, à fauna e os recursos naturais do Rio Grande do Sul. 3. Os artigos em língua postuguesa devem ter um resumo em língua estrangeira e os em língua es- trangeira (alemão, inglês, espanhol, italiano e latim) devem ter, obrigatoriamente um resumo em português. 4. Os originais devem ser apresentados em 2 vias datilografadas em espaço dois, com margens mínimas de 2 cm, sem emendas, em papel branco (tamanho oficiai A-4:21x29,7 cm), utilizando-se um só lado da folha. 5. Todas as folhas devem ser numeradas na margem superior direita, com numeração corrida e rubricadas pelo autor ou ao menos por um dos autores. 6. Os nomes científicos de gênero e dos “taxa” infragenetricos deverão ser sublinhados com um traço ondulado. 7. O titulo geral do trabalho, o nome do autor, os eventuais subtitulos bem como as palavras latinas ou gregas usadas no texto devem ser sublinhados com um traço reto. 8. Os nomes de autores citados no trabalho, inclusive os constantes das referências bibliográficas (bibliografia consultada) devem ser escritos com letras MAIUSCULAS 9. As referências bibliográficas deverão estar dispostas em ordem alfabética e cronológica, deniro das normas da NB-66 da ABNT, salvo a indicação do ano de publicação que deverá seguir o nome do autor, obedecendo a seguinte ordem de elementos: a) Para artigos de periódicos: sobrenome do autor seguido das iniciais do(s) prenome(s), ano do trabalho, título do trabalho, nome do periódico (sublinhado com um traço reto e abreviado de acordo com o “World List of Scientific Periodicals”) local, volume (em algarismos arábicos e sublinhado), número ou fascículo (entre parênteses) seguido de dois pontos, página inical e final. 10. 11. 12. 13. 14. 15. Ex.: FRENGUELLI, J. 1925. Diatomeas de los arroyos del Durazno y en las Brusquitas en los arredores de Miramar. Physis, Buenos Aires, 8(29):19-79. set. 2est. b) Para livros: sobrenome do autor seguido das inicias do(s) prenome(s), ano da edição, titulo do livro (sublinhade com um traço reto), edição (em número arábico, seguido de ponto e da abreviatura no idioma da edição), local, editora número de páginas (seguida de p.), número de volumes (seguida de v.) ou então, páginas consultadas ou número do volume consultado (precedidos de p. e v. respectivamente). Ex.: SANTOS, E. “1952. Da ema ao beija-flor. 2. ed. rev. ampl. Rio de Janeiro, F. Briquiet. 335p. Desenhos, fotos, mapas e gráficos devem ser citados como fig., com numeração corrida, em al- garismos arábicos. O editor distribuirá as figuras do modo mais econômico, sem prejudicar sua apresentação, respeitando quanto possível as indicações do autor. Todas as tabelas e figuras devem ter titulo claro, conciso e, se necessário, com explicações breves que possibilitem seu entendimento sem consultas ao texto. Este título, bem como as legendas, se houver, devem vir em folhas a parte. Os desenhos gráficos e mapas devem se feitos a nanquim preto, preferencialmente em papel vegetal e as fotografias nos tamanhos que permitam a redução para o máximo de 17cmxllcm. As ilustrações a cores devem ser combinadas previamente e seu custo fica a cargo do autor. Os artigos, sempre que possível, devem compreender os seguintes tópicos: Título; Nome do autor (es); Referências do artigo (data de aceitação para publicação, etc) e do autor (local de trabalho e endereço); Resumo (conforme item 3); Introdução; Material e Métodos; Resultados e/ou Discus- são: Conclusões; Agradecimentos; Bibliografia Consultada ou Referências Bibliográficas. A correção das provas tipográficas será, sempre que possivel, de responsabilidade do autor. Os autores que tiverem interesse em separatas de seus artigos deverão solicitá-las por ocasião do encaminhamento dos originais ao Editor e arcar com as despesas correspondentes. Prof. Dr. Amo Antonio Lise EDITOR ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA COMISSÃO REDATORIAL (Mailing Address) Museu de Ciências Naturais Thales a a Caixa Postal 1188 Inga L.V. Mendes a Hilda Alice de O. Gastal a en RS Moema Leitäo de Araujo Vera Lucia L.Pitoni ENDERECO PARA PERMUTA (Address for exchange) Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul Biblioteca Caixa Posta 1188 90.000 Porto Alegre, RS Brasil Concluiu-se esta edição em fevereiro de 1981 “PROVAS REVISADAS PELO CLIENTE” Composição, impressão e acabamento: \GRAFOSUL) Indústria Gráfica e Editora Ltda. Rua Gen. Vitorino, 41 — Porto Alegre — RS Fones: 21-5566 e 25-8079 k Rua Monsenhor Veras, 678 — Porto Alegre — RS Fones: 23-0523 e 23-5512 E x 5 fi t a 3 Be A Dam e ie a . DR 4 2 mes N, Ma p rn A Bay 2 ne Re E da o série Zoologia BL ISSN 0073-4721 GASTAL, H.A. de O. et ali — Diversidade e similaridade de comunidades de Pentatomidae (Hemiptera) cap- turados com armadilha luminosa na Grande Porto Do UR ARO UM RD a Gs cus regresse ss ds senrs p. 5 RIBEIRO, C.V. et ali — Fauna espongológica e mala- cológica bêntica da Lagoa Negra, Parque Estadual de RR EEE ARRANCA MS EMMA, a ren mse mess corarina css p.13 VOSS, W.A. et ali — Constatação e observação de uma população residual de Blastocerus dichotomus (ILLIGER, 1811) (Mammalia, Cervidae) ............ p.25 CHITOLINA, O.P. & SANDER, M. — Contribuição ao conhecimento da alimentação de Alouatta guariba clamitans CABRERA, 1940 em habitat natural no Rio Grande do Sul (Cebidae, Alouattinae) ............... p.37 GROSSER, K.M. & HAHN, S.D. — Ictiofauna da Lagoa Negra, Parque Estadual de Itapuä, Municipio de Viamão, Rio Grande do Sul, Brasil ................. p.45 MENEGHETI, J.O. — Observações preliminares sobre o acasalamento e recrutamento em Nothura maculosa (TEMMINCK, 1815) (Aves, Tinamidae) no Rio Gran- Ra RT 1 RE E O PRE a VS E p.65 SILVA, M.C.P. da & THOME, J.W. — Primeiro registro de Littoridina piscium (ORBIGNY, 1835) (Prosobran- chia, Hydrobiidae) para o Rio Guaíba e Delta do REN E IE ss ses RN RAU NEE p.77 SILVA, F. & FALLAVENA, M.A.B. — Estudo da avi- fauna do Parque Estadual de Itapuä, Rio Grande do Sul: Biologia e anilhamento.............zerrcun000. p.89 Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul Publicado com o auxílio da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), Convênio B/29/79/018/00/71. FUNDAÇÃO ZOOBOTÂNICA DO RIO GRANDE DO SUL Entidade de direito privado, instituída pela Lei Estadual nº 6497 de 20/12/72. ZUOBUITZNEH (Supervisionada pela Secretaria de Estado da Agricultura). Governador do Estado JOSE AUGUSTO AMARAL DE SOUZA Secretário de Estado da agricultura BALTHAZAR DE BEM E CANTO Presidente da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul JOSE WILLIBALDO THOME Diretoria da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul Diretor-Superintendente E JOÃO PEDRO RANQUETAT PAPALEO Diretores-Executivos do Jardim Botânica — MARTA ELENA FABIAN do Museu de Ciências Naturais — HERACLIDES SANTA HELENA do Parque Zoológico — HELIO FERNANDO SARAIVA Impresso com autorização e sob a responsabilidade do Diretor Superintendente da FZB (alínea d), art. 14, dos Estatutos — Decreto RS nº 22.683/73). NOV 3 LIBRARIES APRESENTAÇÃO “O presente número da Iheringia zoologia constitui uma edição es- pecial patrocinada pela Financiadora Nacional de Estudos e Projetos (FINEP) dentro do Convênio nº B/29/79/018/00/71 — FINEP — FZB. Este convênio visou a realização de um projeto com que os biologistas da FZB iniciaram o aprofundamento da pesquisa dos recursos naturais na Região da Grande Porto Alegre, atendendo a recomendações contidas na obra: “Preceituação ecológica para preservação de recursos naturais na Região da Grande Porto Alegre”, editada pela FZB em 1976. O trabalho tinha por meta, não só qualificar mas iniciar a quantificação do conhecimen- to para certos grupos e ecossistemas dentro da área. Parte dos resultados obtidos são oferecidos nesta edição. Os zoólogos da FZB dedicam, neste momento, o trabalho realizado à comunidade metropolitana mas, mais particularmente, aos professores de ciências bio-ecológicas de todos os níveis, da escola secundária ao de pös- graduação, esperando que se distanciem cada vez mais os dias em que se tinha de exemplificar a teoria zoológica com nomes da fauna estrangeira. E é feita esta dedicatória dentro do pensamento de que só se preserva o que se ama e só se ama, verdadeiramente o que se conhece. Neste sentido aquele professor será sempre o elemento indispensável, alavanca mestra, talvez, no processo de conscientizar uma comunidade sobre a natureza que a cerca”. Prof. Drº. Cecilia Volkmer Ribeiro — Coordenador Científico do Convênio — Gowenedor a de RO | JUBE . UOUSTO AMAHAL e eba A io SE NEN OAQATUIBANTA REL dis 8 - u úligão eu insitemng aigolõos nani! ato crio à E RR. pre Er toa A At: ts een, ER “ ; saseigolotd 80 Up mon ost torg en un ot E Eat alesirtão sont eob neiapmag osmmcenbirirtoncçãa O pança Bi Bahnen pu ed a abnebneıs ‚opeld. na bau IE oh AyATIEENIG MBA EN va au: ee a er ir N en sob ae ferra ab einge“ ancadelssuss 8 pa «of giba arean po to É sheiilenh örlledınd o „wii serto ao anil 5% abá sb espantosa 48 A ope gas. cedro omelami sogen Rd | sh DM kirubrir9e® Ara aa Wi pe A no avi ns baib sa ein say ahead malanme go he obesa ‚ol rola artes Schrei bs enem üros moigóivos sixtal 3” Lourtis 2,7088 BR Te nn ei alte Abi Rr) sa ige “iaabrosy amo 98 pis ee 8 fdp EEE nisi er, E “ais Sup) aSesUjaa esdos ati sera wine: ÜNretsae e CEM tie ii é od TA dE colo pude ni De EM N + ER do Esteio: derramado vire e HERAULIDES AR): do Prem Zonlägien — HELIO PR UR AN 2. SARAIVA: | DE N tura aço qi SU Ve da ” 1 A N E Super ms tt ET Nele Wi, RZ a a, lan Erapkäaai o Meat o a RR ER Diversidade e similaridade de comunidades de Pentatomidae (Hemiptera) capturados com armadilha luminosa na Grande Porto Alegre, Rio Grande do Sul.* Hilda Alice de Oliveira Gastal ** Maria Elizabeth Lanzer-de Souza** Maria Helena Mainieri Galileo** RESUMO Através da análise dos indices de diversidade e quociente de similaridade de três comunidades de Pentatomidae (Hemiptera), na Grande Porto Alegre, Rio Grande do Sul, constata-se a baixa diversidade destas e a semelhança entre elas, devido a ação de fatores limitantes locais. Fazem-se recomendações de preservação ecológica visando um aumento qualitativo das espécies desta família. ABSTRACT Three communities of Pentatomidae (Hemiptera) from Grande Porto Alegre, Rio Grande do Sul State, are analyzed by the index of diversity and quocient of similarity. The low diversity of the communities and the similarity of them are related with local factors. It is recommended the ecological preservation to obtain a qualitative improve- ment of the species diversity. INTRODUÇÃO A pesquisa sobre hemipteros, ocorrentes na região da Grande Por- to Alegre, Rio Grande do Sul (RS), justifica-se, não só devido ao for- necimento de elementos básicos para os estudos dos recursos faunisticos locais, como também, pela necessidade de conhecimento da capacidade de sobrevivência das populações, principalmente em relação aos fregüen- tes e expressivos graus de poluição a que estão sujeitas. * Aceito para publicação em 05/X11/1980. Contribuição FZB nº 193. Trabalho parcialmente subven- cionado pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), Rio de Janeiro (Convênio B/29/79/018/00/71. ** Técnicos Superiores Pesquisadores do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MCN/FZB), Caixa Postal 1188, 90.000 Porto Alegre, RS, Brasil. Bolsistas do Con- selho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq., Proc. 30. 0279/78, 30.0278/78-Z0-07 e 30. 0918/80-Z0-07 respectivamente). IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):5-12, 24 mar 1981 6 GASTAL, H.A. de O. et alii Sabe-se que todas as populações estão expostas às influências do meio ambiente, sofrendo com isso alterações quanto ao crescimento, manutenção, diferenciação, maturidade e, consequentemente, modifican- do o próprio meio. A família Pentatomidae é uma das mais importantes entre os Hemiptera, pois além de apresentar muitas espécies de importância econômica, destacando-se Nezara viridula (LINNAEUS, 1758), Piezo- dorus guildinii (WESTWOOD, 1837) e Oebalus poecilus (DALLAS, 1851) é expressiva no contexto dos ecossistemas. Segundo LARA et alii (1979), quando se trabalha com insetos um dos aspectos mais importantes em pesquisa ecológica, diz respeito ao número de espécies existentes na comunidade e o número de individuos, bem como a comparação de diversas comunidades. O uso de armadilhas luminosas é bastante difundido na coleta de insetos, sendo adequado para estudos de: levantamentos populacionais, distribuição geográfica, épocas de ocorrência, flutuação, influência dos fatores abióticos, controle de insetos pragas, diversidade e similaridade. GALLO et alii (1978) define armadilha luminosa como aparelho destinado a atrair e capturar insetos de atividade e/ou vôo noturnos, fototrópicos positivos. No Brasil, os trabalhos de levantamento e flutuação populacional, utilizando armadilhas luminosas, foram iniciados por WIENDL & SIL- VEIRA NETO (1967) citados por TARRAGÖ (1973). A grande maioria dos trabalhos encontrados utilizando armadilhas luminosas são sobre Lepidoptera, principalmente aqueles de hábitos noturnos. No entanto, ha registros de Hemiptera coletados com estas armadilhas. SILVEIRA NETO (1972), utilizando armadilhas luminosas para um inventário em nove municipios do Estado de São Paulo, coletou 651 espécimes de Pentatomidae pertencentes a 12 espécies, das quais Loxa flavicollis (DRURY, 1773) foi a mais numerosa, seguida por O. poecilus e N. viridula. O objetivo deste trabalho é apresentar, através de um levantamen- to de Pentatomidae de três diferentes áreas da Região da Grande Porto Alegre, RS, a análise do índice de diversidade e quociente de similari- dade das comunidades aí estabelecidas. O indice de diversidade independe do processo de levantamento e tamanho da amostra efetuados, sendo uma medida característica de cada comunidade. Além disto, o estudo da diversidade permite o conhecimen- to da maior ou menor estabilidade da comunidade. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):5-12, 24 mar 1981 Diversidade e similaridade... 7 O quociente de similaridade permite uma comparação quantitativa e qualitativa entre diferentes locais de amostragens, pois exprime a semelhança entre duas ou mais comunidades em função da constituição das espécies. Assim sendo, o trabalho desenvolvido proporciona uma noção es- timada da riqueza de espécies das comunidades estabelecidas, da relação entre elas e o total de individuos, bem como, da analogia entre as três comunidades de Pentatomidae, constituindo-se numa pesquisa pioneira no Estado. MATERIAL E MÉTODOS Efetuaram-se coletas, três vezes por semana, no periodo de 29 de outubro de 1979 a 24 de outubro de 1980, utilizando armadilhas luminosas modelo “Luiz de Queiroz”, con- forme descrição de SILVEIRA NETO & SILVEIRA (1969), equipadas com lâmpadas fluorescentes ultravioleta de 15 watts e células fotoelétricas adaptadas, suspensas do solo cerca de 2 metros e 50 centimetros (Fig. 1). Para instalação das armadilhas foram escolhidos os seguintes locais: a — Arroio Petim, município de Guaíba (4 metros de altitude), na Fazenda Petim de propriedade do Sr. Italo Corbetta, distante de Porto Alegre sproximadamente 43 quilö- metros (Fig. 2); b — Estação Experimental Fitotécnica de Viamão (Estação das Águas Belas), no município de Viamão (52 metros de altitude) distante cerca de 28 quilômetros de Porto Alegre (Fig. 3 e 4); c — Morro Santana, bairro Agronomia, em Porto Alegre, numa altitude de apro- ximsdamente 150 metros, na propriedade do Instituto Irmão: Miguel Dario (Fundação Estadual do Bem Estar do Menor — FEBEM) (Fig. 5). A escolha destes locais esteve condicionada às recomendações de preservação faunística sugeridas em FUNDAÇÃO ZOOBOTANICA DO RIO GRANDE DO SUL (1976), onde se adverte sobre a necessidade de resguardo e manutenção dos capões exis- sentes nas margens da lagoa-represa das Aguas Belas, da mata restante no Morro San- tana e toda a região de banhados e mata nativa do Arroio Petim. Na instalação da armadilha luminosa no Morro Santana, escolheu-se um local onde a incidência luminosa alcançasse a maior parte da mata nativa da encosta sudeste, ainda predominante nessa região. Na Estação das Aguas Belas, a armadilha foi instalada num local próximo à represa, permitindo um alcance aos capões de mato e área de cultura expe- rimental. A localização da armadilha junto ao Arroio Petim previa uma abrangência aos banhados da área e mata de galeria que se estende pelo curso médio do arroio. Para a obtenção dos espécimes mantiveram-se tarros plásticos contendo álcool 70 % junto ao término dos funis de captação das armadilhas (Fig. 1), substituídos numa fre- qiiência de 2:2:3 noites, havendo ocasiões, esporádicas, onde o periodo de substituição foi mais dilatado nunca ultrapassando a quatro. Em laboratório fizeram-se a triagem, identificação e contagem dos insetos captu- rados, bem como a análise dos dados obtidos. Para cálculo do indice de diversidade ( <©) foi aplicada a fórmula proposta por MARGALEF (1951) e para cálculo do quociente de si- milaridade (QS), a proposta por SORENSEN (1948) citadas por SILVEIRA NETO et alii (1976) e LARA et alii (1979). IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):5-12, 24 mar 1981 8 GASTAL, H.A. de O. et alii RESULTADOS E DISCUSSÃO Num total de 148 coletas obtiveram-se 1.134 exemplares de Pen- tatomidae. Entre as espécies coletadas (Tabela 1) as que apresentaram maior número de indivíduos foram Oebalus sp., O. poecilus, Thyanta sp. e N. viridula. Os indices de diversidade (Tabela 2) estabelecidos nas comunidades amostradas foram baixos, verificando-se que a fauna de Pentatomidae é pouco variada. Isto indica comunidades específicas com pequeno número de espécies populosas em conseqiiência da ação de fatores limitantes locais, como, por exemplo, a especificidade de culturas e desfiguração do ambiente natural. Comparando-se as comunidades entre si obtiveram-se os quocientes de similaridade (Tabela 3), os quais evidenciaram uma maior semelhança entre as comunidades de Viamão e Morro Santana, bem como, entre as de Viamão e Guaiba. Salienta-se que estes resultados de diversidade e similaridade são válidos apenas para as áreas de atuação das armadilhas luminosas que é de 20 hectares segundo LEWIS & TAYLOR (1967) citados por SIL- VEIRA NETO (1972). Conclui-se que nas três áreas da Grande Porto Alegre amostradas neste trabalho, a presença predominante de culturas na Estação das Águas Belas (oleráceas) e Arroio Petim (arroz e oleráceas) e a influência urbana no Morro Santana, já atingiram proporções tais que, para a fauna de Pentatomidae, determinam locais pouco diversificados. A conservação das pequenas matas naturais restantes é recomen- dada, pois constituem-se em refúgios imprescindíveis que proporcionam a maior diversificação qualitativa da família. A maior diversidade de espécies é importante porque propicia uma maior competição intra-especifica, evitando uma elevação perniciosa no número de individuos das espécies de pentatomídeos pragas. Além disto, permite que a familia se mantenha numa estrutura e composição cons- tantes, pois a comunidade sofre quando a influência dos fatores des- favoráveis sobrepuja os favoráveis, permitindo uma diminuição da população. Torna-se necessária a manutenção de espécies que apesar de serem destituidas de importância para o homem diretamente, são indis- pensáveis para a conservação das cadeias tróficas e consequentemente, estabilidade nos ecossistemas formados. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):5-12, 24 mar 1981 Diversidade e similaridade... 9 AGRADECIMENTOS Agradecemos ao Diretor do Instituto Irmão Miguel Dario, Dr. Hiram Souza Arden- ghi, ao Diretor da Estação Experimental Fitotécnica de Viamão, Dr. Osmar Salin e ao responsável pela Fazenda Petim, Engº Agrº Cândido Deibler, pela permissão para ins- talação das armadilhas luminosas naqueles locais. Aos senhores Bento Alves Alano, Al- bery Alvez de Aquino e Erasmo Finkler, nossa gratidão pela prestimosa colaboração durante o desenvolvimento dos trabalhos de campo. Aos auxiliares Keti Maria Rocha Zanol, Henrique Antonio Bischoff e Valmir Luis Vieira Ayres, nosso reconhecimento pelo efetivo desempenho das tarefas que lhes foram confiadas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FUNDAÇÃO ZOOBOTÂNICA DO RIO GRANDE DO SUL. 1976. Preceituação eco- lógica para a preservação de recursos naturais na região da Grande Porto Alegre. Porto Alegre, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Sulina. 151p. (Publi- cação Avulsa FZB, 1). GALLO, D.; NAKANO, O.; SILVEIRA NETO, S.; CARVALHO, R.P.L.; BATISTA, G.C.; BERTI FILHO, E.; PARRA,J.R.P.; ZUCCHI, R.A.; ALVES, S.B. 1978. Manual de entomologia agrícola. São Paulo, Agronômica Ceres. 315p. LARA, F.M.; GRAVENA, S.; BUSOLI, A.C.; DE BORTOLI, S.A. 1979. Principios de entomologia. Piracicaba, Livroceres, 295p. SILVEIRA NETO, S. 1972. Levantamento de insetos e flutuação da população de pragas da ordem Lepidoptera, com o uso de armadilhas luminosas, em diversas regiões do Estado de São Paulo. 183f. Tese (Livre Docênc. - Agronomia) ESALQ, USP. Pi- racicaba. (Não publicada ) SILVEIRA NETO, S. & SILVEIRA, A.C. 1969. Armadilha luminosa modêlo “Luiz de Queiroz”. Solo, Piracicaba, 61(2):19-21. SILVEIRA NETO, S.; NAKANO, O.; BARBIN, D.; VILLA NOVA, N. A. 1976.Manual de ecologia dos insetos. São Paulo, Agronômica Ceres. 419p. TARRAGO, M.F.S. 1973. Levantamento da família Noctuidae, através de armadilhas luminosas e influência fenológica na flutuação populacional de espécies pragas, em Santa Maria, RS. 92f. Tese (Mestr. - Agronomia) ESALQ, USP. Piracicaba, ( Não publicada ) Este trabalho foi examinado por: Cecilia Volkmer Ribeiro Tania Heloisa Araujo Arigony Inga L. Veiteinheimer Mendes IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):5-12, 24 mar 1981 10 GASTAL, H.A. de O. et alii Tabela 1: Pentatomidae (Hemiptera) coletados com armadilha luminosa em Guaiba (Arroio Petim), Viamão (Estação das Aguas Belas) e Porto Alegre (Morro Santana), RS, de 29/X/1979 a 24/X/1980. GUAiBA VIAMÃO PORTO ALEGRE. Espécies Acrosternum musiva (BERG, 1879) Acrosternum sp. Ä Alcaeorrhynchus grandis (DALLAS, 1851 Arvelius albopunctatus (DE GEER, 1773) Banasa sp. 1 Banasa sp. 2 Banasa sp. 3 Banasa sp. 4 Banasa sp. 5 Chloropepla vigens STAL, 1860 Dichelops sp. Dinocoris gibbus (DALLAS, 1851) Dinocoris sp. Edessa meditabunda(FABRICIUS, 1794) Glyphepomis adroguensis BERG, 1891 . Glyphepomis setigera KORMILEV & PIRAN, 1952 Lincus sp. Loxa deducta WALKER, 1867 Loxa viridis (PALISOT DE BEAUVOIS, 1805) Mayrinia curvidens (MAYR, 1864) . Mormidea v-luteum (LICHTENSTEIN, 1796) Mormidea sp. Nezara viridula (LINNAEUS, 1758) Oebalus poecilus (DALLAS, 1851) Oebalus ypsilongriseus (DE GEER, 1773) Oebalus sp. Piezodorus guildinii (WESTWOOD, 1837) Podisus sp. 1 Podisus sp. 2 Proxys albopunctulatus (PALISOT DE BEAUVOIS, 1805) Serdia sp. Supputius cincticeps (STAL, 1860) Thyantha perditor (FABRICIUS, 1794) Thyantha sp. Tibraca sp. Näo identificado 1 Näo identificado 2 || Dada Da Da Dep De Babe | ae | Pe I I | PSI DS | ix Due | DD DA De e De | | De e de el Dana | De Dede | ee I Pe | IX Ipe | pede De DDD | eee ee pan io ar | IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):5-12, 24 mar 1981 Diversidade e similaridade... 11 Tabela 2: Indices de diversidade da fauna de Pentatomidae (He- miptera) coletados com armadilha luminosa em Guaiba (Arroio Petim), Viamão (Estação das Aguas Belas) e Porto Alegre (Morro Santana), RS, de 29/X/1979 a 24/X/1980, segundo fórmula de MARGALEF (1951). Local Número de espécies Número de indivíduos CS Guaiba 28 661 4,15 Viamão 25 383 4,04 Porto Alegre 16 90 3,94 Tabela 3: Diagrama indicando a similaridade entre as comunidades de Pentatomidae (Hemiptera) em Guaiba — Arroio Petim (A), Viamão — Estação das Aguas Belas (B) e Porto Alegre — Morro Santana (C), RS, de 29/X/1979 a 24/X/1980, segundo fórmula de SORENSEN (1948). A = 0,40-0,50; @ =05107% IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):5-12, 24 mar 1981 12 GASTAL, H.A. de O. et alii Fig. 5 Fig. 1-5: 1. Armadilha luminosa modêlo “Luiz de Quiroz” instalada na Fazenda Petim, Guaiba, RS, vendo-se a mata que margeia o Arroio Petim; 2-5. Aspectos dos locais da Grande Porto Alegre, RS, onde foram instaladas as armadilhas luminosas, 2. Fazenda Petim, salientando-se ao fundo parte da mata de galeria do Arroio Petim; 3-4. Estação Experimental Fitotécnica de Viamão; 3. Ao fundo nota-se a mata que circunda a lagoa-represa das Águas Belas; 4. Conjunto de pequenos capões isolados, opostos à mata nativa que circunda a lagoa-represa das Águas Belas; 5. Instituto Irmão Miguel Dario, vendo-se a mata natural na encosta do Morro Santana. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):5-12, 24 mar 1981 Fauna espongolögica e malacológica bêntica da Lagoa Negra, Par- que Estadual de Itapuã, Rio Grande do Sul.* Cecilia Volkmer-Ribeiro** Rosária De Rosa-Barbosa** Maria Cristina D.Mansur** RESUMO O presente trabalho, realizado na Lagoa Negra, município de Viamão, constitui o primeiro levantamento de esponjas levado a efeito em uma lagoa de água doce, de zona costeira, no Rio Grande do Sul. Foram encontradas gêmulas de Heteromeyenia stepa- nowii, (DYBOWSKY, 1884), Ephydatia facunda, (WELTNER, 1895), Radiospongilla crateriformis (POTTS, 1882) e Corvospongilla böhmi (HILGENDORF, 1883) e resi- duos espiculares que indicam ainda a ocorrência Uruguaya corallioides (BOWERBANK, 1863) e Metania sp.. O registro de R. crateritormis é o primeiro para o Estado. Atribui-se ao elevado teor de matéria orgânica particulada em suspensão,à agitação cons- tante do meio líquido, causada pelos ventos, à baixa transparência e a acidez da água, a formação de um ambiente drástico para esponjas e responsável pela redução do desenvol- vimento dos espécimes. O levantamento da malacofauna bêntica revelou a ocorrência, na Lagoa Negra, de Diplodon charruanus (ORBIGNY, 1835), Castalia undosa martensi (IHERING, 1891) (HYRIIDAE) e Pisidium sp. (SPHAERIIDAE), apresentando-se a primeira como do- “minante e as demais como muito raras. D. charruanus ocorreu em substrato predominan- temente arenoso, à profundidade acima de 80 cm, em zonas com vegetação esparsa de “yuncos” (Cyperaceae) e sujeitas a influência constante dos ventos dominantes. ABSTRACT A first surveying for sponges was carried in the “Lagoa Negra”, a freshwater la- goon with black waters in the coastal strip of the southernmost region of Brazil. The specimens were reduced to gemmules, pertaining to the species Heteromeyenia stepanowii (DYBOWSKY, 1884), Ephydatia facunda, (WELTNER, 1895), Radiospongilla craterifor- mis (POTTS, 1882), and Corvospongilla böhmiü (HILGENDORF, 1883) found in the roots of the water jacinth Eichornia azurea and E. crassipes. Spicular remains sought for in the bottom sediments pertained to the upper refered species and yet to Uruguaya * Aceito para publicação em 10/XII/1980. Contribuição FZB nº 196. Trabalho parcialmente sub- vencionado pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), Rio de Janeiro (Convênio B/29/79/018/00/71). ** Pesquisadores do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Bolsistas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Proc. nºs, res- pectivamente, 30.6134/76-Z0-07, 30.1128/77-Z0-07 e 30.5365/76-Z0-07). IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):13-24, 24 mar 1981 14 RIBEIRO, C.V. et alii corallioides (BOWERBANK, 1863) and Metania sp.. The reduced size of the specimens is credited to the acidity, low transparency and high content of particulated organic matter of the water as well as to the strong and steady waving caused by dominant winds. The surveying for benthic molluscs in the same Lagoon showed this fauna to be presently reduced to the bivalves Diplodon charruanus (ORBIGNY, 1835), Castalia un- dosa martensi (IHERING, 1891) both of the family HIRIIDAE and Pisidium sp. of the family SPHAERIIDAE. D. charruanus is the predominant species, the other two being rare. INTRODUÇÃO Não houve, até o presente, esforço de parte dos poucos autores que realizaram pesquisa de caráter faunistico ou limnolögico no Rio Grande do Sul, para levantar a fauna espongológica dos distintos ambientes lên- ticos proporcionados pelo complexo de lagoas costeiras do Estado. KLEEREKOPER (1944, 1955), único autor que produziu trabalho de caráter limnológico mais amplo nesta região, não menciona qualquer ocorrência de esponjas. WELTNER (1895) descreveu Ephydatia facunda a partir de material recebido de von IHERING e coletado em um “tüm- pel bei Rio Grande do Sul, Brazilien”, (p. 141). Constituindo a Lagoa dos Patos e arredores a área do esforço maior de trabalho de von IHERING, supõe-se que esta seja também a localidade de origem do espécime descrito por WELTNER, contida assim na faixa costeira do Estado. Em ambiente mais ou menos semelhante no Brasil, apenas CAR- VALHO (1942) registra a ocorrência de Ephydatia crateriformis, em lagoas de inundação dos rios Jacupiranga e Ribeira de Iguape, em local próximo à região litorânea do Estado de São Paulo. Esta espécie foi pos- teriormente transferida para o gênero Radiospongilla PENNEY & RACEK (1968). A primeira citacäo de molusco bivalve (HYRIIDAE) para a regiäo litorânea do Estado do Rio Grande do Sul, foi de KLEEREKOPER (1944, 1955). Trata-se de Diplodon berthae ORTMANN, 1921, citado para o Sangradouro dos Cornélios (ambiente lótico) que liga a lagoa Itapeva à lagoa dos Quadros, ambas situadas na região Nordeste do Rio Grande do Sul. Diplodon berthae foi descrita originalmente para Cachoeira, no Rio Jacuí, RS, e é considerado: um sinônimo de D. charruanus ORBIGNY, 1835, segundo HAAS (1930 a 1969) e BONETTO (1964); um sinônimo de D. piceus LEA, 1860 segundo PARODIZ (1968); e sinônimo de D. pino fontaineanus (WAGNER) segundo BONETTO & MANSUR 1970). > IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(59):13-24, 24 mar 1981 Fauna espongológica e malacológica... “15 E paia AN HAAS (1930) cita D. charruanus para a Lagoa da Volta, uma lagoa costeira do RS, segundo este autor. Até o presente momento não foi localizada qualquer lagoa com este nome. O mesmo autor oferece ilustrações de exemplares provenientes desta lagoa. Segundo PARODIZ (1968:15) a figura 1 da página 186 de HAAS (1930) é de um ver- dadeiro D. charruanus devido a presença de fracas ondulações (“flutings””) no declive posterior do ápice umbonal. MANSUR (1970) com base nos trabalhos acima mencionados cita D. charruanus e D. berthae para a zona das lagoas costeiras do RS. Castalia undosa martensi, cuja localidade típica é o rio Camaquã no Rio Grande do Sul foi citada ainda para o Guaiba (MANSUR, 1972) e para os rios costeiros da República Oriental do Uruguai (BONETTO & MANSUR, 1970). MATERIAL E MÉTODO Para verificação da ocorrência de esponjas no complexo Lagunar costeiro do Rio Grande do Sul escolheu-se a Lagoa Negra, situada den- tro dos limites do Parque Estadual de Itapuã, Município de Viamão. A razão da escolha bem como demais características de suas águas são relatados em VOLKMER-RIBEIRO, (no prelo). Numa primeira etapa do trabalho recorreu-se a análise de algumas amostras esparsas de sedimento do fundo. Visto haver-se encontrado nestas material espicular, partiu-se para uma exploração sistemática de vários sítios e substratos que pudessem conter esta fauna. O primeiro alvo deste levantamento foi o trecho de praia rochosa, formado pela encosta do Morro da Grota que limita com a lagoa, VOLK- MER-RIBEIRO, (no prelo). Verificou-se porém que a zona de praia é ai constituída por matacões ou extensões continuas de rocha, não apresentando pedras soltas que pudessem ser retiradas da água para exame. Como o nível da água na lagoa nunca baixou o suficiente para ex- por eventuais incrustações de esponjas nestas rochas, o habitat não pode ser amostrado. Realizaram-se a seguir perscrutações macroscópicas das partes submersas da vegetação flutuante ou das macrófitas enraizadas no fun- do. Destas a mais abundante na lagoa é o junco, Scirpus californicus (MEY) STEND que teve as porções submersas de suas hastes e seus es- tolões examinados. Estes exames não revelaram qualquer evidência de esponjas. Visto já haver sido constatada a ocorrência de microespécimes de es- ponjas em raizes de Eichornia azurea no rio Guaíba (VOLKMER- IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):13-24, 24 mar 1981 16 RIBEIRO, C.V. et alii RIBEIRO & alii, 1975) e sendo esta, e principalmente E. crassipes, abun- dantes na lagoa, foram feitas coletas sistemáticas mensais de abril de 1979 a julho de 1980 das raizes destas plantas para fins de exames microscópicos. As coletas forarn realizadas principalmente nos pontos 1 e 8 (VOLKMER-RIBEIRO, no prelo) que eram os de maior concentração desta vegetação, sendo as raizes postas a secar ao sol e depois obser- vadas, no laboratório, sob microscópio estereoscópico. Verificou-se en- tão, em várias delas, a ocorrência de microespécimes de esponjas, cons- tituidos exclusivamente por gêmulas. Estas gêmulas foram separadas e preparadas isoladamente (dissociação com ácido nitrico a quente) na própria lâmina da montagem permanente. Para abreviar o tempo de exame destas amostras secas foi pos- teriormente usado o seguinte procedimento: a amostra era colocada den- tro de um saco plástico e aí desagregada manualmente de modo a que se depositasse no fundo uma porção pulverizada de raizes. Uma sub-amos- tra desta porção era então tratada com ácido nitrico, da mesma forma como a seguir se descreverá para o sedimento do fundo da lagoa. Se o exame da preparação histológica resultante revelasse um bom conteúdo espicular voltava-se à amostra para procura de gêmulas isoladas. Uma vez que as raizes de Eichornia formavam um tipo de habitat e levariam portanto a uma avaliação parcial da eventual fauna de espon- jas da lagoa, resolveu-se realizar o exame microscópico de uma serie de amostras de sedimento de fundo, coletadas com draga de Ekman e que seriam usadas para análises de granulometria e conteúdo de matéria or- gânica (VOLKMER-RIBEIRO, no prelo). De cada uma destas amostras, homogeneizada e seca, foi retirada uma porção, tratada com ácido nítrico a quente e lavada, após, por centrifugações sucessivas. Após secagem o residuo resultante foi suspendido em álcool absoluto e colocado, com conta-gotas, em lâminas, para montagem permanente com Entelan. Para coleta de moluscos bentônicos, recolheram-se manualmente conchas jogadas na zona litorânea como também exemplares vivos semienterrados dentro da lagoa, até a profundidade de Im. Para as zonas mais profundas utilizou-se a draga de Ekman operada de bordo de barco. As coletas foram realizadas mensalmente no período já referido anteriormente. RESULTADOS As gêmulas aderidas às raizes de Eichornia azurea e E. crassipes foram identificadas como pertencentes as espécies Ephydatia facunda (WELTNER, 1895) Heteromeynia stepanowii (DYBOWSKY, 1884) Radiospongilla crateriformis (POTTS, 1882) e ae bohmii (HILGENDORF, 1883). IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):13-24, 24 mar 1981 Fauna espongológica e malacológica... 17 Be io io E o gnt ee O exame das preparações microscópicas realizadas a partir de amostras do sedimento do fundo da lagoa mostrou, em quantidade regular, tanto megascleras quanto gemoscleras (estas em menor número) pertencentes às espécies acima citadas mas, além destas, algumas megascleras e gemoscleras de Uruguaya corallioides (BOWERBANK, 1863) e gemoscleras de uma espécie do gênero Metania (GRAY, 1867). Pela quantidade, tanto das gêmulas aderidas às raízes, quanto dos espículos encontrados no sedimento do fundo da lagoa, H. stepanowii e E. facunda mostraram ser as espécies predominantes atualmente na lagoa, seguidas por R. crateriformis. Por outro lado, a coleta da ve- getação realizada em 19 de janeiro de 1978 foi a que mostrou maior quantidade de gêmulas. Merece destaque a quase ausência de espículos esqueletais encon- trados junto às gêmulas. Para composição das pranchas ilustrativas (fig. 1) foi necessário recorrer às megascleras encontradas nos sedimentos. Examinando o material de moluscos bivalves coletados na Lagoa Negra, constatou-se que, com exceção de 1 espécime de Castalia undosa martensi e 1 espécime de Pisidium sp., obtiveram-se apenas exemplares de uma espécie cuja forma e característica da concha coincidem com as ilustrações de HAAS (1930:186), mais especificamente, as figuras ’ e 2 referentes a D. charruanus. O resultado das coletas indica que a ocorrência de D. charruanus na Lagoa Negra deve estar restrita às zonas que apresentam fundo predominantemente arenoso com algum lodo, com um pH em torno de 6. A distribuição não é uniforme. Ocorrem especialmente no braço mais lar- go da Lagoa (VOLKMER-RIBEIRO, no prelo) em zonas atingidas pelos ventos de maior intensidade. Os exemplares começam a surgir à profun- didade de 80 cm. Foram coletados até 4 exemplares por dragada, na profundidade de 1,50m. Geralmente existe uma esparsa vegetação de juncos nas zonas de ocorrência destes moluscos. Após periodos de vento intenso, são econtradas grandes quanti- dades de conchas vazias deste bivalve, jogadas por ondas nas praias ao norte e ao sul do braço maior da lagoa (Fig. 38). O exemplar de Castalia undosa martensi foi encontrado nas mar- gens da lagoa, sem as partes moles, porém com a concha bem conser- vada. O único espécime de Pisidium sp. foi recolhido junto às raizes da vegetação marginal. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):13-24, 24 mar 1981 18 RIBEIRO, C.V. et alii DISCUSSÃO A comunidade de esponjas da Lagoa Negra, levantada no presente trabalho mostrou em comum com a do rio Guaíba, somente as espécies H. stepanowii, C. böhmii, e U. corallioides, assim como a ocorrência do gênero Metania (VOLKMER-RIBEIRO & alii, 1975). E de interesse notar que U. corallioides e a espécie representante do gênero Metania, constatados no Guaiba até agora somente por meio indireto (VOLK- MER-RIBEIRO & GROSSER, no prelo) obtêm aqui nova evidência de ocorrência na área. Enquanto para o Guaiba identificou-se M. reticulata (BOWERBANK, 1863), para a Lagoa Negra não foi possível chegar à identificação da espécie de Metania ocorrente devido ao reduzido número de gemoscleras encontradas até agora. A impossibilidade de realizar-se amostragem direta na praia ro- chosa da Lagoa permite supor que U. corallioides deva ocorrer neste local, sendo justamente este tipo de substrato o preferido pela espécie. Por outro lado é permitido supor-se que talvez mais uma ou duas es- pécies de esponjas possam ocorrer neste mesmo local ou outros da lagoa dada sua extensão e o caráter sempre tentativo das coletas. H. stepanowii, espécie cosmopolita, mostrou-se já adaptada a vários tipos de ambiente lêntico ou semi-lêntico dentro da região da Grande Porto Alegre, ocorrendo como predominante nas raizes de ve- getação flutuante nas águas do delta do Jacuí (VOLKMER-RIBEIRO et alii, 1975) e nos açudes e banhados vizinhos ao curso inferior do rio Cai (VOLKMER-RIBEIRO, inédito). E. facunda, descrita por WELTNER como proveniente de charco, foi recentemente (VOLKMER-RIBEIRO, inédito) encontrada na Lagoa dos Patos, acreditando-se que tenha por habitat típico esta área lagunar cos- teira. R. crateriformis também ocorreu até agora na América do Sul em ambientes lênticos tendo como substrato raizes. de Eichornia, segundo o registro de CARVALHO (1942) para lagoas de inundação dos rios Ri- beira de Iguape e Jacupiranga, nas proximidades do litoral de São Paulo eBONETTO & EZCURRA DE DRAGO (1964) na laguna Guadalupe, inun- dada pelo rio Paraná, nas proximidades de Santa Fé, Argentina. Para esta espécie foram tabelados os dados dimensionais das gemoscleras, conforme obtidos pelos autores acima citados, juntamente com os das gemoscleras encontradas na Lagoa Negra (Tabela 1). Desta comparação se constata que as dimensões do material da Lagoa Negra estão muito próximas daquelas citadas por CARVALHO (1942) e, ainda, que su- peram as conhecidas até o presente. Isto indicaria que não está ocorren- do no meio, redução de sílica disponível para construção do esqueleto, o IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):13-24, 24 mar 1981 Fauna espongológica e malacológica... 19 DT aeee m m nn ER que de fato, pode ser corroborado pelos valores altos da silica nas análises de água da Lagoa (VOLKMER-RIBEIRO, no prelo). Do cotejo com a bibliografia ecológica existente para esponjas (HARRISON, 1974), constata-se que ambientes com altos teores de lodo ou silte em suspensão são deletérios à maioria das espécies de esponjas, sejam marinhas ou de água doce, pelo impedimento à filtração que causam. Mas, no que diz respeito às de água doce, os membros do gênero Ephydatia são particularmente tolerantes a altos níveis de sil- tização e preferem zonas de baixa intensidade luminosa. É também Ephydatia fluviatilis a espécie mais eurihalina conhecida, suportando salinidades de 5 ppt. Radiospongilla crateriformis, por outro lado, vem demonstrando ser a espécie que melhor suporta ambientes carregados de lodo. Foi coletada por CHEATUM & HARRIS (1953), em boas condições, com- pletamente coberta por lodo. ESHLEMAN (1950) considera esta espécie a mais passível de ser encontrada na Flórida, E.U.A. em águas muito túr- bidas ou estagnadas. O fato de terem sido encontradas praticamente só gêmulas nas raizes das plantas flutuantes, sendo as megascleras achadas nos se- dimentos, bem como os dados ecológicos acima citados levam a uma série de considerações. Uma delas é a de que o ambiente atual da lagoa apresenta-se drástico para esta fauna, já que as gêmulas são sabidamen- te corpos de resistência. Assim estas esponjas estariam, após o periodo de eclosão gemular constituindo novos espécimes caracterizados por um esqueleto reduzido e formação imediata de novas gêmulas. Uma vez que o conteúdo de sílica disponível é alto, acredita-se que seja a quantidade muito grande de matéria orgânica particulada em suspensão que esteja impedindo o processo alimentar básico de filtração. Além disto o fator vento, responsável pela agitação constante do meio líquido na lagoa, es- taria contribuindo mecanicamente para desagregação das esponjas, por fricção dos substratos (raizes das plantas flutuantes) entre si, tão logo começassem a ser formadas. Isto explicaria ainda a quantidade de megascleras encontradas nos sedimentos. As gêmulas, sendo os elemen- tos constituintes da esponja que apresentam geralmente grau elevado de aderência ao substrato, teriam justamente melhores condições de resistir à força de desagregação mecânica imposta pelo ambiente na lagoa. Apesar da proximidade da Lagoa Negra com a dos Patos e com o Guaiba, é interessante notar que no local em apreço, não foram cons- tatados outros representantes de moluscos bivalves de Hyriidae e ne- nhum de Mycetopodidae. Por sua vez, para a bacia do Guaiba foram registradas, além das espécies ocorrentes na Lagoa, mais duas espécies IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(59):13-24, 24 mar 1981 20 RIBEIRO, C.V. et alii de Diplodon e 7 espécies de Mycetopodidae (BONETTO & MANSUR, 1970). Comparando o material de D. charruanus proveniente da Lagoa Negra com o do Guaiba, notou-se no primeiro uma redução na charneira, presença de muitas manchas internas de cor marrom e bronze e exter- namente uma ampla erosão na área umbonal. Observou-se também que as valves são tão espessas quanto as dos exemplares do Guaiba, prin- cipalmente na região antero-inferior. O mesmo não pode ser dito em relação ao exemplar de Castalia que apresenta uma redução acentuada em toda a espessura das valves.e da charneira. De maneira geral os exemplares da Lagoa Negra e do Guaiba apresentam uma variabilidade muito grande na forma e colorido da con- cha, diferenciando-se em uma série de aspectos dos exemplares topo- típicos de D. charruanus (examinados pelos autores), provenientes do Arroio Colla, Depto. Colonia, Uruguai. Estes aspectos são: um maior comprimento do ligamento, alongamento geral da concha mais acen- tuado, presença de dentição cardinal mais reduzida, maior altura na região posterior, e achatamento na linha ventral com reetrância em grande parte dos exemplares. Assim, somente pela morfologia da concha é difícil dizer se a população de Diplodon da Lagoa Negra, os exemplares similares do Guaíba e o material topotipico, pertencem a mesma espécie D. charruanus. Seriam necessários estudos comparativos da morfologia interna e da larva para elucidar o problema. Cabe observar ainda, que os exemplares de D. charruanus da Lagoa Negra, fazem parte de uma população praticamente isolada da Lagoa dos Patos, com a qual se comunica indiretamente através de uma sucessão de alagados. Assim as diferenças encontradas em relação ao material do Guaiba, poderiam ser um reflexo do isolamento e, principal- mente da pressão do meio ambiente. Tabela 1 — Dimensões das gemoscleras de Radiospongilla cra- teriformis segundo dados obtidos para o material da Lagoa Negra e os referidos por outros autores. Os de PENNEY & RACEK dizem respeito à revisão da espécie. ( Dimensões espiculares em micrômetros). mma O SM CLS CU Mao Mine om. anaisana as. Comprimento Largura do eixo CARVALHO, 1942 55-80 BONETTO & EZCURRA DE DRAGO, 1964 45-60 4-7 PENNEY & RACEK , 1968 60-75 3-5 Lagoa Negra 54-95,5 5,5-9,5 IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(59):13-24, 24 mar 1981 Fauna espongológica e malacológica... 21 DO DT DDD III IO SD O Team em : N veia N a To) (5 PES ER RIEF Uhr VN - SD 8 N SER | ST se AA E © 7 pa ? 5 [e) San OD r — A ã au Y N Ä ; stó 74 ee m = Ra — E eso DD man un N E) E; LS 4 je x vr Sf one 25, 726 Fig. 1-37: Componentes espiculares das esponjas identificadas para a Lagoa Negra. 1-2 megascleras de E. facunda; 3-4, megascleras de H. stepanowii; 5, megascleras de U. corallioides; 6-8, megascleras de C. böhmii; 9, microsclera de C. böhmii; 10-12, micros- cleras de H. stepanowii; 13-15, gemoscleras de C. böhmiüi; 16-22, gemoscleras normais e malformadas de E. facunda; 23-29, gemoscleras de R. crateriformis (não se conseguiu identificar nos sedimentos, as megascleras desta espécie); 30-35, gemoscleras de H. stepanowii; 36-37, gemoscleras de U. corallioides. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):13-24, 24 mar 1981 22 RIBEIRO, C.V. et alii Fig. 38: Depósito de conchas e restos de vegetação na margem norte do braço maior da Lagoa Negra, deixados pelas ondas, após períodos de vento intenso. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):13-24, 24 mar 1981 Fauna espongológica e malacolögica... 23 BIBLIOGRAFIA BONETTO, A.A. 1964. Las especies del genero Diplodon (Moll. Unionacea) en los rios de la pendiente atlântica del sur del Brasil. Physis, Buenos Aires, 24(68):323-8. BONETTO, A.A. & EZCURRA DE DRAGO, I. 1964. Nuevas esponjas de água dulce de la Republica Argentina. Physis, Buenos Aires, 24(68):329-36. BONETTO, A.A. & MANSUR, M.C.D. 1970. Las naiades de la cuenca del Guaiba. Acta zool. lilloana, Tucuman, 27:241-60, 3 fig. CARVALHO, P. J. de 1942. Ocorrência de Ephydatia crateriformis na América do Sul.Bolm. Fac. Filos. Cienc. Univ. S. Paulo, São Paulo, 15:267-79. CHEATUM, E.P. & HARRIS. Jr., J.P. 1953. 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Zool., Porto Alegre(59):13-24, 24 mar 1981 Constatação e observação de uma população residual de Blas- tocerus dichotomus (ILLIGER, 1811) (Mammalia, Cervidae)* Walter Adolfo Voss** Francisco R. dos Santos Breyer*** Gilberto Conrado Mattes**** Hélio Gerso Konrad***** RESUMO Durante o periodo de junho/79 a outubro/80 pode ser observado o comportamento de alguns animais dum pequeno grupo de cervo-do-pantanal, Blastocerus dichotomus (ILLIGER, 1811), que foi constatado numa região pantanosa nos arredores da Grande Porto Alegre, RS, Brasil. Os animais não se ressentem muito da proximidade do homem ou de animais do- mésticos; podem mesmo viver e procriar em áreas de plantio. Apresentam marcante atividade diurna, despendida em pastagem e deslocamento vagoroso no habitat. Quando perseguidos ou quando de intempéries, procuram abrigar-se na vegetação mais alta dos banhados; em dias muito quentes procuram cursos d'água ou capinzais úmidos. Também visitam terras altas, secas, às vezes a grandes distâncias de seu ambiente habitual. ZUSAMMENFASSUNG Das Verhalten von Einzeltieren einer kleinen Gruppe Sumpfhirsche, Blastocerus dichotomus (ILLIGER, 1811), die in einem Sumpfgebiet der Umgegend von Gross-Porto Alegre, RS, Brasilien, festgestellt wurde, konnte während des Zeitraumes von Juni/79 bis Oktober/80 beobachtet werden. Die Tiere nehmen die Nähe des Menschen oder von Haustieren nicht sehr übel; sie können sogar in Pflanzungen leben und sich fortpflanzen. Sie weisen eine markante ta- gesaktivitat auf, die in grasen und langsamer Fortbewegung im Wohnraum bestht. Wenn verfolgt oder bei Unilden, suchen sie in dem hoheren Pflanzenwuchs der Súmplfe unter- * Aceito para publicação em 10/XII/1980. Contribuição FZB bº 196. Trabalho Parcialmente subvencionado pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), Rio de Janeiro (Convênio B/29/79/081/00/71). ** Técnico Superior do Parque Zoológico da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (PZ- FZB), Caixa Postal 36, 93200 Sapucaia do Sul, RS, Brasil. *+* Técnico Superior do Parque Zoológico da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (PZ- FZB); **+** Engenheiro Agrônomo. **##% Auxiliar de Projeto contratado pelo Convênio FINEP/FZB. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(59):25-36, 24 mar 1981 26 VOSS, W.A. et alii schlupf; an sehr heissen Tagen suchen sie Wasserläufe oder feuchte Grasflächen auf. Auch höhergelegene, trockene Gelände, die oftmals weitab von der gewohnten Umgebung liegen, werden besucht. ABSTRACT The behavior of some specimens of a small group of marsh deer, Blastocerus di- chotomus (ILLIGER, 1811), detected in a marshy region at the outskirts of Great Porto Alegre, RS, Brazil, could be observed during the period from June, 79 to October, 80. The animals do not resent much the proximity ofman or domestic animals; they can even live or breed in plantations. They present a striking diurnal activity spent in grazing and slow dislocation in the higher vegetation of the swamps; on warm days watercourses or wet grass- patches are attended. Even dry hills, sometimes far away from the habitual ambient, are visited. INTRODUÇÃO O maior cervideo sul-americano, o cervo-do-pantanal, Blastocerus dichotomus (ILLIGER, 1811), era outrora abundante no Rio Grande do Sul onde habitava os grandes banhados da Campanha, do Litoral e da Depressão Central. HENSEL (1879) dá notícias de sua existência nos banhados ao longo do rio Gravatai, a uma milha apenas ao norte de Porto Alegre; IHERING (1892) o cita para o sul do Estado. Hoje em dia, porém, ele está praticamente erradicado de toda essa área. Nos países vizinhos, no Uruguai, os últimos exemplares dessa es- pécie parecem viver no Departamento de Rocha (XIMENEZ et alii, 1972) e, na Argentina, um pequeno número de indivíduos sobrevive no delta do rio Paraná (SCHMIDT, 1944). Do Paraguai e da Bolívia, outros paises incluídos em sua distribuição (CABRERA, 1961) não há dados suficientes quanto a sua ocorrência atual. No Brasil (Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e Bahia até o Rio Grande do Sul, distribuição con- forme VIEIRA, 1955), apenas do Estado de Mato Grosso (SCHALLER & VASCONSELLOS, 1978) tem-se dados mais acurados, indicando in- clusive o rápido e gradual desaparecimento dessa espécie de seu habitat natural. Após buscas demoradas de informações sobre a possível ocorrência atual do cervo-do-pantanal no Estado do Rio Grande do Sul, levadas a cabo por Renato Petry Leal e Gilberto Conrado Mattes, ex-zoólogo e ex- diretor, respectivamente, do Parque Zoológico da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, houve indícios de que talvez pudessem ser encon- trados, ainda, raros individuos apenas no Banhado dos Pachecos, no Municipio de Viamão. , Uma pesquisa de campo preliminar, efetuada em três excursões sucessivas aquele banhado, em 1978 (jan. e maio), provou, através de IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):25-36, 24 mar 1981 Constatação e observação de... 27 m ——————e nn — rastos e visualização fugaz de um exemplar, a real existência desse cervo nesse seu último reduto no Estado. A configuração geral da região assemelha-se a uma enseada terres- tre, em forma de um grande U, cujo interior é formado por uma extensa Planície úmida, com 8-10 km de largura e 15 km ou mais de comprimen- to e parcialmente circundada por coxilhas de terreno arenoso. A abertura do U aponta em direção nordeste. Quase toda a área encontra-se dre- nada, há longa data, apresentando solo de aspecto turfoso que forma ricos campos de pastagens para gado ou lavouras de milho e arroz, além dos banhados naturais ainda existentes. Dentro dos objetivos do trabalho, procurou-se confirmar a ocorrên- cia dessa espécie na região da Grande Porto Alegre, determinar a po- pulação existente, descrever o seu habitat e observar os seus hábitos. MATERIAL E MÉTODOS Em 1979, agora com recursos do Convênio FINEP/FZB, foi possível dar-se início à execução de um projeto de levantamento da fauna existente naquela região. Ao total, foram dispendidos 63 dias (de junho/79 a outubro/80) em pesquisa de campo como atividade principal do trabalho. No Banhado dos Pachecos, a parte visitada foi a região mais sulina do mesmo (localização geográfica: 50°52’W; 30º05'S), situada a leste de Viamão e distando dessa cidade cerca de 15 Km pela rodovia RS-040. Grande parte do banhado era percorrida periodicamente com auxilio de veículo automotor e determinados pontos eram investigados a pé durante caminhadas prolon- gadas. Os trabalhos de investigação eram desenvolvidos normalmente durante o dia, a par- tir das primeiras horas da manhã e indo, ocasionalmente, até depois do anoitecer. A presença do cervo-do-pantanal foi positivamente confirmada através de vários registros visuais da equipe, de interpretação de rastos, fezes e camas e por informações esporádicas de pessoas residentes na região. Para os registros visuais contou-se com o auxílio de binóculos 8 x (vezes) 40, teles- cópio 30 x (vezes) 65 e máquinas fotográficas com lentes telescópicas. RESULTADOS Nas poucas áreas pantanosas todavia não utilizadas com finalidade econômica, a cobertura vegetal é composta principalmente de ciperáceas, Rhynchospora schraderiana STEUD. e Scirpus giganteus KUNTH., de gramineas, capim-das-roças, Paspalum sp., e Sorgastrum setosum (GRIS.) HITSCH., de pteridófitas, Blechnum serrulatum RICH. e Pteridium aquilinum (L.), da bromeliácea, gravata, Bromelia antiacan- tha BERTOL., da loganiácea, Buddleia malmei KRENZEL, e da com- posta, Baccharis sp. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):25-36, 24 mar 1981 28 VOSS, W.A. et alii Nas margens da planície e nas encostas das elevações, secas e de solo arenoso, além de diversas gramineas, entre as quais o capim- pangola, Digitaria decumbens STENT., encontram-se as cactáceas Cereus peruvianus (L.) MILL. e Opuntia megapotamica ARECH., marica, Mimosa bimucronata (DC.) O. KUNTHE, açoita-cavalo, Luchea divaricata MART., assobiadeira, Schinus dependens ORT., cha-de- bugre, Casearia sylvestris SW., pitangueira, Stenocalyx dasyblastus BERG., capororoca, Rapanea venosa (A.DC.) MEZ., canela Ocotea tris- tis MART., e branquilho, Sebastiania klotschiania (M.A.) M.A. Os mamíferos silvestres da região, que foram constatados visual- mente ou através de informações de terceiros ou por pegadas, fezes e tocas, são o gamba, Didelphis azarae TEMMINCK, 1825, tatu-mulita, Dasypus-hybridus (DESMAREST, 1804), tatu-de-rabo-mole, Cabassous taouay (DESMAREST, 1819, guaraxaim-do-campo, Dusicyon gym- nocercus (FISCHER, 1814), guaraxaim-do-mato, Cerdocyon thous LIN- NAEUS, 1766), mão-pelada, Procyon cancrivorus (CUVIER, 1798), furão. Galictis vittatus (SCHREBER, 1777), zorrilho. Conepatus chinga Molina, 1782, gato-do-mato, Felis sp., lebre, Lepus europaeus(PAL- LAS, 1778), rato-de-casa, Rattus rattus (LINNAEUS, 1758), camun- dongo-de-casa, Mus musculus LINNAEUS, 1758, tuco-tuco, Ctenomys sp., ratão-do-banhado, Myocastor coypus (MOLINA, 1782), preá, Cavia sp., e capivara, Hydrochaeris hydrochaeris (LINNAEUS, 1766). A classe das aves esta representada por mais de 185 espécies diferentes, destacando-se por seu tamanho ou número com que ocorrem e pela vistosidade ou raridade as seguintes: ema, Rhea americana (LIN- NAEUS, 1758), maria-faceira, Syrigma sibilatrix (TEMMINCK, 1824), curicaca, Theristicus caudatus (BODDAERT, 1783), marreca-piadeira, Dendrocygna viduata (LINNAEUS, 1766), gaviäo-pombo-branco, Leucopternis polionota (KAUP, 1847), chimango, Milvago chimango (VIEILLOT, 1816), quero-quero, Vanellus chilensis MOLINA, 1782, pombão, Columba picazuro TEMMINCK, 1813, mocho-dos-banhados, Asio flammeus (PONTOPPIDAN, 1763), junqueiro-de-bico-torto, Lim- nornis curvirostris GOULD, 1839, viuvinha-de-óculos, Hymenops pers- picillata (GMELIN, 1789), andorinha-de-sobre-acanelado, Petrochelidon pyrrhonota (VIEILLOT, 1817), veste-amarela, Xanthopsar flavus (GMELIN, 1788), cardeal-do-banhado, Amblyrhanphus holosericeus (SCOPOLI, 1786). sanhaçu-frade, Stephanophorus diadematus (TEM- MINCK, 1823), coleira-do-brejo, Sporophila collaris (BODDAERT: 1783), e tipiu, Sicalis luteola (SPARRMAN, 1789). De répteis, foram encontrados: cágado-de-barbicha,Phrynops geof- froanus (SCHWEIGGER, 1812), lagarto, Tupinambis rufescens (GUN- THER, 1871), cobra-d'água, Helicops carinicaudus (WIED, 1825), IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(59):25-36, 24 mar 1981 Constatação e observação de... 29 cobra-verde, Leimadophis viridis (GUNTHER, 1862), jararaquinha-de campo, Liophis jaegerii (GUNTHER, 1858), parelheira, Phylodrias schotti (SCHLEGEL, 1837), cobra-coral, Micrurus corallinus (WIED, 1820), cruzeira, Bothrops alternata (DUM., BIBR. & DUM., 1854) e jacaré-de-papo-amarelo, Caiman latirostris (DAUDIN, 1802). Os peixes que habitam as águas limpidas e correntes dos canais de drenagem são principalmente a traíra, Hoplias malabaricus (BLOCH, 1794), jundiá, Rhamdia sp., muçum, Symbranchus marmoratus Bloch, 1795, e acara, Geophagus brasiliensis (QUOY & GAIMARD, 1824). Os animais domésticos encontrados nos campos, em menor ou maior número, são o cão, Canis familiaris (LINAEUS, 1758), gato, Felis catus LINNAEUS, 1758, cavalo, Equus caballus (LINNAEUS, 1758), boi, Bos taurus LINNAEUS, 1758, e ovelha, Ovis aries LINNAEUS, 1758. As aves domésticas: pato, Cairina moschata (LINNAEUS, 1758). peru, Meleagris gallopavo LINNAEUS, 1758, galinha-d'ângola, Numida meleagris LINNAEUS, 1766, e galinha, Gallus gallus (LIN- NAEUS, 1758), são vistas normalmente nas proximidades das habi- tações humanas. A citação desses animais tem por finalidade completar a listagem da fauna encontrado, visto que esses animais podem ser eventuais transmissores de zoonoses, como no caso, o gado bovino (COIMBRA-FILHO, 1972) ou predadores do cervo-do-pantanal, no caso de canideos. O cervo-do-pantanal, com cerca de 1,20m de altura nas cruzes, apresenta colorido geral dum marrom-avermelhado, sendo as patas e o focinho de cor anegrada. No campo, a cor clara da parte interna das orelhas se torna conspicua. Nos meses de inverno, a sua pelagem apresenta um tom mais apagado. As fêmeas, que não portam galhada, têm um porte algo menor do que os machos. O primeiro local intensivamente visitado, à procura do cervo-do pantanal, foi uma área totalmente cercada de aproximadamente 680 ha que se reparte em uma área (400 ha) destinada ao plantio de milho, Zea mays L., subdividida em quadras devido aos canais de dre- nagem cruzados, e uma área não subdividida (280 ha), também seca pela ação da drenagem, porém, revestida com vegetação natural. Toda essa área situa-se praticamente no centro da planície. Na terra trabalhada das lavouras, constatou-se inicialmente pe- gadas e fezes de, pelo menos, dois individuos adultos de cervos. Depois, avistou-se, em ocasiões diferentes, três indivíduos, ou seja, um macho com galhadas e duas fêmeas, e encontrou-se camas por entre a vegetação alta da área não subdividida. Posteriormente, houve um encontro com um macho adulto (talvez não o mesmo de antes) enquanto descansava num dos canais de drenagem das lavouras de milho (29 dez. 79). IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):25-36, 24 mar 1981 30 VOSS, W.A. et alii No sopé e na encosta duma colina alta, situada no lado leste do ba- nhado e coberta com capim-pangola, Digitaria decumbens STENT, foram encontradas algumas vezes pegadas de individuos isolados. Uma vez, porém, puderam ser seguidos rastos de dois individuos juntos, diferentes em tamanho, por mais de 500m ao longo de um caminho arenoso (15 maio 80). Um outro local que repetidamente possibilitou constatações a res- peito da presença do cervo foi a região ao longo de um certo canal na parte sul do banhado. Em sua margem direita situa-se uma grande ex- tensão de banhado intacto e, na margem esquerda, estendem-se terras destinadas ao plantio de arroz, Oryza sativa L. Ali, também foram en- contrados rastos e camas, principalmente numa mancha formada por ar- bustos de Buddleia malmei Krenzel e Baccharis sp. Também foram vistos indivíduos isolados, tanto macho como fêmea, e um par pastando juntos (22 e23 jul. 80). Numa das elevações descampadas e secas, no lado sul, foram en- contrados rastos de um individuo junto a uma cerca e longe do ambien- te úmido (14 ago. 80). Parecia tratar-se de um animal migrante em bus- ca de outros banhados, que se encontram distantes, seguindo-se naquela direção. Por várias vezes, foram vistas pegadas de tamanho menor, acom- panhando pegadas grandes, sendo que algumas vezes nas cercanias das lavouras de’arroz, Oryza sativa L. (27 mar. 79, 13 de maio 80 e 22 jul. 80) e, outra vez, nas lavouras de milho, Zea mays L. (19 jun. 80), tratando-se talvez de dois indivíduos jovens em companhia das mães e confirmando, assim, informações de pessoas da fazenda. Em quase todas as ocasiões, em que foram vistos individuos de cervo, esses demonstravam ser de indole confiante, não prestando muita atenção à presença próxima (100-200m) de pessoas. Eram vistos geral- mente pastando enquanto se deslocavam ou afastavam lentamente. Somente quando de proximidade aquem dessa distância, começavam a prestar atenção e observar mais atentamente o intruso de seus terri- torios. Quando esse lhes chegava perto demais (50-30m), afastavam-se primeiro cautelosamente e depois numa corrida pulada, característica, refugiando-se quase sempre na vegetação mais alta. A primeira vez que foi visto de perto um exemplar de cervo foi quando uma fêmea passou correndo a uns 40m de um dos observadores. Ela tinha se deslocado ao longo da cerca, em direção a uma porteira aberta na area do milho, mas refugiou-se no interior das quadras de milho depois deter sido interceptada pela equipe junto àquela porteira (05 out. 79, 10:00, h, dia chuvoso). r IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(59):25-36, 24 mar 1981 Constatação e observação de... 31 Certa ocasiäo (03 nov. 79, 18:20h, c&u encoberto), quando um dos componentes da equipe aproximou-se até uns 25m de uma fêmea que descansava escondida numa moita, essa fugiu apressadamente. Após 30- 50m de corrida, porém, ela parou e voltou lentamente, sempre descon- fiada e fixando o local onde se encontrava escondida a pessoa, aproxi- mando-se até uns 25-20m. Inspecionou por longo espaço de tempo o causador da perturbação, que por sua vez também a observou com o seu binóculo, e, após, afastou-se lentamente, parando de vez em quando para olhar a pessoa. Depois, afastou-se aos saltos, vencendo uma dis- tância de algumas centenas de metros sem parar uma única vez. Numa outra ocasião (28 dez. 79, 8:00h, dia chuvoso) um macho saiu numa disparada de seu esconderijo, num capinzal alto, a menos de 20m da pessoa interceptadora, não parando enquanto não tivesse trans- posto toda a área não subdividida, já mencionada. Um macho que estava deitado na parte úmida de um valão pode ser fotografado a partir de uma distância de uns 150m até chegar-se a 30m, quando levantou-se num salto repentino, transpôs a margem do valão e refugiou-se num milharal (29 dez. 79, 18:00h, dia ensolarado). Um casal de cervos que pastava num banhado deixou-se aproximar até uns 100m quando, então, os dois começaram a tornar-se irrequietos e se afastaram lentamente. Mais adiante iniciaram uma corrida pulada, continuando nessa fuga até refugiarem-se numa mancha de Buddleia malmei Krenzel e Baccharis sp. (23 jul. 80, 12:00h, dia ensolarado). Ao total, houve 37 ocasiões em que se deram encontros com in- dividuos de cervos, pela equipe ou por terceiros (gráfico I), e, desses, em 30 ocasiões puderam ser registrados os horários do acontecimento (gráfico II). Em termos gerais, pode-se dizer que as atividades normais do cervo-do-pantanal, tais como pastagens e deslocamento, independiam das condições do tempo, isto é, que indivíduos podiam ser vistos tanto em dias ensolarados como em dias de chuva e praticamente a qualquer hora do dia. CONCLUSÃO O cervo-do-pantanal, o único mamífero de grande porte da fauna brasileira, encontra-se em vias de extinção em toda a sua área de dis- tribuição (COIMBRA-FILHO, 1972 e IBDF, 1973). Uma pequena população, composta de 4 a 8 indivíduos e, ao o que tudo indica, os ül- timos representantes vivos dessa espécie no Estado do Rio Grande do Sul, foi constatada numa região pantanosa da Grande Porto Alegre (município de Viamão), habitando ainda um recanto tranquilo e pro- tegido, apesar de parcialmente modificado pela ação do homem. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):25-36, 24 mar 1981 32 VOSS, W.A. et alii Nesse ambiente, o cervo-do-pantanal desenvolve atividades mar- cadamente diurnas, com acentuado aumento nas horas de antes do meio- dia e do entardecer, ocupadas principalmente em pastagem e desloca- mento vagaroso pelo ambiente. Pode ser visto tanto em dias ensolarados como em dias chuvosos, mas parece refugiar-se na vegetação mais fe- chada e alta (capinzais ou vassorais) dos banhados quando de tempo ad- verso. De indole um tanto confiante, ou mesmo curiosa, não se ressente muito da aproximação humana. No entanto, sentindo-se tolhido em sua intimidade, afasta-se cautelosamente e, depois, empreende uma corrida pulada, característica, geralmente para refugiar-se na vegetação alta e fechada. Também as horas mais quentes do dia parece passar nesses re- fugios sombreados quando não, principalmente na época de verão, procura os cursos d'água para tomar banhos demorados ou visita os capinzais ralos, úmidos, para ali descansar. Apesar de viver predominantemente em terrenos baixos, de ba- nhado, a sua presença também pode ser constatada em terras altas, secas, e, muitas vezes, a distâncias consideráveis de seu ambiente ha- bitual. Esse cervideo chega a adaptar-se muito bem à proximidade do homem e vive e procria mesmo em áreas transformadas em lavouras, quando não é perseguido. AGRADECIMENTOS Aos professores Dr. Aloysio Sehnem, Clemente J. Steffen e Ronaldo A. Wasum, da UNISINOS, e Bruno E. Irgang, da UFRGS, pela determinação de espécimes botânicos. A Claudio J. Becker, FZB-MCN, pela determinação de espécimes zoológicos. A Helio F. Saraiva, Engenheiro Agrônomo e diretor do Parque Zoológico da FZB, pelo apoio logis- tico dispensado às excursões e pela revisão crítica do manuscrito deste trabalho. À Dra. Cecilia V. Ribeiro, FZB-MCN, pelo incentivo e pela orientação dispensados. Ao Convênio FINEP/FZB pelos recursos que possibilitaram a execução deste trabalho. BIBLIOGRAFIA CABRERA, A. 1961. Catálogo de los mamiferos de America del Sur. Revta. Mus. Argent. Cienc. Nat. “Bernardino Rivadavia”, Buenos Aires, 4(2): 309-732. COIMBRA-FILHO, A.F. 1972. Mamíferos ameaçados de extinção no Brasil. In: ES- PECIES da fauna brasileira ameaçadas de extinção. Rio de Janeiro. p. 13-98. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):25-36, 24 mar 1981 o ça no o HENSEL, R. 1879. Beitrage zur Kenntnis de Thierwelt Brasiliens: Die Hirsche. Zool. Gart., 20(1):3-10. IHERING, H. von. 1892. Os mamíferos do Rio Grande do Sul. An Est. Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 20:96-123. INSTITUTO BRASILEIRO DE DESENVOLVIMENTO FLORESTAL. 1973. Portaria 3.481-DN: lista oficial de espécies animais ameaçadas de extinção da fauna indi- gena. Brasilia. 7p. SCHALLER, G.B. & VASCONCELLOS, J.M.C. 1978. A marsh deer census in Brazil. Oryx, London, 14(4):345-51. SCHMIDT, H. 1944. Argentinische Saugetiere. San Andres, Hans Schmidt. 257p. VIEIRA, C. da C. 1955. Lista remissiva dos mamíferos do Brasil. Arq. Zool. Est. S. Paulo. São Paulo, 8:341-474. XIMENEZ, A. et alii. 1972. Lista sistematica de los mamiferos del Uruguay. An. Mus. Hist. Nat. Montevideo, 2. serie, Montevideo, 7(5):1-49. Este trabalho foi examinado por: Cecilia Volkmer Ribeiro Marta Elena Fabian Thales de Lema IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(59):25-36, 24 mar 1981 34 VOSS, W.A. et alii DE OBSERVAÇÕES) (FREQUÊNCIA Ei EEE RMEREME rn Au ERBEN br. Limbiol Jeyr. | jul ado ehr aut | URSO, E E no BE En BEE nu Fa Ea E o E (MESES) Gráfico I — Distribuição de frequência das constatações visuais do cer- vo-do-pantanal nos diversos meses, de um total de 37 observações realizadas no periodo de junho/79 a outubro/80. ERPERERE a De ppa eo pr PS E A ER Sfele |. fofa a ha [2 ce o Clio 3] Asche Az Ba a a ee 2711/11177 Bau Kan [8.7 Se le CODEC EEREERas ES E Pp E | pa o ea 1 Sn RE ee E SO PM a m ES = Ze mp Sb FE ed (HORAS DO DIA) Gráfico II — Diagrama do horário das atividades do cervo- do. pantanal, de um total de 30 observações. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):25-36, 24 mar 1981 Constatação e observação de... | 35 N... Fig. 1 e 2. Banhado dos Pachecos, municipio de Viamäo: 1. vista parcial em direcäo nordeste; 2. vista parcial, na parte sul, destacando uma mancha formada por arbustos de Buddleia malmei KRENZLER e de Bacharis sp. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):25-36, 24 mar 1981 36 VOSS, W.A. et alii Fig.4 Fig. 3 e 4. Cervo-do-pantanal, Blastocerus dichotomus (ILLIGER, 1811): 3. Macho em fuga; 4. fêmea em seu habitat. es IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):25-36, 24 mar 1981 Contribuição ao conhecimento da alimentação de Alouatta guariba clamitans CABRERA, 1940 em habitat natural no Rio Grande do Sul (Cebidae, Alouattinae).* Olisses P. Chitolina** Martin Sander*** RESUMO Este trabalho registra observações realizadas em habitat natural sobre a alimen- tação do bugio-ruivo (Alouatta guariba clamitans CABRERA, 1940). O estudo desenvol- veu-se no periodo de 19 de dezembro de 1979 à 30 de agosto de 1980 na mata pluvial atlântica no município de Sapiranga, Rio Grande do Sul. Os resultados foram obtidos através de observação direta em campo e do exame das fezes. ABSTRACT The present paper reports of feeding behaviour by Brown howler monkey (Alouatta guariba clamitans CABRERA, 1940) in the wild. The study was carried out from Decem- ber 19, 1979 to August 30, 1980 in a pluvial atlamtic forest at Sapiranga, Rio Grande do Sul. The results were obtained with field observation and dregs examination. INTRODUÇÃO O bugio-ruivo Alouatta guariba clamitans CABRERA 1940, é uma subespécie de primata neotropical ameaçada de extinção no Brasil, COIMBRA-FILHO (1972). A espécie ocorre ao longo da Serra do Mar, no Brasil meridional até a Bahia segundo IHERING (1892 e 1914). A subespécie segundo CABRERA (1957), habita o Brasil oriental desde o estado do Rio de Janeiro até o Rio Grande do Sul, e em Mi- siones extremo nordeste na Argentina. A mesma subespécie é citada por CUNHA-VIEIRA (1955) no litoral do Rio de Janeiro, de São Paulo, do Paraná, de Santa Catarina e a região norte do Rio Grande do Sul. * Aceito para publicação em 29/XII/1980. Contribuição FZB nº 197. Trabalho parcialmente sub- vencionado pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), Rio de Janeiro (Convênio B/29/79/018/00/71). ** Técnico Superior Pesquisador do Parque Zoológico da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (PZ-FZB), Caixa Postal 36, 93.200 Sapucaia do Sul, RS, Brasil. *** Pesquisador em Zoologia na Universidade do Vale do Rio dos Sinos UNISINOS, Caixa Postal 275, 93.000, São Leopoldo, RS. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):37-44, 24 mar 1981 CHITOLINA, O.P. & SANDER, M. [ob] oo Em BENTON (1976) poderão ser obtidos descrição do recinto, alimentação e cuidados veterinários utilizados para Alouatta caraya em cativeiro. Para a mesma espécie em cativeiro, boas observações e des- crição sobre a reprodução, fecundidade, maturação dos filhotes, compor- tamento e estrutura social podem ser obtidos nos trabalhos de SHOEMAKER (1978, 1979, 1981). As observações sobre bugio-ruivo, realizadas em habitat natural, tiveram como objetivo a descrição do habitat, do local do estudo e ob- servações sobre a alimentação natural. O trabalho de campo foi realizado em Picada Verão no Município de Sapiranga (29º33' S; 51º03'0), cerca de 80 km ao norte de Porto Alegre, RS. A altitude em relação ao nível do mar oscila de 200 a 650 metros. Apresenta uma temperatura média no verão de 28ºC e no inver- no de 10ºC. A atividade agricola em propriedades do tipo minifúndio é intensa e destaca-se o cultivo da batata e do feijão. A vegetação natural existente é típica da encosta da serra, RAMBO (1956), que é também chamada de pluvial atlântica conforme SEHNEM (1980) e se caracteriza pelos seguintes elementos típicos: Annona cacans WARM. (araticum - coração-de-boi), Coussapoa schotii MIQ. (figueira-mata-pau) Rheedia gardneriana PL. & FR. (bacopari), Schizolobium parahybum (VELL.) BL. (guapuruvu), Talauna ovata ST. HIL. (baguaçu), e também des- taca-se pela riqueza em epífitas, filicineas, bromeliáceas e orquidáceas. Das três espécies de primatas citadas para o Rio Grande do Sul, vas são de bugios, VOSS (1973). Informações 'sobre a biologia desta es- pécie estão praticamente ausentes da bibliografia. MATERIAL E METODOS As observações sobre os indivíduos em campo, foram realizadas a olho nú e com auxilio de binóculos 7X50. Informações sobre a alimentação dos bugios foram obtidas através de observações diretas e de exame das fezes do animal com o auxílio de microscópio esteroscópico marca Carl Zeiss. O material vegetal semelhante ao que estava sendo ingerido era coletado para posterior identificação. Os dados de campo obtidos, correspondem ao periodo de 19 de dezembro de 1979 até 31 de agosto de 1980. Durante este período, foram efetuados 39 dias de trabalho de campo, dos quais 32 com observações do bugio-ruivo. RESULTADOS E DISCUSSÃO A alimentação é um dos fatores indispensáveis vara a manutenção e procriação de primatas em cativeiro, conforme NAPIER & NAPIER (1967), BECKER (1976) e LINDBERGH (1976). IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(59):37-44, 24 mar 1981 Contribuição ao conhecimento... 39 Através das observações de campo constatou-se que A. guariba clamitans, geralmente alimenta-se nas primeiras 2-3 horas após acordar e 2-3 horas antes de fixar-se no local de dormir. O maior periodo de obten- ção do alimento está compreendido entre as 8e 10 horase entre 15e 17 horas. THORINGTON Jr. (1970). Destaca que a alimentação é uma das principais atividades da maior parte dos primatas e que a maior parte do tempo de atividades é gasto na obtenção do alimento. Frequentemente foi observado um intervalo de descanso entre os dois periodos de obtenção do alimento. Este intervalo é maior, e atinge cerca de 2 a 3 horas, entre a obtenção do alimento na parta da manhã e da parte da tarde. Em cativeiro as porções de alimento são oferecidas em dois intervalos distintos segundo BENTON (1976) para Alouatta caraya (HUMBOLDT, 1812). A coleta do alimento é realizada com o auxílio das mãos ou é diretamente obtida com a boca. A posição mais frequente para a obten- ção e alimentação é a de cócoras. Também a posição vertical, preso com a cauda e auxiliado ou não com os pés, em um galho superior pode ser observada. Os individuos adultos de um mesmo grupo alimenta-se separa- damente, a distância mais próxima durante a alimentação foi de cerca 1,50 metros, entre individuos adultos. Um filhote com cerca de três meses de idade foi observado alimentando-se ao lado de uma fêmea, que durante o deslocamento, o carrega sobre o dorso, na base da cauda. Não foi observada troca de alimento entre individuos do mesmo grupo, assim como não foi constatado qualquer comportamento de agressão durante a alimentação. O alimento citado no quadro I, foi observado sendo utilizado por Alouatta guariba clamitans em habitat natural. A alimentação natural desta espécie é constituida preferencialmente por folhas e frutos. Folhas de Ficus anthelmintica MART. (coajuguva) são geralmente arrancadas dos galhos diretamente com a boca. ALTMANN (1959) ob- servou este comportamento sendo realizado por Alouatta palliata na ob- tenção de frutos de Ficus sp., e supõem ser devido ao liquido pegajoso proveniente do fruto. Geralmente o material foliar é dobrado com o auxílio da língua. Ramos com mais de 05 mm não são ingeridos e fre- quentemente são encontrados no chão. Os legumes de Inga marginata WILD. (ingá-feijão) são abertos com os dentes ou com as mãos. Cada legume possui em média cerca de 8 sementes envoltas por uma polpa de sabor adocicado. Fezes examinadas no periodo de utilização de legumes IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):37-44, 24 mar 1981 40 de Inga marginata encontram-se repletas de sementes, portanto somente a polpa é utilizada como alimento. Frutos de Ficus sp pequenos são ingeridos inteiros, enquanto frutos de Ficus anthelmintica que são de maior tamanho são encontrados no chão, frequentemente abertos lateralmente e com marcas dos inci- sivos. CHITOLINA, O.P. & SANDER, M. Quadro I. Alimento de origem vegetal utilizado por Alouatta guariba clamitans CABRERA em Picada Verão, Sapiranga, RS. (* observado através do exame das fezes). NOME DO VEGETAL PARTE UTILIZADA ÉPOCA Dezembro 1979 Janeiro 1980 Fevereiro 1980 Março 1980 Abril 1980 Maio 1980 Junho 1980 Julho 1980 Agosto 1980 Ajonea saligma* Ficus sp* Não identificado A Ajonea saligma Arabidaea- sp Ficus anthelmintica Ajonea saligma Inga marginata* Arabidaea sp Não identificado A Não identificado B Compositae Inga marginata Cecropia adenopus Ficus anthelmintica Não identificado C Cecropia adenopus Piptadenia rigida Ficus anthelmintica Arabidaea sp Eugenia pungens Celtis talla Ficus anthelmintica Ficus sp Arabidaea sp Celtis talla Arabidaea sp Lauraceae Arabidaea sp Inga marginata Arabidaea sp Solanaceae Arecastrum romanzoffianum* frutos frutos folhas frutos folhas folhas novas frutos frutos sementes dos legumes folhas folhas folhas folhas semente dos legumes frutos frutos e folhas folhas frutos frutos folhas novas folhas frutos frutos e folhas folhas folhas folhas frutos folhas folhas folhas folhas folhas frutos IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(59):37-44, 24 mar 1981 Contribuição ao conhecimento... 