Hibrarp of the Museum 'COMPARATIVE ZOOLOGY, | | AT HARVARD COLLEGE, CAMBRIDGE, MASS. = | : ) - > | f ; (69) /) Vicactamea Hal | "The gift of The tas À) Gem Cras cio Rebe irao No. 5270 ; JORNAL SCIENCIAS MATHEMATICAS PHYSICAS E NATURAES t [ / ' 4 À | x É E à . R q À 1 ) f (s ç mM ' N e | TA Pee a | ] / 4 pH pi y EA edi : b ) E ; ) e [a BA ATTAA JORNAL SCHÊNCIAS MATHEMATICAS PHYSICAS É NATURAES — > — PUBLICADO SOB OS AUSPICIOS DA ACADEMIA REAL DAS SUIENGIAS DE LISBOA TOMO V DEZEMBRO DE 1874-—DEZEMBRO DE 1876 M EIS Ts MIS | E) NW) É LISBOA — TYPOGRAPHIA DA ACADEMIA “" 1876 Hu gaga O “e AENOADA DO, ANTENOR ” MATHEMATICA es 4. Nota sobre um problema de Cinematica POR FRANCISCO DA PONTE HORTA Sabe-se que a imagem gecometrica do movimento continuo de uma figura plana, movel no seu plano, é o rolamento de uma curva ligada à figura, sobre uma curva fixa no espaço. Provaremos agora que: estas duas curvas, conjunctamente com a trajectoria de um ponto da figura movel, são de tal modo dependentes, que duas quaesquer d'ellas deter- minam a terceira. 1.º Sejam dadas as curvas de rolamento o e o! (fig. 1) e determi- ne-se «a trajecioria 2 do ponto m ligado à curva c. Marquem-se os arcos Aa, ab, bc e hem assim, respectivamente eguaes a estes, os arcos Aa”, a'b', b'c'; todos assás pequenos, para que possam reputar-se sensivelmente eguaes às respectivas cordas: e nos pontos de divisão a, b, c.., a!, b', c'.., tirem-se às duas curvas o, d' as normaes aN, bP, cQ..; a'N', b' P', c'Q', e seguidamente as rectas am, bm, cm: finalmente, construindo os angulos N'a'm'”, P'b'm'"', Q'c'm'! respetivamente eguaes à Nam, Pbm, Qcm, marquem-se as grandezas am, b'm”, c'm!"... respectivamente eguaes a am, bm, cm..., obteremos assim uma serie de pontos m, m', m'..., pertencentes à curva Z de- scripta pelo ponto m. As rectas Am, a!m!, b'm''... são normaes à curva X, visto que os pontos 4, a, b', c! ete., vão sendo os centros instantaneos de rotação JORN. DE SCIENC. MATH. PHYS. E NAT. — N. XVIE. + = JORNAL DE SCIÊENCIAS MATHEMATICAS no espaço à medida que o ponto movel vae attingindo as posições m, m', m!!, ms. 2.º Seja dada a curva 2 descripta pelo ponto m da figura movel, e bem assim a curva c logar geometrico dos centros instantâneos de ro- tação na mesma figura, e determine-se a curva a! logar geometrico dos centros instantaneos de rotação no espaço. Olhando à fig. 1, nota-se que pela rotação em torno de 4, o ponto m chega a m' no instante em que o ponto a cae em a'; e visto que n'este instante podemos reputar ajustados os dois elementos curvelineos Aae Aa' (na hypothese de infinitamente pequenos) segue-se que os trian- gulos Ama, Am'a' esião ajustados, por conseguinte os angulos Ama e Am'a! são eguaes, e bem assim os lados Am e Am!. Firmaremos esta asserção provando, que, se os angulos O e A forem infinitamente pe- quenos, as duas rectas de cada um dos dois grupos Am, Am'; Om, Om' differirão entre si um infinitamente pequeno de 2.º ordem se as rectas do outro forem eguaes. Do triangulo O Am! deduz-se Om'= DA + Ami 4204. Am'. cos À = 044 Am 4204. Am! (1 — Seta) (04X A 1; | OA. Am'. A+ etc. = m TS TETO SODA DER ( (04 + Am!) d'onde 1 04. Am. À NStas - Sa meo . Om =04+4 Am di UEC + etc. Se Om'=0m=04+4 Am conclue-se que Am e Am' diferem entre si um infinitamente pequeno de 2.º ordem. O mesmo se conclue para Om e Om', se for Am=Am'. D'estas considerações deriva o seguinte processo graphico para de- terminar a curva q”. PHYSICAS E NATURAES 3 0X Fig. 1 Tirem-se normaes à curva 2 em pontos assás proximos m, m”, m' etc. A primeira d'estas normaes mn cortará a curva c em A; tire-se a recta Am! a qual determinará o angulo Am'n'; faça-se Ama==Am'n', e marque-se sobre a normal m'n' o segmento m'a'==ma: ficará determi- nado o ponto a. Tire-se a recta a'm” e faça-se o angulo amb==a'm''n! e finalmente tome-se m'b'==mb, e assim successivamente. A serie dos pontos 4, a, b', c'... pertence à curva c'. 3.º Sejam dadas as curvas Z e a! e determine-se a curva a. Tirem-se as normaes mA, m'a', mb. Construa-se o vertice a com os dois lados ma e Aa, respectivamente eguaes a m'a' e Aa': construa- se o vertice b com os dois lados mb e ab respectivamente eguaes a m'b' e a'b! e assim successivamente. A serie de pontos 4, a, db, c, per- tence à curva a. Este problema mostra que todas as curvas podem ser geradas epicy- cloidalmente duma infinidade de maneiras. Por quanto sendo dada a curva 5, e arbitrada o! fica determinada a curva c que rolando sobre q, e arrastando o ponto m, obriga este a descrever a dita curva 2. 4 Como applicações, pôde reconhecer-se que, se as curvas 2 e a! fo- rem duas circumferencias concentricas, tambem a curva o será uma cir- cumferencia de circulo de raio egual à diferença dos raios daquellas. ] « JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS ne Se a curva E for uma circumferencia de circulo de raio om e cen- tro o (fig. 2), e a curva o! for uma ellipse, tendo os seus focos em o e /, e cujo eixo maior AB seja egual a Om; será a curva o outra ellipse egual e symetrica com a 4.º Fig. 2 Com effeito o ponto a é determinado pelas condições Aa ==Aqa' e ma==m'a'; mas m'a'==a'f': logo os triangulos Ama, Af'a! são eguaes e symetricos. A determinação do ponto b mostra egualmente que os triangulos amb e a'f'b! são tambem eguaes e symetricos e assim suc- cessivamente. Póde notar-se que o foco f tambem descreve uma circumferencia de circulo com o centro em f. Quando a curva Z for uma circumferencia de circulo, ou uma recta, então entre os elementos analyticos das curvas q e a! existem re- lações, por meio das quaes se determina uma das suas equações quando a outra for dada *. Com effeito, tomando para polo de o” o centro o da curva 2 e para polo de « o ponto m; sendo om o eixo polar commum: e representando r==q (a) e r'==y (=!) as respectivas equações: as condicções Aa==Aq', ab==a'b! etc., traduzem-se pela equação ds==ds'!, ou A outra condição ma==m'a!, mb==m''b' etc. tem por equivalente r-+r'==mo==const.=-a ! Belanger. PHYSICAS E NATURAES 5 D'esta equação deduz-se dr==—dr', o que transforma a antece- dente em rda==r' dz”. Seja dada uma das curvas o, o'; v. gr. c...: da sua equação «==q (1), deduziremos da=g' (1) dr, logo | rda=ro'(N)dr=—(a—r)o'(a—r) dr'; mas rda==r'do', logo rda=—(a—rdo'(a—r dr! Tal é a equação differencial da curva q”. Se a curva Z degenerar na linha recta mD (fig. 3); tomando para eixo dos y a recta AD' parallela a Z e para eixo do x a recta Ax, prolongamento de mA: será ma==m'a!, mb==m'b ete., ou em geral, designando por a o segmento mA r=a-+24, e visto que da? + dy?=dr? A rêda? e dr=-dgz, teremos dy=rda. Supponha-se dada a equação da curva o' em coordenadas orthogo- naes y=f (9), ny (o) dando: teremos mas drx=dr e 1=1r—0; a equação da curva q será pois qu (r—a) dr=-rda - OM ORE VO ONE (A) 6 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Se aliás nos derem «==q (7), equação de a, será a equação de a! dy=(a--2)g' (a-+a) dz Uma applicação que reputamos curiosa é a determinação das cur- vas q e q! directoras do movimento da recta em que um qualquer de seus pontos descreve a cissoide de Diocles. Seja AP (fig. 3) a recta movel, passando constantemente por 4, 6 cujo ponto m'! descreve a recta mm. Qualquer ponto de AP traça a uissoide, como é sabido. 1.º Determinação de c', Tire-se a recta Am perpendicular a mm. A velocidade do ponto m” tem a direcção m'm à qual se tirará a perpendicular m'”b'; a do ponto 4 tem a direcção Am'' a que tambem se tirará a perpendicular Ab; logo o ponto b', intersecção destas per- pendiculares, será o centro instantaneo actual de rotação. O logar geometrico do ponto b' obtem-se da relação AT=VIXIm! ou PHYSICAS E NATURAES 1 É a equação d'uma parabola que tem o vertice em A e cujo eixo é a recta Ag. A distancia do vertice ao foco é a quarta parte de Am. Para achar a curva q, logar geometrico dos centros instantaneos de a rotação na figura movel, faremos fa)=Vaz, donde /' Neta : mudando x em r—a e substituindo em (A) teremos: adr === == fio 2Vq (r—a) d'onde adr “9rva (ra) Integrando esta equação, e notando que para «==0 é r==4; te- mos : r=a-ratga= cos « Tal é a equação polar da curva a. Traçada a parabola q! é muito facil obter depois a curva q; por que sendo mb our=m"b'=al-x; xy tg: ey ou AT=alge, será r=aatg2e, logo e==a. Por conseguinte o raio r==mb, passa pelo ponto Y em que a recta b'm” corta Ay. Logo pelos diversos pontos da parabola 5! tiraremos rectas ams b'n" etc. parallelas a Am, as quaes determinam as intersecções 1, T.. e pelo ponto m tiraremos as rectas m 1, m, etc., em que Eine E TO “as grandezas ma==m"'a!, mb==m"b' etc. Os pontos A, a, b.. perten- cem à curva q Esta curva ia signs propriedades mui curiosas. A sua equação em coordenadas orthogonaes, tomando para eixos dos x ey as rectas mD e mA, é y'==a? (x214-9)?); a qual mostra que ha centro na origem m. Designando por 4 o angulo que a tangente à curva 7 em qualquer ponto fôrma com o respectivo raio vector, e » o angulo que a mesma tangente fórma com a recta mA teremos 8 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMA'TICAS E tambem e q JB) RR da. Ig Deduzindo o valor de im da equação r==a-+atg?« obtem-se : d'onde Iguigo= e (4) Vê-se pois, que a recta mA e qualquer tangente à curva, formam com o raio vector correspondente, angulos cujas tangentes dão o pro- 1 ducto constante E sd Da equação y==5 -+a deduz-se tgo A tga igy= Mais di RE d'onde tg à go Htga="5" (DB) E logo a somma d'aquellas mesmas tangentes é metade da tan- gente trigonometrica do angulo formado pela tangente à curva com a recta mA. Esta curva q tem inflexões, as quaes se determinam procurando o minimo de tg y. Designando esta tangente por w; deduz-se das equa- ções (4) e (B): u2 (i9:+ e) EA | | donde — = 4 => >>> | ==) da cos 2 sen a N, PHYSICAS E NATURAES 9 1 e por conseguinte fp ate VE mas para este valor de tga é gb logo no ponto de inflexão é ige=199 e tgy=Liga=2/2. = (4) Das, equações a Pam. cósa (fig. 3) ou y==" Cosa, e r==—— COS q deduz-se a==y cos «; O que mostra que a projecção das ordenadas da curva q sobre os respectivos raios vectores é constantemente egual aa. O problema que faz objecto desta nota, tem immediata applicação no estudo do movimento relativo de dois corpos que giram em torno de eixos parallelos. É sabido que este movimento relativo se converte em movimento absoluto, suppondo que a ambos os corpos se commu- nica uma rotação egual e contraria ao de qualquer d'elles. Este fica im- movel, e o outro, animado da rotação resultante, effectua um movimento absoluto identico ao seu movimento relativo anterior. Consideremos uma secção feita perpendicularmente aos eixos de rotação, e sejam O e m (fig. 4) os vestígios destes. Estas letras po- dem tambem designar as secções dos dois corpos. Se » e o! forem as velocidades em torno de m e O respectivamente, a applicação de uma velocidade egual e contraria a wo' immobilisará O e fará que o solido m gire com a velocidade «» +! em torno d'um ponto A da linha dos cen- tros, tal que seja Rea 6) mA No fim do intervallo dt o ponto m chegará a mw, sendo om==om', como se prova na pag. 2. y 6) Ê E G) 0a! Se a razão ET suposta variavel, for na época t +dt... ALR será a” o novo centro instantaneo de rotação relativa. No fim do tempo t+ 2 dt estará m em m”, sendo om!'==om'==om. Na época t +2 dt : É q O 0b' será b' o novo centro instantaneo de rotação se for então A O assim successivamente. A imagem geometrica do movimento relativo dos dois corpos é pois o rolamento da curva 5 sobre 5. N'este movimento a curva Z des- 10 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS cripta pelo ponto m da figura movel, é uma circumferencia de raio om e centro o. Se a razão das velocidades dos dois corpos for constante, ==, a curva o! será uma circumferencia de raio OA e centro o, e logo a curva q será outra circumferencia de raio egual à differença Am dos raios de Ze 0". Se a curva 5! for uma ellipse de que o seja um dos focos, e cujo eixo maior seja egual a om, como se vê na fig. 2, a curva q será outra ellipse egual e symetrica; e logo as rasões successivas das velocidades E oq ob dE DADO Ao O etc., variarão como os raios vectores successivos de uma d'es- tas ellipses para os seus complementares. Estas velocidades de rotação de razão variavel podem obter-se por transmissão d'um ao outro eixo, envolvendo estes de dois discos ellipticos 7 e 5” solidarios com os mesmos eixos m e o respectivamente. Suppondo, com effeito, que a ellipse conductora 5! gira em torno de o no sentido de flexa, ella obrigará a ellipse conduzida c a girar em torno de m para vir offerecer na linha dos centros om os raios respe- ctivamente complementares dos que passam da ellipse s': e ahi se en- contrarão successivamente os pontos conjugados a! a, b' b, c' c, efle- ctuando-se o mesmo movimento relativo, como se uma d'estas ellipses rolasse sobre a outra. Observaremos porém que, se toda a semi-ellipse AEB tiver pas- sado ao outro lado da linha dos centros, no momento preciso em que o ponto B chega a B, cessa a acção da ellipse o” sobre o, pois que da 4.º vão passar pela linha dos centros raios successivamente menores. Re- move-se esta difficuldade revestindo de dentes as meias ellipses não traçadas na fig. 2. Se em logar de ellipses forem outras curvas q, q!, os perfis dos discos de rotação, sugeitos por sua fórma geometrica à condição que a curva q em seu rolamento sobre «' obrigue o centro m a descrever uma circumferencia de circulo à roda do centro o, a razão das velocidades “será a inversa dos segmentos em que a curva q! dividir os raios da cir- cumferencia Z. A fig. 3 mostra um modo de transmittir um movimento de trans- lação com uma razão variavel de velocidades. Com effeito, supponha-se dois discos tendo seus perfis segundo as curvas c e c'; o primeiro su- Jeito a girar à roda de m, e o segundo a deslocar-se por translação pa- PHYSICAS E NATURAES 14 rallelamente a AT, o que se consegue sujeitando este por meio de dois botões enfiados em uma ranhura paralela a AY. A rotação de o em torno de m transforma-se em translação no disco c': movimento que se effectuará sem escorregamento; sendo a razão das velocidades 6) [od ERAS, DN A ira 192 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS PHYSICA E CHIMICA = 4. Novo modo de evitar as matrizes negativas usuães em muitos pro- cessos de photolithographia e de heliogravura, substituindo-as por outras, em geral mais perfeitas, e de facil execução É por todos sabido, quanto é laborioso o fabrico de bons nega- tivos, dotados das qualidades indispensaveis para consentirem a per- feita reproducção, pela photolithographia ou pela heliogravura, de quaes- quer desenhos em que deva manter-se bem frisante o contraste entre a superficie, limpa de trabalho e o escuro da tinta, que constitue a es- tampa. Poucos são os artistas que, ainda hoje, associando os indispensa- veis conhecimentos theoricos com a pratica, não menos necessaria, con- seguem produzir clichés apropriados aos processos referidos. Não é porém este (o maior de todos os espinhos) o unico dos in- convenientes suscitados pela necessidade de se recorrer à photographia, n'esta parte. O tempo perdido com a copia, levada a effeito pela acção chimica da luz, a despesa por esta causa notavelmente acrescida, a necessidade de apparelhos sui-generis e de outras condições ainda, tudo constitue pesadissimo imposto, contra o qual tentei precaver-me, buscando meio de fugir a collaboradores tão caprichosos, como a propria luz que os motiva. Se o desenhador, sem se afastar consideravelmente dos habitos adquiridos, podesse com a propria execução do desenho fabricar a ma- triz negativa, estaria resolvido o problema. É o processo, por meio do qual, eu julgo, se realisa este deside- ratum, que constitue-o fundamento da presente noticia. De nenhuma importancia scientifica, mal ousaria trazel-o para aqui, se não fosse o seu valor pratico, manifestado pela mais rapida, mais PHYSICAS E NATURAES 13 perfeita e menos dispendiosa execução de trabalhos, dos mais estreita- mente ligados com a rapida vulgarisação dos conhecimentos humanos. Por meio do processo, que entrego ao voto dos competentes, ape- nas com algumas chapas de vidro e alguns buris, com um pouco de grude e de alvaiade, poupar-se-ha a installação de instrumentos dispendiosos, a intervenção de artistas especiaes, o emprego de methodos difficeis, ao passo que o mais ignorante em assumptos photographicos fabricará clichés, como raro poderão sair das mãos do photographo, ainda ex- perimentado. Descripção do processo. —Sobre a superficie bem limpa de um vidro de espelho applica-se a camada seguinte: Gelatina. ..... 8 a 10 grammas Agua ordinaria. . 100 » Carbonato de chumbo— quanto baste para formar tinta encorpada, mas no entanto sufficientemente fluida. O carbonato deve ser puro, perfeitamente moido e sem granula- ções de especie alguma. A tinta é dada com pincel e de maneira que a camada fique bem egual, delgada e de superficie tão lisa, quanto possivel; não deve ter, quando applicada, partes transparentes ou demasiado translucidas. A chapa, depois da pintura, é secca ao ar ou sob a influencia de calor brando. Para se desenhar sobre o vidro, assim disposto, sobpõe-se a este um papel bem preto e, tomando um buril mais ou menos agudo, con- forme for preciso, é o desenho aberto por entalhe na face revestida de branco. O buril póde ser de marfim. O papel negro subjacente, mostrando-se através do vidro nas par- tes a descoberto, produz à vista o effeito do lapis, e a pouca dureza da camada de gelatina, não exigindo quasi esforço algum do desenhador, mais facilitará a ilusão, ao mesmo tempo que auxilia o trabalho, levado a termo n'uma superficie tão clara como a do papel. Quando o artista assim o queira, poderá esboçar primeiro sobre a chapa o desenho, que tiver de executar, ou ainda transportal-o para a camada, empregando papel revestido de plombagina, sanguinea etc. : Os retoques póde dal-os com o pincel e um pouco de tinta branca, da mesma qualidade já descripta. Findo o desenho e limpa a chapa do pó, levantado pelo buril, é aquelle exposto à influencia chimica do acido sulphydrico em seluto 14 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS aquoso que, transformando o carbonato branco em sulfureto de chumbo, negro intenso, mudará a alvaiade em substancia, n'estas condições, im- permeavel à luz, em quanto que o desenho mais se destacará, vista a completa transparencia do vidro, na parte que lhe é respectiva. A gelatina, por ser insoluvel na agua fria, evita a deterioração da estampa durante a sulfuração do composto plumbico, permittindo quaes- quer retoques, que tambem podem effeituar-se depois da enverni- Sação. Não succederia o mesmo se, em logar d'aquelle corpo, fosse em- pregada a gomma arabica ou a de amylo; podendo porém, com menos vantagem, usar-se da albumina, quando haja o cuidado de a insolu- bilisar, depois de applicada e enxuta, por meio do alcool concentrado. Depois de sulfurada, secca-se a chapa a calor brando, não tanto que derreta a gelatina humida, e por fim envernisa-se, como se fosse : um negativo qualquer. Fabricado o clichê desta maneira, todas as restantes operações, exigidas pela photolithographia ou pela heliogravura, serão ultimadas sem notavel difficuldade. Convém advertir que o clichê é inverso; qualidade que é mister apresente, para poder ser utilisado no processo de photogravura typo- graphica, em uso na direcção geral dos trabalhos geodesicos; qualidade esta, até agora, tão sómente realisavel à custa de um prisma especial, collocado na frente da lente objectiva, ou por outros meios conhecidos, mas sempre delicados e por vezes incertos. É inutil accrescentar que os ensaios, a que procedi, justificam plena- mente as vantagens, que attribuo a esta simples, mas util modificação nos processos, a cujo estudo me tenho ultimamente dedicado. Empregando differentes matrizes negativas com desenhos geome- tricos lineares de diversa natureza, produzidos à mão ou por machina, poderão estes sobrepor-se na mesma chapa, destinada à photogravura, por meio de exposições successivas à luz, verificando-se por este modo combinações extremamente variaveis e de chave difficil, que podem encontrar importantissima applicação na feitura de papeis de credito, e de outros. Lisboa 24 de abril de 1874 J. J. RODRIGUES cm PHYSICAS E NATURAES Í 2. Heliogravura typographica. Processo adoptado pela secção photographica da direcção geral dos trabalhos geodesicos Encetando hoje a descripção minuciosa dos processos heliogra- phicos por mim organisados, e pela primeira vez postos em pratica n'este paiz, assim como não desejo que quaesquer serviços, por ventura prestados, fiquem desconhecidos d'aquelles, em cujo conceito baseio a melhor recompensa, assim não pretendo aitribuir-me alheios meritos, apontando-os como se fossem proprios. Sei bem que o assumpto é modesto de mais para tão dilatados preambulos; no pouco como no muito, todavia, devem ajustar-se me- lindres, filhos de um sentimento de probidade scientifica, por si mesmo justificado. No processo a que me refiro e ainda em outros, como especifica- rei em occasião opportuna, ha de novo apenas, e tão sómente, o seu conjuncto, caracterisado por modificações originaes que, facilitando a execução de praticas, muitas vezes delicadas e difficeis, collocam ao alcance de quasi todas as aptidões, especialidades artisticas destinadas a um grande futuro. Nem todos os paizes, infelizmente, se prestam a innovações d'esta indole e muitas são as causas, que para isso concorrem. Ora a educa- ção litteraria e scientifica de certas classes é limitada em demasia, para permittir divagações para longe de uma rotina, empiricamente aprendida; mal aggravado pela sua diffusão entre os diversos estratos sociaes, que assim desconhecem o alcance de muitos melhoramentos; ora mesqui- nhas rivalidades, interesses em completo antagonismo com o bem commum, tomam a peito a ingrata missão de sacrificarem no altar do egoismo mais exclusivo quaesquer melhorias, em que a sciencia, por se lembrar de todos, se esquece reflectidamente de alguns. Acompanhado desde o começo dos meus estudos por artistas na- cionaes, em que sobejam inteligencia e vontade, tomei sobre mim, como 16 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS sacratissimo dever, abrir mais uma excepção à regra, em que bastante crêem, de que júmais poderão competir com o estrangeiro individuos que, aos olhos de muitos, só tem por unico defeito o de serem por- tuguezes. É o cumprimento deste dever, talvez, o maior sacrificio a que me tenho devotado, muito embora lhe seja compensação o regosijo nascido da boa vontade d'aquelles que o motivam. Conseguirei absolutamente o que ambiciono e com taes recursos? Não o sei ainda; muito no entanto se conseguiu já. Sinto todavia a obrigação de descrever miudamente os processos, que puz em pratica, para que a iodos e em todo o tempo seja feita in- teira justiça. É pelo menos razoavel que as manipulações, por mim estabelecidas na secção photographica, não sejam a victima expiatoria de alheios desenganos. Antes porém de entrar com a descripção minuciosa do processo, farei algumas considerações geraes ácerca dos motivos, que me decidi- ram a estudar a heliogravura typographica, de preferencia a qualquer outra, que exigisse a estampagem propria da lithographia. Entre a heliogravura typographica e a que poderei talvez denomi- nar heliogravura por entalhe superficial (taille-douce) medeia um ver- dadeiro abysmo, que é o que separa a typographia da lithographia, e que só de per si justifica a preferencia concedida à primeira. O que na heliogravura por simples entalhe constitue um problema, até hoje, de solução desconhecida, é pelo contrario a qualidade essen- cialmente industrial, que caracterisa e dá incontestavel primazia à pho- togravura typographica. Só esta permitte a intercalação de estampas no texto e a rapida e avultadissima tiragem nos prelos que, em uma hora de serviço, produzem o que exigirá muitos dias de trabalho aturado na melhor lithographia. D'aqui o diminutissimo custo que, a par da mul- tiplicidade dos productos, será a grande e fecunda consequencia da ap- plicação de processos, já de si economicos. Quasi todos quantos discutem o merito de uma gravura chimica, além de lhe esquecerem o preço, noção fundamental, raro distinguem a especie de estampagem, que lhe deu a luz; fallece-lhes assim a cri- tica, perdidas as bases essenciaes em que devera firmar-se, o que não impede o lavrar da sentença, novo reforço ao velho aphorismo: a critica é facil mas dificil a arte. Poderia, se tão sómente me impellissem falsas vaidades, encarar PHYSICAS E NATURAES 17 o problema pelo mesmo modo porque alguns o teem considerado: se o não fiz, foi por pensar que Portugal, essencialmente atrazado em as- sumptos d'esta natureza, não devia limitar as suas aspirações à posse de um excellente meio de publicação de cartas geographicas, mas ainda, já que por generosa iniciativa dos poderes publicos se tratava de esta- belecer aqui a pratica de processos tão auspiciosos, aspirar à generali- sação, por todo elle, do que melhor podesse remunerar sacrifícios. neste intuito sabiamente ordenados. E não se affirme, que a mim mesmo me contradigo com o privile- gio, que em tempo requeri ao governo de sua magestade. com o in- tento unico de me reservar completa liberdade d'aeção, em quanto não visse colhidas pelo estado as naturaes e Jegitimas consequencias dos seus esforços. Do meu desinteresse é sobejo testemunho a presente noticia. Podia o governo austriaco, por exemplo, escolher uma entre mui- tas das praticas artisticas que, no territorio sugeito à sua poderosa in- fluencia, se desdobram em mil productos d'arte, da indole da que nos oceupa; o que porém eu não podia nem devia fazer, era, alistando-me entre os cegos imitadores do estrangeiro, importar, d'entre os diversos processos conhecidos ou propostos de heliogravura, tão sómente aquel- les que menos se coadunassem com as verdadeiras exigencias do pro- gresso e com as legitimas aspirações do faturo. Teria d'esta maneira excellentemente servido a direcção geral dos trabalhos geodesicos, mas teria esquecido os interesses geraes do paiz, encarando-os exclusivamente por face muito restricta, em vez de os at- tender em commum, dando ao problema a solução mais ampla. Não ignorava no entanto que eram numerosas as difficuldades a ven- cer; sabia perfeitamente que seriam muitos os apreciadores de boa von- tade, esperava ainda o embate do geral desamor com que aqui, por ve- zes, se aguarda, sem criterio como sem indulgencia, qualquer esforço individual no sentido de publica prosperidade. Acima de tudo, porém, collocava e colloco a consciencia de um dever tanto mais sagrado, quanto era certo encontrar nos poderes do estado e em especial no sr. conselheiro Antonio Cardozo Avelino, digno ministro das obras publicas, a mais decidida imparcialidade rivalisando com a mais generosa protecção 1. ! E sabido por todos, que ao sr. general Folque se deve a iniciativa dos estudos, por mim emprehendidos, bem como a proposta official de um estabe- lecimento, annexo á direcção geral dos trabalhos geodesicos e destinado aos no- JORN. DE SCIENC. MATH. PHYS. E NAT. N. XVII. 2 18 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Estava quasi só. A opinião geral aguardava incredula o resultado dos trabalhos emprehendidos; com aquelles mesmos de quem poderia esperar conselho e incitamento vivia.... em meio divorcio.... As exce- pções, que as houve, apenas confirmam a regra geral. A maior parte pois collocava no mundo dos impossiveis a resolução do problema, que se não era allumiado pelo talento que cria, era comtudo protegido pela fê que pôde e que salva. Aos proprios que comigo collaboravam crescia a duvida, por ve- Zed Sem conhecimentos praticos especiaes, com alguns mezes, apenas, de ensaios relativos à photographia usual, que desejei conhecer de perto, via-me obrigado a estudar pela primeira vez, o que nunca me lembrara de aprender —a Jithographia e a gravura— e ainda varios processos particulares, que era preciso associar aos meus trabalhos; estudo levado a térmo sem outro mestre, que não fosse a lição da ex- periencia, e o minguadissimo cabedal colhido por entre as laconicas fo- lhas de raros escriptos. Situação mais triste e ao mesmo tempo mais curiosa não ha vel-a por certo. Que teria succedido se se tratasse de assumpto de maior transcendencia, com esses olhos mais difficeis do que os de S. Thomé! Nascia talvez a principal difficuldade de que um sugeito, que se vê to- dos os dias, que falla portuguez, como qualquer de nós, não tinha, ipso facto, competencia para resolver a questão.... Coisas da nossa terra, para as quaes não ha nem haverá pharmacia possivel.... E comtudo se não fosse o trabalho incessante, sem treguas, em que o cançasso do corpo só era vencido pela voniade inflexivel, pouco teria feito. O porque.... para que dizel-o! Hoje mesmo o nome da secção photographica representa para uns verdadeiro esbanjamento dos dinheiros publicos, para outros o epita- phio de uma vã e esteril tentativa. Houve até, e bom é saber-se, quem julgasse affrontada a propria seriedade, sabendo que o governo resolvera elevar-me ao fastigio da opulencia com a gratificação diaria, nominal, de 1666 rs., remuneração vos processos. Mereceria porém o epitheto de ingrato, se aqui não citasse o pes- soal superior do ministerio das obras publicas, a quem devo mil finezas im- merecidas e a melhor vontade de me coadjuvar e, muito especialmente, 0 sr. Joaquim Simões Margiochi, a cuja affabilidade, superior ilustração e nobilis- simo caracter muito deve a secção photographica e eu, pelo menos, tanto como ella. PHYSICAS E NATURAES 19 concedida a todos esses sacrifícios, que alguem chamaria exagerados e que jámais prestei e presto, lembrando-me da parceila que os repre- senta, embora não olvide o cavalheirismo com que me foi votada. Hoje que vejo em grande parte sazonados os fructos do estudo que emprehendi, hoje que tenho quasi educados os artistas, que deverão succeder-me, mantendo e ampliando o credito nacional, hoje que a França e o estrangeiro registram com louvor esforços coroados de tão bom exito, permitta-se-me confesse que, se procurei o caminho mais longo, por se me afigurar mais productivo, caminho apesar de tudo percorrido no curto praso de dois annos, consegui ao menos criar pro- cessos e artistas, que não desdoiram a patria commum, tendo eu des- empenhado todas as categorias, desde a de moço de officina até à de humilde investigador, descançando muitas vezes o corpo, prostrado pela fadiga, nas preoccupações de um espirito, não menos cançado. A descripção do processo abrangerá os capitulos seguintes: 1.º—Chapas de zinco empregadas; qualidades essenciaes a que devem satisfazer; modo de lhes limpar a superficie antes da sensibili- sação. 2.º—Solução sensibilisadora; sensibilisação das chapas. 3.º— Exposição à luz. 4.º— Revelação da imagem. 9.º Preparação da chapa para a gravura. 6.º— Gravura chimica. 7.º— Apropriação da gravura à estampagem typographica. 8.º— Considerações geraes. Ê.º O metal escolhido para a heliogravura typographica é o zinco; con- correm para isso diversas causas; em primeiro logar o seu custo (450 rs. por cada kilo. de chapa, comprado em Paris) depois a sua du- reza, sulficiente para os fins a que é destinado. Póde ainda cobrir-se a gravura galvanoplasticamente de uma tenuissima camada de cobre o que, augmentando-lhe a resistencia, é garantia de maior duração, muito embora compensada por leve engrossamento no desenho. As chapas de zinco devem ser desempenadas, qualidade difficil de conseguir e a que satisfazem muito poucos artistas (planeurs). Mr. Ser- 9. 20 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS vant, nosso fornecedor de Paris, é quem melhor responde, na minha opinião, a este indispensavel quesito. Dois são os principaes inconvenientes de uma superficie empolada: dificulta a applicação da estampa, quer esta seja obtida por transporte “usual, quer directamente com intervenção do cliché, e torna difficil, por irregular, 0 atintamento protector, cuja egualdade, durante a gra- vura, é condição indispensavei para a belleza da mesma. O zinco deve possuir textura bem homogenea, para que não apre- sente ao acido, que deve morder-lhe a superficie, resistencias diversas. Não deve conter poros sensiveis, se foi suficientemente batido antes de alisado, operação que, além de lh'os evitar, mais o endurece e melhor o accommoda para longas tiragens. Se as chapas forem apenas ligeiramente cilindricas, poderão apro- veitar-se quando delgadas, por isso que o esforço, a que teem de ficar sujeitas na prensa de exposição à luz, as fará ajustar completamente ao clichê. O empolamento consideravel do zinco é defeito sem remedio; tanto basta para impedir que uma gravura fique soffrivel, quanto mais, per- feita. Não quer isto dizer no entanto, que devam regeitar-se todas as chapas, cuja superficie não tenha por geratriz uma recta mathematica. 8) mal, proveniente de desegualdades pouco sensiveis, pôde com facili- dade evitar-se pelo modo que mais tarde indicarei. Observando na superficie metallica a margem de um objecto, limi- tado por linhas rectas e bastante proximo, facilmente se apreciará o seu desempeno, examinando se as linhas se inflectem ou se conservam direitas para qualquer posição da chapa. O operador deve sobretudo mostrar-se exigente quando a estampa, destinada à gravura, for dire- ctamente obtida sobre a lamina metallica por intermedio da luz e de camada sensivel. A espessura da chapa pôde oscillar entre um e tres millimetros, convindo seja tanto maior, quanto mais desligado for o desenho ou mais extensa a superíicie do mesmo. Conservando a chapa uma certa flexidade, melhor se applicará ao cliché e por isso, n'estes casos, o ser mais delgada que de costume, é qualidade que não defeito. Todavia se nada lucra o gravador usando de chapas excessiva- mente espessas, não são poucos os inconvenientes que derivam do emprego de laminas, sobre modo franzinas. A difficuldade de prender a gravura ao respectivo sóco de madeira e o seu entortamento ou em- peno, são consequencias forçadas d'este ultimo exagero. PRYSICAS E NATURA£S EM Antes de descrever o modo de limpar ou desengordorar a super- ficie metallica, que deve receber a estampa, exporei muito summaria- mente, visto o desenvolvimento que a esta parte será dado em outro logar, os processos por meio dos quaes póde obter-se sobre zinco o tra- balho, que pelo mordente ficará transformado em gravura. É claro que apenas indicarei aquillo que na pratica se conformar com a indole ca- racteristica da heliographia. O desenho póde ser obtido por transporte, empregando uma subs- tancia assás delgada e flexivel, em que elle exista formado por tinta ido- nea para este genero de operações, ou directamente executado sobre o zinco por intermedio da luz e de camada especial, convenientemente distribuida pela superficie destinada à gravura. No primeiro caso, procede-se como se se tratasse de uma repro- ducção photolithographica, empregando-se o processo, que a seu tempo será descripto, processo caracterisado pelo uso de folhas d'estanho, exces- sivamente delgadas e que substituem o papel sui generis, empregado nos transportes lithographicos; no segundo, a chapa de zinco é coberta de gelatina bichromatada, directamente exposta à luz sob o clichê, atin- tada convenientemente, e por fim mordida pelo liquido acido, que deve executar a gravura. É o ultimo modo de operar, que primeiro descrexerei, começando pélas manipulações destinadas a garantirem a maxima nitidez das su- perficies metallicas, sobre as quaes deve ser derramada e mantida a camada de gelatina, sem que deixe de me referir, quando assim con- venha, ao que é mister se execute no caso de simples transporte. Evi- tarei por este modo repetições, sempre fastidiosas. Da boa limpeza da lamina Ge zinco depende a adherencia da tinta, que sobre ella constituir o transporte ou a da gelatina e por tanto a da estampa, nascida sob a influencia chimica dos raios solares. As manchas oleosas ou gordas são sobretudo prejudiciaes. To- mando tinta no primeiro caso, impedindo a adherencia da camada sen- sivel no segundo, por qualquer dos modos compromettem a nitidez ou a integridade do desenho. A fricção rapida e forte com um mixto de cré e de soda caustica diluída e depois a lavagem ampla com agua usual, enxugando-se a chapa com toalha bem limpa, são meios suífficientissimos para eliminar de todo quaesquer vestigios de gordura. Para evitar a acção corrosiva do alcali sobre os dedos, durante a limpeza, convém protegel-os com de- - deiras de cahouchou. Um trapo de linho ou de algodão resiste melhor à soda caustica do que a esponja, que rapidamente se deteriora. 22 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Se a soda for em excesso e o contacto com o metal muito demo- rado, ou ainda se a chapa se conservar molhada por muito tempo, re- vestir-se-ha esta de manchas escuras de oxydo, que, sendo demasiado pronunciadas, comprometterão a gravura. N'este caso o melhor é lim- par do novo a superficie do zinco com um pouco de alcool de 36º mis- turado com crê, atê que de todo desappareçam os laivos ou as no- doas. Se a chapa é destinada a receber um transporte, bastará execu- tar o que fica dito, para lhe dar à superficie a pureza necessaria; se porém deve revestir-se da preparação gelatinada sensivel, convém tirar- lhe o polido, para augmentar a adherencia desta. A melhor maneira de dar ao zinco uma especie de fosco, que re- presente o limite da aspereza, em que já se não distingue grão algum, altamente pernicioso na gravura de traço, sem que ao mesmo tempo se risque a chapa e se anniquile assim a harmonia da estampa, cor- tando-lhe as sombras com linhas brancas, pelo menos intempestivas, é a seguinte: Pulverisa-se uma porção de pedra pomes em gral de ferro, pas- sando-se o pó através de peneiro fino; toma-se um bocado de cortiça, no qual se talha uma superficie plana, proporcionada à grandeza das cha- pas; faz-se uma calda espessa com agua e o pô supra e, molhando n'ella a parte lisa do tampão, esfrega-se o zinco durante alguns minutos. De- pois da competente lavagem com agua limpa, é logo enxuto com panno bem secco e livre de gordura. A pratica depressa ensina a graduar a pressão exercida sobre a chapa, a consistencia do magma, o tempo da fricção e a grossura do pó, por fórma que o zinco se apresente despo- lido por egual, mas sem grão sensivel, que interromperia o traço, rou- bando-lhe a firmeza. O avivamento da superficie limpa da chapa por meio do attrito com pedra pomes em pó secco é excellente, exigindo apenas o cuidado necessario para se evitarem riscos, mais faceis n'estas circumstancias. Todas as operações devem executar-se, estando a chapa deitada sobre uma superficie rigida e plana, sem intermedios de papel ou de panno. Não deve ser collocada em falso, por isso que em qualquer dos casos a lamina creará lombo, mais ou menos rapidamente segundo a intensidade das causas, mas sempre bastante pronunciado, para no fim de tempo prejudicar, o contacto perfeito entre o cliché e a super- ficie metallica. Se a chapa, que tiver de limpar-sc, apparecer suja de tinta ou de revestimentos resinosos, devem estas substancias ser previamente eli- PHYSICAS E NATURAES as minadas com essencia de terebentina (agua raz) petroleo, lexivia de soda caustica, alcool ou com outros quaesquer agentos capazes de as des- agregarem ou dissolverem, sem prejuiso do metal. Uma lamina de zinco, de 60 por 50 centimetros de superficie e 15 millimeiros de espessura, constitue um plano excellente para ser- vir de apoio às placas destinadas à heliogravura, durante as operações ultimamente descriptas. Disposta sobre travessas, na parte superior de um tanque com tubo de esgoto para as aguas residuos, melhor se accomodará ao ser- viço, a que é destinada. (Continua) JT. J. RODRIGUES 2h JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS à. Extracto da acta da sessão da sociedade franceza de photographia, constituida em assembleia geral no dia 3 de junho proximo passado, publicada no boletim da mesma sociedade ASSEMBLEIA GERAL ACTA DA SESSÃO DE D DE JUNHO DE 1874 M. Balard, membro do instituto, presidente da sociedade, declara aberta a sessão. M. Davanne, vice presidente do comité d'administração, apresenta em nome de J. J. Rodrigues, de Lisboa, a communicação seguinte: O sr. Rodrigues, chefe da secção photographica da direcção geral dos trabalhos geodesicos e geographicos de Portugal, pede seja aberta pela sociedade a carta sellada que, em dezembro de 1873, lhe remetteu. Contém o alludião documento a descripção de um processo de pho- tographia por meio de tintas gordas, baseado no emprego de folhas de estanho, demasiado delgadas; em carta particular o sr. Rodrigues, dando mais amplos promenores a respeito do seu invento, encarece as vanta- gens que resultam do uso das laminas metallicas. Uma das primeiras questões de que o inventor se occupou, imme- diatamente depois de terminada a installação das officinas do estabe- lecimento a seu cargo, installação por elle dirigida, foi o resolver, por fórma tão perfeita quanto possivel, o problema dos transportes lithogra- phicos. Com effeito, grande parte dos trabalhos que lhe estavam com- mettidos, podiam ser executados por este meio. O transporte, vulgarmente levado a effeito com folhas de papel, preparadas ad hoc, apresenta inconvenientes, resultantes das dilatações e contracções deseguaes d'aquella substancia, sujeita à influencia da hu- midade ou da seccura:; do grão do papel, que augmenta com a acção da agua; por vezes da falta de contacto perfeito entre a folha e o cli- PHYSICAS E NATURAES 25 ché, principalmente quando ambos sejam de grandes dimensões, e por ultimo do esmagamento do traço, devido à pressão necessaria para o transporte. O sr. Rodrigues pensou que o emprego de folhas de metal, del- gadas e polidas, lhe facultaria obviar aos dois primeiros inconvenientes, tendo, n'essa época, feito uma communicação à nossa sociedade, ácerca da substituição de folhas de zinco de tenue espessura ao papel de trans- porte, usuâlmente empregado. Se no entanto conseguiu ver-se livre, por esta maneira, da rugosidade do papel e das deformações, a que elle dá origem, era preciso garantir ainda o perfeito contacto entre as super- ficies juxtapostas e evitar a dilatação do traço. Ensaiou então as foihas de estanho, tão delgadas quanto lh'o permittiam as manipulações e, ao mesmo tempo que conservava as vantagens já realisadas, pôde alcan- car rigorosa adaptação ao cliché; no momento do transporte. o estanho flexivel no extremo, vem, inflectindo-se, moldar-se sobre a tinta do traço, de espessura quasi inapreciavel, prendendo-o e preservando-o. Depois destas considerações geraes o sr. Rodrigues descreve o seu processo pelo theor seguinte: «() estanho, de que uso, não apresenta espessura superior à do papel delgado; o mais tenue é o melhor, comtanto que pela laminagem, levada ao extremo, não se apresente crivado em demasia ou tão pouco espesso, que se torne difíicil manipulal-o. As razões, que ha pouco expuz, mostram a necessidade de fracas espessuras para ficar sufficientemente garantida tanto a finura, como a nitidez dos transportes. A folha de estanho é primeiro assetinada com fraca pressão sobre uma pedra lithographica, que não esteja perfeitamente polida, mas sim miudamente granida e pouco ponçada; a pressão forte tira flexibilidade ao metal e facilita-lhe o rasgar-se; o extremo polido da pedra enfraquece a adherencia entre o estanho e a camada sensivel, em quanto que pelo contrario a sua aspereza, demasiado pronunciada, alterará a finura do desenho e dará maior facilidade à producção de nodoas, nascidas sob a influencia do rolo atintador. A folha assetinada deve em seguida ser bem limpa, tornando-se preciso, para facilidade das manipulações, collocal-a sobre uma superfi- cie lisa e resistente. Uma chapa de zinco plana e polida, tal como se emprega na gra- vura, satisfaz perfeitamente; para isto, molha-se-lhe a superficie com uma pouca d'agua e, procedendo da mesma maneira que com as folhas do papel positivo, que se deitam sobre o banho de prata sensibilisador. 26 JURNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS applica-se a lamina de estanho sobre o zinco evitando as pregas, levan- tando a folha e deixando-a novamente cair, se appareçem algumas. Não sendo possivel evital-as, attenuam-se quanto possivel compri- mindo-as contra o metal subjacente, completando a adherencia entre as duas superficies por meio do aítrito brando com uma boneca de algo- dão em rama, revestido de um bocado de pano de linho ou de algodão, macio e bem molhado. Se a superficie do estanho parece limpa à vista, bastará dar-se-lhe uma demão com trapo macio, embebido em lexivia de potassa ou de soda a dez por cento. Quando se torne necessario recorrer a meios de superior efficacidade, junta-se um pouco de crê bem levigado à solu- ção alcalina, procedendo como supra. Lava-se com cautela, até desap- parecerem completamente quaesquer vestígios do liquido caustico e, com um pincel brando, estende-se sobre o metal a mistura de gelatina e bi- chromato. Compõe-se o liquido sensibilisador de gelatina de boa qualidade..... 40 grammas AGUA RA. Ele neri iso CRE qua 500 » Depois de bem amollecida, opera-se a banho-maria a dissolução da ge- latina; por outro lado pesam-se bichromato d'ammonia ....... 20 grammas ADIAR Sc OR SEE 500 » dissolve-se, empregando o calor e, quando as duas soluções estão sim- plesmente tepidas, misturam-se, filtrando-se logo através de um bocado de esponja ou por flanella dobrada. A melhor gelatina é a que se congela à temperatura de 20 a 23º c., sem que no entanto seja mui difficilmente soluvel. A mistura, estendida com pincel, deve mostrar-se sob a fôrma de camada perfeitamente homogenea, que se eguala por meio de um esfu- minho, dos usados na pintura ordinaria. A superficie metallica deverá apresentar-se alambreada por egual, sem estrias e, collocando-se a fo- lha verticalmente, não deve escorrer a solução ou fugir determinada- mente de alguns sitios, facto este proveniente de limpeza incompleta. Em quanto a gelatina bichromada permanece no estado liquido, como não é sensivel, podem as operações ser executadas à luz branca; não succede o mesmo depois de fazer presa, o que obriga a effeituar to- PHYSICAS E NATURAES 97 das as manipulações restantes dentro de gabinete, alumiado com vidros côr de laranja. É preciso que a deseccação da camada sensivel se opere com ra- pidez, para evitar a crystallisação do sal de chromio e as differenças d'espessura; para que assim succeda, aquece-se a chapa de zinco por meio do gaz ou em estufa, tendo o cuidado de a manter bem horison- tal. Quando a superficie gelatinada do estanho estiver secca, sepa- ra-se este da lamina subjacente, collocando-se invertido sobre uma fo- lha de cartão grosso, que se aquece brandamente até completa vapori- sação da agua, que estabelecia a adherencia entre os dois metaes. Póde, desde; este momento, proceder-se à operação immediata, isto é, à ex- posição à luz. Ainda que a face sensivel se conserve sem alteração durante dois ou tres dias, o mais conveniente é expol-a no proprio em que foi preparada. Realisa-se a exposição à luz por intermedio d'uma prensa usual para positivos sobre papel. Deita-se a lamina d'estanho sobre o nega- tivo e corre-se por cima com um rolo forrado de flaneila, para alisar o metal e estabelecer o contacto entre este e o cliché; contacto que se garante, como é costume, por meio de almofadas de papel ou de fel- tro, apenas um pouco mais espessas do que nos casos habituaes. E preferivel expor directa e perpendicularmente aos raios do sol; podendo oscillar a exposição entre cinco e doze minutos. Á sombra é necessario, pelo menos, tres vezes mais tempo. Se o clichê é opaco, a exposição póde ser ampliada sem prejuiso; succede o contrario se a opa- cidade do fundo é fraca, ou imperfeita a transparencia da imagem. N'este caso é difficil executar bom trabalho, convindo impressionar o estanho à luz difusa. O atintamento da gelatina solarisada póde ser demorado até ao dia seguinte; é todavia preferivel executal-o dentro de breve praso. Para atintar a prova, o que equivale ao seu desenvolvimento, come- ça-se por mergulhar a folha metallica n'um banho abundante de agua fria, a estampa para cima, applicando-se quasi logo, ainda molhada e com a maxima cautela, sobre uma pedra lilhographica bem plana, des- tinada a sustentar e a prender a lamina metallica, durante a passagem do rolo. Alisa-se então o estanho com um cilindro de madeira, coberto de flanella, que ao mesmo tempo expelle, quando em excesso, a agua interposta e sobreposta. O atintamento é feito em seguida com um rolo de estampador, co- berto de uma mistura de tres partes de tinta de transporte e uma d'im- 28 JORNAL DE SCIENCIAS MAHEMATICAS pressão, bem distribuida. Exige esta phase do processo superior cui- dado. É delicada e dará resultados tanto mais perfeitos, quanto mais ha- bil for o artista, que della se encarregar. O rolo deve ser muito bem feito; é preciso ainda não o sobrecarregar com tinta e renoval-a a miudo, recorrendo-se à gomma, por excepção. Durante o atintamento podem suscitar-se diversos accidentes: pro- gride com difficuldade, por exemplo; se esta é exagerada, ou ha ex- cesso de agua ou insufficiencia no tempo d'exposição; attenua-se o mal usando-se de tinta mais gorda ou mais liquida: é comtudo preferivel recomeçar. Se o estanho apparece sujo nas partes livres d'imagem, reveste-se, com uma esponja, de camada leve de gomma d'amylo fraca ou de solu- ção de gomma arabica, ainda mais diluida; não desapparecendo as su- gidades com a passagem do rolo, esfregam-se os sitios manchados com as mesmas substancias. Enfraquece-se, por este modo, a affinidade da tinta para a super- ficie, mas póde então succeder que o desenho não adquira vigor suf- ficiente. | Se a exposição foi demasiada, apresentando-se o estanho com ge- ral tendencia para receber tinta em excesso, póde limpar-se-lhe a su- perficie com essencia de terebenthina (agua raz), atintando-se nova- mente depois de molhado com agua, addicionada de gomma arabica; com as devidas cautellas, póde muitas vezes conseguir-se assim bom resultado. Uma camada espessa de chromo-gelatina levanta-se e rasga-se com facilidade pela acção do rolo; excessivamente delgada, é frequente co- brir-se d'um vêo escuro durante o atintamento. Levado a bom termo o desenvolvimento da imagem, deixa-se o es- tanho em repouso, livre de gomma ou de agua, durante duas horas pro- ximamente, findas as quaes se atinta de novo, lavando-se-lhe em se- guida e perfeitamente a superficie, que se enxuga quanto possa ser. Desligando-se então a folha da pedra, sobre que foi collocada, pendu- ra-se, até seccar de todo. Depois de secco, procede-se ao transporte lithographico, segundo as praticas estabelecidas. Esta operação exige cuidados particulares e entra no dominio da lilhographia pura. Tenciono no entanto publicar com brevidade alguns esclarecimen- tos a seu respeito!.» ! Não vae transcripta outra communicação do mesmo sr., por vir publicada PHYSICAS E NATURAES 39 DES en co apso copos; w/o qria 0a) 0) 01 o) ar GW ollvi o) sprapaledio Pujliof a) miami (o) 0) 0,0) 0) 4!m ale) o. 0 a qpoicla vleiia Foi concedida a palavra a M. Gobert, para apresentar à sociedade - à lista das recompensas na exposição de photographia de 1874. «Senhores. O jury das recompensas a conceder aos expositores da nossa decima e brilhantissima exposição de photographia, terminou os seus trabalhos. O seu relatorio completo ser-vos-ha presente na pro- xima sessão; todavia pensou, que seria conveniente fazer-vos conhecer desde já o resultado do seu veredictum. Uma grande medalha de prata e unica é concedida a M. Rousselon, director dos trabalhos photographicos da casa Goupil e €.? de Paris. Quarenta e cinco medalhas ou rappels de medalhas foram conce- didas aos expositores abaixo referidos. Os trabalhos premiados são to- dos, sem duvida, muito importantes e de muito merito; o jury porém considera-se na obrigação de assignalar como excepcionaes (hors ligne) as obras d'arte dos Srs. BenioshAVO) de Londres .. pudim Medalha. BRAS ide Doria Mo str eso he Rappel de med. EnckhardiE). de: Vienna sis Rappel de med. med. nov. Cunene demo ao 5 to RU D Medalha. Rodrigues (J. J.), de Lisboa, chefe da secção photographica dos trabalhos geographicos de PO fo OUR CARR. AM ESSO o +. Medalha. Rommierei Jonas, deDresde.... anos Medalha. Rutherfurd, de New-York........... Ra o Medalha. ie itamenero demais. a a E Medalha. Nicioime ide gonna o ERR Medalha. Seguem-se depois os trabalhos dos Srs. Baldusi(Bo de Paris. “ossec o aa o aà Medalha. Barkanoff, de Tiflis (Russia)............... Medalha. neste jornal. — Não nos cingimos absolutamente ás palavras textuaes do origi- nal, quando (o que raro succedeu) se nos affigurou obscura a redacção fran- ceza; em nada alterámos todavia o seu contexto, de que é imagem fiel à pre- sente traducção. 30 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS | Srs. Bingham (antiga casa), Ferrier, Lecadre e €.º (sao cesSpMESpRB A CM EN PE Mabe ot cr PE Rappel de med. Brandel (Ride Varsovimi Da. Su. Medalha. Chambaçit dg iBaras dE E seen potes A - Medalha. Derogyy, optico em Paris... ......cccsiiooo Medalha, England (NA) idelLondmest LED atm un. Rappel de med. Ermakow, de Trébisonda. MIBL DE Ber qua a: Medalha. Rortier (GE) des missa sie o mi Sp Medalha. Gertinger, de Vienna... ..... amo tala: gr; Medalha. Geymet et Alker, de Paris. ..........0..0. Medalha. Girardu(Sules) ide Parisi coisa nar Medalha. Gougenheim e Forest, de Paris. ........... Medalha. Hedges (D.), de Lylham (Inglaterra)... ..... Medalha. Jobnson ie Londies:. sessao RR Medalha. Koller (C.) de Bristritz (Austria)... ......... Rappel de med. Knebel, de Sabaria (Hungria). ............ Medalha. Lachenal; Favre e G.º, de Paris. q. Sist E Medalha. 1 SEMANA 6/0 2a RO RR RIR spc cs Medalha. Wetmanteliourdel,. de Paris Rss Medalha. Nengo ne US des Paris. Rappel de med. DiebenntAm de Poriss sr RR Medalha. Maes der AmDenssents 5. EUA RARE VS td Medalha. Macny (A.), de Parisi eo ata ser. si Medalha. Mathieu-Déroche,. de Paris... qulccosoo o... Medalha. Ouetienleteêm de Paris -... MS E cart Medalha. QuinetitAehille), de-Paris SER sao Medalha. Ravaissonhedo Iastatuta. ve de NE ME Medalha. Reds(A de Linz, (Austral ee Medalha. Relvas (€.), da Gollegã (Portugal)... ....... Rappel de med. Reutlinger (€.), de Paris. 2.0) men or o Rappel de med. Rotimayerder Trieste.» RARE oe Medalha. Roydeville (conde de), de Paris... ......... Medalha. Nidalinde Marselha ........ cc aed ME RIR E Medalha. NValeryidenparis! ...- 0.0... teaser -.. Medalha. AVDO buy deRPanis a io e ato Tara re aa Medalha. PHYSICAS E NATURAES 31 Foram concedidas menções honrosas aos Srs. Benoist, de Compiêgne. Brignoli, do Cairo. Brownbigg, de Dublin. Cadot et Delaunay, de Dublin. Denier (H.). de S. Petersburgo. Diston, de Leven Fife (Escocia). Fleury-Hermagis, optico em Paris. Ginzel (H.), de Reichemberg (Bohemia). Gondy (Ch.), de Debreczin (Hungria). Haincque de Saint-Senoch, de Paris. Hermann, de Paris. Hervê (L.) et Perier (Ch.), de Paris. Jacobi, de Neuendorf (Alemanha). Knudsen (C.), de Christiania. Lambert e €.º, de Paris. Mage, de Brest. Mayssl, de Brunn (Austria). Mezzara (m.le R.), de Paris. Pector (S.), de Paris. Pinel-Pécharditre frêres, de Paris. Piquée, de Troyes. Rive (R.), de Naples. Rupprecht (M.), de Oldenburg (Hungria). Schultz, de Dorpat (Russia). Strumper e €.2, de Hamburgo. Szacinski, de Christiania. Ungar (J.), de Vienna. Wolf (G.), e €.2, de Hamburgo. D2 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS LOOLOGIA a 7 É. Aves das possessões portuguezas d'Africa oceidental POR J. V. BARBOZA DU BOCAGE NONA LISTA Comprehende a presente lista os resultados das explorações no Humbe e margens do rio Cunene emprehendida pelo sr. Anchieta du- rante os mezes de fevereiro, março e abril do presente anno. Em consequencia das excessivas fadigas a que se expozera e das innumeraveis privações que soffrera na sua primeira excursão por estas regiões, teve o nosso naturalista de interromper os seus trabalhos du- rante os ultimos mezes do anno findo, e de vir procurar a Mossamedes os recursos e tratamento de que tanto necessitava. Mal conseguiu res- tabelecer as forças e abastecer-se de mantimentos e outros objectos in- dispensaveis, regressou o sr. Anchieta ao Humbe, e animado sempre da mesma coragem e do mesmo zelo, prosegulu desde logo em seus tra- balhos com a espantosa actividade de que póde dar testemunho a va- riedade e importancia dos productos naturaes que constituem a sua ul- tima remessa. Compõe-se ella, alêm das aves aqui relacionadas, de cinco pelles de mammiferos, esquelettos d'aves, reptis e crustaceos, em alcool, e uma caixa d'insectos. Estes factos fallam por si. Fôra já -superfluo encarecer os dotes d'intelligensia e as eminentes qualidades de caracier do sr. Anchieta, cujos serviços à sciencia e ao paiz teem obtido ha muito a notoriedade publica. 4. Aquila Wahlbergii. Sundev. Iris côr de café claro. Cêra, commissura das mandibulas e tar- sos côr de canna. É a ave de rapina mais vulgar no Humbe, onde ê permanente. Nome indigena Luco, (Anchieta) PHYSICAS E NATURAES Jo Recebi tres exemplares d'esta especie que o professor Schlegei associou ultimamente à A. nacvioides, à A. fulvescens e à À. clanga, comprehendendo-as todas quatro debaixo da denominação desta ul- tima! (V. Muséum d'histoire naturelle des Pays-Bas. 10º livrais. 1873 p. 115) Tenho por impossivel que se negue à 4. Wahlbergii (=A. Desmursit. Verr.) os fóros de boa especie, e menos ainda que se confunda com qualquer das tres que Schlegel lhe associou, uma vez que se consiga examinar exemplares d'ella dos dois sexos e em diversas edades. A estatura e proporções do corpo, a fórma do bico e das narinas. as variantes da plumagem desde as primeiras edades, a presença de uma crista occipital distincta no 5 adulto, em nada d'isto ha concordancia da 4. Wahlbergii com qualquer das especies reunidas e confundidas por Schlegel sob uma só denomi- nação. E muito mais desculpavel a confasão que por vezes se tem dado com a À. pennata, especie encontrada por Andersson em Damara- Land (V. Gurney. Birds of Damara-Land, pag. 7). É para notar que sendo a A. Wahlbergii vulgar e permanente no Humbe, como affir- ma o sr. Anchieta, não fosse encontrada por aquelle viajante nas suas excurções a Ondonga, Ovampo e às margens de Cunene, e que da À. pernata não conseguisse ainda o sr. Anchieta exemplar algum. 2. Pseudaetus spilogaster. (Dub.) «Iris castanho. Alimenta-se de reptis, pequenos mammiferos e aves. Não é abundante no Humbe. N. ind. Lucoi.» Dois exemplares: & e 9. 3. Circaetus cinereus. (Vieill.) «Iris amarello vivo, côr d'oiro. Cêra e tarsos amarello sujo. De dia caça no mato gallinhas, francolins e alguns mammiferos, mesmo os já não muito pequenos; de noite aproxima-se das casas para se introduzir nas capoeiras e arrebatar aves domesticas. No estomago do individuo que remetto foi encontrado um dendrophis ! de perto de um metro de comprido e sem cabeça. Póde-se encontrar no Humbe em todos os mezes, mas é difficil de caçar. N. ind. An- kubi.» Um só exemplar 9. 1 Provavelmente alguma especie do gen. Philothammnus. Smith. JORN. DE SCIENC. MATH. PHYS. E NAT. — N. XVII. > 34 h. 6) JORNAL DE SCIENCIAS MATIEMATICAS Não ha perfeita concordancia, mesmo entre os auctores que se teem dado especialmente ao estudo da ornithologia d"Africa, sobre se o €. cinereus (V.) e o €. pectoralis. Smith (= €. thoracicus. Cuv.) devem ou não ser considerados especies distinctas. Pronun- ciaram-se a principio pela negativa Finsch e Hartlaub no seu excel- lente tratado sobre a ornithologia da Africa oriental (Vog. Ost-Afri- ka's p. 54) reunindo as duas especies sob o titulo de C. cinereus; mas Finsch abandona esta opinião para seguir o parecer contrario de von Heuglin no Appendice à Ornithologie Nordost-Africa p. xxx1 deste ultimo auctor. Sharpe no Catalogo das aves de rapina do Mu- seu Britannico, recentemente publicado, segue a primeira opinião de Finsch e Hartlaub (v. Sharpe Cat. of Birds in the British Mu- seum. 1. p. 282), ao passo que Schlegel mantem na sua mais recente publicação as suas idéas favoraveis à distineção das duas especies, mas vae reunir o €. pectoralis ao €. brachydactiylus, pondo-se n'isto em completo desaccordo com todos (v. Mus. des Pays-Bas., liv. 10º p. 142). Para Gurney tambem o Circaitus cinereus differe es- pecificamente do 6. pectoralis por ser maior e mais escuro nas cô- res do que os exemplares não adultos desta especie. A confrontação que eu tenho podido fazer de exemplares dos dois sexos que representam evidentemente o €. pecioralis, Smith, com outros, tambem de ambos os sexos, a que competem essencial- mente os caracteres attribuidos ao C. cinereus. Vieil. (=. funereus, Rupp.), leva-me a concluir a favor da distincção das duas especies. porque me permitte descobrir caracteres que as separam. Estes caracteres são: O tarso é mais desenvolvido e os dedos muito mais compridos no C. cinereus de que no €. pectoralis; a cauda de um e outro apresenta quatro faxas negras alternando com outras alvadias, porém no primeiro as faxas negras são mais largas do que as alvadias, proximamente o dobro d'ellas, em quanto que no segundo estas são um pouco mais estreitas do que aquellas. Schle- gel (loc. cit. Buteones, 1862 p. 25) aponta como caracter pecu- liar ao C. cinereus o ter os pês mais robustos; e Finsch (Orn. Nordost.-Afr. App. p. xxxr) menciona a differente grandeza pro- porcional dos tarsos e dedos nas duas especies. Esalon ardesiacus. (Vieill.) «á. Tris castanho. Não é raro no Humbe.» - Aceipiter minullus. (Vieill.) «2. Iris amarello, Cêra e tarsos amarellos. N. ind. Luçor.» 10. 1. 12. 15. 1h. PHYSICAS E NATURAES RA, « Hirundo cucullata. Bodd. «6. Tris castanho escuro. N. ind. Pia-pia.» - Coracias caudata. Linn. N. ind. «Ambeta.» .- Caracias pilosa. Lath. «2. Iris castanho. Bico preto, tarso esverdeado-terroso. N. ind. Ambeta. Não é vulgar no Humbe.» - Haleyon eyanoleuca. (Vieill.) «2. Tris castanho, maxilla superior carmesim, preta na base e na ponta, maxilla inferior preta bem como os tarsos. N. ind. Sumbo. Vulgar no Humbe. » Ceryle rudis. Linn. «d. Jris castanho. Bico preto, tarso escuro. N. ind. Sumbo.» Merops apiaster. Linn. «2. Tris vermelho. N. ind. Kombua-kombo.» Merops bullockoides. Smith. «N. ind. Kombua-kombo. » Irrisor erythrorhynchus. (Lath.) «ó e 9. Caçam insectos por entre a ramagem das arvores e mesmo no vôo. N. ind. Kassio. Vulgar no Humbe em março.» Irrisor cyanomelas. (Vieill.) «2. Iris castanho. Durante o canto bate sempre as azas. Foge quando alguem se aproxima, mas não para longe, Faz os ninhos nos buracos das arvores em logares proximos d'agua. Não abun- dam no Humbe.» Nectarinia talatala. Smith. «ó. Iris castanho. Encontram-se isolados, mas às vezes em ban- dos, bastante numerosos, suspendendo-se por entre a ramagem nos logares mais humidos e revestidos de vegetação.» DX; 36 16. lo 18. LL JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Parus Jeucopterus. Swains. «N. ind. Conjunjo-bala. Procura insectos nas arvores e desce tambem ao chão em husca d'elles.» Edon leucophrys. (Vieill.)