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EMORIAS

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ACADEMIA REAL

DAS SCIENCIAS DE LISBOA

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MEMORIAS

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A C A D E M I A R E A L I ^

DAS SCIENCIAS

DE LISBOA.

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Nifi iitile ejl qtiod facinms , Jlidta ejl gloria.

TOMO I.

DESDE 1780 ATÉ I788.

LISBOA:

NA TYPOGRAFIA DA ACADEMIA,

1797. Com licença de S. MAGESTADE.

SENHOR.

F

EUsmente costumada a Real Academia d^ Sciert^ cias a ser em tudo protegida por V^. Alteza Real , 7iaÕ he milito (pie a favor dos seus Escritos de novo se anime a procurar a mesma Soberana Protecção : e porque as Memorias das Sciencias Exactas , e Naturaes , que pertende publicar , se n ao julguem menos favoreci- das de V. Alteza Real , que as de Litteratura Portugueza , que lhe fôraõ dedicadas -, reverente as ojferece a mesma Academia a V. Alteza Real ; rogando-lhe com o mais profundo respeito , seja V. Alteza Real servido de as acceitar com igual Be- nevolência. ,

A Real Pessoa de V. Alteza guarde DEOS muitos annos , como lhe pedimos , e havemos mister.

De K Alteza Real

O mais fiel ^ c obrigado Vassàllo O Duque de Lafões.

PROLOGO.

EM hum feculo, em que a Natureza tem pago melhor que nunca ao laboriofo obíervador com riquezas até ahi efcondidas , ou feja nas entranhas , na fuperficie , e na região atmosférica da Terra ; ou no que íe pôde divizar dos outros corpos diftantes de nós : em hum feculo , em que eftas mefmas defcu- bertas tem fido eftimuio , e auxilio para novas refle- xões , combinações , e cálculos do Filofofo j que im- paciente de fe deter a contemplar em cada individuo as fuás propriedades e Leis , caminha fempre para o foco , para onde as hir juntando j e donde poílà nao apanhar em curto efpaço as fuás origens , e caufasj mas medir, e numerar a fua quantidade: nef- te tempo, quero dizer, em que as Sciencias Natu- raes e Exaílas eftavao em geral fermentação , como ficaria em ócio a Nação Portugueza? Tudo o com que a Providencia a dotara , devia fazer fobrefahir os feus trabalhos Sientificos entre os de todas ns outras Nações. A qualidade do íeu Terreno , aíTmi no con- tinente da Europa , como no das fuás vaftas Coló- nias defafia, e recompenfa a applicaçaó do Naturalif- ta ; e naõ offerece abundantiíTima matéria ás ope- rações do Chimico , e do Anatómico j mas enriquece o Agricultor, o Commerciante , e o Artifta , e com elles o Eílado. A fua feliz íituaçaõ eílá requerendo o adiantamento de todos os ramos da Matheraatica , que conduzem a aperfeiçoar a arte da Navegação , hum dos principaes efteios da força , e da riqueza Nacional. Os talentos , e o génio dos íeus Habitan- tes

Prologo.

tes hábeis para todo o género de fciencias , e de artes , Uics annunciaÕ as maiores vantagens, hiima vez que queirao aproveitar aquclles dons de Providencia. E o outro dom mais preciofo , que ncfte tempo lhes coiv cedera na Augufta Soberana, que com o feu gover- no os fazia os Povos mais felizes da Terra , os devia accender a empregar todos os esforços do feu entendi- mento , e da fua habilidade em fazer florente o Rei- nado de S. Mageftade. Muitos exemplos , além de folidas razoes , os convenciao , de que hum dos meios mais efficazes para o adiantamento de toda a caíla de conhecimentos he o das Corporações Litterarias, Dei- tas reflexões pois , e deíle zelo patriótico nafceu a jícademia Real das Sclencias de Lisboa : cuja Infl:i- tuiçao , principios , e rápidos progrefl^os contará a íua Hiftoria , que incluirá também os projcílos de gran- des Obras , que muitos dos feus Sócios tem empre- hendido. Mas em quanto fe nao publica efl:a ( mais neceílaria aos vindouros , que a nós teflemunhas ocu- lares dos paflxis da Academia ) he precizo , que eíles fejao com efleito patentes a todos por meio da pu- blicação das Memorias de que damos o i." volume, e fe hirao feguindo os mais : naÕ para que ftjaÕ hiima prova do efleélivo trabalho dos Académicos , mas para que íirvaõ a promover a utilidade publica, objeílo da Inílituiçao da Academia.

MEMORIAS

D A

ACADEMIA REAL

DAS SCIENCIAS DE LISBOA

DESDE O SEU ESTABELECIMENTO EM 1780 ATÉ 1788.

SOLUÇÃO GERAL

D O

PROBLEMA DE KEPLER

Sobre a Medição das Pipas, e Toneis ,

Por José Monteiro da Rocha.

(i.) A S vafilhas , que ordinariamente fervem para Jr\. guardar , e tranfportar toda a cfpecie de lico- res , sâo conftruidas de maneira , que podem ícnllvelmente tomar-fe por íblidos de revolução , com- poftos de dous troncos iguaes , e femelhantes , os quaes Tom. L A fe

2 Memorias da Academia Real

fe ajuftão pelas fuás bafes maiores , que regularmente coin- cidem com o plano que paíTa pelo batoque perpendicular- mente ao eixo. Taes são os barris , pipas , toneis , cubas , c muitas outras vafilhas , de que íe faz geralmente gran- de ufo cm todas as Nações.

(2.) Quando fe vendem, ou comprao groífas partidas deftas vafilhas cheias de qualquer licor , feria muito ar- rifcado proceder fobre hum juizo conjcftural dos almudes , que cm cada huma delias fe contém , c muito trabalhofo medilos eíFcftivamente pela evacuação de todas , além da alteração notável , que nilfo deveria padecer a qualidade dos licores. A Geometria nefte cafo , aíFim como em mi- lhares de outros , hc o único recurío que temos , pois fo- mente ella nos pode enfinar a calcular com certeza a capa- cidade deites folidos por meio das fuás dimensões , fendo conhecida a natureza delles.

(3.) Neíta ultima condição confifte a inaior difficuldade. Porque as pipas são fufccptiveis de infinitas formas diffe- rentcs , como he fácil de entender , reflcftindo-fe , que fc fuppuzermos a fuperficie de qualquer folido de revolução dividida em grande numero de partes por planos , que paflem pelo eixo , e fe imaginarmos que huma deflas par- tes fe eftcnde fobre hum plano , como molde , para fe traçar a figura das aduelas ; he manifefto , que eftas af- fim figuradas , fendo forçadas pelos arcos a fe unirem hu- mas ás outras, devem formar o folido propofto. E como a figura das aduelas refulta do mechanifmo arbitrário dos Tanoeiros , fcm rega alguma certa que encaminhe a for- mar hum lolido de revolução de huma efpecie determina-, da , não fica ao Geometra mais recurfo , que o de reduzir as pipas, aos folidos conhecidos, que ellas mais parecem imitar ao juizo dos olhos.

(4.) Os primeiros que nifto entenderão , contentarão-fe com reduzir todas as pipas á medição dos cylindros , fup- pondi) a capacidade de qualquer delias igual á de hum cylindro do mefmo comprimento , cuja bafe tenha por

dia-

dasScienciasdeLisboa. ^

diâmetro o meio arithmetico entre o diâmetro dos fun- dos , e o do circulo máximo , que paíTa pelo batoque per- pendicularmente ao eixo. Tal he a regra que derao mui- tos Autores ; e por cila acaba M. Mallct o quarto tomo da fua Geometria Pratica , com a notável fingularidadc de fingir no Exemplo , que hum Geometra fendo perguntado fobre a capacidade de huma pipa , refpondera com o re- fultado numérico da dita regra ; a qual todavia nada tem de geométrica , antes he manifeftamcnte errónea por de- feito , e tanto mais , quanto for maior a deíigualdade dos diâmetros, podendo errar-fe mais de huma fexta parte da capacidade total , quando o diâmetro dos tampos for ame- tadc do diâmetro da fecçaõ máxima , que paífa pelo ba- toque.

(f.) Outros fcguindo a Clavio , Tacquet , Dechalles , e Keplcr , conllderárâo as pipas , como comportas de duas pyramides cónicas truncadas , unidas pelas bafes maiores j defprczando a inflexão das aduelas , as quaes de ordinário parecem defviar-fe pouco de huma direcção re£lilinea do batoque até os fundos. Mas a curvatura delias , ainda que pequena , gera pela revolução huma porção de capacida- de muito notável , que não he para fe defprezar. E além diíFo he bem claro , que as pipas não podem jamais tec a f()rma , que aqui fe fuppõem ; porque para iífo era ne- ceflario , que as aduelas tivcflem a figura de trapézios uni- dos pelas bafes maiores , e então não poderião ajuftar-fe pelos lados , fem quebrarem todas pelo meio ; e reíiítindo á fraftura pela flexibilidade das fibras , não poderião ajuf- far-fe pelos lados defde o meio até certa diftancia para huma e outra parte.

(6.) Outros com o P. Pezenas , defejando attcnder á cur- vatura das aduelas , imaginarão as pipas , como compoftas de dous conoides parabólicos truncados. Mas nefla hypo- thcfe dão ás aduelas huma cui"vatura formada juftamente ao contrario da que ellas coftumão ter , fuppondo que a inflexão vai crefcendo do batoque até os tampos, quando

A ii el-

4 Memorias da Academia Real

ella fc acha que vai diminuindo , fcgimdo a conftrucção geralmente adoptada pelos Tanoeiros de todas as Nações. A ifto í'e ajunta , que a hypothefe dos conoides parabóli- cos hc também huma das que são praticamente impolEvcis , lendo necelTario para a cffeituar , que as aduelas quebraf- fem todas pelo meio , como na hypothefe antecedente.

(7.) Outros com Wallifio coníiderao as pipas , como fu- fos parabólicos truncados de ambas as partes , luppondo que a curvatura das aduelas hc a de huma parábola , que tem o vértice no meio delias. Efta hypothefe fatisfaz á condição de dar maior curvatura ás aduelas no meio do que para as extremidades , e bem podião dar-fe regras aos Tanoeiros para as conftruirem defta forma. Mas em quan- to fe não confeguir efta difficil convenção , achar-fe-ha que as pipas tem huma capacidade notavelmente differente da que refulta defta hypothefe algumas vezes por exceflb , e as mais delias por defeito. Igualmente fe achará , que ge- ralmente não correfponde á experiência a modificação da fobredita hypothefe imaginada por M. Camus, o qual di- vide em duas partes a aduela , defde o batoque até cada hum dos fundos , e fuppõem que a primeira hc a melma parábola de Wallifio , e a fcgunda huma linha rcfta na direcção da tangente ao ultimo ponto da dita parábola.

(8.) Outros em fim, fegundo a idéa de Oughtrcdo , to- mão as pipas como esfcroides oblongos truncados de am- bas as partes; forma que cilas podião ter, mas realmente não tem. Porque para iflb era neceífario , que a curvatu- ra das aduelas folie maior para as extremidades do que para o meio das pipas ; e pela conftrucção aftual dos Ta- noeiros de todas as Nações , fe acha fempre praticado o contrario , como diflemos. Sem embargo ha cafos , cm que efta hypothefe , por huma feliz compenfação de hu- mas coufas com as outras , e talvez com os erros commet- tidos nas medidas , fatisfaz á experiência melhor que as precedentes. Mas eftes cafos são raros , e pela maior par- te fe acha errónea por exceflo.

dasScienciasdeLisboa. f

(9.) Eis-aqui tudo o que atò o prefenre fc tem imagi- nado ncfta matcria , a qual certamente fc não exhaurio , ref- tando ainda muitos Iblidos conhecidos , que não erão me- nos próprios , que os referidos , para reprefentarem de hum modo approximado a forma das pipas. Entre os quaes de- vcrião lembrar principalmente os folidos gerados pela re- volução da hypcrbola equilátera , da conchoidc fuperior, e da catenaria , por fatisfazcrem ás duas condições geraes , a que nenhum dos precedentes fatisfaz , fenao o fufo para- bólico. Talvez que a maior difficuldade do calculo os te- nha excluído dos Tratados de Geometria Pratica até o prefcntc. E o certo he que nenhum delles poderia fervir geralmente para a medição de todas as pipas, em quanto a conftrucção delias fe fizer de hum modo tão arbitrário. (10.) Porefta razão parece mais judiciofo o partido de Ward, feguido ultimamente pelos Medidores mais intelligen- tes, e efcrupuloíos no feu officio , o qual admitte as qua- tro hypotheíes vulgares acima referidas , conforme as cir- «unftancias : Suppondo I. que as pipas fe compõem de duas pyramides cónicas truncadas, quando as aduelas pa- recem fenfivehnentc rcftilineas do batoque até os fundos j II. de dous conoides parabólicos truncados , quando ellas moftrão pequena curvatura ; III. de hum fufo parabólico truncado de ambas as partes , fendo algum tanto maior a curvatura das aduelas ; IV. e de hum esferóide elliptico igualmente tnmcado , no calo de fcr mais notável a curva- tura.

(11.) Melhor feria, que elle tiveífe excluído as duas primeiras hypothefes , como formas impoífiveis na conftruc- ção das pipas , e a quarta como alheia da forma aftual delias ; fubftituindo em feu lugar as três , que havemos apontado (n.^ç.), conforme os differentes gráos de cur- vatura, nas aduelas. Mas cfta idéa , além de embaraçar a pratica com huma complicada multidão de regras diffe- rentes , e difficeis na execução , tem o grande inconvenien- te de deixar ao juizo dos olhos as notáveis differenças, que

fe

6 Memorias DA Academia Real

fe achão nos refultados das fobreditas hypothefes , como adiante le raoftrará. E de tudo concluiremos a grande necef- íidadc , que ha , de fe tomar na pratica huma medida de mais , entre o batoque e os tampos , em ordem a calcu- lar-lc hum foUdo muito mais cliegado á forma particular de cada huma deftas vafilhas.

(i 2.) Sem embargo pordm de todas as imperfeições pra- ticas, que havemos referido, fatisfazião-fe os Geómetras com a exacçao thcorica , que achavao no calculo dos fo- lidos hypotheticos , que cada hum tomava arbitrariamente em lugar das pipas , e toneis. E o que fomente parecia faltar, era o methodo de calcular os fegmentos dos mel- mos folidos , feitos por planos parallelos ao eixo- Porque fuccede muitas vezes não eftarem cheias as vaíilhas , que fe vendem , ou comprao ; e então , para fe ufar das regras competentes á capacidade total , feria neceflaria a longa , e nociva operação de tirar de humas vaíilhas , para fe atef- tarem as outras , e fempre por fim fe ficaria na incerteza do que reftava nas ultimas , fe pela evacuação fcnão me- diffe aítualmente.

(15.) A importância defte Problema não podia efconder- fe á fagacidade do celebre Kcplcr, o qual foi o primeiro, que publicamente o propoz aos Geómetras na fua obra intitulada Stereometria doliorum impreífa em Lintz no an- no de 1615', convidando para a folução dellc a Snellio , que era hum dos mais famoios daquelle tempo , e promet- tendo-lhe da parte dos Soberanos grandes recompenfas por aquelle defcobrimento de tão conhecida neceílidade no tra- to , e commercio de todas as Nações. Mas trabalhando os maiores Geómetras em refolver de muitos modos ou- tro Problema , que tomou o nome do mcfmo Kepler , por quem havia fido igualmente propofto , o Problema dos fe- gmentos dos toneis ficou por muito tempo fem íbhição alguma : Problematis de dimetieudo dolio non fJeno foiutiotum^ ob diffictiltatem , nemo buaifqtie ciggrejfus ejl (A£l. Erudit. Lips. A. i7cp. pag. 137.)

(•4.)

DAsSciENciAS DE Lisboa. 7

(14.) Na falta de foluçao Geométrica , imaginárão-fe re- gras arbitrarias muito complicadas , e pouco conformes ú experiência , como forao as que primeira e legunda vez cxcogitou o mefmo Keplcr , fcm com ellas fatisfazer aos outros , nem a íi mefmo ; c o mcfmo fucceflb tiverao depois dcUc Baycr , Dougarthy , c outros muitos. Mas a ncccíTidadc deftas medições chegou a eftabelecer nas Praças maiores de commcrcio o officio de quem as fizeíle por fua arte , e era ncccíTario dar algumas regras a eítes Medi- dores. Affim de todas aqucllas idcas precárias fe formarão diíFcrcntJS methodos em differentes lugares , que os ditos Medidores tem cegamente praticado por muitos annos ,■ com prejuizo cnormiíEmo dos direitos dos Soberanos , e dos interelTcs dos particulares , que fe regulão por femelhantes medições. Para prova do que , baftará lembrar o exemplo de M. Bruni , Negociante de Marfclha , que havendo fei- to medir pelo mais hábil Medidor daquella Praça os fe-* gmentos vaíios de huma grande carregação de pipas azeite, fe achou depois prejudicado em mais de trinta mil libras , fegundo refere o P. Pezenas , ProfeíTor Régio qua foi de Hydrographia na mefma Cidade.

(15-.) Efte hábil ProfeíTor foi o primeiro , que trabalhou com fucceíTo em refolver o Problema , de que tratamos , e com effeito o refolveo perfeitamente na fuppofição par-" ticular de ferem às pipas compoftas de dous conoides pa- rabólicos trancados. Para iíTo fe fervio opportunamente da propriedade conhecida deftes folidos : que qualquer fecção dcUcs parallcla ao eixo he huma parábola do mefmo pa- râmetro que a parábola genitora dos mcfmos folidos. AÍIim reduzio a queftao a fomar huma ferie de planos parabóli- cos dccrcfcentés , todos de hum mcfmo parâmetro , o que clle executou muito bem , como fe pode ver no primeiro volume das Memorias prefentadas á Academia Real das Scicncias de Paris pag. f^. A facilidade que o Autor achoii naquella luppofiçao particular , cftá em ferem quadráveis os planos parabólicos , de que fe formão os elementos dos

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6 Memorias DA ArADE MA Real

fe achão nos refultados das fobreditashypothefes , como adiante le moftrará. E de tudo concluireiDs a grande necef- íidadc , que ha , de fe tomar na pratia huma medida de mais , entre o batoque e os tampos, :m ordem a calcu- lar-fe hum folido muito mais ciiegadt á fórraa particular de cada huma deftas vafilhas.

(i2.) Sem embargo porém de toda:as imperfeições pra- ticas , que havemos referido , fatisfavão-fe os Geómetras com a exacção theorica , que achava no calculo dos fo- lidos hypotheticos , que cada hum toiava arbitrariamente em lugar das pipas , e toneis. E ojue fomente parecia faltar, era o methodo de calcular oifegmentos dos mef- mos folidos , feitos por planos paralUos ao eixo- Porque fuccede muitas vezes não eftarem chias as valilhas , que fe vendem , ou comprão ; e então , pra fe ufar das regras competentes á capacidade total , feri neceflaria a longa , e nociva operação de tirar de humas /■afilhas , para fe atef- tarem as outras , e fempre por fim ; ficaria na incerteza do que reftava nas ultimas , íc pelaevacuaçao fenão me- dilTe anualmente.

(13.) A importância! defte Probleranão podia efconder- fe á fagacidade do celebre Kcpler,) qual foi o primeiro, que publicamente o propoz aos Gometras na fua obra

intitulada Stereoinetria doli- no de 1Ó15' , convidando ; que era hum dos mais fame tendo-lhe da parte dos Sob aquelle defcobrimento de t. to , e commercio de todas os maiores Geómetras em r .folver de tro Problema, que tomou o >.ome o quem havia fido igualmente opo gmentos dos toneis ficou pwr m alguma : Problematis de dimeticndo ob difficultatem , nemo hticíifqíie uq] Lips. A. 170^. pag. 137.)

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AsSciENciAS DE Lisboa. 7

lálta de foluçao Geométrica , imaginárao-fe re- aus muito complicadas , e pouco conformes , , como forâo as que primeira e fegunda .j o mefmo Kepler , fem com ellas fatisfazer , jera a íi mefmo ; e o mefmo fuccelTo tiverão e Bayer , Dougarthy , e outros muitos. Mas a dftas medições chegou a eílabelecer nas Praças -íTimercio o officio de quem as fizeíle por fua ecelTario dar algumas regras a eftes Medi- 1 c todas aquellas idcas precárias fe formáf Tichodos em diíferentes lugares , que os r' tea cegamente praticado por muitos - ' aormiffimo dos direitos dos Soberano ^ larticulares , que íe regulâo por fc r prova do que , baftará lembra» i , Negociante de Marfelha , qup lo mais hábil Medidor daque' o de huma grande carreg lu depois prejudicado err J refere o P. Pezenas Kvraphia na mefma C c labil Profcífor foi ' tn re foi ver o Pro' ) ( rcfoljMtt perf rci ãs^^B-C ina<

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8 Memorias DA Academia Real

fobrcditos folidos. Na hypothcfc de fc formarem as pipas de duas pyramides cónicas truncadas , os planos parabó- licos fe tornarião cm hyperbolicos ; e a iohiçao feria mui- to mais diíficultofi no caio de refolvcr o fegmento em ele- mentos parallelos ao eixo , como faz o Autor , e como era natural que fi/.efle qualquer outro , que nao attcntaíTe mais felizmente para o caminho mais expedito , que fe devia fc- guir nefta queftao.

(i6.) A mefma , e ainda maior difficuldade , fe acharia na folução do Problema , quando fe adoptaífc qualquer das outras hypothefes acima referidas , como confcíla o dito Autor no fim da fua Memoria. Mas por elle a nao poder vencer, não devia qualificala de inútil. Porque fenao bafta d hypothefe dos conoides parabólicos , quando fe trata da capacidade total das pipas , mas he neceífario recorrer a outras conforme a maior , ou menor curvatura das aduelas ^ o mefmo fe deve entender quando fe trata de calcular os fegmentos , e ainda com maior razão. Porque a hypothefe dos conoides parabólicos affim contraria ás duas condições geraes da forma das pipas , como temos dito , fendo ap- plicada ao calculo da capacidade total delias , fem- pre hum erro menor em comparação da quantidade calcu- lada , do que fuccede quando ella fe applica ao calculo dos fegmentos. Supponhamos por exemplo huma pipa de pollegadas de comprimento , tendo o diâmetro 40 no batoque , e 20 nos fundos , e fupponhamos que ella tem a forma de hum fufo parabólico , como algumas tem proxi- mamente. Então a fua capacidade total lerá de 5'043 3 pol- legadas cubicas , e fendo calculada pela hypothefe do P. Pezcnas fe acharia de 43982 , com o grande erro de 645' i , o qual todavia he pouco mais de huma oitava parte da verdadeira quantidade. Porém o fegmento que tiver 2 polle- gadas de altura feria realmente de 345- pollegadas cubicas, c pela folução do dito Autor fe acharia de 135" , com o defeito de 210 , que he mais da ametade da verdadeira quantidade , que fc devia achar. E fe a altura do fegmen- to

dasScienciasdkLisboa. 9

to foíTc de o , 4 de huma pollcgada , a fua capacidade fe- ria de 13,4 pollcgadas cubicas, quando pela foluçiío do noflb Autor fc acharia fomente de 2,5 que vem a fer menos que a quinta parte da verdadeira quantidade. E fa- ço efpecial menção delle ultimo fegmento , que o Autor chiima primeiro , por haver fuppofto o diâmetro que pafla pelo batoque dividido cm 100 partes iguaes , e ter efte fegmento huma delias por altura : para fe ver, quepormui^ to errónea que foífe a praxe dos Medidores de Marfelha , não o era tanto como conclue o P. Pezenas pelo valor do primeiro fegmento , que rcfultava do methodo dclles , por- que o compara com o valor deduzido da fua própria folu- ção , o qual hc muito menor , alfim como o outro muito maior , do que devia fer.

(17.) Donde fe vê, que a folução particular do P. Pe* zenas, ainda que incomparavelmente fuperior ás regras ar- bitrarias dos Aledidorcs , não fatisfaz plenamente á que« ftão , mas que era neceífario achar modo de calcular os fe- gmcntos de todos os outros folidos hypotheticos , que co- mo hvivemos dito , fe tem adptado para o calculo da ca- pacidade total , conforme ;is circunftancias da curvatura das aduejas , ou de hum folido mais geral , que os contiveíTe a todos , e fatisfizelTe a todas as formas intermédias , que as pipas podem ter , com a maior exacção pratica , que he polUvel. Ifto he o que agora veremos.

Deixando pois por hum pouco as idéas groíTeiras de pipas c toneis , a queftão fe reduz em termos geométri- cos ao Problema feguinte.

PROBLEMA.

Determinar a folidez de qualquer fegmento de htm

folido de revolução , feito por hum flano paral-

íelo ao eixo delle.

(18.) Supponliamos huma curva qualquer KAB (Fi- gura I.) , que girando ao redor do eixo ID defcreve 2om. 7. B o

IO Memorias DA Academia Real o folido AKLNB. Sendo cftc cortado por hum pla- no HG parallelo ao eixo /Z), ficará o fcgmcnto i/ií £G, cuja folidcz fc pcrtende conhecer. Para iíTo imaginemos huma fccçaó perpendicular ao eixo , a qual fe reprefenta na Figura pela rc£la F Q_^ e he , como le fabe , hum fe- gmento circular , que tem o raio P O^, e o feno verfo F^, como fe moftra na Figura 2. Aílim fe reduz a queílão em todos os cafos a fomar huma ferie de fegmentcs circula- res , cuja abfciíTa PF contada do centro he conftantc , e os raios variáveis P Q^ dependem da natureza da curva ge- ncrante KAB. (Fig. i.)

(19.) Suppondo pois Cjíz=a,DB=zby CD =^ h ■,

CE = PF-f, CP = EF=^x, P £ = jy , e y = cof. <í> ,

fera (Fig. 2.) o arco ^T y <P , e confeguintemente o feftor PJ^r =/<;>. F. porque frrz\/(jyi/'), e con- feguintemente o triangulo P ST =f\ {y-f' ) , fera o fe- gmento S QT , ou a fecçaô FQ_{V'i^. i.) y' <? -^ fViy-f), e o elemento do folido AEF Q_=y- <P d x

fdxV(y-r) AíEm teremos AEFO_z=fy'dx<p=ffdx \/ ( ji/= ) . Mas temosy])'c|:'f/A? =: <^fy''dx —fd<pfy' ãx ; e por havermos fuppofto coL<p = hc d (p {cn.<p = ~i^ ^ fcn. <p ~Sl^£2 e confeguintemente d<p= -rA-^-x . Logo

AEFO.^ ^fr dx -ff-^--ff dx -ffdx V(y^r);

integral, que deve tomar-fe de Cate D, c depois dobrar- f e , para ter o legmento total ABG HK ^ no cafo de fcr o ramo AK igual e femclhante a AB ^ e não o fendo , fe tomará o integral de C atéD, e depois de C até/, e a foma deltas duas partes dará o fcgmento total , que fc procura.

(20.) Bem fe vê, quedada a equação da curva -íÍ ^5, n^p ha mais que bufcar o valor de dx cm^y e dy y fubfti-

tui-

DAsScIENCIASDeLiSBOA. II

tuilo na formula precedente , e fazer as integrações indi- cadas , as quaes pertencem ao methodo das quadraturas ; e quando não pofsao executar-fe algebricamente , nem rc- duzir-fe a arcos de circulo, ou a logarithmos , fcmpre po- derão rcfolver-fe cm todos oscafos pelos methodos deap- proximação , de que os Geómetras fe coftumão fervir cnx ultimo recurfo. Tudo fe verá nos exemplos feguintes.

EXEMPLO I.

'(ar.) Para começarmos a applicaçao da noíTa formu- la geral pelo cafo mais fimples , que fem o auxilio del- ia podia rclblver-fe pela Geometria Elementar ; fuppo- nhamos que A Q_tí he huma linha reiHia parallela ao ei- xo ID, que vem a fer o mefmo que dizer, que o folido AKLNB he hum cylindro. NeíTe cafo fera a7:^b^y con- fiante, e igual a^, econfeguintemente ^y = o- Donde tere- mos A EFQ_-<!ç,fa'dx—ffdx\J{a^r) = <P a^x —fx\J(a^fy

E tomando efte integral de « =: o , até x ^z h , teremos A BG E =z':p ah fh \/(a-f') ; e pondo A em lugar de <}> , que he conftante nefte cafo , e refle£lindo que em confe- qucncia diíTo he / a cof A , e \/{a-f^) = a fen. A , tere- mos ABGE :=. bíi'(A {cn. A coí.A), cujo dobro dará o folido AG HK = zha-{A —kn. A coí. A).

(22.) Suppondo-fe / zr: «, ifto he ,bufcando-fe o volu- me total do cylindro, teremos fen.^ = o , e Az:zc , fen- do f a femicircunferencia do circulo defcrito com o raio igual á unidade , a qual fe exprime pelo numero conhecido 3,14159265- &c. ; e o cylindro fuppofto KBNL terá a íblidez icba' , como he fabido em Geometria.

EXEMPLO IL

(23.) Supponhamos , que A QJB , c AK são duas li- nhas reiítas igualmente inclinadas ao eixo ID , que he o

' B ii ca-

13 JMemorias da Academia Real cafo de fer o folido compofto de duas pyramides cónicas truncadas iguacs e lemelhantcs. Então lerá pela natureza da linha rcda AR: RB:: AZ: ZQ^^ ifto hc , a b:h::

a y:X'y donde rcfulta a? -í-^j^ , íi.v=: -í4j ejy''dx

= '-^^ . Subftituindo eftes valores na formula geral

(n.ip.) , tcrcmos^£F 0 = - Ig^ 4- ^_^ fdj s/ {f-D

[jy 4- y/ (y-f') ] . Logo fubftituindo eftes valores , e refle- ílindo que f = y cof. <p , c \/ (y-f') = y fen. <p , teremos

AEFQ_ = J^ [ cj) -H 2 fen. <f> cof. <p cof. <p^ l ( jy -v-jí

fen. <}))].

(24.) E porque o integral precedente fe deve tomar de E até G , ifto he , àe yz^a zté y =.b , fuppondo cof. A

:r: , e cof. 5 =: -^ , fera <:p A quando for j = «, e <!> = 5 quando yr^h^e alllm acharemos ABG E =^ ~?7-lzõ ^'^

afen.^cof.^ -i-cof.yí'/(/z-i-rtfcn.^] -^1^ [B 2 fen. B cof. 5 -+- cof. B' l(b -^b fen. 5) ] . Pelo que fuppon- do para abbreviar = , e reparando que «' cof. A' l (fl-(-rtfen.^) Wcoi.F'1 {b -1- í fen.B) = <í' cof. ^' / ^+ ''''"• 1 , teremos o folido total AGHK = '/' '\

m(i -+-len.B) ' 3 (1— "O

[^ _ 2 fen.^ cof. A-i-coí.A'l -^i^^, ;«' (5 2 fen. 5

cof. B) ] .

(2j.) Sc / for maior que ^, o integral fobredito deve-

DAS SciENCIAS DE LlSBOA. IJ

fomente tomar-fc dey=:a ate y =zf=a coí yl. Eobfcr- vando , que ncíTc cafo hc cj) =r o quando j/ /, e confe- guintcmente len. cj) = o , e cof. <+> rr i , fc fuppuzermos CZ^-=f (Fiçr. I.) , ifto he , fe procurarmos a folidez do fegmcnto A Q_Z feito por hum plano que naõ chega a

encontrar os fundos LK.BN, acharemos A O Z=.—r-^—T

( ^- 2 fen. ^ cof. J -,- cof. ^' / l±l^ ) .

(2Ó.) Quando for / o , teremos A ^z^- c ^ B ^^ ~ c ^ fen. ^rr I , cof. ^— o , fen. 5 i , cof. 5 o , c fubítituin- do na equação acima deduzida (n. 24,), teremos o folido

AB DIK=: ^---~" ^ = (i -t- m 4- nr) , e o dobro

,(1-171) j ^ ^ ^ / '

dará a capacidade total do folido compofto de duas pyra- midcs cónicas truncadas iguaes , e femclhantes.

(27.) Quando f for negativo , ifto he , quando o fe- gmento procurado for maior que a amctade do folido to- tal , não he neceíliirio attender á modificação que deverião ter neíTe cafo as noíTas equações (n. 24. e 25". ) . Bafta que fc calculem , como fe f foífe poíitivo , e aíEm fe achará o fegmcnto fuperior , o qual fc tirará da capacidade total do folido , e o refto fera o fegmcnto inferior procurado.

EXEMPLO III.

(28.) Seja A Q_B hum arco da parábola ordinária, CD huma porção do feu eixo , o parâmetro delia = p , e a diftancia do ponto C ao vértice =: u. Pela natureza conhe- cida defta curva fcrá a' =.pu , í»' =ip ( « j& ) , donde fe ti- ra^ -=■ ^-^-^,c íi =: -^rzTyr- E porque he em geraljy" =zp(ii—x)j fubílituindo os valores de ^ , e de z/ , teremos y^^zà^ -^ .V , ^.v = - ^3^ , c jy' dx = - -:^ ^; valores, que

fubílituidos na formula geral dão A E F 0 = , '^ ", -r

D «"^ 2(a-—l>')

14 Memorias da Academia Real

= I (J-/--) \/(j-/^) , e /^^ = T ( J'-^ '■/') n/ ( J-/0 Logo ajuntando eftes integraes com os feus refpcflivos coelEcientes , pondo f = y coí.<p , \/ {y-f') = j fcn.c|) , e

reduzindo , fera AEF Ojn -J^:^^.^ ( ^ + fcn.<|) cof.cp -l- f

fen.cp' cof.cp ) .

(19.) E porque deve fazer-fe completo o integral pre- cedente, tomando-fe de jy ^ até jy^Z», fc confervarmos

as fuppofiçõcs do Exemplo antecedente cof. ^~ ^, cof. J5

= -v , e = , acharemos o folido AG HK = - ^

[^ fen.^ cof.^ 7 fen.^' coíA m'' {B _ fen.5 cof. 5 j fen. 5' cof. B) ] ; advertindo-fe , que no cafo de fer / igual ou maior que b^ defvanecc o termo ní* {B fen. B cof. B | fen. jS' cof. B) por fer então 5 = o , e fen. 5 o .

(30.) Quando f =z o , fera A =z B =^ ^ c , e cof. -^=r

cof.5 = o; c teremos ABDIK = '•'"''y-'"'^. -icjja^

(1-4- w;^) , cujo dobro he o volume total do folido com- pofto de dous conoides parabólicos truncados iguaes , e femelhantes.

E X E M P L O ir.

(31.) Se a curva A Q^B for do género parabólico, re- prefentada pela equação x=^p(a y) q{ã y)' , fup- pondo que A Z he hum terço de ^i?, e que he conheci- da a ordenada ^^, que fupporemos = ah , fendo « huma fracção conhecida , eftá claro , que para determinar as Conftantes/>, e q teremos eftas duas equações h =zp (a b) q

ia-by, e nh=p (—-) -^ q (—-)', donde fe tira;» =

b

DAsSciENCIAS CE LiSBOA. J^

aCqb-jj ç. ^ ^ 'O " - i2 confcrvando fcmpre a dcno-

minaçao de .

(32.) Ifto fuppofto ) differenciemos a equação geral da curva x=p {a—y) q (<í"~j)S <^ fuppondo , para ab- breviar , p 2 a q=^k j teremos dx^^ dy (k -^ i qy) , c

fy'dx ^^y'' {k A-^^qy)] e fubftituindo eftes valores na

noíTa formula geral (n. 19.) 5 reduzir-fe-ha a AÈFQ_ =

Lf' (-k<p -^_qy <P) ^fkf dy V (y'^ D -h iqffydy

(33.) Feitas pois as integrações effeílivas, achámos

/^jV(y-/=)=^-jv(j^/=)-Tr/[j+V(j^r)], fydy\^ (y^r) =', {f-D^ {yr-),fi^'^^, =--.y V (f-r ) + r/^ / [j + V (y-D ] ,fi/ijirn=^ {f^^n

\/ (y-f-). E ajuntando todcs os termos com os feus re- fpcííivos coefficicntcs , pondo y cof. <P em lugar de /, c y fen. <P em lugar de V (y-f) e fazendo as rcducçoes or- dinárias, acharemos ^£F2. =7 JV' { k<p {qy<p)-h ( 2 /: ^ iiJÍ ) ícn.<p cof <p + qy fen. <p' cof <P k cof <p'

l {y ^y fen. <p ) ; exprefsão , que ha de tomar-fe de jy « , e <^ = A^ atéjy = &, c<^ B, e depois dobrar-fe para ter- mos o folido AGHK.

(34.) Havendo feito cftas operações , fubftituiremos os Valores de ife , e «7 acima achados. E porque a exprefsão fahc muito complicada, para abbreviar, calcularemos pri- meiro as quantidades feguintcs.

i6 Memorias da Academia Real y^= i-t-2»; p n (zm i) K=:lI-+-4»2 9«(4»í-í-i) A= é(3M— i) 5^ = 10 -t-a>« i8»(»2-+- i) y'rrio 7/» 9 «(2 m) k' = 20 ^ m 9 « ( 4 -T- »/ ) A'=: 6 «7 (3» i),

e fera JG HK-~-^[y ^^(ct).uícof.A—\£en.J^.

coí: ^ -f- á^ cof. / ."^""'""Iv »'' G' •S k' fen.£.cof.B

A' fen. 2?! cof. 5)1.

(35O Quando for/>^ , ou quando o plano que cor- ta o fegmcnro encontra a curva A Q_B , como v. gr. no ponto ^, deve o integral fobrcdito tomar- fe de jy =:«, e <J) = -íí, até y = f = a cof.^, e<p:=o. EalIIm teremos

(> ^ K fen. A cof. A h fen. ^*

cof. ^ + ^ cof. ^' ; —-:— ) .

(3Ó.) No cafo de fer/=: o, teremos.^ =:5 = ^f, e col. A =z cof. £ = o , como nos cxemnlos precedenres j e

affim acharemos ABDIK = ^iSlzjLrrX cu\o dobro fe-

12Q1— mj- ' ■^

a capacidade do folido total.

(37.) He de advertir , que na foluçao defte ultimo Exemplo devem conter-fe as dos três precedentes. Porque a equação .v =p (<? y) q {a—yy pertence a huma linha re£ta , quando for ^ = 0; e a hum arco da parábola

ordinária , quando for p =l ^j^ t q=. -4z~. , pois cftas

duas condições reduzem a equação a efta forma .v = jnp

( a j' ) j oujy' â' ^ A? , que hc a equação do Exem- plo

dasScienciasdeLisboa. 17

pio III. (n. 28.) Vejamos pois para provados noflbs cal- cules, fe a Toliiçaó ultima as precedentes , introduzin- do-fe as condições próprias delias.

(38.) Se O^B for huma linha re£la , efta' claro, que fendo Á Z hum terço de ^ ii , fera também Z Q_ hum ter- ço de i? 5 , c confeguintemente k = 7 o que igualmen- te refulta da condição a = ^ ,;' "~-^ = o Subftituindo

^ ■* 2 <!■( 1 HJ)-

cfte valor particular de n nas quantidades > , >< 5 <^ , &c. acharemos 7 =4 (i »/) , >t =r 8 (i w) , A o , 5^ = 4. (r «;) , 7' = 4 (i «i) , »<•' = 8 (i íw) , A' o . E fub- íiituindo cftcs valores na pquação final do n. 34. fe torna- rá em AGKK—^-'— [ ^— 2 fen. ^cof ^-i- cof ^'

/ - V-7T-^ »;' ( £ 2 fen. 5 cof. E) 1 , como achámos no

Exemplo II. (d. 24.)

(39.) A reducção precedente compete a huma linha refta AQ^B por todos os gráos de inclinação , que ella pôde ter ao eixo /D, até fe fazer parallela a elle. Mas nefte limite fe encontra hum embaraço. Porque fendo en- tão w; = I , e ^=^5, a dita formula reduzida vem a dar AGHK = - , cxprefsão indeterminada, que não nos en- fina coufa alguma. Para fabermcs pois, a que fe reduz neftc calo a dita cxprefsão , e confeguintemente a folução do ultimo exemplo , donde ella fe deriva , tomaremos m ir.finitamcnte vizinho de i, ifto he , wí=i dm, e te- remos f«) = I 3 íi /«, cof. B = cof. A-^ dm cof. A, fen. B =:

/• . d m cq(- A- n , d m cof. A 14- fen. .4 ,

, e conlegumtemente / -—. ; rr =: . L fub-

len. .4 » o ni ( l-i- leu. B) leu. /4

ftituindo eftes valores na fobredita equação reduzida , omit- tindo os termos que fe deftroem , e reduzindo , fe achará

AGHK = ^^-^ {lA.dm—i d m. kn. Acoí. A ) = 2 b a^

Tom. I. C (A

i8 Memorias DA Academia Real {A fcn. A cof. A.) , como fe achou no Exemplo I. (n. 21.)

(40.) Se A Q_B for o arco parabólico do terceiro Ex- emplo , deverá fer p = ^^^ aCi-m-^ » ^ igvialando cf- te valor particular ao geral de /> = ' , n-Jo ' acharemos n -7 —^ : e o mefmo fc acharia igualando o valor par- ticular de a :=: -^r—^r ^^ -rrz tt (n. 37.) ao geral de

•t a- b- «-(i— m-) \ J' / o

q =z ^ 5' "Sy- ("• 3^0 Subftitdindo pois o valor de n nas quantidades y j x-, J^, &c. (n. 34.) acharemos 7 = -p^^^,

H-Hi' i+mO ' H-in

^-^— , A' iz: '*"'^'~ J e fubftituindo todos eftes va-

lores na equação final do n. 34. acharemos que

AGHK = ^ [ ^ - fen. ^ cof.^ V fen.yf ' cof.^ m*

( jB 2 fen. JS cof. 5 j fen. fi' cof. 5 ) ] , como no Exem- plo III. ( n. 29.)

(41.) He fácil de ver , que fe o folido folTe gerado pela revolução de qualquer das outras curvas do género parabólico reprefentadas pela equação x =^ p (a y ) -H q Ça j)*-Hr (a jy)' &c. as intregrações fe reduzirião fempre a exprefsóes algébricas , e logarithmicns , como ncftc ultimo exemplo. Mas por cada termo de mais , que fe deíFc á equação da curva feria necelTario conhecer ou- tro ponto, por onde ella havia de palTar, e os rcfultados fe farião cada vez mais complicados. Eftas curvas porém ainda que praticamente fe approximarião mais c mais pa- ra a forma das pipas , fempre faltarião ás duas condições geraes, porque os dous ramos ABjAK formarião hum

an-

dasScienciásdeLisboa. 19

angulo finito em ^ , e a curvatura dcUcs iria crefcendo de A para B , e para K.

EXEMPLO r.

(42.) Para virmos pois a curvas que melhor fe hajão de accommodar á fórraa das pipas , fupponhamos que A Q__B he huma parábola ordinária , que tem o vértice principal em A^ fendo p o parâmetro , e AC o eixo delia. Guar- dando as denominações precedentes , teremos pela natu- reza da curva x~=:p{a jy), e coníeguintemente h-=:p

{a—b) ,p=±^^dx = —^dy V^zy , fy dx = h [_a' - j a

(43.) Mas fubftituindo eftes valores na formula geral (n. 19.), refultão termos mais embaraçados, cuja integra- ção nao pode effeituar-fe , como nos exemplos preceden- tes. Se /. foífe muito pequeno , ifto he , fe o fegmento pro- curado differilTe muito pouco da ametade do íblido , re-

folveriamos \/{y' /') em huma ferie y í-^ ^, &c.;

c [c f differiíFe pouco de _y , fuppondo y f:=: u- , teria-

mOS V/ (/ /=) =ZU\/ ( 2/-t- «^ =U{\/ 2/-t- ~jy

—rTT, 7 t &c. ) . Em ambos os cafos ferião converíjcntcs as

lojy 2 f -^ ■' ^

feries , e os termos que refultariao , não terião diiEculda- de na integração ; mas a exprcfsao final do fegmento pro- curado fahiria cxccflivamcnte complicada , e quafi intragá- vel , huma vez que nas ditas feries fe tomaífem os termos baftantes para obter a approximação conveniente.

(44.) Aílim recorreremos a outro methodo , que para o nolTo propofito he mais expedito , e de tão grande ap- proxirtiação , que na pratica valerá tanto , como fe foÁe exa£lo j e rigorofo. Tornando pois ao elemento primitivo ,

C ii que

ZO M £ .M o R I A S DA A C A D E M I A R E A L

que fc deve integrar , c que hc y- (p dx fd x \/(jy' /') (n. 19.) , ponhamos y cof. <p em lugar de /, e fupponha- JTios jy =zau , c teremos para integrar a formula a" tr dx (c|) fen. çp cof. Cp) ) deílle .v = o até .v b. Donde fc , que conftruindo fobre huma linha refta jB=zh (Fig. 3.) hu- ma curva tal , que a cada abfcilTa A P = x , correfponda huma ordenada P AI =. a u' (<fi fen. <p cof (p) , fera o fe- gmento folido ABGE (Fig. i.) igual ao prifma , que ti- ver a por altura, e por bafe o cfpaço ADMCB (Fig. 3.) (45'.) Para confcguirmos efta quadratura por hum cal- culo fummamente approximado em ordem á medição dos toneis , que aqui temos em vifta , fupponhamos tr dx {<p fen. <p cof <p) dx{cc-^^x -^y x' -t- ^ a;' -h n «V),

e fera o fegmento procurado ABGE =ia'firdx {<p

fen. (p cof. <p) =. /jrt^ ( ft -H i p Z> -t- j 7 /j' -t- j d' Ã' -t- { n /j* ■) , tomado o integral de a' = o até x :=zh. Para determinação das quantidades oc , (2 , 7 , &c. tomaremos por .v os valo- res confecutivos o, ~b ^ ^h, jh, b ; c calculando os valores correfpondcntes da formula ii" (<p fen. <p cof. <p) , que defignaremos por C ,D ,E , FyG , teremos tantas equações , quantas são as quantidades a , R , y , &c. e acharemos

a = C

^ _.— 3G -^ 16F ^6E -^ 42D —2^C

S^^

2(llG

-5-6^

-+■ ii^E-

- 104 Z) H-

35- C)

3/,^

16 (-3

G-+-14

F— 24£

-+-18D-

SC)

3/^'

3^(G-

-4F

H- 6 £ -

- 4 D -f-

C)

3/^*

dasScienciasdeLisboa. 21

c fubftituindo cftcs valores no integral , e dobrando-o , fe- ra ABGHK = -^l7{G + C) -1-32 {F-^D)^iiE].

(4Ó.) No cafo de fer / > ^ , cftá claro , que a fobrc- dita integração í"e deve fazer fomente à&yz=.a atéy=:f,

ifto he , de X o até a; =z b V ^ Z> V ■^—^"^~ h fen. - A

V j-:^_ , fendo cof.yí = ~ ^em= , como fempre temos fuppofto. E affim tomando h fen. r A\ 737,, em lugar de h , tudo o mais fera do modo que fica declarado. EXEMPLO FI.

(47.) Para concluir-mos em fim com hum cafo maia geral, fupponhamos que A Q_B ( Fig. i.) he huma fecção cónica , que tem ^Cpor eixo principal. A fua equação fera X' ^ ( a y ) -H ^ ( « y )" , a qual reprefentará a li- nha reft.í do Exemplo II , quando for p^io '^ a parábola do Exemplo precedente , quando ^mo ; huma ellipfe , quando for q negativo ; huma hyperbola , quando for po- fitivo , a qual fcrá equilátera , quando for q^z 1 .

(48.) Para fe determinarem os coeíHcientes j5 , q, não bafta fer dado o vértice ^, e o ponto B , por onde acur- va ha de paífar , mas deve também dar-fe algum ponto intermédio , o qual determine a efpecie da fecçao cónica , que convém a cada hum dos cafos. Suppondo pois que he conhecida a ordenada P ^, que paífa pelo meio de CD, e fuppondo P Q_z=. k , teremos as duas equações h' =1 p (tí b) -^q (a by , j h^^^p {a k) ^q{a k)' ; as

quaes, havendo fuppofto -— = «, dáo * = ; ~-"-'"X'"-'"-v. ^ ' rx a 7 x^ 411(1— Hl) C ""'0 C"~"0

c <7 = ^r— --t>'-~^'tt— T- Pelo que fuppondo y z^ au ■,

a equação da curva nos dará « i -t- ^ t^ V (^ -t- 4' ^') '

(4?.)

^^ Memorias DA Academia Real (45).) Deve notar-le j que no cafo de n =-^ —^ edc

ti J-'L^ ^ a equação precedente o valor de 7/ = o. 00 = ^ , verdadeiro fim , mas inaffignavel por lemelhante exprefsao. iSlas pondo » = , e « = -í-^-— ' nas quanti- dades ^ , c -vl^ , fazendo as reducções competentes , acha- remos no primeiro cafo 7<zr i z ( i ?«) , e no fegun- ilo 7< I s" ( I ;«) , como por outra parte confta que deve fer.

(5-0.) Ifto fuppofto , hc fácil de ver , que s rr o » =: I , que a = ^ deve dar « rr w , e que z i deve dar 11 w. E por iífo níío hc neceíTario calcular a equa- ção u j -+_ ^ _ j;^ \/ ( r -H ^^ z" ) , ou as outras a que ella fe reduz nos dous cafos fobreditos , fenao para as duas poíições des=7,ej3z=j. AíTim teremos os valores todos de « correfpondentes aos de x tomados naprogref- são arithmetica o ^ '- h , '- h , ~ h ^ h. E pelo que refpcita aos valores de <j) com muita facilidade fe haverão pelos

de K , porque fendo cof. cj)=— =-^,e = cof. A ,

teremos cof. <^ = -^^ . E affim calcularemos os valores .

da formula ir ( <p fen. <p cof. <p ) correfpondentes aos ter- mos da fobrcdita progrefsão ; valores , que fendo defigna- dos por Cj D, E, F, G, como no Exemplo antecedente

(n.45.) , darão o fegmento procurado ABHK = —~

[7(G-^C)h-32(F4-Z))-+-i2£].

(fi.) No cafo de fer / > ^ , deve a integração fa- zer-fe tão fomente de j ^ até ^ = / , ifto he , de X = o tità X r^ S/ íp {a - f) ^ q { a - fY^ :=z h\J

[•Çj -2n-»0 Çsn-m- O (1 -cof. ^) -K;)-4n+m) ( 1 - cof. A^'- "] |_ 4(l-oO(l-n)('>-nO J

= hícn.rA\J^ _________ j.

DAS SciENCIAS OE LiSBOA. 23

Pelo que , havendo fuppofto , a fim de abbreviar h =

2"C>-"0 (>-") C"-"») -'■

bufcando os valores de u correfpondentes aos de z toma- dos na pogrcfsão arithmctica o,Jm4 ^ •> \ ^ ■> '^ t por meio da equação final do n. 48. , calcularemos da maneira lobredita as quantidades C^D^E^F^G, e teremos o

fcgmcnto procurado = [ j {^G + C) -^ l^{F -\- D)-^

12 £].

Reflexões fobre a folucao precedente.

(fi.) Tornando agora á qucftao pratica da medição das Pipas , e Toneis , e dos feus fegmentos , he fácil de ver , que a folução dada nefte ultimo Exemplo he a mais conveniente de todas \ porque não fomente comprehcnde trcs dos folidos hypothcticos vulgarmente adroittidos , mas infinitos outros intermédios , fujeitos a paíTarcm pelo pon- to Q_ determinado pela medição aftual do diâmetro mé- dio b 0_{ Fig. I. ) . E he manifefto , que defte modo nos che- garemos infinitamente mais para a forma particular, arbi- traria , e dcfconhccida de cada huma deitas vazilhas , do que fc nos contcntafle-mos de fuppôr nas aduelas huma inflexão hypothctica , fujeitando-as a paflarem pelos pon- tos -^ , e 7? , fcm attcnção alguma ao ponto médio Q_ , como até o prefente fe tem feito.

(5'3.) Para ifto fe moftrar fenfivelmente, daremos o cal- culo da capacidade de hum tonel conforme a dita folu- ção , não fomente nas quatro hypothefes admittidas por Ward (n. ic.) , mas também nas outras três , que havemos apontado (n. 9.), confrontando o rcfultado com o do cal- culo rigorofo , de que todas cilas são fufceptiveis , quan- do fe trata da capacidade total. Eltas hypothefes, orde- nadas fegundo a gradação dos rcfultados , são as feguin- tcs.

I. Suppondo que hum Tonel folTe compofto de duas

py-

24 Memorias da Academia Real pyramides cónicas truncadas, a capacidade total dcllc fe- ria f cha' { I -^ til ■+■ m' ) y e a medição adual do diâmetro

médio daria « zm - - fendo como até aqui havemos fup-

pofto CD= h, CA =a, P Sl= na, DB - h-ma, e a razão da circunferência ao diâmetro = c .

II. Se o mefmo Tonel foífe compofto de dous conoi- des parabólicos truncados , teria a capacidade total cha^

(14- wr), e a medição do diâmetro médio daria ?/ = V - ^—

III. Sendo hum Tonel gerado pela revolução de huma conchoide fupcrloriC^5(Fig. i.), cuja dircftriz feja CZ),

e a diftancia do pólo ao ponto C =p , fera/) =: çj-rz^^-) ^ '■>

a capacidade total do folido fe achará '^ca' {i+íh'') V ( 1 «r ) -^ zcp a' Are. cof. m; en fc achará pela medi- ção ter o valor que fatisfaça á equação A = 2 ( a H ~)

IV. Suppondo que o Tonel tem a forma de hum fufo hyperbolico , gerado pela revolução de huma hyperbola equilátera, que tenha o vértice em A, c o eixo = 2 />,

fera p = Ic^TV ' ^ capacidade do folido =^ 2 cba^

p J, e a medição do diâmetro mé- dio dará ?; = i-(--^ V (i-l- ~V )

V. Se o Tonel tiver a forma de hum fufo parabólico , gerado pela revolução de huma parábola , que tenha o vérti- ce em.íí, fera a capacidade delle = 2 cha'' ( ~ '~)j

e pela medição do diâmetro médio fe achará n ^ - .

VI.

DAS SciENClAS DE L I S B O A. If

VI. Sendo o tonel gerado pela revolução de huma catcnaria K J B , determinando p pela equação b = p. t^Azlil^/LC^-^^Kf^iiZI, feri a capacidade delle

= ./.«^(2^-l-V^--^(3-f-«^-^)v/C^(I-»/)^.

( I _;«)']) , e pela medição do diâmetro médio fe acha- rá o valor de n tal , qual deve fer , para fatisí^izer á equação b=:zp.l P + -C-^ + >/[^p>>C-0 + «'(-nyl ^

VII. Ena fi n , fe o tonel tiver a forma de hum esferói- de elliptico truncado , terá a capacidade =:jcba^(^i^m'') ,

e dará pela medição w V l^— ^ fuppondo-fe em todos

4

OS cafos, que o tonel confta de dous troncos iguaes y e fcmelhiintc? para huma, e outra parte do batoque.

(5'4.) Tomando pois hum tonel, que tenha z&nií pollcga 1as , rt = 20 , è = IO ; e calculando a capacidade to- tal delle pelas formulas rigorofas das hypothefes antece- dcntw^s , e depois pelo metlaodo geral approximado do Ex- emplo VI , achamos os refultados feguintes :

Hyythe- VaUres Capacidade Capacidade Difeitnm

Jis. de n tigorjja. eipp>oximada. cas.

'^'•••o,7S. 4105-0 »"'•"»• 4105:0 o

II o,7905'7 43981 445^40 -+- 5-58

III 0,85-728 48876 491 í? H- 243

IV. ...0,862271. ...49473 49474 -I- I

V 0,875: yo433 yo433 o

VI . ..o,5?785-75-8 ..5-0721 5'07i8 3

VII... 0,9013877 ..5-2779 $'^779 o

(5-5:.) Donde fevê , que nas hypothefes I, IV, V, e VII , as quies geralmente fe comprehendem no Exem- plo VI ( n. 47. ), o calculo íeito pelo methodo de appro-

Tom. I. D xi-

^6 Memorias da Academia Real ximação , que nelle demos , concorda exccllcntementc com o calculo particular e rigorolb , executado pelas formulas próprias de cada huma das ditas hypothefes : de maneira , que na pratica valerá tanto a referida folução approxima- da , como fe folTc rigoroAi, c perfeitamente exafta.

( 5-6. ) Igualmente fe , que nas hypothefes III , VI , as difFerenças dos refultados são muito pouco attendiveis , porque a conchoidc , e muito mais a catenaria diíFerem pou- co da fccçao cónica , que com cilas tem commum o vérti- ce y? , e os dous pontos O^, e ^. E como a fccçao cónica determinada pelo diâmetro mcdio competente fe approxi- ma tanto a eftcs dous foi idos hypotheticos , ambos poffi- veis na conftrucçao dos toneis , do mefmo modo fc ha de approximar para a forma particular de cada hum delles ; \ por quanto , fcja ella qual for , a curvamra das aduelas fcn- ívelmcnte deve coincidir com a de huma fecçao cónica , que tiver com ellas commum o vértice ^ , e os dous pon- tos Q^, e B.

( 57. ) Na hypothefe II he que fe acha a maior diíFeren- ça , porque então a curva JO_B , pofto que fecçao cóni- ca , não tem o vértice em A , mas fobre o eixo C D pro- duzido , e por iflb tem maior curvatura de Jupará B , da tjue de paraj^.- AíGm não pode ajuftar tão bem coma fccçao cónica , que tem o vértice cm A , a qual tem para a parte de a fua maior curvatura. Felizmente ^orém fuccc- de , que a maior difFerença que fe acha na appllcaçâo geral da folução do Exemplo VI , he em huma hypothefe , que náo pódc ter lugar na conftrucçao das pipas , como diffe- mos.

(j8.) Mas ainda que lugar tivefle 5 a differença de 5-5-8 pollcgadas cubicas fobre o volume total de 43982 he tão grande , que exceda os limites dos crroi, inevitaveib na pratica. Baftava ter havido na medição dos diâmetros o er- ro de tomar a = 20,2, e Z-^io,! em vez de a 20, e è= 10 , para fahir a capacidade do tonel de 44866 pol- lcgadas cubicas, com o cxceflb de 884. E tal erro, por

nuo

dasScienciasdeLisboa. 27

nãr) dizer outros muito maiores, por hum feliz acafo deixará de fe commettcr nas operações groíTeiras dos Medidores.

(5'9.) Aos erros práticos da medição dos diâmetros , e do comprimento dos toneis , feajuntão os defeitos, e irre- gularidades da conftrucção , que principalmente conllftcm emnuo terem perfeitamente todas as aduelas a mefma cur- vatura ; em ferem deílgualmente groíTas , e mal unidas , en- trando humas para dentro mais que as outras ; em não fe- rem perfeitamente circulares as fecçoes perpendiculares ao eixo , &c. defeitos que devem produzir differenças mui- to mais conlideraveis nos refultados , do que a applicação da foUição do Exemplo VI a huma hypothefe de curvatura ao revez do que fe fuppoem no mefmo Exemplo , e do que feacha de fafto na conftrucção das pipas. Não fallo dos defeitos , que por malicia fe podem commetter na conftrucção das pi- pas , mettendo-fe-lhes enchimentos interiores , para leva- rem menos do que pela medição fe ha de calcular.

(60.) Pelos raefmos cálculos fe ve a neceflidade que ha de medir o diâmetro médio, para não deixar aojuizo dos olhos a efcolha do folido hypothetico , que fe ha de tomar em lugar de qualquer tonel dado. Da hypothefe 11 , que 43982 poUegadas cubicas fe coftuma faltar áV, queda 5'043 3 comoexceíTo de 645" i, Efuppofto, que eftas diffe- renças vão fendo menores ao paíTo que os diâmetros fe vão chegando para a igualdade , e o tonel para a forma cylin- drica , com tudo nunca são taes que fe pofsão defprezar. Porque fe tiveíTemos fuppofto b^=iS, ficando az=2o , e ^=28, ahypothefe II daria a capacidade de6^6S6 pol- Icgadas cubicas, eaV de 65'82i com o cxceíFo de 2135-, que ainda hc muito coníideravel ; c deltas grandes differen- ças o menos que fe pôde errar he a ametade delias , quan- do fe figa a regra alternativa dos conoides , ou do fufo pa- rabólico , conforme o juízo que fe fizer da curvatura das aduelas. A incerteza defte juízo , e certeza do erro que fem- pre ha de commettcr-fe , por melhor que elle fe faça , fe evitará pois pela medição do diâmetro médio, c pelo ufo

D ii da

38 AÍemorias da Academia Real da lolução do Exemplo VI , a qual não fomente fatisfaz ás hyporhcfcs , que mais fc chcgão para a forma dos toneis , mas também aos cafos intermédios , com a maior exacção pratica, que em tal matéria fe pôde dcfcjar.

{6i.) vimos pelos fobreditos cálculos, como a ap- proximação do Exemplo VI correfpondc , em quanto á ca- pacidade total , ao calculo rigorofo das hypothefes I , IV , V, eVII, que nelle geralmente fe comprehendcm. Epara vermos também , como fatisfaz ao calculo dos fegmentos , faremos comparação dos fegmentos calculados por cila , e pela folução rigorofa do Exemplo II, que pertence ao foli- do compoílo de duas pvramides cónicas truncadas da hypo- thcfe I. Afllm , fuppondo as mefmas dimensões do tonel , jfto he , <2 rr 20 pollegadas , Z»— 10, hz:z2B , achámos os refultados feguintes :

Altura do fluido. Segmento rigorofo.' Segmento approximado.

4 <"'• 5'73,3 '"'•'"'• S73j7

8 3°SS-,S 305'7,o

II 7788,4 7788,5-

16 13889,0 13889,1

20 205'25',I 205'25',I

E efta notável conformidade fe acha no cafo menos favorá- vel á dita approximação , que he o de huma dcfigualdade nos diâmetros maior do que jamais fe pode achar na prati- ca , não havendo Nação alguma em que íe ufem pipas , que tenhao no batoque hum diâmetro duplo do outro diâmetro dos fundos , as quacs fcriao por outra parte menos commo- <3as , para fe arrumarem nas embarcações , e armazéns. Pe- lo que , fendo na pratica muito maior a approximação , do que a que fc moftra na comparação antecedente , cílá claro y c[ue a folução do Exemplo VI he pela fua generalidade a que fc deve preferir a todas na medição das pipas , e to- neis.

(62.)

DAS SciENCiAs DE Lisboa. 39

(62.) Para vermos tambcm o que diz a experiência , to- mámos hum pequeno barril , que tinha o comprimento de 14, 6 poUegadas do de Paris, o diâmetro no batoque de 1 1 , o, e nos fundos de 7,8o, c o diâmetro médio de 9 , 98 ; e lançando-lhe fucceífivamcnte agoa por huma me- dida cylindrica , que continha 69, 4 pollcgadas cubicas, achámos os refultados feguintcs , aos quaes ajuntamos os da folução do Exemplo VI , e os que a hypothele dos conoides parabólicos do Exemplo III.

Altun do

Segmento da

Segmento do

DlfFe-

Segmento

jo Dlffe-

tíuido.

E.xperiencia.

Exempl.VI.

renç.i.

E.Kemplo III. rença.

I. 1,62'"''

69,4 P"'-

•"*• 68,2....

1,2...

54.3-

.. 15,1

II. 2,32..

. . 138,8...

. 137,1.-. .

1,7...

118,5-.

.. 20,3

III. 2,9J..

. 208,2...

. 209,5-....

H-I,3...

. 187,;.

.. 20,7

IV. 3,49..

. . 277,0 . . .

. 277,í-.--

0,1. ..

. 25-3,1.

. . . 24,5

V. 4,02..

. 347,o---

348,4...-

-1-1,4...

321,2.

...-25,8

VI. 4,j2..

. 416,4...

418,4....

-H 2,0 . . .

389,0 .

. . . 27,4

VII. ^,01...

. 48), 8...

486,9....

4-1,1...

4SSA-

..— 30,4

VIII. SA9--

. Í5Í,2....

55-6,2 ....

•+- 1,0. . . .

522,7 .

.. 32,5

IX. ^,97...

. 624,6....

62,-,5-....

•4-0,9. .. .

590,0 . .

. . 34,ó

X. 6,48..

. 694,0 . . .

. 6ç7,o....

-i-3,0...

659,4 .

.. 34,6

XI. 7,01..

. 763,4---

7^9,9

-1- 6,5 . . .

730,1.

•• 33.3

XII. 7,SS-'

. 832,8...

. 842,1....

4-9,3...

799,5"

•• 33.3

XIII. 8,10..

. 902,2 . . .

911,2

-i- 9,0 . . .

866.0 .

..-36,2

XIV. 8,69..

. 97h^---

979,9....

-h8,3...

931.1.

. . 40,5

XV. 9,28..

. . 1041,0 . . .

. 1038,4....

-2,6...

986,2 .

..-54.8

XVI. 10,10..

. 1110,4. . .

. 1094,4

16,0... .

1034,1 . .

..-76,3

XVII. 11,00..

. 1 1 30,0 . . .

.1115,9....

14,1....

1048,4 .

..-8i,ó

(63.) Por onde fc vc , que a folução do Exemplo VI fatisfaz ás experiências , quanto fc podia defcjar em huma vafilha tal , como cfta de que ufámos , cuja pequenhez contribuc para que os defeitos da conftrucçao , e os erros inevitáveis nas medidas produzao difFcrcnças nos refultados ,

ma-

30 Memorias DA Academia Real maiores em comparação delles do que deve fucceder nas vafilhas grandes. Sem embargo , a maior diíFcrença , que achámos , foi na experiência XVI , a qual apenas he -!- da quantidade total. Além diflb , coníiderando que as diíFe- renças são humas polltivas , e outras negativas , he fácil de ver que o calculo inclina para o meio das experiências , e que dos erros inevitáveis nellas devem proceder em gran- de parte as mefmas diíFerenças, Pelo contrario os fegmen- tos , calculados na hypothefc dos conoides parabólicos , são confiantemente menores que os da experiência , e com diíFerenças bem confideraveis , as quacs são maiores em comparação da quantidade total nos fegmentos menores ; porque na experiência XVII, quando o barril eftava cheio, a difFerença de 8 1 , 6 poUegadas cubicas he pouco mais de 7- da quantidade total 1130 ; mas na experiência I , ain- da que a difFerença he fomente 15,1, efla he quafi ~ da quantidade total 69 , 4.

PRATICA DA MEDIC,ÃO DOS TONEIS.

(64.) Refta humadifficuldade, ene, que a foluçao re- quer hum calculo , que excede muito a capacidade dos Me- didores vulgares ; e a não fe facilitar , e abbreviar o ufo del- ia , ficará ociofa nefte papel , como tem fuccedido a hum grande numero de theorias bellillimas , que nunca palFárão da cabeça dos Geómetras para as mãos dosArtifices. Poref- ta razão , attendcndo a importância da matéria , tomei o penofo trabalho de calcular huma Taboa , que facilitará tão vantajofamente o calculo da capacidade dos toneis , e dos feus fegmentos , que não haverá nellc mais difficulda- de , do que nas regras vagas , e arbitrarias , que até agora fc praticarão.

(65'.) Toda a pratica defta Medição depende de medir j." adiftancia CD, ouMr(Fig. i.) do batoque ao plano de qualquer dos fundos , que he ametade do comprimento do tonel j 2.° o diâmetro maior que paíFa pelo batoque

A

dasScienciasdeLisboa.

AM\ 7^.° o diâmetro menor de qualquer dos fundos iCL , ou B N ; 4.° o diâmetro mcdio b jO , que palTa pelo meio d.i diftancia entre o plano do batoque , e o de qualquer dos fundos; ^^ a altura JE do licor dentro do tonel , a qual fe toma mergulhando nclle huma vara graduada bem a pru- mo , c a parte que fahir molhada moftrará a dita altura , tcndo-fe a cautela de aprumar os fiindos K L, B N antes de fazer efta operação.

(66.) A medição do diâmetro médio , que novamente introduzimos nclta pratica , pode fazer- le de três modos : i.° applicando fobre o batoque huma regoa XMY bem de livel , e tomando o intcrvallo a b entre ella e a pipa , na perpendicular que paíTa pelo ponto a no meio de MY^ porque o dobro do dito intervallo fendo tirado do diâme- tro do batoque A M^ ficará o diâmetro médio b Qj 2.° me- dindo com huma correia graduada a circunferência , que palTa pelo meio da diftancia entre o plano do batoque , e o de qualquer dos fundos , e fazendo efta porporção : como 3 5' 5' para 113, aífim a circunferência medida para o diame~ tro mcdio ; 3 ," medindo com muita exacçao o arco forma- do por cinco ou féis aduelas no plano , que paíTa pelo ba- toque perpendicularmente ao eixo , e o arco que as mefmas formão no plano igualmente perpendicular ao eixo , equi- diftante do plano do batoque , e de hum dos flindos , e de- pois fe fará efta proporção : como o primeiro arco he para o fegundo , aíEm o diâmetro do batoque para o diâmetro médio,

{6j.) Todas eftas medidas devem fcr interiores : e por iíTo deve ter-fe conta com a groíTura das madeiras , quando fe tomão por fora. No que he neceíTario proceder com a maior exacçao polEvel , porque da falta delia refultarao er- ros muito notáveis , e debalde fe ufará de hum calculo exafto , quando as medidas, que lhe fervem de fundamen- to , forem erróneas.

(68.) He abfolutamcntc arbitraria a unidade deftas me- didas , com tanto que fe advirta , que o refultado ha de fa- hir

^2 Memorias da Academia beal

hir em unidades cubicas da mefma denominação, em polle- gadas cubicas , por exemplo , fc as dimensões lineares Ic to- marão em pollegadas. Mas como os fluidos tem fuás me- didas de convenção particular , como canadas , almudes , &c. para reduzir os refultados achados v. gr. em pollegadas cubicas ás medidas ordinárias de canadas , ou almudes , he neceíTario faber quantas pollegadas cubicas tem a canada , almude , &c. e ifto tem lua variedade , por ferem cftas me- didas diffcrcntcs cm difFcrentes lugares.

(69.) Por efta occaíião procurei faber a grandeza do al- mude de Coimbra , e examinando o Padrão da meia cana- da , que fe guarda na Camera , fiquei admirado da imper- feição delle. He hum cylmdro de metal muito groíTeiro , fundido no Reinado do Senhor Rei D. Sehaftiao em 1575' , com defigualdades bem fenfiveis nos diâmetros , e grande quantidade de prominencias , e cavidades , principalmente no fundo. Medindo-o , como foi poíGvel , achei que o fcu diâmetro médio era de 3,18 pollegadas do de Paris, e a altura de 4,43 ; e por confcguinte fera a meia canada de 35", 2 pollegadas cubicas do mefmo pé, a canada de 70,4 , e o almude de 844,8. Pouco fatisfeito dcfta de- terminação , procurei o Padrão do meio almude , o qual he da mefma data , e conltrucção , mas de huma forma ainda mais irregular. Da bocca até certa diftancia do fundo he hu- ma pyramidc cónica truncada, que tem de altura 10,6 pollegadas do mefmo , tendo huma das bafes o diâme- tro de 7,229 , e a outra de 6,831 , donde fera efta por- ção de 411,5' pollegadas cubicas. O rcfto até o fundo he huma cavidade, que tem a abfciíTa de 0,4 pollegadas, e a ordenada de 3,41 ; e tomando-fe , como fe folTc hum fc- gmento esférico , 7,3 pollegadas cubicas , que ajun- tando-fe á outra porção dão o meio almude de 418,8 pol- legadas cubicas, e confeguintemente o almude de 837,6. Tomando pois o meio deftas duas determinações , pôde em numero redondo fuppôr-fe o almude de Coimbra de 840 pollegadas cubicas do Régio de Paris , c a canada de 70.

(70O

DAsSciENCIAS DE LiSBOA. ^J

(70.) E fe quizcrmos evitar a reducção fobredita , po- demos tomar as unidades lineares taes , que o rcfultado ve- nha logo em canadas , ou almudes. Para iflb não he ne- ceíl^irio mais que graduar as varas , ou correias , que fer- vem neftas medições , de maneira que cada unidade tenha no primeiro cafo 4,1213 , e no Icgundo 9,435-4 poUe- gadas do Régio de Paris , que são as raízes cubicas de 70 , e 840. Mas ifto le entende das medidas de Coimbra ; e nos outros lugares fe obrará do mefmo modo, depois de fe averiguar a grandeza delias.

(71.) Ifto fuppofto , o ufo da noíTa Taboa Stereometrica he da maneira feguinte :

I. Tomando ametade da foma dos diâmetros maior, c menor , que são o que paíTa pelo batoque , e o de qual- quer dos fundos , e ajuntando-lhe primeiramente hum oi- tavo , depois hum quarto , e finalmente dous ferimos da differença dos mefmos diâmetros , teremos os diâmetros médios, para que eftao calculados os Números I, II, III, e IV da Taboa ; e olhando para o diâmetro médio acha- do pela medição , ver-fe-ha a que Num. pertence a vafilha de que fe trata , ou entre que Num. cahe , para fe toma- rem convenientemente as partes proporcionaes. A ultima columna Num. V he para o cafo dos diâmetros todos igiiaes , ou das vafilhas cylindricas.

II. Multiplicando por lOoo o diâmetro menor , e di- vidindo-o peio maior , o quociente fcrá o diâmetro dos fundos reduzido , com que fe ha de entrar na Taboa , e fe achará na linha horizontal , que debaixo do feu titulo eAá no alto de cada hum dos Números.

III. Multiplicando também por 1000 a altura medida do fluido, e dividindo-a pelo diâmetro maior, o quocien- te fera a altura reduzida , que fe bufcará na primeira co- lumna vertical da Taboa , a qual he commua para todos os Num. delia. Quando a vafilha eftá cheia , he cfculada efta operação , porque então he fcmpre a altura reduzida 1000, ultimo numero da dita columna.

Tom. I. li IV.

34 Memorias da Academia Real

IV. Com o diâmetro médio , diâmetro dos fundos re- duzido ) e altura do licor reduzida , l"e bulcará na Taboa o numero , que lhes corrciponder , tomando-le as partes proporcionaes , como íe pratica no ulo de quaefquer ou- tras Taboas.

