'^^'f^ ^^w^ Ca^vw<^ , I I Anno XI — N. 1 Capital Federal Janeiro de 1907 goinliMfiQÉi ■ de Agpieulsbpa. t^^Mi VIRIBUS UNITIS ^i SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA I"UN1)AI)A 1:M Ih DK DEZIC.MHKO 1)K I !',()- ' Endareço postal: Sede: Rua da Alfandega ii. 10;i DIREJOTORIA Presidente - Dk. Wencesláo Ai.ves Leite de Oi.iveika Hei.i.o. 1° \'iee-presiJcnte — Dr. João Baptista de Castro. 2" Vice-presidente - Dr. Sylvio Feuueira Rangel. 3" Vice-presidente — Coronel Cornelio de Souza Lima. Secretario geral — Dr. Domingos Sercjio de Carvalho. 1" Secretario — Dr. Luiz Joaquim da Costa Leite. ■2" Secretario — Dr. Heitor de Sá. 3" Secretario — Dr. Alfredo Dia>í. 4" Secretario ^ Carlos Raulino. i" Thesourciro — Alberto de Araújo Ferreira Jacobina. 2" Thesoureiro Ldegardo Ferreira de Carvalho. CaminlssÂo directora <^>nila do t. rras publicas O tenente-coronel Felippe Sclimidt, Governad(3r do Estado de Santa Catharina — Faço saber a todos os habitantes deste Estado que o Congresso Representativo decreta e eu sancciono a Lei seguinte : Art. 1°.' — A tabeliã de preços para venda das terras publicas, constantes da HesolU(;ão n. 37, de 11 de março de 1899, appi'0vada I^ela Lei n. 439, de 11 de outubro do mesmo anno, fica alterada no seguinte modo : TABELLA DE PREÇ0S MÍNIMOS 1". Terras medidas e divididas por contado Estado; «) lira lotes urbanos, 4 réis por metro quadrado ; b) Em lotes ruraes, de 1" ordem 2,5 réis por metro quadrado ; de 2' ordem 2 réis por metro qua- drado; de 3" ordem 1,5 réis por metro; incluindo-se nestes preços o custo da medição. 2°. Terras não medidas ou demarcadas : a) de 1" ordem, 1,5 réis por metro quadrado; b) de 2^ ordem, 1 real ix)r metro quadrado ; c) de 3" ordem, 1/2 real por metro quadrado. § 1° — O custo da mediçã® correrá por conta do comprador. A LAVOURA § 2° — Quando as terras de S** ordem forem reconhecidamente es- téreis para agricultura, de modo que siS possam ser aproveitadas para a industria p3cuaria ou mineralógica, o preço será 1/4 de real por metro quadrado. § 3° — Continuam em vigor as mais disposições da Resolução e Lei citadas. Art. 2°. — Hevogam-se as dispo.siçc)es em contrario. O Seci'etario de Estado dos Negócios do Interior assim o faça executar , Palácio do Governo era Florianópolis, 4 de setembro de 1901 . Felippe Schmidt. Marciano F. de Souza. Publicada a presente Lei aos 4 dias do mez de setembro de 1901. — Patrício Luiz Mendes. Rio Grande do Sul — Regulamento das Colónias do Estado DECRETO N. 247 — DE 19 DE agosto de 1899 Pnginas 6 a 8 — Capitulo 3" — Preço das terras — Distribuição, concessão e venda de lotes. Art. 19. Opreçodos lotes medidos para cultura não será inferior a um real por metro quadrado, fazendo-se o arbitramento segundo a qualidade das terras e a situação. Art. 20. O preço dos lotes urbanos, arbitrado segundo tamljem a posição e qualidade, será no minimode 20 rcispor melro quadrado nos novos núcleos e de 40 réis nas colónias actuaes. Art . 21 . Os lotes rústicos serão concedidos aos immigrantes recera- chêgalos e, precedendo despacho do Governo, a brasileiros ou a ex- ti-angeiros com família, já residentes no Estado, cujos antecedentes e costumes afiancem o aproveitamento das tcri-as. Art. 22. A cada individuo não se concederá área maior da de um lote, salvo os casos adeante especificados ou quando contigua ao lote houver uma sobra in.^ufflciente para constituir novo lote ou que não possa ser aproveitada para o estabelecimento de outro agricultor. Art. 23. Na hypothese do art. precedente a sobra será concedida ao po.ssuidor do lote a que ficar contigua ou, havendo mais de um confinante, repartida entre elles eciuitati vãmente, correndo por sua conta a despeza da medição. 4 SOCIKUADE NACIONAL DK AOKICULTUKA Ari. 21. Na medkio e demarcarão de loles alleiidei'-.se-á a pequenas posses por ventura estaljelecidas antes de 15 de novemljro de 1889, concedendo-se, conforme a extsnsão cultivada, a cada pos- seiro, um ou dois lotes, sem direito de maior área. Art. 25. Ao colono que tiver numerosa tamilia, de mais de dez membros, reunidos sob o mesmo tecto, para a qual se torne insufflciente a área de um lote rural, poder-se-á conceder outro lote, desde que fiquem contíguos os dois lotes ou separados por distancia nunca maior de um kiiometro. Art. 26. Os filhos dos colonos, maiores de 21 annos, quando constituam família própria, terão direito à concessão de lotes para se estabelecerem separadamente, devendo rejuerer ao Governo a concessão. Art. 27. As terras de um núcleo que não se prestarem para a cultura e somente forem próprias para pastagem, depois de divididas em lotes, serão, pelo preço minimo, concedidas a colonos que tiverem animaes ou vendidas a indivíduos que queiram nella cstabelecer-se com criação. Paragrapho único. A cada pessoa não se fará concessão ou venda de mais de dois desses lotes. Regulamento para execução da Lai n. 173 de 30 de setembro de 1895, mandado executar pelo Decreto n. 129 de 29 de outubro de 1930 — Terras Publicas e Colonisação^ pags. 17 a 18. Art. 60. Aos immigrantes espontâneos que procurem terras no Estado IX )de o Governo conceder lotes de 25 a 30 liectares, pelo preço minimoda lei ( Lei n. 439 de 1899, n. 7 da Resolução n. 37 ). Ari. 01. Os colonos, á sua chegada, poderão escolher li vi^emen te o ponto colonial do Estado a que derem preferencia, pagando á vista o lote que designarem. Para os que comprarem a prazo .se addicionará ao preço marcado 20 7o e será o pagamento feito em cinco prestações eguaes a contar do fim do .segundo anno do .seu estabelecimento, mas dentro dos cinco annos concedidos. O colono, poi-ém, que pagar antes dos respectivos vencimentos terá um abatimento de G ° „ corre.'?pondenle ao total da prestação ou prestação antecipada . Art. G2. Os fillios maiores de 18 annos lerão direito á escolha de lotes com as mesmas condições para se estabelecerem separada- mente, se assim o requererem. A LAVOURA í) Art. 03. Os lotes serão entregues, medidos e demai-cados e, qiunJo o colono não puder pagar de promplo a medição, ser-lhe-á incluída no custo do lote e sobas mesmas condições. Art. Gi. Na hypotliescde compra a praz-^, o colono não poderá sujeitar a ónus reol, de qualquer natui-eza que seja, nem as terras nem as bemfeitorias nelias existentes, ficando umas e outras iiypothe- cadas á Fazenda Estadoal, para pagamento de todas as quantias que dever ao Estado e das multas em que incorrer. Fica entendido que não se comprehendem nesta disix)sição os casos de herança, legitima ou testamentária ou legado, nos quaes passará a propriedade para o her- deiro ou legatário com o mesmo ónus da hypotheca . Art. 65. Aos colonos que comprarem a prazo será dado um titulo provisório, no qual se declarará que, além das condições nelie estatuídas e o juroannual de 6 7o pela mora, poderá o Governo levar o loteá hasta publica, findo o prazo do pagamento, para satisfação de sua divida, ao Estado, sem reclamação alguma de sua parte, sendo-lhe entregue o excesso da divida, deduzidas as despezas feitas na forma do art. CG. Art. 66. Todo colono que, dentro de 2 annos, contados da data em que for empossado do lote comprado, não tiver n'elle estabe- le<^ido cultura efíectiva e morada habitual, perderá o direito ao mesmo lote, o qual, precedendo os competentes annuncios, será vendido em hasta publica. Do producto da venda sedeiuzii'á, em primeiro logar, a impor- tância do que ao Estado estiver devendo o colono remisso, e em .segundo logar a de quaesquer outras dividas provadas a que esteja sujeito, e .se rastar alguma quantia .será entregue ao dito colono e, em sua ausência, immediatamente recolhida ao Thesouro do Estado. A todo tempo e da m&sma forma se procederá a re.'ípeitodos lotes rústicos ou urbanos, cujos p3.s3Uidores os deixarem em abandono por mais de dois annos. Rio, 1 de dezembro de 1905. Illm. Sr. Herculano Fernandes Pereira. Porto do Bomfim — Linha auxiliar da E. F. C. do Brasil. O grande e incessante accumulo de. «erviços urgentes impediu-nos de, ha mais tempo, transmittir-vos as informações .solicitadas em vos.so requerimento apresentado a esta Sociedade. Fazemol-o agora, mercê de um período de folga, pedindo- vos queirais relevar-nos a demora havida. Eis em seguida o que se nos offerece dizer- vos. SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA A sela em casulos ainda não jxde enconliar comprador em nosso mercado : em primeiro logar, porque não existem fijanderias entre nós, pois não é razoável que alguém vá empatar capitães numa industria em que falta a matéria pi'ima — a seda em casulos ; em segundo logar, sendo a seda em casulos um producto de preço relativamente baixo na Europa, onde é paga á razão de 3 a 4 francos o kilo, o que equivale em moeda nossa a 1 $500 e 2$, é evidente que terá de ser vendida aqui para exportação a um preço muitíssimo inferior aos que acabamos de indicar. Outra razão que impede haja comprador para seda em casulos éque negociante algum sedará ao trabalho de expedir daqui somente alguns kilos de um producto que se vende ás toneladas. Infelizmente, emquanto o poder publico — federal, estadoal ou municipal — não tomar a deliberação de impulsionar essa importan- tíssima industria, subvencionando e dirigindo estabelecimentos des- tinados á propaganda, ensino, fiaçáo, tecelagem, etc. , etc, ha de ser impossível a criação da industria serícicola entre nós. Estamos nos empenhando fortemente junto ao Congresso Nacional e temos esperanças de conseguir auxílios efficazes para essa industria, de modo a ser possível o seu desenvolvimento, a partir do anno pró- ximo futuro. Nao ha, po.ianto, motivo para desanimar e sim proseguir e.nri vossos esforços. Quanto á cultura do algodoeií-o, chamamos vossa attenção para a inclusa monographia publicada por esta Sociedade, onde colhereis as informações que desejais. Tratando da apicultura, ha numerosos trabalhos, sendo em portu- guezode Manoel Alves Branco, e em francez — Les Abeilles — por Frère Albéric, e — Les Abeilles — por "Victor Rendu, além de muitos outros. Desejando que estas informações vos possam ser de alguma uti- lidade, somos com estima e consideração Attentos servidores obrigados, etc. Em 14 de fevereiro de 1907. Illm. Sr. Emílio G. Dufaur. Estação de Rezende — E. F. C. do Brasil. Respondendo a vossa carta datada de 3 do corrente mez, temos a vos communícar que o pe lido que nos fizesLes de mudas de laran- jeira mandarina não poderá ser satisfeito sem um raiuerimento diri- gido a esta Sociedade, no qual deveis solicitar a remessa dessas plantas. A LAVOURA As sementes de alfafa e capim jaraguá, esperamos remettel-as opportunamente. Quanto ás informações que nos pedistes sobre forragens para o sustento de vacras leiteiras, temos a vos dizer que reputamos de boa qualidade a canna Taquara, Ubá ou Serra Negra, nomes communs da mesma planta; assim como indicamos o milho para ser comido como forragem verde, ensiladoouem fubá. Estas duas., gramíneas, tratadas pelo desintegrador universal aCarlos Botelho», são económicas e muito digestiveis. Além destas duas forragen?:, ricas em hydratos de carbono e graxa, indicamos ainda uma leguminosa, podendo esta sor ou a alftifa ou o trevo, feijão miúdo, fava ou qualquer outra. Essas leguminosas, passadas pelo desintegrador acima indicado, o gado as devora com avidez. Também as ramas de balata doce são exceliente forragem para vaccas leiteiras ; pelo que achamos conve- niente aproveital-as. Aguardando vossas ordens, etc. Rio de Janeiro, 30 de outubi^o de 1906. Illm. Sr. Francisco José de Faria Sobrinho. Maria da Fé — E. de Minas. Temos presente vossa carte datada de 2 do corrente mez, em a qual nos enviastes a quantia de 20$ (vinte mil réi.s), solicitando a remessa de 20 caixas de batatas. Em resposta, temos a commun içar- vos que ainda não haveis pago nenhum semestre, sendo a quantia que nos enviastes destinada ao pagamento de vossa annuidade correspondente ao anno de 1906. Outrosim, participamc-vos que foram inscriptos como sócios desta Sociedade os Srs. José Francisco de Faria Júnior e José Clemente Muga, que nos propuzestes, o que agradecemos. Quanto ás batatas, não as temos para distribuição neste exercido. Esperamos receliel-as para o anne próximo, não nos sendo, no em- tanto, possível satisfazer-vos, devido á quantidade que nos pedistes. Não possuímos actualmente o «Cai'pinteiro Americano» e nem outro qualquer catalogo relativo ao rae-^^mo assumpto. Aguardando vos.sas ordens, somos com estima e distincta consi- deração vossos Attentus oLrigadus, etc. SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Rio, 22 de setembro de 1906. lUm. Sr. Lindolpho Xavier. Bello Horizonte. Accusamos o recebimento de vossa carta de 25 de julho e lamen- tamos não vos poder S3r úteis, pois que não possuímos trabalhos de que faz motivo a vossa carta ; entretanto lembramo-vos os trabalhos de André Rebouras, onde podereis colher informações, e bem assim um opúsculo do engenheiro civil, Sr. Dr. Huascar, empregado da Secretaria da Agricultura do Estado de S. Paulo. E' o que vos podemos informar, attendendo ao vosso pedido. Aguardando vossas ordens, somos com estima e consideração, ^•ossos Attenlos obiigados, etc. Friburgo, 12 de fevereiro de 1907. II Im. Sr. Dr. Presidente da Sociedade Nacional de Agricultura. Tendo feito em minha chácara, em Friburgo, plantações de .se- mentes distribuídas por essa Sociedade, é-me grato communicar-vos o resultado que obtive, certo de que vos interessara. Com esse intuito, melhor não poderei fazer que remetter-vos um exemplar de uma abóbora que obtive de um pé que produziu três análogas. Nes.sas condições, amanhã ramiltíl-a-ei pilo trem que ahi chega á Prainha ás 7 horas da noite (barca) ; irá destinada á Sociedade, a quem rogo a fineza de expol-a na Hortulania ou onde convier. Tem o peso de 37 kilogrammas e foi colhida cedo demais, polo receio de que as ultimas chuvas a deteriorassem. Por estes dias careço de communicar-vos o resultado óptimo que temos obtido com a plantação da batata Solanum Comersoni Violoccum,o que não irá fora d3 propósito, pelo que li em o ultimo numero d'.4 Laoouva. Sem mais, aqui fico ao inteiro dispor. De Y. S. Ci-iado admirador, Dr . Galdi.vo Valle (filho). A LAVOURA O problema da producçlo industrial do trigo no Brasil Sob' a pMto (Ic 16.000.000 esteiiiiios ou cerca de 250.000:000^, ao cambio de 15 diiihciroi po; mil iv'is, a somma que a Nação Brasi- leira dispíiideu, no curto lapso dos S3Í3 annos que se contam de 1901 a 1906 inclusive! Essa volumosa somma escoou-s^ das algibeiras brasileiras, ío;-S'í incorporar á fortuna estrangeira, em puro detri- mento da nossa ! E dizer que dispíndemos tão fantástica somma em troca, não de objectos dispensáveis, sinão em troca do que é mais neces- sário á vida do homem — em troca do pão nosso de cada dia, qm S3 faz com trigo — cereal este que nm brasileiro respeitável e illustre por tantos titulos qualifica de « mais importante de quantas plantas o homem tem cultivado. O seu icdilnclo — o pão — é osym- bolo da subsistência humana e representa realmente, ao mesmo tempo, um dos alimento.5 mais completos e saudáveis e dos que estão mais ao alcance de toda a humanidade . A cultura do trigo é uma arte que I)ro\'oca em vários sentidos o aicrfeiroamento da intelligencia, ao mesmo passo que estimula os svnUniiMilus de pirvisão e fconomia, S!'m excitar o egoísmo e a ambição, inseparavi'is (k- onlras mais ricas em apparencia . Os cultivadores de trigo gosam em todo o mundo de mais solido bem estar, de mais sauile, de mais alegria, de mais felicidade, emflm, do que os próprios (Icscdbridoivs de onro c diamantes. Um dos mais preciosos dons malrriars (pie uma nação pódc desejar é o de habitar um solo que se preste á cultura do trigo» . ( 1 ) E' tão imperiosa a necessidade de se implantar, de vez e quanto antes, em território brasileiro, a cultura do trigo, que o mesmo estadista cujas palavras acabo de transcrever assim se exprime, em carta diri- gida ao modesto signatário destas linhas, a qual veiu aqui publicada, em o numero correspondente ao mez de outubro de 1905 : « Penso, diz o Sr. Dr. Assis Brasil, e com toda a convicção e com todas as vsras, qw, não lia obra mais digna do patriotismo intelligent2, mm mais urgents devzr de publica administração que a tentativa methodica, tenaz, constante, até esgotar os últimos recur- sos da sciencia e da experimentação, para dar d nossa terra essa condição essencial de independência, a bns; da alimentação — o pão . » Accordes com o mo :1o de pensar do illustre Dr. Assis Brasil, aflir- mam publicistas de nomeada mundial que o ferro, o carvão e o trigo constituem solido baluarte para as nações (pie os produzem. Não obstante vozes tão ant(ii'isadas ]i:(»clamarem a im^xirtancia do trigo como oina-s solido estrio para as nações, o Brasil, que possue todos os climas cultura veis do planeta, não produz o trigo, que dá o pão quotidiano, sendo obrigado, para tel-o, a dispender annual- (1) Assis Brasil — Cultura dos Campos — Pag. 157. 859 SOCIEDADE NACIONAL DK AGRICULTURA mente a respeitável somma de £ 2 . 660 . 000 ou cerca de 'i ( ) . 000 : 000?íí em mo3da nacional !!!!!! lia, porventura, algum obstáculo invencivel qw, se oppnuha á acclimação da cultura do nobre cercal em terra brasileira ? Ceifadora de trigo, centeio, cevada, aveii e arroz — Os factos, e estesabundantissimos e fidedignos, respondem de modo categórico, affirmando a possibilidade do cultivo industrial do trigo no território nacional . Ouçamos a lógica irrespondivel dos fados . Augusto de Saint Hilaire, em suas viagens pelo Brasil, observa que, em Minas Geracs, pelos annos de 1817, era muito frequente a cultm-a do trigo. Os agricultores plantavam-no em abril, seguindo os processos usuaes do paiz, isto é, roçando, (jueimando c plantando era covas abertas a enxada, distanciadas de um a dous palmos entre si, nas quaes deitavam quatro a cinco grãos. Colliia-se então muito bom trigo em Abaete, em terras da bacia do Indayá, affluente da margem esquerda do rio S. Francisco. Viu Saint Hilaire em Registro Velho, perto da Borda do Campo (hoje Barbacena), bellissimos trigaes, que muito promettiam. Disseram-ihe então que o trigo rendia 30 por um em Guanhães c 17 por um na serra da Piedade, perto de Sa- bará . Com o trigo produzido era Piedade abasteciam-se Sabará, Ouro Preto eMarianna. Minas Novas também possuia cultura de trigo. «No R'0 Vermelho, pr-rlo desta ultima cidade norte-mineira, viu-se o pro- diklí» ina(ivdit:ivel de um grão de trigo dar CO espigas cheias ! As inaltis circuinvisinhas do Alto dos Bois e toda a região comprehendida entre Serro e Peçanlia convinham excellentemente á cultura do trigo, por serem de terras elevadas. » Quem transcreve estas linhas Icuibra-se de ter visto, pelos annos de 1880, bellos canteiros de trigo cm uma fazenda da bacia do Rio Parao- peba, alTluente da margem direita do S. Francisco. Em uma das fazendas dacpiella ubérrima zona mineira, pouco distante de Bello Horizonte, era commum a cultura da cevada e centeio, sendo a daquella A LAVOURA (^111 canteiros, na horta, para misteres médicos, c a deste ultimo em larga escala, para o fabrico das appetitosas brêas de centeio, com que ;i senhora do |iioprietario da fazenda a (jue alludo abastecia duas povoações vizinhas. Este cereal dava-se admiravelmente bem em terras frescas, onde se planta commummente feijão ou arroz. Semeava-se de abril a maio inclusive. Segundo me relatou o Sr. coronel João Martiniann d" Nruiviros, na fazenda do Rosário, do finado Dr. João Capistrano de .M:ui'('(i Ackim, no município de Chrislina (Sul de Minas), esto suikoso lazendeiro plantou em ura sitio da sua fazenda denominado — Pouso Frio — cerca de seis alqueires de trigo e colheu para mais de 500 . O saudoso sunador Tlieophilo Ottoni, de passagem pela fazenda do Dr. Ackim, teve occasião de comer do pão feito com trigo colhido por aquelle adiantado fazendeiro. Muitos outros pontos do municipio de Christina têm ensaiado a cultura do trigo, destacando-se dentre outros os chamados — Picú,Bocaina, Fazenda de S. Francisco etc. — onde ainda hoje se ensaia o plantio do no! ire cereal. F(')ra de Minas (cujo clima o solo se prestam, como é notório, ao cultivo de Iodas as plantas europ;^as) (!m zonas de clima mais quente, ha também exemplos do plantio e colheita de trigo. Assim era Pernambuco, no municipio de Bonito, iim ])ortngiiez, o Sr. António Joaqnim Barbosa, plantou, em 1870, uuia ]i '([iieiia lavoura de trigo e colheu porção bem animadora, qne deu jiaia si-v panillcada. O municipio dií Bonito está situado a 8° 30' e 2.j" de latitude e 8" 25" de longitude do meridiano do Rio de Janeiro. 12 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Bonito está a 480 metros acima do uivrl do iiiar. S mi clima é tem- perado e bastante liumido no inverno . Não loniji! dí IVriíamltuc >. em Ala,',n);i>, na cid ulc di- Virosa, oii- tr'ora villa ('a Assciiililra. iki vallc dd P.iraliylia. :i KH» kildiiict.nis dis- tante do mai' approKiiiiadaMiente, ciilliv(iii-s > Irigi) cm esc;da industrial, entre 1840 e 1850, sendo os grãos reduzidos a farinha ein um moinho existente em Viçosa, cujas pedras ainda em 1892 sí encon- travam e:n poder do capitão Jeroiiymo Teixeira, collector naquella cidad'. A cultura do trigo e o fabrico da farinha deste e\tinguirara-S3 em Viçosa com a morte do agricu!toi- port'igui'z (jue expIoi'ava aquella industria. Dos sertões da Bahia, isto é, de Montes-Altos e Rio das Contas, já vieram trigos cpie figuraram em publica expoMção. Quanto a Goyaz, desde os tem|iní coloniaes que alli se ensaia o cultiM) do nobre creal . O marechal Raymundo da Cunha Mattos, em ssu — Ithicrario de Goyaz ao Pará — affirma que « era excellenta o trigo que se produzia em Cavalcante ( localidade goyana que fica na chamada Chapada do Viadeiro, a uma altitude de c?rca de 1000 metros acima do nivel do mar . ) Cultivam ainda actualmente o trigo em Santv Luzia, trigo este, no dizer doDr. Glazioii, muito degenerado. Em Bonifim, no mesmo Estado, o major António B:'rtholdo de Souza, parente do tenente Henriqui; Silva, já mais de uma vez tem fabricado farinlia de trigo p'antado e colhido em sua propriedade. Neste momento o Sr . Luiz Guedes de .\raorim, residente na capitil de Goyaz, está ensaiando a cidliua do trigo em sua fazenda do Capim Ptiba, á margem do rio Undiíi. p 'rio da capital. » O Sr. I)í'. Domingos dos Santos, no pUriotico e nobre intuito de des- pertar a attenção dos agiicultores e dos poderes públicos para a cultura necessarissima, do trigo, publicou, p da imprensa diária da capital da A LAVOURA 13 R('|nilili(;i, uiniiitercssinte quadro estatstico, por onde s) demonstra que o Uid (Irande do Sul já :'oi região exi)o;tadora de trigo, até p:i'"a os paízes visiiilios do Rio dl Prata, que ho,e, por u:na anomalia dep-iinent'^, nos miúiv.n arome, aliastccando-nosdepão! « O Rio Glande, d'z o Dr. Domingos dos Santos, já íoi o celleiro de trigo dos Estados Unidos, Havana o Rio da Prata. Todos esses pa-zes, com exGepfio dí Cuba, são hoje expoitidorcs de trigo e nóssnis tributários ! () período aurco da cultura do trigo no Rio (Irande íoi do íim do ultimo quarl ■! do s<'culoXVni a mciados do s tiiIo jiassado. O segmiite (piadro de suas exportarOes, exlraliido di documentos oltlciaes, assim o demonstra: Annos O antidades 1790 em grão 73.044 alqueires » em farinha 3.715 arrobas 1791 em grão 107.298 alqueires » em farinha 3.313 arrobas 1792 em grão 109.738 alqueires » em farinha 2 . 608 arrobas 1793 em grão 85.854 alqueires » em farinha 1.017 arrobas 1805 11.100 saccos 158.775 alqueires 1806 12.293 surrões 97.588 » 1807 014.468 » 119.382 » 1808 13.905 » 115.708 » 1816 226.981 alqueires 1817 109.446 » 1818 55.237 » 1819 122.218 » 1820 99.640 » 1821 118.762 » 1822 37.362 » O ([uadro supra apresenta soluções de continuidade, que se podem altrihuir íis m;is collieit is, á falta de navios para o transporte do trigo e á o iiissão (li-ssa cxíiorla^iio na correspondência oflicial, ex'sleule no nosso archivii publico. Em todo caso, prova com a maior evidencia que, de 73.044 alqueires subiu a 226.981, e depois começou a declinar, até (pie se extinguiu por completo . O « Nesse anno fui o Rio Grande elevado a capitania geral. Kse quadro é em pai te exlraliido das Memorias ecónomo politicas do finado e benemérito rio <;r,indjns3, o saudoso Dr. António .losé Gonçalves Cliaves, do perio- dodelSIiia is-^::!. A ouCim parto, a anterior ao anno de lisICi. constado archivo publico da correspondência do brigadeiro li iphael Pinto Bandei-a. o primeiro bra- sileiro elevado pelos seus relevantes serviços ao posto deiieneral no regimen co- bmial ; foi-me yeutilmenlo ollereciJo pelo sou prozado patr.cio, o Sr. Tito Livio Rodrigues. » SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA No Rio Grande attribniii-se olacto á ferrugem, mas sendo essa como sj sabe, uma moléstia (cryplogamicaj (juesepóde sempre eliminar, im- mergindooi grãos, anles dx samcidiira, em uma solu.^ão de sulpliatq de co'jre, 011 msllio.-, ái agui de ciil, não me parece que fosje essa a principal razio. Essi cilt vx, apjzi; ds pj;iea inlelligente, pois plantavam sempre 1103 mesnas loga-e?, nlo daiidc) aos terrenos o indisp3ns.ivel pouiio (side- ração) CO no se pratica e n toJi a pirt3, foi, entretanto, para as forças prodactivas d; consano ditiiiilla ép3:a, o p;incipil producto nas exporta- ções do Rio G.-andi. O gado vacciín, tendo um paciueno valor, era preciso qujo t;igo 03Jup-is;3 o p.imairo logar. Mis, desde que aquelle cresceu d3va'o', cjjieidmdD ess3 a^icescimo con o apparecimento da ferrugem, estando a indast.úa pasto;il miis iioi hábitos da população rio-grandense, e>ta baniu p3;conplet9a lavourado trigo. Esta, porém, se impõe á União e ao Estado ! » Reunindo factoi tendentes a demonstrar a adaptabilidade da cultura do trigo a varias zonas do im nenso território nacional, o mesmo Dr. Assis Brasil accrescenta o qu3 passo a transcrever, tomado do seu ultimo com- pendio já citado — Ctdtura dos Campos: — « O engenheiro inglez Lloyd, em seu relatório publicado em 1875 sobre a estrada de ferro do Faraná ao %*íl:.^ Fig. X Cu II Matto Grosso, diz que as condições de temperatura, no Paraná, são extre- mente favoráveis a quasi todos os productos agrícolas, desde os cereaes até as iiii(l'iiMsi|ii' caraclciisaMi a Hora do norte da Euni|u. Assim nas zi)iiassu|i' ,1 Mv^ (III l'aia!i,i ciintiilroii cllc, no maior vigor, tliin^la^ de pinho [AruLuarri /!nís'/':as's), a batata iiigleza, o centeio, a cevaila, o trigo. » A LAVOURA lõ Na mesma p igina da obra supracitada vêm estas notas: « O Sr. enfreiílioim Alves Lírai, do Estado de S. Paulo, atlirma-me, baseado em (lii;ii iiriiliis(|iii' l:Mii coiisiillado (' lia Iradirrio, ainda liojí! viva, (pii», pelos |i.Íii(I|i.íimIii > Niild XIX. anula s 'fultiv.iv.i tri.i^d cm j^raiiile abundância 110 pLuiallu p lulisla, principalmente nu teirituiiu do actual municipio de S . Ro.iue, não longe da capita! . O Sr. Bernardino Lop:^s de Oliveira, actual vice-consul do Bi'asil em Alcobaça, Portugal, que ivsidiu ciii Pcrn uiilmco, d^sde 1847 até 1864, assegiu'ou-me que viu Iri.ud ( iiUi\ad(i iiaiiuclla antiga provincia, em peipiena escala, mas de lioa (pialid ulc, ullla^ .jO léguas longe de Recife, no logar denominado S. João do Pesqueiro . » Presentemente em S. Paulo os ensaios de cultura de trigo realisados na futuro>a colónia Nova Odessa, sobre a Estrada Ferro Paulista, deram osmelliures resullailos. sendo possivel que aquella cultura seja explorada em larga escala p.'la nascente colónia. (Vide lig. X, pag. 14.) A sciencia desile ha muito estabeleceu as condições mesologicas que mais convêm ao trigo. Coaio terreno, lo los os terrenos cullivaveis lhe con- vêm mais ou menos liem. (li's leque n aiiibienle aliii(is;ibei-ico reuua OS requisitos thermicoseuiloiuelrii-(»s de ipie olrigiieaiviv. S» lhe não con- vêm: 1", as forras arenosas ; 2", as quartzosas ; 3°, as torras turfosas ; 4°, as tsrras acidas em geral e, também, 5°, as terras gneissicas; todavia as da 3*, 4" e 5" categorias, quando corrigidas chimica e mecanicamente, podem pro Juzir bellas messes, compensadoras de trabalho e dinheiro . São as melhores terras para trigo as de alluvião silico-argilosas, as silico-calcareas, as calcareas-silicosas, as argilo-calcareas e as calcareas- argilosas. Em synthese, segundo Joulie, são boas terras para trigo as que dosim 2 i/2 7". de polassa e 1 a 2 °/',', de acido de phosphorico. (*) Sabe-se de sobejo quaes são as exigências alimentares do trigo . Assim, segundo Boussingaidt, 1.000 kilogrammas de grãos e palha do precioso cereal retiram do solo : Grammas Azoto 9.900 Acido pliosphorico 5.200 Acido sulfúrico 500 Cal 8.000 Potassa 36.100 Soda 6.600 Portanto, segundo estes dados, uma colheita de 1900 kilos de grãos (25 hectolitros) e 4700 tilos de palha ^lor hectare ( 10.000™*] retiraria daterra: 54.560 grammas de azolo. 26 . 390 » » acido phosphorico . 6.400 » » » sulphurico. 33.480 » » potassa. 6.780 > » soila. 12.360 x» » cal. (•) Nota. O sigual "/o signilica taiito por uul. li; SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Um O itro analysta agcoiioniico, de invejável nomeada — o Sr. Joiílie, — d3po's de uma ssrie inimmeravel de analysos, estabeleceu estes alga- ris lios rereivntes a 1 .000 kiloi,n-ammas de grãos e pallia de trigo : Minimum Maxiinum Azoxi 10,08% 15,10 Vu Miteria miiierul 37,15 » 75,25 » Sílica 9,74 » 53,30 » Potassa 3.47 » 20,07 » Cal ... 1.80 » 4,71 » Acido phosphorico 3,15 » 8,80 » Acido sulfúrico (t,72 » 5,53 » Das analyses supra transsriptas resulta que a cultura do trigo requer do so!o farta dose de sílica, potassi, cal, azoto e acido phosphorico. Damos a seguir a composição de algumas terras afamadas, cot.o pro- ducloras de trigo. Começando pelas celebres terras negras da Rússia (fecAer- nozsm) . Segundo Phiíippe, cliimico inglez, as terras negras da Rússia teriam a seguinte composição centesimal : Silica 69,8 Vo Aluminio 13,5 % O.Kydo de ferro 7,0 % Cal 1,6 Vo Terra vegetal C,4 "/„ Grandeau, analysando a mes:n i tsch'::nioz:in, achou os números qie passamos a transcrever: abe d Acido phospliorico . 0,21%; 0,16%; 0,052%; 0,086% Potassa . . . . 1,13%; 0,25%; 0,283%; 0,430% Vem também a pello citarmos algumas analyses concernentes ás terras da Republica Argentina, paiz vizinho, tlè clima e solo semelhantes aos nossos e que nos abastece com o seu valioso grão . Os dados sobre as terras argentinas, fomos pedil-os ao trabalho sub- stancioso do engenheiro agricola, Sr. Raria . Merecem, po!s, inteiro credito . Potassa 0.124 Vo 0,129 Vo Cal 0.165 Vo 0,142 Vo Acido phosphorico 0,023 V» 0,021 Vo Para confronto com as terras argentinas, aq'ii damos a composição centesimal de algumas terras brasileiras, segundo Wolf e Grandeau: Cal Potassa A. i hosphorico Terra roxa (Wolf) .... 0,086 Vo 0,060 Vo 0,036 Vo Terra vermelha (Wolf) . . . 0,195 Vo 0,118 Vo 0,015 Vo Terra mass.ipé (Grandeau) . . 0,110%, 0,I18Vo 0,013 V» A LAVOURA 17 As analyses por ultimo expostas mostram que as nossas terras pouco so afastam das Ijoas terras argentinas, podendo, portanto, como estas, pro- duzir excellente trigo, seraaddiçãode correctivo algum, como ainda [lor lá o fazem . Si as nossas terras são chimicamente aptas para produzir trigo, lain|j(!ui o nosso clima o c, pelo menos do centro do paiz ás fronteiras meri- dionaes. Sabe-se com s 'ginança que a planta do trigo exige, para o comple- mento de todas as suas pliases vegetativas, uma somma de gráos calori- metricos variável de 1.600° a 2.400". Ha, portanto, variedades que necessitam inaiui' (iiiautí(lade'de calorias do que outras, assim como laiiihriii rxislíMu variedades que mostram exigências differentes com re- ferencia á couqjosieão chimica do solo. Entre os paizes productores de trigo, alguns lia que possuem clima muito mais quente do que o nosso e, no entretanto, foram no passado (I eelein» do iiiuniui e ainda pn» luzem trigo em aliundancia. Haja visto ao Egyiilo.Tiiiiis (• Algéria. O clima di» Egyplo, por exemplo, segundo obser- vamos fjmadas no Cairo, accusa a temperatura media invernal de 14,7 centigrados, e a estival de 29°,G . Caracas, que também produz trigo, tem uma tenq)eratura média invernal de âO^O c aoslival de 23",4. Consultando algmis ('di lunenios relativos ao nosso clima, acharemos osseginnlcs dados que e d)aliiiL-nle demonstram quanto o nosso meio con- vém á cultura do trigo . Assim, segundo o Beitrát/' cur Kllninlologic der swlUclien Staatcn von Brasilicn, do Dr. Ernst Ludwig V(M's : Média Média tliermica tliermica estival invernal Curvliba 20,9°"= 12,8°<= Blumenau 25,6» 17,0» .loinviUe 26,1» 17,6» Porto Alegi-e 25,2» 14,3» Pelotas 22,8» 12,9» Na impnssiliilidade de lrans'-rev.'r lodos os dados (pie so amontoam no lioletim do Serram MdMroloíjico dn Ediulndr S. Prndn. passamos para aijui somente as médias annuaes do calor de algumas cidades mais conliecidas: Média Média Média ' Média de de verão de outono de inverno primavera Piracicaba .... 22,6<"= 20,2-"= 217,8<"= 20,0°= Ilú 23,9» 21,3» 17,5» 20,3» Tatuhv 23,1» 20,3» 16,7» 19,9» Cam|.inas .... 22,4» 20,1» 17,2» 20,0» S. Paulo .... 20.4» 18,2» 15,0» 17,7» Cmiha 21,7» 18,4» 15,0» 17,7» SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Ora, sabendo-S3 que se cultivam os cereaes europeus, entre nós, du- rante os mezes que vão do liin do outono ao lim da [iriínavera, fica patente, em presença dos dados thi!nnicos acima exitostos, (j[uanlo o nosso clima convém á cultura do trigo. Por outro lado as chuvas que, quando abundantes, tanto prejudicam o trigo, decrescem entre nós (do centro ao sul do paiz) do outono á primavera, havendo então, neste periodo do anno, noites e maniiãs frescas, irrigadas de abmidantes orvalhadas, tão próprias ás plantas que cultivamos habitualmente nessa época. Assim, pois, achadas as variedades de trigo que mais convenham ao nosso clima e solo, a acertada a verdadeira époia d(^ plantio, conhe- cidas, em sunima, as exigências da planta, quanto ao clima, solo, pragas etc. etc, (não resta duvida) a cultura do trigo ainda virá a ser uma farta fonte de largos proventos de ordem moral c material para a nossa naciona- lidade ! O que é preciso para a rousnnirão (](• tão alevaiitado (/csidcratum {' a hUervenção ene)-(/''-:i. i-onm-in r ciuishiiiir ilns /'m/rrrs 1'iihUcos. Sem esta, seria inútil (■ aLrcriiiiiiiosd laiii;;u-sr o particular em Iciitalivas (pie acarretam despczas, ás mais das vezes, sinão sempre, inúteis e até (laimiosas para quem as supporta ! Não é funcção do individuo fazer (ixperiencias em beneficio da communidade, é sim funcção do Estado e só do Estado ! A este, pois, incumbe tentara resolução do magno problema, de (^ue, até certo ponto, dependem os nossos destinos nesta parte do conti- nciile. Couvciica-S!', p(t:s. (piciii ilc dever cdircilo, de, qui^ «nrtalui. obra nlv/.s77ív'ro. Que meça, como todo homem culto deve medir, as responsabilidades futuras, no dia em que o fado do mal nos atirar em possíveis complicações inlernacionaes, quod Deus avertat\ Que reflicta sobre as vantagens de toda natureza que a cultura do trigo traz para as nações (lue a ])0ssuem, maxíme, quando estas, como é o nosso caso, necessitam, carecem, dependem da colonisação como elemento essencial para o seu pidgrí^diíuenlo e até para a sua própria construcção! A Sociedade Nacional de Agricultura não se tem descurado do magno problema da i»ro;lucção do trigo cm terras do Brasil, sendo mesmo por inspiração c ordem do seu digno presidente que se redigem estas linhas. Já por diversas vezes ti^iu dislrihuido fartamente as varieilades de trigo que a seujuizo melhor convém ao nosso meio, solicitando das pessoas contempladas com a remessa do precioso cereal informações circura- A LAVOURA stanciadas sobre o andamento dos seus ensaiíts. Ella re[»ete desde já o mesmo pedido de ínfoniiarões para as remessas filiaras, prestes a serem eííectuadas. Damos a seguir as gravuras de algumas variedades de trigo copiadas da obra de Vilmoriu-Andrieux — Les Meãleurs Blcs . Trigos duros, barbados e do verão I TUlGO nu MKIlEAll Semeia-se nos climas mais quentes do heiíiisijherio do Norte, durante primavera, isto é, nos mezes de março e abril . Colmo cheio, crnlo, tirme e erecto . SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Espiga média, um taulo achatada, de còr (iscura, (luasi pnsla, l)ai"ljas compridas e resistentes . Grãos alongados, araarellos reluzentes . O trigo de Medeali é essencialmente meridional, des.-nvolvendo-sa melhor ao sul do Meililcrraneo, pelo norte da Africa. Ha cerca de trinta aunos ijiie s ', cmUív.i o trigo de Mcdeah no Egyplo, onde tem grande reputarão, por siu' muito rico em glúten. Após longos annos de ensaios do diíTerentes trigos, na Algéria, Cairo e Turquia, foi S3mpre o trigo de Medcali que deu melhor resultado. Este trigo dá-se mal no centro e norte da Europa. II TIUMK.M.V li.UiliAlKI IIV SICIM.V Sumeia-se na Europa e no hemisplierio do nort'; durante a primavera, islo é, de março a abril inclusive . A LAVOURA 21 Colmo (palha) fino, altura média, flexivel c um taiilo frágil. Espipa alva, comprida, barbada. Baritas almiidantes, claras, compridas. Grãds reluzentes, compridos, amarellos e averinelliados. O trigo Trimenia, como o S3U nome indica, 6 um trigo de Ires mezes ou pouco mais. SotTrc do frio no norte e centro da Europa. E' trigo para paizes de verão muito quente e secco. Spu verdadeiro meio cul- tural é a bacia do Mediterrâneo, na Europa, Africa, Ásia e Sul dos Estados Unidos, na America. Ill TlilGO DE MAIIÇO VERMELHO SEM HARI1\ Semeia-sc no hemispherio do Norte duranle a prunavera. Colmo suíricienlementc comprido, forte, macio, muito ôco. SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Espiga vermelho-escura, solta, fiiia, quasi sempre curva. Grãos compridos, pouco volumosos, vermelhos, meio reluzentes. E' originário do Mar Negro, no sul da Rússia, onde o cultivam abundantonicnle. Parccc-se muilo ( om outro trigo russo chamado Ghirka. A principal (pialidadc do Trigo de março está no facto dellc se adaptar a qualquer terreno, por mais pobre que este seja. Mesmo nos terrenos onde os outros trigos não |)roduzem, o Trigo de março dá cargas regula- res. Dá-se bem nas terras ai-cnosas e leves. IV TlUr.O DE MARÇO ItAlíIiADO COMMUM N. TV — Trigo do Marco Barbado Coii Semeia-se no hemispherio do norle no começo da primavera. Colmo fino, altura média, forte. A LAVOURA 23 Es|»íií;i |ioiico coiniiarta, um tanto achatada, barbas brancas, di; comiiriíiiciilo iii!''iliii. al,L'iun tanto divergente. Grãos aniarello-averaiclluuios, bem clieios, tamanlio mcdio. O Trigo de margo comraum é prodtictivo e miiilo rústico, convindo perfeitamente ás terras mediocres e aos climas um tanto seccos. Resiste bem aos ventos fortes, desgranando difíicilmente. Tiur.o vicToniA riE mar',;i">, TRino dk caraças, oi; trigo m kovk.nta hias N. V — Trigo Violoria de Março, Trigo de Caracas ou Trigo do No Semeia-se durante a primavera. Colmo de altura média, forte e macio. Espiga chata, solta, barbas esparsas. Grãos vermelhos, médios, meio reluzentes, pouco cheios. SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA OTi'igO(]oC;ii'acas, como o si-u iioinc iiiosli-a, foi licsroliciio rni Cai-a- cas e proiian-ado na Eiiki.u iiclo IJuão A.lliiiiil (iMl. lic oirr s- ('s;iallioii. Esta v.iricilailc (■ |iioiliicliva, iiiay dcsj^iaiia-tf;' coi iiila íacilnladí', oqiio constiluc um ileleito. VI TlilGO PRECMCE DO JAPÃO N. VI — Trigo Precoce do Japão Semeia-se durante a primavera. Colmo curto, erecto, resistente, òco. Espiga vermelho-escura, comprida, erecta, uclialada, |ioiico com- pacta, barbas curtas, rectas, divergentes. Grãos pequenos, curtos, Iciiros, vermelho-escuros. E' uma variedade extrcniainciiie precoce e que talvez coiivenlia muito bem ao Brasil. Foi pouco csludaila na Europa e creio (pu; é uliso- hitainente desconhecida entre nós. A LAVOURA ^5 Além das seis variedades de trigo acima expostas, muitas oiilras smim a recommendar, como dignas de ensaio. V uiKis. |in:s, transcrever mais outras, tiradas, como as que licaram acima. (I(t \alioso trabalho dos Srs. Vilmorin-Andrieux — Les Meilleurs BU-s. ' 1° grupo Trigos próprios para as terras pobres, arenosas ou quartzosas. Variedades de verão e que se semeiam no começo da primavera, na Euro[).v. c (1(í março a maio entre nós : 1.'^ Trigo llrrissoH. 2." Trigo Victor ia de março . ;}.° Trigo de S.iumur de março. 4." Trigo Quadrangular da Sicilia. 2° grupo lúiíix par.i iMias argil(Ha> compactas. Variedades primaveris: l."' Tri-(M|rSiiiiiiiii-(lriiiai',(i. 2." Trigo Cliid Iam lir.inco di^ março. 3.° Trigo Rousselin. 4." Trigo Richelle Branco de Nápoles. 5° grupo Trigos para t"rras argilo-calcareas. VariíMladcs |»riiiiavrris: 1." Trigo Ciiiildam Branco de março. 2.° Trigo Noé. 3.° Trigo de Saumm*. 4." Trigo Richelle Branco do Nápoles. 4° grupo Trigos para terras férteis e de alluvião. Variedades primaveris: 1.° Trigo Chiddam Branco de março. 2.° Trigo de Saumm- de março. Para resumir e arrematar tudo quanto dito fica, deverei lembrar aos Srs. lavradores, que porventura desejem ensaiar a cultura do trigo, que a semeadm-â deste c:n'eal se faz entre nós, desde o fim d(^ fevereiro até o lim de maio, semeando-se na proporção de 150 a 200 litros de grão por hi"ctare (10.000 m 2). Cmnpre ainda ponderar que, quando aqui se empregam as palavras — primavera ou primaveris — tem-s > a intenção de designar a estação do anuo que vai de março a maio, ipieé (luamlosedáa [)rimavera na Europa. SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Semeia-se o trigo a granel, atirando-sc as sementes sobre a terra previamente amanhada ou então, o que é preferivel, semeando-se com o auxilio do apparelho mcchanico chamado semeador, que executa a sraneadura em linhas espaçadas de 20 a 40 centímetros, conforme a ferti- lidade da terra c qualidade do trigo a semear. Ha uma considciairio de ordem económica, que convém muito que o lavrador trai/a iiii mente, eé «quea cultura do trigo, (jue em outros paizes é mediocrenicnle compensadora, pôde ser de grande resultado para o nosso agricultor, uma vez que este estabeleça um afolhamento, em que o trigo occupe o terreno durante o tempo que este fica baldio e inqiioductivo. E' saliido iiuc. desde iiuc Cdllieiíios as i>Ian1;is aiinuaes, (pie amadmvcriii de jaiiciío a mano. aliandonanios a terra, iior não pos- suirmos uma cultura (jue a utilise nos mezes frios (jue se seguem de março a começo de agosto ; pois bem, essa cultm-a, tel-a-á o agricultor, no trigo, na cevada, no centeio, na aveia, que vegetam justamente durante os mezes frios do anno em que a terra não rende o juro do capital que ella repre- senta » . Ensaiemos, portanto, a cultura do trigo, que podercá vir a ser uma farta fonte de ri(iueza e bi'.m estar para a nação e para o lavrador. Para consultas sohre o assumpto o hútor poderá ler: [.° — Obseroacíones sobre el caUipo dei tfiqo, por Guillermo Frich — Valdivia (Chile). 2." — L's Meilkurs Blés, por Vilmorin-Andrieux — (Paris). ;?." — Estulio sobre los trigos de la provinda de Entre-Rios, \x)r Carlos D. Girola — (Buenos Aires). 4.° — Cultura dos campos, \iOV F. F. de Assis Brasil — (Paris). 5.° — Phi/siolof/ie et culture dti blè, por Eugène Bisler — (Paris). C). " — L- blè, \K)i' E. L«cnutenx — (Paris). 7.° — Plant's de gra)vle cnltare, por P. P. Déhérain — (Paris). 8." — 'Agricultura Gew^ral, por Teodoro Alvares — (Montevideo). -^iè*:5íjf^€€«« A LAVOURA COLLABORAÇÃO Factos agrícolas Esperanças fagueiras aguardavam o advento de 1906. Bellos feijoaes das aguas chamados, virentes milliaraes com sua folhagem glauca, graúdos l)agos em taludos galhos de verdejantes cafeeiros pendurados, tudo imprimia á atmosphera rural um que de promissora existência. Dezembro de 1905 entrava com bons auspícios. Dia 1 correu fresco, de um sol ameno e brilhante, com suave viração norte. Eis que, porém, após a chuva tempestuosa e vandalica do dia 3, vieram 15 dias de estiagem, de sol abrazador, comproraettendo as esi^eranças nossas. No dia IS começou a invernada que só teve termo em 31 de março de 1906. Ora mansinha, ora diabólica, devastadora, a chuva cahiu durante 3 1/2 mezes, com pequeníssimas interrupções, fazendo desapparecer o flammejante astro, baixando a temperatura, retardando o cyclo vegetativo. No meu Registro Meteorológico, neste momento em minha frente, só menciono estiagem, ausência de chuvas nos dias 14, 15, 17, 19, 25 e 26 de janeiro. Em fevereiro só níão tivemos chuva nos dias 9, 10, 14, 15, 16, 25, 26 e 27. Em março tivemos pequenos intervallosem 2, 4, 5, 9, 12, 13, 23, 28 e 30. Com a entrada de abril legularisou-se o tempo. Saliemos que a prosperidade da lavoura depende do bom tempero do tempo. Experiência de 22 annos de lavoura a mim tem mostrado que pequeno excesso de sol é preferível a um chover desordenado. A superabundância de fructas que neste momento abarrota o mercado de Porto Alegro, de modo a .serem excellentes pecegos lançados a porcos, por falta de consumidores, uvas magnificas vendidas a 100 réis o kilo, é uma prova do que acabo de avançar . Vejamos as con.sequencias do cataclysma : Alguns feijoaes mais adiantados foram colhidos, porém a maioria, que deveria .ser colhida em hás de dezem tiro e principio de janeiro, perdeu-.^^e completamente. A colheita do milho ficou reduzidíssima, e o milho colhido' era de má qualidade. E' sabido que o milho pôde permanecer na roça um an no ou mais, .sem estragar-se com a chuva, graças á silicosa couraça que o envolve, impedindo a entrada da humidade. Isso, porém, dá-se SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA quando as cousas correm normalmente, quando seu cyclo nãné per- lurl3ado por irregularidades meteóricas. Sal)enios que as espigas de mil lio, emquanto verdes, são erectas para cima. Desde que o cyclo se approxima da meta, desde que a folhagem de glauca se vae tornando citrina, o pedúnculo contralie-se e o peso dos grãos obriga a espiga a virar, permanecendo olhando para o solo. Emquanto a espiga está verde e olhando para o pino, a verdura da palha e a vitalidade dos finíssimos estyletes em forma de brocha, impedem a entrada d'agua no seu interior. Seccando a palha e perdendo o pincel a sua vitalidade, desapparece o arrolhamento que se oppõe á entrada da humidade e a agua da chuva tenderia a penetrar, si nessa época o pedúnculo não secontrahisse, obrigando a espiga a descrever um arco, conservando-se inclinada, com a summidade para baixo. Quando o anno é assas chuvoso, desenvolve-se mais palha que grãos, a espiga fica leve, demora-se a tombar e a agua penetra na columella então frouxa, mal perculada pelo deseccamento da palha e do cabello. Foi o que se deu com o milho de 190G. Ao acaso, sem escolher, por di- versas vezes tirei balaios de milho em meu paiol. Despalhadas todas as espigas, notei isto na média: 18 7o completamente inutilisadas, imprestáveis para tudo, palha completamente adherente ao sabugo e este coberto de um bolor espesso ; 39 °/o em máo estado, porém servindo para criação ; 43 % boas, quasi perfeitas, com leve camada de bolor na base da espiga, porém com os 2 '3 superiores em perfeito estado, pre- stáveis para moinho. Completamente sã, completamente Lsenta de defeitos, completamente própria para reproducção, não encontrei nenhuma. Eis o que notei em minha roça. Vejamos o café. Em 1905 houve uma ílorada precoce, cujo fructo deveria amadu- recer em começo de janeiro de 1906. Devido aos dias invernosos que começaram em 18 de dezeml)ro, abaixando a temperatura e retardando o cyclo vegetativo, o tal fructo precoce começou a amadurecer em fins de janeiro. Sabemos que, com o tempo normal, o café amadurece, secca e per- manece no pé durante um anno. O fructo precoce deveria amadurecer, .seccar e esperar na arvore a colheita do fructo normal; porém como a chuva foi excessiva, o café ia amadurecendo, e cahindo. Quem visitasse os cafesaes via chusma de pequenos mosquitos sigando o sueco doce da fructa fendida e o chão juncado de grãos violáceos. Para aproveitar os bagos que iam A LAVOURA 29 cahindo, os lavradores mandaram fazer a arruação, limpar os cafesaes, para que o fructo cahido ficasse debaixo dos cafeeiros, á espera do tempo da collioila. Si a cluiva fosse sempre mansa, neblinosa, jwderiamos aproveitar o fruclo aili cahido. Porém, de quando em quand(i, a cliuva cahia volumosa, vandalica, não somente acar- retando a fructa cabida, como fazendo grandes sulcos, enormes brechas no terreno. Quando em abril cessou a chuva, vimos nossos cafeeiros quasi desprovidos de fructo. Toda a florada precoce tinha sido perdida e a do tempo já se estava compromettendo. Os lavradores que tiveram a felicidade de ter pequenissima a tal florada precoce, tiveram damno relativamente pe- queno, talvez 20 a 30 7o de prejuízo na colheita. Alguns, como o que este escreve, que na quasi totalidade da colheita contava a florada precoce, tiveram damnos enormes. Quando cessou a invernada, cal- culei minha colheita reduzida á metade. Posteriormente, depois de finda a colheita, vi que não ascendeu a tal, mas ainda com magua verifiquei que perdi 40 7o- Ao terminar a invernada, nossos cafesaes, arruados antes do tempo, estavam de novo cheios de mato, e o chão tufado de grãos que então permaneciam retidos pelo capim. Arruar de novo, seria não somente mais despeza como perder os bagos preciosos (jue juncavam o solo; fazer assim a colheita, seria penoso trabalho. Triste dilemma ! Não param ahi os damnos soffridos. Fendas de terreno, abysraos, avalanches enormes desprendendo das montanhas, carregando com- sigo centenares de cafeeiros, muitas vezes casas de colonos, barrando os córregos, improvisando açudes, occasionando enormes perdas de lavoura ! Rios transbordando, avassalando os baixios, cobrindo pastos, deixando sem alimento manadas enormes de animaes ; ou então, rapi- damente tomando colossal volume, invadindo os redis, acarretando toda a manada alli pousada ! Verdadeira calamidade ! Segunda metade de 190G. Os cafeeiros vellios parecem remoçados; os novos avantajam-se no crescimento e a folhagem negra parece dar-nos alentos de fe- lizes dias. Flurada enorme promette colheita igual á do a n no da liberdade. Faminto pessoal agrário, perdido o milho nas roças, redobra de esforços, pro(;ura sementes escassas, mette enxadas nas arvores, faz enormes plantações de milho. Germinação e crescimento correm bem; railhoral ostenta viço anormal ; tudo prediz desforra das vaccas magras. 30 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Cafeeiros dobram-se ao peso de carga immensa . Tudo parece sorrir, parece alentar os filhos das selvas. Eis que, porém, avisinha-se o termo do anno fatídico, e as chuvas começam a amiudar-se. Entra 1907, estamos já nas portas de fevereiro, e a chuva insiste em ser tão damninha quanto foi em 1906. Que será dos lavradores í A. C. B^ERBEiKA Paula, lavrador em Lago de Muriahé. Os gcrmsns da trichina no sangue do porco Não é sem razão que a religião hebraica prohibe o uso da carne de porco. Ainda que haja quem possa considerar tal prohi bicão como uma simples exigência gastronómica, não pensam assim os homens de sciencia, pois estes, como o legislador hebreu, consideram a carne de porco como o receptáculo de muitas doenças parasitarias e trans- missíveis. Por taes motivos, si todos devem usar da carne de porco com certa parcimonia, deverão recusal-a ia limine as senhoras depois do parto, os convalescentes de typho, de gastro-enterite, os que soffrem de catarrho intestinal, etc, etc; poniuanto estas pessoas estão mais pre- dispostas a contrahir as doenças transmissíveis pelo porco do que quaesquer outras . O perigo é tanto mais de temer, que Wyssmann e Staubli demons- traram que o sangue dos suínos é um meio propicio iJara o desenvolvi- mento de germens pathogenicos, em cujo numero se encontra a terrível trichina. Accresce ainda que com as carnes do porco é que se fazem os salames e outras iguarias destinadas a serem consumidas frias por todas as classes humanas. Porfallarem trichina, vem a pello mostrar como Staubli chegou a demonstrar a existência de embryões da trichina no sangue do porco. Retirou do coração de um porco abatido como trichinoso tanto sangue quanto poude por meio da seringa de Pravaz. Lançou esse sangue em um vaso contendo uma solução acidulada. A fibrina separou-se, os glóbulos vermelhos do sangue desíizeram-se e a emoglobína dissolveu- se. Submettendo o conteúdo do vaso a um movimento centrífugo, resultou em seguida um sedimento em que se encontravam leucócitos A LAVOURA 31 e germens da trichina. Vêm-se os embryões na trichina com oauxilio de um bom microscópio, e isto tanto mellior, si á preparação se ajuntar algumas gottas de eosina ou azul de metylene. Assim fazendo, acontece que os núcleos das cellulas dos embryões tomam uma cor azul carregado, e os vermes a coloração azul-claro, facilmente distinguivel . A descoberta de Staubli, plenamente confirmada, deve servir para acautelar o publico contra as carnes e chouriços de sangue de porco, a não ser que tenha havido escrupuloso exame sanitário. Dr. a. Rigodanzo, Medico Veterinário. Immigração japonsza Agora, que já se acha quasi concretisada em facto, com a próxima organisação do Ministério da Agricultura, Industria e Commercio — uma das maiores necessidad&s e aspirações da nossa lavoura — vêm a pello algumas observações sobre certos assumptos correlatos, dos quaes depende em larga escala o desenvolvimento económico do paiz, que, certo, virá daquelle centro creador e propulsor de energias vitaes, im- prescindiveis para erguer do marasmo e atrazo em que tem jazido, por tantos annos, a nossa industria-mãe, fonte primaria de onde sur- girá o nosso almejado progresso e poderio. Dentre outros, sobreleva notar, como um dos factores indispen- sáveis para esse almejado fim, a introducção e localisação de uma immigração adequada a differentes pontos do paiz e que, pelos seus hábitos de trabalho, génio creador e industrioso, constitutivos das qualidades innatas de suas raças, venha, não só povoar e tornar pro- ductivos nossos desertos virgens, como também as vastas extensões de terras hoje abandonadas e improductivas que, entretanto, pela sua situação junto a importantes centros de população e viasdecommu- nicação, podem tornar-se, por uma cultura intelligente e criteriosa, fartos celleiros de variados produclos, muitos dos quaes, como o arroz, trigo, milho, ele, importamos em larga escala, quando podia se dar justamente o inverso. Como elementos constitutivos dessa útil e indispensável immi- gração, não devemos esquecer, de par com os nossos já bem conhecidos e cx>mprovados teutões e italianos, os industriosos japonezes. Com effeito a occasião não pôde ser mais propicia para renovar tentativas, já feitas, de attrahil-os para o nosso paiz, em vista da politica 32 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA expansionista que parece orientar o Mikado, sobretudo apus suas bri- lliantes victorias sobre a Rússia. Dada, ainda, a densidade de sua populaçãj, é natural qu3 o Japão procure favorecer o estabelecimento de seus súbditos em paizes com os quaes possa entreter avultadas e rendosas relações com merciaes. E se ha paiz no mundo em que, a par de plena liberdade de insti- tuições e absoluta ausência de preconceitos de raça, encontrem os japonezes vasto campo para exercerem e uti Usarem suas excepcionaes a])tidões, esse paiz é, certamente, o nosso grande Brasil. Aqui não encontrarão esses absurdos preconceitos de raça, como nos Estados Unidos, onde o admirável incremento e aperfeiçoamento que os Japonezes têm sabido imprimir á producção de diversos géneros agrícolas, além das facilidades e vantagens que sua efflcaz cooperação tem proporcionado a outros ramos de actividade social, só têm servido para aggravar aquelles preconceitos, com baixos sentimentos de ódio e inveja, dando mesmo logar a uma propaganda hostil contra a conti- nuação da presença delles aili e com a qual, certamente, os Japonezes se não poderão sentir muito satisfeitos e tranquillos. Não devemos, portanto, perder a occasião de ir dispondo e empre- gando os meios para attraliir e, soljretudo, localisar tão proveitosos immigrantes. Para melhor accentuar de quanto suu capazes suas faculdades ereadoras e produclivas — aliás em um meio adverso, já pelo citado preconceito de raça, já pela concurrencia opposta pelos elementos de outras nacionalidades bem reputadas — é bastante transcrever- mos o seguinte trecho do artigo d'0 Pai::, de 7 do corrente, intitu- lado «Os Japonezes da America e os interesses do Mikado», que dá uma idéa do que elles têm feito nos Estados Unidos da America do Norte. «Empregaram-so nos caminhos de ferro, mon(ipolisaram os serviços domésticos. Mas, foram mais longe. Conquistaram altas posições nocommercioe na agricultura. Apoderaram-se da cultura do morango, tão extensa e rica. Plantaram a vinha, das quaes tem monopólio um feliz aventureiro, que, ha poucos annos, era criado em Frisco (S. Francisco). A expedição de fructas foi açambarcada pelos nippões. A famosa floricultura, que é uma das glorias americanas, está hoje nas mãos dos súbditos do Mikadu. A cuUui^a da batata, principalmente, caliiu em seu poder e o rei da batata nos Estados Unidos (potalo-king) é o japonez Sr. Ushyima. Km Seattle um nippão, Sr. Ilaltori, faz parte da Camará do Commerciu.» A LAVOURA 33 Diaiiíe de lai quadro, o quo não será licito esperar do nosso pró- ximo futuro económico, si tivermos a habilidade precisa de incorporar á nossa nacionalidade, além de outros, mais esses admiráveis e inex- cediveis elemento? de trabalho e progresso? Então já não S3rã um sonho irrealisavol ver cobertos de verdejantes arrozaes esses intér- minos banhados que se estendem desde Mqcahé a Campos, em uma extensão de 13 léguas, a poucas horas da Capital, e outros, não infe- riores em fertilidade e adaptação a essa e outras culturas e que hoje, por falta do devido saneamento, não passam de laboratórios perenní^s de impaludismo, que vae levar, quando não frequentemente a morte, o desalento e o depauperamento da raça ás populações locaes. Só então poderemos igualmente ter uma producção de fructas, tão necessárias á uma alimentação hygienica, hoje só ao alcance da bolsa do rico. E não só os nossos mercados internos se poderão abastecer far- tamente, como se poderá fomentar um avultado commercio com o exterior, que tamanho apreço já dá ás nossas saborosas fructas indí- genas, ás quaes só falta cultura carinhosa e intelligente para torna- rem-se ainda mais appetecidas e valiosas. Que venham, pois, quanto antes, tão preciosos obreiros, para facilitar a execução do grandioso e patriótico programma que guiará o futuro Ministério da Agricultura — são os ardentes votos que faz TRANSCRIPCÃO Um horticultor magico I.rTHEKO BURBAXK « Depois de longos annos de um trabalho paciente, silencioso e persistente, despido de americanismo, o Sr. Luthero BurJjanlc começa a ser conhecido e admirado no velho mundo. O magico do occidente — The Wiffctrd of tlie íVVsí - como llio chamam os americanos, merece que o publico europeu também co- nheça as suas descobertas admiráveis, que acabam de sor relatadas em um livro interessante — AVía/- Californie — polo Dr. Hugo de Vries, da Universidade de Amslerdam. 31 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA LiUhero Durl)ank habita uma aldeia californiana — Santa Rosa — perto de S. Francisco. Con) elle vivem sua velha mãi e uma irm ã que muito o auxiliam em suas delicadas experiências. Nos Estados Unidos, mais que alhures, os horticultores dedicam ingentes esforços para melhorar as arvores fructiferas e as plantas hortícolas Outr'ora eram a Inglaterra, a França, e mais tarde a própria Bélgica, que guiavam o movimento ; agora, porém, os Estados Unidos é que vão na frente, o que se explica pela variedade de climas e terrenos que possuem. Concordando com estes factores naturaes, opera o Departamento de Agricultura de Washington, enviando funccionarios seus a varias regi('5es do glolxi, afim de collectarem e introduzirem nos Estados Unidos as meliiores plantas que encontrara. Soem 1904 introduziram esses funccionarios nos Estados Unidos nada menos de 1.400 varieda- des de sementes e plantas preciosas para a agi-icultura ! Por .seu turno as innumeras eslaç(3es experimentaes de cultura não cessam de .seleccionar e crear novas variedades de plantas. Assim é que crearam novas laranjeiras, mais resistentes ao frio e ás mo- léstias, novos algodoeiros de melhor fibra e abundante producção, milhos e.speciaes para a alimentação humana, forragem, distilla- ção, ele. E.s.sa acção official .serve para orientar e encorajar a iniciativa pri- vada, de que .se destaca Mr. L. Burbanlv, feliz conquistador do premio de 100.000 doUars concedido liela Carnegie Institvtion. Burbank começou creando uma nova batata, resistente ás moléstias e riquíssima em amido. Conseguiu crear variedades de pecegueiros, damasqueiros e ameixeiras absolutamente resistentes ao frio; obteve uma castanheira anã, que dá excellentes fructos, desde a idade de 18 mezes. Creou uma araeixeira — Sugar Prune — cujo fructo sem caroço é um favo de mel, de assucarado que é . O Plumcot, um dos .seus productos mais curio.sos, éo resultado do cruzamento da ameixeira (Piam) com o dama.squeiro {Apricot). Não contente com augmenlar o volume dos fructos, diversificar o seu .sabor, mudar-lhes a forma e cor, supprimir-lhes os caroços, agora anda a Uies mudar o perfume e sabor. Assim é que a uma ameixa deu o gosto de pêra e a um marmel lo o perfume do abacaxi. Outra creação sua prodigiosa é a que se refere á Ameixeira Burbank, a qual se deriva de uma ameixeira que lhe veiu do Japão. A ameixeira Burbank é de tal modo productiva, que de uma tiveram que retirar 22.000 ameixas verdes, para se deixar na arvore uma quantidade A LAVOURA compatível com seu tamanho e roljustez. Occupa-se actualmente o Sr. Burbank em produzir uma uon tartarica, destinada exclusiva- mente á extracção do acido tartarico. Para se fazer idéa da obra colossal de Burljank, basta dizer que possue elle 300.000 variedades de amoras, completamente dislinctas entre si, pela forma de folhas e forma esaljor dos fructos ; 60.000 va- riedades de pecegos, .5 a 6.030 variedades de amendoeiras, 2.000 va- riedades de cerejeiras, 2.000 de p3reiras, 1.000 de videiras, 3.000 de macieiras, 1 . 200 de marmelleiros, 5 . 000 de nogueiras . Em floricultura a obra de Burbank não é menor, mas é princi- palmente em horticultura que os seus trabalhos mais interessam. Enxertando a batata ingleza sobre o tomateiro, obteve uma es- pécie de batata cujo gosto muito se avisinha do do tomate ; e, en- xertando o tomateiro .sobre a batata, conseguiu um fructo a que se deu o nome de Pomato, isto é, fructo proveniente da batata (potato) com o tomateiro (Tomato). O Pomato come-se crú ou cozido: é um fructo branco, de bel la apparencia e muito cheiroso. Com os morangos, framboezas e outros fructos, fez Burbank prodígios idênticos. Igualmente interes-santes são os seus trabalhos sobre os cactos, de que elle conseguiu obter variedades sem espinhos, de ííores bellissi- mas e fructos os mais variados. Diz o Sr, Burbank sobre os cactos : « Transplante-se um cacto commum para um jardim, onde nenhum animal o loque e destrua, e não levará muito para que perca o seu aspecto .selvagem e comecem a apparecer hastes desprovidas de defesas (espinhos) ; suas flores e fructos tomarão melhor aspecto Seleccionem-.se estes individues melhorados e, no fim de pouco tempo, ter-se-ão novas variedades completamente dom&sticadas, consideravelmente superiores aos indi- víduos naturaes de que .se derivam e conservar-se-ãoa.ssim,emquanto estiverem abrigados contra os ataques dos animaes nocivos.» As plantas fazem grande esforço para produzir espinhos, por isso, desde que estes se tornam inúteis, ellas deixam de possuil-os, ficando maisman.sas. As rosas, as amoras, framboezas e groselhas lambem perderão seus espinhos, si o seleccionador o quizer. Até aqui o que se tem procurado nestas plantas é obter flores mais bellas e melhores fructos, não se preoccupando com a eliminação dos espinhos. Entre as plantas propriamente industriaes, Burbank conseguiu produzir uma variedade de tabaco de 2 metros de altura, com folhas de O", 90 a i'",20 de comprimento e 0'",60 de largm^a. SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA P,ui-l>aiik obtém lodos esses prodiictos, cruzando plantas da mesma espécie entre si, cruzando espécies differentes, cruzando plantas sil- vestres com outras domesticas e depois fixando os mais bel los typos obtidos por meio de enxerto e continuando a reproduzil-as com este artificio, que é uma especialidade sua. Multo mais ha que dizer sobre os trabalhos de Burbank, mas longo será de>crevel-os ; por isso nos detemos aqui, promeltendo continusr a expol-os noutra occasião)^. A interessante noticia que acabamos de transcrever tomámol-a áa. Étoila Belfje,a qual por sua vez s:; inspimu no livro do professor de Vries — Naor Califorine. Seria muito de desejar que os nossos fracticultores se puzassem em relação com o Sr. Luthero Burbank, em Santa Rosa — Califórnia — Estados Unidos. Esse senhor, que é um grande negociante de semen- tes e plantas fructiferas, attenderá certamente aos pedidos que se lhe fizerem daqui. Convém tentar. G. C. Discurso do Dr. Luiz de Oliveira Bsllo sobrs a evolução agricola « Será uma repetição, mas para a justiça não ha pleonasmos. Quando se acerte em fatiar da lavoura, de sua causa, da promoção de seus inte- resses, das suas reformas, promovidas dentro e fora da Legislatura, não se sor- prendam que elta estenda o braço rude e descarnado c aponte o Deputado Tosta, cora aquelle gesto liistorico de Cornélia, indigitando Tibério Gracclio, seu fillio, á estima e á ovação do povo romano. Quando eu fatio em Tosta não o posso distinguir da Sociedade Nacional de Agri- cultura, na symbiose em que estão de tidas e triumphos, labores e mérito. Não se tratava de compettir o patricia.'o arrogante e predatório a render á justiça c á plebe o direito de cidade e as terras, amassadas no sangue dos legionários ; mas havia talvez peior: revocar ao movimento vital um cataléptico, percutir o torpor es- téril de um paratytico, num meio atrophi- ante de hospital ao desamparo, sem reac- ções nem esforços curativos. Ora, a lucta contra a força, a resistência, promove, mesmo por fatalidade physiolo- gica, o heroísmo nos nervos ; a energia sahe delta, como chispas eléctricas, que gal- vanizam ainda os mais tibios. Pois bem ; na causa da lavoura houve tempo em que não se percebia a tuta, a não ser a das vascas da vida com a morte. Era a causa esquecida, inconfessável, irrisória. Para apartar delta os focos da opinião havia, talvez, a intensa sombra expiatória das senzalas, symbotizando a degradação do trabalho e a secular, sevicia do senhor contra o escravo. Dyiliirambos, divagações românticas, ainda bem ; voos de águias excursionistas por sobre os cafezaes em flor e os cannaviacs fiinathantes, villegiaturas bucólicas em as- pirações platónicas. Mas que algum Deputado se aventu- rasse a offerecer projectos e a commentat-os! Faltar a technica rural, dizer os cereacs por seus nomes, alli onde a rhetorica avet- luda e perfuma os vocábulos, fora perpetrar A LAVOURA cincaJa contra ( i bi >iii - c isti > parlamentar e incorrer, esthcticainentc, nas iras do re- {fimento. Os discursos não crani ouvidos, os pro- jectos alcança\'am a ventura do cárcere perpcliKi, e ao infeliz orador, quando na tribuna, talvez algum malicioso caricatu- rista espreitasse, se acaso descalçara as botas de rufantcs chilenas e onde atara o muar de correr as roças. Esses tempos passaram: \'. Ex. e a Sociedade de Agricultura desfraldaram a bandeira e conclamaram por sua vez: — aqui estamos, aqui ficaremos. Os discursos de \'. Ex., a principio não ouvidos, os projectos a principio mal acatados, aca- baram obtendo a deferência, a sympathia, o apoio, o applauso ; fizeram-se leis, re- formas, institutos, vibraram a opinião, pro- pclliram correntes, organizaram escola, melhor, uma politica, a da economia agra- ria, que tem a terra abençoada da pátria por base e a sua brônzea grandeza futura por cupola . Y. Ex. comprehendeu que a noção da independência nacional é hoje um dualismo, formado da conjugação de duas forças, a politica c a económica: ser patrioticamente defensável e economicamente resistente. O paiz pobre, fallido, entrou em decomposição nacional e os abutres do expansionismo corve jam sobre elle fazendo declamar pelos canhões o responso da febula do lobo e do cordeiro. S. Ex. comprehendeu que ser prospera, ser rica, não é vaidade sumptuária, é neces- sidade vital entre as nações. Produzir mais, ainda mais, vender, melhor, ainda melhor, alliciar mercados mais, ainda mais, pedir ao trabalho, ao povoamento, ao capital, ao credito, á associação, á sciencia, ao de- votamento, ao proJigio o segredo do en- grandecimento económico ; não valendo ter a idade milenária, ahi está o Japão, ahi está o Egvpto ; não valendo não ter terri- tório, ahi está a Hollanda ; não valendo não ter tido população, ahi está a Argen- tina ; é ser ou não ser: economicamente forte ou irremissivelmente perdido. y . Ex. comprehendeu que ha ainda uma situação mais perigosa que a do paiz tallido, é a do povo inerte numa terra fértil, é a fortuna desarmada, o thesouro á revelia, e para esse caso clinico, de pro- gnostico fatal, a diplomacia dos leões ja inventou uma fórmula socialista e ethnica de esbulho: a desapropriação da terra fértil, da posse indébita do povo inerte, para o dominio fecundo das nações capazes. \'. Ex. não andou só, é bem de ver, muitos se lhe ajuntaram emulando em es- forços, entre elles os dous eminentes esta- distas, que a Sociedade acaba de inscrever entre os seus sócios honorários, e o illustrc Ministro da Mação, tão merecidamente rápido na sua ascenção, que já era uma grande realidade, quando podia ser uma esperança fagueira. Mas o mérito das ini- ciativas tenazes de V. Ex., dos triumphos alcançados o erigem em porta-bandeira da grande causa fundamental, o Melinc bra- zileiro, o estadista da terra mater, como vocação natural dos nossos destinos de conservação, de prosperidade e de gran- deza. Não sei quem será amanhã o Ministro da Agricultura; o que sei é que o arbitro da escolha, pela eminência do seu critério de emérito estadista, pela clarividência da necessidade de acertar, ha de optar pelo melhor ; desde já poderemos felici- tal-o. .Mas não olho agoi-a para cima ; olho aos lados, em derredor e vejo a lavoura, sempre luctando entre o trabalho maior e o lucro menor, suspender por um momento a faina e estendendo a mão, tremula das emoções do muito affecto e pesada das bênçãos da muita justiça, dizer-vos: Eu vos saúdo, meu Ministro honorário da .agricultura !■> SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Legislação rural (Contii, Assim, aos factores"] apontados, temos ainda a addicionar o consumo. O consumo da proJucção i uma das questões importantes na vida de nossas in- dustrias ruraes. Todos sabem as difflculdades com que luctam os nossos productores para collo- car a maioria dos productos ruraes nos res- pectiTOs mercados. Estes são g-eralmente dominados por hábitos de velhos processos e estimulados pelo desejo do maior lucro, aliás nem sempre leg-itimo, não concorrem para o beneficio do productor na medida que seria necessário para animar-lhe o trabalho e os esforços. Este facto não é exclusivamente bra- sileiro, é universal. E, sendo assim, era natural que se procurasse um meio de cor- rig-il-o e, com effeito, esse meio foi encon- trado nessas org-anisações simples, formadas pelos próprios interessados, que, sem con- trariar os legítimos interesses de quem quer que seja, mas fortalecidos pela união, pelo espirito de solidariedade, lutam van- tajosamente contra a especulação dos mer- cados, com incalculáveis proveitos, não só para os productores, como também para os consumidores. Taes são, Sr. Presidente, as coopera- tivas e os syndicatos agrícolas. Entre nós bem difficil seria conseguir que, de um momento para outro, a lavoura se congregasse para constituir uma asso- ciação que trouxesse ao mercado da Ca- pital e que servisse para alli vender os nossos productos agrícolas. E' conhecida a índole do lavrador, naturalmente arredio deste espirito de associação, e hoje, que tem sofTrido com essas tentativas inúteis para salvar a la- voura. jMas, seja como fôr, incontestavelmente, Sr. Presidente, a applícação do principio da cooperação será um precioso elcniciito para a salvação da lavoura, sobretudo por- que elle será o único meio efíicaz para con- seguír-se desses productos que ella hoje vè completamente desvalorisados, que não pôde quasi trazer ao mercado da Capital Federal, pela especulação a que estão su- jeitos, novos e talvez abundantes recursos para auxiliar e melhorar a situação do la- vrador. Vou citar um exemplo do quanto pôde e das vantagens que ao escasso capital da lavoura podem trazer as associações a que me refiro. A Sociedade Nacional de Agricultura, no meritório intuito de propagar pratica- mente as vantagens resultantes da coope- ração, resolveu lazer uma experiência neste sentido. O formicida é, como todos sabem, um dos productos de grande consumo na la- voura e todo lavrador sabe igualmente por que preço pôde ser elle adquirido nos mercados . Se se trata de um pequeno lavrador, que não dispõe de recursos para comprar em grosso o formicida, é elle forçado a conipral-o na localidade, por preços exor- bitantes, por 8$, ou 9$ ; se o lavrador pôde, porém, manda buscal-o em maior quantidade no Rio de Janeiro, directa- mente, consegue-o por preço relativamente mais baixo, ainda assim nunca por menos de 4$8oo a 5$ooo. Pois bem, a Sociedade Nacional de Agricultura chamou concurrentes para for- necer aos seus sócios este producto . Em virtude desta concurrencia, hoje essa Sociedade obtém, com uma reducção de cerca de 20 "/„, sobre os mais baixos preços do mercado, todo o formicida de que carecem seus sócios. Estes obtêm efiectivamentc imia lata deste producto por 4$2oo, inclusive car- reto c despacho, quer se trate do forneci- mento de uma quer de cem caixas, excluí- do somente o frete respectivo. O mesmo serxigi i est:i prestando a So- ciedade, noforneciíiiLMUDi-ÍL' machiiias agrí- colas e do arame farpaJo para cercas, t|ac custa no mercado de 1(1$ a 20$, mais ou menos. De accórdo com o Syndicato Central dos Afiricultores do Brasil, a Sociedade obtém o arame tarpado e põe á disposição de seus sócios, lavradores, aqui no Rio de Janeiro, à razão de io$8oo, o rolo de 40 kilog-rammas. Ora, quem conhece o consumo que ha, na lavoura, destes dous artigos — o for- micida para a, extincção dos insectos, e o arame farpado para as cercas, sobretudo nas zonas pastoris, pôde facilmente avaliar do beneficio immenso que dahi resulta para o agricultor ou o criador, que desfarte, reduzindo as despezas de custeio dos res- pectivos serviços, conseguem, com a eco- nomia i'esultante, mais alguns recursos para melhor exploração de sua proprie- dade. Por estes exemplos, Sr. Presidente, poderão os meus illustres coUegas julgar dos benefícios que poderá dar o processo análogo da venda dos productos ruraes por intermédio das cooperativas ; os lucros que, desapiedados, tiram os intermediários, são aqui divididos entre o consumidor e o productor, que novos recursos c estímulos consegue para a propriedade de sua indus- tria. Feitas estas observações, eu peço li- cença ao nobre collega, Sr. Arnaldo Ta- vares, para propor algumas emendas ao seu projecto. Vou lel-as, e explicar ao mesmo tempo as razões que as dictaram : Na alinea b do projecto, lè-se o se- guinte : h) utilisará os pro prios ruraes do Es- tado, creando nelles campos de demons- tração e aprendizagem agrícolas. Proponho o seguinte substitutivo : bj fundará em ponto conveniente do Estado, uma estação agronómica para o estudo experimental das questões agrí- colas e zootechnicas e para divulgação e propagação entre os agricultores flumi- nenses dos methoJos e processos práticos, que tenham por fim facilitar o desenvolvi- mento e o progresso da agricultura e da pecuária . Um campo de demonstração, Sr. Pre- sidente, é um organismo perfeitamente de- finido na technica dos institutos agrícolas ; elle é, por assim dizer, o terreno onde se \ão applicar os conhecimentos que se tem já adquirido em outra parte ; alli procede- se á demonstração daquillo que já se es- tudou . Ora, não podemos, portanto, ter um campo de demonstração, sem termos um instituto onde se estudem os factos e se adquiram os elementos para fazer-se essa demonstração. Para supprir esta falta seria, pois, ne^ cessario fazer do campo de demonstração uma verdadeira Estação Agronómica, isto é, crear alli uma série de serviços inhe- rentes a esta ultima instituição e que não são propriamente da Índole daquelle, que é antes o complemento necessário da es- tação . A consequência é que um campo de demonstração para dar resultados practicos c reaes, exigindo a creação de taes ser- viços, acarretaria despezas equivalentes ás de uma Estação Agronómica sem, entre- tanto, obter-se uma conveniente organiza- ção desta, como é necessário. Creada, porém, a Estação Agronómica, estaremos apparelhados com os elementos necessários para o estudo de todas as questões que se relacionam com a chimica agrícola, a bacteriologia, a phytopatho- logia, a entomologia, e todos os outros assumptos referentes á agronomia ; teremos os campos de experiências donde sahirão as lições praticas para serem applicadas nos campos de demonstração. Além disto, a um Instituto desta na- tureza pôde edeve ser annexado um posto zootechnico. 40 SOCIISDADE NACIONAL DE AOIUCULTURA Sc mis LHimprc attciulcr ao ag:ricultoi", iifici pdJonicis esquecer o criador que será, no ICstado do Rio de Jaiíeim, um laclur importante de sua riqueza. ' O posto zootechnico perniittirá não só o estudo e a selecção das nossas raças ani- niacs, o que é de grande e incontestável iicct I ii 'i\ c. ainda mais, o estudo das ia : .1; III IMS, sua acclimação e seus cni/aiikiii.i,. paia uão estarmos a importar f>ado seui sabermos se é apropriado ao nosso clima e aos misteres a que o desti- namos, como tamhcm o ensino e a propa- gação dos processos adiantados das indus- trias pecuárias. Com ^estes elementos estou certo, Sr. Presidente, teremos uma Estação Agro- nómica, não mais cara do que viria a cus- tar D campo de demonstração, se tivesse, como deveria ter, todos os recursos te- clinicos necessários piara lhe foniecerem os elementos para as suas demonstrações. Cnio que, com um dispêndio não, su- pci-ior a II» ia «111^, piider-se-ha perteita- meiíte manicr um estabelecimento desta ordem, sem luxo nemapparatos inúteis. Mais adiante estabeleço o seguinte (lê): Auxiliará as municipalidades e asso- .ciações ruraes na ínstallação c direcção te- chnica de campos de experiência, de de- nionstracção ou institutos para o aprendi- zado elementar agfricola, podendo para isso ccder-lhes os próprios estadoaes, situa- dos nas respectivas circumscripções e de que não carecer o Estado . Montada a Estação Agronómica onde naturalmente ha um campo de experiências c demonstração, ella terá o pessoal habili- tado para organisar e dar orientação con- veniente a todos os campos de demons- tração que se fundarem . Ora, um simples campo de demons- tração pôde ser custeado com pouco di- nheiro; com o dispêndio de cerca de quatro contos poderá elle se manter, uma vez que a sua installação e a sua direcção technica, que não precisa ser diária, com- tanto que seja feita por pessoal habilitado, Cl imi I deverá ser o da Estação Agronómica, a quem Llc\erá ser confiado este serviço. Deste modo a Municipalidade ou um li iLipo de lavradores que quizer na sua zona fundar um campo de demonstração, poderá fazel-o com o concurso da Estação Agro- nómica, que mandará pessoal competente para organizar e dar a direcção g-eral do serviço, visitando-a em épocas conveni- entes. làs a razão, Sr. Presidente, por que acho da maior urg-encia a creação de uma I 'estação Ag-ronomica no Estado ; porque delia partirão todos os outros inslitutos ag-ricolas que se queiram fundar . A minha emenda refere-se também a institutos para o aprendizado elementar agrícola. O aprendizado ag:ricola, Sr . Presidente, é a primeira condição para a pratica dos processos racionaes da agricultura, c já que não se pióde conseguir tudo, deixe-se a porta aberta áquelles que quizerem col- laborar nesta obra meritória. Pôde acontecer Sr. Presidente, que haja corporações, camarás ou associações particulares que tenham cm vista crear uma escola agrícola ; o dispositivo da emenda faculta ao Governo o meio de concori-er cfflcazmente para isto. Sobre este assumpto posso adiantar a Asscmblca que o illustrc Presidente da Ca" mara .Municipal de Vassouras, Sr. Dr. Hen- rique Borges Monteiro, já está em relações com uma associação religiosa, a dos Frades Trapistas que se dedicam com grande com- petência á agricultura, para a fundação, naquella cidade, de uma escola agrícola . Desde que o Presidente da Camará de Vas- souras consiga o seu generoso intento, o Governo do Estado poderá concorrer para a sua realização, cedendo o prédio que alli possue, obrigando-se a Camará a dar accommodações para os serviços a que está destinado o referido prédio. O que quer hoje fazer Vassouras farã° amanhã outras cidades do Estado e a acção de uma despertará o estimulo de outras. A LAVOURA 41 Accrescento ainda esta outra ciiieiula {lé): Organizará o serviço regular da Esta- tística do Estado, podendo, para auxiliar este serviço, pôr em execução o disposto no art. 2° da lei n. 476, de 24 de outubro de i9ot. Esta disposição tem em visla auxiliar convenientemente o serviço de estatis' tica. Já tenids e falla-sc no pi-djcclu cm crear taxas dccslatistica, maslnjus sabemos que o lOstadd nã(i tem hnje (JiyanizaJd ojnve- nientemente este serviço, que, graças á actividade e boa vontade do Sr. Presi- dente do Estado, se faz no seu palácio. Entretanto ha uma disposição de lei que faculta utilizar para este serviço o pessoal da Assembléa no interregno das sessões ; com este' auxilio, o Governo poderá emprc- hender uma organização modesta, dan- do-lhe, naturalmente, uma direcção compe- tente, porque como os collegas sabem uma estatística è trabalho de extrema delicadeza. Outra emenda para ser collocada onde convier é a seguinte ( tó ) : Auxiliará a titulo de subvenção ou de adiantamento, como melhor convier, a asso- ciação cooperativa que a Sociedade Na- cional de Agricultura e o Syndicato Central dos Agricultores do Brrsil fundarem, e des- tinada á venda dos productos, das industrias ruraes do Estado, á exposição permanente desses productos, com as indicações pre- cizas da procedência e a outros serviços reclamados pelas mesmas industrias. Sr. Presidente, esta disposição é, como V. Ex. vê, puramente facultativa. A So- ciedade Nacional de Agricultura e o Syn- dicato Central dos Agricultores do Brasil têm já a sua historia e os seus créditos fir- mados. Em abono do que digo, ahi estão as innumeras provas do alto apreço com què aquella sociedade tem sido distinguida pelo Governo Federal e pelo Congresso Na- cional, que a tem incumbido de serviço de maior responsabilidade, e de que ella tem sabido dignamente desempenhar-se . Ninguém melhor do que estas corpo- rações está no caso de promover e levar a eflfeito a fundação de uma cooperativa em condições de prestar reaes serviços ás classes ruraes. Para levar a effcito, com toda a segu- rança, uma empreza deste género, se faz preciso capital, que não se poderá conseguir com facilidade, já pela difíiculdade de obter para o inicio das operações o numero ne- cessário de associados, já porque, para que ella aproveite a todos, e especialmente aos que mais precisam, é indi.spensavel que as quotas de cada associado sejam bastante modiicas. Somente depois de provada praticamente a utilidade da associação, se poderá contar com o concurso de sócios e estou certo que então elles não faltarão. A alinea c seja assim redigida ( fó ) : Instituirá taxas de estatística para os gé- neros de producção do Estado e fará a re- visão das actuaes taxas de exportação no sen- tido de diminuir os ónus, que, porventura, pesarem sobre productos que carecerem desta providencia, para mais amplo desen- vohimento da respectiva producção. O projecto consigna na alinea c outras disposições. Diz assim (fó) : c ) instituirá taxas de estatísticas para géneros de producção do Estado, que forem exportados, podendo decretar prémios e subvenções que animem o desenvolvimento da agricultura e das industrias do Estado. Eu, Sr. Presidente, permitti-me a liber- dade de retirar de minha emenda esta se- gunda parte . Aliás acho que ella pôde ser mantida mas, na minha humilde opinião, não é vantajosa . V. Ex. sabe que nesta questão de prémios os que ganham são os que mais produzem, e estes são naturalmente os qiie mais elementos tem para produzir . Ora, os que precisam de maior protecção e de mais estímulos são precisamente os que não têm fartos recursos, que querem, mas não podem produzir ou produzem pouco . SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Nestas idéas, julg-iiei dever alterar, na emenda que formulei, o que constava do projecto, e consifínei um dispositivo auto- rizando a revisão das taxas de exportação, porque acredito que muitas delias não fa- cilitam, talvez mesmo entorpeçam o desen- volvimento da producção. V. Ex. sabe que o eminente Sr. Dr. Nilo Peçanha, no trabalho afanoso que tem tido nestes três annos de Governo, não pôde attendcr solicitamente a tuJo. S. Ex. tem uma obra que por si só é imniorredoura. Talvez haja quem acredite que ainda é cedo para julg:al-a ; mas, estou convencido de que, no futuro, como hoje ning-uem po- derá recusar a S . Ex . a gloria de ter sido o restaurador das finanças do Rio de Ja- neiro. O Sr* Eugénio Pinto:— Apoiado. O Sr. Sylvio Rang-el:— Esta s'loria por si só lhe será bastante. Entretanto, S . Ex . tem attendido com solicitude, tanto quanto possível, aos múltiplos serviços publicas sob sua guarda ; mas natural- mente, não lhe foi possível attender ig-ual- mente aos pequenos detalhes da adminis- tração. E' por isso que eu lembro a idéa de se fazer a revisão dessas tarifas. Posso a esse propósito citar um facto recente . Vi, ha pouco tempo, uma nota relativa a aves, pela qual veriliquei que a taxa de exportação é demasiada e ha de tender forçosamente a difficultar o desenvolvimen- to da avicultura. Era uma nota de despacho de quatro patos, remettidos em uma capoeira ; pa- garam de frete á domicilio 2^400. Suppo- nhamos que cada um desses patos podesse ser vendido a 2^, preço talvez ejevado, valendo todos, portanto, 8^000. Deduzidos os 2^400 de frete, ficariam S^óoo, salvo a commissão de quem os vendes.se. Ora, sendo a taxa paga de exportação i ^440, correspondeu ella a 25°/„ do proJacto obtido na venda. Em quantidades maiores, esta taxa será provavelmente menor, mas ainda assim, considerável . O Sr. Eugénio Pinto: — Mas, essa taxa é fixa, de 80 reis por kilogramma. Era de 100 réis. O Sr. Sylvio Rangel: — Isto só serve para provar que as aves são bastante pe- sadas e não tem aceitação no mercado que possa trazer vantagem aos seus criadores. O Sr. Eugénio Pinto: — Esses patos pesavam muito. . . O Sr. Nunes Teixeira : — Fazem pagar o peso bruto. O Sr. Sylvio Rangel: — E' isto ; não cobram a taxa pelo peso liquido, incluem o das capoeiras, que pesam muito. Em relação a madeiras tenho ouvido iguaes queixas, quanto ao imposto. Também apresento uma emenda substi- tuindo o art. 2°: é a segunte {li): <■ O Poder Executivo poderá igualmente auxiliar, do modo que julgar mais conve- niente, ás municipalidades ou syndicatos agricolas, que o requererem, nas obras destinadas ao saneamento e outros melho- ramentos da Baixada do Estado e bem assim auxiliará as mesmas corporações no povoamento das respectivas terras, na me- dida dos recursos financeiros de que puder dispor » . O modo porque redigi este substitutivo se explica pela convicção que tenho de que todas as Camarás Municipaes, actualmente, não se acham em condições de concorrer para esses trabalhos, ellas lutarão com di- ficuldades enormes para realizar os mais simples e urgentes serviços. Mas, Sr. Presidente, na Europa e nos Estados Unidos, se adopta, com grandes resultados, um processo difTerente e pratico para a realização destes serviços. Os proprietários ou interessados no sa- neamento de uma certa zona se associam, formando syndicatos. Isto feito recorrem ao Governo que vem em seu auxilio, prestan- do-lhes os favores reclamados mediante con- dições geralmente expressas em lei . A LAVOURA O Governo tem o seu plano geral, manda examinar e estudar o terreno e ve- rifica se os syndicatos dispõem de recursos pecuniários, si, com os melhoramentos pro- jectados, adquirem elles meios de com- pensar o Estado dos adiantamentos que terá de fazer e dos serviços que Ities vai pres- tar, etc. Ora, eu sei que a principio este alvitre encontrará difficuldades para sua realização. A talta de espirito de associação entre os agricultores, a sua tendência para o regi- men dos latilundios, são, por certo, razões que difflcultarão a solução do problema ; mas acredito, Sr. Presidente, que a propa- ganda e a acção pertinaz dos poderes pú- blicos acabarão por vencer os obstáculos. E é tempo, pois a baixada do Estado do Rio de Janeiro é a zona apropriada para a cultura dos cereaes, e nós precisamos aban- donar essa pratica ingrata de plantação á enxada, de cereaes nos morros, que só po- dem ser aproveitados para as culturas ar- bustivas e arbóreas e á creação do gado. A cultura do cereal só póJe remunerar com vantagem, quando feita mecanicamente e isto só se consegue quando se trabalha nas planícies (Apoiados) . Assim, Sr. Presidente, os proprietários dos terrenos da baixada, querendo benefi- cial-os, poderão associar-se, recebendo do Governo o auxilio solicitado, mediante a cessão ao Estado de uma certa porção da zona saneada ; e o Estado por sua vez, pos- suindo estes terrenos, poderá alli collocar famílias que venham cultival-os com boas machinas, de accordo com os processos mo- dernos de agricultura. Vê V. Ex., Sr. Presidente, que tudo isto depende de estudos, da competência e firme vontade daquelles que tiverem de exe- cutar taes serviços ; mas, neste ponto, creio, devemos estar tranquillos e acreditar que o maior cuidado e solicitude haverá a tal respeito. Por ultimo, Sr. Presidente, offereço uma emenda que me parece essencial e que faltou ao projecto, para ser coUocada onde convier : é uma autorização ao Poder Exe- cutivo para abrir os créditos necessários á execução dessa lei . Eram estas, Sr. Presidente, as emendas que formulei e tomo a liberdade de apre- sentar á consideração da Casa. Acredito que ellas estão em termos bem amplos para que o Governo do Estado não encontre embaraços na escolha dos meios para me- lhorar a situação da lavoura ; e são meus sinceros votos que, assim como hoje po- demos dizer que o Sr. Nilo Peçanha foi in- contestavelmente o restaurador das finanças e do credito do Estado, possamos, em fu- turo próximo, accrescentar que o seu suc- cessor foi o restaurador da vida económica e da agricultura fluminenses. /Muito bem; muito bem. O oradur c cumprimentado e felicitado pelo grande numero de Depu- tados presentes) . SvLvio Rangel VARIEDADE ^loiíog-mplxias ag-ricolas puUlicatlíis pela S. IV. «le Ag^i-icultui-a. — A Revista dei Ministério do Obras Publicas y Fomenlo'^àa liugotá transei eve a raoiiogiíipliia publicada pela SocicdaiJe Nacional de Agriciíl- lura «obro a cevada. Outras monographiab têm sido transcriptus dentro e fora do paiz, tendo me- recido C.-peeial attenção a que tiala úe.—Quolro imjwrlanlcs legwmnosas forra- geiras. SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTORA 190.-Í lOOG 1.162.700 2:640.800 15.534.500 15.791.400 43.000 49.500 186.000 866.200 646.500 39.200 31.800 13.0' 10 Exportaçfio «Io Ibaiiaiias tl<» Cuba par^i os J-'';stacií>8 TJiiiao^s. — Durance o annu fui lo a 30 ãá junho de 1906 Cqbn, exportou para os Estados II niilos, 1 .000.603 dollars, ouro, havGoJo muita prob.UjiliJado para que a cxporSação deste anno seja superior. líxiíortação niexicitmi oim lí>í»;;-lí><>« Café Fibra de piteira Laranjas Borracha Assucar • . Tabaco AiiKlfv o Guayule — A Companhia Continental do Borracha tem ura capital de 4.500.000 dollars, ouro, collocados nas plantações e fabricas de Guayulo. lazem quo as três fabricas da— Com|ianhia Torreon, Saltillo e Ocampo— produzem mensalmente cerca de 500.000 libras do Guayulu comincrcial. Inipovtação nos l^"sta,tios XJiiidor-; «lui-aiiío o>í nove pvi- ineii'Os mez;es lOO.-i 1Í)0G Procedonria Itolhirs Dollars Brasil , 515.373 1.141.519 A. Central -^i.WS 20.353 A. do Sul 1.503.719 1.603.435 CAFÉ Braul . . . . • 34.080.000 28.^:71.0 K) México 2. IH. ^00 2.040.000 A. Central 5. 580. (MO 5.708.000 A. do Sul 5.U25.600 7.78J.300 FIIIRAS HE PITEIR.V México 11.024.00) 9. .532. 60) Outros paize- 248.700 386.30o BANANAS A. Central 3.257.000 4.208.800 Cuba 1.193.100 1.2!)9.700 BORRACHA Brasil 20.333.00:) 19. 541. Suo México 225.600 1.086.310 ASSUCAR Brasil 1.332.400 328.6'I0 México 0:19.000 60.500 Cubi 06.067.000 54.0(0.000 Importa-çilo oo loa.-i I.ilira^ Libras Brasil 623.307.000 820.560.000 S. America 114.4')2.000 103.072.00) A. Central 04.393.01)0 59.563.000 México 24.580.000 21.957.000 ludia 13.193.000 12.32ó.iiOO A LAVOURA £;sta,tistica, tisricola, e pn.'storil do Ui-ug^uay Valor il.is pr,,- XaciunilM.nle .los pr.priularios pruladfs em dollars Uruguayos 166.000.000 Italianos 35.900,000 Hi3spanhóps 34.275.000 Brasileiros 28.000.000 Inglezes 9.500.0CO Vários 11.5;9.000 lílxportaçrio tle iusli-unieiitos ag^i-icolas tios Estados Valor cm dollar-^ 100.'> lODG Coifadoras e seus pertences 10.614.000 10.594.000 Charruas o cultivadores y. O (6.000 3.131.000 Outros instrumentos 5.031.o00 7.803.000 Total 18.1)7i!.0l)0 :.M.531.000 Paizes importadores : Brasil 160.000 84.000 Argentina 4.394.0)0 3. 93?. 00) (,:uba àl9.0í)0 106.000 México 33;. 003 458.0)0 Chile • • . 251.000 379.000 ríeceita para, impedii- a podi-idão das batatas — Uma rovijt i americana aconselha irrigar as liatatas com uma solução do 500 grammis de chlorureto de cálcio c 54 litros de agua. Feito isto, deixem as batatas seccar o guardem-nas em logar enxuto e arejado. rteceita i>ai-a oonsowar as fructas madiii-as — Ha já algum tempo que nos jardins de Ive-iv (Inglaterra) se estão fazendo experiências sobre a conservação das fructas maduvas. Admittindo com l^asteur que a podridão das íructas procede da acção do micro- organismos existentes sobre o pericarpj, os exparimenladores procuraram des- truir esses germens, como meio preventivo. As experiências realizaram so soliro cerejas, groselhas, uvas, peras e morangos comprados directamente aos vendedores ambulantes das luas. i>s exiei-imontadores do Kew fizeram uma solução de agua pura contendo 3 % de formol do commo-cio (de 4)) °/„de formol-aldohydo), immergiram Tarios fructos nessa solução durante dez minutos. Década espécie de fructa tratada pela solução de formol puzeram algumas de parte para servir de testemunha. As fructas postas de parto para testemunha apodreceram no lapso de peucos dias, emquanto as outras continuaram sãs e bcas para serem comidas. As peras não de^infeHadas apodreceram no 10° dia As cerejas o grcselhas não desinfectadas apodreceram no 7» dia. As uvas e morangos não desinfuctados apodreceram no 4° dia. Também de.sinfectaram maçãs, bananas e outros fructos tropicaes, obtendo-se sempre cxcellente resultado. Ob-ervou-se que os fructos verdoongos, tratados pela solução de formol, aca- bam de amadurecer sem perder nenhuma das suas qualidades. Os fructos que so comem inteiros, como os morangos, cerejas, otc, deveiii s^r immcrjiidos em agua fria, 5 a 10 minutos antes de serem comidos ; quanto aos outros que si descascam, nenhuma precaiiçío exigem. Convém que us fructos, depois de desinlectaaoi, sejam collocados em logar en- xuto e bem ventilado. Esta receita 6 fornecida pelo BullaHn o/' Misceltanecus Information de Kew. Me- rece, pois, tolo o credito. 46 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Orçamento da, A-grloixltura de S. Paulo para lOOT Sorviço de immigração e colonização 739:445$100 Instituto Agronómico I5i).0m$0()0 Escola Agrícola de Piracicaba 77:SiiO.$(iO() Fazenda Modelo «OrOOO.^OOO Districtos AgroDomiros 80:00)§000 Campos de exporicDcias e demonstraçio. . . . Ií4:0i)0$000 Distribuição de raudas c sementes â5:0()U$000 Posto Zootechico Central lGá:00 i.'5;()00 Importação de a nimaes de raça 50:000Soi0 Subvenção ás escolas agrícolas 50:00ii$000 Iraportação de machinas agrícolas 59:000 Horto Botânico :iO:000-000 Total I..s64:i!4õ$000 Faculdivde de "v^etei-inax-iii o Ag^ronomia do Monte- video — Os ioriiaos, tanto uruguayos como estrangeiros, fazem elogiosas refe- rencias á nova Faculdade que acaba de ser annexada á Universidale de Monte- vid(?o. O (ioverno do Uruguay convidou para dirigil-a ao Dr. Salmon, do Departa- mento da Agricultura de Washington, o qual deverá passar pela Europa, aiim de alli adquirir os raateriaes precisos para a montagem dos laboratórios, gabinetes e museu da íuturosa instituição de ensino agronómico. Mlo-viínento iiiig-rii tório pelos portos do Rio e Santos em lOOe Rio Saatos Entradas de immigrantes :í7.147 30.824 » » Portusuezes In. 795 4.253 » » Italianos 4..T18 14.310 » » Hespanhóes 4.974 2.125 Durinte o mesmo período saliiram de Santos 47.508 emigrantes. Dos Í7.117 iramigrantes descidos no Rio23.:í44 eram do sexo masculino o 3,803 do feminino ; Í2.i")8 ficaram no Rio o 4.8S9 internaram-se. Dos 47.508 emigrantes sabidos por Santos 27.4Í1 eram italianos. O trigo em França 190S lUO» Área semeada 6.503.711 hectares 6.479.098 hectares Producçao 118.212.850 hectolitros 114.432.500 hectolitros Experimental Fai-mlng- Krazil— Sob este titulo descreve o Exinriment Station Recor,!, dj Ministério da Agricultura do Washington, a Fazenda Modelo annexa á Escola Agrícola de Piracicaba, no Estado de S. Paulo. Segundo alli se lé, a Fazenda Modelo de Piracicaba tem umi área do 319 hectares, estando 50 em culturas e o restante em pastos, capoeiras e mattas. Pos- suo a Fazenda 9.000 cafeeiros do diversas variedades, 400 videiras finas e mais de 100.000 muJas do laranjeiras e limoeiros para enxertos. Tem-se ensaiado as culturas de milho, arroz, trigo, alfafa, feijão velluio c outros muitos, empragau- do-80 os mais modernos instrumentos. K-jtá junto á Fazenda Modelo a Escola Pratica de Agricultura, frequentada por mais de 40alumnos. A Experiment Stalion lieconf faz lisonjeiras referencias á nova instituição, vasada nos moldes americanas. Quem devo seutir-se lisonjeado com tão honrosas referencias é o Sr. Dr. Car- los Bolelhj, graças a cujos esforços pjssue S. Paulo um instituto agrícola digno do menção por parte de tão competente autoridade. A LAVOURA 47 O i> roble ma. da pi-odiicçã,o $M)0 17«314:i)0is000 lOOC 87.059:000,$000 43.586:000f(l00 27.473:000$000 19.127:000$000 15. 637:00 3$000 15.315:000$000 18.000:000$000 2 S2 . 000 : 000|000 270 . 400 : 000$000 O ai^suear 11 i Iiig-latei-ra. — Durante o anno de 1906 o Brasil figurou em 4° logar como exportador de assucar para a Inglaterra, tendo introdu- zido alli 994.057 cioís (o «cwt» vala 50 liilos) que nos renderam 391.296 libras esterlinas. Cada habitante do Reino Unido consumiu as SGguiates quantidades de assucar: Libras de 490 grs. Em 1.S9Õ 85 » 18ÍJ6 8-2 » 1897 80 » 1898 83 » 1899 . . . . • 83 » 1900 85 » 1901 93 » 1902 84 » 1903 82 » 1904 8!, 76 » 1905 74,22 » 19(J6 83,27 Leitini os noi^sos aiiiiuiicios. — Chamamos a attenção dos Srs, lavradores para os no.ssos annuncios, pois relerem-se a casas respeitabiiissimas, que devem merecer inteira confiança aos Srs. agricultores. «A Lavoura» só annunoia para as casas mais conceituadas do paiz e do estrangeiro. «.V Lavoura» tira e distribue 5.000 exemplares mensaes ! ! 48 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Exliucção tlo-i g-aTaiíliotos no T>istricto FetltTa.!.— A commissao para extincção dos {gafanhotos no Districtij Federal, em boa hora con- fiada a j zelu e operosidade do Dr. Paulino Cavalcanti, continua a desempenhara sua útil incumbência a inteiro contento dos lavradores da zona rural do Districto. A raitançi de siltões tem sido total em muitos legares, não havendo escapado, quasi se pôde afflrmar, nem um daquelles terríveis insectos. Teremos oecasiãj do publicar uma interessante noticia a respeito, conforme nos promette o dr. Cavalvinti, cujo relatório será brevemente entreguei publicidade. l^xportiiçfto tio Estíitlo tio I*ai*a,ná — Segundo os dado^ co Ihidos pelo Sr. Rosani ParoJi, Cônsul da Republlci Argentina nj Paraguay, a exportação do Estado dj Paraná para a Argentina c Uruguay, foi no anno de 1906, a seguinte: EXPORTAÇÃO Herva matte 26.012.905 kilos. 10.514.805 kilos. Madeiras 1.S7.516 metros^ 19. 193 metr^b^ Fructas 409. OOJ volumes. 120.003 volumes. O valor total da exportação para a Argentina, durante o anno. foi de 8.329.536,00 pozos ou seja em moeda nacional, ao cambio de 15, 11.536: 40 ?|052 o para o Uruguay attingiu durante o annj a importância do 3.230.&74,8!) ou seja ao cambio de 15, a quantia de 4.573:930|59S. Exposição de lloi-es e IViictas em São I*a,ulo — O ope- roso Secretario di Agriculi.ura do Estalo de S. Paulo, Dr. Carlos Botelho, encar- regou ao Sr. Júlio Brandão Sobrinho, Inspector da Agricultura, do organizir uma exposição do fructas e flores, a qual terá logar do dia 4 ao dia 9 de março, na Secretaria da Agricultura daquoUe Estado. ^V. eultiirsx tio jin-oz no Estatlo tio FSio — O Jornal do Com- mercio de 22 do fevereiro, publicou o seguinte : « O Sr. Dr. Alfredo Backor, Presidente do Estado do Rio do Janeiro, rocebou liontem no Palácio do Ingá o Dr. Victorino Monteiro, com quem conforínciou lon- gamente sobre a grande cultura do arroz que esto tem na sua fazenda de Campos, o da próxima visita que a essas plantações fará o Dr. Bradford, Chefe da Repar- tição Agronómica doS. Paulo. O Dr. Bradfort foi convidado pelo Dr. Victorino Monteiro para assistir ás ex- periências que vão sor feitas cora a irrigação na cultura do arroz, tendo para isso obtido licínçi do (iovcrno daquoUe Estado. O Dr. Alfredo Backor, que na qualidade de Presidente da Camará de Macalió muito se esforçara para que se desenvolvesse nesse município a cultura do arroz, mostrou-so muito interessado pelos resultadoí que tem obtido o Dr. Victorino Mon- teiro e promotteu a eito tolo o auxilio do seu Governo para que proseguisse no seu trabalho. O Estado vai roítituir, nos termos da lei, a esse agricultor, as quantias que o mesmo dispendou com os direitos de importação dos machinismos destinados ao preparo do arroz.» O tvigo n;x rtei>u1>lifa A.i"g'L>ntina. — A colheita do trigo na Republica Argentina está avaliada, na safra de l'.JiJ7, cm 4.230.0J0 toneladas. A maior parte dessa grande producção sc:á fornecida pula provinda do Buenos Aires, que concorre com mais de metade. A. liqiiitíitiva e o Coopeivxtisjiio — Do ultimo balanço da Companhia Equitativa &e evidencia a invejável prosperidales daquoUa importante companhia do seguros, cuja acção fora para do.-ejar se extondesso ao domínio dos seguros agricolascontra as geadas,, saraiva, epizootias, seccis o outros tantos riscos quedariam margem para grandes negócios. Fazemos votos para que a Equita- tiva inicie e.ss's novas espécies de seguros, que serão do grande utilidade para a lavoura nacional. Fa,ctt>.íi Ak-i-íco1os— Agradecendo ao Sr. Ferreira Paula o bem lan- çado artigo com que luimoseou A' Lavaura pedimo-lhe quo o faça mais araiu- damoute, pois artigos como oh— Factos Agricolos—sa.0 sempro recebidos com espo- cialissimo agrado. Obrigados ! A LAVOURA Quadro comparativo da renda de diversas repartições em janeiro de 1907 com a de janeiro de 1903 B13PÍBT1ÇÕES DII-FSKENÇA it>or lOOG diffe;:enç\ o,FK.a..,.. ^ Alfandega do Rio da Ja- -Í7 % 9.3ó6:.i00$0,)0 6.35S:166$00íi Para mais 3.00S:233iPOO 2 Alfandega de Santos . . 60% 3.947:3673000 2.475:183^000 » 1.472.1S3$030 3 > da Bahia . . 93 % 1.565:7G2.?000 82e:6oi$ooo . 745:161$000 4 do Rio Grande. 108 % 1.108:002$000 .537:81I$000 . . 570:191$oaO 5 I. de Pernambuco 3ò % 1.970:171$000 1.45i:011$000 . 516:160^000 0 Recebedoria Federal . . 23 % 2.275:63S?0J0 1.86i:273$00C . . 414:363^000 7 Alfaadega do Porto Ale- 63 »J .S30:2S6.JOOO 5úS:2(7$00O . > 32l:939$000 s Alfandega do Ceai-á . . 5S »/. 501:...ÍOOO 317:827$0QG 154:087$000 9 do Paranaguá. 115 % 29.:. ..$000 138:943$^0 « 159:674$00a 10 do VsLi-i. . . 5 % 2.472: .53Í000 2.361:552$0C0 , iii:40i$ooo 11 Colletoria Federal em S. Paulo 20 «/o 501:25i$00U 420:427^000 . . 80:827^000 12 Alfandega de Maceió . . 43 % 217:833|00ií 144:933.}00:j 62:930^000 13 doEspirito Santo 250 % 5'1J417$000 ll:19?S0'j;) . , 36:21^$0U0 U Alfandega de Uruguay- 59 % 06:565$0J0 6470SJ00U . . 35:859^000 15 Alfandega do Florianó- polis 31 % U3:602;C00 10.):244.$UOO . . 34:353^000 16 Alfandega da Parabyba. 25 % 15l:56»i-000 120:8513500 30:71S$000 17 . do Aracajá. . 30 % 54:796j000 42:540$O0O . 12:856$000 47:219$000 7:850^000 1.333:423$U00 8S:424JOO0 15:455J000 1.230;57I$OCO » monos 41:203.5000 7-6O5Í000 • do Natal 20 X. de Manáos. . 5 Vc j- mais 55:S52$000 21 do Maranhão. 13S ?o 437:522$000 l.Ç6:333?jei . 251:1893000 22 do Livramento 7:825$000 13:9314-00' . monos 6:13-i$000 23 de Corumbá . 21 % 133:433. 00(. 10:150;0« " maia 23:2S5$000 Livi-o ixtil — Recebomos e agradecemos o interessante e útil livro publi- cado pelo Dr. Teodoro Alvarea, em Montovidéo. Esse útil trabalho, de que rece- bemos um exemplar, enviado palj autor, sendo escripto para o Uruguay, servo igualmente para os Estados centío-mòridianaes do Bra^l, cujos agricultores o lerão cora grande proveito. O Dr. TeoJoro Alvares, além do trattr dos principies geraes da agricultura. trata também do trigo, cevada, aveia, milho, batata, topinambur ( cotufa ) batata doce, beterraba ( remolacha ), linho, amondoia ( mani ), colza, algo- doeiro, ramie, tabaco, trevo, alfafa, etc, etc. Como se vê do elenco supra a obra do illustrado engenheiro agrícola uru- guayano, serve perfeitamente para nós. ' A|?radecomos a remessa. " • ' A^ Illuuiiixação a, álcool — Depois de largas experiências a Estrada de Ferro Leopoldina resolveo adoptar a lâmpada Brasileira, do Sr. Manoel Galvão, para o serviço das estações onde nao ha illuminação eléctrica. SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Graças aos esforços da Sociedade Nacional do Agricultura, secundada por appa- relhos de mérito incontestável como o são as lâmpadas croadas pelo Sr. Manoel Galvão, a illuminação pelo álcool vao saliindo do dorainio das idéas para o terreno das coisas praticas, o é com justa satisfação que registramos este facto. Expoi-taçiTo de Sttuta Catlitxriíia.— A exportação pelo porto de Itajaliy, durante o ni3Z de Novembro do 1903, foi no valor do21ã:887$780 para os portos da União, conformo a tabeliã abaixo : QUANTlIlAllU P GÉNEROS Da União Estrangc'ro Da Uu io Eslran-eiro Abul.oias (uniaa.U) . . , . 100 ío<;õ(Kl _ A!,'uard(?ilte úe canna (litro). 50 9 iO — 5:09i;slli)0 — Arroz pilado (kilo). . . . 29.580 — 12:31 iiSínO — Assacar mascavo ( líilo) . . 19:i.4i0 — 19:5íí,siKiO — Ba"rns spccos ( milheiros ) . . 5.iO(l _ áiCsiioii — Riiili.is (kilo) 59. 4? i — f,9:421s000 — 1.4211 i ií.sOOO ( ;anilint;is para carreias (cento) '.i:i-3 _ á9S!s930 — C:inna (unila;(l00 — C.irur. cm salmoura uu fu- iu;hla ( kilu ; 3.(;39 — 2:183s300 — Cliinili.s (milheiro). . . . S . 000 SllslMlO . — l.SOO — Hll.SlIOO — l-\v'ui, < 'l' .iinriila ( kilo ). '. ocosooo M-i:, ,: , ■;! (kilo) . . ■i.in:, ■221,s"i"iO — ,'■■':';,■ 'r"",;"';"i'.V'"' ■ ' %') — oflrliilo — l'',',!,'!" '. m', '':.,,- ( ii'iilh'iro). i; òoo _ "^únoo z 51Í HiMsSOO - M 'u \ '' ', la... 1 ■].'*. .' 3Í.Õ28 r,3:133s8llO M.' .;. ,/.. Ill ( kiln ) . . . Oãll 2->.>,llil0 — 4 111 ^ líòsooii — ]•,.,.,, , 1111 ' |;| 1,. l'. . . . . (líli _ iOislllH) — rnlvilh 1 i.i. - iiuina ( kilo ). . 2.3'iO — 2S2SI)0O — 05i,r./tí — I:li2.í0:.0 — Ripas ilc yissaras de 9 palmos para estuque ( millieiro ) . iir> — Ofil^5250 — Solla ( kilo ) 1 s;o — 2:431sOOU — Tahoas .le costadinlio (.luzia). 3..388,ll/lí — 4S:í3OÍ(i0O — Tabointias para caixinlias ni. c. ái. 91)11 — 3::.r..3s'i00 — Vassouras de cipó ( milheiro ). i.ir, — T^T.s^iiil — VermicMa(kilo) 01-1 Í80s0ll(l 212:8s;í;;80 PARTE COMMERCIAL Iiiipoi' tacão i ttliiiiciiticios no Rio cio «Ttiiioiro, ©m jtiiieiro cio lOOT' Km saccos : Feijão preto do Porto Aleire, novo . 19.$000 a Dito velho I2.'|;000 » Dito idem de Santa Catharina . . . Não hc Dito do cores, nanonal 16|000 a Dito branco, estrangeiro 22.$500 » Uito amendoim, idom 2-;'$')00 » Farinha de mandioca, espojial . . 0-000 » Dita idem, fina ^$."iiiO » Dita idem, peneirada HsO'.y) » Dita idem, do Norte (''.$soo » Dita idem, grossa, Laguna .... <'.$-'00 » Dita idem, idem. Porto Alegro . . (;>;-;(i0 » .\i'roz nacional 27.-5000 » Dito interior 2-4ojO » Dito da índia — Milho amarello do Norte .... 7.S400 » Dito idem, da terra 7|400 » Dito branco, idem 0-;500 » Amendoim em casca 5$000 » Farello 2,s200 » Cangica IC^ODO » Favas — » Em kilogrammas : Ervilhas $620 a Alpiste $:i80 » Fubá de milho s\i^ » Matte em folha $:iii) » Tapioca .^200 » Polvilho $220 » Carne de porco 1$000 » Manteiga do Sul 2$0'10 » » de Minas 2$i)00 » Linguas do Rio Grande 1$400 » 20<$000 17.$.500 a 18.S500 14,$000 12$000 » 14*000 Não ha 18$000 !3s000 a 18$000 241;000 22.í;000 » 23S000 24S00(J 22S500 » 23S00O <.)$yM sIS l 9$500 U.$000 9i;000 .S,^500 8,1;000 » S$500 7$200 6$S00 » 7$200 7.i;200 6$800 » 7$2Ú0 7$200 Nao ha 29,>0;.)0 26S000 a 2-i.sOM 255001) 2;'$000 » ::.A5>000 .-^s.sOOO :J':.sOi):) » 28$5n0 7.S60 1 7. SI 100 » T$000 7,$600 7.-S000 » 7.-;200 7$000 Nominal 5$500 SsOítO a 5$500 2,t;500 — — 20$000 17$iJ00 a lOsOOO 10.sO')0 Não ha $040 .sOOO a $620 .^41 10 $ÍSO » S460 ,s20:) .si 30 » S2(il) $õnO S500 » $:iOO .S28I .S200 » S.SOO $-'40 $210 » .S280 1$040 isooo » 1$I00 2.'i;200 — — 2.'ii;800 — — 1$500 l.$400 » 1$590 A.ssut 110 Rio cie Ja,iieii'o em IdO' l* QL•INZE^A. Neste período entraram 45.262 saccos, sendo de Pernambuco, .3.412 ; Sergipe, 28. 2^5; Maceió, 1.700; Campos, 10.285; Parahyba. 1.500 o diversas procedcn- 52 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA cias do Sul, 110; as sabidas dos trapiches foram de 58.S3S saccos, orçando- existencia em 210.511 saccos : Os preços regularam como se seguo : Pernambuco : Branca crystal $300 Mascavados $210 Crystal amarello 8240 Mascavo liom. Dito regular . . Campos : Branco crystal . Sergipe : Branco crystal . Crystal amarello. $ir,5 $150 $310 Si90 Íj240 Máscavinho $200 Mascavo bom .?lt;5 $310 $270 $245 $170 S3â0 $300 $250 «^70 $170 2-'- QUINZENA Neste período entraram 103. 0G8 saccos de diversas procedências. As sabidas dos trapiches foram de 70.01!) saccos,' calculando-se a existência de 242.690 Regularam os seguintes preços : Branco usina Dito crystal Dito 3* sorte Máscavinho . Crystal amarello . Mascavo bom. . Dito regular $200 Dito Aolho, Campos : Branco crystal . Máscavinho . . Sergipe : Branco crystal . Crysta! amarello. Máscavinho . . Mascavo bom. . Dito regular . . Dito baixo. . . Bahia : Crystal branco . $420 a $440 $380 » .•5390 $3g0 » .S370 $270 » titm $260 » $340 Íj300 » $320 $220 » $240 $200 » $210 $180 » $190 .$400 a $410 $280 * $300 $360 p $380 $200 1, $300 $260 » $340 $220 » $240 $200 ^ .'S240 $180 » $190 $400 $420 A-^uai-íleute no Kio do Janeiro em lOO'?' 1» QUINZENA Durante a quinzena o mercado deste liquido esteve bem coUocado, em conse- quência não só da procura quo se desenvolveu, como das entradas que foram pequenas, -ommandoera 492 pipas de diversas procedências, e os preços subiram, fechando o mercado flrmt!. Os preços por pipa de 480 litros, base do 20 gráos, foram os seguintes : Campos 85$000 a OOsOOO Angra Paraty . Maceió . Aracaju . Pernambuco Bahia. . Parahyba Laguna . Itajshy . Mangaratili Paranaguá, 90.>000 » 95sOijO lOOsOiiO » 1051000 ilOsOOO » 95$0il0 9:i.í;nrn -. ■' O oíifó no líio tle Jitiioiro em janeiro cl© lOO'?' Saccos Entradas do mcz 456.631 Embai-qiics 329.302 Vondas 3''-^000 Existência em 31 de janeiro de 1907 037.274 PREÇOS DE VENDA POR ARRIBA Typo n. 6 7.$400 7$00J „ » 7 5$600 » 6$500 5$600 » 6$200 » » 8 5$200 » 6$000 5.$200 » 5$000 » » 9 5f000 » 5$800 5$0(J0 » 5$70J O oiifé em íTíantos emjixnuiro tio 1907 Saccos Kntradas 1.43^.080 Sabidas 679.823 Existência a 31 do janeiro do 11)07 2.894. 136 PREÇO DE VENDA POR 10 KILOS Typo n. 0 4$766 4$766 » » 7 3Í813 » 4$221 3$813 » 4.$221 » » 8 3S540 » 4$085 3$540 » 4S017 » » 9 3$404 » 3^949 3$404 » 3$881 O oíifó no ewtríingoií-o em jiiiieii'o tle lOOT' 1" gUlNZENA Em Xova Yurk o n. 7, disponivel, subio do 7 1/8 c. por libra no3 três pri- meiros dias de negocio a 7 1/4 c. era 5 e 7, baixando depois a 7 i/8 c. em 8, 9 e 10; a 7 o. em 11 e a 6 7/8 c. em 12, 14 o lõ. Na bolsa as cotações subiram do 5,55 c., no dia 2; a 2,80, no dia 5 ; sendo esta a cotação mais alta da quinzena, depois foram caliindo constantemente e sem reacção, até que no dia 15 se registrou a mais baixa 5,20 c. Koram vendidas 73:1.000 saccas, contra 634.000 ni quinzena precedente. Na Bolsa do Havre os preços subiram a 40 francos, em 2; a 41,25, em 5, baixando sempre d;ibi por deante ata 30,75 c, em 14: mas fechando 37 francos no dia 15. Vendará 5)7.000 saccas, contra 320.000 ditas na segunda quinzena do de- zembro. A Bolsa do Hamburgo abriu a cotação de 32 pfannigs, que se elevou até 32,75, em 5; para depois ir declinando até 29.25, em 14; em 15 bouve ligeira reacção, terminando a quinzena com a cotação de 30 pfonnigs. ^'ende^am■se 415.000 saccas, contra 138.000 ditas na quinzena anterior. As co:ações na Bolsa de Londres subiram a 31 s. 9 d. , no dia 2 ; a 32 s. 6 d., no dia 5 ; a partir de então b:iixar,»m sempre até 29 s., no dia 14. Em 15 houve poquona reaçào, vigorando o preço de 20 s. O d. Vondas da quinzena 144. OJO saccas, contra 70.000 ditas na ultima quinzena de dezembro. Total das vendas nas gnatro èo/sas aqui declaradas 1.849.000 saccas, contra 1.107.000 ditas na quinzena anterior. 53 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA 2" QUINZENA Em Xcca York o n. 7, disponível, foi cotado a 7 o. poi- libra durante toda a quinzeua, cora cxcepçáo doi dias 10 o 17 em que o lòi a 6 7/8 c. o no dia 2á em que al&inçou a cotação de 7 1/8 c. Na boisa os preços subiram a 5.2J c.', no dia 16; a 5.55 c, nos dias 23. 25, ae o 30, tendo vigorado nos demais dias os seguintes : 5.30 c, em 19; 5.35 OT Áloes 15 a 60 sli por cut Araruta — 2 1/4 d a 2. 3/8 » libra Quttaperclia— 1/5 a 2 sh » » Cera de abfllia fi 7 e 10 s. a £ 7 e 15 s » cut Caoao— 86/ a 82/ » » Cardamomo— 11 d. a. 3/ . » libra Café Jamaica— 42/ » cut Algodão— 6,45 d » libra Toranja— 7/ a 10/ » caixa Bananas 4/ a 4/6 » cacho Limões 3/ a 3/3 por, caixa de 200 Laranjas— S/ a 10/ » » Abacaxis— 1/6 a 6/4 . cada ípucto Gengibre— 57/ a 64/ por cut Mel— iO/ a 20/0 » » Noz do kola— 2 l/2d. a6d » libra SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Su3co de limão— 10 d, a 1/2 por gallão (4'5 Pímontão— ;í 5/S a 5 3 4 d » libra Rum .lamaica— 2/5. » gallão Assucar cristalisado amarello— 16/ a 17,'6 » cut » Mascavo— 14/ a 15 ' » » » Molados-11/a 11 '6 » » (*) IVova-l^orls 30 do iiovemlbro tle lOOG Cacáo— 14 1/2 c. a 19 c por libra Coco -31c. a 34 c » milheiro Café Jamaica ordinário— 8 14 c. a 8 7/8 e » libra Gongibre— 10 c. a 14 c, . » » Pelle de cabra— 49 c. a 61 c » » Toranja -.'i; 1,25 a $2.00 » caixa Liranjis— $1,50 a $2,00 > » Pimeutões— 5 c. » libra Assucar usina— 90<'—3 2/3 c » » » Mascavo— 89°— 3 1/3 c » » » Molado-'í'9"— 3 3/32 » » BIBLIOGRAPHIA Sobre a m9sa Recobíraos durante o mez de janeiro ultimo as Siguintes publicações: La Hacienila, de BulTalo. ^ Soguudo tomo, n. 3. índia Rubber World, deXew-York. — Vol. XXXV. n. 4. The Louisiana Planier. — Vol. XXXVII. ns. 43 a 20. The Live Sloch Journal, de Chicago.— Vol. 44, ns. 23 a 26. The Southern Planlcr — Yol. 67, n. 12 e o n. 1 do vol. 68. UnicersiUj of Viíconsin Agr. Evp. Stalíjn— Bolelias : 137, 138 e 141. AgricuUiiral E.ipíriment Station of lhe Rhode Island College of AgricuUwe and Mechanic Arls — Boletim n. 114. The Pensyloania State College Agricultural Experiment Station — Boletins: 80 e 81. Agricultural Expcriment Station of tlie Louisiana Slale Univers ty and A. cO M. College — Boletins : 87 e 88. U. S. Deparlmeni of Agricullure. Dureau of Chemiúrg — BoXeixm n. 102. Experiment Station Record (U. S. Dapartment of Agricultuce).— Vol. XVÍII, ns. 2 6 3. Conlribulions of lhe Unites Slales National Herbarium — Vol. X, Parte S.''. Monthli/ BulUlin of the International Dureau of the American Republics — Vol. XXIli. novoniiifo de 1900, n. 5. Bullelin of Miscellaneoas Informations, dos R jyal Botanic Gardons, Kew. — Ns. 8 e 9 de 1908. The Agricultural Journal of the Cape of Good Hope — Vol. XXIV, ns. 5 e 6. The Agricultural News, de Barbados — Vol. V, n. 120. r/ie Ga -eííe, de Zanzibar — Vol. 15, n. 774. The Journal of lhe Saporo Ai/ricultural College, de Saporo (.lapão) — Vol. II. Parte IX. 7%!! Bullelin of lhe College of Ai- leira de recompensa á bravura militar, e as de merilo militar das Repu- blicas Argentina e Oriental . De volta da campanha, completou o curso de estado maior de la classe, matriculando-se em seguida na Escola Polytechnica, onde conquistou o diploma de bacharel em sciencias physicas e matheraaticas. Reforraando-se no posto de capitão, passou a dedicar-se á engenharia civil, tendo tomado parte activa e conspícua na construcção e direcção das principaes estradas de ferro do norte do paiz. Rebentada a malfadada revolta de 6 de setembro, poz-se o Dr. Alfredo F. Dias ao lado do governo legal, sendo promovido por este ao posto de tenente-coronel do Exercito, em attenção aos seus relevantes serviços. Da Estrada de Ferro Leopoldina, onde ultimamente servia como chefe do trafego, passou o nosso saudoso companheiro para fiscal das Obras do Porto do Rio de Janeiro, cargo que exerceu até o dia do seu falle- cimento, occorrido a 27 de dezembro de 1906. Activo e laborioso por indole e educação, o Dr . Alfredo F . Dias não poupava vasa para servir a causa publica e, com tal orientação, estava sempre ao lado dos que trabalham poi* alguma causa nobre e de utilidade social. Assim é que, obedecendo a essa norma de conducta, se alistou como sócio devotado na? : Sociedade de Geographia do Rio de Janeiro, Sociedade Beneficente e Humanitária Rio Grandense, Sociedade Auxilia- dora da Industria Nacional, Club de Engenharia, Sociedade Nacional de Agricultura, etc, ele. Como 3° secretario desta ultima, o Dr. Alfredo F. Dias impoz-?e á estima e respeito de todos os seus companheiros, pelo muito valor que tinhas sua opinião, pela sua modéstia, urbanidade, tolerância e lealdade, tendo sempre uma palavra de concórdia e a maior discreção no tocante aos negócios da Sociedade Nacional de Agricultura, que elle muito honrou no posto de seu 3° secretario. Informações agrícolas Em 9 de fevereiro de 1907. « Illm. Sr. Vicente de Aguiar Paiva. — Cidade de Oliveira, Es- tado de Minas. Accusamos r(3(íebimento de vussa farta ilatada de 29 do janeiro flndo. A. LAVOURA Ho-pondendo, temos a vos communicar (iiie o «Planei» é um instrumento muito frágil e que só pôde traballiar em lerra bem limpa e lavrada a capricho, onde não haja mais tocos, nem raízes . Pensamos, ix>is, não ser próprio este cultivador, visto o máo estado do vosso terreno . A charrua de disco, que cremos S3r a única apropriada nessas con- dições, custa duzentos e poucos mil réis. Ha tamisem em S. Paulo instrumentos para o plantio da Ijatala, cujos preços regulam cerca de 300$000. Aguardando vossas ordens somos, com estima e apreço, vossos Attentos, oln-igados.» Em 10 de janeiro de 1907. << Illm. Sr. Dr. António Pinto de Oliveira. — Varginha — Estado de Minas. Damos resposta á sua estimada de 9 do corrente . Quanto ao seu pedido para que se lhe indique onde encontrará zebús á venda, devemos informar que sabemos serem vendedores de ani mães dessa espécie, osSrs. Manoel Ubelhard Lengruber, em Appa- recida. Estado do Rio, e Dr. Elias António de Moraes, em Cordeiros, também Estado do Rio. Saldemos ainda que na ilha da Trindade, possessão ingleza nas Antilhas, ha manadas de puro sangue, zebús, que são vendidos acolá em leilões públicos annuaes, a preço? mais razoáveis que aqui, na « Government Farm » ai li mantida pelo governo inglez. Desejamos que estas informações possam ser-lhe úteis e aqui permanecemos ás suas ordens, por sermos com apreço Attentos, obrigados.» Em 18 de dezembro de 1906. « Illm. Sr. Alfredo Teixeira Vieira Rebello. — Santa Thereza — Estado do Rio. Respondendo vossa estimada carta de 20 de outubro, temos o prazer de indicar-vos o Formulaire Vétèrinaire de Douc/wrdaú et Vignardoii que satisfará os vossos desejos. Aguardando vossas ordens, somos com estima Vossos attentos, obrigados.» Em 18 de dezembro de 190G. « Illm. Sr. Dr. Tito Fulgencio Alves Pereira. — Bello Horizonte — Estado de Mi na=;. Em resposta á vossa prezada carta de 7 de noveraljrn ultimo, temos Gtí SOCIEDADK NACIONAL DK AGRICULTUKA O prazer de vos indicar as obras accommodadas ao oosso meio sobre agricultura. São ellas: Manual Pratico de Agricultura de Paulo de Uoraes ; Petit Traité d' AgricuUure Tropicale {MM- H. A. Nlcliolls ; Reforma da Agricultura Brasileira por A. Gomes Carmo ; P/r/ /"ígue de 1'Agriculture, por G. Henzé ; Farmes ; Boletins publicados pelo Departamento de Agricultura de Washington. Quanto ao logar onde desejais assistir ao manejo dos instrumentos aratorios modernos, indi- camos o campo de experiências, em Santa Mónica, na estação do Desen- gano, E. F. Central do Brazil, a cargo desta sociedade. Aguardando vossas ordens, somos, com todo apreço, vossos Attentos, obrigados.» Rio, 28 de junho de 190G. « Ilm, Sr. Edgar Schimidt — Estação de Vespasiano — E. F. C. do Brazil. Com relação á carta de V. S. de 2 4 de maio ultimo na qual manifesta de.sejos de informações minuciosas sobre o plantio de arroz e pede a indicação de uma monographia a respeito, cumpre nos indicar, como perfeitamente nos casos de servir a esse fim, o livro do Sr. Dr. Tlieophilo Rib3Íro— A Agricultura no Estrangeiro — Bello Horizonte, Imprensa onicial, no (lual encontrará todas as informações necessá- rias . Somos com estima — De V. S. attentos obrigados.» Rio, 27 de junho do 1900. «lUm. Sr. António Neves— S. Geraldo — Minas. Vimos hoje responder a vossa estimada de 26 de fevereiro ul- timo, em que pede se vos informe qual o meio e proces-so seguros no plantio de feijão preto nessa zona, afim de evitar que seja forte- mente bichado, como acontece com o de l\irto Alegre. A este res- peito cumpre-nos dizer ser o syslema mais commum expor-se o feijão ao sol, em camada pouco espessa, durante cinco ou seis dias, e depois de recolhido á tulha ajunte-se-lhe muita areia, isto é, cerca da terça parte do feijão. Pode-se também juntar uma certa porção de enxofre em pó, de mistura com a areia, na proporção de 10 de enxofre para 100 de areia. E' o processo que se emprega mais cor- rentemente, sem prejuízo para a saúde e com resultado satisfa- ctorio. Somos de V. S. attentos e obrigados.» A LAVOURA Rio de Janeiro, 23 de fevereiro de 1907. Sociedade Nacional de Agricultura — Secção da propaganda das applicações industriaes do álcool INFORiNÍAÇÕES PRESTADAS AO ILLM. SR. GONÇALO M. DE FIGUEIREDO, DE CATTAS ALTAS DO MATTO-DENTRO, ESTADO DE MINAS Não tendo sido descriminados os fins de uso das lâmpadas sobre as quaes são solicitadas informações, dão-se a seguir dados com- plexos. As lâmpadas a álcool em geral podem ser restringidas nos dons seguintes typos : lâmpadas propriamente ditas, de um corpo só, para suspensão e lompeões, compostos de pequeno deposito e òíco a álcool, para cima de mesa, para serem collocadosem arandellas, lanternas, etc. Qualquer desses typos de apparelhos a álcool presta-se a illu- minações internas ou externas. São aconselháveis, entre outros : r typo - LamDaías úe snsprasão 2° typo - Bicos para laipeões CO... UMO FOEÇA DE LCZ PBBÇO FABRICANTES Stobwassei- . . . .Utroc, S hor.is 15.4000 C. 11. Slobwas Berlim. ser .ca Stobwasser . . . 1 ^ » i:. . .-.0 . 12S0O0 Idem, idem. Front 1 . . 10 . Í5 . 10.4000 Eckel & Glinicko, idon 3. S. final .... 1 " . 10 . 50 . 15,4000 Fabrik Dr. Wiliy Sau mann. Os apparelhos acima referidos são encontrados aqui no Rio. Para as lâmpadas «Brazileiras» devem ser dirigidos pedidos ao inventor SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA e representante dos fabricantes Sr. Manoel Galvão, á rua de S. Pedro n. 59. Para os outros apparelhos ás casas Manoel Gomes & Comp., rua Sete de Setembro n. 155, J. M. Gamanho, rua da Alfandej^a n. 68 ou Raul Pinheiro, rua da Uruguayana n. 110. As lâmpadas « Brazileiras » são passíveis de graduação de luz, podendo dar maior ou menor intensidade, conforme se verifica do respectivo quadro; sendo que o consumo dado ao dito quadro é rela- tivo á maior potencia de luz, o que quer dizer haver menos consumo de álcool quando a força de luz é meiíor Todos os apparelhos usam véos incandescentes, cujo preço varia. Os usados pelas lâmpadas de suspensão regulam de 12$ a 15$ a dúzia e pelos bicos de 8$ a 10$, na mesma propor(;ão. Os bicos são adaptáveis a depósitos fechados cora a capacidade pelo menos de 1 litro, e, si se desejar fazer uma illuminação publica, sub- stituindo, por exemplo, a illuminação a kerosene, os depósitos em uso para os bicos deste ultimo systema poderão ser aproveitados para os bicos a álcool, mediante pequena modificação. Si se tratar de projecto a estudar para o alludido caso de illumi- nação publica, adiantamos que todo o material em questão pôde ser en- commendado directamente do estrangeiro, por intermédio de qualquer Syndicalo, do Governo Estadoal, etc, pois que, por essa forma, obtendo- se os favores da lei orçamentaria vigente, pela qual só pagam os appa- rellios 5 7o de expediente como direitos alfandegários, virão os mesmos apparelhos a chegar aqui por pouco mais de metade, talvez, dos preços nos quadros indicados como prováveis no mercado. Os depósitos para os bicos tamljem podem ser importados em condições muito van- tajosas, quer feitos de cobre— extremamente duráveis— quer de folha, podendo os primeiros ficar aqui por 2$ a 2$500 e os segundos por 1$500 ou 2$000. Dado o caso que a informação pedida tenha por objectivo a illumi- nação domestica, por simples lampiões para cima de mesa, adiantamos que, dependendo do bico escolhido entre os indicados e do deposito pre- ferido, com pé, sem pé, de maior ou menor luxo, pôde vir a custar cada um desses lampiões no minimo 15$ ou 25$000. Só mediante a escolha de determinado bico a álcool, poderemos in- dicar o funccionamento, que varia confoime o autor, mas que sempre é muito simples e ao alcance de qualquer. O estado actual do álcool aqui no Rio é de SOO rs. por lilro, com tendências a subir. A LAVOURA Nota — Idêntica informação foi prestada a diversas pessoas e corporações durante este mez, quer verbalmente, quer por escriplo. Entre outras podemos citar a Gamara Municipal de Cotia (S. Paulo), o Sr. Chrysantho Sobral (Campos),o Emprezario da llluminação Publica em Paquetá, etc, ^*^*^€€€S COLLABORACÃO As Cabras Todos os que se preoccupam com a sorto da pátria, devem dar á puljlicidade os seus pensamentos, ás suas idéas, quando parecer que interessam á vida económica do paiz ; eis a razão porque vamos escrever estas linhas, muito embora estejamos certos não dizer novidade nem mostrar profundos conhecimentos na matéria de que vamos nos occupar. A industria pecuária entre nós é ainda embryonaria ; ninguém ainda procurou tratar seriamente deste problema económico de alto alcance . Felizmente nos Estados do Sul já as questões agrícolas são en- caradas com mais seriedade e esmero, donde o progresso de S. Paulo, Rio Grande e Minas ; mas o Norte dorme ainda o somno da indolência debruçado na velha rotina, indifferente quasi a tudo quanto diz resp3ito á agricultura, alicerce onde descança o solido edifício da prosperidade de um paiz bem governado. De todos os animaes que servem de auxiliar, na industria agrícola, é a cabra, sem duvida, o que melhores resultados deixa ao la- A'rador . Assim é que, delia nada se perde, como é sabido e vamos mostrar. O seu leite é preconisado pelos médicos ás pessoas debilitadas, fracas, anemicas, e sendo o que por .sua composição chiniica mais .se approxima ao leite da mulher, é aproveitado com vantagem para aleitar as crianças cujas mães não o podem fazer. O leite da cabra ainda ó aproveitado vantajosamente na industria da manteiga e do queijo, dando sempre preço superior aos fabricados com o leite da vacca. A .sua carne é saborosa e muito alimentícia, .sendo procurada em diversos paizes da Europa. 70 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA O seu pello é aproveitado na fabricação de tecidos finos e delicados. A sua pelle também é muito apreciada em diversas industrias que exigem couro fino e leve. Até as suas excreções são aproveitadas como estrume de pi'imeira ordem . Além do que fica dito a cabra alimenta-se dequasi todas as espécies vegetaes e adapta-se bem em todos os climas, o que a torna muito accessivel aos pequenos lavradores. Diante de taes vantagens e mais a de resistir com tenacidade ao bacillus de Kock, o que não acontece com a vacca, haverá pequeno lavi'ador que não queira possuir algumas cabras nos seus si tios '? Sabemos que entre nós ha criadores de cabras, especialmente no Norte, notadamente no Ceará e na Bahia, mas estes senhores possuem umas cabras pequenas, rachiticas, enfezadas, que causam lastima a quem as vê; porque razão não melhorar esta raça com o cruzamento e a selecção? Comamos fructas Sob esta epigraphe, o P.oletim da Sociedade Agrícola Mexicana, baseando-.se nos tral)a]hos do Dr. Gabriel \'iand que tanto barulho fizeram na Europa, traz o .seguinte artigo, que, por ser inlere.s.sante e de real utilidade, transladamos para as columnas da A Laooura, chamando para elle a attenção do leitor. Não podemos resistir ao d&sejo de extractar o artigo que .sobre o titulo supra tanto deu que fallar em toda a culta Europa. O que alli se aconselha entende muito de perto com a .saúdo humana e com a economia do agricultor. Baseando-.se nos mesmos princípios que dictaram o artigo alludido, fundou-se lia pouco nos Estados Unidos uma sociedade cujo fim é propagar persi.stentemente o uso das fructas. Seria de de.sejar que tão útil campanha se estendesse a todas as na- ções. Ha boas razões scienti ficas para se recommendar o u.so das fru- ctas ; porquanto está cabalmente demonstrado, anatómica e pliysiolo- gicamente, que o tubo digestivo do homem corresponde antes ao typo dos animaes frugívoros do que ao dos carnívoros. As digestões difficeis, as insomnias, as pri.sões de ventre e um .sem numero de moléstias graves são na maioria dos ca.sos devidas a um regimen defeituo-so em que predominam a carne e o alcuol. O regimen carnívoro tem nefasta acção í^obre os dentes, que se A LAVOURA 71 conserva melhor quando se faz uso frequente de fructas. E estes di- gerem ainda os estômagos mais estragados, porquanto, sabido é, 99°/° do assucar de fructas podem ser assimilados pelo organismo humano. Os fructos deveriam ser ingeridos no principio das refeições e não no fim, quando o estômago já contem outros alimentos e está sobrecarregado. Nos regimens curativos os fructos devem ser consu- midos pela manhã. As substancias contidas nas fructas constituem abundante fonte de energia para o organismo humano, represenlandii o seu assucar o carvão que produz tralialho e resistência á fadiga. Si é verdade que o azoto é um elemento constitutivo e nutritivo de primeira ordem, também não é menos certo que o uso da carne envenena o organismo com certos princípios tóxicos (urea, acido úrico etc.) que são de acção fatal, quando não eliminados em tempo. Com as fructas isto não se dá. Nos paizes quentes, onde o abuso da carne occasiona a morte, em consequência de uma série de moléstias com sede no fígado, a natureza encarregou-se de defender a vida do homem, pondo ao seu alcance as mais variadas e saborosas fructas do planeta, nas quaes não faltam nem assucar, nem graxa, nem albumina. São as fructas, antes de tudo, alimentos alcali nisadores do san- gue, sendo por conseguinte indispensáveis aos arthriticos:, gotosos e rheumaticos, que frequentemente vão buscar saúde em Vichy e alhu- res, a custo de grande dispêndio de dinheiro. Tamb3m os que pa- decem de pedra e os dispapticos deveriam usar e abusar das fructas, como o meio mais seguro de conservação da vida. Todo o mundo conhece de .sobejo a acção benéfica das cerejas, uvas, laranjas, limões, morangos, bananas e tutti quanti, e seus effeitos seriam ainda mais potentes, si o consumissem em maior abundância e racionalmente. Ha muito que a expariencia e a sciencia ensinam que as maçãs são preciosas á saúde do homem, devido á grande quantidade de seus princípios phosphoricos e ás suas qualidades calmantes, que trans- mutem um somno calmo, quando consumido ao deitar. Os neurasthenicos, os temperamentos nervosos e sanguíneos, de- veriam buscar cura no uso frequente das fructas. Si os .sábios con- selhos do Dr. Viand fossem .seguidos, como conviria, o u.sodas fructas tomaria grande extensão, augmentar-se-ia a riqueza geral, o liem estar de todos cresceria. O Dr. Viand chega a affirmar que n para combater a praga móis mortífera da humanidade o — olcoolismo — os fructos poderiam ser 143S 2 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTORA aconselhados: como remédio porquanto : — Os comedores de /ractas nunca têm sede! Este aphorismo é evidente para quem usa habitual- mente de fructas. Os excursionistas, os cyclislas devem essa resis- tência e êxito ao regimen de sobriedade que geralmente observam. Para concluir, tão somente, lembrarei que os consumidores de carne e álcool quanto mais bebem mais sede têm. Pobres infelizes ! Em resumo, fora de desejar que o uso de fructas se extendera sempre de mais a mais e que as pequenas lembranças e presentes que se fazem com bibelots e jóias, fizessem com bellas cestas de apetitosas fructas. Não se enviam flores, porque se não lia de enviar fructas ? Será muito desejar que quem ler estas linhas se lembre que quem as dictou ó um scientisla do muito critério, exparimentador consciencioso, pois na sua autorizada opinião a alimentarão carnívora é um dos maiores causadores de morte. De seu pensar ta.Tibsm ó a escola medica japoneza que affirma ser excessiva e nociva a quantidade de a^^oto que a medicina Occi- dental admitte como necessária á vida humana. Portanto comamos fructas l {Communicndo) . Transmissão da tubcrculoss bovina aos Palmipadcs Ila alguns annos atrás, em época não muito remota, ninguém teria acreditado que a tuberculose bovina, pudesse facilmente .se transmittir a qualquer espécie de aves, como fosse, os palmipedes. A observação acurada e paciente de nossos dias demonstrara á luz meridiana, que os receios de Schanenstein, mais tarde partilhados por Staubli, nada mais eram do que a verdade entrevista : verdade que aguardava a coragem de Schimidl para ser apres?ntada ao publico in- struído, como facto indiscutível . De facto, reclamada, tal as.serção, a attenção não só de todos os cultores da pathologia e da bactereologia, mas também de todos os criadores de .semelhantes animaes, dentro de pouco tempo foi possível organizar-se uma estatística tal que, indubitavelmente, confirmou tudo quanto Schimidt tinha publicamente avançado a respeito da transmissi- bilidade da tuíjerculose bovina aos palmipedes. O facto, por mim observado, e que me apresso summariamente a narrar, nada mais é do que uma repetição de tudo quanto outros mais A LAVOURA autorizados têm visto e estudado, constituindo um complexo de factos iguaes no fundo, apenas um pouco differentes na forma. Km um grande estabelecimento para criação de aves, situado na visinhança de um pequeno curso d'agua, ex abrupto, manifestou-se uma grave epizootia nos palmipedes de diversas raças, espécies e variedades. O exame microscópico revelou uma tuberculose, localisada em al- guns indivíduos, no estômago, no intestino e no fígado, e em outros general isada. A infecção allinge de preferencia uma raça a outra, vindo este phe- nomeno corroborar plenamente tudo quanto, a respeito da tujjerculose bovina, escrevi ha tempos, isto é, que nem todas as raças do género boois são sujeitas a tal infecção, ou o são raramente. Mas, voltando ao nosso caso, vimos a saber que e^ta epizootia era a consequência da morte de uma vacca tuberculosa, morta poucas semanas, antes no mesmo paleo; as vísceras foram, em parte, atiradas ao monturo e o restante disperso no curso d'agua visinho . Como bem facil- mente se compreliende, estes animaes, podendo vagar íi vontade, co- meram as vísceras e beberam a agua contaminada, morrendo uns depois dos outros poucas semanas após os primeiros symptomas do morbo re- ferido, em companhia de lodos quantos se abeiraram daquella corrente. Ora, considerando qae os palmipeJes, ganços, cysnes, patos, etc, occupam logar importante no cjmraercio e na alimentação humana, como agir prophylaticamente e hygienicameiíte para evitar as conse- quências acima mencionadas ? Vemos primeiramente que o bacillo tuberculoso, hospede das vís- ceras dos bovinos, não é a causa primeira e directa da infecção. Em segundo logar vemos que as vísceras e a agua são os vehiculos exclusivos da transmissão da tuberculose aos palmipedes. E, finalmente, tendo vistoqu3a agua, especialmente a corrente, não é propagadora de infecção alguma (carbúnculo, aphta, mormo, etc), chegamos a uma oinclusão ou a um único remédio, que consiste em destruir comple- tamente tudo quanto estiver contaminado p3la tuberculose, não consen- tindo que o? animaes se aproximem da corrente d'agua ou a ingiram na sua avidez inconsciente. A hygiene, pois, emancipada de qualquer conveniência e peia social, não attingida pela venalidade, bane da alimentação publica não somente a carne dos bjvinos aíYectados da tuberculose, mas também a das aves que mais ou m3nos i>ossam estar accommettidas pela mesma infecção. ACHILI.E RlGODAXZO SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Criação de porcos com alfafa E' um facto bem conhecido dos criadores de porcos que a alfafa é uma forragem esplendida para esses animaes. Além disso, tem-se observado que, para os porcos novos, mesmo depois de terem attingido 100 libras, esse alimento ó de benéficos effeitos. As fêmeas de cria também colhem bons resultados nos alfafaes. Quando os animaes novos estão se desenvolvendo, necessitam de uma alimentação rica que Uies proporcione rija contextura. Para este fim o alimento deve conter abundância de proteína, como succedo com a alfafa e dahi decorre o seu valor. Quando os porcos pastam nos alfafaes o mais económico dar-se-lhes meia ração de milho, a ([ual em coinliinação com a alfafa pioduz os me- lhores resultados. O animal não deve pastar no alfafal no primeiro anno nem mesmo no segundo, em que a alfafa deve ser cortada e posta a seccar. No terceiro anno as raizes internam-se no solo, tornam-se fortes depois de terem penetrado bem profundamente e então pode-se permitlir que os porcos pastem. Calcula-se que em uma geira (4.200 m,2) de alfafa, os porcos recebem uma ração média de grão, produz 200 libras de peso vivo durante a estação Si ajuntarmos a metade dessa producção á alfafa, a renda por geira dessa forragem, a i 50 réis por libra de peso, .será pouco mais ou menos de 150$000, o que constitue lucro magnifico com a vantagem de não ser necessário regar a alfafa. O grande valor da alimentação verde p:ira os porcos não é, geral- mente, tão apreciado como o deveria S3r. Tenham is para o futuro mais gado de engorda em pasto. A alfafa é o alimento natural do porco. A fêmea prenhe que se alimenta em um alfafal, geralmente não tem necessidade de pão para o seu sustento; quando muito dá-se-lhe uma p&iuena quantidade, si estiver muito fraca ao entrar no alfafal. Os porcos, cujas mãas pastaram nos alfafaes, são notáveis por sua belleza e força. Depois de seu nascimento, devem as mães receber uma alimentação mais rica em grão. Os porcos novos embora saboreem o pasto doce e macio, deve-se- Ihes dar comtudo uma ração diária de grãos. Isto não é, em absoluto, necessário, pois, que no Colorado, Western Kansas eNebraska encon- tram-se muitos estabelecimentos, em que .se criam porcos, ondeei les não recebem grão algum e o único alimento é a alfafa, tanto no verão como no inverno ; mas .são vendidos com frequência aos plantadores de A LAVOURA millio paia a engorda. E' de resullado económico addicionar o milho á alfafa. Esta, por si só, constitue uma ração demasiado exclusiva: é muito rica em proteína e mui lo poijre em amydo e graxa. A alfafa só produz um animal comprido e magro.a menos que se lhe ajunte o milho, mas a quantidade requerida deste ultimo ò muito menor do que com outros pastos. A Escola Agrícola do Estado de Kansas aconselha que durante esta estação os porcos pastem pelos alfafaes, dando-se-ihes pequena quantidade de milho. Um lote de porcos de engorda lendo sido alimentado com todo o milho que poude comer.e outro com a alfafa secca e o mesmo pão, verifica- se que o que recebeu a alfafa secca apresenta um augmenlo de 868 libras de peso vivo por tonelada de alfafa. Da AgricuUural Ga^^ctte of Neio-Sout W^les. — A. C. Relatório dos S2rYÍço3 de si^tincção dos gafanhotos APRESIONTADO AO . WUNCEíLAU UE OLIVEIUA BSLU lE NACIONAI, llB AGRICULTURA pRtsUl^;^Tl; da HISTÓRICO Os gafanhotos que ultimamente perse- guiram as culturas do Districto Federal, fizeram a sua primeira invasão no dia 18 de setembro do anno próximo findo e a se- gunda em 8 de outubro do mesmo anno. Esses insectos, como observei em Bom-Suc- cesso, vinham da direcção NO, e se di- rigiam para a de SE. formando densas nuvens, as quaes não chegavam, entretanto, a obscurecer o sol, como foi observado em S. Paulo, Paraná e Rio-Grande do Sul. A primeira nuvem, que appareceu a um hora da tarde em Bom-Successo, ao chegar na altura do logar denominado .Manguinhos, foi obrigada a se desviar do rumo que até então seguira, pela presença ás 3 horas da tarde do vento Sul que a levou para o rumo NE. Motivado por este phenomeno, a nu- vem referida, contornou a "parte do litoral situada entre aquelie ponto até ao local denominado Portinho e dahi tomando a direcção N, seguio até ao arraial da Penha, onde se dividio em numerosos bandos que foram infestar os logares denominados Braz do Pina, Kilometro 10, Cordovil, Ramos e Itararé. Essa nuvem deixou também no seu percurso vários bandos de insectos, em Inhaúma, Bom-Successo e na parada do Amorim . A segunda nuvem, isto é, a de 8 de outubro, seguio sempre a direcção SE. até a altura da fazenda do Sr. Alfredo Bo- telho, entre Inhaúma e Bom-Successo, onde pernoitou, levantando-se pela manhã do dia 9 as 87s horas mais ou menos com dire- cção NE. com a qual seguio, segundo as noticias, até as proximidades do Porto de Maria Angu, ahi, como a primeira, dividio- se em vários bandos, que tomaram uns o rumo Ne S, e outros a direcção E. Assim desmembrada, espalhou-se a nuvem por Cordovil, Vigário Geral, Ilha do Gover- nador e nas immediações de Merity. Essa segunda nuvem, á semelhança da primeira, conforme noticiaram os jornaes e de accordo com as informações que me foram dadas, dei.xou grandes bandos em 76 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Santa Cruz, Canipo-GranJe, Sapopcniba, Rio das Pedras, Madureira ejacarépaguá. Os insectos que constituiaiii as duas nuvens apresentavam certo desenvol\'i- mento no seu tamanho c tinham, principal- mente as fêmeas, uma cor pardo-escura e se achavam próximo a desova, o que fizeram logfo que cheg-aram ás localidades acima referidas. No dia 26 de outubro, na fazenda de- nominada « Sobradinho » em Bom Suc- cesso, verifiquei o apparecimento de sal- tões recemnascidos, de cor verde claro c que mediam 8 millimetros de comprimento, flicto este também observado, seg-undo in- formações, em Inhaúma, Penha e Mangui- nhos. No dia 13 de novembro, ainda cm Bom-Successo, deu-se o nascimento de saltões, em uma chácara denominada » Ca- pella », o que foi por mim verificado. Esses dous factos demonstram que os saltões nascidos em 26 de outubro foram originados pela desova feita em 18 de se- tembro, isto é, 38 dias depois e os nas- cidos na chácara da Capella, foram, na- turalmente produzidos pela desova da nuvem de 8 de outubro, 38 dias depois da sua passagem e estadia por aquelle ponto. Além desses nascimentos de saltões nos dias acima indicados, outros deram-se nos dias que se seguiram áquelles, o que justifica a presença de saltões de varias phases entre as manchas que infestavam Bom-Successo, Manguinhos, Penha Ramos etc. No dia 18 de setembro ás 4 horas da tarde, cm campo próximo á minha resi- dência em Bom-Successo, verifiquei que um grande numero de voadores, que se desmembravam da nuvem principal, rcu- niam-se cm vários pontos do campo ahi cavavam a terra com o auxilio de duas peças que tinham no abdómen, o qual destendia á proporção que o buraco se aprofundava, durando, nesta operação, os insectos seguramente uns 15 minutos. Uma vez terminado o buraco, notei 4Uc os insectos ficavam extenuados e se deixavam pegar taci I mente. No dia se- guinte, ás 8 horas da manhã, fui nova- mente ao local referido e ahi verifiquei que este se achava completamente crivado de pequeno orifícios de um centímetro de diâmetro mais ou menos, regularmente espalhados. Immediatamente mandei cavar com certa precaução e de todos retirei uma grande quantidade de ovos do formato de um grão de alpiste e com uma coloração amarella e reunidos em cachos ou espigas. Ainda deste ponto retirei um pequeno bloco de terra com 0,80X0,45x0,60 o qual continha 22 orifícios e levei-o para a minha residência. Ahi chegando, cavei um buraco com as dimensões do bloco, onde accommodei-o, cercando depois com uma tela de arame bem fino. No dia 2 de outubro, isto é, 44 dias depois de ter apanhado o bloco, deu-se a eclosão dos ovos contidos em 1 2 orifícios e no dia 4 mais a eclosão de 4, sendo ao todo 16, não se verifícando a eclosão no restante, isto é, em 6 buracos ou ninhos. Immediatamente colloquei os saltões recem-nascidos em um caixão de 1 .00 X 0,60, X 04 convenientemente dividido e tapado na frente e nos fundos por telas de arame. Assim coUocados, fui diariamente observando as suas diversas phases e logo os reformando a proporção que apresen- tavam novas transformações. Cumpre entretanto observar, que nem todos os saltões internados, chegaram ao seu completo desenvolvimento, pois nas varias mudas morreram muitos, attingindo somente ao estado de voadores (gde no- vembro) o unignificante numero de 12, os outros em numero inferior a 900 não vin- garam. A incubação neste caso, foi de 52 dias a contar de 10 de Setembro a 9 de no- vembro. O apparecimento de voadores, recen- temente formado, deu-se em Bom-Successo e em Inhaúma nos dias 6 de novembro e 2 de janeiro . Relativamente ao tacto da presença desses inseclos no Dislrictcj l"edCTal eili A LAVOURA outras épocas, fui inforniaJo por diversos lavradores antigos, que no anno de 1873 deu-se também uma grande invasão, mas que, segundo as informai;ões dos mesmos lavradores, não se operou a demora e bem assim não produziram os damnos causados por esses últimos. Os insectos dessas duas nuvens ul- timas fizeram grandes estragos principal- mente nas culturas da Penha, Inhaúma, Irajá e Bom Successo, onde despiram quasi porcompleto a vegetação, cheg-ando mesmo como observei em uma chácara da Penha, a destruir um grande laranjal, roendo não só as folhagens como também o tronco e galhos; como este, em muitos outros pontos observei o mesmo facto. A permanença desses insectos nos pontos citados, foi relativamente curta, pois muito antes do apparecimento dos saltões, não se notava a presença daquelles voa- dores . Descripção dus gafanholos Os insectos que ligeiramente histo- riamos são pelos naturalistas designados pelo nome de Schuitocerca paraneiisns e apresentam os seguintes caracteres : Corpo robusto, cabeça oval, antenas pardas, filiformes e com 28 articulações . Prothorax liso, prosterno com um espinho comprido e agudo, entre as patas ante- riores, as quaes são pardas ; azas superiores ou el/ctros ligeiramente verde com man- chas escuras, as vezes dispostos em três ordens longitudinaes, outras vezes espa- lhada confusamente ; as azas inferiores ou verdadeiras, são transparentes com veias escuras c um pouco mais compridas que o abdómen e se acham inseridas no meta- thorax ; as patas posteriores são largas, an- gulares com duas ordens de espinhos, em forma de serra, nas tibias. Têm 5 a 8 centímetros de comprimento, sendo os ma- chos menores que as fêmeas. A cor é ama- rellada ou pardo escuro, segundo o sexo e a idade dos indivíduos, os machos são sempre mais claros ; o thorax é curto e grosso com vincos ti-ans\-ersacs bem pro- nunciados; a parte dorsal é immovel e muito desenvolvida e dá a semelhança de uma sella ; o abdómen tem nove segmentos ou anneis na parte de cima e oito na infe- rior . A parte inferior do ultimo segmento do abdómen, entre os machos, termina por uma placa em forma de cunha e entre as fêmeas por duas peças semi-corneas em forma de ganchos, que se destinam a cavar a terra para a confecção dos seus ninhos . (Fig. I e 2) Desova — As fêmeas elegem em geral para effectuarem as desovas, os logares es- téreis, seccos e desprovidos de vegetação, onde são sempre acompanhadas pelos ma- chos ; não fazem questão da natureza phy- sica do solo, pois tive occasião de verificar a existência de desovas não só em terrenos argilosos e muito compactos, como ainda em terrenos silicosos e frouxos. Uma vez escolhido o local, as fêmeas abrem com as extremidades que se acham no abdómen, um buraco de oito a dez cen- tímetros de profundidade por um centí- metro de diâmetro mais ou menos. Isto feito depositam ellas uma substancia em torno do buraco, espécie de revestimento e depositam os seus ovos, que são reunidos em forma de cachos ou espigas de 3 a 3 '/z centímetros e que se assemelham a um grão de alpista . A parte inferior do buraco que não foi occupada pelos ovos, é cheia com uma matéria aglutinante, com a qual forma uma tapagem branca, parecida com a es- puma de sabão e é muito leve. Os ovos são de cor araarella nos primeiros dias, depois tomam uma cor rósea e são postos de 45 a 80, no máximo ; nunca encontrei nos ninhos de observações maior numero que ostenta, nem menor que 45. Saltões — As observações por mim feitas, quer no campo, quer em minha resi- dência, fizeram verificar que a duração de todas as transformações ou mudas desse insecto, desde o nascimento ate ao estado adulto, comprehendeum espaço de 45 a 50 socikdadp: nacional de aoricultur' . dias, os qiiacs são divididos cm três pe- ríodos distinctos. 1° Periodo — Comprehende desJe o nascimento até a sua primeira muda, que se realisa oito dias depois do nascimento. Log-o ao nascer tem o saltão uma cor verde a qual muda 48 lioras depois, como observei nos saltões em captiveiro, para um cinzento leve. Nessa phase os insectos comem pouco e vivem quasi sempre agru- pados em montes. 2° Periodo — O segundo periodo dura até o insecto completar a segunda muda que geralmente se dá 20 dias depois de ter nascido. Nesta phase elles apresentam uma cor amarellada e preta bem pronun- ciada e já surgem as azas em forma de escamas e que attingem ao primeiro annel do abdemen. São dotados de grandes mo- vimentos,'procuram sempre se abrigar nas capoeiras baixas e cercas. 3° Periodo — Este periodo dura até o gafanhoto crear azas, isto, é, de 25 a 30 dias depois da segunda muda, tendo ob- servado na minha collecção que alguns le- varam 32 dias ; a cor dominante é a mesma do saltão do segundo periodo, tendo, porém, a cara accentuadamente ver- melha ; as azas attingem ao segundo annel do abdómen e são bem desenvolvidas. Estes saltões são dotados de grande voracidade e se movem continuamente cau- sando ás lavouras os mais graves pre- juízos. Os saltões no primeiro periodo se movem com muita lentidão, o que não se dá depois da primeira muda, onde se des- envolve o instincto de sociabilidade ; as famílias que nascem de um ninho, se unem ás outras á medida que attingem certo desenvolvimento, as quaes se agglomeram ao pé das plantas formando grupos pe- quenos ; logo que tenham esgotado os ali- mentos que encontram nos seus primeiros passos elles se dirigem então para as ca- poeiras ou cercas de espinhos, marchando sempre em linha recta. Esta marcha tem sempre logar depois do oitavo dia do nascimento e andam se- guramente uns cincoenta metros por dia ; no segundo e terceiro períodos os saltões adquirem mais actividade e andam grandes distancias, podendo alcançar uma veloci- dade talvez de quatro kilometros em um dia, como observei com uma mancha que se achava na estrada da Pavuna. Geral- mente os saltões sahem do pouso onde per- noitam, as 9 horas da manhã e só se re- colhem ao por do sol, caso não chova ou reine algum vento que desvie a marcha, neste caso elles procuram novamente o pouso antigo ou outro mais próximo. Depois, da ultima muda, isto é, quando o saltão se transforma em voador e que de posse de outros meios de locomoção, voam desJe que o sol esquente até a tarde, seguindo sempre a mesma direcção e avan- çando grandes distancias por dia. A tarde e durante a noite se recolhem geralmente nos arbustos ou nas capoeiras onde passam a noite, fozendo ahi os seus terríveis es- tragos. SERVIÇOS DE EXTINCÇÃO A commissão nomeada por V. Ex., da qual me foi confiada a direcção, iniciou os seus serviços no dia 8 de janeiro do anno corrente, no logar denominado Cabaceiras e Portinho, próximo ao arraial da Penha, propriedades estas que pertenceram á Companhia Inhaúma, Irajá, 'actualmente pertencentes ao Sr. Visconde de Moraes. Nesses pontos encontramos grande numero de voadores recentemente for- mados ; comquanto julgasse que os ser- viços de extincção ahi feitos não dessem resultados satisfactorios, emprehendí-os, enentretanto, a titulo de experiências. Os resultados, porém, desse trabalho não foram de todo improfícuos como á primeira vista pareceu-me, pois extín- guio-se uma quantidade incalculável de voadores, como pessoalmente verificou y. Ex., quando era inspecção pelos vários pontos trabalhados pela commissão. A LAVOURA Esses voadores eram exti netos por meio de fachos embebidos em kerozene, com o qual ateava-se-llies fogo nas pri- meiras horas da manhã e da tarde quando se achavam agrupados nas arvores. Na fazenda Cabaceiras encontrou a eommissão g-rande quantidade de saltões do 3° período, bem como alguns voadores, todos internados em uma capoeira que tinha uma facha de 200 metros de compri- mento por 20 de largura, na qual pelo en- trelaçamento dos vegetaes muito dilficul- tava o serviço. Para obviar este inconveniente, mandei abrir uma valia em toda a extensão da mancha, isto feito, derrubou-se a capoeira c no dia seguinte ateiou-se fogo. Esse serviço deu magníficos resul- tados, pois exterminou-se uma formidável mancha, não só pelo fogo, como ainda pela valia que recebeu grande quantidade de saltões, onde foram enterrados. Nessa occasião muito nos auxiliou vá- rios lavradores da Penha, tendo a sua frente o Sr. capitão Lobo Júnior, que revelantes serviços prestou á eommissão naquella lo- calidade. No dia 14 de janeiro mudamos o acampamento para a tazcnda do Sobra- dinho em Hom-Successo, onde existiam grandes manchas de saltões, em um nu- mero superior a vinte, dos 2° e 3° períodos, bem como alguns voadores novos. Para a caça dos saltões empregámos as valias e barreiras de folhas de zinco si- multaneamente ou conjunctamente. Uma vez que descobríamos a mancha, mandava abrir uma valia com as seguintes dimensões: 2o'=,ooxo,5oxo,5Gá uma certa distancia da mancha e em posição favorável ao vento ; isto feito, extendiam-se as folhas de zinco aprumadas até as vizinhanças dos saltões, tendo-se sempre o cuidado de não se fazer muito barulho para não se es- pantar os insectos. Feito a valia e levantada a barreira, seguiam os trabalhadores armados de galhos p^ra tocarem os saltões, serviço itós este feito vagarosamente até a entrada dos insectos na barreira. Quando dentro da barreira tocávamos mais precipitadamente até a valia onde cahiam por diversas vezes manchas inteiras, as quaes eram enter- radas. Em uma valia no lado direito da casa de vivenda da fazenda do Sobradinho, com as dimensões acima, cahiu no dia 16 uma mancha que attingiu a altura de 0,42 de ponta a ponta. Facilmente se poderá calcular o nu- mero de insectos contido nessa valia, sa- bendo como verifiquei por diversas vezes que um decimetro cubico, pôde conter 1 32 dos saltões 2° e 3° períodos. Além dos serviços de valles e bar- reiras praticados nesta propriedade, extin- guimos também muitos saltões nas cercas de Maricá e nos pequenos arbustos, isto pela manhã e a tarde, com auxilio de fachos embebidos em kerozene, nos quaes se ate- avam fogo. No dia 20 do mesmo mez de janeiro, passámos a trabalhar na propriedade do Sr. Alfredo Botelho, onde extinguiu-se grandes manchas de saltões de 2° e 3° pe- ríodos. Esta propriedade foi muito flagel- lada. Ahi empregamos os mesmos processos adoptados na fazenda Silvadinho, sempre com bons resultados. No dia 23, nesta propriedade, encon- tramos em uma mangueira uma grande mancha de saltões de 2" e 3° períodos, isto ás 8 horas da manhã, occasião esta im- própria para atacal-os, á vista da sua quie- tude e como ainda pela altura da man- gueira. \'oltando ás 1 2 honis, verifiquei então que os saltões tinham-se retirado a pro- cura de alimentação, mas que voltariam à mangueira, pois era seu pouso, o que tinha se verificado ha três dias. Uma vez ausentes da mangueira, man- dei immcdiatamente collocar no tronco, próximo ao logar onde os galhos se divi- diam um ante-paro, espécie de chapéu de sol de um metro de diâmetro e feito de SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA folhas de zinco, de modo a impedir a su- bida dos saltões para a copa. Isto feito mandei cercar com folhas de zinco em torno da mang-eira, n'um diâmetro maior que a copa e deixando uma abertura de dous metros para a entrada dos saltões. A's 4 horas da tarde começaram os saltões a fazer a sua volta para o pouso, afim de activar um pouco a marcha, mandei os trabalhadores se collocarem em linha e tangerem vig-orosamente para a barreira, o que se conseguiu facilmente, extermi- nando-se assim por completo a mancha era questão. Nesta propriedade extinguimos, adoptando os vários processos indicados, mais de 32 manchas. Trabalhou-se ainda nas íazendas dos Srs. Domingos Brandão, na fazenda Ita- raré, na fazenda Engenho da Rainha e nas estradas da Penha, Pavuna, Santa Cruz, etc. Nos pontos por nós trabalhados não se deu levantamento de novas nuvens, o que se não verificou na Ilha do Governador e Irajá, onde deu-se em fevereiro a sahida de nuvens que se dirigiram para o rumo Sul. De vários pontos foram reclamados os serviços da commissão, não sendo, porém, attendidos pelos muitos serviços de Bom Successo, Penha e Inhaúma, onde os pontos infectados eram em grande numero e espalhados ; além disso, dispúnhamos de um pessoal reduzido, atteiKlendo-se assim aos poucos recursos, que nos foi facul- tado. Nos vários ataques que fizemos, dei- xámos de empregar a solução de sabão aconselhada pelas instrucções desta Socie- dade, por não termos encontrado nas va- rias manchas saltões do 1° periodo, appli- cação esta que só pôde ter logar nesta phase, attento a quietude dos insectos e ao facto do seu agrupamento. Eis em traços geraes, o relatório dos serviços ao meu cargo. Junto as cartas de vários agricultores e bem assim desenhos, que melhor eluci- darão o que ficou dito. Rio, 14 de março de 1907.— M. Pau- lino Cavalcanti, Engenheiro Agrónomo. Penha, 14 de fevereiro de 1907. Illm. Sr. Dr. Paufino Cavalcanti . Am. e Sr. Accuso o recebimento de vossa carta em que me pede responder aos itens nella contidos em numero de nove o que faço da melhor boa vontade, e vos autorizo fazer da minha resposta o uso que vos aprouver. P. i.° Qual o estado dos insectos, quando a commissão iniciou o serviço na Penha? R. Em diversos logares, e em grande numero no logar «Cabaceiro» próximo, ao litoral, em terras de proprie- dade do Sr. Visconde de Moraes, alugadas ao lavrador Verissimo de tal, ahi foram encontradas diversas manchas de saltões, e em outros logares, como na Estrada do Portinho, Braz de Pina, Campo do Braz de Pina, Arraial da Penha (Campo do Pi- nheiro) Porto Velho, Porto do Irajá, chá- cara das Palmeiras, e outras partes, bandos numerosos de saltões já voadores. P. 2." Se era grande o numeroí R. Sim; incalculável. P. 3.° Se acliavam-se localisados ? R . Os saltões, locaUsados na parte do fittoral, e os formados já voadores, em muitas e differentes partes. P. 4.° Se fôr possível, quaes os pon- tos? R. Respondido no primeiro item P. 5.° Se eu tive occasião de pre- senciar a marcha do serviço feito pela Com- missão? R. Sim; assisti em companhia de alguns bons lavradores e criadores deste logar, que junto á Commissão, e trabalha- dores, procederam a abertura de valias e a queima dos insectos, em dias differentes, e em diversos logares. P, 6.° Deu-se levantamento de nu- vens originadas nesta localidade? R . Do meiado do niez de janeiro pró- ximo findo, até ao fim desse mez, passaram nuvens numerosas, orig-inadas, umas desta localidade, e outras, vindas do Norte em direcção ao Sul sempre ao cahir da tarde. P. 7.° Em que dia do mez, e qual a direcção? R . Respondido no item 6°. P. 8.° Se os ataques de extincção, produziu alg-um resultado? R. São, por emquanto, incalculáveis os benefícios produzidos a titulo de expe- riência, embora, todavia podemos desde já asseverar que os damnos e estragos cau- sados por esses insectos, foram enormes; e maior seria, se os poderes públicos não viessem como vieram, embora tarde, em auxilio da lavoura em geral ; sendo de es- perar que continuarão a prestar esse au- xilio indispensável, com o revolvimento das terras, onde esses insectos fazem a de- sova. P. 9.° Pede V. S. autorização de servir-se de raintia resposta. R. Sim ; como já o affirmei. Saudações. De V. S. Am. Att. Cr. Francisco José Lobo Júnior. Estação Velha da Pa v una— N. i. Inhaúma, 15 de fevereiro de 1907. lUm. Sr. Dr. Paulino Cavalcanti. Saúde Respondendo aos quesitos que me pede, informo : 1° Eram grande as manchas. 2° Em pontos diíferentes. 3° Estive por diversas vezes presen- ceando sendo o serviço feito na melhor ordem possível. 4° Era grande o numero dos sal- tões sendo extinctos pelo processo ado- ptado. 5° O periodo em que se achavam os saltões eram do 2° para o 3°. 6° Deu-se levantamentos mas em pe- quena quantidade. 7° Tem passado por diversas vezes, sendo pela primeira vez em maior quanti- dade e por outras vezes menor e levando rumo que ignoro. 8" As culturas perseg-uidas em minha propriedade são diversas sendo no capim e arvores fructiferas onde me deram maior prejuízo. 9° Autorizo a publicação. Sou seu Criado e Obrigado,— Manoel de Oliveira Brandão. Inhaúma, 19 de fevereiro de 1907. Illm. Sr. Paulino Cavalcanti. Saudações Respondendo ao vosso officio datado de 16 do corrente, sobre o relatório das informações a prestar, tenho a dízer-vos o seguinte : Ao 1° quesito sobre o estado dos in- sectos quando a commissão iniciou o ser- viço em minha propriedade, é que esses insectos já eram voadores. Ao 1° Se o numero era grande ? res- pondo que eram em grande quantidade. Ao 3° Se tive occasião de presenciar a marcha do serviço feito pela commissão ? E' digna de ser louvada pelo bom serviço que prestou. Ao 4° Do que constava a natureza desse serviço ? O serviço era feito com estopa amar- rada nas pontas de bambus e molhada em líerosene, e onde a nuvem achava-se pou- sada, cercavam -a alguns iiomens com os mesmos bambus, afim de destruil-os. Ao 5° Se deu-se levantamento de grande nuvem em minha propriedade ? Foi enorme a nuvem de grandes voadores. Ao 6° Se os ataques feitos deram resultado ? O resultado foi óptimo e produzio grande effeito. Ao 7" Se passou ou pousou alguma SOCIEDADE NACIONAL, DE AGRICULTURA nuvem em minha propriedade? Passou o pousou uma grande nuvem de saltões e voadores. Ao 8° Quaes as culturas perseguidas pelos saltões ou voadores e se foi grande o prejuízo } As culturas que os insectos perseguiam mais eram : larangeiras, capinzaes, milho e outras plantas que deixavão somente o tronco, sendo o meu calculo só em minha propriedade avultados prejuízos que creio ser para mais de 2 contos de réis. Ao g"" Respondo que é justa a publi- càçíLO dos quesitos formulados pelas minhas respostas e autorizo o autor, agradecendo sinceramente á commissão o bom ser\iç(3 que prestou aos lavadores iJe Inhaúma. Sempre ds ordens u Criado Obri;^.ido — Francisco Go>içjlres d.i .Silv.i. Dom-Successo, 13 de levcreirode 191.17 lllm. Sr. Alfredo Botellio. Inhaúma. Saúde SoUicíto de V. S. o especial obsequio de responder-me os quesitos abaixo, para melhor informações do meu relatório : I") Se era grande o numero de man- chas de saltões em sua propriedade } 2°) Se estavam localisados ou em pontos dífferentes ? 3") Se teve occasião de presenciar os ataques ás manchas feitos pela commissão ? 4°) Se pelos processos adoptados (valias, barreiras, etc) o numero de saltões extinctos era grande ? 5°) Qual o período em que se achavam os saltões quando a commissão atacou-os ? 6°) Deu-se levantamento de nuvens de voadores, na sua propriedade ? 7°) Se passou alguma nuvem de \'oa- dores pela sua propriedade, ou se passou, em que dia e a direcção que veio ou tomou ? 8°) Quaes as culturas perseguidas pelos saltões ou voadores e se foi grande o pre- juiso. (-/■) Se autorisa a publicação das res- postas aos quesitos formulados ? Desde já agradeço o obsequio.— Pau- lino Cavalcanti, Chefe do serviço. lllm. Sr. Dr. Paulino Cavalcanti. Respondendo a sua carta sobre os gafanhotos, tenho a dizer o seguinte : 1° O numero das manchas de saltões em minha propriedade era enorme. 2° Todas estas manchas achavara-sc espalhadas e em diversos pontos. 3° Presenciei diversas vezes o ataque dado pela commissão ás manchas dos saltões. 4° O melhor dos processos para ex- tincção dos saltões eram as valias, pois obtinha-se completa mortandade. 5° Qualifico que os saltões estavam no segundo e terceiro período. 6° Quando a commissão chegou á nossa propriedade, não encontrou voadores. 7° Passou grande nuvem de voadores pela minha propriedade e não pousaram, vindo de Noroeste para o Este, penso que isso deu-se no dia 4 á 6 de fevereiro de 1907. 8" Atacaram a pequena lavoura toda ; a ponto de liquidal-a, e aos pastos deixavam raspados na sua passagem. 9° Xão ponho duvida sobre a publica- ção do que acima declaro. Sou, com estima e consideração .4/- fredo Botelho. A LAVOURA Az feiras no interior e sua funcçlo económica e social Num paiz, como o Brazil, em que se não fazem exposições regionaes periódicas dos seus productos agrícolas e inlustriaes, onde esses productos não circulara pola imperfeição, carestia ou ausência absoluta de transporte, admira o pouco caso que se vota ás feiras quo aiuda existem no interior do Norte. Guardando ainda o sabor das uossas tradições coloniaes. com o sou caracter festivo e prazenteiro, essas feiras so me apresentam comi um phenomeno econó- mico e social digno de serio interesse no momento actual, em que os governos esti- doaesasvcão contrariando e eliminando pouco a pouco. Todas as cidades, villas, povoados o logarejos de qualquer importância nas Alagoas, em Sergipe e na Babia, teem 03 seu? dias certos de feira. Nas margens dos rioj, quando as locali iades são por elles banhadas, nas praças mais vastas para accommodação das mercadorias, das cargas dos animaes, estondem-se desde a véspera as barracas do; vendedores. Os residentes no local preparam as suas provisõjs de do30S e comelorias em toscos hotéis improvizados para os que chegam de longe. Os feirantes trazem o proJucto de suas culturas ou de suas pequenas indus- trias : farinha, feijão, arroz, assucar, milho, sal, cocos, bititas, inhames, carnes e peixes salgados, frutas divorsis ao lado das confecções industriaes caprichosa- mente trabalhadas com a matéria prima local : chapejsde palha, cestos e cestas finamente tecidos, redes, peneiras, rendas afamadas, fibras setinosas e uma quan- tidade immensa de productos delicados que surprehenlem e encantam ao próprio viajante brazileiro, geralmente ignorante da habilidale e dos recursos de trabalho do nosso povo rude do int3rior. Desde a véspera, a vasta praça se anima de uma vida nova, contrastando cora a quietação da ssmana. Pelos caminhos, nas estradas que vão tsr ao kcal da feira próxima, marcham em numerosos grupos, os feirantes da pequena lavoura ambi- ente. São os taharéos os conductores das bestas de carga com as mercadorias diversas. Vestem camisa e calça de algodão, cobrem-se com pesados, lustrusos, chapéos de couro, e an Iam descalços, desouilosos, fumanlo longos cigarros de palha. A tirocollo conduzem una bolsa do couro os raros objectos do uso constante: fumo, palha, phosphoros. Na cintura, dentro da bainha também de couro, a faca de ponta luzidia e brilhante, o instrumento amado, cuja falta, por si só, indicaria amais extrema penúria. Com ella picam o fumo do cigarro, com ella tiram e descascanr a canna na beira das estradas, nos cannaviaes quo circumdam os engenhos. Com ella se defendem, com ella comem e dormem, companheira insepa- rável, no trabalho, nas alegrias e nas brigas, de resto pouco frequentes quando se atteode ás condições desse povo inculto e livre. Vejamul-os, porém, em caminho da feira, alegres, cantarolando, dizendo trovas e fazendo espirito uns com outros. Alli em frente, nas costas do animal que marcha, jaz o fruto do seu trabalho semanal : os saccos do cereaes o os vários artigos do sua industria lavorada com amor e arte. Eis as suas osperançis.. . vender aquillo para comprar um objecto de luxo. Luxo para oUes é um chapéo de baeta para os dias de festa, um lenço de xalrez bera rubro, ou um chalé semelhante, em se tratando das mulheres. Luxo ainda é um pedaço de carne seoea para desenjoar dx gallinha, do veado, da paca, da caça, que comam durante a semana. SOCIBDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Assim marcham, tocados por esse ideal bem restricto, contentes da viagem, contantes do encontro que fazem pelos caminhos, contentes da vida que vão viver no dia seguinte em meio da agitação fervente das feiras. Toda a noite sô desdobra a voluptuosa actividads das accommolações provisórias para aquella turba anciosa do novos beJuinos. E, no ília seguinte, desde a raairugii i, começa a vender e comprar pelos preços da occasião, determinados unicamente pela maior ou menor abundância dos productos. Livremente funceiona ahi, como em parte alguma nos mercado.í o casas de negocio das cidades, a loi da olTerta o da procur i. TuIj quanto alli está se destina á venda immídiata paio preço obtido. O vendolor precisa comprar o que não tem, na mesma feira, com o dinheiro que alli faz. E' a troca quasi primitiva, directa, do género por género. A moeda alli é verdadeiramente uma mercadoria intermediaria para facilitar as permutas. Ella 6 o moio e não o fim. Os ffiirantes não a buscam para enthezourar nos bancos, que não existem, ou nas caixas económicas, que fic.vra nas capitães. O que elles desejam é trocar o producto do seu trabalho pelo producto do trabalho dos outros, obadecendo incon- scientemente á grande lei da divisão do trabalho, que rege o mundo económico a tão graindemente se reflucto sobre as relações sociaes. Por ella existe aquella feira, juniando, em um instante, a vasta actividade parcialmente feita pelos recantos da zona agrícola e industrial. Os membros esparsos daquelie agrupamento humano chegam a formar ura bloco de interesses recíprocos. Uns trazem mais e outros menos. Outros nada trazem : os doentes, os aleijados, os velhos, decrépitos, as crianças errantes, desgarradas da família, para as quaos não existi uma instituição social do caridade, de assistência pelo trabalho ou pelo ensino. Todos, alli, farejam a vida da semana. Emquanto uns vendem e compram, outros pedem, e toda a gente faz a sua feira mais ou menos abundante. As medidas de farinha, de arroz, do feijão, de millio, de todos os cereaes, transbordam pelo chão na grande e patriarchal fartura daquel- ias feiras. Um litro produz dois litros, de modo que os preços são verdadeira- mente mais baixos do que parecem. Assombra comparar esses preços com os das casas commerciaes nas cidades do littoral do Brazil. As fabulosas despezas de nossa horrível industria do transporte CAsam-so ahi com o interesse dos intermediários, o a consequência ô esta : aqui lio que o productor vende, trans- bordando, por 100 réis, compra-se naquellas cidades, em m3lidas falsificadas <è pela razoira, por 1$ ou por mais. Como, pois, não amar e-ssas singelas feiras, esses comícios primitivos que approximam productores e consumidores, irmanando-os na solidariedade dos inte- resses communs? Sem o intermediário, o mesmo productor é consumidor, vende aqui, e compra alli, dous passjs adianto, participando todos da alta ou baixa dos preços de um mesmo mercado, cujo stock não pôde ficar sem salda. Os preços, de um género reagem sobre os de outro de modo que as compensações S3 esta- belecem e no fim da feira, toda a gente liça abastecida. Abastecida e moralmente confortada, participando as alegrias e as tristezas do vasto ajuntamento. Com effeito, não se trocaíu somente os productos alli ; permutam.