? «2. Iris côr d'azeitona d'Elvas. Bico corneo-escuro à excepção da maxilla inferior na base, que é côr de canna gridelim. Encon- tram-se isolados nas moitas e pelo chão. O seu canto limita-se a alguns pios. N. ind. Piria.» Conservo algumas duvidas quanto à identificação d'este exemplar com 0 fd. leucophrys, do qual não existe specimen algum authen- tico no Museu de Lisboa. Ácerca deste ultimo diz Andersson que tem a faculdade de imitar o canto de qualquer ave que se acha na sua visinhança, ao passo que o sr. Anchieta aponta o canto desta ave como insignificante e consistindo apenas em alguns pios. (V. Gurney. B. of Damara L. p. 92) Tchitrea cristata. (Gm.) «ó. Iris castanho. Carunculas palpebraes azul-claro. tarso côr d'aço. N. ind. Mucombia. Encontra-se em logares muito arborisa- dos, sombrios e frescos; mas não é vulgar.» Platystira molitor. Sharpe. (Ibis. 1873. p. 166) «2. Encontra-se em arvoredos fechados, vem pouco ao chão.» Parece-me que deve ser referido à Plat. molitor, conforme é ca- racterisada por Sharpe (loc. cit. p. 167) um exemplar 9 do Humbe que faz parte da ultima remessa do sr. Anchieta. As dimensões e a côr das malhas da garganta e peito, que é d'um ruivo-acas- tanhado, aproximam-no mais d'esta especie do que da Plat. pririt. (=Plat. ajfinis. Wahlb.). Conservo porém ha mais tempo nas colleções do Museu de Lis- boa tres exemplares d'Angola (um & e duas 9) que não posso re- ferir a nenhuma das especies conhecidas d'este genero. É inferior nas dimensões a todas, com excepção da P. minima. Verr. Salvo no tamanho, o é não differe sensivelmente nas côres do & da P. pri- rt ou P. molitor, mas a 9 distingue-se perfeitamente dos indivi- duos de egual sexo em qualquer destas especies, porque lhe falta absolutamente a malha gular ruiva-acastanhada ou ruiva-alaranjada, que nestes se encontra: apresenta unicamente a malha ou tarja PHYSICAS E NATURAES 37 peitoral côr de canella, como se vê tambem na P. senegalensis, da qual a separa a ausencia em ambos os sexos das largas sobrance- Ilhas brancas que distinguem esta especie. Não posso tambem referil-a à P. minima Verr., com quanto ape- nas conheça esta especie pelas diagnoses de Verreaux e Sharpe, que parecem referir-se apenas ao d, porque um e outro auctor insistem na ausencia da malha branca na nuca da P. minima, malha que existe, grande e mui distincia, nos tres exemplares que tenho à visia. Encontro tambem disparidades nas dimensões e nas có- res, como melhor se julgará pela seguinte diagnose: Platystira minulla, n. sp. à. Supra schistaceo-cinerea, verticis plumis nigro-striolatis, uro- pygio alho nigroque vario; fronte, stria supraciliari brevi et ma- cula muchali valde conspicua albis; fascia per ocula et torque lato pectorali miide migris; fascia super alam transversa alba; remi- gibus nigricantibus, secundarais late albo-marginatis; subtus alba ; hypochondriis migro maculatis, tubialibus migris, subalaribus albo migroque variis; supracaudalibus rectricibusque miide nigris; re- ciricibus 2/2 extimis pogonio externo et apice albo-limbatis; rostro migro; pedibus migricantibus; iride flavissima. P. Pileo magis cinerascente; gula alba; torque pectorali lato rufo-cinnamomeo. Lons, tot. 96"; al. 512": caud. 38”; rostr. 10; tars. 15. P. minulla. » 146»: »4598 3 cm 42» 20» AA: o 17 PD: motor. » 87»;» 479; » 30»; » 47; » 87.P.minimaVerr. Dos tres exemplares d'esta especie, dois (é e 2) são de Biballa, remettidos ha tempos pelo sr. Anchieta, e o terceiro d'Angola, offerecido com muitas outras aves pelo sr. Furtado d'Antas. Este ultimo é 9. 20. Campephaga nigra. Vieill. «2. Iris castanho; bico e tarsos corneos. É insectivoro. Encon- tram-se isolados ou aos pares, nunca em bandos numerosos. Vôam rapido e longe. N. ind. Xacocole.» 21. Enneoctonus collurio. (Linn.) «lris castanho. Bico côr de cêra virgem, arroxado para a base; tarso terroso, inalteravel. Procura insectos e vermes debaixo das 38 22 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS folhas seccas, e d'ahi lhe vem o nome de Kissanda-suala (espalha folhas seccas) porque é conhecido.» Nilaus brubru. (Lath.) É o primeiro exemplar desta especie que recebo d'Angola e suas dependencias. . Eurocephalus anguitimens. Smith. «9. Iris castanho. Encontram-se muito perto das habitações; con- servam-se muito tempo pousados no mesmo ramo; teem o modo de se affirmar, volver a cabeça e seguir com a vista propria das aves de rapina. São muito vulgares no Humbe.» - Prionops talacoma. Smith. &. Iris amarelo. Carunculas palpebraes da mesma côr. Bico preto; tarso côr de coral. Encontram-se nos arbustos elevados. O seu canto começa por um som palatino como ka, ka, ka, e termina por trr, ter... N. ind. Kanjuele. « Prionops Retzii. Wahlb. «à. Iris amarello. Bico encarnado, côr de malagueta, tornando-se amarello para a ponta. Carunculas palpebraes côr de malagueta. Encontra-se nas arvores copadas, onde caça insectos; às vezes salta de um para outro ramo para colher no ar algum insecto que passa voando. Tem um canto semelhante ao das Buphagas, xê, xé, xé, e nada mais.» - Laniarius atrococeineus. (Burch.) «Chamam-lhe Kisseba-andua, por ter encarnado como as An- duas.» - Dryoscopus major. Hartl. «N. ind. Kilanga-langimbo.» 28. Dryoscopus cubla. (Shaw.) « Pholidauges Verreauxii. Boc. «ris castanho gridelim. Encontram-se nas arvores, mas vem ao chão procurar insectos. São permanentes no Humbe, onde lhe cha- mam Sue-Suc, nome que se assemelha ao canto. PHYSICAS E NATURAES 39 30. Textor erythrorhynchus, Smith. «ó. Iris castanho. Bico côr de malagueta e tarso encarnado. Con- stroem em commum o seu ninho, que chega a ter mais de meio metro de diametro. Julgo que não se encontram, ou pelo menos são raros, em menores latitudes.» 31. Hyphantornis velatus. (Vieill.) «ó. Iris côr de telha. Bico preto e tarso pardo. Fazem ninho em arvores na proximidade d'agua; encontram-se muitos ninhos na mesma arvore. Vulgar. N. ind. Dicole.» Gurney diz desta especie o seguinte: The male in breeding- dress closely ressembles the species awich T have figured (in the «Ibis» for 1868. pl. 410) as the male in breeding-plumage of H. mariqueensis, Smith, but is somewhat smaller, and the yellow tints are brighter and more conspicous. Tudo isto tem perfeita applica- ção aos dois exemplares bd, que remetteu do Humbe o sr. An- chieta. 32. Sycobius rubriceps. Sundev. «ó. ad. Iris côr de ambar. Bico alaranjado; tarso gridelim. No tempo das chuvas chamam-lhe Kissengo, e então reveste-se de cô- res vivas; no tempo de cacimbo a plumagem é de côr obscura e conhecem-o por Sacco. » 33. Alauda nigricans. Sundev. Nigro-fusca, pileo obscuriore, orbitis et supercitiis albis; subtus alba, jugulo pectoreque confertim nigro maculatis, gula, abdomine, crisso teciricibusque caudae inferioribus immaculatis, hypochon- dris fuscescentibus; vitta malari et macula parotica mgris; tectri- cibus alae et cubitalibus fulvescente limbatis; remigibus primariis rectricibusque migro-fuscis, illis pogonio interno late fulvescente marginatis: subalaribus fusco alboque variis; rostro bas flaves- conte, apice fusco; pedibus pallide fuscis. Long. tot. 200"? : al. 1227”: caud. 817”: rostr. a fr. 14"; tars. osmmns Julgo dever referir a esta especie um exemplar do Humbe, ca- pturado pelo sr. Anchieta em setembro de 1873 e que fazia parte de uma das suas anteriores remessas. Distincto nas côres de todas as outras Alaudas da Africa occidental e meridional, concorda nºesse 40 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS caracter e em todos os que vemos apontados por Sundevall na breve descripção que publicou em 1850 da A. nigricans, descoberta por Wahllberg na Cafraria superior. Transcrevo em seguida a descripção de Sundevall para que se possa melhor avaliar a exactidão do que affirmo. [ cAlauda nigricars, sp. nov. Nigro-fusca, subtus alba pectore «migro-maculato, orbitis superciliisque longis albis; striis gulae, «genarum lorique migris, 8 policaris; ela 147 m. m., tars. 28; «dig. m. 19, c. u. 22. Bostrum, pro Alauda, sat magnum; nares «nudae, membrana fornicata. Pedes altiores ut in plerisque africa- «nis. Ungues omnes breves, pollicis digito brevior, curvatus. Cauda «mediocris, tota nigra (in nostris laesa). Remiges nigrae, primariae «intus late fulvae. Specimina nostra, masculina, sab mutatione plu- «marum oceisa, superne plumis e rufopallescenti fimbriatis varia; calarum tectrices albido limbatae. Inhabitat regionem fluvii Limpo- «ponis, in Caffraria superiori 1.» Não me consta que desde Wahlberg nenhum outro viajante en- contrasse esta especie em qualquer das regiões d'Africa que teem sido até hoje exploradas. Andersson mesmo, que andou tão pro- ximo das localidades ulteriormente visitadas pelo nosso explorador, não teve a boa fortuna de a avistar, visto que Gurney a não men- ciona na excellente obra onde vem consignados extensamente os resultados da trabalhosa viagem d'aquelle infeliz naturalista. O exemplar unico remettido pelo sr. Anchieta não traz designa- ção de sexo, nem indicação da côr dos olhos. « Toceus erythrorhynchus. (Gm.) «d. Iris castanho-claro. Sustentam-se de sementes e fructos, prin- cipalmente de Ficus. Ouvem-se cantar por entre a ramagem muito semelhantemente ao cacarejar da gallinha choca; tambem dão pios quando vôam. São vulgarissimos; encontram-se às vezes em ban- dos, mas pouco numerosos. N. ind. Sunguiandondo.» Toceus melanoleucus (Licht.) «%. Iris amarello. Bico roxo-terra claro. Menos vulgar que o an- ! Veja-se Sundevall. Fogl. fran S. Afr. Ofv. af Kongl. Vetensk. Akad. Forhandl. 1850. p. 99. 2 Gurney. Notes on the Birds of Dumara Land by the late Ch. J. Andersson. 1872. 36. “ss. 40. h2, PHYSICAS E NATURAES h1 tecedente, com o mesmo genero d'alimentação e os mesmos habi- tos. N. ind. Sunguandondo.» Pionias fuscicollis. Kuhl. «9. Iris castanho. Tarso côr d'ardosia, terroso. Vivem em bandos pouco numerosos. Prejudicam as plantações e tambem procuram fructos silvestres. N. ind. Kissua.» .« Coceystes glandarius. (Linn. ) «g. ad. Iris castanho. Bico corneo levemente arroxado ; tarso côr de ardosia, terroso. E principalmente insectivoro. Pouco vulgar. Chamam-lhe Talo, nome onomatopaico do seu canto.» Oxylophus jacobinus. (Bodd.) «3. «Iris castanho. Bico preto, tarso gridelim, E insectivoro. Con- sideram-os prognosticos por cantarem (dizem) só na aproximação das chuvas. Kambuaakia.» - Cuculus gularis. Steph. «Iris côr de canna um pouco torrada, apresentando internamente um annel castanho. Palpebras e commissura do bico amarellas. Maxilla superior amarella na base n'um espaço triangular, onde se abrem as narinas, no resto cornea-escura. Tarso côr de gemma d'ovo. Sustenta-se principalmente de termites, formigas e outros insectos. Encontram-se pouco, e nunca em bandos.» Crysococeyx Klaasii. (Steph.) «dó. Iris amarello. Bico corneo escuro com a base da mandibula arroxada. Tarso escuro. Inseclivoros. Vivem isolados. N. ind. Ka- chibo.» « Chrysococeyx cupreus. (Bodd.) «N. ind. Kambuaaka. » Numida cornuta. Finsch & Hartl. «9. Iris castanho. Muito vulgar. N. ind. Hango-bolomutue, que quer dizer— galinha de cabeça podre.» Não sei até que ponto se possa considerar esta especie distincta da N. coronata. Gray. Não serão antes simples modificações individuaes as differenças 12 4d. JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS na distribuição das côres em que se pretende fundamentar uma tal separação? N'uma as pennas de certas regiões apresentam ma- lhas distinctas e arredondadas, na outra riscas transversaes; mas este desenho deriva tão naturalmente d'aquelle, de malhas que se tocam e confundem totalmente resultam tão facilmente riscas, que com melhor razão se inclina o espirito a ter na conta de acci- dentaes essas differenças, em quanto se não demonstrar que se trans- mitem e perpetuam, ou melhor ainda que a cada uma d'essas for- mas organicas compete uma diversa àrea d'habitação. Francolinus adspersus. Waterh. «b. Iris castanho. Palpebras d'um amarello desmaiado, bico côr de coral, tarso encarnado alaranjado. Abundante e permanente no Humbe, mas não é facil de caçar por ser muito desconfiado: vôa rapido por cima das arvores de mediana altura para ir poisar longe, à distancia às vezes de um tiro de espingarda, em outra arvore. Os Unguaris (Pternistes) são mais abundantes. N. ind. Muéle.» Apesar do sr. Anchieta dizer que os Unguaris (especies do gen. Pternistes) são mais abundantes no Humbe do que esta especie, não contém a sua remessa despojos alguns dos primeiros, de modo que fico ignorando quaes sejam as especies de Pternistes que ali com tanta frequencia se encontram. Em Damara-Land encontrou Anders- son duas especies Pt. mudicollis e Pt. Swainsonii (V. Gurney B. of Damara L. p. 244). É possivel por tanto que a ambas ou a al- csuma destas se refira o sr. Anchieta, mas tambem é de crêr que não seja raro no Humbe o P. rubricolhs. Lath. (==Pt. Sclateran. Boc.), especie que não figura na lista das aves observadas por Andersson, mas de que recebi anteriormente specimens capturados nos Gambos pelo sr. Anchieta !, isto é, na proximidade do Humbe. « Otis Kori. Burch. «Iris castanho. Bico e tarso d'uma côr terrosa esverdeada. Encon- tra-se no Humbe, geralmente aos pares, raras vezes em bandos, em logares pouco arborisados, estereis e de poucas aguas. N. ind. Ditia.» Mandou o sr. Anchieta um casal desta especie; a femea é, como succede às outras Datardas, consideravelmente mais pequena do que o macho. Todos os auctores que descrevem esta especie dão- 1 Veja-se a nossa setima lista, Jorn. de Sc. Math., Lisboa, num. xiv. PHYSICAS E NATURAES h3 lhe como caracter distinctivo e constante uma faxa negra sobre o peito estendendo-se de uma a outra região axillar; nos dois exemplares do Humbe não se encontra porém esta faxa, e apenas se vê, como vestígios della, uma pequena malha negra proximo à in- serção da aza e por esta escondida. É provavel que estas differen- cas procedam unicamente da época em que foram capturados os dois specimens (mezes de fevereiro e março). 43. Otis Denhami. Vig. «Encontram-se nas mesmas condições da antecedente; são po- rêm mais vulgares do que ella.» Não tenho podido ainda resolver por mim mesmo se são real- mente distinctas as tres especies que encontro mencionadas debaixo dos nomes de O. cafjra, O. Denhami e O. Ludwigii, ou se melhor convirá reunilias todas em uma só e sob uma unica denomina- ção. O exemplar remettido pelo sr. Anchieta, que pelas dimensões parece ser macho como vem indicado na etiqueta, concorda per- feitamente com outros specimens recebidos anteriormente de outros pentos d'Angola (Huilla), dois dos quaes foram examinados ha dois ou tres annos pelo meu fallecido amigo Jules Verreaux, e por elle considerados como pertencendo realmente à especie O. Denhami. Não acho comprehendida esta especie na lista das aves que An- dersson collígio em Damara-Land. Apenas em uma nota da obra já citada, Gurney diz que a ultima remessa do viajante sueco con- tinha nm specimen da Ewpodotis Colei Smith. (E. Ludwigii), a qual todavia se não atreveu a comprehender na lista por não estar certo do que esse specimen fosse obtido dentro dos limites geographi- cos a que aquella obra fôra consagrada. (V. Gurney. B. of Damara L. p. 260, nota). 46. Cursorius chalcopterus. Temm. «2. Iris castanho. Rebordo das palpebras encarnado; bico escuro com a base da mandibula côr de rabano. Tarso vermelho arroxado claro. Encontram-se nas margens das aguas correntes e das la- gõas.» 47. Cursorius cinctus. Heugl. «2. Habitos menos aquaticos do que o antecedente. Vive em pe- quenas lagôas e charcos.» 44 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Considero segura a determinação da especie, com quanto encon- tre algumas differenças n'este specimen confrontado com a descri- pção e figura que Heuglin publicou (V. Ibis 1863 p. 34. pl. 2. Heu- elin, Orn. Nordost. Afr. p. 972). No exemplar qne tenho à vista não está patente a larga risca longitudinal dum branco amarellado que na fig. citada occupa a parte superior da cabeça; apenas se avistam n'essa região algumas pennas com largas margens dessa côr. Não é côr de canella, como a descripção e a figura indicam, mas d'um pardo arruivado a risca que dos olhos se encaminha aos lados do pescoço, cingindo à nuca e convergindo sobre o peito com a do lado opposto. As pennas da cauda tambem differem al- gum tanto nas côres, a mais exterior de cada lado é totalmente branca, como Heuglin encontrou e descreveu nos seus exemplares, mas as duas immediatas são apenas malhadas de branco nas bar- bas externas e no apice, e tanto estas como as restantes, d'um pardo arruivado claro com as extremidades brancas, teem proximo ao apice uma malha transversal mais escura, quasi negra. Estas differenças, a meu ver, significam apenas que o exemplar remettido pelo sr. Anchieta, colhido no Humbe em principios de abril, estã quanto à plumagem em estado de transição. Gurney encontrou na ultima remessa de Andersson dois exem- plares desta especie do Damara-Land. O primeiro specimen que Heuglin descreveu fôra colhido em Gondokoro, no Nilo branco, em 4.º de lat. norte. (V. Gurney. B. of Damara €. p. 261) 48. (Edicnemus capensis. Licht. «Encontra-se em logares visinhos das aguas. Sustenta-se de insec- tos e peixes pequenos, que procura sobretudo nos logares que as cheias vão abandonando. Encontram-se mesmo não longe de loga- res povoados; de noite sentem-se piar, assustados por algum mam- mifero que passa proximo dos sitios onde repousam. Sentindo-se piar de noite é quasi certo que perto passa a raposa ou a hyena. É permanente no Humbe. N. ind. Saca-soca.» 49. Nycticorax leuconotus. (Wagl.) có. Iris entre amarello e castanho. Palpebras, faces e porção in- ferior da mandibula d'um esverdeado d'hervas; maxilla superior, ponta e margem da inferior negras. Tarsos côr d'ervilha secca. Habita nas proximidades dos rios, muitas vezes se avista poisado sobre um ramo baixo sobranceiro à agua, onde espreita o peixe, 51. 54. 55. PHYSICAS E NATURAES h5 que vae buscar sem precipitação. Quando espantado, solta um grito rouco e forte entre o grasnar e o grunhir, que se ouve ao longe. N. ind. Xicongo.» - Ciconia Abdimii. Licht. «2. Iris côr de castanho claro, mais carregado para o centro. I'a- ces d'um encarnado deshotado. Bico esverdeado, tinto levemente d'encarnado na base e apice. Tarso terroso arroxado; articulação tibio-tarsica e dedos côr de rabano. Apparece em numerosissimos bandos no tempo das primeiras chuvas. N. ind. Zande-Humbi. » Ardea atricollis. Smith. «2. Iris côr de canna. Palpebras e face esverdeado sujo. Mandi- bula cornea, maxilla mais clara, tinta de gridelim. Tarso preto. Vulgarissima à borda dos rios e lagôas. N. ind. Engulnani.» « Porphyrio Alleni. Thoms. «Muito vulgar nas lagõas e rios. Canta com o corpo debaixo d'agua e só a cabeça de fóra; a voz tem alguma coisa da humana; começa um a cantar e logo os outros lhe respondem em côro. N. ind. Cabonja-anganga, quer dizer Cabonja-feitíceiro.» . Plectropterus gambensis. (Linn.) cris castanho. Encontram-se em grandes bandos ou isolados. Poisam e dormem em cima das arvores na proximidade das aguas. N. ind. Janda e Bundo.» Sarcidiornis melanotus. (Penn.) «2. Tris castanho. Muito nadador e vulgar.» Chenalopex aegyptiacus. (Linn.) «2. Iris castanho claro. Permanente e abundante em todas as la- gôas e rios. Vem comer o milho e o feijão às plantações. N'este exemplar encontrei no papo sementes de gramineas silvestres. N. ind. Balandira.» - Nettapus auritus. (Bodd.) «4. Iris castanho escuro. Bico amarello com a extremidade ou unha da maxilla roxo escuro. Tarsos pretos. Permanente. Encon- h6 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS tra-se quasi sempre a nadar. Quando pressente alguem, mergulha, e por isso é difficil de matar. N. ind. Kaquege.» É o primeiro exemplar é adulto que recebo. 97. Dendrocygna viduata. (Linn.) «g. Iris castanho. Vulgar nas lagôas e rios do Humbe. Susten- ta-se de peixe e de vegetaes. 58. Plotus Levaillantii. Licht. «g. Iris castanho gridelim. Permanente e vulgar, sobretudo nas margens do Cunene. Dorme nas arvores proximas do rio. N. ind. Enzoe.» PHYSICAS E NATURAES h7 2. Aves das possessões portuguezas d'Africa occidental POR J. V. BARBOZA DU BOCAGE DECIMA LISTA Já depois de escripta a lista precedente recebemos uma nova re- messa do sr. Anchieta contendo os resultados da sua exploração no Humbe e margens do Cunene nos mezes de maio, junho e julho do cor- rente anno. Consta esta remessa de um grande numero d'aves, algumas pelles de mammiferos, esqueletos d'aves, reptis e arachnideos em alcool. Démo-nos immediatamente ao exame da collecção ornithologica, onde ti- vemos a satisfação de encontrar varias especies que ainda não haviamos recebido, e conseguimos coordenar a lista que vae em seguida. Todas as indicações ácerca da côr do iris, tarso e outras partes, que se alteram pela exsicação, do nome vulgar ou indigena e dos habi- tos de cada especie são-nos transmittidos pelo nosso habil explorador. 1. Gyps africanus. Salvad. (R. Accad. Sc. di Torino. Adun. 7 mag. 1865). É a primeira especie de Gyps que enconiramos nas remessas do sr. Anchieta. Não a comprehende Gurney na ennumeração das aves colligidas por Andersson em Damara-Land, onde figuram Gyps Kolbii e G. Ruppelli, especies que o nosso explorador por emquanto não conseguiu obter. Deve-se ao conde Salvadori a melhor caracteristica d'esta espe- cie, que ainda hoje alguns ornithologistas hesitam em considerar distincta do G. bengalensis. E é este com effeito o unico abutre com que poderia confundir-se, visto ter como elle, e com exclusão de todos os outros, doze pennas caudaes em vez de quatorze. Temos à vista dois exemplares colhidos no Humbe, um & adulto h8 JORNAL Dis SCIENCIAS MATHEMATICAS “e uma 9 joven. As côres do primeiro concoráam muito melhor com a descripção de Salvadori do que com as caracteristicas da espe- cie publicadas mais recentemente por outros ornithologistas, taes como Von Heuglin e Sharpe. Parece haver uma decidida tenden- cia a predominarem nos individuos perfeitamente adultos as cô- res claras d'um cinzento amarelado, que contrastam com o colo- rido escuro, pardo escuro mais ou menos acinzentado e cambiando para negro, que geralmente attribuem ao G. bengalensis todos os que teem tido melhor occusião de o observarem !. à ad. Supra dilute umbrino-fulvescens; subtus albescens, plumis griseo-fulvescente marginatis; scapularibus, inter scapularibus et tectricibus alae pallide fuscis fulvescente-griseo limbatis ; jugulo intense rufo-fusco; tergo, uropygio, supracaudalibus (partim) et subalaribus albis; supracaudalibus majoribus fuscis; remigibus pri- mariis rectricibusque maigris, secundariis cinerascente-fuscis; pi- lei plumis setosis fuscescentibus, lanugine col alba, corona auche- niali decomposita albida ; rostro ct ceromate nigris; pedibus fusco- plumbeis; iride fusca. Long. tot. 880””; alae 600"”; caudae 260; tars. 937”; rost. ARPr o 2 jun. Major. Supra rufescente-fuscus, plumis striis scapalibus fulvis instructis; tergo et uropygio dilutioribus; sublus magis ful- vescens, striis plumarum latioribus albicantibus; coronae auche- mialis plumis lanceolatis fulvescertibus albo-striatis; pilei plumis lanugineque coli albis; jugulo pailide fulvescenie-fusco. Long. tot. 930””: alae 620”": caudae 280””; tars. 967"; rostr. a fr. 63”P. Que se pronuncie a favor da identidade d'esta especie com o G. bengalensis quem não attribuir às differenças na côr importancia sufficiente para fundamentar uma boa distincção especifica, é coisa que facilmente se comprehende; porém não é facil descobrir os motivos que induziram o sr. Allan Hume a declarar o Gyps africa- nus muito semelhante, senão identico, ao seu G. indicus, especie que elle proprio separa do G. bengalensis por ter 14 pennas cau- daes em vez de 122. Ácerca do G. africamus dá-nos o sr. Anchieta as seguintes in- formações: 1V. Jerdon. B. of India. 1 p. 40. e A. Hume. Rough Notes. 1 p. 30. 2 V. Allan Hume. Rough Notes. 1 p. 31e p. 25. PHYSICAS E NATURAES 49 «O nome vulgar dos indigenas é Kubi. Apparece com frequen- cia no Humbe, mas é difficil de caçar, porque é preciso esperal-o de longe quando vem pousar sobre algum cadaver, que quanto mais podre mais os attrae, e em logar do menos transito possi- vel.» 2. Haliaetus vocifer. Daud. Dois exemplares, ambos machos, um adulto e outro joven. A côr do iris no primeiro é amarello côr de canna, em quanto que no segundo é castanho. «E considerada como pertencente à familia do soba, e se algum gentio a matar incorre em crime de lesa-magestade. Algumas fa- milias nobres usam o nome d'um mammifero, reptil, ave ou in- secto, que não adoram, mas a que se dizem pertencer. Offerece bastante interessse ethnographico o conhecimento de costumes e superstições d'estes povos, que parecem filiar-se nas religiões pri- mitivas d'Asia.» 3. Circaetus cinereus. Vieill. «A 9 adulta tem iris amarello vivo. Encontrei-lhe no estomago uma serpente com cabeça. Nome vulgar Leco.» h. Helotarsus ecaudatus. (Daud.) «ó juv. Iris amarello-acastanhado. Face nua cinzento-esverdeado. Bico e cêra amarello-esverdeado, mais escuro para a ponta. Tarso esverdeado. O estomago continha ratos. N. vulg. Kombi. E ave de mau agouro para os gentios; quando passa eminente à mãe que leva o filho, crêem certa a morte d'este, e mesmo quando no vôo ou poisado se affirma para uma creança dizem que vae ter a do- ença do Kombi.» 5. Falco cervicalis. Licht. «Iris castanho. Espaço periophthalmico e cêra amarelos no &. Bico amarello claro na base, azulado para a ponta. Tarso amarello côr de giesta. Tenho-lhe encontrado no estomago despojos de rô- las e outras aves. N. vulgar Kuata-andimba, que quer dizer agarra lebres.» 6. Melierax polyzonus. Rúpp. «ó ad. Iris vermelho; cêra e pês da mesma côr. Come aves e pequenos mammiferos, ratos, etc. N. vulg. Kahahula. » JORN. DE SCIENC. MATH. PHYS. E NAT. — N, XVII. k JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS - Nisus gabar. (Daud.) «ó. Iris vermelho, cêra e pês encarnados tirando um pouco para amarello. N. vulg. Kuata-kuti (agarra-rolas).» « Gypogeranus serpentarius (Mill.) 10. 11. 12. 13. 15. 16 «2. Iris amarello esverdeado. Face nua e cêra de côr terrosa ar- roxada. Tarso amarello sujo. Come gafanhotos. Nidifica em arvo- res elevadas e põe geraimente dois ovos. N. vulg. Mukende.» Athene perlata. (Vieill.) «2. Íris amarello. N. vulg. Cahombo.» Bubo maculosus. (Vieill.) «Iris amarello côr de oiro. N. vulg. Gimbi. Comem insectos. Ni- dificam nos boracos de arvores elevadas.» Coracias caudata. L. «ó. Iris castanho. Tarso pardo esverdeado. Come gafanhotos. N. vulg. Kubianganga.» Coracias pilosa. Lath. «d e 9 Iris castanho. Come gafanhotos. » Ceryle rudis. L. «Iris castanho. Alimenta-se de peixe miudo. N. vulg. Sumbo,» « Merops erythropterus. Gm. «N. vulg. Kalumgumba. Apparece em bandos numerosissimos. » Merops hirundinaceus. Vieill. «Jris vermelho. » Upupa africana. Bechst. «ô. Iris castanho. N. vulg. Pupu ou Bombueio.» Cada vez nos inclinamos mais a ver na U. decorata. Harll. um exemplar joven d'esta especie. No specimen que enviou agora o sr. Anchieta encontram-se ainda vestigios das duas faxas negras transversaes nas pennas secunda- rias da aza, caracter que é considerado por Hartlaub como distin- tivo da U. decoraia. 17. 18. 19. 22. 25 24. 25. PHYSICAS E NATURAES | 1 Irrisor eyanomelas. Vieill. Nectarinia gutturalis. L. Parisoma subcaeruleum. (Vieill.) «Iris castanho. N. vulg. Tubiké e Mudiankene. Encontrei-lhe no estomago aranhas e insectos. Encontram-se nos mattos rasteiros.» . Parus leucopterus. Sw. « Drymoica chiniana. Smith. «9. Iris castanho. Come coleopteros e aranhas. Encontra-se nos cercados e oiteiros pousada em arbustos.» Aedon leucophrys. (Vieill.) «Iris castanho. Maxilla pardo escuro, mandibula amarelo sujo na base e pardo escuro no apice. Tarso pardo amarellado, dedos mais escuros. Alimentação: gafanhotos e aranhas. N. vulg. Ele- kete.» Camaroptera olivacea. Sund. «9. Iris côr d'azeitona, Tarso côr de carne, bem como o rebordo palpebral. N. vulg. Katete. Come aranhas e pequenos gafanhotos. Encontra-se nas moitas, mattos rasteiros e arbustos fechados; cos- tuma elevar-se muitas vezes successivas a uma grande altura ver- tical para cair proximo do ponto d'onde se elevou.» Saxicola pileata. (Gm.) «Iris castanho. Vive nos montes e nidifica em arbustos a pouca altura do chão. Come insectos. N. vulg. Himba.» Anthus campestris. Bechst. «g. Iris castanho. Tarso pardo amarellado. Encontra-se correndo e pulando pelo chão. N. vulg. Utena.» “Outro exemplar proveniente da mesma localidade parece distin- eto do 4. campestris com quanto se lhe assemelhe bastante. É-lhe inferior nas dimensões e a sua côr dominante diversa, d'um ruivo muito mais intenso, tanto superior como inferiormente; as pennas da cabeça e dorso, e bem assim as tectrizes e pennas secundarias da aza, Leem os centros dum pardo mais escuro, quasi negro; O k = JORNAL DE SCIENCIAS MATNEMATÍCAS peito é distinctamente malhado de negro e estas malhas são a um tempo maiores e mais numerosas do que no À. canpestris. A penna mais exterior da cauda apenas se distingue da desta ultima espe- cie em ter a hastea parda em vez de branca; mas a 2.º penna já differe mais sensivelmente por ser parda escura tanto na lamina interna como na externa, apenas orlada de branco n'esta e com uma malha triangular no apice d'aquella. Podem resumir-se os caracteres indicados na seguinte diagnose: ANTHUS sp. A. campestri similis, sed minor, coloribus obscuwrio- ribus et magis rufescentibus; pectore maculis majoribus et crebrio- ribus migris variegato; rectrice utrinque extima alba, scapo fus- cescente, pogonio interno fusco marginato, secunda fusca margine externa et macula apical: albis; subalaribes rufescente-fuscis ; pe- dibus pallide fuscis; iride fusca. Long. 160"”; alt. 81; caud. 62; tars. 26; rostr. a r. 19. Talvez se deva referir este specimen ao 4. Raalteni. Temm., ao qual parece assemelhar-se; mas sem a comparação direcia delle com outros desta ultima especie, que não conhecemos, nada se póde concluir com segurança. 26. Anthus pallescens. Nov. sp. Supra fulvescente-griseus fusco mactlatus, pilei plumis medio obscurius tinciis; sublus albus fulvescente lavatus; regione paro- tica fuscescenie; loris, siria supra-oculari, mento, gula, abdomine et subcaudalibus pure albis; stria utrinque mystacali fusca; pe- ctore conspicue, sed sparsim fusco maculato; alis rufescente-fus- cis, tectricibus remigidusque secundariis late albolimbatis; prima- riis pallide fuscis, pogonio externo albo-marginatis, limbo interno albicante; rectricibus !/1 mediis nigricantibus albo-marginatis, ex- terna alba pogonio interno basin versus fusca, secunda fusca po- gonio externo ei apice albis, reliquis fuscis; subalaribus albis; maxila fusca, mandibula fiava apice fusco; pedidus fiavidis ; iride jusca. Long. 159º”, al. 80; caud. 66; tars. 26; rostr. a r. 49. A. cumpestris.— Long. 170º”: al. 87; caud. 74; tars. 28; rosir. ARES). ; É inferior nas dimensões e muito differente nas côres do 4. campestris, nem conheço especie alguma deste genero que se lhe assemelhe no tom alvacento da plumagem. As regiões inferiores são quasi brancas, apenas levemente tintas de fulvo claro no peito e a PHYSICAS E NATURAES - 5a e parte superior do abdomen e assombreadas de fulvo-acinzentado nos hypocondrios. É bem distincto o risco escuro que desce da base da mandibula pelos lados da garganta ao peito, e este apre- senta duas ou tres series de pequenas malhas pardas triangulares regularmente espaçadas. A distribuição do branco e pardo nas duas pennas lateraes da cauda em nada differe do que se observa no 4. campestris; porém as duas pennas caudaes medias, bem como as tectrizes e pennas secundarias da aza são largamente orlaúas de branco, em vez de ruivo. - Turdos strepitans. Smith. «Iris castanho, tarso côr de folha secca, dedos mais escuros. O estomago contém termites e insectos. N. vulg. Kukenekene.» Não póde haver a menor duvida de que é bem distincto do T. simensis, Rúpp, ou mais correctamente T. semiensis, como quer von Heuglin. Tambem temos por boa especie o nossso T. Ver- reauxi, descripto n'este jornal (vol. 11 pag. 342), o qual todavia nos parece ser a mesma ave que Sundevall descreveu em 1849 sob a denominação de T. simensis (V. Sundev. Ofvers. Kongl. Vet. Akad. Forh. 1849 p. 157), e que Hartlaub indica com o mesmo nome no seu excellente livro sobre a ornithologia d' Africa occidental (V. Hart]. Syst. der Orn. West-africa's p. 74). 928. Picnonotus tricolor. Hartl. 29. «Iris castanho. Come insectos e fructos. Voa bem e pousa indif- ferentemente nos ramos mais elevados e nos mais baixos das ar- vores. N. vulg. Kulotete.» Phyllastrephus capensis. Sw, «Iris castanho. Tarso pardo azulado. Vive nos montes e faz os ninhos nos ramos mais proximos do chão. Põe ordinariamente dois ovos. No estomago de um encontrei formigas. N. vulg. Utena.» 30. Criniger flaviventris. Smith. d1. «Iris roxo terra. N. vulg. Coleçole.» Craterops melanops. Hart]. «Iris amarello. N. vulg. Numbella.» E a primeira vez que encontramos em remessa do sr. Anchieta esta especie, descripta em 1866 pelo dr. Hartlaub em vista de um 54 d2. ) JORNAL DE SCIENCIAS MATIHEMA TICAS exemplar obtido por Andersson em Damara-Land (V. Proc. Z. S. L. 1866 p. 435, pl. 37). Diversos specimens desta mesma proce- dencia existem na excellente collecção africana do nosso amigo Sharpe, conforme se vê no catalogo por elle publicado (V. Sharpe, Cat. of afr. Birds. p. 24. Dicrurus divaricatus. Licht. «9. Iris vermelho, 9 juv. iris roxo terra. N. vulg. Mungando. O sr. Gurney, na sua interessante obra sobre as aves de Dama- Land, não menciona o D. divaricatus Licht, mas cita em vez desta especie o D. musicus Vieill!. Accrescenta este distincto ornitholo- gista que os exemplares de Damara pertencem a uma raça inferior na estatura, e menos primorosa no canto do que o D. musicus da Africa austral. Para Lord Walden, que o mesmo auctor cita, o Dicrurus de Damara-Land é uma fórma representativa do D. musicus, exacta- mente como o D. divaricatus é o seu representante na Senegam- bia. Comparando estes specimens do Humbe com outros provenientes de outros pontos de Angola, não podemos descobrir entre uns e outros differença alguma apreciavel, nem tambem nos parecem por qualquer titulo distinctos de exemplares d'Africa oriental, que per- tencem evidentemente ao D. lugubris. Existe no museu de Lisboa um individuo do D. musicus, com- prado em tempos à casa Verreaux, de Paris, e proveniente do Cabo de Boa Esperança. Este avantaja-se a todos aquelles nas dimensões e differe d'elles na côr das pennas das azas, que são na parte in- ferior d'um pardo claro, em vez de apresentarem a côr cinzenta clara ou esbranquiçada, que encontramos na face inferior das pen- nas alares de todos os individuos de D. divaricatus que temos po- dido examinar. Da confrontação d'este exemplar com os que possuimos das pos- sessões portuguezas d'Africa occidental, resulta para nós a convic- ção de que a estes melhor cabe a designação de D. divaricatus. 33. Bradyornis mariquensis. Smith. «Iris pardo. N. vulg. Katena.» !Y. Gurney. Birds of Damara-Land p. 125. d4. 39. 36. d7. 38. 59. hO. h4. ha. hd. PHYSICAS E NATURAES 55 Bradyornis ater. Sundev. «Iris castanho. N. vulg. Mungondo» Muscicapa cinereola. Hart]. et Finsch. (Vog. Ostafr. pag. 302, t. 4, LS DE cIris castanho. Tarso gridelim escuro. Faz os ninhos na proxi- midade do rio no capim. N. vulg. Kapiapia, em imitação do seu canto. » Recebemos dois exemplares d'esta especie, que não vem incluida por Gurney no numero das aves de Damara-Land. Apenas faz men- ção da M. griseola. L., a qual todavia pôde ter sido confundida com esta. Platystira molitor. Sharpe. a Lanioturdus torquatus. Waterh. «Iris amarello esverdeado. N. vulg. Bixacorimbo.» Urolestes melanoleucus. (Jard.) «Iris castanho. N. vulg. Bitocatoca.» Nilaus brubru. (Lath.) Eurocephalus anguitimens. Smith. «Iris castanho. N. vulg. Bamba. Come insectos e aranhas.» Prionops talacoma. Smith. «Iris e rebordo palpebral amarellos. Pés côr de carne. N. vulg. Kambimba. » Prionops Retzii. Wahlb. «Iris amarello. Carunculas palpebraes encarnado vivo. Bico en- carnado, amarello na ponta. Tarso côr de coral. N. vulg. Banvo ou Kanjuelo. Encontram-se, dizem, poisados sobre as Antilopes, ca- tando as larvas, à maneira das Buphagas. Comem insectos.» Laniarius atrococcineus. (Burch.) «Iris castanho. Alimentação coleopteros e outros insectos. N. vulg. Elungula.» 56 44. em GE h7. 18. hQ. 50. o1. od. JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Laniarius major. Hartl. «Íris castanho. N. vulg. Kilangalangimbo.» Laniarius cubla. (Shaw.)? «Iris vermelho. N. vulg. Kaçalacatoto.» . Malaconotus similis. Smith. cris côr de chocolate. N. vulg. Kaçalanene e Sanganari.» Telephonus trivirgatus. Smith. «Íris chocolate com um annel interno côr de madre-perola. En- contram-se nos arbustos em procura de insectos. N. vulg. Maium- bela.» Corvas scapulatus. (Daud.) «Iris castanho. É abundantissimo. N. vulg. Equala.» Lamprotornis Burchelli. Smiih. «Iris castanho. Come termites e fructos. E uma das aves mais vulgares no Humbe. » Lamprocolius sycobius. Peters. «Iris amarello vivo. N. vulg. Quire.» Dilophus caruneulatus. (Gm.) «Iris castanho; espaço um post-orbitario amarello claro. Bico ar- roxado claro manchado d'escuro em volta das narinas. Pelle nua infra-maxiilar amarella. Tarsos pardos. N. vulg. Virindongo.» . Textor erythrorhynchus. Smith. «Iris castanho. N. vulg. Zembo-zembo. Abundam mais aqui do que nos sertões d'Angola e Mossamedes. » Hyphantornis ocularius. Smith. «Iris roxo-terra. O estomago continha gafanhotos pequenos e arachnideos. N. vulg. Janja.» . Plocepasser mahali. Smith. «Iris vermelho. N. vulg. Balamatete e Kitungambela.» do. 58. 59. 60. 61. 65. 65. PHYSICAS E NATURAES 517 Passer diffusus. Smith. «Iris pardo. N. vulg. Embolio.» - Fringillaria flaviventris. (Vieill.) «Iris castanho. N. vulg. Sapanzoba.» . Bucorax caffer. Schleg. «N. vulg. Mucungungo. Encontrei-lhe no estomago coleopteros e gafanhotos. Fazem os ninhos com cama de capim nas cavidades dos troncos, e poem de ordinario dois ovos. Vulgares no Humbe.» Toccus erythrorhynchus. (Gm.) «Iris castanho. N. vulg. Kiçumbiandando. Nidifica nos buracos dos troncos e põe de ordinario dois ovos. Come uma especie de milho miudo, a que chamam maçcongo.» Poiocephalus Ruppelli. Gray. «Iris castanho. N. vulg. Kiçua.» Pogonias leucomelas. (Bodd.) «Iris castanho. Tarso escuro. Tenho-lhes achado no estomago ora fructos, ora insectos e termites. N. vulg. Kandundobala. » Dendropicus namaquas. (Licht.) .- Dendropicus cardinalis. (Gm.) «Iris roxo. Bico côr d'ardosia. Tarso pardo escuro. N. vulg. Ban- gula (ferreiro) e Balambamba por bater com o bico na casca das arvores.» Turtur senegalensis. (L.) «9. Iris castanho. Tarso roxo. N. vulg. Kalungumbo.» - Streptopelia semitorquata. (Rupp.) «Iris encarnado. Espaço peri-ophthalmico roxo; pés roxos. N. vulg. Filafila. » Streptopelia damarensis. Finsch & Hartl. «Iris castanho. Tarso roxo. N. vulg. Cocololombua, nome um pouco onomatopaico. Come feijões. Nidifica no tronco das arvores; o ninho é muito simples; põe dois ovos.» 8 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS 66. (Ena capensis, (L.) «Iris castanho. Bico e pés vermelho escuro. N. vulg. Tundulo. Apparece em bandos pouco numerosos.» 67. Chalcopelia chalcospilos. (Wagl.) «Iris castanho. N. vulg. Kutiambobola. Vivem isolados.» Ao adoptar a denominação de Wagler, é nossa intenção unica- mente significar que os exemplares remettidos pelo sr. Anchieta, correspondem perfeitamente à figura em que Levaillant represen- tou a Tourterelle emeraudine !, isto é, tem malhas dum verde me- tallico com reflexos acobreados nas tectrizes das azas, caracter ge- ralmente attribuido à chamada raça do sul, e em contraposição à que vive mais ao norte e tem essas malhas de côr violacea ou amethystina. No museu de Lisboa existe um exemplar de região mais septen- trional (Pungo-andongo no sertão d'Angola) com este ultimo cara- cter, e representando por isso a Chalcopelia afra L., tomada esta designação no sentido mais restricto?. Este exemplar é sensivel- mente mais pequeno que os outros dois, e tambem differente destes quanto á côr dos pés. N'aqueile (Ch. afra) os tarsos e dedos apre- sentam-se agora amarellos, d'onde se infere a possibilidade de te- rem sido em vida de um vermelho mais ou menos vivo: pedibus rubentibus, pedibus roseo-escarlatinis são os termos empregados por Hartlaub e von Heuglin na diagnose desta especie com refe- rencia a exemplares da raça mais septentrional. Os exemplares porém que recebemos agora do Humbe teem os pés de um violaceo achumbado, mais escuro nos dedos, o que faz presumir que em vida seriam, como os descreve Andersson, d'um vermelho azulado, blwish jlesh colour à. Parece por tanto haver differenças nas proporções do corpo e na côr dos pês, que reunidas à côr diversa das malhas nas tectrizes das azas podem auctorisar a separação dos dois typos. Da confirmação da existencia d'estes caracteres distinctivos, e da sua coincidencia com a differente distribuição geographica, depende a acceitação definitiva das duas especies. 1 Levaillant. Ois. d Afr. pl. 274. 2 V. Bocage, 4.º lista: Jorn. de sc. math. t. 1, num. 8, pag. 349. 3 V. Gurney. Birds of Damara-Land. p. 237. 68. 69. 10. a Pp 7h. 15. 16. PHYSICAS E NATURAES 59 Francolinus pileatus. Smith. «Iris castanho. Bico preto arroxado. Pés coral roseo vivo. N. vulg. Kalangue. Não me parece abundante; encontrei-o em mattos muito cerrados ao norte do Humbe.» Francolinus adspersus. Waterh. «Iris castanho. N. vulg. Angi.» Cursorius senegalensis. (Licht.) (Edicnemus capensis. Licht. «Iris amarello. N. vulg. Kilubio. O papo continha gafanhotos. » (Edicnemus vermiculatus. Cab. «Iris amarello levemente prateado. N. vulg. Kilubio.» « Hoplopterus speciosus. (Licht.) «9. Iris vermelho. Come insectos. N. vulg. Kukolekole. É muito desconfiado. Quando sente os cães, a 200 passos ou ainda a maior distancia, solta um grito de espanto, que o nome indigena imita um pouco, com que avisa e íaz levantar todas as mais aves aqua- ticas. É vulgar em todas as aguas, mesmo nos charcos.» Chettusia coronata. (Gm.) «Iris amarello. Bico na base e pés vermelho coral. Achei no papo coleopteros. N. vulg. Kilocuenke.» Egialites tricolaris. (Vieill.) «Iris pardo. Rebordo das palpebras encarnado; metade posterior do bico roseo escuro; tarso côr de carne arroxado. N. vulg. Ka- mengamenha. » Laomedontia carunculata. (Gm.) «Iris côr. de cana um pouco tostado. O estomago continha mol- luscos terrestres. Nas margens do Cunene veem-se poisados em linha; são muito presentidos e com muita difficuldade se consegue aproximar dºelles a distancia de tiro. Quando levantam vôo, sobem muito alto descrevendo curvas e soltando um canto que é a repe- tição de chrrr chrrr chrrr. N. vulg. Namgombeia-alungo.» 60 Wo 18. 19. JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Ardea melanocephala. Vig. «ris e rebordo palpebral côr de canna. Muito cammum. N. vulg. Kilubio.» Scopus umbretta. Gm. «Iris castanho. Tarso e bico pretos. Come peixe. N. vulg. Nan- queankine.» Rhynchops flavirostris. Vieill. «Iris castanho. Bico encarnado, transparente e amarelado no apice e bordos. Tarso encarnado. N. vulg. Bamba. Não são raros no Cunene.» PHYSICAS E NATURAES 61 BIBLIOGRAPHITA = ——— à. «Die Glanzstaare Alrika's», monographisch bearbeitet | von Dr. &. Harilauh Com este titulo publicou recentemente o dr. Hartlaub um excel- lente trabalho monographico sobre os Lamprotornideos d'Africa. Este escripto contém tudo quanto até ao presente se sabe d'este interessante grupo da ornithologia africana, a que o auctor tem desde longa data consagrado uma attenção particular. As diagnoses das especies são ali dadas com rigorosa exactidão, os caracteres distinctivos de cada uma indicados cuidadosamente, a sua synonimia apontada com o maior escrupulo. Em poucas paginas se en- contram coordenados os resultados de investigações laboriosas e perse- verantes, e o fructo de uma vasta experiencia ajudada de não vulgar sa- gacidade. É sobremodo interessante o resumo, que apresenta o dr. Hartlaub, de quanto se conhece ácerca da distribuição geographica das especies d'este grupo pelo continente africano e ilhas que lhe andam annexas; sendo muito para notar a superioridade que apresenta à Africa occi- dental sobre as outras regiões da mesma divisão geographica, quanto ao numero de especies que parecem pertencer-lhe exclusivamente. Feita assim inteira justiça ao merito incontestavel d'este escripto, seja-nos permittido dizer que em alguns pontos não podemos concordar infeiramente com a opinião auctorisada deste distincto ornithologista. Não nos parece que o dr. Hartlaub andasse bem em dar fóros de boa especie ao LAMPROCOLIUS NITENS (L.), denominação que tem sido dada a especies diversissimas, e que só tem por documentos authenticos de sua existencia a descripção e figura de Brisson, descripção e figura que a nenhuma especie actualmente conhecida podem ser referidas sem ex- cessiva condescendencia. Nem julgamos que a descripção publicada por Pucheran em 1858 de um exemplar do Museu de Paris, exemplar muito antigo e de origem desconhecida, lançasse sobre este assumpto toda a luz “de que elle carece para cessarem as duvidas e incertezas ácerca do que seja 0 Merle veri d' Angola de Brisson. 62 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Tambem nos não parece que o Spreo bispecularis, Selater et Stri- ckl. (Contr. Orn, 1852 p. 149), deva figurar na synonimia do L. pha- nicopterus, antes nos inclinamos a que seja identico ao L. decoratus Hartl. Na descripção de Stritkland cita-se muito expressamente o cara- cter por que se distingue esta especie do L. phonicopterus — «primary covers violet purple», caracter que effectivamente ainda hoje se observa no specimen de Damara-Land, descripto por Strickland, segundo teve a bondade de nos informar o sr. Osbert Salvin, que a nosso pedido o examinou no Museu de Cambridge, onde este exemplar se conserva. O sr. Anchieta tem-nos remeitido por vezes exemplares do L. de- coratus colligidos no sertão de Mossamedes; ainda os não recebemos porém do Humbe e Rio Cunene, regiões mais proximas do paiz visitado por Andersson, d'onde nos teem vindo specimens do L. sycobiws, que habita tambem o sertão de Mossamedes. No entanto não ha motivo para afirmar que o L. decoratus não tenha, como este, um habitat de cir- cumseripção mais meridional. Figuram ainda na monographia do dr. Hartlaub duas especies de Lamprocolius cuja authenticidade hesitamos em admittir. São L. Lesso- nú, Puch. e L. Defilippi, Salv.; o primeiro dos quaes se diz proveni- ente de Fernando Pó e o segundo da Costa d'Angola. Em quanto a ac- quisição de novos exemplares não vier confirmar as inducções que Pu- cheran e o conde Salvadori tiraram do exame do unico specimen que existe respectivamente no Museu de Paris e no Museu de Turim, temos por mais prudente sobrestar na admissão d'estas especies, que tanto parecem aproximar-se do L. splendidas. Desta interessante familia possue já o Museu de Lisboa uma valiosa collecção de especies, onde avultam principalmente as d'Africa occiden- tal. Ha importantes lacunas a preencher, mas é de esperar que com o tempo essas faltas desappareçam. As especies que temos representa- das são as seguintes: 1. Lautprois acneus. (Gm.) à, Gorés, c, d, procedencia desconhecida. e, (L. Eyto.Fras.) procedencia desconhecida. 2. L. purpuropterus. Ap. | a, Abyssinia; bnbia: c, Sennaar. 3. L. purpureus. Boc. à, b, c, d, etc. Ango(Capangombe e Quillengues). PHYSICAS E NATURAES k. L. Burchelli. Smith. a, b, Angola (Humbe). 5. Lamprocolius ignitus. (Licht.) a, Ilha do Principe, offerecido pelo dr. Hartlaub. b, c, Africa occidental, sem designação de procedencia. 6. L. splendidus. (Vieill.) a, b, c, d. Angola (Casengo). e, Gabão. = E pes . auratus. (Gm.) a, Bissau. [ b, Africa occidental sem indicação da localidade. 8. L. chaleurus. v. Nordm. a, Goréa. b, Africa occidental, sem indicação de procedencia. 9. L. porphyrurus. Haril. a, Costa d'Ouro, offerecido por Mr. Sharpe. 10. L. chalybaeus. (Ehrb.) 63 a, Africa oriental, procedente da viagem do sr. von Heuglin. b, Soudan, offerecido pelo Museu de Turim. 41. L. acuticaudus. Boc. a, b, c,.... Angola (Huilla e Caconda). 12. L. phoenicopterus. Sw. a, Africa meridional, comprado à casa Verreaux, de Paris. 13 L. bispecularis. (Strik. et Scl.) L. decoratus. Haril. à, b, c,.... Angola (Capangombe, Ambaca, sertão de Loanda, etc.). 1h. L. syeobius. Peters. à, b, c, d, Angola (Builla, Gambos, Humbe). 15. L. melanogaster. Sw. a, Africa meridional. 16. 17. 18. E, 20. 214. h9 h9 25. JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS L. purpureiceps. Verr. a, Gabão, comprado à casa Verreaux, de Paris. Pholidauges leucogaster. (Gm.) à, b, Gorea. c, Abyssinia. d, e, Africa, sem designação de procedencia. Ph. Verreauxi. Boc. a, b, c, d, Angola (Biballa, Huilla, Ambaca, Caconda). Notauges superbus. Rúpp. a, b, c, Africa oriental. N. chrysogaster. (Gm.) a, Abyssinia, da viagem de Riúppell. b, Nilo-Branco, da viagem do sr. von Heuglin. Spreo bicolor. (Gm.) a, b, Africa meridional (Cabo de Boa Esperança). - Onychognathus Hartlaubii. Gray. a, Fernando Pó; magnifico exemplar ó comprado ha annos à casa Verreaux de Paris. « Amydrus morio. (L.) à, b, Cabo de Boa Esperança. . À. Rúpelli. Verreausx. a, b, Abyssinia, da viagem de Rúppell. A. Caffer. (L.) a, b, Angola (Rio Coroca). « Pilorbinus albirostris. (Rúpp.) a, b, Abyssinia. da viagem de Sehimper. B. vu B. PHYSICAS E NATURAES 65 MATHEMATIOA SÓS —e— À. Secções conicas do conoide circumscripto a uma conica POR LUIZ PORFIRIO DA MOTTA PEGADO 1. — Imagine-se um conoide, cujas directrizes são uma conica e uma linha recta, referido ao plano director e ao da conica, como pla- nos de projecção. Não sendo, em geral, perpendiculares entre si estes planos de pro- jecção, convirá empregar projectantes, que sejam perpendiculares à in- tersecção dos planos de projecção e parallelas a um ou outro d'estes planos. É sabido que, com este systema de projecções, os traçados ordi- narios de geometria descriptiva só precisam ser modificados nas ques- tões em que se tratar de medida d'angulos, ou de perpendicularidade de rectas. Sejam d'f'g'e' (fig. 1) a direciriz conica do conoide, ab, a'b! as a [aj JORN. DE SCIENC. MATH, PHYS. E NAT.— N. XVIII. 66 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS projecções da directriz rectilinea e P, P' os traços d'um plano, que passa pelo ponto (b, b') d'intersecção da directriz rectilinea com o plano da conica e que é parallelo à linha de terra L 7. A intersecção do plano (P,P”) com o conoide póde obter-se empre- gando, como superfícies auxiliares, paraboloides hyperbolicos, que cor- tem o conoide e o plano segundo geratrizes rectilineas de systemas dif- ferentes. Os paraboloides, que tiverem por directrizes a recta (a b, a'b') e qualquer corda e'd' da conica e por plano director o plano director do conoide, satisfazem a esta condição. Com effeito, a corda e'd' do conoide, não estando com (ab, a'b”) no mesmo plano, visto que não passa pelo ponto (b, b'), determina com a recta (ab, a'b”) e com o plano director do conoide um paraboloide hyperbolico, de que é geratriz o traço P' do plano secante sobre o plano da conica. A secção feita por este paraboloide auxiliar sobre o conoide consta evidentemente de duas rectas, que se projectam sobre as paral- lelas e'ehe dd a LT, e que são geratrizes communs das duas super- ficies. A secção feita pelo mesmo paraboloide sobre o plano (P,P” não póde deixar de ser uma linha recta, visto que o plano (P, P”) contém a geratriz P' do paraboloide, e aquella recta, porque é geratriz do para- boloide e não é parallela ao plano director do conoide, deve projectar-se no plano da conica sobre uma recta, que passe pelo ponto x! commum às projecções e'd' e a'b! das duas directrizes do paraboloide. O ponto (m,m'), que resulta da intersecção do traço aD do paraboloide com o traço P do plano, pertence tambem à secção feita pelo paraboloide sobre o plano (P,P'). Logo m'n' representa a projecção desta secção sobre o plano da conica. As geratrizes do paraboloide projectadas so- bre d'd4 e m'n' pertencem a systemas differentes e encontram-se por consequencia em um ponto, que se projecta em d4, e que tambem pertence à intersecção do plano (P,P!) com o conoide. “A projecção dy d'este ponto sobre o plano director do conoide de- termina-se construindo as projecções horisontaes ds e rm das duas ge- ratrizes do paraboloide. O ponto e obtem-se recorrendo ao mesmo paraboloide auxiliar, que serviu para achar o ponto (dk, d'1). Tomando outras cordas para directrizes de paraboloides auxilia- res, obtem-se por modo semelhante novos pontos da secção plana do conoide. 2.— Quando a corda passa pelo ponto (b, b), o paraboloide auxi- liar reduz-se a um plano. A intersecção, porém, d'este plano com o co- PHYSICAS E NATURAES 67 noide e com o plano (P, P) obtem-se exactamente, como no caso, em que a superficie auxiliar é a de um paraboloide. Quando a corda é parallela a LT, o paraboloide auxiliar degenera em dois planos, um parallelo ao plano director do conoide e outro pa- rallelo à corda, ou a LT e passando por a directriz rectilinea (ab, a'b'). Este segundo plano não póde aproveitar-se, como superficie auxiliar, porque, ou não encontra o conoide, ou encontra tanto este, como O plano (P,P” em uma só recta P'. O outro plano, que é horisontal, de- termina no conoide e no plano (P, P') rectas differentes, porém, como estas teem a mesma projecção no plano da conica, só póde por elle determinar-se a projecção d'um ponto da curva sobre o plano da co- nica, depois de estar conhecida a projecção do mesmo ponto noutro “Plano. 3.— Demonstra-se facilmente que, se forem parallelas entre si as cordas e'd', f'g', etc. da conica, tambem serão parallelas entre si as cor- das e4d', f19', ete. que lhes correspondem na projecção da linha com- mum ao plano (P, P') e ao conoide, Sejam e'd' e f'g' duas cordas parallelas entre si. Os paraboloides correspondentes a estas cordas encontram o plano (P, P) em duas re- ctas, que se projectam em m'»' e em p'qg'. Aquellas rectas, posto que existam no mesmo plano, não podem ter ponto algum commum a distan- cia finita, porque, se effectivamente ellas se encontrassem, pelo ponto d'encontro passaria uma geratriz horisontal commum a ambos os parabo- loides e essa geratriz, devendo encontrar e'd' e f'g', deveria confun- dir-se com P'. Porém, se aquellas rectas se encontrassem em um ponto de P', nesse ponto, que necessariamente seria distincto de (b,b'), os dois paraboloides teriam o mesmo plano tangente, e por consequencia concordariam ao longo de P”, visto que, em todo o caso, elles se to- cam em (b,b'). E, como os dois paraboloides não podem concordar ao longo de P', sem que cada um tenha o mesmo plano tangente nos pon- tos « e 6 da geratriz P', segue-se que as duas rectas em questão tam- bem não podem cortar-se em ponto algum de P'. Logo estas rectas são parallelas entre si e consequentemente tambem m'n' e p'q' serão parallelas uma à outra. O parallelismo d'estas ultimas rectas póde tambem demonstrar-se por meio da theoria das linhas proporcionaes. Conclue-se do exposto que a curva d'e1g'f'1, isto é, a projecção sobre o plano da directriz conica da secção feita pelo plano (P, P') no - conoide, pôde obter-se tirando na conica dada qualquer systema de cordas parallelas e'd”, f'9', etc. conduzindo parallelas a LT pelos pontos 5. 68 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS em que ellas cortam a conica e rectas parallelas a uma direcção deter= minada, c dependente da inclinação do plano secante, pelos pontos em que as mesmas cordas encontram a projecção a'b” da directriz recti- linea do conoide. À k.—Da semelhança dos triangulos d'n'dh, fq'f«, etc. póde con- cluir-se, que a curva d4e1gh1/1, bem como a secção feita no conoide pelo plano (P,P?, será uma conica, sempre que o for a curva d'e'f'g' e que as tres conicas serão em todos os casos curvas do mesmo genero. “Pode, comtudo, demonstrar-se esta proposição, considerando a curva d'e'gf e a recta a'b! como traços dum cylindro e d'um plano sobre o segundo plano de projecção, e suppondo que se pretende construir a intersecção do plano com o cylindro, empregando planos parallelos en- tre si e que tenham para traços as rectas e'd', g'f', etc. As secções feitas por estes planos auxiliares no cylindro podem suppor-se projectadas sobre as rectas d'd', ff1, etc. e as secções fei- tas pelos mesmos planos sobre o plano (P, P”) podem suppor-se pro- jectadas sobre as rectas m'n', q'p', etc. Admittindo estas hypotheses, que jamais deixam de ser possiveis, conclue-se que c4d4f4gh é a projecção sobre um plano da secção plana dum cylindro de segunda ordem, e por tanto que esta secção e a sua projecção e1d4f19' são conicas do mesmo genero que e'd'f'g'. 5. — Empregando, para determinar um paraboloide auxiliar, a tan- gente h'l', em vez d'uma corda, obtem-se um paraboloide hyperbolico, que concorda com o conoide ao longo da geratriz, que passa pelo ponto de contacto h! da tangente. A intersecção d'este paraboloide de con- cordancia com o plano (P, P”) é uma recta, que se projecta sobre a tan- gente Ih! à conica eadifig'. 6.—Sendo h'' e k't duas tangentes parallelas da conica dada, se- rão h'l! e kht' tangentes parallelas de ehdhf1g'. Logo ao diametro h'k' da primeira conica corresponde o diametro h'1k', da segunda. Este diametro h'k', é evidentemente a projecção da secção feita pelo plane (P,P” no paraboloide auxiliar de que é directriz o diame- tro h'k”. Os diametros h'k' e h!k'1, sendo prolongados, devem por tanto encontrar-se num ponto w' da recta a'b”. 7.— Em geral, o paraboloide determinado por qualquer diametro h'k' da directriz conica, pela direetriz rectilinea (ab, a'b”) e pelo plano director do conoide encontra os diversos planos conduzidos pela recta P' segundo diametros das conicas situadas n'esses mesmos planos. À cada um d'esses paraboloides daremos o nome de paraboloide dos diameiros. PHYSICAS E NATURAES 69 Qualquer PARABOLOIDE DOS DIAMETROS divide ao meio todas as cor- das (e'd', f'g', end, fig", etc.) do conoide, que coincidem com geratri- zes dos paraboloides auxiliares determinados pelas cordas da directriz comica conjugadas do diametro da mesma conica correspondente ao pa- raboloide dos diametros. 8.—A intersecção de dois paraboloides dos diametros é uma ge- ratriz rectilinea (oc, 0'c) commum a ambos os paraboloides. Logo os centros de todas as secções conicas do conoide estão numa recta horisontal, que encontra a directriz rectilinea (ab, a'b”). 9.— Os paraboloides dos diametros correspondentes a dois diame- tros conjugados da directriz conica gosam de propriedades analogas às dos planos diametraes conjugados das superfícies de segunda ordem, porque cada um delles divide ao meio as cordas do conoide, que coin- cidem com geratrizes dos paraboloides auxiliares determinados por cor- das da directriz conica parallelas ao diametro correspondente do outro paraboloide dos diametros. Quando o diametro x'y', que passa pelo traço (b, b), ê conjugado das cordas parallelas a LT, ha dois paraboloides de diametros conju- gados, que se transformam em planos. Estes dois planos teem proprie- dades analogas às dos planos diametraes conjugados, porém, não intei- ramente identicas, porque as cordas, que cada um d'elles divide ao meio, não são parallelas entre si, nem são parallelas ao outro plano. 10.— Quando a directriz rectilinea (go, a'o') é parallela ao plano da directriz conica (fig. 2), a recta P' da fig. 1 desapparece para uma 70 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS ' ' Da a VE RE : E 8 Ph. heliog. no a PN PATO y CENA q APNR 4 N NA O fn ria EN a | N ' (Se E . , INT) EN = ' : RES ES : q 5. a Dis! y 5 pos, ES a RSRS so qa e O ES EaD ' & * EOSRER SAIU (ii VOS RS Sal ! ES Ne AS AS ' ERRA me NOS. PTE c o x distancia infinita e por tanto os planos, que deviam passar por ella, tornam-se todos parallelos ao plano da directriz conica. Não ha, comtudo, difficuldade em demonstrar directamente, que, n'este caso particular, as secções feitas no conoide por planos parallelos ao plano da directriz co- nica, São conicas do mesmo genero, que esta. Neste conoide particular ha tambem dois paraboloides dos diame- tros, que se reduzem a planos, a saber, o determinado pelo diametro parallelo a a'o', que evidentemente é tambem parallelo à directriz rect- linea (ao, a'o), e o determinado pelo diametro parallelo a LT. O pri- meiro d'estes planos contêm a directriz (ao, a'0”) e o centro (c, c') da conica dada, e o segundo contém este mesmo centro e é parallelo ao plano director do conoide. Tanto estes planos, como os paraboloides dos diametros gosam neste conoide particular das mesmas proprieda- des de que gosam as superficies correspondentes no conoide, em que a directriz rectilinea não é parallela ao plano da directriz conica. 114. — Estes planos, em que se convertem dois dos paraboloidos dos diametros, tornam-se verdadeiros planos diametraes, quando a di- rectriz rectilinea é parallela ao diametro da conica directriz, que é con- jugado das cordas parallelas a LT, isto é, das cordas párallelas ao plano director do conoide. PHYSICAS E NATURAES 71 Effectivamente demonstra-se sem difficuldade que, n'este conoide particular (fig. 3), o plano que contém (ao, a'o') e o diametro h/k' corta . 8 Vá Cg-ccffo-cabancoos esmo = / RA é e a ) / É. Ls os planos das diversas secções conicas segundo os diametros conjuga- dos das cordas parallelas a LT e o plano, que passa por (c, c”) paral- lelamente ao plano director, corta as secções conicas segundo os dia- metros parallelos a LT, isto é, segundo diametros conjugados dos dia- metros parallelos à directriz (ao, a'0'). Logo o plano determinado pela recta (ao, a'o) e pelo ponto (c, c”) é um plano diametral do conoide, por- que divide ao meio as cordas parallelas à intersecção do plano director com o plano da directriz conica e o plano, que passa por (c, c” paralle- lamente ao plano director do conoide, é plano diametral, porque divide ao meio as cordas parallelas à directriz rectilinea do conoide. 12. — Quando um dos eixos da directriz conica é parallelo ao plano director do conoide e o outro é parallelo à directriz rectilinea, os dois planos diametraes do conoide conteem os eixos de todas as suas sec- ções conicas, porém sómente se convertem em planos principaes, no caso em que o plano director é perpendicular ao da directriz conica e a intersecção destes planos é perpendicular «o plano diametral, que passa pela directriz rectilinea. Em qualquer conoide, no qual um dos eixos da conica é paral- lelo a LT e o outro é parallelo à directriz rectilinea, duas secções coni- cas equidistantes da directriz rectilinea são sempre eguaes entre si e, Na, JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS se uma das directrizes do conoide for ellipse, haverá entre aquellas sec- ções eguaes duas, que sejam circulares. 