V. Multiplique-fe o quadrado da ametade do diâme- tro maior pela diftancia do batoque aos fundos , e o pro- duto fe torne a multiplicar pelo dito numero achado na Taboa ; e efte ultimo produfto , fcparadas as ultimas três letras á direita como partes decimaes , fera a quantidade que fe bufca. Advertindo-fe , que além das três letras da regra , fe deverão cortar as que pedem as regras da Mul- tiplicação , quando alguns dos números multiplicados ti- verem partes decimaes.

VI. Por logarithmos fe farão as ditas operações mais facilmente , bufcando-fe o logarithmo do numero achado na Taboa , e ajuntando-lhe o logarithmo da diftancia do batoque aos fundos , e o dobro do logarithmo do femi- diametro da fecçao máxima que paíTa pelo batoque ; e a foma , tirando-fe três unidades á carafteriftica , fera o loga- rithmo da quantidade de licor que fe bufca.

VII. Odiando os dous fundos forem defiguaes , far-fe- ha o calculo fobrcdito com as medidas que fe acharão pa- ra huma das partes , e depois com as que fe acharão para a outra ; e a ametade da foma dos dous refultados fera o que fe bufca.

VIII. Achando-fe difficuldade na medição do diâme- tro médio , ufar-fe-ha do Num. I da Taboa , quando pa- recerem as aduelas fenfivelmente reílilineas do batoque até os fundos , do Num, II quando tiverem curvatura fen- fivel , do III quando a curvatura for maior , e do IV quan- do ainda for maior. Mas quem tomar ifto a efmo renun- ciará a exacção , que podia ter, governando-fe pela me- dição do diâmetro médio , como temos moftrado.

EX-

DAS SciENCiAs DE Lisboa. jj

EXEMPLO.

Supponhamos , que pela medição de huma pipa fe achou o llu comprimento de tampo a tampo de 43,8 pol- legadas , o diâmetro maior de 36,4, o menor de 26,39 , o médio de 33,5" , ca altyra do licor de 30,03. Perguii- ta-le a quantidade de licôr que contém.

A femifoma dos diâmetros maior e menor he de 3 1,395" , ajuntando-lhe hum oitayo da differença temos 32,646 , e ajuntando-lhe hum quarto da mefma differença temos 33, -897. E como o diâmetro médio achado pela medição he ^^ 33)5" > pertence a pipa a hum cafo médio entre os Num. II e 111 da Taboa.

O diâmetro menor 26,39 fendo multiplicado por 1000 , e dividido pelo maior 36,4 o diâmetro dos fundos re- duzido 725- ; e a altura do fluido 30,03 multiplicada por 1000 , e dividida pelo diâmetro maior 36,4 a altura reduzida 825'.

Entrando pois Taboa Num. II com o diâmetro dos fundos 700 , e com a altura 820 , achamos o numero 4461 , e no Num. Ill acharíamos 465-6 com o exceffo de 195-. AíGm fe a 1,25' I differença dos diâmetros médios correfponden- tes aos ditos Num. toca o exceffo 195- j a 0,85-4 differen- ça entre o diâmetro médio da pipa , e o do Njm. II deve tocar 133. No mefmo Num. II com a mefma altura 820 ,e o diâmetro 800 , achamos o numero 4798 com o exceffo de 337 ; e affim veremos , que fe ao augmcnto de lòo rio diâ- metro dos fundos correfponde o exceffo de 337 , ao augmcn- to de 25 deve corrcfponder 84. Em fim no mefmo Num^' com o diâmetro 700 , c a altura 830 achamos o numero 4507 com o exceffo de 46 ; e fe cfte correfponde ao aug- mcnto de 10 na altura , ao augmento de 5: devem corrcfponder 23. E ajuntando ao numero 4461 as três partes proporcio- nacs 133 . . . 84... 23 , lerá o numero procurado 4701.

O quadrado da ametade do diâmetro maior 331^24 E ii mui"

'■^6 Mtmorias Da AcAlJEMiA Real

multiplicado pela amctade do comprimento 21,5» 725*4, 156 , c tornando a multiplicar pelo numero achado 4701 , acharemos 3 4101787,3 já; c cortando mais três letras, lerá a quantidade do licor de 34101,8 poUegadas cubicas. E por logarithmos :

4701 ....:...* log, 3.672190

Semid. maior 18,2 2 log. 2. 5^20 142

dijl.dêhatoq.aosfníid. 21,9 . . log. 1.340444 Soma 7-5'>^77^

E tirando 3 á carafteriftica acharemos , que ao log. 4. 531776 correfpondem 34101,8 pollegadas cubicas, ou 40 almudcs , e 7,2, canadas da medida de Coimbra.

DO.

dasScieuciasdeLisboa^ 3^

dominici vandelli FLORjE,et FAUNjE lusitanicje

SP ECIMEN.

CL. VIRIS ACADEMICIS S. P. D.

DOHINICUS VANDELLIí

TT^ Xperhíieuta , ^u^ iiuper hjlitui ad Ptilveris pyrit , ctíni _pá gas inflammabili , vim augendatn et ad perfeíiijffinmm chalybem conficienànm ; Analyfes Ccsmlei Berolienjls foJJlUs e Brafília ; nec non ohfcrvationes de qttorumdam Acidorum trc.nf- mutatiotie ; de nova Auri calcinationc ; Merctirii fixationé , í'.d Vos , Viri Academia -, iiunc traufmittere nequeo. ínterim foliim- tnodo Fafciculum Plantaruin Brafilicnfium a DoB. Joaquimo Vellofo de Miranda , quem ficcis plantis , et iamibtis confer- re , ideoqiie eaniiii defcriptiones exaBiores fieii licnit , una. ctim Spccimine Florx , et Fauncs Liifitanicse, ac DiíTcrtation m de extincto Olifiponenfi Vulcano , mitto , qu^ in Aíiis Re- gi^ Scientiarum Academia inferere non imitile exijlimo,

In Flora , et Fauna fpecies ajlerifco notat£ , exótica ftmt. ínterim valete , Viri Academia , ad Scientiarum tttiiita,-^ tem , meqne amare pergite.

Dabam Conimbricíg Id. April. 1787»

FLO-

^ÍEMoniAs DA Academia Real

FLORiE LUSITANICíí:

S P E C I M E N.

I. MONANDRIA. MONAGYNIA

Anna glauca , Caiam da Lídia, Hippuiis vulgaris. Salicoinía fmticofa,

I Stilgadcira.

DIGYNIA.

Callitrichc verna.

II. DIANDRIA. MONOGYNIA.

Phyllyraca latifoJia ,

AdtíVHo. -— media.

angufti folia.

* Olea curopsea ,

Oliveira. *Jafminua-i officinale > Jafinm.

* grandiflorum.

fiuticans.

arvcníls. acrcftis.

azoncum.

Liguftrum vulgare, * Syringa vulgaris. Verónica oiEcinalis ^ Verónica.

bcccabuiigai

r pilofa.

Pinguicula luíitanica. Gratiola officinalis. Verbena officinalis.

OrjavaÕ , urjebaÕ , verjehaoi Verbena lupina. Rofmarinus officinalis , Bi

Alecritn. Lycopus europeus. Salvia pratenfis.

verbenaca

*— officinalis ^

Salva. ' fclarea.

in. TRIANDRIA. MONOGYNIA.

Valeriana calcitrapa ,

Faleriana. tuberofa. locufta.

coronata.

cornucopia.

* Phu.

Crocus vernus.

* officinalis,

Açafrão. Ixia bulbocodium. íris xiphium ,

Lirio cardenoi

flo-

DAS SciENCIAS

florentina. Lirio fylvejlre. biflora lifyrin.chium pleudoacorns.

Gladiolus communis.

utrinque floridus.

Bauk piu. 4'

Jcorofalfo^ efpadana biilhofa.

Schoenus aculcatus

mucronatus

glomeratus.

Scirpus lacuftris

coefpitofus

paluftiis.

Cyperus longus

Jlbafor.

flavcícens

efculcntus.

Juncas.

capiratus

culmo tereti nudo ,

capitulo glomerato , foliofo , terminali. H. Tranllagum in mariti-

mis. Lygeum fpartum. Efparto. Eriophorum polyftachion. Ortcgia hífpanica.

DIGYNIA.

* Sacchaium officinalc. Canna à^ajfucar. Panicum miliaceum. Milho painho.

DE Lisboa.

daftylon

italicum

fanguinale

patcns

glaucum

crufgalli.

Alopecurus pratenlls

gcniculatus

paniceus

monfpelieníls.

Lagurus ovatus Agroftis fepium

ftolonifera

auftralis

mínima

fpica vcnti.

Phleum pratenfe

arenarium.

Aira minuta coefpitofa

criftata.

Briza máxima

media

minor

eragroftis

Poa trivialis

prateníis

eragroftis

fpicata

annua

rigida

aquática

Stipa tenaciílima Feftuca maritima

criftata

myuros

39

flui-

Memorias

fluitans.

Bromus fcoparius.

Balanço.

arvenJis

rubens.

rigens

pinnatus

geniculatus

fterilis

Avena fátua.

* fativa

Avca. Sccale villofum. Daftylis glomerata

cynofuroides.

Melica ciliata Phalaris utriculata

* canarienfis

Alpifta. Cynofurus aureus

glomcratus

criftatus.

paniceus

* Arundo donax. Cana.

phragmites.

Canijfo. Milium paradoxum.

effufum.

Lolium temulentum.

'3o:ío.

pcrcnne

Triticum rcpens

Grama. * xftivum

DA Academia Real

* hybermiin

* lurgidiim

polonicum

* Hordeum vulgare. Cevada.

coelefte

muiinum.

Elymus caput mxdufe.

TRIGYNIA

Polycarpon tetraphyllum.

IV. TETRANDRIA MONOGYNIA.

Dipfacus fullonum.

Cardo penteador . Scabiofa arvenlis Efcabiofa.

fuccifa

leucantha

columbina

pappofa

* atro-purpurea

Saudades. Trapa-natans. Plantago major Tanchagem. Arnogloza.

albicans

media

Loeflingii.

Lagopus

luíitanica

coronopus Diahelha. lanceolata pfyllium

Za-

DAS SciENCIA

Zaragatoa.

maritima.

Globularia vulgaris Crucianclla maritima

anguftifolia

Sanguisorba officinalis

Fmpinella. Sherardia mural is. Rubia tinítorum

Ruiva , ou garanfa. Afpcrula arvcnlis

cynanchica

líEvigata

Galium aparine

^nior de OrtelaÕ.

parifienfe

uliginofum.

fpurium.

moUugo.

Cornus fangiiinca.

* Eleagnus anguftifolius. Alchimilla alpina.

Eftellaria.

DIGYNIA.

Cufcuta europsea. Hypecoiun procumbens.

TETRAGYNIA.

Ruppia maritima. Tillffia mufcofa Sagina procumbens

ercfta.

Potamogeton natans

Acelga aquática^

períblíatum.

lom. 1.

sdeLisboa. 41 crifpum

peftinatum.

gramineum

fetaceum

marinum.

Ilex aquifolium

Carafco. Azidinho do vifco.

V. PENTANDRIA MONOGYNIA.

Hélio tropi um europseum

Tornafol. Orfila.

fupinum

Echium lufitanicum

vulgare.

Língua de boi.

Pulmonaria anguftifolia Cynogloírum officinale. Macavallo. Marcavallo. Lin- goa de cao.

linifolium.

lufitanicum

omphalodés.

*Borrago officinalis

Borragens.

Lithofpermum fhiticofum.

Herva das fete faitgrias.

arvenfe

Myofotis arvenfis.

Mar rugem.

fcorpioides

Paluftris

Anchufa officinalis

Lingoa de vaca. Anchufa undulata Orcaneta, F fem-

4^

Memorias da

* fcmpervircns

Ccrinthc major Sympliytum officinalc

Confolida nmior. Afpcrugo procumbcns An.igallis arvenlis Míirugem.

monelli

linifolia

latifolia

* Cyclamen curop«um.

Pao de porco. Lyfiinachia linumilcllatum.

vulgaris

nummularia.

Erva vwedeira.

Plumbago europsea. Convolvulus althxoides

foldanella

arvenlis

Verdcfclho.

fepium

Trepadeira.

tricolor

Primula veris

Qticjadilho.

officinalis

aurícula

Campânula erinus faxatilis

fpicata

hybrida

rapunculus

Raponfo,

fpcculum

hederacea.

Academia Real Verbafcum lychnitis. Barltxfco.

nigrum

finuatum

blattarja.

Darura ílramonium Noz metella. Vinca maior

Congo X a. Loniccra capritblium, Madrefyl-ca.

pcryclimenum.

Lycium europxum

Efpinhciro alvar. Samoliis valcrandi Solanum vulgatum nigrum. Herva moura.

dulcamara.

Vide brava.

■* Lycoperíicum

Tomates.

* Solanum melongena.

Bringela.

* pfcudo-capílcum

^•^ guineenfe.

* Mirabilis jalapa

Herva trijle. *Nicotiana tabacum. Tabaco. Hyofciamus niger. Meimendro.

aureus

* Capíicum annuum.

Pimentão-

* frutcfcens

Rhamnus alaternus

Mer-

dasScienciasdeLisboa. 43

^dcnio. Saiiguinho , oii Sa-

Arvore da feda.

moca.

Hcrniaria glabra.

fiangula

Herva Turca , ou Herva das

quebraduras.

rierniíiria Viirlufa

Maçaa da anafega , de Ana-

fruticofa

f'ig(i-

lenticulata.

Hedcra hclix.

Salfola kali

'Era arvorea.

fruticofa

* Ribes grolTularia

vermiculata

T111 prilm

foda

fativa

* Vi tis vinifcra.

Fide de uvas.

Beta maritima.

*Vitis apyrcna

yícelga brava.

* laciniofa.

lUeccbrum paronychia

* vulgaris

Herva prata.

Acelga.

verticillatum

* rubra.

iufFruticofura.

Betaraba.

*Nerium oleandcr

* cicia

Loendro , ou Scvadi/ha. Efpix-

Chenopodium urbicum.

radeira.

de ganço.

* Celofia coccinea.

polyfpermum.

Papagaio.

vulvaria

DIGYNIA

ferotinum

Gentiana centaurium.

viride

Fel da terra.

rubrum

r\A rÇr\\ t rt t-^ f^FÍ /t>tty1%*ÍM

bonushenrícus

ambroíioides

* fcoparia

lutei

fpicata

Valverde. Ulmus campeftris

' ' fpicatum , flore rubello.

Tournef. inft. izi.

Olmo.

Afclepias vincetoxicum

Eryngium campeftre.

*• fruticola

Cardo corredor.

F ii ame-

44

Al E M o R I A S DA

. amethyftinum

maritimuni.

Hydíocotyle vulgaris Biiplcurum rotundifolium.

Gratia Dei.

tenuiífimuin

fruticofuin.

S;inicula europsa. OEnanthe globulofa.

Flor de vide fylvejlr£.

pimpinelloidcs-

Dauciis maiiritafiicus.

SaJfa fyíwftne,

vilhaga.

Bijnaga fylvejlre^^ . muricatu* ,, ; .

gingidiUsBi

* carota ;;,;

Sium latifoliura, .

Rabaça'. ' . . - nodrfloium

íifarum.

Fcrula conin>U'i>iis.

Cana frepsa. Angélica fylvellris

* archangclic»;

Ammi majus ' ' ,• .. ._

glaucifoliurn.

*Coriaadrum fativu)n-

Coentro. Athamanta cretenfis .

oreofelinuoi.

Scandix peften

odorara

. auftralis

* t:crefoHutti

Academia Real Sefeli ammoides Caucalis leptophylla grand iflora

platycarpos.

Bubon maccdonicutn Tordylium oificinale

nodofum

Conium maculatum

Cicuta. Anarinha.

* Cairum carvi

Akarovia.

* faftinaca fativa.

Cenoura. Ancthum foeniculum Funcho. Herva doce.

graveolens

Endro. Smyrnium oluíãtriim

perfoliatum

Thapfia villofa foetida.

Turbitb da terra. Buniuni bulbocaítanum *Apiuin peciofelinum Salfa.

* macedoniciim

*- graveolens

Se/ero. B. Apium dulce , celleri Italorum Tournef. Inft. 305". Sifon ammi.

Heracleum fphondylium Aipo dos cavalloj Erva do

Efpirito Santo Cachrys licula Ligufticum peregrinum. Phel-

DAS SaiKNCiA

Phellandrium aquaticuin Crithmum marirlmum. Funcho marinho. Biuilla. Per-

ricil. Laferpitium chironium latifolium,

TRIGYNIA.

Viburnum tinus Folhado. *Vibumiim opulus rofeum. Rhus coriaria

Sjimagr:;. Sambucus nigra.

Sabugueiro.

ebulus

Engos. Alline media

Martigem. Corrigiola lirtoralis Tamarix gallica. Tamargtieira. Tramagiifira. Tamaris.

PENTÁGYNIÀ.

Linum ftriftura

*■ ufitatiffiaiam.

Linho. Drofera lufitanica

ro tu ndi folia

Statice armcria.

Eflancadeira. Cravo Romano. ' ^ ferulacca jiiio-i

limoniiim. coíto

Acelga brava. Bem vermbiho. ♦- cordata , ,. .;

S DE lyISBOA.

acuta.

4)'

VI. HEXANDRIA M O N O G Y N I A.

Leucojum aurumnale *Narciírus tazetta. ytinquilho. Narciflus pfeudo - nardiTus

: bulb^ocodiuin

Allium angulofum.

charoenioly

: triquet;rum.

vineal^.

* porrum

Alho porro.

* fativum.

Alho.

* afcalonicv^,

* cepa

, CehoUa.. . . ,

* Amaryllis formofifllçna \ capeníis

Cabo de l/oa ejperapf£a.

*Lilium candidum;[i

AJftícena. ., .

Hyacinthus amethyftinus

çompfqç . ;

mijfcftKi. ; . ,.ltodvM

* orjeqtalis

J^çifito. zino'4^

* Agaare Americana.i .^j-^o-íK

Fiteira. rsosiCl ' *AIpe yera,

Uerva habofa. Afphodelus ramofus GamaÕ. Abrotea.

fif-

4^ Memorias DA A

firtulofus

Pancratium maritimum

Ctboila cejfem. Fritillaria meleagris Anthehcum annuum '^ Oníithogalum umbellatum

pyrenaicum

" pyramidale

Leite de galinha. Scilla unifolia

Cebolla albarrna.

peruviana "•■''

autumnalis ^ -

Franketiia laevis Afparagus albus

Efpargo. acutifolius

aphyllus

officinalis altilis.

Juncus acutus

Jttnça. Juncus conglomcratus

filiformis

pilofus

effufus. B. -

bufonius. Yp

Berberis vulgaris.--!

Pilritetro.i-o *

Acorus vulgaris. Açoro. Calamo aromático. * Dracxna Draco. Convallaria pòtygonatutn^ Se^o de Salamão.

cADE MIA Real

DIGYNIA. * Oriza fativa.

Jrrós. TRIGYNIA. Ruihcx criípus Labaça.

bucephalotus

acutus

obtuíifolius

patientia

aquaticus.

* acetofa.

Azeda. Colchicum autumnale. Dedo de Mercúrio. Lirio de Camao.

montanum.

POLIGYNIA.

Alifma plantago - aquática.

VIII. OCTANDRIA MONOGYNIA.

Eriça viridi - purpúrea. Urze.

fcoparia

EJlorga.

umbellata.

Brejo.

vxilgaris

cinerca

- ciliata

FoUiculi imbricati in hac eriça inftar illorum falicis rofei,in quorum centro vcr- mis flavelcens f. Larva eft. Epi-

DAS SciENC

Epilobium paliiftre.

monranum. tctragonum.

* Tropacolum minus

Chagas. Daphnc gnidium. Trovifco.

laureola.

PaíTcrina hirfuta.

TRIGYNIA.

Polygonum perficaria. Pe^ ficar ia.

hydiopiper

aviculare.

Ccntinodia. Sanguinha,

Polygonum maritimum

convolvulus

* fagopyrum.

IX. ENNEANDRIA MONOGYNIA.

* Laurus nobilis

Loureiro.

HEXANDRIA.

Butomus umbellatus Tábua. Efpadana.

X. DECANDRIA MONOGYNIA.

Arbutus iincdo

Madronhciro, * andrachne

* Cereis llliquaftrum

Olaya.

iasdeLisboa. 47

* Ruta graveolens

Jrriida. B. Ruta fylvcltris minor. Bauh. pin. 336.

montana

* Melia azcdcrach.

Siccomoro. Azofeifo. Tribulus terreftriti. Rhododendron charaaecif- tus

DIGYNIA.

Saxifraga tridaflylites. Saxifragia.

ftellaris

Chryfofplenium oppolltifo-

lium. Gypfophyla perfoliata. Saponaria vaccaria

oíficinalis

Diantus prolifer

Cravinha,

arenarius

* barbatus

* caryophyllus

Cravo. * chinenfis

carthufianorum.

TRIGYNIA.

Cucubalus Bchen.

acaulis

Silene conoidea

porreníis

rubella

inaperta

muf-

Memorias DA A

. muícipula.

viridiflora

Sílcnc gallica

. polyphylla

. ccrLilloides

. lufitanica

Arcnaria marina ftam. 5".

rubra.

GaridcUa nigcllaftrum.

PENTAGYNIA.

Cotyledon hifpanicuiti.

'- umbilicus tuberofa.

Conchella.

Sedum tclcphium

. purpureum

albura.

Semprenoiva.

acre

dafyphylluin.

cepjea.

Spcrgula- arvcnfis

•Agraftcmma githagD * coronária.

Ceraftiani vulgatum

dichotonium.

Lychnis dioica

vifcaria.

Oxalis cornicuhta. Trevo azedo.

XI. DODECANDRIA MONOGYNIA.

Lythrum fali caria.

thymifoli.1.

*Portulaca oleracea.

cADEMiA Real Beldroega.

DIGYNIA.

Agrimonia eupatoria j} gr mania,

TRIGYNIA.

Refeda lutcola. Lirto , ou Erva dos enfal- mos.

purpurafccns

undata

phyteuma

Euphorbia pcplis

portlandica.

Di-fFcrt ta;;.icn foliis bafi íub-

tus viridibus

exigua.

retufa

acuta

heliofcopii

Euphorbia characias. Malayteira. Erva das man- ietas.

peplus.

efula.

Erva leiteira. Erva de João Pires.

lathyrus

Tartago.

pilola

paluftris

fylv.itica

pitbyufa

DO-

DAS SciENCIAS DE LiSBOA. CciMfuS.

Ccreijeira.

caproniana

dulcis

49

DODECAGYNIA.

Sempemvum arboreum. Enfayc.o.

Hacc fpecics in frudlificatio- nc ab aliis diffcrt. nain Per. IO -partitum. Pctala lo. filam, modo 1 6. 18.15». mo- do 2 2. fquammx 7 - denta- tae filamcntorum bafes te- gunt. Germina 9 aut 10.

XII. ICOSANDRIA MONOGYNIA.

* Caftus opuntia.

Figueira do Inferno.

* JVIyrtus communis.

Murta. luíltanica

* Púnica gianatum.

Romãa. Pninus luliranica. Azereiro.

* lauroeerafus

* padus

* domcftica.

Ameixieira.

* hungarica

* damafcena.

Dauiafqitciro.

* juliana

* pernicona

* prccox

* : brignola

* armeniaca.

Âlbriqmque. Tom. I.

* bigarcUa.

* Amygdalus communis.

Amendoeira.

* perfica.

Pejfegiteiro.

DIGYNIA.

Cratxgus oxyacantha.

Pilriteiro.

■- Ária

* azarolus.

Lazarola.

TRIGYNIA.

* Sorbus domeftica.

Sorveira.

PENTAGYNIA.

* Mefpilus germânica.

Nefpereira.

* Pyrus communis * falerna.

Pereira.

* malus.

Maceira.

* rubelliana

* cydonia

Marmeleiro.

pyrafter

Spirsea íilipendula.

PO-

3ro MemôriasdaAcademiaReal

Golfão.

POLYGYNIA.

Rofa fpinofiílima. Rafeira.

* centifolia

* veríicolor

* gallica

* alba

Rubus fruticofus. Amora defylva.

* idzus

Fraga ri a vefca.

Herva dos morangos.

fterilis

Tormentilla erefta.

de Leão. Potentilla reptans. Sinco em rama,

an ferina

Geuin rivale.

XIII. POLYANDRIA MONOGYNIA.

* Capparis fpinofa.

Alcaparras. Papaver rheas.

Popotila.

fomniferum.

Dormideira.

*■ flore mui tiplici.

argemone.

Chelidonium majus. Celidonia major.

glaucium.

Nigreta. Nymphca lutca.

alba

* Tília íEuropaca. Tilha. Ciftus crifpus

albidus.

Rofelha.

falviíolius

populifolius

halimifolius

ladaniferus.

Efteva. Ladano. ' B. Ciftus Icdon flo- re macula nigricante no- tato. J. B. Com. Hor. i. p.39. t. 20.

libanotis

'' umbellatus

canus

tuberaria

guttatus

helianthemum.

falicifolius.

verticillatus.

Rami villoli folia nervofa in mucronem dcíinentia , ut in incano , fed differt floribus fubfeffilibus , & verticillatis.

DIGYNIA.

Paeonia mafcula.

Peonia. Rofa alhardeira. ~ femina oíficinalis.

TRI-

DAS bciENciAS DE Lisboa. 5"]

TRIGYNIA.

ficaria

Delphinium ftaphifagria.

Comarum paluftre

Paparras.

HcUeborus foctidus.

coufolida.

EJporas de Cavalleiro,

XIV. DIDINAMIA GYMNOSPERMIA.

PENTAGYNIA.

Teucrium iva.

*Aquilcja vulgaris.

Iva artetica. Erva crina.

Acole']as.

fcordium.

* hortenís.

Efcordio.

Nigella damafcena.

fpinofum

POLYGYNIA.

fruticans

* marum

Anemone palmata

flavxim.

* Coronária

fcorodonia.

* horteníis

Mentha arveníis.

Anemola.

Menta.

*— ranuncoloides

pulfatilla.

Poejo.

Clematis viticella

* crifpa.

flammula

Ortelaa.

.■^t,,r^A f^l ' r.

Thaliftrum flavum.

*Glechoma hederacea.

Adónis autumnalis.

Era terrejire. Satureja capitata

Ranunculiis buUatus.

* horteníis.

Raintinciilo. de Leão.

Segurelha.

montana

thymbra

*■ afiaticus.

Stachys refta.

Boiírboleta , ou ramnnciilo.

Salva brava.

acris

fylvatica.

fceleratus

* Lavandula fpica.

muricatus

Alfazema.

G ii fto-

^a Memorias DA

ftoechas.

Rofmaninho. Scutcllaria galericulata. Phlomis purpúrea.

fiuticofa

Betonica alopecuros

olficinalis.

Ballota nigra.

Marojo negro. Lamium amplexicaule

purpurcuni

maculatum.

Sideritis hirfuta.

Ewa ferro. Galeopfis tcrrahic. Fedagofa.

hirfuta.

Nepeta tuberofa

cataria.

Marrubium vulgare.

Marroio.

hilpanicum.

candidiffimiim

pfeudo - diftamnus.

Thymus vulgaris.

Tnniilho.

zygis

cephalotos. (?. y-

fcrpillum

Serpão.

villofus. p.

Academia Real Cleonia lufitanica. Origanum crcticum. p. Orego.

* majorana.

Manjerona.

vulgare.

♦McliíTa officinalis.

Erva cidreira.

nepeta.

Neveda.

calamintha.

* Ocymum bafilicum. . Baftlicó. Prunella lufitanica

vulgaris. & Ç>.

Menodilha,

ANGIOSPERMIA.

Orobanclic major.

Ba^ba de Bode. Erva f oura.

ccrnua.

Acanthus mollis.

Erva giganta. Euphrafia linifolia.

Eufragia. Rhinanthus criftagalli. p. Scrophularia aquática. Efcrophularia. Erva das Al- morremas.

canina

fcorodonia.

betonicxfolia

nodofa

auri cuia ta

frutcfcens

fambucifolia. p.

Sibthorpia curopaea. Lathrza phelypKa. Digitalis thapíi

rubra

purpúrea

Eri-

DAS ScrKKCI

Eiinus alpinus Antiirhinum majus. Cabeça de Bezerro. Murriao. faxatile

orontium

linarioides

bipunftatum.

fpartcum

íupinuin

fpuriuin

linaria

tiiomithophorum

arvcnfe.

cymbalaria.

elatine.

Pcdicularis fylvatica. Erva pio/beira.

XV. TETRADYNAMIA SILICULOSA.

Myagrum paniculatum

perenne

hifpanicum

perfolíatiim.

AlyíTum montinum Clypeola marítima Cochlcaria coronopus

' draba

officinalis.

Coclearia. Lcpidium nudicaule '—■ pctiiEum

lati foi ium.

Erva pimenteira. Thlafpi perfoliatum. Mojiardeira brava.

asdeLisboa. 5'j

burfa paftoris.

Bolça de paftor. w

campeftre

Iberis linifolia. Bifcutclla didyma

auriculata.

SILIQJCJOSA,

Cardamine prateníis.

bellidifolia

Sifymbrium catholicutn fophia

nafturtium aquaticutn Agriões.

valentinum

afpcrum

Pará . . .

* Raphanus fativus. Rabo. Cheiranthus tricufpidafus

* Cheiri.

Goivo.

incanus

Arabis thaliana

turrita

Brafica erucaftrum

* olearacea.

Couve.

* viridis.

Conve murei/iiia. * rubra

capitata.

Repolho. boti7tis napo braffica. Conve-nabo.

gon-

5*4 M E M 0 R I A S DA A

CADEMIA Real

* gongylodcB

robertianum

Nabo.

rapa.

Rabo redondo.

* cruca.

Rinchão , ou Urgo. *Raphanus fativus. Rabão. Eryfimum otficiuale. Saramago rinchão.

barbarea.

Erva carpinteira.

cheiranthoides

Turritis hirfuta Ifatis lufitanica.

Pajlel bravo. Cleome violácea Bunias cakile. Eroca.

rotundifolium.

POLYANRIA.

Lavatera micans

triloba

lufitanica

Malva fylvcftris crifpa

Malva. bryonifolia

hifpanica

mauritana.

*Alcea rofea.

Bi/malva.

Althsa officinalis.

Malvaijco.

Sinapis incana

Is viga ta

* alba

XVII. DIADELPHIA HEXANDRIA.

Fumaria oiEcinalis. Erva molarinha.

nigra. Mojlardeira.

XVI. MONADELPHIA

capreolata

DECANDRIA.

Geranium mofchatum. Bico de Cegonha. Jgtilha de

Paftor. cicutarium

OCTANDRIA.

Polygala monfpeliaca.

' microphylla.

DECANDRIA.

Erythrina corallodendrou

Coral.

* criftagalli.

Crijla de gallo. Spartiuipi monofpermum jun-

fylvaticum.

ciconium

junceum.

Giejla. Genifta luíitanica

tridentata

Gtejla de baffouras.

Lupinus varius

luteus

* a] bus

Tremoços. Anthyllis lotoides montana

tetraphylla

vulneraria

heterophylla. g.

Glycyrrhiza glabra.

Alcaçus.

echinata

Biferrula pclecinus Ononis Ipinofa.

' Rejla bois. Unha gata.

crifpa. (3-

alopecuroides

mitis

natrix.

vifcofa.

Ulcx europeus. & (3. Pifum ochrus.

Ervilha fylveftre.

* fatívum.

Ervilha. *Ervum lens.

Lentilha.

tctrafpcrmum

Lathyrus latifolius aphaca.

Ervilbaca,

AS DE Lisboa. Lathyrus fylveftris. Chicharos bravos.

prateníis

angulatus

tubérofus.

* Vicia fativa. a.

cracca

55"

lutea

* faba.

Fava, * Phafeolus vulgaris. Feijão.

* cocciíieus

* caracolla.

Caracóis.

* radiatus

Dolichus lignofus Cytifus fupinus. R.

nigricans

Aftragalus alopecuroides

glaux

Epiglotis

bxticus

hamofus

Phaca boetica Pforalea bituminofa. R. Trifolium ftriatum. Trevo.

repens tomentofum fpumofum hybridum

Trifolium fragiferum . . .

fquarrofum

ftellatum

- arvenfe.

pra-

^6 Memorias da

pratenfc.

Trevo real. Mclilotus officinalis. Trevo de cheiro.

ornithopo'dioides

Hedyfarum humile

fpinofifllmum

Coronilla valentina

juncea

cm crus

fccuridaca

Ornithopus compreíTus

pcrpuíillus

fcorpioides

Scorpiurus fulcata.

Erva de hajens.

vcrmiculata

Medicago intertexta.

Alfaga.

fativa

ciliaris

marina

hirfura

falcata

Trigonella faznum grcecum. Ervinha , ou Alforva.

K

* Cicer arietinum. Grão. Lotus cretica. Trevo fylveJlre.Tres em rama.

cytifoides

dorycnium.

Hippocrepis multililiquofa.

Academia Reai,

XVIII. POLYADELPHIA ICOSANDRIA.

* Citms medica. Cidreira.

* limou

Limoeiro.

* aurantium

Laranjeira. * : íincníis.

POLYANDRIA.

Hypericum ericoidcs

crifpum

androfoemum

pulchrum

perforatum,

Hipericao , ou mi/furada. quadrangulare.

XIX. SYNGENESIA POLYGAMIA tEQUALIS.

Scolymus hifpanicus

maculatus

Cichorium fpinofum.

intybus.

Almeirão.

* cndivia.

Chicória. Andryala íinuata

intcgrifolia.

Tragopogon picroides.

Barba de Jove.

pratenfe

porrifolium.

Picris echioides

hie-

DAS SciENCIA

hicracioidcs

Lcontodon tuberofum

hifpidum

taraxacum.

Hieraciura foliis dentatis vifcidis hirfutis , fubafpc- ris , fcapo nudo unifloro , calyce hirto. Sauv - monfp. 298.

pilofella murorupi.

Sonchus arvenlis.

Cerralhas.

oleraceus

laevis

afpcr

tenerrimus.

Laifluca fcariola.

Sarralha.

perennis

fativa

capitata.

Alface. crifpa.

Scorzonera picroides

laciniata

tingitana

graminifolia

* hifpanica.

Efcorfomira. Chondrilla juncea Crepis diofcoridis

barbata.

Prcnanthes viminea Hieracium murorum

fprengerianum

Lapfana communis

Tom, L

sdeLisboa. S7

rhagadiolus

ftellata

Hyofcris hcdypnois

rhagadioloides

Atraftylis cancellata

gummifeia.

Carlina corymbofa

racemofa

acaulis

Cnicus centaurioides

benediílus

Arftium lappa.

Bardana , oíí pega-vmfa. Carthamus coeruleus.

* tin£lorius.

Açafroa. Carduus acanthoides

laiiceolatus

pycnocephalus

tuberofus

acaulis

eriophorus

marianus.

Cardo de Santa Maria.

paluítris

*Cynara fcolymus.

Alcachofras.

* carduus.

Cardo.

Eupatorium cannabinum.

Trevo cervino-

* Santolina chamscypariíTus

Athanalia maritima.

Onopordon illyricum

arabicum.

H

PO-

Memorias da Academia Real

POLYGAMIA SUPÉR- FLUA.

Artemifia críthimifolia- -

^ abfinthiiim. -•■.

Lofua , ou abjinzio.

' abrotanum

vulsaris.

Tanacctum annuum *-- balfamita.

Ortelãa Francês. Gnaphaliuin ftoechas. Perpetuas.

fordidum.

luteo - álbum.

Erva cotoneira.

' germanicum. '

margarita

» montanum.

Cotula anthemoides

Xeranthcmum annuum

Anacyclus valentinus

Bcllis perennis.

Solda menor.

* hortenlis.

Margaritas. .

* annua.

*Matricaria parthenium. Artemifia.

' Chamomilla

* Chiyflmthcmum corona- . . riiim.

Bemmeqtier,

fegetum

myconis

Doronicum plantagincum

Inula dyfentcrica

pui içaria

crithmoides

'i^ hclenium.

Erigcron bonarienfe.

vifcoíum.

Solidago virga aurca Arnica montana. , Arnica.

Senecio vulgaris. Cardo morto.

jacobíea.

Tafneira.'^^

* elcgans '

Conyza fquarrofa. Tagueda. *Afl:er indicus

* chinenfis ■>

* Tjgetes erefta í=Ti '"

Cravo da IndiayOWdí'defimtos.

* patula

Anthemis valentina marítima

arvcnfis

cotula

nobilis ci -■

repanda ':rf *

raixta.

Achillea ageratum

Marcella franceza.

' ptarmica.

Erva de S. João. Buphtalmum aquaticum.

fpinofum.

Olho de boi.

PO-

DAS SciENciAS DE Lisboa. yp

MONOGAMIA.

POLYGAMIA FRUS- TRANEA.

Centáurea ftoebe

jacca

lalmantica

ifnardi

calcitrapa

eriophora

folftitialis

•— pullata

fempervirens.

Lava , ou Viorual.

alpera

napifolia

alba

* mofchata.

* Hclianthus annuus. Giganta. Girafol.

* multiflorus

* tuberofus.

Peras da terra ^ ou Batatas vermelhas.

POLYGAMIA NECES- SÁRIA.

Filago pygmaea.

Picanccira.

maritima

Calendula officinalis

Erva vaqueira. Micropus fupinus.

POLYGAMIA SEGRE- GATA.

Echinops ritro.

Viola odorata. Violas.

* tricolor.

Amor perfeito.

canina

paluftris

Jaílone montana Lobelia urens

* Impatiens noli-me-tangere.

XX. GYNANDRIA. DIANDRIA.

Orchis papilionacea

mo rio

Ophrys anthropophora

infcftifera.

Abelha,

myodes

Orchis myodes lutea lulita- nica. Breyn. cent. 75-.

Orchis myodes fufca lufita- nica. Breyn. cent. 41.

Orchis cercopithecum expri- mens lulitanica.Brcyn.cenr.

Serapias lingua.

PENTANDRIA.

* PaíIIflora coerulca.

Martírio.

HEXANDRIA.

Ariftolochia rotunda. Ejlrelamim.

H ii

DO-

io Me M o P. I A S D A

DODECANDRIA.

CytJnus hypociftis. Putega.

POLYANDRIA.

Arum arifarum. Azaro.

* dracunculus

* colocada

niaculatum.

Jarro , ou de bezerro.

Zoftera marina.

Sargaço marinho.

XXI. MONOECIA DIANDRIA.

Lemna minor.

TRIANDRIA.

*Zca mays.

Milho. Carex dioica

arenaria

leporina

montana.

Sparganium ercflum.

Ejpadana delgada. Typha anguílifolia

P

TETRANDRIA.

Urtica dioica.

Urtiga.

urcns

Bctula alba

Academia Real *Morus alba.

Amoreira.

* nigra.

*Buxus fempervirens. Buxo.

PENTANDRIA.

Xanthium fpinofum Amaranthus biitum. Bredo.

* lividus

* caudatus

Rabo de rapoza.

* triftis.

* hypocondriacus. ~

POLYANDRIA.

Sagittaria fagittifolia

y

Thcligonum cynocrambe Poterium fanguiforba. Pimpinella.

hybridum

Fagus caftanea.

Cajlanheiro.

fylvatica.

Faya. Quercus fuber

Carvalho fovreiro.

coccifera

Carrafco.

efculus.

Belota.

robur.

Carvalho. ' ilex.

Ju-

DAS SciENCIA

*Juglans regia.

Nogueira. * Corylus avcllana.

Aveleira.

(i

* Carpinus betulus Carpe.

* oftrya

Pynus fylveítris. Pinheiro.

pmea

Croton tinftorium

* CupreíTus fempervirens

* thyoidcs

*Ricinus communis.

Figueira do Inferno , otl Car- rapateiro. SYNGINESIA. Momoaiica elaterium. Pipino de S. Gregório, * balfamina.

* Cucurais fafivus.

Pipino. *• melo.

Melão. *Cucurbita citrullus

* Lagenaria * pepo

* melopepo.

Bryonia alba.

Brioa , ou norfa.

XXII. DIOECIA DIANDRIA.

Salix viminalis. òalgueiro.

s D E Lr s B o A. €i

amygdalina

hermaphrodita.

TRIANDRIA._

Empetrum álbum

Cajnarinheira. Ofyris alba.

PENTANDRIA.

Humulus lupuluS'J ai-i< . l Luparo.Ltiptilo. degallo.

* Canabis fativa.

Linho canamo. Piftacia lentiícus Aroeira.

Terebinthus

*Spinacia oleracia.

Efpinafres.

HEXANDRIA.

Smilax afpera.

Lega-cão. Tamus communis.

OCTANDRIA.

* Populus nigra.

Choupo,

* alba

* tremula.

ENNEANDRIA.

Mcrcurialis annua. Merciiriaes. Tremofos de cHo.

to mento fa

Hydrocharis moríus rans.

MO-

él

AI K M o R I A S DA

MONADELPHIA.

Junipcrus oxycedrus ^ fabina

communis

phcenicea.

Sabina.

vulgaris.

Shnbro. *Taxus baccata. Jf- SYNGINESIA.

Rufcus aculcata.

Gilbarbeira.

XXIII. POLYGAMIA MONOECIA.

* Mufa paridillaca.

Bananeira, Holcus lanatus

forgum.

Milho de burro. Cenchrus capitatus iEgylops ovata Andropogon hirtum

ifcbcemum

Valantia muralis

Mimofa farneíiana.

Efpongeira. Parietaria officinalis. Alfavaca de cobra.

lufitanica

Atriplex patula.

Armolas. ——— halimus

Academia Real portulacoides

littoralis laciniata.

Acer pfeudo - platanus.

D I O E C I A.

♦Fraxinus excelfior. Freixo.

TRIOECIA.

Ceratonia llliqua.

Alfarrobeira. Ficus carica.

Figueira. Z Caprificus. Bauh. hift. i. p.

134- Figueira haforeira. §FicUs humilis. Bauh. pin. 45:7- XXIV. CRYPTOGAMIA FILICES.

Equifetum arvenfe. Cavallina.

paluftre

fluvi atile

OphiogloíTum lufitanicuni. Ofmunda regalis Polypodiíun vulgare

Filipodio.

lufitanicum

leptophyllum.

Afplenium hemionitis.

Douradinha.

adiantum nigrum.

trichomanes.

Aven-

J ?»Aè S CIE N CIA

Avencão.

ceterach

fufa niurária

Adianthum capiUus rcneris.

Avenca. P te ris .aquilina.

MUS CL

Bryum ftiiatum qv VT

rurale

mural c

fubulatum.

Míiium fetaceum Hypnum clavellatum

fciuroidcs

. velutinum.

ALGiE.

Marchantia polymorpha

-. haemifphserica

Jungcrmannia lanceolata Lichen calcareus

plicatus

uncialis

pallefcens

pulmonarius

Roccclla

Tremclla noftoc

aurícula

Uiva laftuca

" latilTtma

Con ferva fontinalis

- bullofa

littoialis

aeruginofa

s DE Lisboa.

Mucor mucedo

glaucns.

lichenoides

cruftaccus

fphoerocephalus

Fucus ferra tus.

Sargaço.

ceranoides

" - ' divaricatus 1 1""? fpiralis "■-'■' lacerus - concatenatus

acinarius

abrotanifolius

cartilagineus

veficulofus

palmatus

rubens

multipartitug

pavonius.

Tremella noftoc ByíTus flos aquse velutina

6i

antiquit. incana.

FUNGI.

Agaricus integcr deliciofus

fimetarius

fcparatus

quercimis

Boletus perennis. '

Cucumellus. Clathrus cancellatus Helvclla pineti.

Pi-

64 Memorias da Academia Real

Peziza lentifera. glaucus.

Lycopcrdoii bovifta. PALM^ Fíingão.

tuber * Chamzrops humilis

Clavaria digitata Palmeira de haffonras.

Mucor fulvus * Phoenix da£tylifera.

mucedo Palmeira.

F A U N tE

S P EC

I M

E N

MAMALIA.

Cao de fia.

I. PRIMATES

*

aquaticus. Cão de agua.

Imia panifcus. k3 Mono. cynomolgus.