-se igualmente as dores de cada um, os effeitos das crises naturaes, económicas e sociaes. Longamente coaversam os feirantes de seus planos, da falta de chuvas, da carestia dos géneros vendidos pelos negociantes. Porque a verdade é esta : emquanto a razoira não existe na medida dos cereaes, os "tecidos finos das fabricas, as.simplos chitas, se vendem aos cevados por preços A LAVOURA horrorosos. Emqnanto os tabaréos do interior, os pobres foirantes, trazem ao mercado o fruto do seu trabalho vivo da semana, a matéria prima abundante e frosea da alimentação, o nesocianto estabelecido na cidade procura extor- quil-os com as suas medidas enganosas o os seus preços infioitamente majorados. Durante a semana, passou inactivo, sentado ao balcão e falando da vida alheia. Aoí gabbados, por occasião das feiras, 6 preciso illudir aos tabaréos, segundo os processos meditados na longa pasmaceira dos dias desoccupados. Artigos deteriorados, adquiridos em leilões, fazendas do agua salgada, isto é, dos navios perdidos nas barras de Penado, Aracaju, Estancia e S. Christovão — eis o que o negociante destina aos tabaréas. E, sobre isto, depois da feira, a critica os doestos, as risadas de satisfação pelos calotes pregados a essa gente, sem a qual. aliás, não poderia o mesmo negociante viver, porque são os feirantes que lhe tra- zem o alimento fresco e incorruptível saldo da terra. Accrescente-se ao que fica a longa cauda de impostos que os mesmos parasitas das cidades impõem aos fei- rantes, as prisões iníquas, as violências, as injustiças de que são victimas esses po- bres homens, — teremos uma pagina inédita e nova daquillo que se chama civili- sação em nossos tempos. Outr'ora creavara-se, protegiam-se, as feiras. Os gover- nos de hoje, no Brazil, esquecem-as, ou inteiramente as eliminam de nosso já-de- pauperado organismo económico. As feiras do interior representam o povo brazi- leiro em suas qualidades e defeitos: rude, mas intclligente ; trabalhador, embora descuidoso; alegre, embora desconfiado e descrente dos governos. E como não ser assim ? Os impostos lhe roubam dois terços das colheitas. A União, os Estados, os Municípios, cada um por sou lado tiram-lhe os olhoa da cara. Os soldados o espancam, prendem o conduzem á, força para as íflleirrs do exercita e da policia. Os juizes fomentam o ódio cora as suas sentenças iniquas. Os padres o aborrecem com as suas doutrinas de mentira, destruindo os laços livres do seu amor puro, com as regras absurdas e as formalidades onerosas dos seus casamentos. Ao lado disto, quaes os direitos que o deixam exercer entre as regalias brilhantes escriptas na nossa Constituição? Quaes as vantagens e eommodi- dades que lhe proporcionam ? Entre os direitos, concedem-lhe exercer o do voto. . . nos candidatos do governo. Coinmòdidades não existem para o agricultor, o traba- lhador e productor em nossas zonas agrícolas do norte: nem estradas, nem pontes, nem logradouros, nem açudes ou depósitos d'agua para. as épocas de secca. Como pôde, pois, este homem onerado de encargos, esse estóico trabalhador espoliado, essa besta de carga atirada cada vez maia nos recantos da vida selva- gem, — como pôde elle amar a civilização madrasta do littoral ? Permanecendo esse estado de coisas, preparamos inconscientemente a lucta inevitável dos dois Brazis, a revolta do Brazil interior contra o Brazil littoral, que o espolia e degrada, vivendo, aliás, como parasita do trabalho qije o outro faz. CuRVKLLo DB Mendonça. SOCIEPADE NACIONAL t>B AGRICULTURA VARIEDADE Honrosas clistincções — A Sociedade Nacional de Agricultura sen- te-se sobremodo lisongeada pelas patentes provas do alta consideração cara que a têm distinguido os representantes estrangeiros estabelecidos ou de passagem entre nós. Apraz-nos accusare agradecera honrosa visita de S, Ex. o Sr. D. Ricardo Borghetti, encarregado dos negócios da Itália, que se digaou de procurar a Socie- dade Nacional de Agricultura para assumpto de altos interesses para o nosso Brasil e a sua cara Itália. Jà ha muito tínhamos a honra de tratar cora o cavalheiro Sr. F. Rughini, comraissario régio addido á, Legação da Itália, funccionario operoso, que tanto se esforça para o maior entrelaçamento dos interesses do seu e do nosso paiz. Tambera nos ufanaraos das honrosas visitas do Sr. Ministro do Equador e dos Srs. Cônsules Geraes da Suissa o Republica Argentina que, este ultirao, nós nos lisongearaos de contar ontre os nossos consócios. Iwast not leaat — Eutre nossos assíduos visitantes contamos o operoso e joven consultor teohnico commercial, addido ao Consulado geral do Império Allemão. Nos primeiros dias do mez de março, procurou-nos o Sr. E. MiiUer para nos apresentar um concidadão seu — o Dr. Hehvig — representante da maior fabrica do pastas para papal, que existe na Allomanha e quiçá no mundo inteiro. Ao Dr. Helwig forneceu a Sociedade todas as informações podidas. Antes de partir S. S. patenteou ao seu digno conterrâneo, o Sr, Midlor, a indisivel e intraduzível impressão que leva do nosso meio hygienico e social, pro- clamando o Rio de Janeiro a mais bella o encantadora cidade do mundo! O Dr. Helwig fez o circuito do Rio, da Gávea á Tijuca, foi ao Corvado, foi a Pe- trópolis, partindo em seguida para Buenos Aires, de onde segue para a Europa, via-Pacifico. Caso as amostras do material que S. S. enviou para a Allemanha deera resul- tado favorável, elle virl pessoalmente ao Rio de Janeiro, para aqui fundar uma importante fabrica. Refei'indo-nos aos representantes estrangeiros, não nos devemos esquecer que também os poderes federaes constantemente nos honram e distinguem com impor- tantes consultas, que, quanto nos cabe, procuramos satisfazer com inteira satis- fação, pois para tanto é que constituímos a Sociedade Nacional de Agricultura. "Voto de pezai- — Na sessão de Directoria, havida em 3 de janeiro de 1907, o Sr. Dr. Wencesláo Bello, Presidente da Sociedade Nacional de Agricultura, tomando a palavra, diz que a Directoria passou pelo doloroso golpe de perder, no dia 27 do mez passado, o seu illustre companheiro, o director secretario Dr. Al- fredo Fernandes Dias, fallecendo depois de tantos padecimentos. Comquanto esperado esse desenlace fatal, foi no entanto, uma surpreza que muito chocou a todos 03 companheiros. Coramunicou que a Directoria S3 fez representar no en- terro pelo seu collega de Directoria, o Sr, Edgard Ferreira de Carvalho, e que tomou lucto por oito dias. Diz que a Sociedade mandará celebrar uma missa A LAVOURA 87 de 7» dia, na igreja de S. Francisco de Paula, no dia 3 do corrente, ás 9 1/2 horas da raanliã. Propõe que se lance na acta das sessões de Directoria um voto de profundo pezar, o que foi unanimemente approvado. O Dr. Alfredo Fernandes Dias, •'!° secretario da Sociedade Nacional de Agri- cultura, falle^eu em 27 do dezembro de 190(!. Que n% acta das soísões da Di- rectoria da Sociedade foi lançado um voto do profundo pezar pelo seu passamento, tendo a Sociedade tomado luoto por oito dias, e mandado cerrar as portas de seu ediflcio, logo que teve conhecimento da triste nova. No dia 3 de janeiro a Sociedade mandou celebrar uma missa de 7» dia na igreja de S. Francisco de Paula, às 9 1/2 horas da manhã, pelo descanço do illustre morto. Distincção hoiii-osa e merecida. — A Sooiedaie Auxiliadora da Agricultura de Pernambuco, que 6 a maií antiga associação agrieola do Brasil, tomaado na devida consideração os valiosos serviços e iudefectivel dídicação do Dr. Wenceslau Bello á causa da lavoura, acaba do lhe conferir o diploma de sócio honorário, distincção esta por ella raras vezes concedida a outras pessoas. A distincção attribuida ao nosso Presidente reverte por inteiro sobre a Socie- dade Nacional de Agricultura, que, penhorada, agradece tão altas honrarias, que profundamente a commovem. Rectificação— Na festa promovida pela Sociedade Nacional do Agri- tura em honra do Dr. J. P. Wileman, o Sr. António Jo Medeiros cumprimentou a Mme. Baptista de Castro, como « pregoeira do movimanto synlic;! agrícola, que tem tido entre nós o maior desenvolvimento ». Consulta,» veterinária,^ — O Sr. Dr. Achille Rigodanzo, medico vetopiaario pela Faculdade do Roma, promette-nos os seus valiosos serviços para qualquer consulta sobro moléstias do animaes. Nestas condições os Srs. lavrado- res que desejarem ouvir os seus sábios consolhos queiram dirigir as suas con- sultas ao nossj amigo Dr. Achille Rigodanzo, endereçando as suas cartai para a sede de Sociedade Nacional de Agricultura— 102 rua da Alfandega — Rio de Janeiro. Producção universal tio trig^o em lOOO Hectolitros Europa . . . , 677.000.000 America . . . . ' 363.000.000 Ásia 146.000.000 Africa 19.000.000 Oceania 26.000.000 Somma 1.231.000.000 Imijortação do trigfo em 1906 Hectolitros Europa 174.000.000 America 7.000.000 Ásia 16.000.000 Africa 3.500.000 1433 4 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Exportaçrio ílo tr-ig-o em IdOO Hectolitros Europa 92.000.000 America 108.000.000 Ásia 15.000.000 Africa 2.000.000 Oceania 11.000.000 Exportação do Ptio Gratiíle a,dos comparati-vos entre o commercio da Itepublica Arg-entina e o do Brasil em ldOtí-lt>00 1906 Brasil Argentina Exportação £ 53.000.000 £ 59.000.000 Importação £ 33.000.000 £ 52.000.000 Saldo £ 20.000.000 £ 7.000.00) 1905 Brasil Argentina Exportação £ 44.600.000 £ 64.000.000 Importação. ..... £ 30.000.000 £ 40.000.000 Saldo £ 14.600.000 £ 24.000.000 Assim, pois, emquanto o nosso saldo subiu de 14.600.000 a 20.000.000 de libras esterlinas, o da Argentina desceu de 24.000.000 a 7.000.000. O Brasil entrou, portanto, em nova phase de crescente prosperidade. A LAVOURA 89 Os insectos nocivos — As estatísticas americanas calculam em 500.000.000 de dollars as perdas soíTridas, em 1905, pela acção de insectos dam- ninlios. Ha leis nos Estados Unidos contra os insectos e parasitas nocivos As plan- tas e aniraaes. Em todos os pfiizes realmente, cultos prganisaso resistência contra taes inimigos do homem, em cujo numero figuram não só as pragas que atacam as plantas e animaes domésticos, como também ao próprio homem. Dentre estes últimos convém destacar a pulga que o Sr. Peyrusson considera camo um transmissor da tuberculose. A. cultura tio an"oz no município de I^ua.pe — Do Sr. Ernesto Guilliormo Young, D. D. Director do Museu Municipal de Iguape recebe- mos o utilíssimo folheto que aquelle cavalheiro deu á publicidade, com o intuito de demonstrar as va.ntagens da cultura da necessária gramínea — o arroz. Gratos pela gentileza, aconselhamos a leitura d' A cultura do arroz^ aos Srs. lavradores. Kltora, da, banano i i-a, — Dizem as revistas das Antilhas que < O pro- blema da deslibragão Ja bananeira foi resolvido, tendo dado resultado satisfacturio. Constroiim-so actualmente nos Estados Unidos as machioas desflbi-adoras necessárias ao caso. X fibra da b.inaneira alcança boas preços nos mercados da Europ i. Que os nossos agricultoros fiquem scientes e raettam mãos á obra », conclue El Ha- cendado, A. fructicultura naw Canárias — Desde que se implantou a fru- cticultura nas Canárias, aquellas ilhas vão em accontuada prosperidade. E' a bana- neira que lliesdáo mais boUo resultado, calculando-se que umageira (4.200 metros quadrados) dá alli no máximo uma producção de 2.310 cachos por anno. Nestas condições, admittido o preço de Is. e O d. por cacho, tem-se o resultado bruto de 175 libras ou 2:800$000. Outros importantes artigos de exportação das Canárias são a3l)atatas, tomates o vinho. As cabras produzem leite e queijo de que se alimenta a população canarina, sendo as mulas o animal de trabalho rural. O coco em Liverpool — Em janeiro ultimo cotou-se o côfo a 35 s. por 50 kílos; na mesma data a «copra» (nóz de côoo) da Africa Occidental vendia-se a 17 £ por tonelada, e o óleo de coco a 40 e 43 £. A cofra secca aò sol era cotada a£ 18, £19 e£26 e 6s, _ Havia boa procura para a casca de coco ou coire. Oótáção da toorracha em JVova York a 2& de dezeml>ro de lOOe Cents. por lib. ' ' Ilhas fina, nova 118 a 119 Alto Amazonas, nova 123 » 124 Ceylão (bor.-acha) 137 » 138 Benguela "=;'..-. ■ 78 » ■ 79 '<■ - Guayaquil . . -76» 77 '^ Mexicana ................ 93- » 94 Guayule. . . .• 44- » ■ 45 ■ Mangabeira 67 > 71 90 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Cota.ção cio Pará e Manáos na. data supra Por kilo Alto Amazonas, fina 6,j950 Ilhas, grossa 2$f520 Balanço da borraclia do Pará a 31 de dezembro de lOOO ToQclaJas Supprimento visível do mundo 1.978 Recebimento de 1 de julho a 31 de dezembro . . . . 13.400 » » caucho a 31 de dezembro .... 1.205 Borracha embarcada para os Estados Unidos a 31 do dozflmbro de 1906 952 Borracha embarcada para Europa a 31 do dezembro de 1906 485 Oonsutno da borraelia n^D* E^^lados Unidos 1905 i9oa Tons. Tons. Importação 23.635 29.936 Exportação dos Estados Unidos para Europa .... 357 1 .625 Vendas á industria 28.016 28.483 Stock a 1 de janeiro 537 3f)5 Ooiuniercio mundial da Iborraclia durante 11 mezes Importação cm libras 1903 lOOG Estados Unidos 53.051.003 57 000.000 AUeraanha 2d. 000. 003 22.400.000 França 9.200. C03 8.603.003 Bélgica 3.974.000 3.898.003 Grã-Brotanha 26.700.000 29.000.000 Revista aunual do mercado da toorraelia em 1006 — O Tropical Life de janeiro ultimo calcula a producção mundial da borracha, em 1906, em 65.000.000 do kilos, entrando o Brasil, segundo a mesma roviati, com cerca de 38.000.000 do kilos. Conforme a mesma fonte, Cey Ião teria proJuzido 160.000 kilos o Malaca 350.000, em 1906, contra 70.000 e 75.000 kilos respectiva- mente em 1905. As culturas de Ccylão seriam de 100.000 geiras, asdo Malaca de 90.000, Java 20.000, Bornéo 12.000 o índia 20.000. A producção da Africa Occi- dental foi de 17.200 kilos em 1900, contra 17.500 era 1807. Consumo do algodão na Tng^Iaterra IdOG 190S Procedências Fardos Farilo; America 3.106.271 3.080.308 Egypto 395.293 303.581 Brasil 220.518 98.825 Peru 90.587 71.943 índia 79.724 48.075 Total , 3.892.395 3.698.783 A LAVOURA 91 Ii::xportação do caoáo eiu dezembro de IdOO lOOG 1O03 ProcecI -ncas Quintaes Quintacs Guayaquil 452.900 430.000 Saocos Saccos S. Thomó 409.700 423.100 Bahia 387.711 385.238 S. Domingos 13.023 13.952 Duranto o anno de 1S06, es maiores preços por 50 kilos foram: Venezuela Pará. . Trindadj Bahia . . Guayaquil , Haiti . Menores preços no mesmo pcroio : ^■enezuela Pará. . Trindade Bailia . Quaiaquil Haiti . Frs. 107 106 106 100 100 90 Frs. 70 61 53 54 70 47 O itlg-otlúo nos Estados Unidos y / ,/" ."■ #'^ ,.^ j/^ »/ y .• •" ,/' 5 12.00 '5. r/,so ^Ití.iO \^ 70,60 %tro,io ^■^ 9.60 "■i" /<Í5 A r /^ / ^, \A / '"^ y V / 1,0 \ / \ f"\ l\ ,, . / \ "■'f \ / V -/"^ y»y \ / V te. 50 v \ N /^ VO lí. oo \ 10, ts \^ /\ .„ Tr V so \ V =^ ^= 1 i 1 Preços do algodão em 1903 Fardos em dollar') Exportação 1903-1904 6.009.104 370.800.000 > 1904-1905 8.338.000 380.000.000 » 1905-1906 7. 030. COO 401,000.000 92 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Capital inve8tt'1o em fabricas de algodão e valor dos productos das mesmas: DoUars Dollars Talor das producção fabricas annual 1900 467.000.000 340.000.000 1905 613.000.000 430.000.000 liendiíiientos liscaes AX,FANDEQA DA CAPITAL FEDERAL Dia 28 de fevereiro 312:040$209 De 1 a 28 S.004:456$074 Idem em 1906 5.509: 100$381 RECEBEDORIA FEDERAL DO UIO DE JANEIRO Dia 28 de fevereiro 328:745$929 De 1 a 28 3.584:278$050 Idem em 1906 2.841:949$613 RECEBEDORIA DO ESTADO DE MINAS GERAES Dia 28 do fevereiro 12:095$483 De la 28 711:912*564 Idem em 1906 182:774$309 La, « riixcientla. » A interessante revista agrícola que se publica sob o titulo supra na cidade de Buffalo, Estado de New-York, nos Estados Unidos, enviou-nos um bellissimo nu- mero reclame, que muito se recommenda, não só pela sua feitura, como pelos substanciosos artigos que enriquecem as suas paginas. Leiam, pois, a Hacienda, que é boa revista e... barata, custa apenas dous dollars e meio por anno ! E' de graça ! Estudantes brasileiros que se ílisting^ueui no estrang^eiro —« Dous moços mineiros, os Srs. Enéas Mascarenhas, filho do fallecido Bernardo Mascarenhas, e Heitor Mascarenhas, fllho do coronel Caetano Mascarenhas, concluíram ha pouco o curso na Escola Tochoica de Manchester, na Inglaterra, obtendo o primeiro delles, o Sr. Enéas Mascarenhas, o primeiro logar, e o Sr. Heitor Mascarenhas o sexto logar, entre 700 o tantos alumnos. Ambos foram agora convidados, com alguns outros coUe/as, para dirigir a installação de uma grande fabrica de tecidos em S. Petersburgo, pertencente a um syndicato de capitalistas russos.» D'0 Paiz. Fazenda-modelo em. ]VIin»s Q-eraes — « Sobre o primeiro estabelecimento de ensino technico de agricultara, installado pelo Governo do A LAVOURA Estado no Campo da Gimelleira, próximo de Bailo Horizoate, publicou o Minas Geracs de 7 do corrente o sescuinte : « O Governa no empenho de realizar as reformas que prometteu, não tem deseançado. Regulamentada e om adiantada execução a lei da instrucção publica primaria, cuja seriedade na sua applicação o Estado testemunha e cuja efflcacia, para aug^mento das matriculas e para tornar o ensino uma realidade, todos pre- senciam, já se pôde ver bem claramente a grande dififerença do que era e do que virá a ser esse ramo do serviço publico— o da instrucção primaria, de im- portância excepcional. Com prazer póle-se aanunciar que o Governo está appa- relhado com as machinas necessárias, pessoal e animaos de serviço, plantas e mais detalhes, para começar a execução do ensino technico agrícola, nas seis fazendas- modelo creadas por lei. Também estão promptos os regulamentos, mais filhos da observação das necessidades do maio mineiro, do que da pura scienoia livresca ou das cópias de trabalhos semelhantes inaiaptaveis ás nossas circumstancias . Tendo installado o Governo o primeiro typo destes institutos nas proximidades da capital, com pessoal subalterno inexperiente, animaes de serviço não educados, terras julgadas imprestáveis para a agricultura, apezar da magniflca feição de suporflcies planas, — as observações que já podem fazer, raciocinando com factos, concluindo pela inspecção material das cousas, recebendo o conforto incomparável que se traduz depois no , as observações que se podem fazer, repetimos, visitando o Campo da Gamelleira ó a do extraordinário alcance deste ensino, quando disseminado pelo Estado. Lá, o visitante, de relógio na mão, pôde calcular por si a área que um arado reversível desbrava num dia e por que preço mínimo flca es33 serviço magnifico ; o preço do desterroamento o da gradagem ; e o preço da destocação. Um grande cuidado tem sido mantido e sel-o-á até o fim, como questão que o Governo reputa essencial aos seus fins — é o de tudo se fazer, tudo se dispor de modo que os senhores agricultores e fazendeiros do interior possam, sem demora, semdiíBculdades.applicar nos seus estabelecimentos o que tiverem visto nos do Governo ou das municipalidades. A questão da analyse das terras já está resolvida. O Governo commissionou o engenheiro do Estado Sr. Dr. Joaquim Michaeli que na Eicola do Minas, por omquanto, atj que se installe o laboratório na Capital, já está cuidando do serviço. O estudj da irrigação por poços artezianos, elevação dagua par bombas o moinhos, não está tão adiantado como fora de desejar, devido às difflculdades do próprio problema, que, entretanto, continua a ser conduzido com energia, no ponto de vista pratico. A irrigação, por açudagem, de larga applicação em Minas, esta neuhuma difllculdade oITerece e satisfará em grande parte uma necessidade essencial á agricultura. Em resumo : os senhores agricultores podem, desde já, visitando o campo agrícola da Gamelleira, a uma légua da Capital, examinar, todos os dias, como trabalham os arados reversíveis, que serviço fazem, como se tira uma amostra de terra para ser mandada ao chimico do Governo, o que é adubo chimic < e como elle se colloca no solo, e, acompanhando o desenvolvimento desses interessantes trabalhos, podem ver que elles são simples, effloazes, muito pi-oprios, para fazerem a prosperidade particular e com ella a prosperidade publica. O Governo já está apparelhado para agir no sentido do problema agrícola e vai fazel-o desde já. SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Cultura combinada de maniçobsiras com cafeeiros A gravura aqui exposta representa uma seccião do cafezal do corn.-' mendador Maurício Ilarilof . As arvores maiores são raanicobeiras de A LAVOURA 7 annos de idade e as pequenas são cafeeiros. Com esta feliz combina- ção os cafeeiros parecem lucrar enormemente, porquanto são de vege- tação exuberante e dão sempre óptimas cargas. A cultura aqui figurada está em terreno massapé amarello, de origem gneisica ; encontra-s3 na Fa;:o/ida da Bella AlUança, em \av- gem-Alegre— E. F. G. B., Estado do Kio. I>esstriiiçã,o dos g^afanliotos The Farmer's Advocale and Home Jaurnal, orgam ofiicial das Associações de Af^ricultores das Colónias da Africa do Sul, publica as seguintes formulas apro- priadas á destruição da langosta : Arsenito de sódio 1 libra Assucar , 3 libras Agua 15 gallões(I) Mi3ture-se o arsenito de sódio e assucar, om quantidade suíliniente d'agua para dissolvel-os completamente ; junto-se o restante do liquido, e assim fica preparada a solução para o uso a que ô destinada. Outra formula : Arsénico branco 1 libra Soda cáustica • , 1/2 » Assucar , 4 libras Agua 17 gallões Ponlia-se a ferver uma certa quantidade d'agua, e nella derramem-se o araenico e a soda, até que aquelle se dissolva completamente ; em outro vaso dissolva-se o assucar, também em porção d'agua sullíciente. Misturem-se as duas soluções no resto d'agua que ficar e prompto está o preparado. Qualquer que seja a solução, a sua applicação, deverá ser feita por meio de pulverisadores de Ijomla, no pasto, arbusto, etc, que a langosta come ou se dispõe a fazel-o. Esses apparellios exigem carto cuidado no manejo, sendo conveniente experimental-os com agua antes de usar da solução. Não convém fazer funccionar continuamente o embolo, pois do contrario os tubos se affrouxara. tornando-se mister apertai- js de novo. O momento opportuno das pulverisaçõas é á noite, quando as langostas estão socagadas. Se a solução ú usada nas proporções indicadas, não olVerooa perigo para os galos. Não se deve augmenfcar a quantidade do arse. nico, pois de tal augmonto podem decorrer cas^s de envenenamento. Transferencia tio gado dd XTrug-uay para o Brasil Ministério da Fazenda. Montevideo, 5 do fevereiro do 19j7. Em virtude das razões expostas pela Chefaturade Artigas, e considerando ex- cepcional acircumstaneia que invocam os fazendeiros desse departamento, por causa (1) Oallão, iiicilicla ingleza ilc líquidos que corr quatro litros e meio. 1438 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA dos estragos causados pela langosta.quo privara de substancia e pastagens os seus gados.razão pala qual pedom autorização para traasportal-as pira o estrangeiro em busca de Ijods campos por tempo determinado e com a condição de fazel-os de volta ao paiz, resolve : Que as recebedorias aduaneiras da fronteira de Artigas perraittam a passagem dos gados, com prévio deposito dos direitos de exportação eito pelos raspec ti vos donos nas succursaes do Banjo da Republica, cujoi direitos serão entregues depois da volta dos gados, sempre que osta tiver logar dentro dos quatro mezes a contar da data da mudança. Communique-se, publique-se e tenha o seus cffeitos por intermédio da Direcção Geral Aduaneira. Baltle y Ordonez . Eugénio J, Madalena, Iinpoi'tução cie instrixineiitos sn-atorios americanos em 19 OS MÉXICO CHILE CUBA ARGENTINA BRAZIL Preço em Do/lar 3000 000 Z 000.000 f. 000.000 s a 0.0 00 f.O 00.000 3.000.000 2.000.000 /. 000.000 soo. 9.00 ?'r.OO0 / \ / \ / \ / \ / / / / / \ / / \ / / / \ / __ / \ -^ / / The Geo. IL,. Squier IMfg- C, BUFFALO (N. y.) — ESTADOS UNIDOS Recebemos desses conhecidos fabribantes de machinismos agrícolas o seu ultimo catalogo o uma circular, na qual, desejando-nos boas festas, pedem-nos para lembrar-nos aos senhores lavradores quanto a sua conhecida fabrica ô escrupulosa no fabrico do instrumentos destinados á lavoura. Pejem as ordens dos senhores lavradores. A LAVOURA Cultura de abacaxis nas Ilhas Canárias Repetidas vezes, « A Lavoura » tera-se referido ás culturas de fru- ctas nas illias Canárias, onde constituem actualmente farta fonte de riqueza e bem estar, a ponto tal que o archipelago Canarino, que estava outr'ora em plena decadência, é hoje uma das regiões mais prosperas da Hespanha. Esta invejável situação das Canárias emana só e unicamente da cultura e commercio de fruclas tropicaes. Devemos a belia gravura supra á gentileza do Dr. Heitor de Sá, operoso 2° .secretario da Sociedade Nacional de Agricultura, a quem agra- decemos. Oatlo na, Iiig-latoi-i-ít A quantidade existente da dilTerantes gados, no Reino Unido, em 19nG, com- parada com o anno de 1905, é a seguinte : 1906 1905 ou DI.MI.NUI<;ÃO 2.110.024 11.691.955 29.210 035 3.581.740 2. 116.800 11.674.019 29.076.777 3.601.659 - 6.776 + 17.936 + 133.258 — 20.919 lani ero . r»urasitti 2» 1$200 1$200 Bahia 1$100 I$100 Pernambuco $600 $600 1438 O 104 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Fumo em folha : Rio Grande, I» escolha $600 » » 2" » $500 Bahia I» » 1$500 » 2" » $900 » 3» » $500 » 4» » $4C0 $600 $500 1$500 $900 $500 $400 Preços doi- g^enei-osi a^limeiíticios no : em levei-eiro de lOO': ^io tle Janeiro, Reff tilaram os preços seguintes: Em saccos : 1" quinzena Feijão preto de Porto Alegre, novo . 17$500 a 18$5n0 Dito velho — — Dito idem de Santa Catharina . . . 16$300 » 17$500 Dito de cores, nacional 13$000 » 181000 Dito branco, estrangeiro 2g$000 » 23Í000 Dito amendoim, idom 23$!i00 » 23$000 Farinha de mandioca, especial . . 9|000 » í)$500 Dita idem, fina 8$500 s> 9$000 Dita idem, peneirada 8$000 » 8.s500 Dirá idem, do Norte 6$800 » 7$200 Dita idem, grossa. Laguna .... e$SOO » 7$200 Dita idem, idem, Porto Alegro . . Não ha Arroz nacional 26$000 a 28$000 Dito inferior 20$000 » 24$000 Dito da índia — âSgOOO Milho amarello do Norte .... 7$000 » 7$200 Dito idem, da terra 7$300 » 7$600 Dito branco, idem Nominivl Amendoim em casca 5$000 a 5$500 Cangica 17$000 » 19$000 Favas Não ha Em Ivilogrnmmas : Alpiste $360 a .S400 Fubá de milho $140 » $200 Matte em folha $500 > $600 Tapioca $200 » $300 Polvilho $260 » $330 Carne do porco 1$000 » 1$100 Línguas do Rio Grande 1$400 > 1$500 2a quinzena 17$500 a 18SO0O lâfOOO a 2i$000 22$000 > 23$000 22$500 » 23$000 9$000 » 9$500 8$500 » 8$800 8â000 » 8$200 6$500 » 7$200 6$400 » 6$S00 Nominal 26$000 a 28$000 20$000 » 24$000 — » 28$000 7$000 » 7$200 7$000 > 7íi200 Nominal 5$000 a 5$500 17$000 » 18^000 Não ha $360 a $400 $130 > .■^200 $500 » $600 $160 » $300 $260 » $300 1$000 * 1$100 1$400 » 1$500 Aguardente no 'Rio de Janeiro em XOO'7' Na primeira quinzena de fevereiro o mercado manteve-se firme, obtendo todas as qualidades alta nos preços, aliás bem regular. As entradas verificadas forara ri^gulares e orçaram em 418 volumes de diversas procedências. A procura, port5m, coatiniiou com au^'monto, e vendas um tanto des- envolvidas do liquido a chegar, fechando o mercado firmo e sem offertas dos cantros productores do norte, que exigiam preços daqui. Os preços por pipa de -180 litros, base de 20 gráos, foram os seguintes : Campos 110$000 a 120$000 Angra 105$000 » 1I0$000 Paraty I15$000 » 120$000 Maceió lOSsfOOO » 1 10$000 Aracaju 1U5$000 » 110$000 Pernambuco lOõsOOO » llOsOOO Bahia 100$000 » 105$000 Parahyba lOSpOoO > IIOAOOO Laguna 115$000 » 120$000 Itajahy 115s000 » lâO$000 Mangaratiba 115$000 » 120$000 Paranaguá 115$000 » 120$000 No correr da segunda quinzena, que passimos om revista, o mercado deste liquido continuou firme, tenlo os preços aiquirido alta de 15$ por pipa em todas as procedências, as entradas neste periodo foram ainda regulares e orçaram em 411 pipas, continuando o augmonto dos preços no norte : O mercado fechou com os preços bem sustentados, tendo vigorado neste periodo os seguintes por pipa de 480 litros, base de 20 gráos : Campos 115$000 a 120$000 Angra 130$000 » 12õ$000 Paraty 125$000 » 130$000 Maceió 120$000 » 12õ$i:)00 Aracaju 120$000 » 125$000 Pernambuco 12o$000 » I25$000 Bahia 115$000 > 120$000 Parahyba 120$000 » 125$000 Laguna 125$000 » 130$000 Itajahy 125$000 » 130$000 Mangaratiba 125$000 » 130$000 Paranaguá 125$000 » 130$000 A-lcool no Ffcio de Janeiro, em fevereiro de lôOT' As entradas desta primeira quinzena, quo foram de 490 volumes de diversas procedências, excod ram as da quinzena anterior, mas foram ainda pequenas e vieram favorecer o mercado, cujas cotações foram elevadas. O movimento em SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA geral foi limit ido, mas sempre existia certa procura, devido aos avisos do norte, pelo que o raoroado se conservou flrrae, fechando com alta bom importante. Os preços por pipa foram os seguintes, sem o casco : 40 grãos 170$0C0 a l.SO^OOO 38 » 160$000 » 170$000 36 » 150.$000 » 155:000 Na segunda quinzena nova alta se deu no mercado deste liquido, tendo os preços subido cerca de 20$ por pipapara todasas qualidades. Augmentindo, porém, as entradas, par ultimo o morcadj resontiu-se um tanto, fechando cilmo, ainda que sem alterar as cotações. OssupprimeQta;; reo3bidos coistaram de 500 volumes e os preços conforme aprocedoncia e qualidade, por pipa, foram os seguintes, sem o casco: 40 gráos 190$000 a 200|000 38 » 180$000 » 190$000 36 » 1705000 » ISOÃOOO ^A-lg^oclfio no Itio ra.sileiro Extremos das cotações oíBciaus : Londres 90 d/ v 15 3/8 a 15 13/32 d. Paris 90 d/v $619 » $623 Hamburgo 00 d/v $764 » $768 Itália 3 d/v $629 > $633 Portugal 3 d/v 350 » 357 % Nova- York, á, vista 3$258 » 3$ã92 Vales, ouro 1$774 > 1$777 Tituloss lbra,sileiro8 em Ijontlx-es em íiS tle fevereiro 1907 1903 De 1889, 4 "/o 84 90 De 1895, 5 Vo 95 99 1/2 De 1903, 5 Vo 90 1/2 100 3/4 Funding loan, 5 % 103 104 3/4 Oeste de Minas, 5 % 96 102 A LAVOURA 109 l*i-otluctos brasileiros om ILioiitlres no mez de jaiioiro de lOOr Algodão — Houve pouco interesse no cupso do mercado durante o mez passado e o movimento nos preços das entregas futuras tem sido pequeno ; houve boa pro- cura para o algodão americano disponível, especialmente para as qualidades appro- ximando a « FuUy Gooi Mlddling », cuja descripção somente mostra uma rcducção de quatro pontos no preço desde a data da nossa ultima revista, emquanto que a do « Low Middling», o « Good Or.linary » baixaram V3 pontos. Tom-se notado muita pressão para vender as classes mais balsas disponíveis, mas, em razão da sua inferioridade, lia pouca procura delias para o consumo, sendo os fiandeiros que estão trabalhando sob contracto obrigados a manter a qualidade do fio. O movimento no interior até os portos americanos tem sido enorme mas por outro lado, o consumo continua numa eícala de muita importância e parece prová- vel que ha de prevalecer boa procura do alg^odão pelo pjriodo restant3 da estação. As descripções brasileiras teem encontrado procura regular mas os negócios teem continuado restrictos pela pequena quantidade oflferecida ; as cotações no dia 24 de janeiro mostravam uma alta de 12 pontos, cotando-so « Fair Pernam » 6.74 d. plb. mas, um sympithia com as do algodão americano, baixaram desde então quatro pontos. A existência do do Brasil no dia 1 do corrente era 37.330 sjccos, contra 54.900 saccos om igual época do anno passado, e de todas as descripções 887.960 fardos contra 1.186.950 fardos em 1903 e 959.750 fardos em 1905. Assucar—0 mercado de beterraba tem estado calmo e inactivo; deviJo ás entradas avultadas em Cuba tem-se nota.do um desanimo geral e durante a semana passada havia pressão para vende"" do coatinoote, biixanlo os pregos a termo até s/7 sd. para entrega em fevereiro, 8/0 H d. para maio e 8/10 « d. p. cwt. para outubro-dezembro, mostrando finalmente as cotações de hoje baixa de 1 '4 d. a 2 d. p. cwt., para as entregas desta safra, data de nossa ultima. Nas descripções do do canna pouco a notar, ficando restricta a quantidade á oíTerta do disponível ou para prompto embarque ; as crystalisadas e as qualidades inferiores da ladia Oriental disponíveis se conservaram estáveis com procura regu- lar ; nos principies do mez collocaram-se mais 1000 toneladas do de Demerara para chegar em Liverpool o 4000 toneladas para o Rio Clyde a 10 e 10/1 % d. p. cwt. respectivamente, a bordo, base pol. 96, e do de Penang, 600 toneladas, embarque Janeiro-março 8/9 p. cwt. posto ora terra. Mas recentemente não tem havido transacção alguma e não vale hoje o centrífugo da índia Occidental, base 96 pol., mais que 9/10 % d. a 10/ p. cwt. a bordo. Em Liverpool, o mercado ainda tem continuado calmo e deprimido para as de- scripções medianas, as quaes de novo enfraquecera cousa de I 'á d. p. Ib. ; o assucar granulado disponível, porém, esta mais firme devido á escassez, valendo o da pol. 96, cousa de 10/3 no cáes. Do do Brasil ofifoctuam-sa as soguíntos vendas no caos, como segue : Saccos do de Pernambuco : 780 Pol. 88" ex-€ Orator » a 8/3 p. cwt. 1.663 > 85-'» » » 7/9 » 1.313 » 85" > » 7/9 » SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Saccos do da Paraliyba : 2.8:í2 Pol. 87™ ex-« Orator » a 7 10 '■; p. cwt. SacBOs do do Pernambuco : 469 Pol . 44><' ex-« Orator ; ■> a 7/3 275 » 81"^ » » 7 3 1.500 » 84''° ex-« Matador) » » 7/6 1.160 » 79 » . 7/G 1 .037 » 84''" » » 7/5 1.495 » 86'"'ex-«Traveller » >. 7/9 306 » 873° »7/9 600 » 87" » » 7/9 H 236 » 84« » » 7/5 H 468 » 85™ « ex-Mira » » 7/7 'i 562 » 81«" » » 7/6 190 » 80"» » 7/6 714 » 83" » 7/5 1;' 3.000 » 81 1"^ ex-« Orion » » 7/6 Existência nos quatro porto do Reino Unido, no dia do janeiro de 1907 . . . 143.000 144.050 179.. 550 Existências na AUemanha, no dia 1 de janeiro de 1907 . 1.322.088 1.507.255 1.027.543 Existências em Hamburgo, no dia 30 de janeiro de 1'007 . 91.940 121.290 .55.260 Supprimentcs visíveis totaes para a Europa .... 3.506.492 3.867.401 2.088.357 Cotações do « Produca London Clcaring House Limited » para o de beterraba base Pol. 88" : Fevereiro 8/8 '/i ; março 8/9 '/■. ; maio 8/11 ; agosto 9/0 'i ; outubro-dozem- bro 8/12 V-i P> cwt. Borracha — Devido á demora prolongada das entradas no Pará, o mercado por algum tempo conservousc firme mas calmo, subindo o valor da fina dura disponí- vel até 5-3 p. Ib. ; durante a semana passada, porém, era consequência de noticias de chegadas do importância em Manáos, enfraqueceu e nestes últimos dias os preços teom baixado cousa de 1 d. p. Ib., sem hiver muito negocio, fechando hoje frouxo com vendedores da flna dura disponível a 51 'í d, p, Ib., ou 5-1 ;.; d. para entrega futura e da flua moUe disponivol a 5 p. Ib., a de flna boliviana a 5-ã^/^á., depois de effectuar a venda de 5 toneladas no dia 1 a 5-2 lá d. p. Ib. ; o sernaraby A LAVOURA 111 porém, tom-se eoaservado estável para o disponível a 4-1 para qualidade superior, mas cjin vendedores agoi-a a 4-0 !4 d., e para entrega a 4 p. Ib. Da flui Peruana ac.ibj,in de veiider-se 15 toneladas a 5-1 '/* J- P- Ib. A bciLi de Peru caúolio timbom está, se oíToreoenlo mais francamente com reducção a 2 d., a 3 d. p. Ib., dos preços que foram correntes ba uma quinzena. Não tem havido chegada do borraclia Matto Grosso, mas em sympathia com a baixa na do Pará, a cotação para a de virgem está reduzida nominalmente a 4-8 p. Ib., flcauflo ainda para a sornamby 3-9 a 3-11 p. !b. ; de entre íina grossa e virgem de Bolívia houve vendas a de 4-6 a 4-7 !í d. , p. Ib. O mercado para as descripções medianas, as quaes ainda escassearam um pouco tem estado mais animado e effoctuaram-se transacções a preços íirmes para as de boa qualidade, mas fecha mais calmo da de m mgabeira, tem-se feito negócios regu- lares, obtendo a de Matto Grosso de qualidade boa 3-4 >4 p. lb.,e de Santos e Rio 3-3 p. Ib. A maniçoba ordinária ainda não teve procura mas vendeu-se a de Jequié, plantação, em laminas preparadas, a 4-5 p. Ib. A existência nos armazéns da do Pará em 31 de janeiro, em Liverpool o Londres, era 350 toneladas contra 465 toneladas ; da do Peru 51 toneladas contra 84 toneladas, da de Matto Grosso 10 toneladas contra 44 toneladas, e de todas as descripções 1793 toneladas contra 1495 toneladas em igual período do anno sado. Estatística do Pará para o mez de janeiro : TONELADAS 1907 1906 1905 Entradas no Pará, inclusive a do Peru. . 3.780 5.710 4.590 (Junho 30 de 1900 até 31 de janeiro de 1'j07, 18.ÕÚ0 tous. contra â0.400 em 1905/1906.) Embarques para a Europa 1.450 â.480 1.950 (Em igual período 8.080 tons., contra 10.804 em 1905.) Embarques para a America do Norte . . 1.700 2.070 1.285 (Em igual período 9.520 tons., contra 7.915 em 1905/1906.) Existência em primeiras mãos no Pará. 50 450 300 » » segundas » » » . . 1 .080 1.400 1.205 > na America do Norte . . . 130 390 135 O supprimento visível total da do Pará incluindo a do Peru, no dia 31 de janeiro, importava em 3.041 toneladas contra 5.449 tonaladas em igual paríoio do anno anterior, e 3.761 toneladas, do anno de 1905. As entradas no Pará para o mez de janeiro importaram em 3.330 toneladas da do Pará e 450 toneladas da de caucho peruano, contra 4.550 toneladas e 1.160 toneladas respectivamente em iijual período do anno passado. 1438 7 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Algodão , por libra : De Pernambuco «1'air» . . . De Pernambuco «mid fair». . DoCairà«fair» Do Ceará «mid fair». . Da Parahyba «fair» . . . . Do Rio Grande «fair» . . . Do Maranhão «mid fair». . . Do Maranhão «fair» .... De Maceió «fair» Do Maceió «mid fair» . . . Astucar (do Brasil), por Uã libras : 6.70 6.24 6.85 6.41 6.67 6.67 6.41 6.69 6.25 Do cáes, em Liverpool Pernambuco regular a boa, Pol. 84° a 8Í Pernambuco Centrifufro, Pol. 95 a 97 . Maceió e Rio Grande, Pol. 82 ' a 86°. . Parahyba, rapadura, Pol. 78 a 80 . . Parahyba, bruto, Pol. 82 a 84 . . . 7 6 7 10 0 10 7 4 '.; 7 7 0 7 7 4 % 7 Borracha, por libra : Do Pará, fina nova pura dura Do Pará, fina nova molle . Do Pará, entreflna. . . . Do Pará, sernamby, superior Do Pará, sernamby. Ilha. . Do Pará, sernamby, Cametá. Boliviana, fina Mollendo, dita De Matto-Grosso, entreflna (defumada) De Matto-Grosso, virgem (não defumada) De Matto-Grosso, sernamby . . Do Peru, bala regular a boa . . De Mangabeira Lençóes limpas de Matto Grosso. Lençóes inferiores o esponjosas. Lençóes limpas do Rio e Samos Lençóes re^ru lares da Bahia . . Ditas em parte arenosa e morta Maniçoba regular a boa . . . 11 V2 11 O (4 4 '/. Caroço de algodão, tonelada: Parahyba e Coará. Pernambuco Maceió. . Maranhão. y 6 0/ £ 6 2/6 £6 0/ £ 6 2/6 £ 6 0/ £ 6 5/ Cera carnaúba, por 112 libras : Amarella clara ãOO O 232 O Mediana ISO O 200 O Parda ordinária 175 O 130 O Milho (brasileiro) por 100 libras : No cáes em Liverpool (Je condição sã). .50 — Perna lubvico Do Boletim da Associação Commercial de Pernambuco extrauinius os seguintes algarismos, referentes ao movimento do mez de janeiro : Assucar —Entraram 253.073 saccos, contra 279.906 em dezembro. Desde o dia 1 de setembro 1.058.617 saccos, contra 1.148.813 saccos Sahiram durante grammas. Í3.539 volumes, pesando 17.898.185 kilo- Cabotagem : Santos . . . . Rio Grande do Sul Rio de Janeirt Pará . . . Amazonas . Ceará. . . Paraná . . Matto-Groaso Espirito Santo Maranhão . Rio Grande do N Santa Catharina Alagoas . . . Kilos 82.000 saccos . 4. 890. 000 57.290 » . 4.286.850 37.717 » . 2. a -.3.020 9.888 volumes 781.604 6.380 » . 404.458 4.445 > . 257.716 3.150 saccos . 189.000 500 volumes 53.500 800 saccos . 48.000 307 volumes 25.820 285 » 17.190 100 saccos . 6.000 2 meias . 210 202.864 . . . 13.313.368 Londres 25.572 saccos . Nova- York 18.362 » . Liverpool 9.206 » . Montevideo 4.765 volumes Buenos-Ayres 2.770 » Total 263.539 . . . 1.912.836 1.377.150 680.456 403.625 210.750 . 17.898.185 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Os preços para o agricultor foram os Por 15 kUos Usinas (primeiras) 3$300 a 6$200 Usinas (segundas) Não houve Usinas (baixas) • . 2s900 a ->!§700 Cryátaos 2$800 » 4$700 Brancos 2$500 » 5$400 Somenos 1$600 » 2$700 Mascavados 1$350 » 2.|100 Brutos seccos 1$300 » 2$100 Brutos melados 1$150 » 1$200 A/(/o(/«o — Entraram em janeiro 41.861 saccos, contra 40.735 saccos dezembro. Desde o dia 1 de setembro 132.962 saccos, contra 130.677 saccos em 1906. Sahiram durante o mez : Cabotagem : Saccas Santos 1.1(52 Rio de Janeiro 750 Rio Grande do Sul 500 Fardos 1.300 KÍIO.S 347.150 56.250 36.500 2.412 440.900 Liverpool 5. Porto Barcelloua Bremen . . 10.306 2.360.072 500 118.750 215 43.000 110 22.000 7.901 12.431 2.990. 722 Os extremos dos preços para exportação foram, por 15 kilos, de ll$500 a 12$, fechando o mercado sem negócios. AícooZ — Sahiram em janeiro 1.077 pipas, 172 quintos o 20 décimos, sendo para o Rio de Janeiro 725 pipas e 2 quintos. Os preços para o agricultor, foram de $600 a $S50 a canada, do 38 a 40 gpáos, fechando o mercado aos de $800 a $850. Aguardente — As sabidas durante o mez orçaram em 'J14 pipas, 3.694 quintos 6 124 décimos, tendo sido embarcados para o Rio de Janeiro 180 pipas e Jí quintos. Para o agricultor vigoraram os preços .de $300 e $400 a canada, conforme o grào, fechando o mercado aos de $380 a $400. A. LAVOURA Productos ti'opica,es em Hjoinlres ílurante o mez ii r«s, com residência ou sede no estrangeiro, que forem cscolliidas pela Dik h i ; . .:.)nliecimento dos seus méritos e dos serviços que possam ou queiram prc^i n i ,i ■ 1 1 ic. § 3.° Serão socins Iiduorarios e beiíemeiitus as iicssoas que, por sua dedicação e relevantes serviços, se teiihaiii toruaJu beiífiiicritds a lavoura. § 4.° Serão associaJas as c( )rpi >rai,nL-s de caracter ollicial e as associações agrícolas, filiadas ou confedeia íis, ,|iif cdiiti ibuircni com a jóia de 30$ e a annuidade de 50^000. S S-" Os sócios .'1 ■, !r ■ !■ ' 'IS assocíaJos poJci"ao se i-cmir nas condições que forem preceituadas no r^ :' 1 :ii' ' m .lc\'cnJo, poicin, a coiitiibiiição fixada para esse fim ser inferior a dez 1 ii ,1 í< s. Art. 9.° Cs associaJos dc\crão tieclarar (> seu desejo de comparticipar dos tra- balhos da sociedade. 1 's demais sócios deverão ser propostos por indicação de qualquer sócio e apresentação de lIoís membros da Dii-ectoria e ser acceitos por unanimidade. Art. 10. Os sócios, qualquer que seja a cateu-oria, poderão assistir a todas as reuniões sociaes, discutiu io e |-'ro|>oiiJo o qn- iiile;ii'em coineuieiíte ; terão direito a todas as publicações da socie '.lile e ,1 lo,l,>s , is srívuis que a mesma estiver habilitada a .^ 1." (Js associados, por seu caracter de coileclividade, terão preferencia para os referidos serviços e receberão das publicações da sociedade o maior numero de exem- plares de que esta puder dispor. íj 2." O direito de votar e ser votado é extensivo a todos os sócios; é limitado, porém, para os assoei iJos e sucios correspondentes, os quaes não poderão receber votos para (js cargos de aLlmíiiisiracão. 15 3." Os sócios i>erderão somente seus direitos em virtude de expontânea renuncia ou quando a asseniblea iterai res(jlver a sua exclusão por proposta da Directoria. REOXJL^^DVEEnSTTO CAPITULO VI Art. 18. A socie Jade prestará seus serviços de preferencia aos sócios e associados, quando estiverem quites com ella. Art. 19. A jóia deverá ser paga dentro dos primeiros três mezes após a sua acceitação. Art. 20. .\s annuidades poderão ser pagas por prestações seraestraes. Art. 21. Os sócios e os associados se poderão remir mediante o pagamento das quantias de 200$ e 500$, respectivainente, feito de 'uma só vez e independente da jóia, que deverão pagar em qualquer caso. Art. 22. Os sócios e associados não poderão votar, nem poderão receber o diploma sem terem pago a respectiva jóia. S i.° O sócio que tiver pago a jóia e uma annuidade, poderá remir-se mediante a apresentação de 20 sócios, desde que estes tenham igualmente satisfeito aquellas contribuições. S 2." Para esse cffeito o sócio deverá requerer á Directoria, provando seus direitos nos termos do paragrapho anterior. § 3." Serão considerados beneméritos os sócios que fizerem donativos á sociedade, a partir da quantia de um conto de réis. Art. 23. Para que os sócios atrazados de duas annuidades possam ser considerados resignatariòs, nos termos dos Estatutos, é preciso que suas contribuições lhes tenham sido solicitadas por cscripto, até três mezes antes, cabendo-lhes ainda assim o recurso para o conselho superior e para a assembléa geral. ÍNDICE Dr. Alfredo Fernandes Dias Infurniações af;'rici)las . . . Comamos fructa? Transmissão da tubeiCLiUise bovina aos palniipedes. Criação de porcos com alfafa Relatório dos ser\'iç()S de extincção dos gafanliot' As feiras no interior e sua funcção económica e soe Variedade farte Conimercial Anno XI — N. i Capital Federal feLAyouRfe SOfffililí^lÉfiífeL de A^píeuLiupa lio de Janeiro SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Fundada em lO de deze.miíro de iHci postal: . 1.245 Sede: Rua da Alfandega n. 105 DIREICTORIA F^rcsidente — Dr. Wenceslâo Alves Leite de Oliveira Rei 1" \ice-presidente — Dr. João Baptista de Castro. 2" \ice-presidente — Dr. Sylvio Ferreira Rangel. 3" \'icc-presidente — Coronel Cornelio de Souza Lima. Secretario g-eral — Dr. Domingos Sérgio de Carvalho. I" Secretario — Dr. Luiz Joaquim da Costa Leite. 2" Secretario — Dr. Heitor de Sâ. 3" Secretario — Dr. Alfredo Dias. 4" Secretario — Carlos Raulino. i" Thesoureiro — Alberto de Araújo Ferreira Jacobina. 2' Thesoureiro — Edegardo Ferreira de Carvalho. ComxrLlssao directora d'A LAVOURA Dr. Wencesláo .^Ives de Oliveira Bello, presidente.— Dr. Dominíios Sérgio de Carvalho.— Dr. João Baptista de Castro.— ' Dr. Sylvio Ferreira Rangel.— Dr. Heitor de Sá.— Edegardo Ferreira de Carvalho.— Alberto de Araújo Ferreira Jacobina. CoLLABOKAiioiiivs : Dr. Antonino Fialho.— Barão de Capanema.— Dr. Moura Brazil.-- Dr. Ijii/ Ivrciia ISarreto.— Dr. Wencesláo Alves Leite de Oliveira Bello.— Dr. Aristóteles Gniiics ( ':ilaça.— Dr. João Baptista de Castro.— Dr. Augusto Ramos.— Dr. Joaquim Ignacio Tosta.— Dr. Fábio Nunes Leal.— Dr. Felippe Aristides Caire.— Dr. Eurico Jacy Monteiro.- Dr. Gustavo D'Utra.— Dr. Vou Ihering.— Dr. Morales de los Rios.— Alberto de Araújo Ferreira Jacobina.— António Augusto Pereira da Fonseca.— Carlos .Moreira.— Alipio de Miranda Ribeiro.— Dr. .augusto Bernacchi.— .\ntonio de Medeiros.— Dr. Joaquim Travassos.— Dr. Ricardo Ernesto Ferreira de Carvalho.— Guilhernie \1í^-lii. Dr. Victor Ferreira do Amaral e Silva.— António Gomes Carmo.— Dr. Syhin l-cncira Rangel.— Dr. Simoens da Silva.— Sampajo Manna.— Dr. Domingos Scri:iíi do Carvalho.— Dr. Carvalho Borges. ;\ redacção não se responsabilisa pelas opiniões emittidas em artigos assignados, c que serão publicados sob a exclusiva responsabilidade dos autores. Os originaes não serão restituídos. As comraunicações e correspondências devem ser dirigidas á Redacção d'.\ L.\- \'OURA na sede da Sociedade Nacional de Agricultura. A LAVOURA não acceita assignaturas. E' di.stribuida gratuitamente aos sócios da Sociedade Nacional de Agricultura. Oondições da publlcaçsio «los siniiuncios POR 3 mezes Uma pagina Meia pagina Um terço de pagina . Um quarto de pagina. ojooo 2$000 6$ooo Uma pagina Meia pagina Um terço de pagina . Um quarto de pagina. So$ooo 30^000 2o$ooo i .=;$ooo Tiragem 5.000 exemplares Anno XI — N. 4 Capital Federal Abril de 1907 EDITORIAL Informações agrícolas Rio, 28 de junho de 1906. Illm. e Exm. Sr. Dr. José António Flores — Macuco — Estado do Rio. Respondendo a vossa carta de IG de março ultimo, cumpre-nos informar a V. S., com relação ao desejo que manifesta de saber onde poderá encontrar comprador para uns 15 kilos de casulos de bicho da seda que possue, e qual seja o preço approximado desse producto, não ha neste mercado comprador certo desse artigo. E' talvez possível que em Barbacena o Sr. Amílcar Savassi seja com- prador de casulos, mercadoria para a qual não ha cotação nos mer- cados nacionaes. Na Europa custa a S3da em casul(TS no máximo 4 francos ou pouco menos de 2$ por kílo. Somos com estima de V. S. attentos obrigados. LIBRARY NEW YORK BOTANICAL OAKDEN. Rio de Janeiro, 12 de junho de 190(3. Illm. e Exm. Sr, Dr. Júlio Leite — Cachoeiro de Itapemirim — Estado do Espirito. Respondo a carta de Y. S., em que pede informações sobre o modo mais conveniente para a acquísição de jumentos da Arábia e seu preço. Não existindo a raça asina classificada com o nome especifico de Arábica, não podemos saber precisamente qual a raça que V. S. quer de preferencia adquirir. Será, pois, de toda conveniência nos façaes conhecer o caracterís- tico do animal que de.sejaes imix)rtar. Ha três raças asininas principaes e bastante conhecidas, repre- .sentadas pelos : 1°, jumento hespmhol, que e alto e de pillo curto; !«•» 2', jumento do Poitou, que é grande, orelhudo, cabeçudo e CTsiôuito pelludo ; I :í", jumento africano, que è p&iuenino e se encontra em toda a ^bacia do Mediterrâneo, sendo conhecido em Portugal .sob o noma 122 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA vulgar de gerico. Quanto ao preço, não podemos dal-o, mas pausamos ser de pequeno custo. Aguardando vossas ordens, somos com estima e consideração atlentos obrigados. Rio de Janeiro, março 20 de lOOi;. lUm. Sr. Eleuterio Edaclio Escobar — Campina Grande, Para- hyba do Norte. ReceJjemos vossa carta sem data e scientes do seu conteúdo, respondemos. Custam as ovelhas Bombouillet aqui 50$, e os pastores Bombouillet 100$000. O Governo Federal pagará todas as despezas de transporte feitas com os animaes adquiridos, devendo as contas ser enviadas ao Ministério da Industria. Viação e Obi-as Publicas por intermédio desta Sociedade; podeis, porém, nesse sentido ter melhores infor- mações dirigindo-vos ao Sr. Luiz Camuyrano, rua da Assembléa n. 28, caixa postal n. 707, nesta Capital. Quanto ãs gallinlias, não vos podemos dar por emquanto esclarecimentos seguros. E' o que nos cumpre informar- vos. Com estima e apreço, somos vossos attentos obrigados. Rio de Janeiro, 30 de abril de 11306. lUm. Sr. Plinio de Magalhães Costa — Curaçá, Bahia. Recebemos vossa carta de 3 de fevereiro ultimo. Attendendo ao que pedis na referida missiva, indicamos como intermediário para obter os animaes que pretendeis importar da Republica Argentina o Sr. Luiz Camuyrano, negociante ilesla praça, á rua da Assembléa n. 28. Foi esta a informação mais .segura que podemos obter. Com perfeita estima e apreço, somos vo.ssos atlentos obrigados. Rio de Janeiro, 12 de junho de 1906. Illm. Sr. Hilário S. de Figueiredo — Diamantina. Respondemos a estimada carta de V. S. em que nos pede algumas informações sobre o descascador «Xavier». Esse descascador já não existe no commercio. Ha, porém, no mercado, uma outra machina que presta os mesmos serviços que V. S. desejaria obter do descascador «Xavier»: é o descascador dei Ciopo. A LAVOURA Descasca e limpa cerai de 20 saccos por dia, exige a forca de quatro cavallos e tem pequeno volume. Vende-se na casa Nathan & C, 43, rua de S. Bento, S. Paulo. Não sabemos o seu pi'eço, pois não encontramos mencionado no catalogo daijuella firma com- mercial . Aqui ficamos ás vos.sas ordens, sendo com estima — De V. S. attentos obrigados. Rio de Janeiro, 26 de maio de 190G. Illm. Sr.Torqualo de Almeida — Cidade do Pará, Minas Geraes. Accusamos recebida vossa carta de 18 de abril ultimo e bem assim duas amostras de maniçoba. Ambas as amostras de borracha são de grande elasticidade, livros' de corpos estranhos, é o quanto se pôde julgar de oisu, isentas de resina ou pelo menos pouco resinosas. E' preferível o processo de coagulação expontânea, por .ser o mais económico e ser o producto obtido por tal processo de boa qua- lidade, obtendo nos mercados europeus alta cotação, .superior mesmo á da borracha do Pará, conforme contas de vendas dos Srs. Haritoff e Miranda Lima. E' conveniente não expordes a borracha muito tempo ao sol, pois a borracha assim tratada torna-se resinosa. A borracha depois de pren.sada deverá ser humedecida com agua creolinada e posta a enxugar em um logar bem arejado, até que ficiue suficientemente secca. A lavagem com agua creolinada tem por fim evitar a putrefacção. Agradecemos a offerta de amostras que foram recolhidas ao nosso museo; pen.samos que deveis proseguir nessa cultura, pois que é rendosa e de grande futuro. As informações completas do cultivo e preparo da maniçoba daremos pelo nos.so boletim A Laooura, do qual em tempo vos enviaremos um exemplar. Rio de Janeiro, 30 de outubro de 1906. Illm. Sr. J. A. Neves Ferreira, Pontalete, Minas. Accusamos o recebimento de vossa carta de 30 de setembro pró- ximo passado. Em re.sposta temos a dizer-vos que as cevadas e avelas são de verão ou estio. Quanto ás informações que nos pe- distes .sobre os reproductores Berkshire, temos a communicar-vos que o Dr. Elysio de Araújo, deputado federal, cria Berkshire puros vehdcndo reproductores. Também o Sr. John Finlay, morador á rua Theophilo Ottoni n. 77, tem um porco de raça Berkshire para vender. As .sementes )2í SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA de capim lavorito são diílribuidas yratuitamente pelo InsliUUo Agro- nómico de Campinas. Esperando que estas informações vos sejam proveitosas, somos cora estima e apreço vossos att.°^ obrg''^. Lapa, 15 de janeiro de 1907. Illm. e Exm. Sr. Dr. Costa Leite — Rio. Amigo e senhor— Acabo de chegar de uma excursão ao Estado de S.Paulo, encontrando aqui uma carta do Exm. Sr. Dr. Wencesláo Bello, de 18 do mez próximo passado, respondendo uma minha, o que muito agradeço ; um telegramma de congratulaçõe s do mesmo Sr. Dr. Bello ao extinclo Club da Lavoura Lapeano, pela appro- vação no Senado do projecto creando o Ministério da Agricultura e doze volumes de sementes ao mesmo club, remettidos por V. Ex., o que tudo recebi e muito agradeço. Esse club, como disse em minha ultima carta ao Exm. Dr. Bello, infelizmente, ha muito, extinguiu-se. Estou tratando de fundar aqui um «Syndicato Agrícola», que estou sem esperanças de vêr realizado ! O povo aqui não está preparado para concelier idéas tão sublimes como essa. Acabo de lêr na Gazeta da Noticias um importantíssimo artigo sobre o linho Perini ; realmente, isto enthusiasma ! Agradeço ao Exm. Sr. Dr. W. Bello as considerações com que nos tem distinguido e congra- tulo-me com elle e V. Ex., assim como com a Sociedade Nacional de Agricultura, não só pela creação do Ministério da Agricultura, tão desejado, como também por vêr coroados de bom êxito todos os grandes emprehendi mentos de>5a b3a3m3rila sociedade em prol da nossa Pátria tão amada. Com a maior estima e consideração, sou Da V. Ex., amigo grato e admirador .—FtíZf/ís de Paula Xaoicr. Sociedade de Agricultura o Protectora dos Animaes do Jaguaria- liyba (Paraná), 14 de janeiro de 1907. Exm. Sr. Pi-esidente da Sociedade Nacional de Agricultura. — Eui com a máxima satisfação, que a Sociedade que representamos recebeu a noticia da sancção pelo Exm. Sr. Presidente da Republica da lei que creou o Ministério da Agricultura, que tão anciosamente era de- sejado por (|uantos têm interesse pelo desenvolvimento agrícola do Paiz. E é em nome da mesma Sociedade que, levando á Sociedade de (lue sois digno presidente os nossos sinceros parabéns, fazemos votos ]>ara que, entregue a nova pasta a um titular du alta e i-eco- A LAVOURA 12'> nhecida competência, po?sa a nova Secção Administrativa trazer reaes e valiosos auxílios ás classes de que são representantes a Sociedade que presidis e a nossa, concorrendo assim para o engrandecimento de nossa cara Pátria. Apresentamos os protestos de nossa alta conside- ração e subida estima. Saúde e Fraternidade. — Bacharel Joaquim de Mello Rocha Júnior, presidente. — Joaquim Pereira Ferreira, vice-presidente. — Manoel Leocadio de Carvalho, orador. — Plinio de Camargo, .secretario. Sociedade de Agricultura Alagoan a (Maceió), 24 de fevereiro de 1!)07. Exm. Sr. Dr. \\'encesláo Bailo— Participo a V. Ex. que o nosso modesto estabelecimento do ensinamento agrícola vae tendo algum adiantamento ; é assim que os prédios necessários estão concluídos, as aguas captadas e canalisadas, os campos preparados e alguns cul- tivados, e os estábulos, estribarias, pocilga, ele, em andamento, de- vendo ficar tudo prompto dentro de dous mezes. Opportu na mente vos remelterei photographias de tudo que existe em nosso estatele- cimento, e por ellas poderá ver que temos trabalhado e que com pouco dinheiro póde-se fazer muito, quando se offerecer opportu n idade, peço de não esquecer o nosso estabelecimento com algumas .sementes e plantas. Agora mesmo, vamos iniciar uma plantação de videiras e encontramos difflculdades em arranjar umas trinta variedades de ba- cellos authenticos, pois não confiamos muito nos intermediários que, por mais de uma vez tem nos mandado gato por lebre. Sendo pos- sível nos remelter uns trinta bacellos de cada variedade que poder arranjar, ficaremos .summamentc gratos. Aqui fica inteiramente ao vosso dispor, etc. de V. Ex. amigo attenti) e criado — Miguel Guedes Nogueira. Machinismos pan o fabrico da farinha ds mandicca Tendo os Srs. Brúggeman, Pereira & C. .solicitado da Sociedade Nacional as informações constantes da carta annexa, assignada por aquellos -senhores, o Sr. Dr. \'\'encesláo Bello dirigiu-se aos Srs. Arens & C, que lhe reraetteram o orçamento adeante exposto, onde se en- contram os dados precisos, acompanhados das respectivas informa- ções. SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Carta dos Srs. Briiggeman Pereira & C— Rio de Janeiro, 9 de fevereiro de 1907 : «A' Soriedade Nacional de Agricultura. — Nesta. Ulmos. Srs. — Os abaixo-assignados, proprietários de uma fazenda denominada Salgado e situada á margem do rio Inhomirin, Estado do Rio de Janeiro, vem respeitosamente consultar V. S"\ sobre o seguinte : 1.° Quaes são as machinas mais aperfeiçoadas para o falirico de farinha de mandioca ? 2.° Existe uma machina para descascir a mandioca, que sub- stitua vantajosamente o trabalho manual ? 3.° Podem V. S°^ indicar-nos um engenho de farinha de man- dioca, [montado com todos os melhoramentos modernos e aperfei- çoados ? Plantámos approximadamente 10 alqueires de terras com mandioca e pretendemos montar um engenho moderno que poderá servir de modelo a outros. E' este o motivo que nos leva a solicitar de Y. S"^ as informações acima indicadas. Antecipamo-lhes os nossos sinceros agradecimentos e somos com elevada estima e consideração. Ds Y. S"^ Amigos e Criados Obrigados.— P. P. de Briiggeman, Pereira & C— Júlio Issler Filho.» Carta dos Srs. Arens & C: « Rio de Janeiro, 6 de abril de 1907. A' Sociedade Nacional de Agricultura.— Alfandega 102.— Nesta. Amigos e Srs. — Por motivo de muitos affazeres occasionados com a mudança do nosso estabelecimento, só hoje pudemos responder o seu estimado favor de 19 do próximo passado, o que lhes pedimos desculpar-nos. Incluímos o nosso orçamento sobre um machinismo n. 1 e um dito n. 2 para a fabricação da farinha de mandioca, de nosso systema aperfeiçoado, o muito desejamos que esteja ao agrado de V. S"'. Quanto aos «clichés», estamos diligenciando arranjar, mas de momento não nos é infelizmente fácil, porque os que usamos para a impressão de nossos catálogos acham-se em poder do impressor na Europa, como ja tivemos ensejo de dizer ao Sr. Dr. Carmo. Muito nos agrada e desvanece a attitude dessa Sociedade em relação á propaganda que tem em vi.sta fazer de nossos apparel lios e A LAVOURA )27 por essa gentileza apresentamos a V. S''^ os nossos cordiaes agrade- cimentos. Ao sen inteiro dispor, somos com todo o aiireço, De V. S"'. Amigos Obrigados e Criados.— ^/-ens & C.» ORÇAMENTO.S Hio de Janeiro, .5 de abril de 1907. A' Sdciedade Nacional de Agricultura. Macliinas para fabricação de farinha de mandioca ORÇAMENTO N. i Um macliinismo para a producção de cinco a oito saccos de farinha constando de : Uma cevadeira pequena, com deposito para mandioca, solida armação de madeira de lei, gaveta com puxavante a mão, .semelhante á flg. n. G2, do nosso catalogo, porém com alguns melhoramen- tos recentes, polias fixa e falsa e cylindro pro- vido de .serrilhas de aço de rija tempera. Força nece.ssaria 1/2 cavai lo. .'ÍOO.^^OOO Uma ferragem para prensa de mandioca com barril de madeira do lei, muito reforçado, com aros arti- ifíaí«riMi:SNRt«o§d culados de ferro, muito reforçados, parafuso de catraca, hucha com porca de bronze, tendo capaci- dade para cerca de 140 litros em cada operação, como se vê da flg. n. 03, do catalogo, lorrador cylindrico aperfeiçoado, de solida con- strucção, com engrenagem singela e polias fixa jOO.$000 SOCIEDADE NACIONAL DH AGRICULTURA e falsa, conforme a fig. n. 65 do catalcgo. Forra necessária J/2 a 3/4 cavallos. A engrenagem pôde ser direita ou angular, conforme fir mais conveniente em attençãoas circumstancias locaes Uma peneira mecânica para coar farinha, extrahindo- Ihe os caroços e torna ndo-a fina e homogenen, 9G0$000 com solida armação de madeira e polias fixa o falsa (fig. 66) aperfeiçoada ,- Um manejo para dous a quatro animaes, completo, com transmissão para mover a cevadeira, o torrador e a peneira, inclusive as correias de sola ingleza de superior qualidade, calculadas para o compri- mento máximo de 10 metros cada uma. Cerca de Total aqui no Rio de Janeiro, em nosso deposito . SOOSOOO OOOlíOOO 3:160$000 ORÇAMENTO N. 2 Um machinismo para producçíío diai'ia de 10 a 15 saccos de fa- rinha, constando de : A LAVOURA Um apparelho lavador. Descascador de mandioca, fig. 60 do catalogo, solida construcção de madeira de lei, com engrenagem singela e polias fixa e falsa, para~ser movida a correia. Este apparelho deve trabalhar immerso em um tanque de agua até certa altura do c>iindro, quanto baste para mo- lhar continuamente as raizes de mandioca sub- metlidas á operação de descascar. Força necessá- ria 1/4 a 1/2 cavai lo Uma cevadeira dupla, automática, com minimento pró- prio e alternado por mein de i)uxa\ãntes accio- nados por um eixo de manivella, tendo polias fixa e lalsa, e solida armação de madeira, como mostra a fig. n. 61 do nosso catalogo, dispen- 850^000 13) SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA sando o serviço de uma pessoa. Forra neces- sária, 1 oavallo-vapor Três ferragens para prensa de mandioca, confoi-mo a especiflcoção do orçamento n. 1, a 500$ . Um coador-batedor de massa, com solida armação de madeira, tendo polias fixa e falsa para ser mo- TOOÍOOO 1 : 500$000 vido a correia. Força necessária, 1/2 ca vai lo-vapoi- /iSOíSOOO Dons torradores cilyndricos aperfeiçoados, conforme a especificação do nosso orçamento n. 1, sendo um para enxugar a massa e outro para torrar a farinha 1 : 920$000 Uma peneira mecânica para farinha, ci)nforme a espe- cificação do orçamento n. 1 500$000 Uma transmissão geral, constando de um eixo de ferro de 30", luva de juncção, dous anneis de pressão, cinco mancaes, cinco polias c seis cori^eias de 10 metros cada uma; cerca de I:lõ0$00 Preço total era nosso deposito 7: 100^000 N. B. — Quanto ao motor pfira este macliinismo, poderá sor va- por ou hydraulico, cujo pi-eço informaremos mediante consulta. Par.i o plantio o limpeza do mandiocal, podemos fornecer : Um cultivador «Planet Júnior», conforme a fig. n. 105 do nosso catalogo, com alavanca, enxadas e abridor de sulcos, completo também jiara capinar, podendo a distancia dos sulcos ser graduada a vontade. . 62$00Ò Ohsercação — Segundo a escala em que se pretender montar um machinismo e o capital a empregar, podemos fazer varias com- binações com as mesmas machinas expostas no presente orçamento, reduzindo o numero delias ou augmontando. — ^re//.s & Comp . A LAVOURA COLLABORAÇÂO Carta do Sr, Dr, Carvalho Borgss Júnior ao Sr, Dr, Prssidsnts da Sociedade Nacional de Agricultura sobre as formigas ouyabanas Valença, 5 de dezembro de 1906 — Tenho a satisfação de com- municar a W. EExs. que, das ultimas e constantes pesquizas a que pro- cedi sobre a vida e costumes das Jm-migas cuy abanas, do género e espécie que possuímos neste município, e bem assim sobre o modo por que ellas exercem a sua acção desu-uidora contra as saúvas^ qumqitms e qiiaes- qiier outras reconhecidas como nocivas á lavoura, cheguei ás seguintes conclusões, que reputo definitivas : I." As cujrabanas de Valença não se apresentam em cordies ou correições^ como a principio informei por um deplorável equivoco, con- fundindo-as com outras formigas, de igual tamanho e côr, que também existiam nos meus terrenos, situados á margem da Estrada de Ferro União Valenciana, e que depois de algum tempo desappareceram com as saúvas e quenquens, logo que começaram as cu/abanas a multiplicar-se e a dar caça ás larvas contidas em seus ninhos. Uma vez senhoras as ouyabanas do terreno ou quando já não se \'ia mais uma só representante das outras formigas, cujos esconderijos eram en- contrados inteiramente desertos, foi que tive a opportunidade de observar e então convencer-me de que as cuyabanas, em vez de formarem correi- ções, se apresentam em grandes ou extensos ajuntamento?, mais ou menos diffusos, em movimentos de vai-vem constante, originando-se dahi o ap- pellido de ciganes, pelo qual são ellas também conhecidas; ■2." Essas curabanas, na luta pela vida, não vacillam, quando luinie- rosas, em penetrar nos formigueiros das saúvas e de outras qualidades de hynienopteros em busca de seus ov os ou larvas. Se não enconti-am em caminho a menoi- resistência atiram-se sôfregas aos ovos ou larvas e os comem, retirando-se em seguida. Si, porém, as saiivas ou outras formigas, que tenham seus ninhos no sub-sólo, procuram obstar a sua marcha, neste caso ellas as atacam violentamente, oflerecendo-lhes encarniçado combate, como foi verificado pelo eminente director do Museu Paulista, o Sr. Dr. Hermann Von "^liering, que, em duas cartas, que me dirigiu em data de 3o de março e i de abril deste anno, re- lata todas as peripécias de um encontro havido entre as cuyabanas e qnenqaens, do qual sahiram aquellas victoriosas. Não darei publicidade á essas importantes missivas emquanto o il- lustre scientista não tiver concluído os seus ensaios biológicos com os 132 SOCIEDADK NACIONAL DK AGRICULTURA no\'os e fortes enxames, que lhe en\'iarei bre\'enicnte, e com os quaes, es- pero, conseguirá o Dr. Von Yhering uma prova decisiva do reconhecido \alor desses utilíssimos insectos como eliminadores das saúvas e de outras qualidades de formigas que possam existir nas localidades, onde ellas co- mecem a desenvolver-se. Dos termos da segunda copclusão se evidencia também e de modo irrecusável : a) Que as ai rahai:as náo destroem as saúvas por antagonismo natural, mas tão somente quando estas procuram oppor-se á destruição de seus ninhos. b) Que as saúvas acliam sua salvação antes na fuga do que na resis- tência. Com plena confiança nos resultados das minhas recentes observa- ções, espero vêl-as opportunamente confirmadas pelos estudos scientificos a que está procedendo, a meu pedido, não só o illustrado Dr. Von Yhering como o operoso e provecto director da Escola Agronómica Ex- perimental de Porto Alegre, Dr. João Paldaof. Passo agora a fazer uma importante communicação que, estou certo, será recebida por essa directoria com o mesmo interesse que sempre lhe disperta tudo o que pôde contribuir para a prosperidade da lavoura na- cional e, conseguintemente, para o bem estar dos nossos agricultores. Esta communicação se refere á destruição pelas cii/abanas dos ovos dos gafanhotos, deste terrível fiagello que acaba de visitar o município de Valença, devastando as plantações de cereaes, especialmente de feijão. Como se sabe a desova desses insectos (orthopteros) constitue uma verdadeira calamidade para a lavoura, pois, contendo cada postura y5 a 120 ovos, serão estes depois transformados em saltÓes ou voadores e mais tarde, depois de desenvolvidos, em outros tantos gafanhotos a prose- ruirem na sua marcha destruidora. E se considerarmos que o clima quente e húmido das zonas, que acabam de ser por elles visitadas, favo- gece a sua procreacão. fácil será comprehender o grande perigo a que ficam sujeitas as referidas zonas, desde que a geração dos gafanhotos, não já como o\'o mas coino .v j//Íí), possa encontrar condições favoráveis á sua acclimação. Os meios aconselhados para destruição dos gafanhotos e sobretudo dos o\'os não são de tal ordem a nos tranquillizar sobre essa nova desgraça de que está ameaçada a lavoura. Nem todos os que se dedicam á cultura da terra estarão habilitados, como bem se com prebende, a pôr em exe- cução esses meios aconselhados contra a praga dos gafanhotos, que, na sua marcha destruidora, devoram os cereaes das novas sementeiras, os pastos tenros e até aceitam, quando coagidos pela fome, todos os ali- A LAVOURA 133 mentos imagináveis, sendo pro\-avel que não poupem mesmo os pés de cate. Pelo seu colossal numero poder-se-ha julgar da extensa área que será necessário revolver com o arado atim de extinguir os ovos que ahi se achem enterrados. Além disto os demais processos usados para dar caça aos gafanhotos e inutilizar a desova não são de tão prompto resultados que se possa com elles contar de modo a evitar os grandes prejuízos que de- verá solírer a lavoura com a visita periódica desses terríveis inimigos. Entre outros processos citarei o da apanha dos gafanhotos por varias es- pécies de aves, como o urubu, a ema e siriema, pelos reptis, etc, etc. O schistocerca paranaensis, que é o género que acaba de visiiar-nos, apresenta, quanto ás suas dimensões e estructura de seu abdómen, os se- guintes caracteres : As fêmeas são maiores que os machos, medindo o abdómen, em geral de cor escura, o comprimento de o"". 06, sendo o ul- timo segmento terminado por dois furadores ; os machos, entretanto, tém o abdómen claro e terminado por uma espécie de unha. Para etTectuar a desova perfuram as fêmeas a terra, onde se detém pelo peso dos ovos, sendo ahi pelos machos cabertas até mesmo o mo- mento de se ultimar a gestação ; a perfuração apresenta a forma de um cartucho, em cujo fundo depositam, ellas os ovos depois de terem untado as respectivas paredes, ficando estes protegidos por uma camada porosa que se estende até a superfície do terreno e onde é rematada por uma ca- mada ténue, da espessura mais ou menos de uma folha de papel, formada por uma espécie de cera misturada com argilla ou silica. As formigas curabanas, atti-ahidas provavelmente pelo cheiro agra- dável da cera, atiram-se a ella e pouco depois vé-se que ellas penetram com facilidade na camada porosa, descendo immediatamente ao fundo do cartucho, onde se acham os o\-os, cujo cheiro se confunde com o de ova de peixe. Em \'arias excavações que mandei fazer na área em que os gafa- nhotos desovaram, observei grande numero de cuyabanas no interior dos cartuchos, tendo em uns desapparecido os ovos e apresentando em outros partes delles destruídos ou furados e, portanto, imprestáveis. Tendo eu, no dia 23 do mez passado, dado conhecimento dessa importante experiência ao Sr. Dr. Ernesto Ribeiro de Souza Rezende, proprietário da Fazenda das (>oròas, onde existem iguaes formigas, ouvi delle a confirmação do facto por mim observado, informando-me esse distincto amigo que, tendo-se de fazer ultimamente a capina de um milho em de-; alqueires mais ou menos de uma lavoura nova de café, invadida por gafanhotos, em nove dos quaes se achavam localisadas numerosas formigas cuj'abanas,\s.úhcou-sQ que nesses terrenos não ha\'ia um só o\'0, 131 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTORA ao passo que no alqueire restante, onde não havia dessas formigas, fora encontrada grande quantidade de ovos que se transformaram em saltões. Esta declaração, que recebi com o maior prazer, consta de uma no- ticia que o mesmo Dr. Rezende fez publicar, no dia uS do referido mez, nas varias do Jornal do Commercio . São estas as informações que julguei conveniente trazer ao conheci- mento da digna Dii-ectoria da Sociedade Nacional de Agricultura, na es- perança de poder assim prestar mais um pequeno serviço a lavoura do meu paiz, já assoberbada por tantos e cruéis soffrimentos. Dar-me-hei por bem recompensado si estas informações puderem merecer a vossa attenção e contar com o vosso apoio, de modo a se tornar conhecida, em todos os cantos do território brazileiro, mais uma importante qualidade das admiráveis formiguinhas que possuímos neste município, qual a de destruir por completo os ovos de gafanhotos. Dignando-se de dar publicidade á esta communicaçao, reitero a VV . EExs . as seguranças do meu elevado apreço e distincta conside- ração . Uma nova abelha mGllifsra inoffsnsiva A' illustrada Redacção ú!ALaooura. Li, sob o titulo acima, transcriplo em vosso apreciado ])olelim de setembro agora distribuído, um artigo da Hacienda, de Bulíalo, que eu já havia lido, sobre a abelha do Cáucaso. Nós, aqui em nosso paiz, também possuímos uma abellia mel- lilera, que eu supponho indígena, que está nas condições daquella. Quero reterir-me á URuça, que se encontra era nossas mattas e que fa- brica abundante mel e egual ao fabricado pila abelha, chamada européa. A URUçu precisa ser estudada pelos competentes, que verificarão se poderá ser applicada na agricultura, afim do substituir a européa, que tantas e tão desagradáveis ferradas proporcionam aos agricul- tores incipientes, e tem com esta vários pontos de contactos: o tama- nho e a côr, quasi .semelhantes, e o modo de guarnecer a entrada do cortiço por sentinelas, em vez de fazer como as nossas selvagens que o fecham. Por isso, as formigas, e e3p3cialm9nte a siracaUnga, des- troem impiedosamente os .seus cortiços, o que concorre para u .sua pequena expansão. Os favos da URUçu são redondos, como os do mangúgá e dispostos de maneira differente da européa. Em que a uruçú também differe desta, é na mansidão e em .ser completamente inoffensiva, como as do Cáucaso. São desprovidas de ferrão. Eni-ai- vecidas investem e dão um esbarro no imiiorluno, voltando prompla- mente á casa, si não seemmaranliam nos cab3llos. Dizem tiradores de mel que, quando Ijatem com o machado no páo, onde ha uraçús, estas se aquietam e se deixam ficar no cortiço. Ha duas variedade de URUçu, uma amarei lada e outra riscada, chamada uraçâ pitanga \ ambas grandes . Ha outra variedade, menor, de côr preta. São todas melliíeras por excelloncia, fabricando abundantemente. Os agricultores competentes e estudiosos devem procurar esta abelha e estudal-a, e é para isto que cu, que nada tenho com o caso, que sou completamente profano no assumpto, me abalancei a escrever estas despretenciosas linhas. Outra razão também obrigou- me a isto: pôde ser que a transcripcão do artigo da Hacienda des- perte nos nossos agricultores a vontade de introduzir as do Cáucaso, quando, talvez, entre nós, possam encontrar na uruçu, sem o equi- valente por menos dinheiro. Que sirvam estas linhas, como eu desejo, para garantir aos que quizerem « entregar-se ao trato das abelhas, certo de antemão de escapar ás picadas dolorosas com que o intelligente hymenoptero sóe castigar aos que ousam perturbar a paz de seu lar » — como diz o Dr. G. C. — a certesa de que, para conseguirem isto, não têm neces- sidade de sahir deste paiz — tão pródigo em tudo! Conceição de Macabú, janeiro de i'ÒÇ)l.~Eoaristo A. de S. Ribeiro. Pela lavoura Si Deus me conceder viria, espero um dia poder propor- cionar a todo francez, aos domingos, uma gallíaha para sua paaella. (He.nrique IV). Sr. director da Sociedade Nacional de Agricultura — Aprovei- tando uma folga forçada, as horas de um dia invernoso, tomo a liberdade de ir á pressnça de V. S. conversar sobre lavoura. V. S. tem se revelado devotíssimo amigo da lavoura ; disse um pensador francez que conversar com um amigo é pansar em voz alta ; con- versemos, pois. A posição da chamada grande lavoura, Sr. doutor, está cada vez mais precária. O Convénio de Taubaté deu-nos uns lampejos de esperança, mas hoje estamos convictos de que elle veiu peiorar SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA a nossa já triste situação. lia uma meia dúzia de lavradores feli- zardos, para os quaes as cousas correm sempre plácidas, mas, geral- mente, é contristadora a posição dos fazendeiros. Nós já não cuidamos daquillo que até ha pouco era muito natural — a illustração dos filhos; já não pensamos naquillo que é uma neces- sidade moral — proporcionar á família uns momentos de goso ; já dispensamos uma necessidade biológica — o passadio confortável . Entretanto, não vivemos na ociosidade, como calumniosaraente se propala pelas ruas da Capital. D3 um lado, a falta de policia rural, favorecendo a pilhagem, o ataque ás nossas creações e plan- tações miúdas, priva-nos do conforto vital; de outro lado o fisco asphyxiando-nos com suas exigências, arrancando-nos 5, 10 e 20 °/o de nossas producções, acaçapa nossa vida moral. Não vivemos na ociosidade. O que occasiona esse marasmo, essa miséria no campo, é, de um lado, a falta de um código rural que nos ponha ao abrigo dos malandros, dos larápios ; de outro lado, uma administração moralisada que nos liberte dos parasitas encasacados, dos impostos asphyxiantes. Da cabeça aos pés estamos sobrecarregados de impostos. Não riscamos um phosphoro, não calçamos um sapato, não fazemos um movimento qualquer, que não paguemos 2, 4 e mais vezes ao fisco. Em um phosphoro que riscamos, pagamos o imposto de fabrico, impostos federal, estadoal e municipal ao negociante, e ainda, como sobrecarga, o sello adhesivo. Sabemos que uma nação não pode viver sem impostos; o imposto é para uma nação, o que o alimento é para o vivente. Sabemos disso, e ninguém se nega a contribuir para os cofres públicos, desde que veja que isso é em beneficio da commu- nhão ; desde que seja applicado em estradas de ferro e de rodagem, pontes, correio, telegraphos, hospitaes, aulas primarias, escolas profls- sionaes, bibliothecas, divertimentos públicos, soccorros a calami- dades publicas etc. Como a agua que, sugada do Ingo forma nuvens, cae na terra, alimenta as plantas e volta á fonte de origem, o suor do povo será pacificamente colhido pelo fisco, si for applicado na lubrificação das molas que devem ser movidas em beneficio publico. Mas não é isso o que vemo^;. Os milhares de contos de réis arran- cados, á força, dos pobres productores, são mal gastos. O Congresso Federal, composto de homens eleitos pslo povo para tratarem dos interesses da communhão, muito mal distribue a for- tuna publica. "Vejamos : o Congresso, elle mesmo, continuamente prorogando suas sessões, gasta o duplo do já grande orçamento votado para seu funccionamento, causando assim grande damno ao Tliesouro. Dia a dia aiigmenta o numero dos pensionistas da Nação. lia cinco annos as pensões andavam em pouco mais de 4 mil contos ; hoje ascendem a 7 mil contos por anno ! ! Quando nós aqui na roça dê anno a anno vamos diminuindo nossas despezas, cortando nossos gastos, os Srs. congressistas ah i procuram augmentar os já enormes ordenados dos funccionarios públicos. Ao envez de concederem licenças sem remunei-ação, concedem com longos prazos e com toJos os ordenados, concorrendo assim para o aggravamento do erário. Nisso e em outros desvarios estão os grandes gastos da Nação, a anemia, o máo estar, a miséria, o desanimo, o desespero das classes laboriosas, entre ellas avantajando-se a agricola. Que fazer, perguntará V. S. ? Cortar as despezas inúteis, odiosas, e só cuidar do bem estar do povo. Como na planta cortamos os galhos inúteis, improductivos, sugadores, parasitas, na sociedade devemos eliminar as despezas que prejudicam o bem estar da communhão. S. S., que é presidente de uma sociedade agricola, poderá ser o nosso advogado junto ao governo. Tendo relações intimas com deputados e senadores, fará sentir que a continuação desse esban- jamento é a morte da lavoura — sustentáculo de todos os governos. Falando á intclligencia e ao seatimento dos congressistas, acre- dito emendarão el lesa mão; mas quando se não dê isso, por inter- médio dos ministros amigos, V. S. conseguirá do Sr. Presidente da Republica os vetos nas resoluçõas legislativas que não reflectirem o bem estar publico. Entre as disposições legislativas ha uma que faculta a moços recentemente formados irem á Europa, á custa do Thosouro, aperfeiçoar seus estudos. Si, ao envez disso, mandasse o governo um pugillo de moços para os campos agrícolas e pas- toris da Argentina e Estados-Unidos, não lucraria muito mais a Nação ? Eis-me chegado ao assumpto principal desta carta. De accordo com o nosso operoso e invejável patrício, Dr. Assis Brasil, p3nso que na exploração das leguminosas e dos cereaes e na boa direcção da pecuária está o futuro do Brasil. Mas como explorar isso? Pela enxada? Não, porque o Chile e a Argentina dão no Rio do Janeiro viveres por preços que não podemos dar aqui no interior. Precisamos de machinas, arados, semeadores, capinadores eceifa- dores, O lavrador, reduzido á miséria, mal pôde cobrir a nudez e matar a fome dos filhos e não se anima a comprar machinas. Mas quando, pudesse comprar, que é das instrucções praticas para o ma- nejo? Quando ahi estive ultimamente, fiz vera V. S. a vantagem que haveria era mandar a sociedade turmas de pessoal habilitado, com machinas, para o ensino pratico nas diversas zonas agrarias. ' 133 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA V. S. acliou óptima minha idéa, mas objectou que a sociedade não estava apparelhada para Isso. Sou pae de sete filhos varões e desejo muito que elles todos sejam lavradores, não cegos e rotineiros como o pae, porém orientados, apparelhados para tirar do solo cheios de animo e contentamento, os alimentos para a futura prole. Com a rotina não ha gosto, nã") ha prazer em viver-se no campo. O abandono das fazendas, jior muitos lavradores que buscam os centros populosos, não tem outra explicação. Não vivemos, pois não é vida um soffrer continuo. Vamos empurrando a carga até chegar a morte do corpo, que o coração e o espirito ha muito se extin- guiram no engolfamento das trevas ! Pensando em tudo isso lembrei-me suggerir a V. S. uma idéa para a qual peço sua meditação. Muitos lavradores paulistas têm mandado filhos para escolas agrarias estrangeiras ; entretanto a nossa lavoura não sahe do carrancismo. Elles, porém, plantam-se nas cidades, e, tendo gorda a bolsa paterna, não pensam sinão em diver- timentos. Entretanto ha muita gente cheia de boa vontade, que sú deixa de ir aos campos de experiência porque não dispõe de recursos. Nas cidades, nas escolas agrarias, quando muito .se poderá aprender a discorrer sobre methodos de trabalho, vantagem de adubação, melhoramentos de raças, etc. Não é disso que precisa a lavoura. Precisamos de quem maneje o arado para vir nos ensinar ; preci- samos de quem venha ver, apalpar nossas terras e dizer qual o correctivo de que carece ; precisamos de quem tenha vivido no aprisco, para vir nos dizer como havemos de progredir na pecuária. Não ha de ser com livros e revistas e propaganda de gabinete que a lavoura brasileira irá ganhar terreno e fazer progressos reaes. Os jesuítas, para catechisarem os silvícolas, conquistaram o coração dos aborígenes, aprenderam a língua indígena e internaram-sc nas brenhas. Para que a lavoura e a pecuária do Brasil saiam do carran- cismo actual, é necessário esuliiciente que umas centenas de homens jovens, cheios de vida e boa vontade e conhecedores do tra(iuejo agrícola, dos progressos estrangeiros, internem-se pelo interior, con- vivam cora os lavradores, deem-lhes lições praticas dos processos sclentiflcos. Para os campos argentinos e norte-americanos, siga uma phalange de moços de boa vontade, para transmittir-nos, por exemplo, os progressos dalli. Penso que o governo não deixará de pòr ÍSS3 em pratica, desde que haja garantia do bem estar geral. A pensão seria modesta, visando apenas um viver decente no meio agrícola. Como garantia para o Thesouro, isto é, para que o pensionista temesse a suspensão da mezada, o governo exigiria duas a quatro A LavOURA 133 vezes no anno um relatório, uma simples exposição do que tivesse sido visto e aprendido. Esta vae demasiado longa e não quero mais fatigal-o. Espero que V. S. reflicta sobre minha idéa e haja a bem (los interesses da lavoura, que são os interesses de todos. Conte rommigo em todos os esforços pelo jjem estar agrícola. — .4. C Ferreira Paulo, lavrador em Lage de Muriahé. Dezembro de 190G.— A' Directoria — 1 de janeiro de 1907.— Weii- cesláo Bello. Agricultura moderna o problema principal na agricultura moderna consiste em conse- guir-se,com as menores despazas possíveis, o máximo da producção, sem no entanto prejudicar, por esse augmenlo de producção, a conser- vação permanente da fertilidade do solo. Afim de frisar bem este ponto de importância capital, torna-se conveniente repetir que : « a constante conservação da fertilidade do solo» é a base da cultura racional, já que não se deve, tanto no inter- esse do agricultor, como também no da riqueza publica, visar uma exploração momentânea do solo. Por esse momentâneo despojo da terra, pôde muito bem dar-se, como sóe acontecer com o jogo da bolsa, quando a conjunctura é bem aproveitada, que um ou outro especulador saia ganhando, ao passo que o paiz perde sempre em taes casos. So- mente pelo esmerado cultivo da terra, acertada escolha das sementes, cuidadoso trato das plantas e adubação racional da lavoura, é que pôde .ser mantida a permanente fertilidade da terra, e bem assim, augmen- tada a sua producção, originando-se, por esta forma, uma inexgotavel fonte de prosperidade para a lavoura e bem estar da communidade. Reconhecida, desde os mais remotos tempos, a importância da con.servação da fertilidade do .solo, pelos povos agrícolas, veiua ligar-.se o mais vivo interesse ao valor do estrume na lavoura, e os lavra- dores de todos os paizes e épocas chegaram a empregar nos campos e plantações o esterco de estribaria e de outros re-iduos, afim de colherem uma safra mais abundante, resultado que nunca era alcançado nas regiões onde esse processo era desprezado, tornando-se, mesmo nos terrenos mais férteis, a producção cada vez mais asca.ssa, por falta de adubação, trazendo, como consequência, o empobrecimento progressivo dos povos e seu final desappareciraenlo . Querendo-se evitar essa diminuição de producção, cumpre restituir ú. terra os elementos absorvidos pela planta, que com os seus pro- duetos foram vendidos para longe do solo que os gerou. SDCIEDADE NACIONAL DS AGRICULTURA Temos, em primeiro logar, que considerar o esterco de estriljoria, porque dá aterra não somente o alimento exigido, mas tamlíem aug- menta em alto gráo as propriedades physicas do solo, tão necessárias ao mellior desenvolvimento das plantas; torna fòfa aterra, out,r'ora dura e a que era fofa mais consistente, augmenta a humidade do solo, in- troduz as bactérias, etc. Além disso, póde-se facilmente obter a preços reduzidos esse esterco, em quasi todos os estab3lecimentos agrícolas, em que tenham sido tomadas disposições adequadas para esseflm. Formando, na maioria dos casos, o estorço do estribaria, a base da alimentação racional, não pôde, entretanto, ser considerado como o único e principal factor desta alimentação racional, havendo necessidade de coiTipletal-o, e, ás vezes, até de substituil-o por adubos chimicos. Isto só se explica, sa considerarmos que os elementos nutritivos contidos no esterco são extrahidos da própria fazenda que se pretende adubar, e que deste modo nós só transportamos estes elementos nutri- tivos de uma parte da fazeaida para uma outra parte; e por conseguinte a fazenda, empregando estrume, assim unicamente ha de forçosamente cliegar a enfraquecer-se aos poucos, sendo, portanto, necessário ir pro- curar fora da fazenda os elementos de alimentação necessários ao des- envolvimento das plantas, para restituir ao terreno as forças nutri, tivas de que está desfalcado pelo consumo das anteriores colheitas de fruclos vendidos, inconveniente esse que é facilmente removido com a applicaçãodo adubo artificial. Além da necessidade que existe em restituir á terra, por meio dos adubos chimicos, os elementos nutritivos absorvidos pelas plantas, accresce a circumstancia de que, com esse processo, outras vantagens são alcançadas: I. A de prevenir, em tempo opportuno, por meio de sua propriedade emconter um só elemento, o exgotamento de uma ou outra sul^stancia alimentícia. II. A de restituir rapidamente ás terras cansadas a fertilidade, por conter os elementos nutritivos na forma mais elevada de assimi- lação. III. A de preencher, facilmente, a falta do elemento alimentício de que cada planta mais careça, pelo emprego do adulio que contenha o elemento exigido. IV. A de tornar adaptável o emprego do adubo chimico nos ter- renos íngreme^;, por onde o transporte do esterco de estribaria se torna ás vezes de difflcil e até mesmo de impossível viabilidade. V. A de rapidamente fazer recuperar ás plantas damnificadas pelas intempéries ou máos tratos o seu desenvolvimento primitivo. A LAVOURA 141 VI. A de minorar nu mesmo evilar a iafluem-ia porniciosa do clima, jjomcomodo legar, ele. Accresce, no que diz re>p3ito ao Brasil, ijue a produerão do estorço de estribaria é extremamente diminuta em relaçiio n e.\.lensão das terras cultivadas, e por isso fica ({uasi como único recurso a necessidade de empregar-se o adubo cliimico. Conforme já dissemos, devemos sempre restituir ao solo os ele- mentos alimentícios absorvidos pidas plantas, de cujas necessidades só chegaremos ater conhecimento exacto, por meio de uma analyse chimica da planta, a qual, como é sabido, .se compõe das seguintes matérias : Acido car])Onico. Agua. Azoto. Potássio. Acido phosphorico. Cal. Magaesia. Oxydo de ferro. Acido sulphurico. Chloro. Soda. Silica. Por diversas experiências feitas, ficou demonstrado que todas essas substancias (com excepção feita da soda e da silica, que, por conse- guinte, não vem ao caso, em se tratando de adubação) são indispensá- veis ao desenvolvimento das plantas e producção dos fructos, por cuja razão somos oJjrigados a foraecer á terra todas essas matérias, com excepção feita dos dous elementos supramencionados. Como, porém, o Qcido carbónico, se encontra em larga escala no próprio ar, é esse ele- mento perfeitamente disper^savel na adubagem, assim como a ogua que, pelo mesmo motivo, deixamos igualmente de tomar em considera- ção. . . Além disso, accresce a circumstancia que no solo existo, sempre sufficientemente, oxydo de ferro, acido sulphurico, chloro e magnesia, que também não influem na questão de aduliação, devendo, por conse- guinte, tomar-se somente em consideração os seguintes elementos : Potássio. Acido phosphorico. Azoto. Cal. Esses quatro elementos constituem a base de todo e qualquer pro- cesso de adubação, podendo, em consequência, ser considerados como SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA «OS elementos nutritivos» da planta. Si quizermos indagar do maior ou menor valor alimentício de qualquer uma dessas substancias, seremos forçados a reconhecer que, todas as quatro tem o mesmo valor, porque ha uma lei denominada do /«./«ímM/íi, que diz que « Aquelle ele- mento que existir no solo em menor proporção, determina a quanti- dade de producção. Por exemplo: se o terreno contiver acido phosphorico e azoto em quantidade sufficiente para produzir 5.000 kilos de milho por hectare, porém, potássio era quantidade somente sufficiente para produzir 2.000 kilos por hectare, a producção nunca será maior de 2.000 kilos de milho por hectare, porque, como por essa mesma lei, um elemento nunca substitue a outro, a falta de «lualquer um delles prejudica a producção. Se bem que as plantas carei^am todas desses quatro elementos, todavia, a proporção, porque devam ser distribuídos, é sempre diffe- ronte, conforme se verifica da seguinte tabeliã : RM KILOGRAMiMAS POR IIKCTARK Café . . Fumo . Milho . Arroz . Algodão. Canna d ■ Cacóo . Còcopro l.OilOcôco Balatas inglezas . Batata iloce . Trigo .... Centeio .... Cevada .... Aveia . . . . Feijão . . . . Couve . . . . 17 G9 3'. 84 32 62 20 00 2S 6.S 52 20(; 50 130 A LAVOURA 143 Vantagens irrecusáveis dos contractos emphyteuticos RABISCOS Determinado pela necessidade de povoar e ruUivar vastas pro- priedades do Império Romano, a]3andonadas, incultas e sitas pela maior parte em regiões longínquas, ensaiaram os Imperadores a Itratica que ao tempo de Justiniano se tornou vulgar— de arrendal-as pur largos prazos ou in-pcrpetuum a preços sempre módicos e infe- riores iis taxas communs dos arrendamentos. Imitado este exemplo patriótico pelos proprietários e igrejas que começaram também de aforar os seus grandes domínios despovoados — desenvolveu-se a instituição da empliyteuse, pura inoenção e econo- mia, como nota intelligentemente um publicista, para melhor apro- veitamento das grandes propriedades. Modificando-se profundamente na sua natureza e agrupando-se em torno delia direitos e obrigações estranhos á sua indole, tornou-se a emphyteuse, até bem poucos séculos atraz, uma instituiçãoodiosa, escravisados e deprimidos os emphyteutas, no intuito despótico de assegurar e fortalecer a supremacia e o polerio dos grandes pro- prietários. No Brasil a empliyteuse nunca revestiu este caracter odioso, nem mesmo no periodo colonial e emlwivi a directa influenciados costumes da Metrópole, oiide os emprazamentos oram praticados com ligeireza e deshumanidade notáveis. As luctuosas, a pratica dos emprazamentos por vidas, os serviços pessoaes, os direitos banaes e tantos outros privilégios restrictivos da liberdade do? foreiros em coUi^são com a indole totalmente liberal do povo brasileiro — jamais se infiltraram nos nossos costumes. Verificadas no Brasil, paiz novo que era e ainda é, as circurastan- ciasiiueem Roma ao tempo dos Imperadores determinaram o surto e desenvolvimento dos arrendamentos perpétuos por preços módicos, tinha que se generalisar entre nós e effectivamente se generalisou a a pratica benéfica destes emprazamentos, fazendo-se desta arte o povoamento e aproveitamento das vastas regiões do nosso território. E si esta pratica produziu e tem produzido óptimos resultados, não deve ser desprezada — convindo no contrario desenvolvel-a e melho- ra 1-a. Oue se não afaste destes velhos modes quem quer que se proponha povnar e fazer cultivar as zonas deshalútadas do nosso paiz, persistindo no systema focundo d^emprazar por condições sempre vantajosas e SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA liberaes as nossas terras por cultivar a estrangeiros que, sacudidos das respectivas pátrias pela miséria e escassez do tral)alho, escolheram o Brasil para campo de sua actividade ! Parece um alvitre seguro e cfljcaz no duplo ponto de Aisla de attrali ir colonos e flxal-os permanentemente nopaiz. Banidos os emprazamentos por vidas, restam os aforamentos puros, que se caracterisam pela porpotuidade do? prazos e pela modi- cidade das pensões. As normas jurídicas reguladoras destes emprazamentos são pre- ceitos antigos e tirados quasi todos do Direito Romano, mas são excel- lentes regras e garantem amplamente os direitos dos senhorios c emphyteulas, accentuando as obrigações respectivas. A emph}'teuse guia para o foreiro a obrigação de pagar todos os annos ou num prazo combinado o canoa ou foro — pensão mó- dica que não tem o caracter de renda, representando tão somente o reconhecimento por parle do emphyteuta dos direitos do seu senhorio, A nossa lei hypothecaria considera este foro um ónus real e esta- belece que elle passa com o immovel para o domicilio do comprador ou successor. Deslocando o domínio ulil do senhorio para o omplivleula, reca- hindo sobre ttrrenos destinados a edificação ou terras por cultivar, os contractos emphyleuticos definem seguramente a situação dos respectivos contractantes, garantindo ao foreiro direitos importantes, o direito de tirar dos terrenos ou terras que elle afora todas as vastagens comprehendidas no dominio útil, o direito de realizar as bemfeitorias que pretender sem subordinação ou dependência de qualquer ordem, o direito de aproveitar, como melhor lhe parecer as propriedades que emprazar, o de praticar nellas quaesquer alterações ou mudanças e, si preciso for, o de reivindical-as. As leis pátrias conferem ainda ao emphyteuta a faculdade de hypothecaros bens aforados, sem que para isto tenha que pedir licença ao senhorio, não perdendo, porém, este, no caso de alienação, o direito de opção. A's amplas faculdades conferidas aos foreiros entendeu o legislador admiltir uma restrição, mantida atravez dos séculos ede conveniência indiscutível . Consiste esta restricção na obrigação que tem o fijreiro de pedir o consentimento do senhorio para vender bens aforados, assegurado ao senhorio o direito de adquirir o prazo e as bemfeitorias pelo preço que o comprador offerecer (direito de opção) . A LAVOURA lir. E esta obrigação do foreiro persiste, quer se trate de alienação por titulo onero30 ou gratuito, quer se trate de venda voluntária ou neces- sária, em virtude de sentença. Para dar em dote bens emphytculicos, por exemplo, temo foreiro que pedir o consentimento do senhorio, embora lhe não pague na hypotheseo laudemio. Aos taballiães ó expressamente vedado lavrar cscriptura de venda ou troca de terrenos foreiros da Prefeitura do Districlo Federal sem que alludam nestas escripturas aos respoctivos alvarás de licença, que são lançados em livros compelentes e archivados nos cartórios . Notificada a venda ao senhorio, temeste 30 dias para consentir na venda, ou exercer o seu direito de opção. E si o senhorio opta, nem por isto está adslrietoo foreiro a con- tractar com elle, podendo perfeitamente arrepender-se e deixar de vender-lhe o im movei. Independentemente da licença do senhorio, pode o emphyteuta vender o seu immovel, si estiver transcorrido o prazo fatal de 30 dias contados da data da notificação. Prestado pelo senhorio o consentimento, ao foreiro é licito vender a propriedade, antes mesmo do transcurso do prazo, não podendo o senhorio, embora dentro ainda dos 30 dias, arrepender-se de ter con- sentido para preferir comprar o immovel tanto por tanto. Desde que o senhorio deixa de exercer o sau direito de opção, fica o foreiro a pagar-llie pela desistência o laudemio, adstricto, isto é, dous e meio por cento do vai )r da alienação comprehendidos neste valor total, não só o valor do terreno como também odas bemfeitorias. Nestas ou melhores bases, mantidas sempre a modicidade das pensões e a perpetuidade dos prazos, preconisamo? a emphyteuse como um systema digno de ser posto em pratica e desenvolvido, em se tra- tando de povoar e cultivar as nossas propriedades abandonadas. O contracto eraphyteutico torna o colono dono do lote que elle se propõe aproveitar e para adquirir sobre o lote todos os direitos muito pouco tem elle que despender — o que é fundamental . Este incentivo, as garantias diversas que o colono encontra na lei, os elemento que sa lhe antolham para adquirir fortuna (e outra preoccupação não tem elle) concorrem para fixal-o permanentemente no paiz ondeconstitue família e nessa os filhos, e tem conforto — e as vantagens desta parmanencia são incontestáveis, Pedeo Luiz. Rio, 22 — 3-07. SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA TRANSCRIPCÃO Agricultura Os elementos que devem constituir o ciisúio primário agficola, pelo emprego da mechanica no trabalho da terra, estão definitivamente organi- sados na fazenda da Gamelleira. Este serviço foi realisado em 4 mezes. Lá o agricultor pode ver como se destoca, como se revolve a terra com o moderno arado «Chatanooga» de disco reversível, como se destor- roa e como se grada; ver a tirada e conducção da agua que domina o ter- reno a plantar, como se faz a irrigação por inundação e como se faz a agua atravessar em terreno frouxo as depressões da superfície. Verá mais a plantadeira mechanica e a regularidade e belleza do ser- viço por ella executado. A licção mais proveitosa é saber por quanto tudo isto fica e verificar que fica por muito pouco dinheiro. A verificação para os que lá vão, para os que lá forem, não é feita mostrando-se cálculos no papel, mas fazendo-se as machinas trabalharem á luz do sol, sob a inspecção do interessado; e no fim do exame basta me- dir a área trabalhada, reparar para o pessoal que executou o serviço, para concluir pela economia assombrosa de semelhante serviço, comparado com o da enxada . Os senhores fazendeiros, e tèm sido muitos os que têm visitado o estabelecimento de ensino primário agrícola da Gamelleira, estão disto convencidos : para os que o não fizeram ainda é que é escripto este artigo. Outra circumstancia importante : o pessoal operário que está fazendo trabalhar estas machinas é o operário commum,o cuxadcit^o que se encon- tra por toda a parte, muitos analphabetos infelizmente, e a direcção do mesmo serviço, depois do exame attento de como se systematisa o traba- lho (e na Gamelleira vê-se o trabalhador systematisado)— está ao alcance da maioria dos agricultores actuaes. Este primeiro instituto que o governo acaba de organizar é barato na installação, fácil na execução pelo emprego do u-abalhador agricola actual, evidente nos resultados, por que o terreno arado produz evidente- mente muito mais que o trabalho á enxada, e as machinas são vendidas pelo governo, que as tem em stock, pelo preço do custo. Teve-se todo o cuidado em trazer os diversos serviços differente- mente especificados e assim, póde-se informar,o preço por hectare de des- A LAVOURA 147 tocamento, o preço por hectare do destorroamento e gradagem e o preço por metro das cercas de arame que se fizeram, e do rego para a tirada d'agua. Especificar unidades de preço em serviço industrial é um progres- so positivo : permitte as empreitadas, diminue a fiscalização permanente e autoriza os orçamentos de previsão . Tudo isto feito autoriza a affirmação do começo deste artigo :— está organizado pelo governo o primeiro instituto de ensii-io primário agricola, e organizado com êxito . Damos a seguir o custo total da mão de obra dos trabalhos alli executados e a extensão total dos serviços. Fazemos a exposição com lealdade . A preoccupação da economia foi grande, pois a primeira licção a dar- se é a da menor despeza possivel para o maior resultado desejável. Mas é o primeiro serviço deste género que se installa, e todo o mundo sabe que o primeiro esforço, em tudo, é sempre o mais difticil e o mais custoso. As outras installações, que o governo vae fazer por todo o Es- tado, custarão um pouco menos. Não haverá nenhuma hesitação agora na sua organização . Com o que vamos dizer adiante, sobre qualidades de terra, analyses e adubação chimica, não se devem perturbar os senhores fazendeiros. A elles cumpre somente saber tirar uma amostra de terras para ser analysada e saber depois collocar na terra os feitilisantes chimicos. São duas cousas simplicissimas que em meia hora, si tanto, elles aprenderão em qualquer instituto destes. A questão scientifica de analysar a terra, verificar si o adubo commer- cial tem as qualidades annunciadas ou foi falsificado, determinar, á vista da analyse, a qualidade e quantidade do adubo a empregar-se, tendo em consideração a terra e a natureza da planta que se quer cultivar — tudo isto será feito pelo chimico do governo, que já está trabalhando ha dois mezes e em condições de satisfazer esta delicada e essencial questão. Será muito módica para o fazendeiro a despeza com o pagamento destes estudos: e s(3 pagará a analyse da sua terra, talvez 20.S por analyse (*) SERVIÇO EXECUTADO NA FAZENDA MODELO DA « GAMEI.LEIRA » A PARTIR DE FINS DE NOVEMBRO DO ANXO PASSADO, DATA DE SUA INSTAI.LAÇ.ÃO . Nesse período foi lavrada a área total de G alqueires geométricos, in- cluídos os serviços de roçada, destocamento, remoção de tocos e lavra propriamente com machinas agrícolas (arado, destorroador e grade). {*)Nota lia re lacção — Melhor fora qu • não cust issi n>m mesmo um real ao sgr cultor. 14S SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA O arado empregado é o de disco re\'ersivel « Cliatanooga » que, além do grande rendimento de trabalho (mais do duplo do que faz o americano , tem a grande vantagem do pequeno gasto do disco. Em um arado que trabalha ha cerca de 4 mezes, verihcou-se na circumferencia do disco um gasto de 1"°", 5, apenas. Para caminhos de serviço dividindo essa área em hectares, foram abertos S.qSS'" de ruas, sendo 3 .ySõ"', com 4 metros de largura e 2.220'", com 2 metros. Como experiência, foram plantados 4 hectares com batatas inglezas e feijão. Essa área foi lavrada duas vezes com o arado, destorroada, gradada e adubada com escoria Thomas e sulfato de potassa e cal, tendo de se empregar ainda no terreno plíyitado de batatas o salitre do Chile, si se tornar necessário. As terras dessa fazenda foram analysadas no laboratório da Escola de Minas de Ouro Preto. Para esse fim, em três logares da fazenda em que as terras pareciam differentes, foram, com as precauções aconselhadas, tiradas três amostras de terra. Essas analyses deram o seguinte resultado, por kilogramma de terra, para os principaes fertilizantes : Azoto 0,80 i,o5 1,1 1 Acido phosphorico o, 23 0,32 o, 58 Potassa 0,10 0,43 0,24 Cal 0,1 1,10 1,78 Sendo a composição de uma terra regular (*) a seguinte ; Azoto 1,0 Acido phosphorico 1,0 Potassa 1 ,0 Cal 10,0 Vcriíica-se que as terras da fazenda são pobres de acido phosphorico, potassa e cal, tornando necessário ajuntar esses elementos. Baseados nesses dados e nos elementos feiíilisantes retirados em co- lheitas regulares de batatas (20.000 kg.) e de feijão (1.257 kg.) por hectare, é que se calcularam os adubos empregados. Assim foram empregados por hectare os seguintes adubos : {*) Notada .reilacção — Esta regra não t-nn caMmento no Brasil, só serve para as terrrs da Europa. A LAVOURA 149 ralatas Feijão kg. li?- Escoria Thomas 3oo loo Sulfato de potassa 202 100 A cal foi empregada em pequena quantidade, apenas cerca de 100 kg. por hectare, quando se poderia empregar até 700 kg. na mesma área. A escoria faz que se diminua a necessidade da cal. Para separar o terreno de cultura do destinado á pastagem, foram feitos 790 metros de cerca de arame farpado com 5 fios e esteios de r",63 acima do solo, diâmetro médio de o"', 20, espaçados de dois metros. A despeza com esse serviço foi a seguinte : Pago por 22 rolos de arame farpado 271 $700 Idem por 20 1/2 dúzias de dormentes tirados na fazenda. io2$5oo Feitio da cerca por empreitada, incluindo o fornecimento do restante dos moiroes, a 25o réis por metro i97$5oo Somma 371 $700 donde se vè que o metro corrente de cerca custa 723 réis. Tirada da agua — Para a irrigação das culturas foi aberto um rego de 1 .5oo meti-os com a secção média de o"',5oXo"',tJo. E^se serviço feito, parte por empreitada, a 100 e i5o réis o metro corrente, e parte a salário diário de 2$õoo, custou 23 1$; donde se ve- rifica que o metro corrente do rego sahiu por 167 réis. A despeza total feita com o pessoal operário da fazenda, até o dia 28 de fevereiro ultimo, monta a 3:93 1 $(3 10, assim discriminada por mez : Novembro 3i$25o Dezembro 65õ$5oo Janeiro i:6i3$970 Fevereiro i:622$9oo Somma 3.924$62o Os senhores fazendeiros são convidados a visitar a fazenda da «Gamela leira», para onde poderão mandar trabalhadores da sua confiança, que aprenderão em pouco tempo, uns 8 dias, a trabalhar com as machinas. O governo as tem em s/Oí.-/.- e pôde fazer o fornecimento immediato delias. Do Minas Geraes). 150 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA A«rsqueima» das batatas A causa directa da « requeima » é um pequeno micróbio — espécie de cogumelo microscópico— denominado « Pliytoplilora Infestans ». O primeiro symptoma da moléstia é uma pequena descoloração da foi lia. A isso sobrevêm logo pequenas manclias pardacentas em seus bordos as quaes rapidamente se estendem e matam os tecidos da folha, tornando-se logo pardo escuras ou quasi negras. Em tempo secco essas manchas não se alastram muito, sendo, porém, o alastramento rápido quando a temperatura é húmida. Destruídas as folhas, a moléstia passa aos talos e, em casos graves, toda a parte externa da planta ennegrece e expede cheiro summamente desagradável. .Si se examinarem as costas das folhas com o auxilio de uma lente, far-se-á uma orla como mofo esbranquiçado, e semelhando farinha fina, mais ou menos dis- tincta, cercando a mancha. E'ahi que se desenvolve o micróbio; e, como em cada folha rapidamente se formam milhares de óvulos, facilmente .so comprehande porque a moléstia se estende rapida- mente. As próprias batatas propagam por si mesmas esta moléstia, de estação em estação. Infectadas, seu aspecto é característico: notam-se certas depressões pardas que com tempo asamollecem e apodrecem. Entre uma e outra colheita a parte vegetante do micróbio que per- maneceu latente dentro dos tecidos das batatas infectadas, alastra-se com os rebentos e com estes se desenvolve. Ao alcançaras folhas sahem pelos poros, produzi ndo-se então os óvulos. Estes têm í('irma ovóide e succedem-se uns após outros. Uma batata infectada pôde ser depois de plantada o ceni ro de infecção de toda a plantação ou plantações qu3 se avisinhem. As batatas sãs contagiam-se por dois modos: pelo alastramento continuo do micróbio, quedas folhas desce a alcança 1-as e pelos óvulos que as chuvas, ventos e outras causas põem em contacto com as próprias batatas ou tubér- culos onde germinam e introduzem a decomposição. Desde que apropria batata pôde, ella mesma, trazer a moléstia incubada, deve merecar todo o cuidado a escolha de batatas para se- mente. Convém não esquecer que nos paizes quentes a « requeima » en- contra-se também nos tomateiros ou petunias, além de outras solana- ceas a cujo grupo pertencem as batatas . MEDIDAS CURATIVAS — Cértas Variedades de balatas são menos susceptíveis que outras á « requeima ». Não existindo, porém, conheci- mentos precisos sobre esta ou aquella variedade, só o estudo detido das A LAVOURA i51 diCferentes espscies e da acção da moleslia subrj ella-í poderá indicar as espécies de batatas menos propensas ao mal . Só se deve samear semente reconliecida sã, oÍJtendo-as de regiões não infestadas pela moléstia. Sendo isso difficil procure-se escolhera semente reputada mais sã. Ao approximqr-.se a época do plantio faça-,se nova e-scolha e eliminom-se as batatas que tenliam indicio da moléstia . Para guardar as sementes procure-se fazel-o sob telheiro, em lugar jjem secco e arejado, examinando-as com frequência para verificar si não ha atacadas por moléstia . A immer.são das batatas que vão servir para sementes, em caldo bordelez, cuja mistura pôde ser a que mais abaixo indicamos, é re- commendavel . Collocada a mistura em um barril e por sua vez as batatas dentro deumsacco de tela de arame, mergulhe-se este .sacco na mi.stura, re- tirando-o logo para seccar onde haja calor. Dever-.se-á ter em vista que, ainda que com esse banho se consiga matar os micróbios que acaso estejam adheridos ás batatas, certo não se colherá o mesmo resultado contra squelles que possam estar incuba- dos dentro delias. Será ix)r conseguinte necessário o exame continuado das ba- tatas, para retirar as que demonstrem a menor decomposição. Polvilhar as batatas com cal viva é também preservativo de valor. Chegada a occasião de semear, procure-se fazel-o espaçando as diversas linhas da sementeira. Deve haver bastante terra cobrindo as sementes afim de evitar-S3 que ao infiltrar-se a agua as batatas não possam ser facilmente attingidas por óvulos. Era sementeiras de muito nitrogénio, quando se empregam adubas, são preferíveis os phosphatos e ossaes depotassa. Entendido que a humidade favorece, quando ex- cessiva, a formação da moléstia, não deve ser descurado um Ijom des- aguamento. A addição de grandes quantidades de cal preserva muito a colheita que se tiver de fazer em terrenos húmidos de mais. O meio mais efficaz de prevenir a « requeima » é a irrigação sy.s- tematicacom caldo bordelez, preparado da .seguinte maneira: dis- solvam-.se dous kilos de sulfato de cobre em uns 20 litros de agua con- tida por uma vasilha de madeira, em seguida tomem-se dous kilos de cal misturando-os com a solução de cobre, agite-se tudo até que se misture bem, juntando-se logo a .seguir a quantidade de agua precisa para ter-se 170 litros de mistura ou caldo. Ainda se deverá coar es.se caldo para retirar toda a matéria extranha. Estas irrigações, constituindo medida preventiva, deverão effecluar- se antes que se verifique a existência da moléstia. Com o auxilio SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA de uma bnmba lar-se-á a primeira irrigarão quando as plantas tenjiam de 15 a 25 cm. e se faça, duas vezes as mais depois, com intervallos de 10 dias. Geralmente bastam duas irrigações, a .segunda durante a floração ; porém em temporadas chuvosas é bom effecluarem-se três irrigações. Irriguem-,se com especialidade as costas das folhas, pois é ahi onde mais se de.senvolve o micróbio Isto feito cuidadosamente é o bastante para prevenir o apparecimento de manchas e.sponjosas. Si se suspeitar da presença de insectos, poder-se-á juntar á mistura 120 grammas de verde-Pariz. Na segunda e terceira irrigação, si a folhagem estiver já endurecida, empreguem-se três kilos de sulfato de cobre em vez de dous e, si chover dois ou três dias depois de irrigar-se, convirá .ser feita nova irrigação e o mai.s depressa possível. As sementeiras muito affectadas da moléstia de\'erão ser aproveita- das sem delongas, retirando-se e queimando-se antes toda a folhagem. Com isso.se conseguirá destruir milhares de óvulos e se diminuirá operigode infeccionar as demais sementeiras próximas, tornando menos provável que os óvulos adhiram as batatas. Ao se fazer a colheita tenha- se todo o cuidado em separar e queimar as liatatas que mostrem o menor indicio da moléstia . A irrigação é sempre conveniente de ser feita em todas as .semen- teiras de batatas, tenham ou não visivelmente a « requeima » . E' uma medida preventiva muito .segura. Veja-.se que o .«ulfato .seja puro e a cal viva. Devem .ser empregados pelo menos .sete hectolitros de caldo bordelez por hectare . (Dj Bolcliin da Soàcdach- Agrkola Mr.vicalla) VARIEDADE I*i*emio em fstvor ti» industria. preparo de tibras de plantai textis das diversas oxistentoá na flora do munioipio — c irdoaria, tociioí uu conservas do fructas do mesmo raunicipio, destinados á expjrtação e consumo local, -mediante as condições estabelecidas no paragraplio unicj, letras a) a b ), Ao artigo antece- dente. Art. 3.» Revogam-se as disposições em contrario. Mando, portanto, a todas as autoridades e fuocoionarios a quem o eonhecimente e execução desta pertencer, quo executem e façam executar tão inteiramente como nella se contém. Publique-se e cumpra-se em todo o território do município. Secretaria da Camará Municipal de Macaiié, 23 de outubro do 19J6. — José da Oliveira Lobo Vianna Júnior, vice-presidente em oxeroicio. Está conforme. — O offlcial maior da secretaria, Guilherme ãe Souza Rangel. Os insectos dauiniiihos — Os norte-americanos pregam cruzada do morte contra os insectos damninlios quo causam perdas ãs plantações. As esta- tísticas de 1905 iivaliain as referidas perdas om mais de 500 milliões de doUars. iíxistindo leis que prohibjm a importaçap de animaes contaminados, não têm os Est»do3 Unidos nenhuma que impeça a introducção, debaixo de qualquer forma, de insectos a,?entes do mio cjntigio pira o homem, gado oa planta. Leis neste sentido são agora reclamadas com instancia, tanto miis q^ianto as colheitas om New-Hampshira, Rhode-lslanl.etc, estão ameaçadas de estragos irreparáveis. So- mente o listado de Massashusetts tomou precauções, em leis, para conjurar o mal. l';in França já ha inquietação poios prejuisos quj ciusam esses insectos. O Dr. Chatin, tratando ha pouco dos mosquitos de Pariz, de iionstrou a urgente necessidade de combater a sua apparição, principilmmte nos logires onde ha aguas estagnadas que attraem oí insectos. Comtudo não se conhece um meio eiflcaz para exterminar os mosquitos. Tèm se ensaiado o petróleo, que deu resultado nos' Estados Unidos em Cuba e em Ismailia (Bgypto) ondo os anophslos causaram uma epidemia de febres palustres, que foz 2.200 victimas. Mas as autoridades munioipaes prohi- blram essa systemi por causa do perigo que representa, o toxico, quoé o petróleo. Recommenda-se como bira meio para o exterminio, povoaremse aí aguas de paixes, pois que os peixes encarnados sobretudo sao ávidos de larvas do mosquitos ; tem-se pensa-lo também obstruir, aterrando, os focos, o que ó talvez o meio mais sonsato e efflcaz . Mr. Peyrusson, professor de chimica na escola do medicina de Limoges, não está longe de crer que as pulgas sejam ti"ansmissoras da tuberculose e quer que se declare guerra encarniçada a esses insectos. (Bclelim da Sociedade Agrícola Mexicana.) A.lcool cio satoug-o de millio — O Departamento da Agricultura dos Estados Unidos está dosenvolvenlo uma nova industria- com a producção do álcool extrahido dos sabugos de milho que, ssgundoafflrraa aquelle Departamento, promette sor de grande valor commercial. Em Hoop^stown so tom foito uma sorie do investigações, as quaos provaram qu i as grandes quantidades ilo espigas desgrana-las que annualmente se desperdiçam, podem produzir álcool em quanti- lale sulljiBUto pira justificara instailação do uma distillaria. O Departamento cons''guiu, com cuidadosos methoJosdo fermentação, um ren- li mento de 11 gatões da álcool por tonelada de sabugos, e com igual procedimento galõos por tonelada de talos frescos. Uma depsnlenoia ofliMal declara que essas provas demonstram que en urai tonelada de talos verdos existem 210 libras de miteria fermentas dvol, qui dará quasi a metade do sou peso de álcool absoluto. Em números redondos: uma lonelada de talos vordes, produzirá 100 libras de álcool, ou 2)0 da metade da graduação. 1977 5 - 154 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Caucro iiais ni-vore-* fi-iictiferivrs — Em muitas arvores fructi- feras se m inifesta ost.i onfermiiade qiio ocoasiona daranos consideráveis. Apparecom so Jro os troncos das arvores manchas negras que invadam a casca, a zona do cambio o a lealiosi. Atcribue-so a enfermidade a um fungo: a heclria diiis;ima, a qual pareço so dasenvolver sobro oí tecidos mortificados. Na pratica aconsíllia-se, apanas S) descubra a alteração sobra o tronco ou ramos, S3 extirpar com um f-irro cortante o cancro, até descobrir-so a parte lenbosi quo não foi attingida pelo mal; isto fcilo, applica-se sobra a ferida o seguinte composto: Colophonio 200 grammas Álcool 20 » Carvão em pó 100 » Explorsiçrio do «ertão pjvulistn — A Coiamissão Geographica e Geológica do Estado de S. Paulo, chefiada pelo nosso operoso amigo Dr. João Pedro Cardo'so, acalja de publicar mais um dos seus substanciosos volumes — o 2" — no qual vem minuciosamente descripto o rio Tietê, desde próximo das suas nascen- tes até a sua foz. Com essa exploração, p61e-so alTirmar, abriu-se caminho p?Io /a»- )o«sí, que hadeser em futuro visinhoá bailia do grande rio Paraná, privilegiado entre todos os congéneres pela amenidadó do clima, fertilidade da terra c favorável topogra- phia, elementos estes que, reunidos, como eITectivamento o são, convidara o liomem ao empreheniimento de grandes culturas cerealíferas, executadas por processos exclusivamente mechaoicoj. Temos a mais funlada esperança no futuro daquella zona da promissão, que ainda hade ser o celeiro de abundância do nosso paiz. Parabéns e calorosos applausos ao nosso amigo Dr. João PcJro Cardoso e aos seus infatigáveis coUaboradores. — A/iead .' rtottei-daiii — Ca/V - Conforme os algarismos dos Srs. G. Duuring & Zoon, as existências nos pjrtos americanos e européos, n) dia 1 de abril, eram orçadas em 626. OOJ tonelad is, contra 018. 90J toneladas om 1 de março e 550.000 toneladas no anno passado. As entregas nos pn-tos americanos o europôos, foram de 01 .000 toneladas om março, cjntra 74.700 toneladas era fevereiro e 97.03 ) toneladas no anão d3 1906. O supprimento visível do mundo, no dia 1, ora orçado em 923.300 toneladas, contra 904.500 toneladas em 1 do março e 610.700 toneladas no anno do 1906. Colonisação em !*<. Psiul o — Tivemos a satisfação de receber a visita do nosso amigo Dr. Rocha Paranhos, conhecido eaírenhoiro, que, desde ha alguns annos, tem trabalhado com p33alos sacrifícios para fundar um núcleo colo- niil nas visinhanças do Rio Claro, onde agora se levanta a prospera e futurosa colónia ^on/a Tihiriçu, antiga Companhia Pequena Propriedade. S. S., que nos trouxe bellas amostras de alguns dos principaes productos alli cultivados, relatou-nos quanto o nascente núcleo tem pro5p3rado, possuindo já uma pharmacia, uma fabrica de cerveja, sapitiria, fjrrani, pidaria e vários negó- cios, alíra de uma serraria e duas olarias. Possuem os agricultores do núcleo algum gado vaccum, muitiis cabras, grandes criações de aves, etc, devendo colher brevemente, para mais de 4.U0O alqueires do milho e arroz. Fazemos ardentes votos pelo feliz êxito dessa patriótica erapreza. A. iudusti'iíi ívsísiioareira MO Estado tle S. Paulo— Segundo o relatório do cônsul francez no Estado de S. Paulo, foi esta a pro- ducção do Estado era 1905 — 1906 : TuneUulas Piracicaba (usina) 3.371 VillaRalfard » 2.058 Porto Feliz » 269 Lorena » 576 Monte Alegre » 770 Duraont » 620 Indaiá » 212 Pimentel » 420 Total 8.296 A LAVOURA lõj XieLlucçrt» ii£ts novas espécies de cafeeiros — Falla-sa ultimamente na descoberta de duas novas espécies do cafeeiros : Coffea Congensis e Coffea Ca- ntphora. Dizem que o C. Congensis ô originário do Congo, e prospera era terrenos tem- porariamente inundáveis. Seu aspecto é o do café coramum. Quanto ao valor, muitos o discutem, dizeado-o de gosto detestável ; outros, pelo contrario, jul- gara-no igual ao do Brazil. O ('. Canephora é sylvostre no GaboD, é de grãos pequenos e muito sa- boroso. Oami-liora nti illio; Foi-mosa, — Durante o anno de 1905 foram exportadas da ilha Formosa 3.85S.514 libras, das quaos 600.000 foram adqui- ridas pelo governo do .lapão para as necessidades do exercito. A. saffa tio café em lOOG e lOO'?' — Estes algarismos foram copiados da Reoisla Cotnmerciul Americana : Sacc.is Brazil 10.500.000 Venezuela 650.000 Guatemala 580.000 Salvador 550.000 Haiti 400.000 Colômbia 360.000 México 300.000 Costa Rica 240.000 Nicarágua 150.000 P. Rico, S. Domingos o .lamaica 280.000 Java, índia, etc 520.000 Africa 300.000 Total 20.830.000 Cauuas tle semente na Guiana lu^leza — As seguintes variedades de cmnas de sementes produziram por geira as quantidades aqui ex- postas : Producção Varicilailes df canu..s eiu toneladas D. 625 2,00 D. 109 1,72 D. 145 1,77 B. 147 1,56 B. 208 1,52 Consumo de assucar nos Estados Unidos om lOOG Proc ■aein-:u Quautiiladc Cuba 2.700.000.000 Havahi 820.000.000 Porto Rico 450.000.000 Assucar produzido 1.300.000.000 1.100.000.000 Total 0.370.000.000 Siippri mento visível do assucar a T de feveveiro 1906 1907 Tun la. las Ton 'ia. las Europa 3.860.000 3.490.000 Estados Unidos 1,30.000 140.000 Cuba 50.000 170.000 A LAVOURA PARTE COMMERCIAL o café durante o msz demarco do 1907 Ftio Saceas Entradas 352.421 VenJas 223. OOd Eiubaiano, 165.547 Existência a 31 do março de 1907 717.549 PREÇOS POR ARROBA 1' iiuiiizona 2' iiuinzciia N. 6 . . . 7$000 — N. G . . . — 7$000 N. 7 . . . 6.'^ 100 a 6$200 N. 7 . . . 5.$900 a 6.Í00.) N. 8 . . • 5$800 a 5$900 N. 8 . . . 5$600 a 5$700 N. 9 . . . 5$500 a 5$'300 N. 9 . . . 5|400 a 5$500 Santos Entradas 893.521 Sabidas 921.705 Existência a 31 demarco do 1907 2.743.900 PREÇO POR 10 KILOS N. 6 . . . 4$7(38 — N. 6 ... — 4s;766 N. 7 . . . 4$153 a 4$221 N.7 . . . 4$017 a 4$085 N. 8 . , . 3$949 a 4$017 N. 8 . . . 3$813 a 3$881 N. 9 , . . 3$747 a S.^^SIS N. '.)... 3$676 a 3$744 O café no estrang-eií-o clui-ante o mez tle ma,i'ço . 13 o 14. For;im vendidas 21--1.000 saccas, contra 349.000 ditas na quinzena precedente. Na Itolía do Hamburgo, durante a 2. quinzena, registrou-se o prego mais alto, 31.23 pfennigs, em 15 eo mais bvixo 30 pfennings, em 19. Nos demais dias regu- laram os seguintes: 31 em 21 e 23, 30.75 em 26 e 27, 30.50 em 16, 18, 20 e 22, 30.25 em 28. Foram vendidas 139.00) saccas, contra 214. 000 ditas na primaira quinzena, sendo as vendas em março 3õ3.000 saccas, contra 539.000 ditas oin fevereiro. O preço mais alto registrado na Bolsa de Londres, durante a I* quinzena, foi 32 s. em 5 e o mais buixo 29 s. 9 d. em 12. Nos outro) di'>s foram os seguintes: 31 s. em4 e 6, 30 s. 9 d. em 1, 2e7, 30 s. 3 d. em 8, 9. 11, 13 e 14,30 s. em 15. Vendas da quinzena 10(5.000 saccas, contra 139.000 ditas na quinzena anterior. Quatro foram os preços que vigoraram na Bolsa de Lon Ires, durante a 2^ quin- zena: 30 s. em 16, 18 e 19. 30 s. 3 d. em 22 e 28, 30 s. G .1. em 20, 21, 23, 26 e 27, 30 s. 9 d. em 25. Vendas 34.000 saccas, contra 106. 000 ditas na quinzena anterior e no mez de março 140.000 saccas, contra 225.000 ditas em f;vereiro. Venda total nas 35olsa.<3 a,cima. nouxeada,* Total das vendas nas quatro Bolsas 855.000 sici^as, contra 1 .343.000 ditas na quinzena precedente, ou sejam 2.198.000 saccas em margo, contra 2.529.000 ditas em fevereiro. Existência do café nos pnx*tos americanos no mez de março Existancia nos portos americanos 3. 507.000 saccas, entregas da semana 78.000 saccas, e supprimento visível 3.947.003 saccas, contra 3.521.00 ). 100.000 e 3.993.000 saccas na semana anterior, e 3.696.000, 120.000 e 3.902.000 saccas no anno A.g-uardent^ i QUINZENA DK MARÇO Os suppriraenios recebidos nesta quinzena montaram a 717 pipas, de diversos centros productores, e os preços dos vendedores oram os seguiates, por pipas de 480 litros, base de 20 gráos. Campos • . . . . 123S0OO a 130$000 An -nu 13C$000 a 1.35$000 Paratv 135.^.000 a 140.^000 Muceió 12õ$000 a 130,í;000 Aracaju 125$000 a ISO.^OOO Pernambuco )25S000 a 130$000 Bahia 12.5$000 a 130$000 Parahyba 125S000 a 130,s:)(/O Laguna 130$000 a 135§000 Itajahy 130S000 a 13.")$000 Mangaratiba 130.SOOO a 135:5000 Paranaguá- 130$000 a 13õ$000 As entradas nesta quinzena fjram ppquenas. cons;tando de 374 pipas, do diversas procedências e os preços re^^ularam os seguintes, por pipa dj 480 litros, base 20 grãos: Campos 115.$000 a 120^000 Angra 12">$000 a 130$000 Paraty 12õ$000 a 130$000 A LAVOURA Maceió 1£0$000 a 125$000 Aracaju lãO.sOOC a lã5$000 Pernambuco iao.$000 a 12.5S000 Hiiliia 120S000 a 125S000 l';)r;ihyba 120$000 a 125$000 Liiruna 12õ<;000 a ISOsOOO lujahy ISõsOno a 130x000 Mangaraiiba 12".s000 a ISOsOOO Paranaguá lâõ.^^OOO a 130$000 A-lcool As entradas durante a V quinzena snbirim a 72í volumes o os preços conformo a procedência e qualidade, por pipa, regularam como segue, sem o casco : 40 grãos 210A000 a 220^000 38 gráos 2 lOsOOa a 210S(I00 36 gráos IQOsJOO a 1 955000 As entradas, entretanto, foi-am pequenas e orçaram em 273 volumes, de di- versas procedências, subsistindo para explicar este resultaJo o augmento do género nas localidades productoras. O mercado ficou frouxo e com tendência para maior baixa, tendo os preços regulado como se segue, conforme a procedência e qualidade por pipa, sèm o casco : 40 gráos 200$000 a 210,4000 38 ditos 17OA0OO a 180$00:) 30 ditos itlOjOOO a 170.*;000 Algodão em rama — Perdurou a firmeza do mercado, tendo-se feito negócios regulares a preços que registraram alta, mais ainda assim, consideravelmente infeiiores aos dos mercados productores. O movimento gorai do mercado foi o seguinte : Fardos Existência em 28 de fevereiro 18.525 Entradas : Pernambuco, Sergipe Maceió Ceará. Mossoró Assú . Maranhão Parahyba Penedo . 3.9.52 2.460 1.800 1.04;í 1 ..500 890 214 2(j0 100 31.284 12.015 Existência Preços : Pernambuco . . . Rio Granlo do Norte. Parahyba . . . . ILsOOO a 11.S400 lii.sSOO a 11.S400 10,^:800 a 11.>S300 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Algodão em ra.ma. — Esteve ainda bom smtentalo; purórn, om poucos negó- cios por se adiarem os cainpiudoivw bem suppridos, como demonstram as grandes entradas : O movimento geral do mercado foi o seguinte : Fardos Em 15 de março lâ.269 Un Iraram de ; Sergipe á.973 Natjl 1.90(1 Maceió 1.900 Parahyba 1.300 Penedo 1.1.5:) Pernambuco 398 Ceará 3 '.o Maranhão 05 10.051 29.320 Sabidas 9.571 Deposito do dia 31 demarco 19.749 Preços : Pernambuco llsOOO a ll,s;500 Rio Grande do Norte 10.5500 a ll.'|400 Parahyba 1O.í;800 a ll.ÇSOO Penedo IIAOO) a 11.4;200 Sergipe 10s700 a 11$200 A-ssucar AssucAR — No correr da segundi, quinzena este ramo de negocio permaneceu no mesmo estado de paralyzação em que esteve na quinzena anterior, do que i"esultou modificação embora pequena em preços, em geral ; nos últimos dias, porém, notou-se quarquer indicio de avigoramento no mercado, que fechou cora mais estabilidade. Neste periodo entraram .55.721 saccas; as sabidas foram de 43.095 saccas, orçandose a e.xistencia em 325.281 saccas. Os preços regularam como se segue: Pernambuco: Branco usina — — Dito crystal .sSfiO a 9&7Q Masca vinho .^^80 a .^320 Crystal amarello $í80 a J;300 Mascavo bom sv;20 a â230 Dito biuto sm) a $210 Campos: Branco crystal .s3fj0 a .$370 Ser/jipe : Branco crystal §340 a $360 Crystal amarello $280 a .S800 Masoavinho ,S2(iO a $'?00 Mascavo bom .«;210 a .s220 Dito regular $200 a $235 Bahia : Branco crystal — $400 A LAVOURA Geiíei-os naciouaes 1 ' .juinzcna 2* quinzena Saccos Saccos Feijão preto de Porto Alegre . 17.S500 a 18s500 \S$'M) a 19,-sOOO Dito velho — — — — Dito idem de Santi Catharina. ir.s-.Dó a -iOsoor) Não ha Dito de coros, nacional . . . 1 r.srvxi a -cíosmok la^oOO a 20$000 Dito branco, estrangeiro . . 21$500 a S^I^OO 22s0iJ0 a 23$000 Dito amendoim, idem . . . :.^ls5u0 a 22$()00 ã2sO(JO a 23s000 Farinha de mandioca, especial. 9s000 a 9$500 9$000 a 9$500 Dita idem fina 8$400 a 8$C00 8§400 a 8s600 Dita idem, peneirada . . . 8$000 a S$200 8s000 a 8s200 Dita idem do Norte .... 6$000 a (>s500 6$000 a 6§5C0 Dita idem, grossa, Laguna. . 6s000 a 6.S500 6$000 a 6$500 Dita idem, idem, P. Alegre , 6$000 a f\$')00 6§000 a 6!S500 Arroz nacional 2i;,'í000 a 31S000 25$000 a 3l!^000 Dito inferior 22km a :.MsOOO ISsOOO a 23s000 Dito da índia 27Ã500 a 28S000 — 28Í000 Milho amarello do Norte . . 6$800 a 7$oao 6s000 a (-.$200 Dito idem, da terra. . . . CsSOO a 7so00 C^^OO a 6$500 Dito branco idem Nominal Nominal Amendoim em casca. ... — 5$000 5^000 -a 5$500 Cangica 178000 a 20|000 16^000 a I8$000 Favas Não ha Não ha Kilogrammas Kilogrammas Alpiste sStíO a $400 $360 a s400 Fubá de milho ,sl20 a s200 $1-^0 a s200 Matte em folha ,s500 a $600 $500 a $'300 Tapioca $200 a .s320 S200 a $300 Polvilho $280 a $340 S300 a .S320 Carne de porco $960 a 1$000 $960 a 18000 Linguaa do Rio Grande. . . Is400 a 1!?500 1§400 a l-fõGO Xabaoo !■' quinzena á» quinzena De Minas, especial 1$500 l.^SOO Dito superior 1$300 1$300 Dito 2^' I.SOOO IsOOO Dito ordinário $800 $800 Goyano, superior 2$400 2$300 Dito 2* 18700 ls700 Baixo Nom. Nom. Rio Novo superior -^ifWO 28600 Dito2-' 188U0 1$S00 Dito baixo 1.S200 18200 Pomba superior 18ô00 1$600 Dito 2» 1$200 18200 Dito baixo Nom. Nom. Carangola 1$G00 186C0 Picú, especial 28800 28800 Dito 1» 2S000 2$000 Dito 2» Is200 1.S2U0 Bahia I.^IOO IJIOO Pernambuco 8600 $000 Fumo em folha : Rio Grande, 1» escolha 8600 $600 Dito, 2* dita 8500 $500 Bahia, 1> escolha 1$5(10 líí500 2» dita $900 á90Ú 3"^ dita $500 $íOO 4» dita $400 $100 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Fi-etes /„ 10 Vo 10 Vo 10 Vo 5% 5 Vo 5o/„ 10 Vo 1/2 "/r. \/-4 Vo 35 c. 35 c, 37.50 frs. 40 frs. 40 frs. 40 shil. 40 shil. 40 shil. 40 shil. 35 shil. 40 frs. 40 shil. 01.50 frs. 61.50 frs. (12 frs. 51.50 frs. 40 shil. 40 shil. 42/G shil. 66.50 frs. 53 shil. 35 frs. 1|300 1$200 47/6 sUil. 5Vo 5Vo 10 Vo 10 Vo 10 Vo 5Vo 5Vo 5Vo 5 Vo 5 V. 10 Vo 5 Vo 10 V., 5 Vo 5 Vo 10 Vo 5 Vo Inipovtaçíio de géneros alimenticiosi cio or"is"oiia. esti-an- íi,'eii-a, lio reio tle Ja,iieii'o, tlui*£tiite o mez cie mai-ço cl© X&OT Alfafa 1.054 fardos Arroz 400 saccos A7PÍtn \ 3-C57 caixas; ^^^^^ í 8 barris' 8.439 caixas 4.411 tinas $160 a 27$00(J » 23.'J500 $175 o kilo. 8$000 » sacco. a lata do 10 litros 47S;000 » 53.^^000 a caixa. 44$000 » 53$000 a tina. Stock a 31 do março do 1907 — 13.000 volumes. Batatas 4.854 caixas— nominal. Banha \ 550 caixas . . Carne secca . . Cervejas . . . Chá / O.-IOO barris . . 12.000 fardos . . 80 caixas . . 182 caixas . . Feijão .... Farinha de trigo Genebra 1 .72.5 saccos . . 20.800 barricas . 2 170 caixas Gordura . 30 borde lezas Milho . Óleo de linhaça. . Passas. . . . Pimenta . . . Pinho sueco . . 1.214 barais . . ■Mi caixas. 24 caixas . . :!61 íaccos . . 742 pés . . . 1$730 a 1$800 o kilo. !|620 a $800 0 kilo. nominal. 6$000 a 9$000 0 kilo. .^640 a .$700 0 kilo. 21$Õ00 a 23$000 0 sacco. 20$000 a 22.$000 a barrica 31$000 a 33$000 a caixa. .5650 a $680 0 kilo. 1$%0 a 2,s700 a lata. preços nommaes. preços nomin.ies. $800 a $900 0 kilo. 14^000 a 16$000 0 kilo. 1§500 0 kilo. 1$4.50 a 80$000 a 82$000 a dúzia. A LAVOURA Pinho Spruce 80§000 a dúzia. Pinlio resina 1.8,50.342 pés . Pinho americano . . . sem cntra'ia Presunto 147 caixas Sal (nacional) .... 3.908.999 kilos. T-i°"o 1 'áS. Vinhos ^ '•:o^P'P''- / 2o. 480 caixas. O vinlio uacioiíal foi cotaiio de 170.S a \'.K)Í lOO.iOOO a lin$000 a dúzia, a $280 o pé. 2$'j00 a 4íi200 o kilo. 1$800 a 2$000 40 litros, preços norainaes. 30O$O)O a 38O|0O0. l»â-o:lufto- Ifojuc; ■ IO IlICZ lio l"t'veiv lM"a;icoa Borracha fina 14.15 a 14,?5 jicr kilo. lionacha Sernimby Hl, 50 a II, ?5 pjr kilo. Borracha Cauclio 8,70 a 9 por kilo. Bcrraoha Maniçoba 8,75 a 10,50 por kilu. MovinioiKo «1j« 1L>;>i-j tio* íliii, iliiiMiite l'-i «lezc* toriiiii 131 tio tlesceiiitoi'0 JOOO Kstados Unidos 67.9 )7. 489 libras. Alieraanlia 37.372.720 libras. França :;0.932.440 libras. Bélgica 20.7(i5.841 libras. Grã-Bretanha 67.992.624 libras. Cotixçiio tio c.ifé im Eiii-opit eiu. fevei*eii*o tle XHOT francos Café (SantDs) 37, 75 por 50 kilos. Café (Porto Rico) 75 por 50 kilos. Café(Moka) 105 por 50 kilos. Café (Bourbon) 170 por 50 kilos. Cacáo (Par.-l) 107 a 112 por 50 kilos. Cacáo (Bahia) Iu3 a 109 por 50 Kilos. Cacáo (Gua.vaquil) 100 a 112 por 50 kilos. Fibra de piteira 88 por 100 kilos. Fibra de manilha 104 a 110 por 100 kilos. Fibra de Linho da N. Zelândia .... 90 a 96 oor 100 kilos. Kapok 170 u 180 fjor 100 kilos. Copa (noz de coco) 61 a 66 por 100 kilos. Óleo de palma 74 a 78 por 100 kilos. Gergelim 38 por 100 kilos. Amendoim descacado 32 a 4! por 100 kilos. Polvilho de mandioca 35 a .'-16 por 100 kilos. Urucu 02 a 65 por 100 kilos. Baunilha 12 a 35 por 1 kilo. Bananas 4 a 6 sh. por cacho. LONDRES Toranja 7 a 9 sh. por caixa. Laranja 8 a 10 sh. por caixa. Abacaxis 1 sli. O d. a 3 sh. O d. por caixa. Gengibre 51 sh. a 85 sh. por 50 kilos. Cacáo 79 sh. a 96 sh. por 50 kilos. Coco (Nova York) 21 a 24 dollars por milheiro. 165 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA 1'1'OLluctos l>rasiloii'os: em Ijoudre.s in» mez «lo albril .'>, para o rio Clydo. Em Liverpool o mercado tem estado firme, mas com 03 negócios restrictos pela falti continuada do supprimentos; não houve mais chegadas do Brasil, mas collocaram se todas as partidas arraazenadas, vendondo-se : Sacccs do de Maceió : 2.(100 Pol. 88 ex «Mira» a N/9 p cAvt. Saccos do de Parahyba : 1.556 Pol. 85'» ex « Travoller » a 8/6 » Do do PtTÚ, granulado, vonderam-se a chegar Cayalti, 400 toneladas pelo «Chaucer», base de Pol. 96 a 10/4 ','2 d. p. cwt. e uns 4.500 saccos, do càes, granulado baixo a 9/9, e Siropa a de 8/3 a 9 p cwt.; também notaram-se vendas de umas 2.000 toneladas do de São Domingos granulado, a de 9/10 '/a d. até 10/4 '/,, d. p cwt., no cáes para o rio Clyde. Cotações do «Produce London Clearing Houso, Limited», para ode beterraba base do Pol. 88°: abril 9/2 ■' \, ; maio 9/3 '/, ; junho 9, 2 V4 ; julho 9/4 ','4; agosto 9/4 '/a; setembro '.)/4 '/„; outubro/dezembro 9/1 ; janeiro/março de 1907 9/2 '/j p cwt. Borracho. — Até os melados do mez passado o mercado esteve calmo e inactivo, mas cora pouca alteração nas cotações ; durante a quinzen i passada, porém, em consequências das entradas maiores no Pará, tem prevalecido certa fraqueza e deci- didamente mais p;cssão para vender. KíTectuaram-se negócios consideráveis a preços sempre em baixa, princip:ilmente da fina dura do Pará, o da bala caúcho, tanto de borracha disponivel cone para entrega futura, regulando as vendas da fina boliviana de 5/1 '/^ d.; até 5/, fina dura de 5/1 até 4/11 d.; de fina molle e e peruana de 5/0 '/s d. até 4/10 Vs d. p Ib.. emquanto quo as de b.ila caúcho têm sido de 3/9 até 3/7 Vj d. p Ib., fechando o mercado frouxo o ainda com vendedores da fina ás nossas cotações. O preço de Sernamby também solfreu uraa reducçao de cousa de 1 d. a 2 d. p Ib. , havendo vendas da "de Manàos superior a 3/10 V4 d. p Ib. A LAVOURA 167 A do Mxtto-Grosso tem sido pouco procurada e as transacções restringiram-so a uma partida em loilão de 67 fardos, virgem superior e sortida, de 4/7 V2 d. a 4/7 '/^ d., ordinária a 4/4, e Sernamby bom a 3/10 p Ib. e a umas pequenas par- tidas por trato particular, do virgem ura pouco misturada a 4/7 '/i d. p Ib e de Sernamby regular a 3/1 D p Ib. As descripç(j.'s medianas em geral têm sido racnns procuradas e os leilões cor- reram com pouca animação, venJendo somente uma pequena porção a preços baixos ; da de Mangabeira do Matto (irosso, porém, ellectuaram-so veudas de boa qualidade, por trato particular, aos preços anteriores. A existência nos armazéns da do Pará em 31 de março, em Liverpool e Londres, era 810 toneladas contra 913 toneladas ; da do Peru 347 toneladas contra 181 tone- ladas, da do Matto-Grosso 73 toneladas contra 110 toneladas, c de todas as descrip- çõos, 2.1-^2 toneladas contra 2.068 toneladas, em igual período do anno passado. Estatísticas do Pará para o mez de março : TONELADAS 2AÕ0 1..S70 2.660 1907 i900 1905 Entradas no Pará, inclusive as do Porú. 5.830 3.700 5.000 (Junho 30 de 1906 até 31 de Março de 1907), 29.390 tons. contra 29,.QZ0 cm 190.5/1906. Embarques para Europa 3. «10 3.510 2.300 fEm igual poriodo 13.76) toneladas contra 16.155om 1905/1906.) Embarques para a America do Norte. (Em igual período 14.710 toneladas) contra ll.s3õera 1905/1906 Existência em P» mão no Pará. . . . S70 Existência em 2» mão no Pará. . , . 880 Existência na America do Norte. . . . 340 O total do supprimento ^isivel da do Pará, incluindo a do Perii, no dia 31 do março, importava em 5.357 toneladas contra 5.014 toneladas em igual período do anno anterior e 4.632 toneladas, do aimo 1905. As entradas no Pará paraomez de marçj importaram em 4.540 toneladas da do Pará e 1.290 toneladas da de ciiicho peruano contra 2.><-i) toneladas e 880 to- neladas respectívamento om igual período do anno passado. 110 470 80 5:.o 730 550 Algodão por libra : De Pernambuco, «fair» . > » «mii faii Do Ceará, «fair» . . . » » «mid fair» . Da Parahyba, «fair» . Do Rio Grande «í;iir». . » Maranhão, «mid fai''» » » «fair» . . Do Maceió, «fair» . . . » » «mid fair». . i4sstífcr (do Brasil), por 113 libras. Do cães, em Liverpool : Pernambuco regular a boa, Pol. -4' a í Pernambuco centrífugo, Pol. 95° a 97" Maceió e Rio Grande, Pol. 82° a 80° Parahyba, rapadura, Pol 78° a 80° . Parahyba, bruto, Pui. 83'^ a 84° . . 6- d s d 8 3 8 9 10 1'/. 10 4'/2 8 Õ 8 6 7 6 7 9 8 0 8 3 3 SOGIKDADK NACIONAL DK AGR1CULTUK.A Borracha, por libra : Do Pará, fina nova dura 411— — Do Pará tina nova moUe 4 .10 — — Do Pará eatreliaa 4 8 4 9 Do Pará Sernamby, superior :-i 10 3 lOiá Do Pará, Sernamby, illia 2 11 2 11'4 Do Pará, Sernamby, Caraolá 3 O — — Bjliviana, liua 4 11'5 — — Moileudoditii. . . . • 4 10 — — He Mitto-firossj, onlrefliia (tluCuinaiia) ... 4 O 4 10 De Matio-Grossu, virgem (não dcruiuada ) . . 4 6 4 ti'í Do Mat'.oGr03j:), Sernamby 3 npe'ographie — Anno 19°, 11. 2. Bulletin du Synlicat Central des AgricuUeurs de France — 21° anno, u. 473. La France Coloniale — 11" anno, ns. 3, 4 e 5. Bulle'in de la Sociclé Dendrologiqwe de France — N. 3, d.i 15 de feveróiro. Li Revuc IHplomalifjue — 3u" anno, n. 8. Bolielino Técnico ilella Cultivazione dei Tabacchi, do R. Istituto Sperimentale di Scafati ( Salerno ). — Annj V, n. 6. Rivisla di Agricoltiira, de Parma. Au:io XUI. ns. 6 a 10. Revista de Chiiiiica Pura e Applicada — 3° anno, ns. l a 2. Bolelin de la Camará Agrícola de Tortosa — Anno XVI, n. 175. L'Art dei Pagés, do Barcellona — Anno XXXI, n. 833. A LAVOURA 169 Bulletin of Miscellaneous Tnformations, dos Royal Botanic Gardens, Kew — Appendice III, 1907. The International Sugar Journal — N. 98, v. 9°. Agricultural News, de Barbados — VoL.VI, ns. 123, 124 e 125. The Tropical Agriculturist, de Colombo (Covlão) — Vol. XXVIll, n. 1 . The Agricultural Journal ofthe Cape ofGood Hope — Vol. XXX, a. 2. Monthly Bulletin ofthe International Bureau ofthe American Republics — Vol. XXVII, n. 1. Experiment Slation Record, do U. S. Department of Agricultura— Vol. X\'II , n, 5. The Live Stock Journal, de Chic&go. — Vol. 45, n. 8. The Louisiana Planler— Vol. XXXVIH, ns. 6 a 9. índia Rubber World— V. XXXV, ns. 5e 6. Experiment Station of the At/ricultural College ofOtah — Boletins: 97 e 98. Revista Comercial Americana, de Nova Orléans — Anuo 2°, vol. H, n. 42. índice para Compradores — Arino 13, n. 115. Reiisla de la Faculdad de Agronomia e Veterinária, da Universidad de La Plata — ã» época, anno II, ns. 4, 5 e 6. Revista Viiivinicola Argentina — Anno IV, ns. 3 6 4. Revista de la Sociedad Rural de Córdoba — Anno VII, n. 145. Revista Argentina de ferro carriles, Novegacion, Bancos, Seguros y Comercio — Anno XlV, n. :^27. Revista Me» suai dela Camará Mercantil — Anno VII, n. 76. Revista Ilustrada de la Zapateria — Anno VII, n. 87. Boletin de la Sociedad de Fomento Fabril, de Santiago (Cliile)— Anno XXIV, n. 2. Boletin de la Socieiad Agricola dei Sur, de Concepcion (Chile). — Vol. VU, n. 2. Anates de la Asociacion de Ganaderos — Anno 2°. n. 19. Revista de la Asociacion Rural dei Uruguay — Anno XXXVI, n. 4 e 5. Anates dei Departamento de Ganaderia y Agricultura, de Monte /idéo —Tomo IV, n. 12. Boletin Agricola dei Ministério de Colonisacion y Agricultura, de La Paz — Anno III, n. 16. El Agricultor Peruano, de Lima (Peru)— Anno IX, ns. 165 a 169. Guayaquil Artistico — Auno VII, n. 132. Revista dei Ministério de Obras Publicas y Femenlo, de Bogotá— Anno I, tomo I, n. 11. Revista Nacional de Agricultura— Anno I, n. 18. Bolrtin de Ensefianza, de S. .losé (Costa Rica) —Tomo I, n.fS. Boletin de Ia Sociedad Agricola Mexicana — Tomo XXXI, ns. 5 e 6. Jornal dos Agricultores — Anno VII, n. 4. Boletim do Comité Centra' dos Syndicatos Agrícolas dos Estados Assucareiros — Anno 11, n. 7. Boletim da Associação Commercial do Rio de Janeiro — Anno IV, ns. 10, II e 12. Revista Commercial e Financeira — Anno XIII, ns. 586 a 589 Boletim Eebdomadario de Estatística Demographo-Sanitaria. Brazilian Review. EtoileduSud. Boletim da Alfandega do Rio de Janeiro. O Criador Paulista — Anno 11, n. 14. Bnlelim da Agricultura, da Secretaria de Agricultura, Commercio e Obras Publicas do Estado do S. Paulo — 8» série, n. 1 . Bolletino delia Camera di Commercio ed Arti in S. Paulo — Anno VI, n. 39. Boletim da Associação Commercial de Saiitns. Boletim, da Directoria de Agricultura, Viação, Industria e Obras Publicas do Estado da Bahia — Anno V, vol. IX, n. 1 . Chainbre de Commerce francaise de Rio de Janeiro — 7° anno, □. 76. Revista Agricola, de Aracaju — Anno 111, ns. 51 o 52. Boletim, da União dos Syndicatos Agrícolas de Pernambuco — Anno I, n. 2. Revista Agricola, do Alagoas. — Anno VI. n. I. A Revista do Norte — Anno VI, ns. 2, 3 e 4. Jomaes da Capital e dos Estados, etc, etc. SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Bancn de la Nacion Argenlina — Memoria y Balance General dol Ejercicio de 1906. Sixteenlh Annual Iteporl oj lhe AgricuUural Coliegi', for lhe fscal yenr cnding june 30, J905. Memoria è Informe de la Comision Direclora de la Sala de Comercio Once de SepUembre, apresuntada á assembléa om 12 de março de 1907. Immigracion y Colonisacinn — Relatório apresentado por Tomas Carrasquilla H. ao Ministro do Obras Publicas y Fomento da Republica da Colômbia. A LAVOURA CALENDÁRIO AGRÍCOLA ]VrEZ IDE J^13:Eí,TT^ Fazem-se no moz de abril os mesmos serviços culturaes que se fazem em fevereiro e março. No mesmo abril acha-se o sol do lado do hemispherio norte, tendo transposto o equador a 21 de março, que é quando se dá o equi- nócio. Neste mez as chuvas diminuem, a temperatura baixa, ha manhãs de fortes nevoeiros, os ventos frios do sul e sud'esto começam a soprar — é a entrada do inverno pava o hemispherio sul. Nos Estudos do sul e centro do Brasil (de Minas e Goyaz ao Rio Grande) ja não se roçam capoeiras, já não su semeiam mais ms plantas que exigem muito calor e humidade. Todavia, nos Estados do norte e nas regiões costeiras, desJe o Rio á Guyana é nesie mez que plantam o milho, o arroz, o feijão, a canna, o algodão, a mandioca e os demais vegetaes próprios daquelles climas, é para elles o inicio das chuvas de inverno, que vão comummente de março a julho inclusive. Nos Estados centraes e meridionaes semeiam em abril todas as plantas dos climas temperados e de pequeno cyclo vegetativo, como sejam : o trigo, a cevada, o centeio, a aveia, a linhaça, o cânhamo, as hortaliças, etc, ctc. Colhem-se cm abril a canna, o algodão, o café, o cacáo, a bor- racha, o millio, o arroz, ctc, etc. e em via de regi'a lodosos fructos tropicaes. Ainda se colhem algumas uvas tardias, alguns abacates, pinhas, mamões, goiabas, maçãs, pôras, marmelos, etc, ctc; mas, isto tão so- mente no começo do mez. Onde o clima porinitte, costuma-se podar a parreira em março e abril, para haver uvas nos mezes seccos de julho a agosto. Quando ha tempo de sobra, costuma-se começar a lavra da terra desde abril. As derrubadas de matta virgem podem ser iniciadas desde fins de abril, porém as capoeiras só deverão ser roçadas muito mais tarde. 1977 — Rio do Janeiro — Imprensa Nacional — 1907 EST.A.TXJTOS CAPITn.O [[ DOS SÓCIOS Art. 8.° A sociedade admitte as seg-uintas categorias de sócios : Sócios effectivos, correspondentes, honorários, beneméritos e associados. ^ 1." Serão sócios effectivos todas as pessoas residentes no paiz que forem devidamente propostas e contribuírem com a jóia de 15$ e a annuidade de 20$oo<_). S 2." Serão sócios correspondentes as pessoas ou associações, com residência ou sede no estranijeiro, que forem escolhidas pela Directoria, em reconhecimento dos seus méritos e dos serviços que possam ou queiram prestar á sociedade. § 3.° Serão sócios honorários c beneméritos as pessoas que, por sua dedicação e relevantes serviços, se tenham tornado beneméritos á lavoura. § 4." Serão associados as corporações de caracter official e as associações agrícolas, filiadas ou confederadas, que contribuírem com a jóia de 30$ e a annuidade de 5o$ooo. § 5." Os sócios efFecti\-os e os associados poderão se remir nas condições que forem preceituadas no regulamento, não devendo, porém, a contribuição fixada para esse fim ser inferior a dez (lo) annuidades. I?,E(3-XJLuA.3S^EIvrTO CAPITULO I\- DOS SÓCIOS Art. 18. A sociedade prestará seus serviços de preferencia aos sócios e associados, quando estiverem quites com ella. Art. iQ. A jóia deverá ser paga dentro dos primeiros três mezes após a sua accei tacão. Art. 20. As annuidades poderão ser pagas por prestações semestraes. Art. 21. Os sócios e os associados se poderão remir mediante o pagamento das quantias de 200$ e 500$, respectivamente, feito de uma só vez e independente da jóia, que deverão pagar em qualquer caso. Art. 22. Os sócios e associados não poderão votar, nem poderão receber o diploma sem terem pago a respectiva jóia. § I ." O sócio que tiver pago a jóia e uma annuidade, poderá remir-se mediante a apresentação de 20 sócios, desde que estes tenham igualmente satisfeito aquellas contribuições. g 2." Para esse effeito o sócio deverá requerer á Directoria, provando .seus direitos nos termos do paragrapho anterior. § 3." Serão considerados beneméritos os sócios que fizerem donativos á Sociedade, a partir da quantia de um conto de réis. SUMMARIO Pags. Informações agricolas 121 Machinismos pani o fabriai da farinha de mandioca 12S Carta do Sr. Dr. Carvalho Borges Júnior 131 Uma nova abelha meUifera inoffensiva 134 Pela lavoura 135 Agricultura moderna 13Q Vantagens irrecusáveis dos contractos emphyteuticos 143 A agricultura 146 A requeima das batatas 1 50 Variedade 152 Parte Commercial 159 Bibliographia 168 Calendário agricola 171 Anno XI — N. Rio DE Janeiro Maio de 1907 §ttIElÍDE|Blifi de Agpieulkupa ^.m Capital Federal SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA l'i:XDADA EM 16 DE JANEIUO DE líil)7 Caixa -postal, 1245 Sede: Ruas da Alfandega n. 102 Endereço Telegraphico, AGRICULTURA e General Gamara n. 105 Teleplione n. 1416 capitai, i.-rpkral oiiincToui/V Presidente — Dr. Wenoesláo Alves Leite de Oliveira Bello. 1° Vice-presidente — Dr. João Baptista de Castro. 2" Vice-presidente — Dr. Sylvio Ferreira Rangel. 3" Vice-presidente — Dr. Domingos Sérgio de Carvalho. Secretario Geral — Dr. Heitor de Sá. 1° Secretario — Dr. Francisco Tito de Souza Reis. 2" Secretario — Dr. Benedicto Raymundo da Silva. 3° Secretario — Dr. José Ribeiro .Monteiro da Silva. 4" Secretario — Alberto de .\raujo Ferreira Jacobina. I" Thesoureiro — Dr. João Pedreira de Couto Ferraz Júnior. 2" Tiiesoureiro — Carlos Raulino. Dlrootoros tlus Soccoes Bibliotheca c Horto ila Penha Dr. João Baptista de Castro. Fazenda de Santa Mímica Dr. Sylvio Raní>-el. Applicaçõcs do .Mcoí il Dr. Sertjio de Carvalho. Secção Technica Dr. Heitor de Sá. .Museu Dr. Benedicto Raymundo. Plantas e sementes Dr. J. R. Monteiro da Silva. Propaganda e estatística Alberto Jacobina e Carlos Raulino. Secretaria Dr. Souza Reis. Thesouraria Dr. Pedreira Júnior. Oonsellxo Superior Dr. Elias António de Moraes, Dr. Eduardo Aug:usto Torres Cotrim, Ernesto Du- risch, Dr. Carlos de Rezende, Dr. .Arthur Getulio das Neves, João da Silva Gandra, Dr. Alfredo Augusto da Rocha, Dr. Ernesto Ascoly, Luiz Henrique Lins de Almeida, Dr. Carlos Oscar Lessa, Comm. Domingos Theodoro de Azevedo, Dr. Leandro da Costa, João Dale, Dr. Ernesto Cândido da Fonseca Portella, Luiz FcHppe de Sampaio Vianna, Manoel Galvão, Dr. Antonino Fialho, Dr. J. F. Soares 1'ilho, Dr. Alfredo Bandeira, Dr. .Álvaro Mendes de Oliveira Castro, Dr. Henrique Borges Monteiro, Coronel Cornelio de Souza Lima, Dr. João de Carvalho Borges Júnior, António de Medeiros (fallecido) e Edgardo Ferreira de Carvalho. Serão considerados collaboradt)res não só os sócios como todos que quizerem ser- vir-se destas columnas para a propaganda da agricultura, o que a redacção muito agradece. A lista dos collaboradores será publicada annualmente com o resumo dos trabalhos. A redacção iiã'i ^'' iv-| ~il iIím piís opiniucs emittidas em artigos assignados, e que serão publicai' ' '11 ~|iMnsabiIidade dos autores. Os originacs u ,. , • . . ' 1 . As communica,iic> u ..lh ir.t -nJLiijias devem ser dirigidas á Redacção d'A LA- VOURA na sede da Sociedade Nacional de Agricultura. A LÃVOUR.\ não acceita assignaturas. E' distribuída gratuitamente aos sócios da Sociedade Nacional de .^gricultura. itlições tln |>iil>Iicaç'i>o «los siiiiiiiiieios POR -; \ezes Uma pagina jo$ooi) Meia pagina i2$ooo Um terço de pagina 8$ooo Um quarto de pagina 6$ooo Unia pagina 5o$(X)o Meia pagina 3o$ooo Um terço de pagina 2o$ooo Um quarto de pagina i5$ooo annuncins são pagos adcantadamcntc. Tiragem 5.000 exemplares ANNO XI — N. 5 Capital Federal Maio de 1907 EDITORIAL Minas agrícola () j^oveiiiii (Ic Minas, ha pouco iniciado sob a direcção do Exiii. Sr. Dr. João Pinheiro da Silva, niostra-se a cada passo desejoso de dar bastante aniphlude ao desenvolvimento agrícola do Estado, e ao mesmo tempo já está pondo em pratica diversos meios para alcançar semelhante escopo. Assim é que devem proceder os poderes públicos, tacihtaiiilo a actividade aos interessados particulares, pelo auxilio in- directo, com o ensinamento pratico, para o bem estar da lavoura em geral. E serão sem duvida por taes princípios de dííTusão de ensino agrícola que os lavradores tornar-se-ão fortes para a baixa do custo de producção, mas, com resultados para o productor, que não os alcan- çará por artifícios e illusões contra as leis do commercío . E' já um facto que taes princípios agronómicos vão calando no animo dos lavradores, de sorte a não ser morosa a transformação da agricultura, de impirica e rotineira em mecânica e adiantada . Justamente agora manifesta-se esse interesse por parte tio governo actual de Minas, por múltiplas demonstrações. Por vezes já foi tentada essa orientação otticíal, tendo sempi-e produzido algum resultado como propaganda, que é lenta, apezar das modificações imprimidas pelas círcumstancias de cada época. Felizmente, já se reconhece que é tempo, em parte devido ás crises, de enveredar em uma trilha segura e pertinaz em prol da regeneração das lavouras, porque todas teem passado pelos seus revezes . Assim entende a administi-ação mineira, dando expansão nas principaes zonas do Estado, ao estabelecimento de campos de expe- riência e demonstração, e concentrando na Capital o que pôde haver de mais edificante em matéria de ensino e propaganda agrícola. Acha-se installada, em deposito construído na área da Secretaria da Agricultura, uma exposição, permanente o franca, dos mais mo- dernos e aperfeiçoados instrumentos, ora empregados nos paizes mais adeantados. Gomo typo mais vantajoso encontra-se o arado de disco Teversível — Chattanooga — que pôde ser adquirido por 250!$í, além do arado pciiueno de disni, ao preço de GÕ/^UOU. LIBRAR 1 NEW YOKk BOTANICaL garoen. SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Estão também expostos os destorroadores ou capiaadores de disco é mais : semeadoras, arados, pulverisadores e outras machinas para fins agcicolas c iiidustria3s. Gomo complemento existe a fazenda da Gamelleira, a uma legui d) Bailo Horisonte, onde podem ser vistos a appliji^ão e o resultado de taes machinas. Tom tido a fazenda adeantamento, pelo cuidado que lhe ha dedicado o presidente do Estado, que frequentemente assiste ao manejo e emprego dos instru- mentos agrários, os quaes estão ha raezes funccionando nos serviços de lavra. E taes já são os proventos, que o governo acaba de receber mais 50 arados de discos, dos grandes, para attender aos pedidos dos lavradores, que já se convenceram das suas reaes vantagens. Continua o governo a comprar fazendas para translbrínal-as em núcleos coloniaes, o que é de todo louvável . Em pessoa entende o presidente de dar animação, viajando até ao sul do Estado, para de perto conhecer das necessidades e pro- curar vencel-as, a bem das lavouras loeaes, ao tempo que com isso estimula grandemente os fazendeiros, para (lue possam abraçar o novo regimen racional, de cultura mecânica. Na propaganda não são poucos os cuidados que tem o governo para fazel-a a contento, por meio de suas publicações periódicas e dtí outros meios de divulgação pela imprensa . Assim não falta ao jornal official, o Minas Gemes, uma secção onde são discutidas e orientadas as mais importantes (luestões agro- nómicas, por meio da penna competente do Dr. Álvaro da Silveira. E por ahi vè-se que é sã a orientação que ora imprime o governo de Minas na magna questão da agricultura, o primeiro elemento de prosperidade de um paiz, na phrase de L . N . Bonaparte . Bem proveitosos serão os resultados (jue colherá o colosso tei'ri- torial mineiro, já encaminhado .na carreira sulcada por S. Paulo, que collocou-se na primeira linha do progresso agrícola . Já não era sem tempo que devesse ser cuidada esta tarefa, ipial a de guiar pelo caminho racional a lavoura do Estado, experimentando e de- monstrando praticamente os ensinamentos da agrotechnia, que devem ser applicados a bem do rendimento desta industria rural. Quer por meio de lições escriptas, quer por meio da exemplificação com os instru.nentos apropriada, tudo encarado sob o ponto de vista pra- tico, muito se pode obter para beneficio da lavoura. A LAVOURA 175 Deve-sc rctlectir que, por elíeilo da necessidade, já entramos numa pliase de cultura diversa da empírica ou extensiva. Já se nota a ditferença do que acabamos de expor com o antigo e ccniliscido syáts.ni das mineiros, assim denominado, de devastação: ^quei- mando, plantando e abandonando. Os terrenos tornam-se desta sorte esgotados, motivando o proseguimento de novas derrubadas. Isto, como vemos, em relação ao solo, e muito mais sobre a cultura, que era, e ainda é, desaproveitada cm varias e úteis partes das plantas e de seus productos. Haja á vista o milho, que, pelo systema rotineiro, é desper- diçado na maioria de seus elementos, só dando o grão, ijuando pôde dar tanto mais. Comparemos este estado com o moderno, já iniciado cai S. Paulo, do total aproveitamento do millio, com o auxilio dos macliinis- mos aperfeiçoados. Emquanto que colhida a espiga era solta a porcada na pallia, os antigos não cogitavam d(! economia; hoje são applicados todos os instru- mentos necessários á utilisação do milho, desde os pendões até ás raízes. E' este um exemplo bem frisante para dar uma ideia de como vão mudando os tempos, e de qual é a diíTerença entre os systemas de cul- tui-a: extensivo e intensivo, entre os processos: antigo e moderno. Não só relativamente ao solo, como também para com a planta, a orientação mudou, sendo o milho, gramínea de tanta utilidade, um exem- plo bem lembrado para o estudo da phase em que ora entra a agricultui-a brazíleira. Que iiiiue l)em claro, é o nosso intento, como eslão fazendo os Estados adeantados, que a época é asada para a adopção das cultui^as mecâ- nicas, como transição para o ultimo período do esgotamento do solo, em que são empregados os correctivos chimicos como derradeiro recurso de producção. Ficam evitadas as devastações das mattas, pela necessidade meteorológica e fertilísadora de sua existência, e o desperdício da planta, útil a tantos misteres. O que se deu com o milho e outras plantas, deu-se em maior escala em S. Paulo com o café, cujo modo de cultivar produziu dois prejuízos, a diminuição das florestas eo excesso de producção. A cultura mecânica é, pois, a que convém para a phase da nussa agricultura, ainda mais justificando esta asserção está o invento dos últimos instrumentos, de discos, applicados cora vantagem aos serviços de lavra e cultivo. SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA O USO dos adubos cliiinicos não v compatível comas grandes lavouras em paizes novos, devendo ser com vanlagem (empregados os estrumes vegetal e animal. Já sob o ponto de vista económico, já sob o aspecto (iiu! apre- sentamos, o estrume é mais proveitoso, como complemento da ciiHuim mecânica, pela sua quantidade de húmus tão necessária i):ira as torras, no sentido de refrescal-as, do (pie os adubos chimicos. Estes são de emprego mais pondrrado e cabivel em condiçries de pequena lavoura, de preferencia pur via liquida para mais íacil dis- solução: taes são os sáes alimenticios. Assim, portanto, estando nós ainda no começo de cultur.i inten- siva e encarando sempre a industria agrícola pelo ponto d' vista económico, não devemos alargar o campo de acção dos adubos chi- micos. Citemos em nosso favor o mestre Dr. L. P. Barretto : « E' pre- ciso não augmentar as vantagens dos adubos chimicos ; muitas plantas como o cafeeiro não podem dispensar totalmente o húmus, que em nosso clima desapparece. E' mister que elle conserve a Unr.i bòa para lavrar e (pie re- tenha a proporção de agua necessária durante a secca, evitando sem- pre a estagnação das chuvas. » Ao terminar desejamos sinceramente que sejam de magnifico effeito as novas disposições praticas do governo de Minas, para (jue possa ser iiiiitadd. em beneficio da agricultura nacidiial. Heitor de Sa". O Coqueiro I.MrORTANCIA COMMERCIAL DO SEU FRUCTO O copiciío representa para os povos dos paizes tropicaes o mais elevado expoente da lei do menor esforço. E' elle conseguintemente luna remora ao progresso e á civilização, que só nascem e sé avi- goram lá onde ha luta e esforço pela vida. Effectivamente, para os povos maritimos das regiões tropicaes o coqueiro é como o maná celeste, offerecendo-lhes todas as cxíramodi- dades de que elles carecem, nas suas parcas necessidades. Como alimento, dá-lhes o íructo que contém um liquido saboroso, hygienico e substancial, de uso geueralisado nos paizes em que prospei^a. A LAVOURA Antes de completo amadurecimento, e quando já de vez, encerra o coco uma polpa de apetitosa aparência, que se come tal qual se extrae ou então preparada sob a forma de um doce delicado. Maduro, o coco dá a cop-a ou noz, que é a parlo mais valiosa da útil palmeira tropical a que nos estamos referindo. A noz ou colara contém um olco precioso para as industrias que empregam os corpos gordurosos . Este mesmo óleo serve para os usos culinários, dando-se-lhe merecida prciferencia para a condimentação do peixe e outros pratos mais . Com a cofra ou noz ralada fazem-se gostosos doces. Os residuos ou bagaço da noz do coco, após expressão, constituem excellente forragem para os gados de fino trato, obtendo, para tal fim, vantajosos' preços nos mercados europeus. Têm também boa cotação como adubo. Da parte córnea que envolve a copra fazem-se botões e contas do rosário. A parte fibrosa do fructo, a quo cliamam de casca ou coir, tem grande valor para a prodiicção de fibra, que serve para o fabrico de capachos, cxirdas e escovas . A matéria suberosa que se desprende após a separação e penteamento da fibra ( cofferdam dos inglezes ) presta-se também, para diversos misteres, servindo principalmente para o estan- camento de certas partes dos modernos navios, embalagem de fructos fi"escos, etc. Gomo as outras palmeiras, o coqueiro, quando novo, produz excellente palmito. O tronco ou espique fornece durável material de construcção.Com elle fazem-se cercas, engradamento e ripas para moradas. Com as folhas cobrem-se os casebres em que habitam as gentes marítimas dos paizes tropicaes. Também se prestam para o fabrico de cestos e tantos outros objectos de uso caseiro entre aquellas gentes. Pela rápida exposição que acabamos de traçar, vê-se quão útil é o coqueiro para os paizes (jue possuem esse precioso vegetal, cuja importância commercial se caracteriza pelos algarismos que passamos a detalhar nas linhas que se seguem. Vejamos a importação americana . Os Estados Unidos dispenderam, durante o quinquennio findo em 1905, as seguintes sommas com a im- portação de cocos : l^S SOCIEDADK NACIONAL DE AGRICULTURA DoUars Réis Em 1901 804.000 2.412:000^000 » 1902 832.000 2.496:000^000 » 1903 908.000 2.724:000^000 » 1904 971.000 2.913:000^(000 » 1905 1.086.000 3.258:000^000 São ainda mais interessantes o.^ algafisiiio.s(iac se referem á impor- t irão na Inglaterra : Importação de cocos : Libras Réis Em 1882 200.000 3.200:000(5(000 » 1892 100.000 1.600:000^(000 » 1903 900.000 14.400:000^000 » 1904 800 000 12.800:000.^000 Importação de olco de coio na Inglaterra: Libras n,ds Em 1882 1.200.000 19.200:000(5(000 » 1892 1.100.000 17.600:000^000 » 1903 1.400.000 22.400:000í$!000 » 1904 1.500.000 24.000:000.^000 São também interessanlissimos ns dados relativos á im[)ortação de copra ou noz de coro em Franca : 1900 KiloLTammas Possessões inglezas da Africa . . . 26.981.860 índia (Ceylão, ilhas, etc.) . . . 6.348.826 Possessões hollandezas 33.627.671 Philippinas 36.244.602 Antilhas inglezas 2.586.587 Ilhas oceânicas 7.170.513 Diversos 2.021.952 Possessões francezas 5.065.039 Brasa Total em kilogrammas. . 116.047.050 Valor em francos. . . . 38.295.527 Valor em réis 24.125:850^000 A LAVOURA lOOl Kilograinmas índia (Ceylão, ilhas, etc.) ... 15.524.443 Possessões hoUandezas. ,. • • - 17.163.285 Philippinas '.'....' "29.810.522 Possessões inglezas da Africa . . 10.075.300 Ilhas oceânicas. ....... 9.653.045 Diversos 2.339.403 Colónias francezas 7.889.109 Brasil Total em kilogrammas. . 88.144.516 Valor em francos. . . . 30.850.581 Valor em réis 19.435:500^(000 Kilogrammas Índia (Ceylão, etc.) 24.802.605 Possessões inglezas da Africa . . ' 10.873.354 hollandezas 30.867.257 Philippinas 19.933.252 Ilhas oceânicas 9.579.402 Diversos 2.034.550 Colónias francezas. ...... 9.889.109 Brasil Total em kilogrammas. . 105.979.529 Valor em francos. ... 31.793.859 Valor em réis 20.005:590^(000 1003 Kilogrammas índia (Ceylão, etc. j 24.047.086 Possessões inglezas da Africa . . . 12.139.639 » hollandezas 12.700.005 Philippinas 58.675.572 Ilhas oceânicas 1.670.271 Transporte . . . . . 109.232.573 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Kuogrammas A transportar 109.232.573 Diversos 2.467.005 Colónias francezas 5 . 709 . 3(52 Brasil Total em kilojírammas. . . . 117.408.940 Valor em francos 39.918.700 Valor em réis 25.145:000^(000 1904 Kilograinmas índia (Geyirio,etc.) 25.496.627 Possessões inglezas (la Africa . . . 9.285.103 » hollandezas 18.356.880 Philippinas 33.617.729 Ilhas oceânicas 5 . 384 . 007 Diversos 2.053.480 Colónias francezas 4.354.923 Brasil Total em kilojírammas .... 98 . 548 . 749 Total em francos 33 . 506 . 575 Total em réis 21.108:780,^000 Os dados aipii expostos mostram o importiintc papel represi'ntadi) pslo coqueiro no coinmercio mundial. Indicando as fontes originarias desse precioso producto, saliento implicitamente a pouca ou nenhuma im- portância de qiie goza o Brasil no coinmercio de uma mercadoria para a qual não lhe faltam os maiores favores da natureza. No importante com- mercio do coco e seus productos hrilha o nosso paiz pela ausência. E' lastimável que assim o seja, porque de outro modo, em vez de miseráveis e pobres que são as regiões onde, entre nós, cresce o co- queiro, se levantariam opulentas povoações,fartas de recursos e bem estar. Não seria, então, o coqueiro o factor de atraso e remora ao progresso que é, por isso que, como o affirmamos, ao encetarmos estas considera- ções, com os seus préstimos multq)!os, liberta o homem (jue o cultiva das poucas necessidades que tem para um viver sinq)les e primitivo. A LAVOURA 181 São precisamente entre n(ís as regiões que melhor se prestam á exploração do cotiueiro que se encontram em decadência. Por que não se empreliende alli a cultura systematica do coipieiro, uma vez que se sabe que não faltam mercados ao seu precioso producto ? Suppondo haja quem queira tomar o assumpto em' consideração, damos a cotação em vigor nos mei-cados da França e Inglaterra no meiadu do mez de março próximo passado. Quanti.ladfi FVancos Ri-is Fibra de coco 100 kilos 40 a fiO 25P00 a 38^000 Copra » » 54 a 58 34^00 a 36^000 Óleo de coco » » 70 a 77 44^(000 a 48^000 Estão aqui reimidos os dados necessários para orientar aos Srs. agricultores sobre o valor eronomico do coqueiro; resta, pois, tão sií- mente (jue emprehendam a sua cultura com animo e intelligencia . Quem o fizei' por certo não se arrependerá. Gomes Carmo. ^^-è^jJH^-*^ COLLABORACÃO A Exploração Industrial da Piteira sm Minas Gsraes JcA diversas vezes, temos tratado da piteira, aqui nestas ('olumnas, chamando para ella a attenção dos Srs. lavradores aconselhando-lhes a leitura do livro do dr. Theophilo Ribeiro — Agricultura no Estran- geiro.— Esse nosso laborioso amigo acaba de conseguir o concurso valioso de uma poderosa companhia americana para o plantio é explo- ração em grande parte da piteira no Estado de Minas. Com homens do valor do dr. Theophilo Ribeiro e seus constituintes da Empire Fibre Companij é de se esperar ornais completo êxito, po- dendo-se desde já garantir um brilhante futuro para a nossa piteira que ha de ser ainda fonte abundante de muita riqueza e bem estar. Agradecendo ao dr . Thepliilo Ribeiro a remessa da interessante no- ticia que passamos a descrever, pedimo.s-lhe não .se esquecer de nos enviar photographias e novos escriptos, desde que disponha de algum lazer. « Com o contracto que oexmo. .sr. presidente do Estado acal ta de .•5607 2 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA firmar com a companhia Empire Fibre, Minas Geraes dá o exemplo de uma das mais auspiciosas iniciativas de que depende a vida económica do nosso paiz, por que é ella, ao que saldemos, o primeiro exemplo senão noBrazil, com certeza no Estado, da entrada de capitães estran- geiros para ci^eação e manutenção de culturas novas, quo tenliam por . fim valorisar plantas nacionaes até hoje desaproveitadas, mas que são elementos de grande riqueza, aliás já efflcazraente explorada em outros paizes, ondea cultura systematica de seus similares concorre de modo notável para a riqueza publica. O exmo. sr. dr. João Pinheiro vae deste modo executando, com mão firme, o bello programma que se traçou, dessa administração que tanto interesse ha despertado, desde os seus primeiros dias, em todos os arraiaes de trabalho e actividade do nosso paiz e cujas promessas vão passando progressivamente da região de meras esperanças para o theatro fecundo dos factos consummados. A Empire Fibre Company é uma companhia organizada em Nova York entre fortes capitalistas, á testa dos quaes está, como seu presi- dente, o sr. F. W. R. Eschmann, uma das figuras de accentuada proeminência do mundo industrial americano, como presidente também da Tlie Arlingtoa Chemical Company, como director da The New York Pharmacal Association, da Tlie Palisade Manufacturing Company, todas de yankees em Nova York ; como ainda director da The Blackinton Manufacturing Co;nport(/, de Blackinton, no Massachussets, e da A. Engelhart &. Sons Comjortwí/, deLouisville, no Kentucky. Organizada com o capital social de $ 350.000, em acções integralizadasde .í 10 cada uma e de accordo com a legislação do Estado de Nova York, conhecida- mente uma das mais severas em matéria de sociedades anonymas, offerece todas as condições de segurança e confiança, justificando de sobejo o qualificativo de auspicioso, que de bom grado damos ao seu estabelecimento neste Estado. A preferencia do território mineiro para theatro de sua actividade, não podia deixar de interessar vivamente o illustre presidente do Estado, que traz para a administração todas as raras energias que já haviam des- tacado tão accentuadamente a sua pessoa nessa lucta fecunda que em dez annos transformou Caeté, de abandonado e morto scenario de passada prosperidade, aonde só destroços de minas desmanteladas deixou a im- perícia dos primitivos donos de seu solo, em um centro da actividade industrial como poucos se contam no Estado ; comprehendeu, pois, s. exc.,com a orientação segura que ha sido o segredo do seu successo, o immenso alcance das operações da companhia em o nosso meio. A LAVOURA 183 não lhe regateando os favores em taes casos permittidos por nossas leis, certo de que sem taes favores, aliás alhures facilmente concedidos, não se immobilisam no paiz os capitães que nos faltam e de que neces- sitamos para aproveitamento e exploração dos nossas riquezas naturaes. Além disso, o objectivo da companhia vinha tão de molde realizar uma parte do programma de seu governo que, não lhe facilitar as con- dições do seu estabelecimento, seria destruir elementos dos mais po- derosos para a realização dos ideaes com quês. ex. assumiu a direcção dos negócios públicos. Assim, fazendo a mais judiciosa applicação das faculdades legis- lativas em vigor, contratou o sr. Presidente do Estado com a Empire Fibre Company, concedendo-lhe como favores, a transmissão con- dicional das terras necessárias para a exploração das culturas que se propõe rotear, escolhido para este fim o iramoveladrede adquirido nas proximidades da estação de Prudente de Moraes, na Estrada de Ferro Central ; a isenção de direitos de exportação durante cinco annos e durante mais cinco uma taxa progressivamente ascendente, desde 1 % no sexto anno até 3 1/2 no decimo, para os productos provenientes da nova cultura, isto é, os productos da piteira ; o auxilio do Estado na obtenção, perante os poderes federaes, da isenção dos direitos de impor- tação para os machinismos, ferramentas e fertilizantes que a empreza tenha de importar, bem como a gratuidade de fretes na Central ou n favor da tarifa mínima no transporte dos referidos machinismos, etc, e a reducção dos fretes para a exportação dos productos da exploração. De seu lado, a companhia obrigou-se a fazer em grande escala a cultura da Furcroya Gigantea ou vulgarmente piteira, devendo iniciar os .seus trabalhos dentro de sais mezes da data do contracto; aterem cultura effectiva, no prazo de quatro annos, a contar da data em que expira o que lhe foi marcado para inicio dos seus trabalhos, um milhãO' no mínimo, de arbustos de pita plantados ; a explorar conjunctamente a cultura de arroz, que deve abranger no fim do primeiro anno uma área de quatro alqueires geométricos de terras e de trinta, ao findar o referido prazo de (luatro annos e meio ; a empregar em suas culturas os melhodos racionaes mais convenientes para cada uma delias, sendo a de arroz feita pelo systema de inundação artificial, e applicados a ambas quanto possível os melhores instrumentos aratorios e os mais preconizados machinismos para o preparo e acondicionamento dos res- pectivos productos, sendo que as machinas destinadas ao beneficiamento do arroz deverão estar definitivamente installadas dentro de um anno. Além disso, e durante o prazo em que a companhia perceber quaesquer SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA dos favores que lhe são pelo contracto concedidos, será a sua exploração um theatrode proficuo ensino pratico pela obrigação em que também se constituiu de receber annualmente até dez aprendizes, que o governo lhe envie para serem instruídos em todos os trabalhos e processos ado- ptados na exploração. O prazo desta obrigação se estende até dez annos só então se tornando incondicional e irrevogável a transmissão. E' evidente, portanto, que emquanto o sr. Presidente do Estado facilitava á empreza razoáveis concessões, sem as quaes nenhum ca- pital estrangeiro se arriscaria ás incertezas de uma tentativa do género que nos occupa, cercava a concessão de condições da maior segurança para os interesses do Estado, porque, em primeiro logaro inimplemento de qualquer das condições do contracto determina a suarecisão com perda completa para a companhia de quaesquer bemfeitorias que tenha feito, sem direito a indemnização de espécie alguma ; em segundo logar, por- que ao dar-se a irrevogabilidade do contracto, a companhia já terá empre- gado no immovel, por força das próprias condições estipuladas, um ca- pital muitas vezes maior do que o valor do immovel, que lhe foi con- cedido ; e semelhante immovel, assim transformado e melhorado, re- presenta um accrescimo sensível da fortuna privada do Estado, á qual está incorporado e da qual não poderá jamais ser desligado. O facto é dos mais promissores nesse ramo de actividade que tão larga parte toma nas preoccupações do illustre sr. presidente e que fundadamente se impõe como o lemma que principalmente deve dirigir a acção de todos os poderes públicos neste momento histórico de nossa vida nacional . Os saldos orçamentários não são bastantes para prova da prosperidade de um povo, porque estes podem ser muitas vezes o resultado de um systema tributário incompatível cora as condições reaesde sua vida económica e não poderão occultar, sinão por breve tempo, a ruina que de facto estão cavando. Si o facto se não dá em todas as secções deste paiz, faz-se sentir dolorosamente em muitas delias, de modo que a questão económica veiu antepor-se a todas as outras ecom tal força que em todos os departamentos da vida nacional as vozes que se ouvem são as que clamam pelo desenvolvimento das fontes de producção do paiz . Gircumscriptos aos nossos grandes géneros de exportação, elles representam 77 °/^ da producção nacional, entrando o café, com 44 °/o e a borracha com 33 °/o ; mas a plethora faz-se no primeiro e os preços de venda mal compensam as despezas de pro- ducção ; para o segundo é apenas ama questão de tempo, porquanto sorte igual o aguarda no momento, não mui distante, em que a acção combinada dos povos que nos são tributários para o seu abastecimento A LAVOURA 185 de borracha, conseguirem O abastecimento que de longa data de outras procedências preparam . Nestas circumstancias, para os que foram investidos da missão governamental, nenhum problema sa impÕ3 com mais força, com maior titulo á sua indefesa dedicação, do que o que entende com o apro- veitamento das riquezas naturaes do paiz, sejam de que natureza forem ; aproveital-as, valorizal-as, desenvolvei -as em toda a vasta escala a que podem attingir, deve constituir o cuidado incessante de todos os seus momentos. Entre quantos dirigem os destinos deste paiz ninguém tem mais perfeita comprehensão desta verdade do que o illustre presidente da terra mineira ; s. exc. ha dado a este problema todo o cabedal de sua experiência e do seu tirocínio de homem que soube vencer, porque soube querer ; de homem, portanto, que foi buscar a sua fé no que empre- hendiaesóaella, as energias que triumpharam de quantos obstáculos se antepuzeram no seu tentamen . Com a mesma resolução de animo, s.ex. enfrenta o problema económico de sua terra e já no inicio da nobilíssima jornada fica profundamente assignalado um glorioso es- tádio. O contracto que acabamos de reproduzir marca esse estádio, quer pela novidade do emprehendi mento, que, primeiro, traz capitães estrangeiros ao Estado para fomento de sua industria agrícola ; quer pelos horisontes que descortina, mostrando como podemos valorisar riquezas que apparentemente nada nos valiam, quer pelo exemplo que tantos imitadores pôde attrahir ao solo mineiro, trazidos pela prospe- ridade que este solo nunca recusou aos que souberam roteal-o.» Peixss do Iporanga — S, Paulo RESULTADOS DB EXCURSÕES DO SR. RICARDO KRONE, MEMBRO CORRESPONDENTE DO MUSEU NACIONAL DO RIO DE JANEIRO A presente memoria encerra i5 espécies de peixe que me foram generosamente oílerecidas pelo Snr. Ricardo Krone, de Iguape, S. Paulo ; o Snr. Krone colleccionou-as em aguas do Iporanga ou atfluenles d'este rio. Constiruiram ellas duas remessas ; a i"" de 24 de Novembro de 1906, recebida a 9 de Dezembro do mesmo anno, com 6 espécies ; a segunda de 23 de Fevereiro de 1907, recebida a iode Março corrente. A zona em que o Snr. Krone tem coUeccionado é muito interessante, não somente porque os seus rios dezembocam no mar, inteiramente independentes do systema do Paraná, como porque alguns dos rios pes- quisados teein curso subterrâneo. SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Eis as espécies colligidas : 1 — TYPnaLOBAGRus Kronei, nob. (') 5 exemplares na caverna das Areias. Nome vulgar : Cegainho H — PniELODELLA. TRANSITÓRIA Sp. nov. Nome vulgar=Mandi — Tinga. D. 1+6 ; A. i3 Cabeça 46 1/4; altura 5 ;fontanellaem pouco ampla, na parte anterior á constricçáo post-ocular ; barbilhões maxillares atlingindo a axilla das ventraes ; olhos grandes i e 1/4 no espaço interorbital ( orla cutânea) equi- distantes do focinho e da ponta do operculo ; processo occipital attingindo a placa pre-dorsal ; peitoraes pontudas, fortes, com o aculeo menor que o segundo raio, deprimido, curvo, com denticulações fracas no ápice que é envolvido por um tegumento dermico ; a concavidade do bordo posterior é fortemente provida de denticulações de que as maiores são as do meio do aculeo ; dorsal elevada, redonda \ aculeo ( quebrado ) sobre a vertical que passa pela ponta do processo clavicular ; ventraes posteriopes á vertical da base do ultimo raio anal redonda ; caudal tendo o lobo superior um pouco mais longo, sendo, porém, mais fraco que o inferior. Amarella cinerea com uma estria dififusa sobre a linha lateral ; parte superior obscura ; nadadeiras obscuras, a dorsal com a facha branca das Rhamiias. i Exemplar de 150 m m. — Ribeirão do Alambary — Iporanga. Segundo o Snr. Krone, este peixe passa a ser o «Ceguinho» com o qual realmente se assemelha tanto na forma e no colorido que eu acceito a opinião dos Yporanguenses, admittindo-a como a fonte originaria de T/phlobagrus kronei. j 3 — RllAMDIA SEBAE (Cuv. cS: Vai) NCiME vulgar: Jaiidiá. I exemplar— Barra de Pariqueraçú— Rio da Ribeira. 