13. — Em todas estas questões relativas ao conoide é facil reconhe- cer, que a directriz conica é homologica da projecção sobre o seu plano de qualquer das secções conicas do mesmo conoide. O eixo de homo- logia é a projecção da directriz rectilinea sobre o plano da directriz co- nica, e os raios de homologia são todos parallelos à intersecção do plano director do conoide com o plano da directriz conica. Estas relações de homologia não existem só no conoide circum- seripto a uma conica. Em geral, seja qual for o conoide, comtanto que uma das directrizes seja rectilinca, a directriz curvilinea é homologica com a projecção no seu plano da secção feita no conoide por qnalquer plano conduzido parallelamente a LT pelo ponto d'intersecção da dire- ctriz rectilinea com o plano da directriz curvilinea. Abril de 1875. PHYSICAS E NATURAES hs BOTANICA =) —— 1. As arvores da quina em Cabo Verde POR B. A. GOMES Recebemos da ilha de Santo Antão, na data de 26 de novembro de 1874, carta do sr. dr. Francisco Hopffer, digno medico da provin- cia e archipelago de Cabo Verde, com informações ácerca das arvores da quina, que para ali foram remettidas ha cinco annos; e acompanhando-a veiu um pequeno ramo florido, colhido no sitio da Fajan de Bois, aonde existe em cultura uma parte d'estas plantas, e aonde pela primeira vez appareceram floridas no mez de outubro do proximo anno findo de 1874. Depois nos foram enviados pela secretaria d'estado dos negocios da ma- rinha e ultramar os exemplares egualmente floridos, que o governador da provincia, o sr. C. A. d'Almeida e Alburquerque mandou ao governo para serem examinados e determinada a especie botanica a que perten- cem. O local da cultura é no officio do governador denominado, o Pico da Ribeira do Paul, que suppomos será o mesmo que nos fora indicado pelo sr. Hopffer, por quanto da carta recebida se deprehende terem sido os ramos assim mandados tambem colhidos por elle na inspecção official que para isso se lhe ordenára. De resto a respeito das localida- des no archipelago, aonde estas culturas se teem iniciado e das condi- ções topographicas e climatericas às quaes satisfazem, ainda carecemos de informações, que mais tarde havemos de obter. A todos os ramos en- viados ainda falta a fructificação, que é para desejar venha logo que el- les a produzam; ha ahi, porém, o que basta para reconhecer desde já os caracteres da especie, auxiliados como para isso fomos pelas excel- lentes monographias de Weddell e Howard, Histoire naturelle des quin- quinas, Hlustrations of Nueva Quinologia of Pavon. O exemplar que ti- vemos do dr. Hopffer não trazia mais folhas do que as floraes, differentes, 74 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS como são, na fórma e grandeza das outras, que guarnecem as mesmas plantas, e que só podêmos ver nos exemplares mais completos, remetti- dos pela secretaria d'estado: com semelhante falta o ramo primeiro es- tudado nos pareceu que seria da especie, Cinchona Condaminea var. lancifolia Weddell; soccorridos, porém, pela observação dos ultimos, nenhuma duvida nos parece restar de ser antes a especie para todos estes ramos, a Cinchona suceirubra, que o celebre botanico hespanhol, Pavon, primeiro assignalou, e que Howard depois, aproveitando os tra- balhos ineditos d'aquelle botanico e todas as informações ulteriormente colhidas, circumstanciadamente descreveu e figurou na monographia que publicou e a nós nos serviu de guia principal no assumpto, a pag. 1-23, est. 9. Esta determinação está em harmonia com a precedente historia das tentativas ha seis annos feitas para introduzir nas ilhas tão interes- sante arvoredo, por quanto as sementes que vieram do jardim Dotanico de Kew, e graças aos cuidados empregados no de Coimbra, deram ori- gem às plantas remettidas para Cabo Verde e para outros pontos da Africa portugueza, procederam, segundo as indicações auctorisadas que traziam, das especies, Cinchona calyssaia, Cinchona Condaminea, e Cin- chona succirubra, as mais valiosas do genero, e que por isso foram o objecto dos principaes cuidados empregados pelos inglezes na introduc- ção deste arvoredo na India, aonde é hoje extensamente cultivado. En- tre as tres especies é sobretudo importante a Cinchona suceirubra, por ser a que dá a quina vermelha, a melhor e mais rica dos principios activos que distinguem estas valiosas drogas, e que os hespanhoes pri- meiro assignalaram pelo nome de cascarilla colorada de Huarando, a qual andou erradamente e por muito tempo atribuida a especies de Cinchona bem differentes e de facto bem menos valiosas. A Cinchona succirubra, ainda de outro modo se tornou interessante: crescendo em região da Nova Granada, na provincia de Quito, de alguns graus de temperatura inferior à das regiões em geral das outras especies de Cinchona, é das que se teem mostrado mais faceis de expatriar, que os inglezes mais espalharam pela cultura na India e na Jamaica. Tendo sido a primeira a florir nas ilhas de Cabo Verde promette tambem ser a que melhor produza no archipelago, propagando-se em larga cultura, e assegurando-lhe assim mais uma fonte de riqueza. A casca de ramos tão novos, como a dos ramos floridos que vieram, não permitte ainda o reconhecer-lhe nas cellulas a materia córante, os crystaes aciculares, as materias alcaloides, que só mais tarde ali apparecem caracterisando estas cascas, não tendo sido submettida a que recebemos à analyse chi- mica e microscopica, a que ulteriormente será alias preciso sujeitar as PHYSICAS E NATURAES 15 que derivem de ramos com a edade e desenvolvimento para isso -indis- pensaveis. Depois das remessas de Cabo Verde e do estudo por esta occa- sião feito, tivemos outra semelhante remessa da Madeira, que devemos aos cuidados do nosso amigo e collega, Barão de Castello de Paiva, e nos fez ter mais um ramo florido das arvores da quina cultivadas na ilha. Esta cultura tem sido ali feita com plantas, que foram de Lisboa e procederam das sementeiras do jardim de Coimbra, e com outras que vieram de Inglaterra; a que floriu, e pela primeira vez como as de Cabo Verde no anno de 1874, era das que foram de Coimbra e Lisboa e a informação diz crescer acima de 200 pés sobre o nivel do mar. O ramo remettido, tambem pequeno, não trazia senão as folhas floraes, é no entanto facil ver n'elle ainda a C. succirubra, e com ella a esperança de vir a ter espalhada na Madeira como na Africa portugueza a espe- cie das arvores de quina, capaz de produzir a qualidade desta casca a mais superior, sobretudo a mais rica pelos principios activos que a dis- tinguem. O Barão de Castello de Paiva menciona uma destas arvores de quina, situada a 600 pés de altura sobre o mar, a qual mede 15 pal- mos; é para notar quanto este desenvolvimento marcha parallelo com o das mesmas arvores em Cabo Verde, aonde o dr. Hopffer marca o de 333 centimetros, que são quasi os mesmos 15 palmos, para a ma- xima altura das que são ali cultivadas, tendo umas e outras a mesma edade. 76 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS 2. Apontamentos para o estudo da Flora Portugueza PELO CONDE DE FICALHO Existe hoje na Escola Polytechnica uma valiosa colleeção de plan- tas da nossa flora, colligidas e primorosamente preparadas pelo fallecido dr. Welwitsch. Esta collecção, propriedade da Academia Real das Scien- cias de Lisboa, foi-nos entregue em deposito logo que podémos dispor no edificio da escóla de salas acommodadas à collocação de hervarios, devendo-se principalmente a sua transferencia para local aonde melhor póde ser conservada e estudada, à iniciativa do sr. dr. Bernardino An- tonio Gomes, sollicito sempre em favorecer os interesses da sciencia que com tanto zelo e distincção tem cultivado. O hervario da Academia consta de duas partes bem distinctas, uma que foi entregue à Academia ainda em vida do dr. Welwitsch, e que comprehende a maior parte das cryptogamicas e não poucas familias das phanerogamicas, e uma outra recebida pela Academia como legado depois da morte do ilustre botanico, e que além de muitos duplicados das familias já entregues, contém numerosos exemplares de outras ainda não completas, revistas e entregues à Academia na occasião em que o dr. Welwitsch partiu para Africa. Julgamos que entre os hervarios que ainda se acham em Inglaterra, devem existir, além das valiosas collec- ções resultado da exploração das nossas colonias de Africa, muitas plan- tas portuguezas. Quando todas estas colecções se encontrem reunidas formarão sem duvida uma base importantissima para o estudo da Flora do nosso paiz. Todas estas plantas necessitam uma revisão demorada e minuciosa. Ainda mesmo entre as familias de que o dr. Welwitsch completou o es- tudo, achamos não poucas especies duvidosas, e dadas como taes pelo collector, que nem sempre teve à sua disposição os recursos necessa- PHYSICAS E NATURAES . a rios para uma classificação segura. Na collecção particular, abundam as especies duvidosas, as plantas só com indicação de genero, e muitas sem indicação alguma. A revisão e estudo completo do hervario da Academia, seria o es- tudo da nossa flora, e não só seria obra de grande tomo, demorada e dificil, senão mesmo impossivel de levar a cabo com os recursos de que dispomos em Portugal. A maior parte das especies só pódem ser definidas com segurança, comparando-as com os exemplares conservados em hervarios disseminados nos principaes museus da Europa. Em mui- tos grupos a inspecção e aviso de homens especiaes é indispensavel para proseguir no estudo. Não é por tanto possivel tentar hoje mais que uma revisão provisoria, a qual, introduzindo alguma ordem nas colleções a nosso cargo, sirva de base a um estudo futuro, mais detido e conciencioso. Qualquer trabalho definitivo, se acaso um dia tivermos forças e meios de o emprehender, será forçosamente demorado, e pareceu-nos, que se- ria possivel dar desde já algumas noticias de diversas familias, noticias que tem unicamente por fim chamar a attenção sobre as collecções que possuimos, fazendo apreciar o seu valor. Começamos pois hoje a publicação de uma serie de noticias destaca- das, sobre diversas familias de plantas, que se acham representadas no hervario de Welwitsch, destinadas a fazer conhecer a riqueza deste hervario, e a servir de apontamentos a futuros estudos. Não seguire- mos ordem alguma na successão das familias, mesmo porque no her- vario se encontram não poucas lacunas, que em parte devem desappa- recer, quando tivermos reunidas às nossas as collecções que ainda se acham fóra de Portugal. Démos às nossas noticias a fórma de uma enu- meração de todas as especies, qne existem no hervario. Fazemos se- guir o nome da especie de referencias, ao auctor que a creou, ao Prodrommus de Decandolle, ao Prodromus Florae Hispanicae de Will- komm e Lange, obra que nos prestou os maiores auxilios, e aos tra- balhos de Brotero e posteriores a este auctor que se referem a Portu- gal. Não pretendemos nunca dar uma synonimia completa, mas unica- mente a dos auctores que se occuparam da Flora Portugueza, e uma ou outra vez dos auctores que se tem occupado da Flora de Hespanha, ou de outra, quando nos pareceu que o citar estes synonimos podia es- clarecer a identidade das nossas especies. Damos em seguida à indica- ção da especie, e pareceu-nos que esta parte do trabalho póde ter al- gum interesse, a enumeração de todas as localidades em que a especie tem sido, a nosso conhecimento, encontrada no paiz. N'esta parte as no- tas minuciosas de Welwitsch forneceram-nos a maior e melhor parte 18 JORNAL DE SCIÊENCIAS MATHEMATICAS das indicações que publicamos. Ao habitat em Portugal segue-se uma indicação geral da habitação da especie. Finalmente acrescentâmos em uma ou outra especie algumas observações. Tencionavamos em principio dar unicamente a lista das especies do hervario, pareceu-nos porém depois que podiamos com vantagem completar esta lista com todas as especies que, a nosso conhecimento, tem sido citadas pelos diversos auctores como pertencendo á nossa flora. Por este modo póde-se apreciar facilmente e a um tempo a riqueza do hervario, e as suas lacunas. Vê-se pois que este trabalho resultado de uma primeira revisão do hervario de Welwitsch, e que ha de caminhar a par dessa revisão, se reduz a muito pouco. Julgamos porém que póde ter alguma utili- dade e interesse, fazendo conhecer os materiaes de estudo que hoje se encontram nas collecções da Escola Polytechnica, e publicando dados importantes e detalhados sobre a habitação das especies, devidos a um collector incansavel e tão minucioso como o dr. Welwitsch, e que muito escassêam em quasi todos os trabalhos publicados sobre a nossa Flora. PHYSICAS E NATURAES 19 LABIATÃE Juss. Trib. 1. OCYMOIDEAE. Benth. im D. €. Prodr. XII p. 30! 1. LAVANDULA. Tourn. Inst. T p. 198. Sect. T. Stoechas. Bth. 1. c. p. 14h! 1. L. Stoechas. L. sp. p. 800! Bth. 1. c.! Wk. et Lge. Pr. Fl. Hisp. II. p. 390! Brot. Fl. Lus. [. p. 170! Hoffm. et Lk. FI. Port. I. p. 89! Stoechas purpurea Tourn. Welw. hb. Ac. n.º 1102 et 1103. In collibus declivibusque dumosis freq. in tota Lusitania: (Brot! Lk! Welw.!) inter Cascaes et Cabo da Roca: in Transtaganae erice- tis, ex Valle de Zebro ad Azeitão abundantissima (Welw.!) In Al- garbiis. (Welw.!) 5 Mart.-Aug. (v. V.)—ROSMANINHO. Hab. in omni Europa mediterr., Africa Dor. et Canariis. 2. L. pedunculata.. Cav. prael. n.º 167! Bth. 1. c. p. 144! Wk. et Lge. 1. c.! Hofíim. et Lk. 1. c. p. 91! L. Stoechas var. 3. L.! Brot. 1. c.! in obs. Welw. hb. Ac. n.º 1098 et 1099. In collibus dumosis, ericetisque siccis cum precedente haud fre- quens: inter Lamego et Vizeu (Lk!): in Beirae montosis prope Aldeia da Serra ad basin Serra da Estrella (Welw.!) prope Esto- ril (Welw.!): in ericetis prope Azeitão (Wellw.!) 5 Maj.—Jul. (v. V.)— ROSMANINHO. Hab in Hispania, boreali, orientali et praecipue in centrali, in australi raro. Obs. —Brotero indica a sua existencia apenas na seguinte phrase a proposito da especie precedente «variat pedunculis longissi- MIS. » 80 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS 3. L. viridis. Ait. hort. Kew. 2. p. 288! Bth. 1. c. p. 145! Hoffm. et Lk. À. c. p. 9M. t. 4! Brot. Phyt. Lus. IL. p. 93 t. 1441 Welw. hb. Ac. n.º 1401. In Algarbiis: in montosis de Serra de Monchique (Lk.! Brot.! Welw.! E. da Veig.) Inter Castromarim et Mertola (Lk.!) & vere (v. s.) — ROSMANINHO VERDE. Hab. quoque in Insula Madera (Masson ex Benth.) Sect. IL Pterosivechas Ging. hist. Lavand. p. 158. Bth. 1. c. p. 146! h. 1. multifida. L. sp. p. 800! Bth. 1. c. p. 147! Wk. et Lge. 1. c. p. 392! Brot. Fl. Lus. I. p. 170! Hoffm. et Lk. 1. c. p. 88! L. pin- natifida Wbb. It. Hisp. p. 19. Welw. hb. Ac. n.º 1100. In montosis saxosis de Serra da Arrabida freq. (Welw.!): pr. Setu- bal et alibi in Transtagana (Brot.! Lk.!): inter Moita et Palmella (Wbb.) 9 mart.-Jun. (v. s.) Hab. quoque in Hisp., Calab., Barb., Agypto. Obs. — Cultivam-se frequentemente a L. vera. D. C. e L. latifo- lia Vill. vulg. Alfazema, especies que com a L. dentata L. por ven- tura existem no nosso paiz espontaneas, pois que se encontram no paiz visinho, e sobretudo a L. latifolia nas províncias limitrophes da Extremadura e Audaluzia. Trib. IJ. MENTHOIDEAE. Benth. 1. c. p. 149! JH. PRESLIA. Opiz m Flora 1824, p. 322. Pr. cervina. Fresen. in syll. pl. soc. Ratisb. II. p. 238, Bth. 1. c. p. 164! Wk. et Lge 1. c. p. 393! Mentha Cervina L. Brot. FI. Lus. I. p. 172! Hofim. et Lk. 1. c. p. 74! Ad ripas Durii prope Peso da Regua et alibi in Transmontana (Brot.!) 2 Jul.-Sept. (n. v.) Hab. quoque in Hisp. et Gall. Australi. PHYSICAS E NATURAES 81 HI MENTHA L. Gen. PI. Sect. 1. Eumentha Gr. et Godr. 4. M. aquatica. L. sp. p. 805! Bth. 1. c. p. 170! Wk. et Lge. 1. c. p. 394! Brot. 1. c. p. 171. 8 hirsuta Willd. enum. p. 6401. M. hirsuta L. mant. Brot. |. c.! Hofím. et Lk. 1. c. p. 72! Wellw. hb. Ac. n.º 1409 var. « et 1107, 1108, var. /-—Va- lor.! hb. Ad aquas Mundae et in locis inundatis circa Conimbricam et alibi in Lus. boreali (Brot.! Welw.!): pr. Lagõa de Obidos (Welw.!): var. 2 in aquosis trans Tagum, Costa da Trafaria (Brot.! Welw.!) 2 Jun.-Sept. (v. s.) Hab. in Europa tota et Asia, Sibirica. 2. M. rotundifolia. L. sp. p. 825! Bth. 1. c. p. 167! Wk. et Lge. 1. c. p. 396! Brot. 1. c. p. 167! Hofim. et Lk. 1. c. p. 91! Welw. hb. Ac. n.º 11140 et 14114. Valor.! hb. In humidis et ad fossas in tota fere Lus. freg. (Brot.! Lk. Welw.!): in paludosis prope Caldas da Rainha et Santarem. Ad viarum margines prope Lumiar et alibi (Welw.!) Serra de Monchique (E. Veig.) 2 Jun.-Oct. (v. v.)— HORTELà MENTHASTRO. Hab. in Europa mediterr. omni; media passim, Angl., Hibern., Dan., Sibir., Afr. bor., Madera. Sect. II. Pulegiwm Mill. dict. 3. M. Pulegium. L. sp. p. 807! Bth. 1. c. p. 175! Wk. et Lge. 1. c. p. 397! Brot. 1. c. p. 172! M. tomentella. Hoffm. et Lk. 1. c. p. 73! Welw. hb. Ac. n.º 1104, 1105 et 1106. In fossis humidis freq. (Brot.! Lk.): Tapada da Ajuda ad fontes (Welw.!) pr. Coina abundantissima (Welw.!): ad rivulos prope Silves (Welw.!) Monchique (Veig.) 2f Jul. Oct. (v. v.) — PoEJO. Hab. in omni Europa (excl. Scand.) Pers., Abyss., Alger., Ma- dera, Canariis. Obs. —Varia nos caules, folhas e calices mais ou menos villosos; JORN. DE SCIENC. MATH. PHYS. E NAT. —N. XVII. 6 82 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS tendo sido considerada a fôrma mais villosa como especie par- ticular. (M. tomentella Hoffm. et Lk. M. Gibraltarica Willd. M. tomentosa Sm.) Link só observou a variedade villosa em Portugal e todos os exemplares de Welwitsch se referem a esta fôrma, porém, segundo as observações de Brotero parece que a fórma typica se encontra sobre tudo no norte. Alguns exem- plares de Welwitsch colhidos em terrenos argilosos, que de inundados, passam no estio a uma extrema seccura, apresen- tam dimensões exiguas e um habito particularissimo devido sem duvida só às condições da habitação. Obs. 2.º— Cultivam-se frequentemente em Portugal a M. viridis L. ea M. sativa L. vulg. hortelã, a M. gentilis L. vulg. Ver- gamota, e a M. piperita L. vulg. hortelã pimenta. É de crêr que além de outras se encontrem as especies M. arvensis L., . sativa L. e silvestris L. spontaneas, pois que habitam va- rias provincias da visinha Hespanha. IV. LYCOPUS Tourn. Inst. L. Europaeus. L. sp. p. 30! Bth. |. c. p. 179! Wk. et Lge, 1. c. p. 397! Brot. 1. c. p. 16! Hoffm. et Lk. 1. c. p. 69! Welw. hb. Ac. n.º 1073 et 1074. Valor! hb. In humidis et ad rivulos Lus. mediae: circa Conimbricam ad Mundam et alibi (Brot.!) prope Aveiras de Cima circa Azambuja (Welw.!) Lagõa de Obidos (Welw.!) Bellas et Cintra (Welw.!) 2 Jun.-Sep. (vs vo) Trib. JK. THYMEAE Benth. 1. c. p. 149! V. ORIGANUM Tourn. Inst. Sect. Euoriganum. Vogel in Linnaea 4. O. compactum. Bth. Lab. p. 334 et ap. D. C. Prodr. XI. p. 1921 Wk. et Lge. 1. c. p. 398! Bss. Voy. Esp. p. 485. t. 147! O. glan- dulosum Salzm. non Desf. PHYSICAS E NATURAES 83 In Lusitania loco non citato. (Wk.! et herb. Zucarr. fide Benth. !) 5. (n. v.) Hab. quoque in Hisp. et Africa Tingitana. 2. 0. vulgare. L. sp. p. 824! Bth. 1. c. p. p. 193! Wk. et Lge. 1. c.! B prismaticum Gaud. Fl. helv. 1v. p. 78!-—0. creticum L. Brot. Fl]. Lus. I. p. 169!-— O. macrostachyum Hoffm. et Lk. 1. c. p. 120. t. 10!— O. creticum macrostachyum Broto Phyt> lus: TE p. 940 119, Welw. hb. Ac, n.º 1079. var. É. Hab. var. B. in collibus dumosis apricis Lus. mediae e meridio- nalis; prope Thomar. (Lk.); Serra de Monsanto circa Olisi- ponem (Brot.! Welw.!) 2 Jul.-Oct. (v. v.)— ourÉGÃO. Hab. spesies in Europa omni excep. Lappon. et Ross. boreali; Oriente, Africa boreali et Canariis; var. B. im regione medi- terranea. 3. 0. virens. Hoffm. et Lk. fl. Port. 1. pº 119. t. 9! Bth. 1. c. p. 193! Wk. et Lge. |. c. p. 398!-— O. vulgare Brot. fl. lus. p. 169!— O. vulgare virens Brot. Phyt. lus. I. p. 89. t. 112! Welw. hb. Ac. n.º 1077, 1078 et 1080. In dumetis ad silvarum margines et sepes praesertim in Lus. boreali (Brot.! Lk.!) in montosis prope Bellas (Welw.!) ad sepes prope Monchique (Welw.!) 2 Jun.-Oct. (v. s.) — oURÉGÃO. Hab. sp. in Europa mediterr. omni, ins. Azor., Madera, Tene- riffe. Obs. — Os specimens de Welwitsch sob n.º 1077 e 1078 per- tencem a esta especie, e os do n.º 1080, com quanto designa- dos como Origanum vulgare L. julgamos pertencerem pelo menos em parte a esta e não à precedente. A especie O. vul- gare estã pois por emquanto representada na nossa flora só pela variedade 2; é porém provavel que a fórma typica exista nas provincias do norte, pois que habita em Hespanha, além de outras, as provincias de Galliza, Asturias e duas Castellas. Obs. — Cultiva-se com frequencia nas hortas e jardins o O. ma- jorana L. vulg. Mangerona. Existe provavelmente no meio dia a especie O. Onites, da secção majorana, que se encontra na Andaluzia. 84 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS VI. THYMUS' L. Gen. pl. (excl. sp.) Benth. Lab. p. 340 et ap. D. €. Prodr. XH. p. 197! Sect. E. Mastichina Wk. et Lge. Prodr. Fl. Hisp. II. p. 400 4. Th. Mastichina. L. sp. p. 827! Bth. in D. €. Prodr. p. 197! Wk. et Lge. 1. c.! Brot. fl. lus. 1. p. 176! Hoffm. et Lk. fl. Port. p. 1371 Welw. hb. Ac. n.º 1083, 1084 e 1085. In collibus siceis et in rupestribus per omnia fere Lus.: Transmon- tana (Lk.!): prope Aldeia da Serrain Serra da Estrella (Welw. !): Beira et Transtagana ad collium altiora (Brot.!): in Serra da Ar- rabida, et collibus prope Setubal (Welw.!) ad Monte Gama in Serra do Cercal prope Vilia Nova de Milfontes? (Welw.): inter Silves e Villa Nova de Portimão. (Welw.!) & Maj. Jul. (v. s.) Hab. quoque in Hispania et Barbaria. Obs. —Os exemplares colhidos no Monte Gama por Welwitsch differem bastante do typo da especie, afastando-se sobretudo na fôrma das folhas floraes que excedem em dimensão os ver- ticillos e no aspecto menos plumoso d'estes ; pertencem talvez à variedade y. brachychacius Wk. |. c., encontrada por Bour- geau em Puerto de Miravete, Extremadura hespanhola. 2. Th. tomentosus. Wild. enum. II. p. 626! Bth. 1. c. p. 198! Wk. et Lge. 1. c. p. 401! Th. marifolins. Pourr. hb. ex Lge. Th. masti- china 3 micranthus. Bss. Voy. Esp. p. 4971 In Algarbiis (Bourg.! ex Wk.; Masson! ex Bth.!) à (n. v.) Hab. quoque in arenosis regionis littoral Baeticae et regni Gra- natensi. Obs. — Um exemplar sem flores da collecção particular de Wel- witsch, designado Th. Mastichina L. var.? Confere em alguns 1 Seguimos sobretudo nas distineções deste difficilimo e intricadissimo genero ao sr. M. Willkomm, que se afasta sensivelmente da classificação do il- lustre Bentham. Damos a synonimia, com a maior hesitação, em alguns ca- sos, sendo necessario um estudo muito mais demorado, maior copia de mate- riaes, e o exame das plantas vivas para chegar a uma determinação mais exacta. PHYSICAS E NATURAES 85 caracteres e na habitação («in sabulosis aridis prope Olhão.») com esta especie, não é porém possivel a sua determinação, à vista deste exemplar unico e imperfeito. 3. Th. Welwitshii. Bss. Diagn. pl. Orient. IL. 4. p. 9! Welw. hb. Ac. n.º 1081. In maritimis ad basin de Serra da Arrabida (Welw.!). In siccis Algarb. prope Villa Nova de Portimão (Welw. ex Bss.) à Jun. (v. 8.) h. Th. capitellatus. Hofim. et Lk. Fl. Port. p. 125. t. 12! Bth. 1. c. p. 2041! Brot. Phyt. Lus. II. p. 99. t. 117! Welw. hb. Ac. n.º 1088, 1089 et 1094. In dumetis sabulosis trans Tagum (Brot.! Lk.): ex Almada usque ad Cabo de Espichel (Brot.!) Inter Coma et as Vendas: in ericetis Peru prope Calharis (Welw.!): prope Lagõa de Albufeira frequens versus Pinhal dElrei (Welw.!): in ericetis inter Sines et Villa Nova de Milfontes (Welw.!) In Algarbiis (Masson! ex Benth.): ad Cabo de S. Vicente (Welw.): prope Villa Nova de Portimão (Welw.!) à Ap.-Jun. (v. v.) Obs. — Os exemplares do n.º 1094 são referidos por Welwitsch em duvida ou à especie Th. Albicans. Hoffm. et Lk. ou a uma variedade macrocephala de Th. capitellatus. Estes e outros exemplares da sua collecção particular provenientes to- dos do Algarve; differem principalmente da fórma typica nas maiores dimensões do capitulo e das bracteas e na ligeira coloração destas. O labio superior do calice brevemente den- tado, não permitte confusão com o Th. albicans. Referimos pois estas plantas ao Th. capitellatus; reparando sobretudo que Bentham diz: «In speciminibus Massonianis capitula ma- jora, Dracteis majis coloratis quam in Linkianis.» Provindo as plantas colligidas por Masson do Algarve e as de Link das charnecas visinhas ao Tejo, é certo que Bentham teve sob os olhos as duas fórmas que possuimos e as referiu sem hesita- ção à mesma especie. 86 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Sect. Il. Zygis. Wk. et Lge. Prodr. Fl. Hisp. II. p. 4041 5. Th. carnosus. Bss. Voy. Esp. p. 490. t. 139. f. B! Bth. 1. c. p. 198! Welw. hb. Ac. n.º 1090 et 1091. In sabulosis maritimis prope Lagóa de Albufeira: Portinho da Arra- bida ad basin de Serra da Arrabida (Welw.!): in Peninsula Troiae (Welw.!) 5 Jun.-Aug. (v. S.) 6. Th. silvestris. Hoffm. et Lk. Fl. Port. p. 132. t. 16! Lge. Pug. TI. p. 71! Wk. et Lge. 1. c. p. 402! Th. Zygis Brot. Fl. Lus. I. p. 176! Th. Zygis silvestris Brot. Phyt. Lus. p. 105. t. 121 Welw. hb. Ac. n.º 1095. In ericetis aridis montosis circa Azeitão, ad Serra da Arrabida et. alibi trans Tagum. (Brot.! Lk. Welw.!) ad Serra de Cintra (Welw.!) à Apr.-Jun. (v. s.) Hab. quoque in regno Granatense ad Serra de Gador. Obs. — Welwitsch dá às suas plantas o nome de Th. Zygis L., e considera-a como a especie brevemente descripta com este nome por Brotero na Flora. Esta planta é porém o Th. silves- tris de Link, segundo as indicações dadas depois pelo pro- prio Brotero na Phytographia. O sr. Willkomm, que não viu a nossa especie, conserva-a, na fé de Lange, como distincta da especie Th. Zygis L. dando como distincções principaes as fo- lhas mais estreitas, e os verticillos de flores apertados em um, como que capitulo terminal, e não formando uma espiga laxa e interrompida. Com este caracter ainda mais pronunciado, que nas estampas de Brotero e de Link, conferem os exem- plares que temos diante, variando porém de uns a outros a aproximação dos verticillos, e a estreiteza das folhas. Acaso é bem distincta esta especie do Th. Zygis L., (Th. tenufolius. Boissier! e Bentham no Prodromus.— Th. numidicus Bentham Labiatae). 7. Th. vulgaris. L. sp. 825! Bth. 1. c. p. 199! Wk. et Lge. 1. c. p. 408! Brot. fl. lus. T. p. 175! Welw. hb. Ac. 1096? In collibus calcareis Beirae et Algarbiorum (Brot. !) In Lusitania loco non citato (Wk.): prope Villa Nova de Milfontes. (Welw.?) 4 (n. v.) | PHYSICAS E NATURAES 87 Hab. species in Hisp., Gall., Austr., Balear., Cors., Ital., Grae- cia. Obs. —O exemplar de Welwitsch sem flores, é referido muito em duvida a esta especie; aqui a deixamos mencionada na fé de Brotero, duvidando porém que a planta indicada na flora pelo nosso illustre botanico, seja na realidade o Th. vulgaris dos auctores. Sect HI Piperella Wk. et Lge. 1. c. p. 404! 8. Th. caespititius. Brot. fl. lus. 1, p. 176! et Phyt. Lus. I. p. 26. t 11! Hofim. et Lk. 1. c. p. 135. t. 18! Wk. et Lge. 1. c.! Lge Pug. HI. p. 9! Welw. hb, Ac. n.º 1092 sub. Th. angustifolius. Pers. In dumetis-glareosis montosis Transmontanae, Interamn. et Beir. bo- realis (Brot.!); frequens prope Caldas do Gerez (Lk.!) prope Valle Bom (Welw.!) 5 Jul.-Aug. (v. s.)— TORMENTELHO. Hab. quoque in Galtecia. Obs. — As opiniões são encontradissimas na classificação desta secção e seguinte; admittindo a de Willkomm deixamos á planta o nome que lhe foi dado por Brotero que a descreveu na Flora antes de Link. Welwitsch seguiu a opinião de Ben- tham que no Prodromus reune ao Th. angustifolius Pers. esta com muitas outras especies de diversos auctores. A fórma do labio superior do calice não deixa duvida alguma sobre o pertencer a nossa planta a esta secção. e o habito é sufficiente para a distinguir do Th. Piperella. L. Sect. IV. Serpillum. Benth. 1. c. p. 1971 (excl. sp.) Wk. et Lge. 1. c. p. 404! 9. Th. Chamaedrys. Fries Nov. Fl. Suec. p. 197! Wk. et Lge. 1. c. Th. serpillum var. L. «. glabratus Lge. Pug. HI. p. 8!-—Th. glabratus Hoffm. et Lk. 1. c. p. 130 t. 15! Brot. Phyt. Lus. p. 103. t. 120! — Th. serpillum. Brot. fl. lus. T. p. 174! Hab. var. «. in Serra do Rebordão prope Montalegre: Montezi- nho et alibi in Transmontana et Interammia (Brot.! Link.!) 2( (n. v.)— SERPÃO. 88 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Hab. species in Hispania (Gallec. regno Legion. et alibi) Gall. Europa media et bor., Ital., Sicil., Dalm., Graec., Turcia. 10. Th. serpillum. L. sp. p. 825! Lge. Pug. II. p. 8! Wk. et Lge. 1. c. p. h05!-—Th. variabilis Hofim. et Lk. 1. c. p. 134. t. 17. Th. Zygis variabilis Brot. Phys. Lus. p. 107. t. 122. In agris incultis circa Montejunto (Lk.! Brot.!) 2 Maj.-Jun. (n v)— SERPÃO DOS MONTES. Hab. quoque in Hisp., Gall., Europa media et boreali, Ital. su- per., Dalm., Graec., Turcia. 14. Th. villosus. L. sp. p. 827! Bth. ap. D. C. Prodr. XII. p. 204! Brot. fl. lus. T. p. 175. et Phyt. Lus. p. 102. t. 119! Hoffm. et Lk. lp. 128. t. 14!-—Th. Lusitanicus Bss. Voy. Esp. p. 489. t. 159! Wew. hb. Ac. n.º 1086 et 1087. —Valor. hb. In collibus siccis ex Óbidos, Torres Vedras (Brot.! Lk.!) usque ad Cintra (Brot.!): ad Serra de Montejunto (Welw.!): in ericetis are- nosis trans Tagum (Brot.! Lk.! Welw.!) inter Moita et Palmella (Welw.!): prope Caparica (Brot.!): ad Serra do Cercal (Welw.!) 2t Maj.-Jul. (v. 8.) 12. Th. lobatus. Voy. in Linnaea 145. p. 75! Benth. 1. c. p. 204!—Th. lobatus Bss. Voy. Esp. p. 494! In Lusitania loco non citato (Wk.! Gundelsh. in herb. Wild. ex Bth.) (n. v.) Hab. quoque in Oriente. Obs.—E talvez uma simples variedade de bracteas lobadas da especie precedente. As bracteas do Th. villosus variam con- sideravelmente nos numerosos exemplares colhidos por Wel- witsch, e ainda no mesmo individuo segundo as notas deste il- lustre botanico. Encontram-se inteiras na fórma descripta por Boissier como especie particular sob o nome de Th. Lusita- nicus, é mais ou menos profundamente dentadas e quasi lo- badas em outras 13. Th. Algarbiensis. Lge. Pug. HI. p. 5!—Th. albicans. Coss. ap. Bourg. pl. exsicc. 1852, n.º 1982! non Hoffm. et Lk. Lagos (Bourg. |. c. ex Lge). Obs. — Esta especie é segundo Lange, bem distincta do Thymus albicans a que a referiu Cosson. Collocamos a especie n'este PHYSICAS E NATURAES 89 logar provisoriomente attendendo a que segundo Willkomm deve, talvez com a seguinte, formar uma secção intermedia en- tre os Serpillum e os Pseudothymbra. 14. Th. albicans. Hoffm. et Lk. Fl. Port. I. p. 124. t. 11! Brot. Phyt. Lus. p. 97. t. 116! Benth. 1. c. p. 206? In collibus siccis et locis saxosis ex Tavira usque ad Alcoutim (Brot.! Link.!) é Jun.-Jul. (n. v.) Obs. — Não existe esta especie no herbario de Welwitsch, pois que as plantas que em duvida lhe referiu pertencem evidente- mente peia fôrma do calice ao Th. capitellatus. Sect. V. Pseudothymbra Benth. 1. c. p. 205! 15. Th. cephalotus. L. sp. p. 826! Bth. 1. c. p. 205! Wk. et Lge. 1. c. p. h07: Brot. Fl. lus. p. 175. et Phyt. Lus. p. 104. t. 118! Hofim. et Lk. 1. c. p. 127. t. 43! Welw. hb. Ac. n.º 1082. In locis arenosis incultis in Algarbiis: prope Faro (Brot. ! Lk.! Welw.!) prope Lagos (Bourg.! ex Willk.) circa Olhão et Cabo de S. Vicente (Welw.!) Monchique (Veig.!) G Maj.-Jun. (v. s.) Hab. quoque in Hisp. (regn. Valent., Granatense et Baetica) Obs. —Brotero indica a habitação da especie nas proximidades de Caparica aonde Welwitsch nunca a encontrou em repetidas herborisações. Obs. 2.º—É certo que uma mais minuciosa exploração levará a descobrir na nossa flora algumas especies que existem no reino visinho, veja-se Wk. et Lange, Prodr. Fl. Hisp. IH. de pag. 400 a 407. VII. CORIDOTHYRUS, Rchb. fil. ap. Rchb. Ie. fl. Germ. XVII. p. 391 G. capitatus. Rechb. fil. 1. c. Ic. 1. c. t. 70. f. 111! Wk. et Lge. 1. c. p. 408!-—Satureia capitata L.— Th. creticus. Brot. Fl. Lus. I. p. 174! et Phyt. lus. p. 27. t. 12!— Th. capitatus Hoffm. et Lk. cpa: Welw. hb. Ac. n.º 1003 sub. Th. capitatus. —Valor. hb. sub. Th. creticus. In collibus prope Sacellum Stae Luciae circa Cominbrica (Brot.!) In 90 JORNAL DE SCIÊENCIAS MATHEMATICAS solo duro calcareo colliaum de Monsanto prope Olisiponem freg. (Brot.! Lk.! Welw.!) In Algarbiis prope Villa Nova de Portimão. (Welw.!) 5 Jun.-Aug. (v. s.) Hab. quoque in Hisp., Africa bor., Barbar., Ital., Austr., Graec., Asia min., Syr., Palaestina. Trib. IV. MELISSEAE. Bth. 1. e. p. 150! VII. SATUREJA L. Gen. pl. S. montana. L. sp. p. 794! Bth. 1. c. p. 209! Wk. et Lge. 1. c. p. h09. In Lusitania loco non citato. (Brotero ex Benth.!) (Wk.!) (n. v.) Hab. sp. in Hisp., Gall., Belg., Ital., Cors., Dalm., Croat., Hung., Aust., Turcia, Afr. boreali. Obs. — Não existe esta especie na colleeção de Welvwitsch, e não nos foi possivel encontrar aonde Brotero, citado por Bentham, mencionou a sua existencia na nossa flora. Obs. 2.º—Cultiva-se frequentemente nas hortas a S. hortensis L. vulg. SEGURELHA. IX. MIGROMERIA. Bth. m Bot Reg. et. in D. G. Prodr. p. 2411 Sect. 1. Piperella. Bth. Lab. p. 373! 1. —M. Graeca. — Bth. Lab. et. in D. € Prodr. p. 214! Wk et Lge 1. e p. 411!— Satureia graeca L.—S. micrantha Hoffm et Lk. 1. c p. 1421—Thymus micranthus Brot. Fl. lus I. p. 176 et Phyt. Lus. p. 30 t. 13. Welw. hb. Ac. n.º 1070 et 1072. pro parte. | In collibus calcareis et locis rupestribus. Lusit. mediae et australis: pr. Alcantara (Brot. !): Monsanto (Welw. !): pr. Setubal (Lk.!) Serra da Arrabida sat. frequens (Welw. !): in Algarbiis ad Moncarrapaxo et Monte Vico (Welw.!) é maj.-Jul. (v. s.) vulg. in Algarb. — HYSSOPO. Hab. quoque in Hisp., Gall. merid., Cors., Ital., Dalm., Graec., Turc, Creta, Sicil., Algeria. Obs. Sob n.º 1069 tem Welwitsch com a designação M. varia PHYSICAS E NATURAES 94 Bth. uma especie evidentemente distincta da M. graeca; não nos parece porém que esta planta, vulgarissima nos arredores de Coimbra segundo Welwitsch, seja a especie da Madeira e das Canarias que a nosso conhecimento não foi encontrada por emquanto na peninsula. É necessario comparar a nossa espe- cie com outros exemplares para a poder classificar com se- gurança. Sect. II. Psewdomelissa. Bth. Lab. et. 1. e p. 224! 2. M. marifolia. Bth. Lab. p. 382! et. 1. c p. 225! Wk. et Lge. 1. c p. 412. — Nepeta marifolia Cav. prael. n 176 et Ic. VI. p. 55. t. 576! — Melissa fruticosa L.—M. cretica Lam. —Thymus Barrelieri Spr. In Lusit. loco non citato (Wk.!) (Martius ex Benth.) 4. Jul.- Aug. —(n. v.) Hab. quoque im Hisp. austro orientali, Alban., Taur., Syria. X.—-CALAMINTHA.— Bih. ap. D. €. Prodr. XII. p. 226! Sect. I. Eucalamintha. Gren. et Godr. 1. G. Nepeta. Hoffm. et Lk. Fl. Port. 1. p. 141! Bth. 1. c p. 2271 Wk. et Lge. |. c p. 412! — Melissa Nepeta L.— Thymus Nepeta. Brot. Fl. lus I. p. 178! Welw. hb. Ac. n.º 1129. 1121; et 11309 Frequens in ruderatis montosis, locis sicceis, ad viarum mar- gines, sepes, per omn. fere Lusit.: inter Porto et Leça (Welw.!) pr. Conimbricam. (Brot.! Welw.!) pr. Banhos de Monchique (Welw.!) 2f Jul.-Sept. (v. s.)—neveda menor. Hab. quoque in Hisp. zonae mediterr. omni, Turcia. 2. 6. officinalis. Mnch. meth. p. 409. non Benth. Wk. et Lge. 1. c p. 412! —Melissa calamintha L. In. Lus. loco non citato (Wk.!) 2( Jul.-Sept. (n. v.) Hab. quoque in Hisp. Gall., Angl., Hibern., Europa media, Ital., Dalm., Turcia. 992 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS 3. €. menthaefolia. Host. fl. Austr. II. p. 129! Wk. et Lge. 1. c p. 4121 — €. officinalis Benth. non Moench.—C. montana Hofim. et Lk. Lc po 77! In montosis per omn. fere Lusit: (Brot! |Lk!): circa Olisiponem (Brot!) In Algarb: Serra de Monchique (Veig!) 2f. Jun.-oct. (v. Ss.) neveda maior. Hab. quoque in Hisp. et Gallia. Obs. — Admittindo a distincção d'esta especie e da precedente e os caracteres indicados no logar citado pelo Sur. Willkomm, julgamos que a esta se devem referir as plantas de Brotero e de Link. Brotero na sua carta diagnose indica que os pedun- culos são curtos, e Link diz «Panicula contrata, axillaris, verticillum systens» e mais abaixo «corolla lilacina labii lobo medio emarginato;» parece-me pois evidente que designa esta especie. Alguns exemplares da collecção de duplicados de Welwitsch colhidos em Monsanto, e ainda os do n.º 1130 do hb. da Ac. designados C. Nepeta, parece-me se devem referir a esta especie. As tres especies são em extremo seme- lhantes. h. €. Baetica. Bss. et Held. in Bss. et Rent. Pug. p. 92! Wk. et Lge. |. c p. 4143! (C. officinalis 8 villosissima Bth. in D. €. Pr. pr. parte.) In Lusitania loco non citato. (Wk!) 2 Jun.-Sept. (n. v.) Hab. quoque in Hisp. (Gallec.! Baet. regno Granatense) et Africa boreali. Sect. II. Acinos Bth. 1. c. p. 230! 5. 6. Acinos. Bth. 1. c! Wk et Lge. 1. c. p. 414! —Thymus Acinos E! Brot. Fl. Lus. p. 176! —Acinos patavinus Hoffm. et Lk. 1. c. p. 138? In collibus siccis, apricis rupestribus: inter Covilhã et Fundão (Brot! Lk!) O. Maj-Aug. (n. v.) Hab. in omni fere Eur. et reg. Caucasico Caspica. Obs. — Esta planta seria segundo Link a €. patavina Host. que parece se encontra egualmente em Hespanha e que Will- komm e Lange consideram como a variedade crecta da €. Alpina, porém Brotero diz ser a planta annual, o que concor- da com a especie a que a deixamos referida. PHYSICAS E NATURAES 93 Sect. HI. Clinopodiam. Bth. 1. c. p. 332. 6. €. clinopodium. Bth. 1. c p. 232!-—Clinopodium vulgare. L! Brot. 1. c p. 179! Hofim et Lk. 1. c p. 144! Welw. hb. Ac. n.º 1132. — Valor. hb. In nemorosis montosis, ad sepes: in Lusit. boreali (Lk!): pr. Co- nimbre cam. (Brot.!), Serra de Gintra (Welw.!) in regionibus Rho- dodendri in Serra de Picota et Foya (Welw.!). 2 Jun.-Aug. (v. v.) Hab. sp. in omni fere Europa, Asia occid., Algeria. XI. MELISSA L. Gen. PI. M. officinalis. L. sp. p. 827! Bth. 1. c. p. 240! Wk. et Lge. 1. c. p. 4471! Brot. 1. c. p. 179! Hofim. et Lk. 1. c. p. 145. Welw. hb. Ac. n.º 1097. In silvaticis herbidis, locis umbrosis humidis ad sepes: pr. Coraria ad Mundam (Brot.!): pr. Valle Bom. (Welw.!) ad rivulos affl. flum. Sabor prope Monte do Azinhal (Lk.!): in Algarbiis ad basin Serra de Foya (Welw.!) colitur fregu. in hortis 2/ Maj.-Jul. (v. v. .) — HERVA CIDREIRA. Hab. species in Hispania, Europa media et mediterr. Asia min., Syr., Turcomania. Trib. V. MONARDEAE Bth. Lab. et ap. D. €. Prodr. XII. p. 260! XII. ROSMARINUS Tourn. Inst. R. ofiicinalis. L. sp. p. 33! Bth. |. c. p. 360! Wk. et Lge. 1. c. p. 1491 Brot. 1. c. p. 16! Hofím. et Lk. 1. c. p. 1471 Welw. hb. Ac. n.º 1075. In dumetis, silvis, nemoribus apricis totius Lusit. praecipue mediae et meridionalis: in Serra de Montejunto abundantissima (Welw.!) var. foliis et floribus majoris praesertim circa Almeirim (Brot.!): 94 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS forma nana procumbens ad Capo de Espichel (Welw.!): Collitar freg. in hortis à Jun.-Sept. (v. v. c. et sp.)— ALECRIM. Hab. in omni zona mediterranea. XIII. SALVIA L. Gen. PL Sect. I. Aethiopis Bth. 1. c. p. 278! 1. S. argentea. L. sp. p. 38! Bth. 1. c. p. 384! Wk. et Lge. 1. c. p. 424! Bss. Voy. Esp. p. 472! S. Aethiopis Brot. fl. lus. I. p. 18! non L.—sS. patula Desf. Fl. Atl. I. p. 25! Hofim. et Lk. 1. c. p. 151. t. 201 Brot. Phyt. Lus. p. 6. t. 84! Welw. hb. Ac. n.º 1133. In pascuis, arvis incultis, ad agrorum margines. Lusit. Australis; pr. Espichel sed rara (Welw.!); pr. Porto de Rei ad Calipum (Lk.!) pr. Vidigueira (Brot.! Lk.!) inter Beja et Mertola (Brot.! Lk.!): in Alg. inter Tavira et Castromarim (Welw.!) & Maj.-Jul. (v. v.) — SALVA LARGA. Hab. in Hispania centrali, et Australi, Barb., Sicil., regno Neap. Dalm., Graec., Creta. Sect. IH. Plethiosphace Bth. ]. c. p. 288! 2. S. selareoides. Brot. Fl. Lus. I. p. 17! et Phyt. Lus. p. 3. t. 2! Bth. 1. c. p. 293!—-S. polymorpha var. elatior Hofim. et Lk. 1. c. p. 151. ex Brot. Phyt. Lus. —sS. Lusitanica Poir? non Jacq. Welw. hb. Ac. n. 1136 et 1137. —Valor. hb. In collibus calcareis incultis aridis: pr. Coninbricam (Brot.! Val. 1): Olisiponem (Brot.!) pr. Bellas et Porcalhota (Welw.!): ad Serra da Arrabida (Welw.!): in Transtagana pr. Serpa: frequens. 2 Mart.-Jun. (V. v.) 3. S. bullata. Vahl. Enum I. p. 265! Lge. Pug. HI. p. 13! Wk. et Lge. l. c. p. 425!-S. Baetica Bss. El. n. 157 et Voy. Esp. p. 483! Bth. 1. c. p. 293! In Lusit. loco non citato (Wk.!) 2f maj.-Jun. (n. v.) Hab. quoque in Baetica. Obs. —Bentham no Prodromus dá a S. bullata de Vahl. como PHYSICAS E NATURAES 95 synonimo da S. sclareoides de Brotero. Lange porém que obser- vou exemplares provenientes do proprio Brotero, considera-a como diversa e identica a S. Baetica de Boisser. A indicação que temos da sua existencia em Portugal, é a menção feita por Willkomm e derivada provavelmente de Schousboé. Não podêmos consultar a obra de Vahl. k. S. Verbenaca. L. sp. p. 35! Bss. Voy. Esp. p. 484! Wk. et Lge. 1. e p. 426! | y praecox. Lge. Pug. II. p. 13. —S. clandestina L sp! Bth. 1. c. p. 294!=S. verbenacoides. Brot. fl. Lus. I. p. 17! — S. polymorpha var. acutata et parviflora Hoffm. et Lk. l. c. p. 149 et 151.—S. hyemalis Brot. Phyt. lus. p. 3 t. 83 — Horminum sylvestre inciso folio caesio flore itali- cum Barr. ie. 220! Welw. hb. Ac. n.º 1124 et 1135. — Valor. hb. sub. S. hye- malis. Hab. var. in arvis collibusque siccis, ad vias, agrorum mar- gines, in Lus. media et meridionali: pr. Conimbricam et alibi in Beira (Brot!): pr. Otta (Welw.!): pr. Olisiponem (Brot. !): ad Serra de Monsanto frequentissima (Welw!): ex Tavira usque ad Estoy (Welw.!) Monchique (Veig.!) 2f var. Y Febr. Apr. (v. 5.) Hab. species in omni fere zona mediterr., Brit., Belg., Bat., Dan., Germania. Obs. —São numerosas as especies de Salvia que habitam pon- tos da Hespanha visinhos à nossa fronteira, e que mais deti- das herborisações provaram pertencerem à nossa flora. Culti- va-se frequentemente a S. officinalis L. vulg. salva das boticas. (Continua) 96 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS PHYSICA E CHIMICA = — 1. Heliogravura typographica. Processo adoptado pela secção photo- graphica da direcção geral dos trabalhos geodesicos ! (Continuação) 5) o A solução sensibilisadora é a chave do processo. Da qualidade dos seus ingredientes, das justas proporções destes, do modo physico por que foram combinados, do seu estado chimico, variavel com a edade da mistura, dos cuidados que presidem à conservação d'esta, dependem por tal fórma a nitidez e a belleza dos resultados, que poucas serão todas as cautelas no preparo e manutenção do liquido sensibilisador, cujo do- seamento é determinado pela formula seguinte : Bichromato de potassio...... 8 grammas Crelatinatto de oro o RN UM 20 » Agua à Ob iDiO do D WO Boa 0 o 0 sy 1000 » O bichromato de potassio póde, sem maior vantagem westa com- posição, ser substituido pelo de ammonio, muito mais caro, mais solu- vel porém e talvez mais sensivel; preferimos no entanto o primeiro pro- ! Em dezembro de 1874 era o processo, que actualmente descrevemos, o unico empregado pela secção photographica; hoje, porém, concorre com elle, para 0 acabamento dos diversos trabalhos heliographicos, ao cargo d'aquelle es- tabelecimento, um outro, baseado no emprego do betume de Judéa, e que será a seu tempo descripto n'este jornal. A par da facilidade nas manipulações, resultante da intervenção do betu- me, inconvenientes, muito para se attenderem, levam-nos a desejar o uso ex- clusivo da gelatina, base do processo agora descripto. PHYSICAS E NATURAES 97 ducto, por ser mais facil de obter no mercado e muito mais barato do que o segundo, prestando-se tambem excellentemente ao serviço, que lhe é requerido. É mister que o sal se apresente em crystaes e tenha por isso cer- tificado de pureza bastante, para ser empregado sem escrupulo. A sua côr vermelho-intensa, atirando para amarello, é qualidade caracteristica do acido chromico, o qual tanto mais exalta a côr do sal potassico, quanto mais nºelle prevalece. A gelatina é o preparado fundamental da solução sensibilisadora. Deve ser limpa de particulas estranhas, incolor ou alambreada. Facil- mente soluvel em agua quente, não convém possua excessiva solubili- dade, que prejudicaria a nitidez e a conservação do desenho, fabricado pela luz. A que se emprega no fabrico da geleia é geralmente boa. Deve ser privada do pô, antes de molhada, não sendo fóra de proposito uma lavagem superficial e rapida com benzina de boa qualidade, sempre que haja receio de quaesquer addicionamentos ou nodoas de gordura. A agua empregada na preparação do mixto é a usual, devendo apresentar-se limpida e pouco calcarea. A gelatina, depois de bem limpa, é pesada e submersa em 500 grammas d'agua fria, onde se abandona tempo bastante para bem amol- lecer; aquece-se em seguida em banho-maria até dissolução completa, não se excedendo a temperatura necessaria para isso. Durante o aque- cimento convém revolver o mixto com uma vareta de vidro, para evitar que a gelatina se prenda ao fundo. O vaso, onde é preparada a solu- ção, póde ser de zinco ou de ferro estanhado, havendo sempre o cul- dado de o resguardar, quanto possivel, da evaporação, podendo até res- tituir-se-lhe a agua evaporada, se houve a cautela de marcar no reci- piente, em tempo proprio, o nivel do liquido contido. O bichromato é dissolvido na agua restante (500 grammas) empre- gando-se para isto vaso proprio de vidro ou de louça; um ballão, dos usados nos laboratorios chimicos, é excellente. Para apressar a solução emprega-se o sal em pó e póde ainda recorrer-se à acção do calor, amor- nando-se o liquido. Preparadas as duas soluções, misturam-se mornas. Côa-se o liquido resultante através da flanella dobrada e teremos a solução sensibilisa- dora, prompta para servir. Advertencia importante. Nunca se deve conservar o mixto sangra sujeito à acção de calor forte; amorna-se sômente quando começa a coa- lhar. O calor favorece a insolubilisação da gelatina e altera com o tempo as propriedades d'esta. JORN. DE SCIENC. MATH, PHYS. E NAT. — N. XVIII. 7 98 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Não deve jámais deixar-se exposta ao pô a solução sensibilisadora,: se a luz não reage facilmente sobre o mixto, em quanto liquido, nem por isso deixa de ser prudente guardal-o na obscuridade. Effectivamente não ha perigo em lidar com a mistura bichromada, sempre que ella se conserve bem fluida. A acção mysteriosa da luz co- meça a revelar-se visivel tão sómente desde o instante que dá principio à solidificação. É por isso que o coagulo, semelhante à geleia, que se fórma pelo esfriamento do liquido, é mais sensivel que este. A côr da solução é tambem um indicio seguro do estado desta; sempre que ella escureça, deve considerar-se mais ou menos profunda- mente alterada, regeitando-se, logo que se averigue certa difficuldade, embora pequena, na sua fluidificação pelo calor. (Continua) J. J. RODRIGUES PHYSICAS E NATURAES 99 2. Processo facil para tornar mais suaves os contrastes, que geral- mente caracterisam as copias de pinturas pela photographia, — Envernizamento das estampas. messcensonsocanacasousana Todos sabem que as reproducções photographicas de pinturas con- stituem uma das maiores difficuldades da photographia. Côres, identi- cas na apparencia, differem singularmente na reproducção photo-chimica; outras, sobre maneira antagonicas. perdem os contrastes que as definiam; algumas esmorecem a ponto de quasi se annularem, outras se avigo- ram por fórma, que mais parecem defeito imperdoavel do que repro. ducção fiel do quadro original. De tudo porém é causa um facto im- portantissimo, base da photographia e que poucos ignoram. A par dos raios luminosos. propriamente ditos, concorrem acções particulares, cuja intensidade tem razão propria, alheia até certo ponto à natureza da côr. Sendo estas acções ou influencias que impressio- nam a chapa sensivel, destinada à reproducção photographica, não ad- mira que esta seja tantas vezes infiel e quasi sempre pouco lisongeira. Se a copia pela luz repete fielmente o desenho, raríssimas vezes dará as meias tintas do original com todos os cambiantes, fabricados pela mão do pintor. Tendo ultimamente executado varias experiencias, com o intuito de copiar pela photographia usual um quadro, que se apresentava com pre- dicados de subido quilate, que bem mereciam os ensaios, a que procedi, apesar de compor um collodio apropriado, cuja formula apresento. Collodio para inverno (reproducção de pinturas) Ee de 6 ee MR 600 cê va UV BTOLO) vç Gio 15 o tt LC h00 » REVER ol 2 jar ui o 1148 Brometo d'ammonio ......... Dus) Todeto dammonio.: e. k Todeio de cadmio a: SR) Tinge-se com tintura recente de iodo, até apresentar o côr do vi- nho do Porto. 7. 100 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Notei que, a despeito dos meus esforços, eram sempre asperos os contrastes, que determinavam em parte o suavissimo effeito das meias tintas, essenciaes ao vigor e belleza das figuras, que compunham o qua- dro. Foi, levado pelo empenho de remediar este vicio gravissimo, que me lembrei de um palliativo facillimo, que passo a descrever, e que se não destroe o mal, o attenua pelo menos. Collada a prova sobre cartão e assetinada fortemente, deita-se sobre ella collodio, avermelhado com fuchsina, procedendo-se em tudo como se se tratasse de collodionar uma chapa de vidro. Deixa-se seccar bem e assetina-se de novo. Este revestimento de collodio, além de cobrir a estampa com uma lamina transparente e impermeavel, assegurando-lhe prolongada dura- ção e maior resistencia aos agentes exteriores, imprime-lhe grande sua- vidade, dando realce às carnes, esbatendo melhor as meias tintas e ti- rando à copia parte do facies photographico. O tom, assim ministrado, póde variar não só de intensidade como de natureza, substituindo-se ou associando-se à fuchsina outra materia corante transparente e soluvel na mistura de alcool e ether. A belleza da prova augmentará ainda, se for envernizada com verniz de gomma lacca branca, usando-se do processo, habitualmente empregado n'este genero de operações. Duas palavras a respeito d'este ultimo modo de dar brilho às pro- vas photographicas. Geralmente empregado nas officinas da secção photographica é muito preferivel ao methodo ordinario (revestimento de gelatina e collo- dio). Mais artistico, tirando à estampa o aspecto vitreo, que lhe imprime a camada de collodio-gelatina, levemente alambreado, mais rapido no fabrico, mais economico, infallivel sempre, competem-lhe attributos, que me não deixam hesitar na escolha. O previo revestimento da estampa com collodio impede a sua em- pregnação pelo verniz, que, applicado sobre uma superficie já assetinada, tomará dentro de poucos minutos, mediante repetidas fricções com bo- neca propria e seguindo-se o processo estabelecido, o brilho que se de- sejar. 20 de maio de 1875. J. J. RODRIGUES PHYSICAS E NATURAES. 1014 hOOLOGIA mia — 1. Mélanges ornithologiques PAR J. V. BARBOZA DU BOCAGE l Observations sur le «Dryoscopus major» Hartl. et espéces voisines d' Angola Dans mes listes d'oiseaux des posséssions portugaises d'Afrique occidentale, qui ont paru succéssivement depuis 1867 dans le Journal de Sciences de V Académie Royale de Lisbonne, j'ai fait mention à plusieurs reprises du D. guttatus, Hartl., et dans mes derniêres publications j'ai, à Vexemple de mon ami M. Sharpe, remplacê ce nom par celui du D. mayor, Hartl., croyant toujours avoir affaire à une seule et même espêce. Maintenant aprés un examen plus attentif de tous les spécimens de ma collection, inscripts sous Pun et Vautre nom, je m'apperçois qu'il y a entre eux quelques différences qui ne sont pas à dédaigner, parce qu'elles se montrent en rapport avec leur habitat. Les spêcimens dont jai à m'occuper ici proviennent de cette partie de PAfrique occidentale qui, sous le nom d'ancien royaume d'Angola, sétend du cap Lopes au cap Negro; ils ont été apportés de localités assez êloignées entre elles et dont les conditions d'altitude et de distance à la côte varient considérablement. Par rapport à leur provenance nous pouvons les distribuer en trois groupes distincts: 1.º Ceux de Cabinda, Loanda, Benguella et Capangombe, localités appartenant à la région littorale; 2.º ceux de Pungo-Andongo et Ambaca, dans Pintérieur du district d'Angola, à peu-prês sous la latitude de Lo- 1092 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS anda, mais à une altitude considérable; 3.º ceux de Gambos et de Humbe, dans Vintéricur du district de Mossamedes, à une grande distance de la côte et sur les confins les plus méridionaux de nos posséssions africai- nes. Chez tous les individus adultes la coloration des parties supérieu- res est d'un beau noir brillant à reflets bleu d'acier; en dessous ils sont d'un blanc pur ou d'un blanc teint de roussâtre et plus ou moins nuancé de rose, sans qu'on puisse découvrir un rapport constant entre ces mo- difications de couleur et le sexe, lâge des individus, Veépoque de leur capture et les quelques caractéres différentiels qu'ils nous présentent et dont j'aurai à m'occuper. La taille, les dimentions de Vaile et de la queue, les proportions du bec, du tarse et des doigts varient entre de certai- nes limites; le croupion est toujours d'un gris plus ou moins foncé, va- rié de blanc et de noir. Les difierences qui me semblent avoir plus de valeur ont rapport à la maniére dont est constituée la bande longitudinale blanche que exis- te sur Vaile de tous ces individus; on remarque encore chez quelques uns un liseré blanc, ou une petite tache terminale blanche, sur les pen- nes externes de la queue. Chez tous les individus de la région littorale, c'est-à-dire, rappor- tés d'endroits rapprochês de la côte et ne depassant pas une médiocre altitude, la bande alaire blanche est constitutée par les tectrices moyen- nes de Vaile, par les barbes externes de quelques tectrices cubitales et par les bords externes de la 6.º et 7.º remiges secondaires; leur queue est entiérement noire. | Les individus de Pungo-Andongo et d'Ambaca sont identiques aux prêcedents quant à la maniére dont est formée leur bande alaire; mais la queue, au liecu dºêtre d'un noir uniforme, prêsente en dehors, sur le tiers terminal de la réctrice externe un étroit liseré blanc. Chez tous les individus de Gambos et de Humbe, trois rêmiges se- condaires, au licu de deux, concourent à former la bande alaire, ce sont les 5.º, 6.º et 7.º Quant à la queue, deux individus de Humbe Vont toute noire, tandis que les autres de cette localitê et celui provenant de Gam- bos présentent sur Vextremitê de la rectrice externe, ou des deux re- ctrices externes, une petite tache blanche. Les individus à deux remiges sécondaires bordées de blanc et à queue entiérement noire se rapportent parfaitement au D. guitatus, Haril., et ne semblent pas différer en rien d'essentiel du D. major du même auteur. Tous les détails de coloration signalês par M. Harllaub comme devant constituer la caractéristique de la premiére espêce, s'y PHYSICAS E NATURAES 103 retrouvent bien representés; ils varient à peine quant à la taille, aux dimensions du bec et à la teinte du dessous du corps, qui est d'un blanc pur ou d'un blanc roussátre. Comparant ces individus à deux spécimens de la Côte d'Or (Fanti), que je rapporte au D. major et que j'ai reçus sous ce nom de M. Sharpe, il m'est impossible de dêcouvrir entre eux aucune différence qu'on puisse faire valoir en faveur de leur distinction spécifique: la taille et les dimentions des ailes, de la queue et du tarse des exemplaires de Fanti ne depassent pas sensiblement celles des individus de Cabinda et d'Angola, comme on pourra juger d'aprês le tableau ci-aprés; les couvertures alaires sont coloriées de la même façon; le croupion présente les mêmes taches arrondies blanches: Ja seule différence que j'arrive à constater c'est que chez les premiers le bec est un peu plus long. Long. tot. aile queue bec tarse Cabinda aaguia 99mm 97mm epa js o Capangombe 225 » 96 » 95 » 22 » Sh » Fanti 228 » 98 » 96 » 24 » 34 » Fanti 229 » 99 » 97 » 25 » 39 » Même en admettant que les individus du Gabon, de la Côte d'Or et, en gênéral, des régions plus rapprochêes de Féquateur puissent avoir un bec un peu plus long, je ne pense pas qu'on puisse établir d'aprés ce seul caractére une bonne distinction spécifique. Pour moi tous les individus que j'ai reçus de la zone littorale d'Angola appartiennent au D. major, et je comprends dans la synonymie de cette espêce le D. gut- tatus 1. Les individus à 2 remiges secondaires bordées de blanc et dont la réctrice externe porte un étroit liseré de cette couleur sur les barbes externes, m'ont fait d'abord penser au D. picatus, Harll. La prémiere indication que M. Hartlaub a donnée de cette espêce contient à peine ces mots: «There is a Dryoscopus from Gabon in the Bremen Museun like D. major, but much smaller, my D. picatus. The dimensions are: Long. tot. 8”, rostr. 9 4/3", al. 3 3”, caud. 3", tars. 14» 2 Ce n'est que 1 M. Hartlaub considére le D. guttatus distinct du D. major surtout à cause de Pinfériorité de sa taille et de "existence de taches arrondies blanches sur le eroupion; mais chez les deux individus de Fanti, que nous avons sous les yeux, le croupion est tacheté de blanc éxactement comme chez les individus dºAngola et leur taille ne dépasse pas celle de ces derniers. V. Finsch et Hart. Vôg. Ost-Afr. p. 345. 2 V. Proceed Z. S. L. 1867 p. 826. 104 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATÍCAS plus tard que M. Hartlaub a completê la diagnose de cette espêce, qu'il compare au D. guitatus, en y ajouttant un caractére différentiel dont Paurai a discuter la valeur à propos de mes spécimens de Humbe; ce caractêre consiste dans la présence d'une petite tache blanche sur Vex- tremité de la penne la plus extérieure de la queue 1. Or non seulement ce caractére n'est pas précisement celui qu'on remarque sur les individus de Pungo-Andongo et Ambaca, dont la rec- trice externe porte, au lieu d'un tache terminale, un étroit liseré blanc sur les barbes externes, mais leurs dimensions, assez voisines de celles du D. major, dêpassent de beaucoup celles que M. Hartlaub a signalés pour son D. píicatus. Long. tot. aile queue bec tarse À Ambaca....... 226mm 102mm 100mm agrem Zara Q Pungo-Andongo. 215 » 96 » 94 » 22 » dd » D. picatus (Hartl.) 196 » 88 » 86 » 20 » 32 » Lindivida sur lequel M. Hartlaub a cru prouvir établir une espêce nouvelle sous le nom de D. picatus ne peut pas être assimilé aux deux exemplaires de Pungo-Andongo et Ambaca: tout en m'abstenant pour le moment d'imposer à ceux-ci un nom nouveau, je les regarde comme une espêce inédite. ; Les individus qui ont trois remiges secondaires (les 5.º, 6.º et 7.º) bordêes de blanc sont faciles à distinguer, par ce seul caractêre, de tous les autres dont je me suis occupê; leur taille est aussi plus forte. Com- parês entre eux ils présentent de legéres differences quant à la colora- tion de la queue, d'aprês lesquelles on peut les grouper comme il suit: 1.º individus à queue tout-a-fait noire; 2.º individus dont la rectrice la plus extérieure de chaque côté est terminêe de blanc; 3.º individus dont les 2 rectrices de chaque côté portent une petite tache terminale blanche. Les individus à rectrices externes de chaque côtê terminées de blanc rappelent três exactement par leurs couleurs et par leur taille le D. sti- 1V. Finsch et Hartl. Vôg. Ost-Afr. p. 345. Note. Voici tout ce qui sy trouve relativement à cette espéce: «L. picatus, Hartl. «Farburg ganz wie bei guttatus, aber die Unterseite rein weiss und be- deutend kleiner. Die ãusserste Schwanzfeder jederseits zeigteinen kleinen weis- sen Endfleck auf der Aussenfahne.» PHYSICAS E NATURAES 105 cturus, Hartl. et Finsch!, dont le spécimen-type, qui existe au muséum de Bremen, a été rapporté par Chapman du Lac Ngami; la descriptiou et la figure de cette espêce conviennent parfaitement aux spécimens que M. Anchieta m'a envoyês de Gambos et de Humbe. Leurs dimensions s'accordent três bien: Long. tot. aile queue bec tarse E Gambos:: se nisats 246mm 105mm 108mm aqui J4mm duhumbes.) assa taiajo 245 » 107 » 108 » 24 » 34 » Lac Nyami (Hartl.). 243 » 104 » 104 » 214 » S& » Ces individus portent d'étroites bordures roussátres sur Pextremi- té de quelques unes des couvertures alaires et des plumes du croupion, et je remarque encore que leur plumage est en dessus d'un noir moins brillant que les autres. Chez les individus qui ont à peine une rectrice terminée de blanc, cette tache est comparativement plus petite; il y a quelques tectrices alaires bordêes de roussátre, mais elles sont moins nombreuses et à bor- dures plus effacées. Les individus à queue entiérement noire ne présentent aucun ves- tige de bordures roussatres sur les couvertures alaires ni sur les plumes du croupion: la couleur noire des parties supérieures atteint chez eux le ton le plus profond et le plus vif éclat. Je conclus de ces remarques que tons ces individus représentent non pas des espêces distinctes d'aprês de legêres difíérences dans la co- loration de la queue, mais des états différents de plumage d'une seule et même espêce. Les individus à queue toute noire expriment V'état de- finitif, le dernier terme de ces changements; les individus à deux re- ctrices de chaque côté terminées de blanc sont au contraire les moins avancês, et ceux dont la rectrice la plus extérieure garde encore la pe- tite tache Dblanche marquent la transition de un à Pautre état. Ces in- dividus ont été capturês à des époques différentes, et ces dates appor- tent un nouvel argument en faveur de mon idée: les individus à 4 ou 2 rectrices terminées de blanc ont été pris aux mois d'avril et de mai, ceux à queue toute noire portent sur Vetiquete Vindication de juillet. A cette même espêce appartient donc Pindividu rapporté du Lac Ngami par Chapman, décrit par M. M. Finsch et Hartlaub sous le nom de D. siiúcturus. C'est encore ['espêce rencontrée par Andersson au Lac Ngami et dans le voisinage de la riviére Cunene, que M. Gurney cite sous le nom de D. major. ! V. Haril. et Finsch. Vôg. Ost.-Afr. p. 342. tab. 5, fig. À. 106 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Voici ce que M. Gurney nous apprend à ce sujet !: «La derniêre collection de M. Andersson contenait 2 specimens de cette |oiseau, Pun du Lac Ngami, Vautre de la rivitre Cunene; chez le premier les rectri- ces étaient tout-à-fait noires, comme elles le sont habituellement dans cette espêce; le second (un mãle capturê le 25 juin 1847) a les rectri- ces noires à ['excéption de la paire externe, qui porte à Vextrêmité une étroite tache blanche sur les barbes externes, particularité que je n'ai jamais rencontrée chez aucun autre individu de cette espêce. Les 2 spê- cimens font actuellement partie de la collection de M. R. B. Sharpe.» M. Gurney ne nous dit pas, il est vrai, combien de remiges secon- daires portent de bordures blanches sur ces 2 spêcimens; mais cette omission peut s'expliquer três naturellement comme le resultat d'une observation incomplête. La communauté de Vhabitat apporte une nou- velle preuve en faveur de Videntilé spécifique et doit nous faire admet- tre implicitement la présence chez les individus envoyés par Andersson, comme chez ceux capturês par M. Anchieta, de trois remiges secondai- - res bordées de blanc, caractêre au quel je suis disposê à accorder une certaine importance. Il se peut même que ce caractêre soit sous-entendu dans la détermination spécifique des 2 spécimens examinês par M. Gur- ney: ce qui me le fait suposer c'est que parmi les diverses descriptions que M. Hartlaub a publiées du D. major il sen trouve une dans laquellle Vexistence de 3 remiges secondaires bordées de blanc est signalêe com- me un des caractêres différentiels de Vespéce 2. La plus récente des- cription de cette espece, publiée par le même auteur 3, fait mention de bordures blanches seulement sur deux remiges secondaires; et ce cara- ctére est êgalement signalê dans la diagnose du D. quitatus, tandis que le D. sticturus est la seule espece à laquelle M. M. Finsch e Hartlaub accordent 3 remiges secondaires à bordures blanches *. 