41 FIG.1 FIG. 2 Fig. 1-2: 1. Vista panorämica do local de estudo. Picada Veräo, Sapiranga, RS. Fot. M. Sander; 2. Fruto de Cecropia adenopus (embuaba), maio 1980. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(59):37-44, 24 mar 1981 42 CHITOLINA, O.P. & SANDER, M. No Panamá, o principal alimento de Alouatta caraya, segundo ALT- MANN 71959), nas duas primeiras semanas de novembro é constituido por cerca de 95% de frutos de Ficus sp e de 50% do mesmo fruto nas duas semanas seguintes. Frutos de Cecropia adenopus (embaúba) quando maduros possuem cor amarela, perfume e sabor adocicado e são preferidos por individuos jovens. Não foi constatado através de observação direta o consumo de alimento de origem animal. Somente através do exame das fezes cole- tadas em dezembro foram observados restos de placas quitinosas, provavelmente pertencentes a Coleoptera. Proteína animal pode ser obtida através dos parasitos que se en- contram em frutos de Ficus sp, segundo ALTMANN (1959). MITTER- MEIER (1973) acrescenta que nestes frutos frequentemente são obser- vados vespas. WALKER (1968) escreve que a proteina animal pode ser obtida pelos bugios através do consumo de aves, ovos, pequenos ma- miferos e insetos. Também foi constatado através de fezes de A. guariba clamitans que os frutos de Arecastrum romanzoffianum (CHAM.) BECC. (gerivá) e Ajonea saligma MEISSN. (canela) nem sempre sofrem o processo de digestão, pois são encontrados inteiros, ainda envoltos pela parte car- nosa do fruto. Semelhante observação foi realizada per L. Flamarion (Conforme comunicação pessoal 1980) relativo a frutos de Arecastrum romanzoffianum. Na zona da mata de Araucária pode ser observado A. guariba clamitans alimentando-se de brotos foliares de Araucaria angustifolia (BERTOL.) O. KZE. (pinheiro), segundo L. Flamarion (Conforme Comunicação pessoal 1980). CONCLUSÃO A alimentação de Alouatta guariba clamitans, no local do presente estudo é quase exclusivamente vegetal e consiste basicamente de folhas e frutos. As folhas de Arabidaea sp são frequentemente utilizadas assim como os frutos de Ficus sp e de Ficus anthelmintica. Os demais vegetais são utilizados como alimento de acordo com a frutificação das diferentes espécies. O alimento de origem animal somente pode ser constatado através do exame de fezes e constituia-se em restos de placas quitinosas de coleoptera . IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):37-44, 24 mar 1981 Contribuição ao conhecimento... 43 A obtenção do alimento é mais frequente e mais intensa nas 2-3 horas após acordarem e antes de fixarem-se no local de dormir. Devido a semelhança no comportamento entre as espécies de Alouatta dados sobre a biologia das demais espécies podem ser utili- zados na manutenção em cativeiro de 4. guariba clamitans. AGRADECIMENTOS Agradecemos ao biólogo Francisco R.S. Breyer pela introdução ao estudo dos bugios-ruivo; ao prof. Clemente J. Steffen pela companhia nas excursões e auxílio nas identificações botânicas; ao prof. Dr. Aloysio Sehnem pelo auxílio nas identificações botânicas; a bióloga Marlise Becker e Dr. Alan H. Shoemaker pela remessa de biblio- grafia; ao Prof. Virgilio Adami, chefe do setor audio-visual da Universidade do Vale do Rio dos Sinos pela cedência do equipamento fotográfico; ao colega Luiz Flamarion da Universidade Federal do Rio Grande do Sul pelas comunicações pertinentes; ao Eng. Agr. Hélio F. Saraiva diretor do Parque Zoológico, ao Dr. Pedro E, Haeser diretor do Centro de Ciências Biomédicas pela simpatia com que acompanham nosso trabalho. BIBLIOGRAFIA 1. ALTMANN, S. 1959. Field Observations on a Howling Monkey Society. Journal of Mammalogy, 40(3):317-330. 2. BECKER, M. 1976. Aspectos que devem ser observados, ao iniciar uma criação de Á primatas em cativeiro. Pesquisas Zoologia. São Leopoldo (27):1-14. 3. BENTON Jr., L. 1976. The establishment and husbandry of black howler Alouatta caraya, colony at Columbia Zoo. Inter. zoo. Yb. London, 16:149-52. 4. CABRERA, A. 1957. Catalogo de los mamiferos de America del Sur. Revta. Mus. ar- gent. Cienc. nat. Bernardino Rivadavia Ciencias zoolögicas, Buenos Aires, 4(1):1- 132. 5. COIMBRA-FILHO, A.F. 1972. Mamiferos ameagados de extincäo no Brasil. In: ES- PECIE da fauna brasileira ameagada de extincäo. Rio de Janeiro, Academia Bra- sileira de Ciências. p. 13-98. 6. CUNHA-VIEIRA, C. da. 1955. Lista remissiva dos mamiferos do Brasil. Args. zool. Est. S. Paulo, São Paulo 8(11):314-474. 7. IHERING, H. von. 1892. Os mamíferos do Rio Grande do Sul. Annuário do Estado do Rio Grande do Sul para o ano de 1893, Porto Alegre: 1914. Os bugios do gênero Alouatta. Revta. Mus. paul., São Paulo, 9:316-32. 9. LINDBERGH, S. 1976. Natural social structures and feeding procedures in the ac- climatisation of South American primates. Inter. zoo. Yb., London, 16:146-9. 10. MITTERMEIER, R.A. 1973. Group activity and population dynamics of the howler monkey on Barro Colorado island. Primates, 14 (1):1-19. 11. NAPIER, J.R. & NAPIER, P.H. 1967. A handbook of living primates. London, Academic Pres. 456p. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):37-44, 24 mar 1981 44 CHITOLINA, O.P. & SANDER, M. 12. RAMBO, B. 1956. A fisionomia do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, Selbach. 456p. (Jesuitas no Sul do Brasil, 6). 13. SEHNEM, A. Conheça os nomes das plantas. Canoas, La Salle, s.d. 64p. 1980. A vegetação nativa do Rio Grande do Sul. São Leopoldo Universidade do Vale do Rio dos Sinos. 9p. 15. SHOEMAKER, A.H. 1978. Observations on Howler monkeys, Alouatta caraya, in captivity. Zool. Garten. Neue Folge, Jena, 48(4):225-34. 16. . 1979. Reproduction and development of the Black howler monkey, Alouatta caraya, at Columbia Zoo. Inter. zoo Yb., London, 19:150-5. 17. . 1981. Fecundity in the captive Howler monkey, Alouatta caraya. Inter. zoo Yb., London, No Prelo . 18. THORINGTON, Jr., R.W. 1970. Feeding behavior of nonhuman primates in the wild. In: HARRIS, R.S. Feeding and nutrition of nonhuman primates. New York, Academic Press. p. 15-27. 19. VOSS, W. 1973. Ensaio de lista sistemätica dos mamiferos do Rio Grande do Sul, Brasil. Pesquisas. Zoologia, Säo Leopoldo, 25:1-35. 20. WALKER, E. P. 1980. Mammals of the world. 2.ed. Baltimore, Johnshopkins, v.1. Este trabalho foi examinado por: | Cecilia Volkmer Ribeiro Marta Elena Fabian Moema Leitäo de Araujo IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(59):37-44, 24 mar 1981 Ictiofauna da Lagoa Negra, Parque Estadual de Itapuã, Muni- cipio de Viamão, Rio Grande do Sul, Brasil.* Karin Martha Grosser** Silvia Drügg Hahn** RESUMO Apresenta-se uma relacäo de especies de peixes capturados na Lagoa Negra e nos canais de irrigação que lhe são adjacentes situados no Parque Estadual de Itapuã, mu- nicípio de Viamão, Rio Grande do Sul, Brasil. São feitas algumas observações de caráter ecológico e assinala-se o registro de ocorrência nova para o Rio Grande do Sul das seguintes espécies: Gobionellus shufeldti (JORDAN & EIGENMANN, 1886) (Gobiidae), Curimatopsis saladensis MEINKEN, 1933 (Curimatidae) e Heptapterus eigenmanni STEINDACHNER, 1907 (Pimelodidae). ABSTRACT A list of fishes captured in a black fresh water lagoon as well as in irrigation chan- nels near the same lagoon located at the coastal area of the Rio Grande do Sul State, Brazil, is given altogether with some pertaining ecological observations. A record of Gobionellus shufeldti (JORDAN & EIGENMANN, 1886) (Gobiidae), Curimatopsis saladensis MEINKEN; 1933 (Curimatidae) and Heptapterus eigenmanni STEINDACHNER, 1907 (Pimelodidae) for Rio Grande do Sul is made for the first time. INTRODUÇÃO Diversos autores realizaram trabalhos sobre peixes de água doce do Rio Grande do Sul, porém quase nada foi feito com material procedente de ambientes aquáticos situados na faixa costeira. HENSEL (1868 e 1870) foi um dos primeiros a estudar os peixes de água doce do Estado, contudo, as espécies registradas tiveram seus representantes capturados, em sua maioria, nas imediações de Porto Alegre, principalmente no rio Guaiba e seus afluentes. * Aceito para publicação em 13/1/1981. Contribuição FZB nº 201. Trabalho parcialmente sub- vencionado pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), Rio de Janeiro (Convênio B/29/79/018/00/71). ** Pesquisadoras do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Caixa Postal 1188, 90000 Porto Alegre, RS. Bolsistas do Conselho Nacional de Desenvolvimen- to Científico e Tecnológico (Proc. nºs 30.4591 /77 - ZO-07 e 1111.6089/77. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):45-64, 24 mar 1981 GROSSER, K.M. & HAHN,S.D. STEINDACHNER (1874, 1875 e 1876) apresenta descrições de diversas espécies de peixes da região sudeste do Brasil, inclusive do Rio Grande do Sul, mas não cita nenhuma espécie para a região costeira do Estado. BOULENGER (1891), por sua vez, relata os resultados da análise de material ictiológico pertencente à ordem Siluriformes. Esses peixes foram coletados por H. von Ihering e S. Wolff nos rios Camaquã e Icamaquä na região de São Lourenço (Lagoa dos Patos). Ja o trabalho de COPE (1894) restringe-se a espé ‚es de peixes cap- turados no rio Jacuí e regiões próximas. IHERING (1897), embora tratando de peixes da costa marinha do Rio Grande do Sul, referiu-se também a algumas espécies de água doce ocorrentes nos rios Camaquã e Guaiba e ainda no Saco da Mangueira em Rio Grande. Em 1898, o mesmo autor concluiu um estudo sobre peixes de água doce do Estado, dando maior ênfase ao material capturado no rio Camaquã, próximo à Lagoa dos Patos, na região do estuário do Guaiba e afluentes e no rio Uruguai. KLEEREKOPER (1955) desenvolveu algumas investigações sobre a limnologia de ambientes aquáticos situados na faixa litorânea, desde Torres até Tramandaí, porém, deu pouco destaque à fauna íctica. Os dados apresentados baseiam-se, em grande parte, num trabalho de LOURENÇO-GOMES (1947) no qual é mencionada uma pequena coleção - de peixes capturados na costa gaúcha. As observações pessoais de KLEEREKOPER limitam-se a fenômenos relacionados com a migração e reprodução dos peixes encontrados na área, no periodo de 1941 a 1947. Neste trabalho, são relatados os resultados de uma avaliação preliminar da ictiofauna da Lagoa Negra situada no Parque Estadual de Itapuã, municipio de Viamão, RS. Também foram explorados alguns canais de irrigação que conduzem água da Lagoa até as lavouras de arroz existentes na área estudada. A Lagoa Negra ocupa uma área de cerca de 1700 hectares e está separada da Lagoa dos Patos por terreno arenoso constituido de dunas quase totalmente cobertas por vegetação herbácea e, em parte, arbustiva e arbórea formando capões. Na margem oposta, o terreno é plano, sendo utilizado para o cultivo de arroz e podendo ser observados os canais de irrigação e pequenas áreas isoladas de plantio de Eucalyptus sp., além de um pequeno capão de mata nativa nas proximidades do canal 4 (fig. 4). Conforme pôde ser constatado no local, a Lagoa Negra não é um ambiente totalmente fechado. Embora seu canal de ligação com a Lagoa dos Patos tenha sido interrompido por uma barragem de terra (taipa) feita ha alguns anos, durante a época das chuvas (inverno) forma-se uma IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):45-64, 24 mar 1981 Ictiofauna da Lagoa Negra... 47. pequena passagem, numa das extremidades da barragem, que permite a comunicação entre ambas as lagoas através do canai existente. Atual- mente, este canal, de traçado sinuoso, serve como escoadouro de uma extensa área inundável, antes de desembocar na Lagoa dos Patos. Nas margens de terra firme que o ladeiam, a vegetação é tipicamente her- bácea e em alguns pontos vêem-se arbustos e árvores (principalmente Eucalyptus sp.). Estudos feitos recentemente acerca da limnologia da Lagoa estão contidos no trabalho de VOLKMER-RIBEIRO (no prelo). Dentre as principais características do ambiente em questão podem ser citadas a baixa transparência, devido ao elevado teor de matéria orgânica par- ticulada em suspensão na água e a acidez decorrente disso. Quanto à vegetação aquática, predominam juncos (Scirpus californicus MEY (STEUDEL) em formações mais ou menos esparsas, preferentemente junto às margens, onde em alguns pontos encontra-se grande quantidade de macrófitas aquáticas pertencentes às familias Pontederiaceae, Alis- mataceae, Polygonaceae, Hallorhagaceae, Gramineae, Salviniaceae, entre outras. A diversidade dos ambientes existentes na área, tornou imprescin- divel levar-se em conta as condições de cada local de captura na ava- liação final da fauna íctica. Assim, considerou-se a vegetação, o subs- trato e o tipo de ambiente, correlacionando esses fatores com as espécies de peixes encontradas e seus hábitos. MATERIAL E METODOS As atividades de campo tiveram início em abril de 1979 e foram encerradas em junho de 1980. Em cada estação do ano, exceto no verão, foram realizadas duas expe- dições com duração de dois dias cada, visando-se a captura de peixes também durante a noite. No verão, foi feita apenas uma destas excursões. Além disso, houve ainda coletas diurnas nas margens da Lagoa e nos canais próximos, em todas as estações do ano. À noite, foram utilizadas várias redes de espera do tipo simples e feiticeira (3 panos) cuja malha variou de 5,5 cm a 8,0 cm entrenós. Usaram-se também quatro espinhéis com 30 anzóis cada, iscados indiferentemente com minhocas, gastrópodos e peixe cortado em pedaços. Os equipamentos de pesca eram colocados nos diferentes pontos da Haga; ar entardecer, ali permanecendo ate a manhä do dia seguinte. Tanto nos canais de irrigação de maior porte como na própria Lagoa foi usada uma tarrafa para a captura de peixes, entretanto sem grandes resultados. Também tentou-se a realização de arrastos com uma rede que era puxada por dois barcos a motor, pretendendo-se com isso a captura de peixes que preferem ficar junto ao fundo da Lagoa, onde buscam seu alimento. Contudo, devido a pedras e resíduos vegetais (galhos e troncos) depositados no fundo, por diversas vezes a rede foi danificada o que levou a desistir-se desse intento. IHERINGIÄ.'Ser. Zool., Porto Alegre(59):45-64, 24 mar 1981 48 GROSSER, K.M. & HAHN,S.D. Nas margens da Lagoa, em meio à vegetação submersa e emergente , bem como nos canais de irrigação, utilizou-se uma rede de uso manual (puçá), constituida de uma armação retangular de ferro, medindo 80cm x 50cm, à qual fixou-se uma rede de náilon com uma malha de 0,2cm entrenós. Esta armação está presa a uma haste de modo a facilitar seu manuseio. Todo o material ictiológico capturado foi fixado e etiquetado em campo para pos- terior catalogação e identificação no laboratório, encontrando-se depositado na coleção científica do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Na identificação dos peixes contou-se com a colaboração dos Profs. Olga B. Oliveros e Norberto O. Oldani do Instituto Nacional de Limnologia de Santo Tomé (Santa Fe), Argentina, do Prof. José Lima de Figueiredo do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (que identificou o exemplar de Gobionellus shufeldti (JORDAN & EIGEN- MANN, 1886) e da Dra. Vera B.M. Hochberg do Departamento de Genética do Instituto de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (que analisou os espécimens do gênero Rhamdia (BLEEKER, 1858). Dada a grande extensão que a Lagoa Negra ocupa e para que se obtivesse uma amostra representativa das espécies de peixes ocorrentes, foi necessário realizar as cap- turas em diversos pontos da mesma. A seleção das áreas de amostragem foi feita levando- se em conta as características de cada ambiente, tais como: localização, substrato e presença ou não de vegetação. Para tal escolha, também foram consideradas informações obtidas com os pescadores da região que opinaram sobre locais com eventual abundância de pescado. Após terem sido concluídas as atividades de campo, constatou-se, em alguns casos, a semelhança da fauna e características ambientais em pontos de amostragem próximos, motivando, assim, o agrupamento dos dados colhidos na tabulação final. Os pontos de captura de peixes na Lagoa e os canais de irrigação explorados encon- tram-se assinalados no mapa da fig. 1. RESULTADOS Na tabela estão registradas todas as espécies encontradas nos diversos pontos da Lagoa Negra, bem como no canal de escoamento da zona palustre que limita a Lagoa e nos canais de irrigação. As áreas 1 e 2 encontram-se situadas no braço menor da Lagoa Negra, já nas proximidades de seu antigo canal de desagüe (fig. 1). O substrato em ambos é arenoso de consistência bastante sólida e a ve- getação é constituida essencialmente de ciperáceas (Scirpus californicus). Nesses pontos apenas foram capturados alguns exemplares de Hoplias malabaricus malabaricus (BLOCH, 1794) (Erythrinidae) e de Rhamdia sapo (VALENCIENNES, 1840) (Pimelodidae). Ainda no braço menor da Lagoa, entretanto próximo ao ângulo formado com a porção mais alargada, localizam-se as áreas 3 e 4 (fig. 1). O fundo é arenoso e a vegetação dominante é igualmente formada por ciperáceas, mas numa distribuição bastante dispersa. Somente três es- pécies de peixes foram registradas para esses pontos: H. malabaricus malabaricus, Schizodon fasciatus AGASSIZ, 1829 (Anostomidae) e Loricariichthys anus (VALENCIENNES, 1840) (Loricariidae). IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):45-64, 24 mar 1981 Ictiofauna da Lagoa Negra... 49 Próximo à margem sul da Lagoa Negra, no local conhecido pelos pescadores como Capão dos Coqueiros, situa-se a área 5 (fig. 1). Partin- do desse local em direção ao braço menor da Lagoa, o substrato na mar- gem é arenoso e a vegetação de ciperáceas e outras macrófitas aquáticas é mais esparsa. Os peixes capturados nesta faixa pertencem à família -Characidae (Tetragonopterinae) e à espécie Pimelodus clarias maculatus LACEPEDE, 1803 (Pimelodidae). Tambem na margem, porém partindo do Capão dos Coqueiros em direção à área 8 (fig. 1), o fundo progride de arenoso a lodoso e a ve- getação torna-se mais densa com uma nitida zonação: um tapete de macrófitas (principalmente Eichornia sp., Salvinia sp, entre outras), seguido de ciperáceas (Scirpus ae) e, já próximo à praia, uma faixa de gramíneas típicas de zona alagada (Leersia sp). Na porção de terra firme encontra-se uma faixa de vegetação herbácea, seguida de um pequeno capão de mata nativa formada por arbustos e árvores (fig. 2). Em meio à vegetação marginal, foram coletados exemplares de Rham- della sp. e Pimelodella laticeps australis EIGENMANN, 1917, da fa- milia Pimelodidae, Microlepidogaster sp. (Loricariidae), Eigenmannia virescens (VALENCIENNES, 1847) (Rhamphichthyidae) e vários Te- tragonopterinae (Characidae). Utilizando redes de espera, foram apreendidas, ainda na área 5, as seguintes espécies: H. malabaricus malabaricus, S. fasciatus, P. clarias maculatus e L. anus. As áreas 6 e 7 estão localizadas no centro da Lagoa (fig. 1), não apresentando qualquer tipo de vegetação. O substrato em ambos é de natureza lodosa. Os peixes capturados pertencem às espécies P. clarias maculatus e L. anus. Nas imediações do Morro da Grota, foram selecionados dois locais de amostragem (áreas 8 e 9) (fig. 1). Em geral, o fundo é lodoso, mas em determinados pontos apresenta-se mais consistente. A vegetação marginal é constituída de arbustos e árvores que atingem a orla da Lagoa, onde se encontram agrupamentos de ciperáceas e grandes rochas parcialmente emersas (fig. 3). Nesta área foram capturados exemplares de três espécies: H. malabaricus malabaricus, P. clarias maculatus e Asty- anax bimaculatus (LINNAEUS, 1758) (Characidae). Como área 10, considerou-se uma área situada junto à margem norte da Lagoa (fig. 1), onde, além da captura com redes de espera e es- pinheis, procedeu-se à coleta de peixes com o puçá. A vegetação nesta margem é praticamente inexistente em alguns trechos e constituída de ciperáceas mais ou menos densas em outros. Foi registrada a ocorrência de 14 espécies de peixes nesse local (tab.). A família Pimelodidae foi a predominante, com um total de 5 espécies. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(59):45-64, 24 mar 1981 50 GROSSER, K.M. & HAHN, S.D. A porção d'água localizada no antigo canal de desagiie da Lagoa Negra, junto à taipa, apresenta-se quase completamente tomada por vegetação flutuante e emergente (principalmente Eichornia sp., Salvinia sp., Leersia sp. e Scirpus californicus. Do outro lado da barreira, pre- dominam as gramíneas aquáticas, havendo também zonas praticamente destituidas de vegetação. Somente três espécies de peixes puderam ser registradas para esse ponto, considerando-se ambos os lados da bar- ragem: Hyphessobrycon reticulatus ELLIS, 1911 (Characidae), Mi- croglanis cottoides (BOULENGER, 1891) (Pimelodidae) e Cynopoecilus melanotaenia (REGAN, 1912) (Cyprinodontidae). O canal de escoamento da zona palustre que limita com a Lagoa Negra mede cerca de 11 metros de largura junto à Lagoa dos Patos. O fundo é predominantemente lodoso e diversos agrupamentos esparsos de ciperáceas e outras macrófitas aquáticas (aguapes e gramíneas) encon- tram-se junto às margens. Um total de 23 espécies de peixes foram cap- turadas no canal perto de seu encontro com a Lagoa dos Patos (tab.). As famílias Characidae, Pimelodidae e Cichlidae foram as predominantes no local. Dos peixes registrados, H. malabaricus malabaricus e R. sapo foram os exemplares de maior porte. Salienta-se ainda o ocorrência de Asiphonichthys stenopterus COPE, 1894 (Characidae, Characinae), Characidium fasciatum AGASSIZ, 1829 (Characidiinae) e Gobionellus shufeldti (JORDAN & EIGENMANN, 1886) (Gobiidae) como único registro para a área estudada. Os canais de irrigação localizam-se na margem norte da Lagoa Negra e podem ser agrupados segundo suas características similares. Assim sendo, os canais 1 e 3, de porte muito reduzido, foram en- contrados praticamente secos a partir da coleta de inverno. Mesmo as- sim foram constatadas 2 espécies de Pimelodidae no canal 1 (tab.) e 12 espécies no canal 3, com predomínio de representantes da família Characidae, especialmente Tetragonopterinae. Registra-se ainda a ocorrência de Hyphessobrycon lütkenii BOULENGER, 1887 (Chara- cidae) e Glanidium albescens REINHARDT, 1874 (Auchenipteridae). O canal 2 somente teve reduzido seu nível de água a partir da primavera. Em seu leito de fundo arenoso-lodoso, constatou-se vege- tação de Polygonum sp. (Polygonaceae), vulgarmente conhecida como erva-de-bicho, e Enhydra sessilis DC. (Compositae). Oito espécies de peixes foram registradas nesse canal, sendo 5 da família Characidae (tab.). De fundo lodoso-arenoso, o canal 4 tem a forma típica de um con- duto escavado pelo homem (fig. 4). As espécies de vegetais aquáticos dominantes são Polygonum sp., Myriophyllum sp. (Hallorhagaceae), IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):45-64, 24 mar 1981 Ictiofauna da Lagoa Negra... 51 conhecido como pinheirinho-d'água, Azolla sp. (Azollaceae), Hydrocotyle ranunculoides L. (Umbelliferae) e Hydromistria cf. stolonifera MEYER (Hydrocharitaceae). Este foi o canal que apresentou a maior diversidade de espécies de peixes. Das 25 registradas, 8 espécies perten- cem à família Characidae (tab.). Registra-se a única ocorrência de Pseudocorynopoma doriae PERUGIA, 1891 (Characidae, Glandulo- caudinae) e de uma espécie do gênero Otothyris MYERS, 1927 (Lori- ricariidae, Hypoptomatinae) ainda não identificada. O canal 5 e o canal 6 são de forma espraiada, suas águas ocupando extensas áreas ao longo de seu leito principal. No canal 5, o substrato é lodoso e a vegetação dominante pertence à família Alismataceae, seguida de gramineas (fig. 5). Neste canal foram encontradas 18 espécies de peixes, das quais 10 da família Characidae (tab.). Embora apresentando o fundo lodoso e a mesma forma que o an- terior, o canal 6 diferencia-se daquele por apresentar uma comunidade vegetal formada por um grande número de ciperáceas e aguapés em seu leito, além de outras macrófitas aquáticas menos abundantes (fig. 7). Quanto à fauna ictica, puderam ser constatadas 18 espécies, sendo 6 da familia Characidae (tab.). Salienta-se a ocorrência de Crenicichla lepidota HECKEL, 1840 (Cichlidae) apenas neste canal. Levando-se em consideração todo o material ictiológico capturado nos diversos pontos explorados na área, pode-se registrar um total de 46 espécies, das quais 22 são da ordem Cypriniformes, 14 da ordem Silu- riformes, 6 da ordem Perciformes, 3 da ordem Atheriniformes e 1 da or- dem Synbrachiformes. A Lagoa Negra em si abriga 16 espécies e nos canais constatou-se a presença de 35 espécies. DISCUSSÃO Baseado na distribuição das espécies de peixes nos distintos am- bientes estudados, pode-se fazer uma série de considerações acerca da integração das espécies com seus respectivos habitats. Assim sendo, verificou-se uma certa constância de espécies em biótopos semelhantes o que, como é sabido, quase sempre, está relacionado com a alimentação, a reprodução ou simplesmente a busca de um abrigo para fugir aos predadores. De todo material ictiológico capturado na Lagoa Negra, Pimelodus clarias maculatus foi a espécie mais abundante, tendo ocorrido na área 5, principalmente, nas coletas de inverno. Isso vem confirmar os dados ob- tidos com os pescadores locais segundo os quais a área próxima ao Capão dos Coqueiros é a mais piscosa da Lagoa. Exemplares dessa es- IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):45-64, 24 mar 1981 52 GROSSER, a.M. & HAHN,S.D. pecie tambem ocorreram no centro, nos pontos junto ao Morro da Grota e na margem norte da Lagoa. Outra espécie bastante comum é Hoplias malabaricus malabaricus, apreendida em quase todos os pontos da Lagoa. Juntamente com Rham- dia sapo, esta espécie apresentou os individuos de maior tamanho. Igualmente de grande porte, os exemplares de Loricariichthys anus tiveram sua presença registrada em praticamente toda a Lagoa, tendo sido capturados com redes colocadas junto ao fundo, onde costumam buscar seu alimento. As demais espécies aprisionadas em redes tiveram registros muito esparsos. Nesse caso, estão: Oligosarcus jenynsii (GUNTHER,: 1864) (Characidae, Acestrorhynchinae) capturado na área 10 e Schizodon fas- ciatus ocorrente nas áreas 3,4 e 5, demonstrando que suas populações são de tamanho bastante reduzido na Lagoa. A porção d'água que se localiza junto às margens sul e norte da Lagoa e que se apresenta com densa cobertura vegetal constitui um biótopo onde ocorre uma comunidade ictica bastante tipica e diversi- ficada. Na área 10, inúmeros exemplares de uma espécie de Cheirodon GIRARD, 1854 (Characidae, Cheirodontinae) convivem com vários representantes da familia Pimelodidae (Microglanis cottoides, Parapi- melodus valenciennis (KROEYER, 1874) e Pimelodella laticeps aus- tralis). Além disso, foram encontrados também alguns exemplares de Ei- genmannia virescens, Bunocephalus iheringi BOULENGER, 1891 (Aspre- dinidae), Jenynsia lineata lineata (JENYNS, 1842) (Jenynsiidae) e Phalloceros caudimaculatus (HENSEL, 1868) (Poeciliidae). Com exceção de B. iheringi que prefere as águas livres, as demais espécies citadas abrigam-se no meio das plantas, onde também encontram seu alimento que é preferentemente de origem animal (LOWE-McCONNELL, 1975). Por outro lado, na àrea 5, E. virescens, uma espécie de Rhamdella EIGENMANN & EIGENMANN, 1888 (Pimelodidae) e uma do gênero Microlepidogaster EIGENMANN & EIGENMANN, 1889 (Loricariidae , Hypoptomatinae) estavam representadas nas amostragens feitas em meio à vegetação. O único ciclideo ocorrente na Lagoa pertence à espécie Crenicichla saxatilis (LINNAEUS, 1758), tendo sido encontrado, ocasionalmente, apenas na área 10, junto à vegetação marginal. Isso possivelmente é decorrente do hábito de vida solitária dessa espécie (LOWE- McCONNELL, 1975) e pelo fato de sua população ser pequena na Lagoa. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):45-64, 24 mar 1981 Ictiofauna da Lagoa Negra... 53 A taipa que impede o livre escoamento das águas da Lagoa Negra até a dos Patos cria um ambiente de características muito peculiares. O denso tapete vegetal que se formou ao longo desta barreira originou um habitat bastante protegido para os exemplares de Cynopoecilus mela- notaenia, M. cottoides e Hyphessobrycon reticulatus que provavelmente buscam as plantas como fonte de abrigo para si e para os organismos que lhes servem de alimento. O ponto de maior riqueza íctica da área estudada, sem dúvida, foi aquele localizado no canal que conduz a água da zona palustre adjacente à Lagoa Negra até a Lagoa dos Patos. Tipicamente um ambiente de transição, abriga espécies vindas de ambos os corpos d'água e ainda es- pécies caracteristicas de um ambiente lótico como é o constituído pelo próprio canal. Dada a facilidade de manusear-se o puçá junto às hi- drófitas, foi possível capturarem-se inúmeros peixes da família Chara- cidae (5 espécies de Tetragonopterinae e 1 de Cheirodontinae). Um exemplar de Asiphonichthys stenopterus e vários de Characidium fas- ciatum fizeram parte das amostragens obtidas. Vários exemplares de Gymnotus carapo LINNAEUS, 1758 (Gym- notidae) e de Eigenmannia virescens foram apreendidos em meio aos . Juncos existentes na desembocadura do canal. Os ciclideos, por sua vez, mais frequentemente concentravam-se entre as macrófitas aquáticas (aguapés e gramineas), estando representados por Aequidens portale- grensis (HENSEL, 1870),Cichlaurus facetus (JENYNS, 1842) e Geo- vhagus brasiliensis (QUOY & GAIMARD, 1824). Phyrrhulina australis EIGENMANN & KENNEDY, 1903 (Lebiasinidae) e duas espécies de Pimelodidae (P. laticeps australis e Rhamdella sp.) foram encontradas também junto à vegetação, enquanto B. iheringi Corydoras paleatus (JENYNS, 1842) (Callichthyidae), J. lineata lineata e P. caudimaculatus mostraram-se mais frequentes em águas livres de qualquer planta. Ainda neste canal, foram capturados espécimens de H. malaba- ricus e R. sapo, representando os peixes de maior porte. Salienta-se também a ocorrência de Curimatopsis saladensis MEINKEN, 1933, es- pécie ainda não registrada para o Estado do Rio Grande do Sul. Segun- do FOWLER (1950), esta espécie possui como localidade-tipo o rio Salado, na bacia do rio Paraná na Argentina. Já FERNANDEZ-YEPEZ (1948) assinala sua ocorrência na bacia do Paraná, no sudoeste brasi- leiro, na Argentina e no Paraguai. O material coletado na presente in- vestigação consiste em 5 exemplares medindo de 2,34 cm a 6,82 cm de comprimento standard e tanto suas proporções corporais como os dados meristicos coincidem com os apresentados por RINGUELET et al. (1967) e por FERNANDEZ-YEPEZ (1948). Assim sendo, registra-se a espécie para a região do canal de desagüe da zona palustre nas proxi- midades da Lagoa dos Patos. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):45-64, 24 mar 1981 94 GROSSER, K.M. & HAHN,S.D. Outro fato que merece consideração especial é a ocorrência de Gobionellus shufeldti (JORDAN & EIGENMANN, 1886) no canal de desembocadura da área palustre. Trata-se de uma espécie pertencente à família Gobiidae cuja distribuição, segundo DAWSON (1969) abrange a costa atlântica e o Golfo do México desde a Carolina do Norte até a Baia de Galveston no Texas. Embora sendo uma familia preferentemente marinha, algumas espécies sofreram adaptações que lhes permitem viver em toda escala de salinidade, até mesmo em águas mixohalinas ou doces. A maioria dos registros da espécie situam-na como habitante usual de pântanos e habitats estuarinos situados mais afastados do oceano, embora ocasionalmente consigam sobreviver em baias e es- tuários. Para o Brasil, há registros de G. oceanicus (PALLAS, 1770) com ocorrência no Ceará, em Pernambuco, no Rio de Janeiro e em São Paulo, e de G. smaragdus (VALENCIENNES, 1837), citado para o Rio de Janeiro (FOWLER, 1954). No entanto, as características do único exemplar capturado na área coincidem plenamente com a descrição de G. shufeldti, conforme DA WSON (1969). Comparando-se os resultados obtidos nos* diversos canais de ir- rigação, pouca diferença pôde ser verificada quanto à distribuição das espécies. Com exceção dos canais 1 e 3, que possuiam um volume de agua muito reduzido, os demais apresentaram quase que uma constância nas espécies dominantes. Os representantes da família Characidae foram os mais comuns, tanto em número de espécies como de individuos. Das espécies de Astynax, A. eigenmanniorum (COPE, 1894) e 4. bimaculatus (LIN- NAEUS, 1758) foram as predominantes, sempre em meio à vegetação. A única espécie de Glandulocaudinae registrada foi Pseudocorynopoma doriae, tendo ocorrido apenas no canal 4. H. malabaricus malabaricus ocorreu praticamente em todos os canais, mas sempre com dimensões menores que os espécimes captu- rados na Lagoa. Isso possivelmente ocorreu devido à composição de sua dieta que, para os mais jovens é constituida de peixes menores, insetos e outros invertebrados mais facilmente encontrados em ambientes me- nores e vegetados (LOWE-McCONNELL, 1975). Nos canais 4 e 6, registrou-se a presença de exemplares jovens de Curimatus gilberti gilberti (QUOY & GAIMARD, 1824) (Curimatidae), provavelmente descendentes de indivíduos ocorrentes na Lagoa Negra e cuja existência não havia sido constatada durante a exploração da mes- ma. Esses jovens foram encontrados a partir da primavera, época em que se inicia a reprodução da espécie o que fregiientemente se dá em areas de inundação ao longo de rios e lagoas, conforme já pôde ser ob- servado pelos autores e foi referido por KLEEREKOPER (1955) para IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):45-64, 24 mar 1981 Ictiofauna da Lagoa Negra... 55 alhbioritas formados pelo transbordamento de rios e lagoas da costa nor- deste do RS. Nesses ambientes, os peixes jovens têm à sua disposição uma maior abundância de alimentos, além de mais facilmente fugirem aos predadores. Isso justifica-se pela modificação do hábito alimentar da espécie que, inicialmente, possui dentição forte e depois perde os dentes, passando a nutrir-se de algas e matéria orgânica encontrada no fundo. No canal 4 ocorreu ainda Curimatopsis saladensis que constitui um registro novo para o Estado do Rio Grande do Sul, já referido anterior- mente no presente artigo. Eigenmannia virescens, mais comumente, e Gymnotus carapo foram encontrados nos canais com fundo lodoso, onde há abundante vegetação de ciperáceas (canal 6) ou macrófitas aquáticas (canal 4). Não foi constatada uma maior preferência em relação a um ou outro tipo de planta, porem o fundo sempre apresentava-se total ou parcialmente lodoso. A preferência destas espécies quanto a este tipo de habitat parece estar relacionado com seu hábito alimentar, já que são basica- mente carnivoros, buscando crustáceos, insetos e pequenos peixes du- rante a noite e abrigando-se em meio a vegetação durante o dia, fugindo de seus predadores naturais (LOWE-McCONNELL, 1975). Nos canais 5 e 6, de características bastante semelhantes, cons- tatou-se a presença de alguns exemplares de Heptapterus eigenmanni STEINDACHNER, 1907 (Pimelodidae). sempre ocultos dentro da ca- mada vegetal. Esta espécie, segundo FOWLER (1951) ocorre no rio Uruguai, no Uruguai, enquanto RINGUELET et al. (1967) citam-na para o rio da Prata e ambientes costeiros do Uruguai. GOSLINE (1945) indica sua ocorrência em Maldonado, no Uruguai. Não há nenhum regis- tro da espécie para o Rio Grande do Sul até o momento, o que é feito no presente trabalho para a região da Lagoa Negra. Outras cinco espécies da família Pimelodidae estão representadas nos canais, porém sem uma distribuição definida. Alguns exemplares de Callichthys callichthys (LINNAEUS, 1758) (Callichthyidae) foram capturados nos canais 4 e 6, enquanto Corydoras paleatus (JENYNS, 1842) ocorreu apenas no canal 6. Ambas espécies, por serem bastante ativas durante o dia quando buscam seu alimento em meio às plantas aquáticas, foram coletadas com relativa facilidade, usando-se o puca. Os pequenos loricarideos do gênero Microlepidogaster foram encon- trados nos canais 2, 4 e 6, junto à abundante vegetação de onde retiram sua alimentação (basicamente algas perifiticas) (LOWE-McCONNELL, 1975). O mesmo ocorre com os espécimes de Otothyris sp. no canal 4. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):45-64, 24 mar 1981 56 GROSSER, K.M. & HAHN,S.D. Também em meio às macrófitas, nos canais 4 e 6, coletou-se al- guns exemplares de Synbranchus marmoratus BLOCH, 1795 (Synbran- chidae). Da familia Cichlidae, Aequidens portalegrensis e Geophagus brasiliensis foram as espécies mais comuns, especialmente junto à ve- getação, onde se refugiam dos inimigos e, ao mesmo tempo, encontram seu alimento constituido principalmente de pequenos invertebrados (RINGUELET et al., 1967; LOWE-McCONNELL, 1975). Os dados obtidos durante o periodo coberto pelo presente estudo já permitem uma caracterização da Lagoa Negra como um ecossistema atualmente de produção ictica pobre. Embora tenham sido registradas 16 espécies para a Lagoa, a grande maioria é de peixes de reduzido tamanho e as espécies maiores ocorrem com poucos exemplares. Isso pôde ser constatado pelo fato de, muitas vezes, os equipamentos de pesca (redes e espinhéis) terem sido retirados da água sem conterem nenhum peixe. Com exceção das espécies com registro novo para o Rio Grande do Sul, as demais encontradas na Lagoa Negra ocorrem praticamente em toda a área compreendida pela bacia do Guaiba e pela Lagoa dos Patos. Tal fato é decorrente da comunicação existente entre esses corpos d'água o que veio favorecer a dispersão das diversas espécies de peixes. Porém, a partir do momento em que houve o isolamento da Lagoa Negra através da construção de uma taipa no canal que permitia o escoamento de suas águas até a Lagoa dos Patos, ocorreu o confinamento a”.ase completo da comunidade ictica da Lagoa. A composição desta comu- nidade encontra-se referida no presente relato. BIBLIOGRAFIA BOULENGER, G.A. 1891. An account of the Siluroid Fishes obtained by Dr. H. von Ihering and Herr Sebastian Wolff in the Province Rio Grande do Sul, Brazil. Proc. zool. Soc. London, London: 231-5, pl. 25-6. BRITSKI, H. A. 1972. Peixes de água doce do estado de São Paulo; sistemática. In: COMISSÃO INTERESTADUAL DA BACIA PARANÁ-URUGUAI. Poluição e Piscicultura. São Paulo, Faculdade de Saúde Pública da USP, Instituto de Pesca. p. 79-108. COPE, E.D. 1894. On the fishes obtained by the Naturalist Expedition in Rio Grande do Sul. 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Zool., Porto Alegre(59):45-64, 24 mar 198 60 GROSSER, K.M.&HAHN,S.D. FIGA Fig. 1 — Pontos de amostragem do material ictico situados na ana Negra e regiões circunjacentes. Desenho: R. Rosa. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):45-64, 24 mar 1981 Ictiofauna da Lagoa Negra... 61 Eee EEE e E RM lud in ll ol TR Fig.3 Fig. 2 e 3: 2. vista parcial do ponto 5 (Capäo dos Coqueiros), salientando-se a faixa de Ciperäceas e, ao fundo, dunas cobertas por vegetacäo arbustiva e arbörea. Foto: K.M. Grosser; 3. aspecto do ponto 9 (junto ao Morro da Grota), onde a vegetacäo marginal atinge a orla da Lagoa Negraeobserva-se a presença de grandes rochas e ciperáceas. Foto: K.M. Grosser. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):45-64, 24 mar 1981 62 GROSSER, K.M.&HAHN,sS.D. Fig.5 Fig. 4 e 5: 4. vista parcial do canal 4 próximo a sua desembocadura na Lagoa Negra. Foto: A.A. Lise; 5. vista parcial do canal 5, vendo-se ao fundo uma ampla área inundada ao longo de seu curso principal. Foto: A.A. Lise. > IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(59):45-64, 24 mar 1981 Ictiofauna da Lagoa Negra... Fig. 6 e 7: 6. detalhe da comunidade vegetal do canal 5 constituida principalmente de algumas Ciperáceas e diversas espécies de macrófitas aquáticas. Foto: A.A.Lise; 7. as- pecto do encontro do canal 6 com a Lagoa Negra, mostrando os densos agrupamentos de Ciperáceas e outras macrófitas aquáticas. Foto: K.M. Grosser. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):45-64, 24 mar 1981 64 GROSSER, K.M. & HAHN,S.D. ESPÉCIES Ordem CYPRINIFORMES CHARACIDAE: Acestrorhynchinae: Tetragonopterinae: Cheirodontinae; Characinae: Characidlinae: ERYTHRINIDAE: LEBIASINIDAE: CURIMATIDAE: ANOSTOMIDAE: GYMNOTIDAE: RHAMPHICHTHYIDAE: Ordem SILURIFORMES AUCHENIPTERIDAE: ASPREDINIDAE: PIMELODIDAE: CALLICHTHYIDAE: LORICARIIDAE: Ordem ATHERINIFORMES CYPRINODONTIDAE: JENYNSIIDAE: POECILIIDAE: Ordem SYNBRANCHIFORMES SYNBRANCHIDAE: Ordem PERCIFORMES CICHLIDAE: GOBIIDAE: Oligosarcus jenynaii (GUNTHER, 1864) Oligosarcus robustus MENEZES, 1969 Astyanax bimaculatus (LINNAEUS, 1758) Astyanax eigenmanniorum (COPE, 1894) Astyanax fasciatus (CUVIER, 1819) atyanax scabripinnis EIGENMANN, 1927 Deuterodon sp. Hyphessobrycon bifasciatus ELLIS, 1911 Hyphessobrycon lütkenii(BOULENGER, 1887) Hyphessobrycon reticulatus ELLIS, 1911 Cheirodon interruptus (JENYNS, 1842) Cheirodon sp. Pseudocorynopoma doriae PERUGIA , 1891. Asiphonichthys stenopterus COPE, 1894 Characidium fasciatum REINHARDT, 1866 Hoplias malabaricus malabaricus(BLOCH, 1794) Pyrrhulina australis EIGENMANN & KENNEDY, 1903 Curimatopsis saladensis MEINKEN, 1933 . Curimatus gilberti gilberti QUOY &GAIMARD, 1824 Schizodon fasciatus AGASSIZ, 1829 Gymnotus carapo LINNAEUS, 1758 Eigenmannia virescens (VALENCIENNES, 1847), Glanidium albescens REINHARDT, 1874 Bunocephalus iheringi BOULENGER, 1891 Heptapterus eigenmanni STEINDACHNER, 1907 Microglanis cottoides (BOULENGER, 1891) Parapimelodus valenciennis (KROEYER, 1874) Pimelodella laticeps australis EIGENMANN, 1917 Pimelodus clarias maculatus LACEPEDE, 1803 Rhamdella sp. Rhamdia sapo (VALENCIENNES, 1840) Callichthys callichthys (LINNAEUS, 1768) Corydoras paleatus JENYNS, 1842 Loricariichthys anus (VALENCIENNES, 1840), Microlepidogaster ap. Otothyris sp. Cynoposcilus melanotaenia (REGAN, 1912) Jenynsia lineata lineata (JENYNS, 1842) Phalloceros caudimaculatus (HENSEL, 1868) Synbranchus marmoratus BLOCH, 1796 Aequidens portalegrensis (HENSEL, 1870) Cichlaurus facetus (JENYNS, 1842) Crenicichla lepidota HECKEL, 1840 Crenicichla saxatilis LINNAEUS, 1758 Geophagus brasiliensis (QUOY & GAIMARD, 1824) Gobionellus shufeldti (JORDAN & EIGENMANN, 1888) IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):45-64, 24 mar 1981 LAGOA NEGRA — AREAS DE AMOSTRAGEM em le2 “ x x x x | x 5 6e7 8e9 10 x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x CANAIS HH xXx x n...„” x * x x x x x x x x x nx xx x q nx x ” Observações preliminares sobre o acasalamento e recrutamento em Nothura maculosa (TEMMINCK, 1815) (Aves, Tinamidae) no Rio Grande do Sul, Brasil.* João Oldair Menegheti** RESUMO Constataram-se algumas características sobre acasalamento e recrutamento em Nothura maculosa (TEMMINCK, 1815), bem como suas variações em 15 meses de obser- vação. As variações quantitativas de acasalamento geram um diagrama bimodal, ao passo que aquelas observadas nb recrutamento, geram um unimodal. ABSTRACT Characteristics of mating, recruitment and their variations in Nothura maculosa (TEMMINCK, 1815) were observed during a 15 months period in Rio Grande do Sul, State, Brazil, and are described. The quantitative evaluation of mating shows a bimodal diagram, whilst that carried out in the recruitment origins a diagram with a single mode. INTRODUÇÃO Em relação à reprodução de N. maculosa, alguns aspectos foram abordados por BUMP & BUMP (1969). Outros autores possuem regis- tros isolados sobre a ocorrência de ovos e filhotes desta espécie na natureza (SERIE, 1921; SERIE & SMITH, 1923; PEREYRA, 1928 e 1938). Há ainda um estudo, no prelo, sobre o desenvolvimento gonadal (ARRIAGA et alii, no prelo). Inexistem, entre outros, estudos quantitativos sobre o acasalamen- to e o recrutamento na espécie. Com esta comunicação pretende-se preencher, em parte, esta lacuna. * Aceito para publicação em 13/1/1981. Contribuição FZB nº 202. Trabalho parcialmente sub- vencionado pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), Rio de Janeiro (Convênio B/29/79/018/00/71). ** Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MCN), Caixa Postal 1188, 90.000 Porto Alegre, RS, Brasil. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):65-75, 24 mar 1981 66 MENEGHETI, J.O. Os estudos foram desenvolvidos em três municípios do Rio Grande do Sul: Guaíba (30° 01’53” Se51º 13' 19” W), Butiá (30° 06’ 47” Se51º 57' 10” W) e Barra do Ribeiro (30° 17' 00” Se 51º 18’ 20” W). Todos situam-se na região fisiográfica denominada Depressão Central (Fig. 1). Como a maior parte do estudo foi realizada na Estação Experimen- tal Agronômica da UFRGS, município de Guaiba, esta área será carac- . terizada de forma suscinta a partir da descrição dada por POTT, 1974 (p. 48,49,50 e 51). 1. Localização: Situa-se a 830º01'19"S e 51°13’19’’W a uma altitude de 46m na sede administrativa (Fig. 2). 2. Clima: Pelo sistema de KOEPPEN tem a classificação Cfa (Sub- tropical úmido). A precipitação média anual é de 1.822 mm e a tem- peratura média anual de 19,3°C (normais de Porto Alegre). 3. Solo: Pertence à unidade de mapeamento SÃO JERÔNIMO, a qual segundo MELLO et alii (1966) apresenta as seguintes características, entre outras: solo profundo, bem drenado, relevo ondulado, pobre em matéria orgânica com cerca de 2%, decrescendo a medida que se aprofunda o perfil, fortemente ácido com pH de 4,5 a 5,0, o horizonte A] (0 a 25 cm) apresenta canais, devido a atividade biológica e raízes abun- dantes. 4. Vegetação: A região se caracteriza por campos com mata de galeria junto aos cursos d'água e nas baixadas, conforme MORENO (1972). RAMBO (1956) comenta ainda que haviam também porções insignifican- tes de mata brejosa. E prossegue: o quadro vegetativo é fortemente in- fluenciado pelas formações campestres de coxilhas secas próprias da Serra do Sudeste. SCHREINER (1970) fez um estudo quantitativo de campo em área próxima, restrito a Gramineae. Cita Paspalum notatum como espécie predominante. MATERIAL E MÉTODOS O periodo de observação em campo foi de abril de 1979 a julho de 1980. As obser- , vações foram no mínimo, mensais, completando um total de 39 dias de campo: Os dados sobre acasalamento foram obtidos baseando-se no conhecimento de que N. maculosa é um animal solitário (BUMP & BUMP, 1969), exceto no periodo de repro- dução, em que se encontram, com maior fregüencia, pares de individuos. O fato pode ser utilizado para delimitar o periodo e a intensidade com que se dão os acasalamentos. Após o acasalamento e a postura, o casal se separa, porque a partir deste momento, é o macho que incuba e cuida da prole, sem a participação da fêmea (BUMP & BUMP, 1969). Procurou-se confirmar os dados obtidos com este método, aproveitando-se da - aparente relação existente entre a emissão de um dos tipo de canto emitido por N. ma- culosa e a atividade gonadal. Determinou-se o periodo durante o qual foi emitido tal con- to, que é nitidamente diferenciável em relação aos demais. A percepção e identificação deu-se por audição direta do observador. pr IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):65-75, 24 mar 1981 Observações preliminares sobre... 67 Fizeram-se observações sobre o estado das gônadas em julho de 1979, junho e julho de 1980. A avaliação das gônadas foi visual e rápida. Os individuos examinados, foram obtidos em barreiras de fiscalização de caça do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal, localizadas na área de estudo. O recrutamento é aqui considerado como a introdução de novos indivíduos (recrutas) ao estrato da população que possui capacidade de vôo. Estes novos indivíduos são di- ferenciáveis dos demais, com mais idade, pelo seu menor tamanho e por certas caracteris- ticas de vôo, especialmente no momento de levantar o vôo. Para a constatação da ocorrência de N. maculosa na área em estudo, bem como de sua abundância, usou-se um cão Pointer, com pedigree registrado no Brasil Kennel Club, adestrado para o levante de Nothura. Quando os indíviduos voavam, registravam-se dados como seu número, se estavam solitários ou em pares e se as características de porte e vôo eram de adultos ou jovens. As necessidades do uso de cão relacionam-se a duas características principais: 1. as cores típicas dos individuos, que os identificam com o meio, de tal forma a serem pouco conspicuos; 2. a parcimönia em voar, já que só o fazem quando ameaçados e já não podem escapar apenas correndo. As intensidades dos processos de acasalamento e recrutamento foram expressos através de índices relativos que são compatíveis entre si, permitindo que se saibam as magnitudes de suas variações. São considerados como índices relativos porque, por exem- plo, individuos levantados em duplas nem sempre estariam se acasalando, mas, por coin- cidência, próximos entre si. Pela sua capacidade de escape ao cão apenas se deslocando por terra, um dos indivíduos em acasalamento pode fugir desta forma, dando a sensação de que o outro individuo que escapou voando, estaria solitário. Um terceiro aspecto a considerar, é que o cão nem sempre percebe todos os indivíduos de Nothura maculosa que estejam em seu campo de ação. ú RESULTADOS E DISCUSSÃO O número de pares de indivíduos levantados e sua variação duran- te o periodo de observação, estão representados na Fig. 3. A frequência do levante em duplas pode fornecer indicação sobre o processo de acasalamento. Entretanto, salienta-se que a ocorrência de duplas pode ser constatada durante todo o ano, mesmo no periodo de repouso gonadal. Isto é consegiência de que em sua atividade solitária e aleatória em busca de alimento, dois ou mais indivíduos podem, num dado momento da observação, por coincidência, estarem próximos entre Er Apenas um conjunto de dados pode fornecer uma informação con- fiável. Ao examinar-se a Fig. 3, constata-se que: 1. O diagrama que descreve a variação do número de pares é bi- modal. A moda maior ocorre no fim de inverno e início de primavera, e a menor em pleno outono. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):65-75, 24 mar 1981 68 MENEGHETI, J.O. 2. Como se teve a possibilidade de fazer observações no outono de 1979 e outono de 1980, percebe-se que a moda menor no primeiro ano deu-se em abril, enquanto que no outro ano deu-se em maio. A diferença propõe variações de ano para ano, o que é dese esperar porque sob o ponto de vista climático, mesmo anos sucessivos apresentam compor- tamentos diferentes. A estas variações corresponderiam também diferen- tes respostas das populações que estão sujeitas a fatores climáticos quer direta ou indiretamente. 3. Nos meses de verão, janeiro e fevereiro, houve uma diminuição no número de pares. Considerando-se a emissão do tipo de canto já mencionado an- teriormente, verificou-se que iniciou entre 26 de julho e 2 de agosto de 1979, periodo entre duas saídas sucessivas a campo. Prosseguiu até aproximadamente 23 e 26 de maio de 1980. Ou seja, este canto foi ouvido durante 10 meses consecutivos. Não foi ouvido em junho e julho de 1980, meses que coincidem com o periodo de repouso gonadal de acordo com ARRIAGA et aliilno prelo ) Relativamente ao exame das gônadas, os dados obtidos em 1979 e 1980 encontram-se na tabela abaixo: DATA Total gônadas % gônadas desenvolvidas examinadas MACHOS | FÊMEAS | MACHOS FÊMEAS 07/79 334 417 18 2 06/80 242 274 9 4,7 07/80 210 272 20,5 92 O exame visual e rápido das gönadas como o que foi feito aqui, não permite identificar-se se o ovário ou testículos desenvolvidos estão em fase de evolução ou involução. Entretanto, a partir dos dados exis- tentes, pode-se formar uma expectativa a respeito do tema. Em primeiro lugar, nota-se que houve uma diferença significativa entre a percenta- gem de machos com testículos desenvolvidos em junho e julho de 1980 (9% e 20,5%), havendo um aumento de um para outro mês. Este fato IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):65-75, 24 mar 1981 Observações preliminares sobre... 69 estaria a indicar uma evolução no desenvolvimento dos testículos. Em segundo lugar percebe-se a semelhança de percentagens entre julho de 1979 e julho de 1980 (18 e 20,5%), havendo uma ratificação dos resul- tados. Usou-se como referência o desenvolvimento de testículos porque sabe-se que entre as gônadas são os melhores indicadores sobre o pe- riodo de reprodução em aves, já que estes tem um desenvolvimento lento e gradativo até chegar o momento de acasalamento. Por outro lado, o ovário tem um desenvolvimento rápido, de tal forma que num dado momento, um que se encontre pouco desenvolvido, pode rapidamente tornar-se apto a reprodução. Os dados obtidos até agora confirmam que o acasalamento, pri- meiro momento do processo de reprodução, inicia-se em pleno inverno e início de primavera. Assim, parece que o acasalamento que se percebe durante pelo menos 9 meses, atinge sua maior intensidade mais próximo do início do processo, de tal forma que o diagrama apresenta em viés positivo (Fig. 3). A continuidade do processo durante os restantes 7 meses dá-se de tal forma a apresentar uma grande variabilidade no desenvolvimento gonodal (BUMP &BUMP, 1969), o que pode indicar a ocorrência de mais do que um acasalamento e postura por ano, por in- dividuo. Esta variabilidade confirma também observações de BUMP & BUMP )op. cit) de que os individuos que irão se reproduzir pela primeira vez, atrasam-se em seu desenvolvimento gonadal. Recrutamento O periodo de ocorrência de recrutas deu-se entre setembro-outubro de 1979 a julho de 1980 (Fig. 4). O diagrama de recrutamento é unimodal e a moda deu-se em fe- vereiro. Como não houve observação em março, é possível que a moda tivesse se dado neste mês, pois que ainda em abril obteve-se um número considerável de recrutas. Entre setembro - outubro até fevereiro, hã uma tendência de aumento no número de recrutas. A partir de abril há uma redução acen- tuada de recrutas até maio. O periodo em que não se feet recrutamento foi o correspon- dente a julho, agosto e setembro. E importante considerar-se que na in- terpretação das variações das intensidades de recrutamento, os dados obtidos numa mesma área, são parcialmente cumulativos, já que cer- tamente com observações sucessivas no tempo, pelo menos alguns dos mesmos recrutas podem ter sido levantados mais de uma vez. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(59):65-75, 24 mar 1981 70 MENEGHETI, J.O. A idade aproximada em que se dá recrutamento foi determinada considerando-se indivíduos de menor peso obtidos e que possuiam ca- pacidade de vôo, e observações sobre ganho de peso de individuos nas- cidos em cativeiro efetuadas por BUMP & BUMP (1969). O individuo capturado com menor peso tinha 72,5g, este peso corresponde em ca- tiveiro à idade de 2 a 3 semanas. BUMP & BUMP (op. cit,) fazem res- trição aos dados quando comentam que na natureza, os animais com idades correspondentes devem ser mais pesados do que os que vivem em cativeiro. Mesmo com esta restrição, pode-se supor que o recrutamento dá-se antes de um mês de idade. Ao se compararem os diagramas de acasalamento e recrutamen- to, uma diferença se salienta: o primeiro é bimodal, enquanto que o segundo é unimodal. Seria de se esperar que correspondentemente, tam- bém o diagrama de recrutamento contivesse duas modas. No entanto uma das modas diluiu-se nas fases intermediárias entre o acasalamento e o recrutamento como são: a postura, a incubação e o cuidado de prole. O fato pode ser explicado de várias maneiras. Uma das possíveis causas é que a moda de acasalamento no outono teria pouco sucesso na geração de novos indivíduos. É possível cogitar-se que fosse conseqiência da al- ta mortalidade incidente sobre os jovens nascidos em outono. Entretan- to, pelo menos sob o ponto de vista de exigência alimentar, constata-se que há disponibilidade de sementes das espécies típicas dos campos nativos da Depressão Central. Segundo SILVA & SANDER [no prelo) são as sementes a principal fonte de alimentação de N. maculosa nos meses mais frios. Entre as espécies de plantas, destacam-se, segundo os mesmos autores, Paspalum notatum, P. plicatulum, Echinochloa colo- num, E. crus-galli, Setaria geniculata e outras que, de acordo com ARAUJO (1971), florescem até abril. A outra hipótese é de que os acasalamentos de outono não se con- sumam com o mesmo sucesso do que os verificados no fim de inverno e início de primavera. AGRADECIMENTOS O autor agradece às colegas Maria Inês Burger Marques e Dione Silva Breschneider pelo inestimável auxílio no trabalho de campo e pela crítica ao manuscrito. Agradece à Dra. Cecilia Volkmer Ribeiro pelo estímulo, e às direções do FINEP e do Museu de Ciên- cias Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul pelo suporte financeiro e apoio administrativo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAUJO. A.A. 1971. Principais gramineas do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, Sulina. 255p. ARRIAGA, A., NICORA, O.T. & IBANEZ, N. Variaciones estacionales en ovário de Perdiz Chica Comun (Nothura maculosa). Physis, Buenos Aires,( no prelo). IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(59):65-75, 24 mar 1981 Observações preliminares sobre... 71 BUMP. G. & BUMP. J. W. 1969. A study of the spotted tinamous and the pale spotted tinamous of Argentina. Special & Scient. Rep-Wildl. United States Departament of the Interior. Fish and Wildl. Service. Washington D.C. (120):1-160. PEREYRA, J.A. 1928. Observaciones sobre algunas Aves de Buenos Aires. La Perdiz Chica. El Hornero. Buenos Aires, 6(1):74-6. . 1938. 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I | . v Fig. 1. Depressão Central e respectivos municípios (Rio Grande do Sul) onde foram realizadas observações. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(59):65-75, 24 mar 1981 Observações preliminares sobre... 713 a RONIMO 30º 00! SAO JE GUAIBA ARROIO DOS RATOS 1 30915 30915! BARRA DO RIBEIRO A + SAO JERONIMO 30030! Fig. 2. Município de Guaíba, Estação Experimental Agronômica — EEA da Univer- sidade Federal do Rio Grande do Sul. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):65-75, 24 mar 1981 74 MENEGHETI, J.O. 38,4 33,6 28,8 = 9,6 7,2 4,8 ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NW DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL MESES de pares de Indivíduos Mo o) =| Fig. 3. Variação, durante o período de observação, do número de pares de indivíduos levantados. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):65-75, 24 mar 1981 Ve rIHNOTES IN Observações preliminares sobre... 75 > (nº) | | E Ends hi ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL MESES Fig. 4. Variação, durante o período de observação, do número de filhotes levantados. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):65-75, 24 mar 1981 i | | 1 Ko dene Ra 13. DU A 11903308 o IT MER ven Im LILA BA - BE TR vas ESTA, a NH Ihe | Se nr wo pe E 2.2 ur - Me: a ap re Page) po di St ini 2 a depoteição pi " 14 É o A SA TS A en RT CR a am We. E ‚bass vel nstod E ai wurd ab ‚alkımvrsnds ab obobrg o otmetab (o Primeiro registro de Littoridina piscium (Orbigny, 1835) (Pro- sobranchia, Hidrobidae) para o Rio Guaíba e Delta do Jacuí, Rio Grande do Sul.* Maria Cristina Pons da Silva** José Willibaldo Thomé*** RESUMO Littoridina piscium (ORBIGNY, 1835) é registrada pela primeira vez para o rio Guaiba e para o Delta do Jacuí, Rio Grande do Sul. Os locais de ocorrência no rio Guaíba são caracterizados e tecem-se comentários sobre associações com outros organismos. ABSTRACT Littoridina piscium (ORBIGNY, 1835) is reported for the first time from Guaiba river and from the deltaic area of the Jacuí river, Rio Grande do Sul State, Brazil. The sites where the species occur in Guaiba river are described and associations of L. piscium with other organisms in the area are also reported. INTRODUÇÃO Littoridina australis (ORBIGNY, 1835) e Littoridina piscium (OR- BIGNY, 1835) foram as primeiras espécies de Littoridina citadas nara o Rio Grande do Sul por MARTENS (1868), ambas dentro do gênero Hy- drobia HARTMANN, 1821. A primeira foi coletada no rio Guaiba e a segunda em Rödersberg sic . No entanto STROBEL (1874) considera duvidosa a identificação de Hydrobia australis feita por MARTENS (1868) e levanta a possibilidade de tratar-se de uma espécie nova. * Aceito para publicação em 13/1/1981. Contribuição FZB nº 203. Trabalho parcialmente sub- vencionado pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), Rio de Janeiro (Convênio B/29/79/018/00/71). ** Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), (Proc. 1111.0050/76), no Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Caixa Postal 1188, 90.000 Porto Alegre, RS, Brasil. *** Do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul e Professor titular de Zoologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):77-88, 24 mar 1981 78 SILVA, M.C.P. da & THOME J.W. Outras citações foram feitas para o Rio Grande do Sul, sem es- pecificação do local da ocorrência, por IHERING (1895) que menciona Paludestrina piscium (ORBIGNY, 1835) e Paludestrina australis (OR- BIGNY, 1835) e PILSBRY (1911), que afirma ter recebido de Ihering exemplares de Littoridina australis e Littoridina charruana (ORBIGNY, 1840) procedentes de nosso Estado. Finalmente SILVA & THOME (NO PRELO) registram Littori- dina piscium para o açude de Morro Santana, em Porto Alegre, (entre os paralelos de 30º 03’ 45” e 30° 03' 50"S e entre os meridianos de 51º 08’ 06” e 51° 08’ 15" W). A importância da ocorrência de exemplares desse gênero nos am- bientes limnicos é relevante. GAILLARD & CASTELLANOS (1976) observaram a utilização de espécies de Littoridina na alimentação de aves e peixes. CASTELLANOS (1975) afirma, que na Argentina, as Littoridina servem de vetores a helmintos causadores de dermatites. GAILLARD (1973a) cita que espécies de Littoridina intervêm como hospedeiros in- termediários de certos trematódeos, os quais são parasitos de verte- brados. OSTROWSLI de NUNES (1974 e 1976) registra que trematódeos, que utilizam L. piscium como hospedeiro intermediário, parasitam peixes, aves e mamiferos. Considerando também o problema crescente de poluição de am- bientes limnicos destacam-se as afirmações de GAILLARD (1973a e b), de que as espécies desse gênero apresentam grande valor como indi- cadores biológicos, sendo que segundo esta autora L. piscium apresenta uma “forma minima”, uma “forma mediana” e uma “forma máxima” de cordo com as condições do habitat. Com o objetivo de contribuir para o conhecimento das espécies de Littoridina ocorrentes no rio Guaiba, realizaram-se coletas e observações sobre L. piscium ao longo de um ano, nesta área. MATERIAL E MÉTODOS As coletas de L. piscium no rio Guaiba foram efetuadas de fevereiro/ 1979 a abril/ 1980. Utilizou-se também material incluido na coleção malacológica do Museu de Ciên- cias Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MCN). São utilizadas no texto as seguintes abreviaturas: ZMB = Zoologisches Museum de Berlim. CESB = Centro de Estudos Biológicos do Departamento Municipal de Águas e Esgotos de Porto Alegre. Para a coleta utilizou-se peneira de malha fina (0,8 mm de diâmetro), além de coleta manual, e draga de Eckmann para maiores profundidades. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):77-88, 24 mar 1981 - Primeiro registro de Littoridina piscium... 79 RA E A PGM. ce -. .__.B Para observações de material “in vivo”, os moluscos foram mantidos em aquários com as dimensões: 12 cm x 20 cm x 10 cm, contendo 600 ml de água e com aerização cons- tante. A identificação da espécie baseou-se nos caracteres sistemáticos estabelecidos por GAILLARD (19732) e GAILLARD & CASTELLANOS (1976), ou seja na conquilio- metria e na forma e pigmentação do pênis. Os métodos conquiliométricos descritos em SILVA & THOME (NO PRELO) foram aplicados a 41 exemplares. A fim de observar a morfologia do pênis, este foi removido e montado entre lâmina e lamínula, utilizando-se como conservante o liquido de Faure. Para vedar as bordas da laminula empregou-se o Bálsamo do Canadá. Com o objetivo de investigar se os espécimes de Littoridina estavam infestados por trematódeos, colocaram-se os moluscos em água fresca e luz incidente para que as cer- cárias, que apresentam fototactismo positivo, abandonassem o hospedeiro e permaneces- sem nadando na água (VEITENHEIMER-MENDES, comunicação verbal, 1979). O material examinado encontra-se na coleção malacológica do MCN sob os números: 234, 1559, 1990, 1981, 2197, 2381, 2936, 2952,3713, 4025, 4118, 4149, 4160, 4293, 4303, 4348, 4380, 4440, 4479, 4566, 4643, 5433, 5653, 5657, 5659, 5660, 5662, 5663, 5705, 5935, 5939, 5951, 5953, 5954, 5955, 5956, 5957, 5980, 5987, 5988, 6009, 6050, 6108, 6318, 6319, 6320, 6321, 6322, 6323, 6324, 6325, 6326, 6327, 6328, 6329, 6330. RESULTADOS Atraves da conquiliometria e da morfologia e pigmentação do pênis identificou-se como L. piscium (ORBIGNY, 1835) a espécie encontrada no Guaiba e Delta do Jacui, tratando-se de primeiro registro para estes locais. Durante as coletas no Guaiba encontraram-se exemplares de Lit- toridina nos seguintes locais: Praia do Veludo, Saco do Arado, Saco do Lami, Praia de Itay 1ã, Praia da Pedreira, Vila Elza e Praia Florida. Localizaram-se também espécimens desse gênero nas ilhas do Delta do Jacuí, especialmente na ilha das Flores. (Fig. 1). Na Praia da Pedreira (Fig. 7) coletaram-se espécimens de Litto- ridina sp. convivendo com L. piscium. Aquela espécie distingue-se desta pela conquiliometria, forma e pigmentação do pênis, sendo que sua iden- tificação será motivo de futuras pesquisas. Com base nos característicos conquiliométricos, determinaram-se como L. piscium os dois exemplares do lote MCN 3713 (parte do lote 13746 da coleção de moluscos do ZMB) coletados por Hensel no rio Guaiba e identificados por Martens como H. australis. Caracterização de Littoridina pisciumdo rio guaiba. Concha: (Fig. 2) A concha apresenta-se oblonga, subcônica, levemente alongada, um pouco espessada, lisa ou com algumas linhas de crescimento indis- IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(59):77-88, 24 mar 1981 80 SILVA, M.C.P. da & THOME J.W. tintas. composta por cinco a seis voltas convexas separadas por suturas modernamente profundas; espira breve ou elevada, cônica, com ápice um pouco agudo; abertura oval, peristômio continuo, lábio interno levemen- te engrossado. Seu comprimento pode alcançar até 6,5mm e sua largura máxima é de 3,5mm. A largura da concha é sempre igual ou superior a metade de seu comprimento. O ângulo espiral varia em torno de 50º, chegando a alcançar um máximo de 61º e um mínimo de 39º. Esta medida angular independe do tamanho do animal, variando de acordo com a forma estreita ou larga da concha. No animal vivo o periostraco da concha varia desde o castanho escuro atéo negro. Pênis: (Fig. 3) Localizado na região anterior do animal, dorsalmente, sobre o lado direito, o pênis apresenta a porção proximal larga, estreitando-se para a porção distal. Esta estrutura geralmente permanece enrolada com aspec- to de foice. Em seu lado côncavo acha-se uma única papila, algumas vezes pouco diferenciada. Sobre o lado convexo localizam-se papilas pequenas, mamelonadas, algumas vezes pouco diferenciadas, variando seu número entre 6 e 14. Habitat: (Fig. 1) As L. piscium no Guaiba, formam vários agrupamentos em ambas as margens. Notou-se a preferência desses moluscos pelas praias de águas calmas e rasas, nas reetrâncias no litoral, denominadas sacos. Raramente foram encontrados no canal de navegação do rio pelo CESB, conforme material incluido na coleção do MCN. Conforme os dados dos lotes MCN 1981 e 4149, exemplares de L. piscium foram encontrados fixos às raizes de aguapé (Eichhornia sp.) A seguir caracterizam-se os pontos do rio Guaiba onde foram en- contradas, pelos autores, as L. piscium no periodo de fevereiro/1979 à abril/1980: A praia do Veludo localizada junto ao Morro da Cuica, na Ponta da Cuica, apresenta em sua margem rochas, cujas depressões são preen- chidas com água, durante periodo de cheia, formando pequenas poças, local preferido por moluscos dessa espécie. O Saco do Arado formado por uma reetrância do litoral, entre a Ponta do Arado Velho e a Ponta dos Coatis, tem a margem constituida “principalmente de areia e, junto ao Morro do Arado a margem é pe- IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):77-88, 24 mar 1981 Primeiro registro de Littoridina piscium... 81 dis Sad dregosa. O fundo é arenoso e a vegetação é composta por Scirpus ca- lifornicus (C.A. May) Stend. (Cyperaceae), cujos talos ficam parcialmen- te submersos. Na zona rochosa, as pedras invadem o rio, revestindo o seu fundo. Nesse local os espécimens de L. piscium encontravam-se deslisando sobre a areia, enterrados nesta, presos aos talos dos S. ca- lifornicus ou às pedras submersas. (Fig. 4). O Saco do Lami também é formado por uma reetrância do litoral, localizado entre a Ponta do Cego e a Ponta do Coco. A margem é re- coberta de gramineas e o fundo é constituído de areia muito fina, com aspecto de lodo. Ocorrem agrupamentos de S. californicus com talos submersos. Os caracóis achavam-se sobre a areia ou enterrados nessa e fixos aos talos das ciperáceas. (Fig. 5). A Praia de Itapuã localiza-se no Saco de Itapuã, entre a Ponta do Coco e a Ponta da Fortaleza, junto a Vila de Itapuã. No local onde acha- se desembocadura do Arroio das Amoras, foi coletado material. Sua margem estã recoberta por grama, que se estende até a superfície da água, e seus ramos chegam a penetrar no arroio, ficando com os talos submersos. O fundo é constituído principalmente por areia, ocorrendo ainda algumas pedras. Agrupamentos de S. californicus também estão presentes nessa praia. Os exemplares coletados nesse local encontravam- se na areia, presos às pedras e às gramíneas. (Fig. 6). A Praia da Pedreira, situada entre a Ponta da Fortaleza e a Ponta de Itapuã, junto ao Morro da Pedreira, apresenta sua margem bem como o seu fundo constituídos por areia. Ocorrem também agrupamen- tos de S. californicus. Nesse local ha ainda formações rochosas no sopé do Morro da Pedreira que se estendem para o interior do rio. Nas de- pressões das pedras a água fica represada formando poças, cujo fundo apresenta areia e cascalho. Nessa praia localizou-se L. piscium sobre a areia, enterrada nesta ou fixa às ciperáceas e às pedras. Apenas nesse local encontrou-se Littoridina sp., nas poças formadas pela depressão das pedras. (Fig. 7). A praia da Vila Elza, localizada entre a Ponta da Alegria e a Ponta da Figueira, apresenta a margem recoberta por grama. O substrato de fundo é arenoso, e os S. californicus estão presentes. As L. piscium ocorrentes nesse local achavam-se deslisando na areia, enterradas: nesta e fixas à ciperáceas. A praia da Florida também localizada entre a Ponta da Alegria e a Ponta da Figueira, possui as mesmas caracteristicas de habitat como o da Vila Elza e os caracóis ai coletados achavam-se, igualmente, sobre ou enterrados na areia, e fixos às ciperáceas. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):77-88, 24 mar 1981 82 SILVA, M.C.P. da & THOME J.W. Associação com outros organismos Convivendo com L. piscium, achavam-se moluscos dos gêneros Potamolithus, Chilina, Eupera, Diplodon e das familias Ampullariidae, Ancylidae e Corbiculidae. Constatou-se a presença de Temnocephalida (Platyhelminthes) locomovendo-se sobre o corpo de L. piscium. Colônias de protozoários (Carchesium) e de algas (Oedogonium) foram observadas fixas às con- chas desses caracóis. Através de dissecação verificou-se a presença de rédias e cercárias imaturas, parasitando a gônada e glândula digestiva de L. piscium. Além disso, exemplares coletados em 28.08.1979 na praia de Itapuã, emitiram cercárias pertencentes à familia Heterophyidae. Em março/79 na Vila Elza e Praia Florida, foram coletados 289 exemplares de L. piscium, ocasião em que se observou uma grande floração de Microcystis aeroginosa (Cyanophyta) nas águas do Guaiba. DISCUSSÃO A citação de H. australis para o rio Guaiba feita por martens (1868), consiste num equívoco, pois além dessa espécie não mais ter sido localizada nesse ambiente, o material de Martens corresponde a L. pis- cium conforme constatamos através do exame conquiliológico do lote MCN 3713. Esse engano de MARTENS (1868) já fora constatado por STROBEL (1874) que, contudo, também ‚equivocou- se ao sugerir que tais especimens corresponderiam a uma especie nova. ORBIGNY (1840, traduzido pelo autor senior) descreve L. australis como tendo; a concha alongada, cônica, espessada, marcada por linhas de crescimento, subumbilicada; espira cônica, um pouco acuminada, com- posta por seis voltas planas, contiguas, suturas não profundas; abertura oval, angulosa por detrás, com bordas delgadas; cor branca ou esver- deada; com comprimento de 6 mm e largura 3 mm. Conforme GAI- LLARD (1973a) o pênis de L. australis apresenta uma grande papila, globosa e negra no lado côncavo; e sobre o lado convexo uma única papila pequena com pouca pigmentação basal. Sendo assim, essa espécie distingue-se das L. piscium do Guaiba por apresentar: a concha espes- sada, subumbilicada, espira cônica um pouco acuminada, sutura não profunda, abertura angulosa por detrás, cor branca ou esverdeada; o pênis pigmentado, com uma grande papila no lado côncavo, uma única papila sobre o lado convexo. L. australis portanto diferencia-se de L. piscium do Guaiba tanto conquiliológicamente como pelas caracteristicas do pênis. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):77-88, 24 mar 1981 Primeiro registro de Littoridina piscium... 83 Os espécimens da praia da Pedreira apresentam conquiliometria, morfologia e pigmentação do pênis distintas das L. piscium, e pertencem a uma outra espécie, ainda não identificada. O comprimento da concha fornecido por ORBIGNY ( 1835) para L. piscium do rio da Plata, Argentina é de mm. STROBEL (1874) men- ciona 3mm, 5mm e 6mm para as medidas de comprimento dessa espécie e considera esta variação de tamanho como mutação. PILSBRY (1911) registra o comprimento de 4mm para exemplares da ilha de San Gabriel, Uruguai. As medidas dadas por WEYRAUCH (1964) para exemplares do rio da Plata são de 2,9mm e 3,0mm de comprimento. SILVA & THOME (NO PRELO) registram o comprimento máximo de 5,0mm para L. pis- cium do açude no Morro Santana. Porto Alegre. GAILLARD (1973a e b) e GAILLARD & CASTELLANOS (1976) apresentam três “formas ecológicas” para L. piscium baseadas no comprimento da concha e caracteres endosomáticos. Classificam os animais em “forma mínima” para os exemplares que possuam comprimentos compreendidos entre 3,0mm a 3,5mm, em “forma mediana” os que apresentam dimensões de Segundo OSTROWSKI de NUNEZ (1974a, 1974b e 1976) L. pis- cium serve de hospedeiro intermediário para trematódeos da família Heterophyidae no rio da Plata, Argentina, sendo os hospedeiros defi- nitivos peixes, aves e mamíferos. Dos peixes são citados Cyprinodon variegatus, Phalloceros caudimaculatus sic |, Cnesterodon decemma- culatus, Mollienesia latipinua e das aves Nycticorax, Butorides striatus e Ixobrychus incolucris. Estes peixes (GROSSER, comunicação verbal, 1980) e aves (SILVA, comunicação verbal, 1980) acima mencionados, ocorrem nas proximidades de Porto Alegre e provavelmente podem ser- vir de hospedeiros definitivos para os trematódeos da família Hetero- phyidae constatados em L. piscium em nosso meio. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):77-88, 24 mar 1981 84 SILVA, M.C.P. da & THOME J.W CONCLUSÃO — Empregando os critérios adotados por GAILLARD (19734) e GAI- LLARD & CASTELLANOS (1976) para diagnosticar as espécies de Lit- toridina, que compreende os estudos da conquiliometria e da morfologia e pigmentação do pênis, registra-se pela primeira vez a presença de Lit- toridina piscium no rio Guaiba e Delta do Jacuí. — Comprovou-se que os espécime: de L. piscium do rio Guaiba são hospedeiros intermediários = trematödeos da familia Heterophyidae. AGRADECIMENTOS Aos pesquisadores do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul Jorge E. Mariath e Tânia Buselato Toniolli pela identificação da vegetação aquática, e Inga Ludmila Veinheimer-Mendes pela identificação dos trema- tódeos. A desenhista Rejane Rosa pela arte final do mapa. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CASTELLANOS, Z.A. de. 1975 Bibliografia de moluscos dulcelacuicolas de la Argentina y paises vecinos. s.n.t. 23p. /mimeografado/. GAILLARD, M.C. 1973a. Contribucion al conocimiento del género Littoridina Souleyet 1852 en Argentina. 140f. Tese (Dout.) . 1973b. Las formas ecologicas de Littoridina piscium (D’ORBIGNY, 1835) ss Hydrobiidae). Neotropica, Buenos Aires, 19(60):147-51, dez. il. GAILLARD, C. & CASTELLANOS, Z.A. 1976. Mollusca Gasteropoda; Hydrobiidae. In: RINGUELET, R.A. Fauna de agua dulce de la Republica Argentina. Buenos Aires, FECIC. v. 15, fasc. 2, 40p. IHERING, H. Von. 1895. Die Gattung Paludestrina. NachrBl. dt. Malakozool. Ges., Frankfurt am Maim, 27(7):122-8. MARTENS, ev. 1868. Ueber südbrasilianische Land und Süsswassermollusken. Nach den Sammlungen von Dr. R. Hensel. Malakozoolo gische Blatter, Cassel, 15:192-3, 202- 3, 208-9, 212-5. Nov. ORBIGNY,A.d’.1835. Synopsis terrestrium et fluviatilium molluscorum. Mag. Zool., Paris, 5(61):1-44. cópia fotografica . . /1840/ 3.º famille Littorinidae, d’Orb. In: 1835.1843. Voyage dans l’amerique Meridionale; mollusques. Paris, Strasbourg. t.5, pt.3, p.380-88. OSTROWSKI DE NUNEZ, M. 1974a. Estudio sobre estados larvales de trematodes digeneos de peces Cyprinodontiformes. Physis, Buenos Aires, 33(86):45-61. . 1974b. Fauna de água dulce de la República Argentina. II Cercaria pertencente a la Superfamilia Opisthorchioidea y parte de su ciclo evolutivo (Trematoda). Physis, Buenos Aires, 3686):1-9. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):77-88, 24 mar 1981 Primeiro registro de Littoridina piscium... 85 . 1976. Fauna de agua dulce em la Republica Argentina. VI. Las cercarias de As- cocotyle(A) tenuicollis PRICE, 1936 y de Pygidiopsis pindoramensis TRAVASSO, 1929 (Trematoda, Heterophyidae). Physis, Buenos Aires, 35(90):51-57. PILSBRY, H.A. 1911. Non-marine Mollusca of Patagonia. Part V. Rep. Princenton univ. Exped. Patagonia. Zoology, Princenton, 5(3):513-633, il. SILVA. M.C. PONS da .