#

* *

meliteus

fricator

~~~ vv.ivat^ua

Macaco.

avicularius.

* diana

Cão perdigueiro.

* cephus

#

extrarius

*■ jacchus.

»

agyptius.

SagotiÍ7is.

Cão pelado.

Vefpertilio murinus.

Canis lúpus.

Morcego.

Lobo.

n. BRUTA

vulpes. Rapo/a.

III. F E R íE

Fel

is catus.

Gato.

* Canis familiaris.

onça.

Cão.

Onça.

* domefticus

pardalis

*- fagax

*

cauda elongata , cor-

* gajus

pore nigro. Tigridis ma-

* moloflus.

g

nitudinc et habmi.

Vi-

DAS SciEN

Viverra ginctta.

Gineta. * na fua.

Coati. Muftcla lutra.

Lontra.

Guio.

Furão. martes.

Marta.

putoiius.

Doninha. Taipa europíca.

Toupeira. Erinaceus europseus. Ouriço cacheiro.

IV. GLIRES.

Lepus timidus. Lebre.

cuniculus.

Coelho. * Mus porcellus

* Aguti

*- Paca

terreftris.

Rato.

amphibius

Rattus.

Ratazana. •' mufculus.

V. PECORA.

* Cervus elaphus. Feado.

* Dama.

Tom. L

CIAS DE Lisboa. Corça. Capra nipicapra. Camurça.

hircus.

Cabra. Ovis aries

hifpanica.

Ovelha. Bos Taurus. Boi.

* Bifon

* Bubalis.

* Equus caballus.

Cavallo.

* aílnus.

Afno. * zebra.

* Sus fcrofa *y chineníls.

Porco.

6t

aper.

Porco montez. Javali.

VII. CETE.

Delphinus Phocoena. Roas bandeira.

Delphis.

Toninha.

AVES. I. ACCIPITRES.

*Vultur Aura.

Urubu. Palco melanaetus

chryfaêtus

: milvus

I fub-

66 Memorias

fubbutco

* gyrifalco.

Gaivão.

seruginofus

* nifus.

Falcão. Strix buba

Aluco.

Mocho. Coruja.

ulula

paíTcrina

* Pfitcacus macao.

^rara. * Ararauna,

Arara.

* nobilis.

Papagayo.

* brafilienfis

* crithacus.

* paíTerinua

* criftatus

* jeftivus

* accipitrinus.

* ccErulcus. fp. n.

II. P 1 C M.

Corvus corax. Corvo.

glandarius

caryocatades

^ Pica.

Pega. Picus martius.

Picanço. Peto.

viridis. ['3

Pica pàéi. '.

DA Academia Real

major

Merops apiafter Upupa epops. Poupa.

III. A N S E R E

* Anãs cygnus

Cyfne.

tadorna.

Adem.

nigra.

anfer. (?

Pato.

platyrhynchos

clangula

<~- minuta

bofchas. ^.

'■ '■ mofchata

cygnoides

' auftralis et.

^ adunca

* fponfa.

Mergus albellus

Alça torda.

Mergulhão.

Pelccanus carbo

pifcator

fiber

Colymbus urinator

troille.

Larus nsevius

marinas

Sterna hirundo

nigra

fiílipcs.

IV.

DAS S C 1 E N

ciasdeLisboa. 67

IV. G R A L L JE.

V. G A L L I N íE.

Ardea Grus

* Pavo criftatus. Pavão.

Cegonha.

*Meleagris gallo-pavo.

nyfticorax.

Pirú.

Garça.

* criftata

Platalea Icucorodia.

* mitu

Scolopax rufticola.

* globicera.

Taratnbola.

* Phafianus galkis. Gallo.

gallinago.

Galinhola.

* criftatus

glottis

* ecaudatus

limofa.

* morio

Tringa vanellus

* lanatus

ftrlata

* crifpus

* pulIUus

* piftus

* nyfthemerus

Recurviroftra avofetta.

Fulica fufça.

*Numida meleagris

Borrelho.

Tetrao francolinus

„t.,.„

alchata

rufus

coerulea. Fronte

ru-

bra , armillis concoloribus,

perdix.

pedibus fimplicibus.

Perdiz.

Corpus maJLis Fatr£ ,

ni-

cotumix.

tens coerulefccns. Frons ce-

Codorniz.

ra rubra , quadrara. Rof- trum nibrum. Nares ovatae.

VI. PASSERES.

Pedes rubri digitis íiir

ípli-

Columba cenas domeftica.

cibus , longiffimis. Crif-

Pomba.

tum álbum.

hifpanica

Rallus aquaticus

* dafypus

Otis tarda.

* gutturofa

Batarda.

* cucuUata

tetrax.

* hifpida

I ii Tur-

68 Memorias

* Turbita

* laticauda

* galcata

* turcica

* tabellaria

* ftriata

Palumbus.

Pombo torqnaz.

* martinica

turtur.

Rolla. Alauda arvenlis.

Cotovia.

' campeftris

criftata

calandra.

Calhandra. Sturnus vulgaris. Eftorninho.

cinclus

Turdus vifcivorus

muficus

pilaris.

Tordo.

cyanus

arundinaceus

*'■ polyglottus

Loxia coccothrauftcs

* cardinalis

*" mexicana

* dominicana

"■ benghalcnlis

* aftrild

* groíTa.

Embcriza hortulana

citrinella

DA Academia Real

cia

* pfittacea

* vidua.

Viuva. * Tanagra tatao

* militaris

» epiícopus

Fringilla carduelis. Pentajilgo.

domeftica.

Pardal.

ferinus.

Verdilhão.

* Amandava

*- granatina

*■ butyracea

* canária.

Canário, * benghalus

montana.

Mufcicapa atricapilla Motacilla lufcinia

ficedula

alba.

Alvela. flava

ftapazina

rubetra

rubecula

troglodytes Parus coe rui eus

paluftris

caudatus

biarmicus

Hirundo ruftica r urbica.

An-

DAS SciENCIAS

Andorinha.

riparia

Apus.

Caprimulgus europseus.

AMPHIBIA. I. REPTILES. Tcftudo mydas.

Tartaruga,

orbicularis.

Cágado. Rana bufo.

Sapo.

rubeta

temporária

efculcnta.

Rãa.

arbórea

Lacerta agilis.

Lagarto.

viridis.

Sardão,

algira

feps

gecko

marmorata

vulgaris

aquática

falamandra.

Salamandra.

II. SERPENTES.

Coluber Berus. Vibcra.

afpis fcutis abdomi-

nalibus 148 , caudalibus 62. Differt a Vipcra An-

D E L r s B o A. 6^

glica fufca , dorfo linea un- data nigricante confpicua. Petiv.imif. pag. 17. «. 103. fcutis abdominalibus 4 , caudalibus 23 , & colore.

Caput a tergo variis nota- tur futuris , quibus toti- dem interjacciít areolae. Margo labii fupcrioris ad latera albus eft.

Truncus fquamarum ordiíii- bus 20 tegitur, quorum fquamx ovatae , & carinatx funt, nifi quod lateraiium ordo infimus Isvis , nec ca- rinatus íit. Scuta abdomi- nalia 148.

Cauda fubtus 6x. fquama- rum paribus tegitur , ex- cepto ultimo acuminato.

Dorfum longitudinaliter ci- nereum cum falcia longi- tudinali utrinque dentato- ílnuata, maculis ad latera cuique íinui refpondenti- bus nigris , in médio linea alba exaratis.

Abdómen flavo albefccns maculis nigris quadratis irrcgulariter diftributis. Amphisbaena Cinere a annu- lis corporis 123. caudali- bus 20.

Alicanço. Caput primo fex areolis fubquadratis majoribus di-

70 M E M o R I A S DA A

vifis a futuris , deinde mul- tis minimis areolis. Oculi minimi , ut ditficilimc re- pcriuntur. Color maxilla- rum exalbidus. Linca late- ralis excavata ab utraquc parte corporis. Annuli lon- gitudinalicerftriati. Color totius corporis fulvocinc- reus , ftriis , & annulomm divifionibus exalbidis.

Longitudo fepe lo polli- cum , craíllties 2. ~ li- neam.

H. fub terra venenofilfimum animal. IIL NANTES.

Petromizon marinus.

Lampreia. Raja torpedo.

Tremelga.

Batis.

^rraja.

Oxyrinchus

miraletus

fullonica

aquila

paftinaca

altavela

clavata

rhinobatos

Squalus acanthias

centrina

Ipinax.

Peixe prego.

CADEMIA Real

fquatina.

Lixa. Squalus galeus

canicula

carchârias.

Tnberão.

muftellus

ítcllaris.

Cação.

glaucus.

Tetrodon mola.

Peixe roda. Lophius pifcatorius. Tamboril , ou peixe menino. Acipenfcr fturio. Ejlurião. Syngnathus açus

hyppocampus.

Cavallo marinho.

ophidion.

P I S C E S. I, APODES.

Mursena helena. Mtireia.

ophis.

Congro. Safio.

« ferpens

anguilla.

Enguia. Trichiurus enfiformis. Ammodytes tobianus Ophidium imberbe Stromateus fiatola. Peixe pombo. Xiphias gladius.

Pei-

DAS SciENCI

Peixe ejpada.

II. IVGVLARES.

Callyonimus dracunculus.

Peixe Rey. Uranofcopus leaber.

D. 3.20. P. 22. V. 3.A. ló.

C. 14.

Xarrouco. Gadus barbatus. Faneca.

vulgaris.

Pcfcada. ^ callarias

muftella.

Gadus tripterygius imber- bis albus , maxilla infc- riorc longiore.

D. 12. 13. 22. P. ao. ¥.6. A. 36. 19. Q 33. Badejo.

III. THORACICI.

Gobius jozo.

Cadozes,

fcorpius

Scorpxna porcus. D.;^ P. 19.V.Í A.i

Sarafco. Zeus faber.

Peixe gallo. Pleuroneítcs linguatula.

Linguado.

paíTcr

íolea.

Linguado,

asdeLishoa. 71

rhombus.

Rodovalho.

glaber oculis finiftris ,

corporc glabro , linea late- ral! íiniftra afpera.

Color cinereus , linea late- ralis fere refta.

Sparus aurata.

Douradinha.

fargus

fmaris.

melanurus.

Curuta. chromis

Labrus godianus

: viridefcens , cauda in- tegra fubfquammófa. Godião.

Labrus variegatus.

D. 17. 9. P. 14. V. 6. A. 3. 10. C. 15'.

Corpore viridi flavefcente farrguineo canoque varius , cauda integra.

Tinca.

Scixna lepifnía

cappa

D.lfP. ió.iA.|G.a3.

umbra

Perca fluviatilis Scombcr fcofflbrus

Pelamis.

Sarda. Cavalla,

Trachurus.

Cigiaro. Gafterofteus fpinachia.

Ca-

ya Memorias DA Academia Real

Carapao. duítor

Mullus furmuletus. Salmonete àe peara.

barbatus

Trigla cuculus.

Ruivo. Rttivaea. Cabra- Ca- brinha.

lucerna

gurnardus

cataphra£la.

Cornuda.

IV. ABDOMINALES.

Salmo falar.

Salmão,

trutta.

Triitta. Efox lucius

belone.

Atherina hepfetus Mugil cephalus

Tainha., ou Mugem. Clupea fprattus. Sardinha.

alofa.

Savel. Cyprinus barbus. Barbo.

* auratus-

Peixe da China.

INSECTA. T. COLEOPTERA.

Scarabaeus lunaris. Efcaravelho.

taurus

bilobus

facer

hifpauus fubterraneus

íimetarius

haemorrhoidalis

pillularius

ftercorarius

hortícola

folftitialis

quifquilius.

Lucanus cervus.

Carocha. Besouro, Dermeftcs lardarius

capucinus

violaceus

ferrugineus

pedicularius

pulicarius

Ptinus mollis

fur.

Hifter unicolor

maculatus

Gyrinus natator Byrrhus fcropliulari»

mufeorum.

Silpha vefpillo

bipuftulata

fabulofa

aquática

Caffida viridis

maculata

Coccinella 7 - punftata

i4-pun61:ata

14-guttata

Chry-

DAS SciENCIAS

Chryfomda tanaceti

graminis

coccinea

oleracea

hyorciami

malvse

8 - guttata

cuprea.

Hifpa mutica Bruchus granarias Curculio acridulus

frumentarius.

Gurgiilho , Gorgomilo,

granarius

Pini

cupreus

vittatus

Bacchus

Fagi

Pomorum

argentatus

Attelabus moUis Cerambix tcxtor

pedeftris

Cardui

Lcptura melanura

verbafci

Necydalis rufa Lampyris noftiluca Cantharis obfcura

biguttata

virefcens

Elatcr caftaneus

triítis

Ciciadela campeftris.

Líizcií. Tom. I.

DE Lisboa. Dytifcus piceus

73

cinereus

Carabus vulgaris liortcnfis

inquiíltor

crcpitans

Tenebrio molitor

muricatus

caeruleus

caraboides

mortifagus

tibialis.

Meloe tnajalis

floralis

Mordella frontalis Staphylinus murinus

fanguineus

Forficula auricularia.

Bicha cadella,

minor. A

II. HEMIPTERA.'

Blatta orientalis.

Barata.

Gryllus (Acrida) turritus.

Gafanhoto.

(Bulia) bipunílatus

(Acheta) Gryllotalpa

domefticus

campeftris

Grillo.

( Tettigoiiia ) yiridif-

fimus

verrucivorus

(Locufta) migratórias

csrulefcens

italicus K aprí-

74

Memokias da Academia Real

apncanus

Mantis gongyíodes

religiofa.

Louva DeoT,

gigas

Hyale , HanthuS

Nymphalis. G. Io Plebejus. R. Hero

Cicada fpumaria

fanguinolcnta

viridis.

Cimex le£\ularius. Percevejo.

fcarabafoides

lineatus

grylloides

punQatus

oleraceus

m perfonatuí

hyafciami

*> trifafciatus

1 lacuftris

Aphls paftinacae ^-^ Rofo Brafl3c35

Lentifci

Ulmx

Chermes buxi TT^T-Tt fraxini

■■ ' 'M. ficus Goccus hefperidum 1 Hicis.

Gtm.

vitis.

III. LEPIDOPTERA.

Papilio cques. A Podalirius.

BoJirholeta!. ^ < . Danaus C. Braffic» wm Rapje

-Sphinx ocellata

Atropos

cuphorbis

apiformis

faufta.

Phalaena (2. pavonia

potatoria

caftrenfis

cuja villica fafcellina

(Noftua) fanguino- lcnta

Jacob eae

' triptçra

pinaftri

plebeja

oleracea

. Tritici.

( Geometra ) nym- phaeata

reftangulata

( Tortrix ) Rofana (Tinea) veftianella. Traça.

trapetzella

granella

pulchella.

IV. NEUROPTERA.

Libellula vulgata cancellata

aen&a

vir

DAS SciENCIA

virgo (E. ^.

Ephemcra culiciformis Hemerobius Perla

fexpunftatus

Myrmclcon formicaríum

V. HYMENOPTERA.

Cynips Tofx Tenthredo nitcns

Pini

cerafi

intercus.

Sircx gigas

fpeílrum

Ichneumon Pilorius

luteus

mulcarum

Sphex appendigafter Vefpa crabro

vulgaris

Fefpa. ^ parictum

campcftris

minuta.

Apis longicornis

mellifica.

Abelha. cunicularia

cónica

violácea

Formica herculeana

Formiga.

rufa

nigra

rubra pilofa neutra

nigra, capite máximo ru-

deLisboa. 75"

bcfccnte , plantis flavcf- ccntibus.

Formica pilofa alata ,

capite quintuplo thoracis minore, corporenigro pi- lofo.

V. D I P T E R A.

Oeftrus Bovis,

Mo/cardo.

nafalis

ovis.

Tipula hortorum

oleracea

Mufca chamaeleon

bombylus

cadaverina

vomitória

carnaria

domeftica

Mofca,

fepulchralis

feneftralis

fcybalaria

ftercoraria

Culex pipiens

Mofquito. Bombylus major.

VI. A P t E R A. Lepifma faccharina Podura atra

plúmbea

Tcrmes pulfatorium Pediculus humanus. Piolho.

púbis

K íi fuís

■jG MemoriasdaA

fuis

ovis

bovis

Anferis

Gallinse.

Pulex irritans.

Pulga. Acarus firo.

Oução.

exulcerans

Phalangium opilio Aranea diadema.

Aranha.

reticulata

. domeftica

. bipun£lata

fcenica

-: íanguinolenta

cxtcnfa

virefcens.

Scorpio europxus.

Efc^rpino. Lacrào. Câncer brachyurus minutus

maenas

pelagicus

dcpurator

thorace Isvi , utrin-

que tridentato, fronte trun- cata , manibus ovatis , Ix- vibus.

brach. thorace vUlo-

fo inxquali , utrinquc $- derttato , fronte lo-dentat,

pagurus

Cttrangitejo-

araneus

CADEMiA Real

dodecos

maja

macrourus Berhardus

Aftacus.

Lagofia.

fquilla.

Camaroens.

ftrigofus

Locufta.

pennaceus

Onifcus afillus

afellus.

Bicho de conta , ou concha.

■• armadillo.

Scolopendra morfitans. Centopeia.

" forficata

. pedibus utrinque

XXI. ad anum longioribus , & craffioribus.

Julus terreftris

ftriatus-pedibus utrin- que XIV., fcgmenta corpo- ris oblongo-ovalia VII-

fabulofus.

VERMES.

Gordius pifcium

aquaticus

Afcaris vermicularis Lumbricus terreftris , major, & minor. Lombriga , ou minhoca- Hirudo medicinalis. Sanguixuga.

MOL.

DAS SciENCIAS

ÍI. MOLLUSCA.

Limax ater.

Lefma.

deLisboa. 77

Percepes. Tefta compreffa 45'-valvi, Ixvi , inteftino infidente , fquammofo. Valv£ majores

Laplyfia depilans Doris argo Nereis noftiluca

csrulea

pelágica.

Tethys leporina

Sépia oftopodia.

Polvo.

5" , minores 1 2 j mínimas circa inteftinum 28. Pholas daftilus. Borreas.

coftatus

ftriatus

Mya truncata. Solen vagina.

Longueirão,

filiqua

enfis

Tellina. albida

fragilis

trifafciata

incarnata

Cyba.

loligo.

Lula. Medufa cruciata. Alfmreca.

capillata

hyfobcella

Afterias rubens.

Ejlrella de mar,

ophiura

ciliaris

Cardium muricatum ferratum

edule.

Berbigão.

nodofum

Echinus efculentus. Ouriço de mar,

fpatagus

orbiculus.

lU. TESTACEA.

Lepas balanus

teftudinaria

anatifera.

verfe ftriata , fulcis obtu- ÍIs , nodofo - aculeatis.

verfe ftriata , fulcis con- vexis , latere rugoío. Donai trunculus

cuneata.

rugofa

fcripta.

Ma<^ra folida

Ve-

78 Memorias DA Vénus verrucofa Vénus litterata

dcflorata

lacta.

Spondylus Gsderopus. Chama calyculata

gryphoides

Oftrea máxima

ziczac

languinea

varia

opercularis

lima.

Anomia cepa Mytilus edulis.

Mixilhão.

ungulatus

lithophagus

modiolus

ruber

Pinna rudis Nautilus umbilicatus Bulia hydatis Voluta olla Buccinum areola.

Búzio.

reticulatum

undatum

nitidulum

lapillus

PuUus.

Strombus pes PclecanI Murex trunculus

lampas

olearium

-: pileare

Academia Real Tritonis

lignarius

Trochus corculus Turbo littoreus

clathrus

neritoides

cimex

lafteus

duplicatus

Heliy lapicida

albella

Pomatia

Caracol.

janthina

: nemoralis

grifea

decoUata

Nerita littoralis Patella vulgata.

Lapas. hungarica

fiíTura

nimboia

Serpala fpirillum

triquetra

intricata

ilograna

glomerata

Teredo navalis.

Sabella alveolata.

IV. LITOPHITA.

Tubipora ferpcns Madrepora punftata

ramea

Millepora afpera

re-

DAS SciENClA

reticulata cellulofa rcticulum coriacca

Cellepora vcrrucofa

V. ZOOPHYTA.

Ifis hippuris Gorgonia vcrticillaris

ceratophyta

vcrrucofa

anceps

Alcyonium digitatum

Lyncurium

cydonium.

Spongia otficinalis.

Efponja. •' oculaca

s Lisboa.

tomentofa

Fluftra truncata

lineata

Tubularia fiftulofa -— rubcns Sertularia pumjla *— tamarifca ■"" - abietina '■" myriophyllum ' pluma

antennina

--— faftigiata

paralítica

ciliata

Hydra hydatula Pennatula phofphorea mirabilis.

Tacnla folium

Solitário , ou Tenta,

79

DE

2o Memorias DA Academia Real

rv -■-■] '

EJUSDEM DE VULCANO OLISIPONENSI , ET MONTIS ERMINIL

IN Luíitanla plurcs antiquitus cxftifcrc Vulcani , quo- rum fcoriae variis in locis adhuc apparent, ut etiam in aliis Europae Regionibus , licet corum memoria in hifto- riis noa cxftet ; quorum extinftionis caufa forfan a rece- dentc mari repetenda eft.

Nos tamcn inter produíta Vulcânica cnnumcrare ne- quimus. tz Saxutn porphyritim rttbens cumfpato [cintillante alho. Wall. ;=: ex quo mons BuíTaco mcdius inter montes fchifto- fos argillaceos , conflatus exfurgit , e Conimbria y leucis diftans ; neque ut plerique putant Granitem , feu Saxtim quartzofo -fpatofum micaceum montis Erminii , Geres , &c. e Vulcanis originem ducere ; ut neque fcorias metallicas, quse rriaxima copia variis in locis Montis Erminii , Bragan- tise , Abrantes, Arronches, Marvão, S.Mamede, rcpcriun- tur , quia hx funt fcorix mincrae fcrri , plumbi , ftanni , aut cupri ab earum mineraram reduílione olim reliéls.

Neque dcnique Bafaltes cryjlallifatus niger. Wall.

Bajaltes fibrofus niger.

Bafaltes cryjlallis laincllojis nigris hexaêdris.

QuíE paílim máxima quantitate in monte Erminio in- ter quartza, & fpata fcintillantia , inter micam druficam , inter Saxum Granitem rcperiuntur , & fxpe eorum fragmen- ta inter fcorias Vulcânicas Olííiponenfes inclufa apparent.

Qux omnia inter produfta ignis Vulcanici Mineralo- gifta non enumcrabit , ut funt illa Infula; Capitis viridis , S. Michaclis , Maderae , Oliíiponis , & Manteiga in Monte Erminio.

Nunc folum brcviter de extin£lo Olifiponcníi Vulcano , & de illo montis Erminii aliquid dicam.

Veftigia hujus Vulcani incipiunt in extremltatc fepten-

tri-

DAS SciENciAS DE Lisboa. Si

trionali Urbis S. João de Bem Cazados , & Alcântara , ea in- termpta tamcn a coUibiis calcareis , & lapide alho calcareo lithophytis repleto ; dein fcoria; vulcanicae obtcgunt colles calcarcos wí^^uc Rio fecco ^ in quo ftrata r^/í-am arenarti fe^ mipellucidi. Wall. , fimilia fere iis Solfatar£ Neapolitanx, f. Fuzznólo : dcin colles viílcanici íequuntur fere ufque Paço de Arcos ad Tagi littora , e quo loco colles e ftra- tis marmoreis ufque ad Penha longa , ubi prxter marmora , ftrata fcorise folids nigra , lamcUofse , f. lamellis craíllori- bus effodiuntur. Exfurgit mons , vulgo , Serra de Chitra inter hos colles calcarcos , & vulcânicos , cujus ftrata , prs- ter unum fpati fuilli , funt faxi cotaceo - quartzoíi , quorum fupcriora olim frafta , & dívulfa forfan ab aliquo terrsrno- tu , cui baíi verfus Oceanum alter mons iníídet Alvidrar , cujus ftrata fere perpendicularia , in ejus bali funt mar- moris cryftallini albi , particulis majoribus fere inftar Parii ; huic fequuntur alii montes marmorei ufque Mafra , quo ia loco pulcherrima marmora alba , nigra , & variegata , e quibus Magnus Joanncs V. Mafrcnfe Ccenobium xdificavit.

Colles autcra vulcanici e littore Tagi ufque Qiieluz , Bellas , Siijmo progrediuntur ; ita ut extenfio horum coUium vulcanicorum c parte Tagi littorali eft ^\ leuc : & a^quali latitudine hi: gaudent inter Cabeça de Montachiqtte , & Fta- longa : Eorum autem extenfio longitudinalis ufque ad Tor- res Vedras eft 7. Leuc : variis tamen in locis hi colles vul- canici intcrrupti funt a collibus calcareis , aut arenatis.

Non omnes hi colles vulcanici funt conici , aut orbi- culares.

Colles , qui , ut noftri , conftent ftratis marinis , f. lapi- dis calcarei , & fimul vulcanicis , frequentes funt in ditione Veneta in montibus Viccntinis , Euganeis , & Veronenfibus ; e quibus obfcrvationibus Cel. de Luc confirmatur fcnten- tia , quod plerique extinfti vulcani fub aquis marinis pro- dufti fuere.

Colles hi vulcanici horizontales fie forfan exiftunt ob eorum figuram ante ignitionem , ut de Euganeis reíle ju-

Tovi. I. L dicat

8z Memorias DA Academia Real dicat Cd. Equcs Joannes Strange ; quod vcroíímile magis videtur ob coUes calcareos in viciniis ejufdem figurae.

Collcs vulcanici Oiifiponcnfes ob eorum dircftionem , equalem inclinationem ad planiticm , demonftrant non ab igne vulcânico e tcrrac vifccribus ejcfti , ut illi Infulx Ca- pitis Viridis , S. Michaclis , & Madera ; fed ignem ex- perti funt abíque fubvcrfione , aut loci mutatione.

Vulcanici crateris certa veftigia adhuc non obfervavi. Produfta autem vulcânica , & fpuria funt. (i.) Scoria vulcanornm j folida nigra^ e qua viae publica: Olifipone ftratz funt.

In collibus hujufmodi fcoria rimis irregularibus ita di- rifa , ut ejus fragmenta eruantur figurae rhomboidalis , aut priGnaticae ; & in Torres vedras columnas pentagonas máxi- mas hujus fcoriae obfervavi. In Siiinw autem prope Bellas vicum hsc fcoria prxter Hyacinthos , fcoriam vitream , fo- lidam , nigram , f. vitri foífilis fragmenta facpe continet.

Chalybe percufla fcintillas elicit ; magnete vix attrahi- tur : Acum magneticum agitat. In igne máximo ipílus gra- du fluit , & fpumofum vitrum efficit. Cum fluxu nigro vix IO ferri , partes in centenário obtinui. Via autem húmida Bergmanni methodo non coeruleum Berolinienfe , fed prae- cipitatum fubcamei coloris , terram albam alurainofam , calcarèam , argillaceam , & filiceam. (2.) Scoria vulcanorum folida , cinerea. (3.) Scoria vulcanorum fragilis , rubefcens. (4.) Scçria folida nigrefcens in argillam fatifcens. (5-.) Scoria folida nigra particulis calcareis infperfa ^ & punííis ochraceis âiftinBa. (6.) Scoria folida , fufca,

(7.) Scoria folida »igra, fajii/cens , globulis álbis , fpa- tiojls , complanatis , aut ftibrotutidis inflar o olithi repleta.

Qui globuli interne sxpe cryftallifati , & ochra ferri tinfti. Hzc eadem Scoria quibufdam in locis ita vcnis át cryftallis fpatofis hyalinis , pyramidalibus , tetrago- nis inter taxta , ut fere tota alba videatur.

Sub-

D A S S C 1 E N C I A S D E L r S B o A. 83

Subftanria hsc fpatofa vidctur huic hvz immixta Valde poft cjus ejcftioncm ; quamvis gypfum immutatum inter /aras Vejmii aliquoties exiftat.

Scoria folida nigra , cum pluribus cryftallis Schoerl nigris.

Schoerli ifti , ut refte cogitat Koeftlon , non vulcanici funt , quia' hi in igne vulcânico in vitrum abire debu- iflent.

(8.) Scoria folida , nigra , lamellofa. (9.) Scoria fitfca , ant ftihcinerea^fatifcens in argillam , «í- tiumeris Ò" JiibtiliJ/imií veuis fpatojís calcareis varie inter textis. (10.) Scoria joliàa nigra in ftiperficie Jpongiofa.

s P U R I A.

(11.) Hyacinthiis in fcoria folida , nigra.

(12.) Schoerl cryftallis nigris irregiilaribzís^textíira vitrea.

(13.) Schoerl cryflallifatus polyednis virefcens in fcoria. nigra , folida.

(14.) Aniiantus aluta montana colore alho. In rimis pcrpendicularibus f. obliquis. Scorix folida nigra coUium Ajuda &c. qui dum com- paftus , tunc inteitextus venis fpatofis , calcareis , albis , & ÍEepe crufta cryftallifata , fpatola , calcarea j cujus cryftallo- rum figura eft pyramidaiis triquetra.

(ij.) Argilla rubra , globulis fpatofis opacis immix.

(t6.) Argilla alba.

(17.) Argilla zonis ruhris.

DEEXTINCTO VULCANO

MONTIS ERMINir P R O P E O P P I D U M ,

MANTEIGAS,

A lOSEPH ÁLVARO MACIEL DETECTO.

Inter Septentrionem & Orientem oppidi Manteigas , mons Lomba das Cancellas interfluente Zêzere cum alio L ii mon-

84 Memorias da AcademiaReal monte S. Laurcntii coniungitur , qui Erminii ramificâtio- nes funt.

Jofcph Alvarus Maciel in fuo itinere mentis Erminii õbfervavit montem S. Laurentii conftare e ítratis

Saxi quartzcfi niicacei.

Saxi cotacei fpatojl.

Saxi fatifccntis , cotaceo-fpatofo-micacei.

Schijli. arde/iíe.

Quorum inclinatio n. í. eflFormans cum horizonte ang. gr. 45'. eorum craílitics cft 5- pedum.

Hic fchiftus in mentis cacumine partim tumefa<ftus ^ & non perfcfte excoriatus , & partim in fcoriam f. lavam fpumofam , IxviíTimam , alhidam , f. rofei coloris , inflar pumicis , qux aqux innatat , tranfmutatus.

A pumice oificinali diíFert , quia ille albus , afpcr , poroíillimus , fxpe filamentofus , cu jus originem e vitro vulcânico Koejilin experimentis tribuit.

Ex hac obfervatiene vidctur , quod ignis fuam a£lio- nem fupra fchiftúm , ab imo ad fummum exercuerit , ut Olifipone variis in locis obfervavi ; nempe fcorias vulcâ- nicas inter ftrata lapidis, aut terras calcariae.

ME-

dasScienciasdeLisboa. 85"

MEMORIA I.

Sobre a força Magnética Por Joa6 António Dalla Bella.

Iiidagatio ipfarum rertmi tum maxiiiiarum , tum occuhijjimarum habet

obleílationem , ji vero aliquid occnrrac humanijjima atiiimis com

plctitr volíWtatc.

Cie. Acad. Quxft. Lib. IV.

ENtre os corpos naturaes tcrrcílrcs , que nós até ago- ra conhecemos , quanto podem alcançar as noíTas in- dagações , não ha algum , que fendo dotado de to- dos os outros attributos univcrfaes da matéria , moftre maior numero d'outras propriedades , todas intereflantes , mas que não fe nos maniíeftão fenao miíleriofamente , co- mo a pedra Iman.

§ 2. Com efFeito nefte maravilhofo mineral , defcobri- mos em todo o tempo e lugar , fem foccorro d'algum artificio , quatro propriedades particulares que não íe ma- nifcftão por íi mefmas em outro algum corpo. A primei- ra he attrair em diftancia muito notável todos os corpos marciaes : a fegunda he dirigi r-fe por 11 para os pólo? da terra, ou emhuma linha, que mais ou menos declina do Meridiano terreftre em vários tempos , e em lugares diverfos ; a terceira inclinar-fe mais ou menos abaixo do Orizonte , abatendo-fc fempre neftc noíTo Emisferio ter- reftre para a parte do Septcntriao : a quarta finalmente he communicar eflas fuás propriedades ao ferro , e ao aço ,

con-

86 Memorias DA Academia Real confervando todavia o Iman as fuás mefmas propriedades em todo o fcu vigor ; de forte que hum ferro , como fc diz , cncevado vem a fcr outro Iman.

§ 3. Ora allim como, cadahuma das quatro proprieda- des indicadas são commumcnte conhecidas , allim he de todo defconhccida a fua caufa ; porque todos os fyf- temas , que ate agora forão inventados para o fim de a explicar , tanto pelos Filofofos antigos , como pelos mo- dernos , ou fc reduzem a huma pofitiva chimera , ou não são fufficientes para fe darem as razões de todos os fe- nómenos , que no dito mineral fe manifeftao : de maneira que parece , que a Natureza tem occultado no Iman innu- meraveis myítcrios , e que quanto mais fe defcobrem os feus fenómenos, tanto mais longe ficamos de Ihesadevi- nhar as caufas ; c por fim cheios de confusões , e duvi- das nos vemos obrigado a ccnfeíFar , que á medida que fe augmentão os conhecimentos , crefce também a noíFa ignorância.

§ 4. Sem embargo difto , reftringindo-me a exami- nar algumas circuftancias da Attracção magnética , depois deter lido, o que os mais acreditados Authores efcreve- rão a efte rcfpeito , como forão hum Hauksbeio , hum Taylor , hum Whifton , hum Musfchembroek , e outros , principiei a refleílir fobre as varias tentativas , que forão praticadas para determinar alguma lei confiante da pro- porção , que fe encontra entre as differentes diftancias dos corpos marciaes attraidos , e a força magnética. Vi pois , que aquelles , que procurarão defcobrir efta lei por meio das mais exaftas , e repetidas experiências , ou não pode- rão tirar fenão conclusões muito geraes (quaes são , que as forças magnéticas attraentes , crefcem tanto mais , quan- to fe deminuem as diftancias ; e, comparando as experiên- cias entre fi , que as forças attraentes magnéticas são em huma razão menor da inverfa das diftancias) ou não de- rão , fenão proporções muito inconftantcs , e variáveis.

§ j-. Será pois impoíllyel ( diíTe cu comigo mcfmo)

DAS SciSnCIASDELrSBOA. Sf

i Induftria humana fazer o defcobrimento de huma tal lei ? Porque , aindaque fe nao tenha feito até agora , nem por iflb fe deve dizer , que a não ha. Não nego , que nas experiências da Attracção magnética não fe encontrem infinitas irregularidades , para affim dizer ; mas nem por iflb devemos defefperar de defcobrir , huma ou outra vez a lei da proporção indicada. Como feria poflivel , que o Principe dos Filofofos , o immortal Newton , fe rezolvéfle a indicar huma proporção das forças magnéticas , tão dif- ferente daquellas , que com tanto trabalho , e por tantos modos apenas deduzio por meio das fuás innumeraveií experiências o perfpicaciffimo Musfchembroekio ?

§ 6. Eis-aqui como fe exprime o referido Newton. » (*) » Vis gravitatis divcrli eft generis a vi magnética, nam » Attraí^io magnética , non eft ut matéria attrafta. Corpora » aliqua magis trahuntur , alia minus , plurima non tra- » huntur. Et vis magnética in uno & eodem corpore in- X tendi potcft Sc remitti , ellque nonnunquam longe maior » pro quantitate materix , quam vis gravitatis , & in re- » ccflu a magnete decrefcit in ratione diftanti» non du- » plicata , fed fere triplicata , quantum ex craíEs quibus- » dam obfervationibus animadvertere potui. »

Quizeífe Deos , que cfte mefmo grande Filofofo , « fubtiliflimo Matheraatico tiveífe ao menos indicado aquel- las , que clle chama obfervações emgroflb , e o methodo , com que elle as executou e calculou , para tirar a fua conclusão indicada ; porque talvez que por efte meio fe tivefle poupado o trabalho de tantas experiências , cálcu- los , e obfervações , que até agora fizerão tantos homens illuftres , fem confeguir o dezejado fim.

§ 7. Confiado eu pois em polTuir nefte Régio Gabiúe- te de Fifica experimental ( por mercê da liberalidade do AogufbifEmo Rei o Senhor Dom Jofé I. femprc de glo- riofa memoria ) hum pedaço de Iman ^ que na proporção da fua grandeza he pela fua força hum dos mais eâima"

veis

(♦) Princ. Phil. Lib. ^ Propos. 6. Corol. 5. pag. ?68.

88 Memorias DA Academia Real veis , que eu jamais vi, ou de que ouvi fallar: confiado, digo , que eílc Iman experimentado por diflFerentes mo- dos poderia dar alguma luz mais clara fobre a lei , de que fallo , me abalancei intrepidamente á obra no principio de Março do anno paflado , efperando-fe por meio da minha fraca induftria (a qual eu confeço inferior á de tan- tos homens celebres , que antes de mim trabalharão tão fabiamente nefte ponto ) não confeguifle o meu fim ; ao menos huma copiofa Collecção de experiências feitas com o referido Iman ( além de poder merecer huma be- nigna aprovação da minha empreza ) ferviria talvez algum dia de matéria para fe exercitar o efpirito , e talento mais penetrante de algum outro Filofofo.

§ 8. Peloque foube de algumas relações, que femefi- zerão, que efte famofo Iman foi hum prezente feito pelo Imperador da China , ao grande , e magnifico Monarcha de Portugal , o Senhor Dom João V, He elle huma pe- dra de forma irregular , cujo volume tenho achado fer

deaéi'^ polegadas cubicas : o feu pezo he de 38 li- bras, e onças 7 -: e a fua gravidade efpecifica he 405:5'. A linha do feu meridiano he de 6 polegadas , e 10 li- nhas : e a do feu equador he de 8 -^ polegadas : pela

parte inferior, em que eftão os feus poios, he efta pedra cortada , e liza para poder armar-fe , como convém : o po- lo auftral difta do equador 4 polegadas ,07 linhas ; e o Setemptrional 2 polegadas , e 3 linhas.

§ 9. Quando no anno de 1768 fe me entregou por ordem Real efte Iman armado , quiz provar com a maior exaftidão a fua força attraente , e achei que bafta- vâo 170 libras de pezo para vencella ; poftoquc havia me- moria de ter fuftentado 174 libras. Depois de algum tempo o defarmei para fe alimpar da ferrugem ; e armado de novo me fuftentou 176 libras de pezo. Tranfporta-

do

I

dasScienciasdeLisboa. 89

do depois no anno de 1783 para efte Gabinete, tive fem" pre cuidado de conrervallo íufpenfo na fua direcção natu- ral , e carregado fempre com huma maíTa de chumbo do pezo de 174 libras. Muitas vezes no principio achei o pezo feparado dcUc , poftoquc a machina que o fuftenta fe ache cm huma íituação livre de qualquer abalo , ou tremor. Mas dcfde o anno de 1775" ^té ao prezente não fe feparou mais o dito pezo , fenão quando eu o tirei pe- la occurrencia de outras experiências : e deite modo fe foi fempre augmentando mais a fua força attraente. E ain- daque eu a tenha experimentado , ao menos huma vez cada anno , não tenho confervado fobre ifto fenão as qua- tro Memorias feguintes. No anno^e 1778 a 7 de Fe- vereiro fufteve hum pezo de 180 lioras , e z onças , de que ao depois fe feparou. No anno de 1779 ^ ^^ J^~ neiro , fufteve 186 libras, e 8 onças: a 29 de Janeiro de 1780 fufteve livras 192, e 6 onças: c no anno de 1781 a 2 1 de Fevereiro fufteve 202 libras , e 7 onças. Finalmente depois de ter eftado por muito tempo defarmado o mef- mo Iman para fazer as experiências , que hei de referir , armado novamente me fuftentou no dia 23 de Fevereiro defte anno 1782 fomente libras 187, e 10 onças; porém, praticadas com elle maiores diligencias , no dia 12 do mez de Março corrente , fufteve libras 199 , c 14 onças. § 10. Vê-fepois, quepormeio descuidados, que em- preguei , fe augmentou nelle a força attraente. E ainda- quc nas ultimas obfervaçocs moftrou menor força , ifto poderia fucceder por caufa principalmente de ter eftado perto de 6 mezcs em inacção , e por caufa das infinitas variações , que em tempos differentes , e nos mefmos lu- gares fuccedem na mefma força attraente dólman. E da- qui nafce aquelle dito commum , dos que por muito tem- po fizerão femilhantes obfervações , que o Iman padece a fua febre ; porque muitas vezes fe tem obfervado , que em hum tempo o mefmo Iman moftra maior força de at- trair, e em maior diftancia, que em outro.

Tom. I. M Def-

j)0 Memorias DA AcademiaReal §11. Dcftas variações pois me parece , que fe deverá deduzir cm grande parte a razão, porque nas minhas ex- periências feitas em dias differentes , fe obfervárão varia.- ções tanto a refpeito das forças , com que foi attraida a mefma maíTa de igual figura , e volume , quanto a refpei- to das diftancias , a que fe cftendco a força magnética par- ra com a mefma malla. Se foflc pollivcl fazer no mefmo dia as experiências, que palTo a referir, perfuado-me que teria achado os effeitos mais análogos. Não quero porém dizer , que as variações indicadas do Iman , tcnhao lido a única caufa das dilFercnças que encontrei : porque em fe- melhantc experiência concorre muito a mobilidade da bar- lança , a qual , por niJLs cuidadozamente que feja trabalha- da , não pôde livrar-le das reziftencias do attrito , que fe moftra debaixo de tão diverfos afpeftos , principalmente quando as mefmas fuperficies , que fe tocâo , são mais ou menos carregadas : além de que concorre muito a produ- zir pequenas diíFerenças a mudança dos pezos , que íè ap- plicão á balança para defcobrir a força magnética.

§ 12. Mas, deixando de parte femilhantes reflexões, que tão facilmente fe apprefentão ao entendimento illu- minado de cada hum de Vós , Illuíkriffimos Académicos , vou a expor o methodo , de que me fervi nas minhas ex- periências.

§ 13. Tomando o grande Imandefarmado , o coUoquei com o feu meridiano perpendicular ao Orizonte , fazendo que elle fe firmalTe fobre hum ou outro dos feus poios , fuftentado em huma meza : ao depois no alto de huma cábrea fufpendi huma balança por meio de 4 roldanas , das quaes as duas inferiores erão moveis , e paralellas às duas fuperiores : no meio das inferiores prendi huma ba- lança eraftiíEma , que fuppoíto que carregada de huma , c outra parte de 8, e mais libras de pezo , fempre fe mof- tra fenlivel a - parte de hum grão. As ditas roldanas, além de me fervirem para levantar mais oumenos abalan-

I

dasScienciasdeLisboa. 91

ça , me confervaviío efta na ipcfma direcção , fem poder voltar-fc para parte alguma. No braço da balança prendi por meio de hum longo fio o corpo marcial , que devia íer attraido , e com outro pc7.o o puz cm hum perfeito equilíbrio. Immcdiatamcntc por meio de hum fio pêndulo, puz todo o cuidado , que o eixo do corpo , que devia fer attraido , eftivclTe perfeitamente perpendicular ao pólo do Iman , que primeiramente marquei com toda a attenção fobre o mefmo. Dahi dcfcendo as mais das vezes a ba- lança até ao ponto do contaflo immediato entre o Iman , e o corpo, e levantando depois pouco apouco abalança a certa diftancia determinada , cm cada huma notei a quan- tidade da força magnética , pela qual a balança fc moílra- va fora do equilíbrio. Quando pois o corpo marcial tinha chegado a tal diftancia , que moftrava bem eftar fora da esfera da attracção , fiz novamente defcer o mefmo cor- po , c nas mefmas diftancias de antes tornei a tentar , qual folTe a aftividade da força magnética. Defte modo me quiz fegurar contra qualquer erro , que podeíTe ter come- tido nas experiências , fazendo uío de dous Imans : e fer- vindo-me dos corpos metállicos , fahindo eftes do imme- diato contafto , e , tornando depois ao mefmo , achei , que com cfte methodo fc me manileftavão as forças magnéti- cas com mais regularidade. Se por alguma obfervação me nafceo alguma duvida , não deixei de repetir mais vezes a experiência , ordenando que fe fizeíTe , eftando eu pre- zente , ainda por mão alheia. Na poftura dos pezos , que erão precizos , ufei de toda a induftria paraque , ainda- quc pequenos , foíTem dcftramente applicados , c não ati- rados de qualquer pequena diftancia á balança ; precaução bem necellaria em femilhantcs experiências. Ufei por fim de outra cautela , ifto hc , que nenhum ficaíTc muito pró- ximo á balança , paraque o ar da rcfpiraçãp , c do movi- mento dos corpos vezinhos , fendo agitado , não tivefle par- te alguma na ofcillaçao da mcfma balança , como muitas vezes tenho obfervado. E como em algumas experiências ,

M ii que

pz Memorias da Academia Real

que cu fiz de propollto , como por cxcrcitar-mc ( poftoque ha mais de 30 annos que profcíTo , e pratico aFyíica expe- rimental ) , obfcrvei diffcrenças de forças com o meímo Imaii em divcrfos dias , aflim determinei ajuntar as ob- fervaçòcs meteorológicas em cada hum dos dias , em que fiz alguma experiência.

§ 14. N3o eftranhcis , refpeitaveis Académicos, a re- lação de tantas efcrupulofas advertências minhas ; porque certamente em tacs experiências nunca ha deligencias fu- perfluas. He abíblutamente necelTario que aquellas , das quaes íc intenta tirar alguma deciziío , lejão feitas com efcrupulofa exa£tid3o , que as faz fer trabalhofas ; mas fcm a qual cilas perdem todo o feu merecimento.

§ 15-. Para experimentar a força do grande Iman fobre- dito com outro , me fervi primeiramente de hum reduzi- do à figura esférica , cujo diâmetro he de huma polega- da , e 7 linhas. Efte peza 6 onças, e 32 quilates; e a fua gravidade efpecifica achei fer igual 34148: de forte, que cfte tem maior deníidade , que o outro. Elle eftá optima- mente íirmado , c fuftenta ordinariamente hum pezo de 174 onças.

§ 16. Tomando pois os dous Imans referidos deíarma- dos , puz o maior com o polo Scptentrional para fima , e fufpendi o Iman redondo na balança com o polo auftral pa- ra baixo : pofta efta em equilíbrio , tentei a força j com que era attrahido o menor pelo maior , ou , para fallar melhor , com que erao attrahidos reciprocamente , princi- piando da maior diftancia , em que a força magnética fc fazia fenfivcl ; evim defcendo pordiverfas diftancias , euja medida hc fempre de de Pariz , que eílão notadas na Ta- boa feguinte até ao immediato contafto de ambos os Imans. Eftas diftancias são tomadas entre huma , e outra fuperficie dos Imans oppoftos. As forças achadas com. a experiência, que fiz no dia 22 de Março , eftão notadas na primeira columna da mefma Taboa , cujos números mofr trSo o pezo de Graus. Na fcgunda columna cftão alli-

na-

DAS SciENcrAS DE Lisboa. 93

Baladas as forças , que achei no dia 24 , com os mefmos Imans , e os mefmos poios.

§ 17. Deve advertir-fe , que as minhas obfervações meteorológicas fc fizcrão com hum Barómetro , cuja efcala çftá medida com Inglez , e o Termómetro he de Mer- cúrio com a divizão de Fahreaeyt , collocado em hum quarto para o Poente.

No dia 22. Barómetro 29. 82. Termómetro 63,

Vento E Sol , e Nuvls.

No dia 24. Barôm. 29. 68. Termôm. 64 ~ Vento SE -^ Sol , e poucas Nuvens.

legadas. Linhas.

Graôs. Graôs.

1 1

0

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2, - ^ - =- - I

10 - -

0

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350 347

432 - ."- - 421

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5'4(í - - - - ^66

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^97i '-"-'■•'' 5?<54 Exa-

94 Memorias da Academia Real § i8. Examinando pois as forças indicadas, c compa- rando-as com as difFerentcs diftancias , cm que fe achavâo os dous Imans , não ha , quem não dclcubra á primeira vifta , que dous Imans fe attracm diíFcrentemencc cm difFerentcs diftancias ; e que as forças magnéticas crefcem tanto mais , quanto fe diminuem as. diftancias : mas occulta-fe mifte- riofamcnte , qual feja a razão entre as forças , e as diftan- cias : o mais , que fe pode dizer he , que as forças attracn- tes são em huma razão menor da inverfa das diftancias ; porque fe na diftancia de 3 linhas a força foi de 566 graós cm huma diftancia dupla , ifto he , de 6 linhas , pa- ra feguir a razão inverfa das diftancias , devia fer de 283 graós ; e a experiência moftrou 421. O mefmo fe obfer- va nas outras experiências , como fe na Taboa feguin- te , até á diftancia de $ polegadas j mas não nas diftan- cias fuperiores.

Diftancias em linhas. Forças, que o Calculo. Forças, que deu a Experiência;

j 5:66 $66

5 285 421

9 188^ 347

12 - 141- ^76

18 94 i--. 196

24 70 141

------ 47 i 80

48 3S i 5-3'

60 18^--

yj- .-23-^-- 12.

§ 19-

dasScienciasdeLisboa. 95r

§ 19. Porém efta conclusão hc muito genérica, e nãç> determina proporção alguma; c depois deter feito, para alfim dizer , infinitos cálculos , não fomente fobre as ex- periências declaradas j mas também fobre outras muitas , tentando fobre varias porporções , ora fimples , ora com- poftas , não me foi poíEvcl defcobrir alguma lei conftan- te ; mas nem por iíTo rcfolvi deixar o trabalho , eílando perfuadido , de que a força magnética , aíllm como qual- quer outra premente , deveria fcguir alguma lei.

§ 20. Tendo perdido em huma occaíião o final , que me indicava o polo do Iman , que primeiro tinha affinala- do com tinta fobre a fua fuperficie , quiz novamente dcf- ■cobrillo , pondo huma agulha de aço fobre omefmolman, para ver, onde ella fe fuftentava perpendicular aoOrizoa- te, como deve fucccder por caufa da força magnética, fabendo ■que naquelle ponto devia exiftir o polo. E com ifto oblcr- yci , que a mefma agulha pofta em qualquer outro ponto pouco diftante , a roda do polo fe inclinava mais , e me- nos , formando por toda a parte hum angulo agudo com a fuperficie orizontal do Iman. Fiz logo comigo efta re- ■flexâo : Logo efta agulha com a fua inclinação me moftra fer dirigida pela força magnética a hum ponto interno do Iman ; affim como os corpos terreftres o são a hum , quaíi ponto interno da terra , por caufa da gravidade : e aflim como, para calcular a força da gravidade nos corpos , to- mamos fempre a diftancia do centro da terra ; porque ra- zão , para calcular a força magnética , não tomaremos tam- bém a diftancia do centro do Iman ? Não foi elle confide- rado por tantos Filofofos como huma terra pequena .■* Co- mo pois no Iman ha de haver efte centro , e fe deftc fe calcularem as diftancias dos corpos marciaes ; parece-me , que as forças magnéticas deveriao feguir a mefma lei da gravidade ; e que por iflb ferião çalve^ na razão duplica- da inverfa das diftancias.

§21. Agradou-me a nova idéa ; mas logç) fe pie offe- receo a difficuldâde de detensioar p dito ÇÇJJW- T9^^?

os

çô Memo^rias DA Academia Real os Imans não tem a mefma força : não eftão os poios igualmente diftantes do equador magnético : a força ma- gnética do mefmo Iman não fe moftra fempre igual : fe o Iman ft divide em partes com diíFerentes planos paralel- jos ao feu equador , cada huma das partes vem a fer ou- tro Iman com os feus dous poios pela mefma parte , em que eftavão no Iman inteiro : a eftruélura interna do Iman não he totalmente omogénea. Com eftas , e outras refle- xões me parecia impoíllvel defcobrir o centro. Experimen- tei , cm que diftancia fe unirião as linhas de direcção da agulha fobredita, pofta em diverfos pontos igualmente dif- tantes á roda do polo do Iman maior ; mas depois com o mefmo mecanifmo não me foi poflivel determinar o cen- tro do outro Iman de figura esférica.

§ 12. Além difto he precizo refleftir , que , quando dous Imans , ou hum , e hum ferro íe attraem reciprocamen- te eftamos em hum cazo muito differente daquelle , em que mutuamente fe attraem a terra , e qualquer outro corpo terrtftre. Porque , podendo dizer-fe , que a maíFa da terra he quaíi infinita a refpeito da de cada hum dos corpos teneftres , affim a força , com que efles por fi attraem a ter- ra , fe pôde chamar infinitefima ; e aqudlla , com que pela terra são attraidos , infinita : e por iflb a força , com que a terra he attraida dos corpos , fe confidera como nenhuma. Mas ifto não he affim no nollb cafo. Nelle fe trata de cor- pos , cuja maíFa tem entrefi huma razão finita , c por iflb he fummamente notável a força , com que hum Iman , ou hum ferro , aindaque de menor volume , attraem outro Iman.

§ 23. Sem embargo difto , na combinação das duas forças , as quaes diflicilmente poderemos conhecer , fepara- da huma da outra , fe deve fuppôr algum ponto, que fe chamará centro das forças communs , do qual , tomando a diftancia, fe poderá talvez moftrar a razão indicada , ao menos proximamente.

§ 24. Chamei pois a hum novo exame as experiências alllma referidas j e , tendo depois de vários cálculos dcter-

mi-

I

dasSciencíasdeLisboa. 97

minatlj aqucUc centro na diftancia de i8 linhas , vi que (deixando de parte a força achada no contafto ) calculan- do as forças na razão duplicada inverla das diílancias , me moftravão os reíultados huma approximaçlo muito maior daqucUa que cfpcrava : mas ifto até huma certa diftan- cia , como fc pôde conhecer da feguinte Taboa.

§ 25- Devo porém advertir primeiro , que para faci- litar o calculo , reduzi os números , que indicão as diftan- cias , todos na mefma porpcrçao a hum menor termo , pa- ra confeguir esquadrados mais pequenos dos meímos nú- meros. Por exemplo como linhas 3 >í< i2 rr 21 : 6 >^ ■18 tr 24 : : 7 : 8. E tomados esquadrados deftes deus úl- timos numeres principiei a calcular de medo feguinte : 64 : 4c): : 5-66: X. O numero 5-66 he o dos grãos que moftrão a força magnética , quando os deus Imans dillavao hum do outro 3 linhas ; c com eftc comparei todos os outros ■números fubfequentes.

Quadrados das diílancias. Forqas , que o Calculo. Que a Experiência. 4p j-éé . j-^g

^4 433 ^i 431

81 342 l: 347

100 _ - - 277 ------- 27Ó

144 ipiji ipo ipó

ip6 141 -^ 141

Ç 26 Confrontando pois o numeres do calculo com as da experiência , fe conhece que as forças magnética dos dous Imans que fervirão para efta experiência , moftrão , feguir muito proximamente a razão-inverfa dos quadrados das diftancias até á de duas polegadas ; e que as peque- nas difFercnças que nellas fe defcobrem podem nafcer de Tom. I, N hu-

o8 Memorias da Academia Real

huma infinidade de accidcntcs , contra os quacs não pode acautclar-lc totalmente o mais deftro obfcrvador.

§ 27 ConfcíTo porém, que nas diftancias maiores não governa a mefma razão ; e quem qiiizer continuar o cal- culo , achará que os números das forças achados com a experiência , são muito menores , que aquellcs que o calculo : qual pofla fer pois a razão deita differcnça , exa- minaremos logo.

§ 28 AíEm como feria temeridade pertender ter def- coberto hum.a lei da natureza com a obfervação de hum fenómeno , nílím &?. eu muitas outras experiências com o fob redito Iman , entre as quaes fugeito ao exame , hu- hia feita no dia 24 de Abril do anno referido.

Achava-fe naquelle dia o Mercúrio no Barómetro na altura de 29. 72. o Termómetro a 66- : o vento era NE I ; e o Ceo fereno.

§ 29 Colloquei os dous Imans de modo , que o pó- lo N do grande , attrahifle o pólo S do outro , como ti- nha feito na outra experiência : mas com efta diíFerença , que principiei a procurar as forças no immedinto contafto dos dous Imans ; e quando cheguei áquella diftancia , em que não fe manifeftava a força magnética , fiz defcer novamente o Iman movei até o contafto do outro.

Polegadas. Linhas. Subindo. Defcendo. o ----_-o-- 1052 - - - 1020 o 3 y82 584

0 ------6---- 442 ----- 444

o 9 349 34Ó

I o 288 284

1 ______6---- 202 ----- 200

2 o---- I4Z ----- 141

5 -^^ o po 84

4 o-----^o 5-1

5 o 31 31

6 ., ---o__-_- 21 ------ 21

DAS SciENciAs DE Lisboa. p^

7- o 14 14^

8 ,_o---- 10 10^

ç__-___o---- 6 6 ^

lo---- o---- 4-- -- 4r n o 3 - 3

12 ------o---- 2------ 2

Ij O---- I 1

14 __ o _ o- - o

§ 30 Eis-aqui pois com efte novo methodo de expe- rimentar os mefmos Imans com os mefmos pólos , hu- ma força de contafto maior , como também huma força maior nas primeiras diftancias fubfequentes ; c também que a força fe moftrou feníivel a duas polegadas de dif- tancia maior que a que temos obfcrvado na outra expe- riência. Com tudo iflo a Taboa feguinte moílra como as forças magnéticas fcgucm da mefma forte a razão indica- da ; e deminuem á medida que os quadrados das diftancias fe augmentão , fuppondo o centro das forças na mefma diftancia de 18 linhas. O calculo foi feito com o mefmo methodo que moílra a Taboa precedente.

Quadrado! das diftanciai. Forqas que o Calculo. Que a ExperiencU

4p_ J82 -" 5'8z

64 44jr 1| -_-.-_ _ _ 444

81 3J2 _2 ___-._ _ 345,

loc 285' -^ ----^ -- - - 284

144 19^ íj ** ^°°

1^6 I4y i _ . -_ -_ » - 142

3»4 - 88 i^ - £ - - - - 84 - 5,0

Por efta Experiência fe pôde dizer, que a mefma ra- zão das forças continua até á diftancia de 3 polegadas ; porque o meio proporcional dos dous números da ultima obfervação calculada , não differe muito do numero do

N ii cal-

ico Memorias da Academia Real calculo : todavia a. mefma razão n^o.paffa além da dita diftancia.

§ ->i Depois de eu ter obfervado nas Experiências cal- culadas , e expofta's , e em outras que deixo de referir , que as forças magnéticas dos ditos pólos não eftavâo muito lonse de feguir a razão inverfa dos quadrados das diftan- cias me confirmei ainda mais na minha opinião, quando entrei a calcular outras experiências que tinha feito ; en- tre as quaes cfcolhi para expor a do dia 24 do dito mcz de Março , fazendo que os dous Imans fc attraiíTcm com os dous pólos oppoftos aos experimentados. Da forma com que fe regiftrárao os números , fe , que principiei a procurar as forças da maior diftancia , deícendo até o immediato contado.

Polegadas. Linhas. Forças.

J4 o I

jj o 5

j3 o yi

II -_ o 7

10 o 8i

p 0-- 10

8 o------- 13

7 0-- -.- i8i

^ o--r--r- 34

S 0-- 37

4 o -- 52

3 _ . -- o ------ - 78

a .^ ., ^ -,- o ifo

j _ - - - - 6 _ _ _ 206

1 ;0 - - 303

o-.-----5> 378

o 6 483

o 3 Ófó

o__--__-o------ 1200

§ 3*

DAS SciENCIAS DE LiSBOA. lOI

§ 32 Primeiro que tudo, comparando as forças deites dous pólos com as dos pólos oppoftos , fc oblerva pri- meiramente , que todas cilas era dJllancia igual , faó maio- res que as precedentes , exceptuando a que le acbou na diftancia de 5 polegadas. Em legundo lugar fe , que. cftcs dous pólos laó mutuamente lenliveis em huma dií- tancia maior.

§ 33 Mas fe ao depois vamos a procurar em que dif-» tancia fe acha o centro das fuás forças , acho que ellas mo indicio em huma diftancia menor , ifto hc de 16 li- nhas; eque calculadas delle , feguem muito proximamen- te a razão indicada ; mas até á diftancia de 2 polega- daSj como fe obferva na feguiate Taboa.

Ouadrados das diftancias. Focqas qtie lU o Calculo. Que a ExperiencUi

361 6^6 656

^84 489 Ht 485

62S ------- 378 7ÍT 378

784 - - 30^7? 303

llfó 204— 106

1600 1487-0 ijo

2704 87^7 78

Poftoque na diftancia de 6 linhas o pezo que deu a Experiência de 483 grãos defira do pezo que o Calcu- lo , hum pouco mais de 6 grãos , com tudo não he efta differença tal , que dcUa fe deva fazer muito cafo : por- que eftes 6 grãos proporcionados com a diftancia , a pe- nas indicão a differença de de huma linha; differença que pôde infenfivelmcnte previr de levantar mais , ou me- nos a balança a que eftú prezo hum dos dous Imans.

§ 34 Para provar ainda mais o meu affumpto, vi que era necefíàrio fazer ufo de algum outro Iman { porque não feria fóri de razão fufpcirar , que em outros Imans fe não obfervaffera os mefmos fenómenos.

§ 35-

lol Memorias da Academia Real § 55- Tomei pois do rico Mufeo de Hiftoria Natural, dirigido com tanto difcernimento , fabedoria , e zelo pe- lo nollb clariíGmo Sócio o Senhor Domingos Vandelli , to- mei digo , hum pedaço de Iman , reduzido a figura de hum Paralcllepipedo de comprimento de 2 t polegadas, e de largura, e groíTura de ir. Peza ellc 20 onças, e^j^ quilates ; e a fua gravidade efpecifica he de 4746. Deve- le porém advertir que efte Paralellepipedo eílá partido em dous pedaços , que ao depois fe unirão com betume : o que deve fazer huma difFercnça na gravidade efpecifica : e que elle tem huma força muito fraca.

§ 36 Dependurei na balança efte Paralellepipedo , e confcrvei por baixo do mefmo o meu grande Iman com o pólo N para fima ; e principiei no dia 7 de Abril a exa- minar a força magnética entre eftes dous Imans , fazendo a primeira obfervação no contafto de ambos , feparando fegundo as medidas indicadas, o Paralellepipedo, do outro até o ultimo extremo da esfera da attracçao , e repetindo depois as mefmas obfervaçóes até fe tocarem ambos.

Chuva miúda. Barôm. 39. 72.

Term. 5- 9. 8. Vento SW.

Polegadas. Linhas. Forças fubindo. Defcendo. 0----0- -- 1824 - - - 1836 0----3----- 824 ----- 800

o 6 572 5-5'4

0----9 ----- 416 ----- 408 I -o----- 324 ----- 306

1 . - - - ó - - - - - 202 ... - - 196

2 --0-- - 140 - 138 3----0Í <íi 54

4--~-o 3^ - 30

•y. o .-- 18 -.-

(j_--.o------ II------ 9

•^ 9.

DAS SciENCIAS DE LiSBoA. ICg

7----0 7 - - S

8----0 3- 2

^_-__o-----o-------o

§ 37 Se ncfta experiência nòs fuppozer-mos o centro das forças em 12 linhas dediftancia, veremos que a for- ça magnética deftes dous Imans moftra feguir também a razão duplicada inverfa das diftancias ; mas até à dil- tancia de duas polegadas , e não mais. Ifto fe prova pelo calculo que fe ob ferva na Taboa feguinte.

Quadrados das di(lan;ias. Forcias que o Calculo. Que dj a Experiência.

ay. ------ 800 - - - - - 800

3^ SS^ J SS4r

49 408 -'- 408

5^. _.-■-_ 312Í ._.--„ 106 324 100 - - - 200 ------- 202

144 1387 138

356 -- 78^-- 62

Que maior vizinhança fe pode dar á pertendida pro- porção das forças magnéticas ? A meia proporcional entre as duas diffcrentes forças achadas na diftancia de huma po- legada , fe approxima quaíi tanto como as outras ao nu- mero que deu o Calculo.

§ 38 Mas vejamos fe corfcfpondc igualmente a força dos outros dous pólos , quero dizer o Pólo S do grande Iman , attraindo o Pólo N do Paralellepipedo magnético. Fiz efta experiência no dia 1 1 do mcfmo mez , em que cahia huma chuva miúda , eftando o Barôm. em 29. 60. , e o Tcnnôm. em 63. , com o vento SW, prafticando a mefma deligencia de principiar do contafto fubindo , e dahi repetindo aS mefmas obfcrvaçoes defcendo.

Po

lOA Memorias da Academia Real

Polegadas. Linhas. Forças fubindo. Defcendo.

o_.-_o----- 2232 . _ - - 3284

o. ----3 $'5'4 9^°

0 . - 6 - - - - - 644 ----- 638 o-.-.p----- 468 ----- 468

1 ... - o 360 35-0

I . _5.-__. 224 - - - 218

2_.--0-»--- 148 - 142

3 O 68 - 6^

4----° 3^ 34

j.- o------ 17- - 18

é----0 IO------ IO

7----0 S S

8 -o - 3 - 3

o. -o ._-_ o------ o

§ 39 Alílm como nas experiências antecedentes fer- vindo-me do pólo auftral do grande Iman , e do boreal do outro redondo , obfervei avezinhar-fe o centro das for- ças ; affim obfcrvo fuceder também nefta experiência , na qual me convém tomar o dito centro em 1 1 linhas de dif- tancia : eis-aqui na feguinte Taboa as forças provenien- tes do Calculo muito conformes á razão determinada.

ÇuadraJos das diftancias. Forcas , cue di o Calculo. Que a Expeiiencia X96 . _ . 95-4 5,^4

2.89 '^47 777 ----- 644

400 ' - - - - - 467 f^- - 4(58

S^9 ' - 35-31?? 350 360

841 222 in. 224

1225- - - - 15-2 •^^^- - 148

2209 84 ~ 68

Defta ultima Taboa como das antecedentes bem fe conhece , que quando temos chegado á maior diftancia de

duas

dAs Sgiencias de Lisboa. ioj

duas polegadas , as forças magnéticas dos dous Imans j fcguem muito differentc razão : também ncíta ultima ex- periências í'c obfcrva , que as forças cm duas polegadas de diftancia corrclpondcm menos cxaiflamcnte , que as ou- tras, àquillo que pediria o Calculo.

§ 40 Além das experiências até agora referidas , nas quaes temos obfervado , que a força magnética do gran- de Iman, principiando da diftancia de 3 linhas, até á de duas polegadas incluílvamcnte , attraindo outro , feguia muito proximamente a razão inverfa dos quadrados das diftancias ; quiz eu ver fe moftrarião a meima proporção outros dous Imans diverfos do grande , poftos com o mef- mo methodo em acção entrell. eu eftava perfuadido , que a força de dous Imans mais peqnenos , e menos for- tes não fcguirião a mefma razão até as duas polegadas de diAancia , como temos conftantemente obfervado no ou- tro : porque bem fabia , que a fua força , qualquer que cila foíTe , devia fentir-fe em muito menor diftancia que a outra. Com tudo ifto eu penfava , que em menores dif- tancias fe defcobreria a mefma razão.

§ 41 Por iflb no Diário das minhas obferyações acho, que no dia 25" de Abril púz em prova os dous Imans def- criptos aflima , hum de figura esférica , c o outro de Pa- ralellepipedo.

O Paralellepipedo eftava firme , apoiado fobre o feu pólo auftral , e por confequencia attrair com o feu pólo boreal o pólo auftral do Iman esférico , que eftava pre- zo á balança. Pofta efta primeiramente em equilíbrio prin- cipiei as minhas coftumadas obfervaçóes do conta£lo , &c. Eis-aqui o que experimentei.

Barómetro 29. 72. Termómetro 66 4 Vento NE| Ceo fereno.

Tom. L O Po-

ic6 Memorias da Academia Real

Polegadas. Linhas. Forças fubindo. Defcendo.

0----0------ 684 ----- 702

o 3 184 188

0----6------ ^2----- 90

o 9 52 5-3

I o 34 3^

1_.__6 --.- 12.-.-- 13

2----0------- 6-~----6^

3----0 3 3

4 ._o---»--- o------ o

§ 42 Examinando em que diftancia deveria confiderar o centro das forças , o calculo mo deo na de 4 linhas , não calculando fegundo o coftume a força do contafto ; e a Taboa feguinte moftra bem , que a força deftes dous Imans não fe aparta muito da nofla razão , até á diftancia de huma polegada incluíivamente.

Quadrado: das dinancias. For<ias que o Calculo. Que dd a Experiência.

^p 184 184

100 49 11 90

i6p y3_iZ jP3

2y6 - T? 35"

484 - - 187^ ^ 13

§ 43 Tentei também obfervar as forças dos dous pó- los oppoftos dos fobreditos Imans no dia 1 5 de Maio , em que cftava o Ceo nublado , o Barôm. em 29. 72. o Ter- mómetro em 67. , e o Vento NW ; c depois de ter cal- culadas as experiências que abaixo ajunto , confiderando o centro das forças em 3 linhas de diftancia , achei hum refultado que differe pouco da razão notada. Eis-aqui as ex- periências.

■\ Po-

I

DAS ScienciasdeLísboa.

lOJ

Polegadas. Linhas. Forças fubindo. Defcendo. o ___o----- 708 ------ 704

o 3- 200 - - - - ifj8

o 6 88 90

o 9 39 51

i___-_o----- 30------ 31

I-_ -Ó-- 12------ 12Í

2,-- o--- - 6-------6

3-----O 2--- - 2,

4 O í í

5-- o o --0

§ 44 Eis-aqui quanto rcfulta do calculo.

Quadradoí das dIAancias. Forqa; que o Calculo. Que a Experiência

4__--. ip8 _ - - _ - i^g

9 88 88

i5 4j,i .-- 49

25. 31 11 31

49 i6,f i2i

Também as forças deites dous pólos feguem a dita razão , fomente até á diftancia quafi de huma polegada.

§ 45" Obfcrvando por tanto , que as forças magnéticas fe feguem alguma razão , hc certamente a da duplicada inverfa das diftancias ( fomente porém até certa diftancia) e que cfta razão fe defcohre em diffcrcntes Imans , poftos em acção entrcfi , e não entre os Imans , mas também entre o Iman e o ferro , como conheci por muitas expe- riências que eu fiz com o mcfmo Iman grande , e alguns ferros de diverfas figuras ; as quaes experiências farão o principal objefto da fcgunda parte defta Memoria : obfcr- vando digo , que entre todas as experiências produzidas , não ha huma que contradiga , quanto fcmelhantes expe- O ii ricu-

ic8 Memorias da Academia Real ricncias fc podem concordar com o calculo ; não me atre- vo com tudo a affirmar , que tenha dcfcoberto a relação que ha entre as forças magnéticas , rcfpeftivamcnte ás va- rias diftancias em que fe achão os corpos marciacs.

$ 46 O duvidar he o principio da Tcicncia , e da fa- hedoria , principalmente quando fe trata de coufas de fa- fto , n.is quacs cada hum cílá fugcito a cnganar-fc : c tan- to mais tenho cu razão de duvidar, quando obfcrvo conf- tantcmentc , que ufando do meu grande , c fortiíTimo Iman , a razão indicada he nenhuma , fe eu quizeííc cal- cular a primeira força achada no contafto ; e que quando muito a mefma razão , principiando a contar a força mof- trada em três linhas de diftancia , fe conferva até á diftan- cia de duas polegadas , além das quaes a força magnéti- ca me apparecc fcmpre muito menor daquillo que pode- ria o melmo calculo continuado.

§ 47 0'ial fera pois a r.rzão , porque dcfcobrindo-fe alguma propoição entre as attracções de dous corpos ma- gnciic<!S nas menores diftancias entre li, fe apartem tanto as ditas i:trracçõcs da mefma , aíllm no conta£í:o , como nas maiores diftancias? Scrátalv;z, que devamos admittir nas attrjcçõcs mcgncticas alguma attracção particular, cujas forças figão huma razão muito mais alta daquclla que moftrdrão as fobreditas experiências , como fe deve fuppôr na attracção geral dos corpos , quando alguns dcf- teítes fe tocão de mais perto para dar razão das fuás diíFe- rentes affinidadcs , e como o moftrão as Fermentações , as Diiroluçôcs , as criftalizações , c outras operações chimi- cas ? Deverá dizcr-fc acafo , que no tocar-fc os corpos ma- gnéticos , a combinação das duas mutuas attracções produz huma força muito fupcrior áquclla que parecia dever dar o noíFo calculo ? Será talvez , que tocando-fe hum corpo no outro , obra com toda a fua força attracnte , fem que concorra alguma parte da fua força rcpulfiva ? Qiiem fn- be , que razão mnftraria a gravidade de hum corpo todas as vezes que folFc tranfportado , fe folFe pofllvel a tocar

im-

DAS SciENCIAS DE LiSBOA. IO9

immcdiarameiítc o pólo tcrrcftre ? Porque aincb que pelo? effeitos dagravidatlc , obfcrvados cm difForcntcs latituucs f;: nioílre pela analogia geometricamente , que a mefm.a gra- vidade crefcc como o quadrado do complemento do len> de latitude , quem dirá com tudo iíTo , que a cxperiencii moftraria o mefmo naquelle lugar ? A total ceíTiçâo da for- ça centrífuga , e a maior approximação ao centro da terra juntamente combin.idas , talvez que moftraíTem a gravida- de em huma razão bem differentc daqucUa que íe coílu- jTia calcular. E quem fabe , que não foíTe cfti razão ainda differentc nos dous differcntes pólos terrcftres ? E não fcm razão Guilherme Gilberto, e outros, confidcrárao o Iman como huma Terra pequena. Se foíTe poíllvcl ter fobre a terra hum corpo movei , cuja maíTa tiveíTe huma razão fenlivel com a mafla tcrreftre , como tem entre íi dous Jmans , e firm.ido o dito corpo fobre a terra le podcíTc £ntão provar a fua attracção reciproca do mefmo modo que eu fiz com dous Imnns ; quem poderia negar , que não fe achaíTe no contaflo huma força, que moftraíFe dif- fercnça femelhante áquella que fe obíerva no conta-lo dos corpos magnéticos? Mas o fazer ifto fcrá fempre impoíE- vel , e por iff;j não deixará de haver quem trate eftes meus penfamentos de eftravagantcs.

§ 48 Mas quando os dous Imans fobreditos fe achão diftantes hum do outro p( uct mais de duas poleg;idas, notavelmente fe diminuem as fuás forças magnéticas , mais daquillo que pediria a razão duplicada invcifa das diftan- cias. Qiial fera pois a caufa difto ? Será talvez porque à medida que o corpo attraido fe vai apartando do outro , não pôde cite exercitar a fua acção fobre toda a maffa do primeiro , devendo por iíFo mudar-fe neceffariamcnte o cen- tro das forças reciprocas ? Sciá porque na diftancia demais de 2 polegadas fe faz fentir mais a fua força repulfiva , e que por iflb fica dcftruhida huma parte maior da força attraftiva ? Oh fe eu tiveffe alguma experiência com que rodeffe provar, que as attracçoes , ou repulsões dos ímns

de

lio Memorias da Academia Real dependem dos eflúvios magnéticos , como tantos fuppoze- rão , mas nenhum tem provado , quantas outras conjefturas não poderia arrilcar ainda ? E Ic o Acido he hum dos principies conftitutivos do magnetifmo , como fe pôde prezumir, tanto doselFcitos do eleftricifmo artificial , e na- tural -fobrc o ferro , como das experiências feitas no an- no de 1773 por M/ de la Folie , Ruzier obfervations ftir la Phyftque , &c. Tom. 3. pag. 99. a quantas variações não lerá fugeita a força magnética em tempos , e diftan- cias diverfas , que nunca poderão fujeitar-fc a algum cal- culo ? E fe foíTe demonftrado com tanta evidencia , quan- ta he a razão que temos para fuppôr , que o magnetifmo não fcja outra coufa , fe não hum effeito do eleftricifmo ; quaíi que me atrevera a alFignar ainda huma caufa menos duvidofa , pela qual nas maiores diílancias fe moftrão as forças migncti^c.s tão divcrfas da razão alEma indicada. Mas cu rezcrvo fallar deita nova conCderaçao , quando ti- ver, liluítres Académicos , outra vez a honra de offere- cer-vos outras experiências clcftrico magnéticas , que ef- pero fazer na primeira occaíião , em que as prezentes oc- cupações do meu officio mo permitirem. Tomando porém em conlidcração todos os ditos pontos de vifta , quem fa- be fe não fuccedcrá hum dia , dcfcobrir-fe aquella razão que eu prezentemente não poderei produzir.

§ 49 E como para defcobrir a mefma razão poderia talvez contribuir a força repulfiva dos mefmos Imans , não deixei de a enveftigar por meio das experiências feguin- tes, com os dous Imans, grande, e esférico.

No dia 26 de Março , citando o Ceo nublado , o Vento SE ; o Baròm. em 29. 72. , e o Termom. em 65- 2. , moítrárão os pólos Septentrionaes dos dous Imans gran- de , c esférico , as repulsões que fe leguem.

Po-

DAS SciENCiAS DE Lisboa. iíí

Polegadas. Linhas. Forças repulíIvaS.

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i_ ___6______ 176

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O 5, 230

o 6 144

0------0------ 228

o o lOi