1 V. Gurney.— Notes on the Bird of Damara Land, p. 145 et 146. 2 V. Hartlaub. Ornith. West.-Afr. p. 1141. Voici textuellement la diagnose de M. Hartlaub. | «D. major. Supra nigaer, nitore chalybeo; tergi et uropygii plumis longis, sericeis, laxis, cinereo alboque variis; alae fascia obliqua, pogoniis externis tectricum mediarum — alteraque longitudinali marginibus externis vemigum truum secundariarum formatis niveis; subtus totus albus, pectore et epigastrio nonnibil fulvescentibus; subalaribus albis; rostro, iride et pedibus nigris.» 3 V. Finsch et Hartl. Vôg. Ort.-Afr. p. 34k et 345. Note. 4V. Finsch et Hartl. Vôg. Ort.-Afr. p. 342, tab 5, fig. À. Relativement à cette espêce j”y trouve: — «die erst Reihe der oberen grôs- sten Flugeldecken reinweiss, ebenso die mittelsten der Deckfedern der Schwin- PHYSICAS E NATURAES 107 En conclusion: le D. major et deux autres espêces, tellement voi- sines qu'il est bien facile de les confondre ensemble, appartiennent à la faune d'Angola; mais chacune de ces espêces posséde un habitat par- ticulier. L'une habite la région littorale et pénetre dans Vintérieur à une distance plus ou moins grande de la côté, atteignant les plateaux de moyenne altitude (600 à 700 metres). L'autre n'a été rencontrêe jusqu'à présent que sur les hauts pla- teaux de Pungo-Andongo et Ambaca, à 250 milles de la côte et à plus de 1000 mêtres d'élévation au dessus du niveau de la mer. Enfin la troisiême espêce se trouve sur les confins méridionaux d'Angola, qui touchent aux frontiéres du pays des Damaras, à une gran- de distance de la côte; Andersson et Chapman en ont rapporté des spê- cimens du Lac Ngama, et Kirk du Zambeze, ce qui donne à ['espêce une aire d'habitation três étendue vers la côte orientale +. gen 2. Ordnung und die breiten Aussensiume den 5, 6 et 7 Schwinge 2. Ord- nung.» Quant au D. major et D. quttatus ces auteurs sont également explicites: — «Mittelste Reihe der oberen Fliúgeldecken und die breiten Aussensaiúme der 2 vorletzten Schwingen 2. Ordnung weiss, daher eine schiefe weisse Querbinde, die mit einem weissen Lângsstriche in Verbindung steht.» IV. Finsch et Hartl. Vôg. Ost.-Afr. p. 343. — Gray. Hand.-List. 1. 398. 108 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS 2. Sur deux reptiles nouveaux de FArchipel du Cap-Vert PAR J. V. BARBOZA DU BOCAGE 1. Ascalabotes gigas. Espêce de grande taille, à formes trapues, à tête grosse et êpaisse en arriére, et se rapprochant par son écaillure de VA. Delalandii (D. & B.). La tête est revetue en dessus de petites plaques polygonales légê- rement convexes, entremelées de granulations en arriére. Le corps est garni en dessus de petites granulations et de tubercules non carenés, circulaires et convexes; ces tubercules sont disposés irrégulierement sur la nuque et sur les tempes, et reguliêrement, en 8 séries longitu- dinales de chaque côté, sur le tronc. Des petits grains, semblables à ceux des dos, et des tubercules disseminés sans ordre parmi eux cou- vrent la face externe des membres. La queue, distinctement verticillée, est garnie en dessus et sur les côtês de granulalions, plus developpées sur le bord de chaque verticille, et porte 6 séries longitudinales, 3 de chaque côté, de tubercules un peu plus forts et d'une forme conique plus accentuée que ceux du dos. Le revêtement du dessous du corps est formêe de petites écailles aplaties, dont les dimensions et la forme varient suivant les régions qu'elles protegent: trés petites et arrondies sur la face inférieure de la tête, elles deviennent un peu plus grandes: et hexagonales sur le thorax et sur Pabdomen, ou elles atteignent leur maximum de developpoment. La face interne des membres présente un revêtement semblable à celui de la face inféricure de la tête. Les verticilles de la queue sont constituês, à leur face inférieure, d'écailles quadrangulaires ou hexagonales, disposées en rangs parallêles et dont les dimensions augmentent de la base vers le bord de chaque verti- celle. Deux forts tubercules coniques se font remarquer de chaque côté de la base de la queue, à sa face inférieure, chez tous nos spécimens. PHYSICAS E NATURAES 109 La plaque rostrale a la forme d'un parallelogramme allongé et porte, comme chez les autres espêces du genre, un sillon vertical me- dian. De chaque côté de cette plaque je compte 9 à 10 labiales supé- rieures de forme quadrangulaire, dont les dimensions vont succéssive- ment decroissant en arriêre; les bords de la lévre inférieure sont gar- nies de 8 plaques êgalement quadrangulaires. Le partour de la narine est constitué par la rostrale, la 1.º labiale et trois plaques nasales à peu prés d'êégales dimensions. L'extremité de la machoire inférieure est recouverte par une plaque três allongêe, tronquée au sommet et bordée d'un et d'autre côté par 3 sous-mento- niêres étroites et allongées. Le rebord palpébral est complet; les yeux sont grands et à pu- pille verticale. Pas de póres fémoraux ni pré-anaux. Coloration.— En dessus d'un gris-brunâtre avec des taches d'un brun plus ou moins foncé, qui forment des bandes en travers du dos et de la queue. Sur le milieu du dos rêgne souvent une bande longitu- nale plus claire. Le dessus de la tête est varié de taches et de lignes brunes; une petite bande fauve bordée de brun s'étend de la narine à la partie anterieure de Vorbite; les labiales supérieures et inférieures sont irréguliérement tachetées de brun, et quelques traits de cette cou- leur se montrent sur les côtés du cou et sur les flancs. Les tubercules du tronc et de la queue participent en gêénéral de la coloration de la partie ou ils se trouvent implantés. Les régions inférieures sont d'un blanc-jaunátre sans taches. Les teintes sont sensiblement plus éffacées chez les individus de plus forte taille. Dimensions. — Longueur totale 236”M. de la tête 387”; de V'extre- mité du museau au bord antêrieur du cloaque 125”"; du bord ant. du cloaque au bout de la queue 114º”: du memb. ant. 36””; du mem- bre post. 48” Circonférence au milieu do tronc 115”2; largeur du tronc “HOM, Cette espece vit sur PIlheo Raso, petit ilot inhabité de PArchipel du Cap-Vert, voisin d'un autre ilot également désert, VIlheo Branco, ou M. le docteur Hopffer a découvert Pannée derniêre Pexistence du Macroscincus Cocieauwi. C'est encore à M. le docteur Hopffer que je dois les spécimens du geckotien três remarquable que je viens de décrire. 110 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS “ 2. Euprepes Hopfferi. Corps lacertiforme légêrement aplati; tête courte à museau coni- que, pointu; queue un peu plus longue que la tête et le tronc reunis, deprimée à la base et arrondie vers Vextremité, presentant chez la plu- part de nos spêcimens des vestiges de réproduction aprés accident; mem- bres forts et réguliers; scutelles sous-digitales lisses; aux membres an- téricurs le 3.º et le 4.º doigts presque égaux et les plus longs, aux postérieurs le 4.º orteil le plus long, mais dépassant à peine le 3.º de 2 millimetres. Ouverture auriculaire médiocre, ovalaire, portant à son bord antérieur trois petits lobules arrondis. Rostrale haute, êtroite, à extremitê supérieure arrondie et relevée sur le bout du musean, présentant 5 bords dont les 2 lateraux sont droits et s'articulent à la 1.º labiale, et les 2 supérieurs sont concaves. Plaques nasales petites, pointues en avant, arrondies en arriére; supéro-nasales en contact, étroites et allongées; inter-nasale de forme hexagonale. plus large que longue, s'articulant par ses bords externes à la 1.º frénale; deux fronto-nasales contigies, pentagonales; une fron- tale s'articulant par son extremité antérieure à Vinter-nasale, hexagonale, allongée, plus étroite en arriére et à bords lateraux concaves; deux fronto-pariétales distinctes et deux parietales, les unes et les autres de forme pentagonale, mais celles-ci plus developpées; une inter-pariétale en forme de fer de lance séparant presque complétement les 2 pariéta- les, qui sont bordêes en arriére par une écaille étroite et allongée. De chaque côté une fréno-nasale petite, carrée, dont le bord supérieur cor- respond à Pextrêmité de la supéêro-nasale: deux frénales, la 1.º rhom- boidale, la 2.º pentagonale, plus haute et plus étendue qne la 4.º; deux petites fréno-orbitaires, situéés au-dessus de la 4.º labiale; 4 sus-orbi- taires et 5 supraciliaires, 7 labiales supérieures dont la 5.º fait partie du bord orbitaire; celle-ci et les 4 qui la prêcedent sont quadrilatera- les, la 6.º est pentagonale et la plus grande de toutes, la 7.º étroite et allongêe, 7 labiales infêrieures. Squammes de la région pré-anale égales, médiocres, disposées en 4 séries transversales. Ecailles dorsales tri-carêntes, à carênes trés distinctes, en 43 sé- ries longitudinales. Coloration. — En dessus sur un fond brun-olivátre deux larges ban- des interrompues noirátres, varites de petits traits blanchátres, s'êten- dant de la nuque à la base de la queue, oú elles se reunissent pour for- mier une bande unique, qui se prolonge jusqu'à Pextremité de cet appen- PHYSICAS E NATURAES 4144 dice; les faces laterales du tronc et de la queue, tachetées de noir et pointillées de blanc-jaunâtre, se trouvent separées de la bande dorsale par un large espace brun-clair, qui prend Papparence d'une bande lon- gitudinale plus ou moins distincte. Face supérieure et côtés de la tête d'un brun-olivâtre uniforme, à Pexcéption des labiales supérieures et inférieures, qui sont jaunâtres. Face externe des membres de la cou- leur du dos, tachetée de noirátre. Régions inférieures d'un blanc-jau- natre sans taches. Dimensions. —Longueur totale 160”; de la tête 45””:; du bout du museau à Panus 75””; de Fanus au bout de la queue 85””; du mem- bre ant. 207”: du membre post. 32”"; du 3.º doigt 6"”; du 4.º or- teil 107", C'est la troisiéme espêce du genre Euprepes découverte jusqu'ã présent dans larchipel du Cap-Vert. Les deux autres sont: 4.º FE" Dela- landii, D. & B. (E. venustus, Girard), connu d'abord d'aprês Vexem- plaire unique rapportê par Delalande et qu'on croyant originaire du Cap !; 1 Je posséde plusieurs individus de E. Delalandir de Pile St. Tago. Les spécimens décrits par Girard sous le nom dE. venusius étaient de la même pro- venance. Yai signalé dés 1867 Vexistence de cette espéce dans Pile S*. lago; je Pavais reçue en 1866 melangée avec d'autres reptiles provenant de Bissau, ce qui m'avait fait croire d'abord qu'elle etait de cette derniére localitê. Ce n'est que plus tard que je me suis aperçu de ma meprise. Le professeur Peters en 1869 a pu reconnaitre que VE. venustus etait identique à Vancienne espêce de Dumeril et Bibron, en examinant quelques spécimens que le Muséum de Berlin avait reçus des iles de Cap-Vert par le dr. Strauch. Tous les individus, en nombre assez considerable, que j'ai eu Poccasion d'examiner sont originaires exclusivement de Vile St. Iago; ceux décrits par Girard sous le nom d"E. venustus avaient la même Porigine; cependant on ne peut pas encore affirmer qui [espéce ne se trouve pas dans une autre ile du même archipel. Je suis persuadé que Vexemplaire du Muséum de Paris, rapporté ou en- voyé par Delalande, ne vient pas du Cap. On lui a attribué certainement une telle origine parcequ'il faisait partie de collections composées d'objets de cette localité; mais à présent que lespêce n'a pas été retrouvée dans "'Afrique aus- trale par les nombreux explorateurs qui ont visitée aprés Delalande, je tiens pour beaucoup plus probable que le voyageur français Paie trouvée à Vile Sº. lago, point de relache obligé à cette époque pour les batiments à voiles qui entreprenaient ce long voyage. Je nºai pu obtenir jusqu'à présent aucun rensei- gnement authentique constatant le séjour de Delalande dans une ile quelcon- que de VParchipel du Cap-Vert; mais je n'ai pas aussi de preuves en contraire. Une autre espêce faisant partie des collections de Delalande au Muséum de Pa- 112 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS 2.º VE. fogoensis !, décrit recemment par M. 0º Shaughnessy d'aprés des spécimens recueillis à Vile du Fogo et à S.* Vincent par notre regrettê ami le savant botaniste R. T. Lowe. LE. Hopfferi, dont la coloration chez quelques individus à teintes plus éffacées se rapproche de celle de VE. Delalandii, est parfaitement distinct de cette espêce par Pécaillure de la tête, et de PE. fogoensis par le nombre des rangs longitudinaux d'écailles, qui est chez celui-ci de 56 à 60, ainsi que par la conformation même des écailles, tricaré- nêes chez [un et bicarênées chez Pautre: parmi les espêces d'Afrique oceidentale qui me sont connues, je ne trouve pas aucune avec la quelle “on puisse le confondre. Il habite PIlheo Raso en compagnie de Fénorme geckotien qui fait le sujet de Particle précedent, et il parait s'y trouver abondamment, car M. le docteur Hopffer m'en a envoyê plusieurs in- dividus. Je me fais un plaisir de dédier cette espêce au médecin distin- guê qui, par ses heureuses recherches, m'a si puissamment aidé à ajout- ter quelques faits intéréssants à Whistoire zoologique de WV'Archipel de Cap-Vert. ris, et regardée à cause de cela comme originaire du Cap, appartient également à Parchipel du Cap-Vert et n'a jamais été rencontrée dans PAfrique australe ; j entends parler du Corvus ruficollis, Lesson, dontj'aurais à m'occuper bientot. Ce fait apporte un nouvel argument en faveur de lhypothêse que j'ai avancée. 1V. Oº Shaughnessy Descriptions of new species of Scincidae. Ann. & Mag. of Nat. History, April. 1874 p. 300. PHYSICAS E NATURAES 113 3. Observações ácerca do «Corvo» do Archipelago de Cabo-Verde POR J. V. BARBOZA DU BOCAGE Bolle e Keulemans, nos apontamentos que publicaram sobre a or- nithologia das ilhas de Cabo-Verde, mencionam o Corvo como uma das aves mais communs; mas cada um d'estes auctores o refere a uma es- pecie differente. Bolle diz o seguinte !: «Eu não posso affirmar que o Corvo ordi- nario da Europa viva nas ilhas de Cabo-Verde. O Corvo dos creoulos é outra especie, talvez o Corvus capensis. Elle excede um pouco em gran- deza a gralha ordinaria e distingue-se della muito bem pela sua plu- magem negra, e sobretudo por uns reflexos pardos muito pronuncia- dos na cabeça e pescoço. Encontra-se abundantemente nos logares cul- tivados e habitados da ilha de S. Nicolau. Gosta de sociedade e pre- fere a alimentação vegetal à animal. Faz por isso grandes devastações no milho, e obriga as mulheres e creanças a reunirem-se em grandes bandos em volta dos campos recentemente semeados para os afugenta- rem com um charivari infernal.» Keulemans, escrevendo mais recentemente sobre as aves das ilhas de Cabo-Verde e Principe?, inscreveu o Corvo, sob a designação de Corvus corone, na lista das especies que encontrara em Santo Antão, S. Vicente, S. Nicolau e S. Thiago. Quando publiquei em 1867 a 1.º Lista das aves das possessões portuguezas d' Africa occidental3 tive occasião de referir ao CG. ruficol- 1V. Bolle. Vogelwelt auf den Inseln des grinen Vorgebirge. Jorn. f. Ornith. 1856. p. 20. 2 V. Keulemans. Opmerkingen over de Vogels van de Kaap-Verdische Eilan- den in van Prins-Eiland p. 1,2 et 3. 3V. B. du Bocage 1.º Lista das Aves das poss. port. d' Africa occidental. Jorn. Se. Acad. Lisboa. N.º 2. 1867. p. 129. JORN. DE SCIENC. MATH. PHYS. E NAT.— N, XVIII. 8 1144 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS lis Less. o unico exemplar que então existia no Museu de Lisboa, ob- tido na ilha de S. Vicente em 1860, quando ali aportara el-rei o sr. D. Luiz na sua viagem a Angola. Ultimamente tenho recebido outros specimens da mesma especie provenientes de outras ilhas do mesmo archipelago, S. Thiago e Santo Antão, os quaes teem vindo confirmar aquella minha determinação. É para mim fóra de duvida que o Corvo de Cabo-Verde é o €. ruficollis, descripto por Lesson em 1831!, a mesma especie que Peale descrevera em 1848 com o nome de €. leptonyx? e que Cassinê res- tituiu em 1858 ao seu verdadeiro nome. Lesson, quando descreveu a especie, não conhecia, ou esqueceu-se de mencionar, a patria do exemplar que lhe servira de typo; publicou apenas uma diagnose muito resumida nos seguintes termos: «La corneille à tête rousse. CORVUS RUFICOLLIS. A bec assez elevê et cou brun roussátre, à tarses allongês et à queue longue*.» Mais de vinte annos depois Pucheran, em uma serie de artigos que publicou na Revue et Magasin de Zoologie ácerca dos typos de Cuvier, Vieillot e Lesson, existentes no Museu de Pariz, considerou a especie originaria do Cabo de Boa Esperança, em consequencia de pertencer o exemplar descripto por Lesson às collecções provenientes da viagem de Delalande. Parece-me conveniente transcrever textualmente as palavras do naturalista-adjunto do Museu de Pariz: «CORVUS RUFICOLLIS. Le type est originaire du Cap (Delalande). Longtemps j'ai cru qu'il ne differait pas spécifiquement du grand Cor- beau de Levaillant; mais des doutes s'étant rêécemment elevês relative- ment à Vexistence de ce dernier type, il est bien possible que notre es- pêce de M. Lesson soit bien réelle. Ajouttons que les plumes de la tête sont d'un brun terreux; que certaines offrent des indices de la couleur violacée qui régne sur le dos et les tectrices alaires supérieures. La couleur de la tête s'êtend sur toutes les parties inférieures. La queue est allongée, d'un noir assez terne; il en est de même des remiges, lesquelles atteignent Vextremitê des rectrices. Le bec courbê dês sa base, est noir dans presque toute son étendue, et brun corné à ['extre- mité. Les tarses sont noirâtres, les ongles noirs. Long. tot. (diréctement - prise) 464"" du bec 60”, du tarse 607”, du doigt medius 377” (avec Pongle 52 MP)» 1 V. Lesson. Traité dOrnithologie. 183 p. 329. 2 V. Peale. U.S. Expl. Exped. Ornith. A vol. 8. p. 105. Atlas Ornith. pl. v. 3 V. Cassin. U. S. Expl. Esped. Ormith. vol. 8. bis. p. 146. 4 V. Lesson. loc. cit. p. 329. PHYSICAS E NATURAES 1145 «Chez un autre individu, qui nous parait spécifiquement sembla- ble, les teintes sont plus ternes et plus sombres. Mais il est êvident pour nous que de nouvelles recherches sont necessaires pour isoler d'une ma- niére définitive cette espêce, qui represente peut-être au Cap de Bonne Espérance le Corvus umbrinus d'Hedenborg, auquel il ressemble tant par la compréssion et Vincurvation de son bec. Malheureusement nous n'avons pas d'exemplaire de ce dernier type, pour établir d'une maniêre plus compléte les analogies et les difiérences qui existent entre les deux. !» Estes esclarecimentos dados por Pucheran não conseguiram com- tudo dissipar todas as incertezas e obscuridades que havia ácerca da especie creada por Lesson. A despeito do muito que se havia progre- dido no conhecimento da fauna ornithologica da Africa austral, nenhum viajante lográra encontrar ali o corvo cuja descoberta se attribuia a De- lalande, nenhum museu ou naturalista alcançára posteriormente exem- plares desta curiosa especie. Não admira por tanto que se hesitasse em admittir uma especie que nunca mais fôra encontrada, e sobretudo em aceitar o habitat que Pucheran lhe attribuira; e tambem por eguaes motivos me parece muito desculpavel que Peale, ao examinar um exemplar morto nas immedia- ções do Funchal (ilha da Madeira) e comprehendido nas collecções z00- logicas da celebre expedição dos Estados Unidos effectuada sob a di- recção de commodoro Wilkes, cuidasse ver n'elle o representante d'uma especie nova, que intitulou €. leptongyg. Cassin examinando mais tarde este exemplar, de uma femea adulta, reconheceu quanto os seus caracteres condiziam com os apontados por Lesson e Pucheran nas breves descripções que nos deixaram do €. ru- ficollis, e com bons fundamentos o referiu a esta ultima especie. Ficou pois averiguado que o €. ruficollis, ou pelo menos uma es- pecie com todos os caracteres attribuidos ao €. ruficollis, que nenhum viajante ou naturalista encontrára na Africa austral, posteriormente a Delalande, vivia mais em proximidade da Europa, na ilha da Madeira, onde fôra visto e capturado no mez de setembro de 1839 e onde, se- gundo Peale, parecia não ser raro. Cabe aqui notar que os naturalistas a quem devemos informações mais minuciosas àcerca da ornithologia da ilha da Madeira, não fazem menção do Corvo ou Corvos, que ali vivem, em termos que permittam suppor que esta especie lhes tivesse sido alguma vez presente. Vernon Harcourt em 1851 cita entre as aves que visitam regularmente aquella 1 V. Pucheran. Rev. et Mag. de Zoologie. 1853, p. 548. 8 16 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS ilha o €. corax e o €. corone!; este ultimo porém sob a auctoridade do nosso amigo Lowe, o distincto naturalista que tanto dilatou os nos- sos conhecimentos sobre a fauna e flora madeirenses, e a quem a sorte injusta sepultou no fundo do Oceano, que mais uma vez sulcava em de- manda d'aquelle Eden abençoado por quantos cultivam as sciencias na- turaes. Quatro annos mais tarde aquelle mesmo zoologista 2 incluiu no- vamente as duas especies n'outra lista mais completa das aves da Ma- deira. Finalmente em 1872 M. F. Du Cane Godman, tendo aproveitado uma visita que fizera à Madeira e Canarias para colher novas informa- ções ácerca da sua fauna ornithologica, menciona unicamente o €. co- rax como proprio de um e outro archipelago, mas indica-o como es- pecie por elle mesmo observada. Os termos em que se exprime são os guintes: «Corvus corax, Linn. — Everywhere abundant in the Canarian group, where it may sometimes be seen in large flocks. Its habits are the sa- me as in other parts. In Madeira it occurs occasionalla.» Não faz referencia alguma ao €. corone, nem à especie descripta por Peale e Cassin. Sem pretender explicar esta singularidade de terem sido mais fa- vorecidos da sorte os naturalistas da Expedição americana nos poucos dias que visitaram a ilha da Madeira, descobrindo ali o €. ruficollis, que nem antes nem depois d'elles foi mais encontrado, e acceitando como exacta a determinação feita por Du Cane Godman, só me resta con- cluir que as duas especies €. ruficollis e CG. coras, cohabitam nºaquella ilha, onde todavia não parecem ser abundantes. Quanto à existencia porém do €. ruficollis no archipelago de Cabo Verde, como especie sedentaria, d'isso temos provas authenticas e se- guras informações. Além do exemplar da ilha de S. Vicente, que já tive oceasião de citar, possue o Museu de Lisboa um exemplar de S. Thiago, offerecido pelo sr. Barreiros em 1870, e dois da ilha de Santo Antão, que nos mandou recentemente o sr. dr. Hopfier; estes ultimos infelizmente re- mettidos em alcool demasiadamente fraco e por isso em mau estado de conservação. Todos elles, salvas pequenas differenças individuaes nas dimensões, 1V. E. Vernon Harcourt. Notice of the Bird of Madeira. Proc. Zool. Sc. of London, 1851, p. 145. 2 V. E. Vernon Harcourt. Notes on the ornithology of Madeira. An. Y Mag. of Nat. Hist., 1855. Vol. 15. (Second ser.), p. 437. PHYSICAS E NATURAES 117 concordam entre si em todos os caracteres especificos e ajustam-se per- feitamente às descripções de Peale e Cassin do Corvo encontrado na ilha da Madeira, referido por este ultimo naturalista ao €. ruficollis. Eis as dimensões dos nossos exemplares: comp. total aza cauda bico tarso Ex. de S. Vicente 515mm 380mm 200mm 5gum 020 Ex. de S. Thiago 522 » 377 » 205 » 61 » 64 » Ex. de Santo Antão 501 » 392 » 195 » 60 » 61» Em todos estes exemplares a cabeça, o pescoço e uma porção mais ou menos extensa das regiões inferiores, são d'um pardo côr de tabaco, que contrasta com os reflexos violaceos da plumagem do dorso. Inferio- res na estatura ao 6. corax e sensivelmente superiores ao €. corone, distinguem-se de um e outro pela conformação do bico, que não concorda com o de nenhum d'elles, pelas proporções relativas da cauda e azas, e pela côr baça e terrosa da cabeça, pescoço e peito, onde apenas se no- tam algumas manchas violaceas. A diagnose d'esta especie pôde resumir-se nos seguintes termos: €. ruficollis: Major; miger, mitore violascente-chalybeo; capite, collo et abdomine (partim) umbrinis; toctricibus primariarum remigibusque primariis pogonio externo aenco-viridi mitentibus; rostro validiuscuio, elongato, incurvo, nigro; tarsis elongatis et digitis mediocribus nigris; remigibus caudae apicem vir superantibus. Remiges 8.º et 4.º aequales et omnium longiores. A existencia desta especie no archipelago de Cabo Verde vem des- fazer as duvidas que poderiam ainda subsistir ácerca da legitimidade com que Cassin referira ao €. ruficollis, Less. o exemplar encontrado na ilha da Madeira. Se, como o affirma Pucheran, o typo da especie, que existe no museu de Paris, fazia parte da remessa de Delalande, com- prehende-se muito bem agora porque é que d'esta especie não fazem menção os naturalistas que mais se teem occupado da ornithologia de Africa austral, onde ella realmente parece não existir. A indicação do habitat suggerida por Pucheran é que é inexacta, e proveiu natural- mente de não se encontrar no exemplar de Delalande a indicação da lo- calidade onde fôra obtido, o que levou a suppol-o do Cabo, quando com toda a probabilidade se deve antes presumir que Delalande o obtivesse em alguma das escalas que elle visitou na sua viagem de ida ou volta, e designadamente n'alguma das ilhas de Cabo-Verde, d'onde é tambem natural um reptil, o Euprepes Delalandii, do qual por muito tempo só- mente se conheceu um exemplar encontrado nas collecções de Delalande, e que se julgou por egual motivo originario do Cabo. 118 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Com muita razão presume Pucheran que o €. ruficollis deve as- semelhar-se ao €. umbrinus, Hedenborg. D'esta especie tenho à vista um exemplar da Africa oriental, comprado à casa Verreaux de Paris !, e a sua comparação com os nossos exemplares do €. ruficollis confirmam as suspeitas de Pucheran. Não é possivel descobrir entre um e outros dif- ferenças nas côres que permittam distinguil-os; correspondem-se per- feitamente nas proporções relativas das azas e cauda, e na conformação do bico; apenas se differençam por ser talvez a estatura mais reforçada no €. umbrinus e o Dico (no nosso exemplar pelo menos) algum tanto mais forte e grosso. Apresento em seguida as dimensões que verifiquei neste exemplar e as que apresentam von Heuglin e Hartlaub & Finsch da mesma especie, para que se possam comparar com as que acima dé- mos dos nossos specimens do G. ruficollis. GC. umbrinus: comp. total aza cauda bico tarso Ex. da Afr. oriental 5925um hO0Qum 94Qum 69mm 64mm Segundo Heuglin 567 » 391 » 203 » 68 » 66 » Seg. Finsch & Haril. 567» 3178 » 202 » 61 » 66 » Creio por tanto que com bons fundamentos se poderia hesitar em considerar distinctas as duas especies, se o habitat de cada uma d'ellas não parecesse, em vista do que até hoje se tem podido averiguar, cir- cumscripto a regiões extremamente afastadas entre si. Outra conside- ração me faz ainda inclinar em favor da conservação de uma e outra es- pecie, e vem a ser a extrema opposição que parece haver entre os seus habitos de vida. Do C. umbrinus diz-nos um excellente observador, Mr. Shelley, que prefere os desertos e districtos pedregosos aos sitios mais cultivados e se avista frequentemente no Egypto na proximidade das Pyramides, onde annualmente estabelece os seus ninhos. É essencial- mente uma ave do deserto, acrescenta elle, e por conseguinte não ha encontral-o no Delta 2. Pelo contrario as informações que temos ácerca do €. ruficollis são concordes em que esta especie vive no Archipelago de Cabo Verde na proximidade dos campos cultivados, dos quaes é considerada com razão como um verdadeiro flageilo, pelos estragos que faz, já na época ! Na etiqueta dºeste exemplar lê-se «Africa oriental» (Abyssinia); porém esta ultima indicação é mui provavelmente inexacta, pois que nenhum via- jante aencontrou na Abyssinia e sim ao norte dºesta região, no Egypto, Nu- bia, Palestina, etc. 2V. G. E. Shelley, Birds of Egypt. 1872. p. 158. PHYSICAS E NATURAES 119 da sementeira dos milhos, já mais tarde quando as espigas se apro- ximam da maturação. Eis aqui o que nos relata a tal respeito o nosso illustrado corres- pondente o sr. Hopffer: - «Dos corvos sei que o maior é muito velho e era espertalhão que reconhecia a espingarda a larga distancia. «Foi morto a tiro no momento em que ia para o monte com um bocado de carne condimentado com strychnina. É difficil apanhal-os. Vi- vem em bandos. Habitam rochas escarpadas e altas; frequentam as cos- tas maritimas e os logares de despejo nos povoados. Prestam bom ser- viço à hygiene publica n'estes paizes selvagens em que são agentes da limpeza publica. Constituem porém um dos flagellos da agricultura pe- los damnos que fazem às searas de milho. Ha corvos em todo o archi- pelago, e as camaras municipaes fazem posturas contra elles, premiando. quem apresenta os seus ovos. São poucos ou nenhuns os premios dis- tribuidos. Não se deixam caçar a tiro; são enxotados com toques de tambor, gritaria, pedradas e espantalhos. Fazem suas digressões no dorso de jumentos chagosos e vão trincando-lhes as mataduras até que o vehiculo se espoja para se livrar do voraz cavalleiro. Os olhos do animal são negros. Alguns, em domesticidade, imitam a voz humana, grasnam o nome do dono, fallam. São estas as informações que lhe posso fornecer.» Com os dois exemplares do €. ruficollis que nos mandou ultima- mente o sr. dr. Hopffer, veiu tambem um specimen de Thalassidroma, proveniente do Ilheo Raso, e conhecido pelo nome Jube-Jabe, o qual me parece, com quanto muito semelhante à Thal. leucorrhoa, Vieill., dis- tincto d'esta especie por alguns caracteres que não são para despresar. O exame de um só exemplar, e em más condições de conservação, não fornece todos os elementos de que se ha mister para estabelecer com segurança uma especie: no entanto indicarei summariamente as differenças que encontro e resumil-as-hei n'uma breve diagnose. A cabeça e dorso são d'uma côr negra carregada e lustrosa, ao passo que nos exemplares, que possuo, da Thal. lewcorrhoa das costas de Portugal estas partes são de um negro de fuligem, sem brilho, e mais ou menos lavadas de cinzento. As coberturas superiores da cau- da, que são brancas em ambas as especies, teem as hasteas pardas nos exemplares da Thal. leucorrhoa e perfeitamente brancas no Jabe-Jabe. 120 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Neste a cauda é levemente furcada por serem as pennas lateraes ape- nas 9"" mais compridas que as pennas médias; n'aquelles mais profun- damente furcada. O bico do nosso exemplar é um pouco mais forte, os dedos e tarsos mais curtos do que na Th. leucorrhoa. Assim, em quanto não consigo outros specimens, deixo aqui pro- visoriamente inscripto o Jabe-Jabe de Cabo-Verde como especie distin- cta da que frequenta os nossos mares. Thalassidroma jabe-jabe. Nov. sp.? Thal. leucorrhoae similis, sed cauda vix furcata, capitis dorsique plumis magis nitiãe nigricantibus, supracaudalibus albis scapis albis, rectricibus basi inconspicue sed late albis, digitis brevibus. Habitat. : Ilheo-Raso no Archip. de Cabo-Verde. PHYSICAS E NATURAES 124 4. Appendice à lista dos Crustaceos Decapodios de Portugal ! POR FELIX DE BRITO CAPELLO Gen. Xantho Leach. h2. Xantho rivulosus. Risso. Crust. Nice 14. Savigny. Egypte. pl. 5 f. 8. M. Edwards. Hist. Nat. Crust. 1, 394. Hab.: Setubal. Gen. Pilumnus Leach. k3. Pilumnus afinis. Sp. n. Cette espêce est três voisine du P. hirtellus; elle en differe ce- pendant par la présence de três grosses épines sur la main et sur le carpe, par le plus fort développement des lobes du front, et par Pabsence des épines des régions ptérygostomiennes. D'ailleurs le rapport entre la longueur et la largeur est representê dans cette espêce par */s, tandis que chez le P. hirtellus elle est de 3/4. La carapace est couverte d'un duvet três court; elle porte, ainsi que les pattes, de três grands poils droits et raides. Couleur brun rougeatre. Longueur 07,012. Hab.: Setubal. Un individu obtenu par dragage. IV. Jorn. de sc. math., phys. e nat. Lisboa, num. xv, 1873, p. 233. 129 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS h4, Pilumnus Teixeirianus. Sp. n. Espêce appartennant, comme Pantérieure, à la division que M. Milne-Edwards fait dans ce genre pour les espêces ayant quatre épi- nes de chaque côté sur les bords latéro-antéricurs (Pangle orbi- taire externe non compris) et les bords supérieurs des orbites dé- pourvus d'épines. Front divisé par une fissure médiane peu profonde; lobes avec les bords lisses. Épine orbitaire externe nulle; la quatritme épine du bord laté- To-anterieur ne peut être considerée comme orbitaire externe parce qu'elle se trouve tout-a-fait en dehors de Vorbite; dailleurs elle est sur la même ligne des autres épines, donc elle n'est pas pté- rygostomienne. Couleur blanc jaunátre. Longueur 0”,006. Rapport entre les deux diamêtres 3/4. Hab.: Setubal. Un individu obtenu par dragage. Nous dédions cette espéce à M. Antonio José Teixeira, profes- seur à VUniversité de Coimbra, comme un temoignage de reconnais- sance et d'amitiê. Gen. Pinnotheres Latr. k5. Pinnotheres pisum. Cancer pisum. Penn. P. pisum, Latr. Hist. Nat. Cr. vi, 83 M.-Edwards. Hist. Nat. Cr. IH, 31. Hab.: Setubal. Gen. Ebalia Leach. h6. Ebalia elegans. Sp. n, Carapace lisse, três bombée, avec de gros tubercules sur le dos: ces tubercules sont placés dans les mêmes régions, mais ils sont moins gros que dans PE. granulosa. Bords latéreaux entiers, ter- minés en crête saillante et relevée, de maniêre à donner à la cara- pace une forme três élégante. Pattes antérieures avec des crêtes três saillantes, surtout au bras PHYSICAS E NATURAES 123 et à la main; les autres pattes sont couvertes de granulations, qui sur le bord supérieur se transforment en tubercules êlevês. Couleur blanche avec des tâches irreguliêres orangées. Longueur 0”,010 Hab.: Setubal. Deux individus obtenus par la drague. Jai obtenu, avec les individus de cette espêce, beaucoup d'autres appartenant aux espêces déja citées dans notre liste, c'est-a-dire, E. Brayerii, E. Pennantii et E. granulosa. Je crois donc pouvoir fi- xer à présent les caracteres distinctifs de ces espêces. Les E. Pennantw et granulosa ont les bords latéro-antérieurs bilobés, d'un et d'autre côté, par une fissure plus ou moins pro- fonde. La E. Bragyerii et la E. elegans n'ont pas d'échancrure aux bords latéro-antérieurs. La E. Pennantii et la E. Bragyerii ont sur le dos deux grosses crêtes qui se croisent au centre; les autres deux espêces présen- tent cette même croix formée par de gros tubercules placés sur les diverses régions. Toutes ces espêces sont granuleuses, mais ces granulations sont de diverses grosseurs; dans la nouvelle espêce elles forment un reseau três uni, plutôt visible par transparance, et ne lui donnant nullement aspect chagriné; dans PE. granulosa elles prennent au “contraire un si grand développement, qu'elles sont parfois pédon- culées et présentent la forme de champignons. Gen. Pagurus Fabr. 47. Pagurus Bocagii (Pl. fig. 2) Sp. n. Une piéce rostriforme mobile, pointue et lisse sur les bords, est placée entre les écailles de la base des pédoncules oculaires; ces piêces sont três épineuses. Palpes spiniformes des antennes exter- nes lamelleux et trés épineux. Bords latéraux de la carapace avec une crête épineuse. Des sil- lons transversaux sur les côtês font ressortir des crêtes êpineuses. Pattes antérieures três inégales, couvertes d'épines. Carpe avec une rangée d'épines sur le bord supérieur. Pattes suivantes poilues, avec des épines sur les bords supérieurs de leurs articles; ces épines sont plus grosses sur les antépénultiêmes articles de la deuxiême paire. Piece appendiculaire de la troisiême paire rudimentaire. 124 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Jaune, finement tacheté de rouge. Un mále. Longueur de la ca- rapace (en comprennant les pédoncules oculaires), 07,015. Hab.: Setubal. Logê dans un Turbo. 48. Pagurus algarbiensis. Sp. n. Espêce três voisine de la précedente, mais ayant beaucoup moins d'épines sur les pattes: le test est alongé, tandis que chez Vautre es- pêce il est presque circulaire. Le carpe et la main sont d'egale longueur; chez le P. Bocagii, la main est plus grande que le carpe. On ne peut pas attribuer ces différences à Vinégalité d'âge des individus qui représentent ces deux espéces, car un de nos Pagu- rus algarbiensis, est une femelle adulte (elle est pleine d'oeufs) et cependant elle est de moitié plus petite que Vindividu de Vautre es- pêce. Couleur: blanc avec des tâches orangées sur le test, et des an- neaux de la même couleur sur les paítes. Longeur 0,70075. Cing individus. Ces deux espêces appartiennent à la division du genre Pagure que M.” M. Edwards distingue par ces mots: «especes ayant Van- neau ophthalmique armé en dessus d'une dent rostriforme mobile, qui s'avance entre les pédoncules oculaires, ei qui est dentelée sur les bords». Nos deux espêéces en different par Pabsence de denticulations sur la piêce rostrale. 49. P. setubalensis. (Pl. fig. 1 et 1 a) Sp. n. Pédoncules oculaires dépassant les palpes spiniformes des an- tennes externes, et à peu prês de la même longueur des portions basilaires des antennes internes. Bord antéricure de la carapace sans aucune saillie rostriforme (espêces 6 à 10 de Mr. M. Edwards). Pattes antérieures inégales, três renflées: Carpe et main couverts, à la face supérieure, de rangées longitudinales de grosses épines recourbées, entre ces rangées d'épines existent des touffes de poils plumiformes; le reste de la main et du carpe est couvert de tu- bercules squamiformes avec des touffes de poils. Bras et carpe pro- longês en dedans jen-lame arrondie épineuse. Les pattes suivantes ont seulement des épines sur les bords supérieurs de leurs antépé- nultiêmes articles; le reste est couvert de tubercules squammifor- mes avec des pinceaux de poils. PHYSICAS E NATURAES 195 Une piêce en forme de feuille, denticulée sur les bords, est pla- cée entre les pattes de la troisiême paire. Couleur: blanc avec des tâches irreguliêres roses. Longeur 0,017. Hab.: Setubal. On doit placer cette espêce entre le P. striatus et le P. calli- dus. Elle a de grosses épines aux pattes antêrieures comme ce der- nier, mais les autres pattes sont plus semblables à celles de la pre- miére espêéce. 50. Pagurus cruentatus. Sp. n. Pédoncules oculaires à peu prês de la même longueur du bord antérieur du test, plus longs que les palpes spiniformes des an- tennes, et de la meme longueur de la portion basilaire de ces an- tennes externes. Portions basilaires des antennes internes plus lon- gues que les pédoncules oculaires. Dent rostriforme rudimentaire. Ecailles de la base des pédoncules oculaires petites, allongées et três épineuses à la pointe. Carpe et main couverts de tubercules épineux; les bras et les autres pattes sont couverts de tubercules squammiformes bordés de poils. Des poils sur toutes les pattes. Les ongles des tarses et des doigts sont cornées et noires, ces derniers ont la forme de cuiller. Couleur: rouge avec les tubercules des pattes blanc bleuátre; tarses blancs avec trois bandes rouges. Longueur 0”,011. Hab.: Setubal. Cette petite espêce parait ne pas exceder la longueur que nous lui avons assignée. Nous avons rapportê des centaines d'indivi- dus tous de la même longueur, et exclusivement logés dans la Nassa reticulata. 91. Pagurus Pridauxii. Desmarest, Considér. sur les crust. 178. M. Edwards, Hist. Nat. des crust. 11, 216. Dans notre liste des crustacés décapodes ! nous avons considéré comme P. Bernardus des individus rapportés de VAlgarve. La grande ressemblance de cette espêce et du P. Pridausii, ainsi que la petite importance des caractêres qui les distinguent, assignés 1 V. Journ. de sc. mat. phys. e nat. num. xv, p. 298, num. 28. 126 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS par M. Milne-Edwards, nous ont fait préférer la premiêre désigna- tion. Derniêrement ayant obtenu un individu du vrai P. Bernardus, par la comparaison de ces individus et surtout d'aprês un cara- ctêre dont nous allons parler, tous nos doutes ont dispara. Tous les pagures ont un organe appendiculaire, lequel n'est pas exclusif du sexe, entre les paítes de la troisiéme paire; cet ap- pendice dont je ne sais qu'on aie parlé, présente des formes et des grandeurs diverses chez les espêces distinctes. Nous avons représenté dans la planche quelques uns de ces appendices. (Voyez Vexplication de la planche) Gen. Megalops Leach. 52. Megalops mutica. Desmar. Considér. sur les crust. 204. pl. 34, fig. 2. Milne-Edwards. 11, 260. Apporté par des pêcheurs. Setubal. Gen. Seyllarus Fab. 93. Scyllarus arctus. Fabr. Suppl. 299. Milne-Ewards. 1, 282. Caucer arctus. Roemer. Gen. insect pl. 32, f. 3. Deux individus obtenus par dragage. Hab.: Setubal. Gen. Callianassa Leach. 54. Callianassa subterranea. Leach. Malac. Pod. Brit. pl. 32. Milne-Edwards 1, 309. Cancer subterranea. Montag. Trans. of the Soc. 1x pl. 3 f. PRA 55. 6. 57. Fig. PHYSICAS E NATURAES 127 Gen. Crangon Fabr. Crangon vulgaris. Fabr. Milne-Edwards. Hist. Nat. 11 341. Cancer crangon. Seba. nt, pl. 2. f. 8. N. vulgar. Camarão moiro. Cette espéce, três vulgaire dans le Tage, ne vient dans cet ap- pendice parcequ'elle aie été rencontrée aprês la publication de la premiêre liste; c'est seulement par oubli que nous ne Favons pas comprise dans celle-ci. Gen. Nika Risso. Nika edulis. Risso. Crust. Nice. 85. pl. 3. fig. 3. Milne-Edwards 11, 364. Processa edulis Latr. Rêgu. an. cuv, 2.º ed. Iv, 95. Hab. : Setubal. Gen. Palemon Gabr. Palemon squilla. Fabr. Suppl. Ent. syst. 403. Milne-Edwards rm, 390. Can- cer, squilla. Lim. Syst. nat. Hab. : Aveiro. EXPLICATION DE LA PLANCHE DES CRUSTACES 1 Anneau ophthalmique et portion antérieure du test du Pagurus setu- balensis. Nob. 1 a. Piéce appendiculaire de la base de la troisiême paire de pattes du même. 2 Anneau ophthalmique et portion antérieure du test du Pagurus Boca- gi. Nob. 3 Piéce appendiculaire de la base de la troisiême paire de pattes du Pagu- rus Bernardus. Fabr. h Id. id. du Pagurus Pridauxii. Desm. 5 Id. id. du Pagurus deformis. M. Edwards. 6 Id. id. du Pagurus cruentatus. Nob. 128 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS VARIEDADES 1. Observações meteorologicas feitas na ilha de Santo Antão pelo dr. Hopffer Devemos ao sr. Hopffer o mappa, que publicamos das observações meteorologicas feitas por elle com toda a regularidade durante doze mezes, de dezembro de 1873 a novembro de 1874, na ilha de Santo Antão. O distincto e zeloso associado provincial da Academia Real das das Sciencias, que tanto tem contribuido para augmentar as colleções zoologicas do archipelago de Cabo-Verde que existem no Museu Nacio- nal, consagrou de ha muito as poucas horas que lhe deixam livres os seus encargos officiaes a observações methodicas e conscienciosas em que será possivel assentar mais tarde o conhecimento exacto da meteo- rologia d'aquella interessante região. Fazemos os mais sinceros votos para que este nosso ilustrado collega continue observações de tamanha utilidade, e possa accrescentar novas investigações às descobertas com que tem enriquecido a zoologia do archipelago de Cabo-Verde. B. vu B. do Dei ANNO METEOROLÓGICO DE 1874 QUADRO DAS OBSERVAÇÕES FEITAS NO CONSULTORIO MEDICO, NA VILLA DA RIBEIRA GRANDE DA ILHA DE SANTO ANTÃO, ARCHIPELAGO DE CABO VERDE PSYCHROMETRO OZONE BAROMETRO A 0º THERMOMETROS GR. O. ÉPOCA TENSÃO DO VAPOR ATMOSPIERICO o! HUMIDADE RELATIVA ESCALA DECIMAL MILLIMETROS À SOMBRA = Millimetros Saturação = 400 TT——|— o ——— | ——Ooo— “—— — —— | |— — — | ———;! o — | ——— — o eee E A SIA E s s E] E BUS 2 E) E s E e) E Elgld alglalãls E Ea o gps pa aa a ! E | É 8 | a Sale ela e ee ep RARE ar: pps penar nen: a E E |: ANNOS MEZES 3 É -g E E Do | E ] g = E = É E E E] Eu ; E % E pe [| a E a % S E & 5 g E E - ê 5 E E E Ê E! Ê a É H ê E 2 õ 2 E - g E g E E z z Z É E É Ê E ENS É a RS E s E | E E Eae ale sl lals S E Bulls E ã E) z 8 g Ê s E) 5 2&|8 = g E E) 5 E 8 =| 2=|8 E 3 E! E E é É g 2 E o So RR e Re E REDES Re emp pop pepapapos . = > z É = E s É Ê É & É É > É > É ELE ELES E > E E E E ES E Ê E Ê z E 5 70249 | 142 | 765,77 | 27 | 75950] 46 | 697 589) 265 | 41 | 160] 3 | 105) 4537 | 428] 1876 | 40 | 4306 | 31 | 370] 670) 46/79] 7]5 | 8]23 |329)025]43]31 | 24] 2/49 763,53 | 0,65 | 766,49 | 48 | 761,90 | 22 | 459 509) 265 | 24 | 454] 29 | 4,4) 4290 | 435) 4542 | 23 | 943] 4 | 599] 640] 80] 82 | 42 | 97 | 2 | 45 [3502] 38] 2 | 29])2 | 09 764,74 766,88 76208 | 22 | 480 559) 246] 25 | 138) 9 | 98] 1236 | 403) 4468 998 | 24 | 470| 626] 54 | 74 | 46 | 51 | 24 | 23 ]349]029] 38] 2] 29] 42 | 09 763,98 766,90 760,21 90 | 49 3 13 29 Ri ai 15,49 9,98 3 591 | 63,4 | 53 73 14 39 3 yo 3,79 | 038 | 43 9 29 2% 14 47,54 10 12,63 6 491 | 67,3 | 65 BO 29 57 22 23 349 | 042 | 43 1 24 22 19 o te é = E — õ 764,03 O ojaafaeo als eae Rana aaja a 763,96 ONDA ne sta ata fa 704,76 , Jolho == cam ea ses noobs ts san ros 763,06 | 443 | 765,05 4 760,92 18 5,73 jaja bu a é alo Va e alo a 0/o 6 nb e a 761,89 759,96 702,30 761,66 760,44 762,62 765,92 766,21 766,28 = = Ee = = 1 20,70 18 11,58 902 | 75,7 | 39 83 15 67 7 16 3,96 | 0,92 | 43 4 29 9 14 Ca s o > o = 's ço Ea . a o Go 19 = ie & Ea 5 764,26 764,09 | 764,30 764,04 759,93 Dono vaino nro gm nao ae sun 762,87 761,60 POCO SS ONDE DES | 761,95 759,28 MÉDIAS DO ANNO.. 703,29 | 0,M | 765,51 | — 760,74 | — 485 | 2292 | 498 | 269 | — 473 | — 8,9 15,91 1,05 18,55 — 13,06 — 5,49 | 694 | 48 so — 57 — 23 3,99 | 0,93 14 — 26 — 1,4 Eu ESTADO GERAL VENTO ESTADO DO MAR DA ATMOSPHERA EXTREMAS DO ANNO e a DIRECÇÃO FORÇA APROXIMADA | —eo "Us [= a Numero de dias de DATA DATA CORRESPONDENTE CORRESPONDENTE | Mar de pequena vaga ANXOS MEZES is ou menos encu- DESIGNAÇÃO Dias de nevoeiro Millimetros de chuva Vento muito fraco Dias de chuviscos Vento moderado Vento fresco Mar agitado Dias claros Dias de chuva Vento fraco Vento forte [Mar de vaga MAXIMA 24 de Novembro Scr 23 de Março aos a ooo o mio prio j = || TEMPERATURA ..| 280 12 d'Agosto 13,8 | 9de Fevereiro | 144 | TENSÃO. ........ 1) 46 de Setembro 24 de Janeiro 24 de Janeiro HUMIDADE 16 de Setembro OZONE .snneo cas 16 de Setembro 19 29 d'Outubro 29 48 A maior quantidade de chuva em 24 horas foi de 125e= no dia 47 de setembro. | masaesas soon o vn na o pu 2as 18] 42] 6 3/9 58 |— |— | 48 6 1 2 3 2/48 9/14)—|— 6| 4 7 5| 6 2|— Houve 8 dias em que durante 24 horas a quantidade de chuva recebida no udo- metro foi inferior a 4 millimetro. AND sos encarado so dao nas dacandbeadacaro 2 |494| 38 [1399] 60 | 2943 | — | 3 ]23]59] 4 [49/97] 4]8 2 3 34 | 126/1460) 39] 7 5 [406] 48 | 43 [40] 68 | 48 | 10 Houve 3 dias em que a quantidade de chuya recolhida no udometro foi superior à 1 centimetro, ADVERTENCIA Lat. N, 47º 441— Long. O. de Lisboa 45º 59,—Exposição NE.— Distancia ao mar 280 metros. — Altitude da tina do barome- As médias da pressão, da temperatura, da tensão, da humidade (Psychrometro d'Augusto) e do ozone, são deduzidas das tro (Adie) 27 sommas das respectivas observações em cada decada. 3 ro (Adie) 27 metros —A hora regular das observações é ao meio dia— Os thermometros de maxima e minima (Negretti e Zam- O udometro (Babinet) é examinado ás 7 h. m. e está colocado em um pateo na alt. de 43 metros. bra) são lidos ás 7, h. m.— As temperaturas médias são as semi-sommas das maximas e minimas.— O papel ozonometrico (Jame) |]| torio do Infante D, Luz, e as Instructions Météorologiques pelo sr. E. Renou, secretario da Sock stá exposto 24 | Não podendo ter logar mais de uma observação RR dia, como era da maior utilidade, preferiu-se a hora aconselha Ei ERROR, oras sr. professor Adriano Augusto de Pina Vidal, da Escola Polytechnica de Lisboa. Dn. Frevenico Francisco HoprrER. REAIS A paro DA O gm Ta ! PHYSICAS E NATURAES 1929 BOTANICA a ———e À. Apontamentos para o estudo da Flora Portugueza PELO CONDE DE FICALHO (Conclusão) LABIATÃE Juss. Trib. VI. NEPETEAE Bth. Lab. et ap. D. €. Prodr. XII. p. 368! XIV. NEPETA L. Gen. PI. Sect. I. Pycnonepeta Bth. 1. c. p. 371! À. N. tuberosa. L. sp. p. 798! Bih. 1. c. p. 375! Wk. et Lge, 1. c. p. 4291 Brot. 1. c. p. 173! Hofim. et Lk. 1. c. p. 93! Welw. hb. Ac. n.º 1121. — Valor. hb. In montosis asperis calcareis: pr. Conimbricam (Brot.!): pr. Olysipo- nem (Brot.! Lk.! Welw.!): in Algarbiis pr. Estoy (Welw.!) 2f Jun. Jul. (v. v.) Hab. quoque in Hisp. et Sicilia. 2. N. reticulata. Desf. Fl. Atl. IH. p. 44. t. 124! Bss. Voy. Esp. p. 502! Wk. et Lge. 1. c. p. 430! In Lusitania (toco non citato. Tourn. ex Bss.) Hab. quoque in Hisp. et Africa boreali. 3. N. Apuleji. Ucr. ap. Guss. Pr. Fl. Sic. II. p. 80! Bth. 1. c. p. 3751 Bss. 1. c.! Wk. et Lge. 1. c.!—N. rosea Salzm.— N. tuberosa Desf. non L.—N. acerosa Wbb. It. Hisp. p. 20. In Lusitania (loco non citato Tourn. ex Bss.) Hab. quoque in Hisp., Africa boreali et Sicilia. JORN. DE SCIENC. MATH. PHYS. E NAT. — N. XIX. 9 130 JORNAL DE SCIÊENCIAS MATHEMATICAS h. N. Granatensis. Bss. El. n. 163 et Voy. Esp. p. 500. t. 144! Bth. 1. c. p. 376! Wk. et Lge. 1. e. p. 450!—N. violacea Brot. FI, lus. p. 173. non L.—N. multibracteacta Hofim. el Lk. 1. c. p. 94. t. 5? Brot. Phyt. Lus. p. 88. t. 111? In arvis cultis inter Covilhã et Fundão (Brot.! Lk.!): in castanetis pr. Marvão (Brot.! Lk.!) 2 Maj.-Jul. (n. v.) Hab. quoque in Hisp. (Serra nevada). Obs. — Bentham no Prodromus e Willkomm no Prodromus Florae Hispanicae citam erradamente a N. violacea de Brotero como synonimo da N. tuberosa, quando é clarissimo que o nosso botanico referiu em duvida à especie linncana, a planta en- contrada em Marvão pelo conde de Hofimansegg, figurada e descripta depois como N. multibracieacia na Flore Portu- gaise, e na Phylographia, e nunca a confundiu com a N. tu- berosa que egualmente menciona na mesma Flora. Boissier | considera a planta portugueza como diversa da N. muliibra- cteacta de Desfontaines e refere-a um pouco em duvida a sua N. Granatensis, Willkomm segue esta opinião, e aqui deixa- mos este nome à planta que nunca vimos. XV. GLECHOMA L. Gen. 50 Gl. hederacea. L. sp. p. 807! Wk. et Lge. 1. c. p. 434! Brot. 1. c. p. 162! Hoffm. et Lk. 1. e. p. 106!-—Nepeta Glechoma Bth. Lab. et ap. D. GC. Prodr. XII. p. 391! Valor. hb. In uliginosis umbrosisque Lus. borealis et mediae, non frequens: in Beira et Extremadura loco non citato (Brot. 1): pr. Manteigas (Lk. !): ad ripas Mundae (Lk.!) 2/ Mart.-Maj. (n. v.)—HERA TERRESTRE. Hab. in omni Europa, Sibir. et Japonia. PHYSICAS E NATURAES 131 Trib. VII. STACHYDEAE Bth. 1. c. p. 407! XVI. LAMIUM L. Gen. PI. Sect. 1. Lamiopsis Dumort. Fl. Belg. p. 45. 4. L. amplexicaule. L. sp. p. 809! Bth. 1. c. p. 508! Wk. et Lge. 1. c. p. 435! Brot. 1. e. p. 166! Hoflm. et Lk. 1. c. p. 1101 Welw. hb. Ac. n.º 1164 et 1165. Valor. hb. In arvis cultis, vineis, sat. frequens: pr. Conimbricam (Brot.!): pr. Coina trans Tagum (Welw.!): in Algarb. pr. Faro et alibi (Welw.!) Monchique (NVeig.!) O Febr.-Sept. (v. 8.) Hab. in omni Europa, Asia occid. et central., Canariis. Sect. IH. Lamiotypus Dumort. 1. c. 2. L. purpureum. L. sp. p. 809! Bth. 1. c. p. 508! Wk. et Lge. 1. c. p. 4361! Brot. 1. c. p. 116! Hoffm. et Lk. 1. c. p. 1091 Welw. hb. Ac. n.º 4166.— Valor. hb. In agris et ad sepes Lusit. borealis (Brot.!): in hortis oleraceis, ad sepes inter Lumiar et Odivellas circa Olysiponem, ast sporadicum (Welw.!) O Febr.-Jun. (v. s.) Hab. in omni Europa, zona Taurico-Caucas., Jugo Altaico. 3. L. maculatam. L. sp. p. 809! Bth. 1. c. p. 510! Wk. et Lge. 1. c. p 4361 Brot. 1. c. p. 155! Hoffm. et Lk. 1. c. p. 1081 Welw. hb. Ac. n.º 1163. In umbrosis humidis, ad sepes Lus. borealis: pr. Conimbricam (Brot. ! Welw.!) 27 Apr.-Oct. (v. 5.) Hab. in Europa fere omni, Asia occid. et centrali, Africa boreali. 9. f 1392 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS XVII. STAGHYS L. Gen. PI. Sect. 1. Ercostachys. Bth. ap. D. C. Prodr. XII. p. 462! à. St. Germanica. L. sp. p. 812! Bth. 1. c. p. 464! Wk. et Lge. 1. c. p. 440! Brot. fl. Lus. I. p. 165! —St. Lusitanica Brot. Phyt. Lus. p. 78. t. 109! — Eriostomum Lusitanicum. Hoffm. et Lk. 1. c. p. 105, t. 7!-—Er. Germanicum. Hoffm. et Lk. Welw. hb. Ac. n.º 1125 et 1126. Valor hb. In collibus calcareis circa Conimbricam, Olysiponem et alibi in Beira et Extremadura. (Brot.!): frequens in decliviis dumetosis de Serra de Monsanto (Welw.!): in Algarb. (Bourg.! ex Willk.): ad. basin de. Monte Figo (Welw.!)— é Maj.-Jul. (v. v.) Hab. quoque in Hisp., Gall., Angl., Europa média, Ital., Dalm., Turc., Graec., Ross., Austr., Cauc., Palaest., Syria, Persia. Obs. Brotero considerou na Flora a planta portugueza como a verdadeira St. Germanica. Mais tarde Link creando o genero Eriostomum para as Stachys d'esta secção, separou como es- pecie distincta o Er. Lusitanicum:; e Brotero na Phytographia não admittindo o genero, conservou a nova especie St, Lusi- tanica, que hoje não é em geral admittida. Sect. IL Eustachys Gr. Godr. Fl. Fr. p. 688! 2. St. palustris. L. sp. p. 811! Bth. 1. c. p. 470! Wk. et Lge. 1. c. p. hh2! Brot. |. c. p. 164! Hofim. et Lk. 1. c. p. 1041! In agris humidis, ad fossas, paludes, ripas: inter Maiorca et Monte- mór o Velho (Brot.! Lk.!) 2f Jun.-Jul. (n. v.) Hab. in omni fere Europa, Tauria, Caucaso, China boreali. 3. St. arvensis. L. sp. p. 814! Wk. et Lge. 1. c. p. 4421! Brot. 1. c. p. 165! —Trixago arvensis Hoffm. et Lk. |. c. p. 102! Welw. hb. Ac. n.º 1128. In agris, arvis incultis frequens circa Conimbricam et Olisiponem (Brot.!) prope Otia (Welw.!): circa S. Pedro ad Serra de Cintra frequentissima (Welw.): in arvis et inter segetes prope Faro (Welw.!) Monchique (Veig.!) O Febr.-Jun. (v. s.) PHYSICAS E NATURAES 133 Hab. quoque in Hisp., Gall., Brit., Norv., Europa média, Zona mediterr. omni, Madera, Azoribus. k. St. hirta. L. sp. p. 813! Bth. 1. c. p. 481! Wk. et Lge. 1. c. p. 4431 Brot. 1. c. p. 165!-—Tetrahitum hirtum Hoffm. et Lk. 1. c. p. 104. Welw. hb. Ac. n.º 1124. Valor. hb. In agris cultis, pascuis humidis, ad vias, agrorum margines: circa Co= nimbricam et Olysipenem (Brot.!): Tapada da Ajuda frequens (Welw.!): Monchique (Veig.!) in herbidis prope Estoy (Welw.!): (O Mart.-Maj. (v. v.) Hab. in Hisp., Gall., Ital., Sicil.; Africa boreali, Madera, Ca- nariis. “XVI BETONIA L. Gen. PL 4. B. officinalis. L. sp. p. 810! Bth. 1. c. p. 460! Wk. et Lge. 1. c. p. 4451 Brot. 1. c. p. 167! Hofim. et Lk. 1. c. p. 99!—Stachys Be- tonica Bth. Lab. Welw. hb. Ae. n.º 1127 et 1129. Valor. hb. In dumetis sylvaticis humidis: in Marrocos prope Conimbricam et alibi in Beira et Extremadura (Brot.!) pr. Estoril et Cascaes (Welw.!): trans Tagum prope Azeitão, ast non frequens. (Welw.!) 2/ Maj.-Sept. (V. s.).— BETONICA. Hab. in omni Europa (ex. Scand.) et Caucaso. XIX. BALLOTA Bth. 1. c. p. 516! Sect. 1. Euballota Wk. et Lge. Prodr. Fl. Hisp. p. 446. 4. B. nigra. L. sp. p. 814! Bih. 1. c. p. 520! Wk. et Lge. 1. c. p. 4461 Brot. fl. lus. I. p. 167!—B. alba L. sp. p. 814! —B. foetida Lam. et D. G. fl. Fr.! Hoffm. et Lk. Fl. Port. p. 114! —B. vulgaris Hofim. et Lk. 1. c. p. 115! Brot. Phyt. Lus. p. 83. t. 111. Welw. hb. Ac. n.º 1112 et 4413. Valor. hb. In umbrosis humidis ad sepes, vias, muros, agrorum margines: pr. Porto: Coimbra (Brot.!) Aldeia da Serra ad basin de Serra da Es- trella (Welw.!): Alemquer (Welw.!): Cintra (Valor.!): ad muros: Luz pr. Olysiponem (Valor.!) Pedrouços, Belem (Welw.!) prope Evora (Brot.!) 2 Jul.-Sept. (v. 5.) —MARROIO NEGRO. 134 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Hab. in omni Europa, Persia, Algeria. Obs. A synonimia desta especie, como a de quasi todas, que tem uma vasta área de habitação, é bastante complexa e ci- tada pelo sr. Willkomm, no que diz respeito às floras portu- guezas, com alguma inexactidão. Brotero na Flora Lusitanica considera a planta do nosso paiz como a B. nigra Linneo. Mais tarde Link na Flore Portugaise dá-lhe o nome de B. foe- tida e considera-a identica à descripta com o mesmo nome por Lamark e Decandolle, com o nome de B. nigra por Linneo em algumas de suas obras, por Brotero, por Smith, e ainda por outros; distingue porém sob a designação B. vulgaris uma planta que diz não se encontrar em Portugal, e que é a B. nigra de Linneo em outras obras, de Pollich, de Roth e de: outros. Na Phytographia Brotero figurando a planta, reune com razão as duas especies de Link, mas conserva-lhe o nome B. vul- guris, em logar da designação mais antiga e acceite de B. nigra. A especie da nossa flora é pois a espalhada e com- mum em toda a Europa. Os exemplares colhidos por Welwitsch variam um pouco e dis tingue os do n.º 1113 como B. nigra f3. foetida. Correspon- dem talvez às variedades « foctida e 8 ruderalis estabeleci= das por Kock na Syn. Fl. Germ. et Helv. p. 572 e conser- vadas por Willkomm na fl. hespanhola. Os caracteres d'estas, fundados nas dimensões relativas dos dentes do calice e dos pellos aristados que os terminam, são porém de dificil apre- ciação sem a comparação com outros exemplares. Sect. Il. Beningeria Bth. Lab. p. 594 2. B. hirsufa. Bth. Lab. p. 595! et ap. D. C. Prodr. XI. p. 518! Wk. et Lge. 1. c. p. 446!—Marrubium hispanicum Desf., Cav. non L. —M. cinereum Brot. Fl. Lus. I. p. 168 et Phyt. Lus. p. 81. t. 10! Hofím. et Lk. fl. Port. p. 117. t. 8. In aridis incultis ex Castello de Vide, usque Montalvão (Brot.!); ad Tagum prope Montalvão (Lk.!):; pr. flum. Guadiana ex Mertola ad Alcoutim (Brot.! Lk.!) 2€ Jun.-Jul. (n. v.) Hab. quoque in Hisp. et Africa boreali. PHYSICAS E NATURAES 135 XX. PHLOMIS L. Gen. PI. 4. Ph. Herba venti. L. sp. p. 819! Bth. 1. c. p. 542! Wk. et Lge. 1. c. p. h471 Sibth. et Sm. FI. Gr. p. 51. t. 564! Brot. Fl. Lus. I. p. 1671 Hofim. et Lk. 1. c. p. 1143! Welw. hb. Ac. n.º 1141. Inter segetes, ad vias, agrorum margines Transtaganae: prope Alca- cer (Welw.!); Redondo, Beja (Brot.! Lk.!); Meriola (Lk.!) 2£ Jun.- Jul. (v. 8.) Hab. quoque in Hisp., Europa mediterr., Asia minore. 2. Ph. purpurea. L. sp. p. 818! Bth. 1. c. p. 559! Wk. et Lge. 1. c. p. 448! Brot. 1. c. p. 166! Hoffm. et Lk. 1. c. p. 112! — Ph. salviae- folia Jequ. Hort. Schoenbr. t. 359. Welw. hb. Ac. n.º 1139 et 1140. Valor. hb. In collibus dumosis rupestribus. Lusit. australi: prope Setubal (Brot.! Lk.!) (Welw.!) ad imo Serra da Arrabida (Welw.!): in Algarbiis inter Estoy et Moncarrapaxo (Welw.!) Monchique (Veig.!) à Apr.- Aug. (v. s.) — [marina in Algarb.] Hab. quoque in Hispania. 3. Ph. Lychnitis. L. sp. p. 819! Bth. 1. c. p. 537! Wk. et Lge. 1. c. p. 449! Brot. 1. c. p. 166! Hofím. et Lk. p. 111! Bot. mag t. 999. Welw. hb. Ac. n.º 1138. Valor. hb. In collibus apricis, saxosis precipue calcareis: Monsanto circa Olysi- ponem (Brot.! Welw.!): in Algarbiis prope Moncarrapazxo (Welw.!) à Maio-Jul. (v. v.) [SALVA BRAVA| Hab. quoque in Hisp. et Gall. mediterranea. XXI. MARRUBIUM Bih. Lab. 4. M. vulgare. L. sp. p. 816! Bth. 1. c. p. 453! Wk. et Lge. 1. c p. 4491 Brot. 1. c. p. 168! Hofim. et Lk. 1. c. p. 116! Welw. hb. Ac. n.º 11418 et 1119. In ruderatis, ad vias, sepes, freg. per omni fere Lusit.: inter Ajuda et Queluz. (Welw.!): in Algarbiis prope Olhão: Faro (Welw.!) Monchique (Veig.!) 2 Jun.-Sept. (v. v.) —MARROIO BRANCO. 136 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Hab. in omni Europa, Caucaso, Asia occident. et centrali, Car nariis, America. 2. M. supinum. L. sp. p. 816! Bth. 1. c. p. 450! Wk. et Lge. 1. c. p. 4501!—M. sericeum. Bss. Voy. Esp. p. 908. t. 148! In Lusitania loco non citato (Wk.!): Serra da Chivá Lusitanide? (h. Hook. ex Benth.) 2/ Apr.-Jul. (n. v.) Hab. quoque in Hispania. Obs. Nenhum dos nossos auctores faz menção da especie. Wil- lkomm diz que existe em Portugal e Bentham refere-se à serra de Chivã de Portugal. Serra de Chiva não a conhecemos no nosso paiz; ha uma serra d'este nome no reino de Valen- cia aonde precisamente Willkomm encontrou esta especie; pa- rece-me pois haver confusão e não estar bem averiguada à . existencia da especie na nossa flora. XXI. SIDERITIS L. Gen. PL. Sect. 1. Eusideritis Bth. Lab. et]. c. p. 441! À. S. hyssopifolia. L. sp. p. 803! Wk. in Bot. Zeit. 1859, p. 276 et 2831 Wk. et Lge. 1. c. p. 453! B elongata Wk. et Lge. |. c.!—S. scordioides y elongata. Bth. 3. c. p. 443! Walp. Rep. II. p. 815!-—S. hirtula Brot. fl. lus. 1. p. 161!-—S. hirta Roth. Catal Bot. 1. p. 07.—S. fruticulosa Pourr. —S. scordioides Poir.—sS. chamaedrifolia Hofim. et Lk. 1. c. p. 99 non Cav. Welw. hb. Ac. n.º 1115 et 1116 sub S. hirtula. Valor.! hb. sub. S. hirtula. in dumetis ex Monte Junto ad Aveiro (Brot.!); Serra de Monte Junto (Brot.! Lk.! Welw.!); Serra da Arrabida (Welw.!) 5 Apr.-Jul. (v. 5.) Hab. var. 5 in Hisp. (Navarra). Pyr., Alpib., Jurasso. Obs. As especies do genero Sideritis são como as de outros desta familia, bastante polymorphas, d'onde resultam diver- sas interpretações e distincções especificas. Seguimos a do Prodromus Florae Hispanicae, que aliás concorda na syno- nimia da especie de Brotero com a de Bentham no Prodro- mus. A opinião de Link na Flore Portugaise reunindo a es- pecie de Brotero à S. chamaedrifolia Cav. Ice. t. 301 é ma- PHYSICAS E NATURAES 137 nifestamente errada. Possue o museu da Escola dois exem- plares no hervario de Welwitsch provenientes de Monte Junto e da Arrabida, e dois no hervario de Valorado sem indicação de localidade. Sendo exacta a synonimia dada, é notavel co- mo esta variedade se extende em Portugal para o meio dia. Seria necessario comparar a nossa planta com outras de di- versa procedencia, para decidir se não pertence antes a alguma das variedades da S. scordioides, talvez à var. Cavanillesii (S. Cavanillesii Lag.) 2. S. hirsuta. L. sp. p. 803! Bth. 1. c. p. 444! (exc. var. 8) Wk. et Lge. l. c, p. 454! Brot. fl. lus. T. p. 1714! Hoffm. et Lk. 1. c. p. 98. Cav. Ic. t. 3021 In rupestribus ad ripas Durii pr. Miranda do Douro et alibi in Trans- montana (Brot.! Lk.!) 5 Jun.-Aug. (n. v.) Hab. in Hisp., Gallia, Ital. superiore. 3. S. arborescens. Salzm. ap. Bth. Lab. p. 579! Bss. Voy. Esp. p. 505. t. 146! Wk. et Lge. 1. c. p. 457!-—sS. foetens. Bth. ap. D. €. Prodr. (non Lag.) In Algarbiis (Bourgeau! ex Wk.) 5 Apr.-Jul. (n. v.) Hab. quoque in Hispania (regno Granatense, Gibraltar). N k. S. angustifolia. Lamk. Dict. II. p. 168! Bth. 1. c. p. 444! Wk. et Lge. 1. c. p. 457!—S. linearifolia Bss. 1. c. p. 506. Brot. FI. lus. I. p. 161! et Phyt. Lus. p. 95. t. 1145! Hoffm. et Lk. 1. c. p. 100t. 61 Welw. hb. Ac. n.