4 — Glanidij-imíalbescens, Lutk. Nome vulgar: Jíuréva I exemplar 9 — Iporanga. ^ — Xenocara stvgmatica, Eigenm. & Eigenm. Nome vulgar: Barbaãinho. 3 exemplares— Vive em buracos — Rio Despraiado do Rio Una da Aldeia. (ij « Kosmos >>, W \. — Jau A LAVOURA 187 6 — LOKICARIA LIMA, KnCÍ. NOMiiS vulgares: Pito ((^) Aperta ou Aperta-Galha (Ç) a exemplares. A conformação da bocca (lábios) do exemplar macho parece mostrar que se traia de um hybrido entre Loricaria Lima e L. latiroslris Ribeira do Turvo e R. Ribeira. "T* — LORlCARlA LATIROSTRIS, Boul. I exemplar (5 , menor que o typo de Boulenger. — Iporanga. S — Hemipsilichlhys duseni sp. nov. Nome vulgar: Cascudinho Eu possuía um exemplar deste peixe, na minha coUecção, o qual me fora trazido do Paraná pelo Dr. Dusén, distincto botânico sueco, que, no Museu Nacional occupou o logar de assistente da secção de botânica ; era um exemplar joven e eu estava em duvida sobre a certesa da minha determinação, tendo por isso deixado para quando obtivesse exemplares adultos que me permitissem estudar melhor o assumpto. O Sr. Krone enviou-me dous exemplares do Ribeirão do Monjolinho á Soo metros sobre o mar, com a nota de que este peixe tem o habito de vencer as torrentes segurando-se ás pedras por meio da bocca que funcciona como ventosa . Egual nota me havia fornecido o Dr . Dusén . ■ ■ / ^^>= .\\\ "Í-- •-»-. r Cabeça 3 e i/3 ; altura 4 e \ri 1 cerca de 2 veses na distancia que vae do focinho ao aculeo, dorsal) . A cabeça é arredoridada, grande com o espaço interorbital plano, sem elevação supra orbitaria, circulos do fo- cinho mui delgados, curtos, amarellos, olhos 3 e 1/2 no espaço inter- orbital, 5 e 1/2 veses no focinho; aculeo dorsal pouco menor do que o comprimento da cabeça, á meia distancia entre a ponta do focinho e a orla SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA livre da membrana adiposa ; peitoraes grandes, sua ponta atlingindo o plano da base do ultimo raio dorsal e o meio do aculeo ventral ; ellas são falcadas, muito maiores do que as ventraes, tendo o aculeo do tamanho do primeiro raio e a prega dérmica de bordo parallelo ao anterior do aculeo, bordo este que é finamente aciculado ; ventraes quasi attingindo a origem da anal, com a prega dérmica do aculeo maior do que a das peitoraes ; anal originando-se no plano em que termina a dorsal quando declinada sobre o corpo e terminando um pouco áquem daquelle em que toca o ápice da adiposa ; esta é mais comprida do que larga ; caudal obli- quamente crescentiforme ; os escudos do corpo (3i numa linlia longi- tudinal) são menos separados do que em H. gMo (Lutk.); porém, no individuo do Paraná, que é o menor, ellas são unidas e o focinho não é tão nú como nos outros que são maiores ; de que se trata de uma mesma espécie é fora de duvida, concluo por isso que, quanto mais velhos forem os peixes deste género tanto mais separadas ficam as placas dérmicas e mais carnudo o focinho . 0 thorax é finamente aciculado. Côr de chumbo diifusamente man- chado de amarello, essas manchas sobresahem mais nos jovens ; parte inferior alvadia, nadadadeiras impares com os raios Humbeos e a mem- brana alvadia, vestígios de maculas sobre as outras e raramente sobre as as primeiras. 2 exemplares (/" )fc ? . tJ centimenti-os . D i +7- A 1 +5. í> — Plecostomus commeosoni, Cuv. Vai. Nome vulgar: Tapijára 1 exemplar — Rio da Ribeira 10 — Plecostomus ãgnã sp. nav. Nome vulgar: Anhá Dl + 7; A I + 14. Cabeça 3e 1/2 no comprimento ( sem a caudal) de contorno an- terior parabólico ; ponta do focinho tendo uma área subcircular núa ; ramo mandibular contido 2 veses no espaço interorbital ; este chato, con- tido 2 e 2/3 na distancia que vae da ponta do focinho ao angulo pos- terior da placa occipital ; esta cercada por três outras ; aculeo dorsal justamente em meio da distancia que vae da ponta do focinho á placa anterior do aculeo da adiposa ; e quasi justamente egual ao compri- mento que vae da ponta do focinho ao angulo posterior da placa occi- pital ; orbita 2 e 3/4 no espaço interorbital ; peitoraes tendo o aculeo ligeiramente menor do que o primeiro raio e passando de duas placas a base das ventraes ; estas fazem o mesmo com a anal ; caudal obliqua- A LAVOURA 189 mente lunada, sendo o raio inferior o maior. 26 placas em uma linha longitudinal ; só as do pedúnculo e tronco mui fracamente carenadas ; parte anterior mais lisa do que a posterior ; parte inferior da cabeça, do thorax e do abdómen aciculada com algumas falhas nos lados e na região anal. Plúmbeo ; cabeça punctulada de preto; nadadeiras dorsal, peitoraes e ventraes com as membranas maculadas de negro, sendo as maculas circuladas de cor alaranjada ; parte inferior alvadia e bem assim a mem- brana internadial da nadadeira caudal, i exemplar de O, '" 22. Rio da Ribeira . IX — CORYDORAS KRONEI sp . nOV. Nome vulgar : Sarro ou Sarrinho Na primeira remessa do Sr. Krone recebi um exemplar joven deste peixe que pensei ser uma variedade de corydoras trilineaíus, Cope, á qual chamei paulistana . A remessa de outro joven acompanhado de um exemplar maior permittio-me verificar o erro . Apesar disso, o adulto (?) dilTere tanto do joven que julgo de bom aviso aqui referir-me aos dous estados : Joven : Forma exacta de corydoras trilineatus tal qual foi descripto e figurado por Steindachner [Cor. agassisi) com a differença de ter os olhos ligeiramente menores, o focinho um pouco mais agudo e os lados da cabeça vermiculados de branco e uma facha negra, transversamente obliqua, sob as duas dorsaes e uma longitudinal sobre a base da anal, 3607 3 SOCIEDADK NACIONAL DE AGRICULTURA AoMLTO — k — : Cabeça 3 ei/3 (sem a caudal) elevada, compri- mida ; 20 barbilhão maxillar attingindo a orla da cobertura da guelra, na terminaçiío inferior da abertura; olhos ó e 1/3 no comprimento da cabeça, duas veses no espaço interorbital ; uma facha de aciculos nos lados do focinho ; aculeo dorsal egual ao comprimento da base da nadadeira desse nome, com aculeos no bordo posterior, os quaes ficam envolvidos por uma parede óssea, continua, transparente, de modo á formar um gume inteiro ; primeiro raio dorsal muito pouco maior do que o dobro do comprimento do aculeo, os outros raios decrescendo gradativamente. Peitoraes ponteagudas, muito grandes, ficando a sua ponta, que é a do aculeo, á distancia de uma placa do inicio da anal ; o aculeo aciculado exteriormente ; ventraes pequenas, terminando á três placas antes da anal. Caudal furcada ; 27 placas em linha longitudinal ; seis medianas antes da adiposa . Colorido fundamental branco, uma facha branca sobre o focinho, da ponta ás narinas posteriores ; lados do focinho, lados e alto da cabeça, região dorsal sob a nadadeira desse nome vermiculados e punctulados de branco e preto ; uma facha transversa, preta, antes da adiposa ; uma facha superior e outra inferior á linha lateral, pretas ; outra facha da mesma cor sobre a base da anal, desde o meio das ventraes, passando por detraz da anal, onde a de um lado se une á do lado opposto ; dorsal, ventraes, anal e caudal punctuladas de negro, as pontulações perfazendo fiichas estreitas, transversas, em zigue-zagues ; peitoraes e adiposa brancas . íris negra . Este bello e curioso peixe os Iporanguenses chamam de sarro, vive, diz o Sr. Krone, em buracos do leito dos Rios Una da Aldeia e Despraiado, em pequenos grupos de 10 á 15, buracos também aproveitados por Xenocara stigmalica . Tenho muito prazer em dedicar esta espécie, altamente interessante, ao seu descubridor, o Sr. Ricardo Krone. 13 — Callichthvs coelatus, Cuv. & Vai. Nome vulgar : Tamoaiam 1 exemplar de j uquiá da Ribeira . 13 — Leporinus frederici (BI.) Piagua ou Piava (Piaba) 1 exemplar da Ribeira de Iguape . 14 — GOBIOMORUS irACULATUS (BI.) 2 exemplares — Rio Despraiado . iS — Carapus fasciatus (Tallos) I exemplar — Rio Despraiado . Rio de Janeiro, 3i de março de 1907. Aluio de Miranda Ribeiro. As madeiras no Brasil ELEMENTOS P.VR\ A MONOGRA.PHI.\. DO MANGUE-VERMELHO-GRA.NDE — RHIZOPHORA MANGLE, L. —FAMÍLIA DAS UHIZOPIIORACEAS Synommia — MangarobeiraO), no Rio Grande do Norte ; Mangue verdadeiro, em Pernambuco; Mangue de pendão, Mangue preto e Mangue oermelho, em Alagoas ; Mangue vermelho, na Bahia ; Mangue preto, no Estado do Rio ; Mangue-oermellio, era S . Paulo {Caanda- pLwa-grande, no littoral sul do Estado). Alguns escrlptores dão os nomes indígenas Guaparaiba, Tatapouoa e Urupari, sem, entretanto, dizerem em que regiões são usados. O ultimo daquelles é erro appli- cal-o a esta planta ; os outros, porém, são nomes que bem lhe cabem : Guaparaiba (arvore de madeira torta ou arvore torta e feiaj, e Tatapouca (madeira que crepita ao fogo). Caandapuoa quer dizer, mais ou menos, matto immerso (na agua, lodo, etc) . Ha quem assevere que em S . Paulo se lhe dá também as denominações Mangue-amarello e Mangue-bravo , erro manifesto, porque são bem conhecidas as duas variedades da espé- cie assim denominada. Os francezes chamam-lhe ilfa/i^fer-/ioi>. O nome mais generalizado é — Mangue-vermelho. Habitação — E' planta social, mas não exclueas suas congéneres de outras famílias. Encontra-se na foz dos rios, perto do mar e nos braços de mar ou lagoas salobras e salgadas de todo o Brasil e diversos paizesda America do Sul, bam como na Africa oriental e índia Occiden- tal. Vive nos terrenos lodosos sujeitos ao phenomeno das marés. Nos mares mediterrâneos do Brasil forma ilhas de exten.são variável, que Martins denominou «bosques marítimos de arvores viviparas.» Descripção — Arvore de caule nodoso e tortuoso, até 5 metros de altura e 0,70 de circumferencia, parecendo que no extremo norte do Brasil e em outros paizes attinge a maiores dimensões. O caule emerge de .sobre bastantes raízes adventícias, lateraes, arqueadas ; estas são de lenho branco emolle, e a sua casca vermelho-rosa é bem lisa. A casca docauleédocor vermelho-rubra, mas revestida de uma crosta extre- mamente dura e fina, negra por fora e esbranquiçada por dentro; que- brada a casca, esta deixa vêr distinctamente o seu tecido, no qual se intercalam pequenas manchas brancas ; grossura até 15 m/m ; sabor muito adstringente e salitroso. Folhas verde-claras, oppostas, peciola- das, espessas, inteiras, providas de estipulas caducas, nervura central saliente e avermelhada. Flores efructode2a 4 centímetros, coriaceo, ovóide, indehiscente, coroado pelo cálice ; a garminação da semente SOCIEDADE NACIONAL UE AGRICULTURA opara -se 110 próprio fructo; a radicula abre-o dirigindo-se para o lodo, ondecaheese enterra, flcaiido para cima a extremidade em que está a gemmula. A radicula tomba da arvore com tamanhos irregulares, che- gando até 0,30. Floresce em agosto, mas em dezembro ainda ha fructos (no sul) . Madeira — Branca, assetinada, com veios como os do pinho, mas de menores dimensões e estreitíssimo corne levemente avermelhado. Talhe duro, mas macia ao cepilhar. Peso especifico, 0,926. Applicações — Madeira para cabos de ferramentas e outros peque- nos objectos, por ser difflcil obter toros direi t(«, que seriam empregados para qualquer obra, pois ellaé de primeira qualidade, resistindo longos annos á acção destruidora dos elementos. Fornece, entretanto, caibros e esteios ena Republica Argentina empregam-na para cercar os terre- nos ruraes. E' combustível de grande poder calorifero. As cascas em- pregam-se no o^rti mento de couros, posto o tannino se ache associado á matéria corante vermelho-carregada. Conteem de 27 a 30, 5 % de tan- nino, segundo verificamos em numerosas dosagens e fizemos reverificar na Europa, com diversas analyses, deslacando-se destas as duas ultimas, uma em Milão e outra em Hamburgo (pelochimico offlcial da Bolsa). Lemos qua dá matéria corante parda e precipita os saes ferricos em verde; o que sabemos é que dá magnifica tinta preta, já utilisada em muitos paizes, e a qual, diz um escriptor, ser perigosa caindo nos olhos, porque os cega, asserção infundada . Também as cascas são úteis no tratamento das dysenterias, diarrhéas, fluxos purulentos, etc, mas o povo do lit- toralsuldeS. Paulo não lhes dá qualquer appl içarão therapeutica. Os galhos exsudam, em época determinada, um liquido branco, queendu- rece ao ar, epslo povoe denominado cera do mangue e utilisado como remédio contra as aífecções do peito. As folhas, também ricas em tan- nino, são empregadas pelos cortumes da beira-mar, mas no mesmo dia da apanha, porque fermentam rapidamente. Os fructos, comprehen- dida a radicula, produzem 14 7o de tannino, bem claro ; e submettido á fermentação antes de germinar, produz uma espécie de vinho. Variedades ~ Ha o Mangue vermelho pequeno, que aliás é das mesmas dimensões . Observações — Pela sua riqueza em cortim e em matéria tln- torial, uma e outra de excallente qualidade, bem como pela extraordi- nária abundância em que é encontrada vivendo socialmente — portanto de exploração económica, — esta planta é uma das que merecem maior attenção, porque por si só garante matéria prima a diversas fabricas de e:!Ítracto tannante que acaso se estabelecessem ao longo da costa do paiz e também o de cortumesonde se preparassem os couros que era tão grande quantidade se remettem, seccos e salgados, para a Europa e alli são quiçá preparados com as cascas desta mesma rhizophoracea que da Africa oriental allemã exportam para lá, com o nome de Mangrovc (designação incorrecta, porque esta palavra quer dizer manguezal). Alguns auctores, com a incerteza que um ponto de interrogação adrede col locado claramente indica, escrevem canna-pomba ao tratarem de ura mangue da família das Combretaceas. Ora, como nenhum man- gue se parece com qualquer canna, nem é procurado pelas pombas {colombce em geral) para fazerem o seu ninho, nem tão pouco dá fructo queellas comam, é de presumir-se que elles queriam referir-se á caan- dapiica, nome que lhes chegara confuso, e que nós, parece-nos, somos o primeiro a publicar correctamente escripto e applicado ao respectivo vegetal . M. Pio Correia Pela producção o Ser-icicuUor, jornal da colónia Rodrigo Silva, em Barbacena, publicou o seguinte artigo, que transcrevemos, porque elle dá ideado progresso desse núcleo importante, mais um attestado da conveniência da immigração italiana, que tão bons resultados tem dado no nosso paiz, como igualmente revela idéas sãs sobre o programma da nossa trans- formação agrícola e industrial, que o seu autor, Sr. Rodolpho Abreu, nosso antigo companheiro de redacção, sempre defendeu e promulgou pelas columnas de nossa folha : «Desenvolver o gosto pelas plantações fructiferas, organizar e mul- tiplicar os jardins fructiferos e os pomares — é contribuir para a pros- peridade, para a riqueza, para a paz do paiz ; é praticar a acção de homem útil e de bom cidadão», escreveu illustre pomologista francez — como epigraphe da sua obra sobre a cultura das fructas na França ; e deveriam estas palavras constituir o lemma dos que, entrenós, to- maram por programma — a transformação das culturas, o desenvolvi- mento da producção e portanto, o reerguimento da economia nacional o da riqueza para, pela reducção das importações de tudo quanto para a nossa subsistência possamos produzir, em condições naturaes, sem iis perniciosos artifícios de ura falso e ruinoso porteccionismo. A agricultura, que é, sem questão, o primeiro elemento de prosperi- dade de um paiz ; que como dizia Rousseau «é a primeira das profissões 194 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA do homem, a mais honesta, a mais útil e por consequência a mais nobre», viveu entre nós, durante o período do trabalho escravo, cir- cumscripta ao café, a canna e o fumo, como principaes elementos de producção, e tão aviltada ficou, pelo azorrague de feitor tyrannicoe pelas dolorosas tragedias da escravidão, que opovobrazileiro não se afeiçoou á terra e ao seu cultivo, como seria para desejar, sobretudo, tendo em vista a generosidade com que a Providencia nos dotou, dando-nos todos osclimase, portanto os melhores elementos naturaes para o progresso, desenvolvimento e variedade da producção. A agricultura, que é a mais antiga e a mais importante de todas in- dustrias, que se deve chamar, sob todos os pontos de vista —a industria- mãe, não tem merecido dos brazileiros e sobretudo dos governos do paiz a attenção, os carinhos que deviam constituir a sua principal preoccupa- ção ; e isto tem sido gravíssimo erro, que é urgente reparar, A custa dos maiores sacrifícios, porque só assim attingireraos ao gráo de riqueza real e duradoura, permanente e indestructivel que a fecundidade do nosso solo e a benignidade dos nossos diversos climas asseguram ao desen- volvimento da industria fundamental . Para isso — indispensável é colonizar o paiz e transformar a agri- cultura da escravidão na agi'icultura intelligente e nobre do homem livre. Felizmente se a continuidade dos esforços e do impulso, emanada do Congresso Agrícola Industrial, de que foi a alma e inspiração o actual presidente de Minas, não deixar de se affirmar, como programma inin- terrupto dos nossos estadistas, acredito que entraremos no bom cami- nho, resgatando á Republica os erros que tem commettido, não tendo comprehendidoque, substituindo as instituições decaídas, curapria-lhe encarar, como fundamento do êxito económico, o máximo desenvolvi- mento da immigração, a organização, á margem das estradas de ferro, dos núcleos coloniaes, pela fixação da colono á terra, preparando, assim a evolução a que, sob o ponto de vista technico, tem que obedecer a nossa agricultura, fornecendo-lhe, em seguida, as três espécies de capital que lhe são indispensáveis — o capital agrícola, o capital de exploração e o capital intellectual, eliminando assim a rotina, a tradição condemnavel de ignorância em que têm vivido os agricultores. Estas considerações assaltaram-me o espirito visitando, agora, a colónia Rodrigo Silva, onde se entregam ao cultivo da terra, constituindo o núcleo mais futuroso do Estado, perto de trezentas famílias, oriundas dessa bella Itália, pátria do génio e da arte, que nas lutas pela liber- dade tantos martyres encerra na sua fecunda necrologia ; onde Mário A LAVOURA Pegano, O primeiro que quiz que cada um cidadão fosse proprietário e que teve a precedência, em espirito, da declaração dos direitos do tio- mem e dos inslinctos democráticos das assembléas francezas, onde os Giordanos Bruno, os Vaninis, os Campanellas pagaram todos com a vida o grande crime de prepararem a rehabilitação da pátria . Para isso, porém, é preciso que não llie falte como é de esperar o auxilio intelligente, que a transforme, pela mecânica agrícola, no mais bello campo de culturas, a que está destinado ; na escola mo- delo de pequenas e lucrativas industrias, tão familiares ao colono italiano, como a cultura da vinlia e o fabrico do vinho, a cultura pomareira e os seus derivados, a sericicultura, que allijátem promis- sor inicio, que deve ser desenvolvido, sob o intelligente programma do Sr. Savassi, evidentemente uma revelação demonstrativa da capaci- dade e habilidade, com que dirige actualmente, a colónia Rodrigo Silva. A montagem dos machinismos qus pessoalmente foi escolher na Itália, e que são, no género, o que de mais aperfeiçoado se co- nhece, feita exclusivamente por este colono — sem nenhum auxilio de um profissional — dá a medida da aptidão do director da colónia Rodrigo Silva, que com esta nova industria, fonte de riqueza de tantos paizes, está creando uma escola pratica de fiação e tecelagem, fecundo viveiro de artistas que muito úteis vão ser ao progresso e desenvolvimento da sericicultura, como industria subsidiaria da colónia. As palavras de conselho, que aqui consigno, não representam rhetorica vã e theorica do jornalista e deputado, que outr'ora, já ha annos, pregou tanto estas idéas ; mas, são filhas da experiência do homem pratico e do trabalho, que teve a coragem de realizar estas idéas, transformando um pedaço de terra, onde os velhos habitantes de Barbacena diziam não produzir nem « capim », no mais bello e sur- prehendente campo de demonstração de cultura pomologica do Estado, senão do Brasil, dando aos seus filhos, em cujas veias corre também o sangue quente e vivificador do italiano, o exemplo do que podem o trabalho, a fé — nos destinos económicos da terra da pátria do solo mineiro, desta abençoada região, que resume em si todas as bellezas naturaes do clima e de topographia, que a torna um verdadeiro paraizo. Não ha, pois, experiências duvidosas a fazer ; ha apenas traba- lhos certos e fecundos em resultados— a realizar, porque a demonstração está feita. A arljoricultura frutífera, nesta zona, já não deve ser o simples passatempo do amador — ella deve constituir diante dos resultados obtidos por mim — um ramo importante da riqueza nacional e do 106 SOGIEDAPE NACIONAL UB AGRICULTURA Estado, podendo abastecer, se fôr desenvolvida g protegida, os mercados internos de fructas frescas da Europa e do Japão, e transformados pela industria, constituindo futuramente, como nos Estados Unidos do Norte, uma importantíssima e reado.«a fonte de exploração agrícola. « Por toda a parte, diz Ch. Baltet, a arboricultura está em progresso, e se atravessarmos o Atlântico, veremos esta prosperidade desenvolver- se de uma maneira extraordinária. Os Estados Unidos que consagram aos pomares uma superfície de dois milhões de hectares, produzindo trezentos milhões de dollars annualmente, não organizaram, em 1S83, depois de tantos outros Congressos — um exclusivamente, para discutir — syslemas de acon- dicionamento e dos transporte de fructos? Preparemo-nos, pois, para a lucta. O novo mundo quer innundar os nossos mercados com os seus fructos comestíveis, como já tem feito — com o trigo e as carnes. Pois bem, preparemo-nos também, não para a lucta, mas para pro- duzir ao menos, para que os nossos mercados não necessitem de supprir- se— senão com os productos da nossa terra, tão fecunda e tão tella. (D'0 Paiz.) EXPEDIENTE A. fCeda-cção — Formada a secção techaica pela nova Directoria desta sociedade, iocluindo o serviço do boletim, A Lavoura, que por si dava titulo á 5" secção permanente, do accordo com o regulamento em vigor, nova orientação vera a tomar esta revista. Moldada no emtanto nos preceitos regulamentares que lhe são concernentes, A Lavoura é o órgão do publicidade da Sociedade, jiara que saibam os iuteressidos do movimento que so opera ora seu âaio e conlieçam da sua actividade, esporando, cura pequeno atraso do tempo, alcançar esse flto, para o qual esta redacção empenha todos os seus esforços. Assim procurando informar nas linhas ^'eraes o que ó mais útil, A Lavoura terá a sua parte editorial, em que a direcção da Sociedade agitará os assumptos mais interessantas, a par da CDllabaração que acceita as palavras de todos em prol da propaganda agrícola . Em seguida informará do tudo que se agita na Sociedade e em todas as suas secções, sob o titulo do expediente. O que occorre no mundo agrícola fera daio no noticiário. Por fim entrará pelos assumptoá commerciaes na parte respectiva, terminando com a nota das pu- blicações de que dispõe a bibliothoea com a epigraphe de bibliographia. Deixa do ser publicado este mez o calendário agrícola para quj com mais opportunidade olle possa ser dado de moJo synthotico de ora avante. Julga assim a redacção cumprir o seu dever. A LAVOURA 197 Nova. Dii-ectoria, — Era assembléa geral ordinária, realisada a 27 de abril fiado, foi acclamada, imaiiimeraante e por proposta do Dr. Ignacio Tosta, a nova Directoria desta Sociedade, como consta da capa deste boletim e bem assim o respectivo Conselho Superior. Essa assembléa, a mais concorrida das qne tem tido a Sociedade, foi realizada com a presença de 682 sócios, do? quae? 117 representados pessoalmente e 56'i por procurações. SESSÕES D.V DIRECTORIA SECÇÃO TECIlNICA Era sessão de Directoria de 23 de maio foi resolvida a reorganisação da 5" secçfío permanente, dando-se o titulo de Secção Technica, de accordo com as seguintes disposições regulamentares: Art. 1 ." Fica constituída a Secção Technica. Art. 2.» A' secção technica compete: a) organisar e dirigir a publicação do boletim social A Lavoura o aiçonciar para o mesmo os annuncios que interessem ao seu fira de propaganda; 6) organisar e dirigir a publicação de monographias sobre a pratica aperfei- çoada das culturas que interessara ao nosso paiz ; c) dirigir a execução de quaesquer publicações da Sociedade ; d) emittir parecer sobre as ioforraações de caracter technico e profissional que forem pedidos á Sociedade, colligindo os dados precisos para as instruir. Art. 3." A Secção Technica terá um chefe, que será o gerente d'A Lauowra, e os auxiliares que forem necessários. Art. 4.» A importância dos annuncios publicados no boletim será arrecadada pela Thesouraria em vista da relação fornecida pela secção e visada pelo respactivo director. Paragrapho único. Trinta por couto dessi receita serão destinados a grati- ficar os empregados da secção a juízo do respectivo director, que fornecerá á The- souraria nota por escripto sobre o modo de ser distribuída essa gratifleução. Art. 5." Em tudo raais serão observadas as disposições regulamentares relati- vas às secções da Sociedade. — Era resolução tomada pela directoria, na mesma sessão de 23 de maio, foram mudelados os serviços do Horto Fructicola da Peuha como se vè do seguinte regulamento : HORTO FRUCTICOLA. Art. 1." Fica creado o cargo de superintendente do Horto Fructicola. Art. 2.0 Ao superintendente compete : a administração superior do Horto, acompanhando diariamente os respectivos serviços de accordo com o director da secção, de quem será o iraraediato representante. São seus deveres : a) organizares serviços e a respectiva escripturação cora a máxima economia; 6) proceder a observações e experiências de fructicultura e ensaios ov. .1:0, para importação de aniinaes reproductores, a que sj iviore o ú cll- 1. 6, 454, de 18 de abril de 1907 : Art. 1.° O Govorno Federal auxiliará os agricultorei e criadores na acquisição da animaes reproductores, de accordo com o disposto neste regulamento, e os re- cursos para tal fim consignados no orçamento. Art, ::!.° O Govarno ialemaizará os agricultores e criadores gue importarem animaes reproductores de boa compleição e em perfeito estado de seude, das des- pezas offectuadas com os mesmos, desde o local onde tenbam sido adquiridoj até á propriedade a que se destinem . § 1." Ficam compreliendidas nas despezas de quo trata este artigo, as do trans- porte por terra e por agua, alimentaçãe e trato durante a viagem, de-^carga, seguros, direitos aduaneiros, pagamento aos conJuetores dos animae.^ compra ou aluguel de ôoxfií, e seu retorno ; sendo impresciadivel, para olfeotividade dos fa- vores mencionados, que as despezas referidas sejam devidamente justidcadas. § 2." A indemnização poderá fazsr-se de acjordo cora uma tabeliã, previa- mente fixada pelo Governo, onde se consignem as import meias medias das despezaa para as priucipaes procedências. Art. 3.° Oi favores deste regulamento applicam-se aos animaes das espécies cavallar, bovini, suiaa, ovina, caprini, aos cães de pastor, aves domesticas e quaesquer outros animaes úteis. Art. 4.0 O disposto no art. 2' approveit i aos agricultores o criadores, estabe- lecimentos agrícolas e pastoris, Estados e municípios, quiliouverem feito acqui- sição de reproductores, seja directameto, seja pur intermédio de syn.licatos o sociedades agrícolas, ou mediante procuração. Art. 5." O auxilio a que S9 refere o art. 2", ó devido não só pela acquisição de animaes reproductores importados do estrangeiro, como também dos proce- dentes de qualquer ponto do paiz ; sendo, porém, condição indispensável per- tencerem a raças capazes de molliorar as existentes na região. Art. 6." P.ira obtsnção dos favoras conceiilos nsste regula neato , deve e agricultor ou criador satisfizer ás sjguintei p-esoripjões : Primeira. Comminioar, com antecipação, ao Ministério da Industria o numero, raça dos animaes encommendados, condições climatéricas e recursos alimentares da pi'opriedado a que elles se destinam ; Í02 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTUR* Segunda. Indicar o nome e residência do intermediário no Rio de Janeiro, se a importação não fôr feita directamente ; Terceira. In^licar o nome do vapor em que devera embarear-se os animaes e a data provável da sua cliegada au portu do destino ; Quarta. Declarar que se subordina a qualquer medida de policia sanitária, estatuída pelo Governo, por occasião da chegada dos animaes ; Quinta. Apresentar o certificado de tuberculinisação, caso se trate de impor- tação de bovinos; Sexta. Apresentar, sempre que couber, o certificado (pedigree) do herd-boohou stitd-book do paiz de que procedam 03 animaes, e, em qualquer caso, a classiflcação e descripção dos seus signaes naraeteristicos ; Sétima. Exhibir o attestado de saúde dos animaes, passados por autoridade competente ; Oitava. Apresentar dua.s cópias photograpliicas de cada um dos animaes importados ; Nona. Declarar no requerimento em que solicitar a i-estituição das depezas, que se obriga a fornecer ao Governo todos os esclarecimentos que lhe Ibrem pe- didos em relação aos resultados obtidos com os reproductores, e a comraunicar o nascimento dos productos, signaes característicos, sua liliaçâo ea transferencia que flzer, sob qualquer titulo, dos animaes adquiridos e seus productos. Art. 7.» Os pedigrees dos animaes reproductores importados com o auxilio da União, de accordo com o presente regulamento, serão transcriptos textualmente no Registro para esse fim creado no Ministério da Industria, Viação e Obras Publicas, restituindo-so ao importador o documento original, devidamente carimbado. § 1.° Das duas cópias photographicas a que se refere a ai. oitava do art. 6", uma ficará archivada no Ministério, sendo a outra, depois de authenticada, devol- vida ao fazendeiro ou criador, proprietário do animal. § 2." Os registros de corridas não substituem os certificados genealógicos para prova de pureza dos cavallos e como taes não podem ser acceitos. Art. 8." Não poderão merecer o auxilio do Governo os animaes de corrida, quer sejam importados, quer readquiridos no paiz. Art. 9.» Realizada a creação do Posto Zootechnioo a que está autorisado o Governo, e estabelecido o serviço de policia sanitária dos animaes domesticas, serão indicados os portos por onde deverão ser importados os animaes reproductores designadas as doenças quo se consideram infectuosas, e prescriptas as medidas necessárias contra a propagação dessas doenças, quer provenham do estrangeiro, quer appareçam no território nacional. Art. 10. O transporte de animaes reproductores por conta da União só poderá ser concedido nos casos previstos nos arts.4'> e 5» do presente regulamento, ou tra- tando-se de exposiçi5es agrícolas e pastoris, auxiliadas pelo Governo Federal, estadoal ou municipal. Art. 11. Para o recebimento da importância das despezas de que trata o art. â", os interessados deverão requerer ao Ministério da Industria, apresentando os do- cumentos necessários, devidamente legalisados, em duas vias, ambas por elle assi- gnadas 6 uma delias sellada, e a competente procuração, no caso da importação não ter sido feita directamente. A LAVOURA ^0:i Art. Iwí. O transporte dos animaes reproductoros para o interior do paiz ser;l feito por meio de requisição do Ministério da Industria ás estradas de ferro e com- panhias de navegação, ou proraoviílo pelo próprio interessailo, que reclamará opportunamonte, indemnização da despeza feita ; devendo, em todo caso, preceder a essa providencia a exhibição do altestado de saúdo dos animaes, &em o qual não ú pormittido o transporte. Art. 13. Os fazendeiroB e criadores que, adquirindo reproductores de raça mediante o auxilio do Governo, registrarem no Ministério da Industria os productos obtidos, dentro do 90 dias, contados da datido nascimento, terão direito a receber certificados de autlienticidado de raça o filiação. Art. 14. O Governo promoverá igualmente a acquisição de reproductores de raça já pela vjnda por preço módico dos productos obtidos no Posto Zootechnico de que falia o art. 9° deste regulamento, já se incumbindo directamente da impor- ta.ão desses animaes, por conta dos Estados e municipios, ou de agricultores e cria- dores. Art. 15. Para execução do disposto na ultima parte do artigo precedente, devem os Estados, municipios, criadores e agricultores requerer ao Ministério da Industria, declarando qual o numero de animaes que pretendem importar, e espe- cificando as raças, procedência e a importância máxima das despezas a que se obrigam. Art. 16. Cumpridas as exigências estabelecidas pelo Ministério da Industria, e reconhecida a utilidade da importação dos animaes indicados, attendendo-se á raça e á possibilidade de sua acclimação na zona a que se destinarem, será auto- rizado o requerente a fazer no Thesouro o deposito em ouro da somma correspon- dente á importância da encommenda, conforme fòr arbitrado. Art. 17. O deposito de que trata o artigo anterior, será restituído na mesma espécie ao requerente, no caso de S3 não realizar a importação dos animaes que houver encommendado. Art. 18. Quando a encommenda lor satisfeita om parte, restituir-se-ha a somma correspondente aos animaes que não houverem sido entregues . Art. 19. O Governo não prestará auxilio algum a importação de animaes procedentes de paizes onde reinem epizootias, iiuo possam affectal-os, Art, 20. Verificando-se que o animal importado ou adquiriJo no paiz se acha acommettido de doença contagiosa, deverá ser immediatamente sacrificado. Art. 21. Para plena e fiel execução deste regulamento, serão expedidas as instrucções necessárias. Rio de Janeiro, 18 de abril de 1007 .—Miguel Calmon du Pin e Almeida. O ^alavio dos traballiatlores ag-i-icolas E' do teor seguinte o regulamento das leis n. 1 . 150, de 5 janeiro de 1904, e 1.607, de 29 de dezembro de 1906, a que se refere o decreto n. 6.437, de 27 março de 1907 : « Art. 1.» E' privilegiada a divida proveniente de salários de operários agri- SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA colas, de modo a ser piga, com prefereaoia sobre todas e quaesquei- outras, pelo produeto do colheita ou safra a que houverem os mesmo prestado o coasurso do seu trabalho. § 1 .o Este privilegio é restricto á colheita ou safra do anno agrícola, de sorte que, se o produeto desta for insuíHcieQte para a solução integral das dividas por salários, o operário será, pelo restante, simples credor chirographario. § 2." Consideram-se «operários agrícolas » os joraalelros, colonos, emprei- teiros, fjitores, carreiros, carroceiros, maahinístas, fjguistas e outros empregados no prédio rural. Art. 2." Essaprelação é assegurada ao operário agrícola para a importância do saldo proveniente de salários, verittcado em seu favor, constante de «cader- neta» que llie é própria. §1.» A dívi la de salários fiiará planimsnti provadi com a «caderneta», desde que seja esta aberta, numerada em todas as folhas e escripturada pelo pro- prietário, seu representante ou preposto, depositário ou possuidor do prédio rural, tendo os lançamentos feitos em ordem chronologica das parcellas de debito e cre- dito. § 2." A escripturação da «caderneti» deverá, encsrrar-so mensalmente com a declaração do saldo devedor ou credor feita pelo pi'oprietarío, ou pessoas supi'a- citadas, o qual em seguida lanhará sua assignatura na mesma «caderneta», men- cionando o dito saldo no livro de escripturação doimmovel. § 3." Havendo desaccordo no ajuste de contas para verirtcação do saldo, será admittido qualquer outro meio legal de prova, além da «caderneta». Art. 3." Cabe acção summaria no «operário agrícola» para a cobrança das dividas de que trata este regulamento, qualquer que seja o valor delias ; podendo, bem assim, lançar mão do embargo ou arresto preventivo, como medida assecura- toria, quando couber, bastando, neste caso, a «caderneta» com o «requisito» do ai'- tigo anterior, para prova litteral da divida e seguindose, quanto ao mais, o dis- posto na legislação em vigor. Art. 4.° Nas preferencias e concurso de credores, o operário agrícola credor será, admittido sempre que apresjnte, como titulo de divida, a «caderneta» com os requisitos já mencionados. Art. 5.° As «cadernetas», como documentos civis, só valerão contra terceiros desde a data do reconhecimento da firma lançada em seguida a demonstração do saldo, do registro em notas do tabellião, da apresentação em juízo ou repartições publicas, ou dofallecimento do signatário, nos termos do art. 3° do decreto n. 79, de 23 de agosto de 1892. Paragrapho único. Os offlciaes públicos, a quem por lei competir o reconhe- cimento de lettras e firmas, são obrigados a fazel-o gratuitamente nas «cadernetas» que lhe forem apresentadas. ^rt. 6." As disposições da lei n. 1G07, de 29 de dezembro de 1906, sô alcan- çam e se applicara a dividas de salários contrahidos depois dossadata e o privilegio por ella assegurado aos operários agrícolas não lhes dá prelação sobre os contractos de hypotheca ou penhor agrícola já em vigor edovidamento transcriptos e insoriptos até aquella data. Art. 7." Os infractores do disposto nos §§ 1'^ o 3" do art. 2» ficam sujeitos A LAVOURA 205 ú. multa de 50$ a 200$ imposta pelo juiz de direito da comarca, mediante processo summarissimo, permittilo recurso com um só offeito. Art. 8." Em todas as «cadernetas» deverá flgurjr a roprolucção fiel deste regulamento. Art. 9.° Revogadas as disposições em contrario. Sociedade Bx-ítzileií-a, r»i'otectoi'a, dos ^\-iiímaes Fundada em 2 de março de 1907, polo Dr. Carlos Costa, medico pela Facul- dade do Medicina do Rio d ; Janeiro, bibliotlieoario aposentado da mesma Facul- dade, melicj elTactivo do Hospital de Miíeiicordia, do Instituto de Assistência e Protecção á Infância, coronel medico honorário de 1» classe do Exercito, secretario geral da Sooiodade de Medicina Cirúrgica, etc, etc. A primeira directoria desta sociedade está assim organizada : Director geral, Dr. Carlos Costa —Presidente, capitão de corveta Artliur Af- fonso de Barros Cobra — 1° vice-presidente, capitão-tenonto .\lamiro Mendes — 2° vice-prasidente, Júlio Henrique Carmo — 1° secretario, Victor Marks — 2» secre- tários, Júlio Cordeiro eLeocadio A. Vieira — Tliesoureiro, Frederico Figuer — Pro- curador, Bemvindo Vianna. Dispensário medico veterinário, sob a direcção do professor Dr. Achilles Ri- godanzo com o auxilio do veterinário Júlio Pereira — Consultas diárias, de 1 ás 3 horas da tarde. Sede actual — Avenida Central n. 146. Muito felicitamos o Sr. Dr. Carlos Costa pela sua iniciativa e auguramos os melhores provsntos a tão útil instituição. Guano Presidente da Sociedade Nacional de Agricultura— Capital. Uô aocôrdo cora os seus desejos, passamos a transcrever a analyse do «Guino» —adubo chimico de pó de osso, fabricado em S. Paulo, pelo Sr. Enrico Missini — de quem somos agentes nesta Capital : Instituto Agronómico do Estido de S. Paulo, n. 3.5)7 — Objeetj : Pó de osso, remettente Enrico Massini, S. Paulo, por intermédio de Benjamim Rei- nhardt — Campinas, Entrada, l'' de dezembro de 19j6 ; Sahida, 7 de janeiro de 1907, Analyse — BoUiger. Taxa — 19$000. .V composição do adubo é a seguinte : Humidade 10.56 % Acido phosphorico, total 23.85 % Idem solúvel no citrato 6.19% Azoto orgânico 1.71 % Azoto amiuonical 0.76% Azoto nitrico o.;iii"/o Oxido de potássio 0.3í % 3G07 5 20G SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Desejosos pjis, de que o artigo coaveaba para essa impirtanto instituirão, muito prazer teremos em receber suas ordeos a respeito. Firmamo-nos com toia estima e apreço. Hii.DEBHVNno, Costa & G.^ Aveuida Central n. 13. I*i'oclu.cção e consuiixo cia Tborriíclia no mundo Segundo um artigo publicado pelo professor O. Warbupg no Tropenpftangei-, a producção e consumo da borracba no muado, tem sido a seguinte : Producção Consumo Stock tons. tons. 1899-1900 53.348 48.352 8.869 1900 — 1901 52.864 51.136 6.941 1901 — 1902 53.887 51.110 6.816 1902 — 1903 55.603 55.276 5.053 1903 — 1904 61.759 50.666 4.388 1904 — 1905 68.879 65.083 4.584 1905 — 1906 67.999 62.574 5.352 Das 68.000 toneladas produzidas em 1905—1900 : 42.800 procedem da America, 23.400 da Africa, 1.800 da Ásia e ilhas asiáticas. O Brazil progr-ide A útil Repartição da Estatística Conimorcial acaba di3 publicir os dados refe- rentes ao nosso commercio internacional, dui'ante o 1» trime.stre de^to anoo. Os algarismos apurados dL'moustram quanto o nosso paiz tem progredido de 1905 a esta parte. Damol-os a seguir : IMPOKTA(.;ÃO HX,.oa,A,.o uiffere\i.:a a i-avor DA EXPORTAÇÃO XNNOS Mil réis papel Equiva- lente oiu £ Mil réis papel E.iu,va- lentu em £ Mil r«is papel Etiuiva- leute em £ 1901 101.837:917$ 4.779.240 205.257:495$ 9.268.723 103.419:578$ 4.489.483 190Í 10;i.054:18:i!S 5. 38:.. 032 197.521:990$ 9.726.898 87.867:811$ 4.341.866 19>'3 117.366:46;'§ 5.736.304 200.910:3:9$ 9.815.060 83.543:913$ 4.078.696 1904 124.908:039$ 6.286.089 194.992:892$ 9.822.072 70.084:253$ 3.535.983 1905 lltí.7õS:99lS 6.722.259 208.645:445$ 12.005.334 91.S86:45i$ 5.283.075 190 J 99.827:551$ 6.S93.474 180.034:874$ 12.784.220 86.207:323$ 5.890.740 1907 147.316:989$ 9.331.736 247.843:255$ 15.711.263 100.526:266$ 6.379.527 A LAVOURA Qua(li'0 «la, proclucção IbrasBÍleií-a ttó assucai- SEGUNDO DADOS COLHIDOS PELO COMITÉ Sergipe Alagoas ...... Rio Pernambuco Bahia S. Paulo Piauhy Minas Geraes . . . . Parahyba do Norte . Ceará Di8tricto Federal. . . Maranhão Santa Catbarina . . Pernambuco (Banguis) . Total 1. 925. 000 i:>. 312. 4)11 42 '..303 75.473.077 8.889.760 14. 0-11. 003 180.000 784,900 3.391.200 2Í0.00O 4.112.500 1.621.037 125.200 97.000.000 223.021.377 .954:216$ .366:92-$ .831:028$ 54:000$ 343;960§ 15:000$ 151:560$ .432:952$ 257:388$ 45-OOOS .4-2:032$ Observação — Este íiuadro rcprescMita siMipIe-mt-nto um resumo dos apoalamentos que temos conseguido no intuito do confeccionarmos uma completa estatística da pro- ducção do assucar. Está, portanto, e inf^dizmente, bem longe ila verdade. Esperamos ([ue os interes- sados V nliam ao nosso encontro retiliCando os dados nelle contidos. ^S^S^»'^^:**^ SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA PARTE COMMERCIAL Importação ds gsnsros de origem estrangeira pelo porto do Rio de Janeiro, durante o mez de maio Géneros inipurtailos (Juaatidaiks Alfafa 48.377 fardos . Arroz 1.411 saccos . Azdto 2.297 caixas . „ ,, , \ 4.575 caixas . Bacalhau j 1.070 tinas . Sloch em ol do maio — 12.000 volumes. „ ^ C 5.900 barris . Ba°li^ ; 3.085 caixas . Carne seeca 35.205 fardos . Chá da índia 284 caixas . Ervilha 165 saccos . Farinha de trigo. . . . 29.631 barricas $170 a $190 o kilo. 25$000 » 26$000 o sacco. 23$000 » 30$000 por 16 litros 48^000 » 56$000 a caixa. 47$000 » 40.|000 tina de Ga.-ipe 42$000 tina de Halifaz ]$5-.'0 a 1$G00 o kilo. 1§640 » 1S050 o kilo. .§580 » $800 o kilo. V 5$500 » 9$.500 o kilo (verde). ( 6$000 » 10$000 o kilo (preto). ,>j620 » ,$040 o kilo. S22$000 » 24$.500 a bar.(R. Prata) (20$000 » 24|000abar. (amer.) Stock em trapiche em 31 de maio — 11.000 barricas. Feijão 983 saccos Genebra 366 caixas Manteiga 406 caixas Milho 40 saccos Pimenta da índia ... 60 ^accos Pinho americano . . . 453.512 pés Pinho resina 3.232.364 pés Pinho sueco sem entrada. Presunto 213 caixas Toucinho 45 barris i 4.907 pipas. Vinhos I 5~' quartolas l 18.508 caixas . 23$000 o sacco. 32$500 » 33^000 a caixa de duz. 1$850 » 2„s750 o kilo. preços nominaes. 1$450 a 1$500 o kilo. » $280 por pé. » 1001000 a dúzia. » 80.§000 a dúzia. 3$800 » 4$000 o kilo. preços nominaes. 300,|000 a 380$000 por pipa. preços vários, conforme a marca. A LAVOURA Grenero^ iia,eioiiae>< PREÇOS NO RIO DE JANEIRO Em saccos : !7$500 22$000 201000 9|200 ■ 8$500 S.fOOO 6$500 6$500 • 6$500 Feijão preto de Porto Alegre, novo. . . . 17.$50n a » velho — » » de Santa Catharina .... ITí^OGO » » de côi-es, nacional 16$000 » » branco, estrangeiro 20.$000 : » anaendoim, idem ISsOOO Farinha de mandioca, espeeial 8$800 » » » flna 8$200 » » » peneirada .... 7$600 » » » do Norte 6$000 » » » grossa, Laguna. . . 6$000 » » » » Porto Alegre . íí$200 Arroz nacional . , 24$000 » inferior 1S$000 » da índia 25$000 Milho araarello do Norte 6$400 » » da terra 5$800 » branco » » 6f500 Amendoim em casca 5$000 : Cangica 14§000 Favas 13$000 : Em ls.ilogrammos : Alpiste $360 a Batatas nacionaes $140 » » estrangeiras — Fubá de milho $120 » Matte om folha $440 » Tapioca $200 » Polvilho $230 » Carne de porco $560 » Linguas do Rio Grande (uma) I$300 » 1$500 ã2$000 > 26.S000 7$000 7$500 5$ã00 17$000 14SO0O $440 $200 $300 $560 $300 $280 $640 A-^ua relente Em vista de se ter desenvolvido alguma procura, o mercado esteve bem col- locado durante o mez, tendo subido os preços especialmente para o género do Norte. O mercado fechou firme. As entradas foram pequenas, orçando em 028 pipas de diversas procedências. 210 sociEnADr: nacional de agricultura Os preços por pipa de 4«0 litros, base de 30 gràos, foram os seguintes: Campos 125$000 a I30$000 Angra ISO^OOO » 135$000 Paraty 13õ$000 » 140$000 Maceió 130$000 » 135$000 Aracaju 125$000 » 135$000 Pernambuco 135$000 » 140$000 Bahia 125$000 » 130$000 Parahyba 125$000 » 135§000 Lnguna I30$0JO » 135$000 Itajahy 130$000 » 135$000 M.kngaratiba 130.^000 » 13õ$000 Paranaguá 130$000 » 13õ$000 Álcool Receberara-so durante o mez 881 volumes de varias procedências. As pequenas entradas e a procura um tanto desenvolvidas concorreram para a firmeza que se observou no mercado durante eate mez. Os pre^'os, porém, estiveram irregulares na segunda quinzena. Os exti-emos mensaes, conforme a procedência e qualidade, por pipa, sem o casco, foram os seguintes : 40 gráos 225$000 a 240$(M0 38 » 205$)00 » 220$00í) 36 » 18:.$000 » 205$000 A-lg-odão As geadas cabidas na zona algodo3ira dos Estados Unidos provocaram alta accentuada de preços em Liverpool, reflectindo-so esse facto sobre o nosso mercado, que se manteve firme, em vista da procura a preços altos pira essa destino. O movimento geral do mcz foi o seguinte: Fo- ráos Existência em 30 de abril 20.926 Entrados em maio : Mossoró 5.539 Sergipe 1.650 Ceará 1.473 Assú 1.280 Parahyba 1.246 Pernambuco 1.000 Natal 900 Maceió 600 Maranliã) 524 Penedo 477 14.689 35.615 Sabidas dos trapiches 17.917 Existência em 31 de maio 17.698 A LAVOURA Pernambuco . . . Rio Grande do Norte. Parahytia . . . . Penedo Sergipe 1$400 a 12;;;400 ll$200 » 12á000 I$200 » 11 $800 11$100 » 11$600 1$000 » 1 1$500 A-ssu.cai* Rio de Janeiro — O mercado esteve bastante firme este mez, durante o qual foram sustentadas as cotações de todas as classes. Os negócios, porém, não tiveram grande desenvolvimento, aguardando os interessados o resultado da reunião que os fabricantes de Campos convocaram para deliberarem sobre a conveniência do fa- brico do assucar Demerara para exportação. O movimento foi o seguinte : Saccos Existência em 30 de abril 298.780 Entradas em maio 103.667 402.447 Sabidas dos trapiches 114.251 Existência em 31 de maio 288.196 Regularam os seguintes preços : Pernambuco : Branco Usina $390 a $420 » crystal $380 » $400 » S'' sorte $380 » $410 Somenos .$300 » $320 Mascavinho $280 » $360 Crystal amarello $320 » $360 Mascavo bom $235 » $260 » regular $2i0 » $230 » baixo — $220 Campos : Branco crystal $390 » $420 Bahia : Crystal branco $410 » .'^450 212 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Sergipe : Branco crystal S380 a $390 Crystal amarei lo $310 » $330 Mascavinho .s380 » $350 Mascavo bom $S30 » $280 » regular $220 » $245 » baixo $200 » $230 Pernambuco— Da «Revista Commercial» dos Srs. Pereira Carneiro & Comp., datada de 29 de maio : « Assvcar — As entradas são cada dia menores ; as sabidas, porém, teem sido fracas, mas os preços vão se mantendo firmes. Cotámos: typo Usina, de G$ a 6$500; crystal branco, 4$700 a 5$200 ; amarello, 3$700 a 3$900 ; 3» boa, 5$ô00 a õiJSOO; regular, 5$200 a 5f500 ; somenos, 4$100 a 4,|800 ; mascavinho, 3$200 a 3$800; mascavado, 2$800 a 3$100 ; bruto secco, 2$700, tudo por 15 kilos, om bar- ricas ou saccos de panno do algodão e encapados ; mais 100 réis em meios, 450 réis em quai'tos e 1$300 em oitavos.» Oafé Rio DE .Taneiro — Movimento do moz do maio : Saccos Existência em 30 de abril 760. 087 Entradas era maio : Estrada de Ferro Centi-al 107.687 Cabotagem 29.788 Barra dentro 111.471 248.946 1.015.633 Embarques em maio : Estados Unidos 14.523 Europa 28.659 Diversos portos 11.253 Cabotagem 30.747 85.182 930.451 Abatimento do consumo 5.000 Existência em 31 do rnaio 925.451 Sabidas ora maio. A LAVOURA 213 Ven.las duraato o raez : Convénio 191.000 saecas Exportação 54.000 » Total 245.000 » Preços nominaes na raalor parte do moz, tenio sido o seguinte os extremos dos poucos negócios effectuados : Por an-uba Por 10 kilos N. 7 5.>í200 a 5|400 3.Í540 a 3$676 N. 8 4$900 » 5$ 100 3$336 » 3$472 N. 9 4Í,600 » 4$800 3fl32 » 3$368 Preços do Convénio : 6$70) a 7$ por arrobi para o typo 7. Entradas desle 1 de julho de 1006 .... 4.040.779 saccxs Embar.iues » 1 » » » » . . . . 3.246.537 » Sabidas » 1 v » » » . . . . 3.477.590 » Santos — Movimento do mez de maio : Entradas do mez 933.236 saecas Sabidas 1.388.471 » Existência em 31 de maio 2.347.000 » Preços do typo n 7 2i;550 a ã$7õ0 por 10 kilos Mercados estrangeiros — Mez de maio : Nova York— O typo n. 7, disponível, foi cotado a 6 !4 c, por libra durante todo o raez. Na bolsa os preços extremos foram 5.25 c. e 5,65 e. por libra. Vendas do mez 690.000 saecas, contra 1.084.000 em abril. Havre — Cotações extremas di Bolsa : 35 a 36.75 francos por 50 kilos. Venderam-se durante o mez 740.000 s iccas, contra 751 .000 em abril. Hamburgo — Preços extremos da Bolsa: 27.50 a 29 pfeonigs por meio kilo. Foram vendidas 573.000 saecas, contra 758.000 em abril, Londres — Os preços extremos da Bolsa foram 26 s. 9 d. e 27 s. 6 d. por 112 libras. Vendas do mez 181.000 saecas, contra 216.000 em abril. Total das vendas nas quiho Bolsas acima declaradas, em maio, 2.193.000, contra 2.809.000 era abril. 3067 6- 214 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Supprimento visieel no mundo em 1 de maio, segundo os algarismos dos Srs. G. Duuring & Zoon, de Rotterdam : Toneladas Existência nos nove portos da Europa. Em viagem do Brasil Embarcando no Brasil Em viagem do Oriente Em viagem dos Estados Unidos. . . Existência nos Estados Unidos Em viagem do Brasil. . . Embarcando no Brasil . . Em viagem do Oriente . . Existência no Rio .... » em Santos. . . » na Bahia . . . 410.130 304.250 49.580 â2. 130 18.12J 4.060 1.850 750 1.800 1.320 487.480 332 510 235,190 236.430 23.760 17.120 3.590 590 780 60 749.800 586.710 44.940 2.000 157.180 29.470 3.880 2.290 955.800 620.470 1907 Ou cerca de 16.169.000 Em 1 de abril 15.619.000 Em 1 demarco 15.301.000 Em 1 de fevereiro 15.177.000 Em 1 de janeiro 14.765.000 FRETES DO RIO Nova York, 1.000 kilos 35 c. Nova Orleans, 1.000 kilos 35 c. Havre, 900 kilos 40 frs. Bordéos, 900 kilos 40 frs. Marselha. 1.000 40 frs. Hamburgo 40 shil. Bremen 40 shil. Londres. 1.000 kilos 40 shil. Southampton, 1.000 kilos 40 shil. 1906 10.503.000 10.850.000 11.404.000 11.929.000 12.635.000 5% 5 Vo 10% 10°/„ 10% 5o/„ 5 V" 5% 5% A LAVOURA 215 Liverpool 3^ shil. e 5 »/■> Génova. 1.000 ki los 40 frs. » 10 "/o Trieste, 1.000 kllos 40 shil. » 5 »/„ Constantinopla 61.50 frs. — Smyrna, 1.000 kilos 01.50 frs. — Or.tn 02 frs. — Alger 62 frs. — Rotterdam 40 shil. e 5 «/o Antuérpia, 1.000 kilos 40 shil. » 5% Copenhague 42/6 shil. » — Odessa 66.50 frs. > — Christiania 52 shil. Cape Town, 1.000 kilos 37/6 shil. » 2 ;/2 "/o East-London, 1.000 kilos 47/6 shil. Buenos Aires, sacca 1$200 Montevideo, sacca 1$200 Valparaiso, 1.000 kilos 45 shil. Fumo Não obstante terem sido pequenos os negócios, o mercado esteve sustentado, aos seguintes preços : De Minas, especial 1$400 » » superior 1$300 » > r- • $900 » » ordinário $700 Goyano. superior 2$400 > 2» 1$700 » baixo Nom. Rio Novo, superior 2$400 » » i" 1$700 » » baixo 1$200 Pomba, superior 1$000 » 2» 1$200 » baixo Nom. Carangola 1$400 Picú, especial 2$800 » 1» 2$000 » 2" 1$200 Bahia 1$100 Pernambuco .í;600 IMei-cado monetário Caixa de Conversão — A existência de ouro na Caixa de Conversão era 31 de maio era a seguinte : Libras esterlinas 5.326.393 Francos 10.625.160 Marcos 20 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Dollars 61 Liras 2.960 Pesos argentinos 180 Pesetas hespanholas 165 Ouro nacional 40:110$000 A importância das notas conversiveis em circulação nosta data era de 92.04l):000$000. Os preços extremos dos soberanos, fora da Bolsa, neste mez, foram de 16|050 a 16$150. Cambio — 0.í extremos das taxas ofRciaes sobre Londres foram 15 1/8 a 15 1/4 d. Os bincos sacaram aos extremos offlciaes, contra outro papel de 15 7/32 a 15 17/64 d., conservando-se o mercado paralysado em vista da ausência de vendedores de cambiaes. As transacções do mez foram muito reduzidas. Os extremos das cotações offlc Londres, 90 d/v Pariz, 90 d/v. Hamburgo, 90 d/v Portugal, 3 d/v . Itália, 3 d/v . . , Nova York, â vista Vales, ouro . . aes foram : O valor offlcial de m 15$738 a 15$8r.8. Ágio do ouro de 77,04 a 78,51 °/o 15 1/8 a 15 1/4 d. $626 r $632 .«^773 » $779 349 » 361 °/„ $631 » $041 3$29C » 3.$313 1$793 — foi de 561 a 505 ríis, ou^o, e o da libra ^*S*-^€««€ A LAVOURA BIBLIOGRAPHIA Sobre a mssa A Bibliothcca da Sociedade ovacionai do Agricultura recubeu duiMate o mez de maio próximo findo ás seguintes publicações : Annales de VÈcole Nalionale cV AijricuUwe de Monlpollier — Tomo VI, Fase. IV — Abril de 1907. Bullelin de la Société des VUicitUeurs da Franca et d'Ampelogra'phia — ■ Anno 19, ns, 3 e 4. Journal d' Agriculturc Tropicale — N. G9, correspondente ao me? de março do corrente anno. La Quinzaine Coloniale — 11° anno, ns. S, 7 e 8. La Revue Avicole — Anno 17, ns. 1 a 9. La France Coloniale — Anno 11, ns. 6 a 9. Didletin du Syndicat Central des AgricuUeitrs de France — Anno 20, US. 475 e 476. Bullelin de la Société des Agrkulteurs de France — Numero de 15 de abril do 1907. Bullelin de Séances de la Scciélê Nalionale d' Agricultwe de France — N. 11 de 1906, e os ns. 1, 2 e 3, de 1907. Journal de la Société Nalionale d'Horticulture de France — Tomo VII, nu- meres do fevereiro a dezembro de 190G. VAgricuUew — Anno 51 , ns. 3 e 4. Sollelino Ufpciale dei Ministério d'Agricoltura, Industria e Commercio, da Itália — Anno VIX. vol. II, fase. 5. Eevista di Agricultura, de Pa.rma — Anno VIII, ns. lia 15, Criornale d^Ippologia, de Pisa — Anno XX, n. 8. Revista de Chimica Pura e Applicada, do Porto. Anuo 3", us. 27 e 28. Revista Agronómica, de Lisboa — Vol. V, n, 1, Boletim do Mercado Central de Productos Agrícolas de Lisboa — Anno 2°, n. 2. Boletim de la Camará Agricola de Tortosa ~ Anão XVI, n. 17ò. L'Ari de Pagée, de Barcelona — Anno XXXI, ns. 836 e 837, 218 SOCIEDADE NACIONAL DE AQRICULTURa Bidlelin de la Socièlé des Mcdecins et yaturalistes de Jassy — Aano XXI ns. 1 e 3. BuUeliii of Miscellaneous Informations, dos Royal Botanic Gardens — lUO?, ns. 2, 3 o 4, The Agricullural Journal of lhe Cape of Good Hope. — Vol. XXX, n. 3. The Tropical Agriculturist, de Ceylão — Vol. XXVIII, n. a. Agricullural News, de Barbados— Vol. VI, ns. \'^S o ii9. The Leioe Stock Journal, de Chicago — Vol. 45, ns. 9 e 10. The American Sugar Ind'istry and Beet Sugar Gaxelle, de Chicago — Vol. IX, n. 5. índia Rubber World. — Vol, XXXVI, n. 1. Dun's Review, de New-York — Números de março a abril do corrente anno. The Louisiana Planter — Vol. XXXVIII, n. 15. Revista Gommercial Americana, de Nova Orleans —Aano 2, vol. II, ns. 44 e 45. Experiment Siation Record, do U.S. Departmeat of AjriouUure — Vo lume XVIII, n. 6. The BuUetin of the North Carolini Department of Agriculture ^ Vímvhqvo de novembro e dezembro de 1906 e janeiro e fevereiro de 1907. Nexo Jersey Agricullural Experiment Station — Ns. 198, 199 e 200. Agricullural Experiment Station ofthe Louisiana State University and A. cS: M. College— Ns. 89e 90. Maryland Agricullural Experiment Station. — BoletÍDS ns. 113 e 114. Lo. Hacienda, de Buffalo. — Segundo tomo, ns. 6 7. Anales de la Sociedad Rural Argentina. — Anuo XLI, vol. XLIX. Revista Vitivinicola Argentina, de Mendoza — Anno IV, n. 9. Revista Argentina de Ferro-carriles, Navegaciàn, Bancos, Seguros y Comercio — Anno XIV, n. 338. Anales de la Associacion de Ganaderos — Annos, ns. 20 e 21. Revista de la Asociacion Rural dei Uruguay — Anno XXXVI, ns. 6 e 7. Boletin de la Sociedad Nacional de Agricultura, do Santiago. — Vol. XXXVIII, ns. 3 e 4. Boletin de la Sociedad de Fomento Fabril, de Santiago. — Anno XXIV ns. 3 e 4. Boletin de la Sociedad Agrícola dei Sur, de Concepcion (Chile) — Vol. VH, ns. 3 e 4. Circular Trimestral o. 41, da Asociacion Salitrara de Propaganda, de Iquique. Boletin Agricola do Ministério de Colonizacion y Agricultura, de La Paz — Anno III, n. 18. Boletin de Estadistica de los Estados Unidos de Venezuela — Anno III, tomo IV. ns. 27, 28, 29 e 30. A LAVOURA Revista dei Ministério de Obras Publicas y Fomento, da Republica da Colôm- bia — Aano 1, tomo 1, n. 12. Revista Nacional de Agricultura, do Bogotá — N. 21. El Agricultor Peruano — Anno IX, ns. 170 a 175. Boletin de la Sociedad Agrícola Mexicana. —Tomo XXXI, ns. 13 e 14. Boletin oficial de la Secretaria de Agricultura, Industria y Comercio, da Repu- blica de Cuba. — Vol. 11, ns. 1 e 2. Jornal dos Agricultores, desta Cipital —Anno III, ns. 7 e 8. O Economista Brazileiro — Vol. I, n. 30, Bulletin Mensuel, da Chambre do Commerco Fraaçaise de Rio de Janeiro — 7» anno, n. 77. Bolitin da Asociação Commercial do Rio de Janeiro — Anno IV, ns. 18, 19 e 20. Repartição da Carta Marilima — Boletins : Anno XI, ns. de 3 a 7. Uevista Commercial e Financeira. Brazilian Review, ÉloUe du Sud. Estatistica Demographo-Sanitaria — Boletim mensal e hebdomadarios. Revista do Club de Engenharia — Anno 190tí,n. 15. Boletim da Alfandega do Rio de Janeiro. Boletim da Propriedade Industrial — Anno I, n. 3. Boletim da Agricultura, de S. Paulo, 8» serio, n. 2. Bolletino delia Camera Italiana di Commercio ed Arli in S. Paulo. — Anno VI, n. 40. Commissão Geographica e Geológica do Estado de S. Paulo — Boletim a. 21. A Noticia. — Edição especial de 14 de maio de 1907. Boletim da Associação Commercial de Santos. Messager de St , Paul . Boletim da Directoria de Agricultura, Viação, Industria e Obras Publicas do Estado da Bahia— Anno V, vol. l\, n. III. Reoista do Instituto Geographico e Histórico da Bahia— Anno XII, vol. XII, n. 31. Revista Agrícola, de Aracaju — Anno III, ns. 54 e 55. Revista Agrícola, do Rio (irando do Sul — Anno IX, n, 1. Diários e periódicos da Capital dos Estados, etc. Sludt ed Sperienze sitUa Mosca d'ell'Olivo ( Dacus Oleae, Rissi ) ed altir Insecti che danneggiano la Medesima Pianta. Publicação da R. Stazione di Ento- mologia Agraria in Firenze. SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Lecturas Agricolas, do Ministério de Colonização e Agricult ira da Bolívia — Segunda serie. Maize, Cocca omcI Rubber, da Liverpool University. Mexican, Central American, and Porlo Rican Planls, do U. S. Naitona Museum. Bacia do Rio Do:e, terceiro dos ralatorios apresentados ao Governo de Minas pelo Dr. Nelson de Senna. Rapport duPi-esident du Si/ndicat Central des Agricultcurs de France à V Assem- blée gênêrale du 21 mars 1907. Nineteenth Annual Repporl of lhe AgricuUural Ex^ieriment Stations of the Loidsiana State University and A. and M. College for 1906. Memoria, ria pi-imeira commissão directora da Asociacion de Ganaderos — 1906-1907. Relatório da Directoria do Centro dos Varegistas de Santos. — Anuo de 1906. Intendência Municipal do Passo Fundo, Lei orçamantaria para 1907. A. B. C. of Collon Planlig ; Seedltng Canes and Maniirial Experiments ai Barbados — Publicações do Imperial Department of Agriculture for lho Wes- Indies. ;o lie Janeiro — Iijipi'cnsa Nu EST^A.TXJ TOS DOS SÓCIOS Art. 8.° A sociedade adniitte as sejíiiintes categ-orias de sócios : Sócios eiTectivos, correspondentes, honor-arios, beneméritos e associados. S I." Serão sócios eflfectivos todas as pessoas residentes no paiz que forem devidamente propostas e contribuirem com a jóia de 15$ e a annuidade de 20$ooo. § 2.° Serão sócios correspondentes as pessoas ou associações, com residência ou sede no estranoeiro, que forem escoliiidas pela Directoria, em reconiiecimento dos seus méritos e dos serviços que possam ou queiram prestar á sociedade. ,S 3.° Serãii si'icii>s iionorarios e beneméritos as pessoas que, por sua dedicação e relevantes sri \ i . i-, ^r imliam tornado bencm ■; iii - i I ivoíira. ;■ 4. ^ 1 '. ^ . . I I ! IS as corporações ~]< i ' - . iii lal e as associações agrícolas, liliadas (.11 o : : I , iiic contribuirem l'> ; .^ e a annuidade de'so$ooo. § 5." (Js MiLiui,^, cil„ii\(>s e os associadas i» iJci.i^ ■ mc iciiiir nas condições que forem preceituadas no regulamento, não devendo, porem, a contribuição fixada para esse fim ser inferior a dez (10) annuidades. Art. q." Os associados deverão declarar o seu desejo de comparticipar dos tra- ballins da sociedade. Os demais sucíds dc\erân ser propostos por indicação de qualquer socin e aprcsciUaL-ãd de ilnis membros da I )iivcti iria e ser acceitos por unanimidade. Ari. hl. ( )s siiciíis, qualquer que seja a categ-oria, poderão assistir a todas as reuiiincs siiciaes, discutiudn e propdudo o que julgarem conveniente; terão direito a todas as publicações da sociedade e a todos os serviços que a mesma estiver habilitada a prestar, independentemente de qualquer contribuição especial. ;5 I." Os associados, por seu caracter de collectividade, terão preferencia para os referidos ser\ iços e receberão das publicações da sociedade o maior numero de exem- plares de que esta puder dispor. S 2." ( ) direito de votar e ser votado é extensivo a todos os sócios ; é limitado, porém, para os associados e sócios correspondentes, os quaes não poderão receber votos para os cargos de administração. § 3.° Os sócios perderão somente seus direitos em virtude de expontânea renuncia ou quando a assembléa geral resolver a sua exclusão por proposta da Directoria. I^EC3-"CrL,^A.nVEElsrTO APITriX) \'[ nos .sor I os Art. 18. A sociedade prestará seus serviços de preferencia aos sócios e associados, quando estiverem quites com ella. .\rt. 19. A jóia deverá ser paga dentro dos primeiros três mezes após a sua acceitação. Art. 20. .\s annuidades poderão ser pagas por prestações semestraes. Art. 21. Os sócios e os associados se poderão remir mediante o pagamento das quantias de 200$ e 500$, respectivamente, feito de uma só vez e independente da jóia, que deverão pagar em qualquer caso. Art. 22. Os sócios e associados não poderão votar, nem receber o diploma, sem terem pago a respectiva jóia. § i.° O sócio que tiver pago a jóia e uma annuidade, poderá remir-se mediante a apresentação de 20 sócios, desde que estes tenham igualmente satisfeito aquellas contribuições. g 2.° Para esse effeito o sócio deverá requerer á Directoria, provando seus direitos nos termos do paragrapho anterior. § 3.° Serão considerados beneméritos os sócios que fizerem donativos á sociedade, a partir da quantia de um conto de réis. Art. 23. Para que os sócios atrazados de duas annuidades possam ser considerados resignatarios, nos termos dos Estatutos, é preciso que suas contribuições lhes tenham sido solicitadas por escripto, até três mezes antes, cabendo-lhes ainda assim o recurso para o conselho superior e para a assembléa geral. SUMMARIO Pac.s. Minas agrícola 173 O coqueiro 176 Exploração industrial da piteira em Minas Geraes 181 Peixes do [porong-a iS.s As madeiras do Brazil 191 Pela producção 103 Expediente 106 Noticiário 2i)i Parte Commercial 208 Bibliog-raphia 217 An.so XI— N. lílo DE JaNBII E^TOjI BA ., ■ «EMMÉfiilta éi ^pieulíbra «> §> «> «f S> VIRIBUS UNITIS i% i% -^ ^S -el apitai Federal BRAZII. SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Fundada em Ki de janeiro de 1897 Caixa-postal, 12-15 Sede : Huas da. Alfaadaga D. 102 Endereço Telegraphico, AGRICULTORA e General Camará n, 105 Telephone n. 1416 kil> ur .ianriro OIRBJCTOWrA F^residente — Dr. Wencesláo Alves Leite de Oliveira Bello. 1" Vice-presidente — Dr. |oão Baptjsta de Castro. 2° Vice-piesidcnte — Dr. Sylvio Ferreira Rangel. T," Vice-piesideiite — Ok, Domingos Sérgio de Carvalho. Sccietauo Cti il - Ok. Heitou de SA, I SLci(_tiiin — l)K. Fr\nois('0 Tito de Souza Reis. s Liitiiin -- Dr. Benedicto Raymundo da Silva. St iLtiii — Dr. José Ribeiro Monteiro da Silva. _l ^LLiLtiii — Alberto DE Araújo Ferreira Jacobina i'" Thcsouiciro - Dr. João Pedreira de Couto Ferraz Júnior. :" Thcsourciri) - Carlos Raulino. I>lrootoi-es das SooQÕes Bibliotheca c Horto da Peiíln Dr. J.xno Baptista de Castro. Fazenda de Santa Mónica Dr. Sylviri RaiiL;i.'l. Applicações do Álcool Di. Scruiu de Caivalho. Secção Technica Dr. Heitor de S.ú. Museu Dr. Beiíedicti) RaymuiKln. Plantas e sementes Dr. J R. Monteiro da Silva. Propag-anda e estatistica Alberto Jacobina e Carias Raulino. Secretaria Dr. Souza Reis. Thesouraria Dr. Pedreira Júnior. OonselUo Superior Dr. Elias António de Moraes, Dr. Eduardo Aug:usto Torres Cotrim, Ernesto Du- risch, Dr. Carlos de Rezende, Dr. Artliur Getulio das Neve^, João da Silva Gandra, Dr. Alfredo Augusto da Rocha, Dr. Ernesto Ascol)', Luiz Henrique Lins de Almeida, Dr. Carlos Oscar Lessa, Coinni. Doming^os Theodoro de Azevedo, Dr. Leandro da Costa, JoJio Dale, Dr. Ernesto Cândido da Fonseca Portella, Luiz Felippe de Sampaio Vianna, Manoel Galvão, Dr. Antonino Fialho, Dr. J. F. Soares Filho, Dr. Alfredo Bandeira, Dr. Álvaro Mendes de Oliveira Castro, Dr. Henrique Borpres Monteiro, Coronel Cornelio de Souza Lima, Dr. João de Carvalho Borges Jiinior, António de Medeiros (fallecido) e Edgardo Ferreira" de Carvalho. OoUalJoraçaa Serão considerados collaboradores não só os sócios como todos que quizercm ser- vir-se destas columnas para a propag-anda da agricultura, o que a reilaLcãM muito ag-radece. A lista dos collaboradores será publicada annualmente ciini o resuinti dos trabalhos. A redacção não se respnnsabilisa pelas opiniíles emittidas em artigcN assii^ nados, e que serão publicados sob a exclusiva responsabilidade dos autores. Os onginaes não serão restituídos. As communicações e con-espundencias devem ser dirigidas á Redacção d'.A L.A- VOURA na sede da Sociedaie Nacional de Agricultura. A LAVOURA não acceita assignaturas. ' E' distribuída g-ratuitamente aos sócios da Sociedade Nacional de Agricultura. Ooudições iil>lle:a^r«o doa siiiiiuncioa Uma pag-ina :;o$ooo Meia pagina i2$ooo Um terço de pagina ..... 8$ooo Uru t|uarto de pagina 6$ooo Uma pagina 5o$oi> iVleia pagina 3o$0()i Um terço de pagina 2o$oo' Um quarto de pagina i.'í$o<> Os annuncios são pagos adeantadamente. Tii^-agem 5.000 exemplares Anno XI — N. 6 DE Janeiro Junho de 1907 EDITORIAL Povoamento do solo De feliz orientarãi) o de pialica lipaes do governo do Exm. Sr. bem rápida vêm sendo os acLos Dr. Affonso Penna, Presidente da Republica, em li?nericio do verdadeiro engrandeci mento do paiz. Entre os esforços económicos, para o futuro bem estar da nação, salien- tam-so os que já tèm sido feitos pela agricultura, corao factor poderoso do prosperidade. E por tanto justa se torna a homenagem que presta- mos ao governo de S . Ex.,por meio destas simples linhas, traçadas no órgão de publicidade da Sociedade Nacional de Agricultura, que nos cuubo agora dirigir. Compulsando de momento os estudo.s geraes a que .se tem dedicado o governo em tão pouco tempo, com o fito de povoar o solo e encurtar as distancias pelas \ ias de communicação, vemos com prazer que esses dous grandiosos problemas virão completar a serie de melhoramentos moteriaes recebidos do governo passado. Só com o embellezamento da Capital da Republica já adquiriu o j)aiz a curiosidaje do mundo civilisadoe a sua admiração; de muito mais valor será, portanto, a altertura de todo o território aos Ijraços trabalhadores, que transformarão a natureza, já grande no nosso meio, em maiores riquezas para satisfacções vitaes e prosperidade ma- terial. Ficará assim generalisada em todo o nosso vasto solo a grandeza de sua producção, por meio dos mesmos elementos que a nossa grande irmã da America do Norte empregou para o seu progresso. E nesta obra tem sido auxiliar efficaz o Exm. Sr. Dr. Miguel Calmou du Pin e Almeida, muito digno Ministro da Viação, pela força de von- tade c estudo, a par de espirito educado e viajado em assumptos de sua Carreira, (anto mais brilhante quão pequeno ó o seu espaço percorrido . Dando immediato cumprimento á. promulgação da lei que creou o Ministério da Agricultura, em 29 de dezembro de 1906, e mostrando o bom desejo de sua concretisação com o confeccionamento dos prodromos necessários, presta o actual governo relevantes serviços por todos a!- nif-jado. Com a creação da Directoria do Povoamento do Solo e de .seu regu- lamento, habilmente confeccionado pelo Sr. Dr. .loaquim Gonçalves LIBRARV NEW YORK 80TAMCAL QARDEN. 222 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Júnior, com o regulamento para a importação de animaes reproductores, para animar a zootechnia nacional, e lambem com os decretos regu- lando sobre syndicatos agrícolas, sobre dividas provenientes de salários de trabalhadores agrícolas e sobre prémios para a sericicultura, em elabo- ração, fica justificada a campanha em que empenhou-se esta sociedade, por todos secundada, para que os negócios da agricultura fossem objecto de um ministério especial. Todos estes assumptos, era via ái oiordenação para o regimen normal de uma repartição idónea, nos mostram que em breve teremos o renascimento da agricultura nacional por intermédio do auxilio do Governo Federal. E para demonstrar que é uma verdade o trabalho que foi iniciado temos a acção em breves dias da directoria do Povoamento do Solo com o seu chefe já nomeado, o competente Sr . Dr. J. Gonçalves Júnior. Foi assim que começou a Republica do extremo norte da America, desvendando os sertões e povoando-os por meio de vias férreas, e deste modo é que devem agir os bem intencionados, imitando o çae estioer em relação com os tempos e os lagares, na phrase de Montesquieu, para que sejam bons os resultados. Está, pois, era vigor a lei de povoamento de commum accôrdocom o desenvolvimento das redes ferro-viarias, para que haja conforto aos immigrantes e seja este um meio de captar as suas sympathias nas instai lações, sendo depois o modo fácil e económico para o transporte de seus productos . O decreto cogita desse ponto visando as suas vanta- gens, tanto que consigna um capitulo para os núcleos fundados pelas emprezas de viação. Estuda todos os pontos de uma maneira geral, não só para que o governo estabeleça os núcleos, como também favo- reça os que os Estados e particulares queiram installar a bem dos seus interesses. Assim é que se faz culonisação e não abrindo uma corrente im- migratoria sem promover os meios de fixai- o colono ao solo, como fez S. Paulo, encantado pelos resultados do café. Mas em breves ex- periência foi atroz, porque essa causa deu origem á baixa pela facili- dade de braços para o augmento da producção. Já é tempo de corrigir taes desvios e trilharmos uma senda ra- cional 6 normalmente progressista. Já está produzindo os seus effeitos a nova lei do povoamento do solo, pois o governo do Paraná acaba de publicar as suas bases regula- mentares de colonisação, procurando a sua urgente pratica para o be- neficio do Estado . A LAVOURA S23 Prestando-se os Estados do sul a mais fácil colonisação por suas boas condições climatológicas, é natural que o assumpto seja mais curado por esse território doBrazil, e a prova é o serviço ser facilitado pela immigração espontânea. O que existe no norte é a emigração para outros pontos por causa dos rigores do clima em certos, havendo assim contingente de braços para a industria extractiva, principalmente, por seus resultados lucrativos. Não é que os Estados do norte não se prestem á colonisação, porque esta não se tenha ainda dado de livre vontade, pois com uma immi- gração adequada ao meio e com os processos modernos, também agora desvendados, da lavoura secca, muito se espera da iniciativa a este res- peito. E ainda isto occupa a attenção do governo. Tratando do regulamento do Paraná notamos que elleé mais deta- lhado que o geral, occupando-se também não só dos núcleos fundados pelo Estado, como tamljem dos fundados era terrenos particulares. Na secção Noticiário inserimos os dois regulamentos para conhe- cimento completo dos interessados. Tão bel lo exemplo deve .ser imitado para ampliar o esforço do go- verno da União. Como prova edificante do que fica dito e como verdadeiro incen- tivo para a realisação do povoamento do solo temos o lindo quadro que figura entre estas paginas e que representa um casal de colonos allemães com a sua prole. O tom clima do sul do Brazil provocou a vinda de colonos alle- mães, com especialidade, de sorte que facilmente foram formados nú- cleos, hoje cidades. O Paraná,que offerece pelas suas altitudes as vantagens das latitudes afastadas, foi o logar preferido pelo grupo photographado do chefe de família Morliing. Não é, portanto, sem razão que este Estado acaba de regular o estabelecimento de seus núcleos coloniaes, á vista dos bons resultados que obteve em sua tenacidade o casal Morking. Este facto, que illustra as no.ssas referencias aos actos de povoa- mento do solo, praticados pelos governos da União e do Paraná, provoca magnos applausos ao Estado que acolheu o ca.sal, depois de suas expe- riências para flxar-.se no hospitaleiro torrão brazileiro. Transcrevemos na secção Expediente, para melhor explicação da photographia, a carta do director do Museu Paranaense, em Curytiba, a esta Sociedade, dando conta da existência da familia de Henrique Morking. S. Paulo, na suaphasa do actual governo, ha dois annos que cuida SOCIEDADE NACIONAL DE AORICULTUKa deste assumplo, mostrando-se ssmpre avançado na ngricultura As;.sim sâo necessárias eâlas referencias aos sn^viços paulistas p u-a quo sirvam de espelho aos demais Estados interessados, sentind» nã ) iiodcrmos publical-os por seronimiterialoní^a. Já em 25 de março de 1905 fora celeJjrado contracto entre o governo e a Companhia Pequena Propriedade para colonisação, por parceria, da Fazenda S. José do Corumhataliy, município de S. João do Rio Claro, sem contar comos nucleo=í colo- niaes que jii existiam no Estado de ha tempos para c;i. Além desse, foi taral)3m creado o núcleo Nova Olessa para local i- sação de immigrantes russos em 2'i: d3 maio de 1905, na Fazenda Pombal, havendo depois um de-reto, de 30 de setembro do mesmo anno, dispondo sobre a concessão d) lotes aos colono-^ do núcleo «J);"g'íTi- liiriçá», o primeiro indli^iiii, daaci'."ir.lo com as condições do segundo, o Nova OJessa. Por decreto de 10 de aljril d" lOOií foi installada com regula- monto, a Agencia Official de Colonisaçrio o Tralsalho do Tlstado de S. Paulo, com elementos práticos e de muita utilidade. Finalmente, em época quasi idêntica que o da União, 10 de abril de 1907, apporeceu o regularaen'o sobre immigraçjoe colonisação no ter' ritorio do Estado, em execução á lei de 27 de dezembro de 1906, mos- trando S. Paulo que agora ó tempo jade fixar o colono ao solo, para que não se veja em diffículdades de l)raço3 porá as colheitas, animonlo desla sorte a polycuitura, pela disseminaçã) da pequena lavoura. O regulamento trata de todos os meios do introducção de immi- grantes, da croaeão de núcleos officiaes e dos favores porá os de inicia- tiva privada, cogita do /í-jmesíc'^);^, dispõe sobre a direcção dos serviços e soljre a Hospedaria de Immigrantes e Inspectoria de Immigração no porto de Santos. Por este modo ojmpletamos o coiijunclo de merecidos destaques que nos resolvemos a fazer, neste numero da nossa Revista, aos actos dos po- deres dirigentes, tão bem intencionados em prol da grandeza da pátria. Alliado a estes bons princípios, o governo de Minas já vae pre- stando reaes serviçns, pois estãono seu modode ver as praticas modernas da agricultura, tomando o logar que lhe compete no rol dos Estados adeantados. E' o quo se deprehende da substanciosa Mensagem do seu Presidente, que mui to bem considera o trabsilhoagricolacomo o elemento principal do progre-so, e salienta a necessidade do ensino agrícola como força capaz de levantar a crise económica, de proventos tanto para o pro- ductor como para o Estado. A.ssiméque, ao ensino pi-imario, tão necessário á inslrucção geral A LAVOURA da^ rrianeas.siiccedeetn vantagens o ensino agrícola para o^^ adulln* que se dedicam í'i lavoura. • . )';sta é verdade que já expendemos algures para mostrar a utilidade da vulgarlsação do ensino agrícola . Antes já da Mensagem foi decretada a foriTiação da Directoria de Agricultura para zelar de perto pelos seus interesses, cuidando de lodosos assumptos e praticando nos moldes de S. Paulo, que sempre se adeanta em matéria desta ordem. Lançando vistas para o terreno geral, já não são poucos os servi(;os atacados pelo Governo Federal que assim inicia a serie de emprehendi- mentosde sua administração. Já cuidando da regularisação dos serviços de portos e estradas e promovendo os seus mellioramentos, já der- ramando hygiene com o augmento dagua e exgolto no Rio de Janeiro, o governo não esquece os problemas mais úteis . Prestando vae attenção também ú instrucção, que é a riqueza dos pobreSj e aos auxílios precisos para a continuação das obras começadas. Promulgou a lei dos syndica- tos proflssionaes e sociedades cooperativas em 5 de Janeiro de 1907. Ligmdo importância á questão do credito pela fixação do cambio in- terno com a ereação da Caixa de Conversão, ao mesmo tempo que cria a commissuo geológica e mineralógica, para estudar a natureza do paiz. acúdeao norte para mitigar 03 ílagellos da sôoca. A Ltende mais ao des- envolvimento dasindustrias nacionaes,abraçandoa ideia de realisar uma grande exposição geral, em junbo vindouro, pai-a a qual já foram inicia- do? os trabalhos prepara torií^s. Deu provas de confiança para cora esta Sociedade, incumbi ndo-a de combater a praga de gafanhotos, que ha pouco assolou parte do Districto Federal, tendo-se colhido completo êxito. Esta confiança já vem mere- cendo a Sociedade Nacional de Agricultura, dos governos passados, com a exxução dos serviços de propaganda agrícola, como sejam a distribuição de plantas e sementes, a inlroducção de animaes de raça, as applicações industriaes do álcool e a direcção das Fazendas de S. Mónica e da Penha, a par dos auxílios conferidos em recompensa dos .serviços que pertinaz- mente a Sociedade dedica á cau.sa da agricultura nacional . Temos por findo o nosso intuito, mencionando os .serviços de cara- cter geral que beneficiam a nação, alliados aos agrícolas, e tratando com especial idade do povoamento do .solo . Salientámos merecidamente os novos desígnios dos poderes públicos em prol da lavoura, satisfazendo-nos isto sobreraolo, pois a nossa mis- s3oé a qu3.se lè na divisa de Cromwell : Tnlo, tudo ppkt ar/rícVíiira ! SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Commercio ds bananas com a Inglaterra Por ser de real interesse e plena actualidade, tomo para estas paginas o minucioso artigo que, sob o titulo supra, publicou Mr. Frank Pink no Journal ofthe Royal HorticaJtaral Society. Segundo Mr. Frank Pink, as primeiras remessas de bananas que se fizeram para a Inglaterra foram por influencia e conselhos de um ca- valheiro inglez que se achava nas Canárias em tratamento da saúde. Apoz transtornos sérios e perdas consideráveis, firmou-se o com- mercio, cuja importância foi de £ 450.000 em 1905—906. Durante cerca de 4 annos, esse commercio foi o monopólio exclu- sivo das Canárias; porém, depois que o Governo inglez, por conselho de Sir Daniel Morris, Commissario Imi^erial da Agricultura nas An- tilhas, deliberou subvencionar uma linha dé vapores rápidos, com ca- pacidade para o transporte de 40.000 cachos de bananas por mez, o commercio de bananas começou a desviar-se para o archipelago das Antilhas. Coube a Sir Alfred Jones firmar o primeiro contracto para este fim e foi desde então que os navios da Elder Dempster Une empre- henderamo transporte de bananas de Jamaica para Liverpool. Coma concurrencia das Antilhas chegou-se a suppôr que as culturas das Canárias viessem a sofírer; porém, ao em vez disso, o que se observa é que melhoraram ai li a cultura, trato e encaixotamento das bananas, de tal modo que esses satorosos fructos chegam á Inglaterra em melhor estado de conservação, obtendo sempre prompta e boa sabida. D'ahi resulta que o consumo augmentou, os preços se manti- veram e a industria está cada vez mais prospera nas Antilhas e nas Ca- nárias. Gostam muito na Inglaterra da variedade de bananas que vêm das Canárias e Barbadas. E.ssas bananas procedem geralmente da Musa Caoendishu oii Bananeira Anã, muito no.s.saconhaida. Além da banana anã, de que os inglezes tanto gostam, recebem, também, uma variedade chamada — Gros Michel — que, diz Mr. Pink, é menos .sa- borosa ede caclao menos compacto do que o da Anã. A Claret banana, ou banana rasa, tende a occupar o primeiro logar, pela crescente procura que vae tendo. A variedade chamada Dedo de Dama ou Banana Figo dos inglezes, por ser demasiadamente delicada para o transporte marítimo, parece ter pouca probabilidade de se vulgarLsar no mercado da Inglaterra. Os fretes para as bananas são ainda muito elevados, regulando A LAVOURA 4 a 5 vezes o preço de produceão. Gastam os navios 5 a 7 dias de viagem das Canárias á Grã-Bretanlia. Das Barbadas á Inglaterra gas- tam-se 11 dias, sendo as laananas conduzidas com maior cuidado, graças ás disposições tomadas para regular a temperatura á vontade. De Jamaica á Inglaterra os navios gastam 12 ou 14 dias ; de Costa Rica 15 a 17. Os navios dastas duas ultimas procedências são providos de camarás organizadas cora todos os dispositivos precisos para o bom acondicionamento do delicado fructo. Os navios destinados ao transporte de bananas têm capacidade para 36.000 a 45.000 cachos. O commercio de bananas, nas Canárias, faz-se por intermédio de com- pradores canarinos e agentes de firmas inglezas, os quaes compram as safras dos agricultores e as acondicionam e despacham para a In- glaterra, por conta e risco das firmas que representam. Na Jamaica e Costa Rica toda a safra vem comprada pelo truat americano das bana- nas, ^alnglalerva ha grandes armazéns construídos de maneira ase poder regular a temperatura interna á vontade. As bananas são alli depositadas e distribuídas, á medida das procuras, pelos retalhistas e agencias existentes nas principaes cidades do Reino, onde são conser- vadas em camarás frigorificas. Para se dar uma idéa da importância do commercio de bananas na Inglaterra, bastará lembrar que, em 1905, a importação de bananas naquelle paiz foi de : Costa Rica 2.2.37.000 cachos Canárias 1.814.000 cestos Jamaica 1.218.000 cachos O consumo de bananas mantem-se em crescente augmento, sendo muito possível que a importação de 190G exceda de 7.000.000 de cachos !! G. c. COLLABORAÇÃO Formigas cuyabanas • Carta do Sr. Dr. H. von Ihering, director do Museu Paulista, em 10 de abril de 1906, dirigida aoDr. Carvalho Borges Júnior : Tenho hoje o prazer de lhe participar, prezado senhor, uma boa notícia. Desde hontem a questão das cuyabanas entrou em uma phase nova, que a remove da discussão vaga ao campo das experiências scienti ficas. SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA O enchame de ensaio que linlia aproveitado cm primeiro logar. não me deu resultado algum. As formigas continliam-s3 num estado meio lethargico. Expul -as agora no campo ao lado do saúveiro. O novo enchame entrou na caixa da observarão aos 28 de março, onde o colloquei, na lata destampada em cima de uma camada de terra. Desde começo mostraram-se muito vivas o bem dispostas. Aceitaram comida, carne e assucar, e já no dia seguinte mudaram o seu ninho ao chão logo embaixo da lata ; o que particularmente patenteou-se pelo transporte da cria. Aos 29 liguei por um tubo largo de com- municação a caixa de ensaio com um ninho de observação de formiga quen-quen. Este ultimo já tinha em observação desde duas semanas. Estavam bem acondicionadas no seu vidro. Tendo reconstruído a massa fofa brancacenta de sua cultura de cogomellos, da qual se nutrem e no meio da qual col locaram a sua cria. Cortaram com regularidade pedaços de diversas folhas que lhes dei, incorporando-as ao ninho que continuamente cresceu. Tudo isto mudou-se cora a ligação dos dois ninhos, cuja communicação era facilitada pDr varinhas que do fundo de cada ninho conduziram ao orifício do tubo de communicação. Ao passo que as quen-quens, com raras excepções talvez, não .se dirigiram ao outro ninho, foi o das formigas cortadeiras logo invadido pelas cuyabanas. As quen-quens não sa importaram dos intrusos o estes por sua parte passeavam alli par toda a parte pacificamente e, como curiosos, respeitando apenas o niniio, que era guardado por forte contingente de quen-quen.s. No dia 30, as cuyabanas, já muito augmentadas em numero, pas- .saram ao ataque. As cuyabanas mordiani as qúen-quens, dando-lhes dentadas nas pernas e nas antennas. Não oljservei resistência enér- gica por parte das quen-quens, mas o grande numero de cadáveres de formigas de ambas as partes me faz crer que particularmente durante a noite de 30 a 31 houvesse combate continuo e encarniçado. Ainda a 31 continuavam luctando, tendo eu observado muitas vezes duas ou três cuyabanas pregas á uma formiga quen-quen. E' singular a cotagem com que as cuyabanas aggridem o inimigo, que lhes é .superior era tamanho e força. Yi uma que na varinha de subida tinha agarrado uma obreira inimiga pela antenna, arrastando-a para cima. Provavelmente o inimigo já era cansado e ferido ; mas, mesmo assim, era um serviço extraordinário de jjravura, visto que a viclima prestou uma resistência passiva. De repente, com um excesso de força, a cuyabana arrastou para cima a victima, que então, presa apenas em uma antenna, ficou pendurada, emquanto a cuyabana com a presa A LAVOURA 22V subia a escada. Aos 31 do mai-(;o jd pouco notou-se de qnen-quens e a"? cnyabanas, senhoras absolutas do ninho inimigo, couieçaram a reco- jlier os fructos da victoria. Invadií-am o ninho e roubaram á cria. São particularmente as nymphas de tamanho médio que procuram, lepresentaudo estes insectos ])rancos no estado molle e immovel em que se acham, evidentemente uma comida predilecta das cuyajianas. Hoje, dia 1 de aijril, continuam a carregar nymphas. As nymphas grandes são empedaçadas e transportadas em partículas. Não distingui bem as partes menores que carregavam, sondo possível que em parte consistiam em larvas. E'uma corrente continua de cuyabanas de um ninho ao outi'o, que se estabeleceu entre os dois ninhos, dando gosto observar a rapidez com que a cuyabana, carregada de uma nympha de quen-quen sobre a varinha que llie S3rve de escada e' depois de ter desapparecido no tunnel de ligação, apparece novamente na vara de descida; para tomar então o rumo do próprio ninho. O mesmo valente povo de cuyabanas que me forneceu o prazer destas observações ha de servir para novos e.x.perimentos na próxima semana,, em primeiro logar com ninhos de saúva. Quanto aos enchamos expostos ao lado do grande formigueiro de .saúvas, cuja destruição pelas cuyaljanas para mim é a prova pratica do experimento, nada posso dizer por ora. O que ó certo é que no logar onde as expuz não encontro mais cuyalianas, rnas as experiências feitas por Y. S. me fazejn esperar que não fossem des- truídas por outras formigas, como suppuz ao começo, mas que apenas mudaram de lugar na escolha do terreno do novo ninho e^ que no próximo verão surgirão do novo. Gomprometteado-me a participar-Uie qualquer novidade e felicitando a V. S. pela confirmação por meio do experimento de suas valiosas ol3serva(;õ33, sou, com toda a estima e consideração de V. S. atto. vendor. e amigo. Os estudas ds irrigação Ao problema da a-riculLui^a modem i, poios pn)cossos aperfei- çoados, está intimamente ligado o da irrigação. Que os .senhores fazendeiros respondam — quanto trajjaliio per- dido, que de collieitas miseráveis ou fallias, quanta amargura, poniue as chuvas não \ieram ou não vêm a tempo ? SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Quanta terra, que immensas pastagens abandonadas, porque são seccas as primeiras e não têm Jjebedouros as segundas ? A estes males enormes da agricultura ou da criação a sciencia moderna e o tratellio moderno dão remédios. Quaes elles sejam, em que condições devam ser appl içados, qual o systema preferido em cada caso particular, qual o custo da instai lação, como funccionam as machinas, que resultados dão — eis as questões integraes do pro- blema da irrigação, cujo ensino pratico o Governo está instituindo, para ser examinado no dominio dos factos, para ser visto ]5elos se- nhores productores, ao lado da cultura intensioa, que também quer que seja vista pelos senhores fazendeiros. Não se trata de presumpções, repetiremos sempre, trata-se da acção, cuida-se dos factos. Todo o serviço industrial deve ser examinado nestes pontos de vista : Custo da intallação, Despeza do custeio. Lucros líquidos. Todo homem de tom senso, todo o productor pratico deve pôr estas questões : Que vantagens o novo processo aconselhado trará, que lucro proporcionará ao meu serviço ? Quanto á irrigação, são as seguintes as vantagens : Fica livre dos prejuízos resultantes da demora ou da falta das chuvas ; Plantará em tempo certo e colherá em tempo certo; Poderá antecipar o tempo da planta e, conseguintemente, ante- cipar a offerta de productos aos mercados, conseguindo por isso mesmo, e sempre, preços mais elevados ; Empregado o systema de diques, altenuará muito o prejuízo por excesso de chuvas, bastando tel-os abertos para o esgotamento do excesso da agua, drenada pelos regos de esgotos, ao longo da cultura. Os processos de levantamento da agua, para irrigação, são por açudagem, systema muito conhecido, e o de mais fácil applicação ; carneiro hydrauHco, empregando esta machina que levanta a 5" parte da capacidade da vasão a cinco vezes a altura da queda e, propor- cionalmente, á maior ou menor altura, para menor ou maior quan- tidade de agua ; bombas hydrauUcas, accionadas por um motor qual- quer e principalmente por motor aéreo gratuito, que é o vento. O Governo, nas fazendas-modelo, fará em todas, a irrigação, A LAVOURA 231 tendo de optar por qualquer destes processos, conforme a natureza do terreno. O mais interessante de todos elles é o do levantamento de aguados lençcies subterrâneos, por poços tubulares e bombas com o motor aéreo. Todo o Far-Weste dos Estados Unidos nos territórios do Nevada, do Montana e do Idaho, dos Pampasda Republica Argentina, até bem pouco tempo julgados imprestáveis para producção agrícola e pecuária, do mesmo modo que os nossos extensos sertões e cer- rados áridos, toda aquella immensa superfície, graça aos poços tu- bulares, é grande productora de cereaes para o largo mercado do mundo. Para estes estudos, cuja importância fôra absurdo negar, o Congresso estadoal votou a verba de 50 contos. O Governo, com o fim de fazer o ensino intuitivo, fez as en- commendas do material necessário, parte comprada no Rio e a outra parte mandada vir dos Estados Unidos e da Europa. E são estas as despezas : Apparelho de sondagem n. 3, de Keystone Driller Corapany, com os respectivos pertences, 8:914$; três sondas absynias, 750$ — total 9:664$000. E' este exclusivamente o capital da installação do serviço. Comprou mais diversas facturas no Rio e fez encoramendas para os Estados Unidos e Europa de canos de diversos diâmetros, bombas correspondentes, carneiros hydraulicos e motores aéreos, 27:91G$350. Estas mercadorias não são accessorios, são as próprias machinas e pertences, que devem ser installados, para produzirem o trabalho definitivo. Despezas de custeio até esta data, salário do pessoal, combus- tível para a machina a vapor, transportes, 8:66i$910. E' a totalidade da despeza offectuada. A compra de materiaes para as installações definitivas foi rela- tivamente grande, porque, para o Brasil, somente, é que estas cousas poderão ainda parecer do dominio das discussões. A irrigação por açudagem, o levantamento da agua por carneiros hydraulicos, pelas bombas nos poços tubulares, ou mesmo da cor- renteza dos rios, por bombas a vapor, é cousa conhecida, ampla- mente praticada em todos os paizas, que não estão como o do Brasil ainda sob o dominio do trabalho da cultura colonial, e as colheitas são custosamente conduzidas á mercê dos grandes soes ou das grandes chuvas. Têm sido as seguintes as sondagens já praticadas com estes resultados : SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA ô 3'Zh l- " •^g.L'-' § ^ .^ r.-^ ^^^ Prpii 11 iii i^,;. ..- 1 |íi .o 1 ã í ir ^Ui I| : ^i^i i : : " li lUi l| ipil lo liiil ff ^ Qí3i- a-a^^Ki SC.IOII !? .Il.d B|ltíII ■.UM..1 p orsBA S 1 1" ' P S" 1' 5 „5 ^S „- .,=.„- .,= .S.„l„-^rpA„ n ^^ f; So ã 5.15 êS 2 SííS g S § i^o g o§ ss g ^ss £ i. ^ "^ 1. 1 1 1 '««»'« « . 1 r- 2 li cl (^ :^ : 'í "^ s : : : : ;| 1 !^; ; ; ; li 1 .Si J ^ a • • 'g.a . . . 2=' i si ' " », A LAVOUR.V Uma consideração é necessária: As expariencias tanto da cultura aperfeiçoada, como as da iri-igação com ayua subterrânea, são feitas nas proximidades de Bello Horizonte, nas peiores condições possiveis. A terra ó muito má, as bacias e ien<;óa.s subterrâneos, por causa da conformação do terreno, muito estreitos. Por isso mesmo as experiências são as melhores possíveis, como demonstração . E' este o raciocínio: si em terras más e ai-idas as collieílas são taos, (;uo seria em terras boas? (é evidente que o particular, que tenlia terras jwas ou possa adquiril-a^, deva fazel-o para o emprego das macliinas si cm ]iicia^o-lreítasseol)t9m (Ids leaçòjs sutileri-aneos tal quan- tidade de agua, que seria ms largos cliapadij3S c^m grande? bacias ! O serviço só dispõe de duas liombasde sucção— as que foram en- contradas no Rio ; nlo tendo ainda cliegido as que se encommendaram dos listados Unidos. A quantidade da vasãoaugmenta sempre até que, estabelecido o dreno natural á extremidade do tubo, fique igualmente estabelecido o regimen da filtração. E' assim que, das duas bombas já collocadas, a do poço no serrado do Calafate (3' sondagem feita) tinha inicialmente a vasão de 4 melros cuIjícos em 24 horas, subindo depois a 12 e dando actualmente 24 metros cúbicos de agua. A segunda bomlja (no pasto da Gamei leira, é a 7" sondagem) accusou inicialmente uma vasão dei i/2"'^ deagua ; liojedá36 metros culiicos. Sobre este poço está col locado um motor aéreo, levantando de 25 melros de profundidade a agua limpa e puríssima, que todos devem examinar, podendo ser agora, completo, um instrumento que deve lutar com a aridez dos' cerrados e sertões. Está se esperando uma sonda á mão, qu?, mais fácil de ser con- (íuzida, facilitará igualmente este interessantíssimo estudo nos nossos exlensos e desertos chapadões . ( Do Minas Ocrai-s ) EXPEDIENTE Qiitidro tia, Fa-niilia l>Ioi*l£Íng- Oirectoi-ia do Museu Paranaense, Curytiba 14 de abril de 1907. Exmo. Sr. Dr. Wenceslão Hello, D. Presiilente da Sociedade Nacional de Agricultura. 234 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Incumbido pelo meu illustre amigo, Coronel Joaquim Monteiro, de dar solução ao vosso telegramma de 4 do corrente, em que solicitaes informações que vos habilitem a dizer algo sobre uma numerosa família descendente de casal allemão e que ahi esteve, photographada, na exposição do Paiz, tenho a dizer-vos que busquei o rápido histórico que se segue, no próprio lar desses antigos colonos. Henrique Morhing veio para o Brazil em 1851, chegando a Joinville em 10 demarco desse anno. No mesmo navio veio uma família allemã com a qual se relacionou Morkíng, resultando dahi o seu casamento era Joinville com a companheira de viagem. Como se deu com numerosas famílias allemãs, o casal Morking abando- nou a colónia do Joinville com destino a Curytiba, isto três annos após a sua chegada ali. Aqui trabalhou como servente de pedreiro, até que conseguiu meios de adquirir uma carroça, na qual vendia lenha na cidade. Com a abertura da estrada da Graciosa, fez-se carroceiro, conductor de cargas do commercio, de Curytiba para Antonina e vice- versa. Logo que nesse trabalho adquiriu algum dinheiro, montou no rocio de Curytiba uma olaria, hoje arrendada e ao lado da qual reside, em piltoresca casa de campo, rodeada de pomares magníficos e em cujo delicioso remanso venho agora de passar doces momentos, nos quaes ainda uma vez observei um lar habitado por completa felicidade. Sorridentes os velhinhos, alegres e vermelhas as crianças ; methodo em todas as cousas; aceio hollandez, hospitalidade... brazileíra. O casal Morkíng teve 12 filhos, criou 9. Netos 38. Bisnetos 4. Dos filhos 8 são mulheres, todas casadas com descendentes de allemães, mas iorfeitamente nacionalizados, nascidos em Curytiba. Esses seus genros são (e agora é Mme. Morkíng quem dieta) : Carlos Stensel, que tem uma grande marcenaria ; Gustavo Hart, que foi sapateiro e hoje é negociante ; Artmann, gerente de uma importante sarraria ; Theodoro Kluppel, proprietário de uma serraria em Ponta Grossa ; António Loeser, proprietário de uma refinação de assucar em Ponta Grossa. Ricardo Prohmann, proprietário de uma marcenaria em S. Matheus ; Emílio Pfohraann, industrial de herva-matte em grande escala ; Alexandre Botin (fallecido) antigo marceneiro, que deixou .5 filhos bem enear- I irados em varias industrias ; O filho de Morking, Carlos, de 30 annos, é exportador de herva-matte. O velho Morkíng tem 78 annos e a sua senhora 70, De V. Ex. att. adm. e cr. Romario Martins, director do Museu. A LAVOURA Sessão solemue No dia 8 do corrente, perante grande numero de sócios e representantes de varias classes sociaes, realizou-se a sessão solemne em homenagem aos Drs. Wencesláo Bello e Ignacio Tosta, sendo, por esta occasião, inaugurados os seus retratos no salão nobre da sede social . Presidiu a sessão o Dr. Baptista do Castro, que, após ter convidado para fazor parte da mesa os manifestados, o as suas Exmas. esposas para descerrarem a cortina que encobria os retratos, dou a palavra ao orador oíflcial engenheiro Souza Reis que em nome da commissão promotora da festa saudou-os, historiando rapidamente os serviços por elles prestados á lavoura. Em seguida fallou o Dr. Ignacio Tosta, agradecendo a manifestação e fazendo um retrospecto dos esforços empregados em prol da lavoura ; e reconhecendo que só pelo desenvolvimento agrícola o Brazil poderá hombrear-so ás nações cultas e civilizadas, termina sentindo se confundido com a collocação do seu retrato na galeria da Sociedade e afflrmaado que jamais desanimará na lucta em que se empenhou e que mais tarde, na liora da victoria, 03 trophéos e os louros que então forem colhidos, pertencerão, de facto, á Sociedade Nacional de Agricul- tura. Segue-se com a palavra o Dr. Wencesláo Bello que, em bellissima forma, mostra a confusão dos manifestantes que por um effeito de miragem o tomam pelo « triumphador » quando este ê o« Ideal Agrícola». Mostrando alenta evolução da lavoura, as conquistas que vagarosamente vai obtendo, refere-se á creação do Ministério da Agricultura, ponto de apoio da lavoura na suprema admi- nistração federal. Termina, dizendo que a recordação da homenagem que acaba de receber guardará como uma preciosa relíquia que o ha de sustentar e é como que um bálsamo para suavisar as saudades que já sente pela sua próxima partida, e dá-lhe a confiança inabalável de que a Saciedade proseguirá calma e feliz, coope- rando para a prosperidade da lavoura nacional, sob o influxo de todos aquelles que amam sinceramente a nossa pátria. Orou mais o Dr. Carvalho Borges Júnior que disse não ser a primeira vez, que se referia em elevados conceitos aos ingentes esforços dos manifestados em prol da lavoura e confirma va-os hoje, associando-se sem hesitação á homenagem que lho faziam ; que os retratos inaugurados eram mais que o reconhecimento : eram a afilrmação solemne da mais alta benemerência a que haviam feito jús e a consa- gração do honroso titulo que a classe rural já lhes tinha concedido de chefes da evolução agrícola brasileira e que se sentia realmente feliz por se lhe haver proporcionado esta opportunidade pira mais uma vez significar o grande apreço, a elevada consideração em que eram geralmente tidos os eminentes serviços e as escepcionaes qualidades dos illustres manifestados e que, fazia, em seu nome individual e no da Redacção do Jornal dos Agricultores, de que era órgão n'aquelle momento, um caloroso appello às Exmas. Senhoras e Cavalheiros presentes para que apoiassem com enthusiasmo as ultimas palavras, que ia proferir : Salve os Drs. Wencesláo Bello e Ignacio Tosta ! Vozes chamam á tribuna o Dr. Luiz do Oliveira Bello, que entre ruidosos applausos assume a mesma fazendo a apologia da Sociedade Nacional de Agri- 2m SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA .cultura c 0111 seguida descreve, mais ou monos nos saguiotos termos, a nova directoria : r ■• ' ■ ' Baptista de Castro : é do Mioas ; o forte metal das altcosas raontanlias, vasado nos moldes aprimorados da Bélgica. Crydtal do rocha, facetado em augulos iiicisi- vameate artísticos, mas, consarvando a rigosa nativa, para merecimento perma- nente ;do requinte adquirido. Desse caldeamonto da formação do sju caracter ori„'inou-se a visuilidalj um tanto pessimista da sua clara iutelligencia ; mis uão 6 o pessimismo que maltrata o despreza, é o diagnostico que aco le o receita, envergonha a raoIe:tia porque 6 curavel, e não se quer curar, porflaodo cural-a. Patriota audaz e impaciente, tem-se assignalado pur iniciativas fecundas, pela p?i-severança, pela actividade e pela boa Citrelia ; e quaado o melhoramento lhe parece tardar, o impaciente patriota faz isto : queima na fornalha, ondj eseosseava o combustivol, o seu capital, as rasponsabiliJados de sua fortuna e offeroce a demonstração pratica da reforma, onJe os ci?goj, que não querem ver, palpem o con fossam. Idealista e positivo, qaizora reconstruir a pátria tola, corpo o alma, usos e caracter, o erigir o povo ideal do futuro, em cujis metrópoles tremulasse a bandeira auri-vorJe, larga como a nesga do nosso côo, n i mais alt:i cupola da mais vasta fabrica. Não é um dilettante da lavoura o de sua causa ; 6 um conveiicido, um devotado para a boa e pira a má fartima. . Já te vê que não são liombros dessa envergadura que cedam sob o peso das nobres responsabilidades assumidas. . Elle ó da raça dos que podem ser esmagados, mas não se curvam nem se rondem, , Sérgio de Carvalho : talento de primor, no qual o sol atlieniensa da sua Bahia, a bem amada, fez nascer um daquelles pares de azas aquilinas, com que costuma galardoar seus filhos dilectos. Caracter de conibatente complicado, ás vozes, do um coração de r.mantico ; sua palavra tem as palpitações do fibras cardíacas, que os dedos da musa da eloquência tangessem ; quando adopta uma causa 6 comj si perfilhasse um orphão, e que zelos, que ternura, quanta abnegação, e também que clangor de clarins naquella palavra, quando a cjntrastam, a ameaçam, a maltratam. O segredo da ampla sympathia que infunde, reside no coração o o tem tão grande que lho invade a cabeça ; mas não a diminuo, nem a perturba, antes lho empresta esses tons azues da tolerância forte o da pÍ3.1ado máscula, nus quaes se expando como a luz no arrebol matutino. Com ser assim, nunca seu talento nem sua bondada, isto é, seu mérito, se destacaram tanto como naquella Exposição do Alcojl, que 6 um dos llorões de gloria desta Sociedade. I-^oi quando elle poude ser tudo quanto virtualmente é : uma fonte de riqueza e de progresso nacional a exhibir e demonstrar, uma lavoura decadente quasi moribunda, a qusmoxtsndor a mão, a propaganda sonora o lu- minosa, acudir ao que cambal^a na imminencia do desastre, e regenerar o álcool, sim ! o álcool ! o réo secularmente contumaz de maleftcios sem conta, essa cruzada benemérita' da moralidade industrial; ah I tu embriagas?! tu in- famas?! faço-te luz, JUumina ! faço-te força, trabalha!. A LAVOURA 2:^7 E na enchente raoridiana de tanta luz e de tanta força não foram de certo as menos brilhantes o operativas as de seu talento, da sua actividale c do seu caração. Sylvio Rangel: uma forte e integral organização de gestor de negócios públicos e de talento constructor; dessa espécie de género sempre rara, e cada vez mais útil e meritória: o vaqueano do progresso, o motor cerebral da reforma substan- tivamente prestadia, no sangue, no musculo, na onorvação. Não despende o tempo com a propaganda theorica ; vae de golpe ao projocto ao lei, ã estructura, por entender mais útil e mais breve compor o órgão para educar a funcção que se almeja. E' homem de soluções, não se ata ao diagnostico social ; não se amedronta dos prognósticos pessimistas; acode á clinica que lhe confiara, preceitua a medicina, o não hesita om cortar com o bistori o que resiste aos revulsivos. K' bem de vêr que não é um apriorista: olha a causa da lavoura como ura experimentador de laboratório, atravoz do seus campos de experiência e de demonstração, que são as suas lavouras de agricultor dos mais adiantados. De mais, 6 rio-grandense do sul, como o nosso presidente ; quer dizer, as causas que adopta elle as abriga por detraz do escudo e o escudo é o peito mesmo, no largo descortinio da sinceridade denodada. EUes, os rio-grandenses, se acos- tumaram tanto a sahir de sua terra natal e entrar nolla varando uma barra que é um cemitério liquido e raivoso de naufrágios, que nada os amedronta; entram nas dififlculdades e sahem delias... se as contrariedades os provocam, por baixo dos tufões o por cima da morte. .. Pedreira Júnior: um novo aqui, notoriedade eminente no dilatado circulo a que se tem revelado. Caracter de formação rara, cada vez mais rara, em que se conjagam, na confluência de Índoles iguaes, a cultura mais esmerada da sciencia e as crenças mais afervoradas da fé. Inspira a confiança por suggestão espontânea, como estes blocos de granito, que emergem á flor da terra, e que sabemos parte componente de um enorme raonolitho subterrâneo — os seus principies dirigentes, a compleição de seu cara- cter, a firmeza do sou critério, tranquillo nos fundamentos inabaláveis de sua estática moral. Quando elle adopta uma causa, sua convicção assigna, sua capacidade exce- pcional afiança u a lealdade immaculada de sua honra, que ó a sua fé cívica, e do sua fé, que é a sua honra espiritual, subscrevem como testemunhas. E podemos jurar por cUe... Heitor de Sá e Souza Reis, dous moços estuantes do enthusiasrao dedicado, como as nossas terras novas do fertilidade portentosa. Destacam-se já como músculos possantes nessa legião do futuro, que tem de sustentar no peito o Brasil de amanhã. Souza Reis é, demais, o orador auspicioso, que acabais de ouvir ; a anciã da propaganda palpita na sua palavra ; será o semeador das reformas úteis nos comidos aiíricolas, acudindo a demonstrar com a arte, de parceria com Heitor de Sá, o que prometteu com a eloquência. Toda a causa que fita o futuro, reclama o concurso da mocidade com os seus idoaes, suas audácias, suas soffreguidões e até mesmo suas inexperiencias, gra- 460S 3 238 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA ciosas como liores que vão ser fructos. Quando a experiência dos mais veliios hesita pela incerteza, elles, os moços, se arremessam pela temeridade, e esses saltos são muitas vezes os passos de gigante que assigaalam as lioras supremas da evo- lução accelerada. Benedicto Raymundo e Monteiro da Silva, os nativistas. Não se surprehendara do qualificativo ! Não profussam a defluição de Tolstõi: «o patrioSismo ô o amor que odeia»; não tem ódio ao estrangeiro ; mas demasiado amor ao seu paiz. Esse nativismo se traduz na mais iiella e fecunda das modalidades: procuram, rebuscam, pesquizam, descobrem, revelam, propagam os segredos da nossa natu- reza incomparável, as riquezas ignoradas da etimologia, os thesouros ignotos da flora, a belleza ornamental alli, a curiosidade scienti fica aqui, a maravilha in- dustrial e medicamentosa adiante : tem o lioroismo manso do microscópio paciente, das investigações benedictinas, das pesquizas infatigáveis, das entradas pelas florestas invias, pelas campinas sem fim, em serviço da soiencia ou da industria preferindo a borboleta polychromica, que enriquece o archivo taxologico, a orchi- dea desconhecida na sua belleza recatada, a fibra têxtil ou a i"aiz medicinal ao ouro das minas dos bandeirantes, a cuja tenacidade se filiam por atavismo, com a sciencia copiosa de mais o a ambição aventureira de menos. Benedicto Raymundo 6 um espécimen raro da auto-didactica no nosso meio sábio ; a vocação u o estudo foram a génese de sua proflcioncia magistral, sem diploma nem academia ; formação intellectual anómala, por assim dizer extra- uterina, considerados os nossos vezos de presumpções convencionaes e formalistas, mas, por isso mesmo, mais meritória, como testemunho do que, quando se espe- cializa, 6 capaz, esse hércules da vontade de sustentar sobre a forte cabeça, sem capello doutoral, porém armada do elmo de aço dos voluntários jurados do saber, pela sciencia e pela patrií. Finalmente, Jacobina e Raulino, o commercio na sua mais nobre expressão todo honra, actividade e iniciativa e tino, que é o equilíbrio visual do talento, sem cujo auxilio os voos das águias são arremessos de quedas. Jacobina é um bello exemplar da profissão mercantil, como a requer a accesa o onimoda concurrencia moderna, o commercio onde o lucro proseguindo é funcção do talento illustrado que exige mais que a escola e o lyceu, reclama já academia. EUe faz lembrar um da^iuelles cavalheiros do commercio de Florença no começo da idade moderna, que fizeram a Republica e a mantiveram, nobres, altivos, magnânimos, junto dos balcões de mármore e ouro de seus palácios mercantis, medindo as seJas do Oriente nas varas cravejadas de pedrarias, in- struindo o povo de seus direitos, e primeiro de todos o de ser economicamente forte pelo trabalho e união desoppriraidos e pela liberdade coordenada. Eis ahi a galeria ! Como se me resente a palavra, Sr. Presidente efifectivo, por não poder accrescental-a com o commentario psychologico da vissa efliigie, que esta solem nidade coramemora ! Mas, não posso, não devo ! E por muito que a minha consciência informada falle ao meu coração jubiloso, só elle me poda ouvir nos arcanos profundos o discretos da alma. Uma só phrase me consentirei, e essa, atô mesmo para acautelar-me contra a emoção de um adeus antecipado, essa, austera, histórica, espartana : a do A LAVOURA irmão encanecido ao irmão militante, ao oingir-lhe a singela corôa de severo carvalho, consagrado ás divindades do lar, na fronte laureada pelo aresto accla- niativo dos juizes nos jogos olympicos. Lembra-te que as honras que vens do receber accro.scontam pesadamente tua divida de dedicação, até ao sacrifício, aos teus companlioiros, aos teus concidadãos e á tua Pátria. Mais para frente o mais para cima, que só dalii poderás s ilval-a ! » ( O orador é acclamado -pelo auditoria, que por diversas vezes o interrompeu com estrepitosas salvas de palmas.) O Dr. I3aptista de Castro agradeceu o comparecimento das senhoras e cava- lheiros que honrar^im a solomnidade, e encorrou-a. Durante a festa foram lidos os seguintes telegrammas, além de muitos cartões: Dos Drs. Augusto Ramos, Mendonça Guimarães e Deputado Euzebio de Andrade, associando-se ás homenagens ; do Sr. Jens Sand, enviando dous ramos de flores naturaes offerecendo-os aos manifestados ; carta do Dr. Augusto Menezes desculpaado-se de não comparecer por motivo de serviço publico e enviando congratulações ; dos alumnos do 5» anno do Internato do Gymnasio Nacional aasociando-se á manifestação. Sâessões da. Dii*ector"ia, Em sessão realizada no dia 3, foi proposta pelo Dr. Wencosláo Bailo a realização de um Congresso de Agricultura, nu Rio de Janeiro, por occasião da Exposição Agrícola, Pastoril, Industrial e Artística de 1908, sendo nomeada a seguinte commissão para organízal-o: Drs. Baptista de Castro, Sylvio Rangel, Sérgio de Carvalho, Souza Reis e Benedictu Raymundo. Em sessão extraordinária de 10 do corrente, presidida pelo 2» vice-presidente, foi mandada floar á disposição dos sócios uma lancha para o embarque do Dr. Wencesláo Bello, comparecendo incorporada a Directoria. Em 19, sob a presidência do 1° vice-presidente, foram nomeadas as seguintes commissões: — para estudar a questão da propaganda agricala de accôrdo com a proposta do Dr. Baptista do Castro, os Srs. Drs. Baptista de Castro, Sylvio Rangel e Monteiro da Silva — e para acomianhar a quastão de tarifas, os Srs. Drs. João Pedreira do Couto Ferraz Júnior, Alberto de Araújo Ferreira Jacobina e Carlos Raulino. O Sr. Dr. Heitor de Sá propoz que se tolegraphasse para o primeiro porto estrangeiro em que tocasse o Oz-ianna ao Dr. Wencesláo Bello, eongratulando-se com S. Ex. pelas homenagens recebidas em território nacional durante a viagem. Informações Durante o mez, a secretaria recebeu 310 cartas e oíBcios, contra 215, em 1906. A correspondência expedi Ia foi 252 cartai e ollicios, contra 163, em 1906. Durante o primeiro semestre deste anno, a correspondência recebida elevou-so a 2. 196 contra 968 em igual período de 1906 e a respondida foi de 1.269, contra 901, em igual período do anno passado. 240 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA No semestre lindo, de accordo com a circular de agosto de 1906, f jz a Sociedade os seguintes fornecimentos aos sócios: 2.842 rolos de arame farpado de 2'; kilu- grammas; 2.481 rolos de 40 kilogrammas; 1.352 latas de formicida "Paschoal" o 12 arados. Foram propostos e accoitos, durante o semestre, 314 sócios. I*i'e!sideucitt No dia 12 omliaicjii para a Europa o nosso prezado e distiucto presidente, Dr. \\'oncoslau Bello, em viajem de estados, que serão bastante proveitosos para a agricultura nacional. A directoria levou-o até a bordo despedindo-se saudosa, O seu embarque foi muito concorrido por parte dos seus amigos. De coração desejamos ao Ur. Bello proveitosa viagem o feliz regresso á pitria, Assumiu a presidência o Dr. Jo.ão Baptista de Castro. Secçáo do A.lcool ExPmSição de Pklotas km maio de 1907 — Realisou-se em maio ultimo, na cidade de Pelotas, a Exposição Agrícola e Pastoril, promovida pela Sociedade Agrícola e Pastoril do Rio Grande do Sul, para a qual foi instantemente solicitado o concurso da Sociedade Nacional do Agricultura, por sua Secção da Propaganda das Appli^ações Industriaes do Álcool. Annuiodo ao convite, esta Sociedade reraotteu, para figurarem naquelle certamen não só apparelhos diversos de luz e calor, para constarem de uma secção, extra-programma, da mesma Exposição, coma timbem, para o elleito da illumi- nação da área de 12.000 metros quadrados, onde sa acharia localisada a Exposição, lâmpadas de suspensão a álcool, em numero approximado de 50, correspondendo a cerca de 11.000 velas de poder illuminante. Esse material, do propriedade da Sociedade, ainda foi reforçado com outros apparelhos enviados pula firma desta Capital, Manoel Gomes & Comp., e por lâmpadas Brazileiras, cedidas pelo inventor e propagador Sr. Manuel Galvão, sócio desta Sociedade, ficando a cargo dos funccionarios desta Sociedaie, que commissionados foram a Pelotas assistir ás respectivas installações. A 3 de maio inaugurou-S3 a Exposição e sobre esse acontecimento melhor dirá, em suas palavras simples, mas incisivas, o seguinte telegramma, que transcrevemos : «Exposição inaugurada meio enorme concurrencia, lUuminação a álcool, única existente, feérica. Secção apparelhos a álcool, perfeita. Pessoal incansável. Sobrevindo verdadeiro temporal, installação álcool portou-se valentemente ; creio, nessas condições, primeira prova cabal utilidade e vantagens do systema. Vamos dar touradas A noite com o auxilio único da illuminação a álcool.» Encerrada a Exposição em 14 de maio, na noite desse dia tiveram logar as aníuinciadas touradas, em ampla Praça unicamente illuminada palas lâmpadas a álcool, que deram o mais sTitisfactorio resultado. Aliás, seja dito de passagem, experiência idêntica já havia sido feita aqui na Capital Federal por occasião de funccionar, ha tempos, na Praça do Mangue uma Companhia Equestre e Variada. A LAVOURA 241 E' conveniente frisar que a insistência do convite feito pela Associação co-irmã a osta Sociedade, no tocante á demonstraçião dos apparelhos a álcool, foi devida aos applauso?, aoceitação e resultados já advindos de iiraa outra demoastração na mesma cidade de Pelotas, pjr occasião da Exposigão do 19orí, promovida igual- mente pola Sociedade Agrícola o Pastoril do Rio Grande do Sul, o assim também por aquolles colhidos com a Exposição realisaJa em Porto Alegre, em 1906, pelo Centro Económico do Rio Grande do Sul, a que esta Sociedade também concorreu, ambas deixando profunda impressão no Estado do Rio Grande do Sul, onde industriaes adeantados já se dedicara ao fabrico de apparelhos para o consumo exclusivo do álcool, entre outros os Srs. Sá & Comp. que, por occasião do certamen do Porto Alegre, apresentaram lanchas com motores a álcool do sua fabricação, sendo que neste ultimo certamen tambom era de fabricação no Estado o álcool de mandioca a 40» nelle consumido. Nesta Exposição, como nas outras aqui referidas, foram igualmente cedidos pelo preço do custo vários apparelhos da Sociedade, assim como vendidos outros da firma Manoel Gomos & Comp. e do Sr. Manoel Galvão ; introduzindo por este meio esta Sociedade, pouco a pouco, com os limitados meios que tem disposto para a propaganda, o gosto e o conhecimento das applicações industriaes do álcool, quiçá animando a producção do álcool. Foi o seguinte, resumidamente, o material romettido por esta Sociedade para o certamen em questão : Apparelhos para a illuminação do local : .'> lâmpadas do suspensão Roger. 5 » » » Saekular. 5 » » » Alarm. 11 » » » Brazileiras n. 1. 15 » » » Brazileiras n. 2. 2 » » » Monopol. 2 » » » Phobus. 1 lâmpada de suspensão Nacional. Apparelhos constando da Secção expositora : Lâmpadas portáteis : Sol. Bicos para lampeões : Walther, Amor, National, Décamps, Front, Delamotte, Baron, Dénayrouse, Rusticus, S-flnal, Stobwasser (90 e 50 velas). Depósitos simples e depósitos com columnas : correspondendo em numero íí quantidade dos bicos remettidos. Ferros de engommar : Vesta (diversos tamanhos), Omega, Brillant. Fogões para cozinha : UriUant (3, 2, 1 focos), Fertig (á, 1 focos), Equateur (1 foco), Orion (2 focos), Paris-lumii''re (á, 1 focos), Titan (3, 1 focos). Rápidos (■i, 1 focos), etc. Fogareiros pequenos : Favoritos, Parisienses, Rápidos, Paris-Lumière, Wer- wothug, etc. Apparelhos diverso»: Aquecedores para comida, para grôggs, para agua ; osterilisadores para barbeiros, para dentistas ; salchicheiras ; lamparinas para soldar, para lacre ; acceudedores para charutos ; frisadores para toilletes ; aque- cedores para quarto ; ventiladores para cima de mesa, etc. SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Os apparelhos cedidos importaram em 763$, sendo 310$ correspondendo a apparelhos dos Srs. Manoel Gomes & Comp., 255$ correspondendo a lâmpadas vendidas do Sr. Manuel Galvão e 198$ de alguns apparelhos da Sociedade. O material que daqui seguiu pelo vapor .Saníos no dia 9 do abril p. passado a esta Capital aportou de volta em 26 d(3 maio pelo vapor Satell-te, ten lo sido por consequência do 47 dias o tempo tomado a serviço da mesma Exposição, sem que, comtudo, durante o mesmo, ficassem paralysados os trabalhos nesta Capital, da Secção da Propaganda das Applicaçõos Industriaes do Álcool, que continuou a proceder a vários serviços com a parte material que aqui ficou. Como nota de conveniente registro, consequência da propaganda pratica eíTectuada no importante Estado do extremo sul, consignamos que de Porto Alegre e Pelotas tem recebido continuadamente esta Sociedade encommendas de apparelhos a álcool, ac(3essorios para os mesmos e até mesmo de álcool de canna, que no entretanto alli já pôde ser substituído pelo quo se proiluz da mandioca. A LÂMPADA « Brazileira » — Estrada de Ferro Central do Brazil — Dire» ctoria — N. 770 — Rio de Janeiro, 24 de maio de 1907. Exm. Sr. Ministro e Secretario de Estado da Industria.Yjação e Obras Publicas — Tenho a honra de passar ás mãos de V. Ex., por cópia, as informações que me foram prestadas pela sub-inspectoria e inspecturia do telegrapho e illuminação desta estrada sobre o resultado obtido nas experiências effectuadas com as lâm- padas do invenção do Sr. Manoel Galvão, para illuminação a álcool das estações, experiências essas realizadas em virtude da ordem de V. Ex., constante da carta inclusa, do mesmo Sr. Manoel Galvão: Reitero a V. Ex. os protestos de minha elevada consideração.— Dr. AarãoReis, director. Cópia — Sr. Dr. inspector do telegrapho — As experiências foram feitas com lâmpadas de dous typos, o menor installado no interior e o maior no exterior, para illuminação de grandes áreas, durante o periodo de um mez decorrido de 19 de fevereiro a 19 de março, nenhuma providencia especial tendo silo usada para flscalisação do consumo de álcool, que obedeceu á consideração pratica de ficar sujeito naturalmente ás condições das lâmpadas em uso normal. São as lâm- padas de espécie intensiva, a incandescência por vapor de álcool, apresentando simplicidade de construc<;ão e manejo, que muito as recommenda e produzindo luz clara, brilhante e fixa, com combustão quasi completa dos carburotos que a ali- mentam, visto que Ucio exhalam cheiro apreciável de resíduos, sendo, como foi, usado o álcool commum de 40°. O álcool é reduzido a vapor proporcionalmente ás necessidades do consumo, pois que se serve para est^ fim do próprio calor desenvolvido pelos productos da combustão, circumstancia esta que, reunida á do aquecimento prévio do ijaz, proporciona um consumo razoável do combustível. Assim é que a lâmpada pequena teve uma média de consumo de 0, 12 litros por hora, o que corresponde a um litro em 8 hoias e 20 minutos, e a lâmpada grande 0,27 por hora ou um litro em três horas o 42 minutos. O apparelho regulador de admissão é que a meu ver exigiria uma expe- riência mais longa para ser posto á prova, compondo-se de um estojo metallioo A LAVOURA 243 envolvido em flbra, sogundo diz o prospecto, e atravessado por uma haste que iutercepta ou parmitto a passagem do álcool para o vaporísador. Durante o tempo de prova as lâmpadas fuDcciouaram regularmente, não valendo menção o inci- dente, occorrido com uma delias, de ter-so partido a haste do regulador, oriundo do facto do ter a mesma penetrado mais do que devia no orifício de admissão, emqiianto este se achava dilatado por occasião de ser apagada a lâmpada e ter ficado adherente a elle depois de esfriada. Rio de Janeiro, G de abril de 1907.— K. de Faria. Ao Sr. Dr. sub-director do trafego — Em cumprimento á determinação do Exra.Sr. Ministro, constante da inclusa carta-gabinete e «lo seu despacho, flz instal- lar as lâmpadas do Sr. Galvão na estação de Madureira. As experiências foram feitas com lâmpadas de dous typos, o monor no interior e o maior no exterior. Durante um raez funccionaram as mesmas, sem outra providencia sinão a renovação flscalisada do álcool, sendo po.steriormento recomeçada a experiência, que ainda continua, a pedido do Sr. Galvão, que quiz provar que, apezarde abandonadas, as lâmpadas funcciouaram perfeitamente quando postas outra vez em serviço, o que de facto foi observado. São as lâmpadas da espécie intensiva, a incandescência por vapor de álcool, e apresentam notável simplicidade de conatrucção e manejo, que muito as recommenda. Produzem luz clara e tirme, com a combustão quasi completa dos carburotos que as alimentara. O alcoul é reduzido a vapor á proporção das necessidades do consumo, pois que se serve para este flm do próprio calor desenvolvido poios productos da combustão, cireumstancia esta que, reunida á do aquecimento prévio do ^'uz, proporciona um consumo económico de álcool. Assim é que a lâmpada pequena teve uma média de consumo do 0,12 por hora, o que corresponde a um litro em oito horas e 20 minutos, e a lâmpada grande 0,27 por hora ou um litro em três horas e 42 minutos. Durante o tempo de prova as lâmpadas funcciona- ram regularmente, sem o menor acciJente. Terminou a scie de experiências com o emprego do álcool a 36°, como pediu o Sr. Galvão, e ainda assim a luz é absolutamente clara, brilhante e fi.xa. Compa- rada a illuminação da estação produzida normalmente por oito lâmpadas de petróleo com a produzida por cinco lâmpadas de álcool, ficou patente a sensível superioridade destas ultimas. Do que flca exposto se concluo, tomando por base os preços dos actuaes contractos : Consumo do kerozene: l',333 X 8 lâmpadas = 10',(;44 x 228 réis = 2$431 em 12 horas. Consumo de álcool: l',440 X 5 lâmpadas = 7'200 x 370 réis = 2.$664 em 12 horas. Ou sejam 2$500 para 12 horas de luz de petróleo e 2$700 para igual tempo com álcool. Si, porém, adoptarmos o preço de 300 réis para o álcool de 40°, como se alludo na carta annexa da Sociètè Anonyme dcs Distilleries BresiJiennes, aquelle preço descerá a 2$100. E' licito ainda admittir que o preço do álcool a 3G° possa vir a 280 réis. uma vez que o a 40°é de 300 réis ; e então o custo da illuminação mais ainda diminuirá ou pela reducção do numero do combustores, pois certa- mente, queimando- so o álcool de 40°, bastarão quatro lâmpadas para ter melhor luz do que a fonii>cida por oito de petróleo ; ou pelo emprego de"cinco lâmpadas a SOCIfiiDADE NACIONAL DE AGRICULTURA álcool queimando-n com "6" apenas. Na primeira liypothese a despeza diária sorá de 1 $728 ; na segunda de 2$0 1(1; em qualquer delias a illumiuação será, melhor e a despeza sensivelmente menor ! E' com verdadeiro prazer que deixo assignalado o facto, pois até aqui tenlio sido considerado como inimigo da luz nacional, quando, entretanto, não fosse a responsabilidade technioa do meu cargo, desde muito a teria adoptado, ainda que obedecendo unicamente a ura impulso patriótico. E' ocioso dizer que será conveniente desnaturar o álcool, o que talvez consi- gamos cora a gazolina, de que dispomos como resíduo para a fabricação do gaz para os carros e is»o cora vantagem para a riqueza da luz. Não foi empregado o photoraetro nas experiências, visto não ser objecto das mesmas o rendimento photo- genico, mas uma comparação pratica entre cinco lâmpadas de um typo oom oito de outro. Deixo de consignar a despeza i'elativa aos véos, por isso que é compensada pela resultante de acquisição de torcidas e chaminôs. Rio de Janeiro, 14 de maio de 1907.— Ewnberto Antunes. Secretaria da Directoria da Estrada de Ferro Central do Brazil, Rio de Janeiro, 23 de maio de 19i)7.— Conforme.— O secretario, A. PernanJes Figueira.— Coo fere. Arl/iur Fernandes de Souza, 2° secretario. A.» g-ravui-a,s cla,« capas Dando conta das gravuras que ornaram as capas passadas até abril, expli- camos ser nosso intuito somente estampar na frente da nossa revista assumptos nacionaes, quer se trato de factos da vida agrícola, quer se trato dos mais inte- ressantes specimens das culturas nacionaes. Assim 6 que a capa de maio, a primeira da nova phase, já offcrcce o quadro da colheita da canna, uma das principaes lavouras do paiz. O reverso occupa-se de um bello typo suino, dando a ração da tardo ás suas crias. «A Lavoura» de janeiro trouxe a gravura de uma cabra leiteira, originaria da Suissa allemã. Pertence á raça de eoUeira — Col-Noir. A de fevereiro e março teve o quadro de ura rebanho de carneiros na Escossia. O frontespicio de abril foi ornado com quatro pastores da raça Ram- bouillet, sendo semelhante o individuo apresentado no reverso da revista an- terior. O fundo da revista de abril ó oceupado pela cabeça de um Hampshire, de bonito eífeito. Olul» tia ILjavoxira cie A-n^ustui*» SociKDADE Nacional de Agricultura — Rio — Telegramma de António Carlos — Minas. Eleita hontem nova Directoria Club Lavoura Angustura grande concurrencia lavradores raunicipio Além Parahyba Directoria coronel Joaquim Martins Fer- reira presidente, coronel José Cesário Cortes, vice-presidente, capitão Francisco Figueira 1° secretario, capitão Ottom Manso 2° secretario, coronel Arthur de Figueiredo Cortes thesoureiro, capitão José Velloso procurador. Congratulações. Angustura, 17 de junho do 1907.— A Directoria. NOTICIÁRIO O POVOAMENTO DO SOLO NACIONAL Bases reg^ulameii tares para o serviço de povoamento cio solo iiacional, ns quaes se refere o decreto n. G.4:Sio, desta data TITULO I Capitulo único DISPOSIÇÕES PRELIMIXARES Art. 1. O serviço de povoamento do solo nacional será promovido pela União, mediante aceôrdo com os Governos Estadoaes, emprozas de viação férrea ou fluvial, companhias ou associações outras, e particulares, observadas as garantias necessárias á sua regularidade, na conformidade das presentes bases. Art. 2. Serão acolhidos como immigi-antes os estrangeiros menores de 60 annos, que, não soffrendo de doenças contagio- sas, não exercendo profissão illicita, nem sendo reconhecidos como criminosos, desordeiros, mendigos, vagabundos, demen- tes, ou inválidos, chegarem aos portos nacionaes com passagem de terceira classe, á custa da União, dos Estados ou de t'^r- ceiros; e os que, em igualdade do condições, tendo pago as suas passagens, quizerem gozar dos favores concedidos aos recem- cliegados. Os maiores de 60 annos e os inaptos para o trabalho só serão admittidos quando acompanhados do suas familias, ou quando vierem para a companhia destas, comtanto que haja, na mesma íiimilia, pelo menos, um individuo valido para outro invalido, ou para um até dous, maiores de 00 annos. Art. 3. Aos iramigrantes que se estabelecerem em qual- quer ponto do paiz, e se dedicarem a qualquer ramo de agri- cultura, industria, commercio, arte ou occupação útil, são garantidos: o exercício pleno da sua actividade; inteira liber- dade de trabalho, desde que não haja ofTensa ã segurança, á saúdo e aos costumes públicos; liberdade de crenças e de culto; e, finalmente, o gozo de todos os direitos civis, attribuidos aos nacionaes pela Constituição e leis em vigoi. Art. 4. A União dirige ou auxilia, de commum aceôrdo com os Estados e sem embargo de acção idêntica por parte 846 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA destes, a introducção o localização do immigranti'S que se dis- ponham a flxar-se como proprietários territoriaes; proiege e guia os immigrantes espontâneos iiue careçam de patrocínio para a sua jirimeira instailação; e, só am casos excepcio- naes, introduzirá., á sua custa, immigrantes que se destinem a traballiar sem acquisição de terras, onde venham residir, TITULO II Da colonização DOS NÚCLEOS COLONIAES E SUA FUNDAÇÃO Art. 5. Núcleo colonial, para os effeitos deste decreto, é a reunião de lotes, medidos e demarcados, de terras escolhidas, férteis e apropriadas á agricultura ou á industria agro-pecua- ria, em boas condições de salubridade, com abundância do agua potável para os diversos misteres da população, contendo cada ura delles sufliciente área para o desenvolTimeuto do tra- balho do adquirente, servidos por viação capaz de permittir transporte commodo e fácil, era favorável situação econumica, o preparados para, o estabelecimento de immigrantes como seus proprietários. Art. G. A fundação de núcleos coloniaes poderá ser pro- movida: I. Pela União, cora auxilio dos Estados. II. Pelos Estados, com ou sem auxilio da União, III. Por emprezas de viação férrea ou fluvial, compaahias ou associações, e por particulares, com ou sem auxilio da União e dos Estados. Paragrapho único. A UniãJ poderá intervir na fundação de núcleos coloniaes por emprezas de viação férrea ou fluvial, companliias ou associações, e por paiticulares, embora os fun- dadores não gozena de auxílios offlciaes, quando entender pre- ciso instituir providencias reguladoras do serviço e medidas repressivas de abusos. CAPITULO II DOS NÚCLEOS FUNDADOS PELA UNIÃO Art. 7. A fundação de núcleos õõloniaes, 8ob a adminis-^ tração directa da União e auxilio do Estado interessado, eífe- ctuar-se-tia com observância do disposto neste decreto e, es- pecialmente, das SBguiutes regras : I. A União fará, a escolha da localidade, e levará a elfeito a formação do núcleo. II. Si as terras forem devolutas ou de propriedade do Es- tado, O Governo Federal entrará em accordo com o irespectivo A LAVOURA Í47 governo no sentido do lho .sor eidida a área precisa para a formação do núcleo. Nosto caso, o Estado auxiliará a discriminação, se preciso, nos termos da sua legislação de terras ; e pcrmittirá que sejam oDfectuados os trabillios preparatórios e definitivos : —estudos preliminaro-! para a molhor ropartição em lotes, e para o traçado das linhas de communicação interna e eíterna ; medição e demarcação dos lotes ritraes ; obras de saneamento, quando necessárias ; construcção dê casas, estradas e cami- nhos ; preparo, em cada lote rural, da área destinada ás pri- meiras culturas; organização da sedo do nucleo,si convier,com os competentes lotes urbanos ; e localização dos immigrantes. III. Logo que se achem meiidos e demarcados os lotes, conforme a regra antecedente, haver-so-ha por ulfectiva a ces- são dos mesmos á União, com a clausula implicita do serem vendidos a immigrantes, ou utilizados em proveito do núcleo. IV. Si as terras foren de propriedade particular, serão adquiridas amigavelmente, por compra ou convenção, ou des- apropria ias pelo Estadi), realizando a União os trabalhos pre- paratórios e definitivos, nos termos da alinea II. V. O Estado fornaoerá gratuitamente aos immigfantes ferramentas e sementes, como auxilio ao primeiro estabele- cimento, podendo também a União conceder-lhes iguaes favo- res, além de vantagens outras, constantes destas bases. VI. Si o Estado quizer fundar, junto á sôde do núcleo, campos de experiência e demonstração, será reservada a área necessária para esse fim, e concedido o auxilio pecuniário esta- tuído em lei, de accôrdo com o plano e orçamento previamente approvados. Art. 8. O Estado polerá prestar quàesquer auxilies em beneficio dos immigrantes, independente dos concedidos pela União, e instituir prémios de animação. Art. 9. Os titules provisórios e definitivos de proprie- dade dos lotes serão passados poios funojioaarlos federaes que para isso forem designados. Art. 10. O producto da venda dOs lotes pertencerá á União, salvo o caso de convenção com proprietário? de terras par- ticulares, que, por contracto, se tenham obrigado a permittir a fundação do núcleo, e a venda dos lotos, mediante restituição da importância ajustada e prefixada pela transferencia das terras e bemfeitorias. Art. 11. A cobrança da divida dos immigrantes, prove- niente da venda de lotes e ca«as, e de auxílios quo não sejam gratuitos, será feita pela União. Art. 18. A escolha de localidades para núcleos coloniaes far-se-ha mediante prévio estudo regional, o merecera attento exame da administração. 248 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Art. 13. Serão preferidas para núcleos coloniaes as locali- dades que, sendo reconhecidamente salubres e satisfazendo ás exigências definidas no art. 5°, reunam os seguintes roçtuisitos: I. Altitude conveniente e terras adaptareis á, polycultura, II. Situação á, margem ou nas proxiníidades devias férreas, em trafego ou em construcção, de vias fluviaes servidas por navegação a vapor, nas vizinhanças de centros populosos, onde possam os proprietários de lotes vender lucrativamente o produoto do seu traballio. IH. Abundância de aguas correntes, perennes e potáveis, de sorte a abastecerem os occupantes dos lotes e a servirem aos trabalhos agrícolas o industriaes. IV. Configuração topogi-aphica e condições que permitiam ser o terreno facilmente agricultado por processo mechanico. V. Existência de mattas, no local ou nas proximidades, que, favor >ícendo as condiçõoi climatéricas e a productividailo da região, tornem também seguro o fornecimento económico de madeiras para as construcções e obras coloniaes. Vi. Área sufficiente pira ampliação do núcleo, de ma- neira que os descendentes directos dos primeiros immigrantes localizados, membros de suas famílias, ou pessoas de suas re- lações, residentes no estrangeiro, possam, no ciso de consti- tuição de novas famílias, ou de ser por elles chamados, vir residir como proprietários de terras no mesmo núcleo ou nos arredores. Art. 14. Escolhida a localidade para o núcleo, organi- zar-se-ha sèm demora o plano geral e o orçamento provável dos trabalhos, dividindo-se, era seguida, as terras em lotes, com a precisa perfeição, levaudo-se a effeito toda^ as obras necessárias, r.>movendo-se quanto possa ser nocivo á saúde publica, estudando-se, projeotando-se e preparando-se ura S}'s- tema regular de estradas e caminhos de communicação, se- gundo Instrucções expedidas. Art. 15. Havendo cursos de agua, e convindo, poder- se-ha iniciar o trabalho pelo levantamento doí mesmos a goniómetro, implantando-S3 estacas (piquetes) cujos topos fi- quem rente com o solo, assignalada cada uma com apropriada tacha de cobre para indicar precisamente a linha traçada, tendo ao lado as competentes estacas testemunhas, com a de- vida numeração, de modo que se torne fácil a posterlop lo- cação das linhas divisórias dos lotes, que forem projcctidos. Organizada a planta hydrographica, projectar-se-ha sobre ella o plano de distribuição das torras em lotes, se;ruindo-se a respectiva locação no terreno. Art. 16. Não existindo cursos de agua ou não se fazenilo mis- ter o seu levantamento, a divisão das terras em lotes será pre- cedida de attento reconhecimento das condições locaes . A LAVOURA 249 Art. 17. Os lotes serão metliodicamonto numerados, e as suiis linhas divisórias seguirão, sempre que não houver incon- veniente, os rumos norte-sul e leste-oeste verdadeiros. Art. 18. Si a posição o importância do núcleo exigirem a lormação de uma sede, ou futura povoação, será reservai i para isso ârja sufflciente, bem situaria, m, parte mais plana da zoua e que preencha as necessidades inherentes á salu- bridade de centros populosos, realizando-se o preparo do local e as construcções e obras indispensáveis, de accôrdo com o pro- jecto feito. A sede será o ponto de convergência das priíioipaes estradas do núcleo. Art. 19. Em cada núcleo, conservar-se-lião lotos dispo- níveis para grupos escolares, ensaios de cultura de vege- tae? que se possam adaptar ás terras da zona, campos de (iemonstração, serviços industriaes, ou outros flns. Art. 20. Os lotes serão classificados em ruraes e urbanos. § 1.» Lotes ruraes serão os destinados á lavoura e criação, cora área bastante para o trabalho dos colonos que os adqui- rirem. § 2.0 Em geral, a área de cada lote rural não ultrapassará 25 hectares, si o núcleo demorar á margem ou nas proximi- dades de estrada de ferro ou de rio servido por navegação a vapor, podendo ir até 50 hectares nos demais casos. § 3." Lotes urbanos serão os da sede do núcleo, destinados a formar a futura povoação, tendo as frentes voltadas para ruas e praças. § 4, o A área de cada lote urbano não excederá de 3.000 metros quadrados, salvo si destinada a flns especiaes. Art. 21. Normalmente, cm cada lote rural, será construída uma casa em boas condições hygienicas, para residência do immigrante e sua família, proparando-se também terreno para as primeiras cultura-^, que lião de ser feitas pelo adquirente, § l." Para attender a immigrantes que preflram construir as casas por sua conta e a seu g(JSto, poder-se-hão conservar lotes sem casa. § 2.» Dando-se a hypothcse do paragrapho precedente, po- derá ser facultado, gratuitamente, ao adquirente do lote e á, sua familia alojamento provisório, até terminar a cons^.ruc- ção e por prazo não excedente de um anno. Art. 22. Os lotes ruraes serão vendidos mediante paga- mento á vista ou a prazo, pasSLindo-se no primeiro caso ura titulo definitivo de propriedade, o no segundo um titulo provi- sório, que será substituído pelo definitivo logo após a termi- nação dos pagamentos, § 1.° Ao comprador de lote, sob condição de pagamento em prestações, é licito liquidar espontaneamente o debito, ao todo 250 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA OU em parte, antes do prazo, era qualquer temp i, aflra de apressar o recebimento do titulo definitivo de propriedade. § 2.» Ociíorreado o caso do paragraphj anterior, o compra- dor gozará, da boniíicição conferida no § 2° do art. 40. Art. 23. Oi lotes urbanos só serão vendidos medi;inte pa- gamento immediato. Art. 24. Os lotes vendor-se-hão a preço modicj, previa- mente marcado, e dependente de sua área e situação. Art. 25. Ao preço dos lotes, em que haja casa, será addi- cionado o valor venal desta. Art. 26. A agricultorei acompanliadoi de família, po- derão veader-se a prazo os lotes ruraes. Art. 27. O agricultor que não se acliar nas condições do art, 2o, só, mediante pagamento á vista, poderá, adquirir um lote rural. Art. 2á. E'permittido ao iramigrante, acompanhado de fa- mília, adquirir novo lote, desde que obtenha titulo definitivo do primeiro ; constando, porém, a família de mais de cinco pessoas aptas para o trabalho, ou havendo o immigrante desenvolvido a cultura ou o beneficiamento do primeiro, ser-lhe-ha conce- dida preferencia para a compra, ainda que a prazo, do segundo lute contíguo ou próximo. Art. 29. Ao íinmigrante estrangeiro, que, sendo agri- cultor e contantio menos do dous ainos de entrada no paíz, contrahir casamento cjm brazileira ou filha de brazileiro nato, ou o agricultor nacional que se casar com estrangeira apor- t.ida ha menos de dous aunos como iminigrante, será concedido um lote de terras com titulo provisório, que se substituirá por outro definitivo de propriedade, sem ónus algum para o casal, si este tiver, durante o primeiro anno, a contar da data do tí- tulo provisório, convivido ura boa harmonia e desenvolvido a cultura e o aproveitamento regular do lote com animo de con- tinuar. Art. 30. Ao ímraigranto estrangeiro ou ao nacional, nas condições do artigo antecedente, que quizer adquirir um lote a titulo definitivo, immediatamente após o casamento, vender- se-ha por metade do prego que estiver estipulado. . Art. 31. Do título pi-ovisoriodalo ao immigrante, deverão constar o preço total do lote o as principaes condições para obtenção do titulo definitivo. Art. 32. Os lotes cujos títulos definitivos sejam expedidos a immigrantes, que nada devam ao núcleo, constituirão pro- priedade plena doi seus adquirentes. Art. 33. Emquanto dever ao nueleo, o occupante do lote não poderá, sem prévia autorização oscrípta de quem estiver no local á testa dos serviços, vender, hypothecar, transferir, alugar, dar em antichrtíse, permutar ou alienar de qualquer A LAVOURA 251 modo, directa ou iadireitamoate, o raosmo lote, nera u casa o as bemfeitorias . Art. 34. 03 immigrantes terão trauspoi-te gratuito até ao núcleo. Art. 35. Aos immigrantes recem-chogadoa ao uucleo serão fornecido j, a titulo gratuito, semeates e ferramentas de tra- balho, como sejam enxadas, pás, alviões, maclia los e foices. An. 36. Dentro dos seis primeiros mezes, a coutar da data em que cliegarem ao nucloo.e ató á colheita e vend i dos produ- ctos, os immigrantes vindos do estrangeiro e localizados como proprietários terão, si o necesútarem, o auxilio indispensável á sua manutenção e da família. Art. 37. Durante o prazo de um anno, contado de accôrdo com o artigo aatecjdeate, ministrar-se-hão a todos os immi- grantes serviços médicos e pharmaceuticos, a titulo gratuito, lísse favor poilerá ser dilatado por prazo maior, a juizu do en- carregado da administração do núcleo. Art. 38. Nos núcleo í coloniaes, serão mantidos arma- zéns ou depósitos de géneros alimenticios, e outros de primeira necessidade, para garantia do abastejimento da população, a preços modicoi, sendo inteiramente livre aos immigrantes comprarem esses géneros, por sua conta, oude lhos aprouver. Art. 39. No primeiro anno de estabelecimento, ou por prazo maior, si o Governo assim resolver, facilitar-se-ha aos im- migrantes, que o quizerem, a compra ou o aluguel de instru- mentos e machinasagricolas, animaes e vehiculosque forem de mister para a cultura dos lotes, beneficiamento e transporte dos productos. Ai"t. 40. Os preços dos lotes, com ou sem casa, quando comprados ti prazo, bem como quaesquer auxilios quando não sejam remuneração de trabalho, ou classiflcados como gratuitos, constarão de caderneta entregue ao djvedor, organizada em forma de conta corrente, e constituirão debito dos immigran- tes, levado ã conta do chefe de familia, que deverá começar a amortizal-o, em prestações annuaes, o mais tai'dar no flm do segundo anno do seu estabelecimento ; desde cuja data, em falta de pagamento, se contará o juro de mora á razão de 3 % ao anno sobre as prestações vencidas. § I." Quandoo nucloo estiver situado á margem ou próximo de vias férreas ou de rios em que houver navegação a vapor, o prazo para as amortizações será de cinco annos, a contar do pri- meii'o dia do terceiro anno do estabelecimento do immigranto ; em caso contrario, ou quando o Governo entender conveniente, o prazo será de oito annos nas mesmas condições. § 2.» O immigrante, que pagar seus débitos antecipada- mente, terá direitj á buniflcação, calculada á razão de 12 % ao anno, pelas prestações a pagar. 252 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA § 3.° O immigrante que pagar a sornraa correspondente ao valor do lote, receberá sjm demora o titulo definitivo de propriedade do mesmo, embora não esteja extincto qualquer outro debito, acaso contrahido com a administração do núcleo. Art. 41. Fallecendo o chefe da família, em cujo nome houver sido expedido o titulo provisório ou definitivo de pro- priedade, o lote passará aos herdeiros ou legatários nas mesmas condições em que era possuído. Paragrapho único. Si o núcleo ainda não estiver eman- cipado, a transferencia será feita administrativamente, por ordem oflicial, sem intervenção judiciaria. Art. 42. Qualquer debito que, porventurj,, haja contrahido com o núcleo o chefe de família que fallecer deixando viuva e orphãos, será considerado extincto, salvo o proveniente da compra do lote a prazo. Art. 43. Si o lote tiver sido comprado a prazo e fallecer o adquirente deixando pagas, pelo menos, três prestações, serão dispensadas em favor da viuva ou dos orphãos as demais pre- stações ainda não vencidas, expedindo-se titulo definitivo de propriedade. Art. 44. O Governo manterá aulas do ensino primário gratuito, e fará organizar exposições e feiras d ! productos agrícolas e industriaes, sempre que convier, nos núcleos coloniaes. Art. 45. Serão instituídos prémios para estimulo dos pro- ductores que mais se distinguirem nas exposições, ou por qual- quer outro modo. Art. 46. Em núcleos destinados a estrangeiros, apenas se poderá vender a nacionaes um numero de lotes inferior a 10 Vo dos que aquelles occuparem . Todavia, quando em um núcleo a quantidade de lotes possuídos por estrangeiros attin- gir ou for superior a 300, será organizada, si conveniente, uma secção contigua de lotes para agricultores nacionaes. Art. 47. Em Estados, ou zonas, onde não existirem co- lónias antigas ou núcleos coloniaes de agricultores estran- geiros, o Governo Federal poderá adoptar providencias ex- cepcionaes, quando indispensáveis, para garantia da formação do primeiro núcleo em condições propicias ao seu desenvolvi- mento, servindo de centro de attracção para o estabelecimento de crescente numero de iramlgrantes. Art. 48. Era instinicções especiaes serão regulados os ser- viços e obras de cada núcleo, attendendo-se ás circumstancias peculiares á localidade, e ás necessidades occurrentes. Art. 49. A emancipação dos núcleos coloniaes será resolvida pelo Governo, logo que cesse a necessidade de auxílios aos im- migrantes localisados. A LAVOURA 2-r3 CAPITULO 111 dos; núcleos fundados pelos estados, de accòrdo com a união Ai't. 50. A União poderá realizar a iiitroducção de immi- grautes, çtue, sob o patrocínio dos Estados, houverem de ser loca- lizados, como proprietários, era núcleos que os Governos esta- doaes resolvam fundar pur iniciativa e conta própria, ou por contracto com proprietários territoriaes, desde que sejam de- vidameate reconhecidas a situação favorável dos núcleos, a excelleucia do condições hygienicas, a superior qualidade das terras o a normalidade dos trabalhos de adaptação áquelle fira. Art. 51. Aos Estados, que fundaram núcleos coloniaes sob sua administração directa, a União poderá concador auxiliu.s, na conformidade do artigo seguinte o na medida dos recursos orçamentários disponíveis. Art. 5i. A fundação de núcleos coloniaes sob a administra- ção directa do Estado e auxilio da União obedecerá ás condi- ções previstas neste capítulo e especialmente ás seguintes : I. O Estado escolherá a localidade quo julgar ftivoravel á salubridade, cultivo, prolucção, segurança, fticilidade de com- muuicações, e economia de transportes, sujeitando essa escolha, com o plano geral do núcleo, inclusive typo das casas e todas as indicações precisas, á approvação do Governo Federal, para os effeitoi do auxilio que a União haja de prestar. II. Approvadosa escolha e o plano supra referidos, o Estado fará executar os trabalhos preparatórios e dotlnitivos. III. Feitas as obras precisas, de sorte a ficar garantido o transporte coramodo e o estabelecimento regular de immi- grantes, e suas famílias, em lotes perfeitamente delimitados e demarcados, conforme o plano approvado, a União promoverá á sua custa a vinda dos mesmos atim de serem localizados, por conta do Estado, ao qual fica livre o direito de escolha dos ira- migrantes por intermédio de emissários especiaes, IV. Todos 03 serviços do núcleo serão custeados pelo Estado. V. O Estado sei'á auxiliado pela União comas % da im- portância que effecti vãmente despender com a fundação do núcleo , não devendo esse auxilio ultrapasssar 800.f por fa- mília estrangeira que for localizada. Três serão as prestações pagas pela União : a) A primeira, até 250$, por casa do typo acceito polo Go verno Feieral, construída em lote rural ; b) A segunda,tambem não excedente dc2õn$,logo que o ini- migrante e família tomarem posse do lote e houverem recebido o titulo provisório ou o definitivo de propriedade do mesmo. c) A terceira, finalmente, de valor nunca superior a .300$, conforme avaliação feita pelo funcuionario lederal para 4668 5 254 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA isso designado, quando o immigrante e família contarem seis mezes de estabelecimento no lote. Art. 53. lira núcleos auxilia los pela União, a porcentagem de lotes destinados a nacionaes não deverá exceder de 10 % dos reservados para agricultores estrangeiros. O auxilio pela collocação de cada família de colonos na- cionaes poderá attingir, no máximo, 500$, pagos em prestações, conforme as alineas a e 6 do n. V do artigo antecedente, porém depois de effectiva localização de famílias estrangeiras, em quantidade que corresponda á porcentagem acima men- cionada . Paragrapho único. Sem auxilio da União, poderá o listado formar, com o numero de lotes que entender, secções contíguas, destinadas a nacionaes. Art. 54. Os títulos de propriedade dos lotes serão expe- didos por funccionarios estadoaes, de accôrdo com as respe- ctivas disposições em vigor. Art. 55. Ao Estado pertencerão 75 V» do producto da venda dos lotes, salvo accôrdo existente comos proprietários das terras vendidas aos immigrantes ou colonos ; devendo os 25 % restantes ser recolhidos aos cofres da União em recom- pensa dos auxílios prestados. .^rt. 56. Qualquer debito, contrahido pelos immigrantes para com o núcleo, só poderá ser cobrado pelo Estado. Art. 57. Os núcleos fundados pelos Estados com auxilio da União devem subordinar-se a regimen semellianteao adoptado por esta. Art. 58. Verificada a utilidade da construcção de via férrea económica para ligar terras devolutas colonizáveis ou núcleos coloniaes, com estações do estradas de ferro, centros consumidores, portos marítimos ou fluviaes, a União poderá auxiliar a coastrucção mediante subvenção, paga de uma só vez, á razão de 6:000$ por kilometro, aberto ao trafego. Em contracto prévio serão de tini das as condições a obser- var, quei- de caracter technico, quer relativas a prazos, indem- nização do auxilio concedido, extensão máxima a subven- cionar e quaesquer outras. CAPITULO IV COLONIZAÇÃO POR EMPREZAS DE VIAÇÃO Art. 59. O povoamento de terras marginaes ou próximas de estradas em coustrucção ou em trafego, bem como de rios servidos por navegação a vapor, deverá ser emprehendido 6 activado pelas respectivas emprezas, independente de qualquer iniciativa do Governo Federal ou dos Estados, de asso- ciações ou de particulares. A LAVOURA Art. 60. Kiiteade-^e pop empreza de viação ou simples- mente einpreza, para os tins deste capitulo, qualquer entidade singular ou collectiva que tivjr a seu cargo a construcção e exploração de estrada de ferro ou do roda-;em, ou serviço de navegação, em virtude do contracto delinitivo com a União ou com 08 Estados. Art. 61. O povo;uueato elTectuar-se-lia mediante a localiza- ção de familiaí de immigrante-!, habituados a trabalhos de agri- cultura ou de industria agro-pecuaria, como proprietários de lotes regularmente medidos e demarcados, situados á margem ou dentro da zona de 20 kilometros, para cada lado do eixo da estrada ou do thahoeg do rio navegado, formando núcleos ou linhas coloniaes. Art. i»2. A empreza de viação que quizer utilizar-se dos auxílios e favores, consignados neste capitulo, precisa do obser- var a^ disposições deste decreto, e obter prévia autorização offlcial, que o Governo coaceJerá, quando convier, limitando a sua i-esponsabilidade na medida dos recursos orçamentários disponíveis. Art. 63. A escolha das locilidades mais apropriadas a núcleos e linhas coloniaes obedecerá a prôvio estudo de todas as circurastancias ossenciaes ao seu desenvolvimento, tendo- se especialmente em vista a benignidade do clima e salubri- dade, abundância, qualidade e distribuição das aguas ; condi- ções orographicas, natureza o fertilidade das terras e sua ap- tidão productiva ; extensão em mattas, capoeiras, culturas ; área dispouivel e tudo quanto for de examinar para a constituição proveitosa dos núcleos, iVrt. 64. A escolha das localidades, feita pela empreza, íica sujeita a estudo e informação do respectivo engenheiro tiscal, ou de fuaccionario federal para isso designado, exame e accei tacão do Governo Feder.il. Art. 65. O plano geral, comprehendendo a divisão das terrai em lotos, áraa desces, estradas de rodagem e caminhos viciuaes a construir e typo do casas para os immigrantes, será subraettido á approvação do Governo Federal o executado na conformidade do que for approvado, sob pena de não serem prestados oi auxilies e favores de que trata este capitulo. Art. 06. As terras necessárias para os núcleos ou linhas coloniaes serão adquiridas pela empreza porcompra, concessão, ou accôrdo com os listados, ou com os proprietários, podendo, quando necessário, ser autorizada a desapropriação. Par agrapho único. E' iraprescindivel a veriflcagão anteci- pada, de estarem as terras desembaraçadas de litígios ou de onws reaes, ou da a.ústencia de concessão ou contracto, que assegure a transferencia das mesmas, livre de todo e qualquer encargo. 256 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Art. 67. Sempre que a situação do núcleo OU a quaiitidaile de lotei ruraes exigir o preparo de uma sedo, ou futura po- voação, a empreza fujidal-a-lii com os corapeteates lotes urbanos, e segundo o projecto approvado. Art. 08. A" proporção que os lotes ruraes forem licaudo promptos, e servidos por viação rogular, serão localizadas as famílias de imraigrantes. Art. 69. A erapreza manterá, pelos meios mais convenientes ao seu alcance, e de accôrdo cora o Governo Federal, um serviço de propaganda no exterior para a venda dos lotes, devidamente duinarcados e preparados, a immigrautos exercitados cm tra- balhos de agricultura ou de industria agro-pecuaria, em ordem a, nos raosmos, virem estabelecer-se . Art. 70. O Governo Federal poderãaiitorizar ou promover, por sua conta, a introducção de immigrantus destinados aus núcleos ou ás linhas coloniae;, couceiendo passagens dosdc o porto do paiz de origem até ao de destino, bom como os meioí de desembarque e hoipedagem, e o transporte até á estação mais próxima do núcleo. Art. 71. O serviço de localização, inclusive auxílios para o primeiro estabelecimento, correrá a expensas da empreza, que deverá fornecer aos immigrantei recjm-chegados ferramentas e s jmentos, e proporcionar-lhes, sempre que não houver incon- veniente, trabalhos a salário na estrada ou nas proximidades dos lotes, aflm de tornar fácil a manutenção dos mesmos, abastecendo-os, quando preciso, de adeantamentos em géneros alimentícios, ou em moeda, até á primeira colheita. Art. ~i. Os lotes ruraes, com as bemfeitorias que porven- tura tiverem, serão vendidos aos immigrantes mediante paga- mento á vista ou a prazo. Art. 73. O ireça dos lotes o das casas, e as condições de pagamento, dependem de approvação do Governo Federal, que se reserva a faculdade de exercer acção fiscal sobre quanto ílir de interesse para a prosperidade dos colonos, e relativo aos direitos que lhes são garantidos. Art. 74. A empreza fica obrigada a facilitar o transporte dos productos coloniaes, concedendo abatimento ou reducção de fretes, na razão de 50 °/o das tarifas em vigor, durante cinco annos a contar da data do estabelecimento da primeira família, cm lote do núcleo ou da linha colonial cuja fundação se flzer nas condições deste capitulo, ou for emprehendida pela União ou pelos Estados, com a localização de immigrantes estrangeiros, como proprietários. Art. 75. A empreza facultará aos immigrantes locali- zados todos os meios, ao seu alcance, para o melhor beneficia- raento dos productos, animando a formação e o incremento de pequenas industrias ; promoverá, nos núcleos que fun- A LAVOURA 8-,7 dai", a creação de escolas do instnicção primaria gratuita, e construirá templos para o culto religiosa professado pelos mesmos immigi-antes. Art, 7(1. O Governo Federal concederá, a titulo de auxilio, prémios á empreza de viação que effectuar com regularidade a localização (lo imraigrantes estrangeiros, como proprietários, nos termos destas bases. Esses premies serão combinados e fixados por occasião de ser approvado o plano geral de que se occupa o art. 05 deste decreto e não deverão exceder os seguintes máximos : I. 200$ por casa construída em lote rural, uma vez que seja de typo offlcialmentc approvado e pertença a ftimilia rle imniigrantes, II. Por família de immigrantes, introduzidos do estran- geiro, á custa da empreza, e não já residentes no paiz, instal- lada em lote rural: a) lOO», quando a família contar seis mezes de loca- lizada; l>) 200$, quando a familia estiver ha um anno localizada, e houver ampliado a cultura ou a criação, com animo de con- tinuar. III. 5:000$, por grupo de 50 lotes ruraes, occupados por famílias de immigrantes estrangeiros, que, no mesmo núcleo e dentro em dous annos da coUocação da primeira familia, hou- verem recebido os titules definitivos de propriedade. Art. 77. Quando as famílias do immigrantes agricultores não forem introduzidas do estrangeiro á custa da empreza, obrigar-se-ha esta a localizal-as nas mesmas condições das do art. 76, não havendo, porém, direito sinão aos prémios I e III. Art. 78. Effectivamento occupados 50 lotes ruraes por famílias de immigrantes estrangeiros, poderá a empreza loca- lizar cinco famílias de nacionaes om lotes contíguos, o assim suceessivamente, concedendo o Governo, neste caso, os mesmos prémios referidos no artigo precedente para collocação de famílias estrangeiras. Art. 79. E' lícito á empreza obter do Estado interessado quaesquer outros favores ou auxílios alt-m dos concedidos pelo Govorno Federal. CAPITULO V COLONIZAÇÃO POR COMPANHIAS OU ASSOCIAÇÕES, K PARTICULARES Art. 80. As companhias ou associações, e os particulares idóneos, que dispuzerem de terras em situação e circumstancías propicias ã colonização, e se obrigarem a dividil-as em lotes, e effectuarem a venda destes a immigrantes estrangeiros, agricul- tores, que nos mesmos passem a residir como proprietários, Í58 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA poderão receber auxiliou da Unia > e dos Estados, segundo o regimen que melhor convenha a cada caso. §1.° São condições essonciaes para que a União preste auxílios : a) Estarem as terras isentas do litigies, hypotheca ou outros ónus reaes de qualquer natureza, ou ficar provada a existência de contracto regular entre o devedor e o credor hy- pothecario, em termos de poder o immovel ser transferido aos iramigrantes livre do todo e qualquer encargo. b) Existência de área necessária, ajuizo do Governo, para o estabelecimento de 50 famílias do immigrantes, pelo menus, em igual numero de lotes ruraes, contíguos, ou disseminados em uma região cujo raio niaxímo não exceda de 12 kilometros- c) Serem as terras férteis, em zona absolutamente • salubre, á distancia conveniente de centros commerciaes e aos quaes so liguem por estrada de ferro ou de rodagem, em condições que permittam aos colonos a expansão das culturas e industrias, e a venda dos productos com lucro compensador do se'i traba- lho ; existência de mananciaes de agua potável, de maneira que todos os lotes fiquem providus desse liquido para o consu- mo dos habitantes e para o serviço de roga ; finalmente, o con- junto de circumstancia-i indispensáveis á prosperidade dos novos proprietários. d) Exame, ofBcialmente feito, da região e dos documentos referentes ás terras, o verificação do preenchiment ) das con- dições supramencionadas. e) Terem os lotes área suíliciente para o desenvolvimento do trabalho dos seus adquirentes. § 2.» O Governo Federal não fornecerá quantia alguma por adiantamento. Art. 81. Uma vez verificado o preenchimento das condi- ções essenciaos referidas no artigo antecedente, os immigrantes com família, que houverem de sjr localizadiis como proprietá- rios, poderão ser introduzidos pela União directamente ou me- diante a restituição das passagens pelos preços que vigorarem, comtanto que : a) estejam elles habilitados á compra dos lotes a dinlieiro e disponham de recursos p.'.ra se manter por conta própria, cultivando a terra ou explorando qualquer industria, até á per- cepção dos primeiros lucros, sem outros favores ; ou b) os proprietários das terras provem ter firmado con- tracto com 05 mesmos ou com o Governo do Estado interessado, em termos garantidores da effectivídade dos compromissos, não só da venda dos lotes demarcados e promptos, por preços ra- zoáveis, como taml)em da prestação do auxilies de que possam os immigrantes necessitar para o seu primeiro estabelecimento, até conseguirem manter-se por conta própria. A LAVOURA 259 Art. 82. A16m do auxilio prestado na conformidade do ar- tigo anterior, a União poderá conceder, ás respectivas compa- nhias ou associações e particulares, prémios por famílias de immigrantes agricultores, localizadas, quando contarem de um anuo até anno e meio de estabelecimento regular, em estado prospero e com disposição do permanecei'. § 1." O numero de famílias cuja localização dê direito a prémios, bem como a importância e o modo de distribuição destes, serão prefixados pelo Governo Federal, em cada caso. § 2.° O Estado interessado poderá auxiliar a medição e de- marcação dos lotes e concorrer com quaesquer outros favores. Art. 83. Quando o Governo Federal reconhecer, deaccôrdo com os art. 80 e 81, a existência de circumstancias asssegura- doras da coUocação favorável de immigrantes como proprietá- rios, e autorizar a companhia ou associação, ou o particular, ;•. providenciar nu sentido de preparar os lotes para os receber, também marcará prazo para a conclusão dos trabalhos preci- sos, sob pena de cessar a responsabilidade da União, quanto á prestação de auxílios e prémios. Art. 84. .-Vs companhias ou associações e aos particulares idóneos, que promoverem o povoamento, em larga escala, de terras, de sua propriedade, no caso do § 1°, alíneas a, c, d e e, do art 80, e se propuzerem a ligal-as, por vias-ferreas eco- nómicas, com estações de estrada de ferro existente, centros consumidores, portos marítimos ou fluviaes, poderá o Governo Federal conceder, si conveniente, e mediante contracto prévio, uma única subvenção de 6:000$ por kilometro aberto ao trafego. Em contracto prévio, serão definidas as condições a observar, quer technicas, quer relativas a prazos, extensão máxima a subvencionar, indemnização do auxilio concedido, ou quaesquer outras. Art. 85. Os bancos de credito agrícola e os syndicatos agrícolas, que se constituírem segundo a legislação em vigor, uma vez que se sujeitem ás condições deste decreto, terão preferencia para a obtenção dos auxílios e prémios na confor- midade destas bases. CAPITULO VI DAS LINHAS COLONIAES Art. 86. A partir de pontos marginaes de estrada de f(írro em trafego ou em construcção, ou de rios em que houver navegação a vapor, poderão ser estabelecidas linhas coloniaes, sempre que convier. Art. 87. Linha colonial, na conformidade deste decreto, uma estrada de rodagem ladeada de lotes, medidos e demar- 2(50 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA cados, seguidamente ou próximos uns dos outros, destinados a ser povoados por im migrantes, como seus proprietários. Art. 88. As linluis coloniaes deverão situar-so em zonas que satisíUçam as condições essenciaes, exigidas para os núcleos, e serão de preferencia abertas, em terras devolutas, em terras particulares desaproveitadas, ou mal utilizadas, quando os accidentes do terreno ou a sua constituição em faixas do melhor natureza o mais accentuada fertilidade, ou outras eircumstancias eventuaes, aconselharem a adopção desse sys- tema para o seu melhor aproveitamento. Art. 89. Em terras devolutas, as linhas coloniaos serão construídas somente pelo respectivo Estado, ou mediante ac- côrdo cora o mesmo. Art. 90. O estalielecimento definitivo de linhas coloniaes em terras de propriedade particular, poderã ser realizado pelos proprietários, ou de accõrdo comestes; salvo si, estudadas e projectadas, houver impossibilidade de convonção e ficar pro- vada a vantagem da desapropriação das terras por utilidade publica. Art. 91. As linhas coloniaes, para todos os efFeitos, são ecjuiparadas aos nuelens coloniaes. TITULO III D a immigração CAPITULO I DA INTRODUCÇÃO DE IMMI0RANTI3S Art. 92.0 Governo Federal promoverá a introducção de mmigrantes que, sondo agricultores o acompanhados do fa- mília, desejarem fixar-se no paiz como proprietários terri- toriaes, em lotes de núcleos coloniaes, ou de terras outras que satisfaçam as exigências doste decreto. Art. 93. A introducção será feita .1 proporção que os lotes de terras íorem ficando medidos, demarcados e promptos para os receber. Art. 94. Em eircumstancias extraordinárias o para atton- der de prompto a necessidade de notória evidencia, a seu juizo, o Governo Federal poderá também importar á sua custa mestres práticos de agricultura ou industria, ou immi- grantes de qualquer nacionalidade o profissão, para trabalhos do construcção de vias férreas, ol)ras publica', offlcinas ou outros fins, que offereçam garantia de collocação vantajosa aos mesmos immigrantes. Art. 95. São considerados immigrantes expontâneos os que vierem de portos estrangeiros com passagem de 2" ou 3'' classe, por conta própria. A LAVOURA Art. 96. A União re^titue aos immigrantes expontâneos que forem agricultores, constituídos cm farailia, pelo menos com três pessoas maiores de 12 annos e menores de 50, aptas para o trabalho, e que se estabelecerem eoyno proprietários de terras, a importância correspondente ás pa-sagens de 3* classe do porto de embarque ao de destino. § 1 .» A importância das passagens, para os fins da resti- tuição, será, calculada pelos preços pagos no mesmo raez As companhias de navegação que tiverem transportado, entre o-! mesmos portos, immigrantes por conta da União ou, na falta, por conta dos Estado-i. Na ausência de base para esse computo, a rístituição será feita de accôrdo com os preços correntes, cobrados pelas referidas companhias. § 2.» Caducará o direito a essa restituição si os interessa- dos não a requererem dentro de daus annos, contados do dia da entrada do vapor que os tiver transportado. Art. 97. Emquanto se não tornar sufficientemente abun- dante e crescente a entrada de immigrantes expontâneos no paiz, a União fornecerá gratuitamente — sen que os benefi- ciados tenham de indemnizar o Governo ou quem quer que seja — aos estrangeiros que exerçam a profissão do agricul- tores e cheguem acompanhados de suas famílias, ou a chama- do das mesmas, uma vez que estejam nos casos de ser aco- lhidos como immigrantes nos termos do art. 2», e venham estabelecer-se como proprietários territoríaes : I. Passagens de 3* classe desde o porto do embarque até ao Rio de Janeiro ou qualquer outro porto nacional, em que esteja montado o serviço de recepção e hospedagem. U. Nos portos suprareferidos— recepção, desembarque de suas pessoas e bagagens, agasalho, alimentação, tratamento medico, e medicamentos, em caso de doença—, á sua chegada e pelo tempo indispensável, até seguirem para a localidade de sua escolha. IH. Transporte em estrada de ferro ou linha de navegação a vapor, até á estação ou porto de destino. Art. 98. Aos immigrantes expontâneos e aos que, com pas- sagem paga pelos Estados, ou por terceiros, vierem com des- tino ao porto do Rio de Janeiro ou a portos em que o serviço de recepção e hospedagem estiver organizado, serão facultados pela União os mesmos favores mencionados nos ns. II e 111 do artigo procedente. Art. 9y. Terão também direito aos favores declarados no art. 97 os immigrantes cuja entrada se realizar por conta da União nos termos do art. 94. Art. 100. As bagagens dos immigrantes, inclusive instru- mentos agrários ou de sua profissão, gozam de isenção de 4668 <> 268 SOaBDADE NACIONAL DE AGRICULTURA direitos de importação, de accôi'do com a legislação em vigor. Art. 101. Serão prestados aos immigrautes todos os escla- recimentos, que desejarem obter, pur intermédio de interpre- tes, que os hão de acompanhar, sempre que preciso for. Art. 102. E' livre aos immigrantes escolherem e tomarem o destino que desejarem, sendo absolutamente vedado quj se lhes faça qualquer imposição neste sentido. Art. 103. Os representantes do Brazil, e os encarregados do serviço do emigração no exterior, usarão de toJos os meios precisos para evitar a vinda de passageiros de 2" e 3* classe, que não possam ser acolhidos como immigrantes, ex-vi do art. 2" deite decreto. Os encarregados da recepção, os médicos em serviço de saúde e policia dos portos brazileiros, impedirão o desem- barque dos mesmos, e as companhias de navegação, que os transportarem, são obrigadas a repatrial-os. DAS FORMALIDADES PARA INTRODUCÇAO DE IMMIGRANTES Art. 104. A introducção de immigrantes, por conta da União serã effoctuada pelas companhias de navegação ou arina- dores que forem competentemente autorizados pelos represen- tantes do Governo Feleral, para isso habilitados, mediante prévio ajuste de preço e condições que assegurem a hygiene e commodidade dos passageiros, com observância das disposições deste decreto. Art. 105. O ajuste poderá ser feito com uma, ou mais de uma companhia, como e quando resolver o Governo Federal, dando-se preferencia áquellasque melhor attenderem aos intui- tos do mesmo Governo, e ofFerecercm maiores garantias e van- tagens de preço, rapidez do viagem, accommodação e trata- mento dos immigrantes. Art. 106. Qualquer ajuste para introducção de immigran- tes só vigorará emquanto convier ao Governo Federal, que se reserva o direito, por acto seu ou de seus representantes competentes, de exercer ampla acção fiscal, escolher os immi- grantes, recusar os que não preencherem as condições estabele- cidas, sustar os embarques, limitar o numero de passagens, e, finalmente, rescindir o ajuste em qualquer tempo, sem indemnização alguma. Art. 107. Por conta da União somente serão introduzidos os immigrantes, cujas passagens os representantes do Governo Federal, para isso habilitados, requisitarem das companhias com as quaes haja ajuste em vigor. A LAVOURA Art. 108. Na vigência do ajuste, as companhias ficam também obrigadas a: I. Conceder a todos os emigrantes, que estiverem no caso de ser classiflcados como immigrantes, em face do art. 2" deste decreto, e quizerem vir com passagens deS" ou 3' classe, pagas á. sua custa (expontâneos), o abatimento de 10 % sobro os preços oliicialmente ajustados, conforme as idades e os portos de em- barque e destino. II. Realizar por preços nuuca superiores aos ajustados com o Governo Federal, segundo as idades e entre os mesmo? portos, o transporte dos iminigranles que, porventura, tive- rem de ser introduzidos por intermédio dos encarregados oíB" ciaes do serviço federal, em virtude de solicitação dos Governos dos Estados, emprezas, associações e particulares, correndo as despezis por conta exclusiva destes. Art. 109. Terão preferencia para o transporte, pelas com- panhias de navegação que houverem firmado ajuste nos ter- mos deste decreto, os imraigrantes expontâneos, os chamados por parentes já estabeleíidos no Brazil, os requisitados offl- cial e nomi lalraeate, e as familias do agricultores em que somente se contarem indivíduos maiores de 13 annos e me- nores de 50. Art. 110. As companhias quí tomarem a si a introducção de immigrantos são obrigadas a avisar ao Governo— a data do embarque no estrangeiro, dia provável de chegada, nomo do vapor que os transportar e numero de immigrantes — com antecedência de oito dias, pelo menos, da cliegada. Art. 111. Os immigrantes introduzidos por conta do Go- verno Federal virão acompanhados de uma lista, em duplicata, contendo o nome, idade, estido, nacionalidade e profissão, grão de parentesco com o chefe da familia e numero de volumes de bagagem de cada um, com declaração dos immigrantes que certifique não terem elles feito despeza alguma com pas- sagens para si, suas familias e bagagens. Esses documentos deverão vir com o visto do encarregado do serviço no porto de embarque, ou, na falta deste funccio- nario, cora o visto do cônsul ou agente consular braziloiro. Art. 112. A companhia qne transportar immigrantes por conta do Governo Federal, organizará também uma relação circumstanciada das bagagens que lhe forem entregues, afim de apresental-a, com os demais documentos, aos encarregados da recepção no porto de desembarque. Art. 113. Os immigrantes introduzidos a pedido e por conta dos Estados, empiczas, associações e particulares, me- diante intervenção dos encarregados ofilciaes do serviço federal, serão igualmente acompanhados dos documentos exigidos para os que vêem por conta de Governo Federal. 