Ç 5-0 Fazendo eftas experiências conheci muito bem ^ quanta razão teve Muflchembroek. Differt. de Magn. pag. 30. em lembrar aos obfervadores , que no tentar as repul- sões dos Imans , era neceíTaria muito maior deftreza , que aquella que fe requer no experimentar as fuás atrrac- çóes. Porque tão grande he a força com que os dous pó- los inimigos fe defvião mutuamente , que fica paru affim dizer , quafi impoffivcl confervar o pólo do Iman fuppe- rior em huma linha perpendicular, correfpondente ao pó- lo do inferior, principalmente quando fevao approximan- do na menor diftancia de ■:, polegadas : e apenas aquelle fahe da perpendicular , tendo chegado á diftancia de a polegadas , fe faz logo fcntir nelle a força attraente do outro pólo , de forte que em líUm inftanrc fe precipita pa- ra clle , muito mais porque fe acha ajudado para fazer

ifto ,

112 Memorias da Academia Real ifto , pelos diíFercntcs pezos , que cftão no prato da ba- lança dá mcfma parte , os quaes fervem para fc intentar defcobrir a fua repulsão. Efte fenómeno fucccde com tan- to maior força , quanto o Iman fuperior fe approxima mais ao inferior , o qual fenómeno me parece digno de algumas reflexões , quando fc queira inquirir a razão das attracçõcs nas diftancias maiores , que as de duas pole- gadas.

§ 5-1 Para me livrar pois do dito inconveniente, que tanto ferve de impedimento para defcobrir a força repul- liva , não me valeo applicar o Iman á balança por meio de hum fio de cobre ; porque pela força com que o Iman era attraido do pólo oppollo , levava elle comfigo o fio , e a balança mefma ; e por iíTo me foi neceíTario atar a balança com três linhas poftas orizontalmente em três pontos diftantcs , afim de ellas obrigarem abalança a con- íervar-fe com o mefmo Iman na direcção perpendicular dos pólos quanto foíTe poílivel. Sem embargo difto , ve- remos nas experiências da repulsão dos outros dous pó- los , que não foi baftante aquella deligencia.

§ 5' 2 E pofto ifto , que pôde fervi r de regra a quem quizefle fazer femelhantes experiências , quando tenhão a fortuna de achar dous Imans tão fortes como aquelles de que eu me tenho fervido ; vamos a fazer algumas refle- xões fobre as experiências que indiquei.

§5-3 Obferva-fe primeiramente , que a força repulfiva dos meus dous Imans , he muito menor que a attraftiva , porque- nas experiências das attracções feitas com o pólo N do grande Iman , temos achado fer a fua menor força no contafto com as outras, 964 grão ; e moftrou depois o mefmo pólo a fua força máxima repulfiva , na diftancia de 6 linhas com a outra , fer de 244 grãos.

§ 5:4 Obferva-fe outro fim , que efta força repulfiva no conta£lo dos dous Imans , he mais que fubdupla menor de toda a outra força achada até á diftancia de huma po- legada inclufivamentc.

DAS SciKNCIAS DE LiSBOA. II3

§ 5" 5" Comparando pois a força máxima repulfiva de 244 grãos com as outras forças relativamente ás fu.is dif- tancias , fe dcfcobrc também , que nas íeis primeiras ob- fervações fupcriores , as ditas forças faô cm huma razão muito maior da inverfa das diílancias ; e que as outras 8 que fe feguem são todas em huma razão muito menor da inverfa das diftancias.

§ 56 He porém liuma particularidade digna de algu- ma reflexão , que eftas forças repulfivas , contando de 3 polegadas de diftancia , entre os dous Imans , até 7 , são quaíi iguacs as forças attraentes da primeira experiência que referi § 17 achadas na mefma diftancia com o mefmo polo ; e que diíFerem pouco das que achei com a expe- riência expofta na columna fegunda. Eis-aqui a confron- tação.

Diftancia Polegadas. Attracqões da i. columna. Repulsões. Attracqão da 2. columna.

3

-

-

-

-

-

-

74

-

-

-

-

-

79

-

-

-

-

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-

-

-

-

-

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-

-

-

-

-

49

-

-

-

-

- Í3

5

-

-

-

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-

-

32

-

-

-

-

-

31

-

-

-

-

- 3^

6

-

-

-

-

-

-

20

-

-

-

-

-

21

-

-

-

-

- 22

7

-

-

-

-

-

-

12

4

-

-

-

-

13

-

-

-

-

- 14

§ 5^7 Para conhecer pois qual foíFe também a força repulfiva dos dous pólos oppoftos , me appliquei a indagai- lo no dia fcguinte , que era ode 27 de Março; moftran- do o Mercúrio no Barómetro a altura de 29. 52. , e no Termómetro de 64. 2. O Vento era NW , e o Ceo eftava nublado.

Polegadas. Linhas. Forças repulfivas.

12 ------o---- -- o

ii_ o .__ I

10 __.-o----- 2 r

9 o s

8 o 8

.Tom. /. P 7

ii4 Memorias da Academia Real

7 o 12

C o 20

S o 29

4 o- -44

3-_. o 74

2,_ -O- 130

I 6 168

I _-__-_o ----_ 3jg

i_._--.o-- 104

Nas três diftancias de 9 , á , e 3. linhas não me foi poflivel , por mais deligencia que fiz , determinar a força rcpulfiva , por caufa de não poder confcrvar o Iman fupe- rior na perpendicular com o feu pólo correfpondente ao pólo do inferior. Aquelle era attraido lateralmente com. tanta força , que o feu eixo fe inclinava até formar hum angulo, quanto podí defcobrir, de perto de 60 grãos com o Onzontc •, e com a mefma força junta com a da repul- são , que confpirava para a mefma parte , quebrou huma das linhas , com que retinha a balança. Por efta razão não pude defcobrir , em que diftancia entreíi, cftes dous pó- los moftrarião a fua máxima força repulíha. He provável , que íeria cila ainda maior que a dos outros dous pólos , aífim pelo que acabei de referir , como porque efta fe mof- trou maior no contafto , e na diftancia de huma polega- da ; mas quando chegámos á diftancia de 3 polegadas , fe confervou adita força repulílva fempre menor, que aquel- la que tinhão moftrado os outros dous pólos, nem fe fez fenílvel em tanta diftancia.

§ 58 Não obftantc no contafto tanto de hum como do outro pólo , fe obferva que a repulsão foi menor, que a manifeftada em maior diftancia : quando a máxima attracção dos dous pólos amigos foi fempre no feu con- taílo. Eis-aqui pois , huma caufa pela qual a força attra-' ftiva no contado , não correfponde á razão que feguem as mcímas forças em maiores diftancias. E também efte

uni-

DAS SciENCIAS DE LiSBOA. Ilj"

único fenómeno me parece que conduz racionavcl mente a luppôr, que parte da força rcpulfiva fica dcftruida pela força attraétiva , como pelo contrario no.s outros dous pó- los amigos fe poderá dizer , que parte da força attraftiva ficará dcltruhida pela repulíiva. E fe com as nolTas expe- riências achamos , que a força attraftiva fegue tão proxi- mamente a razão duplic;:da mvcría das diftancias , até á de duas polegadas, não teremos razão de dizer, que iíto fe- ja hum cffcito nafcido da ccm^iofiçao das duas forças at- traftiva , e repulfiva ? E fe a mefma attracção em huma diftancia maior, que a de duas polegadas, não fcguc mais a razão indicada , não poderia fer caufii difto , huma maior , ou menor razão , que a força rcpulfiva chega a al- cançir fobre a attra£tiva ? O que me faz fufpcitar ilto , he o obfervar , que a força rcpulfiva relativamente a attrufti- va , em diftancias iguaes fe confcrva mais forte que a attradliiva ; ifto he , que augmentando-fe as diftancias , a attracção fe vai dcminuindo relativamente , mais daquillo que fe deminue a repulsão , como cada hum pode averi- guar nas experiências referidas , principalmente pelo que refpeita ás forças repulfivas do Pólo N .

§ jc) Outras muitas combinações, e cálculos, fe po- derião fizer fobre a multiplicidade dos fa£l:os , que até agora expuz á cerca das forças magnéticas. Porém outros fervindo-fe dos mefmos datos que eu tenho colegido , não fem trabalho ; poderão fazer aquillo , que cu não fi^. Pre- zcntcmcnte o meu único fim he apre;entar algumas pro- babilidades novas , fobre a razão que mcftrão feguir as forças magnéticas , as quaes raereção intercíTar as refle- xões dos Fyficos mais illuminados , a cujo exame eu as fugeito. Facão os outros também as fuás experiências e obfervações ; porque não ha coufa mais ventajoza ás Sei an- ciãs, quando, como de concerto , as peflToas mais diftan- tes humas das outras , e animadas do mefmo defejo de fabcr , trabalhão fobre o mefmo objeflo. Dithamcl. Dti' t~anfport , de la confcrvation ^ & de la force des Bois. Ca-

P ii da

ii6 Memorias da Academia Real da hum pciiHi da fua parte , e as idéas fe multiplicâo a mcfma lei. Sc as experiências dão refultados femelhantcs , temos toda a razão para as acreditar : e fe ellas não con- cordão , cada hum forceja pela fua parte para achar o da dcficuldade : acclarao-fe as duvidas , e ficando diffipa-» da a incerteza , fe tirão as conclusões mais certas.

MEMORIA II.

Sohre a força magnética. Pelo mesmo.

NA primeira Memoria que tive a honra de aprezen- tar a efta Sociedade , fobre as Leis que feguem aa forças attraentes dos Imans poftos em difFerentes dif- tancias entre fi , com a qual julgo ter provado por meio de muitas experien^ ins , que fe dão razões mais que pro- váveis para determinar , que a força magnética fegue a mefma Lei da gravidade ; prometi propor muitas outras experiências, que nomefmo tempo fiz para determinar da força magnética , entre o Iman e o Ferro. Para ellas me fervi fempre do meu grande Iman , que defcreví no prin- cipio da outra Memoria ; e por iífo veremos confian- temente em cada huma delias ( ou os Ferros que eu pu2 em obra , fejao de difFerentes diâmetros , ou de dilFeren- tes comprimentos, ou cilindricos puramente, ou cilíndri- cos pontagudos , ou puramente cónicos , ou tocando eftes o Iman com a fua baze , ou com a ponta ) , e de todos eftes cafos , digo , veremos confiantemente , que a força magnética tanto de hum , como do outro pólo , contando dadifiancia de 3 linhas , até á de 2 polegadas , fegue fem- pre muito proximamente a ravao invcrfa dos quadrados das diftancias , tomando eftas do centro das forças ; e que

nas

CAS SciENCIAS CE LlSBOA. II7

Das diftanciaâ maiores que as indicadas , eu não fabcria determinar alguma razão das mcfmas forças.

As experiências são em maior numero do que eu pcn- fava fazer no principio do meu trabalho ; e por iíTo leria eoufa longa , e faftidiofa ouvir prezentemente a telação de todas , alBm como também foi longa , e penofa a fua execução. Com tudo ifto refolvi-me a aprcfentar o re- gillro de todas com o feu calculo correfpondente ; porque eftou perfuâdido , de que fobre efta matéria ninguém te- rá recolhido tão grande numero de faftos , que ao menoè poderão fcrvir de materiaes , para aquelles que tomando in- terefle nas forças magnéticas , quizerem fazer outras com- binações que eu não fiz , das quaes fe poderão tirar mui- tas outras confcquencias. E feja-me permit do advertir aqui , que fe alguém julgar os faftos que eu paíTo a re- ferir , dignos da fua reflexão , poderá contar fobre a fide- lidade delles , pondo de parte os pequenos erros que por alguma inadvertência fe cometem ordinariamente na exe- cução, e calculo de hum grande numero de experiências ; porque em femelhantes obfervaçôes não ha coula mais fii- cil do que efcrever alguma vez hum numero por outro. Além difto , como obfervei que o mefmo Iman (não fel por qual influencia ) moftra em diverfos tempos diverfas forças , de mineira que aquella força que achei alguns dias antes, não he a mefma algum dia depois, affim tam- bém por efta razão me vi obrigado a multiplicar ainda mais as experiências , nas quaes rfte parece que fe deve confiar tanto mais, quanto pela maior pane fe acha nellas O mefmo refultado. Se alguma pois moftra alguma difte- rença notável , pode muito bem omittir-fe , como eu poderá ter feito, quando dcfde o principio me não tiveíTe propofto referir todos os faftos , taes quaes os obfervei , e quaes no tempo da execução , antes de calcular os no- tei no meu Diário. Mas aíTim como eu confiJerei efta ma- téria debaixo de difltrentes pontos de vifta , affim cada ^^um poderá cfcolher do grande numero de fados que Ihé

ap-

ii8 Memorias da Academia Real aprczento , aqucUes que julgar mais convenientes ao feii intento.

Experiência I.

NO dia 2p de Março de 1781 achando-fc o Ceo co- berto de nuvens , o Mercúrio no Barómetro na al- tura de 29. 18. , e no Termómetro de 60. 3. ventando de N. W. examinei as attracçocs do pólo auftnil du gran- de Mngnetc para' com o ferro , fervindo-mc de liuma bol- .la de ferro ; cujo diâmetro era de huma polegada. A ex- periência me moftrou as forças que fe feguem.

Diftancias. Forças.

Polegadas. Linhas. Gráos.

5 -o---- 2

4- o ' j-

3- o- 9

2___-__0----22

j 6 37

I - o 5:9

o 9 .77

0------Ó--- 104

0-- _.o--- 430

Tendo Feito efta experiência admirei-me multo de achar as torças magnéticas dcftes dous corpos tão difFe- rcntes das que achou MuíTchcmbroek , no obfervar a acção do Inian fobre o ferro ; porque examinando os nú- meros que exprimem a força do Iman de que ellc ufou , fobre o ferro na fua experiência Dijfertãtio Phyjica Expe- rimeiítalis de Magtiete pag. 38. XVII. das três às doze li- nhas , não fe pode negar , que a mefma não feja quaíl na razão invcrfa das diftancias. Mas as forças achadas com a noíTa fobrcdita experiência são tão diftantes da dita pro- por-

D A S S C I E N C I A S D E L t S B o A. IIJ»

porção , que fc manifcftão por fi mcfmas à primeira vifta.

Digo porém , que quando fe queira fuppor o centro dasforqas mutuas dcftcs dous corpos, na diftancia de 12 linhas (porque não fe pódc duvidar, que do mefmo mo- do que o Iman obra fobre o ferro ; tambcm eltc obre fobre o Iman ) , e fe tome a força achada em trcs linhas de diftancia para a comparar com as outras das diftancias fuperiores , veremos que as ditas forças até quafi duas polegadas de diftancia , correfpondem a razão duplicada inverfa das diftancias , que propuzemos.

Quadrados das diftancias. For(;as , ijue o Calculo. Que a Experiência.

25: 15-0 ------ 15-0

36 104 7 104

49 - - - 7<5 ~ 77

6a 5^~ 59

ICO . 37 ^ - 37

144 26 ~- - 32

Nefta experiência a ultima obfervação calculada , co- mo ,fe , não correfponde totalmente a proporção fuge- rida , como todas as outras tão proximamente correfpon- dem.

Vê-fe pois conftantemcnte , como fe verá também nas feguintcs experiências , que a attracção do Iman fobre o ferro não fegue a razão indicada nas diftancias maiores de duas polegadas , pelo concurfo , como fuponho , e co- mo indiquei nas outras Memorias , da força repulfiva. E para dar huma prova maior de fer a dita fuppoílção feita não fem razão, vou a referir huma experiência que pela novidade do fenómeno que nos moftra , merece a mais par- ticular attenção.

Ex-

i2o Memorias da Academia Real Experiência II.

PEnfando hum dia fobre a idéa que tenho concebido j fnas que não púz ainda cm execução , de defcobrir por meio da experiência , até qual diftancia pode che- gar a propagação da força magnética no ferro ; quiz etn 19 de Maio pôr verticahncntc firmado fobro o pólo N. do meu grande Iman , hum varão cilíndrico de ferro do com- primento de 1437 polegadas, cujo diâmetro he de 10 li- nhas , que de huma parte termina em ponta , e que me ferve nas experiências cleftricas. Depois tentei logo def- cobrir , fe a ponta que fe dirige ao Norte , de huma Agulha encevada , chegada a parte fupcrior pontaguda do dito varão ; feria attraida ou repelida ; e vi que tanto huma quanto outra extremidade da agulha era igualmente attraida , como fcmpre fuccede , quando hu- ma femclhante agulha fe avezinha ao ferro não cnccvado. Com tudo iíTo deixei o dito varão na fobrcdita fitUaçad por cfpaço de 23 horas; depois do qual aproximei a mef- ma agulha encevada á parte inferior do varão com que fe firmova fobre o Iman ; e fendo a agulha mobiliffima , por- que fuftentada fobre huma ponta aguda , fe voltou de re- pente com a fua parte meridional , donde conheci que a força attracnte do pólo feptentrional do Iman fe tinha pro- pagado pelo varão do ferro. Fui levantando , chegando , e dcfviando a mefma agulha , e obfervei , que até a altu- ra de 83 polegadas o varão me attrahia a ponta meridio- nal da agulha , e me repelia a outra fettentrional. Mais aílima de 83 polegadas, por cfpaço de outras 6 obfervei, que o varão era , por aílim dizer indiffcrente , porque attiahia igualmente tanto huma como outra extremidade da agulha : e das ditas 6 polegadas até o reftante de todo o comprimento do varão, que era de 5-4^ polegadas, conftjntemcnte repelida a ponta mcredional da agulha , e attrahida a fettentrional.

Dcf-

bAS SctENCiAs DE Lisboa. i;i

Defcobcrto cfte fenómeno , para mim totalmente no- vo , logo me excitou a curiofidade dcoblervar, fe o pólo meridional do mefmo Iman me moftraria o mefmo. Por ilTo pofto verticalmente o varão fobrc o dito pólo o dei- xei por efpaço de 23 ^ horas, c depois experimentei cotti: as mefmas cautelas , e com toda a attenção , ate que al- tura do varão fe faria fentir a força magnética ; e princi- piando da parte inferior , e fubindo ató á ponta do va-« rão , c de defcendo pouco a pouco até o feu j fem- pre elle attrahio a ponta fettentrional da Agulha : pofto que na extremidade fuperior attrahilTe a mefma , e repe- liíTe a outra com baftante fraqueza.

Para me certificar do fafto , no dia 22 repeti a pri- meira das ditas duas obfervações com o pólo N : e de- pois deter deixado o varão firme verticalmente como de an- tes , pelo efpaço de 46 horas , obfervei confiantemente os mefmos fenómenos acima indicados.

Repeti o mefmo com o pólo meridional , e nova-» mente o varão por todo o feu comprimento moftrou a for- çi attracnte do pólo fobre que o tmha coUocado. Se eu tiveíTe hum varão mais comprido ^ obfervaria bem gofto-r famentG em que diftancia fe mudaria a força magnética dcftc fegundo pólo , aíllm como tenho referido do outro ; mas virá tempo de o fazer, quando- for a executar outras experiências , que trago no penfamento.

Por tanto , dcfta obferváção fe conhece ^ que a for- ça magnética de hum pólo do Iman propagada no ferro , íc conferva attraente até huma certa diftancia ; e depois fe muda totalmente em repelente. E como onde a attrac- ção acaba de fe fazer fentir , fe obferva a indiíFercnça do varão de ferro no attmhjr tanto huma como a outra pon- ta da agulha , não parece eftar-fc manifcftando , que do mefmo pólo procedem as duas força» attradliva , e repul- fiva ? E que fendo aquclb fuperior a efta até huma certa diftancia, nos moftra quanto pódc ^ regularmente os feus- cfílitos ? Mas que depois reduzidas eftaa-duas forças a igual- Tom. I. Q^ da-

122 Memorias da Academia Real dadc por caufa da fua direcção contraria , ficâo entre em equilíbrio pelo efpaço , como temos obfervado (ifto íc entende do meu Iman ) de 6 polegadas ?

Sendo pois illo aífim , eis-aqui temos huma nova ra^ zão , pela qual a attracçao magnética do Iman , affim no iramediato contafto dos corpos marciacs , como nas dif- tancias maiores que a de duas polegadas , fe defvia tanto da razão propofta.

Tornemos agora a continuar a relação das outras mi- nhas obfervaçóes.

Experiência III.

NO dia acima dito de 29 de Março, tomei hum cÍp- lindro de ferro bem polido , cujo diâmetro era de 4 7 linhas , e o comprimento de 7 \^ polegadas. Pezava elle 2700 grãos ; fufpendi-o na balança de modo , que fen- do com outro pezo equilibrado , ficaíFe fempre perpendi- cular na mefma linha do eixo magnético ; e coUocado o grande Iman firmado fobre o pólo meridional , experi- mentei qual era a força do feu pólo fettentrional no at^ trahir o dito cilindro, e a experimeatei como fe fegue.

Diftancias. Forças.

Polegadas. Linhas. Grãos.

8 o 2

7 -o 4

6 o 8

5 o 14

4_ o_____ 2,^

3 o 53

j_<.' o 118

X 6 i8a

I p 294

O 9 394

o

' DAS ScrENCIAS DE LiSBOA. I2J

, O--- -6 5'5'1

O -5 842

o o 5460

Na dita experiência acho por meio do calculo o centro das forças reciprocas em 10 linhas de diftancia , da qual calculada a força magnética , encontro a mefma proporção até quall duas polegadas de diilancia.

Quadrados das ditl.incias. Forqas , que o Calculo. Que a Experiência. I($c) 842 842

256 5SS 111 ^^^

361 . _ 394 _li , . _ . 394

484 - - 194 ^T 294

784 _- . . 181 i|^ 181

1156---- ^^3 77? ----118

" Tendo obfervado na dita experiência , ter-fe ap-

proximado aquellc ponto que eu chamo centro das for- ças , concebi logo a idéa de obfervar , fe pondo em obra o mefmo cilindro ; mas reduzido a diíFerentes comprimen- tos fe confervaria fempre conftante , ou fe mudaria o di- to centro : e fe a attracção tanto de hum como do outro pólo feguiria fempre a propofta razão duplicada inverfa das diftancias , aíllm como temos obfervado acima.

Experiência IV.

REduzí para ifto o dito cilindro a 7 polegadas de com- primento, e achei que o feu pezo era de 2424 grãos. Depois em f de Abril examinei com que força era attrai- do do mefmo pólo fettentrional do Iman , principiando a obfcrvnção da maior diftancia , e defcendo dahi até ao contaílo : c depois -fubindo até á mefma diftancia donde tinha partido.

x»4 Memorias da Academia Real

O Ceo eftava nublado : o vento N. W. Barómetro ap. 02. Termómetro 59.

Polegadas. Linhas. Forças primeiras. Segundas. 8 Apenas deu fignal de Attracção. 3

7 o- 3 S

6 o 6 8

y --0 IO------ 14

4___.-0-----"22 ------ 24

3 O 44 48

2__...o------98----- 100

1-....6----- 150 15:6

1 - ..o--- 248 - 256

o 9 3ii 338

o 6 - - - - - 434 4J4

0-----3----- 670 - - . - - 726 0-----0--»- 4860 - - - . 4860

Bem fc , que as forças achadas , defviando-fe 6 cilindro do Iman depois de o ter tocado são maiores : o que moftra que o ferro , á medida que fe vai chegando ao Iman , e depois de o ter tocado recebe em fi a força magnética , e fica alguma coufa encevado. Por cfta caufa quantas diflPercnças não hão de fucceder nos números que exprimem as forças , ao pôr-fe a balança em equilibrio com mais ou menos prcfteza , quando fe applicão fobre ella os diflferentcs pezes que são precizos , para dcfcobrir a dita força em diflPerentes diftancias ?

Sem embargo difto para calcular as ditas forças , eu não poíTo fuppôr o feu centro fenão na diftancia de 10 linhas como de antes ; poftoque fe achem as duas forças nas diftancias de 6 e 24 linhas , que fe defvião da nofla pro- porção muito mais daquillo que pede o calculo. Eis-aqui a prova.

Qua-

DAS SCÍENCIAS 0E LlSÉOA. tf^

Quadrados dai dininciíi. Forqai , que ii o Calculo. Que d& « ExptrtencU

169 - - 726 ------- 7a6

2í<í 479 77? 454

3^1 339 777 - 338

484 253 7 2j6

7H - ÍJ6 i^ iJ<5

iiyó ------- 106 ~j ----- 100

Para haver mais regularidade , imaginei tentar , fc principiando as obferv;.çóes do contjfto do cilindro, com o Iman , e defccns.o dahi até o mefmo contafto , con- fcguiria o meu intento. E com cfPeito aílim me parece que o confegui ; e por iflb ufei fempre defte methoao nas experiências fcguintes , nas quaes não fcrá precizo que eu torne a lepctir cila lembrança.

Como procurei qual folTe t força attracção de hum , e de outro pólo com o mefmo cilindro , affirrt nas Taboas das fcguintts obfervações fe acharáo huma for* ça defronte da outra j e os pólos do Iman ferão notados com as letras N. S.

Experiências V. VI.

Comprimento do cilindro polegadas 7. As experiên- cias com o pólo N. fe fizerao no dia 6 de Abril. Ba- rómetro 29. 64. Termómetro j8. Venta S. W. chuva mui- to miúda.

As experiências com o pólo S. fe fizerao no fcguinte dia 7. Barôm. 29. 72. Termom. 55. 8. Vento SW. chuva miúda.

Dir-

tiá. Memorias da Academia Real Diftancias. Pólo N. Pólo S,

Polegadas. Linhas. For^aj primeirat. Segundas. For;;as pfimeiras Segundat.

O - - - O - » - ^6^2 - - - 5-272 - - 5296 - - 5-444 O - - - 3 - - » 730 - 704 - - 8i2 -.- 806 o - - - 6 , - - 45'4 - 440 - 516 - - jij-

o ... 9 334 _. . 330 - - 384 - - 366

j .0- 260 250 - - 282 - » 273

3 6_._ ijó i^o - - 170 166

■a - - - o - 104 - . - 100 - - 114 - - 104

.5- o 44--- 46. 46

^-_-o-- 24---- 22- 24 23

y o.- 12---- II--- 12--- n

^_.-o-.-- 8 7 6--- 5-

y o 4 3--- 3--- 3

8 o---- i--.- 2 - o--- o

Tomando nas attracções do pólo N. o centro das forças como no principio em 10 linhas de diíiancia ; eis. aqui o que refulta do calculo.

Quadrados das díAancias. Tort^st que' o Calculo. Que a Experiência. , 169 704 704

356 464 I 45^4

361 3^9 330

484 ^45" TT -5-0

784 ISl li - . - - 150 *

1156 í°^;77 i°° " ^°4

Nas obfcrvações porém do pólo S. o dito centro eftá mais próximo , e o calculo mo indica na diíiancia de 9 ^ linhas , como fe do refultado feguintc. Dc-

(*) Quando deb.ii.KO da columna das forças que a experiência fe acíiarem os dous números que naqucUa diftancia deu a experiência ; fe obfervará , que o médio proporcional he aquelle que nioftra fcguir m.iÍ8 pro:ániamcnce a razão , na qual fe tem calculado as forças.

DAS SciENCIAS DE Li S BOA. 127

<2u>drados das UiHanciís. Forqas que o Calculo. Que d:í a EL'peiienc!a> 62S S06 ~ 806

f^Ci J24 7^ -^ Jlá

1369 3^7 77¥l 3<5^

184? ^7iTn7 ^73

3025" 166 ~ 166

4^2,9 UijIT? "4

Devo advertir agora , qUe nas experiências fòbredi- tas , e nas fcguintes , depois de ter examinado a força de hum dos pólos do Iman , mandei fempre metter no íago o raeftno cilindro para o privar totalmente daquella força magnética que lhe tiveíTe communicado o pólo do Iman , fobrc que fe tinha feito a Experiência.

Experiências VII. VIII.

Comprimento do cilindro 6 polegadas , feu pezo lOj^S gi;aos. As çxperiepçias com q pólo N. fe fizerSo no dia II Abril. Barôm. 2^60. Termom. 63. Vento SW. chuva miúda.

As experiências com o pólo S. fe fizerao no dia 19. Barómetro 29. 94. Termómetro 64. Vento SW. Nuvijns efpalhadaç-

Diftancias. Pólo N. Çólo S.

Polegadas. Llnhaj. Porcas primeiras. Segundai. Forç«s prhiievrift. SegunJji,

O ^^-o 4304 - " 44^^ 5184 ~ 5200

o-tt3-^-. -. 6^1 600 ^ -. 746 -i 745 0---6 - 408 - - 384 - - 468 - 466

0 - p - . - 292 280 - - 330 328

1 ---o--- 220 - - 210 - - 248 - 246

I 6 134 - - 13» - - 'S^ '49

i

liS Memorias ca Academia Real

1 -

'3 -

4 -

5 -

6 -

7 -

- - o 86 84

__o 36 34

--0- 16 15:

--0 7 7

- - o 3 3

- o o o-

98 94

42 - - - 40

20 20

11 - 10 6 --- 5- 3 3

O centro das forças na attracçâo do pólo fettentrio- nal fe Gonferva na mefma diftancia de 10 linhas, como fe pôde fionhecer do calculo feguintc.

- «Quadrados das diftancia». Forqas que o Calculo. Que di a E.tperiencia.

600

- - - 384 - 408

- - - 280

169

361

484

784

iis6

600 396 i{

280 j^7 209 Y^

87 Ht

13^

86

O centro porém das forças na attracçâo do pólo me- ridional fe approximou ainda ; porque , fegundo o calcu- lo o defcubro em 9 linhas de diftancia.

Quadrados das diftancias. Forqas que ái o Calculo. Que a E.Yperiencia.

16

Si

Z2I

746

477 í 331 »43 f 147 7

9^ ir.

746 468

33^

246

149

98

c

DAS SciENCIAS DE LiSBOA, íl^

Experiências IX. X.

Omptimcnto do cilindro 5* polegadas, feii pezo lyoá

grãos. As experiências com o pólo N. fe fizerao no

dia 20. Barôm. 30. 00. Termómetro 64. Vento N. CcQ fcrcno.

As experiências com o pólo S. fe fizerao no dia 21': As obfervaçõcs meteorológicas forão as mefmas do diá antecedente.

Diftancias. Pólo N. Pólo S.

Polcgailis. LlnhM. Forcas primeiras. Seguiuins. Foiqas pjrimeiras. Segunjas.

O o 3776 - - 3844 - - 4724 - -. 4892

O - - - 3 . 532 - - 5 3.4 - - ^70 - -.- ^60

0---6--- 34Ó-- 336-- 412--- 40 8

0 - - - p '- - - 250 - - 24Ó 288 - - - 282 i - o 188 - - 186 - - 212 - 208

1 - - - - - 114 - - 106 - - 126 I27jí

,-2--^-0---- 76--- 70-^-^4--- 80

.-3..-.-.;- o - - :.- 30 - - ^. 38 33 32

4_-_0-'--- 14--- 12--- 17--- 15"

5. o 6 5" 8 8

6-Í--.0----- a----2----5'---- 4r

y _0----- 0----0----2|--- 2

Sc do centro fiippoílo , ainda em 10 linhas de diftan- cia ic calcnlaremi aS forças do pólo N. , acharemos , que ainda eft.is moftr.lo cftar na razão proíima acima indica- da j mas até 2 polegadas de diftancia , e não mars.

<2uadr>idés dat^diftancias. ;• Forqas que o Calculo. Que a Experi«ncia.

169 _ _'.i-j--'..i _ J3i- _ _ -- ^ X . 5.32 25Ó - - - - - - - 351' - - -"--346

. 361 - - r - .- - - .24ft 777 - -~ - - .^5°

Tom. I. R 484

13© Memorias da Academia Re aL

484 - - 185- ~ 18Ó

784 - - 114 ^ 114

6334 /■

, n-r,i 76

M^.s na attracçao do pólo meridional , he precizo contar o centro ert> 8 ^ linhas de diftancia , para obter ó rcfultado feguinre.

Quadiiiios das didancias

y29

841 - - -

122J

1681 - - -

aSop - - -

4225- - - -

Foiq«s tjue di o Calculo. QuC di a Expcilenci». 660 660

4'5 iJT

412

^^^ ^

282 -

^01^

208

iM.^^

124

82 iii

80 -

288

ExPEilENCÍAS XI. XII.

COmptimento do cilindro 4. poleg.idas , fcu pezio 1^5-8 grãos. As Expefienciís com o pólo N. fe fizòrão no dia 23. Barómetro 2p. 80; Tei'mometro 66. 5. Vento NE.< 1. Ceo ferêno.

Diftanciaâ.

Pólo N.

Pólo S.

Polegadas. Linhas. Forças primeiras. Segundas.

O- O- 2900 - - 3116 -

O- 15 416 - - 412 -

o- 6- 269 - - 266 -

0---9 ■i()6 196 -

I - o--- 148 146 -

, 6 90 88-

2---0---- 60--- 58 - 3 o 26--- 24-

Fo

rcas rrlmelraí.

Segundas

-

4360 -

-

4271

-

554 -

-

- 548

-

336 -

-

- 330

-

230 -

-

- 228

-

170 -

-

- 168

-

102 -

-

- 98

-

- 66 -

-

- 64

-

- 30 -

-

- 26

*•

- 14 -

"

* 13

5

DÁS S Cl ER Cl AS DE Lis d A. í^í

5- O 5i S 7r 7

^ o 3 4

7 ... o I ^. - - - I j 1 - - - - I i

8 o o---- o I- 1

- *

Acho ainda o- centro das forças pela parte do pólo N. mefma diftancia de lo linhas. Encontro porém ainda mais apropinquado o dito centro pela parte do pólo S. , ifto hc na diftancia de 8 linhas , como fe nos cálculos juntos.

Quadradot àit diAanciai. Forcas ^ue di o Calculo. Que a Experi<no:a<

169 416 ----~- 416-

256 274 j 369

361 194777- - ^ - ^ 196

484 14? T7T- - - - - 146

784 ^9 71

*^^f r ~ ^°^'Ti

'■''' ' Pólo S.

lii _ _ ^^4 . -'"'^4',

ip6 34Í 71 33^

189 - - 23 1 Iji - - - - - 230

400 167 íí; í^S

676 99 711' -98- 104

1024 - - - *^4 7TI . - 64 - 06

Experiências XIII. XIV.

Comprimento docilindro 3. polegadas, feu pezo 1012 grãos. As experiericiaSv com o pólo N. fe fizerao no dia 25-. Baróm. 29. 7Í. Termómetro 66 ~ Vento NE. ^ CçQ.lercnó. ' " " t. "i>

R ii As

13» MemoíiasdaAcadimiaReal

As experiências com o p.lo S. fe fizerão no dia 26. Barcm. 29. 76. Tcrmonictro, Vento, e Cej como av.tcs.

Diftancias. Pólo N. Pólo S.

Polegadas. Linhas. Forças primeiras.

Scgundas. Forças primeiras.

SejnnJai

o»--o--- 2368 " -

- 23Ó8 > -

235'.2 «

3968

0 - - - 3 - - - 312 -

. 308 - -

399 - -

388

0'«-6--- 203 - -

- 198 - -

240 - -

238

0 y 144 - -

140 - -

16B - -

t68

1---0--- 110--

- 106 - -

120 - -

122

I 6 66 - -

- - 64 - -

- 7z - -

- 70

3---0 42--

- - 39 -•

- 46 --

- 43?

3---D 17--

- - 16 - -

- 17 - -

- i6i

4---0 8--

7; -

- - 7 - -

- - 6~

5 - - >, P - - ' - ' 3 ; '

- - - 3, -

- - 3 - -

- - 3^

- -.- 17-

- - J , -

7 0- 0--

. - 0 -

- - 0 - -

- - 0

Nas attracções do pólo N. computando o centro na mefma diftancia de 10 linhas , vejo pelo calculo que el- las fc avezinhâo á proporção indicada , fcgundo o coftu- me : em duas polegadas de diftancia a attracçao lie fenfivelmente menor daquillo que deveria fer conforme o calculo. Muito mais correfpondem à dita proporção as attracções do pólo S. «onfervando o centro em 8 linhas de diftancia.

Quadiados d«s diftanclai. Forçai, que ài o Calculo. Que a Experiência.

169 308 308

256 - - 203 ^ 203

3^1 144 777 144

484 - 107 -^ ----- 106 - lia

7S4 - - 66 1^ 66

lií'^ 777 4^

Pó-

OAS Sci£NC(A$ DE I^I$BOA. I33

Pólo S.

»^í 399 399

içé __,,--^ 246 T7 - 240

289 - - 1^7 n? i'58

^.oo 120 j^- 120 -1 2 z

^76 - 71 77Í 70 - 7a

1024 47^^ - - ' - - '

Experiências XV. XVI.

Comprimento do cilindro 2 polegadas, feu pezo 6^6 grãos. As experiências com o pólo N. fe fizerão no dia 27. As obfervações meteorológicas forão as mefmas ultimamente indicadas. As experiências com o pólo S. fe fizerão no dia 30. Barôm. ip. jq. Termómetro 66. Ven- _to NE. Cco íereno.

Diftancias. Pólo N, Pólo S.

Poleg^dai. Unhas. Forçai prinicini. Segundas. Forqas primeiras Segundai

0---P 175-2 - .- 1736 - - 178,8 .- - 2108

O---3 174 176 -- 234--- 244

O ^ , - - IJ4 JJ2 .- - ^42. 134

0---9 82--- 80 ---95" 04

i--_o 62 - - ' 60 - - - 70--- 07

I 6 38 - - - 37 T - - 40 - - - 3*'

1 . ^ . o - - - - 24 23 r - - ^4 f - -• ^í"'

3 o - 9 T - - - 9 ^ - - iQ - r .T.i- -9-

4 o 3 3 . 5- - - . . 4 1

j;'---0-----Ij--- I^---2- •-'^i.-w -^ - f, . . . n i i . . - . T - -• - - t

. O

Fi-

' i54 Memorias da Academia Real

Fica ainda o centro das forças em lo linhas de dif- tancia pelo que rcfpeita ás attracções do pólo N. Mas quanto ás attracções do pólo S. , defcubro o dito centro na diftancia de 7 ^ linhas , e aflim obfervo os refultados feguintes. .

ÇuadraJot da) <3iftnncias, Forqas que di o Calculo. Que a Experiência. 169 - - 174 - - - -

2j6 ii4fK- " -

361 Siiíi --

484 - 6oi|i - -

784 37T7I - -

1156 2jfii - -

Pólo S.

•_i . vlo j O ;i '

rij / ."Hh oppif 234

81 141 7 - -''

. 12J 94tí7

174

114

80 -

Si

60 -

6z

37

24

254

141

5*4

- 9f

67

- 70

38

- 40

25

169 67 ^ - -

Í89 39't,---

441 - 26

Experiências XVII. XVIII.

Comprimento do cilindro i ^ polegadas. Seu pezo yoo grãos. As experiências com o pólo N. fe fizerão no dia 30 fobredito. As com o pólo S. fe fizerão no dia 6 de Maio. Barôm. 25». 50. Termom. ^;. Vento NE. Ceo coberto de névoa. '

Diftancias. Pólo N. Pólo S.

PoIe(a<U>. Linhal. Forças primeiras. Segundas. Forças primeiras. Segundas.

o^.- -.0 884 - - - 8Sa - - - 1368 - - 13Ó0

o .j-_- 104 108 156 - - 166

- .. o

t)ÀS SciEÍJCiAs DE LlSBoA.

O -

0 -

1 - i -

2 -

6

9 - - -

o - - -

6

o - - -

72 -

68 99 -

j I - - _ _ 66 -

38 37 48 -

24 - - - 23 30 -

147 - - ^4 í7 -

Í3J -- 98

- - 66

- - 47

- - 28

- - 16

Sr

5*?

S-. 2 - I -

O centro nas attracçocs do pólo N. fe couferya ain- da, na mcfma diftancia de lo linhas : inas encoftafe mais nas attracções do pólo S. , porque me parece achallo em 7 j linhas de diítancia.

QuaJriiios das dinanciai. 169 - -

ajó - - - ^6t --■ 484 - - - 784 - - - iij:ó -

Forças

1681 2809

4225

5929

10201

que ali o Cal 108 - -

7x ^

- 50 777

ti

- 37777

- ^3 7}i

Pòlo S. 166 - -

Que di a Expeilencia

loS

- - - - 7a yi

- - - - 3.7

- - - -.23

- 14

-3^

- 24

- - - 99 66

47

I ! C

27 7777 17 7717

lèó

99 66

47 - 48

28

17

Ex-

ijó Memorias da Academia Real

ExPEK IENCIAS XIX. XX.

Comprimento do cilindro i. polegada. Seu pezo 33o grãos. As experiências com o pólo N. le fizcrao no dia 8. Barómetro 251. 38. Termómetro 65^. Vento SE, chuva.

As experiências com o pólo S. fe fizeráo no dia io. Barómetro , Termómetro , e Vento o mefmo. Ceo cuber- to de nuvens.

Diftancias. Pólo N- Pólo S.

Folegadis. Linhas. Foríjas piiineiras. Segundas, í^orqas primeiras. Se2unJas.

0---0--- 360 - - 368 - - - 640 644

O---3----48 ---5-2 84-- - 8i

O - ^ - 6 - - -■ - 36 - - - 3f 46 48

0 * ^ _ - jt- ^- 26 - - - 16" - - - - 36 3 3

1 --—o - —22 -"— iO 24 - - - 23 I - .-.-,6 -.-_-_-_ 15: - - -. 13---- --- 14 - - - 12

' i - -.'-_o_ -,-_-.- ^ "--. - _7Í - - -_ 8 7

3 •- ^...-o"-'- - - 4'- ^ - "3 f 3 3

-. -4-- ^'-"o" -------- I i -^ -^ 1 i - - - I I - - i~

5" - f-i--o o o—-- vix - - vix

Na confrontação das forças referidas obfervo , que fio pólo N. o centro fe defvia ; e o calculo mo determi- na na diftancia de 1 1 ^ linhas. Feio contrario no pólo S. o dito centro fe avezinha ainda mais , ifto he a 7 linhas de diftancia^ - - . .

Qmdrados das diftancias. Forqas , que o Calculo. Que a Experiência. 841 5-2 ------ 5-2

1215^ - - - 3J rllf - " - - 3^ - 3^

,681 26,,|f 26

^209 - - 19 ^J7 20

3481

D A S Sc r E N Cl A S D E L I S B o A. IJ^

5!48i 12 7177 13

5041 --.-..-- 8 {121...... 8

Pólo S.

100 8»-- 82

^h 48t7J 48

2s6 ' - ~ jz -i 33

3^^ - - - i^ 777 - ^3

^25: 13 ~ 12-14

961 8i^f 8

Experiências XXI. XXII.

Comprimento do cilindro ^ linhas. Seu pezo 257 grãos. As experiências de ambos os pólos fe fizerão no mefmo dia ij. Barôm. 29. 72. Termom. 6y. Vento NW. Ceo quali cuberto de nuvQns^

Diftancías. Pólo N.

Pólo S.

egadas. Linhas. Forças primeiras. Segundas.

Fort;» primeiras Segundi

0 -0 238 270 -

- - 41a 400

0 3 37 36 -

- - 58 - - - 5S

0 -6 -- 24^ --34-

- - 34 - - - 33

0 ^ ip 18-

- - 24 25

I---0 if 14-

- - 16 16

o 6 $

o----- 3--- 2

Obfcrvo que o centro das forças , quanto ao pólo N. fe defviou até á diftancia de 12 linhas: c que quanto aa outro pólo , o dito centro fe confcrva na mefnu antece- dente diftancia de 7 linhas.

Tom. I. S Qua-

i'^8 Memorias DA Academia Real

Quadr:idai ilas dillancias. Fori;as , que o Calculo. Que dj a Eicperiencia.

^^ - 3^ 3^

^6 - ' 25" 24^

49 1877 18-19

64 14 .^ 14 - ly

100 ------ ~ - p --■----•'- p

144 ^ í - 6

Pólo S.

100 -j8 5-8

^h 34 777 34

2^6 22 ^ ----- 25

361 _ .^- i6_^i

62S Z-''^'-'- 9 t; ' ' - 9

9^1 - ó 777 ------ 6rj .V//Í

Experiências XIII. XIV.

Comprimento do cilindro 6 linhas. Seu pezo i^p grãos. As experiências tanto com hum , quanto coni outro pólo , fe fizerao no dia 18, no qual as obfenrações meteorologias forâo as mefmas.

Diftancias. Pólo N. Pólo S.

Polegadas. Linhai. Forcas primeiras. Segundas. Forças ptimeir». Segundas. O - - - p - - - 1£0' 160 - - '140 - - - 250

O - - . 3 - - - - 18 17 . 32 31

0 - - - 6 -. 12^ 12 177--- 18

o---p --10 ^^«^ 9 ' 12- 12

1 ... o---, 6^--- 7 --- 9 8i

i^-.6---- 4--.- 4?-- S 47

DAS SciENciAS DE Lisboa. 139

2--. o---- 2r--- 2- 3---. 2~

3 o I í iT I7

4- o---- o---- o--- ~ - - - - 1

Pela parte do pólo N. o centro fe conferva ainda na diftancia de iz linhas : mas o mefmo mais fc aproxima pela parte do pólo S. , ifto he a 6 ^ linhas.

QuaJrjJos das diftjncias. Forcas que o Calculo. Que a Experiência.

j^ i3 j8

_j2Í------- 124-

49 9 ;7 - - 9

^4 7 77 7

100 4^ 4^

144 *3i

Pólo S.

3^1 - 3^ 3^

6z^ ^■'. - 18 i|i 18

961 li 777- I*

2401 - 47707 S

3721 . 3—-. 3

Efta hc a primeira Serie de experiências com que rae tinha propofto defcobrir , fe as attracçóes magnéticas com o ferro fcguiriao a mcfma lei , quando confervando fem- pre a mcfma baze no corpo attrahido , reduziíTe o mefmo ferro a differentes maflas , e a diíFercntes comprimentos. Que as mcfmas attracçóes correfpondão conftantemente á lei indicada , pôde cada hum reconhecer no calculo que fiz para cada experiência. Confeflb porém , que eu tinha concebido alguma cfpcrança de achar com efte methodo ,

S ii que

(*) Mal correfpondc.

140 Memorias da Academia Real que as attracçõcs magiicticas moftrarião confervar-fe na meíma razão duplicada invcrfa das diftancias , além da- quclla das 2 polegadas. Mas todos os cálculos acima re- feridos moftrão bem , que quando os corpos magnéticos fc achão a 3 polegadas pouco mais ou menos de diftancia , a lua attracção íc manifefta fcmpre menor , do que mof- trariu o melmo calculo continuado.

He porém digno de obfervação , que nas attrac- ções do pólo fettcntrional , com o mefmo cilindro de ferro reduzido a comprimentos fempre menores ; aquel- le ponta que eu chamo centro das forças , fc tenha con- fcrvado fempre conftante na mefma diftancia, ate fer o ci- lindro reduzido ao comprimento de huma polegada , e que depois o itiefmo centro fe tenha dcfviado 1 4 , e 2 li- nhas ; c que no pólo meridional o dito centro tenha fem- pre diminuído a fua antecedente diftancia. Mas fc todas as ditas experiências fe tiveíTem podido fazer dentro de hum mefmo dia , poderia~mos por ventura crer que fuc- cedeffe o meíino fenómeno ? Eu duvido muito : veremos pois nas outras experiências que vou a referir , quantas mudanças acontecem nefte ponto.

Serie segunda de experiências.

ASCm como nas experiências antecedentes tinha exa- minado a força dos dous pólos magnéticos fobre dif- ferentcs maffas do mefmo ferro , não obftante tello tantas vezes encurtado ( mas fempre cm differentes diftancias co- mo já expu2 ) confervando elle fempre a mefma baze : do mefmo modoquiz examinar quaes ferião as ditas attrac- çõcs fobre diverfas maflas de maior baze , mas nas mcf- mas diftancias das primeiras. Pelo que tomei hum cilin- dro de ferro da mefma qualidade , cujo comprimento era de 6 polegadas , e o diâmetro duplo do outro ,

e

DAS SciENciAS DE Lisboa. 141

e por confeguinte huma baze quadrupla do outro. Ob- fervci neftas experiências o mefmo methodo e dcligen- cias , que nas antecedentes , e então pude concluir por meio do calculo , que neftas fe não moftra differen- te a razão propofta das forças attraentes. Quem qui- zer fazer a confrontação das forças que defcobrimos nef- ta fcgunda ferie de experiências , com aquellas que na primeira ferie nos moftrou a obfervação , poderá tirar muitas outras confequencias , das quaes muitas fe appre- fentão á primeira vifla , c outras fera fácil defcobrillas por meio de differentes combinações e cálculos.

Experiências XXV. XXVI.

Diftancias. Pólo N. Pólo S.

Polesadas. Linhij. Forcas piimeiraj. Segundas. Forqas primeiras. Segundas.

0---0 5172 - - 4S36 - - 55-84 - - 5-752

0---3--- 1040 - - 1030 125-8 - - 125-0

o - 6 - - - 642 - - 636 - - - 76a 754

o f, 456 - - 45-4 524 - - 5-22

I o 340 - - 338 384 - - 3S0

I- 6 202 198 224 - - 322

2- O- 130 123 144 140

3 o 52 yi 58

4 -0-- . 24 13 30 ---28

j- o IO 9 ' ' ''4 14

6 o 4 4 ^ 8f

7 o 2 li s 4r

8-__o-----o--- o---- 3--- 2^

<■) -o--------------- o- o

SUppofto que no pólo fcttentrional o centro das forças fe ache na diftancia de 9 linhas , como parece que o manifcfta o calculo , as forças achadas em ^ e 2 polega- das de diftancia correfpondcm menos exaftamente que as

ou-

142 ^Memorias da Academia Real outras, á razão duplicada invcrfa das diftancias. Mas as forças attraentes do pólo meridional fcgucm mais proxi- mamcnre a mclma razão , fupofto o centro cm 8 linhas de diftancia , como fe pôde ver dos cálculos feguintcs.

QuaJrados das diftancias. Forijas , que «ii o Calculo. Que a Dríperiencia.

j5 _______ 1030 __---- 1030

^5 - " ^')9 T "^4^

^5 45.7 i 45-6

4^ 336 338

81 ._- 203 \\ 302

121 13^ ifr ^3°

Pólo S.

Y2I IZ^O - I25'0

196 771 ^\ - j66

289 5^^~~ 5-22-5-24

4C0 378 \ 380

6-](> ______ 223— - _ » _ - 222 - 224

1024 . ,r - 147™ 144

Experiências XXVII. XXVIII.

Comprimento do cilindro 5- polegadas. Seu pezo 005-5- grãos. Eftas experiências fe fizcrão no mefmo dia 23 do dito mez. Barómetro 29. 72. Termom. 65-. 8. Vento NW. Sol , e nuvens alternativamente.

Diftancias. Pólo N. Pólo S.

Polegadas. Linhas. For<;as primeiras. Segundas. Forc.is primeiras. Se£und.is.

O o 4176 4256 5'304 5-040

"o 3 882 - - 886 - - loSo - - 1070

O---6--- 55:2 - - 560 - - 654 - - - ílyQ

1

DAS SciENClAS DE LlSBOA. I43

0 - - - .9 39<^ - - 39^ - - 448 44<5

1 _ o--- 291 - - 290 - - 328 32Í>

I ó 174 _ _ J74 » _ ipi ,83

3._.-0 114 - - 112 - - 126 - - - 122

3 O---- 46 44 5-0 48

4 o---- 22-'- 21^^- 23 22

j-.-o 12--- 11^-- 12 - 12

(, o 6 6 7 T^ j;.>, 6

7 o 4--- 4 4 M"-'- -' 4 i

8 o ■■ 2 ii_-- 2---- 2r

Os centros das fo.rças fe confervão nas mefmas dif- tancias , ha pouco indicadas em hum e outro pólo , co- mo fe obferva no feguinte calculo.

Quadrailos dai díílancai. For(;at que o Calcula. Qu*e a £xpjeiIen8Ía< 16 882 882 - - c

1$ - - 564^ _^-- 560 ~ - 4^

------ 392 - -^ 3gi ' ;

49 r T r - 288 2jíp 1'

81 - -^ , ^ , - 174 1 r - - r J74_ . •,

12 1 * \\£t~ - - .- -.114.

Pólo S. ^

121 1070 - - JOJO .

jç,6 660 ^~;^^^^:6s^ \

289 447 3Í<- »t>íTiriím,44§ uc. ;• j

400 323 'i|i *'^ ■<"''* ^»<í TWTofl-tE»

Ex-

J44 Memorias da Academia Real. Experiências XXIX. XXX.

Comprimento do cilindro 4 polegadas. Seu pezo 4888 grãos. Ambas eftas experiências fe fizerão no dia 27 y no qual houve 1'ómente differença no Termómetro , que tinha chegado a 67 ^ .

Diftancías. Pólo N. Pólo S.

Pelejadas. Linh.is. Forijat primeiras. Segundas. For<iaj primeiras. Segundas.

O o 3308 3444 421a 403*

o 3 760 - - 750 - - 948 934

o 6 470 - - 466 - - 5-50 55-0

o j, 334 - - 330 - - 380 37*

1 _o - 248 2^6 270 - - - 268

j 6 146 144 160 156

a. o 94 5>2 100 98

3 o 42--- 40 43 40

^ o 20 18--- 31 20»

j O 12 IO -IO IO

^ O 6 ^ 6 6

7 - r - o 4 - - - - 3 4 4

81 I ri O ---2 -i__- 2t--- 2-

^ ,0--- O --o--- l I^

IO O o---- O

Parece qte ó centro^ das forças: pólo N. fe con- ferva na diftancia de antes , pofto que as attracçóes acha- das com a experiência nas diftancias de ^ e 2 polegadas , differem mais do que convém , daquellas que vem indica- das pelo calculo. O centro porém no outro pólo fe ave- zinha mais proximamente , ifto he 37^ linhas.

Qua-

DAS SCIENCIAS DE LíSBOA, Í45'

<{uaJriidú! dis dillAnwias. For<;as que o Cnlculo. Que a ExperlcncU,

16 j^o . ^ _ 75-0

jj' _ 480 - 470

35 333 L 334

49 144 77 24<>

81 148 ~ 146

lil . _ pj,-^! p4

Pólo S.

49 - - 934 - 934

8i 565- -i 55Ó

lii - 378 ri7 37^ - 3S0

169 ------- 270 ~j _ _ - _ - 270

289 iy8 ~j 156 - 160

^41 103 ^i^ - 180

Experiências XXXI. XXXII.

Comprimento -do cilindro 3 polegadas. Seu pezo 3<>9f> grãos. Huma e outra experiências fe fizerão no dia 28. Barómetro 29. 60. Termómetro 71. Vento SE. Nu- vens eípalhadas.

Diflancias. Pólo N. Pólo S.

Polcgadar. Linhas, f orqas rrimeiraj. Sejuriflas. Forcjaí primeiras. Segundas.

O O 3712 2672 - - 325-6 - - 3168

O 3 5'48 - - 540 - - 72S - - - 7^0

o 6 - 340 - - 338 - - 420 - 41Ó

o p 242 - - 238 - - 284 280

1 o 178 - - 176 202 - - - 200

j ó 108 - - 106 116 - - - 114

3 O é§ 66-- -74 -70

Tom. I. T j

146 AIeMORIAS da AcADEAlIA ReAL

j_ 0-- 30 -28 ----30- 2p

^_-_0---- 12---I2-- i4__-ig

j-__-o-'---ó--- S ^ ~ - - 8--- 7

6 o 3 2j 5 - - - 4

7 0-----I7-- 1^--- 2 - 2

3--. o- ^o--- o- o - o

Nas forças achadas com o pólo N. fe coiíferva ainda o centro na mefma diftancia de 9 linhas ; mas ainda fe avizinha mais nas outras ; ifto he á diftancia de 7 linhas.

Quadrados das diftancias. Forças que o Calculo. Que a Experiência. 16 540 5:40

^S 345" i 340

36 ----- - 240 ------ 238 - 242

49 17^57 176-178

81 106 j 174 - 108

121 71 68

Pólo S.

100 ------ 720 ------ 720

1.69 42^777 4-0

256 281 ~ 280 - 284

361 195» 777 200

62^ Iiy ■[• 114 - 116

961 74II7 - 74

Experiências XXXIII. XXXIV.

Comprimento do cilindro 2 polegadas. Seu pczo 2494 grãos. As experiências com o pólo N. fe fizerao no dia ap. Barôm. 29. 66. Termom. 6<). Vento SE. chuva miúda. As outras com o pólo S, fe fizcrão no dia 30. Barôm.

29.

DAS SciENCIAS DE LlSBOA. I47

ap. 80. Termómetro 68. Vento NW. Sol , e nuvens al-

ternativamente.

Diítancias.

Pólo N.

Pólo S.

Polegadas. Linh.is. Forqas piimeins. Segundas. Forqas primeiras. Segundas^

o-_-o - i;6o - - 1228 - - 1064 - - 1200

o 3- 316 - - 306 - 468 - - 460

o -6 302 - - 198 - - - 266 260

o 9, 144 - - 140 - 182 - - 180

I _o 104 102 - - - 130 - - 128

I- ó---- 64--- 62 •- 74--- 72

2 o 40 38 48--- 44

3 _ _ _ o 15- ly IS - - - ijT

4 o 7 6 '- - - - 7 6

o - o - o -

3 - 1 -

o -

Se nas ditas experiências contarmos o centro das forças , nas mefmas diftancias em que temos computado as experiências antecedentes , acharemos com o feguinte calculo , quanto as forças magnéticas feguem proximamen- te a razão tantas vezes dita.

Quadrados das dtftancias. Forqas, que o Calculo. Que a Experiência.

16

36

49

81

121

316

203 ~ 140 103 - - 6z ^

41^: Tii

3IÓ

202.

140

102 -

104

- 62

- 40

..ti

Pá-

Z48 Memorias da Academia Re í>^l Pólo S.

100 - - - - - 460 460

KÍ? - - =71 717 ^^^

256 - - 179 77 180

3'5l 127 777 128

42J 73 -^ .-72-74

961 47 777 48

Experiências XXXV. XXXVI.

("^ Omprimento do cilindro polegadas 1 1 . Seu pezo 1897 ^ grãos. As experiências com o pólo N. fe fizerão no fobredito dia 30 j e as com o pólo S. fe fizerão no primeiro dia de Junho. Barómetro 29. 84. Termómetro 75». Vento N. fereno.

Diftancias. Pólo N. Pólo S.

Polegadas.

Linliaj.

Forças primeiras. Segundas.

Forças prime

ras Segunda

0 - -

- 0 -

- - 1072 III2

-

- 1476

- - irs*^

0 - -

- 3 -

- - 234 230

-

- 340

- - 334

0 - -

- 6 -

- - 142 138

-

190

- - 186

0 - -

- 9 -

- - IO4-- - » - 98

-

- 126

- - 124

I - -

- 0 -

80 76

-

- - 88

---84

I - -

- 6 -

46 - - . - 42

-

- - 49

..-46

a

- 0 -

30 25-

-

- - 3^

30

3 - -

- 0 -

---10 10

-

- - 1 1

10

4 - -

- 0 -

5. j

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- - 4

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- 0 -

a__ 2

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- - - _ a

6 - -

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I- I

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, 7 - -

- 0 -

0 0

-

- - 0

- - 0

Como pela parte do pólo N. defcubro o centro conf- iantemente na mefma diitancia que antes , affim pela par- te

\

DAS SciENCIAS DE LiSBOA. í 4çi

te do pólo S. me jurccc que o divizo em 6 ^ linhas de diftaacia.

Quadrados dis diílancias. Forças que o Calculo. Que a Experiência. I($ 230 - 230

2j 147 L 142

56 -. 102 |- 98- 104

4c, 7y -i 76

81 45- TT

121 30 7Í7 3a

Pólo S. 361 .... 334 _ 334

éiy - - - 192 i^i 190

<,6i izy 7^ - Í24 - 126

1369 88tf^f 88

2401 yorjri 49

372Í - 3^77:7- 3^

EXPERIÊNCIAS XXXVII. XXXVllI.

Comprimento do cilindro r. polegada- Seu pe/o 1704 grãos. As experiências com hum , e outro pólo fe fi- zerâo no dia ultimamente indicado.

Diftancias. Pólo N. Pólo S.

Tolejadat. Lrnhas. Forcas primeiras. Segundas. Forqas primeiras Segundae

O O*- 560 - - 5-28 760 832

O---3- 136 132 - - - 200 t^è

O - - . 6 - - 84---82---1Í2 II r

o - - - 9 j8 5-8 7S 73

1---0 -- 44 -42--- 5'2- 50 t - " - 6 27 --■•26-7- 30 28

íyo Memorias da Academia- Real

1 o i8 17 18 16

3 o 7~ -- 7 6 y

4 o 3^ -- 4 2 2

^•---O- 2 '- 2-- 0-- o

^-__o - o- o - -----

Aflim cm hum , como em outro poio , fc con ferva o centro das forças nas diftancias á pouco mencionadas.

(Juidrados das dirtanclas. - Forqas , que ii o Calculo. Que a K.tpeiiencií. 16 132 132

jjr 84 if 84

58 f 5-8

49 43 j? 41-44

81 , 2Ó77 26-27

121 17 Tr - - 17 - 18;

Polo S.

5^1 - - - 19Ó 191$

6a^ 113 7?r - - - ^^^

961 73 777 73-75'

1369 - - - yiT777 fO - yi

5401 i9rnf ----- 28 - 30

37^1 i^ttIt iS

Experiências XXXIX. XL.

Omprimento do cilindro linhas 9. Seu pezo 985" grãos.

Eftas experiências fe fizerao no dia 2. Barómetro 29.

84. Termómetro 6^. Vento NE. Nuvens cfpalhadas.

Dif-

c

DAS ScIENCIASDeLiSBOA. IJl

Diftancias. Pólo N. Pólo S.

Pole^aJj!. Llnli.is. Fori;a8 piiiiieiros. Scgiindat. For<;a5 pr!r,ieirj«. Segundas. 0---0--- 380 - - - 400 - - - 680 - - - 736 0---3--- (?o--- 8Ó--- 146 - - - 140

o 6 - - - Si SS - - - 80--- 78

o 9 40 40 5-4 50

I o - - - 30 29 ~ - - 38 - - - 3?

i___6 18 ,16 22 21

2---0--- 12--- ir--- 13 12

3 o 5 4 j 4

4-*-o i^ 1 ~ 2- 2

5 -o -- o -- o- -o---- o

Sc pela parte do pólo N. fe confidera o centro das forças defviado ^ linha daquelle ponto , em que eftava na experiência antecedente ; ifto he na dillancia de 9 r linhas ; epela parte do pólo S. fe confidcra confervar-fe o mefmo centro na inefma diílancia de 6^ linhas ; o feguinte cal- culo moftrará a mefma razão das forças attraentcs.

Quadrados das diflaiicias. Forcas , que o Calculo. Que q Es-periencia.

62^ 86

961 - ss li}---

1369 3(,_--

^849 IpTíf?

30^5 - 17 777

4489 ----.-- Illi^---

Pólo S. 361 140 -

625- 80 ^21

9<íi S^^---

86

5$

40

^9?

16 -

18

II -

11

:4o

80

fo -

5-4

iS^Í»

ij-j Memorias da Academia Real

1369 3<^T177 3^-38

2401 21 -^:7 21-22

3721 i3|iii 13

Experiências XLI. XLII.

Comprimento do cilindro 6 linhas. Seu pczo ($48 grãos. Eftas experiências fe fízerão no dia s ^^ J"" nho. Barómetro 29. 70. Termom. 70. Vento NW. Sol quall cuberto de nuvens.

Diftanclas. Pólo N. Pólo S.

Polegadas. Linhas. Forqas pvimíiras. Segundas. Forqas rtimei"»- Segundai. O o 210 212 - - 366 - - 374

O 3 4* 44 <^4 ^^

o 6 29 28 38 4i

o ^ 21 20 26 27

1 o 16 15-1-- 20 ---19

I 6 10---- 97-- II-- -10 i

2---0 6 ^ 6--- 5I-- 6

2_-_o---- 2^--- 2--- i^"" *

4 o I- I 1 ■: - - I

J--.-0 o- - o o--- o

o centro das forças pelo pólo N. fc aparta ainda mais até 10 linhas; e muito mais fe aparta o outro pelo pólo S. até 7 \ linhas ; e com tudo iíTo a força defte fe- gundo pólo achada em 2 polegadas de diftancia com a ex- periência foi a proporção muito menor , que a que mof- tia o calculo.

Qya-

DAS SciKNciAs DE Lisboa.

153

Quadradoí dat diílanciaj. Forijat que di o Calculo. Que a Experitncia.

2s6

484 784

44 25»

20 -

15 T^- 977^-

Pólo S.

44 *9

20 -

9? 6 4

49 81

121

169

389

441

66

66

39 26 -4

n -

- 7

38 - 42 26 - 27 19 - ao 1 1 6t

Entre as muitas confequencias , que fe podem tirar da confrontação deitas duas Series de experiências , feitas nas mefmas diftancias entre os dous corpos magnéticos , ten- do os cilindros igual comprimento ; mas bafes diverfas , e confcqiicntcmente maíTas deliguaes , a primeira he a de obfervar conftantemente , que dado o centro das forças , as attracçõcs magnéticas feguem a razão duplicada inverfa das diftancias do mefmo centro , mais proximamente do que fc poderia imaginar ; ifto porém até a diftancia entre os ditos corpos magnéticos de duas polegadas ; polto que algumas vezes na dita diftancia a attracção fc moftre al- gum tanto remota da mefma razão.

Póde-fc além difto obfervar, que dados os cilindros do mefmo comprimento , a attracção não he proporcional ás malTas ; mas que á proporção ella he maior nos ciliir- dros mais delgados , do que nos cilindros mais groíTos ; ainda que cftcs apprczentão ao Iman huma baze muito maior.

Tom. L V Sb-

X5'4 Memorias da Academia Ra a l

Serie terceira de experiências.

PEnCando na grande analogia que ha entre o Magne- tifmo , c o Elcftricifmo , c fabcndo quanta He a for- ça dos corpos metallicos pontagudos , para conduzir não 1(5 o fluido eleftrico ; mas para condenfar também de hum certo modo, e recolher a força magnética: depois de ter obfervado o fenómeno que defcreví na feguada experiên- cia deílas Memorias , lembrou-me de cxperiinentar , Ic os corpos pontagudos podcrião de algum modo conduzir mais facilmente a virtude magnética ; pollo que cu figa o pirecer daquelles que não querem que dependa de algum effluvio. E para ter hum novo manancial de comparações , mandei fazer dous cilindros de ferro , que no fcu diâme- tro foíTcm em tudo iguaes aos antecedentes , e que tivcf- fem ambos o mefmo comprimento de 7 polegadas. Orde- nei fò que fe cortaíTe a extremidade luperior de cada hum em forma de pirâmide cónica , cuja altura fofle de huma polegada ; pelo que ambos terminarão em huma ponta piramidal da extenção de huma polegada. O me- thodo que fegui para experimentar os ditos cilindros foi o mefmo que indiquei acima ; com a advertência , que aponta do cilindro eftando efte perpendicular fobre o pó- lo magnético , fofle a parte fuperior. quando o cilin- dro com os repetidos cortes foi reduzido ao compri- mento unicamente da pirâmide cónica , então he , que ex- perimentei a mefma com a ponta voltada para o pólo ma- gnético.

A cada experiência fe achará junto o calculo coftu- mado , que manifefta a razáo que feguem as attracçóes.

Ex-

DAS SciENCIAS DeLiSBOA. jj-j-

EXPERIENCIAS XLIIL XLIV.

Comprimento do cilindro mais delgado 7 polegadas. ^ Seu pezo 2132 grãos. Eftas duas experiências fe fi- zcrao no melmo dia 5 de Junho acima indicado.

Diftancias.

Pólo N.

Pólo S.

ilegadas.

Linhas.

Forqas primeiras.

Segundas.

Forças primeira».

Segundas.

0 - -

- 0 -

- -

4608 - -

- 45'3^

5-880 - -

585-6

0 - -

- 3 -

- -

Ó22 - -

- 636

- -

840 - -

8x6

0 - -

- 6 -

- -

408 - -

- 412

5-0(5 - -

49 ó

0 - -

- 9 -

- -

300 - -

- 294

- -

35-4 - -

3S^

I - -

- 0 -

- -

230 - -

- 222

- -

260 - -

2SB

I - -

- 6 -

- -

140 - -

- 138

1^8 --

i5'4

2 - -

- 0 -

- -

- 92 - -

- - 88

102 - -

- 98

3 - -

- 0 -

- -■

- 40 - -

38

- 40 - -

- 38

4 - -

- 0 -

- -

- 18 - -

- - 17

- 20

- ip

s - -

- 0 -

- -

- II - -

- - 10

- 10 - -

- - k

- - S

6 - -

- 0 -

- -

- 6 - -

- - 6

- 5- - -

7 - -

- 0 -

- -

- 3? -

- - 3

- 2 - ~

- - 3

8 - -

- 0 -

- - ,

I r -

- - I

- 0 - - .

- - 0

Pelas experiências do pólo N. fe me offerece o cen- tro das forças na mefma diftancia de 10 linhas, em que o achei com o cilindro applicado na primeira Serie de ex- periências. Mas nas experiências do pólo S. me foi preci- zo collocar o dito centro na diftancia de 8 - linhas e então obfervei os feguintes rcfultados. ' '

Quadrados da. diílancias. Forças, que di o Calculo. Que a Experiência.

^^9 6^6 636

2^6 419 - ^^^

361 297 iíf 25,4-300

V ii 484

j^6 Memorias da Academia Real

484 - - - 222 T7T--- iii

784 137 -i^ 138

115Ó 9^ IT, 9^

Pólo S.

^29 816 - 81Ó

841 5ri3 7X7 S°^

i22f 351 Tin 35^

1681 - 25-6 -i^- 25-8

2809 15377^ 15-4

4235' 102 ~'r\ ----- 102

Experiências XLV. XLVI.

Comprimento do cilindro 6 polegadas. Seu pezo 178a grãos. As experiências com o pólo N. fe fizerao no dia 7. Barómetro 29. 70. Termómetro 68. Vento NW. Sol quaíi cuberto de nuvens. As experiências com o pólo S. fe fizerao no dia 8, Barómetro 29. 68. Termómetro 68. Vento o mefmo : Alguma chuva.

Diftancias. Pólo N. Pólo S.

Polegadas. Linhas. Forqas piimeiras. Segundas. Forqas primeiras. Segundas.

0 -

-

- 0 -

-

-

3744 -

-

3884 -

-

4788 -

-

493^

0 -

-

- 3 -

-

-

5-60 -

-

ss^ -

-

- 714 -

-

706

0 -

-

- 6 -

-

-

3^4 -

-

360 -

-

- 446 -

-

438

0 -

-

- 9 '

-

-

266 -

-

262 -

-

- 310 -

-

306

I -

-

- 0 -

-

-

200 -

-

196 -

-

- 230 -

-

226

I -

-

- 6 -

-

-

124 -

-

120 -

-

- 138 -

-

134

2 -

-

- 0 -

-

-

- 82 -

-

- 78 -

-

- 90 -

-

- 86

3 -

-

- 0 -

-

-

- 36 -

-

- 3^ -

-

- 38 -

-

- 34

4 -

-

- 0 -

-

-

- 16 -

-

- 16 -

-

- 18 -

-

- 17

s -

-

- 0 -

-

-

- - 8 -

*

- - 8 -

-

- - 9 -

~

- - 9 6

DAS SciENCiAS DE Lisboa. - 4 5

4 I

IJ7

Calculando o centro das forças nas mcfmas diftancias que antes , acho os feguintes refultados tanto para hum , como para outro pólo.

Quadrados das dillaacUs. Forqas , que o Calculo. Que a £xpeáeacla.

169

361 484 784 1 156

529 841

^60 - 3^9 77

X95-Tf 120

$60 364

i6z

120

Pólo S.

1225" - i58i -

2809 - 422^ -

714 - -

449 i^

"4 77?!

I34Í^

- - 714

- - 446

- - 30Ó - 310

22Ó

- - 134 - - - 86 -

90

Experiências XLVH. XLVIII.

Comprimento do cilindro 5- polegadas. Seu pczo i45'6 grãos. Ambas cftas experiências fe fizerão na tarde do dia fobredito.

Dif-

ijS Memorias da Academia Reaè Diftancias. Pólo N. Pólo S.

Polegadas. Linli.is. Forqas primeiías. Segunilas. Fovqas prinielnis. Segundas.

O O 35'04 - - 3640 - - 45-76 - - 4440

o- 3- 492 - 488 608 - - 6oz o 6--- 314 312 - - 370 - - 366

Q---0--- 220 - - - 218 - - 264 - - 260

I __-o 168 166 - - 192 - - 190

j 6 102 - - - ICO -- I16-- 112

2 O 66 62 72 70

2 o 26 26 29 28

^ o 12 11^-- 13 13

j O---- 6 - - ' - ^ { - - - 6 6

5 o 3 3 3l

7 o I I 17

8 o o o o o

Se pela parte do pólo N. fe confidera o centro das forças na diftancia fomente de 9 ^ linhas , e pela outra parte do pólo S. fe conferva o dito centro na mcfma pri- meira diftancia de 8 -^ linhas , fc achará o rcfultado que fegue.

Quadrados das diftancias. Forças que di o Calculo. Que a Experiência. éjj 488 4S8

p6i 317 LÍL 314

1369 i2* 777? ^^°

1849 164^^ 166

3025 100 ~l° " 100 - 102

4489 ^7 ~H ^^

Pólo S.

^■29 602 602

841 - 378 Í77 370

I22J

DAS SciEMCIAS DE LiSBOA.

15-9

1681

2809

422J

- - 25-9 77T -- Í897ÍT

260

190

112- 116

~ - 7t

Experiências XLIX. L.

Comprimento do cilindro 4 polegcdas. Seu pczo 1128 grãos. As experiências com o pólo N. fe fizerão no dia 9, Barómetro 29. 68. Termómetro 66. Vento NW. Ceo quafi cubcrto de nuvens.

As experiências com o pólo S. fe fizerão no dia ij-. Barómetro 29. ~ -^ ^

mefmo.

78. Termómetro 66. Vento , c Ceo o

Diítancias.

Pólo N.

Pólo S.

Poltjadas. Linhas. For^aj primeirai. Segundat. Forças primeiras Segunjaj)

O -

O -

O -

0 -

1 - I 1

3 4 5 6

7

- 3

- 6

- 9

- o

3408

- 39Ó

- 248

- 180

- 134

3248 -

- 390 -

- 246 -

- i77 -

- 132 -

37^6 - 490 - 294 - 204 - 15-0 -

- 3744

- 484

- 29X 202

- 148

52- I

6

- 82 - -

- 78 -

- - 88

0

- 52 - -

- 50 -

- - S4-

0

- 19 - -

- 19 -

22

- - - 0 - - -

- - 8 ^ -

- - 8 -

- - 9

0

- - 4 - -

- - i 7

- - 3 - .

0

2 - -

- - 2 -

- - I 7

_ _ - 0

- - 0 - -

- - 0 -

- - 0 - - - -

L

^H Não he neceíTario mudar o centro pelo que fefpeita ^^^s forças achadas cora o pólo N. ; mas parece que fe avi- zinha de ^ linha o das forças do pólo S. , ifto hc a d.iftan-» cia de 8. linhas.

Qua-

j6o Memorias da Academia Real

Quaiirailos das diftancus. Forijas <]ue d'á o Calculo. Que a Experiência. 62S 390 390

p6i 253 77r ^48

1369 178 T777 177-180

1849 i3ifiÍ7 ^3^

3025- 80 7^7 78- 8z

4485» 5-4^77 - 5^^

Pólo S.

121 484 484

196 298 ^ 294

289 20^717 " ^°^ " *°4

400 14a Y~ -148

676 86f°-i - - - - 87

1024 57 -ii j4

Experiências LI. LII.

Comprimento do cilindro 3 polegadas. Seu pczo 790 grãos. Ambas as experiências fe fizerao no dia 16, em que ouve variação fomente no Barómetro , moftranda eftc 29. 76.

Diftancias. Pólo N. Pólo S.

Polegadas. Linhas. Fori;aj primeiras. Segundas. Forqas primeiras. Segundai^

O - O - - 2320 - 2i5'2 - - 2792 - - 285"<í

o 3 280 - - - 276 - 344 - 338

o 6 172 - - - 168 - - - 206 - 202

o _ ^ _ _ 126 - - - 120 - - - 144 - 138 j--_o--- 92---- 90--- 102 - - - 100

1 6 j-j. j-^ éo 58

a---o --- 36 30--- 40--- -38

3

DAS SciENCIAS DE LiSBOA. l6l

3 o 13 127-- 14 13Í

^ 0-----6----6----6---*- 6

S o 3-; 3 ^ i ^i

Ó---0--- i'^ 17- I '" I

7___o-----o- -o- -o---- o

Ainda mais fc avizinha o centro das forças do pó- lo N. , ifto hc a diftancia de 9 Linhas ; mais fica na pri- meira dillancia o das forças do pólo meridional.

Quadrado» daj diftancias. For<;3s que o Calculo. Que a Experiência. 16 _-- 276 ------- -íy6

25. 176 11. . ^72 . .

36 -_■__ 122 7--^ ^- 120- 126

81 5.4 _-..,,-. - 5:4 . jj

121 3Ó~-. -T.- - -• 36

Pólo S.

,2t 338 - 338

ipó _ _ _ _ - 208 -r - - - - J06;

289 I41Í17- ■^'- -■'■ -538' - 144

400 - - - - - - - 102 7^J- - > - - 1&Z\ >^

6j6 ------ - 60 4- - - - •* -~ 60 "">.

1024 - 37tt?- '-'-'-' 40

Experiências LIII. LIV.

Comprimento do cilindro 2 polegadas. Seu pezo 436 grãos. As experiências com o pólo N. fe fizeraio no dia 21. Barómetro 29. 7g. Termómetro 67. Vento SW.' Chuva niiuda. As experiências com o pólo S. fc fizerão no dia 23. Barómetro 29. 78. Termómetro 66. .6, Vento N. Sol , c nuvens clpalhadas. . ; cswsà »i .íi oiòq o ií\uj Tom. I. X Dif-

léa Memorias DA AcademiaReal Diftancias. Pólo N. Pólo S.

íolcgaiíUi. í-inhai. Forcas primeiras. Segundas. Foiíjas primeiras. Segundas.

O o 876 - - - 804 - " 1360 1404

O 3 134 - - - 138 - - - 178 174

o 6 ~ 84 ■■ 82 106 104

0---Ç,--- 60--- 5-8 74 70

I o 42 41 53 51

I 6 26 2$ 32 31

2 o if 14 20 18

3.., o S -. ~ ~ ' S 7' 7

^ o 2 2 3 3

j p __ o- - o I I

Se o centro das forças fe reduzir a 8 linhas de diftan- cia , tanto em hum , como no outro pólo ; as attracçóes moítradas pela experiência síío muito próximas áqucllas que o calculo.

^Liiirad. da| diftonc. Forç. 'i x> Cale. Que di a Exper. CslIc. fxperiencia. 121 - - - - 138 - - ' - 138 - - 174 - - 174

1^5 , _ , , 8f 77 ^ - -84 » - 107 ^j- 106

289 57 I7? - " f8 - - 7ir{}- 70-74

400---- 4^ í^ - - 4»-- S^rT^- fi-ÍS

676 .4111.- 25:-- 31^1- 31 -3z

1024 I^ TIT ~ "15" - ^°TTr"

Experiências XLIII. XLIV.

Comprimento do cilindro i ~ polegadas. Seu pczo 289 grãos. As experiências com o pólo N. fe fize- rão no dia 25-. Barómetro 29. 78. Termómetro 66. 4. Ven- to NW. Sol , e nuvens alternativamente. As experiências com o pólo S. fe fizerão no dia 26. Barómetro na mef- •'^* " ma

DAS ScienciasdeLisboa. i6^

ma altura. Termómetro 66. O mefmo vento Sol, e pou- cas nuvens.

Diílancias. Pólo N. Pólo S.

- - 3 - -

- - 6 - -

--<)--

- - o - -

- - ó - -

- - o - -

Forqa» primeiras. SegunJas. For<;as primei

- - 6ç)6 68o 88o

-- 88 -pi - I20

^5" 40 28 18 1 1

52 -

39 -

27 -

17 -

- - - - 10 -

68 AS 3^ 19 10

Segundas.

840 114

- 66

- 44

- 3^

- 17

Para as forças do pólo N. fica o centro namefma dif- tancia de 8 linhas; mas para calcular as forças do pólo S. do modo coftumado , nao pôde conceber-fe o centro fe- nao na diíljncia de 7 linhas.

QuaJraJos das diflaiicias. Forcjas que o Calculo. Que a Experiência.

12 1 196 2:85) 400

6-j6

1024

100 i6<) 2<;6

92

S6i^ -

387?? - ^7t'^ - 1677^ -

Pólo S.

- 92

- 55"

- 39

- ^7

- 17

- 10 - II

28

114 - -

-67 777

- 44 77

X ii

114 66

68

44 - 45' 361

164 Memorias da Academia Real

3Ó1 Sifrr 3^

625 ^^?T 17 -í?

961 * II 777 IO

Experiências LVII. LVIII.

DO mefmo cilindro rcíl:<i a parte cónica , que pri- meiro experimentei de forte , que com a fua baze tocaflc o Iman. Seu pezo 136 grãos.

As experiências com o pólo N. fe fizeráo no dia 27. Barómetro 29. 98. Termómetro 64. 4. Vento N. Ceo fe- rcno. As experiências com o pulo S. fe fizeráo no dia 28. Barómetro 29. 92. Termómetro 71. Vento NE, Ceo fe- reno.

Diftancias. Pólo N. Pólo S.

PolegaJai. Linhas, Forcas primeiras. Segundas. For<jas primeiras , Segundas, O- O- ZI2 - 208 240 274

O 3 36 38 - - 4S 48 ^

0---6--- 25'---- 2,3-- 30--- 29 r

0---9--- j7-_«- 16 T- 20--- 20

I o 12 II 7- 14 J 14

I 6 7 ^ 7 8 8|

2 o 4 ~ 4Í-- 4 5"

2 o I-j I- 2 2

4___o----o-----o--- o -- o

Se para as forças do pólo N. tornar-mos a tomar o cen- tro na dift;incia de 8 ^ linhas ; e para as do pólo S, na de 8 linhas , veremos que o calculo moftra as attracções muito correfpondentes á noíTa razão.

^___^ Q^

(*) Não torrefpondc.

DAS SciENCIAS DE LiSBOA. l6^

Quadrados das diftancias. Forqas , que o Calculo. Que a Experiência. J29 38 38

_ 841 13 tH ^3 - ^S

112^ -- - lórjrr --- 16^

1681 II j~ 117-12

2809 7^ 7- 7 {

4235 4Í||i

Pólo S.

121 48 48

196 29 ii 29t - 30

38p__ íOtit ^o

400 14 ii 14^

6y6 8i,^

1024 s 17

Experiências LIX. LX.

QUaes pois tenhâo lido as attracções de hum e outro pólo com efta pirâmide , quando foi voltada com a ponta para o Iman , fe pódc ver na Taboa feguinte. As experiências com o pólo N. fe fizerão no dia 30. Baró- metro 29. 90. Termómetro 76. Vento NE. Ceo fereno. As experiências com o pólo S. fe fizeráo no dia 2 de Ju- lho. Barómetro 29. 78. Termómetro 74 1 . Vento W. Nu- vens efpalhadas.

Diftancias. Pólo N. Pólo S.

Polegadas. Linlns. For(;as primeiras. Segundas. Forças primeiras. Segundas.

O O 160 168 176 174

O 3 24 23 33--- 35"

o

166 Memorias DA Academia Real

o 6 - i8- ij 23--- 22

o p 13 iz L ló--- 15-

I -o- 10 ;^-- 10- 11^-- ir I (, 6 6 7 6'-

2 o 4^ 4 4I 4

2 o -^i 2---- a

4--_o----o- --- o---- o---- o