º 11417. In solo calcareo et rupestribus Transtaganae meridionalis (Brot. !): in Algarbiis inter Loulé, Faro et Tavira: in Moncarrapaxo (Brot. !): pr. Esioy (Welw.!): Cabo de S. Vicente pr. Sagres et Convento do Cabo sed rara (Welw.!) & Jun. (v. s.) Hab. quoque in Hisp., austro-orientali. Sect. II. Hesiodia Bth. |. c. p. 445! à. 8. romana. L. sp. p. 802! Bth. 1. c. p. 445! Wk. et Lge. 1. c. p. 459. Brot. Fl. Lus. T. p. 162! Cav. Ic. II. p. 69. t. 1871—Burgsdorfia rigida Moench. —B. Romana. Hoffm. et Lk. 1. cº p. 97! Welw. hb. Ac. n.º 1114. 138 JORNAL DE SCIENCIAS MATIHEMATICAS In agris, collinis aridis Algarbiorum: inter Faro et Estoy (Welw.!): ad viarum margines pr. Loulé (Lk.!): ad ripas de Ribeira da As- seca pr. Tavira (Lk.!): ad Cabo de S. Vicente. (Welw.!) O Maj= Jun. (v. 8.) | Hab. in Hisp. et zona mediterranea fere omni. XXIII. MELITTIS L. Gen. PI. 1. M. melissophylium. L. sp. p. 832! Bth. 1. c. p. 432! Wk. et Lge. 1. c. p. 460! Brot. 1. c. p. 179! Hofim. et Lk. 1. c. p. 1461 Welw. hb. Ac. n.º 1122. In umbrosis Lusit. borealis: pr. Caldas do Gerez (Brot. ! Lk.! Welw. !): in decliviis umbrosis de Serra do Gerez inter Borrajeiro et Rio Ho- mem (Lk.!): pr. Conimbricam, Lousã et alibi in Beira (Brot.!) 2 Jun.-Jul. (v. s.) Hab. quoque in Hisp., Gall., Angl., Europ. média, Ital., Dalm., Turc., Ross. média. XXIV. SGUTELLARIA L. Gen. PI. Sect. I. Galericularia Bth. 1. c. p. 4251 1. Se. minor. L. sp. p. 825! Bth. 1. c. p. 426! Wk. et Lge. 1. c. p. 4621 Brot. 1. c. p. 182! Hoffm. et Lk. 1. c. p. 158! Welw. hb. Ac. n.º 1143 et 1144. | In udis, pratis humidis Lus. mediae et borealis: pr. Villa Nova de Fa- malicão (Welw.!): pr. Gêa (Welw.!): circa Conimbricam ad mun- dam frequens (Brot.!): Lagoa de Obidos (Welw.!): pr. Calhariz sed non frequens. (Welw.!) 2( Jul.-Aug. (v. s.) Hab. in Hisp., Britan., Europa média, Sibiria. Obs. Não concorda bem a nossa planta com as diagnoses de Bentham e de outros, observação já feita nas suas notas por Welwitsch. As discordancias porém não são taes que se possa separar d'esta especie, e menos referir a outra da secção Ga- lericularia, à qual evidentemente pertence pela disposição das flores e natureza das folhas floraes. A planta é sem duvida a descripta por Brotero e por Link com este nome. PHYSICAS E NATURAES 139 XXV. CLEONHA L. Gen. PI. À. Cl. Lusitanica. L. sp. p. 837! Bth. 1. c. p. 4141! Wk. et Lge. 1. c. p. 463! Brot. 1. c. p. 181! Hoffm. et Lk. 1. c. p. 156! —Brunella odorata lusitanica flore violaceo. Barr. Ic. 561! Welw. hb. Ac. n.º 1120. In montosis et arvis incultis circa Conimbricam, in Extremadura et Transtagana (Brot.): pr. Thomar (Lk.!): in declivis Serra da Ar- rabida (Welw.!): inter Tavira et Castromarin (Welw.!): ad Monte Figo (Welw.!) (O Maj.-Jul. (v. s.) “Hab. quoque in Hisp. et Barbaria. XXVI. BRUNELLA Tourn. Inst. 4. Br. grandiflora. Mch. Meth. p. 414! Bth. 1. c. p. 409! Wk. et Lge. l. c.! Gr. Godr. 1. c. p. 704. B pyrenaica Gr. Godr. 1. c.!—Prunella hastaefolia. Brot. I. p. 1811! Welw. hb. Ac. n.º 1146 et 1147. sub. Prunella hastaefolia. Hab. var. 8 in humidis montium Lousã, Miranda, Gerez, Her- minii, et alibi in Interammia Transmontana et Beira boreali (Brot.!): pr. Caldas do Gerez (Welw.!) 2 Majo-Aug. (v. s.) Hab. sp. in Hisp., Europa média et australi. 2. Br. vulgaris. Mch. 1. c.! Bth. 1. c. p. 410! (excl. var.) Wk. et Lge. 1. c. p. 464! Gr. Godr. 1. c. p. 703.— Prunella vulgaris L. Brot. Fl. lus. I. p. 180! Hoffm. et Lk. 1. c. p. 153! Welw. hb. Ac. n.º 1148 et 1149. In pratis et suhumidis, ad sepes in tota fere Lusitania: pr. Conim- bricam (Brot.!): pr. Villa Nova da Rainha (Welw.!) inter Cacem et Cintra (Welw.!): pr. Valle de Zebro (Welw.!): in Algarbiis, ad rivulos in Serra de Monchique (Welw.!) 2 Jun.-Jul. (v. s.). — [HERVA FERREA]. Hab. sp. in Europa fere omni. Asia central et boreali. 3. Br. alba. Pall. ap. M. Bieb. Fl. Taur. Cauc. 1H. p. 67! Wk. ei Lge. 1. c. p. 464! Gr. Godr. 1. c. p. 703! 140 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS 8 pinnatifida Koch! Godr. 1. c.— Pr. laciniata L.— Br. vul- garis € laciniata Bth. 1. c. p. 4i4. Welw. hb. Ac. n.º 1145 sub. Pr. laciniata. Hab. var. 8 in decliviis humidis de Serra da Arrabida (Welw.i) Maj.-Jun. 2( (v. 5.) Hab. sp. in Hisp., Europa média et australi. a Obs. As especies d'este genero, sobre serem muito semelhantes, são em extremo variaveis e d'aqui resultam não poucas diver- gencias entre os diversos auctores. Assim, Bentham reune na mesma especie Brunella vulgaris as especies Pr. vulgaris e Pr. intermédia de Brotero: Link. reune na especie Pr. laci- niata as especies Pr. hastaefolia e intermédia de Brotero. So- bre a distincção das 3 especies, que temos no hervario, não julgamos haver duvida, porém não tendo exemplares da Pr. intermédia, difficil se torna decidir a qual das tres especies per- tence. Em todo o caso é diversa da Pr. intermédia de Rei- chembach. Ic. Pl. Crit. t. 205, a qual não é mais que a Cleo- nia Lusitanica. XXVII. PRASIUM L. Gen. PI. 4. Pr. majus. L. sp. p. 838! Bth. 1. c. p. 556! Wk. et Lge. 1. c. p. 465! Gr Godr. 1. c. p. 705; Hoífm. et Lk. 1. c. p. 159. Welw. hb. Ac. n.º 1142. In arvis incultis, ad sepes: pr. Lagos (Lk.! Welw.! Bourg.!): ad lit- tora occeani pr. Promontorio sacro (Welw.!) 5 Apr.-Jun. (v. S.) Hab. quoque in Hisp. zona mediterranica, Madera. XXVII. AJUSA L. Gen. PI. Sect. 1. Bugula Tourn. Bth. Lab. et ap. D. C. Prodr. XI. p. 595! 1. A. reptans. L. sp. p. 785! Bth. 1. c. p. 595! Wk. et Lge. 1. c. p. 466! Hofim. et Lk. 1. c. p. 76! In montosis umbrosis circa Conimbricam (Lk.!) 24 Apr.-Jun. (n. v.) Hab. quoque in Hisp., Gall., Brit., Dania, Europa média et australi. | PHYSICAS E NATURAES 441 2. A. pyramidalis. L. sp. p. 785! Bthb. 1. c. p. 596! Wk. et Lge. 1. c. Hofím. et Lk. 1. c. p. 76! In decliviis umbrosis de Serra do Gerez ad imum Monte do Borra- geiro (Lk.) 2f Maj.-Jul. (n. v.) Hab. quoque in Hisp., et Europa fere omni. Sect. II. Chamaepytis Bth. 1. c. p. 5991 3. À. Iva. Schreb. Pl. unil. p. 24! Bth. 1. c. p. 600! Wk. et.Lge. 1. c. p. 467! Hoffm. et Lk. 1. c. p. 77!—Tenerium Iva L.! Brot. FI. Lus. 1. p. 163!—T. Iva heterantha Brot. Phyt. Lus. p. 75. t. 108. B Pseudoiva Bth. 1. c.! A. Pseudoiva D. G. FI. Fr. V. p. 395. Welw. hb. Ac. n.º 1450 et 1151. In solo raro, ad rupes calcareas circa Conimbricam Olysiponem (Brot. ! Lk.!): in apricis supra Alcantara (Welw.!): Penha de França (Welw.!): in Algarb., in decliviis lapidosis Monte Figo (Welw.!): pr. Olhão (Welw.!) 2. Maj.-Oct. (v. s.)—[HERVA CRINA]. Hab. in Hisp., Europa mediterr., Africa boreali, et Canariis. Obs. Julgo que todas as plantas portuguezas se devem referir à variedade 8, com a qual concordam no aspecto mais esbran- quiçado, e na côr amarella da corolla. Brotero diz não ter nunca encontrado as corollas purpurinas. O exemplar de Wel- witsch proveniente de Olhão, é referido em duvida a uma nova especie, a 4. Algarbiensis Welw., aflin da A. Mesogitana Boiss. Differe principalmente nas dimensões maiores da corolla, e na côr lactea desta. E necessario conferir com outros exemplares para bem decidir sobre o valor d'esta nova especie. XXIX. TEUCRIUH L. Gen. PL. Sect. I. Teucris Ging.! Bth. ap. D. €. Prodr. XI. p. 575! À. T. Pseudochamaepytis. L. sp. p. 787! Bth. 1. c. p, 580! Wk. et Lge. l. c. p. 468! Bss. Voy. Esp. p. 512! Gr. et Godr. Fl. de Fr. II. p. 708! —T. Nissolianum L.! Brot. Fl. Lus. I. p. 162! Hoffm. et Lk. 1. c. p. 81. Welw. hb. Ac. n.º 1156. 149 Í JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS In collinis aridis saxosis Algarb. (Brot.! Lk.! Welw.!): ad ora ma- ritima pr. Tavira, Villa Nova, Lagos (Brot.!): inter Tavira et Mon- carrapaxo (Welw.!) — 2 Apr.-Sept. (v. s.) Hab. quoque in Hisp,, Gall. austr., Algeria. Obs. Tanto Brotero como Link dão a especie como annual por engano. 2. T. fruticans. L. sp. p. 787! Wk. et Lge. 1. c. p. 469! Sibth. Sm. FI. Graec. t. 527! Bss. 1. c. p. 512! Gr. Godr. 1. c. p. 708! Brot. 1. c. p. 163! Hoffm. et Lk. 1. c. p. 821 Welw. hb. Ac. 1160. Valor hb. In dumetis montosis, rupestribus, ad sepes: inter Bellas et Cintra (Brot. !); ex Caneças ad Mafra sed rarum (Welw.!); pr. Vidigueira (Brot.! Lk.!). 5 Mart.-Maj. (v. s.) Hab. quoque in Hisp., Gallha austr., Balear., Ital., Barbaria. Sect. II. Scorodonia Bth. Lab. p. 674! et ap. D. CG. Prodr. XII. p. 582! 3. T. Scorodonia. L. sp. p. 789! Bth. 1. c. p. 584! Wk. et Lge. 1. c. p. h69! Gr. Godr. 1. c. p. 710! Brot. 1. c. p. 163! Hoffm. et Lk. 1. c. p. 83! Welw. hb. Ac. n.º 1158! Valor bb. Ad sepes frequens. (Brot.! Lk.): pr. Ameixoeira (Welw.!): in mon- tosis Algarb. Serra de Monchique (Veig.! Welw.!) 2f Maj.-Oct. (v. 8.) Hab. quoque in Hisp., Gall., Britan., Norv., Belg., Bat., Germ., Helv., Ital., Cors., Sicil., Graecia. 4. T. Lusitanicum. Lamk. Dict. II. p. 692! Brot, 1. c. p. 163! Bss. Diag. Pl. Or. nov. ser. H. n.º 4. p. 57! in ohs.—T. Lusitanicum salvias- trum. Brot. Phyt. Lus. p. 71. t. 106.—T. salviastrum. Hoffm. Lk. lc. p.8t.t. 2! Welw. hb. Ac. n.º 11457. In jugis Herminii: circa Lagoa do Penhão (Brot.! Lk.!): ad rupes in- ter Cantaro Gordo et Cantaro Delgado usque fere Manteigas des- cendens (Welw.!) 2/ veré (v. 8.) Obs. A nosss planta é diversa do T. Lusitanicum de Link, que é o T. capitatum e pelo menos em parte tambem diversa do T. PHYSICAS E NATURAES 143 Lusitanicum de Bentham no Prodromo e de Willkomm e Lange no Prodromo da Flora Hespanhola. Bentham, copiado depois por Willkomm, dá como principal caracter distinctivo entre esta especie c o T. Massiliense a fórma lanceolada das folhas o que por modo algum quadra com a planta da Serra da Es- trella que temos diante. Parece porém ter confundido e reu- nido duas especies distinctas, uma que habita Portugal e a outra, a maior das Ilhas Baleares e talvez Hespanha. Esta ultima é o T. lancifolium descripto por Boissier nas Dias gnoses. O verdadeiro T. Lusitonicum, é um pequeno arbusto de ramos lenhosos, tortuosos, de folhas ovaes, rugosas, obtusas, cre- nadas, subpecioladas, extremamente afin do T. Massiliense, do qual se distingue porém pelos caules lenhosos, as folhas mais pequenas, muito mais rugosas, mais obtusas, pelas flo- res maiores, as corollas de tubo excerpto, villosas ou hirsutas interiormente, tendo a lacinia inferior oblonga aguda e não obtusa. Distingue-se ainda por um cheiro forte agradavel, e não rancido como o do T. Massiliense, e pela sua estação al- pina. Sect. HI. Scordium Bth. Lab. et ap. D. C. Prodr. XII. p. 585! 9. T. spinosum. L. sp. p. 793! Bth. 1. c. p. 585! Wk. et Lge. 1. c. p. 4714! Brot. 1. c. p. 164! Hoffm. et Lk. 1. c. p. 84! Wbb. It. Hisp. p. 23.— Scordium spinosum. Cav. Ic. t. 31. Welw. hb. Ac. n.º 1159. In arvis incultis, locis glareosis siccis; pr. Thomar (Brot.! Lk.!): ex Tapada da Ajuda usque Linda a Pastora (Welw.!): in Trans- tagana (Brot.!) O Jun.-Aug. (v. v.) Hab. quoque in Hisp., Sicil., regno Neapol., Asia min., Ca- Dariis. 6. T. scordioides. Schreb. Pl. unilab. p. 37! Bth. 1. c. p. 586! Wk. ei Lge. 1. c. p. 472!-T. scordium Brot. 1. c. p. 164. et aliis.— T. lanuginosum. Brot. Phyt. Lus. t. 106. Welw. hb. Ac. n.º 1161 et 1162. Valor. hb. Ad paludes locis uliginosis maritimis: inter Conimbricam et Buarcos (Brot.!): pr. Lagoa de Obidos (Welw.!): ex Torres Vedras ad Ma- 144 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS fra et Cintra: inter Trafaria et Costa (Brot.! Welw.!) 2 Maj.= Aug. (v. s.)— [EscorDIo Brot. | HBab. quoque in Hisp., Gall., Hibern., Angl., Ital., Sard., Sicil., Graec., Tauria, Arm., Asia min., Mesopotamia. Sect. IV. Polium Bth. Lab. et ap. D. €. Prodr. XII. p. 5901 7. T. aurcum. Schreb. pl. unilab. p. 43! Gr. Godr. 1. c. p. 7131 Wk. et Lge. 1. c. p. 477! Cav. Tc. t. 417.—T. polium a flavescens Bth. 1. c. p. 592! In Lusitania (loco non citato Wk.!) & Jul.-Aug. (n. v.) Hab. quoque in Hisp., Pyr. et Alp., Gallia, Italia. 8. T. Polium. L. sp. p. 792! Bth. 1. c. p. 594! (excl. var.) Wk. et Lge. | lc. p. 478! Gr. Godr. 1. c. p. 714! Bss. Voy. Esp. p. 517! Brot. J. c. p. 164!-—T. Polium Lusitanicum. Brot. Phyt. Lus. p. 106. t. 1041 Welw.! hb. Ac. n.º 1152. In collibus siceis rupestribus apricis praecipue calcareis: pr. Conim- bricam (Brot.!): Villa Franca (Brot.) pr. Olysiponem sed raro (Brot.!) Serra da Arrabida pr. Convento da Serra: (Welw.!): pr. Villa Nova de Portimão (Welw.!) & Jun.-Aug. (v. 8.) Hab. quoque in Hisp., zona mediterr. et pontica omni. 9. T. capitatum. L. sp. p. 792! Wk. et Lge. 1. 6. p. 479! Gr. Godr. 1. c. p. 715! Bss. Voy. Esp. Suppl. p. 748! Brot. FI. lus. I. p. 4821 —T. Capitatum Lusitanicum Brot. Phyt. Lus. p. 68. t. 105.—T. Lusitanicum Hoffm. et Lk. 1. c. p. 86. t. 3.—T. Polium q augus- tifolium Bth. 1. c. p: 5921! Bss. 1. c. p. 517! Welw.! hb. Ac. n.º 1158. In collibus lapidosis de Serra de Monsanto supr. Alcantara (Brot. ! Welw.!); pr. Villa Nova de Portimão (Welw.!) à Jun.-Jul. (v. s.) Hab. quoque in Hisp. et zona mediterranica. Obs. Esta especie e a precedente são em extremo variaveis, e tem sido reunidas por varios auctores attendendo à exister= cia de muitas fórmas intermedias. Esta parece ser a opinião de Welwitsch que sob n.º 1455, reune uma collecção de ty- pos, colhidos em diversos pontos do Algarve, e difficeis de referir a uma ou outra das especies. O T. Lusitaniçum de PHYSICAS E NATURAES 145 Link parece-me pelo exame da estampa e descripção dever referir-se antes a esta que à precedente especie. ÃO. T. gnaphalodes. Vahl. Symb. I. p, 41! Wk. et Lge. 1. c. p. 480! Lge. Pug. HI. p. 23!—T. Polium 3 gnaphlodes Bth. 1. c. p. 592— T. lanigerum Lagun.—T. aureum « gnaphalodes Cut. —Polium mon- tanum gnaphalodes Barr. Ic. 1083! Welw. hb. Ac. n.º 41154. Ad rupes Algarb. pr. Convento da Serra in Promontorio sacro (Welw.!) à Apr.-Jul. (v. s.) Hab. quoque in Hisp. centr. et australi. JORN. DE SCIENC. MATH. PHYS. E NAT. — N. XIX. 10 146 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS LOOLOGIA SEO S==— 1. Aves das possessões portuguezas d'África occidental POR J. V. BARBOZA DU BOCAGE UNDECIMA LISTA As aves da presente lista foram-nos remettidas do Humbe pelo sr. Anchieta em fins de junho do anno passado. Temos demorado a sua publicação na esperança de a acrescentarmos com os resultados de no- vas remessas; porém esta esperança tem sido até hoje maliograda, por- que desde então se acham interrompidas todas as relações do Humbe com Mossamedes, em consequencia de dissenções e guerras no gentio dos Gambos, região intermediaria por onde teem forçosamente de tran- sitar as caravanas que póem em communicação aquelles dois pontos ex- tremos. Resignar-nos-hiamos facilmente a soffrer as consequencias d'esta de- mora, Se nos não preoccupasse o espirito a consideração do risco que póde de um momento para outro correr o nosso habil e zeloso explo- rador, quer elle se resolva a retirar para a Huilla atravessando o terri- torio sublevado, quer tenha de permanecer por algum tempo no Humbe, onde póde vêr-se de um momento para outro em graves dificuldades, até por falta de mantimentos. Confiamos comtudo muito do ascendente moral que o sr. Anchieta tem alcançado pelos seus elevados dotes pessoaes sobre aquelles povos, onde ha muito permanece; e fazemos os mais ardentes votos por que cessem em breve essas circumstancias extraordinarias, que compromet- tem o exito de trabalhos e investigações tão proveitosas à sciencia. PHYSICAS E NATURAES Ê 147 Aguardamos com a maior impaciencia noticias do nosso benemerito e ousado explorador. 1. Gyps oceipitalis. Burch. «2. Iris castanho, cera e face verde-greda claro, bico amarel- lado, um pouco escuro para a ponta, tarso verde-greda. N. vulg. Kubi. E menos abundante do que o seguinte.» É a primeira vez que recebemos esta especie de Angola. Tam- bem Andersson diz não ter idêa de haver encontrado este abutre em Damara-Land, região proxima da actualmente explorada pelo sr. Anchieta, e apenas ter tido raras occasiões de o avistar mais ao sul, no Grand-Namaquois; porêm o sr. Gurney refere ter en- contrade na collecção de desenhos de Andersson um excellente re- trato do adulto d'esta especie com a indicação de haver sido ob- tido ao sul do Lago Ngawmi, no interior do paiz dos Damaras. 2. Gyps africanus. Salvad. «Bico preto; íace e pelle pouco emplumada do pescoço de uma cor terrosa escura; tarsos escuros, quasi pretos; iris castanho. N. vulg. Kubi.» Esta especie é muito commum na região do Cunene. Surprehen- de-nos que Andersson a não encontrasse. O Gyps Kolbii, citado por Andersson como largamente disseminado por Damara-Land, é que não foi ainda descoberto pelo sr. Anchieta. É para notar que os exemplares muito adultos do G. africanus apresentam uma plumagem bastantemente clara que se não distancia muito no tom da do G. Kolbii, de modo que vistos de longe fôra possivel con- fundil-os. Sem querermos por fórma alguma dar por inexacta a determinação de Andersson, podemos comtudo hesitar em accei- tal-a, por isso mesmo que nos não consta que se encontrasse 0 G. Kolbii nas collecções d'aves remettidas para a Europa por aquelle viajante. Podemos citar ainda em nosso favor a declaração que faz o sr. Gurney de que tem visto exemplares do G. Kolbii de varios pontos da Africa meridional com exclusão de Damara-Land. Um dos mais distinctos exploradores da Africa oriental, o sr. von Heuglin, mostra-se-nos favoravel à identidade especifica do G. africanus e do G. bengalensis, e acredita que esta especie, ori- ginaria da Asia, se tem disseminado n'estes ultimos vinte annos por todo o continente africano. Não temos no museu de Lisboa specimen algum do G. bengalensis com que possamos comparar 10. 148 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS os nossos exemplares; mas pelas descripções e estampas que po- dêmos consultar do G. bengalensis, vemos que se attribuem una- nimemente ao adulto desta especie côres bem distinctas das que encontramos nos exemplares adultos do G. africanus, e estas dif- ferenças não nos parecem conciliaveis com a supposta identidade das duas especies. 3. Polyboroides typicus. Smith. «2. Tinha no estomago pedaços de aves e insectos. Lucoi é o nome com que mais geralmente designam esta e outras aves de rapina.» Já tinhamos anteriormente recebido do sr. Anchieta um exem- plar desta especie dos Gambos; agora recebemos outro do Hwumbe, em maior proximidade da região que visitou Andersson sem a en- contrar. h. Melierax gabar. (Daud.) «Iris vermelho; espaço periophthalmico e cera côr de laranjaí bico escuro; tarso côr de laranja. N. vulg. Lucoi. O estomago con- tinha restos d'aves.» 5. Melierax niger. (Vieill.) «9. Iris castanho, cera vermelho-acobreado; tarso vermelho, tinto d'amarello e manchado de preto. N. vulg. Lucot.» 6. Accipiter minullus. (Daud). «& ad. Iris côr de laranja, cera amarello-esverdeado; tarso d'um amarello mais vivo; bico quasi preto.» «d juv. Iris côr de canna; cera e tarso da mesma côr. N. vulg. Lucoi. Comem aves.» 7. Aquila rapax. (Temm.) «dá. Iris com traços divergentes escuros sobre um fundo ama- rello claro, bico corneo-azulado, mais escuro para a ponta. Ali- menta-se principalmente de aves.» 8. Nisaetus spilogaster. (Dub.) «2. Iris castanho-claro; cera e faces azuladas; bico corneo es- verdeado, mais escuro para a ponta; tarso gridelim. N. vulg. Go- locoço. PHYSICAS E NATURAES 149 9. lircaetus cinereus. (Vieill.) «&. Iris côr de oiro.» 10. Helotarsus ecaudatus. (Daud.) 14. a 13. 14. 15. 16. «á ad. Iris côr de café; cera e espaço periophthalmico escarna- dos; bico côr de laranja, mais escuro na ponta; tarso encarnado vivo. É muito notavel à transparencia da pelle no tarso e face, por- que poucos segundos depois da morte, por effeito da contracção das arterias e capillares, muda de encarnado vivo para amarello de damasco. É natural que em vida o maior ou menor efíluxo de sangue por causas phvsicas ou moraes lhe façam tambem variar a côr. Acode a grandes porções de carne podre que emprego para attrair as grandes aves de rapina. É ainda assim dificil de matar.» Milvus aegyptius. Gm. «&. Iris castanho-claro; cera e tarso côr de folha secca. Abun- dantissimo. N. vulg. Kikuambe.» Falco biarmicus. Temm. «Cera e tarso amarelos.» Cerchneis ardesiaca. (Vieill.) «d. Iris castanho, cera e tarso amarellos, bico corneo-escuro.» Merops apiaster. L. «Iris côr de romã. N. vulg. Kombokombo. » Haleyon semicerulea. Gm. «2. Iris castanho, bico vermelho claro, tarso côr de coral-roseo. O estomago continha insectos dipteros e lagartos. N. vulg. Sumbo.» Bucorax cafer. Schleg. «d. Iris esverdeado; pelle nua da face e pescoço encarnada, com uma malha aos lados da bolsa guttural dum azul escuro tirando para roxo; tarso preto com as arestas das escarnas empoeiradas. Encontrei-lhe no estomago colcopteros. N. vulg. Mucungungo.» «juv. Iris côr de greda, e porção nua da face e bolsa da mesma côr; bico esbranquiçado. Dizem os Molumbes (habitantes do Hum- be) que este é escravo do outro, de outra especie ou variedade; 150 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS mas esta opinião funda-se apenas em ser differente na côr, que é d'um pardo escuro; em ter o bico menos desenvolvido e diversa- mente conformado e em acompanhar os adultos sempre a certa distancia, tendo de comer alguma coisa que encontrem de modo que não sejam vistos; quando assim não succede são ferozmente espicaçados pelos outros. Dizem que não cantam e dão-lhe um nome differente, Inaquendi em vez de Mucungungo. No estomago de todos encontrei coleopteros.» Apesar de todo o respeito que nos merecem as opiniões de or- nithologistas tão conspicuos, como os srs. Finsch, Hartlaub e von Heuglin, persistimos em considerar o Bucoras da Africa austral como especificamente distincto do B. abyssinicus. É já crescido o numero de exemplares, pelles e esqueletos que temos recebido do | sr. Anchieta, e em nenhum d'elles o bico e capacete apresentam os caracteres proprios do B. abyssinicus. Com quanto a maior parte dos nossos specimens tenham todas as apparencias de aduitos, em nenhum apparece o menor vestigio da placa avermelhada na base da maxilla superior, e o capacete de todos elles tem os caracteres que minuciosamente descrevemos e fizemos representar nos Proceedings da Sociedade Zoologica de Londres!. Para nos convencerem de erro fôra preciso admittir que todos os exemplares da nossa collecção são jovens, contra o que protestam as dimensões e os caracteres da plumagem. Em quanto nos não apresentarem um exemplar anthentico da Africa austral com o bico e capacete identico aos dos exemplares da Abyssinia, julgamo-nos auctorisados a manter as nossas convicções anterior- mente expostas e justificadas. O exame do exemplar joven recentemente enviado pelo sr. An- chieta mais nos confirma na nossa opinião. Destingue-se elle dos adultos na côr, que é de um pardo-escuro, começando apenas à tingir-se de preto no dorso e peito; tem o bico branco, apenas mais escuro, pardacento, na base e para a ponta; a bolsa guttural é mui pouco desenvolvida, quasi nulla; as partes nuas da cabeça e pescoço mostram ainda a côr esverdeada suja ou côr de grêda, indicada pelo sr. Archieta; o capacete é apenas representado por uma saliencia muito comprimida, de margem curva e cortante, si- tuada sobre a maxilla superior e occupando uma extensão de cinco centimetros; as pennas primarias das azas são brancas, mas com ! NV. Proceed. É. S. L. 1873, p. 698. 17. 18. AO: 20. 24, 25. 26. 27. PHYSICAS E NATURAES 151 algumas pequenas malhas pardas e orladas d'esta côr na extre- midade; as pennas secundarias são pretas, marginadas de pardo. Irrisor cyanomelas. Vieil. Sehizorhis concoler. Smith. «2. Iris gridelim.» Oxylophus glandarius. (Linn.) «9. Iris castanho. Come gafanhotos, coleopteros e aranhas. N. vulg. Kahombe.» Oxylophus jacobinus. Bodd. «N. vulg. Kilambelavula. Consideram-o precursor de chuva.» - Chrysocoeeyx cupreus. Bodd. . Pogonias leucomelas. (Bodd.) à. Iris castanho. Come frutos sylvestres.» . Nectarinia gutturalis. Linn. «Iris castanho. O estomago continha pollen e coleopteros. N. vulg. Kanzole. No tempo da nidificação vinham pousar e suspen- der-se nos ramos mais elevados de uma arvore que está no pateo central da casa onde resido; d'ali mesmo tive muitas occasiões de os ouvir cantar à poríia com voz tenue, soltando pios suavissimos e compassados, a que se seguem variados gorgeios. É notavel neste genero a reunião dos attractivos da plumagom com os do canto.» Nectarinia talatala. Smith. Parisoma subcaruleum. (Vieil.) 2. Iris côr de canna, tarso preto. Come insectos.» Hirundo Monteiri. Hartl. «6. Iris castanho. Tinha no estomago termitas. » Dryoscopus cubla. Shaw. «Iris vermelho; tarso côr de ardosia, não muito escuro.» 1592 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS 28. Laniarius chrysogaster. Sw. 9. Iris castanho; tarso côr de ardosia. Come coleopteros.» 29. Prionops Retzii. Wahlb. 2. Iris amarelo; bico encarnado-malagueta, tornando-se amarello para a ponta; carunculas palpebraes e tarsos encarnados.» 30. Enneoctonus collurio. Boie. «Iris castanho; bico corneo, maxilla mais clara para a base; tarso pardo não muito escuro. Vive principalmente de insectos.» 31. Lanius minor. Gm. «2. Iris castanho; tarso escuro. Come coleopteros e gafanhotos. » 32. Telophonus trivirgatus. Smith. «ó. Iris chocolate com um annel interno gridelim; bico castanho, tarso côr de zinco. Come insectos.» SJ. Meristes olivaceus. (Vieill.) «2. Iris côr de laranja. » 34. Urolestes melanolencus. (Jard.) So. Pholidauges Verreauxi. Boc. «Iris amarello vivo. No estomago bagos.» 36. Buphaga africana. L. «2. Iris côr de laranja. Não é muito abundante.» 347. Hyphantornis velatus. (Vieill.) «Iris encarnado; tarso de uma côr livida. Nºestes exemplares ve- rifiquei a presença de insectos no estomago e a ausencia de ali- mentos vegetaes. Encontram-se numerosos ninhos na mesma ar- Vvore.» 38. Sycobius rubriceps. Sundv. «2. Iris roxo-terra.» 39. Amadina squammifrons. Smith. «Iris pardo-escuro. PHYSICAS E NATURAES 153 hO. Motacilla vidua. Sundv. «ó. Iris castanho. Não pude ainda conseguir outro exemplar.» h1. Ciconia Abdimii. Hemp. & Ehrenb. 2. Iris amarello tostado com um circulo interno castanho; re- bordo das palpebras encarnado malagueta; todo o espaço nu da face e raiz do bico roxo; malha frontal côr de rosa; bico esver- deado, avermelhado para a ponta. N. vulg. Humbi-humbi. h2. Totanus stagnatilis. Bechst. «Iris castanho. » h3. Totanus glotis. Pall. «Iris castanho.» h4. Plectropterus gambensis. (Linn.) h5. Rhynchops flavirostris. Vieill. «d. Iris castanho; bico encarnado na base, corneo transparente na partie anterior cortante da maxilla. » h6. Plotus Levaillantii. Licht. «Capturado no Rio Cunene.» Temos em nosso poder desde 1871 um exemplar de uma especie mui proxima, mas distincta, da Cerchneis rupicola, que o sr. Anchieta nos enviára da Huilla. A repugnancia que sempre tempos de fazer obra por um só specimen nos fez adiar a descripção d'esta especie que con- sideramos inedita, confiando em que encontrariamos em ulteriores remes- sas do nosso explorador outros exemplares com caracteres identicos que melhor justificassem a creação de uma especie nova. Não se realisaram porém até hoje as nossas esperanças; e por isso nos resolvemos a pu- blicar a diagnose d'esta especie, que denominamos Cerchneis angolen- sis, submettendo-a à apreciação dos ornithologistas. Cerchneis angolensis. Intense rufa, immaculata, capite colloque cerru- lescente-cinereis; sudtus pallidior, mento, gutture, crisso et tectricibus caudae inferioribus fulvescentibus; tectricibus alae extimis secundariis- 154 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS que nonnullis corulescente-cinereis, vis: rufo-marginatis, fasciam latam super alam formantibus; subalaribus pure albis; remigibus primariis nigris, pogonio interno late albo marginatis; supracaudalibus rectrici- busque griseis, his fascia subapicali nigra ornatis alboque terminais. Ceromate palpebrisque flavis; rostro basi flavo, apice corrulescente-corneo ; pedibus laete flavis; iride fusca. Long. tot. 330"”; alt. 240P": caud, 45522: rostr. (culmen) 20P”: tars. 32””: dig. med. sine ung. 227º. Não nos parece que possa ser confundido com qualquer das espe- cies actualmente conhecidas do genero Cerchneis ou Tinnunculus. Da €. rupicola, tambem de Angola, distinguem-a principalmente os seguintes caracteres: 1.º a ausencia de riscas, malhas e estrias ne- gras que ornam mais ou menos profusamente todos os exemplares da C. rupicola; 2.º a côr particular, cinzento-azulado, das coberturas mar- ginaes da aza e de uma parte das pennas secundarias, que formam reu-. nidas uma larga faxa longitudinal bem distincta da côr ruiva carregada das regiões superiores; 3.º as dimensões do tarso e dedos, sensivel- mente mais delgados e curtos, pois que o tarso e o dedo medio medem proximamente 8 millimetros menos do que ias mesmas partes da €. rupicola. PHYSICAS E NATURAES 155 2. Um fragmento da ornithologia da ilha de Bolama POR 3. V. BARBOZA DU BOCAGE Nos Proceedings àa Sociedade Zoologica de Londres publicou em 1874 o nosso amigo o sr. Bowdler Sharpe, a lista de algumas espe- cies d'aves colligidas na ilha de Bolama pelo tenente Bulger. Por essa occasião o sr. Sharpe transcreve uma breve noticia que ácerca desta localidade lhe communicára o Major Bulger, irmão do collector, onde se lê que os inglezes havendo estabelecido ali uma feitoria, em 1792, tiveram de a abandonar um anno depois em consequencia da insalu- bridade do clima, sem nada acrescentar quanto às mais recentes e mal succedidas pretenções da Inglaterra ao dominio de uma ilha que per- tence indisputavelmente à corôa de Portugal. Como rectificação áquella nota transcrevemos aqui as informações que ácerca d'aquella ilha, e muito especialmente em relação ao facto da illegal occupação d'ella pelos inglezes em 1792, encontramos consi- gnados nos Ensaios de estatistica das possessões portuguezas no Ultra- mar por Lopes de Lima. «A ilha de Bolama dantes pertencia ao rei de Guinala, que já em, 1607 a offereceu à corôa portugueza para ali se estabelecerem os nos- sos e defenderem as suas terras das incursões dos Bijajoz: nunca che- gou a formar-se o estabelecimento proposto; mas aquella ilha ficou desde então sempre conservada na posse do dominio portuguez, e tanto assim que em todo o tempo os portuguezes lá fizeram córtes de madei- ras com pleno beneplacito dos reis visinhos, que até lhes prestavam, e continuam sempre a prestar, auxilio de braços, sem exigirem o menor tributo ou paga pelas madeiras cortadas.» «Nesta posse estavam os portuguezes, quando em 1792 se for- mou em Inglaterra uma associação particular, a qual atropellando esse IV. Proc. 2. S. L., 1874. p. 305. 156 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMAÁTICAS direito de posse adquirido havia tres seculos e sanccionado pelo cor sentimento dos legitimos dominantes do paiz, e invadindo as terras da nossa demarcação garantida em todos os tratados, veiu assentar uma feitoria intrusa n'esta ilha de Bolama, quasi à vista da praça portugueza de S. José de Bissão, cujo governador foi tão brando que Ih'o consentiu. Não lh'o consentiram porém os indigenas, primordiaes senhores do ter- reno: indignados da semcerimonia com que aquelles intrusos se instal- Jaram nas suas terras sem previo consentimento seu, esbulhando de uma antiquissima posse os seus antigos amigos os portuguezes, não fi- zeram protocollos porque não sabem escrever, mas recorreram ás armas porque sabem pelejar; e não pararam na sua guerra de extermínio em quanto não expulsaram o ultimo inglez do territorio de Bolama, aonde depois disso continuaram os portuguezes a cortar madeiras como d'an- tes, não só sem opposição, mas ainda com o adjutorio do rei beafar de. Guinala e do rei bijagó de Canhabac, os quaes vieram a Bissão em 1828, e ali confirmaram a antiga cessão de ilha de Bolama à corôa de Por- tugal; e desde o anno de 1830 se estabeleceu n'eila um presídio por- tuguez, apesar de um especioso protesto do coronel Findlay, governador de Gambia, no qual se apresenta um acto de usurpação repellido pelos naturaes senhores do paiz com muito bom e valioso direito de posse.» Estas informações de Lopes de Lima deixam bem comprehender quaes foram as verdadeiras condições de insalubridade que produziram o abandono da feitoria ingleza, e os fundamentos com que foram des- attendidas n'estes ultimos tempos as injustas exigencias de Inglaterra no julgamento arbitral pronunciado pelo imperador Napoleão 11. O mesmo Lopes de Lima descreveu a ilha de Bolama nos seguintes termos: «Não só de café mas de todas as producções dos tropicos é sus- ceptivel o fertilissimo solo d'esta ilha, abundante em aguas de rega; sendo porém a sua maior riqueza as cerradas mattas, que possue, de excellentes madeiras de construcção (algumas, como a que ali chamam impropriamente ameixoeira, inaccessiveis é mordedura do guzano) e tambem mahogani para marcenaria, e uma especie de pau campeche para tinta. N'estes mattos encontram-se elephantes e muita cera; e além do milho, arroz, inhames e outros mantimentos, dá-se n'esta ilha, como em todas as de Bijagóz, um fruto chamado lá mancarra, que vem a ser uma especie de mendobi. Ás praias acodem tartarugas e colhe-se D'ellas muito ambar.» «Esta ilha de Bolama tem umas oito milhas de comprimento, de Leste a Oeste, e tres a quatro de largura, de Norte a Sul, e a sua cir- PHYSICAS E NATURAES 157 cumferencia é de 8 a 9 legoas; está tão proxima à terra firme que fica formando a ponta do norte da entrada do Rio Grande; tem ao Sueste, no mesmo canal da entrada para o Rio Grande, um bom porto, commodo e seguro (excepto no tempo de trovoadas) chamado o Porto das Prai- nhas, com agua doce e bom desembarque. » Eis-ahi agora as especies encontradas na collecção do tenente Bul- ger : no « Asturinula monogrammica. Coracias abyssinica. - Merops aegyptius. « Corythornis cyanostigma. - Sehizorhis africana. - Nectarinia cyanocephala. .- Nectarinia cuprea. .- Nectarinia subcollaris. - Laniarius barbarus. « Laniarius bakbakiri. - Terpsiphone nigriceps. - Pholidauges leucogaster. - Euplectes flammiceps. « Coliustruthus macrurus. - Hyphantornis luteolus. . Spermestes bicolor - Estrelda rufopicta. « Treron calva. - Turtur erythrophrys. Estas especies, à excepção de uma, pertencem à fauna da Sene- gambia, como era de prever que acontecesse. O Laniarius bakbakiri 158 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS porém nunca fôra encontrado até aqui na Africa occidental propriamente dita; considerado com razão como privativo da Africa austral, a sua captura no districto de Mossamedes, effectuada ha pouco tempo pelo sr. Anchieta, assignava-lhe este ponto como a localidade mais proxima do equador até onde se poderiam alargar as raias extremas do seu ha- bitat. Com muita razão pois hesita o sr. Sharpe em acceitar a origem que a presença d'esta especie n'uma colleeção d'aves de Bolama lhe faz attribuir. PHYSICAS E NATURAES 159 à. Algumas considerações ácerca da industria piscicola em Portugal POR FELIX DE BRITO CAPELLO E uma verdade indubitavel estar a industria piscicola totalmente abandonada. Ainda ha pouco tempo havia um simulacro de fiscalisação na existencia das administrações do pescado; hoje porém, nem isso já existe, e os poderes publicos só cuidam da percepção do imposto por meio de delegações das alfandegas correspondentes. Em quanto que na industria mineira o estado fiscalisa e adminis- tra, impondo leis restrictivas, e sujeitando o industrial a regras de la- vra, de cuja infracção póde em certos casos provir a perda da posse da mina (leis aliás utilissimas), na industria piscicola corre tudo à reve- lia, e o industrial póde destruir e praticar as maiores depredações e actos de vandalismo, sem que o estado pareça dar importancia a tão desgraçado estado de coisas! Não é por certo devido este estado à ignorancia do que nos pai- zes estrangeiros estã estabelecido em relação a esta industria. Poderá dizer-se que, assim como para a industria mineira fomos procurar lá fóra as bases para o estabelecimento da sua administração, assim tambem podiamos ter feito o mesmo para com a industria da pesca. Faltava porém um elemento, sem o qual era impossivel crear leis para esta industria. Os nossos conhecimentos sobre minas na época da redacção das leis que a ellas se referem, ainda que limitados, eram comtudo suffi- cientes. Sabia-se que o nosso paiz constituia por assim dizer uma rede de jazigos metalliferos pela maior parte dos mais importantes, ainda que differindo em quanto a circumstancias externas mais ou menos favora-. veis. Sabia-se que possuiamos excellentes minerios, entre outros o de estanho, tão estimado pela sua riqueza e valor do metal. Sabia-se da 160 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS existencia de jazigos abandonados peles antigos, cujos trabalhos podiam ser recomeçados em consequencia das novas circumstancias economicas e meios physicos novos de que dispunhamos, etc. Não se dava porém o mesmo em quanto à nossa industria pisci- cola. Era impossivel imitar a legislação dos paizes estrangeiros nºeste ramo de industria, por isso que não tinhamos conhecimento perfeito do assumpto. Ignoravamos completamente as relações entre a nossa fauna ichthyologica e a d'esses paizes. As faunas de dois paizes podem ser identicas, e comtudo ser differente a abundancia relativa das especies. Podem abundar em um as especies de dimensões pequenas, e no outro pelo contrario serem mais vulgares as grandes, etc. O conhecimento scientifico das especies de peixes, era além disso indispensavel para a solução de questões às quaes o pescador não sabe responder, ou erra to- talmente na resposta. É frequente o pescador tomar as diferenças de | sexo ou de edade por differenças especificas e vice-versa. Escolheremos entre muitos um exemplo para provar o que acima asseverâmos. O carapau e o chicharro, está hoje averiguado scientificamente constituirem uma só especie (Scomber trachurus Lin.); isto é, o se- gundo não é mais do que o primeiro no estado adulto. No entanto é opinião geral entre os pescadores serem especies distinctas. Se antes da verificação dºeste facto, quizessemos crear, ou pôr de novo em vigor, regulamentos prohibindo a venda dos individuos novos das especies grandes, e confiassemos nas informações dos pescadores, teriamos co- mettido o erro de permittir a continuação da venda do carapau. Toma- remos ainda esta especie como exemplo para mostrarmos a alta conve- piencia economica dºestas leis prohibitivas. Para perfazer o peso de um kilogramma do carapau muito pequeno, conhecido pelo termo popular de carapau para o gato, é mister aceu- mular 150 ou 200 individuos. Bastam porém 2 ou 3 adultos para comple- tarem o mesmo peso! Conclue-se pois do que deixamos dito, que pelo facto de permittirmos a venda do peixe acima referido, por cada kKilo- gramma dºelle, subtrahimos ao consumo, ou para melhor dizer, aniqui- lamos uma massa de 60 kilogrammas de substancia alimenticia! O mes- mo tem logar com referencia à pescadinha, ao paxão, ao massacote, etc. Parece-nos pois ser este um facto que merece bem a attenção dos poderes publicos. Estamos por tanto em relação a esta industria em peiores circum- stancias do que no estado primitivo. Então o homem colhia sem des- truir; hoje com os meios aperfeiçoados de que dispõe o pescador, co- lhemos como um, e destruimos como cem! PHYSICAS E NATURAES 1614 Se este estado de coisas não tem influido mais poderosamente so- bre a decadencia da producção, é devido este facto à posição especial em que nos achamos em relação aos outros paizes. Portugal constitue um parallelogrammo muito alongado que se acha banhado pelas aguas do Oceano por metade do seu perimetro. Um dos seus lados maiores, o que fórma a nossa costa occidental, sendo pa- rallelo ao eixo do Oceano, colloca-nos em circumstancias immensamente favoraveis, não só para obtermos as especies proprias da zona que tem por largura toda a nossa costa occidental e por comprimento todo o es- paço comprehendido entre os dois continentes; mas tambem as das par- tes mais septentrionaes, as do mar da Mancha, etc.; especies que nas suas emigrações periodicas se dirigem para o Sul e para o Mediterra- neo. Estamos, por assim dizer, à beira da estrada por onde hão de ne- cessariamente passar as especies que na época da reproducção vem pro- curar abrigo às bahias, rios e lagõas, das nossas costas occidental e me- ridional; de parte da costa meridional da Hespanha; da costa limitro- phe da Africa e finalmente do Mediterraneo. Estamos convencidos de que, se o peixe não fosse forçado a seguir este caminho, apesar do instincto que o leva quando adulto a ir reprodu- zir-se nos logares aonde nasceu, já ha muito tempo a nossa costa esta- ria por elle totalmente abandonada. O instincto da conservação da especie, mais ainda que o da con= servação individual, o levaria a procurar outros abrigos. Não é sómente pescando individuos novos das especies grandes, que nós aniquilamos grandes massas de substancia alimenticia. É tambem pescando os individuos adultos na época da reproducção, e principal- mente quando elles se aproximam da costa ou entram nos abrigos para aquelle fim. Para se fazer uma idéa aproximada da perda produzida pela pesca do peixe na época da reproducção, bastará dizer que as femeas de cer- tas especies podem produzir 20000, 30000 e mesmo 50000 ovos: dando para as perdas devidas às causas destruidoras naturaes 95 ?/o ainda as- sim por cada femea que pouparmos n'esta época, teremos augmentado a producção com 2500 individuos! Applicando este calculo ao atúm, e tomando em média o peso de uma femea adulta como 30 kilogrammas, teriamos, por cada femea que poupassemos augmentado a producção com 75000 kilogrammas de substancia alimenticia! Supponhamos exagerado este calculo, e tomemos sómente a de- cima parte d'este numero — ainda assim por cada individuo poupado teriamos 7500 kilogrammas de peixe a mais! JORN. DE SCIENC. MATH. PHYS. E NAT.— N, XIX. 4 1692 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS O pescador ficaria exuberantemente compensado, por este augmento de producção, da perda que soffreria nos seus lucros pela differença do preço do peixe. Dizem elles (o que não é averiguado, pelo menos para todas as especies, e n'esse sentido tencionamos proceder a um estudo minucioso), que o peixe estã mais gordo, e por consequencia é mais estimado pelo consumidor, na época da reproducção. É mister pois ter conhecimento da época da desova, e durante esse tempo restringir a pesca costeira, bem como a dos rios, bahias, elo. Existe ainda um terceiro meio de destruição; é o arrasto. A rede de arrastar, quer seja pequena e sómente manejada por dois ou tres homens; quer seja de grandes dimensões e guiada por barcos, não só- mente apanha grandes quantidades de peixe miudo, como destroe, es- magando e deslocando os ovos que se acham em eclosão no fundo do mar, entre pedras ou fixos a plantas marinhas. Suppondo ser possivel sem transições (o que não aconselhamos aos poderes publicos) prohibir a venda do peixe novo, e o uso das re- des de arrastar, não hesitamos em affirmar que dois ou tres annos de- pois de ter sido tomada esta medida, seria notavel o augmento do peixe adulto, não súmente na nossa costa, mas até no Mediterraneo. Não parecerá exagerada esta asserção quando se souber que o peixe - miudo vem ao mercado às centenas de milheiros. Podem apresentar o argumento banal de que o carapau e o outro peixe miudo, são o sustento do pobre: a este argumento já responde- mos às pessoas instruidas com os numeros; ao pescador e ao pobre di- remos sómente: por cada carapau dou-vos um chicharro; por cada pes- cadinha, uma pescada; por cada paxão ou massacote, um goraz ou um besugo; por cada sarguete um sargo: e elles hão de por certo compre- hender a força do argumento. O creador de gado póde achar economico vender a vitella, o lei- tão, o cordeiro ou o cabrito; tem que os sustentar até chegarem ao es- tado adulto. O pescador não tem mais que esperar que o peixe cresça, o pae Oceano encarrega-se do resto: já é differença! Felizmente é mui limitado o numero das nossas especies de peque- nas dimensões; principalmente as mercadejaveis, e de agua salgada, que se reduzem a tres ou quatro. Não passaremos em silencio o mais grosseiro e barbaro de todos os meios de destruição, e que se pratica ainda impunemente em Por- tugal; refiro-me ao envenenamento das aguas de um rio ou lagõa. Ainda não ha muito tempo vindo em comboyo de caminho de ferro, PHYSICAS E NATURAES 163 ouvi uns companheiros de jornada gabarem-se de voltarem de uma pes- caria que os divertira muito! Tinham lançado uma certa planta na ribeira, tinham previamente collocado uma rede propria para aquelle fim em um logar escolhido, e tinham esperado de braços crusados o resultado de tão estupida quanto criminosa operação — «enchemos carroças de peixe» diziam el- les no seu enthusiasmo! São leves as pennas applicadas a tal crime; na nossa opinião quem praticasse tal acto devia ser degredado. A dyna- mite tambem já está sendo empregada, não só por amadores, mas pe- los proprios pescadores. Finalmente em alguns pontos da costa arras- ta-se na propria época da creação, e enchem-se carros de uma massa informe, sem classificação possivel, para servir de adubo na lavoira. Esta massa informe é composta da novidade de peixes, crustaceos, mollus- cos, etc.! É grande por tanto a nossa responsabilidade; e se não tomarmos providencias contra a destruição da novidade e do peixe adulto na época da reproducção, podem accusar-nos com razão as outras nações como delapidadores da riqueza publica. Com effeito, em quanto que nos paizes estrangeiros tem sido le- vada a protecção à industria piscicola ao ponto de serem creados esta- belecimentos não sómente para a reclusão temporaria na época de re- producção de individuos adultos, esperando que tenha logar a repro- ducção por circumstancias muito mais favoraveis que as naturaes, mas até praticando com alguns a fecundação artificial, para na época conve- niente povoarem, com os individuos novos obtidos pelos dois processos, os mares, lagõas e rios, nós anullamos aquelles esforços colhendo sem produzir, e, o que é peior ainda, destruindo sem conta nem medida a co- lheita futura antes de ter chegado ao seu completo estado de maturação ! Temos mostrado a necessidade de tomar o governo a iniciativa nos melhoramentos da nossa industria piscicola, embora sacrifique para este fim uma parte dos direitos que percebe: (rendimento a que na nossa opinião não tem direito bem demonstrado, por isso que a protecção dada às outras industrias é manifesta, já pelos direitos que pesam sobre os productos da industria estrangeira, já pelas leis restrictivas sobre a en- trada de cereaes, etc., em quanto que para a industria de que tratamos a protecção é nulla) porque esse sacrificio temporario seria de futuro grandemente compensado pelo augmento de producção devido a esses melhoramentos. Daremos agora algumas indicações das medidas cuja adopção jul- gamos necessaria desde já para se conseguir este fim. 1 164 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Mandar proceder a um estudo minucioso relativamente a esta in- dustria; começando pela parte historica, legislativa e estatistica. Estudar as nossas bahias, lagôas, rios e outros logares escolhidos pelos peixes para abrigo e reproducção, no que diz respeito ao estabe- ecimento de apparelhos fixos de pesca, estabelecimentos de piscicul- tura. etc.; confrontando e enumerando as circumstancias favoraveis que possam dar-se nºestes logares com relação aos dos paizes estrangeiros aonde existem taes estabelecimentos. Em relação aos segundos não nos referimos à piscicultura como estudo, fecundação artificial, etc.; trata- mos dos estabelecimentos de pesca, aonde o peixe entra novo, se des- envolve e cresce e é ali mesmo pescado quando adulto. Como exemplo desta especie de industria temos a logôa de Comachio na Italia. Nos outros dá-se exactamente o contrario: o peixe entra adulto no abrigo, intercepta-se-lhe a communicação com o mar; deixa-se estar ali algum tempo para que parte delle desove, e em seguida é introduzido no apparelho proprio (labyrinthos, etc.) onde é pescado. O peixe novo somente sae quando se acha em circumstancias de resistir às causas destruidoras; e para isso não ha mais do que deixal-o ao seu proprio instincto. Finalmente uma descripção circumstanciada de todos os appare- lhos, artes, armações e redes que são empregados n'esta industria, com especificação d'aquelles que, por serem prejudiciaes ao desenvolvimento da producção, devam ser prohibidos. PHYSICAS E NATURAES 165 4. Terceiro appendice ao catalogo dos peixes de Portugal POR FELIX DE BRITO CAPELLO Na ultima excursão zoologica tive occasião de proceder a draga- gens e arrastos numerosos que facilitaram immensamente a acquisição de especies de peixes e crustaceos que não tinha ainda obtido. Brevemente sairá o catalogo geral dos peixes de Portugal colligi- dos até essa época: no emtanto sae agora um terceiro appendice ao ca- talogo já publicado. , Pelo que respeita aos crustaceos, para não multiplicar os appendi- ces, sairá tambem o catalogo geral comprehendendo não sómente os crustaceos decapodos, mas tambem os das outras divisões de que já possuimos algumas dezenas de especies obtidas principalmente por dra- gagem. Fam. GASTEROSTEIDAE Gen. Gasterosteus. Artédi 291. Gasterosteus spinachia. Linn. Syst. 492. Gúnth. I, 7. Setubal. Fam. TRIGLIDAE Gen. Cottus, Artédi 252. Cottus gobio. Linn. Syst. Nat. 1, 452. Gúnth. II, 156. 166 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Fam. GOBIESOCIDAE Gen. Lepadogaster. 253. Lepadogaster Gouanii. Bris. de Barner. Rev. Zool. 1848, 280. Gthr. HI, 310. Cascaes. Off. por S. Altesas. Villa Nova de Mil Fontes. Off. pelo sr. Abel da Silva Ribeiro. Fam. OPHIDIDAR Gen. Ammodytes. Artédi 254. Ammodytes Tobianus. Linn. Syst. 1, 430. Giúnth. IV, 385. Raro. Um exemplar obtido no mercado de Lisboa. Fam. SCOMBRESOCIDAR Gen. Scombresox. Lacp. 255. Scombresox saurus. N. v. «marabumbo» p. agulha, Lacertus vel Saurus Willughby. Hist. Pisc. 232. Esox saurus Walbaun. Artedi HI, 93. Scombresox Camperii. Lacép. V. 354. — Scombresox saurus Flem. Brit. An. 184. Scombresox saurus Gúnth. VI, 257. Setubal. Fam. CYPRINIDAE Gen. Cobitis. Artédi 256. Cobitis taenia. Linn. Syst. 1, 499. Giúnth. VII, 362. Tancos. Off. pelo sr. Bivar de Sousa. PHYSICAS E NATURAES 167 Fam. SYNGNATIDAE Gen. Nerophis. Kaup. 257. Nerophis anguineus. Kaup. Cat. Cat. Brit. Mus. 65. Setubal. Fam. AMPEVOXIDAR Gen. Amphyoxus. Yarrell. 2598. Amphyoxus lanceolatus. Yarrell. British fish. Alguns exemplares obtidos por dragagem em Setubal. 168 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS PHYSICA E CHIMICA e sÓ ES ee, À, Investigações sobre a acção reciproca do acido iodhydrico e dos oxydos de radicaes alcoolicos monoatomicos simples e mixtos POR R. D. SILVA Chefe dos trabalhos de chimica analytica da Escola «Centrale des Arts et Manufactures» de Paris PRIMEIRA PARTE Quando o acido iodhydrico ataca muitas materias organicas, se os elementos que o constituem, isto é, o hydrogenio e o iodo, se não fixam sobre a molecula da substancia sobre a qual elle reage, é fa- cto conhecido que póde haver combinação sem separação ou acompa- nhada de separação de uma certa quantidade de iodo. Quando não ha separação de iodo, os corpos sobre os quaes reage o acido são sempre oxygenados, e os productos novos que resultam, privados de oxygenio, são iodados; quando, ao contrario, o iodo se separa, os corpos que são atacados pelo acido iodhydrico podem ser oxygenados, etheres simples, compostos halogenicos do carbonio, carbonetos de hydrogenio e outros; mas, os productos que se obtem são desprovidos de iodo e de todos os outros elementos halogenicos. Em resumo, póde-se dizer que os effeitos do acido iodhydrico so- bre as materias organicas, se reduzem: no primeiro caso a uma sub- tracção de oxygenio e fixação de iodo; no segundo caso a uma substi- tuição de iodo, em virtude de uma reacção secundaria, ou substituição de outro qualquer elemento halogenico, pelo hydrogenio do acido, ou, emfim, a uma simples hydrogenação. Os effeitos que acabo de enumerar constituem uma exposição ra- pida dos resultados de numerosos trabalhos, entre os quaes se devem ci- PHYSICAS E NATURAES 169 tar os de M. Berthelot !, de M. V. de Luynes, e a notavel e fecunda ex- periencia de Lautemann, pela qual este chimico distincto transformou o acido lactico em acido propionico. Em todas as experiencias relatadas nos trabalhos a que me refiro, o acido iodhydrico foi empregado no estado nascente, ou em solução mais ou menos concentrada, porém sempre a uma temperatura variavel e elevada; em quanto que em to- das as experiencias, feitas no decurso de minhas investigações, fiz rea- gir o acido iodhydrico gazoso sobre os oxydos de radicaes alcoolicos, contidos em matrazes cercados de gelo, e por conseguinte esfriados a uma temperatura comprehendida entre zero e 4 graus. Esta dispo- sição particular foi, a meu ver, fecunda em resultados de bastante im- portancia, porque a ella devo attribuir o ter decomposto os phenome- nos, tanto quanto era possivel neste caso, e como convém de modo ge- ral em todos os trabalhos analyticos. Antes de expor as experiencias e as circumstancias que as prece- deram, creio dever explicar alguns dos effeitos mais simples da acção do acido iodhydrico sobre as materias organicas, empregando nesta explicação certos principios theoricos bem conhecidos. Todos sabem que existem factos que conduzem à suppor que os alcools monoatomi- cos contém um grupo (O H)', oxhydrylo monovalente; e como a com- posição dos iodetos de radicaes alcoolicos monoatomicos corresponde á formula geral Cr H2r+1I, póde dizer-se que na formação d'estes com- postos, pela acção do acido iodhydrico sobre os alcools respectivos, tudo se passa como se o iodo de uma molecula de acido substituisse o oxhydrylo do alcool, para formar o iodeto correspondente, em quanto que o seu hydrogenio se une ao oxhydrylo para formar uma molecula de agua, sem que haja, por conseguinte, separação alguma de iodo: (4) Sa CrH2r+10H+4+HI=(Q Hr +114-HOH Mas, os oxydos de radicaes alcoolicos simples e mixtos, sob a acção do acido iodhydrico, são egualmente capazes de produzir iodetos dos mes- mos radicaes, producção acompanhada de formação de agua e sem se- paração de iodo. ;Quaes são as reacções que se passam no caso destes compostos não conterem o grupo oxhydrylo? Julgava-se que havia sim- plesmente um phenomeno de substituição: isto é, que duas moleculas de acido iodhydrico reagiam sobre uma molecula de ether, que os dois 10) trabalho relativo à acção do iodeto de phosphoro sobre a glycerina, foi feito com a collaboração de M. de Lucca. 170 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS atomos de hydrogenio do acido substituiam, na combinação com o oxy= genio, os dois grupos radicaes, os quaes se combinavam com os dois atomos de iodo das moleculas de acido iodhydrico. Havia pois, formação d'uma molecula de agua e de duas moleculas do mesmo iodeto de ra- dical alcoolico, ou de iodetos difierentes, segundo se empregara um oxydo do mesmo radical, ou de dois radicaes differentes. Este modo de explicar as reacções era uma pura traducção da analyse experimental. 1 No caso dos compostos, que considero, é a reacção eflectivamente dif- ferente da que produz o acido iodhydrico reagindo sobre os alcools monoa- tomicos? Creio que os resultados das experiencias, que vou expor, jus- tificam a conclusão opposta, isto é, que em principio a reacção é a mes- ma, mas que o resultado final provém de effeitos sobrepostos. Antes de expor as experiencias a que alludo, não acho que seja inutil enumerar as circumstancias que me conduziram a emprehendel-as. - No decurso de investigações ainda ineditas, tive de empregar o me- thodo dos «saes de prata», descoberto por M. Wurtz, com o fim de pre- parar o acetato de um radical alcoolico, do qual eu tinha um iodeto ou iodhydrato. Para diminuir a violencia da reacção, dilui o composto iodado em ether ethylico puro e anhydro. Depois de ter promovido a reacção, separei do acetato, que devia ferver a uma alta temperatura, a porção de um liquido ethereo, que fervia atê 80 graus, pouco mais ou menos. Esta porção mais volatil dos productos continha um carboneto de hy- drogenio, não saturado, da formula geral CrH2r, que se produz sem- pre nas reacções deste genero. Para separar este carboneto de hydro- genio, cuja temperatura de ebullição, mui proxima da do ether, me não permittia o emprego da distillação fraccionada, lembrei-me retel-o, com- binando-o com o gaz iodhydrico, o qual, segundo então julguei, não de- via reagir sobre o ether a uma baixa temperatura, à temperatura de zero, por exemplo. Depois destas reflexões, submetti, à acção de uma corrente de gaz iodhydrico, a solução etherea, esfriada a zero ou mesmo um pouco abaixo de zero, por uma mistura refrigerante de gelo e sal. Durante à expe- periencia, notei, com surpresa, que o gaz iodhydrico era absorvido em quantidade muito superior relativamente à quantidade provavel do carboneto de hydrogenio. Quando examinei os productos e que os distil- lei, vi que o ether tinha sido quasi totalmente transformado em iodeto de ethyla. Repeti depois a experiencia, empregando então unicamente o ether puro e anhydro. Obtive ainda o iodeto de ethyla, e em quantidade que me parecia coincidir com a que a theoria exige; isto é, duas moleculas de iodeto PHYSICAS E NATURAES 171 por cada molecula de ether, attribuindo o pequeno desfalque observado, à volatilisação inevitavel de pequena quantidade de ether. Este resul- tado inesperado, convidou-me a experimentar, nas mesmas condições de temperatura, a acção do acido iodhydrico sobre os homologos supe- riores do ether ethylico e mesmo sobre os etheres mixtos. Por um acaso feliz, o composto que empreguei na minha primeira experiencia foi o oxydo methylamylico. Então observei a transformação completa d'este ether em iodeto de methyla e alcool amylico, contendo vestigios de iodeto de amyla. Este exame analytico autorisava-me a sup- por que a reacção que se produzia, era a que representam os termos da equação : E ED 0 + HI=CHSI + CSHNOE, que é a equação (1), sob uma forma differente, visto que os grupos (0H) e (C(rH2r +10.) possuem a mesma valencia, ou o mesmo va- lor de combinação. Depois de ter verificado o resultado, que acabo de mencionar, pen- sei que a reacção, que representa a equação (2), poderia muito bem ser uma reacção geral, e produzir-se, por conseguinte, no caso dos 0Xy- dos de radicaes alcoolicos differentes e dos oxydos d'um mesmo radi- cal; e que a transformação em iodeto seria total unicamente, quando o alcool, formado n'uma primeira phase, passasse em virtude de uma reacção secundaria, a iodeto pela acção do gaz iodhydrico. Estas explicações conduziram-me, naturalmente, a estabelecer, nas mesmas condições de temperatura, as experiencias seguintes : Acção do gaz iodhydrico : 4.º sobre alcools monoatomicos anhydros ; 2.º sobre etheres propriamente ditos ; 3.º sobre etheres de radicaes mixtos. N'esta 1.º parte do trabalho, que tenho a honra de apresentar à Academias das Sciencias, dou unicamente os resultados das experiencias, reservando para a 2.º parte numerosos promenores praticos, bem como a descripção das constantes physicas dos productos obtidos. 179, JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Acção do gaz lodhydrico sobre alcools monoatomicos anhydros mantidos entre zero e+-4 graus O alcool methylico é totalmente transformado em iodeto; os al- cools propylico, isopropylico, isobutylico e amylico não fornecem senão quantidades minimas de iodetos. Observei, além d'isso, que não parece existir correlação alguma entre as quantidades de iodetos obtidos e o numero de atomos de carbonio das moleculas dos alcools: assim, se se submetter à acção do gaz iodhydrico, entre zero e 4 graus, um mesmo peso P de alcool ethylico e de alcool propylico, obtem-se, do alcool ethylico, uma quantidade de iodeto correspondente a EE do alcool pro- E : Ip pylico uma quantidade correspondente a ——. H Acção do gaz iodhydrico sobre etheres propriamente ditos Oxydo de methyla. Este oxydo transforma-se totalmente em iodeto de methyla, sem que, por conseguinte, haja separação de alcool. Este facto estã de accordo com o resultado obtido na acção do gaz iodhydrico sobre o alcool methylico anhydro. Oxydo de ethyla. O oxydo de ethyla transforma-se em iodeto e em alcool, conforme a reacção da equação (2). Oxydos de propyla, de isopropyla, de isobutyla e de amyla. Estes oxydos comportam-se como o oxydo de ethyla, porém as quantidades de oxydos que se transformam, diminuem à medida que os atomos de carbonio augmentam no radical, de modo que para os oxydos de bu- tyla e de amyla, é necessario renovar a acção do gaz iodhydrico para conseguir uma decomposição completa. PHYSICAS E NATURAES 173 HI Acção do gaz iodhydrico sobre etheres mixtos N'estas experiencias empreguei os oxydos ethylamylico e isopro- pylamylico. Sob a influencia do gaz iodhydrico, a decomposição é com- pleta, quando se repete a operação duas ou mais vezes. Com estes com- postos, o iodo do acido combina-se com o radical menos rico em car- bonio, de sorte que o alcool que se fórma é o que corresponde ao ra- dical mais rico em carbonio. A reacção apresenta perfeita nitidez com o oxydo ethylamylico, circumstancia que me pareceu não se manifestar com o oxydo isopro- pylamylico, que me proponho estudar de novo. Observei ainda um caso isolado, mas que se póde reunir aos dois precedentes: o do oxydo isopropylico. Com este composto é o radical isopropylico que é convertido em iodeto. IV Acção do gaz iodhyádrico sobre os oxydos mixtos, dos quaes um dos radicaes é a methyla Em consequencia da notavel nitidez da reacção do gaz iodhydrico so- bre estes compostos, uma das mais francas que se póde observar em chi- mica organica, julguei dever estudal-os de uma maneira especial, sentindo não ter podido preparar na estação do anno, em que pude occupar-me d'este trabalho (agosto), o primeiro termo da serie pele razão de sua extrema volatilidade. Oxydo methylpropylico. À primeira acção do gaz iodhydrico, este oxydo se transforma integralmente em iodeto de methyla e alcool pro- pylico. Oxydos methylisobutylico e methylamylico. Comportam-se exacta- mente, e da maneira a mais nitida, como o precedente. De todas as experiencias que enumerei n'este trabalho, e confor- mando-me às suas condições, creio poder deduzir as seguintes proposi- ções : 1.º Quando o gaz iodhydrico reage, entre zero e 4 graus, sobre 17h JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS um oxydo de um mesmo radical alcoolico monoatomico, o hydrogenio de uma molecula de acido substitue um dos radicaes do oxydo, e o radi- cal separado substitue o hydrogenio na molecula de acido : fórma-se um alcool e um iodeto correspondentes. 2.º Quando o gaz iodhydrico reage, entre zero e 4 graus, sobre um oxydo de radicaes alcoolicos monoatomicos differentes, o hydrogenio de uma molecula do acido substitue o radical alcoolico menos rico em carbonio, e este radicai separado, substitue o hydrogenio na molecula do acido: fórma-se o iodeto do radical menos rico em carbonio e o alcool do radical mais rico em carbonio. 3.