2ii4 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Art. 114. As bagagens dos iramigraates deverão vir nos mesmos vapores que os transportarem ; e a respectiva com- panhia, ao recebel-aí no porto de embarque, entregará a rada emigrante, ou a cada chefe de família, um recibo com desi- gnação do numero de volumes que lhe pertencerem, e de marcas que facilitem a restituição. Esses recibos deverão conferir com a relação de que trata o art. 112 deste decreto. Art. 115. O parentesco, a idade, moralidade e profissão dos immigrantes serão prov.idos por documentos dignos de fi", visados pelo encarregado offlcial do serviço no porto de embarque ou, na falta deste funecionario, pelo cônsul ou agente consular brazilelro, a qualquer dos quaes assiste o direito de recusar esses, como outro) documentos, que julgar viciídos, ou deficientes. Art. 116. Nos ajustes com as companhias de navegação serão determinadas as regras a observar, quanto á, compo- sição dis famílias de immigrantos agricultores, que devam ser introduzidas por conta do Governo Federal, o, bom assim, qnaesquer outras condições quo intei'essem ao serviço. CAPITULO m nos SERVIÇOS DE RECEPÇÃO, DESEMBARQUE, HOSPEnAGEM, SUSTENTO E EXPEDIÇÃO DOS IMMIGRANTES Art. 117. Os serviços de recepção, desembarque, hospe- dagem, sustento e expedição dos immigrantes serão effectuados por conta da Uniã>, no pjrto do Rio de Janeiro. Art. 118. Nos pirtos estadoaes, os serviços de quo trata o artigo antecedente ficarão a cargo do Estado interessado, po- dendo a União concorrer cora os au^iilios indica los neste capi- tulo, mediante mutuo accôrdo. Art. 119. A União auxiliará os Estados nas despezas de recepção, desembarque, hospedagem e sustento, si os inirai- graates tiverem sido introduzidos por conta do Governo Fe- deral, ou si forem expontâneos, achindo-sa nas condiçijes pre- vistas nestas bases. Art. 120. Fora dos casos do artigo antecedente, os serviços referidos não serão custeados pela União, podendo sel-o por contados Estados, emprezas, associações ou particulares. Art. 121. Sem prévia licença offlcial não é permittido a emprezas, associaçõ3S, ou particulares, encarregarem-so do desembarque de immigrantes. Art. 122. Os auxílios da União, nos casos do art. 119, con- sistirão em pagamento aos Estados de uma quota previamente fixada e calculada era média por immigrante, attendendo ás condições do porto, ao modo de desembarque e ao tempo de A LAVOURA 265 hospedagem, que não deverá ir além de seis dias, salvo doença do iramigraate ou de pessoa de sua familia. Paragrapho único. Desde que o Governo do listado iiiter- ossado entre era accôrdo com a União, quanto á quota de que trata este artigo, o Governo Federal manterá na respectiva hospedaria ura funccionario federal, alim de proceder ao computo da importância dos auxílios que tiverem de ser pagos, providenciar, quando necessário, acei"ca do destino dos immigrantes e prestar as informações de que precisar. Art. 123. O transporte nas vias férreas, marítimas e flu- viaes correrá por conta da União quando os iraraigrante? fo- rem expontâneos e o solicitarem, e quando introduzidos á custa do Governo FeJeral, de emprezas, associações ou parti- culares, ou quando essas vias de cjramuaicação estiverem sob a administração do Governo Federal. Art. 124. A conducção era estradas geraes ou de rodagem, desde a estação da via-ferrea, porto raaritimo ou fluvial, em que o immigrante desembarcar, até ao núcleo colonial ou localidade do destino, será fornecida pela União, si o núcleo estiver sob sua administração directa ; e, á custa dos Estados, emprezas, associações ou particulares, quando estiverem fundando núcleos, ou houverem promovido a ida dos immi- grauies. Art. 125. A hospedagem dos immigrantes recem-cliogad os ao núcleo colonial ou á situação de destino, ficará a cargo da administração do núcleo ou dos que houverem diligenciado a ida dos mesmos, quer seja a União, quer os Estados, emprezas associações ou particulares. Art. 126. Os serviços de recepção, desembarque, hospeda- gem, sustento e conducção dos immigrantes merecem assí- duos cuidados da administração publica, sendo elles sempre cercados de todo o desvelo e attenção . CAPITULO IV DO FAVOR DE REPATRIAÇÃO Art. 127, O Governo Federal concederá repatriação, quando solicitada, aos immigrantes agricultores introduzidos por conta da União, si contarem menos de dous annos de estadia no Brazil, e estiverem nos seguintes casos: I, Viuvas o orpiíãos que não puderem absolutamente prover a sua subsistência, nem tiverem outros membros da familia que lhes sirvam do amparo. II. Os que elfectivamente se inutilizarem pur enfermi- dade incurável, ou por desastre soffrido no serviço em que se empregavam, e não ficarem amparados por outros membros da familia aptos para o trabalho. 261 SOCIEDADB NACIONAL DE AGRICULTURA III. Esposa e filhos menores do lã annosde immigrante, no caso supracitado, si, em verdade, não puderem prover á. subsis- tência da familia. IV. Menores de 13 aanus, membros da familia do immi- grantes, nas circurastancias acima referidas. Art. 128. Para se conceder repatriação aos immigrantes nos casos I, Kl o IV do artigo antecedente, ô também preciso que tenham elles vivido habitualmente sob o tecto e unico arrimo do chefe de familia, cuja falta ou inutilidade motivar o pedido. Art. 129. Aos immigrantes expontâneos, como taes reco- nhecidos segundo o disposto neste decreto, estando nos casos do art. 127 combinado com o art. 128, será, concedida repatriação, si solicitada. Art. 130. Aus immigrantes nas condições dos três artigos antecedentes, que quizerera voltar ao paiz do origem, o Governo Federal concederá passagens de 3" classe até ao porto mais próximo de destino o o auxilio de 50$ a 200$, conforme o numero de pessoas da familia e o percurso a fazer, para as despezas de retorno. Art. 131. Os lotes de terras possuídos a titulo definitivo pelos immigrantes que tiverem direito ã repatriação, poderão ser por elles vendidos ou transferidos era seu proveito, sem offensa a direitos de terceiros, relevando-se qualquer debito que acaso tanhira elles contrahido com a União ; e, si o titulo for provisório, conceder-se-lia autorização para que os vendam ou transfiram em seu beneficio, com os mesmos direi- tos que lhas assistirem f TITULO IV CAPITU.LO U NICO DISPOSIÇÕES OERA.es Art. 132. Serão annualmeate concedidos, pelo Governo Federal, pramios de viagem á localidade ou paiz de origem, a immigrantes que, contando nunca menos de três annos, nem mais de sei-i annos de residência no Brazil, estabelecidos como proprietários torritoriaes, a titulo definitivo, possam ser classificados entre os mais adiantados e distiuctos por seu proceder, por seus hábitos de ordem, moralidade e trabalho. Art. 133. O Governo Federal determinará,, todos 03 aimos, o numero de immigrantes que devam gozar dos prémios men- cionados no artigo antecedente e autorizará, a escolha, facul- tando-ihes passagens gratuitas de ida e volta para a viagem ^ Art. 134. Facilitar-se-ha, quanto possível, por inter- pretes e outros meios, a transmissão e o recebimento da A LAVOURA 267 correspondência postal e telegraphica antro os iminigrantes e seus pai-entes, ou conhecidos, residentes no estrangeiro. Art. 135. A fundação de núcleos colouiaes destinados exclu- sivamente a agricultores nacionaes só será. realizada pela União, quando a necessidade publica o exigir e o Estado interessado não os puder organizar, devendo, em todo caso, entrar esto cora parte da despeza. Art. 136. O Governo Federal empregará os meios neces- sários para tornar largamente conhecidas no exterior as van- tagens naturaes, a multiplicidade do recursos o facilidade de vida que o Brazil olferoce aos indivíduos laboriosos que queiram empregar a actividade em qualquer ponto do seu território. Art. 137. Para plena e tiel execução deste decreto serão expedidos us actos complementares e as instrucções que forem mister. Art. 138. Revogadas as disposições em contrario. Uio de Janeiro, VJ de Abril do 1907.— Miguel Calmon d» Píh e Almeida. SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Estado do Paraná SECRETARIA DE OBRAS PUBLICAS DECRETO N. 218, DE 11 DE JUNHO DE 1907, SOBRE COLONUAÇÂO O Vice-Presidenle do Estado do Paraná, usando da autorização que Jhe confere o n. III do art. 9 da lei n. 73'J, de 5 de abril do corrente auno, resolve expedir as seguintes Bases regulamentares para o serviço de colonisação no Estado do Paraná TITULO I CAPITULO ÚNICO DISPOSIÇÕES GERAES Art. 1.» o Governo do Estado exercerá a superintendência do serviço de colonização dentro do território paranaense, por si ou em auxilio da União, quando se tratar de núcleos fundados por esta. Art, 2,» O serviço de colonização do território paranaense poderá ser promovido pelo Governo Federal, por iniciativa directa do Governo do Estado, coui ou sem auxilio da União, por emprezas de viação ou de qualquer outra natureza e por particulares. § 1 . o Quando o serviço tle colonizarão fòr promovido pela Governo Federal, o Estado prestará, de accordo com a respectiva cotação orçamentaria, os auxilies que forem requisitados para o ustaljelecimeuto regular de cada núcleo, bem como os que se tornarem immediatamento necessários á primeira installação dos immigrantes, concorrendo, além disso, em qualquer tempo, para garantir a prosperidade permanente da colónia. ti 2.° O serviço Je colonização, promovido por qualquer particular, em terras de domínio próprio, poderá ser levado a effeito por contracto lavrado com o Governo do Estado, de aoeordo com os dispositivos das presentes bases appli- caveis ao caso. § 3.° As emprezas de viação ou de qualquer outra natureza e os parti- culares que se propuzerem a estabelecer núcleos coloniaes, por conta própria, poderão g 'zar dos favores e auxílios geraes, previstos por estas bases mediante requisição e a juízo do Governo. Art. 3.» Para todos os efifeitos das presentes bases regulamentares serão considerados immigrantes uB 11 iiclous euloiiiae» rumlutlos pelo Vslttilo DISPOSIÇÕES PRELIMl.NARES Art. 8." O Governo do Estado aproveitará todos os terrenos devolu.os de que disiOe e que se achsm nas condições expressas pjlo art. 6° e seu paragrapho único, para o ostabalecimento de núcleos coloniaes, podendo, para esse fim, requi- sitar da União es auxilies previstos nas bases regulamentares federaes em vigor, ou proceder por conta própria, de accôrdo com os respectivos recu^so^ orça- mentários. Art. 9." Poderá o Governo adiuirir também, por compra ou desapropriação, 46iS 7 270 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA qualquer área de terrenos particulares, quando ofifereoerem reaes vantagens, sob todos 03 pontos de vista, á fundação de núcleos colouiaes. Art. 10. Quando, para o estabelesiineuto de qualquer uucleo colonial, o Go- verno do Estado servir-se dos auxílios ollerecidos pela União, proce lerá inteira- mente de accôrdo com os dispositivos das basos regulamentares íederaes, appli- caveis ao caso, quanto aos trabalhos de estabelecimento do núcleo e installação correspondente dos immig-rantes e também com as pi'esentes bases nos pontos em que se harmonizem com aquellas. Ai't. 11. Para a fundação de cada núcleo, sem os auxílios da União, o Governo do Estado mandará primeiramente pi-oeeder aos estudos e trabalhos preparatórios do terreno correspondente e depois aos definitivos, uma vez que os resultados dos primeiros satisfaçam ás exigências impostas por estas bases. Art. 12. Uma vez realizados 05 trabalhos definitivos para a fundação do núcleo, de accôrdo com o que for determinado por estas bases, proceder-se-lia á lo- calização a installação dos immigrantes pelos meios adiante facultados. CAPITULO II TRABALHOS PREPARATÓRIOS E DEFINITIVOS Art. 13. Os estudos e trabalhos preparatórios para a fundação de cada núcleo colonial comprehenderão o reconhecimento prévio do terreno e em seguida o pro- jecto completo e detalhado do núcleo a estabelecer. Art. 14. Ostrabalhos preparatórios do reconhecimento terão como principal objectivo verificar se os terrenos onde se pretende fundar o núcleo satisfazem ás exigências do art. 6» e seu paragrapho único, devendo ser preferidos os que pre- encherem as seguintes condições : a) situação á, margem ou nas proximidades de vias férreas ou fluviaes ou de estradas carroçáveis, de modo a ser, o mais possível, favorecido o transporte dos productos aos mercados de consumo ; b) fertilidade natural e fácil adaptação ás culturas communs da região respe- ctiva ou á industria pecuária ; c) condições hydrographicas que permitiam fácil e permanente abastecimento de agua potável á população colonial e aos trabalhos respectivos da lavoura ou da industria pecuária e outras ; d) condições naturaes que permittam francamente a lavoura por processos mecânicos. Paragrapho único. Como indispensável complemento aos trabalhos de reco- nhecimento, proceder-se-ha a um estudo detalhado e escrupuloso dos terrenos em questão, sob o ponto de vista das culturas principies a que melhor se adaptam, descrevendo-se ao mesmo tempo as condições meteorológicas da região. Art. 15. Sendo satisfactorios os resultados colhidos pelos estudos de reconhe- cimento, proceder-se-ha immediatamente aos trabalhos de levantamento, a gonió- metro, da planta topographica e hydrographica do terreno, com indicações pre- cisas de situação, conformação altimetrica, configuração orographica e vias da communicação existentes. Art. 16. Com os dados exigidos pelo artigo anterior, organizar-se-ha o plano geral do núcleo, projectando-se oonvenientemento os respectivos lotes, sob condição, A LAVOURA sempi-e que seja possível, de serem servidos por aguas, abrangerem uma áreaflores- tal o seguirem suas linlias divisórias os rumos norto-sul e léste-oéeste verdadeiros. Paragrapho único. Nesse plano gorai serão igualmente projectadas as vias de communicação convenientes a estabelecer, atim de facilitar o transporte dos pro- ductos coloniaesaos mercados de consumo e bem assim todas as obras imprescia- diveis e directamente ligadas á hygione o á salubridade. Art. 17. De accordo com a provável importância futura da colónia ficará reservada, em ponto determinado, uma área conveniente para sede dos núcleos, sendo então nesses terrenos projectada a futura povoação cora o traçado das ruas e praças e a discriminação dos lotes urbanos respectivos, não devendo exceder de 3.000 metros quadrados a área de cada uma. Paragrapho único. Xo caso previsto par este artigo, os lotes destinados á la- voura ou á industria pecuária terão a denominação de lotes ruraea para os effeitos destas bases. Art. 18. Os lotes ruraes conterão, no máximo, a área de 50 hectares e isso mesmo somente quando situados em terrenos afastados dos centros de consumo. Paragraplio único. Nos núcleos situados ais proximidades de estradas do feiTO ou nos arredores dos mercados do consumo, a área dos lotes ruraes não deverá exceder de 25 hectares. Art. 19. Serão igualmente reservados, em cada núcleo a estabelecer, os ter- renos que se apropriem ao estabelecimento de um campo de demonstração o 6.1- periencias, quando for julgado conveniente, e á construcção de um grupo escolar, paio menos. Art. 20. Em cada lote será projectada uma casa para immigrantes, escolhida dentre os typos para esse flm approvados pelo Governo. Art. 21. Os lotes serão methodicamente numerados, tendo cada um a mais regular configuração geométrica possível, de accordo com as condições corre- spondentes do terreno. Art. 22. Os trabalhos preparatórios, de que tratam os artigos antecedentes, serão completados com a confecção dos orçamentos das obras a realizar e um memorial descriptivo detalhado. Art. 23. .\pprovado pelo Governo o plano geral do núcleo a estabelecer, pro- ceder-se-ha aos trabalhos deflaiti vos, que devem constar da locação precisa, no terreno, das linhas divisórias dos lutos projectados, das vias de communicação, casas de immigrantes e das demais obras constantes do projecto. Art. 24. As linhas divisórias dos lotes serão convenientemente marcadas por meio de estacas de madeira de lei principaes nos pontos em que houver mudança de rumo e intermediarias necessárias para mais fácil conhecimento e aviventação das mesmas, em qualquer tempo. Paragrapho único. As estacas serão assignaladas, cada uma, com a compe- tente tasa de cobre para melhor precisar a linha locada, tendo além disso, ao lado, a respectiva testemunha, chanfrada o numerada. Art. 25. Uma vez terminados os trabalhos de locação, serão em seguida construídas, nos pontos determinados, as casas destinadas aos immigrantes e as vias de communicação imprescindíveis. Paragrapho único. O Governo poderá conservar lotes sem casas, afim de atten- der aos immigrantes que prefiram construil-as a seu gosto. 272 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Art. 26. Terminados os trabalhos preparatórios e defioitivos, de accordo cora os artigos antecedentes, o Governo fixará por decreto especial a denominação do núcleo e as condições priucipaes para concessão dos lotes, de accordo cum o que fòr estabelecido nestas bases. CAPITULO 111 LOCALIZARÃO DE IMMIGRANTES E FAVORES CONCEDIDOS PARA OBTENÇÃO DOS LOTES RURAES E r'ARA A PRIMEIRA INSTALLAÇÂO Art. 'il. A localização de immigrantes nos núcleos coloaiaes só deverá ter logar depois de terminados, por completo, todos os trabalhos detinitivus corre- spondentes, de accordo com as determinações do capitulo preceiente e bem assim publicadas as condições em que serão elTectuadas as concessões dos lotes. Art. 28. Os preços dos lotes, tanto urbanos como ruraes, variarão entre um real e 10 i'éis por metro quadrado, de accordo com a situação mais ou menos próxima dos centros principaes de consumo ou das margens de estradas de ferro e rios navegáveis e também com a qualidade das terras. Art. '29. Os lotes urbanos só serão concedidos mediante pagamento á vista, sendo immediataraente expedido o titulo definitivo de propriedade. Art. 30. Os lotes poderão ser concedidos mediante pagamento inimediato ou a prazo, sendo no primeiro caso desde logo expedido o respectivo titulo definitivo de propriedade. Paragrapho único. No caso em que seja o pagamento elTectuado á vista, o immigrante tora direito a uma boniflcação correspondente a 10 % sobre o preço total do lote. Art. 31. Quando os lutes forem concedidos á prazo se expedirá um titulo provisório, que será substituído pelo definitivo imraediatamenle depois de elTectuado o pbgamento total. Paragrapho único. Só serão concedidos lotes, mediante pagamento á prazo, aos immigrantes constituídos em íarailias. Art. 32. O pagamento dos lotes vendidos á prazo deverá ser realizado, no máximo, em cinco prestações iguaes, effoctuadas a.inualmente, a contar da data da installação. § 1.° O prazo estabelecido por este artigo para o pagamento dos lotes só poderá ser prorogado quando os respectivos fuuccionarios os tenham beneficiado por meio de culturas permanentes, cujo valor corresponda, polo menos, ao das prestações vencidas e não pagas. § 2." Fica livre ao immigrante saldar o seu debito em qualquer tempo antes de terminar o prazo concedido, e, nesse caso, será expedido logo o titulo defini- tivo e descontada, das prestações assim pagas adiantadamente, a bonificação de 10 «/„ em favor do proprietário. Art. 33. Sempre que o lote contiver casa, ao seu preço será addicionada a jmportancia que corresponder á construcção daquella, de accordo com os orça- mentos approvados. Paragrapho único. No caso previsto por este artigo prevalecerá para a quantia total resultante da addição a mesma forma de pagamento estipulado pulo art. 32 e seus paragraphos. A LAVOURA 273 Art. 34. Depois de pagas as três primeiras prestações, poderá o concessionário do loto, raedíanto autorização do Governo, transferir, por qualquer forma, o seu direito. Art. 35. Quando o lote for vendido a prazo, deverão constar do titulo provi- sório as principaes condições exigidas para obtenção do titulo definitivo de pro- priedade. Art. 3ò. Aos immii/rantes recem-chcigados que se localizarena em núcleos coloniaes fundados pelo Estado, poderá o Governo, além dos favores acima dispos- tos, conceder, como auxilio á primeira installação, o fornecimento a titulo gratuito de sementes, bacellos e mudas de arvores fructiferas e essências florestaes, bem como as ferramentas mais iraprescimliveis de trabalho, como sejam enxadas, pás, foice o machadoi. Art. 37. Até 1 época da primeira colheita, a titulo da auxilio, se o necessita- rem, podercão os imraigrantes ser empregados em serviços que o Governo mantiver no nucloo ou nas proximidades, trabalhando no máximo três dias por semana, de modo a não prejudicarem as suas lavouras, mas sendo sempre, por essa lórraa ou qualquer outra, garantido o seu sustento e o de suas famílias durante os seis primeiros mezes, a contar da data da installação, Art. 38. Durante o primeiro anno, a contar da datada installação, serão mi- nistrados gratuitamente aos immigrantes recem-chegados os serviços médicos e medicamentos de que carecerem. Paragrapho único. Para esse fira, o Governo poderá manter em cada núcleo colonial um medico e ura pharraaceutico, estabelecendo também a necessária am- bulância, de accordo com os recursos orçamentários correspondentes, marcando nas iastrucções especiaes expedidas para cada núcleo os vencimentos e as obriga- ções desses funccionarios. Art. 39. Quando os lotes não contiverem casa, o Governo facultará aos couces- sionarios, até o prazo máximo de um anno, habitação gratuita em alojamento não distante do núcleo. Art. 40. Verificada a existência de culturas permanentes de certa importância e outras bemfeitorias, poderá o Governo auxiliar ainda o concessionário do lote respectivo, fornecendo- lhe o? iustrumentos e machinas necessários ao pleno desen- volvimento do trabalho agrícola e que serão pagos a prazo, conjunctamente com as prestações annuaes correspondentes á compra do lote. Art. 41. Ao immigrante concessionário de lote, ;1 prazo, será dispensado, até o fim do terceiro anno, a contar da data da installação, o pagamento das duas ultimas prestações, oxpedindose-lhe desde logo o competente titulo definitivo de propriedade, uma voz veriflcado. pelos agentes do Governo, nessa época e a seu pedido, o preenchimento, por parte do mesmo, das seguintes condições : 1-^, realização do pagamento das três primeiras prestações ; 2», existência, no lote respectivo, de culturas permanentes, como videiras, arvores fructiferas, essências llorestaes e outras variedades, abrangendo, pelo menos, um terço da sua área total ; 3°, existência de outras bemfeitorias, como cercas, paióes, depósitos, galpões, etc, em valor, pelo menos, igual á terça parte do preço total do lote ; 4°, boa conducta e dedicação ao trabalho e á família. Art. 42. Ao immigrante que não se servir, para si e sua família, dos auxílios SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA á primeira installação facultados por estas bases no período comprehendido desde a, sua chegada ao lote até o flm do primeiro anno e que, além disso, tendo pago as duas primeiras prestações, preencha as três ultimas condições impostas pelo artigo anterior, será. dispensado o pagamento da quantia restante, expedindo-se-lhe desde logo o competente titulo do propriedade. Art. 43. No caso de fallecimcnto do chefe de família, se o lote tiver sido com- prado a prazo e já houverem sido em tempo pagas as três primeiras prestações, pelo menos, será dispensado, em favor da viuva ou dos orphãos, o pagamento da quantia restante, expedindo-se-lhe o titulo definitivo de propriedade. Art. 44. Logo que a população escolar de cada núcleo attinja ao numero exigido por lei, será, na sede respectiva, estabelecida uma escola promissora ou duas, sendo uma para cada sexo, de accordo com as necessidades. Art. 45. Terá logar a emancipação de cada núcleo assim que os concessio- nários dos lotes respectivos realizem o pagamento da ultima prestação, ficando todos de posse do titulo definitivo de propriedade. Art. 46, Emquanto o núcleo não fôr emancipado, o Governo poderá manter nelle um inspector encarregado de velar pela sua boa ordem e exacto cumprimento de todas as disposições regulamentares e instrucçõesespeciaes. Paragrapho único. Nas instrucções expedidas para cada núcleo, o Governo dis- criminará os deveres e competências desses funccionarios, marcando-lhes também os respectivos vencimentos. CAPITULO IV INTRODDCÇÃO DE IMMIGRANTES E NOVAS VANTAGENS QUE LIIE3SÃ0 FACULTADAS Art. 47, O transporte, em território do Estado, de immigrantes aptos para o trabalho agrícola e destinados a se tornarem concessionários de lotes coloniaes será eíTectuado pelo Governo, com auxilio da União ou por conta própria, de accordo com os recursos orçamentários disponíveis. Art. 48. Quando os immigrantes forem introduzidos mediante os auxílios facultados pela União, proceJer-se-ha inteiramente de accordo com as disposições expressas nas bases regulamentares federaes em vigor, applicaveis ao caso. Art. 49. A todo o immigrante que quizer localizar^se no Estado como con- cessionário de lote colonial, serão, pelo Governo, facultadas, a titulo gratuito, às seguintes vantagens : a) recepção e desembarque de suas pessoas e bagagens, sendo estas livres de quaesquer direitos, de accordo com a legislação federal vigente ; b) sustento, alojamento, recursos médicos e medicamentos durante os seis primeiros dias, a contar da data do desembarque ; c) transporte em estradas de ferro, linhas de navegação a vapor e estradas do rodagem desde o porto de desembarque até o lote que lhe fôr destinado. Art. 50. Em caso de moléstia ou por motivo comprovado de força maior, poderá ser prorogado o prazo de quo trata a alínea b) do artigo antecedente. Art. 51. Os immigrantes que dispensarem as vantagens offerecid;is por «stas bases deverão declaral-o expressamente aos encarregados da recepção nos portos de desembarque. Art. 52. São considerados immigrantes expontâneos 03 que se transportarem A LAVOURA 275 de qualquof porto estrangeiro para este Estado à custa própria, como passageiros do 3" classe e com o firme propósito de fixar aqui residência. Art. 53. Emquanto a corrente immigratoria expontânea não fôr suficiente para preenchimento dos lotes medidos e demarcados, o Governo i-equisitará da União o transporte dos immigrantes do que necessitar para aquella fim, desde o porto estrangeiro de embarque até o porto de desembarque no Estado, ou promo- verá, por cnnta própria, esso serviço. Art. 54. Quando o transporte de immigrantes, de que trata o artigo anterior, se fizer por conta do Estado, poderá o Governo contratar esse serviço com uma ou mais companhias de navegação ou armadores que disponham de vapores nas necessárias oonJições, pagando uma subvenção previamente combinada, que corre- sponda a cada immigraote transportado. Art. 55. No caso previsto pelo artigo anterior, o Governo, em tempo oppor- tuno e com a necessária antecedência, fixará o numero de immigrantes que devem ser transportados, de accordo com o numero do lotes coloniaes disponíveis, mar- cando ao mesmo tempo o prazo máximo em que devem os mesmos se achar no porto designado. § 1 ." Só serão garantidas e pagas pelo Estado as subvenções correspondentes aos immigrantes que se acharem nas condições estabelecidas pelo art. 3° e seus paragraphos. § 2." Constituirá clausula essencial nos contratos firmados comas companhias de navegação ou armadores as boas condições de accommodação e tratamento dos immigrantes que transportarem. Art. 50. O transporte, de que trata o art. 54 será concedido aos immigrantes a titulo gratuito. Art. 57. Quando o transporte de immigrante.s, a que se refere o art. 54, fôr ellectuado pelo Governo Federal, mediante requisição do Governo do Estado, serão observadas todas as disposições regulamentares federaos applicaveis ao caso. TITULO III CAPITULO ÚNICO DOS NÚCLEOS COLONIAES FUNDADOS EM TERRENOS PARTICULARES MEDIANTE CONTRATO ENTRE O GOVERNO E OS RESPECTIVOS PROPRIETÁRIOS Art. 58. O estabelecimento de núcleos coloniaes em terrenos particulares, que preencherem todas as exigências para esso fim impostas por estas bases, poderá ser eífectuado mediante contrato entre o Governo e o respectivo proprietário, de accordo com as disposições dos artigos seguintes, desde que sejam satisfeitas mais estas condições : a) exhibição, por parte do proprietário, de documentos que comprovem a legitimidade do seu dominio sobre as terras a colonizar, bem como se acharem as mesmas livros do qualquer encargo, de modo a poderem sor transferidas aos immi- grantes, desembaraçadas de duvidas futuras ; b) existência, quanto ao terreno, de área sufflciente á demarcação de 50 lotes ruraes de 20 hectares, pelo menos, e mais das áreas que devem ficar reservadas para futura povoação, campo de experiências e outros fins. 27.'. SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Art. 5). Aos proprietários de terras, que preencherem as formalidades do artigo anterior, são facultadas as seguiates formas de contrato com o Estado: 1.» O terreno será eatreguo ao Governo, que nello estabelecerá, por conta própria ou com os auxílios e favores facultados pela União, o núcleo respectivo, satisfazendo todas as exigências estabelecidas por estas bases até o fim do primeiro anno da instillajão dos immigranteso ficando todo o serviço, atô á emancipação da colónia, sob sua directa administração, sem ónus ou encargo algum para o proprietário ; 2." O proprietário tomará, por sua conta, o encargo da realização dos trabalhos preparatórios e definitivos para fundação do núcleo, de aocordo cora essas bases, obrigando-se o Estado a eflfectuar por si ou com o auxilio e lavores concedidos pela União, as demais despezas com a introducção e installaçHo dos immigrantes durante o primeiro anno, cobrança da divida colonial e administração da colónia até a sua eraamipação ; 3." O proprietário fará, por sua conta, o estabelecimento completo da colónia, obrigando-se a todos os serviços com a installação dos immigrantes, até o fira do primeiro anno, e da colónia até ;i sua emancipação, sob a fiscalização do Governo, que garantirá a eITectividade dos compromissos para os effoitos dos auxilies e favores concedidos pela União aos particulares, de accordo com os arts. SI, alinea 6, e 82 das bases regulamentares fodeines em vigor. Art. 60. Quando for preferida a forma contractual estabelecida na alinea 1" do artigo anterior, a cobrança da divida colonial sei\l effectuada polo Governo, de accordo com estas bases, cabendo ao proprietário 50 % sobre as importâncias annualmente arrecadadas e ao Estado as quantias restantes. Paragrapho único. O proprietário poderá preferir, após a medição e demar- cação, serem os lotes alternadamente repartidos entre elle e o Estado. Art. 61. Xo caso de ser preferida a forma contractual estabelecida na alinea do art. 59, caberá ao proprietário 75 ":, sobre as importâncias annualmente arrecadadas e ao Estado 25 »i restantes. Art. 62. Quando o contracto ínv lavrado de accordo cora as disposições da alinea 3" do art. 59, i> proprietário depositará no Thesouro do Estado a quantia que for previamente combinada como caução para garantia dos tralialhos e das obrigações impostas por estas bases e pelas federaes em vigor. § 1.° A caução em deposito no Thesouro si) será levantada um anno depois da installação do núcleo colonial respectivo. § 2." Caso o proprietário não satisfaça, em tempo, qualquer dos compromissos assumidos, o Governo o eíTectuará, descontando da importância era deposito a quantia correspondente a qualquer despoza realizada. Art. 63. Os favores concedidos aos immigrantes, em virtude dos arts. 41, 42 e 43 das presentes bases, correrão por conta exclusiva do Estado. Art. 64. Todos os pre.mioa concedidos pelo Governo Federal caberão exclusi- vamente ao proprietário do terreno, sempre que a localização de immigrantes fôr eífeetuada por conta deste e serão igualmente repartidos entro o proprietário e o Estado, quando aquelle serviço for levado a elTeito pelo Governo. Paragrapho único. As importâncias dos prémios que competirem ao Estado serão applicadas exclusivamente em melhoramentos da colónia respectiva. Art. 65. Quando o Governo quizer servir-se dos auxilies e favores concedidos A LAVOURA 277 pela União, em qualquer das lórmas de contrato que Livrar com os proprietários, procederá int"iramente de accordo com as bases regulamentares federaes em vigor. Art. 66. Nos contractos acima determinados serão estabelecidas todas as clau- sulas essenciaes para melhor garantia dos interesses do Estado, dos immigrantes e dos proprietários respectivos sendo, além disso, bem discriminados os compromissos assumidos pelas partes contratantes. Art. 07. .■Vs emprezas de viação ou de qualquer outra naturozi e aos parti- culares que se propuzerem a fundar no Estado núcleos coloniaes, por conta própria, poderá o Governo, mediante contrato prévio, conceder um dos seguintes favores, de accordo com os recursos orçamentários de que dispuzer : a) auxilio tucbiiico para o preparo conveniente do projecto e respectivos trabalhos de medição e demarcação dos lotes ; b) auxilios á introducção e á localização dos immigrantes ; c) prémios atr 5:(i00.'j por cada grupo de 50 familias localizado nos núcleos e que serão pagos depois de decorrido um anno a contar da data da installação. Paragrapho único. As despezas cora os auxilios de que tratam as alineas a) e 6) deste artigo não deverão exceler á importância de 3:000$ por cada grupo de 50 lotes a medir ou de ."lO familias a localizar. Art. 68. I^ara obtenção dos favores concedidos pelo artigo anterior, ficarão os respectivos concessionários obrigados, mediante flscalização do Governo, a fundar os núcleos de accordo perfeito com estas bases, oíTerecendo aos immigrantes as mesmas condições e vantagens estabelecidas pelo Estado. Paragrapho único. No contracto a lavrar serão estabelecidas todas as clausulas garantidoras dos interesses do Estado e dos immigrantes. TITULO IV CAPITULO ÚNICO DISPOSIÇÕES COMPLKMENTARF.S Art. 69. As disposições constantes dos capítulos II e III ilo titulo I, relativos aos trabalhos preparatórios e definitivos dos núcleos e á introducção e colonização dos immigrantes, constituirão, par.i, todos os eíTeitos destas bases, as normas geraes que devem presidir ao estabjlecimento de núcleos coloniaes quaesquer. Art. 70. O Governo poderá instituir annualmente até 10 premies de 200$ cada um para serem concedidos aos 10 proprietários, nos núcleos coloniaes fundados pelo Estado, que melhores resultados offerecerem quanto ao beneficiamento dos lotes respectivos, sob os pontos de, vista das culturas permanentes, construcções e instai- lações e também relativamente á colheita do anno. Art. 71. Em todos os núcleos coloniaes fundados em território paranaense serão escrupulosamente observadas as disposições do Código Florestal do Estailo. Art. 72. Em occasião opportuna o Governo providenciará, como melhor convier, quanto aos meios para realização dos serviços de introducção dos immi- grantes no Estado, commissionando pessoal do sua confiança encarregado da recepção, desembarque, hospedagem e transito para o logar de destino. Art. 73. Os casos omissos nestas bases serão resolvidos pelo Governo que 4668 8 S78 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA velará, em todos os casos, pelo bem estar dos immigrantes, de modo a impulsionar o povoamento do solo paranaense. Art. 74. A commissão de colonização, a que se refere o art. 5°, terá as attri- buições determinadas a cada um dos seus membros pelos paragraphos seguintes: § I." Compete ao chefe da commissão : a) organizar e dirigir 'os serviços do escriptorio da commissão, que terá sua sede na capitai, dando as instruições que julgar convenientes para melhor regu- laridade da escrípturação ; 6) dirigir ou fiscalizar os serviços da colonização conforme trate-se de núcleos directamente fundados pelo Governo ou por particulares, mediante contrato com o Estado, podendo empregar também nesses trabalhos o secretario e o offlcial ; c) fazer um trabalho systematico do propaganda, por meio de publicações periódicas, com dados exactos, sobre o grão de prosperidade das colónias já fun- dadas no Estado ; d) apresentar semestralmente um relatório detalhado de todas as occurrencias dos serviços a seu cargo bem como os mappas relativos ao movimento immigra- torio e colonial nos núcleos sob sua direcção ou fiscalização ; e) requisitar o pagamento do pessoal da commissão e outros referentes aos serviços a seu cargo ; f) executar e fiizer observar fielmente as disposições das presentes bases regu- lamentares e as ordens e instrucções especiaes emanadas do Governo. § 2." Compete ao secretario da commissão : a) substituir, nas faltas ou impedimentos, o chefe da commissão, quando não fôr nomeada pessoa para esse fim ; b) fazer todos os trabalhos de escripta, confecção de mappas, preparo e expe- dição de correspondência e terem boa guarda os livros e papeis da commissão ; c) cumprir as ordens do chefe da commissão, empenhando-se para a boa mar- cha e regularidade do serviço ; d) cumprir e fazer executar as disposições das presentes bases e as ordens o instrucções emanadas do Governo. § 3.° Compete ao oflJcial da commissão : a) substituir o secretario nas suas faltas e impedimentos ; b) auxiliar o secretario em todos os serviços de escrípturação, confecção de mappas e correspondência da commissão e os outros da competência deste ; c) cumprir e fazer observar todas as disposições das presentes bases e as ordens e instrucções emanadas do Governo. Tabeliã dos vencimentos dos memtros da commissão de colonização CATEGORIA ORDENADO GRATIFICAÇÃO TOTAL Chefe . ... 8:000$000 2:400$()00 1:60U$000 4:ono$ono 1:200.'S000 SOOfoOu 12:000.$000 3:60 '$000 Secretario Ofiicial. . . 2:400$000 Art. 75. Revogam-se as disposições em contrario. — Joãv Cândido Ferreira. Palácio do Presidente do Estado do Paraná, em 1 1 de junho de 1907. A LAVOURA A.ugmeiito de i-encla. E' a seguinte a comparação da renda pela Alfandega do Rio de Janeiro, arrecadada no 1» semestre de 1907, com a de igual período de 1906: MEZBS 1906 1907 DIFFÊRENCAS PARA MAIS EM 1907 Janeiro . . ... 6.358:106$36S 9.36G:406$785 8.004:63fi§e59 7.828:907$773 3.008:300$417 5.509: 160$381 2.495:476$278 Março .... . . 6.72-3: Iõ9$íi90 1.105:747$783 Aliril G.560:998$900 8.694:964$823 S.419 2U$84Õ 7.(i67:516$9r,3 2.133:935$923 Maio . 7.435:902$903 983:311$942 Junho (■) S43-682$048 823-834$915 Somma 39..i31:010$590 49.981 :ril7$84s 10,550:G37$258 Verifica-se : Renda no 1» semestre de 1906 39.431 :010$590 > » » » » 1907. 49.981 :647$848 Dififerença para mais em 1907 10.550:637$258 IVovo Instituto em Minas Com a presença do Sr. Dr. João Pinheiro, Presidente do Estado, jealizou-se, no dia 26 de junho findo, a inaufçui'ação ^do Instituto Filial ao de Mant;uinhos, estabelecimento scientifico destinado a prestar ao Estado incalculáveis serviços, especialmente na producção das lymphas vaccinicas contra as differentes mo- léstias que são o tormento dos criadores de gado bovino, cavallar o suino. Haverá nesse estabelecimento secções especiaes para o preparo e conservação dos seruns anti-diphterico e anti-carbunculoso. A illuminação alli installada é produzida pela gazolina, fornecendo uma luz incandescente de b(3llo aspecto. O Sr. Presidente do Estado, senadores, deputados e muitas outras pessoas gradas foram recebidas no Instituto pelo Sr. Dr. Borges da Costa, que alli se achava também representando o Sr. Dr. Ezequiel Dias, medico do estabele- cimento. O Sr. Presidente do Estado mostrou-se bem impressionado com o que lhe foi dado observar nessa visita. A inauguração offlcial realizar-se-á brevemente, para o que está o edi£cio recebendo os últimos retoques e sendo assentados os apparelhos indispensáveis ao seu regular funccionamento. SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA PARTE COMMERCIAL MEZ DE JUNHO DE 1907 GÉNEROS IMPORTADOS QUANTIDADE PREÇOS Alfafa 58.884 fardos 170$ a 180 o kilo Arroz 1.6=>0 saccos 27$ » â8$ por saccos Azeite 3.060 caixas 23$ » ao.'^ 16 litros D„p,|u„,, i 4.210 » 44$ » 48$ a caixa ^'^''^"'''" i 500 tinas 45.1 » 48$ » tina STOCK A 30 DE JUNHO DE 1907 — 1 1 .000 VOUMES Batatas 42.200 caixas Ranha amPricani I 2.055 » 1$540 a 1$640 O kilo Banba americana | ,35^ ^^^^.^ ^^.^ , ^^^^ ^ ^.^,^.J^ Carne secca 14.726 fardos $540 » $560 o kilo Carvão de pedra 53.926 toneladas Cimento 64.536 barricas ll.s500 a 14| a barrica 0^^^^^ln,i. 91 caixas-kiloj ^1% J^ Ervilhas 150 saccos $600 » $700 » kilo Feijão 1.677 » 23$ » 24$ » sacco Farinha de trigo { Si íS barricas 25$ a barrica Genebra, 100 caixas 32$500 » caixa Gordura i ^O*^ P'P^^ ^''''''^ * ^'^^^ " '^''° \ 430 bordalezas Kerosene 11.600 caixas 8,'?300 a 9$500 a caixa Ladrilhos 100.000 ISO."^ por milheiro Manteiga 2.211 caixas l.sSOO a 2,$700 a lata Massas 52 » Preços nominaes O^ooieiin^.^ 886 barris-kiloj 1^ ^ SVrn '''' Pimenta da índia 168 saccos 1$450 a l.sõOO o kilo Pinho sueco 399.825 pés 8().s » dúzia Pinho resina 3.904.578 9(i.$ » ',>5$ a dúzia P— tos 143,.aixas{ ^^^ libra Telhas 163.000 230$ o milheiro Toucinho 4 barria Preços nominaes „, ,,,1 • ( Communs grandes 12$500 Velas 119 caixas j Pequenas 7$800 17.930 caixas 411 bordalezas Vinhos { 124 barris 2.857 pipas 225 quartolas A LAVOURA r»reçoa5 dos géneros no Rio de Janeiro em Junho de lOOr AGUARDENTE NO RIO JiE JANEIRn EM 1907 As entradas foram regulares, entrando nesse período 9. 150$000 Itajahy 140$ » 150|000 Mangaratiba 140$ » Iõ0$000 Paranaguá 140$ » 150$000 A-lcool O mercado esteve firme e os preços foram elevados. Entraram nesse mez 970 volumes de diversas procedências. Os preços foram elevados em cerca do 20$ por pipa. Conforme a qualidade e sem o casco, foram os preços os seguintes : Por pipas: 40 gráos iõ0$ a 280$000 38 » 235$ > 2ÕO$000 36 » 225$ » 240$000 A.lg'odrio em ra^uia. Na primeira quinzena foi lirme o mercado deste producto, cora vendas rc zadas a preços sempre ascendentes até o dia 11. Dahi em diante foram quasi nuUos os negócios realizados neste artigo. O movimento foi o seguinte : Km fardos: Kxistencia em 31 de maio 17.098 Kntradas ... 26.612 Sabidas do trapiche 18.:dlO Existência em 30 de junho 26.100 Os preços foram os seguintes: Era fardos: Pernambuco 12$ a 12$600 Rio Grande do Norte . 11$800 » 12$600 Parahyba 11$900 » 12$300 Penedo 11Í800 » 12$000 Sergipe H$400 > 12$000 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA A-ssucar As cotações declinaram nm. pouco na primeira çLuinzena, sendo na segunda consideradas firmes, dependendo a sua estabilidade dos embarques futuros. Saocos Entradas 64.071 Preços: 1 Em kilogrammas : Branco usina $400 — Ditoorystal $370 a ^390 Dito 3" sorte $370 » $380 Somenos $280 > $300 Mascavinlio $á80 » $350 Mascavo bom $220 » $240 Dito regular $210 > $á50 Crystal amarello $300 > $320 Bahia : Crystal branco $410 — Campos : Branco crystal $400 » $410 Crystal amarello $350 — Maacavinho $300 » $330 Sergipe : Branco crystal $370 > $390 Crystal amarello $300 > $320 Mascavinho $á80 » $350 Mascavo bom $220 » $235 Dito regular $210 » $225 Dito baixo — > $210 Fumo enx rolo Continuou o mercado com pouco negocio e preços inalterados. Em kilogrammas: De Minas, especial 1$400 » » superior 1$200 » > 2» Íp900 » » ordinário $700 Goyano superior 2$400 > 2» 1$700 » baixo Nominal Rio Novo, superior 2$400 » > 2» 1$700 > » baixo I$ã00 Carangola 1$400 Pomba superior 1$600 » 2» 1$200 » baixo Nominal Picú, especial 2$800 > 1» 2$000 » 2» .... 1$200 Bailia 1$100 Pernambuco $600 A ILAVOURA Oez-ea,es Regularam oâ preços seguintes: Em saccos : Feijão preto de Porto Alegre, novo. . . . 17$000 a 17$800 Dito, idem do Paraná 17$000 — Dito idem de Santa Calhar ina 16$õ00 » 17$000 Dito mulatinho 19.$000 » ã2$000 Dito manteiga 16.$000 » 20$000 Dito enxofre lõ$000 » 22$0C0 Dito de cores, nacional 14$000 » 18$000 Dito branco, estrangeiro S3$000 » 24=1000 Dito amendoim á3$000 » 24$000 Farinha de mandioca, especial 85;400 » ofoOO Dita idem, fina 7$^00 » 8$-200 Dita idem, peneirada 7$::!00 > 7.s600 Dirá idem, do Norte 6$000 » 6$.500 Dita idem, grossa, Laguna — » 6$000 Dita idem, idem, Porto Alegro — » 6$000 Arroz nacional 24$000 » 28$000 » inferior 18$000 > â2$000 Milho amarello do Norte 7$000 > 7$400 Dito idem da terra 7$000 » 8$000 Dito branco idem 7$000 > 8$000 Amendoim em casca 5$500 » 6$500 Cangica 12$000 » 16$000 Favas 12$000 > 13$000 Alpiste $360 » $440 Batatas $120 » $200 Ditas estrangeiras — — Fubá de milho $120 » $200 Matte cm folha $40i> » $600 Tapioca $200 » $300 Polvilho |-200 » $300 Carne de porco $600 > $800 Lánguas do Rio Grande (uma) 1$200 > 1$600 Oafé RIO DE JANEIRO Movimento do mercado em jnnho: Existência em 31 de maio 825.451 Entradas em junho: Em saccas: Estrada de Ferro 83.405 Cabotagem 36.148 Barra dentro 85.394 204.947 Total ■; '. T 1.130.398 Embarques em junho: Estados Unidos 79,478 Europa 32.898 Diversos portos 10.690 Cabotagem 34.359 157.425 Total ' 972.973 Abatimento do consumo 5.000 Existência em 30 de junho ' 967.973 Vfinda<» do mfi7 'iConvenio 76.500 vendas do ^^^ ■ f^^porUçgo ....... 103.000 Sabidas em junho 149.383 284 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Preços noiflinaes na primeira quinzena. No dia 15 cessaram as compras por conta Jo Convénio de Taubati) nesta praça. Os extremos dos preços na segunda quinzena loram: lOU AUliOliA 1'0K 10 KILOS Typo n. 6 5$000 a 5$Õ00 3$ 404 a 3$744 > » 7 4$700 » 5$200 3$i!0U » 3$540 > » 8 4$500 » 4$UdO :!$064 » 3$336 > » 9 4$200 » 4$600 2$860 » 3$132 Sofra de 1906-1907 : SiCCAS Entradas 4.195.217 Embarques 3.403.962 Sabidas 3.626.973 SANTOS Mez de junbo: Entradas 806.490 Sabidas 1.189.343 Existência no dia 28 2.054.290 Vigoraram para o typo n. 7 os prrços de 2$550 a 2$70) por 10 Ivilos. .S«/>-a de 1000-1907: Entradas 15.392.170 Sabidas 13.873.733 .MERCADOS ESTRANGEIROS Mez de junbo: Nova York — O n. 7, disponivol, foi cotado a 6 1/:.; c. por libra até o dia 8, a 6 5/,^ c. no dia 17, e a 6 Vs <=. em todos os demais dias. Na Bolsa os extremos foram 5. 10 e 5.40 c. Vendas do mez .556.000 saccas, contra 690.000 em maio. Havre — Cotações extremas: 35.25 e 36.2,'i francos por 50 kilos. Venderam-se 44'J.OOO saccas, contra 749.000 no mez anterior. Hamburgo — O preço mai? alto foi 29.25 e o mais baixo 28.25 plennigs por 'A kilo. Vendas em junbo 332.000 saccas, contra .573 000 no mez anterior. Londres — Os extremos das cotações foram 27 s. e :;í8 s. •'! d. por 1 12 libras. Foram vendidas 145.000 saccas, contra 181.000 em maio. O lotai das rendais nas quatro Bolsas acima declaradas foi de 1.482.000 saccas, contra 2. 193.000 em maio. As vendas registradas nas Bolsas de Nova York, Havre, Hamburgo o Londres dnrante a colheita ora finda, em comparação cora as registradas na colheita ont?rior, foram: 1906-1907 1905-l'Ji)e Nova York 15.104.000 18.583.000 Havre 0.516.000 7.766.000 Hamburgo 7.384.000 5.033.000 Londres 2.685.500 2. 918. 500 Total 34.689.500 34.300.500 A LAVOURA 28 O supprimenío visível lios mercados do mundo em 1 do junho era o seguinte: TONELADAS Existência nos nove portos da Europa. . 449.960 Em viagem do Brasil 56.700 Embarcando no Brasil õ.OUO Em viagem do Oriente 1.080 Em viagem dos Estados Unidos . . , 720 Total _ 514.060 Existência nos Estados Unidos . . . . 234.960 Em viagem do Brasil 18.350 Embarcando no Brasil 2.590 Em viagem do Oriente 840 Total 770.800 Existência no Rio 54.410 Dita em Santos 137.820 Dita na Bahia 3.410 Total 966.440 305.420 14.360 530 1.450 240 33â.000 226.080 14.060 590 60 562.790 13.530 23.590 1.940 ou cerca de . . Em 1 de maio. . » 1 de abril. . » l de março . » 1 do fevereiro » 1 de janeiro . 1907 16.350.000 16.165.000 15.619.000 15,301.000 15.177.000 14.765.000 1906 10.185.000 10.503.000 10.850.000 11.404.000 11.929.000 12.635.000 IMercado luoiietai-io CAIXA DE CONVERSÃO A existência da ouro no dia 30 de junho era a seguinte: Libras esterlinas 5.339.320—10 Francos 10.599.730 Marcos 30 DoUars 65 Liras 2.980 Pesos argentinos ■ . . 510 Pesetas hespanholas 165 Ouro nacional 47:960.$ A importância das notas conversíveis em circulação nossa data era de 92.252:590$000. O preço dos soberanos, fora da Bolsa, foi de 16$066. Cambio Nenhum interesse leve o movimento do mercado no mez de junho. Os extremos das taxas offlciaos sobre Londres foram de 15 '/g a 15 '/«z d. Os bancos saccaram de 15 "/o; a 15 '/i? d., conr.ra outro papel de 15 Vis * 15 ' v d. Movimento insignificante. 4GG8 9 — SOriEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA 5 1/8 a 15 7/32 d, $6á7 $774 > $633 > $779 852 » 361 % í;637 ;» $641 •áfáoo » 3§313 1$7'J3 » — Os extremos das cotações offlciaes foram: Londres 90 d/v Paris 90 d/v Hamburgo 90 d/v Portugal 3 d/v Itália 3 d/v Nova- York, á vista Vales, ouro O valor official de mil réis foi do 560 a 561 ruis. ouro, e o da libra do 15$770 a 15$868. Agio do ouro de 77,41 a 78,51 ". . BIBLIOGRAPHIA A Bibliotbeca da Sociedade Nacional de Agricultura recebeu durante o raez de junho próximo findo as seguintes publicações : Monlhly Buletin of tke International Bureau of lhe American Republics — Vol. 24, n. 4. Jndia Rubber World. — Vol. XXXVI, n. i. The American Sugar Induslry and Beet Siiyar (íazelie, de Chicago. — Vol. IX, ns. 6, 7 e8 The Louisiana Planter. — Vol. XXXVIII. ns. 19 e20. The Southern Planter. de Richmond (Virgínia).— Vol. 68, n. õ. The Live Stock Journal, de Chicago.— Vol. 45, ns. 17 e 18. Revista Comercial Americana, do Nova Orleans. — Anno 2", vol. 11, nS. 47 e 48. Experiment Station RecorJ. do U. S. Department of Agricultura (Wash- ington).—Vol. XVIII. ns. 7e8. The Bulletin of the Aorlh Carolina State Board of Agriculture. — Março de 1907. University of Carolina Publications.—tíoltstim : 178 a 181. ■Storrs Aqricaltural Experiment Station.- Boletim n. 42. Owaríeí-ty JournaZ, da Liverpool University.— Vol. II, n. 4. The International Sugar Cane. — Vol. 9, ns. 99 6 lOO. Agricultural News, de Barbados.— Vol. VI, n. 130. The Agricultural Journal of lhe Cape ofGood Hope.— Vol. XXX, n. 4. Bulletin des Séances de la Sociètè Nationale d^Agriculture de France — N. 4. correspondente ao mez de abril do corrente anjio. Bulletin de la Sociètè des AyriciUteurs de France.— 39" anno, nova série, 3" e 4° fascículos ; n. de 15 de maio do corrente. V Apiculteur — 51° anno, n. 5. Bulletin de la Sociètè des Viticulteurs de France.— N. 5, anno 19. La Quinzaine Coloniale. ~\nno II, n. 9. •fournal d' Agricullure Tropicale — 7° anno, n. 70. Le fir^sií.— 27» anno, n. 1164. Bulletin de la Sociètè Viyneronne.—N. 96. Le .Voix .Agricole.—Anuu 1», ii. 3. La France Coloniale. — 11° anno, n. lo. Bulletin du Syndicat Central des Agricutteurs de France. — 20» anno, n. 477. Anuuario delia R. Slazione Baeoloyica di Padova. — Vol. XXXIV. Giornaie d'lppolojia, do Pisi.— Anuo XX, ns. '■> e IO. Rioista di AgricoUura, de Parma. — Anno XIII, ns. 19 e 20. L'Art dei Pagés, de Barcelona. — Aono XXXI, ns. 838 e 839. A LAVOURA 287 Boletin de la Camará Agrícola de Tortnsa. — Anno XVI, n. 177. Bullelin de la Sociélé des Mèlecins et Nnturalistes de Jassij. — Anno XXI, n. 3. Boletim da Real Associação Central da Agricultura Portiiqveza. — Vol. IX, ns. 1, 2e3. Revista Agronómica, do Lisboa. — VoI. V, ns. 2 e 3. BoliHini do Mn-cado Cnlr.il de Productos Aqricolas, de Lisboa.— Anno 11. n. 3. /? / ' > •VM««ra.de Santiago— Vol. XXXVIII.ii. 5. / ■, de Concepción. — Vol. Vil, n. 5. 1 .—Anno XH, vol. L. líc.lii: :: .■..:,.:./ :.:...: ..: . ra.— KnVíO HS. 149 e.l50. Reoisla ^ãcisual de la Ciiiiiara Mercantil, de Avellaneda. — Anno VII, n. 77. Revista Vilivinicola Argentina. — Anno IV, ns. 10 e 11. Revista Argentina de Ferrocarriles, Navegación, Bancos, Seguros y Comercio. — Anno XIV, n. '3â9. Revista Ilustrada de la Zapateria. — Anno VII, n 90. Anales dei Departamento de Ganaderia y Agricultura, de Montevideo.— Tomo X, ns. 1 eá, Anales de la Asociaciôn de Ganaderos, de Montevideo. — Anno 2», n. 22. Revista de la Asociaciôn Rural dei Uruguai/. — Anno XXXVI, ns. 8, 9 e 10. Boletin Agricola dei Ministério de Colonizaciôn y Agricultura, de La Paz. — Anno III, n, 19. Revista Nacional de Agricultura, de Bogotá. — N. 23. Revista dei Ministério de Obras Publicas y Fomento,de Bogotá.— Anno II, tomo 11, n. 2. Boletin de Estadistica de los Estados Unidos de Venezuela. — \aao III, tomo IV, n. 31. Boletin Oficial de la Secretaria de Agricultura, Industria y Comercio, da Rep. de Cuba.— Vol. II, ns. 3 e 4. Boletin de la Sociedad Agrícola Mexicana. — Tomo XXXI, ns. 15 e 16. Boletim do Centro Industrial do Brazil. desta Capital. — Vol. II, fase. III. Chambre de Commerce Française de Rio de Janeiro. — Abril de 1907. Boletim da Propriedade Industrial.— Aauo I, n. 4. Boletim do Comité Central dos Syndicatos Agrícolas dos Eslado<< Assucareiros, — Anno II, ns. 11, 12 e 13. Jornal dos Agricultores. — Anno VII, ns. 10 e 11. Revista Militar. — Anno IX, n. 3. O Economista Brasileiro. — Vol. II, n. I. Boletim da Associação Commercial do Rio de Janeiro. ~ Anno IV, ns. 22 a 25. O Amigo da Mocidade. Boletim da Alfandega do Rio de Janeiro. Braxilian Review. EHoile du Sud. Estatística Demographo- Sanitária — Boletins mensaes e hebdomadarios . Revista Agricola, de S. Paulo. — Ns. 142 e 143. Boletim da Agricultura, da Secretaria de Agricultura, Commercio e Obras Publicas, do Estado de S. Paulo.— 9» série, n. 4. O Criador Paulista. — Anno II, n. 15. Bollettino delia Camera Italiana di Commercio ed Arti in São Paulo. — Anno VI, n.4l. Messager de São Paulo. Racista Agricola do Rio Grande do Sui.— Anno IX, n. 2. Revista da Sociedade Matto-Grossense de Agricultura.— .\nao I, n. 1 . Boletim, da Directoria de Agricultura, Viação, Industria e Obras Publicas do Estado da Bahia.— Anno V, vol. IX, n. V. Revista Agrícola, de Aracaju. — Anno III, n. 57, Revi}:ta Agrícola, de Msicmó.— Anno VU, n. 2. Boletim, da União dos Syndicatos Agrícolas de Pernambuco. — Anno I, n. 4. Boletim Mensal da Associação Commercial de Pernambuco. — Anno IV, n. 44. Diários, periódicos diversos da Capital e dos Estados, etc. Coíwaíicoíítua í7 raòacco pelo Dott. .\liciiolo Benincasa. Publicação do Mi- nistero delle Finanze, da Itália. Agronomia Geral por Lourenço Granato.— S. Paulo. 1907. 288 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Les Animaux Domestiques — fase. I, desta obra que está sendo editada pela livraria Ernest Flammarion, de Paris. Les Animaux Vtmnts — fase. Vil. Edição da livraria supramencionada. Congresso de Leitaria, Olivicultura e Industria do Ateite em Í905. Relatório Geral.— 1° volume. Primer Informe Anual de la Estación Central Agronómica de Cuba. — 1° de abril de 1904 a 30 de juulio de 1905. Ininigración en el ano de 1906, do Ministério da Agricultura da Republic.i Argentina. Concours Central il' Animaux Reproducteurs, du mercredi 19 juin au dimauche 23 juin i907.—ProgV3i,mmn. Associação Commercial do forlo. — Relatório da Direcção no aano de 1906. Relatório do Lyceu de Artes e Ojfiaos da fiaAio.— Exercício de 1905 a 1906. Relatório apresentado ao Intendente Municipal de Cruz Alta pelo Secretario do Thesouro relativo au exercicio de 1905 e 1", 2° e 3°, trimestres de 1906. Para a Bibliotbeca durante o mesmo período de tempo foram feitas as seguintes acguísíções : L' AgricuUure et les Inslitutions Agricoles au Commencement du XX' Siècle por L. Grandeau, em 4 volumes. Paris, Imprímeríe Nationale, 1905. La Production, le Travail el le Probláme Social dans lous les Paijs au dèbul du YX"|? Siécle por Léon Poínsard, 1^ vol. Paris, Félix Alcan, 1907. Les Syndtcats Agricoles el leur CEuvre pelo Conde de Rocquígny. i vol. Paris, livraria Armand Colin, 1906. Poules el Poulaillers por E. Bríchmin. 1 vol. Paris, E. Dentii. Le Mexique au Dèbul du XX" Siecle por Roland Bonaparte, Jules Claretie, E. Levasseur, Paul Leroy Beaulieu, Elisée lieclus, etc. á vol.-s. Paris, Cii. Delagrave . iprensa Nacional — 1907 EST.A.TXJTOS CAPITULO II DOS SÓCIOS Alt. 8.° A sociedade admitte as seguintes categorias de sócios : Sócios efectivos, conesponJentes, honorários, beneméritos e associados. § i.° Serão síxúos effectivos todas as pessoas residentes no paiz que forem devidamente propostas e contribuircm com a jóia de 15$ e a annuidade de 20$ooo. § 2.° Serão sócios correspondentes as pessoas ou associações, com residência ou sede no estrang-eiro, que forem escoIhid;is pela Directoria, em reconhecimento dos seus méritos e dos serviços que possam ou queiram prestar á sociedade. § 3.° Serão sócios honorários e beneméritos as pessoas que, por sua dedicação e relevantes serviços, se tenham tornado beneméritos á lavoura. § 4.° Serão associadas as corporações de caracter ofíicial e as associações agrícolas, filiadas ou confederadas, que contribnirem com a jóia de 30$ e a annui.Iade de 5o$ooo. § 5.° Os sócios effectivos e os associados poderão se remir nas condições que forem preceituadas no regulamento, não devendo, porém, a contribuição fixada para esse fim ser inferior a dez (10) annuidades. Art. 9.» Os associados deverão declarar o seu desejo de comparticipar dos ti-a- balhos da sociedade. (!)s demais sócios deverão ser propostos por indicação de qualquer sócio e apresentação de dois membros da Directoria e ser acceitos por unanimidade. Art. 10. Os sócios, qualquer que seja a categoria, poderão assistir a todas as reuniões sociaes, discutindo e propondo o que julgarem "fr^nveniente ; terão direito a todas as publicações da sociedade e a todos os serviços que a mesma estiver habilitada a prestar, mdependentemente de qualquer contribuição especial. S I." Os associados, por seu caracter de collectividaJe, terão preferencia para os referidos serviços e receberão das publicações da sociedade o maior numero de exem- plares de que esta puder dispor. § 2.» O direito de votar e ser votado é extensivo a toJos os sócios ; é limitado, porém, para os associados e sócios correspondentes, os quaes não poderão receber votos para os cargos de administração. § 3.» Os sócios perderão somente seus direitos em virtude de expontânea renuncia ou quando a assembléa geral resolver a sua exclusão pi ir proposta da Directoria. I^E(3-XJL.^]VrElSrTO CAPÍTULO VI DOS SÓCIOS • Art. 18. A sociedade prestará seus serviços de preferencia aos sócios e associados, quando estiverem quites com ella. .\rt. iq. A jóia deverá ser paga dentro dos primeiros três mezes após a sua acceitação. Art, 20. As annuidades poderão ser pagas por prestações semestraes. .\rt. 21. Os sócios e os associados se poderão remir mediante o pagamento das quantias de 200$ e 500$, respectivamente, feito de uma só vez e independente da jóia, que deverão pagar em qualquer caso. Art. 22. Os sócios e associados não poderão votar, nem receber o diploma, sem terem pago a respectiva jóia. § r.° O sócio que tiver pag-o a jóia e uma annuidade, poderá remir-se mediante a apresentação de 20 sócios, desde que estes tenham igualmente satisfeito aquellas contribuições. § 2.° Para esse eíTeito o sócio deverá requerer á Directoria, provando seus direitos nos termos do paragrapho anterior. § 3.° Serão considerados beneméritos os sócios que fizerem donativos á sociedade, a partir da quantia de um conto de réis .■\rt. 23. Para que os sócios atxazados de duas annuidades possam ser considerados resignatarios, nos termos dos Estatutos, é preciso que suas contribuições lhes tenham sido solicitadas por escripto, até três raezes antes, cabendo-lhes ainda assim o recurso para o conselho superior e para a assembléa geral . SUMMARIO Pacj. Povoamento do s()lo • 221 Conimercio de bananas com a Inglaterra 226 Forniiyas Ciiyabanas 227 Os estudos de irrigação 229 Quadro da Familía Morking- 233 Sessão solemne 235 Sessões da Directoria 239 Informações 239 Presidência 240 Secção do álcool 240 As gravuras das capas 244 Club da Lavoura de Ang-ustura 244 O povoamento do solo nacional 245 Colonisação do Paraná 26" Augmcnto de Renda 27Q Novo Instituto em Minas 270 Parte Commercial . 2H0 rsihliographia 280 Anno XI — N. T Rio de Ja>íeibo JtLHO DE 1907 it^pjeuklufa «>•>•>#>•> VIRIBUS UNITIS ■(§ -^ -^ ^ -(1 Capital Federal SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA 1''UM)ADA EM \b DE JANEIHO DE 1 H97 Caixa-postal, 1245 Sede: Ruas da Alfandega n. lOS Endereço Telegraphico, AGRICULTURA e Genaral Camará n. 105 Telephone n. 1416 n"" 1"= mnbiro DIRECTORIA Presidente — Dr. Wencesláo Alves Leite de Oliveira Bello. 1° Vice-presidente — Dr. João Baptista de Castro. 2° Vice-presidente — Dr. Sylvio Ferreira Rangel. 3" Vice-presidente — Dr. Domingos Sérgio de Carvai.mo. Secretario Gerai — Dr. Heitor de Sá. r Secretario — Dr. Francisco Tito de Souza Reis. 2° Secretario — Dr. Benedicto Raymundo da Silva. 3° Secretario — Dr. José Ribeiro Monteiro da Silva. 4" Secretario — Alberto de Araújo Ferreira Jacobina 1° Thesoureiro — Dr. João Pedreira de Couto Ferraz Júnior. 2" Tliesoureiro — Carlos Raulino. BlroctoreLS das Socqoos Bibliotlieea e Hurto da Pcnlia Dr. João Baptista de Castro. Fazenda de Santa Mónica Dr. Sylvio Rano-ei. Applicações do Álcool Dr. Sérgio de Carvalho. Secção Technica Dr. Heitor de Sá. Museu Dr. Benedicto Raymundo. Plantas e sementes Dr. J. R. Monteiro da Silva. Propaganda e estatística Alberto Jacobina e Carlos Raulino. Secretaria Dr. Souza Reis. Thesouraria Dr. Pedreira Júnior. Oonsellio Suporlor Dr. Elias .A.ntonio de Moraes, Dr. Eduardo Augusto Torres Cotrim. Ernesto Du- risch, Dr. Carlos de Rezende, Dr. Artliur Getulio das Neves, João da Silva Gandra, Dr. Alfredo Augusto da Rocha, Dr. Ernesto Ascoly, Luiz Henrique Lins de Almeida. Dr. Carlos Oscar Lessa, Comm. Domingos Thebdoro de Azevedo, Dr. Leandro da Costa, João Dale, Dr. Ernesto Cândido da Fonseca Portella, Luiz Felippe de Sampaio" Vianna, Manoel Galvão, Dr. Antonino Fialho, Dr. J. P. Soares Filho, Dr. Alfredo Bandeira, Dr. Álvaro Mendes de Oliveira Castro, Dr. Henrique Borges Monteiro, Coronel Cornelio de Souza Lima, Dr. João de Carvalho Borges Júnior, António de Medeiros (fallecido) e Edgardo Ferreira de Carvalho. Oollaboração Serão considerados collaboradores não só os sócios como todos que quizercm ser- vir-se destas column.as para a propaganda da agricultura, o que a redacção muito agrradece. A lista dos collaboradores será publicada annualmente com o resumo dos trabalhos. A redacção não se responsabilisa pelas opiniões emittidas em artigos assignados, e que serão publicados sob a exclusiva responsabilidade dos autores. Os originaes não serão restituídos. As communicações e correspondências devem ser dirigidas á Redacção d' A L.\- VOUR.'^ na sede da Sociedade Nacional de Agricultura. A LAVOURA não acceita assignaturas. E' distribuída gratuitamente aos sócios da Sociedade Nacional de .agricultura. Condições da |>ul>Iic»çãf> doe »iiiiiin«rio Uma pagina 20$(X)0 Meia pagina i2$ooo Um terço de pagina 8$0(X) Um quarto de pagina 6$ooo Uma pagina 5o$ooo Meia pagina 3o$ooo Um terço de pagina 2o$f»o Um quarto de pagina I5$ix50 Is annuncios são pagos adeantadamente. Tiragem 5.000 exemplares Anno XI — N. 7 Rio DE Janeiro Juli+o de 1907 EDITORIAL Ainda não se desenganaram?!..* ^ LIBRARY NEW VOPk" E' curioso e ao mesmo tempo desanimador, o que se observa entre os íazendeu^os de cale. oarden Feitos da mesma massa (lue os do norte, envolvidos na lavoura da canna, ainda não comprelienderam a máxima daescriptura, que sabia- mente os aconselha de: — «fazerem da sua parte, para serem aju- dados í pela Providencia Divina, aquella que mais pôde, confun- dindo-a porém com os Governos — Providencias, (lue menos podem e nada fazem ! . . . A propaganda das associações agrícolas, syndicatos, cooperativas, caixas ruraes, etc, etc., nasceu aqui, coube-me a honra dessa ini- ciativa, como única solução possível que fora encontrada entre nações civilizadas e cultas para todos e quaesquer males das classes agrícolas, cabendo-nos, tão somente, o trabalho de adaptar ao nosso meio social esses remédios, essa solução. Pois bem ; o norte caminliae as associações se multiplicam acolá, produzindo todos os resultados que ellas proporcionam aos seus se- ctários, e — o assucar, que estava ameaçando arruinar os seus pro- ductores, foi levantando gradualmente de preços, a ponto de ficar, hoje, em condições remuneradoras do traijalho que lhe dispensam os agri- cultores e induslríaes. Na Bahia, em Pernambuco, no Rio Grande do Norte, Sergipe, Alagoas, etc, a solidariedade dos assucareiros se manifesta e os syndi- catos assucarairos proseguem na sua nobre e patriótica tarefa, levan- tando os ânimos abatidos com a distribuição, a mancheias, de beneficios fecundos — até entã3 ignorados, graças á adopçã) desses processos longamente sanccionados pela pratica. Noextremosul, o Rio Grande atira-se resolutamente pela mesma trilha e associações surgem animadas pelo próprio Governo do Estado, j^ profusamente, em ballissimo movimento; e ahi está o seu decidido gapostoloo Sr. Euclyde? Moura a apresentar-nos os resultados já colhidos 'T" dessa nobilíssima campanha, com a exposição dos proJuctos desse c^ Estado. ^ Entretanto, Minas, a terra onde mais me esforcei para implantar O 55Í4 1 ?90 SOCIEDADE NACIONAL UE AGRICULTURA essas idéis, o Rio de Janeiro e S. Pauli», poaLos mais próximos tra- balliados igualmente, são-^s mais refractários à adopção destes mesmos processos. Tudo reclamam, pedem, solicitam, mendigara m&smo, dos Governos, embora colham lições funestíssimas, quando attendidos, como está na consciência de todos, pelos effeilos do Convénio do café com essa mesma intervenção governamental directa. Não satisfeitos com taes desastres assim colhidos; tendo conse- guido conquistar mais um imposto apenas além dos que oneram essa lavoura oberada, eis que se voltam para outra nova interferência go- vernamental para ohierem credito : — dinheiro e mais dinheiro ! — sem se lembrarem queelles serão os pagadores eternos. . . Kntão, o dinheiro, só, por si, será capaz de modificar os costumes e proporcionar conhecimentos e educação sob outros moldes ? ! Não ; nunca ! . . . Auxílios e dinheiros já foram experimentados no antigo regimen, sem deixarem atraz de si outros vestígios que a mais completa des- illusão. . . e accumulo de ruinas. . . Quereis mais dinheiro e grandes facilidades de credito, do que ti- vemos ao tempo dàs oaccas gordas, dos enci lha mentos vários, e que se alastraram até no Oeste paulista, a terra roxa ?!.. . O que resta de tudo isto, si não a situação actual, que dahi deriva, com todos os males para a lav(:iura cafeeira do Brasil e o nosso mais colossal descrédito ? ! . . . Desses males resultou o Convénio ; mas em que sentido trouxe-nos elle benefícios, reaes e duradouros, sobretudo f Mero pai 1 lati vo para adiar difflculdades de momento, a golpes de successivos empréstimos, perturbando o commercio livre, e dando causa ás mais graves accusações contra os operadores officiaes e outros privilegiados favorecidos no commercio do café; semêa dos maiores desastres, em virtude de uma acção transitória e nefasta que se vem patenteando com clamores angustiosos de desespero que chegam do in- terior ; eis, em definitiva, a situação desorganizada, anarchica, destrui- dora, que tiveram a habilidade de crear para a lavoura cafeeira os seus pseudo salvadores e para os quaes se continua a appellar ! . . . Sem duvida que o credito agrícola precisa ser instituído no nosso paiz, e bem assim outras muitas refoi'mas económicas e administra- tivas, não só na agricultura, como no próprio commercio, etc, etc. Mas, essas reformas exigem um certo preparo prévio da população e um gráo determinado de habilitações conquistadas nos costumes, sob pena de não produzirem os bons fructos esperados. A LAVOURA Aos Governos incumbe, acima de tudo, preparar o homem das futuras gerações, amparando-se na mocidade ; quanto aos adultos só e unicamente poderão regenerar-se mediante os exemplos bebidos nas classes dirigentes, e pelas associações de solidariedade o mutual idade vizando fins nobres e elevados, ás quaes se aggremiarão solidaria- mente. Assim, com relação ao credito agrícola, nenhuma forma mais proveitosa que a que fora encontrada por essa alma de elite que se chamou Raffeisen, com as suas caixas ruraes na Allemanha, servindo ainda hoje de modelo. Mas, como bem diz um autor que temos sob as vistas : « As me- lhores cousas podem engendrar os psiores abusos. O credito 6 bem- fazejoou. nocioo, conforme a prudência ou a temeridade, a habilidade ou o desageitamento daquelles que delle se servem.» E mais adiante : « Aetymologia da palavra indica que o credito assenta sobre a confiança inspirada pelo devedor ao credor. Esta observação demonstra que o credito, nada tendo em si de arbitrário e de artificial, não provém de nenhum modo, em suas condições essen- ciaes, da vontade do legislador . Nenhuma lei pôde dar a confiança a quem não a merece.)) São verdades que carecemos não perder de vista. Conseguintemente, não bastará que os Governos disponham cios dinheiros públicos, producto de pesados impostos entregando-os aos bancos existentes para serem distribuídos á este ou áquelle individuo sob taese taes pretextos, a juizo desses bancos, que ás mais das vezes não operam na lavoura, ou se o fizeram ou fazem ainda, é pelos proces- sos que não influíram absolutamente na alteração dos costumes invete- rados pela rotina, que não podem educar, como convém, os homens, em escola differente, moralizadora e garantídora desses mesmos di- nheiros, qual aquella das responsabilidades solidarias, limitadas, ou illimitadas, base essencial dessas mesmas caixas ruraes, que care- cemos instituir, e com as quaes, por intermédio dos Bancos regionaes, poder-se-ha obter os recursos que são indispensáveis aos lavradores associados, como condição primordial e moralizadora, repetimos. Sim, associados, pois que será o único meio de haver segurança para os dinheiros públicos e imprimirem-se modificações salutares na moralização dos costumes. Com effeito, a caixa rural Raffeisen é uma instituição essencial- mente agricola, que se pôde fundar sem capital, dinheiro em ser, e que se baseia nos bens possuídos pelos associados, os quaes limitada- socieda.de nacional de agricultura raenteouilHmitadameiíle, se?aado deliberação dos proprio<5 associados em assembléa geral annual, garantem os compromissos que forem contrahidos. Para ser membro da associação é preciso professar a agricultura, ou profissão connexa.e essa admissão já exige certas condições moraes de honestidade, etc. O sócio que pretender um empréstimo, apresentai'á a sua proposta e indicará para que fins é destinado essi empréstimo, que, uma vez acceito, quer haja garantia real de bens, quer fique em jogo simples honorabilidade pessoal do postulante, uma e outra serão reforçadas pela associação, que assume collectivae solidariamente o abono da operação de credito realizada pelo associado. Esse credito assim garantido, elevado a dasconlo nos Bancos Re- gionaese redescontado pelo Banco Nacional, Central, ou outros, si o quizerem e houver. Os juros não excedem de 5 7u ao anno, não havendo directores da caixa-rural que percebam honorários, sob nenhum pretexto, nem tão pouco distribuições de dividendo. Os fundos arrecadados irão constituir reservas que serão depositadas nos estabelecimentos adequados do Go- verno, queos movimentará nas mesmas instituições ruraes que se forem creando pelo paiz inteiro, e sob idênticos moldes. O credito hypothecario só será admissível na execução de grandes obras, emquanto que os créditos: pessoal e mobiliário, têm uma fun- cção mais restricta, como recursos para o agricultor, mais frequentes, determinadas pelas necessidades de pagamento dos salários, fretes, im- postos, reparações, etc. , e para cujos fins uma hypotheca seria talvez a ruina. Essas caixas, funccionando nos districtos, por exemplo, onde todos se conhecem bem, á vista das responsabilidades solidarias, exercem uma íiscalização no emprego dos dinheiros confiados ao associado, para fins remuneradores do seu trabalho e iniciativa. Não ha interesse algum em promover negócios, pelo simples amor aos lucros proporcionados, visto que a ninguém beneficia, por isso que não ha distribuição de di- videndos nem remuneração aos directores, e sim a nobre idéa de am- pararos diligentes, os lionestos, muitas vezes desconhecidos e despro- vidos de recursos. Si tivéssemos Governos patriotas compenetrados dos seus deveres, nada seria mais fácil que instituir todas essas reformas em nossos cos- tumes, sem abalos nem grandes sacrifícios Para isso bastaria a intervenção governamental pelos meios indi- A LAVOURA me rectos, afim de provocar e fomentar o desenvolvimento indispensável do espirito de associação, roncedcndo-se ás oggremiaçõcs formadas certos e determinados favores: reducção de impostos de fretes, prémios, etc. Em seguida, em vez de leis prohibitivas, mandando limitar as plantações e sobrecarregando a lavoura de mais um imposto arbitrário, deixar aos próprios lavradores associados, a faculdade de pedir ao go- verno para arrecadar-lhes as sommas correspondentes á porcentagem que elles próprios indicassem para os serviços que ellcs próprios creas- sem, afim de acudirem ás suas múltiplas e complexas necessidades, lia- bilitando-os desfarte a emanciparem-se das tutelas e exploração de que são ainda hoje victimas. Nesta ordem de idéas, nãopodemcs deixar de transcrever alguns trechos da preciosa obra de M. Schuvob, que escreve para a França, mas encontra perfeita applicação no Brasil, com maioria de razão. Dizelle: « Com a nossa mania de centralização (íoMí/'rt«ce, de in- tervenção do Estado lá onde elle nada tem afazer, temos pouco a pouco engordado demasiadamente a nossa divida nacional, ao mesmo tempo que dávamos uma garantia o fflcial a uma serie de emprezas que são alhures perfeitamente independentes e assim mais lucrativas. A eco- nomia franceza tomou desfarte o habito de não comprar sinão exclusi- vamente os valores que el la considerava, com ousem razão, como re- vestidos de uma estampilha governamental. » « E', pois, do lado dos pequenos bancos somente que poderá vir a salvação. Mas aqui, ainda, é precisoque a Associação intervenha. Um livro curio.so do Sr. Maurício Sourel propõe uniOes entre bancos locaes com agencias de informações, contencioso, etc, e um comité central onde cada banco traria a sua experiência da região em que ope- rasse. E, desde então, a lucta torna-se possível, mas cora a condição de mudar bravamente de systeraa . Batido em toda a linha no terreno das operações correntes, os líneos locaes devem abandonal-o e contentarem-.se num outro terreno, em que os grandes estabelecimentos não querem nem podem di.sputar-lhes: aquella das operações a prazo longo. O seu conhecimento dos homens e dos negócios de .sua região per- mitte-lhes fazel-ocom ominimo de ri.«!C0, e poderiam encontrar uma larga .su))Sistencia nos adeantamentos a prazo longo, numas espécies de c/)mmandita, fornecidas aocommorcioe á industria.» « Os. syudicatos de exportação não podem .«er .solidamente viáveis SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA sinão quando compostos de industriaes produzindo mercadorias para a exportação; de negociantes sabendo collocar essas mercadorias ; de carregadores desejando facilitar essa collocação, onde encontram pro- veitos e, emfim, os financeiros, servindo de ligação para todos estes asso- ciados e fornecendo- lhes o nervo da guerra, que é hoje menos o di- nheiro em si que a sua forma representativa, o credito. Em summa, si a palavra estivesse tão desacreditada, diríamos de boamente que se trata de um t7'ust; não de um trust de açambarcamento, mas de uma combinação sã e lógica, reduzindo no minimo as despezas coramunse dando o máximo de poderio ao esforço coordenado de todos os interes- sados e onde a palavra trust indicaria somente a confiança reciproca, a inteira solidariedade dos associados. E' sempre o processo das mutualidades, da cooperação, o único que surge como a solução moderna. » E' o que precisamos accliraar, sem demora, no Brasil, para a nossa emancipação de colónia que somos ainda, economicamente fallando. Fora desses processos, não haverá nunca salvação possível . . . João Baptista be Castro Junho de 1907. Cultura Mechanica do Cafeeiro o Sr. Luiz Bueno de Miranda vai cada vez mais adquirindo novos títulos á benemerência publica, pelo muito que tem feito no sentido de realizar o cultivo económico e racional do cafeeiro. Muito lhe deve o Estado de S. Paulo e com este toda a classe agrícola. E' de justiça altribuir á casa Prado, Chaves & C. boa parte dos louvores que tributamos ao Sr. Bueno de Miranda, porquanto, sem o consen- timento e apoio dos honrados gestores dessa solida firma, S. S. não teria ensejo de pôr em pratica o que lhe anda pelo cérebro. A benemerência do Sr. Bueno não está somente nos seus inventos e adaptações, como na sua operosidade e dedicação por uma causa que lhe podia ser indifferente, sem quebra e apoucamento dos seus mé- ritos de gerente agrícola da casa Prado, Chavas & C. Contentasse-se S. S. em administrar as propriedades confiadas aos seus cuidados, á guisa dos demais administradores, e teria cumprido o seu dever. Porém S. S. achou que tinha capacidade para mais: tentou e obteve esplendido êxito. Cada nova tentativa sua é um avantajado passo para o cultivo racional do cafeeiro. A LAVOURA 295 A principio, toda a sua « zanga » foi contra as prehistoricas foice e enxada, instrumentos clássicos e único? conhecidos do carrancismo agrícola nacional. A' enxada — « la zappa » dos colonos — oppoz S. S. três instrumentos aratorios, que modificou habilmente, para o cultivo do cafeeiro : — o cultivador de oito discos, com roda louca; o culti- vador Acme ou António Prado ; o « Weeder » ou clscador Luiz Bueno. Com estfs três instrumentos resolveu S. S. o magno problema da[capina mechanica da preciosa i-ubiacea. Faltava-lhe ainda obter egual r&sultado na varredura dos cafesaes e colhei ta destes. A varredura me- chanica dos cafesaes já é ura facto; resta tão somente a sua colheita, si é que para tanto se applicou o engenho e arte do Sr. Bueno de Miranda. Não duvidarei e não porei duvida, si amanhã me vier o Sr. Bueno dizer que « achou uma machina » com cujo auxilio S. S. colherá e beneficiará o valioso grão, ai li mesmo nos cafesaes, num abrir e fechar de olhos, como por encanto ou magia. Ninguém mais ignora em S. Paulo que o Sr. Luiz Bueno cultiva muitos milheiros e talvez milhões de cafeeiros, sem recorrer á barbara enxada. Quanto á foice, S. S. jáaeliminou na execução de alguns ser- viços, como sejam a limpa de pastos e a sega de certas forragens, substituindo-a, com vantagem, pela segadora a Eureka t . SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA VARREDOR MECIIANICO DE CAFESAES Representemos o «Varredor Mechanico» pelo schema aíiui ex- posto: O instrumento compõe-se de um cabeçalho ou flexa A, preso a uma peça F. Nas extremidades desta peça de ferro F ajuntam-se duas laboas B e C, que se afastam ou se approximam da flexa A, á vontade do operador. As letras «a» representam \-és de cafeeiros. O varredor move-se no sentido da flecha A. Assim, pois, desde que o instrumento entra em movimento pelas ruas dos cafeeiros, vae deixando após si todo cisco ou varredura amontoada em linha, tal como indica a letra D. A coisa é de grande simplicidade, como o schema o indica. Porém, o que mais deve interessar aos Srs. lavradores é que, com o emprego do n Varredor Mechanico», se consegue trabalho rápido e barato ; pois que cinco homens podem varrer 4.000 pés de café em um dia! Eis como a coisa se ]iassa, para se conseguir a varredura dos ca- fesaes : Vem primeiro um homem com o « Varredor » puxado por duas mulas, corre o instrumento pelas ruas em certa direcçÈío e depois cruza com o mesmo instrumento as ruas varridas. Após o cruza- mento, todo cisco e terra soltos íicam perfeitamente amontoados, res- tando apenas a limpeza em torno dos pés de café, o que se faz com rodos de madeira, calçados de ferro. Um homem e dois muares adestrados varrem, em um dia, com o ot Varredor Mechanico», uma média de 4.000 pés. Quatro homens armados de rodos, completam a varredura de 4.000 pés em um dia. Estão ahi, pois, cinco serviços de homens e dois de muares para 4 . 000 pés de café ! ! Convém notar (|ue a varredura assim feita nada deixa a desejar, é perfeita. Talvez alguns « carrançEts i ou'=!cm formular objecções, sendo bem provável que alleguem a impossibilidade do « Varredor Mechanico » A LAVOURA 297 funccionar em terreno atravancado de tocos de madeira ou fortemente inclinado. Effectivaraente assim é. O « Varredor Mechanico » não lóde funccionar por entre tocos e pedras. E' ainda verdade que, si não retirarem os tocos e madeiras do meio dos cafesaes, jamais con- seguirão resultado vantajoso com o novo « Varredor i ; forçoso será, pois, o preparo prévio do terreno, para depois recorrerem a este e outros instrumentos mechanicos. Só quem se dor ao trabalho de desatravancar os cafesaes de tocos e madeiras é que poderá recorrer aos novos instrumentos creados pelo Sr. Bueno. Os que não tiverem coragem para tanto, está claro, continuarão agarrados á enxada e se irão distanciando para traz, até que outro'=; mais avisados lhes tomem o logar. Esta é a lei imperecível do pro- gresso. Esperar que as perdizes caiara assadinhas do céo, por obra e graça da Divina Providencia, é rematada estultícia. Nos dias de hoje nada se con^jegue sem esforço. O que não padece contestação é que N. 3 — Varredura a rodo sob os pis de caf-', ap^- a ;i i,-:i,- m dn '.■,-»'.■>- M ^:, i" r- . o emprego dos instrumentas engendrados pelo Sr. Bueno de Miranda, ao mesmo tempo que barateia a cultura do cafeeiro, beneflcia-o enormemente, tornando as arvores muitíssimo mais vigorosas e pro- ductivas, cx)mo o exemplo de Santa Eugenia de sobejo o prova. 5544 2 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Desla fazenda, que nunca produziu mais de 16.000 arrobas, co- lheram os seus felizes proprietários, o anno passado, nada menos de 52.000 arrobas e os seus vigorosos cafesaes promettem para esta safra 16.000 a 20.000 ! ! Tal producção é pura e simplesmente a N. 5 — Espalhação do cisco por meio do apparelho Biiano após a colheita consequência do tratamento racional que o Sr. Bueno dispensa aos cafesaes. Não é, pois, obra do deus acaso; longe disso. Quem vir o asseio ( póde-se assim dizer ) dos cafesaes da fazenda de Santa Eu- genia, o mundo de estrume de que ella dispõe, os cuidados culturaes que o Sr. Bueno lhe dispensa, achará razoável o estupendo salto de 16.000 arrobas (máximo) para 52.000 da ultima safra. A fazenda de Santa Eugenia, é bom que se saiba, possue apenas 300.000 pés em plena producçiio. Produziu, portanto, na proporção de 173 arrobas por mil pés. Mas, que faz o Sr. Bueno para conseguir tal milagre? Tão somente o que se segue: — Reúne em Santa Eugenia o maior numero de rezes que pôde, submette-as ao regimen da semi-estahu- lação, fazendo-as pernoitar nos estábulos fartamente providos de can na taquara, triturada pelo triturador — « Tornado » . Pelas colónias, por toda a parte, em summa, a mesma avareza de estrumes para os cafesaes. Como não bastassem para o farto sus- A LAVOURA tento dos cafesaes os muito milheiros de carroças de palha de café e estrume da fazenda, de que se havia de lembrar o Sr. Bueno de Mi- randa para alimentar os seus queridos cafeeiros? Lançou mão das leguminosas papilionaceas e, por esta forma, está a sacial-os de azoto, de que porventura carecem. O amigo Sr. Bueno está mesmo se arris- cando a ter estatua em vida ! Pelo caminho em que vae, passa mesmo á immortalidade, o que o não desagrade. Lembrc-se que por muilo menos outros vivem no bronze ! Na escolha da leguminosa fixadora de azoto, S. S. teve a começo certa difficuldade, pois nem todas podem ser cultivadas por entre ca- feeiros. Si semeasse, por exemplo, o feijão velludo (Mucuna Utilis), ou o «Cow-pea» dos americanos ( que é o nosso feijão miúdo ), haveria o inconveniente dessas plantas .sarmentosas treparem pelas arvores da preciosa rubiacea, resultando dahi sérios embaraços e, quiçá, damnos para os cafeeiros. S. S. recorreu ao tremoço e ao grão de bico que, semeados entre as ruas dos cafesaes, crescem exuberantemente, carre- gando suas raizes de abundantes e volumosos tubérculos nitrificantes. Tivemos o ensejo de desenterrar alguns pés de tremoço e constatámos a existência de dezenas de tubérculos. Semeado o tremoço em novembro ou dezembro, fructiflca em feve- reiro ou março. Quando as vagens já estão granadas, S. S. faz correr um sulcador pelo centro das ruas, e nos sulcos abertos enterra a leguminosa de envolta comos detritos e mattos, por acaso existentes. Quizemos ver em que estado se encontravam as leguminosas en- terradas em alguns talhões e, arredando cuidadosamente a terra, des- cobrimos uma farta serapilheira de radiculas de cafeeiros, as quaes para alli avançavam valentemente á cata do precioso azoto. O cultivo racionai e intensivo do cafeeiro em S. Paulo é um facto constatavel e innegavel ; porém ainda continua de pé a questão magna da colheita. A. Gomes Cakmo. SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA COLLABORAÇÃO Motores a na agricultara Os negociantes de instrumentos agricolas teem tido muitos pe- didos de macliinas de tracção que possam, ao mesmo tempo, ser utili- zadas para motor, para arar a terra e para mover as batedoras de trigo, e para puxar cargas. Em primeiro logar está a lavra das terras, e uma machina que se adapte promptamente ãs lavras poderá preencher as outras duas funcções. A machina de tracção pela gazolina está especialmente adaptada para ser empregada neste género de trabalho em consequência da conveniência do seu combustível e suppri mento de agua. ^^achina movendo batedora d<3 trigo. Em 30 minutos um homem pôde fornecer o combustível e o sup- primento de agua para a marcha de um dia inteiro; livrando-se dos aborrecimentos e homens necessários em tratando-se de machina a vapor, na alimentação de combustivel e agua, no correr do dia. Esta despeza em combustivel e supprimento de agua, conjunctamente com os gastos de um foguista, são inteiramente removidos com o emprego da machina de tracção pela gazolina. Atravez do Centro Oeste, onde bate-se habitualmente o trigo, e onde o fazendeiro costuma a fornecer combustivel e hospedagem aos homens e batedoras, é para elle uma verba de economia tendo o fornecimento de combustivel pelo dono da batedora, e evitando a despeza de hospedagem, pelo menos, de uma parelha e dous homens. A LAVOURA 301 Para o operador da batedora e pertences, é lambem uma economia, mesmo fornecendo o combustível, pela razão de evitar as despezas com uma parellia e os salários de dous homens, o que mais que com- pensa o custo do combustível. E' pois apparente que lucram ambos o fazendeiro e o operador como emprego da machina de tracção pela gazolina. Quanto ó despeza de uma machina de tracção em correlação com a questão das lavras, com um conjuncto de 10 arados, uma machina com 12 poUegadas de fundo, caminliándo duas milhas por hora ou mais, lavrará 2 1/2 acres em uma hora, ou 25 acras por dia de 10 horas. Mas, para ser-se libaral dever-se-hia CDncedor, diga-se 1/5 do tempo para as voltas e perdas de tempo por qualquer modo, o que produzirá o numero de acres a 20, em vez de 25 . O consumo de combustível para este trabalho não excederá de 35 gallões de gazolina, que custarão 15 cents. por gallão, $5,25, a a 20 cents. por gallão, $ 7. Somme-se a isso o salário de dous homens a $ 1,50 cada um g o custo actual, com gazolina a 15 cents. por gallão, teremos $ 8,25 para lavrar 20 acres, ou 41 cents. por acre. Si a gazo- lina fôr a 20 cents. por gallão o custo será $ 10, ou 50 cents. por acre. Para lavrar-se 2 1/2 acres em 10 horas, será preciso um homem e uma parelha. Uma parelha e um homem em trabalho são avaliados por toda a parte em $.3 por dia. Consequentemente custará $ 1,20 302 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA para lavrar-se um acre de terra com um homem e uma parelha, contra 50 cents. por acre com uma machina de tracção com gazolina. Fazendo este orçamento foi concedido o limite extremo no consumo de combustível, o qual em uma estimativa pôde ser reduzido pelo menos .de cinco gallões por dia, o que reduz o custo para um acre abaixo da estimativa um par de cents. Nas grandes planícies do leste do Canadá onde cultiva-se o trigo, a machina de tracção pela gazolina é um excellente emprego de capital, quer para o fazendeiro, quer para qualquer outro que a tiver de empregar. O dono de uma machina desta ordem lavrando a terra para os fazendeiros de grandes extensões de terras a $ 1,50 por acre ganhará dinheiro e deverá rehaver no trabalho de uma estação facilmente o custo de uma machina . Ha sempre carregamentos pesados a effectuar, para os quaes o emprego da machina de tracção pela gazolina pôde achar applicação, nas estações em que as lavra í estiverem fora da questão. Como machina para o transporte de cargas estão se tornando populares. Todo o mundo tendo em vista este trabalho, reconhece a conveniência especial de carregar bastante combustível e agua na própria machina para uma longa excursão e também que não é preciso demora para gerar vapor. Não ha receios de atravessar as pontes, visto como a machina de gazo- lina é usualmente de muitas toneladas mais leve do que as machinas a vapor de muito menos força. Os cuidados da machina de tracção pela gazolina não são muito differentes das demais, excepto que as condições e circumvizinhanças exigem maior attenção para o conductor. (Traduzido pelo Dr. João Baptista do Castro.) Lavoura sscca Em palestra com o Dr. J. Travassos, quando com a familia es- tive no regimen dos banhos salinos em Icarahy, ouvi o seguinte: O que sobretudo mata os nossos cafesaes é a falta d'agua. Eiles morrem de sede. A devastação das maltas tem trazido a escassez das chuvas. O erróneo costume de capinares cafesaes raspando a crosta, faz desta uma superficie lisa, dura, impenetrável ás aguas. A pouca chuva que cahe, encontrando a superficie assim petrificada, deixa de penetrar, corre, faz enxurrada, leva a pequena quantidade de húmus, que vae perder-se no leito dos rios. Urge que os lavradores capinem seus cafesaes cavando fundo a A LAVOURA terra, enterrando até o cabo a enxada. Assim fazendo, nSo somente o terreno fica apto a beber toda agua meteórica, como fica isento da evaporação da humidade. A um gesto meu, revelando ignorar como ficava isento de eva- poração um terreno cavado, acudiu elle: Queres uma experiência ? Toma um tijolo comprido, novo e completamente secco. Mette unia das extremidades em uma bacia com agua, de modo a ficar a quasi totalidade delle no secco. O tijolo irá pouco a pouco sugando a agua, e dentro de algumas horas verás lodo elle molhado. Toma depois um segundo tijolo idên- tico ao primeiro. Parte-o ao meio, de modo a não fazer esphacela- mento; ajunta as duas partes de modo a ficar bem casado ; mette uma (las extremidades do todo na bacia com agua. Dentro de algum tempo verás molhado todo o pedaço inferior e a parte superior sêcca. Pela capilaridade, a agua sobe ao tijolo; chegando á ruptura, não havendo cohesão entre as moléculas, não ha capilaridade, a agua dei- xa de subir. Quer isso dizer que, para que haja capilaridade é neces- sário que o todo seja massiço, que forme um bloco. Quando cahe a chuva na superfície lisa e petrificada da terra, pou- ca, muito pouca agua penetra. Vindo o sol, a pouca humidade da superficie evapora-se logo. Sêcca a superficie, a humidade que está na camada inferior s>be logo pela capilaridade, como sobe pelo pavio o kerozene que se queima em nossas lamparinas. De novo dá-se evaporação e mais humidade é attrahida á super- ficie. Assim continuando, dentro de algum tempo de estiagem fica o terreno sêcco, como sêcca fica a lamparina cuja chamma vae sugando o kerozene. Estando o terreno fundamente cavado, não somente a su- perficie bebe toda a agua meteórica, como esta fica ainda alli arma- zenada. Havendo ruptura entre o solo eo sub-sólo, estando sem liga- ção as duas camadas do solo, a humidade inferior não subirá, como não sobe para o pedaço superior do tijolo a agua que molha o pedaço inferior. Ora, estando a terra fundamente cavada apta a beber toda a chuva cabida, estando livre da evaporação, permanece durante todo o anno bastante humidade no sub-sólo, ficando os cafeeiros apparelhados a atravessar incólumes os mezes sêccos, d'ahi a regeneração dos cafesaes. Dada esta inlroducção, entremos em assumpto. Dentre os grandes impecilhos que vedam os progressos da lavoura entre nós, incontestavelmente a saúva e a sêcca occupam logar pro- eminente. Os poucos lavradores que teem a fortuna de possuir diversos regatos com altura sufflciente para estabelecer-se irrigação, podem ter SOCIEDADE NACIONAL OE AGRICULTURA sempre húmidas suas plantações. A maioria, porém, conta aguas es- cassas ou então vô atravessar sua propriedade respeitáveis cursos d'agua, porém sem queda alguma. Estes só podem contar cora irrigações meteóricas. Onde estas são caprictiosas, como no sertão norte do nosso paiz, torna-se impossível a lavoura Grandes e aturadas observações levaram os agrónomos ao seguinte resultado : si toda a chuva cahida pudesse ser aproveitada ; si toda a cigua ficasse armazenada no solo, sete pollegadas de chuva bastariam para o crescimento de qualquer planta. Porém, como a agua meteórica corre pela suitorlicie da terra e só diminuta parle penetra no solo ; como além disso dá-se constantemente a evaporação, são necessárias 20 pollegadas de chuvas por anno, no minimo, para o bom êxito da lavoura. Mais que no Seplenlrião de nosso paiz, existem no Occaso da grande Republica Americana, entre o Mississipe e as montanhas Rochosas, terras áridas, calcinadas, verdadeiros desertos. H. W. Campbell, de Lincoln, observador consummado e grande bem feitor da Humanidade, vendo que alli as chuvas raras vezes descem a sete polle- gadas no anno, concluiu que podia fazer cultura, aproveitando a pouca agua cahida durante o anno. Estabeleceu então o seusystema, conhecido por « lavoura secca», o ciual apoia-se nisto : armazenar no súlo a pouca agua cahida durante o anno. Campbell conseguiu isso com os seguintes princípios, que formam a base de seu syslema : l.o Manter solta e finamente pulverisada a superfície da terra em cultivo ; 2. o Conservar o sub-sólo finamente pulverisado e fortemente com- primido ; 3.0 Arar a terra e deixar o terreno assim preparado esperar a sementeira durante um anno ; 4. o Após cada chuva revolver o terreno, quer haja ou não plan- tação. Vejamos a applicação desse systema em nossa zona. Com a forte inclinação de nossas montanhas, seria desastroso tomar os conselhos do Dr. Travassos, no tempo das aguas. Cavado o terreno, revolvida a terra, as primeiras aguas meteóricas seriam todas sugadas pelo terreno ; mas repetidas chuvas fariam logo saturar de agua o terreno, tornar-se-hiam inevitáveis as enxurradas, que acarretariam a terra então solta, pondo a descoberto as raízes dos cafeeiros. Para evitar os desastrosos effeilos do veranico, seriam de grandes vantagens nas roças de milho, si pudéssemos prever as estiagens anor- A LAVOURA maes ; porém, infelizmente, até a presente hora, a Meteorologia con- fessa-se impotente em tal previsão. Si, porém, attendendo á forte inclinação de nossos morros, pode ser desastroso picar a superfície do solo, no tempo das aguas, penso que deve ser isso benéfico nos mezes seccos. Sabemos que os nossos cafeeiros muito sentem com a prolongada estiagem que vae de abril a setembrj. Proporcionar um meio do ter- reno beber a agua das escassas chuvas que cahera e armazenar toda essa agua, será dar vida aos cafeeiros. Ora, o systema Campbell quadra aqui a talho de foice. Nunca me cançarei de dizer que dar conselhos é mais fácil que tomal-os. Conselho é como remédio: receita-se com facilidade, toma-se com repugnância. Confesso que é preciso ter-se convicção sclentifica profunda e, sobretudo, calma e capital para emprehender-se uma novidade. De nenhuma dessas cousas dispõe a lavoura. Accresce que no tempo secco faz-se a colheita do cale e o pessoal é pouco para salvar-se a tempo o precioso grão. Todavia, como ha muitos lavradores activíssimos que fazem seu serviço com presteza, ahi vae um conselho de amigo, baseado no sys- tema Campbell : Logo que tiverdes colhido o fructo de certa fracção do cafesal, mandae espalhar as folhas seccas. os detrictos alinhados na rua do cafesal. Em seguida mandae picar o terreno a enxadão, enterrando-o até o cabo, e fazei quebrar os grandes blocos de terra. Deste modo, as escassas chuvas não correrão pela superfície Íngreme, serão embebidas pela terra solta e deixarão de ser evaporadas. A. C. Kkrreira Paula, lavrador em Lago do Muriahé, EXPEDIENTE Sessões da I>iveotox-ia, — Em sessão de 11 de julho votou-se una* nimeraente, por proposta dos Drs. Heitor de Sáe Souza Reis, a seguinte moção : « Attendendo aos serviços regulamentados pslos Decrs. ns. 1 .637, 6.323, (i.437, 6.450, 6.454, (Í.494 e 6.495, que seja consignado em acta da sessão de hoje um voto de congratulações com o illustre Sr. Dr. Miguol Calmon du Pin e Almeida, M. D. Ministro da Industria, pela sabia e patriótica orientação, que, no período, aliás curto, de sua administração, tem dado às questões que directa e indirecta- mente se prendem á agricultura, regulamentando e levando à sancção presidencial 5544 3 SOCIEDADE NACIONAL DK AGRI©ULTURA varias medidas de alto alciaoe futuro, na rogeoeivição di agricultura e do nosso desenvolvimento ecoaomico, cjllaborando efllcazaiente pira salvaguardar os capitães empatados na exploração da riciueza do nosso solo. Em sessão de 15 de julho, o Sr. Dr. João Baptista de Castro leu o parecer de que foi relator, sobre os typos de café adoptados na praçi de New- York, sendo as conclusões approvadas. Havendo noticias de uma gramínea encontrada pelo Dr. Figueiredo Rocha, em Iguassú, e que já estava sendo cultivada no Estado do Rio, resolveu-se que a Secretaria procurasse obter informações nesse sentido, para apurar as suas quali- dades especiaes indicadas. Em sessão de 29 de julho foi pelo Dr. João Baptista de Castro apresentada uma carta do Sr. L. Misaon, engenheiro agrícola por Gembloux e director interino do Posto Zootechnico Central branç,i sobre-taxa três francos, lhe signi- fiqueis meu Governo está empenhado em resolver assumpto do melhor modo pos- sível e tondo em vista sempre os grandes interesses da lavoura que aquelle syn- dicato representa. Saudações aífectuosas. — João Pinheiro. A' Sociedade foi dirigida pela firma Herm Stoltz & Conip., desta praça, a se- guinte petição : «lUm. Sr. Presidente e mais membros da Sociedade Nacional de Agricultura —Nesta— Os abai.xo assignados, representantes da firma de Cari Hdgombeck, Ham- burgo, o mais importante negociante de animaes de raça, de criação e bravios, tomam a liberdade de informar a VV. SS. que, de accordo com os proprietários do Jardim Zoológico, resolveram estabelecer ala uma exposição e acclimatição permanente do animaes das raças cavallar, bovina, caprina, suína, ovina, cães de pastor, aves domesticas o outros animaes uteís, que denominaram estação zoote- chnica, tendo dado inicio neste mez á construcç 10 de modestos, mas apropriados 308 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA refúgios para estes animaes. Acontece, porém, que a exposição não pôde desde o sen inicio sor tão iraportanto comu fora para dosejir, em vista dos elevados fretes exigidos pelas companliias de vapores para os animaes de raça caprina, suína, etc, o que de todo impossibilitaria o rfe6-W(.r doce 97.000 2 Cevada _ 296.935 166 Cente.o ... ... _ 161.100 103 Cenouia forrageiía _ 142.385 2S:; Canhimo . 1S.400 24 Couve Rutabaga ... _ 25,li5 76 Cebola — 12.192 326 Canoa nicional 4.806 86 > dl liba de Baibados 3.. -.56 _ 07 Chada China ... 10 — 1 Cauim Giimi^a 500 1 . Ja.aguá . . . _ 21.000 24 . Kordma roxo . . . . _ 17.000 17 Castilhfla elástica (sementes de) 21 — 1 Fucahptas — 1.831 .'')48 rspinheiro 4.250 I<.v,lhas . . _ 3.740 3 Feijão vauos _ 20S.7nO 146 Fumo _ 3,564 583 Fi ucta d i C jDdessa (sementes de) — 00; 1 » do Conde (sementes de) Figueiras 20 2.5S0 330 22 Gjia sol ~S.8S0 57 Crrama de Poi nambuco _ 576.150 101) f.6ngibro(ia.z6sde) Hortaiças _ 8.000 2 1.115 109 Juta _ 4.090 42 laothyiussvlveslre — 4.S30 16 I inha^a 830.000 100 I upulo _ 1.222 27 Maniçoba — 203.450 ST Mel 10 330 Milho — 924.700 377 Minga (sementes de) — 689 3 Nabo forrageiro — 46.Í70 _ líO I Knta= naSionaes . ... 12.937 Pitombo (sementes de) . . Quiabos . . . - 031 13. SOO 69 Ravgiass — 15.710 60 ■«oigho US.950 92 Sementes diversas, 4 050 2 Symphitum (Consolida do Cáucaso) 3.UÕ — 115 Tomates 14 Tiemonos _ 151. -;oo 1.50 Trevo _ 43.6S0 7S Trigo 55S.900 1S5 Thoos nto . - 26.050 25 Total 40.049 9.55S..=.6= 6.221 MOVIMENTO DA SECÇÃO 3t0 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Exposição elg'a — O commercio geral belga de importação elevou-se, em 1903, a 25.850.700 tonelidas, representando um valor de 5.725.800.000 francos. Houvo pois um augmento de 735.900.000 francos sobre o periodo de 1905. O commercio geral de exportação elevou-se, em. 1906, a 21.174.800 toneladas, representando um valor de 5.062.700.000 francos ou um augmento de 806.700.000 francos, sobre 1905. Em relação ao commercio especial de importação, houvo, em 1900, um movimento de 21.418.300 toneladas, representando um valor de 3.451.000.000 francos, ou mais 385.700.000 do que em 1905. A LAVOURA Quanto á exportação, accusa o commercio especial um movimento de 16.768.700 toneladas, representando um valor de 2.793.80 J. 000 írancos ou mais 460.100.000 francos do que em 1903. Em relação ao numero de seus habitantes, diz o jornal de onda extraliimos estes dados, é a Bélgica o paiz mais coramerciante do mundo. « Ba.i^ra.g-em cie A.ssviaii. » Sabido é que as grandes obras de irri- gação, que a Inglaterra tem realizado no Egypto, hão conseguido transformar em verdadeiro empório de riqueza, immensasextonsões de ten-enos, outr'ora estéreis e improduíjtivos. Entre os trab;i,lhos decretados ultimamente pelo Governo Britannico, sobresahem 03 que tonidm a augmentar a altura da barragem de Assuan, com o que crescerá de sete metros o nivel de suas aguas, recolhidas nos depósitos contiguos ã dita barragem, Acorescida assim de moio considerável a capacidade dos depósitos, poder-se-ha irrigar para mais de meio milhão de iieotares. Actualmente, ha na parte septentrional do Egypto cerca de 45J.000 hectares desaproveitados por falta de irrigação. Calcula-se que o valor das colheitas de algodão, depois de terminadas as obras projectadas, ascenderá a uns quatro milhões de libras esterlinas por anno. Para esse desidíratum commercial será, entretanto, mister sacrificar um pjuco o interesse artístico na terra dos Pharaós, pois, segundo parece, será necessário soterrar em pai'te o templo de Philaé e outros magniflcos monumentos da Núbia. O Governo do Egypto, porém, providenciará para que o darano artístico flque reduzido ao menos possível. O custo da elevação da barragem de Assuan ô calculado em um milhão e meio de libras esterlinas. As obras deverão ficar concluídas em 1913, OongT-osso de Fazendeiros— Os Srs. Drs. Gominiano de Lyra Cas- tro, José Ferreira Teixeira, Bento José do Miranda, Júlio Weinberger, Demétrio Be- zerra da Rocha Moraes, Thomaz de Paula Ribeiro e Joaquim Jonas Bezerra Mon- tanegro, coronel Francisco Bezerra de Moraes Rocha, barão de Tapajós, Vicente José de Miranda e coronel Bento José de Miranda, membros da commissão encar- regada de levar aeíTeito, no dia 12 do raiz de outubro, o Congresso de Fazendeiros do Eítado do Pará estão dirigindo a seguinte circular aos delegados dos municípios nessa promettedora reunião : « Não vos é certamente desconhecido que a industria pecuária atravessa em todo o Brazil uma phase angustiosa. Causas diversas, longínquas e complexas, lhe prepararam este transe, que desperta justos clamores, provoca graves apprehensões e exige acção prompta e ponderada, que resguarde e ampare os mais vitaes interesses da Nação. Entre 03 factores da crise sobreleva notoriamente o individualismo atrophiador que domina a classe e que reluz cala fazendeiro a uma uuidale solitária, desam- parada na lucta cruenta com asditBculdj,Íe3 cada vez mais assoberbantes. No emtaato, aggremiado que fjsse a seus pares, elle colheria da communhão de déas e de esforço os esclareci ueatos precisos para seu bom governo o alento ne- cessário para o combate á alversilaie, a forçx e a autoridade j)ara pleitear com efiicacía os seus legítimos interesses. A fim de attender aos constantes e plangentes reclamos, e convencida de que SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA SÓ pela reunião dos interessados em ura comicio em que, com espirito pratico e cam empunho proporcionado á gravidade dos males, discutissem e assentassem a^ bases de uma acção solidaria c simultânea, poderiam ser encontradas as soluções que mais de prompto minorassem os elleitos da crise e evitassem sua racrudescencia ou renovação, a commissão de fazendeiros abaixo assignada, resolveu promover a realização de um Congresso do Fazendeiros do Pará a 12 de outubro do corrente anão, nesta capital. Não escaparão, por certo, ao vosso esclarecido juizo as vantagens dos resul- tados práticos que podem produzir esse comicio. A par de questões que interessam igualmente a todos os municípios creadores do Estado, como obstáculos ao desenvolvimento económico do Estado, outros ha, e om grande numero, peculiares a cada ura o que no emtanto são desconhecidos ou esquecidos aqui, no centro de acção, ondu deveriam umas ser resolvidas, e onde poderiam outras encontrar apoio capaz de lhes abrir facilidades, em vão tentadas até hoje pela acção isolada, o por isso fraca, dos interessados. O Congresso deverá estudar umas e outras, com o merecido empenho, a fim de reclamar de quem de direito as medidas que forem julgadas necessárias e o fará, então, com o prestigio e forca que liie advirão da classe pastoril solidamente unida para fazer valer os seus direitos e promover os seus interesses. Convidando- vos a tomar parto nesse certamen, como um dos delegados, a commissão cumpre um grato dever. Vosso concurso pessoal e a legitima influencia que exerceis no circulo de vossos amigoí e companheiros de classe, são elementos para que appellaraos em nome do interesse publico, a fim de que o emprehendimento que promovemos pro- duza os seus fecundos elfeitos. A.i*ea, e população tio Bvazil — São offlciaes as seguintes cifras indicando a área do Brazil e sua população no período de 1861 a 1907. Área total 8. 497. 910'--, 593000, Districto Federal 1 .116k;, 593000 (1), Estados 8.305,82-1''- (2), Acre 191.000'-' (3). .\njos Habitantes 1861 .S.1'JÕ,6U9 1862 8.355.533 1803 8.518.276 1864 8.683.910 1865 8.862.514 186'; 9.024.168 18G7 9.198.950 186S 9.376.965 1869 9.1158.281 1870 9.743.607 1871 9.931.230 RECENSEAMENTO DE 1872 — 10.123.054 1873 a 1889 1873 . . . . 10.348.583 1874 . . , . 10.507.925 1875 . . . . 10.721.194 . . 10.928.506 1877 . . . . 11.139.983 1878 . . . . 11.355 753 1879 . . . . 11.575.946 1881 . . . . 12.030.10.» 188E . . . . 12.264.473 i883 . . . . 12.503.796 1884 . . . . 12.748.291 1885 . . . . 12.99s.128 1886 . . . 13.253.482 1887 . . . 13 514.541 1888 , . . . 13.781.496 1889 . . . . 14.054.550 1891 . RECENSEAMENTO DE ls90 - 1891 a 1899 - 14.333.915 . . . 14.611.193 1892 . l4.SÍ)ri.fi8(i 1893 . . . . 15.188.155 1894 . . . . 15.476.168 1895 . . . 15.776.097 1896 16.082.123 1897 . . . , 16.394.433 1898 . . . . 10.713.223 1899 . . . . 17.038.697 RECENSEAMENTO DE 1900 — 17.871.000 1901 a 1907 1901 17.710.5.57 1902 18.057.394 1903 IS. 41 1.822 1904 18.774.092 1905 19.144.467 1906 19.5,'3.232 1907 19.910.646 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA A Sociedade de Agricultura Alagoana, era assembléa geral, realizada em 9 de julho, elegeu a seguinte Directoria para o biennio de 1907 a 1909 : Presidente — Dr. António Guedes Nogueira ; 1» Vice-Presidente — Dr. Luiz Joaquim da Costa Leite ; 2° Vice-Presidente — Dr. Fernando Sarmento ; Secretario Geral —Dr. Alfredo Oiticica; Adjuntos — Dr. José Paulino de A. Sarmento e Dr. João Firmino dos Reis Lins; Theaoureiro — Cláudio Dubeux ; Director de propaganda — Dr. Francisco Izidoro R. Costa. Foi nomeado para o cargo de Director da Estação Agronómica de Florianó- polis, Estado de Santa Catharina, o Sr. Jacintho Mattos. CALENDÁRIO AGRÍCOLA MEZES DE JANEIRO  JUNHO Os seis mezes que vão de janeiro a junho inclusive podem dividir-se em três grupos distinctos sob o ponto de vista agrícola, assim: 1." Janeiro e fevereiro são mezes de chuvas, mezes do amadurecimento das fructas em geral. No norte do paiz ainda se colhe a canna, porém no sul raramente e só quando o tempo o permitte ; 8." Março e abril são os mezes próprios para as plantações de inverno, isto é, feijão do tempo, milho, cere;ics europeus. Nos Estados do sul e centro do Brasil começa-se a colher os cereaes, a canna, café, etc; 3.» Maio e junho são, no sul, os mezes das colheitas em geral, das derrubadas, dos cortes de madeiras. São mezes frios em todo o paiz. ^&&-3{H««*- PARTE COMMERCIAL Prodictos importados durante o msz ds julho de 1907 Qualidades Quantidades Preços Aguaraz . . 2.240 caixas. l$ã00 a 1$240 0 kilo Alfafa. . . . 37.028 fardos. $170 » $180. » kilo Alcatrão . , 29 barris. 50$000 » 52$000 > barril Arroz . . . 6,039 saccos. 28$000 » 28$500 > sacco Azeite. . . 4.003 caixas. 22$500 » 30$000 a lata, 16 kiloa Batatas . . . 29.831 caixas. Banha american a . 110 caixas. . . barril $700 a $720 o kilo » » 4.100 barris. lata I$360 > 1$520 o kilo. Bacalháo . . . . 4.020 caixas. 40$000 a 46$000 > . . 1.310 tinas . . •42$000 > 465;000 Breu . . . 1.715 barris. claro 275000 a ã8$000 » . . . 1.715 barris. . escuro 26$000 , Rio Grande $520 a $620 Carne secca do da Prata. _^'° 17.317. . . . . 1 Prata $550 » $740 ' Manta $660 > $840 Carvão de pedra . . 66.005 fardos Chá da índia Cervejas . Ervilhas . Cebolas . Feijão. Farelo. Genebra . Gordura . Kerozene. 47.905 barricas 180 caixas . 30 caixas . 165 saccos. . 494 caixas . 1.170 saccas . 38.200 saccas . 3.110 barricas. 550 caixas . 475 pipas . 32.100 caixas . Allemã, I2$000 Bonlogne Loaquety > Pá Joseph Lnmay LeãoS., 11 $000 Águia Preta, 12$500 Cruz Vermelha, 12$000 Excclsivo Cathedral, 12$000 Pyramide, 14$000 Leão Azul, 1I$500 Outras marcas, 11$500 a 12$000. Preto 5$500 a 10$000 o kilo Verde 5$500 > 9$000 o kilo $660 a $700 23$000 > 25$000 21$000 » 25$000 2$500 » 2$700 o sacco Nominal 8$200 a 9$500 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Quantidados Preços Demagny Isigny, 2$50O a 8$540 Brete.l Frères, 2$i60 a 3$200 Manteiga. . . . 1.589 caixas . . ./ Lepelletier, 2$420 a 2$500 Modesto Galone, 1$850 a Is9õn Ibeson, 2.$560 a 2$G20 L. Brum, 2,f600 a 2$650 Outras marcas, 1$850 a 2$000 Óleo de linhaça. . 631 barris . . •) Lata, $980. Barril, $880 a $920 Pimenta da índia. 50 saccos . . . IS450 a 1Ã500 0 kilo. Pinho sueco. . . 9.298 pés . . . . 80$000 » dúzia » resina . . 5.224.318 pés , . 90$000 » 92$000 a dúzia. Presuntos . . . 302 caixas . . . 2$050 » 2$100 a libra. Sal 12.569.320 kilogrs. 1$800 » 2$000, 40 litros Toucinho. . . . 157 barris. . . Nominaes Velas 45 caixas. Pinho americano . 639.421 pés . . . 167 cartolas. 3.397 pipas. 324 barris. 393 bordalesas 16.594 caixas. 2$800 0 pé Collares superior. .'í65$000 a 385$000 » inferior. 335$000 » 345$000 Virgem do Porto. 320$000 » 345.$900 Verde, portugnez . Lisboa, tinto . . 305$000 » 320$000 Vinhos 300$000 » 320$000 » br., 14 gar. 330$000 » 340Ã000 » br., mais de 14 garraf. Nominal Figueira, tinto. . 325$000 a 3401000 » br., mais de 14 gs. Nominal » maduro branco . Nominal Dito branco. . . 320$000 a 340$000 Géneros nacionaes A.g- iiar-dente Na primeira quinzena o mercado esteve bastante indeciso, tornando-se depois melhor, devido não só ás entradas, que diminuíram, como também de alguma procura que se desenvolveu. Os preços por pipa de 480, base de 20 gráos, regularam : Campos 13 i$O0O a 15õ$000 Angra 135$000 » 160$000 A LAVOURA 329 Paraty . . • 140$000 » 170|000 Maceió 140$000 >> 155$00a Aracaju 13õ,«;000 » 150$000 Pernambuco 140$000 » 165$000 Bahia 135$000 » 150$000 Parahyba 135$000 » 155$000 Laguna i::!5$000 » 145.S00O Ita.jahy 135$000 » 145$000 Mangaratiba 135ís000 » 160$000 Paranaguá 135$000 » 145$000 A-lcool Tendo sido fraco o mercado deste prúducto na primeira quinzena do mez. Acarara animados os preços deste mercado, que esteve muito firme, tendo obtido alta na segunda quinzena. As entradas foram aoanliadas, tendo regulado neste período os seguintes preços por pipa sem o casco : 40 gráos 250$000 a 275$000 38 » 235$000 » 260$000 36 » 2â5$600 > 245$000 A-lg-odão ©m. rama Perdurou durante todo o mez a paralysação no mercado deste producto e como consequência deu-se a baixa nos preços. Fardos Existência a 29 de junho 10.660 Entradas existentes a 15 de julho 10.929 Assú 2.000 Mossoró 6.350 Parahyba 1.800 Ceará 1.012 Maceió 515 Piauhy , 275 Sergipe , 700 Pernambuco 325 Natal 250 Sabida dos trapiches 13,343 Preços Pernambuco 11$800 a 12$200 Rio Grande do Norte I1$000 » 12§000 Parahyba 17$400 » 11$700 Penedo 11$400 » 11$100 Sergipe 11$000 » 11$400 A.ssiicai" Durante todo o mez o mercado esteve em movimento activo, elevando-se os preços e havendo indícios de maior cotação. Fechou o mercado muito firme. 5544 6 — SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Entraram 78.964 saccog de diversas procedências, sendo as sabidas calculadas em 116.716 saccos e a existência em 443.570 saccos. PERNAMBUCO Branco Usina . . » crystal. . » 3" sorte . Crystal amarello. Mascavo bom. . » regular. » baixo . Mascavinho . . Somenos . . . Preços $420 a $560 $430 » $585 $420 > $530 $350 > $520 $260 > $340 $250 > $320 $2.30 » $300 $320 > $360 $320 > $340 Branco crystal. . Crystal amarello. Mascavinho . . Mascavo bom. . > regular. $420 a $440. $320 > $380 $265 > $340 $250 > $315 $320 > $300 BAHIA Crystal branco $470 a $480 Branco crystal . Crystal amarello. Mascavinho. . . CAMPOS $480 a $600 $580 > $530 $360 » $410 Cereaes Feijão, farinlxit, millio, eto. Em saccos: Feijão preto de Porto Alegre velho de Santa Catharina . do Paraná .... mulatinho .... manteiga enxofre de cores, nacional. . branco, estrangeiro . amendoim, estrangeiro Preços 17$500 a 18$500 16$000 > 18$000 17$500 » 18$000 17$000 > 20$000 14$000 > 15$000 12$000 > 18$000 12$000 > 18$000 23$00O > 26$000 23$000 > 24$O0O A LAVOURA FARINHA Farinha de mandioca, especial 8$400 a 8$800 » » „ fina 7$600 » 8$000 » » > peneirada .... 7$000 > 7$500 » > » do Norte 6$000 » 6$500 > > » grossa — > 5$500 > » » » Porto Alegre . — — ARROZ Arroz nacional 24$000 > 28$000 » inferior 18$000 » 22|000 MILHO Milho amarello do Norte — — > » da terra 6$600 » 6$800 > branco » > — » 6$500 Amendoim em casca 6$500 » 7$000 Cangica 14?000 » 16$000 Favas 11$500 > 14$000 Em kilogrammos : Alpiste $360 a $440 Batatas nacionaes $140 > $200 » estrangeiras — — Fubá de milho $120 > $200 Matte em folha $400 > $600 Tapioca $200 > $340 Polvilho $220 » $280 Carne de porco $600 > $700 Linguas do Rio Grande (uma) 1$I00 » 1$600 Fumo em. rolo Preços De Minas, especial 1$400 > » superior 1$200 > > 2^ $900 > > ordinário $700 Goyano, superior 2$400 > 2» 1$700 > baixo — Rio Novo, superior 2$400 » » 2» 1$700 » » baixo I$ã00 Pomba, superior 1$G00 » 2» 1$200 > baixo — SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Preços Carangola 1$400 Picú, especial 2$800 » 1' 2$000 » 2» i$aoo Bahia 1$100 Pernambuco $600 Oafé As vendas para exportação neste raez foram de 99.000 saccas. Entraram no mesmo período 146.807 saccas contra 184.441. A existência no dia 15 era orçada em 829,133 saccas e em 31 em 683. saccas. Os extremos das cotações foram : Por arroba Por 10 kilos Typo 6 5$000 a 5$500 3$400 a 3$744 » 7 4$700 a 5$200 3$200 » 3$540 » 8 4$500 » 5$000 3$064 » 3$404 » 9 4$300 » 4$800 3$928 » 3$268 As entradas foram : Estrada de Ferro Central do Brazil 59.412 Cabotagem . Barra dentro Mercado monetário A existência do ouro durante o mez, na Caixa de Conversão, era a seguinte : Libras esterlinas 10.680.382 Francos 21.191.625 Marcos 120 DoUars 5 Liras 6.340 Pesos argentinos 1.890 Pesetas hespanholas 380 Ouro nacional 98$970 A importância das notas conversíveis em circulação era de 184.532:6ã0$000. CAMBIO A taxa de 15 7/32 d. sobre Londres vigorou na tabeliã do Banco da Repu- blica do Brazil até o dia 4, quando foi substituída pela de 15 1/4, a que ficou inalterada até o fim do mez. Os bancos estrangeiros mantiveram sempre as taxas de 15 5/32 e 15 3/16 d. A LAVOURA 333 Os extremos das cotações olliciaes foram : Londres, 90 d/v 15 5/32 a 15 1/4 d. Pariz. 90 I.I/V $626 » $631 Hamburgo, 90 d/ v $773 » $777 Portugal, 3 d/v 348 » 357 % Itália, 3 d/v $636 » $640 Nova York, á vista 3$296 » 3$303 Vales, ouro 1$793 — O valor ollicial de mil réis foi de 561 a 505 réis, ouro, e o da libra 15$738 a 15$835. Ágio do ouro de 77,04 a 78,14 %• BIBLIOGRAPHIA A Bibliotheca da Sociedade Nacional de Agricultura recebeu durante o mez de maio próximo findo as seguintes publicações : Montkly BuHetin of thc Intenialional Bureiu of lhe American Republics—Vol, 24, n. 5. índia Rubber World-Vol. XXXVI, ns. 3 e 4. Thc American Sugar Induitry and Beet Sugar Gazelle, de Chicago— Vol. IX, us. 10,11 e 12. The Southern Plnnlcr, de Riclimond (Virgínia)— Vol. 68, n. G. The Louisiana Planler, de New-Orleans— Vol • XXXVIll, ns. 25 e '-iQ. The Live Stock Journal, de Chicago-Vol. 45, ns. 19, 20 e 21. Dun'sJnternaUonal Review, de New-York— Ns . de maio e junho do corrente anno. La Hacienda, de Buflfalo— 2° tomo, n. 9. Revista Comercial Americana, do Nova Orleans— Anno 2% vol. 11, n. 51. Eo:pcriment Station Record, do U. S. Department of Agriculture— Vol. XVlll, n. 9. The Bulletin of lhe North Carolina State Buard of AgriciiUure—Yol. 28, n. 4. The Maryland kgricuUwal College—N. 36, 1907. Universitg of Illinois AgriculCiiral Exp-^riment Stoíion— Boletins : 113, 114e 115. Bulletin of Miscellaneous Informations, dos Roval Botanic Gardens, Rew— N, 5, 1907. Tropical Life, de Londres— Vol. Ill, n. 6. Tropical Agricullurist, de Coylão— Vol. XXVIII, ns. 3, 4 e 5. Agricultural Nev.^s, de Barbados— Vol . VI, 131, 132 e 133. The Agricultural iedáfe»-, de Calcuttá- N . 7, 1906. The AgricuUural Journal of the Cape of Good Hope-rVol. XXX, n. 5. SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA The Balletin ofthe Gollege of Agricultura, da Imperial Universidade du Toklo— Vol. VIII, n. 3. Le Brèsil, de Paris— 27° anno, ns. 1168 a II73. La Quinzaine Coloniale — Aano 11°, ns. 10 e 11. La !< rance Coloniale — Anno 11», ns. 12 a 14. Journal d' Agricidture Tropicale — 7"anno, ns. 71 e 72. VApicuUeur — Anno 51, n. 7. BuUetin de Séances de la Sociélé Nalionale d' AgricuUure de France— 1907, a. 5. BuUetin de la Société des Agriculteurs de France—b" iáS^i. e os ns. corres- pondentes ao mez de junho do corrente. Annales de l'Ecole Nalionale d' AgricuUure de Montpellier — Tomo Vil, Fasc. I. BuUetin de la Sociélé Dendrologique de France — N. 4. LaRevue Avicole — Aano 17, ns. 11 e 12. BuUetin de la Société des Viticulteurs de France et d' Ampelographie — Anno 19, n. 6. BuUetin du Syndicat Central des Agriculteurs de France — Anno 20, ns. 479 a 481. BoUeltino Técnico delia Coltivazione dei Tabacchi, do R. i.stituto Sperimentale de Scafdti {Salerno)— Anno VI, ns. I e 2. Giornale d'Ippologia, de Pisa — Aano XX, ns. 11, 12 e 13. Rivista de Agricoltura, de Parma — Anno VIII, ns. 26e27, L'Arl dei Payés, de Barcelona— Aano XXXI, ns. 840, 841 e 842, Boletin de la Camará Agricoln de Torlosa — Aaao XVI, as. 178 e 179. La Vina Americana, de Barcelona— Anão XVI, n. 184. Revista Agronómica, de Lisboa — Vol. V, n. 4. Revista de Chimica Pura e Applicada. 3» anuo, n. 0. ' Boletim da Real Associação Central da Agricultura Portugueia — Vol, 111, n. 4. Portugal Agrícola— iS" anno, ns. 12 e 13. Boletim do Mercado Central de Productos Agricolas de Lisboa — Anno 2», ns. 4 e 5, Energy, de Leipzig— Vol. 2, n. 5. Anales de la Asoiiacion de Gandderos— \a.ao 2, n. 23. Revista dela Asociacion Rural dil Vruguay—Knao XXXVl, as. 10, II e 12. Revista Argentina de Ferro-carriles, Nav;gacion, Bancos, Seguros y Comercio —Anno XIV, n. 330. Revista de la Sjcieiad Rural de Córdoba— A.nao 7% ns. 153 e 154. Revista Vitieinicola Ar^ráníma, de MenJoza— Aano IV, ns. 12 e 13, Revista Mensual di la Camará Mercantil — Anno VII, n. 79. Boletin de la Sociedad Nacional de AgricuUura, de Sintiago— Vul. XXXVIII^ n. 6. Boletin de la Sociedad Agriaoli dsl Sur, de Cjacapjiói (Gliils)— VjI. VH, n. 6. Boletin de la Sociedad de Fomento Fabril, de Santiago. — Anno XXIV ns. 5 e 6. El Agricultor Peruano, de Lima — Anno IX, ns. 177 a 186. A LAVOURA Guayaquil Artístico — Aano VII, n. 135. Revista dei Ministério de Obras Publicas y Fomento, de Bogotá — Anão II, tomo II, n. 3. Revista Nacional de Agricultura, de Bogotá, — Tomo II ns. 1 e 2. Boletin Oficial de la Secretaria de Agricultura, Industria y Comercio, da RepU' blioa de Cuba. — Yol. II, ns. 4 e 5, Boletin de la Sociedad Agrícola Mexicana. — Tomo XXXI, ns. 19 e 20. Jornal dos Agricultores, Ja Capital — Anno VII, ns. 12 e 13. Boletim do Oomité Central dos Syndícatos Agrícolas dos Estados Assucareiros — Anno II, ns. 14 e 15. Revista Commercial e Financeira. O Economista Brazileiro. Boletim da Associação Commercial do Rio de Janeiro — Anno IV, ns.27 a 30. Chambre de Commerce Française de Rio de Jatieiro — Anno 7», ns. 79 e 80. The Brazilian Reciew — Vol. X, ns. 87 a 30. The Brazilian Year Booh (A Few Advance Pages of) — 1907. Boletim do Serviço de Estatistici Commercial -Primeiro trimestre de 1907 . Estatística Demographo-Sanilaria — Boletins mensal e hebdomadarius. Boletim da Repartição da Carta Marítima — Anno XI, n. 8. Boletim da Propriedade Industrial — Anno I, ns. õ e 6. Boletim da Alfandega do Rio de Janeiro. Boletim da Intendência Municipal — Anno XLV, janeiro a março. Revista Agrícola, de S. Paulo— N. 144 Boletim da Agricultura — 8> serie, n. 5. O Criador Paulista— Anno II, ns. 16 e 17. Annuario Demographico, de S. Paulo— Anno XIII (1906). Bollettino delia Camera Italiana dí Commercio ed Arli in S. Paulo. — Anno VI, ns. 42 6 43. Boletim da Associação Commercial de Santos. — Anno V, ns. 173 e 174, Revista do Centro de S ciências, Leltras o Artes de Campinas — .\nao Vi, faso, I, n, 13. Revista Agrícola, do Rio Grande do Sul — Anno IX, n. 3. Boletim, da Directoria de Agricultura, Viação, Industria e Obras Publicas do Estado da Bailia— Anno V, vol. IX, n, IV. Revista Agrícola, de Aracaju — Anno III, ns. 59 e ÔJ. Boletim Mensal da Associação Commercial de Pernamèuco— Anno IV, n. 46. Boletim, da União dos Syndícatos Agrícolas de Pernambuco— Anno I, n, 5. O Lavrador, de Natal— Anno II, ns, 1 a G. Os Cuidados dl Pelle dos Animaes, pelo engenheiro agrónomo Haator Racquet. S. Paulo, 1907. Precauções Eygienícas a observar na producção do leite, pelo mesmo. Trad. de HermengarJo Ferraz da Rocha — S. Paulo, 1907. A utilidade da cabra, por Vicente Macedo. Uberaba. A Apicultura Rio Grawíense (Systema Sheuk), pjr Emílio Shenlc. Porto Alegret 1907. 336 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Manurial Experiments loith Sugar Ciine in the Leeward Islands Í905-6; Seedl- ing and other Canes in the Leeward Islands. Publicações do Imperial Department of Agricultura for the West lodies. The Leguminosce Of Porto liico, Tpor J. Perlciíis. Do volume X, part. 4, das ContributioDS from the Unitad States National Herbarium. A Seringueira, pelo Dr. J. Huber, do Museu Goeldi. Pará, 1907. Relazione in torno alVatlivitá dd Laboratório dal 1° Giugno 1904 ai 31 Dicembre Í905, do R. Laboratório di Chimica Agraria di Bologna. Relazione sullavoro compiuto dalla Gamera. Exercício 1906— 07. Da Camará Italiana de Commereio e Artes, de S. Paulo. Relatório n, 54, da Directoria d i Compaahia Mogyaoa para ^ assembléa geral de 27 de junho de 1907. KeZíiíoí-ío apresentado pelo iatendeate municipal de Taubaté em 7 de janeiro de 1907. Sociedade Cooperativa de Responsabilidade Limitada de Mirahg. Estatutos. Estatutos da Associação dos Emprogados no Commereio do Curvello. Estatutos da Caixa Agrícola Cjoperativa de Responsabilidade Limitada dos Agricultores do Município de Goyana. Catálogos: Machines Agricoles (E'tablissements Savary-Gautier & Comp., Finistère); Machines for Sprazing and Whitewashing (Dapton Supply Co.— Dayton Chio, U. S A.); La Evaporadora New hall de Efecto Múltiplo e circular illustrada n. 47 (George M. Newhall Engineering Co. Limited — Philadelphia, U. S. A.) Adubos (Centro das Experiências Agrícolas do Kalisyndicat, Allemanha, Rio de Janeiro, Alfandega 93, sobrado. Traloãlhos especiaes Recebemos e agr.idecemos as seguintes interessantes publicações : 1» Relatório sobre a Exploração do Rio Paraná, realiuada pola Commissão Goo- graphica e Geológica. E' um magnifico trabalho profusamente illustrado o cheio de dados interessantíssimos sob o ponto de vista geographico e económico. 2". Un Viaggio ai Rio Grande dei Sal. Este bello trabalho, publicado pelo Go- verno do Rio Grande durante a Eo-posição de Milão traz numerosas gravuras e um sem numero de dulos interessantíssimos. Este trabalho foi composto pelo nosso amigo Chaves Martins, auxiliado pelo Sr. Parlagreco. Nossos agradecimentos e parabéns. 3". Annuario de Minas Gerai-s publicado pelo Dr. Nelson Senna, conhecido litterato e professor do Estado de Minas. K um livro utilíssimo pelais informações que traz sobre pessoas e cousas de Minas. Felicitamos ao operoso autor pelo exilo completo de sua obra. 4". Cultura do milho por meio de -machinas é o titulo de um interessante folheto, em que o Dr. Humberto Puttmans relata as suas experiências sobro a cultura do milho. O Dr. Puttmaas é lente de agricultura na Escola Polytechnica de S. Paulo. Agradecemos a S S. a remessa do seu útil trabalho. 5544 — Rio de Janeiro —Imprensa Nacionul — 1907 EST^Í^TXJTOS DOS SÓCIOS Art. 8.° A sociedade admitte as seg-uintes categ-orias de sócios : Sócios effectivos, correspondentes, honorários, beneméritos e associados. § i.° Serão sócios effectivos todas as pessoas residentes no paiz que forem devidamente propostas e contribuirem com a jóia de 15$ e a annuidade de 2o$ooo. § 2.° Serão sócios correspondentes as pessoas ou associações, com residência ou sede no estrangeiro, que forem escoliiidas pela Directoria, em reconiiecimento dos seus méritos e dos serviços que possam ou queiram prestar á sociedade. § 3.° Serão sócios honorários e beneméritos as pessoas que, por sua dedicação e relevantes serviços, se tenham tornado beneméritos á lavoura. § 4.° Serão associadas as corporações de caracter offlcial e as associações ag-ricolas, filiadas ou confederadas, que contribuirem com a jóia de 30$ e a annuidade de 5o$ooo. § 5.° Os sócios eíTectivos e os associados poderão se remir nas condições que forem preceituadas no regulamento, não devendo, porém, a contribuição fixada para esse fim ser inferior a dez (10) annuidades. Art. 9.° Os associados deverão declarar o seu desejo de comparticipar dos tra- balhos da sociedade. Os demais sócios deverão ser propostos por indicação de qualquer sócio e apresentação de dois membros da Directoria e ser acceitos por unanimidade. Art. 10. Os sócios, qualquer que seja a categoria, poderão assistir a todas as reuniões sociaes, discutindo e propondo o que julgarem conveniente ; terão direito a todas as publicações da sociedade e a todos os serviços que a mesma estiver habilitada a prestar, independentemente de qualquer contribuição especial. § i." Os associados, por seu caracter de collectividade, terão preferencia para os referidos serviços e receberão das publicações da sociedade o maior numero de exem- plares de que esta puder dispor. § 2." O direito de votar e ser votado é extensivo a todos os sócios ; é limitado, porém, para os associados e sócios correspondentes, os quaes não poderão receber votos para os cargos de administração. § 3.° Os sócios perderão somente seus direitos em virtude de expontânea renuncia ou quando a assenibléa geral resolver a sua exclusão por proposta da Directoria . Ti:EC3rTJX^J^lS/L:EMSTrCO CAPITULO VI DOS SÓCIOS Art. 18. A sociedade prestará seus serviços de preferencia aos sócios e associados, quando estiverem quites com ella. Art. 19. A jóia deverá ser paga dentro dos primeiros três mezes após a sua acceitação. Art. 20. As annuidades poderão ser pagas por prestações semestraes. Art. 21. Os sócios e os associados se poderão remir mediante o pag-amento das quantias de 200$ e 500$, respectivamente, feito de uma só vez e independente da jóia, que deverão pagar em qualquer caso. .•\rt. 22. Os sócios e associados não poderão votar, nem receber o diploma, sem terem pago a respectiva jóia. § I .° O sócio que tiver pago a jóia e uma annuidade, poderá remir-se mediante a apresentação de 20 sócios, desde que estes tenham igualmente satisfeito aquellas contribuições. § 2." Para esse effeito o sócio deverá requerer á Directoria, provando seus direitos nos termos do paragrapho anterior. § 3.° Serão considerados beneméritos os sócios que fizerem donativos á sociedade, a partir da quantia de um conto de réis. Al 1 . j , I 'ara que os sócios atrazados de duas annuidades possam ser considerados rc-i: 1 1 ,1 . , M.^ termos dos Estatutos, é preciso que suas contribuições lhes tenham siii,. -li.Mi ; ! i^ur escripto, até três mezes antes, cabcndo-lhes ainda assim o recurso paia 'I ^.iii^clliu superior e para a assembléa geral. SUMMARIO Pags. Ainda não se desenganaram 289 Cultura mecânica do cafeeiro 294 Motores a gazolina na at^ riciiltura 30(j Lavoura secca 302 Sessões da Directoria 305 Informações 306 Secção de plantas e sementes 309 Syndicatos profissionaes 310 Exposição de 1908 3106315 Mostruário do Rio Grande do Sul 318 Movimento assucareiro 318 Febre aplitosa 319 A presente safra 320 Plantas g-emmiferas 321 Mercados de Berlim 321 Quedas d'ag-ua no Japão 322 Os syndicatos 322 Industria do leite no Canadá 322 Commercio belg:a 322 Barragem de Assuan , . . . 323 Congresso de Fazendeiros 323 Área e população do Brazil 324 Calendário agrícola 326 Parte Commercial 327 Bibliograpliia 333 fe* t Anno XI— N. 8 Rio db Janeiro Agosto de 1907 de AgpÍGuEiupai S> S> ôf Sf ô> VIRIBUS UNITIS ■(§ -(f -(I ^ i% Capital Federal SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA FlINDADA KM l6 DE JANEIRO DE I fV,- Ciixa-postal, 1245 Sede: Ruas da Alfaadega n. lOS Endereço Telegraphico, AGRICULTURA e OsnwaI Camará n. 105 Telephone n. 1416 mo he janeiro Presidente — Dr. Wencesláo Alves Leite de Oliveira Bello. 1° Vice-presidente — Dr. João Baptista de Castro. 2° Vice-presidente — Dr. Sylvio Ferreira Rangel. 3° Vice-presidente — Dr. Domingos Sérgio de Carvalho. Secretario Geral — Dr. Heitor de Sâ. i" Secretario — Dr. Francisco Tito de Souza Reis. 2" Secretario — Dr. Benedicto Raymundo da Silva. 3° Secretario — Dr. José Ribeiro Monteiro da Silva. 4" Secretario — Alberto de Araújo Ferreira Jacobina. 1° Thesoureiro — Dr. João Pedreira de Couto Ferraz Júnior. 2° Thesoureiro — Carlos Raulino. Directores d.as Sooqôos Bibliotheca e Horto da Penha Dr. João Baptista de Castro. Fazenda de Santa Mónica Dr. Sylvio Rani^el. Applicagões do Álcool Dr. Sercio de Carvalho. Secção Technica Dr. Heitor de Sá. Museu Dr. Benedicto Raymundo. Plantas e sementes Dr. J. R. Monteiro da Silva. Propaganda e estatística Alberto Jacobina e Carlos Raulino. Secretaria . . Dr. Souza Reis. Thesouraria Dr. Pedreira Júnior. OonselUo ^Superior Dr. Elias António de Moraes, Dr. Eduardo Augusto Torres Cotrim, Ernesto Du- risch, Dr. Caries de Rezende, Dr. Arthur Getulio das Neves, João da Silva Gandra, Dr. Alfredo .Augusto da Rocha, Dr. Ernesto .Ascoly, Luiz Henrique Lins de Almeida, Dr. Carios Oscar Lessa, Comm. Domingos Theodoro de Azevedo, Dr. Leandro da Costa, João Dale, Dr. Ernesto Cândido da Fonseca Portella, Luiz Felippe de Sampaio Vianna, Manoel Galvão, Dr. Antonino Fialho, Dr. J. F. Soares Filho, Dr. Alfredo Bandeira, Dr. Álvaro Mendes de Oliveira Castro, Dr. Henrique Borges Monteiro, Coronel Cornelio de Souza Lima, Dr. João de Carvalho Borges Júnior, António de Medeiros (fallecido) e Edgardo Ferreira" de Carvalho. Oollaboraçao Serão considerados collaboradores não só os sócios como todos que quizerem ser- vir-se destas columnas para a propaganda da agricultura, o que a redacção muito agradece. A lista dos collaboradores será publicada annualniente cum o resumo dos trabalhos. A redacção não se responsabilisa pelas opiniões emittiiias cm aitigos a.ssignados, e que serão publicados sob a exclusiva responsabilidade dos autores. Os originaes não serão restituídos. As communicações e correspondências devem ser dirigidas á Redacção d'A LA- VOURA na sede da Sociedade Nacional de .Agricultura. A LAVOURA não acceita assignaturas. ' E' distribuída gratuitamente aos sócios da Sociedade Nacional de Agricultura. Condições da puhlicstção «los siniiuncios POR t VEZ Uma pagina 2o$()oo Meia pag-ina i2$ooo Um terço de pagina 8$ooo Um quarto de pagina 6$ooo POR 3 vezes Uma pagina 5o$ooo Meia pagina 30$ooo Um terço de pagina 2o$ooo Um quarto de pagina i5$(xw Os annuncios são pagos adeantadamente. Tiragem 5.000 exemplares Rio DE Janeiro Agosto de 1907 EDITORIAL A Ssnssvieria ÍMaiita eminentemenle induslrial, proiiria i)ara o nosso clima, ad- aptável a todos os terrenos, desde o mais secco ao mais fresco, o seu crescimento é rápido e a sua cultura simples e material. Temos nos jardins, como planta de adorno, 2 variedades: Sen- sevieria Guineensis — Wild, a zebrina, de folha larga com maculas escuras transversaes, que é a mais commum. Sensevierta cylindrica, que tem a haste roliça, é conhecida re- gularmente pela denominação de « rabo de lagarto » por causa de sua còr e disposição das manchas, coloridas de branco esverdeado e verde escuro, que circumdam a sua haste. Quem ainda não tem observado sobre os pilares dos muros, dentro de vasos, a Sensevieria tão descorada c mirrada pela insufficiencia chi- mica de pouca terra desfertilisada, conservando, á despeito, ainda vida em seus tecidos, como prova irrecusável do sua resistência em meio mi- zeravel e exgottado. E, em seu favor militam os governos adiantados e práticos da Gran-Brelanha e de França, que escolheram-na, como ultima ratio, para suas colónias, na Ásia, depois de bem averiguado a sua potencia têxtil e adaptação a todos os solos, mesmo os mais áridos e pobres. Vinda da Africa, alastrou-se por toda a parte até os conflns da Indo-China, representando sempre com garbo e saliência o seu papel industrial. Conhecido e bem acceito nos mercados europèoí como « linho afri- cano », este problema, o mais importante está sanado, com todos os votos a seu favor. Nada mais de svndicancia, agora é a execução o theorema a re- 00 . ■ g solver ; para isso só necessita de boa vontade, actividade, perseverança ''~ c tenacidade. A sensevieria pade solver a industria da cordoaria para os gastos do paiz e para exportação, cujos mercados estão ávidos por matéria prima. 6264 — 1 LIBRARV NEW YORK BOTÂNICA» GARDEÍf.. SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA As Liliaceas e Broiíiúiaoeas constituem duas famílias que teem indivíduos de muito préstimo industrial: a Sensevieria, a Piteira, a Bromslia podem, pala facilidade de cultura de extracção, ter a prima- sia entre as plantas textis do Brazil. A piteira é um thezouro esparso por este vasto paiz, e p:>r des- cuido nosso ainda não se iniciou a extracção tle suas libras tão em- pregadas na cordoalha. Entretanto importam-nas do México e da Mauricia, por via Londres, para tecer as nossas cordas. Por toda parte tem piteiras; na Capital Federal nas encostas das serras, sobretudo perto de Copacabana existem milhares de pés de piteií-a, que esta natureza tão pródiga criou, sem auxilio do homem. Material não no? falta, somente disposição e tenacidaile. Com machinas simples e baratas inicia-se a extracção com as « raspadoras » que podem preparar com dous homens 400 kilos de fibra que, a 600 reis produzem 240^(000! por dia. A sensevieria desenvolve-se pelo rhysoma que se alastra pela su- perflcie da terra, de modo que, ceifada, as folhas brotam de novo, sem precizar de cultura, tornando-se a>sim de muito valor económico. Dr. J. R. Monteiro da Silva. Algumas fruotsiras japonezas acclimadas entre nós Graças á intelligente iniciativa de alguns cavalheiros, possuímos, desde annos a esta parte, algumas das melhores variedades de fructeiras japonezas, que, para felicidade nossa, se vão adaptando perfeitamente ao nosso meio, crescendo, tlorescendi e fructiflcando tão bem como no seu meio originário. São estas as fructeiras a que me reflro. I Cydnaia «laponica oii Alarmeleií-o Jíapunez O marmeleiro do Japão dá-se perfeitamente nos Estados de S. Paulo, Minas, Paraná e Rio Grande do Sul, tendo as mesmas exigências que o marmeleiro commum ou Cydonía Communis, acclimado neste paiz desde época remotissima. A LAVOURA Os seus Iructos são grandes, mesmo muito 1 maiores do que os do marmeleiro commum. São periformes, em vez de achatados como os lio marmeleiro europeu . TèmJ perfume delicado, prestando-se muito lM'in [tara o íal)rici» da marmelada, embora sejam um tanto areientos . Videiras cultivadas em S. Paulo 11 Pi-uiius Xi-lflora ou .Viueixeií-a do Japão Estas ameixeiras adaptarara-se admiravelmente nos Estados centro- meridionaes do Brasil, fructiíicando com extraordinária exuberância, sem moléstia alguma. Entre as differentes variedades já conliecidas entre nós, desta- cam-se : .\BUiNDANGE — Productiva, fructo médio, vermelho . BOTÂN — Fructo grande, rosado claro. BURBANK — Preta, com polpa amarella. CHABOT — Fructo grande, vermelho . DORIS — Média, vermellia. DANGLASS — GEORGETON — Média, amareUa rosada. SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA HALE — Grande, araarella e prndiictiva. JOSEBE — Boa variedade, vcrnifllia. JEDO — Âmarella, producti\ a . KANAWA — Friicto enorme, rosado claro, muito productiva. KELSEV — Fructo enorme, rosado claro, muito productiva- MIGADO — Média, âmarella, muito [iroductiva. MAZLl — OGDEN — SATSUMA — Vermelha, polpa carnosa cor de sangue, productiva. WIGKSON — Esplendida variedade, grande, âmarella . WHirE KELSEY — Fructo médio araarello e muito productiva. AMEIXA DA PÉRSIA ( pmnus pissardi ) — Fructos e folhas [lurpureas, muito ornamental. Laranja premiados na exposiçã III Pyrus Sinensie ou I>oi>eii>a do Japão Esta espécie, acclimada nos Estados Unidos, ha cerca de 50 annos, deu oj-igem a algumas variedades bastante estimadas, devido a sua rus- ticidade, e.vtraordinaria fertilidade e boa cnservação dos seus fructos. A LAVOURA 341 As principaes variedades da Pi/ms Soiesis nu Saml Pears dos ameri- canos são estas: LE CONTE — Planta vigorosa, de extraordinária iiroducrão, produzindo uma planta adulta até 2 . 000 íructos . Fructo médii», amarello, suc- coso, amadiu'oce era fevereiro . MADAME SIBOLDI — Fructo enorme. WILDER — HELIANCE — DAIMIO — GAHBEU — IVra de inverno. KIEFFEK — Producrão abundante, p(>sandit alguirias vezes até 000 gram- mas, madurayãu ahril e maio. IV I*ruims PInlycai-pa ou Pecefso «lo Japão O pecego japonez Pia To ou pecego chato distingue-se do pccego europeu pela forma do fructo, que é muito mais chato do tpie uma maçã . Consta-me que esse pecegueiro já se acha acclimado no Rio Grande do Sul, porém, ignoro a sua existência nos outros Estados de clima idêntico ao daquelle Estado . V Dospyroa Japonica ou Kakizeii'o Esti! fructo, dt3 origiMU japoneza, acha-se acclimado entre nós, desde cerca de 20 annos para cá, produzindo tão Ijem como no Japão, con- forme aílirmam pessoas conhecedoras daiiuelle admirável i)aiz. As variedades mais conhecidas e acclimadas no Brasil vém aqui expostas, sob os noraes de: ABUNDÂNCIA (Douglas ou Babcock) BIRBANK. ClIABATouClIABOT. IIALE . KELSEY. MARU. SATZIM A ou JONEMOMO. WIRSON. KERR. SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA VI ATideirae ncclimadas de mesa (VITIS vinifera) ALPHONSE LÂVALLÉE — Treta, cachos e bagas enormes, polpa car- nosa. BLACK QUEEN VICTORIA — Ingleza, preta, cachos grandes, compactos, planta robusta. BRUXELLOIS — Belga, mesmo género e mérito da conhecida, Fran- kenthal . BONARDA Dl TOSCANA — Preta, cachos e bagas grandes, saborosís- sima. CHASSELAS DORE' DE FONTAINEBI.EVU— cachos, bagas medias, gosto delicado . CHASSELAS ROSE — Uva de grande luxo. CHASSELAS CIOUTAT — Branca, folha recortada como a da salsa. FRANKENTHAL — Cachos e bagas grandes, preta productiva, muito estimada . FORSTERS SEEDLING — Branca, gosto exquisito, i)lanta muito fértil. FERNANDO LESSEPS — Uva d(í primeira qualidade, saborosíssima, amadurece em dezembro. GOLDEN QUEEN — Cachos grandes piramidaes, soltos, bagas ovaes, côr de ouro, resistentes . VII Videiras americanas ( PARA VINHO E MESA ) ANAIDA — Cachos meilios, vermelhos, gostosa. ANTUCHON — Branca, cacho longo, bagas grandes . BRANDI — Preta, muito productiva. GATAWBA ROSA — Cacho médio de bagas ovaes. CROTON — Caclios médios, cor de rosa . CONCORD — Preta, para vinho, de grande rendimento. DELAWARE — Uma das melhores entre as americanas, cachos pequenos, cor de rosa vivo, gosto excellente que recorda o da Malvasia, muito productiva. DUCHESS — Branca, gostosa e muito apreciada. GOLDEN GEM — Cachos e bagas pequenos, amarella . JEFFERSON — Bonitos cachos, cAr de rosa clara, saborosíssima. A LAVOURA 34r^ LINDLEY — Linda uva, vermellia, de bagas grandes. MÂHTA — Muilo productiva e saborosa . NIAGARA — Linda uva, branca, muito productiva. SECRETARY — Preta, de bagas ovacs, goslosissima c muito iiroducliva. SEIBEL N. 2 — Preta, cachos grandes, bagas pe(iuenas,'_ muita tinta' producção collossal, para vinhos . rXL\0 VILLÂGE — Cachos grandes, bagas enormes. A. GoMKS Cabmc O arroz em Cananéa f ESTADO DE S. PAULO ) Variedades — Systema de cultura e producção em 1905-1907 A primeira região nacional onde se cultivou o arroz, deve ter sido o littoral desde 24° 30' a 25° 15' do meridiano do Rio de Ja- neiro, na qual a serra do Mar descreve uma grande curva para oeste, dando assim espaço para o desenvoh imenlo de numerosos cursos de agua. Foi a parte da capitania de S. Yicíntc onde desde logo se 344 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA procurou e achou ouro e, por esse motivo, se estabeleceram muitos colonos, aos quaes as vaizeas alagadiças das margens dos rios em que viajavam e dos ribeirões em que mineravam, não podiam deixar de lembrar os terrenos idênticos da metrópole, consagrados, desde o do- minio árabe, ao cultivo do precioso cereal. Mo municipio de Iguape, limitroplie com o de Cananéa, havia lavoura de arroz já em meiados do século XVII, ao passo que não consta terem sido encontradas provas da cultm-a da mesma graininea no Maranlião, antes de começado o século XVIII; e, como se sabe, aquelle Estado passa por ser a região brasileira onde primeiro se plantou arroz. Ha centenas de variedades de arroz que todos se presume terem uma só origem : o Oryza saliva L . Largas investigações foram já feitas no intuito de bem apuiaresta presiunpção, e todas ellas con- correm para robustecel-a, sem, entretanto, darem a prova real pro- cm-ada. Vegetal profusamente espalhado em todas as partes do mundo e cultivado desde perto de 5 . 000 annos em algumas regiões, é bem natural a duvida sobre a espécie originaria, duvida que certamente não desapparecerá mais . De todo esse grande numero de variedades, porém, no muni- cipio de Cananéa cultivou-se apenas onze ; e si, relativamente a muni- cípios visinlios, apparece algures indicado um numero maior, o certo é que o estudo scientiflco das pretendidas variedades demonstraria tratar- se simplesmente de cruzamenlos casuaes e de degenerescências que conviria excluir da lavoura . Exceptuamos algumas variedades estran- geira^ introduzidas por lavradores mais progressistas e pelo governo do Estado. As plantações são geralmente feitas em terrenos baixos, muitos já cançados por uma cultura de longos annos ; para a actual safra, porém, foram desvastadas grandes áreas de capueiras velhas e até de raattas virgens, sem attonção alguma ao alto valor de notáveis individuos vegetaes — preciosas madeiras que ficam abandonadas á acção destruidora do tempo. E' por entre ellas que as sementes de arroz, lançadas de alto e em numero médio de oito, são enterradas com o auxilio de um pau comprido e aguçado, que naturalmente esmaga muitas delias durante tal operação, tão primitiva como reveladora da indolência do povo . A LAVOURA 345 Era todo o municipio de Cananéa não lia um só arado e nos quatro restantes municípios da zona não se encontrarão certamente dez em serviço ! Pela primeira vez, este anno funccionaram três ceifadeiras, tendo sido até aqui o corte dos cachos feito com canivete I Estes factos são bem importantes e dignos de vulgarisação, porquanto demonstram claramente que a ac(;ão oíTicial não tem pro- duzido os resultados que devêramos esperai-, continuando em pleno vigor todos os processos rotineiros, que para a cultura da gianiintaque ora nos occupa, quer para as demais culturas que se fazem na zona. Quanto ao arroz, são ainda mais lastimáveis aquelles factos, porque é sabido que a designação — arroz de Iguape — comprehende este cereal produzido n os municipios de Cananéa, Iguape e Xiririca, constituindo a principal lavoura na única região do Estado c na segunda rcg ão do Brasil, cujo nome por si só é segura garantia da facilidade da venda e do bom preço do producto em qualquer meicado nacional a que seja levado. Tratando-se de uma zona cuja área não é irderior a 25.000 kilometros quadrados, na qual não ha uma única estrada de ferro e até nem mesmo estrada de rodagem ; onde geralmente os lavradores são paupérrimos e analphabetos, portanto, sem recursos para viajar e sem luzes necessárias para comprehender o alcance das viagens e visitas a estabelecimentos prolissionaes agricolas, luna zona como esta parece-nos, reclama escolas agricolas ambulantes, com alguns bons instrumentos e boas ssmentes e poucos livros, que raros sabem ler e comprehender, como é muito natural em uma terra onde as escolas distam entre si algumas vezes mais de cem kilometros e assim mesmo muitas delias passam longos e successivos annos sem serem providas ! Acreditamos ser este o único methodo de ensino conveniente para o povo da região iguapense, que comprehende os cinco mmiicipios de Cananéa, Iguape, Xiririca, Iporanga e Apiahy ; e acreditamos que elle daria os melhores resultados . Não ha um único lavrador que não tenha seu pequeno pasto ou qualquer outro terreno apto para o arado: si o agrónomo o tratasse na época própria e na presença do proprietário, este não poderia deixar de, após a colheita, comparar os resultados do pro- cesso mechanico com os do processo primitivo, porque elle, lavrador, faria 6264 — 2 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA parallelamente outra plantação. O resullado final e feliz seria a introdii- cção das niachinas agricolas, graças ao ensino pratico, iinico que nos pa- rece dever administrar-se a quem não só não comprehende theorias, como até nem as pôde ler. . . Gananéa possue todas as condições naturaes favoráveis para a cultura do arroz, dentre as quaes se destaca a humidade atmospherica constante, que attenúa o elTeito das seccas e dispensa a irrigação ; nem só 03 pequenos valles do Taquary e Âraçauba, e os demais rios que des- cem da serra do Mar produzem bom arroz: também a ilha do Cardoso e até as ilhas do Mar e de Cananéa, cujo terreno (o das ultimas) é forte- mente silicoso ! Póile presumir-se quaes as vantagens obtidas pelos primeiros lavra- dores, sabendo-se que ainda hoje os mesmos terrenos silicosos, após séculos de cultui'a por processos bárbaros e exhaustivos, sem a minima restituição ao solo, produzem uma média de 45x1 I Este facto foi por nós verificado agora com o ari'oz Mattão, em terreno charcoso junto á cidade . Tendo chegado a Cananéa bastante tarde, isto é, já após o inicio da safra, não pude tentar alguns ensaios de identificação das espécies, e até mesmo lutei com difficuldade para obter amostras distinctas, tal a mis- tura de sementes usadas nas plantações . Entretanto, podemos fornecer 03 seguintes esclarecimentos quanto ás qualidades de arroz abaixo men- cionadas: I — Arros Cananéa ou branco legitimo . — Casca branca-amarel- lada, revestida de pellugem abundante e um pouco áspera ; comprimento Q-lO-^/n ; largura 3 ""/^ e espessura na parte mais grossa 2 ""/„ ; arista longa ou curta; folhas até 2 centímetros de largura. Este arroz cultiva-se aqui ha poucos annos, parecendo que as sementes vieram do sul, talvez de Itajahy (Santa Catharina); e de tal modo prolifera e tão excellente é a sua qualidade, que se tornou um dos melhores, sendo até as suas sementes recommendadas e distribuídas pelo governo aos lavra- dores . Vegeta muito bem nos terrenos seccos e ainda melhor nos charcos, sendo, porém, o que mais cresce naquelles. Um litro contém 21 . 500 se- mentes, em média, e, conforme o terreno, muda o peso. Arroz plantado em terrenos arenosos (ilha de Cananéa — amostra n . 7) pesa 620 grs . ; no continente (rio Taquary — amostra n . 6) 600 grs . ; e bem longe do mar (no município de Xiririca, fazenda Caíacanga amostra n . 13) o seu A LAVOURA 347 peso sobe a 644 gramraas . O arroz chocho encontra-se com a porcenta- gem média de 4 "/o no produzido em terrenos argilosos e 9 °/o em terre- nos silicosos ; quebra pouco nos pilões . n — Arros branco commum . — Casca branca e casca branca-es- verdeada, segundo os terrenos em que cresce, sendo, todavia, mais abun- dante a segunda (amoslra n. 4). Cumprimento 9 "/„ mais ou menos ; largura 3 "/o, ; grossura 2 ""/„ . São, portanto, dois typos (amostras ns. 4 e 5). Pellugem abundante, arisla apical, erecta, curta ou longa. A porcentagem de arroz chocho nestas duas amoslra-^ é de '7 "/o- Consti- tuem, mna e outra, o typo commercial mais abundante ; não são mais que uma grande mistura de variedades degeneradas, entre as quaes uma variedade barbada, Maranhão, ({ue a amo-itra n. 5 bem representa. O arroz Cananéa já está também misturado cora elle .  média do peso é de 600 gramraas por litro e a do numero de sementes é tle 20 . 500 . Prefere os terrenos baixos e alagadiços, posto tambsm seja cultivado em terrenos seccos . Quebra pouco nos pilões . III — Arroz (lo .¥ara;í/í/7o.— ^'ariedadede casca branca, bem alva, com abundante pellugem. Eslá absorvida já pf^la variedade preceden- temente descripta . IV — Arroz lireío. — Colmo até 1^20 de altura, grosso, amarello- dcsmaiado e folhas verde-escuras até 10 "•/„ de largura, bem ásperas na pagina inferior . Sementes de côr branca, clara, com manchas amarellas, Itellugem brancacenta, abundante mas curta ; sem arista ; 9 1/2 "/„, de comprimento, 3 ""/„ de largura e 2 ""/„ de espessura . Um litro deste arroz produzido era lerras argilosas pesa, era media, 568 gramraas e contém 19 . 100 sementes. Este arroz é novo na região e dá grande ren- dimento porque ainda esle anno vimos que, para obter 60 kilos de arroz pilado, bastaram 140 htros de sementes, quando a média necessária para as outras variedades, é de 160. Altribuimos parte de tal resultado á le- veza da casca. Como se vê pela amostra (n . 10 — rio Taquary), não se trata de um arroz preto (pie parece cultivar-se em Iguape, nem do preto de Pindamonhangaba . V — Arroz Maitão. — Semente araarello-avernielhada (aurantiaca), casca quasi lisa, arista apical erecta, longa ou curta . CuUiva-se aqui apenas ha dois annos e dá admiravelraente era lodos os terrenos seccos, mesmo ordinários ; entretanto, vegeta também nos terrenos hiraiidos e baixos, ainda que fortemente silicosos . Comprimento 9 *"/„ , largura SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA 3 "/m ; espessura 2 "/„ . Não tem pelliigem . Um litro de sementes, em média, contém 20 . 600 e pesa 665 grammas . Esta variedade de arrnz gorgulha muito, ainda na roça ; e depois de beneficiado, si ficar algum tempo empiUiado, fermenta, adquirindo còr esverdeada e mofando . Não ha differença sensivel entre o arroz produzido nos terrenos argilosos e seccos (amostra n . 8) e o produzido nos terrenos arenosos e húmidos (amostra n . 9) . Porcentagem do arroz chocho 8 "j^ . VI — Arroz Carolina. — E' um dos mais antigos que aqui se cultivam e o melhor para plantar em terras charcosas . Colmo grosso e duro, que resiste bem aos ventos ; sementes de casca amarello-averme- Ihada, com bastante pellugem e arista curta ; comprimento 9 ""/„ ; lar- gura 3 "/m ; espessura 2 ■%. Um litro tem, em média, 23.000 se- mentes e pesa 575 grammas, com uma porcentagem de arroz chocho que se eleva a 1 1 °/o • E' o que mais resiste ao gorgulho, um dos quaes dá menos sanga e mais difficil de separar do cacho. Plantado em terrenos sêccos fallia muito . VII — Arroz minguito branco. — Sementes de casca'branca, sem pellugem e sem arista ,• grão duro (amostra n. 11, terrenos argilosos). Existe pequena quantidade . Um litro deste arroz pesa, em média, 64'4 grammas e contém 22 . 000 sementes . Comprimento 8-9 ■"/„, ; largura 3 ""/,„ ; espessura 2 "/„,. VIII — Arroz minguito vermelho. — Sementes de casca averme- lhada, duras, sem barba e com arista curta e forte . 8 1/2 — 9 "/,„ de comprimento; 3 "/„ de largura, 2 2 "/n, de espessura. E' uma das varie- dades mais antigas e que tem sido largamente cultivada de modo que pôde aflirmar-se que a maior parte do arroz exportado com a denomi- nação — Iguape — tem sido minguito. Carolina e branco commum . Um litro deste arroz plantado em terreno argiloso, pesa em média, 656 gram- mas e contam cerca de 22 .000 sementes (amostra n . 12) . Prefere os ter- renos sêccos . IX — Arroz minguitinho. — Sementes de casca amarello-averme- Ihada, sem arista ou arista interna, e sem pellugem ; comprimento, 7 "/m ; largura, 3 ""/„ e espessura 2 "/„, Um litro peza, em média, 700 grammas e contém 30 . 500 sementes, dando apenas 2 °/o de arroz chocho (amostra n. 3, terrenos argilosos e húmidos — rio Branco do Ta- quary) ; entretanto, se a amostra proviesse de terreno sècco^ um litro de- veria conter maior numero de sementes e pesar menos. E' pouco cultivado. A LAVOURA foi outr'ora chamado — arro:; da índia . E' o mais pesado de todos e talvez o mais saboroso . X — Arro:; carrapato. — Sementes de bonito aspecto e côr branca uniforme, sem pellugem, com 8 "/„, de comprimento e forma arre- dondada. Grão cheio, de arista curtíssima. Um htro deste arroz pesa, em média, 680 grammas e contém 27.000 sementes, com 2% de arroz chocho . Esta variedade parece corresponder ao arroz Japão ( typo italiano). Prefere a terrenos argilosos (amostra n. 10 — rio Itapitanguy ) . Apezar de produzir bem nos terrenos charcosos, a sua plantação vae sendo abandonada, porque quebra muito nos pilões. XI — Arroz vermelho. — Sementes de casca branca, reves- tida de pellugem abundante, com arista curta e erecta, grão ver- melho, 9 ■"/„. Este arroz não constituo uma variedade em plena cultura, tuas somente se encontram pés diversos no meio das plan- tações de arroz branco, sendo que o vermelho produz cachos maiores e o colmo obtém maior desenvolvimento, até i'",50 em terrenos pobres e arenosos (amostra n. 14 — Ilha do Mar). Um litro deste arroz pesa, em média, 600 grammas e contém 22 . 500 sementes . E' raro hoje. Prefere os terrenos húmidos. Não podemos obter amostra de arroz minguitão, porque não foi cultivado este anno. Vè-se, portanto, (pie as onze variedades de arroz cultivadas este aiino, se dividem em barbadas e muticas ou sem barbas, pertencendo ao primeiro grupo o Cananéa, preto, branco commum, Maranhão, Ca- rolina e vermelho ; e ao segundo grupo o Mattão, mmguitos ( branco e vermelho), minguitinho e carrapato. Preferem os terrenos himiidos o Cananéa, branco commum, Maranlião, Carolina e vermelho ; os de- uia's preferem os terrenos seccos, excepção do arroz preto, sobre o (lual ainda não ha observações bastantes e que nos parece uma varie- dade nova e digna de estudo. De todas as qualidades mencionadas acima, pensamos (i«e os lavradores devera apenas cultivar o Cananéa, preto e Mattão, e este ultimo sóment3 até que se encontre um outro que dê bem nos terrenos seccos e não seja tão fácil e rapidamente atacado pelo gorgulho. A cultura simultânea de tantas variedades, tão diíTerentes entre si, só serve para depreciar o género commercial, porquanto, sendo umas SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA mais fáceis d; desiiasiiar que as outras, as raacliinas naturaUnente quebram as mais fracas, que ficam reduzidas a meio arroz. O rendimento não é uniforme, devido ao processo de cultura que já explicamos . Entretanto, a média o de 60 x 1 nos terrenos ar- gilosos e de 45 X 1 nos terrenos arenosos . Outr'ora colhia-se até 120x 1 e ainda hoje se colhe, porém, só quando as plantações são feitas em capoeiras vellias ou mattas virgens. Parece-nos falso o cri- tério de apreciar a colheita, estabelecendo a proporção com a plan- tação cffectuada ; sob o ponto de vista económico, sim ; mas, sob o ponto de vista scientifico, isso não se comprehende, pois é sabido que, uma semente só, ás vezes, produz diversos i)és o (jue um pé dá um cacho que nunca tem menos de 150 sementes e ás vezes chega a 250. E', pois, evidente que o rendimento minimo é de 150 x 1. As plantações, por processos modernos, estão sendo iniciadas no vizinho mmiicipio de Iguape, e teem dado bons resultados ; o uma expe- riência feita ha tempos com arado produziu 370 x 1 . Não desconhecemos algims trabalhos sobre o objecto deste estudo e da conclusão dos quaes nos afastamos muito. Preferimos apenas dizer o que temos visto . Também conhecemos a classillcação de certas sementes, mas, receiando que seja arbitraria, não acceitamos, em- bora o nosso traballio se resinta muito dessa falta. Em Cananéa, funccionam actualmente três engenhos de beneflciar arroz, todos a vapor, e o seu producto pôde ser visto nas amostras que seguem. Cananéa, 29 de junho de 1907. M. Pio Corrêa, em coDiDiissão da Sociedade Naciooal de Agricultara ^è^Híf-*^-*'- A LAVOURA COLLABORAÇÃO Um grito de alarma A importarão do gado zebú feita da índia no anno passado, comquanto nos traga a preoccupação de que ix)ssa ser introduzida entre nós a moléstia conhecida naquelle paiz com o nome de surra, veio mostrar-nos, ao mesmo tempo, quanto aquelle gado é refractário ao Texas feoer, ou tristeza, e aos carrapatos dos Estados Unidos. Foi levado por esta vantagem que o Departamento da Agricultura permittiu a referida importação. Os animaes importados, em numero de 51, logo que chegaram a Nova York, em junho passado, foram postos de quarentena em uma ilha e alii ficaram em observação durante cinco mezes. Varias experiências, então feitas, mostraram a presença do micro-organismo do surra no sangue de dezoito delles, que foram iramediatamente sacrificados. Os restantes, apezar de repetidas provas, não mostrando signaes da infecção, foram enviados para uma fazenda no Texas. Alli, expostos aos carrapatos, não só não contrahiram a moléstia, como ainda os carrapatos não conseguiram desenvolver-se nelles. Qaando mesmo soltos no pasto com vaccas americanas cobertas de carrapatos, ainda assim Acarara elles illesos daquelles parasitas. Mas, á vista do perigo da surra, o Departamento da Agricultura está resolvido a não permittir novas importações da índia. A surra é uma mol&stia fatal para os cavallos, para mulas, para os cães e para diversos outros animaes, emquanto que para os de raça bovina é relativamente benigna. O gado pôde trazer o agente infeccioso em seu sangue sem entretanto mostrar na apparencia a moléstia e é nisso que está o grande perigo, porque o zebú, que parece são, pôde ser introductor de uma moléstia eminentemente destruidora dos cavallos e mulas. As moscas levam o micróbio de um animal doente para outro são; e por isso os animaes, a que nos referimos, estiveram encerrados em boxes separados e cuidadosamente fechados com tela de arame, durante o tempo que permaneceram em quarentena. Durante o anno passado, foram importados da índia para o Brazil 150 zebús. A' vista do clima tropical deste paiz, ha perigo de 358 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA que o parasita da surra, uma ves alli introduzido, se flxe definitiva- mente . O zebú, por um meio qualquer, chegou á Trindade e á Jamaica e ha desejos de se o introduzir no México. O Governo norte-americano tem empregado todos os meios para impedir a surra no paiz, apezar delia estar se extendendo por toda a visinhança. O perigo, que nos estão indicando os Estados Unidos, não é exagerado ; os prejuízos, que a introducção da surra entre n(js pócle trazer, são muito maiores do que se pôde imaginar com a leitura do referido artigo. A surra é conhecida na índia desde tempos immemoriaes, mas foi somente em 1881 que o inspector veterinário Evans, do exercito inglez na índia, publicou um estudo muito interessante sobre esta moléstia e provou a presença constante no sangue dos animaes atacados do parasita hoje conhecido como o Trypano.soma Evansi. O Bredeer's Gasette, o poderoso jornal dos criadores norte- americanos, traz no numero de 19 de junho um artigo interessante .sobre este mesmo assumpto. Vários scientistas como Steel, na Birmânia, Gunn, Burke, Hankig e .sobretudo Lingard estudaram esta moléstia e chegaram todos ás mesmas conclusões sobre todos os seus pontos. Rogers, em 1901, mostrou que a transmi.ssão se fazia pela mosca. Entre as moléstias da mesma espécie, que .são devidas a infusorios parasitas do sangue, pertencentes ao género Trypanosoma, quati'o são hoje bem conhecidas : A surra, produzida pelo Trypanosoma Evan.si, reina na índia, na Birmânia e na Indo-China. A Nagaiia, produzida pelo Trypanosoma Brucci, existe no sudoeste da Africa. A Dourina, causada pelo Trypano.soma Equiperdum, impera no norte da Africa e parte do .sul da Europa. O Mal de Cadeiras, produzido pelo Trypanosoma Equinum, ataca os equídeos no centro de America do Sul . Descobriu-se em 1903 que a moléstia do somno, que grassa no centro da Africa e produz grande mortandade entre os pretos, é conse- quência também de um Trypano.soma. Não se deve confundir estas moléstias com a tristeza, ou Red Water, ou febre do Texas, que é devida á presença, no sangue, de um sporozoario parasita das hematias, pertencentes ao género Piroplasma. A LAVOURA A surra ataca sobretudo o cavallo, a mula e o jumento e manifesta- se também no boi, no carneiro, na cabra, no elephante, no gato e no cão. Na índia, as epidemias dizimam sobretudo os equideos (cavallos e muiias) ; os bovideos soffrem menos e o zebú parece mesmo refractário, provavelmente porque, sendo criado desde tempos immemoriaes nos le- gares onde a moléstia é endémica, mais ou menos se habituou a ella. K' neste ultimo lacto, aliás a favor do zebú, que está especialmente o perigo. O animal importado da índia, não apresentando signaes exteriores da moléstia, será acceito no porto de chegada como animal em boa saúde. Transportado para o interior, as moscas que o picarem transmittirão para outros os trypanosomas e estes darão grandes prejuízos, tanto mais quanto as moléstias epidemicas e epizooticas teem sempre tendência para se desenvolver muito rapidamente e tornar-se de maior gravidade nas espécies até então indemnes eisso com mais intensidade do que nas zonas onde ella é endémica. Para o cavallo e a mula esta moléstia é quasi sempre fatal; na índia ha aldeias que teem perdido 80 e até 90 "o de seus cavallos e mulas e citam-se casos de regimentos que perderam : um, .330 e outro, 350 de seus cavallos. Como veremos adeante, as perdas, mesmo nos logares de onde a mo- léstia é importada, não são também pequenas. Como prova do perigo que estamos indicando e como justificativa de toda e qualquer medida, que se possa tomar para regulamentar a en- trada do gado zebú, basta transcrever aqui a carta escripta da Mauricia, em 27 de junho de 1902, ao Dr. Laveran pelo Dr. Alfredo Lesur. Assim se exprimia o Dr. Lesur: « A surra reina na Mauricia desde o fim do anno passado. Como o mercado de Madagáscar, que sempre fornecera á colónia os seus bois de trabalho e de açougue, nos foi fechado pela concorrência das autori- dades militares inglezas poroccasião da guerra do Transwaal, alguns commerciantes daqui tiveram a idéa de mandar vir da índia bois a preços inferiores. O primeiro carregamento chegou em setembro de 1901 . Tendo succumbido alguns desses animaes durante a travessia, o vapor foi posto de quarentena. Persistindo a mortandade, as autori- dades sanitárias mandaram fazer autopsias, que não revelaram a causa da morte e, assim, o desembarque foi effectuado. Continuou a mesma mortandade no estabulo do porto, o mesmo mysterio sobre as causas da morte. 6264 - 3 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Finalmente, OS animaes sobreviventes furam remettidos para uma localidade do norte da ilha, ondecrearam um toco de infecçiio, que se ex- lendeu pouco a pouco em todaella. Actualmente a ilha da Mauricia estii contaminada em (luasi toda a sua extensão. A epizootia, no começo, parecia atacar quasi exclusivamente os bois, passou depois ás mulas, aos jumentos e aos cavallos, ssm entretanto deixar de atacar os bois . A destruição dos animaes de tii-o t(jmou taes proporções, que os agri- cultores perguntam-se cora anciedade como poderão fazer a colheita. E' certo que se começou a importar animaes novos, sãos, desta vez ; mas, como nenhuma lei obriga o proprietai-io de animaes doentes a sacri- fical-os, é natural que um novo motivo se offerece á perpetuação da epi- zootia . A moléstia, completamente desconhecida no começo, o que se ex- plica pelo facto dos veterinários da Mauricia nunca terem tido occasião de observal-a, éa surra. Em março ultimo, meu irmãu, a pedido de um amigo, cujo esta- bulo era assolado pela epizootia, examinou o sangue de mulas doentes e constatou a existência de numerosos pyroplasraas, que elle achou tam- bém no sangue de dois bois. Desde então a ruina se completou. Em 29 de janeiro de 1903, o Sr. Deixone, escrevia que os cavallos e as mulas tinham desapparecido quasi por completo. De julho aoutubníde 1902, morreram na Mauricia 1882 solipides e 1681 b' ivideos, e em 1903, tal foi a mortandade nos animaes de tracção, que, para se fazer a limpeza publica, eram atrelados aos carros os presos da ilha.» SI jã não fòr tarde, é este o triste quadro que poderá dar entre nós, talvez em maior escala, si não forem tomadas medidas enérgicas para regulamentar a importação do gado zebú, único, por emquanto, que nos pôde trazer este mal. Gomo em Nova York, os animaes provenientes da índia e dos paizess onde reina a surra deveriam ser postos em quarentena, em logares fe- chados com tela flna de arame, para impedir, si houver moléstia, a infec- ção pelas moscas e serem examinados diariamente, durante, pelo menos uns dez dias, E' necessário esse periodo minimo de observação, porque é possível que não se constate a presença dos trypanosomas sinão nos momentos de febre mais intensa, isto é, no fim dos períodos de um a seis dias e. A LWOURA mesmo então, ix)de-.se encontrar só um trypanosama em duas ou três preparações. Em caso de surra Ijem caracterisado, o animal deve ser immediata- mente sacrificado. Essas medidas extremas são perfeitamente justificadas á vista do perigo existente, pori|ue, além das perdas que a surra pôde occasionar, não be conhece até hoje, remédio para a sua cura, nem vaccina para pre- venir os seus ataques. O arsénico foi o tíAííco que deu algum resultado e isso mesmo so- mente deix)is de um tratamento que durou cerca de oito mezes. (Do Gountry Gentleman.) Cooperativa de manteiga JUBILEU DE 25 ANNOS DE EXISTÊNCIA DA PRIMEIKA COOPERATIVA DA FABRICAÇÃO DE MANTEIGA NA DINAMARCA Festejou-se o mais importante jubileu que o estado económico da Dinamarca até agora exhibiu. Fazia justamente 25 annos que a Cooperativa (Granja) de Hjedding principiou a usar o leite das vaccas dos moradores vizinhos. Esta cooperativa ficou sendo o mo- delo para as 1500 cooperativas, que rapidamente levantaram-se nos annos próximos, em todo o paiz. A importância desta cooperativa não está só nos 200 milhões de coroas que annualraente importa do estrangeiro pela venda dos productos do leite, mas, muito mais, pelo espirito de associação que por este meio se formou nos grandes círculos de população. A cooperativa é a maior força contra o socialismo, esses cam- ponazes estão completamente livres de todo o ódio de classes, o grande e o pequeno lavrador deliberam em boa harmonia e em condições iguaes a mandar fabricar a sua manteiga em uma granja cooperativa, que elles, os mesmos moradores, arranjaram por meio de um empréstimo sob a responsabilidade solidaria de todos. O ca- baneiro de uma vacca tem exactamente o mesmo direito que o fazendeiro de 100 vaccas, garantindo cada um a divida da coopera- tiva proporcionalmente au numero de .suas vaccas e a quantidade do leite . Mediante esta organisação crearam-se as condições principaes para a prosperidade e vida da pequena lavoura. O cabaneiro e o dono do pequeno sitio que antes desta não achavam comprador para seus productos, e muitas vezes cfuasi que os davam de graça, agora. SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA de um golpe (tout d'un coup) recebem o mesmo prcíV) pel(3 leite como o grande fazendeiro. Mas, nío foi sem combale que os lavra- dores se convenceram, muitos estavam desconfiados e scepticos. Fizeram a granja cooperativa de modo, para poder prosperar, a receber leite de 400 vaccas, mas, apezar de todos os esforços dos fundadores, só conseguiram juntar 300 vaccas cooperativas. Essa desconfiança ou precaução scepticas podiam ter derrubado todo o plano si não fosse a fé inquebrantável de seus fundadores, que lhes animou a comprar o leite das 100 vaccas que faltavam para poder a fabrica trabalhar com vantagem . Mas em pouco tempo ficaram todos convencidos da seriedade e prosperidade do problema e pouco a pouco todos entraram e ficaram também cooperadores. O empréstimo para formar a primeira cooperativa foi com bastante custo de 8.000 coroas (oito contos), mas, não tardou a ser preciso augmental-o, tomando-se pouco tempo depois um empréstimo cooperativo de 60.000 coroas para poder fabricar manteiga do leite de cerca de 4.000 vaccas. Perguntando aos fundadores dessa primeira cooperativa se elles quando propuzeram o plano já tinham ideia ou vista clara sobre a enorme importância económica que sua obra havia de ler para toda a população, responderam elles, que não; só sabiam que a base e o fundamento eram bons, porque podiam dizer aos camponezes : todos podem vir sem excepção, sem entrar com dinheiro algum, estando alii justamente a diPferença entre as cooparativas e as com- panhias de acções. (Traduzido [lor Jens Sanb) -^^^^^<£:^'g A LAVOURA EXPEDIENTE Secretaria Sessões da Directoi-ia. — Ein sessão do 12 foi approvDda a roso- lução de ser dirigido, ao Exm. Sr. Dr. Presidento do Estado do Rio um offlcio de congratulações pela mensigem enviada ao Congresso do Estado, á vista da belia orientação agrícola nella contida. Foi apresentado o p.irecer da coramissão nomeada, sobre os estatutos da Cai^a Auxiliadora dos Empregados da Scciedale Nacional de Agricultura. Foram acceitos por unanimidade 72 sócios propostos. 1° Vice-presidente — No dia 7 apresentou o Sr. Dr. .Toão Baptista de Castro a renuncia de todos os cargos que occupava nesta sociedade, allegando fadiga e motivos de ordem particular para não continuar na direcção, promettendo no emtanto cooperar na lucta agricola e abem da sociedade. Sendo tomado conhe- cimento do acto na sessão do 12, foi resolvido quo todos os directores dirigissem um appello ao coUega manifestando o sou pezar pela resolução que tomou de afastar-se da directoria e pedindo a desistência deste procoder. O appello teve como resposta a confirmação da roímncia. A directoria sente immenso o facto, lamentando não ter conseguido a con- tinuação do auxilio do distincto coUega o agradece profundamente os relevantes serviços prestados por S. Ex. a esta sociedade. Visitas —Esteve na S(5de desta sociedade o Exm. Sr. D. Diego Dublé-Urrutie, Encarregado dos Negocies do Chile. S. Ex. manifestou a conveniência de um inter- cambio do Chile com o Brazil. Salientou a producção do vinho que já 6 consumido em grande escala pela Republica Argentina, não o sendo pelo Brazil pela carestia do frete. Pela mesma razão no Chile bebe-se o café do Brazil adquirido em Ham- burgo e em peiores condições de preço do que se fosse transporta do directamente, se houvesse outra companhia além da do Pacifico para tal flm. Nesse sentido lembra a vantagem do uma linha do vapores brazileiros do Chile aos Estados Unidos da America, porque o Brazil, além do café, poderia também Qxportar o assucar. Muito gratos ficamos coma visita de S. Ex. Veui visitar a sociedade o Sr. coronel Miguel Faustino do Monte, abastado negociante em Mossoró (Rio Grande do Norte), o qual pediu o nosso concurso para o estabelecimento do Congresso de Agricultura no seu Estado. O Sr. Presidento applaudio a ideia e prometteu o auxilio possível. Esteve também nesta séJe, distinguindo-noscom a sua visita, o Sr. Dr. Sym- phoroso Lara, da Sociedade Paulista do Agricultura. Percorreu as diversas secções, sendo ministradas informações sobre os serviços da sociedade promettendo estreitar relações entre estas sociedades. 358 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTORA OorrospontleTioia, — O movimento de cartas, offlcios e telegrammas neste mez foi o seguinte: Recebidos 449 Expedidos: Cartas e offlcios 443 Telegrammas 62 A Lavoura , . . . . 