& THOMÉ, J.W. Ocorrência de Littoridina piscium (ORBIGNY; 1835 ) (Prosobranchia, Hydrobiidae) no açude do Motto Santana, Porto Alegre, RS, Rev. Bras. Bioi., Rio de Janeiro. / No prelo/ STROBEL, P. 1874. Materiali per uma Macostatica di terra e di acqua dolce dell’ Argen- tina Maridionale. Biblioteca Malacologia, Pisa, 4;59-66. /cópia fotográfica / Estetrabalho foi examinado por: Cecilia Volkmer Ribeiro Inga L. Veiteinheimer Mendes Vera Lúcia Lopes Pitoni IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):77-88, 24 mar 1981 86 SILVA, M.C.P. da & THOME J.W. Rio Gravataí llha das Flores Vila Assunção a Vilo Elza N Praia de /o ©) Ipanema fe) Anta Praia o } joe % Ponta x Grossa Arroio | To = Petim o Proio do JS ) veludo (o) Saco do (o) Saco do \ o L Arado “» o Ponta do o Coco Praio de ltapud Praia da OlPedreira ESCALA hd 8 o 3 8 9 Km O a | Lagoa dos Patos Fig. 1 rejone Fig. 1: Mapa do Delta do Jacui e rio Guaiba, Rio Grande do Sul, com registro de ocorrência de Littoridina piscium (ORBIGNY, 1835) no período de 1966 a 1980. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):77-88, 24 mar 1981 Primeiro registro de Littoridina piscium... 87 wu z Fig. 2 02 mm Fig.3 Fig. 2-3 Littoridina piscium (ORBIGNY, 1835), na Vila Elza, rio Guaiba, Rio Gran- de do Sul: 1. vista frontal da concha; 3. pênis IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):77-88, 24 mar 1981 88 SILVA, M.C.P. da & THOME J.W. Fig. 4-7: Locais de ocorrência de Littoridina piscium (ORBIGNY, 1835) no rio Guaiba, Rio Grande do Sul: 4. Saco do Arado; 5. Saco do Lami; 6. Vila Itapuã; 7. Praia da Pedreira. ta IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(59):77-88, 24 mar 1981 Estudo da avifauna do Parque Estadual de Itapuã, Rio Grande do Sul: Biologia e anilhamento. * Flávio Silva** Maria Alice Bello Fallavena*** RESUMO O presente trabalho pretende dar continuidade ao estudo das aves do Rio Grande do Sul, enfocando a avifauna do Parque Estadual de Itapuã, situado no Municipio de Viamão (30º10'S - 51º00'W), com uma área de 5.750 hectares. Foi realizado anilhamento de aves capturadas com redes e tomadas medidas de peso, comprimento total, asa, cauda, bico e tarso. Os dados biométricos das espécies mais frequentes foram tabelados, com comen- tários sobre variações sazonais, recapturas e status das aves no Parque. As espécies menos frequentes são apresentadas com médias e limites de variação para cada medida relacionada. ABSTRACT This work is a continuity of the Rio Grande do Sul birds study with particular con- siderations of the ornithofauna from Parque Estadual de Itapuã, in the Município of Viamão (30°10’S - 51°00’W), 5.750 hectares area. A banding work was realized with birds captured in nets. At the same time mea- sures of total lenght, wing, tail, bill and tarsus were taken. Biometrical data of the most frequent species deelt with in the banding work are tabled and additional comments on seasonal variations, recaptures and status are presen- ted. For the less frequent species are presented the average and maximun-minimun limits for each taken measure. * Aceito para publicação em 19/1/1981. Contribuição FZB nº 204. Trabalho executado parcial- mente com auxílio da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) Processo Nº B. 29.79.002.00.00. ** Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Caixa Postal 1188, 90.000 Porto Alegre, RS, Brasil. *** Auxiliar de Projeto do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):89-118, 24 mar 1981 90 SILVA, F. & FALLAVENA, M.A.B. INTRODUÇÃO Um primeiro estudo das aves do Rio Grande do Sul foi produzido por BERLEPESCH & IHERING (1885), que apresentaram uma lis- tagem de espécies para a região do Municipio de Taquara, Rio Grande do Sul. IHERING (1887a e 1887b) faz considerações gerais sobre as aves do Estado e, em 1899 apresenta uma lista de 363 espécies. GLIESCH (1930) listou 246 espécies, sendo que 28 destas são novas em relação ao trabalho de IHERING (1899). CAMARGO (1962) relaciona um total de 284 espécies de aves da coleção ornitológica do Serviço de Caça e Pesca da Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul, sendo que 28 espécies são ocorrências novas para o Estado. BELTON (1978) apresenta resultados de observações pessoais e pesquisa bibliográfica, com registros de ocorrências novas, totalizando 575 espécies. SILVA (1978), VOSS & BREYER (1979) e ALBUQUERQUE (1980) citam novas ocorrências para o Estado. Com a criação do Centro de Estudos de Migrações de Aves (CEMAVE) em 1978, é iniciado no Brasil, principalmente no Estado, uma nova fase da ornitologia brasileira. Tendo o IBDF (Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal) como órgão incentivador prin- cipal, foram criadas condições básicas para o estudo de aves através de marcações. Em 1979 foi criado o Sub-centro de Anilhamento de Aves do Rio Grande do Sul, em convênio entre IBDF — FBCN — FZB (Fundação Brasileira para a Conservação da Natureza e Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul), o que possibilitou o início de trabalhos intensivos de anilhamento de aves. O Projeto de Levantamento e Inventário da Flora e Fauna da Área da Grande Porto Alegre: Prognósticos Ecológicos, desenvolvido desde 1979, através do Convênio FINEP-FZB, oportunizou o estudo da avi- fauna do Parque Estadual de Itapuã. Neste trabalho foi realizado anilhamento de espécies de mata, bem como um estudo de movimentos migratórios, variações biométricas anuais e registro das aves ocorrentes na área do Parque. Os resultados obtidos nesta pesquisa servirão inicialmente como um estudo preliminar das aves desta área e poderão ser futuramente utilizados em trabalhos de planejamento e manejo do Parque. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(59):89-118, 24 mar 1981 Estudos da avifauna do... | 91 Com a sua continuidade será possível verificar movimentos sa- zonais de diversas espécies e avaliar o aumento ou decréscimo do número de indivíduos de algumas espécies na área, com o transcorrer dos anos. FISK (1979) trabalhando na Flórida, por seis anos consecutivos, demon- stra a viabilidade de, neste tipo de trabalho, fazer-se uma avaliação do numero de individuos de populações de algumas espécies. Com isto são criadas condições que possibilitam detectar a intensidade do impacto humano sobre a ornitofauna do Parque, o que poderá ser utilizado tam- bém para avaliações ambientais em outras regiões do Estado. No desenvolvimento de atividades de manuseio com aves durante o anilhamento, torna-se possível a obtenção de dados de biometria, o que tem originado muitas publicações. Entre alguns trabalhos realizados no Continente Americano, foram consultados os citados abaixo: BALDWIN & KENDEIGH (1938) publicaram os dados obtidos em nove anos de trabalhos de anilhamento nos Estados Unidos, listando os pesos para individuos capturados e recapturados, podendo desta for- ma fazer estudos sobre variações diurnas, sazonais, individuais e fatores climáticos que influenciam no peso. SNOW & SNOW (1963) tentaram relacionar peso com comprimen- to de asa de espécies que anilharam em Trinidad, listando os valores ob- tidos e estabelecendo variações como as citadas no trabalho anterior. HAVERSCHMIDT (1948, 1952) lista os pesos de 316 espécies de aves coletadas no Suriname. FIORA (1933) e CONTRERAS (1979) lis- tam pesos de aves coletadas na Argentina. FISK (1979), em trabalho de anilhamento, faz uma relação de dados biométricos para espécies capturadas e recapturadas. MATERIAL E MÉTODOS Nos trabalhos de campo para estudo da ornitofauna na área do Parque Estadual de Itapuã foram realizadas 13 excursões, com acampamento de três a cinco dias, no periodo de agosto de 1979 a outubro de 1980. Durante todos os períodos de trabalho de campo foram colocadas de 20 a 23 redes de 2,70m de altura porl2m de comprimento, com malhas próprias para captura de aves da ordem Passeriformes. Destas, 10 a 13 redes foram alinhadas em uma picada dentro da mata; circo esparsas em um capoeirão onde predominavam as vassouras (Dodonea sp. e Baccharis sp.) e cinco dentro de um capão de mata (Fig. 2). Estas redes foram mantidas abertas desde as primeiras horas com luz da manhã, até às 12 horas e das 15 horas até a última hora de luz da tarde. O número de horas em que as redes permaneceram abertas multiplicado pelo número de redes utilizadas em cada mês originou o somatório de horas-rede. Nos meses de outubro e novembro de 1979 as redes foram colocadas em lugares diferentes dos acima mencionados, em caráter experimental, sendo que as aves captu- radas não foram consideradas para o cálculo do número de aves por horas-rede. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):89-118, 24 mar 1981 92 SILVA, F. & FALLAVENA, M.A.B. Para a marcação, foram usadas anilhas do Centro de Estudos de Migrações de Aves — CEMAVE, órgão vinculado ao Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal — IBDF. De todos os exemplares foram tomadas as medidas de peso, comprimento total, bico, asa, cauda e comprimento do tarso. As medidas de comprimento total, tarso, asa e cauda foram tomadas de acordo com os métodos de PETTINGILL (1970). Nas medidas de bico foram tomados, como ponto de referência, a borda anterior da narina externa e a extremidade distal do bico. Para as medidas de comprimento total e asa foi utilizada trena métrica de precisão milimétrica e para a cauda foi usado compasso de ponta seca. O bico e o tarso foram medidos com paquimetro Mitutoyo 0,05mm. O peso foi tomado com balanças marca Pesola com capacidade para 100 e 600g e precisão de um grama. Para identificação das espécies em campo foram utilizados binóculos 9x50 e teles- cópio 15-60x, 60mm e consultas a SCHAUENSEE (1970). Algumas espécies foram iden- tificadas através de gravações de vozes, sendo para tal, utilizado gravador Uher, report 4000 IC, com parábola acústica Dan Gibson E.P.M.. Para o inventariamento das aves que ocorrem na área do Parque foram percorridos trajetos em locais com vegetação do tipo mata, margens da Lagoa Negra e Lagoa dos Patos onde é possivel observar aves de campo, banhado, praia e aquáticas (Fig. 2). Para divisão do ano em períodos sazonais convencionou-se como verão os meses de dezembro, janeiro e fevereiro; outono: março, abril e maio; inverno: junho, julho e agosto; primavera: setembro, outubro e novembro. Nos meses de janeiro e fevereiro de 1980 não foram realizados trabalhos de campo. No item status pretende-se fornecer apreciação geral sobre a ocorrência de indivi- duos das espécies mais frequentes e locais onde podem ser encontrados no Parque. A nomenclatura científica utilizada está de acordo com SCHAUENSEE (1966). RESULTADOS De setembro de 1979 a outubro de 1980, com quatro a cinco dias mensais de trabalho de campo, foram feitas as observações de identi- ficação e anilhamento. Um total de 208 espécies foram registradas na área do Parque o que representa 36% do total de aves citadas em todo o Estado. Anilhamento No periodo de outubro de 1979 a outubro de 1980 foram captu- radas 1.088 aves de 64 espécies, sendo anilhados 741 individucs de 61 espécies. Houve 309 recapturas, sendo que, em algumas espécies, um mesmo individuo foi recapturado mais de uma vez. Considerando o total de horas-rede e o número de capturas e re- capturas nos diferentes meses (Tabela 1), parece haver uma tendência em aumentar a quantidade de aves capturadas e recapturadas nos meses de junho a julho. Existem vários fatores que podem ocasionar estas variações mas como os dados existentes são apenas de um ano (não IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):89-118, 24 mar 1981 Estudo da avifauna do... 93 havendo dados para os meses de janeiro e fevereiro), nãose julga opor- tuno abordar este tópico no presente trabalho. Só com a continuidade dos trabalhos no mesmo local, em anos seguintes, é que maiores es- clarecimentos poderão ocorrer. A média de aves capturadas por 100 horas-rede, no periodo de dezembro de 1979 a outubro de 1980, é de 23 individuos, sendo que o maior indice de capturas foi em dezembro de 1979 e o menor em abril de 1980. O menor indice corresponde ao mês em que foi verificado maior número de aves com mudas nas penas das asas e cauda. Isto implicaria em menor movimentação dos individuos, diminuindo a probabilidade de captura nas redes. Houve uma média de 8 aves recapturadas por 100 horas-rede, ocorrendo o maior indice em junho e julho e o menor em março e abril. Estes dados poderão ser usados em anos futuros, em avaliações de populações de espécies para estudos das condições ambientais. Espécies capturadas com maior freqiiência Das espécies anilhadas, 11 mostraram-se mais frequentes nas cap- turas, durante o ano todo ou em determinadas estações. Conopophaga lineata (WIED, 1831) Myiarchus swansoni CABANIS & HEINE, 1859 Empidonax euleri (CABANIS, 1868) Myiophobus fasciatus (MULLER, 1776) Elaenia obscura (LAFRESNAYE & D'ORBIGNY, 1837) Turdus rufiventris (VIEILLOT, 1818) Turdus amaurochalinus CABANIS, 1851 Turdus albicollis VIEILLOT, 1818 Basileuterus culicivorus (LICHTENSTEIN, 1830) Basileuterus leucoblepharus (VIEILLOT, 1817) Haplospiza unicolor (CABANIS, 1851) Da maioria dos indivíduos anilhados no periodo de dezembro de 1979 a outubro de 1980 foram registradas medidas que estão relacio- nadas nas tabelas, que seguem, A ocorrência mais frequente destas espécies possibilitou o agru- pamento de dados biométricos, com médias, limites sazonais e anual. Relacionando as médias de comprimento total, asa e cauda, das diferentes estações, é possível verificar variações devido à modificação nas estruturas das extremidades distais de retrizes e remiges (desgastes e mudas). IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):89-118, 24 mar 1981 94 SILVA, F. & FALLAVENA, M.A.B. É possível relacionar o número de aves de cada espécie, com nú- mero de horas-rede, para uma avaliação sobre as populações no local em estudo. No entanto, estes valores não seriam significativos nesta pri- meira fase de pesquisa. Os valores de peso, objetos de vários estudos, conforme biblio- grafia citada, poderiam apresentar variações sazonais, sexuais e indi- viduais. Devido ao pequeno número de individuos pesados, as médias não apresentaram variações sazonais e sexuais significativas. As médias de bico e tarso poderão ser utilizadas para melhor caracterização das espécies. Os limites de cada valor tomado dão idéia da variabilidade indi- vidual por estações e por ano. A presença de placas de choco pode indicar os periodos de pro- criação de determinadas espécies. A unidade utilizada para os dados métricos foi o milimetro e para peso, o grama. Conopophaga lineata (WIED, 1831) Número de aves anilhadas de outubro/79 a outubro/80: 25 HORAS/REDE AVES | AVES AVES Nº PLACA MEDIDAS| ANILHADAS| RECAPTURADAS DE CHOCO VERÃO 79/80 OUTONO/80 f INVERNO/80 PRIMAVERA/80 |. . TOTAL IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):89-118, 24 mar 1981 Estudos da avifauna do... 95 VERÃO 79/80 | OUTONO/80 INVERNO/80 | PRIMAVERA/80 Medidas 143 | 140-150 140-150 140-150 | - [Ho [05 [ [ds [| ess [o] 140-150 DI 19 - 24 5 - 48 4 2 ” 7,1-9,6 - - O número de indivíduos anilhados no período total de trabalho foi de 25 aves; as recapturadas foram 27, envolvendo 15 indivíduos. Destes, 5 foram recapturados 3 vezes, 2 recapturados 2 vezes e 8 recapturados 1 vez. Na primavera de 1980 não houve mais capturas de aves sem anel, o que pode indicar que todos os indivíduos do local das redes já estavam anilhados. Ocorreram 6 recapturas. Nas medidas de comprimento total e asa houve aumento do verão ao inverno, que é explicado como uma consegiiência da muda de penas ocorrida no outono. Nos meses de outubro e novembro 3 indivíduos apresentavam placa de choco. Não foi possível sexagem segura com base no tufo de penas bran- cas da região pós-ocular. STATUS: Comum nas matas e bosques densos de vegetação secundária. Observado nas partes baixas da vegetação. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):89-118, 24 mar 1981 SILVA, F. & FALLAVENA, M.A.B. Myiarchus swansoni CABANIS & HEINE, 1859 Número de aves anilhadas de outubro/79 a outubro/80:17 AVES Nº PLACA RECAPTURADAS INVERNO/80 PRIMAVERA /80 204 197-211 203,5 197-215 24,2 19-29 23,6 19-29 80,8 76-84 80,2 75-86 VERÃO 79/80 OUTONO/80 Medidas x Min-Máx | X in-Máx | X 12,8-14,2 14,1 12,8-16 Nas capturas com redes a espécie esteve presente na primavera e verão de 1979, ausentando-se no outono e inverno subsequentes. Rea- pareceu novamente na primavera de 1980. Das aves anilhadas até o verão de 1979 só 2 foram recapturadas em outubro de 1980. Na primavera e verão 7 individuos apresentavam placa de choco. STATUS: Comum nos lugares abertos e bordas da mata. Migrante que aparece na primavera e desaparece no outono. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):89-118, 24 mar 1981 gen Estudo da avifauna do... 97 Empidonax euleri (CABANIS, 1868) Nº PLACA Número de aves anilhadas de outubro/79 a outubro/80: 45 HORAS/REDE | AVES AVES AVES ’ MEDIDAS | ANILHADAS RECAPTURADAS = 10 VERÃO 79/80 520 10 a se abe VERÃO 79/80 OUTONO/80 INVERNO/80 PRIMAVERA/80 Medidas ; Comp 141 135-148 total 56,4 O número total de aves anilhadas foi 45, com 7 recapturadas em setembro e outubro de 1980. E de supor que os indivíduos recapturados são os que durante a migração nidificam no Parque. Placa de choco foi constatada em 3 aves na primavera e 1 no verão. STATUS. Muito comum durante a primavera, verão e outono. Difícil de ser observada, fica dentro da vegetação fechada a pouca altura do solo. Muito fácil de ser detectada pela voz. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):89-118, 24 mar 1981 98 SILVA, F. & FALLAVENA, M.A.B. Myiophobus fasciatus (MULLER, 1776) Número de aves anilhadas de outubro/79 a outubro/80: 18 HORAS/REDE AVES AVES AVES . MEDIDAS | ANILHADAS| RECAPTURADAS Nº PLACA VERÃO 79/80 I" 520 OUTONO/80 INVERNO/80 PRIMAVERA/80 VERÃO 79/80 OUTONO/80 INVERNO/80 PRIMAVERA/80 | Medidas Das 18 aves anilhadas, 4 foram recapturadas na primavera. O maior número de aves nas redes foi na primavera e verão, sendo que nenhuma foi anilhada nem recapturada no inverno. Com placa de choco foram en- contradas 4 aves, na primavera e verão. STATUS. Comum na primavera e verão nas partes baixas da vegetação bem fechada. ta IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):89-118, 24 mar 1981 Estudos da avifauna do... | 99 Elaenia obscura (LAFRESNAYE & D’ORBIGNY, 1837) Numero de aves anilhadas de outubro/79 a outubro/80: 28 AVES N° PLACA RECAPTURADAS VERÃO 79/80 OUTONO/80 INVERNO/80 rMAveRA | m [6 | 8 TOTAL 3679 21 21 x Min-Máx | X Min-Máx anual 175-185 186 180-197 192 185-200 194 189-200 188 87,3 | 82-90 | 87,9 , | 75,6 72-80 E 77-85 De 28 aves anilhadas houve só duas recapturadas, apesar da es- pécie estar presente durante todo o ano. Nos valores de comprimento total, asa e cauda verificou-se um sen- sivel aumento no inverno e primavera, o que poderia ser explicado pelo desgastes das penas na primavera e verão e aparecimento de penas: novas com a muda de outono. Três individuos tinham placa de choco em novembro e dezembro, sendo que um deles foi recapturado duas vezes. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):89-118, 24 mar 1981 100 SILVA, F. & FALLAVENA, M.A.B. Pelas listas de observações mensais e relação ave-rede, verificou-se a presença da espécie durante as quatro estações anuais, com um au- mento no número de aves em rede na primavera e verão. STATUS: Comum nas bordas da mata e nas capoeiras, durante o ano todo. Turdus rufiventris VIEILLOT, 1818 Número de aves anilhadas de outubro/79 a outubro/80: 58 HORA/REDE AVES MEDIDAS AVES ANILHADAS AVES RECAPTURADAS Nº PLACA DE CHOCO VERÃO 79/80 OUTONO/80 INVERNO/80 962 9 9 PRIMAVERA /80 943 TOTAL VERÃO 79/80 INVERNO/80 PRIMAVERA/80 OUTONO/80 Min- Máx 236 230-240 252,6 235. 261 241-259 66,7 60-72 61-78 61-79 1 110-113 118,2 108-125 117 110-125 230-261 60-79 108-125 36,5-41,5 IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):89-118, 24 mar 1981 Estudo da avifauna do... 101 Das 58 aves anilhadas houve 29 recapturadas nas quatro estações, o que demonstra as características sedentárias da espécie. Nas medidas de comprimento total, asa e cauda os valores menores ocorreram no verão, o que seria explicado pelo período de desgaste máximo das penas. No vutono houve uma média mais alta novamente, devido aos individuos que já haviam sofrido a muda. STATUS. Residente muito comum durante todo o ano, em matas de ve- getação secundária, capões, pomares e jardins. Turdus amaurochalinus CABANIS, 1851 Número de aves anilhadas de outubro/79 a outubro/80: 44 104-123 86-96 AVES AVES AVES Nº PLAC E o A HORA/REDE | MEDIDAS |ANILHADAS | RECAPTURADAS DE CHOCO — - a VERÃO 79/80 520 2 3 - 17 OUTONO/80 1254 ! 3 INVERNO/80 962 : - 1 en A PRIMAVERA /80 943 6 6 1 1 ‚m a 7 TOTAL rl nz e 2 IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):89-118, 24 mar 1981 102 SILVA, F. & FALLAVENA, M.A.B. O período de maior captura da espécie foi na primavera de 1979, com 32 aves; tendo no verão e outono decrescido para apenas 3 indi- víduos e, no inverno, nenhuma captura foi registrada. Neste periodo, no entanto, a espécie foi observada em áreas próximas aos locais das redes. As recapturas foram baixas, sendo uma no inverno e uma na primavera. Na primavera de 1979 e 1980 foram encontrados 11 individuos com placa de choco. STATUS: Presente durante as quatros estações anuais. Turdus albicollis VIEILLOT, 1818 Número de aves anilhadas de outubro/79 a outubro/80: 115 AVES AVES AVES Nº PLACA HORAS/REDE | MEDIDAS | ANILHADAS | RECAPTURADAS Limite anual 220-245 52-75 IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(59):89-118, 24 mar 1981 Estudos da avifauna do... 103 Foi a espécie com o maior número de aves anilhadas. Os índices de recaptura foram mais altos no outono, estação em que se observou uma maior movimentação de aves desta espécie, no local onde estavam armadas as redes. No mês de maio foi capturado o maior número de T. albicollis, totalizando 42 aves nas 480 horas-rede. A hipótese que pode explicar esta maior concentração seria o fato de haver, nas proximidades das redes, plantas com frutos maduros dos quais os sabiás alimentam-se, como por exemplo, a capororoca (Raponia sp.) e erva-de-passarinho (Phoradendron sp.) f Na primavera e verão foram encontrados 12 indivíduos com placa e choco. STATUS: Comum durante todo o ano. Basileuterus culicivorus (LICHTENSTEIN, 1830) Número de aves anilhadas de outubro/79 a outubro/80: 36 AVES AVES AVES Nº PLACA HORAS/REDE | MEDIDAS | ANILHADAS| RECAPTURADAS VERÃO 79/80 OUTONO/80 INVERNO/80 PRIMAVERA /80 IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(59):89-118, 24 mar 1981 104 SILVA, F. & FALLAVENA, M.A.B. VERÃO 79/80 OUTONO/80 NVERNO/80 PRIMAVERA/80 = x Limite [pesa [x pas X fios [E pias | a | di de e dp DO De 36 indivíduos anilhados, 20 foram recapturados com 11 indi- viduos recapturados uma ou mais vezes. As medidas de comprimento total, asa e cauda mostraram os valores mais altos no outono, ocasião do surgimento de penas novas. STATUS: Comum no estrato médio nas matas e capões, durante todo o ano. Basileuterus leucoblepharus (VIEILLOT, 1817) Número de aves anilhadas de outubro/79 a outubro/80: 37 HORAS/REDE AVES AVES AVES MEDIDAS| ANILHADAS RECAPTURADAS VERÃO 79/80 PRIMAVERA/80 en TOTAL 3679 IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(59):89-118, 24 mar 1981 Estudo da avifauna do... 105 Limite anual 140-160 VERÃO 79/80 OUTONO/80 | INVERNO /80 PRIMAVERA/80 Medidas [E [ess [5 [so e us [7 Comp. 140-148 E 150-160 total COCO ESEEEIBEG O grande número de recapturas com as aves desta espécie (37 in- dividuos anilhados com 46 recapturas) pode ser explicado pela sua presença durante todo ano no local e provavelmente viver em um pe- queno território. Sendo uma espécie típica do estrato baixo da mata, na proximidade com o solo, são aumentadas as probabilidades de captura. Na primavera não houve anilhamentos novos e somente oito recap- turas, o que permite supor que todos os indivíduos do lugar onde es- tavam as redes haviam sido anilhados. STATUS: Comum durante todo o ano, nas partes baixas de capões e matas. Haplospiza unicolor CABANIS, 1851 Número de aves anilhadas de outubro/79 a outubro/80: 25 HORAS/REDE AVES MEDIDAS | ANILHADAS |RECAPTURADAS VERÃO 79/80 OUTONO/80 INVERNO/80 PRIMAVERA/80 IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(59):89-118, 24 mar 1981 106 SILVA, F. & FALLAVENA, M.A.B. Medidas VERÃO 79/80 OUTONO/80 INVERNO/80 PRIMAVERA/80 Limite E dE E RR 15116 14:18 Bass E Far per zul Fee ee E uma especie dificil de ser observada e que durante o veräo, outono e inverno foi fregüente nas redes. Não foi capturada na prima- vera. De 24 aves anilhadas não houve nenhuma recaptura; por este fato, e por não estar presente na primavera é de supor que faça pequenos movimentos migratórios. STATUS: Por sua difícil observação, parece ser rara. Espécies pouco freqiientes nas redes As espécies menos fregüentes nas redes foram medidas e rela- cionadas, sendo apresentadas na seguinte sequência: nome vulgar, nome científico, número de indivíduos anilhados ou medidos e dados biomé- tricos das espécies (limites e médias). Foram utilizadas as seguintes abreviaturas: IA: número de individuos anilhados IM: número de individuos medidos P:peso CT: comprimento total C: cauda A: asa B: bico T: tarso Cada parâmetro está acompanhado por um número entre parên- teses, que representa o número de individuos medidos para aquela carac- ‚teristica. Quando esse número está ausente, corresponde ao número total IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(59):89-118, 24 mar 1981 . Estudos da avifauna do... 107 de individuos (IA ou IM), ou seja, todos os individuos foram medidos para aquela característica. A média (X) foi calculada para três indivíduos ou mais; para 1 (um) ou 2 (dois) individuos, as medidas foram apenas relacionadas, separadas por vírgula. Gaviäozinho — Accipiter striatus (VIEILLOT, 1807) IA:1; C.T.: 280; C: 130; A: 155; B: 9,2; T: 45. Rolinha-roxa — Columbina talpacoti TEMMINCK, 1811 IA: CT“ 193; C:57; A: 93; B: 11; T:21. Juriti-pupu — Leptotila verreauxi Be 1855) IA: 5; P: 160- 215 (X= 188,4); C.T.: 285-318 (X= 298,6); C: 94-115 Xi 104,6); A(2): 155 - 162 (X= 156); B(4): 10,8 - 15,9 (X= 14,1); T: 36,2 - 39,8 (X= 38,1). Juriti-gemedeira — Leptotila rufaxilla era & BERNARD, 1792) IA: 1; P: 220; C.T.: 305; C: 105; B: 16,5; T: 41,4. Pariri — Geotrygon montana ER et 1758) IA: 1; P: 130; C.T.: 240; A: 139; B: 10; T: 34,2. Papa-lagarta-verdadeiro — Coccyzus melanocoryphus VIEILLOT, 1817 IA: 1; P: 68; C.T.: 265; C: 127; A: 110; B: 20,4; T: 31,4. Corujinha-do-mato — Otus choliba (VIEILLOT, 1817) IA: 1; P: 114; C.T.: 225; C: 91; A: 173; B: 13,8; T: 38. Beija-flor-de-topete — Stephanoxis lalandi (VIEILLOT, 1818) IM: 2 machos, P (1): 10;C.T.: 92, 104; C: 25,3, 32; A: 51,8,50;B (1):15,4; T (1): 14,8. Pica-pau-verde-barrado — Chrysoptilus melanochloros (GMELIN, 1788) IA: 1; P: 60; C.T.: 217; C: 68; A: 118; B: 21,8; T: 24,8. Arapaçu-verde — Sittasomus griseicapillus (VIEILLOT, 1818) IA: 4; Hd 9-13 (X=11,2); C.T.: 162-178 (X=172,5); C: 72-80 (X=77); A 75—82 (X=79,5); B: 8,0-9,2 (X= 8,7); T: 19-21,4 (X= 20,1). Arapaçu-grande — Dendrocolaptes platyrostris SPIX, 1824 IA: 5; P: 53-70 (X =59,2); C.T.: 275-290 (X=282); C: 108-114 (X=110,6); A: 120-126 (X=122,8); B: 25-25,4 (X=25 2); T: 30,2-31,1 (X=30,7). ‘ Arapaçu-escamoso — Lepidocolaptes squamatus (LICHTENSTEIN, 1822) IA: 1; P: 28; C.T.: 200; C: 83; A: 100; B: 22,4; T: 23. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(59):89-118, 24 mar 1981 108 SILVA, F. & FALLAVENA, M.A.B. Joäo-de-barro — Furnarius rufus (GMELIN, 1788) IA: 2; IM: 1: C.T.: 210; ©: 73; A: 104: Bolos Tu 425 João-tenenem — Sinallaxis spixi SCLATER, 1874 IA: 2; IM: 1; P: 15; C.T.: 155; C: 72; B: 9,9; T: 20,6. Arredio-oliváceo — Cranioleuca obsoleta (REICHENBACH, 1853) IA: 5, P (3):10-15 (X= 12,7); C.T. (4):146-155 (X= 15071): "E (4): 62-69 (X= 65,5); A (4):56,6-61 (X=59,2); B (4): 8,2-10,4 (X=8,9); T(4):21-21,8 (X=21,4). Trepador-quiete — Syndactila rufosuperciliata (LAFRESNAYE, 1832) IA: 14; P(10):22-30 (X=26,4); C.T.(11):175-200 (X=188,2); C(10):69-81 (X=7 4,9); _A(11):70-80 (X=76,4); B(12):11,5-16,0 (X=13,1); T(12): 21-27 (X=25,5). Vira-folha — Sclerurus scansor (MENETRIES, 1835) IA: 13; P(11): 30- 36 (X=34); C.T.(10):180-201 (X=188,9); C(9):57-75 (X= 65,9); A(10):79-91 (X=85,1); B(11): 15,9-19 (X=17,1); T(10):23-27 (X=25,3). ’ Joäo-porca — Lochmias nematura (LICHTENSTEIN, 1823) IA: 1; P: 22: C.T.: 150; C: 45: A: 67; B:17; T: 26. Brujarara-assobiador — Mackensiaena leachii (SUCH, 1825) IA: 1; P: 64; C.T.: 290; C: 135; A: 100; B: 13,9; T:43,8. Choca-da-mata — Thamnophylus caerulescens VIEILLOT, 1816 IA: 8 fêmeas, 6 machos; 2 indeterminados. Fêmeas: P(4):18-23 (X=20,7); C.T. (7):155-171 (X=162,9); C(6):59-65 2 =62,3); A(6):62-70 (X =65,8); B(6):8,6-11 (X =10,2); T(6):21-27 (X = 24,7). Machos: P(5):20-21 (X=20,2): C.T. (6):160-171 (X=166,8); C(5):65-69 (X =66,6); A (6):65-75 (X= 70,2); B(6):9,2-10,2 (X=9,8); T (6):25- 27,5(X = 26,5). Choca-boné-vermelho — Thamnophylus uficap fine VIEILLOT, 1816) IA: 2 machos, 2 fêmeas, 1 indeterminado. Fêmea (1): P: 24; C.T.: 169; C: 65; A: 63; B: 11,1; T: 30,8. Machos (2): P: 24,2; C.T.: 170,169; C: 68, 67; A: 67, 65; B: 10,1, 10; T: 29,8, 30. Caneleirinho-verde — Pachyramphus viridis (VIEILLOT, 1816) IA: 1 macho, 1 fêmea. Macho (1): P: 20; C.T.: 165; C:60; A: 75; B: 10; T: 22,5. Fêmea (1): P: 22; C.T.: 152; C: 63; A: 72; B: 12,4; T: 22. Obs.: 1 fêmea com placa de choco em novembro. Caneleirinho-preto — Pachyramphus polychopterus (VIEILLOT, 1818) IA: 1 macho, 3 fêmeas. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):89-118, 24 mar 1981 Estudo da avifauna do... 109 Macho (2): P: 20, 22; C.T.: 169 ; C: 59,56; A: 81, 80; B: 10, 10,4; T: 22,0 w 22,4. Fêmea (3): P: 20-25 (X=22,3); C.T. (2): 158, 165; C: 57-65 (X=60,7); A(2): 74, 77; B: 10-12 (X=10,8); T(2): 21,8, 23. Dançador — Chiroxiphia caudata (SHAW & NODDER, 1793) IA: 4 machos adultos; 7 fêmeas adultas; 7 machos subadultos. Machos adultos (4): P: 24-25 (X= 24,7); C.T.: 165-172 (X=168); C: 61- 67 X= 64,5); A: 75-78 (X=77,2); B: 7-8,3 (X=7,8); T: 23,2-25,2 (M=24 1). Fêmeas adultas (7): P(5): 22-26 (X=24,2); C.T. (6): 162-170 (X = 166,3); C (5):55-58 (X =56,2); A: 73-80 (X= 75,8): T(5):21-23,5 (X=22,7). Machos subadultos (7): P: 23-26 (X=25); C.T.: 161-175 (X-167 3); C: 51- 62 (X=56,8); A: 73-80 (X=175,8); T: 24-26,5 (X=25,0) Obs.: 2 fêmeas com placa de choco em outubro. Suiriri-pequeno — Satrapa icterophrys (VIEILLOT, 1818) IA: 1; P: 30; C.T.: 177; C: 69; A: 90; B: 9,8; T: 23,4. | Tesourinha — Muscivora tyrannus (LINNAEUS, 1766) IA: 6; P(5):30- 34 (X =32.4); C.T.: 289-380 (X=332,2); C: 165-258 (X=212,5); A: 102-115 (X = 109); B(5):12,1-13,9 (X=13,3); T: 19,6-21,3 (X =20,6). Suiriri — Tyrannus melancholicus VIEILLOT, 1819 IA: 1; P: 54; C.T.: 227; C: 90; A: 109; B: 20,8; T: 21,2. Obs.: com placa de choco em novembro. Peitica — Empidonomus varius (VIEILLOT, 1818) IA: 1; P: 26; C.T.: 190; C: 77; A: 99; B: 12,4; T: 18,4. Obs.: com placa de choco em outubro. Bem-te-vi-rajado — Myiodinastes maculatus ee 1776) IA: 3; P: 42-52 (X=45,7); C.T.: 220-230 (X=225); C: 81-86 (X=84,3); A(2):109, 110; B: 17,9-19,5 (X=18,9); T: 20,5-23,5 (X=21,5). Bem-te-vi — Pitangus sulphuratus (LINNAEUS, 1766) IA: 4; P: 60-77 (X =66,3); C.T.: 253-262 (X=258 ‚7); C: 84-91 (X=87,5); A: 118- 127 (X=121,2); B: 23,8-26 (X=24 5): T: 30,4-32 (X=31,2). Bico-chato-orelha-preta — Tolmomyas sulphurescens (SPIX, 1825) IA: 1: P-17: CT: 155; C: 62; A: 66; B: 9,0; T: 21d. Obs: com placa de choco em outubro. Tororó — Todirostrum plumbeiceps (LAFRESNAYE, 1846) IA: 6; P (4):6-7 (X=6,2); C.T. (4):100-111 (X=106); A (3):41-43 X= 42); B (5): 7,3-8,9 (X=8,2); T (5):20,9-22 (X =21,2). IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(59):89-118, 24 mar 1981 110 SILVA, F. & FALLAVENA, M.A.B. Borboletinha-do-mato — Phylloscartes ventralis (TEMMINCK, 1824) IA: 13; P (8): 6,0-9 o (X 37 5);C.T.(10): 115-137(X = 129 ,5);C (10): 47-57 (X = 52,5); A (11): 47-59 (X =52,7); B (11): 6,6-7,8 (X = 7,2); T(11):20-23(X = 21,6). Alegrinho — Serpophaga subcristata (VIEILLOT, 1817) IA: 3; P: 6; C.T.: 102-119 (X=110,3); C: 45-49 (X =46,7), A: 47-49 (X =48); B 6,0-6,6 (X =6,3); T: 16,4-19 (X=18,1). Risadinha — Camptostoma obsoletum (TEMMINCK, 1824) IA: 3; P (2):7,9; C.T.: 117-128 (X=122,7); C: 41-50 (X=46,3); A: 56-62 (X=58,7); B: 5,6-6,7 (X=6,1); T: 16,3-17 (X =16,7). Corruira — Troglodytes aedon VIEILLOT, 1808 IA: 6; P (5):9-16 (X=11,2); C.T.: 120-129 (X=124,3); C (5):36-43 (X =39,2); A (4):47-53 (X=49,2); B (5): 8,9-11,5 (X=10,8); T: 19,1-20 (X=19,8). Obs: 3 indivíduos com placa de choco em outubro. Gente-de-fora-vem ou pitiguari — Cyclarhis gujanensis GMELIN, 1789 IA: 7; P:27-38 (X=29,8); C.T.: 170-181 (X=174,7); C: 67-71 (X= 69,1) A: 75-82 X=78,4); B: 9,8-12,5 (X=11,1); T: 27-30 (X=28,3). Obs.: 3 individuos com placa de choco em outubro. Juruviara — Vireo olivaceus (LINNAEUS, 1766) IA: 15; P (11):13-24 (X=16,8); C.T.: (14):141-160 (X=149,7); C (12):48x56 (X=52,8); A (14): 67-76 (X = 72,1); B (12): 8,8-11,8 (X = 10,2); T (12): 19-22,5 (X = 21,3). Obs.: 4 individuos com placas de choco em outubro e novembro. Mariquita — Parulapitiayumi VIEILLOT, 1817 IA: 4; IM: 1 fêmea. Fêmea (1): P: 8,0; C.T.: 119; C: 40; A: 52; B: 7,9; T: 19,3. Pia-cobra — Geothlypis aequinoctialis (GMELIN, 1789) IA: 2 fêmeas, 3 machos, 2 indeterminados. Fêmea (2): P: 11, 12; C.T. (1)137; C (1):52; A (1): 76; B (1):8,3; T (1):23. E e Macho (3): P: 10-11 (X=10,3); C.T.: 139-144 (X=141); C: 52-56 (X=54,3); A:58-60 (X=58,7); B: 8,1-8,4 (X=8,3); T: 23-23,2 (X=21,1). Cambacica — Coereba flaveola (LINNAEUS, 1758) IA: 7; P: 9,0-10 (X=9,6); C.T.: 115-122 (X=117,4); C: 31-40 (X=36,4); A: 56- 63 (X=59); B: 8,8-10,2 (X=9,4): T: 16 20 (R$ = 18,8). Sanhaçu-frade — Stephanorus diadematus (TEMMINCK, 1823) IA: 8; P (7):32- 38 (X=34,2); C.T. (7):191- 207 (X=199,7); C (7):78-87 IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(59):89-118, 24 mar 1981 Estudos da avifauna do... 111 (X = 81,4); A.91-101 (X = 98,6); B (7): 7,1-7,9 (X = 7,6): T: 25,4-28 (X = 2(,0). Sanhaçu-cinzento — Thraupis sayaca (LINNAEUS, 1766) IA: 1; P: 34; C.T.: 187; C: 65; A: 97; B: 9,6; T: 24,7. Tie-de-topete — Trichothraupis melanops (VIEILLOT, 1818) IA: 1; P: DONO TT STS AY STB: 9077 Trinca-ferro-verdadeiro — Saltator similis LAFRESNAYE & d’ORBIG- NY, 1837 IA: 3; IM: 2; P: 42, 48; C.T.: 235, 225; C (1): 98; A: 114, 95; B: 12, 15; T: 28,6, 29,5. - Azulinho — Cyanoloxia glaucocaerulea (LAFRESNAYE & d’ORBIGNY, 1837) IA: 7 f&meas, 4 machos, 2 machos jovens. Macho (4): P: 17-18 (X= 17,7); c. T.: 155-167 (X=159 C: 64-65 (X= 64,7); A: 65-76 (X=71,2); B(3): 8,9-9,6 (X=9,2); T: 20,9-21,8 (X=21,2). Fêmea (7): P(5):14-21 (X=17,2); C.T.: 150-161 (X=155,1); C(6): 62-65 (X=63); A(6):67-72 (X=170,3); B(5):7,9-11 (X=8,9); T(6):20,6-22 (= 21,6). Coleirinho — Sporophila caerulescens (VIEILLOT, 1817) IA: 2 fêmeas, 1 macho. Fêmea (2): P: 8, 10; C.T.: 121, 118; C: 46, 45; A: 59, 55; B: 7,4 7,1; T: 16,4. 17. Macho (1): P: 12; C.T.: 128; C: 51; A: 59; B: 8, T: 18. Tico-tico-rei — Coryphospingus cucullatus (MULLER, 1776) IA: 10 machos, 9 fêmeas, 1 indeterminado. Macho (10): P (9):12-16 X= 14,4); C.T. (9): 140-151 Dr 145,1); C (9):52-63 (X =57,8); A: 61-68 (X=63,9); B (9): 7,4-9 (X=8,3); T 20-22,4 IN Pi lesiva Fêmea (9): P (6):13-15 (X=14,3); C.T. (6): 134-147 (X=142,7); C (7):49-57 (X=54,3); A(7): 61-63 (X=62,4); B (7): 8,2-10 (X =9,0); T (7):20,7-21,6 (X=20,9). Tico-tico — Zonotrichia capensis (MÜLLER, 1776) IA: 15 adultos i- dent., P (9): 19-23 (X=22); C.T. (13):150-167 (X=159,6); C (9):54- 65 (X= 59,8); A (11): 64-72 (X=68,3); B (10):8,3-12 (X=9,8); T(10):23-27 (X =24,9). Quem-te-vestiu — Poospiza nigrorufa (LAFRESNAYE & d’ORBIGNY, 1837) IA: 1; C.T.: 160; C: 65; A: 63; B: 9,3; T: 22,7. Quete — Poospiza lateralis (NORDMANN, 1835) IA:6; P (5):17- a (X=21:2); C.T. (5):150-167 (X= 157); C (4):63-68 (X= 66,2); A (5):65-70 (X=67); B (5): 7,0-9,4 (X=8,0); T (5); 24,6-26,5 (X =25,3). IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(59):89-118, 24 mar 1981 112 SILVA, F. & FALLAVENA, M.A.B. DISCUSSÃO Nos trabalhos de observação e identificação de aves no Parque Es- tadual de Itapuã foram registradas 208 espécies, perfazendo portanto, 36% da lista de aves registradas para o Estado do Rio Grande do Sul. Este total demonstra não só a importância do Parque na preservação das aves da região, como também indica a existência de boas condições naturais da flora e fauna. As aves manuseadas apresentaram evidência de estarem em processo de muda durante os meses do outono. Isto também foi detec- tado nas médias das medidas de comprimento total, asa e cauda, das es- pécies mais frequentes nas redes. No período do outono também veri- ficou-se o menor número de aves capturadas/100 horas-rede (Tab. 1 ),0 que seria explicado pela menor movimentação de indivíduos que estão sofrendo muda. No inverno e primavera podem ser notados os maiores valores de comprimento total, asa e cauda, o que demonstra a presença de penas novas. A presença ou ausência de espécies nas redes evidenciou que al- gumas espécies ausentaram-se do local do estudo, por alguns meses. Para as espécies migratórias, como Empidonax euleri e Myiarchus swansoni, isto ficou perfeitamente claro, com a ausência destas espécies no fim do outono e inverno, e sua presença na primavera e verão. A recaptura de indivíduos destas espécies em 1980, no mesmo local do seu anilhamento realizado no ano anterior, demonstra que eles uti- lizaram a mesma área para procriação ou trânsito. Haplospiza unicolor, que esteve presente no veräc, outono e inver- no não foi capturada nem observada na área na primavera. Isto, no en- tanto, não significa que esteve ausente, pois Chiroxiphia caudata, , presente todo o ano, também não foi capturada nas redes na primavera. A presença de placa-de-choco em indivíduos de algumas espécies significa que estas aqui nidificam, sendo os meses de outubro e novem- bro os de maior incidência. Espécies residentes, como Basileuterus leucoblepharus, B. culi- civorus e Sclerurus scansor, apresentaram grande número de recapturas, sendo alguns indivíduos recapturados várias vezes; o que sugere que es- tas espécies ocupam uma área pequena. Nas espécies Conopophaga lineata e Basileuterus leucoblepharus, não houve capturas de aves sem anel, na primavera de 1980 (somente IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):89-118, 24 mar 1981 Estudo da avifauna do... 113 recapturas), o que pode indicar que todos os indivíduos do local onde es- tavam as redes já haviam sido anilhados. De acordo com BELTON (1973), o Rio Grande do Sul possui uma ornitofauna muito rica e variada, principalmente devido a sua situação geográfica e condições ecológicas. Em 1978 o mesmo autor registra para o Estado um total de 575 espécies, o que constitui 1/3 da ornitofauna brasileira. A área do Parque Estadual de Itapuã, devido às suas caracteris- ticas geográficas e ecológicas, possui boas condições ambientais para abrigar um variado número de espécies. Segundo RAMBO (1956) a vegetação das escostas dos morros graniticos é do tipo da encontrada nos morros da Serra do Sudeste. Parece que isto possibilita a existência de aves desta região do Estado. Os campos úmidos, praias e banhados às margens da Lagoa Negra e Lagoa dos Patos possuem características típicas da região litorânea do Rio Grande do Sul, possibilitando a ocorrência de espécies do litoral sul, como por exemplo, Lessonia rufa (GMELIN, 1783). Segundo a divisão do Estado em zonas fisiográficas, feita por FORTES (1979) (Fig. 1), o Parque Estadual de Itapuã situa-se na Depressão Central e está próximo à região da Encosta Inferior do Nordeste, o que pode explicar a ocorrência de espécies típicas do norte do Estado, como por exemplo, Trichothraupis melanops (VIEILLOT, 1818). As potencialidades ecológicas originais para manutenção de es- pécies de aves já foram bastante alteradas, principalmente nos sistemas de praias, campos úmidos e banhados, o que pode ser indicado pela ausência de algumas espécies de aves muito notórias. Os moradores locais mencionam algumas espécies que ocorriam em anos passados e que hoje, apesar de serem observadas muito próximo da área do Parque, não mais foram registradas, como por exemplo o capororoca — Cos- coroba coscoroba (MOLINA, 1782) e cisne-de-pescoço-preto Cygnus melanocoryphus (MOLINA, 1782). CONCLUSÕES — A área do Parque Estadual de Itapuã apresenta condições am- bientais para a existência de uma avifauna rica em espécie e número de individuos. — O periodo de maior número de espécies e indivíduos presentes no Parque foram os meses de primavera e verão, devido à chegada de aves migratórias vindas do norte e pelo ingresso de individuos oriundos da procriação local. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):89-118, 24 mar 1981 114 SILVA, F. & FALLAVENA, M.A.B. — Os meses de outubro e novembro apresentaram uma maior in- cidência de aves com placa-de-choco. — No periodo de março e abril verificou-se a presença de maior número de indivíduos em processo de muda. AGRADECIMENTOS Aos funcionários do Setor de Ornitologia do MCN, cujo valioso serviço propiciou 0 bom desenvolvimento desta pesquisa. Ao Dr. Helmut Sick, pela determinação sistemática de Caprimulgus longirostris e Anthus correndera através de gravações e exame de material taxidermizado. BIBLIOGRAFIA ALBUQUERQUE, E.P. 1980. Ocorrência de duas novas aves para o Estado do Rio Grande do Sul, Brasil: Myiozetetes similis, Claravis pretiosa (Aves, Tyrannidae e Columbidae). Roesleria, Porto Alegre, 3(2):189-94. BALDWIN, P. & KENDEIGH, C. 1938. Variations in the weight of birds. Auk, Cam- bridge, Mass. 55:416-67. BELTON, W. 1978. A list of birds of Rio Grande do Sul, Brazil. Iheringia. 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Zool., Porto Alegre(59):89-118, 24 mar 1981 Estudos da avifauna do... 115 =D" ETF Eu . 1952. More bird weights from Surinam. Wilson Bull., Oberlin, 64:234-41 . IHERING, H. von. 1887a. Ornithologische Forschung in Brasilien. Ornis, London: 1-13. . 1887b. Die vogel der Lagoa dos Patos. Zeitschrift fur die gesammte Omitho- logie, 1:142-65. . 1899. As aves do Estado do Rio Grande do Sul. Annuais do Estado do Rio Grande do Sul para o ano de 1900, Porto Alegre. (26):113-54. PETTINGIL Jr., O.S. 1970. Ornithology in laboratory and field. 4.ed. Minnesotta, Burgess Publ. 524p. SCHAUENSEE, R.M, de 1970. A guide to the birds of America. Philadelphia, Academy of Natural Sciences. 470p. . 1966. The species of birds of South America with their distribution. Philadelphia Academy of Natural Sciences. 577p. SILVA, F. 1978. Uma nova ave para o Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Iheringia. Sér Zool., Porto Alegre (52):31-2. SNOW, D.W. & SNOW, B.K. 1963. Weights and wing-lenghts of some Trinidad Birds. Zoologica, New York 48(1):1-12. VOSS, W.A. & BREYER, F.R.S. 1979. Comunicação sobre a ocorrência da espécie Kinopolegus nigerrimus (Vieillot, 1818) no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil (Aves, Tyrannidae). Pesquisas, zool., São Leopoldo (31):29-30. Este trabalho foi examinado por: Cecilia Volkmer Ribeiro Maria Lúcia Machado Alves Maria Inês Burger Marques IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):89-118, 24 mar 1981 116 SILVA, F. & FALLAVENA, M.A.E ja Ao % URUGUAI Divisão Regional do Estado 19 - Litoral 2º - Depressão Central * Parque Estadual de Itapuã, Viama 3º - Missões 49 - Campanha 59 - Serra do Sudeste 6º - Encosta do Sudeste 72 - Alto Uruguai 89 - Campos de cima da Serra 92 - Planalto Medio 109 - Encosta Inferior do Nordeste 119 - Encosta Superior do Nordeste Fig. 1 — Regiões fisiográficas do Rio Grande do Sul, seg. FORTES (1979). IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(59):89-118, 24 mar 1981 Estudo da avifauna do... 117 o A NEINEEN NEE NIREENEEEEEEENIESENEEEABERESEEEHE:.1.A Colonia de ----| Trojetos periodicos o c = E=] Trajetos ocasionais o o ,J @ _Acampamento c/redes FIG. 2 Pontal das desertos Key Fig. 2 — Mapa do Parque de Itapuä com o local de acampamento, trajetos pe- riódicos e ocasionais utilizados para observação da avifauna. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(59):89-118, 24 mar 1981 118 SILVA, F. & FALLAVENA, M.A.B. AVES ANILHADAS RECAPTURADAS AVES CAPTURADAS > un É 10º setigero. Aparelho bucal constituido por uma mandíbula robusta, com bor- das dobradas para cima, como caracteristica do gênero. Discussäo: Embora todos os nossos exemplares tenham olhos em forma de meia lua, concordamos com FAUCHALD (1970), que a forma do olho e o aparecimento mais ou menos precoce do primeiro gancho subacicular, estão provavelmente relacionados com o tamanho do ani- “mal. Consideramos, portanto, L. collaris mencionado por RULLIER (1974) como sinônimo de L. ninetta. Distribuição: Cosmopolita em águas temperadas e quentes. Gênero Marphysa QUATREFAGES, 1865 Marphysa angelensis FAUCHALD, 1970 Marphysa angelensis FAUCHALD, 1970:57-9, est. 8, fig. a-h. Um único exemplar, completo, com 54 setígeros, medindo 14mm de comprimento. Descrição dos exemplares coletados: espécime robusto, de corpo curto; região anterior cilíndrica e região posterior achatada, com diâmetro aproximadamente constante, em toda a sua ex- tensão. Prostômio pouco mais largo que longo, ligeiramente afilado na margem anterior, cuja borda tem uma pequena incisão. Segmento peris- tomial bianelado, mais longo que o prostômio. Antenas lisas, a mediana ultrapassando ligeiramente a margem do prostômio. Parapódios com cirros dorsais lisos, bem desenvolvidos na região pré- -branquial, mais longos que os löbulos parapodiais. Cirros ventrais mais curtos e robustos que os dorsais. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(60):33-54, 30 nov 1981 40 MORGADO, E.H. & AMARAL, A.C.Z. As brânquias aparecem no 11º setigero, com 1-2 filamentos e se estendem até o final do corpo, onde são mais curtas. Cerdas capilares finas, e longas e serrilhadas; cerdas pectinadas ocorrem na parte superior do feixe; cerdas compostas espinigeras e fal- cigeras estão presentes na parte inferior do feixe de todos cs parapódios; nos setigeros posteriores as falcigeras são mais numerosas que as es- pinigeras. Ganchos subaciculares bidentados e encapuzados. Pigidio com 2 pares de cirros anais; o dorsal bem mais longo que o ventral. Distribuição: costa Oeste do Méxicc, Sul do Brasil Marphysa sanguinea (MONTAGU, 1815) Marphysa sanguinea: FAUVEL, 1923:408-9, fig. 161 a-g; HARTMAN, 1944:127-8, est. 8, fig. 179-183; PETTIBONE, 1963:236-8, fig. 62; FAUCHALD, 1970:64-6; RULLIER & AMOUREUX, 1979:174. Dois exemplares, dos quais um completo, com 184 setigeros, medindo aproximadamente 59mm de comprimento. Descrição dos exemplares coletados: corpo curto, com prostômio profundamente bilobado; antenas lisas, a mediana li- geiramente mais longa que o prostômio. Olhos bem pequenos, na base das antenas laterais internas. Parapódios com cirros dorsais lisos, mais longos que os lóbulos parapodiais; cirros ventrais digitiformes. Brânquias a partir do 12º setigero, com um máximo de 5 filamen- tos, do 30º até a região posterior; os 22 últimos setigeros são despro- vidos de brânquias. Cerdas capilares simples e cerdas pectinadas ocorrem no feixe superior; cerdas compostas espinigeras, nos feixes inferiores. Ganchos subaciculares, bidentados. Pigidio com 2 pares de cirros anais, lisos, sendo o dorsal mais longo que o ventral. Distribuição: Cosmopolita em águas quentes, exceto no Oceano Indico (DAY, 1962); comum na costa Oeste do Mexico; Sul do Brasil. Gênero NematonereisSCHMARDA, 1861 NematonereisS hebes VERRILL, 1900 (Fig. 9-16) Nematonereis hebes: TREADWELL, 1921:82-4, fig. 288-297; RU- LLIER, 1974:49-50, fig. 4 a-b. Dezessete exemplares, dos quais alguns completos; o maior com 93 setigeros e medindo aproximadamente 12mm de comprimento. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(60):33-54, 30 nov 1981 Anelideos poliquetos associados a... 41 Descrição dos exemplares coletados: espécie pequena e delgada, com setigeros curtos na região anterior e longos nas regiões mediana e posterior: Prostômio quase tão longo quanto largo com cerca de duas vezes o comprimento do peristômio; margem antérior do prostômio, amplamente arredondada. Uma única antena mediana, subulada, podendo, em alguns exemplares, atingir a borda anterior do prostômio. Um par de olhos pequenos (Fig. 9). Parapódios a partir do 3º segmento, com cirros dorsais finos, mais longos que o lóbulo parapodial; cirros ventrais curtos e cônicos (Fig. 12 e 13). Cerdas de três tipos: a) capilares simples, longas, alargadas, com extremidade fina; b) compostas falcigeras, distalmente bidentadas (Fig. 14): c) pectinadas (Fig. 15), visiveis em nossos exemplares a partir do 9º setigero, tornando-se mais robustas e com maior número de dentes (15), nos parapódios posteriores. Ganchos subaciculares, bidentados, en- capuzados (Fig. 16), a partir do 8º setigero. Maxilas delicadas e transparentes, sendo bem visíveis duas es- treitas faixas, de cor marrom escuro, na junção entre a peça basal e a parte proximal do forceps. Maxila I longa, com base triangular e um processo lateral em sua extremidade posterior; maxila II com 4 dentes proeminentes; maxila III constituida por uma placa impar, com 4 den- tes; maxila IV composta por uma placa direita com 4 dentes e uma es- querda, com 3 dentes; maxila V bem visível, formada por 2 placas trian- gulares, de cor marrom escuro (Fig. 10). A mandíbula é mais longa, que a maxila, com lâminas delgadas: as margens laterais e as linhas de únião entre as duas partes (semelhantes a pregas), são escuras, em contraste com a transparência do restante da mandíbula (Fig. 11). Pigídio com 2 pares de cirros anais lisos, dispostos lateralmente. Distribuição: Antilhas; Sul do Brasil. Segundo RULLIER (1974), em Cuba ocorre em esponjas. Gênero Palola GRAY, 1847 Palola esbelta sp. n. (Fig. 17-24) Cinco fragmentos sem a região posterior; um exemplar completo, com 86 setigeros, medindo 50mm de comprimento. Descrição: prostômio curto, mais largo do que longo, com a borda anterior bilobada; antenas ligeiramente aneladas, mais longas que o prostômio; a mediana pouco mais longa que as demais. Um par de olhos grandes, reniformes, entre os pontos de inserção das antenas laterais. Peristômio constituido por 2 segmentos; o 1º mais largo que o 2º, que por sua vez é ligeiramente mais longo que o 1º setigero. Cirros occipitais lisos, atingindo cerca da metade do comprimento do 1º segmento peris- tomial (Fig. 17). Parapódio bem desenvolvidos nos setigeros anteriores e IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(60):33-54, 30 nov 1981 42 MORGADO, E.H. & AMARAL, A.C.Z. reduzidos da região mediana para a posterior, com cirros dorsais lisos ou ligeiramente anelados, bem mais longos que o lóbulo parapodial. Cirros ventrais curtos, piriformes (Fig. 21 e 22). Brânquias longas, com cerca de três vezes o comprimento do cirro dorsal, presentes na região posterior do corpo (Fig. 22). Cerdas simples, ligeiramente curvadas (Fig. 24); compostas, biden- tadas e encapuzadas, serrilhadas na região distral e com base muito lon- ga (Fig. 23). Aparelho bucal caracterizado pelas proporções excepcionais da mandíbula calcificada e muito robusta, com as bordas externas recur- vadas para cima e para dentro, em forma de calha, sendo mais longa e larga que o conjunto maxilar (Fig. 20). Maxila com base delgada, com- preendendo aproximadamente a metade do comprimento total do apa- relho maxilar, com um forceps delgado e curvo; presença de uma estreita faixa escura entre a base e o forceps; maxila II com 2 dentes grandes do lado direito e a peça esquerda com 2 grandes dentes e 1 pequeno; maxila III com 3 dentes e uma banda escura na base (Fig. 19). Pigidio com 4 cirros anais curtos, subiguais (Fig. 18). Discussão: Palola esbelta sp. n. assemelha-se a Palola siciliensis (GRUBE, 1840). Distingue-se desta por ser uma espécie de proporções menores e, principalmente, por diferenças no aparelho bucal, como a for- ma e o tamanho da mandíbula e forma e número de dentes das peças maxilares (Fig. 19 e 20). Distribuição: costa Leste da África e Sul do Brasil. Chave para as espécies da família EUNICIDAE 1 = Com'5syantenasicntkalene: ce vd cio é ss ARO MME ERDE. NE BE 2 = Com.3 antenas: gênero, Lysidice a. ac pprcgs Esc to Bom ehr Se Lysidice ninetta — Com 1 antena; gênero Nematonereis .........nnceneeeeneenn Nematonereis hebes 2: = aCom: cirros:occipitais: ia ee po pe ar re 3 — + Semjeirros; occipitais;igênero-Marphy Sai: a ee OR O PR 8 3 — Com cerdas pectinadas e ganchos subaciculares; gênero Eunice ................. 4 — Sem cerdas pectinadas e sem ganchos subaciculares; gênero Palola. .. Palola esbelta 4-“Com ganchos subaciculares!bidentados 1». a. DS 5 — "Com ganchos subaciculares tridentados.. .. 15.020 20 04. cousa E 7 5 — Brânquias bem desenvolvidas e pectinadas presentes a partir do 20º setigero.......... RSRS RÃS 5 - MEO ES CEPE PEA SCE as Eis Eunice filamentosa — Brânquias simples e filamentosas em alguns segmentos da região mediana e pos- terior 79.43. Sia E CR ren Ze pe A VBA É dp die ern e rar PE gg ET N: 6 IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(60):33-54, 30 nov 1981 _ Anelideos poliquetos associados a... 43 6 — Mandibulas delicadas, com uma asa triangular em ambos os lados (Fig. 3) .. Eunice tenuis — Mandibulas desprovidas de asa triangular....................... Eunice cariboea 7 — Brânquias até os últimos setigeros; as da região anterior, pectinadas, com 10-12 ENIO Esc aa SU E SA DS Eunice rubra — Brânquias apenas nos segmentos anteriores ! K a fr E ks ap! om! vales + Ísimmigoa Es =" ! Ee. k Ye u t EU | el, SO P, is Eae r ne. 8-38: 100 aaa cho, los e ALOUMIBIHI a j i 4 “2 4 a 2 a Pr = Corbicula manilensis, (PHILIPPI, 1844) molusco asiático, na bacia do Jacuí e do Guaiba, Rio Grande do Sul, Brasil (Bivalvia, Corbiculidae)* Inga Ludmila Veitenheimer-Mendes** RESUMO Registra-se a introdução nas bacias hidrográficas do Jacuí e Guaiba, Rio Grande do Sul, do bivalve asiático Corbicula manilensis (PHILIPPI, 1844). Com base nas prováveis idades dos espécimes estudados, conclui-se que a referida espécie tenha sido introduzida no início da década de 1970. Comenta-se sobre os pro- blemas que podem advir em consegü£ncia do estabelecimento e dispersão deste molusco em nosso meio. ABSTRACT This paper records the introduction of asiatic clam Corbicula manilensis (PHILIP- PI, 1844) into the hydrographic basins of Jacui and Guaiba, Rio Grande do Sul State, Brazil. Based on the most likely ages of the specimens collected, the species seems to have - been introduced in the beginning of the seventies. The consequences of this introduction and dispersion of the clam are discussed. INTRODUÇÃO Corbicula manilensis (PHILIPPI, 1844), espécie nativa da Ásia Oriental, foi registrada pela primeira vez para a América em 1938 para o Rio Columbia, no estado de Washington, Estados Unidos da América (EUA) (DUNDEE & DUNDEE, 1958; SINCLAIR & ISOM, 1963; SCHNEIDER, 1967; CLENCH, 1970; SINCLAIR, 1970). Diversos autores têm especulado sobre o modo de introdução e de dispersão deste corbiculideo nos EUA. SINCLAIR & INGRAM (1961) incriminam, como via de introdução, os conteúdos de aquários, trazidos do exterior como raridades pelos aficcionados deste hobby. Tais con- * Aceito para publicação em 05.1.1981. Contribuição FZB nº 199. ** Pesquisadora do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Cx. Postal 1188, 90000 Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Proc. 30.6082/76). IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(60):63-74, 30 nov 1981 64 VEITENHEIMER-MENDES, I.L. teúdos, mais tarde, ao serem jogados fora teriam contaminado acidental- mente os mananciais aquáticos. SINCLAIR (1971) afirma que o homem trouxe deliberadamente C. manilensis da Asia para a America do Norte. DUNDEE & HARMAN (1963) comentam que em menos de 25 anos este bivalve asiático, bentônico, dispersou-se por quase todo o território nor- te-americano. INGRAM et alii (1964) acreditam que o cascalho resultan- to da dragagem de rios e carregado em barcos por centenas de milhas, tenha sido um dos meios de dispersão de C. manilensis no território nor- te-americano. CLENCH (1970), comenta que a rápida disseminação des- te bivalve no território norte-americano é a única na história da disper- são de moluscos de água doce nos EUA. CLENCH, ainda, acredita que estes pequenos bivalves dulciaquicolas tenham passado, conduzidos através do trato digestivo de aves aquáticas, em condições viáveis, de um sistema aquático para outro. SICKEL (1973) comenta que um único adulto fértil pode produzir descendência suficiente para estabelecer uma população que, através das larvas do tipo véliger, pode povoar manan- ciais aquáticos. INGRAM et alii (1964) e RINNE (1974) atribuem a dis- persão deste molusco ao homem, isto é, aos turistas, pescadores e aquaristas. Quanto aos aspectos negativos e positivos que a introdução deste molusco: possa resultar, ha diversas referências. DUNDEE & DUNDEE (1958) afirmam ser este bivalve uma praga em áreas onde é necessária a irrigação, sendo que SINCLAIR & INGRAM (1961) citam este molusco como prejudicial ao fornecimento de água potável. INGRAM (1959) afir- ma que com o desenvolvimento dos sistemas de irrigação e do forne- cimento de água potável, o bivalve asiático é visto, na California (EUA), como uma peste em potencial, uma continua ameaça pelos encarregados da manutenção de projetos de água. METCALF (1966) indica C. manilensis como economicamente negativa em virtude dos espécimes provocarem a obstrução de canos que servem para o abastecimento de água, e na exploração de cascalho para o uso na construção civil, pois este material, contendo corbiculideos, prejudica o concreto fresco, em virtude das perfurações que os moluscos provocam no mesmo. SIN- CLAIR (1971) afirma que C. manilensis, na sua terra nativa, é hos- pedeiro intermediário de trematódeos Echinostome, sendo que esse bivalve quando ingerido cru ou parcialmente cozido pode provocar a equinostomose. SINCLAIR (apud RINNE, 1974) diz que C. manilensis seria, dentre os moluscos exóticos dos EUA a espécie mais perigosa, GARDNER et alii (1976) e RODGERS et alii (1977) comentam que a in- vasão de um ambiente por Corbicula MEGERLE, 1811 é acompanhada por um drástico declínio na população dos outros bivalves. Quanto aos aspectos positivos, VILLADOLID & DEL ROSARIO (1939) afirmam que C. manilensis tem um grande valor econômico para os habitantes das regiões de Laguna de Bay (Filipinas), sendo ampla- mente utilizada na alimentação de patos domésticos e também como IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(60):63-74, 30 nov 1981 Corbicula manilensis... , 65 alimento pelos nativos, principalmente pela classe operária. Em algumas regiões de Laguna de Bay as conchas são utilizadas na indústria do cal comercial. METCALF (1966) cita o uso de C. manilensis na alimentação humana e de animais domésticos e também como isca para peixes. BRITTON & MURPHY (1977) encontraram especies de Corbicula no es- tômago de peixes. TAYLOR & COUNTD (1977), baseados no trabalho de LOWERY, sobre mamiferos da Lousiana (EUA), observam que C. manilensis é um dos elementos componentes da dieta alimentar do quati. BURCH (1978) encontrou C. manilensis sendo vendida viva, para fins de alimentação humana, em mercado-livre no Havai. No presente trabalho registra-se, pela primeira vez, não só para o Estado do Rio Grande do Sul, mas para o Brasil e provavelmente para a América Latina, a ocorrência de C. manilensis, para as bacias hidro- gráficas do Jacuí e do Guaiba. MATERIAL E METODOS Exame do material incluido na coleção malacológica do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MCN), e de material recebido para iden- tificação do Departamento Municipal de Aguas e Esgotos, Porto Alegre (DMAE). Os exemplares do lote MCN 8242 foram identificados pelo Dr. Juan Jose Parodiz, do Carnegie Museum of Natural History, Pittsburgh, Pennsylvania, Estados Unidos da América. Para a determinação das prováveis idades dos diferentes exemplares de C. manilen- sis utilizou-se a tabela de idades apresentada por GARDNER et alii (1976). Todo o material utilizado para o presente trabalho encontra-se depositado na coleção de Malacologia do MCN. RESULTADOS Através do primeiro registro que se tem de C. manilensis para a bacia do Guaiba, e pela provável idade deste exemplar e dos demais coletados a partir de junho de 1978 (Tabela) nas bacias do Jacui e do Guaiba, pode-se deduzir que essa espécie de bivalve tenha sido intro- duzida em nosso meio no início da decada de 1970. Observando-se a Fig. 1, deduz-se que C. manilensis adaptou-se perfeitamente ao seu novo habitat, encontrando-se espalhada ao longo do Guaiba e Delta do Jacuí. Registro recente (MCN 6208) indica a dis- persão de.C. manilensis ao rio Gravatai (bacia do Jacuí). Esse bivalve pode ser encontrado tanto nas margens, como em profundidades que variam de 6m (MCN 6105) a 13,8m (MCN 6201). Distingue-se facilmente C. manilensis de Neocorbicula limosa (MATON, 1809), espécie nativa e incluida na mesma família, pela presença, naquela, de esculturações em forma de pregas, que acompa- IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(60):63-74, 30 nov 1981 66 VEITEINHEIMER-MENDES, I.L. nham as linhas de crescimento das valves, e pela ausência do sinus paleal (Fig. 2). Além desses dois característicos, o bivalve asiático atin- ge tamanhos relativamente maiores, e apresenta maior resistência quan- do trazido para laboratório e mantido em aquário. COMENTÁRIOS Com o registro de C. manilensis para as bacias do Guaiba e do Jacuí, Rio Grande do Sul fica uma interrogação sobre como teria che- gado este bivalve asiático até aqui. Possivelmente tenha sido trazido dos EUA, através do homem ou de aves migratórias, tal como relatam CLENCH (1970) e RINNE (1974). Nos EUA, C. manilensis adaptou-se perfeitamente aos novos am- bientes conquistados, chegando a competir com os demais bivalves nativos, tal como relatam GARDNER et alii, 1976 e RODGERS et alii, 1977. Através de coletas realizadas no periodo de 1978/80, observa-se que este bivalve conseguiu dispersar-se ao longo de toda a bacia do Guaiba, no Delta do Jacuí, e já penetrou no rio Gravatai, tendo sido en- contrado tanto em locais com correnteza, como em locais abrigados, tan- to em pequenas como em grandes profundidades. Provavelmente C. manilensis estã competindo: com os demais bivalves autóctones, prin- cipalmente N. limosa, quanto à ocupação de espaço e à alimentação. Trata-se de uma espécie que apresenta um grande grau de tolerância às variações ambientais (GARDNER et alii, 1976), a periodos de seca, e a cursos d'água aparentemente poluidos (JENKINSON, 1979), o que não ocorre com a nossa N. limosa. Deve-se ficar alerta para os aspectos negativos que podem advir com a introdução desse molusco alienigena, pois, tal como nos EUA, poderá também aqui criar problemas, principalmente ao sistema de abasteci- mento de água. Tal prejuizo é causado em virtude da larva véliger in- troduzir-se, atingir a forma adulta e reproduzir-se nas tubulações causando a redução de fluxo e até obstruções. Cabe aqui mencionar a captação de água no Guaiba pelo DMAE para fins de tratamento e posterior consumo humano por parte da população de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Caso esse bival- ve asiático venha a instalar-se em águas utilizadas por hidrelétricas, poderá introduzir-se na tubulação de captação e mesmo nos condensadores de vapor, tal como relata MCMAHON (1977), causando posteriores pro- blemas. Além disso, cumpre mencionar que na preparação de concreto para uso na Grande Porto Alegre ha utilização de agregados (cascalho e areia) provenientes das bacias do Guaiba e do Jacui, podendo ocorrer os prejuizos citados por METCALF (1966). Sempre que um organismo conquista novos espaços, deve-se acom- panhar essa ocupação com observações e estudos, a fim de als os reflexos de sua presença no novo meio. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(60):63-74, 30 nov 1981 Corbicula manilensis... 67 AGRADECIMENTOS Ao Dr. Juan Jose Parodiz, do Carnegie Museum of Natural History, pela identi- ficação de exemplares de Corbicula manilensis. À geógrafa Helena Melo pelo cálculo da escala do mapa apresentado no trabalho. À desenhista Rejane Rosa pela arte final do mapa. Ao colega Arno Lise pela fotografia incluída no trabalho. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRITTON, J.C. & MURPHY, C.E. 1977. New records and ecological notes for Cor- bicula manilensis in Texas. Nautilus, Philadelphia, 91 (1):20-3. BURCH, B.L. 1978. Asian clam, Corbicula, threaten Hawaii. Nautilus, Philadelphia, 92 (1):54-5. CLENCH, W.J. 1970. Corbicula manilensis (PHILIPPI) in Lower Florida. Nautilus, Philadelphia, 84(1):36. DUNDEE, D.S. & DUNDEE, H.A. 1958. Extensions of known ranges of 4 mollusks. Nautilus, Philadelphia, 72 (/):51-3. DUNDEE, D.S. & HARMAN, W.J. 1963. Corbicula fluminea (MULLER) in Lousiana. Nautilus, Philadelphia, 77 (1):30. 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A—MCN 8096, 8216 e 622 Lagoa dos Patos 3 3 6 9Km Fig. 1: Mapa do Delta do Jacui e rio Guaiba, Rio Grande do Sul, indicanao vs locais de procedência dos lotes de Corbicula manilensis (PHILIPPI, 1844) in- cluidos na coleção malacológica do Museu de Ciências Naturais “da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MCN). IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(60):63-74, 30 nov 1981 70 VEITEINHEIMER-MENDES, I.L. FIG. 2 2cm Fig. 2: Corbicula manilensis (PHILIPPI, 1844), MCN 8050: vista externa e interna da valve direita e esquerda, respectivamente. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(60):63-74, 30 nov 1981 Corbicula manilensis... 71 Tabela: Corbicula manilensis (PHILIPPI, 1844) ocorrentes na bacia do Guaiba e do Jacuí, Rio Grande do Sul, Brasil e incluidas na coleção do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MCN). Lote MCN Data coleta Local coleta comprimento altura idade provável (mm) (mm) (em anos) 5727 — V1.1978 Em frente Ponta Cadeia, 29 23 4 rio Guaiba. 5962 18.1.1979 Ilha da Pintada, Delta 21 18 ; Jacuí. 6219 25.1.1979 Propriedade Breno Caldas, rio Guaiba. 28 22 3 29 23 4 31 25 > 4 32 29 = 4 7093 08.11.1979 Belém Novo, rio Guaíba. 29 25 4 8050 06.VIII.1979 Em frente ETA*José L. da 35 29 > 4 Silva, rio Guaíba. 8096 28.VIII.1979 Praia da Pedreira, rio Guaíba. 05 04 1 07 06 1 07 06 1 11 09 1 22 19 3 8118 25.1X.1979 Praia Florida, rio Guaíba. 24 19 3 29 22 4 32 27. > 4 8154 04.X11.1979 Em frente ao arroio Ca- valhada, rio Guaiba. 25 20 3 28 24 3 30 25 4 31 26 > 4 33 27 = 4 35 28 = 4 36 30 = é 38 34 = 4 8214 23.1.1980 Saco do Arado, rio Guaiba. 37 30 > 4 8216 23.1.1980 Praia da Pedreira, rio Guaiba. 11 10 1 8242 20.11.1980 Em frente ETA*José L. da Silva, rio Guaiba. 25 20 3 28 24 3 31 27 =! 31 24 > 4 32 25 > 4 32 26 = 4 32 25 = 4 32 25 = 4 33 26 = (| 33 26 = 4 10 09 1 10 09 1 q 10 1 11 11 1 12 1h 1 12 1 1 IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(60):63-74; 30 nov 1981 VEITENHEIMER-MENDES, I.L. 1 [no] Tabela: Corbicula manilensis (PHILIPPI, 1844) ocorrentes na bacia do Guaiba e do Jacuí, Rio Grande do Sul, Brasil e incluídas na coleção do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul (MCN). O ee ee EEE LoteMCN Local coleta comprimento altura idade provavel (mm) (mm) (em anos) De << << — SS = nn 12 11 1 13 11 1 13 11 1 16 14 2 16 14 2 17 15 2 17 15 2 17 15 2 18 14 2 18 17 2 19 16 Bj” ‘20 20 3 20 17 3 20 18 3 20 17 3 21 18 3 21 17 3 23 18 3 24 21 3 24 21 3 24 19 3 24 19 3 25 20 3 25 20 3 25 22 3 26 22 3 26 23 3 26 23 3 27 22 3 27 23 3 34 26 =4 6224 17.X.1980 Praia de Itapuã, rio Guaiba. 11 10 1 13 11 1 14 11 2 14 11 2 14 13 2 14 12 2 14 12 2 15 13 2 16 12 2 16 12 2 16 12 2 17 12 2 17 13 2 18 14 2 20 15 3 23 19 3 25 12 3 29 23 4 29 23 4 31 27 —=4 6226 17.X.1980 Saco do Lami, rio Guaiba. 12 10° 1 14 11 2 33 26 >4 33 26 = 4 33 26 = 4 34 27 = 4 IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(60):63-74, 30 nov 1981 Corbicula manilensis... 73 Tabela: Corbicula manilensis (PHILIPPI, 1844) ocorrentes na bacia do Guaiba e do Jacuí, Rio Grande do Sul, Brasil e incluídas na coleção do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul (MCN). Lote MC Local coleta comprimento altura idade provável (mm) (mm) (em anos) 34 27 = 4 34 26 > 4 34 25 >= 4 34 27 = 4 35 25 >= 4 35 28 = 4 35 27 = 4 35 28 = (! 35 28 >4 36 30 >4 36 30 = 4 36 30 >= 4 36 28 = (| 37 28 = 4 38 28 = 4 39 30 = 4 6106 22.V.1980 Ilha do Paväo, Delta Jacui. 24 24 3 6105 25.V.1980 Em frente ao arroio Ca- valhada, rio Guaíba. 30 24 4 33 26 = 4 6137 28.V.1980 Em frente à Ponta da Cadeia, rio Guaiba. 34 27. = 4 35 28 = 4 36 28 =4 6130 16.VII.1980 Belém Novo, rio Guaiba. 25 19 3 31 26 =4 6262 04.VIII.1980 Ilha do Pavão, Delta Jacuí. 17 13 2 6201 20.VIII.1980 Em frente à Ponta da Cadeia, ric Guaiba. 26 20 3 27 22 3 6200 20.VIII.1980 Em frente ETA*José L. da Silva, rio Guaiba. 27 22 3 31 25 >4 32 28 >4 35 29 =4 6208 29.VIII.1980 Rio Gravatai. 10 08 1 6225 17.X.1980 Saco do Arado, rio Guaiba. 18 16 92 19 15 3 20 17 3 21 17 3 25 26 3 25 20 3 27 20 3 30 23 4 33 28 >4 35 28 =4 35 30 =4 37 30 =4 IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(60):63-74, 30 nov 1981 74 VEITEINHEIMER-MENDES, IL. Tabela: Corbicula manilensis (PHILIPPI, 1844) ocorrentes na bacia do Guaiba e do Jacui, Rio Grande do Sul, Brasil e incluídas na coleção do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MCN). Lote MCN Local coleta comprimento idade provável (mm) (em anos) 6227 17.X.1980 Praia da Pedreira, rio Guaiba. 09 07 1 10 10 1 10 09 1 16 13 2 16 13 2 16 13 2 17 12 2 18 14 2 18 13 2 18 15 2 19 16 2 27 21 3 31 27 =4 6310 21.XI.1980 Porto das Pombas, rio Guaiba. 21 17 3 ! 26 21 3 30 24 4 33 25 =4 38 32 =4 * Estação de Tratamento de Água. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(60):63-74, 30 nov 1981 Contribuição ao estudo dos Veronicellidae (Gastropoda, Mollusca): nova espécie do gênero Angustipes COLOSI, 1922.* José Willibaldo Thomé** RESUMO Uma nova espécie de Veronicellidae (Mollusca) é proposta sob a denominação de Angustipes missionis sp.n., com descrição morfo-anatômica caracterizante, baseada em espécime da coleção do ‘‘Museo Argentino de Ciencias Naturales Bernardino Rivadavia”, Buenos Aires e proveniente de Misiones, Argentina. ABSTRACT A new species of Veronicellidae (Mollusca) is described, with the name Angustipes missionis sp.n., upon a specimen in the collection of the “Museo Argentino de Ciencias, Naturales Bernardino Rivadavia”, Buenos Aires and proceeding from Misiones, Argen- tina. INTRODUÇÃO Estudando uma pequena coleção de material recebida do ''Museo Argentino de Ciencias Naturales Bernardino Rivadavia” (MACNBR), de Buenos Aires, deparei com um lote constituido de um espécime maduro, que após cuidadoso exame, proponho como espécie nova. O gênero Angustipes COLOSI, 1922, consoante caracterização proposta por THOME (1975), conta com seis espécies: A. ameghini (GAMBETTA, 1923), 4. difficilis (COLOSI, 1921), 4. morii (COLOSI, 1921), 4. paraguensis (SIMROTH, 1893, 1914), 4. robustus (COLOSI, 1921) e 4. tarsiai (COIFMANN, 1934). Destas, apenas o tipo de 4. “ameghini foi encontrado, achando-se danificado a ponto de não permitir a recaracterização com segurança (THOME, 1970). Nas descrições originais das espécies acima citadas, não constam todas as caracteri- zações necessárias a uma boa identificação. Contudo, as ilustrações que as acompanham e os dados disponíveis permitiram verificar que o es- * Aceito para publicação em 18.V.1981. Contribuição FZB nº 219. ** Presidente da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (Caixa Postal, 1188, Porto Alegre- RS, Brasil) e Professor Titular de Zoologia na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS); Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq, Processo 30.1590/79). IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(60):75-79, 30 nov 1981 76 THOME, J.W. pécime em exame, não pode ser identificado com nenhuma das seis es- pecies anteriormente propostas. Está em preparo uma revisão do gênero, dependendo ainda da coleta de material em maior abundância, especial- mente proveniente das localidades tipicas das descrições originais. O nome proposto para a presente espécie é uma referência ao local de origem do espécime. Angustipes missionissp.n. Diagnose: Uma espécie do gênero Angustipes com glândula pe- diosa estreita, alongada, delgada, destacando-se a zona interna ama- relada em todo seu comprimento e a zona externa esbranquiçada muito irregular em sua largura, faltando na região distal. A zona amarela, na região distal, apresenta certo fendilhamento longitudinal mediano (Fig. 4); com pênis de soquete cilíndrico, alargado para a região distal, apresentando nervuras grossas semicirculares e uma glande claviforme, algo alongada, assentada obliquamente e concrescida com o soquete, projetando sobre o mesmo uma curta aba laminar saliente. Abertura do deferente distal, terminal (Fig. 7-8). Descrição: 1. Morfologia externa (espécime fixado) (Fig. 1-3). Animal pequeno, curvado sobre a sola, perinotos marcantes, finos; sola clara, sem linha mediana; poro genital feminino atrás da metade do comprimento e próximo ao perinoto. Anus semicircular, estendendo-se levemente para a direita da linha mediana, totalmente encoberto pela sola do pé. (Espécime totalmente descolorido, esbranquiçado). 2. Morfologia interna (Fig. 4-8) Alça intestinal anterior recoberta por um lóbulo da glândula diges- tiva. Reto penetrando no tegumento bem junto e acima do oviduto (Fig. 5). Nervos pediosos juntos, paralelos, em toda a extensão. Algo en- cobertos pelo tegumento. (Pequena porção da região anterior danificada por dissecação anterior, não observável o encontro com a aorta — com- primento desde a ponta da glândula pediosa até atrás: 20mm; dai para frente, danificados). Glândula pediosa estreita, alongada, delgada, com pequena cur- vatura para a esquerda bem junto a região proximal, seguida de cur- vatura mais forte e ampla para a direita. As duas zonas bem delimi- tadas: a amarela interna destacando-se em toda extensão da glândula e apresentando um fendilhamento curto, longitudinal, mediano, próximo a extremidade distal; a zona clara, na borda direita, desde a extremidade IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(60):75-79,30 nov 1981 | Contribuição ao estudo dos... 77 proximai até perto da distal e , na borda esquerda, faltando nas duas extremidades. Ambas as zonas de largura irregular, ao longo da glän- dula. Abertura da glândula reta, em fenda. (Comprimento da glândula em posição natural: 10mm, distendida: 13mm e largura máxima: 1,1mm) (Fig. 4). Espermateca globulosa, pequena, séssil, recebe o ducto de ligação quase axilarmente junto ao tegumento. O ducto de ligação é curtissimo e levemente sinuoso, bem assim o deferente médio, que penetra no te- gumento entre a espermateca e o oviduto e este recebe a espermateca dentro do tegumento. Não ocorre bolsa cessória (Fig. 5). Glândula penial com papila média, acuminada, de 1,8mm de com- primento por 1,2mm de diâmetro na base. Os túbulos em número de 20, uniformes (um interno, levemente mais curto e claro), serpenteantes na base, onde se acham enfeixados por larga e grossa membrana. Apresen- tam diâmetro uniforme de até 0,4mm e comprimento até 4mm (Fig. 6). Pênis pequeno, com soquete cilindrico, que apresenta nervuras ou rugas circulares numa face e é liso na outra, alargado na região distal, onde se continua numa glande claviforme, algo alongada, em sentido obliquo em relação ao eixo do soquete e em ângulo aberto para a face rugosa do mesmo. A glande tem as bordas algo achatadas e na base concrescidas com o soquete, formando curtas nervuras. Na borda proximal da glande, face superior, ha um leve prolongamento sob forma de aba delgada, recortada, projetada sobre o soquete. A ponta da glande não é lisa e a abertura do deferente é distal, sem lábios. (Soquete com Imm de comprimento e 0,8mm de diâmetro; glande com 3mm de com- primento e Imm de largura máxima) (Fig. 7-8). Material tipo: Holótipo MACNBR 26.508, rio Uruguai, à 20km de Puerto Bem- berg, Misiones, Argentina, —. 11.1951, J.A. Cranwell leg. Loalidade tipo: Puerto Bemberg, Misiones, Argentina. Observações: O espécime foi mal fixado e possui conservação precária. Já fora dissecado, com cortes longitudinais da frente para trás pelos dois hiponotos, o que é altamente prejudicial e resultou em da- nificação de diversos orgãos, permitindo contudo a caracterização com- pleta dentro dos critérios que estou adotando no estudo sistemático da familia. AGRADECIMENTOS Ao Prof. Hugo Irigoyen do 'Museo Argentino de Ciencias Naturales Bernardino Ri- vadavia” pelo empréstimo do material; à Srta. Rejane Rosa pelo acabamento dos desenhos e à minha esposa Clélia pelas fotos. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(60):75-79, 30 nov 1981 78 ; Í THOME, J.W. 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Zool., Porto Alegre(60):75-79, 30 nov 1981 sólo “2 Ze Sinolaabse 9 psquengad p De LA a o SM walls + indtodib tal siste Ro er ; E art n N MT & walBiruie Fi elta 'u Jr OR Mn wWssiasg asim Da mei: hulsaçÃio By 2 0 Ale age agi! eh seh read cod einig 8 jornada atety RS ME Ar + amos nos we; ADvinz Ü ar EN (Omo Notas sobre la distribucion y ecologia de Limnomedusa macro- glossa (DUMERIL & BIBRON, 1841) en Uruguay (Anura, Lep- todactylidae).