Senão me engano, eu não poderia collocar o centro das forças pela parte do pólo N. , fcnaj na diílancia de 14 linhas ; ao mefmo tempo que o centro pi;lo outro devo calculallo na diftancia de 9 linhas. AULn o calculo me moftra o que fe legue.

Quadrados das dirtancias. Forcas que Ui o Calculo. Que a Experiência.

389 -------24 --24

400 _-- IJ ~ 17 - 18

y2C, 13 -ii 13

696- 107;^ lO;^

1024 6-\\ 6'-

1444 4j^2 4^

Pólo S.

- 35^ - 35'

ij' - 22 f 22-23

36- ifT-- 15 -ló

49--- -II T- ---11-^

8r- 6 '^ áí-7

121 ---___- ^-~ ------ 4!

Fazendo agora a comparação das attracçoes achadas com a. primeira Serie de experiências , nas quacs appliquei

hum

DAS SciENCIAS DE LiSBOA. l6r

hum mero cilindro, com asqqc achei cpra a terceira Serie que acabo de referir, na qual ufci de hum cilindro reduzi- do lemprc ao mefmo comprimento do outro, mas pontag- - do , obfcrva fe que dados comprimentos iguacs , as forç-is com que foi attrahido eftc fcgundo cilindro , forao fem- pre menores que aquellas com que foi attfahido o outro. Mas a caufa delta diffcrença poderá attribuir-fe i diíFeren- ça da maíTa menor , que teve fempre o cilindro pontagu- do. Com tudo iffc) fc obferva , que nas Experiências VI , ç XLIV. , nas quacs os dous cilindros erâo do comprimen- to de 7 polegadas , o cilindro pontagudo foi attr^hidQ com maipr força que o outro pelo meridional , e não no contafto ; mas ainda na primeira diftancia de 3 linhais. Semelhante fenómeno fc obferva também nas Experiên- cias XI. , c XLIX. , quando os cilindros eftavão reduzidos a 4 polegadas de çomprimcqto j pois que o pxilo fettea- trional artrahio o cilindro pontagudo ainda com maior fyrça que o outro ; mas ifto no contaílo.

Geralmente porém fe obferva , que as forças magné- ticas tentadas também com efte corpo pontagudo , não moftrão grande differença nas fuás razoes , a refpeit» das diftancias. Unicamente quem as examinar efcrupulofamen- te poderá deduzir , que a força magnética em duas poic? gadas de diftancia frequentemente correfponde mqios a dita razão , do que cor/efpondem as autras em menor diftancia. . .

San embargo -de que , com ^efla -tcrçpiía Sjerje de experiências cu não tenha jdado algum paíTo rnsigr nas minhas ^lefcobcrtas ; antes me tenha ejla mo/triídjo v^ie- dades , ailim tia inconftancia do centro , como m jnten- íldade da força magnética ; com tudo iflb ;ippliqiiQÍme a fazer huma quarta Serie de expetiencia^ , yf^indo do cilindro de ferro pontagudo , cujo. diâmetro foJTc igual ao do cilindro j de que me fervi na Serie le^unda. Era t;\mbcm a ponta defte , reduzida a huma pirâmide có- nica , que tinha huma polegada de altura. No mais pra-

ti-

lé8 Memorias da Academia Real tiquci ncftas experiências o mcfmo methodo , e cautcllas , que acima cxpuz.

Serie quarta de experiências. Experiências LXI. LXII.

Comprimento do cilindro groíTo pontagudo 7 polega- das. Seu pezo 8392 grãos.

As experiências com o pólo N. fc fizcrao no dia 7 de Junho.

Devo advertir , que quando náo noto as obfervações mctcr.rnlogicas , he fignal que naqucUe dia fc fez outra experiência antes indicada , em que fe achao as ditas ob- fervações.

As experiências com o pólo S. fe fizerão no dia 8 do mez indicado.

Diftancias.

Pólo

N.

Pólo

S.

Polegadas. Linhas.

Forqas primeirat.

Segundas.

Fori;

as primeiras

Sejundaj.

0

0 -

- - 5-232 - -

5:672

5968 - -

6016

0

3 -

- - 1088 - -

1082

- -

1276 - -

1270

0

6 -

678 - -

- 668

778 - -

772

0

9 -

470 - -

- 468

536 --

532

I

0 -

- - - 346 - -

- 344

390 - -

38J

I

6 -

- - - 210

- 206

230 --

228

' a

0 -

---138 --

- 134

148 - -

144

3

0 -

60 - -

- 56

- -

- 62 - -

- 6z

4

- - - 0 -

26 - -

- 26

- -

- 30 - -

- 30

5

0 -

14 - -

- 13

- 16 - -

- 16

6

0 -

8 - -

- - 7

- 9 - -

- 9

7

0 -

- - . j^ . _

- - 4

- -

- 6 - -

- ^i

DAS SciENCIAS DE LiSBOA. lép

8 o z '- 3 - - - 3

^ o I- I !■;•■" 17

10 ---o---- o---- o--- o--- o

Para dcfcubrir que eftas forças magnéticas também feguem a mcfma ra/ao das outras antecedentes ; bafta fup- pôr o centro das forças pela parte do pólo N. na diftancia de 8 7 linhas ; c pela parte do pólo S. na de 8 linhas.

Quadrados das diftancias. Forqas que di o Calculo. Que a Experiência.

J.25, 1088 ic88

841 684 Ijf 67Z

I22Í 4^9 77:7 468 - 470

168 1 342t7?t 344

2809 ------ 204 \\~ - - 20Ó

4225 i3<í 7I1T - - - - 134-138

Pólo S.

121 - 1270 - -. 1270

1^6 784 77 778

289 si^ \r, 53^

400 384 -/- . 38J

6j6 - - 227 '-}- 228

1024 iS^Otti -. 148

Experiências LXIII. LXIV.

Comprimento do cilindro 6 polegadas. Seu pezo 7047 grãos. As experiências com o pólo N. fe íízerão no dia^, e aquellas com o pólo S. , no dia 15'.

Tom. L Y Dif-

I70 Memorias da Academia Real Diftancias. Pólo N. Pólo S.

Poleradai. Linhas. Forqas primeiras. Segundas. For<;as primeiras Sepiundai.

O O 4728 - - 4704 - - 55:44 - - 5664

O - - - 3 974 958 - - 1144 - - "3^

o -6 fSz 594 - - 684 - - 6y6

o - p- 418 416 - - 480 - - 470

I o 310 304 - - 348 - - 336

i_ Ó----182 182 ao8 - - 196

■2 -o --114 -J16 130-- 128

3 o 48 ---46 55- 54

4-. -o---- 19 7-- 19--- 22--- 22

y o 9 8 IO 9

é---o 4l>--4-_- 4 4

7-^-0-- 2-- I ^ - ~ a--- 2 8___o-^-» 0---S.0--- o--- o

O centro das forças fe deve confiderar nas mefmas dif- tancias antecedentes , tanto por hum como por outro pólo ; não obftante fe acharem nos refultados differenças notáveis.

Quadrados das dirtancias. Forqa! , que di o Calculo. Que ái a Experienci».

5^9 9^8 - 9^8

841 602 1^ 5-94

1225- 413tí^ 41a

1681 301?^ J04

2809 180^^ 182

4225 - leci^ic»:- - 119™ - - - - 116

Pólo S.

121 - - 1136 1136

196 - 701 ~ 684

289 47Sirx 470-480

í 400

faAs SciENciAs DE Lisboa. lyi

400 343 Ít 33^-348

6y6 203 —^ 196 - 208

1024 134 130

ExpERiEiíciAs LXV. LXVI.

Comprimento do cilindro $ polegadas. Seu pezo ^yoS grãos. As experiências de ambos os pólos fe fizerld no dia 16.

Diftanciasi Pólo N. Pólo S.

Polegadai. Linhas. Forcjai primelrai. Segundlt. For<;»J primeira». Segundas.

O O - - 415:2 - -^ - 430Ó - - 485-2 - - 45>88

o 3 - - 838 828 - - ^76 - - 970

o 6 - - yi2 .. 506 - - 5'5>4 - - 5-92

0---9-- ^6z - - - - SS4 - - 410 - - 408

1 - - - o - - 264 262 - - 300 - - 294 I 6 - - i5'8 iy4 - - 176 - - 171

2 - - - o 100 5)8 - - 114 - - 110 3 o 48 44 - - - 46 43

4 o 18 18--- 21

j- o --9 --- 8- II IO

6---0----4 - '■ 37 -- 6 - - - 6

7 o 2 2 3--- 3

8---0 o o----i^ I

Os centros das forças ainda fe manifeftâo d'ambas a9 partes nas mefmas diftancias precedentes.

Quadrados dai didanciai. For<;>s qui di o Calculo. Qua ài a ExpCricncia. j-lj, gjg _ _ ^ 818 '

841 j-io 7ÍT yi^

I22J 3^7 -íll. -.._>. 3^4 . 361

Y á 1681

iyi Memorias da Academia ReAí.

1681 2607— 262

2809 iSS~é if4

4225- - 1037!^

Pólo S.

100

131 - - 5170 - - - 970

j^6 59^ -,'i- 5-94

289 40Ór~- 408

400 ' ^93 Ts - ^94-

676 - 173 77? 171-176

1024 - - I1477T - - 114

Experiências LXVII. LXVIII.

Comprimento do cilindro 4 polegadas. Seu pezo 4398 grãos. As experiências com o pólo N. fe fizerão nO dia 19. Barómetro 29. 68. Termómetro 6 f. 8. Vento SW. chuva.

As experiências com o pólo S. fe fizerâo no dia 20. Barómetro 29. 96. Termómetro 65". 4. Vento NW. Sol , e nuvens alternativamente.

Diftancias. Pólo N. Pólo S.

Polejadís. Linhos. For-íjat primeiras. Segundas. Forqas piimeÍMi Segundas.

O O 30^4 3228 - - 3676 - - 3836

0---3..-- 684 680 - -

820 - - 816

0---6- 420 - - - 416 - -

0 9 290 - - - 294 - -

I 0 214 216 - -

1 (5 128 - - - 126 - -

2 0 83 81 --

492 - - 488

334 - - 331

238 - - 234

138 - ■« 136

- 88 86

3 0 34 33 - -

4. _ - ^ 0 t6 15 - -

- 34 34

- ly 14

■' :. i

í

DAS S C I

E N L- I A S D

E LlS'BOA. 173

5 o

8 - - - -

7 k - -

9 - -- 8^

6 o

s

3 7 - -

s k - - S

7 o

2 - - - -

1 j - -

3 3

8 - - - o

O - - - -

0

I 1 - - li 0 0

9 °

L

O centro das forças fettcntrionaes fe conferva conf- tJntc na mcfma diftancja ; mas o das forças mcridionacs principia a moftrar-fc mais próximo ; iílo hc na diítancia de 7 j lin^ias.

Quadridos das diftanciaj. Foríjas que o Calculo. Que a Experiência.

529 - 680 680

841 427 ^1 420

JZ2S - - ^93 ?I7 - 294

1681 213 ~7 214

1809 128 r^é? 128

. 4^^-S ^S ^ 83

Pólo S.

49 .,-.--- 816 - - í ir, :, " ^^^ 81 - - 493 Í7 49»

X2I - - 330777 331

169 r 236 7^ Z38 - 234

^^89 138^7 - 138

441 - 90,^ 88

Experiências LXIX. LXX.

Comprimento do cilindro 3 polegadas. Seu pezo 3073 grãos. Ambas as experiências fe fizerão no dia 20 de Junho.

Dif-

174 Memorias da Academia Real Diftancias. Pólo N. Pólo S.

Volegidas. Linhas. Forcas ptimeirai. Segundas. Poiq^t primeiras. Segundas.

0 - - - O - - 2068 - - - 2000 - - 2304 2416

O 3 ' - - 4^4 460 - - 574 - - S70

o 6 282 - 285- 338 332

õ -9- i9^ - - - 200 - - 230 228

1 -o- 14a - - - 144 - - 1^4 - - 162

j 6 86 84 --- 93 94

2 o $7 $6 S9 5*5

j o--- 21 ----20 ---26 ---24

4 O 9- 8j 9 1 ~ - ío

j. o 37 4 4- 4?

£ 0----I i- - . - i 2 ----2

7_ o____o - - 0----0 ----o

O centro pela parte do pólo N. fe conferva ainda conftante na mefma diftancia de 8 ^ linhas ; mas pela par- te do pólo S. ainda mais fe approxima , a faber a. 7 j li- nhas de diftancia.

Quadrados dai diftanctas. For(;as quí o Calculo. Que di à Experiência.

5'29 ------- 460 ------ 460

841 189 lij 28y

1225 - ^98 7iT ^9^ - ^°0

168 r - - I44T7ÍT 144 - Í4Ó

2809 86 ^fí^ 86

4215" - - 57 TíT - " - - 57

Pólo S.

1681 5-70 57°

2809 341 HJT 338

228

59-Í9

422y

DAS SciENCIAS DE LlSfeoA.

I020I

i6i

93 6i

93 7^^

93 S9

I/y

.94

Experiências LXXI. LXXII.

Comprimento do cilindro 2 polegadas. Seu pezo 1737 grãos. As experiências com o pólo N. fe fizcrao no dia 21 j e aquellas com o pólo S. fe fizerão no dia 23.

Diftanciâs.

Pólo N.

Pólo S.

Polegadas. Linhas.

Forças primeiras. Segundas. Forças primeiras. Segundas

0 -

0 -

- 1204 ll^^ - - i^yé - - 1464

0 -

- - 3 -

- 264 - - - 258 328 324

0 -

- . 6 -

- iy8 - - - 15-4 190 186

0 -

- - 9 -

- 108 106 118 126

I -

0 -

--80 ----78 94 - 90

I -

- - 6 -

_ _ 43 ^2 j-i

2 -

0 -

_ - 30 28 30 30

3 -

- - 0 -

--10 9?-- 13 12,

4 -

- - 0 -

-- 5- 4r S ^ 5-

S '

- - 0 -

_. 2 2 2 a

6 -

- - 0 -

_, 0-- 0-- 0-- 0

Também pela parte do pólo N. principia o centro das forças a approximar-íe ; porque eu o nao defcubro fe- não na diftancia de 8 linhas ; affim como aquelle do pólo S. na dilVaneia fomente de 7 íinhas.

Quadrados das Jidancias. Forijas, que áí o Calculo. Quê áS a Experiência. I2Í 25-8 ------ 2^8

jç,6 - IS9 ~ ij8

289 - - - - 108 ~ - - - - 108

400

I7Ó

^Iemorias da Academia Real 400 "-78;^ 78

1024

^ i ! S

Pólo S.

100 - 169 - 2j6 -

3ÓI -

961 -

324 -

126 -■

- fi ^

46

3M 190

120

90 30

128

5*

Experiências LXXIII. LXXIV.

Comprimento do cilindro i ~_ polegada. Seu pezo ii5'2 grãos. As experiências com o pólo N. fe fizerão no dia 25 j e aquellas com o pólo S. no dia 26.

Diftancias.

Pólo N.

Pólo S.

Polegadas. Linhas. Forças primeir.is. Segundas. Forças primeiras. Segundas.

O -

0 -

1 -

I -

a -

- 6

- 9

- o

- 6

- o

632 -

146 -

88 -

60 -

44 - aj -

15 -

63a

142

86

59

43 24

14

828

-

-

-

816

204

-

-

-

196

119

-

-

-

116

78

-

-

-

74

56

-

-

-

54

3^

-

-

-

30

18 - 6

~

~

:

19

- 6

a -

Pri-

(*) Não correfponde.

¥

DAS SciENCIAS DE LlSBOA. 1/7

Primeiro que tudo convém advertir, que na reducção do dito cilindro ao comprimento mencionado , fe deíco- brio na Tua baze lateralmente huma falta pela qual não podia tocar com toda a fua fuperíicie , a fuperficie do Iman. Ifto me parece que pôde ler a caufa pela qual fe obfcr- va , que a lua força no contafto veio a fer menor daquel- la , que moítrou o outro cilindro pontagudo de diâmetro fubduplo , quando fe experimentou ( Experiências LV. LVI. ) reduzido igualmente ao mefmo comprimento de I 4 polegadas. E quem fabe , fe a fobredita falta não poíTa ter caufado a mudança do centro das forças magné- ticas ? Pois que eu não o poíTo achar fenão na diftancia de 7 Minhas pelas forças fettentrionaes ; e pelas meridio- naes , não poderei calculallo fenão na diftancia de 6 ^ li- nhas.

Quidrxloi dtftinclat. Forqis , rui o Calculo. Que a Experiência.'

^^ 1^(5 _ _ , _ 1^6

2p 88 88

121 59 7ÍT S9 ~ ^^

■ih 41 777 43

58p 14 iii - i4 - a j

- ;44i _ - - i6 ^i IS

Pólo S.

'361 1 - _ - 204 - - 204

^■^5 117 irr

^6r 76 1^

[,369 5-31111

^401 - 3077^

37X1 ..-_--- i3,|llí

Tom. l 9 Ex^

116 -

"5>

74 -

78

S4

30 -

IP

17? m e m o f i as d a a c a de m i a r e a i. Experiências LXXV. LXXVI.

Fica da cilindro a parte cónica , que (como eu fiz com o outro mais delgado nas Experiências LVII. LVIII. ) experimentei primeiro com a fua baze para o Iman. O feu pezo foi de 620 grãos. As experiên- cias com o pólo N. fe fizerão no dia 27 ; e aquellas com o pólo S. no dia 28, nos quaes também fe fizcrao as mef- mas experiências com a parte cónica do cilindro delgado.

Diflancias. Pólo N. Pólo S.

folegidai. Linh*!. Fardai primeiras. Segundai. Forcas priíneuas. Segundas;

O -O - ajó - - - 320 - - - 376 - 364

O 3 78--. 78 100 101

o_._á 48 46 5'8 s^

o 9,-- 36--- 33 38--- 3^

I o j6 24 3.6 - 2jr

I 6 IJÍ-- 15--- 14?-- 14

i o 8- y { 8 7j

3 o - - - - 3 3 - " - - 2 i 3

^___0 l----i-.-^--vÍX'--- 7

y o---- o -uO^r-i'- o---- o

Pelo pólo N. deve confiderar-fe o centro das forças defviado na diftancia de 9 linhas ; e pelo pólo S. mais vi- zinho , ifto hc em 6 linhas de diftancia.

Qua Jndo» das' iliftaticUs. Fprqu qu« di"o Carcufo. Que Tíxpenenciti

2^ -"----'-- 49n ""

3<j ...-,,, 34 2 _ _ 33 . 36

49 - - = r - - - 2y " - - - - ^4 - 2^

8r

DAS ScrHNCIAS Ti H LiSBOA. 179"

81 - IS Tj 15' - IJI

121 * lO-^ 8

Pólo S. . p _ . _ 102 ------- 102

i5 ^7 i 5-6 - 5-8

:,^ 36 if 36-38

25- 25'-2Ó

^4 14 li 14 - 14 1

joo * 9 -^ 8

Experiências LXXVII. LXXVIII.

A Antecedente pirâmide cónica voltada com a ponta para o Iman. As experiências com o pólo N. fe fi- zcrao no ultimo dia de Junho : as outras com o pólo S, no«dia 2 de Julho.

Diftancias. Pólo N. Pólo S.

Folegadas. Linhas. Forqat primeiras. Segundas. Forças primeiras. Se°;un<]ai>'

0 0

0 3

0 - - ^ 6

0 9

1 ---0 -

2GO - - - 196 264 - - - 242,

46 - - : 46 64 - - - 6^

33 32 - - - 43 - - - 42

26--- 2f 30 39^

20 19 23 22

I 6

2 0

12 ^ - - 12 13 r - - 15

-81 8 8 "- 7

3 0

4 0 - - -

•- ^ ^ --■-?

.-0 0 I- r

Eis-aqui o cafo , em que parece , que o centro das forças faz hum grande falto , retirando-fe a huma diftan- Z ii cia

(*^ Is'áo correfponde. (*3 Mal correfponde.

i8o Memomais Cua a c a.dkm I a. R-e a i cia notavclineate_ maior pela parte do pólo N. , do mef- mo modo que temos oblervado fucceder na Experiência LIX. , quando provei a pirâmide cónica do outro cilindro mais delgado com a ponta do mefmo modo voltada para baixo. Pois qiic defcubro o centro na diftancia de 1 3 ^ linhas ; e o outro pela parte do pólo S. fe defvia qualt igualmente , e por confequencia muito mais do que fez na Experiência LX. , vifto que o acho na diftancia de 10 linhas. Sendo allim. , eis-aqui o. que moftra o calculo coftumado , refp.eíliyamente á razão que feguem as at- tracçôes.

Quadradot das diftanciai. Forqai que o Calculo. Que dk a Experiência. 121 46- 46

169 - 31 777 3^-35

aiy - - 2+ i?7 ^S

^^9 19 IT? 19 -

44X 12 iií i2Í

62^

Pólo S.

i^p Ó5 _ _-. 6^

2^0 - " ""-^ ^^^ ^^

3^1 ^9 rn ^9,r "

484 - - - " i^ ^2.

784 ,-3 iii 13!

1156 * 9 7^77 ^

í)e todas asr experiências que fe contém neíta quar- ta- Serie , e dos cálculos juntos a cada huma delias, fe pódc facilmente ver , que a força magnética que attra- hio o dito cilindro , fegiue também a razão duplicada inverfa das diftancias ; mas que rigurcfamente não con- ^ fer-

(•) Mal corrcíponde.

dasScienciasdeLisboa. i8i

ferva a mcfma razão ate á diftancia de duas polegadas , como moítrou confcrvalla nas experiências antecedentes.

Sc pois qui/er-mos confrontar as Experiências LXVII. LXIX.LXX. delia Serie, com asXLIX. LI. LII. da Serie terceira íc achara' , que dados os mefmos comprimentos , as forqas moítradas no contafto com cite cilindro pontagu- do mais grolTo , vem a fer menores que as outras , que nas referidas experiências fc manifcftarão com o cilindro pon- tagudo mais delgado ; quando ena razão das fuperficies e maflas , deviao as do cilindro mais delgado fer menores , como o foráo cm todas as outras experiências.

Huma femelhantc diíFerença de forças no contafto , le achará também na confrontação da Experiência LXXII. com ^ XXXIV. , na qual o cilindro pontagudo , pof- to que de menor malTa foi attrahido com mais força que o outro. Mas eu creio que iílo poderia fucceder por ter fido a baze do cilindro , mais ou menos aplanada pelo arti- fice , a quem fe tinha ordenado reduzir os ditos cilin- dros aos diverfos comprimentos indicados ; como também por caufa dos fios deftinados a fufpcnder na balança os mef- mos cilindros ; os quaes fendo puchados , podem ficar mais tezos , e eftendidos , de huma parte que da outra , e defte piodo não fe fcpararem os cilindros do Iman , com huma di- recção totalmente perpendicular.

Por tanto , affim como depois de todas as referidas experiências , praticadas em differentes ferros , me faltava ainda obfervar fe as attracções magnéticas com o aço , feguirião a mefma lei ; apliquei-me a fazer huma quin- tg :Sçriç jje Experiências , que começo a referir.

Se-

Memorias da Academia Reaè

Serik quinta de experiências.

TOmci hum Paralellepipcdo de aço , cujo lado era de 4 linhas , e tinha o comprimento de 7 polegadas. Além defte comprimento tinha na extremidade fuperior annexo hum pequeno cilindro do diâmetro de huma linha furado , por cujos buracos fiz palTar dous fios , com os quaes fufpendí o Paralcllipipcdo na balança , para que o mclmo foíTe tirado Icrapre igualmente com huma direcção pcrp cnuicular.

Neftas experiências me dirigi cm todo com o mef-, mo methodo que defcreví nas da primeira Serie.

Experiências LXXIX. LXXX.

PEzo do Paralellipipedo 2440 grãos. As experiências com o pólo N. íe fizcrao no dia 3 de Julho. Baró- metro 29. 80. Termómetro 70. 2. Vento W. poucas nu- vens.

As experiências com o pólo S. fe fizcrao no dia 2, do mez de Julho fobrc indicado.

Diltancias.

Pólo N.

Pólo S.

egadas. Linhns.

Forças primeiras. Segundas. Forç

as primeiras. Segundas

0 0 -

0 3 -

0 6 -

0 - - - 9 -

1 - - - 0 - I 6 -

- 3728 369Ó - -

- 5-68 $6z - -

- 390 386 - -

- 312 ----300 --

- 246 25-2 - -

15'2 - - 140 - -

4608 4676

714 - - 688 466 - - 440 34Ó - - 332

264 - - 2JZ 182 - - 171

1 0 -

- 112 100 - -

120 - - loS

3 - - - 0 -

- - 49 39 - -

- 6z 54

4

DAS SciENCIASDELiSBaA. tSj

4_-_0 27 ---- 21--- j2 28

j- o--- 13 ^ ' - - 13- 30 15-

6 -0----7 67 --ia -iz

7 o s 7 3'--- 8 7

8 o I 7 1 si" ■>

9 o ° ° 3--- ^\

10---0----- ------ ----o--- o

ConfeíTo a verdade , que neftas experiências , o centro das forças fe moítra muito incerto : tão grandes são as irregularidades que defcubro nos números acha- dos. Com tudo ifto , confrontando eftas forças com as que me moftrão os números das experiências fcguintes , dcterminei-me a alllgnar o dito centro na diftancia ( como mais próxima) de 14 linhas, pelo que refpeita ao calculo das forças Settentrionaes ; e na de 12 linhas pelo que refpeita ás do pólo auftral. Abaixo ponho o calculo que fiz , depois de ter declarado a minha incerteza , deixan- do aos outros a liberdade de mudar o dito centro para achar refultados mais análogos á razão , que temos vifto feguir tão proximamente á força entre o Iman , e o ferro.

Çuadiadoí dai diílancias. Forqai que o Calculo. XJue a Zxperiencia. 389 _-,_--- j-62 ----- 5'^2

^00 40Ó ~ 350

529 - - . 307 ^ - - - - 300-312

6j6 240-^ - - - - 246

1024 IjSiii ^ , - r 15-2

1444 II2Íj^---- 112

Pólo S.

ay 688 688

3^ - ' 477 7 ^66

49 r - r - 35-1 7^ - - - - 34^

É4

i 84 Memorias da Academia Real

64 268 í 264

100 - - 172 ----- 171

144 - - 119 120

Suppofto quanto acima indiquei , e examinando bem o calculo antecedente , vê-fe , que fe a força do Iman fo- bre o aço fegue alguma razão he a mefma da duplicada jnvcrfa das diftancias j mas até á de duas polegadas.

Experiências LXXXI. LXXXII.

Comprimento do Parallellepipedo 6 polegadas. Seu pe- zo 2116 grãos. As experiências com ambos os pó- los fe fizerão no dia 4. Barómetro 29. 96. Termómetro 70. 8. Vento NW. Ceo fereno.

Diftancias. Pólo N. Pólo S.

Polegadas. Linhas. Fori;as priíneiras. Segundai. Forqas primeirai. SegundaU

O O - - 3288 - - - 3376 - - 4480 45"!»

0 - - - 3 - - 5-48 510 - - 763 - - 612-

o 6 - ~ 372 340 - - 49^ - - 43*

o 9 - - 288 25-8 - - 364 - - 312,

1 _ _ , o - - 226 - - - 208 282 - - 234

•j 6 - - 142 138 - - i8z - - 148

3, o--- _^z 78 - - 117 - - lOZ

3 o 42 3f 6z 5-9

4 o - - - 24 IJ) 30 2^^

y o--- 12 -II 16 If

6 0----Ó 6 10 95}

7 o 3 3 6j-- 6

8 o ij ij-- 4 4

9---O----O-- o--- 2j i

lO-;-o------------r- Ir-- u

Ora

dasSciknciasdeLisboa. i^j*

Ora confiderando o centro das forçis nas mcfnías diftancias acima indicadas j o calculo moftra os refultados feguintcs.

Quadrados dai diAanciíi. Forçai , que o Calculo. Que a E.tperlencia. 280 S"!© 5-10

400 3*^8^ 340 - 372

j-ip 2787^1 258 - 288

67Ó 218 ~ 208 - 226

1024 143 ~ 142

1444 » - - - - 102 j~ * 9*

Pólo S. 25" ------- 612 ------ 612

36 r 425 43^

49 312 J 312

64 239- 234

100 15-3 148

144 _ - 106 j 102 - 117

2^6 S9i7 - So - 62

Deite modo nefta fegunda experiência a mefma ra- 7,ão não deixaria de governar até á diítancia de 3 polega- das.

Experiências LXXXIII. LXXXIV.

Comprimento do Parallellepipedo f polegadas. Seu pe- zo i75'4 grãos. Humas , e outras experiências fe fizerão no dia 5-. Barómetro 29. 92. Termómetro 72. Vento NW. Ceo fereno.

Tom. I. Aa Dif-

(•) Não corrcfponde.

li 6 Memorias da AcaddjviiaReal

Diftancias.

Pólo N.

Pólo S.

Polegad

as. Linhas.

Forqas piimeirai. Segundas. Fori;as primeiras. Segundas.

O -

O -

- 3471

3^36 - - 4072

- - 4i<;8

O -

- - 3 -

- 578

5-05 - - 680

628

o -

- - 6 -

- 360

324 - - 423

390

0 -

- - 9 -

- 266

- - - 240 - - 320

284

I -

- - 0 -

- 198

182 -- 24c

220

1 -

- - 6 -

- 136

I 17 - - IJO

- - - 140

2 -

- - o -

-- 96

78 - - 100

100

3 -

- -p o -

- - 40

3j 44

34

4 -

- - o -

- - 21

19 24

20

5" -

o -

- - 10

10 12

12

6 -

- ^ G -

- - 6

5 6

6

7 -

O -

- - 3

3 4

3i

8 -

o -

- - O -

- - O -

0

0 2

0

li

0

Neftas experiências tanto de hum , como do outro pólo ; o centro das forças fc moftra mais próximo ; iíto he no que refpeita á parte do pólo N, , eu o computaria de 12 linhas ; e á do pólo S. na de 11. Aílim refultado cal- culo feguinte.

Quadrados das diftancias. Forqís que dd o Calculo. Que a Experiência. 3J. J08 5*08

35-2 7 324 - 3Í0

4^ 259 -j 240 - 266

é4 ,p8 _I ip8

100 127 - 117 - 136

144 88 -^ 78 - 96

Pó-

DAS SctENCIAS LiSBOA.

Pólo S.

196

400

841

'i22jr

628 425

307 ^

232 146

100 -^f

62S

- - - - 420 284

- - - - 220

140

- 100

187

320' 240;

Ex

PERIENCIAS

LXXXV. LXXXVI.

Comprimento do Parallellepipedo 4 polegadas. Seu pe- zo 14 12 grãos. As experiências íe fizerão ambas no dia 6. Barómetro 29. 92. Termómetro 71. Vento NE. Ceo fereno.

Diftancias.

Pólo N.

Pólo S.

Polegadas. Linhas. Forças prinieirai. Segundas.

For^

as primeira

Segundasj

0 0 3744

0 3 472

0 5-__ 296

0 9 214

3608

432

272

- - - 198

4000 - í^o -

342 - 262 -

- 4071

- 330

- 238 1

I 0 168

1^2

- -

196 -

- I7Í

1 6 106

90

120 -

- 108

2 0 72

60

- -

- 78 -

- - 70

3 0 31

27

- 36 -

- - 31

4 0 IS

$ 0 8

6 0 5"

7 0 ~ 3

8 0---- 0

14

8

j

- - 2 0

- 18 -

- 9 -

- 4 -

- ^ 7 0 -

- - 17 7

3 í'

- - - 2

- - - 0

Quanto ás forças do pólo N. confidere-fe o centra huma meia linha mais próximo que dantes j ifto he na dif- Aa ii tan-

if8 Memorias da Academia Real tancia de ii -r linhas; c quanto ás do pólo S. na diftan- cia de IO linhas , c fahiráo os rcfultados que fe fcguem.

Oaidtiios dai diftancia!. Forcas que o Calculo. Que di a Experiência.

841 43^ -^: 43^

jjij. ^9^1-Àt '^9^

1681. 216 -~~ 214

2209 164—^7 i5'2 - 168

3481 1041^1^ 106

5041 y^TSÍT 7i

Pólo s;

361

484

784

ii$6

5-24 5'24

345 7^ 341

245 TÍf 238 -

zói

182 f^ 176 -

19a

112 ^— 108 -

120

76 -^ 70 -

78

Experiências LXXXVII. LXXXVIII.

Comprimento do Parallellepipedo 3 polegadas. Seu pe- zo 1068 grãos. Eftas experiências fe fizerao no dia

ultimamente indicado.

Diftancias. Pólo N. Pólo S.

Folegadas. Linhas. Forqa» primeiras. Segundas. Forças primeiras. Segunda».'

O o 2400 2464 - - 3308 - - 335-2

0

-

-

-

3

-

-

35-2

-

-

-

-

33^

-

-

468 -

-

430

0

-

-

-

6

-

-

222

-

-

-

-

208

-

-

288 -

-

2J8

0

-

-

-

9

-

-

168

-

-

-

-

150

-

-

198 -

-

18Ó

I

-

-

-

0

-

-

126

..

-

.

-

114

-

-

15-0 -

-

134

,z

-

-

-

6

-

-

- 78

-

-

-

-

Ò8

-

-

- -

'

- 84

2

2 -

3 -

4 -

l8^

DAS SclENCrAS DeLisBôA.

- - o 54 46 51

- 24 - - - 21

- II - - - ir

- ~ 6 6

- - 3 3

-- I r - - - i^

- o

- o

- o

- o

- o

- o

24

II

4

20 - II -

Ainda neftas experiências fe deve tomar o centro das forças mais proximamente : e quanto ás primeiras do pólo N. na diftancia de iqí linhas j e as outras do pólo S. na de 9 linhas.

QuadHdoj das diftanciaf. Forqat que ái o Calculo, Que a Experiencljí 81 332 - ---

lii *^*Tn

^h ÍS9-7Í

225" 119--

3^1 747^---

S^9 5-0 ^j - - -

Pólo S.

16 ay 36 49 81 121

430

191

140 77 84 56 {

33^

222

150 -

1Ó8

114 -

126

6B -

78

46 .

5-4

430

258 -

288

186 -

198

134 -

i^P

84

x^o Memorias da Academia Real Experiências LXXXIX. XC.

Comprimento do Parallcllcpipedo 2 polegadas. Seu pc- zo 726 grãos. Ambas cftas experiências íc fi/.crao no dia 7. Barómetro 29. 86. Termómetro 72. Vento NW. Ceo fcreno.

Diftancias. Pólo N. Pólo S.

Polegidas. líinhas. Forqas primelr.it. Segundas. Forcas primeiras. Segundas.- O - - - O - - 1744 ' 1704 ~ " 2212 - - 2220

O - 5 - - 234 - - - 230 - - 299 - - 291 O -6 ijx - - - 142 - - 190 - - 178 O _ p _ _ 11^ . io8 - - 140 120

I o --- 88---- 78 -- 100 94

j 6 54 46 --- 60 54

2 o 32 30 38 33

3 o 13 12 i^ 14Í

^___o 6 5" 8 7

5---0----3--- - 2--- 4-^-- 4 ^ 0----O---- O--- 2--- 2

7_--o -_-_ o o

Se fupozer-mos o centro na diftancia de ro linhas para as forças do pólo N, , e fe confervar na diftancia de <? linhas para as forças do pólo S. os médios proporcionacs dos números , nao ferão ( como também acima temos ás vezes obfervado ) muito diftantes de feguir a razão cof- tumada.

Quadrados das diftancias. Forqas , que o Calculo. Que a Experiência, 169 ------ 230 - ----- - 230

3j6 I^lTIÍ ^^*

3ÓI _-,,-., 107 777 108

484

191 88

Í4

BAS SciBNCIAS >E LiSBOA.

484 80 rn 78 -

784 49 iii ^6 -

Iij6 33ÍÍÍ 3^

Pólo S.

25- . 18Ó j^g _ j^^

36 - . 129 Y 120 - 140

49 jj _i 94-100

8i- 5-7 11 5.4 . 60

121 38^ 38

ExPERISNCIAS XCI. XCII.

Comprimento do Parallellcpipedo i 7 polegada. Seu pezo 5-66 grãos. As experiências fe fizerao no mef- mo dia 7 fobre indicado.

Diftancias. Pólo N. Pólo S.

legadas.

L

linha

ti.

For

ças

primíiras. Segundai.

Fo.rç

as primeiras.

Segundai.

0 - -

-

0

-

I 192

- - 1248 -

-

I

S76

-

-

15-20

0

-

3

-

- -

194

- - 180 -

-

249

-

-

234

0 - -

-

6

-

- -

114

- - III -

-

150

-

-

I4y

0

-

9

-

-

88

- - - 76 -

-

ig8

-

-

102

I

-

0

-

-

66

S9 -

-

-

76

-

-

- 7i

I - -

-

6

-

- -

-

40

-

-

-

43

-

-

- 37

2 - -

-

0

-

- -

-

24

22 -

-

-

28

-

-

- ^4

3 - -

-

0

-

- -

-

10

- ' - - 9 ~_

-

-

II

-

-

- 10

4 - -

-

0

-

-

6

í -

-

-

f

-

-

- S

s - -

-

0

-

- -

-

3

2 i

-

-

2

-

-

2

6 - -

-

0

-

-

0

- - - - 0 -

-

-

0

-

-

0

if;2 Memorias da Academia Reai

O centro das forças nas cxpcricncias fobreditas , fe manifcíta mais claramente cm huma diftancia ainda menor que as antecedentes. Porque quanto ás primeiras , dado o dito centro cm 9 linhas j e quanto ás fcgundas em 8~ linhas de diftancia', as forças achadas com a experiência fc conformão mais com as que retliltão do calculo fe- guinte

Quadrados das dlH.incias. Forças que o Calculo. Que a Experiência.

16 180 - - 180

2^ 115- 1 H4

80 76 - 88

49 S^ ^1 S9

8r - - 3S T 35-

121 ^3 117 ^^- ^4

Pólo S.

?^9 - 234 234

841 147 7^7 145 - I5'0

lllj -- lOI - - - - 102

IÓ81------- 73 ~^| 72 - 76

1809 ^Vi 44—7 43

4225" ' -'- 29—— 28

Experiências XCIII. XCIV.

Comprimento doParallellepipedo huma polegada. Seu pczo ^96 grãos. Ambas eftas experiências fe fizerão no dia 8. Barómetro 29. 92. Termómetro 73. Vento NE. Ceo fcrcno.

Dif-

DAS SciENCIAS DE L r S B O A. 193

Diftancias. Pólo N. Pólo S.

Pcllegadas. Linhai. For<;ai primelrai. Secundai. Forais primeiras. Segundas.

0- 0

796

828

ri68 1128

0 3

128

120 - - -

172 - - - i6z

0 6

80

70

104 - - - 96

0 9 - - -

5-8 - - -

48 - --

76 68

I o___

44

40

54

1 6

22 - - -

32 26

a---o

ly T - -

14 í - -

20 18

3 0

6

6 - - -

8 - -- 7.

4 0

2 - - -

2 - - -

4 3'

5 0

0

0 - - -

2 i - - 2 -

6 0

0 0

Pela parte do Pólo N. o centro fe conferva na mef-

ma diftancia de 9 linhas ; mas pela parte do pólo S.

fe avizinha á de 8 linhas. Dado ifto , refulta o que fe fegue.

Quadrados das díAancias. Forqas que o Calculo. Que a Experiência. 16 - _ _ 120 - 120

15

49

121 196

76

39 -;

23 'A

'? é

Pólo S.

80 5-8

i6z

100 -i

At 67 ^

70 48 40 22 - 26

i6z

96 - 104 68

Tom. L

Bb

400

194

Memorias da Academia Real

46 -

S4

26 -

3^

18 -

20

400 - .49 í^

676 28 jil

1014 ^9 -ítÍ

Experiências XCV. XCVI.

Comprimento do Parallcllcpipedo 7 polegadas. Seu pe- zo 298 grãos. As experiências fc fizerao no dia 9. Biirômetro 39. 92. Termómetro 74. 4. Vento NE. Ceo fereno. Diftancias. Pólo N. Polo S.

Polegadai. Linhal. Forcai prlineiíaj. gígumlas. Foic;ns prlmeir.ii. Segundai.

O O- 5-04 - - - 480 - 768 - - - 800

O---3 96 80 132 - - - 126

0---6 - yó--- 48 77 - ' - 7*

o . - - 9 - - - 41 - - - 39 - - - 5-4 - - - Si

I o--- 31--- 29--- 38--- 38

i_ 6 20--- 17 f-- 23--- 31

a---o 13 - II J-- 14 i^ li

3 o--- 6 5- 6 - - - 5-

4 o--- 3--- 2 i - - 24-- a

5" o--- li-- I--- o o

Eis-aqui o cafo em que , como temos obfervado no cilindro de ferro , parece , que o centro das forças do pó- lo boreal fiz hum falto , retirando-fe á diftancia de 12 linhas; porém o do pólo auílral conferva-fe na anteceden- te diftancia de 8 linhas.

QuaJradoí das diftanciai. Forqas que o Calculo. Que di a Experiência.

1^ 80 80

^^ L j6

49

4

DAS SclENCIASDE LiSBOA» Yçf

49 40 -4? - 41

^4 31 7 29- 3a

100 ------20 -20

144 13 I 13

Pólo S.

221 126 - - 126

ipó 77 IZ _ . . yy

38p yaiii J.3

400 387^ 38

6y6 22 7|f 22 - 25

1024 14 i|^ 14 i

Experiências XCVU. XCVllI.

Comprimento do Parallellcpipedo r polegada. Seu pe-^ 7.0 219 grãos. Eftas experiências também > fe fizcrão no dia ^ de Julho ultimamente indicado.

Diftancias. Pólo N. Pólo S.

Polegada». Linhas. Força» primeiras. Segunda». Forças primeira». Segunda^

O O 400 400 5'84 6z6

o 3 64 6z - 92--- 86

0- 6 42--- 41 ^6 - 5-4

o 9 - - - 33 32 40 - - - 38

1- o--- 26--- 22- 28 - 26

I 6 ' - - IS 13 ' - ' 17 15"

2 o ^_--- 8 j, g

3 o 4- 3 3 3

4 o- 2 I ^ I--->I

j o--"-©- o - --- 0----0'

Bb ii Oiian-

X^6 Msmori'as da AcADEniA Reai.

Qiianro i parte do pdlo N. fe confcrra o centro ita Inefma diftancia de ia linhas ; mas quanta á do pólo S, faz hum pequeno falto reduzindo-fe á diftancia de 9 li- nhas. E não obftante com o calculo fcguintc feverá, que a força obfervada na diftancia de 2 polegadas nao corref- ponde á que o calculo.

Quadrado* dat diftancia*. For(;as que o Catculo. Que a Expericnci*.

jj. 6i--- 62

36 43 -i 41 í

49 3' 77 31

64. 24-5 22- z6

•100 ijT ^ ly

114 * 10 ~ 9

Pólo S.

1(5 86 86

1»^ . . jj. ^1 y4 - j-á"

38 f 38 - 40

49 »8 -i 28

81 16 ^ 17

121 - - II^TT -----<)

Depois de tantas experiências que até agora tenho referido , e de algum modo combinadas entrefi ; parece que ha razão para cortcluir , que a força da attracção ma- gnética , fegue a razão duplicada inverfa das diflrancias, tanto na acção doílmans entrefi, quanto na dólman com o ferro.

Quem quireffe- applicar-fe a calcular as forças fobre- ditas, procuranda aquillo que eu chamo centro d;TS for- ças mutuas , em diftancia ainda mais exada , doquc aquel- la que eu tomei , como poderia fer , tomando o ultimo

cx- C*) N5a concípondc,

DAS ScíENCIAS DE LiSfeoA. ti?7

extremo da fua diftancia em partes de linha menores do que aquellas de que me fervi , não duvido que o calculo Jhc delTe rclultados ainda mais correfpondentes Ás forças que moftrou a experiência.

Talvez que no determinar a diftancia do dito centro ^ cm alguma das muitjs experiências , pgdcrei ter-me en- g^anado ,epor iflb cu não me atrevo a fuftentar, que aS determinadas diftancias domefmo, tantas vezes variáveis^ íejão as únicas , e verdadeiras. Bafta-me tellas propofto» como as mais verofimeis ; e que fejáo taes o moftra baf- tantemente , a correfpondencia das forças achadas com a experiência , com aquellas que o calculo moftrou geral-» mente com tanta conftancia , da diftancia de 3 linhas , atà i quafi fcmprc de 2 polegadas.

Mas ainda que eu me tenha applicado a defcobrir d dito centro em cada experiência , comparando com todo o cuidado as forças entrell por meio do calculo , com tu- do iflb , vendo tantas variações na diftancia do mefm» (que me foi neceflario fuppoUo ora mais, ora menos rc-" moto , fem outro objefto que o de ver fe era pofiivel de- terminar hum ponto , do qual fendo calculadas as forças achadas correfpondeflem á razão duplicada inverfa das dif* ta ncias) vendo , digo, tantas variações na diftancia do mef-» mo centro ; não faltará , quem confiderando-o muito arbi- trário no calculador , o julgue effeito de huma imagina- ção efcandecida. Eu porém refpondo , que fe aílim folTe feria impoíEvel , que as forças magnéticas calculadas da- quelle ponto , correfpondeflem tão próxima , e confiante- mente á indicada razão das 3 linhas ^ até 2 polegadas de diftancia ; e que alem defta fe obfervafliem femprc as for-* ç;is feguintes , maito menores que aquillo que fe perten-' de para feguir a mefma razão.

Se pois alguém defejafle faber , porque motivo fe moftra tão variável a diftancia do dito centro , eu não fa- beria aflignar a verdadeira caufa 5 porque para ifto ha do concorrer a variação da força magnética em dias difteren-*

tcs^

ipS Memorias da Academia Real tes, a mutação da malTa do corpo atrrahido , a varia alte- ração das fiias partes componentes , por caufa de deverem paliar pelo fogo os ferros huma vez ufados , para que percão aquclla força magnética que forao adquirindo nas experiências antecedentes ; c finalmente alguma ouira cau- ía que fe não manifcíta tão facilmente.

Daqni nafce , que no experimentar o Iman com o aço , achei tantas irregularidades nos números que me in- dicavão a fua força de attracçao , que quali cheguei ao ponto de anão calcular, fegundo a razão obfervada entre o Iman , e o ferro. Muito me cuftou determinar o ponto , do qual me parecia deverem-fe calcular aqucllas forças : e efte mefmo ponto , qualquer que foíTe o que tivelTe julgado mais próprio , não he aquelle que por meio do calculo me deíTe refultados das forças tão correfponden- tes a'quellas que moftrou a experiência.

He coufa notória , que o aço tocando o Iman , re- cebe em fi huma força magnética , muito maior que a que no mefmo tempo recebe o ferro. Além difto entre hum Parallellepipedo , e hum cilindro das mefmas dimen- ções , e do mefmo metal , fabe-fe que o primeiro hc mui- to mais prompto , e apto a receber a força magnética , que o fegundo. Pofto ifto qualquer pôde perfuadir-fe , que o meu Parallellepipedo de aço no tempo de cada ob- íervação fe fazia prompta , c fortemente magnético. Da- qui vem todas aquellas diíFerenças notáveis de força , que fe obfervão nas experiências acima referidas , quando o dito Parallellepipedo partindo do contaílo do Iman , e fu- bindo até o ultimo termo da esfera da attracçao , de o fiz defcer com os mefmos intervallos de diftancia até o mefmo contafto. Por ilTo feita huma experiência antes de principiar a outra feguinte , me foi precizo algumas ve- zes confervar o Parallellepipedo no fogo de huma forja por mais de huma hora , a fim que pcrdeflc totalmente a for- ça adquerida , e algumas vezes moftrou depois confervar ainda da racfma algum rcfidua.

De

DAS SciENClAS OE LiSBOA. Xaa

De tuJo iito concluo fcr coufa muito difEcultofa o calcular a força attrahentc do Iman com o aço ; mas tam- bém que íe cfta attracçao legue alguma razaõ , a mais próxima hc a duplicada inverla das diftancias ; ifto po- rém fc entende ( fallando do meu Iman ) até á diftancia de duas pollcgadas.

Ultimamente confio , que quem íc nao mover a abra- çar a miaha nova idéa fobrc a razão , que feguem as forças mjgneticas , ao menos quererá olhar com benigni- dade para o meu trabalho , que nao foi pequeno , cm ajuntar tanta copia de faílos , e em procurar pôr no mais cjaro ponto de vifta por meio do calculo aqu.-lla conclu- são , que desde o principio fe me tinha raanifeílado.

X^E-

ioô ]\Iemorias da Academia ReAl

MEMORIA

Sobre os verdadeiros princípios do Methodo das FluxÕes. Por Francisco de Borja Garção Stockler.

A Época mais notável na Hiftoria das Mathematicas he incontcftavelmente a da invenção do calculo in- finitefimal , ou Methodo das Fluxóes ; mas fe o grandiffimo número de verdades importantes , que pela fua applicaçaó fe tem fucccffivamente defcuberto desde então aré ao prcfente , merece com juftiça a admiração de to- dos os Sábios , não he menos digno de pafmo , que os principios fundamentaes de taô maravilhofo invento tenhão íido também até aos noflbs dias huma fonte perenne de opiniões , e difputas entre cquelles mefmos génios , que rniis eftcndêrão os feus limites , e amplificarão o número das fuás applicaçòes.

Qi^iafi todos os grandes Geómetras , que tem expofto eftes mefmos principios , e enfinado o modo de applical- los , não contentes plenamente dos trabalhos dos que os precederão , os tem reprefentado , e procurado dcmonftrar de differentc maneira , esforçando-fc por juntar o rigor geo- métrico com a brevidade , e elegância das demonílrações j mas infelizmente o frufto dos feus defvelos naõ tem cor- refpondido perfeitamente ao fim , que todos fe propunhão. Lcibnitz , e os mais Geómetras , que feguírão fuás pizadas , introduzindo no calculo os feus infinitos , e infiHÍ~ tamente pequenos de diverfas ordens, comprarão huma admi- rável brevidade , e apparcnte elegância á cufta da clareza , e rigor geométrico , que carafterizão as demonftrações ma- thematicas.

Newton , o inventor defta fublime analyfe , ftmdado em principios verdadeiramente filoíoficos , e exaftos eftaba-

le-

DAS SciENCIASDeLiSBOÁ. ÍOt

Iccco os principacs theoremas do Methodo direfto das Flu- xces , lem envolver nas fuás demonftraçóes as idéas abfur- das de infinitamente pequenos de diferentes ordens ; mas fe por' huma parte fc fundou cm huma mctafjfica , e íuminofa , naó foi por outra taõ feliz no feu modo de proceder , e enunciar , que naó deixaíTe lugar a algumas difficuldades. O methodo das primeiras , e ultimas razões , ou verdadeiramente o methodo dos limites das razões , que expoz nx primeira Secçaõ do Livro I. dos feus Prin- cípios Mathematicos da Filofofia nuural , e na Introduc- çaõ ao Tratado da Quiadratura das Curvas , pofto que geral , luminofo , e exafto naõ he do modo , por que allí fe acha expofto , igualmente applicavel a todas as funcções analyticas : e o dos momentos , de que fe fervio no mcfmo Tratado , e no outro Opufculo intitulado Methodo das Fluxoes , e das Series infinitas , o qual rigorofamente fallando naõ he mais , do que o meimo methodo dos limites reprefentado de differente maneii'a , ainda que em li tenha toda a extençaõ defejavel , naõ fe naõ acha applicado ás funcções tranfcendentes , mas ou naõ eltá expofto com baftante clareza , ou naõ tem no feu modo de proceder todo o rigor mathematico.

Eulêr , reduzindo os infinitamente pequenos de Leib- nitz ao nada abfoluto,deu mais exacçaõ ao procedimento das fuás demonftrações , do que tinhaõ as d*aquelle Geome- tra ; pois he bem viílvel , que na fua hypothefe quando fe rejeitaõ os infinitamente pequenos das ordens fuperiores em comparação dos das ordens inferiores , fomente fe rejeitaõ exprcfloes analyticas dcftituidas de realidade , e naõ quan- tidades abfolutas ; mas he por ventura mais fácil conceber nadas , que devaõ defvanecer em comparação de outros na-: das , ifto he , imaginar nndas de diverfas clafles , do que conceber infinitamente pequenos de differentes ordens ?

Maclaurin , conílderando as quantidades variáveis co- mo geradas por hum movimento continuo , demonftrou com todo o rigor no íeu Tratado Synthetico das Fluxões Tam. I. Ce to-

ao2 JNIkmorias da Academia Real todos os theorcmas mais importantes do Methcdo diicíío; mas além de que as fuás demonílraçócs laó longuiíllmas, c diificultofas , naõ íe pôde diíTimular a impropriedade , cm que cahio , de introduzir na Álgebra principies de Mechanica , nem que a idéa das Fiuxóes , que elle no Livro I. do íobredito Tratado , parece convir mais par- ticularmente ás quantidades geométricas , do que ás quan- tidades algébricas. HUe raefmo conheceu eftas imperfei- ções , e inconvenientes do feu methodo ; e no Livro IL trabalhou por evitallos , dando novas demonllraçõcs de- rivadas de principios igualmente applicaveis a todo o gé- nero de quantidades ; porém naô pode coníeguir efta vantagem fcnaõ por hum modo indireílo , e dando das Fluxócs huma nova idéa , que naó tem , quanto ao meu entender, toda a clareza neceíTaria.

D' Alembert , expondo no Diccionario Encyclopedico a Theorica das Fluxões , e reconhecendo , que todos os Geómetras , que antes d'clle haviaó emprehendido o mef- mo trabalho , naó tinhaõ dado idéas bem exaftas dos principújs , em, que a mefma Theorica fe funda , mais cuidadofo em applanar as dilKculdades , e evitar as ob- jecções , a que ainda coniiderava fugeita a fua mctafy- fica , do que em generalizar , e limplificar o methodo de deduzir direitamente dos feus principios as exprefsões analyticas das Fiuxóes de quaefquer quantidades variáveis, íini explica com baftante clareza as idéas , que Newton apenas indicara , molhando como o Calculo Differencial naó he , rigorofamente fallando , mais que o methodo dos limites \ conhecido dos antigos Geómetras , generaliza- do , e reduzido a fymbolos , e procedimentos algébricos ; porém pelo modo , por que expõem os principios d'elle , nao lhe miiior generalidade , nem maior fimplicidade , do que o celebre Geometra Inglez lhe havia dado : e (l'efta forte pôde dizer-fe , que a pezar dos repetidos tra- balhos de taõ grandes homens ainda naõ havia huma ex- pofiçaó completa do Methodo das Fla:íÓes.

Ncf-

DAS SciENCIAS DE LiSBOA. lOJ

Ncftc eltado confiderava cu a parte mais importante da Analyfc , quando dcfejofo de preencher di^nimente os fins , a que fora deftinado , fendo encarregado de inf- fruir huma parte da mocidade Portugue/^ , e alumiar-lhe a entrada do edifício immenfo das Mathematicas , cmpre- hcndi com aprovação da Academia o meu Ensaio Aiialy- tico sobre o Methodo das FluxÕes , de cujo progreíTo por diverfas vezes tenho tido a íatisfaçaõ de dar-lhe conta ^ e em que me proponho dar huma expofiçaó completa da Theorica das Fkixóes , dcmonftrando direftamente , e com o ultimo rigor geométrico , todos os theorcmas do feu Methodo direfto conhecidos até ao prcfente , reduzindo o mefmo Methodo a hum único Problema , de cuja lo- luçaó naturaliílímamente fe derivaô todos os ditos theo- rcmas , e enfinando o modo mais natural , fegundo os meus principios , de applicallo felizmente á Analyfc Carteziana , e á Geometria Tranfcendente.

Perfuadia-me , que os meus penfamentos tinhaõ al- guma coufa de novos , ainda que muito femelhantes aos de Newton , e em parte talvez idênticos ; porém mais defcjofo de utilizar o público , e de defempenhat as obri- gações , a que me coníidero ligado , do que ambiciofo da pequena gloria , que da fua publicidade me podia refultar , na6 me aprcíTei em publicallos , refervando dai- los á luz no corpo da obra referida ; mas recebendo ha poucos dias as novas Memorias da Academia Real das Scien- cias de Turim , e vendo entre ellas no fegundo Tomo huma de M.Jacob Bernoulli fobre o mefmo aíTumpto , que eu emprehendéra tratar , em que fe encontra huma parte das minhas idéas , as quaes efte digno neto do grande Joaõ Bernoulli declara , haverem-lhe lido tranfmitidas por feu illuftre Pai , me refolvi a mudar de propofito , cer- to de que , quanto mais me demorar em publicallas , tan- to mais fugeito ficarei a paíTar per Plagiário , cu quando muito por hum fimplcs amplificador do methodo d'aquellc Gcometra ; o que naô augmentando couza alguma a fua

Ce ii repu-

ao4 Memorias da Academia Real reputação , ferviria fomente de diminuir a minha , fe al- guma pôde relultar-me de taõ pequena producçaõ : e alfim , a pezar de conhecer a perfeita inutilidade de mul- tiplicar o numero dos efcritos , fem augmcntar o das verdades , tomei o trabalho de efcrcver fobre o mefmo objcfto do meu primeiro Emayo Analytico efta pequena Memoria , que hoje ofFereço á Academia , para d'eíl:e modo depofitar com a maior brevidade no feu Archi- yo o fruíSto das minhas primeiras meditações mathema- ticas , e confervar aos meus pcnfamentos eíTe tal qual direito de propriedade , que ainda fobre cUes me refta. Eis-aquí pois a breve , e fuccinta expofiçaõ do eftado d'clles , e da fua deducçaó , que em alguns pontos mais amplamente explico no fobredito Ensayo Analytico.

Chamo Fluente a toda a quantidade variável , que muda de grandeza continua , e fuccefllvamente , ifto he , que crefce , ou dimiiiue por hum fluxo , ou progreíTo continuo , e que por confequencia naõ pôde palTar de hum para outro eftado de grandeza fem paflar por to- dos os eftados intermédios . A quantidade aílim confide- rada conftitue o objefto do Methodo das Fluxóes : e da fua mefma definição fe fegue immediatamcntc ,, que os Incrementos , ou Decrementos de quaclquer fluen- tes feraõ tanto maiores , quanto maior for o interval- lo de tempo , durante o qual ellas tiverem fluido.

As quantidades fluentes , ou haõ de fer uniforme- mente fluentes , ou variadamente fluentes : quero dizer , ou haó de receber em cada intervallo igual de tempo conftante , e fuccefllvamente o mefmo incremento , ou hum incremento differente quando crefcerem , aflim como tam- bém o mefmo decremento , ou hum decremento differen- te quando diminuírem ; mas prefcindindo por hora do modo, por que as quantidades fluentes crefcem , ou di- minuem , he certo , que fcmpre podemos imaginar , que cada huma d'ellas em cada inftante de tempo tem hu- ma certa tendência para crefcer , ou para diminuir , e

que

DAS SciENCIAS DE LiSBOA. 20J'

que os fcus augmcntos , ou diminuições faõ effcitos d'efta tendência , que as faz mudar de eftado , qualquer que feja a Lei da fua variabilidade.

Efta fuppofiçaõ naõ he inteiramente conforme ) ao que fucccde no eftado natural das coufas , no qual naô pôde acontecer mudança alguma , que naó provenha de ília determinada caufa ; mas de nenhuma forre me pa- rece contraria á cxaftidaó , c rigor das Sciencias Ma- thematicas , antes muito conveniente para determinar exaftjmente a idéa , que deve correfponder ao termo FluxaÕ , o que he de abfoluta neceífidade , para que efta parte da Analyfe nao feja menos intelligivel , nem me- nos rigorofamente demonftrada , do que a Álgebra or- dinária , e todas as outras partes das Mathematicas pu- ras : aflim como também para que nos refultados da fua applicaçaó ás Sciencias Pyíicas fe poíTa ter toda a con- fiança , que elles merecem : e eis-aquí o primeiro pon- to , em que as idéas de MM. BernouUis começaõ a con- fundir-fe com as minhas.

Admittida efta fuppofiçaõ , he evidente , qUe quan- do as variáveis fluem uniformemente a tendência , que ellas tem para fluir , he conftantemente a mefma em todos os inftantes de tempo : e pelo contrario quando fluem variadamente. No primeiro cafo o effeito d'eira ten- dência he em qualquer intervallo de tempo juftamente o mefmo augmento , ou diminuição , que a variável nel- ]e recebe ; pois que a acçaõ da fua tendência para cref- cer , ou para diminuir , naô he por nenhuma caufa per- turbada : no fcgundo pordm o incremento , ou decre- mento recebido em qualquer intervallo de tempo naó he fomente o effeito da fua tendência primitiva , pois que efta varia continuamente ; mas fim o effeito d'effa tendência , e de todas as fuás variações desde o pri- meiro até ao ultimo inftante do mefmo intervallo de tempo : e alllm entendendo por Fltixao a refpeito das quantidades , que fluem uniformemente o augmento , ou

dimi-

io6 Memorias da Academia Real diminuição , que ellas i-ecebem cm hum dado tempo to- mado por unidade , deveremos entender por FhtxaÕ a rclpcito das que fluem variadamente naó o augmento , ou diminuição , que ellas realmente recebem em hunu unidade de tempo ; mas lim o augmento , ou diminui- ção , que na mefma unidade de tempo receberiaõ , fe a lua tendência para crefcer , ou diminuir , foíTe conftante- mcnte a mefma desde o primeiro até o ultimo inílante do dito tempo : de forte que , geralmente failando , por Fhtxao de qualquer variável fe deve entender aquelle in- cremento , ou decremcnto , que a fua tendência he ca- paz de communicar-lhc em huma unidade de tempo , permanecendo em todos os inftantes d'ella a mefma que no primeiro. E efte he o fegundo ponto , em que M. Ber- noulli fe conforma ablolutamente commigo , com a differença de naô dar a eftes incrementos , e decremen- tos o nome de Fluxões , que eu lhes confervei , por me accommodar , quanto me era poíllvel , á lingoagem rece- bida , e por me perfuadir , que até aqui , nem eu , nem M.M. BernouUis nos aflfliftamos fundamentalmente das idéas de Newton , e que por tanto naõ havia motivo de introduzir novos termos, aonde os conceitos naô eraô ab- folutamente novos.

D'eftes princípios até aqui cftabelecidos deduz M. BernouUi com fumma elegância , e brevidade os dous theoremas do Methodo direfto das Fluxões , de que to- dos os outros dependem , fem com tudo moftrar como d*elles fe derivaõ ; provavelmente por vêr , que a fua deducçaó era demaziadamente fácil para merecer lugar em hum efcrito d'efte género. Eu porém reflectindo , que todo o fobredito Methodo fe pôde reduzir a hum problema , e que por confcquencia a fua foluçao mais direfta feria a que o reduzifle também a huma regra , ou Theorema univerfal , em que todas as regras particulares fe achalTem incluídas , fuppofto tivelTe achado meio de deduzir com fumma brevidade dos prin- cípios

I

dasScienciasdeLisbo/. 207

cipios referidos todos os theorcmas particulares , conhe- cidos pelos Geómetras para a determinação das Fluxóes de quaefqucr íuncçóes variáveis , naó podia com tudo fatistazcr-me plenamente de huma foluçaõ , que naõ abrangia ao meímo tempo todos os cafos imagináveis y e da qual por confcqucncia naó podia tirar-fe huma re- gra applicavel a todo o gcnero , e forma de funcçóes analyticas ; mas fazendo novas reflexões fobre os meímos principios facilmente conheci , que d'elles fe podia com effeito derivar a foluçaô geral , que eu pcrtendia , e que yfando de hum novo modo de rcprefentar as funcçóes variáveis todo o methodo direfto das Fluxóes ficaria re- duzido a huma formula fimpliciíllma , applicavel a todo o género de funcçóes , e da qual por meras fubftitui- çóes fe podiaó deduzir todas as regras até ao prefente conhecidas , c ainda outras muitas , fe fora conveniente multiplicallas.

Suppoftos pois os principios referidos ^ com peque- na attençaó fe , que fe as quantidades variáveis tivef- fem todas tendências confiantes para fluir os feus incre- mentos , ou decrementos feriaó iguaes aos produftos das fuás Fluxóes multiplicadas pelos tempos : entendendo por efte termo , naó o tempo propriamente tal , mas fim o expoente da razaó , que o intervallo de tempo , em que cada hum dos ditos incrementos , ou decrementos for ge- rado , tiver com o tempo tomado por unidade ; porém como as tendências , que as quantidades fluentes podem ter para fluir , faó capazes de huma variedade infinita ^ e por confequencia as leis , fegundo as quaes as mefmas fluentes pódcm fluir , faó também infinitas , efta igualda- de alia's conftante entre os incrementos das variáveis , e os produtos das fuás fluxóes multiplicadas pelos tempos naó poderá fempre ter lugar : com tudo , quaefquer que fejaó leis da fua variabilidade , entre todas as tendên- cias , ou Fluxóes imagináveis fempre haverá huma , que continuada conftantcmcnte em cada variável feria cí^az

de

2o8 Memorias da Academia Reai>

de produzir o fcu incremento , ou decremento dentro no mcímo tempo , em que elle realmente for gerado : e aíGm , fuppondo cila nova tendência , ou efta nova fluxaõ em cada variável , e chamando-lhe Fluxao hypothetica pa- ra dellinguilia da fua Fluxao própria , teremos huma conf- tante igualdade entre os incrementos , ou decrementos das variáveis , e os produftjs das fuás Fluxões hyporhe- ticas multiplicadas pelos tempos , em que elles tiverem fido gerados : de forte que , fendo huma quantidade va- riável qualquer reprezentada por x , o feu incremento por w , o tempo , em que elle houver fido gerado , por t , e a fua Fluxiiò hypothetica por a x , fera w = í a x.

Ora he fácil de ver , que nas quantidades uniforme- mente fluentes as Fluxóes hypotheticas faó fempre iguaes ás Fluxóes próprias , ifto he , que rigurofamente íallando naô ha Fluxóes hypotheticas : e que nas quantidades , que fluem variadamente , confiderando as fuás Fluxóes pró- prias relativas a quaefquer dous inftantes , as fuás Flu- xóes hypotheticas relativas ao tempo entre elles com- prehèndido fe acharão também fempre comprehendidas entre aquellas ; de forte que feraó maiores que a pri- nieira , e menores que a fegunda , quando as tendências das varisveis pai-a fluir crefcerem , e pelo contrario quan- do diminuírem : donde fe fegue , que fuppondo a noflb arbítrio eftes inftantes taó próximos quanto quizermos , poderemos avizinhar a Fluxao hypothetica de qualquer va- riável á fua Fluxao própria relativa ao primeiro dos ditos inftantes de maneira , que a fua difterença feja menor que qualquer quantidade , que fe tenha affignado : o que he o mefmo que dizer , que as Fluxóes próprias das va- riáveis relativas ao primeiro inftante faó os limites das fuás Fluxóes hypotheticas relativas a quaefquer tempos , que co- meçarem a contar- fe do dito inftante por diante : e que por confequencia a razaó das Fluxóes próprias de quaef- quer variáveis fcrá também o limite das razoes das fuás Fliixóes hypotheticas. Donde fe , que tanto vale de- ter-

CAS SciENCIAS DE LiSBOA. 20<)

terminar os limites das razões das Fluxões hypotheticas , como determinar a razaõ das Fluxócs próprias, ou a razão das tendências , que as variáveis tem para fluir a cada inf- tantc : e que íendo as Fluxocs hypotheticas dependentes do tempo , o que de nenhuma Ibrte laó as tendências , ou Fkixoes próprias, he prccifo,quc as exprelsões d'aqucllas fejaõ taes , que l"e convertaõ neftas immediatamente , fup- pondo que o tempo abfulutamente dclvaneça.

Digo indiíFcrentemcnte Tendências , ou Fluxoes •■, pois naõ conlidcro aqui as tendências , que as quantidades variá- veis tem para fluir , fenaõ em quanto aos léus effeitos , aíllm como em Mechanica fe naõ coníideraõ as forças fe- naô pela quantidade de movimento , que faô capazes de produzir : e fe alguma vez as contemplo como caufas das variações das quantidades fluentes , he limplefmente a fim de ajudar o entendimento a formar huma idca clara, e exa- cta das Fluxões.

Eftabelecidos pois eftes princípios , e explicações naõ pôde ter dificuldade a foluçaõ do feguinte Problema , a que fe reduz todo o Mcthodo direito das Fluxões. Dada qualquer fimcçao de huma , mt mais quantidades fluentes deter- minar a sua Fluxao conftderada como funccaS das mesmas fluen- tes j e das suas fluxoes particulares. Supponhamos , que 9 reprefente qualquer funcçaõ de huma , ou muitas variáveis , jy , s , &c. todas fimultaneamente fluentes , qualquer que feja a lei da variabilidade de cada huma d'ellas ; d 9 a fua fluxaõ própria , e A -d a fua fluxao hypothctica relati- va ao tempo t. O feu incremento , ou decrcmento no fim do dito tempo fera ; a ® ; mas confiderando f por maior generalidade como huma fimples fluente , e reprezentando por F(f) huma funcçaõ qualquer de ?> , e por confequencia de jf , jy , 2; , &c. íí F 9 reprefentará a fua fluxao própria , A F <?> a fua fluxaõ hypothctica relativa ao tempo t , e í A F 9 o feu incremento , ou decremento adquirido dentro no dito tempo : e aflim em quanto x fe converte em « -\-t Ax\ y em j -t- í A jy ; &c. ? fe converterá em <p -t- í ^ ? > Tom. I. Dd e

2IO Memorias da Academia Real e F'?' em F(<!>-t-tò.<py^c por tanto fcrá o fcu incremen- to i aF>p = F ( q) -^í ^ (t>) F<p;e a fua fluxao hypothctica

AF9_ .

quantidade cuja grandeza depende de tal forte do valor de / , que as fuás variações pódcm nclla produzir al- gum augmento , ou diminuição , e cujo limite por conib- quencia fe obterá, fazendo que t abfolutamcntc dcfvaneça; mas como cfta Equação exprime a razaõ, que ha entre as Fluxôes hypotheticas de 9 , e F ® , o fcu limite fera jufta- mente a razaó das Fluxões próprias das mefmas variáveis ; pelo que , efcrevendo d 9 cm lugar de a 9 ; dF <í> cm lu- gar de aF q, ',&. t (o) em lugar de t , para denotar , que depois de feita a divizaõ por t efta quantidade deve ablo- lutamentc defvaneccr, teremos

.Tj F ( 'p-^ td(p) ¥ q>

t (o) expreíTaó que fuppofto á primeira vifta pareça dever reduzir- ia a á F ?) = s , com tudo , como toda a funcçaó d'cfta for- ma F ( 9 -*- ' '^ 'f ) fe pôde fcmpre converter em F -f- P' ? íi ?> + P" t'd<f>^-hF"'ti d 9' -h &c. reprcfentando P', P", P"'&c. diverfas funcçoes de 9 , fe reduzirá realmente a ^ F 9 P'íí?>, donde fe vê, que fubftituindo em lugar de qual- quer funcçaõ algébrica , ou trc\nfcendente de huma , ou muitas variáveis, por mais complicada que feja , calculan- do meramente o fegundo termo da Serie F9-t-P'?íi»-l-

1?" t' d,f' + P"' ti dq,^ -h h P"' t" d 9" -t- &c. , e divi-

dindo-o por t fe obterá fempre a expreflaõ da fua FluxaS ; e que da mefma forte, fubftituindo em lugar de F9 ex- prefsóes genéricas reprefentativas da diverfa f(irma , e natureza das funcçoes analyticas , as exprefsÕes refultan- tes d'efta fubftituiçaõ convertidas em lingoagem commum daraõ outras tantas regras particulares relativas á determi- nação das Fluxões de todas as funcçoes , que tiverem al- guma das ditas formas.

Se refleftirmos , que as Fluxões hypotheticas de quaef-

qucr

DAsScIENCIASDeLiSBOA. 211

quer fimcçóes variáveis cftaó entre íl como os feus incre- mentos , ou que fendo í = i as Fiuxões hypotheticas naõ fau outra couia mais do que os meímos incrementos , ve- remos , que a formula

aF^= y

cnmprchende rigorofamcnte todo o Alcthndo direfto dos Incrementos , ou Calculo Differcncial das differcnças finitas, aíllm como a formula

db <p= -7—

t (o)

todo o Methodo direito das Fiuxões , ou Calculo Diffe- rcncial das diffcrcnças defvanecentes. E lendo cila fegunda formula derivada da primeira , hc bem vilivel , que o me- thodo , que a ella nos conduz , he o rnais geral , e direito , que para cfte fim fe podia imaginar j pois que igualmente abrange hum , e outro Calculo em toda a fua extençaõ , o que cu nao fei , que feja poílivel de outro modo , nem ainda mefmo pelos princípios expoftos , naó fendo levados mais adiante do que M. BernouUi os leva na fua elegante Memoria.

affima moftramos , como a igualdade dos incremen- tos , ou decrementos das variáveis uniformemente fluentes procedia da conftancia da fua tendência para fluir , e que a dcfigualdade dos incrementos , ou decrementos das que fluem variadamente fe devia attribuir á variabilidade da iua tendência : ora variando efta a todo o inftante po- demos igu.ilmcnte fuppôr , que as fuás variações proce- dem de huma difpofiçaõ , ou tendência , que ella mefma tem para variar a cada inílante , e como qualquer augmen- to , ou diminuição na primeira tendência deve augmentar tambcm , ou diminuir os incrementos, ou decrementos das variáveis , a efta fegunda tendência , ou ao effeito , que ella deveria produ/ir em qualquer variável dentro em hu- ma unidade de tempo , chamaremos a fegunda Fíuxao da me ima variável , ou a fua FliixaÕ da fegunda ordem : c Dd ii d'efte

212 Memorias DA Academia Real dcfte mouo difcoircndo a refpcito das fegundas tcndcn- cias como a refpcito das primeiras, formaremos huma cla- ra, e verdadeira idéa das terceiras Fluxocs, ou Fluxõcs da terceira ordem , e aíTim fuccellivamentc das de todas as outras ordens fupcriorcs.

O mcthodo de determinar as fuás exprefsões analyti- cas hc abfolutamente o mcfmo , que temos expofto para a determinação das primeiras Fluxões : e as mefmas formu- las a/lima demonftradas daraó as difFcrenças finitas, e Flu- xões de todas as ordens de quaefqucr funcções variáveis , huma vez que naõ as variáveis primitivas , que nellas entrarem , mas também as luas differenças , e Fluxõcs de todas as ordens fe coníiderarem como outras tantas fluen- tes. Sc quizermos com tudo eítabeleccr formulas genera- liíGmas para cada differente ordem de differenças , c Flu xõcs j confidcrando a formula

AP __FC9 + ?A(p) F<p t como huma nova fimcçaõ variável , e applicando-lhe os mefmos raciocínios , que a ella nos conduzirão , achare- mos , que em quanto ^ fe converte em ç -\- 1 a <p ; x p fe converterá emA(ip-(-/A<f))jOu em Aí. + íAAjj e por confequencia F? em F (•?)-t-íA(f,)jeF(? + íAip) emF(ip-i-2íA(j)-i-í'AA(p)j donde fe fegue, que A F ?> ,

ou ^^-! ^-^ fe deve converter em

^— í^— -^ , e que por

confequencia o feu incremento í a a F í> deve fer igual a

F (9-1-2/ A gi-4-í'' A A<d) 2 F ((j)-t-? A a>) -H F g) . ^

t fcgunda Fluxaõ hypothetica.

e

DAsSciENCIAS PeLiSBOA. 3I3

e a fua fcgunda Fluxaó própria

ddF9 -p-^^

Se fuppozcnnos <p uniformcmcnrc fluente , acharemos ncfte cafo as formulas, ou exprcísões gcracs das difFcrcnças, e Fluxõcs da Icgunda ordem da forma feguinte :

A A h ç 5

.,„ F ( <p+ 2 t dq,) 2F(^-ht d <!,)-{-¥ <p

cxprcfsoes , que igualmente fe obtém , fazendo nas ante- cedentes A A q>:=: ddtp^o. Difcorrendo femelhantemente fobre cftas , fe acharáó as formulas geraes das differenças, e Fliixóes da terceira ordem , como fe feguem :

^, F(^+■7tA'p+^t^A''(p+t^à^<f)—7F(<^-h2tA<p-\-t''A''(f)-h^F(<p•htAf,)—F'f

í'

; p _ F('j,+^tdji-h^rd''<f.-ht^d^ip)—-iF(q,-hrtd<p-i-fd^<p)-\-7,F(:p-\-td!Í)—F<p '^~ í' (^)

e fuppondo <p uniformemente fluente

^,p _ F( p -H 3 f A t)— 3F(t) 4- 2 r a ^)4-^F0p ■+- 1 A í>)— F9

^, p _ F(f-h T,tdq) -^F(^(p-^2td-p)-\--^F{'p+-td(f}—F<p ^- t' (o)

e affim fuccefllvamcnte as de todas as ordens fupperiores. E comparando as que refultaõ da fuppofiçao de q, uni- formcmcnrc fluente , fe verá , que todas fe podem reduzir facilmente a huma exprcfsaõ geral para a determinação das diíFcrcnças finitas , e a outra para a determinação das Fluxócs de todas as ordens , as quaes faõ as feguintcs :

A"

2 14 Memorias da Academia Rkal

Fín-wz-if) -FCH-(«-í>'^7')-h-'-^^^F0í)-h(«-2)fAj,)_ + Ftp

A"F. = p ^

^'•F,- j^r^^

tendo F ^ o fignal -l- todas as vezes que n for numero par , e pelo contrario o fignal quando w for numero impar.

Do mefmo modo fc poderiaõ determinar formulas geraes para a determinação das diíFcrenças , e Fluxões de todas as ordens no cafo de ferem conftantcs aa $ , e dd (p: ou no cafo de ferem conftantcs as difFercnças , c Fluxocs de qualquer ordem , aílim como também no cafo de nao fcr diffcrcnça , nem Fluxaõ alguma conllante ; porém naò fe pode hcgar ^ que á pezar da fua elegância , e generali- dade a fua applicaçaó immediata aos cafos particulares , e ainda aos cafos geraes , a que fe referem todas as regras dadas até ao prefente pelos Geómetras , feria as mais das vezes aflas trabalhofa , e que o methodo , que M. Bernoul- li indica na fua citada Memoria paru a invenção , e dcmonihaçao das mefmas regras , he incomparavelmente mais breve : com tudo também fc nad deve negar , que além de fer cfte mefmo inconveniente infeparavel de quali todos os methodos geraes , o que por confcquencia parece provar de algum modo a fupcrioridade do noflb fobre o de M. Bcrnoulli, contentando-nos com applicar a noíTa primei- ra formula a dous cafos limpliciíTimos , cm que o mefmo inconveniente fe pôde reputar nenhum , d'elles fe podem derivar , fe naõ com maior , pelo menos com igual bre- vidade , que pelo methodo de M. Bcrnoulli , todas as ditas regras , ficando-ihcs fervindo de demonftraçaõ a da nofla mefma formula, como fe verá no §. Icguinte.

Sc fuppozermos ¥ q,z=nq, fubftituindo na noíFa primei- ra formula , acharemos immediatamente d {n<p) :=.n d9 ' e fuppondo F 9 = *'' calculando o fcgundo termo da Serie,

que

dasScienciasdeLisboa. aij"

que rcfultaiia do defenvolvimcnto de ( ?> -t- í á íp )" o qual hc n í </)""' í/f , c dividindo por f, acharemos d (f") =zn'p"''d (p. Pela applicaçaô do thcorema , que d'efta fcgunda expref»

faõ Ic deriva, acharemos <iLog. ? = , reprefentando por

Log. í o logaritlimo hypcrbolico de (p , por quanto he

T.ng .^ q-o (^-iv ^ r.-i)' (v-^y^('P-^y_^. .

12 3 4 5

c por confcquencia

d Log.? = (i_(^_l) -t_(p_l)2_ ( ^_l )5-H (?— i)^ &c. )

mas he i (^i i)h-(<)) i)' (? i)' -h (a>— !)■* &c. = - ;

logo d Log. (?) - ; donde fe tira também d (p = ^.d Log.? :

? thcorema cuja applicaçaô dará com fumma brevidade todas as regras relativas á determinação das Fluxões de todas as funcçóes tanto algébricas como tranfcendentes de qualquer numero de variáveis , ou fejao inteiras , ou fraccionarias , fendo hum dos cafos , em que efta brevidade fe faz ba- ftantc notável , o de que fc deriva o fegundo theorema fun- damental de M. Bernoulli ; por quanto fendo <^,=.xyz^ pelo mencionado theorema , fe acha

d{xy z)=zxy z ^lljr-ÍL^"!^ j zdx-\-xzdy-\-xydz.