4.389 3" Conrei-encift Assuctii-eira. — Do accordo com as concliiaCes da Conferencia do Recife, devia reafizar-se no anno de 1906, no raunicipio de Cam- pos, Estado do Rio, a 3* Conferencia Assiicareira. Por motivos Jn>previstos, entre outras a inundação do rio Parahyba motivando o desolamonto da zona, a Sociedade Nacional de AgricuHura,de accordo com o Exm. Sr. Dr. Nilo Peçanha, ao momento na presideacia daqnelle Estado, e depois de prévia consulta aos interessados na industria assucareira deliberou adiar a 3» Con- ferencia para junlio de 1907, pois que essa opoca seria mais conveniente ás condi- ções do município de Campos e do Estado do Rio. Chegado, porém, o momento propicio ao inicio dos trabalhos pi-eparatorios da Conferencia de junho de rJ07, estava já na presidência do Estado do Rio o Exm. Sr. Dr. Alfredo Backer, que, por falta de autorização competente viu-se obrigado a desistir da honra de hospedar os industriaes assucareiros. Reconhecendo a directoria da Sociedade Nacional de Agricultura que o actual presidente do Estado do Rio não encontraria, dentro das vertas orçamentarias, o meio de tirar o sufflciente para as despezas acarretadas pela 3° Conferencia, embora fosse esta dirigida de qualquer pampa, i^esolveu offlciar a todos es syndicatos, so- ciedades e presidentes dos Estados assucareiros, offerecendo a sua sede e os seus offlcios para a realização dos trabalhos da Conferencia, pois estava convencida de que o momento era propicio para a realização de trabalhos de tal natureza, bem como de que os seus resultados seriam innumeros. Acceita a oílerta da directoria da Sociedade Nacional de Agricultura, esta mos- trou pressa em iniciar os trabalhos preparatórios e nomeou no mesmo moz uma Commissão Executiva, composta de membros do Comité Central dos Syndicatos Agrícolas dos Estados Assucareiros, de membros da Commissão de Inquérito sobre a Industria do Assucar e de directores da Sociedade Nacional de Agricultura. Iniciando immediatamente os seus trabalhos, essa commissão organizou o ap- provou o questionário a ser apresentado á 3» Conferencia, bem como o regimento interno da mesma. Quando reunida pela ultima vez para approvar os estatutos e providenciar re- lativamente á solicitação de passagens para a vinda dos Srs. Conferencistas.a Com- missão recebeu um telegramma de Alagoas, lembrando a conveniência que havia em transferir-se a conferencia para 19 )S, pois muitos delegados não podiam com- parecer por motivo de força maior, taes como a necessidade de presenciar o inicio da colheita que determinaria a safra de 19 )7 a 1908. Considerando esse alvitre, a Directoria da Sociedade Nacional de Agricultura telegraphou a todos os interessados perguntando se concordavam coma transferen- cia lembrada por Alagoas. Feita a apuração do parecer dos estados, verificou a Commissão Executiva que a maioria delles opiríava pelo adiamento. A LAVOURA 359 Obediente á opinião da maioria dos Estados assucareiros, a Comraissão Execu- tiva comraunicou A. directoria da Sociedade Nacional de Agricultura os tramites que haviam seguido os seus trabalhos e disse que sujeitava ao seu critério a deliberação que tomara, de accordo com a maioria dos Estados, de adiar para 1908 a 3* Con- ferencia. Sanccionando o acto da Commissão Executiva e lovaiido-o ao conhecimento dos interessados, a Sociedade Nacional de Agricultura julgou ter comprido o seu dever e hoje sento-se feliz por sabor que o sou acto foi bem recebido pelos representantes da classe que já demonstra solidariedade, pois assim gozam' dos benefícios que re- sultam áquelle que se associar sob a forma syndicataria. Já em 1900, por não haver conferencia em Campos, esta Mociedade reuniu os representantes dos syndicatos assucareiros do diversos Estados que, além de dis- cutirem assumptos importantes, crearam o Comité Cmtral, do qual o Boletim bi- mensal tem attondido com constância aos interesses da classe assucareira. A Sociedade cumpriu assim o seu dever, não se esquecendo dos encargos que lhe foram confiados. Ssccão ds plantas e sementes Boletim rta expeílieãí» i-ôgo de farello de caroço de alg^odão lia alimentação dos aiiimaes — Nos primeiros três a quatro dias não aceitam o farello de caroço de algodão sinão em quantidade muito diminuta, que deve ser misturada cuidadosamente com as rações de costumo. Logo, porém, que o animal se acostumou, póde-so, gradativamente, augmen- tar a quantidade do farello de caroço de algodão até ao máximo de trcs litros por dia, diminuindo, ao mesmo tempo, a^ raçõos do fubá ou de farello de trigo. A LAVOURA 3r,l Não convém alimentar os animaes com maior quantidade do que a indicada, visto tratar-se da um alimento muito forte e muito nutritivo. Cuidadosa e intolligentemente empregado, porém, o effeito é quasi imme- diato. Os animaes engordam o o que respeita ás vaccas, não somente augmentam a producção do leite como também a sua matéria gorduroEa, essencial para a fabricação de manteiga. O farello de caroço de algodão não serve para a alinientoção do gado cavallo.r. Horto da Penha "Visitas— Esta fazenda foi honrada com a visita do Exm. Sr. Presidente da Republica, em companiiia do Esm. Sr. Ministro da Viação, quando em exame ao novo abastecimento d'agua da Capital. S.S. Exs. virara o indagaram dos ser- viços feitos pela Sociedade nesse próprio nacional, sendo acompantiados pelo superintendente, que deu as necessárias explicações. Foi visitar o liorto o Sr. Dr. J. Macliado, representante do Jornal do Brazil, acompanhado de alguns lavradores da Penlia e Ira já. Apreciaram tudo o que viram, tendo o Dr. Machado tirado varias photographias da fazenda. Esteve também percorrendo os serviços do horto o Sr. João Dale, digno membro do conselho superior desta sociedade. Relatório dos serviços executatlos din-ante o mez de julho de loor Os serviços executados durante o mez de julho constaram do seguinte, como diz o superintendente : Conclusão da estribaria, estabulo e pavilhão para as machinas agricolas e vehiciilos, bem como inicio e conclusão da eslrumeira Para a construcção dos commoios acima, procurei fazer o mais economica- mente possível, de accordo assim com os escassos recursos de que actualmente dispõe o horto. Estes trabalhos eram indispensáveis, pois, como V. S. pessoalmente verificou, os animaes achavam-se sem abrigo, facto este que concorreu para que ficasse inutilisado um delles. O horto não tinha uma eslrumeira, ficando todos os dejectos e camas dos animaes entregues ao tempo, perdendo todas as suas qualidades fertilisantes Para a construcção da estribaria, estábulos e pavilhão, uUlizei-me em grande parte do material de uma antiga comtrucção, taes como: caibros, linhas e cumieiras, e para a sua conclusão fiz acquisição de tellias de zinco e de duas linhas. A construcção como V. S. verificará da planta junto, ô a mais simples pos- sível, não se affastando, entretanto, d i certas regras. Na construcção da estrumeira, que também 6 simples, procurei obedecer a certos princípios, assim, escolhi ura local um pouco aíTastado da casa de residência e ahi construi um pavimento impermeável, dando uma leve inclinação para o lado 6264 — 4 362 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRIOULTUHA da frente da estrumeira, para que os líquidos facilmente escoem para umi pequena fo^sa, lambem impermeável, coma capacidade de S50 litros, sendo tudo resguardado por uma coberta de zinco. Os líquidos provenientes da cocheira e estabulo seguem também para a foasa por meio de canalisação, onde, depois do accumulados na fossa, são periodicamente lançados na meda. Plantação — Plantei 150 laranjeiras de qualidade, em continuarão ao pomar que se destina a retirada de borbullios para enxertia. Fez-se limpeza e applicou-se a calda da bordaleza em 190 pés do laranjeira» que se achavam atacadas de Uchens. Plantouse 540 pés ( cavallos ) de larangeiras da terra para enxertia. Continuou-se o decoto do figueira!, bem como mondou-se o raelancial. Limpou-se por meio de arado reversível as plantações de sapotis e kakig. Renda — Vendi uma pequena partida de tomates por 209$000, conforme consta dos talões ns. 213 e 214 aos Srs. Cândido e Domingos de Aratijn Ramos. Despezas — A folha de pagamento do pessoal do horto importou em 1:750$000, sendo um í:033$000 do pessoal operário e 750$000 de pessoal adminis- trativo . Quando assumi a direcção dos serviços,as despezas com o pessoal importavam men- salmente em 2:55í$750, /lacendo por consequência no mez de Julho uma economia de 77d%759. Pessoal — Trabalhei com doze homens, sendo 10 nos trabalhos de campo e dous nas eonstrucções. Occurrencias — As plantações estão em magnificas condições ; iniciei a enxertia e podas. E' de urgente' necessidade a acquisição de animaes para a continuação das lavra- gens e capinação, pois os actuaes são insuficientes para os serviços. Remessa de plantas — Conforme pedido enviamos para a Sociedade o seguinte: Fructeiras de Conde 220 Cambucâs 69 Abacates 75 Coco da Bahia . . . • 1 Oitis 200 mudas Canna sem pello 1.200 Fazenda, tle Stintíi ]Vtoiilca, A' vista das difflculdndes de obtenção de renda nesta fazenda para melhorar os seus trabalhos experimentaes, foi resolvido na sessão do 12 que se fizessem os tra- balhos cuUuraes na proporção dos resultados que pudessem ser auferidos. Foi resolvido também que se prosegnissem as experiências do Kalisyndikat,que estão sendo tratadas com cuidado, para ser divulí;ado o sou resultado, de interes- sante valor na adubação do café e outras culturas. No relatório desta Sociedade, distribuído em abril, já foi dado a conhecer o resumo dos trabalhos da Fazenda de Santa Mónica nos dous últimos annos. Secção da. pi-opa,g-a,ii batata. Cangorana cedro. Milho branco. » torrado. Angelin pedra. » amargoso. Peroba. » crespa. Guarubú. » rosa. » batata. Arapóea amarella. » vermelha. Araribá. » rosado. » flor de algodão. Braúna parda. » manéca. Jundiahy amarello. » vermelho. » preto. Canella branca. » batalha. » preta. .4ndá-assii, Angico. Aparahú. Estado do Espirito Santo, offortado Sr. Ger- Blco (lo pato: Biouiba. Cacunda. Carne de vacca. Camuhy. Copaia. Cravo. Coco de óleo. Aprayú-branca. Cerejeira. Giiapeva. Gu iraroba. Guarajuba-doce. Goiabeira. (^irapiapunha. laliiimba. Jambo. Licuriana. Mangaló. Miridiba. Monjollo. Louro. Oiticica. Orelha de onça. Óleo vermelho. Jatobá Pimenta. PoUado. Para tu do. Pereira (ou folha larga). Pitombo. Polotega. Roxinho. Uoxinho-rosa. Sol-Brazil. Sucanga, Sapucaia. Sabiá. Sucupira. Tatu. Tapinhoan. Urucurana, Viuhatico. SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Secção de propaganda InvasSLo de g^afanhotos — A Sociedade Nacional de Agricultura, tendo conliecimento da passagem de nuveas de gafanhotos em algumas loca- iilades do Estado do Rio de Janeiro e do Districto FeJeral, está distribuindo a titulo de conselho aos intei-essados as inedidas abaixo, como meio de diminuir 08 males provenientes desta praga e prevenir as suas graves consequências, Instrucções : 1 ) Logo que for presentida a nuvem ou bando convém fazer o maior ruido possível afim de evitar o pouso; 2) Quando pousarem, deve-se procurar incommodal-os para attenuar os damnos por elles causados o ;í noite fazer fogueiras debaixo das arvores onde pousarem, afim de entontecel-os e facilitar o seu extermínio. As fogueiras são também muito uteís para defender as plantações, puis os insectos são afugentados pela fumaça ; 3) Quando pousam para desovar, o que geralmente fazem em terrenos limpos ou de pasto, o seu extermini > é fácil, pois as fêmeas flcam indolentes, o, com varas, póde-se matal-as, diminuindo assim a inteusidade da desova ; 4) Não podendo a desova ser evitada, devese revolver a terra, lo^'o depois, por meio do enxadas ou arado. Na falta desse trabalho ú necessário fazer-se em torno da área invadida uma valleta, com quatro palmos de profundidade, para gai-antir a destruição dos saltões. ITebi-e aplxtosa, — A Sociedade Nacional de Agricultura aos criadores — Deante da epizootia que reina actualmente em alguns Estados, cumpre aos criadores hão permanecerem inertes ante a manifestação da moléstia que rapida- mente se propaga, p3la extrema facilidade de contagio que possue, ameaçando a contaminação de toda a nossa população pastoril. O poder publico interessado em debellar o mal, age na alçada que lhe é proprii, não podendo dispensar o concurso de todos os criadores para mais prompta e energicamente extinguira moléstia. Cumpre, pois, aos criadores, auxiliando as meJidas já tomadas pelo Governo, intervir na extincção da epizootia, zelando por esta forma os capitães empatados nas suas criações. A febre aphtosi, mesmo na sua manifestação benigna, pode muito concorrer para a mortandade do gado, e sempre acarreta a sua depreciação, occasionando graves prejuízos, como sejam : a inaptidão do gado para o trabalho, o emraagre- cimento deste, apezar de todos os cuidados hygienicos e do regimen alimentício ; a ioutilisação do leito om grande parte pela infecção e a diminuição sensível da sesreção láctea; o perigo a que fica sujeito o homem e notadamente a criança pela transmissão do mal pelo leite crú ; a possibilidade de se tornar a vacca estéril, de abortar, etc. Ao criador compete a máxima vigilância nas suas fazendas, procurando por si próprio sanar u mal, e, assim pensando, a Sociedade Nacional de Agricultura cumpre um dever apresentando as instrucções abaixo para o tratamento e limi- tação da propagação da epizootia reinante. A hygieni)<5 o principal elemento na cura da febre aphtosa e as normas a seguir dovem ser íis seguintes : Para o gndo em eslahulos As camas devem ser bem limpas e enxutas e nas portas de entrada dos está- bulos, quando possível, couvera mantei- uma camada de cal comaium. O estrume deve ser retirado e queimado, as mangedouras lavadas com agua de cal ou ci'eolina, na proporção do 5 % (.'> volumes de creolina para lOU de agua). Nos bebedouros, que não sejam de agua corrente, póde-se lançar um pouco de creolina na proporção de uma parte desta para 1 .000 d'agua. Convém que a alimentação seja leiti em pequenas porções mas bastante nutritiva e sobretudo de fácil digestão ; de preferencia as verduras, os grãoS cozidos, as sôpas, as boberagens, forragens verdes, efcc. não devendo empregar-se as forragens fibrosas. Nos tratamentos locaes as lavagens antisepticas são Indispensáveis, sendo preciso que a todas as operações presida o maior asseio. Toda a humidade deve ser evitada. O tratamento das aphtas da bocca deve ser feito, quando possível, mais de uma vez por dia, com soluções adstringentes e antisepticas. O professor Raquel aconselha lavar a bocca dos animaes por meio de uma seringa, com uma solução de alúmen a 3 »/„ (pedra hume 3 partes para 100 d'agua) ; solução de acido phenico na proporção de 2 para 1 .000 ou soluções fracas de creolina, de sulphato de ferro ou de acido bórico. Os professores Nocard e Leclainche aconselhara também o emprego do bicarbonato de soda nas bebidas, para evitar as complicações resultantes da perturbação das funcções digestivas. No tratamento das aphtas dos cascos, segundo o professor Ra(iuet, póde-se empregar uma soluçcão de sulphato de cobre a 4 "/o (pedra lips) sendo conve- niente, por previdência, envolverem-se as patas dos animaes em pannos. Póde-se ainda empregar uma solução de creolina a 5 •/„. Para as aphtas do ubre deve-se empregar ou a pomada boricada ou acetato do chumbo liquido e ainda glycerina ou pomada camphorada a 10 «/o. Para o gado em pastagem Sendo grande a quantidade de gado, como acontece nas fazendas decreação, nem sempre é possível ao proprietário dedicar a cada individuo os mesmos cuidados que podem sar dados aos sujeitos á estabulação. Neste oaso aconselha-se : 1 .» Separar o gado mais atacado, aflm de se lhe prestar maior assistência . 2.." Na impossibilidade de fazer o tratamento aconselhado acima para o gado estabulado, empregar : para as aphtas da bocca, lavagem com um panno limpo embebido em uma solução forte de vinagre ou sueco de limão, em agua, ou ainda uma solução de creolina fraca ; para o ubre da vacca, a mesma applicação 8 para os cascos, solução de creolina a 5 °/o, ou kerosene ou ainda agua de cal bem forte. 3.° Para o gado fracamente atacado, as applicações podem ser feitas ou uma vez por dia, ou de dous em dous dias, ou finalmente por uma só vez, conformo as circumstancias. SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA 4.« Para o gado fortemente atacado, os cuidalos mais frequentes; ajuizo do proprietário. Desde que se manifestar um caso de moléstia, é quasi certo que a maioria do rebanlio estará contaminada e neste caso as lavagens da bocca e dos cascos se fazem necessárias, como medida de previdência, para evitar o desenvolvimento do mal . E' de grande vantagem, não só como medida prophylactica para o gado ainda não contaminado como mesmo para o já, atacado, construir, quando possível, tanques em terreno mais ou monos consistente, enchendo-os com uma forte solução de agua o cal, nos lugares da passagem obrigada do gado. Toilo o gado depois de medicado, deve ser conservado em boas pastagens, onde pjssa encontrar pasto verde e bera assira onlo não tanlia a atravessar pântanos ou terrenos deraísiadaiuente húmidos. A febre aph tosa apresenta, algumas vezes, quando se manifesta em caracter maligno, complicações de oricm superior, que não dispensam o concurso doS veterinários, cumprindo ao creador não desprezar tal concurso sempre proveitoso. Não deve o criador esquecer que a febre aphtosa possue poderoso contagio e que o menor descuido liygienico é forte embaraço á sua extincção. Urge, portanto, a maior hygieoe o o maior aceio qujr nos cnrraes e pontos de parada do gado quer no próprio gado. Cumpre ainda isolar, sempre que fór possível, os aniraaos doentes, sem esquecer de submettel-03 a tratamento e que todos os demais estão contaminados e que portanto as medidas do propbylaxia se impõem. Os pastos são poderosos elementos de contagio e sempre que fór possível convém evitar que os animaes ainda não contaminados tirem dos pastos infec- cionados a sua alimentação e como medida de bom proveito, estes devem ser queimados. O criador deve estar attento e vigilante ante o perigo que o ameaça e sempre prompto a combater o mal na primeira manifestação. A carne, com excepção da lingua e mocotó, é inoffensiva, salvo casos de com- plicações de outra ordem oriundas da própria moléstia. O leite não deve ser ingerido crií. O queijo e a manteiga devem ser fabricados com leito submettido previamente a temperatura de 70 gráos. A Sociedade Nacional de Agricultura espera que, com as medidas aconse- lhadas acima e das tomadas pelos poderes públicos, em breve desappareça a epizootia. Secção technica A. Iíecla,cçã,o — Na parte editorial figura um trabalho sobre o « arroz de Cananôa », feito pelo Sr. M. Pio Corrêa por conta desta sociedade. Elle foi incumbido, como technico, de fazer uma serie de monographias sobre madeiras do Brazil . As amostras respectivas estão no nosso museu, tendo sido o serviço man- dado executar com o intuito de ser útil aos interessados em silvicultura. Começa- remos a publical-as no próximo numero. A LAVOURA 3b9 — Na collaboraçrio iiiserirnoá o artigo — Um grito de alai-ma, — promettiJo no numero anterior e gentilmente envialo pelo Sr. L. Misson, director interino do posto Zootephnico Central de S. Paulo, com as seguintes palavras : « Todos osjornaes do Estado de S. Paulo teem publicado artigos sobre a febre apU tosa, que fez novamente a sua apparição em dircrsas zona?, aconselhando o emprego de raeiidas enérgicas, que facilitora a sua loealisação e parmittam com- batel-a com mais etilcacia. Ao lado desse grande o incontestável perigo existe outro bem maior, que é imminonte e que poderá trazer para os criadores braziieiros a ruiaa quasi com- pleta. Queremos fallar da surra, a terrível moléstia que grassa na índia ( em certas rGgi(5es em estado endémico ) e que, de una dia para outro, com a importação do gado zebú, pôde apparecer entre nós. O Coiinlry Genllemaii, um dos melhores jornaes norte-americanos, que acaba- mos de receber, traz sobre essa moléstia um artigo, sendo para os Estados criadores do Brazil um conselho, que lhes deve ser muito útil ». Muito agradecemos a remessa e muito recommendamos a sua leitura aos criadores. — No expediente começamos, neste raez, a transmittir os serviços da sociedada por meio de todas as suas secções, raethodisando desta sorte a nossa revista e pondo-a mais do accòrdo cora os preceitos regulamentares. A bibliotheca continua a ter asui secção minuciosa no fim da revista. Publi- camos agora a synthese do calendário agrícola correspondente ao 2» semestre, promet^endo, de outubro em diante, publicar os calendários mensaes com o avanço de tempo necessaríja ser utilisados nos serviços cultur.ies. — No noiici irio damos a parte geral do regulamento da agencia de colonisação e trabalho do Estado de S. Paulo, para a qual chamamos a attenção dos inte^-essados, por ser um serviço novo, de muiti utilidade, que tem sido devidamente apreciado, e. cuja execução muito honra o Estado de S. Paulo. Foi inaugurado a 10 de abril de l'J06. Grafimliotos — Esta secção vae mandar imprimir em folheto especial e com gravuras, para distribuição, o conjuneto de todos os serviços executados por occasião da invasão dos gafanhotos na zona da Capital Federal ha pouco assolada por esta praga. Esta publicação será de muita utilidade contra os casos de novas invasões. Iníbrinações — Consií/fa — O Sr. Bonifácio Paulino de Carvalho, de Santi Rita do Caldas, em carta dirigida á sociedade, dá informações sobre o vinho de marmello de sua fabricação. Pede conselhos. Resposta — Em vez de exportar os marmellos que chegarão ao mercado estra- gados pela distancia, convém preparar raarmolladas, tão bem acceitas nos centros populosos. E a industria do doees ó bem rendoza, desde que presida todo o cuidado e ca- pricho no seu fabrico. Quanto ao vinho do marmellos, concordo que seja uma bebida saborosa, porém depende de tenaz propaganda para tornar-se conhecida. 6264 — 5 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA O requerente pôde depositar em uma casa seria no Rio de Janeiro e S. Paulo, e, pela imprensa, iniciar a propaganda que 6 morosa, porém evidente. Consulta — O Sr. Dr. Ferreira Lima de Tubarão, Santa Catliarina, em carta dirigida á esta sociedade, acompanliando uma pequena remessa de amostras de exemplares de — aramina — que, denominam a « guaxima, » inquire sobre machi- nismos próprios ás fibras textis e quaes os processos próprios para a manipulação e quaes os mercados de consumo. Resposta — A aramina ó uma planta que vegeta e desenvolveso em quasi toda a parte do Brasil. Em S. Paulo, tal nome 6 dado a « urena lobata » e a « urena semi-triloba » indistinctamente. A cultura pôde ser feita com vantagem em terras baixas, dovendo o terreno ser arado, encruzado e gradeado. Dôve ser i-iscado e semeado desde as primeiras cliuvas de setembro. Os riscos devera ser pouco profundos, a distancia de O^.OO um do outro, lançando-se ahi a semente, sem cobrir de terra alguma. Emquanto pequena a planta, não se deve deixar abafar pelo matto. Faz-se uma boa plantação, empregando 50 a 60 litros de sementes por hectare de terreno. A colheita é feita desde que a planta começa a abotoar, para florescer, o que se dá a começar de março. At(5 que a semente comece a seccar, póde-se colher a aramina. Em julho, pôde se considerar terminada a quadra da colheita da aramina, deve- se cortar a planta, quasi rente ao solo. Póde-sa preparar a aramina, pelos dois processos seguintes : 1." Em casca secca : Procedo-so ao doscascamento, á mão ou por meio do machina. A planta deve ser colhida antes de começar a seccar no pó. Apenas cortada a planta, deve ser descançada; antes do seccamento da haste, colle-se a casca ao lenho. Passadas as varas entre os cylindros do moenda commum, consegue-se o perfeito desligamento da casaa e, desde então, fácil 6 a separação, tomando-as em uma das mãoi, e o lenho em outi-a e puxando atravez de um poste fixo no chão. Este trabalho, uma vez executado por mãos praticas, dá rendimento apre- ciável. Até meninjs podem occupar-se neste serviço com proveito. Com alguma pratica, uma pessoa pôJe produzir em 10 horas, 20 a 25 kilogrammas de casca secca. AS cascas devem ser dispostas de modo a não se embaraçarem, o que se con- segue facilmente an-anjando-as sempre no mesmo sentido e amarrando-as em feixe. Expostos os pequenos feixes ao sol, em dois ou três dias está a casca secca e prompta para sjr enfardada, as folhas seccam rapidamente e basta na occasião do oalardaraanto agitir um pouco para que se destaquem e flca a casca isenta de corpos oxtranho.s. Para quem explora a aramina em proporções pequenas, ou porque se dedi- que a extracção da aramina nativa ou porque tenha plantação limitada, este pro- cesso é bastante rendoso. A LAVOURA 37Í No caso de exploração importante convém dispor de machinisraos, tendo appli- cação as duas machinas formando o systema Silva Telles, invento do illustre enge- nheiro Dr. Augusto Carlos da Silva Telles. (Associação Commercial ou fabricada aramina de S. Paulo ). 2." Aramina dcífibraila : Procede-so ao corte, do mesmo modo e ao mesmo tempo que no 1° processo. Feitos os feixes de varas, são levados aos tanques de agua, onde ficam bem mer- gulhados. Findos alguns dias, 8 a 10 dias, por meio do uma amostra tirada deste tanque verirtca-so se o desflbramento está terminado o que so conlieco lavando bem o veri- ficando se a fibra está isenta de partículas lenhosas adherentes. Terminado o desfibramonto, retira-se a aramina do tanque e procede-se á rigorosa lavagem em agua corrente, tendo o cuidado de não embaraçar a fibra. Deixa-se em seguida seccar. A scpwação da fibra do lenho faz-se ou a mão ou por meio de machina n. 2, sijsletna Silva Triles, e um batedor. Assim prupa"ada a aramina, é disposta em feixes e preparada para expedição. Este processo convém seja praticado em tanques alimentados continuamente. A renovação da agua é condição favorarel o é sempre preferível trabalhar, evitando aguas estagnadas. Existe no Brasil uma única fabrica para saocaria, que emprega exclusiva- mente a aramina e é a Companhia Aramina, em S. Paulo, escriptorio á rua 15 de Novembro n. 36, sobrado. Esta fabrica é bom montada, representando o capital de 1.500:000$000. Em 1906 a fabrica cjmprava poios seguintes preços : aramina em casca, 300 réis o kilogramma e desfibrada, 1$290 réis o kilogramma. A fabrica de cordoaliiade E. Maggi em S. Paulo também emprega a aramina como matéria prima. O Estado de S. Paulo protege a exportação do café em saccos de aramina, diminuindo os direitos de exportação. Aconselhamos, para informações mais deta- lhadas, dirigirem-se os interessados ao escriptorio da empreza, cujo endereço já demos acima. Calentlario ag-i-icola, — Synthese de julho a dezembro — Durante o segundo semestre fazem-se os seguintes trabalhos agrícolas : l."> Os mezes de julho e agosto são próprios para corte de madeira e roçada de capoeira. Nestes mezes ainda se castram animaes e incubam-se ovos. Fazem-se também algumas plantações têmporas de milho e feijão, mas somente nos legares frescos. Queimam-se roçados, colhe-se o café, a cauna no sul, o algodão, etc. 2.0 Setembro, outubro o novembro são mezes próprios para o plantio de milho, arroz, feijão, batatas, mandioca, canna de as&ucar, etc. Fazemso capinas, ainda se queimam capoeiras finas e coivaras. Não se cortam madeiras, não se castram animaes, nem se incubam ovos. 3.» Dezembro é mezde muitas chuvas e nelle devem estar feitos todoa os traba- lhos culturaes. Nos Estados do norte colhe-se a canna durante o 2» semestre. .•572 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA A.S í^-ravux-ixs das ca,i>as — As gravuras que ornara este numero lio boletim representam productos nacionaos cultivados no Horto Botânico de S. Paulo, tendo sido gentilnnn te cedidas polo Dr. Alberto Lõfgren. A da capa da frente mostra um typo de pêra, originaria da — Pyrus communis — ou pêra europía, de tamanho e belleza dignos de menção. A da capa do fimdo indica a pereira productora da pêra citada o que está bellamente florida. A capadejuUio foi ornada com o varredor Jorge Tibiiiçá — armado para entrar em acção, vendo-se no texto o sau inteiro funccionamento. A de junho dá idéa da colheita do café, quadro que lembra a necessidade do colonisa.ção, assumpto de que maií se occupi o mesmo numero. Estos reversos foram illustrados, respectivamente, com um simples arado era descanço e uma pequena ceifeira-colhedora de trigo. NOTICIÁRIO R.es'u. lamento solbre a iiiiiiiig'i'ação no Estado de S. t*aulo SECÇÃO III DA AGENCIA OFFICIAL DK COLONIZAÇÃO E TRABALHO DA ORGANIZAÇÃO DA AGENCIA OFFICIAL DE COLONIZAÇÃO E TRABALHO E SEUS FINS Art. 250. A Agencia Offlcial de Colonização e Trabalho creada pelo decreto n. 1355, de 10 de abril de IQOii, ó destinada a facilitar aos immigrantes e traba- lhadores em geral sua cuUocação na lavoura e nas industrias, ou em terras pu- blicas ou particulares, como proprietários, arrendatários ou parceiros. Paragrapho único. A Agencia é directamente subordinada A Secretaria da Agricultura, Coraraercio e Obras Publicas. Art. 251. A Agencia Offlcial de Colonização o Trabalho, por moio de relações constantes com as sub-agencias ou filiaes, ou, ainda, com as camarás raunicipaes, as commissões municipa'?s do agricultura, as repartições, as emprezas e parti- culares, que tiverem terras á venda ou que empregarem famílias, artistas, traba- lhadores ruraes e operários de quaesquer industrias, deverá habilitar-so a fornecer aos immigrantes ou trabalhadores já residentes no p:iiz as informações sobre a procura de pessoal nas diversas locnlidades do Estado, os salários e outras con- dições do trabalho, bem como sobre as situações, condições e preços das terras á venda em núcleos caloniaes ou fora delles. Paragrapho único. Egual mente competirá á Agencia dar noticia, para conhe- cimento dos proprietários ou demais interessatlos, da offerta de traballiadores, artistas ou operários e da procura de terras por immigrantes ou agricultores já residentes no Estado. A LAVOURA 373 Art. 252. O pessoal da Agencia Offieial do Colonização e Trabalho será o 'uinte : 600$000 400$000 000$000 800$fl0() Um director 9 Um ajudante 5 Quatro auxiliares, a 3: O00$ cada um 18 Um porteiro 1 Total 28 Paragrapho único. Além dos vencimentos acima, os empregados da Agencia, quando em serviço fora da Capital, perceberão mais, a titulo de diária, 10$, cor- rendo as despezAS de transporte por conta do listado. Art. 253. O pessoal constante do artigo antecedente será de nomeação do Presidente do Estado, sobre proposta do .secretario dos Negócios da Agricultura, Commeraio e O: ras Publicas. Paragraplio único. Além desse pessoal, o director da Agencia, com auto- rização do Secretario da Agricultura, poderá admittir até três auxiliares prati- cantes, vencendo 150$ raensaes cada um e dous serventes vencendo 120| mensaes cada um, pagos pela verba própria do orçamento. Art. 254. A Agencia Offlcial de Colonização o Trabalho também poderá dispor de agentus-corretores de trabalho o terras, em numero preciso para os serviços a cargo da mesma, nomeados pelo Secretario dos Negócios da Agricultura, Com- mercio o Obras Publicas, sob proposta do director, afim de facilitar o angaria - mento de braços para a lavoura e outi-os serviços, bem como para a procura o venda de terras publicas ou particulares. § 1 .° Os agentes corretores do trabalho e torras não terão qualquer outra remuneração a não ser a que lhes deverá ser paga pelos interessados, e que cons- tará da respectiva tabeliã organizada pelo director da Agencia e approvada pelo Secretario da Agricultura. § 2.» Nenhum agente-corretor de trabalho e terras poderá ex^eer suas funcções sem caução, que será arbitrada pelo Secretario da Agricultura. Art. 255. As sub-agencias ou flliaes da Agencia Offlcial de Colonização e Tra- balho serão creadas onde convier á proporção que o desenvolvimento dos serviços as fòr exigindo. Paragrapho único. Nas sub-agencias haverá o pessoal que fôr necessário para o serviço, que o Governo autorizar, dentro dos limites das verbas consignadas no urçamenio, podendo ser consideradas sub-a,'enoias ou ftliaes da agencia geral, mediante accordo com as respectivas rauaicipalidades, as agencias de immigração que as Camarás Municipaes crearem por sua conta. Art. 2.56. São correspondentes da Agencia O fticial de Colonização e Ti'abalho § 1." Os commissariados de emigração para S. Paulo no estrangeiro. S 2.» A Inspectoria de Immigração do porto de Santos. § 3.° Os directores o encarregados de nuclueos coloniaes. S 4.° Os presidentes das Comraissões Municipaes da Agricultura. § 5." Os secretários das camarás municipaes que, com o consentimento das respectiv.is municipalidades, acceitarem o encargo gratuito de correspondentes da Agencia. SOCIEDADE NACIONAL DE AORICULTURA Art. 257. Correrão por conta do Estado as despezas de porteamento da cor- respondência e de transmissão da tolegpammis endereçados á Agencia pelos cor- respondentes a que se referem os §§ 4° e 5° do artigo antecedente. TITULO II DOS SERVIÇOS A CARGO DA AGENCIA OFFICIAL DE COLONIZAÇÃO E TRABALHO Art. 258. A Agencia Official de Colonização e Trabalho funccionará era todos os dias úteis das 8 horas da manhã As 4 horas da tarde, cora intervalio para alraoço dos empregados. Paragrapho único. Nos dias feriados poderá, o director da Agencia ordenar a abertura da repartição até ás 1 1 horas da manhã, si o serviço assim o exigir. Art. 259. Todas as pessoas que pretenderem contractar colonos ou trabalha- dores diversos, e bem assim as que desejarem adquirir, arrendar ou tomar de par- ceria terras para seu estabelecimento, deverão preencher e assignar as procuras, conforme os modelos F, G, H, I o .1 que acompanham o presente regula- mento. Art. 260. Todas as pessoas que desejarem coUocar-se como colonos ou traba- lhadores assalariados, e bem assim as que pretenderem vender, arrendar ou dar de parceria terras de sua propriedade, deverão preencher e assignar as ofTertas, con- forme os modelos K, L, M e N, que acompanham o presente regulamento. Art. 261 . Tanto das procuras como das ofTertas serão franqueados aos interes- sados exemplares impressos, que poderão ser encontrados na Secretaria da Agri- cultura— secção de informaçijes — na Agencia Official de Colonização e Trabalho e em mão dos correspondentes desta, referidos no arts. 255 e 250 do presente regulamento. Art. 262. São sujeitas ao sello estadual do 1$ as procuras de colonos e traba- lhadores diversos, as terras em núcleos coloniaes ou particulares, e bera assim as offertas destas ultimas, sendo isentas do dito sello as ofTertas de colonos o traba- lhadores diversos. Paragrapho único. O sello será inutilizado pela assignatura do signatário das procuras ou ofTertas, ou pelo carimbo da Agencia Official do Colonização e Trabalho. Art. 263. Depois de (ievidamente preenchidas, selladas o assignadas, as procuras ou offertas serão entregues nos respectivos guichets da Agencia Official de Colo- nização o Trabalho, ou remettidas pelo Correio ao director da mesma, quando os interessados não possam comparecer por si ou por terceiros. Paragraplio único. As procuras ou offertas remettidas pelo Correio ou en- tregues por terceiros deverão trazer a assignatura authenticada por duas teste- munhas e firmas reconhecidas. Art. 264. Das procuras e offertas que diariamente forem recebidas na Agencia, serão feitos resumos devidamente coordenados, de modo a poderem ser afflxados ou escriptos era quadros appensos ás paredes internas e externas da repartição, nas quaes, por meio de cartazes e raappas, deverão também existir em caracteres bem legiveis e em diversos idiomas todas as informações que possam intei-essar aos que procurarem ou offerecerem terras ou braços. § 1." Das informações diariamente afflxadas na Agencia deverá ser organizado um boletim, que será fornecido á imprensa da capital e do interior e remettido aos correspondentes da repartição. A LAVOURA 875 § 3.» Afim de facilitar a máxima divulgação e publicidade das referidas infor- mações, poderão cilas ser afflxadas também nas estações de estradas de ferro, por meio de cartazes para isso especialmente organizados. Art. 265. Todos os que contractarcra os seus serviços por intermédio da Agencia Offloial de Colonização e Traballio deverão fazer expressa declaração do que se sujeitam ás condições geraes ou particulares em vigor ou constantes das procuras, valendo para isso os recibos das cadernetas e a declaração do contractado a salário, de conformidade com os modelos O e P, que acompanhara o presente regulamento. Art. 266. Aos fazendeiros ou outros pretendentes, que quizerem entender-so directamente oom os oolonos e trabalhadores diversos, alojados na Hospedaria de Im- migrantes, será concedido bilhete de ingresso, que lhes facultará a permanência no estabelecimento durante as horas de expediente e at6 obterem o pessoal pro- curado. Paragrapho único. O bilhete de ingresso será entregue na"Agencia Official de Colonização e Trabalho, contra apresentação da procura formulada nos termos do presente regulamento, o deverá ter o — visto — do director da Hospedaria. Art. 2ri7, Sob pena de lhe ser cassado o respectivo bilhete de ingresso, não poderá o seu possuidor emprestal-o a terceiro, nem procurar seduzir os colonos ou trabalhadores, com quem se entender, usando de informações que desabonem a outros pretendentes. Art. 268. As procuras de oolonos ou trabalhadores diversos, alojados na Hos- pedaria, que não puderem ser satisfeitas pelos seus signatários, entendendose directamente cora os mesmos colonos ou trabalhadores, serão diariamente distri- buídas pelo director da Asencia, na ordem de SHa precedência, aos agentes- corrotoros do trabalho o terras, únicos que, no impedimento dos signatários das referidas procuras, podem ter ingresso na Hospedaria para tratar em nome destes. Art. 209. Os signatários de procuras de colonos ou trabalhadores diversos, que não poderem comparecer pessoalmente para tratar cura os mesmos, deverão depositar na Agencia a importância necessária para o pagamento dos emolu- mentos devidos aos agentoe-corretores de trabalho e terras, além das taxas de expediente previstas neste regulamento. Art. 270. A todo trabalhador rural que contractar seus serviços por inter- médio da Agencia Offlcial do Colonização e Trabalho ou de suas subagências ou filiaes será entregue uma caderneta authenlicada para a escripturação do debito o erudito do trabalhador, eontendo as condições treraes e particulares do contracto, que variará conforme se trate de colonos ou de apanhadores de café, de accôrdo com as clausulas dos modelos Q e R que acompanham este regulamento , ou outro que as partes tenham ajustado. § 1.» De cida caderneta será pago pelo signatário da procura, além do sello federal, 1$ de sello estadual, inutilizados pela assijínatura do ajudante do director da agencia na certidão do contracto. § 2.» Nas primeiras paginas da caderneta existirão, em portuguez e na lingua nacional do trabalhador contractado : o) as condições geraes do contracto acceitas pelo patrão e pelo trabalhador; b) as condições particulares, tai's como : o preço dos salários ajustados, a época dos pagamentos e outras peculiares a cada propriedade agrícola ; SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA c) a lei fedoval n. 1150, do 5 de jmeiro da 1904, quB confore privilegio para pagamento de divida proveniente de salários de trabalhador rural ; d) o decreto federal n. 1607, do 29 de dezembro de 1006, que revogou a res- tricção contida na lei acima mencionada ; e) os arts. 101 a 111, 112 a 1 15 e 110 a 123 do presente regulamento ; /■) certidão passada pelo ajudante do director da Agencia Offlcial de Coloni- zação e Trabalho ou encarregado da sub-ageneia ou filial de terem sido acceitas polo proprietário e pelo trabalhador as condições a que se referem as lettras a, b, e, deste paragrapho. Art. 271. Sempre que o pedirem, dar-so-hâo a quaesquor trabalhadores ope- rários ou artistas contractados por intermédio da Agencia Offlcial do Colonização e Trabalho ou suas flliaes, informações ou certidões, livres de despezas, dos termos o condições dos respectivos contractos. Art. 272. Uma vez contractados os colonos ou trabalhadores diversos, a agoncia marcará no « Cartão de Rancho» o destino, afim de que o director da Hos- pedaria providencie sobre o seu transporto até á estação mais próxima do m^smo. Paragrapho único. Poderão ser recolhidos na Hospedaria, para seguirem seu destino no interior, os colonos ou trabalhadores diversos não alojados na mesma que houverem contractado os seus serviços por intermédio da agencia. Art. 273. As procuras de terras em núcleos coloniaes serão transmittidas pela Agencia á Secretariada Agricultura, que as devolverá, depois de despachadas pelo secretario da Agricultura, para conhecimento dos seus signatários. Paragrapho único. A Agencia poderá encarregar-se de fazer a entrada no Thesouro do Estado das quantias que os signatários das procuras lhe entre- garem por lotes que pretenderem, remettcndo á Secretaria da Agricultura, jun- tamente com as procuras, os conhecimentos do Thesouro. Art. 274. Todas as procuras e offortas presentes á Agencia, serão depois de satisfeitas, cuidadosamente archivadas, afim do, a qualquôr tempo, darem-se das mesmas as certidões que forem reiuoridas e que serão livres de sello para 03 e trabalhadores diversos. TITULO V DISPOSIÇÕES ESPECIAE3 Art. 290. A nenhum immigrante ou trabalhador qualquer se dará transporte á custa do Estado, si não tiver sido contractado por intermédio da Agencia. § l.i^Aos immigrantes que chegarem a este Estado com destino certo, tendo desembarcado e seguido directamente para a Hospedaria, poderá ser fornecido o transporte para o interior independente de contracto prévio, observando-se, porém, as seguintes disposições : § 2,° Ao proprietário do estabelecimento para o qual tiver vindo destinado o immigrante, expedirá a Agencia uma procura para ser por elle preenchida, assignada e devolvida no prazo do 15 dias. § 3.° Recebida pela Agencia a procura acima alludida, serão preparadas as cadernetas do accôrdo com as condições particulares da mesma procura, e remet- tidas pelo correio aos seus destinatários. §4.» Antes de seguirem para seus destinos deverão os immigrantes deixar na Agencia os recibos de cadernetas correspondentes ás mesmas. A LAVOURA 377 Art. 291. Emquanto o proprietário nan cumprir o disposto no 5 2° do artigo anteceadoate, não serão attendidas pela Agencia quaesçtuor outras procuras por elle apresentadas, uom será fornecido transporte a outros immigrantes destinados ao seu estabelecimento. Art. 202. O director da Hospedaria de Immigrantes deverá facilitar aos agentes correctores do trabalho e terras e aos empregados da Agencia todas as informações de que necessitarem para o bom andamento dos serviços a seu cargo, communicando ao director da Ageacia qualquer irregularidade ou falta commet- tlda pelos referidos agentes ou empregados no estabelecimento a seu cargo. Art. 293. Durante o perioJo das colheitas, a Agencia Offlcial de Colonização e trabalho deverá providenciar, de accordo com as instrucçõos do secretario da Agricutura, no sentido de ser facilitado aos colonos loc.Uisados nos núcleos colo- niaes o seu transporte de ida e volta em estrada de ferro, quando se ajustarem pai'a trabalharem nas fazendas. Paragrapho único. No mesmo sentido deverá a Agencia providenciar quando o Secretario da Agricultura o julgar opportuno, sobre o transporte de trabalha- dores ruraes do umas zonas do Estado em que existirem braços disponíveis para outras em que houver carência dos mesmos para as colheitas. Art. 294. O proprietário que tenha contractado trabalhadores ruraes por intermédio da Agencia e não so sujeitar á decisão do arbitro a quo S3 referem as cadernetas expedidas pela mesma repartição, não poderá mais ser admittido a contractar colonos ou trabalhadores por intermédio da agencia, salvo relevação desta pena pelo Secretario da Agricultura por motivos justos. ]VXiiseix Oommercial — Foi creado este anno o Museu Comraercial do Rio de Janeiro peia Academia de Commercio e por ella ê dirigido, flinccio- nando num palacete da Avenida Central. Esta nova instituição presta relevantes serviços á nossa vida económica e já foi de bastante utilidade agazalhando o Mostruário de Vinhos do Rio Grande do Sul. Foi brilhantemente inaugurado com a presença dos Exms. Srs. Presidente da Republica, Cardeal Arcebispo, Ministro do Interior e mais pessoas gradas, no dia 9 de março. Desde o seu inicio atô hoje tem mantido em exposição muitos productos im- portantes como : mármores artificiaes, do Dr. Leopoldo Rocha, azulejos de ci- mento para calçamento de passeios, do Dr. Vieira' Souto, que são logo vistos á entrada. Nas secções da esquerda, em vastas prateleiras, estão amostras de oafés de do diversos typos, em^grão e toi'rado , de algodão, do assucar crystal e de uzina,' de fumos e de madeiras. Nas da direita, figurara cereaes, sãos e pinho do Paraná. Ao centro estão as vitrines, com amostras de painas, fibras de linli i Perini e Fonseca, em forma de pyraraide ; ahi vê-se o schisto betuminoso de Marahú, além de arêas monasiticas da Bahia; oca, de S. Paulo; kaolim-- bruto e prepa- rado, de Vassouras ; carvão de"pedra de Butiá (Rio Grande do Sul) o de Santa Catharina e mármore do Espirito Santo e Minas Geraes. .. ;-.; Ao^fundo achasG a.exposição de fibras barbantlnas numa profusão que paten- teia a nossa riqueza toxtil. 6264- a 378 SOCIEDADE NACIONAL, DE AGRICULTURA Esta exposição d devida ao operoso propagandista Sr. Augusto Crimbraia, a qual tem attrahido a attenção geral pelo bello aspecto quo apresenta. Illustramos esta noticia com a presente gr;wura que mostra precisamente uma secção da valiosa collecção do Sr. Cambraia, a quem concitamos a continuar perse- verante na útil propaganda que desde ha ânuos vem sustentando em prol das numerosas fibras do nosso paiz. Os productos do norte, como sejam: carne do sol ou de vento, pirarucu, doces, cocos, fructas seccas e outros, occupam logar á parte. Por occasião da abertura iniciou o Sr. Dr. Passos de Miranda, illustre depu- tadojpelo Pará, uma serie de conferencias sobre os recursos da vastíssima zona norte do paiz. A LAVOURA 379 Expõe as difflculdadoa que existem no norte motivadas pela terrível secca, pintando o quadro com as suas verdadeiras cores. Fez longas referencias a este assumpto, revelando critério e competência, sando por isso muito applaudido. Ainda nessa sessão inaugural o Sr. Dr. Lima Mindollo, também professor da Academia de Comraeroio, oxpoz a maneira pratica como lecciona geographia para a classe commercial. Cora vida bastante útil vae o museu merecendo a admiração da Capital do Brazil, sondo muito justas as referencias que gostosamente agora podemos fazer a essa instituição. Extincçílo «le foi-migas — O Governo Municipal do Municipio de Alfredo Chaves: Decreta: Art. 1 .« Todos os proprietários ou locatários de terrenos situados dentro do perímetro deste município são obrigados A, extincção de formigas de seus respe- ctivos domicílios. § I.° A contar da data da promulgação desta lei ftci concedido o prazo de seis mezes para a extinção de formigas « Saúvas » dos terrenos cultivados e o de um anno para os terrenos incultos. §2.0 Ao infractor a multa de 20$ a na reincidência, decorridos 90 dias do prazo estipulado, a de 50$(i00. § 3.» Seguindo-se a revelia, o Governo Municipal deste municipio providen- ciará de conformidade com o espirito desta lei, correndo as despezas por conta de quem do dirL-ito e cobrando-se pelos processos já estabelecidos. Art. 2.» Revogamse as disposições em contrario. Rio Grande do Sul, Paço do Governo Municipal do Alfredo Chaves, em 5 de abril de 1907.— Eu, Francisco António Esteves, secretario, o escrevi.— /ose Togueri, presidente.— João Merrighe.—Guido von Doei iinger.— João Fortunato Piovezan. — Angelo Fravaç/Ua. I*i'oclucçrto vinícola na, F£epul>lica A.ng.'entiiia — Os jornaes argentinos calculam a safra vinícola da província de Mendoza para este anno em 200.000.000 de litros ou 28.000.0J0 de litros mais do que o anno passado. Exportação dos vinhos cio Rio Orande tio Snl — Du- rante o anno de 190 ') o Rio Grande e.xportou cerca de 3.000.000 de litros de vinho para: Rio de Janeiro 1.930.000 Santos 673.000 Bahia 206.000 Total 3.000.000 S. Ir*auIo no estrang'eix'o — La Ha<:ienda do mez de agosto ultimo traz elogiosas e justas referencias á Sociedade Paulista de Agricultura e ao Dr. Carlos Botelho. Illustra sua paginas com bellas photographias das princípaes fazendas paulistas e especialmente das do Dr. Carlos Botelho, cuja acção constiluya una leccion ohjetiva para todos y cada uno de los lectores de esta revista, aíBrma La Hacienda. SOCIEDADE NAeiONAL DE AGRICULTURA O Bi-azil di:*pen.8a, o xai^que platino — Graças ás medidis de protecção o Braz,il vai conseguido omancipar-se dos mercados platines para o fornecimento da cume seccn de que caroço para seu sustento. Domonstram-no eloquentemente os algarismos aqui expostos: No quinquennio de 1897—1901 : Cabeças Matança argentina 1.500.000 » uruguaya 2.800.000 » brazileira 1.600.000 No quinquennio 1902—1906 : Matança argentina 1.033.000 » urugnaya • 2.77S.000 » brazileira 2.446.000 Nos mezos de janeiro a 31 de maio de 1907: Matança argentina 148.000 » uruguayi 482.000 » brazileira 078.000 -SSS&^€€€«- PARTE COMMERCIAL lMiporta,çâ,o cie g-ener-os cstrang^eiros polo porto cio Ptio cie Jancií-o, clux'aute o mcis de ag-osto de lííOT' GÉNEROS IMPORTADOS QUANTIDADE PREÇOS Agua-raz 1.630 caixas 11^ o kilo Alfafa 3.090 fardos 160$ a 170§ o kilo Alcatrão 30 barris 55$ o barril Arroz 6 -^00 saccos ^ ^^^^^^ ^ ^^^ ° estrangeiro ^^^'^^ °-~"^ ^^""^o^ [ 28| » 30$ » nacional Azeite 4.269 caixas 1$500 » 2$ o kilo Bacalhau 5.555 » 42$ a 43$ a c. de Noruega Batatas 32.451 » Banha americana. .... 3.SÕ0 barris $680 a $700 a libra ! 110 caixas $140 o kilo Breu 200 barricas 28$500 o claro ' ã7$ » escuro , R. Grande, systema platino Carne so.ca do Rio da Prata j 26.872 fardos j «^^fO a $680 o kilo Rio da Prata, $600 a $740 ^ Manta, $640 a $820 A LAVOURA Carvão de pcdi-a 46.3i4 toneladas Cebolas 3.336 caixas e âO. Cimento ( 59.366 barricas Cilada índia 144 caixas í 735 saccoa E'-^"^'^^ ■ V 1.766 => [«'arinlia do ti-igo. Genebra 200 caixas 36 pipas Gordura | 12 bordalezas ' 330 quartolas Keroscne 19.000 caixas Ladrilhos 187. 2:0 Manteiga 3.440 caixas » Doraajny, Isigny . Latas sortidas » Brétol Fréres. . , » » » Lepelletier ... » » » Modesto Gallone . . » » » Esbensem .... >' » > E. Brum . . . , » » » Outras marcas . . » » » Nacional, Minas. . » » » » do Sul. . » » Massas 117 caix<ãs Oleo de linhaça 47(; » Passas SO » Pinho sueco 19.408 peças Pinho resina 581,359 pés Pinho americano, . , , . 194.197 » 000 kilogrammas / AUemão \2<, a barrica Leãj S. Iõ$õ00 » » Águia preta 12$ » » Cruz vermelha 12!j » Cathedral 12$ a » Pyramide 14:^' » » Leão Azul ll$50O » » Outras marcas n$500 a 12$ ( 5$800 » 10$ verde ( 5$800 » 9$ preto $620 a $660 o kilo 22$ » 23§ o sacco / Americana ?6$ R. dl Prata, P25$500 1» » » E^gi^õOO » » » 3» 21$ a 22$ Moinho Inglez: , Nacional ã4.$500 I Brasileira 23$ a 24$õ00 Buda nacional 20$ Moinho Fluminense: S, Leopoldo 24$ a 25$ i O. O. 23$ a 24$ 34$ » 35$ a caixa ) Xominaes 7|800 a 8$õ00 a caixa 130$ por milheiro 2$500 a 2$520 a lata _ 2.$250 » 2$880 » » 2$400 » 2$420 » » 1$900 » 1$950 » » 2$550 » 2$(i00 » » 2$550 » 2$600 » > '1$850 j. 2$ > » 3$ > 3$400 5> » ■ •2$200 >> 2.$600 » » $900 » $940 o kilo Preços nomiuaes 80$ » dúzia 90$ ■ » 92$ a dúzia $280 por pé 382 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Presuntos ã88 caixas 2$ a 2.$200 a libra Sal 1.967.713 kilos I$800 > 2$ 40 litros Telhas 867.700 260$ o milheiro Toucinho 11 volumes $900 a 1$260 o kilo Velas 122 caixas ^1$ , 26$500 a caixa I 4.635 pipas ! 24. 009 caixas 61 barris 742 bordalezas I 54 quartolas 03 preços commuas são : Collares tinto superior 360$ a 385$ Dito inferior 320$ > 340$ Virgem do Portn 320$ » 340$ Verde portuguez • . . . . 310$ » 330$ Lisboa tinto 300$ » 320$ Dito branco, 14 gráos Nominal Figueira tinto 325$ a 340$ Dito branco, mais de 14 gráos Nominal Dito maduro tinto » Hespanhol tinto 260$ a 270$ Dito branco -^90$ » 300$ Dito verde Não ha Nacional do Rio Grande cotuu-se de 100$ a 130$ por pipa. Cetfé RIO DE JANEIRO Venderam-se neste moz 263,000 saccas, contra 199.000 no anterior. Entraram 361.964, contra 301.305. A existência em 31 de agosto era dj 51 1 .648 saccas, contra 583.9(39 ; em 15 de setembro era de 486.439 saccos, contra 51 1 .648. Os extrem is das cotações foram : 1" quinzena : POa ARROBA POR 10 RILOS Typo n, 6 5$300 a 5$600 3$608 a 3$813 » » 7 5$000 » 5$:i00 3$404 » 3$608 » » S 4$800 » 5$I00 3$288 > :^$472 » » 9 4$i;;00 » 4$900 3$ 132 » 3$336 2" quinzena : Typo n. 6 5$400 a 5$800 3$673 a 3$949 » » 7 5$100 » 5,sõ00 3$472 » 3s744 » » 8 4$900 » 5$300 3$336 » 3$608 » » 9 4$700 * 5$100 3$200 » 3$472 A LAVOURA As entradas foram as seguintes: 1» quinzena : Estrada de Ferro Central do Brazil . 131.697 8ACCÍ8 14.844 15.467 Barra dentro 16^.008 2» quinzena : Estrada de Fei-ro Central do Brazil . 63.19(; ■lOOAS Cabotagem 8.005 Barra dentro . 111.685 184.886 Total 486.194 Preços tio« g-eneros iio Rio 340$000 36 » 310$ » 3ã0$000 A-lg^odã-o em x*a,ma. Na primeira quinzena houve alguma procura deste género, sendo que, na segunda, começou c im preços muito firmes, declarando-se depois baixa pro- nunciada. 3S4 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA r quinzena : EKistoncia no dia 15 9.017 Entradas : Mossorò , . . 2.107 Ceará 1-000 Pernambuco. 800 Assil 300 Parahyba 20O Penedo 100 - 4.507 13.524 Sabidas dos trapiches fi.959 Existência no dia 31 ti. 565 Preços : Em fardos: Pernambuco . li$800 a 12$200 Rio Grande do Norte 1 l$20O » 12$000 Parahyba 1 1$400 » 1 1$700 Ceará ll!i;500 » n$700 Penedo 11$400 » 11^600 Sergipe 11$000 > 11^400 2» quinzena : Existência no dia 31 de agosto 6.565 Entradas : Mossoró (5.099 Ceará 3.000 Natal 1 .000 Parahyba 400 Assú 400 Sergipe 250 Maceió 300 10.349 Sabidas dos trapiches 16.914 4.307 Existência no dia 16 12.607 Preços : Pernambuco 11 $800 a 12$000 Rio Grande do Norto 11$200 » II$S00 Parahyba 11$400 » 11$700 Ceará 11$500 » ll.§400 Penedo n$400 > 11$700 Sergipe 11$000 > 11S400 A LAVOURA 33-3 Assucar Houve durante o mez negocio nos crystaes brancos, não obstante os preços conservarem-so inalterável: Entradas 9.!. 773 Sabidas 65.787 1^ quinzena : Os preços regularam como se seguem: Por kilogrammas : Pernambuco : Branco usina $540 a $560 Ditoerystal $580 » $590 Dito S"' sorte $500 > $530 Crystal amarello $490 » $520 Mascavo bom $330 » $340 Dito regular — $320 Dito baixo — $300 Campos : Branco crystal $590 a $600 Crystal amarello $500 $530 Mascavinho $480 » $510 Sergipe : Mascavo bom $320 a $340 Dito regular — >. $315 Dito baixo — s $300 2^ quinzena : Os preços regularam como se segue : Pernambuco : Branco Usina $500 a $520 Somenos $490 » $510 Crystal amarello $500 » $540 Mascavo bom $320 » $340 Dito regular $300 » $310 Dito baixo $300 » $310 Campos : Branco crystal $540 a $560 Crystal amarello $490 » $520 Mascavinho $480 » $520 Sergipe : Mascavo bom $320 a $330 Dito regular — $300 Dito baixo — $300 626Í - 7 - SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Oci-enes No mez regularam os preços seguintes : Em saccos : Feijão proto do Porto Ale^Te, novo, . . . 19$000 a SO.-pOOO Dito velho . , — — Dito idem de Santa Catharina 17$500 » 18$000 Dito do Paraná 17$500 » 18$000 Dito mulatinho — 20$000 Dito manteiga - ia|O0O Dito enxofre — 16.f000 Dito de cores, nacional 12|000 a 16.$0C0 Dito branco, estrangeiro 22$000 » 23$000 Dito amenioim, idem 22$000 » 23*000 Farinha de mandioca, cápo:ial 8|500 » 9$000 Dita idem, fina 8$000 » 8$500 Dita idem, peneirada "$500 s> 8$000 Dita idem, do Norte — — Dita idem, grossa, Laguna — 6$.j00 Dita idem, idem. Porto Alegro — — Arroz nacional 25$000 a 30$000 » inferior 18|000 » 22|000 Milho amarello do Norte Não La Dito idem da terra "$000 a 7$500 Dito branco idem — G$500 Amendoim em casca 6$600 i« 7$000 Cangica 12$000 » I5$000 Favas 12$000 f 13$000 Em kilogrammas : Alpisti $360 a $400 Batatas iiacionaes Nominal Ditas estrangeiras » Fubá de milho $120 a $200 Matte em folha $400 » $600 Tapioca $220 » $300 Polvilho $220 P $240 Carne do porco $8G0 » $880 Linguas do Rio Grande (uma) 1$000 » 1$500 Fumo em rolo Ainda neste miz os preços continuaram inalterados havendo, porém, v( regulares. Em kilogrammas: De Minas, especial 1$400 ?> .-» superior 1$200 » > 2» $900 » » ordinário $700 A LAVOURA 387 Goyano superior 2$400 > 2» 1$700 > baixo Nominal Rio Novo, superior 2$400 » » 2» 1$700 » » baixo 1$300 Pomba superior 1$600 » 2» 1$200 » baiso Nominal Carangola 1$400 Picú, especial 2Í80Í » 1» 2$000 » a» i.§200 Bahia 1$100 Pernambuco $S00 Sal Entraram 6.959 2ô7 liilogrammas por cabotagem Jo nacioial que se negociou de 1$800 a 2^,000 por 40 litros. IVJEercatlo inouetai^ío CAIXA DR CONVERS\0 A existência de ouro durante o mez nx Caixa de Conversão era a se- guinte: 1* quinzena : Libras esterlinas 5,734.753 Francos I0.5S2.130 Marcos 470 DoUars 20 Liras 3.380 Pesos argentinos 1.275 Pesetas liespanholas 40 Ouro nacional 65:469$ 2» quinzena : Libras esterlinas 5.738.771 Francos 10.582.050 Marcos 140 Liras 3.400 Pesos argentinos 1.275 Pesetas hespanholas 40 Ouro nacional 70:710$ A importância das notas conversiveis era em circulação na primeira quin- zena 98.918: IBOsOOO e na segunda quinzena 98.628:850$000. SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA CAMBIO Nos dois primeiros dias da primeira quinzena, os extremos das t:\xas offloiaes foram de 13 Vi8 a 15 "3, d. sendo os negócios eITectuados em letras bancarias de 15 V32 a 15 Vsz d. e em outro papel a 15 Vs.' e 15 '"/«i d. Em 19 os extremos offlciaes passaram a ser a 15 ' 'g a 15 ', n d. aos quaes sac- caram os bancos contra outro papel de 15 V32 ^ 15 '/^ d.. Essas taxas conser- varam-se ati; o dia 30, quando foram modiflcadas paia 15 '/j, a 1573, d. os extremos offlciaes, realizando-se os negócios em letras bancai-ias a 15 '/ig o 15 7^2 d. eem outro papel de 15 V^a 15 V^ d.. - Na segunda quinzena as transacções foram pequenas e effectuadas em letras bancarias de 15 732 ^ 15 7:;2 d. e em outro papel de 15 73; * '5 % d. . Os extremos das cotações offlciaes foram durante o mez : Londres 90 d/v 15 1/8 a 15 9/32 d. Paris 90 d/v $625 j> $633 Hamburgo 90 d/ v $771 í $779 Portugal 3 d/v 348 » 356 % Itália 3 d/v $635 ^ $643 Nova- York, á vista 3|288 > 3$310 Vales, ouro 1$793 — O valor offlcial de mil réis foi do 560 a 566 réis, ouro, e o da libra de 15$706 a 15$8G8, Ágio do ouro de 77,41 a 78,51 % . ^^^^•^€«€€- BIBLIOGRAPHIA A Bibliotheca da Sociedade Nacional de Agricultura recebeu durante o mez de Agosto próximo findo as seguintes publicações : The Live Slock Journal, de Cliicago.— Vol. 46, n. 3. índia Rubber World. — Vol. XXXVI, n. 5. The Louisiana Planter. — Vol. XXXIX, ns. 1 a 4. The American Sugar Induslry and Beel Sugar Gazettc, de Chicago. — Vol. IX, ns. 13 6 14. Dun' s International Review. — Ns. de julho e agosto do corrente anno. The Southern Planter, de Richraond.— Vol. 68, ns. 7 e 8. Revista Comercial Americana, do Nova Orleans. — Anno 1", vol. 10, n. 15. Monlhly Bulletin of the International Bureau of the American Republics. — Vol. 24, n. 6. Experiment Station Reconl, do U. S. Department of Agriculture (Wash- ington).—Vol. XVIIl, n. 10. New Jersey AgricuUural Experiment Station.— Boletins ns. 203 e 204. A LAVOURA 38Ç) The BuUetin of the Norlh Carolina Department of AgricuUure. — \ol. 23, ns. õ e 6. Experiment Station of the A'iricuUnral College of Utah. — Boletim n. 97. Bidlelin of Miscellaneous Informations (Roya,l Botanic GardeDS, Kew). — Ns. 6 e 7, 1907. The AgricuUural Journal of lhe Cape of Good Hope.—Voh XXX, n. 6e vol. XXXI, n. i. Journal of the Department of AgricuUure (Wostera Austrália). — Vol. XV, part. 5. AgricuUural News , áe Barbados.— Vol. VI, ns. 134 e 135. Journal d' AgricuUure Tropicale , de Paris.— Anno 8°, n. 73. La Quiniaine Coloniale, — Anno 11°, n. 14. BuUetin de la Société Vigneronne . — N. 97. BuUetin de la Socicté des Viliculteurs de France et d'Ampelographie. — 19° anno, n. 7. Le Brésil. —27" anno, ns. 1175 a 1177. Le Courrier du Brésil. — 2° anno, ns. 42 e 43. BuUetin de la Société des Agriculteurs de France.— Hs. de 15 de julho e de 27 de agosto do corrente, LeMusêe Social. — N. 8. VApiculteur. — 51» anno, n. 8. La France Coloniale. — 11» anno, n. 15. BuUetin du Syndicat Central des Agriculteurs de Prance. — 20» anno, ns, 482 8 483. La Revue Avicole. — 17» anno, ns. 13 e 14. Rivistadi Agricoltura, de Parma. —Anno XIII, ns. 29 a 31. Giornale d'Ippologia, de Pisa.— Anno XX, ns. 14 e 15. Der Tropenpfíanzer, de Berlim. — 11° anno, n. 6. Boletin de la Camará Agrícola de Tortosa.— Anno XVI, n. 180. L'Art dei Pagés, de Barcelona.— Anno XXXI, ns. 843 e 844. Boletim da Real Associação Central da Agricultura Portuguesa. — Vol. IX, n. 5. Revista Agronómica, de Lisboa. — Vol. V, n. 5. Portugal Agricola. — 18° anno, ns. 14 e 15. Revista de Chimica Pura e Applicada, do Porto. — 3» anno, n. 7. BuUetin de la Société des Médecins et Naturalistes de Jassy.— Anno XXI, ns. 5 0(3. Observatoire Magnétique, Mctcorologique et Sismologique cie Zi-za-xcei (China).— Tomo XXX. Anales dela Sociedad Rural Argentina. — Anno XLt, voI. LI. Revista Vitivinícola Argentina, da Mendoza. — Anno IV, ns. 14 e 15. Revista Mensual de la Cantara Mercantil, de Avellaneda. — Anno VII, n. 80. Revista de la Asociacion Rural dei Uruguag. — Anno XXXVl, n. 13. Anales de la Asociacion de Ganar/eros, de Montevideo. — Anno 2», n. 24. Boletin de la Sociedad Nacional de Agricultura, Ae Santiago — Vol. XXXVIII, n. 7. SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Boletin de la Sociedad de Fomento Fabril, de Santiago. — An no XXIV n. 7. Boletin de la Sociedad Agrícola dei Sur, de Concepcióa (Chile). — Vol. VII, n. 7. Bolelin Agricola dei Ministério de Colonizaciòn y Agricultura, de La Paz. — Anno IH, n. 20. Revista Nacional de Agricultura, de Bogotá. — Tomo 2°, aaao 11, n. 3. Revista dei Ministério de Obras Publicas y Fomento, de Bogotá. — Anno 11, tomo II, n. 4. Guayaquil Artistico. — Anno VII, n.. 136. Boletin de la Sociedad Agricola Mea:icana.— Tomo XXXI, ns. 22 a 27. Boletim do Comité Central dos Syndicalos Agrícolas dos Esladoi Assucareiros , — Anno II, ns. 15, 16 e 17. Jornal dos Agricultores . — Anno VII, ns. 14 e 15. O Economista Brazileiro.— Vol. II, ns. 12 e 17, Revista Commercial e Financeira . Braxílian Review. EHoile du Sud. Estatística Demográpho-Sanitaria.— Boletins mensaes e hebdomadarios. Boletim da Associação Commercial do Rio de Janeiro. — Anno IV, ns. 31 a 34. Chambre de Commerce Française de Rio de Janeiro. — 7° anno, n, 81 . Boletim da Propriedade Industrial. — Anno I, n. 7. Boletim Semestral, da Repartição da Carta Maritiraa. — N. 16, O Criador Paulista. — Anno II, n, 18. Boletim da Agricultura, do Estado de S. Paulo.— 8» série, n. 6. Boletim da Associação Commercial de Santos. Míssager de São Paulo. Bollellino delia Camera Italiana di Commercio ed Arti in São Paulo.— Aaao VI, n. 44. Revista Agricola do Rio Grande do Sul.— Aaao IX, ns. 4 e 5, Boletim, da Directoria de Agricultura, Viação, Industria e Obras Publicas do Estado da Bahia.— Anno V, vol. IX, n. V. Revista Agricola, de Aracaju. — Anno III, n. 61, Boletim, da União dos Syndicatos Agrícolas de Pernambuco. — Anno I, n. 6, Annaes da Bibliotheca e Archivo Publico do Pará. — Tomo quinto. Diários, periódicos diversos da Capital e dos Estados, etc. Memoria elevada ai Superior Gobierno por la Comisiôn Central de E.ctinciôn de la Langosta.— Montevideo, 1907. O Conunercio de Café no Exterior.— Numa Pereira do Valle. — S. Paulo, 1907. Discursos e projectos sobre educação agricola na Camará dos Deputados pelo Dr. Victor Ferreira do Amaral. Petição ã Camará Federal para uma estrada de ferro de Porto Alegre a S. Paulo por Argemiro da Silveira.— S. Paulo, 1907. Município de /ommVZe (Notas ligeiras) por Crispim Mira. — Joinville, 1907. A LAVOURA :»I EdatUtica Agrícola e Zootechnica, âos Unuioipios áQ : S. João da Boa Vista, Araraquira, Guarelij\ Mocóca e Pitanguairas no anno agricjla áj 1901 a 1905. RílaloHo n. 31 da Directoria da Companhia Mogyana. Relatório da Associação Commarcial de Santos, — Annos de 19J5 o 1906. Catálogos : F. Upton & Corap. (catalogo C). tia Secretaria da Ag^riciiltux-a do Estado de São I*aiilo O operoso o honrado Dr. Carlos Botelho, D. D. Ministro da Agricultura do Estado do S. Paulo, acaba de api-esentar ao Sr. Dr. Jorge Tibinçí o relatório dos trabalhos realisados pela sua repartição, durante o anuo próximo findo de 1903. E' um bello trabalho concentrado om tresentas e tantas paginas, em que se amontoam muitos algarismos e dados positivos, sobre.: Ensino Profissional Agrícola, distribuição de mudas e sementes, publicação, estação agronómica, horto botânico, posto zootechnico, galeria de demonstração de macliinas, ser- viço meteorológico, exposição de animaes, estatística agricolx e zootechnica, importação de reproductores de raça, feiras e leilões de animaes, concursos de vaccas leiteiras, de coniuctores de machinas agrícolas, de exlincção de formigas, de photographos, cuisura de arroz, tjrras, iramigração e colonisação, viação ferrja e fluvial, obras publicas, etc, otc. O relatório do Dr. Carlos Botelho traz bailas e nítidas photographias, quadros estatísticos, tabeliãs, dados concernentes aocommercio do Estado. E'. em synthese, um valioso trabalho digno da mais larga divulgação. Ao Dr. Carlos Botellio e ao D. D. Pi-esiJente que o dístia!,'ue com o honi-oso posto que com tanto brilho occupa, apresent imos os nossos mais calorosos applau- sos, almejando que o exemplo de S. Paulo tenha decisiva e beauíica influencia sobre os demais Estados da Republica. Colonilíia E' o titulo de ura opúsculo ofifertado á Saciedade Nacional de Agricultura pelo Exm. Sr. General Raphael Uribe Uribe, illustrado e activo Ministro da Colômbia junto ao governo do nosso paíz. S. Ex., que acabi de ser promovido para posto de maior representação do que o que tinha aqui, concorreu efflcazmente para ainda mais estreitar os laços já apartados que unem o seu ao nosso paiz, tendo cooperado muito para o feliz oxito das negociações que entrelinhamos com seu governo. S. Ex. visitou vários Estados da Republica, observou o qua de interessante ha entre nós, escreveu bellos relatórios, fez confei-ensias, conviveu com o nosso publico com tanta frequência a binhomia, que jã se ia fazendo nosso. Ainda por extremo de gentileza quiz S. Ex. despelir-se do nosso paiz, percorrendo os 392 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Estados marítimos do Norte da Republica, terminando a sua excursão por Belém do Pará que visitou e cujas bellezas muito exaltou. Embora afastado do nós, esperamos que S. S. continuará sempre bom e constante amigo, trabalhando para, cada vez mais, harmonisar os interesses dos nosjos paizes e do continente americano em geral. Os nossos votos são pela felicidade pessoal de S. Ex, e largo porvir á rica e pittoresca Republica da Colômbia, sua pátria dilecta. Raças bovinas Recebemos e agradecemos este bello livro com o titulo acima, de bastante uti- lidade, o qual recommenJamos aos leitoros, que poderão reconhecel-o pela des- cripção em seguida, que a pedido transcrevemos ua própria lingua em que a obra foi confeccionada: Races Bovines, par P. Diffloth, 1 volume in-18 de 420 pages, avec 39 figures et 40 planches (Encijclopcdie Ayricole) Broche: 5 francs. Cartonné: 6 francs (Li- brairie J. B. Baillière et íils, 19, rue Hautefeuille, á Paris). Ce volume réunit les monograpliics di-^ il \.i '^ races bovines. M. Diffiotli s'est attaché, clans Tétude particulière de i.^ \,in.'. lonner toute rimportance néces- saire à la description des modes d'exiil..i i ,ii i^n ii liaque race, aux pratiques agri- coles, aux procedes d'élevage, aux iiielliMili :, il . iion qui résument le côté pratique et intéressant de toute exploitation zooteclmiqur. Letude des races est préccdée de notíons succintes d'anatomie réuaissant, sous le noni d'ExTÉRiEUB, les préceptes indis- pensables à la eompréiiension des caracteres de chaque type. Voici un ap >rçu des races étudiées. I. Race des Pays-Bas. Variétés de Durham, de la Frise, d'01denbourg, duSchleswig, danoises, flamandes, ardennaises. H. Race germanique. Variétés normandes. III. Race irlandaise. Variétés bretonnes et jersiaises. IV. Race des Alpes. Variétés suiss /s, ta- reutaises, wurtembergeoises, tyroliennes, italit-nnes. V. Race d Aquitaine. VI. Race des fcythes, Ecosse, Angleterr.', Norvège, Russie, Asie Mineure. VII. Race vendéenne. VIU. Race auvergnate. IX. Race jurassique. Variétés du Simmenthal, du Charolais, d'AlIeinagne, d'Autriche. X. Race ibérique. Variétés landaises, siciliennes, espagnoles, portugaises, algériennes et tunisiennes. XI. Ra.c- nsintique. Variétés russes, autri- chiennes, roumames, bulgareg, italiennes. XII. Hm m; .lis'. Ce volume tait partie de r^Mcj/cíojitóie ^(/r/' I m^ la dirpction de M. Wéry et sous le patronage de M. Reunard, directeui- ; ii;i (^ronoiíiique. Le succés de cette collection dont tous les volumes ont étrocun : n [ ,u l.i Société nationale d'Agri- culture de France, s'affirme chaque jour plus t;raiiil. «Ce nesontpas, dit M. Regnard, de simples Maiiuels, des Formulaires irraisonnés (jue nous olirons aux cultivateurs : ce sont de b reis Traités, dans lesquels les résultats incontestables sont mis en évidence, à côté des bases scientiflques qui ont permis de les assurer. Je conseille la lecture de ces volumes a nos anciens éléves, qui y trouveront la trace de leur premiére éducation agricole. Je la conseille aussi à leurs jeunes camarades actueis, qui trouveront là, condensées en un court espace, bien des notions qui pourront leur servir dans leurs études. J'imagine que les éléves de nos.écoles nationales d'Agri- culture pourront y trouver quelque prout et que ceux des Écoles pratiques devront aussi les consulter utilement. EnIJn c'est au grand public agricole, aux cultivateurs, que je les offre avec con- fianee. lis verront, aprés los avoir parcourus, que rcnsaignement supérieur agronomique n'est pas exclusil' de tout esprit pratique.» 6264 — Rio de Janeiro —Imprensa Nacional EST^ft^T UTOS CAPITULO II nos SÓCIOS Art. 8." A sociedade admittc as seg-uintes categ-orias do s(Jcios : Sócios eflectivos, correspondentes, honorários, beneméritos e associados " § i.° Serão sócios effcctivos todas as pessoas residentes no paiz que forem devidamente propostas e contribuírem com a jóia de i5$e a annuidade de 2o$ooo. § 2.° Serão sócios correspondentes as pessoas ou associações, com residência ou sede no estranircií-o, que forem ascoliiidas pela Directoria, em reconhecimento dos seus méritos e dos serviços que possam ou queiram prestar á sociedade. S 3.° Serão sócios lionorarios e benonieritos as pesso:Ls que, por sua dedicação e relevantes ser\'i."-, -■ i.'nh,i:ii bunal'' Imi ■iii.'i ib >- ,1 lavoura. § 4.° SeiM" .1 ' : ' .- r - , 1:, : r niiicíal e as associações ag^ricolas, filiadas ou coiik^i 1 , ! ; , |i;. _ ';r, I li Mii 11 1,1 ,; y I ! . Ic ;,mÍ c a annuidade de 5o$ooo. S 5.° Os soLio.s cílctliwi.-, c , de preferencia para as Repu- blicas do Rio da Prata . Os ventos dominantes são provinientes do Oceano e sempre satu- rados de humidade, acarretando grande provisão de hydrometeoros. A coUimna pluviometrica eleva-se bastante na zona do litoral, sendo a altura média normal em um anno de 2ii9i"/"i em média de 156 A LAVOURA dias de chuva, na cidade de Santos e de lGr)3 'Vm em 1G3 dias chuvosos em Iguape. A evaporação annual é para Santos de 753,3 "'A e para Iguape de 709,i'Vm. A pressão barométrica a O» oscilla entre 7G2,0 "Vm e 761,8 '"/.„ e o psychrometro accusa a variação da tensão do vapor entre 14,9 °'/m e 1G,2 ■"/„„ a humidade relativa oscillando entre 7G «/o e 81 o/o normalmente, durante um anno. A zona do Alto da Serra apresenta condições climatológicas in- teiramente diversas do Litoral. A temperatura cáe bastante e na altitude de 800 metros, cota da Estação da S. Paulo Railway, a temperatura média observada du- rante seis annoséde IS^centg. As escarpas da Serra, a poucos kilo- mctros do mar, elevam-se a cerca de 1000 metros determinando uma queda de temperatura de 5.» centg. na corrente aéroa vinda do oceano e produzindo grande condensação de vapor d'agua, dando lugar as fre- quentes e copiosas chuvas, que caem nesta zona . A nebulosidade é máxima no alto da Serra e raros são os dias inteiramente claros que ahi se notam. As cimvas miúdas reinam frequentemente, a:^ geadas e as chuvas de pedra flagellam quasi todos os terrenos desta zona. Nos pontos mais elevados, tem-se ol)servado a queda de neve princi- palmente no alto Cutia. As chuvas são copiosas e em media do 30 annos a columna pluviometrica é de 357G m/m. A vegetação é exhuberante e toda a encosta oriental da Serra do Mar é coberta de pujantes florestas, encerrando immensas espécies da nossa rifiuissima flora. A exploração de madeiras é feita nesta zona com bastante desenvolvimento, principalmente as destinadas a mar- cenaria econstrucção. A zona do interior comprehende a região mais rica do Estado de S. Paulo. E' nella que está situada a Capital e onde a prin- cipal riqueza do Estado, a lavoura cafeeiro, tem o seu grande domínio. O clima desta zona presta-se admiravelmente a cultura da ru- biacea além de outras que já têm considerável desenvolvimento no Estado de S. Paulo. A evaporação torna-se cada vez maior á medida que se caminha para o interior do Estado, e ao mesmo tempo que a columna pluvio- metrica decresce o numero de dias chuvosos diminue. A pressão baro- métrica, conforme observações feitas nos postos meteorológicos insta- lados em varias cidades do Interior, soffre pequenas oscillações nas médias annuaes normaes. permanecendo em média, para todo o Estado, superior a 7G2 "Vm- As fazendas de café, estão quasi todas situadas na altitude média de GUO metros, prestando«se perfeitamente bem ao estabe- lecimento de europeus, pela amenidade do clima, suave e secco, da 395 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA região. Os ventos tcmposUiosos do Oceo no chegam ao interior muito enfraquecitlos, sem causarem grandes prejuízos ás lavouras, pela si- tuação e orientação das serras e o relevo do solo que lhes diminuem a intensidade. As geadas que algumas vezes nos invernos rigorosos assolam esta região, causando em geral pequenos damnos, e os gra- nizos são raros, e poucas vezes, notam-se os grandes estragos que taes phenomenos meteorológicos, causam as plantações. Os ventos dos quadrantes S. E. e N. E. trazem sempre as baixas temperaturas e as altas pressões. Na Capital, a temperatura média annual é de 18° 2 centg., islo é, pouco mais elevada que a de Buenos' Ayres, cuja temperatura média annual é de 17° 2 centg. e a de Monte- video que é de 16" 4. O Estado do S. Paulo está incluído na zona das chuvas estioaas, notando-se a maior columna pluviometrica no verão e grandes preci- pitações nos mezes de março, outubro, e novembro, sendo na estação invernosa o tempo claro e secco e as chuvas mínimas. O interior do Estado, onde como já dissemos, desenvolve-se bastante a cultura do café, presta-se excellentemonte a varias culturas desenvolvendo-sc já consideravelmente os cereaes, os tubérculos, as forragens diversas e a industria pastoril. Em varias cidades do interior estãi) installados postos meteoroló- gicos permittíndo bem avaliar as condições climatéricas de uma das mais ricas zonas do Brazil e onde residem estrangeiros, na maioria tra- balhadores, procedentes da Itália e Áustria, gosando sempre boa saúde em virtude da excellencia do clima extremamente apto ao europêo. Em S, Carlos do Pinhal, um dos ricos e prósperos municípios desta zona, a pressão normal em média annual a 0° centg. ó de 693 "V e a normalisada de 761 "'/..i. A temperatura no mez mais quente eleva-se a 33° centg. sendo porém a média em janeiro de 21° e em julho, que é o mez mais frio, oscilla entre 17° e 18'^ Celsius. A altura total da chuva é de 1301 '"/m e a da evaporação 966 '"/m sendo este um dos climas mais seccos do Estado. E' notável o decre- mento da humidade a medida que se avança para o interior, re- gistrando os postos installados em todo o Estado climas differindo pouco na temperatura e pressão e relativamente mais seccos, salien- tando-se entre outras a cidade de S. Carlos, como possuindo um clima secco e saudável. Resumindo os dados abaixo observados nos postos meteorológicos do Estado e outros do estrangeiro, poderemos salientar a approximação do clima de S. Paulo e de algumas localidades reconhecidamente salubres pelas suas condições climatéricas, sendo mesmo muito mais ameno e regular que o de outras cidades, quer da Europa, da America ou da Africa. A LAVOURA Lucali.laln Mé.lia aiin Santa Cruz (.Tenerife) 21", Q Algei- = . . . . 18,1 Palermo 17,9 Corfii 17,2 Montevideo 10,4 Paris 10,8 Madi'id 13,5 S. Francisco 12,7 Vicnna 9,7 Cairo 21,2 Iijuape 21,7 S. Carlos 19,6 Cascata 16,3 Cíi/ilia 18,2 Alto da Sej-ra 18,0 Bragança 19,4 Ytú 20,5 Madeira 18,6 Malta;" 19,0 Syraciisa 18,2 Buenos-Ayres 17,2 Ronaa 15,5 Londres 9,5 Nova-Orleans 19,8 Captown 10,7 Toldo 13,6 Santos 21,8 S. Paulo 18,2 S. Roque 17, i Apiahij 18,3 Araras 19,4 Campinas 19,0 Botacatâ 19,2 média nos mezes mais quentes e mais frios ó a seguinte Poit s Mez móis Mez mais quente Trio Sanla Cruz (Tenerife) 25,4 17,6 Madeira 22,7 15,9 Palermo 25,4 11,0 Corfú 26,3 10,2 Madrid 24,5 4,9 303 SOr;lEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Me'. aiaU y.c:. innis rostos .iiu-nto irio Nova Orieans 2G,0 12,7 Monlevidóo 21,r, 11,5 Cascata 18,4 12, S Cu/lha 20,0 13,7 Araras 21,2 15,0 S. Carlos do Pinhal 21,0 17,8 Alger 25,0 12,1 Malla 26,2 13,0 Syraeiísa 2'>,5 11,1 Roma 2'),0 7,3 Paris 18,7 1,9 Buenos-Ayros 24,3 10,4 S. Roque 22,8 11,G Apiahtj 10,9 14,2 S. Paulo 21,4 14,4 Alto da Serra i8,G 14,2 Santos 2i-,7 18,6 fguape 2i,5 18,6 Vemos, portanto, que as cidades cujas temperaturas médias mais se approximam da média da cidade de S. Paulo, s5o : Palermo e Syracusa e que a temperatura de Madeira, cujo clima é por excel- lencia temperado, é mais elevada que a temperatura de S. Paulo, muito se approximando da de Campinas. A salubridade em S. Paulo é relativamente boa, graças não só à ])3nignidade de clima como às oljras da saneamento emprehendidas, que têm resguardado o Estado das moléstias infecto-contagiosas. O quadro abaixo permitte comparar o coefficienle de mortalidade por 1.000 habitantes e por anno entre algumas cidades de S. Paulo e do estrangeiro em 1905 : Londres 15,6 Nova York 18,3 Vionna 19,3 Buenos-Ayres 15,9 Nápoles 25,2 Paris 17,6 Berlim 17,1 Budapost l'},2 Bruxellas li-,5 Madrid 28,0 Amsterdam 13,8 A LAVOURA Roma 2), 8 nubliii 21,2 Tiii-in 2i),l Génova 21,3 S. Paulo 18,'J Ribeirão Preto li;,5 Milão 21,3 Marselha 21, i Lisboa (190i) 23,1 Montevideo 14,1 Triestre 2-!,l Campinas 2í,í S. Carlos 14,3 Um rápido estudo comparativo dos dados acima mostra a excellencia do clima salubre e temperado de S. Paulo, a sua variação, conforme as zonas do Estado e as boas condições que offerece aos estrangeiros. Rio, setembro de 1907. F. T. DE Sou-ZA Reis, engenheiro civil. Xota — Dihlíographia: diversos trabalhos do serviço meteorológico de S. Paulo o Republica Argentina no século XX. A sericicultura co Brazil Ha pouco mais de vinte annos que se vem ensaiando entre nós a criação do bicho da seda. Ultimamente, porém, esses ensaios tendem a tomar maior intensidade, havendo cm Minas, Rio Grande e Santa Catharina modestos estabelecimentos em que se fabricam tecidos com seda produzida no paiz. No intuito de encorajar os temidos tentamens que se vão originando aqui e ali nos Estados acima referidos e quiçá em outros, o Congresso Nacional tem votado verbas destinadas a serem despendidas em prémios pelos sericicultores incepientes. As verbas consignadas no orçamento da despeza do Ministério da Viação não tiveram até hoje a devida applicação, por falta de regula- mentação. Essa lacuna acaba de ser sanada com a publicação do de- creto n. 6519, de 13 de junho de 1907, cujo teor é o que se segue : DECRETO N. Gõl9 — de 13 de junho de 1907 Approva as ins'racç">c3 para a execução do disposto no n. 1, alíneas a e b, do art. 35, da lei n. 1617, de 30 de dezembro de 190Ò O Presidente da Republica dos Estados Unidos do Brazil, usando da attribuição que lho confere o art. 48, n. 1 da Constituição Federal, resolve appi-ovar as Instrucções que com oste baixam, assignadas pelo Ministro da Industria, Viação e SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Obras Publicas, pira a oxecução do disposto no n. 1, alíneas a o b, do art. 35 da lei n. 1.G17, do 30 do dezembro de li)JO, referente á distribuição de prémios da animação aos soricicultores e ás du is primeiras fabricas que empregarem na fiação unicamente casulos de producção nacional. Rio do Janeiro, 13 do junho de 1907, 19' da Republica. Affonso Augusto Moreira Penna. Miguel Calmon du Pin e Almeida. Instrucções para a execução do disposto no n. 1, alinsas a e Tj do art. 35, da lei n. 1S17, de 30 de dezembro de 190S, a que se refere o decreto desta data Art. 1.° Nos termos do n. 1, clineas a e b, do art. 35, da lei n. 1017, de 30 de dezembro de 1000, o Governo distribuirá no corrente exercício, por intermédio do Ministério da Industria, Viação e Obras Publicas, prémios de animação aos serici- cultoros e ás duas primeiras fabricas que empregarem na fiação unicamente casulos de producção nacional. Art. S." Os prémios a que se refere o artigo anterior são destinados á pro- ducção de casulos, á cultura da amoreira e ao emprego exclusivo do casulos de producção nacional nas fabricas de fiação. Art. 3. «Para animar a producção de casulos é destinada a quantia do dez con- tos de réis {10:0õ!is),que será distribuída, à razão de mil réis(l$) por kilogramma, aos sericicultores que apresentarem casuIos obtidos no paiz, da sua própria cultura . Art. 4." Com o fim de incrementar a cultura da amoreira e consequente criação do bicho de seJa, são instituilus, com applicaçío ao3 maiores cultivadores, um premio de dous contos de réis (2:000$), um de um conto de réis (1:000$), e quatro de quinhimtos mil riíis (500$), aos quaes sá po lerão cjncorrer os sericicul- tores que tiverem, polo menos, dous mil p5s do amoreira, regularmente plantados e com mais de dous annos. Art. 5.» A concessão dos prémios do que trata o artigo anterior deve attender' não só ao numero de pôs de amoreira, como também ás condições das respectivas culturas, de modo a ser preferido, em igualdade de circumstancias, o sericicultor que adoptar melhores processos culturaos. Art. 6.° E' condição essencial à obtenção de qualquer dos prémios consigna- dos nos arts. 3° e 4° destas Instrucções, que o concorrente pratique a sericicul- tura como industria organizada e tenha nella empi-cgad-i, pelo monos, capital equivalente ao premio respectivo. Art. 7.0 Os concorrentes aos referidos prémios devem nessa conformidade requerer ao Ministério da Industria, Viação o Obras Publicas, juntando documento firmado pelo chefe do Executivo Municipal, attestando : a) sua qualidade de sericicultor ; b) situação c área de terreno cultivado, numero do pés de amoreira e idade da mesma cultura ; (■) capital empregado na industria soricicola, Paragraplio único. Havendo na localidada qualquer associação agrícola legal- mente constituída, o requerente deve apresentar attestado iientico, passado pela mesma associação, ficando ao Governo, em qualquer hypothese, o direito de inspe- cionar e colher informações por outro meio que lhe pareça conveniente. A LAVOURA 40i Art. s.» A's (luas primeií-as fabricas de fiação de soda que oiupregarem exclusivamente casulos do producção nacional, o Governo concoderá, repartida- mente, o premio do quarenta e cinco contos de réis (45:000$000). Art. 9,° Os proprietários de fabricas de fiação de seda que se considerarem com direito a osse premio, dovom solioital-o em requerimento ao Ministério da Industria, Viação e Obras Publicas, indicando a data da fundação do sua fabrica, o capital nella empregado, o consumo annual de casulos e sua pi-ocodoncia, além de outras informações relativas ao estado económico da industria. Paragpapho único. O capital empregado na industria devo ser, pelo menos, triplo, da importância do premio a quo so propuzer o fabricante. Art. 10. O Governo farã inspeccionar as fabricas a que se refere o art. 8», de modo a verificar si reúnem os requisitos do art. ',p, sondo condição indispensável, no caso, o consumo exclusivo do casulos do producção nacional. Art, II. Os prémios indicados nestas instrucções serão conferidos por um jury, composto de três membros, nomeados pelo Governo. Art. 12. O Governo promoverá exposições do productos sericicolas nesta Capital, nas quaes deverão tomar parte os sericicultores e os proprietários de fa- bricas de fiação de seda que houverem requírido os prémios dos arts. 3°, 4" e 8°, de- vendo ser eliminados do concurso aquoUes que o não tiverem feito de accordo cora as presentes instrucções ou não satisfizerem as exigências legaes. Paragrapho único. O ministro da Industria, Viação o Obras Publicas provi- denciará sobre o transporto nas estradas de ferro feJeraes e nos vapores das com- panhias da navegação subvencionadas, dos productos de quo tiverem de figurar no concurso estabelecido pelo art. 12. Art. 13. Encerrada a exposição, re inirse-â o jury quo, depo:s de estudar todos os documentos o informações apresentadas pelos concurrentos e os obtidos polo Go- verno, fará a classificação dos candidatos, designando o premio quo cabe a cada um. Art. 14. Ficam revogadas as disposições em contrario. Rio de Janeiro, 13 de junho de 1907 .—Miguel Calmon du\Pin e Almeida. Bicho da seda - Borboleta fêmea desovando 402 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Damos em seguida algumas notas solu-e o estabelecimento serici- cola existente na colónia Rodrigo Silva, em Bai-bacena. Esse modesto estaljelecimento foi crendo c está sendo criteriosa- mente dirigido pelo Sr. Amilcar Savassi, director do núcleo colonial Rodrigo Silva, £ ^w íf !>ii'Kos ou bicbo]da seda comendo folhas de amoreira. Os machinismos de desdobar, beneficiar e tecer seda suo moder- níssimos e foram escoliiidos, adquiridos e assentados pelo próprio Sr. Savassi, sob cuja immediata direcção funccionam. Até aqui conservavam-se os óvulos na camará de hibernação ins- tallada junto á Companhia de Lacticínios em Mantiqueira, de onde eram retirados para di.^^tribuição gratuita pelos agricultores e pessoas desejosas de ensaiar a cria do bicho da seda. Agora, porém, o Sr. Savassi está montando uma camará e estufa na própria sede do núcleo, para dalli distribuir óvulos e sirgos pelas pessoas que o solicitarem. A gravura exposta na capa mostra o conjuncto da machina de des- doliar casulos, empregando-se nesse mister o pessoal do próprio núcleo. Cada operário tem diante de si uma bacia de agua quente a vapor e o apparelho de desdol)ar. O Sr. Savassi, além de distribuir mudas de amoreira e óvulos do bicho da seda, compra também todos os casulos que se lhe trazem de diversos pontos do Estado, pagando-os por preço razoável. E' desnecessário declarar que tudo isso o Sr. Savassi o faz por de- terminação do governo de Minas, cujo actual supremo administrador muito se interessa pela implantação da sericicultura no prospero e adiantado Estado das alterosas montanhas. A' mente esclarecida do Dr. João Pinheiro não escapam as van- tagens de ordem económica e social que o seu Estado pôde conquistar A LAVOURA P3la divulgação da sericicultura pelas camadas populares, por isso nada recusa ao opercso Sr. Savassi, o quem enviamos os nossos applausos pelo muito que já tem conseguido. O Sr. Savassi cuida ainda da propaganda por meio de um periódico com o nome de « O Sericicultor», que se publica ha cerca de um anno e meio na própria colónia Rodrigo Silva. Na lei de orçamento para 1908 a Camará Municipal de Barbacena deu a verba de 1:003$ para a propaganda, dentro domunicipio, em favor da sericicultura. Algumas madeiras 2 diversos vsgetaes utsis do Brasil o BOTÂNICO FLORESTAL COM APPLICAÇÃO IMMI FAZUR PELA SOCIED.VDE NACIONAL DE AGRICD Monogrophia n. 1 — Amostra n. G9. família das SAPOTAGEAS Aleixo ? Synonimia — ? IIabitaçS.0 -■ E' commum na serra do Mar e sua fralda oriental, pelo menos desde S. Sebastião até Paranaguá. Prefere as terras seccas, silicosas ou argilosas, de qualidade regular. Descripção — Arvore feia e de pequena copa ; caule cylindrico e tortuoso, até Gm.OO de altura e 0"^, 40 de diâmetro ; cascas de còr parda, com fendas longitudinaes, exsudando latex pouco abundante. Madeira — Branca-crome, quando secca, talhe macio, apesar de revessa, marchetada no alburno e com manchas irregulares, de nuanças diversas (avermelliadas, esverdeadas e arroxeadas). Appligações — Somente a madeira, para obras internas e lenha. Variedades — Ha um vegetal de nome «Aleixorana», que não podemos ver ; nao asseveraremos, portanto, que seja variedade da espécie descripta. Observações — Nunca encontramos descripção alguma deste ve- getal, parecendo-nos que a nossa, aliás doficientissima, é a primeira. Monographia n. 2 — Amostra n. 88. família das BURSERACEAS AIniecogn Ix-aiica AMYRIS ELEMIFERÂ, L. Syxonimia : — Almácigo, dos hespanlioos — Alniecega-da-praia — Almecegueira, no Rio, Bahia c Ceará — Almecegueiro — Almece- SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA gueiro-manso, em Alagoas e Pernambuco — Almíscar ( allusão ao aroma da resina ) — Almeciga — Anime do Brasil (antes nome da resina) — Arará — Bois-des-Coc/ions, das Antilhas francezas (mais applicavel á guttifera Symphonia globunifera, L.) — Elemi, no Rio (antes nome da resina) — Elemi-do-Bra:;il, no Paraná (idem) — Guacamaijo e Gucharaco-hediondo (?!), no Alto Amazonas e America Central — Guapoi-aici, do Paraguay — Icica, Icicaríba, Ici-i c Igcijca, dos selvicolas — Incenso-branco, dos portuguezes (allusão á resina) — Incenso-brasileiro, (idem) — Tocamahaca, nas antilhas hesponholas e alguns paizes da America Cjntral (nome alli applicado a muitos outras resinas, especialmente das gutliferas) — Ubira-icica, Ubira- siqua e Yciv, dos selvicolas (a penúltima decerto erro de ouvido) — Yci-y, no Paraguay. Parte desta synonimia é de certo applicavel a outras Almecegueiras. Habitação — E' vegetal largamente espalhado por toda a America do Sul, Central e Antilhas, parecendo que a faixa littoral djS. Paulo é uma das regiões em que elle adquire maior desenvolvimento. No Brazil encontra-se nSo só naquelle Estado como em todos os outros e designadamente nos do Rio, Minas, Espirito Santo, Bahia, Alagoas, Pernambuco, Pará e Amazonas. Vive em terras seccas, silico-argilosas, de qualidade regular, Descripção — Arvore de caule recto, até 12«',00 de altura e 0™,G5 de diâmetro, elegante, muito frondosa, casca fina, aromática e resinosa, de epiderme bruna, com manchas ferrugineas ; folhas dispostas em pequenas palmas, geralmente cinco em cada raminho, sendo duas oppostas e três verticilladas, inteiras, pecioladas, rhombeas, acumi- nadas, mais ou menos 105 m/m de comprimento e iO m/m de largura, membranosas, verde-claras, nervura central saliente nas duas paginas e nervação bem visível também nas duas paginas. Madeira — Branca, não muito pesada, fibras lineares, dócil ao cepilho e á serra, assetinada. Applicações — A madeira serve para taboado de forro, ripas, vigas e pequenos obras internas. As cascas exsudam uma resina balsâmica, universalmente conhecida pelos nomes «Anime» e «Elemi», mas o povo, para usos therapeuticos, quer da resina, quer de outras partes do vegetal, dá preferencia, como já o faziam os Índios, á «Almecega- vermelha» (vide.) Variedades — Conhecemos, pela litteratura botânica, bastantes espécies e variedades, mas podemos informar que na grande curva da serra do Mar e sua fralda oriental, de Santos ao Apiahy (S. Paulo), só existem as duas que descrevemos sob as denominações locaes de «Almecega-ljranca» e «A. vermelha». ivAçõES ~ O nome «Almecega» pertence á resina que na A LAVOURA 405 Grécia e outros logares do Levante extrahem da terebintliacea «Pis- tacia lentiscus» e que além de precioso hemostalico é largamente em- pregado nas artes para o fabrico de vernizes. A semelhança da core aroma da resina das icicas brazileiras, com aquella, levou certamente os primeiros povoadores a dar-lhe o mesmo nome e os outros nomes communs e idênticos quo mencionamos acima. Nas Missões e no Paraguay, os padres jesuítas preparavam pílulas de resina de alinoceguoira e outro ingrediente, considerando-as remédio ulii para a cura de chagas internas, cálculos da bexiga, doenças pul- monares, das vias urinarias e intestinos. Parece que ainda hoje usam alli tal preparado, pelo menos na medicina domestica, Monographia n. .'1 — Amostra n. 142. família das burseraceas Aliiiecega vennelhn PROTIUM AROMATICUM, ENGL. SvNoxnnA — A mesma da espécie precedente, com exclusão de .\Imecega-da-praia, Almeceguelro-manso e Igcyca. Accrescentar : Alniacega — Alinacegão — Almecega-assú, — Almecega-de-cheiro — Almecega-oercladeira — Al/neccgueir-a-grande — Alinecegueiro-braoo — Almecegueiro-oermel/io, em klagoa^i — Balsainero, na Argentina, — Cucurucai ou Curucai, na Venezuela e outros paizes da America central — Icica-assá — Igtaigcica, dos selvicolas ( variação de Igcyca, para explicar que esta espécie produz resina mais abundante, compacta e lustrosa, que a precedentemente descripta ). Habitação — A mesma da espécie anterior, preferindo, porém, as terras argilosas, também de qualidade regular. Descripção — Arvore de caule recto, ató 12"\00 de altura e O™, "O do diâmetro ; ramos de epiderme branca-cinzentada, com as cicatrizes das folhas antigas ; casca ató 20 "/'" de espessura, avermelhada, fer- ruginea, sabor de tarebinthina exsudando abundantemente uma re- sina branca, de forte aroma, que endurece bastante e conserva sempre o mesma cor ; folhas compostas, imparipinnadas, persistentes ; fo- liolos repandos parto do apic:?, peciolados, ovaes, acuminados, mais ou menos S.j m/m de comprimento e 11 m/m de largura, coriaceos, nervação bem visível ú transparência, aromáticos quando esmagados. MADEmA — Vermolho-claro, uniforme, C'">r de cedro, e com veias e ondeada como certas canellas ; revessa, mas de talhe relativamente macio; assetlnada, tecido compacto, dócil ao cepilho e á serra. Peso especifico, 0,771 ( Pará ). Applicações — Madeira excellente, para taboado de soalho, vigas, ojjras internas, carpintaria em geral ; e merece, pela sua còr e on- 400 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA deado, ser ensaiada na marcenaria. A resina que as cascas exsudam, ó largamente empregada na Europa, onde o sou preço osciUa de 3 a4 francos o líilogramma ; além de ter applicações induslriaes, entra na composição de medicamentos officinaes, como entre nós entrou ou- tr'ora no do conhecido bálsamo de Arceu. Conforme os logares, o povo dá á resina as mais variadas applicações tlierapeuticas e parece que com muito acerto : em xarope, contra o tosse e moléstias dos órgãos respiratórios; internamente, em pilulas ou cosimento, como diurético; em cataplasma sobre as feridas^ como preservativo da gan- grena ; e em fumigações, para a cura das partes enfermas devido a resfriamento. TamJjem a superstição dá emprego a esta resina : en- volta em panno e pendurada ao pescoço das creanças, tem a virtude de as Viwrar de quebranto. Na industria nacional só ó utilisada para calafetar barcos e canoas ; outr'ora os índios serviam-se delia para vi- drarem a louça. O sueco coagulado é útil no curativo de ulceras e em emplastros sobre as fontes contra as cephalalgias; e o cosimento das folhas e cascas, além de anti-rheumatico, cura, com lavagens fre- quentes, as feridas de mau caracter, mesmo antigas, inclusive as produzidas pelo bicho dos pés (ptdex penetrans) e pelo verme {filaria). Observações — O fructo desta e das outras «Almecegueiras», que aliáz nãoconliecemos, pôde, segundo informações fidedignas, servir para a confecção de doces ; e as suas sementes para a fabricação de óleo fino, alimentar,succedaneo do azeite de oliveira. Lemos que a pro- nuncia de oAlmecega» é «almíscar», aífirmativa de certo phantasisla. Monographia n. 4 — Amostra n. '?Á. família DAS MYRTACEAS Araçá «le fructo PSIDIUM GRANDIFLORUM, M. Synonimia — Araçá-de-Jlor-grande —Araçá-de-fructo—Araçá-ib, Araçã-uba e Arassá-yba, dos indígenas selvicolas (arvore-do-araçá). Hahitação — Littoral sul de S. Paulo, Paraná e Santa Catharina, faltando-nos informações acerca da sua existência em outros Estados. E', porem, possível que seja peculiar a toda a America do sul. Encon- tra-so nos terrenos fortemente silicosos, vivendo socialmente em ex- tensos o largos cordões, quer detraz das linhas de manguezaes nos mares mediterrâneos, quer na costa do mar grosso, podendo ser con- siderado o vegetal que marca precisamente a linha divisória entre os terrenos lodosos sujeitos ás marés e os terrenos firmes. Floresce, no sul, em julho-agosto. Descripção — Caule tortuoso, até 4"', 00 de altura e O™, 15 de diâ- metro ; casca fina, glabra, com epiderme renovável, rosa-avermelhada A LAVOURA e manchas de cores diversas ; folhas simples, pecioladas, peniiinervias, ovaes, mais ou menos 95 m/m de comprimento e 55 m/m de largura, coriac3as; flores brancas, 5 sepalas, rotaceas, com 20 m/m de diâ- metro, pouco aromáticas, com um feixe de filetes brancos no centro ; fructo oval amarello, coroado pelas sepalas. Madeira — Branca-rosada, de tecido compacto, elástica, talhe duro, mas doei! ao cepilho e á serra. Peso especifico, de 0,953 a 1,180 ; e resistência ao esmagamento, 735 Ivilogrammas por cenlimelro qua- drado. Estes algarismos referem-se indistinctamente a araçás de va- rias qualidades, exceptuado o kA. pyranga». AiTLicAçõES — Madeira para esteios' cabos de ferramentas e pe- quenos tral)alhos, devido ós suas limitadas dunensões ; e também para lenha e carvão de grande poder calorifero. A raiz conserva muito o fogo. As cascas são bastante adstringentes, úteis nas diar- rlieas e hemoptyses, na do^e de 16 grammas para 500 de agua ; con- forme a edade dos arbustos, eilas contem de 20 a ;35 °/o de tannino, de óptima qualidade. As folhas e as summidades teem as mesmas applica- ções das cascas, usando muitas pessoas,para aquelles mesmos fins me- dicinaes, a simples mastigação. Dos fruclos, que são muitíssimo sabo- rosos, faz-se magnifico doce, incomparavelmente superior á goya- bada. Variedades — Ha numerosas, de nomes vulgares e scientificos muito confusos. Observações — E' quasi certo que os synonimos por nós men- cionados são applicaveis a outros psidium, mas para não augmentar a contusão existente, só mencionamos os que ouvimos na região de IgLiape. Monographia n. 5 — Amostra n. 3:1. família DAS MYRTACEAS Ai-sxjíi-pélm PSIDIUM ARBOllEUM, VELL. Synonimía — Araçã de fructo diato (traducç.ão do nome com- mum)? — Araraseiro grande. HABrrAçÃo — Encontra-se em toda a vertente oriental da serra do Mar, desde o Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul, tanto nas terras silico-argilosas, como nas somente argilosas. Parece existir também na Bahia , e com o mesmo nome de «Araçá-péba,» ha no valle do Tielé (S. Paulo) uma espécie que duvidamos seja a descripta aqui. Descrifção — Arvore de caule recto, até 10,00 de altura e 0,45 de diâmetro ; casca araarellada até 0,01 de espessura, epiderme re- SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA novavel, pardacenta, com manchas vermelhas, sabor muito adstrin- gente; tbllias simples, lanceoladas, coriaceas ; fructo comestível, sa- boroso. Madeira — Côr de rosa avermelhada, com grandes veias pretas, elegantes e caprichosas, dando idéa de certas raizes ; fibras irregu- lares e tecido compacto, offerecendo boa superfície ao verniz e sendo dócil ao cepilho e á serra. Muito elástica, só deve ser desdobrada depois de murcha, para evitar-se que empene ou «encanôe». AppLiCAçõES —Madeira do luxo para mobílias, portas nobres, canoas, taboado de soalho, esteios, obras expostas ao tempo ; for- nece combustível de grande poder calorifero, produz carvão forte e contem 5— 60/0 de tannino. As cascas, porém, produzem até 35 «/o de tannino, associado a matéria corante amarello-a vermelhada, de qualidade excellente, própria para curtir vaquetas, pellicas, etc , sendo usados por diversos cortumes. As folhas também contém tannino em quantidade apreciável in- dustrialmente, 6 são utilizadas nas diarrhéas, hemoptyses e fluxos purulentos. Dos fructos faz-se doce. Observações — A porta nobre do mosteiro de S. Bento, em S. Paulo, foi feita com esta luxuosa madeira. Um escriptor dá como synonimo dos «araçáso (myrtaceas) uma planta de porte semelhante, mas de familia diversa, chamada Ara- çãrana, que vegeta nas margens de alguns rios do Pará e de cujas raizes se alimentam as tartarugas. Monographia n. 6 — Amostra n. 150. FAMÍLIA DAS MYRTAQEAS Ai-nçú-|>yi>nnga PSIDIUM ACUTANGULUM, M. Synonimia — Araçandioa — Araçá-pijranga — Araçatuba (de- certo graphia errada) — Araçá-tanga (não « Guassatunga », arvore assim chamada no Rio Grande do Sul e da qual os Índios extrahiam uma resina semelhante ao âmbar) — Araçáuba, no Rio Grande do Norte — Goiabarana e Guaibarana, no Pará e Amazonas (nomes aliás impróprios) — Araçn vermelho do grande (para differençar do «A. vcrmellio do pequeno»). IlABiTAçXo — Encontra-se em todos os Estados do Brazil, até ao norte do Rio Grande do Sul. E' vegetal indifferente ás altitudes, poninantõ habita desde as proximidades dos manguezaes, á beira do oceano, até aos espigões das mais altas serras, mas embora fácil de encontrar, não é abundante em S. Paulo, e talvez o não seja em A LAVOURA 409 parte alguma. Prefere terras regulares, sendo pouco frequente em terras de primeira qualidade. Descripção — Arvore de caule muito recto, até 12,00 de altura e 0,80 de diâmetro, posto seja raro encontrar indivíduos com diâ- metro superior a 0,40; casca glabra, branca, até 0,01 de espessura de sabor muito adstringente, com epiderme renovável, furfuracea, de côr ferruginea intensa, e uniformo; galhos vermelhos ferrugineos com as extremidades revestidas de epiderme branca-pardacenta, que se desprende facilmente ; folhas simples, inteiras, pecioladas, acumi- nadas, mais ou menos 106 «"/^ de comprimento e 4.3 de largura, ob- rhombeas, oppostas, de sabor adstringente ; fructos pequenos, com- pridos . Madeira —Grande alburno, cerne vermelbo-rosa, com âmago bruno e preto, ondeado, lindíssimo, elástico, macio, resistente, tecido compacto, dócil ao cepilho e a serra, recebendo bem o verniz, mas não convindo utilizal-a sinão depois de murcha. Peso especifico, 0,953 (Rio Grande do Sul); 0,997 (Bahia) e 1,049 (S. Paulo). Applicações — Madeira óptima para marcenaria de luxo, con- strucções civis e navaes, lanças de carros, vigas, caibros, esteios, tal3oado de soalho e toda e qualquer obra para que convenham ma- deiras resistentes e elásticas; lenha muito forte e bom carvão. As cascas contem de 30 a 35 «/o de tannino, associado a matéria corante clara, circumstancia que junla á sua óptima qualidade, dar-lhe-ia grande valor, si fosse vegetal abundante ; teem as mesmas applica- ções medicinaes das espécies precedentes. As folhas egualmente con- tem tannino e os fructos são saborosos. Variedades — Parece qne a Brítoa acida, Berg, do norte do Brazil, é variedade desta espécie. Observações — Acreditamos que os «araçás» do littoral dão me- lhor madeira que os de serra acima. Monographia n. 7 — Amostra n. 32. família das MYRTAGEAS Ai'açt» Vepinellio PSIDIUM CATTLEYANUM, SABINE. Synonimia — Araçá-da-arèa — Araçá-verinellw-do-pequeiio { não «A.-pyranga», nem Psidium coriacenm,'inart., a que algures dão o mesmo nome). Habitação — Encontra-se em todo o littoral do Brasil, mas no Rio Grande do Sul raro passa de arbusto e ás vezes, conforme os terrenos, Hca sempre planta rasteira. Parece que só no Pará e Amazonas SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA attinge desenvolvimento egual e talvez maior ao que tem no lit- toral de S. Paulo. Prefere os terrenos silico-argilosos, húmidos e liaixos. Descripção — Arvore de caule nodoso e tortuoso, raramente recto, até 8 ",03 de altura e 0'n,4õ de diâmetro; casca avermelhada fina,^ com epiderme renovável ; ramos finos, delicados, avermelhados ; folhas simples, inteiras, pecioladas, mais ou menos 70 ™/m de comprimento e 30 ""/m de largura, ovaes, reticulado-nervadas, pagina superior de còr mais escura; flores brancas e fructo comestível. Madeira — Sem alburno. branca-pardacenta, oxydando ao ar ; tecido compacto, macia, pesada, resistente, dócil ao cepilho e á serra. Peso especifico — 1,126. APPLICAÇÕE3 — Madeira para esteios, vigas, cabos de ferramentas, obras internas e externas e bòa lenha ; as cascas e folhas são ricas em tannino, como as espécies precedentemente descriptas e com as mesmas applicacões ; fructos saborosos, de que usam confeccionar doce. Variedades — Este vegetal talvez seja uma variedade da espécie « Psidium variabilis, Berg. » Monographia n. 8— Amostras ns. 110 e 167 (cerne). família das? ? SyíNonimia —A7'apassá-pequeno — Arapi-assú(J), dos indigenas. Habitação — A mesma da espécie immediata. Descripção —Arvore bonita e elegante, de caule recto até 12'^,00 de altura e 0™,93 de diâmetro ; casca até 0™,03 de espessura, vermelha, muito adstringente; epiderme ílna, esverdeada e verrucosa ; gallios nodosjs e muito angulosos; folhas simples, inteiras, pecioladas, acuminadas, mais ou menos li7 "V" de comprimento e 48 "/™ de largura, coriaceas, saliente-nervadas, oblongas, nervação visível á transparência . Madeira — Alburno branco e cerne vermelho-pardacento, dando alguma idèa do cedro, porém muito porosa, com alguns veios pretos, muito pontuada, revessa, pesado, dócil á serra e ao cepilho. Talhe macio. Applicacões — A madeira tem as mesmas da espécie immediata, servindo mais para mol/ilias, poniue não é tão revessa, sendo por outro lado mais firme e mais compacta. As cascas conteem bastante tannino, associado ú matéria corante vermeiiia e podem servir para cortimento de couros. A LAVOURA 41 1 Monographia n. 9— Amostra n. GS família das? Arapaçu Vei'«neIho Synonimia — Arapaçu — Arapas-sâ-grandc — Jrapi-asm 0), úos indígenas. Habitação — Serra do Mar e sua fralda oriental, preferindo as terras seccas, argilosas ou silicosas, de qualidade regular. Descripção — Arvore magestosa e elegante, que se avista de longe; caule recto, até IS^jOO de altura e l'",30 de diâmetro ; grande copa, exteriormente arredondada e symetrica, posto os galhos sejam todos torcidos ; casca até O'", 01 de espessura, amarellada ; epiderme brancacenta, fendida, fina e crustácea. Madeira — Grande alburno, cerne rosa-avermelhado, macio, poroso, assetinado, porém com largas veias revessas ; egual ao cedro branco, quando novo, e ao cedro vermelho, quando velho, do qual se differença apenas pela falta do aroma e por sua maior densidade. Bôa de serrar, mas muito rebelde ao cepilho. Applicações — Madeira para obras internas e externas, canoas, esteios, que podem durar dez annos, taboados de forro e soalho, vigas e caibros. Variedades — Ha o k A. -preto ( vide ). Observações — Não nos foi possível identificar o nome cominum na região de Iguape, com o nome commum em outras regiões do paiz. Quanto ao nome scientifico, nada podemos adeantar pela falta de material de estudo. E', entretanto, uma arvore muito importante, o que merece utilisação immediata. — Ha um pássaro chamado « Arapassú » : é o Xipliocolaptes albicollis, V. ( Tracheophanes ). Monographia n. 10.— Amostra n. 119. FAMÍLIA DAS PAPILIONACBAS Afai-ShsV amai-ello CENTROLOBIUM ROBUSTUM, MART. Synonimia — v^m«re?/o (este nome é commum á caesalpiniacea Echyrospermum Balthazari, Fr. Ali.) — ^/'«rfíHíY^ dos indígenas (este nome não pertencerá talvez a outra leguminosa ?) — Araribd (este nome também é commum á connaracea Connarus suberosus, Planch. e a duas rubiaceas) — Araribá grande — Araróba (este nome per- il2 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA lencc de preferencia a algumas Andiras)— --Irí/YÍ^c/ (não Ararihti-rana, que é lima lecylhidea, a Lecythis augustifolia, Cam\).) — Arit^óba (o mesmo que Araróba) — Crtr/yd (mais applicado ao Araribá-vermelho) — Cartan, na Guyana iiigleza — Lriribã amarello — Gororoba, no Maranhão — Guoraroba (a mesma cousa e também o mesmo qu3 Ariróba) — Iriribá (nome commum ás rubiaceas acima indicadas) — Páo amarello, em Pernambuco (nome commum ás moreaceas do gé- nero Madura e á algumas rutaceas do género Raputia) — Putunmiá e PutumujU, no Espirito Santo, Bahia e de certo cm outros Estados do norte (o ultimo nome é também commum a uma lecythidia) — Putanwj h-iriribd — Vinhatico (este nome commum á caesalpiniacea acima mencionada e também a indivíduos diversos, entre os quaes o legitimo « Vinhatico », que creio ser o Enterolobium ellipticum, Benth.). Habitação — Encontra-se em todos os Estados marítimos do Brasil desde o Amazonas, sempre em mattas virgens, terras argilosas de primeira qualidade e não com muita abundância, Descripção — Arvore de caule recto, até 18,00 de comprimento e 0,90 de diâmetro e grande copa ; casca grossa e branca, até 15"Vm, com fibras lineares côr de rosa e pretas, exsudando um liquido resi- noso, abundante, côr de carmim ; ramos verdes, bem tomentosos, assim como os rachis e peciolos dos Coliolos; folhas compostas, im- paripinnadas, 10 jugas mais ou menos; foliolos inteiros ou de margem um pouco repanda, acuminados, salientes nervados, quasi oppostos, mais ou menos liõ^i/m de comprimento e 55"Vm de largura, oblongos, pubescentes na pagina superior e pontuados na pagina inferior. Madeira — Grande albuno e cerne amarello-claro, com grandes veias còr de carmim, bellamente ondeada e com traços transversaes e flbração revessa, que lhe dá muita elegância . Esta coloração carmim provem de grandes vasos ou depósitos resinosos existentes no tecido e os quaes chegam a ter 0,30 de comprimento e 0,003 de largura. A madeira é compacta, firme e de bom talhe, apezar de um pouco dura; dócil á serra e ao cepilho. Peso especifico verificado em occa- siões diversas: 0,667 (Bahia), 0,698 (S. Paulo, acima da serra), 0,700, 0,705, 0,0724, 0,0741 (Rio), 0,764 (S. Paulo), 0,850, 0,852, 0,870, 0,880, 0,882, 0,891, 0,9â6, 0,927, 0,971, 0,999. Resistências verificadas: á flexão, 1,322 e 4,960; ao esmagamento (carga perpendicular), 199 e 229; (carga parallela), 538, 545 (Bahia), 605 (S. Paulo), 718 e 720 kilo- grammas por centímetro quadrado. Applicações — Madeira para mobílias de luxo, portas nobres, ca- noas, vigas, esteios, taboado de soalho e todas as obras internas, externas e hydraulícas, porque o cerne não é atacado pelo gusano do mar (Teredo navalís); lenha de primeira ordem, de chamma intensa A LAVOURA e pouca fumaça, muilo empregada em fachos pelos pescadores. As raízes dão matéria corante còr de rosa, outro'ra aproveitada pelos ia- dios para pintarem os seus ulonsilios, esteiras, pennas, etc. Variedadiís— lia o «A. — pequeno vel rosa», cujos veios são còr de rosa escura, tem menos resina e já não é padrão de terra de pri- meira qualidade, porque se encontra em terras mais ordinárias. Ha no Brasil outras variedades ou espécies distinctas e com nomes mais ou menos idênticos entre si. Obskkvações — Em S. Paulo e no lUo, a partir das vertentes occi. denlaes da serra do Mar para o centro, este vegetal não attinge tão grande altura (e convom não esquecer que as nossas medidas al- cançam apenas o caule aproveitável industrialmente); accresce que no primeiro daquelles Estados a sua còr é sempre « amarellada » e que no segundo é de còr escura, «violácea». São, portanto, muito inferiores, em belleza pelo menos, á variedade que descrevemos. Estas considerações podem extender-se ao «arariliá-amarello», da Bahia, á vista das algarismos que apresentamos acima. As madeiras a que no Espirito Santo dão vulgarmente os nomes dewArariba», «A.-amarello» e « A. -rosado», nada teem de commum, no tecido, desenho e cores, com os araribás legítimos; o « Vinhatico- amarello», da mesma procedência, dá idéa da espécie que descrevemos, sendo, porém, inferior em densidade e em belleza, além de que as veias, longe de serem rosa-carm-im e estreitas, são roxo-escuras e grandes. Somente o «A. -flor de algodão» acompanha os'araribás de Cananéa, especialmente a variedade rosa. Monographia n. II. — Amostra n. 94 e duas grandes raízes. família das ANONACEAS j%i>atleiiiii tio iiimi^iit- ANONA PALUSTRIS, AUBL. VAR. B. GRANDE FLORA S\NomMu\. — Alligator-apple, na Jamaica — Araticum, dos ser- vicolas (radical guarany applicavel a diversas anonaceas) —Araticum corlira (allusão á sua raiz suberosa) — Araticum da agua — Arati- cum da praia — Araticum de jangada — Araticum do brejo — Ara- ticum do mar— Araticum-paná—Araticum-panan — Araticuceiro — Cork-wood, na Jamaica — Maçã de cobra — Monkey-applo, na Guyana ingleza — Pom/ne-serpe/jí, na Guyana franceza. Habitação — Em todo o littoral, desde Guyana ao Estado de Santa Catharina, preferindo não só os terrenos baixos e silico-argilosos, como também os terrenos lodosos, dos mares mediterrâneos e fozes dos rios, por detraz dos manguezaes, sendo frequentíssimo encontrar in- divíduos com as raizes immersas na agua salgada. 41 i SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA DEScnipçÃo — Arvore de caule até 'i-,00 de altura e 0,30 de diâ- metro, esgalhada ; casca até 15 "/,„ de espessura, muito aromática, dando um liber fraco, do côr avermelhada ; epiderme grossa, crus- tácea, composta de laminas sobrepostas, decores parda c pardacenta, fendidos irregularmente ; ramos de carca escura, rugosa, cmbirenta ; folhas simples, inteiras, pecioladas, agudas, mais ou menos 83 "Vm de comprimento e 51 -Vm de largura, ovaes, pergamentaceas, saliente- nervadas (nervação avermelhada) nas duas paginas, sendo a superior vornicosa; raízes saberosas, grandes, de extraordinária leveza, bran- cas e aromáticas quando verdes, pardas depois de seccas. Madeira — Còr ])ranco-ro3ada, cerne pardo-escuro, com veios, amarellados, ondeada, porosa, de densidade regular ; fibras reversas e veias finas, pardacentas, má de serrar e dócil ao cepilho. Applicações — Madeira muito aproveitável para caixotcria ; cascas para a industria da perfumaria ; liber para pasta de papel, por- que é demasiado fraca para cordoaria. As folhas, em banhos, são consideradas ante-rheumaticas ; os fructos oufora julgados venenosos, são comestíveis e contém 10 Vo de óleo pingue e 33 o/o de assucar. Quanto ás raízes, de que cada arvore produz grande quantidade, são utilizadas já de ha muito, conforme os logares, para salva-vidas, bóias de redes, afiadores de navalhas e palmilhas, mas merece estudo porque pôde substituir a cortiça européa em todas as applicações que esta tem, menos para rolhas, isto devido á sua grande porosidade. Variedades — Diverge um pouco da Anona palustris, Aubl., da Guyana, eé fácil de confundir com a Anona australis, St.-IIil. Observações — Parece que algures attinge a 13 metros de altura. — O nome Araticum do mangue é commum também na Dahía. Monographia n . 12 —Amostra n. 163. família DAS ANNONACEAS /^i>aticii3ii do uioi-i'o ANONA SYLVATIGA, ST.-HIL. SvNOXiMiA — Araticà, dos selvicolas (em tupi-guarany quer dizer (qiapa de arará») — AraticU-apê, no Paraná — .-l7'rt/(':M/H do matfo, no Ceará — Araticum grande — Araticuseiro. IlABiTAÇ/VO —Todos os Estados do Brazil , desde Pernambuco ao Rio Grande do Sul, e talvez nos demais e até nas Guyanas e paizes pró- ximos. Prefere terras boas, argilosas, e o que se encontra cm terras de qualidade regular soffre no seu crescimento, Descripção — Arvore de caule recto, até 8,00 de altura e 0,45 de diâmetro ; casca grossa, até 12 "Vm, de còr amarellada, cmbirenta, A LAVOURA epiderme escura, galhos pardacentos, rugosos c verrucosos, o quando novos pubescentes ; follaas simples, inteiras, pecioladas, mais ou menos 3 "i/m de comprimento e 32 "Vm de largura, lanceoladas, pcrgamen- taceas, nervaçSo amarallada, sedosas na pagina inferior ; fructo grande, polycarpado. Madeira — Còr branca, assetinada, fibras cruzadas, raios con- cêntricos, muito porosa e excessivamente leve, como cortiça quasi. Applicações — A madeira é uma das que consideramos melhores e mais rendosas para o fabrico de pasta de papel, e St. Hilaire achou-a óptima para esculptura ; o liber que se extrahe das cascas é bastante resistente e serve para cordoaria ; os fructos, que as pacas e diversos animaes selvagens apreciam, tornar-se-ia comestível também para o homem si fosse cultivado, como outras anonaceas o são já de ha muito. As folhas e fructos são bechicos e úteis nas dysenterias e diarrheas, quer tomando chás, quer usando clyteres, mas neste ultimo caso appli- cam-se sobre o ventre do enfermo algumas folhas contusas ; estas, quando misturadas com óleo, são maturativas. Lemos que dos fru- ctos pôde fazer-se vi'iho. Monographia n. 13— Amostra n. SI. família das anacardiaceas Aroeira branca LYTIIRAEA BRASILIENSIS, MART. Synonimia — Aroeira — Aroeira do matto, no Rio Grande do Sul — Cornciba, dos tupis — Ibatan e Urundey-piéá, no Ceará (o pri- meiro dos nomes mais applicado a plantas do género « Astronium ») — Pau de bugre, no Rio Grande do Sul. Habitação — Encontra-se nas restingas de todo o Brazil, desde o Amazonas ao Rio Grande do Sul, especialmente sobre os velhos depósitos conchiliferos (sambaquis), sendo commum em logares banhados pelas aguas do mar. Comtudo dá em qualquer terreno. Descripçvo — Arvore de folhagem densa, persistente, caule tortuoso, até 6,00 de altura e 0,40 de diâmetro ; casca fina, cor de rosa, um pouco embirenta, exsudando gommaresina láctea, sabor de terebinthina e acção cáustica sobre a pelle ; folhas compostas, im- paripinnadas ; tresjugas ; foliolos penninervios, peciolados, de margens um tanto crenadas, base aguda, mais ou menos 83 ""[m de compri- mento e 38 ""la, de largura, ob-ovaes, membranosos, nervação delicada ; fructo, baga. Madeira — Còr branca, levemente rosada, muitíssimo revessa mas assim.mesmo dócil ao cepilho e á serra, alisando. A raiz, igual- SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA mente revessa, é de cor vermelha e mais bonita, confundindo-se facilmente com o cerne da «Aroeira vermelha». Para o peso e resistência, vid. aquella. Applicações — Madeira para vigas, esteios, obras internas e externas ; boa lenha . A gomma, resina que as cascas exçudam, contém terebinthina, e nellas se encontram em média, 30 "[o de tannino, pelo que são utuli- sadas para os mesmos fins da «Aroeira vermelha» (vid). Variedades —Ha numerosas, todas mais geralmente conhecidas pelas quatro denominações seguintes : «arosira branca» «aro3Íra do campo», «aroeira do sertão» e «aroeirinha». Observações — A madeira das aroeiras é uma das preferidas, no Rio Grande do Sul, para o revestimento das galerias das jazidas carboniferas do Arroio dos Ratos. — E' crença geral entre o povo, que quem dorme á sombra das aroeiras contrahe tumores nas articulações. Monographia n. 14 — Amostras ns. 82 e83. família das ANACARDIACEAS Lythraea inoUooi«los, M. AROEIRA VERMELHA vSynonimia — Aguardtjbá (fructo de raposa ou antes arvore dos fructos de guizo,) dos selvicolas guaranys do Paraguay —Aroeira— Aroeira branca — aroeira da capoeira — aroeira do Amazonas — aroeira preta, em S. Paulo e no Paraná— aroeira preta sicupira, em Matto Grosso— aroeirinha, no Rio Grande do Sul, (este nome é com- mum a outra lythraea)—GMf/rfl-?/&á (fructo de passarinho), dos selvi- colas guaranys— Lentisco, dos povíugnezes—Pará-parnhy em Matto Grosso e no Paraguay. A synonimia indígena da espécie anterior, decerto cabe aqui. Habitação — A mesma da precedente espécie. DescripçS.0 — Arvore de caule tortuoso, até G,00 de altura e 0,40 de diâmetro; casca até 4 ">im, vermelha, de sabor fortemente adstrin- gente e terebinthareo, exsudando gomma resina espessa e aromática : folhas compostas, imparipinnadas, três jugas ; foliolos sub-coriaceos^ sesseis, irregularmente crenados, mais ou menos 70 «>[„, de compri- mento e 30 ■"im de largura, nervação visível nas duas paginas ; fructo, baga globulosa, pequena, de cheiro forte. Madeira — Rosa avermelliada, com lindas veias longitudinaes amarello-esverdeadas ; fibras revessas, boa superflcie para o verniz. A madeira da raiz não faz differença sensível ; apenas mais porosa. Peso especifico, sem determinação da espécie ou variedade: 1^19 a A LAVOURA 417 1267; resistência ao esmagamento, l.OOõ Icilogrammas por centimetro quadrado . ApplicaçÕes — Madeira de primeira qualidade para marcenaria e todas as obras internas, externas e hydraulicas , as cascas contém cerca de 40 °/o de tannino, pelo que são aproveitadas pelos cortumes ; e delias, como dos galhos, folhas e fructos, aquecidos, extrahe-se um producto resinoso de cor roxa-escuro que mais tarde se torna preto, chamado «mástique americano», o qual seapplica como resolvente nas inguas e serve aos pescadores para curtirem as suas redes ; ainda as cascas em infusão, sorvem para firmar os dentes abalados, e seccas e reduzidas a pó, são empregadas como seccantes para as ulceras ; mis- turadas com outras cascas adstringentes, servem contra resfriamentos e dores arthriticas, com atonia e distensão dos pulmões. As folhas e fructos são também empregados em cataplasmas para a cura de fe- ridas de mão caracter e em banhos, como excitantes e corroborantes, e também contra a edemacia dos membros inferiores ; e internamente nas indigestões e cólicas intestinaes. A agua distillada das folhas e fructos ó domestica no Rio Grande do Sul. As raízes, além de pur- gativas, são empregadas egualmente no rheumatismo e nas feridas, em cataplasmas. Os fructos, tem as mesmas propriedades, como ja foi dito, e são procurados por alguns pássaros. Variedades — Vid. «Aroeira branca». Observações — A's emanações desta arvore, attril^ue muita gente a chamada « doença da aroeira » ; parece, porém, fora do duvida, que este mal tem por causa os pellos irritantes de uma lagarta (Erio- gastes undulosa), que aliás vive mais sobre a rutacea Xanthoxylum precox, St.-Hil. — Lemos que « aroeira » quer dizer— « arvore forte ». E', de certo, phantasia do escriptor ; tal nome deve ter sido dado pelos primeiros povoadores, não sabemos por que motivo. Em Portugal ha duas po- voações chamadas— Aroeira. Monographia n. 15 — Amostra n. 96. família das aUTTIFERÀCEAS líaoopai-y RIIEEDIA GARDNERIANNA, PL. E TRIAN Synonimia — Bacapari e Bacopari (nomes communs de algumas sapindaceas) — Bacopanj em S. Paulo e Rio Grande do Sul (este nome e as suas variantes ou corruptelas « Bacori » e « Bacuri », são com- muns em todo o Brazil, a outras Guttiferacoas, e, algumas, á rubiacea Gardénia suaveolens, Vell.) Bactipari da matta, no Paraná (parece que SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULiTURA alli mais geralmente aUribuido á gutliferacea Garcinia Brasiliensis, Mart.)— Bacuri branco, Bociipari membeca, Bacuri-pari, Bacuri-oer- mellio, no Maranliuo (a espécie descripla ? ) — Bakuri/ (o que eahc logo que amadurece) dos selvicolas ; Capari, no norte do Rio Grande do Sul ; ■Pacari (nome commum a outras gultiferaceas, diversas apocynaceas c a três lytliraceas) ; Pacori, Pacury, Uoacopari ( nome commum a plantas acima referidas). Habitação — Littoral do paiz, desde S. Paulo ao Rio Grande do Sul, e talvez que em outros Estados. Prefere as terras de qualidade regular, sendo sempre de proporções acanhadas os individues que são encontrados em terrenos silicosos. Descripção — Arvore de caule recto, até 8,03 de altura e 0,25 de diâmetro ; copa muito elegante, de forma pyramidal ; ramos verdes, bi-geminados na extremidade ; folhas bonitas, simples, inteiras, oppos- tas, pecioladas, mais ou menos 140 "/,« de comprimento 51 "/„, de largura, accuminadas e ellipticas ; fructo baga grande, amarella, car- nosa, com duas sementes amarello-escuras de 28 Vm de comprimento e 18 "V" de largura, com uma parte convexa e outra plana, envoltas em polpa mucilaginosa, comestível, aromática, doce e de sabor agra- dável ; casca vermelho-escura, até 0,01 de espessura, de sabor amargo e adstringente, exsudando abundantemente um liquido gommo-resi- noso de cor amareilo-esverdeada ; epiderme dura, irregular, forru- Madeira — Amarello-rosa, com alguns veios escuros, quasi pretos, resinosa, pesado, ondeada como o pinho do ipatto, docíl ao cepillio e fi serra. Applicações — A arvore, pela belleza de sua folhagem persistenta e elegância de seu porte, deveria de ha muito ser empregada na arbo- rização das cidades ; e, pelos seus fructos convém plantal-a nos logares de criação de gado suino . A madeira serve para vigas, caibros, cabos de ferramentas e pequenas obras, porque o seu diâmetro é limitado ; utilizam-na também para archotes e para lenha ; é óptima porque arde mesmo verde, graças á resina de que está impregnada. As cascas, cm dtícocção, são usadas e effieaze& na cura da erysipela e em garga- rejos nas inflammações chronicas da garganta e contom alta porcen- tagem de tannino, mas não sabemos si poderão ser utilizadas indus- trialmente, por desconhecermos a composição chimica da resina a que elle está associada ; quanto a esta, consta-nos a sua applicação na vete- rinária, talvez como succedanea da que se extrahe dos Guanandys. Os fructos são procurados para doce de compota. Variedades — Não existem na região Cananéa-Iguape, mas suspei- tamos que existam nos Estados do norte. Observações — Parece que Ubácopari 6 a melhor graphia. A LAVOURA Monogrnpliia n. IG — Amostra n. 100. família das magnoliaceas taluma dúbia, eiciil. Synoximia — Araticum fructa de pau — Pinha do brejo — Pi- nheiro do brejo — Talaiiina — Ubáguassú (esle nome é commum a uma apocynacea, o Geissospermum Vellosii, Fr. AU.)- O nome vulgar quG adoptamos é o geralmente usado. IlAniTAÇÃo — Desde o Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul, faltan- do-nos informações sobre os demais Estados. Prefere as terras regulares e também as de primeira qualidade ; o que vegeta nas terras silicosas fica sempre de pequenas dimensões. Desgripção — Arvore elegante e do rápido crescimento, até 16,00 de altura e0,90 de diâmetro ; caule recto ; casca parda, até 0,0i- de es- pessura, muito amarga e um pouco picante, com epiderme levemente avermelhada, verrucosa ; ramos mostrando as cicatrizes deixadas pelas folhas antigas ; folhas simples, inteiras, distichas, pecioladas, mais ou menos 262 "/,n de comprimento e 13í'"í,n de largura, membranosas, ovaes, reticulado-nervadas, as duas paginas um tanto vernicosas, sendo mais escura a superior, aromáticas ; in florescência solitária, auxiliar, terminal ; flores grandes, brancas, grossas, de aroma forte e agradável, como o das outras magnoliaceas ; fructo syncarpado, escamoso, mais ou menos 115 '"/m de comprimento e 90 "^/m de diâmetro, verde, lenticel- lado; epicarpo lenhoso, polpa branca, dura, levemente adocicada, que oxyda ao ar, tornando-se côr de rosa ; sementes numerosas, separada- mente alojadas em loculos de consistência óssea, cada uma tendo mais ou menos IS-^/m de comprimento e lO-^/m de largura, côr de rosa vivo, quasi carmuu • Madeira — Côr branca-nivea, ondeada, leve, revessa : é talvez a mais bonita das madeiras brancas que conhecemos. Applicações — A madeira é excellente para canoas, taboado de ferro, caixoteria, obras internas e pasta de papel ; as cascas são febrí- fugas ; as flores servem para a industria da perfumaria. Variedades — Ha a Talauma ovata. St. Hil., mas acreditamos sor mais facilmente encontrada no interior, longe do mar. Observações — Por seu rápido crescimento, pela magestade de seu p^rle, persistência de suas folhas, bellesa e aroma de suas flores e lambem de S3us fructos (que dão idóa dos fructos das Araucárias), é uma arvore que merece a hjnra de ser escolhida para a arborisação das grandes cidades. (Continua) SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA COLLABORACÃO Adubação dos cafésiros Os resultados obtidos na índia hollandeza e em Coylão lêem pro- vado que a cultura do café, inquestionavelmente, só dá maior lucro liquido, quando levada a effeito de uma forma racional. Sò por meio de uma cultura aperfeiçoada torna-se possível produ- zir-se uma colheita quantitativa e qualitativamente superior que, na actual crise dos preços do café, venha, em proporção relativa, diminuir ocustoda producção e deixar um pequeno lucro. Si quizermos indagar o que constitue essa cultura racional, cum- pre-nos, em primeiro logar, mencionar : o bom preparo physico do solo, o cuidadoso trato do cafesal e, finalmente, o que não é de sjmenos importância, a nutrição da planta. Este ultimo ponto tem sido, infelizmente, quasi que completamente descurado no Brazil, onde nasceram os trabalhos fundamentaes da alimentação racional do cafeeiro, e dos quaes Ceyluo e as índias hol- landezas jã teem, desde longo tempo, tirado grandes lucros e conside raveis vantagens. (*) Facilmente se deprehende, por conseguinte, a conveniência de, ainda uma vez, tratar-se mais de perto deste assumpto. O cafeeiro, como toda e qualquer planta, só pôde attingir um des- envolvimento satisfaclorio, formar madeira sã, desabrocliar abundante florescência e produzir farta colheita, quando encontrar no terreno, em quantidade sufficiente, acido phosphorico, potassa, azote e cal de fácil solubilidade. Do contrario, não somente soffre o desenvolvimento do systema radicular, como também o vigor da arvore e a producção do café,''sendo que esta ultima condição vem a soffrer tanto no que diz respeitosa quantidade como á qualidade do seu producto. A. arvore de- bilita-se, tornando-se mais sensível as moléstias de origem vegetal ou animal, e, nesta lula pela existência, mais facilmente succumbe. Querendo evitar isto, somos forçados a dor ao cafeeiro uma alimen- tação racional. Nesta questão temos dous pontos a considerar : o húmus e os ele- mentos nutritivos supramencionados. (*) No OesteVde Java existe uma faz^-nda de café (Dúiiiarga) que emprega 100$ di adubos chimicos por cada hectare de terra annualmente. A LAVOURA 421 Com O auxilio do húmus, melhoramos a condição physica do solo, e, deste modo, regulamos a sua porosidade, para facilitar a absor- pção da agua pelo cafeeiro, conseguindo, além disso, obter um systema radicular mais desenvolvido por meio do qual a planta melhor e mais abundantemente se alimenta. Para applicar o húmus ao terreno, tem o agricultor á sua disposi- ção estrume de curral, composto e cascas de café. O fazendeiro de café deve sempre ter o bom cuidado de juntar esses estrumes para applical-os ao terreno, tomando, porém, a precaução de que as cascas de café não provenham de um cafezal doentio, afim de evitar que os pés de café sadios sejam contaminados pela infecção de moléstias transmittidas pelas cascas. Cora o estrume de curral, composto (*) e cascas de café, o fazen- deiro applica ao terreno, conjunctamente com o húmus, uma parte dos elementos nutritivos: acido phosphorico, potassa, azote e cal, nunca, porém, em quantidade sufflciente, devido ao facto de fazendeiro algum po- der produzir em suas propriedades estrume em abundância necessária. Por conseguinte, si quizermos dar ás arvores a quantidade precisa de elementos nutritivos, somos obrigados a recorrer a outros meios, taescomoo do emprego de adubos artificiaes. Um ou outro fazendeiro talvez tenha feito experiências, sem re- sultado algum. Sem resultado algum por ignorar a sciencia da alimentação das plantas, e sobretudo a lei fundamental do minimum, sem resultado algum, por ignorar as necessidades nutritivas do cafeeiro, e sem resul- tado algum, ainda por ignorar o emprego dos adubos artificiaes e o modo de applical-os. Si de tudo isso tivesse o fazendeiro adquirido o devido conhecimento, elle houvera certamente evitado os desastres que soffreu . D3 todas essas questões passemos em seguida a tratar, em primeiro logar, da da alimentação da planta. Sabemos que toda e qualquer planta precisa, como meios de ali- mento, dos quatro elementos nutritivos seguintes: Acido phosphorico. Potassa . Azote e cal. Todas essas substancias são indispensáveis, e se uma delias se encontrar no solo em proporção insufficiente, as demais perderão relativamente o seu effeito, por determinar a referida lei no minimo o seguinte: « O elemento nutritivo, que se encontre em proporção relativa- (') Assim so chamam a todos os resíduos recolhidos em tima fazenda. SOCIKDADE NACIONAL DE AGRICULTURA mente minima no terreno, é a que estabelece a quantidade da pro- ducção.» Exemplifiquemos : Em um terreno contendo a quantidade neces- sária de acido phosphorico, azote e cal para produzir um kilo de café, mas no qual a quantidade de potassa seja apenas a sufflciente para só produzir 1/2 kilo de café, a colheita, em tal caso, só virá a ser de li2 kilo de café para o agricultor. Por conseguinte é obvio que se torna necessário applicar todas essas substancias, salvo quando uma ou outra esteja já contida em abundância no terreno. O que, logo após, cumpre-nos indagar com relação ã adubação do cafeeiro, é a quantidade exacta de cada substancia necessária a sua alimentação, pois que nem todas as plantas precisam de igual por- centagem de acido phosphorico, potassa, azote e cal. Nesse sentido muito pôde aprender nos excellentes trabalhos do Dr. Dafert, antigo director do Instituto de Campinas. Segundo ensina as suas experiências, 1,000 pés de café precisam para a sua alimentação constitutiva, em um terreno normal, das se- guintes quantidades de acido phosphorico, potassa, azote e cal: ANNOS CAL I.T10 Ai:IDO paospnoRico Kilo POTASSA AZOTE Kilo {1,057 0,253 3,43i 5,u:!(i 12,.12'i 4.138 0,013 0,120 0,053 1,041 1,77S 0,0(;3 0,110 0,433 6,2?2 0,292 21,073 10,011 0,050 2 3 o,2;i 0,345 10,074 18,100 10 18,(11)0 40. , 5. 538 Para cada 100 kilos de café produzido deve-se addicionar a seguinte quantidade: Cal Í'S740 Potassa I71S8SO Acido phosphorico 4'sO20 Baseada nessas tabeliãs do Dr, Dafert fica a seguinte dosager estabelecida, como a melhor alimentação annual para 1.000 pés de café plantados em terreno normal: IDADE DO PÉ DE CAFÉ ACIDO PIKSrHORICO P.TA35A A^OIH 1,1:30 S,ÍÍ80 7,150 4,300 .10,72J 34,000 20,810 13,850 4,480 5 - 8 y — 2.J Arvor s volhas 10,200 13,100 2,310 Quando, porém, o solo carecer de cal, o que pôde ser facilmente averiguado, por meio de uma simples analyse, áddicionem-se por liectaro, 2.000 a 3.000 kilos de cal, ou 10.000 a 20.000 kilos de marna, isto antes da estação chuvosa, e assim de seis em seis mezes. Depois do conhecermos as necessidades alimentícias do cafeeiro, cumpre-nos, em seguida, averiguar em que adubos devam ellas ser applicadas. Com relação ao Brazil os seguintes adubos devem ser em primeiro logar mencionados : para o acido phosphorico, superphosphato de IG a 20 "/o", escorias de Thomas com 16 de acido phosphorico ; para o azote, salitre do Chile, que geralmente contém 16 Vo e sulfato de ammoniaco contando cerca de 20,5 °/o a 25 °/o de azote. Para a potassa o chlorureto e o sulfato de potassa ambos com cerca de 50 % de potassa. Além disso existe o guano e muitos outros adubos que contém mais de um desses elementos nutritivos. Os últimos são geralmente excluídos, porque com elles não se pude corresponder ás exigências das plantas, salvo no caso de se tratar de uma mistura composta para esse fim, pois que de outra maneira quasi sempre emprega-se excesso de um ou de outro elemento, e, dessa forma, perde-se o valor do dinheiro. Segundo se vê da tabeliã, o preço por líilos de acido phosphorico no superphosphato é mais caro do que nas escorias de Thomas, quando, porém, se cogita que o primeiro é solúvel na agua, e, por conseguinte, mais rapidamente assimilável pelas plantas, preferimos, apezar de seu mais elevado preço, o acido pliosphorico no superphosphato. nos logares argilosos c nos terrenos em que se acham arvores em máo estado, por penetrar o acido phosphorico, sob essa forma mais facilmente no terreno, e ser mais rapidamente assimilado pelas plantas, o que consti- tue uma condição de grande vantagem para uma plantação fraca . SOCIEDADE NACIONAI, DE AGRICULTURA Quando se trata, todavia, de um terreno arenoso, deve-se escolher o acido pliosphorico nas escorias de Thoraas por ser essa sul)stoncia mais Jjarata, como também nos terrenos faltos de cal. E' verdade que, para esses últimos, a applicação das escorias de Thomns não suppre completamente a falta de cal ( 100 kilos do escorias de Tliomas conteem cerca de 40 Ivilos de cal), mas é sempre melhor alyuma cousa mais do que nada, e as escorias de Thomas conteem cal. .0 NTUIDO OARAN-I u,„ QUANTIDADE I.O ADUUO Acido pbosphorico Azote Potássio 100 K.C) Superphospliatu 20 % 10$00!J Salitro do Chile - lli % .33$000 Chlorureto de potássio 80 %. . - 50,5 % 23S-.00 Sulfato de potássio 90% . . . - -ÍS % 25$00O Escorias de Thomas 16 % 9$400 Sulfato de anunoniaco. . . . - 2"',1 % 30,$000 (*} Estes preços foram-inc praciosa Pereira & Conip., do Rio de Janeiro. eidos pela liriiia dos Sis. Brugg- luaun, Além disso, se deduz da tabeliã que um kilo de potássio, no chloruretode potassa, sae mais barato, e, como não ha inconveniente algum que nos impeça darmos a preferencia ao chlorureto de potassa, escollieremos a potassa neste adubo por ser mais barato. Com relação ao azote, preferiremos o azote mais barato no sul- fato de ammoniaco, por sabermos que o azote no salitre do Chile facilmente se estraga com a agua, ao passo que o azote no ammo- niaco corre pouco ou nenhum risco de deterioração por essa causa. Tendo o lavrador escolhido superphosphato ou escorias de Thomas, chlorureto de potassa ou sulfato de potassa, ammoniaco ou salitre do Chile, pôde calcular facilmente a quantidade de adubos necessária para 1.000 pés de café. Tomemos, por exemplo, superphosphato a 20 «/o de acido phoâ- phorico, chlorureto de potassa a 50 °lo de potassa, ammoniaco a 20,5 o/o de azote: então precisa-se, segundo a taljella do Dr. Dafert, para 1.000 pés de café até quatro annos, em terreno normal, 1.130 Idlos ou, em conta redonda, 1.500 kilos de acido pliosphorico. 100 kilos de superphosphato conteem 20 kilos de acido phospliorico ; elle deve portanto empregar, para 1.000 pés de café, 7 1/2 kilos desse A LAVOURA 4?o superphosphato. De potassa são precisos : 10.720 kilos ou, em conta redonda, 11 kilos. 100 kilos de chlorureto de potassa conteem 50 kilos de potassa, para elle deve por conseguinte empregar 22 kilos de chloru- reto de potássio para 1.000 pés de café; e para dar as 4.480 grammas, ou, em conta redonda, cinco kilos de azote, necessariamente precisa de 20 kilos dos 20, ô»/» do sulfato de ammoniaco. Temos por conseguinte : 10 kilos de superphosphato, 20 "/o 11 kilos de chlorureto de potassa, 50 o/,... m' 1.000 pés de café ate 20 kilos de sulphato de ammoniaco, 20,5 «/o ' ^"^^i"*^ annos. Isso é applicavel a um terreno normal; num terreno pobre em ele- mentos nutritivos deve-se elevar, proporcionalmente, a quantidade; e, em terreno rico desse ou daquelle elemento, baixar, esse ou aquelle elemento nutritivo na mesma conformidade . No caso em que seja explorado qualquer género de cultura inter- meiada, como o millio, etc, deve-se então elevar consideravelmente a quantidade do alimento. Cumpre, porém, notar que somente após uma experiência feita no próprio terreno, é que se pôde averiguar si de facto elle é ou não suficientemente rico em elementos nutritivos facilmente assimiláveis. O agricultor deve, outrosim, conhecer o modo de applicação dos adubos, porque, por exemplo, nem sempre torna-se possível a mistura de todo e qualquer adubo com outro. Os supramencionados adubos de chlorureto de potassa, superphosphato e sulfato de ammoniaco, podem sem perda alguma , sempre ser misturados uns aos outros ; si em vez de superphosphato, porém, se escolherem as escorias de Thomas, a cal contida nas mesmas escorias desligaria e o azote con- tido no sulfato de ammoniaco por occasião da mistura ficando o fa- zendeiro prejudicado, ou pelo menos, sem ter alcançado um resultado correspondente á despeza accarretada com o adubo. A esse respeito cumpre-nos chamar a attenção do leitor para um artigo publicado pelo Dr. Loefgren no Boletim de Agricultura n. 1 de 1906. Querendo o fazendeiro evitar o fácil trabalho da mistura, deve comprar misturas contendo os elementos nutritivos na quantidade necessária . Não é também destituída de importância a questão da época e do modo da distribuição dos adubos. Todos os adubos supra men- cionados devem na minha opinião, ser applicados, com toda a effl- cacia, algumas semanas após a colheita, salvo o salitre do Chile, que, somente mais tarde depois da principal estação das chuvas, deve ser applicado, afim de que a agua não carregue tanto azote comsigo. Quanto ao modo de applicar, em larga escala, os adubos, é pre- ferível espalhar os mesmos atravez do espaço livre entre as filas dos 6998 — 5 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA cafeeiros, lendo o cuidado de sempre deixar uma faixa de 15 a 50 cen- tímetros de largura, ao longo das arvores, conforme a idade dos pés de café. Si 03 salários não são elevados, na pequena lavoura pódc-se também recommendar espalhar os adubos em redor das arvores na distancia assim indicada. Após a distribuição, os adu])os são, por meio de instrumentos agrícolas taes como o cultivador e a grade, ou, por meio da enxada, enterrados. Esses são mais ou menos os pontos mais importantes, que possam caber em um pequeno artigo, acerca do modo racional de se alimentar os cafeeiros. E, Mager, Pelo café a' DIEBCTORIA da SOCXEDADE nacional BE AORICULTfRA Não somente escrevendo artigos, terçando armas, mas também suggerindo idéas, chamando attenção dos competentes para o assum- pto, presta-se serviço a ama causa. Gomo Bacon, que não tendo feito grandes descobertas, concorreu entretanto para os progressos scientificos e philosophicos de seu tempo, chamando a attenção dos pensadores para este, aquelle assumpto, hu- millimo admirador do philosopho britannico, acantonado neste centro fluminense, suggiro á directoria a idéa que vou expor : Entre os diversos meios de valorisação de ura género, é incon- testável que avantaja-se a expansão de seu commercio, a vulgari- saçõo do seu uso. Tratando -ss de nosso café, preoccupa-se muito com sua divul- gação em paizes extrangeiros, sem entretanto cuidar-se de fazel-o entrar no uso de bebida nacional. Diz-se que no Brazil toma-se muito café. Isso só é verdade, tratando-se de S. Paulo, Minas, Rio de Janeiro e Espirito Santo. No resto do paiz pouco ou nenhum café é consumido. Clama-se muito contra a falsificação do café no exterior, estorvando a expan- são da preciosa rubiacoa, não se lembrando que no interior dos nossos Estados cafeeiros vergonhosamente adultera-se o café. E' conhecido o esturro, costume mineiro usado em pontos de outros Estados. O esturro consiste em juntar rapadura ao café pilado e torrar tudo até tomar um aspecto de carvão. Em uma quarta de café pilado, juntam-se duas ou três grandes rapaduras e tudo vae ao fogo em uma tacha larga, de cobre, até tomar uma còr negra. A LAVOURA Fuiidiíido-se as rapaduras, agglutinam-se os grãos de café, e esUirrando tudo, ficam blocos luzidios, cqm forte cheiro particular. Neste uso mineiro não vae nenhum damno ao consumidor, mas diminua a expansão, prejudicando o productor. Felizmente, em minha zona ninguém adultera o café, e seria para desejar que nos cantões do esturro se fizesse uma propaganda contra tal uso. Retomando minha idéa, observo que no Brazil, a terra do café, só pequena fracção usa da preciosa bebida. Antes de cuidar da expansão do café no exterior, não concorda a Directoria que deveríamos tratar da divulgação do café em todo o território brazileiro? Sobretudo Paraná, Santa Catharina e Rio Grande do Sul, regiões frias, não deveriam ser grandes consumidores de café? Por sua conta e risco, representando a lavoura cafeeira, ou pro- curando um desempenho officlal, porque não trata a Sociedade de fomentar o uso do café nos diversos Estados brazileiros? Deixando de parte a pomada, esse nosso grande defeito, poder- se-ia propagar o usa do café, em todo o nosso paiz, com tão pouco dinheiro que tornar-se-ia até despercebido. Commissionado pela Sociedade ou pelo Governo, iria para o sul ou norte, não um ox-Ministro, não um ex-congressista, mas, modesto varão, agricultor ardoroso, empenhado na expansão do café. Arrendaria modesta sala térrea em uma cidade onde não fosse usado o café. Não se preoccupando com espelhos, nem pomada alguma, arran- jaria meia dúzia de mesas toscas e disporia tudo com muito asseio, muito sosto. Comprando um torrador cylindrico e moinho movido á mão, com sua esposa e seus filhos, o commissionado torraria o café, mocl-o-ia, e serviria á freguezia o delicioso néctar. O botequim deveria ter á venda pacotes de pó do café, de um kilo e fracção. Para mais divulgar o uso, deveria o encarregado munir-se de um coador portátil, uma dessas chamadas machinas de café, de estu- dantes, e ir elle próprio e gratuitamente em casa das famílias e ás repartições publicas fazer alli o café, distribuil-o feito ás pessoas da casa, offerecer mesmo artísticos pacotinhos de café moido ás donas de casa, aos chefes das repartições. Além do café vendida no botequim, outro poderia ser divul- gado nas praças, nas reuniões publicas, nas portas dos theatros, dos circos, etc. Desde que o uso fosse se estendendo, adquii-ir-se-ia um vapi)r para accionar o moinho, e salões luxuosos seriam adquiridos para SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA a venda do café. Para o começo da propaganda, nenhum fazen- deiro se negaria a fornecer grátis uma sacca de café. A despeza feita pelo Governo consistiria em módico ordenado para o sustento modestissimo da familia encarregada da propagando, no aluguel da modesta sala, na compra das toscas mesas, de vasi- lhame simples, do torrador e do moinho de mão. Tudo feito com modéstia, isto é, com patriotismo, pois o patrio- tismo é a modéstia, pouco se gastaria. Para garantia do interesse publico, para a fiscalização do The- souro, o encarregado da propaganda obrigar-se-ia a, de quando em quando, dar informações escriptas, mostrando o caminho andado, o terreno conquistado. Nada conhecendo fora de meu pequeno circulo de actividade, não posso citar exemplos que abonem minlia presente idéo. Entretanto, vou relatar o que observei em caminho para o Rio de Janeiro. Na cidade de Friburgo, ha annos, tomava-se pouco e máo café. Toma- va-se pouco mesmo porque as famílias não dispunham de quem o torrasse bem. Um varão, cujo nome escapa-me, munindo-se de pequeno moi- nho braçal, e torrando o café em panella, começou a vender pó de café. Escrupuloso em sua funcção, seu producto teve logo acceilação e as famílias deixando de torrar em casa o café, começaram a comprar café moldo. Augmentando seu lucro, o varão foi pouco a pouco melhorando seu mecanismo de trabalho . Quando, ha três annos, passei em Friburgo pela ultima vez, o bom homem tinha já um moinho a vapor, vendia café torrado em grande escala, a preciosa bebida era usada em todas as casas e offe- recida ás visitas. Esse humilde industrial friburguense não deverá ser conside- rado benemérito entre os productores de café ? Seu exemplo não deverá ser imitado ? Respondam meus col- legas, fazendeiros de café. Na secção « Revista dos Estados » o Jornal do ( 'ommercio de 19 de agosto próximo passado dá uma noticia que reforça ainda minha idéa. O Estado de S. Paulo commissionou o capitalista Eugénio Pa- checo Artigas para ir ao norte tratar de estabelecer núcleos colo- niaes e coUocar no mercado de todos os Estados do norte do P.razil o café paulista. Segundo a noticia S. Paulo está resolvido a pôr uma linha de vapores para os portos do norte, e fazer directamente o mercado LAVOURA de café e certos cereaes que tão carecidos se tem tornado entre nós ultimamente. Ora, si os paulistas, os americanos do Brazil fazem isto, por que não acompanharão suas aguas os outros Estados cefeeiros, Rio, Minas e Espirito Santo? Dirigindo-me a uma sociedade agrícola brazileira é mou fim chamar a attenção de seus directores para tão uul fim. Dirigtndo-se ella a cada um dos Estados cafeeiros ou ao Go- verno central, bem poderia obter os meios de fazer a propaganda modesta, pequena e suave, mas sincera, auspiciosa e segura do nosso café entre os Estados brazileiros. Lage de Muriahé, setembro, 28. A. C. Ferreira Paula. EXPEDIENTE Secretaria Sessões tlíi liireetoria— Em sessão de 9 do setembro foram ap- provados os pareceres seguiutes : o Jos estatutos da Caixa Auxiliadora dos Empregados da Sociedade Nacional de Agricultura, elaborado pelos directores Srs. Alberto Jacobina, relator, Dr. .1. B. Castro e Dr. J. P. Couto Ferraz Júnior; o da proposta de reforma das tarifas aduaneiras, apresentada á Gamara pelo talentoso diputado, Dr. João Luiz Alves, assignado pelos directores Srs. A. Jaco- bina, relator, Dr. Pedreira Júnior o Carlos Raulino. — Foi apresentada pelo Dr. Monteiro da Silva uma planta agrícola da Fazenda da Penha, Horto Fructicola, levantada pelo supai-intendente, Dr. Paulino Caval- canti, sendo o serviço muito elogiado. — Em sessão de 16 foi conferido o titulo de sócio honorário a Monsiour Paul Doumer, por sua visita feita ao nosso paiz e por seus serviços em prol das rela- ÇÍ36S agrícolas internacionaes. Nas duas sessões foram unanimemente acceitos 58 sócios eíTectivos . Visitas— Foi esta sociedade distinguida com a visita do Exm. Sr, Paulo Doumer, acompanhado dos Srs. H. Turot, E. Joulia, A. Devarwin, distincto indus- trial e Dr. Tobias Monteiro, do Jornal do Commercio. S, Ex. veio retribuir, logo em seguida a sua chegada a esta cidade, no principio do mez, as saudações levadas pela directoria na occasião de seu desembarque. Foram percorridas todas as secções da sociedade, sendo acompanhados pelos directores presentjs. — Veiu por diversas vezes a esta st de durante o mez o lllm. Sr. coronel José Maria Carneiro da Cunha, coeso distincto consócio, vice-presidente da União dos SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Syadicatos do Poi-nambiico o presidente de Companhia Agricola Mercantil dn Pernambuco . Sua s(!nhorIa veiu a esta capital tratar do ensino e das caixas agrícolas, tendo obtido do governo o auxilio preciso para a sua pretonção em favor de Pernam- buco, A directoria fez se repi-esentar em seu embarque. — Também estiveram nesta sede os Srs. Senador Dr. Yictorino Monteiro, adiantado lavrador em Campos e Dr. Ildefonso Simões Lopes, digno deputado e industrial do Rio Grande do Sul. Ooi-reispoudencia. : Cartas, telogrammas o oITicios receliidus 434 Cartas respondidas 190 Expedição: Boletins sobre febre aphtosa 3.100 Cartas 309 Offlcios 8 Telegrammas 14 Revista — A iouowra . . . , 8.960 Idem em 40 colloeçijes para sócios novos 880 l*a,recei- da cominissilo solbi-e os tyi>os rto café tia Bolsa tio NeAV-Yoi-li no Bi-iizil — A commissão nomeada, om sessão de directoria, para formular um parecer acerca do oíficio dirigido á esta Sociedade pela Associação Commercial de Santos, concernente aos typos dos cafés acceitos officialmente na praça de Santos, eraitte o S3U juizo pela seguinte forma : O assumpto é da maior importância, o não po lia deixar de impressionar e provocar ura estudo da parto de:>ta Sociedade, intimamente ligada á agricultura nacional, sempre aberta na defoza dos interesses e propaganda dos mais sãos principies que devem reger as nossas relações económicas e sociaes. Desligada, inteiramente, dos interesses mercantis, que são, no emtanto, a ultima expressão do trabalho agrícola, na apuração pela vend i dos productos trazidos aos morcados pelos agricultores, torni-se evidente que esta Sociedade sente-se desassombrada ao vir manifestar publicamente a sua opinião, quer quanto ao assumpto em debate, quer quanto ás demais questões attineiites á classe agrícola, cujo progresso o bem estar constituem as suas incessantes preoccupaçõos. O documento offlcial, reetbido, dá-nos conhecimento, sem mais amplas consi- derações, da adopção, igualmente olTicial, dos typos do caí"és instituídos pela Bolsa de Naw-York, do ns. 1 a 9, «com os caracterisUcos constantes do parecer», remet- tido porcjpia, impresso, assignado por uma commissão designada pela assembléa geral da Associação Commercial de Santo?, aos 17 de dezembro de 1906, que não desconheceu, antes proclamou, que a sua tarefa era «importante». Encampando o parecer dessa, a Associação adopta esses typos, e assevera que olles «assentam sobro uma base mais racional e que menos controvérsia offerece ás conclusões periciaes». A LAVOURA m Não nos detoromos no ponto em que a comraíssão declara quo, uma olassi- flcação nacional, « só poderia obedecer ao critério seguido na organisação dos Ujpos americanos,» e si alguma cousa tentássemos fora dessas normas, seria em pura perda, não sendo possivel encontrarmos cousa melhor, pois leríamos fatalmente do copiar, eilecte-s6 nos preços da meroadoria legitima, e ô assim quo se explicam as oscillações diárias, em saltos bruscos, quanto aos mesmos preços. Para esta sociedade, pelo órgão desta commissão, outro não foi o movei da alteração das nossas classificações antigas, para as que hoje prevalecem favorecer as compras aqui, e facilitar o jogo lã fora. O nosso commercio do café, racionalmente fallando, reduz-se aos mercados internos, em grosso o a varejo. Ainda não dispomos de relações directas com as praças, estrangeiras, e assim se explica o critério da illustre Commissão de Santos quando afllrma que : «nada podemos fazer de melhor que a adopção desses typos combinados em New York e tanto são favoráveis aos compradores era grosso nos mercados do paiz, onde dictam leis ». As caldeações aqui feitas, do bom, do soíTrivel, com o ruim, em obediência à esses typos, da Bolsa de New York, o quo irão ser remani pulados nos portos de importação, no estrangeiro, avolumando cora os nossos melhores cafés tirados dessas mesmas caldeações, os Moka, Java, Ceylão, Porto Rico, etc. etc, éque tlão logar ao nosso desconhecimento pela massa dos consumidores nos diversos paizos, accrescondo ainda : incorremos para o nosso completo descrédito, visto que os resíduos apurados, nas remanipulaçõcs, figuram como os únicos cafés que pro- duzimos no Brazil!... Eis porque justiflca-se esta outra opinião emittida pela illustre Commissão de Santos, quando assevera não possuirmos «pessoal habilitado»; nacional o patriótico, accrescentamos nós. . . O Brazil tem limitado a sua actividade em produzi-r somente para interme- 432 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA diários do commercio foraecondo ensanchas para a formação de tententes» ou conluios que redundam no açambarcamento dos productos do seu solo, ficando aos trabalhadores da terra os mais minguados proventos, e em muitos casos, a ruina e o dosanimo... Para que servem as riquezas que possuímos, os privilégios naturaes do solo ubérrimo, etc, etc, desde que não saibamos tirar todo o partido desses ele- mentos ?... Carecemos aprender a produzir nas melhores condições de casto, qualidade o quantidade, estudando a fundo estes elementos, porque os mercados de bojo não são mais locaes e sim raundiaes, dadas as relações rápidas entre as nações. E, si 6 indispensável, hoje que todo o productor deve ser forrado de um estofo de neso- ciante, para saber vender ou comprar, claro 6 que ás nações compete não desco- nhecerem esta verdade, na luta intensa para a conquista dos mercados e a defesa dos seus próprios. A illustre Commissão de Santos sustenta que não é possível descobrir-se : «processo de resultado mathematico , em matéria de classificação de café ; são comple- lamente desconhecidos, e pensa que, pela grande variedade do artigo, difficil, sinão impossivel è por agora, a fixação de outros typos ma.is perfeitos» . A essa Commissão não deve ser estranha a língua íngleza, e, portanto, não é provável que desconheçam os seus membros a tentativa de cliímicos inglezes. nesta mesma ordem de ídéas. Esses investigadores, nas índias Orientaes, em ura estabelecimento offlcial, preoccupados com as classificações dos cafés, firmadas sobre bases incertas, variáveis, da impressão visual e do paladar dos julgadores, estavam procedendo a estudos chimicos analyticos, qualitativos e quantitativos dos diversos cafés. Pelas amostras que obtiveram, e no curto espaço de tempo já decorrido, ainda podiam apresentar conclusões categóricas; comtudo cheiraram a verificar uma coincidência notável : correspondendo aos cafés mais bem cotados, mais reputados, maior teor em cafeína, potassa, etc. Por conseguinte, póde-se classificar matlie- maticamonte, com o auxilio da chimica analytica, os cafés, o d fortiori dar-sí-lhes outra classificação mais racional e sobretudo mais ínstructiva para os productores brazileiros, baseada nos typos mais conhecidos, mais bem reputados peloe consumi- dores, que são : Moka, Java, Ceylãu, Porto Rico, otc, etc, que a grande variedade de cafés brazileiros tem permittido, até hoje, fazer-se no estrangeiro. Passaremos nós, então, a dar-lhes, aqui mesmo, as respectivas cotações que merecerem nas praças ou mercados mundiaes, rompendo com mais essa ignorância, como tem acontecido, pois, só tomos as cotações dos cafés Rio e Santos!... O assumpto ó vasto, prendendo-se a interesses colossaes para o Brazil, que deve procurar con- quistar a sua emancipação económica, dotando-se cora os apparelhos indispensáveis a tão justa e nobre aspiração, zelando e amparando judiciosamente a sua agricul- tura, os seus agricultores o o seu commercio. Nestes termos, a commissão nomeada propõe : 1.° Que não sejam acceítos offlcial e dofinitívaraente os typos de café da Bolsa de New- York ; 2.0 Que preferencialmente a esses typos, sejam adoptados, o mais breve pos- sível, aquelles que prevalecem nos mercados externos e que correspondem ao que ô conhecido pela massa dos consumidores, o não dos in^termediarios : Molva, Java, A LAVOURA Ceylão, Porto lUco, etc, ctc, com as competentes cotações diárias na imprensa, a par das do Rio e Santos ; 3," Que os governos do paiz, interessados, promovam quanto antes os estudos completos sobre o assumpto, abrangendo o maior campo possível, á imitação do que fez o Governo liollandez ; e, só então, tor-se-ha a possibiliJade de modificar, em qualquer sentido, as classificações que prevalecem no mundo consumidor, si assim convier. Rio, 27 de abril de 1907 — Dr. João Baptista de Castro, relator, — Dr. Sylcio Ferreira Rangel ._ — Alberto Jacobina. Sscção technica Macieiras cie Oanaiiéa— Rio de Janeiro, 1 de agosto do 1907.— Ulmo, Esmo. Sr. Presidente da Sociedade Nacional de Agricultura — Tenho a honra de apresentar a V. Ex. as primeiras monographias joncluidas e que deverão ser em numero de 159, correspondentes âs 16S amostras de madeiras, colhidas no município de Cananéa, littoral sul de S. Paulo, umas em terrenos de ar^'ila pura, outras em terrenos silieo-argilosos e também muitas em terrenos somente silocosos e semi-turfosos, que aliás são os melhores para indairações botâ- nicas, porque a variedade das espécies 6 maior. E' facto por demais conhecido que a flora das regiões marítimas do Brazil ê admirável. O município do Cananéa, que escolhi para campo de trabalho, ó cor- tado pela magnifica serra do Mar, onde as florestas jamais são interrompidas ; e faz parte da «região das aguas», comprehondeudo zonas fiuviaes, zonas de margens alagadiças, zonas de pântanos, charcos, brejos e turfeiras e zonas marítimas: todas ellas se acham representadas no pequeno mostruário qua me acompanha ; e si a sua representação não é maior deve-se isso á escassez de tempo. Infelizmente a época de meus trabalhos não coincidiu com a da floração geral, o que de antemão ora sabido, de modo que o meu contingente para o hervario ô insignifleanto ; contudo, todos os vcgetaes floarara bem reconhecidos, de modo que em tempo opportuno a lacuna poderá ser facilmente preenchida. As lauraceas, que na opinião dos botânicos estão melhor representadas nos trópicos do que no Equador, dariam por si sós occupação para bastante tempo, tal ã abundância e variedade. O mesmo direi das leguminosas e bignoniaceas, que de certo no extremo norte não existem em maior numero. Devo notar que, quasi de um modo geral, as madeiras da região de Iguape, a que pertence o município de Cananéa, são superiores em densidade, resistência o boUeza de] colorido e delicadeza do tecido, ás mesmas espécies nascidas serra acima no Estado de S. Paulo e em alguns outros Estados, approximando-se e egualando até as que nascem no Pará e Amazonas. E' mais uma razão a justificar o nome do Amazónia Paulista com que se designa já a referida zona de Iquape. Devo ainda salientar a circumstancia de que a quasi totalidade das arvores teem nomes indígenas guaranys, perfeitamente applicados, porque explicam sempre Nota— Começamos neste numero, no editorial, a dar as monoçTaphias a que sa refere o Sr. M. Corrêa, ficando acima indicadas as explicações SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA qualquer característico do vegetal ; não existindo naquolla zona as denominações ridículas de «farinhi secca», «milho cozido», o «carne de vacca» e outras, com quo .al!,'urea se designam grandes veíretaes de maior ou menor importância. As dimensões do caule, que apresento, são as que verifiquei pessoalmente e re ferera-so sempre a vigas ou toras que podem ohtor-se ; não comproliendem, portanto, a copa ou fronde. Julgo isto mais util aos industriaes. Alóm das monograpliias das arvores, apresentarei ainda as do alguns vet;etaes textis e tanantes, etc, etc Em prefacio, mais tardo, reproduzirei algumas destas notas o accrescentare outras que neste momento não me occorrom, todas destinadas a melhor orientar o leitor. Renovando os protestos de alta consideração, subscrevo-me.— Do V. Ex Attentoven. e criado obrigado. M. Pio Corrêa. Em comraissão da Sociedade N da Agricultura. Informações— Em 13 de junho de 1907. —O Sr. Floriano Germiniase— de Itabira de Matto Dentro — Minas — pediu informações sobre commercio da farinha de bananas e tapioca, perguntando —1° quaes os mercados para esses dois productos — 2» quaes os preços — 3-^ qual o melhor modo de acondiciona- mento. A farinha de banana ainda não tem sabida regular, estando apenas em via de ensaio. Quanto á tapioca, esto producto tem franco mercado nas diversas pra- ças europeas e americanas, sendo a França um dos melhores compradores. Este artigo foi cotado, em março e abril últimos, de 50 a 65 francos por 50 kilos e paga de imposto de importação em França 11 francos por 100 kilos. Essas cotações foram fornecidas pelos Srs.: r Gôo Ernest 59Quai d'Orleans,Havre, França ; 2» J.H. Qrein, 16 rue Sainta Croix de la Brotonière, Pariz. Acondioiona-se a tapioca em pequenos barris hermeticamente fechados ; porém será preferível o emprego de latas de folha do Flandres, que ficam mais em conta. Em 20 de junho de 1907,— O Sr. Christiano Dias da Costa, de Rio Novo, per- gunta onde se encontra Vaccina contra a peste da manqueira. —Quem prepara essa vaccina ô o Sr. Dr. João Baptista de Lacerda, Director do Museu Nacional do Rio de Janeiro, a este senhor ó que o Sr. Dias da Costa deve dirigir-se. Em 20 de junho de 1907. — O Sr. João Ricardo da Costa Filho, Presidente da Sociedade Agrícola de Alfredo Chaves, pedindo óvulos (semeutes) do bicho de soda o mudas de amoreira branca. Pensamos que o Sr. Amilcar Savassi, de Barbaoena, Minas, se prestará a fornecer as sementes de que aquellô senhor carece. Quanto ás mudas de amoreira branca, o Sr. Coronel Asdrúbal do Nascimento, Director da, Companhia Antárctica de S. Paulo, tem uma plantação regular dessa preciosa planta o ó bom possível que se preste a fornecel-as a pedido desta Sociedade. Horto da Penha ■Oireotor— Foi designado polo Sr. Presidente para servir como director interino desta secçrio o Dr. Monteiro da Silva, que occupa esse logar desde fins de agosto om substituição ao Dr. J. Baptista de Castro. A LAVOURA 435 Relatório dos serviços execntados m Horto FrEcticola da Penlia, diraite os lezes de apsto e setembro Os serviços executados durante 03 mezes acima constaram do seguinte : ^•IXHEDO Praticou-se a poda e a enxevtia em tolo o vinlioio, bem como fiiicaram-se os postes para a collocação dos arames. Nestes traballios foram empregados quatro homens e que executarem em 25 dias, assim distribuídos : O dias na abertura de covas 24$00a 4 dias fincando os postes 12$000 8 dias estendendo os arames 3S$000 6 dias na enxertia e poda 1S$000 Esta plantação se acba em magnificas condições, tendo vingado a maioria dos enxertos. FIGUEÍRAL Praticou-se a poda no segando talhão do figueiral e continuou-se a capinação no primeiro. São animadoras as con lições em que se acham estas plantas. LARANJAL Furam feitas as capinações e as podas : Procedeu-se a enxertia em 1 . 800 cavallos de laranjas da terra, serviço que foi feito por um trabalhador e por mim. Os enxertos acham-se em magoiflcas condições, tendo já, vingado porto de 985. As variedades enxertadas foram as seguintes : Lima de umbigo, lima da Pérsia, laranja Natal, Pêra, Tangerina. Selotas e Bailia. As borbulhas das limas tiradas do pomar do horto e as ile laranjasforam for- necidas pelo Sr. António Telles Bittencourt. MELOAL Plantaram 600 covas de melões, os quaes têm sido tratados convenientemente e se acliam em boas condições. MELANCIAL Fez-se a capinação, estando actualmente no periodo de fructiflcação. ABELHAS Construi um apiario, afim de melhor abrigar as abelhas. Esta construcção que é simples, mede 3,50 de largura por h) metros de com- primento, é coberta de sapé e tem o chão cimentado, prestando-se para accommo- dação de 20 colmêas modelos ; tendo jã installado o. GADO Os bois furam acommettidos de febre aphtosa, a qual atacou-os com certa gravidade. Foram medicados com as lavagens na lingua com uma solução de alúmen o nos pés com o sulphato de cobre. Restabeleceram-se promptamente com esta medicação. LEVANTAMENTO DA PLANTA Durante o mez de agosto fiz o levantamento da planta da fazenda, levando neste serviço 2á dias. SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA OCCURRENCLV Actualmente trabalhara lâ homens, assim distribuídos : 1 operário. 2 aradores. 2 nas enxertias. 1 nas podas. 3 nos viveiros. 1 na cocheira. 2 no figueiral. E' necessário o urgente a acquisição do dous animaes para os trabalhos das machinas, pois os actuaes são insigaiticantes para attender aos múltiplos serviços a fazer.— Manoel Paulino Cavalcanti, superintendente. Museu Amostras de madeiras adquiridas pelo MUSEU da Sociedade Nacional de Agri- cultura, procedentes de Cananéa ( Estado de S. Paulo ): Araribá amarello. Almecegueira vermelha. Araçá-piranga. Araticú-panema . Arapaçú-pequeno. Batitô. Bucuhuva-vermelha. Caroba-rõxa. Canella nho-pissuma. Capororóca-ussú. Caujuja-branoa. Canella de veado. Catiguá. Cedro vermelho grande. Cae-e-levanta. Cambará-guassú. Caquera fêmea, Cabreuva. Guapêba vermelha. Guanandy-cedro. Guayrana branca, Guacá de onda. Guaricica branca. Gracuhy grande. Guabiroba do campo. Guayrana amarella. Guabiroba do matto. Ipè- tabaco ( 3 qualidades ). Ipê-uva, Jaboticabeira. Jacarandá-una. Jacarandá,-pitanga. Jacarandá- rosa. Murta. Marmeleiro do matto, Mandiparana. Nhunguvira branca. Nhotinga. Óleo pardo. Pimcntinlia. Paratudo. Pitaguará branco. Pau-sanguo. Pitaguará-araarello. Tajuba do morro ( 2 qualidades ). Tajuba da areia. Urucurana pequena. Ubatinga vermelha. Ubaguassú. Jacarandá- roxo, Vuapê-branco. Vapuronga. Vuapericica. Vuapè do morro. A LAVOURA Sscção da propaganda das Applicaçõss Industriaes áo Álcool jruVlMENTO GERAL — JANEIRO A JUNHO Mappa das diversas demanstraçõês praticas, publicas ou particulares - 8. i o ? S si. o 3 MEZES z ^ LOCAR DA REALIZAÇÃO DO SERVIÇ n t ãp Janoiro ^^ 1 Ilha ao r,nvcrnaa..r llluniiuaçao .11 00 l » » » 3(5 1 Nictheroy 1 36 i Capital 31 72 2 Capital 1 40 Fevereiro ■ . . • 10 I Ilha do Governador , 1 Vassouras (E. Rio) . 1 1 Nictheroy 7 14 2 Capital 2S ir,2 4 190 1 26 Março 5 1 Ilha lio Governador . 2 Capital 31 31 3i) ir.2 2 3i; 1 » 12 Abril 3 1 Ilha do Governador . 30 3(3 1 Capital 30 PO 54 Maio 1 Ilha do Governador . 31 36 1 Pelotas (R. G. Sul) . Exposição (*) — — 1 » (,»»). Illuminação I raqueta 1 Capital 27 31 108 ■i » Junho 18 t lUia do Governador . 30 36 1 Paquotá 10 20 .' Nictheroy 1 18 1 Rocha (Dist. Federal). .1 12(; I En-enho Novo (idem). 1 .•i(i 1 Jacarepagua. . . . 1 Capital 30 108 2 ,. . .32 3 12.; . 62 1 252 (*) Quasi todo o material da secção — fogões, logaroiros, Ibrros, ventiladures, eto. e material enviado por IManoel Ciomes & Comp. e Manoel Galvão desta Capital. Nota — A dilferença de consamo de álcool i|uo possa ser notada de uma para outra illuminação, para mais ou para msnos, explica-so pelo maior ou menor numero do horas de serviço. Álcool fornecido pela casa. Guichard & C» para sócios dj Interior a diversos Estados o para algumas das demonstrações praticas de propaganda : Janeiro a março. 2.548 litros Abril a junlio 3.753 » MOVIMENTO DO ESCRIPTORIO — JANEIRO A JUNHO 58 pedidos de demonstrações praticas, sendo 53 attendidos . 7 pedidos, por escripto, de informações, tendo sido todos attendidos. 1 pedido do parecer, attendido. 6 pedidos de fornecimentos de apparellios, etc, todos attendidos. Varias informações verbaes. SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Secção ds plantas e de sementes Disti^ibuição de plantas e sementes feita na Sociedade Nacional de Agricultura, durante o mez de setembro de 1907 ESPECIPICAÇÃO U.SIDADBS l'ES0í Kilogrammas VO.UMKS Sementes : 20 30.00(5 91 252 1.880 1.187 1.063 2.710 115.500 21(1.000 4.000 23.750 30.000 (i!;oo 2. 1(15. coo 1.127.000 1.815 11.250 1.'370 ri.ooo' 5.000 2-.() 47í 3.510 G.dOo l.ooo 1L250 10 1 (IN. 500 1.2.>5 '^80 5!Ò("l0 1.350 51.500 8i5 (1.500 5.000 •r..25() Alo-odão ceK!!!!!^v.\v;."."::;.v:;::;::::::;:::::::::::: Holcus lanatus Linho Perini Lolium raygrass T ,, ,,1. Melão Thcosinto 2ij Plantas : 386 4 25 31 32 Fructeiras ilo paiz 321 31.791) 4. 155. .345 1.907 A LAVOURA Secção ds propaganda Foram attendidos os serviços de publicação diária, sendo enviadas aos jor- nacs seis noticias sobre assumptos diversos, salientando-se as instrucções para oxtincção do gafanhotos o para corabatar a febro aplitosa, como foram publicados no numero passado. Além disso foram largamente distribuídas em avulso as instrucções sobre a febre aplitosa. ^í^^^^^m^ NOTICIÁRIO Sstado ds Minas Directoria da Agricnltnra, Coniiercio, Terras e Colonização Reg^ulanieiito jx que se rofero o «leci-oto u. ÍJOSf, tle S de junho tle 1007' DA DIRECTORIA. E DO SECRETARIO DE ESTADO Art. 1." Pertencem á Directoria da Agricultura, Commercio, Torras e Colo- nização todo? 03 negócios e serviços que entendem com a agricultura sob todos os sous aspectos, como exame e analyses de terras ou de plantas ; estudo de cursos d'agua ou sondagens de lençóes subterrâneos ; a cultura dos campos, irrigações, motores ou quaesquer machinas e instrumentos agrícolas ; o estudo de plieno- menos atmospliericos e mais observações meteorológicas ; a fundação, adminis- tração e custeio das fazendas modelos, bem como os serviços que entendem com as terras devolutas g immigração, a colonização ou entrada e fixação do immigranto no solo o as suas relações cora o Estalo ; a designação e preparo dos terrenos para fundação de colónias ; a construcção dos respectivos ediflcios e a administração dos núcleos ooloniaes e a propaganda dos productos commerciaes nos mercados. Art. 2.» A Directoria da Agricultura, Commercio, Terras e Colonização 6 immoJiatamonte subordinada ao Secretario das Finanças. Art. 3." Além das attribuições geraes inberentes ao seu cargo, ao Secretario de Estado compute : § 1." Representar a repartição em todos os seus negócios junto ao Presidente do Estado ; § 2." Fiscalizar e fazer executar todos os serviços que correm pela repartição, levando a despacho do Presidente aquelles cuja solução definitiva é reservada á sua competência exclusiva ; § 3.» Resolver as questões que estiverem fora da alçada dos titulares da repartição, de conformidade com as attribuições conferidas por este regula- mento ; 440 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA § 4." Dirigir annualraento ao Presidente um relatório dos serviços da repar- tição, dando minuciosa informação do occorrido em todas as suas secções o dependências ; § 5.° Promover a responsabilidade dos fuoccionarios pertencentes á repar- tição, impondo-lhes as penas previstas neste reg-ulamento ; § 6.» Expedir as ordens de pagamento relativas a todos os negócios e funccio- narios da repartição ; § 7.° Deferir juramento ou receber o compromisso dos empregados da repar- tição de nomeação do Presidente ; § 8.» Admittir coUaboradoroa na repartição sob proposta do director, até o numero de cinco. CAPITULO II DA ORGANIZAÇÃO DA DIRECTORIA Art. 4.» A Directoria de Agricultura, Commercio, Terras e Colonização é dividida em três secções, sob a denominação de secção central e de agricultura, secção technica e secção de terras e colonização, tendo como dependências o campo de expe- riências o demonstração, fazendas-modelo e colónias e terá o seguinte pessoal : Um director ; Um chefe de secção, um 1» ofticial, um i» offlcial o um amanuense para a secção central e do agricultura ; Um cliefo technico, que será engenheiro, cinco engenheiros, um engenheiro ohimico, dous auxiliares profissionaes, um chefe de estatística, dous segundos oííi- ciaes, um amanuense e um servente para a secção technica ; Um chefe de secção, um 1° offlcial, um 2° offlcial e um amanuense para secção de torras e colonização ; Um porteiro, um continuo, dous serventes e um almoxarife. Além do pessoal supra imlicado e que funccionarâ no recinto da repartição, terá mais um chefe de agricultura pratica e tantos mestres de cultura quantas forem as fazendas-modelo e as colónias creadas pelo Estado, si estas não forem annexadas a fazendas-modelo, Art. 5.° A' secção central de agricultura incumbe : 1.° Receber todo O expediente dirigido á repartição e distribuir pelas outras secções aquelle cujo estudo não lhe competir ; i;." Obter de cada secção anncxa ã repartição, os dados necessários para organi- zação dos orçamentos das varias dependências e organizar annualmente o orçamento geral da D irectoria ; 3.» Esoripturar as dotações orçamentarias destinadas á Directoria e serviços a seu cargo, mantendo em dia o estado das verbas ; escripturar também, por parcellas totaes e era separado, de conformidade com os boletins parciaes das fazendas- modelo, o movimento de receita e dospeza das mesmas, destinando para esse fim livros especiaes ; 4." Fazer a matricula dos funccionarios subordinados á repartição e expedir as respectivas folhas de pagamento ; 5.» Dar o devido andamento e promover a solução de todos os negócios que por A LAVOURA 441 sua natureza especial não estejam na esphera do attribuições o deveres das outras secções, bem como fazer o extracto do expediente destinado a publicação. Art. 6." As9cção tecliuica comprelienderà três subdivisões: trabalhos topo- graphicos, desenho, mecânica e hydraulica agrícolas; chimica e meteorologia agrícolas e estatística agrícola. § 1." A' subdivisão de trabalhos topographicos, desenho, mecânica e hydraulica agrícola incumbe : 1.» Todos os serviços que entendem com o assentamento, experimentação e apreciação das machinas e instrumentos agrícolas ; 2." O estudo e informação de todas as consultas referentes a plantas para quaesquer machinisiuos agrícolas ou sobre instrumentos agrários ; o exame, me- dição e consequente informação sobre o valor e outras condições de quedas d'agua ; 3." Os estudos de sondagem dos lençóes d'agua subterrâneos em quaesquer pontos do Estado e a applieação dos apparelhos mais convenientes para seu aproveitamento ; 4.° O estudo dos cursos d'agua nas zonaa de fazendas -modelo, de colónias ou em outras designadas pela repartição, a pedido de interessados ou por ordem do Governo ; 5.° O estudo das áreas de terrenos irrigáveis nas zonas em que o systema hydrographíco ou a existência de lençóes abundantes permittam a irrigação, com indicação do melhor systema para aproveitameato das aguas existentes ; 6." O levantamento de plantas, o projecto e desenho de machinas o edifícios, bem como outros trabalhos de engenharia relativos ao serviço da repartição. § 2." A' subdivisão de chimica e meteorologia agrícolas incumbe : 1." A analyse de terras, adubos o productos vegetaes, como forragens o outros, não só pertencentes aos institutos offlciaos, como a particulares, sempre que ordenada pelo engenheiro technico ; 2," A escripturação do um livro especial de onde constem, por ordem chro- nologica, todas as analyses feitas no respectivo laboratório, com especificação do nome do romettouto, da amostra sabmettida á analyse, do logar de onde veio, da data da remessa e de .seu valor qualitativo e quantitativo ; 3.° A preparação das notis para publicação, no jornal ollicial, das analyses feitas durante a quinzena, bem como a systematisação dessas notas para publicação especial, no encerramento do exercício, destinada a repositório dos trabalhos de analyses da secção, e om lorma de fácil consulta ; 4.» O registro methodico de todos os dados sobre os phenomenos atmosphoricos, que interessem á vida dos campos, â agricultura e em geral ao clima do Estado, os quaes serão obtidos das estações meteorológicas quo possam ser montadas pela Directoria ou de quaesquer outras que remetiam á repartição as suas observações as quaes poderão sor publicadas nos jornaes quo o quizerem, no interesse geral da climatologia ; 5." Procurar manter-se em correspondência diária cora os estabelecimentos congéneres existentes no paiz, e publicar, sempre que for julgado conveniente, boletins trazendo informações sobre o clima do Estado. § 3." A' subdivisão de estatística agrícola incumbe : 1," Fazer a estatística da producção e exportação dos productos agrícolas a manufacturados do Estado e da qual constem, em forma de mappas de fácil oon- 00'JS — 7 442 SOCIEDADK NACIONAL DE AGRICULTURA sulta, as áreas que annualmente cada espécie occupar, a producção do cada loca- lidade era relação á unidade de superfície cultivada e o respectivo preço de producção de cada espécie, tendo em vista o motliodo de cultura adoptado ; a exportação o o consumo local do producto ; a avaliação das colheitas futuras e os preços do mercado, tomando para base destes o estado nos mercados do Rio de Janeiro o Santos ; o numero do fazendas ou outras propriedades agrícolas ou ma- nufactureiras existentes no Estado, seu respectivo valor, o capital o o pessoal nellas effectivameute empregados ; 2." Investigar as circumstancias dos mercado? suppridos pelos géneros mi- neiros, voriflcaudo as condições da procura dos mesmos e aconselhar os produ- ctoros do Estado quanto ao modo do propai-ação o opportunidade de exportação de suas colheitas, de maneira a obterem as melhores vantagens da procura ; 3." Fazer acquisição de sementes, já applicando as dotações para isso desti- nadas, já adquirindo-as por permutas, o distribuil-as pela lavoura do Estado, dando preferencia aos lavradores que as aproveitem de accorJo com os methodos de cultura empregados nas fazendas-modelo. Art. 7." A' secção de terras o eolonisação cumpre : 1 ." O estudo de todas as questões relativas a terras devolutas, inclusive o dos processos de medição de terras ; 2," Organizar o registro, em livro especial, das terras que forem alienadas ou legitimadas, nos termos da legislação de terras em vigor, indicando o nome do pro- prietário, a área e o preço da venda ; 3." Organizar em livro especial, para cada colónia, a matricula dos colonos estabelecidos em núcleos do Estado, indicando o numero do lote que occupar, a natureza do titulo de oacupação, o nome do chefe da família, as pessoas desta, idade, sexo e nacionalidade ; 4." Fazer o registro de todos os immigrantes introduzidos, por conta do Qo" terno, no Estado, com in^licação da nacionalidade, etc, bem como das dospezas feitas com esse serviço ; 5.» Organizar uma escrlpturação completa das despezas feitas com cada colónia o com o serviço de medição de terras e trazei -a em dia ; 6.» Levantar para ser publicada annualmente a estatística da população e da producção das colónias . Art. 8.