* Eduardo Gudynas** Annelise Gehrau*** RESUMEN Se describe el biotopo y habitat ocupado por Limnomedusa macroglossa (DU- MERIL & BIBRON, 1841). Se la compara con otros Anuros del Uruguay, y se dan datos sobre su comportamiento. Se comenta la morfologia de la larva. El estudio de la distri- bución de la rana, en Uruguay, corrobora los datos ecológicos, sugiriendose que los suelos superficiales limitan su dispersión. Estos suelos están relacionados con el biotopo de serrania, proponiéndose que este constituya una unidad biogeográfica natural. RESUMO Descreve-se o biótopo ocupado por Limnomedusa macroglossa (DUMERIL & BIBRON, 1841). Compara-se com outros anuros do Uruguai, e são fornecidos dados sobre seu comportamento. Comenta-se a morfologia da larva. O estudo da distribuição da rã no Uruguai, corrobora os dados ecológicos, sugerindo-se que os solos superficiais limitam sua dispersão. Esses solos estão relacionados com o biótopo de serrania, propondo-se que este constitua uma unidade biogeográfica natural. INTRODUCCIÖON Limnomedusa macroglossa (DUMERIL & BIBRON, 1841) es un anfibio poco conocido, no existiendo estudios sobre su ecologia. Se des- tribuye por el Sur de Brasil, Noreste de Argentina y Uruguay. Unica- mente KLAPPENBACH (1969) la sefiala como poco acuática y presente en lugares pedregosos. Diversas razones hacen necesario un mejor conocimiento sobre la biologia de esta especie. No solo porque este género monotipico es con- * Aceito para publicação 08.V.1981. hd Coordinador, Programa de Investigacion Costera, del Departamento de Biologia, Centro Educativo Don Orione, Casilla de Correo 13125, Montevideo, Uruguay. *** Ayudante, Departamento de Zoologia-Vertebrados, Facultad de Humanidades y Ciencias, Av. Tristan Narvaja 1674, Montevideo. Uruguay. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(60):81-99, 30 nov 1981 82 GUDYNAS, E. & GEHRAU, A. siderado como uno de los Leptodactylidae mas primitivos (LYNCH, 1971), sino porque también permite evaluar la utilidad de eco-indicadores (ODUM, 1972) en estudios biogeogräficos. En la presente nota se describen por primera vez los biotopos y habitats ocupados por la rana de las piedras en Uruguay. Se discute su distribucion delimitândose preliminarmente una unidad biogeográfica. Ademaäs se analizan los datos ecológicos en el contexto de la biologia de los Anura, especialmente de Uruguay. MATERIAL Y METODOS Los datos sobre distribucion se basan en 152 individuos depositados en las colec- ciones del Departamento de Zoologia-Vertebrados, Facultad de Humanidades y Ciencias (ZVC-B), y del Museo Nacional de Historia Natural (MNHN). Materialexaminado Lo que sigue es una lista de localidades de colecta, por Departamento, según el material preservado. Artigas. Rio Cuareim, Potrerocio, ZVC-B 090, 826, 1106; Barra del Yacaré, ZVC-B 09, 12; Barra del Yucutujá, ZVC-B 17; Los Catalanes (Estancia Becker). ZVC-B 127, 1162; Arroyo Catalan Chico (Estancia C. Martinez), ZVC-B 170; Arroyo Tres Cruces Grande, ZVC-B 1066, 1174, 1183, 1191; Arroyo Tres Cruces Chico, ZVC-B 140, Puntas Arroyo Tres Cruces Grande (MNHN 0373); Rio Cuareim, ZVC-B 77; Colonia Artigas, MNHN 369. Salto. Rio Arapey Grande (4 Km W Termas), ZVC-B 1203, 1209, 1221. Canelones. Balneario Pinamar (Ruta Interbalnearia km 37), ZVC-B 984; Arroyo La Lista, ZVC-B 908; Arroyo La Tuna, ZVC-B 665. Cerro Largo. Puntas Arroyo Quebracho, ZVC-B 142. Durazno. Arroyo Las Cafas (8 km NE Blanquillo), ZVC-B 1022; Picada de las Piedras, MNHN 627; Rio Negro (7 km aguas arriba del Rio Tacuarembó), ZVC-B 892; Rio Negro (costa frente Palmar de Porrúa; Estancia La Paloma), ZVC-B 588; Rio Negro (costa frente Palmar de Porrúa), MNHN 378; Arroyo Cordobés, ZVC-B 168, 828, 999; Arroyo Cordobes (Paso de la Cruz), ZVC-B 420. Florida. Arroyo Milano (Proximidades), ZVC-B 133; Arroyo Chamizo (Estancia Santa Adela), MNHN 1107. Lavalleja. Mariscala, Estacion Sosa Diaz (Cafada), ZVC-B 829; Parque Vacaciones UTE, MNHN 1612; Sierra de Carapé, ZVC-B 224; Ruta 8, km 144, MNHN 1108; Cerro Arequita, ZVC-B 27, 316, 561, 691: Cerro Marmaraja, ZVC-B 153; Aguas Blancas, ZVC- B 61, 493, 509, 507, MNHN 312; Rio Cebollati (Picada Rodriguez), ZVC-B 149; Fábrica Portland ANCAP, ZVC-B 595, 1127; ANCAP (Próximo Cerro Minas), MNHN 1467; Abra de Zaballeta, ZVC-B 377, MNHN 1189; Arroyo Tapes de Godoy (Sobre Arroyo de la China), MNHN 1110. Maldonado. Laguna del Sauce (Costa Norte), ZVC-B 1246; Sierra de Animas, ZVC- B 191, 270, 1985, MNHN 366, 1109; Abra de Perdomo, ZVC-B 1156; AR MNHN 354; Zanja Alemanes (Pröximo San Carlos), ZVC-B 549. Montevideo. Costa Arroyo Miguelete, ZVC-B 813. Paysandú. Rio Queguay (22 km Norte Guichön), ZVC-B 878; Queguay Medio, MNHN 446. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(60):81-99, 30 nov 1981 Notas sobre la distribucióny,... 83 Notas sobr: bus Rio Negro. Arroyo Salsipuedes, MNHN 1655; Molles de Porrúa, MNHN 1465; Arroyo Salsipuedes Grande, MNHN 1605; Rincón de Navarro, ZVC-B 1121. Rivera. Bella Unión (Ruta 5, Km 465), ZVC-B 1247; Cufapirü, ZVC-B 698; Arroyo Carpinteria, MNHN 425, 445; Paso de las Piedras, Arroyo Cufiapirú, ZVC-B 802. Rocha. Puntas Arroyo San Carlos MNHN 307. San José. Sierra Mahoma, ZVC-B 24, 315, 329, MNHN 2107; Ciudad San José, ZVC-B 1244: Estancia Santa Clara Chamizo MNHN 695; Arroyo La Lista, ZVC-B 651. Soriano. Arroyo del Perdido (10 km Arroyo Grande), ZVC-B 757, MNHN 275; Om- búes de Lavalle (7 km, Estancia La Querencia), ZVC-B 220; Pueblo San Martin (Pro- ximidades, Estancia Santa Rita, próximo Arroyo San Salvador), ZVC-B 1195; Rio San Salvador (Proximidades), ZVC-B 357. Tacuarembó. Arroyo Jabonerias. Valle Eden, ZVC-B 695, MNHN 447; Arroyo Quebrada Chico (Paso Sternz), MNHN 423, Arroyo Tres Cruces, MNHN 1661; Arroyo Lourdes (Rincón de la Vasoura), ZVC-B 80, 81, 636; Arroyo Salsipuedes (Paso Horqueta, próximo Estacion Francia), MNHN 1351; Cementerio de los Rosarios, ZVC-B 681; Tam- bores (Pozo Hondo), ZVC-B 326, MNHN 306, 367, 333, 374; Puntas del Arroyo Laureles, MNHN 1570. Treinta y Tres: Arroyo Avestruz, ZVC-B 1245; Santa Clara de Olimar, ZVC-B 151, 495, 996; Quebrada de los Cuervos, ZVC-B 690; P.A. Pique (6ta. sección), ZVC-B 310; Rio Tacuarembö (27 km SSE Paso Manuel Diaz), ZVC-B sin número. Los datos sobre ecologia fueron obtenidos en las localidades que siguen (Fig. 1). Su ubicación especifica se realiza por la foto aérea (IGM) que le corresponde, según datos del Instituto Geográfico Militar del Uruguay. 1. Zona del Pozo Hondo (IGM 202-161), Departamento de Tacuarembó. 2. Estación ferroviaria Valle Eden, cerro IGM 202-096, Departamento de Tacuarembo. Periodo de visita para estas dos localidades: 24 Febrero al 2 Marzo 1978 y 3 al 8 Enero 1979. 3. Aiguá, Cerro Barboza (IGM 175-015), Departamento de Maldonado. Visitado 15 al 16 Octubre 1977, 2 Octubre 1978 y 8 Junio 1980. 4. Cerros' del Pororo (IGM 175-111), Departamento de Lavalleja. Visitado 15 al 16 Oc- tubre 1977, 1 Octubre 1978 y 7 al 9 Junio 1980. 5. Pajas Blancas (IGM 2-014), Departamento de Montevideo. Visitada regularmente des- de Setiembre de 1977 hasta Noviembre de 1979, con un mayor -esfuerzo de colecta durante el verano. Los individuos obtenidos en las áreas de estudio 1 a 5, no se in- cluyen en elmaterial examinado. Existe material preservado en colecciones de las localidades siguientes que, aunque fueron visitadas no se capturaron individuos, pero igualmente contribuyeron con datos: 6. Cerro Arequita (IGM 171-138), Departamento de Lavaileja. Visitado 29 Abril 1977 y 6 Agosto 1978. 7. Zona Sur, Sierra de Animas, Departamento de Maldonado. Visitado 5 Marzo 1977 y 8 al 10 Enero 1980. 8. Sierra Mahoma, sona sur (IGM 10-031), Departamento de San José. Visitado 30 Oc- tubre 1977 y 6 al 7 Febrero 1978. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(60):81-99, 30 nov 1981 84 GUDYNAS, E. & GEHRAU, A. En cada localidad participaron de dos a cinco investigadores, tomandose datos topográficos, tipos de suelos y rocas, fisonomia vegetal, habitat y refugios ocupados por la rana, y fauna concurrente. Los datos del clima son de la Dirección General de Me- teorologia del Uruguay. RESULTADOS En lo que sigue se analizan distribuciôn y biotopos ocupados, los habitats ocupados por los adultos (término utilizado en contraposición al de larvas), comportamiento y morfologia de los renacuajos, consideran- dose separadamente la poblacion de la localidad 5. Los términos ambiente y biotopo son utilizados como sinónimos, y se definen como áreas artificialmente delimitadas pero que posee cierta uniformidad subjetiva en relación con parametros físicos, como el clima, tipos de suelo y fisonomia vegetal. Ambos términos son referidos al de área mayor de CRUMP (1971). El habitat es aquella porción del biotopo ocupado por la especie, suceptible de ser caracterizable. Refugio se aplica a aquellas estructuras, realizadas o no por la especie (como cuevas o depresiones) y ocupadas por ella. Distribución y biotopos ocupados L. macroglossa esta presente en casi todo el Uruguay (ausente unicamente en los Departamentos de Paysandú, Flores y Soriano). La Fig. 1 muestra 75 localidades de colecta registradas en base al material examinado. El biotopo ocupado corresponde al de serranias. Características relevantes para las localidades 1 y 2 aparecen en GUDYNAS & GAM- BAROTTA (1980). Lo que sigue son caracteres comunes a aquellos sitios, y a las localidades 3, 4, 6,7 y 8. Las localidades presentan topografia ondulada (sitio 4) a quebrada (sitio 1) (Fig. 1). Todos son cerros o grupos de cerros, de pendientes suaves e abruptas. Los suelos son superficiales (rigosoles y litosoles), con frecuentes afloramientos rocosos. También existen rocas de diversos tamanos diseminadas sobre el suelo, a veces constituyendo pedrer ales (Fig. 3). Las pendientes están usualmente en relación con cursos de agua transitorios (canadas) o pequenos arroyos. En periodo de lluvias, el caudal de estos arroyos y canadas es importante y violento, de gran ac- tividad erosiva, lo que explica el paisaje abrupto. Las comunidades vegetales son edáficas. Los afloramientos casi no presentan vegetación, mientras que la flora arborescente densa ocurre sobre los cursos de agua o depresiones que ocasionalmente la mantienen. También se observan grupos aislados de árboles y arbustos, en la cima o ladera de los cerros. Entre otras especies se registran Colletia paradoxa IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(60):81-99, 30 nov 1981 Notas. sobre la distribución y... 85 (SPRENG.) ESCAL., Dodonea viscosa JACQ. Heterothalamus alienus (SPRENG.) O. KZE., Celtis spinosa SPRENG., Scutia buxifolia REISS y Jodina rhombifolia HOOK. & ARN. (CHEBATAROFF, 1969b; CHEBATAROFF & ALCURI, 1975; CABRERA & WILLINK, 1973). El clima de estas localidades es variable, tendiendo a una mala distribución de las lluvias, aunque se pueden reconocer periodos secos y lluviosos (veáse la Fig. 2 como una aproximaciön al clima de algunas de estas localidades). Habitatocupado Dentro del biotopo de serranias se han reconocido preliminarmente los siguientes habitats (GUDYNAS & SKUK, 1980): (i) afloramientos rocosos e pedregales; (ii) formaciones abiertas; (iii) matorrales (asociados o no a cursos de agua). Pueden ocurrir además formaciones locales o zonas distorsionadas por el hombre (cultivos, montes artificiales, etc.). Los adultos de L. macroglossa fueron colectados bajo rocas o des- plazândose entre ellas, en el habitat de afloramientos rocosos o pedre- gales y en sus inmediaciones, en los suelos superficiales del habitat de formaciones abiertas, cuando hay rocas diseminadas. Los afloramientos rocosos solo poseen algunas hierbas, helechos y cactaceas. El ambiente es seco, de tipo xerófilo. El litosol circudante presenta diversas gramíneas, con fisonomia de pradera. Los afloramientos de rocas mas extrensos se dan en las localidades 1 y 2, mientras que en los sitios 4, 6 y 7 estos no existen o son muy reducidos, y solo hay rocas diseminadas (pedregales) (Fig. 1). Las zonas del habitat de formaciones abiertas mas alejadas de los afloramientos rocosos o pedregales, están libres de rocas, y no están habitadas por la rana. El habitat de matorrales, caracterizado por la flora arborescente, tampouco esta habitado. Los adultos colectados bajo rocas utilizaban refugios que corres- ponden al de espacios estrechos (término introducido por GUDYNAS & GAMBAROTTA (1980) para la lagartija Homonota uruguayensis (VAZ- FERREIRA & SIERRA de SORIANO, 1961), que convive con esta rana en los sitios 1 y 2, Fig. 1). Se reconocen dos modalidades: (i) roca- sobre-roca, que corresponde a los individuos hallados bajo rocas sobre un afloramiento rocoso; (ii) roca-sobre-tierra, que incluye a aquellos es- pecimenes capturados bajo rocas sobre una capa de humus. El tipo de refugio mas utilizado parece ser el de roca-sobre-tierra, aunque esto tam- bién coincide con el tipo mas frecuente en los sitios visitados (Tabla 1). Bajo las rocas, L. macroglossa aparece semi-enterrada o ocupando depresiones elaboradas que se ajustan a su cuerpo. Estas depresiones son muy pequenas, y no se extienden por medio de conductos o túneles. La fauna concurrente incluye Insecta (especialmente diversos Blat- tidae y Grillidae), Araneae (especialmente las grandes Lycosa sp., Ly- cosidae, y Grammostola sp., Teraphosidae), y escorpiones (Bothriurus IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(60):81-99, 30 nov 1981 86 GUDYNAS, E. & GEHRAU, A. spp., Bothriuridae) que se encuentran bajo las rocas o en cuevas y depresiones. Entre los vertebrados se observan especialmente lagartijas (Homonota uruguayensis, Gekkonidae; Pantodactylus schreibersü (WIEGMANN, 1834) y Cnemidophorus lacertoides DUMERIL & BIBRON, 1839, Teiidae) y algunos Colubridae. Otros Anura han sido también encontrados en los sitios visitados: Odontophrynus americanus (DUMERIL & BIBRON, 1841), Leptodactylus latinasus JIMENEZ de la ESPADA, 1875 (Leptodactylidae) y Elachistocleis ovalis (SCHNEI- DER, 1799) (Microhylidae). Estas especies también ocupan refugios de espacios estrechos roca-sobre-tierra, aunque no de roca-sobre-roca. En los mismos sitios, pero en las inmediaciones de arroyos o pequenas lagunas (con vegetaciôn arbustiva, correspondiente al habitat de ma- torrales) se hallaron bajo rocas diseminadas Leptodactylus mystacinus (BURMIESTER, 1858), Physalaemus gracilis (BOULENGER, 1833) y Pseudopaludicola falcipes (HENSEL, 1867) (Leptodactylidae). Solo dos individuos fueron observados en actividad: uno durante la noche (sitio 2) y otro durante la manana (sitio 4) (Fig. 1). Ejemplares mantenidos en el laboratorio demuestran poca actividad, construyendo inmediatamente depresiones bajo rocas, donde se alojam. Durante la noche muestran alguna actividad de desplazamiento, y es raro que lo hagan durante el dia. Ranas mantenidas en terrarios, con recipientes con agua apropiados, usualmente no eran halladas en el agua. Esto con- cuerda con los ambientes secos ocupados en la Naturaleza. Larvas de L. macroglossa fueron observadas en el sitio 1 y 2 (Fig. 1). En las restantes localidades, aunque fueron investigados los charcos existentes, no se hallaron renacuajos. Los charcos del sitio 1 se en- cuentran en el lecho de un arroyo (habitat de matorrales), con rocas sobre un piso de piedra. En el sitio 2 se las observaron en charcos de un afloramiento basáltico, en la cima del cerro IGM 202-096, y a su pie, en la ladera Norte, en un pequefio arroyo (canada), que no presentaba vegetaciön arbustiva a su lado, siendo un caso particular del habitat de afloramientos rocosos. Durante las lluvias estos últimos charcos deben formar una corriente común, aunque en el momento de nuestras visitas estaban aislados, presentando (para 2 charcos relevados) superficies aproximadas de 0.49 y 0.66m2, y profundidades máximas de 0.17 y 0.06m respectivamente. Estos charcos son formaciones lenticas temporales muy pequenas. Presentan sobre el sustrato rocoso una fina capa de humus y limo, y con vegetacion muy escasa. No se encontraron otras larvas coexistiendo con las de L. ma- croglossa. En la localidad 1, en los mismos charcos, se observaron adul- tos de Pseudis minutus PETERS, 1872 (Pseudidae) y ne falcipes. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(60):81-99, 30 nov 1981 Notas sobre la distribución A RE 87 La población de Pajas Blancas Pajas Blancas (sitio 5, Fig. 1) es una localidad costera, sobre el Rio de la Plata, en la zona donde las aguas oceânicas se mezclan con las fluviales (CHEBATAROFF, 1979). En esta localidad se observaron adultos y larvas de L. macroglossa. Las particulares caracteristicas de este ambiente hacen necesario una descripción separada y mas detallada. El biotopo corresponde al de arenales costeros, caracterizado por arenas cuarzosas recientes, de topografia ondulada y vegetación variada, distinguiendose preliminarmente los siguientes habitats (GUDYNAS, 1980, GUDYNAS & SKUK, 1980): (i) formaciones abiertas, con pastos y arbustos aislados; (ii) banados (Asociados a zonas húmedas o pequeiios charcos o lagunas), con vegetacion hidrofila densa; (iii) bosques arti- ficiales (usualmente Pinus spp o Eucalyptus spp); (iv) zonas distor- sionadas (viviendas, etc.). Por mas datos veáse GUDYNAS (1980). Pajas Blancas corresponde a una fascie local particular, con afloramien- tos rocosos (puntas) de diversos granitos y gneiss, del basamento cris- talino de Montevideo, sobre las aguas del Rio de la Plata. Los adultos fueron observados en el habitat de formaciones abier- tas, alterado por el hombre. Era habitado un grupo de rocas, acarreadas al lugar por probladores locales, ocupandose refugios de espacios es- trechos, bajo y entre las rocas, y en cavidades elaboradas. La vegetación de la zona presentaba pastos (Panicum racemosum SPR. entre otras es- pecies) y arbustos diseminados (Dodonea viscosa). El único Anura en este sitio fue Bufo arenarum HENSEL, 1867 (Bufonidae), aunque habia varias lagartijas (Liolaemus wiegmanni (DUMERIL & BIBRON, 1837), Iguanidae) y un ratón (Calomys laucha (OLFERS, 1818), Cricetidae). i Otros adultos fueron observados bajo una serie de desperdicios (trozos de carton o laminas de metal), nunca a mas de 10m del grupo de rocas. Estos refugios tambien pueden considerarse como de espacios es- trechos. Solo Hyla nasica COPE, 1862 (Hylidae) fue hallada en la misma situación. Otras zonas que presentaban rocas diseminadas o desperdicios fueron intensamente relevadas, pero no se observo a la rana de las piedras. Todas las demas zonas y habitats de la localidad también fueron relevados periodicamente, pero sin obtenerse registros adicio- nales. El origen de esta población es por el momento enigmático. Las larvas fueron observadas en pequenos charcos, en un aflo- ramiento rocoso, a aproximadamente 200m del grupo de rocas ocupado por los adultos. La Fig. 4 muestra la distribucion de los charcos en la punta rocosa, mientras que la Fig. 5 ejemplifica el aspecto de la zona. La vegetacion es hidrófila, con Juncus sp. Scirpus sp. sobre el agua, IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(60):81-99, 30 nov 1981 88 GUDYNAS, E. & GEHRAU, A. mas alejada Cortadeira sp., y rodeando al banado, interdigitândose con el habitat de formaciones abiertas, hay pastos, Eryngium sp. y Colletia * paradoxa. El habitat ocupado por los renacuajos no corresponde al de banado, sino a una fascie local de punta rocosa. Los charcos se encontraban tanto sobre el lecho rocoso como sobre el sustrato arenoso adyacente. Poseen una fina capa de limo en el fondo y no presentan vegetaciön (a excepciön de la de sus bordes). En ellos ocurren Amphipodos y cangrejos de aguas salobres (Chasmagnatus granulata DANA, 1851). La Tabla 2 incluye datos sobre dimensiones y medidas térmicas instantâneas como guia a las condiciones fisicas en es- te ambiente. Existen otras puntas rocosas similares en la localidad, que al igual que esta, limitan pequenas playas arenosas en arco. Todas fueron relevadas cuidadosamente en varias oportunidades, pero no se verifico que fuesen ocupadas. El examen de otros charcos, cursos de agua, bafiados e pequenas lagunas tampoco arrojó la presencia de re- nacuajos. La fauna concurrente de Anura, es en esta localidad mas variada, debido a que otras especies también concurren a estos charcos. En elles se observaron larvas y adultos de Leptodactylus ocellatus (LINNAEUS, 1758) y Pseudopaludicola falcipes, y un Bufo granulosus SPIX, 1824 adulto. En las cercanias, en un sitio alejado al ocupado por los adultos, bajo rocas, se obtuvieron Leptodactylus latinasus y L. gracilis. Comentarios sobre morfologiay comporta miento delas larvas Aqui se incluyen algunos datos sobre la morfologia y el compor-. tamiento de las larvas de L. macroglossa relevantes a su ecologia. Una descripcion mas detallada se hara en una futura comunicación. GEHRAU & SA (1980) ya presentaron comentarios sobre los renacuajos para un estadio XII de ROUGH o 37 de GOSNER (por nomeclatura y caracteres de los estadios, vease GOSNER, 1960). Para material de Pajas Blancas, en estadios 38 a 42 de GOSNER (1960), las larvas son globulosas; cuerpo deprimido ventralmente y silueta ovoide prolongada anteriormente, ancho 2/3 del largo del cuerpo; la cola es casi dos veces el largo del cuerpo, y presenta aletas altas, bien desarrolladas. El pico estã bien desarrollado; filas de dientes 2/3, in- terrumpidas las inmediatamente anterior y posterior al pico (apenas por una incisura estrecha esta última), y papilas labiales solo interrumpidas anteriormente. La coloracion de fondo de! cuerpo es marrón, con man- chas negras a variadas tonalidades de marrön, junto con zonas claras. Las larvas se desplazan en los charcos muy lentamente, y a media profundidad. Ante la presencia humana, especialmente ante movimientos bruscos, nadan rapidamente en zig-zag, deteniendose repetidamente en forma brusca en el fondo del charco. Alli pasan desapercibidas por su IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(60):81-99, 30 nov 1981 Notas sobre la distribución y... 89 coloracion criptica. Esta clase de movimiento, realizado por muchas lar- vas a la vez, puede ser una táctica defensiva. Fue posible observarlas alimentândose en el fondo de charcos, de material probablemente en vias de degradaciôn. DISCUSIÖN L. macroglossa parece ser el ünico Anuro del Uruguay restringido a ambientes rocosos xerofilos, ya que no ocupa refugios en la inmediata cercania del agua. Solo Odontophrynus americanus, Leptodactylus latinasus y Elachistocleis ovalis se hallan en el mismo tipo de habitat, aunque no están restringidos a el, observandoselos también en otros biotopos y en situaciones acuätico marginales. Los refugios utilizados protegen además contra posibles depredadores. Los charcos ocupados por las larvas son de vida limitada. El hallazgo de larvas al pie de cerros, en zonas bajas, puede ser explicado por lluvias posteriores :. la puesta de huevos que arrastraron a los re- nacuajos desde los charcos de la cima de los cerros. Ası, este hecho puede ser habitual en el desarrollo de las larvas, ya que los charcos de la cima por ser reducidos se evaporan en poco tiempo, mientras que los charcos en las laderas, por ser mayores, perduran un lapso mas prolon- gado. GEHRAU & SA (1980) observaron los renacuajos en charcos de 0.50m a varios metros de profundidad, intercomunicados entre si por agua que corre (lo que refuerza la idea de un transporte de charco a charco). Los charcos del biotopo de serrania solo son ocupados por lar- vas de L. macroglossa. Competicion frente a otras especies solo puede esperarse en charcos mayores o lagunas, las que son también ocupadas por las especies acuático-marginales. Los charcos ded Pajas Blancas presentan otras especies, y pueden ilustrar un caso de competición in- terespecifica. La morfologia de la larva también sugiere que es una es- pecie de aguas tranquilas o charcos (HEYER, 1976). Tanto su coloracion como sus tácticas de desplazamiento pueden constituir adaptaciones a los charcos ocupados. Los charcos de Pajas Blancas, presentan además como caracteris- tica particular, el recibir agua del Rio de la Plata, a veces salobres, lo que puede limitar el desarrollo de las larvas. KLAPPENBACH (1969) sefiala someramente que L. macroglossa estã presente en lugares serranos, bajo piedras u otros objetos y que es una especie poco acuática. A modo de generalidad, LYNCH (1971, 1978) la ubica en tierras. bajas costeras y en banados. HEYER (1975) en su tabla de categorias geográficas y ecologicas sehala al genero Limno- medusa como terrestre y en un area Chaco. Sin embergo, nuestro es- tudio senala que la rana es terrestre a semifosorial, pero no ocurre en IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(60):81-99, 30 nov 1981 90 GUDYNAS, E. & GEHRAU, A. una zona de fisonomia chaquefia en Uruguay (por la composición vegetal de la region Chaco, veáse CABRERA & WILLINK, 1973). LYNCH (1971, 1978) hace coincidir caracteres climáticos antiguos y la distribucion de leptodactylidos primitivos. Aún no es posible evaluar esta información para Uruguay. Sin embargo, L. macroglossa presenta una distribucion discontinua, restringida a formaciones rocosas, lo que sugiere una dispersión antigua. Así, cuando algunas formaciones rocosas (como la Arapey en el Noroeste de Uruguay) eran mas extensas de los que son hoy, pueden haber permitido una amplia dispersión de la rana, extendiendose por los principales componentes del biotopo de serrania (veáse mas adelante). Los procesos erosivos y de meteorización posteriores, pueden haber aislado las poblaciones a cerros u otros grupos rocosos. Por este motivo el habitat ocupado por la rana en Uruguay es concebido como antiguo. Por otra parte, la morfologia y comportamiento de las larvas coinciden con algunos de los caracteres atribuidos al re- nacuajo leptodactylido primitivo. LYNCH (1971) asume que presentaban tubo anal medio, mas de 2/3 filas de dientes, papilas labiales anteriores no interrumpidas (o solo en forma estrecha) y posteriores sin interrup- ción, cuerpo robusto con aletas caudales anchas, y habitante de charcos. L. macroglossa coincide con estos caracteres, excepto que el tubo anal es medio y levogiro, y las papilas están interrumpidas anteriormente, pero no en forma estrecha. Sin embargo estos datos no permiten relacionar a L. macroglossa con los Leptodactylinae (como en LYNCH, 1971) o con los Telmatobiinae (como en LYNCH, 1978). Existen escasos registros de la dispersiôn de L. macroglossa en Uruguay. Las primeras menciones son de DUMERIL -«& BIBRON (1841), mientras que BERG (1896), MIRANDA-RIBEIRO (1926), FREIBERG (1942), SCHMIDT (1944) y CEI (1956) solo la mencionan para Uruguay. Mas recientemente BARRIO (1971) de algunas locali- dades, pero con una nomeclatura errônea, por lo cual no serán consi- deradas. BRAUN & BRAUN (1974) dan registros precisos para los Departamentos de Artigas, Rivera y Cerro Largo. Los restantes regis- tros mencionados en esta comunicación son nuevos. Debe destacarse su ocurrencia para la zona de la represa de Salto Grande, ya que SIERRA et al. (1977) presentan interesantes detalles ecológicos. Por otra parte, la población de Pajas Blancas (34º55' S) se constituye en el limite Sur de la distribución de esta especie. Considerando la invalidación de L. misionis SCHMIDT, 1944 por BARRIO (1971), L. macroglossa también se extiende por Rio Grande do Sul (BOULENGER, 1885, 1886; BRAUN & BRAUN, 1980), Santa Catarina (LYNCH, 1971) y Paraná (MIRANDA-RIBEIRO, 1926) en Brasil; y Misiones en Argentina (BERG, 1896; FREIBERG, 1942; SCHMIDT, 1944; CEI, 1956; y BARRIO, 1971). Es probable que otros IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(60):81-99, 30 nov 1981 Notas sobre la distribuciöny,... 9 habitats sean ocupados en areas con ambientes diferentes a los de Uruguay como en Misiones o Paraná. El patrón de distribución de L. macroglossa en Uruguay puede ser analizado, paso a paso, considerando los elementos contenidos en la definicion de biotopo. Esto permitirá evaluar las validez de los datos ob- tenidos en los sitios visitados, y sehalar que factores pueden limitar su distribución. Este estudio está limitado por la consideración de fronteras políticas artificiales (VANZOLINI, 1970). Las condiciones climáticas se ejemplifican para cinco localidades diferentes en la Fig. 2. También se analizaron gráficos similares para otros nueve sitios, asi como valores medios mensuales de evaporacion, e indices/de aridez y curvas medias anuales (datos de MARCHESI & DURAN, 1969) de temperatura y precipitaciones. Estos factores no parecen coincidir ni limitar la distribucion de L. macroglossa. Sin em- bargo, las condiciones microclimáticas son importantes. Los refugios de espacios estrechos, especialmente cuando hay cuevas, involucran amor- tiguacion de los picos diarios de temperatura (CLOUDSLEY- THOMPSON, 1956). Ademäs, la formacion de charcos temporales, con la consiguiente brusca aparicion de recursos explotables, sosten de las larvas, depende de las lluvias (HEYER, 1976). La Fig. 6 sefiala la dispersion de los suelos superficiales. Parece existir una buena correlación con la distribución de L. macroglossa, asi 40 de las 75 localidades habitadas conocidas, se encuentran incluidas en zonas de suelos superficiales. Estos suelos corresponden casi en su totalidad al biotopo de serranias, ya que están en asociación con aflo- ramientos rocosos o cursos de agua en lechos rocosos. Este conjunto de suelos corresponden a tres grupos geomorfolö- gicos principales (CHEBATAROFF & ALCURI, 1975); Cuesta Basal- tica, Serranias del Este (interrelacionadas al Norte por enclaves basal- ticos de la Formación Arapey; BOSSI et al., 1975) y los Mares de Piedra. Los datos ecológicos obtenidos en los sitios visitados concuerdan con una restriccion de L. macroglossa a ambientes rocgsos relacionados con suelos superficiales, por lo que se asume que esta aproximación es valida. Por otra parte, aunque Pajas Blancas no corresponde al biotopo de serranias, si presenta suelos superficiales y ha sido efectivamente colonizada por la rana. Esto confirma una marcada afinidad entre la dis- tribución y los afloramientos rocosos, al menos en Uruguay, compartien- do con ellos el caracter de discontinua. Debe recordarse también que, varios biotopos y/o fascies locales pueden coexistir en una pequena área, por lo cual la Fig. 6 y las ideas que sugiere, deben manejarse con precaución. Algunas localidades no parecen corresponder a suelos super- ficiales, y es necesario un reconocimiento del terreno. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(60):81-99, 30 nov 1981 92 — GUDYNAS, E. & GEHRAU, A. Finalmente cabe considerar la inclusion de L. macroglossa por MULLER (1973) como elemento característico de un centro uruguayo de dispersión. Esta afirmación, asi como los demäas elementos faunisticos manejados para el área, necesitan de una reevaluación. CONCLUSIONES Se presentan varios nuevos registros de L. macroglossa en Uru- guay, observândosela en casi todo el território. La rana ocupa el habitat de afloramientos rocosos y el de formaciones abiertas que lo circunda, caracterizado por un basamento rocoso o rocas en grupos o diseminadas, y suelos superficiales limitantes, con gramíneas. Ocupa refugios de es- pacios estrechos bajo rocas, en depresiones elaboradas, usualmente sobre tierra, y mas raramente sobre rocas. Estos ambientes son xerófilos, mientras que la rana se puede caracterizar como terrestre a semifosorial. Las larvas ocupan ambientes lenticos pequenos y estacionales, sobre un sustrato rocoso, y en el mismo habitat. Corrientes de agua pueden comunicar estos charcos con otros de mayor tamafo en zonas bajas, transportando los renacuajos. Esta especie parece restringida a este habitat, no habiendo colonizado otros. Los renacuajos presentan una adaptacion a charcos y algunos de los caracteres atribuibles a la larva leptodactylida primitiva (LYNCH, 1971). El habitat ocupado es también considerado como antiguo. Tanto la seleccion de habitat como la dispersión de L. macroglossa reflejan su estenoecia, pudiendosela considerar como una especie es- pecialista de habitat (CRUMP, 1971). Esta rana parece ser un buen bioindicador de ambientes (ODUM, 1972). Los datos de su ecologia y distribuciön, sugieren que su dispersión, discontinua, concuerda con la de suelos superficiales, siendo estos, los elementos limitantes de su dis- tribución. Puede plantearse como unidad natural de distribucion para L. macroglossa los suelos superficiales. Integrando a este hecho, aquellos elementos contenidos en la definicion de biotopo, el ambiente de ser- ranias podria considerarse como una unidad biogeogräfica. La distribucion de L. macroglossa, asociada al biotopo. de serrania es real, y concuerda con su especificidad de habitat. La posición de otros suelos superficiales, como la fascie local de Pajas Blancas (de incluirse o no dentro del biotopo de serrania) no puede discutirse aqui, aunque no modifica las conclusiones de esta nota. En cambio, la falta de datos sobre la ecologia de esta especie en Argentina y Brasil, no permiten ex- tender estas conclusiones. Las semejanzas geomorfológicas, climáticas y floristicas son cor- roboradas en este caso por datos ecológicos, lo que refuerza la idea de IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(60):81-99, 30 nov 1981 Notas sobre la distribución y... 93 que las serranias constituyen una unidad biogeográfica, al menos en Uruguay. La utilidad de una aproximacion geomorfoclimätica, incluyendo la composición vegetal, ya fue utilizada por AB'SABER (1977) en la carac- terizacion preliminar de dominios para America del Sur. Siguiendo li- neamientos similares, el biotopo de serranias se puede definir por el siguiente conjunto de caracteres: afloramientos rocosos o rocas dise- minadas o en grupos, rodeados por suelos superficiales a profundos, con gramineas y matorrales asociados a cursos de agua (hidrófilos a xeró- filos) o aislados (xerófilos). El biotopo está integrado por varias uni- dades geomorfológicas y edáficas (CHEBATAROFF, 1969a; CHE- BATAROFF & ALCURI, 1975; MARCHESI & DURAN, 1969) con una gran diversidad vegetal (CHEBATAROFF, 1969b), pero que presentan caracteres comunes que se ven reflejados en una fauna común. AGRADECIMENTOS El Prof. R. Vaz-Ferreira, Prof. E. Palerm y Dr. A. Langguth colaboraron con comentarios y datos relevantes. El Prof. P.C. Braun brindö comentarios interessantes. Esto no implica necesariamente que ninguna de estas personas comparta nuestras opi- niones. Este estudio fue realizado como parte del Programa de Investigación Costera (Contribucion No. 14) del Centro Educativo Don Orione. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AB'SABER, A.N. 1977. Os domínios morfoclimáticos na America do Sul. Geomorfo- logia, São Paulo (52):1-22, Imapa. BARRIO, A. 1971. Sobre la coespecificidad de Limnomedusa misionis Schmidt y Lim- nomedusa macroglossa (Duméril et Bibron) (Anura, Leptodactylidae). Physis, Buenos Aires, 30 (81):667-72. BERG, C. 1896. Batracios argentinos. An. Mus. nac. Hist. nat. B. Aires. Serie 2, Buenos Aires, 5:147-226. BOSSI, J.; FERRANDO, L.A.; FERNANDEZ, A.N.; ELIZALDE, G.; MORALES, H.; LEDESMA, J.; CARBALLO, E.; MEDINA, E.; FORD, I.; MONTANA, J.R. 1975. Carta geológica del Uruguay. Montevideo, Direc. Suelos y Fertilizantes, M.A.P. 32p., Imapa. BOULENGER, G.A. 1885. 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TABLA 1 Se sefiala para cada localidad de estudio el refugio predominante y los refugios ocupados por Limnomedusa macroglossa. (r/r): Roca-sobre- roca y (r/t): roca-sobre-tierra) Sitios Refugio Refugios ocupados predominante os iyA r/t 1. Pozo Hondo or — Su 2. Cerro IGM 202-096 EM + + 3. Cerro Barboza r/t — EE 4. Cerros del Pororö r/t — st 5. Pajas Blancas r/t — a TABLA 2 Caracteres de los charcos ocupados por las larvas de Limnomedusa macroglossa en la localidad Pajas Blancas. La numeración de estos sigue a la de la Fig. 4. Charco 1 2 3 4 5) Área aproximada (m2) 2] 2,66 1,35, TOR TED Profundidad máxima (m) 0,12 0,30 0,27 0,36 0,22 Temperatura (ºC)* 81 30 29 27 28 Primer registro de renacuajos 22 nov. 26 ago. 26 ago. 26 ago. 2 set. *registros 27-nov-1978, 15h, temperatura ambi.ate 25°C. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(60):81-99, 30 nov 1981 Nolan _ 2 —W IE ni Fig. 1 e 2: 1. Distribución de Limnomedusa macroglossa en Uruguay (cada punto sefiala una localidad de colecta). Localidades visitadas: 1. Zona del Pozo Hondo, 2. Valle Eden, 3. Aigua, 4. Cerros del Pororó, 5. Pajas Blancas, 6. Cerro Arequita, 7. Zona Sur Sierra de Animas, 8. Zona Sur, Sierra Mahoma. Localidades con datos dobre clima: A — Artigas, B — Paso de los Toros-Pampa, C — Montevideo, D — Rocha, E — Melo. 2. Gráficas climáticas para las localidades de coleta: Artigas (A), Paso de los Toros-Pampa (B), Montevideo (C), : Rocha (D) y Melo (E). Se sefialan (ejemplificado en el gráfico A) valores medios mensuales (eje inferior) de temperaturas (en °C, curva inferior) y preci- pitaciones (en mm, curva superior). Datos de la Direcion General de Meteorologia del Uruguay. 2 IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(60):81-99, 30 nov 1981 98 GUDYNAS, E. & GEHRAU, A. AN AS ARE EE 8 Rio de ja pLATA AA Fig. 3 e 4: 3. Aspecto de un cúmulo de rocas (habitat de pedregal), en una pendien- te próximo a una cafiada, con algunos pequefios arbustos, rodeado por formaciones abier- tas, y al fondo un bosque artificial. El cúmulo estaba habitado por adultos de Limno- medusa macroglossa; sitio Cerros del Peroró, 7 junio 1980. 4. Distribución de los charcos ocupados por larvas de Limnomedusa macroglossa en la punta rocosa de Pajas Blancas. Los afloramientos de roca (punteado) se extienden sobre el Rio de la Plata (lineas on- duladas), y entre elos ocurren zonas com suelo con vegetación hidrófila (lineas con tres puntas). Los charcos habitados se enumeran del 1 al 4. En la parte superior se ejemplifica en perfil, la punta rocosa (punteado, A), sobre el Rio de La Plata (C), con vegetación hadrofila, y un charco de sustrato rocoso-arenoso (B, que corresponde al charco 1), y la primera duna (D) de la playa. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(60):81-99, 30 nov 1981 Notas sobre la distribución y,... 99 Fig. 5 e 6: 5. Aspecto general de los charcos de Pajas Blancas, ocupados por larvas de Limnomedusa macroglossa, en una punta rocosa, sobre afloranientos y arena adyacen- te. En primer plano el charco 1; 19 enero 1980. 6. Distribucion de Limnomedusa ma- croglossa y dispersión de los suelos superficiales en Uruguay (redibajado con modifica- ciones de MARCHESI & DURAN, 1969). La escala del mapa impide senalar las zonas con suelos superficiales de pequeiia extension. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(60):81-99, 30 nov 1981 981 von DE A 7 THE Bailes Y ESTAIS 8 ie Ss TA Er so ol | muto! io Romais kan is [8608 r v H” url 9 Aal ira edlaté a 08 1008; me EEE o meh dat Tab po st wer His eba a er iai EK ac All üb | el Delhi Er: à sá, AOBRR Marc g (ESP k Megas - “ I Siarisixo ef Sue sb. entatsit sch. bin pad esa), Dean g‘ iva Art F r à ES mar I es Kork . t Em ı Torá Ta je dd la » Diferenças morfológicas entre Diplodon charruanus ORBIGNY, 1835 e D. pilsbryi MARSHALL, 1928 (Bivalvia, Hyriidae).* Maria Cristina Dreher Mansur** Lilia Maria Anflor*** RESUMO Descreve-se o sistema digestivo das espécies Diplodon charruanus ORBIGNY, 1835 e D. pilsbryi MARSHALL, 1928, com base em estudos da morfologia comparada. Os exemplares de D. charruanus foram coletados em ambiente de águas correntes na loca- lidade tipo Arroio Colla próximo a cidade de Rosário, Departamento de Colônia, Uruguai. Os espécimes de D. pilsbryi provém de um açude pertencente a Bacia do Guaiba e a Lagoa dos Patos no Rio Grande do Sul, Brasil. Breves comentários. são traçados sobre a variabilidade da concha. O presente trabalho revela a existência de diferenças à nível mesoscópico, nas pregas dos palpos labiais, lábios e estômagos, destacando-se da generalizada unifor- midade anatômica encontrada até agora entre as . espécies de Diplodon SEIS, 1827 es- tudadas por MANSUR (1973) e HEBLING & PENTEADO (1974). ABSTRACT The compared morphology of the digestive system of two species of freshwater bivalves of the genus Diplodon SPIX, 1827 is described. The specimens of D. charruanus ORBIGNY, 1835 were collected from running waters at the type locality in Arroyo Colla near Rosario city, Colonia departament, Uruguay. The specimens of D. pilsbryi MAR- SHALL, 1928 were taken from a pond inside Guaiba and Patos Lagoon drainage area in Rio Grande do Sul State, Brazil. The shell morphology is briefly commented. The present paper describes mesoscopic differences in the folds of labial palps, lips and stomach contrasting with the great uniformity found until present in the internal structures of other species of Diplodon SPIX, 1827 studied by MANSUR (1973) and HEBLING & PENTEADO (1974). * Aceito para publicação em 19.V1.1981. Contribuição FZB nº 222. Trabalho apresentado no VI Encontro da Sociedade Brasileira de Malacologia. Executado em parte com o Auxílio para Pes- quisa (121/78) e Bolsa Especial de Estágio (334/78) fornecidos pela Fundação de Amparo à Pes- quisa do Estado do Rio Grande do Sul. ** Pesquisadora no Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Caixa Postal 1188, 90.000 Porto Alegre, RS, Brasil. Bolsista do Conselho Nacional de Desenvol- vimento Científico e Tecnológico (30.5365/76 ZO). *** Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científic; e Tecnológico (10.5754/79 ZO) no Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(60):101-116, 30 nov 1981 102 MANSUR, M.C.D. & ANFLOR, L.M. INTRODUÇÃO Diplodon charruanus ORBIGNY, 1835 é uma espécie comumente encontrada no Uruguai e Sul do Brasil, estendendo-se possivelmente até o Rio de Janeiro, segundo BONETTO (1964). une (1930, 1969) amplia a ocorrência para o Paraguai e Argentina. BONETTO (1962, 1964, 1965) menciona dificuldades na identi- ficação de D. charruanus devido a considerável variabilidade da concha, a existência de formas de reação em relação ao meio, e também pela notável semelhança que apresentam algumas formas de D. charruanus com as espécies: Diplodon delodontus (LAMARCK, 1819), D. peraefor- mis (LEA, 1860), D. variabilis (MATON, 1811), D. besckeanus (DUN- KER, 1849) e D. funebralis (LEA, 1860). Esta última constou na si- nonimia de D. charruanus nos trabalhos de BONETTO (1964, 1965). Em BONETTO & MANSUR (1970) D. funebralis não foi incluida na si- nonimia de D. charruanus. Ha grandes divergências e muita insegurança na apresentação da sinonimia de D. charruanus. BONETTO (1964) relaciona 21 nomes diferentes, em (1965) menciona 15 nomes. Mais tarde, BONETTO & MANSUR (1970) passam para 18 nomes. HAAS (1930, 1969) apresenta 14 sinônimos, sendo que alguns destes não constam na lista sinonimica de BONETTO (1964, 1965) e vice-versa. Inclusive, D. piceus (LEA, 1860) está na sinonimia de D. charruanus para HAAS (1969) e na de D. rhuacoicus ORBIGNY, 1835 para BONETTO (1965). Segundo PA- RODIZ (1968), D. piceus é uma espécie válida, resumindo para 5 o número de sinônimos de D. charruanus. | D. pilsbryi MARSHALL, 1928 é considerada como sinônimo de D. rhuacoicus segundo HAAS (1930, 1969) e PARODIZ (1968). PARODIZ (1973) acrescenta D. rhuacoicus is a very rare one, a fact already stated by d'Orbigny in 1846. Its habitat is reduced to small streams of sou- thern Uruguay (Maldonado and especially Canelones), with some eastern isolated morphological variations (Cerro Largo), to which Marshall gave the names D. pilsbryi and D. yaguaronis MARSHALL, 1930. Segundo BONETTO (1963, 1964) estas últimas constam como Diplodon delodon- tus pilsbryi MARSHALL, 1928 e segundo BONETTO & MANSUR (1970) constam na sinonimia de Diplodon delodontus wymani (LEA, 1860) com a observação de que as variações desta espécie na bacia do Guaiba, que apresentam conchas mais ou menos alongadas, achatadas e valves de escassa espessura como D. imitador ORTMANN, 1921, nunca atingem as proporções que oferecem as dos rios da bacia atlântica da República Oriental do Uruguai, as quais MARSHALL, (1928, 1930) disti- guiu como D. pilsbryi e D. yaguaronis MARSHALL, 1930. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(60):101-116, 30 nov 1981 Diferenças morfológicas entre... 103 HAAS (1930, 1969) diagnostica as espécies do gênero Diplodon com base na concha jovem e naquela bem desenvolvida, mencionando a existência de formas de reação em relação ao meio. * ONETTO (1962, 1964, 1965) utiliza como critérios as caracteris- ticas da concha em geral, dando ênfase a escultura umbonal de exem- plares jovens e a larva. Considera também a existência de formas de reação. PARODIZ (1968) considera as características da concha com- pletamente desenvolvida como critério primordial para a identificação das espécies do gênero Diplodon. O primeiro autor que notou diferenças microanatômicas nos palpos labiais de duas espécies de moluscos bivalves de água doce foi HE- BLING (1971), quando descreveu a anatomia funcional comparada das espécies Anodontites trapesialis LAMARCK, 1819 e 4. trapezeus SPIX, 1827. Mais tarde, HEBLING & PENTEADO (1974) descrevem a es- trutura dos palpos de Diplodon rotundus gratus WAGNER, 1827. VEITENHEIMER & MANSUR (1978) descrevem a estrutura dos palpos labiais de Mycetopoda legumen (MARTENS, 1888). Diante da dificuldade existente em diagnosticar as duas espécies, D. charruanus e D. pilsbryi, através da morfologia externa, (e, de maneira geral, esse problema é extensivo a muitas espécies de bivalves das familias Hyriidae e Mycetopodidae) o presente estudo objetiva es- tabelecer critérios diferenciais à nível da morfologia interna. MATERIAL E METODOS O material dissecado pertencente a espécie D. charruanus provém da localidade tipo Arroio Colla, afluente do Rio Rosário no Departamento de Colônia República Oriental do Uruguai, cujo ambiente é de água corrente com fundo de rocha, cascalho e areia gros- seira. Os exemplares de D. pilsbryi provém de açude pertencente a vertente da Lagoa dos Patos: (Açude na margem da auto-estrada BR 116, próximo ao Rio Camaquã) que se comunica ao sul com a Lagoa Mirim onde desemboca o Rio Jaguarão e Cafiada Grande (através do Taquari, na República Oriental do Uruguai) que são as localidades tipicas res- pectivamente de D. yaguaronis e D. pilsbryi. O açude apresenta águas: calmas e fundo lodoso. Siglas usadas: MCN; Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Brasil. MNHN: Museu Nacional de História Natural, Montevideu, Uruguai. Material examinado: D. charruanus ORBIGNY, 1835. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(60)101-116, 30 nov 1981 104 MANSUR, M.C.D. & ANFLOR, L.M. URUGUAI (Bacia do Rio da Prata): Colônia, Rosário (Arroio Colla), 18 exemplares, MNHN 10295, 09.1.1960,: A. Bonetto & M. Klappenbach leg.; 21 exemplares MCN 5929, 15.X11.1978, N. Mansur & M.C. Mansur leg.; 3 exemplares, MCN 7091; 70 exemplares, 15.X11.1978. N. Mansur & M.C. Mansur leg. Localidade Tipo. D. pilsbryi MARSHALL, 1928. BRASIL (Bacia da Lagoa dos Patos): Rio Grande do Sul, Municipio de Camaquã “(açude na margem da auto-estrada BR 116, próximo ao Rio Camaquã), 21 exemplares, MCN 5554, 08.1V.1978, T. de Lema leg. D. rhuacoicus ORBIGNY, 1835. ARGENTINA (Bacia do Rio Uruguai): Entre Rios (Arroio Ayui Grande), 18 exem- plares. MNHN 14336, 07.X11.1977, J. Olazarri leg. URUGUAI (Bacia do Rio Uruguai): San Jose (Lagunas de Arazati), 2 exemplares, MCN 6465, 25.X11.1958. E. Duarte & A. Figueiras leg.. O material coletado foi parcialmente fixado em Bouin-Dubosq-Brasil e o restante conservado in vivo em aquário. Para realização das dissecações, primeiramente, seccio- naram-se os músculos adutores e, a seguir, o material permaneceu durante 12 horas em água com mentol. Após a dissecação o material foi fixado em formol 10% e em álcool 70%, encontrando-se depositado na coleção do MCN. As observações e desenhos foram realizados ao microscópio estereoscópico Wild M4 com câmara lúcida. Os palpos labiais de dois exemplares. de cada espécie, foram estudados através de cortes histológicos seriados, por processo comum de inclusão em parafina, com 10 micrômetros de espessura e colo- ração com Hematoxilina-Eosina. As observações e desenhos das lâminas foram realizados com auxílio de microscópio Leitz Dialux com câmara lúcida, utilizando-se o retículo micrométrico adaptado à ocular para as medições. O estômago foi dissecado através de corte longitudinal dorsal e as paredes laterais foram rebatidas e distentidas para os lados. Toda a estrutura, em vista interna, foi representada num só plano. A dissecação do intes- tino foi realizada com animais fixados em Bouin ou álcool 70% por um período de 24 horas. MORFOLOGIA EXTERNA Para distinguir resumidamente as duas espécies, segundo os aspec- tos da concha, considerou-se: D. charruanus (Fig. 8-9) - concha espessa, inflada, umbos ele- vados; região posterior truncada com a extremidade posterior afilada pösterö-ventralmente; carena elevada larga e arredondada; charneira ar- queada, reforçada, com dentição cardinal robusta; periostraco de cor castanho com tonalidades verde-claros e bronze; nacar esbranquiçado com manchas castanho-claras. D. pilsoryi (Fig. 10-11) - concha frágil, umbos baixos, região pos- terior arredondada, com extremidade posterior mediana e raramente ventral; carena mais baixa e arredondada; charneira muito reduzida e fraca, principalmente na região umbonal onde geralmente estã reduzida ao ligamento; dentes cardinais reduzidos a duas lâminas na valve direita e uma lâmina somente na valve esquerda; periostraco de cor castanho- escuro uniforme; nacar azulado, muito iridescente com manchas cas- tanho-claras. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(60):101-116, 30 nov 1981 Diferenças morfológicas entre... 105 Os exemplares do açude próximo ao Rio Camaquã coincidem com a descrição e as ilustrações de D. yaguaronis, sinônimo de D. pilsbryi. Devido a constituição extremamente frágil da charneira considera-se como pertencentes a uma espécie presentemente revalidada, sob o nome de D. pilsbryi, distinta de D. rhuacoicus e D. delodontus wymani que apresentam charneira robusta. As observações e diferenças mencionadas pelos autores citados na introdução deste trabalho também foram con- sideradas. MORFOLOGIA INTERNA O manto: D. charruanus (Fig. 1) e D. pilsbryi (Fig. 2) apresen- tam abertura inalante ventralmente aberta, ornada por tentáculos sim- ples que vão diminuindo de tamanho e número em direção a borda ven- tral, como observaram HEBLING & PENTEADO (1974) para Diplodon rotundus gratus WAGNER, 1827. Em D. charruanus a abcrtura inalante apresenta uma borda mais espessa e musculosa com tentáculos formando duas fileiras, uma externa com tentáculos pequenos que normalmente no animal vivo se dirigem para fora, e a fileira interna com tentáculos grandes voltados para den- tro da abertura conforme MANSUR (1973). Os tentáculos internos não es- tão dispostos de maneira uniforme, porém se dispõem intercaladamente podendo formar uma fileira dupla interna quando o animal está con- traido. Em D. pilsbryi a abertura inalante é mais frágil, isto é, apresenta em relação a D. charruanus a metade em espessura na borda e redução no número de tentáculos internos. Os tentáculos em geral também se diferenciam em externos pequenos e internos grandes, porém, estes úl- timos são esparsos. A dobra interna do manto (ou lobo interno segundo MANSUR, 1973) em D. charruanus é destacada e fortemente pigmentada pelo lado externo desde a abertura inalante até a metade do animal, depois segue com pouca altura e reduzida pigmentação até o músculo adutor anterior. Em D. pilsbryi a pigmentação termina na metade do animal e a dobra interna segue com pouca altura, elevando-se moderadamente na região ântero-inferior por onde sai o pé entre as valves. Esta elevação anterior da dobra interna é mais perceptível no animal vivo. YONGE (1957) menciona que a dobra mediana da borda do manto tem função receptora e usualmente apresenta tentáculos (especialmente na região inalante); a dobra interna, geralmente a mais larga, é móvel e tem função de controlar a circulação da água. Em alguns casos pode apresentar tentáculos. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(60):101-116, 30 nov 1981 106 MANSUR, M.C.D. & ANFLOR, L.M. Considerou-se, nas duas espécies estudadas, como sendo a dobra interna, as seguintes estruturas: a abertura inalante, os tentáculos e o prolongamento ventral desta abertura até o músculo adutor anterior. A função primordial destas estruturas é controlar a circulação da água na cavidade paleal. As dobras mediana e externa são justapostas e situadas na ex- tremidade distal de toda a borda do manto dos exemplares estudados. O mesmo já foi observado nas espécies do gênero Diplodon encontradas no estuário do Guaiba (MANSUR, 1973). O pe: em D. charruanus é lingüiforme achatado lateralmente com extremidade ântero-inferior arredondada (Fig. 1). A cor é castanho claro tendendo para a tonalidade rosada. Em D. pilsbryi o pé (Fig. 2) é anteriormente truncado com ex- tremidade afilada, fusiforme e menos achatado que D. charruanus. A cor é cinza. Geralmente a cor do pé e da borda do manto permanecem nos animais fixados em formol a 10% Brâãânquias: funcionalmente as brânquias de ambas espécies correspondem ao tipo D de ATKINS (1937). Não apresentam pregas. A demibrânquia externa encobre parcialmente a interna, permitindo ver-se a região anterior e a borda ventral desta. As demibrânquias de D. pils- bryi, vistas lateralmente, apresentam um alongamento maior na região posterior (Fig. 2), enquanto que em D. charruanus apresentam-se mais altas e menos alongadas posteriormente (Fig. 1). Os palpos labiais: nas duas espécies são achatados, com contorno ventral arredondado, apresentando a região póstero-dorsal truncada e soldada até um terço da linha dorsal. O tamanho dos palpos, nas duas espécies, é muito variável, apresentando geralmente altura considerável. As superfícies justapostas de cada par de palpos são pregueadas. Cada prega apresenta duas sub-pregas. Uma lateral anterior e a outra lateral posterior. Tanto as pregas como sub-pregas apresentam propor- ções distintas nas duas espécies. Os palpos dos exemplares examinados de D. charruanus apresen- tam cada prega (região central do palpo) com altura de 175 micrômetros (Fig. 6 e 13). A região apical da prega é volumosa com 137 micrômetros de largura e 94 micrômetros de altura. A sub-prega posterior é dupla e o sulco existente entre as pregas é relativamente curto, com 12 micrö- metros. Os exemplares examinados de D. pilsbryi apresentam pregas (Fig. 7 e 12) um pouco mais estreitas, com 120 micrômetros de largura e IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(60):101-116, 30 nov 1981 Diferenças morfológicas entre... 107 relativamente mais altas, com 219 micrômetros de altura. A sub-prega posterior é pequena e única e o sulco entre as prezas é relativamente mais alto, com 56 micrömetros, mensurados desde a região inferior do sulco até a base da sub-prega posterior. Os lábios das duas espécies são lisos. Em D. pilsbryi destaca-se uma dobra na borda interna dos lábios anterior e posterior. Esta dobra prolonga-se pela borda ventral anterior dos palpos sob a forma de uma pequena membrana que é mais notória nos palpos externos (Fig. 12). Em D. charruanus não ocorre esta membrana e a dobra na borda dos lábios é reduzida ou ausente. O esôfago: nas duas espécies é curto e achatado contra o músculo adutor anterior. E percorrido por estrias longitudinais largas que se apresentam bem delimitadas emD. pilsbryi(Fig.3e4). O estômago: (Fig 3 e 4) nas duas espécies pertence fun- cionalmente ao tipo IV segundo PURCHON (1958) com as mesmas es- truturas fundamentais descritas por MANSUR (1973). Nota-se, no en- tantó, que as duas espécies em questão não apresentam uma dobra an- terior tão elevada, nem um sulco dorsal tão profundo em relação às es- pécies do rio Guaíba. Também não foi observada, nos exemplares es- tudados presentemente, a área de seleção (MANSUR, 1973) situada na volta superior, posterior e dorsal do estômago que segue até o ceco dor- sal. Comparando o estômago de D. pilsbryi e D. charruanus, percebe- se, na primeira, um ceco dorsal (Fig. 4) relativamente mais curto, ou seja, a metade do comprimento, como também a expansão lateral no lado esquerdo mais alongada no sentido ântero-posterior, do que em D. charruanus. A expansão lateral não deixa de ser continuação para o lado esquerdo da área de seleção número 7, situada na entrada do es- tômago. Ambas espécies apresentam uma área de seleção posterior muito desenvolvida, caracterizada pela presença de duas bolsas junto à parede direita e inferior do estômago. Em D. pilsbryi existem duas tiflossoles que percorrem estas duas bolsas. Em D. charruanus (Fig. 3) não ocor- rem estas tiflossoles junto as bolsas da área de seleção número 3; o ceco dorsal é mais alongado e a expansão lateral, relativamente pequena. Além disto, existe um outro sulco na área de seleção posterior que sai da bolsa do lado direito em direção ao ceco dorsal correndo em sentido quase paralelo ao sulco de rejeição. A nomenclatura da maior parte das estruturas corresponde a tradução dos termos de PURCHON (1958) e DINAMANI (1967) segun- do MANSUR (1973) e VEITENHEIMER & MANSUR (1978). IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(60):101-116, 30 nov 1981 108 MANSUR, M.C.D. & ANFLOR, L.M. O intestino: (Fig. 5) é idêntico nas duas espécies apresen- tando as três porções distintas. O intestino proximal associado ao saco do estilete, que sai do chão do estômago, atravessa o músculo do dia- fragma e penetra nas gônadas até a parte posterior da massa visceral. Segue-se a segunda porção do intestino sem tiflossole e sem saco do es- tilete. Esta porção forma duas alças. No centro da massa visceral surge a porção final do intestino também denominada reto. Este apresenta uma tiflossole volumosa e forma uma longa alça que atravessa o ven- trículo cardíaco, contorna o músculo adutor posterior e finaliza no ânus com papila anal. DISCUSSÃO E CONCLUSÕES Reunindo comparativamente todas as características acima obser- vadas nas duas espécies, depreende-se que: a — Ambas habitam ambientes limnicos distintos. D. charruanus em substrato de areia grosseira com água corrente e D. pilsbryi em fun- do lodoso e águas trangüilas. b — Ambas apresentam a morfologia do pé e da dobra interna do manto com caracteristicas diferentes. D. charruanus com pé lingüiforme provavelmente adaptado a cavar na areia e com uma abertura inalante mais reforçada e complexa, oferecendo uma maior eficiência na seleção e filtragem de particulas grosseiras em suspensão num meio agitado. D. pilsbryi com pé fusiforme, provavelmente adaptado a cavar em substrato lodoso, apresentando maior eficiência na vedação ventral do manto por onde sai o pé. Vivendo num ambiente de águas calmas com pequenas particulas em suspensão, não necessitaria de uma abertura inalante tão musculosa e tão complexa. c — As duas espécies apresentam palpos labiais grandes cujas pregas em D. pilsbryi denotam uma maior simplicidade em relação as pregas: de D. charruanus. PURCHON (1963) observou que uma maior especialização nas pregas dos palpos labiais representam uma maior eficiência na seleção de particulas. Portanto a maior complicação encon- trada nas pregas dos palpos de D. charruanus estaria provavelmente relacionada ao tipo e quantidade de particulas em suspensão no meio, ou seja, as particulas são maiores e em maior quantidade. d — Na borda da região ântero-inferior de cada palpo labial de D. pilsbryi, principalmente nos externos, destaca-se uma membrana que não ocorre em D. charruanus. e — No estômago das duas espécies foram encontradas pequenas diferenças quanto ao tamanho do ceco dorsa, e da expansão lateral, e também na área de seleção posterior. A presença de tiflossoles na área de seleção posterior em D. pilsbryi poderia estar relacionada a uma IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(60):101-116, 30 nov 1981 Diferenças morfológicas entre... 109 maior eficiência na seleção de particulas finas no estômago, uma vez que o número de tentáculos é reduzido na abertura inalante e as pregas dos palpos labiais são mais simples. O mesmo foi mencionado por HEBLING (1971) ao comparar o estômago de Anodontites trapezeus e A. tra- pesial ;. A maior complicação até agora encontrada na área de seleção posterior foi em Mycetopoda legumen segundo VEITENHEIMER & MANSUR (1978) que apresenta hábitos de vida séssil e vive em ambien- tes de águas trangúilas. E interessante mencionar que a morfologia interna do estômago dos exemplares de D. charruanus, provenientes da localidade tipo, não “correspondem a dos exemplares do Rio Guaiba, segundo MANSUR (1973). Assim, é provável que estes últimos foram mal identificados, e que D. charruanus não ocorra na bacia do Guaiba. Amplia-se a ocorrência de D. pilsbryi MARSHALL, 1928 (nec. D. delodontus pilsbryi sensu BONETTO 1963, 1964) até agora restrita a vertente da Lagoa Mirim, para a bacia do Guaiba e Lagoa dos Patos. AGRADECIMENTOS Ao Dr. Miguel Klappenbach, Diretor do Museu Nacional de História Natural, Mon- tevideu, Uruguai, pela permissão dada ao exame da coleção de moluscos e empréstimos de material. Ao Lic. José Olazarri e Sr. Eliseo Duarte, pela atenção dispensada e es- clarecimentos prestados por ocasião do exame da coleção daquele Museu. Aos pesquisadores do Núcleo de Invertebrados Superiores do MCN, Prof. Cláudio Becker pelo apoio dado aos trabalhos de Histologia e Prof. Dr. Arno Lise pelas tomadas das fotografias das valves, dos moluscos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ATKINS, D. 1937. On the ciliary mechanism and interrelationships of Lamellibranchs. Part III. Types of Lamellibranchs gills and their food currents. Q. Jl microsc. Sci., London, 79:375-421, 18 fig. BONETTO, A.A. 1962. Notas sobre Diplodon charruanus (Orb.) y Diplodon rhuacoicus (Orb.). Publicaciön Técnica, Direccion General de Recursos Naturales, Santa Fé (10):35-44, 4 fig. — | 1963. 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Zool., Porto Alegre (52):33-71, 14 fig. YONGE, C.M. 1957. Mantle fusion in the Lamellibranchia. Pubbl. Staz. zool. Napoli., Milano, 29:151-71, 11 fig. .. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(60):101-116, 30 nov 1981’ Diferenças morfológicas entre... 111 ABREVIATURA DAS FIGURAS a - Ânus acdd - Abertura comum para os ductos dos diverticulos digestivos do lado direito. acde - Abertura comum para os ductos dos diverticulos digestivos do lado esquerdo. ae - Abertura exalante. ai - Abertura inalante. ap - Área pigmentada. as . Área de seleção (as, ass, as!). b - Boca be - Bolso esquerdo. c - Concha. cd - Ceco dorsal. co - Cone. d - Diafragma. da - Dobra anterior. dbe - Demibrânquia externa. dbi - Demibrânquia interna. di - Dobra interna do manto. e - Esôfago. eg - Escudo gástrico el - Expansão lateral esquerda. est - Estômago. g - Gônodas. gd - Glândula digestiva. i - Intestino (ig, ig). i& se- Intestino associado ao saco do estilete. | - Ligamento lp - Linha paleal m - Manto maa - Músculo adutor anterior. map - Músculo adutor posterior. mpl - Membrana na borda ventral anterior do palpo externo. Orgão de Keber. p - Pe. (o) a pa - Papila anal. Pericárdio. o) D IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(60):101-116, 30 nov 1981 pl - Palpos labiais. 5 pr - Prega do palpo labial. r - Reto. ri - “Rim”. (nefridio) sd - Sulco dorsal. sr - Sulco de rejeição. sp - Sub-prega posterior. t - Tiflossole menor. te - Tentáculos. tm - Tiflossole maior. ts - Tiflossoles. u - Umbo. vv - Válvula do ventrículo cardiaco. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(60):101-116, 30 nov 1981 Diferenças “morfológicas entre... 113 FIG.1 FIG. 2 Fig. 1 e 2: Morfologia, manto esquerdo removido. 1. Diplodon charruanus. O palpo labial externo foi rebatido para cima; 2. D. pilsbryi. Palpos labiais em posição normal. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(60):101-116, 30 nov 1981 114 MANSUR, M.C.D. & ANFLOR, L.M. dorsal ventral FIG.6 FIG. 7 Fig. 3 - 7: 3, 5 e 6 Diplodon charruanus. 3. Vista interna do esôfago e do estômago, abertos dorsalmente; 5. Esquema do trato digestivo com destaque das: três porções dis- tintas do intestino propriamente dito; 6. Corte transversal em pregas do palpo labial; 4 e 7 D. pilsbryi. 4. Vista interna do esôfago e estômago abertos dorsalmente. Foi retirado o escudo gástrico; 7. Corte transversal em pregas do palpo labial. o IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(60):101-116, 30 nov 1981 Diferenças morfológicas entre... 1 cm 1 cm 10 Fig. 8 - 11: 8e 9 Diplodon charruanus. 8. Vista externa da valve direita; 9. Vista interna da valve esquerda; 10-11. D. pilsbryi 10. Vista externa da valve direita; 11. Vista interna da valve esquerda. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(60):101-116, 30 nov 1981 116 MANSUR, M.C.D. & ANFLOR, L.M. FIG. 13 FIG. 14 Fig. 12 - 14: 12. Diplodon pilsbryi. Corte frontal junto à borda anterior do palpo labial externo evidenciando-se a membrana ali existente; 13 e 14. Corte frontal da superfície pregueada dos palpos labiais, mostrando o perfil das pregas. A região anterior == -se à di- reita do observador; 13. D. Eee 14 D. pilsbryi. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(60):101-116, 30 nov 1981 Drulia ctenosclera, a new species of neotropical spongillid (Po- rifera, Spongillidae)* Cecilia Volkmer-Ribeiro** Beatriz Mothes de Moraes** ABSTRACT A new species of freshwater sponge (Spongillidae) is described in genus Drulia GRAY, 1867, sensu PENNEY & RACEK, 1968. Particular characteristics of Drulia ctenosclera n.sp. are the shape of its microscleres, gemmoscleres and the minuteness of its spicular components and gemmules. The new species shares some characteristics in commom with Drulia cristata (WELTNER, 1895) and Drulia conifera BONETTO & EZCURRA DE DRAGO, 1973. RESUMO Uma nova espécie de esponja é descrita dentro do gênero Drulia GRAY, 1867, sensu PENNEY & RACEK, 1968. São caracteristicas peculiares a Drulia ctenosclera n.sp. a forma de suas microscleras e gemoscleras e o tamanho diminuto de seus componentes es- piculares e de suas gêmulas. A nova espécie tem algumas caracteristicas em comum com Drulia cristata (WELTNER, 1895) e com Drulia conifera BONETTO & EZCURRA DE DRAGO, 1973. Drulia ctenosclera n. sp. Fig. 1-6 Material: BRAZIL. Amazonas, Negro river (contributor to the left margin of the Amazon) MCN 82, 178 and 179, X. 1965, E.J. Fittkau leg. (MCN = Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul). o — MCN 178 (Holotype deposited in Museu Nacional, Rio de Janeiro, RJ, Brazil) Paratypes: MCN 82 and 179. (Paratypes deposited in MCN, Porto Alegre, RS, Brazil). Type locality: Negro River, Amazonas, Brazil. DESCRIPTION: Sponge incrusting, forming minute alignements of mamillary elevations connected to each other by lateral expansions in a rosary like manner, each mammilla topped by a conspicuous oscular apperture surrounded by a ringlike poral area. Skeleton evenly * Accepted for publication 19.VI.1981. FZB contribuiton nº 223. ** From Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Caixa Pos- tal, 1188. 90.000 Porto Alegre, RS, Brazil. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(60):117-121, 30 nov 1981 118 VOLKMER-RIBEIRO, C. & MOTHES DE MORAES, B. . reticulated, devoid of radial fibers. Surface smooth. Colour of dry material brownish black. Pinacoderm conspicuous in the poral area. Consistency of dry sponge britlle. Megascleres: short, stout, smooth, slightely curved anfistrongyla, of one single series. Lenght range 136-251 micrometers width range 20-37 micrometers. Microscleres: minute anfioxea with abruptly pointed extremities and covered almost up to their extremities with large, conical, straight spines with lanceolated tips. Lenght range 64-47 micrometers. Width range 2-4 micrometers. Gemoscleres: minute, scutelliform, circular scleres; rotule entire, ondulated, with slightly recurved margins and shaft reduced to a conical, large, gradually pointed spine bearing a microgranulation on its tip. Diameter of rotule 14-17 micrometers. G em mules: minute, spherical, devoid of gemmular cage, pneu.. layer thin and granular, one single layer of gemmoscleres embedded in this layer strictly tangentially, their rotules rarely overlapping each other. Porus tube straight and quite long, also encrusted with gemmoscleres. Gemmules found only in the larger mammilla, from two to four. Diameter 234-259 micrometers. DISCUSSION | The new species is markedly distinct from the other species of the genus in its microcleres having a complete covering with large and erect spines (resembling thus in profile a comb with teeth on both sides), its gemmoscleres bearing a disproportionally large spine as well as the general minutness of its spicular components and gemmules. D. ctenosclera n.sp. does not show radial fibers and has only one series of megascleres, the same as D. conifera BONETTO & EZCURRA DE DRAGO, 1973. On the other side it shares with D. conifera and D. cristata (WELTNER, 1895), strongiliform megascleres, absence of a gemmular cage, reduced number of gemmules and gemmular coating with one single layer of gemmoscleres. ACKNOWLEDGEMENTS The authors are indebted to Dr. Ernst J. Fittkau of the Zoologische Staatssam- mlung, Miinchen, West Germany for enthrusting them with study of this material. Granting of fellowships from Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecno- lógico, Brazil, is acknowledged by senior (Proc. nº 30.6134/76-Z0-07) and junior (Proc. - nº 30.0652/77-0C-07) authors. The authors thank miss Rejane Rosa for the final ela- boration of the drawings. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(60):117-121, 30 nov 1981 Drulia ctenosclera, a new... 119 REFERENCES * BONETTO, A.A. & EZCURRA DE DRAGO, I. 1973. Aportes al conocimiento de las esponjas del Orinoco. Physis, Bueno Aires, 32 (84):19-27. PENNEY, J.T. & RACEK, A.A. 1968. Comprehensive revision of a worldwide collec- tion of freshwater sponges (Porifera: Spongillidae). Bull.U.S. natn. Mus., Washing- ton, (272):1-184. WELTNER, W. 1895. Spongillidenstudien III. Katalog und verbreitung der bekannten Süsswasserschwämme. Arch. Naturgesch., Berlin, 61 (1):114-44. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(60):117-121, 30 nov 1981 120 VOLKMER-RIBEIRO, C. & MOTHES DE MORAES, B. E > 1 els A, 2 Or Fig. 1-4: Spicular components of Drulia ctenosclera n.sp; 1. megascleres at lower magnification (x400, young megascleres are anfioxea); 2. microscleres at high magnifi- cation (x 1.000); 3. gemmoscleres at high magnification (x 1.000); 4. whole spicular set at low magnification (x 400). IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(60):117-121, 30 nov 1981 Drulia ctenosclera, a new... 121 E ———xssgg— fe Fig. 6 Fig. 5-6: Holotype of Drulia ctenosclera: 5. general view; 6. closer view. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(60):117-121, 30 nov 1981 j a + u ", Es Rosely A np; 3 meiga a CPO ro are » - da SM lero Vs “a in Fe non ai mai eres (é - ter Abe; penar OE ata a” [ tou & Nota prévia sobre nova espécie do gênero Ctenomys Blainville, 1826 (Rodentia, Ctenomyidae).* Vitor Hugo Travi** No curso de um estudo ecológico sobre tuco-tucos no Rio Grande do Sul, tivemos, por parte do colega Luis Flamarion Barbosa de Oli- veira, a atenção despertada para um tuco-tuco que vive nas praias li- torâneas de nosso Estado. Através do exame de pele e crânio de material coletado, constatamos tratar-se de uma nova espécie. Uma investigação mais profunda sobre seus hábitos está em andamento e, aqui, apresen- tamos uma nota sobre sua posição sistemática. O material encontra-se depositado na coleção do Departamento de Zoologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, (DZRS 0001), Porto Alegre. Ctenomys flamarioni sp.n. Material tipo: Holótipo 9 ad., pele e crânio DZRS 0001,.Fazenda Caçapava, Estação Ecológica do Taim, Rio Grande, Rio Grande do Sul, Brasil, 28.V.1981, V.H. Travi e D. da S. Bretschneider leg. Localidade tipo: Fazenda Ecapavar Estação Ecológica do Taim, Rio Grande, Rio Grande do Sul, Brasil. Medidas: comprimento total 289,0mm; cauda 74,0mm; pé c/u 42,0mm, s/u 37,0mm. Crânio: total 49,0mm; basal 45,3mm; largura bi- zigomática 30,9mm; caixa craniana 18,Imm; diástema 14,0mm; série molar superior 10,9mm. Diagnose: distingue-se de Ctenomys torquatus LICHTENS- TEIN, 1830 e de Ctenomys minutus NEHRING, 1887 pela coloração branco-arenosa e pela estrutura da região zigomática. Os incisivos são ortodontes. Dorso amarelo-esbranquiçado, lados e ventre mais claros. Os * Aceito para publicação em 18.VIII.1981. ** Aluno do Curso de Pós-Graduação em Ecologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Av. Paulo Gama, s/nº., 90.000, Porto Alegre, RS, Brasil. Auxiliar de Ensino da disciplina de Zoologia dos Cordados na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, 90.000, Porto Alegre, RS, Brasil. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(60):123-124, 30 nov 1981 124 TRAVI, V.H. pêlos com o cordário ardesiaco, alguns viliformes tem a extremidade apical cinza. Não apresenta colar nitidamente diferenciado como em C. torquatus. Distribuição: desta espécie já colhemos registros de ocorrência com um limite setentrional atingindo a praia de Morro dos Conventos, SC, onde coletamos cinco crânios encontrados em um sítio de Speotyto cunicularia (MOLINA, 1782). Para o Sul, sempre pela linha da costa, observamos exemplares nas praias gaúchas de Capão da Canoa, Imbé, Tramandaí, Cidreira e na região da Lagoa do Peixe, município de Mostardas. O limite meridional, por nós constatado, esten- de-se até a praia do Hermenegildo e, devido a semelhança da formação florística e do ambiente fisico, esta espécie deve, provavelmente, se es- tender mais para o Sul, até o Chui e possivelmente até o Norte da costa Uruguaia. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS LICHTENSTEIN, H. 1829. Darsterllung neuer order wenig Bekannter säugethiere. Berlin, C.G. Lüderite, 1827-1834. NEHRING, A. 1887. Eine Ctenomys - Art aus Rio Grande do Sul (Süd-Brasilien). Sber. Ges. naturf. Freunde Berl. Berlin, 4:45-47. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(60):123-124, 30 nov 1981 Study of some sponges (Porifera, Demospongiae) from the in- fralitoral of Guarapari, Espirito Santo, Brazil.* Antonio Mateo Solé-Cava** Alphonse Kelecom*** Gerard Jules Kannengiesser**** ABSTRACT Descriptions are given of specimens of demosponges from the infra-litoral of Guarapari, Espirito Santo, Brazil, a region for which sponges are poorly known. Erylus formosus SOLLAS, 1888, Chondrilla nucula SCHMIDT, 1852, Anthosigmella varians (DUCHASSAING & MICHELOTTI, 1864), Pseudaxinella lunaecharta (RIDLEY & DENDY, 1866), Agelas dispar DUCHASSAING & MICHELOTTI, 1864, Mycale fusca (RIDLEY & DENDY, 1886) and Aplysina fistularis forma fulva (PALLAS, 1766) are new records for the State of Espirito Santo. Aaptos aaptos (SCHMIDT, 1864), Chondrosia reniformis NARDO, 1847 and Darwinella australiensis CARTER, 1885 are new records for Brazil. Affinities between the lower invertebrate sessil fauna of Guarapari and that of Brazilian tropical and sub-tropical regions are discussed. Chemical data from the lite- rature are reviewed. RESUMO São apresentadas descrições de espécimens de demospongias do infralitoral de Guarapari, Espirito Santo, Brasil, região pouco conhecida quanto à sua fauna de pori- feros. Erylus formosus SOLLAS, 1888, Chondrilla nucula SCHMIDT, 1862, Anthosig- mella varians (DUCHASSAING & MICHELOTTI, 1864), Pseudaxinella lunaecharta (RIDLEY & DENDY, 1866), Agelas dispar DUCHASSAING & MICHELOTTI, 1864, Mycale fusca (RIDLEY & DENDY, 1886), e Aplysina fistularis forma fulva (PALLAS, 1766) são ocorrências novas para o estado do Espirito Santo. Aaptos aaptos (SCHMIDT, 1864), Chondrosia reniformis NARDO, 1847 e Darwinella australiensis CARTER, 1885 são ocorrências novas para o Brasil. São discutidas as afinidades entre a fauna de inver- tebrados inferiores sésseis de Guarapari e a das regiões tropical e sub-tropical brasileiras. Resultados quimicos da literatura são apresentados. * Accepted for publication in 18.VIII.1981. Contribution of Laboratório Silva Araújo-Roussel (SARSA) — Unidade de Pesquisas, rua do Rocha 155, 20960 Rio de Janeiro - RJ, Brazil. ** Fundação Universidade do Rio Grande — Departamento de Quimica. Caixa Postal 474, 96200 Rio Grande — RS, Brazil. *** SARSA — Unidade de Pesquisas — Rua do Rocha 155, 20960 Rio de Janeiro — RJ, Brazil. *+** Roussel-Uclaf, Bd des Invalides 35, 75007 Paris, France. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(60):125-150, 30 nov 1981 126 SOLE-CAVA, H.M. et alii INTRODUCTION Most of the studies of Brazilian sponges has been undertaken with material collected from the coasts of Ceará to Bahia (SOLLAS, 1886, 1888; RIDLEY & DENDY, 1887; BURTON, 1940; LAUBENFELS, 1956; JOHNSON, 1971), a tropical area influenced by the warm waters of the Guianian and Brazilian Currents. South of the Abrolhos archipelago (Bahia) a smaller number of species have yet been described and systematic studies deal principally with sponges obtained off the States of Rio de Janeiro (SELENKA, 1879; PACHECO-COELHO & MELLO-LEITÃO, 1978; OLIVEIRA-PIRES, 1980), São Paulo (LAUBENFELS, 1956; MOTHES-DE-MORAES, 1980) and Rio Grande do Sul (MOTHES-DE-MORAES, 1977, 1978; MOTHES-DE-MORAES & PAULS, 1979; VOLKMER-RIBEIRO et al., 1973; VOLKMER- RIBEIRO & MOTHES-DE-MORAES, 1975). Studied material has been mostly collected either by hand collecting in intertidal zone (SELENKA, 1879; CARTER, 1890; LAUBENFELS, 1956; PACHECO-COELHO & MELLO-LEITÃO, 1978; MOTHES-DE-MORAES, 1980; OLIVEIRA-PIRES, 1980) or by. dragging (SOLLAS, 1886, 1888; RIDLEY & DENDY, 1887; MOTHES- DE-MORAES, 1977, 1978; MOTHES-DE-MORAES & PAULS, 1979; VOLKMER-RIBEIRO et al., 1973; VOLKMER-RIBEIRO & MOTHES- DE-MORAES, 1975). Hence, the bentic fauna between 5 and 15 meters depth remains poorly known. Reports dealing with material collected along the Brazilian tropical and sub-tropical coasts, from the intertidal down to the infralitoral area are thor of BOURY-ESNAULT (1973) describing sponges collected by the Calypso ship and of HECHTEL (1976) from the Foster-Lor rel collection. These studies pay little attention to the coast of Espirito Santo. The present work contributes to a better knowledge of the sponge fauna from this area. MATERIAL AND METHODS Studied sponges are part of the collection obtained in december 1978 during a trip to Três Ilhas (20º36'S-40º23'W) near Guarapari, two miles off the coast. The material was obtained on rocky bottom. by Scuba or Narghilé diving between 3 and 12 meters depth. Material was preserved over ethanol (70%). For spicules preparations, material was selected under binocular stereoscopic mi- croscope, thoroughly washed with tap water and dissociated in a test tube with hot con- centrated nitric acid. Spicules free from the sponge tissues were first washed with dis- tilled water, then with ethanol (MOTHES-DE-MORAES, 1977) and subsequently placed on a microscope slide heated until complete evaporation of the solvent and finally moun- ted with Araldit and kept for 5 minutes at 80-100ºC. For scanning electron microscopy, preparations were made by drying spicules on small pieces of microscope slides and coated with gold. Spicules were then observed with a Cambridge Stereoscan Mark II ap- paratus. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(60):125-150, 30 nov 1981 Study of some sponges... 127 For histologic observations, samples were dehydrated in a graded series of ethanol- water solutions, cleared in xylene and embedded in parafin. Sections obtained with a Ranvier Microtome were stained by the Trichrome Ramon Cajal Technic (BEHMER et al., 1976). Spicule sizes are given in micrometers as x + S (Y-Z) where x is the mean value (n=30), s the standard deviation and Y and Z the mir imum and maximum observed values for lenght and width. The terminology used for species description is that of BOROJEVIC et al. (1967). Classification of sponges in orders families is after BERG- QUIST (1978) and WIDENMAYER (1977). SPECIES DESCRIPTIONS Sub-class TETRACTINOMORPHA LEVI Order CHORISTIDA SOLLAS Family GEODIIDAE GRAY Erylus formosus SOLLAS, 1888 Massive to incrusting sponge (Fig. 1). Outside colour grey to black, inside beige. Smooth surface. Oscules diameter from 1 to 5mm. Ostioles irregularly distributed on the surface, varying from 50 to 100 um. Choanosome of radiated structure. Spicules: (Fig. 11-13) length width Oxeas 761 + 89 (597-955) 16,4 + 4.2 (7.5-21,3) Orthotriaenes eRhabd 504 + 69 (313-625) eClad 363 + 50 (250-625) Aspidasters 210 + 26 (171-305) ddr re 9.3 (19,2-48:0) Centrotylote microxeas 61 + 8 (45-83) Oxyasters 47 + 10 (27-64) Tylasters 12.5 + 1.7 (8.5-16.0) E. formosus has been described by SOLLAS (1888) with material collected along the coast of Bahia, Brazil, during the Challenger expedition. Since then, it has been found in Pernambuco, Brazil, by BOURY-ESNAULT (1973), in Rio Grande do Sul, Brazil, by VOLKMER-RIBEIRO & MOTHES-DE-MORAES (1975) and in the Bahamas area by WIEDENMAYER (1977). This sponge differs from . the other ones of the genus principally by the shape of its long and tight aspidasters (SOLLAS, 1888). Ichtyotoxicity has been claimed for an unidentified Erylus species (STEMPIEN et al., 1970). IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(60):125-150, 30 nov 1981 128 SOLE-CAVA, H.M. et alii Sub-class TETRACTINOMORPHA LEVI Order HADROMERIDA TOPSENT Family CHONDROSIIDAE SCHULZE Chondrosia reniformis NARDO, 1847 Massive, cartilaginous sponge (Fig. 2) from white to dark grey n colour. Surface smooth and viscous. Oscules diameter from 2 to 4mm. Ostioles not visible. Ectosome from 1,5 to 2.5mm thick, rich in pigments, containing plenty of spongine-A. Choanosome well delimited (Fig. 21), possessing less spongine-A and pigments, being riddled by canals from 20 to 200 um wide. Choanocyte chambers 30 pm in size, spread around them. Spicules absent. This species has been first found in the Adriatic Sea (NARDO, 1847), then in the Mediterranean Sea (TOPSENT, 1895, 1925, 1928), and along the coast of Senegal (LEVI, 1952). The specimen of Chondrosia collected by WIEDENMAYER (1977) in the Bahamas might not be of the reniformis species (WIEDENMAYER, 1977) as the latter presents a thicker ectosoma (3-10 mm) than that reported for reniformis by the other authors (1-2 mm) (TOPSENT, 1928; LEVI, 1952; WIEDENMAYER, 1977) and shows irregular folds on the outer surface, in contrast to C. reniformis which is smooth in aspect (WIEDENMAYER, 1977). Whether the Chondrosia of WIEDENMAYER should be kept as C. reniformis or considered as another species (C. plebeja?, WIEDENMA- YER, 1977) depends upon the relative importances given to various sys- tematic characteristics of the genus. Although widely distributed, very few chemical investigations of sponges of the genus Chondrosia are available. Antibacterial activity of ın unidentified Chondrosia species has been associated with the presence of chondrosine (RAVI et al., 1976). The same activity has also been observed for various cyclic peroxydes obtained from C. collectrix (SCHMIDT, 1870), together with a series of ethyl esters containing a tetrahydrofurane ring (STIERLE & FAULKNER, 1979). Chondrilla nucula SCHMIDT, 1862 Sponge outside identical to Chondrosia reniformis, having the same size, diameter of oscules and colour pattern (Fig. 3). Ectosome from 0.3 to 1.5 mm thick, possessing pigments. Diameter of the canals from 60 to 200 um. Choanocyte chambers with a mean diameter of 35 um (Fig. 26). Spicules: (Fig. 17) Oxyspherasters 22,5 + 4.3 (12.8-29.9) IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(60):125-150, 30 nov 1981. Study of some sponges... 129 C. nucula is a cosmopolitan sponge (BOURY-ESNAULT, 1973; WIEDENMAYER, 1977). In Brazil, it has been found by CARTER (1890) in the Fernando de Noronha archipelago, by LAUBENFELS "* (1956) in Pernambuco and São Paulo, by BOURY-ESNAULT (1973) in Bahia by OLIVEIRA-PIRES (1980) and by the authors (inedited) on the southern coast of Rio de Janeiro. C. reniformis and C. nucula were al- ways encountered fixed on the dark side of the rocks. In environmental transplant experiments with Mediterranean sponges, WILKINSON & VACELET (1979) have reported a negative phototactic behaviour for C. reniformis and an indifferent one for C. nucula. This behaviour has been suggested to be associated with the presence or absence of symbiotic cyanobacteria in the sponge's ectosome (WILKINSON, 1978, 1979). Competition for substrate and/or heavy predation in ecosystems of high diversity, like benthos of the tropical euphotic zone (MARGALEF, 1972; GLYNN, 1973; SARA & VACE- LET, 1973; GREEN, 1977), may be factors conditioning a distribution in iluminated or shaded areas of euryphotic species like C. nucula. C. nucula has been the subject of intense chemical investigation. It " has been shown to contain unsaturated fatty acids (LITCHFIELD et “al., 1980), stanols (DE ROSA et al., 1973), cerebrosides (SCHMITZ et ' al, 1974) and the rare chondrillasterol (24-ethyl-cholesta-7,22-dien-3(301) (BERGMANN et al., 1948). Grude extracts of C. nucula have been claimed to exert ichtyotoxic (GREEN, 1977), antitumour (BASLOW, 1971; RUGGIERI, 1976) antibacterial (SIGEL et al., 1970) activities. The latter has been associated in an unidentified species of Chondrilla with the presence of chondrillin, an unsaturated peroxyketal derived from a fatty acid (WELLS, 1976). Sub-class TETRACTINOMORPHA LEVI Order HADROMERIDA TOPSENT Family SPIRASTRELLIDAE RIDLEY & DENDY Anthosigmella varians (DUCHASSAING & MICHELOTTI, 1864) Massive to incrusting sponge (Fig. 4), fixed on calcareous debris. Outside colour beige to orange, inside grey to beige. Hispid surface. Choanosome cavernous (Fig. 22), containing numerous incrustations at the base. Oscules from 3 to 10 mm in diameter, apparently closed by a contractil membrane. Ostioles not visible. Spicules: (Fig. 14-15) length width 69 (281-547) 1.5 (7.5-12.7) 2.8 (6.3-15.8) 0.2 (1.1-1.8) Tylostyles 430 Anthosigmata 11.8 fe Se ndo + + + + IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(60):125-150, 30 nov 1981 130 SOLE-CAVA, H.M. et alii This sponge has been described as Thalissias varians by DU- CHASSAING & MICHELOTTI (1864) for a Caribbean specimen. It has been found later in Florida, USA (HECHTEL, 1965), Jamaica (LAU- BENFELS, 1949) and Puerto Rico (ARNDT, 1927). HECHTEL (1976) reported the species near Recife, Pernambuco, Brazil, without indicating the actual place, depth and nature of the substrate on which it had been found. The authors (inedited) collected samples of that species of both varians and incrustans forms on the Abrolhos reefs (Bahia, Brazil). The antitumour activity of A. varians has been atributed to 3e- veral compouds. Among them, only para-hydroxyphenylacetamide has been identified (SCHMITZ et al., 1977). BERGMANN et al. (1950) also isolated clionasterol and poriferasterol from A. varians. This species was shown to contain long chain (C94 - C30) fatty acids (LITCHFIELD et al., 1976). Sub-class TETRACTINOMORPHA LEVI Order HADROMERIDA TOPSENT Family TETHYIDAE GRAY Aaptos aaptos (SCHMIDT, 1864) Massive, hard sponge (Fig. 5). Colour in life yellow, turning dark brown in ethanol or when drying. Hispid surface. Oscules rare, mea- suring from 2 to 5 mm in diameter. Ostioles not visible. Choanosome cavernous. Skeletal structure radiated (Fig. 29). Spicules: (Fig. 18) length width Strongyloxeas 1322 + 100 (1064-1522) 34.2 + 8.7 (17.1-46.9) Styles 319 + 49 (250-425) 6.0 + 2.4 (3.0-11,5) This species has been described under the name Ancorina aaptos by SCHMIDT (1864) for an Adriatic sample. It has been found later in the Indian Ocean (LEVI, 1961; VACELET & VASSEUR, 1965; THOMAS, 1973), in the Red Sea (LEVI, 1958), in the Mediterranean Sea (SARA & SIRIBELLI, 1960; BOURY-ESNAULT, 1971), along the Atlantic coast of Africa (LEVI, 1959) and in Puerto Rico (WILSON, 1902). The sponge collected by the Calypso off the coast of Pernambuco and identified as A. aaptos by BOURY-ESNAULT (1973), presents a spiculation different from that normally found in this species, by having only styles. HECHTEL (1976), working on material collected near Bahia, identified A. bergmani LAUBENFELS, 1936, a sponge whose characters are similar to those described for A. aaptos sensu BOURY- ESNAULT (1973), which is now synonimous of the former (HECHTEL, 1976). IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(60):125-150, 30 nov 1981 Study of some sponges... 131 Up to now, 4. aaptos escape to any chemical investigation. 4. papilata was reported to produce an agglutinine-like compound (ROGERS, 1977). The sterols of an unidentified Aaptos species have been studied by BERGMANN et al. (1950), but only cholesterol was identified. Sub-class TETRACTINOMORPHA LEVI Order AXINELLIDA BERGQUIST Family AXINELLIDAE RIDLEY & DENDY Pseudaxinella lunaecharta (RIDLEY & DENDY, 1866) Massive, friable sponge. Colour in life red-orange, turning beige in ethanol. Surface presenting numerous groves which are characteristic of the species (RIDLEY & DENDY, 1887) (Fig. 9). Oscules measuring from 2 to 3 mm in diameter. Ostioles not observed. Ectosome not dif- ferenciated. Skeletal structure plumose, without formation of axial con- densation (Fig. 24). Spicules entirely or partly included in large amounts of spongine B. Spicules: (Fig. 19) length width Uxeas 281 + 31 (203-328) 12.7 + 2,1 (9.6-17.5) Styles 202 + 23 (156-242) 12.0 + 1,5 (10.7-16.6) Pseudaxinella lunaecharta has been described as Axinella lunae- charta by RIDLEY & DENDY with material collected by the Challenger expedition in the Cabo Verde islands (RIDLEY & DENDY, 1887). It has been found by LAUBENFELS (1949) and WIEDENMAYER (1977) in the Bahamas and by LEVI (1961) in the Gulf of Guinea. In Brazil it - has been reported near Recife by HECHTEL (1976) under the name Axinella lunaecharta. The work of BERGMANN (1949) describing the identification of sterols in P. rosacea seems to be the only on a sponge of the genus Pseudaxinella. Current confusion between the genera Pseudaxinella and Axinella may invalid this assumption. Sub-cass TETRACTINOMORPHA LEVI Order AXINELLIDA BERGQUIST Family AGELASIDAE VERRIL Agelas dispar DUCHASSAING & MICHELOTTI, 1864 Bulbous sponge. Colour dark brown in life as well as in ethanol. Groves can be seen on the surface of the sponge which is characteristic of the species (DUCHASSAING & MICHELOTTI, 1864) (Fig. 7). IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(60):125-150, 30 nov 1981 e 132 SOLE-CAVA, H.M. et alii Skeleton plumose (Fig. 27), without axial condensation, having ascen- dent fibers of spongine-B echinated by acanthostyles having from 9 to 17 whorls of spines. Spicules: (Fig. 20) length width Acanthostyles 167 + 22 (128-188) 11.3 + 2.1 (8.5-18.1) Agelas dispar is a tropical western Atlantic sponge (DUCHAS- SAING & MICHELOTTI, 1864; LAUBENFELS, 1936; WIEDEN- MAYER, 1977), reported by BOURY-ESNAULT (1973) and HECHTEL (1976) for Brazil near Pernambuco, Bahia and Fernando de Noronha. - The sponges of the genus Agelas have been intensively studied. An unidentified species has been claimed to show antibiotic activity (BURKHOLDER, 1973), associated with the presence of two dihydrox- yindole derivatives (STEMPIEN, 1966). Extracts of 4. sparsus GRAY, 1867 and 4. dilatata have been found antibiotic (HASHIMOTO, 1979) and ichtyoxic (GREEN, 1977). New pigments (BUCHECKER et al., 1977, TANAKA et al., 1978) have been obtained from respectively 4. schmidtii WILSON, 1902 and A. mauritiana. Sterols (BALLANTINE et al., 1979) of A. mauritiana and A. oroides TOPSENT, 1920 are satu- rated or present a double bond in the A 7 position. A. oroides has been found to be a rich source of various bromopyrole derivatives (FAULK- NER & ANDERSEN, 1974). Among them, oroidin is characteristic in having a guanidine in addition to the bromopyrole nucleus (BAKER & MURPHY, 1976). Sub-class CERACTINOMORPHA LEVI Order POECILOSCLERIDA TOPSENT Family MYCALIDAE LUNDBECK Mycale fusca (RIDLEY & DENDY, 1886) Massive sponge (Fig. 8). Colour in life brown, turning beige in ethanol. Smooth surface, incrustated by sediments and algae. Oscules and ostioles not visibles in the studied specimens. Choanocyte chambers having a diameter of 20 to 30 um. Ectosome easily detachable. Choa- nosome cavernous and friable. Skeleton plumoreticulated with numerous anisochela rosettes under the ectosome (Fig. 23). Spicules: (Fig. 16) : IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(60):125-150, 30 nov 1981 Study of some sponges... 133 length width Tilostyles 609 + 81 (373-731) 14,0 + 1.8 (10.7-17.7) Anisochelae 56.3 + 3.8 (44.4-61.8) Sigmata 35.0 + 3.1 (29.4-42.6) Raphides RIDLEY & DENDY (1887) registered Esperella fusca for the shallow water coastal region of Bahia. Since then, this sponge has not been found anymore and may be considered endemic for Brazil (HE- CHTEL, 1976). No chemical work has been reported for M. fusca, but other species of the genus showed acute toxicity (M. lingua and Mycale sp.) (GREEN, 1977) and antitumor activity (M. microsigmatosa) (BASLOW, 1969). Free histamine (METTRICK et al., 1965) has been isolated from M. laevis Sub-class CERACTINOMORPHA LEVI Order DENDROCERATIDA MINCHIN Family APLYSILLIDAE VOSMAER Darwinella australiensis CARTER, 1885 Carmine red massive sponge. Surface covered with conules (Fig. 6). Oscules located along the upper parts of the sponge, 4 to 6 mm large in diameter. Ostioles (+ 100 um) in groups of 3 to 6 on the vestibular cavities. Skelton dendritic in the external parts, having some anas- tomoses in the inner ones. Stratified fibers, measuring from 100 to 180 pm in diameter, showing some incrustations. Choanocyte chambers oval, the larger diameter measuring from 40 to 120 um. Triactinic spiculoid formations abundant, having radia of 800 + 85 um (Fig. 25). Tetractinic ones rare, with radia of 455 + 70 um. Studied specimens did contain eggs and embryos. D. australiensis is a common sponge of the Indian Ocean and of the Mediterranean Sea (CARTER, 1885; TOPSENT, 1892; BOURY- ESNAULT, 1971; PRONZATO, 1975). It has been found as well in the Atlantic Ocean near Senegal by LEVI (1952) and in the Bermudas by LAUBENFELS (1950). Another species of the genus, D. mulleri has been described by SCHULTZE (1865) with material collected in Brazil. Due to the presence of some incrustations in the fibers and of anastomoses in the central parts, the specimens studied are quite similar to Igernella joyeuxi (TOPSENT, 1889) cited by BOURY-ESNAULT (1973) for the region of Recife, Brazil. The two species differ in colour, in the predominantly dendritic character of the fibers and in the presen- IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(60):125-150, 30 nov 1981 134 SOLE-CAVA, H.M. et alii ce of a larger quantity of triactinic spiculoids in D. australiensis (LAUBENFELS, 1948; PRONZATO, 1975). No chemical work has been reported for the genus Darwinella. Sub-class CERACTINOMORPHA LEVI Order DICTYOCERATIDA (?) MINCHIN Family SPONGIIDAE (?) GRAY Aplysina fistularis forma fulva (PALLAS, 1766) Massive to digitated sponge. Diameter of the branches from 10 to 40mm (Fig. 10). Colour in life greenish-yellow turning rapidly brown when exposed to air. Surface presenting conules 0.5 to 2,0 mm high. Os- -cules diameter from 1.0 to 5.0mm. Skeleton composed of a reticulation of golden pithed fibers 100 to 200 um in diameter (Fig. 28). Spherical choanocyte chambers 39,2 + 2,1 um in diameter. The species of the genus Aplysina NARDO, 1834 are frequently named by its synonimous genus Verongia BOWERBANK, 1845 (WIEDENMAYER, 1977). VACELET (1959) gave priority to the name Verongia owing to the poor existing description in the earliest publi- cation on Aplysina. However, according to the International Code of Zoological Nomenclature (1961) the name Aplysina is available (art. 11 and 12) and valid because endowed of a description (art. 50) and a type- species (art. 67-g and 69-a (ii-2)). Furthemore, Aplysina is the first name given to the taxon (art. 23) (WIEDENMAYER, 1977). Placing the genus Aplysina in the family SPONGIIDAE Gray, WIEDENMAYER (1977) did not take into account neither their ovi- -parity (GALLISSIAN, 1976), nor their complex histologic structure (BERGQUIST, 1978). Finally, the presence of both specific amino-acid patterns (BERGQUIST & HOGG, 1969); BERGQUIST & HARTMANN, 1969) and unique dibromotyrosine derivatives. (CIMINO et al., 1975; KELECOM & KANNENGIESSER, 1979) are characters favoring the classification of this genus (together with others such as /anthella GRAY, 1869 and Smenospongia WIEDENMAYER, 1977) in a different order (GALISSIAN, 1976; BERGQUIST, 1978, 1980; VAN SOEST, 1978). A. fistularis forma fulva has been described as Spongia fulva by PALLAS for the Atlantic Ocean (WIEDENMAYER, 1977). Based on the list of synonims given by WIEDENMAYER (1977), it can be con- sidered as a tropical cosmopolitan species (DUCHASSAING DE FOM- BRESSIM & MICHELOTTI, 1864; LAUBENFELS, 1936, 1948, 1956; WIEDENMAYER, 1977). In Brazil it has been reported in Ceará (LAUBENFELS, 1956; JOHNSON, 1971), Pernambuco (JOHNSON, SO AS IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(60):125-150, 30 nov 1981 Study of some sponges... 135 1971; BOURY-ESNAULT, 1973; HECHTEL, 1976) and Bahia (BOURY- ESNAULT, 1973; HECHTEL, 1976). A. fistularis forma fulva has been shown to contain several di-tetra- and hexa-bromotyrosine related metabolites which have been found responsible for the cytotoxic activity of the sponge (GOPICHAND & SCHMITZ, 1979). Antibacterial (SHARMA & BURKHOLDER, 1967) and antitumour (BASLOW, 1969) activities have been claimed for two other tyrosine derived bromo-compouds isolated from A. fistularis (in text Verongia fistularis). This sponge also contains aplysterol and 24,28- didehydroaplysterol, two peculiar C-27 methyl-sterols only found in sponges of the genus Aplysina (DE ROSA et al., 1973). Many other species of the genus Aplysina have been investigated affording aeroply- sin-1 (FATTORUSSO et al., 1972) and aeroplysin-2 (MINALE et al., 1972), aerothionine and homo-aerothionine (MOODY et al., 1972), as- taxanthin (TANAKA et al., 1978), 3,4-dihydroxyquinoline-2-carboxylic acid (FATTORUSSO et al., 1971), 25-dehydroaplysterol, verongulas- terol, 24R and 24S isopropenyl-cholesterol (KOKKE et al., 1979) and aplysinopsin (HOLLENBEAK & SCHMITZ, 1977). The latter com- pound exerts antineoplastic activity (HOLLENBEAK & SCHMITZ, 1977). | DISCUSSION Little affinity has been found between tropical and sub-tropical sponges. More than 220 species have been collected along the Brazilian coast, but only 8 in both areas. From the 10 sponges of Guarapari iden- tified in this work, three are new occurrence for Brazil and six were already known for the Bahian and Northeastern coasts. The region of Guarapari seems thus to posses a tropical-type sponge fauna. The lack of information about the sponge fauna of Cabo Frio (Rio de Janeiro) does not allow comparisons with the one of Guarapari. However, preliminary observations suggest more affinities with the fauna of the São Paulo coast (sub-tropical), as happens with madre- porians and gorgonians (BAYER, 1961; LABOREL, 1967). Thus the southern limit for sponges of the Brazilian tropical area can be placed somowhere between Guarapari and Cabo Frio, as it has been suggested “by HECHTEL (1976), and may be determined by the upwelling of col- der waters in Cabo Frio, which may act directly, on the sponges of narrow limits of thermic tolerance, or indirectly, by limiting the esta- blishment of other organisms such as corals, which would offer a more diversified environment (i.e. a bigger number of niches) to be occuped by the sponges. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(60):125-150, 30 nov 1981 136 SOLE-CAVA, H.M. et alii ACKNOWLEDGMENTS To Mr. A.J.KOPP for valuable technical assistance during Scubadiving work, Mr. KERSANACH for useful help in spicule isolation and measurements, the Universidade Federal do Rio de Janeiro (Brazil) for Scanning electron-microscopy and to Drs. S.A. RODRIGUES and C. VOLKMER-RIBEIRO for critical comments on some topics of this work. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARNDT, W. 1927. 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Erylus formosus; 2. Chondrosia reniformis; 3. Chondrilla nucula. (Scale bar =1cm) IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(60):125-150, 30 nov 1981 143 - Study of some sponges. Fig. 4-5: 4. Anthosigmella varians; 5. Asptos aaptos. (Scale bar = lem). IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(60):125-150, 30 nov 1981 144 SOLE-CAVA, H.M. et alii Fig. 6-9: 6. Darwinella australiensis; 7. Agelas dispar; 8. Mycale fusca; 9. Pseu- daxinella lunaecharta. (Scale bar =1cm). IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(60):125-150, 30 nov 1981 Study of some sponges... 145 Fig. 10: Aplysina fistularis forma fulva. (Scale bar= cm). IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(60):125-150, 30 nov 1981 146 SOLE-CAVA, H.M. et alii Fig. 11-16: Scanning electron micrographs. 11-13. Erylus formosus; 11. Aspidaster (90,91); 12. Oxygaster (9,09); 13. Tylaster (3,64); 14-15. Anthosigmella varians: 14. Tylostyles and anthosigma (42,11); 15. Magnified view “f the anthosigma (10,53); 16. Mycale fusca, general view of the spicules (44,44). (The number in parenthesis is the value, in micrometers, of the Scale bar). sas IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(60):125-150, 30 nov 1981 Fig. 17-20: Microphotographies of some spicules. 17. Chondrilla nucula: oxys- pherasters; 18. Aaptos aaptos: styles and strongyloxeas; 19. Pseudaxinella lunaecharta: styles and oxea; 20. Agelas dispar: acanthostyle (Scale bar=100pm (Fig. 17, 19, 20) and 200 um (Fig. 18)). IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(60):125-150, 30 nov 1981 148 SOLE-CAVA, H.M. et alii ei i 22 23 24 Fig. 21-24: Histologic sections of the sponges. 21. Chondrosiaréniformis; 22. An- thosigmella varians; 23. Mycale fusca (note the anisochela rosette); 24. Pseudaxinella lunaecharta. (Scale bar=200 pm (Fig. 21) and 100 um (Fig. 22, 23, 24)). _- IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(60):125-150, 30 nov 1981 Fig. 25-27: Histologie sections of the sponges. 25. Darwinella australiensis; 26. Chondrilla nucula; 27. Agelas dispar. (Scale bar=100 um (Fig. 25) and 200 pm (Fig. 26, 27)). IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(60):125-150, 30 nov 1981 150 SOLE-CAVA, H.M. et alii D Fig. 28-29: Histologic sections of the sponges. 28. Aplysina fistularis forma fulva; 29. Aaptos aaptos (Scale bar=100 um (Fig. 28) and 200 um (Fig. 29)). IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(60):125-150, 30 nov 1981 IHERINGIA é o periódico de divulgação de trabalhos científicos inéditos do Museu de Ciências Naturais, Jardim Botânico e Parque Zoológico da FZB. É publicado em quatro séries: BOTÂNICA, ZOOLOGIA, ANTROPOLOGIA e GEOLOGIA. Cada série é editada em fascículos com numeração corrida independente, podendo conter um ou mais artigos. O periódico em seu todo ou cada uma das séries individualmente é distribuido a Instituições congêneres em regime de permuta. Mediante entendimento prévio pode também ser enviado a cientis- ta e demais interessados. IHERINGIA is the official scientific periodical of the “Museu de Ciências Naturais”. Its aim is the publishing of reports elaborated by the scientific staff of the three joining Instituts of “Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul”, the Museum of Natural Sciences, the Botanical Garden and the Zoological Park. Articles from other national and foreign Institutions researchers may be accepted. Emphasis is given to articles dealing with the flora, the fauna and the natural resourses of Rio Grande do Sul State. IHERINGIA is issued in four series, Botany, Zoology, Anthropology and Geology. Each series is issued in fascicles consecutively numbered and may contain one or more articles. IHERINGIA an, whole or as a separate series, is distributed to similar scientific Institutions on an exchanging basis and may also be available to scientists and other interested parties on pre- viours arrangements. RECOMENDAÇÕES AOS AUTORES: 1. Os manuscritos devem ser encaminhados ao Editor, através de ofício, podendo ser aceitos a cri- tério da Comissão Redatorial, ficando sua publicação condicionada a autorização do Diretor- Superintendente da FZB. 2. Terão prioridade os artigos dos pesquisadores do Museu de Ciências Naturais, Jardim Botânico e Parque Zoológico da FZB. A juizo, podem ser aceitos artigos de pesquisadores de Instituições nacionais ou estrangeiras cujas investigações versem preferencialmente sobre assuntos relacio- nados à flora, à fauna e os recursos naturais do Rio Grande do Sul. 3. Os artigos em lingua postuguesa devem ter um resumo em lingua estrangeira e os em lingua es- trangeira (alemão, inglês, espanhol, italiano e latim) devem ter, obrigatoriamente um resumo em português. 4. Os originais devem ser apresentados em 2 vias datilografadas em espaço dois, com margens mínimas de 2 cm, sem emendas, em papel branco (tamanho oficial A-4:21x29,7 cm), utilizando-se um só lado da folha. 5. Todas as folhas devem ser numeradas na margem superior direita, com numeração corrida e rubricadas pelo autor ou ao menos por um dos autores. 6. Os nomes científicos de gênero e dos “taxa” infragenetricos deverão ser sublinhados com um traço ondulado. 7. O titulo geral do trabalho, o nome do autor, os eventuais subtítulos bem como as palavras latinas ou gregas usadas no texto devem ser sublinhados com um traço reto. 8. Os nomes de autores que seguem os nomes genéricos, específicos, ou outros devem ser escritos em caixa baixa e os que dizem respeito a referências bibliográficas em CAIXA ALTA. 9. As referências bibliográficas deverão estar dispostas em ordem alfabética e cronológica, dentro das normas da NB-66 da ABNT, salvo a indicação do ano de publicação que deverá seguir o nome do autor, obedecendo a seguinte ordem de elementos: a) Para artigos de periódicos: sobrenome do autor seguido das iniciais do(s) prenome(s), ano do trabalho, título do trabalho, nome do periódico (sublinhado com um traço reto e abreviado de acordo com o “World List of Scientific Periodicals”) local, volume (em algarismos arábicos e sublinhado), número ou fascículo (entre parcuteses) seguido de dois pontos, página inical e final. 12. 13. 14. 15. Ex.: FRENGUELLI, J. 1925. Diatomeas de los arroyos del Durazno y en las Brusquitas en los arredores de Miramar. Physis, Buenos Aires, 8(29):19-79. set. 2est. b) Para livros: sobrenome do autor seguido das inicias do(s) prenome(s), ano da edição, título do livro (sublinhade com um traço reto), edição (em número arabico, seguido de ponto e da abreviatura no idioma da edição), local, editora número de páginas (seguida de p.), número de volumes (seguida de v.) ou então, páginas consultadas ou número do volume consultado (precedidos de p. e v. respectivamente). Ex.: SANTOS, E. “1952. Da ema ao beija-flor. 2. ed. rev. ampl. Rio de Janeiro, F. Briquiet. 335p. . Desenhos, fotos, mapas e gráficos devem ser citados como fig., com numeração corrida, em al- garismos arábicos. O editor distribuirá as figuras do modo mais econômico, sem prejudicar sua apresentação, respeitando quanto possivel as indicações do autor. . Todas as tabelas e figuras devem ter título claro, conciso e, se necessário, com explicações breves que possibilitem seu entendimento sem consultas ao texto. Este titulo, bem como as legendas, se houver, devem vir em folhas a parte. Os desenhos gráficos e mapas devem se feitos a nanquim preto, preferencialmente em papel vegetal e as fotografias nos tamanhos que permitam a redução para o máximo de 17cmxllcm. As ilustrações a cores devem ser combinadas previamente e seu custo fica a cargo do autor. Os artigos, sempre que possível, devem compreender os seguintes tópicos: Título; Nome do autor (es); Referências do artigo (data de aceitação para publicação, etc) e do autor (local de trabalho e endereço); Resumo (conforme item 3); Introdução; Material e Métodos; Resultados e/ou Discus- são: Conclusões; Agradecimentos; Bibliografia: Consultada ou Referências Bibliográficas. A correção das provas tipográficas será, sempre que possivel, de responsabilidade do autor. Serão fornecidas gratuitamente 100 separatas de cada artigo, independentemente do número de autores. Aqueles que tiverem interesse em um maior número de separatas de seus artigos deverão solicitá-las por ocasião do encaminhamento dos originais ao Editor e arcar. com | as : despesas correspondentes. Prof. Dr. Amo Antonio Lise EDITOR ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA COMISSÃO zZ (Mailing Address) Moema Leitäo de Araújo Museu de Ciências Naturais Vera L. Lopes Pitoni Caixa Postal 1188 Maria Helena M. Galileo 90.000 Porto Alegre, RS Brasil ENDEREÇO PARA PERMUTA (Address for exchange) Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul Biblioteca Caixa Posta 1188 90.000 Porto Alegre, RS Brasil Concluiu-se esta edição em dezembro de 1981 “PROVAS REVISADAS PELO CLIENTE” Composição, impressão e acabamento: + \GRAFOSUL) Indüstria Gräfica e Editora Ltda. Rua Gen. Vitorino, 41 — Porto Alegre — RS Fones: 21-5566 e 25-8079 Rua Monsenhor Veras, 678 — Porto Alegre — RS Fones: 23-0523 e 23-5512 a. EU sima ADS A o vu i ; hi Ce > er Br“ Wr) N" BE en ig o ie E a N = E Nasa II — N Ex UN. serie Zoologia BL ISSN 0073-4721 LEMA, T.de. Sobre a ocorrência de Typhlops brongers- mianus Vanzolini, 1972 no Estado do Rio Grande do Sul e regiões adjacentes. (Serpentes, Typhlopidae).... D.:8 ZANOL, K.M.R. & MENEZES, M.de. Lista preliminar dos cicadelideos (Homoptera, Cicadellidae) do Brasil... p. 9 LEMA, T.de. Descricäo de dois especimens bicefalos de Liophis miliaris (L. 1758) (Serpentes, Colubridae)..... p. 67 MACHADO, L.O.M. Notas sobre a reprodução de Spo- rophila albogularis (Spix, 1825) (Passeriformes, Em- a EN. 2 o na Raro ee ia, p. 81 TROIS, C.A.C. Contribuição para o conhecimento do gênero Halictoxenos Pierce, 1908(Insecta, Strepsip- DR no o poses Emo a ns kn ao ca p. 91 CAZZANIGA, M.J. Notas sobre hidróbidos argentinos. 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Please complete the requested below and return it to us, so that we can send you the next number of IHERINGIA. 1: Recebemos e agradecemos: IHERINGIA, Série Zoologianº 61 We have received: 2. Faltam-NOS: sc cms 2... 2 4 un een een E a RE We are in want of: 3. Enviamosempermüta:!.........-:-.u.n.e.s nenne. oo A We sent you in exchange: 4. Nosso campo de interesse: Our field of activities: Local e data: City an date: Assinatura: Signature : ErRATA JHERINCIA, Ser. Zool., Forto hegre(SB):4)-63, Ser. 198) p-42 lin. 12: fosse Jesa-se fossem p.as ” 3B: pelo SEITE er por FEE.SEITE poa -” Ee de 213p = 431p p.53 ° 5: 1969 - 196B É p-53. = ge: Rio de Janeiro = /Rio de Janeiro/ Pass 12: Escala a Escala 1:750.000 paso = 25: Rio Grande do Sul = Rio Grande do Sul p-sa, * 29 (Porto Alegre) q /rorto Alegre/ ne JD: 13 = 63 2 UNR Esc.: 1:750.000 = Escala.:1:1.250.000 p.62 e 63 -: Esc.:1:750.000 = Escala.:1:1.140.000 RE ES PPS <> ds Sobre a ocorrência de Typhlops brongersmianus VANZOLINI, 1972, no Estado do Rio Grande do Sul e regiões adjacentes. (Ser- pentes, Typhlopidae). * Thales de Lema ** RESUMO DIXON & HENDRICKS (1979) identificaram como Typhlops brongersmianus VANZOLINI, 1972, todos os espécimens do gênero procedentes do sul do Brasil e países vizinhos; identificaram como T. reticulatus (L. 1766) os especimens do Brasil Central para o norte e oeste. LEMA (1980) descreve espécimens do leste do Rio Grande do Sul, iden- tificando-os como T. reticulatus. No artigo presente identifica-se o material de LEMA (1980) como T. brongersmianus, mas levanta-se algumas dúvidas. ABSTRACT DIXON & HENDRICKS (1979) determined all specimens from southern Brazil and adjacent lands as Typhlops brongersmianus VANZOLINI, 1972 while T. reticulatus (L., 1766) is more from northern and western South America with sympatry between them in Central Brazil. LEMA (1980) described specimens from eastern Rio Grande do Sul under the name 7. reticulatus. The LEMA's material is reidentified here as T. brongersmianus but some doubts on this species are pointed out. INTRODUÇÃO LEMA (1980) registra Typhlops reticulatus (L., 1766) para o Es- tado do Rio Grande do Sul, Brasil meridional. Dos exemplares exa- minados sete foram capturados e identificados por Carl Gans (Buffalo University, Estados Unidos da América). Ao identificar os espécimes, LEMA notou algumas diferenças em relação às descrições existentes de T. reticulatus. Entretanto, foi mantida a determinação de Gans, tendo em vista sua autoridade em Squamata ofioforme primitiva e porque o status de T. reticulatus está carente de revisão. Recentemente, DIXON & HENDRICKS (1979), apresentam uma revisão do gênero Typhlops OPPEL, 1811 na América do Sul, com a _* Aceito para publicação em 19.VIII.1981. Contribuição FZB nº 241. ** Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Caixa Postal 1188, 90000 Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq TC. IIII-6090/79). IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(61):3-7, 28 agof1982 4 LEMA, T. de. restrição da área geográfica de T. reticulatus (mais setentrional) e am- pliação da área geográfica de T. brongersmianus VANZOLINI, 1972. Na região do Rio Grande do Sul e países limitrofes, DIXON & HEN- DRICKS (op.cit) indicam apenas T. brongersmianus. Comparando-se os dados do material de LEMA (op.cit.) com os da descrição original (VANZOLINI, 1972, 1976) e os de DIXON & HEN- DRICKS (op.cit.) reidentifica-se os exemplares do Rio Grande do Sul como da espécie de VANZOLINI mas encontra-se algumas diferenças que são aqui comentadas. MATERIAL DO RIO GRANDE DO SUL O espécimen-tipo procede da Bahia, Brasil. O material examinado por LEMA (1980) procede do leste do Rio Grande do Sul, estando de- positado na coleção de répteis do Departamento de Zoologia do Instituto de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS) e na do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MCN), ambas em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. O diâmetro maior do tronco pelo comprimento total, no holótipo, é de 24 vezes, enquanto que no exemplar de Emboabas, Tramandai, (UFRS 0170) é de 27 vezes, e, no de Três Cachoeiras, Torres (MCN 1491) é de 28 vezes. O comprimento total do holótipo é de 214mm, do espécimen de Emboabas é de 176,5mm e o de Três Cachoeiras é de 183mm. O comprimento da cauda do holótipo corresponde a 29,6 vezes do comprimento total, o do exemplar de Emboabas a 32 vezes e o de Três Cachoeiras a 30,5 vezes. Os três espécimens estão sem o sexo deter- minado, pelas mesmas razões expostas por DIXON & HENDRICKS (op.cit.). O número de escamas ao longo do corpo-no holótipo é de 204 (con- tadas pela linha vertebral). LEMA (op.cit.) contou pelo lado ventral, en- contrando 218 no exemplar de Emboabas e 226 no de Três Cachoeiras. Nestes dois exemplares do Rio Grande do Sul a contagem foi feita pela linha mediano-ventral porque aí as escamas apresentam-se um pouco mais largas que as dorsais, com certa transversalidade, motivando con- siderá-las como gastrostegas primitivas (pro-ventrais). De acordo com os parâmetros apresentados por DIXON & HENDRICKS (op.cit) para 7. brongersmianus, o número de escamas ao longo do corpo dos exemplares do Rio Grande do Sul estã dentro da variação daqueles parâmetros. O número de estrias escuras longitudinais é de .II nos três es- pécimens citados e em todos os demais examinados por DIXON & HENDRICKS (op.cit) mas apenas nove estrias são conspicuamente pig- "* IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(61):3-7, 28 ago 1982 | Sobre a ocorrência de Typhlops... 5 mentadas, como se pode apreciar na figura 2 de DIXON & HEN- DRICKS (op.cit). _ A figura “lc” de DIXON & HENDRICKS (op.cit), segundo a legenda, é de “T. reticulatus/brongersmianus” (sic), mas não confere com as figuras da descrição original (VANZOLINI, 1972) no que se refere à forma dos escudetes em vista lateral e ventral. DIXON & HENDRICKS (op.cit.) indicam a ocorrência de T. bron- gersmianus no Rio Grande do Sul, com base em espécimens capturados por Gans em localidade próxima a Tramandaí, no municipio de Osório, segundo eles. Devem, pois, ser os mesmos exemplares que examinamos quando estavam depositados na antiga coleção do Instituto de Ciências Naturais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (ICNRS), atual Instituto de Biociências, em parte), sob os números ICNRS 1802 a 1805. Nessa ocasião LEMA (1980) examinou-os, tomando nota de dados da coloração somente. Logo apös isso, eles foram mandados para Gans, que os depositou no Carnegie Museum de Pittsburgh (CMP) sob números CMP 39029 a 39032, segundo DIXON & HENDRICKS (op.cit). LEMA (op.cit.) equivocou-se ao supor que estavam na Buffalo University e pensou assim porque Gans trabalhava nessa Universidade. Sendo assim, o espécimen UFRS 0170 é do mesmo lote e aqui cabe uma correção na procedência indicada por DIXON & HENDRICKS (op.cit.): os exem- plares CMP 39029 a 39032 e o UFRS 0170 procedem de uma região chamada Emboabas que dista 10km a sudeste da cidade de Osório, mas no município de Tramandaí, que foi isolado do de Osório posteriormente à viagem de Gans ao Brasil. É uma área plana dentro da planície cos- teira, predominando gramados, havendo um capão de mato antigo (mata primária) junto à Fazenda do Sr. Romário, cujo trator foi usado por Gans e colaboradores para a coleta. Junto com essas serpentes, foram coletadas; também, exemplares de Amphisbaenidae. (Amphisbaena dar- winii trachura Cope, 1885). COMENTÁRIOS FINAIS E DISCUSSÃO Ä luz da revisão de DIXON & HENDRICKS (op.cit)., Typhlops brongersmianús é a espécie de mais ampla distribuição geográfica do gênero na América do Sul, pois ocorre desde o Uruguai até a Venezuela e ilhas fronteiras. As citações na literatura para o Paraguai, Argentina e Uruguai como Typhlops reticulatus são, pois, de T. brongersmianus, conforme mapa apresentado por DIXON & HENDRICKS (op.cit.), que indicam a bibliografia para esses paises mas não a sinonimia na apresen- tação da espécie. A citação de KOSLOWSKI (1898) para o Uruguai é duvidosa, conforme VAZ-FERREIRA & SORIANO (1960), pois não foi documentada com a captura de exemplar. Por outro lado, KOSLOWSKI IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):3-7, 28 ago 1982 6 LEMA, T. de. (1898a) afirma que muitas espécies são transportadas para o sul pelas cheias dos rios Paraguai-Parana-Uruguai, justificando, dessa forma, a presença de inúmeras espécies próprias da região de Mato Grosso ao norte da Argentina. LEMA (1980), ao examinar material, em mãos, de São Paulo e do Rio Grande do Sul, Brasil, identificados como T. reticulatus (os de São Paulo por P. E. Vanzolini e os do Rio Grande do Sul por C. Gans), sen- tiu diversas divergências com as diferentes descrições de T. reticulatus, tanto que, em seu artigo, sugere a possibilidade de variação geográfica. Por outro lado, estando em jogo a autoridade de Vanzolini e de Gans, a existência de poucos especimens disponiveis para exame e, principalmen- te, a complexidade do conceito de T. reticulatus, cautelosamente man- teve as determinações. A complexidade citada na conceituação de T. reticulatus diminuiu com a revisão de DIXON & HENDRICKS (op.cit.), mas ainda existe devido aos inúmeros aportes dos mais diferentes autores em diferentes épocas, iniciando-se com a descrição original, cujo laconismo é por demais omisso e impõe-se um reexame de todos os espécimens regis- trados e depositados com esse nome. DIXON & HENDRICKS (op.cit) sentem o problema e afirmam que a revisão de T. reticulatus realizada por eles era, ainda, preliminar. Finalmente, observando-se em DIXON & HENDRICKS (op.cit.) o mapa (Fig. 3) e o gráfico da variação das escamas dorsais de T. bron- gersmianus (Fig. 4a), nota-se a possível existência de, pelo menos, duas subespécies: (a) uma oriental, distribuída pela planície costeira do Brasil até Trinidad, onde se enquadra o material do Rio Grande do Sul; outra (b) ocidental, ocupando as bacias do Paraná, Paraguai e suas ad- jacências. Quanto ao material do nordeste e setentrional, não poderá ser o mesmo ocorrente no Brasil Sul-Oriental, à luz de tudo o que se tem dito em termos de Zoogeografia (MULLER, 1973). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DIXON, J.R. & HENDRICKS, F.S. 1979. The wormsnakes (Family Typhlopidae) of the neotropics, exclusive of the Antilles. Zoologische Verhandelingen, Leiden (173):1-39, Dec. 10 fig. KOSLOWSKY, J. 1898. Enumeración sistemática y distribución geográficaf de los rep- tiles argentinos. Revista del Museo de La Plata, La Plata (Buenos Aires), 8:161- 200. 1898a. Ofidios de Matto-Grosso (Brasil). Revista del Museo de La Plata, La Plata, 8:25-32. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):3-7, 28 ago 1982 Sobre a ocorrência de Typhlops... 7 LEMA, T.de. 1980. Ocorrência de Typhlops reticulatus (L., 1766) no Estado do Rio Grande do Sul (Brasil) e comentários sobre a espécie (Ophidia: Typhlopidae). ‚. Iheringia, Série Zoologia, Porto Alegre (56):7-14, mar. 5 fig. MULLER, P. 1973. The dispersal centres of terrestrial vertebrates in the Neotropical realm. Biogeographica, The Hague, 2:1-244. 101fig., 2 est. VANZOLINI, P.E. 1972. Typhlops brongersmai spec. nov. from the coast of Bahia, Brasil (Serpentes: Typholopidae). Zoologische Mededelingem, Leiden, 47 :27-29, Oct. 3fig. 1976. Typhlops brongersmianus, a new name for Typhlops brongersmai Van- “zolini, 1972, preoccupied (Serpentes, Typhlopidae). Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, 29:247. VAZ-FERREIRA, R. & SORIANO, B.S. de. 1960. Notas sobre reptiles del Uruguay. Revista de la Facultad de Humanidades y Ciencias, Montevideo (18):133-206. Nov. 10est. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):3-7, 28 ago 1982 u Er nn RT TREE ie 50 " a ' é Ja 4 - ” 4 “N 3% ' en q A j ( à : DIN E Did eta , « N És - 3 . E o ea n ( in = ir J - sa - E - Ê a Es k 7 x fi una, É add ! " DRM: O Ea . a ie od o ED dd wi. 1 á ea (8 8 . 6% AMA a ‘ zZ é A 1 Ma. 4 ie h die. Tu “o u ps | a rt > 4 ” r E» = [aa Dt ro a ! Vá it, er; , | ion ni ALI IRA! y u se rel 3 Or Fu ARE N Ya 14 all 28 = Pas ne b ATA Lista preliminar dos cicadelideos (Homoptera, Cicadellidae) do Brasil* Keti Maria Rocha Zanol** Max de Menezes*** RESUMO Apresenta-se uma lista preliminar das espécies de Cicadeliidae (Hemiptera, Homop- tera) ocorrentes no Brasil, transcritas da literatura, com citações de novas ocorrências e de suas plantas hospedeiras. ABSTRACT This work presents a preliminary list of the species of the Cicadellidae (Hemiptera, Homoptera) from Brazil translated of the literature with new records and host plants. INTRODUÇÃO As cigarrinhas da familia Cicadellidae constituem um grupo de in- setos de reconhecida importância agricola. Além dos prejuízos causados diretamente às plantas pela retirada da seiva, muitas espécies são to- xicogênicas e várias outras são vetoras de importantes fitoviroses. A fauna de Cicadellidae da região Neotropical e, especialmente a do Brasil, tem permanecido pouco conhecida em comparação a de outras regiões zoogeográficas, principalmente a Neártica e a Paleártica. A grande maioria das espécies dessa família referida para a região Neotropical pode ser conhecida com auxílio de vários trabalhos que apresentam estudos revisivos a nível de subfamília e de gêneros: Agalliinae (OMAN, 1933, 1934, 1938; KRAMER, 1964); Cicadellinae (YOUNG, 1968, 1977); Ledrinae (KRAMER, 1966; NIELSON, 1962); Ty- phlocybinae (YOUNG, 1952, 1959, 1957; LINNA VOURI, 1954); Gyponinae (DELONG & FREYTAG, 1972); Iassinae (KRAMER, 1963); Neocoe- lidiinae (KRAMER, 1964): Deltocephalinae (LINNAVUORI, 1959; BLOCKER, 1967) Xestocephalinae; Neobalinae; Bythoninae; Nirvaninae * Trabalho aceito para publicação em 11.1.1982. Contribuição FZB nº 249. ** Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Proc. 105941-79), no Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Caixa Postal 1188, 90.000, Porto Alegre, RS, Brasil. *** Pesquisador do Centro de Pesquisas do cacau, Comissão Executiva do Plano da Lavoura Ca- caueira (CEPLAC/CEPEC) Caixa Postal 7, 45.600, Itabuna, Ba, Brasil. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):9-65, 28 ago 1982 10 ZANOL, K.M.R. & MENEZES, M. de. (LINNAVUORI, 1959). Muitos outros trabalhos foram publicados con- tendo descrições de espécies novas e outras informações sobre a fauna Neotropical. De enorme valor para o taxonomista de Cicadellidae é o Catálogo Geral de Homoptera de METCALF (1962 - 1968). No Brasil, DUTRA (1966, 1967, 1969, 1971, 1972) realizou estudos com a subfamília Agalliinae descrevendo espécies novas do gênero Agallia Curtis, 1833; MENEZES (1973, 1974, 1975) descreve gênero e espécies novas da subfamília Deltocephalinae. SILVA et alii (1968) or- ganizam o cátalogo dos insetos ocorrentes no Brasil. Nesse catalogo, são citados 48 espécies de cicadelideos indicando localidade de ocorrência e plantas hospedeiras. Sobre a familia Cicadellidae, apesar de apresentar espécies de reconhecida importância agricola, no Brasil, muito pouco se conhece quanto a sua distribuição geográfica, plantas hospedeiras e dos danos por elas causados. O presente trabalho visa listar as espécies já referidas na literatura para o Brasil, apresentando também registro de novas ocorrências e suas plantas hospedeiras, ampliando o conhecimento sobre as espécies bra- sileiras. MATERIAL E MÉTODOS As espécies de Cicadellidae listadas são aquelas referidas na literatura, constando, também, de observações inéditas, realizadas nos últimos 12 anos (indicadas por *). As espécies referidas, pela primeira vez, para o Estado da Bahia, foram coletadas em canteiros de gramíneas e leguminosas, com auxílio do aspirador D'VAC em Ilhéus e, com rede de varredura, em Teixeira de Freitas. As espécies citadas para o Estado de São Paulo foram coligidas em gramíneas e em leguminosas com rede de varredura. Utilizou-se também armadilha luminosa e outras fontes de luz. No Rio Grande do Sul, as coletas foram processadas com armadilha luminosa do tipo “Luiz de Queiroz”, nos municípios de Porto Alegre, Guaiba e Viamão. As subfamilias estão relacionadas conforme LINNAVUORI (1959), adotando-se a ordem alfabética tanto para as subfamílias como para os gêneros e espécies apresentadas seguidas da distribuição geográfica, plantas hospedeira e referências bibliográficas. Quanto à distribuição geográfica, na literatura, em alguns casos, não há nenhum detalhe sobre a localidade onde o inseto foi coletado, sendo citado apenas “Brasil”; às vezes, somente é mencionada a região de ocorrência e, em outros casos, apenas o nome da localidade, com o provável estado ou território ao qual pertence. As plantas hospedeiras citadas nas novas ocorrências pelo nome vulgar estão lis- tadas em ordem alfabética no apêndice, seguidas do seu nome científico. No caso de mul- tiplicidade de denominações vulgares, essas são citadas no texto seguidas por uma letra (A, B, C, etc.) que também aparece na relação final. Algumas vezes é possivel citar as plantas hospedeiras transcritas da literatura. Para evitar o grande número de repetições desnecessárias, todas as referências bibliográficas são citadas no texto apenas pelo número de ordem no qual aparecem no capítulo correspondente, ao final do trabalho. Os espécimens coletados no Rio Grande do Sul nee -se depositados na coleção entomológica do MCN (Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotänica do IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(61):9-65, 28 ago 1982 Lista preliminar dos cicadelideos... 11 Rio Grande do Sul), os coligidos na Bahia, estão, em parte, inseridos na coleção do MCN, e o restante na coleção entomológica do CEPEC (Centro pesquisas do Cacau) e os coletados em São Paulo, distribuidos entre o MZUSP (Museu de Zoologia da Universi- dade de São Paulo), Departamento de entomologia da ESALQ (Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”) e no CEPEC. A. ES mg de Db 5 já ESPÉCIES BRASILEIRAS E SUA DISTRIBUIÇÃO Subfamília AGALLIINAE Agallia Curtis, 1833 albidula Uhler, 1895. Brasil (102), tomateiro (93). Para (86), San- tarém (99). Amazonas, Manaus (94). Pernambuco (86, 94). Bahia (86,99). Mato Grosso (86,94), Chapada dos Guimarães (99). Minas Gerais (86,94), Jacare (99). Mato Grosso do Sul, Corumbá (69). Rio de Janeiro (86,94). São Paulo (69, 86, 94), alface, batata, beterraba, espinafre, linho, tabaco, tomate (2), Botucatu, alface (*). São Paulo, Rio Grande do Sul, acelga, alface, batatinha, beterraba, capim quicúio, chicoria, feijoeiro comum, fumo, girassol, mamoneiro, oró, pimentão, tomateiro, trigo, Crotalaria juncea (106). Santa Catarina, Nova Teutonia (69). Rio Grande do Sul, batata inglesa (3,4), girassol (4). . alvarengai Dutra, 1971. Rio de Janeiro (Corcovado) (41). . assimilis (Stal, 1862). Brasil (55, 66). Rio de Janeiro (86,109). Santa Catarina, Nova Teutonia (69). blanda Oman, 1938. Rio de Janeiro, Itatiaia (39). Rio Grande (sic) (69). . brasiliana Dutra, 1966. Distrito Federal, Brasilia (Parque Zoobo- tânico) (37). . brevicauda Oman, 1938. Bahia (86). Mato Grosso, Chapada dos Guimarães (99). . carioca Dutra, 1966. Rio de Janeiro (37). São Paulo (serra da Ro- caina) (41). cetra Kramer, 1964. Minas Gerais (55). . cezia Dutra, 1967. Distrito Federal, Brasília (38). Minas Gerais, Jaboticatubas, Rio de Janeiro, Itatiaia (41). clara Oman, 1938. Bahia (86). Mato Grosso, Chapada dos Guimarães (99). . cobera Kramer, 1964. Rio de Janeiro, Angra dos Reis, Jussaral (55). . configurata Oman, 1933. Goiás (86). Mato Grosso do Sul, Corumbá (94). IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):9-65, 28 ago 1982 12 A. . cucata Kramer, 1964. Rio de Janeiro, Angra dos Reis, Jussaral (55). . depleta Oman, 1938. Pará, Santarém (39,99). Amazonas, Manaus AS >> A. Do Do DB De ZANOL, K.M.R. & MENEZES, M. de. corumba Oman, 1938. Mato Grosso do Sul, Corumba (99). (39,99). Pernambuco (39,86,99). Bahia (39,86,99). Mato Grosso, Chapada dos Guimarães (39,99). Rio de Janeiro (39,99). São Paulo, Cachoeiro, São Sebastião (39). . hyalina Oman, 1938. Bahia (86). Mato Grosso, Chapada dos Gui- maräes (99). . incerta Oman, 1938. Rio Grande (sic) (69). . incisa Oman, 1938. Bahia (86). Mato Grosso, Chapada dos Gui- maräes (99). . inornata Oman, 1938. Pará, Santarém (99). Bahia (86). . Interrogationis Osborn, 1923. Bahia (86). Mato Grosso, Chapada dos Guimarães (99). Minas Gerais (56). . lauta (Stal, 1862). Brasil (66). Pernambuco, Bahia, Mato Grosso (86,99). Rio de Janeiro (86,99,109). São Paulo, mamoneira (106). Rio Grande do Sul (86,99). Rio Grande (sic. (69). . lineata Osbom, 1923. Bahia (86). Mato Grosso, Chapada dos Gui- maräes (99). Santa Cruz (sic) (100). . manaosa Oman, 1938. Amazonas (86), Manaus (99). minuenda Oman, 1938. Pará (86,99). Bahia (99). Mato Grosso, Chapada dos Guimarães (99), Cuiaba (69). Mato Grosso do Sul, Corumbá (99). - modesta Osborn & Ball, 1898. Bahia (86). Mato Grosso, Chapada dos Guimaraes (99). São Paulo (99). . modestoides Linnavuori, 1956. Brasil (55). Santa Catarina, Nova Teutonia (69). . neoalbidula Oman, 1938. Para, Santarém (99). Bahia (86). Mato Grosso, Chapada dos Guimarães (99). nigerrima Oman, 1938. Bahia (86). Mato Grosso, Chapada dos Guimarães (99). . paulistana Dutra, 1972. São Paulo, São José Barreiro (serra da Bocaina) (42). . peregrinans (Stal, 1859). Brasil (55). Rio de Janeiro (86,99,101,108). . phalerata (Stal, 1859). Brasil (55). Rio de Janeiro (66,86,108). . quadrata Oman, 1938. Bahia (86). Mato Grosso, Chapada dos Guimarães (99). . serrana Dutra, 1969. Rio de Janeiro, Terezópolis (serra dos Orgãos) (39). . varzeana Dutra, 1970. Rio de Janeiro, Terezópolis (40). Agalliana Oman, 1933 ensigera Oman, 1934. Brasil (86), tomateiro, tabaco, girassol (93). IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(61):9-65, 28 ago 1982 Lista preliminar dos cicadelideos... 13 > > Si) m 8 Säo Paulo, plantas cultivadas (7), algodoeiro, batatinha, girassol, mamoneiro, tomateiro, trigo (106), Botucatu, alface (*). Rio Grande do Sul, tomateiro (3,4), girassol (4). . fusca Oman, 1934. Mato Grosso (86). Mato Grosso do Sul, Corumbá (95). São Paulo, pangola E (*). . sticticollis (Stal, 1859). Brasil, tomateiro (93). Amazonas, Pernam- buco (86,94,95). Bahia, Ilhéus, Kudzu tropical, Teixeira de Freitas, estilosantes B (*). Mato Grosso, Minas Gerais (86.94,95). Rio de Janeiro (66,86,94,95,108). São Paulo, girassol, tomateiro (7), Bo- tucatu, alface (*). São Paulo, Rio Grande do Sul, batatinha, beter- raba, fumo, girassol, guanxuma, Solanum gracile, (106). Rio Grande do Sul, batata, fumo, mata cavalo, Solanum gracile, tomate (3,4), batata inglesa, girassol (4). Agalliopsis Kirkaldy, 1907 . atricollis Linnavuori, 1956. Brasil (55). Santo Antonio (sic) (69). . elegans Oman, 1938. Bahia (86). Mato Grosso, Chapada dos Gui- maräes, Mato Grosso do Sul, Corumba (99). Santa Catarina, Nova Teutonia (69). . vicosa Oman, 1938. Minas Gerais (86), Vicosa, sobre leguminosas (99). Espirito Santo (69). Säo Paulo, feijoeiro comum, guanxuma, tomateiro (106), Botucatu, alface (*). Santa Catarina, Blumenau, Nova Teutonia (69). Rio Grande (sic) (69). . ornata Oman, 1938. Bahia (86). Mato Grosso, Chapada dos Gui- maräes, Mato Grosso do Sul, Corumba (99). . tincta Oman, 1938. Bahia (86). Mato Grosso, Chapada dos Gui- marães (99). . zenestra Kramer, 1964. Rio de Janeiro, Angra dos Reis, Jussaral (55). “Brasopsis Linnavuori, 1954 . gilvipes (Stal, 1862). Brasil (55,65). Rio de Janeiro (86,109). Bergallia Oman, 1938 . alternata Oman, 1938. Santa Catarina, Nova Teutonia (69). Chromagallia Linnavuori, 1954 . flavofasciata (Stal, 1854). Brasil (55,86,107). . saucia (Stal, 1862). Rio de Janeiro (55,66,86,109). Euragallia Oman, 1938 . albopunctata Oman, 1938. Mato Grosso (86). Mato Grosso do Sul, Corumbá (55,99) . attenuata Oman, 1938. Brasil (69). Bahia (86). Mato Grosso, Cha- pada dos Guimarães (99). IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):9-65, 28 ago 1982 14 m 8 my ty ty os A. ZANOL, K.M.R. & MENEZES, M. de. . declivata (Osborn, 1923). Mato Grosso, Guapore (86,99). Mato Grosso do Sul, Corumbá (99). . furculata (Osborn, 1923). Pará, Santarém (99). Bahia (86,99). Mato Grosso, Chapada dos Guimarães, Mato Grosso do Sul, Corumba (99). Rio de Janeiro (69). . lata Oman, 1938. Bahia (86). Mato Grosso, Chapada dos Guimarães (99). Santa Catarina, Nova Teutonia (69). machaera Kramer, 1964. Minas Gerais, Belo Horizonte (55). . magnicauda Oman, 1938. Bahia (86). Mato Grosso, Chapada dos Guimarães (99). Ê major (Lethierry, 1890). Pará (86,99). major breviata Oman, 1938. Mato Grosso (86). Mato Grosso do Sul, Corumba (99). Igerna Kirkaldy, 1903 clavata (Oman, 1938). Mato Grosso (86). Mato Grosso do Sul, Corumbá (99). dentata (Oman, 1938). Mato Grosso, Cuiaba (69), Guapore (86). Rondônia, Santo Antonio de Guaporé (69). | parallela (Oman, 1938). Mato Grosso (86). Mato Grosso do Sul, Corumba (99). parma (Oman, 1938). Bahia (86). Mato Grosso, Chapada dos Gui- maräes, Mato Grosso do Sul, Corumba (99). Rio Grande (sic ) (69). punctata (Oman, 1934). Brasil (55). Santa Catarina, Nova Teutonia (69). Megagallia Linnavuori, 1954 punctaticollis (Stal, 1862). Brasil (55,66,86,109). Rio de Janeiro (109). Subfamília APHRODINAE Pagaronia Ball, 1902 . mollicella (Fowler, 1900). Brasil (82). São Paulo, grama, capim quicúio (106). Subfamília CICADELLINAE Tribo PROCONIINI Acrocampsa Stal, 1869 bakeri Young, 1968. Brasil (84). Para, Santarém, Rio de Janeiro (113). A. diminuta (Walker, 1851). Brasil (84). Monat (sic) (113). Al pallipes (Fabricius, 1787). Pará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):9-65, 28 ago 1982 Lista preliminar dos cicadelideos... 15 DDD EEE EEE v>s Espirito Santo, Rio de Janeiro (84). . radiata Young, 1968. Pernambuco (113). . rutilans (Fabricius, 1803). Brasil (84,113). Acrogonia Stal, 1869 . flaveoloides Young, 1968. Rio de Janeiro (113). . flavoscutellata (Signoret, 1855). Brasil (113). . gracilis (Osborn, 1926). Brasil (84,113). . hastata(Walker, 1858). Para, Santarém (113). . plana (Fabricius, 1787). Brasil (84). sagittaria (Walker, 1858). Brasil (84,113). . sparsuta (Signoret, 1855). Säo Paulo, algodoeiro, cafeeiro, girassol (106). . tridentata Young, 1968. Para, Itaituba (113). . virescens (Metcalf, 1949). Mato Grosso, Chapada dos Guimaräes (113). Anacrocampsa Young, 1968 . bidens (Taschenberg, 1884). Brasil (84,113). . frenata (Melichar, 1926). Brasil (84). . wagneri Young, 1968. Brasil (84). Rio de Janeiro, Nova Friburgo (113). Aulacizes Amyot & Serville, 1843 basalis Walker, 1851. Brasil (84,113). . clypeata (Signoret, 1855). Brasil (84,113). conspersa Walker, 1851. Brasil (84). Rio Grande do Sul (113). . divergens Schmidt, 1928. Brasil (84,113). . insistans (Walker, 1858). Brasil (84). Minas Gerais (113). . obsoleta Melichar, 1926. Brasil (84). Rio Grande do Sul (113). quadripunctata (Germar, 1821). Brasil (94,113). Cicciana Metcalf, 1952 C. latreillei (Distant, 1908). Brasil (84,113). Q N . Obliqua (Walker, 1851). Santa Catarina (113). Ciccus Latreille, 1829 . adspersus (Fabricius, 1803). Amazonas, Manaus (113). Rio de Ja- neiro (84). C. viridivitta (Walker, 1851). Para (84,113). Cyrtodisca Stal, 1869 . major (Signoret, 1854). Brasil (84). Dechacona Young, 1968 . missionum (Berg, 1879). Brasil (113). IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(61):9-65, 28 ago 1982 = nx ni | let [e >) ty e S 977,007 DS DIE VO CNP ZANOL, K.M.R. & MENEZES, M. de. Desamera Young, 1968 . intersecta (Germar, 1821). Brasil (84,113). Deselvana Young, 1968 . castanoptera (Melichar, 1925). Brasil (84,113). . dorsivitta (Walker, 1851). Brasil (84,113). . excavata (Le Peletier & Serville, 1825). Santa Catarina, Campo Belo, Hansa Humblout (atualmente Corupá) (113). . falleni (Stal, 1858). Brasil (84,113). . ornata (Blanchard, 1840). Brasil (84,113). . pervirgata (Amyot & Serville, 1843). Brasil (84,113). Dichrophleps Stal, 1869 aurea (Fabricius, 1803). Para (84). hamata Young, 1968. Amazonas, Tocantins (113). Diestostemma Amyot & Serville, 1843 . albipenne (Fabricius, 1803). Brasil (113). Para, Bahia, Mato Grosso, Rio de Janeiro (84). . atropunctulatum (Melichar, 1924). Brasil (84,113). . bituberculatum (Signoret, 1855). Brasil (84,113). dubium Young, 1968. Amazonas, Taracuá, Mato Grosso, Cuiaba (113). . intermedium Young, 1968. Amazonas (84,113). . ptolyca Distant, 1908. Espirito Santo, Rio de Janeiro (84). Santa Catarina (84,113). . rufocirculum Schmidt, 1910. Brasil (84,113). Egidemia China, 1927 . speculifera (Walker, 1851). Minas Gerais, Rio de Janeiro (84). Santa Catarina (84,113). Homalodisca Stal, 1869 . ignota Melichar, 1924. Brasil (113). . ignorata Melichar, 1924. Santa Catarina (113). . lucernaria (Linnaeus, 1758). Para, Santarém (113). . triquetra (Fabricius, 1803). Minas Gerais, Citrus spp (106). Homoscarta Melichar, 1926 . boliviana Schmidt, 1928, Brasil (84,113). . irregularis (Signoret, 1855). Brasil (84,113). Hyogonia China, 1927 . reticulata (Melichar, 1925). Brasil (84,113). Ichthyobelus Melichar, 1925 regularis Young, 1968. Amazonas, Fonteboã (rio Purús) (113). IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):9-65, 28 ago 1982 Lista preliminar dos cicadelídeos... 17 Molomea China, 1927 M. alternata (Signoret, 1855). Mato Grosso, Chapada dos Guimarães (113). M. cincta (Signoret, 1854). Brasil (113). Piaui, Paraiba, carnaúba, co- queiro-da-bahia (106). Mato Grosso (84). M. confluens (Melichar, 1925). Brasil (113). Rio Grande do Sul (84). M. consolida Schröder, 1959. Santa Catarina (113). M. consorta (Melichar, 1925). Brasil (84,113). M. exaltata (Melichar, 1925). Brasil (113). M. flavolimbata (Signoret, 1854). Para, Mato Grosso, São Paulo (84). Paraná (113). M. hamleti (Distant, 1908). Brasil (113). Rio de Janeiro, Santa Catarina (84). M. insignis (Distant, 1908). Santa Catarina (84). Rio Grande do Sul (84,113). M. laminata (Signoret, 1855). Brasil (84,113). M. lineiceps Young, 1968. Espirito Santo, Santa Catarina, Nova Teu- tonia, Rio Grande do Sul (113). M. magna (Walker, 1851). Espirito Santo, Rio de Janeiro, Säo Paulo (84). Santa Catarina (84,113). M. malkini Young, 1968. Mato Grosso, Barra do Tapirape, Espirito Santo (113). | M. personata (Signoret, 1854). Espirito Santo, Rir de Janeiro (84,113). Säo Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul (84). M. vermiculata (Signoret, 1855). Brasil (113). M. xanthocephala (Germar, 1821). Espirito Santo, Rio de Janeiro, Säo Paulo (84). Parana, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Porto Alegre (113). M. zikani Schröder, 1960. Brasil (113). Ochrostacta Stal, 1869 O. diadema (Burmeister, 1835). Rio Grande do Sul (113). . physocephala (Signoret, 1854). Rio Grande do Sul (113). Omagua Melichar, 1925 . fitchi (Signoret, 1855). Amazonas (113). Oncometopia Stal, 1869 . clarior (Walker, 1851). Brasil (84,113). . cordata Melichar, 1925. Brasil (84,113). . facialis (Signoret, 1854). Brasil (113). Säo Paulo, Santa Catarina (84). . flavicollis (Signoret, 1853). Brasil (84,113). ; ais Melichar, 1925. Brasil (113). Rio de Janeiro, Santa Catarina (84). oO oO So 0900 IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(61):9-65, 28 ago 1982 0009090900 = ae "u Das ZANOL, K.M.R. & MENEZES, M. de. . herpes (Signoret, 1855). Brasil (113). Bahia (84). | nigricans (Walker, 1851). Brasil (84). | obtusa (Fabricius, 1787). Rio de Janeiro (84). . resistens Melichar, 1925. Pará (84). . rubescens Fowler, 1899. Brasil (84,113). . tartarea (Stal, 1864). Guanabara (atualmente Rio de Janeiro), ca- jueiro, videira (106). Peltocheirus Walker, 1858 . bigibbosus (Signoret, 1855). Amazonas, Mato Grosso (84). paradoxus Melichar, 1926. Brasil (84,113). Phera Stal, 1864 . angustata (Melichar, 1924). Brasil (84,113). . carbonaria (Melichar, 1924). Santa Catarina (113). . luciola (Signoret, 1855). Brasil (84). Procandea Young, 1968 . marcia (Distant, 1908). Amazonas (84,113). Proconia Le Peletier & Serville, 1825 . marmorata (Fabricius, 1803). Amazonas (84,113). Bahia, cacaueiro, Espirito Santo (106). Propetes Walker, 1851 . compressa Walker, 1851. Amazonas (84). Para, Mato Grosso (84,113). . schmidti Melichar, 1925. Para, Mato Grosso (113). Pseudometopia Schmidt, 1928 P. amblardii (Signoret, 1855). Brasil (84,113). as) as) anna . latifascia (Walker, 1851). Brasil (84). Ihiranga (sic) (113). . transversa Young, 1968. Para, Jacareacanga (84,113). Rhaphirrhinus Laporte, 1832 . phosphoreus (Linnaeus, 1758). Para Amazonas (84). Bahia (84), cacaueiro (106). Splonia Signoret, 1891 . brevis (Walker, 1851). Brasil (84). Stictoscarta Stal, 1869 amazonensis Young, 1968. Amazonas, Olivenca (113). . dissimilis Schmidt, 1928. Mato Grosso (84,113). . indebita Melichar, 1926. Brasil (113). Mato Grosso (84). . linearis (Walker, 1851). Amazonas, (rio Japura) (113). . sulcicollis (Germar, 1821). Brasil (113). Minas Gerais, Rio de Ja- neiro, Säo Paulo (84), algodoeiro, videira (106). IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(61):9-65, 28 ago 1982 Lista preliminar dos cicadelideos... 19 E 3 Se DBB BB DB Tapajosa Melichar, 1924 fulvopunctata (Signoret, 1854). (Fernando de Noronha), chumbinho (106). Ceará (84,113). Paraiba, algodoeiro, angico, açafrão, cajueiro, canunzé, espinho de judeu, feijoeiro, freijóô, goiabeira, milho, pimenta do e tambor (106). Pernambuco, Bahia (84,113). Minas Gerais (113). . ocellata (Osborn, 1926). Brasil, pangola E (*). Ceará, Bahia, Mato Grosso, Chapada dos Guimarães, Minas Gerais (113). São Paulo, Araras, Campos do Jordão, Itapetininga, pangola D (*). Teletusa Distant, 1908 : limpida (Signoret, 1855). Amazonas (84,113). Tretogonia Melichar, 1926 | albicans (Walker, 1858). Brasil (84,113). bergi Young, 1968. Rio Grande do Sul, Pelotas, Porto Alegre, São Leopoldo (113). . callifera Melichar, 1926. Brasil (84,113). . cinerea (Osborn, 1926). Brasil (84,113). cribrata Melichar, 1926. Pernambuco (84,113). . lateritia (Taschenberg, 1884). Brasil (84,113). notatifrons Melichar, 1926. Para, Pernambuco, Mato Grosso, Es- pirito Santo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul (84), arrebenta cavalo, cenoura, girassol, milho, pimentão, Solanum gracile (106), mata cavalo, Solanum gracile, pimentão (3). cenoura, pimentão (4). Yotala Melichar, 1925 . boliviana Melichar, 1925. Mato Grosso (84,113). Tribo CICADELLINI Acrulogonia Young, 1977 . resima Young, 1977. Amapá, Amapari (114). Agrosoma Medler, 1960 . pulchella (Guerin, 1829). Brasil (84). Aguana Melichar, 1926 . imbricata (Signoret, 1854). São Paulo, Santos (114). . russata Young, 1977. São Paulo, Ribeirão Pires (114). Amblyscarta Stal, 1869 . alternata Young, 1977. Amazonas, Coary (rio Autaz), Teffe (114). . aurulenta (Fabricius, 1787). Brasil (114). . binotata Young, 1977. Amazonas, Fonteboä, Olivenca (rio Purüs) (114). IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(61):9-65, 28 ago 1982 bo S ZANOL, K.M.R. & MENEZES, M. de. . grammaca Young,. 1977. Mato Grosso, Chapada dos Guimarães (114). . incommoda Young, 1977. Amazonas, Teffe (114). . invenusta Young, 1977. Bahia, Paraná, Santa Catarina (114). . obscura Young, 1977. Amazonas, Nova Olinda (rio Purús) (114). . pulchra (Fabricius, 1803). Amazonas (rio Purüs) (114). . schaumi (Signoret, 1853). Brasil (114). . stillifera (Stal, 1862). Brasil (114). . trinotata Young, 1977. Para, Benevides (114). ; Amblyscartidia Young, 1977 albofasciata (Walker, 1851). Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Campos do Jordão, Santa Catarina (114). dariona Young, 1977. Rio de Janeiro (Floresta do Macao, Corco- vado), São Paulo, Ubatuba (Ilha Grande). Santa Catarina, Nova Teutonia (114). duodecimpunctata (Germar, 1821). Brasil (114). . elegantissima(Blanchard, 1840). Brasil (114). . feminae Young, 1977. Rio de Janeiro, Entre Rios (114). . incredibilis Young, 1977. Minas Gerais, Caraca, Matusinhos, Passa Quatro, Espirito Santo, Tijuco Presto, Rio de Janeiro (114). . Juliacoides Young, 1977. Distrito Federal, Brasilia, Rio de Janeiro, Teresöpolis, Santa Catarina, Corupa, Rio Grande do Sul, Säo Leopoldo (114). . luteolinea (Taschenberg, 1884). Brasil (114). . pardaliota Young, 1977. Minas Gerais (rio Las Piedras), Espirito Santo, Säo Paulo, Botocatu (114). Balacha Melichar, 1926 B. melanocephala (Signoret, 1854). Rio Grande do Sul (114). Begonalia Young, 1977 B. hydra (Distant, 1908). Brasil (114). Borogonalia Young, 1977 B. impressifrons (Signoret, 1854). Brasil (114). Bucephalogonia Melichar, 1926 B. xanthophis (Berg, 1879). Bahia, Teixeira de Freitas, capim-de-burro, estilosantes B, pangola B (*). Mato Grosso (rio Caraguatãá), Minas Gerais (114). São Paulo, algodoeiro, batatinha, grama (106), Cer- queira Cesar, pangola D (*). Caldwelliola Young, 1977 C. lutea (Signoret, 1855). Brasil (84). C. solimoeana Young, 1977. Rondônia, Porto Velho (114). Do» "ba > bb > > IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(61):9-65, 28 ago 1982 Lista preliminar dos cicadelideos... 21 lt) GI O OD DO B&B Di Sr) Caragonalia Young, 1977 .. carminata (Signoret, 1855). Santa Catarina, Corupá, Rio Grande do Sul (114). . monstruosa (Signoret, 1853). Brasil (114). . tarsalis (Signoret, 1855). Minas Gerais (114). Cardioscarta Melichar, 1932 . albigutta (Walker, 1851). Brasil (114). Espirito Santo (84). flavifrons (Signoret, 1853). Brasil (114). Espírito Santo (84). . quadrifasciata (L., 1758). Amazonas (rio Autaz) (114). Pernambuco, Bahia, Minas Gerais (84). . sponsa Melichar, 1932. Rio Grande do Sul (84,114). . vernicosa (Le Peletier & Serville, 1825). Brasil (114). Rio de Janeiro (84). Catagonalia Evans, 1947 . conjunctula (Osborn, 1926). Mato Grosso (114). . lunata (Signoret, 1854). Amazonas, Teffé (114). Chlorogonalia Young, 1977 . coeruleovittata (Signoret, 1855). Brasil (114). . tharma Young, 1977. Pará, Itaituba (114). Ciminius Metcalf & Bruner, 1936 . albolineatus (Taschenberg, 1884). Brasil (114). . platensis (Berg, 1879). Brasil (114), pangola E (*) São Paulo, Bo- tucatu, Itapetininga, Mococa, Piracaia, São José do Rio Preto, São Luiz do Paratinga, pangola D, Brotas, Jaú, braquiária, pangola D (*). . yana, Young, 1977. Mato Grosso (rio Caraguata), Rondönia, Guajara Mirim (114). Coronigoniella Young, 1977 . bonita Young, 1977. Pernambuco, Bonito (114). . spinosa (Osborn, 1926). Mato Grosso, Chapada dos Guimarães (114). . yara Young, 1977. Pará, (rio Gurupá), Maranhão, (igarapé Gurupá- Una) (114). Crossogonalia Young, 1977 . hectica (Signoret, 1854). Bahia, Rio de Janeiro, aroeira-do-campo (114). Rio de Janeiro (106). Cyclogonia Melichar, 1926 . praetextatula (Jacobi, 1905). Para, Latituba (114). Dasmeusa Melichar, 1926 . flavescens Metcalf, 1965. Brasil (114). IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(61):9-65, 28 ago 1982 ZANOL, K.M.R. & MENEZES, M. de. =) IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(61):9-65, 28 ago 1982 DD 90b5555D5555 DD Bb DDD Diedrocephala Spinola, 1850 . variegata (Fabricius, 1775). Mato Grosso, (rio Caraguatá), Paraná, Santa Catarina (114). Dilobopterus Signoret, 1850 . adocetus Young, 1977. Amazonas, Olivença, (114). . bracteatulus (Jacobi, 1905). Rio de Janeiro, Itatiaia (114). . costalimai Young, 1977. Mato Grosso, Barra do Taparipé, Chapada dos Guimarães, São Paulo, Campinas (114). demissus (Fabricius, 1803). Para, Santarém, Mato Grosso, Chapada (114). dispar (Germar, 1821). Santa Catarina, Nova Teutonia (114). disparulus Young, 1977. Pernambuco, Bonito, algodoeiro, Pata Iguassu (114). exaltatus (Fabricius, 1803). Amazonas (rio Autaz) (114). fastuosus (Fabricius, 1803). Amazonas (rio Autaz) (114). fenestratus Young, 1977. Pará, Itaituba (114). gaudens (Walker, 1851). Brasil (114). jemima (Distant, 1908). Brasil (114). laetus (Walker, 1851). Brasil (114). multicolor (Walker, 1851). Brasil (114). oliquatulus (Jacobi, 1905). Brasil (114). ponerus Young, 1977. Mato Grosso, Chapada dos Guimarães (114). segmentalis (Signoret, 1853). Brasil (114). selvanus Young, 1977. Rondônia, Porto Velho, Mato Grosso (114). fg (Jacobi, 1905). Mato Grosso, Chapeda dos Guimarães 114). trinotatus (Signoret, 1853). São Paulo, Santos (114). vicins (Signoret, 1853). Brasil (114). Erythrogonia Melichar, 1926 calva (Taschenberg, 1884). Brasil (114). Santa Catarina (84). colorata (Germar, 1821). Brasil (114). dorsalis (Signoret, 1853). Brasil (114). dottaga Medler, 1963. Brasil (114). dubia Medler, 1963. Brasil (114). excisa Melichar, 1926. Brasil (84,114). hertha Medler, 1963. Brasil (114). jumaca. Medler, 1963. Brasil (114). laeta (Fabricius, 1787). São Paulo, Rio Grande do Sul (84). marilis Melichar, 1926. Brasil (84,114). melichari Schmidt, 1928. Brasil (114). Santa Catarina. (84). . mixta Medler, 1963. Brasil (114). . notatula Melichar, 1926. Brasil (84,114). Lista preliminar dos cicadelídeos... 23 ão ES o o mm | notara Medler, 1963. Brasil (114). | ondosera Medler, 1263. Brasil (114). partita Melichar, 1926. Espirito Santo (84). pectinata Young, 1977. Pará, Óbidos, Amazonas (114). phoenicia (Signoret, 1853). Brasil (114). Minas Gerais, Espirito San- to, Rio de Janeiro, São Paulo (84). plagiella Melichar, 1926. Brasil (114). proterva Melichar, 1926. Brasil (84,114). quadriplagiata (Walker, 1851). Minas Gerais (84). separata Melichar, 1926. Brasil (114), Santa Catarina (84). servilis Melichar, 1926. Brasil (114). Pará (84). sexguttata (Fabricius, 1803). Brasil (114). sparta Melichar, 1926. Brasil (114). Para (84). veiox Melichar, 1926. Brasil (114). Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo (84). xiperca Medler, 1963. Brasil (114). Exogonia Melichar, 1926 . assimilis (Signoret, 1853). Bahia, São Paulo (114). . hyalinosparsa (Melichar, 1932). Espirito Santo (84,114). . leucampix (Signoret, 1853). São Paulo, Santa Catarina, Nova Teutonia (114). . semivitta (Walker, 1851). Bahia (114). Espirito Santo (84). Ferrariana Young, 1977 . submarginalis (Osborn, 1926). Brasil (114). . trivittata (Signoret, 1854). São Paulo, Piracicaba (114). Fonsecaiulus Young, 1977 | cognatus (Schmidt, 1928). Santa Catarina (84,114). . dorsifascia (Osborn, 1926). Mato Grosso, Chapada dos Guimarães (114). . flavovittata (Stal, 1859). Espirito Santo (74,114). Rio de Janeiro (74,84,102,108,114). São Paulo (74). . sanguineovittata (Signoret, 1855). Bahia (74). Mato Grosso, Chapada dos Guimarães (114). Espirito Santo (74). Rio de Janeiro (102). . sciotus Young, 1977. Bahia, Santo Antonio da Barra (114). Fusigonalia Young, 1977 | obtecta (Signoret, 1855). Pará, Itaituba (114). Geitogonalia Young, 1977 . quatuordecimmaculata (Taschenberg, 1884). Brasil (114). Rio de Janeiro (84). Hanshumba Young, 1977 . brasura Young, 1977. Santa Catarina, Hansa Humboldt (atualmente IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(61):9-65, 28 ago 1982 24 ZANOL, K.M.R. & MENEZES, M. de. Corupá) (114). Hortensia Metcalf & Bruner, 1936 H. innotata (Walker, 1851). Brasil (114). H. similis (Walker, 1851). Bahia, Ilhéus, capim buffel, capim estrela, E SS gaton-panic, green-panic, pangola A, soja perene, Teixeira de Freitas, capim sete-leguas, pangola C (*). Mato Grosso (114). São Paulo, capim quicúio, grama (106), Araras, Cerqueira Cesar, Ita- petininga, Mococa, Piracaia, São José do Rio Preto, São Luiz do Paratinga, pangola D, Brotas, Jaú, braquiária, pangola D, Botucatu, braquiária, grama batatais, pangola D, Rio Grande do Sul, Guaiba, Porto Alegre, Viamão (*). Inuyana Young 1977 pendulosa (Osborn, 1926). Rondônia (rio Guaporé) (114). Iragua Melichar, 1926 nubila Young, 1977. Brasil (114). vallis Young, 1977. Amazonas, Fonteboa, Olivença, Tocantins (114). Isogonalia Young, 1977 sexlineata (Signoret, 1855). Pará, Santarém (114). Jakrama Young, 1977 . Rrameri Young, 1977. Amazonas, Fonteboã, Olivença (114). . riparia Young, 1977. Amazonas, Olivença, Manaus (rio Negro) (114). . servillei (Signoret, 1853). Amazonas (rio Purüs) (114). . taeniata Young, 1977. Amazonas, Olivença, Teffé (114). Juliaca Melichar, 1926 J. chapini Young, 1977. Minas Gerais, Ouro Preto, Rio de Janeiro (114). J. lepida (Signoret, 1855). Pará, Itaituba (114). GARRA HH S N . pergrata (Melichar, 1932). Para, Itaituba (114). Ladoffa Young, 1977 . comitis Young, 1977., Mato Grosso, Barra do Tapirape (114). . enochra Young, 1977. Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, San- tos (114). . insperata Young, 1977. Amazonas, Taracua (rio Uaupes) (114). nozama Young, 1977. Amazonas, Tocantins (rio Autaz) (114). . obscurana Young, 1977. Para, Itaituba, Santarem (114). . paraensis Young, 1977. Para (114). Laneola Young, 1977 . rubricauda (Signoret, 1854). Minas Gerais, Rio de Janeiro (114). Säo Paulo (84,114). IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(61):9-65, 28 ago 1982 Lista preliminar dos cicadelideos... 25 — Lautereria Young, 1977 . apperita Young, 1977. Mato Grosso, Barra do Tapirapé (114). . helvola (Melichar, 1932). Brasil (114). Amazonas (84). . mozana Young, 1977. Amazonas, Fonteboa, Olivença (114). . oriunda (Melichar, 1932). Para (84). . tapirapensis Young, 1977. Mato Grosso, Barra do Tapirapé (114). Lebaja Young, 1977 . mediana Young, 1977. Minas Gerais, Viçosa, erva daninha, grama, leguminosa, Mato Grosso do Sul, Corumbá, Espirito Santo, São Paulo, Piracicaba (114). Lissoscarta Stal, 1869 . catutara Young, 1977. Amazonas, Taracuá, Umarituba, (rio Negro, rio Uaupés) (114). . pebasensis Young, 1977. Brasil (114). . pereneensis Young, 1977. Brasil (114). . vespiformis (Fabricius, 1803). Brasil (114). Macugonalia Young, 1977 M. brasiliensis (Metcalf, 1965). Brasil (114). M. cavifrons (Stal, 1862). Brasil (114). M. contristata Young, 1977. Goiás (lago Feio perto de Formosa), Mato Grosso (rio Caraguata) (114). M. dallasi (Signoret, 1853). Brasil (114). M. fritilla Young, 1977. Mato Grosso, Chapada dos Guimarães (114). M. geographica (Signoret, 1855). Brasil (114). M. leucomelas (Walker, 1851). Bahia, Ilhéus, estilosantes A (*). São Paulo, algodoeiro, guanxuma, orö (106), Botucatu, alface (*). M. moesta (Fabricius, 1803). Brasil (114). M. pyrrhoptera (Stal, 1862). Brasil (114). M. rufonigra (Taschenberg, 1884). Brasil (114). M. semiguttata (Signoret, 1853). Brasil (114). M. sobrina (Stal, 1862). Minas Gerais (114). São Paulo, Itapetininga, pangola D (*). Santa Catarina, Nova Teutonia (114). M. spinolai (Signoret, 1853). Brasil (114). M. tribunicia (Berg, 1879). Brasil (114). M. variabilis (Signoret, 1854). São Paulo, aboboreira, cafeeiro, girassol (106). (ES EN EE E a) egos o Mesogonia Melichar, 1926 M. braccatula (Jacobi, 1905). Pará, Itaituba (114) M. ferrugatula (Breddin, 1901). Brasil (114). M. involuta (Osborn, 1926). Para, Itaituba (114). M. itaitubana Young, 1977. Pará, Itaituba (114). IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(61):9-65. 