Qiianto ás formulas geraes das Fluxóes das ordens fuperiores á primeira , a fua applicaçaô á praílica fe pô- de c(jnfideravel mente abreviar , refle£Íindo , que na Serie V f, 4- P" w -^ P" w' -4- P"' O)' -H . . . 4- P"' co" + &c. que fuppomos refultar do defenvolvi mento de F(j;4-covas func- çóes de ,p reprefentadas por P' ^ P" , P'", &c. faô con- ft;íntcmentc as mefmas, qualquer que fej-a o valor de u , e que aíEm fubftituindo fuccclllvamente por isí^td<p\itd^-\- t%W?) i 3/í/íi4-3íVí/p4- í' í/' í> ; &c. fe teraô os valores de F(a.-i-írf?) i F('p-hztdf-+-t'ddq>) ; F(^-h^td^-h^t'dd<p-i-t^di<f) ; &c. : expreflados em P' , P" , P'", &c. , e em Fiuxões de «p ', fi- que

3i6 Memorias da Acadkmia Real que por confcquencia fubftituindo eftas exprefsõcs em lu- gar d'aqucllas , fe obterão novas exprcfsões geraes das Fluxóes de todas as ordens muito mais breves , que as pri- meiras. Por efte modo pois fe achará d ¥ (f :=! r' d (f ddF <pz=^?" d<p'' + F' dd,p d'¥ ,p=:6 V'"d<p^-i-6 V"d <fdd<p + P' d^ <p

</-* F a. = 24 P'^ ^ / -h 36 P" V qrdd ^ -,- S?"d ^d\^.?'d%

-\- 6lc" dd ç^ . d^F<p=i2o?''d<p' -^240?'''df' ddf^6oV"'d i' d'' ^^ io?"d ^ d^^ -^V'd\

+9oP"'íi ç dd 9'-i- 20P" dd^d><p &c. e fuppondo d (p conftante d F q) ■=zr d (p

íiíjl F (j) = I. 2. P d q)^ d' F<p = 1.2.S.P"' dq>^ íi-^ F <p =ri. 2. 3. 4. P'" ^ 9* e cm geral </" F ç = i. 2. 3. 4. . . w V"'d ip"

Se em vez da fuppôr-fe dd íf,=zo fe fuppozer ^í' o fe terá

d F<p = P'á9

ddFif^zV" d,f' + P' ddq>

d^ Fq> = 6?'"d<f'-h6?"d<pdd<p

^4 F ^ = 24 P"' ^ 9^ -H 36 P'" dd<p^6 P" dd 4,'

d^F<p=i20 PV9'-H- 240 P"'d<t>^dd<p-{-9oV"'d^ddq>^ &c. ou em geral

á" F, =r 1. 2. 3. 4- . . « C P'"'^ "'"■^"-irr' P'""" ^^""^ '^^ ^ ^ í^=:íí^p(«-=)'^.-^4'-^^^=|ft=^^

2. I. 2 2 . !• 2- 3'

(«_-4X«-0(»-6)(»-7) p f -.4). ^ >■ •• 3 ^^ 4 ^ &:c. ] ^ 2." 1.2.3.4.

E

DAS SciENClAS DE L I S B O A. atf

E procedendo do mcfmo modo fe podcráõ achar as formulas gcracs das Fluxõcs relativas a outra qual- quer hypothcfe , mas que fcrao tanto mais complicadas , quanto mais elevada for a ordem da Fluxâo , que fe fup- pozer conftante.

Das exprcfsóes refultantcs da fuppollçaõ òc d j, , con- ftante fe deduz com fumma brevidade a dcmonftraçaó do celebre theorema de Taylor para a converfaõ das funcçóes cm Series ; por quanto delias , fe tira

pi íiF <p p,, ddY q, _ p„, </' F y , p,v d'*'F<p

J ip ' I.2.í/(f* ' I.2.3.f/(f>.' ' I.2.3.4.ÍÍ1P''*

e em geral ?"' = 2r— : valores , que fubftituidoa

° i.2.^...fidf ' ' ^

na Serie antecedente , que fuppozemos refultante do de- fenvolvimento de F((p-Hco), dao

^^ ^ ^ </? i.z-d<p- i.z.^.df' 1.2.3.4.^// ^"■^*

Mas a applicação defte methodo ás queftoes de Ana- lyfc , e de Geometria Tranfcendente he aqui de fobe;jo , vifto que o fim da prefente Memoria não he eníinar os ufos do Calculo das Fluxões ; mas tão fomente dar hu- nia idéa abbreviada da lua verdadeira Theorica. Os princi- pios , cm que pertendi cftabelecella , são ao meu entendef os mais exaftos , e luminofos : e perfuado-me , que quem fobrc clles rcfleílir ciludamente longe de me cenfurar de haver cabido na mcfma impropriedade , de que ao princí- pio argui ao célebre Maclaurin , fazendo entrar a razaô das partes do tempo entre os elementos da minha Theo- rica , reconhecerá antes , que fendo impoíEvel conceber ne- nhum género de fucceflaó , fem que na idéa , que delia fe formar , entre também a idéa do tempo , com toda a razão generalizei hum elemento , ou principio , que os Geómetras tinhao até agora confiderado como privativo da Theorica do movimento.

Tom. I. Ee A D-

*i8 Memorias da Academia Real

ADDITAMENTOS Á REGRA DE M. FONTAINE.

Para resolver por approximaçaS os Problemas que se reduzem ds Qitadratiiras.

PorJosií Monteiro da Rocha.

I XT^ Stc aflumpto , propofto pela Academia em Pro- I_^ gramma de 27 de Outubro de 1782, e excel- lentemente tia£lado na DiíTcrtaçao coroada em 13 de Maio do anno paíTado , nao me lembraria jamais, ou ao menos tao cedo, para objefto das minhas indaga- ções , fc algumas circunftancias pofteriores me naó obri- gaíTem a iflb. Foi neceíTario naõ tanto por mim , quanto pelo decoro da mefma Academia , applicar-me também á qucftaõ ; donde , ícm grande difficuldadc , nalceraó eftes , que chamo Additamcntos , os quaes ferviráó de declara- ção mais efpecifica daquelle Programma , e poderáõ ícr de grande utilidade na praftica das Qiiadraturas.

§. I.

Demonstração da regra de M. Fontaine. z Diz M. Fontaine : que o integral do elemento y d x ,

X

sendo y funcçaS qualquer de x, he igual as producto de „. , por huma Serie de tertttos , o primeiro dos quaes se achará substituindo em lugar de x na funcçaÕ dada y ; o segundo

sub-

Mem Fa^ 1-

A n è í f ; f H /> y I

F,.X.

3Iein 2'ci<^ 1.

E,l

c ,*■

f

E 'f

G

\ B

:V

^-^

DAsSciOfCtASDsLlSBOi. 11^

fuhjlitttindo j^ j o terceiro fubjlituindo ;^ &c. ; e o uki^

2"-l

iwtf fubjlituindo ^ x ; f^wíí» mait cxafiamente , quanta

maior for o numero inteiro , e poÇitivo n. E tomando ^ como " final caraftcriftico das funções femclhantcs das quantida- des que forem precedidas delie a regra precedente feri

rcprefentada pela equação J d x <^ x ^^ -^ (4* +

<I^^jr + ^^ + ^l^ ^"^"^ ") ' ^^ ^^^^

fe pedia a demonftração na primeira parte do Program-» ma.

3 He pois de advertir , que fe a demonftração não ti- vefle por objefto a forma particular da regra de M. Fon- taine , e baftalTe que ella fe concluiíTe por huma fuppoíi-' ção arbitraria de efcrever 2" em lugar de w , não havia certamente coufa mais fácil , nem também mais impró- pria para Programma de huma Academia. Eis-aqui hu- ma delTas demonftrações , que fe me offereceo no primei- ro inftante em que pcnfci nefta matéria , e que he quafi de fimples intuição.

4 Supponha-fe ( Fig. /. ) a abfcifla A D dividida em hum numero infinito 2 m de partes iguaes , e pelos pontos das divisões as ordenadas perpendiculares a b ^ c d y e / , &c. funções femelhantes das fuás abciflas ref- peftivas Aa ^ Ac j Ae y &c. então os arcos infiniteffimos Bd^ dh j hm , &c. fe confundiráõ com as tangentes dei-

Ics nos pontos b y f, k j &c. e área da curva íd x <p x

com a fomma dos trapézios Ad j eh j gm , &c. =.....

Aciab^ef + ik, &c.)=— (<p ^ + <p I^ +<p 1^ . .

S Agora o que falta, he dizer, que fc efcreva 3""' Ee ii cm

220 Memorias da Academia Reai, cm liignr de m , e fahirá juftamcntc a regra de M. Fon- tainc líTo porem o quê eu náo fiz, nem. poíTo perfua- dir-me que eljc o fizcíTe : porque não era menos , que reltrin- gir, fcni ncccffidade alguma hurha formula geral, e dar- 'Ihe arbitrariamente humá transformação cxquifita , que. a fizcATo mvfteriola ; artificio próprio de hum charlatão , mas certamente indigno de hum Gcometra tal como M, Fon- taine. Além de que , he bem claro , que daquelle modo íc fabrica huma dcrnonftração illuforía. Porque a fuppofi- çao , que por ultimo fe faz de ;«:r:2";'', unicamente pa- ra fahír córrt a regra a li'm*pó , "igualmente fe podia ter feito ddfde o principio , fuppondo a abfcifla x devidida em 2" partes iguaes , que vinha a fer o mefmo que fup- p6r o que fe havia de dcmonítrar.

. 6 .Não, cabe pois bom fenfo outra coufa , fe não que a forma particular da regra de M. Fontainc lhe naf- ceu do methodo mcfrrlo que feguio para a defcobrir ; e que hum methodo deíTa forte era propriamente a de- monftraçâo que fe pedia. Não quero dizer , que a forma daquella regra feja eflencialmente neceíTaria , porque hc huma approximação , e as approximaçoes podem fer de muitas , e difFerentes maneiras ; mas que deve ter huma connexão ncceíFaria com os principios , que fe appl içarem para a demonftrar. AíFim podia muito bem M. Fontai- ne , pela ordem , e combinação das Series que reprefen- tão aquella forte de integraes , colligir a forma da fua regra , femclhantemente ao que fez o Author da Differ- tação coroada. E podia também feguir o caminho oppof- to ao da precedente demonftração , procedendo do finito para o infinito , fem chegar' a elle , nem fallar nelle , à maneira dos antigos Geómetras. Porque he evidente , que comeíTando pela fuppoílção de eftar a abfcifla devidida em hum numero infinito de partes , não ha coufi nenhu- ma que determine a forma deíTe infinito ; mas começan- do pelo finito , e fuppondo a abfcifla devidida em hum numero dado de partes iguaes , cada huma delfas em ou- tras

DAS SciEMCtAS t> E LrSBOA. »2I

tras tantas , c allim por diante , quando fc chegar ao in- finito , hc certo que elle terá huma forma particular, que ncceíTariamcntc rcfultará da lei que fe fcguio nas oppcraçóes. E he muito veroílmil , qúe"M. Fontaine pro- cedcfTc defte modo porque até o muito bem a enten- der pela enunciação da fua regra. Eis-aqui pois huma de- monlhação própria delia , e que não fera elleril como a outra, mas abrirá caminho para novas indagações.

7 Seja propoíla (Fig.II.) a área curvilinea ABCD, terminada nas duas ordenadas extremas A B y D C, per- pendiculares 3l A D. Se dcvidir-mos a abfciífa A D {x) pelo meio no ponto £ , c conduzir-rnos a ordenada E F, c pela extremidade delia a tangente G H^ que encontre ás ordenadas extremas , produzidas fe foir cecelTario , nos contos G f H y, teremos o trapézio A G H D = A D x

F =: .V <í> ^^ , maior-bu menor que a área da çurya ,

fcgundo ella tiver a coni^avidade , ou a convexidade vol- tada para o eixo das abfciíFas A D ; primeira approxima- ção. Se devidirmos tatiibem os fegmentos AE, ED em partes iguaes nos pontos /, L, e conduzirmos as ordena- das iKy LM y c pelas extremidades delias as tangentes ab , cdf teremos os dous trapézios AabE j EcdD,

cuja fomma hcAEÇ{IK^LM),'o\i-(<p- + <p -i^)

mais chegada para a arca da curva ; fegunda approxi.. mação.

Se tornarmos a dividir pelo meio os fegmentos AT, lE, EL^ LEy pof huma conftraucçao em tudo feme.- Jhante , teremos quatro trapézios , e a fomma delles fera

+ ^ - s- -h c{> -jí- + 4> -r-) , muito mais chega-

•4 v^ 8

8 da para a área da curva ; terceira approximação.

E em geral : por huma bem clara inducção fe , que havendo repetido cfta operação « vezes , ficará a abf- cifla .vdevidida em a" partes, o numero dos trapézios fe- ra

ali Memorias DA Academia Real " , e a fomma dclles ^.^ ( <p —^ + <p i^ ^ . .

<P ^ h <p ~- . . . . + <p -^ ^ } , tanto mais chegada

para a arca da curva Jd x (p x , quanto maior for o nu- mero inteiro , c politivo n. Q. E. D.

8 Pela conftrucção precedente fe , que fe fuppõem a origem das abfciflas no ponto A ( Fig. IL) , c confe-

guintemente que Jd x <p x {c entende tomado de a; o

até outro qualquer valor propofto de x. Todos os mais cafos fe podem reduzir a efte. Porque bufcando-fe , por

exemplo , o valor dey^s dz , fendo z função de z , de

s=<í até qualquer outro valor de ss, não ha mais do que fuppôr z = a + x, e feita a fubftituiçao competente,

teremos Jz d z=- Jd x<p » , que fe tomará de x ~o até

xz^z a.

^ Pôde também reduzir-fe a meGna regra a huma forma mais geral , que comprehenda os ditos cafos. Porque fen- do R {Fig. II.) a origem das abfcilTas, e havendo-fe buf-

car Jdx <p X fomente de A até D , he claro , que fuppon-

do RA r:z a y não deve a abfcilTa toda R D (x) ; mas fd- ADy OM X a devidir-fe em 2" partes ; e que huma or- denada qualquer IK não fera função de-<í7, mas dei?/,

ou de a-\ -^ , fendo k hum dos números impa- res de I até 2" I. E por confeguinte , para achar o va- lor de Jdx<px de x:=zaaté qualquer outro valor de *', Utemosfdx<px=z-^^,(<p{a+^^^) + <p(a + ....

DAsScIENCIASDeLiSBOA. 22J

'-^^(^ -^ ^^ ( x a) j j . cxpreíTaó , que fe reduz i re- gra ordinária todas as vezes que for az= o.

10 Tal hc a minha dcmonftraçaõ da regra de M. Fon- taine. Mas nao poíTo deixar de dizer, que nem efta , nem outra equivalente , era objcftj adequado para Program- ma de huma Academia , que íc propõem dclcobrir cou- fas novas , ou melhorar as antigas. Por iíTo he que lem- brei o Additamento dos cafos de convergência , que obri- gava a dar mais hum paíTo na matéria , e a indagar a Ín- dole da approximaçaó , que fe confegue por meio da fo- bredita regra. Nelta parte , certamente a mais útil da queftaó , he que o Author da DilTertiçaó coroada naó fa- tisfaz , fe nao por meio de algumas corili.lerações geraes , das quacs concluc muito bem , que a convergência depen- de da Índole das funcçoes , que a regra nao tem a univer-*' falidade que fe lhe quer attribuir , e que em muitos ca- fos fera inefficaz o ulo delia. Como porém efta eflerçaõ tem lido traftada de ignorância , e o Additamento adopta- do pela Academia de absurdo , e ifto por peJToa , em quem concorria a prefumpçaó de ter voto na matéria , agora darei a razão delle , e ajuntarei outros ainda mais im- portantes.

§ IL

Indagação da convergência da regra de M. Foutaine.

1 1 T T E claro , como a luz do dia , que quando fe MlTJL pedia a determinação dos caws , em que a ap-

proximaçaS da regra de M. Fontaine he mais convergente , nao fe entendia a refpeito dos termos da Serie finita , e par- ticular , que refulta , quando por « fe toma hum numero dado : de maneira que defles termos fe tomaíFem fo- mente alguns , defprezando todos os outros , como fuc-

ce-

314 Memorias da Academia Real cede nas Series convergentes. líTo vinha a fcr o mefmo , que quadrar fcimentc huma porça6 da curva propofta. E com tudo , ainda que tal foffe o fentido do Additamen- to , naõ era por iflb taô abfurdo , que naó poíTaÔ mol- trar-fe cafos , e eíTes muito óbvios , em que tem lugar eflU cfpecie de convergência.

J2 Taes faó todos aquclles , em que o ramo da cur- va fe chega tanto para o eixo das abfciíTas , que pcu- hum efpaço notável fe confunde fenílvclmente com elle , e forma huma porçaó de área extremamente pequena, em comparação da área toda da curva. Affim por exemplo ,

fe bufcaíFemos o valor àej——j- para x= lo , toman- do ;i=8, a Serie particular, que re fui tara , fera de 128 termos , os quaes feraÕ para o fim extremamente peque- nos , e poderá omittir-fe o calculo de ametade delles , ou de mais , conforme o gráo de exactidão , que fe quizer no refultado. E até em hum cafo , como efte , havendo de- terminado naÔ calcular fe naó 64 ordenadas , melhor fe- ria fazer «=r8, e calcular os primeiros 64 termos, def- prezando os outros , do que fazer ti y ^ e calcular to- dos os 64 termos , de que entaõ conftaria a Serie , leni defprezar nenhum. Mas nâo era ifto , o que fe pedia no Programma.

13 Pedia-fe a convergência dos rcfultados fucccflivos , que dao as diflFerentes Series particulares , tomando-le por n differentes números fucceíEvos pela ordem natural I , 2 , 3 , 4 , 5" , &c. ou , o que vem a fcr o meimo , pe- dia-fe huma determinação da mefma convergência, queM. Fontaine attribue á fua regra , dizendo , que o refultado fera tanto mais exafto , quanto for maior o numero n. Por- que fe efta convergência dos refultados caminhar a paíTos taõ vagarofos , que para fe confeguir huma moderada approximaçaõ , fe faça neceíliirio tomar « muito grande , e calcular por confeguintc hum exceílivo numero de or-

de-

DAS SciENOIAS ObLiSBOA. 11^

denadas , fciá huma convergência theoiica , mas inútil na praftica das quadraturas. Eíte hc o ponto, que fe propôz na fegunda parte do Programma.

14 Eis-aqni pois hum Thcorema , que nos defcobrc a Índole da íobrcdita convergência : .5"^ htiwa curva qtial^ quer B C ( Fig. III. ). terminada nas duas ordenadas extre-^ mas A B , C D ambas finitas , tiver fenipre a convexidade vol- tada para o eixo das abfcijfas AD , e fe bufcar a Jua arca pela regra de AI. Fontaine , tomando por n fuccejjivamcvte to- dos os números pela ordem natural , os erros de dous quaef- quer rejultados consecutivos ferao ultimamente na razão de 4 para 1.

15' Porque rcprefentando por I H hum dos trapézios infinireílimos , que refultaõ de haver-fe dividido A D em 2" partes iguacs , dividindo pelo meio os ícgmentos 7£, EG nos pontos c , ^ , e tirando as ordenadas rw, ««; lie claro , que paíTando a íuppôr A D devidida cm i"-h' partes , cm lugar do trapézio / H teremos dous , forma- dos pelas novas tangentes conduzidas pelos pontos w , « , e que ambos juntos fe poderão tomar iguaes ao dobro do trapézio c db a. Mas ( pelo Cor. j. do Lem. XI. do Li- vro I. dos princípios de Newton ) são as ateus HF f^ b Fn na razão triplicada da que tem F H para F b , e conlcguiu- temcnte no nolFo cafo na razão de 8 para i , na qual efta- rão igualmente as áreas KFe, d Fm', logo o dobro dos efpaços d Ftn , b Fn fera a quarta parte dos efpaços K Fe j HFf, e os dous novos trapézios a refpcito da verdadei- ra arca I e Ff G darío a quarta parte do erro que dava o trapézio I H. O mcfmo fuccedc em cada hum dos outros trapézios. Logo os erros dos dous rcfultados confecutivos são na razão de 4 para r.

1 6 Sendo porém efta a ultima razão da convergência , que rigorolamentc tem lugar quando íc fizer » =: co , bem fe que começando pelo finito a convergência da approximação fcrá tanto maior , quanto mais depreça fe chegarem os erros de dous quaefquer refultados para a Tom. L Ff ra-

126 Memosíaspa Academia Real ra/ao ultima de 4 para i. E ifto fuccederá todas as vezes que, ícni dcvidir a ablciíTa x em grande numero de par- tes , cada hum dos arcos e Ff correlpondente a cada hum dos trapézios fe contundir lenfivclmcnte com o circulo ofculador da curva no ponto F, c for huma pequena par- te da circunferência delle , porque então terá lugar proximamente o coroUario Ncwtoniano , em que fe funda a demonítraçao precedente. Aflim depende a maior , ou menor convergência da grandeza do raio ofculador, e da pofiçâo delle , ou o que vem a fer o mcfmo , do angulo da curva cqm as ordenadas , porque fendo dado o inter- valo das ordenadas , o arco interceptado por duas quaef- quer delias fcrá parte tanto menor do circulo ofculador , quanto maior for o raio delle , e mais chegado para rc- ílo o angulo da curva com as ordenadas.

ij Como pois , fazendo —, cp .v , e . .

<P" X , a tangente do angulo , que faz a curva com qual-

quer das ordenadas , he ^r~ , e o raxo olculador -^—^

a convergência da approximação fe chegará tanto mais ra- pidamente para a razão ultima , que fica domonftrada , quan- to maiores forem eíbs duas quantidades , prefcindindo dos fmaes que tiverem de pofitivas , ou negativas j e ilTa por todo o intervallo da abfcifla .v , a que fc houver de extender a quadratura.

18 Exemplo I. Supponhamos que fe bufcay

de Af = <7 até A? r= I , que por outra parte fe labe que o arco de 45-° hepara o raio i , e confeguintemente . . .

0,785-3981634. Nefte cafo temos Cp ''^'^ ^:^yy <:p' x= . , l^ ^„^^^-_lÍJL:J-^ , donde fc achará

(4

DAS SCIENCIAS DE LiSBOA. 227

^ ^ ^ A primeira deitas quantidades co-

meça infinita quando x = o , e acaba cm z quando x =11 lendo favorável á convergência , por dar o angulo da cur- va com as ordenadas de 90" até 63" 26.' A íegunda co-^

V 8000 ,

meça em - , e acaba em , mas por todos os pon- tos intermédios hc muito grande , pois fc faz infinita quando .v := \/ j j e aíllm também he favorável á conver-'

gcncia. E com eflPcito , fuppondo « 3 fe acha / ~ =:

0,780700129o com o erro porexceíTo de 0,001 3019662 ; e fuppondo «=4 fe acha 0,785-7236824 com o erro por cxcello de o,ooo325'ji90 , que diíFere bem pouco da quarta parte do erro precedente.

19 Exemplo II. Na formula, f j rrr ^'^^ ^^ ^

arco de 90" para o raio i , e confeguintemente tem o valor i,5'70796 , fendo tomada de xtz: o até .v— i , k^

l + ZX^ . . ^ I V(i x')'

-— , e confeguintemente -Jr- = , e

V (I ^')' ^ ^^ X '

^,~^ = ~ \, —:-^. A primeira deitas

quantidades começa infinita , e acaba em o , dando gran- de obliquidade para o fim pouco favorável á convergên- cia. E a fegunda começa em r , e depois vai deminuin- do até o mínimo valor , e depois crefce lentamente , e para o fim crefce rapidamente até acabar no infinito, mas na maior parto do intcrvallo tem pequeno valor , e não he favorável á convergência. Com effeito , fuppondo

. , p d X

« 3 íe acha y -— ^- = i,35'8309 com o erro por

defeito de 0,212487 ; e fuppondo «.=14, fe acha zzt I, 42005-2 com o erro por defeito de 0,15-0744, que ef- Ff ii

aaS Memorias da Academia Real muito longe de fer a quarta parte do erro precedente. ÍDondc fc , que deminucm os erros muito pouco , e que são muito grandes a rcfpcito da área total , que fe hufca. Eis-aqui a foluçao do meu Additamento , ou da fegunda parte do Programma.

§ III.

Confequcncias da indagação precedente.

20 ár\ Uando concorrem as condições da convcrgcn-

^^ cia , que tenho expofto , fcguem os erros quall

defdc o principio huma razão muito próxima á

de 4 para r. E neflcs cafos podemos também conhecer

proximamente o numero «, que ha de dar hum gráo pro-

pofto de cxaftidão.

21 Porque fuppondo , que õs ditos erros fcguem lo- go defde o principio juftamente aquella razão , e fendo

» o erro que rcfulta de «= i ; « =z 2 dará o erro ,

« = 3 dará 5- , ?/ rr 4 dará —j- , e em geral n dará . . .

. Porém , fuppondo que a curva

4" ' ' 2 ^ " tem fempre a concavidade , ou a convexidade volta- da para .0 eixo das abfciíTas , o erro u de n=.i conlta dos efpaços> curvllineos H F C , G F B , {Fig. IV.) me- nores que os, triângulos iíFC , GFB j cuja área he ^

^E(BG + HC) =^ X (i<p~—<px <po). Logo to- mando cfte valor em lugar de n , cujo exceflb em parte lerá dcftruidp pela outra fuppofiçao , fcrá proximamente

.V ( 2 d) ? <$ A' <p o) ri ' t

^; '--^ ? ■- o erro , que relultara do numero ;/.

E por confeguinte., para fe evitar hum erro maior que í ,

j , -- Ldsx-\-Ioc(z<X>^ <X>y: ^0) los;, e.

devera tomar-fe n = ^ ^^ ^ ^- ' , ^^—^ ~

2 log. 2

Pa-

DAS SciENCIAS ÒE LlSBOA< 22^

2 2 Para cila determinação fera conveniente , que tt não Icja muito grande , e que as ordenadas vão fcmpre a ercfcer , ou fempre a diminuir. Eftas condições , affim como a outra de ter fempre a concavidade , ou a convexi- dade voltada para o eixo das abfciílas , não limitao o ufo da cquição precedente. Porque achados os pontos dq cíxo das abfciffas correfpondcntes aos pontos de inflexão e das máximas, e minimas ordenadas, quando as houver, por elles dcvidiremos a área propoíla em partes , cada huma das quaes fatisfará ás ditas condições, e fe quadra^ feparadamente.

23 Mas a confequencia mais notável he , que a re- gra de M. Fontaine de nada ferve para as grandes appro- ximações , ainda que logo do principio fe cheguem mui- to ns erros para a ultima razão , a que nunca em rigor podem chegar. Porque a cada paflb , que fe , dobra-. fe o numero das ordenadas , c eíTas em números maiores , que dão por confeguinte mais que dobrado trabalho , pa- ra confeguir o tenuiíTimo effeito de não chegar bem a re-i baixar o erro á quarta parte do que era na opperação antecedente. E procedendo affim de quarto em quarto , até fe confeguir hum refultado aíTás exafto , terá fubido o trabalho a hum galarim verdadeiramente efpantofo.

24 Por exemplo : fe vielTe ao penfamento d'alguein

calcular pela dita regra o valor de f para a; = r

com 35' letras certas , na equação aíTima dada teríamos

<^?o=i, Cp x = ^, cpf ='-, log. x-o, log .

(2 cí)í <?>«• <:J)í»)=: I, log. í =: 36, e confeguin-

temente « = —7 ;=ç8, Nefte cafo fuccede quall ao

0,60206

jufto a compenfação -das fuppofições affima indicada (h. 21.) . Porque fe começarmos no erro conhecido, que refulta de?í=5-, pois dahi por diante não differe a razão dos erros feníivclmente da quadrupla , igualmente acha-

re-

a^o Memorias da Academia Real remos que para o fim propofto não pódc fer « menor que 58.

25- E que quer dizer « = 5-8 ? Nada menos que cal- cular 14411^188 07 jSjfSyz ordenadas , e eflas em nú- meros exceffivamente grandes. E cem milhões de ho- mens , calculando cada hum por dia hum cento delias, cm trinta e nove mil annos ainda não terião concluído cíTe prodigiofo trabalho , no qual por fim haveria huma grande incerteza de fafto , fendo moralmente impoffivcl , que tão grande numero de operações numéricas fe execu- taíTcm , fem haver erro , nem defcuido em nenhuma del- ias. E com tudo cíTa mefma he a approximação , que hum homem ( Cculcn ) levou fclismente ao cabo por outro methodo , não fallando na grande approximação de M. de Lagni , que por duas opperações differentes cal- culou 128 letras certas , e fem gaftar niíTo a fua vida, empregada utilmente em muitas outras indagações.

16 He verdade, que no ufo ordinário não ha neceffi- dade de tão grandes approximações , e que baftão quafi fempre fette , ou outo letras certas. Mas até efla mode- rada approximação cuftará pela regra fobredita mais tra- balho do que fe imagina. Para me fervir do mefmo exem- plo , fupponhamos que fe pertende calcular o valor de

para ;tf = I fomente com fette letras certas. Não fc

/

poderá confeguir , fem tomar pelo menos «=12, e con- feguintemente fem calcular 2048 ordenadas. E fe ifto fuccede na integração de huma formula em que a regra tem logo defdc o principio quafi toda a fua convergência poiTlvcl , e na integração para hum intcrvallo tão módico como hc de a,' =z o até a; =: i , que fera cm tantas outras integrações" , em que a regra he menos convergente , e para intervallos muito maiores ? Certamente nuo poderá confeguir-fe rcfultado algum útil , fe não por meio de cálculos immenfos , que ninguém mais executará. Tal hc a convergência da regra , que na mefma balança cm

que

dasocíenciasdeLísboa. 231

que fe pczoii o Additamcnto , fc achou não carecer de convcrgcncia.

§ IV.

Primeiro methodo de fazer muito convergente a regra de M. Fontaine.

i7 À Mcfma theorica , que nos defcobrio a pouca XjL convergência deíia regra , nos oíFcrece hum meio muito fimples de lha dar muito grande , todas as vezes que ella Jogo defdc o principio fe chega rapida-i .mente para a fua maior convergência poffivcl , o que fuc- ccdc em muitos cafos que facilmente fe conheceráõ pelo que aífima fica declarado (n. 17).

28 Porquanto nos ditos cafos cftamos certos, que os erros confccucivos procedem na razão de 4 para i proxi- mamente , fupponhamos que na hypothefe de hum nume- ro dado « fc acha o refultado R com o erro defconheci- do « ; e então na hypothcze feguinte de « + i fe achará o refultado R! com o erro ^ u proximamente. Allim tere- mos as duas equações R + u=^ íd x <^ x , c R' ^ju^= . .

fd x<p X y das quaes fc concluirá ^ que ti = - ^^^^^ ~ '

e fubftituindo cfte valor na primeira equação fe achará

/A.R—R d x<P x = j e fubftituindo os valores ác R, e R' ^

3 teremos / d x <p x = -— ; (cS -, 1- <±>

2,2 ' -•• 2"-r i X .

^

X

2"

-4- I

3

.V

2 " I

. . . _|_cf) z. X ) tanto mais exadíamente , quanto maior

for o numero « , mas com huma convergência incompa- ravelmente maior do que a da regra fimplcs de M. Fon-

tai'

23S Memorias da Academia Reai- taiue. Advcrtindo-fe o que aflima fica declarado (w. 8. e 9.) nos cafos , em que o integral não começar cm.v = o.

2<) Exemplo I. Supponhamos , que l"c procura o va- lor de r para .v =: i , que he , como fe fabe por

outra parte 0,69314718 logatithmo hypcrbolico de 2. Se tomarmos «==43 formula precedente dará í = -~

y 32 ^2, 32 32 32 32 32 32 32 32 32

^33 35 37 39 4i 43 47 49 5i 53 32 3^^3i_^3^^3^N W ^^ , ^^^i^..iÍ

jj- ^j 59 61 63^ 24 ^ 17 15» 21 23

+ _+ _4-i-r+ i-) = 0 60314677 , com o defeito de z^ 27 29 31^

0,00000041 tâo fomente , a cuja exaílidão fenao chega- ria pela regra fimples , fem fazer pelo menos n io, e calcular 512 ordenadas.

r d X

30 Exemplo II. Se quizermos o valor ácj ^_^^. pa- ra «= i , fuppondo « = 3 , teremos /yip^ =

I ,2<6 25-6 256 2^6 25-6 256 25'6 25-6. I

_. ( 1--- h-^^ t 1 1 --I ' TT ) -—

^^257 26y 281 305- 337 377 4^5 481 li

r^+^+— +■ ') = o, 785-3982002 , com o erro de V6j 73 ^9 ^'3 ,

0,0000000366 ; confeguindo-fe pelo calculo de 12 orde- nadas huma approximação , que pela regra fimples cufta- lia não menos que o de 1024. .

31 Se no mefmo exemplo tomaífemos «-4, achana-

, T , 1024 1024 1024 1024

J T^^^. - iz^ 102S 1033 ' 1049 1073

mos

1024

I

DAÍ ScrEHClAS DE LiSBoX. 333

1024 1024 1024 1024 1024 1024 1024 + + H --i ^+ ~+ -^H ~-

iioj 114; IIJ3 1249 1313 1385: 146J

1024 1024 1024 1024 1024 ^ I / 2Ç6

15-53 1649 175-3 1865- 198J ^ 24 ^457

25-6 25-6 25:6 ijró 25-6 2j6 2<r6 .

^ + - 1 H 1 1 r- ) . . .

265- 22í 305- 337 377 425 481'' 0,785398163967 com o erro de 0,0000000005-69 ; ap- proxim:ição ; que pela regra limples não podia confeguir- fe , fe não pelo calculo de 8192 ordenadas , e cada hu- ma delias muito mais trabalhofa de culcular do que qual- quer das precedentes.

§ V.

Segundo methodo de fazer mtitta convergente a regra de M. Fontàine.

O

Mcthcdí) antecedente não pôde , como fica de* clarado , fer util na praftica das quadraturas, fc não quando a regra íimples logo defde o principio tem qu-íi toda a fua convergência poffivel. Eis-aqui ou- tro que não depende defla condição , e que além diflb tem muitas outras vantagens.

33 Seja I H {Fig. III.) hum dos trapézios finitos que refultão da divisão àc A D {x) em o numero finito

X

e pequeno 2" de partes iguaes , e a área delle "^rr

K X '^ —^ j fendo It hum dos números impares dei até2l_r.

Como a arca dcfte trapézio he a mefma que a do re£lan- gulo de £ F por 7G, e elTa fc toma em vez da área çurvilinca I e FfG , cílá claro que todo o erro procede

de tomar-fe J d x<p h de / até G , fuppondo que neftc

intervallo he a ordenada confiante , e igual sl E F.

Tom. 1. Gg At-

J34 Memorias da Academia Real 34 Attendcndo pois á variação das ordenadas , lup- ponhamos E a =^ z , e fera rt w = <f> ( ~ h s ^

(ct* + s) , pondo a. cm lugar de , para maior íim- plicidade. E confeguintemente , pelo Thcorema de Tay- lor, fera an = <p a x + z. -, \- z' \ , ^

' ^ a d X 2. vr d X^

4-2' -^, ^— . , &c. Multiplicando por dz , intetrrando ,

i.^.cc^dx'^ ^ ^ ^ '

e fazendo depois s= EG=^ ^^, fera o efpaço curvilíneo

^ X X- d<p a- X A? ' d^ <p a. X

EFfG= „<bccx + -^7— + i*j-, &c.

E do mefmo modo , fuppondo E c z=zz ^ fcrá c vi z=z . .

^^ ' ^ a.d X ^ 2. a^d X- '

O efpaço curvilíneo EF el=^ ~„ <^ a. x ,"^ ■■

^ i ^ 2 2. 2 - " a. d X

i X^ d^ (p a X ^ . . , -

4. . ;p-; - &c. logo fera o eípaço total I e

2. 3. 2 ! " a.^ dx^ ° '■

FfG = <p et 4- . ^ + .

-^ 2. n -- r 3- 2. ' " a. d X' 3. 4. 5". 2 ! "

-;—!- &c. Mas :r^ ; hc o me imo que i—h— »

a.^dx'^ a.' d X d x' '

pondo-fe « » , ou em lugar de k ; e ^^ ^ ^ ^ o mef- mo que -3^- pondo-fe ^ , cm lugar de x &c. Logo ^ ^ d X'* i

1 -j d'<px ^ d-*<px

luppondo as funções conhecidas -i—^- =-<p' x j ^ ^^ =

4)" X, ^'-j'^^=<p"'x &c., fera o efpaço leFfG - . . d X o

DAS SciKKCTXS bX L T t B O i^^

2,1. -- I ^ l'< ^ 3. 2 > n ^ 2" ^ ^. 4. J. 2 S ■» ^ a"

«7 ,„ Kx ,

5.4.5.6.7.27" "^ 2"

35 E como a formula precedente compete a qual- quer dos efpaços curvilíneos correfpondentes a cada hum dos trapézios , para termos a área total não ha mais do que fubftituir cm lugar de K todos os números impares de I até z'L i inclufivamcnte j^ e ordenando os termos , acharemos

+ rííl^' (9"'i* ■^'"^^ *"'^- •+ <?'■'¥ ")

&c. &c. 3 a Suppoem-fc que a integração ha de começar em. K = o ^ obfcrvando-fe nos outros cafos o mefmo que fc advcrtio nos números 8. e 9. E deftc modo fica a regra de M. Fontaine fcrvindo de primeiro termo a huma Se- rie , que fc continuará até onde parecer conveniente. EC- ta Serie fe terminará, e dará o integral cxaftamente , to- das as vezes que alguma das funções <p' y <p" &c. fe achar conftantc , ou nulla , porque nullas ferão todas as feguin- tcs.E fempre haverá dou» modos de confeguir hum gráo propofto de ex.i(fl:idão , ou fazendo « maior , e tomando menos termos da Serie ; ou menor , tomando mais. A ef- colha fc fará , conforme forem as funções <p' x , <p" x &c. mais , ou menos complicadas , e defficultofas de calcular. E quando cilas funções feguirem huma lei conhecida , não fomente fe confeguirá a integração aílual para hum valor dado de *■ , que he propriamente a praxe das qua- G2 ii dra- ,

15 6- M E M o R 1- AS DA Academia Real draturas , mas tambcm fe poderão deduzir Series gcraes , q\ie firváo para qualquer outro valor de x cm cada huma deíTas integrações.

37 Exemplo I. Supponhamos , que fe procura o

mencionado Valor de/— ^, para x = i. Será <p x =

15-36 ^ 4. 65' 4.73.' 4.89' 4. 113'-^

^-

_ 2.3.4-y.^-(i-^^^^ + 3^^^:2^) &,. E tomando « -= 3

.charentos/-^ = H 1^ -H^-^-^ -^-^) H-sí^ 05" 73 °9 113

22' 11.32' 83.32 i 1 ^ 1 ^ i

1 J 4-89' 4-113

10383-3^' _ 377 7-3^^ _ 26337-3^^ __

1966080^ i6.6s^ "" 16.735 16.89'

4Í777- 3^' N ^ i / _ 8o26245-.32^

16.113' ^ $•284823040^ 128. 65-7

128.737 128.897 128. H37 y~

o>7S5398 1 13373 , com o erro tão fomente de

0,000000000024; approximação , que pela regra fimples não podia confeguir-fe , fcm calcular 32768 ordenadas pelo menos.

38 E fe quizermos huma Serie , que rcprcfcnte ge- ralmente o ralor de / -^—^ , faremos ?/ = i , e confe-

guintcmente fubftituindo. í em lugar de x nas funções

^^,0 r d X 4 X x'^

<px,<^' X &c. . teremos f^^^ = -^-^, _ ^^^-ryi

(2*-3.2^v^)+ ,/ ,., (2l-Io.2^v^,^^^r4)_

.v7

Das Sciencias de Lisboa. 237

-■ '■'\- (z'-zi.z'x' + 3S-^^x'-7.2'x'-) ^ &c. E

7(4 + ^^) ' ^ . n-

cfta Serie pôde continuar-fc até onde le quizer, rcflcain- do que os fignacs são alternativos , e que fendo tn o ex- poente do faftor fraecionario de qualquer termo , o outro faftor complexo fera

,„(',,,_, ^ , m fni I 5 fm 2 ) fm 1 ) jrn -t- I '"v" '-> 2'" ~ ' 'V 4- ^ ^ —- .

' 1. t '• *• !• 4-

, ,„ _ . ^ m (m - 1 ) (m - a ) (.» -!)Cw-4)('"-5)

i. 2. j. 4. 5. 6. 3,-"- 5 x'' &C.

39 Exemplo II. Sc quizermos huma Serie que repre-

fcntc geralmente o valor de f-j?— :^^ ^cg {K+ x) , fera

<í)"' X = - -^-~' ^' , &c. Pelo que fuppondo «= i , e con- (K + x)7 '■ '^'^

feguintemcnte fubltituindo ;- em lugar de x ncftas fun- . , ^ d X X x'

coes, acharemos A- =z 2 —zp -t-— 7—7? ri ....

* ' JK + x aiC+x 3(2ÍÍ+x)'

'h —^-^ r; +• —r—Tr- r-, &c. E porque eftc valor fe

defvancce quando x^^o , e log (K+x) fe reduz a logK

quando hc .v = o , fera log. (K j^ x) = log. JC + 2 (

H 1 &C. )

3(2K-H.v)'^(2ÍÍ-^;c)5 ^^

40 Sc em lugar de «=: i , tomaíTcmos « = 2 acharía- mos duas Series , cada huma delias muito mais conver- gente que a precedente, ifto he, log.(K-\- x) =log. K-^

2 ( ^ ^ í'! + ^^- &c V

^4Â>a:'^3(4X + x)J^ j(4Jf-l-x) ' ^

, , ( _^ . ^ , ^ &c ^

'^4ÍC+-3^ 3(4iv + 3*r)' 5(4ÍC+3x)' '^ '

ajS Memorias da Academia Real

e em lugar dcftas duas acharíamos quatro muito mais convergentes , fc fizeflícmos « = 3 , e aflim por dian^ te. Dcftc modo fc podem deduzir muitas outras , que deixo por brevidade.

41 Nao deixarei porém de fazer huma obfervação que pôde fer útil na praílica das quadraturas pelo prefente methodo. diíTc , que quando as funções <P' x ^ <^" x &c. le fizerem muito complicadas , he conveniente alargar no calculo da função primitiva <P x , tomando h algum tanto maior. Mas nelTc cafo , ainda que nos contentemos fo- mente com a correcção que provém de <P' x ^ igualmente crefcerá o numero dos termos delia , que podem fer affás trabalhofos de calcular. Deve pois notar-fe , que

3. 2 J "^ ^ 2" ^2" 2" ^

:+^'^^ x), e que —-7 (<p'-~r-^<P' -~ -^

2"- r -+<^í ~^x) he o refultado da regra íimples para a in- tegração rd X <p' X. Porém como temos vifto , eftes reful-

tados diifcrem pouco entrefi em quanto fe não faz gran- de mudança no numero n ; logo para o calculo da dita quantidade poderá tomar-fe « com huma ou duas unidades de menos, e o trabalho fe reduzirá á ametadc, ou á quar- ta parte. Com a advertência porém , que depois fe ha de

multiplicar o refultado por , e que nefta quan- tidade fe ha de tomar « com o feu valor primitivo. O mefmo fe entenderá das correcções feguintes que depen- dem de <P'' X , <P"' X , refolvendo-fe os coefficicntes em dous faé^ores na forma fobredita.

42 Por exemplo : fe para achar o valor de /*

de

DAsSciENciAs DE Lisboa. 239

de íí o até .V =r I , tomaremos « = f , cada termo da Se- rie (n. 35-.) pedirá o calculo de 16 ordenadas , e o pri- meiro dará o,785-47p5'44 , que he o refultado próprio da regra de AI. Fontaine. Se nos contcntar-mos com a cor- rcção , que provem de <^' ■'^ , podemos calcular a quantidade

(4^' - + '^' -— &c. ) na fuppofição de «— 3 , que

requer quatro ordenadas fomente, e dar,á 0,49992890

E multiplicaiido por , ifto he , por , fera

a correcção 0,000081369 , c o valor approximado que fe procura o,785'398i75' com hum erro oito mil vezes menor.

§ VI.

Ca/os , em que não tem lugar a regra de M. Fontaine j nem es methodos precedentes.

■43 T" T" Um dcftes cafos he o daquadratura dos efpa- Xn ços aíTymptoticos para a parte do eixo das

abfciflas , todas as vezes que ídx<p x para x=^os tem hum

valor finito , que he neceíTario conhecer-fe. Então he cla- riílimo , que em qualquer numero finito de partes , em que a abfciffa fc fupponha dividida , cada huma delias fera tambcm infinita , e fe tornarão de todo inúteis os metho- dos antecedentes.

44 NeíTes cafos não ha remédio , fe não o de recor- rer aos meios que ofFercce o calculo Integral , ao menos para fe calcular huma parte deífes cfpaços , que contenha tudo o que decorre dcfde hum ponto dado da abfciíTa até o infinito , ficando o refto defde a origem até elTe ponto para o methodo das quadraturas , fe pelo mefmo calculo Integral fe não poder commodamcnte achar. Af- fim fuccede muitas vezes , que o methodo das quadratu- ras he hum fupplemento necelTario na parte onde fe fa- zem

240 Memorias da. Academia Real zcm inúteis as Series , que fuggere o calculo Integral , e as ditas Series etficaciflimas onde aquelle methodo não pódc tjr lugar ; porque ilTo de Tetragouifmos miiverfaes são pertcnçõcs tão vans , c tão quiméricas , como as do Movimento perpetuo , Pedra Filofofal , &c.

45" Dcftc modo para achar o valor de J'-, ~ de

N=^0 até ,v =^ CO são abfolutamente inúteis os methodos das quadraturas , c pouco cfficazes as Series que fe po- dem tomar do calculo Integral ; mas combinando cites meios poderá dcterminar-fc com grande cxaftidão e faci-

(i X d X d X ^ d X

hdade. Primeiramente he -r- —=z -,+ x -

Y(i4.x'') x" 2.x'' S. X ">

&c. , c integrando de hum valor dado àc x^zK até A=:co , teremos- - h ^7 &c. , Serie muito

' K IO. A > 24. A '

convergente quando for iC> 1 . Também ordenando a Serie

ao xnodo ordinário acharemos / -77 == a" ~ a? ',

•^ \/(i + x^)

-1- :r^ » ' &c. , convergente nos cafos de x <^ i j mas inú- til quando .v > i. AíTm no cafo propofto feria neceíTario calcular ambas as Series fuppondo .v— i,eíC=i,o que pcderia cálculos immcnfos , por ferem mui pouCO conver- gentes neífe cafo. Mas pondo na primeira K ~- z com llimma facilidade acharemos o integral de .v =: 2 até .v— 00 ', e pondo na fegunda ,w = ^ , com igual facilida- de acharemos o integral àcxz^o até x=z'-. E defte mo- do reftará fomente achallo de ^=:r até i— 2 , onde o methodo das quadraturas terá lugar Vantajofamcnte , feu- do appl içado da maneira que tenho moftrado.

46 Pela lei da continuidade he fácil de ver , que os methodos das quadraturas não hão de palfar de falto a fcr de todo inúteis quando a abfciífa fe faz infinita , mas que pouco a pouco irão perdendo a fua cilicacia a medida que a abfciífa fe fizer maior. E por outra parte , bem fe vc que a exaftidão deites methodos depende de fe dividir a

abf-

dasSciknciasdeLisboa. 24T abfciíTas em parte muito pequenas , c que iíTo nu") pode ter lugar quando as abfciíTas faò muito grandes , lem nus empenharmos em cálculos immcnfos. Em todos eftcs cafos ie ufará de hum recurfo fcmelhante ao que acabo de ex- por. Como por exemplo , fe fomente fe bufcaíTe

f dx ^ . I I I /"-r- 7: para a; = roo , na bene ^ íft-i irõ^c.

poriamos X— 2 , e depois i^Crr: 100 , e a diffcrença dos rcfultados daria o integral de a* =2 até .v Z3 100 , bufcan- do-fe o relto na forma fobredita.

47 Outro cafo , em que faltaõ os mcthodos das qua- draturas , hc também o de efpaços aírymptoticos finitos para a parte de huma das ordenadas extremas, ou de am- bas ellas, que cntaõ feraõ infinitas. Os methodos ordiná- rios , e o mefmo differcncial de Newton , em que entraõ as ordenadas extremas , dao nefte cafo refultados infinita- mente erróneos. Na regra de M. Fontaine naô fuccede taõ grande abfurdo , porque ficaõ de fora as ordenadas extremas. Mas nao pôde deixar de fucceder , que quanto maior fe tomar o numero n , como requer a cxaftidaô delia , tanto mais fe chegarão para as extremas as ordena- das vizinhas c|) -^ , cj) ~ x , nas quaes haverá taõ gran- des variações , que naõ deixarão chegar a regra para a fua maior convergência , nem daraõ lugar ao primeiro me- thodo ( n. 27 ). O fegundo pode ter lugar, porque naõ depende da convergência própria da regra fimplcs , e naõ carece de fazer n muito grande ; mas pela maior parte , fera muito trabalhofo neftes cafos , fazendofe precifo le- var muito avante a Serie , p^ra confeguir hum refultado admiílivel.

48 Tal fera , por exemplo , o embaraço em

achar o valor de f -r—, rr P^ra *= i. No Calculo

J y x{\ x^) *

Integral achamos também pouco , que fatisfaça. Por- lom. I. Hh que

241 M E M o n I /\ s DA Academia R i a i,

que f r ' " .r— x-(^'\-— jc--t- x^-\ —x^-\-^c^ para

•í J VA,\i— A-) \ 5 II 104 / '

.V = I , he ferie tao pouco convergente , que muitos mi- lhares de termos naõ haftariaõ para ccnieguir hiima mo- derada approximaçaõ. E tomando invcrfamcnte de nc r para .v o por huma transformação íacil , fcrá também

-+- &C.') que fuppondo x =.0 dará tambcm o valor procura- do por huma Serie pouco convergente , e quafi inútil. Alas a combinação deltas Series com o mcrhodo das quadraturas he a que nos facilitará o conhecimento do integral , que bufcamos. Porque fendo a primeira Serie muito ct^nvergen- te quando a; he conílderavelmente menor que i , le ncfta

fuppozermos x^z~ , c naquella x:=. , acharemos com grande exaftidaõ os efpaços adjacentes ás ordenadas infini- tas , ou a área da curva de x = o até .v , c de *' =:

^ 10

- até Jf I , e rcílcrá achalla de .v := até x

10 IO 10

pelo methodo das quadraturas , que tirado do embaraço dos efpaços aíTymptoticos produzirá o eíFcito dcfejado.

49 Ainda que as ordenadas nao fejaõ infinitas , fc com tudo huma leve variação da abfcilTa as fizer crcfcer , ou diminuir muito dcfigualmcnte , haverá em grande par- te o inconveniente ponderado. NeíTes cafos fe ufará do methodo das quadraturas no refto da curva , e ver-fe-ha fe o calculo integral algum rccurfo particularmente adoptado áquelle intervallo , onde fucccdercm as ditas grandes variações das ordenadas. E quando naõ , o ulti- mo remédio he dividir cíTe intervallo em outros muito menores , conforme as circunftancias o pedirem. E o me- lhor de tudo he partir logo a abfcifla em dous , três , ou quatro fegmentos iguaes , ou defiguaes , e quadrar a área

cor-

DAS SciEKCIAS DE LiSBOA. 243

concfpondcntc a cada hum dcUcs com o numero de orde- nadas , que fôr conveniente , conforme a pofiçaó e grandeza media do raio ofculador em cada hum dos mefmos feg- mentos. Porque dcílc modo com o mefmo numero total de ordenadas íc coníeguirá hum rcfultado mais exafto , do que feria tendo-fe dividido a abfciíTii toda em partes iguaes , que cm humas paj-tes ficariaó maiores do que con- vinha , e cm outras menores do que era necclTario. Mas ifto faò advertências geraes , que ainda deixaõ muito que fazer á induftria , e fagacidade de cada hum nos cafos particulares.

Hhii

OB-

^44 Memorias da Academia Rea

OBSERVAÇÕES

De diferentes Ecclipses dos Sattellites de Jiipiíer feitas w* Real Collegio de Mafra no anuo de 1785-.

Por D.Joaquim da Assumpção Velho.

EStas obfervações foraõ feitas com hum óculo achroma- tico de DoUond de 3 ~ pds de foco , de abertura na objectiva 1 e ^ pol. da graduação Ingleza,c com ocular, que augmcnta 130 vezes o diâmetro dos objectos.

Mezes c dias.

Odtub.

Nov.

Dez.

5

\Q 20 2? 26

2

9

12

13

13

2) I? 18 18 18

um. do Pheií.

Tcn

po.da

Pen-

Tei

ipo verda-

DifTtrcnqa a Pa-

at.

dula.

deiro.

rii ,

feguiido ac Taloas.

Hoi

niiii.

l-eg

Hor.

min. ieg.

Hor.

min. fcg.

° Emerf.

6.

42.

58

6.

?3. 58

0

46 58

° . Emerf.

8.

41.

S9

8.

53- 18

0

47 5

° . Emerf.

8.

37-

21

8.

50. 29

0

47 7

° . Emerf

I.

S6.

21

2.

"• 3?

0

46 y8

" . Emerf.

o-

27.

21

0.

43- i^

0

46 49

° . Emerf

6.

S6.

14

7-

12. 13

0

46 49

° . Immerf.

I.

50.

33

2.

6. 44

0

47 16

° . Emerf.

2.

46.

5S

3-

3- 6

0

46 54

° . Emerf

8.'

fi-

18

9-

7. 2:;

0

47 9

° . Emerf.

10.

46.

50

II.

2. 56

0

46 40

" . Immerf.

11.

33-

19

II.

48. 4i

0

47 3

'. Emerf

I.

4S-

20

o- 43

0

46 50

° . Emerf

II.

6.

56

II.

22. 8

0

47 li

° . Emerf

9-

6.

43

9-

19. 0

0

47 0

° . Emerf

10.

53-

30

10.

57. 8

0

47 2

° . Emerf

9-

22.

49

9-

ay- 32

0

46 51

° . Immerf

7-

49.

10

7-

5-1. 44

0

44 20

° . Emeri.

9-

S5-

36

9-

58. 24

0

44 19

Sufpeito veheinentcmente , que ncftas duas obfervações houve equivocaçaõ de hum minutj ao o tempo ; as mais julgo-as boas.

ultimas marcar

ME-

DAS SciENCIAS DF LiSBOA. 245"

MEMORIAS

Para a Historia da Legislação , e Costtimcs de Portugal.

Por António Caktano do Amaral.

MEMORIA I.

Estado da Lusitânia até ao tcv.ipo em q-:e foi reduzida a Provinda Romana.

HUma Hiftoria fiiiccra cnvergonha-fe da gloria va , í. r. que Ic biifca cm antiguidades nientirofas : dcigol- as fíi^huíatdo ta-fe dcflcs fonhos agradáveis , paftos de huma efte- jé',"là"Lui;- ril recreação ; e fe faborêa com a verdr.de pura. Tal t»"'»- he a Ibrte defte eícrito , dirigido a fazer prercntcs aos Portuguezcs os verdadeiros Coftumcs , e Ljís de feus Maiores : rcgeita tudo quanto a impoltura (a) ou a cre- dulidade moderna lhe conta dos feculos que a Providen- cia quiz cfcondcr-lhe : e fe contenta com as elVaíTas me- morias , que pode colher dos raros monumentos antigos que lhe reftaõ. Naó tenta entrar pelas efpcflas trevas dos primeiros 36 Séculos do Mundo, em que naõ acha quem o encaminhe. Pois que os Hcbrcos únicos guias feguros ,

que

(íi) Nos fins do feculo 15 rpparcceraó huns 17 Livros de Antigui- dades dados á luz por Joaó N.mi , natur.-il Je \'iterl)o, que morrco xio anno de i^oz : nos t]uacs como defcncantadas OJir.is de Xenoton- tc , Marfylio de Lcsbo'; , Cataõ , Serriproiiio , Arcliiiooo , Mc^allhe- nes , Philon , Rerofo , Maneton , Q. Fábio Pictor , Aiuoni;io Pio , e Piopetcio. Em i6zo publicou Ftancilco Bivario Hcfpanliol hninas Chra-

246 Memor ias da Academia Real que introduzem cm muitos outros paizcs , nem hum íó palTo daõ para eftc que habitamos ; apenas daõ motivo a conjcfturar , que das Colónias fiihidas do Oriente para povoar a Terra algumas fe ellendcraõ até a efta extremida- de ; mas nem donde , nem quando vieflem o pode colher a hiftoria. Que*'póvoj Naõ acha depois dos Hehreos outros , de quem fe

uflcm ""pri- ^^ f ^'^"^^ °s Romanos : e ainda eftes pouco lhe fabcm meiro eiie dlzcf dc hum Paiz taÕ apartado , em quanto a ambição

Terreno. , --, -.'••, ,,^ , r * ^

de o Icnhorcar os nao avi/mha a cUc : mal coniervao huma obfcura tradição de que a cftas partes vieraõ Celtas, Iberos, Perflis , Lufos , e Gregos («): de huns apenas ficara relto na derivação do nome (^) ; de outros na heran- ça de alguns ccftumes (c). A navegação , com que alguns Povos do fundo do Mediterrâneo comcçaõ a enriquecer , os traz até eftas ultimas coftas , e vai logo eípalhar pelo

mun-

tiicas com o nome de Flav. Dextcr ( nome de hum Prefeito do Pre- tório dos fins do feculo IV. ) fabricadas por ]eronyn-o Roman de la HiguCM , ]cfuira Hefpanhol. Aos cjuaes comtudo os Eicritores Caftc- Ihanos faltos de critica fcguiraó como textos. Deixamos outros Nova- dores alfas conhecidos.

(/?) Aflim o notaó entre outros \'arraó , referido por Pliiiio Hijl. Llh. ;. C. I. :r Strab. Lib. ^. ibi : Tyriis , et Ceitis, qui iiiinc Cchihcri , et Vcttones dicuntur &c. E a refpeito dos Gre|;os fc elfende mais , como veremos. =3 Sil. Italic. Piiniccr. Lib. 5. s Appian. de bel. Hijp. Scc. Dos (juaes extrairão as fuás noticias os Modernos de melhor critica, como Diogo Mendes Couimerit. ás antiguidades d' Évora.

( /> ) He bem fabido que dos Iberos ficou a huma grande parte da Helpanha o primitivo nome de Ibetia : e que ."i parte em que fizeraó alTento os Celtas , fe deu o nome compolto de Ccltileria (_ hoje j4ra- gaÕ') V. Appian. de bel Hifp. ; c Sil Irai. Lib. 7,. ibi =3 Fenere et Celiae fociati iioincn Iberis. E vindo ao dellriclo que cfpecificamente nos toca ; dos Lufos, junta a palavra que na lingua Cclrica íignificava Terra , fe derivou o nome de Liifttania : e eila he a etymologia que parece mais verofimil , deixadas outras que he inútil referir , como a de que falia Plin. Hijt. Lib. ?. C. I., e de que largamente trata o noffo Rezende Ântiq. Luf. in pr.

(f) A alguns Povos que habitarão para as partes do Minho , e Ga- liza , como os Gronios , ou Gravios , os Amphilocios &c. , e que Pto- lomeu , c Plinio repartem em diverfos nomes ( que le conjectura ferem de Cidades por huma infcripçaõ achada emC/irves, que Rezende tr.inf- creve nas fuás Antig. pag. 50. ) tem os Antigos por defcendentes dos

DAS SciENCIAS DE LlSBOA. 247

mundo (a) a fiima das ricas minas , e do fcrtil toiniõ dcftc P.iiz defconhccido (/>), antes que da qualidade de fcLis Ji.ibitantcs ; naó tarda comtudo a mcftrar-le cfta :

ccn-

Gregos : como Strab. no Liv. ^. citando p.ira prova vários lugares da Odilíca , além dos veftigios , que dcfcobre nos coUumcs , como vere- mos =: E Plinio no Liv. 4. C. 20. diz =2 A Cilciiis Convcnuis Brnca- mm ; Hclctii , Gronii , C/iJMIiim Tjde , Gi/iccorum fobolis omiiia E nota t.imlicm a vinJa de Tciicro , c de Diomcdcs a eftas parcos : K nr.xo da deíle , como de Aftur attefta também Sil. Italic. cm varioc luj^ares do Icii Poema :

£t quos iirtiic Givtvios , vinlato tuiniiiie Gr.iiiim

Oeiíiiie mijcTC domns , /lethol/iijnc Tyde ( l.ib. 2.)

Jp('nm aabola tvj^o Diomcdi cuiiHica 'tydc

Áíifcrac ( Lib, 16. )

JJiiir avãrns

f-'ifurilms Liarne tellnris mcn:;itnr iwmis 8cc. ( Lib. 2. ) \''eia-(e também Jultin. Lib. 44. ( (1 ) Que os Fenícios foncm os tjue deraó a conliecer .1 riqueza , e fertilidade dcfte terreno o diz Strab. no Liv. ,. ; o que occuparaó al- guns lui^arcs delle , o diz Appian. í/c l'cl. Hifpan.

( /> ) Quanto ao inculto , c dcfcrto dcftas terras pode ver-fe o modo , por que delias fallaó os AA. Antigos , n.iõ fo do tempo da fegund.^ guerra Púnica , como T. Liv. referindo hunias palavras de Anib.il( Dec. 7,. Liv. i.§. 4?. ) =: Sniis ^dhiic in vnjiis . . . Liifita?iiiie montiins jwcor^ confcctando , v.iãittm cmolumenttim tot lahortim pcricnluiimiíjtie vejUorum vi- dijtis s: mas ainda do tempo de Viriato , como Sil. IcaL

Hos Firiatiis fí^it , LuÇitatiwnque rcmotis

Extractitm Itijiris. ( Lib. 5. ) E quanto ;i riqueza de mineracs Scc. lie como a caracter! (llca por onde daó a conhecer eite Paiz. Strab. Lib. ^. depois de fnll.ir das mi- nis abundantes da Turdctania , e Paiz circumvizinho , e da dos Atta- -1; , que habltavaõ ( como elic diz ) Lttfitani/je verfus occafwn et Jcp- .k 11'rioiiem ultima =: e da abundância dos peixes do Tejo: diz Lufi- íani.t opitknta cjt,ac m/i^nis p/irvisque flwninihus pcrvia ; qtue omiiia ha- l\iit auri raminta pluiima t= E mais adiante Çliianqiiam autcm folum iíltid /«.7//.V f/í quod ad fnt^es , tt pccus attinct , iicmque auri , arj^cnti , et fi iiiliwn reriim copi.im. Pompon. Mel. de fic.Ob. no Liv. ^. defcrevendo t; o^nticamentc a Lufitania diz, Siitus intcrftmt , et cjt in próximo S.ihicia : in altero Ulyftpo et Tit^i rfiittm amnis ntmtm <^emmasque s;ene- r.mtis =: E Solin. no Cap. 96. depois de fallar da liqnc/a , e fertilida- de da llefpanha em geral , pilTando á Lufitania , diz : r:s Tagrim ob arenas auri firas c/ietcris amnibns praetiilerniu =: Falia depois da fabuKi s que dcii occafiaõ a ligeireza dos cavallos deftc dcftricto ; c accrcken- ra :3 Luiitaiiiim littits pollet gcmmA ceraitnid plitrimitm , qnam etiam In- di:is pracferuiit. Hr.jiis ccr.itmi.ie color (fi e pyropo ; qunlitas i<^ni prchít- lur , quem fi fine detrinunto fui pcrferat , adverfus vim fíiigurum crediíxr

^4? Memorias da Academia Rkal continua a vir cm bufca dos thdburos defcobcitos a am- bição cftrangeira ; e vc erguer daqui , quacs feras acuça- das nos fcus covis , homens bravos para defender os bens que a Providencia lhes dcftinára.

E

opiíulari O mcfmo attcfta Plínio em vários lugares da fua Hift. No Liv. ?;. C. 4. diz : =: Montes Hijpaniae aridi , jlerUesqiie , et tn qui- Ims mhil aliiid gigiiatitr , hitic hoiio co^untur jírtiles ejfe s e no Cap. 20. do liv. 4. =; Omiiifíjtie dlciíi icgio d Pynneo mctallis reJcrLa , auri , ar- genti , ferri , phimbi nigti , alliqiie ^ e noutro lugar =; j^lurum inveni- tiir iit nojiro Orbe .... ãftid nos trihits modis , jiiimiiiMii ramcntis , ut in T/igo Hsfpmiiae <ò'C. Hanc icrram fertilcm , et cmniiiis bonis abudan- tem Cartbagiiiieiífcs ame Romanos taitinmt et lollicitarnnt , diz Appi.in de bel Hijp. II. 256. V. etiain imm. zS^. := ,7'{/í"'- L'v- 44- depois de t,il- lar da abundância de fructos , riqueza de minas , e fadio de clima da Heípanha cm geral , chegando m.iis para o noflo terreno , e fallando da Galiza , diz as"palavras fcguintes =; Jicgio cinn íicris , ac pltmbi libcrri- vm , tnm et iniiiio , quod ctiam vlano fumiiii nowen dcdit. Âmo qmqnt ditifflina , adeo ut etiain aratro frcqiicntcr gkbas áureas excindant. E Silio Ir.iíico falia repetidas vezes da riqueza das minas , e rios defte Paiz. Lib. I.

jiurijeri Tagus adjecto cognomine fontis &c. £ mais adiante

Hic omite metaUnm :

Electri gemino pallent de Jemine venae ;

Atque atros cbalybis jaetiis húmus hórrida nutrit

fítiic eertant , Pactole , tibi Buriufque , Tagufque , Quique fuper Gravios lucentcs volvit arenas Jnfcrnae populis referens oblivia Lethes. iVff Cereri terra indocilis , ncc iuhofpita Facche ; NuUaque Palladia Je fc magis arbore tollit.

E no Liv. 2. Occeani Gentes ductori dona fcrebant Callaicae telluris opus.

Haee aere , et duri chalybis perfccta metallo , Atque opibus perfufa Tagi.

E no Liv. ^. Callaico veftes dijiinctas matribus auro

E no Liv. 16. Aurijero perfufa lago <ò'C. E depois Qiia Tagus auriferis pallet turbatuí arenis. E no tempo em que citávamos fujeitos aos Romanos bem fc fabem as tirannias que por eíle motivo da riqueza ufaraó com os noITos alguns Officiaes Romanos : de Cefar , diz Sueton. ( ]ul. 54. ) Lufnano- tnm quaidam oppida , quamqumn nec impsrata detrectarent tt advenienti

uasScienciasdeLisboa. 24?

E efta he a primeira Scena que fe nos rcprefcnta no p,;*;./;'!^' ^f^ Terreno Lufitano ; hum campo de batalha continuada t'»'^» >!■» i"'"- com os Fenícios, com os Carthaginczes (rt),quc de- pois de difputarem por largo tempo com cftcs Bárbaros a forte das armas , os deixaó ainda por domar aos Roma- nos , quando lhes cedem a conquiíta do mundo. Mas ao jufto motivo da defeza própria fucccdem depois outros , que facilmente põem as armas na mão a huns homens , a quem a falta de commercio , e de artes quall naõ deixa ou- tro meio de enriquecer , que a pilhage ; nome com cuc muitas das fuás guerras faõ iniamadas pelos Povos mais polidos que clles. (Z») E o mcfmo habito de pelcijar lhes vai alimentando hum natural feroz , que os naõ deixa Tom. I. li accom-

fortas p/itcf/iccrcin , diripuu kojliliur. zz No tempo de Tibcrio le Cjuei- xaraô os Lufitanos do Governador Vivio Sereno pcUs immcnfas ricjuc- zas , que occiíniulara das abundantes minas cie oiro, que h.ivia nas vizi- nhanças do Tejo , c Mondego.

(rt) Como os AA. Romanos f:ió as fontes, de cjue podemos bebet puras as nolfas Antiguidades ; depois que á Lulltania chegarão os Car- thaginezes , com quem os Romanos tiveraó tió largo terrpo contendas, hc que começamos a encontrar r.lguma noticia mais certa , e mais fre- quente dos Lufitanos; contentando-fe antes dilTo com dizer apenas , que aqui chegarão , e dominarão os Fenícios , como diz Strab. Lib. ^. Na guerra contra os Veitoens morreo Amilcar depois de ter governado no- ve aiinos ; do qual começa Appiano as guerras dos Cr.rthaginezes na Hefpanha , e vai feguindo até os Carthaginezes cederem efta parte aos Romanos ( V. Plutarc. in Aníbal. et Âpfian. ) Succedeo-lhe Asdrú- bal fundador da nova Carthago ( Polib. zi Str/ib. et ylppijrt. de bel Hifp. ) A efte Asdrúbal fuccedeo o grande Anibal , de cuja alliftencia na Luiitania he argumento a Cidade do Porto de Anibrd junto ao Promon- tório Sacro, e as palavras, que referimos allima do mefmo Anibal em T. Liv. Dec. ■>,, Liv. i. §. '4;. E da parte que na fegunda guerra Pú- nica tiveraó os Lufitanos atteftaó alguns lugares do mefmo T. Liv. alem do proximamente cit. como no Liv. 7. §. 20 , e no Liv. 8. : e outros de Sil. Ital. Lib. ;. 5. &c.

Qua Lufttana ciebat Pugnas dirá maniis ( Lib. 5. )

( /i ) V. Strab. LH>. 7,. no lugar que referiremos na nota feguinte : sr Jullln. Lib. 44. IpÇi armis , et rapinis fervimit s Flor. Lib. 1. Cap. 17. Vc\. Paterc. Lib. 2. in princip. =3 Euttop. Breviar. Lib. 4. z: Orof. Lib. ç. : poftii que nem femprc o nome de latrocinios , que os Lati- nos daó às guerras dos Lufitanos , deva ter o mcfmo ientido odiofo (]uc lhes damos na paz ; mas refere-fc ao modo de pelejar como de fal-

íjro AÍemorias da Academia Real accommodar com o focego da paz , e que os fuz bufe ar inimigos dentro em cafa , quando lhes faltaó os de fóia. (a) Eftes vícios , e virtudes de guerra , he o que de principio nellcs dcílingucm os Romanos , naõ os vendo Icnaõ armados no campo ; e de que naõ podem deixar de , dar teftcmunho eftes mefmos vaidofos dcfprezadores de tu- do o que naõ he Romano (b). Mas em fim á medida que

í"e

teadores , e contrario á malícia pezada , e ordenada dos Romanos ; co- ino bem fe colhe do modo por que Strab. fe explica. =: Hifpani fere omncs pcltis ufi jtmt in bdlo leviqtie armatura , latrociniomm caufd , qua- les Lujitanos diximtis.

( rt 3 £clliim íjuám otiiim malunt ( diz Juftin, L. 44. ) Si extrantus deeji , domi hojicm qtiaerunt. z; Pleriíjue Ltifitanomm ( diz Strab. Li v. ^.) victiis è terra feteiuh omijfo jiudio latrocinih , bcllaijne coiitiricnier cíim fe

fc invicem , 'rim Tago tranfmiffo Jinitimos injijlarunt Jni-

tifim htijiijmodi injwiamm fccerunc iiiiniriini Montam , qttt cum jiciile fo- lum colercnt , et pauca pojjiderent , aliena conaipiverunt : alii dum burum injurias defendunt , ip[i qnoque mceffario d (uorum opcrum ciiratione íibjiracti , pro agricultura militiam tractavae. =! E em outro lugar dizr: JHorum immamtas.. non tantum 4 bellis iis ade(i , fcd et oh rematam ab aliis habitationem . . . quo factum ejl , ut commerciis carentes Jocietatem et bunianitatem amiferint zz De Povos do Minho diz Appian. n. 295. ~ £i gcnti in aciem armatas uxores educcre mos erat , tantdque pertinácia. tum vir; tum mulieres dimicabant , ut potiiis mortem occumberent quàm aut tcrga verterent , atit voccm nllam indignam cniittercnt. BalL; iík> para d.ir huma idéa da occupaçaó dos Lulltaiios ncrtes tempos , cm ijue os fous paflTos fe naó podem individuar , nem nos tocaó por letem to- dos guerreiros.

(i) Strabo he quem faz huma pintura mais miúda, naõ das qua- lidades dos Lufitanos para a guerra , mas do feu armamento ^ Ferunt Lufttanos ( diz elle no Liv. 5. ) cjfe infidiandi , indagandiquc peri- tos , cclercs , leves , verjatiles. Afpide utuntur parva , cujiis dianmer duiim pedwn , cava fcrás , loris fnjpcnfa ; non tnint f bulas , atit anjas hnbct : ad haec peca , aut enfis : plerique lincis , rari loricatis tituntur thoracibus , aut três crifias hahentihus galeis : cacteri nervis contra iãus firmatis afpidibiis utuntur : pedites ocrcas quoqtie ujurpant ; jpuula fingu- lis plura : nonnulli etiam hajia utuntur acrea cufpide =: É Sil. Ital. 00 Liv. I.

Parmaeque relatae Hifpana de gente rudes.

E n'outro lugar do mefmo Livro , fallando dos Hefpanhõcs." Pródiga gens animae et properare faciilima mortem fí>'C.

£ no Livro ^. fallando da gente da Galliza diz =3

Ad tiHmtrum refonas gawientem plaudere (etrÁS,

DA! SclENClAS DE L I S B O A. 25-!

fc lhes chegaõ mais perto , e fc envolvem com ellcs , vaô devizando por entre alguns claros , que as armas dei- xaõ , a forma do feu governo interior.

Vem que efte Terreno , que defignaõ pelo nome de p^rma^^do Lufitania , {a) he habitado de Povos differentes (b) inde- 2°**'"°, ''2' pendentes huiis dos outros , e governados cada hum por tanos. fuás leis , c collumes particulares ; leis raras , e cnftumcs fingelos , ainda com a marca da natureza naõ con- trafeita.

Como a fegurança própria lie quem Í6 forma eftcs corpos , naõ largaõ da liberdade que recehemõ da nature- za mais que o puramente precito para conforvar cíTa mef- ma fegurança. A guerra a que faó dados he que os obri- li ii ga

•V. Vafconcellos ao Liv. 4. de Rcfend. de Ântlq. explicando eftc lugar de Silio. Juftin. no Liv. 44. diz =: Corpora bomiimnt ãd imàiam la- borcmque : animi ad tnortem parati.. . . Fílocit/is gentis p.riíix , inquies ani- tmis ; plurimis militares equi,et arma fanguine ipjorttm ca' tora =, Diodcro iSiculo no Liv. 6. C. 9. os antepõem a todas as cutr.is Nações de Hefpa- nha. Vcjaó-le cambem os lugares em que T. Liv. falia nelles na Dccad. 7,. Liv. 4. , e y. , e Valério Máximo no Liv. 6. E tudo quanto eitcs , e ou- tros AA. da Antiguidade dizem cm louvor dos Lufitanos tem a maior autho- ridade , vifto o defprezo com que clles fallaõ de todos os eftranhos , que tinhaó cm conta de Bárbaros : e cm particular dos Lufitanos moftra Refen- de nas fuis Antiguidades a paixaõ com que alguns dos Latinos failaó, comparando as palavras deftes com as de outros AA. menos ftifpelios.

( íí ) Dcu-le efte nome ao Terreno , que corre dcide o Douro até a Colla do Algarve , com mais alguma largura do que hoje tem Portu- gal , e em cuja demarcação íoi havendo variedade , como a feu tempo tocaremos ; e em que nos naõ demoramos por naó fer do nofTo .-«iTumpto efta miudeza geográfica. Bafta appontar os AA. antigos , c modernos que fe devem confultar nefte ponto. Uos Antigos Y . Ptolom. Cfoçr. Lib. zC. 5. Tabul. 2. í: Eutrop. = SzTih.Gcogr. Lth. 1,. =Polyb. Hih- Pompon. Mel de fittt orhis Lib. \. circa princip. Solin in Polyhijl. Cap. ',6. - Plin. Hijl. Lib. ?. C. i. Lib. 4. C. 21. Dos Mo- dernos V. Refcnd. de Ântiq. Lnjlt. , e Diogo Mendes de Vafconcellos nas addifócs ao mefmo Refend.

( /') Gentes funt ad %o. ( diz Strab. L. %. ')qnae regionem inter Tagtinty tt /1r'a''rns incoínnt. t= Sobre os nomes , c deftficto deftes diverfos Povos poJem-le ver depois dos Antigos , que citamos na nota antecedente , os nolFos dois Antiquários ahi também citados . e La Clede Hijioir. de Por- tug. L. I. no princip.

C <■ ) nos Antigos a tradição de alf uns Princepés da Hefpanha de tempos envolvidos em fabulas, a fabcr Cargoris, Habides , Arg.-.nouio

Comnieicio.

i)Z Memobias da Academia Real ga a crear hum Superior (f), a quem juraõ fiUelidacíe ; mas confeguida a paz , cfpira o governo do General , e a obediência dos foklados.

.♦• v._ Sc ha que eflabelcccr de novo para o bem commum

da Sociedade , fervem-íc do meio ulado das puras Democra- cias ; AíTcmblcns gcraes , em que cada peflba tem o arbítrio de aprovar , ou regeitar o que fe propõem : e ainda nefta acçaõ rcfpira o ar militar, cm que faõ criados; hum bater de efpada no broquel he o linal de ajiprovaçaõ ; hum fu- furro inquieto o de deíaprovar.

A' fimplicidade da Legislação fegue a das penas : faõ os réos de crime capital apedrejados (a) ; e para que o horror do crime fe eftenda além ainda do caftigo , todo o que palTa depois de feita a execução , he obrigado a lan- çar alguma pedra fobre o cadáver do juftiçado (/>).

♦. VI. Nao defmente da parte Legislativa , a do Commer-

cio interior ainda pouco lligeito a fraudes : nao os move a contratar a fede infaciavel do oiro , que mal conhecem : as mutuas neceffidades , a que procuraõ foccorrer , os

en-

( Ajipian. de bel. Hijp ) e os Geriócs , como fe pode ver cm Plin. L. 7. C. 48. em Srrab. L. 15. onde refere a fabula das vacas de Gyriaó íS em ]uílin. L. 44. := e em Sil. Ital. L. 5. , e 1 ?. Nos tempos mais defco- bercos fe faz memoria de outros Régulos de que apenas fe refere o nome, e que mais cr.ió Commandantes de tropas qnc Reys de governo regular ; e qiie além difio naõ pertenciaó a efta parte da LuEtani:i ; co- mo Theron Rcy da Hcfpanha Citcrior ( Macrob. i. S.Hurnal. C. 20.) Indibil Regulo de Ilergcio( hoje Lcrida , em Catalunha ( l,iv. Dcc. }. Lih. 2. §. 21. et alibi; Sil. Ital. L. 5. et jl5, Polib. Lib. ?. Appian. de bel Hifp. n. i6. ) Corbin , c Orfua ( Plut.irc, in Supion. ) Hilermo , e Thurro Regulo cm Celribcria ( T, Liv. D:c. 4. Lib. 10. §. 49. ) &c. (rt) Morti addictns ( diz Strab. Lib. 5. 'S conjectis de J/ixií praeci' piles n^unt ; patricidas edtictos çxtra fines , aut fnnúna lapidihis obruiínt O verbo Ka-rixii£'''pOa) , que ncfte lugar ufi ^trabo , podc- íe interpretar por lapidibus obrncrt , ou por de Jaxis praecipitare. O ou- tro verbo he >^u.TaA''J'«i ,1 ,

Xh") Defte coílume de accuínular pedras fobre os cadá.vieres,^ conje- ctura Fr. Hernar'lo de Britto' ( Monarc. Lufir.m. torp. l. Liv, .2. fJap. 5.) que talvez teriaõ principio qs moiues chamados fieis de Deoíi levanta- dos nos lugares ercnoi.

DAS SciENClAS DR LlSBOA^ 1^^

enfiiia a trocar entre íi as coulas pivcifas á vida (a). ElUs lhes (.lictaõ tc'jTihc:n o qu: dcvom conceder ao corpo ; cot- mcrcs , e bebidas fimplcs , quaes a natureza r.s proikr/.-a : A'elHdos fcm mais cftudo que o «do íím para c]uc os ulnfi ; cama lom regalo, nem dcfpcza : em fijn a tudo o piccifo para a conlcrvaçaó fc accode com o menos appar.ito que pôde ícr (h). ^ ^.,j

A cfta fobriedade bem própria de 11 para dar a faô- Everc^cics , de, c vigor do cv)rpo , ajuntaô o trabalho aturado; os ho- dom«iiic.rs. mens o da guerra qu.ifi ccntinua , e nos intei-vaiios dcl a ■'' ' o de excrcieios fcmelhanres a guerra (<■); as mulheres o da cultura dos campos, t de todo o trato domeltico, qu; •com dilcreta economia lhes hc cedido pelos homens oc- cupados com as armas (d). E fc fe faz memoria dos feus

bailes ,

{a) Loco pccunim: ( diz Str.ib. Lib. 5. ) pcniwtiicioiíc utiimur , aiit rk lamina argêntea aliijiiid rhfcijfum dnn'.