º Todos os oxydos de radicaes alcoolicos monoatomicos differen- tes, dos quaes um dos radicaes é a methyla, são convertidos, sob a in- fluencia do gaz iodhydrico entre zero e 4 graus, em iodeto de methyla e no alcool correspondente ao outro radical. Esta terceira proposição entra evidentemente na segunda, e se a menciono de uma maneira particular é em razão da singular nitidez da reacção, circumstancia que a tornará de um emprego precioso em mui- tos casos. Assim, dando-se um carboneto de hydrogenio saturado,. €rH27+2, nada é mais facil do que convertel-o no producto monochlo- rado GrH2"+1 Cl; mas quando se quer passar deste chloreto ao alcool correspondente €r H27 + 10H, nada é mais difficil. Dando-se, porém, o composto monochlorado Cr H27+1 Cl, póde-se facilmente convertel-o no oxydo mixto CrH2r+1.0.CH3, por meio de uma solução de potassa simples no alcool methylico. Então, este oxydo, sob a influencia do gaz iodhydrico, dará dire- ctamente o alcool que se queria obter. Tal é o resultado pratico o mais simples e o mais immediato, que creio ter direito de tirar das novas observações, que descrevo nesta Me- moria. Paris, Escola «Centrale des Arts et Manufactures» Janeiro 1876. PHYSICAS E NATURAES 175 BIBLIOGRAPHIA eo EEE 4. The collections of the African scientific expedition ordered by the Portuguese Government in 4854 and the right of this Govern- ment to them, as brought before the english courts of justice. The Portuguese Government was authorised by a law of its par- liament dated 17 march 1851 to send a naturalist to the colonies, al- lowing him Rs. 2005000 monthly (about £ 44) together with a sum for instruments and other objects necessary for this journey, amounting to nearly £ 267 or Rs. 1:2003000. On the 10. of april 1852 Dr. Fr. Welwitsch was appointed for this commission. The royal decree issued thereon indicates the African provinces as the country to be explored, and their natural products and resources as the object of the investiga- tion for the purpose of promoting their best industrial interests. To this were added instructions from the Colonial Council dated 1 august 1853 which were officially communicated to Dr. Welwitsch in order to regu- late his commission. These instructions refer to the collection of plants and other products, to their conveyance to Lisbon, to the communica- tion and even immediate publication of the observations and notes ta- ken during the journey, recommending particularly to his attention every thing that might be interesting to the agricultural progress of the African provinces. The confidence placed in Dr. Welwitsch's well known scientific capabilitie and his previous studies of the Portuguese Flora (See Doc. 1, 2, 5 of the Pleadings and Proofs in London) dispensed with further details in the instructions. After an excursion to London where Dr. Welwitsch thought pro- per to seek personnally the advice of Robert Brown and other natura- lists as to the object of his mission; he set sail for Angola in August 4853, arriving at Loanda in October of that year. In this passage he stopped at Madeira, S. Thiago de Cabo Verde, S. Thomé and Sierra Leone. 176 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS On the African continent he travelled along the coast from the 5º 12! to the 18º southern lat., and 350 geog. miles to the interior, including in this range the regions of Loango, Angola, Benguella and Mossamedes, or the ancient Manicongo, now Portuguese Guinea, down to Golungo Alto where he sejourned. He visited Ambaca, Pedras de Guinga, Lu- cala, the «Presídio» of the Duke of Bragança, the banks of the Quanza down to the falls of this river, the Islands of Calembe, which he calls the fair Islands, the Luxillo and the Cambambe, exploring thus the An- gola wilds during three “years. He went then to Benguella and Mossa- medes, to the mountains of Chella which he ascended to the height of 6:000 feet; and whence, travelling along the coast to Cabo Negro he visited the harbour of Pinda and the Tiger bay. The impressious he re- ceived during this long journey are to be met in his African correspond- ence with friends and naturalists, as may be seen, for instance, in the | letters that were published in vol. 2 and 5 of the journal of the pro- ceedings of the Linn. Soc., pag. 182. In one of these, addressed to sir W. Hooker, he says respecting Pungo-Andongo. «lt is a garden, if not an extensive park, where we meet the most interesting treasures of the vegetation of the different African tropical and subtropical districts, grouped in a most graceful manner and including also a considerable number of vegetable forms peculiar to it.» In a letter he wrote us from Loanda dated July 1860 he thus expresses himself as to the high pla- teau of Huilla: «I never was more agreeably surprised in all my Euro- pean and African excursions than in these ramblings through the ever- | green woods and valleys of the Huilla; certainly there is not to be found in all tropical Africa a prettier, healthier and more convenient place for European colonisation than this delightful table land, and I consider that nature itself has pointed it out as the most natural entry to the vast ter- ritories of austro-tropical Africa, especially aided as it is by the neigh- bouring coast of Mossamedes, whose healthy climate and fertite soil ren- der it the very best maritime settlement between Loanda and the Cape of Good Hope.» Dr. Welwitsch remained eight years in Africa returning in 1861 to Europe. His collections, he tells us, contain 3.227 Angola species of plants, 2.152 of which are from Mossamedes, and they are illustrated with the notes and observations from his own hand, which he thought proper to add to them. The principal and most complete set of these specimens enriched with the notes, the so called study set, is conside- red as a model of its kind, and all who have consulted its contents agree in ackowledging their richness, the good quality and state of the spe- PHYSICAS E NATURAES 177 cimens, as well as the care and especial knowledge, with which the notes were written and of which they are the best proof. It has been - precisely the singularly good character of these collections which has excited ambitious claims to them, driving the Government to the ex- tremity of claiming the property which belongs to it by so many good titles. Though the main object of the expedition was the phytogeography of the Angola provinces, Dr. Welwitsch was assidous also in collecting zoological specimens, and his contributions of this nature, comprising the insects are also most considerable, especially in the section of Co- leoptera, whose study being more connected with that of plants, chiefly excites the attention of the botanists. His terrestrial and fluvial Mol- lusca afforded material enough for an especial monograph from M.' Arthur Morelet, which was published in France and entitled, Voyage du Dr. Welawitsch, exécutée par ordre du gouvernement portugais dans le royaume dº Angola et de Benguella, mollusques terrestres et fluviatiles, a work illustrated with numerous coloured plates. The first official report on the results of the expedition, which Dr. Welwitsch adressed to the Government was published in the Annaes do conselho ultramarino, Dec. 1858, with the title Apontamentos phy- togeographicos sobre a provincia de Angola. He dated it from Loanda July 1358, thus sending it before his departure from Africa. This report is a general sketch, portraying the phytogeography of the vast regions he had travelled over, and served as a sort of introduction to the more substantial work on the subject, which was to be and could only be undertaken in Europe, after another set of detailed investigations, which were possible only here. It contains nevertheless most valuable and co- pious informations. - While in Lisbon and after his arrival from Loanda Dr. Welwitsch occupied himself in arranging the collections, but it became quite evi- dent that a thorough study of them required, as is always the case, the scientific assistance, which was only to be found in the foremost Eu- ropean Museums, and with the aid of scientific men of especial autho- rity in the matter, in order to obtain the very best judgment on the materials collected. It became therefore necessary to undertake a voyage to those institutions along with the whole of the collections, and Dr. Welwitsch was authorised to do this by decree dated 22 July 1863, being allowed £ 2 per day during this commission. (See Pleadings and Proofs Doc. M. 2.) He set out for London in that very year and he re- mained there till his death, which took place on the 20. of Oct. 1872. JORN. DE SCIENC. MATH. PHYS. E NAT. — N. XIX. 12 178 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS From his arrival in London the study of the collections went on progressing and Dr. Welwitsch found himself most liberally aided in it by first class botanists as Mess.“ De Candolle, W. Hooker, J. D. Hooker, Bentham, Oliver, Seemann, Reichenbach, Schott, Hiern and others, who showed themselves solicitous to profit by the valuable material thus ga- thered. A series of publications was thus undertaken in journals and re- cords of scientific societies, or otherwise; some in the name of Dr. Wel- witsch, others in those of different fellow labourers to whom he had addressed himself for the purpose. The Sertum angolense and the Flora of tropical Africa are the first to be mentioned for the abundance of valuable information which they contain. The Sertum angolense, sive stirpium quarundam novarum sive mi- nus cognitarum in itinere per Angolam et Benguellam observatarum des- criptio, was published in the Transactions of the Lirn. Society of Lon- . don with excellent plates, and was prepared with all the care necessary to render it worthy of its object on the part of the author. In this work he thought proper himself to put together his most choice materials, and to give thus also, as we are informed, the best answer to those who un- derrating his capabilities mortified him by giving as their opinion that, good as he was as a collector, he was unable to classify his plants scien- tifically; an excessive mistrust, quite peculiar to him, making him still unhappy with the idea that this very work of his, which had cost him so much care, remained unduly estimated: a sentiment which is to De met wilh in the letters he addressed to me and in which he complains often in this way. The Flora of Tropical Africa, a work ordered by the British Go- vernment and executed under the direction of the Staff of the Herbarium at Kew, comprises the results of al! former expeditions in those latitudes, both as regards eastern and western Africa, and abundantly recognises those of the Angola expedition, unique as they are still in a great mea- sure as regards Lower Guinea. And such is the value of the contingent thus furnished to this work, that the publication has been interrupted with the appearance of the second vol., since the authors have ceased to have at their disposal the collections of the Portuguese expedition; some even of the natural families included in these first volumes, such as the Malvaceae, the Burseraceae and others, having been left incom- plete, as Dr. Welwiisch informs us in his letters, on account of his il- lness or of his being already to that time at variance with the authors, and not allowing them access to his collections. Mr. Bentham in his Description of some new Genera and Species PHYSICAS E NATURAES 179 of Tropical Leguminosae insert in the xxv vol. of the Transactions of the Linnean Society, published the Angola Leguminosae, which he both describes and illustrates. Professor Oliver undertook the Lentibulariae of the same region, Reichenbach the Orchideae, Seemann the Bignoniaceae and the Hederaceae, Múller the Euphorbiaceae, Schott the Aroideae, Hegelmaier the Lemnaceac, Alph. Decandolle the Campanulaceae, B. Hiern the Ebenaceae, Caspary the Nymphaceae, Alex. Braun the Characeae, Munro the single Bambusacea of Angola, W. Hooker the Ferns, Duby the Mosses, F. Currie the Fungi, and Dr. Hooker in a richly illustrated monography that most curious Gnetacea of the African continent, called by him Welwitschia mirabilis. A more detailed enumeration of all these publications which so much advanced the knowledge ofthe Angola Flora, was given by us to Portuguese readers in the Journal of the Mathema- tical and Physical Sciences of Lisbon n.º xtv, 1873. In the second year of his stay at London Dr. Welwitsch reported to the Government upon the state of the labours he had undertaken, and was officially answered on the 28.2 of Dec. 1864, that the manner in which he had conducted the matter was honourable both to himself and the Government: but at the same time he was told that it was necessary to have as soon as possible in the Portuguese scientific es- tablishments the collection of all the Angola products, as well as the publication which was to make them known in Portugal; in order, as it was added, to justify before the Cortes and before the public the ex- penses of the whole expedition, and avoid any interrúption in the allow- ance of such that were as yet to be made (doc. n.º 10). Again on the 20% of Dec. 1865 an official despatch from the Government ordered Dr. Welwitsch's return to Lisbon, leaving to the care of the naturalists charged with the study of the Angolan collections, those parts of it which had been committed to them for this purpose. These orders tended to avoid the greater outlay occasioned by the prolonged stay of Dr. Wel- witsch at London, as it was thought possible to continue the study of the collections by an intercourse with the foreign naturalists that were to help him. Not having complied with these, nor, as the Government thought, with other instructions, as accurately at least as he ought, his salary was stopped on the 16. of Feb. 1866. From the beginning of that month all official intercourse with him remained suspended. From the departure of Dr. Welwitsch for Angola at the end of 18593 till the time at which his official relations with the Government were thus stopped, twelve years passed away. Of these eight were passed in Angola, three in London and one in Lisbon. During this whole period 12. 180 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Dr. Welwitsch's labours were remunerated by the Government who al- lowed him £ 44 monthly during the stay at Angola, £ 22 during that at Lisbon and £ 60 during that at London. To this we must add a first out- lay of £ 267, summing up a total of nearly £ 6.355 or Rs. 28:6003000. When official relations with the Government were desired to be resu- med, the sum of £ 60 was further allowed to Dr. Welwitsch after a promise of return to Lisbon, for which the collections, books and other objects were actualy packed up in London ready for the voyage. But, on the other hand his salary from Dec. 1865 to Jan. 1866 not having been paid up to the time that the order of suspension was issued, and making a total of £ 120, it is clear that a sum of £ 60 but no more was due to Dr. Welwitsch, contrary to what has been errone- ously asserted on this head. This is quite an insignificant sum, as re- gards the total salaries received, which could but be considered as an arrear of payment which would have promptly disappeared had Dr. Welwitsch, as it was hoped, arrived in a short time at Lisbon. (V. Affidavit of Miguel de Bulhões, the note of payments made to Dr. Welvwitsch during his commission, ordered according to the said elerk, chief accountant at the marine office, and the order for returning to Lisbon dated 22 Oct. 1870, acompaning the payment of the £ 60 (Doc. n.º 13). Dr. Welwitsch was not dependent only upon these means during the long period of his labours. He found in Angola all necessary aid, not only from the authorities, but also from private persons who promptly and generously helped him. As far as is known from other expeditions we may assert that no one was more amply as- sisted and few so much as he was. And it must be acknowledged that if is to the ample means and time thus allowed to Dr. Welwitsch that we owe the most valuable material he succeeded in collecting in a coun- try so little accessible to Europeans, and where the Portuguese occupa tion has been and is still of great use in aiding such foreign travellers as attempt to explore the interior. After the interruption of official intercourse with the Government Dr. Welwitsch desired to reestablish it, and wrote to me for this pur- pose. I advised him to write to the Minister of the Colonial Departement, in whom he would find every inclination to attend to his escuses, as soon as he showed himself ready to do what had been ordered him, and return to Lisbon with his collections; every thing else being done on both sides in order to hasten the publications which were needed to spread a knowledge in the country of the results of the expedition. Upon his private promise of so doing an order for his returning to Lis- PHYSICAS E NATURAES 181 bon was again issued, signed by the Marquez de Sá da Bandeira and dated 22"! Oct. 1870, and with it were forwarded to him the last € 60 he has received. Having had, as it has been said, every thing ready packed for this return, he still found himself embarrassed in his final resolution (as was usually indeed the case with him) and so he re- mained in London till his death two years after this second order to re- turn had been issued. With the news of his death came also the surprising announcement of a will made in his last moments, in which he disposed of the collec- tions, as if they were his own property, of the books, instruments and other objects he had in London and in Lisbon at the Austrian Consulate. The will is as follows. (V. Doc. 17 of the procedings). «Will of Dr. Welwitsch dated 17% Oct. 1872. «The last Will of Dr. Frederick Welwitsch, of n.º 15 Fitzroy Street, London, Botanist and Naturalist. I appoint as executors the following Frederick Justen, 37 Soho Square, William Carruthers, of the British Museum, Dr. Schweinfurth, of Berlin, Mr. Hiern, of Kew Gardens. The above named after my death to take a room and to distribute my collec- tions of plants, coleoptera and scientific instruments in the following manner. Firstly my study copy of African Plants to be offered to the Bri- tish Museum at the rate £ 2 10. per century (100 species) subject to one set of Mosses being first selected therefrom and given to Mr. Duby of Geneva. Two sets to the Portuguese Government gratis. One set to Dr. Schweinfurth of Berlin gratis. One set to Professor A. de Candolle of Ge- neva gratis. One set to the Botanical Museum at Vienna gratis. One set to the Botanical Museum at Paris gratis. One set to the Botanical Museum at Copenhagen gratis. One set to the Imperial Natural History Museum at Rio de Janeiro gratis. One set to the Museum of Carinthia in Austria gra- tis. One set to the English Government for the use of Kew Gardens gra- tis. Secondly my study copy of my African Entomological Collections and the first choice (one of each description) of my African Mollusca as an offering to the Zoological Museum at Lisbon gratis. A set of Afri- can Coleoptera and a set of African Mollusca to Dr. Peters at Berlin as a token of grateful remembrance gratis. A set of African Coleoptera and Mollusca to the Museum of Carinthia gratis. All books, scientific instru- ments, Bats Hierax, and other zoological objects to the Zoological Mu- seum at Lisbon as an offering gratis. I authorise my executors to sell the surplus copies remaining of the African Collection of Plants and In- sects and to hand over the moneys arising from the sale to the Portu- guese Government for the purpose of endowing the office of a Conser- 1892 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS vator of the collections. 1 bequeaih my General Herbarium and my Por- tuguese Herbarium at Lisbon to the Royal Academy of Sciences at Lis- bon. I make the above disposition of my collections in the hope that all the bequests herein before made to Museums may be considered as made to them by the Portuguese Government through whose assistance and liberality some of the collections have been made. Dated this 17 day of Oct. 1872. «Frederick Welwitsch. Signed by the said Frederick Welvwitsch the testator as and for his last will in the presence of us present at the same time who at his request in his presence and in the presence of each other have hereunto subscribed our names as witnesses.==George Al- len, Solicitor==Ja. Leeminghis, Clerk. «Proved at London 2.2º November 1872 by the oaths of Frederick Justen and William Carruthers two of the executors to whom adminis- tration was granted. Power reserved of making the like grant to George Schweinfurth, doctor of medecine, one other of the executors, William Philip Hiern, the other executor named in the will, having renounced the probate and execution thereof.» The Portuguese Legation at London protested immediately, as was jts duty, against the execution of the will, claiming the Angolan colle- ctions as Portuguese national property, of which the testator could not dispose, and tlie case had to be brought before the British Courts of Jus- tice. The affair is still pursued, no decision having been as yet possi- ble during the last three years. Without doubting that justice will at last be done in such a country as Great Britain, and leaving aside the long and fastidious legal forms of proving the right and wrong of the mat- ter, we shall examine the question before the tribunal of common sense. The first impression produced on reading the will was not only one of surprise, but, for many, one of indignation. To spare Dr. Welwitsch's memory we must think he fell a victim to some surprise in his last moments, not being completely conscious of what he subs- cribed. There is no want of proof, even in his own writing and siguature, that he never ceased to consider the coliections as belonging to the Go- vernment, to whom they certainly did not cost a small sum. Among the executors of the will two, Mess." Schweinfurth and Hiern, rejected the responsibility of the office, and most of the legatees who were asked to enforce the execution of the will on behalf of Mess." Carruthers and Justen, did the same, as we are told. The Austrian Consulate, authorised by their Government, gave up the property of Dr. Welwitsch with which they had been entrusted, according to superior orders received, PHYSICAS E NATURAES 183 but without the least consideration for the will, and having only in view the interests of the heirs and the otherwise known desire of the de-. ceased. In this property was comprised a sum of money that Dr. Welwi- tsch had left in the hands of his banker in Lisbon, and which was deli- vered to the heirs. This not unimportant sum, spared out of his Ango- lan salaries, was claimed by the executors Mes." Carruthers and Justen with the rest of the property of Dr. Welwitsch at Lisbon, notwithstan- ding its not having been included in the London will, but the trustees of this property, who never acknowledged their right to it, constantly refused to deliver it to them. The first disposition of the will is not a legacy but a direciion as to the purchase of the principal set or study set by the British Museum, that is of the unique complete set which forms, together with its notes and observations, written by the collecting botanist, the historical do- cument of his labours, the final result of his studies, the foundation for all forthcoming publications which should make known the results of the expedition with which he had been charged by the Portuguese Go- vernment. Thus for £ 2 s. 10 the hundred species would be sold to the British Museum the whole collection, which would realise in this way a sum of but £ 150, supposing it to contain 5.000 species. The British Museum would thus acquire for £ 150 that which has cost more than £ 6.000 to the Portuguese Government. If this Government could dispose of this collection on behalf of the British Museum they wouid very much prefer giving it to yielding it up to selling it in such an inconvenient manner, to an establishment which has the means of making a good use of it. We must however be just towards such a respectable insti- tution as the British Museum, in supposing that this establishment and lts high administration chosen, as usual, out of the most eminenmen of science and political and social influence, would refuse accepting such a sale or present when made with evident disadvantage to the interests and honour of a friendly nation. We are pretty certain that the British Museum às far from having approved ihese manceuvres by which it has been attempted to render it service at another's detriment, and in our opinion it is a matter of certainty that its Higher Adminis- tration has not in any way contributed thereto. The specimens of the plants collected are numerous enough to form other sets more or less like the study set, and the testator distri- butes them among his different legatees without forgetting, it must be owned, the Portuguese Government; he reserves two for this Govern- ment, and this, he says, gratis, dispensing with our paying once more 184 JORNAL DE SCIENCIAS MATIEMA'TICAS for them. He gives us also the collection of insects, and his books, with some other objects. In the enunciation of the different legacies we find in the last place the Kew Gardens and Herbarium, which would there- | fore receive the worst of the sets. This is all the more notable as 1t was precisely in this important establishment and with the aid of its Staff that Dr. Welwitsch obtained the very best and abundant informa- tion respecting his plants. We have but to recall here what we have already said about the publications of Mess."* Hooker, Bentham and Oli- ver and about the Sertum Angolense itself, in which Dr. Welwitsch could not dispense with the powerful aid of those botanists and of the collec- tions they control. The authors of the Flora of Tropical Africa laid great weight upon having at their disposal the Angolan collections, reckoning them, as they assert in the preface of their work, the most valuable material avai-. lable for it. Dr. Welwitsch granting them free access to his Herba- rium had in return his plants specifically named and his collections suc- cessively classified. A more national spirit would prefer having the plants first named in a Portuguese publication before seeing them included in a foreign one, and the instructions given to Dr. Welwitsch were more in this sense, the means for such a work never having been refused. This qnestion of priority bectween two Governments and the real inte- rests of science and of the respective countries is however of a very se- condary character, and while giving it up on behalf of a friendly Govern- ment the very valuable aid they lent us by means of their botanists and sciencific men was to a certain extent compensated The Kew Institution had been the first to help us in the matter, and it was but right to con- template it in the distribution of the collections in a first and not in the last place, and if in the will nothing like is to be found, the reason is no other than the recent interruption of former friendly relations between the Staff at Kew and Dr. Welwitsh; an event which some wished to turn to the advantage of the British Museum, seizing on that favourable occasion of attracting the good will of the late Dr. Welwitsch, at the cost of the Portuguese interests in the whole matter, as well as of those of the Kew Muscum. Dr. Welwitsch, like so many other distinguished and enthusiastic men of science, had certain defects in his good qualities, viz a most irritable selflove, and a most exaggerated mistrust of every one and every thing. This bad temperament was a source of constant annoyance to himself and did not allow him to be at peace with any one. I heard this remark made of him by a friend of his and an acknowledger of his PHYSICAS E NATURAES 185 good qualities, Dr. Fenzl of Vienna. So had he gone away from his coun- try divorced from some of his friends, so had he divorced himself in Portugal from the Unio Itineraria, a society which commissioned him to that country and on whose financial aid he lived, falling into a most. miserable condition when deprived of it and being then relieved by Portuguese friends with some of whom he subsequently quarreled. He was evidently not more happy in his behaviour towards the Portuguese Government, who commissioned him in so flattering a manner and who so generously rewarded his scientific activity, Nor was he more fortu- nate with the Kew Professors, nor would he have been so with his new friends of the British Museum, had he lived some time longer. I have but to quote textually a passage of a letter he addressed me dated 15. July 1857, in which he speaks of what he suffered at the hands of some of his friends of that Museum. «The Amphibia collected during my jour- ney were entrusted to Dr. Gunther of the British Museum, on condi- tion of publishing them in a separate treatise, with a preface in which due thanks should be given to the Portuguese Government for the aid they had afforded me, etc.; the duplicates to be at the same time for- warded to Lisbon and placed at the disposal of the Marine Department. This happened in the beginning of 1864 and was followed by my long ill- ness. When (probably against all expectation of the zoological men of the Museum) I presented myself afterwards, still alive, in that establishment, I found my collections already swallowed up and mixed with the like of them, and the publication most poorly edited, without my consent and the promised previous consultation. What could I do against such naughty proceedings? It would be imprudent to quarrel about it with an establishment whose consultation is so necessary to me in all that regards the Flora of Angola. So I suffered and was silent. But this event, my dear friend, turned out a profitable lesson as to the line of con- duct 1 had to adopt in England with other establishments, and I imme- diately resolved that even the Kew Museum should receive no collec- tions of mine before the respective publications were made, and before the Portuguese Government were provided with the respective speci- mens. The Kew Museum are already sensible of this, and I hear from time to time certain remarks about it; knowing, however, my helpless situation they still hope to see me take another course in the matter. They mistake. I have the most profond respect for the first botanical establishment in the world, but I need be prudent seeing the conduct - of the British Museum towards me.» The will ends with acknowledging Portuguese liberality towards 186 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS the testator, Dr. Welwitsch hoping or seeming to wish that the legacies made by him might be considered as made by the Government. This disposition which seems to cover the testator's behaviour in the matter, is really but illusory. The Portuguese Government were not simply li- beral towards ihe testator because of his African collections, they or- dered them, they payed for them, ihey are the only ones entitled to possess them. Nor did they authorise the testator to make legacies of that national property in their or another name. Therefore the will is void in all it contains regarding these collections, which are Portuguese property at ihe disposal of the Government only. The refusal of the executors of the will to deliver this part of the personal estate of Dr. Weiwitsch claimed by the Portuguese Legation in London rendered judicial pleadings inevitable, and the case was brought before the Court. Some final efiorts were made meanwhile to avoid the . prosecution ofit and to come to an agreement for which the executors of the will showed a desire. I was authorised in order to complete in Lon- don the terms of such an agreement, and I received to this end, dated 15.” Dec. 1873, the instructions from the Marine and Colonial Depart- ment. I reaped, however, bu! the delusion that nothing was to be obtained in this way. The terms proposed by the executors were the following: 1. The study-set witn all the notes made by Dr. Welwitsch not only when he was receiving a satary from lhe Portuguese Government, but during the last seven years of his life, when he was entirely on his own resources siall be given to ihe Portuguese Government. 2. As complete a set as possible, after the study-set, shall be pre- sented to the British Museum, together with copies of all the labels belonging to the study set. 3. The various sets thereafter shall be actually presented by the Portuguese Government to the different scientific institutious in accor- dance with the wishes of Dr. Welwitsch as expressed in his will. k. The arrangement of the plants shall be continued by Mr. Hiern under conjoint direciion of the Portuguese Government and of the exe- cutors after the method and in accordance with the instructions of Dr. Welwitsch — this to include the determination and description of all the unnamed specimens, so that the study set may be completely named before being sent to Lisbon. 5. The money necessary to meet the expenses thus to be incur- red shall be provided by the Portuguese Government, because by giving up all the collections to the Government the executors are deprived of the funds destined for this work. PHYSICAS E NATURAES 187 6. The executors to be secured against the legal responsibilities they are under to the different parties who benefit by the will. 7. All expenses incurred in defending the will must be paid by the Portuguese Government. According to these terms the study set would be Portuguese pro- perty, but it would remain in London, and its use for the intended pu- blications would be regulated by the executors of the will, the action of the Portuguese Government being confined to the payment of the work to be done as well as of the executors” costs. Such a cooperation or a more real one had been obtained from the Kew Museum without any pecuniary demand, and without having the collections kept out of the hands of the Portuguese commissioner, Dr. Welwitsch, for more than the time necessary for the revision of the specimens. The conditions of a final and probably distant, if real, delivery of them seemed in- acceptable, and some even offensive to the dignity of the Government and they were therefore rejected. There was however nothing in this rejection which might affect our good opinion of the proposed coope- ration of Mr. Hiern in the study and classification of the objects of the Angola collections. I was the first to point out the convenience of the cooperation of a gentleman whose science and character we had every motive to respect, and I feel indebted to bear him this testimony as he distinctly and very properly declined responsibilities in the execution of the will, notwithstanding he had been appointed one of the executors; and as we owed him a first contribution for the study of the Angola plants, by the revision he made of the Ebenaceae in the excellent monography he published on this order of plants, and of which he kindly offered us a copy. This suggested cooperation of Mr. Hiern implied however in no way the rejection of all that might be obtained from other not less distinguished botanists, who had already rendered us most valua- ble services in that revision and study, and who kindly offered to con- tinue them. This proposed scientific monopoly might perhaps satisfy some high sense of rivalry, but in no way the interests and dignity of the Government; therefore it was found inacceptable. The terms on which we offered to agree were the following. 1. That the right of the Portuguese Government to the collections be recognised or accepted, these collections being the fruits of the explo- ration commanded by the Government and executed with the money of the nation. 2. K will be declared that the Portuguese Government in the pos- session of the above mentioned collection reserve to itself the prin- 188 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS cipal of them, the study set, as an inalienable property, which, being the more complete and containing all the notes and remarks of Dr. Wel- witsch, represents in its essence the results of the exploration. 3. That the distribution of the other collections, however, may be realised according to the dispositions of the will of Dr. Welwitsch, this being nevertheless considered as a voluntary gift on the part of the Government, which by doing so wishes to honor the memory of the Doc- tor, and at the same time to gratify those spoken of by him. 4. There will be accorded to the British Museum one of the best collections, excepting of course the principal, the study set, and the Mu- seum shall be able to profit by this during its stay in London, or when itis removed to Lisbon, by the notes and observations annexed to. These terms also were not agreeable to our opponents, and there- fore, giving up all useless efforts, we had only to allow the case to. be judicially brought to its conclusion. This London commission served however to make us more aware of the nature and motives of the will, and to enable us to prepare some means of defence of the Portuguese interests, by making use to this end of the correspondence I always maintained with Dr. Welwitsch in which we have the whole history of the labours of this naturalist, and the genuine expression of his sen- timents and desires as regards the appointment he held from the Por- tuguese Government. Some of these letters were inserted in the pleadings and proofs of the case, where they are to be found under the letters L, M, N, O. In all of them Dr. Welwitsch writes of his return to Lisbon, of deposit- ing the collections in the Portuguese Museums, and of the publications which shall constitute the Portuguese edition of the Flora Angolensis. Notwithstanding all the motives of his dissatisfaction, including the suspension of his salary, to which he alludes in friendly confidence, he thought himself not the less obliged to deliver his collections in the state of classification to which they had been brought; giving always a clear testimony of the nature of his appointment, and of the legitimate way of disposing of them all. The same is to be seen from the letter addressed to the Marquez de Sá da Bandeira, doc. K of the proofs. In this letter Dr. Welwitsch writes really as a commissioned official to his superior, giving an account of all his labours in London, enumerating all the publications in which the results of the Angola expedition had been inserted, and justifying himself as to the assertions made of his not having avowed the origin of his mission, he cites all the publications, m which it is declared as having been ordered and paid by the Portu- PHYSICAS E NATURAES 189 guese Government, such as the Iter Angolense in several Journals, the Geneve publications of Mr. De Candolle, those of Mr. Bentham in Lon- don, Reichenbach in Hamburg, Fenzl in Vienna, Morelet in Paris, and others. This is also confirmed by the letters addressed to Mess.'s Olliver, Hooker, and Saunders, writen from Loanda and Lisbon, and in which the scientific commission of Dr. Welwitsch and the use to be made of his colletions are only refered to as a Portuguese commission and Por- tuguese property, in the most clear terms. Such a like declaration is also to be read in the preface of the Sertum Angolense, where he says. «l now dedicate this to the most August King and to the people of Por- tugal, whose very powerful aid, which during all my journey was given to me, T thus beg publicly and gratefully to acknowledge». If we are to add to these proofs those collected abundantly during the pleadings, we must cite the opinion of Dr. Saraiva, a Portuguese lawyer of a very respectable character, who in his affidavit asserts that by the laws of his conntry the Angola collections are to be considered wholly Portuguese property. We will mention the affidavits of Baron Sant'Anna, Secretary to the Portuguese Legation in London, of Mr. Mi- guel de Bulhões, chief accountant in the Marine and Colonial Office, who by their official positions were much in the way of proving the Por- tuguese nature of the expedition and its payment to Dr. Welwitsch. And we will record our own to the same purpose. (V. affidavits of Dr. Sa- raiva, Baron de Sant'Anna, Dr. Gomes, Bulhões, and the account of pay- ments made to Dr. Welwitsch by the Portuguese Government, inserted in the proocedings). We shall allude also to the valuable testimonies kindly and spon- taneously given to the cause of the Portuguese Government by the Di- rector of Kew Gardens, Dr. J. D. Hooker, and the Keeper of its Herba- rium, the distinguished professor Daniel Oliver, also by George Bentham, the President of the Linnean Society, W. Saunders, the Director of the Royal Horticultural Society, the Rev. Milnes Joseph Berkeley, all eminent men in botanical science and who all affirm the right of the Portuguese Government to the collections. Dr. Hooker instances the case of similar expeditions ordered by the British Government, and the rules generally confirmed by practice, as regards the disposing of the collected objects. He refers to the expeditions in which he was ordered to take part him- self as a naturalist and which were directed to the antarctic region and to Borneo, to those of Allan Cunningham in Australia and Brazil, “those of Purdie in the West Indies and New Grenada, those of Milne in Australasia, those of Barter and Mann in west Africa, of Oldham and 190 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Wilford to the Japanese waters, of Vogel to the Niger, of Masson and Bowie to the Cape; asserting with the long experience he has of these affairs that he has no record of a single expedition, ordered by the res- pective Governments, in which the collections were considered as not belonging to the Government, and in which the explorers had been al lowed to dispose otherwise of any part of them. With this abundance, if not excess ofproofs, the cause was brought before the Chancery at London the 22.7! May 1875. The Judge, aecor- ding to English judicial customs, before taking notice of the pleadings and proofs in all their parts, and only informed by the Portuguese Bill claiming the collections and the opponent's first answer, thought pro- per to propose à compromise between the plaintiff and the defendants, and adjourned thereiore the cause in the hope of obtaining what was thus proposed. However we were already aware of the impossibility of: such a compromise by lhe efforts previously made to arrive, at an ear- lier period, at such a conclusion of the whole affair, when the greater trouble and the cost of the suit might have been spared. Proposals to this end were forwarded to Lisbon, but they only revealed the already used tactics of seeming to acknowledge Government's right, promising to deliver up the collections to it, and in fact not allowing us to hope for a prompt surrendering of them. Pntting aside a most inconvenient pro- posal made by the executors of the will, and which the advocates in London of the Government in consultation were the first to abandon, the following were the terms of the compromise which were sent to Lisbon in the name of the advocates. 4. His Majesty to have the study-set. 2. The next set wiih a full copy of the notes to be given to the Defendants. 3. His Majesty to have all the other seis of African plants. h. The Defendants to give up all claim to the general Herbarium and the Portuguese Herbarium belonging to Dr. Welwitsch which were in Portugal at the time of his death. 5. His Majesty to have the best set, being complete in all speci- mens of the conchological and entomological parts, of Dr. Welwitsch zoological collection. 6. The plants other than the African plants now in the possession of the Defendants, all duplicates and further specimens of the concho- logical and entomological collection now in possession of the Defen- dants, all the other zoological collections now in possession of the De- fendants, and all the books and scientific instruments now in posses- sion of the Defendants to be reclaimed by them. PHYSICAS E NATURAES 1914 7. £ 180 for arrears of salary to be paid to the Defendants. 8. £ 500 in satisfaction for all other demands to be paid to the Defendanis. 9. Both these sums to be paid to the Defendants at the same time as they hand over to His Majesty all or the last of the collections which by this arrangement His Majesty is to receive. ÃO. The set of African plants to be given to the Defendants to be selected before the collections leave England by Mr. Hiern on the part of the Defendanis and some person to be nominated by His Majesty on his behalf. The set of the conchological and entomological collection to be received by His Majesty to be selected by some person to be nomi- nated by His Majesty on his behalf and some person to be nominated by the Defendants on their behalf. In case of any difference arising in the selection of either of these collections an umpire to be nominated by the Judge in Chambers to decide. A room or rooms to be taken for the purpose of these selec- tions. Each party to pay the person or persons appointed by them and one half of the costs of the room or rooms; and the Defendants to pay the costs of making their copy of the notes to the study set. 14. This compromise to be embodied in a decree to be made in the suit and His Majesty not to ask for costs. In such terms the zoological collections, which are as much Portu- guese property as the botanical ones, would be delivered to the oppo- nents; the study set would be ours, but it would be detained in Lon- don and we should remain the whole time dependent for it on the good pleasure of the executors of the will. We should have also to hire a house in order to keep there the collections, and we should be obliged to have somebody appointed as a keeper or representative of our inte- rests by them, but really a mere dependant of the executors of the will. And we should have still to pay ourselves the costs of our opponents in the suit. The advocates thus thinking we might gain to our advan- tage a justice which is simply due to us, are the same who havg named our case a strong one; and their proposed compromise means only that their good faith was put to a trial, just as it happened with me when I was in London, there being still a hope to render illusory that justice which is not denied to us. In such terms, the proposals were rejected by the Marine Department, who ordered, the full right to the collections to be further claimed, and a prompt delivery of them to be -solicited from the Court. A collection of Angola plants, chosen from the best, has beén 192 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS promised to the British Museum, just as another had been promised to the Kew Institution. It is intended to distribute others to different other European Museums, according to the indications of the will. The study set itself, reserved as it must be for our country, shall be placed in the National Museum at the disposal of those who imay better be able to advance our knowledge in all it contains. Government wi simply do its duty about all this, acting as an enlightened Government, but not needing to do it as a condition to obtain justice in this case. So far must confidence be granted to it. In these terms the suit was brought anew before the Court on the 7 of Jul., when the opponents, showing a great desire to get the case settled, at once offered to give up the study set, allowing Govern- ment to distribute the remaining ones in its own name, one of the best to be given to the British Museum; the sum of £ 1:200 to be paid how- . ever by Government to the executors of the will, under the head of sup- posed salaries due to Dr. Welwitsch. The terms of this compromise are as follows: 4. The study set to be given up to the Portuguese Government. 2. The next best to go to the British Museum. 3. The other sets to De distributed as mentioned in the will includ- ing two to the Portuguese Government, but in the name of the Portu- guese Government. k. The Government to pay the executors one fourth of the arrears of salary from the time of its suspension until Dr. Welwitsch's death, viz. about £ 1,200. 5. Each party to pay his own costs. The Judge insisting upon the convenience of an agreement pressed upon the advocates to adopt such a proposal or to make a better one submitting it to the Government, who should still be enabled to pre- sent a counter proposal if not satisfied with either of the two. The terms agreed to be offered by the advocates of the Government were the fol- lowing: 1. All the collections claimed and all the property bequeathed by the will to the Government to be given up to it. 2. The Government of its own grace and favour to give to the Bri- tish Museum the second (or third) best copy of the collections and to distribute the other collections among the legatees in such order as it may think proper. 3. The Government to pay to the executors a sum in full of any claims for arrears of salary, etc., say £ 1,000. PHYSICAS E NATURARS 193 h. Each party to pay his own costs. This proposal which asserts better than any other of the preceeding ones the full right of Government in the whole matter was thus an- swered by telegraph: Government accepts the proposed agreement of the advocates ex- cept the payment of salaries supposed due to Dr. Welwitsch, a debt Which it does not acknowledge. This proposition was not accepted by the advocates of the execu- tors of the will, and in the last days of Jul. the Judge adjourned once more the suit till the month of Nov. after the holydays. K is evident from the whole of the matter here published that the case is drawing very near to its conclusion, not indeed without much trouble and time spent. The Judge wishes, as it seems, to obtain from the two parties, by reciprocal concessions, successively made, what he more precisely and directly might have settled by a judicial decision; there being in such a line of conduct much of a delicate attention paid to both parties, which must be acknowledged. Tt indicates also on the part of the Judge some fear of wronging the legitimate interests of the two sides in a case so particular and indeed less easy to appreciate by common judicial proofs. If on these terms it has not however been settled, a fully considered and final decision has nevertheless been thus prepa- red; it being at all events desirable to see the end of a suit that has lasted already three years, and cannot continue without serious da- mage to the interests therein engaged and to the scientific results of an expedition which has cost so many sacrifices to the Portuguese Govern- ment. The right of this Government to both the botanical and zoological collections of the African expedition, ordered and generously paid by it has been but little contested, or nearly agreed on from the begin- ning. The immediate surrender of the collections, which has been much contested or embarrassed by illusive conditions, seems also to be re- solved upon. A fair and proper part to be allowed not only to the British Museum, but also to that of Kew in the distribution of the collections and even the use of those reserved for Portugal, is a much promised ob- ject, which should not however be insisted upon as à condition of the justice which is due to us. It is not only the duty, but also the conve- nience of the Portuguese Government to acknowledge in this way the important services which it has obtained and still hopes to obtain from “such important establishments as those two first rate Museums. What is then still to be resolved in this very contested case? Some pecuniary JORN. DE SCIENC. MATH. PHYS. E NAT.—N. XIX. 13 194 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS demands, as it seems, which should not much embarrass the Judge who has to give the final decision. Each party to pay his own costs. The Government has no difficulty in admitting this. An indemnity to be paid to the executors for sup- posed salaries due to D. Welwitsch. This must be put aside for two good reasons. Twice was Dr. Welwitsch summoned to return to Lis- bon with the collections, having even promised to do it. He disobeyed, he disavowed his own promise. Government broke with him its offi- cial relations and suspended his salary, having both right and duty to do so. Nothing remained due to him, as is amply proved in the pro- ceedings, from that time down to his death six years afterwards. If such a debt had to be acknowledged, Government had to pay it twice, and first to the heirs of Dr. Welwitsch who through the Austrian Go- vernment set up a claim at Lisbon to all that might be due to Dr. Wel- . witsch and might be in the hands of Government, the answer to this claim having been that nothing remained due to him. But if the Go- vernment cannot agree in such a payment being made to the executors of the will, not admitting any compromise as regards its right and self dignity, it will, perhaps, have no difficulty to make some allowance to those gentlemen, in order to put an easier end to the case, under the condition however of no opposition being made to that right and dig- nity; there being, it seems us, a plausible ground for this allowance in the care taken by the executors for the conservation and keeping of the objects they have to deliver, and in case they deliver them all in good order. Collections of this kind are very subject to much deterioration when not cared for, and even under care fail easily a prey to insecis. We are not aware to what extent in this way the Angola collec- tions have suffered, althongh we know their careful keeping in the British Museum, but being as they are simply deposited in that esta- blishment it is enough to have had them such a long time secluded, to engender much dammage to them and this can only go on increasing. In the meanwhile they remain lost to science; all studies and publica- tions regarding them being paralysed. We shall here mention only, because of its English origin, the Flora of Tropical Africa, a work undertaken by the first botanists and Staff of Kew, ordered by the En- glish Government, and interesting to all who feel auxious for infor- mation respecting regions so little know and accessible as those of Tropical Africa. This important work bas remained suspended from the publication of the 2.º vol., and waits for the restitution of the col- PHYSICAS E NATURAES 195 lections to the Portuguese Government, being as they are a most abun- dant supply of information to that Flora. A prompt decision is thus much to be wished, and we can only hope to see the English Court of justice, in their full wisdom and dig- nity, informed as they are to day, of all the circumstances of the case, put an end to the long debate, attending to all legitimate convenien- ces of the matter and the justice due to the Government of a friendly nation. The terms in which the matter is to be decided seem to us clear and simple. The Portuguese Government claimed as its own property the collections of an expedition which it had ordered ; the said collec- tions having been through another's will disposed of in a testament. Government thinks that its right has been fully established by the plea- dings. If it be so recognised, the will of Dr. Welwitsch is annulled in every thing respecting these collections, which ought then to be given up to it without delay and hinderance. If not, the will is fully to be accepted and Government will have but to submit to it in the impossi- bility of doing otherwise. This last way of settling the case, offensive to our supposed rights and interests, seems to us less disadvantageous than the greater port of the compromises proposed, which would only render illusory any acknowledgement of that right. Delegate by the Portuguese Government BERNARDINO ANTÔNIO GOMES 196 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS End of the trial My second London journey ordered by the Government on the 45» Oct. 1875, was undertaken at the request of the Government ad- vocates, who pressed upon the convenience of having somebody there well aware of the whole matter and sufficiently empowered to facilitate the last compromises that might serve as a basis for the decision of the tribunal, Arriving at London on the 26. Oct., and having immediately . communicated with the advocates and through them with those of the defendants, I endeavoured to push the compromise, to which the Judge urged both parties, as far as possible without inconvenience, in order to obtain the desired final settlement of the case. In this work we proceeded till the 17. Nov., the day appointed for the audience in which, as it was thought, the case would come on for hearing and be finally settled. The right to the collections was no longer contested, nor did the giv- ing of them up seem still to be doubtful; but there were pecuniary de- mands to be met with, which were suggested on the ground of supposed debts of the Governmemt to the Welwitsch estate; not so much as formerly as arrears of salary, but rather under the pretext of the la- bours and studies which were supposed to have been made by Wel- witsch in his collected material, since the time that his salary had been stopped at London. We were threatened with an inquiry respecting these studies. which would hardly be possible in an eguitable point of view; and which, in a judicial one, could not be forced upon us in any way; being but an evasion of law pursuits, ably invented for the purpose of embarrassing and adjourning the solution of the case and impressing us with a supposed necessity of greater concessions. Having had nothing granted and granting still nothing to our op- ponents, as to our right, it was thought inevitable to make some con- cession as to the money question, in order to get the case setiled sooner, and not as any obedience whatever to their intimations. The fol- lowing agreement was therefore proposed on our part according to the instructions and powers with which we had been invested. £ 500 to PHYSICAS E NATURAES 197 be given to the executors of the will, that they might in this way be indemnified for any expenses, or responsibilities assumed by their hav- ing had to care for the collections; and this once granted, let the col- lections be immediately given up to the Government with every thing else belonging to them according to the will. And let the case be in this way completly setiled. The first answer to this proposal was a refusal; our opponenís insisting upon the one they had made in the audience of the 7. July of this year, in which they asked £ 1.200 of supposed arrears of sa- lary, to be paid before the surrender of the collections; this being then rejected as it had already been once before. We then urged upon our defendants the necessity of having the case brought to the Court on the 17.º, with no compromise on our part, the Judge having to assume all responsibilities in the final decision. A second message was received before the 47. by which our op- ponents modified the anterior one in the following terms: Acknowledgement of the whole right of the Portuguese Govern- ment to the African collections: £ 700 being paid by the Governnment in full of whatever demands might be admitted. It was then proposed that the collection to be offered by the Government to the British Mu- seum should be separated from the others in the British Museum and all retained in London until this be done; an offer being made to have the study set first classified in the Museum and given up after this being done. The technical ressources of the Museum were pointed out as su- perior ones for such purposes, the realisation of which would be of ad- vantage to both parties. The collections to be given to other Museums would be offered only in the name of the Portuguese Government and as it would please us. The terms of this compromise which fell less short of those we had offered, were however not agreed to by us; as they hindered the prompt surrender of the collections, on which we insisted, and because no li- miis of time were assigned for it, and nobody was to be appointed on the part of the Government to take part in the ordering and choosing of the plants, attending thus to our interests in the matter. The whole affair being brought to the Court on the 17.