° E' obrigação commum de todas as secções : L" O preparo das notas do seus trabalhos respectivos durante o exercício, as quaes deverão ser em tempo submettidas ao director para organização do relatório da repartição ; 2.» A guarda o arranjo dos papeis pendentes até flnal solução c a sua remessa para o archivo ; 3." Manter em dia o protocoUo de todos os papeis entrados e sabidos da secção e fazer o expediente que lhe for peculiar ; 4." Informar os negócios de sua competência especial, que tenham de ser submettidos a decisão superior ; 5." Dar as certidões que forem requeridas á repartição ; 6." Apresentar semanalmente ao director uma relação dos papeis om anda- mento que não tenham sido informados, cumprindo ao respectivo chefe justificar a A LAVOURA 443 7." Cuiuprii' as ordens que lhes sejam transmittidas polo director. Art. 9." Aunexo á portaria será croado o arcliivo, onde serão guardados todos os papeis íiudoa relativos a negócios resolvidos e contas da repartição e outros, por sua natureza, considerados como elementos históricos da repartição. CAPITULO VI DAS FAZENDAS-MODELO Art. 49. São creadas no Estado, nos termos do art. 2-' da lei n. 438, do á4 de setembro de 1906, seis fazeudas-modelo, nos pontos que offerecerem, a juizo do Governo, melhores condições, mas distribuídas de modo que sejam localizadas: uma no centro, uma no norte, uma no sul, uma na zoua da matta, uma no triangulo mineiro e uma na zona do oeste. Paragraplio único. Estas fazendas terão como objectivo principalmente a agricultura ou a pecuária conformo a zona em que ellas se installarom for agrícola ou pastoril. Art. 50, O numero de fazendas-modelo a que se refere o artigo anterior só se entende com as fazendas montadas a expensas exclusivas do Estado, podendo ser aquelle numero augmentado com tantas quantas sejam auxiliadas pelas mu- nicipalidades, de conformidade com o disposto no § '-i" do citado artigo. Art. 51. Na installarão das fazendas-modelo será observado o plano neste regulamento determinado e que estabelece os quatro typos pelo Governo appro- vados. Art. 52. Estes typos são : l.» O typo A, que comprehenderá uma área nunca menor de 10 alqueires de terreno e se destina á demonstração do manejo dos instrumentos aratorios, ê li- mitado aos trabalhos de campo concernentes a pi^eparação da terra para cul- tura, sem raachinas da beneficiamento de productos ; 2.° O typo 13, que comprehenderá uma área nunca menor de 25 alqueires de terreno, apparelhados de pequenos machinismos movidos por ti^acção animal, conforme a planta approvada, tem por fim a demonstração pratica de duas ou mais culturas em ponto pequeno e o modo mais económico o útil de sua trans- formação e aproveitamento ; 3.° O typo C, que comprehenderá uma área nunca menor de 40 alqueires de terreno, com machinisrao apropriado ao aproveitamento da generalidade dos productos annuos da nossa lavoura, movido por força hydrauliea, visa demon- strar o modo mais económico, útil e pratico pelo qual se pode transformar, melhorandoa, a generalidade das propriedados agrícolas do Estado ; 4.» O typo D, que comprehenderá uma área nunca menor de 80 alqueires do terreno, com machinismo completo para aproveitamento não só dos pro- ductos a que se refere o n. 3 deste artigo, como os florestaes e a producção de lacticínios, movido por motor liydraulico dos typos m kis perfeitos, visa a de- monstração da cultura racional em grande escala. SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Art. 53. As áreas destinadas para as fazendas-modelo deverão conter polo menos 4 alqueires (cerca de 20 hectares) de terras planas ou de suaves ondulações, do fácil accesso aos instrumentos aratorios no caso do adopçã-j do typo A, ou uma área mais ou menos correspondente a um torço da àroa total, no caso do adopção de qualquer um dos outros typos. Art. 54. As Camarás Municipaes, quo pretondam obter a crea;ão de uma fazenda-modelo em seus municipios, deverão concorrer : 1.° No caso de escolha do typo A, cora as prestações, ora terras, de 10 al- queires, com uma casa e um paiol e oní dinheiro, cora 3:000$ de uma s6 vez. 2.° No caso de escolha dos typos B, C ou D, com as prestações era terras res- pectivamente, de 55, 40 e 80 alqueires de 4 hectares, 84 e, era dinheiro, com a metade da importância dos machiaisraos e edifícios necussarios para o typo escolhido. Em qualquer das hypotheses Agouradas as terras deverão satisfazer as exi- gências d(} artigo anterior. Art. 55. As fazendas-raodelo serão adraioistradas e custeadas pelo Estado directaraente, pertencendo-lhe a propriedade e o respectivo rendimento. Art. 56. Cada fazenda-modelo será destinada a determinados géneros de cul- tura, de conformidade com a natureza do seu solo e condições do seu clima, e.x- cluidos quaosquer outros. Na região agricoli predominará o ensino pira o cultivo da terra, sendo o da creação puramente accessorio ; na região pastoril predominará o ensino da pe- cuária, sendo então accessorio o da agricultura propriamente. Art. 57. Em cada fazenda-modelo o Governo manterá : a) Reproductores bovinos do raças escolliidas, assim como reproductores de outras espécies de animaes, que serão cedidos gratuitamente para a fecundação das feraeas trazidas para esse fim á fazenda ; b) Um sloch das machiiias na mesma fazonda empregadas, não só as aratorias como as de beneficiamonto, as quaes serão cedidas, pelo preço do custo, a quera se proponha compral-as, desde que o comprador exhiba talão da entrada do preço respectivo no Thesouro do Estado ou na CoUeotoria local. Art. 58. Do mesmo modo, as machinas a que se refere o artigo antecedoQte poderão sor cedidas aos colonos localizados nas colónias annexadas a fazendas- modelo, mediante pagamento, como preceituado para outros compradores, ou sob a garantia das colheitas do anão ; para este flm, previamente avaliadas, as colheitas serão recebidas em espécie, ao serem realizadas, pelo preço corrente dos respectivos productos ua localidade. Art. 59. As fazendas-modelo enviarão pessoal seu ás fazendas vizinhas, para o flm de executar qualquer trabalho de amanho ou preparação do solo, tomando taes trabalhos por empreitada, mediante remuneração previamente ajustada, de accordo com as basos que serão opportunamonto publicadas, ou a salário, de conformidade com os preços correntes de serviço? similares na loca- lidade. Esses serviços, porém, só serão prestados, quando os interessados deposi- tem previamente, em qualquer das estações fiscaes, a importância em que forem orçadas ou a quota que for fixada. Art. 00. As fazendas-modelo receberão os trabalhadores que os fazendeiros do Estado lhes enviem para aprendizagem do manejo daquelles instrumentos, não A LAVOURA excedendo de 30 diss a sua permanência nas referi lis fazendas, dando-Ihes estas moradas o sustento durante o máximo daquelle prazo. O numero destes traballia- dore.^ não poderá exceder de 10 pessoas nas fazendas do typo A ; de 15 pessoas nas do typo B ; de iO pessoas nas do typo C e de 30 pessoas nas do typo D. Os traba- lhadores assim enviados ás fazendas-modelo ficarão subordinados á ordem nellas observada e tomarão parto em todos os seus trabalhos diários sob a direcção do mestre de cultura, que os expulsará da fazenda todas as vezes que se tornem ele- mentos de perturbação da disciplina do estabelecimento. Paragrapho único. Na hypothese do ter sido a fazenda-modelo installada com o concurso da Gamara Municipal, serão admittidos de preferencia os trabalhadores aprendizes que forem apresentados á Directoria pela presidente da mesma Camará. Art. 61. Além da demonstração praticados trabalhos de campo, aquoso referem os artigos anteriores, as fazondas-modelo também ministrarão a necessá- ria instrucção pratica a moços que queiram habilitar-so para a proflsscão de mestres de cultura. Para este fim as fazondas-modolo receberão moços de conducta reconhecida- mente morigerada, nunca menores de 18 annos de idade, aos quaes serão dadas residência e alimentação gratuitas e transporte ferro-viario somente no caso de reconhecida pobreza. Estos moços tomarão parte nos serviços diários da fazenda, durante o tempo necessário para que possam assistir e executar todas as operações relativas ás culturas em exploração na fazenda, desde o amanho dos terrenos ató as colheitas e o preparo de seus productos, sendo instruídos ao mesmo tempo, era todos os detalhes das culturas e da administração. Art. 62. Findo o prazo da aprendizagem, que é limitado a 10 mezes, og aprendizes serão submettidos a um exame, que versará sobre os differentes tra- balhos do campo com os respectivos instrumentos, e numa exposição succinta e verbal, por meioMe perguntas e respostas, das regras que se devem observar na cultura das espécies exploradas na fazenda, como o modo de^plantação, as épocas proprias^para as differentes espécies, o modo de estrumação, ^irrigação, capinas, colheitas, etc; e bem assim, em relação á administração, o modo de escripturação observada na fazenda^ e mais detalhes que tenham feito parte de sua aprendi- zagem. Art. 03. Este exame, presidido pelo chefe technico, será feito perante a Di- rectoria da Agricultura, Cummorcio, Terras e Colonização, sendo examinadores o chefe do agricultura pratica e o mestre de cultura da_fazenda-modelo,[^ondeo examinando fez a sua aprendizagem. Art. 64. Os exames a que se refere o artigo antecedente "serão^ prestados em uma só ípoca no anno, no mez de junho, perante a Directoria]:e_nelles' serão apuradas as; habilita, ões dos aprendizes, não só quanto á sua pratica dos pro- cessos aratorios e culturaes ensinados, como quanto ao preparo pessoal do cada um em relação aos. outros, de modo a serem escolhidos em cada turma os cinco aprendizes mais habilitados o que tenham aproveitado inteiramente o ensino dado. A cada um dos aprendizes assim escolhidos o Governo poderá dar gratuita- mente, a titulo de animação, um dos melhores lotes em qualquer das colónias do Estado, sempre que seu comportamento, durante todo o tempo de aprendi- zagem, nenhuma nota desfavorável tenha merecido. 446 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Art. 65. O numero de aprendizes será, no máximo, de 5 nas fazemlas-modelD do typo A ; de 10, nas do typo B ; de 15, nas do fypo C e de 20, nas do typo D, Art. 06. Cada fazenda-modelo será administrada por um agricultor pratico, sob a deaorainação — mestre de cultura e sob a superiotendencia geral do di- rector. Só pôde ser admiítido para mostre de cultura o individuo que conheça a a.^Ticultura do paiz, os processos de cultura aratoria e que os tenlia praticado habitualmente e com successo por conta própria ou de terceiros, ou que os tenha aprendido, obtendo um certificado de mestre de cultura, em alguma das fazendas. rao3elo do Estado. Em caso deconcurrencia, têm preferencia os habilitado? pelas fazendas-modelo do Estado, que o provem cora o respectivo certificado. Art. 67. Ao mestre de cultura cumpre ; 1." A admiaistração interna do cstabelei^imento, pelo que deverá dirigir e fazer executar todos os serviços da fazenda sob todos os seus aspectos o de- talhes ; 2." Ouvir os colonos, nos casos de colónia nnnexa, prover as suas necessidades e represental-os om todas as suas reclamações perante a Directoria ; 3.° Promover não só as culturas da fazenda-moielo, como as de lotes nas co- lónias annexadas, levando trabalhadores e colonos ao f umprimento rigoroso de seus deveres respectivos, de modo que todos os seus serviços de um e outro esta- belecimento sejam executados convenientemente e nas épocas próprias para elles ; 4.» Manter em dia, escripturada em livro próprio, a conta corrente dos co- lonos ; 5.° Receber as contribuições dos colonos em debito o arrecadal-as para os devidos fins, em dinheiro ou in natura, liquidando-as neste ultimo caso, e reco- Ihendo-as mensalmente aos cofres do Estado, meJiantc guia do director ; 6.0 Tomar as providencias immediatas, que estejam na sua competência, o se tornem necessárias para o perfeito andamento dos serviços a seu cargo em quaesquer casos não previstos, recorrendo de prompto ao chefe de agricultura pratica ou ao director para aquelles que as circumstancias exigirem e escapem á sua competência ; 7.0 Ministrar aos aprendizes admittidos na fazenda o ensino a que se refere o art. 50 desta regulamento. Ai-t. 6S. Ao mestre de cultura incumbe mais manter uma escripturação de- talhada, em forma de estatística, nos livros que lhe serão fornecidos pela Directoria onde conste cora toda exactidão: 1.° O custo de cada serviço sub sua direcção, especializando o custo, por hectare, da roçada, do destocaraento, da lavra e da gradagem dos terrenos ; o de cada operação de que depende a producção, omo a semeadura, as capinas e a colheita de cada espécie cultivado na fazenda ; 2.» Ainda pela mesma unidade di; superficio, a quantidade e preço da semente plantada, o numero de pessoas e dias empregados em cada operação, a producção do cada espécie ou cultura ; 3." Por unidade do peso ou da medida (kilo^ramma ou litro) conforme a na- tureza da espécie, o custo da transformação nas machinas da fazenda dos productos A LAVOURA nellas beneficiados, verificada por cgual a proporção ontrj a matéria prima e o produoto respectivo, Art. 69. O mostre de cultura miuistrará monsalmoute ao director um bolotira om forma de mappa com todas as cspeciflcaçõos do artigo anterior. Art. 70. A cada uma das fazondas-modelo, sejam ellas fundadas exclusiva- mente pelo Estado ou com o auxilio das muaicípilidades, poderá ser annexada uma colónia, conformo ao Governo parecer eonvenionte, observadas, em todo o caso, as regras neste regulamento estabelecidas para a creação de colónias om geral, CAPITULO VII DAS COLÓNIAS E DOS COLONOS Art. 71, As seis colónias a que se refere o art. l» da lei n. 438, de :ll do setembro do 1906, serão situadas no Estado de accordo cora a mesma distribuição preceituada no art. 49 deste regulamento para as fazendas-modelo, recorrendo-se para isto, no caso de dosaccordo com os proprietários do torrenos, á desapropria- ção a que se refere o § 1° do supra citado art. 1° da lei n, 438, caso não existam terras devolutas convenientes nas localidades escolhidas. Paragrapho único. Caso o Governo o julgue convonionte, essas colónias po- derão ser annexadas ás fazendas-modelo . Art, 72. As áreas dos terrenos destinados á fundação de colónias serão di- vididas em lotes approximadamento de 25 hectares cadt ura o abrangerão, além da parte dividida em lotes, doíorminidas áreas espacialmente destinadas á pas- tagem de animaes e a logradouro de lenha e madeiras, proporcionadas ás neces- sidades, da população rural bem como, sempre que o Governo o julgar conveniente, áreas destinadas a um núcleo de povoação, a ensaios de cultura, escolas, otc. Art. To. Os colonos já estabelecidos de accordo comeste regulamento terão preferencia para a acquisição de lotes vagos ou desoocupados que, a juizo da Directoria, lhes possam ser rendidos. Art. 75. A situação das casas de residência nos lotos será determinada tendo - se em vista quanto possível a facilidade de communicação com a sôdo da co* lonia, á qual será ligada por uma estrada geral. Para a situação da casa da administração ou sede, que determinará o ponto do partida da viação d\ colónia, ter-se-á om vista, tanto quanto possível, a equi- distancia a a facilidade de communicação com os lotos. Art. 76. A estrada a que se refere o art. 75 o que forma o oixo da viação da colónia, será lançada do modo a servir, nas melhores condições possíveis, todos os lotes. Além desta estrada, será estudado o preparado o projecto do um sys- tema de canaes, de modo a evitar futuras duvidas sobre a parte quo cada co- lono poderá ter na distribuição da agua. Art, 77. Dos terrenos destinados a lotes coloniaes será, antea de paísarem 08 mesmos para a posse dos colonos, cuidadosamente dostocada e lavrada uma área de circa de 3 liectares. Serão também fornecidas aos colonos, por occasião do sua installação, as ne- cessárias sementes para as primeiras plantaçOes, bom como será facultado uti- lisarem-so, mediante aluguel, do raachinas agrícolas e animaes existentes na colónia. 448 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Art. 78, As colónias, si bem quo se destinem especialmente á localização de amilias de a;;ricuUores extraagoiros, poderiio tidavia receber também nacionaes habituados ao emprego de instrumentos aratorios e conhecedores praticamente da lavoura feita por meio desses instrumentos. O numero do lotes destinados a nacionaes não poderá exceder de 10 % dos reservados para agricultores extrangoií-os. Art. 79. Os preços dos lotes serão previamente fixados variando com as loca- lidades, de conformidade com o respectivo valor venal das terras e com as bem- feitorias nolles existentes. Art. 80. Aos colonos serão adeantado^ peio Estado, até o máximo de 30.'^000 por familia e por quinzena, os géneros necessários a sua alimentação durante os primeiros seis mezos de seu estabelecimento, bem como instrumentos agrários, assistência medica e medicamentos. Art. 81. E' facultada a acquisição de mais um lote ao colono que houver cultivado regularmente o loto que lhe tenha sido concedido, desde que este já es- teja pago. Esta cessão poderá ser feita pelo mesmo modo previsto pela acquisição do lote primitivo, em se tratando de colonos reconhecidamente diligentes, dedicados e trabalhadores. Art. 82. Aos colonos será dada preferencia nos serviços geraes da adminis- tração, sempre que esta os tenha e o permittam vagas de serviço em seus lotes respectivos, devendo ser gratuito o trabalho durante três dias que cada colono valido é obrigado a prestar para a conservação de estradas e canaes. Art, 83. Nos casos do colónias annexas às fazendas-modolo é fvcultada aos colonos a transformação de seus productos pelas machinas das fazendas, cobrando- se por esse trabalho, a titulo de indemnização e em espécie, ou em dinheiro, 10 % menos do que for a taxa estabelecida para serviços similares na localidade. Art. 84, Serão escripturados em conta do colono o preço fixado do lote, com- prâhendendo a terra e bemfeitorias, e a importância dos adeantamentos para sua manutenção e de sua familia, a da assistência medica e medicamentos fornecidos, abrindo-so conta corrente a cada um. O colono é obrigado a indemnizar o Estado pelo debito assim formado, por meio de deducções annuaes de ^.^0 °/„, recebidos em espécie, de toda a sua produeção, ou o valjr correspondente em dinheiro ; é fa- cultado, porém, ao colono fazer prestações maiores, si o quizer, ou o pagamento integral do loto em dinheiro, mediante um abatimento de 5 o/o bobre o preço fixado e mais os adeantamentos, si os tiver recobido. Art. 85. O colono receberá um titulo provisório do seu lote logo que seja lo- calizado, só podendo receber o definitivo depois de saldada sua conta ; no primeiro caso, o titulo será assignado pelo director da Agricultura, Commercio, Terras e Colonização e lhe garantirá a posse do lote a titulo precário, sob a condição de serem pelo colono desempenhados todos os deveres decorrentes j deste regulamento ; no segundo caso, o assignará o secretario de Estado e llie transmittirá o domínio do lote com todas as suas bem lei terias. Estes titulos serão redigidos do conformi- dade com os modelos annexos a este regulamento. Paragrapho único. Embora com titulo definitivo, ficará o colono sujeito ao regimen da colónia, emquanto não for esta emancipada, não podendo transferir o seu lote sem prévia licença do director. A LAVOURA 449 Art. 8i'i. Os lotes com suas bemfeitorias ficam hypothecados ao Estado ató solução da divida do colono e antos de pagos definitivamente são instransferiveis, a não ser por via de successão, não sendo permittido ao colono fazer qualquer transacção com elles ; no caso de successão, os lotes passam para os liordeiros com as mesmas obrigaçõos a quo estava sujeito o concessionário e os mesmos favores quo lhe eram outorgados, Art. 87. Ao colono é prohibida a criação de animaes, exceptuados aquelles que lhe forem especialmente permittidos pela administração ; os perraittidos, cujo numero não poderá ser íirande, deverão ser trazidos estabulados, o quando o colono o não possa fazer, terá o goso do pasto comraum da colónia para asso fim . Art. 88. E' prohibido ao colono supprir-se de lenha e madeiras à sua vontade nos mattos da colónia ; para isso deverá obter licença da administração, só podendo tirar as quantidades que lhe forem fticultadas. Art. 89. O colono que deixar do pagar regularmente as prestações do seu debito em numero de duas seguidamente, perderá todo direito ao lote e com elle as prestações que tiver feito. Quando, em tal caso, houver no lote bemfeitorias, quo tenha feito á sua custa o com o consentimento da administração, assiste-lhe o direito a uma indemnização que terá por base o valor dessas bemfeitorias o não poderá ser superior ;i sommx das prestações já realizadas. Art. 90. Da mesma sorte, o colono que abandonar o lote por mais de um anno, ou que deixo de cultival-o como lho cumpre, perdel-o-ha, não tendo direito á indemnização indicada no artigo anterior. Art. i>l. A divida contrahida com o núcleo pelo colono que fallecer deixando viuva eorphãos, será considerada oxtiucta, salvo a proveniente da compra do lote a prazo. No caso de ter feito o colono paio menos três prestações, serão dispen- sadas as restantes, expedindo-se titulo definitivo de propriedade. Art. 93. Cada colónia será administrada por um mestre do cultura, a quem incumbem as mesmas obrigações quo ao mestre de cultura das fazendas-modelo decorrentes dos arts. 60, 67, 68 e 69 deste regulamento, o quando ás referidas fa- zendas sejam annexadas colónias as administrarão os mesmos mestres de cultura. Art. 93. A introducção e localização de colamos serão feitas pelo Estado ex- clusivamente ou com auxilio da União, e neste caso segundo as leis delia, res- peitado o que dispõe o presente regulamento. Art, 94. As colónias actuaes, respeitados os contractos que possam existir, ficam sujeitas ao regimen creado por este regulamento, ao qual irão sondo opportuna e progressivamente submettidas. Art. 95. Ficam em vigor, como parto complementar deste regulamento, as disposições da parte 2* do decreto n. 777, de 1 de setembi"o de 1894, no que se re- fere ás colónias indígenas. Art. 96. Uma colónia será emancipada logo quo se reconheça ser desnecessária a acção do Governo no sentido de prestar auxilies directos aos seus colonos. CAPITULO VIU DA PROPAGANDA COMMERCIAL Art. 97. Será creada e mantida na Capital Federal uma exposição de pro- ductos mineiros, na qual se receberão, para ser expostos, todos os productos agrícolas e industriaes remettidos pelo Governo — ou por particulares. '/5u SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Art. 98. Ficará, essa exposição a cargo da um funccionavio que será auxi- liado—por um serveate pelo mesmo contractado. Art. 93. A esse fuaccionario cumpre: § 1.» Receber, catalogar e manter cm exposição todos os productos que llio forem remettidos ; § 2." Registrar em livro especial os referidos productos, iadicando a qua- lidade, procedência, nome do productor, ; quantidade produzida, preço, etc. ; § 3." Prestar ás pessoas que visitarem a exposição os esclarecimentos que lhe forem exigidos e a que se refere o para^rraplio precedente, bem como sobro as casas commerciaes, onde sejam encontrados os productos ; § 4." Corresponder-se com os expositores, pondo-os ao pardo estado do mercado do Rio, com relaçcão aos productos expostos e condições exigidas para a respectiva collocação ; § 5." Remetter semanalmente á Directoria de Agricultura, Commercio, Terras e Colonização, uma relação dos productos na exposição, quantidade que dispõem os productores e os preços de venda, no Rio ; § 6.0 Cumprir todas as ordens que lhe forem transmittidas pelo director da Agricultura, Commercio, Terras e Colonização ao qual é immediatamente subor- dinado. Art. 100. O funccionario encarregado da exposição é de livro nomeação e demissão do Presidente do Estado, o será conservado omquanto bem servir. Art. 101. O serviço de propaganda propriamente commercial poderá ser feito separadamente, mediante contracto, despendendo o Governo — com o mesmo — até 12:Ono.f;, no máximo. Paragraplio único. O Governo não a ssume nenhama responsabilidade pecuniá- ria pelos actos commerciaes que se realizarem em consequência do serviço de propaganda. CAPITULO IX DAS TERRAS PUBLICAS Art. 10?. Para a medição o demarcação das terras devolutas, bem como para a venda, aforamento e tudo o mais que ás mesmas se referir, será observado o regulamento de terras approvado pelo decreto n. 1.351, de 11 de janeiro do 1900. CAPITULO X Art. 103. A Directoria da Agricultura, Commercio, Terras e Colonização será estabelecida" em 'prédio próprio, tendo, annexos, os necessários campos, onde se procederá a experiências e demonstração da cultura de espécies úteis e experi- mentação de instrumentos e machinas agrícolas, ao estudo de moléstias de plantas, ctc, de modo a manter um estudo regular do quanto possa concorrer para me- lhorar a agricultura do Estado, sendo os resultados periodicamente publicados no jornal ofRcial. Art. 104. Em logares apropriados annexos á Directoria serão feitas as expo- sições de productos agrícolas ou outros que o Governo entenda opportuno realizar ; se executarão perante o publico o nos campos a que se refere o A LAVOURA art. 103, trabalhos agrícolas comos grupos de instrumentos aratorios introdu- zidos nas fazendas-modelo Su outros que a experiência tenha demonstrado terem vantagens sobre lS adoptados. Art. 105. Os cargos de engenheiros serão exercidos, tanto quanto possivel, por engenlieiros do Estado desi.Lcnado pelo secretario das Finanças e que se conser- varão na Directoria da Agricultura, Commercio, Terras e Colonização omquanto convier ao serviço da mesma. Art, 106. Caso se verifique ser insufflciente o numero de cinco engenheiros, poderá ser este augmentado á medida das necessidades . Art. 107. Ficam em vigor as disposições dos regulamentos congéneres na parte em que não forem contrários ao regimen creado por este regulamento, con- sidcrando-so revogadas todas as disposições em contrario. Art. 108. O presente regulamento entrará em vigor desde a data do sua pu- blicação. Secretariadas Finanças do Estado de Minas Geraes, em Bello Horizonte, 8 dejunlio de 1907. O secretario de Estado, Dr, João Braulio Moinhos de Vilhena Júnior. (Modelo «le titulo definitivo) RlíPUBLICA DOS ESTADOS UNIDOS DO BRAZIL ESTADO DE MINAS GERAES Colónia... Titulo definitivo do lote do terras n. ..., sito na referida colónia. O Secretario de Estado das Finanças concede ao colono... o presente titulo definitivo de propriedade do loto de terras n. ..., sito na colónia... contendo a área de... metros quadrados, visto liaver o mesmo colono saldado o debito que tinha para com o Estado, ficando, poróm, sujeito não só ás leis e regulamentos da Republica e do Estado, como ainda particularmente ás condições e obrigações constantes do regulamento promulgado polo decreto n. ... de ... do ... de 19. .. Secretaria das Finanças, em Bello Horizonte, ... de. . . de 19. . . ( Modelo de titulo pi-ovisorlo ) REPUBLICA DOS ESTADOS UNIDOS DO BRAZIL ESTADO DE MINAS OERAES Colónia... Titulo provisório do loto do terras n. ..., sito na referida colónia. DESIGNAÇÃO DO LOTE DE TERRAS A... fica pelo presente designado o lote de terras, mencionado na planta da colónia, fundada no raunicipio de... com o n. ... tendo a área de... metros quadrados, afim de adquiril-o como propriedade sua, sob a condição do cultura effectiva e morada habitual, e do sujeitar-se ás obrigações inherentes à compra do mesmo lote, que são as seguintes : SOCIEDADE NACIONAL DE AGUICULTURA I — Recebendo o comprador o lote medido e demarcado na fronte e nas partes dos fundos, deve tratar da conservação dos marcos e signaes, não deixando que sejam deslocados e substituídos por outros 03 que tiverem sido destruídos por fofco ou outro accidente. No caso de desapparecerem ou serem deslocados os mesmos marcos, a duspeza da nova medição e demarcação, si for necessário, correrá unicamente no 1» caso por conta dos respectivos lieréos, quando o marco for commum a diversos confi- nantes, ou no 2° casj por conta dos compradores, aos quaes aproveitar a deslocação dos marcos e si^'Qaes ; II — í.ogo depois desta design ição, devo iniciar as plantações na área para este fim destinada, de modo a manter em cultura, dentro de um anno, pelo menos quatro hectares. A inobservância desta obrigação importará a perda das bcmfeitorias que tiver feito, assim como das prestações que tiver pago, salvo somente os casos de força maior e enfermidade prolongada e provada ; III — O comprador obriga-so a cumprir em todas as disposições que lhe dis- serem respeito os regulamentos em vigor, o bem assim as lois goraes do paiz e do Estado, inclusivo as do município de sua residência, nos casos não previstos nos supracitados regulamentos ; IV — O comprador obterá titulo definitivo de propriedade do lote designado, depois de ter pago integralmente a sua importância, saldado tudo quanto dever ao Estado, provado que, por si ou por pessoa de sua confiança, tenha tido no mesmo lote um anno pelo menos do residência habitual e cultura effectiva ; V — Na demarcação dos fundos dos lotes devem os seus donos e os heréos con- finantes abrir as picadas, cuja conservação flca a seu cargo, sendo por elles roçados, limpados annualmente e conservados os competentes marcos, como ficou declarado ; VI — O preço deste lote é de... réis por metro quadrado o sorà pago polo comprador pela forma determinada no respectivo rogulamento, de que se lhe deu conhecimento e que elle so obriga a observar em todos os seus pontos. Emquanto não se realizar o paíçamonto de sua importância, bem como de todas as quantias que o comprador deva ao Estado, servirá o lote de garantia não só ao referido pagamento, como ás multas em que o proprietário incorrer por infracção das posturas relativas á conservação dos caminhos e ás outras disposições legaes a que está subordinado ; VII — Os direitos conferidos por esta designação aproveitam ã pessoa ou famí- lia, em cujo beneficio é expodida, ou aos seus descendentes e herdeiros com a pre- cisa capacidade para cumprirem os deveres acima preceituados, especialmente os que se referem á constante cultura, habitação permanente e conservação das estradas. Para a transferencia destes direitos por venda ou qualquer outro modo, devo preceder a approvação do director da A^^ricultura, Commercio, Terras e Coloni- zação sobre informação do encarregado da colónia. Directoria da Agricultura, Commercio, Terras e Colonização de Minas Geraes em Bello Horizonte, ... de... do 19... Socieclatle IVacioiíal ii*ectoi*ia de Hyg-ieiíe tio Iiuperio A.I- leiuã.0 «olbre o café —Em vista do descrédito que nestes últimos aonos se tem procurado dar ao café por partes incompetentes ou por fabricas do cafés falsificados, seria opportuuo relembrar o parecer da Directori;i, Imperial de liy.irieno que esta tornou xtublico no seu livro « O café, compendio (ou tratado) popular da cultura o apreciação do café e dos seus substitutivos » (Berlim em 1903, casa editora do Julias Springor). No capitulo « A apreciação do uso do café pelo lado liygieaico » começam por sustentar que o café não convém a creanças nem a pessoas nervosas, nem a quem soffre do coração. Depois continuam : «Outro ô o caso de julgar o uso do café por pessoas adultas que diariamente ou de vez em quando fazem uso dellc para em caso de fadiga ou cansaço reanimar as faculdade2 mentaes. Houve em todas as épocas e entre os povos na sua quasi totalidade meios que serviam aos homens para excitantes ou calmantes e para applaoar os nervos. Parece que não se pode mais contestar a necessidade detaes meios. Não se deve equiparar o café ás bebidas alcoólicas Em geral pôde-se considerar pelo lado do bem-estar do povo uma vantagem, si o café — como os competentes pretendem — conseguiu restringir o uso excessivo das bebidas alcoólicas. O café, reduzido a pó ou coado, encontra applicação na medicina popular ou caseira (ou domestica), parte como remédio, parte como ingrediente. . . Como excitante em casos como s}'ncopes, resfriamentos, estado de embriaguez» é elle muito usado ; bem assim nos casos de intoxicação que perturbe o systema nervoso, como pela morphina (ópio) e outros venenos vegctaes (alcalóides), póle o café ser applicado como antídoto faoil de obter e noutralisando o elTeito dos venenos. O considerável acjrescimo do gasto de café não pouco é devido ao seu con- sumo entre agrando massa popular. Nestes círculos, desde ha muito, não entrava o café em uso a titulo de estimulante, mas sim servia antes em forma liquida e fraca como intermediário para o uso da agua toraada saborosa e seja que elle contenha substancias nutritivas ou que elle faculte o ingerir das matérias substan- ciaes dos alimentos. Assim é de utilidade o habito de accrescentar ao café leito ou nata e de adoçal-ocom assucar. A grande parto do povo faculta o café, em forma de de- eoada fraca, usada em abundância, o ingerir a quantidade de alimento secco precisa ao sustento. A alimentação dos habitantes de certas regiões que se compõe essencialmente de batatas com óleo de linhaça, sal ou harenques, e pão, seria com a continuação quasi impossível, sem que se lhe addioionassem conjuntamente quantidades sufBcientes do uma bebida saborosa e aquecida como o é um café fraco (ralo) com eapecilidade quando se servem dolle para mitigar a sede depois das refeições do meio dia e da noite (ceia). Ahi é que se conhece o valor do café como aperitivo o como um meio de pro- porcionar ao corpo as quantidades de agua que são indispensáveis ao homem no labor c condições diárias. Casos quasi idênticos são 03 em quo o homem, uo desempenho da sua occupação, tom precisão de maior quantidade de agua, pois ahi o café torna possível o ingerir de agua em taes proporções. 456 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Usando foguistas, os fabricantes de vidros, etc. durante as horas do serviço, expostos a temperaturas elevadas, café (coado) fraco aos litros, ou usando soldados em marcha de café em abundância, menos se podo fallar nos efTeitos do café du que dos da agua. Por occasião de experiências na usina municipal do gaz de Leipzig, dentro do pouco os foguistas recusaram o uso da agua pura ; o liquido offerecido em forma de uma cerveja muito fraca tornava-os fatigados e os impos- sibilitava ao serviço ; ao contrario approvou muito uma coada de um litro de agua com umas seis gramraas de café como o melhor moio de contrabalançar a perda de agua provocada pela abundância da transpiração. A. raça, suiua ILiimout^iuo — No concurso geral agricoln realisado em Paris, no primeiro semestre dosto anno, Mr. Max Bonhommo, criador em Santos, Yrieix, obteve vários prémios de 1" e 2" legar, com representantes desta raça. Os caracteres ethnicos do porco iimousm são hoje perfoitamcute definidos e a existência delles é obrigatória para a inscripção no livro genealógico da raça H- mousine, creado em 18'J-l. A carne destes animaes é tenra, avermelhada, de grande valor nutritivo o muito saborosa. O toucinho tem a côr branca de mármore sem nenhum traço de sangue, sendo compacto e homogéneo. Os individues desta raça são precoces, e de engorda fácil e rápida. Com doze a quinze mezes de idade, os porcos submettidos a este rogimeu e apósj cinco mezes apresentam o peso médio de 180 kilogrammas, chegando algumas vezes a pesar mais do á50 kilogrammas. O Dr. Hector Georges, estudando esta raça, mostra, documentando, que o ren- dimento em commestiveis attinge a 00 % e que o peso em toucinho ó 50 % do peso total do animal . O cominercio da toor-i^aclia — Durante a safra de 1900 a 1907 foram exportados pelos portos de Iquitos, Marianno Serpa e pelo do Para, 37.834.777 kilogrammas de borracha, para espertos de Liverpool, New-York, Hamburgo, Havre o Antuérpia. O g-atlo leiteiro iia ^xisti-alia — A Austrália possue 420.150 cabeças do vaccas leiteiras, com uma producção média de 6.771.546 hectolitros de leite, representando um valor de 76.150,030 francos ou sejam cerca de 48.736:000$, da nossa moeda. A manteiga fabricada eleva-se a 18.790.347 kilogrammas, no valor do 38.875.000 francos (app. 24.880:000$000) e o queijo a 1 .012.227 kilogrammas no valor de 07.000 libras ou sejam na nossa moeda 1.072:0u0s000. As principaes raças que ahi se encontram são: Shorthorn, Ayrshire, Uereforde e Jersey. A^s vaccas leiteiras na ]Vova Zelamlia — Segundo os mais recentes trabalhos publicados, o numero de vaccas leiteiras na Nova Zelândia é de 400.000 cabeças pertencendo a raças importantes; não ha raças indígenas. Eucon- tram-se principalmente os bovldoos durhams, herefords, Polled-Angus, dinamar- 3 raças leiteiras são: jerseys e ayrsliires importadas. Os cruzamentos são realisados em grande numero. A LAVOURA 457 Qaleviíi tio inítclxiiia:^ — Os SrSr F. Uptoa & C, concoi'tuaJos nogociantos na capital pnuUsia, inauguraram na Avenida Contrai u. 18, a sua galeria de machinas para lavoura em geral, espccialisando-so nas raacliinas para café e para arr^z. A exposição permanente de machinas para os misteres da lavoura que aquelles operosos commerciantes começaram a expor ha pouco tempo todos quantos queiram veriflcar de visu o funccionamento e a utilidade desses machinis- mos, despertará, estamos certos, a sua enorme procura, como aconteceu em S. Paulo. E' digna dos mais calorosos louvores a iniciativa dos Srs. F, Upton & C, que não poupam esforços nem canceiras para desenvolver a propaganda pelo facto. Febre ítpUtosa. —O Sr. Dr. Eduardo Lopes, em Bello Horisonte, tem obtido ^andeí resultados com o emprego da sua Surucuina contra a febre aphtosa. Infoi-ma-nos o mesmo Senhor que tem obtido muitas curas, sem perder um só animal, quer em vacofis quer em bezerros. As primeiras experiências foram feitas no gado indiano importado pelo Governo de Minas, gravem ante atacado desse mal. Chama- mos a attençio para o annuncio que o Sr. Dr. Lopos faz neste numero sobre o emprego da Surucuina, remédio contra o veneno d is cobras o agora applicado contra a epizootia reinante. PARTE COMMERCÍAL Importação de géneros no mez de Setembro de 1907 QualiJalos Quantidades Preços Agua raz 679 caixas 1$100 a 1$200 o kilo Alfafa 18.584 ílirdos $150 > $100 o kilo Alcatrão 'òO barris õâsOJO o barril. Arroz ^ 1.310 saccos 27.$500 a 28$000 estrangeiro ^ 1.310 — 30$000 » 30$000 nacional Azeito 1.09â caixas 1$500 » 8$000 o litro Bacalhau 5.583 caixas 4U$000 » 42.f000 a caixa » 3.158 tinas 39|000 » 43$000 a tina Batatas 48.976 caixas _ _ _ Banha amorreana . . . 48.97>; barris 720 » 740 a libra Breu — — — — — I 15.110 fardos Rio Grande — — j — — Systema pia ti ao 580 a 700 arne secca ■. _ _ río da Prata 580 a 740 I — — Manta Carvão do pedra . . . 09.651 toneladas _ _ __ _ Cebolas 2,528 caixas _ _ _ _ 15993 — y SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Chá da ludia . Cerveja Ervilha Feijão Farello » Americiuo (barrica) Rio da Prata. 1" qualidade. . 3 1.4i'i! biirricas, regulam os seguintes pref;o< por barricas: — — Allemã l:^|uOU — — Boulogne Lonquety — — — Dita Pá — — — Joscph Lunay — — — Leão S. 11 $500 — — Águia Prota 12$000 — — Oruz vermelha 12$000 — — Ivtcelsior — — — Cathodral li$O0O — — Pyramide 14$000 — — Leão Azul II $000 — — Outras marcas 11 §500 a 12|000 i 5$800 a í)$500 o kilo (preto) . / 5$800 a 9$500 o kilo (verde). .■SeoO a $620 o kilo. 20$000 a â2$000 o sacco. Os preços vigoram como se segue: 27:^00 J Por duas saccas. 29i caixas 25 caixas 210 saccos 1.071 saccos 40.225 saccos 2õ$5U0 24$300 23$õ00 Moinho Inglez Xacional . » » Brazi leira » » Buda-Noel 27$oao 20$000 24$000 25$000 24,iS0O 26^500 Moinho Fluminense : S. Leopoldo 26s000 O. 0 25.$000 Genebra 3G0 caixas Gordura 202 caixas e 980 bordalezas nominaes Korozene 55.000 caixas 7$800 a 8|000 a caixa. Manteiga 3.510 caixas. 2(3$500 25.1500 j> Os preços fo -an; 1 os soguin tes Demagny, Isigny (latas sortidas). . . . 2$ 180 a 2$Õ00 Bretol Frêres ( » » ) 2?200 a 21280 Lepollotior Ã$380 a 2!í;100 Modesto Gallone (latas sortidas) IS850 a 1$900 Fsbensen 2$500 a 2$520 L. lirum 2$550 a 2$580 Outras marcas 1$850 a 2.$000 A nacional vendeu-so : a d(! Minas de 2$600 a 3.$000 » » Sul de 2$200 a 2$600 Pinho resina 1.980.709 pés 90|G00 a 92.S000 a dúzia Presunto 375 caixas . IsSOO a 2$000 a libra Óleo do liuliaça. Milho. . . . A LAVOURA 459 barris . . . s'860 a $910 0 kiio saccas . . . . nominal. caixas . . . . 1 2,^:000 a UpúO 10 kilos volumes . . $900 a 1$160 0 kilo Toucinho Velas 148 caixas, as cjramuns; granles. 12.$000 » por caixas do 26 pacotos pequenas 7,s500 » » » » s. » Brazileira. . . . ãG$Oi)0 a 2(5$50O » » » » » » Biilliante 24$500 » » » » » » Primor 24s500 Telhas 'JÕISSOO. Viiilio Caixas de Bordéus Barris Bordalezas Caixas da Itália » » Hespanha Quartolas Caixas de outras procedências Os preços dos vinhos communs regulam como so segue : Collares tinto superior 360$000 a Dito superior SEO.^OOO a Virgem do Porto 3ã0$000 a Verde, portuguez 310$000 a Lisboa, tinto 300$000 a Uito branco 14 gráos SSOsOOO a Figueira tinto 325>;000 a Dito bi'anoo mais de 14 gráos ... ~ Dito maduro tinto — Hespanhol tinto 260.j000 a Dito branco 290$ii00 a Dito verde Não ha Nacional do Rio Grande cotou-so de lOO-jOOO a 13$0j0 por 4.579 10 51 309 100 19 106 sssáooo 340$000 340$000 33OAO0O 320$000 3401000 340.SO0O 270$0õ0 3001000 pipa. Oeiiei'os iiacíouaes Aguardente: Durante o mez o mercado deste género esteve em boa posição do estabilidade, notando-so apenas na 1» quinzena do raez uma pequena baixa. Os preços por pipa de 480 litros, baso de 20 gráos, furara os seguintes : Campos 170$000 a 190$000 Angra 180$000 » 19"$000 Paraty 190|000 » 200$000 Maceió 175$000 » 200$000 Aracaju 1G5$000 » 190$000 Pernambuco 175$000 » ãOOlOOO Bahia 165íJ000 » 190$000 SOCIEDADE NACIONAL DE AQUICULTURA Parahyba 1G5$000 a 190|000 Lnguna 175$0U0 » igãfOGO Itajahy 1G5$000 » I00$000 Mangaratiba — Paranaguá — A,lcool O mercado esteve frouxo, mantoni1o-?o porím os preços inalterado?. 40 grãos 280$000 a SôO^ÕOO 38 » 260$000 » 340$00i) 36 » ã40$000 » 32O$O0O A-lg^odã-o em rama. Em Liverpool a baixa, accentuouse, mas os mercados do norte têm procurada resistir. Continuaram escassas as entradas. 0 movimento do mereado foi o seguinte : Existência no dia 30 1.^.262 » » » 15 lâ.607 Pernambuco 4.521 5.790 4.124 084 Assú Sergipe Natal 1.070 1 800 Parahyba 500 074 Ceará Sabidas dos trapiches lê.603 Existência do dia 30 l.ã.202 » » » 15 15.527 Preços : Pernambuco ........ n$õ00 a i2.i;ooo Rio Grande do Norte 11$300 » 12:f000 Ceará 11$500 » 1 11800 Parahyba 11 $500 » 11 $800 Penedo 11 $500 » 11$S00 aergipe 11 $000 » 11.1700 No correr da segunda quinzena realisou-se uma venda importante de cry-staes brancos, na primeira quinzena esteve este mercado sem animação. A LAVOURA 461 ENTRADAS Pernambuco 2.665 Sergipe 2.093 Bahia 1.805 Maceió 500 Campos 12.190 Divcreas procedências 2.105 Preços: Pernambuco : Branco Usina $120 a $480 » crystal $-180 . » $490 » 3» sorte $410 » $440 Somenos $330 » $360 Maseavinho $320 » $410 Crystal amarello $410 » $460 Mascavo bom $270 » $310 » regular $250 » $295 Campos : Branco crystal $495 » $520 Crystal amarello $420 » $470 Maseavinho $320 » $440 Sergipe : Mascavo bom $265 » $310 Dito regular $250 a $295 » branco — $380 Bahia : Crystal branco , . $520 Sal: Entraram 4.277.314 por cabotagem do nacional quo se negociou de 1$800 aã$000por 40 1cilo8. Café Existência no dia 15 582.086 » » » 30 535.5X2 Entradas: Estradas do ferro 129.115 Cabotagem 33.035 Barra dentro 330.824 Total 492.974 Embarque na primeira quinzena 124.746 > » segunda » 198.081 Nos últimos dias da segunda quinzena o mercado ost3ve frouxo, sendo que nos dias 28 e 30 d.i primeira os exportadores americanos Acarara afastados do mer- SOCIEDADK NACIONAL DE AGRICULTURA cado, consistiu o raovimonto em entrogas o pequenos negócios para os raercados europeus. Os oxtroraos foram: PRIMEIRA QUINZENA. Por arroba Por 10 kilos Typo n. 6 5$600 a 5$500 3$813 a 4$017 » n- 7 5|300 » 5|000 3$608 » 3$813 » n- 8 5$100 » 5$400 3$473 » 3$676 '' n- 'J JSOOO > 5§á00 3$336 » 3$'A0 SEGUNDA QUINZENA Por arroba Por IO kilos Typo n. 6 5$500 a 5$900 3$744 a 4$017 » n. 7 5?200 » 5;$600 3$540 » 3$313 » n- 8 5$000 » 5$400 3$404 » 3$67G » n. O 4$S00 » 5$200 3$268 » 3|540 Foram vendidas 321 .000 saccas, contra 321 .000. PRIMEIRA QUINZENA Nos centros consumidores houve o seguinte movimento : Em Nova York o n.° 7, disponível, foi cotado a 6 1/2, por libra ora 16, 17, 1''^, 21 24, 25 o 26, o a G 3/$ c, nos demais dias. Na Bolsa registraram-se os seguintes extremos : 5,75 c, em 19 c, 6 c, em 21 c 26 ; nos outros dias vigoraram : 5.80 c, era 17 o 18, 5.85 c, em 28, 5.90 c, em 10 e 27 e 5.95 c, em 20, 23, 24, 2'3 e 30. • Vendag da quinzena 277.000 aaccas, contra 290.030 na anterior, e em setembro 567.000, contra 1.504. COO era agosto. O preço mais alto registrado na Bolsa do Havro foi 42.25 francos por 50 kilos em 16 c o maia baixo 41 francos em 18 e 23 ; nos outros dias regularam os seguintes : 41.25 em 20, 41.50 em 19, 21, 24, 27 e 28, 41.75 em 17, 25, 26 e 30. Foram vendidas 202.000 saccas, contra 234.000 na quinzena precedente, e era seterabro 460.000, conti-A :i90.030 em agosto. Quatro foram os preços que flgurarara na Bolsa do Hamburgo : 31.75 pfenings por meio kllo em 18 o 19 ; 31 era 20 o 23 ; 32,25 em 17, 21, 24, 25, 27 o 28 ; 32.50 em 16, 26 e 30. Venderam-se 161.000 saccas, contra 302.030 na primeira quinzena, perfazendo 463.000 saccas em setembro, contra 682. OOJ em agosto. Também foram quatro os preços registiudos na Bolsa de Londres : 30 s. 3 d. por 112 libras em 13 e ly ; 30 s. 9 d. em 17, 24, 27 e 28 ; 31 s. em 16, 20, 23, 25, 26, e 30 ; 31 s. 3 d. era 21. Ag vendas foram de 57.030 saccas, contra 107.000 na quinzena precodonto, soramaado as de setsmbro 104.000, contra 188.000 em agosto. Total das vendas nas quatro Bolsas 697. OOO saccas, contra 9>;3.000 na quinzena anterior, e em setembro I.O6O.O11O, contra 2.770.000 cm agosto. SEGUNDA QUINZENA Em Nova York o n. 7, disponível, foi cotado a 6 3/8 c por libras no dia 1 o 2 e a G 1/2 c, durante todo o resto da qulnz jiia. Na Bolsa os preços extremos foram: 6 o. em 10 e 15, o G.áO c. em 5 tendo vigorado os do 6.05 c em 1, 2, 7, 8, 9, 11, 12 c 14, G.IO c, om 3 o 6.15 c, em 4. Vendoram-se 252.000 saccas, contra 277.000 na quinzena anterior. A cotação mais baixa registrada na Bolsa do Havre foi 42 francos por 50 kilos no dia I e a mais alta, 43.75 om 5, vigorando nos outros diaa as seguintes: 42.25 em 2, 8 o 10, 42.50 om 11, 14 e 15, 42.75 era 7, 9 e 12, 43 em 3, 43.25 om 4. Vendas da quinzena 247.000, contra 202.000 na anterior. Vigoraram 4 preços na Bolsa de Hamburgo : 33,2i pfenings por meio kilo c 2, 3, 4 e 5, 33 em 1, 7, 9, 10, 11 e 12, 32.75 em 8 e 14 e 32.50 em 15. As vendas foram de 237.000 saccas, contra 101.000 na segunda quinzena de setembro. As cotações da Bolsa do Londres foram 31 s. 9 d. por 112 libi'as em 3 e 5, 31 3. 3. d. em 1, 7, 9, 11, 14 e 15 e 31 s. em 8 e 10. Foram vendidas 119.000 saccas, contra .57.000 na quinzena precedente. Total das vendas nas quatro Bolsas 855.000 saccas, contra 607.000 na quin- zena anterior. Mercado monetário A e.^cistencia de ouro na Caixa de Conversão era a seguinte: PRIMEIRA QUINZENA Libras esterlinas 5.727.201-10 Francos 10.581.380 Marcos 4.400 Dollars 4.000 Liras 3.460 Coroas austríacas 110 Pesrs argentinos 855 Pesetas hespanholas 40 Ouro nacional 75:10O$0OO A importância das notas conversíveis em circulação nessa data era de 98.507 :090s000. O preço dos soberanos, fora da Bolsa, foi de 16$066. SEGUNDA QUINZENA Libras esterlinas • . . . 5.718.389^0-0 Francos 10.580.640 Marcos 4.2G0 Dollars 6.325 Liras 3.180 Coroas austríacas 110 464 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Pesos arííeatiDos 860 Pesetas hespanliolas ......... 40 Ouro nacional 80:200,^000 A importância das notas conversivois oní circulação ora do 93.395:370$000. O preço dos soberanos, fura da Bolsa, foi do 16$066, C.VMBIO Nenhuma modificação se observou: Continuaram a vigorar as taxas olliciaes de 15 5/32 d. c 15 7/32 d. sobre Londres, oíTeotuando-se as transacções bancarias a esses extremos contra as de outro papel de 15 7/33 d. c 15 1/4 d. Oi extremos das cotações offlciaes foram: Londres 15.5/32 a 157/33 d. Pariz $627 » $032 Hamburgo $774 » $777 Portugal 345 » 352% Itália $537 » $610 Nova York, á vista 3$302 » 3$304 Vales, ouro — » 1$703 O valor offlcial de mil réis foi do 561 a 564 réis ouro, e o da libra de 15$77(í a 15$835. Ágio do ouro 77.41 a 78.14%. ^*^^Í^€«€« BIBLIOGRAPHIA Director— Foi designado pelo Sr. Presidente, em fins de agosto, o Dr. Heitor de Sá para director interino dabibliotheca, em substituição ao Dr. Baptista de Castro, que resignou o cargo. A Bibliotheca da Sociedade Nacional do Agiicultura recebeu duraute o mez do setembro as seguintes publicações : Journal ã' AgricuHure Tropicale — 8" anno, n. 74. Bullelin du. Syndicat Central des Agricultews de Franca— 20" anno, ns. 484 e 485. La France Coloniale — 11° anno, ns. 16 e 17. La Quinzaine Coloniale — 1 1" anno, ns. 12e 10. Bullelin des Sèances de la Sociétr Nalinnale d' Agriculhire de France — N. 6, de Junho. Le Muscc Social — XII anno, u. 8. Bullelin de la Société des Ar/riculleurs de France —lis. de agosto e setembro do corrente. BuUetin de la Sociélé des Vilicttlteurs de France et d' Ampelographie — Anno 19, 8 e 9. VApicidieur — 51 anno, n. 'J. Bullelin de la Sociélé Dendroloyique de Vrance — n. 5. A LAVOURA íM I.a Reme Avicole — 17° anão, ns. 15 e 10. Le Courrier du Bresil — 2» anno, n. 50. Le Brésil— 37» anno, ns. 1178 a llSl. Le Portugal à Paris — Anno, 1° n 3. Le Crddit Financier — 5» anno. Agosto de 1907. Giornale d'lppologia — Anno XX, n. 16. Rivista di AgricoUura, de Parou — Auno Xll ns. 35 a 37. Revistada Chimica Pura e Applicda, do Porto — 3" anno, n. S". Boletim da Real Associação dnti-al da AjrictUnra Porlugnizi — Vol. IX, ns. 6 e 7. Revista Agronómica, de Lisboa — Vol. V, n. G. Portugal Agrícola — 18° anno, n. 17. UArtdel Pagos, de Barcelona — Anno XXXI, ns. 845 e 846. Bolelin de la Camará Agrícola de Tortosa — Anno XVI, n. 181. Deutscher Sport — n. 16, 1907. Jahresbericht der Kimiglichen Land-wirtschafllichen Hochschule in Beilin — Anno, XV. BullelíH of Miscellaneous Informations, dos Royal Botanic Gardens, Kew — n. 8, 1907. Tropical Life, de Londres — Vol. VIII, n. 8. Tropical Agricultur/st, de Ceylão — Vol. XXVHI, n. O e vol. XXIX, n. 1. Journal of the Department of AgricuUure (Western Áustria) Vol. XV, parto 7. The AgrícuUural Journal of the Cape ofGood Eope — Vol. XXXI, n. 11 . AgricwHur.il News — Vol. VI, n. 130 a 139. Monthly Bulletin of lhe Internitional. Bureau of American Republics — Vol. 25, n. 1. Indii Rubber World - Vol. XXXVI, n. 6. La Hacienda de Buffalo — 2° Tomo, n. 11. Bulletin of the Neic York Botanical Garden — Vol. 5, n. 17. The Louisima Plxnter — Vol. XXXIX. ns. 7 e 8. The Live Stock Journal — Vol. 46, ns. 7 e 8. Contributions from the United States Nationale Herbarium — Vol. X, part. 5. United States Department of AgricuUure — Circular n. 35. The BulMin of the North Carolina State Board of AgricuUure —Julho de 1907, Maryland Aijricultural Experiment Station — Boletins us. 117 e 118. South Dakotii AgricuUitral Experiment Station — Boletim n. 103. Anales de la Sociedad Rural Argentina — Anno XLI, vol, LIl. Revista Vitivinícola Argentina — Anno. IV; ns. 16 e 17. Revista dela Sociedad Rural de Córdoba — Anno Vil, n. 158. Revista Mensual dela Camará Mercantil— Anno VII, n. 81. Bolelin Oficial de la Bolsa de Comercio, à& Buenos Aires— Anno Ill,ns.l2ò a 128. Revista Argentina de Ferro-carríles, Navegacion, Bancos, Seguros y Comercio — Anno XIV, n. 331. Revista de la Asociacion Rural dil Uruguay — Anno XXXVI, n. 4. Anales de la Asociacion da Ganaderos — Anno 3, n. 25. Anales dei Museo Nacional deíàontevideo — Tomo 111 entrega II — Flora Uruguaya, Bolelin de la Sociedad de Fomento Fabril — Anno XXIV, n. 8. 6998 — 10 — SOOÍEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Boletin de la Sociedad Nacional de Agricultura, de Santiago— Vol. XXXVIU, n. 8. Bolelin de la Sociedad Agrícola dei Sur — Vol. VII. Boletin de la Sociedad Agrícola Mexicana — Tomo XXXI, ns. 29 a 31 . El Agricultor Peruano — Anno IX, ns. 194 a 197. Revista Nacional de Agricultura, de Bogotá — Anno 2°, n. 4. Guayaquil Artístico — Anno VII, n. 137. Boletin Ofpdal de la Secretaria de Agricultura , Industria y Comercio, da Rep. de Cuba — Vol. II, n. O o vol. III, n. 1. Jornil dos Agricultores, desta capital — Anno VII, ns. 10 e 17. Boletim da Propriedade Industrial — Anno i, n. 8. O Café— Anno 1, n. 4. O Economista Brazileiro — Anno 11, ns. 19 e 20. Repartição da Carta Marítima — Anno XI, n. 9. Boletim da Associação Commtrcial do Rio de Janeiro — Anno IV, ns. 36 a 39. Brazilian Review, Revista Commercial e Financeira. Etoile da Sud. Boletim da Alfandega do Rio de Janeiro, Ctambre de Commerce Françaisede Rio de Janeiro — Anno 7% n. 82. Estatística Demographo-Sanitaria — Boletins; mensal e hebdoraadario. Remsta Agrícola, de S. Paulo — Ns. 145 e 146. Boletim da Agricultura, do Estado de S. Paulo, — 8» serio, n. 7. O Criador Paulista — ÀQno 11, n. 19. Boletim da Associação Commercial, de Santos. Revista do Centro d» Sciencias, Letras e Artes de Campinas— N. 14, Deutsche Zeítung — Anno 111, n. 13. Bolletlino delia Camera Italiana di Commercio edArti in São Paulo, AnnoVI, n. 45. Pohjanlho, de Recife — Anno III, n. 8. União dos Syndicalos Agrícolas de Pernambuco — Boletina n. 7, anno I. Boletim Mensal da Associação Commercial da Pernambuco — Anno IV, n. 47. Revista Agríaola, de Alagoas — Anno IV, n- 3. Revista Agrícola, de Aracaju — Anuo III, ns. 62e63. Bolftim Colonial e Agrícola, do Estado do Parauá — Anno I, vol. I. Revista do Centro Económico do Rio Grande do Sul — Anno I, ns. 6 a 9. Revista da Sociedade Malto Grossensi de Agricultura — \nao I, n. 2. Cultura de Tabaco, Cultura de Algodão, Adubação do Tabaco, Canna da Assucar, Adubos para Plantas das Zonas Tropicacs, todas estas publicações foram enviadas á Bibliotliooa pslo Centro das Experiências Asricolaa do Kalisyndikat, cora a srdo á rua da Alfandega, n. 93, sobrado. Hints for Scliool Gardens por A. II. Kirby, do «Imperial Department of Agri- culture for the West Indies. » A Cultura do Arroz, traduoção d^s estudos do Dr. S. A. Knapp, publicados pelo Governu dos Estidos Unidos da America do Norte. Esto monographia consti- tua o tjxto do « Boletim » n. U do Centro Económico do Rio Grande do Sul. Relatório do Município de São Bento durante o anno de 1906. Relatório apresentado ao Dr. C irlos Botelho por João Pedro Cardoso, da Com- missão Geo;?. e Geol. do Estado de S. Pa\ilo — Anno de 1906, A LAVOURA 4G7 jt/ensajem apresenta la á Asssmbléa LQsiiWÁva, do EitaJo do Sjrgipe em 7 do setembro de 1907 polo pracidento desembargador Guilherrao do Souza Campos. Relatório dQ 1905 apresentado a Camará Municipal de S. Paulo pelo Prefeito Dr. António da Silva Prado. CATÁLOGOS ffaage efe Sohmidt, do Erfurtli — Anno do 1907. OsMai- Knopff & 0\ do Erfurth, 1907. Foi feita acfiuisiç<ão das seguintes obras para a Bibliotheea: Des crises génêrales et pcriodiqties de sur j^rodudion por Joan Lescure — Li- vraria da « Société du Rocueil » — Paris, 1907. La Pratique des Essais Commerciaux et Industrieis — Matières Organiques par Victor Arnould. Paris 1904. Les Scieries et les Machines à Bois por Paul Razons. H. Dunod et E, Pinat. Paris, 1907. UA B C deVApicultwe por A. J. Root. Paris, 1905. La Chóore por Joseph Crepin. Livraria Hachetto & C» Paris, 1907. VEau dam Vlndvstrie par H. do La Coux. H. Dunod et E. Pinat. Paris, 1907. TRABALHOS RECEBIDOS Relatório do Su. Dr. Ministro da Viação — Acaba de sor entregue á publi- cidade o ponderoso relatório do Sr. Dr. Miguel Calmon. O recente trabalho de S. Ex. ô um attestado vivo do zelo o muita dedicação sua á, causa publica, de que S. Ex. é esforçado servidor. Depois de referirse aos diversos ramos de serviços que correm pela sua repartição, S. Ex., ás paginas 3 e 4 trata da Sociedade Nacional de Agricultura, encarecendo benevolamente a sua patriótica cooperação, como se vê da transcripção que fazemos no noticiário. Resta-nos agora apresentar a S. Es:, o Sr. Ministro da Viação os ' protestos dos nossos mais respeitosos agradecimentos, hypotbecando-lbo toda a dedicação e ope- rosidade do que a Sociedade Nacional de Agricultura ô capaz. The Yale Bicenlennial Celehration 1901 — Recebemos 0 agradecemos vários volumes referentes ã celebração do ã» centenário da conliecida universidade ameri- cana de Yale, que 6, comj se sabe, uma das mais not;ivois, não só dos Estados-Uni- dos como do mundo. Noções praticas para o cultivo da Maniçoba — Recebemos o pequeno opúsculo que traz o titulo supra o a assignatura do Sr. Joaquim Angelo de Souza, da cidade deBomfim,na Bailia. Abre o Sr. Angelo de Souza o seu trabalho com um suecinto noticiário .sobro as novas culturas existentes pelo mundo o preços da borracha. Em seguida trata dos terrenos que melbor convém á maniçobeira, seu cultivo, extracção do latos o preparo da borracha. E' mais uma boa contribuição em favor da cultura da maniçobeira, Machines de CuUure por Gaston Coupan. Esta obra pertence á Encijclopcdie Agricole, que está elitada pelos Srs. J. B. Baillióre et Fils o da qual já foram publicados diversos Foi-nos romettida pela livraria editora, que pode chamemos a attenção dos leitores para o annuncio seguinte: 4G8 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA I.es Machines de Culture, pap G, Coupan, répétiteur à Tlnstitut national íigrouomique, 1 vol. in-18 de 420 pagos, avcc 279 figures et 24 tableaux, bi-oclié: 5 fi". ; cartonnè : G fr. (Encyclopèdie agricole). Librairic J.-B. Baillióre et Fils. 19, rue Hautefeuille, Paris.) Sous le titre de Machines de culture, M. Coupau presente une étude des princi- pauxinstruments qui sont omployés depuis lo moment ou on commence á ameulilir lesoljusqu'á celui ou la plante a rendu ce qu'oa attealait d'elle, c'est-á-dipe jusqu'á la reeolte exclusivemont. Le volume sur les Machines de culture (1 volume ia-18 de 420 pages avec 279 figures. Pfix : broche, 5 fr. — Cartoaaô, 6 fr.) est divise en trois parties. La première est coasacrée aux Machines powr la préparation des terres : on y étudio ála fols les labeurs propromént dits, les façons amsublissantes superflciol- les, ou pseudo-laheurs, et les tramux d'éinieUement el de tassements superficiels qui sont nécessaires pour que les graines soient plncées dans uno terra bien diviséo, mais raffermie. On passe en revue les instruments pour labeurs à bras (bêolie, lioue), les machines pour labourer íi Taide d'attelages ou de tracteurs mêcaniquos (charrues de tous genres, fouilleiísís et sous-soleuses), les machines pour travaux spéeiaux, tels que ie déboisement, le trace des fosses, etc; les scarificiteurs, cul- tivateurs, extirpateurs forment, avec les herses, les machines appropriêes aux pseudo- labeurs ; on étudie ensuite les rouleaux plombeurs, brise-mottes, etc, et enfin los machines pour l'extraction dos souches, 1'enlôvcment des gazons, le nivellement du sol, etc. La deuxième partie a trait aux Machines pour V épandage des engrais et des semences. Le matériel nécessaire á Tépandage de Tengrais de ferme solido ou liquide, des engrais complémeutentaires fournis par les plantoirs, y sont successi- vement examines. Enfln, dans une troisièmo partie, on aborde Tétude des Machines pow Ventre- tien des cuUures ; les unes, comrae las houes á cheval, servent á, détruiro Ia végé- tation adventivo ; d'autre3, comme les démariouses, les écumeuses, etc, ont pour but de supprimer tout ou partie des plantes en développement. Ou trouvera dans la même catégorie, le matériel employó dans la lutte contre los maladies cryptoga- miques (poudreuses, pulvérisateurs) ou pour proteger dans la mesure du possible los cultures contre les phénoraèaes météoriques. Cot ordre n'est autre, au fon d, que celui dans lequel se succèdont les machines pour réxecution des travaux de culture: il a Tavantage d'être simple,'clair, et do ne prôter à aucune confusion. Au début do chacuno des parties do son ouvrago, M. Coupan a rappelò toutes les opèrations que Tagriculteur peut avoir á offectuer ; cotto prècaution didactique a permis un esposo plus méthodique. M. Coupan ótudie suecessivoment, dans chaque cató^-orie d'instruments, les organes spéeiaux qui, par leur réunion, forment lesdiverses machines ; il soigncu- sement indique, pour chacun, les motifs qui doivent faire préférer ou rejeter a priori tel ou tel dispositif. Comme il donne sous forme do tableaux, á la fln de chacun des chapitres, les resultais d'essais dynamcmètriqucs précis, dans les con- ditions les flus variéís, ce trayail será trèa utile aux Agriculteurs, qui y trouve- ront les íléments d'un examen rationnol des machines quMls auront à acquérir. 6098 — Rio de Janoiro — Iraprenía Nacion.il — 1907 EST.A.TTJTOS CAPITULO II Art. 8.° A sociedade admitte as seguintes categ:orias de sócios : Sócios effectivos, correspondentes, ho'-'^'-arios, beneméritos e associados. § i.° Serão sócios effectivos todas as pessoas residentes no paiz que forem devidamente propostas e contribuirem com a jóia de i5$e a annuidade de 2o$ooo. § 2° Serão sócios correspondentes as pessoas ou associações, com residência ou sede no estrangeiro, que forem escolhidas pela Directoria, em reconhecimento dos seus méritos e dos serviços que possam ou queiram prestar á sociedade. § 3.° Serão ^...1,»^ lMn,.r:iii.K c hi iiriud uns as pessoas que, por sua dedicação e relevantes serviço 1 . ' iih nu i-mi i' ■ i' rmi iitus á lavoura. § 4.° Serãn a ' ,:,i .1 a a^ r('"iaj - i.aiacter official e as associações agrícolas, filiadas ou confeJcraJa.., quL oiuiiilaiuciii cuiii a jóia de 30$ e a annuidade de 5o$ooo. § 5.° Os sócios ertectivos e os associados poderão se remir nas condições que forem preceituadas no regulamento, não devendo, porém, a contribuição fi.xada para esse fim ser inferior a dez (10) annuidades. Art. 9.° Os associados deverão declarar o seu desejo de comparticipar dos tra- balhos da sociedade. Os demais sócios deverão ser propostos por indicação de qualquer sócio e apresentação de dois membros da Directoria e ser acceitos por unanimidade. Art. 10. Os sócios, qualquer que seja a categoria, poderão assistir a todas as reuniões sociaes, discutindo e propondo o que julgarem conveniente ; terão direito a todas as publicações da sociedade e a todos os serviços que a mesma estiver habilitada a prestar, independentemente de qualquer contribuição especial . § i.» Os associados, por seu caracter de collectividade, terão preferencia para os referidos serviços e receberão das publicações da sociedade o maior numero de exem- plares de que esta puder dispor. § 2.° O direito de votar e ser votado é extensivo a todos os sócios ; é limitado, porém, para os associados e sócios correspondentes, os quaes não poderão receber votos para os cargos de administração. § 3.° Os sócios perderão somente seus direitos em virtude de expontânea renuncia ou quando a assembléa geral resolver a sua exclusão por proposta da Directoria. I?,EC3-TJIj.A.ls^EE)3SrTO CAPITULO VI Art. 18. A sociedade prestará seus serviços de preferencia aos sócios e associados, quando estiverem quites com ella. Art. 19. A jóia deverá ser paga dentro dos primeiros três mezes após a sua acceitação . Art. 20. As annuidades poderão ser pagas por prestações semestraes. Art. 21. Os sócios e os associados se poderão remir mediante o pagamento das quantias de 200$ e 500$, respectivamente, feito de uma só vez e independente da jóia, que deverão pagar em qualquer caso . Art. 23. Os sócios e associados não poderão votar, nem receber o diploma, sem terem pago a respectiva jóia. § i.° O sócio que tiver pago a jóia e uma annuidade, poderá remir-se mediante a apresentação de 20 sócios, desde que estes tenham igualmente satisfeito aquellas contribuições. § 2.° Para esse effeito o sócio deverá requerer á Directoria, provando seus direitos nos termos do paragrapho anterior. § 3.° Serão considerados beneméritos os sócios que fizerem donativos á sociedade, a partir da quantia de um conto de réis. Ai-t. 23. Para que os sócios atrazados de duas annuidades possam ser considerados resignatarios, nos termos dos Estatutos, é preciso que suas contribuições lhes tenham sido solicitadas por escripto, até três mezes antes, cabendo-lhes ainda assim o recurso para o conselho superior e para a assembléa geral. ■^ ( 1 I liiiu de S. Paulo 3.,;, A Sericicultura no Brazil 300 Algumas madeiras e vegetaes do Brazil 403 Adubação dns Cafeeiros 420 Pelo Café 426 Expediente 429 Noticiário 439 Parte Commercial 457 Bibliciyi-aphia 404 Anno xr— N. 10 Rio db Jambiro Outubro dk 1907 ■iiJUiinfci k AiPÍ8ulbpa Capi.a. Federa. ÍÇ ÍÍ Í^ ÍÍ! VI RI BUS UNITIS ÍÇ Í^ ÍÍ ÍÍ BRAZ.L SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Fundada em i6 de janeiro de 1897 Caixa-postal, 1245 Sede: Ruas da Alfaadega n. 102 Endereço Telegraphico, AGRICULTURA e Geníral Camará n. 105 Telephone n. 1416 rio de jankibo DIRBOTORIA Presidente — Dr. Wencesláo Alves Leite de Oliveira Bello. 1° Vice-presidente — Vago. 2° Vice-presidente — Dr. Sylvio Ferreira Rangel. 3° Vice-presidente — Dr. Domingos Sérgio de Carvalho. Secretario Geral — Dr. Heitor de SA. 1° Secretario — Dr. Francisco Tito de Souza Reis. 2° Secretario — Dr. Benedicto Raymundo da Silva. 3° Secretario — Dr. José Ribeiro Monteiro da Silva. 4" Secretario — Alberto de Araújo Ferreira Jacobina. 1° Thesoureiro — Dr. João Pedreira do Couto Ferraz Júnior. 2° Thesoureiro — Carlos Raulino. Olroctores da.s Secções Fazenda de Santa Mónica Dr. Sylvio Rane:el. Applicações do Álcool Dr. Serg-io de Carvalho. Secção Technica e Bibliotheca Dr. Heitor de Sá. Museu Dr. Benedicto Raymundo. Plantas e sementes e Horto da Penha . . Dr. Monteiro da Silva. Propaganda e estatística Alberto Jacobina e Carlos Raulino. Secretaria Dr. Souza Reis. Thesouraria Dr. Pedreira Júnior. Oonselho Superior Dr. Elias António de Moraes, Dr. Eduardo Augusto Torres Cotrim, Ernesto Du- risch, Dr. Carlos de Rezende, Dr. .Arthur Getulio das Neves, João da Silva Gandra, Dr. Alfredo Augusto da Rocha, Dr. Ernesto Ascoly, Luiz Henrique Lins de Almeida, Dr. Carlos Oscar Lessa, Comm. Domingos Theodoro de Azevedo, Dr. Leandro da Costa, João Dale. Dr. Ernesto Cândido da Fonseca Portella, Luiz Felippe de Sampaio Vianna, Manoel Galvão, Dr. Antonino Fialho, Dr. J. F. Soares Filho, Dr. Alfredo Bandeira, Dr. Álvaro .Mendes de Oliveira Castro, Dr. Henrique Borges Monteiro, Coronel Cornelio de Souza Lima, Dr. João de Carvalho Borges Júnior, António de Medeiros (fallecido) e Edgardo Ferreira de Carvalho. OoLlEiborução Serão considerados collaboradores não só os sócios como todos que quizerem ser- vir-se destas columnas para a propaganda da agricultura, o que a redacção muito agradece. A lista dos collaboradores será publicada annualmente com o resumo dos trabalhos. A redacção não se responsabilisa pelas opiniões emittidas em artigos assignados, e que serão publicados sob a exclusiva responsabilidade dos autores. Os originaes não serão restituídos. As communicações e correspondências devem ser dirigidas á Redacção d'A LA- VOURA na sede da Sociedade Nacional de Agricultura. A LAVOURA não acceita assignaturas. ' E' distribuída gratuitamente aos sócios da Sociedade Nacional de Agricultura. Condições referem-se aos automóveis de que já demos gravuras nos números de Janeiro e julho, reproduzindo ainda a ceifadora de cereaes accionada pelo motor « Ivel » na capa do fundo deste numero. Illm. Sr. — Acquiescendo ao desejo manifestado por V. S. de conhecer o resultado pratico do motor « Ivel », temos a satisfação de transcrever aqui o seguinte tópico da carta que, sobre o assumpto, nos dirigiu, em ] 7 do andante, o Exm. Sr. Dr . Theoi)hilo Ribeiro, digno director da Empire Fibre Co., em « Prudente de Moraes », Minas : « Posto era movimento o « Ivel » , foi simplesmente explendido o trabalho que fez, sem mais interrupção, até que foi propositalmente parado. A LAVOURA Eu ia fazer sulcos com o arado para a coiistrucção dos diques no mi|>ii (|c iiiTuz. [lorisso aii|tli(|iii'i (i ai-ald « Colonial ». deixando-o PITEIRA. DO MÉXICO eiilfrrar loilo. alim de aprofundar o sulco. O « Ivel » C!)mportou-se admiravelmenle, arrastando o arado sem difficuldade numa extensão de mais de 500 metros. Parei algumas vezes, porque o arado enterrava muito (1 encontrava raizes, e, como eu não tinha coUocado as garras (jírahs) nas rodas do motor, como é recommendado sempre que se Iraballia em terra fofa ( eu fazia o sulco sobre terras lavradas ), acon- tecia escorregarem as rodas, sem poderem caminhar. Nestas poucas occasiões dava para traz, afrouxava, abalando um pouco a ponta do arado na terra e, dando para diante, o « Ivel » arrancava o arado, continuando seu caminho. Não creio que razoavelmente se possa exigir mais do apparellio, (jue galhardamente fez, em cerca de meia hora, um serviço que, penso, não poderia ser feito com menos de seis juntas de bois, mas isso em muito mais longo espaço de temi)n, talvez nem numa hora . Reputo o « Ivel » um apparellio precioso, destinado^ a fazer uma revolução nos trabalhos agrícolas . SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA O terreno que lavrei deve conter cerca de três alqueires de área. ( Refiro-me somente á lavra feita com o « Ivel ») . Este serviço foi feito em três semanas, fazendo-se uma lavra, na média, de 0",25 de profundi- dade e em toda a largura do disco, de modo que, na maior parte, con- tava O", 30 e, ás vezes, mais centimetros de largura. O terreno é de fundo argilloso, talvez dominando a argilla, e foi sempre pasto de animaes. Não destoquei o terreno, [)orque não existiam nelle tocos de arvores grandes, mas apenas de arbustos e capim da natureza do que aqui chamam « Capim do campo » , que tem fortes raizes. Todo o beneficio que fiz ao terreno foi queimal-o, mas, infelizmente, queimou muito mal, deixando-me ainda em pé muito capim, principalmente nos logares onde havia o capim « Jaraguá » ou « Provisório » . Além disto, mandei cortar com a enxada uma porção de monticulos de terra (espécie de cupins) que alastravam o campo ; notando-se que nos primeiros dias fiz passar o «Ivel» por cima desses cujvns, que elle cortava sem apparente esforço . Tentei lavrar com o arado de dois discos, mas nada pude fazer, porque o terreno estava Ião duro tjue os dois discos não entravam uo chão, fazendo riscos c mais nada. r" '^ COLHEITA DA PITEIRA EM UMA FAZENDA MEXICANA Nestas circumstancias, tirei um dos dois discos do arado (í então consegui que o disco aprofundasse, fazendo sulcos do tamanho A LAVOURA já iiulicado ; mas, como o outro arado de disco simples era mais leve, substitui o duplo com que estava trabalhando por um destes simples e liz o rosto da lavra com elle, obtendo um trabalho reputado excellente por todos que o tém visto . Acredito que para o anno futuro, trabalhando nesses terrenos já lavrados, conseguirei fazer o triplo do que me foi dado fazer este anno. Como já tiveoccasião de dizer a W. SS., eu creio que se pôde accordar como média de serviço 7 . 000 a 8.000 metros quadrados por dia de oito horas, pois tanto consegui fazer nas condições pouco favo- ráveis do meu terreno, mantendo-se a despeza de kerozene em uma caixa por dia. Naturalmente, quanto mais pesado fòr o serviço, ou, o que é equi- valente, mais forte fôr a tracção, maior será a quantidade de kerozene gasta, e isto mesmo tive occasião de verificar, porque, terminada a lavra, appliquei o «Ivel» na gradagem do terreno, fazendo-o puxar as grades de discos ; mas não me limitei a uma grade, porém íil-o comboiar ao ' mesmo tempo, uma ati'az da outra, três grades de 12 discos cada uma, notando-se que o «Ivel» trabalhou perfeitamente sobre o terreno revolvido pelo arado, conservada uma roda sobre a parte já cortada pela grade e a outra sobro os torrões da lavra, o isso mesmo no dia seguinte ao de chuva -IVEL EM MOVIMENTO [losadissima, quando a terra estava molhada a ponto de agarrar e entupir os discos das grades frequentemente . 7731 8 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Foi nessa occasião que verifiquei o maior gasto de kerozene. A tracção foi evidentemente muito mais forte do que em todo o serviço anterior que o apparelho fiavia executado. Tenho gasto exclusivamente kerozem^, usando gazolina somente para começai' (mise-en-marche), pois o kerozene não parece suiriciente- mente explosivo, emquanto o apparelho não está quente . Entretanto, atligura-se-me que, si o álcool puder ser comprado por preço [lelo menos igual ao do kerozene, será preferivel, não só por ser muito explosivo, como poniue não deixa o residuo produzido pelo kero- zene, podendo a macliina ser desl'arte conservada muito mais limpa. Eu desejava ouvir VV. SS. sobre o assumpto, pedindo-lhes (pie me informassem por que preço (o mais barato) se poderá comi)rar ahi o álcool e que despezas faz dessa cidade até «Prudente de Moraes». Natu- ralmente, refiro-me ao álcool acondicionado em barris, que, creio, virá mais em conta do que o álcool em latas. Junto as seguintes pbotographias tiradas aqui na fazenda : N. 1 — Vista do «Ivel» em movimento; N. 2 — Vista do «Ivel» construindo diques. Deve-se notar ipie elle vem passando sobre terreno revolvido pelo arado, arrastando a inadiina X. 2 IVEL CONSTRUINDO DIQUES que apanha essa terra e a deixa atraz em forma de uma pequena bar- ragem . Esta machina de fazer diques é i)esadi3sima, com uma abertura de 1",40 na frente e 0'°,40 no lado posterior. A LAVOURA 47» N . 3 — Vista do «IveU nivelando terreno. Aqui elle arrasta o ras- pador, que se enche e esvasia em movimento . A photographia i-epresenla a operação de encher o raspador . N. 4 — Mostra o «Ivel», (lue, descarregado o raspador, volta ao [lonto mais elevado do terreno, de onde tira a terra para o nivelamento. A(iui o raspador vai embarcado até chegar ao lugar conveniente . » Transmittindo essas informações a V . S . , cremos prestar um serviço proveitoso a quem, como V. S., tanto S'Mísforça para elucidar os Srs. agricultores . Quanto ás photographias ns . 1 a 4 inclusas, pedimos vénia para mencionar (lue são as únicas que possuímos ; por isso, rogamos a V . S . a gentilezade nol-as restituir, logo que não mais precise delias. Peilimos vénia para oITerecer a V. S., aqui inclusos, alguns exem- plareis do prospecto de nossa casa sobre o motor «Ivel», de que somos os únicos depositários e agentes para o Brazil . Solicitando as suas estimadas ordens e inteiramente ao dispiu- de V. S., somos com todo o apreço — Atts. ams. obrmos. — Arcns &C.» Algumas madeiras e diversos vsgetaes úteis do Brazil (Coiiliiiiinção) Monographia n. 17 — Amostra n. 22. família das ? Synonimia : — ? Habitação : — No lilloral do sul do Brazil, preferindo os ter- renos silicosos, nos quaes fica uma arvore frondosa e de porte ele- gante, si estiver isolada. E' da crescimento moroso. Descripção : — Arvore de caule recto, até 8,00 de altura e 0,45 de diâmetro; casca fina até 6 m/m de espessura, pardacenta, reves- tida de epiderme escura, fendida, e a qual se desprende facilmente ; fructos grandes, vermelhos, comestíveis, do tamanho de um limão, SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA muito apreciados pelas gralhas e cuja casca contém uma resina de côr láctea, cáustica, que exige cuidado ao comer-se o fructo. Madeira : — Branco amarei lada, cerne avermelhado, tecido com- pacto, ondeada, pesada, firme, docil ao cepilho e á serra. Applicaç<5es : — Madeira para taboado de soalho, vigas, tanchões, remos, obras internas, lenha, carvão de grande poder calorifero e por isso preferida pelos fundidores de ferro ; fructo bom para alimenta- ção de porcos, e que por tal motivo poderia a arvore ser plantada nos logaras destinados á criação dos mesmos. Observações : — Hesitamos na classificação desta espécie, devido á falta de material ; salientamos, porém, que sendo um dos vegetaes mais communs e conhecidos na região que habita, o seu nome não figura, todavia, em trabalho algum. Monographia n. 18 — Amostra n. 154. família das MYRTACEAS BatitA-pequeno ? Synonimia : — ? Habitação : — Littoral do Estado de S. Paulo e demais Estados do sul, ignorando si também é encontrado em alguns do norte. Apezar de não ser raro nas terras argillosas, elle prefere assilicosas, fracas, onde se desenvolve muito. E' abundantíssimo na ilha do Mar (12 léguas de extensão — littoral de S. Paulo). Descripção : — Arvore de caule recto, até 8,00 de altui-a e 0,45 de diâmetro; galhos branco acinzentados, vermelhos e quadrangu- lares nas extremidades, sendo ahi renovável a epiderme ; casca ver- melha, até 0,01 de espessura, adstringente e com epiderme pardacenta, renovável ; folhas simples, inteiras, pecioladas, mais ou menos 200 "/m de comprimento e 100 "'/^ de largura, ovaes, coriaceas, ápice agudo, saliente nervadas ; fructo, baga. Madeira : — Vermelho-escuro, ondeada, pesada e macia. Applicações : — A madeira é elástica e serve para taboado de soalho, portas, vigas, caibros e outras obras internas e externas , as cascas contêm alta porcentagem de tannino e podem ser utilizadas pelos cortumes ; os fructos são comestíveis, apreciados, merecendo a arvore ser plantada não só em logares de criação de porcos, que apro- veitariam a sombra e os fructos, como até em pomares . A LAVOURA 481 Variedades : — Ha o «Batitò-grande», também chamado «Batitô- papa-guela», e que não deve ser confundido com as diversas myr- taceas que têm o nome commum de «Papa-guela». Observações — Não consegui identificar este vegetal. O seu nome vulgar, espalhado em tão grande região, não o encontramos em ne- nhuma das muitas obras a que recorremos para tal flm. Monographia n. 19 — Amostra n. 90. FAMÍLIA DAS RUTACEAS Xanthoxylum Langsdorffiii, Marl. Synonimia : — Betarú-ainarello (este nome é commum a outra variedade, de aculeos differentes e casca mais escura, geralmente co- nhecida pelo nome de uBe\.diV\i'\iV&ío»)—Betaru,-grande~ Betar y, na região de Iguape — Coentrilho, no Rio Grande do Sul (nome ai li dado mais geralmente a outra rutacea, a Xanthoxylum hyemale, St. Hil.) — Culantrillo, na Republica Argentina — Espinheiro branco, na Bahia? — Jubebe, dos guaranys (de «yú-bebê espinho que vôa», des- ignação applicada a varias plantas de folhas espinescentes e sobre- tudo a diversas solanaceas) Metary — rio dos tembetás — Mamica de cachorra — Mamica de cadella {nada tem com a myrtaceaPhillocalix formosus, Camb., a que em alguns logares dão o nome vulgar de «Mamica de cachorra» ou de ícadella» — • Mamica do cachorra (não confundir com a moracea Brosimum Caudichaudii, Free, a que em alguns logares dão este mesmo nome) — Mamica de porca, no Rio e em S. Paulo — Tambataruga, no Pará — Tembaitariba — Tembetaru e Tembetary, no Paraguay (de (dembelar-y» ou «belar-ub» páo de que se fazem temljetás, ou antes boloques). Habitação : — Desde a Bahia ao norte do Rio Grande do Sul, em quaes(iuer altitudes, faltando-nos informações sobre os Estados do extremo norte. Encontra-se também nas Republicas do Uruguay, Paraguay e Argentina, vegetando somente em terrenos argillosos de qualquer qualidade. Descripção: — Arvore de altura regular e pequeno diâmetro; casca nna, armada de grandes aculeos, ([ue na base chegam a ter 0,02X0,02, de feitio semelhante aos seios das cachorras, os quaes quando caem deixam as cicatrizes; foliias caducas, o menor numero com aculeo duro, na pagina inferior. 4tó SOCIEDADE NACIONAL DE AQRICULTUBA Madeira : — Grande alburno amarelloclaro e cerne amarello- canario, firme, dócil ao cepilho e á serra. Applicações : — Madeira para taboado, vigas, ripas, remos, cepas de tamancos, cabos de ferramentas e obras internas era geral, pro- duzindo tinta amarei lo-clara, límpida; as cascas são tónicas, anti- febris, estomachicas, e odontalgicas ; a infuzão da raiz é também con- siderada estomachica. A superstição popular attribue á infuzão das cascas e raízes a virtude de desfazer as «mandingas» e outras feiti- çarias Variedades: — Ha o «Betarú-amarello» ou «Betarú-preto» . Observações : — Pelos nomes indígenas vê-se que este vegetal era o preferido pelos índios botocudos para delle fazerem os seus adornos das orelhas e lábios chamados «botoques». —Como os aculeos são duros e penetrantes, é perigoso passar descalço i^erto deste vegetal. — Um escríptor considera o «Betarú» eo lEspinho de judeu» (víd.) como um só individuo. São, porém, vegetaes dístinctos, inconfun- díveis. Monographia n. 20 — Amostra n. 166. família das myristicaceas Buculiuvn-vermelba Myristica bycuhyba, Schott. Synonimia : — Aroore do seòo (este nomeécommum a diversas plantas) — Bananga, na Guyana (?)— Becaiba-assú — Bequiba — Bi- cuiba, no Espirito Santo — Bicuhyba-assã, em Matto-Grosso — Bicuiba- assú, no Amazonas — Bicuiba-preta e Bicuiba-oermelha, no Rio e na Bahia — Bocuoa, no Interior de S. Paulo — Bucuva, no Paraná — Bacuhuva-reuva-pai-da Myrocarpus frondosus, Fr. Aliem. Synonimia : — Bálsamo — Cabereuva — Cabiruva-parda — Ca- boré — Caboreliijba — Caboreiba (este nome pertence antes ao Myros- permum guaranicicum, chamado vulgarmente «Anguay» e que cremos ser o «Nlianduay» ou «Janduay» das republicas do Prata) — Cabreuba — Cabriaoa (este nome é commura ao Myroxilon peruiferum, f.inn. F.) — Cabrué, em alguns logares de Santa Catliarina — Caburaia- cabureiba — Caburé — Caburé-iba — Caburó-icica e Caburé-icika (estes nomes são antes da resina que se obtém da arvore) — Caburé-uba — Cabuvé-noa — Caberé-uvá — Capreuva (de certo erro de graphia) — Kaburc-ijbá (arvore onde se aniniiam os caburés) — Kauereioa, dos SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA selvicolas — Óleo de macaco —Oleo-pardo, de preferencia no Rio — Pau-balsamo, no Paraná (também alli dão o mesmo nome ao «Oleo- vermelho» — Pau de óleo verdadeiro . Os nomes acima estão gene- ralizados por toda parte onde se encontra o vegetal e são dados igual- mente ao Myrospermum fastigiatus, Fr. AU. A denominação vulgar «Oleo-pardo» é dada algures a outra leguminosa, a Andira rósea, Mart. Habitação— Estado da Bahia (?) e na serra do Mar e todos os seus contrafortes nos Estados de S. Paulo, Paraná (especialmente no valle do rio Uruguay), Santa Gathaiina e Rio Grande do Sul, faltando- nos informações sobre outros logares. Prefere terras seccas, argillosas, de primeira qualidade. Descripção — Arvore excelsa e copada, de caule um tanto tor- tuoso, até 10,00 de altura e 0,55 de diâmetro ; casca l)rancacenta, até 0,02 de espessura, com epiderme da mesma coi% muito e irre- gularmente fendida, difflcil de desprender ; ramos glabros, pardacen- tos, muitíssimo aromáticos ; folhas compostas, imparipinnadas, 4-7 foliolos inteiros, curto-peciolados, verde-escuros na pagina superior e mais claros na pagina inferior, mais ou menos 80 "/.^ de compri- mento e 40 "/,u de largura, membranosos, ovaes, acuminados, pel- lucido-pontuados-estriados, de certo depósitos de óleo essencial visíveis á transparência. Madeira. — Grande alburno branco, cerne pardacento com uns tons vermelho-esverdeados, muito e b3llamente ondeada, fibras re- vessas, grão fino, firme, dura, muito aromática quando verde. Pesos específicos verificados: 0,667—0,605-0,730 — 0,751 (Bahia)— 0,801 (Rio Grande do Sul, amostras novas)— 0,80i — 0,809 (Rio Grande do Sul, amostras velhas)— 0,932— 0,992. Resistência: ti flexão, 716 e 719 (Bahia) ; carga perpandicular, 405 ; carga parai leia, 670 ; sem deter- minação da posição da carga, 546. AiTLicAçõES. — Madeira de primeií-a qualidade para carros de luxo, marcenaria em geral, portas nobres, vigas, esteios, pranchões, taboado de soalho, massas de carretas, rodas de agua, engrenagens para rodas de engenhos de canna, dormentes de primeira classe, eixos, pilões e mancaes de engenho, bem como para quaesquer obras hydraulicas ; a serragem da madeira tem aroma balsâmico e emprega- S3 em tintura para o curativo de feridas a contusões. Egual appli- cação se dá á tintura feita com a casca e a resina (caburé-icika) que desta se obtém; da raiz e da seiva fazem xaropes peitoraes. Os fru- ctos são considerados excitantes e anti-dispepticos. A LAVOURA Variedades. — lia a «Cabreuva-vermeUia)» (vid.), nomo este que aliás pertence antes a outra espade, o MyiMcarpus iusUgiatu.s, Fr. Ali., com o qual não deve confundir-se. Observações. —Este vegetal, segundo von Martius, é o verda- deiro «Oleo-pardo», mas o povo dá-lhes mais geralmente o nome de «Cabreuva». Gonsulte-se a nossa Synonimia. —O cerne desta variedade é muito semelhante ao do «Nhanduay» ou «Janduav», arvore do Paraguay, cuja maialra contem muito tan- nino. — O nome «Cabreuva» é dado lambera a uma gemmada feita com aguardente decanna e seiva de cabreuva, considerada útil nas consti- pações. Hoje o vegetal vae-se tornando raro e por isso tomam a gem- mada mesmo sem a seiva. Monogiapliia n. 24 — Amostras ns. 108 (cerne) e 122 família das leguminosas (Divisão Mimosacea) Cinbi-cuva— vei-inellia Myrocarpus frondosus, Fr. Ali. — Var. Cananeensis Synonimia — A da variedade precedente . Habitação — Iliia do Cardoso, litloral sul de S. Paulo, município de Cananéa. Descrif-çÃo — Arvore copada, mas nem sempre de caule bem recto, até 10,00 de altura e 0,45 de diâmetro; casca branca, fina em- birenta e aromática, com epiderme fina, parda e suberosa, exteriormente brancacenta, composta de laminas finas fendidas, , sobrepostas e r bem adlierentes; ramos alternos e com aroma balsâmico, epiderme bruna e lenticellada; folhas caducas, compostas, 7— folioladas ; foliolos alternos, imparipinnados, pecioiados, acuminados, oblongos, mais ou menos 90 ""/,„ de comprimento e 35 "'/,„ de largura, verde-claras na pagina superior e muito glaucas na pagina inferior, e muito pellucido- estriadas e pontuadas, de certo depósitos de óleo essencial que lhes dão bel lissi mo e curioso aspecto quando vistos á transparência. Sabor desagradável. Floresce era dezembro (?). Madeira — Grande alburno duro, cerne pardacento quando o in- dividuo é novo e vermelho-escuro quando velho, muito rijo, tecido compacto, veias circulares de côr escura, ondeada, revessa, assetinada, 490 SOCIEDADE NAGIOX.VL DE AGRICULTURA poros muito visíveis e abuadantes, aromática. Tallie duro, mas dócil ao cepilho e á serra. Applicações — As mesmas da variedade precedente, podendo as follias desta servirem para a industria da perfumaria, porquanto mesmo bem. seccas conservam agradável aroma jjalsamico, sensível sem ser necessário tritural-as ou quebral-as. Variedades — São importantes as differenças que apontamos entre o verdadeiro Myrocarpus frondosus e a jiresente variedade, que designamos Cananeensis, por não a vermos descripta. Observações — Ha um pássaro chamado «Caburé»: é o Glaucidium ferox, V. (Striges) e outro rhamado «Gavião»: — caburé» é o Micrastur ruficollis, Y. (Accipitrines). (Cmtimia) COLLABORAÇÃO Machinismos para a fabricação da manteiga Para fabricar boa manteiga necessita-se do mais rigoroso asseio e limpeza em todas as operações pelas quaes passam o leite, a nata e a manteiga. aval, sueco, des nata pi ir uma inachina centrífuga, o íez uma revolução no processo seguido até aquelle tempo ; mais tarde appareceu um novo invento na mesma macliina, — os cele- ))res discos Alfa, e obteve-se um traballio tão completo que estas desnatadeiras deixam apenas vestígios de nata no leite desnatado, é tão perfeita a separação. Existem hoje desnatadeiras que tratam desde AO até 2.000 litros por hora : são machinas que necessitam de pouca lon.i, as de 40 até 450 litros por hora são facil- mente movidas á mão e as maiores não exigem a força de um cavai lo. Da montagem da machina dependo o seu perfeito funccionamento. Ella deve ser perfeitamente nivelada, ti- rando o nivel da beirada aplainada do recqU i- culo do cylindro desnatador. E' preciso limpar bem todas as peças da ma- DESXATADEIBA ALTA-L\ Para polias Preços— desdo 120,; at4 i:: china, e vendo-se que a torneira acha-se fechada enchc-se o deposito com SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA leite; não se deve abrir a torneira antes da machina attingir a velo- ridado marcada pslo fabricante para rada tamanho. Si houver necessidade de parar a machina antes de passar o leite todo, deve-se fechar primeiro a torneira, deixando a des- natadeira parar por si, não se deve empregar forca para paral-a. A desnatadeira tem um parafuso no cylindro para graduar a porcen- tagem de nata, de modo que pôde tirar a nata mais espessa ou mais fraca conforme a graduação deste parafuso. Isto não significa que ficará no leite desnatado maior ou menor quantidade de nata, o sim unicamente que sahirá conjuntamente com a nata, maior ou menor quantidade de leite. A nata por ser mais leve sahc p?lo tubo do cima, e o leite desnatado pelo de baixo. Quando a machina tiver trabalhado duas horas cons- tantemente, convém abrir o cylindro e limpal-o, porque accumula-se dentro delle matéria suja que difflcultaa desnatação, deve-se queimar esta matéria, porque contém muitas bactérias infecciosas. Desnatado o leite todo, ainda se passa um ou dous litros do leite desnatado pela machina para expellir a nata que fica. Para que a machina produza melhor resultado, é preciso que o mosimento seja regular, e com a velocidade marcada pelo fabricante. O óleo é de uma qualidade especial, porque o numero de rotações regula entre 5.000 e 6,000 por minuto. Preços -12.1.$ a 200.J:10,1 Temperatura. — 30 grãos é a temperatura fa- vorável á desnatação : aci- ma desta, facilita ainda mais e abaixo torna-a mais difficil e reduz a capaci- dade da machina. Hoje em dia lia muitos typos de desnatadeii'as, um ou outro perfeito, mas ha muitos que não tiram a nata toda, cau.sando grande prejuízo ao dono da machi- na, de modo que ha muita necessidade de grande cui- dado na escolha de uma machina mais importante na fabricação da man- A LAVOURA A XATA — Guarda-se em vasilhas em logar fresco e arejado até o dia seguinte, quando sua maturação acha-se completa, e vae para a BATEDEIRA. A BATEDEIRA— Transforma a nata em manteiga, e para esta opera- ção a temperatura mais favorável é de 12 a 14 gráos, temperatura que no Brasil em geral sóraentese consegue com o emprego do gelo. Em todo caso deve-se procurar approximar o mais possível esta temperatura. lia diversos typos de batedeiras: de rotação vertical ede barril. As de rotação vertical costumam dar 50 rotações ou mais por minuto, emquanto as de barril dão 30, mais ou menos. Com a velo- cidade alta a manteiga apparece mais cedo, porém é preciso lembrar que, sendo demasiada, el la também será menor em quantidade e de qualidade inferior. Se a nata estiver na proporção de 12<>/o, e a temperatura de 12 a 14 gráos, deve se gastar de 20 a 40 minutos na batedeira. Logo que a manteiga apparece em bolinhos do tamanho de cabeça de alfinete, deve .se parar immed latamente o trabalho, porque a manteiga aclia-se prompta e se continuar ú Ijater será prejudicial á qualidade da manteiga . Colloca-.se em baixo do tampão da batedeira um coador e retirando o tampão, deixa .sahir o. soro: a manteiga que por acaso sahir, cahirá dentro do coador ou peneira e é posta novamente dentro da batedeira ; coUoca-se de novo o tampão, e põe dentro da batedeira uma quantidade de agua limpa e fria ; fechando a tampa, dá algumas voltas e removendo o tampão faz .sahir a agua : repete-se esta operação até sahir a agua perfeitamente limpa, e portanto, livre do soro. Esta lavagem é ne- ce.ssaria para a conservação do producto e a .sua qualidade. A manteiga pôde ser guai-dada depois, ou pôde ir logo á expremedeira. Faz-sea limpeza da batedeira primeiro com a agua fria, depois com agua quente ; de vez era quando deve-se ajuntar á agua para lava- gem, um pouco de agua de cal. Tambam não .se deve collocar a tampada batedeira sinão na occasiáo do .serviço. Expremedeira ou salgadeira — Ha um typo de mesa quadri- longo com rôlo e outro de mesa redonda com rolo, tendo a mesa e o rolo movimento rotativo. Colloca-se a manteiga na mesa e pa.s.sa-.se por cima o ròlo até expellir a agua toda ; como a pa.ssagem do rôlo espalha a manteiga, deve-se juntal-a novamente com espátulas de ma- deira, até acabar a operação, que deve .ser de poucos minutos, para não quebrar a textura da manteiga. Omovimen to da machina não deve ser rápido, e não convém expremer demasiado a manteiga, porque assim torna-se graxosa de menos valor. 7731 4 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Coloração — Ha diversos meios de empregar o colorante para dar a cor desejada pelo consumidor. Uns, misturam o colorante com a C; -l'.Úí .i'650.5000 nata, na propoivão de 6 a 8 gr am mas por cem kilos de nata, e esteé o systema preferido. Outros misturam-no com a manteiga na occasião de passal-a na expremedeira e neste caso empregam de 15 a 25 grammas por cem kilos de manteiga. O colo- rante deve ser da melhor qualidade. Salga — Também variam os modos de fazer a salga da man- teiga. As manteigas mais finas são salgadas por salmoura dentro (la jialedeira, logo em .seguida á avagem e neste caso exigem muito cuidado, porém o resultado é muito mais .satisfactorio. O modo mais commum é na mesa expremadeira na occasião de expremer: quando sa espallia em cima da manteiga a quantidade de .sal neces.saria, depois pondo em movimento a machina. O sal deve ser de qualidade espe- cial pjra este fim ; é engano pensar que qualquer serve. A quantidade a empregar depende do gosto da pro- cura, porém varia entre 3 e 7 kilos De .00 a y^ô^uuoi^or ho.a. pof cem kilos dc manteiga. Pre5o> -450.S a i:ooo$ooo Ums ínstallação moderna para fabricar manteiga pelos processos mais aperfeiçoados exige, além das machinas já citadas, um Pasteurisadore um Resfriador. A LAVOURA O PASTE [jRisADOR — As vantageiís da pasteurisaçao são agora geralraenteieconhecida.se apreciadas. Por este processo as bactérias e germens da fermentação são destruidos, o (juo contril)ue poderosa- mente para a conservação da manteiga. E' um apparellio de duas paredes e fundo duplo onde circula o vapor para o aquecimento, sendo co- jjerto de madeira para reter o calor ; dentro ha um agitador mechanico para conservar o leite em movimento continuo e evitar que elle se queime. O leite entra pelo funil do lado que conduz ao fundo do apparelho e a tem- peratura eleva-se a 85 gráos, quando .sahe para a desnatadeira. Esta tem- peratura alta é favorável á desnataçãn, que é mais limpa e mais rápida, sem prejudicar a desnatadeira. RESFRIADOR — Este apparelho no a 5 OOO Utros Preços~160, a 1 TOOjOOO comprehendeuratambor espiral, um piato 'íupeiior e uutionofundo. n ^j%í • -._-íí-%-»'< INSTAI LACAO rOVPLETA DE MACHI\ \S ALFA-LAVAL COMPOSTA DE PASTEU RI.SADOR, DESNATADEIRA CO.M DOMBA E RESFRIADOR SOCIEDADE Nacional de agricultura Devense resfriar o mais breve possivel a nata vinda da desnatadeira depois da pasteurisação . Dentro do tambor espiral do resfriador circula-se agua fria ou gelada que entra pela ligação em baixo para sahir pela de cima. A nata ou leite a resfriar se despeja no prato superior, que sahindo pelos orifícios do mesmo derrama-se pela superfície do tambor, cahindo no prato do fundo completamente resfriado, sendo recebido em latas ou outras vasilhas. Para resfriar necessita- se de agua de temperatura muito baixa e si for possivel de agua gelada. No ultimo caso pode-se empregar gelo comprado ou ter machina para este fabrico. Machixas de gelo. — Realmente estas machlnas são indispen- sáveis em toda a fa])rica l)em montada de lacticínios. De todos os sys- MACHINA PE OnLO, S^STb.MA «ZeRO», DE GAZ CARBÓNICO De 50 a 10.000 kilos por 24 boi as. Ha no mercado de S.OOO kilos. Preços — desde 2. 300$000 lemas as machinas que empregam gaz carbónico são as mais satisfacto- rias para esta industria, por ser o gaz sem cheiro e inoffensivo, e o gaz mais barato de todos os empregados em machina^í de gelo. Estas ma- chinas podem ser movidas por qualquer força. Para conseguir um liom producto, todo fabricante deve ter os utensílios para a manipulação, como sejam baldes e vidros graduados, thermometros, lactomelros, espátulas de madeira, coUieres de madeira coadores e uma balança. As temperaturas e os pesos devem ser feitos cora o máximo cuidado. Também é conveniente prestar attenção aos conselhos dos fabricantes das machinas, porque é natural que as instrucções dadas são o resultado de muitas experiências com as machinas. ORÇAMENTO N. 1 ORÇAMENTO PARA UMA INSTALLAÇÃO DE MACHINAS MOVIDAS .1 MÃO PARA TRATAR 400 LITROS DE LEITE POR DIA 1 desnatadeira Alfa-Laval, para desnatar 200 litros por hora 270$000 1 batedeira Alfa-Laval, capacidade 12 litros. . . 100$000 ou I b-itedeira de barril, capacidade 13 litros I10$00() I mesa quadriloDga para 3 1/2 kilos de manteiga . 80$000 1 jogo do escovas, espátulas, colheres, coador, balde graduado de 10 litros, tlierraometro e lactometro. 55$500 Total 505$500 ORÇAMENTO N. 2 INtTALLArÃO MODERNA PARA TRATAR 2.000 LITROS DE LEITE POR DIA 1 desDatadeira Alfa-Laval, turbina a vjpor para desnatar 700 litros por hora I:100,y000 sendo movida á poli i era voz da vapor. . 950$000 I pasteurisador Alfa-Laval, 700 litros por hora. . 550$000 1 resfriador » » 240 » » » nata somente 300$000 precisando de outro para resfriar leito desnatado também, este, do 500 litros por hora, custa 400$000. 1 batedeira Alfa-Laval, capacidade do 125 litros . 600$000 1 » de barril » » 100 » 450$000 1 expremedeira rodativa de 1 "",50 de diâmetro . , 750$000 1 joLTO de escovas, etc. , conforme orçamento n. 1 . 55$500 Transmissão completa, comprehondondo eixo de aço do 4 metros de comprimento, 2 cadeiras, 2 an- neis de pressão, polias para o motor, batedeira e expremedeira e as correias para estas ma- chinas 360$000 1 motor a vapor para fornecer o vapor pira o pas- teurisador e desnatadeira, força para mover a batedeira e expremedeira l:60o|000 Uma machina de gelo «Zero», de gaz carbónico pro- duzindo 200 kilos diários 4:500$000 1 motor a vapor com força para mover todas as machinas, inclusivo machina de gelo. . . , 3:300$0<]0 Machinismos para fabricar manteiga, conforme o orçamento n, 2 3:355$500 Transmissão, etc. , para esta installação . • . . G00$009 Total Il:7õ5$500 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Havendo força d'agua bastante, dispensa-se o motoi- a vapor para o movimento das raachinas, porém o pa9teuris:idor necessita de uma caldeira a vapor pequena eesta custa 600$000. Desnatadeira Alfa-Laval de 4U litros por hora a 120: hora a 2:200$000. Batedeira Alfa-Laval de 8 litros de capacidade. » » até 4T » » > . „ Barril » 9 » » » » » » 200 » » » . Salgadeira, mesa quadrilonga para 3 1/2 kilos . » » rotativa de 60 c. metros á mão . » até 15ii litros com polias .... Pasteurisador de 500 litros por hora (Alfa-Laval) » » 2.000 » » » » » Resfriador » 170 » » » » » » » õ.OOO » » » » » até 2.000 litros por 80.$000 100$000 190$000 750$000 550$OJ0 1 : 100$000 160$000 1:400$000 Setembro — 1907. John A. Finlay Cooperação Do 23 ao 25 de setembro p. p. — debaixo da presidência de S. E. Luigi Luzzatti, de M. Henry W. Wolf e de M. W. Maxwell, realizou-se em Cremona o VII Congresso da « Alleanza Cooperatioa Internazionále ». Eu representava alii legalmente as organizações cooperativas desta província de Porto Mauripó ; mas parecia-me tam- bém de representar espiritualmente nosso grande e querido Brazil, pelos dezoito annos de moradia e pelo modesto papel tido na orga- nização de alguma das suas primeiras cooperativas ruraes. Nesta arbitraria qualidade de representante espiritual, fallei eu em Cremona dos progressos sociaes, económicos do Brazil moderno, e direi agora aqui aos amigos brazileiros algumas poucas palavras sobre os enormes progressos que a cooperação tem feito no mundo inteiro ; conforto e incitamento a continuar na tarefa, tão dura quanto bemfazeja, de divulgar a doutrina redemptora e de organizar prati- camente as forças productivas do paiz. Sei já que os preguiçosos olijectam ser outras as condições do Brazil e não dever-se macaquear o que alhures se fez. Deixae os preguiçosos com suas chapas batidas; emulae os outros povos na regeneração económica e social pelo instrumento poderoso da coope- ração. O que tem-se revelado aqui em Cremona deve dar fé aos mais scepticos, deve estimular os mais apalhicos. A LAVOURA 499 Antes que tudo, o Congresso em si. O vasto Polytheama Verdt estava apinhado de representantes chegados do toda Europa e dos Estados Unidos , representavam, sem duvida, não menos de dez milhões de cooperadores. O rei da Icalia tinha enviado o ministro dos negócios estrangeiros para dar as boas vindas. Financeiros, homens políticos, sábios, operários e camponezes estavam lado a lado. Con- servadores liberaes como Luzzatti, clericaes como o jiispo Bonomelli, republicanos como o on. Maffi, mações como Ernesto Nathan, socia- listas como o Sr. Prampolini, trabalhavam juntos, concordes na substancia das cousas, embora discordes na forma . E cada um destes e de outros congressistas eram os artífices e os representantes de organisações colossaes, de typo, de methodo e de finalidade diversa, mas todas bem succedidas a Ijeneflcio do povo. O venerando presi- dente Luzzati encarnava as « Banche Popolari», por elle iniciadas, fazem quarenta annos, com recursos modestis^simos, e que hoje fazem circular uma enorme riqueza como credito ao trabalho da media industria, da media lavoura e do médio coramercio. O Sr. Wollem- borg evocava nas suas ((Casse ruralin, que libertava da usura o pequeno camponez e lhe fornecia o credito do qual precisa . O Sr . Prampolini, que de sua província de Reggia Emilia está fazendo uma enorme família de cooperadores livres e conscientes. O Sr. Verro, que tem organizado e dirige grandiosas cooperativas de lavradores na sua Sicília. Luigi Buffoli, que iniciou sua Unione Cooperativa de Milão em 1886 com 134 sócios e fr. 1.712 (um conto mais, ou menos) de capital, a qual vendeu agora por 100 milhões de francos constituindo para seus sócios um capital de 5 milhões, uma reserva de 2 milhões, devolvendo á seus freguezes 2 1/2 milhões de francos como economias, e tendo hoje um giro annual de 10 1/2 milhões de francos. Elie Cathala, que realizou o prodígio, fazem agora cinco annos, de organizar cooperativamente todo o povo vinhateiro do pequeno município fran- cez de Maraussan, no Hérault, melhorando notavelmente a producção e a condição económica social dos productores, construindo uma gran- diosa adega social, fornecendo vinho puro ás cooperativas de consumo de Paris para um valor annual de 1 milhão de francos, dando vida em Maraussan a varias e bellas instituições de previdência. O Dr. Toto- mianz, que em S . Petersburgo tem organizado uma colossal sociedade cooperativa de consumo entre aquelles operários, que é escola de tem- perança, de previdência, e educação politica e social. W. Maxwell, presidente do armazém cooperativo central (Who- levale) da Esco-^sia, que iniciado em 1868 com um capital de 1040 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA libras teve naquelle mesmo anno um movimento comraerciai de 81 mil libras ; emqiianto no anno próximo findo chegou a possuir o capital de£. 2.951,694 vendendo a 282 sociedades no valor de £. 7.140,182. V. Serwy, que deu noticia do colossal movimento cooperativo socialista da Bélgica, onde 161 sociedades cooperativas de consumo vendem annualmenle para um valor de Hl milhões de francos realizando úteis de mais que 3 milhões, na maior parte repartidos entre os consumido- res, que já tinliam gozado lam])em de preços minimos. Svena Hógsbro, iMinistro de Obras Publicas na Dinamarca, que nos deu noticias daquellas admiráveis leiterias sociaes. Emfim, um feixe de homens de bem, que tem traduzido em factos vivos e fecundos o thesouro das toas intenções que, não deiíalde, fervia-lhe no peito. Com esta gente, e com as centenas de collal)oradores modestos, oliscuros mas nem por isto menos devotados nem menos felizes, pode-se avaliar a importância das discussões feridas e das resoluções tomadas. O espirito geral destas resoluções pode-se concretar nestes pontos: 1.° Tolerância reciproca aljsoluta soijre opiniões politicas, sociaes, religiosas ; sobre as doutrinas particulares professadas pelos coopera- dores, sobre as finalidades, para trabalharem todos concordes nas varias formas da cooperação, que deve emancipar a luimanidade de todas as usuras. 2.° Necessidade de intensificar a propaganda cooperativa em todo o mundo, animados pelos resultados maravilhosos já colhidos. 3.° Necessidade de iniciar a concentração mundial do movimento cooperativo em todas suas manifestações. Em Cremona visitámos a « Banca Popolare », .solido instituto de credito, a « Cooperativa de con.sumo », que tem numerosas flliaes, a « Cooperativa para edificação de casas operarias » e os vários pré- dios por ella construídos. Nos arredores de Cremona fui rever, depois de dezoito annos de ausência, a fazenda a Citaclella » , a primeira .sociedade agrícola de producção organizada na Itália, da qual fui iniciador e membro. Os ajiraços daquelles bons camponezes, que lembravam .seu antigo companheiro de trabalho, mitigaram um tanto a magua de .saber que não foram capazes de conservar sua organização cooperativa nos annos que passei no Brazil . Na próxima cidade de Soresena visitámos a grandiosa Lei teria cooperativa», na qual os agricultores dos arredores trazem o leite de seus rebanhos para ser transformado em manteiga, com os proces- A LAVOURA 501 SOS modernos e com os machinismos mais perfeitos. Os residuos do leite são valorizados com a extracção do lattoso. E' no género o eslabeleci mento mais importante da Itália ; sem a cooperação não terá sido possível organizal-o, ou, quando menos, organizal-o a beneficio total dos productores de leite. A' Piacenza os congressistas visitaram a « Federação dos Con- gressos agrários » (Syndicatos) organisação poderosa que facilita aos lavradores italianos a acquisição, condições .favoráveis, dos adubos chimicos, do enxofre, do sulphato de cobre, etc. Seus negócios cifram- se annualmente em 10 a 15 milhões de francos. Em Milão visitámos os grandiosos armazéns da « Unione coope- rativa », que foi tão hábil e feliz na acquisição do prédio de sua resi- dência—o antigo e soberbo palácio Curati — que hoje, somente, a área sobre a qual está edificado vale o preço que foi pago para todo o edifício. Na tarde visitámos as gigantescas adegas que a Unione cooperativa pos- sue e que abrigam 400 mil hectolitros de vinho puro. Si o fogo pe- gasse nos armazéns da União aqui teria liquido bastante para apagar o incêndio. Deus não queira, porque o desastre seria duplo, embora tudo esteja no seguro. O breve tempo no qual os congressistas demoraram-se em Milão não permitiu-lhes visitar todos os estalíelecimentos cooperativos ahi florescentes. Vimos e admirámos, porém, a Coo/jeraííwa aste dorate, uma grandiosa fabrica de molduras douradas, na qual presenciámos todo o interessante processo de traljalho mecânico : a serragem das taboas, o corte das molduras, o covernijamento, o fabrico das fitas de massa que applicam-se sobre as molduras, onde endurecem representando os mais elegantes entalhes e altos relevos, a douradura com a applicação de finíssimas folhas metallicas, emfim todas as operações das quass sahem depois as artísticas molduras que emliellezam nossas casas. Nesta fabrica cooperativa tomou a palavra S. Ex. Luigi Luzzatti ex- plicando-nos que aquelles operários cooperadores foram ahi, fazem agora poucos ânuos, operários salariados ; que depois de uma parede, despedidos de seus patrties, constituiram-se em sociedade cooperativa de trabalho e, á custa de enormes sacrifícios, organizaram uma modesta fabrica ;que fizeram depois taes prodígios de operosidade, de intelligen- cía e de economia, que chegaram a comprar do antigo patrão a fabrica, na qual fomos visital-os. Dois dias depois os congressistas visitaram a cidade de Reggio Emília, e inauguraram ahi os trabalhos da estrada de ferro Reggio-bi- ano, cuja construcção e exercício durante 70 annos foi obtida — apezar SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA de ferozes hostilidades — do Syndiralo das suciedados cooperativas po- pulares da província subvencionada com um empréstimo de três mi^ Ihões de francos da Sociedade Umanitaria de Milão. Na vasta praça da nova estação, perante vinte mil operários cooperadores e socialistas, á sombra de duzentas bandeiras sociaes, muitas das quaes vermelhas, 'o ex-ministro do rei, S. E. Luzzatti, fallou como irmão a irmãos, exaltando a audácia do grande empreliendi mento cooperativo e liypo- thecando seu concurso . Foi este, talvez, o ponto culminante, o momento psychologico mais alto de todo este sétimo Congresso da Alleanja Cooperativa Interna- cionale. O ex-deputado ao Reichstag Allemão von Elm dizia-me, que para elle este multiforme aspecto da cooi^eração italiana era uma revelação, e que nisto achava a Itália na frente de muitos outros paizes. Palavras lisonjeiras, porque von Elm é fundador e alma das duas maiores orga- nisações cooperativas de Hamburgo : a fabrica de charutos e a coopera- tiva de consumo. Respigando agora nos relatórios apresentados ao Congresso, darei algumas noticias summarias sobre o estado da cooperação em vários paizes, noticias que infelizmente são incompletas, porque alguns pai- zes não remetteram relatórios, como a Allemanlia e a Rússia, apezar ■de que tanto Allemanha como a grande e a pequena Russias ( a Iberania) tivessem seus delegados no Congresso, Do amigo Dr. Totimianze do representante da Iterania ouvi que naqueiles paizes existem agora mais de setecentas sociedades coopera- ' tivas, principalmente de consumo . Quem, pois, tem uma certa pratica destas organizações sabe que cada uma delias representa uma epopéa de trabalho, de luctas, de sa- crifícios obscuros, de esforços titânicos para elevar de um degráo a ci- vilisaçãodo povo. A estatística da cooperação exprime-se em algarismos; porém cada unidade de algarismo é um poema. Noannode 1906, na Itália, existiam, legalmente constituídas, 4173 sociedades cooperativas diversas com um capital versado superior aos 55 '' milhões de francos . As « Banchi popolari » são 736 com 133 milhões de capital versado, 719 milhões de depósitos e com 454 milhões de movi- mento de carteira. « As Casse rurali di préstito» para o credito á pe- quena lavoura são 1461, legalmente constituídas, com um património pouco superior ao milhão de francos, mas com uni movimento annual de quasi 48 milhões. Além disto temos 366 Contorzi agrari (Syndi- •catosl, 200 Uniões ruraes, 224 sociedades agrícolas diversas. A LAVOURA Na Franra contam-se hoje, em números redondos : i mil Syndi- catos, 2 mil sociedades diversas de credito agrícola, 2 mil e quinhentas cooperativas agrícolas de typos diversos, 8 mil de seguro agrícola mutuo. Na Suissa 450 cooperativas de consumo contara 180 mil sócios, aos quaes fornecem annualmenle mercadorias no valor de 75 milhões de francos. Pela venda cooparativa do leite existem 221 sociedades. As cooperativas de credito são 60 e^ no anno de 1905 o movimento da Car- teira foi de 13 '/a milhões de francos. Outras sociedades cooperativas suissastêra por fim a criação do gado; outras a acquisicão de matéria prima (syndicatos) ; outras são de credito, em todas cerca [de 5 mil. O periódico da cooperação tem uma tiragem de 100 mil exemplares. No Lu.xemburg existem 377 sociedades agrícolas locaescom 14.715 membros, que compraram coUectivamente no valor de 2 milhões de francos de instrumentos agrícolas e adubos chimicos ; 90 leiterias com ;í .827 sócios, que fabricaram cooperativamente e assim venderam mais de 4 milhões de làlogrammos de manteiga no valor de 10 1/2 milhões de francos ; 86 sociedades cooperativas de seguro contra a mortalidade do gado, com 4159 sócios que têm segurado 9236 rezes no valor de 3.387.000 francos; 42 sociedades cooperativas pela cultura de arvores fructiferas, com 1510 sócios e 88,897 arvores; 647 syndicatos com 43.044 sócios pela toa conservação das estradas ruraes de rodagem e 71 syndicatos para Iraljalhos de irrigação. Na Bolgica contam-se 161 cooperativas socialistas de consumo, com 119.581 sócios e 1752 empregados, que vendem annualraente para francos 31,174.000 com um lucro de francos 3,035.000. O valor de seus immoveis é de francos 12 .091 . 000 e do capital versado francos 1 .655.000. No campo da producção nota-.se a fabrica cooperativa de tecidos de Gand com 125 machinas e um valor de producção annual de francos 700.000. Doze fabricas de cervejas, uma confeitaria, duas fabricas de charutos, um moinho, três fabricas de tamancos, seis typographias, duas pedreiras, uma cooperativa agrícola, uma fabrica de barretes produzem complexiva o cooperativamente 2 1/2 milhões de francos ao anuo. Na Hollanda existem 1679 sociedades cooperativas, das quaes 600 leiterias, 300 de credito e caixas económicas, 246 syndicatos agrícolas, 147 de edificação, 138 de consumo e as outras com finalidades diversas. Na Dinamarca contam-se 1200 cooperativas de consumo com 180.000 sócios e um armazém central, que vendeu no anno de 1906 mercadorias no valor de coronas 30,754.008 com um lucro de coronas 1,416.163. As leiterias cooperativas são 1076 com 157.537 sócios * rto SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA auno de 1906 trabalharam 4590 milhões de libras de leite, fabricando 176 milhões de libras Je manteiga no valor dí 170 milhões de coronas. A sociedade cooperativa pela exportação da manteiga vende annualmente para 7 milhões de coronas. Os açougues cooperativos são 33 com 91 mil sócios ; no anno de 1906 mataram, salgaram e acondicionaram 1.053.358 porcos no valor de 64.921.356 coronas. Desde 1887 a matança e preparo foi de 1 1 .535.338 porcos no valor de 617 milhões de coronas. A união dos açougues vigia o mercado da Inglaterra para regrar as oscillaçóes dos preços. A cooperativa pela exportação na Inglaterra dos ovos de gal linhas frescos realizou no anno de 1906 4.393.771 coronas. Existem 13 cooperativas para producção e venda das fruclas. Os syndicatos contam mais de 30 mil sócios e vendem aos sócios no valor de 25 milhões de coronas. Emflm, existem dous sanatórios cooperativas para tuberculosos, organizados com uma contribuição de 3 coronas cada membro de sociedade adherente. Na Inglaterra, os armazéns cenlraes, que era 1864 surgiram com 18.337 sócios, frs. 61.375 de capital, realizando vendas no valor de frs. 1.296.425 com um lucro de frs. 6.675 chegaram no anno de 1906 a ter 1.703,564 sócios, frs. 123.898.575 de capital, vendendo no valor de frs. 562.750.875 com um lucro de 10.267.000 frs. Em todo aquelle período as vendas foram de frs. 7.724 milhões e o lucro de frs. 118 milhões. Na Escossia em 1906 as vendas foram de frs. 178.504.550 com um lucro de frs. 7.010.850. Na Allemanha, o armazém central vendeu em 1906 a 448 sociedades cooperativas no valor de marcos 46.503.237 com um lucro de marcos 281.070. Na Hungria o armazém central « Ilangja » vendeu em 1906 a 850 sociedades cooperativas, constituídas de 110 mil cooperadores, mer- cadorias no valor de coronas 9.606.000 com um lucro de coronas 74.650. Na Finlândia o armazém central fornece á 57 sociedades com 13.600 sócios, os quaes compraram no valor de frs. 4.030. 594, deixando ao fundo de reserva um lucro de Irs. 5Í.852. Na Suécia temos agora ( 24 de maio de 1907 ) 253 sociedades cooperativas de consumo com 45 mil .sócios. No anno de 1906 as vendas do armazém central foram de frs. 2.791 .666 com o lucro de frs. 48.408. \a Auslriao armazém central forneceá 187 sociedades cooperativas, para um valor de coronas 9.367 . 116. Na Galicia (Áustria), em fim do anno de 1905 existiam 1309 sociedades cooperativas legalizadas, das quaes 701 de credito: 30 coope- A LAVOURA ralivas agrícolas pela cultura dos terrenos areieiítos, leiterias e outras ; tem mais 134 sociedades rhutenas, 282 israeliticas e mais de mil sociedades agrícolas cantonaes com finalidades e funccões cooperativas. Na Servia a cooperação urbana conta apenas 2 mil sócios com um movimento de 500 mil frs. A cooperação agrícola, porém, conta 903 sociedades com 40 mil sócios, dos quaes mais de 38 mil agricultores ; 596 são caixas ruraes de credito, 148 syndicatos, 95 cooperativas de consumo, 48 de soccorro mutuo, 8 leiterias, G adegas cooperativas. Nos Estados-Unidos existem cerca de 8500 sociedades cooperativas de producção e de consumo e contam mais ou menos um milhão de sócios e fazem operações de 150 milhões de dollars ao anno. Além dos syndicatos agrícolas e das sociedades de colonos, conhecem-se 400 armazéns cooperativos que fazem bons negócios . Esta, porém, é somente uma pequena parto da cooperação de consumo nos Estados Unidos. A força do movimento encontra-se particularmente entre os lavradores. Somente nos armazéns cooperativos decereaes os lavradores investiram mais de 10 milhões de dollars, com resultados muito bons. Addícíonando o numero dos sócios calcula-se pertencer ás sociedades cooperativas nos diversos ramos da actividade industrial, chega-se á um total approximativo de 12 mil organísações cooperativas, representando uma enorme aggremiação de sócios. Se pois junta-se a este algarismo o dos membros de sociedades mutuas de seguro sobre a vida e de soccorro mutuo, chega-se á metade da povoação dos Estados Unidos. Tudo isto resultou do VII Congresso de Alliança cooperativa intei'nacional. Faço votos ardentíssimos para que no vindouro Congresso de Basiléa nosso querido Brasil appareça com muitas e florescentes organísações cooperativas. Intensificações o trabalho. San Remo, 22 de outubro de 190". Dr. Giovanni A força das cooperativas Agora, que ha em nosso paíz leis garantidoras do desenvolvi- mento das cooperativas agrícolas, é opportuno tornar conhecidas as suas vantagens. A cooperativa nada mais é que a pratica da celebre sentença — a união faz a força. Industrias que mal poderiam viver de seus elementos dispersos tornam-se vigorosas, attingindo mesmo gráos espantosos de prospe- ridade. SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA A cooperação agrícola pôde mostrar seu poder desde a acquisiçãn das mais custosas installações, inaccessiveis a qualquer dos associados isoladamente, até a collocação dosproductos do mais humilde agricultor, sem a passagem delles, por uma serie de intermediários que absorvera os lucros que deveriam caber ao productor. Muitas explorações não se desenvolvem ou não são tentadas porque os seus productos não tiram do consumidor preços taes que dessem para auferir lucros a todos aquelles por cujas mãos passariam. Para melhor sermos entendidos tomemos um caso. Si neste Estado houvesse cooperativas para o commercio do algodão, os productores, em vez de o vender aos proprietar-ios de machinas de descaroçar, cora immenso lucro para estes, que por sua vez o vendem aos comraissarios da capital, tarabem cora immenso lucro para estes, os productores, dizíamos, teriam o seu algodão bene- ficiado em installações das cooperativas e por estas remettido para a Inglaterra, que é o paiz consumidor de quasí todo o algodão bra- sileiro. Assim o lavrador receberia a importância da venda do seu algodão naquelle paiz, de?contada pequena quantia para as despezas das associações. E si estas tivessem certo desenvolvimento poderiam manter alli agentes seus de modo que o productor recebesse o preço de seu algodão pago pelas fabricas inglezas, cora pequeno desconto, como já fizemos notar. Pensem os lavradores no caso e calculem de quanto não teriam augmentado suas rendas com taes organísações. Esta é uma das vantagens da cooperação agrícola ; não trataremos de outras, para não abusar do acolhíraento que nos deram nestas columnas. Paiz algum do mundo offerece melhor exemplo da força das cooperativas que a Dinamarca, um dos menores da Europa (approxí- madaraente ura terço da Parahyba) e também um dos menos favo- recidos pela natureza. Pois bem, é nesse pequeno paiz de 38 mil kilometros quadrados apenas, que vivera da agricultura 2.500.000 indivíduos, fortalecida aquella pela acção das cooperativas. O leitor certaraente já saboreou a magnífica manteiga dinamar- queza, e como elle muitos milhões de indivíduos em todo o mundo. Devem isto ás cooperativas dinamarquezas. .Si pensam que no pequenino paiz ha as maiores fazendas do mundo, enganam-se completamente. Alli o que ha ò instrucção e trabalho organisado. Orça por 1. 100.000 o numero de vaccas leiteiras na Dinamarca, pertencendo a 164.000 proprietários ou uma média approximada de 6 por proprietário. Daquelles, 20.500 possuem uma A LAVOURA 507 vacra cada um, 127.500 duas, 3fi.800 de três a cinco, 25.400 de seis a novo, 19.800 de 10 a 14, 29.800 de 15 a 29, possuindo os restantes de 30 a 100, ou pouco mais. Os estabelecimentos do lacticinios são em numei'o de 177, dos quaes 1200 de cooperativas, naturalmente formadas pelos pequenos criadores, que certamente não teriam garantido o consumo de seus productos, si um centro devidamente apparelhado não os recebesse e preparasse para a venda interna e externa, orçando esta annualmente por 150.000 contos, mais ou menos! Não se admire o leitor, que no pequeno paiz ha cousa mais sin-pre- hendente, com especialidade para os brazileiros : a exportação de ovos attinge por anno a elevada somma de 22.500 contos ! E tudo isso são milagres das cooperativas. E' pelo labor intelli- gente, e sobretudo pelo espirito de associação que o dinamarquez consegue tirar do seu solo estéril e exíguo riquezas quo povos infini- tamente mais tem dotados pela natureza nem siquer suspeitam poder possuir. CDo Instructor, da Parahyba do Norte.) EXPEDIENTE Secretaria Sessões da Dirootox-ia,— Em sessão do dia 9 toraou-se conhecimento de uma representação de cultivadores de ai-roz, em Campos, pedindo os bons offl- cios da sociedade junto ao Sr. Ministro da Industria afira de que fosse installado na fazenda do Dr. Victorino Monteiro um campo de demonstração, sob a direcção do Dr. Welman Bradford, promettcndo aquellc illustre fazendeiro fazer todas as concessões necessárias para tal fim. Foi dirigido o appollo ao Sr. ministro para autorisar o serviço, ficando a sociedade encarregada do sua fiscalisação. E' uma idéa de ..muito alcance para beneficio da zona o conliecimento completo da propaganda da cultura do arroz por meio da irrigação. Por proposta do Dr. Sylvio Rangel, foi unanimemente acccito .sócio benemérito do4a sociedade o Sr. Dr. .7. Baptista do Castro, ex-l" vice-presidente, pelos seus bons c reaes serviços pr,,'stados á sociedade e á agricultura brazileiras. Oooperativa Oentral — Foi resolvido enviar-so em serviço da propaganda para a croação da Cooparativa Contrai do.s Agricultores do Brazil um SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA emissário da directoria com o fim do angariar adliesõos o assignaturas afim do poder será mesma installada. Os prospoetos e circulares jã foram distribuídos ha pouco tompo, sendo de esperar que desta vez consiga-sa tal desejo, de evidenie utilidade. Exposieã.o om I-ioopolcliaa, — A Commissão Central da Exposição Regional do Leopoldina convidou a sociedade para assistir á mesma Exposirão, que realizou-se nodia 12deoutubro passado. A directoria delegou pjderes ao Dr. J. Baptista do Castro para representar a sociedade na Exposição Regional e ao mesmo tempo para assistir ao Congresso das Municipi lidades da Matta, que reuniu-se por essaoecisião. Inquei-ito solbroo g-atla zetoú — E' o titulo de uma l>rochura que a Sociedade Nacional de Agricultura eti commissão, no esboço que a ella por escripto apresentou, do sua opinião sobre o projecto, no dia em que indicava ao relator do presente parecer a tarefa que lhe liavia destinado:— « Devemos, sem duvida, mostrar neste palz a firmeza de nossa l'ó protosclonista » — E' pela animação do progresso de nossos campjs e consequente bem estar de nossa popu- lação rural que chej,'iremos a produzir o necessário para supportar, ao menos era nosso território, a concurrencia de producção externa ». E foi com prazer que leu a commissão o judicioso raciocínio com que essas palavras eram apoiadas. Esse raciocínio patenteava claramente, a nosso ver, a eíTicacla da protecção, mesmo aduaneira, quando provada a sua urgência em momento da lo e sjbre dado producto. Quaesquer que sejam os pomposos argumentos com que se procura cora- muramenteamosqulnhar os eíTeitos deste recurso extremo, porém indispensável em taes casos, quer parecer a esta commissão que outra não pôde ser nas condições do imminonte perigo para uma industria, a opinião dos que com factos argumen- tam e sobre factos decidem. Nestas condições o próprio zelo tão apregoado pela sorto do consumidor não é uma razão victorlosa o não pôde ter a força de impedir o recurso ã medida, vio- lenta talvez, porém de rápidos effoitos, qual a da gravação tarifaria. Tal foi o caso da elevação dos direitos de entrada sobre a carne verde e o gado em pé reali- zada em 1'JJ2 nas nossas Alfandegas pjr lei do Congresso Nacional. O perigo era imminente ; a alta ameaçadora da nossa taxa cambial ameaçava permittir, como antes disso acontecera, a invasão de nossos mercados pelo gado do Rio da Prata. As condições de transporte do nosso gado desde o sertão até o littoral não se podiam modificar do momento nem a oscillação constante do valor de nossa moeda podia sor na occasião corrigida. A medida se impunha, portanto : as Camarás vota- raui-ca, apezar do rejeitada incrivelmente p do Congresso de Agricultura reunido pouco antes nesta Capital. E a idéa empolgara os sábios promotores desta ultima assembléa, isto é ( o interesse do consumidor ) não foi attendida, ante o perigo do momento pelos homens da politica, os quaes se tornaram até nesse caso, para a salvação d'el-rei, mais realistas que elle próprio. E ó natural que assim fosse em tal momento. O Estado ha de fatalmente constituir a sua ronda com sacrifício da população consumidora : si não tributa a importação, ha de forçosamente tributar o con- sumo; isto é, si não tributar o consumidor por intermédio da importação ha de tributar esse mesmo consumidor por intermédio da producção nacional : o resul- tado é, portanto, o mesmo para este ultimo. 7731 6 510 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA A tributação do productor agrícola nacional, única aliás acceitavel em condição industrial equilibrada, seria, porém, na nossa situação actual a paralysação da lavoura com a consequente doprociação da fortuna dos habitantes do interior do paiz : a maior fracção justamente dos consumidores que ello abriga, emquanto que a tributação razoável e justa, operada num momento de crise aguda sobre os artigos similares de nussa agricultura nu estrangeiro seria, ao menos, a manu- tenção do traballio para a gente dos nossos campos, o afastamento da miséria para ella e a conservação, pelo menos, da riqueza geral do paiz ou da zona ameaçada. No caso, portanto, em que sô se deparasse ao Estado o recurso da defesa adua- neira (o que, a nosso ver, não se dá hoje em dia), qual seria a melhor situação ? Ter o alimento barato e não pouelo comprar por falta de trabalho, e, portanto, do dinheiro ; ou ter trabalho pago e comprar durante a crise o alimento por preço embora mais elevado ? Para o consumidor é sempre a mesma cousa. No primeiro caso, ganha mais e paga mais ; no segundo, a sua situação deslisa entre os casos de ganliar menos e pagar menos ; e o de nada ganhar o morrer de fome. O risco estaria portanto na segunda hypothese e não na primeira. Não parece ser essa, porém, como acima dissemos, a nossa situação actual. Para que o proteccionismo que almejamos se manifesto hoje pela gravação das taxas aduaneiras, é preciso que fique patente ser essa medida indispensável, e que seja também a única eflHcaz neste momento. Estaremos actualmente, entretanto, na producção geral de nossos géneros agrícolas em situação idêntica á da industria pastoril om 1902? Parece que não. O proteccionismo agrário que hoje em dia nos convém não ô o que á Alfandega fornece, generalisado por uma tarifa a todos os productos de nossa lavoura. Muitos delles até podem dispensar esse género de protecção e outros chegariam a esse mesmo estado, uma vez que fossem adoptadas as medidas que realizam a verda- deira e única protecção de que hoje carecemos, isto é : 1.° Povoamento do nosso solo, corrigindo a desorganisação e mesmo ausência de mercados e, portanto, de preços resultantes da falta de população que produza o que oflfereça. 2." Transporte fácil e barato pela exploração de estradas de ferro e linhas de navegação, que além de um juro minimo para seu capital limitem-se a tirar a receita indispensável ás despezas de seu custeio ; e pela construcção de estradas não tanto pelos sertões do continente, por zonas de accesso difBcil e caro que mais ainda difflculta o abaixamento dos fretes, porém pelas planícies e baixadas do littoral, alé hoje desprezadas, cuja travessia fácil e barata coUocasse a lavoura nacional em igualdade de condições com a lavoura estrangeira relativamente ao transporte. Quanto ã parte dos transportes, é esse o problema. Não percamos tempo no cotejo absurdo da relação entre a renda bruta e liquida de nossas grandes estradas com a mesma relação nas estradas estrangeiras e mesmo em muitas nacionaes : a conformação topographica de cada zona influe totalmente de forma a causar a maior disparidade no custo de construcção, do trafego, da conservação, e, portanto, no frete minimo peculiar a cada uma. Só se comparam quantidades da mesma natureza ou de natureza equivalente. Além disso, a realização do povoamento do solo virá, por si mesmo, facilitar A LAVOURA a solução do problema do freto, barateando-o peia multiplicação do volume dos géneros om trafofrc tal qual se deu na A.merica do Norte e na Argentina, cujas tarifas de transporto se persiste lojustamente em comparar com as nossas. 3.» O credito agrícola que faculta ao lavrador nacional o recurso para manter na sua exploração a continuidade de trabalho que liojo em dia desapparece ante o menor insuccesso ou prejuízo de colheita. 4." O ensiuo profissional, por todas as formas que a experiência de outros paizes aconselha e que esta Sociedade tem empregado ha tintos annos. 5."= Organisação dos mercados do nossos productos pelo critério da approxima- ção, cada vez maior, entre productor e consumidor. E', como se vê, o velho programma desta Sociedade ; nada temos por ora, in- felizmente, a innovar. Será tal, porventura, hojo além disso a situação dos nossos productos agrícolas de primeira necessidade que impossibilite a concurrencia e a coUocação respectiva nos mercados do paiz ? — Pensamos também que não. Ninguém dirá, por exemplo, que o arroz a 24)5 ; o milho a 6$ ; o feijão a 15$ ; a batata ; o leite ; os productos era geral de horticultura e muitos outros para os quaes as nossas estradas teem tabeliãs de frete razoavelmente baixas causam pi-ejuizo, com as tarifas actuaes, ao lavrador que os planta? Verdade 6 que em additamento ao projecto primitivo acaba de lembrar o seu illustre autor a conveniência e a justiça, aliás incontestável, da alteração para lõ d. da taxa de 12 d., até aqui adoptada para a cobrança da parte em ouro dos direitos de importação. Não aereditimos que a pequena differença para menos na importância final em papel do ímpo.sto a pagar possa transformar a situação dos nossos productos. Para manter, entretanto, o sUUu qm na situação dos mercados respectivos, seria admissível que o projecto propuzesse a compensação, apenas por tarifa, da dilfe- rença occasionada pela mudança da taxa. Como admittir fora disso o augmento da taxação aduaneira para estes e outros muitos géneros que estão nesta mesma situação ? Qual a utilidade para elles dessa gravação, que teria, pela suppressão completa de concurrencia, o único resultado de paralysar o aperfeiçoamento e o progresso de seu preparo económico e industrial ? Que se estabeleçam taxas elevadas para goneros como o trigo, cuji cultura o Estado considera digna de experiência, nos parece natural. Que se compilla directa ou indirectamente a cultura dos géneros que servem de matéria prima ás industrias que convenha nacionalísar, como o lúpulo na cerveja, coaiprahendese o applaude-se. Não vamos basear, porém, nas tarifas aduaneiras o systema económico de nossa industria agrícola, mesmo porquo a instabilidade dessas tarifas, cuja modificação está entre nós ao arbítrio dos Parlamentos, não é de natureza a aconselhar a quem quor que seja as aventuras de uraa ínstallação definitiva para preparo de qual- quer género de pruducção agricola. Assim pensando, esta commissão 6 levada a concluir : Que o projecto a cujo exame procede não preenche o fim protector a que o destina o seu esforçado signatário ; 512 SOCIEDADE NACIOXAL DE AGRICULTURA Que esse desidcralum commura só poderá ser hoje attingido pela convergência das medidas complexas que o parecer enumera e ás quaes o Governo actual pro- raetteu dedicar-se dando-lhos já inicio auspicioso com a execução da sabia lei de povoamento do solo. Que para conservar o slalu guo na situação tarifaria vigente, seria justa, quando muito, a elevação da taxa da tarifa na saesma proporção da differença causada peia adopção da taxa de 15 d. para o calculo da parte em ouro dos direi- tos a pagar por esses productos. Rio de Janeiro, 3 de agosto de 1907.— Dr. João Pedreira do Couto Ferraz Jú- nior— Carlos Raulino — Alberto de Araújo Ferreira Jacohim (relator). S9c:ão t»chnica Tiifoi'mações — Em 3 de julho de 1907 — O Sr. Alfredo de Abreu Ray- mun'lo;pergunta quaes são os melhores semeadores para miUn o arroz. Ha muitos instrumentos para tal serviço, todos elles vantajosos na pratica ; porém, entre nós, os que mais conveem são : r, semeador de arroz de quatro linhas, tx'acção de dous muares, preço 330$; 2', semeador para milho, de Deer, de duas carreira.s de linhas, tracção dous muares oucavallos, prego 220$. Encontrara-se esses instru- mentos em casa dus Srs. Natham & Comp., rua S. Bonto n. 43, S. Paulo. Em 3 de julho do 1907 — A Sra. Verónica Schimidt pergunta si as batatas plantadas com adubos chiraicjs pidem sarvir para planta. Também quer sabor si a Sociedade Nacional de Asiúcultura lhe pôde enviar os adubos o batatas de que precisa pai'a planta. As batatas cultivadas com adubo servem para planta, desde que sejam sãs. Bím 4 de julho de 1907 — O Sr. D. Rafael Uribe Uribe pede a esta sociedade informação sobre os resultados obtidos dos ensaios feitos com a batata Solanum Commersoni, na fazenda da Ponha. Pele igualmente informação sobre batatas Magnum bonum e Eirhj rose, como próprias para as terras quentes. São boas varieriades, mas sem nenhuma qualidade para os paizes quentes. S. Ex. deveria dar preferencia ás batatas Richlers Impemlor e Solanum Commersoni Yiolaceum, porque são muito productivas o i-esistem regularmente ao Phytophtosa Infeslans, mesmo muito mais do que a Magnum bonum. D. Rafael Uribe Uribe encontrará as varie- dades indicadas e outras muitas nas casas dos Srs.: 1°, Vilmorin-Andrieu, Quai de la Mégisserie ; 2", Haage Schmidt, Erfurt, AUemanba ; 3°, Suttras and C. Londres. Caso interesse, S. Ex. poderá consultar a obra do Aimée Giri\rd — Recherches sitr la cullure de la pnmme de terre, Pariz. Era 7 de julho de 1907 — Em resposta ao Sr. general Olympio da Silveira, que pediu informações sobre forragens próprias para sustento das cavalhadas do exercito. Encontramso na collocção d'.4 Lc!»o!. Mangue bravo 4. Caneila nhomirim vermelha, õ. Pinho da torra vermelha (não do Paraná). 6. Vamirim branco. 7. Caujuja vermelho. 8. Capiúva braaoa. U. Capororóca branca ( foliia miúda). 10. Caneila nhojiçara. 1 1 . Mamaosinho (nao papayacea) . 12. Jacatirão de flor. 1.). Cataya vermelha. 14. Guriatan vermelho (terras are- nosas. 15. Caneila amarelia. 16. Mochita vermelha. 17. Massaranduba pequena. 18. Vuapé vermelho. 19. Timbouvá poea. 20. Jacaré pirana branco. 21. Tabucuhuva vermelha. 22. Batata. 23. Guaraparin. Vamirin ferro. 2.5. Pindaúva vermelha. ií(l. Papagueia vermelho. 27. Tapiá (não crateeva). 28. Paipuna grande. 29. Carvalho vermelho. 30. » branco, ol. Araçá de fructo. 32. » piranga. 33. » peba. 31. Guanandy carvalho. 35. » piolho. 3(). Figueira do mangue. 37. Cambuim amarello. 38. » preto. 3í). Ingá branco. 40. Guruguva. 41. Jacarandá branco. •12. Taruman (terras arenosas). 43. Tabui^uhúva branca. 44. Caneila nhomirim branca. 45. Cuvatan vermelho. 4ii. Coeraua. 47. Jacatahuva. 48. Maricá. 49. Caneila catinguda. SOCIEDADE NACIONAL DE AORICULUTRA 99. 100. 101, 102. 103. 104. 105. Caroba branca. Guachlchia. Canella sassafraz araarella (ter- ras arenosas). Mangue manso. Caandapuva pequena. Olho de cabra. Gimbiúva. Picherica ussú. Pau David. Jacaré pirana vermelho. Canella anhuva amarella. Cahuna branca. Guajuruvá. Herva cidreira. Pindaúva parda (terras areno- sas). Cuvatan liranco, Cahuna roxa. Cedro vermelho grande (raiz). Arapaçu grande. Aleixo. Massaranduba grande. Guatambú (terras arenosas). Guaricica vermelha. Capororóca vermelha. Imbirussú vermelho. Guatambii (terras argillosas). Caixeta vermelha. Crindiúva. Óleo branco. Espinho de judeu. Betar ú branco. Aroeira branca. » vermelha. > » (raiz). Canella Paulo Teixeira. Pindaúva pai-da (terras arg. ) Mandaquahu parda. Taruman (terras argillosas). Almenga branca. Nogueira. Caixeta branca. Limãosinho. Vamirin vermelho. Grão de gálio. Araticú cortiça. Café (terras arenosas àS annos). Bacopary. Guriatan vermelho (terras ar- gillosas). U valha. Vuapericica. Cangerana. Canella sassafraz amarella (ter- ras argillosas). Canella amarella (terras agr. ) Urucurana. Geriuva grande. Caandapuva grande e cura animal. Jacarandá pitanga. 107 Jacarandá pitanga (cerne ). 108 Ca breu va. » 109 Peroba. » 110 Arapaçu pequeno. » 111 Murta. 112 Caroba rô.xa. li:! Pimentinha. 114 Guapéba vermelha. 115 Marmeleiro do matto. 116 Guanandy cedro. 117 Vuapé branco. 118 Guayrana branca. 119 Araribá amarello. \M Guacá, de onda. 121 Canella nhopissuma. 122 Óleo pardo. 123 Capororóca-ussú. 124 Mandiparana. 12.-1 Caujuja branca. 126 Guaricica branca. 127. Ipé tabaco. 128. » > 129. » » liO. Gracuhy grande. 131. Urucurana pequena. 132. Canell;i. nhunguvira branca. 133. Tajuba do morro. 134. » » » 13.-,. » da areia. 136 Paratudo. 137. Canella de veado. 138. Catiguá. 139. Cedro vermelho grande. 140. Cáe-e-levanta e 1 pacote de liber. 141. Cambará guassú. 142. Alraecegueira vermelha. 143. Jacarandá roxo. 144. Ipeúva. 14.->. Ubatinga vermelha. 140. Guabiroba do campo. 147. Pitangoará branco. 148. Pau sangue. 149. Guayrana amarella. i.->o. Araçá piranga. 151. Pitangoará amarello. 1,52. liuabiroba do matto. 1.-3. Vapuronga. 1.54. Batitô. 1.55. Caquera fêmea. 156. Estopa . 1.57. Cabreúva parda. 158. Vuapericica. 159. Vuapé do morro. 160. Ubaguassii. 161. Jaboticabeira. Jacarandá una. 163". Araticú panema. 104. Jacarandá pitanga. 165. » rosa. 166. Bucuhuva vermelha. 167. Arapaçu pequeno. 168. Canella uiiotinga. A LAVOURA õr. SGCção da propaganda das applicaçõss industriass do álcool MOVIMENTO DO 3» TRIMESTRE 1907 — JULHO A SETEMBRO Corresjíondencia 52 offlciosou cartaspedido solicitando demonstrações praticas o fornecimentos e informações, assim como offlcios do agradecimento por serviços prestados. Fori imento Álcool — 2.412 litros álcool de 40», a diversos. Apparelhos — Apenas encaminhamento para compras em casas coramerciaes desta praça. Informações Alt^m das verbaes, prestaram-se outras por escripto a respeito de appareiiios e sobre o álcool, aosSrs. Jeronymo Pinto (Trajano de Moraes), E. Blondet (Barra do Pirahy), etc. Demonstjaçõos praticas realizadas .M.Z 1 LOCARES i < DURAÇÃO Julho 1. 2 Capita, ooiitro 8 Durante o mez. t » » . . 4 20 dias. 1 » ... 1 Oito dias. 1 » arrabaldes. 27 Durante o mez. ^> » > 14 Um dia. 1 Ilha do Gov.riiador 1 Durante o mez. 1 » » » 5 Um dia. 1 Fortaleza de S. João 15 dias. Agosto U' 2 Capital, centro . . 3 » » . . 1 » arrabaldes. I » » 1 » subúrbios . t Ilha do Governador 1 Nicthrroy. . . . 27 3 12 4 1 Durante o mez. Um dia. 24 dias. Trcsdias. Um dia. 20 dias. Durante o mez. Um dia. Set-mbro. . . . 1.1 2 Capital, centro . . 2 » arrabaldes. 1 » subúrbios . 2 Districto Federal . I >. » . 1 Ilha do Governador 8 3 9 27 4 6 24 1 Durante o mez. Um dia. Durante o mez. Um dia. 15 dias. Um dia. Dous dias. n Durante o mez. (*) Campo de Manubra» SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Secção de plantas e sementes DISTRIBUIÇÃO DE PLANTAS K SEMENTES FEITA NA SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA, DURANTE O MEZ DE OUTUBRO DE 1907 PLANTAS E SE.MESTE9 •■-™ Kilos VOLUMES Abóboras _ i.935 672.00;l •ás.OOO iO.SOO l.lõO 3,"i.450 S.500 2.750.000 1.707.00(1 y.l75 (-.2.500 110.000 S.510 2.300 5.100 ■.12S 1,78J (■.0.150 750 5.700 2.500 ;;.940 60 1ÍI9.500 2.025 2.i:.o IS : 400 11 '.850 2.11 (i 237.000 82. 9011 llT Alfafa . 1-0 5.7.-y 2 OOU Aveia Bacellos de videira 2S «9 Beterraba forrageira . . . . . . ' ' . 59 Capim gordura roxo - jaraguá 261 297 .jl Esparceta » do Espanha 2 3 Fumos Gyra-sol . ... 4(5 Lacthyrus Sjlvestris Linho Perini Lupolina 2 8 Lúpulo. . 3 Meíso" . ." '! : : : : : : : : : : ::■.■.:::: ^abo forrageiro Quiabo. 5 Teosintho . .... E 148 Ti-ifolium praiense 1 75 u 7.-.:: (>.9;8.572 Movimento da Foram recebidos 103 pedidos. 7. .sati.sfeitos 268 » » e.xpedida.s seis ord«ns de fornecimento de plantas A LAVOURA NOTICIÁRIO l^ovoauionto 'ctore9 distribuirão os serviços pelas respectivas secções, estabelecendo normas para uniformidade dos mesmos, o poderão, em caso de necessidade, determinar que funccionarics do uma secção cooperem em outra da mesma divisão. Art. 14. Ficam sob a dependência dib directoria geral do serviço do povoa- mento, as hospedarias de immig.'antos, no parto do Rio do Janeiro, o quaesquer outros estabelecimentos, custeados psla União, no intuito de attendor aos inte- resses da immigração o colonização. Art. 15. Para a execução de serviços especiaes no paizou no exterior, depen- dentes da directoria geral do serviço de povoamento, o Ministro nomeará empre- gados em commissão, mari^ndo-lhes os respectivos vencimentos ou gratificações e bai.xando as instruções que so tornarem precizas. § I." Com a denominação de inspectores do serviço de povoamento e imme- diatamente subordinados á directoria geral, poderão ser nomeados, era commissão, engenheiros que procedam a estudos attinentes a esse serviço, nos diversos Estados da União, de accordo com as instrucções expedidas pelo ministro. § 2." Nos Estados para onde aliluirem immigrantes inti-oduzidos por iniciativa ou por conta da União, e em que se fundarem nu^^leos cidoniaes por ella custeados ou auxiliados, haverá, além dos inspectores do serviço do povoamento, prepostos da directoria geral junto ás hospedarias do accordo com o paragrapho único do art. 125 das Bases Regulamentares, baixadas com o decreto n. 6455, de 10 de abril deste anno. § :!." Os trabalhos de propaganda e defesa do nome do Brazil no exterior, em proveito do serviço do povoamento, bom como os de escolha e embarque de immi- grantcs a cargo da União, sorão organizados opportunamente, sob a direcção do commissarios idóneos. Art. 16. Os empregados do quadro da directoria geral do serviço de povoa- mento, serão nomeados á proporção que as necessidadoj do serviço o exigirem, a juizo do director geral, pârcebondo cada um o vencimento constante da tabeliã annexa. Art. 17. Cumpre a todos os empregados interessarem-se assiduamente pelo regular andamento dos serviços, suggerindo aos superiores quaesquer alvitres, ou providencias que julgarem úteis, o cumprindo com solicituilo as ordens ema- nadas dos mesmos. Art. 18. Para plena e fiel execução do disposto neste decreto, serão expedidas as iustrucçõos complementares quo se fizerem mister. A tabeliã de vencimentos ô esta : Director geral 1:500$000 Sub-directores 1:000$000 Cliefe da secção tochnica 900$000 Secretario, encarregado do escriptorio do immigra- ção e offlcial technico 80C§00U Auxiliar jurídico e chefe do serviço de informações 700§000 520 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Interpretes traductores, arcliivista e almoraxife, e offlcial pagador GOOiOOO Primeiros olíiciaos, offloiaes desenhistas e interprete de 1» classe 500$000 Segundos officiaos e ofiicial de gabinete .... 400$000 Terceiros offlciaes e interpretes auxiliares . . . 3005000 Porteiro 250$000 Continues 150$000 Correios e guardas 120$000 A terça parte do vencimento será considerada gratificação pro labore. Quando cm trabalhos fora da sede, o empregado terá direito, além da remu- neração própria do cargo o do nesessario transporte, a uma diária igual A metade do vencimento diário que lhe competir, desprezadas as fracções do mil réis. O director geral perceberá, além do venci mento, uma diária corrida, fixada pelo ministro. O offlcial pagador prestará fiança, no valor arbitrado pelo ministro. O director geral poderá admittir os serventes necessários, percebendo cada um a diária de 3$500. As instrucções para os inspactoro? do sorviçj do povoamento são assim concebidas : Art. 1." Os inspectores do serviço do povoamento percorrerão os diversos EatadíjS da União, conforme lhes determinar a Directoria Cerai, estudando-os, principalmente, as regiões servidas por viação férrea ou fluvial, no tocante á economia rural e colonização. Art. 2.° Compete-lhes : I. Procederem a investigações e colherem esclarecimentos sobre as zonas que mais vantagens possam oITereeer para a localização do immigrantes ; como proprietários ; examinarom-nas ou explorarem-nas de accordo cora estas instrucções o as ordens recebidas, attendendo a quanto deva contribuir para a formação de um juizo completo a respeito. II. CoUigirom dados, uoticias, ioformações, e fazerem, quanto possível, observações próprias sobre as localidades estudadas, de referencia ao seguinte : a) condições sanitárias ; altura sobre o nivcl io mar ; estações, seus característicos e duração ; modalidades idomotricas e hygrometricas ; temperatura máxima, média e mínima ; o o mais que pU lerem investigar ou apprehcndcr acerca do clima ; h) condições hydrographicas ; cursos de agua, mananciaes ou vertentes pcrennes, distribuição e qualidade das aguas ; c) viação existente, meios do transporte e sui importância de respeito á producção, distancias a estações, portos o mercados ; arjx Ijxvoíxra — Os nossos amigos F. Ipton & C. abriram uma filial A sua conhecida e acreditada casa deS. Paulo, como já dissemos. A nova filial, recentemente inaugurada nesta Capital, na Avenida Central n. 18, tem um variado stock de machinas agricolas, destacando-se, dentre muitas outras, as afamadas machinas de beneficiar arroz de Engelberg e os popularissiraos reversíveis do Chatanooga, de que os Srs. F. Upton & C. são agentes no Brazil. Visitámos a Galeria de Machinas, o por achal-a digna de attenção, concitamos aos Srs. lavradores a frequeutal-a as mais vezes possível. Ciiamamos a attenção dos leitores para o annu.icio espjcial da casa neste numero. Biii-ateameiíto tia, eultiirji — Do « Rebate», de Carangola : « Toda a vantagem dos instrumentos mecânicos applicados na cultura está no barateamento da producção. r<22 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Ha dias diziamos que um lavrador desto município — o Dr. Lima, estava com terrenos preparados para a plantação de 8 ou 10 alqueires de arroz, tendo despendido apenas cento e sessenta e dois mil réis ; parto de tal quantia foi ainda despendida em esgotos e arrancação de tocos e, pois, se fura somente o trabalho do aração nem sequer em cem mil réis ficaria essa despeza í'. Plantio i'0^riorta.çã,o do Ibovi-aclia, o oaiiclio do viille do A^iua.z:oiia;S DE 30 DE JINIIO DE 190G A 30 DE JlT\HO DE 1U07 ÍNova York . Liverpool. . Hamburgo . > llavre . . . INova York . Liverpool . . Hambiirgos . ' Havre . . . SNova York . Liverpool. . Havre . . . 20. 41.-') 1.40(;.473 171.07.-, 1.203.!»24 8. 2 IS, 41 W 5.C0i).U54 1.315.7.-3G 1.410. 173 67.423 30.047 A LAVOURA 525 IXova Ynvk 10.020.37.-, iLivcrpuol 0.823.648 Do Par.l para Hamburgo 599.400 il-Iavra 718.045 1 Antuérpia 27.853 18.102.227 Total 37.066.777 Stock em 30 de junho du 1907 IGs.OOO Somma total 37.s:!4.777 Quadro demonsíraf.vj áo aufmento e decréscimo das safras de julho de lS3i f, junho de 1907 s. .. ^ ■'•■'- ..,..0 ...u. .M.SIS MEN.JS ls01-lS!)ã . :.nz ln.7W 1.3i9 19,470 _ 1,3 % ISX.-lSilG . 7.91? 11.205 1 .79S 20.975 ■ 7,7 % - 1890-1897 . s.ir.i 11.9T1 2.198 22.320 0,4 % - 1897— 18[»S . N.177 12.177 1.900 22.200 - 0,03 % 1898-1899 . 8.96i 13.533 2.858 25.355 13,9 % - i 899- 1900 . 9.122 14.600 2.907 26.091 5,3 % - r. II 10-1901 . 8.414 15.ÍT9 3.757 27.650 3,57 % - l'.01-LOí . 9.;!:,:, 17.090 3.520 29.971 .8,. 39 % - 19O2-190;J . 9.SS.Í ir.. 030 3.970 2.).8.'0 - 0,25 % 19i.l3-1904 . 9.7^1 10. .318 4.548 30.59. ?,34 % - 190Í-I905 . 9.026 17.949 5.515 33.090 8,17 % - 1905-1900 . 9.7(U; 19.290 5.024 .34.080 4,58 % - 1900-1907 , 9.370 22.159 6.. 300 .37.8.35 9,09 % - Total 115.882 198.613 46.250 .360.781 Preços de alguns productos tropioaes nos mercados europeus a 30 de sotemhro de 1307 Fr.-incos por Uilo Borracha do ParA do 13,80 a 13,15 » Sornamby IO, .50 a 10,80 » africana 10,15 a 11,50 » do Tonkin 0.50 a 10,50 » do Maniçoba 8, a 10..50 » de CoyL^o 11,75 a 15,50 7731 8 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA A.lí?o«lAo Francos poi- kilo Upland 89,25 Sea Island 275,0 Ceará 94,0 Peru 123,0 China 64,0 Egypto 160,0 Africa Occidental 92,0 Broach 7.2,0 Oafé Francos por kilo Santos (Good averago). 39,0 Rio lavado 55,0 Haity 45,0 Porto Rico 77,0 Costa Rica lavado 75,0 Moca 105,0 Java 70,0 Bourbon 155,0 Oacáo Francos por kilo Pará e Maranhão 67 a 77 Trindade 67 a 70 Bahia 63 a 67 Guayaquil 78 a 90 Francos por kilo Pitina do México 84,0 Manilha ou Abaca 80,0 a 130 Linho da Nova Zelândia 71,0 a 86,0 Piteira ( Fucroya ) 09,0 a 73,0 Juta 43,0 a 60,0 Piassava africana 55,0 a 65 » Bahia 100 a 130 Óleos e g^rãíOS oleog^íiiosos Francos por kilo Cofra Ceylão . , 55,0 » Manilha 50,0 » .lava 52,0 » Moçambique 51,0 Óleo de Palma 72 a 75 Gergelin 39,75 A LAVOUKA 527 30,0 30,0 Ameodoia descascado. 43,50 Quadro do valor da borracha, cacáo 9 castanha, referente aos dous semestres de 190S o ao 1° semestre de 1907 l!)Oá QUANTIDADE VALOR OFFICIAL Ouro Papel Kilos 5.299.124 Hectolitros 36.515 Kilos 407.377 Kilos 7I< Kilos i;. 387. 500 Hectolitros 2.483,5 Kilos 1.011.860 Kilos 395 Kilos 5.007.014 Hectolitros 39.0.37 1;'4 656.824 Kilos 13.756:534$971 376:678S847 126:677§835 1:067$715 23.159:149$784 634:139$474 213:262$349 1: 797^500 Castanha Cacáo Borracha man^abeira . . - 1906 2» SEMF.8THE DE U.260:959$36S 24.008:349.?107 Borracha . , ... 14.090:6G5$688 28;2i9$901 387:2595343 584.^600 29..3:35:941.Í196 47:683$95d 054:154$297 9S;$500 Cacáo . . . . Borracha manírabeira . . 15.406:7298532 30.03S:706$948 Total de 1900 29.607:088,5900 12.7T7:331$536 361:715$849 54.047:116$055 23.022:218$984 723:367§650 651:740$270 1" SEMESTRE DE Borracha . . . . • 11107 Castanha Cacáo Borracha raangah-ira -1907. . . . 13.536:899$592 24.397:326$90í Total (lo anno de 1906 28.943:6í9$124 54.436:093§852 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Méiia mensal das cotações da borraoha nos mercados de Ltndres e Nova York dirante a safra de julho de 190S a junho ds 1907 NOVA TORK MEZES LONDRES Sertão Illias •lulho. . . !.■?■? c in) .21 C 1.18 c @ 1.20 c 5/1.1/2 Agosto . . 1 .22 c @ .21 c 1.18 c § 1.20 c 5/1.3/4 Sctemliro . 1.2? c @ .24 c 1.18 c @ 1.20 c 5/1.3/4 Outubro. . 1.2? c íal .24 c 1.19 c @ 1.21 c 5/2 Novemliro . 1.22 c @ .24 c 1.18 c (i) 1.20 c 5/1.3/4 Dezembro . 1.23 c @ .21 c 1.19 c (g) 1.20 c 5/2.1/4 Janeiro . 1.21 c @ .24 c 1.17 c @ 1.20 c 5/2.1/4 Fev,-reiro . 1.10 c @ .23 c 1.17 c @ 1.19 c 5/1.1/2 Março . . l.lil c iji .21 c 1.14 c @ 1.19 c 5/0.1/2 Abr.l. . . 1.15 c (ã) .IS c 1.14 c @ I.IG c 4/10.3/4 Maio . . . 1.13 c Êí .14 c 1.12 c (ã) 1.14 c 4/9 Junho . . 1.10 c@ 1.11 c 1.07 c gi 1.08 c 4/7.1/4 A. electi-icidaclo applicacla à, agricultura —De ha muitj que na imprensa appareciam artigas, nos quaes epa apontada a influencia que a electricidade exerço sobre o desenvolvimento das plantas. Nenliuma investigação séria, porúm, se produzia que detefminnsse em que gráo e cm que condições essa acção physiologica se manifestava. Recentemente, trabalhos encetados polo Sr. Lamstron, professor da Univer- sidade de Helsingfofs, na Finlândia e continuados na Inglaterra pelo engenheiro Newman viei'am lançar Itiz pluna sobre o a sumpto, que deixou de ser problema de gabinete, pois foi no campo da experimentação, que os dois sábios se propu- zeram estudar o as.sumpto. Infelizmente, a inesperada morte do primeiro, a meio das experiências, não lhe permittiu chegar a resultados, que estava reservado ao segundo obter, prose- guindo nos trabalhos encetadas pelo seu antecessor. Em todo o caso, chegara este a verificar que o crescimento e vigor das plantas adquiriam extraordinária inten- sidade, quando vegetando oUas sob a acção directa de descargas eléctricas metho- dicas, o que o levou a conceber a idéa de augmentar, cora o concurso desse au- xiliar, a prodiicção de determinadas culturas. Neste propósito, iniciou uma serie de curicsas experiências, utilizando a corrente produzida por uma reachina de tensão relativamente baixa, distiúbuida por conductores convenientemente dispostos em todo o terreno experimental e a dilTerentes profundidade.s. Os resultados alcançados por estes trabilhos práticos A LAVOURA 529 de investigação promettiam ir alúra das esperanças, que os determinaram quando lho sobreveiu a morte. Tomando a quo4ão na altura em que Lamstron a deixara, Nuwton, em 1905, em Bristol, ontrogou-se a experiências análogas, ombjra ora ponto mais largo, conseguindo sempre compensar largamente o dispêndio representado pelo valor do lluido eléctrico consumido, não só cora o augmento obtido nas producçõos, como com a melhoria da qualidade destas. Era relação aos cereaes a producção obtiiia em talhões submettidos ã acção eléctrica, era comparação com a de outros limitrophes, e não submettidos á essa acção, foi, tanto no pão como na palha, superior ora 25 % , merecendo consignar-so o facto singular desta maior producção ser sempre acompanhada de um augmento considerável no peso do pão e do maior quantidade do farinha de classe superior à ordinária. Escusado se tornara explicar que a acção da electricidade sobre os vegetaes não 6 de maneira alguma fertilizante mas apenas excitante, pois que provoca o facilita as reacções chiraicas, que se dão dentro dos vegetaes o na zona de terra, do que olles se nutiera, imprimindo assim a estos uma vida mais activa e pujante, que é sempre origem das producções abundantes e de boa qualidade. O pi-olblenia, actual — A eokrach.v — A questão que presente- mente .SC agita entre nós sobre a baixa do preço da borracha, o nosso principal género de exportação, é uma questão, póde-se b 'm dizer, de vida e do morto, para o comraercio e para ioda a existência económica da Amazónia, que se mantém quasi exclusivamente da borracha. Não é necessário provar esta atllrmação, porque os factos de todos os mo- mentos são tão evidentes, estão de tal modo no conhecimento do todos, que essa demonstração 6 inteiramente desnecessária. Não se discute, pois, a importância do papel da borracha na economia da Amazónia. Também não é occasião, diante do perigo que a imminencia da crise repre- senta, de insistir sobre o grave erro em que nos mantemos de não encarar o problema da produição e do commcrcio da borracha em todas as suas sérias e ostensivas feições. Desde que não chegamos a prevenir o mal, o que agora cumpra não é lasti- raal-o, mas atacal-o com rapidez e energia para o debellar. A nossa inferioridade diante do consumidor, isto é, de quem precisa fatalmente do nosso producto, ê uma extravagância que, se não tivesse uma explicação, equivaleria a inverter não só as leis económicas, como o simples senso commiim. Como 6 que o consumidor, não podendo de modo algum dispensar a borracha, tendo todo o seu trabalho na depeiidencia delia, irapõe-nos, comtudo, a sua vontade, sujeitandonos ao seu capricho, a nós, que possuímos o elemento de que elle irremediavelmente depende ? Apenas porque esto tem o dinheiro e nós nSo o temos e assim ficamos, por nossa voz, portanto, sem a liberdade necessária para tirar do nosso producto as justas vantagens que elle deve proporcionar. A soluça 1, pois, está era procurar o dinlieiro de que neci ssitiimos era ura-x fonte que não seja o mercado, que tera conveniência om nos conservar sem re- cursos para qualquer liicta eventual entre os seus interesses e es nossos. 530 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA E cumo, por isto ou por aquiUo, os capitães particulares são sufflcientes entre nós para o fim que temos em vista, só ao Governo incumba dar o remédio com o recurso da fortuna publica uepositada em suas mãos para acudir ás necessi- dades publicas. E ninguém dirá que não é necessidade publica impedir o desastre, o retrocesso, o desanimo o a ruina de uma das mais vastas e das mais promettedoras regiões do paiz ameaçada de uma tremenda crise artificial, preparada com calculo para uma especulação mercantil. O Governo do Estado, apezar da sua boa vontade, acha-se tolhido não só pelas suas faculdades legaes, como pelo limitado dos seus recursos financeiros. Resta o Governo Federal, cuja acção pude ser mais fácil, mais prompta, e cujos meios são muito mais abundantes, capazes de remediar o mal presente e conjurar de uma vez para sempre todas as crises da natureza daquella que nos E' indiscutível o dever do Governo federal em soccorrer, não a praça do Pará ou a de Manâos, mas á Amazónia em toda a multiplicidade de seus inter- esses ameaçados profundamente com a crise arbitraria da borracha. E o commercio ameaçado, não de um phenomeno natural de sua existência, volve-se naturalmente buscando a defeza na autoridade o no poder do Estado. Ponderemos, porém, que o meio proposto de uma emissão 6 impraticável pela desconfiança que inspira e pela improbabilidado de sor adoptado, visto estar em perfeito antagonismo com o plano financeiro do actual governo, que o está executando com toda a firmeza e precisão. Dentro das forças da circulação actual, o que nos è indispensável 6 um affluxo de numerário, um supprimento do governo, sem ónus, antes cora van- tagens para o Thesouro ou para seu intermediário no supprimento elleotuado, até que, restabelecido o equilíbrio económico pelo justo pagamento ou preço que a borracha merece om equivalência com a sua procura e a sua applicação sem par no campo industrial, o capital circulo na medida das nossas neces- sidades e do nosso trabalho. Estamos certos que o Governo da União verá claro no assumpto e não se íurtará ás providencias que a nosso ver consiste em crear aqui uma caixa filial do— Banco do Brazil— applicando o banco uma somiua nunca inferior a vinte mil coutos contra WARRANTS sobre a borracha depositada som obrigar o Thesouro a sahir de suas funcções puramente administrativas para intervir em operações de commercio. Para isto cumpre que o commercio justamente preoccupado com as occurren- cias destaque algum dos seus membros, afim de expor convenientemente ao Go- verno Federal a necessidade e o alcance desta medida. O momento não comporta hesitações e o commercio do Pará que sabe quanto de provações e prejuízos lhe tem custado a desunião em que vive, deve, sem demora, tomar uma providencia no terreno pratico, cujo resultado prompto, immediato, venha trazer-Ihe a confiança no dia de amanhã, que já desperta, com justificados motivos, sérias apprehensões. E' convicção nossa que, levando com firmeza e serenidade até ao honrado chefe da Nação as razões que o forçam a solicitar o seu valioso concurso á solução do problema, que no presente momento assoberba-o, S. Ex., com o A LAVOURA 5:!1 espirito da justiça, quo tanto o eaaobreee, ligará a devida importância ao assum- pto, o, quando não se disponha a auxiliar o commarcio paio meio apontado a nosso ver o mais consentâneo no momento actual, lembrará com a sua provada clarividência uma míidida qualquer capaz do debellar o mal que, nos affligindo, amoaça-nos com a ruina completa. Para tanto conseguir, parece-nos, e aqui deixamoj, despretenciosamente, consignado que o commercio deve mudar de rumu, e naquillo quo corcerne á acção do Governo federal, a este directamonto se diri^árá, por ser o meio mais pratico e mais sensato do tornar uma realidade os seus desejo»'. Da «Revista CotnmercM e Informadora». Pará, ■3-10-07. — Hannibal Parlo, Presidente da Associação dos Empregados no Commercio do Pará. M:a,clciras do Brazil — Na exposição de S. Luiz, o Brazil apresen- tou l.OSO amostras do madeiras do3 seguintes Estados : do Amazonas, 130 ; Pará, 102 ; Maranhão, 40 ; Bahia, 93 ; Minas Gcraes, 70 ; S. Paulo, 142 ; Pa- raná, 146 ; Santa Oatharina, 63 ; Kio Grande do Sul, 190 ; Matto Gros?o, 65 e Goyaz, 36. Os Estados que souberam preparar conveaioutcmenta as suas amostras foram : o Rio Grande do Sul, S. Paulo, Bahia o Amazonas. As madeiras dos outros Estados foram alli arranjadas do melhor modo possível e com difflcul- dade, porque os carpinteiros americanos não estavam acostumados a lidar com madeiras tão duras, nem as ferramentas estavam temperadas para aquelle fim. Um pedaço de aroeira de S. Paulo e outro de hnhuyá do Paraná consumiram a paciência de um homem durante dous dias, e umas tantas toras de madeiras do Estado do Minas Geraes ficaram em meio de preparo, porque os carpinteiros desanimaram, embora percebendo salários muito caros. Mais de um curioso que- lirou a ponta do canivete, querendo conhecer a rigidez do algumas amosti-as o outros fizeram esforços enormes para levantar algumas pollegadas uns pedaços do madeira do Amazonas, que mediam apenas um metro de comprimento e O", 36 de diâmetro. Foi com a exposição da madeiras preparadas deste modo que o Brazil conseguiu impressionar aquella gente, vencer os seus formidáveis competi- dores, o México, a Califórnia, Arkansas, Lousiania, Oregon e Missouri, quo apre- sentaram magnificas amostras de madeiras bom preparadas e de grandes di- mensões. Dizia um representante da Califórnia, depois de ter examinado com muito interesse a secção brazileira : « Tudo quanto nós temos na nossa secção, posto na concha de uma balança, pesa menos do que uma só das amostras de algumas madeiras que o Brazil apresenta, alóm do valor commercial dollas, que é supe- rior ao da mais cara que possuímos e a belleza o a variedade que são admi- ráveis ». Oeva.díi niineií-a.— Aos nossos collegas do « Correio da Tarde», de Juiz de Fora, ofFercceu o Sr. Manoel Emílio Ferreira, proprietário da Drogaria Americana, uma amostra da cevada que plantou e colheu em um terreno no quintal de sua casa. 532 SOCÍKDADE XACIONAL DK AGRICULTURA Accrescenta o « Correio » : « Perfeitamente granulado o cereal aqui cultivado deixa muito aquém o quo, para vergonha nossi e prova da nossa preguiça, importamos do estrangeiro. Para se confrontarem as qtialidades, temos em nosso escriptorio amostras de uma e outra, sendo palpável a excellencia da que foi aqui cultivada. » PARTE COMMERCIAL IMoz; cio oiitvil>ro tle Pi-o.luHo. importados QuantiJaleí Aguaraz .... 735 caixas. Alfafa 20.999 fardos. Arroz 2.858 saccos . Azeito -581 caixas . Bacalhlo . . . . 6.0JI caixas. Batatas .... 37.071 caixas . Banha americana . 9.330 barris. Carne secca do Rio da Prata. . . Carvão do pedra. Cebolas . . . 08.787 toneladas 2.123 caixas. 48.473 barricas Preíos 1$300 o kilo. $l-"0 a $1(;0 o kilo. 20$000 » 30$000 » sacco. 28$000 » 30.|;000 a lata, Ifi litri ls700 » 2s'J00 » » de 1 a 38$000 Chá da índia. \ barril $740 a $750 a libra. t lata 1$360 » 1$400 o kilo. l claro 28$000 por 280 libras, ^ escuro 2G$000 » 26 » [ Rio Grande $520 a $540. ] > » (platino) $620 a .$720. ) » da Prata $600 » $700, f » » » Manta $'-:O0 » $900. Allomã, lí$000. Boulogno Lonquety. > Pá. Joscph Lnmaj-. Leão S., Il$õ00. Águia Preta, 12$500. Cruz Vermelha, I3$000. Excel si or. Cathedral, 12$000. Pyramido, 14^000. Lefio Azul, 11 $500. Outraf marcas, Il$500 a lajOGO. \ verde 5$S0O a lOiJOOO o kilo, ■ I preto 5$>00 ;> !i,í.500 o kilo. A LAVOURA 1'1-oiluctos i ipsrlaJos Quantidades Preros Cervejas . ... 51 caixas. Ervilhas . . . . 100 saccos . . . $600 a |6-0 0 kilo Feijão . . ... S50 saccoa . . . I9$000 > 23$000osacco do 62 kls. Amoricana, 27s por barrica. Rio da Prata: I' qualidade, 27s000 por 2 saccas. :i* » 2C$000 » » » 3^ » 24?000 » » » Kiiriíitia d "" / 1.250 barricas . . ' Moinho In.iíloz: Nacional. 26^000 , » » Brazileira, 25$250 » » » Buda-Nacional 27$500 » » » Moinho Fluminense: S. Leopoldo, 26$500 » » » 0. 0., 25$500 » » » Genebra . ... 910 caixas . . . 3I$000 a 33.S500. Gordura . \ 100 pipas . . . * ■ ■ / 380 bordalezas. . Nominaes, Kerozeno. . . , 43.3o5 caixas . . . 7$800 a 8!íO00. Massas . . Óleo do linhaça Passas . . , da Índia Pinho sueco . . hpruso resina. Toucinho. 7731 lo caixas, '.'73 barris 911 caixas 75 saccos 711.943 pés . 882.821 pés . .094. 120 pós . 412 caixas . 101 volumes Latas surtidas: Doraagny, Ligny, 2$540 a ã;§350. Brétel Fróres, 2$260 a 2$280. Lepelletier, 2,'i;440 a 2s4õ0. Modesto Gallone, 1S850 a 1$950.' Esliousen, 2.s300 a 2S540. L. Brum, 2^550 a 2.|5G0. Outras marcas, IsSõO a 2$000. A nacional vendeu-se: A de Minas, de 2^200 a SsSOO. A do Sul, de 2$200 a 2s60U. ^ o (lo lata, s910 a $1)40 o kilo. í o de barril. Í;s80 o kilo. 12.S a 15$ por arrroba. 1<400 a ls450 o kilo. \ o branco, 84$000. ' i o vermelho, 82s000. . 82s000. '.'O.JOO a dúzia. \ o superior 2s a 2$100 a libra. ' i o inferior I$900 a 2-;000 a libra. 534 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Na quinzena negociaram-se as com- rauns, íírandes a 12$, as pequenas ,„ . /a 7$500 e a marca 15õ$000 Parahyba 150$ » 155$000 Laguna 135$ > 140$000 Itajahy i:i5$ » 140$000 Mangaratiba 155» » 160$000 Paranaguá 135$ » 140$000 A LAVOURA A-lcool \;i primeira quinzana, o mercado deste gonoro mantevo-se sempre frouxo, tendo melhorado na secunda, devido ás entradas e alguma procura que se deu. Tornou-so o mercado firme. As entradas foram de 715 volumes durante o mez. Regularam os seguintes preços por pipa som o casco : 40 gráos ~'50$ a 270$000 38 > 230$ > 250$000 36 » 210$ » 230$000 A-lg-odílo em. rama- DoviJo á tendência descendente do mercado de Liverpool, os preços baixaram aqui na primeira quinzena ; na segunda fizeram-se os negocies regulares no Rio Grande do Norte, com baixa nos preços, a despeito da resistência de Pernambuco. MOVIMENTO Fardos Existência em 15 de outubro 15.520 Existência em 31 de outubro 14.064 ENTRADAS 1^ quinzena Mossoró 2.400 Ceará 1.986 Parahyba 1.400 Maceió 1.395 Pernambuco 1.299 Assú 500 Natal 200 9.180 24.707 Sabidas dos trapiches 10.643 Existência em 31 de outubro 14.064 2* quinsenn Assú 1.974 Mossoró 2.034 Natal 1.550 Ceará 2.000 Parahyba 800 8.350 23.422 Sabidas dos trapiches 5.389 Existenoia em 14 do novembro 17.033 536 SOCIEDADE NACIONAL DS AGRICULTURA Preços Pernambuco 11 $300 a 11$790 Rio Grande do Norte 11$000 » 11$500 Parahyba ll$000 » ll.$500 Ceará 11$000 » 11S500 Penedo Nominal Sergipe » Na primeira quinzena liouvú negocies era crystaes parecendo que o mercado melhoraria, o que não se realizou ern consequência das constantes offertas do Norte para aqui e para S. i'aulo. Na segunda, o mercado tornou-se firme om consequeacia da CoUigação resol- ver elevar os preços em todas as qualidades. Os preços regularam como se segue : Pernambuco : Branco usina $480 a $500 Dito crystal $495 » $500 Dito 3> sorte Não ha Crystal amarello $440 a $460 Mascivinho $450 » $470 Somenos $400 > $420 Mascavo bom $290 » $300 Dito regular $280 » $290 Dito baixo $260 » $270 Branco crystal $495 » $500 Dito 2° jacto $150 » $470 Crystal amarello $450 » $460 Mascaviaho $3S0 » $440 Sergipe : Branco crystal $180 » $490 Crystal amarello Não ha Mascavinho $400 a $400 Mascivo bom $290 » $300 Dito rejuUr $280 » $290 Dito baixo $200 » $270 Bahia : Branco crystal S500 » $520 Laguna : MascaTiuho $320 » $350 Furuo oiii i"olo Ainda neste mjz os preços continuaram iQalt-jrados liavondo, porúm, vendas regulares. Era kilogrammas: De Minas, especial 1$400 superior 1$200 » > 2» $900 » » ordinário $700 Goyano superior 2$400 i, 2» ISTOO » baixo Nominal Rio Novo, superior 2$400 » * 2» 1$700 >^ » baixo 1$200 Pomba superior 1$600 , 2» 1$200 » baixo Nominal Carangola 1$400 Picú, especial 2$800 » ia 2$000 ,> 2» 1$200 Bahia 1$100 Pernambuco ' $S00 Cereaes No mez regularam os preços seguintes : Em saccos : Feijão preto do Porto Alegre, novo. . . . 17$000 a 17.^500 Dito velho . , — — Dito idem de Santa Catharina 15$000 » 16$000 Dito do Paraná lõ$500 » 16$000 Dito mulatinho 18$000 » IS^ÕOC Dito manteiga 19$000 » 2I$000 Dito enxofre 16-^000 » 17$000 Dito de cores, nacional li^OOO » 14$000 Dito branco, estrangeiro — 23$000 Dito amendoim, idem 19$000 » 205000 Farinha de mandioca, especial 8$500 i> 9$000 Dita idem, fina 7.^800 » 8$000 Dita idem, peneirada 7$200 » 7$500 Dita idem, do Norte — — Dita idem, grossa. Laguna 6â300 » 6$500 Dita idem, idem. Porto Alegre 6$400 » 6$5no Arroz nacional 25$000 » 28$000 Dito inferior 19$000 > 20.f;000 538 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Milho amarello do Norte Não ha Dito idem da terra OJjOO a I0$)00 Dito branco idem 8$000 » 8$500 Amendoim em casca — 7$000 Cangica 12$000 » 15$000 Favas 11$000 » 12$000 Em kilogrammas : Alpista $360 » $440 Batatas nacionaes slOO » $120 Ditas estrangeiras Nominal Fubá, de milho $130 a $240 Matte em folha $360 » $500 Tapioca $300 » $360 Polvilho $200 !• $240 Carne de porco $780 » $840 Linguas do Rio Grande (uma) $800 > 1$400 Café HIO DE JANEIRO A existência em 31 de outubro era de 610.725 saccas, contra 582. no dia 15. Entraram durante o mez 434.928 saccas, contra 497.335. 8ÀCCÀS Estrada de Ferro Central do Brazil 117.606 Cabotagem 30.686 Barra dentro 286.636 Total 434.928 Embargues no me: 1» quinzena : Estados Unidos : Nova York 35.659 Nova Orléans 32.767 68. -125 Hamburgo 42.901 Havre 25.284 Marselha 19.573 Antuérpia 9.770 Triestro 8.742 Génova 8,101 Southampton 5.080 Bordéos I.OOO 120.461 Diversos portos: Buenos Aires 4.193 Valparaiso 591 4.781 A LAVOURA ^>3íi Cabotgem : Portos do Norta 13.064 Estado do Rio 7.765 Portos do Sul ^•~21 25.550 Total 219.211 2* quinzena : Estados Unidos : Nova York 33.89S Nova Orléans 13-801 47.699 Europa : Hamburgo 27.453 Havre l''-900 Antuérpia 9.855 Trieste 9.800 Génova 7.183 Marselha 6.778 Southampton 3.550 8.. 537 Diversos portos : Buenos Aires 3.982 Cabotagem : Estado do Rio 7.581 Portos do Norte 3.145 Portos do Sul 2.520 13.246 Total 148.764 Os extremos das cotações foram : 1» quinzena : POE ARROBA POR 10 KILOS Typo n. 6 5$400 a 5$700 3$676 a 3$881 > » 7 5$100 » 5$400 3$472 » 3$676 > » 8 4$900 » 5$200 3$336 > 3$540 » » 9 4$700 » 5$000 3$200 » 3$404 2^ quinzena : Typo n. 6 5.$200 a õ$500 3$540 a 3$744 » » 7 4$900 » 5$200 3$336 » 3.S540 j. » 8 4$700 » 5$000 3$200 » 3$404 » » 9 4$500 » 4$800 3$0G4 » 3$268 ]>Ieroatlos estra,iig©iros NOVA yORK O n. 7 disponível foi cotado a 6 3/8 o. por libra, até o dia 22 e a 6 1/4 c. de 23 em deante ; de 2 a 8 de novembro a 6 1/8 e a 6 c. de 9 em deante. Os preços extremos da Bolsa foram 5,70 c. em 2 do corrente 5,40 c, em 7, 8 540 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRtCULTURA e 9, nos outros dias vii/oraram o seguinte: 5,6) c. em 1, 5,60 em U e 15, 5,50 em 13, 5,45 em 4, 6, II e 12. Venderam-so 925.000 saccas contra 573. (»00. í» quinz''.na Oi preços extremos da Bolsa do I lavro foram 42.25 francos por 59 kilus, nos três primeiros dias da quinzona, e 39.7.") no dia 29 ; nos demais dias vigoraram os seguintes: 41.50 em 19 e 21, 41.25 em 22, 4(1.70 em 23 e 28, 40.50 em 25 e 26, 40.25 em 24,30 e Si. Vendas da quinzena: 258.000 saccas, contra 217.000 na quinzena procedente, e era outubro 505.000 contra 466. 000, em setembro. A cotação mais alta registrada na Bolsa de Hambur,'o foi 30.75 pfennigs por moio kilo, nos dias 17 e 18 e a mais baixa 31.25 pfennigs em 30, vigorando nos outros dias as seguintes: 32,5'3 em 10, 32,25 um 19 e 21, 32 em 22, 23, 25 e 28, 31.75 em 24 e 26, 31.50 em 29 e 31. Venderam-S3 267.000 saccas, contra 237.000 na quinzona anterior, ou sejam 504.000 em outubro, contra 46B. 000 em setembro. Na Bolsa de Londres 03 preços variaram entre 31 s.3 d. por 112 libras no dia 18 e 29 s. 9 d. nos dias 29 e 30 ; nos outros dias regularam os seguintes preços: 31 s. em 16 e 17, 30 s. 9 d. em 19 e 21, 30 s. O d. em 22,23 e 28, 30 s. 3 d. om 25 e26, 30 s. em 24 e31. Foram vendidas 93.000 saccas contra 119.000 na quinzena anterior, que per- fazem 212.000 saccas em outubro, contra 164.000 em setembro. Total das vendas nas quatro Bolsas 939.000 sacoas,contra S55.000 na quinzena precedente, e em outubro 1.794.000, contra 1.660.000 om setembro. 2» quinzena A cotação mais baixa registrada na Boisa do Havro fui 39francos por 50 kilos, no dia 8, e a mais alta 41.50 no dia 14; nos demais dias vigoraram as seguintes ; 39.50 em 9 e 11, 39.75 em 6 e 7, 40 em 5 e 12, 40.25 em 4, 40.50 em 13, 41.25 em 15. Foram vendidas 205.000 saccas, contra 258.000 na 2-^ quinzena de outubro. O preço mais alto registrado na Bolsa de Hamburgo foi 31.75 pfennigs por meio kilo nos dias 1,2, 14 e 15, e o mais baixo 30.75 pfennigs em 7, 8 e 11 ; nos outros dias foram os seguintes: 31.00 em 4, 31.25 em 5, fi e 12, 31 em O c 13. Vendas 22:i. 000 saccas, contra 257.0;)0 na quinzona anterior. Os preços extremos na Bolsa de Londres foram 30 s. por 112 libras no dia 1 e 29 í. nos dias S e 11 ; nos outros registraram-so os seguintes : 29 s. 9 d. em 4, 5, 6 e 14 ; 29 s. 6 d. em 7, 9, 12 e 15 ; 29 s. 3 d. em 13. Foram vendidas 00.000 saccas, contra 03.000 na quinzena passada. Total das vendas nas quatro Bolsas. 954.00;) saccas, contra 939.000 na ultima quinzena de outubro. Mercatlo nioiieta-i"io A existência do ouro na Caixa de Conversão era o seguinte : Libras esterlinas 5.683.590-10 Francos 10.559.390 A LAVOURA Marcos 3.480 DoUars 13.735 Liras 3.230 Cor.as austríacas 110 Pesos argentinos 1.075 Pesetas hespanholas 40 Ouro nacional 86:350$ A importância de notas conversíveis em circulação era de 97,858:050$000. O preço dos soberanos, fora da Bolsa, foi de 16$066. CAMBIO Continuaram estiveis as taxas olliciaes de 13 5/32 e 15 7/32 d. sobre Londres. O pequeno movimento da ultima quinzena ainda foi realizado em lettras ban- carias aos extremos acima e em outro papel de 15 7/33 a 15 1/4 d. Os extremos das cotações offlciaes foram : Londres 90 d/v 15 5/35 a 15 7/32 d. Paris 90 d/v $627 » $632 Hamburgo 00 d/v $774 » $777 Portugal 3 d/v 325 » 343 % Itália 3 d/v $630 > $644 Nova- York, á vista 3|309 > 3$324 Vales, ouro — 1$703 O valor offlcial de réis fui de 5'jl a 504 réis, ouro, e o da libra de 13$770 a 15$83õ. Ágio do ouro 77,11 a 78,14 %. BIBLIOGRAPHIA Piiblicaeõjs recebidas pela bibliotheca da Sociedade Nacional de Agricul- tara : índia Rubber World.— Yol. XXKVII, n. 8. The Louisiana Planter. —Vol. XXXIX, ns. 10 a 13. lhe Southern Planter,de Richraond (Virgínia) —\'úl. 68, n. 9. The Livc Stock Journal. — Vol. 46, ns. 9 e 10. Dun's Jnlernational Review. — Setembro, 1907. Monthlij BuUelin oflhe International Bureau of thc American Repuhlics. — Vol.25, Experimmt Station Record. — Vol. XVIII, ns. He 12. Bureau of Chemislri/ (U. S. Departaient of Agriculture).— Boletim n. 106. The Bulletin of lhe North Carolina Department of Af/riculliire. —Ago&to, 1907. 77 il 10 — SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA The Pennsijlvonia State College AgricuUural Experiment Siation. — Boletim n. 82. The AgricuUural Journal of lhe Cape o[ Good Eope.—\o\. XXXI, n. 3. The AgricuUural Ledger, de Calcuttá.— N. 8, de 1006. The Tropical AgricuUurist, de Coylão.— Vol. XXIX, n. 2. AgricuUural Nncs, de Barbados.— Vol. VI, ns. 140 o 141. BuUetin des Séances de la Sociélê Nationale d' Agriculture de France.— 1907, n. 7. BuUelin de la Sociêtè des Agriculteurs de i=Vance.— Numeres do 15 do setem- bro o I do outubro. BuUetin du Synãical Central des Agriculteurs de France. — Anno 20, ns. 486 e487. Annales de l'E'cole Nationale d' Agriculture de Monipcllier .—'Voxao VII, faSC.II. Journal d' Agriculture Tropicale. — Anno 8°, n. 75. La Quinzaine CoZowíaZe,— Anno II. ns. 17 e 18. UApicuUeur.—A.nXíoZIyn. 10. BuUetin de la Sociêtè Yigneronne.—^ . 98, 190". La Revue Avicole ,— Anno 17, ns. 17 e 18. La France Coloniale.— Anno II, ns. 18 e 19. Le Courrier du Brésil,— Anno S", ns. 53 8 54. Le Br 511.-27" anno, ns. 1184 a 1187. Bolletlino Técnico delia Collivazione dei Tabacchi, do R. Istituto Sperimentale de Scafati (Salerno).— Anno VI, n. 3. Rivista di AgricoUura, de Parma.— Anno XIII, ns. 38 a 41. Giornale d']ppologia, de Pisa.— Anno XX, ns. 17, 18 e 19. Boletim da Real Associação Central da Agricultura Portuguesa, — VoI. IX, ns. 8 6 9. Revista Agronómica. — Vol. V, n. 7. L'Art dei Pagés, de Barcelona . —Anno XXXI, ns. 847 e 848. BuUetin de la Sociêtè des Médecins et Naturalistes de Jass;/.