( /' ) Bjfta rctetir a^uí !iiim lugar de Strabo ( Liv. ;. ) p.ira fo vet ^ aurtcra fobricdaJe , c limpilcidadc em ijuc vivia cfta Gente =: Quof- dam eoriim , qm ,ul Dwiitm amnem accolunt , lacónica feroit rui vicac m- tione , bis unguento utentes , canikniúms lãviáibus caícj.icimtes , et frigi- da lavantes , unoquc cibi geneie nure jtugaiiteyque utenta .... Omnes , aui in montihus d^gunt , viciu utuntur- tenui , -aijuam biLunt , htmii cu- hant , crincs mulicrwn in modum dauittunt , mifris faciem velati pugnam. Aíiixime capros edunt .... /i^íontani duo'''us íinni ttmporibus glande vef- cuntur qiterna , ficctítam , inâcque coninfain molentes , atque- è farin/i panem cotificientes ; ita que e,is ad futtm tcmpus reponunt. Zytbo ciiam ututttur, Fini parum i)al:nt , et quod proieiiit , Jt.ttim in convivia cu^n cognatis infumunt,. Binyrnm eis olci ufum impUt. Ca:nattt fedentes , ha- bcntque ad panacs cònjtructa in hnnc ufum fedúiq. Priora in jeden4o Inca actaii , iliynitatiquc dcfcr:tutur. Caena circunigejiatui- .....( //i B.ttcjtania ) nigro oníncs ut.intur vjfiitu : pkrumqtle in fagis degunt , in qiiihis etiâni Jiipra thoros herbáceos dormiunt. Fajis utitnttur cereis , ut t' Ceh.ic mulicres vejtibus utuntur Jloridis. =: Longa cefarie in praeliis ad urrcndos hojlcs gijtaie , et quaterí confucverunt. Appian. de hei Hifp. fuh Firiato n. iiji.

Dura omnibus , et /lãfiricta parcinionia .... Nullus in fejlos dres epularum apparat.-is. yiqn.i cailida lavari poji Jectmdjim (lelium Punicum d Romanis diaiceic. Su.h. Loc. cu.

íc) Em ourra nota adiante , em que lir vemos referir humas pala- vras de Srrab. pan provar o refto de coftumes Gregos ueilcs Povos , fc vcraó oi jogos , c excrcieios , em <jue elles fe occupav^ , próprios para fe vigorarem.

(í/) Faeminac ( diz ]uftin. Liv. 44- ) rfi domeftitiis agror um^ti.

25'4 Memorias da Academia Real

bailes, e cantares (a) naõ laõ tanto fru£lo do veio, co- mo do innocentc prazer da vida íocial.

Defte modo íobrio , c trabalhado de vida era confe- quencia a raridade de doenças : para alguma , que accafo haja , naõ he venal a cura , nem o remédio, naõ le tendo alguém por defobrigado de concorrer para hum officio de rigorofa humanidade : hc o enfermo expofto em público ; e os que tem fido feridos do mefmo mal enfinaõ os remé- dios, com que confeguiraõ a faúdc (b). t. VIII. Nos ciuc habitavaõ as vizinhanças do Minho , como

que tinhaó CTão OS (jronios , OU Uravios , os Amphuocios , c outios , Ic Po^o.^^nól^vêm alTás retratados os coftumes dos Gregos, de quem os coftume» Antigos Qucrcm que elles dcfccndaõ (c): Jogos ,e ccrta- zou mes públicos , facrificios , caíamentos , arte de augurar,

ttihnras ndminijlrant ; ipfi armis , et rapinis fcrvittnt =! E Sil. Italic. no feu Poema.

Caetcra facmineus peragit labor : addere fulco S^mina , et imprefo telliirem venere aratro , Scvne viris : qtiidquid duro fine A4íirte gcrendwn eji Cíillaiei cunjux vbit irrcquictn mariti. Mas em algumas partes naõ fe eximiaõ de todo as mulheres da guerra, como de certosPovos de junto do KioMinho diz Appian. nolu- gnr, tjue aflima citamos.

( <j ) Strab. no lugar referido =: Inter potandum nd tibiãm jaltant , et ad tuham chore/is Áucmt : ínterim exilicntts , et poplitibus ficxis rectum forptis demittcntes. In £atcjlania id etiam mulieres Jaciunt , una alteram inanii tenentes. =3 E Sil. Ital. no Liv. 5.

Fiirarum et pennae , divinaruv\qiie fagacent Flnmmarum mijit divcs Gillfíecia ptibem Harbara nunc patrits uluiantcm carmina litigias , Ntine pedis alterno percujfd verbere terra. (fc> Aegrotos ( diz Strab. Liv. ?. ) vcteri Aegyptioriim confuetudine viis deponiint , ttt , qni eumdcm morbtim experti funt , iis eonfulaut.

E fallando dos Turdetanos ou Turdulos , diz Hi tmniiim Hif- panorum doctijjimi judieantur ,utiinturí]uc Grammatiea, et Antiquitatis monti- tnenra bjbent eonferipta , ae poèmata , et metris incltifas Legcs à fex mil- libus ( «f aiunt ) annorum.

C í ") allima citámos os AA. que atteftaó da vinda, e eftabeieci- mento dos Oremos nertas partes da Galliza. Ao que fe deve ajuntar He- rodot. Lib. I. C. léj.

I

BAsSciENOASDeLiSBOA. 2Ç1

tudo he de Gregos (a). Idolatras, como fcus Maiores (i) ■, nada confervr.6 da Religião que a Rr.zaõ incfma lhes mof-

trara , mais que o conhecimento de que ha hum Ente maior que clles , a que devem dar culto : porém cftragado tfte natural fcntimtnto pela corriipçí:ô do ccrrç; ó , imcg'na6 Divindades indignas , a que hc nrró cem hum culto igual- mente indigne. Se querem dar-lhes gmças pelo feliz fuc- ceflb de huma batalha , as niã( s direitas dos prizirneiros fa6 o trifte troféo que lhes Icvantr.õ. Sc antes de quilquer acçaõ procuraó íaber o leu bom cu máo cxito , dentro ás entranhas de hum inimigo hc que vaõ bufcar eíic fatal fe- grcdo. Se 'querem fazer rcligiofo hum juramento^ he pre- cizo que as entranhas quentes de hum hcmcm , e de hum cavallo lhes íirvaó de banho , em que deppis de mettidas as mãns , as põem fobre o altar , junto ao qual fe deve fa- zer efta ridicula cercmonia. Em fim he fempre fangue o que applaca huns Deofes , que eftes Idolatras guerreiros formavaõ á fua fcmelhar.ça.

Eftes faó os poucjs veftigios , e quaíl apagados , que

(e

Crt) Matrimonia (diz Strab. L. í ) Graçço more contmhimt r= E n'outro lii.;ar Qjiin et ritu Graeco iiccatombas quotannis ivjiuuunt . . . . cftamina etiam ^mnica , arma , et equejiria edunt pufjiar, cu- In , velit/t- tione , et infirncto cohort/itiin pnjelio ..... Imolnido fiudcnt Lhfttani , et tx'a intiienatr non exfecta : praetcrea et laterum vennas iiifpiciffr ,m tan- Xcniio ctiam divinãiit. Quin et eu captivonmi íXtis conjiciunt , [agis en oc- cultamcs : dcinde cum ca pulfttm cátmt injra , priíuum cx cadnvere antfpex

Jwwa pracdicit. Qipti\>ornm m.inus dcxtcrai atnpiitant , Diijque co'tficrant

Marti capnitn immolant , praeiereaque captivos , et equos. = Qu nto ás cerimonias que faziaó nas e.\ec)ui;is folcmnes , pode-fc ver o qiie diz Appian. Alex. ( de bel Hifpan. num. 2y-^. ) fe nzer.i na morte de Vi- riato := Cadáver magnijicentiUimis injiratum vcliihus in íiltiffima pyra cre- miirunr, cae{ifque mnltis holtiis titm cquites , ti4m pedites per turmas in or- bcm decimen-es , ctim armis harharico more Viriaium celetrahant ; nec indt priHs ahP- ITum , qii.im ignis prorfus extinãiis ejt. Peraão fiinere gladiato- riiim mmiff cdi um.

i b) Tem fe achado ainda, nos tempos modernos veftigios de Tem- plos dl nentiljdade no deftriclo di Lufítania : porem romo a maior par- te dos monumentos que o provaó , juntjmente provaó ferem levantados em t mpo pofteror ao de que aqui falíamos , por ferem Infcr pçóes no pofto Romano , o qual aqui naó entrou fenaó depois de fermos íujjei- (os áqueiJe Povo i para eíía Época refervamos o ialiai nelles.

2^6 Memorias da Academia Real

f. IX. fe encontrão dos coftumes domcfticos dos Lufitonos , que lohre 11» ac- de ordinario fc viaô no campo de baralha , detendo, íc°"d"i'Lu- ou fazendo retroceder os paflbs aos Conquilladorcs do íunoí. mundo . Mal o poderá crer quem mede a força de hum eftado pelo faufto de fcus habitadores , pela magnificên- cia de luas obras , e por todo o cfplcndor que encanta os fcntldos ; quem naó avalia quanto pódc luim Povo , cm que todos os indivíduos faó aptos para a defeza da Pátria , em que ha tantos foldados como homens , en- durecidos todos no trabalho , e todos animados do amor da liberdade.

Hum Povo , como efte , foi o que fem atte , e fcm difciplina , em tendo na frente hum homem que o íou- beífe mandar , efcarneceu por muitas vezes das tropas mais bem reguladas , e deu muitos dias de mágoa , e de desluftre aos fobcrbos Romanos. Viriato (a) , Sertório (b) , e ainda outros de menos nome ( r ) foraó inftrumentos da

glo-

C 'i ) D.íS acções de A'iriato nos 14 annos que commandou os Lu- íit.Tnos , e cm ijue derrotou .t vários generaes Romanos , falksó " Epi- tom. Liv. L\b. 52. , et 54. =; Cicer. de Offic. Lib. 2. =s Aur. Viã. de Vir. illtijir. ~ Sueton. in Galb. r: Vel. P.itcrc. Ltb. z. in princ. t: Juftln. Lib. 44. Flor. Lib. 2. C. 17. Eutrop. bijt. L. 4. ~ Appian. de bel. Hifpan. n. 290. etfeqq. =3 Frontin. Stiat. L. 2. C. 5. =: Orof. L. ç. C. 4. &c.

(/') Sobre as proezas de Sertório nos <j. annos em que teve o mef- mo commando , poJe-fe ver Plutarr. Appian. Civ. bclior. Lib. 1. et %. := FJor. Lib. ^. C. 22. r: Valer. Ma.x. Eutrop. Lib. 6. in princip. c: Frontin. =: Orof. Lib. 5. C. 2^. &c.

(f) De outras muitas acções felizes dos Lufitanos fallaõ os A A. íilém das que tiveraó debaixo do commando deites dois grandes homens. Do Pretor Digicio. que governou efta Provincia pelos annos ç;r/ de Rom. diz Liv. ZJfcrtíí. 4. i^i/'. 5. in princ. =: praelia Jecit .... plcraque fldverfa , ut vix dimidimn milition , quàm íicccperat , fuccejfori tradiderit. :=: Falhndo do anno 562 o mefmo Livio ihid. Lib. 7. §. 46. diz C jidverfã pugna in Fnjictanis dutlti L. Aemilii propraetoris apiui oppidwn Lycon^w cum Lufitauis fcx millia de excrcHn Kom. cecidijfe : ceteros pn- ventes intra vallwn compulfos aegre (ajtra dcJcndiJTe , et ad modum Jii- gientium mugnis itiucribus in agrum pacatnm rediíClos. =: Do melmo no Liv. 9. confta que no anno .568 foraõ vencidos em batalha Calphur- nio Pi faõ , e Crifpino, polto que depois recuperarão a perda, e trjum- faraó dos Lufitanos :s Pelos an. de 6co. diz Obfeq. que os Roiii,.nos foraó vexados pelas armas dos Lufitanos í: Lufitani , pars alia Hijpa-

n A S S C I K N C J A S DE li IS B O A.' ' '■ ÍS7

gloria Lulitana , que fobrepujandb á emulação ficou eter- nizada nus efcritos de fcus inelinos inimigos , e nos már- mores (a) que o tempo confumidor naõ acabou de gaftar.

Por mais de leculo , e meio andanió os Romanos .j-„baih' na profiada lida de fubjugar eftc ultimo pedaço da Hei- tius os ro- panha , que contaõ toda por huma porçaõ certa dos fcus eín'o°i"rub^u" dumiiiios : todos os annos lhe nomcaÓ Governador : mas °"' por mais que tentem mandar Pretor como para Provincia pacifica , a cada paíTo le vem obrigados a lhe mandar Con- ful armado (0) ; depois de terem fcparado o íeu governo do de quafi todo o rcfto da Hefpanha. E fe de quando em quando algum dcftes Gcnerats confeguc a gloria de.a Tom. I. Kk ■- '''-'i'.»; ■'■ i'.u.>. jp^^í,

voltou jtús Ic^ihis viveiuiton , duce Ptwico , focioium P. J{. agros depopulãft fitnt , lugatifquc Rom. Impp. Miiiilio , et C/ilphitfnw , fex milli.i interjecemni. 7\ppian. de bel Hifpan. n. 2H6. z: Com mandados pcuio 'depois por Ce- faron , vencerão ao Preror Mumio ( como refere Appian. ihid. n. rtf.5 A melma lorte teve Mumio com Cauf<.no , que commandou depois os Lufitanos ( 7bid. 11. 287. ) ainda i)uc dcpoiá toraõ vencidos do mefmo Pretor. Das pardas <]ue teve Ser. Galba antes da liorrorola perfídia com c)ne mato» a Variato , fallaó Cicer. in £n4t. ec Divinit. =; Abrev. Liv. L. 49. s Sueion. hl Galbíi. r: Valério Max. Lit. <,. Cap. de perfidia ~ Appian. de hei Hifpati. tt. 287 Orof. L. 4. Cap. 21. Scc. Pelos ân- uos de 648 vingarão os Lufitanos a perda que haviaó recebido do Con- ful Cepiaó com outra maior que lhe deraó , como refere Jul. Obfe- quens. Bafte apontar ifio , villo naõ fer do noITo aflumpto particulari- zar os faiflos t^u errei ros.

( rt ) Das batalhas em que o Pretor Plaucio foi vencido por Viriato pelos annos de Rom. 605. faz mençaó huma Infcripçaó., que- ha em huma pedra lepukral que fe confcrva em Évora , e que íe diz fer a mais antiga que fe na Hefpanha , e eítá tranfcripta ;ias Antiguid. Lulit. de Rezende pag. 140 , onde fe podem ver mais alguns monu- mentos , que fe feí;uem a elle. De outra batalha, em que o mefmo Vi- rito no anno feguinte venceu ao Pretor Cláudio Unimano , attefta ou- 11 Infcripçaó, que cfíi em huma Torre meio arruinada da antiga Ci- dade de Colla perto de Meccjana , c que fe pode também ver em Rc- zend. loc cit. pag. 22-'. De Sertório ha memoria em outra Infcripçaó, que fe pode ver cm Marian, Hijl. Lib. ^. Cap. içipor naõ fallar em outras , como duas muito mais antigas , em que fe faz mençaó de Ca- tão o Cenlbr , as quaes traz Rezend. pag. 1 17.

( /' ) Durante a (egunda guerra Púnica começarão os Romanos a mandar Cíener.ies para .is Helpanhas ; e ainda que eftas fe rebelarão pela morte dos deus Iimaõs Í>cipioens , tornarão a fer reduzidas pelo

-lyí Memorias" da Academia Real pacificar , c fugeitar ás Leis Romanas , pcuco umpo lhe dura verde o louro ; na fua mefma cabeça lhe murcha , .ou o mais tarde na de fcu fucceflbr («) : até que a longa experiência os defcngana , que he precizo mudar de íyftc- ma ; e que coftumando primeiro os Lufitanos a fe fugei- tar como amigos , hc que os pcdcraõ inlenlivelmente ir paíTando a obedecer como vaflallos.

OB-

grande Scipiaó Africano, excepto a Liifit.inia , e a Galliza. De moJo que o anno em <^ue T. Liv. , c Appi.in. not;ió ler a Help.inh.i rciluzi- da a Província ( primeira de continente ) e íe mandarem para cila Mã- ciftrados annuaes , foi o de 542 , e iy2 antes de J. C. ( ji annos .mces de fe acabar a fegunda guerra Punica ) ; do cjual anno até ao cm que Cefar acabou de domar os Lufitanos , pelo fim do Século 7.'^ de Koma , decorre o feculo e meio que dizemos. Mas contando ilcsde o principio que na Hefpanha houve rcíiftercia aos Romanos até Ai:gullo, como conta Flor. L. 2. Cap. 17. , he mais tempo : =: In hac(^ Hijiama) diz ellc , profè 200 ftr annos liimicntum tji , d primis Scipionttms iii Caef.irem Âugujium .... Plus tji Provincimn rcttncre , aiiam J/iccre : itaque per panes jam huc , \am illuc midi diices , qui jerocijjimas , et ad id cemporis liberas gentes , iileo impatieittes jugi , multo labore ticc incruen- tis certaminibus fervire docuermt .... Sed tota certuminum moles cmn Lu' fitanis fiiit , et Numaminis , nec immerito ; qtiippe folis Hifpaniae Cen- tittm Dtices contigerunt. = Strabo diz =: Et Romnnt per parles Hifpínw- riini modo bane , modo aliam ditionem bello impetcntes , nltis alias doman- do mtútum timpcris traxerunt , dome tandem omncs in Juam redegerunt po- uftatcm , ducentis jere , et pturibiis ufi ad hoc annis.

C") Pelos annos de Rom. 556 fe fizeraó de huma PrcfedUira de Hefpanha duas , dividindo-a em Hefpanha Ulterior , que comprchcndia a Luíitania , e a Betica , e Citerior , que comprehcndia o rtllo ( V. Sigon. de ant. jur. Prov. L. i. Cap. 5. )

DASSciEMCIAS DkLiSBOA. 25-9

VARIAS OBSERVAÇÕES

de Cbimicaj e Hijloria natural. Por Domingos Vandelli.

Floy de anil , ou azul de Prujfia fojjil das Minas geraes.

NO defmontc de huma lavra de S. João del-Rci , na profundidade de 40 e mais palmos , fe acharão entre argilla grandes oflbs fragis , e algum dente de hum animal Cetáceo , que occupavão o efpaço de mais de 5-0 palmos em quadro ; eftes oflbs , e porção d'ar- gilla a clles mifturada quando fe extrahirão erão brancos ; mas logo expoftos ao ar adquirirão a côr azul,

Píjftos cftcs oflbs e argilla. aztd a hum brando fogo adquirirão côr verde , e lançarão huma fraca chimma , e depois perderão toda a côr , c ficou huma terra averme- lhada , que o magnete attrahio em grande parte.

Difltjlveo-fe efta flor de anil no acido marino , e perdeo toda a côr, que adquirio mais viva prccipitando-fe com alkali fixo ; fendo verde no principio , c mudando- fe depois em côr azul.

Fundidos os ditos oflbs , e argilla azul com fluxo ferro , deu três partes do feu pezo de ferro em laminas muito delgadas, que foi attrahido todo do magnete.

Sobre a flor de anil foflil fe pôde ver Wallcrio , Bergmann, Kirvan, pelo que hc defncccflurij cu relatar todas as cxpericnciai; dos ditos Authores.

Kk ii Mc'

t6o Memorias da Acadsmia Reai, Methodo de accrefcentar a força d pólvora.

Purificado o nitro com o modo ultimamente dcfcuber- to , para livrallo totalmente do fal marino , o fiz dif- folver com agoa imprenhada de Giz inflammavcl , que obtive na decompofição da agoa cm Gáz inflammavcl , fazendo evaporar , ou deftillar a agoa cm maior quanti- dade do que he necclTario para a fua total decompofi- ção : com efta foluçao falina irrorei a miftiira do enxo- fre , e carvão , e continuei a manipulação. Defte modo obtive huma Pólvora , que fupera de muito cm força to- das as qualidades de Pólvoras até agora conhecidas.

Methodo de fixar o Mercúrio.

FAzendo paflar os vapores do Mercúrio para hum tu- bo de ferro cheio de pregos , e todo em braza , ob- tive pegados aos mcfmos pregos , gfobulos de Mercúrio y da cor de prata , e da confiftencia do cftanho.

Tranfmutar o ferro em perfeito aço.

NA decompofição da agoa em Gáz inflammavcl , as laminas , ou pregos de ferro contidos no tubo de ferro em braza , no qual fe faz a dita decompofição , fe tranfmutarão em aço perfeito ; mas com a continuação eíle mcfmo aço fe muda em etyope mineral.

EJie he o refultado de algumas minhas experiências , as quaes para não enfajliar os Leitores , não ornei de fuper- fiiia erudição , nem de fajlidiofos detalhos , nem de inúteis theorias.

Es-

DAS SCIERCIAS OE LiSBOA. 2^1

Cobre nativo do Brazil. t

ESta maffii de cobre , fe achou cm hum valle longe da Cachoeira duas legoas , c da Bahia 14 Icgoas. Peza ^6l6 arráteis; he de figura rhomboidal , com a fu- pcrficic fupcrior irregular, por caufa de algumas cavida- des , e protuberâncias. A lua maior altura hc de 3 pés , ,c 2 polegadas , a largura na baze de 2 pés e ^ de Paris j c a maior grolTura hc de | , c 4 polegadas.

A côr externa hc avermelhada cfcura , com algumas nódoas c particulas azulado verdes , produzidas da ocra , ou decompofição do mefmo cobre , c na fuperficie infe- rior com algumas nódoas amarellas da ocra de ferro.

Em diíFerentes partes , e principalmente na fuperficie inferior fe obfervao grandes e pequenos pedaços , que a primeira vifto parece o Ferrum micaccum ; mas examinada ao fogo he huma ocra de cobre endurecida ; porque hu- ma onça da dita deu féis oitavas e meia de puro cobre.

Efte cobre pelo enfaio moftrou não conter nada de prata, e ouro, e por quintal deu 97 de puriíEmo cobre.

No mefmo lugar fe achou outro pedaço de cobre virgem muito mais pequeno.

MaíTa de cobre femelhante a eíta he rarlllima , co- mo adverte M. Monnet. («)

OB-

(4) Nouvciu fyfteme de MinérAJogic pj^. 514. Mines de Cuivre. Le

Cabinet des mines de Freyberg. cn polTede un morceau de cette efpt-

cc , (jui pcfe dix livres ; c' eft le plus beau morceau plus grandi qu^on ait trouvc de cette efpece.

iói Memorias da Academia Real

OBSERVAÇÕES

Sobre hum Hygrometro Vegetal. Por António Soares Barbosa.

Geor;;. 1.. IV.

OS movimentos com que fe coftumão torcer , e en- rolar as praganas do Gerânio , forão cm outro tem- po obje£lo de huma curioíidade eftcril. Arrancadas dos feus piílillos , c fixadas a prumo pelas fuás lementes em varias turmas , me deleitava com os diffcrentes giros em que por dilatado tempo fe confervavao. O goílo de ver como animadas a meu arbitrio aquellas pequenas por- ções , dcfpojos do piftillo repartido pelas fuás fcmcntcs, e que antes repoufavao febre o fcu eixo commum , me fazia repetir eftc agradável efpeftaculo. A repetição def- pertou cada vez mais a curiolldadc : nem foi inútil o feu incentivo , pois abrio o caminho a huma obfcrvaçao fe- guida , e efta deu matéria a reflexões taes , que pareciao prometter coufa maior. Então vi , que na natureza nada era pequeno , nem mingoado : e que fe ella parecia mef- quinha, quando a indagávamos, he porque a não contem- plávamos igualmente grande em todas as fuás partes. Tal íoi a occafião que produzio as obfcrvações fcguintes , fe cu nellas por huma efpecie de enthufiafmo , cuidei ver mais do que na realidade havia , ou fc as confequencias , que tirei , forão arbitrarias , então fera efte meu trabalho fruítrado. Se aíllm for , ao menos farei acautelados , os que entrarem na mefma carreira.

Ob-

DAS SciENCIAS BB L I S B O A. T.^^

O

BSERVAÇOES.

I.

EM 30 de Março de 1780 , colhi algumas praganas com as fuás fcmcntes das duas efpecics de GeraniiO ^ que Linnco chama Moschatmn ^ e Malacoides maduras , e todas dos mclmos piftillos. Fixeas fobrc huma taboa , pon- do-as a prumo , de forte , que as fementcs ficaffem encaixa- das em buracos para cíTc effeito praticados. Do prumo en> que fc achavaõ le dobrarão quafi pelo meio , fazendo hum angulo cada vez mais agudo , e ao mcfmo tempo fe foraó torcendo cm movimento efpiral , o qual durou em quanto Ic formarão varias rofcas , vindo a fcr o movimento cada vez mais infenllvel , formando a parte fuperior que reftava fomente huma linha curva á maneira de hum anzol. Q mcfmo fucccde ainda quando as praganas eftaÒ verdes, pofto que mais lentamente.

II.

Era obfcrvaçao feita pelos Naturaliftas , que eftas praganas depois de enroladas fe alargavaõ com a humida- de da athmosfeia , e fc contrahiao com a feccura da mef- ma. Ao primeiro eflPeito chamarei para maior clareza revqh- ver-se , ou revolução da pragana ; ao fegundo convolver-se , 01^ cotivolufoo da mefma.

III.

Por todo o tempo de hum anno tomei huma das pr^f ganas , para a obfcrvar mais attentamcnte , além das ou- tras : para o que fixei primeiramente balizas para lhe exa- minar as convoluções, e revoluções : ao depois formei hum moílrador circular , e graduado. Em todo aquelle tempo , notei fcmpre a grande fenlibilidade da pragana na humida- de , c feccura da athmosfera : porque com qualquer tempo húmido fe revolvia, e fendo fecco convolvia-fe, e em to- dos cites tempos fazia maior, ou menor giro , fegundo a variedade dos tempos.

IV.

i64 Memoi^ias ua Academia Real

IV.

A mcfma mudança doS ventos fe fazia fenfivel á pra- gana ; porque o vento Norte , que aqui coftuma alimpar o •Ceo , e fcrenar o tempo , a convolvia : íoprand.'^ pcrém o vento Sul , ou também da barra , que aqui coftumaô fer chuvofos , le revolvia.

V.

Obfervei também , que a pragana fcguia o pcriodo do dia, revolvendo-fe mais para a tarde , á proporção que o Sol hia dclcendo : eíte periodo naõ he regular no tem- po de Inverno , pelas continuas alrernções do tempo , nem taõ grande ; porém nos mczcs de Julho , Agofto , e Setem- bro de 1780, que íoraõ muito íeccos , e de grande ca- lor , a pragana diurnamente fazia o feu periodo , convol- vcndo-ic nas horas do grande calor , e rcvolvendo-fe pelas da tarde , e dahi por diante. VI.

Sufpeitando eu que o movimento das praganas , naÕ dependia do eítado da athmosfcra , mas também do ef- tado do ar, que fe achava no quarto aonde as tinha ; mu- deias para huma varanda , que cahia para o meio dia , e as CoUoquei aonde dava o Sol, immediatamentc í'e principia- rão a convolver : mudeias nefte eftado para a fombra , con- tinuarão na mcfma convolução, e quando me parecerão pa- radas as tornei ao Sol , e principiarão a convolvcr-fe mais. Daqui as transportei para o quarto coftumado , e logo en- trarão a revolver-fe.

VII.

Para me certificar mais ; em hum dia claro , e de Sol ( citava de manha o vento do naícente , e para as onze horas fe voltou ao Norte ) abri as janellas do quarto , e a pragana graduada , que dahi por diante unicamente obfer- vei , fe tinha convolvido ; fecharaõ-l"e as janellas^ e fe re- volveo ; tornando-fe a abrir-fe convolveo : o que fuccedeo no mcimo dia , pcrfeverando o mcfmo tempo.

VIII.

DAS SCIENCIAS LiSBOA. i6^

VIII.

Em hum dia ncvoado , e vento da parte da chuva , coftumando ter a pragana em huma eftante encoftada á parede , a levei para a janella que eftava aberta , e co- meçou a convolver-fc , e o mefmo fuccedeo com a janel- la fechada : mudada para o lugar coftumado revolveo-fe : o mefmo fuccedeo em outro dia, porem claro, e de ca- lor.

IX.

No primeiro dia aflima referido a cubri com caixa de pinho , que eftava debaixo de huma efcada do mefmo quarto , e fe revolveo : tranfportada para debaixo da efca- da também fc revolveo , pofta depois na janella , convol- veo-fe. Em o fegundo dia affima notado aqueci a caixa muito ao Sol para lhe extrahir alguma humidade , que no fitio coftumado tivcflc contrahido , cobri com ella a pra- gana , e não moftrou novidade : fuccedeo porém revol- ver-fe cuberta com a mefma , depois de ter eftado no lugar coftumado. Cuberta com huma caixa de lata não houve mudança ; cuberta porém com a mefma aquecida ao Sol , fe convolveo mais do que eftava em razão do lugar.

Porém o que mais me admirava era , que todas as vezes que me punha a obfervar o eftado que indicava a pragana , efta principiava a revolver-fe. Adverti paflado algum tempo , que o bafo infenfivel , que exhalamos pe- la expiração era fuficiente para lhe caufar efta mudança. E daqui tirei a cautella de fupprimir a expiração , todas as vezes que prccizava indagar fem erro o eft^vio aílual do lugar , ou da athmofcra , que ella apontava. XI. Sendo indubitável a evaporação infenfivel da agoa ; colloquci a pragana na boca de hum pote com agoa , em cujo lado dava huma luzerna do Sol j e também repeti o mefmo fem efta ultima circunftancia j e da mefma forte a Tont. I. LI pu2

i*66 Memorias da Academia Rpal puz fobre huma bacia de agoa , e cm todas cftas occa- liões fe rcvolvco : erao os dias claros , e de calor. XII. Difpuz huma pragana de forte , que a fcmente e mais algumas efpiras immcdiatag ficaflem metidas na agoa , por meio de huma pequena bóia de cortiça: dahi a algum tempo entrou a revolver-fe , e a defandarem primeiro as efpiras inferiores , e com eftas as de mais até ficar quafi a prumo ; confervando alguma curvatura na parr te coftumada , de que flillci na Obfervaçao I. Depois que fe foi enxugando entrou a convolver-fc fortemente. O inefmo fuccede todas as vezes , que voltando-fe a bóia , fica toda a pragana metida na agoa , onde defenyolve to- das as efpiras , as quacs recupera voltada para fima i proporção que o ar a vai fecando. Metida porém etiv agoa quente, he a revolução mais prompta, e veloz. XIII. Se porém fe molhar a efpira fimeira aondç princi- pia o anzol j ahi efla porção fe põem reíla , tirando-fç da cuiTa e caufando revolução , na mefma re£ía fe põeiu a ponta , ou entre efta e a primeira efpira , qualquer parte do anzol que fe molhe , não he com tudo t»p feq-r fivel a revolução. Em todas as occafiôes , nas quaes por meio da agoa , ou de huma forte humidade fe communi- ca á pragana o movimento de revolução , parece tomaf çfta hum novo vigor , e a parte interior íe faz de hum verde claro , ao mefmo tempo qye o demaziado calor , e fecura , a reprefenta feca , e amortecida. XIV. Metida a pragana dentro de hum turbilhão de va- por de agoa, que fe tire a ferver, entra em ofcillaçóes de revolução , e convolução , e aíTim mefmo fe vai revol- vendo , e defcreve hum giro inteiro , depois deíle con- tinua nas mefmas ofcillaçóes , as quaes vão fendo me^ nores , á proporção que a agoa lança menos vapor. So-n prando para hum^ parte na fupcrficie da agoa , párão

ofci-

D A S S C I F. N C I A S DE L I S B O A. l6y

ofcillaçôes , as quacs continuao ceflando o fopro. Pofta tambcm na athmosfcra de hum ferro bem quente produz as melinas ofcilaçócs , chcgando-fe , apartando- fe do ferro , e depois continua a convolver-1'e : foi-lhe appli-- cado da parte convexa do anzol. XV.

Molhou-fc huma tira de pano de linho , e fe ef- prcmeo de forte , que ficaíTc fomente húmida , eftendeo-fc em alguma diftancia fobrc a pragana , a qual immediata- mente fe revolveo , e continuou á proporção da evapora- ção , a qual parada , ou tirado o linho húmido , tornou ao eftado antigo. O mcfnío fuccedeo com huma efponja húmida ; aqui porém não hc a revolução tão prompta j nem em tempos iguaes tão grande, XVI.

Tirada qualquer pragana madura do feu piftillo fe torce prompta e velozmente , pelo modo que notei na Ob- feríraçao I. Para ver fe affim fuccederia cm todo o tem- po ; efcolhi hum muito chuvofo , no qual feparei huma pragana do feu piftillo ; curvou-fe , porém não fez giro algum inteiro ; confervou-fe nefte eftado ; melhorando porém o tempo fe adiantou alguma coufa , e mudado o tempo retrocedeo de forte , que comcçando-fe a experien» cia a 7 de Abril , a 12 he que completou o primeiro giro ; o fegundo o ioi continuando com as meímas varia» çóes. Em 18 de Maio dia de grande calor , e vento Ibão , a meti em agoa quente , defenrolou todas as efpi- ras , ficou quali direita , e depois fccando-fe fe convol- veo , fazendo todas as cfpiras coftumadas , o que até en- tão não tinha acontecido. Fiz nella a experiência da Ob- feivação XV. e houve o niefmo eíFeito. XVII.

No tempo em que , 4cpois de dcfenrolada na agoa

fe eftava convolvcndo huma pragana , lhe fui cortando

algumas porções do anzol ; e não obftantes eftas fecçoes

foi continuando com a mcfma promptidão as convoluções ;

LI ii cor-

2^8 Memorias da Academia Real cortcia pela primeira efpira , e fcpanida profcgiiio a convolvcr-íc : o que reítou dalli para baixo le convol- veo pelo modo ordinário. De forte , qiic todo o movi- mento c força cipiral vem debaixo para fima , ficando im- movel a femcnte a que íe acha pegada a pragura. No que me confirmei fixando a pragana a prumo pela ponta : porque nefta fituação fez o angulo cuílumado , e ficando immovcl a ponta , começou a torcer-fe o refto. Eft.is ex- periências forão repetidas; em praganas que eftavão colhi- das havia hum anno , e fuccedcrao do mefmo modo. XVIII. A ponta do anzol da pragana era o ponteiro , qne no moftrador graduado indicava os diftcrentes gráos de revolução , e convolução : como porém não havia a exa- ftidão que fe pcrtendia , tanto por caufa das divcrfas cur- vas que forma em hum , em outro eftado , e tam- bém pelo alçamento , c abatimento variável que o movi- mento efpiral lhe faz tomar ; fundado na experiência an- tecedente , cortei quafi todo o anzol até á primeira ef- pira , e lhe appliquei hum ponteiro de cabello de arame , a fim de diminuir aquellas irregularidades. Ficou com eíFeito mais exafto , continuou na mefma fenfibilidade , e com elle fe ratificarão as principaes obfervaçoes aflima re- latadas. He porém verdade , que cfta exaftidão não po- derá fcr completa fem fe defcobrir hum moftra<lor apro- priado ao movimento efpiral da pragana. XIX. Se na convolução , ou revolução fucccde encontrap o ponteiro ou a pragana algum obftaculo , que a retenha , ainda que por algum tempo (com tanto que fe não tenha mudado o eftado da athmosfera ) tirado aquelle embaraço , corre ligeiramente o efpaço, que requer o eftado que de- veria indicar. » XX. No fim do anno , que fe completava em Março de

1781 fe repetirão as principacs experiências em praganas

CO-

DAS SciENClAS DE LiSBOA. a<Jj'

colhidas havia hum anno , c cftas moftrarão o mefmo re- fultado , não fe notando diffcrcnça na fcnllbilidadc que lhe era própria.

XXI. Para me ccrtcficar mais na obfervação antecedente tomei huma pragana colhida havia hum anno ; e outra novamente tirada do leu piílillo cm Março do anno 8 í , mettidis ambas na agoa fe defenvolvcrlo , a nova com mais promptidão ao principio , a velha mais devagar; po- rém a diffcrcnça doperiodo em que fe puzcrao aprumo nãt> foi grande : fixadas cm hum plano ao ar fc coflvolve- ráo , e fizerão leis giros *, nos primeiros quatro foi mais ligeira a nova , nos dous últimos fe adiantou a velha. Devo porém advertir , que a velha era maior , e aíllm com maior fuperficie c groíTura. Metidas outra vez na agoa a revolução fc fez mais brevemente em ambas.

xxu.

Deixei as praganas de que afllma fallei metidas n* agoa por efpaço de treze dias ; tiradas , e poftas ao ar , tanto que fe foi evaporando a humidade , fe começarão a Convolvcr na forma do coítume j porém a do anno antece- dente principiou primeiro , e fez as fuás efpiras mais ligeira , chegando o hálito infenfivel a ambas , retroccr dião , e parado aquelle continuavao nas fuás refpe£liva» convoluções.

XXIII.

Da mais antiga feparei o anzol com as duas ulti- mas efpiras ; metida efta porção na agoa , c tirada ao de- pois , fez em hum e outro citado o que fe tem obfervado (]uaado eílava inteira , coníerrando a mefma icnfíbili-r dade.

RE-

trro AIeMorias da Academia Real

REFLEXÕES,, E CONSEaUENCI AS

j ^ I > Odos os movimentos até agora conhecidos nas A diíFercntcs partes das plantas , fe reduzem ás cinco efpecies fcguintes : l. movimento de direcção que conftantemente para partes oppoftas confervão as raizes , c os troncos c ramos ; aquellas derigindo-lc fempre para baixo 5 e eftes para fima : 2. movimento de iuclinaçm pe- la qual as flores de certas plantas leguem o movimcnro do Sol : 3. àc cerramento ^ c abcrítira , obfervado cm cer- tas efpecies de folhas , c flores , alternativamente fegun- do o dilFerente eftado do calor da athmosfera ; mais ou menos favorável á elevação dos fuccos pelos vafos das plantas: 4. O movimento de f/j^rwf/r /ide que oíferece exen - pios a Seujitiva : O movimento de ruol/a , do qual nos dão exemplos as praganas das fementes do Gerânio , o qual fez o objefto das obfcrvaçóes antecedentes.

1 Eftas praganas não são outra coufa mais do que por- ções do piítillo , as quaes pegadas ás fementes, e cncof- tadas ao eixo commum nelle eílão embutidas. Chegando as fementes á fua perfeição , obftruindo-fe então os va- fos , c parando a communicação dos fuccos , são as pri- meiras que fe feparão do ovário. Immcdiatamente fe vai affaltando a porção inferior da pragana , e aílim pouco a pouco toda ; fecando-fe , e rompendo-fe as prizões que aigaváo ao eixo , concorrendo também paraifto a força con- tinua que exercitão as fibras para fe convolvcrcm. Cada ■pragana i maneira de huma moUa , compofta de outras tantas , quantas são as fibras que nella fc incluem , ten- de a enrolar-fe cfpiralmente por hum mechanifmo par- ticular ( Ob. I. ) Efte mechanifmo fc prevê determinado , obfervando o modo com que as praganas fe vão cingindo ao eixo , ifto he , com hum principio de direcção cfpiral. E fuppofto não feja geral cíia direcção cm todas as ef-

pe-

DAS SciENCiÀs DE Lisboa. 171

pecics de Gerânio , nem também por conCcquencia o mo- vimento efpiral , como fc vc no Columbino , com tudo he certo , c evidente nas efpccics que ferviráo ás obferva- ções.

3 Para fe ter alguma idéa mais clara dcfte movimen- to , feria precizo poder defcobrir a ordem , e direcção das fibras. Algumas diligencias fc fizcrão fobre huma pra- gana maior que hum dedo , de hum Gerânio de differen- te efpecie , porém fugcito ao mefmo movimento efpiral. Nelle fe obfervárao trcs pacotes de fibras longitudinaes, dous o terminío pelos lados , e o outro o divide pelo meio. Semelhantes defcubrimos nos bordos das cafcas dos fruítos leguminofos. Também fe entrevê grande numero Ác fibras intermédias , as quaes conjcfturo deverem fer obliquas' ás dos bordos e do meio. Eftas fecando-fe , e di- minuindo aflim cada vez mais de comprimento , devem puxar as dos bordos e meio , e fazellas cruzar continua- ínente , e defte modo enrolar toda a pragana. Confirma efta conje£lura o exemplo do grande Lathyrus , no qual ps batentes do pcricarpio fe torcem inteiramente em for- ma efpiral , e nao por outra razão , fenao porque as fibras interiores fe dirigem obliquamente aos bordos , fegundo obfervou Mr. Du-Hamel. (a)

4 Defta analogia , e Obfervação I. fe pôde inferir, que as fibras tranfverfaes obliquas fe não extendem fe não ate pouco adiante donde finda a ultima efpira da praga- na : ao mcfmo tempo que as longitudinaes juntando-fe no lugar aonde fe vai eftreitando o corpo delia , formão a extremidade da cauda , na qual fe não formão cfpiras, rc-' tendo unicamente a forma curva derivada da contracção das fibras longitudinaes. Efta contracção he também a que faz formar á ultima parte a inclinação angular ( Ob. L ) quando a pragana fe principia a convolver. Donde fe ,

que

ia) Phys. des Arb. T. 2. L. 4. Ca.p. 6

27i Memorias da Academia Real que cís giros , que defcreve a parte ultima , todos sáo cíFcitos do movimento que fc excita cm toda a parte in- ferior ( Ob. XVll. ) pela contracção fimultanca das fibras , que fendo ao principio infenllvel , fe manifefta ao ob- fervador attentona pontada pragana, notando-fe por meio de baliza o delVio , que faz da perpendicular.

y Além da cftruftura particular pela qual as fibras da pragana fe achao dirigidas a produzir o movimento efpi- ral ; ha também huma cauza externa , que concorre para o mefmo fim. Efta he a fecura , produzida nas fibras pe- lo calor da atmosfera ; iíto fe confirmado por quafi to- das as obfcrvaçoês antecedentes. Efta fecura produz hu- ma maior approximaçâo das fibras entre fi , e também maior contiguidade das partes integrantes de cada fibra. E ain- da que efte efFeito feja geral em muitos corpos ; com tu- do não he ordinário o confervarem as fibras huma tal flc- .xibilidade que com qualquer diminuição de fecura mudem de eftado fenlivel. E muito menos o he , que recebendo ef- tas continuas mudanças pela variação incrível da atmosfe- ja , retenhão por dilatado tempo as fibras dos corpos j como as da pragana , efta indiferença.

6 Não podendo porém haver eftado de fecura abfo- luto na atmosfera , e não fendo o feco , fenão hum efta- do relativo de maior , ou menor humanidade , fica fendo certo ; que a acção defta he o que produz todas as mu- danças na pragana , o que tem provado as obfervaçóes referidas. Por eftas também fe moftra confiftir o efFeito daquella acção , na maior ou menor dilatação das fibras , c que efta produz todos os movimentos regulares de con- volução, ou revolução mencionados. He porém para no- tar a fua fenfibilidade ao vapor mais fraco; qual he o da expiração infenfivcl , {Ob.X.) o que manifefta o fummo gráo de flexibilidade , e tcnuidade das fibras , as quacs com huma promptidão incrível mudão as fuás dimensões ( n. n. 4. 5-. )

7 Ora os vapores húmidos nem fempre tem a mefma

DAI ScisNciASDK Lisboa." 273

aftivlclailc , pois vemos que cllcs nos tempos churozos , c briifcos fazem o ar mais quente , e que entíio tem mais força para dilatar as fibras da prjgana , o que fe confirma pela revolução mais prompta dcfta na agoa quente c feu vapor ( Ob. XII. XIV. ) Do que rezulta , que fendo a hu- midade agente a mcfma, quanto ella for mais quente mais apertará as partes do corpo que penetra : e que a ref- peito da pragana a , humidade nefte cftado bbra mais afti- vamente nella para a revolver , fcm que o calor como tal, fe deva confiderar, mas fim como fazendo a humi- dade maij aftiva.

8 No Eftio porém não obftante fer o calor , e eva- poração muito maior do que no Inverno , e por elFa ra- zão achar-fe o ar mais carregado de vapores , com tudo a pragana então fe convolve mais {Ob. V.) O que nâa pode ter outra cauza , fenao a menor aftividade dos va- pores húmidos , ainda que difperfos pela atmosfera em maior qu.mtidade. E ifto por dujs razoes: i. pela pouca demora que elles devem terna pragana, a qual á maneira dos outros corpos , cltá também fugeita á grande evapo- ração daquella cftaçío , e aílim incapazes de lhe dilatarem as fibras : 2 porque fendo o fluido igneo eleftrico hum dos agentes da elevjçao dos vapores húmidos , lhes communica juntamente com o ar hum movimento e agitação incrível , oppoíta á mèfma demora preciza para produzir na praga- na a revolução coítumada.

<) Ifto parece confirmar-fc pela acção que naquelle tem- po coftumão exercitar os vapores pela tarde , c dahi por diante na pragana ( Ob. K. ) O que fe conforma com a pr<)gre^^ão diurna dos griosde calor nos dias de Eílio. Efta progrefsão , fegundo as obfervações calculadas , he com- porta de duas feries de gra'QS , huma das quaes fegue o cnrfa das alturas diurnas do Sol , a outra he a ferie dos gráos do calor que as horas antecedentes accumulao ás feguin- tes. Pela primeira ferie a fummo gráo de calor deve fer pelo meio dia , depgis do qual deve ir dccrefcendo : o

To-m. I. Mm augr

474 Memokias da. Academia Real au^mcnto porém, que lhe acrccenta a fcgunda ferie, faz comquc o máximo gdo de calor cahir nas duas para as trcz horas depois do meio dia, e dahi por diante vai diminuindo até meia hora depois do nafccr do Sol. Efta mefma progrefsão , e diminuição de aftividade devem ob- fervar os vapores húmidos , os quaes até o máximo gráo de calor não fe devem fazer fentir á pragana ( n. 8. ) de- vem-fc porém fazer fentir á proporção que o fiuido igneo \ e o mefmo ar lhe permitem maior demora ; e allim alar- gar-lhe as fibfas produzindo a revolução diurna ublctva- da (Ob. V.)

IO Deftas reflexões bem fe vê, que ap.agana não indica a humidade , comparado hum tempo , c hum lugar com outro ; porém também a diferente aftividade do vapor hu-< inido fobre os corpos. Donde fe feguc , que dados dois tempos em differentes cftaçdes , em que hum thermome- tro indique hum mefmo gráo de calor, pode a pragana indicar differente acção da humidade (n. n. 7. 8. ) Mais: fuppofto que o calor fe diftribua igualmente , com tudo a acção do calor pode fer diflFerente , pofto o mefmo cor- po ao Sol, ou a fombra immediata , o que fe vio na pra^ gana {Ob. VI-) O choque do calor luminozo pode cauzar huma evaporação mais forte na pragana, e communicar aos vapores húmidos huma grande agitação ( n. n. 8. j;. ) e aíGm produzir differentes eíFeltos , ainda dada a hypothc- fe do mefmo gráo de calor no thermometro.

ir Devemos pois diftinguir a quantidade do vapor húmido , da quantidade aftiva do mefmo ( n. 7.) Quero dizer : Que pode grande copia de humidade entrar na pragana , c não produzir tanto effeito , como em outra oc- cazião a menor quantidade : e que tambcm neftas diffe- rentes occafioes , v. g. de Ettio e Inverno poderão com- penfada a quantidade pela aftividade , produzir o meímo effeito differentes quantidades de vapor húmido. Será por iffo ncfte cazo a dilatação das fibras da pragana na razão compofta da quantidade agente, e da fua força aftiva, gvt do calor (n. 7. ) He

DAsSciENCIAS DeLiSBOA. 275"

12 He também para notar a dezigualdade comquc fc dcftribuc a humidade , ainda nas piqucnas diftancias do mcfmo lugar {Ob. VIII. IX.) O que moílra que efte li- quido não he como o do fogo , tendente a hum cxifto , e verdadeiro equilíbrio, o que fe manitcíla claramente nos vapores fcnllveis : Não negarei porém , que aquella dcligu.il dcitribuição nos infcnliveis feja mais approximada no cquiiibrio. Do que fc fegue , que duas praganas cm pouca diftancia poderão indicar differentc humidade.

r 5 Tod.is as oblervações concorrem geralmente a pro- var á primeira yifta , que as praganas do Gerânio Mof- cbatíim , e Malacoides são huns verdadeiros hygrofcopos , ifto he , huns indicadores geraes de haver alguma mudan- ça na quantidade de humidade. Ifto tinhão advertido os Naturaliftas , ainda que fcm tanta particularidade , e circunftancias combinadas , como fe achao nas minhas ob- fervações , c reflexões. Porque o que fe fabla, era como diz Mr. Adanfon. («) Que as praganas da capfula do Gerânio , as, da Avea , c toda a planta chamada impro- piiarncnte Roza de Jcrichò , tomavão fucceÚIva mente hum movimento de extenção , e contracção , quando fe ex- „poem á humidade , e a fecura.

14 Refta pois faber , fe o que fica dito, e obferva- vado nos pode dar ao menos alguma efperança de formar da pragana hum verdadeiro hygometro. Qiiero dizer , hum inftrumcnto , o qual feja huma exafta , e rigoroza medida, pela qual fe poíTa comparativamente avaliar a quantidade a gente de humidade que exifte no ar, pelo calculo com- parativo dos differentcs movimentos que aquella produz na pragana. Para rezolver a poíEbilidadc defte problema he neceíTario cftabelecer primeiro as condições elTcnciaes que deve ter hum inftrumcnto que fe polTa chamar verda- deira medida da humidade. Eftas fe reduzem a's cinco fe- guintcs. I. Conhecer cxaftamcntc o modo comque as par- ticulas aquofas obrão no corpo que fe jefcolhe para inftru- JNlm ii men-

(<i) Fam. dfs PI. fam. 5^. Rezultado &c.

ij6 Memorias DA Academia Real mento , e que effcito prodir/em. a. Qi-ie cfte corpo fc mof- tre o mais que poder ler icnfivel á humidade. 3. Que íc- ja inalterável o mais que poder fer á melma : 4. Qiie fe ache hum ponto fixo , e feguro , que palTa fervir de ter- mo commura de comparação , donde devão partir todas as medidas da humidade , o qual não fcja arbitrário , po- rém indicado pela combinação dos principios componen- tes do inftrumento , e da acção da cauza Ibbre cllcs : 5. Que feja durável , e além diÁb conftante nas mefmas mu- danças , dadas as mefmas diffcrenças na humidade.

ij- Pelo que pertence á primeira condição bem fe vc pelo que fica ponderado neílas reflexões ( n. i. 13.), que geralmente fe conhece o modo com que as partículas aquofas obrão nas fibras da pragana , ifto he alargando- Ihas , e fegundo a fua maior , ou menor quantidade , e in- tenfidade , produzindo os movimentos regulares de convo- lução, ou revolução. Em quanto á fegunda condição, fe tem moftrado a fua extrema fenfibiíidade ( n. n. <;. 6. e Ob. Xir. XF. Xn.) a Ob. XXII. moítra o quanto a pra- gana hc inalterável , pois a infuzao por treze diasnaagoa, não obftante ter fido colhida havia hum amio ; não lhe não deminuhio o movimento de convolução , antes fe mof- trou mais ágil nelle , do que a mais moderna , e aíTim fi- ca verificada a terceira condição. Ifto mcfmo fe confirma pela diferente côr que toma a pragana metida na agoa , ou penetrada de huma grande humidade ( Ob. XIII. )

16 O termo, ou ponto fixo donde devão partir as me- didas , he , ou a extrema fecura , ou a extrema humidade. A extrema fecura não fc pode confeguir fenao por meio do fogo , o qual produzindo-a cauzaria também a inteira deftruição da pragana. Lembrado pois , que a extrema hu- midade hchum agente vivificante da mefma, {Ob. XIII.) me voltei a procurar aquelle ponto fixo na extrema humi- dade. Para chegar a efta he precizo averiguar fe na na- tureza ha algum corpo , que fe poíTa confiderar naquelle cftado : Sendo pois as partículas aquofas os primeiros ele-

men-

DAS SciENCIAS DE LiSBOA. 277

mentos da humidade , cfta fc augmcntará a proporção , que aqucUas mais fe acumularem , c ajuntarem cm huai cfpa- ço dado, porque então também a fua acção feiá m;.is f:;r- tc. Deite modo confiftirá a máxima humidade na máxima contiguidade das partículas aquofas , e por conícquencia o máximo gráo da fua acção, como bem advertio Mr, De Luc. (//) Ora achando-í'e na agoa as particulas aquo- jf;is ncfte eftado , qualquer corpo mergulhado ndla, e pe- netrado de forte , que não polTa receber mais , fe deverá confiderar como chegado ao termo de poíTuir a extrema humidade porque então a intenção da acção das particu- las aquofrs ícrá a máxima cm razão da fua m.axima con- tiguidade. Prcfcmdo agora da maior acção que o calor lhe pode communicar, a qual confideramos como cauza externa ao eftado aquofo (n. n. lo. ii.)

17 A* vifta difto mergulhada a pragana na agoa, e penetrada deila deverá experimentar a máxima acção da extrema humidade. E como o effeito que nella produz a humidade , hc o movimento da revolução , alargando-Ihe as fibras (n. n. 6. 7.) fegue-fe que a extrema humidade , conliderada como máxima na agoa ( n. 16.) deve tam- bém produzir na pragana o máximo movimento de revo- lução: E com eíFeito íe lhe defenvolvem todas as efpiras até ficar direita {Ob. XII. XXI.) Hc pois cfte eftado o que deve indicar a extrema humidade , e fera também o ponto mais fixo procurado donde fe devem medir os gra'os da mefma , deduzido da natureza de pragana , e da da cauza produftora dos fcus movimentos : Quarta condição , que fe requeria ( n. 14.) em hum inftrumento que deva fervi r de hygrometro.

18 Preparada pois huma pragana com hum ponteiro de cabelo de arame, {Ob. XFIII.) c feparado delia o an- zol com huma até duas efpiras , nas quaes também rezi- de a força de convolução , e revolução , ( Ob. XFII. XXIII. ) c ageitando-lhe hum moftrador efpiral , accommodado ao

mo-

(</) Mcm. fur un hygr. compare 177?.

278 Memorias da Academia Real movimento da mcfma pragana (o que fe pode effcftuar por meio de rarios enfayos , communicando-lhc para cíTc fim, por via da agoa a extrema humidade, ( n. n. 16. 17.) a qual deve obrar ncUa huma completa revolução , ( Ob.

XII. XXI. ) e por illb mefmo polia a prumo ; ) naquel- la parte do moftrador, que ella neítc eftndo apontar íe porá o ; ifto hc cftado da pr '.gana , que indica não haver fccura alguma. Afinal ado eftc ponto fixo dahi para bai- xo fe hirá cada vez mais a pragma afuftando da extrema humidade, e affim o feu progrcíTo de convolução indicará a maior, ou menor fccura, ou para melhor dizer a maior, ou menor humidade relativa ao ponto fixo cftibclecido. Deite modo partindo-fe de o fe poderá dividi o moílrador em efpaços iguaes , fubdivindo-os em outros : ailim fe for- mará huma efcala , que confiará de gráos não arbitrários , porém todos deduzidos de hum termo fixo, c natural- mente eftabelecido pelo movimento de hum iftrumento , no qual a extrema humidade tem huma acção certa , e produz hum effeito determinado.

19 Vamos a ver fe a pragana he durável , e alem diíTo conftante nas mefmas mudanças , dadas as mefmas diffcrcnças de humidade , que he a ultima condição , re- querida em hum bom hygrometro. (n. 14.) Pelo que per- tence á fua duração, parece, que efta fe deduz da conf- tante fenfibilidade á humidade , por mais de hum anno , o que moftrão todas as obfervações {Ob. XX. XXL) e as reflexões feitas fohre ellas. De forte , que não fem fun- d imcnto fe poderá conjcfturar a fua dilatada duração. E ainda que a obfervaçao de muitos annos he a que po- derá determinar cfte ponto com certeza ; com tudo á vif- ta da vivificação da pragana por meio da humidade {Ob.

XIII. XXII.) nam poderemos bem inferir, que a praga- na he huma molla , ou mufculo vegetal , a quem a humi- dade (que nos outros corpos caufa dcftruições promptas ) he mais capaz de confervar , do que de dcftruir ? Ao menos he certo, que nós temos exemplos nos Reinos Vegetal, c

Ani-

DAS SciENCIAS DE L1SBO4. iy^

Animal , que fazem cíle nolTo pcnfamcnto mais crivei { Porque temos a conferva , a qual ftfca reverdece iia agoa , e o com que cila íe cobre fecando-o ao Sol , fe pre- cipita na melma agoa , alli reverdece , e apparccc na tur- ma de huma nova conferva. (a) Temos os mufgos , que fccos por muitos annos , tem a propriedade de recupera^ a primeira verdura quando fe humedecem, (è) Emfim , temos os Vermes , obTcrvados ultimamente por Mr. Fon-: tana no efporao das efpigas de trigo que padecem aquelr la doença , os quaes fecos de forte , que torcidos fe def: fazem , com tudo na agoa revivem , e appareçem com todos os feus movimentos, (c) Mas eu quero que as ob- fervações determinem , que depois de alguns annos a pra-? gana pcrdeo a fenfibilidade , ou fe lhe diminuio : não he huma vantagem ter hum bygrometro com a,quelia dura- ção ? E a facilidade de fabricar outros que a natureza nos prepara annualmentc , não recompenfa bem efta per- da .?

20 Porém não bafta que na, pragana dure a fenfibili- dade , he precizo mais , que ella conferve a mcfma , de forte , que dada a mefma differença de humidade , a ef- ta correfponda o mefmo gráo de fenfibilidade. (n. 14.) Eíí- ta he huma das condições a mais elTencial. Para verificap cfta condição feria precizo conhecer certos corpos , e certos tempos , em que aquelles j e a athmosfera tiveífem certa quantidade de humidade , e então obfervar a prsr gana naquelles cafos femelhantes. Porém ifto não podi^ fer fem ter outra medida com a qual comparada a praga- na fe examin.ille. Não podendo pois certificamos nem de eftados femelhantes da athmosfera , nem fe tendo tamben^ ate agora achado aquella medida exemplar , com a qual fe pofsão comparar os eftados da pragana ; fegue-fe, que fe o ponto fixo da extrema huigidade applicadQ em diffe- rentes tempos , e circunftanci^^; lie que pólie fervir dp

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U) Bomar. V. Conf. (*) Adanfcm Fam. des íi^"-'''""- " ~ '

(O Ob. fur la Phyj. &c. ]anv. 177Í.

^So Mkmofias da Academia Real

iémn. pnra fabcr , fc á pragana dada nquclla humidade hc conftante na mcfma mudança. Ora pelas oblcrvaçocs fei- tas á mais de luim anno , c repetidas cm diffcrcntes tem- pos ( Ob. XII. XX. XXI. ) fc tem vifto , t]iic a pragana metida na agoa , começa , e completa a fua inteira revo- lução , o que não podia fucccdcr fem confervar a mefma fenfibilidadc ao mefmo grcáo fixo de humidade. A qual conftancia fc confirma pela indicação conftante , não obí- tantes os obftaculos ( OZ?. XIX.) Donde podemos inferir, que em todos os cafos , e occafioes cm que a pragana he fenfivel á extrema humidade , também o fcrá com a mef- ma uniformidade , dadas outras mcfmas differcnças de hu- midade : quinta c ultima condição , que fc requeria para hum bom hygrejnetro.

2 1 He verdade que muitas vezes a pragana metida na ■agoa, e comparada com òUtra(0^. XXI.)., ou obfervada Jierfi , parece não fc moftrar logo fenfive! á extrema humidade , ao mefmo tempo que logo obedece , ou ao hálito infcnfivel da expiração, (Oh.X.) ou a qualquer ou- tro vapor ( Ob. XI. Xr. ) Porém no cafo de comparação pôde caufar aquella difFerença a diverfa grolTura c fuper- ícic , a qual não pôde fer penetrada da agoa em igual tempo, como fe advertio (Oh. XXI.) : ou também al- guma diíFerença na eftruílura primordial , quando as pra- ganas são de differentcs plantas. Por ilfo cfta compar;ição ■fe deve fazer , dadas as circunftancias de que abaixo fallarc- mos. Obfervada porém a pragana poríl fó, mctrida na ■agoa , expofta ao vapor , de que pouco falíamos, nam fe pode negar a difi^crente fenfibilidadc. Ifto porem não deve admirar a quem confiderar o cftado das partícu- las aquofas em hum e outro cafo. Porque a attracção mu- tua das partículas da agoa , he maior do que quando fc acha reduzida a vapor ; e' aífim he mais difficulroza a iu- troducção delias na pragana ; o que caufa a demora ol">- fervada. Alem diflb he precizoexpcllir-fc o ar, a que op- põem alguma refiftencia o liquido aquofo , que comprime

.u . ;; •:. O

I

DAS SciENcrAs DE Lisboa. 28r

o corpo da pragana. Acrcfcc a tudo ifto a rellftencia da incfiua agoa , que a pragana deve vencer com o movimen- to de revolução. Ora nenhuma deftas coufas fe no ca- fo do fimplcs vapor aquofo , ao qual por iflb raefmo deve mais promptamentc ceder a pragana.

2 2 Também o ar, a que a pragana fe acha cxpofta , a pode cobrir com particulas de varias efpccics, e allim fer- vircm de obftaculo introducçao das particulas aquofas , c rccardar-ie a promptidíío da fua fenfibilidade ; cfte incon- veniente porém fe pódc remediar , remoçando a pragana por meio da revolução feita na agoa com frequência , e lavando-a depois com huma pouca de agoa ardente : o que lhe fará alcançar o vigor ccftumado.

23 De tudo iíbo fe fcgue , que a pragana do Gerânio pódc fubminiítiar hum bom hygrometro , com o qual não podem ter comparação os hygrometros até agora defcuber- tos. E pura me não dilatar na relação hiftorica de todos elles ; bafti dizer que cUes erao , ou efpigas de avea , de que iifava o P. Magnan , ou a palha da mefma , de que fe fervia Torricelli , ou fe fabricavao de cordas de linho , cujo maior ou menor torcimento movia hum pon- teiro fobre o fcu moftrador , a quem deu nova forma o celebre Sturmio Holandez : ou de cordas de tripa , por cujo diffcrente fom julgava o P. Merfenne da diflferente hu- midade doar. Também fervirão à&hygrometros ils efponjas humedicidas na diíTolução do Sal ammoniaco , c poftas cm balanças muito fenfiveis ; às quacs fuccederao os Saes , que fe fazem mais ou menos pezados , fcgundo a maior, ou menor humidade. No fim do feculo paflado , fe fize- rão em Inglaterra hygrometros de tenuiíllmas planchas de Abeto. Veio ultimamente ao penfamcnto {a) , que a maior ou menor refracçao de hum raio de luz , feparado por meio do prifma, e recebido em hum papelão negro, de- notaria a maior , ou menor humidade do ar , ou a inteira fecura fe fe não refringiífe.

Tom. 1. ^Nn Po-

{a) Mr. S.^vcricn. Hift. de L'air.

a8i Memorias da Academia Real 24 Porem todos aqucUcs erao hygrofcopos ( n. 14.) e nSo hygrometros pois para cftes entre as condições apon- tadas (n. 14.)? huma das mais cíTenciacs he o ponro fixo donde fe dcvao computar as medidas da humidade , o que nelles faltava. Além difto não eríío conftantcs, e baf- tanteniente fenfiveis , no que a pragana hc maravilhofa. A refracção do raio da luz , além de não fer fempre prati- cável , requeria também hum ponto fixo , donde fe ava- liaíTe o fer maior ou menor, relativamente á humidade do ar: ora procuralla na extrema fecura da mefma , pela fal- ta total da refracçáo , feria coufa detficultofa , para não dizer impoffivel , por não fe achar o ár inteiramente def- tituido de vapores húmidos.

25' Da falta de hum bom hygrowetro tem nafcido não fe ter adiantado a Fifica Meteorológica , a refpcico dos eflfeitos que produz hum agente tão univerfal , e aftivo , como he a humidade do ar , cujo conhecimento intereíTa não a nolTa curiofidade , mas também a noíTa econo- mia e faude. Os defejos de achar hum inftrumento tão necelTario , excitarão as meditações , e trabalhos de Mr. De-Luc , os quaes elle prcfentou em 1773 á Sociedade Real de Londres , em huma Memoria que efcreveo fobre hum higrómetro comparável, {a) Efte confifte em hum pequeno cilindro de marfim com azougue, ao qual fe acha ajultado hum tubo de vidro de hum thermometro , com graduação fei- ta fobre a mefma idêa. A humidade alarga as fibras do marfim , e faz defcer o azougue ; a fecura as aperta , e o faz fobir. São para admirar as engcnhofas , e felices lem- branças defte grande Fifico , e mais que tudo o methodo com que fe guiou em huma femelhante defcubcrta.

26 He porém para fentir que algumas defficuldades ainda obftem á inteira perfeição. Eftas reconhece o mef- mo celebre Author , e efpera que os trabalhos dos Fificos as defvanccerão para o futuro. Porém quem poderá fegu- rar , que todas as partes de hum dente de marfim tenhao

igual (<j) Rozier obf. fur la Phyf. &c. P. 5. Mai 177J.

DAS SCIEN CIAS DE LiSBÒA. 2^3

iíTual eftrufkura de fibras , ou que os cilindros tirados ain- da do melmo fitio poíTuíío igual textura , c que niío te- nhão diffcrcnça alguma em quanto á fua dilatabilidade , e fenfibilidadc ? Qlic as imprelsócs do torno , c ferros com que fe fabricao lhe não caufem alterações , e cortes dif- ferentes , os quaes produzão huma diyerfa dilatabilidade ? Aldm difto os grdos daquelle hygrometro são formados fobre o afcenço , e dcfcida do mercúrio, os quaes não são promovidos pela dilatação ou aperto das fibras do cilin- dro , mas também pelo maior , ou menor gráo de calor. Para eíTc fim Mr, Dc-Luc o faz acompanhar de hum ther- mometro , pelo qual fe devem defcontar os effeitos do ca- lor para fc faberem ao certo os da humidade. Fica pois fendo o bygrometro juntamente thermometro. Ora cita com- plicação faz incerta a graduação. Porque fendo ella ainda defeituofa nos fimples thcrmometros , cuja graduação não hc , como devia fer , proporcional aos progrelFos da dilatação , e condenfação do licor , e por iíTo mefmo fem progrefsão decrefcente em hum e outro cafo também o hygrometro fica fugeito a cila mefma irregularidade. Do que fe fegue , que fe não poderão contar ao certo os gráos da humidade , fendo incertos os que fe devem diminuir de calor, E ainda muito mais irregular fica no hygrometro íi progrefsão da fubida , e defcida do Mercúrio , por fe a- char variada , c complicada pelas dilatações, e comprefsóes das fibras do marfim , que humas vezes favorecerá os ef- feitos do calor , em outras fe lhe opporá. Ultimamente o pezo do azouguc põem as fibras cm hum eftado de ten- dência á dilatação , e defte modo fazem ambigua a ava- liação do cffeito da humidade.

37 Dcftas ponderações bem fe os inconvenientes que nafcem de inftrumentos demaziadamente complicados , e que a fimplicidade hc o carafter mais eftimavel de qualquer hygrometro. Se as obfervações que para o futuro fe fizerem na pragana , confirmarem as bem fundadas cf- peranças , que temos , ella fera o hygrometro o mais fim-

Nn ii pks

284 Memorias da Academia Real pies com que a natureza abundantemente todos os annos nos favorece. E tanto mais eftimavel quanto delia íe po- derão fiibricar hygrometros comparáveis.

28 Efte he o ultimo termo de perfeição aonde pode chegar hum hygrometro. Efta qualidade o faz univerfal , porque podcndo-fe fazer muitos quefejão inteiramente fe- mclhantes ; collocados em diverfos lugares , fe poderão os feus eíFcitos feguramente combinar, e conferir, como fe folTe hum hygrometro. Para confcguir ifto baila verifi- car nelles a melma efpecifica eftruiflura , porque então os eifeitos da acção da humidade , hão de fer os mefmos , quero dizer , fera a dilatabilidade , e fenfibilidade a mcf- ma. Ora confidcrando huma planta do Gerânio Mo/cha- to, ou Malacoidesy de que uzei nas minhas obfervações , e tomando nclla hum pedúnculo , e defte hum pijtillo maduro , c bem organizado ; o qual coftuma confiar de cinco praganas ; quem poderá duvidar a identidade da tex- tura em todas ellas .'' A natureza as formou exaífliíGmamen- te fobre o mefmo plano , com huma tal certeza , a que naõ pode aípirar a arte. Poderemos pois afirmar , que os hygrometros que até agora fe fizerâo , e para o futuro fe fabricarem , não chegarão a efta perfeição de identidade , que he a bafe dos hygrometros comparáveis. Donde infiro , que as cinco praganas poderão fubminiftrar cinco bygromC' tros comparáveis.

29 Efta mefma razão de identidade , fe pôde exten- der aos mais pijtillos do mefmo peàimculo , que cofliiman- do fer muitos nefta planta , e tomando féis , poderão pe- los mefmos principies formar trinta hygrometros compa- ráveis. O numero crefcerá fe ampliarmos como deve- mos , a applicação defte difcurfo a toda a planta. Nem efta applicação poderá parecer demaziada áquelles que confidcrarcm a planta na fua origem , ifto he na fua fe- nicntc , na qual fc achão preorganizadas todas as fuás par- tes admiravelmente , as quaes não lhe obftando alterações pofteriores , manifcftas a quem fabe obfervar , devem che- gar

DAS SciENCIAS DE LiSBOA. 285

gar ao feu inteiro complemento por huma evolução fe- guida , e ordenada.

30 Tenho propofto o projefto e idéas febre o hygrO' metro vegetal , ao que , fe me não engano , tenho fido conduzido pela obfervação raciocinada. Rcfta agora aper- feiçoar efte inftrumcnto , c procurar pelas obfervaçôes fe- guintes , ou a confirmação do que tenho meditado , ou o defengano. Se o tempo , e mais occupações me permitti- rem a continuação defte trabalho , darei em outra memo- ria o refultado. Entretanto fera efte hum teftemunho do meu defejo para o adiantamento das Sciencias :

OB-

l26 Memorias da Academia Real

OBSERVAÇÕES FÍSICAS

Por occafião de féis raios, que em diferentes amos, cahirã» fobre o Real Edificio junto d Filia de Mafra.

Por d. Joaquim da Assumpção Velho.

A Natureza e propriedades da matéria elcftrica , em que tanto abunda efte. noíTo Globo , c que he principio; tão extenfo de tantos , e tão admiráveis eíFeitos ; he ainda hum dos intereflantes objeftos dos exames e in- dagação da fciencia da natureza. Os Fenómenos da Ele- ctricidade quanto mais fe multiplicão , mais fe admirão , deixando -nos com tudo baftante efcuridadc , e confu- zão para não a podermos diftinguir , e conhecer comple- tamente. Como porém o único meio que nos refta para adiantarmos nefia matéria os noflbs conhecimentos , he a ob- fervação , e o exame dos effeitos que ella nos aprezcnta , devemos não deixar em efquecimento aquelles que por no- vos , e Angulares , podem concorrer para efte fim. Efte Edificio de Mafra nos offerece efte género , alguns Fe- nómenos defta ordem , e que nos podem dar occazião a algumas reflexões úteis.

Huma defcripção miúda , e clrcunftanciada da parte do Edificio j que pode ter alguma relação com a eleftri- cidadc das nuvens : os faftos defta eleftricidade nos raios que fobre elle tem cahido ; e algumas reflexões , que me parecerão intereJTantes , completarão toda efta memoria.

Efte grande , Real , e magnifico Edificio junto á Vil- la de Mafra , alTenta n'um terreno mais alto que a fuper- ficie do mar 68 x pés; {d) o plano defte Edificio, he hum

qua-

,. / d (^) A .iltura media do Baromerro em Lisboa junto ao mar he 28.2. o

a~ttiettna altura em Mafra he 27. 5, 5. » difFerença entre eftas duas

l

DAS SciENClAS DE LlSBOA. 287

quadro quafi regular de mil palmos {d) de lado : a eleva- ção da obra até a platcbanda dos cfpaçozos terraffbs , he de 120 palmos: os corpos que fc clevão aíEma dos ter- raflbs , são os dois torrióes , as duas torres , c o zimbó- rio : Eftes cinco corpos ornão a fachada do poente , que he a principal do Edifício : Os dois fobcrbos torriões fo- bcm aílima do plano dos terraíTos até a altura de loo pal- mos , sao inteiramente de cantaria , não tem metal algum na fua conftrucçao , e acabão n'um pequeno ornato de pedra. O formozo zimbório he igualmente de cantaria ; a fua eleva- ção a/Iima dos torreões he de 177 palmos, e acaba n'uma cruz de bronze com o varão de ferro , que a fuftenta , e com os fcus outros ornatos, peza 200 afrobas (b): a mais quantidade de metal que eftá efpalhada por toda a cúpula , e a lanterna chega a 800 arrobas ; porém toda ef- ta quantidade de metal , eftá efpalhada , e desligada por toda a extcnção do grande zimbório , fendo a maior por- ção junta , a da cruz mencionada. As duas grandes e formozas torres , clevão-fe affima do plano dos terralTos 194 palmos: a fua conftrucçao he também inteiramente de cantaria , e acabão n'uma cruz de ferro , que fobe alétn da ultima pedra das fuás cúpulas 33 palmos. Efta cruz ^ com

alturas , calculada fegundo o mechodo de Mr. de Luc. / á

Long. de 5^8. o 25^89, I

Long. de 529. 5 .25'7' > V

DifFer C0117 , 2

6

Pés 70^ , 2

O calor médio em Mafra he 55 grãos da graduação de Fa- renhcic , o que correfponde quafi a 10 da de Reaumur , deícon- l_

tando pois \i de 705 , 2 ri 22 , o , <5 , 70? , lo

22 , 06

Reftáo. . . . . 681, 14

V t (/t) O palmo que rAcde efta obra , vale , 8 2 , 26 , de de Rei à* Pariz. (J)) A arroba vale 52 lib. de 16 onças cada huma.

288 Memorias da Academia Real cem os ornatos que lhe pertencem , pcza 226 arrobas : em cada huma das torres ha por hum calculo diminuto i^ç^^a arrobas de differcntcs mctacs : efta enorme quantidade de metal, cítá toda repartida, e communicada do modo í'e- guinte.