28 ago 1982 26 e ZANOL, K.M.R. & MENEZES, M. de. M. paganula (Jacobi, 1905). Pará, Itaituba (114). M. semicinctula (Osborn, 1926). Para, Itaituba (114). M. stillatula (Breddin, 1902). Brasil (114). M. vinnula Young, 1977. Amapá, Porto Platon (114). Microgoniella Melichar, 1926 M. illustris (Signoret, 1854). Brasil (114). São Paulo (84). M. pudica (Fabricius, 1803). Brasil (114). Espirito Santo, Rio de Janeiro (84). M. sociata (Fowler, 1900). Minas Gerais (84). N. oO v O 900099000 999909099 Nannogonalia Young, 1977 circumcincta (Signoret, 1855). Santa Catarina, Corupá (114). Oeogonalia Young, 1977 . fossulata (Signoret, 1855). Brasil (114). Oragua Melichar, 1926 . alvarengai Young, 1977. Para Jacareacanga (114). bakeri Young, 1977. Mato Grosso, Chapada dos Guimaräes (114). . discoidula (Osborn, 1926). São Paulo, Piracicaba (114). . elegantula Young, 1977. Amazonas, Fonteboa (114). galerula Young, 1977. Amajy:á, (serra do Navio) (114). hebeta Young, 1977. Mato Grosso, Chapada dos Guimarães (114).. insipida Young, 1977. Amazonas, Manaus ,Uypairanga, (rio Negro) (114). jurua Young, 1977. Amazonas, Fonteboa (114). maculipes (Signoret, 1855). Brasil (114). maculifera Young, 1977. Santa Catarina, Corupá (114). nebulosa (Signoret, 1854). Brasil (114). osborni Young, 1977. Para, Alemquer, Santarém, Taperinha (114). repetita Young, 1977. Mato Grosso, Barra do Tapirapé (114). schmidti Young, 1977. Brasil (114). . stylata (Signoret, 1854). Amapá (serra do Navio) (114). triplehorni Young, 1977. São Paulo, Piracicaba (114). Orechona Melichar, 1926 . superba Melichar, 1926. Brasil (84, 114). Palingonalia Young, 1977 . bigutta (Signoret, 1854). Bahia (114). Pamplona Melichar, 1926 . ulcerata (Signoret, 1854). Brasil (114). Pamplonoidea Young, 1977 . yalea Young., 1977. Espirito Santo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Corupá (114). IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):9-65, 28 ago 1982 Lista preliminar dos cicadelideos... 27 B: Parathona Melichar, 1926 albostriata (Signoret, 1853). Minas Gerais, Vicoss- (114). P. gratiosa (Blanchard, 1840). Mato Grosso (114). São Paulo, algodoeiro VUNT vomito alas as as EB BL, VI SE © (106). . interstitialis (Signoret, 1855). Brasil (84). Paratubana Young, 1977 . luteomaculata (Signoret, 1853). Rio de Janeiro (114). . nigrocincta (Signoret, 1855). Brasil (84, 114). . vittifacies (Signoret, 1855). Säo Paulo, Guaituba (114). westwoodi (Signoret, 1853). Minas Gerais (114). Paromenia Melichar, 1926 auroguttata (Signoret, 1853). Brasil (114). caicus (Walker, 1862). Brasil (114). . rossi Young, 1977. Amazonas, (rio Purüs) (114) . sordida (Signoret, 1855). Amazonas, (rio Autaz) (114). Pawiloma Young, 1977 ancora Young, 1977. Minas Gerais, Espirito Santo, Säo Paulo, Ubatuba, (Ilha Grande) (114). . penancora Young, 1977. Espirito Santo, Santa Catarina (114). . victima (Germar, 1821). Minas Gerais (84). Rio Grande do Sul, alamo (106), Pelotas (114). Platygonia Melichar, 1925 . angrana Young, 1977. Rio de Janeiro, Angra dos Reis, Jussaral (114). Plesiommata Provancher, 1889 . corniculata Young, 1977. Bahia, Ilhéus, braquiária, capim, buffel, cuiabano, capim de-rhodes, capim estrela, carrapicho beiço-de-boi, green-panic, hemátria, jaragua, jetirana, pangola A, setaria nandi, scja perena, Teixeira de Freitas, pangola B, pangola D (*). Mato Grosso (rio Caraguata) (114). São Paulo, Piracicaba (114). Rio Gran- de do Sul, Guaiba (*). . mollicella (Fowler, 1900). São Paulo (114), grama (106). Santa Ca- tarina, Nova Teotonia (114). Rio Grande (sic)(114). Poeciloscarta Stal, 1869 . aurorula (Breddin, 1901). Brasil (114). . cardinalis (Fabricius, 1803). Para, Santarém (114). . extricans (Walker, 1858). Brasil (114). Ramosulus Young, 1977 bakeri Young, 1977. Para; Mato Grosso, Chapada dos Guimarães (114). . corrugipennis (Osborn, 1926). Brasil (114). IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):9-65, 28 ago 1982 9 (o +} ZANOL, K.M.R. & MENEZES, M. de. Rhopalogonia Melichar, 1926 . scita (Walker, 1851). Rio de Janeiro (114). Rotigonalia Young, 1977 . limbatula (Osborn, 1926). Brasil (114). Ruppeliana Young, 1977 coronata (Signoret, 1853). Brasil (114). coronulifera (Stal, 1862). Brasil (114). episcopalis (Signoret, 1853). Rio de Janeiro, Independência (114). fulva (Taschenberg, 1884). Brasil (114). glaucomaculata (Germar, 1821). Distrito Federal, Brasília (114). nigripes (Signoret, 1853). Brasil (114). . signiceps (Stal, 1862). Rio de Janeiro (114). tatia Young, 1977. Rio de Janeiro, Petropolis (Itatiaia) (114). taschenbergi (Berg, 1899). Brasil (114). Sailerana Young, 1977 multiplicatos (Melichar, 1932). Brasil (114). Pará (84). myersi Young, 1977. Para (114). solitaris (Signoret, 1853). Para, Amazonas (84), Fonteboã, São Gabriel (rio Purús) (114). vanvelzeni Young, 1977. Brasil (114). Scoposcartula Young, 1977 basimacula (Walker, 1851). Rio de Janeiro (114). bilimitata (Signoret, 1855). Santa Catarina, Nova Teutonia (114). bilunata (Signoret, 1855). Brasil (114). inspergata (Signoret, 1855). Maranhão, Mato Grosso (114). lancifera Young, 1977. Santa Catarina (114). limitata (Signoret, 1853). Paraná, Curitiba, Santa Catarina, Nova Teutonia (114). . oculata (Signoret, 1853). Brasil (114). perrisi (Signoret, 1855). Mato Grosso, Chapada dos Guimaräes (114). semipunctulata (Melichar, 1932). Minas Gerais, Espirito Santo (114). n nun mnonnvovoa dm Scopogonalia Young, 1977 interruptula (Osborn, 1926). Mato Grosso, Chapada dos Guimarães (114). nargena Young, 1977. Distrito Federal, Brasília. São Paulo, Santos, Paraná, Caiubá, Jacarezinho (114). . paula Young, 1977. São Paulo, Ribeirão Pires (114). . penicula Young, 1977. São Paulo, Paraná, Curitiba, Santa Catarina, Nova Teutonia, Rio Grande do Sul, Taquara (114). . subolivacea (Stal, 1862). Rio de Janeiro (114). nn mn nn IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(61):9-65, 28 ago 1982 Lista preliminar dos cicadelídeos... 29 Selvitsa Young, 1977 S. cinctosula (Osborn, 1926). Amazonas (rio Purüs) (114). S. S. tenofa Young, 1977. Amazonas, Fonteboa (114). humeralis (Signoret, 1853). Bahia, São Paulo (114). Sibovia China, 1927 S. nielsoni Young, 1977. Bahia, Salvador, Mato Grosso, Chapada dos nun nun Guimaräes (114). occatoria (Say, 1830). Minas Gerais (84, 102). sagata (Signoret, 1854). Brasil (8,44,74). Espirito Santo (74). Rio de Janeiro (109). São Paulo (74), Botucatu, alface (*). Paraná, Curi- tiba, Santa Catarina, Nova Teutonia (114). São Paulo, Rio Grande do Sul, algodoeiro, girassol, malva miúda, quiabeiro (106). Rio Gran- de do Sul (74,102). Sonesimia Young, 1977 chinai (Costa Lima, 1963). Rio de Janeiro, Teresópolis (9). Santa Catarina, Hansa Humboldt (atualmente Corupá), Nova Veneza, E São José. Rio Grande do Sul, Santa Catarina, milho, videira 106). dimidiata Young, 1977. Santa Catarina, Rio Grande do Sul (114). grandis (Walker, 1851). Rio de Janeiro, Petrópolis (114). São Paulo, Botucatu, alface (*). S. grossa {Signoret, 1854). São Paulo, Paraná, coqueiro-da-Bahia, guanxuma, malvacea selvagem (106). São Paulo, Botucatu, alface, arroz, chicoria A, B, feijão, jilo, menta, milho, morango, capim elefante, soja, Piracicaba, cana-de-açúcar (80). Soosiulus Young, 1977 azatus Young, 1977. Amazonas, (rio Autaz) (114). configuratus (Walker, 1858). Brasil (114). dextrorsus Young, 1977. Amazonas, Taracuá, (rio Uaupés) (114). fabricii (Metcalf, 1965). Brasil (114). Pará, Rio de Janeiro (84). falcifer Young, 1977. Amapá (Serra do Navio, rio Anicohi), Pará, Óbidos, Amazonas, Manaus (114). hastatus Young, 1977. Para, Santarém., Amazonas, Villa Braga (114). interpolis Young, 1977. Amazonas, Taracuá (114). klagesi Young, 1977. Para, Itaituba, Santarém, Amazonas, Villa Braga (114) lunatus Young, 1977. Amazonas, Fonteboä (114). regalis Young, 1977. Amazonas, Fonteboä (114). ruber Young, 1977. Pará, Benevides, Amazonas, Fonteboã, Teffe (114). sermunculus (Melichar, 1932). Brasil (114). IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):9-65, 28 ago 1982 nm 3 33 nv nn nnnm ZANOL, K.M.R. & MENEZES, M. de servulus (Melichar, 1932). Brasil (114). Pará (84). solidus (Melichar, 1932). Ceará (84). Pará, Itaituba (114). umaritubanus Young, 1977. Amazonas, São Gabriel (rio Autaz), Umarituba (114). Subrasaca Young, 1977 atronasa Young, 1977. Santa Catarina, Nova Teutonia (114). austera Young, 1977. Santa Catarina, Nova Teutonia (114). . flavoornata (Stal, 1862). Brasil (114). Rio de Janeiro (84). . flavolineata (Signoret, 1855). Minas Gerais (84). Rio de Janeiro, Petrópolis (114). São Paulo (84). ignicolor (Signoret, 1854). Minas Gerais (114). Rio de Janeiro, São Paulo (84). . nigriventris (Signoret, 1855). Brasil (84, 114). . rhienetta (Signoret, 1854). Rio de Janeiro (84). Säo Paulo (84, 114). Syncharina Young, 1977 argentina (Berg, 1879). Brasil (114). punctatissima (Signoret, 1854). Brasil (114). Säo Paulo, capim quicúio, grama (106), Araras, Cerqueira Cesar, Itapetininga, São Luiz do Paraitinga, pangola D, Brotas, Jaú, braquiária, pangola D, Botucatu, grama batatais, grama seda, pangola D (*). Tacora Melichar, 1926 . dilecta (Walker, 1851). Amazonas, Teffé (114). . saturata Young, 1977. Amazonas, Jatahy, Taracuá, (rio Uaupes). Rondônia, Porto Velho (114). Tettisama Young, 1977 . bisellata (Signoret, 1862). Rondônia (rio Guaporé) (114). . quinquemaculata (Germar, 1821). Bahia (84,114). Mato Grosso (114)., Minas Gerais, Espirito Santo, Rio gs Janeiro (84). Säo Paulo, arroz (106). Tipuana Melichar, 1926 albula (Osborn, 1926). Brasil (114). Torresabela Young, 1977 _ fairmairei (Signoret, 1853). Rio de Janeiro, Nimphacaea sp. (106). Säo Paulo (114). Tortigonalia Young, 1977 . torta Young, 1977. Para, Itaituba (114). Trachygonalia Young, 1977 . germari (Signoret, 1853). Espirito Santo, Santa Catarina, Nova Teutonia (114). IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(61):9-65, 28 ago 1982 Lista preliminar dos cicadelídeos... 81 Tylozygus Fieber, 1866 T. fasciatus (Walker, 1851). Brasil (114). T. geometricus (Signoret, 1854). Brasil (114). Versigonalia Young, 1977 V. ruficauda (Walker, 1851). Santa Catarina, Corupá (114). Vidanoana Young, 1977 V. flavomaculata (Blanchard, 1852). Brasil (84). Willeiana Young, 1977 W. vallonia (Distant, 1908). Rio de Janeiro, Petrópolis (114). Xenogonalia Young, 1977 X. longicornis (Osborn, 1926). Amazonas (rio Purús) (114). Posição Incerta YOUNG (1977) em seu trabalho revisivo da tribo Cicadellini colocou 13 espécies em posição incerta, devido ao mau estado de conservação em que se encontravam, impossibilitando uma correta identificação. Homalogoniella pubescens (Signoret, 1854). Rio de Janeiro (114). Cardioscarta albonotata Melichar, 1932. Brasil (84). Cardioscarta mendica (Melichar. 1932). Minas Gerais (84,114). Microgoniella flavoapicata Melichar, 1951. Espírito Santo (84). Oncometopia brasiliensis Distant, 1908. Brasil (114). _ Tettigonia cinctovittata Stal, 1855. Minas Gerais (84). Tettigonia concinna Perty, 1833. Brasil (114). Amazonas, Bahia (84). Tettigonia divisa Signoret, 1853. Säo Paulo, (Vale do Rio Pardo) (114). Tettigonia elegantula Germar, 1821. Brasil (84). Tettigonia pruinina Signoret, 1853. Brasil (114). Tettigonia reversa Walker, 1858. Rio de Janeiro, Petröpolis (114). Tettigonia rubripennis Signoret, 1854. Säo Paulo (84). Tettigonia xanthonota Signoret, 1854. Rio de Janeiro (74,109,114). Subfamilia COELIDINAE Tribo COELIDIINI Coelidia Germar, 1821 C. adspersa Stal, 1854. Brasil (83). Rio Grande (sic) (69). C. amabilis Linnavuori, 1956. Espírito Santo (69). C. angulata (Spangberg, 1878). São Paulo (83). IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):9-65, 28 ago 1982 ZANOL, K.M.R. & MENEZES, M. de. . atra Walker, 1851. Minas Gerais (83). . atrata (Fabricius, 1803). Santa Cruz (sic) (69). | bicolor Stal, 1862. Rio de Janeiro (83). | bisinuata (Osborn, 1924). Para (83). brevistylus Linnavuori, 1956. Amazonas, (69). carinata (Osborn, 1924). Rio de Janeiro (83). cingulata Stal, 1862. Amazonas, Fonteboã (69). Minas Gerais, Rio de Janeiro (83). conspersinervis Stal, 1862. Rio de Janeiro (83). Rio Grande( sic) (69). dentatula (Osborn, 1924). Amazonas (83). . discolor Stal, 1862. Espirito Santo (69). Rio de Janeiro (83). Santa Cruz (sic)(69). disintegrans Walker, 1858. Para (83). distigma (Burmeister, 1838). Brasil (83). . ensigera (Osborn, 1924). Brasil (83). espirito-santensis Linnavuori, 1956. Espírito Santo (69). exoptata (Walker, 1858). Para, Minas Gerais (83). fascifrons (Osborn, 1924). Pará (83). ferriplena (Walker, 1858). Brasil (83). ferruginosa (Osborn, 1924). Minas Gerais (83). formosa (Spangberg, 1878). Rio de Janeiro (83). foveata (Osborn, 1924). Brasil (83). fuscomaculata Stal, 1862. Rio de Janeiro, São Paulo (83). guttata (Walker, 1851). Brasil (83). guttulata Stal, 1862. Rio de Janeiro (83). introducens (Walker, 1858). Amazonas (83). limpidosparsa Stal, 1859. Brasil (69,83). Rio de Janeiro (83). meditabunda (Spangberg, 1878). Brasil (83). munda Stal, 1862. Rio de Janeiro (83). nervosa (Fabricius, 1803). Bahia (83). nigripes (Fabricius, 1794). Brasil (83). pallida (Osborn, 1924). Brasil (83). pallidipes Stal, 1862. Rio de Janeiro (83.) paracingulata Linnavuori, 1956. Amazonas, Olivença (69). plaumanni Linnavuori, 1956. Santa Catarina, Nova Teutonia (69). plebeja Stal, 1862. Rio de Janeiro (83). pruinosa Germar, 1821. Brasil (83). pygmaea Linnavuori, 1956. Minas Gerais (69). rufipennis Walker, 1851. Para (83). . signoreti (Spangberg, 1878). Rio de Janeiro (83). subtangens (Walker, 1858). Rio de Janeiro (83). triangularis (Osborn, 1924). Brasil (83). . variegata Germar, 1821. Brasil (83). Co D AEIANIADS:AANNIISAASADAAANSDASSAHN SZ ZEOOAMOAON IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(61):9-65, 28 ago 1982 Lista preliminar dos cicadelideos... 33 C. G. nº) no ty ty u venosa Germar, 1821. Para (83). Gabrita Walker, 1858 eburata (Walker, 1851). Brasil (83). Petalopoda Spangberg, 1879 . annulipes Spangberg, 1879. Brasil (83). . pictifrons Spangberg, 1879. São Paulo (83). Selenopsis Spinola, 1850 . subaptera Spinola, 1850. Pará (83). Subfamilia DELTOCEPHALINAE Tribo LUHERIINI Luheria Osborn, 1923 constricta Osborn, 1923. Bahia (82), Barra (71,89,100). Tribo HECALINI Cerrilus Oman, 1936 notatus (Osborn, 1923). Brasil (43,97). Pará (70,82), Santarém (89,100). Egenus Oman, 1936 . acuminatus Oman, 1936. Rio Grande (sic) (69). . breviceps Linnavuori, 1957. Brasil (70). Spangbergiella Signoret, 1879 fasciata Osborn, 1923. Bahia (82). Rondônia, Santo Antonio de Guaporé (100). uruguayensis (Berg, 1884). São Paulo, Cerqueira Cesar, pangola D (*). S. vulnerata (Uhler, 1877). Para, Santarem (100). Mato Grosso do Sul, Corumbá (69). São Paulo, grama (106). Rio Grande, Santa Cruz (sic) (69). vulnerata lacerdae Signoret, 1879. Para, Santarém (82). Mato Grosso do Sul, Corumbá (70). São Paulo, grama (75,106), Botucatu, São Manuel, grama batatais, Piracicaba, vegetação rasteira, Santa Fé do Sul (*). Rio Grande, Santa Cruz [sic ) (69,70). Tribo SCAPHYTOPIINI Scaphytopius Ball, 1931 (Convelinus) irrorelus (Delong, 1944). São Paulo (89), Campinas (12,71), Piracicaba (*). IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):9-65, 28 ago 1982 34 ZANOL, K.M.R. & MENEZES, M. de. . (C.) marginelineatus (Stal, 1859). Rio de Janeiro (66,71,89,101,108). Säo Paulo, Araras, Sao Jose do Rio Preto, soja pangola D, Botu- catu, capim gordura, grama batatais, Mococa, pangola D, Piraci- caba, vegetação rasteira, São Manuel, grama batatais, Santa Fé do Sul, Campinas (*), Santos (71). Santa Catarina, Blumenau (71). S. (Cloanthanus) anticus (Stal, 1860). Brasil (66). Rio de Janeiro > DB DB DES) (71,89). . (C.) hambletoni (Delong, 1944). São Paulo (71,89), Botucatu (*), Campinas (12,71). Tribo DELTOCEPHALINI Agudus Oman, 1936 . typicus Oman, 1936. Rio Grande do Sul (68,89). Amplicephalus Delong, 1926 . (Cruciatanus) fasciatus (Osborn, 1900). Brasil (89). Bahia (71,101). São Paulo, Botucatu, Campinas (*). . (Amplicephalus) lineatus (Osborn, 1923). São Paulo, Santa Fé do Sul (*). Rio Grande do Sul (68,71,89). Rio Grande (sic) (69,71). . (A.) marginellanus (Metcalf, 1955). São Paulo, Aguas de São Pedro Araras, São José do Rio Preto, pangola D, Botucatu, grama ba- tatais, pangola D, vegetação rasteira (*). Rio Grande do Sul (68,69,89). . (A.) marginellanus faminoides Linnavuori, 1955. São Paulo, Araras, Sao José do Rio Preto, pangola D, Botucatu, grama batatais, ve- getação rasteira, Águas de São Pedro (*). Santa Catarina, Nova Teutonia, Rio Grande do Sul, Rio Grande (71). . (A.) simpliciusculus Linnavuori, 1955. São Paulo, Itapetininga, pan- gola D (*). Bolarga Oman, 1936 . nigriloba Linnavuori, 1959. São Paulo, Botucatu, Jundiai (*). Rio Grande do Sul (71), Nova Petrópolis (serra do Caí) (71), Viamão (*). Rio Grande (sic) (69,71). Graminella Delong, 1936 . cognita Caldwell, 1952. Brasil (60), Para, Santarem (71), Säo Paulo, Piracaia, São José do Rio Preto, pangola D, Rubineia, Santa Fé do Sul (*). . Jimi Menezes, 1974. São Paulo, Botucatu (78). . stelliger bipunctella Linnavuori, 1959. São Paulo, Águas de São Pedro, Botucatu, Campinas, Piracicaba (*). . stelliger expansa Linnavuori, 1959. Pernambuco, Bonito (71). IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):9-65, 28 ago 1982 Lista preliminar dos cicadelideos... 35 G. G. N N mm m mu m mm a stelliger puncticeps Linnavuori, 1959. Brasil (60,66). Rondönia, San- to Antonio de Guapore (71). striatella Linnavuori, 1959. Bahia (lagoa Feia) (71), Ilheus, gra- mineas (*). Säo Paulo, Botucatu, alface, grama batatais, Barueri, Campinas, Pardinho, Piracicaba, pangola D, vegetacäo rasteira, Säo Luiz do Paraitinga, pangola D, Ubatuba (*). Santa Catarina, Nova Teutonia, Rio Grande do Sul, Rio Grande (71). Haldorus Oman, 1936 . (Parahaldorus) truncatistylus Linnavuori, 1959. Santa Catarina, Nova Teutonia (71). (Haldorus) angulatus (Oman, 1936). Santa Catarina, Nova Teutonia (71). (H.) appendiculatus Menezes, 1974. São Paulo, Botucatu (78). (H.) curvatus Linnavuori, 1955. Brasil (89), Rio Grande (sic) (68,71). (H.) parallelocornis Linnavuori, 1955. São Paulo (68,69,71), Santa Fe do Sul (*). Rio Grande do Sul (68,69,71,89). - (H.) sexpunctatus (Berg, 1879). Rio de Janeiro (71,89), Petrópolis (65). Rio Grande do Sul (68,71,89). (H.) williamsi Menezes, 1974. São Paulo, Botucatu (78). (Haldorellus) distinctus Menezes, 1973. São Paulo, Águas de São Pedro, Jundiai (76). (H.) divergens Menezes, 1973. São Paulo, Piracicaba, Santa Fé do Sul (76). (H.) furcatus Caldwell, 1952. Bahia, Ilhéus, capim buffel, capim de-rhodes, pangolão (*). São Paulo, Jundiaí, Rubinéia (76). (H.). krameri Menezes, 1973. São Paulo, Jundiai (76). Kanorba Oman, 1936 reflexa Oman, 1936. Brasil (43). Mato Grosso (89). Mato Grosso do Sul, Corumbá (71,97). Loreta Linnavuori, 1959 . (Loreta) ornaticeps Linnavuori, 1959. São Paulo, Botucatu, Jundiaí, Santa Fé do Sul (*). Neodeltocephalus Linnavuori, 1959 . asper Linnavuori, 1959. São Paulo, Araras, pangola D (*). Planicephalus Linnavuori, 1954 . flavicosta (Stal, 1860). Brasil (II). Amazonas, Manaus (71). Bahia (71,89,101), Ilhéus, braquiária, capim buffel, capim jaragua, carra- picho beiço-de-boi, gaton-panic, green-panic, kudzu tropical, pan- golão, setaria nandi, soja perene (*). Mato Grosso do Sul, Corumbá (69,71). Rondônia, Santo Antonio de Guaporé (71). Rio de Janeiro (61,69,71,89,109). São Paulo, capim quicúio, grama (75,106), Araras, IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):9-65, 28 ago 1982 36 ZANOL, K.M.R. & MENEZES, M. de. Itapetininga, Mococa, São José do Rio Preto, pangola D, Botucatu, alface, braquiária, capim gordura, capim marmelada, grama batatais, pangola D, Piracaia, pangola D, Piracicaba, vegetação rasteira, Brotas, braquiária, pangola D, Campinas, Ubatuba (*), Santos (71). Santa Catarina, Nova Teutonia (71). Rio Grande do Sul (71,89), Guaiba, Porto Alegre, Viamão (*), Nova Parecy (71). Rio Grande (sic) (69,71). Sanctanus Ball, 1932 . lepidellus (Stal, 1862). Brasil (71). Rio de Janeiro (66,89,109), Jus- saral, São Paulo (51). S. vulpinus Kramer, 1963. Rio de Janeiro, Angra dos Reis, Jussaral (51). Toldoanus Linnavuori, 1954 . marginellus (Osborn, 1923). Para, Amazonas, Manaus (71). Rio Grande (sic) (69,71) Unerus Delong, 1936 . (Unerus) colonus (Uhler, 1895). Amazonas, Manaus, Pernambuco, Bonito (71), Bahia (89), Ilhéus, vegetação rasteira (*). Mato Grosso, Chapada dos Guimarães, Mato Grosso do Sul, Corumbá (69,71). Rio de Janeiro (71). São Paulo, Araras, Campos do Jordão, Cerqueira Cesar, Itapetininga, Mococa, Piracaia, São José do Rio Preto, São Luiz do Paraitinga, São Carlos, pangola D, Botucatu, braquiária, capim barba-de-bode, capim comprido, pangola D, Brotas, bra- quiária, pangola D, Jaú, braquiária, Piracicaba, vegetação rasteira, Campinas, Ubatuba (*). Santa Catarina, Nova Teutonia (71). Rio Grande do Sul (68,71,89). Rio Grande (sic) (69). . (Mattogrossus) colonoides Linnavuori, 1959. Mato Grosso, Chapada dos Guimarães (71). Zilkaria Menezes, 1974 . assymetrica Menezes, 1974. Mato Grosso, Cuiaba, Mato Grosso do Sul, Aparecida do Taboado (78). Posição Incerta LINNAVUORI (1959) em seu trabalho revisivo da subfamília Delto- cephalinae, na tribo Deltocephalini colocou uma espécie em posição in- certa. Deltocephalus acuminatus Uhler, 1895. Rio Grande do Sul, Boqueirão, Rio Grande (71). IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):9-65, 28 ago 1982 Lista preliminar dos cicadelideos... 37 > DD 5 Tribo EUSCELINI Alaca Oman, 1936 . longicauda Oman, 1936. Santa Catarina, Nova Teutonia (71,97). Atanus Oman, 1936 . contrarius Linnavuori, 1959, Rio Grande (sic) (67,69,71). . coronatus (Berg, 1879). Santa Catarina, Nova Teutonia (71). Rio Grande (sic) (71). . curvilinea (Linnavuori, 1955). São Paulo, Águas de São Pedro, Botucatu, Jundiaí (*), São José do Rio Preto, pangola D (*). Santa Catarina, Nova Teutonia (71). Rio Grande do Sul (68,71). . tessellatus (Osborn, 1923). Mato Grosso, chapada dos Guimarães (71,100). Erroneamente Minas Gerais (89). Bahita Oman, 1936 B. (Bahita) furcifer Linnavuori, 1959. Santa Catarina, Nova Teutonia, O ty bu to to to to to to to by Rio Grande do Sul, Nova Parecy (71). . (B.) infuscata (Osborn, 1923). Brasil (97). Mato Grosso, Chapada dos Guimarães (71,100). Mato Grosso do Sul, Corumbá (69,71). São Paulo, Aguas de São Pedro (*). Erroneamente Minas Gerais (89). . (B.) palliditarsis (Stal, 1860). Rio de Janeiro, Nova Friburgo, Pe- trópolis (71). São Paulo (69). Santa Catarina, Nova Teutonia (71). . (B.) palliditarsis flavicollis Linnavuori, 1959. Rio de Janeiro, Pe- trópolis, (66). São Paulo, Botucatu (*), Santos (71). Santa Catarina, Nova Teutonia (71). . (Penebahita) cavifrons Linnavuori, 1955. Espirito Santo (68,69,71,89). São Paulo, Botucatu (*), Santos (71). . (P.) chapadensis Linnavuori, 1959. Mato Grosso, Chapada dos Guimarães (71). . (P.) clypeata (Osborn, 1923). Pará (71,100). Rondônia, Forte Principe (rio Guaporé) (71,89,100). (P.) hasemani (Osborn, 1923). Rondônia (rio Guaporé abaixo do rio São Miguel) (71,100). (P.) lacerdae (Signoret, 1879). Pará (100). Pernambuco, Bonito (71). Bahia (71,89), Barra (100). (P.) ramosa Linnavuori, 1955. Mato Grosso do Sul, Corumbá (68,69,71). (P.) spiniventris Linnavuori, 1955. Santa Catarina, Nova Teutonia (71). Rio Grande do Sul (68). Nova Parecy (71), Guaiba(*). . (P.) venosula (Berg, 1879). Rio Grande do Sul (68,89). Rio Grande (sic) (69,71). . (Exobahita) fallaciosa Linnavuori, 1955, Rio Grande (sic(68,69,71). . (E.) fulvula (Osborn, 1923). Bahia (71,100). IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):9-65, 28 ago 1982 38 ZANOL, K.M.R. & MENEZES, M. de. Bergolix Linnavuori, 1959 . signatipennis Linnavuori, 1959. Mato Grosso do Sul, Corumbá (71). Brasilanus Linnavuori, 1959 . flagellaris Linnavuori, 1959. Santa Catarina, Nova Teutonia (71). Brazosa Oman, 1936 . picturella (Baker, 1923). Mato Grosso, Chapada dos Guimaräes (71,100). Erroneamente Minas Gerais (89). Brincadorus Oman, 1936 . laticeps Oman, 1936. Mato Grosso (43,97), Chapada dos Guimarães (71,87). São Paulo, Piracicaba (*). Cahya Linnavuori, 1959 . chapadensis (Baker, 1923). Mato Grosso, Chapada dos Guimarães (71,100). Rio Grande do Sul, Nova Petrópolis (serra do Cai) (100). Erroneamente Minas Gerais (89). Caphodus Oman, 1936 . obliquus (Osborn, 1923). Mato Grosso, Chapada dos Guimarães (71,100). Erroneamente Minas Gerais (89). Cariancha Oman, 1936 . cariboba Oman, 1936. Rio de Janeiro (71,89,97). Chlorotettix Van Duzee, 1892 . (Chlorotettix) bakeri Sanders & Delong, 1922. Para (71,89,100). Mato Grosso do Sul, Corumbá (13,71.;100,105). . (C.) berryi Delong, 1945. Para (71,89), Santarém (13). Rio Grande do Sul, Guaiba (*). . (C.) bicoloratus Delong, 1945. Minas Gerais, Vicosa (13,71). Säo Paulo, Barueri (*). . (C.) breviceps Baker, 1898. Brasil (13). Mato Grosso (10,71,100), Chapada dos Guimaräes (1,10,71,100). Bahia (89). Erroneamente Minas Gerais (89). . (C.) cuneus Delong & Martison, 1974. São Paulo, Piracicaba (36). (C.) delicatus Osborn, 1923, Para, Bahia, Mato Grosso (rio Paraguai) (71,100). C. (C.) fraterculus (Berg, 1879). Pernambuco, Recife, São Paulo, Cam- pinas (71), Cerqueira Cesar, Itapetininga, São Luiz do Paraitinga, pangola D, Jundiai (*). . (C.) kassiphone Linnavuori, 1959. São Paulo, Águas de São Pedro, Botucatu (*!). C. (C.) latocinctus Delong, 1945. Brasil (69,89). Minas Gerais (71), Viçosa (13). Rio Grande do Sul (68). Rio Grande (sic) (71). C. (C.) lingulus Delong & Martison, 1974. São Paulo, Piracicaba (36). IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):9-65, 28 ago 1982 Lista preliminar dos cicadelídeos... 39 C. (C.) luteolus (Baker, 1926). Brasil (89). Minas Gerais, Viçosa (13,71). São Paulo, Botucatu, Rio Grande do Sul, Guaiba (*). C. (C.) maximus Berg, 1879. Rio Grande do Sul (68,89). C. (C.) manimus Baker, 1898. Brasil (13,105). Para (89), Tegerinha (71,100). Bahia (2,89), Ilheus, capim gordura, capim de-rhodes, green-panic, pangola A, vegetacäo rasteira (*). Mato Grosso, Chapada dos Guimaräes (1,10,105). Mato Grosso do Sul, Corumba (105). Espirito Santo, Cachoeria (71,100). Säo Paulo, batatinha (106), Araras, Brotas, Itapetininga, Piracaia, São José do Rio Preto, pan- gola D. Botucatu, alface, grama batatais, Piracicaba, máxime gramíneas, Vargem Grande do Sul, soja, Capinas (*). Santa Ca- tarina, Nova Teutonia (71). C. (C.) nimbuliferus (Berg, 1884). Rio Grande do Sul (68,89), Nova Petrópolis (serra do Cai) (71). C. (C.) serius (Stal, 1860). Rio de Janeiro (66,71,89,109). Copididonus Linnavuori, 1954 C. hyalimipennis (Stal, 1859). Bahia (71,100), Ilhéus, braquiária, capim buffel, green-panic, pangola A, pangolão, soja perene (*) Mato Grosso, Chapada dos Guimarães (66,71,100). Rio de Janeiro (66,71,100). São Paulo (89), Araras, Campos do Jordão, Piracaia, São Luiz do Paraitinga, pangola D. Botucatu, alface, capim gordura, grama batatais, Piracicaba, grama batatais, vegetação rasteira, Campinas, Ubatuba (*), Santos (66,71). Rio Grande do Sul (68,71), Cachoeiro (sic)(71). C. vittulatus (Berg, 1884). Bahia (89). Mato Grosso, Chapada dos Guimarães (66,71,100). Minas Gerais, Viçosa(66,68,71,89). São Paulo. Botucatu, alface, Barueri, Osasco (*), Santos (66,68,89). San- ta Catarina, Nova Teutonia (66,68,71,89). Rio Grande do Sul (66,68,89), Nova Parecy (71). Doleranus Ball, 1936 D. aberrans (Osborn, 1923). Minas Gerais (13,89), Januaria (71,100). São Paulo, Botucatu, Jundiai (*). . cyclops Linnavuori, 1959. São Paulo, Botucatu (*). . tethys (Van Duzee, 1907). Pernambuco, Bonito (71). vão) Exitianus Ball, 1929 E. obscurinervis (Stal, 1859). Brasil (97,103). Bahia (71,101), Itajú do Colonia, capim sempre-verde (*). Mato Grosso, Chapada dos Gui- maräes (17,71,108). Minas Gerais (71,101). Rio de Janeiro, (17,71,108). São Paulo, algodoeiro, grama (75;106). mamoneiro (106), Araras, Campos do Jordão, Itapetininga, Mococa, Piracaia, São José do Rio Preto, São Luiz do Paraitinga, pangola D, Botucatu, alface, IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):9-65, 28 ago 1982 40 ZANOL, K.M.R. & MENEZES, M. de. grama batatais, pangola D, vegetacäo rasteira, Lencois Paulista, cana-de-açúcar, Piracicaba, capim comprido, vegetação rasteira, Águas de São Pedro, Campinas, Santa Fé do Sul, Rubinéia, Ubatuba (*). Rio Grande do Sul (68,69), Porto Alegre (*). Rio Grande (sic) (71). E. quadratulus (Osborn, 1923). São Paulo, Itapetininga, pangola D (*). Boqueirão, Rio Grande (sic )(71). Garapita Oman, 1936 G. (Garapita) pulchripennis : Linnavuori, 1959. Santa Catarina, Nova Teutonia (71). G. (Chlamydopita) aurea Linnavuori, 1959. Santa Catarina, Nova Teutonia (71). Hecaloidia Osborn, 1923 H. nervosa Osborn, 1923. Brasil (89). Hegira Oman, 1936 H. brunnea Oman, 1936. São Paulo, Aguas de São Pedro, Botucatu, Rubinéia (*). Rio Grande do Sul (68,89). Rio Grande (sic) (69,71,89). Linnatanus {Linnavuori, 1955) L. cineratus (Linnavuori, 1959). Bahia, Barra (71). Minas Gerais (68), Jacaré (71). São Paulo, Mococa, São José do Rio Preto, pagola D (*). Rio Grande do Sul (68). Rio Grande (sic)(71). L. nitidus (Linnavuori, 1955). Bahia (68,71,89). Espirito Santo (69,71). Rio de Janeiro (68,71). São Paulo (71), Botucatu, alface, Águas de São Pedro, Santa Fé do Sul (*). Santa Catarina, Nova Teutonia (71). Rio Grande do Sul (68,89). Rio Grande (sic) (69,71). Menosoma Ball, 1931 M. cincta (Osborn & Ball, 1898). Para (71,100). Pernambuco, Recife (71). Bahia (71,100). Minas Gerais, Januária (71,100). Mato Grosso, do Sul, Corumbá (69). São Paulo, Santa Fé do Sul (alto da serra) (*) Rio Grande, Santa Cruz (sic) (69,71). M. elegans (Osborn, 1923). Bahia (68,71,89). Mato Grosso do Sul, Corumba (68,69,71). Säo Paulo, Santos (71), Santa Fe do Sul, Rubineia (*). Rio Grande do Sul (69,71). M. laticeps (Osborn, 1923). Rondônia (rio Guapore abaixo do rio São Miguel) (71,100). M. taeniata Linnavuori, 1955. Mato Grosso (69). Espírito Santo (69). São Paulo, Santa Catarina, Nova Teutonia (71). Rio Grande do Sul (68,71,89), Guaiba (*). Santa Cruz (sic)(69). Mesadorus Linnavuori, 1955 M. undatus Linnavuori, 1955. São Paulo, Itapetininga, pangola D (*) Rio Grande do Sul (68,71,89), Viamão (*). IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):9-65, 28 ago 1982 Lista preliminar dos cicadelideos... 41 Mimodorus Linnavuori, 1959 M. (Mimodorus) decempunctatus (Linnavuori, 1955). Rio Grande do Sul M. N. N. N. N. N. So So (68,71,89). Rio Grande (sic) (68,71). (Megadorus) pseudundatus Linnavuori, 1959. Mato Grosso, Corumbá (71). Neocrassana Linnavuori, 1959 undata Linnavuori, 1959. Rio Grande do Sul (69), Guaíba (*). Rio Grande (sic) (71). Neomesus Linnavuori, 1959 . obtusiceps (Berg, 1884). São Paulo, Botucatu (79). Neophlepsius Linnavuori, 1955 (Neophlepsius) corpulentus Linnavuori, 1959. Santa Catarina, Nova Teutonia (68,71). Rio Grande do Sul (69,71,89). Rio Grande, Santa Cruz (sic) (68,69,71). (N.) retrorsus Menezes, 1973. Goiás, Arenópolis, São Paulo, Bo- tucatu, Campinas, Santa Catarina, Nova Teutonia (77). (Nesolanus) disonymos Linnavuori, 1959. Santa Catarina, Nova Teutonia (71). Onura, Oman, 1936 . eburneola Oman, 1936. São Paulo, Botucatu, Pôrto Epitácio (*). . grisea (Linnavuori , 1955). Rio Grande do Sul (68,89), Nova Pe- trópolis (serra do Cai) (71). Osbornellus Ball, 1932 | (Sorbonellus) infuscatus Linnavuori, 1955. Pará, Santarém (71). Bahia (69). Mato Grosso do Sul, Corumbá (69,71). Espirito Santo (69). São Paulo, Botucatu, Piracicaba (*), Santos (71). Santa Ca- tarina, Nova Teutonia (71). Rio Grande do Sul (68,89), Nova Parecy (71). Rio Grande, Santa Cruz (sic) (69). . (S.) lamellaris Linnavuori, 1959. Santa Catarina, Nova Teutonia (71). . (Osbornellus) hyalinus (Osborn, 1923). Bahia, Barra (71,100). Mato Grosso do Sul, Corumbá, Rio Grande do Sul (71). Parabahita Linnavuori, 1959 . umbrina (Linnavuori, 1955). Bahia (89). Rio de Janeiro, Santa Catarina, Nova Teutonia (68,71). Rio Grande do Sul (68,71,89). Paratanus Young, 1959 . wygodzinskyi recurvatus Linnavuori, 1959. Rio Grande do Sul, Guaiba (*). Pseudalaca Linnavuori, 1959 . multipunctata (Osborn, 1923). Rio Grande do Sul (69). Rio Grande Csic) (71). IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(61):9-65, 28 ago 1982 42 ZANOL, K.M.R. & MENEZES, M. de. Scaphoidula Osborn, 1923 . confusa Menezes, 1973. São Paulo, Botucatu (77). . dentata Oman, 1937. São Paulo, Santa Lucia (71). Tutoyu( sic) (71). S. unica Oman, 1937. Minas Gerais, Viçosa (71,98). São Paulo, Bo- tucatu (*). a ta Serridonus Linnavuori, 1959 S. longistylus Linnavuori, 1959. São Paulo, Rubinéia (*). Stirellus Osborn & Ball, 1902 S. bicolor (Van Duzee, 1892). Brasil (71,104). Pará (89). São Paulo Botucatu, Piracicaba, vegetação rasteira (*). S. picinus (Berg, 1879). Bahia, Ilhéus, capim buffel, capim estrela, pan- gola A, Teixeirade Freitas, pangola B, São Paulo, Araras, Campos do Jordão, Cerqueira Cesar, Itapetininga, Mococa, Piracaia, São José do Rio Preto, São Luiz do Paraitinga, São Carlos, pangola D, Botucatu, capim comprido, capim gordura, grama batatais, gra- mineas, pangola D, Brotas, braquiária, pangola D,' Piracicaba, vegetação rasteira, Santa Fé do Sul (*). Taperinha Linnavuori, 1959 T. bifurcata Linnavuori, 1959. Mato Grosso, Chapada dos Guimarães (71). T. discigutta Linnavuori, 1959). Pará, Taperinha (71). Tropicanus Delong, 1944 T. (Tropicanus) annulatus (Osborn, 1923). Pará (89,100), Santarém, Rondônia, Forte Principe (rio Guaporé) (71). T. (T.) costomaculatus (Van Duzee, 1894). Brasil (71,100). Pará (89,101), Santarém (100). Rondônia (101). Yungasia Linnavuori, 1959 Y. digitata Linnavuori, 1959. Santa Catarina, Nova Teutonia (71). Zabrosa Oman, 1949: Z. amazonensis (Osborn, 1923). Mato Grosso (71), Chapada dos Gui- maräes (100), Erroneamente Minas Gerais (89). Z. unicampi Menezes, 1973. São Paulo, Botucatu, Campinas, Piraci- caba, Santa Catarina, Nova Teutonia (77). Posição Incerta LINNAVUORI (1959) em seu trabalho revisivo da subfamília Delto- cephalinae na tribo Euscelini colocou 2 espécies em posição incerta. Alebra dorsalis Gillette, 1898. Mato Grosso (47), Chapada dos Gui- maräes (71). Erroneamente Minas Gerais (89). 5 IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(61):9-65, 28 ago 1982 Lista preliminar dos cicadelideos... 43 Thamnotettix chapadensis Osborn, 1924. Mato Grosso (101), Chapada dos Guimaräes (71). Erroneamente Minas Gerais (89). A. pol pol un vum to ty q. u mu Tribo MACROSTELINI Agelina Oman, 1936 punctata Oman, 1936. Brasil (89,97). Balclutha Kirkaldy, 1900 . abdominalis fuscipennis Linnavuori, 1954. Parana, Curitiba (5). San- ta Catarina, Nova Teutonia (6). . delongi Blocker, 1968. Mato Grosso (rio Caraguata) (6). Säo Paulo, Sao Jose do Rio Preto, pangola D (*). . diluta Blocker, 1967. Säo Paulo, Itapetininga, pangola D (*). . flavescens (Baker, 1903). Para (89,101), Santarem (71). : floridana (Delong & Davidson, 1933). Brasil (5). Bahia, Teixeira de Freitas, capim sete-leguas (*). . fuscina Blocker, 1967. Santa Catarina, Nova Teutonia (5). . guajanae (Delong, 1923). Brasil (5). Pernambuco (71). São Paulo, Botucatu, Cerqueira Cesar, Itapetininga, Piracaia, pangola D (*). Santa Catarina, Rio Grande do Sul (71). . hebe (Kirkaldy, 1906). Brasil (5). Maranhão (71). Bahia, Teixeira de Freitas, capim buffel, capim sete-léguas, kudzu tropical, pangola A, pangolão, São Paulo, Araras, Botucatu, Itepetininga, Mococa, Pi- racaia, São Luiz do Paraitinga, pangola D (*). . incisa (Matsumura, 1902). Brasil (5). São Paulo, capim, quicúio, mamoneira (106), Jundiaí (*). . lineata (Osborn, 1924). Bahia, Ilhéus, braquiária, capim buffel, capim estrela, capim jaraguá, carrapicho beiço-de-boi, gatonpanic, green-panic, setária nandi, Teixeira de Freitas, capim sete-léguas, capim colonião (*). . neglecta (Delong & Davidson, 1933). São Paulo, grama (106). . obunca Blocker, 1967. Santa Catarina, Nova Teutonia (5). . robusta (Caldwell, 1952). Brasil (5). Säo Paulo, Botucatu, Campinas (*). . young Blocker, 1967. Säo Paulo, Äguas de Säo Pedro, Botucatu (*). Santa Catarina, Nova Teutonia (5). Cicadulina China, 1926 . tortilla Caldwell, 1952. Rio Grande do Sul, Guaiba (*). Dalbulus Delong, 1950 . (D.) maidis (Delong e Wolcott, 1923). Brasil (14), aveia, beterraba, cana de acücar, cenoura, centeio, cevada, grama, milho, salsa, sorgo, trigo, (93). Rio de Janeiro, Itaguai, milho (106). Säo Paulo, (89), al- IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(61):9-65, 28 ago 1982 I ah aa ir à > > NN DZ SIDE EAN DD ZANOL, K.M.R. & MENEZES, M. de. odoeiro, batatinha, grama (75), Botucatu, capim pe-de-galinha, Ajude de São Pedro, Campinas, Jundiaí, Piracicaba, Santa Fé do Sul, Ubatuba (*). Rio Grande do Sul, Nova Parecy (71). Subfamilia GYPONINAE Acuera Delong & Freytag, 1972 . (Acuera) adspersa (Stal, 1894). Mato Grosso (28). Rondönia, Porto Velho (25,28). Minas Gerais (81). . (A.) incepta Delong & Freytag, 1974. Rio Grande do Sul (28). . (A.) laudara Delong & Freytag, 1974. Säo Paulo, Piracicaba (28). . (A.) levara Delong & Freytag, 1974. Säo Paulo, Piracicaba (28). (A.) nigrifrons (Osborn, 1938). Brasil (81). . (Tortusana) fructa Delong & Freytag, 1974. Mato Grosso, Chapada dos Guimaräes (28). . (Parcana) gloma Delong & Freytag, 1974. Minas Gerais, Pouso Alegre, Säo Paulo, Barueri (28). Acuponana Delong & Freytag, 1970 . erusa Delong & Freytag, 1970. Rio de Janeiro (Corcovado) (24). . horella Delong & Freytag, 1970. Mato Grosso, Chapada dos Gui- maräes; Santa Catarina, Nova Teutonia (24). Chloronana Delong & Freytag, 1964 . lurida Delong & Freytag, 1964. Amazonas, Teffé (20). . pallenta Delong & Freytag, 1964. Brasil (81). Costanana Delong & Freytag, 1972 . asymmetria Delong & Freytag, 1972. Brasil (26). . cella Delong & Freytag, 1972. Santa Catarina, Nova Teutonia (26). . costata Delong & Freytag, 1972. Rio de Janeiro (26). . flavicosta (Stal, 1862). Rio de Janeiro (26,81). flavina Delong & Freytag, 1972. Santa Catarina, Nova Teutonia, Pinhal (26). . praecellens (Stal, 1862). Rio de Janeiro (81). Santa Catarina, Mafra (26). Curtara Delong & Freytag, 1972 . (Mysticana) mystica (Spangberg, 1878). Bahia (81). . (Curtara) anchora Delong & Freytag, 1976. Mato Grosso do Sul Corumba (34). . (C.) bivirga Delong & Freytag, 1976. Para, Óbidos, Amazonas, Teffe (34) (C.) concava Delong & Freytag, 1976. Minas Gerais, Vicosa, Säo Paulo, Barueri, Piracicaba, Ubatuba, Santa Catarina, Corupa (34). . (C.) curvita Delong & Freytag, 1976. Para, Oriximina (34). IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(61):9-65, 28 ago 1982 Lista preliminar dos cicadelideos... 45 RIMINI EO EEE Pia) . (C.) deresa delong & Freytag, 1976. Amazonas, Manaus, Uypiranga, (rio Negro), Mato Grosso do Sul, Corumbá (34). . (C.) diagonala Delong & Freytag, 1976. Minas Gerais, Viçosa, Es- pirito Santo, Rio de Janeiro (Corcovado), Santa Catarina, Corupá, Nova Teutonia (34). . (C.) esona Delong & Freytag, 1976. Pernambuco, Bonito, algodoeiro (34). . (C.) inflata Delong & Freytag, 1976. Amapá, Porto Platon, Para, Belem (34). (C.) mellella Delong & Freytag, 1976. Mato Grosso, Rondonia, Porto Velho (34). (C.) pagina Delong & Freytag, 1976. Säo Paulo, Piracicaba (34). (C.) quala Delong & Freytag, 1976. Bahia (Rio Säo Francisco) (34). . (C.) rugara Delong & Freytag, 1976. Pernambuco, Bonito (34). . (C.) samera Delong & Freytag, 1972. Mato Grosso, (Rio Caraguata) (25). Säo Paulo, Piracicaba (25,34). Santa Catarina, Nova Teutonia (25). . (C.) sexteta Delong & Freytag, 1976. Mato Grosso, Säo Carlos, Ron- doni, Porto Velho )34). . (C.) variegata (Ösborn, 1938). Mato Grosso, Chapada dos Guima- rães, São Paulo (34). C. (C.) vestiga Delong & Freytag, 1976. Maranhão, Canindé (Igarapé, Gurupi — aldeia Arocu), Para, Amazonas (lago Jananaca), Pernam- buco, Bonito, Bahia, Mato Grosso, Chapada dos Guimarães (34). Janaria, Minea (sic) (34). . (Curtarana) luda Delong & Freytag, 1976, Minas Gerais, Viçosa, grama, erva daninha (34). Nomen Dubium Curtara guianae (Metcalf, 1962). São Paulo, capim quicúio (106). DEPEDPES] Dumorpha Delong & Freytag, 1975 . dedeca Delong & Freytag, 1975. Pernambuco, Bonito (33). Folicana Delong & Freytag, 1972 nota Delong & Freytag, 1972. Para, Belém, Amazonas (rio Solimões) São Paulo, Piracicaba (25). Gypona Germar, 1821 . (Paragypona) thoracica (Fabricius, 1803). Brasil (19). Amazonas (81). . (Gypona) affinis Spangberg, 1878. Brasil (18,19,81). . (G.) bidens Delong & Freytag, 1962. Brasil (18,19). . (G.) cerea Delong & Freytag, 1962. Brasil (19). São Paulo, Santa Catarina, Mafra (18). IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):9-65, 28 ago 1982 »> [e>) ZANOL, K.M.R. & MENEZES, M. de. 99999 m 999 9099090 m 990 99099 m m mn m 99090 Q (G.) cerina Delong & Martison, 1972. Pará, Belém (Igarapé), Amazonas (rio Solimões) (35). (G.) decora Delong & Freytag, 1964. Rio de Janeiro (19). (G.) fuscinervis Stal, 1864. Brasil (81). (G.) gilba Delong & Martison, 1972. Rio de Janeiro (Floresta da Tijuca) (35). (G.) glauca (Fabricius, 1803). Brasil (19,81). Para, Amazonas (81). Bahia (18,81). Distrito Federal, Brasília (18). (G.) glaucina Spangberg, 1878. Brasil (18,19,81). (G.) infuscara Delong & Martison, 1972. Pará, Canindé (rio Gurupi) (35). (G.) laxa Delong & Martison, 1972. Mato Grosso, Chapada dos Guimarães (35). (G.) pallida Delong & Martison, 1972. Espirito Santo, Tijuco Pres- to, São Paulo, Piracicaba (35). (G.) pallidula Delong & Martison, 1972. São Paulo, São Miguel (35). (G.) patula Delong & Martison, 1972. Amapá, (rio Anocohi) (35). (G.) pinguis Stal, 1862. Brasil (18,19). Rio de Janeiro 181). (G.) plaga Delong & Martison, 1972. Amapá, (serra do Navio) (35). (G.) reversa Delong & Martison, 1972. Minas Gerais, Viçosa, grama, erva daninha (35). (G.) sellata Berg, 1899. Mato Grosso, Chapada dos Guimarães (19). (G.) sobrina Spangberg. 1881. Brasil (19). Amazonas (81). (G.) stalii Spangberg, 1878. Brasil (18,19,81). Rio de Janeiro (18,81). Rio Grande do Sul (81). (G.) stalina Delong & Freytag, 1962. Brasil (19). Santa Catarina, Nova Teutonia (18). (G.) verecunda Spangberg, 1881. Brasil (19,81). (G.) vernicosa Spangberg, 1881. Brasil (19,81). (G.) versuta Spangberg, 1881. Brasil (18,19,81). (G.) viridans Delong & Martison, 1972. Santa Catarina, Nova Teutonia (35). (G.) viridirufa Walker, 1851. Pará (81). (G.) vulnerata Walker, 1858. Brasil (18,19,81). (Marganalana) acuta Delong & Freytag, 1964. Rio Grande do Sul (19). (M.) aneta Delong & Freytag, 1975. Mato Grosso, Chapada dos Guimarães (31). (M.) approximata Spangberg, 1883. Brasil (19,81). (M.) aurifascia (Walker, 1858). Brasil (19). (M.) aurulenta (Fabricius, 1803). Rio de Janeiro (81). (M.) bigemmis Spangberg, 1878. Rio de Janeiro (19, 81). . (M.) brachycephala Spangberg, 1878. Bahia (81). IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):9-65, 28 ago 1982 Lista preliminar dos cicadelideos... 47 99909999 9000 mmnmmmman m mm 90999 m m man aan . (M.) bulbosa Delong & Freytag, 1964. Para (19). . (M.) candela Delong & Freytag, 1964. Mato Grosso, Rondonia, Porto Velho (19). (M.) chalcopetera Burmeister, 1839. Brasil (19). Rio de Janeiro (81). (M.) concolor Spangberg, 1878. Rio de Janeiro (19). (M.) cornica Delong & Freytag, 1964. Santa Catarina, Nova Teutonia (19). (M.) costana Delong & Freytag, 1975. São Paulo, Ribeirão Pires (31). (M.) cruzana Osborn, 1938. São Paulo, giesta (106). Rio Grande do Sul (81), Cruz Alta (19). . (M.) culta Delong & Freytag, 1964. Santa Catarina (19). (M.) discicollis Stal, 1862. Brasil (19). Rio de Janeiro (81). (M.) equestris (Fabricius, 1803). Brasil (18). (M.) evadera Delong & Freytag, 1975. Mato Grosso, Chapada dos Guimarães, Mato Grosso do Sul, Corumbá (31). (M.) fastuosa Spangberg, 1881. Brasil (19,81). (M.) fissura Delong & Freytag, 1964. Mato Grosso, Chapada dos Guimarães (19). (M.) fulvotincta Osborn, 1938. Mato Grosso do Sul, Corumbá, Santa Catarina, Nova Teutonia, Rio Grande do Sul (19). (M.) hyalina Osborn, 1938. Brasil (81). Para, Santarém (19). (M.) inornata Stal, 1862. Rio de Janeiro (19,81). (M.) insignis Spangberg, 1883. Brasil (19,81). (M.) lingua Delong & Freytag, 1964. Para, Óbidos (19). (M.) lita Delong & Freytag, 1964. Rio Grande do Sul (19). (M.) liturata Stal, 1862. Rio de Janeiro (19,81). (M.) nexa Delong & Freytag, 1975. Santa Catarina, Corupá (31). (M.) nigronervosa Stal, 1854. Minas Gerais (19,81). Rio de Janeiro (81). Santa Catarina, Corupá (19). (M.) nigroterminata Stal, 1862. Rio de Janeiro (19,81). (M.) odora Delong & Freytag, 1975. São Paulo (31). (M.) pectinata Delong & Freytag, 1964. Santa Catarina, Corupá (19). (M.) pudica Spangberg, 1881. Brasil (19,81). (M.) punctigera Stal, 1862. Brasil (19). Rio de Janeiro (81). (M.) pulchella Osborn, 1938. Brasil (19). (M.) reticulata Walker, 1851. Bahia (19,81). (M.) sanguineosparsa Stal, 1854. Brasil (19,81). (M.) simulans Stal, 1862. Rio de Janeiro (19,81). (M.) smaragdula Walker, 1851. Brasil (19,81). (M.) testacea (Metcalf, 1949). Brasil (81). (M.) turpis Spangberg, 1881. Bahia (19,81). IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):9-65, 28 ago 1982 48 ZANOL, K.M.R. & MENEZES, M. de. Espécies não localizadas genericamente DeLONG & FREYTAG (1964) em seu trabalho revisivo do gênero Gy- pona não conseguiram localizar 6 espécies e por suas descrições originais não foi possivel identifica-las especificamente. Gypona albidosparsa Stal, 1854. Brasil (81). Gypona crassa Spangberg, 1881. Bahia (81). Gypona fusiformis Walker, 1858. Brasil (81). Gypona marginata Fabricius, 1787. Brasil (81). Gypona pallens Burmeister, 1839. Brasil (81). Gypona prasina Burmeister, 1839, Brasil (81). Gyponana Ball, 1920 G. (Gyponana) flavilineata (Fitch, 1851). Brasil (81). Hecalapona Delong & Freytag, 1975 . (Nulapona) quina Delong & Freytag, 1975. Minas Gerais, Viçosa, Rio de Janeiro (Floresta da Tijuca) (32). . (Carapona) ferosa Delong & Freytag, 1975. Rio de Janeiro, Angra dos Reis , Jussaral (32). . (C.) vittulata (Stal, 1854). Rio de Janeiro (32,81). mom nm Polana Delong, 1942 (Bohemanella) bohemani (Stal, 1864). Distrito Federal, Brasília (27). (B.) chifama Delong & Freytag, 1972. Mato Grosso, Tapirapé (27). (Bulbusana) laca Delong & Freytag, 1972. Amapá, (rio Anocohi) (27). (B.) obtecta Delong & Freytag, 1972. Amazonas, Manaus (27). (B.) pendula Delong & Freytag, 1972. Distrito Federal, Brasília (27). (Polana) alitera Delong & Freytag, 1972. Mato Grosso, Chapada dos Guimarães, Rondônia, Porto Velho (27). _ (P.) flectara Delong & Freytag, 1972. Mato Grosso, Chapada dos Guimarães, Mato Grosso do Sul, Campo Grande (27). (P.) lanara Delong & Freytag, 1972. Para, Óbidos, Santarém (27). (P.) spindella Delong & Freytag, 1972. Santa Catarina, Corupá (27). (Parvulana) alata Delong & Freytag, 1972. Brasil (27). (P.) bidens Delong & Freytag, 1972. Rio de Janeiro, Angra dos Reis, Jussaral (27). (P.) pandara Delong & Freytag, 1972. Santa Catarina, Corupá (27). (P.) tulara Delong & Freytag, 1972. Espirito Santo, Santa Catarina, Corupá, Rio Grande do Sul nt ). (Nihilana) agrilia Delong & Freytag, 1972. Minas Gerais, Pouso Alegre, Mato Grosso do Sul, Corumbá (27). VU DON UNINDO DUV UT U IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):9-65, 28 ago 1982 Lista preliminar dos cicadelídeos... 49 VUVNUT U UI 0 (N.) bena Delong & Freytag, 1972. Mato Grosso, Chapada dos Guimaräes (27). (N.) nisa Delong & Freytag, 1972. Alagoas, Mangabeira (27). (N.) scina Delong & Freytag, 1972. Roraima, Sumuru (27). (Polanana) macuella Delong & Freytag, 1972. Mato Grosso, Chapada (27). (P.) parvula Delong & Freytag, 1972. Santa Catarina, Nova Teutonia (27): (P.) sereta Delong & Freytag, 1972. Amapa, (rio Felicio) (27). (P.) truncata Delong & Freytag, 1972. Goiás, Dianópolis (27). (P.) venosa (Stal, 1854). Minas Gerais (27,81). (Polanella) cupida Delong & Freytag, 1972. Rio Grande do Sul (27). (P.) randa Delong & Freytag, 1972. Minas Gerais, Vicosa, Santa Catarina, Nova Teutonia (27). Espécies não localizadas DeLONG & FREYTAG (1972) em seu trabalho revisivo do gênero Polana não posicionaram 3 espécies em nenhum subgênero visto que as descrições foram baseadas em exemplares fêmeas ou sem abdômen. Polana nebulosa (Stal, 1862). Brasil (27). Rio de Janeiro (81). P. quadripunctata (Stal, 1862). Brasil (27). Rio de Janeiro (81). P. praeusta (Stal, 1854). Brasil (27). Ponanella Delong & Freytag, 1969 P. ena Delong & Freytag, 1969. Santa Catarina, Hansa Humboldt U U tu tu u tu (atualmente Corupa) (23). . santara Delong & Freytag, 1969. Para, Santarem (23). Prairiana Ball, 1920 . histrio (Burmeister, 1839). Minas Gerais (81). . interspersa (Stal, 1854). Rio de Janeiro (81). . moesta (Spangberg, 1878). Bahia (81). . robusta Osborn, 1938. Brasil (81). . sordida (Stal, 1854). Minas Gerais, Rio de Janeiro (81). Proxima Delong & Freytag, 1975 ocellata Delong & Freytag, 1975. Espirito Santo, Tijuco Presto (29). Regalana Delong & Freytag, 1975 . corona Delong & Freytag, 1975. Minas Gerais, Vicosa (30). Reticana Delong & Freytag, 1964 . lineata (Burmeister, 1839). Brasil (19). IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(61):9-65, 28 ago 1982 & ZANOL, K.M.R. & MENEZES, M. de. AA sei fo BESTE BL pa (94) EEN nt QU Un inAtntn nata U intnntn intntnta Rhogosana Osborn, 1938 . brasilia Delong, 1975. Minas Gerais, Viçosa (16). Scaris Le Peletier & Serville, 1825 . alboguttata (Spangberg, 1878). Brasil (22). . bicolorata (Osborn, 1938). Para, Rocana (22). . bipunctata (Walker, 1858). Rio de Janeiro (22). callida (Delong & Freytag, 1969). Mato Grosso, Chapada dos Guimarães (22). decorata (Fowler, 1903). Pará, Rocana (18). . ferruginea (Fabricius, 1803). Rio de Janeiro (81). . grossa (Osbom, 1938). Brasil (22). . ingula (Delong & Freytag, 1969). Amazonas, Pará, Santarém, Ta- perimbó (22). lecta (Delong & Freytag, 1969). Pará, Marituba, Santa Isabel do Para (22). . lira (Delong & Freytag, 1969). Amazonas, Caunma, Olivença (22). . marita (Delong & Freytag, 1969). Mato Grosso, Chapada dos Guimaräes, Rio de Janeiro (22). multilinea Walker, 1858. Brasil (81). picea Walker, 1851. Brasil (22). pubescens (Delong & Freytag, 1969). Para, Belém, Amazonas (rio Solimöes) (22). punctata Blanchard, 1840. Brasil (81). sida (Delong & Freytag, 1969). Mato Grosso, Rondônia, Porto Velho (22). . setosa (Delong & Freytag, 1969). Para, Santarém, Amazonas, Ta- perimbó (22). . setigera (Delong & Freytag, 1969). Amazonas, Manaus (22). . sulfurea (Osborn, 1938). Brasil (22). . xantha (Delong & Freytag, 1969). Ceará, Pará, Fordlandia (rio Tapajós) (22). Sulcana Delong & Freytag, 1966 . brevis Delong & Freytag, 1966. Mato Grosso, Chapada dos Gui- marães (21). . carinata Delong & Freytag, 1966. Mato Grosso, Chapada dos Guimarães (21). Subfamília IASSINA E Bythonia Oman, 1938 . rugosa (Osborn, 1923). Brasil (87). Tassus Fabricius, 1803 liber (Walker, 1858). Para (87). IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):9-65, 28 ago 1982 Lista preliminar dos cicadelideos... 51 ern nun "q nun nigrifrons (Osborn, 1924). Minas Gerais (87). pallidus (Osborn, 1924). Brasil (87). smithii (Baker, 1900). Bahia (87). sordidus (Baker, 1900). Bahia (87). stramineus (Baker, 1900). Minas Gerais (87). Pachyopsis Uhler, 1877 . similis Kramer, 1963. Rio de Janeiro, Angra dos Reis, Jussaral (53). Scaroidana Osborn, 1938 . flavida Osborn, 1938. Mato Grosso, Chapada dos Guimarães (53). . fulvula Osborn, 1938. Brasil (81) Pará (53). Stragania Stal, 1866 . divisa (Stal, 1862). Rio de Janeiro (87). . ornatula (Stal, 1862). Mato Grosso, Chapada dos Guimarães (87). Espirito Santo (69). Rio de Janeiro (87). S. pallescens (Stal, 1862). Mato Grosso, Chapada dos Guimarães, Rio N fee nt BE ES E Fe ES o de Janeiro (87). Subfamilia IDIOCERINAE Adiaerotoma Spinola, 1850 . eupelicoides Spinola, 1850. Brasil (88). Aglenita Spinola, 1850 . bipunctata Spinola, 1850. Brasil (88). Chunroides Evans, 1947 . patulus (Walker, 1853). Pará, Santarém (45). Idiocerus Lewis, 1834 albicollis Osborn, 1924. Minas Gerais (88). areatus Osborn, 1923. Minas Gerais (88). bakeri Metcalf, 1955. Brasil (88). braziliensis (Stal, 1862). Rio de Janeiro (88). breviatus Osborn, 1924. Minas Gerais (88). eburneomaculatus Osborn, 1924. Brasil (88). figuratus Osborn, 1924. Minas Gerais (88). flavidus Osborn, 1923. Brasil (88). fulvus Osborn, 1923. Minas Gerais (88). hyalinus Osborn, 1923. Brasil (88). intricatus Osborn, 1923. Minas Gerais (88). maculifrons Osborn, 1923. Brasil (88). minutus Osborn, 1923. Minas Gerais (88). occipitalis Osborn, 1924. Pará (88). ocellatus Osborn, 1923. Brasil (88). osborni (Osbom, 1923). Brasil (88). IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):9-65, 28 ago 1982 52 ZANOL, K.M.R. & MENEZES, M. de. principensis Osborn, 1924. Brasil (88). quadrangularis Osborn, 1923. Brasil (88).. rubricosta Linnavuori, 1956. Rio Grande (sic) (69). teutoniae Linnavuori, 1956. Santa Catarina, Nova Teutonia (69). tumidulus Osborn, 1923. Minas Gerais (88). unicolor (Stal, 1860). Brasil (66). viridicatus Osborn, 1923. Brasil (88). vittatus Osborn, 1924. Brasil (88). a a a Pa] Subfamilia LEDRINAE Clinonana Osborn, 1938 . impensa Kramer, 1966. Brasil (58). . mirabilis (Spangberg, 1878). Para, Santarém (58). Platyhynna Berg, 1884 P. bdellostoma (Berg, 1879). Santa Catarina (58). Proranus Spinola, 1850 P. adspersipennis Stal, 1862. Para, Santarém (58). Bahia, Ilhéus, car- rapicho beiço-de-boi, jetirana, kudzu tropical (*). Mato Grosso, Chapada dos Guimaräes, Rio de Janeiro, Parana, Londrina, Santa Catarina, Nova Teutonia (58). P. ghilianii Spinola, 1850. Mato Grosso, Chapada dos Guimaräes, Minas Gerais, Vicosa, Mato Grosso do Sul, Corumba (58). . infractus Kramer, 1966. Mato Grosso, Chapada dos Guimarães (58). Xedreota Kramer, 1966 . tuberculata (Osborn, 1938). Para, Santarém (58). Xerophloea Germar, 1839 . viridis (Fabricius, 1794). Brasil (92,96). Bahia, Teixeira de Freitas, capim-de-burro (*). Minas Gerais, Rio de Janeiro, batata doce, batatinha, orö, tomateiro, Solanum flagellare (106). Espirito Santo (69). São Paulo, Botucatu, alface, erva de São João, guanxuma, Piracaia, pangola D (*). Rio Grande do Sul, Solanum flagellare (3), Guaiba, Viamão (*). Rio Grande, Santa Cruz (sic) (69). NN ao) o Subfamília MACROPSINAE Neopsis Oman, 1938 N. elegans (Van Duzee, 1907). Brasil (85). São Paulo (69). Nionia Ball, 1915 N. postica (Stal, 1862). Rio de Janeiro (85). Santa Catarina, Nova Teutonia (69). IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):9-65, 28 ago 1982 Lista preliminar dos cicadelideos... 53 Subfamilia NEOBALIINAE Calliscarta Stal, 1869 C. fasciata (Osborn, 1929). São Paulo, Pörto Epitácio (71,91). Santa Catarina, Nova Teutonia (71). Santa Cruz (sic) (71). C. magna (Osborn, 1923). Rondônia, Santo Antonio de Guaporé (rio Guaporé) (71,73,88). Conala Oman, 1936 C. corumbana Kramer, 1963. Mato Grosso do Sul, Corumbá (54). C. fasciata (Osborn, 1923). Rondônia, Santo Antonio de Guaporé (71). C. tijucata Kramer, 1963. Rio de Janeiro (Floresta da Tijuca) (54). Exolidia Osborn, 1923 E. picta Osborn, 1923. Brasil (88). Rondônia, Forte Principe (rio Guaporé) (71,100). Neobala Oman, 1936 N. guaporensis Oman, 1936. Rondônia, Santo Antonio de Guaporé (66,71). N. pallida (Osborn, 1923). Mato Grosso, Chapada dos Guimarães (66,71). N. permuta Kramer, 1963. Rio de Janeiro (54). N. quadrimaculata (Osborn, 1923). Mato Grosso, Chapada dos Gui- marães (71). N. quinquemaculata (Osborn, 1923). Mato Grosso, Chapada dos Gui- marães (71). Rhobala Kramer, 1963 R. lemur Kramer, 1963. Mato Grosso, Chapada dos Guimarães (54). Subfamília NEOCOELIDIINAE N Biza Walker, 1858 B. chinai Kramer, 1962. Para (51). B. crocea Walker, 1858. Brasil (83). Para, Villa Nova (51). Chinaia Bruner & Metcalf, 1934 C. serrata Linnavuori, 1965. Brasil (72). C. smithii (Baker, 1898). Brasil (48,49,83). Coelidiana Oman, 1938 C. bimaculata (Baker, 1898). Mato Grosso, Chapada dos Guimaräes (15). C. brasiliensis Linnavuori, 1965. Brasil (72). C. croceata (Osborn, 1923). Brasil (56). Bahia (83), Barra, Cachoeira (100). São Paulo (83), Santos (100). IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):9-65, 28 ago 1982 54 ZANOL, K.M.R. & MENEZES, M. de. 8-99 . modesta (Baker, 1898). Mato Grosso, Chapada dos Guimarães (15). . rubrolineata (Baker, 1898). Brasil (56). Mato Grosso (83), Chapada dos Guimarães, Mato Grosso do Sul, Corumbá (15). . spina Delorg, 1953. São Paulo (15,83). | undata Linnavuori, 1956. Brasil (48). Santa Catarina, Nova Teutonia (49,69). Megacoelidia Kramer & Linnavuori, 1959 spendida Kramer & Linnavuori, 1959. Brasil (56). Amazonas, Boa Esperanca, Capacetes, Säo Paulo de Olivenca, Tabatinga (63), Es- peranca (50). Tozzita Kramer, 1964 . petulans Kramer, 1967. Mato Grosso (rio Caraguata) (59). Xenocoelidia Kramer, 1959 . inflata (Osborn, 1923). Brasil (56). Rondônia, S. Antonio de Guaporé (rio Guaporé) (100). Xigilliba Kramer, 1964 . bellator Kramer, 1964. Para, Itaituba (56). Subfamília NIRVANINAE Jassosqualus Kramer, 1964 smithii (Baker, 1897). Pará, Benevides, Rio de Janeiro (57). Krocobella Kramer, 1964 K. colotes Kramer, 1964. Rio de Janeiro, Angra dos Reis, Jussaral (57). 99 A. Neonirvana Oman, 1936 . hyalina Oman, 1936. Rio de Janeiro, Angra dos Reis, Jussaral (57). Subfamília PHEREURHININAE Dayoungia Kramer, 1976 . metron Kramer, 1976. Mato Grosso, Chapada dos Guimarães (62). . virescens Kramer, 1976. Rio de Janeiro (Corcovado) (62). Phereurhinus Jacobi, 1905 . enteon Kramer, 1976. Pará, Itaituba (62). Subfamília TYPHLOCYBINAE Tribo ALEBRINI Abrela Young, 1957 robusta (Gillette, 1898). Mato Grosso, Chapada dos Guimarães (112). IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):9-65, 28 ago 1982 Lista preliminar dos cicadelídeos... 65 A. A. & Se O o oO U U Nx ii ii mi nã nt b Albera Young, 1957 picea (Osborn, 1928). Rondônia, Forte Principe (rio Guaporé): (112). Aphanalebra McAtee, 1926 unipuncta (Baker, 1899). Mato Grosso, Chapada dos Guimarães (112). Balera Young, 1952 . caraguatae Young, 1957. Mato Grosso (rio Caraguata) (112). Blarea Young, 1957 . brasiliensis Young, 1957. Rio de Janeiro, Rezende (112). Brunerella Young, 1952 flavonigra (Stal, 1862). Brasil (66). Rio de Janeiro (90). Elabra Young, 1952 parallela (Osborn, 1928). Mato Grosso (rio Caraguata) (112). parana (Osborn, 1928). Para (112). Habralebra Young, 1952 . amonea (Baker, 1899). Mato Grosso, Chapada dos Guimarães (112). bifasciata (Gillette, 1898). Mato Grosso, Chapada dos Guimarães (112), Minas Gerais, Bahia (90). cruciata Young, 1957. São Paulo, Campinas (112). gillettei Young, 1957. Mato Grosso, Chapada dos Guimarães (rio Caraguata), São Paulo, Campinas (112). . trimaculata (Gillette, 1898). Mato Grosso, Chapada dos Guimarães (112). . willinki Young, 1957. Santa Catarina, Nova Teutonia (112). Lallebra McAtee, 1926 . minettae (Baker, 1899). Brasil (110). Minas Gerais (90). Omegalebra Young, 1957 . barbata Young, 1957. São Paulo, Campinas, Santa Catarina, Nova Teutonia (112). . matogrossana Young, 1957). (Mato Grosso (rio Caraguatá), São Paulo (112). . ogloblini Young, 1957. Santa Catarina, Nova Teutonia (112). . vexillifera (Baker, 1899). Mato Grosso, Chapada dos Guimarães (112). Osbornulus Young, 1957 . quadrifasciatus (Osborn, 1928). Mato Grosso (rio Caraguata) (112). Paralebra McAtee, 1926 . ninettae (Baker, 1899). Mato Grosso, Chapada dos Guimarães (112). . similis (Baker, 1899). Mato Grosso do Sul, Corumbá (112). IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(61):9-65, 28 ago 1982 56 ZANOL, K.M.R. & MENEZES, M. de. P. singularis (Baker, 1899). Mato Grosso, Chapada dos Guimarães (112). Protalebra Baker, 1899 P. clitellaria Osborn, 1928. Brasil (90). P. curvilinea (Gillette, 1898). Mato Grosso, Chapada dos Guimarães (112). Minas Gerais (90). P. lenticula Osborn, 1929. Brasil (90). P. picea Osborn, 1928. Brasil (90). P. sublunata (Osborn, 1928). Brasil (90). P. vexillifera Baker, 1899. Minas Gerais (90). Protalebrella Young, 1952 P. brasiliensis (Baker, 1899). Para, Belém (112). Bahia (90), Ilhéus, es- tilosantes A, soja perene (*). Mato Grosso (90), Chapada dos Gui- maräes (rio Caraguata) (112). Minas Gerais (90). Rio de Janeiro, Niterói Rezende (112). São Paulo, batata doce (106), pangola E (*), Campinas (112), Araras, Mococa, pangola D, Botucatu, alface (*). Santa Catarina, Nova Teutonia (112). Rio Grande do Sul, Porto Alegre (*). P. iris Young, 1957. Mato Grosso (rio Caraguata) (112). P. parana Young, 1957. Pará, Jabaty (112). P. terminata (Baker, 1899). Mato Grosso, Chapada dos Guimarães (rio Caraguata), São Paulo, Campinas (112). Rabela Young, 1952 R. australis Young, 1957. Santa Catarina, Nova Teutonia (112). Rhabdotalebra Young, 1952 . brunnea colorata Young, 1957. Santa Catarina, Nova Teutonia (112). . hambletoni Young, 1957. São Paulo (112). . ornata Young, 1957. Santa Catarina, Nova Teutonia (112). VV Espécies de Posição Incerta Protalebra clitellaria Osborn, 1928. Mato Grosso (112). Protalebra sublunata Osborn, 1928. Rondônia, Forte Principe (rio Guaporé) (112). Tribo DIKRANEURINI Buritia Young, 1952 B. lepida (McAtee, 1926). Mato Grosso, Buriti, Chapada (110). Dikrella Oman, 1949 D. (Dikrella) albonasa (McAtee, 1926). Brasil (90). IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(61):9-65, 28 ago 1982 Lista preliminar dos cicadelideos... 57 U "U achas Ba ES uslasias Pino fine] Neodikrella Young, 1952 . disconotata (Osborn, 1928). Bahia (90). Parallaxis McAtee, 1926 . beata McAtee, 1926. Mato Grosso, Chapada (67). Minas Gerais (90). . donaldsoni (Baker, 1903). Bahia, Ilheus, calopogönio, gaton-panic, soja perene, Teixeira de Freitas, calopogönio, carrapicho beiço-de-boi, estilosantes B, guandu, kudzu tropical, jetirana, pangola B, pangola C, soja perene (*). Mato Grosso do Sul, Corumbá (67). São Paulo, pangola E (*), Araras, Mococa, Itapetininga, pangola D (*), Cam- pinas, grama, verbena (106). . permunda (Stal, 1862). Brasil (66,67). Rio de Janeiro (90). . respersa McAtee, 1926. Mato Grosso, Chapada dos Guimarães (67). respersa decrepita McAtee, 1926. Goiás, Mato Grosso (90). respersa respersa McAtee, 1926. Brasil (90). . tessellata McAtee, 1926. Mato Grosso (90), Chapada dos Guimarães, Mato Grosso do Sul, Corumbá (67). Minas Gerais (90). . tessellata mendica McAtee, 1926. Rio de Janeiro (90). . tessellata tessellata McAtee, 1926. Brasil (90). . vacillans McAtee, 1926. Mato Grosso, Chapada dos Guimaräes (90). Mato Grosso do Sul, Corumba (67). Minas Gerais, Santa Catarina (90). Tribo TYPHLOCYBINI Empoasca Walsh, 1862 . curveola Oman, 1936. Säo Paulo, batatinha (106). . decorata Osborn, 1924. Brasil (90). . fabalis Delong, 1930. Brasil (64,90), batata doce (46). Säo Paulo, batatinha, batata doce (106). flavescens (Fabricius, 1794). Brasil (90). fontesi Young, 1956. Bahia (111). gossypii Delong, 1932. Pernambuco, Paraiba, algodoeiro (106). Minas Gerais (90). kraemeri Ross e Moore, 1957. Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, alface, batatinha, feijoeiro, soja, toma- teiro, (106). São Paulo, amendoim, ervilha, fava, feijoeiro (46). . perelegans Oman, 1936. Minas Gerais (90). picta Osborn, 1924. Para (90). . plebeia Delong, & Davidson, 1935. Säo Paulo, algodoeiro, batatinha (106). prona Davidson & Delong, 1940. Brasil (90). sativae Poos, 1933. Brasil (90). . serigera Oman, 1936. Brasil (90). . tergata (McAtee, 1926). Brasil (90). IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(61):9-65, 28 ago 1982 58 ZANOL, K.M.R. & MENEZES, M. de. Observação A espécie Empoasca fabae (Harris, 1841) é descrita erroneamente para o Brasil e Rio Grande do Sul (3,4,90). E. E oe | Sn 2 x DS [e Teo: x P. P. P. Eualebra Baker, 1899 rufoornata (Stal, 1862). Brasil (66). Rio de Janeiro (90). Joruma McAtee, 1924 (Joruma) albifrons McAtee, 1926. Brasil (90). (J.) ascripta McAtee, 1926. Brasil (90). (J.) aurata McAtee, 1926. Brasil (90). (J.) cingulata McAtee, 1926. Brasil (90). (J.) ebria McAtee, 1926. Brasil (90). (J.) proxima McAtee, 1926. Brasil (90). (Jorumidia) curvata Osborn, 1928. Brasil (90). Neojoruma Young, 1952 . adusta (McAtee, 1924). Brasil (90,110). Subfamilia XESTOCEPHALINAE Tribo XESTOCEPHALINI Xestocephalus Van Duzee, 1892 . ancorifer Linnavuori, 1959. Pará, Santarém, Mato Grosso do Sul, Corumba (71). Santa Catarina, Nova Teutonia (71,89). Rio Grande Csic](71). i . desertorum (Berg, 1879). Para, Santarém, Taperinha (71). São Paulo, Piracaia, pangola D (*). Santa Catarina, Nova Teutonia (71) Rio Grande do Sul (68,71). . desertorum brunneus Van Duzee, 1907. Rio Grande do Sul (68). . desertorum provancheri Knull, 1944. Rio Grande [sic )(71,89). . immaculatus Linnavuori, 1959. Espirito Santo, Santa Catarina, Nova Teutonia (71,89). . irroratus Osborn, 1924. Pará (71,89,101). Espirito Santo (69,71,89). Rio de Janeiro (67,71). São Paulo, Piracaia, pangola D (*). Santa Catarina, Nova Teutonia (71,89). Rio Grande do Sul (71). Rio Gran- de (sic) (68,69,89). . quadripunctatus Linnavuori, 1955. Rio Grande Csic) (68,71,89). Tribo PORTANINI Portanus Ball, 1932 corumba Linnavuori, 1959. Mato Grosso do Sul, Corumbá (69,71). hasemani (Baker, 1923). Bahia (71,89,100). Rondônia, Forte Principe (rio Guaporé) (71,89,100). spiniloba Linnavuori, 1959. Santa Catarina, Nova Teutonia (71). IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):9-65, 28 ago 1982 Lista preliminar dos cicadelideos... 59 alface algodoeiro aroeira-do-campo arroz batata batata doce braquiária calopogônio cana-de-açúcar capim barba-de-bode capim buffel capim de-burro capim colonião capim comprido capim cuiabano capim elefante capim estrela capim gordura capim jaraguá capim marmelada capim pé-de-galinha capim quicúio capim de-rhodes capim sete-léguas carrapicho beiço-de-boi cenoura chicoria A chicoria B erva-de-São João estilosantes A estilosantes B feijão fumo gaton-panic girassol grama batatais grama seda green-panic guandu guanxuma hematria jiló kudzu tropical mamoneira mata cavalo menta milho morango pangola A APÊNDICE Lactuca sativa L. Gossypum hirsutum L. Schinus terebinthifolius Raddi Oryza sativa L. Solanum tuberosum L. Ipomoea batatas Lam. Brachiaria decumbens Stapf. Calopogonium muconoides Desv. Saccharum officinarum L. Aristida pallens Cav. Cenchrus ciliaris L. cv. Biloela Cynodon dactylon Pers. cv. Licia Panicum maximum Jacg. cv. Colonião Andropogon minarum Kunth. Paspalum plicatulum Michx. Pennisetum purpureum Pers.) Schum. Cynodon plectostachyum Pielger Melinis minutiflora Beauv. Hyparrhenia rufa (Ness) Stapf. Brachiaria plantaginea (Limk) Hitch Eleusine tristachya (Lam.) Kunth Pennisetum clandestinum Hochst Chloris gayana Kunth Brachiaria sp. Desmodium intortum Urb. Daucus carota L. Cichorium intybus L. Cichorium endivia L. Ageratum conyzoides L. Stylosanthes guyanensis Sw. cv. Cook Stylosanthes guyanensis Sw. cv. Schofield Phaseolus vulgaris L. Nicotina tabacum L. Panicum maximum Jacq. cv. Gaton Panic Helianthus annus L. Paspalum notatum Flügge Cynodon dactylon (L.) Pers. Panicum maximum Jacg. cv: Green Panic Cajanus cajan (L.) Mill. Sida rhombifolia L. Hemathria altissima (Poir.) Staff & C.E. Hubbard Centrosema pubescens Benth. Solanum gilo Pueraria phaseoloides Benth. Ricinus communis L. Solanum ciliatum Lam. Mentha sp. Zea mays L. Fragaria sp Digitaria swazilandensis Stent IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):9-65, 28 ago 1982 pangola B Digitaria decumbens Stent cv.Transvala pangola C Digitaria setivalva Stent pangola D Digitaria 'decubens Stent pangola E Digitaria sp. pangolão Digitaria unfolosi pimentão Capsicum annum L. setäria nandi Setaria anceps cv. Nandi soja Glycine max Merr. soje perene Glycine wightii (Wir.Grah ex Wight & And. Arn.) Verd. Court. tomateiro Lycopersicum esculentum Mill. trigo Triticum aestivum L. REFERENCIAS BIBLIOGRÄFICAS BAKER, C.F. 1898. Notes on Chlorotettix with some new species. Can. Ent., Guelph, 30:219-20. BENNET, C.W. & COSTA, A.S. 1949.. The brazilian curly top of tomato and tobacco resembling north american and argentine curly top of sugarbeet. J. agric. Res., Washington, 78:675-93. BERTELS, A. 1962.. Insetos-höspedes de solanáceas. Iheringia. Ser. Zool, Porto Alegre, (25):1-11. BERTELS, A. & BAUCKE, O. 1966. 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They are captured in Rio Grande do Sul State, Southern Brazil, and they present two types of bicephaly: one is a cryptoderodymous iniodimus by BELLUOMINI classification (1965), and the other is an opodymous by NAKAMURA classification (1938). A modified classification of double monsters is offered as well as an account of South American specimens with axial bifurcation found at present. INTRODUÇÃO A literatura sobre duplicações axiais em serpentes até cerca de 1931 foi revisada por CUNNINGHAM (1937). Os espécimens ocorrentes na América do Sul até 1945 foram citados por PRADO (1946) e o ma- terial depositado nas coleções de São Paulo, Brasil foi reexaminado por BELLUOMINI (1965). Das classificações antigas sobre monstruosidades em vertebrados, destaca-se a de GEOFROY-St. HILAIRE (1836), especifica para ma- miferos e da qual NAKAMURA (1938) tirou elementos para tipos de bicefalia em serpentes e que vem sendo seguida internacionalmente. BELLUOMINI (op.cit) ampliou a classificação de NAKAMURA para casos de derodimia. ® Aceito para publicação em 19.1.1982. Contribuição FZB-RS nº 250. ** Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Bolsista do CNPq (Proc. 1111-6090/76), Caixa Postal 1188, 90000 Porto Alegre, RS, Brasil. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):67-79, 28 ago 1982 68 LEMA, T. de. Sobre a gênese formal das duplicações não se tem ainda, uma ex- plicação definitiva. No Brasil apenas dois autores tecem comentários mais explicitados: VANZOLINI (1947) e CUNHA (1968). Sobre a anatomia das serpentes bicéfalas poucos autores a fizeram, geralmente porque o material é delicado demais, são recém-nascidos, ou estão mal-conservados os exemplares. O maior problema com os exem- plares bicéfalos doados às instituições científicas é que já vêm conser- vados em álcool ou descalcificados pelo formol, dificultando, inclusive a radiografia. No Brasil, apenas CUNHA (op.cit) fez a descrição anatô- mica completa. Na Argentina, ASTORT (1981) descreveu a anatomia de um bicéfalo. Para o Rio Grande do Sul, LEMA (1957, 1958, 1961) descreveu três espécimens bicéfalos de serpentes, sendo um deles da espécie Liophis miliaris. Neste trabalho são descritos mais dois espécimens de L. a com bicefalia, sendo o primeiro baseado em fotos e radiografias cedidas pelo Prof. Rudolf Gliesch e o segundo com base em especimen da coleção herpetolögica do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MCN). DESCRIÇÃO DOS ESPECIMENS 1. Especimen com 230mm de comprimento total, portanto com muitos dias de vida, capturado na Agronomia, município de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, em abril de 1930, por Rudolf Gliesch. O exemplar foi perdido mas foi possível estuda-lo através de 10 fotos e 5 radiografias, mandadas fazer por Gliesch; as radiografias são do es- pécimen inteiro ou somente da parte anterior. As fotos mostram claramente o padrão cromático dos jovens muito novos dessa espécie (Fig. 1) e que se caracteriza pela presença de man- chas pretas dorsais, desenho da cabeça e colares preto e creme nucais e que, no material do Rio Grande do Sul, desaparecem totalmente na for- ma adulta, tendendo a melanina à periferia dos escudos e escamas (reticulado). A bifurcação externa dá-se ao nível dos últimos supralabiais, fican- do o colar nucal preto, bem como o colar contiguo, continuos nos bois pescoços e que são cobertos pela pele sem sulcos ou pregueamentos. Pelas radiografias vê-se que há dois crânios independentes com duas curtas colunas vertebrais (Fig. 2). Pode-se observar com o auxilio do microscópio estereoscópico sete vértebras completas e isoladas, entre a oitava à décima vértebras de cada coluna há peças ósseas segmentárias como prolongamentos laterais vertebrais, mas de menor altura que as vértebras. As vértebras XI e XII são duplas, da XIII em diante são IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):67-79, 28 ago 1982 Descrição de dois espécimes... 69 únicas, desaparecendo a bifurcação. Na X vértebra a peça intermediária supra citada estã quase fusionada com as vértebras. As cabeças apresentam uma torção, dificil de medir pelo material gráfico disponível, mas sendo possivel estima-la em 70º mediante o traçado de retas tangentes à inclinação das duas cabeças. A coluna ver- tebral direita afasta-se da esquerda em cerca de 20º, sendo que a esquer- da segue o alinhamento geral da coluna vertebral única, logo, as duas cabeças estão em posição assimétrica. As medidas aferiveis são: comprimento total 231mm, comprimento tronco + cauda 220mm; comprimento das duas cabeças pelos lados ex- ternos — direita 13,5mm, esquerda 13,5mm — pelos lados internos, do ponto de junção até a tangente aos focinhos — direita Ilmm, esquerda 10mm; largura das cabeças ao nível das narinas 14,5mm, ao nível dos escudos parietais 16mm; maior largura cervical 1lImm. O material ra- diográfico forneceu: o comprimento de cada crânio 8mm; a largura de cada crânio ao nivel dos ossos parietais 4mm; largura total dos crânios ao nível dos ossos nasais 10,2mm, ao nível dos ossos parietais 9,7mm; comprimento de cada coluna vertebral livre 4mm; comprimento do trecho fusionado das colunas vertebrais 4mm; comprimento total de cada coluna (parte livre + fusionada) 8mm; maior largura da coluna na por- ção fusionada 2,5mm; largura de cada coluna livre 1,3mm. De acordo com a classificação de NAKAMURA (1938) o presente espécimen é um Teratodymus derodymus; pela classificação de BEL- LUOMINI (1965) éum Crypto-derodymus iniodimi. 2. MCN 7782 — Filhote retirado vivo de dentro de ovo que con- tinha outro exemplar mas normal. O ovo foi encontrado isolado sobre a grama em local próximo a grande banhado, lado oposto da rodovia, ao sul da Praia Mariluz, municipio de Tramandaí, Rio Grande do Sul, em 18.X.67. por G. Husman. O doador não fixou o espécimen que se apresenta um pouco desidratado e descalcificado (Fig. 3-4). A folidose mostra grande assimetria cefálica principalmente na face ventral. Escamas dorsais 24 (aproximadamente) no pescoço, 17 no meio do tronco e 15 na zona pré-anal. Pescoço muito largo na região da duplicação. Escamas ventrais 134, sulcadas medianamente em toda a extensão do animal, sendo muito largas inicialmente; vestígio umbilical presente sob forma de fino filamento que se insere nas ventrais 95 e 96, que são partidas; anal partida; subcaudais 46 nos dois lados; escudo ter- minal normal; supralabiais 8 nos lados externos e 5 nos internos; os primeiros supralabiais são muito baixos e elevam-se para trás, onde são muito maiores, sendo o maior de todos o VII que tem a forma de tra- pézio invertido; a fusão das cabeças dá-se no V supralabial, que é gran- de, em cada lado; ha dois escudetes sob os olhos internos anteriores aos mesmos, ficando o IV supralabial muito pequeno e baixo de cada lado. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(61):67-79, 28 ago 1982 TO: LEMA, T. de. . Os seguintes escudos são normais e pares: pré-oculares 1, postoculares 2, loreais 1, internasais 1, pré-frontais 1, supraoculares 1, frontais 1: nasais partidos, normais; rostrais muito baixos e largos visíveis de cima porque os focinhos são conspicuamente arredondados e convexos. A fusão das cabeças dá-se ao nivel dos parietais ocorrendo apenas os parietais externos pois, os internos, estão fusionados em grande escudo poligonal em forma de V, com vértice no centro elevado da bifurcação, invadindo a área dos temporais; desses ha apenas vestígios nas margens inferior e posterior direita da cabeça esquerda; na cabeça direita não há escudos temporais, nem vestígios, e a fórmula desses escudos é 1/0 na cabeça direita e na cabeça esquerda é: vestígio /1-1, sendo o anterior semelhante a um ázigo pequeno. Escudos nucais marginam parietais posteriormente tocando no occipital muito grande, que é transversal en- tre as duas cabeças e de forma poligonal, muito diferente das escamas dorsais (Fig. 5). A zona gular possui escutelação completamente alterada pela torsäo das mandíbulas para fora; os infralabiais marginam a domis- sura bucal das faces internas às duas cabeças e apresentam muitas sub- divisões resultando diversos escudetes diminutos, que isolam os sinfisais da comissura; é possível contar cerca de 9/7 infralabiais na cabeça di- reita e 5/10 na esquerda, contando-se apenas os maiores. Os mentais são muito alongados e se continuam de um lado para o outro, havendo um mental mediano curvo entre as cabeças; os escudos gulares e mento- nianos estão curvados para fora e para trás, mais acentuadamente na cabeça esquerda (Fig. 6). As medidas aferidas são: comprimento cabeças, pelo lado externo 9mm, lado interno da direita ômm, lado interno da esquerda 4,5mm; lar- gura de cada cabeça na altura das narinas 2mm; distância do ponto de bifurcação à tangente aos focinhos 6mm; largura total das cabeças ao nível das narinas Ilmm; largura das duas cabeças ao nível dos parietais 5,5mm; maior largura cervical ao nível do colar preto nucal 5,5mm; comprimento do tronco 75mm; comprimento da cauda 2imm; compri- mento total do animal 105mm. As cabeças fusionam-se logo após os olhos internos e apresentam uma torção de 20º, estando afastadas em um ângulo de 100º, com cur- vatura para fora das mandíbulas. Ha uma gibosidade no centro da bifur- cação cefálica, formando uma elevação cônica. O exame radiográfico mostra só uma coluna vertebral que se ar- ticula com os dois crânios, os quais estão fusionados por suas bases in- ternas. A cabeça direita esta no alinhamento do tronco único e a esquer- da insere-se na direita em ângulo de quase 90º; o crânio esquerdo é in- completo pois sua porção occipital esta embutida no crânio direito. O crânio direito é praticamente completo, não fosse a inserção látero- posterior da outra cabeça; infelizmente o exemplar estã muito descal- IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):67-79, 28 ago 1982 aà mad em a ID Descri de dois espécimes ... 71 cificado e as inümeras radiografias efetuadas näo permitem melhor visualizacäo da ossatura craniana. Conforme NAKAMURA (1938) este espécimen enquadra-se no caso de Opodymus. DISCUSSÃO E CONCLUSÕES O número de espécimens de serpentes encontrados portanto bifur- cações é grande, sendo menor em Testudines e menor ainda em Sauria; não conhecemos nenhum espécimen registrado de Crocodilia com bifur- cação. No Rio Grande do Sul somam-se a seis os espécimens encontrados conforme relação que apresentamos mais adiante. Analisando-se a ocorrência dessas anomalias do ponto de vista de anos decorridos dos registros e da quantidade de exemplares que che- garam aos institutos, o número de ocorrências é bastante baixo. Segun- do BELLUOMINI et alii (1977) a taxa de monstros verificada no Ins- tituto Butantan de São Paulo é de 1:100.000, conforme o registro da- quela instituição, que recebe uma média de 250 exemplares de serpentes por dia, segundo declarações do encarregado de recebimento, labora- torista Pedro Vilella. Muitos espécimens colecionados estão em más condições de fi- xação. A maioria dos autores não examinaram a anatomia dos mesmos. Por outro lado, os autores que comunicaram essas anomalias apresen- tam-se muito heterogêneos, desde médicos a curiosos, resultando hetero- geneidade na apresentação, com omissão de dados. Alguns exemplares estão em mãos de particulares. “A observação de BELLUOMINI et alii (1977) de uma ninhada de Crotalus durissus terrificus (Laurenti, 1768) refere um exemplar bicéfalo que é o menor da ninhada, que as duas cabeças apresentam diferenças entre elas, como ocorrem entre irmãos. Outro aspecto digno de nota é a posição das cabeças pois geral- mente uma delas afasta-se quase em ângulo reto da coluna vertebral en- quanto que a outra esta no alinhamento da coluna; isso sugere que a cabeça afastada insere-se na coluna ou na outra cabeça. Disso, aliás, resultou curiosa teoria por parte de TORNIER (1901). De um modo geral, o pouco que se sabe sobre a anatomia das ser- pentes duplas é que a duplicação esqueletal confere com a visceral. En- tretanto, ASTORT (1981) descreveu a anatomia de um exemplar em que a anatomia visceral duplica-se mais adiante ainda que a esqueletal: as duas colunas fusionam-se na XIV vértebra mas, há dois esôfagos, dois pulmões, dois conjuntos de vasos anteriores pré-cardiacos e dois cora- ções semi-fusionados. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):67-79, 28 ago 1982 72 LEMA, T. de. As classificações apresentadas para os casos teratológicos maxi- mizam a morfologia externa. Apresentamos uma classificação modificada a partir de NAKAMURA (1938) e usando elementos de WELLS (1945), VIZOTTO (1975) e BELLUOMINI (1965). Propromos a seguinte no- menclatura para as duplicações axiais anteriores em um só indivíduo: (II) Teratodymus — um único indivíduo com parte de seu es- queleto axial duplicado: II.a. Duplicitas anterior — duplicação anterior: II.a.1. Rhinodymus — duplicação região nasal. II.a.2 Opodymus — duplicação cranial incompleta, geralmente com olhos completos. Il.a.3. Atlodymus — duplicação cranial completa, com um só atlas aumentado ou duplo (VIZOTTO, 1975). II.a.4. Derodymus — duplicação cranial e vértebro-cervical completas, com duplicação céfalo-cervical completas (= derody- mus sensu stricto); ou apenas duplicação cefälica (crypto- derodymi iniodimi BELLUOMINI, 1965). II.a.5. Deropodymus — duplicação cranial incompleta e ver- tebro-cervical completa (casos de opodimia x derodimia) (= cryp- to-derodimi sincipitaliou parietali BELLUOMINI, 1965). II.a.6. Toracodymus — duplicação crânio-vertebral completas até, pelo menos, os dois corações (unidos ou não), com ou sem duplicação cervical (WELLS, 1945). No última caso enquadra-se o exemplar jovem de Boa constrictor constrictor Linnaeus, 1758, descrito por CUNHA (1968). Provavelmente, também o de Crotalus durissus terrificus descrito por VANZOLINI (1947) e o de ASTORT (1981). O esquema seguinte posiciona em escala gradativa o grau de duplicação anterior em serpentes. TORACÓDIMO DERODIMO — 5 DEROPÓDIMO ATLÓDIMO OPODIMO RINÓDIMO IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(61):67-79, 28 ago 1982 Descri de dois espécimes... 73 Fazendo-se uma apreciação geral dos casos e exemplares descritos e/ou figurados de serpentes com duplicações axiais anteriores, nota-se uma gradiente de variação da duplicação, desde o minimo até o máximo, isto é, desde a teratodimia inclusive, a teratopagia; ou ainda, em outras palavras, desde a rinodimia minima à anacatamesodimia ou craniopagia. Sendo assim, as classificações de duplicações tem valor muito relativo. Tem maior valor o conhecimento da anatomia e o acompa- nhamento formativo de monstruosidades (desenvolvimento embrionário). Os espécimens bicefalos até agora encontrados na America do Sul são poucos. À lista, que cremos ser atualizada, é a que segue: a. Familia BOIDAE: aa. Subfamília BOINA E: 1. Boa constrictor constrictor L., 1758. Belém do Pará, Brasil; depositado no Museu Paraense Emilio Goeldi, Belém. Jovem; bifurcação do tipo torácódimo com pescoços livres (CUNHA, 1968). b. Familia COLUBRIDAE: 2. Espécie não identificada. América do Sul; depositado no Mu- seum of Comparative Zoology, Cambridge, Massachusetts, E.U.A. Filhote; bifurcação do tipo opódimo (JACKSON, 1847; JOHNSON, 1901; CUNNINGHAM, 1937). bb. Subfamília COLUBRINAE: 3. Alsophis chamissonis chamissonis (Wiegmann, 1835). Praias de Nieblas, Valdivia, Chile; depositado na coleção particular de A. Sepúl- veda S. em Concepción, Chile. Jovem; bifurcação do tipo deródimo com pescoços livres (PFLAUMER, 1945; PRADO, 1946). 4. Helicops carinicaudus infrataeniatus (Jan, 1835). Cai, Rio Gran- de do Sul, Brasil; depositado no Museu do Departamento de Zoologia do Instituto de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Filhote; bifurcação do tipo opódimo (LEMA, 1958). 5. Leimadophis almadensis (Wagler, 1824). America do Sul; de- positado no Laboratoire d’Evolution da Sorbonne, Paris. Filhote; bifur- cação do tipo derödimo com um pescoço externo e duas colunas ver- tebrais (VELLARD & PENTEADO, 1931; CUNNINGHAM, 1937). 6. Leimadophis poecilogyrus poecilogyrus (Wied, 1825). Pedro Leopoldo, Minas Gerais, Brasil; depositado no Instituto Butantan, São Paulo, Brasil. Jovem; bifurcação do tipo deródimo com apenas um pes- coço (PRADO, 1942, 1943, 1946; BELLUOMINI, 1965). 7. Liophis miliaris (L., 1758). Taquara, Rio Grande do Sul, Brasil; depositado no Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. Filhote; bifurcação do tipo deródimo com um só pescoço externo (LEMA, 1957). 8. Liophis miliaris (L. 1758). Agronomia, Porto Alegre, Rio Gran- de do Sul, Brasil; depositado no Museu da Faculdade de Agronomia da IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):67-79, 28 ago 1982 14 LEMA, T. de. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre (perdido). Filhote; bifurcação do tipo derödimo com um só pescoço (artigo presen- te). 9. Liophis miliaris (L., 1758). Praia Mariluz, Tramandaí, Rio Grande do Sul, Brasil; depositado no Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. Filhote; bifurcação do tipo opódimo (artigo presente). bbb. Subfamília HETERODONTINAE: 10. Waglerophis merremii (Wagler, 1824). Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, Brasil; depositado no Instituto Butantan, São Paulo. Filhote; bifurcação do tipo deródimo com um só pescoço (BELLUO- MINI, 1958,1965). 11. Waglerophis merremii (Wagler, 1824). Farroupilha, Rio Grande do Sul, Brasil; depositado no Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. Filhote; bifurcação do tipo deródimo com um pescoço (LEMA, 1961). bbbb. Subfamília BOIGINA E: 12. Leptodeira annulata ashmeadi (Hallowell, 1845). Venezuela; depositado no Museo de Ciências Naturales da Universidad Central de Venezuela, Caracas. Filhote; bifurcação do tipo derödimo com pescoços livres (BELLUOMINI & LANCINI, 1959). 13. Philodryas olfersii ssp. Florida Paulista, São Paulo, Brasil; depositado no Laboratório de Zoologia da Faculdade de Filosofia, Ciên- cias e Letras de São José do Rio Preto, São Paulo. Filhote; bifurcação do tipo atlódimo (VIZOTTO, 1975). 14. Philodryas patagoniensis patagoniensis (Girard, 1857). Jerimu, São Paulo, Brasil; depositado no Instituto Butantan, São Paulo. Fi- lhote; bifurcação do tipo opódimo (PRADO, 1946; BELLUOMINI, 1965). 15. Tachymenis peruviana chilensis (Schlegel, 1837). Cherquenco, Cautin, Chile; depositado no Museu Araucano de Temuco, Chile. Fi- lhote; bifurcação do tipo deródimo com pescoços livres (LUER, 1944; PFLAUMER, 1945). c. Família VIPERIDAE: cc. Subfamília CROTALINAE: 16. Bothrops alternatus Duméril, Bibron & Dumeril, 1854. Cor- rientes, Argentina; depositado em (?). Jovem; bifurcação do tipo de- ródimo (BERST, 1945). 17. Bothrops alternatus Dumeril, Bibron & Dumeril, 1854. Pa- ranacito, Entre Rios, Argentina; depositado no Instituto Nacional de Microbiologia Dr. Carlos G. Malbrân, Buenos Aires. Filhote; bifurcação do tipo derödimo com um pescoço (ASTORT, 1981). ' 18. Bothrops atrox (L., 1758). Nascido no New York Zoological Park. New York, E.U.A.; depositado no Museum of Comparative IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):67-79, 28 ago 1982 a e Er Descrição de dois espécimes ... 75 Zoology, Cambridge. Filhote: bifurcação do tipo toracódimo (AMARAL, 1926; CUNNINGHAM, 1937). 19. Bothrops atrox (L., 1758). Ilhéus, Bahia, Brasil; depositado no Instituto Butantan, São Paulo. Filhote; bifurcação do tipo deropódimo com cifose da coluna vertebral (AMARAL, 1926; CUNNINGHAM, 1937, BELLUOMINI, 1965). 20. Bothrops atrox (L., 1758). Ilhéus, Bahia, Brasil; depositado no Instituto Butantan, São Paulo. Jovem, bifurcação do tipo deródimo com um pescoço (AMARAL, 1926; CUNNINGHAM, 1937; BELLUOMINI, 1965). 21.Bothrops atrox (L., 1758). Colombia; depositado no Museo del Colegio San José de Medellin, Colombia. Jovem; bifurcação do tipo opódimo (DANIEL, 1941, 1955). 22. Bothrops atrox (L., 1758). San Felipe, Yaracuy, Venezuela; depositado no Museu de Ciências Naturales de Caracas. Filhote; bifur- cação do tipo deródimo com dois pescoços (DUPOUY, 1958). 23. Bothrops jararaca (Wied, 1824). Vitória, Espirito Santo, Brasil; depositado na coleção do Instituto Pinheiros, São Paulo (Syntex, S.A.). Filhote; bifurcação do tipo opódimo (PEREIRA, 1950; BEL- LUOMINI, 1965). 24. Bothrops jararacussu Lacerda, 1884. Nasceu em cativeiro de uma fêmea procedente de Vitória, Espirito Santo, Brasil; depositado no Instituto Pinheiros, São Paulo (Syntex, S.A.). Filhote; bifurcação do tipo deródimo com um pescoço (PEREIRA, 1944; BELLUOMINI, 1965). 25. Crotalus durissus terrificus (Laurenti, 1768). Araçatuba, São Paulo, Brasil; depositado no Instituto Butantan, São Paulo. Jovem; bifurcação do tipo deródimo com um pescoço (AMARAL, 1926; CUN- NINGHAM, 1937; BELLUOMINI, 1965). 26. Crotalus durissus terrificus (Laurenti, 1758). Brasil, provavel- mente natimorto entre outros oito recem-nascidos; depositado no Ins- tituto Butantan, São Paulo. Filhote; bifurcação do tipo deródimo com dois pescoços (BELLUOMINI et alii, 1974, 1977). 27. Crotalus durissus collilineatus Amaral, 1926. Mato Grosso, Brasil; depositado no Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, São Paulo. Filhote; bifurcação do tipo deródimo com dois pescoços fusionados (VANZOLINI, 1947; BELLUOMINI, 1965). As reidentificações taxonömicas dos exemplares relacionados foram feitas com base nos dados registrados e material fotográfico publicado. 16 LEMA, T. de. AGRADECIMENTOS Ao Prof. Rudolf Gliesch, na pessoa de seus descendentes, pelo material cedido. Ao Dr. Arno Antonio Lise, pelo trabalho fotográfico. Ao Dr. Carlos Horáci trabalho radiológico e radioscopia. arlos Horácio Genro, pelo REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMARAL, A. do. 1926. Bicephalia em ophidios. Revista do Museu Paulista, São Paulo, 15:93-102. i ANTUNES, A. 1963. Classificacäo dos monstros de Isidoro Geoffrov Saint Hilaire, am- pliada e adaptada. Boletim do Departamento de Anatomia Patolögica, Faculdade de Veterinária da Universidade de São Paulo, São Paulo, 1(5):4-12; (6)4-11. ASTORT, E.D. 1981. Bicefalia em Bothrops alternatus Duméril, Bibron & Duméril (Ophidia - Crotalinae). In: JORNADAS ARGENTINAS DE ZOOLOGIA, 6, La Plata, 1981. Resumenes... Las Plata, 1981. p. 11-3. BELLUOMINI, H.E. 1958. Bicefalia em Xenodon merremii (Wagler, 1824) (Serpentes) (Descrição de um teratódimo deródimo). Memórias do Instituto Butantan (1957-8), São Paulo, 28:85-90. ——. 1965. Serpenti bicefali. Revisione del materiale esistente nell' Instituto Butantan, Dipartimento di Zoologia e nell’Instituto Pinheiros, São Paulo — Brasile. 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Zool., Porto Alegre(61):67-79, 28 ago 1982 Descrição de dois espécimes 79 Fig. 3-6: Liophis miliaris (L., 1758) procedente de Tramandaí, RS, Brasil (MCN 7782): 3. aspecto geral dorsal; 4. aspecto geral ventral; 5 aspecto dorsal das cabeças e pescoço; 6. aspecto ventral das cabeças e pescoço. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):67-79, 28 ago 1982 u A 4 j o costa pad am err o ea teia A doa re ee m Notas sobre a reprodução de Sporophila albogularis (Spix, 1825) (Passeriformes, Emberizidae) em cativeiro.* Luiz Octavio Marcondes Machado*** RESUMO Foram feitas observações sobre o comportamento reprodutivo e a biologia de Sporophila albogularis (Spix, 1825) em cativeiro, no Parque Zoológico de São Paulo, Brasil. O macho apresenta exibição de corte na época da reprodução que antecede à cons- trução do ninho. O ninho em forma de taça é construído pela fêmea na forquilha de um arhusto. Durante esta fase o macho fica próximo cantando e agride pássaros de outras es- pécies que se aproximam. A ovipostura é constituída por dois ovos, que são incubados pela fêmea durante 12 dias. Os ninhegos são “cobertos” pela fêmea e a limentados pelo casal. Nesta época, além de sementes, alimentam-se de insetos. Os ninhegos permanecem no ninho por 13 dias. Quando saem, voam até algum arbusto onde permanecem. Os pais vão até eles para alimentá-los. Os filhotes, além da penugem natal, ainda passam por mais três plumagens até ficarem com a plumagem de adulto. ABSTRACT Observations on the reproductive behaviour and biological aspects of a couple of Sporophila albogularis (Spix, 1825), in captivity were made in the Parque Zoológico, São Paulo State, Brazil. The male demonstrated a courtship display previous to the period when the nest is built. The cup shaped nest is built by the female on branch bifurcations of the bushes. During this phase, the male remains in the vicinities, singing, and attacks any other bird that approaches to the area. The clutch consists of two eggs, which are incubated by the female during 12 days. The nestlings are covered by the female and fed by the couple. During this phase, appart from seeds, they are fed by insects as well. The nestlings remain in the nest for 13 days. When leave, they fly to the nearest bush where they remain. The parents follow to feed them. Apart from the birth feathering, fledglings have other three plumages until the adult plumage. * Aceito para publicação em 02.111.1982. ** Professor Assistente Doutor do Departamento de Zoologia do Instituto de Biologia da Univer- sidade Estadual de Campinas (UNICAMP), 13100, Cidade Universitária Zeferino Vaz, Barão Geraldo, Campinas, São Paulo, Brasil. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):81-9, 28 ago 1982 82 MACHADO, L.O.M. INTRODUÇÃO O presente trabalho faz parte de um estudo mais amplo sobre o comportamento e a biologia de espécies da família Emberizidae, com ob- servações realizadas em cativeiro e na natureza. O gênero Sporophila Cabanis, 1844, pertence à subfamilia Em- berizinae, segundo PAYNTER (1970), é representado no Brasil por 20 espécies (SCHAUENSEE, 1971). Sporophila ee (Spix, 1825) habita vegetação arbustiva (SCHAUENSEE, 1971); é é monotipica, ocorrendo no Piauí, Cearã e nor- deste do Brasil, para o sul até a Bahia e Espirito Santo (SCHAUEN- SEE, 1966). É conhecida popularmente pelo nome de brejal e, devido à beleza de seu canto territorial (IHERING, 1940 apud NOGUEIRA- NETO, 1973). é estimado como pássaro de gaiola, o que podera, no fu- turo, er sua existöncia. Torna-se portanto necessário um maior conhecimento do comportamento reprodutivo e da biologia desta espécie, visando coletar dados que possibilitem sua conservação. MATERIAL E MÉTODOS As observações sobre o comportamento reprodutivo de S. albogularis foram feitas durante o período de janeiro de 1975 a março de 1978, no Parque Zoológico de São Paulo. Estas observações realizadas à vista desarmada, foram feitas no periodo da manhã e no início do período da tarde, num total de aproximadamente 4 horas por dia durante o periodo reprodutivo da espécie. Um casal de brejal foi mantido em um viveiro de 5,00 x 2,25 x 1,00m tendo ao chão grama batatais, Paspalum notatum Flügge (Gramineae) e ar- bustos de sangue-de-Adão, Salvia splendens Ker-Gawl (Labiatae), buxinho, Buxus sem- pervirens L. (Buxaceae) e ligustro, Ligustrum sinense Lour. (Oleaceae). No viveiro além dos pássaros estudados, havia um casal de Tiaris fuliginosa (Wied, 1831). - Embora desconhecida a exata procedência dos pássaros, estes forafn identificados por comparação com peles existentes na Seção de Aves do Museu de Zoologia da Univer- sidade de São Paulo. Três exemplares de S. albogularis (números 0527, 0586 e 0668) foram depositados na coleção do Departamento de Zoologia do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas. Para construção do ninho foram fornecidas raízes de capim amargoso, Digitaria in- sularis Mez. ex Ekman (Gramineae). A alimentação constitui-se de alpiste, Phalaris canariensis L. (Gramineae), painço Setaria italica (L.) Beauv. (Gramineae) e de uma mis- tura: pão seco moido, leite, almeirão, Chicorium intybus L. (Compositae) picado, Vitagold (Laboratório Tortuga), Gevral (Laboratório Lederle) e gema de ovo. Além disso foram fornecidas larvas do inseto Tenebrio molitor Linné, 1758 como indicado por LORDELLO (1951) para pássaros da família Embirizidae e cascas de ovo de galinha, principalmente na época da ovipostura. Para cada média considerada o número de eventos observados virá representando pela letra n. RESULTADOS Corte: Na época que antecede a construção do ninho, o macho apresenta exibição de corte. As penas do corpo e da cabeça são mantidas IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):81-9, 28 ago 1982 Notas sobre a reprodução de Sporophila... 83 erguidas; a cauda, ligeiramente levantada, pode mover-se para baixo, para cima e para os lados. As pernas permanecem esticadas, e a cabeça erguida. Dependendo da intensidade da corte, as asas podem tremular, sem que sejam abertas, a seguir uma das asas pode então ser aberta e levantada quase na vertical, e depois abaixada; o movimento é realizado alternadamente pelas asas (Fig. 1). O erguimento das asas é também observado quando da agressão entre dois machos. Em agressões de baixa intensidade o erguimento das asas é pequeno e, quando a intensidade da agressão é alta as asas ficam pressionadas de encontro ao corpo. Durante a exibição de corte o macho canta com o bico bem aberto e com as penas brancas da gula eriçadas. A corte não era seguida de postura de solicitação da fêmea, nem de cópula. Construção do ninho: O ninho tem a forma de taça e é construido pela fêmea em arbustos de sangue-de-Adão e buxinho, uti- lizando a raiz de capim amargoso. Durante a arrumação das raizes na forquilha do arbusto, a fêmea pode manter as asas desencostadas do corpo. Por vezes, mantém presa ao bico uma raiz e voa pelo viveiro, tremulando as asas ao pousar. Enquanto a fêmea leva as raizes para a forquilha, o macho per- manece próximo cantando, podendo agredir os pássaros da outra espécie (T. fuliginosa) que se aproximam. Esporadicamente o macho ajuda na construção, levando raizes até o ninho. As medidas de um ninho foram: diâmetro interno 4,8 cm; diâmetro externo 6,5 cm; profundidade 3,8 cm; altura 4,1 cm e altura do solo 76,0 cm. A cada nova ovipostura ha construção de um novo ninho. Ovipostura, incubação ecuidados com a prole: De nove oviposturas, oito foram constituídas por dois ovos postos em dias consecutivos, e uma por um ovo. Estes possuem cor de fundo branco com manchas pretas, salpicos castanho médio e claro, mais con- centrados no polo mais largo, ou então com salpicos castanho médio e claro regularmente distribuidos e algumas manchas pretas. Foi observada uma resposta comportamental quando da passagem de uma gralha (Cyanocorax cyanopogon (Wied, 1821)) sobre os viveiros enquanto a fêmea incubava. Concomitante à emissão de piados de alar- me dados pelos pássaros dos outros viveiros, a fêmea de brejal deixou o ninho indo pousar nos ramos internos de um arbusto de folhagem densa. Os ovos foram incubados pela fêmea por um período médio de 12 dias (= 8), com um máximo de 14 e um mínimo de 10 dias. Os ninhegos foram alimentados tanto pelo macho como pela fêmea. Durante esta fase o casal forrageia por entre as folhas dos arbustos, provavelmente capturando pequenos invertebrados. Foram também alimentados com as larvas de T. molitor e com as sementes fornecidas. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):81-9, 28 ago 1982 Após alimentar os filhotes, a fêmea os “cobre”, enquanto o macho se afasta. A fêmea “cobre” os ninhegos por um período médio de 13 dias (n=5), com um máximo de 15 e um minimo de 12 dias, após o que eles deixam o ninho em conjunto, permanecendo pousados nos arbustos. O casal vai até eles para alimentá-los. Após alguns dias os filhotes co- meçam a voar pelo viveiro e, quando os pais estão próximos apresentam comportamento de pedir alimento, que consiste na emissão de um piado característico acompanhado por tremular de asas. São alimentados até que tenham cerca de 48 dias (n=2). A partir dessa idade, o casal passa a evitá-los, sendo seguidos por eles, que continuam a apresentar o com- portamento de pedir alimento. Ao nascer, o ninhego apresenta-se coberto com penugem branca levemente acinzentada (plumagem natal), em seguida ocorre o apare- cimento das primeiras penas, ainda no ninho, que vão formar a plu- magem infantil. Após aproximadamente 2 meses de vida o filhote ad- quire a plumagem juvenil (semelhante à da fêmea). Com cerca de dm ano de idade os individuos machos adquirem a plumagem de adulto (Fig. 2). DISCUSSÃO E CONCLUSÕES Corte: a exibição de corte apresentado pelo macho pode re- presentar várias tendências comportamentais. Segundo HINDE (1956), que estudou alguns fringilideos europeus, o erguimento das penas da cabeça, pescoço e especialmente garganta, assim como os movimentos laterais da cauda e a extensão das pernas, evidenciam forte tendência sexual. O erguimento da cauda parece estar ligado à hesitação para se aproximar da fêmea; o das asas, por outro lado, à agressividade. No caso de S. albogularis, o componente erguimento das asas deve estar mais relacionado à tendência de fuga, pois no caso de agressão de baixa in- tensidade quando a tendência de fuga parece ser maior, as asas são er- guidas enquanto que o erguimento da cauda estaria associado ao com- ponente sexual da exibição, pois visaria a apresentação da região cloacal. A interpretação do componente de agressividade da exibição de corte não se mostrou claro. Construção do ninho:a forma do ninho e o local utilizado para sua construção é o usual encontrado para as espécies do gênero. Assim S. americana aurita (Bonaparte, 1851) (GROSS, 1952; SKUTCH, 1954), S. torqueola (Bonaparte, 1851) (SKUTCH, 1954), S. nigricollis (Vieillot, 1823) (ALDERTON, 1961 e FFRENCH, 1965) e S. caerulescens (Vieillot, 1823) (GARDEL, 1980) apresentam este tipo de ninho, e o constroem em arbustos ou árvores. IHERINGIA. Sér. Zooi., Porto Alegre(61):81-9, 28 ago 1982 Notas sobre a reprodução de Sporophila... 85 A construção do ninho realizada pela fêmea, quase sem a parti- cipação do macho, também ocorre em outras espécies do gênero, como S. americana aurita (GROSS, 1952 e SKUTCH, 1954), S. torqueola (SKUTCH, 1954); S. nigricollis (FFRENCH, 1965) e S. caerulescens (GARDEL, 1980). Na natureza, o material utilizado por S. nigricollis para a cons- trução do ninho é constituído por talos secos de capim, com algumas fibras fortes (ALDERTON, 1961), ou de fibras de casca de coco, pedaços secos de feto de Asparagus L., raizes pequenas e panículos secos de capim (FFRENCH, 1965). S. americana aurita utiliza fibras de plantas, talos finos de capim, e raizes pequenas (GROSS, 1952) enquanto que S. torqueola constrói o corpo do ninho com raizes finas, fibras e delicados ramos de inflorescências de capim (SKUTCH, 1954). S. caerulescens se utiliza de raizes de capim e um pouco de crina animal para a forração (observação pessoal); IHERING (1900) menciona ainda raizes finas como material empregado por esta espécie para a construção do ninho. Pode-se verificar que o item raizes de capim se acha presente no ninho das quatro espécies citadas, indicando portanto, que o material fornecido para a construção do ninho, provavelmente não estranho à espécie es- tudada, não deve alterar seu comportamento. Como na espécie em estudo, o macho de S. nigricollis canta próximo ao local do ninho (ALDERTON, 1961), e o de S. caerulescens além disso, também agride pássaros de outras espécies que se aproxi- mam (Vera C. Silva, comunicação pessoal), como ocorre com o macho de brejal. As medidas do ninho de S. albogularis não diferem muito daquelas obtidas para outras espécies do mesmo gênero. O ninho de S. nigricollis tem 5,0 cm, de diâmetro interno por 4,3 ou 5,2 cm de fundo, construido a uma altura máxima do solo de 300 cm e minima de 170 cm (ALDER- TON, 1961); o de S. caerulescens mede 5,0 cm de diâmetro por 4,0 cm de fundo (EULER, 1900); o de S. americana aurita mede de diâmetro externo 7,5 cm; de altura 5,0 cm; diâmetro interno 3,7 e 3,7 cm de fundo construido a uma altura do solo entre 87 cm a 100 cm (SKUTCH, 1954); o de S. torqueola mede 4,0 cm de diâmetro interno por 3,0 a 4,0 cm de fundo (SKUTCH, 1954). A construção do ninho a cada nova postura ocorre também em S. nigricollis, pois um casal observado por ALDERTON (1961) construiu 3 ninhos consecutivamente, após cada postura ter sido destruida. Ovipostura, incubação ecuidadosàã prole: o número de ovos por ovipostura, em espécies neotropicais da família Emberizidae, parece estar relacionado ao tipo de ninho, sendo em menor número naquelas espécies que possuem ninho em forma de taça (MAR- CONDES-MACHADO, no prelo). Segundo SKUTCH (1954) oviposturas IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):81-9, 28 ago 1982 86 MACHADO, L.O.M. compostas de dois ovos parecem ser a regra entre as espécies tropicais de Sporophila embora em algumas oviposturas de S. americana corvina (Sclater, 1859) e S. torqueola tenham sido encontrados três ovos. Em S. albogularis como em S. nigricollis (FFRENCH, 1965) e S. caerulescens (EULER, 1900; GARDEL, 1980; Vera C. Silva, informação pessoal), a maioria das oviposturas foram constituídas por dois ovos. A incubação também é realizada pela fêmea em S. nigricollis (FFRENCH, 1965), S. americana aurita (GROSS, 1952), S. torqueola (SKUTCH, 1954) e S. caerulescens (GARDEL, 1980; Vera C. Silva, in- formação pessoal). O periodo de incubação para estas espécies é de 12 dias, com exceção de S. torqueola, para a qual SKUTCH (1954) menciona 13 dias. Segundo PETTINGILL (1971), a alimentação de filhotes nidicolas é na maioria das vezes, realizada tanto pelo macho como pela fêmea, o que faz com que a quantidade de alimento levado a eles seja maior (LACK, 1968). Assim temos que em S. americana aurita (GROSS, 1952), S. nigricollis (FFRENCH, 1965), S. torqueola (SKUTCH, 1954) e S. albogularis, ambos os pais alimentam os filhotes. “Quanto ao tipo de alimento levado aos filhotes, sabe-se através de observação de alguns autores como: CARVALHO (1957), ALDERTON (1962), LACK (1968) e MARCONDES-MACHADO (1980), que muitas especies de aves, mesmo as granivoras, incluem insetos em sua alimen- tação na época de cuidados à prole. O fornecimento de larvas de T. molitor tem sido recomendado por NOGUEIRA-NETO (1973) para pás- saros granivoros da família Emberizidae, que se reproduzem em cati- veiro, especialmente durante a época de cuidados à prole. O exame do conteúdo estomacal de S. plumbea (Wied, 1831), Oryzoborus angolensis (Linnaeus, 1766) e Volatinia jacarina (Linnaeus, 1766) evidenciou a exis- tência de restos de insetos (SCHUBART; AGUIRRE; SICK, 1965). Portanto, o fato dos pássaros estudados se alimentarem de larvas de T. molitor somado ao comportamento de forragear, vem corroborar com as observações da necessidade desta espécie em incluir este tipo de alimento na nutrição dos filhotes. Os filhotes de aves nidicolas costumam deixar o ninho em conjunto e se dirigir a um abrigo onde permanecem imóveis, não muito próximos um do outro, até que voem melhor (NICE, 1939 e SNOW, 1962). Os filhotes de brejal usualmente pousam em arbustos fechados e lá per- manecem, provavelmente obtendo, desta maneira, uma maior proteção contra predadores. Os ninhegos recém-nascidos de S. americana aurita possuem tam- bém penugens acinzentadas recobrindo o corpo (GROSS,: 1952 e SKUT- CH, 1954), como ocorre com S. albogularis. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(61):81-9, 28 ago 1982 Notas sobre a reprodução de Sporophila... 87 AGRADECIMENTOS À Eloisa Helena Morgado, Werner C.A. Bokermann, Vera Lúcia Imperatriz Fon- seca e Maria Aparecida Julião de Carvalho pela leitura e discussão do texto: Suzanne M. Bennett pela revisão do Abstract; Luiz Fernando R.M. Aguiar pela confecção do desenho e ao Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo pela utilização de sua biblioteca e coleção de aves. À Fundação Parque Co de São Paulo pela possibilidade de realizar o presente trabalho. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALDERTON, C.C. 1961. The breeding cycle of the Yellow-Bellied Seedeater in Panamá. Condor, Columbus, Ohio, 63:390-8. — —. 1962. Breeding of Blue-Black Grassquit. Condor, Columbus, Ohio, 65:154-62. CARVALHO, C.T. de 1957. Notas ecológicas sobre Volatinia jacarina (Passeres, Frin- gillidae). Bolm Mus. para. Emílio Goeldi Nova Série, Zoologia, Belém (2):1-10. EULER, C. 1900. Descripção de ninhos e ovos das aves do Brasil. 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Macho adulto (foto de Werner C.A. Bokermann). IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):81-9, 28 ago 1982 er PD RM RTL od, a u ir Ha ain He % Im" eo Da PRI pn oo an ar o PP A re Ap gr 3 1 a, REN N E x “ WIN: A 2 2 j te iR N LATAS Ad EU PO a re EV 3 j va op en RE é k RUN TA mA PAR" ‚ Contribuição para o conhecimento do gênero Halictoxenos Pierce, 1908 (Stylopidae, Strepsiptera, Insecta)*. Cesar A. C. Trois** RESUMO Duas novas espécies de Stylopidae são descritas: Halictoxenos cupreolae sp. n. parasita de Augochloropsis cupreola (Cockerel, 1900) (Halictidae, Hymenoptera) e H. proditus sp. n. parasita de Augochloropsis sp., sendo o primeiro registro de espécies nominais do gênero Halictoxenos Pierce, 1908 para o Brasil. ABSTRACT Two new species of Stylopidae are described: Halictoxenos cupreolae sp. n. parasitic on Auguchloropsis cupreola (Cockere, 1900) (Halictidae, Hymenoptera) and H. proditus sp. n. parasitic on Augochloropsis sp., the first record of nominal species of the genus Halictoxenos Pierce, 1908 to Brazil. INTRODUÇÃO O primeiro registro da ocorrência da familia Stylopidae no Brasil foi feito por TEMPLETON (1841) com a descrição de Paraxenos west- woodi. Outras treze espécies, atualmente incluídas nos gêneros Xenos (Rossius, 1793), Paraxenos (Saunders, 1872) e Brasixenos Kogan & Oliveira, 1966, foram registradas por OLIVEIRA & KOGAN (1960, 1962) e por KOGAN & OLIVEIRA (1966). Esses autores, no entanto, não fizeram nenhuma referência quanto a ocorrência de espécies de Halictoxenos Pierce, 1908 na fauna brasileira; do mesmo modo, KINZELBACH (1971) não as registrou para o Brasil. * Aceito para publicação em 12.111.1982. Trabalho apresentado no VI Congresso Brasileiro de Entomologia, Campinas (SP), 03 a 09 de fevereiro de 1980. ** Engenheiro Agrônomo, Professor Assistente na Faculdade de Zootecnia, Veterinária e Agronomia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), Caixa Postal 143, 97.500 Uruguaiana, RS, Brasil. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):91-6, 28 ago 1982 MATERIAL E MÉTODO Na coleção de Strepsiptera da Fundação Instituto Oswaldo Cruz (FIOC), Rio de Janeiro (RJ), estão depositadas algumas abelhas selvagens da família Halictidae, duas dessas, de espécies do gênero Augochloropsis Cockerel, 1897, estavam estilopizadas por fêmeas de estrepsipteros do gênero Halictoxenos. As fêmeas foram extraídas dos abdomens dos hospedeiros e preparadas pela seguin- te técnica: quinze minutos em álcool etílico absoluto, duas horas em hidróxido de potássio a quente, dez segundos em fenol-xilol 1:1, dez segundos em xilol puro e montagem em lâminas para microscopia. Os desenhos do cefalotórax e suas estruturas foram feitos com câmara clara e sem correções de assimetria. As medidas estão expressas em milímetros. RESULTADOS Halictoxenos cupreolae sp. n. (Fig. 1-2) F êm e a. Forma geral do cefalotórax: sub-triangular; maior lar- gura logo além dos espiráculos, constringido fortemente na base, fi- namente granulado na superfície ventral. Coloração geral castonha-clara. Cabeça de formato aproximadamente hexagonal; abertura bucal cons- pícua; esclerito hipo-faringeal com as margens anterior e posterior quase paralelas; labro da mesma largura do esclerito hipo-faringeal; mandi- bulas quase tão largas quanto longas, relação axis-transversal/axis- longitudinal: 0,4; dentes das mandíbulas arredondados nas pontas, pouco proeminentes, mais curtos do que a projeção da margem externa. Membrana cefalotorácica semi-circular nas extremidades pela confluência da cabeça com o protórax, esse bem delimitado, elíptico no contorno, mais quitinizado que as áreas adjacentes. Orgãos de Nassonov grandes e dispersos em uma área semi-eliptica. Espiráculos marginais, nos ângulos posteriores do cefalotórax. Medidas: comprimento do cefalotórax 0,81; largura na base do cefalotórax 0,42; largura entre os espiráculos 0,63; largura maior 0,65; distância entre as mandíbulas 0,09; largura da cabeça ao nível da mem- brana cefalotorácica 0,31; comprimento da cabeça ao nível da linha mediana 0,14; comprimento lateral da cabeça 0,12; distância dos espi- ráculos à extremidade da cabeça 0,51. Macho e triungulino: desconhecidos. Hospedeiro: Augochloropsis cupreola (Cockerel, 1900) (Halictidae, Hymenoptera) (Fig. 3). Distribuição: BRASIL: Rio de Janeiro. Material examinado: BRASIL: Rio de Janeiro. Itatiaia, holótipo fêmea FIOC 0136, 15.V.1940, F. Zicanleg.. ; IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(61):91-6, 28 ago 1982 Contribuição para o conhecimento... 93 Halictoxenos proditus sp. n. (Fig. 4 - 5) F & m e a. Forma geral do cefalotórax: sub-triangular; maior lar- gura logo além dos espiráculos, constringido na base, granulado na superfície ventral. Coloração castanho-escura. Margem anterior da cabeça arredondada, labro da mesma largura do esclerito hipo-faringeal, este convexo e estreito; abertura bucal nitida; mandíbulas mais longas do que largas, relação axis-transversal/axis-longitudinal: 0,8; dentes retos, truncados no ápice. Membrana cefalotorácica quase semi-circular, limitada nas extremidades pela confluência do protórax com os prolon- gamentos cefálicos; segmentos torácicos da mesma textura. Orgãos de Nassonov pequenos, irregularmente dispersos em uma área de contorno semi-elíptico. Espiráculos salientes tanto em -vista ventral quanto la- teral. Medidas: comprimento do cefalotórax 0,95; largura na base do cefalotörax 0,50; largura entre os espiräculos 0,69; largura maior 0,72; distância entre as mandíbulas 0,11; largura da cabeça ao nível da mem- brana cefalotorácica 0,36; comprimento da cabeça ao nível da linha mediana 0,14; comprimento lateral da cabeça 0,31; distância dos espi- ráculos à extremidade da cabeça 0,53. Macho etriungulino: desconhecidos. Hospedeiro: Augochloropsis sp. (Halictidae, Hymenoptera) (Fig. 6). Distribuição: BRASIL: Mato Grosso do Sul. Materialexaminado: BRASIL: Mato Grosso do Sul. Campo Grande, holótipo fêmea FIOC 0137, 05.VII. 1927, Macedo leg.; parátipo fêmea FIOC 0138, mes- mos dados do holótipo. DISCUSSÃO O gênero Halictoxenos Pierce, 1908 (sensu BOHART, 1941) é for- mado por 17 espécies de ampla distribuição, a seguir discriminadas: Halictoxenos anneckei Pasteels, 1958; H. arnoldi Perkins, 1918; H. crawfordi, Pierce, 1909; H. jonesi Pierce, 1908; H. manilae (Pierce, 1909); H. nitidiusculus Oglobin, 1924; H. nymphaeri (Pierce, 1911); H. puncticollis Noskiewic & Poluzsynski, 1924; H. robbi Pierce, 1909; H. rubicundi Noskiewic & Poluzsynski, 1924; H. sajoi Noskiewic & Poluz- synski, 1924; H. schwarzi (Pierce, 1908); H. simplicis Noskiewic & Poluz- synski, 1924; H. spencei (Nassonov, 1893); H. tumulorum Perkins, 1918; H. ulrichi Hofeneder, 1939; e H. viridulae Pierce, 1911. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):91-6, 28 ago 1982 94 TROIS, C.A.C. Das espécies do gênero Halictoxenos, anteriormente citadas, H. cupreolae sp. n. e H. proditus sp. n. distinguem-se da maioria pela for- ma e dimensões do cefalotórax e pelos hospedeiros que estilopizam. Por esses caractéres assemelham-se ligeiramente a H. viridulae descrita »or PIERCE (1911); mas, o holótipo dessa espécie (United States National Museum, número de catálogo 13695) não apresenta o protórax de contorno semi-eliptico e não apresenta os espiräculos salien- tes, além do fato de estilopizar abelhas selvagens do gênero Augochlora Smith, 1853, o que distingue H. viridulae de ambas as espécies brasi- leiras. Para a distinção das espécies brasileiras entre si, pode-se utilizar como caracteres diagnósticos: em H. cupreolae sp n. o protórax é semi- elíptico, finamente granulado e os espiráculos são marginais; em H. proditus sp. n. o pró, meso e metatórax são de mesma texturas, sem suturas, e os espiraculos são salientes tanto em vista ventral quando lateral. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BOHART; R.M. 1941. A revision of the Strepsiptera with special reference to the species of North America. Univ. Calif. Publs. Ent., Berkeley, 7:91-160, 3pl., 8fig. KINZELBACH, R. 1971. Morphologische Befunde an Facherfluglem und ihre phylo- genetische Bedeutung (Insecta, Strepsiptera). Zoologica, Sttutgart, 119(1/2):1-256, 182fig. _ KOGAN, M. & OLIVEIRA; S.J. 1966. Brazilian Xenidae parasitizing “Polybia” wasps, with the descriptions of a new genus and six new species (Insecta, Strepsiptera). Revta bras. Biol., Rio de Janeiro, 26(4):345-60, 63fig. OLIVEIRA, S.J. & KOGAN, M. 1960. New records about Brazilian Strepsiptera (In- secta). Mems Inst. Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 58(2):183-7, 9fig. 1962. Brazilian Strepsiptera (In:=cta) parasitizing Vespidae, with descriptions of three new species of Xenos Rossi, 1973 (Stylopidae). Mems Inst. Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 60(1):1-11, 30fig. PIERCE, W.D. 1911 Notes on insects of the order Strepsiptera with descriptions of new species. Proc. U. S. natn. Mus., Washington, 40:487-511. TEMPLETON, R. 1841. Description of a new Strepsipterous insect. Trans. ent. Soc. Lond., London, 3:51-6, pl. 4. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):91-6, 28 ago 1982 Contribuição para o conhecimento... 95 dr Fig. 1-3. Halictoxenos cupreolae sp. n.: 1. Vista ventral do cefalotórax do holótipo (Aum. 160x); 2. Vista ventral da mandíbula direita do holótipo (Aum. 400x); 3. Holótipo fêmea (vista ventral) protraido entre o quinto e sexto urosternitos do abdômen de Au- gochloropsis cupreola, (Cockerel, 1900) vista ventral (Aum. 6,3x). IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):91-6, 28 ago 1982 96 TROIS, C.A.C. Z num le mm Tr ot N IL, mar UMa TT AC pi CARR PA IN DR Fig. 4-6. Halictoxenos proditus sp. n.: 4. Vista ventral do cefalotórax do holótipo (Aum. 160x); 5. Vista ventral da mandíbula esquerda do holótipo (Aux. 400x); 6. Ho- lótipo e parátipo fêmeas (vista ventral) protraídos entre os go do abdômen de Augochloropsis sp. (vista dorsal) (Aum. 6,3x). IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):91-6, 28 ago 1982 Notas sobre hidróbidos argentinos. 5. Conquiliometria de Lit- toridina parchappii (D'Orbigny, 1835) (Gastropoda Rissoidea) referida a su cicio de vida en poblaciones australes*. Néstor J. Cazzaniga** RESUMEN Se estudia la morfologia de la conchilla de Littoridina parchappii (D'Orbigny, 1835) a lo largo de su ciclo de vida en los canales de drenaje del Valle Inferior del Rio Colorado (Provincia de Buenos Aires, República Argentina), comprendiendo conchillas de tallas en- tre 300 UM y 7 mm. Se midieron ejemplares de distintos ambientes y en diferentes épocas del ao, considerando las principales proporciones morfometricas, que se graficaron mediante curvas exponenciales o polinómicas según el caso. Mediante una serie de disecciones de ejemplares machos se estudió el proceso de diferenciación peniana, hallando que la mayor variacion se produce en los ejemplares de cuatro anfractos, en los que el pene pasa de ser un mamelón digitiforme, incoloro, de aproximadamente 250 Um a un órgano subadulto de hasta 2,5 mm, con papilas y pigmen- to. Los ejemplares mayores muestran una insensible gradación hasta la morfologia peniana adulta ya conocida para la especie. Mediante cortes histológicos se determinó que en ambos sexos la maduración se produce en animales de cinco vueltas; la evacuación ovocitaria se inicia en hembras de seis vueltas y no se produce recuperación gonadal. Se establecieron los siguientes inter- valos de tallas dentro del ciclo de vida: prerreproductivos subadultos de 2,5 a 4,1 mm, adultos de 4,1 a 5,55 mm, posreproductivos mayores de 5,55 mm. RESUMO Estuda-se a morfologia da concha de Littoridina parchappii (D'Orbignyi, 1835) ao longo do ciclo de vida nos canais de drenagem do Valle Inferior do Rio Colorado (Provin- cia de Buenos Aires, República Argentina), compreendendo conchas de tamanhos entre 200 um a 7 mm. Mediram-se exemplares de diferentes ambientes e estações do ano, con- siderando as principais proporções morfometricas, que foram representadas em gráficos mediante curvas exponenciais ou polinômicas conforme o caso. Mediante uma serie de dissecações de exemplares machos estudou-se o processo de diferenciação peniana, encontrando-se as maiores variações nos exemplares de quatro vol- tas, nos quais o pênis passa desde um mamiläo digitiforme sem cor, de aproximadamen- te 250 | m até um órgão subadulto de 2,5 mm, com papilas e pigmentação. Os exemplares maiores apresentam uma modificação gradativa até a morfologia peniana adulta já co- nhecida para a espécie. * Aceotadi para publicación el 15.111.1982. Contribución nº 31 del Centro de Estudios Parasitológicos y de Vectores (CEPAVE), La Plata, Argentina. ** Professor Adjunto de Introducion a la Ecologia, Departamento de Ciencias Naturales, Univer- sidad Nacional del Sur, Avenida Alem 1252, 8000 Bahia Blanca, República Argentina. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(61):97-118, 28 ago 1982 98 CAZZANIGA, N.J. Mediante preparações histológicas determinou-se que em ambos os sexos a matu- ração se produz em animais de cinco voltas, a evacuação dos ovos inicia-se em fêmeas de seis voltas mas não se produz recuperação gonodal. Estabeleceram-se os seguintes inter- valos de tamanhos dentro do ciclo vital: pré- “reprodutivos subadultos de 2,5 a 4,1 mm, adultos de 4,1 a 5,55 mm, pós-reprodutivos maiores de 5,55 mm. INTRODUCCION El conocimiento que se tiene de Littoridina parchappii (D'Orbigny, 1835) es bastante escaso aún, si tenemos en cuenta que es una especie particularmente abundante en cuerpos de agua dulce de la Pampasia ar- gentina. Su presencia ha sido registrada en las provincias de Santa Fe, Entre Rios, Buenos Aires y parte de La Pampa y Córdoba (GAILLARD & CASTELLANOS, 1976). Según materiales depositados en el Museo Argentino de Ciencias Naturales Bernardino Rivadavia también se ex- tiende por la República Oriental del Uruguay: Nueva Palmira (lote nº 11353) y Colonia (lote s/n). Fue descrita en 1835 y 1840 por D'ORBIGNY, quien dio como localidad tipo Pampas (República Argentina). Vuelven a registrarla STROBEL (1874) y DOERING (1884), esta vez dentro del gênero Hy- drobia Hartmann, 1821 y finalmente PILSBRY (1911) la reubicó en el género Littoridina Souleyet, 1852. Poco mãs es lo que se agregó hasta épocas recientes. Es sabido que los integrantes de la familia Hydrobiidae tienden a una unidad morfológica tal que suele derivar en una imprecisión sis- temática de difícil soluciön. Con respecto a las formas neotropicales sólo se tuvieron en cuenta caracteres externos y radulares hasta que HU- BENDICK (1955) incorporó el estudio del órgano copulador en las for- mas del Lago Titicaca, descritas por HAAS (1955); en esa oportunidad no se registraron diferencias en la morfologia del pene ni en otros carac- teres internos entre los numerosos géneros y especies de Hidrobiidae del mencionado lago. Sin embargo, siguiendo los mismos lineamientos, GAILLARD (1973 a) logró definir cuatro grupos de especies dentro del género Littoridina en la Argentina El grupo parchappii responde a lo que HAAS (1955) denomino Lit- toridina pattern, es decir, las formas mas típicas, con pene melanizado y varias papilas derechas. En la revision de GAILLARD & CASTEL- LANOS (1976) este grupo compreende nueve especies, algunas de las cuales tuvieron ya algún tratamiento posterior (CAZZANIGA, 1980, 1981, en prensa a). El grupo piscium, con pene despigmentado, glande corto y nu- merosas papilas derechas comprende sólo dos especies, «que se diferen- cian hasta el momento sólo por rasgos de la conchilla, es que la mor- fologia peniana y radular es idêntica. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(61):97-118, 28 ago 1982 Notas sobre hidróbidos argentinos... 99 El grupo australis con una sola especie marina, cuya morfologia peniana es mas similar a la de las Hydrobia del hemisferio norte, según opinion de PARODIZ (in litt.). El grupo hatcheri, de la Patagonia, es el que presenta mayor dificultad ya que no se registra un pene desarrollado como en el resto del género. Por tal motivo fue separado del género Littoridina para cons- tituir un nuevo género: Strobeliella Cazzaniga, 1981. Según manifestara el Dr. G.M. Davis en su reciente visita al Museo de La Plata, el criterio para considerarlo como gênero aparte seria insuficiente por la falta de in- formaciôn acerca de otros caracteres endosomáticos y otros rasgos no morfológicos, que se estudiaran oportunamente. En cuanto a aspectos biológicos y ecológicos de formas sudame- ricanas, no hay tampoco mucha información, salvo los comentarios am- bientales que acompafian las descripciones sistemáticas (resumidos y ampliados por WEYRAUCH, 1963). Varios autores comentaron el hecho de que las especies de Littoridina depositan las cápsulas de huevos sobre conchillas de ejemplares de su misma especie. MARCUS & MARCUS (1963, 1965) aportaron datos sobre com- portamiento y estudiaron desoves y desarrollo larval de especies marinas y estuariales. Entre las formas del Viejo Mundo Potamopyrgus jenkinsi (Smith, 1889) ha recibido especial atencion por su capacidad invasora que la llevo a dispersarse por todo el subcontinente europeo (ADAM, 1942; HUBENDICK, 1950; IBANEZ & ALONSO, 1977; LASSEN, 1978). En 1960, LUCAS publicó datos ecológicos sobre esta especie. BOYCOTT (1929) y WARWICK (1952, 1969) se ocuparon de las causas de la for- macion de carenas en la conchilla. Recientemente BROWN (1980) la propuso como especie indicadora de contaminación en rios y FRENZEL (1979, 1980) encarö aspectos poblacionales y de producción. La mayor parte de la informacion ecológica sobre Hydrobiidae se refiere a formas marinas, destacândose los trabajos de ANDERSON (1971), LEVINTON (1979), LITTLE & NIX (1976) y NEWELL (1962) sobre comportamiento de Hydrobia y los referidos al metabolismo trófico (FENCHEL & LAPPALAINEN, 1975; HYLLEBERG, 1975; LOPEZ & LEVITON, 1978; NEWELL, 1965). En afios recientes se estudiaron con profundidad aspectos repro- ductivos (FISH & FISH, 1974; LASSEN, 1979; LASSEN & CLARCK, 1979; MAZURKIEWICZ, 1972). La distribución de las especies de Hy- drobia y los factores que la afectan fueron estudiados por FENCHEL (1975 a, b), FENCHEL & KOFOED (1976), FISHER McMILLAN (1948) y WELLS (1978). Este trabajo complementa otro anterior (CAZZANIGA, MS) en el que se estudiaron algunos parâmetros poblacionales de L. parchappii en IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):97-118, 28 ago 1982 100 CAZZANIGA, N.J. los canales de drenaje del Valle Inferior del Rio Colorado (Provincia de Buenos Aires, Argentina). En esa oportunidad se detectaron diferencias entre las poblaciones que habitaban canales oligohalinos y aquellas que provienen de canales con mayor salinidad, en los que aparentemente no logra asentarse en poblaciones estables y en los que alcanzaria dominan- cia numérica por falta de una efectiva competencia interespecifica. Sin embargo, quedaba la posibilidad de que, con distinto tenor salino, el ciclo sexual se viera afectado y los animales maduraran precozmente. Ahora se ha estudiado la morfologia de la conchilla lo largo del desarrollo en los distintos ambientes y se la ha correlacionado con los eventos fundamentales del ciclo, considerando tales a la diferenciación y desarrollo del pene y a los procesos de dinâmica gonadal. Los hidróbidos en general muestran una marcada plasticidad frente a las modificaciones del medio, como comprobo GAILLARD (1973b) en Littoridina piscium (D'Orbigny, 1835) del Rio de la Plata. Puesto que L. parchappii sufre una reduccion en su talla siguiendo un gradiente en dirección norte-sur, se ha trabajado con poblaciones cuyos individuos al- canzan el minimo desarrollo conocido para la especie, en funcion de las condiciones adversas del medio, lo cual acentúa el interes por detectar efectos secundarios del uso de agentes quimicos en los ambientes que habita. Se reitera aqui que la intencion última de estas investigaciones radica en la posibilidad de que esta especie sirva en el futuro como animal test en la evaluación de efectos negativos a largo prazo de los herbicidas que se utilizan en los mencionados canales de drenaje para combatir el desarrollo de vegetacion acuática sumergida. Los resultados aqui expuestos serviran, entonces, de referencia. MATERIAL Y METODOS El material fue colectado en los canales de drenaje A (oligohalino) y AB (me- sohalino) del Partido de Villarino y D (mesohalino) de Patagones, cuyas características químicas y faunisticas fueron descritas en un trabajo previo (CAZZANIGA, en prensa b). Los gasterópodos fueron obtenidos mediante lavado de plantas de Chara vulgaris L., Myriophyllum elatinoides Gaudich., 1925 y Potamogeton pectinatus var. striatus Ruiz & Pavón, 1798. Para el estudio conquiliométrico se midieron 934 conchillas provenientes de tres muestras representativas de momentos claves del ciclo de vida: una de junio, con pre- dominio de adultos y una pequerfia proporción de juveniles; otra de enero, en la que ya se produjo el reemplazo poblacional y la tercera de marzo, en la que el predominio corres- ponde a juveniles subadultos (CAZZANIGA, MS). En cada casc se anotó el número de vueltas del ejemplar. Se consideraron las siguientes medidas: L, largo total; A, ancho máximo; LU, largo del último anfracto; LA, largo de la abertura; AA, ancho de la abertura. Con estos datos se calcularon las siguientes proporciones: IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):97-118, 28 ago 1982 Notas sobre hidróbidos argentinos ... 101 A x 100 “LU x 100 LA x 100 AA x 100 LE ip L LA Estos indices se correlacionaron con el largo de la conchilla mediante ajustes ex- ponenciales o polinómicos de cuarto grado, según el caso, y se graficaron en las figuras 2 ad. En las tablas 1 a 3 se resumieron las frecuencias de tallas en las muestras estu- diadas. Para cada estado de desarrollo (número de anfractos) se construyeron histogramas de frecuencias. de tallas para determinar intervalos de tamafios correspondientes a distin- tos eventos del ciclo de vida, como se explicará más adelante. En base a una serie de disecciones se anotó el grado de desarrollo peniano en ejem- plares de distintas tallas, tomando como referencia el número de vueltas visibles en cara apertural. Se estudiaron 50 machos del canal A (oligohalino) y 70 del canal D (mesoha- lino). Para esto se descalcifico la conchilla con una solución acuosa al 20 % de HCl y, bajo lupa binocular, se procedió a abrir la cavidad paleal para la extracción del pene. Este se colocó sobre una gota de glicerina, entre porta y cubreobjetos, para dibujarlo a câmara clara. En la figura 1 se muestra el desarrollo conjunto de la conchilla y el pene en las poblaciones australes de L. parchappii. Para obtener una idea muy general del desarrollo gonadal a fines de primavera (cuando se produce el pico reproductivo), se realizaron cortes histológicos de la masa vis- ceral de ejemplares de distinta talla provenientes de diferentes canales, colectados en el mes de diciembre de 1979, anotando el grado de madurez referido al número de anfractos. La fijación se realizó en formol al 7 % y la tinción con hematoxilina y eosina. Las figuras 6 a 12 ilustran aspectos del desarrollo gonadal en machos y hembras. Para caracterizar intervalos de tallas correspondientes a cada grupo de edades ecológicas (prerreproductivos, adultos reproductivos y posreproductivos) se fraccionó cada muestra por medio de cuatro tamices de malla decreciente. De cada submuestra asi ob- tenida se midió el largo de 200 ejemplares, anotando en cada caso el número de anfractos. Se confeccionaron histogramas de frecuencias de tallas para cada estado de crecimiento (número de anfractos) y se ajustó a cada uno de ellos una curva de distribución normal (fig. 13). Llevado al plano poblacional, cada uno de estos gráficos representa una fracción de la muestra, separable del resto por un caracter morfológico (número e vueltas). Para ponderarlos y poder graficarlos en conjunto, se multiplicaron los valores de cada curva (que en todos los casos tienen superficie unitaria, 1 = 100%), por la proporción porcentual que corresponde a cada submuestra dentro de la muestra total. Esta es una forma equivalente a la estructura de tallas de la población presentada anteriormente (CAZ- ZANIGA, MS), expresada en esta oportunidad como proporción de indivíduos de distinto número de anfractos y se graficó en las figuras 14 a 16. Finalmente se confeccionó el gráfico conjunto de curvas probabilísticas normales en el cual el punto en el que se cruzan dos curvas corresponde al momento critico en el que un animal puede pertenecer indistintamente a una u otra distribución, es decir, tiene igual probalidad de poseer uno u otro número de anfractos. Esto se muestra en la figura 17. En los casos en que una cruva tiene una gráfica precedente y una sucesiva se con- sideró cubierto el intervalo completo de tallas para ese número de anfractos. Cuando falta alguna de las laterales la curva normal puede representar sólo una fracción de la distri- bución total posible y en tales casos sólo se tuvo en cuenta aquella distribución cuya media no mostró diferencia significativa (mediante la prueba de t) con respecto a la hallada para alguna de las muestras restantes. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):97-118, 28 ago 1982 102 CAZZANIGA, N.J. RESULTADOS Las cápsulas de huevos que suelen adherir a conchillas de ejem- plares vivos de su misma especies, pero que pueden estar sobre vege- tales y aun otros sustratos, tienen un diâmetro bastante uniforme. Sobre treinta cápsulas medidas, quince se ubicaron entre 270 y 330 um; el promedio de las treinta medidas fue de 297,39 um, con un erros típico de 2,56. Los animales recien nacidos miden aproximadamente 300 um, habiendo registrado un mínimo de 270 um. Su contorno es casi esférico, con un solo anfracto visible en cara apertural, que corresponde a i% - 1% vueltas. El crecimiento a partir de este estado tiende a una progresiva es- tilizacion de la forma, siguiendo una espiral equiangular alta, dando a los adultos un aspecto cônico turriteloide, como lo muestra la figura 1. Puede apreciarse que las formas adultas muestran una abertura elip- soidal, aunque en las formas mayores el labro puede expandirse lateral- mente redondeando nuevamente la abertura. En las figuras 2 a 5 se graficaron las proporciones morfométricas consideradas, referidas al largo total de la conchilla. Las proporciones A/L, LU/L y LA/L se ajustaron mediante curvas exponenciales; la relación AA/LA se ajustó mediante un polinomio. Las disecciones practicadas permitieron dibujar los pasos sucesivos del desarrollo del pene, que en cierto modo refleja el desarrollo reproduc- tor del animal (Fig. 1). Sólo por excepciön se hallö una papila peniana, digitiforme, in- colora, de unos 200 um en ejemplares de tres anfractos. Cuando el animal alcanza las cuatro vueltas este mamelon comienza una etapa de rápido crecimiento y diferenciacion, con formación de esbozos de papilas derechas y. adquisicion de algo de pigmento negro. Las formas algo mayores, siempre con cuatro vueltas, presentan un glande alargado, del- gado, que mide un tercio o la mitad del largo total del órgano. Este es un carácter estable para la especie, que la diferencia de Littoridina occiden- talis (Doering, 1884) y otras especies afines. En formas de cinco vueltas pueden aparecer ejemplares algo in- maduros, pero en general el pene tiene ya una conformación bastante similar a la del adulto. En todos los machos de seis y siete vueltas se observaron mor- fologias penianas tipicas, con numerosas papilas derechas, una papila iz- IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(61):97-118, 28 ago 1982 Notas sobre hidróbidos argentinos... 103 quierda prominente y pigmentada, y con pigmento negro diseminado por las papilas derechas y el glande, que es delgado y largo. Esta situación se observô por igual en los ejemplares provenients del canal oligohalino como en el mesohalino. No parece haber diferencia en el momento de adquisiciön del pene adulto. Em los cortes histológicos de gônadas se revelö que el estado de cinco vueltas es de actividad intensa de maduración. En las hembras (Fig. 6) se observan numerosos ovocitos con el citoplasma cargado de elementos vitelinos y rodeados de celulas nutriciais. El macho de igual número de anfractos (Fig. 7) muestra abundantes espermatogonias de núcleo grande, redondeado, con cromatina reticulada, además de esper- matocitos primarios tardios (leptotenicos), de núcleo menor, con cro- matina en anillo, y algunas células flageladas. Las hembras de seis vueltas alcanzan la madurez total y comienzan la evacuación ovocitaria, por lo que parte del ovario esta desorganizado (Fig. 8), ocupado sólo por restos vitelínicos y figuras de resorción. El macho de seis anfractos (Fig. 9) presenta abundancia de elementos flagelados, bordeados por espermatogonias; la ausencia de espermato- citos puede deberse a la detención en la producción celular a medida que se alcanza la madurez avanzada. El ovario de ejemplares de siete vueltas (Fig. 10) aparece como un conjunto desorganizado de elementos vitelinos remanentes. En un solo ejemplar de siete vueltas se observaron ovocitos inmaduros (Fig. 11), que indican un proceso de recuperaciön que no es generalizado, y que seguramente no llegaria a completarse puesto que la representacion de formas tan grandes (mayores de 6 mm) es escasa en esos ambientes. En la figura 12 se muestran comparativamente cortes de la masa visceral de una hembra de cinco (izquierda) y siete vueltas (derecha). Mientras que en el ejemplar en maduraciön la gonada puede ocupar la mitad o más de la masa encerrada en la espira, en los ejemplares pos- reproductivos ocupa menos de un terceio de ese volumem y en ocasiones falta por completo. Los machos de siete vueltas mantienen aún la estructura del tes- ticulo maduro, con abundancia de células flageladas, haciendo suponer un periodo de actividad sexual mas prolongado que el de las hembras. La evolucion gonadal comentada fue similar en ejemplares pro- venientes de distintos canales, con diferentes condiciones de salinidad. Las diferencias, si las hubiere, deberân buscarse en aspectos cuanti- tativos. En cuanto a la caracterizaciöon morfométrica de los sucesivos es- tadios de desarrollo, la figura 13 resume el ajuste de curvas normales a histogramas de frecuencias de tallas, discriminadas según el número de vueltas de la conchilla, sobre Myriophyllum elatinoides en el mes de marzo. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):97-118, 28 ago 1982 104 CAZZANIGA, N.J. En la figura 14 se ponderaron esas curvas graficândolas conjun- tamente; muestran la estructura de la problacion en ese momento. La tabla 1 resume los datos necesarios para la construcción de ese gráfico. Se observa el predomínio de animales de cuarto vueltas, que son subadultos. No hay ejemplares de siete vueltas (gerontes) y los de seis vueltas tienen muy baja representatividad. El mismo tratamiento recibieron una muestra tomada sobre Chara vulgaris del canal oligohalino y otra sobre el mismo sustrato en el canal mesohalino. Los datos obtenidos se volcaron en las tablas 2 y 3, gra- ficândose en las figuras 15 y 16. Obtenidas estas curvas, se intentó definir los intervalos de tallas en que la especie presenta un determinado número de anfractos. Esto se logrô mediante el cálculo de nuevas curvas de distribucion normal, reuniendo los datos de las distintas muestras (seleccionados según se ex- plicô, de acuerdo a que estuviera representado todo el rango posible de tallas). En la figura 17 se grafican tales curvas probabilisticas para cada número de vueltas. Todas elias tienen superficie unitaria y el punto en el que se cortan dos curvas sucesivas representa la talla en que los ani- males tienen igual probabilidad de poseer uno u otro número de vueltas. Asi se determinaron los intervalos indicados en la parte superior derecha de la figura 17. DISCUSION Como ya fue dicho, son muy escasos los trabajos previos sobre biologia de Hydrobiidae neotropicales e incluso, pese a ser una de las es- pecies más abundantes de la Pampasia, no se conocian aún datos meris- ticos de series numerosas de L. parchappii. El desarrollo peniano refleja en cierto modo el grado de actividad sexual del individuo, por cuanto depende del control endocrino que ejerce la gônada (FERAL et al., 1972). Del estudio morfológico del pene en distintas tallas surge que el periodo de maduración se inicia en animales de cuatro vueltas, que sufren la transformaciôn desde una minúscula papila hasta una morfologia subadulta, con adquisicion de un glande lar- go y delgado, papilas y pigmento. En animales de cinco vueltas se al- canza la morfologia definitiva. Este importante carácter, que en la actualidad es fundamental para el reconocimiento especifico, fue descrito por primera vez para L. par- chappii por GAILLARD (1973 a). Los penes de las variedades pam- peana y entrerriana fueron ilustrados por GAILLARD y CASTEL- LANOS (1976). Con estas observaciones se ratifica la uniformidad peniana de la especie, ya que se realizaron sobre la variedad patagônica (la de menor tamafio), confirmando el patrón de pigmentación, la pre- sencia de seis a siete papilas derechas y la longitud del glande, que al- IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(61):97-118, 28 ago 1982 Notas sobre hidróbidos argentinos ... 105 canza a un tercio o un medio de la longitud total del órgano, siendo en todos los casos delgado y agudo, a diferencia de L. occidentalis del oeste de la Argentina, en la que el glande es corto, romo y mucho más pig- mentado (CAZZANIGA, 1980). Entre ambas especies las diferencias conquiliológicas son mínimas. Del análisis de los cortes histológicos de ejemplares colectados a fines de primavera en ambientes con distinta salinidad no surgieron diferencias destacables. Si las hubiere deberan buscarse mediante es- tudios cuantitativos de fecundidad, esfuerzo reproductivo, etc. En una contribución previa (CAZZANIGA, MS) se postularon dos hipótesis para explicar las diferencias poblacionales detectados en ambos tipos de ambientes. La primera de ellas se refiere a la imposibilidad de L. parchappii para establecer poblaciones permanentes en ambientes con mayor salinidad; estã respaldada por las irregularidades observadas en la dinâmica de la densidad y en la secuencia de estructuras de edades en los canales mesohalinos, mientras que en los oligohalinos se verificó una estructura estable de edades para cada mes. La segunda hipótesis menciona la posibilidad de que en medios mesohalinos, L. parchappii alcanzara la madurez sexual prematuramen- te, por lo que la estructura juvenil de las poblaciones, aun en los meses invernales, corresponderia en realidad a grupos de animales que ya son sexualmente activos, pese a su reducida talla. GAILLARD (1973 b) sefialó la reducciön de tamafio de Littoridina piscium del Rio de la Plata siguiendo un gradiente de contaminación, lo que haria suponer una maduración sexual en tallas menores (no se ha estudiado el ciclo re- productivo de esa especie). Por lo expuesto en este trabajo, se descarta la segunda posibilidad puesto que, al menos en el momento de máxima reproducción, los animales maduran en tallas semejantes en todos los ambientes consi- derados. Por otra parte, una de las condiciones para que se produzca una estructura estable de edades es que el ciclo sexual sea invariable para cada grupo de edades, por lo que puede afirmarse que en los ca- nales oligohalinos los datos obtenidos en diciembre son aplicables al ciclo general de esas poblaciones. Respecto de las poblaciones de canales mesohalinos queda propuesta la hipótesis de su inestabilidad. Se estableciô que en principio los animales en edad reproductiva son los de seis vueltas, correspondiendo los mayores a formas gerontes (especialmente en el caso de las hembras), ya que salvo por excepción no se produce recuperacion gonadal, sugiriendo que el periodo reproductivo es único (semelparidad), como ocurre en Bithynia tentaculata L. (BROWNE & RUSSELL-HUNTER, 1978) y en Hydrobia neglecta (Muus, 1963) e Hydrobia ventrosa (Montagu, 1803) (LASSEN, 1979). IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):97-118, 28 ago 1982 106 CAZZANIGA, N.J. El empleo de curvas probabilísticas de distribucion normal per- mitió definir intervalos de tallas. según los cuales los animales subadul- tos miden menos de 4,1 mm de largo, los sexualmente adultos entre 4,1 y 5,55 mm y los posreproductivos son mayores de 5,55 mm. Sirva como dato comparativo que Potamopyrgus jenkinsi, otro hidrobido de ciclo anual (aunque ovoviviparo), alcanza la madurez sexual alredeor de los 3,5 mm y la actividad reproductiva total a los 5 mm (LASSEN, 1979). BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ADAM, W. 1942. Notes sur les Gastéropodes. XI: Sur la répartition et la biologie d'Hydrobia jenkinsi Smith, en Belgique. Bull. Muss. Roy. Hist. nat. Belg., Bru- xelles, 18(23):1-18. ANDERSON, A.A. 1971. Intertidal activity, breeding and floating habits of Hydrobia ulvae in the Ythan estuary. J. mar. biol. Ass. U.K., Plymouth, 51:423-37. BOYCOTT, A.C. 1929. The inheritance of ornamentation in var. aculeata of Hydrobia jenkinsi Sm. Proc. malac. Soc. London, London, 18:230-4. BROWN, L. 1980. The use of Hydrobia jenkinsi to detect intermittetnt toxic discharge to a river. Water Resour., Washington, 14(8):941-8. BROWNE, R.A. & RUSSELL-HUNTER, W.D. 1978. Reproductive effort in molluscs. Oecologia, Berlin, 37:23-7. CAZZANIGA, N.J. 1980. 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Zool., Porto Alegre(61):97-118, 28 ago 1982 Notas sobre hidróbidos argentinos ... 109 TABLA 1 Estructura de la población de Littoridina parchappii (D'Orbigny, 1835) sobre Myriophyllum elatinoides Gaudich., 1925, en el mes de mar- zo. Número de a Frecuencia anfsistad Largo de los animales (mm) Folaliva = 3 1 0,47 0,05 2,24 % 2 0,70 0.11 11,63 % 3 1,04 0,22 17,20 % 4 1,90 0,30 45,48 % 5 3,25 0,40 22,08 % 6 4,20 0,45 1,36 % 7 = io 0,00 % TABLA 2 Estructura de la población de Littoridina parchappii (D'Orbigny, 1835) sobre Chara vulgaris L. (aguas oligohalinas) en el mes de junio. ee nl de los animales (mm) ae x s 1 0,57 0,07 1,99 % 2 0,86 0,11 4,48 % 3 0,89 = 0,16 %* 4 2,95 0,26 2,49 % 5 4,06 0,68 18,30 % 6 5,36 0,62 57,78 % 7 6,26 0,48 14,64 % 8 7,60 E 0,16 %* * Un solo ejemplar. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):97-118, 28 ago 1982 110 CAZZANIGA, N.J. TABLA 3 Estructura de la población de Littoridina parchappii (D'Orbigny, 1835) sobre Clara vulgaris L. (aguas mesohalinas) en el mes de enero. N a Largo de los animales (mm) pass X s 1 0,39 0,06 6,28 % D) 0,59 0,09 12,57 % 3 1,10 0,21 15,80 % 4 1,90 0,36 23,16 % 5 2,93 0,47 27,11 % 6 4,34 0,53 12,03 % 7 5,46 0,65 3,05 % IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):97-118, 28 ago 1982 Notas sobre hidrobidos argentinos... 16] Fig. 1. Crecimiento de conchilla y pene en Littoridina parchappii (D'Orbigny, 1835). La escala A corresponde a las conchillas y la escala B a los örganos penianos. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):97-118, 28 ago 1982 112 CAZZANIGA, N.J. pi So S E o da 3E gy nm + = 9 > RR Ka = an = Al sa © Re pj ae 3 no 2 = mo) PE ; ] un Sa alla a DIR. q ui 5 in 2 ha - o 224 o Eq q Sos a - 524 jm u asa F x Kon e > - 5 So = & os Sm RR pis m te m e RI & ai v|-+ Sr elle E Be = ta Fla! s = E to [Ng SI =] Je: 5 Sos — + + im < q — — m AS SAR 38 8 3 2 e 8 = = A SS 8 = 2 < 8 8 = EG e ES E S BIS = dem 555 45 y = 51,7099 x 10 y = 69,9092 x) “2 410 DECS EE 250 AS s S E 5 5 5 E E ER Reg : — : + MS a 1% Ss us CR } Oo e == (Wanfroctos 0,07 = Ay w n a [=] Ss Fig. 15. Estructura poblacional de Littoridina parchappii (D’orbigny, 1835) sobre Chara vulgaris L. en aguas oligohalinas, en junio. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(61):97-118, 28 ago 1982 Notas sobre hidróbidos argentinos ... 117 30 won w 94005 01 SE. i 5 6 7 75 mm. Fig. 16. Estructura de la población de Littoridina parchappii (D’Orbigny, 1835) sobre Chara vulgaris L. en aguas mesohalinas en enero. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(61):97-118, 28 ago 1982 118 CAZZANIGA, N.J. 4 1 3 1 anfracto: 0,27 mm a 0,57 mn 2 2 anfractos: 0,57 mm a 0,87 mm 3 anfractos: 0,87 mm a 1,45 mm 4 anfractos: 1,45 mm a 2,50 mm 5 anfractos: 2,50 mm a 4,10 mm 6 anfractos: 4,10 mm a 5,55 mm 7 anfractos: 5,55 m - 2 3 | | L 1 | | 5 7 | 6 SEN Pá AN e E 0 1 2 3 4 5 6 7 8 mm. Fig. 17. Rangos de tallas correspondientes a cada estado de crecimiento (nümero de anfractos) de Littoridina parchappii (D’Orbigny, 1835). IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(61):97-118, 28 ago 1982 Strepsiptera brasileiros. I. Uma nova espécie do gênero Elenchus Curtis, 1832 (Elenchidae, Insecta).* Cesar A. C. Trois** RESUMO Uma nova espécie da família Elenchidae (Strepsiptera) é descrita, Elenchus glo- bulosus sp. n., com base em espécimens coletados em armadilha luminosa em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. ABSTRACT A new species of the family Elenchidae (Strepsiptera) is described, Elenchus glo- bulosus sp. n., based upon speciments caught light-trap in Porto Alegre, Rio Grande do Sul State, Brazil. INTRODUÇÃO O primeiro registro da ocorrência da ordem Strepsiptera no Brasil foi feito por TEMPLETON (1841) com a descrição de Paraxenos west- woodi, representante da família Stylopidae. O segundo registro de ocorrência foi feito por KOGAN (1958) ao descrever Triozocera paulistana, representante da família Corioxenidae. Em 1959, OLIVEIRA & KOGAN descreveram mais algumas es- pécies das familias Myrmecolacidae e Halictophagidae. Em trabalhos posteriores (OLIVEIRA & KOGAN, 1962, 1963; KOGAN & OLI- VEIRA, 1966) esses autores descreveram outra espécie de Halicto- phagidae e várias de Stylopidae. Mais outra espécie de Halictophagidae foi descrita por CARVALHO (1978), sob a denominação de Halicto- phagus besucheti. Até essa época, portanto, havia o registro de quatro famílias de Strepsiptera para a fauna brasileira: Corioxenidae, Myrmecolacidae, Halictophagidae e Stylopidae. Os estrepsiteros da família Elenchidae foram registrados como ocorrendo no Brasil por TROIS (1979), com base em material coletado no Rio Grande do Sul (RS). (*) Aceito para publicação em 15.111.1982. (**) Engenheiro Agrônomo, Professor Assistente na Faculdade de Zootecnia, Veterinária e Agro- nomia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), Caixa Postal 149, 97.500 Uruguaiana, RS, Brasil. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):119-24, 28 ago 1982 120 TROIS, C.A.C. MATERIAL E METODO O material foi obtido em coletas realizadas em Porto Alegre, RS (TROIS & COR- SEUIL, 1978), com armadilha luminosa munida de lâmpada de luz negra do tipo F15T8- BLB. De um total de 22 cigarrinhas do gênero Liburnia Stal, 1866 (Delphacidae, Ho- moptera) coletadas, seis estavam estilopizadas por fêmeas e pupas de machos; as fêmeas, por estarem muito danificadas, não podem ser descritas minuciosamente. Além dessas formas evolutivas, ainda foi coletado um macho. Todos os espécimes foram montados em lâminas para microscopia e encontram-se depositados na coleção de Strepsiptera do Setor de Entomologia da Faculdade de Agronomia (FAGR), Universidade Federal do Rio Gran- de do Sul, Porto Alegre. Os desenhos foram realizados com câmara clara e sem correções de assimetria. . As medidas são expressas em milímetros. RESULTADOS Elenchus globulosus sp. n. (Fig. 1-8) M a c h o. Coloração geral do especimen em álcool: castanho- escura, abdômen castanho-claro. “Cabeça: largura maior 0,45; largura entre os olhos 0,18. Olhos com 12 omatídios em vista dorsal, circundados por microtriquias den- samente dispostas. Área occipital membranosa, de coloração mais clara que as áreas adjacentes. Tubérculo frontal pouco pronunciado. An- tenas articulando-se em um plano inferior ao do esclerito pós-frontal; o primeiro e o segundo artículos antenais globulares; o terceiro fundido à base do quarto artículo e, com este, formando uma pequena dilatação elipsóide que apresenta o órgão de Hofeneder na porção distal ao flabelo do terceiro; esse mais o quarto e o quinto artículos cobertos por sensilas placóides desde acima da dilatação elipsóide até os seus ápices. Com- primento dos artículos antenais: I-II (juntos) 0,07; III (desde a dilatação elipsóide, incluindo o flabelo) 0,40; IV (desde a dilatação elipsóide) 0,22; V 0,43. Mandibulas atingindo a abertura bucal, robustas, sub- triangulares, alongadas, ápice póstero-interno prolongado em um proces- so agudo na ponta. Corpos maxilares cilindricos, tão longos quanto lar- gos, articulados no processo sub-genal muito estreito; palpos maxilares alongados, achatados, agudos nas pontas. Tórax: pró e mesotórax estreitos; sutura medio-dorsal estenden- do-se da margem anterior à posterior do mesotórax. Metatörax cerca de cinco vezes mais longo do que o prö e o mesotórax juntos. Abdômen: proctigero muito pequeno, sub-triangular. Ectofalo sifonado, acúmen arqueado; falobase bulbosa e pilosa na margem exter- na. Extremidade do IX segmento abdominal pilosa na base e no arco superior. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):119-24, 28 ago 1982 Strepsiptera brasileiros. ... 121 Pernas: trocânteres anteriores e medianos muito longos e com sulco longitudinal presente e acentuado; trocânteres posteriores muito pequenos, em forma de taça. Trocânteres, fêmures e tíbias dos três pares de pernas com pilosidade. Tarso com dois artículos; metatarso muito pequeno, fusiforme, encaixado em uma concavidade na porção mediana do basitarso, ambos pilosos. A sa s: anteriores reduzidas e estruturas halteriformes, aparen- temente com duas nervuras, uma costal muito curta na base da asa e fundida à sub-costal, e uma radial que se estende quase desde a base até o início da expansão apical; as asas mesotorácicas são inteiramente cobertas por microtriquias. Asas metatoräcicas não observadas. F êm e a: Coloração geral: castanho-clara. Cefalotórax: hemisférico; abertura bucal ampla e semi- circular. Triungulino: desconhecido. Hospedeiro: Liburnia sp. (Delphacidae, Homoptera). Distribuicäo: BRASIL. Rio Grande do Sul. Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Porto Alegre, ho- lötipo macho FAGR 0005, 21.1.1974, A. Oliveira leg.; parätipo imago macho FAGR 0008, 24.1.1979, I. Silva leg.; uma primeira pupa e pupärio FAGR 0009, 25.1.1979, I. Silva leg.; uma primeira pupa e pupário FAGR 0012, 11.1V.1979, L.N.Ramos leg.; uma segun- da pupa e pupário FAGR 0011, 11.1V.1979, L.N.Ramos leg.; um pupário de macho sem imago FAGR 0010, 08.111.1979, I.Silva leg.; duas fêmeas FAGR 0006 e FAGR 0007, 21.1.1974, A. Oliveira leg.. DISCUSSÃO O gênero Elenchus Curtis, 1832 (sensu KINZELBACH, 1971) é formado por 12 espécies (parasitas de cigarrinhas da família Delpha- cidae, ordem Homoptera) citadas a seguir com os respectivos elementos sinonimicos, hospedeiros e áreas de distribuição, segundo elementos for- necidos por KINZELBACH (1971) e PIERCE (1961): 1 — E. eastopi Fox, 1967 Hospedeiro: desconhecido Distribuição: Tanzânia 2 — E. falcipennis Carvalho, 1956 Hospedeiro: Nilaparvata angolensis Synave, 1959 Distribuição: Africa, Angola 3 — E. japonicus Esaki & Hashimoto, 1931 Hospedeiro: Nilaparvata oryzae Matschie, 1919 Distribuição: Japão IHERINGIA. Ser. Zool.. Porto Alegre(61):119-24, 28 ago 1982 122 TROIS, C.A.C. 4 — E. koebelei (Pierce, 1908) 10 11 12 (= Mecynocera koebelei Pierce, 1908; Liburnelenchus koebelei Pierce, 1918; Liburnelenchus heidemanni Pierce, 1918; Elenchinus heidemanni Pierce, 1918). Hospedeiros: Liburnia campestris Van Duzee, 1898 e L. lutulenta Van Duzee, 1898. E. maorianus Gourlay, 1953 Hospedeiro: desconhecido Distribuição: Nova Zelândia E. melanias Perkins, 1910 Hospedeiro: desconhecido Distribuição: Hawai E. mexicanus (Pierce, 1961). (= Sogatelenchus maxicanus Pierce, 1961) Hospedeiros: Sogata cubana (Crawford, 1910) e S. oryzicola Muir, 1926 | Distribuição: México E. perkinsi (Pierce, 1909) (= Elenchoides perkinsi Pierce, 1909) Hospedeiro: Perkinsiella vitiensis Kirkaldy, 1906 Distribuição: Ilhas Fiji E. solomolensis (Fox, 1967) Hospedeiro: Sogatella longifurcifera (Esaki & Ishiara, 1931) Distribuição: Ilhas Salomão E. spangleri Fox, 1968 Hospedeiro: desconhecido Distribuição: República Diminicana E. templetoni Westwood, 1838 Hospedeiros: Discranotropis muiri Kirkaldy, 1907 e Delphacodes sp. Distribuição: Ilhas Mauricios E. tenuicornis (Kirby, 1813) (= Stylops tenuicornis Kirby, 1813; E. walkeri Curtis, 1832; E. delphacophilus Ahlberg, 1925; E. carpathicus Oglobin, 1925; E. dubius Oglobin, 1926; E. forcipatus Oglobin, 1926; E. lugubrinus Oglobin, 1926; E. chlorionae Lindberg, 1939). Hospedeiro: várias espécies de Delphacidae. Distribuição: Europa Das espécies do gênero Elenchus, anteriormente citadas, E. glo- bulosus sp. n. pode ser confundida com E. koebelei e E. mexicanus, pelo facies e por estilopizarem cigarrinhas muito semelhantes entre si, como são as dos gêneros Liburnia Stal, 1866 e Sogata Distant, 1906. Mas, também, pode ser facilmente distinguida dessas duas espécies pelo IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):119-24, 28 ago 1982 Strepsiptera brasileiros. ... 123 exame de caracteres microscópicos como: o formato globular dos arti- culos do escapo antenal e a forma das mandibulas, maxilas e ectofalo. O nome específico globulosus se refere justamente ao formato dos dois primeiros artículos antenais dos machos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CARVALHO, E.L. 1978. Contribution à l’estude des Strepsipteres du Brésil. Revue suisse Zool., Geneve, 85(2):353-60, 23fig. KINZELBACH, R. 1971. Mnrphologische Befunde an Facherfluglern und ihre phylo- genetische Bedeutung (Insecta, Strepsiptera). Zoologica, Sttutgart, 119(1/2):1-256, 182fig. KOGAN,M. 1958. A new species of the genus Triozocera Pierce from Brazil (Men- geidae, Strepsiptera). Studia Ent., Petrópolis, 1(3/4):421-6, 9fig. KOGAN, M. & OLIVEIRA, S.J. 1966. Brazilian Xenidae e parasitizing ''Polybia” wasps, with the descriptions of a new genus and six new species (Insecta, Strepsip- tera). Revta bras. Biol., Rio Janeiro, 26 (4):345-60, 63fig. OLIVEIRA, S.J. & KOGAN, M. 1959. A contribution to the knowledge of the Bra- zilian Strepsiptera (Insecta). Mems Inst. Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 57 (2):219- 33, 34fig. — |, 1962. Brazilian Strepsiptera (Insecta) parasitizing Vespidae, with descriptions of three new species of Xenos Rossi, 1793 (Stylopidae). Mems Inst. Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 60(1):1-11, 30 fig. 1963. A new species of Pseudoxenos Saunders, 1872, and a new record of Myr- mecolax incautus Oliveira e Kogan, 1959 (Strepsitera, Insecta). Mems Inst. Os- waldo Cruz, Rio de Janeiro, 62:351-6, 15fig. PIERCE, W. D. 1961. A new genus and species of Strepsiptera parasitic on a leafhop- per vector of a virus disease of rice and other Gramineae. Ann. ent. Soc. Am.,. Columbus, 54:467-74, 18fig. TEMPLETON, R. 1841. Description of a new Strepsipterous insect. Trans. ent. Soc. Lond., London, 3:51-6, pl.4. TROIS, C.A.C. 1979. Novos registros sobre Strepsiptera brasileiros. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOLOGIA, 5°, Itagui, 1979. Resumos... p. 34-5. TROIS, C.A.C. & CORSEUIL, E. 1978. Analise de levantamentos feitos com arma- dilhas luminosas. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENTOMOLOGIA, 5º. Itabuna, Resumos... p. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):119-24, 28 ago 1982 | 124 2" ——— 1 É Sg k2 Sa 3 3 i 6 1 wu Fig. 1-8. Elenchus globulosus sp. n. holótipo macho (FAGR 0005):1. antena direita, vista dorsal; 2. asa anterior, vista dorsal; 3. perna anterior esquerda, vista dorsal; 4. trocänter mediano esquerdo, vista ventral; 5. perna posterior esquerda, vista dorsal; 6. maxila esquerda, vista ventral; 7. mandibula esquerda, vista ventral; 8. ectofalo, vista lateral. (Fig. 1a5e6a 8, respectivamente, na mesma escala). } 0,05 mm IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(61):119-24, 28 ago 1982 Osteologia craniana de Lama guanicoe (Miiller, 1776) em estudo comparativo com Camelops hesternus (Leidy, 1873) (Artiodactyla, Camelidae).(*) Christina Teixeira Guimarães Gresele** RESUMO O presente trabalho visa aumentar os conhecimentos da osteologia craniana de Lama guanicoe (Müller, 1776), em comparação com Camelops hesternus (Leidy, 1873), segundo o trabalho de WEBB (1965). ABSTRACT The scope of this paper is to increase the knowledge of the sincranium of Lama guanicoe (Müller, 1776), in comparison with Camelops hesternus (Leidy, 1873), as des- cribed by WEBB (1965). INTRODUÇÃO Segundo LA TOUR (1954), a primeira descrição detalhada de Lama guanicoe foi feita por Molina em 1782, que o chamou de Camelops huanacus e Waterhouse em 1839 denominou-o de Auchenia lama, clas- sificando-o na familia Auchenidae, hoje incluida entre os Camelinae. Frisch em 1775 propôs o gênero Lama para a espécie L. guanicoe e Miller em 1776 denominou a espécie de Camelops guanicoe. O nome científico válido de espécie é, pois, Lama guanicoe (Müller, 1776) e não L. huanacus Molina, 1782. Segundo HOFFSTETTER (1952), a fauna sul-americana atual, no que diz respeito à família Camelidae, apresenta dois gêneros com quatro espécies, duas selvagens e duas exclusivamente domésticas, todas dis- tribuias no limite das zonas continentais, seja nos altos päramos an- dinos, seja nas latitudes meridionais da Patagônia. As quatro espécies SEO Aceito para publicação em 02.1V.1982. Dissertação de Mestrado em Geociência pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, de- zembro de 1980. (**) Estagiária do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MC- N-FZB), Caixa Postal 1188, 90000 Porto Alegre, RS, Brasil. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):119-24, 28 ago 1982 | 126 GRESELE, C.T.G. de camelídeos sul-americanos são: a Ima, Lama glama (Linné, 1758), a alpaca, Lama pacos, (Linné, 1758), o guanaco, Lama guanicoe (Müller, 1776) e a vicunha, Vicugna vicugna (Molina, 1782). Destas, a lama e a alpaca são animais domesticados, mas o guanaco e a vicunha são es- pécies selvagens e sua preservação é de grande importância. Algumas espécies de Lama estão representadas em sedimentos assignáveis do Pleistoceno da Argentina. Segundo LA TOUR (1954) L. guanicoe distribue-se ao longo da Cordilheira dos Andes, Equador, Peru, Bolívia, Chile'e Argentina, mas seu limite norte ainda não esta bem estabelecido. A oeste, o guanaco en- contra-se na costa do Pacífico. De Pisco (Peru) a Antofagasta (Chile), os guanacos são confinados a semi-desertos e a certos pampas a oeste das cordilheiras. Nas partes do sul dos Andes e na Terra do Fogo, o guanaco habita zonas pouco florestadas. Ao sul está limitado pelas Ilhas de Navarino. A leste, o guanaco encontra-se limitado pelos Andes Peruanos e Bolivianos, em zonas de florestas montanhosas. Na Argentina, ele es- tende-se para as Pré-Cordilheiras e Serras Pampeanas. Na figura 1, podemos observar sua distribuição no passado e atual. O presente trabalho visa aumentar o conhecimento da osteologia craniana da família Camelidae Gray, 1821, atraves da descrição de L. guanicoe (Müller, 1776), comparando com outro camelideo da espécie C. hesternus (Leidy, 1873), com o qual apresenta grandes semelhanças es- truturais. MATERIAL E METODOS Foram examinados dois crânios de L. guanicoe, provenientes de Cafadon de Las Cuevas, Província de Santa Cruz, República Argentina, coletados pelos professores Miguel e Elisa Bombin e depositados na coleção Paleontológica do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (FZB-NP-06 e 07). No exemplar FZB-NP-06, falta o esquamosal direito, nas suas partes média e an- terior, e há pequena fratura na região supra-orbital do frontal esquerdo. Há, também, um pequeno orifício acidental na região látero-anterior do parietal esquerdo e pequeno ori- fício, também acidental, na região superior do esquamosal direito. As cristas occipitais, direita e esquerda, estão também um tanto incompletas, faltando à crista supraoccipital um fragmento mediano. O exemplar FZB-NP-07 encontra-se também danificado, faltando-lhe a metade an- terior do nasal esquerdo, a parte póstero-lateral da pré-maxila e a parte superior da maxila junto da sutura com o nasal. Falta completamente o arco zigomático esquerdo. Na sua preparação, os crânios passaram por processos de limpeza prolongados, ten- do-lhes sido retirados primeiramente, com o auxílio de bisturí e pinça, o pêlo, pele, mús- culos, nervos e vasos sangiíneos, após o material foi fervido em água, diversas vezes. Após nova retirada de tecidos e gorduras, os crânios foram submetidos a uma solução de 10% a 20% de hipoclorito de sódio, para a clarificação. Por fim foram lavados em água corrente e banhados em álcool 90°, para desengordurar e secar. b IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):125-57, 28 ago 1982 Osteologia craniana de Lama... 127 O trabalho resume-se na descrição osteológica do crânio de L. guanicoe, comparado com o de C. hesternus, segundo o trabalho de WEBB (1965). Os desenhos que ilustram este trabalho foram baseados nas fotografias dos es- pécimes em consideração e nos originais respectivos. O espécime FZB-NP-07, o mais danificado, foi serrado longitudinalmente, junto ao plano sagital, para estudo de alguns aspectos internos. As medidas foram feitas mediante a utilização do paquímetro, segundo os critérios usados por WEBB em relação a C. hesternus, e estão expressas em milt- metros. Utiliza-se a Sistemática de SIMPSON (1945). Nas figuras utilizaram-se as abreviaturas abaixo. Al - alisfenóide; bo - basioccipital; bs - basisfenóide; eo - exo-oxxipital; fr - frontal; j - jugal; la - lacrimal; ma - mastóide; me - mesetmóide; mx - maxila; na - nasal; p - pa- rietal; pl - palatino; ps - pré-esfenóide; pt - pterigóide; px - pré-maxila; so - supra- occipital; sq - esquamosal; ty - timpanohial; vo - vômer. Ordem ARTIODACTYLA Owen, 1848 Subordem TY LOPO DA Illiger, 1811 Familia CAMELIDAE Gray, 1821 Subfamília CAMELINAE Zittel, 1893 Gênero Lama Frisch, 1775 Espécie Lama guanicoe (Müller, 1776) (Pleistoceno ao Recente) ASPECTO GERAL DOS CRÂNIOS EM ESTUDO O conjunto crânio e mandíbula de L. guanicoe, segundo HOFFS- TETTER (1952), é relativamente alongado e delgado, com a região facial profunda e o eixo basicranial-basifacial, moderadamente flexionado. “Considerando o espécime FZB-NP-06, vemos que a região facial é alongada e a cavidade cerebral ovalada. Na parte dorsal encontra-se an- teriormente o nasal, seguindo-se-lhe, em série, o frontal, o parietal e o interparietal. Observam-se as bordas anteriores do processo do molar e do processo zigomático do esquamosal que formam em conjunto o arco zigomático, do qual, o do lado direito, encontra-se fracionado. O nasal, com o processo nasal do frontal, forma o teto da cavidade nasal e fron- tal, o parietal e o interparietal, formam o teto da cavidade cerebral. Em vista lateral o crânio apresenta, como elemento mais anterior, a pre-maxila que forma a maior parte da parede lateral da cavidade nasal, com o Iº presente. Seguem-se-lhe a maxila e o jugal, este limitan- do a borda anterior da órbita. Entre a maxila, o jugal e o frontal encon- tra-se o pequeno osso lacrimal. Acima da maxila e do jugal estã a porção descendente do frontal. Sob este e, posteriormente à maxila, encontra-se o orbito-esfenóide e o alisfenóide, limitados, na parte inferior, pelo pterigóide. O alisfenóide limita-se posteriormente com o esquamosal. O IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):125-57, 28 ago 1982 128 GRESELE, C.T.G. esquamosal emite seu processo zigomätico em direção ao processo zi- gomático do jugal. Atrás do processo zigomático do esquamosal encon- tra-se o processo mastóide do periótico e abaixo do esquamosal está localizada a bula auditiva, composta pelo timpânico e ento-timpânico e limitada, na parte posterior, pelo occipital. Em vista ventral, o crânio apresenta anteriormente o palato ósseo, mais estreito na região anterior onde é formado pela pre-maxila. Em sua região meseal é formado pela maxila e, posteriormente, pela lâmina horizontal do palatino. A borda posterior do palato ósseo forma a mar- gem ventral da abertura nasal posterior. O teto da fossa nasal posterior (coana) é formado pelo vômer. O palatino estende-se para trás, encontran- do-se com o pterigóide. Posteriormente ao vômer e a porção anterior abai- xo dele, encontra-se o pre-esfenöide, seguindo-se em sequência, o basies- fenóide e o basioccipital que constitui a porção ventral da região occi- pital. Na extremidade posterior do crânio salientam-se lateralmente os cöndilos occipitais que limitam o forame magno. Lateralmente ao oc- cipital, observa-se a superficie inferior da bula auditiva e o processo mastóide do periótico. Em vista occipital, o crânio é constituido principalmente pelo exo- occipital, com o forame magno situado em sua metade inferior. Lateral- mente ao exo-occipital situa-se a superficie posterior do processo mas- toide sob o qual se situa a parede posterior da bula timpânica. Vemos a fossa timpanohial envolvida pelo timpânico. Segundo WEBB, a flexão craniana entre o plano basifacial e o plano basicraniano verificada em diversos grupos de artiodáctilos é mais acentuada em L. guanicoe (8-15º) que em C. hesternus (7-10º). Visto de perfil o crânio de L. guanicoe apresenta maior convexidade do teto cra- niano posteriormente aos frontais, que em C. hesternus. DESCRIÇÃO OSTEOLÓGICA Vista dorsal do crânio. Nasal: é um osso par que se une na linha média-sagital do crânio com seu oposto e que forma a maior parte do teto da cavidade nasal. Em L. guanicoe os nasais são arqueados transversalmente e es- treitos. A borda lateral do nasal é um tanto côncava, suturando-se em sua parte lätero-anterior com a parte póstero-dorsal da pre-maxila em 1/6 de seu comprimento. Sua parte mediana sutura-se com a parte média superior da maxila em aproximadamente 2/3 de seu comprimento. Sua parte pöstero-lateral limita-se com a ampla vacuidade lacrimal (1/5 do comprimento). Há ainda curta sutura látero-posterior transversal com o frontal. A extremidade anterior de cada nasal abre-se em V cujo ramo externo, que se sutura com a pré-maxila, é bem mais alongado anterior- mente que seu oposto. ir IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):125-57, 28 ago 1982 Osteologia craniana de Lama... 129 Segundo WEBB, os nasais de L. guanicoe são bem mais curtos e um tanto mais largos que os de C. hesternus. Sua ponta posterior, coin- cidente com a extremidade livre de cada ramo do V, é muito menos pronunciada que em C. hesternus, em que a mesma se afila repenti- namente, sendo separada de sua oposta pela ampla cunha anterior dos frontais. Frontal: é um osso par que se une por sutura na linha sagital com seu oposto e que se situa imediatamente atrás dos nasais. Forma a parte anterior do teto do crânio e parte da parede lateral da cavidade cerebral, concorrendo para cobertura da parte posterior da cavidade nasal. Na região interorbital os frontais são grosseiramente convexos e de acor- do com WEBB, com uma depressão mediana não presente em C. hester- nus. Em L. guanicoe, a parte anterior mediana do frontal forma uma cunha aberta que se encaixa entre os processos posteriores dos nasais. Na bor- da lateral anterior do frontal encontra-se a vacuidade lacrimal logo à frente do osso lacrimal. A porção lateral descendente do frontal limita-se na parte intraorbital com os órbitoesfenóide e alisfenóide formando a parte superior da parede interna da órbita e da fossa temporal, e na par- te extraorbital, numa linha obliqua descendente de trás para diante com o lacrimal. Posteriormente às órbitas, os frontais formam ampla cunha posterior, de limite posterior arredondado, que se sutua lateral e meseal- mente com o parietal. Cada frontal é perfurado lateralmente pouco a frente do limite posterior da apófise pós-orbitária por um forame vas- cular de que parte para frente um amplo e um tanto profundo canal de convexidade meseal que se prolonga até a vacuidade lacrimal. Em L. guanicoe, segundo WEBB, a parte dorso-lateral do frontal apresenta plataforma marginal que recobre a parte superior da órbita com uma estreita e profunda chanfradura de aproximadamente 13mm de profundidade em sua parte anterior e em C. hesternus, 25mm de profun- didade. Parietal: é um osso par, situado imediatamente atrás do fron- tal e sobre o esquamosal, que se une com seu oposto pela sutura sagital. Forma a parte dorsal e látero-superior da cobertura craniana. A parte terminal anterior dos parietais recebe a cunha médio-dorsal dos frontais prolongando-se lateralmente a estes e descendo, em estreita faixa, entre a parte póstero-lateral do frontal e a parte anterior do esquamosal até a sutura do alisfenóide. Nos dois crânios em observação, não foi possível distinguir-se claramente a linha de sutura pöstero-superior do órbitoes- fenóide com o alisfenóide, o mesmo acontecendo com a sutura órbitoes- fenóide-frontal. O que se observa no crânio FZB-NP-07 parece, porém, indicar ser o órbitoesfenóide afastado de contato com o ramo descenden- te do frontal por uma expansão anterior do alisfenóide, em sua extre- IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):125-57, 28 ago 1982 130 GRESELE, C.T.G. midade dorsal. Não há aqui o pterygoid pit que WEBB cita pelo presen- te em C. hesternus em que o parietal, o alisfenóide e o órbitoesfenóide têm encontro num ponto em comum, naquele gênero do Terciário. Em L. guanicoe os parietais apresentam forma levemente abaulada no sentido ântero-posterior. Sua parte ântero-dorsal une-se com a cunha mediana dos frontais pela sutura coronária. A máxima distância, em linha reta, da parte superior até a extremidade inferior da sutura frontal- parietal é, nos espécimes vistos, de 80mm. Em C. hesternus, segundo WEBB, esta distância é maior, ou seja, de 95mm nos espécimes de Ran- cho La Brea. O parietal se une com o esquamosal através da sutura es- camosa. Na sua parte posterior encontra-se a crista lambdöide. A crista sagital é fracamente desenvolvida. Curva-se para baixo em pequeno trecho de sua parte posterior. Vista lateral do crânio. Pré-maxila: é um osso par que forma o rebordo lateral da abertura nasal externa. É o elemento mais anterior da superficie lateral do crânio. Em L. guanicoe é relativamente loga, bordejada na parte pös- tero-superior pelo nasal e, na parte lateral-inferior pote maxila. Sua parte ventral-anterior forma o rebordo alveolar com o Iº presente. De acordo com WEBB, sua parte ântero-dorsal é grosseiramente expandida e pouco rugosa, o que parece estar de acordo com o lábio preênsil fendido que, nas formas fósseis, teria sido mais pesado. Em L. guanicoe, em vista ventral, a pre-maxila e a maxila encon- tram-se a meio caminho entre o I3 e o canino, sendo a pre-maxila in- clinada para trás num ângulo de aproximadamente 135º. A fenda pre- maxilar é encontrada geralmente em outros camelideos. Tanto em L. guanicoe, como em C. hesternus, a pre-maxila limita-se com o nasal no rebordo dorsal de sua região angular póstero-dorsal onde se sobrepõe ao mesmo. Ela também sobrepõe-se a maxila em toda sua extensão de seu rebordo de sutura com esta. Em C. hesternus, segundo WEBB, a pre- maxila é afastada do nasal, não se suturando com este em virtude de uma intromissão de uma extensão äntero-dorsal da maxila entre os mes- mos, atingindo, por fraca extensão, o rebordo da abertura nasal anterior. Em L. guanicoe a borda alveolar é curta, projetando-se de sua parte media interna longa e afilada apófise palatal que se dobra logo para trás e se extende ao longo da linha sagital da parte anterior do palato até en- contrar-se com a extremidade anterior da apöfise palatal da maxila, isolando entre si e o rebordo alveolar longo forame incisivo. Tal apófise pöstero-mesial da pre-maxila sobrepõe-se distalmente à apófise palatal da maxila, quase ao encontro com a extremidade anterior do vômer. Em C. hesternus, segundo WEBB, a apófise em questão é muito curta, não ultrapassando o I3 posteriormente, de tal modo que o longo forame in- IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(61):125-57, 28 ago 1982 Osteologia craniana de Lama... 131 cisivo, sem limitação mesial, se funde com seu oposto num só e amplo forame. M axila: é um osso que ocupa parte relativamente grande da su- perficie lateral do rostro, em comparação com outros ossos. Sua amplitu- de vertical é grande na região facial. Forma a maior parte da parede lateral da cavidade nasal. Limita-se com o nasal por sua borda dorsal anterior, com a pré-maxila por sua longa e sinuosa borda anterior, e, por curtis- sima distância, com a borda äntero-lateral do frontal, sob o limite in- ferior da fenestra lacrimal. Logo abaixo desta sutura-se com o osso lacrimal e finalmente com o jugal, cujo rebordo ântero-ventral acom- panha até a parte média ventral da órbita, terminando logo atrás do M3. A apofise palatina da maxila forma a maior parte do palato ósseo li- mitando-se com a borda alveolar. Posteriormente e mesealmente ao M$, a maxila sutura-se com a parte intra-orbitária do frontal e com a lâmina descendente do palatino.A maxila é perfurada pelo forame infra-orbital impar, pouco acima do rebordo alveolar posterior do P4, estendendo-se o respectivo canal posteriormente até a base do arco zigomático. Atravês dele passa o segundo ramo do trigêmino. A fossa maxilar, de contorno posterior subcircular, que é presente em C. hesternus próxima da mar- gem äntero-dorsal do osso, é representada em L. guanicoe por suave e rasa concavidade, sem maior significação. WEBB apresenta três sugestões para esclarecer a função da fossa maxilar: a) serviria para alojar o divertículo nasal, semelhante ao que W.K. Gregory (1924) reconheceu em certos cavalos fósseis e demonstrou exis- tir em vários outros ungulados; b) alojaria uma glândula sensitiva especial encontradiça em alguns antilopes, tragulideos, veados, alguns suídeos e possivelmente nos oreodontes; c) serviria como área de inserção muscular; Segundo este mesmo autor, a última alternativa seria a mais correta, pois diversos músculos se encontram ali para formar esta região, como o músculo composto que representa o maxilo — labialis superioris e o naso — labialis. Isto pode ser observado tanto em C. hesternus como e L. guanicoe, onde o rostro é relativamente longo necessitando, por is- so, maior desenvolvimento nestes músculos rostrais longos, especialmente o maxilo-naso-labiais. A grande expansão vertical da maxila estaria de acordo com a flexão do crânio, entre a sua parte palatal e a superficie de sua região basal. Lacrima |: é um osso par que esta situado entre a maxila, o frontal, o jugal e o processo anterior lateral intra-orbitrário do palatino, na borda anterior da órbita. Não se limita com a ampla fenestra lacrimal de que é separado por estreita expansão ântero-ventral do frontal, que IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(61):125-57, 28 ago 1982 132 GRESELE, C.T.G. não existe em C. hesternus, no qual o ângulo superior do lacrimal está em contato com a vacuidade lacrimal. Neste caso tal parte do lacrimal separa entre si a porção facial dos ossos maxilar e frontal que se encon- tram por curtíssimo espaço. Em L. guanicoe a maior parte do lacrimal expande-se para dentro da órbita. Segundo WEBB, a borda orbital do lacrimal é lisa, não marcada pelos dois proeminentes tubérculo lacrimais, um acima do outro que se vêm em C. hesternus. Junto à borda anterior da órbita, o lacrimal é perfurada pelo canal lacrimal que desemboca anteriormente na cavidade nasal. A grande vacuidade lacrimal é subtriângular, encontrando-se acima da parte pös- tero-dorsal do maxilar. O lado anterior ventral limita-se com a maxila e o lado superior limita-se com o nasal, e o lado posterior com o frontal. J ug al:é um osso par que concorre para formar a parte anterior do arco zigomático. Termina distalmente em curta apófise orbitária as- cendente que se une com a longa apófise orbitária descendente do fron- tal, limitando a órbita posteriormente. O jugal limita-se com a borda in- fero-lateral da órbita e a borda inferior do lacrimal ao longo da sutura denticulada. Na borda äntero-ventral, sutura-se com a maxila. Poste- riormente, logo abaixo de sua apófise orbitária, recebe a extremidade an- terior em forma de cunha do processo zigomático do esquamosal, sob o qual o jugal se extende posteriormente, em longa e afilada apófise de borda ventral alongadamente côncava. A face inferior do jugal é mar- cada por uma superfície rugosa e por uma crista longitudinal que acom- panha a sua convexidade ventral. Tais acidentes da superficie desta área são destinados à fixação original do músculo masséter anterior. Tanto em L. guanicoe, como em C. hesternus, a raiz anterior do zigoma é profunda, formando ampla área de fixação para origem do masséter, que nestes gêneros é vertical e em outros gêneros é horizontal. Esta diferença está diretamente relacionada com a flexão do crânio, pois as formas com flexão craniana tem a região facial bastante profunda para acomodar as placas massetéricas verticais. A parte anterior da ar- cada zigomática situa-se em plano nitidamente inferior ao da cavidade glenóide, o que acontece tambem em C. hesternus, segundo WEBB. Ha dupla curvatura da arcada zigomática no plano vertical, a metade an- terior ventralmente convexa, a posterior ventralmente côncava, reflete, segundo WEBB, a flexão do plano basifacial e basicranial do crânio. Esquamogsal: é um osso par que se limita com o parietal por seu rebordo dorsal anterior, com o alisfenöide por pequena extensão in- ferior de seu rebordo anterior, com o periótico por seu rebordo ventral e, posteriormente, com a crista mastóide. A porção zigomática do es- quamosal estã em conexão com o jugal e forma a parte posterior do arco . zigomático. O esquamosal participa, por sua parte posterior, da for- mação da parede lateral da cavidade cerebral. Ventral e imediatamente IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):125-57, 28 ago 1982 Osteologia craniana de Lama... 133 superior a arcada zigomática esta a cavidade glenoide, destinada a recepção do côndilo mandibular. A cavidade glenóide é relativamente larga e äntero- posteriormente curta e ligeiramente côncava, diferentemente do que se vê em C. hesternus, em que ela é muito larga e quase plana. Suas bordas an- terior e medial inclinam-se suavemente para as áreas não articulares, ad- jacentes, como também em C. hesternus, segundo WEBB. Em L. guanicoe o processo pös-glenöide é grandemente reduzido, ao contrário do que acontece em C. hesternus. Posteriormente ao proces- so e ao forame pös-glenöide, a porção horizontal ventral do esquamosal estende-se até a crista mastóide. Seu grande processo póstimpânico, de 30mm de comprimento, cobre parcialmente a area do mastóide, entre a ponta da crista lambóide e o forame estilo-mastóide, suturando-se ven- tralmente com o processo paroccipital. É situado em posição bem pos- terior ao meato auditivo, enquanto em C. hesternus ele é fortemente pressionado anteriormente contra o meato. O processo zigomático do es- quamosal compõe posteriormente a parte esquamosal da arcada zigo- mática. É alongado e afilado dorso-ventralmente, com rebordo dorsal ligeira e alongadamente convexo no sentido ântero-posterior e de rebordo ventral igualmente côncavo no mesmo sentido e acompanhado ventralmen- te, em suas 6/7 partes anteriores, pelo processo posterior do jugal. Sua ex- tremidade anterior afila-se em cunha, penetrando no rebordo póstero- ventral do jugal. Orbito-esfenóide: é um osso par limitado anterior e dor- salmente pelo frontal, posteriormente pelo alisfenóide e ventralmente pelo palatino. Forma a parede ântero-mediana do enorme forame for- mado pela união órbito-rotundum e inclui forame óptico, combinando com o lacerado anterior. Estreita e curta extensão anterior do örbito- esfenoide, situada sob o forame etmóide, limite anterior da sutura ór- bito-esfenöide com o frontal, vai até a meia distância entre este e o forame esfeno-palatino. Em 'C. hesternus, segundo WEBB, tal extensão äntero-ventral do órbito-esfenóide atinge o forame esfeno-palatino. Tan- to em L. guanicoe, como em C. hesternus este osso é relativamente grande. Alisfenóide: é um osso par, alongado dorsoventralmente, um tanto inclinado para frente no mesmo sentido em sua metade ven- tral, em sua metade dorsal (asa do alisfenóide) ampla e estendida obliquamente de diante para trás, limita-se anteriormente com o órbito- esfenoide, dorsalmente com o frontal parietal, posteriormente com o es- quamosal e póstero-ventralmente com o pterigóide. A asa lateral do alis- fenoide concorre para a formação da parede látero-inferior do crânio. No limite entre o alisfenóide, esquamosal e pterigóide abre-se o forame oval. A parte vertical do alisfenöide estende-se do processo hamular externo em sua parte ventral até o forame órbito-redondo. Limita-se anteriormen- IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):125-57, 28 ago 1982 134 GRESELE, C.T.G. te com o: palatino. Entre ela e o amplo timpânico estende-se o espaço faringeano. Tanto em L. guanicoe, como em C. hesternus, segundo WEBB, os processos pterigóides externos são menos divergentes entre si e rela- tivamente mais longos que em Camelus. O alisfenöide apresenta em sua superficie ântero-externa, logo acima do nível do forame órbito-redondo, uma projeção que por ser um dos pontos de origem dos músculos pte- rigóides se chama tubérculo pterigóide que apresenta aproximadamente o mesmo desenvolvimento que em C. hesternus. Estrutura da regiäo auditiva:o periótico é um osso par que contém o labirinto auditivo e o ouvido interno e forma a maior parte da parede meseal da bula auditiva. Situa-se entre o es- quamosal, exo-occipital, aliesfenóide e basiefenöide. O periótico apresenta um forame interno que se abre para a cavidade cerebral, para os nervos cranianos VII e VIII. Em L. guanicoe a porção mastoide do osso periótico esta numa área grosseiramente triangular alongada, entre o esquamosal e o exo- occipital, na base do processo paraoccipital do osso occipital. Abaixo da parte anterior do mastóide encontra-se o processo póstimpânico do es- quamosal. O meato auditivo externo é grande, arredondado, tubular e dirigido obliquamente para cima e para trás, salientando-se à frente da porção mastóide do periótico. Em C. hesternus, segundo WEBB, ele é amplo e achatado äntero- posteriormente e dirigido diretamente para trás e sua estreita borda dorsal é formada pelo esquamosal. Em L. guanicoe o meato auditivo externo é formado exclusivamen- te às expensas do timpânico. O periódico limita-se na parte médio dorsal com o occipital, na parte inferior limita-se com o entotimpânico e com o timpânico e lateralmente limita-se como esquamosal. A bula timpänica é formada por duas placas verticais, uma orientada ântero-posteriormente e de situação medial e a outra lateral oblíqua, externa à primeira, que se encontram em longo vértice anterior em V. Segundo Van Kampen, in WEBB, a placa lateral é a expansão da parte proximal do meato auditivo, enquanto a outra placa forma a bula timpânica. Segundo WEBB, em C. hesternus a borda esquamosal do meato também é pouco extensa e a bula é a encontrada nos camelideos. Em L guanicoe, como em C. hesternus, a placa laterale a parte anterior da placa medial (bula) são muito infladas, ao contrário do que se vêem Camelus. Estas diferenças que parecem estar relacionadas com a si- tuação mais elevada (em L. guanicoe e em C. hesternus) ou mais baixa, logo à frente da placa lateral (em Camelus) da cavidade glenöide do es- quamosal, livrando ou restringindo a expansão anterior da placa tim- pânica. Em L. guanicoe, a borda posterior da placa timpânica lateral é IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):125-57, 28 ago 1982 Osteologia craniana de Lama... 135 francamente vertical em toda sua extensão dorso-ventral, formando um ângulo bem definido com a borda ventral da mesma. Em C. hesternus, segundo WEBB, a borda posterior da placa lateral da bula curva-se gradualmente para frente e para baixo, aban- donando assim, uma orientação quase vertical por uma orientação ho- rizontal, nisto diferindo pois nitidamente, do que se vê em L. guanicoe. A vagina do processo hióide (timpanohial) situa-se posteriormente, entre as placas timpânicas lateral e medial, sendo profunda e ampla e também bem limitada posteriormente por expansões das placas tim- pânicas em consideração. A bula timpânica propriamente dita (placa medial) sutura-se com a alisfenóide em pequena extensão ântero-dorsal, e com o esquamosal ao longo de toda a região glenóide. Sua articulação com o exo-occipital é pöstero-medial, sendo o seu contato com o basies- fenóide medial. Vista ventral do crânio Palatino: é um osso par, de aspecto irregular, que participa da formação da parede látero-posterior do canal nasal (coana) situado à frente do pterigóide. Dorsalmente o palatino emite uma ampla lâmina vertical curvada para dentro, que se limita dorsal e medialmente com a placa horizontal do vômer e auxilia na formação do teto da parede pos- terior do canal nasal. Limita-se posteriormente com o alisfenóide e com o pterigóide, dorsalmente com o órbito-esfenóide numa extensão limitada anteriormente pelo forame esfeno-palatino e posteriormente pelo forame orbito-redondo. Tanto em L. guanicoe, como em C. hesternus, a superficie palatal do palatino é um tanto côncava. Em sua extremidade anterior, tais processos palatais horizontais do palatino encontram-se na linha sagital formando, na superficie ventral, um prolongamento posterior do palato Ósseo e participando, na sua superfície dorsal, da formação do assoalho da cavidade nasal. O palatino sutura-se ainda com o frontal logo à frente do órbito-esfenóide, com o lacrimal anteriormente e com a maxila pos- teriormente. Sua sutura anterior com o lacrimal faz-se através de uma estreita expansão intra-orbitária, que separa o frontal e o maxilar, naquela região, logo acima da abertura posterior do forame infra- orbitärio. Tal situação ocorre também em C. hesternus, segundo WEBB diferentemente do que ocorre em Camelus, em que tal expansão intra- orbitária, anterior da lâmina vertical do palatino não existe, tocando-se o frontal e a maxila entre si naquela região, ou existe sob forma muito rudimentar. A parte anterior estreita e alongada do palato ósseo formada pela junção na linha sagital das apófises palatinas das maxilas, e anterior- mente das pre-maxilas, é um tanto côncava äntero-posteriormente, IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):125-57, 28 ago 1982 136 GRESELE, C.T.G. elevando-se a nivel consideradamente mais elevado que o da região pos- terior do palato. Seus forames palatinos posteriores (ou anteriores se forem considerados os palatinos anteriores como forames incisivos) si- tuam-se logo à frente dos P3, quando em C. hesternus eles são mediais aos Pá. A chafradura posterior do palato ósseo, entre as apófises pa- latinas dos palatinos, é mais longa em L. guanicoe, onde seu limite an- terior se situa entre os sulcos interlobulares dos M2, do que em C. hes- ternus em que seu limite anterior se situa entre os lóbulos posteriores dos mesmos dentes ou anteriores dos M3. O palato ósseo, em sua porção mesial entre os P3 e M3, alarga-se nítida e progressivamente para trás, sendo bem mais estreito entre os P3 que entre os M3. Pterigöide:e& um osso par situado atrás da placa vertical do palatino. Forma propriamente a apófise pterigóide interna do palatino, com a qual se funde, assim como com o alisfenöide cuja apófise hamülar (pterigóide) externa, forma par com a apófise pterigóide propriamente dita interna, como acontece normalmente entre os camelideos. Vômeremesetmóide: é um osso impar, situado dorsal- mente às lâminas horizontais da maxila e do palatino. Seus lados entram em contato com a porção interna do palatino, curvando-se para baixo. Forma o teto da passagem nasal até a altura da abertura nasal poste- rior, estendendo-se até o pré-esfenóide. Sua extremidade posterior está sob a porção anterior do pré-esfenóide. Na linha média o vômer emite ventral- mente uma lâmina vertical longitudinal que entra em contato com a superficie superior da lâmina horizontal da maxila e do palatino, forman- do um septo que divide em duas metades a passagem nasal. Dorsalmen- te é percorrido por um sulco longitudinal de paredes laterais altas des- tinado a receber, em sua parte posterior, a lâmina vertical mediana do etmoide (mesetmóide) e, em sua maior parte anterior, o prolongamento cartilaginoso da mesma lâmina que completa a separação mediana das fossas nasais. O mesetmóide é relativamente curto e afilado dorso- ventralmente em sua extremidade anterior. Pré-esfenóide: é um osso impar que, em secção horizontal, apresenta-se triangular ou subcircular estã situado posteriormente ao vômer. Sua extremidade posterior limita-se com o basisfenóide e lateral- mente com o palatino, alisfenóide e pterigóide. O pré-esfenóide participa da formação do teto da fossa nasal posterior e forma a porção anterior do assoalho da cavidade cerebral. Em L. guanicoe ele é bem menor que em C. hesternus. Basisfenóide: é um osso impar situado atrás do pré- esfenoide na linha média da superficie ventral do crânio. Posteriormente limita-se com o basioccipital e lateralmente com os pterigóides. Tanto em L. guanicoe como em C. hesternus, o basisfenóide Ppresenta se alto e um pouco inclinado para a parte dorsal. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(61):125-57, 28 ago 1982 | Osteologia craniana de Lama... 137 No crânio FZB-NP-07 o basisfenóide apresenta maior declividade para ambos os lados, com sulco longitudinal intermediário mais pronun- ciado que o de FZB-NP-06, em que o sulco é mais raso, fato que, segun- do Hibbard & Rigss (1949), citado por WEBB, esta relacionado com dimorfismo sexual, em que a maior declividade lateral do basisfenóide corresponde, com outras características femininas, como o menor desen- volvimento dos dentes caninos. Tal observação esta confirmada no crânio FZB-NP-06, fêmea. Segundo WEBB, o basisfenoide de C. hesternus apresenta, no meio de sua superficie ventral, uma abertura estreita de no máximo Imm de extensão, que não penetra o osso e cuja depressão não atinge Imm abaixo da superficie óssea. Acrescenta este autor que caso inter- pretamos tal estrutura como um forame verdadeiro, este poderia ser con- siderado como seio venoso esfenoidal. A posição desta fenda sugere, segun- do Parrington (1947) citado por WEBB, que ela poderia ser o alvéolo de uma ossificação paraesfenoide, presente nos répteis e identificado entre alguns mamiferos, principalmente no estágio fetal. Também foi citado por Stark (1956) em WEBB, como presente num espécime adulto de Camelus maximus Hay, 1921 em que se situa na mesma posição que a fenda em. hesternus, presente na maioria dos crânios examinados. Acrescenta WEBB quetal fen- da aparece na mesma posição em muitos crânios de L. guanicoe. Vista posterior crânio Região occipital: limita-se na porção superior, ao longo da crista supra-occipital com o parietal, lateralmente com o mastóide, timpânico, entotimpânico e esquamosal. O basioccipital situado ventral- mente limita-se anteriormente com o basiesfenóide e de cada lado com o entotimpânico. O forame magno de formato circular é bem desenvolvido. De cada lado do forame magno, os côndilos occipitais são as estruturas mais proeminentes desta região, apresentando contorno subtriangular. Os exo-occipitais apresentam um bem desenvolvido processo paraoc- cipital que estã no prolongamento do entotimpânico. Abaixo deste processo paraoccipital ha uma grande depressão rugosa onde estão localizados dois forames que se comunicam com a cavidade cerebral: forame hipoglosso no occipital, que da passagem ao XII nervo craniano e o forame lacerado posterior, entre o occipital e o entotimpânico, que da passagem aos IX, X e XI nervos cranianos. Esta porção projeta-se no occiput e serve de alavanca para o controle dos músculos flexores da cabeça. O basioccipital é mais ou menos plano com os lados levemente em aclive dorsal. Segundo WEBB, a parte dorsal do supra-occipital em C. hesternus é extensa e, em vista lateral, aparece subtriangular com um extenso lado ântero-dorsal em contorno sutural com o parietal e o esquamosal. Na IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(61):125-57, 28 ago 1982 138 GRESELE, C.T.G. parte da protuberância externa do occipital esta a crista lambdoide com a sutura esquamosal-occipital. A crista lambóide projeta-se posterior- mente para além doscôndilos e forma subcirculo continuo desde o lado da crista sagital até o encontro com a base do processo paroccipital. En- tre o começo de uma crista e outra uma ligeira concavidade marca a ex- tremidade proximal ou occipital da crista sagital. Uma bifurcação da crista lambdóide, posteriormente a entrada do meato auditivo externo, forma continuidade com o zigoma. A crista occipital mediana é forte e formada pela jução sagital das cristas lambdóides; ela prolonga-se ate sobre a borda dorsal do forame magno, dividindo a região occipital em duas metades ou depressões oc- cipitais, cuja superfície rugosa serve de inserção aos músculos extensores da cabeça. Na parte ventro-lateral de cada depressão occipital, ha uma fossa mastóide separada da primeira por uma crista oblíqua que desce ao encontro da crista occipital mediana até pouco acima do forame mag- no. Em C. hesternus a fossa mastöide é bem mais acentuada que em L. guanicoe. O processo paroccipital do exo-occipital é achatado lateralmente e um pouco obliquo em L. guanicoe, como em muitos camelideos, e bem menos longo que em C. hesternus. A fossa condilóide é extensa e pro- funda. Os côndilos são grandes e não se encontram na linha média dor- sal. O basioccipital é modificado e da origem ao músculo rectus capitis ventralis, cuja area da inserção, curta e ligeiramente rugosa, vai de cada lado de uma tuberosidade da extremidade posterior (no caso proximal) do basifenóide, menos marcadas em L. guanicoe do que em C. hester- nus, ate a parte média de cada côndilo occipital. WEBB opina que tais estruturas da base do crânio são menos salientes em L. guanicoe do que em C. hesternus e possivelmente estejam relacionadas com o maior en- curtamento do crânio na primeira destas espécies, exigindo menor eforço muscular e portanto menor desenvolvimento do músculo rectus capitis ventralis. M andíbula: em sua morfologia geral a mandibula de L. guanicoe assemelha-se a de C. hesternus sendo, porém, sua região an- gular bem mais ampla posteriormente do que neste, assim como a região coronóide em geral. Seu rebordo inferior é ligeiramente convexo em toda sua extensão contrastando com a retilineidade desta parte em C. hester- nus. A sinfise é coossificada estendendo-se posteriormente até a meia distância entre o C e o P4, um pouco mais longa que em C. hesternus. Segundo WEBB, a sinfise em camelideos hipsodontes lembra mais a dos equideos que a dos ruminantes em sua coosificação completa. O ramo horizontal é menos profundo em L. guanicoe que em’C. hesternus. Em L. guanicoe a crista diastêmica é afiada e ligeiramente côncava labialmente. Tanto nesta espécie como em C. hesternus, o longo proces- IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):125-57, 28 ago 1982 Osteologia craniana de Lama... 139 so coronóide vertical é relativamente grande e com forte crista para a in- serção dos músculos temporais. Em L. guanicoe o côndilo é alongado transversalmente e fortemente convexo ântero-posteriormente. Como em muitos camelideos o côndilo é grande e de direção quase vertical. Sua superficie articular posterior para o processo pös-glenöide é obliquamente inclinada de cima para baixo e para trás em contraste com a sua ver- ticalidade em C. hesternus. Em L. guanicoe o côndilo mandibular encon- tra-se cerca de 50 a 65mm (mandíbulas FZB-NP-06 e 07 respectivamen- te) acima do nível alveolar do M3, na mesma proporção que em C. hes- ternus. O processo angular situa-se pouco superior ao do nível alveolar, menos elevado que em C. hesternus. O forame mentoniano situa-se logo abaixo e posteriormente à raiz do canino e também abaixo da metade da altura do ramo mandibular, bem mais próximo da borda ventral que da borda dorsal do mesmo. WEBB chama a atenção para o fato de que a maior elevação proporcional do côndilo articular da mandíbula resulta do flexionamento entre as porções basi-craniana e basi-rostral do crânio nos camelideos mais afins com L. guanicoe. Tal flexionamento, provoca maior elevação da fossa glenöide em relação ao nivel dos molares inferiores exigindo, portanto, maior elevação do côndilo mandibular acima do nível dos molares inferiores. Dentição: em L. guanicoe, como em todos os camelideos, os dentes são hipsobraquiodontes com cristas e cúspides semilunares próprios de regime alimentar tipicamente herbivoro. A fórmula dentária normal de zuanaco é a seguinte: 13 Cl p3p4 MI1M2M3 Iılgl3' Cı ' Pa ' MıMaM3 ou seja =. 15º € Lo Le ae IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(61):125-57, 28 ago 1982 140 GRESELE, C.T.G. Esta fórmula pode estar sujeita a pequena variação no número de incisivos e pré-molares superiores. Segundo WEBB, tal fórmula dentária é idêntica a de C. hesternus em que o Pl, quando presente, é grande e aproximado do Cl. Os espécimes em estudo apresentam dentição com- pleta, com exceção do P3 direito no espécime FZB-NP-06 e dos P3 direito e esquerdo no espécime FZB-NP-07, perdidos acidentalmente. No espécime FZB-NP-06 o Cl direito tem o ápice partido. No espécime FZ- B-NP-07 os I3 e Cl são muito menos desenvolvidos e bem mais afilados que seus homólogos no espécime FZB-NP-06, estando ambos os Cl, além disto, com os âápices partidos. Incisivos: Il-2 ausentes, I3 falciforme, forte, com ápice vol- tado para trás no espécime FZB-NP-06. No espécime FZB-NP-07 o 13, se foi falciforme, foi o que parece, em menor grau que os do espécime FZB- NP-06 e bem como mais afilado. Caninos: em L. guanicoe a maxila apresenta um dente falcifor- me, um tanto comprido, transversalmente e mais forte nos machos (provavelmente FZB-NP-07) do que nas fêmeas em que são simplesmen- te retilineos e fracos (provavelmente FZB-NP-06). Os superiores situam- se logo atrás da sutura entre a pre-maxila e a maxila; os inferiores em seguida ao I3 de que é separado por um curto diastema presente também entre o superior e o Id. No espécime FZB-NP-07, provavelmente macho, o superior tem liImm de diâmetro ântero-posterior na base e o inferior 7,5mm no mesmo sentido. Por sua posição relativa na série dentária tais dentes podem ser tidos como caninos. Ha, porém, controvérsia entre os autores a respeito de sua homologia nos camelideos. Stock (1928) citado por WEBB, referindo-se ao dente em questão na mandibula, e tendo em conta que em individuos adultos de um ca- melideo extinto do Pleistoceno norte-americano Tanupolama (Cope, 1893) se observa frequentemente a presença de cinco dentes mandibu- lares anteriores ao grande diastema, concluiu que o dente inferior, co- mumente designado em L. guanicoe como canino, seria realmente o P1, pois interpretou os quatro anteriores como sendoos 11.3 e o Cj. Embora tal interpretação fosse feita por outros especialistas, sempre houve os que a pusessem em dúvida mormente pelo fato de que o dito canino in- ferior de L. guanicoe se encosta em oclusão dentária normal logo à frente do Cl, este sem homologia contestada, pois sua implantação na maxila logo atrás da sutura entre a maxila e a pre-maxila, como é caso normal entre os mamiferos em geral, não deixa dúvida a tal respeito. Um argumento adicional em favor da homologia do dente inferior em questão (suposto Pı de Stock) com o canino Cj é a ocorrência acidental de um pequeno dente no grande diastema posterior ao dente em causa (entre ele e o P3) em C. hesternus do Pleistoceno norte-americano e em L. guanicoe. Como o P2 é o primeiro dente inferior a ser perdido na his- IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):125-57, 28 ago 1982 Osteologia craniana de Lama... é tória dos camelídeos, sendo ausente em Pliauchenia Cope, 1878, já no Plioceno e, considerando que o Pı, como o Pl, é o primeiro a perder-se nos mamiferos em geral, WEBB prefere identificar tal dente inferior, de ocorrência acidental em C. hesternus, como o P2 embora ao que nos parece possamos supor também ser ele o P3, também comumente ausen- te em L. guanicoe em que dos pré-molares inferiores apenas O P4 é nor- malmente presente. WEBB mostrou também que, em Tanupolama havia tendência em preservar por longo tempo no estágio adulto o DI3, con- juntamente com o I3 de dentição permanente, de onde o fato de Stock ter verificado nos adultos de tal gênero a presença de cinco dentes an- teriores ao grande diastema anterior, tomando por isto o C1, que é o dente questionado, pelo Pı. Assim temos por definido que em L. guanicoe o primeiro dente inferior seguinte ao 13, é de fato o Cj. Pré-Molares e Molares: em L. guanicoe, nada é necessário acrescentar-se ao que já foi dito por CABRERA (1932), apenas salientamos, nos molares superiores, a presença de fortes estilos externos (parastilo, mesostilo e metastilo, este mais fraco) e a ausência da coluneta interlobular interna ou oral encontradiça nos molares de Paleolama Gervais, 1867. O M1 é menos longo que os M2-3 menos lar- gos que o M3 e de maior largura ou mais ou menos tão largo quanto o Mº. Ambos os espécimes em estudo tem seus 11.3, Cj, P4 e M9.3 presentes. No espécime FZB-NP-06 os incisivos e os caninos e principal- mente estes estão nitidamente mais desenvolvidos que os do espécime FZB-NP-07. Pre-molares e molares inferiores são mais ou menos igual- mente desenvolvidos em ambos os espécimes, com maior desgaste no es- pécime FZB-NP-07, certamente mais idoso. Não há coluneta interlobular e a dobra em martelo, que nos molares pouco desgastados é bem desen- volvida, principalmente no Ma, tende a confundir-se com os demais acidentes coronários nos dentes muito gastos. ForameseCanais:o crânio apresenta numerosos orifícios que dão passagem a ramos nervosos, arteriais e venosos. Consideramos aqui não só os mais importantes, de saída dos doze pares de nervos cra- nianos, como os demais, em comparação direta com C. hesternus, se- gundo WEBB. Os filetes nervosos do bulbo olfativo atingem as mucosas do in- terior das narinas através dos múltiplos da lâmina crivada do etmöide que se situa num recesso do conjunto esfenoidal, na extremidade an- terior da caixa cerebral, logo à frente do óbito-esfenóide. O contorno deste recesso de bordas salientes é de forma suboval. O canal infra-orbital ou pré-orbitário abre-se anteriormente na maxila, acima do Pí ou Mi ou mais precisamente sobre o limite P4 — MI. Nos crânios em estudo ele é simples e sua abertura posterior encontra-se IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):125-57, 28 ago 1982 142 GRESELE, C.T.G. dentro da parede lateral da órbita no forame esfenopalatino. Sua borda látero-externa anterior, nos dois crânios em estudo, é ligeiramente inclinado póstero-dorsalmente menos que em C. hesternus, ou é mesmo verticalmente orientado. Serve para dar passagem ao nervo maxilar e a artéria suborbi- tária, da cavidade orbitária até a face. Este canal infra-orbital após percorrer horizontalmente sobre as raizes dos molares, numa distância de 38 a 47mm, ele desemboca no interior da órbita sobre a parte anterior ou mediana do M3, externamente ao forame esfenopalatino. A distância percorrida pelo mesmo canalemC. hesternus é de 120mm, segundo WEBB. O canal supra-orbital situa-se no frontal e serve para levar artérias, veias e nervos do sinus frontais até a superficie dorsal do osso frontal. Sua abertura dorsal, simples no crânio FZB-NP-06 e dupla no crânio FZB-NP-07, situa-se na parede dorso-posterior da órbita. Sua abertura ventral dupla, nos dois crânios situa-se num recesso em forma de curto e mais ou menos fundo canal ântero-posterior, aberto no teto da parte dorso-posterior da cavidade ocular. Na superficie dorsal do frontal par- tem dois grandes sulcos que se dirigem para a linha média e que se tor- nam logo aproximadamente paralelos sendo separados por uma distância de 14 a 16mm. Tais sulcos atingem anteriormente a extremidade dorso- lateral-posterior do nasal, sendo mais ou menos pronunciado em L. guanicoe. O forame lacrimal é a abertura externa do conduto lacrimal que descendo da região anterior da órbita, penetra até as fossas nasais. Segundo WEBB, em C. hesternus ele é duplo, encontrando-se o menor, na margem anterior da órbita sob os tubérculos lacrimais, e o maior in- tra-orbital. O forame órbito-nasal serve para dar entrada do nervo e da artéria esfenopalatinos para o interior da cavidade nasal e encontra-se a frente do orifício óptico. O forame incisivo(*), alongado e estreito situa-se no palato entre a pre-maxila e a maxila, lateral e paralelo à sutura inter-maxilar e entre este e o forame incisivo. A abertura anterior do canal palatino, forame palatino anterior, pequena e alongada ântero-posteriormente, é de si- tuação variável. No crânio FZB-NP-06 abre-se mensalmente logo à fren- te do P3; no crânio FZB-NP-07 situa-se mesealmente ao sulco interlo- bular interno do Ml. Sua posição comum em C. herternus é de oposição ao P4. A abertura posterior do mesmo canal, tanto em L. guanicoe como em C. hesternus, situa-se sob o canal esfenopalatino, no osso palatino, com seu rebordo externo na linha de sutura com a maxila. (7 WEBB em sua descrição chama de forame incisivo o que os demais autores chamam de “forame palatino anterior”. 1 IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(61):125-57, 28 ago 1982 Osteologia craniana de Lama... 143 O forame esfenopalatino encontra-se lateral-interno ao canal sub- orbital, abrindo-se pouco posteriormente a este na juntura entre a maxila e o palatino, pouco abaixo da sutura entre o frontal e o órbito- esfenóide. Não é muito grande tanto em L. guanicoe como em C. hester- nus. O forame etmoidal é aberto no frontal próximo ao contato comum deste com o palatino e o órbito-esfenóide, adiante do forame óptico e em nível pouco superior a este, acima da profunda fossa relativa ao segmen- to do músculo pterigóide lateral, como se coloca em C. hesternus, segun- do WEBB. No fundo da órbita, no órbito-esfenóide, encontra-se o forame óp- tico que é mais amplo em L. guanicoe que em C. hesternus. O forame lacerado anterior e o forame redondo abrem-se em co- mum logo atrás e abaixo do forame óptico, no limite entre o alisfenóide e o órbito-esfenóide. É o segundo maior forame craniano, tanto em L. guanicoe como em C. hesternus, servindo de passagem aos ramos ner- vosos que comumente se distribuem entre os forames lacerados anterior e redondo. O forame oval e o forame lacerado médio abrem-se anteriormente a base da bula auditiva. Estes dois forames que primitivamente eram separados nos mamiferos, como ainda acontece em alguns grupos, tor- nam-se eventualmente confluentes em outros, é uma tendência bem clara entre os camelideos. Em L. guanicoe eles são separados por apenas uma estreita lâmina óssea do alisfenóide. Ambos estes forames são limitados lateralmente pela parte ântero-dorsal-externa da bula auditiva. Medial- mente e sob o forame oval acham-se dois curtos sulcos de direção äntero- posterior abliquoa, dos quais o mais medial corresponde ao tubo de Eus- táquio, sendo o externo correspondente ao músculo tensor do véu pa- latino. O forame lacerado posterior entre a bula auditiva e o basioccipital é dividido em duas partes, uma anterior, pequena, arredondada, pro- vavelmente representando a abertura posterior do canal carotidiano, e uma posterior bem mais ampla, de contorno suboval, que é o forame lacerado posterior propriamente dito. Em C. hesternus, segundo WEBB, não ha tal separação entre o forame em questão e a abertura posterior do canal corotidiano. O forame de saída do nervo hipoglosso, motor da lingua, esta situado logo atrás do forame lacerado posterior, acima da parte lateral anterior, um tanto côncava do côndilo occipital. É bem menor que o forame lacerado posterior e de contorno suboval. O forame condilóide na fossa do mesmo nome, é variável de tamanho, posição e disposição, sen- do pequeno e simples. No crânio FZB-NP-06 é menos desenvolvido do lado direito que no lado esquerdo. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):125-57, 28 ago 1982 144 GRESELE, C.T.G. O forame estilomastóide, de saida do nervo VII (facial) encontra-se sob o processo pös-timpänico do esquamosal, um tanto abaixo da en- trada do meato auditivo externo e acima da bula timpânica entre o tim- panohial e o mastoide. WEBB considera os forames mastödie, glenóide e pósglenoide, no espécime C. hesternus, em conjunto por serem todos ramos do canal temporal, em conexão de um complexo sistema de seios com a veia jugular externa, formam um importante curso de drenagem venosa. Tanto em L. guanicoe como em C. hesternus, o forame pös- glenóide é pouco expressivo, sendo às vezes subdividido ou ausente. Ja os forames glenóides e supra-glenöide são bem desenvolvidos. O forame supra-glenóide localiza-se no esquamosal, no fundo de ampla e profunda fossa póstero-mediana da fossa glenóide. Os forames glenöide, supra- glenóide e pós-glenóide unem-se por curta distância no interior do. es- quamosal. O forame zigomático, também um ramo do sistema venoso tem- poral, situa-se no processo zigomático do esquamosal, acima do processo pós-glenóide, sendo microscópico ou ausente em L. guanicoe, diferen- temente do que se vê em C. hesternus em que é relativamente grande. O forame mastóide, situado em fossa muscular profunda, é de con- torno subcircular bem menor em L. guanicoe do que em C. hesternus. WEBB presume que tal forame serviria de saída a grande veia que par- tindo dos músculos occipitais, adendrava o canal temporal via veia cerebral dorsal. Na mandibula na região sinfisiária, sob a parte posterior da raiz dos caninos, encontram-se o forame mentoniano que serve para suprir de sangue e enervar a região labial inferior e mentoniana. Segundo WEBB, em muitos camelideos ainda existe outro forame na parte terminal anterior do Mı ou terminal posterior do P4, presente em ambos espécimes em estudo. Do lado interno do ramo ascendente encontra-se o forame dentário inferior aberto aproximadamente a altura do rebordo alveolar, bem pos- teriormente ao último molar (Ms). É dirigido um tanto obliquamente de cima para baixo e para a frente. As abreviaturas utilizadas nas tabelas são as seguintes: aa Mı, apófise alveolar do M1; afm, altura do forame magno; afn, apófise frontal do nasal; ap, aproximadamente; arh, altura do ramo horizontal; ato, altura do tubérculo occipital; bai, borda da abertura in- tercondilar; basi, borda anterior da sutura incisiva; basm, borda anterior da sinfise mandibular; bci, borda da chanfratura intercondilar; bpam, borda posterior da apófise mandibular; cs, comprimento da sinfise; csa, crista sagital; csn, comprimento da sutura nasal; ct, comprimento total; dapm, diâmetro ântero-posterior máximo; dbac, distância entre as bor- IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):125-57, 28 ago 1982 Osteologia craniana de Lama... 145 das alveolares dos caninos; dbfn, distância entre a borda frontal do nasal; desc, distância entre os centros das superfícies condilares; dfio, distância entre os forames intra-orbitais; dfpa, distância dos forames palatinos anteriores; dppct, distância das protuberâncias posteriores das cristas temporais; di, diastema; dtm, diâmetro transversal máximo: dv, dimensão vertical; eh, Mı, espessura horizontal do M1; epcm, extre- midade posterior do côndilo mandibular; epp, espinha posterior do palatino; es, espaço; fl, forames lacrimais; laco, largura das apófises condilóides do occipital; lb, largura bizigomática; lc, largura do crânio; lfm, largura do forame magno; lImaz, largura máxima das arcadas zi- gomáticas; Imco, largura máxima dos côndilos occipitais; Irh, largura do ramo horizontal; pps, parte posterior da sinfise; sc, sutura coronal; to, tubérculo occipital. CONCLUSÕES Da descrição osteológica dos crânios dos espécimes de L. guanicoe em comparação com C. hesternus conclui-se: 1. A flexão do eixo basicraniano e basifacial em L. guanicoe relaciona- se com a maior convexidade do teto craniano, posteriormente aos frontais, do que em C. hesternus. 2. Tantoem L. guanicoe como em C. hesternus, o arco zigomático cur- va-se em “S”, a fossa glenóide e o côndilo mandibular são fortes e situam-se em nível bem elevado acima do basiesfenóide, as bulas timpânicas são infladas. 3. O crânio de L. guanicoe é comprido e estreito com grande prolon- gamento da região rostral, diferindo do de C. hesternus cuja região rostral é mais larga devido ao fato das órbitas se localizarem mais posteriormente. O rostro é menos expandido verticalmente em L. guanicoe. 4. Em L. guanicoe a área de origem do músculo masséter no arco zigomático é ampla. 5. Em L. guanicoe a fossa maxilar de origem do grande músculo labial é de área reduzida, sendo relativamente rasa em C. hesternus. 6. Como ocorre em todos os camelideos atuais, a borda anterior da ór- bita em L. guanicoe corresponde aproximadamente com a linha ver- tical que passa pelo lóbulo posterior do M2. A fenestra lacrimal, ampla e subtriangualr em C. hesternus, é de tamanho moderado em L. guanicoe. 7. A caixa cerebral de L. guanicoe é relativamente mais expandida do que em C. hesternus. 8. Em L. guanicoe como em C. hesternus, as cristas occipital e lamb- dóide são bem desenvolvidas, sendo a crista sagital curta e bifur- IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):125-57, 28 ago 1982 13. 14. 15. 16. IT; 18. 9: 20. GRESELE, C.T.G. cada logo à frente da sutura entre o parietal eo supra-occipital. . As fossas ou depressões, tanto do supra-occipital como dos exo- occipitais, são bem profundas em ambas as espécies. . A apöfise zigomática do esquamosal apresenta-se bem mais larga em L. guanicoe do que em C. hesternus. . O orifício auditivo externo nas duas espécies é pequeno. . O pequeno orifício que em C. hesternus se vê na superficie ventral do basisfenóide e que, segundo WEBB pode ser ali o ponto de en- caixe de um osso paraesfenöide, inexiste em L. guanicoe onde um orifício semelhante está presente no pré-esfenóide. Os espécimes oferecem um só forame supra-glenóide em cujo fundo se vêem dois ou três orifícios de diâmetros distintos que são impor- tantes para dar passagem ao canal temporal: — um posterior (forame temporal) que se dirige até atrás, internan- do-se no diploe ou zona cavernosa do citado osso; — um anterior (forame supra-glenóide) que se urienta até a frente e abaixo, atravessando o trecho da cavidade glenöide; — um terceiro orifício (forame pós-glenóide), o menor de todos, se dirige para baixo, passando entre a parede posterior da apófise pós- glenóôide e o timpânico. Tanto L. an comg, C. hesternus apresentam a mesma formula dentária: Ia, cj, Pi, Ma Nas duas espécies e limite meso-posterior do palatino não passa do metacônulo do mesmo M2, situando-se quase sempre; em posição mais posterior. Em L. guanicoe os maxilares tem a superfície oral pouco côncava de modo que a abóbada palatina fica quase plana. Em L. guanicoe a sutura maxilo-pre-maxilar é quase completamente fusionada exceto em sua parte superior. Em L. pia o amplo orifício pre-orbitärio fica sobre o limite en- tre o P& eo Mi. Em C. hesternus o forame pre-orbitärio é duplo e situado em posição idêntica a de L. guanicoe. Os forames pré-maxilares ou incisivos são em L. guanicoe separados entre si pelas apófises palatinas de ambos pré-maxilares. Em C. hes- ternus tais forames formam uma só e ampla abertura pelo não en- contro das pré-maxilas entre si na superficie palatina, prolongando-se posteriormente até o limite dos caninos. Em L. guanicoe o forame palatino anterior é situado em posição mesial e pouco anterior ao P3 (no espécime FZB-NP-07) ou mesial ao espaço interlobular do M1 (no espécime FZB-NP-06). Em C. hes- ternus tal forame é mesial ao P4 ou P3, segundo WEBB. Na ver- “dade em ambas as espécies há considerável variação na posição relativa de tal forame. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):125-57, 28 ago 1982 Osteologia craniana de Lama... 147 21. Tanto em L. guanicoe como em C. hesternus os malares têm a parte sub-orbital muito larga e a apófise pös-orbital curta e estreita. Em ambas espécies a base do masseter é vertical correspondente a grande flexão basicraniana. 22. Em L. guanicoe a crista massetérica, sempre bem assinalada, prolonga-se anteriormente em forma de grande tuberosidade sobre a maxila, o mesmo acontecendo em C. hesternus. 23. Em ambas espécies a mandíbula é muito alongada de acordo com a forma do crânio. Sua parte precedente à série molar é su- mariamente baixa, mas a altura do ramo mandibular aumenta progressivamente para trás. Sob o diastema C-P4 a borda mandi- bular inferior é ligeiramente côncava em L. guanicoe e, em C. hes- ternus ela é retilinia. A região da mandibula é acentuadamente mais ampla em L. guanicoe que em C. hesternus. 24. Em L. guanicoe o ramo ascendente da mandíbula é estreito e seu diâmetro, ao nivel da apófise angular, é relativamente maior que em C. hesternus. A distância entre a apófise angular e o côndilo arti- cular é maior em L. guanicoe que em C. hesternus. AGRADECIMENTOS Ao professor Dr. Carlos de Paula Couto pela sua dedicação e in- cansável orientação durante o transcurso deste trabalho, bem como, o pronto auxílio na elaboração das fotografias. À Direção da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul e Museu de Ciências Naturais, pelo livre acesso e utilização de suas instalações como estagiária de Paleon- tologia. Aos professores Miguel e Elisa Bombin pela coleta dos dois crânios em estudo e intenso incentivo na realização deste trabalho. Ao auxiliar de taxidermia da FZB, Sr. Eduardo Borsatto, pela colaboração na limpeza e clarificação do material. À desenhista da FZB, Srta. Rejane Rosa, pelo pronto auxilio na elaboração dos desenhos. Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq) pelo auxilio financeiro, através da bolsa de Pós-Graduação. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):125-57, 28 ago 1982 148 GRESELE, C.T.G. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CABRERA, A. 1931. Sobre los camelideos fósiles u actuales de la América Austrial. Revta. Mus. La Plata, Buenos Aires, (33):89-117, 4fig. HOFFSTETTER, R. 1952. Les Mammiferes Pléstocêne de La Repúblique d'Equador. Mem. Soc. géol. Fr., Paris, 31(66):1-391, est.1-8. LA TOUR, G.D. 1954. The Guanaco. Oryx, New York, 2:273-9, 1fig. SIMPSON, G.G. 1945. The principles of classification and classification of mammals. Bull. Am. Mus. nat. Hist., New York, 85(1-16):1-350. WEBB, S.D. 1965. The Osteology of Camelops. Bull. of the Los Angeles County Museum Science, Los Angeles, (1):1-54, 22fig. 12est. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(61):125-57, 28 ago 1982 149 Osteologia craniana de Lama... 0'93 0'L3 aBqp 0'L9 g'gg ogp * 0'001 9'P6 pl + 8'6€I 9'LET ql 0'8I 0'PI sdjp 0'867 9'882 » o'pa 877 us e 1 0'823 2'232 ug 0'99 9'p9 199-038 v'gg 009 el O'6EI BISBL 1seq-upu 0'#9 609 OoUI] 0'28 +'eL 19q-98 0'192 oo » S Ly 8 Lv uso 0'28 0'28 »ddp O'SIT O'9TT dde-28 0'PET 9'6TI ıseq-dde e'+6 9'g6 uze-28 O'8+T g'ggr zeun 0'79 0'09 dde-uqp O'pgr g'ogr dde-req 1'098 0'gg 880-0 un a Nu HERE ne Een rn nn nn nd DR Ga SW-AN-IZ4 O WaNn-gzi SOPIPN PW-AN-EZA 5 90ANAZA ’sepıppw SMANTZA Ó9OANAZA SOPIPPA 210’dN ZI 6/90-AN-HZA SEPIPIIA WWW TTTTTYYTPjPJYPYOU JH" EPE m PT TZ d0118380d 398,4 [E1998] 028 JOLISJUI 9987 JoLIdNS 998 a Md. CM SS SS "TT "= > > >>>? eeee- “(FOJJSUNTIUI we) BUIqUeSIy wongndey ‘zn BjUBS Sp BIOUFAOLT ‘seAeng Se] SP Uopeyeç op seguapeoold (9,LT ‘ıeIMW) a01unn5 Duo ep soumoçdso sop BLIJomOIUBIO I vIdaVL IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(61):125-57, 28 ago 1982 150 GRESELE, C.T.G. TABELA II Medidas das mandibulas dos espécimes de Lama guanicoe (Müller, 1776) procedentes de Cariadon de Las Cuevas, Provincia de Santa Cruz, República Argentina (em milímetros). Vista lateral Vista superior Medidas FZB-NP-06 » FZB-NP-07 & Medidas 1 FZB-NP-062 FZB-NP-07 opam-basm 229,5 236,0 dese 81,0 83,0 epem-basm 235,0 244,0 eh Mı 14,0 15,0 bpam-bpac 82,0 82,0 Irh-pps 15,0 14,0 dv-bpam-basm 145,0 145,0 cs 63,0 62,0 ° arh-aa Mı 35,0 33,0 TABELA III Medidas dos dentes dos especimes de Lama guanicoe (Müller, 1776) procedentes de Canadon de Las ' Cuevas, Província de Santa Cruz, República Argentina (em milimetros). Medidas da base da coroa Medidas da borda alveolar oral Dentes FZB-NP-06 9 FZB-NP-07 3 Dentes FZB-NP-06 > FZB-NP-07 ô dapm dtm damp dtm dapm dtm damp dtm I 8,5 8,3 7,0 6,8 Io 6,3 9,0 7,0 8,5 I 8,6 6,1 6,0 4,5 Ig 9,3 4,8 8,0 5,0 cl 10,4 6,7 4,6 3,5 Cı 11,8 5H 6,9 3,2 p3 8,0 4,4 pá 10,2 12,0 8,8 12,3 P4 8,6 6,6 9,6 7,4 Mi 16,6 19,3 15,0 17,6 Mı 16,4 11,3 14,3 11,2 M2 21,0 19,3 18,4 18,2 Mo 19,3 13,0 17,5 12,8 | M3 25,0 18,0 21,5 18,0 Mg 29,0 11,6 27,0 13,2 IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):125-57, 28 ago 1982 151 Osteologia craniana de Lama... 9:89 O'yL EIN-Ed' so q'89 9'LL gN 9 pd'so 0'99 gır Ed º Typ 0'TS g'gp gd º 10’ P o'el q'pI Igº Ir'p DET 202 zo º pl'Tp 9 WdNHZA 5 M-AN-IZA Sejuad º W-AN-AZA ô,90-AN ZA sequad] [810 18[09Afe Bpıoq EU SEPIPIIN 80109 BP 988g BU SEPIPIJ *(S019UN[tur we) suryuedıy Borqnday 'Zn19 BJueg ap BIUTAOI] ‘sBAeN) SBT ap uopeueo ep seyuepeooıd (9,21 'ISIMIN) 2007u0n5 vuwoT ap seuroçdsa sop saJuap sop sodedso o seuisgseIp sop sepIpayI AI VTHAVAL IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):125-57, 28 ago 1982 GRESELE, C.T.G. fá [eu Ro DISTRIBUTION MAP Antofagasta Between Pisco and East of Caccili :— A = Cordillera de Ampato C = Nevados de Condoroma H = Cordillera de Huanzo Q = Nevado Quenamari V = Nudo de Vilcanota del Fuego = eNayarıne Is. Present distribution Past distnbution included Fig. 1. Distribuição dos camelideos sul-americanos no passado e atual, segundo De La Tour (1954). 3 IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):125-57, 28 ago 1982 153 de Lama... Osteologia craniana 10419 JoDAyu1 tu GUIDO 9 € DINBJBSSDUW DYSIJY JD|IXDUI DSSoJ |0WI190| apppınoo\ D41q.0 |Dy4!dı90JDd 05539014 jpıyoupduns DUIBDA PPIOjIpUOd apos epiojsDu! SUDJOA Fig. 2.. Crânio de Lama guanicoe FZB-NP-07, vista lateral. 125-57, 28 ago 1982 IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61) GRESELE, C.T.G. 154 oipeu 0}D.199D| SUDIOS Oul}D|Dd -OU9JS9 QUIDJOS 101194sod = 030.890] BWD.J0J epiouejb 9UIDJOS epiojipuoa -IQuaJsoDIDA É BUIDJO V% : 2 191110 ossojbodiuy Pa RL SUIDIO A AM Vs snxajd -WOI DSSO- apıousıBjsod aulDJoJ |JDAO 3WD.J04 a JO119S0d OUIJD|Dd aWd.10oJ WNPpun4oJ - OJIQIO QUDJO WIE Fig. 3. Cränio de Lama guanicoe FZB-NP.06, vista ventral. 125-57, 28 ago 1982 IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(61) Osteologia craniana de Lama... 155 Fordme orbito-rotundum Forâme pala fino posterior Forâme lacerato posterior m ne S came A enoi Forame 9 S esfenopalatino hipoglosso orifício ,. x Deja parcesfenoide Forame lacerato medio Abertura orbital Tubérculo pterigöide do canal supraorbital FÊ - Forâme etmoide Foróme estilomas- em töide Foramina Forâme orbito- subesqua- Meatus auditóri rotundum mosal Orio externo Fig. 4-5. Crânio de Lama guanicoe: 4. Vista ventral FZB-NP-06; 5. Vista órbito- temporal FZB-NP-07. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):125-57, 28 ago 1982 156 GRESELE, C.T.G. z trorio Meato aud interno 3cm Etmoturbinais Fig. 6. Crânio de Lama guanicoe FZB-NP-07, vista em corte sagital. IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(61):125-57, 28 ago 1982 Osteologia raninnddlama... HR Forâme mentoniano 3cm Processo angular Fig. 7. Mandibula de Lama guanicoe FZB-NP-06, vista lateral. IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Aiegre(61):125-57, 28 ago 1982 ERRATA IHERINGIA,Sér.4001.,Porto Alegre(61):125-157 8,125 1in.21: p.126 p.129 p.130 fia d J2 D.134 p.142 p.243 p.144 De 154 RE dos N — 22» m 17: distribuias Ima sutua loga > perfurada periodico mensalmente abliquoa mastodie forame incisivo leia-se distribuidas lama sitya longa perfurado periótico mesea lmente obliqua mastoide forame palatino anteric Re Mi À plo td A R IA A j 4 { EN Y vi N = À “E am - , . g f E E I : ' a i ö | RE \ R | 4 “ # y \ ö : m Mr E 5 i IHERINGIA é o periódico de divulgação de trabalhos científicos inéditos do Museu de Ciências Naturais, Jardim Botânico e Parque Zoológico da FZB. E publicado em quatro séries: BOTÂNICA, ZOOLOGIA, ANTROPOLOGIA e GEOLOGIA. Cada serie é editada em fascículos com numeração corrida independente, podendo conter um ou mais artigos. O periódico em seu todo ou cada uma das séries individualmente é distribuído a Instituições congêneres em regime de permuta. Mediante entendimento prévio pode também ser enviado a cientis- ta e demais interessados. IHERINGIA is the official scientific periodical of the ''Museu de Ciências Naturais”. Its aim is the publishing of reports elaborated by the scientific staff of the three joining Instituts of “Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul”, the Museum of Natural Sciences, the Botanical Garden and the Zoological Park. Articles from other national and foreign Institutions researchers may be accepted. Emphasis is given to articles dealing with the flora, the fauna and the natural resourses of Rio Grande do Sul State. IHERINGIA is issued in four series, Botany, Zoology, Anthropology and Geology. Each series is issued in fascicles consecutively numbered and may contain one or more articles. IHERINGIA as a whole or as a separate series, is distributed to similar scientific Institutions on an exchanging basis and may also be available to scientists and other interested parties on pre- viours arrangements. RECOMENDAÇÕES AOS AUTORES: 1. Os manuscritos devem ser encaminhados ao Editor, atraves de ofício, podendo ser aceitos a cri- tério da Comissão Redatorial, ficando sua publicação condicionada a autorização do Diretor- Superintendente da FZB. 2. Terão prioridade os artigos dos pesquisadores do Museu de Ciências Naturais, Jardim Botânico e Parque Zoológico da FZB. A juizo, podem ser aceitos artigos de pesquisadores de Instituições nacionais ou estrangeiras cujas investigações versem preferencialmente sobre assuntos relacio- nados à flora, à fauna e os recursos naturais do Rio Grande do Sul. 3. Os artigos em lingua postuguesa devem ter um resumo em lingua estrangeira e os em lingua es- trangeira (alemão, inglês, espanhol, italiano e latim) devem ter, obrigatoriamente um resumo em português. 4. Os originais devem ser apresentados em 2 vias datilografadas em espaço dois, com margens mínimas de 2 cm, sem emendas, em papel branco (tamanho oficial A-4:21x29,7 cm), utilizando-se um só lado da folha. 5. Todas as folhas devem ser numeradas na margem superior direita, com numeração corrida e rubricadas pelo autor ou ao menos por um dos autores. 6. Os nomes cientificos de gênero e dos “taxa” infragenétricos deverão ser sublinhados com um traço ondulado. 7. O título geral do trabalho, o nome do autor, os eventuais subtítulos bem como as palavras latinas ou gregas usadas no texto devem ser sublinhados com um traço reto. 8. Os nomes de autores que seguem os nomes genéricos, especificos, ou outros devem ser escritos em caixa baixa e os que dizem respeito a referências bibliográficas em CAIXA ALTA. 9. As referências bibliográficas deverão estar dispostas em ordem alfabética e cronológica, dentro das normas da NB-66 da ABNT, salvo a indicação do ano de publicação que deverá seguir o nome do autor, obedecendo a seguinte ordem de elementos: a) Para artigos de periódicos: sobrenome do autor seguido das iniciais do(s) prenome(s), ano do trabalho, titulo do trabalho, nome do periódico (sublinhado com um traço reto e abreviado de acordo com o “World List of Scientific Periodicals”) local, volume (em algarismos arábicos e sublinhado), número ou fasciculo (entre parênteses) seguido de dois pontos, página inical e final. 10. Jule 12. 13. 14. 15. Ex.: FRENGUELLI, J. 1925. Diatomeas de los arroyos del Durazno y en las Brusquitas en los arredores de Miramar. Physis, Buenos Aires, 8(29):19-79. set. 2 est. b) Para livros: sobrenome do autor seguido das inicias do(s) prenome(s), ano da edição, título do livro (sublinhade com um traço reto). edição (em número arábico, seguido de ponto e da abreviatura no idioma da edição), local, editora número de páginas (seguida de p.), número de volumes (seguida de v.) ou então, páginas consultadas ou número do velume consultado (precedidos de p. e v. respectivamente). Ex.: SANTOS, E. “1952. Da ema ao beija-flor. 2. ed. rev. ampl. Rio de Janeiro, F. Briquiet. 335p. Nenn Desenhos, fotos, mapas e gráficos devem ser citados como fig., com numeração corrida, em al- garismos arábicos. O editor distribuirá as figuras do modo mais econômico, sem prejudicar sua apresentação, respeitando quanto possível as indicações do autor. Todas as tabelas e figuras devem ter titulo claro, conciso e, se necessário, com explicações breves que possibilitem seu entendimento sem consultas ao texto. Este titulo, bem como as legendas, se houver, devem vir em folhas a parte. Os desenhos gráficos e mapas devem se feitos a nanquim preto, preferencialmente em papel vegetal e as fotografias nos tamanhos que permitam a redução para o máximo de 17emxllcm. As ilustrações a cores devem ser combinadas previamente e seu custo fica a cargo do autor. Os artigos, sempre que possivel, devem compreender os seguintes tópicos: Título; Nome do autor (es); Referências do artigo (data de aceitação para publicação, etc) e do autor (local de trabalho e endereço); Resumo (conforme item 3); Introdução; Material e Métodos; Resultados e/ou Discus- são: Conclusões; Agradecimentos; Bibliografia: Consultada ou Referências Bibliográficas. A correção das provas tipográficas será, sempre que possivel, de responsabilidade do autor. Serão fornecidas gratuitamente 100 separatas de cada artigo, independentemente do número de autores. Aqueles que tiverem interesse em um maior número de separatas de seus artigos deverão solicita-las por ocasião do encaminhamento dos originais ao Editor e arcar com as: despesas correspondentes. Prof. Dr. Amo Antonio Lise EDITOR i ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA COMISSÃO REDATORIAL (Mailing Address) Vera Lúcia L. Pitoni Museu de Ciências Naturais Erica Helena Buckup Caixa Postal 1188 90.000 Porto Alegre, RS Brasil Silvia Drügg Hahn ENDEREÇO PARA PERMUTA (Address for exchange) Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul Biblioteca Caixa Posta 1188 90.000 Porto Alegre, RS Brasil Participation in the Copyright Clearance Center (CCC) assures you of legal photocopying at the moment of need. Libraries everywhere have found the easy way to fill photocopy requests legally and instantly, without the need to seek permissions, from more than 3000 key publications in business, science, humanities, and social science. 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To register or for more information, just contact: Copyright Clearance Center 21 Congress Street Salem, Massachusetts 01970 (617) 744-3350 a not-for-profit corporation TITLE Eee eau tara vo! vera mon, ar REN Pa ur an eh ia A dd Hair Dos Err rr rs weni n 2) Br ir ea ” dA) ; ah pt e are vos ap v ah pet Ainda ds .K OT WO a 4 irei Ma x | N | ” u rohen up md ki Rea pregos j gr t nda ônivadobrana tiquass: melave rios vv ma Re NY a br" run aaa bie e abe Lo ee DI sondas eier re o ema wo eta naeh a iR: me Nr) Ud Concluiu-se esta edição em agosto de 1982 'PROVAS REVISADAS PELO CLIENTE” Composição, impressão e acabamento: \GRAFOSUL) Indüstria Gräfica e Editora Ltda. Rua Gen. Vitorino, 41 — Porto Alegre — RS Fones: 21-5566 e 25-8079 Rua Monsenhor Veras, 678 — Porto Alegre — RS Fones: 23-0523 e 23-5512 a + apaga ale a in N u ra do Roi AREA NE < < EP. IINVHgIT LIBRARIES SMITHSONIAN OSHLIY INSTITUTION NOILNLILSNI NVIN O, SIIUVEGIT LIE INSTITUTION INSTITUTION VA NVINOSHLINS Ssa3tuvdaim NOILNLILSNI NVINOSHLINS SIIHVISIT LIBRARIES SMITHSONI NVINOSHLINS S314UVY4817 LIB SMITHSONIAN NVINOSHLINS SMITHSONIAN *% IJ IYVUgIT LIBRARIES SMITHSONIAN INSTITUTION NOILNLILSNI & u ng “1 77 = A + e. 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