— Anno XXI, ns. 7e 8. Revista de la Faculdad de Agronomia ij Veterinária, da Universidade Na- cional de La Plata.— 2' Época, anno III, ns. 1 a 6. Revista Argentina de Ferro-carriles, Xavegacion, Bancos, Seguros i/ Comercio, -Anno XIV, n. 332. Revista Vitivinícola Argentina. — Anno IV, n. 19. Revista de la Asociacióii Rural dei Urugitag, — Anno XXXM, n. 15. Anales de la Asociaciòn de Ganaderos. — Anno 111, n. 26. Bolelin de la Sociedad Agricola dei Sur, de Concepciôu (Ciiile).— Vol. Vil, n. 9. Boletin de la Sociedad de Fomento Fabril, de Santiago.— Anno XXIV, n. 9. Boletin de la Sociedad Nacional de Agricultura, — Vol. XXXVIIl, n. 9. Revista dei Ministério de Obras Publicas i/ Fomento, de Bogotá.— Anno II, tomo 11, ns. 5 e 6. Revista Nacional de Agricultura, de Bogotá.— Anno II, tomo 2', ns. 5 e6. Boletin de Estadistica de los Estados Unidos de Venezuela —Anno III, tomo IV. D. 34. A LAVOURA Bolelin Oficial de la Secretaria de Agricultura, Industria tj Comercio, da Re- publica de Cuba.— Vol. Ill, n. 2. Revista do Club de Engenharia, — Aano de iy07, n, ir>. Boletim do Comité Central dos Syndicatos Agrícolas dos Estados Assucareiros. — Aano II, ns. ::J1 e22. Jornal dos Agricultores. — Anno III, D. 20. Lirja Marilima, órgão da Liga Marítima Bi-azileira.— Anno I, ns. ;::; c 3. O 6'«/e.— Anno I, n. 7. O Economista Brazileiro. —\'ol, II, ns. 21 a 23. Chambre de Commerce Française de Rio de Janeiro.— 1" anno, n. 83. Revista Commercial e Financeira. — Anno XIV, ns. 615 a 618. Boletim da Associação Commercial do Rio de Janeiro, — Anno IV, ns. 41 a 42. Boletim da Alfandega do Rio de Janeiro. Boletim da Propriedade Industrial, — Anno I, n. 8. E'toile du Sud. Brazilian Reviev). Estatística Demogríipho-Sanitaria.—BoUetins : mensal e hebdomadarios. Boletim da Agricultura, áo E. de S. Paulo.— 8* serie— u. 8. Annuario da Escola Polytechnica de S. Paulo,— 1" anno (1907). Revista Agrícola, de S. Paulo. — N. 147. Boletim da Associação Cammercial, de Santos. — Anno V, ns. 186 a 190. Bolleltino delia Camera Italiana di Commercio ed Arti in São Paulo. — Anno VI, n. 46. Deutsche Zeítung.— Anno Hl, ns. 16 ô 17. Boletim da Directoria, de Agricultura, "\"iação. Industria e Obras Publicas do E. da Bahia.— Anno V, vol. IX, n. 5. Boletim, da União dos Syndicatos Agrícolas de Pernambuco.— Anno I, n. 8, Boletim Mensal da Associação Commercial de Pernambuco. —'H. 48, anno IV. Revista Agrícola, de Aracaju.— Anno III, ns. 04 e 05. Revista Agrícola do Rio Grande do Sul. — Anno IX, ns. 6 e 7. CATÁLOGOS 2íoste)-s para I90il-0T, de Soupcrt et Notting (Luxemburgo). Prisfortgnelse fra Mathiesens Plantenskole i Korsor. — 19Q6-1907. Statístique de la Belgique. Tableau General du Commerce avec les Pays E'tran- gers pendant Tannée 1906.— Publicação do Ministério das Finanças da Bélgica— Bruxellas, 1907. Valorisation du Café ai' Brêsil . E' uma bonita brochura contendo as confe- rencias feitas em Antuérpia pelo Sr. Dr. F. Ferreira Ramos, commissario geral do Estado de S. Paulo. E' bom impressa e de valor. Lo Brèsil, por Paul Ilonrix, com muitas photog-raphias de diversos pontos do paiz e dados numerosos sobre industria, commercio, finanças, etc. E' uma publicação do propaganda, editada pelo Fígaro. E' muito útil o bem leita. ha Syphilis Ocular, these apriísentada ao Congresso Medico Brasileiro, re- unido 0111 S. Paulo, pelo Dr. David Ottoni. SOCIEDADK NACIONAL DE AGRICULTURA Xecessidadc do Ensino dn Hygiene Rural, trabalho apresentado ao mesmo Congresso pelo Dr. Dias Martins, lente cia Hygionc Rural da Escola Superior de Agricultura do Estado de S. Paulo. E' trabalho que vem prestar valioso serviço. Concwso Agrícola para el 20 de Jiilio de 1007. Catalogo, Republica da Co- lômbia. Relatório de 1906, do director da Repartição de Aguas e Esgotos do Estado de S. Paulo, Arthur Motta. EslatisUca Agrícola e Zootechnica para o anno agrícola de 1904-05 do: Capivary, Botocatil, Brotas, Parahybuna, S. José do Barreto, Caconde, Bocaina e Piraoaia. Eslatíslica das Estradas de Ferro da União e das fiscalizadas pda União em 31 de novembro de 1905. Annexo :'.u rcilatorio de 1906 do Ministro da Industria, Viação e Obras Publicas. Estatutos da Sociedade do Cuoperativa de Responsabilidade Limitada, Co- lonizadora, Agrícola e Industrial de Orlando. Agradecemos todas estas publicações e trabalhos, chamando a attenção para o seguinte annuncio : Agenda Agricole, par G. Wkry, sous — directeur do Tlnstitut national agro- nomique. 1908, 1 vol. in-18 (format portefouillo). Broche, 2 Ir. Cart. 2 Ir. 50. Avec VAlmanRch cgricole, en portefeuille, 3 fr. 50, On trouvora dans le nouvel Agenda agricole publié par M. Wéry, avec la collaboration de professsurs de Tlnstitut agronomique, MM.Schr;ba.ux, Mallèvre, doM.GAiíOLA (de Chartres), Cagny (de Senlis), etc: Les principaux constituants dcs produits agricolos, la composition des en- grais. La composition moyenne dos aliments et leur toneur en matióres diges- tible-i ; un calendrier de gestation ; des tablcaux pour la deterraiuation de 1'àge des animaux. L(! rendcment des principales plantes, la composition des prairies. On y trouvera également des tablcaux permottant au cultivateur de tenir sa comptibilité, pour les veotes et achats de produits, les silairos des ou- vriers. Des tablcaux de controle de létat du bitail, du poids des animaux. Des tableaux pour les assolcmcnts, les ongrais, les enseracncements et los rúcoltes. Un íbrmulaire três complet est consacró aux maladies du bétail ; un autre aux premiers secours en cas d'accident8. La législation rurale et la police sanifcaire sont Tobjet a'une étude dé- taillce. Enfln, un y trouvera uno elude trcs pratique des Tarifs de chemins de fer applicables aux produits agricoles. La seulc consultation de cette partie de l' Agenda remboursera aux cultivateurs vingt fois leur prix d'achat. On pout acqucrir soit Touvrage couiplet, fAlmanach j\genda Agricole, en Un portefeuille avec pochette et crayon, ò fr. 50. Soit sépirémeut VAgenda Agricole, lirochó, 2 fr. Cartonné, 2 Ir. 50. 7731— Rio d> Jaueií-y— Iiiiprenca .Nacional— 1908 EST-A^T-CTTOS CAPITULO n DOS SÓCIOS Art . 8 . ° A sociedade admitte as seguintes categorias de sócios : Sócios eITectivos, correspondentes, honorários, beneméritos e associados. § 1." Serão sócios eITectivos todas as pessoas residentes no paiz que forem devidamente propostas e contribuirem com a jóia de 15$ e a annuidade de 2o$ooo. § 2.° Serão sócios correspondentes as pessoas ou associações, com residência ou sede no estrangeiro, que forem escolliidas pela Directoria, em reconiiecimento dos seus mentos e dos serviços que possam ou queiram prestar á sociedade. § 3.° Serão sócios honorários e beneméritos as pessoas que, por sua dedicação e relevantes serviços, se tenham tornado beneméritos á lavoura. § 4.° Serão associadas as corporações de caracter official e as associações agricolas, fiHadas ou confederadas, que contribuirem com a jóia de 30$ e a annuidade de 50^000. § 5.° Os sócios effectivos e os associados poderão se remir nas condições que forem preceituadas no regulamento, não devendo, porém, a contribuição fixada para esse fim ser inferior a dez (lo) annuidades. Art. 9.° Os associados deverão declarar o seu desejo de comparticipar dos tra- balhos da sociedade. Os demais sócios deverão ser propostos por indicação de qualquer sócio e apresentação de dois membros da Directoria e ser acceitos por unanimidade. Art. 10. Os sócios, qualquer que seja a categoria, poderão assistir a todas as reuniões sociaes, discutindo e propondo o que julgarem conveniente ; terão direito a todas as publicações da sociedade e a todos os serviços que a mesma estiver habilitada a prestar, independentemente de qualquer contribuição especial. § 1.° Os associados, por seu caracter de collectividade, terão preferencia para os referidos serviços e receberão das publicações da sociedade o maior numero de exem- plares de que esta puder dispor. § 2.° O direito de votar e ser votado é extensivo a todos os sócios ; é limitado, porém, para os associados e sócios correspondentes, os quaes não poderão receber votos para os cargos de administração. § 3.° Os sócios perderão somente seus direitos em virtude de expontânea renuncia ou quando a assembléa geral resolver a sua exclusão por proposta da Directoria. I?,Ea-TJI-.^A>.]Vi:E2>TTO CAPITULO Vi DOS SÓCIOS Art. 18. A sociedade prestará seus serviços de preferencia aos sócios e i quando estiverem quites com ella. Art. 19. A jóia deverá ser paga dentro dos primeiros três mezes após a sua accei tacão. Art. 20. As annuidades poderão ser pagas por prestações semestraes. Art. 21. Os sócios e os associados se poderão remir mediante o pagamento das quantias de 200$ e 500$. respectivamente, feito de uma só vez e independente da jóia, que deverão pagar em qualquer caso . Art. 22. Os sócios e associados não poderão votar, nem receber o diploma, sem terem pago a respectiva jóia. § I .° O sócio que tiver pago a jóia e uma annuidade, poderá remir-se mediante a apresentação de 20 sócios, desde que estes tenham igualmente satisfeito aquellas contribuições. § 2.° Para esse effeito o sócio deverá requerer á Directoria, provando seus direitos nos termos do paragrapho anterior. § 3.° Serão considerados beneméritos os sócios que fizerem donativos á sociedade, a partir da quantia de um conto de réis. Art. 23. Para que os sócios atrazados de duas annuidades possam ser considerados resignatarios, nos termos dos Estatutos, é preciso que suas contribuições lhes tenham sido solicitadas por escripto, até três mezes antes, cabendo-lhes ainda assim o recurso para o conselho superior e para a assembléa geral. SUMMAi Gravata 469 Os automóveis na agricultura de Minas 473 Alg-umas madeiras e vegetaes do Brazil 479 Machinismos para a fabricação da manteiga 490 Cooperação 498 A força das cooperativas 505 Expediente 507 Noticiário 517 Parte Commercial 532 Bibliographia ' 541 Anno XI— N. II Rio de Janei Novembro de 1907 IllEMiyÉiioÉl ig lapigillupa '^^r^r^^^^ ^^'■^1 =íí VIRIBUS UNITIS I Capital Federal SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Fundada em i6 de janeiro de io<)7 Caixa-postal, 1245 Sede: Ruas da Alfandega n. 102 Eadereço Telegraphico, AGRICULTURA e General Camará n. 105 Telephone n. 1416 bio dr jankiho DIRElOTORrA Presidente — Dr. Wencesláo Alves Leite de Oliveira Bello. 1° Vice-presidente — Vago. 2° Vice-presidente — Dr. Sylvio Ferreira Rangel. 3° Vice-presidente — Dr. Domingos Sérgio de Carvalho. Secretario Geral — Dr. Heitor de Sá. 1° Secretario — Dr. Francisco Tito de Souza Reis. 2° Secretario — Dr. Benedicto Raymundo da Silva. ;> 3° Secretario — Dr. José Ribeiro íMonteiro da Silva. 4" Secretario — Alberto de Araújo Ferreira Jacobina. 1° Thesoureiro — Dr. João Pedreira do Couto Feiíraz Júnior. 2° Thesoureiro — Carlos Raulino. Fazenda de Santa Mónica Dr. Sylvio Rano-el. Applicações do .Álcool Dr. Serg-io de Carvalho. Secção Technica e Bibliotheca Dr. Heitor de Sá. Museu Dr. Benedicto Raymundo. Plantas e sementes e Horto da Penha . . Dr. Monteiro da Silva. Propag-anda e estatística Alberto Jacobina e Carlos Ra Secretaria Dr. Souza Reis. Thesouraria. Dr. Pedreira Júnior. Oonsollio Superior Dr. Elias .António de Moraes, Dr. Eduardo Aug-usto Torres Cotrim, Ernesto Du- risch, Dr. Carlos de Rezende, Dr. Arthur Getulio das Neves, João da Silva Gandra (renunciado), Dr. Alfredo Augusto da Rocha, Dr. Ernesto Ascoly, Luiz Henrique Lins de Almeida, Dr. Carlos Oscar Lessa, Comm. Domingos Theodoro de Azevedo, Dr. Leandro da Costa, João Dale, Dr. Ernesto Cândido da Fonseca Portella, Luiz Felippe de Sampaio Viannà, AlaiHH:! Galvão, Dr. Antonino Fialho, Dr. J. F. Soares Filho, Dr. Alfredo Bandeira, hr. Alvam Mendes de Oliveira Castro, Dr. Henrique Borges Monteiro, Coronel Cmiielid doSdiíza Lima, Dr. João de Carvalho Borg:es Júnior, António de Medeiros (fallecido) e ICdgardo Ferreira" de Carvalho. OoHal>ora EDITORIAL LIBRARY NEW YOKK BOTANICAL A tomba uaruem. (loiíi eslc iioiiuí ó coiiliocico d layiiyá lo tsiiirilo Saiilo c cabeça do m{ivo, 110 norte . A tomba de Minas é um Periantliopudiis tomba ; e a do Espirito Santo é Trianosponiia layiiyá-Mart . Família das Ciicnrbitaceas. Em S . l'aiilo tem também o nome de espelina, a mesma tomba de Minas. Existindo tão grave conínsão no nome desta planta, convém esclare- cer bem a sua classilicação teclinica e \ iilgaj', visto tratar-sc de um tubér- culo tão iitil na medicina. A raiz tia lomba, sendo excessivamente amarga, constituo uma siilistancia activa e eíficaz no tratamento das moléstias abdominaes. A sua acção purgativa íal-a indicar nas moléstias da pelle e syphililicas. l'or isso é considerado um poderoso depurativo . l^resenciei um caso extraordinaiio de cura com tal energia que se podo! ia considerar um verdadeiro milagie . Era um moço, ainda joven qui^ soIlVia de uma atonia gastro-inlcstinai com dilatação do estômago . Eslava magro, desfeito, com pertiu'l)açOcs nervosas, só pensando na uiorto, com tome, sem poder alimentar-se, um verdadeiro supplicio de Tântalo. Recorreu aos médicos que não cessavam de receitar e a animar o doente, sem, comtudo, dar esperanças de alcançar, ao menos, uma melhora. Sentindo-se cada vez mais debilitado, apezar úo, ingerir tantas drogas, resolveu tomar cbá da raiz de lomba. Imo |)Oucos dias começou a sentir francas melhoras, a dormir bem, o que não acontecia antes, pois soiíria de insomnias ; o alimento era digoiido, o intestino regular e o aspecto physico ora melhor. Todos os amigos notav; ^ dias antes parecia tão mal . >. 871í> SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Pois, com mais alguns dias de tratamento com o diá da tomba, o novo joven lestabeleceií-se, readquirindo o seu antigo vigor de bua saúde. Gomo este caso poderiu citar dezenas, sempre com os melhores resul- tados. E' muito usual no interior engordar os animaes com a tomba, que, cortada em latias, é secca ao sol, afim de conservar-se por muito tempo. Quando fresca, tem um clu^iro pronunciado de queijo podre, muito saliente e conhecido . O seu effeito sobre a pcUe não se discute, ('■ um facto sabido que data de séculos . Mesmo a syphilis é favoravelmente combalida com o seu uso cons- tante . Pela sua acção purgativa e aiiti-dyspeptica favorece a eliminação do viras syphilitico, tonificando por sua vez o organismo . No arthritismo, rheumalismo chrouico, activa eíficazmenle, melho- rando e curando os doentes. A batata de sicupira e a raiz de lomba constituem a tlierapeutica iudigena de maior valor para curar as moléstias da pelle e rlieumaticas. A tomba é empregada em tintura, alcoolatura, extracto molle, xaropi; e infuzão. A tintura 1.5 de álcool a 36° na dose de 8 a 10 grammas ; alco- olatura 12 de álcool a 40, na dosedeâaS grammas. O xarope 1 colher de chá 2 vezes ao dia ; o extracto 1 a 2 gram- mas, em um vehiculo qualquer . Quem quizer depmar-se, quem quizer ler bom estômago não deve hesitar na escolha de tão ulil, poderoso <; enérgico vegelal . Para tornar bem evidente a sua acção anti-rliemnatica basta referir o seguinte facto : Uma joven foi acommettida de miia arthiite rheumatica que a fazia solírer muito. Submettida ao tratamento aconselfuido por dislinctos profissioiíaes, a moléstia zombava de toda a medicação e invadia outras articulações, já em couíeço de deformação. A pessoa que zelava pela saúde da joven resolveu experimenlar, como único recurso, a lomba e batata de sicupira, que prescrevia em chá pela manhã e á noite . Depois preparou um xarope e continuou a dar á doente . A LAVOURA Pois bem, em mciios de ISdias as melhoras foram-se accentuando até que no fiin de um mez de tratamento flcoii radicalmente cm'ada . Como este farto muitos outros poderiam ser citados de hom effeito da tomba ligada á batata de sicupira. Um paiz que possue tanta preciosidade florestal deveria tratar com todo o carinho tantas licrvas cheias de virtudes curativas, que poderiam enriquecer a nossa matéria medica e collaborar com seus préstimos na difiicil arte de curar. O Brasil não pôde, a bem de seus créditos de paiz civilizado, prescin- dir de um laboratório para o estudo de suas plantas ; analysal-as, extrahir os seus principios activos e outros principiosimraediatos, que possam ser de utilidade á chimica Iherapeutica . A planta em natureza podendo variar em seus effeitos, os alcalóides, as glycosides, são sempre uniformes e constantes em sua acção . Por isso o estudo da botânica medica se impõe . Dr. .T. R. Monteiro da Sii.v*. O Arroz Dá-se neste paiz uma curiosa anomalia no tocante ao consmno do arroz. Sendo o Brasil, pelo seu clima e solo, um dos paizes que melhor se prestam á cultura dessa preciosa graniinea, era e continua á ser ainda um dos que maior importação fazem desse grão alimen- tício . A nossa estatistica registra de 1902 até 1906, inclusive, uma im- portação global superior a 423.000.000 de kilogrammas de anoz beneficiado, do valor approximado de 30.000:000^, orno, ou cerca de 54.000:000^, pelo cambio da Caixa. Todavia, '"graças aos esforços e acção decidida do Governo de S . Paulo, organizando um campo de demonstração para cultura e be- neficiamento do arroz, graças ás tarifas altamente proteccionistas decre- tadas pelo Governo Federal em favor do arroz de producção nacional, vai a importação do arroz estrangeiro em marcha decrescente, o que faz prever o seu próximo desapparecimento dentre os géneros que bus- camos de fora para o nosso sustento. SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA São nesse sentido mui significativos os algarismos que passamos ; transcrever da Estatística Coaimercial : Ânuos Kilos Mil réis, ouro iiíOâ. . . 101.000.000 S.OOOrOOOÍiOOO 1903. . . , 73.500.000 (J.469:000;?í000 1!»04. . . , (JO. SOO. 000 0.505:000^5000 l!»Or). . . ns. 70 1.000 5. 200: 000 :W( 10 1 '.)()(;. . . 40,000.000 4.000:000,>000 Somma . . 4t2;!,(l(t(>.(>00 "211.1 74 :(»OOí'ÍOOO Como se \c, a diminuição da importação no curto decurso de um (]ui:i(jnennio anda ern cerca de 50 "/„, tanto em quantidade, como em valor . Maior ainda é a diminuição constatada na importação do arroz pelo porto de Santos, durante os nove primeiros mezes de 1906 e 1907. Nos três primeiros trimestres de 1906, S. Paulo despendeu com a compra de arroz de origem estrangeira a (àfra de 1 . 082 : 000^, ao passo que, no mesmo lapso de tempo de 1907, foi de aiienas 247:000^ a importação do mesmo cereal. Os esforços do Governo de S. Paulo, ou mais particularmente do digno e operoso Secretario da Agricultura daquelle adeantado Estado, vão produzindo os resultados collimados, de maneira que, é bem pro- vável que, talvez este anno, S. Paulo de importador de arroz, que foi atá hoje, passe a exportador deste género para os outros Es- tados. A patriótica iniciativa do Sr. Dr. Carlos Botelho teve, como de razão, alta repercussão em lodo o paiz, accentuando-se mais par- ticularmente nos Estados de S. Paulo, Minas, Rio Grande do Sul o Rio de .laneiro. Em vários pontos destes Estados inicia-se a cultura e benefici imento do ari'Oz, não mais pelos processos antiquados do Saraguã-indiano cnm que ainda se planta o pi'ecioso cereal, o ca- nivete para a colheita ou o monjolo e pilão para o beneficiamento do mesmo grão, mas sim por processos inodernissimos, em que o homem intei'vem e opera tão somente pela intelligencia, graças aos prodigiosos implementos qui; llie permittem produzir, ás vezes, na proporção de 100 por 1, como é o caso da ceifadora-atadora em confronto com o canivete lloger, instrumento ainda em uso na zona clássica do arioz cm — Iguape ! I A LAVOURA 549 Creando o Campo de Demonstração para o plantio e beneficia- monto do arroz cm Moreira C(3sar, qiiiz o Sr . |)r . S«cretario da Agri- cnltura do Estado de S. Paulo mostrar aos aM ^' A -< M ijÊÊ ^A^ ^ p 9{ ^ft^ a-i. - ^^^ msmam BS^B^mí m m ■í te^ m ■ Ceifadora mechanica colhendo anoz A agua, si as plantas estão fracas, deve, ao entrar para os taboleiros, ir fresca; si as plantas estão vigorosas, deve ir quebrada da frieza, aquecida pelo sol em camada delgada no açude ou deposito. Sob o ponto de vista cul- tural, o systema de alagamento é melhor que o d(3 irrigação, por permittir aquelle que o lavrador regule a vegetação do arroz, estimulando-a ou retar- dando-a, embaraçando a, emquanto que pelo de irrigação a planta fica entregue 556 SOCIEDADE NACIONAL UK AGRICULTURA a si. Poderá, todavia, combin;ir-se quanto possível estes dois systeraas, permit- tindoo a planta. N'alguns paizes usara semoar o arroz om alfôbres ou canteiros, era viveiro, e transportalo depois para os taboloi/os do arrozal, quando as plantas tôm de nra,80 a O^.S.D. Arrancam-se dos alfôbres, que devem ser feitos era iogares mais ressruar- dados dos frios, as plantas o apara-se-lhos as raizes mais compridas n'uma mesa, depois do que se juntam aos grupos de quatro ou de cinco ou de seis pés o cada um destes grupos é plantado n'uni pequeno buraco de 8 a í) ceotimetros de profun- didade. Estes buracos devem ficar a O", 40 uns dos outros. Do cada um destes pequenos grupos de plantas formase depois um vigoroso tufo de arroz. Este trabalho pôde ser executado á razão de quatro homens por hectare e por dia, mesrao não sendo aqnelles muito desembaraçados, o que dá menos de dez homens por alqueire de terra dos nossos . As plantas para transplantar podem ter desde um mez até três mezes de edade, no máximo. Este systema dos alfôbres e subsequente transplantação pormitte ao lavrador preparar com mais vagar e molhor o terreno do arrozal. O arroz transplantado não cresce tanto era palha, mas os colmos engrossara mais o os pés ficam mais Armes no terreno, podendo mais facilmente resistir aos ventos. Também dado o caso de falta d'agaa, resistem melhor a sêcca. A sementeira em alfôbres pôde fazer-se desde fins de Julho até Outubro, para se transplantar o arroz durante os mezes de Setembro, Outubro, Novembro e Dezembro, e os alfôbres devem ser abundantemente regados, especialmente devem ter agua durante a noite, e em cada dia devem estar algumas horas (três no dia do sol o cinco nos dias encobertos) sem agua. Deste modo, no fira de quatro dias está completada a germinação e no flm de ura mez pôde começar a transplantação. Nos alfôbres, a Símenteira deve ser basta ( 100 kg. por hectare ) visto que é de uma pequena área que tem de tirar-se as plantas, para plantar uma grande superfície. Por este systema de transplantação, o arrozal produz cerca de uma quarta parte mais que sendo directamente semeado nos taboleiros, amadurece cerca de um mez mais cedo, dando uma segunda colheita no valor de uma quarta parte da primeira, e, em certos casos { plantação cedo ), pôde dar ainda uma ter- ceira colheita, embora mais fraca. Si o arrozal criar plantas damninhas, convém mondal-o, e é o que fazem os bons cultivadores das Filippinvs, os de Java e Madura, que têm entregue a esta cultura dois milhões d'hectares ; os da Cochinchina, que têm um milhão d'hectares; e na Europa onde a cultura ô feita ha muitíssimos séculos, a monda constituo nm trabalho cultural. E' certo, todavia, que o systema de alagamento difflculta e impossibilita de certo modo o desenvolvimento das plantas herbáceas que não são aquáticas. A monda faz-se bem, pondo os taboleiros a secco. Alguns dias antes do arroz ficar capaz de ceifar, exgotam-se os taboleiros, para que enxuguem e possam nellcs entrar os operários e os machinismos. Para as pequenas culturas, a foice ó o instrumento de cega, e era caso algum se deve usar o canivete, como se faz em Iguape ; mas nas culturas extensas devem usar-se as ceifeiras e as ceiíeiras-atadeiras. As ceifeii'as cortam n cereal e doixam-no no solo, donde, depois, operários que vão atraz o tiram às pavôas para fazerem os molhos que podem ser atados com embira, barbante grosso e até coma própria palha do cereal, as ceifeiras atadeiras cortam o arroz, e molham-no e atam os A LAVOURA 557 molhos, deixaiidoos caliir brandamente no chão aos grupos de cinco e de seis, a dosejo do couductor da míichiiia. Os mólbos devem ser reuuidos em pequenas medas para o arroz acabar de sazonar e aproiiiptar-se para a debulha, que se deva fazer só quaudo o arroz estiver bera sêcco. Para acabar de seccar bom o arroz, podo ser este posto no terreiro da fazenda, durante as horas de calor e ser virado e revirado algumas A debulha pode ser feita a malho (nas pequenas producções) ou á machina (nas grandes culturas). Esta póie debulhar em média, trabalhando oito horas por dia. 160 alqueires diarius, para mais. A debulhadora do Campo Experimental de Moreira César (Farquhar) recebendo arroz bem sêcco, debulha 100 litros em quatro minutos ; o, não estando u arroz bem sêcco, não se deve leval-o á debulhadora, sob pena de vel-o sahir muito partido e de debulhar somente um terço ou um quarto do que devia ser a tarefa do dia. A módia da producção nos arrozaesnu Itália ó de 35 hectolitros (um hectolitro representa um sacco),e a de Portugal, porque o clima favorece um pouco mais esta cultura, é do 40 hectolitros por hectare, ou sejam 95 saccos (conta redonda) por alqueire de terra dos nossos em Portugal, e 85 (conta redonda) saccos pela mesma superticie, na Itália. Como nota final, cumpre dizer que a cultura do arroz por Innundação é o systema pelo qual o lavrador fica senhor delia, e que pelos outros systemas o arroz fica mais ou monos entregue a si e, por isso, sujeito a muitas causas de prejuízo. Gasta-se um pouco, o ás vezes bastante, com a limpeza, preparação e armação do terreno, mas essas despezas são fartamente compensadas pelas certas e abundantes colheitas e por uma amortização quo dura pouco. 55S SOCtKDADE NACIONAL DE AGRICULTURA A cultura de sequeiro, essa é que deve ser cada vez mais limitada entre nós, porque é susceptivel de toda a sorte de irregularidades, e só vae bem em annos oxcepcionalmente favoráveis e ainda era terrenos naturalmente dispostos, com muita humidade lucal. A cultura por inundação pôde lazei-se em qualquer parte e até em qualquer terz'eao, desie que tenlia agua a montante, para o que basta um pequeno canal ou uma valeta para a conduzir e distribuir. E' delia que depende a nossa emancipação da importação dosto precioso cereal, cujo consumo se faz por toda a parte, na choça do pobre, como no palácio do rico. — J. Amândio Sobral, Inspector do 4» districto.» E' de salientar fpie foi o Coronel Mipio Dias da Cruz, adean- tado fazendeiro em S. José do Rio Pardo, quem primeiro em S. Paulo e (piiçá em todo o Brazil, iniciou a cultura e beneticiainento do arroz, com o emprego de machinismos modernos, lavrando e amaiiliando a terra, semeando, ceifandij e despalhando por processos até então desconhecidos entre nós. Assim apparelhado, já em 1905, colhia o iiitelligeiite lavrador o avultado total de 3.000 saccos de arroz escrupulosamente beneficiado. Gabe-llie, pois, a palma pela intelligente iniciativa e, cabe também ao Dr. Carlos Botelho pela opportunidade e segurança de vista com que empenhou o poder publico em obra de tanta monta, como é para economia geral a da producçao do arroz em quantidade sufficiente para o consumo nacional. Apoz S. Paulo e sob o governo do impoluto republicano, Dr. João Pinheiro da Silva, ha como que um despertar geral de energias até ha pouco adormecidas; lavradores despertam-se, trazendo para o terreno da pratica cultural as mais recentes conquistas da mecânica ; as enti- dades politico-administrativas congregam-se em congressos ordeiros e laboriosos, era que sa discutem questões de ordem social e económica ; a voz do hábil timoneiro do Estado é ouvida com carinlioso acata- mento. Nesse haiinoiíiro concerto de boas vontades educadas, a lavoura, ordeira e creadora por sua intima natureza, surge rejovenecii la, orien- ta-se e marcha para a frente com animo de jamais recuar. A politica em boa hora adoptada e prestigiada pelo Dr . João Pi- nheiro importa no mais formal desmentido de illogica doutrinado abs- tencionismo governamental; a acção e exemplo quevém de cima das regiões do poder dirigente brilham para todos e seduzem como a luz es- plendente pousada em logarde eminência. A LAVOURA Importava muito para o Estado de Minas emancipar-se da tutella ex- iprior no tocante a certos géneros de primeira necessidade, como soja entre outros, 'o substancioso cereal que nos vem do longinquo oriente —o arroz. méfMM.^iàímr.3L^. .ioa»!^-. mm Lavra para o plantio do aiToz>a fazenda — Novo Horizonte - Charrna de disco Para apagar essa inconcebível anomalia, o Dr . João Pinheiro creou o campo experimental do Gamelleiro, subvencionou emprezas de inteú'a respeitabilidade, i>ara que se divulgue pelo Estado o plantio o beneíicia- mento do arroz (! orientados e concitados pelo governo de Minas, os agri- cultores abrem grandes lavouras (!m que os automóveis agrícolas tomam o passo aos motores animados, accionando, a contento geral, os mais aperfeiçoados implementos que se conhecem para a exploração eco- nómica do cereal indiano. No numero dos estabelecimentos que mais se salientam pela ex- tensão (las culturas e aperfeiçoamento dos methodos de trabalho cumpre nomear o que diiige o Dr. Theophilo Alves Ribeiro, activo gerente, em Minas, da poderosa empreza — Empire Fibre de Nova York, que habil- mente explora a fazenda do Alegre, a pequena distancia de Sete Lagoas, na baria do rio das Velhas. Além da fazenda do Alegre, onde grandes arrozaes vão seu.locrea- dos, ha inna outra lavoura, em via de formação no sul de Minas, cuja SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA breve descripção aqui reproduzimos, lomando-a de uma carta, em tempo dirigida a esta Sociedade pelo Dr. límilio Castidlo, ciigenlieiro agricola, especialista em cultura de arroz, segundo o processo americano, estu- dado iiisitu, pelo laborioso prol issional que vimos de nomear. Eí^mo. Sr. Doutor Presidente da Sociedade Nacional de Agricultura. Cumprindo um dever de sócio da Sociedade Nacional de Agricultura, peço vénia para dar-vos noticia de uma lavoura de arroz irrigado, que ora iniciamos enviando ao mesmo tempo uma série de photographias interessantes da mesma. Como informação complementar, chama a vossa attenção, para o facto de que adoptamos, o mesmo systema de cultura adoptado no Texas e Luiziania. isto é, irrigayão por inundação. Actualmente, estamos preparando cerca de L50 hecta- res para a cultura da ditagramminea, infelizmente, nem todo o terreno em arro- teio se presta para uma irrigação económica, pelo que somos obrigados a cultivar uma parte a secco. .Jã temos feito uma boa pai-co dos canaes de irrigação e dre- nagem e em Setembro começaremos a semej.da. Como deprelicnderá V. Ex. das photographias que vão em envoluoro separado, o nosso trabalho é todo mecha- nico. li' ludo um ensaio modesto do que observamos nos campos de arroz, quando em 1904. visitamos os Estados Unidos com o intuito de estudar a agricultura em sua parte applicavel ao BraziL Ao lado do arroz, experimentaremos o trigo, a Deslorrondor de 16 discos prepnranfl alfafa, otc, empregando sempre os meios mais modernos O nosso material de trabalho consta essencialmente do: 1 Machina de arniucar tocos. nosso coiiliecimento. A LAVOURA 561 5 Arados de 1 diseo «Deere*. 2 » » 2 aivecas ( Yankee) Deere. 1 Arado sulcador. 8 Des^orroaJoros de 12 discos cada um. 2 Semeadores duplos. 1 » do 3 liolias. â Ceifadeiras atadoiras M C Corraick. 1 Batedeira para 600 alqueires diários, além de cultivadores o apparelhos feitos na fazenda para preparo do terreno e confecç>ão dediques, canaes etc. Vinte o quatro muares nacionaes de porte médio são uzados na tracção do material citado, A' medida que o trabalho fòr progredindo iremos enviando photographias o dando noticia do nosso sucoesso ou insuccesso. Certos de que estas informações vos interessara nos pomos á vossa disposição, para quaesquer outras, nos subscre- vendj do V. Ex. admirador — Emílio Castello, Fazenda Novo Horizonte, Carmo do Rio Claro. Pela mesma vorcda de progresso caminha o adeantado Estado do Rio Grande do Sul, onde alguns capitalistas agricultores não têm negado femsído.' de ãi-p O seu foncursn e cabedaes para a realisação da cultura e preparo do arroz pelos mesmos processos prcconisados nos Estados de Mmas e S, Paulo. Tal é o d(>seiivolvimenlo dado á cultura do arroz no Rio Grande S719 3 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA do Sul, quo a colheita realisada, cm 1907, asceniieii a 300 . 000 saccos de 50 kilos, cora perspectiva de colheita dupla para apresente safra. O movimento está dado e com tal impulso que será impossivcl re- trogradarmos á posição, que ainda ha pouco occupavamos no mercado importador de arroz . De agora em diante outro será o nosso papel — pas- saremos a ser exportadores em \i'z de importa lores que ainda o somos ! Algumas madeiras e vegetass utsis do Brazil ( Continuaçãa ) Monographia n. 25 — Amostras n, 140 e um pacote de libar. família, das ? Cae — e — levanta ? Synonimia — ? Habitação — Serra do Mar e seus contrafortes, no Estado de São Paulo, preferindo terrenos argilosos. Descripção — Arvore de caule recto, até 10,00 de altura e O, 45 de diâmetro; casca branca-amarellada, com liber espesso e da mesma cor, epiderme escamosa e esverdiada ; ramos pardacentos com manchas brancas ; folhas bi-geminadas, compostas, imparipinnadas ; foliolos op- postos, sendo o terminal maior, mais ou menos 75 m/m de compri- mento e 38 m/m de largura, peciolados, acurainados, pergamentaceos, saliente-nervados, verde-escuros e glabros na pagina superior, e ás- peros e verde-claros na pagina inferior. Madeira — Gôr branco-creme, poros visíveis, tecido compacto, pesada, fibras grossas e revessas, sendo entretanto dócil ao cepilho e á serra. Applicações — Madeira flexível e resistente para viagas, caibros, esteios, taboado de soalho e outras obras internas e também externas. O liber, muito abundante, e talvez mais forte d03 conhecidos e porisso mesmo preferido para certos serviços. As cascas são utilizadas para formas de queijos. Variedades — Ouvimos fallar em «Cae-e-levanta-de-folha-grande» e «Cae-e-levanta-de-folha-pequena», mas não podemos ver a outra va- riedade. A LAVOURA 5fi3 Observações — Parece-nos que o liber deste vegetal merece ser estudado. Ao menos para cordoaria, não hesitamos em considerai-*) igual aomeliior que se obtém de algumas Cecropiase muito superior ao destas em resistência . Monographia n. 26 — Amostra n. 61. família das RHAMNACEAS Caliuna-bi-anca Ilex ? Syxonimia — ? IlARiTAçÃo— Littoral dos Estados de S. Paulo e Paraná. Prefere os terrenos silicosos: nunca encontramos um individuo em terrenos orgiloâos. Deschipção — Ai'vore decaule cylindrico e recto, até 6,00 de al- tura e 0,35 de diâmetro ; casca fina, branca ; folhas inteiras, serradas, oppostas, pecioladas, mais ou menos 95 m/m de comprimento e 35 m/m de largura, acuminadas, cor iaceas, sabor muito amargo; flores brancas, miúdas; fruclo preto. Madeira — Côr branca, tecido compacto, fibras grossas, irregu- lares, parecendo trançadas, dando idéa dos carvalhos ; não é muito pe- sada. Dócil á serra, mas um pouco rebelde ao cepilho. Applicações — Madeira para vigas, taboado de forro, caixoteria e pequenas obras internas, bem como para lenha, bastante apreciada. As folhas são usadas para misturar com a «Herva-matte» e dar a esta um gosto amargo, considerado indispensável. A cinza da madeira contém muita potassa, pelo que a empregam no fabrico de sabão. Monographia n. 27 ^Amostra n. 66. família DAS RHAMNACEAS Cabuiiarosa Ilex grandis, Reiss. f^\NOsmíA — Acebo-gigantesco, na Republica Argentina — Cfld-/?a, Caá-fjuassu, no Paraguay — Caá-rã dos guaranys {herva falsa, por falsificarem com ella a «herva-matte» legitima) — Caá-unci dos tupys ((( folhas escuras»). SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Habitação— Estados de S. Paulo, Paraná, Santa Catharina e Rio Grande do Sul; e republicas do Uruguay, Paraguay e Argentina. Vive indifferenteraente era terrenos argilosos ou sillcosos, mas sem- pre seccos. Descripção — Arvore de caule recto, até 8,00 de altura e 0,Gõ de diâmetro ; casca grossa, suberosa, verrucosa, com epiderme esver- deada; folhas persistentes, simples e ás vezes bi-geminadas, inteiras, pecioladas, mais ou menos 150 m/m de comprimento e 75 m/m de largura, ob-ovaes, coriaceas, nervura central saliente e sabor amai-go; flores pequenas, brancacentas. Madeira — Côr branca ao ser cortada, oxydando-se logo ao ar, devido á presença de qualquer substancia coiante e tomando a côr roxa; tecido compacto e trancado como o dos carvalhos. Dócil ao cepilho e á serra. Applicações — Madeira para canoas, vigas, taboado e quaesquer obras internas, bem como para lenha, muito apreciada. As folhas servem para falsificar a «herva-matte» posto seja esta espécie muito inferior para tal fim; e no Rio Grande do Sul usam reduzil-as a massa, para obterem tinta preta com que tingem pellegos e cochonilhos. Monographia n. 28 — Amostra n. 90. família das BIGNONIACEAS Calxeta-branca Tabebuia obtusifolia, Bur. Synonimia — Caixeta (osle nome é commum, em S. Paulo, á vochysiacea Vochysia tucanorum, Mait.: em Santa Catharina, á Ta- lauma ovata, St. Hil. ea uma outra arvore; no Rio Grande do Sul ás ar tocar peaceas Cecropia lyi^atilojja e Cecropia adenopus, bem como a uma hederacea, cremos que a Gilibertia cuneata, E.March.) — Caxctta (este nome é dado em alguns logares de S. Paulo ti rutacea Siraarubea versicolor, St. Ilil., que tem diversos nomes vulgares e todos maiscommuns)— il/(7tocrtc/íeírt— PrtM-cfl't.rei;o — Tabebuia— Tamancão — Tamanqueira (este nome é commum ás lauraceas laurus sericGa e Dau- rus revoluta). Habitação — No littoral, desde o Espirito Santo ao Rio Grande do Sul . Prefere os brejos ou terras alagadiças, ordinárias, silicosas ou argilosas, indicando a sua presença terra boa para arroz. A LAVOURA 565 Descripção — Arvore de caule pouco recto e copa regular, até 9,00 de altura e 0,65 de diâmetro; raiz longa, de tecido apparente- menta igual ao do caule, mas na realidade suberoso, de extrema leveza, muito branca, revessa; casca grossa, até 15 m/m de espes- sura, com epiderme crustácea, fendida ; folhas caducas, grandes, rhombeas, coriaceas, mais ou menos 150 m/m de comprimento e GO m/ra de lai-gura, reticulado-nervadas ; flores branco-esverdeadas, grandes. Madeira — Còr branca uniforme, fibras grossas e direitas, muito porosa e molle, fácil de trabalhar, dócil ao cepilho e á serra. Peso especifico, sem determinação da espécie ou variedade : 0,459 a 0,502. Applicações — Madeira para vigas, taboado de forro, portadas, caixoteria, ripas, obras internas em geral, sendo excellente para os togares seccos, para o fabi-ico de pasta de papal é uma das mais rendosas. As raizes prestam-se não só para o fabrico de papel, como também para bóias, salva-vidas, palmilhas e todas as applicações que tem a cortiça europea, excepto para rolhas, devido á sua grande porosidade. Observações — Das madeiras que conhecemos próprias para cai- xoteria, esta é a melhor. Aperta muito os pregos. A madeira da Caixeta do Estado do Espirito Santo não faz diffe- rença sensível daquella que descrevemos. Monographia n . 29 — Amostra n . 76. família das BIGNONIACBAS Caixeta-verinelha Tabeliuia cassioneides, D. C. Synonimia — A mesma da espécie pi^ecedente. Habitação — Também a da espécie precedente. Descripção — Arvore de caule pouco recto, bastante galhosa e copa regular, até 9™,00 de altura e (y^fi^ de diâmetro; casca grossa, até 15 m/m de espessura, amarellada, embirenta, com epiderme bran- cacenta, crustácea e fendida ; folhas caducas ; ílores brancas, termi- naes, grandes e abundantes. Madeira — Còr branca, fibras revessas e grossas, bel lamente ondeada, com uns tons amarellados e côr de rosa, porosa, dócil ao cepilho e á serra. SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Applicações — As mesmas da espécie precedente, posto lhe seja superior em resistência e Ijelleza ; será inferior á outra espécie so- mente para caixoteria e para pasta de papel . Das cascas talvez possa extraliir-se liber utilisavel para cordoaria. Observações — lia, noutros legares do paiz, uma «Canella- caixeta». Monogropliia n. 30 — Amostra n. 141. família das VERBENACEAS (?) Cambará-giiassú SYNONii\nA — Assa peixe do grande (este nome é commum á urticacea Boehmeria caudata S\v,) Camará — Cambá-acá-ará. dos sel- vicolas, alludindo ás i ugosidades da casca ; (esta espécie ?) — Cambará graúdo, no Rio Grande do Sul (?). Habitação — Littoral de S.Paulo e talvez do dos demais Estados do sul do Brazil. Descripção — Arvore de caule recto até 12™, 00 de altura e O", 65 de diâmetro ; casca pardacenta, suberosa, fermentando facilmente e tornando-se então preta; epiderme grossa, suberosa, composta de es- camas sobrepostas ; galhos irregularmente angulosos, esverdeados e um tanto ásperos, sobretudo os novos ; folhas simples, inteiras, oppos- tas, membranosas, pecioladas, acuminadas, mais ou menos 135 m/m de comprimento e 29 m/m de largura, saliente nervadas, sendo a nervura central tomentosa na pagina inferior, nervação visível á transparência- Madeira — Còr branca, fibras um pouco revessas, assetinada, excessivamente leve, muito porosa e molle. Talhe macio dócil ao ce- pilho. Applicações — Madeira de boa qualidade para taboado de forro e óptima para caixoteria e pasta de papel. Uma das partes do vegetal é considerada depurativo do sangue ; e o povo crê que as aguas dos charcos, quando banhem as raizes, tornam-se inoffensivas. Observações — O nome «Cambará» é dado não só a diversas verbenaceas, como também a algumas compostas-synanthereas e até a uma melastomacea, a Leandra scabra DC ; a uma apocynacea, o Geissosperraum Yellosii Fr. Ali. e a uma lauracea, o Acrodiclidium camará. Não podemos identificap esta espécie, por falta de material de estudo, mas no seu aspecto parece ser uma verbenacea ; si o fôr, porém, não poderá ser a Aciva dulcis, utilizada algures na pequena carpintaria e construcção civil, porque a densidade desta é de 1,067. Monographia n. 31 — Amostra n. 37. família das MYRTACEAS Canibuliy-ninarello Aulomyrcia espherocarpa, Berg. — Var. Arborescente Synonimia — Acambuy — Cabui (ha duas leguminosas, a Acácia maleolens e Enterolobinm lutescens, a que em alguns logares duo o mesmo nome) — Cambi-branco — Camboim — Camboim-amarello, em S. Paulo e no Rio Grande do Sul — Camboimsinho, no Rio Grande do Sul — Cambuhi — Cambuhy, no Espirito Santo — Cambuí, em Pernam- buco, Alagoas, Bahia Minas, Rio e Paraná — Cambui-doce — Cumbuim (este nome em alguns logares é commum á anacardiacea Schinus rhoifolius)— Camfttíí/ — Hacnmbij-yb, dos selvicolas (tupy-guarany «pau de forquilha», não «Caã-cambui», que é uma euphorbiacea, a Euphorbia serpens H B K. Habitação — Todos os Estados ,maritimos do Brazil, desde Per- nambuco ao Rio Grande do Sul, e também no de Minas. Prefere os terrenos silicosos, e os indivíduos que nascem nelles são de maior porte e a densidade da madeira também é maior. Descripção — Arvore de caule recto e nodoso, até 5"''00 de al- tura e O^.oO de diâmetro; casca glabra, ferruginea, com grandes man- chas brancas ; folhas persistentes, inteiras, oppostas, pecioladas, mais ou menos 35 m/m de comprimento e 20 m/m de largura, coriaceas, ovaes, margens um pouco revolutas, sabor um tanto adstringente e amargo; flores pequenas, brancas; fructo drupas ver mel ho-roxas, pe- quenas, globolosas, coroadas pelo cálice persistente, gosto adstrin- gente. Madeira — Gòr amarellada ao cortar, mas logo oxyda tornando se amarei lo-clara e ás vezes fica com um leve tom rosa. Sempre ondeada, tecido compacto, fibras revessas, docil ao cepilho e á serra, alizando bem. Pesos específicos verificados : —0,067—0,696 (S. Paulo, acima da serra)— 0,772 (Bahia) — 0,828 (Rio Grande do Sul). Resis- tência ao esmagamento : carga i^erpendicu lar, 273 ; carga parallela, 568 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA 449; sem determinação da posição da carga, 5SÚ kilogrammas por centímetro quadrado (Bahia). Applicações — Madeira para esteios que duram 20 annos, cai- bros, canzis, paus de pique e óptima lenha, uma das preferidas pela navegação fluvial a vapor do rio Iguassú (Paraná) e a mais reputada no Rio Grande do Sul. As cascas contem tannino de boa qualidade e em porcentagem elevada, mas como são finas e difficeis de extra- hir, não podem ser utilizadas industrialmente. Os fructos são co- mestíveis, posto deixem forte adstringência na garganta ; outr'ora vendíam-se no Rio de Janeiro, e ainda hoje em alguns Estados do norte, e designadamente no de Alagoas, fabricam com elles um vinho bastante apreciado. Variedades — Suspeitamos que ha muitas. Yíd. «Cambuhj'- preto». Observações — Lemos que esta madeira é boa para xilographía e cepas de tamancos. Acreditamos que o «Cambuhy-amarello» do norte, de densidade menor e mais poroso, como o do Espirito Santo, possa servir para cepas de tamancos, á falta de madeira mais ade- quada ; nunca, porém, para xilographía. Esta ultima applicação nem a pôde ter o do sul, apezar de seu tecido ser mais compacto e offe- recer bel la superflcie, porque a côr não é própria e a madeira é muito elástica, empenando facilmente. Monographía n. 32 — Amostra n. 38. família das myrtaceas Ca inbuJiy- preto Myrciaría tenella, D. C. Syxoximia — Acambiuj — Cabui — Cambi-vermelho — Camboim — Cambuhí — Cambuhij — Cambuhy-pítanga ( não «Cambuhj- -piranga», que é uma lythracea, a Lafoensiasp. D. C.) — Cambai — Cambui-doce Cambuim — Cambuim-preío — Cambuy — Cambuy-roxo — Aacamby- yb. Para mais detalhes, consulte-se a synonimia da espécie prece- dente. Habitação — A mesma da espécie precedente. Descripção — Arvore de caule recto e nodoso, até S^.OO de al- tura e O^^.SO de diâmetro ; casca fina, brancacenta, com epiderme que se renova ; folhas persistentes, inteiras, oppostas, pecioladas, mais A LAVOURA OU menos 40 m/m de comprimento e 0"',20 de largura, ovaes, acu mi- nadas, coriaccas ; flores brancas, abundantes ; fructo vermelho-escuro, pequeno, de resaibo adstringente. Madeira — Grande alburno ; cerne de côr parda-a vermelhada, com grandes veios pretos, irregulares, dando idéa do jacarandá-pu- tanga. Tecido compacto, grão finíssimo ; bel la superfície paia o verniz. Peso especifico — 0,916 (Rio) e 1,138 (Rio Grande do Sul). Applicações — Madeira para marcenaria de luxo, dormentes de segunda classe e todas as applicações indicadas para a precedente es- pécie, á qual esta é muito superior. Para certos trabalhos deve es- perar-se que murche bem, antes de a desdobrar. Depois de trabalhada, parece jacarandá. Quanto ás cascas, folhas e fructos, vide o que di.ssemos a respeito do «Gambuhy-amarello». Observações — Lemos que Cambuhy vem de «Caá» (matto) e imboy» (cobra). Parece-nos que a etymologia que apresentamos é mais racional e mais harmónica com a disposição e consistência dos galhos. {Continuo. ) ^=è^^3jfg^^.^^ COLLABORACÃO Cultura do arroz FAZENDA DO DR. VICTORINO MONTEIRO A' margem do Parahyba, terras de uma antiga fazenda do Mu- nicípio de Campos, encontra-se o estabelecimento agrícola do Dr. Vi- ctori no Monteiro, i Ilustre Senador pelo Estado do Rio Grande do Sul. O seu aspecto actual é o de uma casa á moderna, onde tudo res- pira progresso. Até ahi, no percurso da via férrea, extensas faixas cultivadas de canna á direita e á esquerda da linha. A natureza ostenta a sua po- tencia productiva sem o minimo concurso dos processos qlie regem a agronomia moderna. Lavouras novas, outras semi-seculares, revelam a opulência do solo, virgem de adubos artificiaes e exclusivamente sujeito á irrigação 8719 4 570 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA natural da chuva e á drenagem pelas próprias declividades super- ficiaes . Também a prodacção dessa zona, reputada das melhores para o plantio da canna, segundo dados estatísticos seguros, é bem abaixo da que se obtém em outros paizes do mundo, onde se pratica intelli- gentementea agricultura. O panorama que descortina o viajante além da estação Jeronymo Baptista é já bem differente, quando se defronta com a propriedade do Dr. Victorino, onde existe uma parada, e um ramal férreo que ahi começa, terminando junto do estabelecimento, á margem do Parahyba. Entre esse rio e o leito da estrada de feiro cerca de 90 hectares estão já inteiramente plantados. Além dessas terras, outras em perindo de deslocamento de lavra, de semeação, e a primeira área, ha um mez plantada, completamente verdejante e viçosa. Essas operações foram todas feitas com os mais aperfeiçoados machinisraos e com a máxima cautela. No deslocamento funcciona a machina The milne manufactu- riag C°., do Illinois, que proiJuz serviço extraordinário com dimi- nuto pessoal. Na lavra foram usados os arados de dois e três discos de E. Bemenfs & Sons, que são de um rendimento notável em qualquer espécie de terras, mansas ou brutas. As grades noruenguenses e em seguida as communs, de dentes verticaes, completam o preparo da terra para recebera semente distri- buída pela machina «Miranda Colonial», convenientemente gi-aduada, á razão de cerca de 80 litros por hectare. Esta semeadeira planta por dia até cinco hectares. Destaca-se nessa cultura o bellissimo processo de irrigarão scien- tificamente planejado. Um extenso canal de cerca de 1.500 metros corta transversal- mente o terreno, que apresenta ligeiro declive nesse sentido. E' o manancial da irrigação de múltiplos taboleiros de variada configu- ração, em obediência á caprichosa topographia local. Esses taboleiros são preparados para a submersão em dados momentos e, em outros, para a completa drenagem das terras, quando seja isso necessário, e a agua accumulada em muitos delles circulará em sabida pelo próprio canal mestre. A submersão está regulada para 30 "Z"" no máximo, altura que será reduzida á metade em alguns taboleiros que apresentem grande superfície plana. Seguindo as curvas de nivel naturaes e com as differenças de 30 °/" foram construídos os diques que dividem os vários taboleiros, munidos de comportas de madeira para a mais rápida e efficaz ma- nobra no fornecimento de agua aos mesmos . SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA A construcção do grande canal e dos innumeros diques divisó- rios que serpenteiam no campo do arrozal, constituem, a nosso ver, verdadeira novidade entre nós. Tanto o canal como os diques são feitos a machina, segundo modelo mandado executar pelo notável agró- nomo americano Welman Bradford, director technico do campo de demonstração de Moreira Gesar, Estado de S. Paulo. Com o auxilio de três machinas simples, um arado de dois discos e duas outras, uma das quaes de madeira, consegue-se realizar esse serviço em maravilhosas condições de preço, rapidez e perfeição. Com diminuto pessoal, três adultos e três crianças, preparam-se diariamente 600 metros de diques para submersão a 30 <=^"> e cerca de 300 melros do canal de grande secção. Esses trabalhos são comple- tados facilmente a pá por uma nova turma. A consolidação dos taludes é mais rápida assim que por qualquer dos outros processos, pois que a terra vai sendo gradativamente com- primida pelas duas machinas que seguem o arado, consegui ndo-se a immediata eslanquidade das paredes. IJm diquo O custo da obra, uma \ez pratico o pessoal, será de menos de 100 réis por melro cubico de movimento.— A base desses diques é de 5"", 5, mais ou menos — A sua secção transversal apresenta suave linha sinuosa, sem solução de continuidade com os prolongamentos sobre o arrozal. A LAVOURA r,73 Olhados de fora, são superfícies reversas que se ajustam, servindo a concavidade de uma valleta para o acto de drenagem e a convexi- dade de barragens entre osdois taboleiros. Por essa forma o transporte de machinas dentro do arrozal torna-se facílima na época da colheita. Os taludes são também plantados, o que consolida as paredes, aproveitando-se lambem a não pequena superfície por elles occupada. A ceifadeira, a batedeira, ou outras quaesquer machinas poderão transpor sem grande esforço todos esses diques, passando a exercer as suas funcções em qualquer ponto da cultura. Consideramos o processo de diques e canaes do Sr. Bradford alta novidade erevolucionador do trabalho, na importante operação do pre- paro do terreno para qualquer cultura feita com irrigação por sub- mersão . Para o serviço da irrigação possue o Dr. Victorino poderosa bomba centrífuga de 30 centímetros de diâmetro, que lhe garante no mínimo 200 litros por segundo, ou sejam 17.280.000 litros em 24 horas e um motor, locomovei de 30 cavallos effectivos— Marshall Sons & C.,de Inglaterra. Está, assim, perfeitamente assegurado o foi-necimento d'agua abun- dante a toda a lavoura, competentemente distribuída pelos diversos taboleiros. E' soberbo o conjuncto de machinismos para todos os misteres da cultura. Para a ceifa existem duas machinas «Deering Ideal», typo «Do- raeslic», que também atam os feixes. Para bater o arroz, a bellissima e poderosa «Bonanzan, de Robinson & C, reputada a melhor pela perfeição e rapidez do trabalho. Essa machina tem elevador automático e delia sabe o grão limpo para o sacco, dispensando o emprego dos ventiladores commummente usados para complemento da operação. Pôde fornecer em 10 horas de trabalho de 500 a 700 saccos de arroz perfeitamente limpo. Para o beneficio completo do arroz tem o Dr. Victorino bem apparelhado engenho que denominou «Farrapos», em homenagem aos intrépidos guerrilheiros de 35, no Rio Grande do Sul. Esse engenho consta de dous pavimentos, o seu estylo é de chalet e fica fronteiro á casa de moradia da fazenda. No pavimento térreo acham-se installados o descascador, o sepa- rador de marinheiro, o lustrador e o classificador. SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA No pavimento superior, o separador sujo, o ventilador, o brunidor e o separador de farello . Todas essas machinas estão bem installadas e são dos melhores fabricantes, sobresahindo o brunidor, typo Kemp, de Hamburgo, com a capacidade minima de 100 saccos por dia. O engenho foi montado pelo hábil mecânico Sr. Friedrich Engest, da casa Arens & C . Além das machinas a que acima nos referimos, relativas á cultura do arroz, existem no estabelecimento muitas outras applicaveis a di- versas culturas. Para a fenação, três ceifadeiras, sendo duas Deeringe uma typo Gsborne. Um virador de pasto Deering, que substitue o serviço de 100 homens; 3 ancinhos automáticos; uma eafardadora «Champignon» que prepara 300 a 400 fardos diariamente. Esta machina é igualmente applicavel á palha de arroz, iiue será assim exportada para fabricas de cellulose e outros fins. Tanto o engenho como a casa de moradia da fazenda serão farta- mente illuminados a luz eléctrica, cujas installações foram já feitas. A direcí.-ão technica geral da cultura está a cargo do Sr. W. Brad- ford, que tem como auxiliar o distincto engenheiro Sr. Judiei, já com largo tirocínio feito ao lado do hábil agrónomo americano. E' pro- vável que até janeiro próximo tenha o Dr. Victorino Monteiro plantado nunca menos de 200 hectares. Coma organisação intelligente que o operoso politico e industrial tem sabido imprimir á sua casa e com os fartos elementos que possue para a movimentação do negocio, é de augurar-se os melhores resultados, que compensem os sacrifícios e a dedicação com que S. Ex. se tem fervorosamente votado a esse impor- tante ramo da agricultura e da industria. Terras ubérrimas, machinas de primeira ordem e em profusão desconhecida na industria commum dos particulares e com a assis- tência competente de experimentados proflssionaes que o seu cava- lheirismo tem sabido attraliir para junto de si — a ca.sa de S. Ex. é já uma verdadeira escola moderna, um vasto campo demonstrativo que de muito eleva o nivel da cultura scientifica de um dos mais prósperos municípios do Estado do Rio. Parabéns a S. Ex. e ao Estado do Rio. s. L. A LAVOURA 57d A cultura do arroz na America do Horte Ao viajante que aclualmenti' ivrcorre o Sul dos Estados Unidos com o fim de observar os methodos de lavoura lá usados, nada tanto impressiona como a diversidade de systemas adoptados na cultura de arroZ; pois a pouca distanciadas lavouras mais modernisadas encontra outras em que ainda prevalecem os methodos primitivos dos tempos em que «Ruth respigava nas searas da Booz». A principio uma con- fusão se estabelece no espirito do observador, porém uma investigação ligeiras das condições locaes em que cada um opera explica facilmente a razão da diversidade dos methodos usados. A introducção da cul- tura de arroz no Sul dos Estados-Unidos data dos princípios do sé- culo XVir quando um navio, vindo das índias e atirado pela tempestade á costa da Carolina do Sul, ahi deixou as primeiras sementes. Na Ca- rolina os methodos culturaes permanecem estacionários até hoje, pois os seus terrenos accidentados só permittem a formação de pequenos taboleiros cujo solo profundo e permeável se transforma pela irrigação em verdadeiro lamaçal que impede o trabalho dos apparelhos á tracção animal, obrigando o lavrador a se limitar, em todas as phases da cultura, aos instrumentos manuaes mais primitivos. Em 1890, porém, assa cultura no Texas eLuiziana tomou uma nova phase e processo inteiramente diverso veiu supplantar os me- thodos oriundos da Carolina. A familia Abbott vinda do Michigan adquire na Luiziana, próximo á Crowley, pequena estação da Southern Pacific Railway, um reduzido lote de terra com o fim de cultival-o. Os terrenos alli, como todos os do Texas e Luiziana próximo á costa do Golpho do México, são extremamente planos formando immen.sas campinas, cujo solo revestido de vegetação rasteira é formado de uma camada argilo-arenosa, de fertilidade média, collocada sobre uma base de argila pura, quasi que imperm&ivel ; de espaço em espaço rios que, ospraiando-se, formam lagoas, correm docemente tendo as suas mar- gens bordadas por uma vegetação elevada e frondosa. Terrenos pianos, férteis de sub-solo impermeável e abundância de agua infundiram no espirito do recem-chegado a possibilidade de um syslema económico de irrigação que sem perda tempo foi experimen- tado. O motor de uma velha lancha trazida do Michigan e uma cadêa sem fim munida de caçambas constituiram um apparelho ele- mentar com o qual a agua de um rio foi elevada para irrigação de paqueno arrozal situado nas proximidades da margem. O resultado 576 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA d'esta simples experiência é a immensa lavoura de arroz que se vê hoje nas planícies outr'ora consideiadas inúteis. Em 15 annos apenas uma transformação rápida operou-se em toda zona, e terras cujo preço primitivo não passava de 1 dollar por acre attingiram o preço de 40 dol- lars ; a actividade e riqueza surgiram nas campinas ha pouco de- sertas ; companhias formam-se adquirindo terras, construindo canaes e offerecendo lotes beneficiados á venda ou arrenda, estradas de ferro e cidades erigem-se em todas as direcções e os immigrantes attrahidos debatem-se por umaparcella da terra prospera. Em 1904, quando visitámos Crowley, a pequena estarão já se havia transformado em cidade de 9.000 habitantes, onde 10 engenhos en- tregavam, beneficiados, por dia, 12.000 barris de arroz, ou cerca de GOO.OOO kilogrammas, e o Sr. Grecc, narrando o que acima re- latamos, nos mostrava os vastos domínios de Abbott em que a agua para a irrigação dos campos era elevada não mais pela engenhosa com- binação primitiva, mas sim por meio de grandes bombas centrífugas movidas por possantes machinas a vapor. A irrigação em geral é feita por companhias que conduzem a agua aos terrenos vendidos ou arrendados aos lavradores, recebendo destes, como remuneração, 5 "/o do producto colhido. O methodo geralmente usado consiste em elevar a agua dos rios por meio de bombas centrífugas a um canal de madeira suspenso que vae ter ao ponto mais alto da zona a beneficiar ; a partir d'este ponto um canal principal percorre todos os pontos de egual altura no terreno, alimentando uma serie de canaes lateraes que atra- vessam os campos a irrigar. Os campos são constituídos por taboleiros cercados por pequenas barreiras levantadas segundo as curvas do nivel natural e capazes de manter sobre o terreno um lençol de agua. O funccionamento do con- juncto é simples: a agua suspensa do rio é atirada ao conducto de madeira, indo ter ao canal principal, de onde, passando pelos canaes lateraes, vae aos taboleiros inundando os mais altos e transbordando successivamente para os mais baixos até a completa invasão^ dos campos. Os canaes em geral têm o fundo no mesmo nivel que os terrenos lateraes e, sendo de grande capacidade, actuam como verda- deiros reservatórios. O maior esforço é e.n pregado no aproveitamento dos niveis naturaes do terreno, pois, evitando movimento de terra, o preço de construcção é muito reduzido. Avultadíssimo é o numero de companhias de irrigação e melhora- mentos existentes e, para dar utn idéa de sua importância, vamos examinar alguns dados numéricos da «Abbott Dusson Cana) and Irri- A LAVOURA 577 gation Company» em que 10 caldeiras geram vapor para trez motores de 350 cavallos cada um, accionando uma bateria de nove bombas cen- trífugas cujas boccas de descargas variam entre iOe 120 centimetros. O coraliustivel usado nas fornalhas próprias ó o óleo mineral bruto (petróleo) proveniente das minas visinhas. O canal principal tem 30 kilometros de comprimento por 33 metros de largura e os lateraes na extensão de 37 Uilometros distribuem agua para 20.000 acres ou cerca de 3.333 alqueires paulistas. Para nós, habituados a viver em terrenos accidentados, é difflcil a admissão de tão grandes áreas de uma topographia tão especial, porém os factos que abaixo narramos reforçam nossa asserção. Na fazenda do snrs. Miller & Morris, próximo a Estherwood, outra cidade filha do arroz, um taboleiro de 55 acres ou mais de nove alqueires é cercado apenas por uma barreira de seis poliegadas ou proximamente 15 centimetros de altura; este pequeno relevo no solo basta para manter em nivel constante um lençol de agua sobre o terreno . Visitando as lavouras marginaes do rio Marmentan, ouvimos do Snr. Spurgeon, grande lavrador alli residente, a seguinte narração: O rio Marmentan é um dos muitos que na Luiziana fornecem agua para a irrigação dos campos. O seu leito, embora profundo, offerece em toda a extensão uma differença de nivel quasique insensível e assim o nivel médio de suas aguas acha-se pouco acima do nivel da agua do mar no golpho do México, onde ella desemboca. Em 1902, cerca de 200.000 acres ou 33.333 alqueires de terrenos irrigados eram abas- tecidos pelo Marmentan e seus affluentes; n'esteannoa irrigação foi tão intensa que, tirando os lavradores maior quantidade de agua do leito do rio do que a fornecida pelos seus tributários, o nivel baixou dando entrada á agua salgada pela fóz . Despercebidamente as jjombas continuaram a funccionar elevando a agua salgada que destruiu cerca de 60 % da colheita, representando o prejuízo de 1 .000.000 de Jaarris de arroz limpo no valor de 4.000.000 de dollars ou, em nossa moeda, 16.000 contos de réis. O maior con- strangimento invadiu o espirito dos lavradores prejudicados que se viam deante de duas serias proposições : ou vedar a entrada á agua salgada, ou por ella ser expulso de suas searas. Investigações topogra- phicas na bacia do rio levaram os encarregados do estudo a concluir que com a construcção de uma represa pouco elevada na embocadura, todo o leito se transformava em enorme reservatório capaz de, pela alimentação continua dos tributários, fornecer o preciso para o suppri- mento dos arrozaes e ao mesmo tempo tel-os garantidos contra a in- 8710 Õ 578 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA vasão das aguas do mar. Pouca discussão e muita acção transfi^fraaram o projecto cm realidade e com grande êxito. Os 100.000 doUars ou 400 contos precisos para a execução da obra foram immediatamente subscriptos pelos interessados, consti- tuídos em cooperativa de defesa, entrando cada um com parcella pro- porcional a seus interesses culturaes. Nas campinas irrigadas da costa do golpho do México a lavra se- meada e colheita do arroz obedecem em traços geraes aos moldes da cultura do trigo nos vastos campos do famoso Far-West, onde as ma- chinas modernas de agricultura reduzem o esforço muscular do homem que, apenas empregando a intelligencia directriz, multiplica o resul- tado económico do seu trabalho. De novembro a janeiroarados duplos tirados por quatro muares re- volvem facilmente em um dia de trajjalhotres acres, ou cerca de meio alqueire paulista, rompendo a terra a seis poUegadas de profundidade. Uma gradeação ligeira desordena grosseiramente as leivas levantadas nesta primeira roteia . Segunda lavra nas vésperas da plantação, seguida de um destor- roamento enérgico com o pulverizador do li discos, põe o terreno em condições de receber as sementes em abril. Entra então era acção o semeador automático, capaz de semear em um dia de trabalho a área de dous alqueires. Esta rnachi na, tirada por Ires animaes de uma só passagem, abre 18 sulcos distanciados entre si de 15 centímetros, depondo a semente a nove centímetros de pro- fundidade, cobrindo-a em seguida com a maior regularidade imaginável. A quantidade de sementes em geral usada é quatro bushels em três acres ou 144 litros em cerca de meio alqueire de terreno. Semeado o campo, é a terra ligeiramente humedecida, alim de provocar a germinação das sementes e, uma vez crescida a planta a 10 centímetros de altura, começa a S3r mantida immersa em um lençol d'agua que augmenta de espessura progressivamente á medida que o arroz cresce. Com o inicio da vegetação cessa em parte a acti- vidade nos campos, os animaes e instrumentos são recolhidos ao re- pouso, o passoal extra-numerario é despedido e o trabalho do lavrador i'eduz-se apenas ás visitas frequentes á campina virente, vigiando o nível das aguas nos taboleiros e d estado de conservação dos canaes e barreiras, dlspensando-se das limpas e capinas em vista de serem as hervas damninhas suffocadas pela agua. As machinas de irrigação num rumor continuo alimentam os canaes que distribuem a agua aos arrozaes em prosperidade. A LAVOURA. 570 Chegado o mez de asosto as espigas começam a curvaivse sob o peso do grão que se forma: c a época de drenares campos para dar entrada ás ceifadeir.is que effectuarão a sega, logo que os grãos, per- dendo o estado pastoso, se apresentem sólidos, muito embora o caule eas folhas persistam ainda francamente verde-amarelladas. A eei fadei ra automática, de um só jacto, corta o arroz, forma e amarra os feixes, atirando-os ao lado sobre a parte do campo já ceifado. 0 corte na área de 12 acres ou proximamente dons alqueires é effectuado em um dia, sendo a tracção da machina exercida por seis muares. Os feixes recem-cortados são grupados por duas pessoas que seguem a ceifa- deira, em montes de quatro e permanecem no próprio campo, até que, quando completamente seccos, o que se dá com o decorrer de oito a 15 dias, são levados para a batedeira a vai^or trazida para um local con- veniente do campo onde é o grão debulhado e ventilado, ficando pnimplo para o beneficiamento. o rendimento do arroz é variável e, segundo nos informou o Prof. S. A. Knapp, o investigador que o Departamento de Agricultura tem junto á lavoura de arroz, uma base razoável será 2.000 a -4.000 libras de arroz em casca por acre, ou, em média, ."5.000 libras que correspondem a 1 . 320 kilogrammas. Sabendo nós que um litro de arroz em casca pesa, em média, 600 grammas e que um acre é a sexta parte de um alqueire paulista, facilmente calculamos que a área de um alqueire de terra ou 24.200 metros quadrados no Sul dos Estados Unidos produz cerca de 13.200 litros de arroz em casca ou 264 alqueires de 50 litros. Tendo sido semeados quatro busliels de semente ou li4 litros na área de três acres ou meio alqueire, segue-se que um alqueire ou 2 4.200 metros (piadrados, levou 2,S,S litros de semente, sendo, por tanto, a relação entre quantidade semeada e quantidade colhida 1 para 'i-5 e frac(;ão. Terminando, somos, pela curiosidade natural, levados a indagar qual o motivo de tanto progresso na lavoura de arroz do Texas e Lui- ziana em pouco mais que um decennio, quando as da Carolina perma- necem estacionarias ha mais de um século ! A razão é simples, e resume-se nas seguintes vantagens offere- ridas pelos terrenos das vizinhanças da costa do Golpho: abundância de agua em campinas planas e férteis onde a irrigação é fácil, sub-solo impermeável que economiza agua e facilita a drenagem, admittindo o emprego das machinas de grande rendimento, ausência de vegetação arbustiva quo embaraça ou encarece o emprego dos instrumentos 580 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA aratorios e mais a proximidade das minas de petróleo que fornecera um comlíustivel baratissimo ás grandes machinas a vapor empregadas na irrigação. K. Oastei.i.o. ali|ueiri' a fju ■ nos relerimos no decurso da ilfiscripção c a medida cominuin lores do S. Paulo, isto c, a ároa de 50 por 100 braças ou 24.200 metros Nota — O al(|ueir.' a qu ■ nos relerimos no decurso da dfiscripção c a medida ( entro os lavradores quadraiios. ("Da Kcvísla Agrícola — S. Pauto.) -^^^^^^^^4 EXPEDIENTE Secretaria íSe.ssões tia, lo governo do Estado para utílisação dos animaes roproductores do Posto Zootechnico Central de S. Paulo, de accordo com as iustrucções expedidas paio Sr. Dr. Secretario da Agricultura, em 19 de no- vembro de 1900. Art. 2.0 Os releridos auxílios só serão entregues aos interessados depois que os mesmos exliibirera os documentos comprobativos de ter sido eíTectivamente realizada a despeza. ,\Tt. o.° Revogadas as disposições om contrario. Cumpra-se c publique-se. Secretaria geral do Governo Municipal — 1^ secção — Cotia, em 18 do setembro de 1907 — O intendente municipal, Joaquim Barretto. » Sscção do álcool I*i-opaj2ra,ntla do álcool industi-ial — Pedimos vénia para transcrever a seguinte e interessante carta que ao noticioso semanário Noriílades, que se publica em Itojahy, no Estado de Santa Catharina, dirigiu odistincto e intelligente industrial Sr. Edgar v. Buettncr, domiciliado em Brusque, no mesmo Estado: « Illm. Sr. redactor do Novidades. No local «Notícias», de vosso conceituado e útil jornal, de 10 de novembro, D. 180, li a relcrencía de que a Municipalidade de Itajaliy pretende installar nessa cidade a ílluminação publica a acetyleno. Esta noticia é do uma tão alta impor- tância (importância negativa) para nossa zona sob o ponto de vista económico, que merecia fosse impressa, para conliecimento e protesto de todos, era i^randes e indeléveis caracteres; pois tal projecto, uma vez realizado, vem lesar profunda, mento os interesses de centenas di; famílias que contribuem com o seu ónus para a Ílluminação publica da cidade de Itajahy. Haverá nada, porventura, mais equitativo, mais justo, do que um governo municipal, era compensação do imposto pago pelo lavrador, às vezes com os maio- res sacriflcios, receber desse mesmo lavrador a matéria prima de que necessita para um serviço publico, como é a Ílluminação de uma cidade, em logar de a man- dar vir de fora e dar a ganhar a estranlios? ! 584 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Sou commerciante e estou ao par das oscillações do mercado desse producto, pois já tive occasião, ha poucos annos, do comprar 480 litros de aguardentu á razão de 20$, 15$ e até 12?300, preços esses tão reduzidos que nem recompensavam o trabalho de cortar a canna, na cultura da qual o pobro lavrador, durante dous longos annos, empregou todo o sou suor e trabalho. E' facto ciinhecido qu(i divorso.-; lavradores, desesperados em tal época pela desvalorização do producto, chegaram a queimar os seus cannaviaes, somente para desoccupar o terreno, e se verem livres de uma plantação tornada inútil o assim que tanto desgosto causou; e no entanto é essa planta uma de nossas prin- cipaes culturas e a qual nos proporciona a mais brilhante e ideal das luzes: a luz incandescente a álcool ! ! Poderemos agora evitar par completo ;i repetição de uma outra tão horrivel crise na nossa canna ? Sim, a meu ver, não ha duvida alguma— mas logo que consumirmos em forma de força, luz o calor a producção de aguardente de nossa zona; o quo havemos de conseguir no espaço de poucos aunos, desde que o em- prego do álcool seja feito em larga escala e— ás Municipalidades cabe a iniciativa de dar o exemplo de patriotismo, preferindo a luz incandescente a álcool a todas as congéneres. Assim prooeJendo, coatribulrão nos limites de suas forças para a solução de tão decantado problema: auxilio á lavoura. A illuminação a álcool, na AUomanha, tem tomado proporções espantosas nestes últimos três annos. Os engenheiros e a technica unanimemente apoiam e auxiliam a tentativa do imperador Guilherme II, o qual pretende expulsar o petróleo estrangeiro e com isto melhorar as condições de seus agricultores, conservando assim no seu paiz milhões de libras esterlinas que outr'ora os americanos e russos recebiam por aquello producto importado, o isto provavelmente conseguirá. Elle é que preside ás exposições de todos os objectos que se possam ligar ao consummo de álcool, e eis a razão porque na Allemanha hoje a illuminação a álcool está competindo com a eléctrica. Ha dois mezes, recebi o exemplar d'uma « lâmpada de luz a álcool » invertida chamada Sinumbra, ou sem sombra, por não produzir sombra alguma. Esta lâm- pada fabricada pelos Srs. Ecltel & Glinicke, de Berlim, foi a única lâmpada premiada na ultima Exposição. O que prova ainda a sua superioridade sobro as de outros systemas e é a melhor recommendação e garantia da sua boa qualidade, é o facto de que foi ella introduzida em todas as repartições das estradas de ferro do reino da Prússia. A Simimbra 6 de uma força illurainativa de 75 velas e de m.i,is do que 100 veias esphericas ; resiste á tempestade ou trovoada ou a qualquer influencia externa, seja sol ou chuva. A luz a álcool deve ser para nós a mais digna do apreço, porque a matéria prima é tirada do nosso solo, produzida por nosso lavrador, o qual contribue primeii'o com o seu imposto para seu municipio por sor possuidor de um engenho de canna, embora bastante primitivo e depois contribuirá ainda com o seu contingente para a illuminação projectadii, indifferente (jue seja o petróleo ou o álcool. Incontestavelmente a luz a álcool 6 a mais aceiada e hygienica. Tenho cen- tenas de provas. Quem a usou não ciuer mais dispensal-a ; porém, o que mais A LAVOURA 585 interessa é ser a luz a álcool a mais barata. A lâmpada de luz invertida sinumbra gasta apenas um litro de álcool em 12 horas. O preço do litro da álcool desna- turado é de 360 réis, e assim temos por 30 réis uma liora de luz de 75 velas ou por 0,4 réis, uma vela. Nunca a Municipalidade de Itajahy terá a vela do gaz acetylene por 0,4 réis á hora, accrescendo ainda a despeza com o encanamento, gazometro, installação, etc, o quo entretanto tudo se evitará com a installação a álcool ! Como propagandista da illuminayão a álcool e como contribuinte do município de Itajahy, entendo ser meu dever protestar contra o projecto da installação da luz a acetylene nesta cidade, coutando com o apoio dos dignos membros do Conselho Municipal, para que não modro esta idi^a tio antipatriótica e antieco- uomica. Brusque, 19 de novembro de 1907.» A propósito da intelligente iniciativa do Sr. Edgar v. Buettner, adianta-nos o P// aroí, outro noticioso órgão da imprensa itajahyense, que a Municipalidade de Brusque. por seu digno superintendente, coronel G. Krieger, apoiado por seus collegas, pretende promover a illummação publica a álcool daquella villa, dando assim avanço pratico á idéa, que oxalá adquira as adhesõos dos dirigentes de Itajaliy. Secção Technica Iiiroi-iiií^ções — 29 de julho da 10u7. Em carta dirigida a esta Sociedade, pelo Sr. J. Gomes, pergunta o mesmo senhor o seguinte: 1 .0 Onde se pôde com segurança mandar analysar terras ; 2." Quem vendo as melhores machinas para agricultura e qual o mais perfeito descascador de arroz ; 3." Os automóveis tractores funccionam eom toda a regularidade; 4." Qual o melhor livro sobre cultura tropical de cereaes ; 5.° Quaes os endereços de alguns labricantes de automóveis tractores. Responde-se: l." No paiz, quG eu saiba, só existe o Instituto Agronómico de Campinas que cstil perfeitamente preparado para fazer analysos de terras ; 2.° Os dois negociantes que possuem o maior stock de machinas agrícolas são: Nathan & Comp., rua de S. Bento, S. Paulo ; Upton &Comp., rua do Commercio, S. Paulo ; Os Srs. Arens Irmãos, Avenida Central, Rio de Janeiro ; Rogers Sons & Comp., rua General Gamara, n. 76, Rio de Janeiro : tem também grando depósitos de machinas agrícolas. 3." Os automóveis tractores da companhia Ivel Motor são instrumentos perfei- tamente conhecidos e offerecem inteira garantia, podendo ser vistos em S. José dos Campos, Estado de S. Paulo, em casa do Sr. Dr. Alberto Lõfgren e perto de Sete Lagoas — Minas na fazenda do Dr. Tlieophilo A. Ribeiro. S7U) 6 r.86 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA 4.° Os melhores escriptos sobre a cultura tropical dos cereaes encontram-se nos Estados- Unidos e são editados pelo Departamento da Agricultura do Wasbington sob o titulo da Farmer's Bulletin . São pequenos folhetos, cada um sobre ura assumpto especial . 5." O único endereço de fabricanta de automóvel tractor que conheço é o da Companhia Ivel Motor Bigles Wade (Bradford) Inglaterra, de que tratei na — A Lavoura, de novembro ultimo. Em 20 de agosto de 1907. O Sr. Lindolpho Xavier, encarregado polo governo de Minas para estuda;- o problema do commercio de madeiras, pede a esta Sociedade para lhe remetter as publicações que esta possuo a tal respeito. A Sociedade não possue obras que pos^a enviar ao Sr. Liadolpho Xavier. Indico, todavia, as obras de André Jlebouças e um opúsculo do engenheiro civil' Sr. Dr. Oscar Pereira, empregado na Secretaria da Agricultura do Estado de S. Paulo. Ha para aecrescentar que a Sociodado está publicando o trabalho que mandou fazer pelo Sr. M. Pio Corrêa e que está sondo publicado em A Lavoura sob o titulo de « Algumas madeiras e vegotaes úteis do Brazil», que em pnrte pudera at tender ao assumpto indagado. A LAVOURA Secção ds plantas e sementes Distribuição de plantas e sementes feita na Sociedade Nacional de Agricultura, durante o mez de novembro de 1907 ESPECIFICAÇÃO c..,n..s Kilogramnias VuLUMES Sementes : Alfafa z 2.400 94 3.880 1.057 3>Sá 209 8 200 IT 70 2 9 27 118 1.310 2.150 5:.5 2.noo 550 37 57 20 N50 18 10 Alo-odão hei-bac.o IJl Cajii (castanha de) . 1 Cânhamo . . ri 140 Cebolla 47 Cevada 15 Cl Couve rutaban-a. 80 Fumos Uui-labras 1,! ■.íi'i 1 'i nii. 70 4 I, ,, 11 , , r.iN;- 5 l 4 Tomate . . . Tri^o Plantas : \o Total 7.i3t 1.481.36^ 96» VTO DA SECÇÃO Foram recebidos 207 pedido? de plantas e sementes. » satis"eitos 140 pedidos, sando 100 de sementes e 40 de plantas. » cxpeili^los 9 mrrnofaiidii e3 cartas. ^**:^^í:€Í€- SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA NOTICIÁRIO Gri*a,vuras da cttpa deste numero d.'«A. Lavovn-a,» — A gravura que illustra a capa de frente do presente numero desta revista representa uma cegadeira mecânica dos conhecidos fabricantes Mac Cormicli & C. O instrumento alli flgui-ado corta e ata o arroz em pequenos feixes. E' um bello implemento agrícola que econoraisa muito tempo e dinheiro. Além da ceifadora — atadora de arroz e trigo, ha também outra dos mesmos fabricantes para a colheita do milho. Recommondamos aquella machina, como sendo digna de figurar em todas as explorações agrícolas era que se cultivara coroas. A gravura da capa do fundo mostra um appareUio de fazer diques em acção, sob a directa direcção do Dr. E. Castello, que alli se vê junto a um instrumento nivelador. Fazemos sinceros votos para o mais favorável resultado do eraprehendimento do Dr. E. Castello, esperando que colha fructos abundantes. A.ppai-ellios para o falbrico de inaiiteig-a — No nosso numero passado, referente ao mez de outubro, publicámos um interessante e útil relatório, devido á hábil e experimentada penna do Sr. John Finlay, represen- tante da importante flrraa dos Srs. Hopkins, Causer and Hopkins, com deposito á ruaTheophilo Ottoni n. 77. Só por descuido deixámos de fazer referencia ao artigo do Sr. John Finlay, que merece ser lido e estudado pelas pessoas que se interessam pela industria dos lacticínios. A batedeira a que o Sr. Finlay alludo no seu artigo é a que vae figurada no annuncio da casa Hopkins, Causer and Hopkins, que sempre nos distingue, con- flando-nus a propaganda dos seus productos . Estação Zooteclxiiiea — Foi inaugurada no Jardim Zoológico desta Capital, com a presença do Exm. Sr. General Prefeito do Districto Federal, a Estação Zootechnica dos Srs. Herra Stoltz & C. no dia 12 do novembro. Coincidiu com a reabertura daquelle aprasivel logradouro, o Jardim Zoológico, graças aos auxílios do Sr. Prefeito e renovado de bellos typos de animaes de exposição por intermédio da cooperação dos mesmos Srs. Herm Stoltz & C. que assim também animaram a direcção do Jardim. Estão installados bonitos ursos brancos, leões, hyenas, macacos, aves, cobras ete., quasi completando a lotação das muitas jaulas alli espalhadas. Não podia ser melhor o local escolhido para a iustallação da Estaçcão Zoote- chnica e nem podia ser mais propicia a idéa da creação de uma pequena estação, de muito valor por ter partido de particulares. Já se fazia sentir a falta de tal instituição, de sorte a ser bem recebida por todos e a ser merecedora de encómios por parte dos interessados, aos quaes juntamos os nosss ã vista da realidade deste primeiro tentamen na nossa Capital. A LAVOURA 589 Esta Sociedade foi distinguida com um convite para a inauguração e foz-se representar pelo seu director, engenheiro Heitor de S;l, que voltou muito bem impressionado com o que já figurava naquelle dia o que consta da relação qut! em seguida indicamos. A installação é simples, mas apropriada, para cada uma espeoio de animal, sendo fácil o exame ou nas cocheiras ou nos cercados. Listas dos animaes existentes no dia da inauguração: Raça suina — Essex — Berkshii-e — Holstein — Chineza. Raça caprina — Guaribas — Toggenburg — Saauen. Raça bovina — Holstein — Shorthorn — Nelloro — Zebii anão — Suissa. Raça cavallar — Holstein — Poneys. Raça ovina — Kirgisos — Somali. Raça gallinacea — Cochinchina amarella— Rammelsloher — "Wyandottes pra- teados, dourados e brancos — Banhams pretos — Orpington amarellos e pretos — Brahmas claras — Plymouth Rocks. Raça Canina— Cães de policia, Airedale e Dobermann. Cães de vigia, Ulmer — Pogg. Palmipedes — Gansos de raças, Emden — Toulouse ; Patos de raças, Chan- darim, Carolina o da índia. Além destes animaes destinados á reproducção viam-se uma bella parelha de zebras para tiro e um camello para carga. Cultura de ai-roz; em S. Paulo — Por Decreto n. 1412 de 17 de outubro do anno íindo, foi providenciado sobre o estabelecimento de campos de demonstração de cultura de arroz por irrigação. O primeiro desses campos, acha-se funccionando já no município de Pindamo- nhamgaba, na estação «Moreira Cezar», ondo tem sido visitado com grande pro- veito por muitos lavradores. A exposição do motivos, justificando essa medida, vem em seguida transcripta, bem como o decreto citado. « Secretaria da Agricultura, Commercio e Obras Publicas do Estado de S.Paulo, 17 de outubro de 1006. Sr. Dr. Presidente do Estado. A cultura do arroz 6, como sabeis, uma daquellas que, depois da do café, mais promissoras se mostram para a lavoura do Estado de S. Paulo. A importância daquella cultura, que sempre foi relevante entre nós, por se tratar de um producto de largo e sempre crescente consumo local, tenda a tor- nar-se ainda maior á vista da protecção concedida nas tarifas do importação contra a concurrencia do producto similar estrangeiro ; protecção que, assegurando-nos o mercado interno, poderá, quiçá, dar a essa lavoura capacidade ainda maior do que a necessária para o abastecimento desse mercado. E' de esperar, portanto, que muitos interessados iniciem esta cultura, e que outros desenvolvam a quo já tem feito, cumprindo ao Governo oriental-os, de modo a não serem mais adoptados processos que expõem os lavradores a prejuízos certos, quando, por falta de chuvas, deixam os arrozaes de produzir. E' sabido o quanto a falta de chuvas, em certas occasiões da vegetação dos arrozaes, anniquila as plantações, devido aos processos da cultura geralmente até aqui seguidos entre nós. 590 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Xo3 paizes em que a cultura do arroz tem feito os maiores progressos, os lavradores também soffreram ca mesmos prejuízos, emquanto não abandonaram o processo rotineiro, que descança nas chuvas tão somente. A irrigarão das plantas por meio da agua derivada dos córregos, dispousando o concurso das chuvas, tem sido praticada cora o melhor êxito, sob o ponto de vista da garantia dos resultados das colheitas. Haja vista o incremento que a cultura de arroz tomou, por esse processo, na Luiziania, onde, antes da sua adopção, o flagello da falta da chuvas lançava, como aqui, o lavrador no maior desanimo, anniquilando-llie as plantações. Nestas condições, para assegurar á nossa agricultura mais uma fonte do riqueza, valorizando muitas terras de que dispõe o Estado de S. Paulo, bastante aptas para a cultura do ari'oz, e que, entretanto, actualmente jazem desaprovei- tadas, parece ser medida acertada orientar a lavoura no sentido da pratica acima indicada, para o que tenho a honra de subraetter-vos o decreto junto, que provi- dencia sobre o estabelecimento de campos de demonstração da cultura do arroz por irrigação, e cria uma commissão especial incumbida de promover a installação dos ditos campos e de dirigir os trabalhos de irrigação o cultura. A commissão deverá iniciar os seus trabalhos no valle do rio l'arahyba, região que oflerece condições bastantes favoráveis, devendo depois outras zonas do Estado também ser objecto da attenção do Governo para o mesmo flm.— Saúde e fraternidade— Dr. Carlos J. Botelho.» DECRETO N. 1412— i.e 17 de octubro de 1906 'c o estaljrlcciíiiciílo lio campus ilc dcaionstfação J" cidlura de arroz pur 0 Dr. Presidente do Estado do S. Paulo : Do accôrdo com o que lhe representou o Dr, Secretario dos Negócios da Agri- cultura, Commercio e Obras Publicas ; Em execução da lei n. 678, do 13 de setembro de 1899 ; Decreta: Art. I.» Afim do desenvolver a cultura do arroz, serão estabelecidos, nas zonas que o Governo julgar convenientes, campos de demonstração nos quaes serão patentes aos lavradores os processos e trabalhos para aquella cultura por meio de irrigação . Art. 2.» Para promover o estabelecimento dos campos de demonstração refe- ridos e dirigir os respectivos trabalhos, flca creada uma commissão, a qual se denominará: : « Commissão da demonstração da cultura de arroz por irrigação», o terá o seguinte pessoal : 1 chefe de commissão, contractado ; 1 ajudante ; E tantos auxiliares praticantes quantos sejam necessários. Art. 3." S() poderão ser nomeados, para os cargos de ajudante ou auxiliares praticantes da Commissão, engenheiros agrónomos formados por escolas nacionaos ou estrangeiras reconhecidas. A LAVOURA Art. 4." Os vencimentos do pessoal da comraiscão sorão os seguintes: a) O chefe da Commissão perceberá os vencimentos estipuladas uo respectivo contracto ; b) O ajudante porcubará 100$000 monsaes ; c) os auxiliares praticantes perceberão 9001000 cada um. Paragraplio único. Ao ajudante e aos auxiliares praticantes será abonada mais a quantia de 2O0$0U0 mensaesa cada um, para todas as suas despezas pessoaes, correndo por conta do Estado tão somente os transportes om estiadas de lerro. Art. 5.» Revogíira-so as disposições em contrario. Palácio do Governo do Estado de S. Paulo, aos 17 de outubro de 1'.»0j. Jorge Tibirii.à. Dr. Carlos J. Botelho. A. luz e o coi-to da.8 niacleií-aisi — Convirá cortar ns arvores durante o crescimento da lua ou no seu declínio ? Tal é a questão muitas vezes formulada e que comporta duas partes : 1.» A idade da lua exerce alguma inlluencia sobre as arvores? 2.'' E 80 esta inlluencia existe, qual O ella? Até agora, nenhuma solução foi dada a essas questões e todos os argumentos apresentados b;iseam-se nas opiniões populares, mais ou menos justificadas, monos sobretudo, visto como são contradictorias ora regiões diflforentos. Eis, ao menos para uma das escolas, argumentos que vêm de longe : Um correspondente da Xalm-c, de Londres, escreveu-llie, que no México o era diversas outras regiões da America acre iita-se que o bambii e as outras madeiras, para serem conservadas, devem ser cortadas no decliuio da lua. Um cultivador americano dã a seguinte explicação do interesse que ha em assim proceder-se : por occasião da lua cheia, diz elle, os bambus estão cheios de seiva e esta sobe e desce com as phases da lua. O Sr. St.eebing encontrou a mesma crença na índia, mas as experiências alli feitas não fo/ara concludentes. Uma opinião, tão geralmente espalhada, p,lo menos nos paizes quentes, não pude sur ro^-eitada a priori. Entretanto, seria para desejar que experiências sys- thcniaticas e feitus com cuidado viessem corroboral-as. Oi-ia,çã,o i-lo g^i-antlenso — Segundo as informações colhidas em 15 municípios do Estado do Rio Grande do Sul, a existência de gado bovino no anno do 1905, attingia ao total do 1.657.107 cabeças e a producção olevava-se a 359. .34^, que corresponde á percentagem de 21.58. Si calcular-se a média do IIO.OOO por município, para os 52 municípios restantes, oht-íra-se para a existência do 5.720.000 cabeças ou um total para o Est ido, de cerca do 7. 100.000, cuja producção, avaliada pela relação de 21,68 %, deveria attingir naqucllo anno a 1.6U4.;!20 cabeças. .V gencalogiít tle um touro — Entre o gado ultimamente adquirido na Europa e na índia, por intermédio do Dr. Leite de Castro, para o Estada do Minas, ha um reproiuctor da raça schwite que tera despertado a attenção geral nãu só dos criadores como também de outras SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Sobre esse animal do extraordinária belleza, publica o Minas Geraes as seguintes notas : Nasceu no dia 9 de março de 1904, ora Ebnat, cantão deS. Gall, na Suissa, sendo registrado no mesmo dia no livro de criação de Ebnat, com o nome de Lord. Era 1906, Lord conseguiu um premio de 121 francos, tendo obtido 75 votos dos cem membros do jury de julgamento. A ascendência de Lord, quer pelo lado paterno, quer pelo lado materno, é a melhor que se pôde desejar. Franz. pai do animal em questão, obteve três vezes o 1° premio, conseguindo para esses prémios as seguintes votações : 76, 77 e 78 votos. Fritz, avô paterno, obteve um 1° premio, tendo a votação de 75 votos. Dogg, avô paterno, obteve um premio com a votação de 70 votos. Blanka, mãi de Lord, foi premiada seis vezes, conseguindo as seguintes votações para esses prémios : 77, 80, 80, 80, SO e 80 votos. Bar, avô de Lord, foi três vezes premiado em 1-^ classe, conseguindo as seguintes votações : 91, 90 o 92. Favorita, avó materna, foi dez vezes premiada, obtendo as seguintes votações: 80, 83, 93, 83, 83, 83, 83, 77, 83 e 83. Esse reproductor está hospedado no matadouro publico de Bello Horizonte. A. ^g-riciiltura e Industrias no Tiio Gi-ancle tio Sul — Acabamos de ler a importante mensagem com que o honrado Dr. Borges Me- deiros fecha a sua rutila administração ap<)S nove annos de exercido do delicado cargo de governador do Estado. O progresso do Rio Grande vem alli evidenciado em algarismos eloquentes, que mostram quanto tem crescido neste ultimo decennio a agricultura, a industria pastoril, a industria fabril, o commercio, a par da mais rápida e segura politica-social. Doiumentos públicos como o que vimos de ler constituem prova irrefutável de que nem tudo está perdido, pois, si ha Estados em qne o oligarchismo domina, pondo tropeço ao progresso, outros ha como o Rio Grande, S. Paulo, Minas, Pará e alguns mais em que o bom governo, honesto e previdente é de regra. Seja-nos permittido transcrever nestas columnas aliíuns trechos da mensagem que se relacionam com a vida económica do prospero Estado do Sul. Sobre o commercio do exportação diz a mensagem ; «O exame retrospectivo do commercio de exportação com os Estados do norte do Brasil e vários paizes estrangeiros mostrará, com a irrofragavol verdade dos algarismos, o desdobramento da actividade pi-oluctora. Durante o decennio transcorrido de 1897 a 1006 a exportação attingiu em cada exercício os valores seguintes : 18Ô7 52.936:225,S05I 1898 62.583: 129.S712 1899 58.096:800$553 1900 , . • 50.034: 171$r>S7 1901 44.128:912^754 1902 51.492:487$718 1903 51,981 :165$430 A LAVOURA b<^^ 1904 57.183:713,5712 1905 56.665:4 18$270 1906 GG.233:09;1$17õ Referencias ao trigo — « A prodigiosa uberdado do solo lio-grandense devia necessariamente attrahir a attenção dos primeiros povoadores oriundos, era sua maioria, das ilhas dos Açores. Era então o trigo a principal cultura e tão opu- lenta a sua pruducção, na razão do 80 poralqueiro, que excedia as necessidades do consumo no lirasil, alimentando ainda o commercio com Portugal e outros paizes. Era 1815 a producção attingiu ao máximo de "288.447 alqueires de trigo em grão e 14.849 arrobas de farinha. Dahi om diante, porém, sobreveio o declioio da cultura, perseguidas as cearas pela devastadora peste da « ferrugem ». E assim definhava, até que om 1835, foi de todo aliandonada, quando irrompeu a gloriosa revolução quo instituiu a mallograda Republica de Piratiny. » Industria p.-vstoríl— « Restabelecida, porém, a ordem em fins do 1895, co- meçou o iogente trabalho de repovoamento das « estancias », que hoje apresentam talvez 8 milhões de cabeças. Substitue-se a pouco e pouco o proiesso primi- tivo da creação ;i lei da natureza o em commum por outros mais racionaes e conformes aos modernos progressos. O cruzamento do gado nativo com rcpro- ductorcsde raças puras obedece a nova orientação . Comprehcndeu-so também a necessidade de cuidar melhor dos campos o dividil-os convenientemente para a de- sejada selecção dos animaos. Segundo calculo recente, são abatidas 8';(i mil rezes, approximadamontc, para o consumo dos habitantes do Estado, cmquanto que subia em 1006, a 530.175 rezes, a matança para xarque. extracto do carne o conservas. A primeira xirqueada foi fundada no anuo de 1794 á margem do rio Jacuhy. Mais tarde organisaram-se outras, que aiuda hoje funecionam, às margens de S. Gonçalo, em Pelotas, de onde irradiou-se essa industria pára vários pontas, existindo Iioje, alam das mencionadas, as de Santa Victoria, .laguarão, Bagé, S. Gabriel, Santa Maria, Cachoeira, Uruguayana, Quarahy e Livramento. Todos esses estabelecimentos exportaram cm 1906 as seguintes quantidades e valores : Xarque . . . Couros salgados Couros limpos . Sebo .... Conservas . Línguas . . . Graxa. . . . Extracto (lo carne Ha ainda resíduos de menos valo: 44.519.612 14.741.483 5.245.220 6.920.510 797.386 568.195 1.157.718 28.728 19.310:695$130 8.219:840$8õ0 4.469:463§528 2.805:545.^775 .5S6:922$445 ÕG4:()92$800 422:207$800 114:912S000 •, mas também de exploi-ação industrial. Afora esses productos, outros também derivados de animaes ollerecem van- tajosa cotação e tiveram no mesmo anno a seguinte exportação : Banha do porco G.4i)6.717 G.817:107§0õ0 Lã 2.020.455 l.()47:904$577 Couros (íurtidos 257.032 709:205$000 Cabello 538.180 533:G5af350 íl7i'J SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Carne de porco. . Caronas . , . . Couros de bezerro. Couros envernizados . .039.705 43.231 131.977 19.349 :625$500 :747$õ00 Tratando da vinha e seu precioso producto, o Sr. Borges Medeiros apresenta os interessantes quadros que passamos a transcrever : 1880-81 1881—82 1882—83 1883—84 1884-85 1885-86 1886-87 1887—88 EXP0RTAt;A0 DE VINHOS RIO-GRANDBNSES Quantidade . . . 73. lôO litros . . . 23.848 » . . . 41.626 » . . . 42.104 » . . . 71.084 » . . . 160.806 » . . . 80,061 » . . . 101.886 J. Valor 10:708$000 594.575 8:478S000 13:412$560 30:821$000 15:050$000 15:617$000 106:371$107 Somma A média annual não alcança a 75.000 litros. Si compararmos o primeiro com o ultimo anno, verifica-se o excesso de 28.726 litros que correspondem apenas a 39 »/o em oitu ânuos. A exportação dos últimos annos, em egual numero para facilidade de con- fronto, tem os seguintes valores : Annos Quantidades 1898 195.645 litr( 19U0 1901 185.988 187.096 200.926 1902 288.265 1903 464.295 1904 875.383 1905 2,092.417 Valor 97:722$000 47:410$000 92:351$000 110:674$000 85:791$000 149:9825i000 266:465$00U 482:068.j000 1.332: 47 1$000 Somma 4.520.265 A média annual elevou-se a 565.033 litros. Comparada com a anterior, a proporção do augmento fez-se na razão de 66 "lo .' Entre o primeiro e o ultimo anno deste período, a exportação progrediu na extraordinária porcentagem de 968 "/o contra a da 39 "/o que offerece o per iodo anterior. » E', pois, com muita razão que o honrado governador afflrma que : «Ao influxo dessa exemplar convergência de vontades e de esforços, na promoção do bem publico, opulentou-se mais e mais o glorioso património de nossas conquistas nos domiaios da intelligencia e da actividade. Sem perturbações nem retrocessos desdobra-se a evolução social sobas inspi- rações de fecunda continuidade politica e administrativa. No seio da ordem iadestructivel fructiíica a liberdade sem desregramento, governa a autoridade sem arbítrio prepotente. » 1 1 S> ã S m ^ f t. O .s o S < is S o .s s s s s s i ^ S s i i s s s s s s I P. i i I i f S 5 S ú ú ú i ^ a i 2 i ^ si s si c? t? s s 2 lli 1 g S 1 Is i 1 s III è i .£ f i III 1 1 1 1 i III i i .-: o c- r: c Ç S. i i . 1 ' 3 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA ? ? ~. « S 8 R i s S B 5 'à % i i 1 I S i i s I S Si = o. _ o ^ o " B 1 i 1 1 ? S 1 ^1 1 i. ^5 1 s., ã s 2 III g « 1 1 III a fi 'à i n 5 è i i i 3 2 s f i = 1 A LAVOURA s •1 s ^ í 2 ? Z ^ z t 5- i , 3 a ~ ? s i i s a ^ g 1 1 § s "" S 5 "- 1 i S 1 i S s 5 S i 1 i 1 1 1 1 1 m § 1 ^. i g S S " S i - 1 1 %. ! 1 S 1 1 S ^ i " i = s i g S 5 s ^ s s ■3 1 5 % \ S g g ^ « s Ú '^. s s" e{ s 'ir "r ^- ^r ^' "' l 1 i S - B ^ 5 1 1 1 a g i 2 S g 5 3 1 i S § £ !? i 'i ' 3 i i 1 S i i 3 lllllS £ g S S S s i H a g f ■■°~ Ú 3 2 o a § K s i i '4 ã í t i 1 H 1 S S 2 :! § S 1 1 3 3 5 .3 1 s i ç 1 t s 1 \ ^ 1 i i 1 S i JJ « » c c c 1 • -1 a 1 1 ' í i ^ 1 598 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Progresso agronómico do Paraná — «O methodico e moderno ensino agrícola, já tem no Paraná um centro irradiador de seguras formulas, onde se habilitem os nossus lavradores, nesse almejo de que já, somos exemplo, para a facilitação dos processos de industrialização rural e para a obtenção de rápido incremento dado á generalização das culturas. Idéa victoriosa do claro espirito de modernização que oi-a culmina o poder publico de sua terra, os campos de experiências agrícolas de Ponta-Grossa e Bacachery, realizarão dentro em breve uma nova concepção das industrias ruraes, difTundindo-lhes a luz dos raoderuos processos agro-zootechnicos. Confiados ã provecta direcção do distincto agrónomo Sr. Oscar von Mein, o posto de Ponta-Grossa já está produzindo magníficos eíTeítos com o fornecimento de plantas para o campo experimental de Bacacíiery ; o este já surge da vasta área, perfeitamente cercada, de cincoenta alqueires, dos quaes cinco perfeitamente lavrados, por modernos apparelhos. A' frente do vasto estabelecimento rural fica a casa do director, toda de madeira, circumdada de varandas que serão apropriadas a estufas. Já se notam os alinhamentos das avenidas que irradiam de um jardim circular. Essas avenidas são ladeadas de renques de eucalyptus e pinus japonico. A" esquerda da casa de moradia, ficam as granjas da mo.chinaria agrícola e os estábulos. Do campo, após a colheita do milho, foram retiradas mais de 80 arrobas de capim, da espécie indigena conhecida por pé de gallinha, magnifica forragem conservada em duas grandes medas, arranjo tão característico dos nossos estabele- cimentos ruraes, introduzido pelos primeiros colonos allomães. Do portão de entrada alonga-se a avenida central com justiça denominada Avenida João Cândido, em honra ao eminente patriota a quem se deve a benemérita iniciativa do novo estabelecimento. Ao lado direito dessa extensa avenida fica o vasto pomar, onde já se notam as aléas de plantas frutíferas européas, mudadas do posto de Ponta Grossa. Na casa das machinas vimos : 1 machina de bater centeio sem quebrar a palha ; 1 machina para cortar capim ; 4 arados, systema allemão ; I capineira americana, Planet Jr ; I capineira allamã, Bermnnn ; 1 semeadora, P4anet ; 2 rollos para quebrartorrues ; 3 tírades aperfeiçoadas ; 1 machina para picar palha : 1 machina para pi-ar tubérculos forrageiros ; 1 moinho para moer milho com sabugo e palha, aproveitando assim todas as suas propriedades alimentícias ; Carros diversos. Estão já em viagem outras macliinas, adquiridas na America do Norte, e que serão recebidas por estes dias. Quando lá cliegamos, trabalhava um arado Planet, virando o campo ; um i-ollo quebra-torrões e uma grade, todos por tracção do bois e eavallos. A LAVOURA 509 Foi-nos mostrada uma sementeira de herva-matte, obtida por eselariflcação o lavagem da somento numa temperatura d'agua elevada a 80». Está, pois, ali con- seguida a germinação da semente da herva-matte, por processos práticos, onde não se perde uma só. E' a primeira, conquista do estabelecimento, e, certamente, da mais elevada importância. 0 pessoal administrativo é limitado, mas competente e operoso : 1 director, o Sr. Oscar von Mein ; v! auxiliares, os Srs. Antenor Ferreira e Jayme Muricy ; 1 escripturario, o Sr. Artliur Faria. Dispensável é encarecer o valor do estabelecimento, intelligentemente diri- gido, ;o(i>?i)/s- inovcnsdQ uma nova era, donde certamente provirão energias outras para a vida industrial paranaense. Honra, pois, ao denodado patrono dessa empreitada patriótica, o illustre Sr. Dr. João Cândido Ferrn.ira, a quem o Paraná deverá a obra da sua rehabilitação oconoraioa, motivada e assente em claras e francas intuições de trabalho rural.» D'A Republica de Curytiba. ^^H«í PARTE COMMERCIAL Importação de gensros no mez de novembro de 1907 Proiluclos Quantidades Preços Agua-raz 1.057 caixas 1$200 o kilo Alfafa 1.5i)9 fardos $145 a $150 o kilo Alcatrão 45 barris 52.>5;0iJ0 o barril Arroz 2.800 saccos 23$000 o nacional Azeite 2.958 caixas (Kí litros) 2S.$000 a 30.$000 Bacalhau » 6.086 (tina) 48.$000 > 50$000 Banha americana . . . 8.100 barris (libra) .$750 » $760 Breu 5.350 barricas 25$000 » 3n.$00o Batatas :i:;.431 caixas $120 » $200 I, 13.838 fardos Rio da Prata ,s680 » $800 i — — Rio Grande (systema antigo) ) — — Dito systema (platino) $660 a $740 I — — Dito manta (só) $840 » $940 Carvão do pedra 60.566 toneladas Cebolas 24.205 caixas Cerveja 6 > Cimento 75.586 barricas 600 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA AUemã — 1S$000 Boulogne Louquety — — Dita Pá . , . ". - — Joseph Lumay — — Leão S — llii;500 Águia Preta — 15$000 Cruz Vermelha — ISiSOOO Excelsior .* . . . — — Cathedral — 12$();J0 Pyramide — Não ha Leão Azul — 11$500 Outras marcas 11$500 12$0::i0 Chá da índia 414 caixas 5$800 a Q^íjOO o verde » > » » » — » 9$000 » preto Ervilhas IHO sacco-! $580 » $600 Feijão 3.009 » !9$0:jO » 23$ (62 kilog.). Farinha de trigo . , . 32.030 » — — Americana (barrica) 2(J$500 Por Rio da Prata : 1* qualidade . 2» dita. . . 3» dita. . . Moinho inglez : Nacional . . Brazileira. . Buda-Nacional Moinho Fluminense S. Leopoldo . O. O . . . Genebra Gordura Kerozene Ladrilhos .... 26$500 2õ$500 24$000 26$000 25$250 27.$500 2.700 caixas 849 pipas 63.000 caixas 100.000 . . .... 2e$500 .... 25$500 . 31 $500 a 32$000 a onixa Norainaes . 7$S00 a 8$000 a caixa 130$000 o milheiro IMaiiteijsra, 2.538 caixas: Demagny, Isi.sny (latas sortidas) 2|5S0 a 2$Gno BrcHel Frères (latas sortidas) 2.S250 » ã$280 Lepelletier 2$500 » 2$520 Modesto Gallone (sortidas) 1$900 » 1$950 Esbousen 2$550 » 2$560 I,. Brum 2$5õO » 2$600 Outras raarc IS Is850 » a$ú00 A nacional vendeu-se: a de Minxs <\o 3-; a 3*5400 o a do Sul de 2$200 a 2$r)00. A LAVOURA Massas 5 Milho 15.44 O nacional vendeu-s6« o da terra de mase o do Norte não lia. Óleo do linhaça, . . . 1.095 Presuntos. 5S9 caixas Pimenta da índia . a 10$000 por sacco de 62 kilogram- $940 o de lata $880 o de barril 2$000 a ã$ICO o superior, kilo 1$SOO » 1$900 o inferior » 12$Ono » 16$000 a arrolia iSilOOO » 15$000 a arroba $300 » .«20 o pé 744 caix.is 100 saccos 307.725 pás . 117 volumes ida Minas, superior, 1.$I00 e 1$2G0 e o inferior de $960 Toucinho O nacional cotou-si a Is por kilogramma. Velas; 85 caixas. Negociaram-se as cumrauns, grandes, a ll.$S00 e 12.$, as pequenas a 7.$200 e 7$5'i0 ea marca Brazileira a 26.S500, a Brilhante de 18$700 a 21$500e a Primor a 24$500 por caixa de 25 pacotes. CoUares tinto superior Dito inferior. , Virgem do Porto, Verde, portuguez Dito, idem, novo. Lisboa, tinto. . Dito branco, 14 grãos Dito idem, mais de 14 Figueira tinto. . . Dito branco, mais de 1 Dito maduro tinto . Hespanhol tinto . . Dito branco . . . Dito verde. . . . O nacional do Rio Grande cotou grãos grão; 36')$000 320$000 330$000 310$000 330$030 300$000 SOOsOOO 42 barris 210 quartolas 4.259 pipas 17.273 caixas a 3S5$000 » 340,f000 » 340$000 » 320$000 » 335$000 » 320$000 » 33a$000 Nominal 330SOOO a 340S000 Nominal 300.^000 a 310$000 32O.$000 » 330$000 Não ha de llOsJOOO a 130$0U0 por pipa. )2 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Géneros nacionaes Oafé (Movimento do mercado) Rio de Janeiro : Entradas : SACCAS Estrada de Ferro Central do Brazil 124.502 Cabotagem 33.792 Barra dentro 280.270 Total 438.564 Eraharques no mez : Estados Unidos 61.919 Nova Orleans 18.756 Total 79.675 Europa 147.154 Diversos portos , 10.111 Cabotagem 37.932 Total 268.872 Entraram nos dous mercados do Rio e de Santos. . 943.167 contra 1.199.214 no mez anterior. Existência no dia 15 025.730 contra 617.238 na quinzena anterior. Existência no dia 30 617.238 contra ..... 654.639 na quinzena anterior. Os extremos das cotações foram : PRIMEIRA QUINZENA Por arroba Por 10 kilos Typo n. C, 5$000 a 5$40') 3$404 a 3$676 » » 7 4:^700 » 5A100 3$200 » 3$472 » » 8 4$500 » 4$800 3$064 » 3â268 » >■> 9 4$300 » 4$600 2s;928 » 3$132 SEGUNDA QUINZENA Por arroba Por 10 kilos Typo n. 6 5$100 a 5$õ00 3$472 a 3$744 » » 7 4.'^800 » r,$2(i0 3-268 » 3$540 » » 8 4$600 » 4S900 3$132 » 3^336 » 7> 9 4$4nO » 4$700 21996 » 3$200 A LAVOURA 60? PRIMEIRA. QUINZENA Em Nova York o n. 7. disponível, foi cotado a 6 c. por libra até o dia 23 o a 5 7/8 c. de 25 em diante. Na Bolsa houve quatro preçus : 5.50 c. era 18, 19, 20, 22. 23 e 25 ; 5.55 c, om 21, 26, 27 e29; 5.60 c. em 16 e5.65 c. em 30. Venderam-so 434.000 saccas, contra 458.000 na quinzena anterior, ou seja 892.000 em novembro, contra 573.000 em outubro. Os preços extremos da Bolsa do I lavro foram 41.25 francos por 50 kilos em U; e 39.50 francos em 25 e 29 ; nos outros dias vigoraram os seguintes : 40.75 em 18 ; 40.50 em 19, 20 e 81 ; 40.25 em 22 ; 40 em 23, 27, 29 e 30 ; 39.75 em 26. Vendas 236.000 saccas, contra 205.000 na quinzena precedente, e em no- vembro 441.000, contra 595.000 em outubro, O preço mais alto registrado na Bolsa de Hamburgo foi 31,75 pfennigs por meio kilo era 16 e o mais bai.Ko 30.50 pfennigs era 25, 2í;, 27 e 29 ; nos deraais dias vigoraram os que seguem : 31 .25 em 18 o 30 ; 31 em 19, 21, 22, 30 ; 75 era 23 e 27. Foram vendidas 379.000 saccas, contra 222.000 na quinzena anterior, prefa- zendo 001 .000 saccas era novembro, contra 504.000 era outubro. Na Bolsa de Londres o extremo mais alto foi 29 s. 3 d. por 112 libras em 16 e 18 e o mais baixo 27 s. 9 d. om 29, tendo vigorado nos outros dias os seguintes preços : ^^ s. em 19 o 21 ; 28 s. 9 d. em 20 ; 28 s. 6 d. om 22 e 30 ; 28 s. 3 d. cm 23, 26, V7 e 28 ; 28 s. em 25. SEGUNDA QUINZENA Em Nova York o n. 7, disponível, foi cotado a 5 7/8 c. por libra no dia 8 e a 6 c. durante todo o resto da quinzena. Na Bolsa houve quatro preços : 5.70 c. em 2 ; 5.75 c. em 3, 4, 5, 6, 7 e 10 ; 5.80 c. em S, 11, 13 e 14 ; 5.85 c. em 12. Venderam-se 324.000 saccas, contra 434.000 na segunda quinzena de no- vembro. O preço mais bai.xo registrado na Bolsa do Havre foi 40.25 francos por 50 kilos era 2 o 5 e o raais alto 41 francos em 10 ; nos outros dias vigoram o de 40.50 em 4, 7. 9 e 11 , e o de 40.75 em 3, 6, 12, 13 e 14. Foram vendidas 260. OJO saccas, contra 236.000 na quinzena precedente. Apenas três preços houve na Bolsa do Hamburgo : 31.25 pfennigs por meio kilo em 2, 4 e 5 ; 31 .50 em O, 7 e 9 ; 31.50 ora 3 e do dia 10 em diante. Vendas 228.000 saccas, contra 379.000 na quinzena anterior. Os preços extremos na Bolsa de Londres foram : 28 s. 6 d. por 112 libras em 2 e 29 s. 9 d. em 10, 11, 13 e 14 ; nos demais dias vigoraram os seguintes : 28 s. 9 d. em 5 ; 29 s. em 3 e 4 ; 29 s. 3 d. em 6 e 7 ; 29 s. O d. em 9 e 12. Foram vendidas durante o mez 21 1 .000, contra 170.000 no mez anterior. Total das veadas nas quatro bolsas 2.072.000, contra 2.104.000. Aguardetite Na primeira quinzena melhorou de attitude o mercado, e ospr.';is subiram visivelmente. Manteve-se durante a segunda bera sustentado, tendo as cotações subido. SOCIEDADE NACIONAL BE AGRICULTURA Regularam os seguintes preços por pipa de 480 litros, base 20 gráos : Campos ir,0$000 a ir,5$000 Angra 170$000 » 175$000 Paraty 175$000 » 180$000 Maceió 170$000 » 175$000 Aracaju 170?000 » 175$000 Pernambuco 170$000 » 175$000 Bahia 170$000 » 175$000 Parabyba 170$000 » 175$000 Laguna 160$000 » 105$000 Itajaby 1G0$000 » 105$000 Mangaratiba 170S000 » 175$000 Paranaguá ie)õ$000 » 165$000 Álcool O mercado esteve muito firme durante todo o mez, tendo os preços adquiriílo alta regular. Entradas: 1179 volumes. Reííuiaram os seguintes preços por pipa, sem o casco : 40 grãos 295$000 a SOã^ilOO 38 > 290$000 > 295$000 36 » ã70$000 » 275$000 Algodão em ruma Os preços foram firmes na primeira quinzena, tendo depois, na segunda en- fraquecido, devido ás entradas. PRIMEIRA QIiINZBNA Fardos E.xistencia no dia 15 17.033 Mossoró 5.105 Natal 3.200 Pernambuco 1.470 Assú 1.096 Parahyba 1.000 Ceará 920 Maceió 400 13.191 30.234 Sabidas dos trapiches 12.594 Existência do dia 30 17.630 Preços : Pernambuco 11$300 a 11 $500 Rio Grande do Norte 11$000 » ll.?500 Parahyba 1I$000 » 11$500 Ceará ll.$000 » ll!Í500 Penedo Nominal Sergipe » A LAVOUKA SEGUNDA QUINZENA Existência no dia 30 de novembro. . . Entradas : Mossoró 5.512 Pernambuco 1.510 Ceará 1.210 Parahyba • 1.0X5 Assu 782 Jlaceió 300 Sabidas dos trapiches Preços : Pernambuco : . . 11$300 a Rio Grande do Norte 11$200 » Ceará ll.$200 » Parahybu 11 $200 » Sergipe Nominal Penedo • . . . . » Fardos 17.630 Esteve firme este mercado na primeira quinzena, tornaudo-se depois inactivo para todas as classes, resultando disso enfraqueeimento nos preços. PUIMIOIRA yUlNZliNA Neste pcriodo as entradas constaram de 6'J.680 saccos, 3i;ndo : De Pernambuco, 33.074; de Campos, 3.171; da Bahia. 4.000; de Maceió, ::í0.í:. 6 ; da Parahyba, 4.999 e de diversas procedências, 4.137. As sabidas dos trapiches foram úe 57.704 saccos, oryando-se a existência em 284.233 saccos. SEGUNDA QUINZENA Neste periodo as entradas foram de 50.957 saccos, sendo : 32.416 de Pernambuco, 2.615 de Sergipe, 2.738 de Campos, 13.800 de Maceió, 3.000 da Parahyba e 5.370 de outras procedências, 4. 137 ; as saliidas doa trapiches foram de 63.096 saccos e orçando-se a existência em 263.971 saccos. Os preços regularam como se segue . Pernambuco : Branco usina , . — — Dito crystal $490 a .s;500 Dito 3=^ sorte .....'. — — Crystal amarello $455 > $460 Mascavinho $400 » $470 Somenos $420 » $440 Mascavo bom $300 » $310 Dito regular .S299 » $295 Dito baixo — » $275 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Campos : Branco erystal $490 a $300 Dito 2° jacto $460 » $470 Sergipe : Branco erystal $470 » $480 Crystal amarello — — Bahia : Branco crystal $500 » $510 Laguna : Mascavinho $340 » $380 Oereaes SACcoa Feijão proto de Porto Alegre .... 18$500 a 19$000 > velho — — » » Santa Catharina .... 15s000 » 18$000 > Paraná 16$000 » 18$500 » mulatinho 18$000 » 18$500 » manteiga 18$000 » 21 §000 » enxofre ,ir,$000 » 17$000 » de cores, nacional 12$000 » 15$000 » branco estrangeiro 22$500 » 23$000 » amendoim estrangeiro .... 18$000 » 20$000 Farinha de mandioca especial. . . . 8$800 » 9$500 » » » fina 8$000 » s$500 » » » peneirada .... 7$400 » 7$800 » » » grossa, Laguna. . . 6$600 » 6$800 > » » » Porto Alegre . 6$40n » 7$000 Arroz nacional 25$000 » 28$000 » inferior I9$000 » 20$000 Milho amarello da terra 7$200 » 10$200 » branco » » 7$000 > 8$500 Amendoim em casca 7$000 » 7$500 Cangica I4$000 » 16$000 Taras 10$500 » 13$000 Kilogramma Alpiste ........... $360 a $400 Batatas naoionaes ........ $140 » $200 Ditas estrangeira. . Nominal Fubá de milho $160 a $260 Matte em folha , $400 » $500 Tapioca $300 > $360 Polvilho $200 » $240 Carne de porco $780 » $840 Linguas do Rio Grande (uma) .... I$000 » 1$400 A LAVOURA 607 CunoLO em i-olo O mercado durante todo o mez Ando esteve flrme, devido prinuipalmente á escassez de recebimentcs. Notou-se bastante animação para os fumos em folha. Preços : De Minas, especial 1$500 Dito superior 1$300 Dito 2» 1$000 I>ito ordinária $800 Goyano, superior 2$400 Dito 2" 1$700 Baixo Nom. Rio Novo, superior 2|400 Dito 2» 1$700 Dito baixo 1$200 ■ Pomba, superior 1$600 Dito 2" l$20e Dito baixo Nora. Carangola 1$500 Picú, especial 2$800 Dito l'' 2$000 Dito 2» 1$200 Bailia 1$100 Pernambuco . . . « — Fumo em folha — Rio Grande, de i2$ a 15$. Sal Entraram :;.u46.741 Idlogrammas, que se negociou a l$800a de 2$ por 40 litros. Mercado monetário A existência de ouro na Caixa de Conversão era a seguinte : PRIMEIRA QUINZENA Libras esterlinas 5.685.329 Francos 10.563.110 Marcos 6.700 Dollars 13.915 Liras 3,290 Coroas austríacas 110 Pesos argentinos 1.190 Pesetas hespanholas 40 Ouro nacional 85:050$ A importância de notas conversíveis em circulação era de 97.887:290$000. O preço dos soberanos, fora da Bolsa, foi de 16$066. SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA SEGUNDA QUINZENA Libras esterlinas 5.676.071—10 Francos 10.567.360 Marcos 4.910 Dollars 15.865 Liras 3. SOO Coroas austríacas 110 Pesos argentinos l.l.so Pesetas hespanliolas 40 Ouro nacional 90:320.'í; A importância de notas convcrsivois em circulação era de 97.754:660,~;000. O preço dos soberanos, fora da Bolsa, foi de I0S02.5 a liiS075. CAMUIO Não houve alterações nas taxas offlciaes de 15 7/32 d. sobre Londres no Banco do Brazil e de 15 5/3ã d. nos bancos extrangeiros. As transacções em letras bancarias foram pouco desonvolvidíis e clTectua- ram-se de 13 5/32 a 15 7/32 d. contra outro papel de 15 7/:!2 a 15 1/4 d. Até o dia 7 continuaram inalteradas as taxas offlciaes de l."S5/32e 15 7/32 d. sobre Londres, sacando os bancos a esses extremos, contra outro papel de 15 7/32 a 15 1/4 d. No dia 9 o Banco do Brazil afflxou na tabeliã a taxa de 15 1/4 d. e os banco» inglezes a de 15 3/16 d., conservando o Brasilianisho Bank a do 15 5/32 d. ; mas no dia seguinte esto timbera adoptou a de 15 3/l() d. Os negócios em letras bancarias flzeram-se então aos extremos do 15 3/16 a 15 1/4 d. e 03 do outro papel de 15 1/4 a 15 19/64 d. Excepto um ou outro dia em que houve movimento regular, o da quinzena em geral não teve importância e eíTectuou-se da 15 5/32 a 15 1/4 d. bancário, contra outro papel de 15 7/32 a 15 19 04 d. Oi extremos das cotações oíllciaes foram : Londres, 90 d/v 15 5,32 a 15 7/32 d. Paris, 90 d/T S627 » $630 Hamburgo, Ou d/v $774 » .^777 Portugal , 3 d/v 325 » 343 % Itália, 3 d/v $640 » $643 Nova York, :i vista 3$318 » 3$324 Vales, ouro — 1.^703 O valor oíBcial de mil réis foi de 561 a 564 réis, ouro, e da libra de 15$77U e 15$835. Ágio de ouro 77.41 a 78,14 »/„. -y*:5.^^€€«€- A LAVOURA BIBLIOGRAPHIA Além das publicações periódicas, cujo recebimento temos accusado mensal- mente, temos mais a registrar as seguintes : Annales de Vlnstilut Agronomique de Moscow — Année XIII, livre 2. Der Tropenflamer — Aono II, n. 10. Annuario delia R. Stazione Sperimenlale di Caseificio di Lodi — Anno de 1906. France-Brésil, órgão do Commercio e da Industria da França e do Brazil, que se publica em Paris — 4" anno, n. 38. Die Ernahrung der Pfianze, do Kalisyndical. de Stanfurt— Anno III, ng. 19 e 20. Records of lhe Australian Museum — Vol. VI, n. õ. Uornell Vniversily — Boletins da estação experimental desta Universidade de a. 341 a 248. Anales dei Museo Nacional de Buenos Aires. — Serie 111, Tomo VII. Revista Brazileira, de S. Paulo — Annol. n. 2 Lu Vrisi dei Café e i Projelli per la Pissazione dei Cambio ai Brasile, pelo pro- fessor Dr. Vicenzo Grossi, da R. Universidade de Roma. Roraa, 1906. Este folheto do illustre professor e collaborador do Jornal do Commercio, desta Capital, foi-nos reniettido pelo Sr. Dr. João Baptista de Castro. Come si coltiva il Tabacco, pelo Dott. Michele Benincasa. Publicação do Miois- tcrio das finanças da Itália. Parte terceira, fascículo I. The Commercial Possibilities of West Africa pelo Visconde Mountmorres. Publi- cação da Universidade de Liverpool. Catalogo da Fauna Brazileira o editado pelo MuSeu Paulista. O volume que recebemos e quo trata das aves do Brazil, é o primeiro da serie que o Museu esti publicando. Xotas Preliminares editadas pela redacção da Revista do Museu Paulista, volume I, fase. primeiro. Estatutos do Syndicol União Agrícola, desta Capital. fíeíaíorto apresentado ao Exra. Sr. Dr. Carlos Boteltio, secretario da Agricul- tura do Estado de S. Paulo, polo director interino Lourenço Granate. Anno de 1900. Relatório do Centro Económico do Rio Grande do Sul, apresentado em assem- blía geral, em 12 de outubro de 1907. Registro Civil de 1900, 2» secção. —Boletim n. I da Repartição do Arcliivo Publico, Estatística o Bibliotheca do Estado do Rio Grande do .Sul. Quadro Demonstrativo dos exportadores e destinos da Exportação do Café Pau- lista, pelo porto de Santos, no período comprehendido entre Í895-96 e 1906-07 (doze safras). O Café Brazileira. — E' o titulo de uma publicação nitidamente impressa e ornada de magnificas photographias, na qual o autor, que (• o Sr. Manoel d'Hiii- S710 9 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA cque, expõe minuciosamente os bons resultados da propaganda constante que desde annos vera fazendo na Republica Argentina, do nosso primeiro producto. Melhodos Analy ticos para os saes potássicos, do Centro das Experiências Agrí- colas Kalisynilíat, rua da Alfandega n. 93, sobrado. £'a; i^ 'S deverão ser propostos por indicação de qualquer sócio e apresentação Jr ■ 1 : 1 1 : 1 -s da Directoria e ser acceitos por unanimidade. Art. 10. Os socii-^. |ii :í |iiLi L|ue seja a categoria, poderão assistir a todas as reuniões sociaes, discuiiuJi.i c pn imundo o que julgarem conveniente; terão direito a todas as publicações da sociedade e a todos os serviços que a mesma estiver habilitada a prestar, independentemente de qualquer contribuição especial. § i." Os associados, por seu caracter de conectividade, terão preferencia para os referidos serviços e receberão das publicações da sociedade o maior numero de exem- plares de que esta puder dispor. § 2.° O direito de votar e ser votado é extensivo a todos os sócios; é limitado, porém, para os associados e sócios correspondentes, os quaes não poderão receber votos para os cargos de administração. § 3.° Os sócios perderão' somente seus direitos em virtude de expontânea renuncia ou quando a assembléa geral resolver a sua exclusão por proposta da Directoria. CAPITULO VI .•\rt. 18. A sociedade prestará seus serviços de preferencia aos sócios e associados, quando estiverem quites com ella. .\rt. 19. A jóia deverá ser paga dentro dos primeiros três mezes após a sua accei tacão. Art. 20. As annuidades poierão ser pagas por prestações semestraes. .A.rt. 21. Os sócios e os associados se poderão remir mediante o pag-amento das quantias de 200$ e 500$, respectivamente, feito de uma só vez e independente da jóia, que deverão pagar em qualquer caso. Art. 22. Os sócios e associados nãó poderão votar, nem receber o diploma, sem terem pago a respectiva jóia. S I .° O sócio que tiver pago a jóia e uma annuidade, poderá remir-se mediante a apresentação de 20 sócios, desde que estes tenham igualmente satisfeito aquellas contribuições. § 2.° Para esse effeito o sócio deverá requerer á Directoria, provando seus direitos nos termos do paragrapho anterior. § 3.° Serão considerados beneméritos os sócios que fizerem donativos á sociedade, a partir da quantia de um conto de réis. Art. 23. Para que os sócios atrazados de duas annuidades possam ser considerados resignatarios, nos termos dos Estatutos, é preciso que suas contribuições lhes tenham sido solicitadas por escripto, até três mezes antes, cabendo-llies ainda' assim o recurso para o conselho superior e para a assembléa geral. SUMMARIO Pags. A tomba 545 O arroz 547 Algumas madeiras e vegetaes do Brazil 562 Cultura do arroz 569 A cultura do arroz na America do N(irte 575 Expediente 580 Noticiário 588 Parte Commercial 599 Bibliographia 'J09 Rio dk Janeiro Dezembro dk 1907 ^iiiEiiipiiiíta i áiniiiippa i: VIRIBUS UNITIS 1 :^4r^^^^ Capital Federal SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Fundada em i6 de janeiro de iHq- Caixa-postal, 1245 Sede: Raai da Alfandega n. 102 Endereço Telegraphico, AGRICULTURA e General Camará n. 105 Telephone n. 1416 rio de j*neiko DIRF10TOR.IA. Presidente — Dr. Wencesláo Alves Leite de Oliveira Bello. 1° Vice-presidente — VaiiO. 2° Vice-presidente — Dr. Sylvio Ferreira Rangel. 3° Vice-presidente — Dr. Domingos Sérgio de Carvalho. Secretario Geral — Dr. Heitor de Sá. 1° Secretario — Dr. Francisco Tito de Souza Reis. 2° Secretario — Dr. Benedicto Raymundo da Silva. 3° Secretario — Dr. José Ribeiro .Monteiro da Silva. 4" Secretario — Alberto de Araújo Ferreira Jacobina. 1° Thesoureiro — Dr. João Pedreira do Couto Ferraz Júnior. 2° Thesoareiro — Carlos Raulino. Olrectores das SecQÕes Fazenda de Santa Mónica Dr. Sylvio Rangel. Applicações do Álcool Dr. Serg-io de Carvalho. Secção Technica e Bibliotheca Dr. Heitor de Sá. Museu Dr. Benedicto Raymundo. Plantas e sementes e Horto da Penha . . Dr. Monteiro da Silva. Propaganda e estatistica Alberto Jacobina e Carios Raulino. Secretaria Dr. Souza Reis. Thesouraria Dr. Pedreira Júnior. Dr. Elias António de Moraes, Dr. Eduardo Augusto Torres Cotrim, Ernesto Du- risch, Dr. Carlos de Rezende, Dr. Arthur Getulio das Neves, João da Silva Gandra (renunciado), Dr. Alfredo Augusto da Rocha, Dr. Ernesto Ascoly, Luiz Henrique Lins de Almeida, Dr. Carlos Oscar Lessa, Comm. Domingos Theodoro de Azevedo, Dr. Leandro da Costa, João Dale, Dr. Ernesto Cândido da Fonseca Portella, Luiz Felippe de Sampaio Vianna, Manoel Galvão, Dr. Antonino Fialho, Dr. J. F. Soares Filho, Dr. Alfredo Bandeira, Dr. Álvaro Mendes de Oliveira Castro, Dr. Henrique Borges Monteiro, Coronel Cornelio de Souza Lima, Dr. João de Carvalho Borges Júnior, António de Medeiros (fallecido) e Edgardo Ferreira de Carvalho. Oollab oração Serão considerados coliaboradores não só os sócios como todos que quizerem ser- vir-se destas columnas para a propaganda da agricultura, o que a redacção muito agradece. A lista dos coliaboradores será publicada annualmente com o resumo dos trabalhos. A redacção não se responsabilisa pelas opiniões emittidas em artigos assignados, e que serão publicados sob a exclusiva responsabilidade dos autores. Os originaes não serão restituídos. As communicações e correspondências devem ser dirigidas á Redacção d'A LA- VOURA na sede da Sociedade Nacional de Agricultura. A LAVOURA não accelta assignaturas. E' distribuída gratuitamente aos sócios da Sociedade Nacional de Agricultura. Condições da puhliesiçíio <■< Uma pagina 20$ooo Meia pagina i2$ooo Um terço de pagina 8$ooo Um quarto de pagina 6$ooo Uma pagina 5o$ooo Meia pagina 30$ooo Um terço de pagina 20$ooo Um quarto de pagina i5$ooo Os annuncios são pagos adeantadamente. Tiragem 5.000 exemplares Anno XI — N. 12 Rio de Janeiro Df/embuo PE 1907 EDITORIAL Notas sobrs a colonísação e immigraçio no Estado ds S» Paulo Entre lodos os Estados da União brasileira, S. Paulo tem-se desta- cado polo nobre espirito da iniciativa dos seus fíllios que o tem feito caminhar sempre na vanguarda da Federação, em todas as phases da nossa marcha para o desconhecido, em busca do progresso. Ao traçarmos as presentes linhas é nosso fim, mostrar em rápido esljoço uma das múltiplas vantagens quo a recente loi do povoamento do solo, em limitado espaço de tempo, vem trazer á lavoura principal do Estado ; salientar os esforços dos paulistas em prol do problema da colonização e divulgar alguns dados sobre a corrente immigratoria. Cinco annos depois da nossa independência, em t827, começaram os primeiros passos para a colonizaç3o. As varias tentativas até hoje feitas, sentirani-se sempre da lacuna que as faziam mallograr e que resumia-se na falta de fixação do immi- grante ao sólo, acarretando á lavoura, notadamente a caféeira — que representa um capital de algumas centenas de mil contos, grandes prejuízos no seu custeio. Quando no Brasil teve inicio a corrente immigratoria, S. Paulo, pelo seu clima, fertilidade de suas terras, riquezas accumuladas e espirito emprehendedor dos seus habitantes, foi quasi exclusivamente a região brasileira onde o europeu encontrou facilmente guarida e trabalho. O systema de colonização, denominado — regimen directo— foi o adoptado e comj consequência inevitável bem ccd) manifestou- se a crise do operário agrícola. O augmento da lavoura caféeira, (jue llorescia, pelu alto preço que obtinha o café, exigia cada vez maior numero de trabalhadores agrícolas, para o tratamento dos novos cafézaes formados. A falta de pessoal para o trabalho tornava-se frisante na occasião da colheita, sendo o fazendeiro obrigado á reduzir a ãrea do cafezal destinado a cada traballiador, de modo a dar serviço a maior numero, occupando um pessoal desnecessário, mas que forçoso era mantel-o durante todo o anno, na impossibilidade de sentir-se garantido para conseguir aquelle de que precisaria na occasião da colheita. Tal facto, trazia como consi-quencia o airazo da tronsf )rmaçno dos processos culturaes acarretando para o fazendeiro enormes sacrifícios e originando atlrictos entre fazendeiro e colono. ■zm i LI8RARY NEW YORK BOTaMCaL OAKueN. SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA O Governo do Estado procurava sanar este mal, contralaudo com as companhias de navegação e emprezaê diversas, n inlroducção de immigrantes, não logrando, senão em parte, o desejado fim. Chegados os immigrantes a S. Paulo, eram geralmente distribuídos na lavoura, onde, em grande parte, permaneciam até ao fim da safra, rctirando-se então com os saldos adquiridos, expontaneamente ou arrastados pelos especuladores que em proveito propiio procuravam tirar partido da situação relativamente boa em que se achavam os mesmos immigrantes. A falta de fixação ao solo era e ainda é a causa de sabida de braços 6 capitães, que enormes prejuízos acarretam, sendo muitas vezes os fazendeiros prejudicados em adiantamentos feitos aos pseudo colonos . O Governo do Estado, interessado em fazer cessar taes inconve- nientes, voltou-se para a fundação dos núcleos coloniaes, creando verdadeiras colónias agrícolas no território paulista e cujo fim é permittir ao fazendeiro dispor do pessoal necessário durante a colheita e que encontraria nos viveiros de trabalhadores que são taes núcleos. Infelizmente, os já creados, não bastam ainda para por termo á triste situação do lavrador paulista, obrigado a permanecer na rotina dos processos culturaes com maior despeza, tão somente, para dar trabalho em todo o anno a um pessoal só necessário durante a colheita. A recente lei do povoamento do solo facilitará a formação destes viveiros de trabalhadores e mais cedo que em qualquer outro Estado da União fructificará beneflcamente. O patriótico Governo do Estado, pelo decreto n. 1458, de 10 de abril do corrente anno, regulamentou a lei n. l-i55 C, de 27 de dezembro de 190B, dispondo sobre o povoamanto do solo paulista. A causa principal do atrazo na reforma dos processos cidturaes em S. Paulo desapparecerá dentro em breve e a rotina, as carpas a enxada serão substituídas píjla cultura racional, pelas maciíinas agrícolas. A fundação destes núcleos coloniaes, como viveiros de trabalhadores, tem dado logar a divergência de opiniões, atTirmando umas que no custeio das fazendas não haverá nenhuma economia, sendo corto maior despeza, além da difflculdade de encontrar o pessoal necessário para a colheita, e outras que tal não se dará, economizando a lavoura caféeira avultada quantia, que em seguida calculamos approximadamente, tomando o preço de um salário, aliás elevado. Só da abundância dos núcleos depende a economia referida e uma vez que o povoamento do solo comece a dar os seus fructos benéficos, taes viveiros não serão infructiferos, como a muitos parecem. Dissemos que no custeio das fazendas de café, a lavoura paulista dispendia quantia excessiva, justificadas, porém, pelas causas apon- tadas. A LAVOURA 61S Como curiosidade e de modo approximado, vejamos, qual a economia resultante da adopção dos processos mecânicos na lavoura caféeira. Pela situaçãodos cafózaes, grande numero, não poderão ser tratados mecanicamente, calcula ndo-se, porém, que em 213 das plantações possam trabalhar as carpideiras mecânicas e que só 15 por cento sejam assim tratadas. O tralialho com a carpideira, ô feito geralmente com um homem e um. menino, variando de 600a 1.000, o numero de cafeeiros tratados diariamente, sendo o salário máximo de oS para o homem e de 1$ para o menino. Admittindo o salário máximo diário para o pessoal que occupa a carpideira e se dermos para o apparelho e animal uma despeza diária de 2$, teremos, com uma media de 800 cafeeiros capinados diariamente, que o tratamento de 1.000 pés de café custará 7$.j00. Em média geral, são feitas cinco carpas annualmente, e portanto, com a carpideira mecânica, tal trabalho custará 37$500, emquanto que com a enxada vem a custar de 90$ a 100í;000. Conforme o relatório do illustre secretario da Agricultura, relativo ao anno de 1906, possue o Estado fiSS.815.ilO cafeeiros e concluímos pois, deaccordocom os dados acima, que cerca de 459.230.266, podem receber o tral)alho mecânico e que só 68.884.539 são assim tratados, restando 300.245.727 cafeeiros tratados a enxada, acarretando uma despeza de 32.131: 115$í30, tomando o preço de 90$, para as cinco carpas. Se a lavoura cafeeiro, pudesse contar com o pessoal necessário, durante a colheita, dispensaria o pessoal extraordinário durante o tratamento, recorreria ao processo mecânico para tratar os 300.245.727 cafeeiros a que nos referimos e com uma despeza de 14.638:064$762, isto é, com uma economia de 17.492 :050$668, no custeio das fazendas. O operoso secretario da Agricultura do Estado, tem as vistas voltadas para esta questão e agora que a lei de colonização já está decretada, S. Ex., certamente, não esmorecerá, levando avante o projecto de introduzir os processos mecânicos nos cafézaes cuja situação não permitte o trabalho das machinas agrícolas communs. O projecto de lei que em fins de 1904 remetteu ao Congresso Estadoal, padindoo concurso entre os fabricantes de macliinas agrícolas que mais se prestassem á lavoura caféeira, será um poderoso factor no progresso cultural, augmenlando a economia no custeio das fazendas e encaminhando a solução do problema do custo de producção. Como dissemos, datam dê cinco annos, após a nossa independência, os primeiros actos officiaes do Estado para o estabelecimento da colonização e delles resultou, em 1829, a fundação do primeiro núcleo SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA colonial, na então Província de S. Paulo, situado no sertilo do Rio Negro e em território lioje do Estado do Paraná. Em abril do mesmo anno era installado um segundo núcleo -o de Sanío Amaro, povoado, como o primeiro, por allemães contratados em Bremen. Três annos dapois, parara a colonização official, tendo entrado na então Província, no periodo de 1827-29, 935 immigrantes allemães, c só em 1836-37 recomeçou o movimento immigratorio, com a entrada de 3 ti- immi- grantes de procedências diversas. Desta data até 1850 foi bem insignificante a corrente immigratoria, sendo apenas de 514 o numero de immigrantes entrados no território paulista, sendo, portanto, de 1.613 o numero total de immigrantes introduzidos em um periodo de 23 annos Em 1851 a iniciativa particular, já começada em 1830, tomou um novo incremento e novas levas de trabalhadores foram contratados no extrangeiro, começando nesta data a continua corrente immigratoria em S. Paulo. Ao findar o anno de 1857 grande numero de colónias já existia na então Província, sendo digno de nota salientarmos que só no dccennio de 18í7-í8j6 mais de 60 colónias foram fundadas e introduzidos r-.9dd immigrantes, sendo grande o numero de nacionalidade p )rtr,- gueza. r^os anncs de 1S61 e 18 '>2 a acção governamental do novo tentou crear núcleos coloniaes, sendo um o Pcriquira-Assú e outro cm Ca- nanéa, no anno de 1S77. Diante da decadência que se manifestava na colonização particular, a administração publica enfrentou a solução do problema, fundando no mesmo anno os núcleos coloniaes de Sanía Arma, cm junho; Gloria, em agosto e S. Bernardo, em setemliro. Nesta época, a immigração italiana, que se accenluara a partir de 1871, era já sensível, existindo em S. Paulo 2.437 immigrantes, oriundos da Itália, sendo que 2.000 foram introduzidos no anno da fundação dos núcleos acima. Oito annos depois, em 1885, eram creados os núcleos coloniaes de Caniias e o de Cascalho, seguindo-se os de Ribeirão Pires, António Prado, Rodrigo Siloa e Darão de Jundiahij, em 1SS7; o de Sabaúna, em 1889; o de Quirirn, em 1890 ; o de Piagu/u/, em 1892 e o Campos Salles, na Fazenda do Funil, em Campinas, era 1897. Recentemente, no actual Governo do Dr. Jorge Td)iriçá, no anno de 1904, foram creados os núcleos Dr. Jorge Tibiriçá, na Fazenda S. José de Gorumbatahy, município de S. João do Rio Claro, e o Novo Odessa, na fazenda do Pombal, propriedade do Estado, sendo o núcleo destinado a immigrantes russos. Em outubro do anno próximo findo adquirio o Estado cerca de seis mil alqueires, (14.520 hectares) de terras destinadas á fundação de três novos núcleos coloniaes, que o decreto n. 1.432, de 12 de janeiro do A LAVOURA Clõ corrente anno, creou, com as denomiiinções de Nooa Europa, Nooa Paulicéa e Conselheiro Gaoião Poiroto, sendo esto iillima denomina- ção homenagem de reconliectmenlo a importante djoçQo leita pelo Conselheiro Ga\ ião Peixoto para tal íim . O quadro abaixo mostra o numero total de immigrantes entrados no Estado a partir de 1827 até 1903 : 1S27-1836 92G 1837-1846 :j75 1817-1856 5.909 1857-18G6 l.(",2i 1SG7-1S76 G.882 1877-1836 37.751 1887-189G 1.203.4ÍG 1897-1906 433.021 1827-1906 1.74G.02Í Neste quadro nota-se o grande desenvolvimento da immigração nos ullimos 33 annos, notadamente no período de 1887-1896, em que mais enérgica foi a acção governamental na fundação dos núcleos colo- niaes. No decennio seguinte, a sensível diminuição notada tem causa na baixa extraordinária dos preços do café. Toda a corrente immigratoria em S. Paulo, obedecendo a leis natu- raes, intimamente ligados ás condições económicas dos paizes onde são geradas as correntes immigratorias, viza primordialmente a lavoura caféeira, por ser no Estado a cultura da preciosa rubiacea a principal fonte de traíjolho e claro esti que das condições mais ou menos remu- neradoras dessa lavoura depende a ma'or ou menor intensidade de tal corrente. No quadro seguinte notam-se as oscillaçõ3s das entradas de immí- grantes em toi-no dos preços do café a partir de 1893 : .„„„, luiiiiigrantes Preço Jo café ^°""' entrados porlOUilos 18^0 613 3$974 1881 2.705 3$965 1882 2.743 3$110 1S83 4.912 3.|065 1884 4.879 3$900 18"5 6.500 3$755 18S6 9.533 .5!í;300 1887 32.112 5íí810 188S 92.086 4$893 18S9 27.833 5$860 SOCIEDADK NACIONAL DE AGRICULTURA 1890. 1891. 1892. 1893. 189i. 1895. 1896. 1897. 1898. 1899. 1900. 1901. 1902. 1903. 1904. 1905. 1906. ninisrantos Preço do café ontrados porlOkilos 38.291 7$260 108.736 9$010 42.061 10$250 81.745 12$640 . 54.637 13$320 149.745 J1.$210 105.624 H$330 105.087 8$860 54.484 7$300 36.012 7$260 27.639 7S270 75.845 4$825 40.386 4$449 18.161 4$2.50 27.751 . 5$910 47.817 4$740 49.829 4$710 Como já dissemos, foi em 1874 que começou a affluencia de italianos nas levas de immigrantes que procuravam o território paulista, sendo que em 1882 mais accenluou-se a immigração italiana, que teve seu ponto culminante em lsí)5 com a entrada de 106.525 immigrantes ita- lianos. O quadro seguinte mostra o numero de immigrantes entrados em S. Paulo a partir de 1882, segundo as nacionalidades : QUlNQUENNiaS < 1 a 1 2 < ^ £ 1 18,.2.,886 17.460 989 8.840 240 13 1.042 1887-1891 237.574 18.057 4.860 509 5.002 17.602 1892-1896 292.544 60.579'48.667 9.092 16.311 8.610 1897-1001 203.6-; 9 31.075 23.197 6.958 20.205 14.217 1902-1906 77.705 52.550 21.003 1.002 12.346 13.968 Não possuindo dados para comparar a immigração com a emigra- ção desde o inicio da corrente migratória, registramos no í^eguinte A LAVOURA 617 quadro a comparação desejatla, a partir de 1894, de accordo com dados officiaes publicados : Annos Entradas Sabidas 189i 48.917 17.860 1895 , . . . 139.938 21.017 1896 104.010 28.264 1897 98.134 29.885 1898 46.939 21.428 189^ 31.215 24.182 1900 22.802 27.917 1901 71.782 36.099 1902 40.386 31.437 1933 18.161 36.410 1934 27.751 32.679 1905 47 817 34.819 1906 49.429 41.349 Sendo que para o Rio da Praia, no ultimo quinquennio augmenta- ram consideravelmente as sabidas, como indica o seguinte quadro : Annos Entradas Sabidas 1902 2.541 2.127 1903 1.511 4.234 1904 1.856 7.694 1905 2.092 10.836 1906 3. .596 16.248 A causa deste grande augmento, nas sabidas para o Prata, já esta sobejamente conbecida, e deu logar a que o actual Governo Federal mandasse investigar a origem do êxodo, que outra não foi senão a especulação que soffreram os immigrantes possuidores de bons saldos, após a ultima colbella. O pequeno quadro acima mostra que tal facto adquirio nos últimos dous annos grande incremento, mas que o mesmo se dava nos annos anteriores, não deixando de ter sempre augmento a entrada de immi- grantes provenientes do Rio da Prata, e que nu corrente anuo será cer- tamente uma das maiores a registrar. No quadro acima nota-se que, em um período de 13 annos, entra- ram em S. Paulo 747.371 immigrantes, tendo emigrado 383.340. A porcentagem das sabidas para as entradas foi, portanto, neste espaço de tempo, de 51,7 por cento. Os 361.031 immigrantes que nesse perido ficaram no Estado, foram distribuídos em grande maioria na zona rural, nos núcleos coloniaes e nas 56.931 propriedades agrícolas do Estado que occupam um total de 415.476 pessoas em traballio, das quaes 218.981 de nacionalidade ex- trangeira. ai SOCIEDADE NAtUONA-L DE AGRICUI/FURA AiUes de terminarmos as presentes nolfis, daremos o (juadro dus despezas feitas pelo Estado com o serviço de immigraç3o no período 1881-1934; 1S81-1882 45:848M76 1882-1883 67:6001123 1883-1884 110:281$906 1884-1885 374:2871670 1885-1886 . 265:8621209 1886-1887 1.132:3941691 18S7-18ÍS 3.20í:885$õ04 1838-1889 2.908:3G2$45Õ 1889-1890 159:238$811 1830-1891 892:652$220 1891-1892 601;898fl80 1892 . 1.4i0:126$753 1893 3.737:657$943 189Í 1.229:597$i93 1895 7.210:527íã;8J3 1896 4.GlS:633íi;867 1897 5.712:271p30 1893 3.632 :0:)8$039 1899 289:202f914 1930 806:4i8$165 1931 4.464:004$085 1932 2.091:3271932 1903 216:i00$271 1934 570:071$S29 Taes despezas reíerem-S3 a passagens, ouxilios, manutenção de immigrantes, casas, núcleos coloniaes, clc. F. T. iiu Souza Reis, Movimento agrícola cm G» Paulo o relatório do Sr. Dr. Secretario da Agricultura do Estado de São Paulo, referente ao anno de 1906, mostra rjuanto se tem feito naquelle Estado para impulsionar a agricultura. No tocante ao ensino profissional aijri^ola, existiam e func- cionavam em 1906 : a Escola Agricola Pratica «Luiz de Queiroz», em A LAVOURA 619 Piracicaba e os Api-endizados Agrícolas «\)v. Bernardino rle Campos» em Iguapee «JoãoTibiriçá» em S. Sebastião (*). «No primeiro dos estabelecimentos citados, diz o Sr. Dr. Secretario da Agricultura, o movimento da matricula em 1906 foi o seguinte : 33 alumnos no 1° anno, 15 no 2", 3 no 3° e 1 no 4», o que dá um total de 49 alumnos matriculados, contra 40 em 1905. Aos poucos, vae-se despertando no animo publico maior interesse pela educação agrícola. Attendemlo aogrande proveito para os alumnos das excursões pelo Estado em companhia dos respectivos lentes, autorízou-se, ainda no anno passado, que se realizassem algumas mais, a exemplo do que já tinha feito no anno anterior. Visitaram os alumnos, em 190G, o Horto Botânico, Posto Zoo- technico Central, Jardim de Acclímação, Escola de Pomologia, Exposi- çãodeanímaes de Pindamonhangaba, Horto Agrário Tropical, Distilla- riada Várzea, as culturas de mandioca era Itatiba, o Instituto Agronó- mico, a usina «Esther», no Funil e as mais adeantadas fazendas dos mu- nicípios de S. Carlos do Pinhal e Dourado, adquirindo grande som ma de conhecimentos práticos, estudando os machinismos empregados na (•) Além (lesses est;ibeleciment08 de ensino agrícola, ha a; nomia da Escola Polytechnica de S. Paulo, a Escola dePoniolog do Estado e o Apiendjzado Agrícola « Lacerda Kraucu », 2914 a o curso de agro- Munioipal da Capital Araras. SOCIEDADE NACIONAL DE AGRlCULtUtlA lavoura, a composição das terras e recolhendo valiosos dados práticos sobre a criação de animaes e as diversas culturas que observaram . O grande edifício para o collegio-inlernalo e as demais dependên- cias para a installação completa de todos os serviços escolares, de accordo com o plano delineado, acham-se emflm concluídos, devendo em breve ter logar a solerane inauguração, que patenteará o esforço do governo em prol da instituição do ensino agrícola entre nós. As obras do parque acham-se lamlaem quasi terminadas, tendo-se dado principio á plantação em massiços das arvores proveitosas á indus- tria e ornamentaes, que deverão servir para o ensino pratico da botânica, sylvicultura, etc. Para o ensino e a pratica da apicultura foi contratado um espe- cialista, que em outubro iniciou os trabalhos para acreação de um apiario. Deverão estar concluídos, por occasião da inauguração, os trabalhos da luz e força eléctrica, tendo sido terminadas, no fim do anno passado, as obras para o abastecimento de agua á Escola, bem como para a re- spectiva rêdedeexgottos. Na Fazenda-Modelo annexa á Escola foi consideravelmente alargada a área das culturas, que hoje occupam 74,07 hectares. As príncipaes plantas, de valor na lavoura do paiz, estão sendo cultivadas de conformi- dade com a importância de cada uma na nossa agricultura . No capitulo competente da parte expositiva do presente relatório en- contra-se noticia mais desenvolvida sobre as culturas e ensaios feitos na Fazenda-Modelo durante o anno passado . Nos aprendizados agrícolas «Dr. Bernardino de Gamposo e «João Tibiriçá» inscreveram-se durante o anno passado 49 alumnos, dos quaes 22 pertenciam ao primeiro e 27 ao segundo desses estabelecimen- tos, sendo 26 do 1° anno e 23 do segundo anno. Desses alumnos, 17 concluíram o curso era 1906. Durante a anno foram dadas 893 lições theoricas no aprendizado de S. Sebastião, e outros tantas, approximadamente, nodelguape. A parte pratica do curso constou de diversos traljalhos com as ma- chinas e utensílios agrícolas, estudando-se os methodos de araduras, semeaduras, capinas, et^c . Os alumnos foram também exercitados na pra- tica da poda, enxertos, tratamento das plantas doentes e beneflciamento dos productos . Nos dous campos de experiências annexos aos aprendizados man- tiveram-seas culturas necessárias, especialmente as mais próprias da região. A LAVOURA 621 Em fins de julho, foi inaugurado, no campo de experiências de Iguape, a primeira exposição municipal, que teve pleno successo. O serviço de distribuição de mudas e sementes continuou bastante activo, denotando cada vez maior interesse por parte dos agricultores. Foram expedidos 24.531 volumes de sementes a 10.073 pessoas, principalmente de milho, arroz, algodãoede plantas forrageiras. Essas sementes foram, na maior parte, produzidas e seleccionadas nos campos de experiências e demonstração do Instituto Agronómico. A distribuição de bacellos e enraizados de videiras elevou-se a 33.471 exemplarei, fornecidos por aquelle estabelecimento. Foram dis- tribuídos 30. 40.5 mudas de arvores fructiferas, do Instituto Agronómico, do Horto Botânico, e do estabelecimento, em Osasco, do Sr. Emílio Kra- mer, que além de fornecer as mudas, obrigou-se a assistir á plantação Elevou-se a 44 . 562 o numero de mudas de arvores de sombra e de ornamentação, distribuídas em 1906, provenientes dos dois estabeleci- mentos públicos acima indicados. Pelo Instituto Agronómico foram ainda distribuídas 42.320 mudas de canna de assucar e forrageiras, além de 6 . 000 mudas de café Bourbon e Maragogipe, tendo o Horto Botânico também fornecido 466 galhos para enxertos . A distribuição de publicações nunca attíngíu o algarismo que foi porella alcançado em 1906. — 140.572 exemplares de publicações de propaganda agt icola e outros foram distribuídos pela Secretaria a pedido dos interes.sados. A distribuição de 1905 foi de 70 .812 exemplares, isto é, a metade. No Instituto Agronómico, continuaram activos os trabalhos a .seu cargo. O Dr. Gustavo Dutra, ex-dírector deste estabelecimento, foi em maio do anno findo commissionado para estudar na Europa e nos Esta- dos Unidos o ensino agrícola o a organisação dos serviços de interesse para a agricultura . Durante a sua ausência, e até ha pouco, exerceu inte- rinamente o cargo de director do Instituto o Dr. Lourenço Granato, Inspector de Agricultura. O pessoal technico desse importante estabelecimento ficará em breve reorganisado cora a chegada de pessoal competente contractado na Eu- ropa por intermédio do Dr. Dafert, actual director do Imperial Instituto Agronomicode Vienna d'Austriaeque já exerceu o cargo de director de estabelecimento idêntico no E.stado de S. Paulo. Dos trabalhos realisados durante o anno pas.sado pelo Instituto Agronómico, merecem e.special destaque os seguintes : Foi instai lado o laboratório zootechnico, instituição de grande al^ SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA cancepara resolveras questões relativas á bromatologia, completando assim os trabalhos que se fazem nos laboratórios cliiraicos em relação ás forragens e rações para os animaes. Nos laboratórios chimicos do Instituto foram executadas 233 analy- ses, continuando nelles também o esludo sobre o valor industrial das cannas de assucar. Fizeram-se cinco analyses de amostras de fibras textis, a saber : de linho, produzido nos campos de experiências do Instituto ; de cânhamo «Perini», tamisem producto do Instituto ; e o mesmo cânhamo, proce- dente da estação do Rodeio ; do sisal de Pernambuco ; e de vassoura mi- neira. Na exposição que se segue a esta intioducção encontra-se mais desenvolvida noticia acerca dessas analyses. Continuaram os ensaios de culturas, que versaram principalmente sobre o café, canna de assucar, cereaes, plantas textis e forrageiras indí- genas e exóticas. Deentre ellas, convém citar a formação de um novo cafeeiro mestiço de Bourbon e Maragogipe que tem tido muita procura, embora só a pratica possa affirmar sobre a immutabilidade dos seus ca- racter&s; a selecção das cannas de assucar, coma qual se vae obtendo grande melhoria das cannas do Estado, obtendo-se maiores rendimentos, e maior riqueza saccharina das respuctivas variedades, os ensaios com a maniçoba, para cujo desenvolvimento, em falta de plantação mais desen- volvida no próprio Instituto, mandei contratar um grande maniçoba), existente nas proximidades, onde os estudos possam ser realizados con- venientemente ; e finalmente o estudo das plantas forrageiras, ao qual se tem mandado que se dedique a maior attenção, á vista da importância do assumpto para a industria pecuária. O Horto Agrário Tropical, creado em maio de 1905, continuou a ter regular desenvolvimento no anno passado. Já em 1906 poude o Horto a t tender a 75 pedidos de mudas de ca- caueiros, distribuindo 5 . 354 exemplares ; e tudo indica que, no corrente anno, muito maior será a numero de pedidos, porque essa cultura vae despertando grande interesse entre os lavradores do littoral, interesse que será ainda maior quando, com a regulamentação da lei n. 1 .030, de 12 de dezembro de 1906, forem estabelecidas as condições para a con- cessão dos prémios por ella promettidos. Outra cultura promissora, especialmente no littoral norte do Estado, éa do coqueiro, onde ella já vae tomando algum impulso. Brevemente o Horto disporá de alguns milheiros de mudas de co- queiros para distribuir aos lavradores da zona. Das outras culturas em ensaios no Horto Agrário Tropical, merecem A LAVOURA 683 especial menção : — a da seringueira, que &stá sendo feita com algumas mudas procedentes de Gey Ião e a de arvores fructiferas, especialmente do género «Yra.s, cuji) grande consumo e procura cm Santos asseguram largo mercado. No Horto Botânico está iniciado um trabalho sobre as arvores fructiferas exóticas, dando conta do desenvolvimento comparativo das diversas qualidades, mostrandoocrescimento, o porle, o comportamento, —a florescência e a fructiflcação, salientando as que parecem adaptar-se com vantagem ás condições do Estado. Tem sido satisfactorio o resultado obtido com os castanheiros e nogueiras e bem assim com o Pijrethrum Cínerarice folimn, que fornece o verdadeiro pó da Pérsia. A Galeria de Demonstração de Machinas, utilíssima instituição inaugurada em outubro de 1906, tem sido um meio de propaganda, excellente para facilitar aos lavradores o poderem acompanhar a evolução da industria agrícola. O numero de visitantes tem crescido, elevaiido-se o mesmo, de 13 de outubro até o fim do anno, a -413 pessoas, além de três turmas de coUegiaes, sendo uma do curso de engenharia do Mackenzie College e duas do curso de com mercio do Lyccu do Sagrado Coração de Jesus. Os lavradores visitantes adquiriram — 10 descascadores para café, 17 machinas para beneficiar arroz e 3 es miga Ih adores Dr. Carlos Botelho . O seroíço meteorológico dispõe presentemente de 14 postos de i^ classe, 19 de 2^ e 10 de 3^, distribuídos pelo Estado de modo a formarem uma rede permittindo as observações do tempo e o estudo do clima. A rede foi augmentada no anno passado com os novos postos, de S. Sebastião e de Boracéa, este situado na barra do Rio Novo no Juqueryquerê, em terras devolutas que estão sendo discriminadas para a fundação de um grande núcleo colonial com aquella denominação. Foi organizado o serviço de informações diárias, fornecidas á imprensa, associações e afflxadas na Secretaria, afim deaugmentar a vulgarização das observações meteorológicas. Por occasião da visita do Sr. Ministro da Industria aoescriptorio da secção meteorológica, resolveu S. Ex. facilitará mesma a valiosa contribuição das observações diariamente feitas em grande numero de postos e estações mantidos pela União, de?de Manáos e Belém do Pará até ás do Rio Grande do Sul e a de Guyabá. Desta arte poderá a secção meteorológica organizar o serviço de previsão do tempo, que se faz mister para os interesses da agricultura e da navegação. SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA As exposições de animaes, que com tanto successo se haviam realizado em 1905, foram repetidas ainda noannode 1906. A Secretaria da Agricultura, deaccordo com as r&spectivas Gamaras Municipaes, com a Sociedade Paulista de Agricultura e com o Conselho Consultivo dos Criadores Paulistas, cicado ultimamente para collaborar Manlaigaria modelo, installada no Poslo Zootechnlco Central com o Governo em todos os tentamens relativos á industria pecuária, promoveu, ainda no anno de 1906, tr&s exposições regionaes de animaes em S. Carlos, Itapetininga ePindamonhangaba e uma grande exposição estadoal na capital. Nas exposições regionaes inscreveram-se 588 expositores, sendo premiados 201 . Na exposição estadual foram premiados 131 exposi- tores. Por occasião dessas exposições foram organizados e funccionaram : 1°, as feiras e leilões de animaes reprodactores; 2°, o concurso de vaccas leiteiras; 3° o, concurso de photographos; 4°, o concurso de conductores de machinas agrícolas; 5°, o concurso para extincção de formigas, havendo muitos concurrentes. A LAVOURA 685 O Posto Zootechnico Central, cujo regulamento foi expedido lia pouco, ficou durante o anno passado posto em condições de corresponder perfeitamente aos fins da sua creação. CoIlalx)rouefficazmente na sua organização o Sr. Dr. Hector Raquel, lente cathedratico da Escola Agrícola de Gembloux, na Bélgica. O Posto Zootechnico foi dotado de grande numero de reproductores, para serem acclimados e experimentados em cruzamentos cora as raças indígenas. Aproveitando o regre.sso doDr. Raquet á Bélgica, ainda a Secretaiúa incumbiu-o de adquirir outros reproductores, que virão atechnico Ceatr completar o apparelhamento do Posto Zootechnico Central, e servirão para os diversos postos que vão sendo estabelecidos no interior, no Instituto Agronómico, na Escola Pratica «Luiz de Queiroz», nos núcleos coloniaes, e naquelles que as municipalidades crearem, obrigando-se a custeai- os a suas expensas. No intuito de conservar em toda a sua pureza as raças nacionaes e afim de augmentar, pelos methodos zootechnicos seguidos nos paizes SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA mais adeantados, as aptidões das mesmas raças, mandou-se começar a formação de um pequeno rebanho Caracú, que permittirá, com o tempo, decidir com toda a segurança qual dos dous systemas, por selecção ou cruzamento, dará os resultados melhores, mais seguros e mais económicos. Durante o anno findo complelou-se também a edificação do silo, systema norte-araericano, sem uso de pesos, que permittirá a con- servação do milho cortado verde para a alimentação do gado durante a época de escassez de forragens. Foram postas em cultura grandes extensões de terrenos do Posto Zootechnico, afim de poder se fornecer ás differentes secções do estabelecimento as forragens mais apropriadas á alimentação dos vários reproductores . Acha-se montada a lelteria, que funccionou satisfactoriamente por occasião da ultima exposição de animaes, e desde esse tempo continua a trabalhar, tendo já admittido duas alumnas, que acompanham a pratica, não obstante, por aguardar-se a chegada de professores con- traclados, e ainda não ter havido abertura offlcial dos cursos A Estatística Agrícola e Zootechnica ficou concluída no anno findo, com excepção de quatro municipios muito afastados, cujo levantamento só poude ser terminado ultimamente. O serviço de rectificação, resumo e cálculos das medias está concluído. Esta estatística é a mais completa que se tem realísado entre nós, e, attendendo ao plano que foi adoptado para o seu levantamento e ao cuidado que tem sido empregado para sua revisão e rectificação, deve representar a realidade dos factos. Importação de animaes reproductores de raça. — Foram impor- tados, durante o anno de d906— 97 animaes por conta de particulares, auxiliados pelo Estado com a quantia de £ 2 390-0-1 . O Estado importou, no mesmo período, 67 reproduiHores, sendo 3 cavallos, 35 bovinos, 12 varrões e 27 ovinos. A cultura racional do arroz— que depois da do café é sem duvida a mais importante entre nós, pela possibilidade de um largo desenvolvi- mento, para abastecimento dos mercados internos, onde esse cereal encontra enorme consumo, ou quiçá mesmo para a exportação, devia merecer a attenção particular do Governo, empenhado em fomentar a polycultura. Os processos ainda em uso entre nós, não podiam permittir assentar-se sobre base solida a producção do arroz. Não só elles geral- mente se apresentam bastante atrazados nos trabalhos de cultura e A LAVOORA colheita, como ainda por descançarem os lavradores somente sobre a influencia do tempo, que muitas vezes não corresponde á espectativa, continuamente soffrem graves prejuízos e desânimos por verem reduzidas as colheitas a quantidades insufflcientes para assegurar um lucro razoável . Tendo em consideração as enormes vantagens obtidas nos Estados Unidos na cultura do arroz, pelos processos de alagadi(;os ou de irrigação, de accordo com autorização legal, contractou-se naquelle paiz um especialista recommendado por attestados valiosos — o Sr. Welman Bradford— o qual está á testa do primeiro campo de demonstração creado para a propaganda da cultura do arroz por processos racionaes. O Governo do Estado não tem poupado esforços para que os seus campos de cultura racional de arroz sejam visitados pelo maior numero possivel de lavradores, pondo, para tal fim, á disposição destes, guias technicos, hotéis e estradas de ferro, de maneira a evitar, }3or essa forma, qualquer incoramodo ou despeza aos visitantes. Praga de gafanhotos. — Estes terríveis insectos fizeram a sua invasão pelo Estado, porém, sem causarem grandes damnos, altentas aspromptas e sábias medidas tomadas pelo Dr. Secretario da Agri- cultura, que organizou commissões, distribuiu instrucç(jes e decretou prémios, alcançando com esse conjuncto de medidas o flm collimado, que era livrar o Estado de tão incommodos hospedes. Dispendeu o Estado com a compra de gafanhotos 36:603$000 que é a quanto importaram os 10.799 alqueires de 50 litros, pagos pelo Governo. AGENCIA OFFICIAL DE COLONISAÇÃO E TRABALHO Essa repartição, creada no come<ío do anno de 1905, bem depressa alcançou o gráo de perfeição que possue, sendo apontado como um mo- delo do género. Graças aos seus bons serviços, promoveu-se, durante o tempo da colheita, o contracto de apanhadores de café, tendo sido coUo- cadas nesse serviço 815 pessoas, das quaes muitas eram colonos estabe- lecidos nos núcleos coloniaes, que tiveram assim opportunidade de aproveitar, como lucro, o tempo em que se encontram desoccupados nos lotes . Além do pessoal para a lavoura, a Agencia também col locou grande numero de trabalhadores de varias profissões, tendo também por seu intermédio, sido concedidos 120 lotes nos diversos núcleos coloniaes do Estado. 2914 3 SOCIEDADE NACIONAL DE AGKICUl-TUKA O lolaldos colonos localizados nos núcleos colonos vindos de outros Estados e do interior, constituindo 189 famílias. entre immiyranles, 'jfoi de 1 . 068 pessoas, Dormitório da Agencia de Colonização 6 Trabalho As importâncias arrecadadas pela Agencia por conta das prestações dos lotes concedidos foi de 32 : 4.47$092 . A colonizaçãx) tem sido a preoccupação constante da Secretaria, e e são animadores os resultados que já se vão obtendo do novo systema de localização de immigrantes. Importantes acquisições foram feitas durante o anno passado, para o desenvolvimento do ser viço da colonização. Por venda e doação feitas pelo Conselheiro Bernardo Avelino Gavião Peixoto, foram incorporados ao domínio do Estado mais de seis mil alqueires, nos quaes estão creados os novos núcleos coloniaes denominados «Nova Europa», «Nova Paulicéa> e «Conselheiro Gavião Peixoto» ;os quaes vão ser cortados paio pro- longamento da Estrada de Ferro do Dourado. ■A Gamara Municipal de Ubatuba, tendo obtido de vários pro- prietários daquella localidade cessão das terras situadas no logar de- nominado « Matto Dentro», contractou com o Governo a colonização das A LAVOURA 629 mesmas terras, por parceria, devendo alli em breve ser creadoo núcleo colonial «Conde do Pinhal», conforme propoz aquella Municipalidade. Além disso, tem a Secretaria em estudo várias proiX)stas e pro- jectos para a cessão de terras ao Estado, destinadas á colonização, de maneira ijue tudo faz crer que se entre afinal num período de proveitosa actividade para o povoamento do solo, interessandc^-se jú os particulares no assumpto, que hoje já conta com os esforços consorciados do Governo e da iniciativa privada. A industria\cafeeira na America Hespanhola. — Em maio de 1904 encarregou-se o Dr. Augusto Ferreira Ramos de visitar os paizes ca- feeiros da America Hespanliola, no intuito de percorrer as zonas o as propriedades ruraes onde se cultiva o café, estudando os processos culturaes e industriaes alli empregados, a organização do trabalho, a producção e os recursos desses paizes, conjecturando, tanto quanto possível, do futuro da sua industria cafeeira. Dada a competência do illustrado engenheiro, tantas vezes manifestada até então sobre assum- ptos agrícolas, principalmente osreferentos ao caféeácanna, pareceu que elle reunia as condições precisas para nos revelar o que convém que a 630 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA nossa lavoura cafeeira saiba ena relação a paizes que são nossos con- currentes, e cujos productos gozam de fama superior ao do nosso similar a ponto de ser este vendido na Europa como daquellas procedências para poder alcançar melhor preço. Não foi illudida a espectativa, como se pode verificar do relatório do Dr. Augusto Ramos, adiante publicado, no qual o seu illuslradoauctor apresenta um estudo da industria ca- feeira nas Republicas do México, Guatemala, Salvador, Nicarágua, Costa Rica, Colômbia, Venezuela e a possessão norte-americana de Porto Rico, que foram os paizes que visitou e percorreu. Nesse estudo está patente a tendência para o declínio da producção cafeeira (aliás já insignificante em relação á nossa) dos paizes his- pano-americanos onde a conformação do solo alcantilado, as difficuldades de transporte e a falta de recursos em muitos delles, embaraçam o trabalho regular, e o custo elevado da producção absorve quasi total- mente o preço alcançado pelo producto, desanimando o cultivador. Por outro lado, as constantes revoluções do povo e os cataclismos naturaes de um solo convulsionado pelos frequentes tremores de terra, soterrado pelo vomito dos vulcões e vai-rido pelos cyclones, dizimam as culturas. Accresce ainda a essas calamidades, já de si perturbadoras, a intervenção insólita dos chefes políticos nas administrações das fa- zendas, o quedifficulta e muitas vezes impede o trabalho, restringindo a pi'oducção e elevando-lhes mais o custo. No entretanto, observa-se também que, se por um lado a tendência épara o declínio e rápido aniquilamento das culturas cafeeiras, devido ás causas apontadas, por outro lado, na generalidade, o café de taes procedências, principalmente o de Guatemala, Costa Rica e Porto Rico, alcança melhores preços do que o que produzimos, o que significa que os processos de beneflciamento estão alli mais apurados do que entre nós. O estudo do Dr. Augusto Ramos, por essa e outras faces, offerece-nos lições proveitosas. Outro assumpto, tratado pelo illustrado economista, que merece especial destaque è o que se refere às fructas, questão esta tratada por S. S. com especial carinho. Esse assumpto merece tanto maior attenção por parte dos administradores do Estado de S. Paulo, quanto é sabido a importância que o commercio dos fructos tropicaes vae assumindo nos grandes centros de consumo. Dentre os fructos tropicaes que obtêm maior procura, destacam-se as bananas, os abacaxis, as laranjas e os citros em geral, sendo o Estado de S. Paulo um forte concorrente nessas especialidades ; bas- tará, pois, citar dois únicos productos, para se ter idéa exacta da progressão ascendente em que vae a pomologia no prospero Estado. A LAVOURA 1905 — Abacaxis. . . . 3:24.4$000 - Bananas. . . . 70:100$000- Neste andar a fructicultura paulista Locan 1906 4:i:549i?;ooo 109:270$000 a incalculável altura em muito curto espaço de tempo. Esperemos pois! Transporte de bananas em estrada de i Vale a pena ouvir as próprias palavras do Dr. Augusto Ramos sobre a industria cafeeira pelos paiz&s que percorreu nas duas Amé- ricas. As suas palavras como economista illustre que é, e além disso especialista em questões referentes ao commercio do café, têm a aucto- ridade das de um mestre, por isso as transcrevemos na integra. Diz o Dr. Augusto Ramos, de paginas 154 a 158 do relatório do Dr. Secretario da Agricultura, de que nos vimos occupando: « Os agentes clássicos da producção resumem-se em três, como tão sabido é: — terra ou natureza, trabalho e capital. Examinemos cada um dasses factores em sua larga influencia sobre a producção cafeeira, nos paizes por mim visitados. SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Já sobre a terra, eslxDçando-lhe as condições, informei das diffi- culdades com que se offererem ao homem productor. Nada tenho a accrescentar. Em relação ao trabalho, já descrevi, paiz por paiz, os recursos de sua população, a forma primitiva com que funcciona em quasi toda a parte e principalmente a sua escassez em todas as regiões visitadas excepto em Salvador e Porto Rico. Se houve nota invariável a ferir-me os ouvidos, em todos os re- cantos em que me achei, foi a que traduzia o clamor contra a in- sufflciencia de braços. Onde quer que eu chegava, era certo ouvii-: « não ha gente » ! Tão grande escassez resultava mesmo, nas zonas cafeéiras, da insufficiencia de população operaria, incapaz de dar vasão ás neces- sidades das colheitas. Estas, são feitas conforme i"eferi, escolhendo-seum a um os bagos maduros de café, em três, quatro ou cinco passadas pelos mesmos cafeeiros. Colhe-se muito pouco, portanto, de cada vez, tornando-se necessário pelo menos três vezas mais gente do que no Brazil, para a mesma quantidade de café. Por outro lado, as capinas entrenós (em S. Paulo), são mais numerosas e reclamam mais gente do que lá. Aqui, o desequilíbrio entre o pessoal das capinas e o que é recla- mado pelas colheitas pôde ser representado pela relação de quatro para 5. Na America hespanhola, na de um para seis, talvez. A difle- rença é collossal. Qualquer lavrador fará uma Justa ideia da profunda perturbação resultante de semelhantes condições de trabalho. Lá, no periodo das safras, cada fazendeiro destaca para certos po- voados ou para regiões quasi desomhecidas, no cimo das montanhas, ogentes encarregados de arrebanhar pessoal que venha acudir ao trabalho inadiável. Ainda assim deixam de aproveitar, quasi sempre uma parte da producção, conforme me foi dado testemunhar. E' um mal sem remédio, porque a população india não augmenta. E' ainda um mal sem remédio porque não é viável a única solução que occorreria dar ao difficil problema: a introducção de braços ex- trangeiros. Gomo attrahir extrangeiros pai-a uni tralwlho penosíssimo, em paizes onde o salário não alcança mais de $800 ou 1$000 por dia ? Já se experimentaram japonezes e chinezes, no México, mas não se conservou um só, na lavoura cafeeira. No europeu, nem pensar. A LAVOURA G^'? Alli estão, a dois passos, os Estados Unidos, com os seus terrenos planos e férteis, a offereoer 5 ou O mil réis por dia, impossibilitando qualquer paiz de receber immigrantes a baixo preço. Occorreriaexaminar a possibilidade de se elevar o salário. E' uma sabida irrealisavel . O que ainda mantém a industria cafeeira Hispano-americana é =a]arin ixo, jermillindn um custo do produrção isualmente Embarque âo bananas para exportnçã baixo, embora mais elevado, em geral, do (jueo do café brazileiro. Elevem o salário e desapparecerão as fazendas; não ha fugir. O problema é insolúvel de qualquer maneira. A producção cafeeira dos nossos concurrentes está, pois, votada ao estacionamento, na melhor das hypotheses. Vários lavradores corajosos haviam tentado, pnuco antes de minha passagem, abrir lavouras novas em terras que adquiriam ou que já pos- suíam. Tiveram de abandonal-as porque lhes faltou gente para a colheita. Este facio que eu constatara in loco, vi-o ainda confirmado ha mezes, por um dos repr&sentantes de Costa Rica no Congresso Pan- Americano. 634 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Quando, porém, para a limitação da producção não bastasse, como basta, a escassez de trabalhadores nacionaes, alliada ás asperezas dos Andes, haveria para completar a obra, um terceiro factor de poderosa influencia: a situação social e politica de quasi todos aquelles povos. Trausporttí do café t Por todos os recantos d'aquellas regiões domina uma nota invariá- vel ,, a appiehensãoeo terror pelo dia de amanhã. No próprio México, ergue-se como um problema cheio de perigos a successão de Porfírio Dias. Em todo o caso, cumpre reconhecel-o, muito ha conseguido o Mé- xico, no que concerne á introducção de capitães, quasi todos, porém, dão preferencia ás industrias de transporte, fabris e extractivas, prevalecendo nestas ultimas a exploração das minas, deque é riquíssimo o paiz. A maior somma dos capitães estrangeiros provém dos americanos do norte, no valor approximado de 2 milhões de contos de réis, dos quaes mptade nestes últimos 5 annos. Na industria do café a pi-ocura é muito limitada, citando-se apenas 55 a 60 firmas americanas possuidoras de fazendas. Mas não é o México que mais interesse apresenta no caso. Onde campeia o abuso, despotismo interesseiro e intolerante e o des- prezo pela propriedade, é nas outras republicas hispano-americanas pro- ductoras de café, com excepção, nos últimos tempos, de Costa Rica . A LAVOURA Por acaso, n'aquelles paizes, galga o poder um homem possuído de verdadeiro patriotismo, a erapenhar-se, deveras, pela felicidade do povo que é de boa Índole,— e tal é, actualmente, o caso do general Eeys, na Co- lômbia, segundo o testemunho de pessoas insuspeitas ; — mas é uma excepção, infelizmente, e não se faz tardar o vergonhoso regresso á cau- dilhagem, com seu immenso cortejo de males. E' desnecessário citar factos ou adduzir oommentarios. As revolu- ções e as guerras alli se succedem na proporção de uma por anno, ou ainda cora maior frequência. Em outra parte do presente relatório já mencionei, em largos traços, o modo como alli se trabalha o as humilhações, vexames e extorsões a que são forçados a sujei tar-se, n'aquelles paizes, os próprios exlrangei- ros, impossibilitados de recorrer aos respectivos governos, porque se ve- riam arruinados e perseguidos antes de receberem qualquer assistência. Quando mesmo, nesses paizes, a ordem hoje se implantasse — coisa impossível — ainda seriam necessários mais de 30 annos para que alli se conseguisse um regimen propricio aos que trabalham , E' disso prova o México, com 25 annos de paz, o México, senhor de outros recursos e riquezas, e, dia a dia, influenciado pelo exemplo e col- laboração do seu grande visinhodo norte — a nação americana. Escolha do café beneficiado em Costa Rica Do exposto se conclue, pois, com toda a evidencia, que se acham fe- chados os horizontes da industria cafeeira na America hespanhola. D'ahi não ha esperar nenhum augmento api-eciavel de producção. 2914 4 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA A vida daquelles povos, devemos arompanhal-a com o maior inter- esse, visitando-os em todas asopportunidades. Nada mais. Em relação ao augmento da producoão do café, o Brazil continua e continuará a não ter concurrentes no mundo. O Brasil está na vanguarda de todos os paizes proluctores de café, tanto no que concerne á quantidade do café produzido, como em relação á organisação da industria e ao seu apparelliamento. A in- dustria cafeeira, em nosso paiz, e sobretudo em S. Paulo.é uma verda- deira maravilha, sem rival em iienluima industria agrícola do mundo ! O que a meu ver, lhe está faltando, sob o ponto de vista cultural e tech- nico é a organisação e systematisação dos estudos appl içados ao plantio e tratamento da arvore e beneficiamentodo prnducto. Parece-me que, para a boa e prompta solução de lai problema, dever- se-ia crear, em varias zonas do Estado, algumas fazendas-modelo des- tinadas exclusioamente ao aperfeiçoamento da industria em todas as suas manifestações, nas quaes, com segurança, viessem colher proveito- sas lições os lavradoras do Estado, em vez de, na anciã de progredir que os caracterisa, andarem ás cegas, era dispendiosas tentativas, geradoras, mais vezes, de justificado desanimo do que de resultados comperisado- res e dignos de generalisação. O alvitre que me animei a lembrar importaria na creação offlcial de uma verdadeira repartição votada exclusivamente á industria cafeeira. Não vejo acto que mais se justifique, nos domínios administrativos, era um Estado, como o de S . Paulo, que somente ao café deve o seu adian- tamento e opulência (*). Algumas madeiras s vegetaes úteis ao Brazil (Continuação) Monographia n . 33 — Amostra n. 15. família das LAURACEAS Cniiflla aiiiiii-elln inai*elln ilo b:«i*i'<> Nectandra nilidula, Nees Syxoximia : — Aij-uha, Aiuba e Ajuba, dos tupys — Baga de louro amarello — Canella amareUa (no Paraná este nomeécommum á legu- minosa Melanoxylon baraúna) — Canella amarella do morro — Loaro amarello, no Rio. Habitação : — No Estado de Minas e em todos os Estados marí- timos desde o do Rio ao Rio Grande do Sul . Descripção : — Arvore de caule recto, até 8,00 de altura; casca amarello-desmaiado, pouco aromática e de sabor desagradável, com epi- derme ferruginea. Madeira : — Cur amarei lo-canario quando verde e depois amarello- pardacenta; cerne pardo- avermelhado quando novo e mais escuro quando velho; tecido muito compacto, fibras bastante reve-ssas e luzidias, re- belde ao cepilho e dócil á serra. Pe-^o especifico — 0,744 (S. Paulo); resistência ao esmagamento: — carga perpendicular, 317; carga paral- lela, 582 kilogrammaspor centímetro quadrado. SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Applicações : — Madeira óptima para marcenaria, obras internas e externas, e de segunda qualidade para contrufção naval, dormentes e esteios. Observação: —Os dormentes desta madeira foram ou tr 'ora con- siderados de terceira classe. Monographia n . 35 — Amostra n . 