% Nov. the final sentence of the Judge was obtained as follows: Declare that the Plaintiff in right of his crown and as part of the public property of the Kingdom of Portugal is entitled to the collections - of botanical specimens and other natural objects made by Frederick Welwitsch in the pleadings mentioned in the course of his employment 198 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS in Africa by the Portuguese Government, including as part thereof the notes and descriptions from time to time made by the said Frederick Welwitsch explanatory thereof or in reference thereto. And the Plaintiff of his grace and favour being willing to give to the British Museum in the pleadings mentioned the best set next after the study set of the said collections with a copy of the notes and descriptions, on the condition of the British Museum contributing to the costs of such separation and transcription as after mentioned to the extent hereinafter appearing, and the Court being of opinion that the separation of this set and the study set from the general bulk of the collections and the transcription of the notes and descriptions will be better made in England. Let this sepa- ration and transcription be made forthwith by some person to be no- minated on behalf of the Plaintiff and approved of by the British Mu- seum, and by Mr. William Philip Hiern on behalf of the British Museum, and in case of the inability or refusal of either to act, by some other person to be appointed in his stead by the Plaintiff or the British Mu- seum as the case may be and to be approved by the other party. And in case of difference as to either of these appointments or between the person appointed, let the matter be settled by the Judge in Chambers or by an umpire to be appointed by him. And let either party pay the expenses and remuneration of the person appointed by him or them. And let all other expenses of this separation and transeription be borne by the Plaintiff and the British Museum in equal shares. Let the Plaintiff pay to the defendants within two months from the date of this decree the sum of £ 600 in full of all demands. And upon this payment being made and the separation and transcription as afore- said being accomplished, order the Defendants forthwith specifically to deliver the said collection except the said best set next after the study set, and to deliver the said original notes and descriptions to the Plain- tiff or to whom he shall appoint, and to deliver the said best set, next after the study set and the transcriptions of the British Museum as from the Plaintiff. Declare that the will mentioned in the pleadings of the said Fre- derick Welwitsch raises no question of election as against the Plaintiff. And let all proceedings in this suit be stayed except for the pur- pose of enforcing this decree. Liberty to apply. The terms of this decree came still nearer to those of the justice due to us; and are in their essential part satisfactory to all. The collections not being immediately given up, their prescribed PHYSICAS E NATURAES 199 separation and arrangement remain however subject to the control of “some one appointed by the Government; and, all this being executed, we dont lose, we gain, on the contrary, some advantage in having the collections ordered and separated where the means to do it well are more abundant. The sentence declaring that there is no so called question of elec- tion to be raised, assures our further right to the property bequeathed legitimately to us by Welwitsch, which truly belonged to him; there being still included in this part some objects of scientific value. Such is prin- cipally the case with the perhaps most complete collection of publica- tions respecting tropical African botany in the power of the testator, and which is indispensable to the prosecution of the studies on the phytogeography of those regions. When however the decision thus taken displeased the Government, the right to apply remained to us. Leaving this to be resolved in Lisbon» I applied myself in the few days I still spent in London, after the de- cision of the Court, to make the utmost of the terms of it on our be- half, if it had to be accepted. To this purpose I addressed myself to the director of the Museum at Kew and President of the Royal Society of London, Dr. J. D. Hooker, who shares at the same time in the superior administration of the Bri- tish Museum, and who had rendered us very remarkable aid in this affair. Nobody more than he being capable of materially assisting us to the end of obtaining the arrangement and prompt delivery of the col- lections. We offered and requested him to accept himself this mission if no other person of his own reliance were to be found for it; and at the same time we ofiered him to have the collection presented by Govern- ment to the Kew Museum separated by the same agent just as the agent of the British Museum would have to separate the one offered to the British Museum. This proposal was entirely agreed on, in most favour- able and flattering terms as is to be seen from the following document written and signed by Dr. Hooker. «Royal Gardens Kew, 22%? Nov. 1875. «Memoradum for Dr. Gomes. «Dr. Hooker's official position and duties prevent his personally undertaking the duty of supervising, on the part of the Portuguese Go- vernment, the arrangement of Dr. Welwitsch's Botanical collections, with - à view of separating the set which that Government has, of its grace, given to the Trusiees of the British Museum. 200 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS «Furthermore he could not give a personal guarantee of this ár- rangement being effectued without detriment to the interest of the Por-= tuguese Government, except he had the power to appoint, for the pur- pose of the supervision in question, a thoroughly competent Botanist, experienced in the habits of selecting and arranging botanical specimens and manuscripts. «Such a fit person could be procured by Dr. Hooker only from the Establishment over which he presides at Kew; and the diversion of such a person from his official duties at Kew would be sanctioned by his Government, only in case it could be shown that some direct advantage to the Establishment would follow. Dr. Gomes's proposition, however, that the Portuguese Government might give a set of Dr. Welwitsch's Botanical Collections to the Establishment at Kew, at the same time that it gave one to the British Museum, meets this difficulty; thus ena- bling Dr. Hooker to detach Professor Oliver from his duties at Kew to | assist the arrangement of Dr. Welwitsch's Herbarium in the interests of both the Portuguese Government and of Kew. «It also relieves the Portuguese Government of any expense in paying for the services of a competent guardian of its interests, for the only expense which it would incur would be the very trifling one of having copies made for Kew of the «study set» of the collection. «The effect of this arrangement would be in another way favoura- ble to the Portuguese Government in as much as that Government is under an engagement to give to Kew as complete a set as possible of Dr. Welwitsch's Botanical Collections in return for the material assis- tance received in so many ways by Dr. Welwitsch from the late and present Directors of Kew, and from the officers, Library, and Herba- rium of that Establishment; an engagement which could not be falfilled by the Portuguese Government, under circunstances so favorable to itself, as under Dr. Gomes's suggested arrangements. «Under these conditions, all that remains for Dr. Hooker to do, is to accept the responsibilities incurred under the above proposal, the Portuguese Government agreeing to defray the cost of copying the notes in the study set, and the expenses attending the packing and transport of the collections belonging to the Portuguese Government from the British Museum to any place appointed by that Government.=Signed Jos. D. Hooker.» In addition to the advantages assured to us by this declaration and assumed responsibility of Dr. Hooker he gave us the hope of receiving the study set not only ordered but even classified and determined in PHYSICAS E NATURAES 201 the best authorised manner. Professor Oliver being at present, no doubt, the botanist more acquainted with tropical African plants, and the one who for this very purpose has more handled the Angola collections. The greater facility which this professor happens to possess for such a task, will afford him more than to any other the possibility of executing itin a short time, and Dr. Hooker makes us hope it will be the labour of but a few months. Another result of all this will be therefore to dispense us from having further care, time and means em- ployed in a final classification of the study set, which would make us still dependant upon the aid of foreign Museums, without which such labours cannot be in our days thoroughly brought to an authorised con- clusion, whereas by such a compromise we have the immediate possibi- lity of arranging for our use an Angola Flora, that is, the discription of the vegetation of the most valuable of the Portuguese Colonial Provinces, and by such means the indication of the climate and agricultural capa- bilities of that region, and an exact register of the origin of many ve- getable productions, which constitute its natural richness. Such is indeed the object and aim of all like expeditions and such has been the case with this one, ordered out by the Portuguese Government, causing much care and cost, but carried out to the end with remarkable result by the late Dr. Welwitsch. The exemplars of cach vegetable species gathered in such expedi- tions are usually numerous enough to build more than one collection. In the Angola collection they are numerous enough to build many sets which will give us happily the means of satisfying the ambitious de- mands made by all the great European Museums in general and even by that of Melbourne in Australia, which instantly begs to have one such collection. With all the advantage to science and credit of the country engaged in such distributions, there are still the means of ob- taining through exchange other collections or valuable objects, which may considerably enrich our Museums. In this sense important pro- mises have already been made on the part of the London Museums, in which two good Angola Collections are to remain; and the like will easily be obtained from the Berlin, Vienna, Paris and S. Petersburg Mu- seums, and of others -which wish to share in the distribution. On such terms the sentence pronounced on the 17. Nov. 1875, acknowledging our whole right, and involving nothing dishonourable to the Government, became acceptable; some pecuniary sacrifice imposed, but previously offered by the Government to facilitate the settlement of the case, had large compensations, not the least of them being the im- JORN. DE SCIENC. MATH. PHYS. E NAT.—N. XIX. 13 + 2092 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS mediate end of the affair, without which we were threatened with greater costs, and the inutilisation and perhaps the ruin of the debated collections. The sentence was therefore accepted and orders for its full exe- cution were passed, thus putting an end and, as it seems to us, a fa- vourable one, to this three years old debate, which would still continue and perhaps with an unfavourable final result, had it not been conduc- ted by a minister who was well aware of its nature and able to disen- gage it from the labyrinth in which badly understood interests and ju- dicial manoeuvres had entangled it. DR. B. A. GOMES PHYSICAS E NATURAES | 203 MATHEMATICA 4. Generalisação da serie de Lagrange POR FRANCISCO GOMES TEIXEIRA a É bem conhecida a formula dada por Lagrange para desenvolver u==f(y), sendo y=t sy (y), em serie ordenada segundo as poten- cias de x. O objecto da presente nota é apresentar uma formula, que creio nova, mais geral que a de Lagrange, e que me parece suscepti- vel de muitas applicações. Sejam u==f(y), F(t,a,y)=o (1) as equações dadas, vamos desenvolver w em ordem às potencias de ax sem fazer a eliminação de q. Derivando (1), vem ar | dP dy, de dy do dF, dFdy dt da da logo dF du. dy BAN (9, dit dito ida dt JORN. DE SCIENC. MAT. PHYS. E NAT.— N. XX. 1k 204 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS du du | ai, du du Fama de dy. de dt “dy. dt por consequencia dE du do de (3) de a PR dt Derivando esta equação, resulta dF PF, EF dy Pu Pu da piu da? dedy de da? dedt dF dt dF dt dt º* duda dadt ad da dt e dt (E dE aa E) e dr de PF dy, deu “Bo. jde Ea dt dedt | dt? LE dt dt dF/2F LF dy du dede | atdy dt/ ai dy dt Substituindo esta derivada na primeira, reduzindo e attendendo a (2), vem PRYSICAS E NATURAES de? de (AP at) . dy da a ed ct dt dE 2 Pr ide du ——— —— * e e — di? (Es A dt N que se póde escrever du | da? d é Formando as derivadas successivas de (4) pelo processo anterior acha-se por inducção a formula seguinte : e n—1 ateh du da ; d di ar ET dt dador FR aj (12 Pu Pu da “9 d2 F dx dy du dydt (dE dt dt dt a E da? du dF dt de que vamos demonstrar rigorosamente fazendo ver que, se é verdadeira para a derivada de ordem n—1, tambem o é para a de ordem 7. 14 x 205 206 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Derivando (5), vem dr n—1 der PF dy dFx n— e du digo die ço di dedy del dr d dida) dF ; dt dE dF dia dt di dt den ) Eai ARE CS aP NE du de dadt * dtdy de da no2 | — —> ++ (n— DD) —— d dt d EN? dF (ar) ú GENES d2u e substituindo por o valor precedentemente achado, resulta dx dt dF Nm q du da av Var dia dt E 6 E Pp | ET RN NO (6). Um dt Esta derivada segue pois a mesma lei que a anterior, cuja gene- “ralidade fica assim demonstrada, visto que é verdadeira para a derivada de segunda ordem, e por consequencia para a de terceira, quarta etc. Applicando agora a formula de Maclaurin às equações (1), atten- dendo às derivadas (6), e chamando q (t) o valor que resulta para wu de- ar, pois de fazer na proposta «==, e y (t) o valor que resulta para Sr di fazendo tambem x==o, vem PHYSICAS E NATURAES 207 1 dig! 2 u=2(0 + (0 [ba + Ea pra (7) n—l ! h eres dose E TOC gi “ódico pon dh que é a serie que queriamos demonstrar, e que contém como caso par- ticular a de Lagrange, como é facil de ver. 208 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS 2. Sobre a generalisação e discussão da formula do volume do tronco de cone recto POR CARLOS AUGUSTO MORAES DE ALMEIDA — meme mi rem re art I. Generalisação da formula 1.— Representando por R e r os raios das bases de um tronco de cone, e por h a sua altura, a expressão do volume do tronco é V=EE(RI rio. (a) ou p= pri Ro)-... (1) conforme o tronco é a differença ou a somma de dois cones. Considerando porém os raios das duas bases como quantidades al- gebricas, é facil demonstrar que a primeira formula comprehende a se- gunda. Sejam, figs. 1 e 2, os planos principaes dos troncos nos dois ca- > So jo» a h cara par ra qa gu GP o bo po e rm pq e a 0 1 o à sudo uduipd col Dá O 0 69 a a a] O Ss ad pal e mm 7 ls 1 £ r 1 ) ) GS 3 Em Q es) 2 E) pra a [EE PHYSICAS E NATURAES 209 sos mencionados. Attribuindo sempre o signal mais ao raio R==CD quando é contado para a esquerda do eixo, por exemplo, é claro que os dois casos podem reduzir-se a um só, suppondo o outro raio r==A B positivo ou negativo, segundo é dirigido para a esquerda ou para a di- reita do mesmo eixo. 2.— Esta consideração é de grande utilidade nas applicações. Sendo por exemplo dada a geratriz, a altura e o raio R duma das bases de um tronco de cone recto, o problema é indeterminado; por isso que a geratriz pôde fazer angulo obtuso ou agudo com o raio da base dada. | N'este segundo caso, pôde ainda acontecer que a projecção da ge- ratriz CB sobre € D seja maior que CD, como acontece na fig. 1 Tem-se então r=CE—R e emprega-se a formula (b) para resolver o problema. É facil de ver porém que a formula (a) resolve sempre o proble- ma; porque no primeiro caso é, fig. 3, PES Se Es r=RA-CE, e no segundo, quer se considere a fig. 1, quer se considere a fig. 2, tem-se r=R—CE 240 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS advertindo que no caso da fig. 2 r é negativo, e por isso a formula (a) se transforma evidentemente na formula (b). Este raciocinio permitte dizer que a indeterminação do problema desapparece, uma vez que se declare se o raio dado é o menor ou o maior; porque suppondo agudo o angulo da geratriz com este raio, o outro só póde ter um valor superior quando for negativo, e por tanto evidentemente menor que o primeiro. 3.— À indeterminação do problema antecedente reconhece-se tam- bem exprimindo a formula do volume do ironco de cone recto em func- ção da geratriz, da altura e do raio de uma das bases. Tirando o valor de 7 das figuras 1 e 2 vem: r=R-—CE considerando r negativo no caso da figura 1 e positivo no caso da fi- gura 2; e como, fazendo CB=-L é GE=tyVLº—h* tem-se: r=RyVL?h? e pcr tanto O signal menos tem logar nos casos das figuras 1 e 2, e o signal mais no caso da figura 3. PHYSICAS E NATURAES 9241 II. Discussão da formula suppondo constante a altura e o raio d'uma Gas bases “4. — Mostrámos no $ anterior que a formula (a) resolvia as ques- tões relativas ao volume do tronco de cone recto, quer o raio 7 fosse positivo, quer fosse negativo. Vejamos, agora, por que valores passa V quando » varia entre — qe co, ou quando a geratriz CB gira n'um plano principal em torno do ponto € de modo a fazer com o raio R angulos comprehen- didos entre O e 180º. Basta considerar as variações da funcção y—Rº+rº4 Rr que representa evidentemente uma parabola. Para achar o minimo d'esta funcção recorre-se n'este caso só à primeira derivada em relação a r, a qual é: ese dr t Esta derivada é zero para e por tanto attendendo à fórma especial da funcção, podemos affirmar rhR? que o volume cresce desde V= até V==00, quando r adquire valores comprehendidos entre —— E EE o No caso do volume minimo!, o vertice commum dos dois cones está 1 A geratriz correspondente ao volume minimo é L=/ a eIê, por ser a hypothenusa d'um triangulo rectangulo cujos cathetos são h e a. Aquelle resultado obtem-se tambem procurando o valor de L que satisfaz à equação O, e que torna o 0. 942 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS a um terço da altura a contar da base do raio menor, como facilmente se demonstra. 5.—As conclusões a que chegámos podem ser obtidas e amplia- das sem recorrer ao conhecimento da fórma especial da funeção. Em quanto r é pesitivo, evidentemente o volume V diminue até ser r==0; vejamos pois o que se passa quando r toma valores negativos. Para estes valores, a formula (a) é Th à li== Rel r2- Rr) nl é ) ou ti E Rê—r(R Dj e basta por tanto considerar o producto r (R—r). Sendo R a somma dos factores r e R—r, o producto é maximo quando 1 tem um : : e por tanto V diminue quando r adquire valores comprehendidos entre O e —— e augmenta passando pelos mesmos valores quando 1 varia entre — e —R. Para valores absolutos de r comprehendidos entre R e co o volu- me continúa a augmentar, o que se reconhece pela formula q a Eh 6.— Resolvendo em ordem a r a formula (a) vem Syd SR? D'esta formula tiram-se as seguintes consequencias: thR? Retr(r—R). | 1.º-—O menor valor de V é ; porque um valor inferior torna imaginario o radical. A este valor corresponde 1 == det » Como já ti- 2 nhamos achado. PHYSICAS E NATURAES 2143 2.º-Dando valores a V desde o minimo até ao infinito, ha sem- pre dois valores de r equidistantes do valor correspondente ao minimo, os quaes podem designar-se por re do pero e TN 2 2 Os . “ad D'aqui se conclue que o volume dum tronco de cone recto com o vertice a meia altura é egual ao volume do cone recto de altura e base eguaes às do tronco; e que o volume do tronco com o vertice a um terço da altura acima da base maior é egual ao volume do cylindro for- mado sobre esta base tendo uma altura egual à do tronco. Fica tambem implicitamente demonstrado que V pôde crescer indefinidamente. Isto equivale a dizer que, fazendo girar a geratriz d'um tronco de cone recto n'um plano principal em torno do ponto € para a direita ou para a esquerda a pariir da posição inicial dada 2 A A E pelo valor tang pdda obteem-se secções principaes de troncos cujos 3R ENC a volumes crescem desde Z!É ate ao infinito. : R2 — 2 3.2— À valores de V comprehendidos entre Ti o Bh oras h 2 pondem valores negativos de r; e a valores de V superiores a = correspondem valores de r de signaes contrarios; por tanto no primeiro caso ha dois troncos do mesmo volume compostos de dois cones, e no segundo caso um é a somma e o outro a diferença de dois cones. 244 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS III. Discussão da formula suppondo constante a geratriz e a altura 7.— Para que a formula do volume contenha uma só variavel re- corremos à expressão no MA Lt hepanVIFSTS avo) na qual podemos apenas considerar o signal mais, suppondo R nega- tivo quando é contado, por exemplo, para a direita do eixo; porque, como dissemos, o signal menos convém ao caso em que a geratriz faz angulo agudo com o raio da base inferior do tronco; e é claro que, tanto a geratriz CC, fig. 4, correspondente a E6'==— R, como a ge- ratriz D D' correspondente a E'D'==R, pertencem a um plano princi- pal do mesmo tronco. B D A E CG F D' B' E A! F' e! Fig. & Para estudar pois a variação do volume V façamos variar R, desde +0 até— oo, o que equivale a suppor que a geratriz BB' do tronco de cone recto se move n'um plano principal parallelamente a si mesma. A formula antecedente representa uma parabola; por tanto para achar o menor valor de V basta procurar o valor de R que satisfaz à equação dR e como dV mh FE ETSITREN , Mino GU aquelle valor é VL2—h? R=— 9 dd, PHYSICAS E NATURAES 245 ao qual corresponde cnh o 12 VL2=-p2 sd y Assim fazendo variar R entre — e +co,V varia entre k ao (Lt nº) e oo. /L2—] 2 Po io A expressão R==— * mostra que o volume V é minimo quando a geratriz divide ao meio o eixo do tronco. 8.— Resolvendo a formula (c) em ordem a R tem-se VL2— |? V V Lp? ETR o e Esta formula confirma o que dissemos a respeito do valor minimo de V e do correspondente de R; e mostra ainda que para cada valor de V ha dois valores de R equidistantes do correspondente ao minimo. “Conclue-se d'aqui que, sendo, fig. 4, BB' uma posição da geratriz para um certo valor de V, AA'a geratriz correspondente ao volume mi- “ nimo e 4'B'=A'C', é GC' a outra posição da geratriz que determina o segundo tronco do mesmo volume que o primeiro; e como é AB=- A'B', tem-se AB=-A4'C', e por tanto BE=E'€, EC=-B'E'. Isto mostra que os valores de R e r estão trocados nos dois troncos corres- pondentes ao mesmo volume, como se devia esperar, e que as gera- trizes BB', DD' ou CC, FF, pertencentes a este tronco, e que estão situadas do mesmo lado do eixo E E”, cortam-se em duas partes eguaes, por serem diagonaes dos rectangulos BD B'D', CF CP. 246 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS IV. Discussão da formula suppondo constante a geratriz e o raio duma das bases 9.— Para esta discussão recorremos à formula p= (pr Aron) (L ra que se obtem, exprimindo, na formula geral do volume do tronco de cone, o valor de h em funcção da geratriz e dos raios das duas bases; . e fazemos variar 7, O que equivale a suppor que a geratriz, de com- primento constante, se move n'um plano principal em torno do extremo do raio R da base inferior do tronco. Como, sendo R differonte de zero, não existe valor real de r ca- paz de annullar o segundo factor do valor de V, segue-se que temos apenas V==0 quando é r==R—L e r==R++L. É claro tambem que só podemos fazer variar r entre R—Le R-+-L; porque, para va- lores não comprehendidos n'estes limites, é V imaginario. Fazendo RR+12+ Rr=F(r) eVLIr—R)L—r4RB=f(r) tem-se: =P (n)f(0) e por tanto V é egual ao producto de tres factores dos quaes o segundo representa uma parabola e o terceiro uma ellipse. Derivando f(r) em relação a r é: df(r R—r dr VLtr—R)(L—r--R) d'onde se conclue que o maximo de f(r) tem logar quando é r==R, por este valor tornar negativa a segunda derivada. Logo desde r=-R—L até r=-R, f(r) cresce; e como, suppondo — EA R R. L, F(r) tambem cresce entre estes limites, por ser r=— — 0 => 2 valor de r que torna minimo F'(r), segue-se que nestas hypotheses o 8 q - PHYSICAS E NATURAES 9247 SR. Desde r==R a r="R+-L existe pois um valor de r que torna, n'estas condições, V maximo. ; ” r 7 R == R Sendo R>> dr 3 VLEr—R(L—r+TR) e egualando a zero a derivada vem: 9 RR SIAr— SO, ass (a): Fazendo 7'==37 para transformar esta equação n'outra cujos coef- ficientes sejam inteiros, conservando o primeiro destes egual à uni- 218 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS dade; e fazendo w'==r" 4-R para obter uma nova equação sem a in- cognita no segundo grau, acha-se: rs -—(3R2+6L9)r!—(2Rº-15RL)=0.... (b). Comparando esta equação com qº+patg=o0 é p=—(3Rº+6L)e q=—(2R' +15 RL ), e por tanto fazendo r!=z-+y, vem: pe 9 Rº+ABL2R KTI9LTRE OT LR S6LLS Ri 2 108 = /em04 I5L2R /NTTOLIREE9T2LTRO BOLO 9 108 As tres raizes da equação (b) são pois: gi=y dz! qn A +V53)y! gil E dE pi de ia nm mto) 2 RR 2 representando por y' e z! os valores arithmeticos de y e 2. 11. —Façamos a discussão destas raizes suppondo RDL, R=L e R-L, como devia ser. Sei E. Póde n'este caso ser positiva, negativa ou zero a quantidade que está debaixo do radical do segundo grau pertencente aos valores de ue Sendo positiva, somos conduzidos aos dois casos anteriores ; sendo negativa .são então reaes as tres raizes da equação (b), o que mostra a possibilidade de V adquirir um valor minimo comprehen dido entre dois maximos. Supponhamos R==0, o que torna evidentemente negativa a quan- tidade que está debaixo do radical do segundo grau a que ha pouco nos referimos. Tem-se: 864 Lô JA =— =Ly/—8 a VAVE JORN. DE SCIENC. MATH. PHYS. E NAT. N. XX. 15 29() JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS :=V = Lt 1/5, 108 logo r!=0 ri=1V 6 ri=—L1V6 e por tanto PES p= == 1 n) 2 3 representando por 7, 7, 7 as tres raizes da equação (a). 4 Pa Substituindo estes valores na segunda derivada aa que para meSU d2V 2L'—9rº LA 6rº dr VW 2 obtem-se 20 para r==0 d2V Ly'6 —LV6 E —3<<0 para Tita E ProROR A: | Lv6 Logo, fazendo variar r desde r==—L até r&=— a » V au- gmenta de zero a um valor maximo, e diminue em oii até zero quando r passa d'aquelle ultimo valor a r==0; e finalmente, fazendo variar 7 de zero a L, V passa pelos mesmos valores por que tinha pas- sado anteriormente. Finalmente seja: 6779 L*Rº + 972LºR* —-864L6==0.... (0) PHYSICAS E NATURAES 994 Sabe-se que n'este caso são reaes as tres raizes da equação (b), e que duas d'ellas são eguaes. Calculemos pois os seus valores, a fim de conhecer qual d'elles dº V . À and faz api!» visto que n'uma funcção não póde haver dois maximos sem haver um minimo intermedio. Os valores das raizes são: 3 r!=9y =V8Rº 4 G0L?R = = — 3 = ——— e a aa RHIBIR EM io 2 e por tanto R+V8RF60LR ni 3 A 3 | EE R—1/2———— El Psi == 1 2 3 Resolvendo a equação (c) em ordem a R acha-se sendo R' a raiz real e positiva; e substituindo orlimite minimo no va- lor de r acha r5>R, e por tanto com mais forte razão r>>R para 0 verdadeiro valor de R. A raiz ré evidentemente negativa, e por tanto o maximo de V cor- responde a r>>R; porque, como dissemos, V deve tornar-se sempre maximo para um valor der. R. A esta raiz não corresponde minimo; == porque então V devia ter um maximo para um valor de 7 comprehen- dido entre r er=R—L. 15. 290) JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS 12.— Resumindo podemos dizer que, em geral, fazendo. variar r desde r==RA-L até r==R—L, V augmenta desde zero a um valor maximo correspondente a r>>R, e decresce em seguida até chegar a zero. Sendo R=-0, V cresce primeiro desde zero a um valor maximo, di- minue em seguida até zero, e passa por fim peios mesmos valores por- que tinha passado anteriormente. % PHYSICAS E NATURAES 23 BOTANICA E ——e—e 1. Observations foresticres durant une excursion à travers la Beira, faite en aoút 1876 PAR B. BARROS GOMES But de cette excursion Je désirais vêrifier les conditions de la végétation dans les trois parties de la Beira que jai distinguées par les noms de méridionale, transmontane et centrale!, à Vaide des indications que pourraient me fournir aspect des bois, celui des cultures et le régime des eaux. 1 Voici une courte description de ces 3 régions naturelles de la Beira. BEIRA TRANSMONTANE Elle se trouve toute entitre dans le bassin du Douro. Três montagneuse, altitudes variant de 200 à 4.400 mêtres presque; les vents pluvieux lui arri- vant par dessus les monts et plateaux élevés, qui en font les limites sud et ouest; depuis la frontiêre, par Guarda, jusqu'à Lamego, ou s'élêve la grande serra de Montemuro prês du Douro et devant le Marão, autre grande montagne sur la rive droite du fleuve, également remarquable par sa position. À elles deux el- les font comme un puissant barrage aux vents de la mer montant le bassin du Douro. Pluies bien moindres qu'à Pouest de toutes ces montagnes. Grandes séche- 294 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMÁTICAS Je m'étais surtout proposé de déterminer la distribution du chêne tauzin restée fort peu précisée jusqu'a ce jour, et difficile à établir, à cause de la confusion qu'on fait généralement entre nos espêces de chê- nes, dont les noms vulgaires ont Dbesoin d'être revisês et expliqués par Vétude botanique. Ce travail m'avait paru absolument nécessaire pour un tracé définitif de la carte xylographique, telle que j'avais résolu de rentreprendre. resses de Yair en été. Arbres dominanis, le chêne tauzin et le châtaignier. Ter- rains granitiques et paléozoiques. BEIRA CENTRALE Elle comprend le haut Mondego et le haut Vouga. Aussi montagneuse et aussi élevée que la précédente. Touie cismontane par rapport aux monts de celle ci; recevant les abondants produits des premiéres grandes condensations des vapeurs de la mer. Sécheresses en été bien plus modérées que dans la pré- cédente. Elle a pour limite remarquable du nord au sud, par Vorient, un demi cercle formé par les plus hautes montagnes du pays, s élevant de 500 à 2000 mêtres presque de hauteur: depuis la serra da Lousã, par PEstrella et le plateau pe Guarda, jusqu'à celle de Montemuro. À Vouest, elle longe, de Lousã et Coim- bra, dans la direction de Porto, la Beira littorale; partie subplane aux altitudes de O à 200 metres le long de la mer. Arbres dominants le pin maritime, sur- tout, et, en outre, le chêne tauzin, le chêne rouvre (var. pédonculée) et le châtai- gnier. Terrains granitiques et paléozoiques. BEIRA MÉRIDIONALE Toute entitre dans le bassin du Tage, et tout aussi montagneuse et élevée que les deux précédentes. Elle s'éiend du thalweg de ce fleuve jusqu'aux mon- tagnes gt hauis plateaux qui en limitent le bassin au nord, et de la frontiêre jusqu'aux environs de Thomar, le long des hauteurs qui dominent la rive droite du Zezere. L'éloignement de la côte, les hauteurs encore assez considérables et con- densatrices de la rive droite du Tage, de Thomar à Lisbonne, et Pexposition toute franche aux vents secs des plaines et collines de PAlemtejo, se font sentir par de grandes sécheresses d'été et des pluies assez réduites. Arbres dominants, le chêne tauzin et le chitaignier sur les hauteurs ; le chêne liége, I'yeuse et, à Vouest, encore le pin maritime sur les parties plus riveraines. Terrains paléozoiques, avec quelques parcelles de granits et de ter- ciaires. PHYSICAS E NATURAES 225 Pour arriver à la connaissance régionale du Portugal, il m'etait êgalement de la plus grande utilité de visiter la serra de Montemuro, et d'observer de prês son importance orographique et condensatrice, à cause de sa position toute spéciale. De toutes les montagnes du pays, c'est elle, en effet, qui occupe, le plus prês de la côte, la plus grande étendue à plus d'un kilomêtre de hauteur. H Observations sur la distribution du chêne tauzin, ou de la Beira (Quercus Tozza, Bosc) D'Abrantes à Castello-Branco, je ne vis aucun arbre ni aucuns re- jetons ou taillis de cette espéce. Ce fut dans une maison de Castello- Branco que je rencontrai les premiers bois de chauífage de ce chêne, et on m'y dit qu'ils étaient venus de la riviêre de Ponsul. Les premiers bois de Quercus Tozza qui me soient apparues dans cette excursion sont ceux de la Serra de Guardunha, auprês d'Alpedrinha, à plus de 200 mêtres de hauteur. Dês le début, ce chêne s'y montre mêlé au chataignier, formant des arbres d'un port mêdiocre et se répandant en abondance sous la forme de rejetons on drageons, sur les abords de la montagne ou ils occupent cependant peu de terrain. Toutefois, on peut dire qu'au sortir du haut plateau de Castello-Branco, on entre par cette serra en pleine région du Quercus Tozza. A Covilhan, dans la val- lêée du Zezere, dans les arrondissements de Guarda, de Trancoso, de Pinhel, et jusque dans la partie sud de Parrondissement actuel de Meda, qui faisait partie de celui de Villa Nova de Foscôa, le chêne de la Beira forme constamment un élêment important de Varborisation spon- tanée. Dans beaucoup d'endroits, il domine même plus que le chãtai- gnier, avec lequel il est presque toujours mêlé. Les nombreux taillis de chênes que je rencontrai de Avellan da Ribeira au Freixial, sur le chemin de Guarda à Longroiva, sont tous de cette espêce, et tellement amoindris en beaucoup d'endroits par les deéfrichements et par les cul- tures, que cette essence forestitre est réduite à n'occuper que les l- mites des propriétés, ou elle apparait entre les pierres des murs, et ou elle s'efforce d'êtendre ses branches et de s'êlever, malgré de fréquents recepages. Les plus beaux bois que j'aie rencontrês en montant du Ze- gere vers Guarda sont ceux de Belmonte, de Seixo et de Vella, ou ils revêtent de chênes tauzins et de chataigniers tout à fait à la façon des 296 JORNAL DB SCIENCIAS MATHREMATICAS “montados! plusieurs hectares, sur des pentes de terrains granitiques, à 300-600 metres de hauteur. En descendant de Guarda à Fozcôa, on est frappê aux environs de Marialva et de Barreira, de la disparition rapide, à partir de là vers le nord, des taillis et des arbres de Quercus Tozza, et de leur remplace- ment par d'autres taillis ou broussailles chétives d'yeuses sur des ter- rains schisteux; fait qui se reproduit sans interruption jusqu'a Fozcõa. Sur ce parcours, il est évident que le défrichement est parvenu à ex- tirper I'yeuse, comme arbre dominant, avec beaucoup plus defficacité qu'il n'a réussi à extirper le chêne tauzir dans le parcours antérieur. : De Fozcôa à S. João da Pesqueira, en passant par Cevadelhe, Horta et N. Dame da Estrada, au liceu de descendre continuellement, comme de Guarda à Fozcôa. on monte et on descend en coupant trans- versalement de grandes ondulations de terrain, et "on peut alors obser- ver moins clairement peut-êlre, mais plus fréguemment, des change- ments dans Parborisation causés par les differences d'altitude. Les mas- sifs de chênes tauzins qu'on rencontre sur les pentes les plus elevêes sont petits, et ils sont déjã entremêlés non-seulement avec les chãtai- gniers, mais encore avec quelques taillis de chêne portugais (Quercus lusitanica), qui, peut-être, à d'autres époques, aurait eu dans cette par- tie de la région plus d'importance que le chêne de la Beira, ou y 0c- cuperait, tout au moins, des surfaces plus grandes que de nos jours. De S. João da Pesqueira à Pezo da Regoa tout le haut Douro vi- ticole et schisteux n'a presque pas d'arbres forestiers spontanês: à peine offre-t-il aux regards des vestiges d'anciens bois d'yeuses, sous la forme de broussailles ou de rares bouquets d'arbres ou plutôt de simples tail- lis ou cepées, qu'on peut facilement remarquer éparses au milicu de champs de vignes se succêdant sans interruption. C'est en montant de Regoa à Lamego, qu'on retrouve le chéêne tau- zin; mais dans des conditions tout-à-fait différentes de celles que nous avons observêes jusqu'ici: car il apparait alors associé au chêne rou- vre dont javais constatê "absence dans toute Fétendue de la Beira que Javais traversée jusqu'a Regoa. Et ce mêlange est constant dans tout le terrain de la serra de Montemuro, de Lamego à Castro Daire par Gralheira, les hauteurs de la serra, Povoa et le village de Pinheiro, ex- cepté dans la partie la plus élevée, ou le chêne tauzin forme seul les tailiis et les petits gronpes d'arbres qu'on rencontre prês des villages. ! On nomme montados dans PAlemtejo de vraies forêts et bois de chêne- liége et dºyeuse exploitées agricolement pour Vengraissement des pores. PHYSICAS E NATURAES 297 ges. Sur les bords du Paiva, les beaux bois qui garnissent le bas des pentes se composent de vieux chátaigniers, mélangés de nombreux rou- vres et de chênes tauzins, sans compter le pin maritime. Mais si, depuis Castro Daire jusqu'à Vizeu, et de là à Mealhada, le chêne tauzin ne disparait pas tout-à-fait, il n'occupe plus qu'exce- ptionnellement certains endroits isolês, associé au rouvre, au chátai- gnier ou au pin; comme, par exemple, dans les environs de Vizeu et dans le beau bois de Bussaco. HI Résumé de tous les faiis à ma connaissance relatifs à ia distribution du chêne tauzin, sur le territoire portugais D'aprês les observations précédentes ce chêne est Vespece domi- nante du genre, ou celle qu'on rencontre presque exclusivement dans le haut Zezere, dans le haut Coa et sur les sommets de la serra de Montemuro. Le Q. Tozza, comme J'ai pu le remarquer dans une excur- sion faite en 1873 à la Serra d'Estrella, domine aussi de Ceia à Loriga et Alvoco, oú il végete au-delà de la limite supérieure des châtaigniers. A la page 247 du Rappori sur Parborisation générale du pays, on lit qu'entre le Sabor et la frontiêre, il croit diverses espéces de chê- nes. Dans ce travail, le chêne tauzin est dêésigné par le nom de negral (chêne aux couleurs sombres). Quoiqu'il ne soit pas expressément nommé comme arbre de la rive gauche du Sabor on ne saurait douter que, sil y existe, comme il est écrit dans ce rapport, diverses espêces de chênes, Vune d'elles ne soit le chêne tauzin, et Vautre probablement le chêne rouvre, auquel les auteurs du Rapport donnent le nom vulgaire d'alvarinho (chêne aux couleurs claires). A la page 253, le megral, est expressément indiqué comme étant le plus commun avec Pealvarinho dans Pespace qui s'étend entre le Tua et le Sabor. Nous lisons, à la page 296, qu'il existe aussi dans le Minho. Il était done probable qu'on le trouverait également entre le Tua et le Tamega, quoique le rapport ne contienne, à cet êgard, aucune af- firmation positive. Nous avons en effet obtenu dernigrement des exem- plaires de Quercus Tozza de cette région. L'absence de ce chêne est frappante dans la partie inférieure de 2928 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS la Beira transmontane, dans tout le vignoble du haut Douro, dans une grande partie de la Beira centrale et de la Beira méridionale, ainsi que sur tout le littoral jusqu'à Lisbonne, à Vexception des hauteurs de Ou- rem et de Bucellas, ou il est représenté par un petit nombre de pieds à coté de vastes forêts et Dois d'autres espêces. Au sud du Tage, il se trouve réduit à n'occuper une surface de quelque étendue, que dans ia Serra de Portalegre: et, s'il existe sur dautres parties de cette portion du territoire, il s'y montre si peu, que je ne Vai trouvé que dans Parrondissement de Montemór-o-Novo, à la limite occidentale du Haut-Alemtejo, ou une plas grande proximitê de la côte et une elévation plus considérable produisent une abondance re- lative de fraicheur et d'eaux météoriques, qui communique à cette pe- tite partie de la province un caractêre tout particulier, rappellant un peu des régions situées plus au nord. De cet ensemble de faits il ressort: 41.— Que le Quercus Tozza ou chêne tauzin est Varbre dominant des montagnes de la Beira. | 2.— Que, pour apparaitre ou dominer, il lui faut une élêvation de 200 à 1500 mêtres (Bucellas, Barreira, Montemuro)! 3.—Qu'il est três notablement plus trasmontain que le rouvre, et qu'il devient, par Vabsence de ce dernier, Varbre dominant de la Beira transmontane, à cóté du chataignier. k.—(Que dans une grande partie de la Beira transmontane, il a été rêduit, par le défrichement, à reprêsenter un rôle fort secondaire comme élément d'arborisation. 5.— Enfin, tout porte à croire qu'au nord du Douro il joue sur la partie transmontane du pays environ le même rôle qu'au sud de ce fleuve. IV Importance orographique et régionale de la Serra de Montemuro Cette Serra, qui fait face à celle du Marão, contient 4000 à 5000 hectares de terrains à plus d'un kilomêtre de hauteur, tandis que le Marão, qui est d'ailleurs un peu plus élevé à sont point culminant, en contient à peine quelques parcelles à élévation tout aussi considérable. Elle est, en outre, éloignée de la côte d'à peine 50 ou 60 kilométres, PHYSICAS E NATURAES 299 circonstance qui concourt beaucoup avec la précédente, pour lui don- ner une importance exceptionnelle, comme zone de condensation des vapeurs atmosphériques venant de VAtlantique. Cette appréciation est confirmée par une visite à la Serra, sourtout lorsqu'on vient de la Beira transmontane, et qu'aprês avoir été têmvin de Vextrême sécheresse de Pair dans la région fermée aux vents de la mer, depuis Fozcoa jus- qu'à Peso da Regoa,—de la végetation de terrain briúlant qui la cara- ctérise,—et que les amandiers, les oliviers, les yeuses et la force al- coolique des grands crus du Douro, révelent si clairement,—on en- tre dans les régions de Lamego et de Castro-Daire, pleines d'une frai- cheur admirable, ou le feuillage luxuriant des rouvres, des chênes tau- | zins et des chátaigniers, joint à Fabondance des rigoles d“irrigation et à Paspect gênéral des cultures, témoigne que les vents humides de la mer y déposent les prémisses fecondantes de leurs pluies, de leurs ro- sées et de leurs brouillards. C'est ainsi que, peu de jours avant mon arrivée, et, par conséquent, dans Vavant-derniêre semaine d'aout, les pluies étaient déja tombées en abondarce sur les hauteurs de la Serra, ravinant les rues du village de Gralheira, ainsi que me Font affirmê ses habitants, et comme on pou- vait en juger partout par Vaspect du terrain. Ce fait ne s'était pas en- core produit certainement jusqu'alors, dans tout le reste de mon par- cour à travers la Beira. Quant au boisement, je pus vérifier facilement la prédominance gê- nérale du chêne tauzin qui se montre à Vétat de taillis ou broussailles et ne forme qu'exceptionellement de rares bouquets d'arbres prés des hameaux les plus êlevés. La tendance extrêmement envahissante de cette espéce se trouve manifestement combattue par Vintérêt de la dépaissance, et par celui de la culture des seigles, qui envahit, parcelles par parcelles, toute la Serra, jusqu'à ses sommets, au milieu des pierres et des rochers de na- ture granitique. Sur ces hauteurs la montagne produit de bons foins légers et des paturages, qui alimentent Vindustrie des fromages et des beurres pour le marchê principal de Lamego. Les meules de seigle paraissaient indi- quer une récolte passablement réguliêre de cette céréale. Mais Vextrême pauvreté apparente des villages, ou s'accumule une population relative- ment grande, est une preuve des rigueurs de la vie de montagne, dans ces parages ou il n'y a pas une seule route carrossable, malgré le mou- vement considérable qui y rêgne. Si, du côté de Lamego, Javais eu lieu de beaucoup remarquer 230 JORNAL DE SCIENCIAS MA THEMATICAS Pabondance des beaux bois, des rouvres, des chênes tauzins et des chátaigniers, Vimpression agréable que j'en avais reçue redoubla en ar- - rivant à N. Dame de la Ermida, lorsque je dus marcher plus d'une heure sous de véritables bois spontanês de rouvres, de chataigniers et de pins, à travers des populations ombragées par des arbres vraiment re- marquables de majesté et de fraicheur, ayant des formes et une distri- bution des plus pittoresques. La Serra de Montemuro a donc, de fait, d'aprês ces différentes observations, une importance orographique de premier ordre dans le pays, tout-à fait en harmonie avec ce que faisait prévoir Vétude de no- tre carte géographique, qui Vindique comme étant à la fois la partie la “plus élevêe et moins éloignée de la côte la grande ligne de condensation, , qui vient du Gerez à Louzã par Marão, Montemuro et la Serra d'Estrella. La vêgêtation forestitre spontanée Vatteste parfaitement, non moins que tout ce que jai pu entrevoir de son climat et de Pabondance de ses eaux courantes. Tout y révêle une aptitude êminente pour le déve- loppement de bois vastes et précieux, aujourd'hui saerifiés plus qu'il ne conviendrait aux intérêts plus immédiats des populations indigentes qui luttent, pour vivre, dans des conditions qui leur interdisent de pou- voir organiser aisément des exploitations forestitres. Et cependant, il y aurait place pour la grande propriété forestitre. Mais rien ne favorise son développement. Tout semble plutôt conspirer contre elle, sauf il faut le dire, les voies de communication, qui s'ouvrent en ce moment de Lamego à Cas- tro Daire, et qui, à elles seules, devront exercer une influence salu- taire sur Pamélioration et la valeur des bois. V Observations sur la distribution du pin maritime (Pinus Pinaster, Sol.) Lorsque des cimes de Montemuro j'observais le vaste horizon qui se déployait devant moi, en tournant le dos aux versants du Marão qui se dirigent vers le nord, je découvris au sud toute la partie centrale de la Beira, parfaitement délimitée de Louzã et Bussaco jusque là, par Ja ligne non interrompue de nos plus grandes montagnes. Les vapeurs de la mer counvraient d'un léger voile de brouillard, certainement invi- sible d'en bas, et jusqu'aux bords des Serras, tout le terrain montueux PHYSICAS E NATURAES 231 et êlevé qui recoit de la mer, sans obstacles, les eaux atmosphériques. En parcourant depuis cette région, directement atteinte par les brises de la mer, jai pu noter facilement les faits, qui attestent cette exposi- tion si favorable à quelques espêces de bois, et m'ont permis de con- trôler beaucoup d'autres observations antéricures et postérieures. Le bel aspect et Pabondance des pins maritimes, la facilité de planter sur toute Vétendue de mon parcours des chênes, des rouvres et des chã- taigniers au bord des rontes, me démontrait la grande différence mé- téorologique du climat de cette partie de la Beira, par rapport à celui de la Beira transmontane, oú je n'avais pas rencontré un seul rouvre, et ou j'avais traversê des arrondissements entiers sans bois de pins: ou les taillis d'yeuses, Vamandier se desséchant sons Vinfluence d'une sé- cheresse prolongée, et tout, en un môt, me révélait la sécheresse du climat transmontain jusqu'au manque d'eau,—si complet à Fozcôa que ses habitants en ont bu, cet étê passé, venue du Douro, à cinquante centimes la charge. Ce sont donc les pins maritimes qui caractérisent le mieux, et sur une plus vaste échelle, les différences de notre climat, relativement à Vhumidité atmosphérique. L'itinéraire que je m'étais tracé, à travers la Beira, m'avait fait parcourir précisément la limite orientale de ces bois de pins en Portugal. Javais vu les derniers, en venant d'Abrantes, dans les arrondissements de Proença et de Castello Branco déja petits et rares, et, surtout, montrant dans leur feuille moins nourrie et en partie des- séchée, cette sécheresse de Vair, dont elle soufire tant. Yavais ensuite parcouru les arrondissements du haut Zezere, ou la culture a introduit ces pins;—fait dont témoignent les habitants, et que confirme entiê- rement le peu de hauteur et d'age de ceux qu'on y rencontre en petit nombre. —Je les avais tronvês plus nombreux et sans doute introduits depuis longtemps, ou de croissance spontanée, dans [Varrondissement de Pinhel, le seul qui, sur la frontitre, soit relativement abondant en bois de pins. Javais remarqué leur absence presque complête dans la région aride de Fozcôa, et sur les bords du Douro jusqu'à Regua, ou Pon voit seulement quelques petits bois de pins isolés. Par VPenvoi des échantillons de bois de chauffage des arrondissements, et par la lecture du rapport sur Parborisation du pays, je savais combien sont rares les bois de pins dans les régions centrales et orientales de Traz-os-Montes. Aussi, lorsque je vis la Beira centrale toute dominée, dans son aspect général, par ces bois, au point que, sous ce rapport, elle a le même aspeci que la partie adjacente du littoral, il me sembla voir se confir- mer absolument la division régionale, qui, d'abord, a fait ressortir toute 232 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Vimportance de Vexposition cismontane ou transmontane, sur le terri- toire portugais au nord du Tage, ct qui, ensuite, a fait rencontrer dans le pin maritime le meilleur indicateur des différences de climat qui en découlent. Peu de temps aprês, parcourant de nouveau la limite Est des bois. de pins maritimes au Sud du Tage, je pus trouver une contre-épreuve compléte de cette division, dans le dessechement extraordinaire des bois de pins de tous àges, dans Parrondissement de Ponte de Sor, et dans Vaspect misérable des fourrês et perchis de cette espêce à Escaroupim (arrondissement de Salvaterra), presque dépourvus de feuilles, en ce mo- ment, aprês une année, comme celle-ci, de sêcheresse extrême. La grande sécheresse de Pair dans "Alemtejo, non moins que. la sécheresse relati- vement grande de Pair transmontain de la Beira et d'Alem-Douro, sont donc les causes determinantes des limites méridionales- et orientales de la distribution du pin maritime en Portugal, autant qu'il m'est donné de pouvoir en juger. VI Observations sur la disparition des forêéts d'yeuse dans la Beira transmontane. Lorsque, sur le chemin de Coriscada à Longreiva, prês du village de Barreira, arrondissement de Trancoso, j'avisai les premiêres brous- sailles d'yeuses qu'on rencontre en venant de Guarda, je ne soupçonnais pas encore qu'à partir de là, en avançant vers le nord, tout le bassin de la Beira transmontane, que je parcourais, ne m'offriraient, soit sur les gra- nits, soit sur les terrains schisteux, —mais surtout sur ces derniers, —que cet unique vestige de leur arborisation primitive. Ce fut au sortir de Lon- greiva, que la vue des charges de broussailles d'yeuses, que Pon conduisait à ce village, provoqua mon attention peu attirée jusque-lá vers "examen de ce fait. Les espaces déboisées des arrondisssements de Meda, Foz- côa, Pesqueira, Taboaço, et Armamar ont tous des broussailles de cette espece, complêtement sacrifite dans chacun d'eux, aux exigences de la culture, et condamnée, selon toutes les apparences, à ne plus jamais reconquêrir Vimportance qu'elle semble avoir eue dans le boisement spontané de cette région. D'aprês ces observations, le Douro viticole n'aurait pas eu d'autres bois que ceux de chênes yeuses, avec lesquels on rencontre rarement, par ci par là, quelque chêne-liége ou quelque chêne portugais, au moins dans la partie schisteuse riveraine du Douro. PHYSICAS E NATURAES 233 VI Caractére que revêt Varborisation dans la Beira méridionale Au point de vue forestier, cette partie de la Beira qui est traver- sée par les arrondissements d'Abrantes, de Sardoal, de Villa de Rei, de Proença, de Castello-Branco, de Fundão et de Covilhã jusqu'á Guarda se présente comme une vraie et remarquable zone de transition de la végétation Alemtéjane et maritime ou cismontane, à celle du nord et de Vexposition transmontane; ainsi qu'on en peut juger par le tableau suivant des bois spontanés qui dominent dans chaque arrondissement: Abrantes: pin maritime et chêne-liége. Sardoal: » » Villa de Rei: » » Proença: chêne-liége. Castello-Branco: chêne-liége. Fundão: chêne tauzin et chátaignier. Covilhã: » » Guarda: » » Tous les chênes-liéges que Jai examinés dans cette région, soit entremêlés avec les pins, soit isolés, ou plus ou moins épars dans les vallons déja occupés par les chataigniers, que la culture parait y avoir introduits, m'ont invariablement prêésenté une fructification, qui semble bisannuelle, mais avec nombreuses variations dans la grandeur et le groupement du gland, aussi bien que dans la forme des écailles de la cupule. Une nouvelle observation en mai ou avril léverait tous les dou- tes sur la maturité annuelle ou non de ces glands. Toutefois, Panalogie conduit à croire que le chêne-liége du district de Castello-Branço est iden- tique à celui des autres régions du pays, quoique les fruits prêsentent . dans leurs formes des différences remarquables et variables, là, comme dans les autres provinces. Le boisement presque constant en oliviers et en châtaigniers dans la partie cultivêe, et jusque dans les vallons les plus abritês, contraste avec le déboisement fort étendu des hauteurs et des sommets sur tout le parcours, jusqu'à Parrondissement de Castello Branco, ou à son tour 234 JURNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS la surface subplane autour de la capitale du district apparait presque com- plêtement dépouillée de vêgétation forestiere, à partir d'une demi-licue du centre de la ville. Cette zone suburbaine est occupée par de beaux champs d'oliviers, de peu d'étendue, avec quelques chênes-liêges au milieu, fort touffus, et quelques yeuses. Les bois de chaufiage que )'y ai vus étaient d'yeuse, excepté celui de la maison oú je rencontrai pour la premiêre fois dans cette excursion du bois de chêne tauzin. Malgrê cela, lyeuse n'apparut nulle part comme arbre dominant dans mon trajet jusqu'ã Guarda, et ]) y rencontrai même rarement quel- ques pieds de cette espêce. Les taillis de chátaignier de la serra de Gardunha sont fort beaux : les nouveaux semis de pin maritime dans Varrondissement de Covilhan ne sont pas moins dignes d'attention, etil y a lieu de remarquer la grande élévation à laquelle atteint la culture de Volivier, prês du village de Tei- xoso, sur le chemin de Covilhan à Belmonte, grâce à Vexposition mé- ridionale dont il y peut jouir. Mais, en résumêé, Vinitiative individuelle ne me parait pas profiter, dans cette partie de la Beira, des essences forestitres spontanées, au- tant que cela se pratique chaque jour, de plus en plus, dans la région des landes (charnecas) ou le chêne-liége domine. PIYSICAS E NATURAES 239 2. Etude sur les espêces de chênes forestiers du Portugal PAR B. BARROS GOMES Conditions actuelles pour une classification définitive des grands chênes portugais L'état actuel des connaissances botaniques relatives à ces espêces parait être beaucoup plus favorable, qu'il ne Vavait été jusqu'à ce jour, à une revision définitive de leur classification. Aprês Brotero qui a suivi Linnê et Lamarck, avec peu de change- ments: aprês la premitre étude générale qu'il fit de ces espêces, en par- courant, avec les difficultés de son époque, les diverses provinces du pays; aprês Welwitsch, qui a pu réunir des matériaux abondants et s'aider de la science de De Candolle pour un essai peu réussi d'une nouvelle classification: enfin, aprês que Willkomm et Lange ont pubiié leur Prodromus flore hispanice, ou ils enregistrent et critiquent les observations des botanisies et des collectionneurs péninsulaires, com- parées aux leurs, Vétude de ces arbres sur le territoire portugais, fa- cilitée par les moyens actuels de locomotion, et provoquêe par Porga- nisation du service forestier, rencontre certainement, d'une part, une base excellente dans les travaux antérieurs, et, d'autre part, des moyens nouveaux et apropriés pour se perfeciionner et se compléter. Outre nos notes de voyage sur tout le littoral du nord du Tage jus- qu'au Minho, et à travers les landes de PAlemtejo jusqu'à Alcacer, Evora et Elvas; et sans parler des exemplaires recueillis dans notre propre herbier, nous avons passé en revue la collection officielle des rameaux de chêne, que les administrateurs des arrondissements de PAlemtejo ont envoyés à Lisbonne, selon les instructions ou sous la direction de JORN. DE SCIENC. MATH. PHYS. E NAT. — N. XX. 16 230 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Welwitsch. Coordonnês par nous, ces exemplaires revus et choisis exis- tent aujourd'hui au musée de VEcole Polytechnique, à côtê d'une col-- lection de glands provenant de la même source. H Kcole botanique qui a nos préférences Dans les classifications botaniques tentées de nos jours, on peut facilement distinguer deux opinions. Lune, tirant parti dºanalyses, qui d'ailleurs ne manquent pas souvent de mérite, considêre comme suran- nés Deaucoup de types linnéens, autrefois des moins contestês, et elle les divise en nouvelles espêces. L'autre opinion, d'origine plus récente, cherche à réagir contre la confusion et Vexagération visibles, auxquelles on est arrivé par la ten- dance opposée: tout en reconnaissant de larges limites à la variation des espêces, elle conserve cependant à Vidée spécifique toute son im- portance pratique réelle. Un bon exemple de la premitre tendance, c'est Pouvrage, d'ailleurs magnifique, de Kotschy —die Eichen Europas und des Orients. En la suivant, nous supprimerions volontiers, entre autres, Pancien type Lin- néen du Quercus Suber, pour le remplacer, non plus déja par deux es- pêéces comme d'autres ont voula, mais par quatre, soit: 1) un chêne-liége de maturation annuelle. 2) deux chênes-liéges à maturation bisannuelle. 3) un chêne-yeuse d'écorce subéreuse. Toutefois, une analyse non mois minutieuse, mais plus en garde contre la grande variabilitê des espêces, conduit à maintenir le type de Linnê, comme le seul véritablement spécifique. D'autre part, on rencontre un bon exemple de la seconde tendance dans les botanistes anglais de Vécole Hookérienne, qui, en maniant les admirables collections réunies à Kew de toutes les parties du monde, ont pu mieux que personne reconnaitre et suivre les variations de cha- que espêce véritable, dans toute I'êtendue de sa distribution géogra- phique. La découverte et une étude plus attentive des types hybrides ont contribué aussi à faire ressortir les types purement spécifiques, en per- meltant de les mieux définir. La gêographie botanique apporte dans ces cas son concours d'éclair- PHYSICAS E NATURAES 237 cissements importants, en montrant quelles sont, pour ainsi dire, les relations de position entre les types spécifiques et les types intermé- diaires qui en paraissent dériver. En suivant ia seconde tendance, étudions nos Ens à la lumiêre des considérations précédentes. HI Ce qu'on a appelé depuis longtemps «Quercus hispanica» Il serait possible que Vhistoire de ce type de grand chêne, aidát à démontrer de quelle utilité peuvent être les idées précédentes, lors- qu'elles sont appliquees avec le discernement voulu. La rareté de ce chêne en Espagne est attestée: 1) Par ce fait, que d'aprês les ouvrages de Willkomm et Lange, il n'est pas reconnu que, nulle part, cet arbre ait formê, à lui seul, une forêt. 2) En outre, il n'a pas même été rencontrê une seule fois par les deux botanistes allemands, durant leurs excursions et leurs herborisa- tions de quelques années, à travers la partic espagnole de la péninsule. Dans la collection de chênes des arrondissements portugais réunie par Welwitsch, les exemplaires de Quercus hispanica qui y figurent n'ont été envoyês que par trois localités, Olhão, Aviz, et Bucellas. Bro- tero n'a rencontré ces chênes qu'à Monchique. Dans arrondissement de Mora. prês du village de Cabeção, je n'ai tronvê moi-même qu'un seul exemplaire, et Je ne sache pas qu'il en existe quelques autres ailleurs que sur le territoire de Pavia, au domaine de Malarranha. Lºaire de la distribution de ce type s'étendrait donc de 37 à 39 degrés de latitude sans qu'il cessãt cependant d'être tout-a-fait rare, relativement à une aussi grande étendue, ou prêédominent tant les types congênêres. Si Pon étudie les exemplaires poriugais venant Olhão, paroisse de Moncarapacho, on remarque qu'ils affectent les formes du feuillage de Pyeuse, Quercus Ieg. Ceux de Bucellas et d'Aviz imitent davantage le feuillage du chêne- liége, Quercus Suber. Enfin, ceux de Cabeção se rapprochent ou s'éloignent moins de quelques variétês du chêne portugais, Quercus lusitanica. Des lors, Pidée d'avoir tont simplement sous les yeux un type hy- bride, avec une distribution géographique correspondant à celle d'une 16. 238 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS simple variétê hybride, se prêsente naturellement à Vesprit. L'etude lo- cale confirme cette idée. Au Cabeção, les bois existants sont de chêne-liêge à peine mêlé de quelques chênes portugais et de quelques pins. C'est avec ces chênes portugais, et tous prés deux, qu'apparait, en cet endroit, le seu! exemplaire de Quercus hispanica, connu sur le finage de cette ville, et unique que nous ayons pu rencontrer dans nos fréquentes excursions à travers tout le bassin du Sorraia. Le Q. hispanica êtant considéré comme un type hybride entre le Quercus Suber ou le Quercus lex, et le Quercus lusitanica, la préê- dominance du chêne-liége et de Pyeuse dans tout PAlemtejo expliquerait facilement les analogies de forme que présentent les exemplaires d'Olhão, Aviz, et de Bucellas avec ces deux espêces; de même qu'au Cabeção, cette circonstance, que Pexemplaire, que nous y avons vu, croit tout prês de formes pures du chêne portugais,—serait une raison naturelle de lui voir affecter, là, une analogie plus sensible avec la forme de ce der- nier arbre. L'étude des caracteres attribuês par Pobservation au Quercus his- panica n'a fait que corroborer ces idées. Le feuillage qu'on lui attribue est généralement celui du chêne-liége, au point qu'il lui a valu par Santt le nom synonyme de Quercus Pseudo- Suber, et qu'il est tout-a-fait impossible de le distinguer, en beaucoup de cas, du feuillage du chêne-liége. De plus, il est à feuilles persistan- tes, et ce n'est qu'exceptionnellement qu'elles sont quasi-persistantes, pendant les années de grande sécheresse, comme cela arrive au chêne- liége, qui se trouve quelquefois presque dépouillé de ses feuilles un peu avant la pousse. C'est ce qui est arrivé notamment durant la grande sé- cheresse de 1875 à 1876. Autant il se rapproche du Quercus Suber par son. feuillage, autant il s'en éloigne par son écorce; et, par celle-ci comme par les variations accidentelles de ses feuilles, c'est le chêne portugais qu'il rapelle cette fois davantage. La polymorphie bien vérifiée de cette derniêre espêce et Yaire de sa distribution, coincidant en grande partie avec celle du chêne-liége et de lyeuse, rendent donc fort probable Vidée, que d'ail- leurs tout semble indiquer, — que le Quercus hispanica est simplement une variété hybride entre le Quercus lusitaniça et nos chênes à feuilles persistantes. b9 Go (da) PHYSICAS E NATURAES IV Ce qu'on a appelé depuis quelques années «Quercus occidentalis» Les observations auxquelles a donné lieu la maturation bisannuelle du gland de quelques chênes-liéges, mise en regard de la maturation annuelle des autres, a suggeré Vidée de séparer en deux Fancien type Linnéen du Quercus Suber, en attribuant à [un. de maturation annuelle, le nom de Suber, et à Vautre, celui de occidentalis: on a même voulu, comme ce dernier non lindique, appuyer sur la distribution géographi- que diverse des deux chênes la nouvelle distinction spécifique. Mais beaucoup de faits paraissent combattre cette opinion. Les voici: 1) Ce chêne attribuê à Voccident de la France cesserait déja d'être occidental dans la péninsule, ou d'être tout au moins Vunique chêne- liége du littoral de VAtlantique: car le long des côtes, sur notre terri- toire, la maturation du gland est presque toujours, ou peut-être tou- jours, annuelle. 2) Le chêne-liége de Cintra, recueilli par Welwitsch, et classé comme Quercus occidentalis par les partisans de la nouvelle classification, n'a pas un fruit qui paraisse plus bisannuel que celui de beaucoup d'au- tres, chez qui Von ne saurait douter que la maturation est annuelle de fait, et Disannuelle seulement en apparence. 3) En Portugal, V'apparence bisannuelie de glands réellement an- nuels n'est nullement rare, parce que la végétation du chêne-liége parmi nous lui permet d'avoir, dans une seule année, une, deux et même trois pousses, absolument comme cela arrive aussi pour le chêne portugais. k) La floraison prolongée du chêne-liége qui commence en avril, cesse à peine avec les chaleurs de I été et se renouvelle même aux premiê- res pluies de Vautomne — fournissant ainsi deux ou trois séries successives de glands, dont la derniêre múrit en janvier, —est três souvent accom- pagnée, non seulement de pousses successives, mais aussi de chutes par- tielles de la feuille annueile, en sorte que les jeunes pousses inférieures ayant à peine quelques mois d'existence, apparaissent dépouillées, ct affectent ainsi 'apparence bisannuelle dont nous avons parlé. 9) Sur le chêne portugais, dont tout le feuillage est annuel, il ap- parait des fruits bisannuels en apparence, par Vinsertion, et qui pour- 240. JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS tant sont évidemment annuels par la coexistence de feuilles avec inser- tion êégale. 