60 . família das LAURACEAS C:ancll:t »in:ii-olln anlitiva Ajouea saligna Meiss. Synonimia: — Aij-uba, Aiuba, Aíuba, Anhauba, Anhatjba, Anhoaiba, Anliuba, Anhuhyba, Anhiba, Annuiba, Au-ion, Au-ubn e Au-uoa, dos lupys (nomes também communs ao Sassafras offleinalis) — CanclUnha (nome commum á Mespilodaphne preliosa Marl. ) — Canellinho. amarella (nome commum em alguns logares do interior de S.Paulo, á Nectandra linliearia Meiss.) — Inliaiba — Inliubn— Louro ajaba. — Canella-anhuiba-baga, inliaiba amarella, nuhiba-bãf/a e nuiba-barja, na Bahia. Habitação: —Todos os Estado? mariliinos do Brasjl. Vegeta nas mattas virgens e capoeiras, em terrenos seccos, silicosos ou argilosos, mas prefere estes. Descripção: — Arvore de caule recto, mas não bem cylindrico, até 12,00 de altura e 0,G5 de diâmetro; casca fina, parda, um pouco aromática, com epiderme sempre manchada de branco. Madeira : — Côr amarei lo-esverdeado, com algumas fibras côr de rosa; muito macia, flexível e porosa; dócil ao cepilho e rebelde á serra. Peso especifico — 0,560 e 0.572 (Rio Grande do Sul). Applicações : — Madeira muito apreciada para canoas, taboado de forro, caibros, vigas, ripas, remos e quaesquer obras internas. Variedades: — Ha diversas. A principal differença consiste na côr da madeira. Observações : — Parece que esta lauracea é uma das que no norte do Brasil attingem maiores dimensões. — No Rio Grande do Sul os cortumes empregam a casca de uma "Canellinha". Nunca encontramos laaraceas com cascas bastante adstringentes, pelo que suppomos que tal nome é ai li commum a outra planta. A LAVOURA ri39 Monographia n. 36 — Amostra n. 137 família das EUPHORBIACEAS Canolla-de- veado Actinostemon lanceolatus Sald. — Var. Serrata Synonimia : — Cremos que em toda a parte onde existe só é co- nhecida pelo nome commum acima. Entretanto, em Pernambuco e Alagoas o mesmo nome é commum á bixacea Casearia símil ia coffea e á myrtacea Eugenia multicaullis. Habitação : — Estados do sul do Brasil, desde o do Rio de Ja- neiro, faltando-nos noticias {jositivas sobre a sua existência mais ao norte. Vegeta somente em terras argilosas, de qualidade regular. J^ Descripção : — • Arvore de copa regular e caule pouco recto, até 10,00 de altura e 0,35 de diâmetro; casca de côr esbranquiçada e sabor adstringente, exsudando um liquido lacteo-resinoso, epiderme brancacenta ; ramos brancacentos também, mas com as extremidades lenticelladas ; folhas simples, serradas, alternas, obliquas, pecioladas, .saliente-nervadas, mais ou menos 72 ""/„, de comprimento e 33 ■"/■" de largura, rhombeas, ápice agudo ; flores pequenas, imperfeitas ; fructo capsula tricoca, com sementes de episperma meloso. Madeira: — Côr branca, contendo um sueco lácteo; firme e de tecido compacto, dócil ao cepilho e á serra. Peso especifico: 0,907. Applicações : — Madeira para carpintaria e todas as obras in- ternas e externas, vigas, cabos de ferramentas e óptima lenha. As cascas contêm elevada porcentagem de tannino e são de ha muito empregadas na industria dos cortunes. Quanto ao sueco lácteo exis- tente nas cascas e na própria madeira, tratado convenientemente, produz borracha. Observações: — O peso especifico é o da especie-typo, da qual esta variedade pouco se affasta . Monographia n. 37 — Amostra n. 49 família das LAURACEAS Canclla-catlnguda Nectandra leucothyrsus Meiss Synonimia : — Anhuiba-do-brejo — Canella-branca este nome è cx)mmum á canellacea lacea, canella alba Murr. — Canella-da-vargem — Canella-do-brejo— Louro-anhuiba . SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Habitação: —Na faixa liltoral dos Estados de S. Paulo ao do Rio Grande do Sul, preferindo as terras silicosase húmidas. Descripção: — Arvore de caule até 8,00 de altura e 0,45 de diâ- metro ; casca vermelha e aromática, revestida de epiderme rugosa com manchas brancas. Madeira : — Côr amarei lo-clara cmn veias pardo-esverdeadas, fibras regulares, tecido pouco compacto, Jxmito e aromático. Peso pouco superior ao da « Ganella-aahuva » e talhe macio ; dócil ao cepilho e á serra. Applicações : — Madeira para vigas, taboado de forro e de soalho e obras internas em geral . Observação : — Pso Estado do Espirito Santo dão o nome de « Ca- nella-liianca » a uma madeira similiiante na apparencia á do « Ara- paru-preto », piirém de côi- um pouco mais clara. Monographia n. 38 — Amostra n. 10 família das LAURACEAS Synonimia : — ? Habitação: — Vertente orionlal da sei'ra do Mar, entre Iguape e Paranaguá, nos Estados de S. Paulo e Paraná, faltando-nos dados sobre outros pontos do pai/. Pi-efere os terrenos silicosos e húmidos. Descripção : —Arvore grande, de porte idêntico ao da « Canella- sassafras-amarella » e caule recto, alé 12,00 de altura e 0.65 de di- âmetro; casca vermelha e aromática; folhas inteiras, unilateraes, pecioladas, resupinadas, revoUitas, aplce mucronado, mais ou menos 220ra/ra de comprimento e 62 ""/,„ de largura, olilongas membranosas, vernicosas na pagina superior, saliente-nervadas na inferior, de sabor picante e um pouco aromatic^is ; fructo aromático de cor vermelha e do tamanho do fructo do cafeeiro. Madeira : — Bonita e ondeada, de côr amarei lo-escura ou par- dacenta, com fibras amarei lo-a vermelhadas, um is direitas e outras revessas. Leve e dura, ao mesmo tempo ; talhe macio ; dócil á serra e rebelde ao cepilho. Applicações : — Madeira para canOas, de boa duração ; talwado de soalho, vigas, obras internas era geral, não resistindo á humidade. Os fructos são procurados por alguns pássaros, especialmente pelos jacus e tucanos. A LAVOURA 641 observações: — Ouvimos também dar-lhe o nome de « Canal la- guajissára», mas impropriamente, porquanto «uá-jissára » significa «pau aspinhento » e este vegetal é absolutamente inerme. Monograpliia n. 39 — Amostra n. 121. família das lauraceas Cauella-nhopissutiia ? Synonimia : — Canella-de-sebo, em S. Paulo, Paraná e Santa Ca- liiarina — Canella-escorregosa — Carie la-nhunguoira-escorregosa — Canella-sahão (não «Louro-Sabão, que é uma cordiacea (?). Habitação: — Nos Estados de S. Paulo, Santa CatharinaePai^aná, somente em terras argilosas de qualidade regular. Descripção: — Grande arvore, de caule mais ou menos recto, até 16,00 de altura e 1,00 de diâmetro; casca de côr'vermelho-ro3a, até 15 "Vm de espessura, impregnada de massa gommo-sebacea ; ramos verdes, verrucosos, geralmente oppostos e com o aroma caracleristico das lauraceas; folhas simples, inteiras, sempre na extremidade dos ramos, dispostas em roseta, o que Ihesdáa apparencia de verlicillos, membranosas, mais ou menos 112 "'/m de comprimento e 36 '"/m de largura, oblongas, com- peciolo côr de rosa de 28 "/„, de comprimento, sallente-nervadas, na pagina inferior e vernicosas na pagina su- perior. Madeira: — Côr branca ou amarella, tecido compacto, assetinado, fibras direitas, velas irregulares e de côr vermelha e preta. Dócil ao cepilho e á .serra. Applicações: — Madeira para canoas, marcenaria, taboado de .soa- lho, vigas, esteios, caibros e outras obras internas e externas. Em- pregam-na para cocão nos carros de bois, por fazer o canto. Observações : — A madeira deste vegetal é considerada no oeste de S. Paulo como sendo de terceira qualidade e é applicada somente em certas obras internas; entretanto, a do que descrevemos é excel- lente e affirmaraos que tem as applicações mencionadas acima. — Extrahida a casca, os toros ficam escorregadios como si hou- vessem sido untado^ com gordura; o mísmo S3 dá em qualquer parte que a ca.sca seja ferida. Djslacircumstancia resulta serem frequentes as contusões nas passoas que sa empregam na varação ou remoção da madeira. SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Monographia n. 40 — Amostra n. 168. ' família das LAURACEAS Canella-nhotlnsa Cryptocarya moschale Mart. Stnonimia : — • Moscadeira — Nhotinga — Noz-moscada-do-Brasil (este nome é commum ás myrislicaceas Myristica bicuhyba Schott. e Myristica officinalis Mart. e lambem não deveconfundir-se coma «Noz-moscada-do-Pará», que são diversas lauraceas). Habitação: — Estados da Bahia, Minas, S. Paulo e Rio Grande do Sul. Vegeta somente em terras argilosas. Descripção : — Arvore de caule recto ; casca amarellada, grcssa até 0,02 de espessura, de sabor peculiar aos indivíduos desta família e epiderme vermelha-ferruginea com manchas brancas e verdes ; fructo muito aromático. Madeira: — Côr branca, uniforme; tecido revesso, porosa, mas bastante pesada. Applicações : — A madeira serve para vigas, taboado de soalho e obras internas ; os fructos produzem óleo medicinal e são utilizados como carminativo, excitante e aromático succedaneos da moz mos- cada» . Observações : — Um escriptor diz que a madeira deste vegetal é escura, de côr arroixada. Podemos asseverar ter visto a de muitas dezenas de indivíduos e sempre como a descrevemos acima. MAL V AC E AS Pai-itiuiu tlllaceuin, St. Hil.— Hlbisciis tiliaceus, L..— Hibiscus Pernambucensis, M. ? Synonimia: — Uvira do mangue — Embira do mangue — Guaxima do mangue— Guaxuma do mangue— Guanxuma do mangue— Agua- ximá — Guatupê (no littoral sul de S. 'Pa\i\o)—Ybaxama dos aboríge- nes, de yba (casca) e cama (corda) — planta corda ou casca corda, talvez melhor traducção. HabitaçSo : — Encontra-se em todo o littoral do Brazil, vivendo socialmente nos terrenos lodosos sujeitos ao phenomeno das marés e marcando nas fozes dos rios o limite entre os manguezaes e a terra firme. E' planta aquatica-mariti ma, largamente espalhada pelo mundo: existe na America central, Austrália, ilhas do Pacifico, Java, índia, e ilha de S. Thomé (Africa occidental). A LAVOURA 643 Descripção : — Sub-arbusto da caule tortuoso até 0,04 de diâme- tro, conservando a cicatriz das folhas antigas ; lenho leve, branco, flexível e raedulloso; muito esgalhado, tendo galhos até de 6,00 ; casca um pouco rugosa e muito embirenta, com epiderme branca-acinzentada ; folhas simples, alternas, longo-pecioladas, peciolo e pagina inferior muito pilosos, sendo os pellos em forma de estrella ; cordiformas, acuminadas, membranosas grandes, 0,19—0,17 — , palmati-nervadas. Flores grandes, amarellas, que avermelham antes de morrer. Applicações : — O líber, de cor pardacenta, é muito gomoso, facíl de extrahir quando verde e dífficil quando secco; lavado, adquire côr avermelhada. Dá tão excellente fibra, que merece ser considerada uma das melhores fibras lextis nacionaes conhecidas. As cascas brutas, seccas ao sol e conservadas mais de anno em logar sombrio, servem do mesmo modo que se fossem novas, mas ficam mais ásperas e mais escuras. Na America central empregam este líber não só para o fa- brico de tecidos, como também para cordas de redes ; entretanto, de nossas investígaçijes especíaes e minuciosas a este respeito, resulta a certeza de que ella é imprópria para a ultima applícação mencionada, não obstante provir de uma planta marítima : resiste pouco á acssain imp-sr ou mais apparelliad33, estabeleçam as mesmas ia ust E' ionçja a lista dos veçetaes cuia utiliíajãa se ao ia p'lvileíiala e é dilBcil a sua consulta; dahi a passibilidíde de prejaiíos materiaes pi • pi"te le quem não esteja bem ao par do que se passa. Ha poucos ma^es fallei em Sautos om o concessionário do pri- vilegio para ettraoção do taaiuo los mau^ues do paiz, p -n-ile -io de que está de posse ha oito ânuos sem o aprovo, tar o disse-me, cim siiir ila ■ fran ( leza. espe -ar que ai ;uem lh'o compre. . Xo Começo deste aaao ca lacou o privile,'ia pa -a o lah 1C3 de papel uti- lizando as arvores indi -enas; ji foi, p)r'm, i-euova lo, um houeficii da mesma pess9a que durante tantos auuus nada poderá l'a'.e ■ ! A' vista destes tact >s, e le m lit )s uatris pjr demiis cinieci los, sippoaho que a intervenção da Sicie la le Naci lual dr! A --íc illu -a luoti Ijspidereí nubliojs. no seu — tilo de limitar as áreas o os p -ir.n lautpj dos [aan dd 'em se- iiistallilas e efectiva- mente funcciouar aa emprezas in lustria» p -ivile^iaias, traria os melho.-es resaltalos ■ para o paiz . monstra-o sobejamente : os nomes brasileiros que dava a suas primo- rosas creações, como sejam : Dom Pedro de Alcântara, Benjamin Cons- tant, Veiga Cabral, Saldanha da Gama, Barbacena, Pirara, Beija-flôr, Botafogo, Rio de Janeiro, Hortulania, Brinco, etc . Das suas ultimas novidades as mais bellas sao as seguintes ; Bleu, Pi- ranguinho, Machadinha, Saquarema, Diogo Botelho, Brusque, D. Fran- cisco de Souza, Faceiro, Teyú-Pirc, BellaJoanna, etc. Obteve prémios em todas as exposições a que concorreu, entre estas recordaremos asdeGand, de Chicago, mas o mais esplendido successo co- Iheu-o elle na Expoxição de Diisseldorf, de 1904, conquistando a medalha de ouro. Concorrera também á exposição de flores, promovida pela Associação das Crianças Brasileiras e annexa á Exposição de Apparelhos a Álcool, promovida por esta Sociedade, tendo alcançado o primeiro premio. A sua grande obra não será interrompida de todo ; fica á frente do seu estabelecimento o seu filho Gustavo Lietze, seu companheiro de trabalho ha muitos annos. Em homenagem a tão eminente trabalhador agricola, em nosso -meio, illustramos estas linhas que mal traduzem o seu grande mérito, com duas photogravuras, representando uma o Sr. Lietze no meio dos seus tinhoróes e a outra um b2[lo espécimen de um dos seus malhares productos, que é a "B-Jgonia Jichroa. SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA COLLABORACAO Visita á Estação Agronómica 2 á Empreza Vinícola do Brazil NO SATUBA Conforme noticiámos, realizou-se domingo, 6 de outubro, a excursão governamental á Estação Agronómica que a Sociedade Alagoana de Agricultura mantém na povoação Satuba, bem assim o assentamento da pedra fundamental do edifício onde vae funccionar a grande distillação da Empreza Vinicula do Brazil, na fazenda agrícola do illustre coronel Pedro de Araújo Lima, á margem direita do rio Satuba, fazenda que rapidamente vae se transformando num importante centro industrial. Em carro especial, comboiado pelo trem de 7,3o, partiram os excursionistas com destino primeiro á estação agronómica, donde de- pois seguiram para o engenho Satuba. Fizeram parte da agradável visita, além do Exm. Sr. Governador, os Drs. secretários da fazenda e o do interior, o Sr. Bispo diocesano e seu secretario, os deputados federaes Dr. Eusébio de Andrade e coronel Epaminondas Gracindo, Dr. António Guedes, presidente da Sociedade de Agricultura, Gomes Ribeiro, da Tribuna., Drs. Luiz Mascarenhas, Anisio Jobim, Drs. Ignacio e Salvador Galmon, Júlio Auto, coronel Jacintho Medeiros, Sebastião de Abreu, Barbosa Júnior, Olympio Mo- reira e senhora, Amarilio Guedes, Félix Lima, major João Carlos e senhora. Da estação do Satuba,onde já esperava seus convidados o Dr. Miguel Guedes, director technico da estação agronómica, seguiram todos para o estabelecimento que, como se sabe, funcciona na antiga \iúm.Wanderley., doada por lei do Estado á Sociedade de Agricultura para aquelle mister. A impressão que se recebe logo ao penetrar na bella situação, é de agradável surpresa para quem a conheceu antes, quando alli funcciona va a antiga usina, tal a transformação por que passou em tudo e por tudo, desde o grande prédio principal, hoje com outro aspecto, até extensa área do antigo cercado, toda ella agora terraplenada, methodica e scien- tificamente disposta em longas secções de enormes canteiros em que se ostentam variadas culturas, comprehendendo nem só productos indi- A LAVOURA genas, mas rica coUecçao de outros exti-angeiros cujos ensaios se pra- ticam já com algum proveito. Além de 14 variedades de fumo, outras tantas de cebolas, batatas, inhames, alhos, amendoim, ervilhas e innu- meras espécies de hortalices, admira-se perto de cem qualidades de uvas, o trigo, a aveia, forragens diversas, cacáueiros, etc, etc, cujas culturas e experimentações interessantíssimas o seu illustre director proficiente- mente explica. No edifício acham-se expostos instrumentos agrários modernos, como o arado de disco reversivel, a grade de discos, semeadores, ceifadeiras, limpador de cannas, etc . , machinas essas empregadas nas diversas ope- rações a que são destinadas e cujo manejo o director se promptífíca a explicar, afim de vulgarizar o seu emprego e comprovados resultados. Ha já também uma regular collecção de plantas vivas dos hortos de cultura, abrangendo num só plantas agrícolas propriamente, como es- pécies e variedades de plantas sylvicolas, medicinaes e fructiferas , Também a collecção de sementes abrange vários specimens. A par disto, admira-se o magnifico systema de irrigação artificial que apanha extensa zona. PRÉDIO PRINCIPAL * Foi completamente reconstruído e offerece um aspecto imponente pela amplitude, ordem e asseio dos seus salões, perfeitamente arejados e ventilados. RESIDÊNCIA DO DIRECTOR E CAMAS DOS EMPREGADOS São pequenos prédios recentemente reconstruídos e offerecem as commodidades precisas a uma habitação de campo. Tem excellente ser- viço dagua, innumeros exgottos para lavagens e brandura do terreno, maximé nesta época de insupportavel canicula . Annexa á residência da directoria está um importante banheiro com todas as exigências de um estabelecimento balnear. CAPELLINHA Está coUocada no logar mais elevado do campo e a cavalleiro dos mais edificios . Foi reconstruída e estava perfeitamente limpa. Mãos pie- dosas encheram o altar de viçosas flores e espalharam sobre o chão folhas verdejantes. FERRARIA E' um pequeno chalet de estylo modesto e bem conservado. As ofB- cinas estão montadas para satisfazer todas as necessidades que requer SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA uma propriedade agrícola. Os apparelhos, os machinismos, bem dispostos, revelando a cada passo o cuidado e a dedicação do illustre director da Estação Agronómica. HANGAR DAS MACHINAS E' um dos vastos salões do edifício principal. Ahi vimos varias ma- chinas, utensílios e instrumentos agrícolas, dentre os quaes destacamos dous arados de disco, sendo um de disco fixo e outro de disco reversível ; um grande cultivador de discos ; um rolo de três cylindros ; vários cul- tivadores Planei ; um pequeno aradinho de disco ; um semeador de grãos ; enxadinhas mecânicas ; pás a cavallo para serviço de terraple- nagem e muitos outros instrumentos cujo nome escapa á memoria. Ahi o Dr. Miguel deu explicações sobre o funccionamento e applicação dos instrumentos e machinas. POSTO METEOROLÓGICO E' um chalet de pequenas proporções, arejado e construído especial- mente para o fim a que se destina. O assoalho, que é todo crivado, está acima do nivel do solo a um metro e cincoenta centímetros mais ou menos. No cimo do chalet está montado um catavento de bronze que indica as variantes do vento. CAPITAÇÃO E CANALISAÇÃO d'aGUA E' perfeito este serviço, pois ha muita agua canalisada em todas as dependências da Estação Agronómica, inclusive estábulos, estribarias, pocilga, redil,"gallinheiros, etc. Vimos uma incubadora de ovos e uma criadora de pintos, yS ovos bem conservados por um processo especial e diversas raças no terreiro. O serviço de irrigação dos campos de experiências é feito com a agua proveniente do açude e está intelligentemente organizado. Na occasião em que o Exm. Governador percorria os campos, o Dr. Miguel Guedes mandou executar o processo de irrigação de alguns canteiros, para que S. Ex. e visitantes verificassem o modo por que é feito o serviço. Causou muito boa impressão esse systema de irrigação adoptado para a rega dos campos experimentaes e todos ficaram accordes de que o mesmo era essencialmente pratico e viável em qualquer propriedade agrícola. A LAVOURA CAMPOS DE EXPERIÊNCIAS São seis as secções de campos experimentaes. Estão em experimen- tações mais de duzentas variedades de plantas. Vimos alfafa, serradela, sorgho, milho, arroz, trigo, algodão, cacau, batatas, mandiocas e enorme variedade de plantas industriaes, hortenses, forrageiras, etc. CAMPOS DE DEMONSTRAÇÕES Uma grande área destes campos jci está occupada com varias cultu ras, dentre as quaes destacam-se : arroz, canna, milho, mandioca, batata, ixi e outras. O vinhedo já conta para mais de 800 cepas de 40 variedades de uvas, de mesa e vinho. Está sendo bem cuidado e contamos muitas de- zenas de enxertos em plena vegetação. Apresentava um bello aspecto de verdura. ESTÁBULOS, ESTRIBARIA, REDII,, POSILGA, SILO E GALLINHEIRO São prédios construidos ultimamente, de alvenaria de tijolos e ma- deira de lei. Otferecem agradável aspecto e estão construidos debaixo de todas as regras da hygiene rural ; são perfeitamente ventilados, pavi- mentados em ladrilhos de tijolos sobre cama de concreto e têm agua encanada. Vimos uma incubadora de ovos, com 75 bem conservados, uma criadora de pintos e diversas raças no terreiro especial. Além 'do ganharão pur sang Pergheron, que é um animal im- portante pelo tamanho, côr, perfeição de formas e pela força, ultimamente chegado de Antuérpia, acompanhado de um tratador veterinário belga, nota-nos os seguintes animaes : Um jumento Poilou ; Uma jumenta idem ; Um jumento andaluz ; Um touro Brown Schmti ; Uma novilha idem ; Um casal de caprinas leiteiros dos Alpes ; Douá cachorros e uma cachorra de Pastor. SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA O Posto Zootechnico já possuía os seguintes, importados dos Estados Unidos da America : Uma cabra Togenbiirgo ; Uma ovelha Sowth-down ; Um casal de porcos Berkshire ; Um casal idem Poland-China ; Um gallo e duas gallinhas UhiUe-Wiandott ; Um gallo e duas gallinhas Orpington ; Um gallo e duas gallinhas Polisca ; Um casal de patos brancos de Pekin e diversos porquinhos /i«r sang^ já nascidos no Posto. Desta ultima relação morreu em viagem dos Estados Unidos para aqui um carneiro Sowthdown . Além destes despertou vivo interesse aos visitantes a creaçáo de gallinaceos, dispostos por espécies e raças em cinco grandes e bem orga- nisados compartimentos, cobertos de forragens especiaes. Vimos nesta parte uma incubadora em funcção chocando 70 ovos; admiramos a crea- dora, outra machina aperfeiçoada, já ha longos mezes em uso e que tem dado magnificos resultados. Ahi o estudo e as experiências tendem ao conhecimento dos meios genealógicos para o melhoramento das raças, ensaios sobre alimentação e physiologia da alimentação ; estudo da composição physica e chimica das forragens, da digestibilidade artificial e natural \ estudo physico e chimico do leite e dos productos animaes. Emfim, o agricultor encontra já na Estação Agronómica do Estado meios de aprender conhecimentos úteis e valiosos. As obras de alvenaria constam de dous espaçosos estabules para cavallos, jumentos, bois e dous outros menores para cabras, carneiros e porcos além do posto de meteorologia, casinholas de cães dos quaes a estação conta três raças, duas dos denominados pastores, destinados a lebanhar gado e outra consagrada á guarda nocturna nas fazendas, cur- raes e gallinheiros. Quatorze casinhas de taipa para moradores foram egualmenie edificadas, sendo reconstruídas duas de alvenaria, como augmentada e reparada a de vivenda do director, concertada e restaurada a capella. E' para admirar e applaudir o trabalho methodico e caprichoso que alli tem applicado o Dr. Miguel Guedes, realizando tudo aquillo, que deveras surprehende, com uma despeza insignificantíssima, pois pouco excede de 40:000$, o que tem alli despendido a Sociedade de Agricultura, comprehendeado nesta quantia a de cerca de 1 2:000$ applicados na com- A LAVOURA pleta reediticação do prédio da usina, grande parte do qual foi preciso demolir pelo S2u adiantado estado de ruinas e posteriormente reedificar adaptando-o logo para uma escola ou internato de agronomia pratica, uma das aspirações da Sociedade de Agricultura . Cerca de três horas consumiu a visita feita, falto ndo-nos ver o campo de demonstração que fica mais afastado mas que vae em adiantado estado. O pessoal da EstaÇcáo, deste Estado, já se adestrou em todos os serviços da mesma, de modo que vae executando com regularidade os trabalhos ruraei, graças á competência e actividade de seu director, o Dr. Miguel Guedes Nogueira, que sabe dar ordem, methodo, disciplina aos serviços que salientam de modo eloquente o valor daquelle centro de operações da Sociedade Alagoana de Agricultura,a quem felicitamos. Em summa, ha na Estação muito serviço, e, por isso, é digno dos mais calorosos elogios o seu illustre director, que se ha revelado um homem verdadeiramente trabalhador infatigável, constituindo-se assim um dos mais fortes esteios da associação de Agricola de Alagoas. O Exm . Governador, como nós, como todos que tiveram occasião de verificar o quanto de prodigioso ha realisado alli o Dr. Miguel Guedes e a grande somma de energias que S. S. ha despendido constantemente, trouxe da visita a mais agradável impressão, a mais viva surpresa. Felicitamos, por isso, a pessoa desse benemérito e a digna agre- miação que S. S. representa de modo altamente honroso. O Exni. Governador ficou impressionado com a excellente man- teiga fabricada na Estação bem como com as grandes c bellas ce- bolhas que o solo da mesma produz, as quaes foram colhidas de \espera . S. E\. trouxe algumas para mostrar aos seus amigos desta capitais bem como o Dr. Júlio Auto. A 20 minutos da Estação agronómica, á margem direita do rio Satuba, está situada a vasta e bel la propriedade do coronel Pedro Lima e que se liga á estação da linha férrea por uma magnifica estrada con- struída a suas expensas em cujo percurso ha, além de dous pontilhões de três e quatro metros de extensão, a solida e extensa ponte sobre o 2914 <3 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA rio, a qual servindo á propriedade presta relevante serviço ás commu- nicaçócs dos mun^cipios de Santa L'.izia, Pilar e parte de Atalaia. Melhorando a antiguissima estrada publica o coronel Pedro Lima fez nella um trabalho perfeito, cuja conservação S. S. tem empenho em manter. No centro da grande ponte descortina-se então o conjuncto das edificações que constituem a fazenda Satuba, antigo engenho de fa- bricar assucar, actualmente sede da empreza "\'inicola do Brazil. A impo;tante propriedade agrícola, uma das maiores do Estado com o accrescimo que o coronel Pedro Lima lhe tem dado com a acquisição de outi-os terrenos, está passando por modificações radicaes. A antiga e solida casa do engenho já não se destaca isolada em meio da várzea ; annexo a ella foi construído paralellamente um exten-o armazém de So metros de extensão sobre cinco de largura onde está sendo já assentada parte dos aperfeiçoados machinismos destinados á fabricação dos vinhos de caldo de canna ; ao norte e também annexa ao edifício do engenho corre um armazém, conjugando este á nova construcção, secção em que vão ser assentadas as caldeiras e motores. Foi nesta e no arco principal da entrada que se fez o assentamento da pedra fundamental, cerimonia que motivou a nossa visita á confortável fazenda, onde ao transpor da ponte esperavam os seus convidados o laborioso coronel Pedro Lima, cercado de seus companheiros da Empreza Drs. Costa Leite e Francisco Pinto Brandão, o major João Carlos Leite e outras pessoas que já se achavam alli. Transposta depois a eminência onde estão edificadas as casas de resi- dência do coronel Pedro Lima, engenheiro João Valle e Dr. Costa Leite, foram os excursionistas saudados pelos cavalheiros e Exms. Sras. que enchiam a espaçosa varanda que circumda a casa. Entre estes alli se achava o E\m. deputado federal Epaminondas Gracindo. Feitas as apresentações e após alguns momentos de agradável pa- lestra em que o industrial Sr. F. Brandão expoz com entbusiasmo o cxito que conta obter com a larga fabricação de variadas qualidades de vinhos do caldo da canna, desde o typo clássico do vinho do Porto, Moscatel, Malvasia até o Champagne, foi por indicação do Exm. gover- nador convidado o Dr. Luiz de Mascarenhas para lavrar a acta da ce- rimonia que se ia eíTectuar, escripta a qual em dous exemplares foi com uma caixa metallica, na qual se depositaram exemplares de moedas e dos jornaes do dia, transportada para o novo edifício em construcção, sendo então alli em cima de uma das enormes dornas, em assentamento, assi- gnada a acta por todos presentes. S. Ex. o Sr. bispo diocesano pro- A LAVOURA 653 nunciou algumas phrases análogas lançando cm seguida benção á pedra que foi collocada pelo Sr. governador na calha aberta adrede. F^inda esta cerimonia, foi percorrido o grande edifício onde já se ostentam assentadas i5 enormes dornas e outros accessorios das ma- chinas de importante di^tillação, cujos trabalhos contam os directores da empreza inaugurar ainda este anno. Oi machinismos, o que pôde existir de mais aperfeiçoado no género, teem capacidade para uma producção diária considerável de modo a poder fazer um largo abastecimento em todos os mercados consumidores. O aspecto do producto, o seu gosto e paladar em nada absolutamente divergem dos diversos typos de vinhos de uva. Outros projectos ha em relação ao desenvolvimento daquelle centro industrial, logo que íiquc terminado o assentamento da fabricação dos vinhos. A iniciativa do coronel Pedro Lima não se satisfaz com o que já está em execução, o illustre capitalista quer emprehender alguma cousa mais, entre outras cogita de iniciar uma colonisaçáo estrangeira pela instituição de um núcleo de attracção ; é por isto que S. Ex. já requereu ao governo: do Estado alguns favores para construcção da estrada de ferro de Satuba ao Pillar, consoante disposição de uma lei de 1893. Na fazenda existem contractados, não s3 o engenheiro Dr.João Valle, como um engenheiro agrónomo . 'Do Diário das Alji^vas e do Gutciibcra-, de Maceió.) Kuclcos coloniasa particulares E' com prazer que registramos mais uma iniciati\a, fecunda para o nosso Estado, do Sr. Luiz Bueno de Miranda, Gerente Agrícola da casa Prado, Chaves ifc Cia. Referimo-nos á creação dos núcleos particulares c ao novo systcma de colonisação por elle adoptado. O distincto e operoso moço mandou dividir em lotes, nas fazendas, os terrenos impróprios para a cultura do cafeeiro, não só por não terem a altitude requerida como também porque a terra, pela sua composição, não se presta ás plantações da ainda futurosa rubiacea. Esses lotes variam de 5 a 10 alqueires, e são vendidos parte avista e parte a prazo, á razão de 140a 40J.S o alqueire ou 2 1/2 hectares. SOCIEDADE NACIONAL DS AGRICULTURA Essa variedade de preço é consequência das condições physicas do solo, isto é, qualidade da terra, topographia do solo, vestimenta das mattas, volume das aguas e sua capacidade hydraulica, distanciada estação férrea, natureza da estrada, etc. Diversas vantagens se verificam dessa acertada c útil medida, enti^e ellas as seguintes : Ter sempre as ordens pessoal de icserva. De facto, apesar de estarem as fazendas completamente colonisadas, si, entretanto, sahir uma ou mais famílias de colonos ou alguns camaradas, o administrador encontra no proprietário do lote um excellente substituto provisório, visto o seu trabalho lhe permittir prestar alguns dias de serviço, e mesmo porque, residindo dentro da fazenda, elle já conhece o systema de serviço, regulamentos, horários, etc. Também por contractos previamente estabelecidos, os proprietários dos lotes fornecem, além da lenha, o milho necessário pára o consumo da tropa da fazenda, e por importância excepcionalmente barata. Na colheita de café, como as culturas cerealiferas não coincidem com aquella, o pessoal do núcleo vem reforçar o da colónia. Em terras da fazenda «Pau a Pique» em Louveira, fundou o Sr. Bueno o primeiro Núcleo Colonial «Paulo Pradoí, depois de haver feito dividir, por engenheiro habilitado, cerca de 400 alqueires de terras de campo e de cultura, em lotes de 5 e 10 alqueires, conforme já atraz escrevemos . Na divisão procurou dar a todos os lotes terras de campo e de mattas, servidas de agua corrente . Este núcleo, aberto ha pouco mais de um anno, está todo povoado com grande vantagem para a fazenda «Pau a Pique», que outr'ora se achava isolada e actualmente está rodeada de alegres sitios formados ' por antigos colonos mais ou menos independentes. Os habitantes deste núcleo já têm prestado serviços á fazenda e mais prestarão ainda, depois de terem as suas pequenas propriedades des- bravadas. Em vista desse successo obtido em uma das fazendas da importante e progressista casa Prado, Chaves & Cia., o Sr. Bueno tratou logo de fun- dar outro núcleo, muito mais importante, em terras da fazenda «Queluz», situada cm Elias Fausto, de propriedade da Exma. Sra. D. Anezia Cha- ves & P^ilhos . Esta fazenda possue i .250 alqueires de terras e 184.000 cafeeiros em terrenos aráveis. Ahi, como cm «Pau a Pique», foi pelo engenheiro Delpy dividida A LAVODRA 655 em lotes de 5 a lo alqueires uma área de 600 alqueires e reservados 400 para serem vendidos mais tarde. Uma vez povoados estes i.ooo alqueires, a fazenda «Queluz» po- derá tratar mecanicamente toda a sua importante la\'oura, contando com os habitantes do núcleo «Elias Chaves» para a colheita da sua safra. Este novo núcleo, que apenas conta uns seis mezes de existência, está em grande prosperidade com cerca de 3oo alqueires de terras já ven- didos a colonos austríacos, allemaes, italianos e brasileiros, que actual- mente as lavram ao mesmo tempo que constroem as suas pittorescas ha- bitações . Deante deste novo successo, pensou o Sr. Bueno em fundar junto á es- taçãode Elias Fausto, até ondechegam as terras do núcleo «Elias Chaves», a villa «Anezia Chaves». Esta ideia posta em pratica não te\e menor êxito que o dos núcleos. O engenheiro, encarregado de traçar o plano de uma Villa moderna, com ruas largas, praças e parque, teve de abreviar o seu serviço, afim de attender a muitos compradores de terrenos urbanos que se apresentaram ! Eis como um particular bem orientado consegue valorisar as suas propriedades pelo cultivo da terra, contribuindo ainda para a prosperidade da zona, pelo augmento de população e de producçao. Este bello, útil e patriótico exemplo, estamos certos, será brevemente imitado por todos os lavradores intelligentes e adeantados. Assim, se arar é adubar, cultivar é povoar. Bem disse Cromwell: — Proteger e desenvolver a Agricultura é en- grandecer a Pátria e foi o que elle fez quando foi presidente da Republica Ingleza, datando dessa época a prosperidade egrandesadaGran-Bretanha. Da Revisla Agrícola^ de S. Paulo. EXPEDIENTE Sscretaria Annaes do Congresso Nacional de Agricultura. — Eitá sendo feita a distri- buição do 2' vjluinrí dos «Aaoao? do Congresso de Agricultura» que, por iuiciativa própria, a Sociedade Nacional do Agricultura conseguiu que se rea- 1156 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA lizasse nesta capital, tendo iniciado os sous trabillios em setembro do 1901. O volume, ora publicado, eiicarra com us respectivos parecero.-í das diversas commissões os trabalhos originaes que loram aprescu ta dos ús diversas S'cçõcs daquelle memorável Congresso. CORRESPONDÊNCIA Cartas, tclegrammas o oíricios: Recebidos 314 Expedidos , 239 Circulares : Expedidas 499 Distribuição : Lavoura 5.921 Z'bii 283 Secção da Propaganda das Applicações Industriaes do Álcool MUVIMICNTO DO 4" TRIMESTRE DE 10J7 MAPPA DAS DEMONSTRAÇÕES PR.\ Me! A-. dos lof/a,' lia n-alisação .V.(7,- l',;,:.odr duração de airool -Noites- — Litros — OiiluI.ro . . 2 — Capital (centro). . . . 8 31 90 1 -- Ilha Governador. . . . 1 :í1 IS l — Capital (arralialde). . . 0 31 ;vj 1 — Gamli.i (Est. Rio) . :U 31", 1 — Xictlicroy 10 3 1 i — Curato de Santa Crux. 10 1 3() 1 — Frepuczia Inhaúma . . 30 ■1 — Capital (ci-nlro). . . . ÍS 1 Novjiiiliro. . ' í — Capital (centro). . . . 1 — Ilha lio Governador . i 30 00 31') 1 — C.pilal (an-al.aldts). . . X) 80 :! _ Capital (ciMitru). . . . íl 1 27 Dfzembra . . U 1 — Ilha ao Oovei-nadoí' . . 2 :.l 3(i 1 - Cai.ital (centro). . . . 1 :n IS 1 - Capital (centro), . . . 70 1 - Capital (arrabalde). . (> 31 '.10 1 — Ciu-alo de Santa Cruz. 10 1 3;! ■> _ lOnucho Novo .... IS 1 S) 3 — Cai.il.a (arrahalle). . . 21 1 n 1 - Capital (cent;'o). . . . 2 1 0 1 — C- pitai (arrabalde) . < •S (ií 1 — Engenho Novo . . . 2 ■^ U' 1 - Capital (centro). . . . :8 1 5í Total. . .'ÍH Xota — A diirerença do cc dos serviços nas diversas noite • ou nu-nor duraçã i 1 1 irisS5ã^?2"s i illlS - s i 1 . _ 1 s«5i^ ?„ M 1 1 1 1 1?; 1 1 lii 2 ^ s lis ;-2 1 ^ "^.^^ ^* "^" õ 123.851 47.777 119 S80.0S6 10.492 11.439 3.813 23J --0 ú i 1 s 2 a lllllllillMsSilisgiiRg 1 li í 1 43.599 9.0Ó3 128.512 3.810 13.000 6.687 11.439 6.RS5 477 i30 Jí i 1 1 111 1 - ^ c ^ ^ I 1 J-I.L.\!S 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 lis?:igii5s|j 1 1 1 1 "■^ ^"s 1 1 r'i 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 i i P " • í 3 . . a . c3 Arvores fructifcras do jiaiz . . Outras plantas Bacellos de videiros Enraizados de videiras. . . . Mudas de .nljacaxis Cbampignon (tijolis)." '.'.'.'. Raizes de consolidas do caucaso (s Sementes germinadas Ramas de mandioca (Manivas). Hatatas Arroz Milho Trigo Outros cereaos e leguminosas . Capim Jaraguá » gordura roxo Outras forragens Maoiçóba Algodão Sementes diversas Ramas de aipim, baurú rosa, case 6:8 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Quadros comparativos do movimento da secção nos annos de 1906 e 1907 Movimento epistolar ANNOS Cartas Memorandi Teleorammas Qfficios Totaes 112 IIV, ^ 17 211 111(17. , . . - - . Tolal . . . . ■517 2ÍS 13 23 «93 Movimento de pedidos de plantas e sementes ANNQS Recebidos Satisfeitos 1000 . . • . 3.0SÍ 4.201 3.;.0í 8.185 MOVIMENTO DO.-í OUTROS SERVIÇOS DA SECÇÃO ' Correspondência. — Foram recebidas 3:! solicit.aç(5es para serviços práticos, vários offlcios de agradecimento o cartis p^ lidos de fornecimentos, Fornecimentos. — 1.224 litros di; Alool do 40" comprado ao preço do 700 róis. Informações. — Attendidas diversas a respeito do funccionaraento de appa- relhos e compras no raorcado. sendo indicadas, para este ultimo fira, entre outras, as casas coramerciaes deíta praça. Gomes Nuves & C, à rua Sete de Setembro n. 153 e J. M. Caraanlio e C, que s^; acham liabilitadas a atten- der a pedidos de apparelhoí a álcool. -^■^^^■jjt^€*«€- NOTICIÁRIO Banco ag-i-ieola, DECRETO N. 17S2 — de 28 de novbmp.ro de 1907 Autoriza o PresiJenIo da Ropuhlica a promover a fundação do um Banco Central Agrí- cola, destinado a fornecer á lavoura o auxilio de capitães e de credito, de aocordo com as disposições (|ua estabelece. O Preáiilentfí da Republica dos Estados Unidos do Brazil : Faço saboi' qu(5 o Congresso Nacional decretou e eu sancciono a soguinte re- solução : Art, 1." E' autorizado o Presidente da Republica a promover a fundação de um banco central agricula, destinado a fornecer á lavoura auxilio do capitães e de credito, de accorJo com as disposições da presente lei. Art, 2.» O capital do banco será de 30.000:00(1$, divididos era 150.000 acções de 200$ cada uma. Desse capital o Governo, si assim julgar conveniente, sub- screverá uma parte. As acções serão negociáveis desde que tenham realizados 20 ° o do seu valor. Art, :!.° As operações do banco serão limitadas exclusivamente: § 1.° A' unificação das lettras hypothecarias de diversos typos que daqui em deante forem emittiJas pelos bancos estadoaes e que gosarera, por parte dos Es- tados, de garantia de juros n.ão inferior a 7 »/„. § 2.° A adquirir, pela cotação da praça e era moeda corrente, as lettras hypothecarias dos bancos estadoaes, verificadas preliminarmente as condições do credito e solvabilidade do banco emissor. § 3.» A emittir lettras liypothecarias com o juro de 5 íi, não excedendo a emissão da importância das lettras hypothecarias estadoaes em carteira. § 4." A descontar os papeis de credito eraitr.idos poios bancos estadoaes ou pelas cooperativas de credito agrícola de respansabilidade limitada, com garantia daquelles bancos e que forem provenientes das seguintes operações : a) empréstimos sob penhor agrícola, por prazo nunca exc?edente de um anno; l>) desconto de lettras da terra á ordem, com o prazo máximo de um anno, garantidas por duis fimas solva veis, sendo uma de lavrador ou industrial, além da responsabilidade solidaria do banco estadoal ; c) desconto de inarrants, lettras e bilhetes de mercadorias, emittidos de aecordo com a legislação em vigor. § 5." A empréstimos, por meio de contas cori-entes ou por lettras a prazo inferior a dous annoa aos syndicatos ou cooperativas de credito agrícola de respon- sabilidade illimi+Ada. § 6.° A receber, em conta corrente ou por meio de lettras, dinheiros e outros valores, operando neste caso como banco de deposito. § 7.» A comprar lettr.is hypotliecarias ou outros títulos por conta de terceiros e medianta commissão. Art. 4." O banco, sempre que julgar conveniente, poderá realizar directa- mente as operações de que trata o § 4^ do artigo antecedente. Será, entretanto, 2914 7 C,r,0 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA obrigado a tor para tal fim agencias próprias era todos os Estado?, onde não liouver bancos garantidos, excepção feita do ICstado do llio de Janeiro. Art. 5." A'ií lettras hypotliecarias omittidas pelo banco C3ntral concodiTá a União garantia de juros de 5 "o. A sua omissão jamais poderá exceder do quin tuplo do capital social eíTectivaraente realizado. Art. 6.» A emissão das lettras bypothecarias, pelo banco central, será feita por series autorizadas pelo Ministro da Fazenda, de forma que nunca haja emissão sem esta autorização. Art. 7.° O valor das lettras a que se refere o artigo antecedente e a época do pagamento dos juros e do sorteio annual serão fixados em regulamento que o Go- verno expedirá. Art. S." Ao resgate das lettras liypotliecarias, por via do .sorteio annual, serão destinadas as quotas recebidas dos bancos estadoaes em pagamento das lettras sorteadas . Art. 9.» .\s lettras hypothocarias, emittidas p^lo banco central, gosarão dos favores, garantias e privilégios concedidos pela legislação liypothecaria. Ai't. 10. O banco central e bera assim os bancos de credito agrícola, que forem fundados nas capitães dos Estados, com a cooperação e iramediata fiscalização dos dos respectivos governos, gosarão de isenção de impostos sobre seus dividendos. Art. 11, Verificada a iiipontualidade do banco central no serviço de juros das lettras, o Governo occorrerá ao respectivo pagamento, promovon lo a liqui- dação amigável ou judicial do instituto e assumindo a responsabilidAde das lettras bypothecarias em circulação. No caso de liquidação especial, os liquidantes serão nomeados pelo Governo. Art. 12. E' o Presidente da Republica autorizado a recolher, em conta cor- rente, ao banco central, atâ a somma de 30.000:000$, do silJo das caixas eco- nómicas, para auxiliar as operações de credito agrícola, vencendo o juro de 3 %, pago semestralmente. Art. 1.3. O banco S9i'á administrado por três directores, um eleito pelos accio- nistas e dous de nomeação o demissão livre do Governo. O presidente será de- signado pelo Governo de entre os dous que nomear; a este competirá, além do voto deliberativo, o suspensivo das resoluções por meio de recurso para o Ministro da Fazenda. Art. 14. No rej:ulamento que expedir para a execução da presente lei, além dos detallies necessários á a.lmioistração do banco, o Governo fixará a somma das operações a fazer em cada Estado, na pnporção da população do cada ura. Art. \5. O banco terá o direito de solicitar dos governos dos Estados, como condição para operar nos respectivos territórios, que não só facilitem por legis- lação adequada a cobrança do S3us créditos, a excussão da5 garantias offireoidas pelos mutuários, como isentem de imposto o banco, suas operações e a cobrança dos seus créditos. Art. 1(5. Fica o Presidente da Republica autorizado a abrir os créditos neces- sários para a execução desta lei. .\rt. 17. Rovogam-se as disposições om contrario. Rio de Janeiro, 2>! de novembro do 1937, 19> di Republica. AFFONSO Augusto Moreir.v Penna. David C\impista. A LAVOURA tWl Syntlioatos agrícolas — Ao Congresso Legislativo do Estado do Espirito Siiato foi apresentado o seguinte projecto do loi : « PROJECTO N. 10 O Congresso Legislativo do Estado do Espirito Santo DECRETA : Art. 1." Os syadicatos ou associações cooperativas agricolas, fundados no Estado de accordo com o decreto federal n. '.i79, de 6 do janeiro do 1003, gosaruo da roducção da 2 % sobre os impostos de importação do cafd, bem como do cereaos e outros productos da pe luena lavoura e das industrias agricolas que forem expor- tadas por seu intermédio. Art. 2." Durante oito annos, a contar da data era que forem fundados, gcsarão os syndicatos e cooperativas agrícolas da isenção de imposto de sello o transmisãodc propriedade. Art. 3.» O Governo do Estado no regulamento que baixar para a execução desta lei, estabelecerá as condições necessárias para que os syndicatos o coope- rativas agricolas possam gosar dos favores por ella concedidos. Art. 4." Ficam revogadas as disposiçõas em contrario. Sala das sessões do Congresso Legislativo do Estado, 21 de setembro de 1907. — Jostí Bello de Amorim. — Pinheiro Jiinior, — António Honório. — JHo Ramos. — Aristides Navarro. » Estações agx-oiioiiiicas pelo luuntlo Allemanha 80 estações França 71 » Áustria 41 » Grã Bretanha 30 » InJia II » Bélgica 1.5 » Hungria 20 » Itália 22 » Austrália 34 » Hollanda 7 » Suécia 26 » Noruega 12 » Japão 15 » Suissa 10 » Canadá 12 » Estados-UiiiJos 58 » Somraa 404 » Feií-as de g-ado — Está publicado o decreto do governo de S Paulo, dando regulamento para a organização e funccionamento das feiras de gado em legares mais apropriados e próximos ás estradas de ferro situadas nos municípios de Taubató, Itapetiainga, Rio Claro e Mogy-mirira, ou outros que opportimaraente forem indicados pelo governo. SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULUTRA As feiras serão estabelecidas em virtude de contrato que o governo celebrará com quem melhores vantafircns ofFerecer pelo prazo máximo do quatro annos, mediante concurrencia publica. A. população toovina, em S. F*a,ulo — Existem actualmente no Estado de S. Paulo, conforme o ultimo relatório do Dr. Carlos Botelho, operoso Secretario da Agricultura do Estado 733.045 cabeças, sendo 307.202 animaes de criação, 430.385 de trabalho e havendo importado no Estado 399 cabeças. Pela estatística do Estado, cujos boletins estão sendo publicados, dos animaes importados, predominam as raças Horoford, Durham, Devon e outras. A producção de leite no anno agrícola de 1904—1905 foi de 81.083.047 litros de leite ; a de queijo 3.131.319 kilos e a de manteiga 249.683 kilogrammas. O ensino cie economia rui*a.l no Seminai-io tia I*ara- liytoa do IVorte — Merece ser registrada a noticia inserta no jornal A Repu- blica, daquella cidade do Norte, da ordenação dos quatro novos sacerdotes que termi- nam agora os seus estudos ecelesíasticos, pelo facto do com o ensino que 6 próprio a taes estabelecimentos, ser-lhes, ao mesmo tempo, ministrado o de economia rural. .là no Congresso das Applicações Industriaes do Álcool o actual Cardeal Arce- bispo do Rio de Janeiro, 1>. Joaquim Arcoverde, mostrara a conveniência de que sacerdotes possuíssem conliecíraontos de agricultura, e 6 conhecida de todos a campanha vivaz em prol da agricultura sustentada por Monsenhor Britto, bispo de Olinda, a quem a Sociedade Nacional já manifestou a sua gratidão. Ao Rov. D. Adauctú, bispo da Parahyba, cabe a gloria de, como primeiro, ver sahir do seminário de sua diocese prelados aptos a contribuirom efflcazmente para o nosso progresso económico, graças á facilidade que soem ter na divulgação das idéas oriundas do mister que exercem. Confei-encias no Mluseu Commei*oial — Na sua faina de propaganda activa continua o Museu Commercial do Rio de Janeiro a prestar reaes serviços á lavoura, á industria e ao commercio do paiz. As conferencias, sobre assumptos vários e ventilados por homens do reconhe- cida competência, teem despertado vivo interesse a quantos se preoccupam pelo desenvolvimento evidente de todas as fontes de riqueza do Brazil. Essas conferencias acham-so hoje publicadas em folhetos, com os seguintes títulos: « Museu Commercial do Rio de Janeiro, seus trabalhos e suas aspirações ; necessidade e importância dos Museus Commerciaes » ; Õ ensino das sciencias coinmerciaes e a expansão económica do Bi-azil, pelo Conde Cândido Mendes de Almeida ; « Elementos naturaes para o desenvolvimento económico do Estado do Rio», pelo Dr. Oscar de Macedo Soares; «Petrópolis Industrial», polo Dr. Sá Earp; c O valle do Amazonas», pelo Or. António Passos Miranda e « A industria de lacticínios no Estado do Rio», pelo Dr. Eduardo Cotrim. Acerca deste tão denodado propagandista, vem de molde assignalar que, das três conferencias por elle effdctuadas e que Andaram em dezembro e estudando a industria de lacticínios no Estado do Rio, acha-se já publicada a primeira. E', de facto, um trabalho digno de encómios, sob qualquer prisma que se o encare e esta Sociedade não se furtará ao prazer do lhe dirigir de publico as suas mais vivas felicitações. A LAVOURA 663 Ao Museu Commorcial igualmente esta Sociodade endereça os seus agradeci- mentos pelo convite que lhe faz para assistir ás conferencias, que alli ainda s» realisam, e faz votos para que ellas sejam coroadas do mais completo êxito. I>o «so e abuso do álcool. — Do jornal publicado em Londres — Public Opinion — de 16 de agosto ultimo, vertemos o seguinte artigo: «O Príncipe Gustavo Adolpho, neto do rei da Suécia, abriu em Stockolnio o Undécimo Congresso Internacional Aati-alcoolico, resumindo os anteriores e a originaes propósitos que eram combater o abuso do álcool como uma das ques- tões sociaes de maior importância na actualidade. O Congresso aberto a 29 de jullio, encerrou-se a 3 de acosto, nelle compare- cendo vinte e cinco delegados ofHciaes representando dezeseis paizes, além de largo numero de membros delegados de varias sociedades. A temperança nas escolas — Diz o correspondente do Times que, geralmente fallando, nenhuma resolução corporificando suas conclusões foi adoptada. Como excepção apenas tratou da teraperançi nas escolas. Foi unanimemente adoptada a seguinte resolução: O Undécimo Congi-esso Internacional contra o alcoolismo sustenta e apoia toda medida legislativa tendu por objectivo impedir o uso do álcool pela mocidade. Durante o debate sobre o álcool e as Raças nativas o Dr. Victor (Bi-emen) salientou a exclamação de um Emir Africano a uma autoridade Britannica. «O seu liquido, ou licor, está matando o meu povo e arruinando o meu paiz ; em todos, elle produz a loucura». «Um assassino é tão innocente como um cordeiro em comparação com um cervejeiro ou um distillador.— Como uma innundaçào, a cerveja innunda o paiz, assola as cabanas e as casas, afoga a creança no berço», declarou o Dr. P. Silfoerskjúld historiador sueco. Moderados Iniernacionie^ — Parece certo qne o Congresso Internacional nos últimos annos se entrega á influencia de médicos, educadores e outros da Alio- manha, Áustria e França, que parecem ser coatrario.-; tanto no uso como no abuso, de bebidas alcoólicas, o. em proporção como esses membros foram mais activos e emphaticas ao enunciar suas opiniões, outras autoridades de vista mais moderada mostraram menor empenho era partilharem do procedimento do con- gresso, cuja admissão é franci a quantos paguem cindo coroas por bilhete. A opinião scientiflca do considerável corpo de Allemães sobretudo opinou pelo uso moderado do álcool. Seguindo-so animada discussão entre os representantes das duas secções na sessão de Bndapest em 1905, flcou estabelecido em Berlim em abril de 190ô pelos representantes dos princípios de moderação, uma Associação Internacional contra o abuso do licores espirituosos, sendo a idéa capital tornar a acção combinada, publica e particular, contra o «abuso» de semelhantes bebidas, posto que fora expressamente estatuído que a razão de ser da actividade da associação devia ser «temperança, tanto como abstinência». Formícitla, l^asclioal -— Aqui esteva de visita á nossa sede o Sr. Paschoal Vaz Otoro, propriotario da Fabrica do Formicida Paschoal, que noa 664 SO(3S>ADE RACIONAL I» AQUICULTURA corainuntcou jj, ter iastallado os novos o mais aporfuiçoados appar^Ihos qua adqui- ria nx Europa para o flibrico de sou formicida e que mclliorou muito o sea artigo, tornando-o ainia maia «aergico do que era ; sendo, portanto, esta marca de formicida ura produoto nacionil, que muitj tem aaxitiado á lavoura na ex- tineção dos formigueiros. O relerido senhor tem sido um indiistriít incansivel e.n molhoramentos constantes, para cada vez mais aperfeiçoar o producto de sua in- dustria ; cumpre-nos o dever do recommendar aos Srs. lavradores esta marca de formicida por ser uma das raelliores. Cliaraamos cgualmente a attenção dos leitores para o novo aununcio qua O mesmo sonlior começa a publicar nc>te numero. ^Vliiiieiittiçfio em S. I*tiulô — Gado abatido, no Estado de S. Paulo nos annos de 1903, 1904 e 1905. 1003 Bovino 134 45S Capri 5.563 Lanígero 8.859 Suino 13Í.015 lolal 280.859 IO O A Bovino 145. 204 Caprino •'•944 Lanígero 9 159 Suino 150.911 Total 312,278 Bovino 159.832 Caprino 8.802 Lanigoro 10.2 i3 Suíno 179.590 Total 358 481 ^\.raiiie — Fornecime.it> ile araiio Lirpado aos s. cios desta sociedade, de junho a dezembro de 1907 —2905 rolos. Ooloiiisação em S. F*itulo — Merece grande e larga divulgação o acto de sublimado patriotismo e clara antevidenoia pelo qual o venerando Con- selheiro Gavião Peixoto cedeu ao Estado d i S. Paulo parto dos seus vastos do* jninios territoriaes, para que este os povoe cora cjlonos europeus. Está dado o primeiro passo para a implantação de um novo regimen, que 6 preciso 39 implantar o quanto antes, pois fora delle jamais conseguiremes attrahir o e.^^trangeiro em volumosos rushes quo inundem e alevantem os nossos .sertões, por cmquanto de pouco ou nullo valor, pela falta de uma população basta e in- telligente que os vivifiquem e valorisem polo trabalho. A riqueza está no chão e só no chão ; mas é preciso caval-o o revolvel-o, para que ellase corporifique sob forma tangível e isto só se dá pela acção do homem. A LAVOURA tV,5 X>ecx-eto 11. 1.43'^ — €€€4 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA PARTE COMMERCIAL Géneros importados IVJiez de tlezembfo tle lOOT' Qualidades Agnaraz . . Alfafa. . . Azeite. . . . Bacalháo . . . Baaha americana Batatas . . . Breu .... Quantidades 2.010 caixas. , 8.892 fardos. 2.440 saccos . 2.909 caixas. 9. 408 caixas. \ 3.250 barris. I 400 caixas. 27 . 1 70 caixas . 2.005 barricas . Carno secca do Rio da Prata. . . Carvão de pedra. .074 toneladas. 61.710 barricas Prejoa 1$200 o kilo. $150 a $160 o kilo. Nacional a 28.'í;000. Estrangeiro » 17.|000 a 28$000. 24$000 a 30,í000 a lala, 10 litros. 40.^000 » 4:-'J000 o da Noruega. barril $740 a libra. lata 1$1S0 o kilo, $140 a §220 o kilo. i claro 28?000 por 280 libras, f escuro 20$000 » 280 » Rio Grande (svstema antigo). Não ha. Rio Granle (systema platino) nova, ,$700 a $720. Rio Grande (systema platino) vellia, .$640 a $600. liio da Prata, nova, patos e mantas $70 J a $800, Rio da Prata, nova, manta só, $800 a $803. Rio da Prata, velha, patos e mantas $740 a $760. Rio da Prata, manta só $640 a $760. AJIomã, 1S$000. Boulogne Loaquety. » Pá. Joscph Lamay. LeãoS., ll$500. Águia Preta, 18$000, Cruz Vermelha, I2$000, Excelsior. Cathedral, 12$000. Pyramide, não ha . Leão Azul, 11$500. Aalborg, 14$000 a 15$000. Outras marcas, 1 1$500 a 12JO0O, A LAVOURA Corvoja . Chá da lodia 53 caixas. '.il caixas . Ervilhas .... i-'5 saccos . Feijão 1 . 4iiO sacco3 . „.,,,. < 9.500 barricas Farialia do trigo . ; I 13.000 saccas . Genebra . . . . 127 caixas Gordura . . . . 403 pipas Kerozeno. . . . 19.000 caixas Manteiga Massas . . . 71 caixas. Milho. . . . 7.115 saccos . . Óleo de liiiliaç i 348 barris . . Presuntos . . 414 caix.as . . Passas . . . 1.217 caixas. . Pimenta da Índia 70 saccas . . Pinho sueco . . 391.902 pés. . . » resina. . 1.482.771 p.38 . . . » americano . 433.737 pés . . . Toucinho . . . 72 caixas. 291S verde 0^000 a 10$000 o kilo. proto 6.í()00 ;> 9$000 o kilo. Í5'30 a $(JUO o kilo. l.S$000 > 23$000por Cákls. Americana, 25,>;.500 por barrica. » S;4$500 por sacca. Rio da Prata: 1' qualidade, 2õ-;OOO.por 2 saccas. 2» » 24.$ )00 » » » 3-^ » 23.?00O » » » Moinho Inglez: , \ Nacional. 24s500 » » » I Brazileira, 23$7õ0 » » » I Buda-Nacional 25$750 » » » I Moinho Fluminense: I S. Leopoldo, 24$õ00 a £5$000 por I 2 saccas. \ O. O., 23v;500 a 21?000 por 2 saccas. 31$.-)00 a 32.$000 a caixa. ".fUOO o kilo. 7$800 a 8$000. 1 Latas sortidas: DoiBagny, Ligny, S.fOOO a S$620. Brétol Fréres, 2$400 a 2$450. Lepelletier, 2^540 a â^jiSSO. Modesto Gallone, l.'S700 a 1$S00. . , Esbousen, 2^550 a 2§600. I L. Brum, 2Í;650 a 2$700. I Outras marcas, 2.s300 a 2$50O. I A nacional vendeu-se: ( A do Minas, de 3$000 a 3$4O0. \ A do Sul, de 2.$00.0 a 2.s400. Nomiuaes. ^ o de lata, p40 o kilo. "■ } o de barril. .-^sSO o kilo. ^ o superior 2;^ a 2.>j;100 a libra. ■ l o inferior IjiSOO a 2^000 a libra. ^ a superior I2.í a 14$ por arroba. f a inferior 10.$õOO a 1 l.-i por arroba. l.$400 a 1,$500 o kilo. ^ o vermelho, 82.$000. ' ( o branco, 84$000. . 93$ a I00$000 a dúzia. . $300 o pé. ws SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Quf.ntididas Pror is Na quinzena negociaram-so as com- muns, íirandes a 12$, as pequenas y . n- • ■ I 7$ a 7í5;500 e a marca «Brazileira», 1-0 caixas. . .< de26$a27$,a «Brilhaate>clel8$ a 21$, 0 a «Primor» a 24$500 por caixa do 25 pacotes. Trigo om grão . . 33.:'2y saccos, í 4.714 pipas, i 22.908 caixas. ... , 269 quartolas. Vinhos . . . .( ,„^ ^ 196 barris. lõl bordalezas. 14 oitavos. Os preços communs são : Collares tinto superior 360$ a 385$000 Dito inferior 320$ > 340$000 Virgem do Porto 330$ » 340$000 Verdo pyrtuguez 310$ » 320$00C» Dito idem, novo 330$ » 34õ$000 Lisboa tinto 300$ » 320$000 Dito branco, 14 grá os 30ii$ j> 330$000 Dito idem mais de 14 gráos Nominal Figueira tinto 330$ a 340$000 Dito branco, mais de 14 gráos Nominal Dito maduro tiato. . » Hespanhol tinto 300$ a 310$0j0 Dito branco 3.^0$ Dito verde Não ha Nacional do Rio Grande culc u-sede 120$ a 13i'$ por pipa. Gsnoros nacionaes -Vg-ua,rdcute Na primeira quinzena o mercado conservou-sa íirmc, obtendo quasi todas as qualidades aiti nos preços. Na segunda, subiu 5$ por pipi. Os preços por pipa do 480 liti-os, base de 20 gráos, regularam o? seguintes: Campos 175$ a ISOSOOf) Angra 185$ » ly^i^OOO Paraty l'JO$ » 195$000 Maceió 1S0| » 185^000 Aracaju 180$ » 1S'$000 Pernambuco 1>0$ » I85$000 Bahia 175$ » 180$000 A LAVOURA Parahyba . Laguna. . Itajaliy . . Mangaratibi Paranaguá. 180$ a 185$000 170$ » 175$000 170$ » 17.5$O0O 185J » 190$000 170$ » 175$000 A-lcool No principio do mez osteve bastante indecisa essomeravlo Iiavondo sensível dilTer.^nça nos preçus e.xigiJos pelos vendedores o nos cffoitos dos compradores. Meliiorou na ultima quinzena, devido não só ás entradas que foram pequenas como a procura que se desenvolveu. Tornou-so firme, feciíando com alguma alta nos preços. Regularam os seguintes preços por pipa som o casco : 40 gráos 205$ a 305$000 38 » 280$ » 285$000 £6 » 270$ » 3;5$000 -Vlg-odão eiii 1'aiiia, IIjuvo em íjío o mez notável firmeza nesse mercado sendo imporlantcs as vendas principalmente na segunda quinzena. Fechou muito firme esse mercado. MOVIMENTO no MEZ Taivlos Existência em 15 do dezembro 13.512 ENTRADAS í^ quinzena Mossoró 4.603 Paraliyb.i 3.197 Pernambuco 2.772 Natal 2.700 Ceará 1.300 Assií 750 Maceió 200 15.527 29.039 Saliidas dos trapiches 7.647 Existência no dia 31 21.392 Preços Pernambuco WifM a 11$800 Rio Grande do Norte 11.S400 » 11$600 Parahyba 11$400 >> 11$600 Ceará ll.$100 » 11$600 Penedo Nominal Sergipe » 670 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA ~* quin::ena Existência em :!l do dezembro 21.392 Mossoró 1.989 Paraliyba 1.800 Assú 1.056 Ceará 7â5 Pernambuco 591 Maceió. . . • 200 6.3(11 27.753 Sabidas dos trapiclies 10.92S Existência no dia 15 16.8Í5 Preços Pernambuco 12$000 a 12|400 Rio Grande do Norte 11S800 » )?$200 Ceará 11$800 » 12$200 Parahyba 11$800 » 12«200 Penedo — — Sergipe — — .Vsisuca,r Nas primeiros quinze dias permanooau o mercado na mosma situação de inactividade para todas as classes, nos uUimos dias porém manilesíoa-so procura dos mascaves. N,a segunda esteve em constante movimento em todas as qualidades. As entradas constaram de 78.403 saccas. PREÇOS i" quinzena Pernambuco : Branco usina .$480 a $490 Dito crystal $470 » $480 Dito 3> sorte .$470 » $480 Crystal amarello $420 » $430 Mascaviíiho $400 » $430 Somenos $120 » $430 Mascavo bom .... $290 » $310 Dito regular — » $285 Dito baixo — — Sergipe : Branco crystal $440 » $460 Crystal amarello $110 » $420 Mascavinho $380 a $420 Mascivo bom $290 » $300 Dito regular $280 » $285 Dito baixo — » .$270 A LAVOURA Branco crystal — a $500 Campos : Branco cryátal — » $480 Dito 3» jacto $430 * $440 Mascaviaho — » $440 Santa Catharina : Mascavinho $.i0O » $350 í?" quinzena Pornarabuco : Uranco usina • $500 a $510 Dito crystal $515 » $520 Dito 3^ sorte $520 » $540 Crystal amarello $440 * $460 Wascaviaho $360 » $370 Somenos $440 » $450 Mascavo bom $315 » $320 Dito regular — » $300 Dito baixo — » $300 Sergipe : Branco crystal $500 » ■ 16$000 Dito do Paraná 16$000 » 17$0C0 Dito mula;tinho 18$000 » lfe$000 Dito manteiga 24$000 » 26$000 Dito enxofro ]8s000 » gO$000 Dito de cores, nacional 12$000 » 15$000 Dito branco, estrangeiro 22$500 » 23$000 Dito amendoim, idem 18$000 » 191000 li SOCIEDADE NACIONAL DE AGIUCULTUKA Farinha de mandioca, cspo?ial 8|800 a 9$000 Dita iden, flna T^SOO » 8$200 Dila ilcm, peneirada 7|n0 » 7|600 Dita idem, do Norte — — Dita idem, grossa, Laguna ' 6$ò00 » 6$800 Dita idem, idem, Porto Alegro C.$400 » 6$000 Arroz nacional 25$000 » 28$000 Dilo inforior 19|000 » 20.$000 Milho amarei lo do No:'to Não ha Dito idem da torra 7^000 a 7|õ'lO Dito branco idem 5?210 » 5$500 Amendoim om casca — 7^500 Cangica I-1|000 » 16$000 Favas 9$000 Em kilo^raramas : Alpist3 $400 » $140 Batatas nacionaes §100 » $200 Ditas estrangeiras Nominal Fubá do milho $120 a $200 Matte cm folha $400 » $500 Tapioca $300 » $400 Polvilho $180 í. $200 Consei*vas Carne do porco $760 » $800 Licguas do Rio Gran !o (uma) l^nOO » L$500 Fumo em rolo Tiveram pouca animação os pr."'ços, exceptuando os fumos em folha do Rio Grande. As cotições foram : Em kilogrammas: Do Minas, especial 15500 >-■ > superior 1$300 » > 2» liOOO » » ordinário $800 Goyano superior 8$400 t 2* 1$700 ^ baixo Nominal Rio Novo, superior 2$400 » * 2' 1$700 » » baixo 1$200 Pomba superior 1^600 » 2» I$200 » baixo Nominal A LAVOURA Cai-angola I$500 Picú, especial 2:^800 » 1» 2$000 » 2» „ l.$200 Bahia 1$100 Pernambuco Não ha Fumo ora foJha do Rio Graiido 1?$ a 15 ;000. Sal Entearam 186.311 poi- cabotagO:u quo ai nogociou de 1$800 a 2,|0i)0 par 40 litros. Oaíó Apenas 93.1)00 sacca? vouderam-se na I' quinzena contra 133.003 da quinzena do mez anterior. Na segunda vonderam-so 102.000 saccas contra 93.000 na I» quinzena. Entraram no mez 218.091 s^tccas contra 228.710 no mez anterior. Não hodve entradas em transito. Os embarques foram: 270.393 saccas contra 206.502 no mez findo. Calculava-se a existência no dia 31 do dezembro em 571.446 saccas centra C2Õ.730 no dia 15. MOVIMENTO DO MEZ í* quinz''.na Ex tremi is das cotações : POa ARROBA POIl 10 KILOS Typo n. 6 5$ 100 a 5$400 3$ 172 a 3$670 > » 7 4$800 » 5$100 3$288 » 3$472 » » 8 4$600 » 4$800 3$152 > 3$268 „ » 9 4$100 p 1$600 2$'J90 » 3$ 132 Era Nova York n. 7, disponível, foi cotado a li cents por libra durante toda a quinzena. Na Bolsa registraram-so apenas tros preços : 5,70 c. por libra em 20 o 27 ; 5.75 c. em 19, 21, 23, 26 e 28; 5,80 c. em 10, 17, 18, 30 e 31. Venderam-se 237.000 saccas, contra 324.000 na quinzena anterior, e em de- zombro 631. OJO, contra 892.000 om novembro. Opr^çD mais alto registrado na Bolsa do Havro foi 42 francos por 50 kilos em 18 e o mais baixo 40,75 do 21 a 28, vigorando o de U ,50 om 20, 30 e 31 o o do 41 ,25 cm 16, 17 G 19. Vendas da quinzena 223.000 saccas, contra 200.00 1 na anterior, perfazendo 486.000 om dezembro, contra 441.000 om novembro. Osproçoj extremos da Bolsa de Hamburgo, foram 31 pfennigs por meio kilo em 19 e20, e 32,50 pfeanigs em 20 ; nos demais dias regularam es seguintes: 31,75 em 10, 18, 23 o 27; 31 cm 17, 21 e 28 ; 32,25 era 31. Foram vendidas 100.000 saccas, contra 228.000 na quinzena precedente, som- mando as vendas do mez em 334.000 saccas, contra iiOl.oOO em novembro. t;74 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Na Bolsa de Londres registrou-se o preço mais baixo, 29 s. G d. por 112 libras, em 19 e JíO o mais alto, 31 s. , om 30 e :>!, vigorando nos outros dias oe seguintes: 29 s. 9 d. em 17 e 18 ; 30 s. em 16 ; 30 s. 3 d. era 21, 23 e 24 ; 30 s. 6 d. cm 27 e 28. Venderam-s 3 71.000 saccas, contra 110.000 ni primeira quinzon i, ou sejam 181.000 em dezembro, contra 170.000 em novembro. Total das vendas nas quatro Bolsas (UO.OOO saccas, contra 922.000 na (luinzona precedente, e em dezembro 1.562.000 contra 2.104.000 om novembro. , í" quinzena Extremos das cotações : POK ARBOBV. POR 10 KILOS Typo n. 6 5.>5;100 a 5$500 3$472 a 3$744 » » 7 4$800 » 51200 3$268 » 3!f'540 » » 8 4$000 » 5$000 3$ 132 » 3$404 » » 9 4$400 » 4$800 8$99G » 3$268 Em Nova York o n. 7, disponível foi cotado a 6 cents por libra até o dia 9 e a 6 1/8 c. de 10 em diante. Na Bolsa os preços estiveram sempre em alta, registraado-se: 5,7.'i c. em 2, 3 e 4 ; 5,80 c. era 6 ; 5,85 c. em 7 e s ; 5,90 c. desde O até o fim da quinzena. Foram vendidas 193.000 saccas, contra 237.000 na quinzena precedente. 03 preços da Bolsa do Ha vre tarabom subiram sem reacção de 41,25 francos por kilosem 3, a 41, 50 em 4 e O, a 41,75 de 7 a 10, a 42 de 11 a 14, o 42,25 em 15. Vendas da quinzena 102.000 saccas, contra 220.000 na anterior. ' Na Bolsa de Hamburgo registrouse o preço mais baixo, 32,25 pfonnigs por meio kilo em 3, 4 e 6, e o mais aito, 35,50 pfenuigs em 13 ; nos outros dias vigo- raram os seguintes: 32,50 em 2, 7,8 e 9; 32,75 em 10. e 33 em 11, 14 e 15. Venderam-se 137.000 saccas, contra 105.000 na segunda quinzena de de- zembro. Houve apenas três preços na Bolsa de Londres : 30 s. 9 d. por 1 12 libras em 3, 6, 7 e s ; 31 s. em 2, 4, 9, 10. 14 e 15 ; 31 a. 3 d. em 11 e H. Vendas da quinzena 45.000 saccas contra 71 .000 na anterior. Total das vendas nas quatro Bolsas. 537.000 saccas, contra 640.000 na quin- zena precedente. As entradas no Rio durante o mez, foram : Estrada de Ferro Central do Brazil 59.875 Cabotagem 24.843 Barra dentro 133.97Í Total 218.091 Entram nos dons mercados, Rio e Santos 055.492 saccas, contra 749.330. Vigoraram para o typo 7, os preços de 3$300 a 3$fi00 por 10 kilos. Mei-cíiclo monetário Em 31 de dezembro era o seguinte : Libras esterlinas 5.816.352 Francos 10.585.680 A LAVOURA (17: Marcos 4.740 Dollars 20.960 Liras 3.840 Corizas austríacas 110 Pesos argentinos 1.190 Pesetas hespanliolas 90 Ouro poptuguoz 5$ Ouro nacional 93:930$ A importância Je notas conversíveis em circulação era de 100.023:7001^000. Em 15 do janeiro era a seguinte: Libras esterlinas 5.849.868-10 Francos 10.581.120 Marcos — Dollars 39.085 Coroas austrícas 110 Pesos argentinos 1.190 Pesetas hespanliolas 90 Ouro portuguez 5$ Ouro nacional 100:330$ A importância do notas conversíveis em circulação era de 100.633:870.'J;000. O preço dos soberanos, fóra da Bolsa, foi do 16>;025. CAME Vigoraram nos três primeiros dias da 1 ' quinzona as taxas olliciaes 15 3/16 e 15 1/4 d. sobre Londres; em 19 o Banco do Brasil adoptou a de 15 9/32 d. British Bank a de 15 7/32 d., conservando os outros a de 15 3/16 d., mas em 20 o Banco do Brasil adoptou a de 15 3/16 d. o os estrangeiros a de 15 1/9 d. que se conservaram até o fim do me/,. Os negócios em letras bancarias foram sempre eíTectuadas ás taxas offlciaes sendo os extremos da quinzona 15 1/8 a 15 9/32., contra outro papel de 15 1/8 e 15 9/32 d. contra outra papel de 15 3/16 a 15 19/61 d. Apenas no dia 20 foi o movimento considerado regular ; o da quinzen i foi escasso. Na 2=' quinzena vigoraram as taxas offlciaes de 15 3/16 d. nos bancos do Brasil a 15 1/8 d. nos bancos estrangeiros. Os extremos effectuaram-se aos extremos offlciaes para as letras bancarias a de 15 3/16 e 15 1/32 para o outro papel, tenda sido de pouca importância o movi- mento. Os extremos das cotações foram : 1* quinzena : Londres 90 d/v Paris 90 d/v . Hamburgo 90 d/ Portugal 3 d/v Itália 3 d/v . Nova- York, á, vista Vales, ouro. . . 2914 5 1/8 15 9/32 $625 $632 $771 $779 325 337 »/ $639 $644 3.|309 3$334 — 1$793 • (i7() SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA 2" quinzena: • • Londres, 90 d/v 15 1/8 a 15 3/16 d. Paris, 90 d/ V $6â9 » $333 Hamburgo, 90 d/v $776 » $779 Portugal, 3 d/v 330 » 337 % Itália, 3 d/v $643 » $645 Nova York, á vista 3$323 » 3$339 Vales, ouro — 1$793 O valor offlcial de 1$0 lO foi de 550 a 566 réis, ouro, o o da libra de 15$7()6 a 15$868 n i 1» quinzena ; na segunda o valor de l$i(00 foi de 560 a 563 réis, ouro, e o de libra do lõ$s02 a 15$868. Ágio do ouro— 1" quinzena: 76,58 a 78,61 %. » » » -2" > 77,77 » 78,51 %. — Í^í:>-^««*€ BIBLIOGRAPHIA Além das publicações que nos vêem regularmente e que continuamos a receber temos a registrar mais as seguintes : V AgricuUure Pratique des Poys Chauds, bulletin mensuel du Jardin Colonial et des Jardina d'essai des Colonies, editada era Paris pela livraria A. Challamel, com a sua sede a rua Jacob. 17.— Vol. 7", ns. 51 a 56. Boletim da Directoria de Industria e Commercio.—N. 1, 1907. E' mais uma contribuição valiosa da Secretaria de Agricultura, do Estado de S. Paulo. Bolelin dei Ministério de Industria i Obras Publicas da Rep. do Chile.— Anno VI, n. 1. Annuario Esiatislico de S. Paulo, correspondente ao anno de 1905, vols. I e II. A Cultura dii Seringueira pjr G. Catramby. Manáos, 1907. Estatística Agricola e Zootechnica no anno agrícola de I904-I905 de S. João do Curralioho, Santa Rita do Passa Quatro, Dasoalvado e Taubaté. A Comparative Study of Tuberrle Bacilli from Varied Sources, por John B. Mohlere Henry J. Washburg. Wasliington, 1007. Publicação do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. The Danger from Tubercle Bacilli in lhe Environment ofTuberculous Caítle. — E. C. Schroeder e W. E. Cotton. Washington, 1907. E' também publicação do Depar- tamento de Agricultura dos Estados Unidos. Bureau o f Animal Inlusirij, do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. Relatório dos annos de 1003, 1904 e 1905. Memoria dei Ministério de Industria i Obras Publicas, presentada ai Congreso Nacional en 1907. Santiago do Chile. A LAVOURA «77 Informe sobre Bosques por Victorino Rojas Magallanes, apresentado ao Mi- nistro da Industria e Obras Publicas da Rep. do Chile. Santiago, 1904. La Reorganizacion de la Estadística por Victorino Rojas iMagallanes. San- tiago, 1907. Mensagem do Presidente do Estado da Paraliyba do Norte, Monsenhor Wal- fredo Leal á Assembléa Legislativa do listado 1907. Mensagem apresentada ao Congresso Legislativo cm 1 de novembro de 1907 pelo Governador do Estado do Rio Grande do Norte António José do Mello e Souza. Mensagem apresentada á As-embléa Legistiva do Estado de Sergipe, em 7 de setembro de 1907 pelo Presidente desembargraJor Guilherme de Souza Campos. CATÁLOGOS Avery Manufacturing Company, Peoria, 111. U. S. A. (Wagons, arados, enge- nhos, etc). Western New-York Nursery Company, Rochester, iN. Y. (Select Descriptive List of Tested Varieties of Trees) . Sluis & Groot (Sementes). Catalogo da 16 do dezembro de 1907. Vilmoiin-Andrieux et Cie. Catalogue do Graines, dWrbres et d'Arbustes de Pleine Terre. 1908. Idem. Plantes du Serre et d'Orangerie, d'Arbre.s, d'Arbustes et de Plantes Utiles des Pays Chauds. 1908. Real Companhia Horticolo- Agrícola Portuense. Catalogo n. 41. índice geral do ANNO de 1907 Pags, BIBLIOGRAPHIA . . .58, 116. 168, 217, 286, 333, 388, 464, 541, 609 e 675 CALENDÁRIO AGRÍCOLA 61, 119, 171, 326 e 371 COLLABORAÇÃO: Abelha (Uma nova) mellifera e inofifensiva — Evaristo A. de S-. Ri- beiro 134 Adubação dos cafeeiros — E. Mager 420 Agricultura moderna 1.39 Cabras (As) — J. Silva Mattos 69 Comamos fructas — G, C 70 Contractos emphyteuticos — Podro Luiz 143 Cooperação — Dr. Giovanni Rossi 498 Cooperativa de manteiga — Trad. de Jens Sand 355 C nação do porcos com alfafa— A. C 74 Cultura do arroz — Kazenda do Dr. Victoriuo Monteiro — S. L. . . 569 » » » na Amorica do Norte — E. Castello 575 Exploração (A) iudustriai da piteira em Minas Geraes — Dr. Tlico- philo Ribeiro 181 Factos agrícolas — .1. C. Ferreira Paula 27 Feiras {.\s) 110 intorior e sua fuocção ecouo nica e social — Curvollo de Mendonça 83 Força (A) das cooperativas — Do Instructor, da Parahyba do Norto . 505 Formigas ciiyabanas — Cartado .Sr. Dr. Carvalho Borges Júnior ao Sr. Dr. Presidenta da Sociedade Nacional de Agricultura .... 131 Formigas cuyabanas — Carta do Sr. Dr. H. von Ihering ao Sr. Dr. Carvalho liorges Júnior 2i7 Germens (Os) da trichina no sangue do porco — Dr. A. Rigodanzo . 30 Grito (Um) de alarma — Traduzido do Counlri/ Gentleman .... 351 Immigração Japoneza — RusUcus 31 IiTigação (Os Estados de) — Do Minas Geraes 22 Lavoura Secea — A. C. Ferreira Paula 30 Machinisnios para a fabricação da meute ga — J( hn A. Finlay. . . 490 Madeiras (.Vs) no Brasil — M. Pio Correia 191 Motores a gazolina na agricultura — Dr. João Baptista de Castro . 300 Núcleos coloniaes particulares — Dário Leito de Barros (Da Revista Agrícola, de S. Paulo) 65^; Peixes do Iporanga — S. Paulo — Alipio de Miranda Ribeiro ... 185 Pela lavoura — A. C. Ferreira Paula 135 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Pags. Pela producção — Rodolpho Abreu 193 Pelo café— A. C. Ferreira Paula 426 Relatório do serviço de extincção do gafanliotos — M. Paulino Caval- canti 75 Transmissão da tuberculoso bovina aos palraipedos— Achille Rigodanzo. 72 Visita á Estação Agronómica e á p;rapreza Vinícola do Brasil — Do Diário das Alagoas e do Gutemberg, de Maceió 645 EDITORIAL: Adolpho Lietze 643 Ainda não se desenganaram ? — João Baptista do Castro 289 Alfredo (Dr.) Fernandes Dias 63 Arroz (O) 547 Arroz (O) em Cananéa — M. Pio Correia 343 Automóveis (Os) na agricultura do Estado de Minas 473 Clima (O) de S. Paulo — F. T. de Souza Reis 393 Coraraercio de bananas com a Inglaterra— G.C 226 Coqueiro (O) — Gomes Carmo 176 Cultura mechaniea do cafeeiro — A. Gomos Carmo 294 Fructeiras japonezas acclimadas entre nós— A. Gomes Carmo. . . 338 Gravata— Dr. J. R. Monteiro da Silva 469 Informações agrícolas 64, 121 » » sobre colonisação 1 Machinismos para o fabrico da farinha de mandioca 125 Madeiras (Algumas) e vegetaes úteis do Brasil ~ M. Pio Correia, 403, 479, 562 e 635 Minas agrícola — Heitor de Sá 173 Movimento agrícola em S. Paulo 618 Notas sobre a colonisação o a immigração no Estado de S. Paulo — F. T. de Souza Reis 611 Povoamento do solo — Heitor de Sá 227 Problema (O) da producção industrial do trigo no Brasil — Gomes Carmo 9 Senseveria (A) — Dr. J. R. Monteiro da Silva 337 Sericultura (A) no Brasil 399 Tomba (A) — Dr. J. R. Monteiro da Silva 545 EXPEDIENTE : Fazenda de Santa Mónica 362 Horto da Penha : Director 434 Relatório dos serviços executados durante os mezes de julho, agosto o setembro 361, 435 Visitas 361 Museu : Amostras adquiridas de maio de 1907 a .igosto 364 » procedentes de Cananéa 436 índice Pags, Listas das amostras vindas de Cananéa correspondentes ás mono- graphias do 8r. M. Pio Correia 513 Nova directoria 197 Presidência 240 Secção do Álcool : Exposição de Pelotas 240 Informaçues prestadas no mez do agosto 363 Lâmpada (A) Brasileira á42 Movimento do 3" trimestre de 1907 5Iõ » 4" > » » 655 » geral — Janeiro a juDlio 437 » dos outros serviços da secção 657 Propaganda do álcool industrial 583 Secção de Plantas e sementes : Distribuição durante o r semestre de 1907 309 » no mez de agosto de 1907 359 » » . » » setembro de 1907 438 » » » outubro de 1907 516 » » » » novembro de 1907 587 Distribuição de plantas e sementes nos annos de 190G o 1907 o total das mesmas de 1898 a 1907 556 Fctreio do caroço de algodão 3iJ0 Instrucções para o emprego de farelo de caroço de algodão na alimentação dos aniraaes 360 Movimento epistolar 657 » de pedidos de plantas e S3ment3s 057 Secção Technica : Febre aphtosa 366 Gafanhotos 369 Gravuras (As) daí cipas 244 Informações 239, 334, 369, 512 e 583 Invasões de gafanhotos 366 Madeiras de Cananéa 433 Redacção (A) 196 e 368 Secretaria : Annaes do Congresso Nacional de Agricultura 654 Auxilio aos criadores 583 Club da Lavoura de Angustiira 244 Cooperativa 199 » Central 507 Correspondência 358, 430, 508, 581 o 655 Electricidade na agricultura 200 Exposição agrícola pastoril de Pelotas 199 Exposição de 1908 581 » era Leopoldina 508 682 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Pags. Inquérito sobre o gado zebú 508 Luz (A) pelo álcool 198 Quadro da família Morking 233 Parecer da comtnissão sobre os typos do cafó da Bolsa do Nova York, no Brasil 430 Parecer sobre a refoi-ma das tarifas a.luaneiras 508 Sessões da directoria . . . .197, 339, 303, 357, 429, 507 e 580 Sessão solemne 235 Sociedade Cooperativa de Orlando 582 Visitas .3r)7, 429 o 581 NOTICIÁRIO: Agricultura (A) e as industrias no Rio (irando, do Sul 592 Alimentação em S. Paulo 663 Apparelhos para fabrico de manteiga 588 Arame 663 A'rea e população do Brasil 324 Assucar: Movimento assucareiro 318 Quadro da producção brasileira 207 Augmento da renda 279 Banco agrícola 658 Barateamento da cultura 521 Barragem de Assuan 323 SorracJia: Commercío (O) da borracha 456 Exportação da borracha e caucho do valle do Amazonas ... 524 Média mensal das cotações da borracha nos mercados de Londres e Nova York duranto, a safra de julho do T.iOô a junho do 1907 528 Problema (O) actual — A borracha 529 Producção e consumo no mundo 206 Quadro comparativo do valor da producção da borracha do Pará, de julho de 1899 a junho de 1906 524 Quadro demonstrativo das safras de julho de 1894 a junho de 1907 527 Quadro do valor da borracha, cação e castanhas referente aos dous semestres de 1906 e 1° de 1907 527 Brasil (O) dispensa o xarque platino 380 » » progride 206 Café: Parecer da Directoria de Hygíeno do Império AUemão sobro o café 455 Presente (A) safra 320 Cevada mineira 531 Colonísação em S. Paulo 663 Commercío (O) belga 322 índice 683 PAGS. Conferencias no Museu Coramorcial 661 Congresso de faz-^ndeiroF 323 Criação rio-grandense 591 Cultura do arroz em S. Paulo 588 Electricidade (A) applicada á agricultura 528 Ensino de economia rural no Seminário da Parahyba do Norte . 661 Estação Zootechnica 588 Estações agronómicas pelo mundo 660 EstaLiQ de Minas — Regulamento da Directoria de Agricultura, Commercio, Terras e Colonisação 439 Estado do Paraná — Decreto n. âl 8 2ô8 » (O) do Pará progride - . - 522 Estatística do commercio exterior do Brasil 595 Exportação dos vinhos do Rio Grande do Sul 379 Exposição do 1908 — Organisação 315 Extincção de formigas 379 Febre aphtosa 319 e 457 Feiras de gado 660 Formicida Pasclioal 662 Gado (O) leiteií-o na Austrália 456 Galeria de uiachin IS -157 e 521 Genealogia (A) de um touro 591 Oravurns di capa 588 Guano 205 Industria (A) do leite no Canadá 322 Luz (A) e o corte das m:\deiras 59L Madeiras do Brasil 531 Mercados e matadouros de Berlim 321 Mostruário de vinhos do Rio Grande do Sul 31S Museu Commercial 377 Novo instituto em Minas 279 Plantas (As) gemmiforas 331 Plantio do linho 522 População (Abovina) om S. Paulo 661 Povoamento do solo — Bases regulamentares . 245 » » » — Instruoções 517 Preços dos productos trop^caos nos mercados europeus, em 30 de setembro de 1907 525 Producçãú vinícola na Republica Argentina 379 Progresso agronómico do Paraná 598 Quedas d'aguae installações hydro-electricas no Japão . . . . 322 Raç i (A) suina limousine 456 Regulamento para a importação do animaes raproductores ... 201 Regulamento sobre a immigração no Estado de S. Paulo . . . 372 Salário (O) dos trabalhadores agrícolas 203 Sociedade Nacional de Agricultura 452 684 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA Paos. Sociedade Protectora dos Animaea 205 S. Paulo no estrangeiro 379 SyDdicatos (Os) 322 » agricolas 660 » proflssionaes e sociedade s cooperativas — Decreto nu- mero 1637 310 Temperança (A) nas escolas 662 Typos de Nova York para o café do Brasil 453 Uso (Do) e abuso do álcool 662 Vaccas (As) leiteiras de Nova Zelândia 456 PARTE COMMERCIAL . .50, 98, 159, 208, 280, 327, 380, 457, 532, 599 e 665 TRANSCRIPÇÃO: Agricultura —Factos do Mííias Geraes 146 Discurso do Dr. L. de Oliveira Bello sobre a evolução asricola. . . 36 Horticultor (Um) magico — G. C 33 Legislação rural— Dr. Sylvio Rangel 38 Requeima (A) das batatas — Do Boletim da Sociedade Agrícola Me- xicana 150 VARIEDADES: Abacaxis (Cultura dos) nas Canai-ias 97 Álcool de sabugo de milho 153 Alfandegas federaes (Rendimento das) 47 Algodão : Algodão (O) nos Estados Unidos 91 Consumo na Inglaterra 90 Preços do algodão, em 11)06 . 91 António Luiz dos Santos Werneok 155 Arroz — Cultura no Estado do Rio 48 Assucar: Assucar (O) na Inglaterra 47 Consumo nos Estados Unidos, em 1906 158 Industria (A) assucareira em S. Paulo 154 Supprimento visivel a 7 de janeiro 158 Bananas: Bananas na Inglaterra 157 Exportação de Costa Rica, em 1905 157 » » Cuba para os Estados Unidos 44 Boletim do Comité Assucareiro 155 Borracha : •Vnalyse chimica da borracha de Ceylão 155 Balanço da borracha do Pará, a 31 de dezembro de 1906 ... 95 Exportação do Estado Livre do Congo . , . • 150 Commercio mundial durante 11 mezes 90 Consumo nos Estados Unidos 90 índice 685 Pags. Cotação do Pará e Manâos, a 29 de dezembro de 1906 .... 90 Cotação em Nova York » » » » » » 89 Revista anmial do mercado em 1906 90 Brasil (O) visto pelo Sr. P. Loroy Beaulieu 157 Cacáo. I''xportação cm dezembro de 1906 91 Café : Cultura combinada de maniçobeiras com cafeeiros 94 Duas novas espécies de cafeeiros 158 Importação de café nos Estados Unidos 44 Safra (A) em 1906 e 1907 158 Camphora na Ilha Formosa 158 Canoro nas arvores fructiferas 154 Canoas de sementes na Guyana Ingleza 158 Coco (O) em Liverpool 89 Colonisação etn S. Paulo 154 Dados comparativos entre o commercio da Republica Arg^entina e o Brasil, em 1905-06 88 Distincção honrosa e merecida 87 Equitativa (A) e o cooperatismo 48 Estatística agrícola e pistoril do Uruguay . . 45 Estu lantes brasileiros no estrangeiro 92 Experimental Farming Brasil 46 Exploração do sertão paulista 154 Exportação de Santa Catharina 50 » do Brasil 47 » » Rio Grande do Sul, em dezembro de 1906 88 » mexicana om 1905-06 44 Exposicion Feria de 1906 .... 155 Faculdade de agronomia e veterinária do Uruguay 46 Fazenda-modelo em Minas Geraea 92 Fibra da bananeira 89 Fructicultura nas Canárias • . . 89 Gado na Inglaterra 97 Gafanhotos : Destruição de gafanhotos 95 Extincção dos gafanhotos no Districto Federal 48 Parasita do gafanhoto 97 Guayule (Ainda o) 44 Honrosas distincções 86 Insectos (Os) damninhos 153 » « nocivos . . 89 Instrumentos agrícolas. Exportação dos Estados Unidos 45 » oratórios americanos. Importação em 1905 .... 96 Jean Villjouchvitch 156 « La Haeienda » 92 Last not least 86 SOCIEDADE NACIONAL DE AGRICULTURA PAQS. Monographias agrícolas . 43 Movimento migratório pelos porcos do Hio e Santos .... 46 Orçamento da agricultura de S. Paulo, para 1907 46 Piteiral nativo em Copacabana 156 Podridão d 18 batitaa (receita) 45 Prornio em favor da indintria de phosphoros, fibras, conservas, etc. 152 Quadro comparativo da renda de diversas repartições em janeiro de 1907 com a de janeiro de 19 16 49 Reducção de tarifas 155 Sociedade do Agricultura do Piauhy .... 156 Surucuina . 156 Transferencia do gado do Uruguay para o brasil 95 Transporte de fructas nos Estados Unidos 157 Trigo : Exportação do trigo, em 1906 88 Importação >< » » » 87 Problema (O) da producção do trigo em terras do Brasil ... 47 Producção men.sal em 1906 87 Trigo (O) em França 46 » » na Republica Argeutiua 48 Voto de pezar 86 Collaboradores da "Lavoura" no anno de 1907 A. C. Ferreira Paula.— Alipio de Miranda Ribeiro.— Dr. A. Gomes Carmo, — Dr. A, Rigodanzo.— Dr. Carvalho Borges Júnior.— Dr. Curvello de Mendonça. —Dário Leite de Barros.— E. Castollo.— Ernest Mager.— Evaristo A. de S. Ri- beiro.—Dr. Francisco Tito de .Souza Reis.— Dr. Giovanai Rosai.— Dr. Heitor de Sá.— Dr. H. von Ihering.— Dr. J. da Silva Mattos.— Jons Sand.— Jolin A. Finlay. — Dr. João Baptista de Castro.— Dr. J. R. Monteiro da .silva.— Dr. Luiz de Oli- veira Bello.— Dr. M.Paulino Cavalcanti.— M. Pio Correia.— Pedro Luiz.— Coronel Rodolpho de Abreu.— Rusticus.—S.L.—Dr.Sylvio Rangel.— Dr.Tbeophilo Ribeiro. Pags. Summario : Notas sobre a colonisação e iramigração no Estado de S. Paulo . 611 Movimento agrícola em S. Paulo . . . : 618 Algumas madeiras e vegetaes uteia ao Brasil 635 Adolpbo Líetze 643 Visita á Estação Agronómica e á Empreza Vinícola do Brasil . . 645 Núcleos coloniaes particulares .... 652 Expedieuto ''54 Noticiário 658 Parte commeroial 665 Bibliograpliia 675 29li — Uio do Jaueii-o — Imprensa iNacioual — 190S EST.A.TXJTOS CAPITULO K Art. 8.° A socideade admitte as seguintes categorias de sócios ■ Sócios effectivos, corrfôpondentes, honorários, beneméritos e associados § I. Serão sócios effectivos todas as pessoas residentes no paiz que forem devidamente propostas e contribuirem com a jóia de 15$ e a annuidaífe de 20C § 2. Serão SÓCIOS correspondentes as pessoas ou ■ associações, com residência oú sede no estrangeiro, que forem escolhidas pela Directoria, em reconhecimento dos seus mentos e dos serviços que possam ou queiram prestar á sociedade "'■^'"'''"^° ''°^ ^'^"^ rpiP -tt ■" ^f "° '°'"°'. '^0"°^f 'OS f beneméritos as pessoas que, por sua dedicação e relevantes serviços, se tenham tornado beneméritos á lavoura ..,. ,^ ■+-° ScTã.i associadas as corporações de caracter offlcial e as associações ae-ricolas hhadas ou confederadas, que contribuirem com a jóia de 30$ e a annuidade de so$ooo § 5- Os SÓCIOS effectivos e os associados poderão se remir nas condições que forem preceituadas no regulamento, não devendo, porém, a contribuição fixada mra^se fim ser infenor adez (10) annuidades. • ■^'"J" P'»!'» esse nm Art. 9-°. Os associados deverão declarar o seu desejo de comparticioar dos tra- balhos da sociedade. Os demais sócios deverão ser propostos por indicação de qualquer socioe apresentação de dois membros da Directoria e ser acceítos íor unanimidade Art. 10 Os SÓCIOS, qualquer que seja a categoria, poderão assistir a todas as reuniões sociaes, discutindo e propondo o que julg^uem 'cUvenientffterão direito a todas as publicações da sociedade e a todos os serviços que a mesma estiver habiitada a prestar, independentemente de qualquer contribuição especial naoiiitaua a § I." Os associados, por seu caracter de conectividade, terão preferencia nara os SS^I^q^e^s^^VurSo?^ ^^"^"^^^^- '^ -'^^^^^ « .aior^íro'VTx^e^! § 2.» O direito de votar e ser votado é extensivo a todos os sócios; é limitado i^Ea--cri.i^ft.]vi:EisrTO CAPITULO VI Art. 18. A sociedade prestará seus serviços de preferencia aos sócios e associados quando estiverem quites com ella. ««auv-iduo!), Art_. 19. A jóia deverá ser paga dentro dos primeiros três mezes após a sua acceitaçáo. ^ .\rt. 20. As annuidades poderão ser pagas por prestações semestraes Art. 21. Os sócios e os associados se poderão remir mediante o pagamento das quantias de 200$ e 500$, respectivamente, feito de uma só vez e independente da ioia que deverão pagar em qualquer caso. Hcuucuie ua joia, Art. 22. Os sócios e associados não poderão votar, nem receber o diploma sem terem pago a respectiva joia. uip.uiud, sem § i.° Osocio que tiver pago a joia e uma annuidade, poderá remir-se mediante coSu1çõ^^° '° ^°'"°'' ''"° ^''^ '^"''""^ igualmente satisfeito aquellas § 2." Para esse effeito o sócio deverá requerer á Directoria, provando seus direitos nos termos do paragrapho anterior. ^ uireuos § 3.° Serão considerados beneméritos os sócios que fizerem donativos á sociedade a partir da quantia de um conto de réis. soLieaaae, _ Art. 23. Para que os sócios atrazados de duas annuidades possam ser consi lerados resignatanos nos termos dos Estatutos, é preciso que suas contribuições lhes tenham sido solicitadas por escripto, até três mezes antes, cabendo-lhes ainda' assim o recurso para o conselho superior e para a assembléa gerkl SUMMARIO Notas sobre a colonisação e immig:ração no Estado de S. Paulo 671 Movimento ag;ricola em S. Paulo 618 Alg^umas madeiras e vegetaes úteis ao Brazil 634 Adolpho Lietze 646 Visita á Estação Agronómica 643 Núcleos coloniaes particulares 665 Expediente 655 Noticiário 656 Parte commercial 666 Bibliographia 619 ■ CASA ESPECIAL DE BORTICULTIA RIO DE JANEIRO < m 1 " a...,-, f ^f^jSoRTÚLANÍ de grande sortimento de sementes novas de hortaliça, flores, de plantas para agric\Utura, etc. GRANDE SORTIMENTO DE FERRAGENS, UTENSÍLIOS E OBJECTOS PARA TODOS OS MISTERES DE JARDINAGEM Saloias, alimento para pássaros, pó da Pérsia e chá da índia (Sam Lal'a) GRANDE OFFICINA DE TRABALHOS EM FLORES NATURAES Cestas, ramos o grinaldas feitas oom apurado gosto para casamentos, bailes, festas, enterros, finados, «te. encarregam-se de ornamentações para mesas de jantar, festas, salões, banq[netes, mas, stc. 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Rua do Senhor dos Passos, 79 Rio de Janeiro Nunca esquecer que o emprego de adubos naculturu das terras é absolutamente necessário, alim de eonsc'i;uii'-se um resultado verdadeira meato remunerador do esforço o do capital empregado pelo agricultor. Adubos artificiaes de todas as qualidades para a adu- bação das terras productoras do café, algodão, canna de as- sucar, fumo, de todos os cereaes, de todas as leguminosas, de todas as arvores fructiferas, emfim, de todas as culturas. Os adubos são fornecidos; cada elemento nutritivo em sepa- rado ou em diversas misturas, podendo estas ultimas ser de qualquer proporção, havendo toda a garanda de serem mis- turas rigorosamente exactas quanto à sua composição. Recom- menda-se especialmente ; Chlorureto de potássio de 50 "/„ de potássio (Kali) Sulphato de potássio . . de 50 y„ de » » Sal de potássio de 30 "/„ de » » Superphosphatos de 20 "/„ de acido phosphorico solúvel em agua. 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ÚNICOS RECEBEDORES DOS ADUBOS DO "KALISYNDIKAT DE STASSFURT " (Allemanhaj BRtJGGEMANH, PEREIRA k D, 93, S,ua da Alfandega, 93 CAIXA DO CORRhIO N. 566 — ENDEREÇO TELEGRAPHICO: "SESIGOTE" AS CAIXAS ECONÓMICAS O Credito Agrícola DR. ALFREDO ROCHA -«si PREÇO lOSOOO p^ A' venda em todas as livrarias do RIO DE JANEIRO e S. PAULO MOLÉSTIAS GOlTO-imiiMIilS DR. CRISSIUMJ FILHO Cirurgião da Misericórdia e da ordem da Penitencia Trata especialmente as molés- tias da urethra, bexiga, próstata e rins. Cura radical da hydrocele, por processo seguro, que permiitte o ope- rado entregar-se immediatamente ás suas oceupações habituaes. C03íTS-Cri.T0E,I0 39, Rua Goiíçalyes Dias, 39 Das S ás -4 c d) CO ^CC S õí s o g -S â!i o Is "- "!a o (d i ii: ^ c E o l íS a 1 í^ R* & tí o o •n ri í-i 5^ o 60 ;2 S S ^ g W CD rt r/f ^ 8 O 1 CS p_, 1 o |VT !í; . 1 Cl í^4 HÍ » automáticos de Northrop Orçamentos, plantas e toâas as informações 76. RUA GENERAL CAMARÁ, 79 RIO DE JANEIRO SÃO PAULO— Rua da Quitandal7-A \ PARIS-LUMIERE Usina e Escripterics : IZ2, Çuai Jemmapes, Paris Premiados em numerosas exposições desde 1900, pela máxima perfeição de seus apparelhos e enorme economia de consumo de álcool Únicos fabricantes da LAMPACA BRAZILEIRA SISTEMA PRIVILEGIADO DO SR. MANUEL 84L7Í0 Estas Inmiiadas são as ÚNICAS a álcool cnju intensidade de Inz póiie sp.r graduida á vonl.ado. InteiraTiieiite feitas de cobre o niokeladas, são as roais boniias e aa mais robiist.is. ProjTias Dará illiiminacão ints^rior c ext»i'ior. São as qne- coiisomp:n ?.!ENOS álcool por uni- dade de luz e hão as que r(talizão MAIOR inteiisi- daiic. Adoptad;iS pelos Clieni>x/A)0( aS melhoreS do niUIldo mxmmmmmm * * * § * MflCHINISWOS DE VaRIAS ESPÉCIES « « « € € Vapores, Arame farpado, Telhas de zinco, etc. etc. =^B^ Ei^iPi^Ez;^ Estas aguas são recommendadas pela illustrada classe medica no tratamento das moléstias chronicas do tubo gastro-intestinal, nos estados mórbidos depen- dentes de desordens de nutrição^ nas affecções chronicas do estômago^ nas dyspepsias, nos catarrhos gastro- intestinaes, na chloro-anemia, nas moléstias do dos rins e da bexiga. Esta agua contem acido carbónico, bi-carbonato de sódio, de potássio e de cálcio. A' Tenda em toda a parte ESCRIPTORIO CENTRAL 20, ALFAIsTOEGA, 20 J^>Oi:2 mi@ ®B ora^ir^ím© «^OC "CHATTANOOGA' ARADO reversível COM 3 ALAVANCAS Chamamos a attenção dos Srs. compradores de Arado Ro- versivel para que examinem bem si o nome "CHATTANOOGA" está estampado no arado, pois, sinão tiver este nome, não é o verdadeiro Arado Reversivel "CHATTANOOGA", que tanta procura o accoitação tom tido, a ponto de já haver imitações destes arados, que não dão o mesmo resultado satisfatório . Temos sempre em depósitos : Descaseadores de café e arroz «Engelberg Americanos», correias superiores, encerados para para terreiros e carroças, aradinhos de disco, picadores de capim e canua, polias de di- versos tamanhos, tubos formicidas « Exterminador Lofgren », para extincçao completa das formigas saúvas, sem auxilio de machinas, ventiladores, catadores e separadores de café, vapores americanos horisontaes e verticaes, valvoline, acreditado e pro- curado óleo mineral para machinas, desfibrador "Tornado", moendas de canna para uso de famílias, a força animal, a for- ça de vapor c a força d'agua; esbrugador de café, novidade, etc, e grande variedade de machinas e instrumentos para a lavoura. Peçam catatago e ntals iiir » Superphosphatos de 20 "/<, de acido phosphorico solúvel em agua. Escorias de Thomaz... de 16 "/„ de acido phosphorico solúvel em acido citrico. Sulphato de amoníaco de 20, 5 °/„ de azoto. Salitre do Chiie de 17 "/„ de azoto. Guano com porcentagem garantida. Fornecem-se aos agricultores, gratuitamente, informa- ções e conselhos sobre a qualidade e quantidade dos adubos a usar, tendo em vista a propriedade do solo e a cultura que se pretende beneficiar . Estas informações e conselhos serão fornecidos iu loco por um profissional e scientista, que se acha no BrasU para este fim. -, Fornecem-se gratuitamente, livros e folhetos, em qual- quer idioma, referentes a qualquer cultura. As encommendas de adubos devem ser feitas com ante- cedência, afim de poderem vir da Europa a tempo para a sua applicação adequada, que começa approximadamente em Agosto ou Fevereiro. UNiCOS RECEBEDORES DOS ADUBOS DO "KALISYNDIKAT DE STASSFURT " (Allemanhaj BRÚGGEMAHH, PEREIRA h D. 93, Rua da Alfandega, 93 CAIXA DO CORREIO N. 566 — ENDEREÇO TELEGRAPHICO: "SEBIGOTS" o Credito Agrícola DR. ALFREDO ROCHA -«€■1 PREdO lOSOOO p^ A' venda em todas as livrarias do RIO DE JANEIRO e S. PAULO MOLÉSTIAS GEMTO-URIMRIAS DR. CRISSIUMJ FILHO Cirurgião da Misericórdia e da ordem da Penitencia Trata especialmente as molés- tias da urethra, bexiga, próstata e rins. Cura radical da hydrocele, por processo seguro, que permitte o ope- rado entregar-se immediatamente ás suas oeeupações hataituaes. aOISrS"C73L.TOE,IO 39, Rua Gonçalves Dias, 39 -^ Bas S ás 4 03 H. §s '0 " CC O «£ í OS írt a!Í O €8 "3 *ta f, c ^.ss. o ''?3 ■— CD-O to e;: "^ -a5 0 c g i S-- £J^ I.IÍIIÍI1 Í5í!i "0 If." fli C8 cn o egitimo c O 0 b s ir ■■« ,- « è: £■0 S « o o « '< f' H g e §a O wi s-ãed o .i sS^ bb O •,-1 li ^ o í. "^ c3 a cá fl ^. CO CTS »^ íí ^.^ t '«Is aj u ? t " « o (O -ji ,3 »-• <» "^ o t« d í^i o lO O 1 U i (M _0 Jgií s « 03 Pí I 1 & o «J os s a Remédio ínfallivel contra o veneno das Colipas. Para beber às colheres— Ao alcance de todos— Não tem dieta, Não é venenoso— Pôde ser usado sem receio até por uma creança — Cura rápida do veneno Cascavel, Urutu, Jararacussú, Surucucú Jararaca, etc, — Cura em dez minutes, a dôr mais intensa provocada peL veneno do Scorpião. Cnra tanto ao homem como a qualquer animal, <^ lalquer .^|^^ ^^ I ^^^ dois CN »y^ Único remédio Ínfalli- vel que não depende de InjecçAo. ApproTído pela Pirecloris Geri! de Salde Publica federal Maig de duae mil coras em menos de annosBÓnos Estados de Minas Geraes, Eio de Janeiro, Goyaz, S. Panlo, Uatto Grosso, Bahia, Ceará, Pará Maranhão e Amazonas. Attesta- dos das maiores notahilidades medicas do paiz e do es- trangeiro. — A' venda em todo o Brazil. Depositário geral Proprietário DE. IDUABIIO UflB SXLLO BOSIiOafS ^H<^ MmÁS ãMSÂMS SMITH GRUBBER & C MACHINA DE ARRANCAR TOCOS. RAÍZES e paesper OOtros olslaciilos ao bofli fiiiccioiiains'!lo dos ínstromeotos aratorios Cada apparelho — ARRAHCADOR DE TOCOS — faz o serviço de 20 homens — VINTE HOMENS I Pejam eatalagot « preços aos Snr«. ■SV. Smitli Grutober & C. Mi oonfandamt Leiam bemi W. Smith Grubber & Co. m^ Com sortiiTLenlo eompl.-tr> de fei-i-agem e arniarinlio Eléctrica T^S, RUA GENERAL CAMARÁ, 35 RIO DE JANEIRO Arame farpado ^EHectriea" de (jualidade iosuperavel Sem íival Peso liquido 38 líilos Comprimento 402 metros Garantidos Preço sem competência Enxada „Sol" Fabricada do melhor aço inglez Superior a qualquer outra marca pela excellente qualidade Quem usar uma vez é freguez para sempre CASA ESPECIAL DE HORTICOLTUEA -^S, K-ULa- do 0-a.T7-id-or, 4:S mo DE JANEIRO 4 ~^' m m^^ Ê Ss - ir » 2 de grande sortimento de sementes novas de hortaliça, flores, de plantas para agricultura, etc. GRANDE SORTIMENTO DE FERRAGENS, UTENSÍLIOS E OBJECTOS PARA TODOS OS MISTERES DE JARDINAGEM Saloias, alimento para pássaros, pó da Fersia a chá da índia (Bas Lars) GRANDE OFFICINA DE TRABALHOS EM FLORES NATURAES Cestas, ramos e grinaldas feitas oom apnrado gosto para casamentos, bailes, festas, enterros, flnados, «te. ; encarregam-se de ornamsntações para mtsas de Jantar, festas, salões, banqnates, ruas, ete. CHÁCARAS DE CULTURAS DE PLANTAS Rua Theodoro da Silva, 53 A Rua Haddock Lobo, 132 Rua Barão de Petrópolis, 3 (Orchideas e plantas finas) CULTURAS DE FLORES RETIRO — PETRÓPOLIS DEPÓSITOS aSBAES CE FLAUTAS GRANDE DEPOSITO DE PLANTAS Variado sortimento de plantas de todas as qualidades, para POMARES E JARDINS ^^ Luiz António Gomes Apromptam-se bouquets para baptisados e casamentos, com a máxima brevidade e por preços baratíssimos = 41- RUA DR. BULHÕES - 41 ^^^^^^^^^ — - ENGENHO DE DENTRO flENR! fiOGEBS, SONS k C„ LIMITEO Eiigenli6íros]e coutrataâores ile nacliíiiisiiios para paluner inânstría on agricultura Casa especial de Instrumentos e .Machinas para Lavoura ARADOS E CULTIVADORES dos melhores fabricantes Inglezes e Americanos — — DESNATADEIKAS "ESTRELLA" "BALTIC" e mais mãchiaas de fazsr manteiga e par- teurizar o leite Especialistas em Fiação e Tecelagem únicos vendedores das Cordas e fiação de HOWARD & BULLOUGH Teares e Tecelagem de Henry Livesey » » aniomaticos de Northrop Orçamentos, plantas e toáas as informações 76. RUA GENERAL CAMARÁ, 79 RIO DE JANEIRO SÃO PAULO — Rua da Quitanda 17-A xwoíxxwjaíÁX-v» Sortimento completo x>ix ^ MACHINISWOS DE VARIAS ESPÉCIES « « « « € Vapores, Arame farpado, Telhas de zinco, etc. etc. :ErMjpTt:Hizjs. CAXlByiAMBARYECiBUOUi o-s>* : ,;,::::>o- Estas aguas são TscommGndadas pela illustrada classe medica no tratamento das moléstias chronicas do tubo gastro-intestinal, nos estados mórbidos depen- dentes de desordens de nutrição, nas aífecções chronicas do estômago, nas dyspepsias, nos catarrhos gastro- intestinaes,' na chloro-anemia, nas moléstias do fígado, dos rins.z da bexiga. Esta agua contem acido carbónico, bi-carbonato de sódio, de potássio e de cálcio. A' venda em toda a parte ESCRIPTORIO CENTRAL 20, ALFANDEGA, 20 J>Cír2 mi@ nm ^^mm-Km.© s^04Z^ C/D C Oh O X CS» OS3 í 1 ^ â I o ^ ^ PARIS-LUMIERE Usina e Escriptories : ZZ2, Çu-ai Jemmapes, ParU Premiados em numerosas exposições desde 1900, pela máxima perfeição de seus apparelhos e enorme economia de consumo de álcool Únicos fabricantes da LÂMPADA BRAZILEIRA SYSTEMâ privilegiado do SR. MANDEL 8áL7Â0 Estas lâmpadas são as VNICAS a álcool cuja intensidade de luz pôde ser graduada á vontade. Inteiramente feitas de cobre e nlckeladas, são as mais bonitas e as mais robustas. Próprias nara illuminação interior e exterior. São as que consomem ilENOS álcool por uni- dade de luz e são as que realizão MAIOR intensi- dade. Adoptadas pelos Chemins de Fcr de VEtat e por varias administrações em toda Europa. A Paris-Lumière contracta installações pu- blicas nas villas e cidades do interior do Brazil. Lâmpada n. 1 — Intensidade regulável i. von- tade—de 40 a 150 velas. Dita n. 2 — Idem, idem — de 100 a 350 velas. Fabricam-se maiores tamanbos por enoom- menda. Para orçamentos, contractos e mais negocies com o representante geral da Sociedade, Sr. Ma- nuel Galvão. RUA DE S. PEDRO N. 59 — RIO DE JANEIRO w "<^m Casa especial em trabalhou de flores naturaes artisticamente executados Coroas para enterros de todos os preços e feitios Ornamentações de salões, mesas, etc, para casamentos, bailes, etc, etc. Sementes afiançadas de hortaliças e flores CULTURAS DE FLORES Rua Senador Nabuco n. 21, Villa Izabel (Orchidéas) Fonseca — Nictheroy (Flores diversas) CHÁCARA FLORA Alto da Serra — Petrópolis (Flores e Plantas) Schlick & Comp. T Rua do OuYidor n. 25-B CTELEPHONE N. 1281 J GfôASO E/IO X)B JA.3SrBIE.O iiii lil» 1 I. 19, Rua General Camará, 21 Importadores em grande escala de Louças de -íerro, Ferragens, tintas, óleos, Cimento, Carros de ferro e de chumbo para Agua e gaz, telhas zincadas. Arame farpado e liso, drogas para industria, Material para Estradas de feiro, artigos para lavoura, etc. DEPÓSITOS Rua Cotovello n» IS — Travessa do Paço n, 2S Travessa da Fidalga n» 3 — Largo Santa Rita n, 24 ESPECIEISTAS EM MâTERIU Mk CAMLISAÇÂO DE km DEP03ITAEI0S DOS SEQUIOTES PKODUOrOS CONHECIDOS Pomicida Pestana (purificada) } Dynamite "Bstygia" Dita Capanema ) Enxadas "Radiante especial' Dita Pasclioal ; Cimento " Pedreiro" Creolina Freire de Aguiar \ Dito S. Jorge Coalho marca Estrella } Commissarios de Café a mais gsneros do Falz garantem as melliores ccntas de venda cujos líquidos aão pagos immediatamesta. A nossa firma foi premiada com medalha de ouro na Exposição de S. Luiz (E. U. da America) pelas excellentes qualidades de Café recebido de seus committentes que expuzeram. rtio cie? J'sLXXG±iro "CHATTflNOOGA' ARADO reversível COIVI 3 ALAVANCAS Chamamos a attonção dos Srs. compradores de Arado Ilo- vorsivel para que examinem bom si o nome"CHATTANOOGA" istá estampado no arado, pois, sin.ão tiver esto nomo, não o D verdadeiro Arado Roversivol " CHATTANOOGA ", que tanta procura o accoitação tom tido, a ponto de já haver imitações destes arados, quo n.ão dão o mesmo resultado satisfatório . Temos sempre em depósitos : Descascailores de café o arroz «Engelbcrg Amoricauos», correias superiores, encerados para para terreiros e carroças, aradinhos de disco, picadores de capim e caniia, polias de di- versos tamanhos, tubos formicidas « Exterminador Lofgren », para extincçao completa das formigas saúvas, sem auxilio de machinas, ventiladores, catadores e separadores de café, vapores americanos horisontaes e verticaes, valvoline, acreditado e pro- curado óleo mineral para machinas, desíibrador "Tornado", moendas de canna para uso de famílias, a força animal, a for- ça de vapor e a força d'agua; esbrugador de café, novidade, etc, e grande variedade de machinas e instrumentos para a lavoura. Peçam cataIa(;o e mais informações & Empório de machinas para a lavoura Rua do Commereio, 44e 46, S. Paulo As gravuras que illustram esta Revista são todas executadas pelos gravadores da Sociedade Nacional de Agricultura, Srs. Luiz Brun & Es- TRELLA, estabelecidos com atelier de photogravura, xilographia, photo-zinco- graphia, zincographia, gravura em aço, alto e baixo relevo para estamparia de vinhetas, monogrammas, chromos, etc. Recortes de toques em photo- gravura. Rua do Senhor dos Passos, 79 Rio de Janeiro Nunca esquecer que o emprego de adubos na cultura das ti^rras é absolutamente necessário, alim de çonseguir-se um resultado verdadeira mente remunerador do esforço e do capital empregado pelo agriculior. Adubos artificiaes de todas as qualidades para a adu- bação das terras productoras do café, algodão, canna de as- sucar, fumo, de todos os cereaes, de todas as leguminosas, de todas as arvores fructiferas, emfim, de todas as culturas. Os adubos são fornecidos; cada elemento nutritivo em sepa- rado ou em diversas misturas, podendo estas ultimas ser de qualquer proporção, havendo toda a garantia de serem mis- turas rigorosamente exactas quanto à sua composição. Recom- menda-se especialmente ; Chlorureto de potássio de 50 % de potássio (Kali) Sulphato de potássio . . de 50 y„ de » > Sal de potássio de 30 y„ de » > Superphosphatos de 20 "/„ de acido phosphorico solúvel em agua. Escorias de Thomaz ... de 1 6 "/„ de acido phosphorico solúvel em acido cítrico, Sulphato de amoníaco de 20, 5 "/^ de azoto . Salitre do Chiie de 1 7 "/„ de azoto . Guano com porcentagem garantida. Fornecem-se aos agricultores, gratuitamente, informa- ções e conselhos sobre a qualidade e quantidade dos adubos a usar, tendo em vista a propriedade do solo e a cultura que se pretende beneficiar . Estas informações e conselhos serão fornecidos tn loco por um profissional e scientista, que se acha no Brasil para este fim. Fornecem-se gratuitamente, livros e folhetos, em qual- quer idioma, referentes a qualquer cultura. As encommendas de adubos devem ser feitas com ante- cedência, afim de poderem vir da Europa a tempo para a sua applicação adequada, que começa approximadamente em Agosto ou Fevereiro. ÚNICOS RECEBEDORES DOS ADUBOS DO •' KALISYNDIKAT DE STASSFURT " (AUemanhaj BHÚGGEMAM, PEMIEA h D. 93, Rua (da Alfandega, 93 CAIXA DO CORREIO N. 566 — ENDEREÇO TELEGRAPHIGO: "SEBISOTE" MOLÉSTIAS fiEilTOUmiARlAS DR. CRISSIUMA FILHO Cirurgião da Misericórdia e da ordem da Penitencia Trata especialmente as molés- tias da urethra, bexiga, próstata e rins. Cura radical da hydrocele, por processo seguro, quepermitte o ope- rado entregar-se immediata mente ás suas occupações habituaes. 001srSTJLT0I?,I0 39, Rua GoiíçalTCs Dias, 39 Das è ás 4 o ■o c o c s w D Ul 2 og ^S i ^ l| §s 1 1 H fl ^ uZH . ft, ^ g> !S Eh IS ^ & Remédio Infalllvel contra o veneno das Cobras. Para beber às colheres— Ao alcance de todos— Não tem dieta. Não é venenoso— Pôde ser usado sem receio até por uma creança — Cura rápida do veneno Cascavel, TJrutú, Jararacussú, Surucucú Jararaca, etc, — Cura em dez minutos, a dôr mais intensa provocada pelo veneno do Scorpião. w~ Cara tanto ac homem como a qualquer X ^ lalquer ^^^^ ^^ I ^^^ dois Wí ^^ Unioo ^ remédio infaDi- vel que não depende Approvsdo pela Directoiis Gertl de Siõde Publica Fíilínl Mais de dnas mil curas em menos de annossónoB Estados de Minas eeraee, Eio de Janeiro, Goyaz. S. paolo. Matto Grosso, BaWa, Ceará, Pará Maranlião e Amazonas. Attesla- dos das maiores notabilidades medicas do paize do es- trangeiro. — A' venda em todo o Brazil. Depouitaric geial Proprietário DB.EDnABBO LOPES MmAs muss W. SMITH GRUBBBR & C MACHINA DE ARRANCAR TOCOS, RAÍZES e anaesper outros oOstaculos ao liom íDDi;cionaine::to los instmientos aratorlos Cada apparelho — ARMNCADOR DE TOCOS — faz o serviço de 20 homens — YIKTE H0HEH2 í Pe{am eatiJagos • pragoi mi Sun. "SV. Smitlx Oi:-ul>l>ei- «fe C. Nãe confundam 1 Leiam lieml ^^/V. Smith Grubber & Co. fcurc^sAWs & e. T IE»^POIÍ.TA.IDOK-ES Com i?ortinicuto comploto de lL>ri'i\i»oiii l- ainiaiiuho .^_^ Eléctrica 35, RUA GENERAL CAMARÁ, 35 ^^t^ RIO DE JANEIRO Arame farpado „ Eléctrica" de (jualidade insuperável Sem fival Peso liijijuldo 3B kilos Comprimento \\l metros Garantidos Preço sem competência Enxada „Sol" Fabricada do melhor aço inglez Superior a qualquer outra marca pela excellente qualidade Quem usar uma vez é freguez para sempre 1_ I CASA ESPECIAL DE HORTICDIM RIO DE JANEIRO W 8 « "3 grande sortimento de sementes novas de hortaliça, de flores, de plantas para agricultura, etc. GRANDE SORTIMENTO DE FERRAGENS, UTENSÍLIOS E OBJECTOS PARA TODOS OS MISTERES DE JARDINAGEM Saloias, alimento para pássaros, pó áa Fersia s chá da Inila (Sam Lara) GRANDE OFFICINA DE TRABALHOS EM FLORES NATURAES Cestas, ramos e grinaldas feitas eom aparado gosto para casamentos, bailes, festas, enterros, finados, eto. | enearregam-se de ornamentações para mesas de Jantar, festas, salões, banqnetes, rtiaa, ate. CHÁCARAS DE CULTURA DE PLANTAS Rua Theodoro da Silva, 56 A Rua Haddock Lobo, 122 Rua Barão da Petrópolis» 3 (Orchideas e plantas finas) CULTURA DE FLORES RETIRO — PETRÓPOLIS DEPÓSITOS aESAES CS PLAITTAS ■RXJJik. SE2Sr.AJDOIl IDJ^2SrT-A.S, 31 E SI GRANDE DEPOSITO DE PLANTAS Variado sortimento de plantas de todas as qualidades, para POMARES E JARDINS St/ ^^ Luiz António Gomes S Apromptam-se bouquets para baptisados e casamentos, com a máxima brevidade e por preços baratíssimos 41 - RUA DR. BULHÕES - 41 =^^^ ENGENHO DE DENTRO Wm ROGEBS, SONS k C, LIMITED Ensenueíros e contractaâores è mMimi para paluner iflâDstría ou aErícullnra Casa especial de \ Instrumentos e Machinas para Lavoura ARADOS E CULTIVADORES dos melhores fabricantes Inglezes e Americanos f » aulomaticoj de Norllirop Orçamentos, plantas s todas as informações 76 — RUA GENERAL CAMARÁ— 79 RIO DE JANEIRO SÃO PAULO— Rua da Quitandãl7- l^ms A gfcO» A J Casa especial em trabalhos de flores natoraes artisticamente executados Coroas para enterros, de todos os preços e feitios Ornamentações de salões, mesas, etc, para casamentos, bailes, etc, etc. Sementes afiançadas de hortaliças CULTURA DE FLORES Rua Senador Nabuco n. 21, Villa Izabel (Orchidéas) Fonseca — Nitheroy (Flores diversas) CHÁCARA FLORA Alto da Serra — Petrópolis (Flores e Plantas) Schlick L Comp. r Rua do Ouvidor n. 25-B r^ TELEPHONE N. 1281 J RIO UB cr.âJsriEiiE,o \ 19, iiii gillii I l Rua General Gamara, 21 Importadores em grande escala de Louças de ferro, __ Ferragens, tintas, oleos^ cimento, Carros de ferro e de cliumbo para agua e gaz. Telhas zincadas, arame farpado e liso, Drogas para industria, material para estra,das de ferro, artigos para lavoura, etc. DEPÓSITOS Rua do CotoYello n, 18 — f ravsssa do Paço n. 26 Travessa da Fidalga n. 3— Largo ds 'Santa Hita n, 24 ESPECIALISTAS EM MATERIAL PARA CANALISAÇÃO DE AGOA DEF0SITÂSI03 DOS SSaUIKTBS FB0D7CT03 COíTEECIDOS Formicida Pestana (purificado) ) Dynamite "Bstygia" Dito Gapanema ) Enxadas " Radiante especial' Dito Paschoal ) Cimento "Pedreiro" Creolina Freire de Aguiar ( Dito "S. Jorge" Coalho marca Estrella r Commissarlos de Café o mis gsnsros do Fali, garantem as melhorei contas de venda enjos líquidos são pagos Imsediatamente. A nossa firma foi premiada com medalha de ouro na Exposição de S. Luiz (E. U, da America) pelas excellentes qualidades de Café recebido de seus committentes que expuzeram. PARIS-LUMIERE t7stna e Escripborios : IZ2, Çuai Jemmapes, ParU Premiados em numerosas exposições desde 1900, pela máxima perfeição de seus apparelhos e enorme economia de consumo de álcool Únicos fabricantes da LÂMPADA BRAZILSISA SISTEMA PRIVILEGIADO DO SR. MANUEL SALViO Estas lâmpadas são as ÚNICAS a álcool cuja intensidade de luz pôde ser graduada á vontade. Inteiramente feitas de cobre e nlckeladas, são as mais bonitas e as raais robustas. Próprias nara illuminação interior e exterior. São as que consomem MENOS álcool por uni- dade de luz e são as que realizam MAIOR intensi- dade. Adoptadas pelos Chemins de Fcr de VÉtat e por varias administrações em toda Europa. A Paris-Lumière contracta installações pu- blicas nas villas e cidades do interior do Brazil. Lâmpada n. 1 — Intensidade regulável k von- tade — de 40 a 150 velas. Dita n. 2 — Idem, idem — de 100 a 350 velas. Fabricam-se maiores tamanhos por enoom- menda. Para orçamentos, contractos e mais negócios com o representante geral da Sociedade, Sr. Ma- nuel Galvão. RUA DE S. PEDRO N. 59 — RIO DE JANEIRO Nunca esquecer que o emprego de adubos na cultura das tc.Tras é absolutamente necessário, aíim de conseguir-sc um resultado verdadeira- mente remunerador do esforço e do capital empregado pelo agricultor. Adubos artificiaes de todas as qualidades para a adu- bação das terras productoras do café, algodão, canna de as- sucar, fumo, de todos os çereaes, de todas as leguminosas, de todas as arvores fructiferas, emfim, de todas as culturas. Os adubos são fornecidos, cada elemento nutritivo em sepa- rado ou em diversas misturas, podendo estas ultimas ser de qualquer proporção, havendo toda a garantia de serem mis- turas rigorosamente exactas quanto á sua composição. Recom- mendam-se especialmente ; Chlorureto de potássio de 50 y„ de potássio (Kali) Sulphato de potássio . . de 50 y„ de » » Sal de potássio de 30 y„ de » » Superphosphatos de 20 y^ de acido phosphorico solúvel em agua. Escorias de Thomaz ... de 1 6 y^ de acido phosphorico solúvel em acido citrico. Sulphato de ammoniaco de 20, 5 y„ de azoto. Salitre do Chile de 17 °/^ de azoto . Guano com porcentagem garantida. Fornecem-se aos agricultores, gratuitamente, informa- ções e conselhos sobre a qualidade e quantidade dos adubos a usar, tendo em vista a propriedade do solo e a cultura que se pretende beneficiar . Estas informações e conselhos serão fornecidos iu loco por um profissional e scientista, que se acha no Brasil para este fim. Fornecem-se, gratuitamente, livros e folhetos, em qual- quer idioma, referentes a qualquer cultura. As encommendas de adubos devem ser feitas com ante- cedência, afim de poderem vir da Europa a tempo para a sua applicação adequada, que começa approximadamente em Agosto ou Fevereiro. - ÚNICOS RECEBEDORES DOS ADUBOS DO '• KALISYNDIKAT DE STASSFURT " (Allemanhaj BRÚQGEMÃM, PEREIRA k D. 93, Rua da Alfandega, 93 CAIXA DO CORREIO N. 566 — ENDEFUÍÇO TELEGRAPUICO: "SEBiaOTE" AS CAIXAS ECONÓMICAS E O Credito Agrícola DR. ALFREDO ROCHA -€í PREÇO lOSOOO A' venda emlodas as livrarias do RIO DE JANEIRO e S. PAULO o "O c o c 3 % H 5 2 is ^8 ".ia -II §P 2": CO ta .§Oo |sS S25 l-o 5£« «•5 5 I --Sais li Ssõg«i O 111 111 t ! ! ? 3|i:ái=>i líi liiiltíii ^ H IPJ ^^ C CO o S OQ S o J BC r/' 4) -SS o. Ijg- o 3-S£ -=11 O 2- ao ■^ -si; 3 ss] Q -< e pL< o .9 2 •êil'2 »s ifl â "li o 02 Ui J w -o .SS E-« I ^<4 i « Ct^ r^ Rua S» Bento, 43 iiituhi a « * S» PAULO » NATIIIIN ÍÍL C. (OA rmmmmm Sortimento completo wm/mm/m de Ferragens, Drogas, Tintas, etc. etc. Qrands Empório ds Machinas * * » ««»»«««^«« pars a lavoura ^ L...JiLlM[MJMliiyBllJJ ara 1 Arado Reversível 3 alavancas Óleos lubrificantes, Correias de couro e "Gutalata" tmmmmmmm aS molllOreS do mundo )oc<>c fomploro de íerx-i^eni »■ ai-iTiai-inho ,,j^ Eléctrica ^^ 35, RUA GENERAL CAMARÁ, 35 ^^.^ RIO DE JANEIRO -^ j\ Arame farpado „ Eléctrica" ^^^i^^fé de qualidade insuperável Sem rival "^ Peso líquido 38 idios Comprimento 402 metros Pieço sem competência Enxada „Sol" Fabricada do melhor aço inglez Superior a qualquer outra marca pela excellente qualidade Quem usar uma vez é freguez para sempre mm liiiii 1 1. 19, Rua General Camará, 21 Importadores em grande escala de Louças da ferro. Ferragens, tintas, oleos^ cimento, Carros de ferro e de chumbo para agua e gaz, Telhas zincadas, arame farpado e liso, Drogas para industria, material para estradas de ferro, artigos para lavoura, etc. DEPÓSITOS Rua do dotoYsllo n» IS — Travessa do Paço n» 26 Travessa da Fidalga n» 3 — Largo de Santa Rita n» 24 ESPECIALISTAS EM MATERIAL PARA CANALISAÇÃO DE AGOA DEPOSITÁRIOS DOS SEaUIKTBS FSODUCTOS COMEECIDOS Pormicida Pestana (purificado) ? Dynamite "Bstygia" Dito Gapanema ) Eniadas " Radiante especial" Dito Paschoal j Cimento " Pedreiro" Creolina Freire de Agniar s Dito "S. Jorge" Goalko marca fistrella ( OemmlBsarlos de Café • mala gansTOS do Paii, garantam as melhorei contas de venda cujos líquidos são pagos Immsdlatattente. A nossa firma foi premiada com medalha de ouro na Exposição de S. Luiz (E. U. da America) pelas excellentes qualidades de Café recebido de seus committentes que expuzeram. ULio do J" arneiro CASA ESPECIAL DE HORTICOLTIA RIO DE JANEIRO a\\\\1I)Ií/// ^^^ W a O grande sortimento de sementes novas de hortaliça, de flores, de plantas para agricultura, eto. GRANDE SORTIMENTO DE FERRAGENS, UTENSÍLIOS E OBJECTOS PARA TODOS OS ISTERES DE JARDINAGEM Salolai, alimento para pássaros, pó da Fersla • chá da índia (Bam IaVí) GRANDE OFFICINA DE TRABALHOS EM FLORES NATURAES Cestas, ramos e grinaldas hltai eoB apurado gosto para casamentos, liailes, festas, enterros, finados, «ta. ; encarregam-se de ornamentações pan nasas de Jantar, festas, salões, ^lan^netes, rnas, etc. CHÁCARAS DE CULTURA DE PLANTAS Rua Theodoro da Silva, 56 A Rua Haddock Lobo. 122 Rua Barão de Petrópolis, 3 (Orchideas e plantas finas) CULTURA DE FLORES RETIRO — PETRÓPOLIS CEF03IT0S aEBAIiS DE PLANTAS FORMICIDA PASCHOAL o-^- ":!>c:^^^o^^ -^ É o maior amigo da lavoura e único que tem prestado importantes; sorvidos na ]extincção jdos formigueiros e o único que aprosentou reaes resultados nas (jxporiencias effectuadas por ordem |r)T3iCI(iit3l^schq.4l i do governo do Estado de S. Paulo; onde supplantoLi todas as marcas que concorreram a essa experiência e d(?monstrou praticamente ser o formicida " PASCHOAL " o mais enérgico destruidor das formigas e mais económico 100°/, conforme o relatório publicado por ordem do governo do mesmo Estado. Paschoal Vaz Otero Rio de Janeiro — Rua do Ouvidor 129 CASA MERINO Foadé en 1901 l'Agricult\ife lEatlqi© dii Fuyi^chaiág publiée sous la Dircction de riuspecteur General de i'Agriculture das Colonies françaises Études et raéraoires sur les Cultures et TElevage des pays tropicaux. Articles et notes inédits. — Documents ofiSciels. — Rapports de missions, etc. avec figures et photographiea. Un mtméro de 88 pages parait tous les móis CHAQUE ANNIÍE DEDX VOLUMES DE 500 PAGES ABONNEMENT ANNUEL ( Union pOStãle ) . . . . 20 FRANCS AuGUSTiN CHALLAMEL, Editeor, 17, me Jacob, PARIS Nunca esquecer que o emprego de adubos na cultura das terras ó absolutamente necessário, afim de conseguir-se um resultado verdadeira- mente remunerador do esforço e do capital empregado pelo agricultor. Adubos artificiaes de todas as qualidades para a adu- bação das terras productoras do café, algodão, canna de as- sucar, fumo, de todos os cereaes, de todas as leguminosas, de todas as arvores fructiferas, emfim, de todas as culturas. Os adubos são fornecidos, cada elemento nutritivo em sepa- rado ou em diversas misturas, podendo estas ultimas ser de qualquer proporção, havendo toda a garantia de serem mis- turas rigorosamente exactas quanto á sua composição . Recom- mendam-se especialmente : Chlorureto de potássio de 50 "/„ de potássio (Kali) Sulphato de potássio .. de 50 % de » > Sal de potássio de 30 "/„ de » > Superphosphatos de 20 "/<, de acido phosphorico solúvel em agua. Escorias de Thomaz. .. de 16 "/„ de acido phosphorico solúvel em acido cítrico. Sulphato de ammoniaco de 20, 5 Vo de azoto. Salitre do Chile de 17 y^ de azoto. Guano com porcentagem garantida. Fornecem-se aos agricultores, gratuitamente, informa- ções e conselhos sobre a qualidade e quantidade dos adubos a usar, tendo em vista a propriedade do solo e a cultura que se pretende beneficiar. Estas informações e conselhos serão fornecidos in loco por um profissional e scientista, que se acha no Brasil para este fim. Fornecem-se, gratuitamente, livros e folhetos, em qual- quer idioma, referentes a qualquer cultura. As encommendas de adubos devem ser feitas com ante- cedência, afim de poderem vir da Europa a tempo para a sua applicação adequada, que começa approximadamente em Agosto ou Fevereiro. ÚNICOS RECEBEDORES DOS ADUBOS DO " KALISYNDIKAT DE STASSFURT " (Allemanhaj BRÚGGEMAim, PIREIRA h C. 93, Rua da Alfandega, 93 CAIXA DO CORRKIO N. 566 — ENDEREÇO TELEGRAPHICO: "SEBiaOTE" i sirôKHAifft IlwII>OIí.TA.IDOK.ES Com rsoiiimonto complero do IhTi-ntçom e ui-marinho Eléctrica 35, RUA GENERAL CAMARÁ, 35 "^/;j RIO DE JANEIRO Arame farpado „ Eléctrica" â. -% fe^. de nualidade insuperável \ Sem rival Peso liquido 38 kilos Comprimento 402 melros Carantidos Preço sem competência Enxada „Sol" Fabricada do melhor aço inglez. Superior a qualquer outra marca pela excellente qualidade Quem usar uma vez J^^^^^Kl é freguez para sempre i^,..:J.^^-,, x)oo(X)00oooo()ooôco( Sortimenta completo «oooooooooooooooa de Ferragens, Drogas, Tintas, etc. etc. « « » » Brande Imporio de Machinas «»»•»««««« para a lavoura ^ Arado Reversível 3 alavancas Óleos lubrificantes, Correias de couro e "Gutalata »lf mmmmmyymm as melhores do mundo )0OOOO0COOOOOOO0OO0OOOO0{ ^ 3- * * 3. IflACHINISMOS DE VARIAS ESPÉCIES « « € € « Vapores, Arame farpado, Telhas de zinco, etc. etc. J GRANDE DEPOSITO DE PLANTAS -7^ " " "fr Variado sortimento de plantas de todas as qualidades, para POMARES E JARDINS St/ ^^ Luiz António Gomes Apromptam-se bouquets para baptisados e casamentos, com a máxima brevidade e por preços baratíssimos 41 -RUA DR. BULHÕES -41 ENGENHO DE DENTRO HENBÍ eOGERS, SONS k C, LIMIIÍD EDpnheiros e contractailorES fle macliíBisiiios para palper íMnstria on agricnltnra Casa especial de Instrumentos e Machinas para Lavoura ARADOS E CULTIVADORES dos melhores fabricantes Inglezes e Americanos DESNATADEIRAS "ESTRELLA" "BALTIC" e mais machinas de fazer manteiga e pas- teurizar o leite Pffl Especialistas em Fiação e Tecelagem únicos vendedores das Cordas e fiação de HOWARD & BULLOUGH Teares e Teeelagem de Henry Livesey > » auloraaticoí de IVorllirop Orçamentos, plantas e todas as informações RUA VISCONDE DE INHAÚMA— 39 P RIO DE JANEIRO SÃO PAULO— Rua da Quitanda 17-A JT ^ V" Casa especial em trabalhos de flores naturaes artisticamente executados Coroas para enterros, de todos os preços e feitios Ornamentações de salões, mesas, etc, para casamentos, bailes, etc, etc Sementes afiançadas de hortaliças e flores CULTURA DE FLORES Rua Senador Nabuco n. 2 1 , Villa Izabel (Orchidéas) Fonseca -^ Nitheroy (Flores diversas) CHÁCARA, FLORA Alto da Serra — Petrópolis (Flores e Plantas) Schlick & Comp. T Rua do Ouvidor n. 25- TELEPHONE N. 1281 GfêASO :Eòxa IDE j'a^iIIX.VÇA.O ! Os nossos DES0ASCAD0RE3 DE CAFÉ ,1:_-m-;p:!, -.ontilpii. : iSO c.uei- MlíS^*"*^ Ib»^ Dos:ascjiior ÚB cifó Foineceni'Ds amostras de CAFÉ e ARROZ beneficiados nos DICSCASí "ADO- RES que temos funccio-.iaado em nosso escriptorio. l'ei,'am os novos catalo','o=i illustnidos c mais informaçães ;•. Empório de machinas para a LAVOURA Hua do Commercio Ns. 44, 46 e 48 ^>9- SÀO PAULO GRAiOE [SIIlB[L[CliflTO HOflTICULO ^K W^ M^ ^K X^ X^ ^K X* *+*■ 'K X* TREMIAno fi ).M MKDAIJIA iiiiriíwiAiiiJjADE EM F.OSEIHAS, CAMÉLIAS, ETC. ' Grande sortimento de plantas nacionaes e extrangeiras, arvores f]'uctiferas e de ornamentos. Encaixotam-se e embarcam por expor- tação para todos os Estados, interior e exterior. Confeccionam ramos, corbeilles, palmas, coroas e bouqnets para noivas, etc. POR PREÇOS RAZOÁVEIS VIUVA SILVA & FILHOS Pornaoeiores da Sociedade Nacional de Agricultura ^^ El Cdiide te Boiíifiii], rOUTAO VERMELHO ^^'^ Ena Couce de BoiDíiiii, mi© nm jiLifEíRQ iiii gilllill. 19, Rua Genel^al Gamara, 21 Importadores em grande escala de Louças de ferro, Ferragens, tintas, óleos, cimento. Carros de ferro e de chumbo para agua e gaz, Telhas zincadas, arame farpado e liso, Drogas p^ra industria, material para estradas de ferro, artigos para lavoura, etc. DEPÓSITOS Rua do Cotovsllo n» IS -- Travessa do Paço n» 2S Travessa da Fidalga n, 3 — Largo ds Santa Rita n, 24 ESPECIALISTAS EM MATERIAL PAEA GANALMÇÃO DE hm DEP0SITABI03 DOS SESUIMTBS PE0DUCT03 COMBECIDOS Formicida Pestana (purificado) } Djnamite "Estygia" Dito Capanema j Enxadas "Radiante especial" Dito Paschoal ; Cimento "Pedreiro" Creolina Freire de Aguiar s Dito "S. Jorge" Coalho marca Estrella ( Oommhsarios ds Café a mais gensrss do Fali, garantem as mtliiorss oontas de venda cvjos liquides sie pagos Incsdlatamente, A nossa firma foi premiada com medalha de ouro na Exposição de S. Luiz (E. U, da America) pelas excellentes qualidades de Café recebido de seus committentes que expuzeram. rtio cio 3r^,xi.eix*cz> CiSi ESPECIAL DE HORTICULTli 3, iE^-TO-a. d.o O-ULTrid-or, ^-5 "Pi- ' % w ^ í ^ - ':']P h O gr.\nde sortimento de sementes novas do hortaliça, de flores, de plantas para agricultura, etc. GRANDE SORTIMENTO DE FERRAGENS, UTENSÍLIOS E OBJECTOS PARA TODOS OS MISTERES DE JARDINAGEM Saloias, alimento para passares, pó da Pers5a « chá da índia (Eam Larc) GRANDE OFFICINA DE TRABALHOS EM FLORES NATDRAES Cestas, ransfs e grinaldas feitas oom aparado gosío para casamentos, bailes, festas, enterros, flnaíce, tU encarregam-se da ornamontações para mesas de jantar, festas, salõas, taníjnetss, ruas, ite, CHÁCARAS DE CULTURA DE PLANTAS Rua Theodoro da Silva, 53  Rua Haddock Lobo, 12;3 Rua Barão d9 Petrópolis, 3 (Orchideas e plantas finas) CULTURA DE FLORES BÈt IR o — PETRÓPOLIS DEPÓSITOS G22AF.3 D3 PLÂNTáS GRANDE DEPOSITO DE PLANTAS Variado sortimento de plantas de todas as qualidades, para POMARES E JARDINS ^* ^ Luiz António Gomes ^^^^.^^.^^.4^^^^ Apromptam-se bouquets para baptisados e casamentos, com a máxima brevidade e por preços baratíssimos = 41 - RUA DR. BULHÕES - 41 ^ ENGENHO DE DENTRO HENfi! ROG[RS, SONS k C„ LIMITED EBpnHeiros e contractadores ôe macliíflísnios para palper iàiM ou agrícnltnra Casa especial de Instrumentos e Hachinas para Lavoura ARADOS E CULTIVADORES dos melhores fabricantes Inglezes e Americanos DESNATADEIRAS "ESTRELLA" "BALTIC" e mais machinas de fazer manteiga e pas- teurizar o leite Especialistas em Fiação e Tecelagem únicos vendedores das Cordas e fiação de HOWARD & BULLOUGH Teares e Teeelagem de Henry Livejey > B aotomaticoí de Norlhrop Orçamentos, plantas e todas as informações RUA VISCONDE DE INHAÚMA— 39 RIO DE JANEIRO SÃO PAULO— Rua da Quitandal7-A FORMICIDA PASCHOAL li o 111 iior UDigo da lavoura e único que tem prestado iiupoi t uil( s --eiMi^Ob na extmcç.ão dos formigueiros e o único ^ ^ _ ^T3gKK5D ^1^'*^ apresentou rcaes resultados nas >\^'^'' ' ^*í?^Hk experiências eíFectuadas por ordem '^ ^"^^^^-l^ do i^ovorno do Estado de S. Paulo; lindo supplantou todas as marcas concorreram a essa experiência demonstrou praticamente ser o . luicida " rASi^HOAL " o mais v-rgico destruidor das formigas e ,1 iiiais económico 100 "/„ conforme o I relatório publicado por ordem do I governo do mesmo Estado. te- Faschoal Vaz Otero j Rio de Janeiro — Rua do Ouvidor 129 CASA MERINO Fondé ea 1901 publiée sous !a Dircction do rinspecteur General de TAgriculture des Colonies Étiidcs et mémoires sur !cs Cititures et TElevagc des pays tropicaux Aiticlcs et notes inédits. — Documcnts cilicieis. — Rapports de missions, etc. 'j wea figuras et photographies U>i rmméro de SS pagcs parait tons les móis CIIAQUE A.\Ni';K DEUX VOLDMES de 500 PAGES ABONNEMENT ANNUEL ( Úllioil pOSiak). ... 20 FRANCS AuGUSTiM CHALLAMEL, Editeur, 17, rue Jacob, IÍA.RIS Nunca esquecer que o emprego de adubos na cultura das terras é absolutamente necessário, aíini de consoguir-so um resultado verdadeira- mente remunerador do esforço e do capital empregado pelo agricultor. Adubos artificiaes de todas as qualidades para a adu- bação das terras productoras do café, algodão, canna de as- sucar, fumo, de todos os cereaes, de todas as leguminosas, de todas as arvores fructiferas, emfim, de todas as culturas. Os adubos são fornecidos, cada elemento nutritivo em sepa- rado ou em diversas misturas, podendo estas ultimas ser de qualquer proporção, havendo toda a garantia de serem mis- turas rigorosamente exactas quanto à sua composição. Recom- mendam-se especialmente : Chlorureto de potássio de 50 % de potássio (Kali) Sulphato de potássio .. de 50 % de » » Sal de potássio de 30 % de » > Superphosphatos de 20 "/„ de acido phosphorico solúvel em agua. Escorias de Thomaz ... de 1 6 "/„ de acido phosphorico solúvel em acido citrico. Sulphato de ammoniaco de 20, 5 V» de azoto. Salitre do Chile de 17 y„ de azoto. Guano com porcentagem garantida. Fornecem-se aos agricultores, gratuitamente, informa- ções e conselhos sobre a qualidade e quantidade dos adubos a usar, tendo em vista a propriedade do solo e a cultura que se pretende beneficiar. Estas informações e conselhos serão fornecidos m loco por um profissional e scientista, que se acha no Brasil para este fim. Fornecem-se, gratuitamente, livros e folhetos, em qual- quer idioma, referentes a qualquer cultura. As encommendas de adubos devem ser feitas com ante- cedência, afim de poderem vir da Europa a tempo para a sua applicação adequada, que começa approximadamente em Agosto ou Fevereiro. ÚNICOS RECEBEDORES DOS ADUBOS DO " KALISYNDIKAT DE STASSFURT " (Allemanhaj BRÚGQEMAM, PEREIRA h C. 93, Rua da Alfandega, 93 CAIXA DO CORREIO N. 566 — ENDEREÇO TELEGRAPHICO: "S I3^d:E»OPtTA.IDOB,ES Com sortimento completo de ferragena e ai'm.arinho Eléctrica 35, RUA GENERAL CAMARÁ, 35 RIO DE JANEIRO Arame farpado „ Eléctrica" de qualidade insuperável Sem rival Peso liquido 38 lílios :;^,J Coiriprimenfo 4(12 metros Garantidos Preço sem competência Enxada „Sol" Fabricada do melhor aço inglez. Superior a qualquer outra marca pela excellente qualidade. Quem usar uma vez é freguez para sempre Rua S» Bento, 43 iutiiiii o o * S* PAULO r^^ XXXX»000000OO0O0(XXXXXX)0(XXX)( as melhores do mundo xx»c<>(»c<)oo(X) c TELEPHONE N. 1281 GfòlsO Rua do OuTidor n. 31 3 lòIO TXEl CT-^DSTEUK/O AS CAIXAS ECONÓMICAS E O Credito Agrícola DR. ALFREDO ROCHA -sl PREÇO 10$000 A' venda em todas as livrarias do RIO DE JANEIRO S. PAULO -^->í ^ ^ "^ • « « « à~« « » » PREMIADO COM MEDALHA NA - EXPOSIÇÃO DE FLORES . DE locv, bspí;:ulidads eh roseiras, jamblias^ (>mnde sortiment<7drplantas nacionaes e extrano-eiras, arvores íructiferas e de ornamentos Ji.iicaixotam-se e embarcam por expor- tação pira todos os Estados, interior e exterior. Confeccionam ramos, corbeilles; palmas, coroas e bouquets para noivas, etc. POR PREÇOS RAZOÁVEIS VIUVA SILVA & FILHOS Fornecedores di Sociedale Nacional de Agricnltur;. Coiije k MM, 123 PORTÃO VERMELHO mi@ mm ^s,mmim.o XXXXW^XXXXXXXXXX Sortimento completo lowooowoooooíxxxx de Ferragens, Drogas, Tintas, etc. etc. Grands Imporio de Machinas • • • • • para a lavoura Arado Revers:vel 3 alavancas i {. Óleos lubrificantes, Correias de couro e "Gntalata" xxjeooaxxxoocoocoxx/ xx aS melhoreS do nmndo mmommmMm & & $ ^ ^ MACHINISMOS DE VARIAS ESPÉCIES « « « « « Vapores, Arame farpado, Telhas de zinco, etc. etc. ^ ■^^^ "^^ FORMICIDA PASCHOAL ":!>Ç^^^x>^ "^ li M.r amigo da lavoura e único que tein prestado importantes serviços na oxtincção dos formigueiros e o único j^^^^^^^^m ^"6 apresentou reaes resultados nas =^ ^^^iWIHHi experiências eífectuadas por ordem g^gr )ptCldaT>^aigg.l ; do governo do Estado de S. Paulo; onde supplantou todas as marcas que concorreram a essa experiência e demonstrou praticamente ser o formicida "PASCHOAL" o mais enérgico destruidor das formigas e mais económico 100 "/„ conformo o n dato rio publicado por ordem do .MM'rnu do meâmo Estado. Pcischoal Vaz Otero Rio de Janeiro — Hua da Ouv]dor 129 CAS.v AII-RIX'j Fondé e.i loo: li'ágriculture pratípo áis Fays chauds publiée sous la Dircction de 1'Iuspecteur General de rAgrioulture des Colonies françaises Etudes el mémoires sur les Culturcs et TElevag-e des pays tropicaux. Articles et notes inédits. — Documents officiels. — Rapports de missions, etc. avec flgur?s et photographies. U?i nu! parati ious les moi. CHAQUE ANNÉE DEUX VOLUMES DE 500 PAG ES ABONNEMENT ANNUEL í UniOK pOSiale ) . . . . 20 FRAKCS AuGUSTiN CHALLAMEL, Edsteur, 17, rue Jacob, PARIS "#^, r- €? Coin isortimento conaploto de li-i-iairem e ai-rnarinho ,^__^^ Eléctrica 35, RUA GENERAL CAMARÁ, 35 RIO DE JANEIRO Arame farpado „ Eléctrica" ,^ de (jualiíJade Insuperável Sem rival Peso liquido 3S l(ilos Comprimento 402 metros m '^p^ Preço sem competência Enxada „Sol" Fabricada do melhor aço inglez. Superior a qualquer outra marca pela excellente qualidade. Quem usar uma vez é freguez para sempre Nunca esquecer que ne'c"S t^ff"' """"■""" •'"^ ""•'■- « ^Isoí^cmente de toH.r °'^°' °' '^^^^^«' ^^ todas as leguminosas Os adíhn -'"?'"' fructiferas, emfim, de todas as culturas .uai;:- ';;o::::;-ax\-^Ttr::x ^--ú: fu^ZT, ^' r*^''^° '^^ 50 % de potássio (Kaii) bu phato de potássio • . de 50 v de > » Sal de potássio de 30 y de :. '"^itXTaWa • • '^ ^° °/» ^^ -^^^ ^^-P^-^- '^^°£^^^°S-;it^j^^"---p-p-^^co S^ftÍe'!'^^^?"^""'^ ^^ ^°' 5 Vo de azoto. Cu^2 ''^ ^^ ^7 7. de azoto. ^uano com porcentagem garantida. çõesecrnfeL?T'^"'"^ír^' gratuitamente, informa- a usar tendt en. .' ' '^""''^"^" " quantidade dos adubos rB^lrp:;atr,r ^^^^^^^^-^^ ^ -^-^^^^- '^"— ^^^ Fornecem-se, gratuitamente, livros e folhetos em aual quer Idioma, referentes a qualquer cultura ^^" cedentr"aZ"r^''/' '^"í'^^ ^^"^"^ ^^"^ ^^'^^^ ^«"^ -nte- ÚNICOS RECEBEDORES DOS ADUBOS DO «^ft««!^^^ ""^ STASSFaRT" (AUe„a„ha; BBUQGEMAM, PEEIIRA k C. 93, Rua da Alfandega, 93 CAIXA DOCORRtIO N. 566 - ENDEEEÇO TELEGRAPHICO.- "SMOOIE- km.i;\iikii;ms i; iuMianumiiiis pi; jiiriiiMsiKis iwka ihaliiieií imusiiiu «i ,ii,i:in i;ri ka Henry Rogers, Sons & C, Limited MACIII l especial de instrumeiíiosemfichinas jiara a lavoura dos melhores ftibricautes inglezes e americanos „ESTRELLA" „EALTIC" 9 mais machinas de, fazer manteiga e pasteurizar o leite ESPECIALISTAS EM FIAÇÃO E TECELAGEM Únicos vendedores das cordas e fiação de HOWARD .V BULLOUGH Teares e lecehgem de Henry Livesey Teares e tecelagem automáticos de Northrop ORÇAMENTOS, PLANTAS E TODAS AS INFORMAÇÕES áeTllUA VISCONDE DE INHAÚMA, 39 17 A, RUA DA QUITANDA, 17 A RIO DE JANEIRO Descasoadorss ds Arroz e Café v O sacco^ por dia NI I 10 ChTimmos 1 itl ni,io \i a MARCA REGISTRADA lem ..stis MACHINAS Il.i i!» imiti(,i)eb onliiiiiM |u douç 39stitnlmos o dinhoiro se não derem o resultado que garantimo» SUPERIORIDADE s mprt ( onín toilns UMA. IMIT4.ÇÃOI DESCASOADOBES DE CAFÉ descascam, \entilam, esiir rani) tudo em uma s('> opcv RES ''in.-Vm'^ 'íZr-ul (caso CAFÉ . ARROZ o em uo„o e^cnptono. IS illustrado^ e mais informaç' Des a cad9r de café ciados noí DESCASCADO- Empório de machinas para a LAVOURA Rua do Commercio Ns. 4t^, 48 e 48 -»*- SAO PAULO Avsnida Central, 18 — EIO DE JAKEIRO N. B. • Em nosso cscriplorio, tanto cm S, Paulo com,, no Rio de Janeiro, acham-se tunccionando, a qualiuer hora, os nncainisnius de café e arroz. 19, Rua General Camará, 21 i Importadores em grande escala de Louças de ferro. Ferragens, tintas, óleos, cimento. Carros de ferro e de chumbo para agua e gaz, Telhas zincadas, arame farpado e liso Drogas para industria, material para estradas de ferro. artigos para lavoura, etc. DEPÓSITOS Hua do CotoveJlo n. IS - Travessa do Paço e. 26 fravessa da Fidalga.. 3 - Largo de Santa Eita .. 24 mmwmi em iaterjal mi cmaliííçio de mi DEP031TABI0S DOS SEGUINTES PEODTTCTOS CONHECIDOS Formicida Peslara (purifeado) ) Dynamite "Estygia" ÍILMT tadas "Radiante especiar DitoPaschoal Cimento "Pedreiro" CreoLua Freire de Aguiar ] Dito "S. Jorge" Coalio marca Estrella ) contas de v.nda^e^Jos llqniacs são pagos JfflBeaiataa»ata. A nossa firma foi premiada com medalha de ouro na Exposição de S. Luiz (E. U. da America) peJas excellentes qualidades de Café recebido de seus committentes que expuzeram. CASA ESPECIAL DE HORTICOLTDRA RiO DE JANEIRO ,. p NI 1 ^§ 1 1^ p ti :^ I ^ = s ® n grande sortimento de sementes novas de hortaliça, de flores, de plantas para agricultura, eto. GRANDE SORTIMENTO DE FERRAGENS, UTENSÍLIOS E OBJECTOS PARA TODOS OS fflSTERES DE JARDINAGEM aalolaa, aUmento para pássaros, pó da Pwaia « «há aa índia (Eam L»l'í) GRANDE OFFICINA DE TRABALHOS EM FLORES NATURAES Cestas, ramos e grinaldas filias oom apurado gosto para casamentos, bailes, festas, enterros, finados, eM.; encarregam-se da ornamentações para mesas de Jantar, festas, salões, banquetes, mas, «te. CHÁCARAS DE CULTURA DE PLANTAS Rua Theodoro da Silva, 56 A Rua Haddock Lobo. 122 Rua Barào de Petrópolis, 3 (Orchideas e plantas flnas) CULTURA DE FLORES RETIRO PETROPOI.IS DEPÓSITOS MEAES DE PIíAWTAS AS CAIXAS ECONÓMICAS E O Credito ^^ricola PELO DR. ALFREDO ROCHA lOSOOO A' venda m todas as livrarias do RiO DE JANEIRO e S. PAULO GRANDE DEPOSITO D£ PLANTAS ^TT ^^ "" — -^ Variado sortimento de plantas de todis as qualidides, para POMARES E JARDINS ^^ Luiz António Gomes Apromptam-se bouqueti para bapti ;ados e casamentos, com a máxima brevidade e por preços baratissimos 41 -RUA DR. BULHÕES -41 ENGENHO DE DENTRO ^SA lO&í^ Casa especial trabalhos de flores naturaes artisticamente executados Coroas para enterros, todos os preços e feitios Ornamentações de salões, mesas, etc, para casamentos, bailes, etc, etc. Sementes afiançadas de hortaliças e flores CULTURA DE FLORES Rua Senador Nabuco n. 21, Villa Izabel (Orchidéas) Fonseca — Ni theroy (Flores diversas) CHÁCARA, FLORA Alto da Serra — Petrópolis (Flores e Plantas) Schlick k Domp. T Ruâ do Ouvidor d. 31 TELEPHONE N. 1281 GQÁãO J ^SàXO IDB cr^nsTEiii^o CASA ESPECIAL 1 HORTOMA RIO DE JANEIRO ií I* o - S o grande sortimento de sementes novas de hortaliça,, do flores, de plantas para agricultura, etc. GRAPE SORTIMENTO BE FERRlCiENS, UTENSÍLIOS E OBJECTOS PARA TODOS OS fflSTERES DE JARDINAGEM SMolas, allisínic pa-s pássaros, pé iJi fsrsla « Ai £2 laiia v»a!a Lal'i) GRANDE OFFICINA DE TRABALHOS EM FLORES NATORAES Cestas, ramos o gi-inaldas ieiUs adQ aparado gosto para easamcatns, bailas, fastas, ectorros, ãna&os, ato.) s&ea;i'a3:;m-ad ii arnamastaçõea fisra assas ás Untar, {«stãs. salões, baaqnstos, risas, eto. CHÁCARAS DE CULTURA DE PLANTAS Rua Tliaodoro da Silva, 5t> A Rua Haddock Lobo, tdã Rua Barão de rdtropoiis, 3 (Orchideas e plantas finas) CULTURA DE FLORES RETIRO^ PETRÓPOLIS DS70SIT03 aSSAES CS FLáíTTAS E^XTA. 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Confeccionam ramos, corbeilles, palmas, coroas e bonquets para noivas, etc. POR PREÇOS RAZOÁVEIS VIUVA SILVA & FILHOS Forneoadorea da Sociedade Naoioail de Agrionltura m ^^ ^ Ena Conde de Boiíiíim, lU ' , ° PORTÃO VEUMIÍLHO "^^Ã.^ ^Íi^SF 1'OIiTÃO VliHMELHO '^^ n/í\n ^"^^ mi@ mm or^iar^im© Dcscasoadorss de Arroz c Café «■ « « ft « « « EKGELBERG AMERICANO 'âèÊx,''^^'^^^^^^^"'- ^^^"' ^^::iVb.^ Desoascaiior de arroz E-itas machinas para arroz e café, fabricadas ha 19 annos nos L^tadjs di America do Norte, em Syracuse, I J New -\ 01 k, pclo.> fabiicantes The Eiiyelberg HiiUer Co. já são sobejamente conhecidas no mundo inteiro onde se planta aiToz e em todos os Estados do Brazil, por conseguinte, não sáo machinas que se vão experimentar. Sâ3titdmo3 o dinheiro sa não dorom N. 1 para 35-50 saccos por dia 0 resultado N. o . i-lO , . . Chamamos a attenção .los scnli ..rcsl.ui-adures para a MARCA REGISTRADA inin, , i,.ir: nãf, confuCx^--^^y^ -^ É o maior amigo da lavoura e único que tom prestado importantes serviços na extincção dos formigueiros o o único que apresentou reaos resultados nas experiências eífectuadas por ordem *'"MI' i do governo do Estado do S. Paulo; onde supplantou todas as marcas que concorreram a essa experiência e demonstrou praticamente ser o formicida " PASCHOAL " o mais enérgico destruidor das formigas e mais económico 100"/, conforme o relatório publicado por ordem do governo do mesmo Estado. Pcischoal Vaz Otero Rio de Janeiro — Rua do Ouvidor 123 CASA MERINO Fondé en 1901 publiée sous la Dircction de rinspecteur General de FAgriculture des Colonies françaises Études et mémoires sur les Cultures et 1'Elevag-e des pays tropicaux. Articlcs et notes inédits. — Documents oÉBciels. — Rapports de missions, etc. aveo figures et photograpliies. Un 7iuméi-o de SS pages parati tous les CIIAQUE ANNÉE DEUX VOLUMES DE 500 PAGES ABONNEMENT ANNtJEL { UnioK pOStak ) . . . . 20 FR.\NCS AuGusTiN CHALLAMEL, Editeur, 17, rue Jacob, PARIS Henry Rogers, Sons & Q, Limited EMENUK1K08 1! lOATRACTAlIUUES DE «AClil.MSMOS íkU ((UAKILER L\1)UI1!1A W AGKlCiaiCBi Casa especial de instrumentos e machinas para a lavoura A.]Rj%.DOS e CULTIVADORES dos melhores fabricantes inglezes e americanos „ESTRELLA" „BALTIC" e maia machinas de fazer mantoiga e pasteurizar o leite ESPECIALISTAS EM FIAÇÃO E TECELAGEM Únicos vendedores das cordas e fiação de HOWARD & BULLOUGH Teares e tecelagem de Henry Lixesey Teares e tecelagem automáticos de Northrop ORÇAMENTOS, PLANTAS E TODAS AS INFORMAÇÕES 3g, RUA VISCONDE DE INHAÚMA, 39 17 A, RUA DA QUITANDA, 17 A RIO DE JANEIRO Nunca esquecer que o emprego de adubos lui cultura deis turras é absolutamente necessário, aíini de consoguir-se um resultado verdadeira- mente remunerador do esforço e du capital empregado pelo agricullor. Adubos artificiaes de todas as qualidades para a adu- bação das terras prodiictoras do café, algodão, canna de as- sucar, fumo, de todos os cereaes, de todas as leguminosas, de todas as arvores fructiferas, emfim, de todas as culturas. Os adubos são fornecidos, cada elemento nutritivo em sepa- rado ou em diversas misturas, podendo estas ultimas ser de qualquer proporção, havendo toda a garantia de serem mis- turas rigorosamente exactas quanto à sua composição . Recom- mendam-se especialmente : Chlorureto de potássio de 50 "/„ de potássio (Kali) Sulphato de potássio . . de 50 "/„ de » > Sal de potássio de 30 % de » > Superphosphatos de 20 "/„ de acido phosphorico solúvel em agua. Escorias de Thomaz ... de 1 6 "/„ de acido phosphorico solúvel em acido cítrico. Sulphato de ammoniaco de 20, 5 "/o de azoto. Salitre do Chile de ly °/, dç azoto. Guano com porcentagem garantida. Fornecem-se aos agricultores, gratuitamente, informa- ções e conselhos sobre a qualidade e quantidade dos adubos a usar, tendo em vista a propriedade do solo e a cultura que se pretende beneficiar . Estas informações e conselhos serão fornecidos m loco por um profissional e scientista, que se acha no Brasil para este fim. Fornecem-se, gratuitamente, livros e folhetos, em qual- quer idioma, referentes a qualquer cultura. As encommendas de adubos devem ser feitas com ante- cedência, afim de poderem vir da Europa a tempo para a sua applicação adequada, que começa approximadamente em Agosto ou Fevereiro. ÚNICOS RECEBEDORES DOS ADUBOS DO '• KALISYNDIKAT DE STASSFURT " (AUemanhaj BRÚGGEMAM, FEMIRà & D, 93, Rua da Alfandega, 93 CAIXA DO CORRlilO N. 566 — ENDEREÇO TELEGRAPHICO: "3ESICWTB" l3yrFOIí.T-A.IDOIl,ES Com^ sortimento completo de ferra-em e armarinho —^ Eléctrica 35, RUA GENERAL CAMARÁ, 35^^/:,^ RIO DE JANEIRO Arame farpado „ Eléctrica" t-^V ^j de (jualldade 'psuperavel Sem rival Peso liquido 38 kllos Comprimento 402 metros Garantidos Preço sem competência Enxada „Sol" Fabricada do melhor aço inglez. Superior a qualquor outra inaroa pela Bxcellente qualidade. Quem usar uma vez ó fpeguez para sempre AS CAIXAS ECONOIVIICAS f E O^Credito AsTicola PELO DR. ALFREDO ROCHA -^ PREÇO lOSOOO fe- A' venda em todas as livrarias do RIO DE JANEIRO f| GRANDE DEPOSITO DE PLANTAS -7^ ► --^ Variado sortimento de plantas de todas as qualidades, para POMARES E JARDINS ^^^ Luiz António Gomes Apromptam-se bouquets para baptisados e casamentos, com a máxima brevidade e por preços baratissimos 41 -RUA DR. BULHÕES -41 ENGENHO DE DENTRO Casa especial trabalhos de flores naturaes artisticamente executados Coroas para enterros, de todos os preços e feitios J Ornamentações de salões, mesas, etc, para casamentos, bailes, etc, etc. Sementes afiançadas de hortaliças e flores CULTURA DE FLORES Rua Senador Nabuco n. 21, Villa Izabel (Orchidéas) Fonseca — Nitheroy (Flores diversas) CHÁCARA FLORA Alto da Serra — Petrópolis (Flores e Plantas) Schlick ki Comp. c Rua do OuTidor n. 31 TELEPHONE N. 1281 CfôASO E/IO IDE Cr^lSTElIK/O Esta torrivol opizootia, qni' coiitinuament • ataca os mais iinpoi'tantes cintros pastovis do Brazil, como os ilo tolo o mundo, o para cujo tratamento até agora não so havia il.^scobtrto um especifico cvidonto, acaba de aer promptamente combatida com o emprego da Surucuhia, o mosmo especifico contra o veneno das cobras, do Dr. Edu rdo Lopoa, tendo sido as piimoiras experiências feitas em BoIIo Horizonte, por autorização do Exm. Sr. Prcsident; ilo Estado do Minas Geraes em mais do qua- renta cabeças de sado da raça da índia o da Suissa, que o mesmo Goveruo importou e que foi gravfmente atacado por essa torrivel mole-tia. Estas experiências, que vieram trazer ao conhecimento do mesmo Governador o facto ineoute-tavel desta arando descoberta, constam de documentos fornecidos : o Dr. Eduardo Lopes pela administração publica do Estado, e são já conhecidas do pu- blico, pda noticia a respito public .d i no .Uinas Geraes de 18 de setembro, jornal oflicial do Estado, Destas experiências provou-se que todo o gailo já grav.^monto doente obteve pronipta melhora d. ntro de poucas horas o a cura radical do três a quatio ilias ; e que todo o gado que ia adoocendo, sondo a Surucuina applicada logo que appa- r.>ccraiu os primeiros symptomas. curou-so no máximo em 24 horas, entrando a comer porfcitamcntc e a aleitar bom. como si nada tivesse soffrido. Nos ([lie estavam gravemouto doentes, a febrj era ile 41 grãos, baixou no p:-i- mciro dia de applicação a 40, no segundo a 39 o no terceiro a 38 ; as 'eridaa dos cascoí, que ameaçavam caliir, priíiciparam lo^o a nioililicar-se, aísim como as da U Carto mais notável ilrsl,- , -..p ri.ii, irn .■ ipn: .1 s.|i> ,|iie pi-ineipia a applicação fome, Hiniinuinilo extra.-.nlinaname,, i,,, a I nu |,e,alui-a . I :uiilii'ci ia. pois, a clllcacia desse reniodio, dovem-se observar, na sua applcação, as soguiiites iustruccões : .Si o animal apjnas manifesta os primeiros symptomas da moléstia, não tjndo ainda feridas, deve- se-lhu dar uma dose de duas colheres de sopa de Surucuina, com duas colheres idem de agua e depois de três em três horas mais uma colher só do remédio em duas co- Ih r s d'3gua. Geialmente basta um só dia para que desapparoça a moléstia, mas si houver al- guma complicação e não ced -r logo, deve-se continuar esse tratamento no segundo dia ato desapparecerom os symptomas. Si o animal já tem a lingua e a bocca feridas e os cascos, si baba muito, dj-se- Ih^, como acima, sendo as irluas primeiras doses de duas colheres d ■ Surucuina, e as outras do uma só. Esse tratamento pôde levar dois dias, sen#) raro que precisa ir além do terceiro dia, devendo-so em caso de muita gravidade medicar por mais um dia ou dois, a critério do observador. Neste caso de já haver feridas deve-se três vozes por dia applicar nas dos cascos uma p'ncelada de uma parte de creolina por duas de agua, e nas da lingua uma pinc;.ada de uma parte de croo ina po? nove partes d'a!!ua. Nos dois dias de tratamento ao animal deve-se dar pouca comida ou quasi nada e principalmente não o deixar comor nem beber sinão uma hora depois de haver tom.ado o remelio — com o emprego da Suriiciiina o animal tem muita fome o quer comer muito, mas não se deve d ixar que elle coma á vontade paia que não lhe appa- reça o embuchamento, devido á fraqueza do m smo. Quando a applicação da Surucuina S3 faz antes do apparecerem as feíidas, não precisa pas.sar a creolina, porque as feridas não apparocoião. Sempre qu ^ grassar essa moléstia nas visinb.inças e o animal ficar triste, de pêlo arrepiado, S3m"queior comer, não s' deve esperar mais e sim dá-so logo o remédio para que a moléstia aborto. Não se devo esperar que o .iniinal principie a babar, como vulgarmente s; faz, por.(ue. quando a baba apparece, é sigiial de que a bocca já está em ferida e do que a moléstia já está em pleno desenvolvimento. Si houver ostas precauções a febre aphtosa será coaibatida logo^íem os grandes iirejuizos que traz comsigo. Quando a qitaátidade de ■^■ídó a Ira lar seja grande, não se podendo dar as doses nas horas marcadas, bastará dar uma s/i dose de cinco colheres de remédio em cinco d'agua osoltal-o depois de 4 lio as pilu menos, tempo em que se devem manter sem comer nom beber. Para 03 bezerros as mesmas ilósss diminuida.s de uma colher do remédio. Attendendo á avultada procura da Surucuina, o seu proprietário resolveu, p.ua facilitar aos Srs. Fazendeiros, ter os seguintes depósitos, onde ella é vendida pelos preços da fabrica e fazer maiores descontos no seu preço de ora em deante : Aos Srs. Fazendeiros paara obterem o medicamento aproveitando os maiores des- contos, é conveniente reunirem entre si os seus pedidos cm um só de maior quantidailc. Xo Rio tle Janeiro — Santos Silva A. Comp.— Rua da Uruguayana n. 79, Em ». Oaulo — 1.. Queiroz .& Comp.— Rua Direita n. 10-B. Em tTbei-alia — Ratto Guarita c4 Machado. EM BELLO HORIZONTE — Dr. Eduardo Lopes s em todas as drogarias das Ca- pitães dos Estados. I*i-eço8 na fabi-Ica — i vidro, 5S ; nos depósitos de fora, 1 vidro, Tg .( 0. Descontos geraes — De 12 a 25 vidros, 20 % : de 25 a 50, 25 % ; d ■ õ.J a 100, .30 % ; de 100 a 500, 3'> % ; de 500 para cima 40 %. Remessa pelo Correio, custa cada vidro mais 1$"/K1. Galeria de Machinas para a lavoura F. Ilpton S Cq., de Sào Paulo, abri- ram uma succursal nesta capital, na Avenida Central n. 18, com variado sortimento de machinas para a lavoura e instrumentos aratorios, tudo o que ha de mais uioderno e aperfeiçoado tpie se tem inventado até hoje. As machinas de café e arroz lunc- cionani em seu estabelecimento a qual- quer hoi*a do dia, movidas por energia eléctrica, para demonstrai» aos interes- sados a superioridade das mesmas. PEÇAM CATALOGO ILLUSTRADO Esta terrível epizootia, que contíauametite ataca os mais importantes centros pastoiis do Brazil, como os us todo o mundo, e paru cujo tratamento até agora não se havia descoberto um e»!pocifico evidente, acaba de ser proiiiptamente combatida com o empreiíò da Surucuina, o mesmo especilico contra o veneno das cobras, do Dr. Eduirdo Lopes, tendo sido as primeií-aa experiências feitas em Bello Horizonte, por autorização do Exin. Sr. l'r(sidentH do Estado de Minas Geraes em maia de qua- renta cabeças de trado da raça da Índia e da Suiasa, que o mesmo Governo importou e que foi gravemente atacado por essa terrível mole-tia. Estas experiências, que vieram trazer ao conhecimento do mesmo Governador o facto iDcontestavel desta grande descoberta, constara de documentos fornecidos ;'o Dr. Eduardo Lopes pela administração publica do Estado, e são já conhecidas do pu- blico, pela noticia a respeito publicada no Minas Gerar.s de 13 de setembro, jornal ollicial do Estado, De-tas experiências provou-se que todo o gado já gravemente doente obteve prouipta melhora dentro de poucas horas e a cura radical de três a quatro dias; e que todo o gado que ia adoecendo, sendo a Siiriiriiina applicada logo que appa- recerani os primeiros symptoiuas, curou-se no inaxiuio em ii horas, entrando a comer perfeitamente e a aleitar bom, como si nada tivesse solfiido. Nos qiiu estavam graveine' te doentes, a febre ura de 41 gráos, baixou no pri- meiro dia de applicação a 40, nu secundo a 3y e no torceiro"a 3S ; as lèridas dos cascos, que ameiíçavam caliir, principiaram logo a niodiKcar-se, assim como as Ua bocca e língua e no terceiro dia estavam quasi seccas. O facto mais notável destas experioiícias ò que desde que principia a applicação da íSuriíciíiiia, o animal que até então nada comia, principia logo a comer com fome, dimiuuinilo extraordinariamente a teiDperatnra. Conhecida, pois, a ellicacia desse renieilio, dovein-se observar, na sua applicação, as seguintes instrucções : Si o animal apenas inani esta os primeiros symptomas da moléstia, não tendo ainda feridas, devo- se-lhe dar uma dose de duas colheres ile sopa de Suriiciiiiia, com duas colheres idem de agua e depois de três em três horas mais uma colher só do remédio em duas co- lheres d'agua. Geralmente basta um só dia para que desappareça a moléstia, mas si houver al- guma complicação e não ceder logo, deve-se continuar esso tratamento no segundo dia até desapparecerom os symptoiuas. Si o animal já tem a língua e a bocca feridas o os cascos, si baba muito, dê-se- Ihe, como acima, sendo as duas primeiras doses de duas colheres de Sn riicirina, e as outras de uma só. Esse tratamento p^idc levar dois dias, sendo raro que precis- ir além do terceiro dia, devendo-se nu caso de muita gravidade meilicar por mais um dia ou dois. a critério do observador. Xest' caso de ja haver feridas deve-se três vezes por dia applicar nas dos cascos uma piunlada de uma parte de creolina por duas de agua. e nas da Hngua uma pincelada de uma parte de creolina por nove partes d'a!rua. Nos dois dias de tratamento ao animal deve-se dar pouca comida ou quasi nada o principalmcute não o doixar comer nem beber sinâo uma hora depois de haver tomado o remédio — com o emprego da Surui-uiiiu o animal tem muita fome e quer comer muito, mas não se deve deixar que elle coma a vontade para que não lhe appa- reça o eml)ucbamento. devido á fraque/a do inesino. (Jiianilo a applicação da Surucuina se faz antes de appurecerem as feridas, não precisa pa.ssar a creolina, porque as feridas não apparecerão. Sempre qu; grassar essa moléstia nas visinhançaa e o animal licar triste, de pêlo arrepiado, sem querer comer, não se deve esperar mais e sim dá-se logo o remédio para que a moléstia aborte. Não se deve esperar que o auinial principie a babar, como vulgarmente S"! faz, por [ue, quando a baba apparece, é signal de que a bocca já está em ferida e do que a moléstia |á está em plono desenvolvimento. Si houver estas precauções a febre aphtosa será coiiiliatida logo, sèm os grandes prejuízos que traz couisigo. Quando a quantidade de gado a tratar seja grande, não se podendo dar as doses nas horas marcadas, liastará dar uma só dose de cinco colheres de remédio em cinco d'agua e soltal-0 depois de 4 horas pelo menos, tempo em que se devem manter sem coiner nem beber. Para os bezerros as mesmas dóss diminuídas de uma colher ilo remédio. Attendendo á avultada procura da Suriiruina, o seu proprietário resolveu, para facilitar aos Srs. Fazendeiros, ter os seguintes deiiositos, omle ella e vendida pelos preços da fabrica e lazer maiores descontos no .seu preço do ora om deanto : Aos Srs. Fazendeiros paara obtei'om o medicamento aproveitando os maiores des- contos, é conveniente reunirem entre si osseus pedidos em um só di maior quantidade. !>;«> Itlo 'a .V r.omp.— Rua da Uruguayana n. 79. Km». Paulo -L. Oneiroz A i .oi.ip -llua Direita n. lU-B. Km IJbei-alía-HattoGuarit,. .^ .Ma.li.ido. EM EELLO HORIZONTE — Dr. Eiuardo Lopes e em todas as drogarias das Ca- pitães dos Estados. I»i-eç<»s na ffílii-lca — I vidro, 5*; nos depósitos de lóra, 1 vidro, ?S'>00. I>eecuntos gei-aes — De lá a 25 vidros. 20 % : de 25 a 50, 25 % ; de 5u a 100. oO % ; de iOO a 500, 35 % ; de 500 pa.-a cima 40 % . Remessa pelo Correio, custa cada vidro mais t$500. J Henry Rogers, Sons &- C, Limited ENOKNHIilKOS £ riiMKiUTAllOliKS DE SACHIMSMOS PARA QIIAIQIRR IMtlSTRIA dll AGRICCLTURi Casa especial de instpumenlos e machinas para a lavoura A.IÍ.A.DOS e CULTIVADORKS dos melhores fubricantes iiiglezes e americanos „ES?EBLLA" „BALTIC" 6 mais machinag de fazer manteiga e pasteurizar o leite 23PE0IALI3TAS EM FIAÇÃO E TECELAOEM Únicos vendedores das cordas e fiação de HOWARD & BULLOUGH Teai'es e tecelagem de Henry Livesey Tcai-es e tecelagem automáticos de Northrop ORÇAMENTOS, PLANTAS E TODAS AS llNForviriAvOtS RUA VISCONDE DE INHAÚMA, 39 17 A, RUA DA QUITANDA, 17 A Descascadorois ds Arroz e Café «■«■«■ w « « » EHGELEERG AMERICÃKO OC^OxWWW- nVxVsWVX^^^S .-.íá^ Estas machinas para arroz e café, fabricaJas ha ig annos nos Estados da America do Norte, em Syracuse, New- York, pelos fabricantes The Engelberg Huller Co. á são sobejamente conhecidas no mundo inteiro onde se planta arroz e em todos os Estados do Brazil, por conseguinte, não sâo machinas que se vão experimentar. Desoascador de arroi Ee^titulmos o dinheiro 39 não derem o resultado que garantimos Chamamos a attenção dos senhores lavradores para a MARCA REGISTRADA acima e para não confudi- rem estas MACHINAS, feitas nos Estados Unidos, com as imitações ordinárias, que apparecem cnm aiinuncios e reclames pomposos, que no linal não dão ix-sultado algum e só servem para lograr os senhores compra- dores. As nossas machinas, pela sua SUPERIORIDADE, impuzeram-se de tal forma, que todos estão procurando imital-as, mas estas imitações são sempre, como todos sabem UMi%. 1MITA.ÇA.O I Os nossos DESCASGADOSES DE GAFE descascam, ventilam, esbrugam e brunem (caso quei- N. 5 ram) tudo em uma só operação. N. O para SOO arrobas por dia N. 1 . 300 > . . N. 2 . 150 . . . Fornecemos amostras de CAFÉ e ARROZ beneficiados nos DESCASCADO- RES que temos fiinccionando em nosso escriptorio. Peçam os novos catálogos illustrados e mais informações a w. try-TQiir & a. Empório de machinas para a LAVOURA Rua do Commercio Ns. 44, 48 e 48 -^ SAO PAULO Avenida Central, 18 — RIO DE JANEIRO N. B. — Em nosso escriptorio, tanto em S. Paulo como no Rio de janeiro, acham-se lunccionando, a qualquer hora, os macliinismos de cafó e arroz. [[ Á ^ Á Á m Á^ Á Á <íi Á «> Á Á Á <& PRRMIADO am .MRDALHA EXPMSIÇAD iip: florks Dl' i^ t< e« oS Eá «a «" S ct, bfl a ^ 2 ^ d â Nunca esquecer que o emprego de adubos na cultura das terras é absolutamente necessário, aíim de consoguir-so um resultado verdadeira- mente remunerador do esforço e do capital empregado pelo agricultor. Adubos artificiaes de todas as qualidades para a adu- bação das terras productoras do café, algodão, canna de as- sucar, fumo, de todos os cereaes, de todas as leguminosas, de todas as arvores fructiferas, emfim, de todas as culturas. Os adubos são fornecidos, cada elemento nutritivo em sepa- rado ou em diversas misturas, podendo estas ultimas ser de qualquer proporção, havendo toda a garantia de serem mis- turas rigorosamente exactas quanto à sua composição. Recom- mendam-se especialmente ; Chlorureto de potássio de 50 % de potássio (Kali) Sulphato de potássio . . de 50 "/„ de » > Sal de potássio de 30 y, de » > Superphosphatos de 20 y^ de acido phosphorico solúvel em agua. Escorias de Thomaz... de 16 "/^ de acido phosphorico solúvel em acido citrico. Sulphato de ammoniaco de 20, 5 "/ode azoto. Salitre do Chile de 17 y, de azoto. Guano com porcentagem garantida. Fornecem-se aos agricultores, gratuitamente, informa- ções e conselhos sobre a qualidade e quantidade dos adubos a usar, tendo em vista a propriedade do solo e a cultura que se pretende beneficiar. Estas informações e conselhos serão fornecidos Í7i loco por um profissional e scientista, que se acha no Brasil para este fim. 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Quem usar uma vez é freguez para sempre i^^jbSA w%fímÁj Casa especial am trabalhos de flores naturaes artisticamente executados Coroas para enterros, de todos os preços e feitios Ornamentações de salões, mesas, etc, para casamentos, bailes, etc, etc. Sementes afiançadas de hortaliças 6 flores CULTURA DE FLORES Rua Senador Nabuco n. 21, Villa Izabel (Orchidéas) Fonseca — Nitheroy (Flores diversas) CHÁCARA FLORA Alto da Serra — Petrópolis (Flores e Plantas) Schlick & Domp. c TELEPHONE N. 1281 Gfò\SO Rua do Ouvidor d. 31 3 lòIO IDE J-^ISTIEIXJRO CASA ESPECE DE HORTICULTORA RIO DE JANEIRO 4 o NI 1 n #if#^„^_*^ grande sortimento de sementes novas de hortaliça, de flores, de plantas para agricultura, eto. GRANDE SORTIMENTO DE FERRAGENS, UTENSÍLIOS E OBJECTOS PARA TODOS OS MISTERES DE JARDINAGEM Clalolas, alimento para pássaros, pó da Farsla • chá da índia (Bam Lars) GRANDE OFFICINA DE TRABALHOS EM FLORES NATURAES Csstãs, ramos e grinaldas ftltas eom apurado gosto para casamentos, bailes, festas, enterros, findos, «ts.i enearregam-se da ornamentações para mesas d* Jantar, festas, salões, banqnetes, ruas, eto. CHÁCARAS DE CULTURA DE PLANTAS Rua Theodoro da Silva, 56 A Rua Haddock Lobo, 122 Rua Barào de Petrópolis, 3 (Orchideas e plantas finas) CULTURA DE FLORES BETI RO — PETRÓPOLIS DEPÓSITOS aESAES DE FLANTAS FO R M I C l UA P^ SC HO A L E o maior amigo da lavoura e único quo tem prestado raportantes sorvidos na oxUncção dos formigueiros e o único ^^^^^^^^^^^^ quo apresentou rcaes resultados nas ^^^IB^HBMI experiências eífectuadas por ordem F^O^^^iyPf^^^jf, ; do governo do Estado de S. Paulo; 1^^" ^^Ê^^^^^É ^^^^^ supplantou todas as marcas i j^ ^'^T^mÊf^ ,JÊM ^^^^ concorreram a essa experiência ' MJ^^"'^*^^ Q demonstrou praticamente ser o formicida "PASCHOAL" o mais enérgico destruidor das formigas e uiais económico 100% conforme o relatório pul)licado por ordem do I 'joviírno do inosnK^ Estado. Paschoal Vaz Otero Rio de Janeiro — Rua do Ouvidor 129 Ií'Àgriculture pratique des Pays chauig publiée S'nis la Dircctioii lie riaspecteiir General de TAgriculture des Colonies françaises laudes et meiíiDires sur les Cultures et 1'Elevag-e Jes pays tropicaux. Article.s ot uoics imvJits. — Documents ofliciels. — Rapports ile missions, etc. avpc ftgures et photographies. (//i /.'.'ti/uru de SS pages parait tons le.<; móis CIIAQUE ANNÈE DEUX VOLUMES DE 500 PAGES ABONNEME.NT ANNUhL ( UhÍOU postale ) . . . . 20 FRANCS AuGUSTiN CHALLAMEL, Editeuh, [7, rue Jacob, PARIS AS CAIXAS ECONÓMICAS E O Credito Agrícola PELO DR. ALFREDO ROCHA -€| PREÇO 10$000 |s- A' venda em todas as livrarias do RIO DE JANEIRO à e S.PAULO M GKANUE DEFU^ITO D£ PLANTAS Vnriado sortimento de plantas de todiS as qiialidades, para POMARES E JARDINS ^^^ Luiz António Gomes Apromptam se bouquets para baptisados e casamentos. com a máxima brevidade e por preços biratissimos 41 - RUA DR. BULHÕES - 41 ENGENHO DE DENTRO Henry Rogers, Sons & C, Limited E lUATKACTADiIllES DE lliCUIMSHOS 1'ARA (ílAKimi 1.\ULSI11IA W AGKlCCLILKi Casa especial de instrumentos e machinas para a lavoura A.RA.130S e CULTIVADORES dos melhores fabricantes inglezes e americanos „ESTRELLA" „BALTIC" e maia machinas de fazer manteiga e pasteurizar o leite ESPECIALISTAS EM FIAÇÃO E TECELAGEM Únicos vendtídcires das cordas e fiação de HOWARD à BULLOUGH Teares e tecelagem de Henry Livesey Teares e tecelagem automáticos de Northrop ^^ ORÇAMENTOS, PLANTAS E TODAS AS INFORMAÇÕES 39, RUA VISCONDE DE INHAÚMA, 39 17 A, RUA DA QUITANDA. 17 A RIO DE JANEíRO Dsscascadores de Arroz e Café «■«■«■ « íT ^ sr ENGELBERG AMERICANO ei\\\\\\\ ^%ã5^ Estas machinas para arroz e café, fabricadas ha 19 annos nos Estados da America do Norte, em Syracuse", New-York, pelos fabricantes Tliê Engelberg Hiiller Co. já s<ão sobejamente conhecidas no mundo inteiro onde (^ <|j ! ^^ planta arroz e em todos os Estados do Brazil, por V. X - -J^ conseguinte, não são machinas que se vão experimentar. Dosoascador de arroz EastUaimo3 O dinheiro 8S não dsrsm N. 1 para 35-50 saccos por dia o TOSUltadO QUO garantimos N. 3 » C-10 » . » Chamamos a attenção dos senhores lavradores para a MARCA REGISTRADA acima e para não confundi- rem estas MACHINAS, feitas nos Estados Unidos, as imitações ordinárias, que apparecem com annuncios t e reclames pomposos, que no tinal não dão result i algum e só servem para lograr os senhores conij dores. ^_^ As nossas machinas, pela sua SUPERIORIDADE, impuzeram-se de tal forma, que todos estão procurando iinital-as, mas estas imitações são sempre, como todos sabem _ U>IA IMITA.ÇAO 1 Os nossos DESCASOADOSES DE CAFÉ descascam, ventilam, esbrugam e brunem (caso quei- ram) tudo em uma só operação. Fornecemos amostras de CAFÉ e ARROZ beneficiados nos DESCASCADO- RES que temos funccionando em nosso escriptorio. Peçam os novos catálogos illustrados e mais informações a w, ^Fi"©^ & a. Empório de machinas para a LAVOURA Kua do Commercio Ns. 44-, 46 e 48 «-- SAO PAULO Avsnida Central, IB— HIO TE JAKEIr.O N. B. >- Em nosso escriptorio, tanto em S. Paulo como no Rio de Janeiro, nchani se funccionando, a qualquer hora, os raachinismos de cale e arroz. Ê^- -— li W ^ Oes:asoado rda 0 afé N. 0 para 500 arrobas por ■ dia N. 1 . 300 , > N. a . 150 > > . N. 5 . 00 . > . PREMIADO COM MEDALHA NA EXPOSIÇÃO DE FLORES DE 1903 ESPEGIALIDADE EM ROSEIRAS, CAMÉLIAS, BTC» Grande sortimento de plantas nacionaes e extrang-eiras, arvores fructiferas e de ornamento. Encaixotam-se e embarcam por expor- tação i)ara todos os Estados, interior e exterior. Confeccionam ramos, corbeilles, palmas, coroas e bouquets para noivas, etc. POR PREÇOS RAZOÁVEIS VIUVA SILVA & FILHOS Forneoedores da Sooiedada Naoional de Agrioaltora Ena CoMe te BoDifiiD, 123 PORTÃO VERMELHO 19, Rua General Gamara, 21 Importadores em grande escala de Louças de ferro, Ferragens, tintas, oleos^ cimento, Canos de ferro e de chumbo para agua e gaz, Telhas zincadas, arame farpado e liso, Drogas para industria, material para estradas de ferro, artigos para lavoura, etc. DEPÓSITOS Rua do Cotovello n. IS — Travessa do Paço n. 2S Travessa da Fidalga n. 3 — Largo ds Santa Rita n» 24 ESPECIALISTAS EM MATERIAL PARA CANALISAÇÃO DE AGUA DEP03ITASI03D03 SESUINTBS PEODUOTOS OONHBOIDOS Formicida Pestana (purificado) } Dynamite " Estygia" Dito Capanema ) Enxadas *' Radiante especial'' Dito Paschoal í Cimento " Pedreiro" Creolina Freire de Aguiar s Dito "S. Jorge" Coalho marca Bstrella ( CommUsarlos is Café • mais ssnsroa do Fali, jarantam as mslhoies contas is T*iida sujos lUnldos são pagos Immsdlatamentd. A nossa firma foi premiada com medalha de ouro na Exposição de S. Luiz (E. U. da America) pelas excellentes qualidades de Café recebido de seus committentes que expuzeram. Nunca esquecer que o emprego de adubos na cultura dos torras ó absolutamente necessário, afim do conseguir-se um resultado verdadeira- mente remunerador do esforço e do capital empregado polo agricultor. Adubos artificiaes de todas as qualidades para a adu- bação das terras productoras do café, algodfLo, canna de as- sucar, fumo, de todos os cereaes, de todas as leguminosas, de todas as arvores fructiferas, emfim, de todas as culturas. Os adubos sSo fornecidos, cada elemento nutritivo em sepa- rado ou em diversas misturas, podendo estas ultimas ser de qualquer proporção, havendo toda a garantia de serem mis- turas rigorosamente exactas quanto á sua composição. Recom- mendam-se especialmente ; Chlorureto de potássio de 50 y„ de potássio (Kali) Sulphato de potássio . . de 50 "/„ de > > Sal de potássio de 30 "/, de » > Superphosphatos ...... de 20 "/,, de acido phosphorico solúvel em agua. Escorias de Thomaz... de 16 °/^ de acido phospliorico solúvel em acido cítrico. Sulphato de ammoniaco de 20, 5 Vo de azoto. Salitre do Chile de 17 "/, de azoto. Guano com porcentagem garantida. Fornecem-se aos agricultores, gratuitamente, informa- ções e conselhos sobre a qualidade e quantidade dos adubos a usar, tendo em vista a propriedade do solo e a cultura que se pretende beneficiar . Estas informações e conselhos serão fornecidos in loco por um profissional e scientista, que se acha no Brasil para este fim. Fornecem-se, gratuitamente, livros e folhetos, em qual- quer idioma, referentes a qualquer cultura. As encommendas de adubos devem ser feitas com ante- cedência, afim de poderem vir da Europa a tempo para a sua applicação adequada, que começa approximadamente em Agosto ou Fevereiro. ÚNICOS REGEBEDi )RES DOS ADUBOS DÓ " KALISYNDIKAT DE STASSFURT " (Allemanhaj BRUaGEMAHH, PEREIRA & C. 93, Rua da Alfandega, 93 CAIXA DO CORRLIO N. 566 — ENDEREÇO TELEGRAPinCO: "SEBIOOT" r...A C O, o SC ÍZ3 O y 2 S S ^5 Z^ -2 .-5? ^ .S ■B B ê M árM O-i bjO í=l ei f^ t.'j ? &3 o Pi Nunca esquecer que o emprego de adubos na cultura das torras é absolutamente necessário, afim do çonsoguir-sc um resultado X'ordadeira- mento remunerador do esforço e do capital empregado polo agricultor. Adubos artificiaes de todas as quilidades para a adu- bação das terras productoras do caf6, algodão, canna de as- sucar, fumo, de todos os ccreaes, de todas as leguminosas, de todas as arvores fructiferas, emfim, de todas as culturas. Os adubos são fornecidos, cada elemento nutritivo em sepa- rado ou em diversas misturas, podendo estas ultimas ser de qualquer proporção,' havendo toda a garantia de serem mis- turas rigorosamente exactas quanto á sua composição. Recom- mendam-se especialmente ; Chiorureto de potássio de 50 % de potássio (Kali) Sulphato de potássio . . de 50 "/„ de » > Sal de potássio de 30 "/„ de j> > Superphosphatos de 20 "/, de acido phosphorico solúvel em agua. Escorias de Thomaz... de 16 "/„ de acido phosphorico solúvel em acido cítrico. Sulphato de ammoniaco de 20, 5 °/<, de azoto. Salitre do Chile...... de 17 "/, de azoto. Guano com porcentagem garantida. Fornecem-se aos agricultores, gratuitamente, informa- ções e conselhos sobre a qualidade e quantidade dos adubos a usar, tendo em vista a propriedade do solo e a cultura que se pretende bcneficia,f . Estas informações e conselhos serão fornecidos in loco por um profissional e scici.Jsti, que se acha no Brasil para este fim. Fornecem-se, gratuitamente, livros e folhetos, em qual- quer idioma, referentes a qualquer cultura. As encommendas de adubos devem ser feitas com ante- cedência, afim de poderem vir da Europa a tempo para a sua applicação adequada, que começa approximadamente em Agosto ou Fevereiro. ÚNICOS REGEBED.)RES DOS ADUÍ30., 1)0 " KALÍSYNDIKAT DE STASSFURT " ( Aln EFiíJaaEMAM, PEREIRA h u. 93, Rua da Alfandega, 93 CAIXA DO CORRii IO N. 56Ô — ENDEREÇO TELEGRAPinCO: "SEaMOT" 1 3VII>OK.T.AXJOK.:pS Com soitimeiíto completo de ferx-aííem e armarinho ^,-^ Eléctrica 5, RUA GENERAL CAMARÁ, 35 RIO DE JANEIRO Arame farpado „Kleetriea" i^á'^''-^ á^" de (jualldade insuperayel ,#: Sem rival Peso llquIÉ 33 kllos Comprimento 43!! metros Garantidos Preço sem competência Enxada „Sol" Fabricada do melhor aço inglez. Superior a qualquer outra marca pela exoellente qualidade. Quem usar uma vez é freguez para sempre [^ r Casa especial trabalhos de flores naturaes artisticamente executados Corôas^para enterros, todos os preços e feitios Ornamentações de salões, mesas, etc, para casamentos, bailes, etc, etc. Sementes afiançadas de hortaliças « flores CULTURA DE FLORES Rua Senador Nabuco n. 21, Villa Izabel (Orchidéas) Fonseca — Nitheroy (Flores diversas) CHÁCARA FLORA Alto da Serra — Petrópolis (Flores e Plantas) Schlick k Comp. T Rua do Ouvidor n. 31 r^ TELEPHONE N. 1281 J GfôÀsO TtXO IDS OT-â^STElIE-O CASA ESPECIAL DE HORTICETIA RIO DE JANEIRO a ® % 5 ti o grands sortimento de sementes novas de hortaliça, de flores, de plantas para agricultura, eto. GRANDE SORTIMENTO DE FERRAGENS, UTENSÍLIOS E OBJECTOS PARA TODOS OS ISTERES DE JARDINAGEM Saloias, alimento para pássaros, pó àa Fersla • chá da índia (Bam Io^^^o^" ^' É o maior amigo da lavoura e único que tem prestado importantes serviços na extincção dos formigueiros e o único que apresentou reaes resultados nas experiências eífectuadas por ordem ^Pr TpiCldapAsOgcll i do governo do Estado de S. Paulo, pi^P^^^ol^^^^^ 0°'!^ supplantou todas as marcas i W '^^^ÊB^' iflB °^^'^ concorreram a essa experiência r \i\i,.. 4, ' immf^tWa Q demonstrou praticamente ser o formicida " PASCHOAL " o mais enérgico destruidor das formigas e 1^ \¥^^i^''*'^< "^ais económico 100 V, conforme o / li jl| 1 \| ""''^'"<"*' relatório publicado por ordem do P jl 111 til R".j.oiM um governo do mesmo Estado. F«^^^m^ Paschoal Vaz Otero Rio de Janeiro — Rua do Hospício, S3 ESCRIPTORIO GRANDE DEPOSITO DE PLANTAS -^ -^ Variado sortimento de plantas de todas as qualidades, para POMARES E JARDINS ^ Luiz António Gomes Apromptam-se bouquets para baptisados e casamentos^ com a máxima brevidade e por preços baratíssimos 41 - RUA DR. BULHÕES - ENGENHO DE DENTRO 41 SS CAIXAS ECONÓMICAS E O Credito Ag^ricola DR. ALFREDO ROCHA PREÇO 101000 A' venda em todas as livrarias do RIO DE JANEIRO e S. PAULO FORMICIDA CAPANEM o mais antigo e effieaz dos seus congéneres no radical exterminio das formigas COMPANHIA FORMICIDA CAPANEM ft-ZO X3JE! JTu^nVTJESXCt.O Formicida Paschoal Fornecedor da Sociedade Nacional de Aírriciiltiira É o maior amigo da lavoura e único qiio tom prestado importantes serviços na extin- cção dos formigueiros e o único ([ue apresentou reaes resultados nas experiências eífectuadas por ordem do governo do Estado de S. Paulo, onde supplantou todas as marcas que concorreram a essa experiência e demonstrou praticamente ser o formicida „ PASCHOAL " o mais enérgico destruidor das formigas e mais económico 100"/, conforme o re- latório publicado por ordem do íjoverno do mesmo Estado. OBTEVE PRIAIEIRO LOGAR NASllíXPERIENCIAS EFFECTUADAS EM S. PAULO Paschoal Voj: Olero coniniunico aos Srs. [^oradores que. de regressa da Ruropa, acabo de montar noous appareUios e que melhorou ainda mais o seu formicida que tão bons seroiços tem prestado d Lavoura. A Sociedade Nacional de Agricultura p<>derá bem attestar a boa qualidade do formicida pelo grande numero de latas que tem comprado para os seus associados, assim como communica aos Srs. consumidores que tem todo o escrúpulo no enlatamento e que assume tombem inteira responsabilidade nu medida das latas (quatro litros). Paschoal Vaz Otero FSCRIPTORIO 63, RUA DO hospício, 63 Henry Rogers, Sons & C, Limited E^GE^HIill!l)S H f(lvrRâOT,\lll)RRS DE )I4CI11MSH0S fAM QUAlUliER INDISTRIA 01 A(ilíl(TI.Tl'RA Casa especial de instrumentos e machinas para a lavoura ^RA.r>OS e CULTIVADORES dos melhores fabricantes inglezes e americanos „ESTEELLA" „BALTIO" e mais machinas de fazer manteiga e pasteurizar o leite ESPECIALISTAS EM FIAÇÃO E TEOELAOEM Únicos vendedores das cordas e fiação de HOWARD & BULLOUGH Teares e tecelagem de Henry Livesey Teares e tecelagem automáticos de Northrop ORÇAMENTOS, PLANTAS E TODAS AS INFORMAÇÕES 39, RUA VISCONDE DE INHAÚMA, 39 17 A, RUA DA QUITANDA, 17 A RIO DE JANEIRO J DGScascadorGS de Arroz e Café « » « « « » « ENGELBERG AMERICANO Oeioticador de arroz Estas machinas para arroz e café, fabricadas ha 19 annos nos Estados da America do Norte, em Syracuse, New-York, pelos fabricantes The Engelberg Hiiller Co. já são sobejamente conhecidas no mundo inteiro onde se planta arroz e em todos os Estados do Brazil, por conseguinte, não sáo machinas que se vão experimentar. Sestitnimos o dinlisiro 3» não dsrsm o rssultado que garantimos Chamamos a attenção dos senhores lavradores para a MARCA REGISTRADA acima e para não confundi- rem estas MACHINAS, feitas nos Estados Unidos, com as imitações ordinárias, que apparecem com annuncios e reclames pomposos, que no tinal não dao resultado algum e só servem para lograr os senhores compra- dores. As nossas machinas, pela sua SUPERIORIDADE, impuzeram-se de tal forma, que toaos cauio procuranao imital-as, mas estas imitações são sempre, como todos sabem UMA. IMITA.ÇA.O I Os nossos SESCASGADOSES D£ CAFÉ descascam, ventilam, esbrugam e brunem (caso quei- ram) tudo em uma so operação. Ossoasoador ds cafá N. O para 500 arrobas por N. 1 > 300 > > N. 2 . 150 . > N. 5 . 60 , Fornecemos amostras de CAFÉ e ARROZ beneficiados nos DESCASCADO- RES que temos funccionando cm uoòíj cscnptorrio. Peçam os novos catálogos illustrados e mais informações a Empório de machinas para a LAVOURA Rua do Commercio Ns. 4-i, 46 e 48 -^ SÃO PAULO Avenida Central, 18 — RIO DE JAKSIRO N. B. - Em nosso escriptorio, tanto em S. Paulo como no Rio de Janeiro, acham-ae funccionando, a qualquer hora, os machinismos de café e arroz. Á Á ^ ^ sè Á Á i» à> Á ^ Á ^ Á Á Á PREAIIAUO COM iMEDALíl NA KXPOSIÇÁO DE FLORES DE 1903 SSPaCIALIDADa SM ROSEIRAS, CAMSUAS, BTC. Grande sortimento de i)lunt{is nacionaes e exti'ang'eira.s, ai'Aores íruetiferas e de ornamento. Encaixotam-se e embarcam por expor- tação para todos os Estados, interior e exterior. Confeccionam ramos, corbeilles, palmas, coroas e bouquets para noivas, etc. POR PREÇOS RAZOÁVEIS VIUVA SILVA & FILHOS Forneoeioiea da Socíed&de Nacional de Agrioaltara mm siiiii 1 1. 19, Rua General Camará, 21 Importadores em grande escala de Louças de ferro, Ferragens, tintas, oleos^ cimento, Canos de ferro e de chumbo para agua e gaz. Telhas zincadas, arame farpado e liso, Drogas para industria, material para estradas de ferro, artigos para lavoura, etc. DEPÓSITOS Rua do Cotovello n, 16 — Travessa do Paço n» 28 Travessa da Fidalga n» 3 — Largo ds Santa Rita n. 24 ESPECIALISTAS EM MATERIAL PARA CANALISAÇÃO DE A&DA OEPOSITABIOS DOS SSaiTINTES PB0S7CT03 COKHBCIDOS Formicida Pestana (purificado) } Dynamite "Bstygia" Dito Capanema j Enxadas " Radiante especial" Dito Paschoal ; Cimento " Pedreiro" Creolina Freire de Aguiar \ Dito "S. Jorge" Coalbo marca Sstrella ( Commtssarlos d« Safi « maU gsnsros lo Fali, sarantsm as aalhotas lontaa d« vtnda eojos Uqnldos são pagos imnadlatamanto. A nossa firma foi premiada com medalha de ouro na Exposição de S. Luiz (E. U. da America) pelas excellentes qualidades de Café recebido de seus committentes que expuzeram. mmxmmm Sortimento completo xx/oooooxxxxxwooa de Ferragens, Drogas, Tintas, etc. etc. Qrands Smporio dg Machinas • • • • •«*•* para a lavoura A.rado Raversivel 3 alavanca» Óleos lubrificantes, Correias de couro e "Grutalata" woooooocxxwjoooooooooí as melllOreS do niUUdo mymx^cmimvxmm & & ^ ^ 3- WACHlNISIflOS DE VARIAS ESPÉCIES € € « « « Vapores, Arame farpado, Telhas de zinco. etc. etc. ^^- CA c M ^ «31^= ^y 0 3«5| ^ ^^ - 1 ffl \ ^^ J ^ '^ "^"-^ -.— _ ^ \ »3 ^ de accessorios ticinios, íores. Escovas, rmometros, , Lubrificante, etc. DE iBira «3 3 «^ 0=3, a "^ ?r g « s 1^§ 1^1 variado sorti ira a industrií raduados. Lata ias, Lactometr uados. 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Escorias de Thomaz. . . de 16 Vo de acido phosphorico solúvel em acido citrico. Sulphato de ammoniaco de 20, 5 Vo de azoto. Salitre do Chile de 17 V» ^^ azoto. Guano com porcentagem garantida. Fornecem-se aos agricultores, gratuitamente, informa- ções e conselhos sobre a qualidade e quantidade dos adubos a usar, tendo em vista a propriedade do solo e a cultura que se pretende beneficiar. Estas informações e conselhos serão fornecidos in loco por um profissional e scientista, que se acha no Brasil para este fim. Fornecem-se, gratuitamente, livros e folhetos, em qual- quer idioma, referentes a qualquer cultura. As encommendas de adubos devem ser feitas com ante- cedência, afim de poderem vir da Europa a tempo para a sua applicação adequada, que começa approximadamente em Agosto ou Fevereiro. ÚNICOS RECEBEDORES DOS ADUBOS DO " KALISYNDIKAT DE STASSFURT " ( Allemanha j BRÚGQEMAKK. PEREIRA & C. 93, Rua da Alfandega, 93 GA.IXA. 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TRua do Ouvidor n. 31 CTELEPHONE N. 1281 J GSASO JEòXO IDE CT-A-lSTElIIòO CASA ESPECIAL DE HORTICllLTOBA RIO DE JANEIRO dl H 'Tl B O 2 grande sortimento de sementes novas de hortaliça, de flores, de plantas para agricultura, eto. GRANDE SORTIMENTO DE FERRAGENS, UTENSÍLIOS E OBJECTOS PARA TODOS OS ISTERES DE JARDINAGEM Saloias, alimento para pássaros, pó da Fersla t chá da índia (Sam Lai'!) GRAPE OFFICINA DE TRABALHOS EM FLORES NATURAES Costas, ramos e grinaldas feitas eom apurado gosto para oasamontos, bailes, festas, enterros, flnados, tto.) encarregam-se de ornamentações para masas dt Jantar, festas, salões, banquetes, ruas, «ts. CHÁCARAS DE CULTURA DE PLANTAS Rua Theodoro da Silva, 56 A Rua Haddock Lobo. 122 Rua Barão de Petrópolis, 3 (Orchideas e plantas fluas) CULTURA DE FLORES RETIRO -PETRÓPOLIS DEF03IT0S aS&AES CE PLANTAS AS CAIXAS ECONÓMICAS E O Cr e dito Agric ola PELO DR. ALFREDO ROCHA -€| PREÇO lOMOO |b- A' ve^da em todas as livrarias do RIO DE JANEIRO e S. PAULO FORMICIDA CAPANEMA o mais antigo e effieaz dos seus congéneres no radical exterminio das formigas COMPANHIA FORMICIDA CAPANEMA SOBRADO H.IO IDE ir-a.3xrEmo GRANDE DEPOSITO DE PLANTAS Variado sortimento de plantas de todas as qualidades, para POMARES E JARDINS ->| ^ Luiz António Gomes Apromptam-se bouquets para baptisados e casamentos, com a máxima brevidade e por preços baratissimos .^- 41 - RUA DR. BULHÕES - 41 — = ENGENHO DE DENTRO 3 5185 00292 7455 '^it£ÍM