6) Le feuillage du chêne-liêge portugais de maturation annuelle n'est pas absolument persistant deux et trois ans, ainsi que Vaffirme Mathieu de l'espéce qu'il décrit sous le nom de Q. Suber; et il n'est pas davantage toujours annuel, comme celui du chêne qu'il appelle Q. occidentalis. Mais il varie selon Pétat météorologique de chaque année, ou selon les conditions locales, tombant en entier certaines années, et se conservant d'autres fois plus d'un an, ou même peut-être plus de deux ans. 7) On n'a jamais entendu dire chez nous que de janvier à avril, nos chênes-liéges, même ceux de Cintra, aient du gland en voie de maturaiion bisannuelle. Le Quercus occidentalis mérite donc peu le nom géographique qui lui a été donné: et, cependant, il est naturel que les variétês de florai- son d'un arbre aussi prépondérant que le chêne-liége dans les diverses régions pêninsulaires, françaises et africaines, ou son aire s'étend, se localisent un tant soit peu et arrivent à prêédominer en certains points. Mais baser sur elles des divisions spécifiques nous semble con- traire à la nature des faits que nous signalons. Ny Divisions qu'on a proposées de Vancienne espéce «Quercus Tlex, L.» Ces divisions ont été peu appuyées par les mêmes auteurs qui in- clinent à adopter celles que nous avons discutées plus haut. Willkomm les énumêre comme des espêces doutenses. Mathieu considêre le Quer- cus Ballota comme une simple variété da Quercus Hex. L'yeuse varie beaucoup en Portugal, quant à la forme et au goút de son gland: il ne varie pas moins quant à la forme dominante de sa feuille qui, tantôt se rapproche de celle du chêne-lige par ses dentelures et par sa forme ovale-aiguê, tantôt se conserve plus elliptique et caratéristique, ou enfin selargit et imite un peu la feuille du chêne portugais, jusque dans la régularité et le plus grand nombre des nervures. La collection de rameaux de chêne des arrondissements, due à Welwitsch, présente toutes ces variétés de fruit et de feuillage, sans qu'il soit possible d'établir des races localisées bien distinctes. Ainsi, x PHYSICAS E NATURAES 9244 en ce qui concerne cette espêce, comme celles qui ont êté discutées pré- cédemment, la distribution gêographique ne favorise pas la division des espêces linnéennes, et Vétude des formes conduit plutôt à soupçonner Pexistence probable de types plus ou mois intermédiaires et hybrides. VI Accord général avec les opinions espagnoles sur ces sujets —Cartes xylographiques Nous constatons avec plaisir Ventier accord de ces idées taxono- miques avec celles de nos voisins, telles que nous venons de les lire dans Vintéressante Revista Forestal tome v en divers endroits. Cette revue, qui nous met au fait des travaux forestiers les plus remarqua- bles des ingênieurs espagnols, contient une fonle d'informations avec les- quelles il devient assez possible de tracer bientôt une carte xylographi- que ou phytogéographique forestitre de toute FEspagne, en procédant comme pour celle du Portugal, dans laquelle nous indiquons pour chaque arrondissement, par des conventions três simples, les 2 ou 3 espêces d'arbres forestiers qui y dominent. Nous inviterions nos voisins à nous donner un tel rêésumê de leurs intéressants travaux. La carte portugaise sera Dientôt publiée en chromo-lithographie, acompagnée d'autres et de textes élémentaires. Voici la liste des grandes espéces forestitres qui s'y trouvent re- présentées: Quercus Robur, L. Quercus Tozza, Bosc. Quercus lusitanica, Lam. Quercus Suber, L. Quercus Hex, L. Castanea vulgaris, Lam. Olea europaca, L. Ceratonia Siliqua, 1. - Pinus Pinaster, Sol. Pinus Pinea, L. Elle comprend tous les arbres qui constituent en Portugal de vê- ritables forêts. 9249 JORNAL DE SCIENCIAS MATREMATICAS LOOLOGIA 1. Meélanges ornilhologiques PAR J. V. BARBOZA DU BOCAGE Continuado do num. xvili H Observations sur les espéces du genre «Sycobius» La lecture de Vintéressant article de M. Elliot, qui vient de parai- tre dans le dernier numero de «'Ibis», sur le genre Malimbus ou Sy- cobius, m'a inspirê le désir de publier le résultat de Petude que J'ai pu faire sur le même sujet. Dans son excellente monographie, M. Elliot admet le chiffre total de 9 espêces, savoir: Malimbus cristatus, M. seutatus, M. Cassini, M. rubricollis, M. nitens, M. nigerrimus, M. Racheliae, M. melanotis, et M. rubriceps. Pour arriver à ce chiffre il lui a fallu sapprimer un cer- tain nombre d'espêces nominales: ainsi Sycobius rufivelatus, Fras. et S. nuchalis, Elliot, sont assimilés au M. rubricollis (S. malimbus, Hartl.); Hyphantornis erythrocephalus, Rúpp., identique au Ploceus pyrrhocepha- lus, Heugl. et au Pl. haematocephalus, P. Wurt., se trouve associé à ceux-ci sous Je nom plus ancien de M. melanotis. Ces éliminations me semblent parfaitement justes; mais j'hésite à accepter pour Vindividu que j'ai décrit, dans une de mes premiéres pu- blications sur Pornithologie d'Angola!, comme appartenant probablement à une espece inédite, la place que M. Elliot lui accorde dans la synoni- mie du M. cristatus. Je ne posséde pas de preuves positives contre la possibilitê de ce que Vindividu en question soit la représentation d'une des phases du plumage du S. cristatus à une certaine époque de son dé- veloppement; mais je prétends que les connaissances acquises à cet égard ! Jor. de Scienc. math. plus. e nat. Lisboa, 1, 1867 p. 140. PHYSICAS E NATURAES 243 sont, jusqu'a présent, plutôt contraires que favorables à une telle hy- pothêse. D'aprês M. Harllaub le jeúne du S. cristatus, d'une teinte cendrée, aurait déja la tête et le cou d'un rouge pâle, avec le front tirant au noir. M. Elliot a retrouvé à peu prês ces mêmes caractêres sur Pindividu qu'il * nous décrit comme le plus jeune de ceux qu'il a observés; voici tex- tuellement sa description: «Still younger. Head and neck and upper part of breast light red, forehead blackish. Wings and back light pur- plish brown. Underneath light greysh brown. Bill light brown.» La seule différence à signaler dans ces descriptions c'est que Pindividu dé- crit par M. Elliot ressemble davantage à Vadulte par la coloration du dos et des ailes; mais, chez I'un et Vautre, la tête et le cou sont rou- ges, et le front est déja plus ou moins distinctement noir, tandis que le corps n'a pas complêtement atteint sa coloration définitive d'un noir de jais. ) Or c'est lá précisement le contraire de ce que nous observons chez Vindividu recueilli au Rio Quilo par M. d'Anchieta en 1865. Cet indi- vidu est d'un noir de jais partout, en dessus et en dessous; il ressem- ble exactement sous ce rapport aux individus adultes du S. cristatus, mais il en difítre énormement par la distribution du rouge sur la tête et le cou, et par "absence compléte de bandeau noir ou noirâtre sur le | front; une tâche d'un rouge terne lui couvre le dessus de la tête, de- puis la base de la mâchoire supérieure jusqu'à derriêre les yeux, ou elle finit par un bord arrondi; le tour des yeux et la région auriculaire sont noires; le menton, la gorge, les cotés du cou et le haut de la poi- trine d'un rouge-orangé clair, qui occupe Vextrémité des plumes; cel- les-ci blanches à la base. Bees et pieds bruns. Dimensions: aile 86 mil- lim.; queue 55 m.; bec 15 m.; tarse 21 m. Si les individus jeunes du S. cristatus, observês par M. M. Har- tlaub et Elliot, portent dejá le capuchon rouge à la tête et le bandeau noir au front avant que leur plumage ait acquis partout le ton noir de jais de Vadulte, je me demande comment serait-il possible de rapporter à la même espece un individu qui par sa coloration gênérale se rapproche davantage de Pétat adulte, en même temps que toutes les autres par- ticularités de coloration le font paraitre bien plus éloigné du type par- fait avec lequel on le compare? Jen conclus donc qu'il vaut micux maintenir conditionellement Vin- dividu de Rio Quilo en déhors des autres especes de Sycobius, que Vas- socier sans motifs suffisants au S. cristatus. Avec de bien meilleures raisons pent-être il serait permis d'ajoutter 94h JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS à la synonimie de cette espêce le Sycobius rubriceps, Richenow, dont nous trouvons une courte diagnose dans le numero d'avril de cette an- née du Journal de Cabanis!. Cette espêce a été etablie d'aprês un individu de la Côte de Ca- marões, que M. Richenow décrit comme voisin du S. cristatus, mais m'ayani pas les plumes de dessus de la téte allongées (ce qui arrive éga- lement à la femelle du S. cristatus), et dont la coulewur rouge de la téte ei de la gorge se prolonge sur la muque et les cotés du cou. Quelque que soil le sort que [avenir réserve à cette espece de M. Richenow, en tout cas elle ne peut conserver le nom qui lui a étê imposé, car ce nom fut donné il y a longtemps par Sundevall à une espêce de VAfrique australe, dont j'ai aussi à m'occuper. Deux espéces, S. melanotis et S. rubriceps, s'êcartent par les tein- tes cendrées de leur plumage de toutes leurs congêneres à coloration d'un noir de jais; la diversité de leurs habitats, la différente nuance du rouge de leurs capuchons cephaliques, la couleur qui couvre les bords de leurs rêmiges et d'autres accidents de coloration paraissent confirmer leur distinction spécifique. Cependant Pexamen de quelques individus du S. rubriceps que j'ai derniérement reçus des confins méridionaux d'Angola (Gambos et Humbe), m'a fait reconnaitre que cette distinction ne repose pas sur des caractéres différentiels aussi tranchants qu'on le suppose en général. Pour me faire bien comprendre je vais indiquer les principaux ca- ractéres de mes 4 exemplaires. a &. Capuchon orangé-aurore; lores, région auriculaire et men- ton de cette même couleur; rêmiges et grandes couvertures des ailes bordées en dehors de jaune-jonquille; régions inférieures d'un blanc presque pur. Bec jaune-orangé; iris roux-brunátre (Anchieta). b é. Capuchon nuancê par places de rouge-orangê vif sur un fond jaune-aurore ou jaune-verdátre. Le reste comme chez Vexemplaire a. c 9. Capuchon rouge-orangé vif variê de jaune, la premiére cou- leur occupant Vextrémité des plumes et le jaune couvrant leur base, avec quelques plumes entremelêes d'un jaune-grisátre; le haut de la poitrine gris, variê de rouge-orangé; loves, tour des yeux, menton, ei une tache sur la région auriculaire noirátres. Bordure des rêmiges et des grandes “couvertures alaires jaune-jonquille. Partie inférieure d'un gris de perle clair. d &. Capuchon d'un beau rouge-orangé vif uniforme, tirant à peine 1 Journal fr Ornithologie — April 1876, p. 209. PHYSICAS E NATURAES 245 à Porangé sur son partour; lores, tour des yeux, menton, et région auriculaire noirátres. Couleur des ailes et de Pabdomen comme chez Pexemplaire c. Bec jaune-orangê; tarse gris de lin; iris couleur d'am- bre (Anchieta). De tous ces exemplaires, Pexemplaire a est celui qui se trouve mieux d'accord avec les descriptions des auteurs et la figure de M. El- liot; mais les deux derniers (c et d) me semblent donner une idée plus exacte de la livrée de Padulte. Le ton rouge du capuchon est beaucoup plus vif et difiérent de celui qu'on trouve sur la figure précitée, due au pinceau de M. Keulemens, ce qui en garantit la parfaite fidélité. TI m'est malheureusement impossible de comparer ces exemplaires avec le S. me- lanotis, qui ne se trouve pas encore représenté dans les collections da Museum de Lisbonne; ainsi je ne puis juger par moi-même si chez ce dernier le ton rouge du capuchon est ou non différent!; mais en tout cas, ce qui ressort clairement de Pesamen de mes 4 exemplaires, c'est que la séparation des deux espêces, S. melanotis et S. rubriceps, nº'a désormais en sa faveur qu'un seul caractêre bien prononcé, la différente coloration des bordures des rêmiges et des couvertures alaires, rouge chez le S. melanotis, d'un jaune-jonquilie chez le S. rubriceps. M. Elliot réunit dans un sous-genre à part, Ficophagus, les espêces à plumage noir de jais et sans huppe. Parmi les 5 espêces que comprend cette section, il y en a 3 extrêmement voisines sous le rapport des couleurs et des dimensions, différant à peine par la coloration de la tête et des couvertures inféricures de la queue; mais ce qui me sem- ble fort singulier, c'est que pour Vune de ces espêces on accepte comme de simples différences sexuelles les mêmes particularités de coloration 1 est fort difficile, sinon impossible, d'apprécier les différentes nuances de couleurs d'aprês la plupart des descriptions. M. Elliot n'est pas à Iabri de ce reproche. Pour lui le rouge du capuchon du S. cristatus serait du cramoisi (crimson), nom qu'il applique également au rouge des S. scutatus, Cassini et mitens, tandis que nous y voyons un rouge-orangé, plus ou moins vif, se rap- prochant davantage des nuances de Vécarlate, sans le mélange de violet qui caractérise le cramoisi. Le capuchon du S. rubriceps serait, daprés M. El- liot, «bright-scarlet», mais sa figure prouve qu'il est orangé nuancé de rouge ou couleur-aurore. Le mot «red» dont se sert M. Elliot pour désigner le rouge du S. melanotis est trop vague; Lafresnaye le compare au rouge de minium, et d'aprês la figure qu'il publia dans le Magasin de Zoologie on doit croire qu'il est en eflet plus vif et tirant moins à Vorangé que chez le S. rubriceps; dans la diagnose de la premiére espêce publiée par Heuglin on lit —«ccapite, collo et pectore scarlatinis.» 246 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS qui servent à distinguer entre elles les deux autres espêces. Jentends parler du S. scutatus et des livrées géneralement attribuées au mále et à la femelle adulte, et je compare ces livrées avec celles attribuées au S. Cassini et au S. nitens, qui répondent parfaitement aux deux sexes du S. scutatus, sauf Pabsence de rouge sur les sous-caudales. Cette re- marque n'a toutefois d'autre but que d'engager les voyageurs en Afri- que occidentale à determiner bien exactement les sexes des individus portant ces diverses livrées, afin qu'il nºen puisse rester le moindre doute à cet égard. Je dois ajouter que je possêde deux individus à tête noire et à sous-caudales rouges de Fanti marquês comme femelles du S. scu- tatus; deux autres individus, également de la Cote d'Or, à tête noire et a sous-caudales noires (S. mitens) ne portent sur leurs êtiquettes au- cune indication de sexe. Le S. Cassini, Elliot, n'existe pas dans les col- lections du Museum de Lisbonne. Avant de conclure, je profite de cette opportunité pour donner la description sommaire d'une nouvelle espece de Sycobiws, qui doit pren- dre rang à côtê du S. nigerrimus. Elle est en effet d'un noir de jais partout, à "exception d'un espace varié de blanc sur la nuque, en forme de croissant, large au milieu, dont chaque extrêémité s'appuie sur la région auriculaire de son côté; les plumes qui s'y trouvent implantêes, d'un gris-cendré à la base, sont ensuite d'un blanc pur avec une étroite bordure noire à Pextrêmité, d'ou résulte un dessin régulier formê de raies étroites et de petites taches blanches. Le bec est noir et les tarses bruns. Ses dimensions sont de beaucoup inférienres à celles du S. ni- gerrimus, dont je posséde deux individus adultes du Gabon; elle en différe tant par les proportions de toutes les parties que par la forme du bec, qui est sensiblement plus êtroit. Je propose pour cette nouvelle espéce le nom de S. albinucha. J'ai rencontrê Pindividu unique, dont je viens d'esquisser les prin- cipaux caractéres différentiels par rapport au S. nigerrimus, dans une petite collection d'oiseaux, la plupart recueillis dans le Quanza (An- gola), que mon ami M. Sharpe a eu Vobligeance de me procurer en Angleterre; J'ignore le sexe de cet individa ainsi que le lieu exact de se provenance, car il porte à peine ces mots sur Pétiquette qui Vacom- pagne —cWest-Africa. — II. Whitely. 28. Wellington Str. Woglwisch.» Les dimensions prises sur Vindividu en question, mises en regard de celles d'un individu mile adulte du S. migerrimas, aideront à mieux Juger de Pexactitude de mes assertions. PHYSICAS E NATURAES 9h7 S.albinucha. S. nigerrimus. Long. tot. 128mm Soja L. de Vaile 74» 85» L. de la queue 50 » 62 » long. 16 » 18 » RE haut. max. 748» 41312» Tarse 17 » 22 » a Doigt med. 12 » 16 » Voici maintenant la diagnose de cette espêce: S. albinucha: S. nigerrimo similis, sed minor; nitide niger ; torque occipitali albo-vario; rostro graciliori nigro; pedibus fuscis. 248 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS 2. Aves das possessões portuguezas d'Africa oceidental POR J. V. BARBOZA DU BOCAGE DUODECIMA LISTA As aves de que fazemos agora menção foram colligidas pelo sr. José d'Anchieta nos ultimos tempos da sua residencia no Humbe. D'ali desejava o nosso habil explorador tentar o reconhecimento do Cunene; porém a sublevação do gentio dos Gambos, cortando-lhe todas as com- municações com o littoral, obrigou-o a abrir mão d'aquelle perigoso emprehendimento e a retroceder para a Huilla em quanto se não achava totalmente exhausto de mantimentos. Logrou chegar, não sem risco, à Huilla, d'onde regressou a Mossamedes em principios de julho deste anno; e apoz algumas semanas, consagradas ao indispensavel descanço e aos preparativos para uma nova expedição, pôz-se a caminho de Quil- lengues e do sertão de Benguella, onde deve actualmente encontrar-se. Das suas investigações n'esta parte do nosso territorio muito ha a es- perar, se a sorte coutinuar a se lhe mostrar propicia. Das 73 especie que a ultima remessa comprehende nenhuma é nova para a sciencia, porém ha algumas que ainda não tinhamos recebido d'aquella parte da Africa occidental, e muitas interessantes. 1. Pseudogyps africanus. (Salv.) Nove exemplares de um e outro sexo, em diversos estados de plumagem. É especie muito vulgar no Humbe, onde lhe dão o nome de Kubi, egualmente applicado ao Gyps occipitalis, que tam- bem ali apparece. Diz-nos o sr. Anchieta que tem o iris castanho- escuro, O bico, as faces, o pescoço e os pés d'um pardo escuro, que se conserva inalteravel. L9 PHYSICAS E NATURAES | 249 . Gyps oceipitalis. (Burch.) Dois exemplares: um macho adulto e uma femea nova. «Iris castanho; cêra d'um esverdeado claro; bico encarnado, mais escuro no apice; tarso côr de madre-perola arroxado. » . Melierax gabar. (Daud.) 2 joven. «Iris e cêra amarellos; bico corneo-escuro; pés d'um amarello vivo.» . Aceipiter minullus. (Daud.) Dois exemplares novos, d e 9. «Iris e cêra côr de cana; espaço periophthalmico amarello es- verdeado; pés côr de gemma d'ôvo levemente tostados.» « Helotarsus ecaudatus. (Daud.) Dois exemplares, uma femea adulta e outra nova. Nome indi- gena — Golococo. - Milvus aegyptius. (Gm.) 2 ad. «Iris castanho; bico e pés amarellos. N. indig. Kikuambi.» « Falco biarmicus. Temm. à ad. «Iris castanho; espaço periophthalmico amarello pouco vivo; cêra da mesma côr; bico amarello esverdeado, mais escuro e azulado para a ponta; pés amarellos. N. indig. Luco.» Diz-nos o sr. Anchieta que encontrára no estomago deste ex- emplar restos d'aves. - Bubo maculosus. (Vieil].) é ad. «Iris côr de oiro. O estomago continha alguns ratos. N. indig. Kicunjo.» . Glaucidium perlatam. (Vieill.) à e 9. «Iris e cêra amarello-esverdeado; bico corneo escuro; pês côr de gemma d'ovo.» 10. Scops capensis. Smith. à. «Iris amarello; bico corneo escuro.» 14, Pionias fascicollis. (Kuhl.) 5 exemplares em diversos estados de plumagem. «Iris pardo, 250 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS bico esbranquiçado, escuro para a ponta; pés côr de terra. No es- tomago restos de fructos. N. indig. Kissua.» Folgamos muito de ver confirmada pelo nosso amigo o sr. Sharpe, a suspeita que tiveramos de que seria esta, e não o P. robusius, a especie encontrada por Andersson no paiz dos Damaras, ao sul de Cunene!. No nosso trabalho sobre a Ornithologia d'Angola, cuja impressão já se acha adiantada, occupámo-nos tambem d'este as- sumpio. 12. Pionias Rúppellii. (Gray.) é. «Iris encarnado, tirando para amarello na circumferencia; bico e pês d'um corneo escuro. Vivem em bandos pouco numero- sos. N. indig. Kikuanga.» 13. Campethera Brucei. (Malh.) Varios exemplares. «Iris rôxo, tarso escuro côr de terra ou es- verdeado. O estomago tinha insectos e formigas N. indig. Bangula.» 14. Deudrobates cardinalis. (Gm.) ó e q. «Iris roxo; tarso negro esverdeado. No estomago coleo- pteros. N. indig. Bangula.» 15. Merops apiaster. Linn. ó e 9. «Iris vermelho. No estomago gafanhotos.» 16. Coracias caudata. Linn. 17. Coracias naevia. Daud. . 18. CGeryle rudis. Linn. 2. «Iris castanho, bico e pés pretos. O estomago continha al- uns fructos. N. indig. Sumbo. Morta no rio Cunene.» (o) 19. Haleyon cyanoleuca. (Vieill.) é e 9. «Iris castanho: maxilla rubra, mandibula negra; face an- terior do tarso e dedos côr de cobre, posteriormente côr de telha. No estomago formigas.» 1 Bocage. Jorn. de Scienc. de Lisboa, num. vir 1873, pag. 285; Gurney in Anderss. B. Damara-Land pag. 213; Sharpe im Layard's Birds S. Afr. pag. 195. 20. 21. 22. 25. 24. 25. 26. 27. 28. 29. 30. PHYSICAS E NATURAES 251 Haleyon semicaerulea. (Forsk.) «Iris castanho. No estomago gafanhotos. N. indig. Sumbo.» Pogonorhynchus leucomelas. (Bodd.) Bucorax cafer. (Schleg.) é. «Iris esverdeado claro; pelle nua da face e pescoço encar- nada; uma malha d'um azul-rôxo escuro sobre a bolsa gular; tarso preto com as margens das escamas empoeiradas. No estomago ga- fanhotos. N. indig. Mucungungo.» Tockus melanolencus. (Licht.) «Iris amarello. Come fructos. N. indig. Sunguiandondo. » Tockus erythrorhyncus. (Gm.) «Iris castanho. No estomago insectos. N. indig. Potopoto.» Cuculus canorus. Linn. Cuculus clamosus. Lath. Oxylophus jacobinus. (Bodd.) 5 exemplares. «Iris castanho; bico quasi negro superiormente, amarello na base da mandibula; tarso escuro tirando para côr d'ar- dosia. No estomago coleopteros e formigas.» Chrysococeyx cupreus. (Bodd.) à e 9. «Iris vermelho; rebordo carunculoso das palpebras en- carnado; bico corneo-escuro, mais claro e tirando para rôxo na face inferior da mandibula. Tarso pardo escuro. No estomago ga- fanhotos. N. indig. Kasibo.» Indicator major. Steph. à e 9. «lris côr d'azeitona; espaço periophthalmico arroxado; tarso castanho tinto de rôxo. No estomago cellulas dos favos d'abe- lhas. N. indig. Sequi.» Indicator minor. Steph. 2. «Iris castanho; bico pardo muito escuro; tarso côr d'ardo- sia. No estomago formigas.» E esta a primeira vez que recebemos d'Angola as duas especies JORN. DE SCIENC. MATH. PHYS. E NAT.— N.º XX. 17 2592 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS d1. 35. . Nectarinia gutturalis. Linn. 35. 36. d7. 38. 39. hO. precedentes de Indicator, nem nos consta que outro viajante as encontrasse nos limites d'aquella possessão portugueza. Gurney cita apenas o ultimo como tendo sido encontrado por Andersson em Damara, e no catalogo de Sharpe acham-se inseriptos 3 exem- plares remettidos por este viajante. Colius erythromelas. Vieill. 2. «ris castanho, espaço peri-ophthalmico e base do bico ver- melho-escuro; pés da mesma côr. Come fructos.» . Irrisor cyanomelas. Vieill. 5 exemplares, um adulto e dois jovens. «Iris pardo escuro; o bico na commissura d'um amarello esverdeado, o resto preto, bem como os pés. O estomago de um d'estes exemplares continha, além de formigas, um pô amarello com apparencias de pollen, cuja côr penetrava as tunicas do estomago.» Hirundo Monteiri. Hartl. «Iris castanho, tarso e Dico pretos. O estomago continha pollen.» Turdus strepitans. Smith. &. «Iris castanho; bico corneo com a base da mandibula ama- rella; pés d'um amarello esverdeado. No estomago termitas. N. indig. Quinangalundo. Crateropus Jardinei. Smith. Aedon leucophrys. (Vieill.) «Iris castanho; bico corneo escuro com a metade da maxilla inferior d'um amarello vivo; tarso pardo claro, tirando para gri- delim nos dedos. No estomago coleopteros.» Saxicola pileata. (Gm.) 2. «Iris castanho; bico e pés pretos. No estomago insectos. » Phyllastrephus capensis. Sw. Oligocereus rufescens. (Vieill.) à. «Iris pardo-avermelhado; bico amarellado com a extremidade escura; pés lividos. No estomago insectos.» PHYSICAS E NATURAES 253 h4. Oriolus notatus. Peters. à. «Iris roxo-terra; bico da mesma côr; pés côr de zinco.» 2 jov. «Iris castanho; tarso pardo escuro, dedos côr de terra.« «O estomago continha fructos e sementes misturados, às vezes, com restos de coleopteros. N. indig. Dicole.» h2. Parus leucopterus. Sw. 43. Parisoma subcaeruleum. (Vieill.) h4. Lanius collurio. Linn. h exemplares. «Iris castanho; bico corneo na base, mais escuro no apice; pés d'um castanho claro levemente arroxado. No esto- mago insectos.» 45. Lanius minor. Gm. à e 9. «ris castanho; bico quasi negro, excepto na base da mandibula que é mais clara e azulada; pés pardo escuro. Come insectos.» h6. Nilaus brubru. (Lath.) 2. «Iris castanho; bico corneo escuro; tarso pardo esverdeado. No estomago coleopteros.» h7. Prionops talacoma. Smith. k exemplares. «Íris e caruncula periophthalmica amarello de chromo; bico preto; pés amarellos. Come coleopteros.» h8. Eurocephalus anguitimens. Smith. 2. «Iris pardo; bico corneo, quasi negro; pés d'um pardo es- curo. No estomago insectos. N. indig. Engombe.» h9. Malaconotus similis. Smith. 2. «ris castanho; bico preto; tarso e dedos côr de chumbo.» d0. Urolestes melanoleucus. (Jard.) à e 2. «ris côr de chocolate; bico e pês negros. Come inse- ctos.» 51. Dryoscopus cubla. (Shaw.) ó e 2. «Iris vermelho; bico preto; pês pardos esverdeados.» 17. 254 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS 52. Dryoscopus major. Hartl. 2. «Iris castanho; bico e pês pretos. Come coleopteros.» 53. Laniarias atrococeineus. (Burch.) à. «Iris gridelim; bico e tarso pretos. Come insectos.» 54. Lanicterus niger. Vieill. 55. Dilophus carunculatus. (Gm.) 6 exemplares. «Iris castanho; bico gridelim sujo; espaço perio- phtalmico vermelho esverdeado; pes d'um amarello sujo. No es- tomago termitas, gafanhotos e outros insectos. » 56. Pholidauges Verrauxii. Boc. «ó. Iris amarello vivo. 9 Iris côr de carne. Come fructos. 57. Lamprotornis Mewesii. Sund. 2 exemplares, ambos femeas, das quaes uma adulta. Esta ul- tima, capturada em fevereiro de 1876, apresenta-se com todo o brilhantismo das suas córes d'um verde-bronze escuro com refle- xos violaceos; na parte inferior do dorso, uropygio, coberturas su- periores da cauda e abdomen domina um bello violaceo com re- flexos de cobre doirado; a cauda é na base d'um violaceo quasi uniforme e verde-bronze para a extremidade, toda ella é distincta- mente marcada de traços transversaes escuros quando exposta à luz; as azas são verde-bronze, excepto as pequenas tectrizes, onde se nota um certo fulgor violaceo. As suas dimensões são: Comp. tot. 380"”; aza 1537”; cauda 2387”; bico 187”. tarso 387 e Na etiqueta deste exemplar vem apontado pelo sr. Anchieta que o iris é castanho e que no estomago lhe encontrára varios insectos. O outro exemplar, morto em setembro de 1875, tem côres muito menos brilhantes, prova incontestavel de que é mais novo. À sua côr dominante é um verde-bronze com reflexos azulados, à exce- pção da parte inferior do dorso, do uropygio e das coberturas su- | periores da cauda onde reina a côr violacea, mas sem os refle- xos de cobre doirado; todo o abdomen é d'um pardo fuliginoso com leves reflexos violaceos; na cauda, quasi uniformemente verde- bronze, percebem-se tambem reflexos azulados e violaceos. Comp. tot. 350""; aza 1507”: cauda 2457”; bico 177”; tarso ai tu PHYSICAS E NATURAES 255 Concorda esta especie nas dimensões com a L. purpurea; po- rém n'esta domina francamente em toda a plumagem a côr d'ame- thysta com reflexos acobreados. 38. Lamprocolius phaenicopterus. Sw.? Um exemplar com a indicação de macho. É um pouco maior do que os exemplares de L. decoratus que possuimos de varias loca- lidades d'Angola; confunde-se porém cem elles nas côres, não lhe faltando mesmo os reflexos violaceos nas coberturas das primarias e na face superior da cauda, que parecem ser os caracteres distin- ctivos d'aquella especie. Estamos muito inclinados a crer que o L. bispecularis não pôde separar-se do L. decoratus, e que ambos se confundem com o L. phaenicopterus. 99. Texter erythrorhyncus. Smith. à. «Iris castanho; bico vermelho; pés côr de coral desmaiado. No estomago formigas. » 60. Hyphantornis velatus. (Vieill.) «ó. Iris amarello avermelhado; pés côr de carne. 2. Iris côr de cana; pés côr de chumbo. No estomago sementes e insectos. » 61. Quelea sanguinirostris. (Linn.) à. «Iris castanho claro, rebordo das palpebras côr de coral; bico encarnado vivo; tarso e dedos côr de telha desmaiada. No estomago uma especie de milho miudo que aqui chamam maçango. 62. Euplectes taha. Smith. 2. «Iris pardo. N. indig. Ehangombe.» 63. Amadina erythrocephala. Linn. à. «Iris castanho; tarso levemente arroxado. Come maçango. 64. Fringillaria flaviventris. (Vieill.) à e 9. «Iris castanho; bico arroxado, dºum tom mais escuro na maxilla superior; pés gridelim. No estomago insectos coleopteros. » 65. Treron nudirostris. Temm. 66. Parra africana. Gm. 2. «ris castanho; placa frontal esverdeada; bico corneo; tarso bronzeado. No estomago capim.» 80 cap 956 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS 67. 15. Lymnocorax niger. (Gm.) é «iris castanho; bico verde-amarellado; pés rôxo-terra. Come capim. N. indig. Kakulikuange.» . OEdicnemus capensis. Licht. & «Iris amarelo vivo.» .- Cursorius cinctus. Heugl. - Ardea ardesiaca. Wagl. . Plectropterus gambensis. (Linn.) . Sarcidiornis melanotus. (Penn.) à e 9. «Iris castanho. No estomago capim e raizes. N. indig. Ecubo.» Larus phaecocephalus. Sw. Acrescentaremos à lista precedente a indicação, que não nos pa= rece destituida d'interesse, de algumas aves colhidas nas margens do Quanza, que conseguimos adquirir para o Museu de Lisboa por inter- venção de Mr. Sharpe. São ellas: - Pogonorhynchus leucomelas, (Bodd). . Dendropicus Hartlaubi, Malh. CO DO, mm - Campethera Caroli, (Malh.). RE - Merops bullockoides, Smith. « Corythornis cyanostygma, (Rúpp). . Ispidina picta, (Bodd). « Hirundo puella, Temm. - Nectarinia gutturalis, Linn. (do) too) ato en (Og « Neci. Jardinei, Verr. 10. Tehitrea cristata, (Gm.) PHYSICAS E NATURAES 251 . Prionops talacoma, Sm. « Criniger nivosus, (Temm.). . Motacilla vidua, Sund. . Buphaga africana, Linn. . Penthetria albonotata, Cass. . Hyphantornis xanthops, Hortl. . Euplectes melanogaster, (Lath.). . Euplectes flammiceps, Sw. « Pytelia melba, (Linn.). . Ploceus erythrops, Hartl. 1. Chalcopelia chalcospilos, Wagl. 958 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS à. Aves d'Angola encontradas nas colleeções do Dr. Welwitsch POR J. V. BARBOZA DU BOCAGE É geralmente sabido que o dr. Welwitsch, fallecido ha poucos an- nos, fez a expensas do governo portugez uma extensa exploração bota- nica nas nossas possessões d'Angola, e conseguiu reunir documentos importantissimos para o estudo da Flora d'aquella interessante região. Tambem é do dominio publico a historia deploravel dos artifícios com que se pretendeu privar o governo portuguez do que era sua proprie- dade incontestavel, e como, graças aos habeis e perseverantes esforços do nosso collega e amigo o dr. Bernardino Antonio Gomes, se conse- guiu ultimamente a restituição d'essas collecções scientificas que, até por decoro nacional, se não podiam abandonar em mãos estranhas. Com quanto o dr. Welwitsch se occupasse especialmente do estudo da Flora angolense, nem por isso deixou de aproveitar as occasiões que se lhe offereceram em suas viagens para colligir alguns specimens zoologi- cos; assim é que encontramos na parte do seu espolio, actualmente em Lisboa, uma collecção interessante de molluscos terrestres e fluviaes, que fôra ha tempos estudada por Morelet e dera assumpto à obra publi- cada por este malacologista francez em 1868, outra collecção muito mais numerosa de insectos, na qual predominam os colcopteros, alguns mam- miferos em pequeno numero e pouco mais de 20 aves. É destas que temos hoje a occupar-nos. Os specimens ornithologicos colligidos por Welwitsch foram pri- mitivamente conservados em alcool e acham-se hoje n'um estado deplo- ravel; apesar porém desta circumstancia e do seu pequeno numero, não deixa esta collecção de offerecer interesse, porque nella figuram espe- PHYSICAS E NATURAES 259 cies que Welwitsch foi o primeiro a descobrir, e que ninguem mais conseguiu ainda encontrar no territorio angolense. O dr. Welwitsch tivera o cuidado de submetter estas aves ao exame dos drs. Finsch e Hartlaub, de Bremen, zoologistas de mui provada com- - petencia na ornithologia d'Africa. Na obra recentemente publicada por elles com o titulo de— «Die Vôgel Ost-Afrika's» encontram-se mencio- nados os exemplares de Welwitsch, muitos dos quaes conservam nas etiquetas os nomes scientificos pela letra do dr. Finsch. Eis as especies que nos foi possivel determinar com segurança na citada collecção : 1. Halcyon erythrogastra. Temm. S. Thiago de Cabo Verde. Um exemplar adulto, colhido provavelmente quando o dr. Wel- witsch regressou d'Angola e durante o pouco tempo que se demo- rou na ilha de S. Thiago. 2. Ispidina picta. (Bodd.) Golungo-Alto. Exemplar adulto, em tudo conforme com os que temos de Ca- binda colligidos pelo sr. Anchieta. 3. Dendrobates africanus. J. E. Gray. Não traz designação especial de localidade, mas parece-nos pro- vavel que seja do Golungo-Alto, porque são d'ali a maior parte das aves colligidas por Welwitsch. Na etiqueta dºeste exemplar lê-se pela lettra do dr. Finsch: — «Dendrobates namaquus, Licht. Bp. Comp. p. 124.» Parece-me tambem que é a este exemplar que alludem os srs. Finsch e Har- tlaub na sua obra sobre as aves d'Africa oriental, onde se lê no ar- tigo que consagram ao D. namaquaus : — «Westliche Exemplare von Angola in Welwitsch's Sammlung fanden wir ubereinstimmend.» (V. Finsch et Hartlaub. Vôg. Ost-Afr. p. 509) No specimen que temos à vista o que mais fere a attenção é a côr da cauda, que é uniformemente negra ou d'um pardo quasi negro, com as hastes das rectrices perfeitamente negras e lustro- sas. Por este caracter aproxima-se elle mais da C. Caroli, com a qual todavia não é possivel confundil-o. 260 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS Para justificarmos a nossa opinião apresentaremos um breve es- boço dos principaes caracteres d'este exemplar, que vem designado como femea. A côr dominante é um pardo-azeitonado, mais carregado nas re- giões inferiores. No dorso e coberturas das azas não ha malhas nem riscas mais claras, apenas se notam algumas pequenas malhas es- branquiçadas nas extremidades de algumas das pequenas cobertu- ras alares; a face inferior do tronco porém é distinctamente ma- lhada de branco-amarellado, e estas malhas, que guardam sempre uma certa distancia entre st, são arredondadas no peito e ventre, oblongas nos flancos e coberturas inferiores da cauda. A cabeça é superiormente de um pardo escuro. à excepção da fronte que: é mais clara € arruivada; as faces lateraes da cabeça e do pescoço e a gar- ganta são brancas; deste fundo branco destacam-se duas riscas dum pardo muito escuro e quasi parallelas, uma partindo da com- misura do bico e dirigindo-se à região auricular onde se dilata, a ou- tra começando na base da mandibula e estendendo-se sobre a face lateral do pescoço. As pennas primarias das azas, são negras, mar- ginadas exteriormente de côr d'azeitona e com 4 a 5 pequenas ma- lhas esbranquiçadas; as pennas secundarias, da côr do dorso, apre- sentam riscas transversaes mais claras c pouco distinctas nas bar- bas externas, e pequenas malhas esbranquiçadas nas margens in- ternas. A cauda é uniformemente dum pardo muito escuro, quasi negro, sem vestígio algum de malhas brancas nas pennas lateraes e com as hastes de todas as pennas perfeitamente negras. A face inferior das azas variggada de pardo escuro e de branco. Bico pardo-escuro, ao que parece, um pouco mais claro nas margens e no apice da mandibula; os pés pardos. As suas dimensões são: comp. tot. 2107”. aza 140P”: cauda 82"" : bico (culmen) 26”?; tarso 1877. O D. africanus é uma especie extremamente rara e mui pouco conhecida. A primeira descripção deve-se ao dr. J. E. Gray que a publicou em 1831 na «Zoological Miscellany», servindo-lhe de typo um exemplar é, que.o capitão Sabine trouxera da Serra Leda; este exemplar porém parece haver-se desencaminhado. Posteriormente Cassin encontrou nas' collecções d'aves remettidas por Du Chaillu do Gabão e do Caho de Lopo Gonçalves dois pica-paws, um macho e uma femea, que referiu à especie de Gray e de que publicou as descripções (Proc. Acad. Philad. 1863. p. 322). São estes os unicos documentos que podémos consultar, e os PHYSICAS E NATURAES 261 unicos que suppomos existirem ácerca d'esta curiosa especie. Con- frontando o nosso exemplar com as descripções dos auctores cita- dos, julgamos poder concluir a favor da sua identidade especifica, e a nenhuma outra nos é possivel referil-o. Em abono da nossa opinião aqui transcrevemos a descripção publicada por Cassin, do exemplar adulto, tambem femea, colligido por Du Chaillu: «2 ad. Cabeça superiormente d'um pardo annegrado ; uma risca branca sobre o olho e outra partindo da base da mandibula, sobre o pescoço. Faces superiores do corpo e azas d'um pardo azeito- nado, com algumas riscas transversaes pouco distinctas d'um branco esverdeado na parte externa das pennas mais curtas das azas. As pennas das azas com, geralmente, 4 malhas brancas na margem externa e maiores malhas da mesma côr na margem interna. Re- giões inferiores côr d'azeitona mais escura, com numerosas malhas brancas circulares e oblongas, que se reunem formando riscas trans- ' versaes nos flancos e coberturas inferiores da cauda. Cauda d'um pardo negro. Bico e pés côr de chumbo ou corneos; o vertice da « maxilla e a metade terminal da mandibula de côr mais clara, quasi branca. Comp. tot. 8 !/, polleg.; aza 4 !/; poll.; cauda 3 !/; (Cas- Sin).» . Dendrobates Hartlaubi. (Malh.) Golungo-Alto. Conservamos a este exemplar o nome que lhe deu o dr. Finsch, com quanto nos não possamos dizer bem convencidos de que seja uma especie sufficientemente distincta do D. Cardinalis. .« Chrysococeyx cupreus. (Bodd.) Sem designação de logar. « Hirundo pnella. Temm. Golungo-Alto. - H. Gordoni. Jard. Angola, sem designação de localidade. É o primeiro e unico exemplar d'esta especie que nos aucto- risa a incorporal-a na Fauna angolense. 262 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS 8. Nectarinia gutturalis. Linn. Loanda. 9. Nectarinia Jardinei. Verr. Loanda. 10. N. chalcea. Hartl. 11. 13. UR Angola. Não traz marcada a procedencia, mas apenas o nome especifico na etiqueta. O typo da especie foi encontrado pelo sr. Monteiro em Benguella. Temos um exemplar do Duque de Bra- gança, que publicimos com este nome, o qual se assemelha ao exemplar de Welwitsch e está d'accordo com a descripção de Har- tlaub; quando porém os comparamos com exemplares da N. cu- prea, sentimo-nos inclinados a que sejam uma só especie. Oligocercus rufescens. (Vieill.) Golungo-Alto. « Ânthus Gouldi. Fras. Loanda. Lamprocolius chloropterus. Sev. ' Loanda. Conservamos a este exemplar o nome imposto pelo dr. Finsch, com quanto nos pareça identico a outros de egual procedencia, que julgamos dever referir antes ao L. decoratus, Hart). (L. bispecu- laris, Jard.?); porém encontramol-o em tal estado de deterioração e com as córes tão profundamente alteradas pelo alcool que nos é impossivel assentar juizo seguro a seu respeito. Crithagra capistrata. Finsch & Hartl. Golungo-Alto. Exemplar unico, infelizmente em mau estado, typo da especie descripta por Finsch & Hartlaub na sua obra sobre as aves d'Africa oriental. PHYSICAS E NATURAES . 265 15. Habropyga subllava. (Vieill.) Dois exemplares encontrados por Welwitsch no Icolo. 16. Ortygospiza polyzona. (Temm.) Golungo-Alto. 17. Penthetria macrura. (Gr.) Golungo-Alto. 18. Vidua principalis. Linn. Loanda. 19. Fuplectes flammiceps. Sw. Golungo-Alto. 20. Chalcopelia afra. Loanda. Accrescem aos precedentes dois exemplares n'um estado tão lasti- moso que é impossivel determinal-os: eguaes difficuldades experimen- tou o nosso amigo o dr. Finsch quando os examinou, pois que apenas referiu um, muito em duvida, ao genero Bessonornis, e declarou o ou- tro, que pertence aos Ploceidae, indeterminavel. 264 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS A, Catalogo dos erustaceos de Portugal POR FELIX DE BRITO CAPELLO Ordo. PODOPHTALHIA. Subordo. EUBRANCHIATA. I Trib: Brachiura. I Familia. Oxyrhyncha. Genus. Stenorhynchus. 4. Stenorynchus phalangium. N. vulg. Aranha. Cancer phalangium. Penn. 1v, tab. 1x, f. 17. Sten. phalangium. M. Edw. Hist. nat. Crust. 1, 279. Heller. Grust. des Suúdlich. Europ. 25. Vulgar. Setubal e Algarve. Gen. Inachus. Fabr. 9. Inachus seorpio. N. vulg. Aranha. Cancer scorpio. Fabr. Entom. Syst. 1, 426. Im. scorpio. Fabr. Suppl. 358. M. Edw. Hist. nat. Crust. 1, 288. Heller. Crust. des Súdlich. Europ. 31. Toda a costa, abundantissimo. RI CEO DS SD cai a SODA ONA SR A ne a PHYSICAS E NATURAES 265 3. Inachus dorynchos. N. vulg. Aranha. In. dorynchaus. Leach. Edimb. Enc. art. Crust. 431.; M. Edw. Hist. nat. Crust. 1, 288. Heller. Crust. des Súdlich. Europ. 34. Pouco vulgar. — Setubal, arrasto. k. Inachus Aguiarii. n. sp. N. vulg. Aranha. Especie totalmente distincta das actualmente conhecidas ; apro- xima-se do In. thoracicus pela existencia de placas calcareas na região sternal, porém na especie nova estas placas são communs aos dois sexos, em quanto que na outra especie este caracter é ex- clusivo dos machos. Esta circumstancia só por si é sufficiente para distinguir a nova especie de todas as outras; no emtanto daremos della uma descripção circumstanciada para determinar a sua ca- racteristica. Rostre saillant et fortement bidenté. Région stomacale avec trois épines disposées en triangle inverti; celles de devant sont petites et tuberculiformes, la postéricure est três développée. On trouve cing autres épines sur le reste de la carapace: une sur la région cor- diale, deux autres aux régions branchiales, et deux à la partie pos- térieure. Dents orbitaires externes spiniformes et bien développées: une épine de chaque côtê aux régions ptérygostomiennes. Pates antérieures comme chez le Za. thoracicus. Sternum des deux sexes avec des plaques ovalaires; chez le mále elles occupent tout le ster- num, et chez la femelle (à cause du plus grand développement de Vabdomen) elles en occupent seulement la moitié antérieure. Hab.: Setubal. —Obtenu par dragage, à 20 mêtres de fond. Nous dédions cette espêce à notre ami Mr. A. A. de Aguiar, pro- fesseur de chimie à "École Polytechnique, comme un gage de con- sidération et d'estime. Gen. Pisa. Leach. 5. Pisa tetraodon. Cancer tetraodon. Penn. Brit. Zool. 1v, tab. vim, f. 2. 14. Pisa tetraodon. Leach. Transact. Linn. Soc. xr. 328. M. Edw. Hist. nát. Crust. 1, 305. Heller, Crust. Súdlich. Eur. 44. Setubal e Algarve. 266 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS 6. Pisa Gibsii. Pisa Gibsii. Leach. Transact. Linn. Soc. x, 327. M. Edw. Hist. nat. Crust. 1, 307. Heller. Crust. Súdlich. Eur. 41. Setubal. — Obtida por dragagem, 15 a 20 metros. Gen. Maja. Lamk. 7. Maja squinado. N. vulg. Santolla. Cancer squinado. Rondel. liv. 18. 401. Maja squinado. Latr. Hist. nat. Crust. v, 93. M. Edw. Hist. nat, Crnst. 1, 327. Heller. Crust. Súdlich. Europ. 49. Setubal e costa sul, abundantissimo. 8. Maja verrucosa. Cancer maja. Belon. Maja verrucosa. M. Edw. Hist. nat. Crust. 1, 328, pl. 3, f. A-14. Heller. Crust. Súdlich. Eur. 50. Setubal, pouco vulgar. Gen. Eurynome. Leach. 9. Eurynome aspera. Cancer asper. Penn. Brit. Zool. Iv, tab. x, f. 3, p. 13. Euryn. aspera. Leach. Malalac. Brit. tab. xvir. M. Edw. Hist. nat. Crust. 1, 351, tab. 15, f. 18. Heller. Crust. Súdlich. Eur. 54. Setubal. —Dragagem, 15 a 20 metros. Gen. Lambrus. Leach. 10. Lambrus setubalensis. Lambrus setubalensis. Capello —Descripç. de alg. espec. nov. de Crust. e arachn. 3, tab. 1, fig. 2. Setubal, pouco vulgar. PHYSICAS E NATURAES 267 IH Fam. Cyclometopa. Gen. Cancer, Linn. 14. Cancer pagurus. N. vulg. Sapateira. Cancer pagurus. Linn. Syst. nat. xm, 1, 1044. Heller. Crust. Sudlich. Eur. 62. Toda a costa, vulgar. 12. Cancer Bellianus. N. vulg. Sapateira. Cancer bellianus. J. Y. Johnson. Proc. of. Zool. S. of L. 1861, 240. Lisboa, rarissimo. - Gen. Xantho. Leach. 13. Xantho rivulosus. Caranguejo. Xantho rivulosos. Riss. Hist. nat. Eur. mérid. v, M. Edw. 9. Hist. nat. Crust. 1, 394. Heller. Crust. Sudlich. Eur. 66. Setubal, por dragagem. 44. Xantho floridus. Cancer floridus. Montagu, Transact. Linn. Soc. 11, f. 1, 86. Xantho florida. Leach. Transact. Linn. Soc. x1, 320. Xantho ftoridus. M. Edw. Hist. nat. Crust. 1, 394. Heller. Crust. Sudlich. Eur. 67. Setubal e Algarve, vulgar. Gen. Pilumnus. Leach. 45. Pilumnus aiffius. P. ajfinis. Capello— Appendice à lista dos Crust. Decap. de Por- tugal —Jorn. de Sc. math. phys. e nat. num. xvim, 1875. Setubal, raro. — Dragagem, 10 a 15 metros de fundo. JORN. DE SCIENC. MAT. PHYS, E NAT.— N. XX. 18 268 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS 46. Pilumn us Teixeirianus. P. T'eixeirianus. Capello — Appendice à lista dos Crust. Decap. de Portiigal—Jorn. de Sc. math. phys. e nat. num. xvim, 1875. Setubu, raro. Gen. Eriphia. Latr. -A7. Eriphia spinifrons. Cancer spinifrons. Herbst. tab. xr, f. 65. Eriph. spinifrons. Savign. Desc. de PEgypt. Crust. pl. 4, f. 7. M. Edw. Hist. nat. Crust. 1, 426. Heller. Crust. Sudlich. Eur. 75. Algarve, vulgar. Gen. Portunus. Leach. 18. Portunus puber. N. vulg. Pilado. Cancer puber. Lin. Syst. nat. xm, 1046. Port. puber. Latr. Hist. nat. Crust. e des Insect. vt, 10. M. Edv. Hist. nat. Crust. 1, 441. Id. Regn. an. Cuv. Crust. pl. x, f. 2. Alph. Edw. Arch. Mus. t. x, 398. Heller. Crust. Sudlich. Eur. 82. Toda a costa, vulgar. 49. Portunus marmoreus. N. vulg. Caranguejo. P. marmorens. Leach. Malac. Brit. t. vir. Costa, Fauna del Regn. di Napol. Crust. 5. M. Edw. Hist. nat. Crust. 1, 442. Alph. Edw. Arch. mus. x, 394. Heller. Crust. Sudlich. Eur. 85. Setubal, vulgar. 20. Portunus holsatus. N. vulg. Caranguejo. P. holsatus. Fabr. Supp. 366. Costa, Fauna del Regno di Nap. Crust. 4. M. Edw. Hist. nat. Crust. 1, 443. Alph. Edw. Arch. mus. x, 393. Heller. Crust. Sudlich. Eur. 85. Setubal, pouco vulgar. PHYSICAS E NATURAES 269 24. Portanus Rondeletii. N. vulg. Caranguejo. P. Rondeletii. Risso, Crust. Nice, 1. f. 3. Id. Hist. nat. Eur. mér. - v, 2. Costa, Fauna del Regno di Napoli. Cr. 2. M. Edw. Hist. nat. Crust. 1, 444. P. arcuatus. Heller. Crust. Sudlich. Eur. 88. Setubal, raro. Gen. Polibius. Leach. 22. Polibius Henslowii. N. vulg. Carraça. Polibius Henslowii. Leach. Malac. pl. 9 B.; M. Edw. 1, 439. Lisboa; muito vulgar na costa do norte de Portugal, onde é usado como adubo para as terras. Gen. Carcinus. Leach. 23. Carcinus maenas. N. vulg. Caranguejo mouro. Cancer maenas. Penn. Brit. Zool. 1v, 3, tab. 111, f. 5. Carcinus maenas. Leach. Edinb. Encycl, vir, 390. Costa, Fauna del Regn. Napoli. Cr. 7. M. Edw. Hist. nat. Crust. 1, 434. Alph. Edw. Arch. mus. 1x, 3914. Toda a costa, vulgarissimo. HI Fam. Catometopa. Gen. Gelasimus. Latr. 2h. Gelasimus tangeri. N. vulg. Bôcas. G. tangeri. Eydoux. Magaz. Zool. Guér. 1839. vm, pl. 17. M. Edw. Ann. Sc. nat. ur. Ser. xvimr, 1852. 1514. tab. 4, f. 214. Hel- ler. Crust. Sudlich. Eur. Algarve, vulgar. 18- 270 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS j Gen, Grapsus. Lamk. 25. Grapsus varius. N. vulg. Furta-camisas. Grapsus varius. Latr. Hist. Crust. vt, 67. M. Edw. Hist. nat. Crust. 11, 88. Costa, Faun. Regn. Nap. Cr. 1. Pachygrapsus marmoratus. Heller. Crust. Sudlich. Eur. 124. Toda a costa, abundantissimo. Gen. Pinnotheres. Latr. - 26. Pinnotheres pisum. Cancer pisum. Linn. Syst. nat. ed. x, 628. Herbst. Krabben und Krebse. 1, 95. tab. 2, f. 24. Pinnotheres pisum. Latr. Hist. nat. Crust. xr, 83. Costa, Fauns. Regn. Nap. Cr. 3. M. Edw. Hist. nat. Crust. 1, 31. Atlas regn. anim. Cr. pl. 19, f. 4. Heller. Crust. Sudlich. Eur. 117. Setubal, dentro da ameijoa de pedra. IV Fam. Oxystomata. Gen. Ebalia. Leach. 27. Ebalia Bryerii. E. bryerii. Leach. Malac, Brit. tab. xxv. f. 13, 14. M. Edw. Hist. nat. Crust. 11, 129. Heller. Crust. Sudlich. Europ. 124. Setubal. — Dragagem. 28. Ebalia Cranchii. E. Cranchii. Leach. Zool. Misc. mm, 20. M. Edw. Hist. nat. Crust. 1, 129. Heller. Crust. Sudlich. Europ. 127. Setubal. — Raro, — dragagem. 929, Ebalia Pennantii. E. Pennantii. Leach. Malac. Brit. tab. xxv, f. 1-6. M. Edw. Hist. nat. Crust. 11, 129. Setubal. — Abundante, — dragagem. PHYSICAS E NATURAES 9714 30. Ebalia granulosa. E. granulosa. M. Edw. Hist. nat. Crust. 11, 130. Heller não se refere a esta especie, nem na synonimia; comtudo ella vem descripta na Historia Natural dos crustaceos de M. Milne Edwards, tom. 1, pag. 130. Continuamos a consideral-a como uma boa especie, e não temos mais a accrescentar ao que dissemos no Appendice à lista dos Crus- taceos Decapodios de Portugal — Jorn. de Sc. Math. Phys. e Nat. num. XVII. Setubal. — Abundante por dragagem. 31. Ebalia setubalensis. Capello. Ebalia elegans. Cap. App. à lista dos Crust. Dec. de Port. Jorn. de Sc. Math. Phys. e Natur. xvilr. A especie que descrevemos como nova no Appendice à lista dos Crustaceos Decapodios de Portugal, continuamos a consideral-a como boa especie; e sômente lhe mudamos o nome para não a con- fundir com a especie à qual Costa deu egual nome, e que se acha descripta na Fauna del Regno di Napoli. Ainda d'esta não faz men- ção Heller na synonimia das especies que descreve: verdade é que o auctor da Fauna, diz ser ella analoga à sua E. discrepans. Em vista das descripções e desenhos das diversas especies do genero continuamos a consideral-a como especie nova. Setubal. — Muito raro, — dragagem. Gen. Calappa. Fabr. 32. Calappa granulata. Cancer granulatus. Linn. Syst. natur. Calappa granulata. Fabr. Suppl. 546. M. Edw. Hist. nat. Crust. 1, 103. Atlat. régn. an. Cr. pl. 38, f. 1. Heller. Crust. Sud. Eur. 130. Toda a costa. 279 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS 33. “34. do. Gen. Atelecyclus. Leach. Atelecyclus cruentatus. At. cruentatus. Desm. Consid. sur les Cr. 89. M. Edw. Hist. nat. Crust. 1, 142. Heller. Crust. Sudlich. Eur. 132. pl. Iv, f. 5. Toda a costa. Gen. Corystes. Latr. Corystes dentatus. Albunea dentata. Fabr. Suppl. 398. Cor. dentatus. Latr. Hist. nat. des Crust. vr, 122. M. Edw. Hist. nat. Crust. 11, 148. Heller. Crust. Sudlich. Eur. 136. tab. Iv, f. 6. Setubal, raro. Gen. Dorippe. Frab. Dorippe lanata. Cancer lanatus. Lin. Syst. nat. Dorippe lanata. Bosc. Hist. nat. Crust. 1, 208. M. Edw. Hist. nat. Crust. 11, 155. Heller. Crust. Sudlich. Eur. 138. Toda a costa. HW Tribus. Anomura. | Fam. Apterura. Gen. Homola. Leach. 36. Homola spinifrons. Dorippe spimifrons. Lamk. Hist. anim. sans vert. 245. Homola spinifrons. Leach. Zod. misc. m, tab. 88. M. Edw. Hist. nat. Crust. 11, 183. Heller. Crust. Sudlich. Europ. 149. Lishoa, raro. 37. 38. 39. 40. 44. h2. PHYSICAS E NATURAES 273 Homola Cuvieri. Aranha do mar. Dorippe Cuvieri. Risso. Hist. nat. Eur. mér. v, 34. M. Edw. Hist. nat. Crust. 11, 189. Lisboa, raro. HI Fam. Pterigura. Gen. Pagurus. Fabr. Pagurus Bernhardus. Cancer Bernhardus. Linn. Syst. nat. 1049. Pag. Bernhardus. Fabr. Suppl. 411. M. Edw. Hist. nat. Crust. H, 215. Heller. Crust. Sudlich. Eur. 160. Hab.: Tejo—pouco vulgar. Pagurus Prideauxii. Pag. Prideauxii. Leach. Malac. Br. tab. 26. f. 5. 6. M. Edw. Hist. nat. Crust. 11, 216. Hab.: Costa Sul — abundante. Pagurus setubalensis. Pag. setubalensis. Cap. Jorn. Sc. math. phys. e nat. xvmr, pl. fig. 1-4 a. Setubal, vulgar. Pag. callidus. Cap. Lista Crust. Decap. de Port. Jorn. Sc. math. phys. e nat. xv. Pagurus cruentatus. Pag. cruentatus. Cap. Jorn. Sc. math. phys. e natur. xvir, f. 6. Setubal, abundante. Pagurus Bocagii. Pag. Bocagii. Cap. Jorn. Sc. math. phys. e nat. xvr, f. 2. Hab.: Setubal — abundante. 27h JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS h3. Pagurus varians. Pag. varians. Costa, Fauna Regn. Napoli. 9, tab. n, f. 2. Dio- genes varians, Heller. Crust. Sudlich. Eur. 170. “Pag. algarbiensis. Cap. Jorn. Sc. math. phys. e natur. xvrI. Hab.: Algarve e Cascaes. hh. Pagurus striatus. P. striatus. Latr. Hist. nat. Crust. vr, 163. M. Edw. Hist. nat. Crust. 11, 218. Heller. Crust. Sudlich. Eur. 174. (Continua) EXPLICAÇÃO DA ESTAMPA Fig. 1 Rostro, região antenal e epistome do Jnachus Aguaru. » 2 Sterno do mesmo para mostrar as placas sternaes do macho. à Jd. id. da femea. k Rostro, região antenal, etc. do Inachus dorynchus. 5 Id. id. id. 6 Carapaça e região antenal do Pagurus Bocagis. 7 Id. id, do Pagurus varians. 8 Pata anterior (a maior) do Pagurus Bocagii. 9 Id. id. do Pagurus varians. E JR A DSR TR E A) ao Sp tem ca fr E od Sa E -; o v l epi não NS A E h] Ea ESA do E da ; AP, VASQUES & CI-RN. DOS Mºs15 ram I.D F. CAPELLO DEL.ET LITH. PHYSICAS E NATURAES “75 CORRESPONDENCIA E — Statement regarding dr. Welwitsch's Angola Reptiles. By dr. Albert Giinther, V. P. R. S., Keeper of the Zoological Department, British Museum. In a paper entitled «The collections of the African scientific expe- dition» etc., and published by dr. B. A. Gomes in the «Jornal de Scienc. phys. e mathem.» no. xix. Lisbon, 1876, a letter stated to have been addressed to him by the late dr. Welwitsch under date of 15 july 1857 (quare 1867?) is inserted on p. 11 (of separate copy) in which the writer complains of the treatment which he and his collection of Angola amphibians suffered at my hands. I shall limit myself to the following statement. 4. Dr. Welwitsch brought to me in 1864 a series of twenty one species of Angolan reptiles as a free gift, without then or afterwards at- taching any condition to it; with his consent they were handed over by me to dr. Gray, then Keeper of the Zoological Department, who repor- ted this donation to the Trustees, dr. Welwitsch receiving the usual of- ficial letter of thanks which is dated Jan. 10 1865 and still in the hands of the Execntors of his will. 2. I had no reason to doubt that these specimens were dr. Wel- witsch's own property, and it is quite evident from his published letter that he himself considered them to be so: otherwise he could not have stated as one of the alleged conditions that the «duplicates» only were «to be forwarded to Lisbon.» Nor does it appear that dr. Gomes took ex- ception to this at the time. 3. The scientific value of this series of reptiles appeared to me so insignificant (three species only proving to be undescribed) that it ne- 276 JORNAL DE SCIENCIAS MATHEMATICAS ver occurred to me that ample justice had not been done to it by my published acknowledgements to dr. Welwitsch in «Ann. Mag. Nat. Hist.» 1865. xv. p. 97, and in «Proc. Zool. Soc.» 1864, p. 480; and by that of dr. Gray in «Proc. Zool. Soc.» 1865, pp. 442, 454. 4. Thus the argument that the experience made by him with his collection of 214 reptiles at the Britsh Museum had «turned out a pro- fitable lesson as to the line of conduct he had to adopt» with botanical establishments in respect of his collection of 5000 species of plants, ap- pears to mc as absurd as the statements are fallacious, on wich it is based; and dr. B. A. Gomes might have come to the same conclusion, if he had taken the trouble to examine the notes on dr. Welwitsch's reptiles published during his life time. As declarações que acabam de ler-se referem-se ao trecho de uma carta do dr. Welwitsch inserta na interessante exposição, feita pelo nosso respeitavel amigo e collega dr. Bernardino A. Gomes e transeripta no ultimo numero d'este jornal, ácerca da porfiada lucta que lhe foi mister sustentar, em nome do governo portuguez, com os testamenteiros do dr. Welwitsch, para alcançar a restituição das colleeções de productos naturaes d'Angola que legitimamente nos pertenciam. Logrou aquelle nosso illustrado consocio ver coroadas de feliz exito as suas perseve- rantes diligencias; mas as fadigas a que se sujeitou e os cuidados que por tanto tempo lhe trouxeram o espirito desasocegado e opprimido, con- seguiram afinal vencer a robustez da sua organisação. Ganhâmos a vi- ctoria; mas o campeão do nosso bom direito, temol-o ahi prostrado no leito de dor, entregue aos cuidados extremosos da sua familia, que hão de, esperamol-o, restituil-o à sciencia e ao paiz que elle serviu sem- pre com tanto ardor. Ao transcrever o alludido trecho tivera em vista o dr. Bernardino A. Gomes mostrar a versatilidade de sentimentos e a exagerada susce- ptilidade do dr. Welwitsch, que o levára quasi sempre a ser injusto para com aquelles a quem maiores obrigações devia, e a divorciar-se successivamente de todas as corporações e individuos que mais gene- rosa e efficazmente o haviam auxiliado nos variados trances da sua vida aventurosa. : As pessoas que tiveram occasião de conhecer o dr. Welwitsch, e de lastimar que um homem de tão subidos dotes d'intelligencia, não ti- vesse tambem um caracter que lhe conciliasse a estima de quantos lhe PHYSICAS E NATURAES 27 reconheciam o merecimento, não hão de por certo admirar-se de que sejam unicamente obra de uma desvairada phantasia as accusações que o dr. Gunther acaba de refutar em termos moderados, onde se reflecte aquella serenidade de espirito que só o culto da verdade mantem e que a mesma injustiça não consegue perturbar. Poderiamos confirmar pela nossa parte muitos dos factos que o dr. Gunther expõe e de que temos perfeito conhecimento; porém o sa- bio e honrado direcior do Museu Britannico não carece de testemunho alheio em seu desaggravo. Tambem poderiamos revelar algumas cir- cumstancias que accentuam a injustiça d'esta aggressão, mas preferimos imitar o exemplo do dr. Giúnther que generosamente as occultou. Ao recordarmo-nos do dr. Welwitsch, queremos esquecer completamente o homem para só considerarmos n'elle o naturalista; a este reserva a historia, ao tratar dos progressos que a sciencia realisou n'este seculo, um logar honroso nas suas paginas. Sentimos que a demora na publicação deste numero, por motivos independentes da nossa vontade, não nos permitisse dar mais prompta publicidade à correspondencia do eminente zoologista de Londres. J. V. BARBOZA DU BOCAGE. esa amem eres j Mme ! ros icon hp nm ; As) a ni Er job o maihá fe o PA ato oa maio Es A cmg a bj Mg 1 Re dana nt ri a coa qua a RA Pera pet ado AePRTAM pat vt ts Re do q.” , E f ! UMA EAN Ei std RR VR INDICE DOS ARTIGOS CONTIDOS NO QUINTO VOLUME Num. XVII—DEZEMBRO DE 1874 Nota sobre um problema de Cinematica— por Francisco da Ponte e Horta. Novo methodo de evitar as matrizes negativas usuaes em muitos processos de photolithographia e de heliogravura, substituindo-as por outras, em geral mais perfeitas, e de geral execução — por J. J. Rodrigues. . Heliogravura typographica. Processo adoptado pela secção photographica da direcção geral dos trabalhos geodesicos — por J. J. Rodrigues.... Extracto da acta da sessão da sociedade franceza de photographia, consti- tuida em assembléa geral no dia 5 de junho proximo passado, publi- cado no boletim da mesma sociedade....................cc.... Aves das possessões portuguezas d”Africa occidental por J.V. Barboza du open er O UNR ONE SO, OA LLORES LINA LCA SA Aves das possessões portuguezas d"Africa occidental 2a por J. V. Barboza du Eee A O EO DO MBM LDO 41 DNA, DO do a Dara «Die Glanzstaare Afrika's, monographisch bearbeitet von Dr. G. Hartlaub. = DOTABdutBocager its DS e DUAS ra Num. XVII—JUNHO DE 1875 * Secções conicas do conoide circumscripto a uma conica — por Luiz Porfi- propina Motta Des adorno ER oras nos = otonaiol o poha coriot ago one fo As arvores da quina em Cabo-Verde — por B. A. Gomes.............. PAG. 1 12 15 2h 32 Apontamentos para o estudo da Flora Portugueza — pelo Conde de Ficalho. Heliogravura typographica. Processo adotado pela secção photographica da direcção geral dos trabalhos geodesicos (continuação) — por J. J. Ro- ABILGUES 0 jo (sds tosse too a ONA alo da a MA fo ao Ra OS CALA POR Processo facil para tornar mais suaves os contrastes, que geralmente ca- racterisam as copias de pinturas pela photographia. Envernizamento das estampas —por J;'J. Rodrigues... 2.20... Méelanges ornithologiques.—I. Observations sur le «Dryoscopus major», Hartl. et espêces voisines d' Angola — par J. V. Barboza du Bocage... Sur deux reptiles nouveaux de "Archipel du Cap-Vert— par J. V. Bar- boza-du Bocage 4 Lit o LOL od (be too cita ea RP Observações acerca do «Corvo» do Archipelago de Cabo Verde— por E ua Barboza idu-Bocage, LEies rol o os O os Appendice à lista dos Crustaceos Decapodios de Portugal — por Felix de Brito Capelo ..: ais one onto nieio le to ve ais RO A RE Observaçõés meteorologicas feitas na ilha de Santo Antão — pelo dr. Hopífer Num. XIX— JANEIRO DE 1876 Apontamentos para o estudo da Flora Portugueza (conclusão) — pelo Conde de, Bicalho 5 tás sis eres ponpager aire bfelejóto etila ars ip) aferójojos e E Aves das possessões portuguezas d”Africa occidental 4 por J. V. Barboza du Bocasess. 3. Lora (rinajis ao dept oha ge azriabreia Ef A Bocage spaisladt + É es ormtiepisa a peaicart cole «col! porblotá-e bye [direto A Algumas considerações ácerca da industria piscicola em Portugal — por Fe- lixide Brito: Capella. estomigtocoio Elos torage dress: ais teqpe or Tereiro appendice ao catalogo dos peixes de Portugal — por Felix de Brito Investigações sobre a acção reciproca do acido iodhydrico e dos oxydos de radicaes alcoolicos monoatomicos simples e mixtos— por R. D. Silva The collections of the African scientific expedition ordered by the Portu- guese Government in 1851 and the right of this Government to them, as brought before the English Courts of Justice. — End of the trial — by the delegate of the Portuguese Government dr. B. A. Gomes.... Num. XX — DEZEMBRO DE 1876 Generalisação da serie de Lagrange — por Francisco Gomes Teixeira. ... Sobre a generalisação e discussão da formula do volume do tronco de cone recto — por Carlos Augusto Moraes d'Almeida .................. PAG. 76 96 99 1014 108 43: 120 128 129 146 155 159 165 168 175 203 “Observations forestiêres durant une excursion à travers la Beira, faite en aouESTO mor B Barros Gomes... go, cuimato ojele oia nio al Étude sur les espéces de chênes forestiers du Portugal — par B. Barros Go- Mélanges ornithologiques. — II. Observations sur les espéces du genre «Sy- cobius» — par J. V. Barboza du Bocage........................ Aves das possessões portuguezas d'Africa occidental Z&por J. V. Barboza Mu BoCase;:. 2 o o jelslana e joiórajaia ERR Goto Too ora fo or lt ap Aves d'Angola encontradas nas collecções do dr. Welwitsch — por J. V. EanhozardurBocaise a RR tg spa alo arraia a iso tap! à apoioio é Catalogo dos crustaceos de Portugal — por Felix de Brito Capello ....... Statement regarding dr. Welwits's Angola Reptiles. By dr. Albert Ginther, V.P.R.sS., Keeper of the Zoological Department, British Museum. . PAG. 275 y po a A : OR tam ecl o a vs TA ; ) ] E Br E. à linho ES nah ai jk Ee - ré sito dh d E. PREÇO DESTE VOL. — 1500 rs. | Na Acha-se à venda na imprensa da Academia, e nas seguintes lojas : Lisboa — LIVRARIA BERTRAND & C.? SUCCESSORES CARVALHO & €.º Q Porto — LIVRARIA MORÉ DE F. DA SILVA MENGO “Coimbra — LIVRARIA ACADEMICA Braga —LIVRARIA INTERNACIONAL DE E. CHARDRON A correspondencia deve ser dirigida, franca de porte, à Redacção do Jornal de Sciencias Mathematicas, Phy- ( ( AN ? sicas e Naturaes, na Academia Real das Sciencias de Lis- boa, rua do Arco (a Jesus). Em a cao DRA av Ka Ea dio RSS voo VT e MARE OO rd Pta criado a Et no a Harvard MCZ Libra EO | 3 2044 066 304 759 à Ed