O grande varão de ferro que enfia a cruz e mais ornatos, em cada huma das torres, paíTa ao interior da cúpula , e he ahi atarracado por huma groíTa porca de bronze , que cncofta fobre huma larga chapa de ferro , cfta chapa divide-fe em quatro fachas , que dcfcem pelos quatro cantos da cúpula , até encontrar huma forte grade de ferro , que liga o corpo quadrado da torre , cm que aflenta a cúpula : fobrc efta grade e n'uns valentes caxorros de bronze , dcfcança huma grande trave de ferro de 20 palmos de comprido palmo , e meio de alto , e trez quartos de palmo de largo , dividindo ao meio o alto da torre. Nefta trave cftá fufpenfo o fino que foa as horas; o qual por íi peza 800 arrobas. Por baixo defte fino , na diftancia de algumas polegadas fica huma efpecie de andaime formado de groflas traves de páo cavilhadas , e chapeadas de ferro , e cubertas de chum- bo. Os dois finos dos quartos eítao logo por baixo def- te andaime , fufpcnfos n'uma trave também de ferro , e de volume igual áquella que fuftcnta o fino das horas. Cada hum dcftes finos tem o feu martelo , de pezo pro- pocionado , o que bate as horas peza 20 arrobas. Eftes martelos são puchados por três groíTos arames de ferro ; que atraveíTando os andares das torres acabão no mais in- ferior , aonde prendem no admirável jogo dos relojos. Por baixo dos dois finos, que foão os quartos, eftao dif- poftos em quatro ventanas 6 finos ; a diftnncia que ha nas bordas inferiores deftcs finos de humas a outras , he de dez palmos,' e os arames que puchao os trcz marte- los das horas , e dos quartos , paíTando encoftados a hum angulo das torres, diftão cinco palmos dos dois fmos , que lhe ficão ao lado : os nove finos defte fuperior

an-

DAS SciENGIAS DE LiSBOA. 289

andar das torres , as duas traves de ferro ; a grande cha- pa, cruz , c feus ornatos, pczão juntamente » 45)500» arrobas.

O fegundo andar he hum confuzo tecido de finos , badallos , martellos , e arames. Os finos são 48 , difpof- tos pelas ventanas , c no interior das torres fufpcnfos cm groíTas vigas de páo chapeadas. O primeiro fino na gran- deza , peza além da porca e ferragens 666 arrobas; os outros viío diniiuuindo no volume , e pezo , conforme he precizo para fazerem a admirável confonancia , que fe experimenta quando tocão os relojos , e carrilhões. Cada hum deftes finos tem além do badalo , dous , três , e qua- tro martelos de pezo proporcionado : todos eftcs badalos , c martelos eftão ligados com arames de latão , mais ou menos groflbs, que vão prender nos differentes jogos dos relojos , e carrilhões. Os 48 finos deftc andar com as fuás porcas, ferragens, e badalos, com 144 martelos, dos quaes muitos de muitas arrobas , com mais de .200 groflbs e compridos arames , com hum fem numero de molas , chapas , &c. pézão , fegundo a mais exaíla ave- riguação 7 (^000 arrobas.

De todos os martelos defte fegundo andar defcera arames , que vão prender nos chamados papagaios , ou te- clas , no admirável jogo dos relojos , que aflentão no an- dar inferior das torres , no plano dos tcrraflbs. O grande jogo deftes relojos , reprczenta hum ordenado montão de bronze , aço , e ferro , que quanto mais fe examina mais fe admira , até pela magnifica fuperfluidade da fua riqueza e ornatos. Toda cfta maquina fe move puxada por três grandes pezos de chumbo , que equivalem a 6$o arro- bas : eftcs trcs pezos puchão outros tantos groffos cala- bres de linho cânhamo , defcendo por duas calhas até o inferior das torres. Neftc andar he mais difficil o calcular o pezo dos metaes , por ferem todas as peças defte admi- rável jogo differentes , e de figuras irregulares j com tu* Tom. 1, Oo du

290 Memorias da Acadkmia Real do na prezença ninguém duvidará que cfte aftdar conte-* nha até 3(^000 atirobas de metal.

Confta defta difchpçao : i,° , que as duas torres são os corpos mais elevados deite grande Edifício , fubindo afli- ma dos terraflbs quafi » aoo palmos. 2.^ , que cada huma das torres encerra cm li i4(|)5-oo arrobas de metal. 3.° , que cfta enorme porção de metal , ellá toda ligiida , e communicada entrcfi. 4. ° , cue o zimbório he menos ele- vado que as torres. 5. ° , que a porção de metal no zim- bório , não paíTa de 800 arrobas , e que cfte metal eftá todo desligado e feparado.

Eftes refultados hão de fcr attendiveis nas rcflexõeí que fe feguem aos faftos que vou a cxpôr.

Defdfe o anno de 1717 em que íc alTentou a pri»- hiélra pedra defte Edifício , até ao prezente de 1786 , tem cahido fobre elle 6 raios , de que pude alcançar noti-^ cia certa : exiftem ainda hoje nefta terra algumas peíToaé que fe lembrão de todos eftes raios, ainda que perderão inteiramente a lembrança do anno , e dia dos três mais antigos. O primeiro caiiio ainda muito no pritícipio da obra, no Ctio que ferve hoje de Capclla do Síicramento, c matou hum homem dos que ahi trabalhavão. O fegundo cahio fobre a torre do Sul depois do anno de 173 i , hão fez outro eftrago mais do que abalar muito pouco algumas lagcs do pavimento , em que aflcnta , c fc crava o jogo do relojo. O terceiro cahio fobre a mefma torre : dcftè pude alcançar noticias mais individuaes ; porque achei ainda nefte Mofteiro peíFoas , qúe bem a ícu pezar, eftavâo na torre quando foi accommetida. N'uma trovoa- da desfeita junto á meia noite , eftavão repartidos nas duas torres dczafeis Donatos dos R. R P. P. da Provinci* da Arrábida , antigos habitadores defte Mofteiro : cftcs Do- natos fazião dobrar todos os finos do andar fuperior das duas torres , com o fim de afugentarem os raios , fegun- do o antigo prejuízo. Na torre do Sul eftavão 8 Do- natos , neílc penofo , e então perigofo exercício : paflbii

DAS SciENCIAS DE L I S B O A. 2<)I

a cfte tempo a nuvem elcftrizada , c fez a fua explosão fobrc a torre com hum clarão , c eftampido horrível : im- mediatamcntc íe virão os pobres Donatos cercados de fo- go, c accomcttidos por largas, e compridas efpadanas do mcfmo fogo , que fihiao das bordas inferiores dos finos, que elles largarão logo , precipitando-fe em confusão pe- la efcada da torre abaixo , hum cahio alfombrado , po# rém fém outro damno : a torre ficou inteiramente illcza, e o raio le coníumio todo nos fcus mctacs.

O quarto , e mais notável pelo leu eftrago , cahió no zimbório a i8 de Fevereiro do anno de itój , wouco depois das féis horas da tarde : o trovão , e relâmpago que acompanharão efte raio , forão horrorozos , até ao ponto de derrubar algumas peíFoas , que a eíTe tempo palTavão pelas praças que cercão o Edifício : a fua aftividade pare- cia incrível a não fe demonítrar pelos feus effeitos : a for- moza , e grande alanterna , he a parte do zimbório que fofreu todo o feu impeto; cfti peçi não cahio; porém fi- cou inteiramente damnificada. Eu ainda cheguei a ver c a obfcrvar efte eftrago antes que fe reparaííe : a cruz , os feus ornatos, e a grande pedra que 'coroa a alanterna ; ficarão intaftas ; efta pedra he inteiriça, e he atraveífada em toda a fua groíTura pelo varão de ferro que fuf- tcnta a bola , cruz , e mais ornatos de bronze : dcfta pe- dra pêra baixo não pude delcobrir huma outra em to- da a alanterna , que não ficalfe , ou fora do feu lugar , ou aberta e lafcada , ou feita em migalhas , ou tudo juntamente, pareccr-mehia impoflivcl fe o não viíle , que huma peça tão dettroçada , e defpedaçada fe fuftentaíTe , confervando o feu prumo. As lafcas, que pelo vão da grande cúpula cairão na Igreja , carregarão depois vinte carros , quando foi precizo alimpar aquelle entulho. Al- gumas pedras de muitas arrobas forão defpedidas com tal força que falvando os tcrraífos, cairão muitos centos de paíTos longe do Edifício. Depois dcfte eftrago na alanter- na, o rcfto do raio yizitou toda a extenção da grande Oo ii cu-

i^z Memorias da Academia Reai, cúpula , deixando finacs bem fenfiveis da fua prezença em muitas pedras lafcadas , c chamufcadas , e no íem nu- mero de vidros , que defpedaçou , cm todos os grandes caixilhos , que são de ferro ; Daqui efpalhou-re por to- da a Igreja, c nos lugares mais diftantcs deite elpaçozo Templo fe acharão os Icus effeitos , maiores ou mais pe- ■í^uenos : na CapcUa mor , e na do Sacramento , que en- tão era no Cruzeiro , confumio os fios de metal que or- navão as borlas, que pendião dos fundos das 14 alampa- das que alumiavão eftes dois Altares : huma grande vella d'huma grande tocheira que eftava no pavimento da Ca- pella mór, faltou com impeto do caximbo que a fegura- va : como a Igreja eftava dezerta a cfle tempo , nenhuma peíToa perigou ncftc terrível Fenómeno, (a)

O quinto cahio na torre do Norte no anno de 177a a 4 de Dezembro , pelo meio da tarde : a trovoada era forte , e imminente : alguma curiozidade me levou a huma janella do Mofteiro ; aonde julgando-me em feguran^a po- dia obfervar bem as duas torres , e o zimbório. nefle tempo fe tinha paíTado ordem para que fe não tocalTcni os íinos por occazião de trovoadas : cfta novidade foi de- fagradavel ao povo , e nefte dia fe lhe fez fummamente pezada : dois oíRciaes dcfta obra que ainda hoji aqui cxif- tem , levados de hum zelo indifcreto ; introduzirão-fe na torre do Norte , ajuftados a dobrar o fino chamado de Santa Barbara : não tinhao tocado meio quarto d'ora , quando hu- ma nuvem elc£lrizada defcarrcgou fobre a torre o raio. Eu vi deftinftamente romper-fe a nuvem , e accomettcr a fetta de fogo o mais alto da torre. O fino parou imme- diatamente , e a forte dos que o tocavão me aíTuftou , e confternou ; procurando mandar-lhc algum foccorro , achei , que tinhâo defcido por feu , e me atteftarão , que fe

vi-

(/») Os auatro r.iios que acabo de referir , caliir.ío .liiida no tcnipo cm que os R. K. P. P. da Província dn Arrábida habitaváo eftc Mofteiro ; oi ^ous cjue fe feguem , são depois que os Cónegos Regrantes o polFuctn por dgaçit) do 5enhpr Rei D. jofc o I.

DAsSciENeiAS DeLiSBOA. 2^3

virão cercados de fogo , como fe a torre toda por hum inftante fc inflamaflc ; porem que não fentirao cm íi ou- tro algum cffcito mais , do que o de hum grande fuf- to c perturbação , vifitei , c examinei no outro dia a torre , não achei ncUa novidade alguma , que pare- ceíTe cfFeito do raio.

O íexto foi de todos o mais notável , por fer d'hu- ma força extraordinária , pelo eftrago que fez não no Edifício , mas nas pelToas que fe adiarão no feu alcance ; c pela circunftancia de acometter a Igreja ao tempo d* huma acção folemne , em que a Capella-mór eftava cheia de miniftros , e o grande cruzeiro de numerofo povo* N'um Domingo 19 de Março deite prezente anno de 1786, dia de S. Jofé , juftamente ao tempo que dobra- vão n'huma torre quatro grandes finos , e repicavão ou- tros tantos na outra fazendo o ultimo toque folemne pa- ra Velperas ; eftando juntos no Coro em communidade oi- tenta Cónegos , principiando efta hora com a folemnida- de competente fcgundo a ordem do dia; achando-fe no cruzeiro quafi 200 peíToas das que vinhão concorrendo para o Sermão , que devia fcguir-le ás Vefperas ; juftamente nef- tas circunftancias , huma nuvem negra , efpefla , e muito ralleira , puchada por hum tempeftuofo vento de N. O. fez a fua explosão cm diftancia confideravel do Edifício , por fima do meio da praça que lhe fica ao poente , e def- pcdio juntos dous raios em direcção obliqua á torre do Sul , com hum trovão , e eftampído horrorofo. A gente que vinha ao largo caminhando para a Igreja , vio deC« tinftamcnte romper-fe a nuvem , e dtfparar juntamente como duas fettas de fogo , c accometerem ambas a mei- nia torre , entrando huma pelo mais alto delia , e a ou- tra por hum grande arco , que lhe fica debaixo : efta mu- dou ahi de direcção , bufcando hum grande cancello de ferro que fecha o Átrio da Igreja ; cftalou , c arrancou ao defte cancello algumas lages , e lafcou huma pequena porta: no alto do cancello partio , e affiftou huma pedra,

em

i94 Memorias da Academia Real cm que dcfcança a verga de ferro do mcfmo cancello"; junto a cila verga fica a frcfta da caHia por onde fóbem , c defccm dous grandes pczos de chumbcj , que puchao o jogo do relojo , por meio de dous groíTos calabres de li- nho cânhamo, os pczos então eftavao no mais baixo da ca- lha , c efta algumas horas depois , exalava hum fétido bem caradlcriftico do raio. Por aqui julgo fe communicon allima á torre, ajuntando a fua aílividade aquclLi do raio que ao mcfmo tempo a accoiricrcu pelo alto. A cantaria , e madeiramento da torre ficarão illezos ; os trcs groíTos arames que puxão os martellos dos quartor , e das horas , quebrarão no mais alto junto aos anéis ; quebrarão mui- tos dos outros arames , e outros faltarão feira dos fcus lu- gares : nove homens que dobravao os finos, virão-fc cer- cados de fogo j porém não tiverão outro mal que o de hum grande fuílo.

A matéria que fe não pôde cevar , e abforber nos mctaes da torre , dirigio-fc para huma efcada , que lerventia á mefma torre ; quebrou a porta defta eícada , que por eftar aberta fe encoftava fobre pcqas òz metal ; demolio , e defpedaçou quinze dcgráos de pedra dcfta ef- cada ; arrombou huma forte parede de cantaria ao lado da efcadaj partio ao meio quafi de alto abaixo huma coUimna da ordem compofta de 32 palmos de alto, que fe encoftava a efta parede ; abalou , e afaftou dos feus lugares pedras de pezo enorme. Contiguo ao lugar dcftc eftrago fica o terralTo que cobre as Capellas do corpo da Igreja ; eftc terralTo he forrado de chapas de chumbo por entra. 3 abo- beda , e ladrilho cm toda a fua extensão ; no lugar do eftrago faltarão as pedras , e tijolos , que cobrião efta cha- pa , e junto das grandes janellas , que dão luz para o cruzeiro da Igreja eftão também eftilados e arrancados os tijolos, até fe ver a chapa : os caixilhos deftas janellas são inteiramente de ferro , nellcs o raio moeu , c fez cm pe- daços todos os feus vidros , c por elles entrou na Igreja. Nefte efpaçofo lugar tomou diffcrcntes direcções ;

vi-

DAS SciENCIAS D t LiSBOA. i^f

viráo-fe paflar faifcas por muitas partes , e nos lugares mais diftantes ficarão finaes certos de ter ahi chegado. O povo que citava cfpalhado pelo grande cruzeiro , foi accom- metido por diffcrenrc modo , e força ; cinco homens c hunia mulher ficarão proftrados de forte , que por muito tempo fe não poderão fufter em pé; trcs homens que ef» tavão aíTentados n'um banco forão arrcmeç.idos ao chão por impulfo do mefmo banco; todos cftes ficarSo mais ou menos offendidos em alguma parte do corpo , e dos vcf* tidos; o rcfto do povo padeceo o fuíto , e muitos tiverão parte dos veftidos chamufcados. A fccna no Coro foi mais trágica. Vio-fc dcftinflamente entrar huma faiíca na direc>. ção do grande alampadario do Altar-mór, que he fer- ro , e bronze. Dous Cónegos dos paramentados com Plu-r viaes inteiramente de feda , que eftavão no pLino do Pret- byterio immediatamente por baixo do alampadario , forão feridos por huma faifca , que dahi faltou , e que os fez cahir de coitas fobre os degráos do Prcsbyterio : hum <lelles ficou mortal , e palTou mais de hum quarto de ho- ra primeiro que delTe iinaes de vida , e depois de 24 horas he que tornou ali inteiramente. Os feus omamen- Tos , e veftidos ficarão intaílos , menos o çapato do di- reito , que teve o talão todo defpedaçado. A cara , e mais •corpo deite Cónego ficarão muito queimados : o lado di- reito , c as coitas tinhao vergões, e liftas como fe tiveíTc fido aíTado n'umas grelhas : huma cura bera dirigida lhe conferva a vida , e o vai reitabalccendo. O outro não chegou a perder os fentidos ; foi acometido pelas per- nas , em que lhe faltou inteiramente o vigor ; achou-fe -queimado na curva da perna ciqucrda , c junto ao fan- ■gradouro do braço direito ; o çapato do efquerdo fi- cou rafgado defde a pala por todo o comprimento dope; ■nas duas mangas da veitia , e túnica, do braço direito, tio lugar correfpondente i queimadura , havia hum peque- no buraco crcftado em roda , como fe foUe feito por hum arame em braza. O primeiro deites Cónegos lie de eíta-

tu-

"■ioó Memorias da Academia Real tura baftantemente alta ; cftava muito próximo a huma das alampadas , donde lhe faltou a faifca ; cfta alampada apagou-fe , e ficou como creftada n'um pequeno ornato por onde defpedio a faifca ; os veftidos deftcs dous Có- negos , e a mefma carne oíFendida , exalaváo hum fétido , e fartum eleítrico , fummamente a£tivo , e fuffocante : em toda a Igreja , e em todas as mais pcíFoas , que forão to- cadas, ou no corpo , ou nos veftidos, continuou por mui- to tempo efte fartum. O pavimento de mármore que cor- refpondia aos pés deftes dous Cónegos , ficou com alguns pequenos buracos , e duas alcatifas que cobriâo o Pref- byterio forao ahi mefmo retalhadas. Toda a mais Com- munidade ficou mais ou menos alTombrada , quafi todos os Cónegos da parte da Epiftola , fcntirao algum máo effeito.

Confta de todos os faftos que acabo de referir. I. , que no efpaço de 6o para 70 annos tem fido efte Edifí- cio de Mafra accometido 6 vezes pelos raios. II. , que «ftes raios tem fempre ahi procurado os corpos mais ele- vados. III. , que tem fempre bufcado , e feguido os mc- taes , com preferencia a outro qualquer corpo.

Efte Edifício de Mafra tem fido feridos pelos raios 6 vezes no efpaço de 60 para 70 annos. Não fera fácil tichar em todo Portugal hum Edificio , que dentro def- te tempo tenha padecido igual numero deftes defaftrcs ; mas também he certo , que nenhum outro eftá igualmen- te cxpofto a eftes cafos : a grande elevação do terrena ■em que aflenta efte Edificio , o muito que as fuás torres fóbem pela athmosfera affima : a enorme quantidade de metal que em fi encerrão , são difpofições fingulares , na- turaes , e as mais próprias para defafiar os raios das nu- vens : nefte cafo he fummamente receavel , que toda a nuvem eleftrizada , que paífar imminente , ou muito próxi- ma ao Edificio defpeça fobre elle os feus raios , o que não fuccede fempre , nem ainda com frequência nos outros l^ue não eftão neftas circunftancias. Efta difterença notável

não

DAsSciENciAS DE Lisboa. ip7

não pódc ícr attribuiJa d difpofiçao particular do lítio : o dcítiifto de M;;fra tem muitos edifícios , contao-fe dous ate trcs , que furão feridos huma vez pelos raios-; as mi- rhas obfcrvaçdes meteorológicas dão de/ , atd doze tro- voídi^s no anno , g cm poucos ha mais de duas próximas; as immincntes são muito raras; noefpaço de 15 annos em c]uc habito cftc Mofteiro ainda cqui não houve huma iflacionaria : donde fe fegue , que cite fitio não pode fer notado de tempeítuofo , e fugeito a trovoadas : as dif- pofiçõcs próprias do Edifício , e principalmente as fuás tones , tem toda a influencia ncftes cafos. Elic Edifício hc bem comparável ao da Cathedral de Santo Eftevâo em Vicnna d'Auílria ; ahi a torre domina exceíliva mente não a Igreja , mas toda a Cidade ; a altura dcfta torre he de 434 pés (a) de Vienna , o que em palmos quaíi éfo , o fecho da torre he huma muito aguda pyrami- dc cónica , que com o feu ornato faz quafi metade da al- tura : cila torre encerra também cm li huma grande por- ção de metal , além do grande , e magnifico ornato de huma dobrada Águia , e de huma dobrada Cruz de bron- ze douradas , que fahe muito affima da ultima pedra da torre ; ha na parte fuperior e central da pyramide huma groíTa barra de ferro de 63 palmos de comprido , que firma o ornato , e liga as groílas cintas de ferro , que de cfpaço a efpaço fegurao a ponta da pyramide. Efta torre he accometida dos raios frequentemente : contão-fe pou- cos annos , em que não tenha algum dcfaftrc. No anno de 1776 , a 2 de Julho , cahirão fobre ella dous raios, cm menos de hum quarto de hora; e em 1782 a 11 de Junho , três dentro do mefmo tempo. Efta torre excc- uc em altura ás de Mafra , mais do dobro ; em Vienna c.'AuÍLria ha trovoadas , mais frequente , mais fortes , e in.is importunas que em Mafra ; fe efta razão he o ex- cclTo de frequência de raios, que aqucUa torre tem fobre Tom. I. Pp ef-

{a) Ingen-houz ProfeíTor em Gortingem , Nouvelles experienccs

de Phyliijuc p.ig. 6tj.

298 Memorias da Academia Real cftas. Mas que cíFeitos funcftos nao faz recear eílc trifte exemplo fobre as torres de Mafra , c ainda fobre todo o Edjficio ? Dcfgraçadamcnte os íeis factos referidos con- firmão o quanto cfte receio he bem fundado.

Os raios ncftc F.dificio de Mafra tem fcmpre procu- rado os corpos mais elevados , as torres , e o zimbório , eftc fa£lo não he particular em Mafra : todas as obferva- ções que temos fobre os raios dão efta preferencia deci- dida aos corpos mais altos. A torre de Santo Lftevão em Vicnna d'Auftria , de que acabo de fallar , he talvez o Edificio mais elevado que fe conhece na Europa, mas hc também o mais frequentado, e perfcguido dos raios. O grande zimbório de S. Paulo, e aforre da Igreja de San- ta Brizida em Londres , a torre de S. Marcos cm Vene- za , a torre da Cidade de Sena , e outros muitos corpos excelGvamente altos , e como infulados na athmosfera , são frequentemente feridos pelos raios na razão da fua elevação , e do concurfo das trovoadas naquellcs litios. As torres de Mafra , cntrao indifputavelmcnte na ordem deftes corpos , por iflb he bem natural , que participem de huma preferencia tão tcmivcl nas vifitas dos raios. Hum incidente cazual , pode ncftc ponto dar alguma ex- cepq^o. O zimbório ncftc Edificio cftú muito chegado ás torres , he muito menos elevado que ellas , e contém muito menor porção de metal : com tudo foi ferido pelo raio , com preferencia ás torres , eftc fafto parecco-me á primeira viíía não concordar bem com a theoría conheci- da da eleftricidadc , as cruzes das torres por iflb mefmo , que são mais elevadas dcvião primeiro entrar na athmof- fera da nuvem cleftrizada , a porção de metal das tor- res , toda ligada , e eommunicada , e exccílivamcnte maior que a do zimbório , devia off^crecer ao raio hum meio deferente, e abforbente mais próprio, c prefcrivel ; po- rém eis-aqui huma circunftancia , que explica plenamente a dificuldade. Efte raiocahio fobre o 7Ímborio hum quar- to de hora depois de fe acabar a função do fegundo dia

das

DAS SCTENCIAS DE LiSBOA. íptjí

das 40 horas, que nelTc anno foi o de 18 de Fevereiro í em fcmelhantes funções ardem todo o dia na Igreja mui- tos centos de luzes , de tarde ha hum concurfo numerofo de povo , c por muitas horas a Communidadc dos Pa- dres Arrabidos conftava de 300 para 400 peíToas : todo eílc concurfo, com o grande numero de luzes devia pro- duzir huma extraordinária rarefacção no ar, e obrigallo a fair com impcto por qualquer abertura que achaíTe : ora cm toda a Igreja não ha palHigem livre para o ar fe não pelo alto do zimbório , eíte ar pois comprimido dentro da Igreja pela rarefacção achando na faida hum ar nota- velmente mais dcnfo e carregado , devia produzir hum ja£lo pela athmosfera aflima muito além das cnizes das torres : a nuvem eleftrizada paíTou juftamente ao tempo em que acabavão de fumegar centos de murróes de vel- las , e tochas apagadas: eftc fumo mifturado com o ar^ juntamente com a immenfa tranfpiração que acabavão de produzir tantos corpos , devia formar huma columna de particulas bem capazes de conduzir o raio , e de lhe of- ferecer caminho muito primeiro , que o mais alto do das torres.

Não he com tudo certo , que todos os raios que houverem de cair fobre efte Edifício hajao de procurar íempre as torres ; efte Edifício he muito vafto , e exten- fo para fe lhe poder prometer cfta fegurança , o Lido do nafcente difta das torres mais de 900 palmos, e ha ahi alguns corpos elevados. Não he poffivel determinar a dif- tancia á qual hum corpo infulado , c de huma dada elevação , ainda fendo hum bom conduftor , extende a fua '^rtudc prefervativa fobre aquelles a que domina : a gran- deza da nuvem , a fua diftancia , o feu movimento , a quantidade de eleftricidade de que he carregada são cir- cunftancias tão variáveis , que fazem impollivel fixar efte ponto : nas trovoadas ha algumas vezes nuvens tão car- regadas , que ao rompe r-fe deípcdem dous , e mais raios, e eftes recebem com a explosão differentcs direcções ; q Pp ii raio

5oa Memorias da A cademia Real jnio de 19 de Março proximamente paflado , foi dcfta cf- pecic y o feu eftrago leria muiro mais confidcravcl l'c o movimento da nuvem vieíTe do nafccnte , c cncontraíTe primeiro a face do Edifício delTe lado : a nuvem vinha muito rafteira , he natural que fizcíTe a explosão fobre os primeiros corpos que ahi lhe ficavão no alcance , c não fendo eftcs capazes de abforber , e confumir o raio , ou de o conduzir fem damno ao interior da terra ; toda a fua a£lividade fc empregaria em dcftruir c demolir o Edi- ficio.

Eftes raios bufcarão e feguirão fempre os metaes com preferencia a outro qualquer corpo : os três primei- ros que cahirão nas torres , são difto huma prova bem pa- tente , c inconteftavel ; todos fabemos o quanto hum raio na fua primeira força arruina , defpedaça , e deftroe as cantauas , os madeiramentos , e os corpos humanos ; tu- do ifto fe acha nas torres , fazendo hum corpo com os metaes ; mas por benificio delles tudo fica illezo em três raios fucceíEvos : a matéria eleftrica dcftcs raios de tal forte prcferio os metaes , que nellcs fe entreteve , e con- fumio inteiramente. Eftcs fadíos são particulares neftas torres , pela fmgularidade de conter cada huma em fi hum recheio de i4(|)5'Oo arrobas de metal todo ligado , e uni- do, o que fe não acha certamente em outra alguma peça de Edifício : efte grande recheio das torres , vem a fer a refpeito do raio hum receptáculo , ou dcpofito natural , que o abforbe , enfraquecendo a fua aftividade na razão em que o divide. E quanto não prova ifto mefmo a theo- ria , e utilidade dos conduftores eleflricos ? Hum condu- ftor confta de huma ílmplcs , barra de metal firme no mais alto do Edifício ; de huma cadeia tambcm de metal , que prendendo no da barra continua fem interrupção , até entrar n'um grande lago , n'um poço , ou no interior da terra na camada aonde he perenne a humidade , o que propriamente não he outra coufa mais que hum todo dif- pofto a offcrecer caminho natural ao raio , e a conduzilla

a

DAS SciENCrAS DE LiSBOA. 50Í

a hiima fubílancia própria para o receber , c abforbcr , e conlumir : ora os mctacs , e a agoa são indubitavelmente os mais próprios para cite fim. Eis-aqui juftamentc o que faz cada huma das torres , as fuás cruzes 33 palmos mais elevadas, que as ultimas pedras, aprefcntúo ao raio hum corpo , cm que naturalmente fe ceva , e para que tem huma tendência decidida , c incontraftavel , a grande porção de metal que ha no interior das torres faz com as cruzes hum todo ligado e não interrupto , aqui temes por huma íingular cafualidade hum verdadeiro eonduftor , ou mais propriamente hum depofito , ou fumidouro dos raios.

Com tudo a grande porção de metal em cada hu- ma das torres , não he ainda baftante para todos os cafos do fogo ele£trico : eíte fogo augmenta-fe , e accumula-fc nas nuvens até hum ponto que não podemos ainda deter- minar : ha trovoadas que difparão globos de fogo , d'hu- ma aílividade immenía ; para eftes cafos de que temos triftcs exemplos , não he fufficiente hum conduftor , ou ablorbente limitado : i4(|)5'oo arrobas de metal baílão para entreter , e confumir hum raio ordinário , e de pou- ca força , como provão os três faftos de que fallo ; po^ rém cila mefma porção não he fufficiente para hum raio multiplicado , ou para hum metheoro de maior for- ça , como experimentamos no faclo de 19 de Março pro- ximamente palTado : feria felicidade para o Edifício , e para os feridos nefte trifte defaílre , fe as duas torres ef* tivefTem ligadas , e communicadas por algum meio metá- lico ; ncíFe cafo huma dobrada porção de metal feria fuf- ficiente para entreter, eabforber hum dobrado raio; ma$ na prcfença do perigo , he que mais lembrão os meios de os evitar.

Os raios dos annos de 1765- , c de 1726 , não achan- do nos primeiros corpos , que acometerão , porção baf- tante de mataria própria a abforbellos , e confumillos , an- darão mais caminho , fcguirão differentes direcções, e fal- ta-

goj.' Memorias da Academia Real

taráo de huns corpos a outros de diíbncia confideraveis ; rorcin cm todos cftcs paflbs bufcarão femprc os metaes , com prctcrencia aos outros corpos. O de 1765" defcendo pela grande columna de fumo , e vapores, &c. que lhe preparava o caminho para o zimbório, acometco cfta pe- ça pelo mais alto: a Cruz, e os feus ornatos, e a gran- de pedra que fecha a alcnterna ficarão illczos ; cfta pedra lie tormada cm pyramidc de 16 palmos de alto , a pezar de ter lido a mais expofta a todo o impeto do raio ■; não teve damno algum , ao mcfmo tempo , que todas as mais que por baixo delia formavao a alentcrna ficarão jummamente deftroçadas , e dcfpcdaçadas ; mas cfta pedra faz apcanha da Cruz , e mais ornatos, hc atraveçada cm toda a fua altura , pelo groíTo varão de ferro , que enfia a mcfma Cruz , e ornatos ; eis-ahi o que a livrou do eftra- go ; c eis-ahi também huma prova bem fcnfivel da prefe- rencia que o raio aos metaes fobre os outros corpos ; nefta pedra acaba a primeira porção de metal no zimbo- jio ; os grandes caixilhos de ferro tanto na alcnterna , co- mo na capula , eftao inteiramente fcparados , e deftaca- tJos : o raio os vifitou todos , e defcendo ultimamente á Jgrcja , ahi fe dividio em dous ramos principacs na di- recção dos grandes canccllos, do cruzeiro, deftes faltou aos alampadarios , e dahi ultimamente ás banquetas , c tocheiras dos altares.

O raio de 178Ó , que acommctteo o alto da torre feguio o caminho trilhado : que lhe preparavão os me- taes communicados , e unidos , o que entrou pelo arco fez caminho novo dirigido pelo cancello de ferro, que primei- 10 lhe ficou no alcance , a direcção com que efte raio en- trou no arco , afaftava-o do cancello ; porem na fua prc- fença , em diftancia de i^ palmos mudou de rumo para o bufcar por hum angulo quafi rcélo : as lages lafcadas c cftah.das ao , aos lados , e no alto do cancello , são difto huma prova bem fegura. Defte lugar ate a altura do primeiro pavimento da torre , não ha eftrago algum , que feja próprio de hum raio na fua primeira força , por

eíTa

i

b A s S c r E N c 1 A s D E -L r s B o A. 303 effii razão julgo, que o raio feguio a calha dos pezos , «juc fica próxima ao cánccUo , c que lhe ofiFcrccia 35-0 aírobas de chumbo , c dois calabres de linho cânhamo, baftantcmcntc molhados pela j^rande humidade dcíTes dias , o fartum clcílrico que efta calha cxhalava ainda muitas horas depois , não hc a menor prova de que o raio prcferio cftc caminho. Na paíTagem que fez o raio da torre para a Igreja moftrou ainda melhor o quanto o caminlio dos mctacs hc o fcu próprio : fez hum grande eftrago na cantaria aonde acabarão os metaes , mas fe- guio logo a chapa de chumbo , que forra o terraflb das capellas. Elle tcrraíTo tem 137 palmos de comprido, e 36 de largo , a chapa eftá entre a abobeda , e ladrilho fa- zendo hum corpo , junto ao lugar do eftrago no prin- cipio do terralTo , c no fim dcllc junto ás janellas do cru- zeiro eftão alguns tcjolos eftalados e arrancados , em to- da a mais extensão do terraflb , ficarão os tijolos tão fir- mes como cftavão de antes , parece certo , que fe da tor- re continuafle , fem interrupção alguma matéria metallica até á chapa , fe pouparia o eftrago na cantaria. O raio [Ha Igreja dividio-fc vifivelmente em muitas porções , to- [das as faifcas que fe virão correr dirigião-fc para corpos metálicos. O grande cancello do coro , os alampadarios , e banquetas dos altares do cruzeiro, e Capella mór ; tu- do foi vifitado , até hum pequeno apagador de latão , que cftava feparado , e efcondidò por de traz de huma columna das da Capella mór, não efcapou ao raio, cal- cinou nelle , e rcduzio a branco o verniz preto de que cftava cubcrto.

Eftes faftos e reflexões tão patentes , e obvias á fa- bia Communidadc , que pofllie efte Mofteiro , a deter- minarão ultimamente a pedir a S. Mageftade o feu Real beneplácito, para guarnecer todo o Edifício com os con- dutores elcftrlcos competentes , dignando-fe S. Magef- tade não conceder o beneplácito pedido , mas apro- var a obra. A mefma Communidadc em Cabido pleno unahimcmente a determinou , encarregando-me a fua di-

rec"

304 MpMORtAS DA Academia Rkal recçâo, c prompta execução. Eu terei a honra de apre- zentir á Real Academia huma defcripçao exafta , e cir- cunftanciada dcftas peças, logo que forem poftas, e exe- cutadas.

1

ME-:

l

DAS SciENCIAS DE LiSBOA.' ^OJ

MEMORIA

JC cerca da Latitude , e Longitude de Lisboa , e expojiçaú das ObJèrvaçÕes Âjirononúcas por onde ellas de- terminarão.

Por Custodio Gomes deVillasboas.

TAnto a Geographia como a Navegação , e Com- mcrcio todas por juíliíUmo titulo são acrcdoras das

vigílias do íábio , o qual abrigado no feu gabine- te deve preparar os meios , e applainar os caminhos ao intrépido navegante , e ao incaniavel commerciante , que continuamente expõem a fua vida, e fazenda á inconftan- te fúria das ondas , c aos rifcos do Mar. Por iíTo aquel- les illuílres mortaes que Deos enriqueceo de maiores ta- Jentos para inveíligar os myfterios da Natureza , taes co- mo Newton , Halley , C/airaiit , Eu/er , d'Jllenibert , Mayer , e outros muitos , não defcançarão em quanto não jTefolverão o celebre Problema dos três corpos em que conlillia a pcrfciçã) das Taboas , e da Theoria da Lua, e por confcquencia a foluçao da famofa qucftão das Lon- gitudes Geographicas.

Vós feguindo o exemplo daquelles grandes Iwmens , com os olhos no mefmo fim que elles fc propuíerao , e imitando as Nações mais polidas da Europa , formafteis efta Academia para adiantar as Artes , e aperfeiçoar as Scicncias , c daqui fc diffundir por todo o Reino os conhecimentos , de que ella ficou fendo como depofito público.

Eu porém que conheço a minha inferioridade a'qucl- les fublimes talentos , e que fei a honra que rcce- Tom. L Qa tio

5C<)" JNI E"M o R I A s DA Academia Real bo cm fcr com templado por efta Academia para fcu fó- cio , devendo concorrer com o meu limitado cabedal para o mcfmo fim, appliquci-mc a fazer .algumas oblerva- çóes Aftronomicas , ulando d'algims inftromcntos que hu- ma mão liberal , e bem conhecida nclta Corte , pelo leu aíTignalado patriotifrao , me confiou ; e a calcular outras (]uc fizerão diverfos obfervadorcs nefta Cidade até o tem- po prefentc.

De humas e outras darei conta adiante como tam- bém dos refultados que delias fc deduzem , e aquellas que' tiverem corrcfpondentcs irão , os Icus refultados no- tados com huma cftrella , para íignal de que são mais cxaíiès da que os das outras. ■<. 'i .,1. lo ^ji.,,, . '

-•ví-iJ.' -: § I.

l>a Latitude de Lisboa.

I A Ntes de calcular as obfervaçòes para determinar X3^ a longitude , convém primeiro averiguar a Lati- tude dos lugares, ou dos obfervatorios em que ellas fo- rão feitas , por fer hum elemento indifpenfavel para a certe/a dos refultados que delias, fc hão de deduzir. Os Auftorcs não concoidão á cerca da Latitude de Lisboa, porque Cláudio ftolomeu lhe da ------ 40° 15'

O P. Etavio - --39 39

Os PP. Recclolo , e Tofca 38 40

E o P. Dechalles. 38 39

Deftes não nos devemos admirar por ferem antigos , OU eftrangeiros ; mas he notável a differcnça , que fe encon- tra entre três Au£lores, que fabemos fizerao obfervaçòes de propofito aqui mefmo em Lisboa , para determinar a fua Latitude ou altura do Pólo.

O primeiro he Mr. Cotiplet , que no anno de 1Ó97 veio aqui fazer obfervaçòes para determinar a Latitude , c Longitude de Lisboa , e acha 38.° 45' sj", como fe

nas

DAS SciKNCIAS DE LiSBOA. 307

n:isTranfíic. Philos. do mno de 1726 n." -^9^ pag. 94. O 2.° hc o nolTu Cofmographo-mór Manoel Pimentel , o qual cm hum M. S. que vio o Padre João Baptifta Carbonc da Companhia de Jefus , (v. o Ittg. cit. ) atfirma que por mui- tas , c repetidas obfervações feitas em hum Gnomáo de 16 pés d'alro, achara a altura do Pólo de Lisboa 38° 48' 20" ; porém a meliTio Cofmographo-mór , emendou a Latitude na fua ultima edição da Arte de Navegar, im- prefla em 1762 , e a faz de 38° 43', que he a mefma que lhe Mr. CaíEni.

2 Como nenhum dcftes Obfcrvadores nos diz o lugar aonde fez as fuás obfervações, nem a qualidade delias, e o methodo com que as fez , ambos podem ter razão ; porque a extensão de Lisboa para tudo lugar ; mas fempre parece muito , e por iíTo paíTcmos ao que he o mefmo P. Carbonc , o qual nas mefmas Tranf. Phil. P^S- 9S ■> refere por extenfo 4 obfervações, que fez da altu- ra mcridiana do Sol com hum Quadrante Aftronomico de 3 pés de raio , feitas no Collegio de Santo Antão , ou no Palácio Rcgio , no anno de 1724 , e duas de diverfas alturas correfpondcntcs , que tomou para acertar o Reló- gio , que todas 6 dão a Latitude entre cftes limites 38° 42' 20", e 38° 42' 37'. Donde o mefmo Padre conclue que a Latitude do Collegio de Santo Antão , hoje o Hof- pital de S. Jofé , ou a do Palácio Rcgio, que he o lugar aonde fe acha a Eílatua Equefte do Senhor Rei D. Jofé L, he de 38° 42' 30".

3 Para verificar cfte rcfultado calculei eu mefmo as ditas obfervações do Padre Carbone , pelas Taboas do Sol de Mr. de La Caille , que são mais exaílas do que as da- quelle tempo , e achei que o meio entre todas cilas he 38=' 42' 51", e calculando igualmente 3 obfervações, que traz o Padre Eufcbio da Veiga na L Part. do Planet. Lu- fitano pag. 73, feitas em i7y<r, no mefmo Collegio de Santo Antão , com hum Quadrante Aftronomico de dous pés de raio, graduado á moderna, achei 38" 42/ 45'" j don- Qg ii de

3o8 Memorias da Academia Real de infiro que as obfervaçõcs do Padre Carbonc forão fei- tas todas ou a maior parte no Collcgio de Santo Antão y c que a Latitude do mcfmo Collegio diffcre muito pou- co de 38° 42' 50" que lhe o mcímo Padre Veiga nas Taboas perpetuas do Planct. Lufit. pag. 43.

4 Quiz também verificar o mefmo rcfultado com as minhas obfervaç6es , e de mais de 20 que fiz com hum Quintante Inglez de 12 polgadas de raio , fabricado por Vf^rigth , obfcrvando a altura meridiana do Sol na agoa , ou no horizonte artcficial , que são niveis muito exaftos , concluo , que a Latitude do Caftello fc dcfvia pouco de 38° 42' 40". Porém como o meu inftromcnto he peque- no , e não permite fe não obfcrvar as alturas do Sol , as quaes fendo pequenas são fujeitas ás refraçõcs ; por iíTo roguei a meu Collega Francifco António Ciera , quizefle occupar-fc também nefta averiguação. O que elle fez promptamente , e no inverno paíTado com hum quadrante movei de 18 pol. de raio , repetio muitas vezes o me- thodo que praticou o Abbade Hell , quando foi á Lapo- nia , que conllfte em obfervar a altura meridiana de duas eftrellas que pafsão , huma ao Norte , outra ao Sul do Zenith , quafi ao mefmo tempo , e na mcfma altura , e dahi , por meio das fuás declinações corrcflas da aberra- ção e notação , fe deduz a Latitude independente da re- fracção , que he a mefma em ambas as Eftrellas , pois pof- são na meírna altura , e independente do erro do inftrumeD' to, que também fe determina ao mefmo tempo.

5- Por eftc methodo repetido mais de 30 vezes , e que he o mais exafto pela fua independência dos outros elementos , achou elle , que tomando húm meio entre to- dos os refultados , vinha a fer a altura do Pólo do Col- legio dos Nobres 38° 42' 5'8j', j. Não repito aqui as obfervações que elle fez porque feria enfadonho ; direi que paliados tempos fui achar nas Memorias da Academia de Paríz do anno de 1766 , que Air. Pingret dizia, que o Padre Carbone eftabellecera a Latitude do Collegio dos

No-

DAS SciF. NCIAS DE LiSBOA. JOJ»

Nobres de 38=' 42' ^S", o que moílra grande fagacidade em ambos os Oblcrvadorcs , pois por mcthodos diffcrentes , e com diverfos inftrumcntos chegarão ambos ao mefmo refultado.

6 Ifto mefmo concorda com a determinação do Padre Veiga (3) , e com a outra do Padre Carbone ; porque a diftancia do Parallelo do CoUegio dos Nobres ao de San- to Antão, ha de fcr muito bem de 120 braças. Ora fup- pondo que cada gráo de circulo máximo tenha 18 legoas, conforme eftabeleceo o noflb Cofmographo-mór na Arte de Navegar, vem a ter cada legoa (conforme as Taboas que vem no fim do IV. Tom. da Aílr. de Mr. de la Lan- de , pag. 777) 2814,2 braças, c cada fcgundo de gráo 14, 07 braças: Aílim 8", 5- , que he a differença das Lati- tudes, fazem 120 braças que he o que haverá de diftan- cia entre os parallelos de Santo Antão , e do CoUegio dos Nobres.

Igualmente me parece que concordará com a Latitu- de 58° 42' 20" que Mr. Ic Monier , e os Académicos de Paríz {no Conhecimento dos Tempos) ao Convento das Neceílidades , julgo que fundados nas obfervações do Pa- dre Omvalier ; porque o parallelo da Congregação paíTa pouco mais ou menos , pela Eftatua Equeftre , e dalli ao CoUegio dos Nobres ha de haver 540 braças , que he o que conefpondc a differença 38", 5- entre as duas Lati- tudes.

Tudo ifto faço conta de indagar mais rigorofamente cm o tempo me permettindo que poffa medir Geometrica- mente as diftancias , que ha entre os lugares das obferva- ções , e os principaes litios de Lisboa , para determinar a pofição delles.

§IL

310 Al MORiAS DA Academia Real

§ II.

Da Longitude de Lisboa.

7 Ç E para determinar a Latitude houvcrlío tantas dif- w3 ficuldadcs , c tanta variedade no AA. , como te- mos vifto , que fcrá para allignalar a verdadeira Longitu- de , que todos fabem , he queítáo fummamcntc árdua ? E fe não veja-fc nas Tranf. Phil. do anno de 1777 , o que diz Air. Wargentin , Secretario da Academia de Stockolm , efcrcvendo a M. Maskelyne Aftr. Real d'ElRei d'Inglatcrra , o qual depois de haver moílrado que a dif- ferença dos Meridianos entre Greenwich ^ c Paríz jaz ain- da na incerteza de 18 ou 20'' de tempo ; exclama alllm {pag. 164): Objlíipiii videns tantam incertitiidinem circa ve- ram meridianorum differenciam inter duo prc-cciptia Orbis ob- fervatoria , eaqtie vicina , inqtiibus ingcns Obfervationttni iittmerus annis pliifquam 100, habitiis cjl. Qitid ttim de alliis fenfiendtim ? Qiiem tal diria , no noíTo tempo , depois de faber que o oblervatorio de Greenwich foi fucceffivamenfc occupado por Flamfleed , Halley , Bradley , e anualmente por Mr. Maskelyne } Com tudo eu parece-me que poderei provar que na nofla não ha tanto erro , e mais efta jr ve- zes, mais diftante de Pariz.

8 A Longitude he contada fobre o Equador de Occi- dente para Oriente , começando do Primeiro Meridiano. O Padre Recciolo colloca o feu na Ilha da Palma , e os Holandezes fazem paíTar o feu pelo pico de Tenerifa ; porém os Francezes , por huma Ordenança de Luis XIII., aíTentarão p )r i.° Meridiano o que paíTa na parte mais Occidental da Ilha do Ferro , e os noíTos navegantes , e Gcographos feguirao fempre a mefma praítica : AlIIm de- terminada a Longitude de Pariz a rcfpcito do i.° Meri- diano, facilmente fe determina a de Lisboa , comparando as noíTas obfcrvaçõcs com as daquella Cidade.

Mr.

DAsSciENciAS DE Lisboa. 31 1

5> Mr. Cj.ífini 19° ; i' 30" de Longitude a Pariz, JVlr. de la Lande i^^ 54' 3^", Mr. le Monier (Mcin. de 1742) 20° 2' 30'', Mr. de Lisle 20'' 5^' ; porém nas fuás cartas contentou-fe com o numero rtdondo de 20 giáos. Ultimamente Mr. Phigret , que viajou poi aquelles litios no anno de 1772 , e que juntamente com o Cavalheiro de Borda , e Mr. Verdum fez varias obfcrvaçõcs pura detcr- 4 minar a differenç.i dos Meridianos entre Paris , e a Ilha " do Ferro, Ihe.dá 20° 30', que hc a que vem no Conhe- cimento dos Tempos de 1784. Seguirei efta para determi- nar a Longitude de de Lisboa depois de ter examinado a diíFjrenç.i dos Meridianos em tempo daqui a Paríz , que he o principal objcéto dcfta indagíiçao.

10 Para cfte fim fervem as obfervações de todos os phenomenos inftantaneos que acontecem no Ceo , taes co- mo os eclipfes da Lua , os do Sol , os dos Satellites de

r Júpiter j_ os das Eftrcllas fixas , os dos Planetas , &c. e B também as diftancias da Lua ao Sol , e ás Eftrellas , po- HjBifm nem de todos fc tira a differcnça dos Meridianos com ^^■a mefma facilidade. Os Eclipfes da Lua , e dos Setelli- ^^vtes bafta comparar os tempos em que fe oiafervâo em dif- ^■•ferentes obíervatorios para ter a differenças dos Meri- dianos entre os mefmos obfervatorios ; porém os outros , por caufa das paralaxes , requererem hum calculo que he affás penofo.

11 Eu calculei varias obfervações deftns por diverfos incthodos , e vendo que davâo refultados algum tanto differcntcs , paflei a calculalas todas pelo excelente me- thodo de Mr. dn Sejoiír , publicado nas Memorias da Aca» demia de Paríz de 1764, e feguintes, que he o mais ge-

wK ral , c me parece o mais feguro , como prova o mefmo ^L. Sejour , e a experiência o moftra, Agora paflb a referir as ^^M mefmas obfervações com os feus refultados deduzidos pe- ^H lo dito mcthodo.

Oh'

'I7i4

'3I^ Memorias da Academia Real

1 2 OhfervaçÕes de vários phenomenos Celejles feitas nef" ta Cidade por diverjos AuBores , e calculadas , Jegnndo o methodo de Mr. de Sejoiír.

Refult. Hypi

Out. 31 K S 13" 47' 45"' obfervou o Padre Carbone o

XJL principio de hum Eclipfe da Lua , que . . 45' 4 j''

as 16'' 20' 36'' obfervou o fim do mefmo Ecli-

ple . . , . A5 54

Alem dlfto obfervou varias maculas da Lua que Mr. Maraldi comparou com outras tantas ob- fervadas em Paríz , por onde conclue ( Tranf. Phil. n." 385- Paríz , pag. 187 , e Mem. d'Acad. de •1724 pag. 41 1 ) a differença dos Meridianos entre o Palácio Real , e o Oblcrvatorio de Paríz. . * 45' jofí

O mefmo Maraldi , nos lugares citados , por duas Emersões , e huma Immersão do i.° Satcllite de Júpiter feitas pelo Padre Carbone no mefmo

Palácio , e comparadas com as fuás * 45" 48

^1725:, Por 5" Obfervaçoes do 1.° Satcllite de Júpiter fe 1726 feitas pelo mefmo P. , e comparadas por Mr. Bradley com as fuás , feitas em Waníled , acha cUe a differença dos Meridianos entre Lisboa , e Wanítcd. 36' 52" (Tranf. Phil. n.° 394 § ^.pag. 85-) Ora d' Wanfted a Paríz põem o Conhecimento dos Temp. 9' 10" Logo * 46' 2

Mr. de la Caille (Memorias de 174o , pag. '133) por três Eclipfes do i.° Satcllite compara- dos com os do Padre Carbone : acha 45^ 4^

O mefmo Padre Carbone diz no lugar citado pag. 10 r , que por muitas comparaqóes das fuás obfervaçoes com as do Padre Lavai , feitas em Toulon ; achara a differença dos Meridianos entre Lisboa , e Toulon i'' o' 9." Ora o Conlrccimen- to dos Tempos póem Toulon ao Oriente de Pa- ríz,

I

DAS SciENCIAS DE LiSBOA. 313

ris , 14' 24" Logo a diffcrença para Lisboa Kefuitados.

he 45' 45"

I7Z7 Scpt.14 A's 19'' 9' 2" obfcrvou o Padre Carbonc o fim do Eclipfe do Sol perto de Lisboa ( entendo que em Campolide , pelo modo com que elle fc ex- jr^IIca nas Tranf. Phil. do mefmo anno n.° 403 , fag.^yi) e Manfredi cm Bolonha ás 20'' 36' 6'', donde Mr. Pingrct (Memorias de 1766 pag. ji) deduz a diffcrença dos Meridianos entre Lisboa, e Bolonha i'' 21' 57", e eu achei i'' 21' 52", 5- , Ora o conhecimento dos tempos dá-lhe 36' 5'' ao Oriente de Paris : logo * 45" 47

175'3 Julh. A's 15-'' $<)' 34'' obfcrvou o Padre Eufebio da Veiga ( Planet. Luf. ) a Emersão total do dif- co de Vénus ao fahir da Lua , e Mr. Gentil ob- fcrvou a mefma phafe no obfervatorio Real de

Paris , que * 4(í 20

N. B. Também calculei as outras phafes ; mas não dão re fui tado que mereça referir-fe, nem efte he bom.

i7?3 Outub.5' A's 7'' 31' 25" obfcrvou o mefmo Padre a Lnmcrsão de A de Capriconio ; e a Emersão as 9'' 2' 23''. Mr. Gentil fez as mefmas obfervaçoes no Caftello Real de Vincennes 23'/, 75" ao Orien- te de Paris , na Latitude de 48" 50' 29" : Immcrsão ás 8'' 41' 36,'' 9 e Emersão ás 9* 58' 25-," 9. Eftas 4 obfctvações calculadas , (i) corretas do erro

da Latitude , e comparadas dão * 45" 57

Tom. I. Rr A's

(i) Elementos que entrão no Calculo.

' Otijunçáo verdadeira em Paris pelas Taboas , ás - - ^* 2+' z" I Long. app. da EftrcUa , e da Lua na Conjun. - lO.O» ^6 55

314 Memorias da Academia Reai.

^7 5*3 Rcl"ultadoj.

Oiit. 2^ A's 19'' 30' yi'' obfcrvou o niefmo Padre o principio do Eclipfe do Sol , eas2i 5-7 37 ob- fcrvou o fim. Alem diíTo ohfcrvou todos os dígi- tos , e Mr. JVIaraldi , e Caffini cm Tluiry obicr- varão o principio as ao'' 33' jó'', e o fim ás 22'' S9' 34". Comparando os refultados do princi- pio , (i) temos. - * 45-' 5'7''

O Padre Chevalier obfcrvou tambcm o mcf- mo Eclipfe na Congregação do Oratório , como fe pôde ver no volume 48 da Tranf. Phil. píig. 547 , e pela máxima phafe 1 1 digitos , e 5- mi- nutos que clle obfcrvou as 8'' 41' 46", achei a differença dos meridianos 46' 5" , c para Sanfto

Antão 45^ 5^7

A's

Latitude verdadeira da Lua boreal. ..---.-5 !■;' z^,"ç Lat. app. da Eftrella boreal. ---------4 56 57, ^

DilTerença. - - - 58 4R, í

Movimento bor. da C em long. --------- zp 48, 2

Idem em Latitude. -------------- o 10,6

Paralaxe horizontal polar no temp. da couj. ----- 54 i^

Simidiametro horizontal da Lua. --------- 14 50, ;

Inflexão. - - - - o 4, 5

Afcentáo re&n do Sol ás 8'' 17' 2" em Paris. - - ipi 41 ^2

Afcençáo refta app. da Eftrella. ------- ^01 47 27

Declinação app. da Eftrella Auftr.il. ------- 15 52 20

Obliquidade app. da Ecliptica. ---------25289

Efpheroicidade da terra —- ouP^=------- i ,00457

Latitude de Lisboa. ------------ 58 42 50

Latitude do obfervatorio de Mr. Gentil. ----- 48 50 29

(i) Elementos do calculo do Eclipfe de 1755.

COnjunçáo verdadeira em Paris pelas Taboas ás - 20* 5;' ip'' Longitude do Sol , e da Lua no tempo da conjunção, ys j" u' 44" Latitude da Lua na conjun. boreal. -------- 54 58,4

Movimento horário da Lua. -------- 55 12,5

Movimento horário do Sol. -------- 2 29,5;

Movimento relativo. ----...--- 52 42,6

Parala.^ce horizont.al polar da Lua, -------- 58 55

DAS SciENCIAS DE LiSBOA,

315^

Junho j- As 19'» 44' 26 obfcrvou o D.""^ Miguel An- tónio Cicra no CoUcgio dos Nobres , o i.° Con- tado interior do difco de Vcnus com o Sol , e o 2.° Contado interior ás 20'' 2' 33.' Mr. de la Lande obíervou cm Paris o mefmo 2.=' Contaíèo ás 20''' 28' 26' . Comparando temos 46 11", que no Collegio de Sanfto Antão deve fer. - - - * 46/ 8''

Març. 31 A's 22* 48' 44 obfervou o mefmo Ciera

no Thelburo o fim do Eclipfe do Sol , (i) que

comparado com as outras obfervações , - - * 45^ 5' j

1779

Abril 29 A's 8'' 13' 48" obfervou o mefmo Cicra no

Collegio dos Nobres a Immersao de k de vir-

go ; na parte efcura daC- 45" 21

1780 Out. 27 A's 4* 40' 48" obfervou o mefmo Ciera o principio do Eclipfe do Sol , que não tem ainda

correípondente. 46 44

1781 Set. 22 A's 7'' 33' 34" obfervou o meu Collega Francifco António Ciera a Immcnsão d'Antarcs

no diico cfcuro da , que dá. - 44 2j '

Rr ii E

Parnlnxc do Sol. -- 00' 8,"6

Semiili.imecro horizontal da Lua. ----..-. 15 -, ^

Scmidiair.ctro do Sol. ------------ 16 g,?

Irradiação , e luflexáo. - O ^,5 Obliquidade app. da Ecliptica. - - - ----- 25 28 10

Declinação auitrai do Sol na conjun. - ---- 1255 42

Efpheroicidade de terra 1 oupi3------ ,„.,

. 2.0 ' . IjCo4?7 Latitude de Thury. ------ - ----- ^ç) 21 zi

DiíFtrença dos meridianos a Occidente de Paris. - - - 06

Latitude da Congregação em Lisboa. ------- 58 42 20

Latitude de Sando Antão. ----------- ^S 42 50

(i) Os Elementos do calculo defte Eclipfe foráo tirados das Memorias da Academia de Paris de 17Õ5 , pag. z^6.

3i6 Memorias da Academia Real E a Emersão pelo difco claro as 8'' i6' 33": Reruitados. boa obfervação porque a Lua tinha j dias. 46' 21'' 1781 Out. 16 A's 19'' 51' 13" obfcrvou o mcfmo Ciera o fim doEclipfe do Sol , cuja obfervação compara- da com a que vem no Conhecimento dos Tempos . de 1784, 4j' 28" 3 , e para Santo Antão (i) * 45" 23.3' X781 Agoft. 13 A's 8'' 11' 44" obfcrvou o mefmo Ciera, no mefmo lugar , eftando cu prefente , a Immersão da Efpiga de Virgo no difco efcuro da c , não tendo efta fc não 4 dias ; excelente obfervação ; mas ainda não ha correfpondcnte. - - 445*3, í 1782

Nov. 12 A's 1'' 17' 22" obfervou o mefmo Ciera o i." Conta£lo interior de Mercúrio com o Sol, e o fegundo contafto interior ás 3* 30' 44" ; mas tem cftas obfervações por duvidofas por eftar mal terminado o difco do Sol , e fazer grande vento, Eftas obfervações comparadas com as que trás Mr. de la Lande nos Sup. a Aft. dão 46' 38", e

para Sanfto Antão. » 46 jff

17S3

Jan. 9 A's 11'' i' 26" obfervou o mefmo Ciera a

Immersão de e de Pieis no difco efcuro da Lua , eftando ella no 7.° dia , e 46' 6" , e para San-

fto Antão. 4^ 3;

1883

Maio 16 A's 10* 32' 42" obfervou o mefmo Ciera a Immersão de -rt de Efcorpio , eftando a Lua em oppoíição , e a Emersão ás ii'' 42' 27" e 4j' 37» ^ P^"^^ Sanfto Antão. 45" 34

A's

(1) Os Elementos do Eclipfe de 1781 hiráo em outra Memoria,

DAS SciEHCIASDxLlIBOA. 317

1784 Refultados,

Maio2p A's 9'' 44' 5'8" ob fervei no CaftcUo a Im- mersão de X de Virgo no difco clcuro da Lua , cftando ella no ii^ dia , boa obfcrvação , c da.

45' o" , e para Sanfto Antão- -._. 4^/ i".

A's 10'' 41' 40' Emersão no difco Claro , me- nos cxafta. --. 4^ ^i

1784 Julho 2 A's n* 38' 36" obfervei no Caftello a Im- mersão de t de Sagitário , eftando a Lua em

oppoCção que dá- ,-,, 45- ^j

e a Emersão as 12* 24' 32" , aflas boas obfer-

vaçóes. 46 4^

As mcfmas obfervações fez o Doutor Monteiro em Coimbra , e afualmmersão he ás 11'' 41' ^p" e a Emersão ás 12'' 29' yy". Por ellas achei a diíFerença dos Meridianos entre o Caftello , e o obfervatorio de Coimbra 2' 43" de tempo, don- de fe deduz a difft-rença dos Meridianos de Coim- bra a Paris 43' 13", que he a mefma que achei pelo fim dos dous Eclipfcs do Sol de 1778, e de 178 1 , que forão obfervados em Coimbra. 1784 Nov. 29 A's 12'' 30' 5-8" obfervei a Immersão de A de Gcminis no difco claro da Lua , eftando ella no 18° dia : duvidofa. E a Emersão ás 13'' 59' 46" bem exafta ,dá. 45" 5'

Refmno dos refultados CorreHos.

Pela paflagem de Mercúrio de 1782. 4^ SJ'

Pelo Ediple de Vénus de 175" 3. - 46 20

Pela paflagem de Vénus de 176 1. 46 8

Pelos f Eclipfes dos Sat. calcul. por Bradley. 2

Pela Immersão de A de Capriconio de 17 j 3. 45" 57 Pelo principio do Eclipfe do Sol de 175" 3

obCervado em Santo Antão. 45" 57

Pc-

3i8 Memorias da Academia Real Pela máxima phnfc do mefmo Eclipfe obíer-

vada na Congregação. 45^ 5-7

Pelo fim do Eclipfe de 1764. 4S s$

Pelo Eclipfe da ç de 1724. ^$ jo

Pelos 4 Eclipfes dos Satellites comparados por

Maraldi. 45" 4^

Pelo fim do Eclipfe do Sol de 1727. 45- 47

Pelos 3 Eclipfes dos Satellites comparados por

de la Caille. AS 4^

Por muitas obfervaçõcs comparadas com as de

Toulon. -_- ____ 45" 45"

Pelo fim do Eclipfe do Sol de 178 1. 45^ ^3

Meio Arithmctico entre cftcs 14 rcfidtados. 45- jó, 4

Idem, excluindo o i.° e ultimo. AS 5^

13 Aqui temos pois 14 refultados , tirados de di- verfas obfervações , cujos exrermos diíFercm pouco mais de hum minuto , e defprefando o primeiro , e ultimo , não difFcrem fenão 35'" : aflim vemos que de qualquer dos mo- dos o refultado médio he quafi 45' ^j" que da a Immcr- sSo de ,'i de Capricórnio , a qual he a mais fegura , a mais facil de fazer , e a mais certa de todas as oblerva- çoes , confelTado por todos os Aftronomos. Até o mefmo Wargentim na carta de que falíamos (7) prefere as obfer- vações das Eftrellas , bem feitas , e bem calculadas ás obíervaçocs dos Satellites. Ora efta cftava em excellentes circumftancias para fer bem obfcrvada , porque entrou pela parte efcura , hum dia depois do quarto crefcente , eftando a Lua no Meridiano, tendo 36° de altura, e a Eítrella hc da 2.^ grandeza ; de mais diíTo a obfervação de França com quem a comparei he exaftiíTima , e feita por Mr. Gentil que he hum obfervador muito experimen- tado, e acreditado. Além dilTo concorda ao jufto com os refultados do Eclipfe de 175-3, ^^'^ tamberrr foi compara- do com o de Caflini , obfervado em Thury no mefmo tem- po. Em fim concorda com o meio Arirhmetico entre os

re-

DAsScrENCIASnELiSBOA. 319

rcTultados da paíTagcm de Vénus , c do Eclipfe de 1717; que são obfcrvaçõcs fcguras. AlIIm vemos que entran- do ncíh dctirminação todos os meios de que fc fervem os Aflmnomos para allinar a differcnça dos Meridianos ; a fabcr liclipfcs de Lua, dos Satcllittes , do Sol, dos Pla- netas ; palTagcns de Vénus , de Mercúrio , c finalmente occultações d'Eftrcllas , que são as mais deciíivas, pode- mos ter efta como huma conclusão geométrica.

14 E como a Eftatua Equcftre do Senhor ReiD.Jofé, cíVá quaíí no mcfmo Meridiano , que o Collegio de San- &.0 Antão; podemos dizer que a difFcrença dos Meridia- nos entre cila, c o obfervatorio Real de Paris he 45"' 5" 7" de tempo , que convertidos em gráos são 11° 29' ij", dif- fercnça da Longitude da Eftatua Elqueftrc a Paris , e por confeguintc a fua Longitude contada do Meridiano (9) he ()" o 4Ç".

i<; O Doutor Miguel António Cicra , e feu filho , fundados cm muitas obfcrvaçõcs , fcmpre cftiverão na opponiãc de que a differcnça dos Meridianos do Colle- gio dos Nobres era 46' juftos, e agora fe vc que rinhão muita ra/ão para ilTo. Porque ncfta Latitude a hum fegun- do de tempo correfpondem 165 braças de diftancia con- tadas noparallelo, fuppondo aterra huma efpheroide co- mo aílima (6) . Ora o Collegio deSanfto Antão eílá quaíi no mcfmo parallclo do Collegio dos Nobres , e o Mappa de Lisboa dá-lhe 500 braçr.s de dift;'.ncia , que correfpon- de a 3" : logo a differcnça dos Meridianos do Collegio dos Nobres he 46' o' ; c por confequencia a fua Longi- tude contada do i.° Meridi;mo , he 9^ juftos que be pouco menos do que a Lisboa o noffo Cofmographo-Mór na fua Arte de Navegar , imprcíni em 1762. Porém como não affigna lugar fixo , nem naquclle tempo eftava ainda de- terminada a Longitude do i" Meridiano, como agora (9) ; podemos entender que acertou por a cafo.

16 Os Académicos de Paris , no Conhecimento dos Tempos , c Mr. de la Lande nas Taboas Aftionomicas ;

dão

520 Memorias DA Academia Real dão ao Convento das Ncccllidades 45' jj". Ate agora não pude alcançar cm que as obfcrvaçõcs fe fundarão , c cof- tumando cllcs difcutir , nas Memorias da Academia , as Lon- gitudes de varias terras , como Madrid , Pádua , Pekim , Berlim , &c. acho nas Memorias de 1766 , pag. ji , que Air. Pingrct ao CoUcgio dos Nobres 46' 4'' , ou 46 , fundado no Eclipfc de 1727. Julgava que le fundarião no Eclipfc de 175:3 , obíervando na Congregação pelo Pa- dre Chevalicr ; porém o principio deite comparado com o de Thury , me deu 45"' 46" , c o fim , comparado da mcfma forte, 45' 34''^ 4; ao mefmo tempo , que a máxima phafe 46' 5'', que concorda excellcntemente com adiftancia que ha entre o Collegio de San£lo Antão , e a Congre- gação ; porque efta diftancia tomada no parallelo que palfa pela Eft.itua Equcftrc hc , fegundo o Mappa de Lis- boa , 125-0 braças , que valem 7 ou 8" : aílím a dilll;rcnça dos Meridianos da Congregação a Paris , he a mcfma pelas obferví.çoes de Sanflo Antão , que pela máxima phafe , e por confeguinte a Longitude da Congregação he 58' 4j".

Rejíoiw dos Refultados hypotheticos.

ij À viíta do que fica dito , efcufado era fallar dos x\- refultados hypotheticos ; iílo he daquelles que forão deduzidos fcm obfervação correfpondcnte ; mas pa- ra moítrar a neceíEdade que ha , não de obfcrvaçõcs cor- refpondentes ; mas também de elleger entre ellas as me- lhores , ajimtallos-hci aqui para fe ver quaõ diverfo he o médio entre todos.

Pela Emersão de r de Sagitário. - - - 46' 49'' Pelo principio do Eclipfe de 1780. 46 44 Pela Emersão de Anteres. ----- 46 21 Pela Emersão de g de Pifeis. - - - 46 3 Pela Emersão de X de Virgo. - - - - 45- 41 Pela Emersão de -n de Efcorpio. - - 44 34 Pela Immcrsão de t de Sagitário. - - 45* 33

Pe-

DAS SciENciAs DE Lisboa. 321

Pela Immersão de k de nji de 1779. 45"

Pela Immersão de X de iiy . - - - - 45- i

Pela Immersão da Efpiga de Virgo. - 44 j- 2

Pela Immersão de Antarcs. ----- 44 23

Rcfultado médio entre todos 11. 45- 40

Em apparecendo obfervações corrcfpondcntcs , feitas em obfcrvatorio , cuja Longitude feja bem conhecida, fe poderão corregir cftcs rclultados , e verificar melhor a confequencia que acima tiramos (14); fcm iíTo o obftacu- lo invencivel do erro das Taboas da Lua , e dos mais aftros, que ella eclipfa ; não pcrmitte tirar confequcncias mais certas.

§ in.

OhfervaçSes Jljlronomkas feitas no Cajíello de Lisboa com hum occíilo Âcbroíuatico de Dollon , cujo comprimentos he 5 pés e ^ Inglezes , e o diíimetro da hocca 2 polegadas e-^ que auguenta o diâmetro appareiite dos objeTios 130 •vezes ; e com hum lielogio de fegundos mortos , que Jegue muito bem o moviviento das efirellas , regulado antes , e depois de cada ohferva^ao por altttras corref- pondentcs.

Anno de 1783.

Maio As 10'' 32/ 14" Immersão de -n de Efcorpio . boa obfcrvação. A's 1 1'' 43' 17" Emersão da mcfma , duvidofa ; porque citava a Lua chca , e a cílrella he da 3.-' grandeza.

Junh. 15 ás II'' 13' 2" Immersão do Satcllite de Jú- piter. Eftava a Athmosphcra muito húmida , c a Lua quaíi chea. ----~----._ 4^/ 4pr/ 26 ás 13'' 3' i3"Immer. do 2.° Satell. de Jup.

boa obferv. -- -_-- 46 »

Julho 6 ás 9'' 4' 35"Immer. do Sat. de Jup. boa. 45- jo Tom. L Ss is

3 2.2 Memorias DA Academia Real Agoft. 2 ás 8* 33' 45" Emer. do Sat. de Jup. boa. 46' 2 9 ás 10 30 27 Ehier. do Sat. de Jup. - - 45: 6 II ás 8 35- 54 Emer. do Sat. de Jup.duvidoía. 44 42

15 ás "i o o 49 Emer. do Sat, de JUp. 45' 45

16 ás 12 25- 5a Emcr. do Sat. boa. - - - 45' 59 18 ás 12 39 24 Emcr. do Sat. dejup.duvidofa. 43 33 25' ás 8 5-2 37 Emer. do Sat. 45" 34

Sept. 16 ás 9 49 17 Emer. do Sat boa obfcrv. 46 4

17 ás 9 14 5-9 Emer. do i' Sat. boa obfcrv. 46 1 1 23 ás 8 fj 20 Emer. do 3' Sat. muito duvidofa. 45" 9

Out. 4 ás 7 42 o Emcr. do i.° Sat. duvidofa. 44 49 7 ás 7 33 49 Itnm. do i ô de Aquário. Náo vio a emerfaõ. Nov. 5" ás 5 39 16 Emer. do Sat. de Júpiter pou- co certa. 45" 3

11 ás 6 23 II Emer. do Sat. de Jup. boa. 45' 19

12 ás 6 41 I Emer. do Sat. de Jup. - - 4^ 3

18 ás 81728 Emer. do Sat. de Jup. 45" 33

OBÍERVAqÔeS DO ANNO DE I784.

Maio 2 A's 8'' 4' 31'' Emersão X de Virgo : duvidofa por fer a cftrcUa pequena , e ía- hir pela parte luminofa da Lua faltando-lhe 2 dias para che- gar á oppoíição.

Tunh. 10 ás 13'' 3' 2'' Immer.do I.'' Sat. dejup.duvidofa. 46 22 17 ás 14 5^2 33 Immer. do 1.° Sat. de Jup. - 45 ^$

19 ás 13 29 2 Immer. do 2.° Sat. de Jup. boa

obfervação. 45^ 53

21 ás 13 36 37 Immer. do Sat. de Jup. boa

obfervação. --- 44 ^7

Julh. 2 ás II 38 36 Immer. de t de Satit. de que

falíamos acima , &c.

3 ás 13 7 23 Immer. do i.° Sat. dejup.duvidofa. 46 34

Out. II áí 9 17 30 Emcr. do 2.° Sat. de Jup. boa. 45" 31

13 ás 12 54 o Emer. do i.° Sat.de Jup.boa obfcrv. 45" y?

21

DAS SciKNCIAS DE LtSBOA. 3JJ

Out. 21 is p'' 20' ^;" Emer. do i.°Sat. de Jup. muito

boa obfcrvaçao. 45-' 18"

21 is IO 14 17 Immer, do 3.° Sat. boa. 44 4

28 ás II 17 34 Emer. do i.° Sat. dejup. duvidofa. 45 7

Occiíhação das Pleyadas.

2p A's 8* 4' 58'' Immer. de Cekno g. boa obferv. ás 9 I 37 Emer. da mefma. ás 8 18 54 Immer. de Eleílra b. ás 8 32 39 Emer. da mefma duvidofá. ás 8 20 24 Immer. de Taigeta e duvidofa, ás 9 21 23 Emer. da mefma. ás 8 32 5^2 Immcr. de May a. c. ás 5> 29 42 Emer. da mefma : boa. ás 8 42 5'4 Immer. á'ylJíerope o : duvidofa. ás 9 43 22 Emer. da mefma. 31 ás 12 5-7 SS Immer. da 1 3 6 de T^z/ro : boa obferv.' ás 14 22 6 Emer. da mefma , não tão boa por- que eftava a Lua muito alta , e po- deria fer antes alguns fegundos. Nov. 12 ás ^ I 43 Emer. do i.° Sat. de Jup. aflas boa. 45^ ip" ip ás jr 34 50 Emer. do 3.° Sat Não muito boa ,

porque ainda havia crefpufculo . 45" o ás y 5-9 44 Emer. do 2.° Sat. boa obfcrvaçao. 45: 42

22 ás 9 35^ 51 Emer. do 2.° Sat. duvidofa. 43 36 26 ás 12 30 ^8 Immer. de A de Geminis duvidofa.

29 ás 13 59 46 Emer. da mefma pelo difco ef<Kiro

boa obfervação. ^9 *s 7 5*3 19 Emer. do i.° Sat : duvidofa. - - 45" 4/ Em Dezembro não fe pode obfer- var ; pcíque choveo quali todo o ni£z.

Ss li Ke'

314 Memorias DA Academia Real, Refumo dos refuhados hypotheticos do primeiro Satellite.

Immersoes.

Eme

rsôes

46'

49"

46'

11"

46

34

46

2

46

2Z

45

59

4?

5-5-

45

45

59

Meio das Immer.

46

^5

45

Meio das Emer.

4?

33_

45

42

Meio entre os 2 ref.

45

59

45 45 45 45 45 45 45

34 33 19

19 18

7 6

Meio

44

j49

das Emer. 45

33

Aqui temos que o refultado hypothetico de 18 ob- fervações do i.° Satellite differe 2" da conclusão que ti- ramos acima , e mais não são fenão 4 Immersoes , que fe foíTe igual numero de humas e outras, devia fer muito melhor o refultado ; além de que fem apparçcer obfcrva- ções corre fpond entes , nem tanta certeza fe podia efpcrar.

Daqui fe infere que fazendo muitas obfervaçõcs do i.° Satellite ; depois comparando-as com as que vem no Conhecimento dos Tempos , e tomando o meio entre to- das as Immersoes ; outro entre Emersões , e o meio Arithmetico entre eftes dous últimos , como eu fiz a cf- tas , fe pôde determinar com baftante certeza a diíFcrcnça dos Meridianos de qualquer lugar. Não me canfo cm fa- zer o refumo das obfervações dos outros Satellitcs , por- que como diíFerem muito dasTaboas, não podem dar re- fultado attcndivel , fem apparecercm as obfervações corrcf- pondentes para as comparar , as quaes fico deligcnciando , e depois de appareccrcm,darci conta a Academia do que achar, como também das mais obfervações que vou fazendo.

OB-

DAS SciFNCIAS LiSBOA. 3^^

OBSERVAÇÕES ASTRONÓMICAS

Feitas jn nto ao Cajlello da Cidade do Rio de Janeiro para de ter minar a Latitude e Longitude da dita Cidade.

Por Bento Sanches Dorta.

EStas obfervaçoes forão feitas nos annos de 1781, e it8 2 ccnexcellentcs inftnimentos. As alturas me- ridianss do Sol , e Eítrellas foráo tomadas com hum Qiiadrante Aftronomico de hum de raio , conftruido por Mr. SiJJon , artiíta de Londres , no anno de 1779 : Os Eclipfcs dos Satcllices de Júpiter foráo obfervados com occulos achromaticos de Dollon ^ tendo hum de fo- co 3 r pés , e outro 17 pollegadas. O tempo verdadeiro foi determinado por huma excellente Pêndula de fegundos , regulada por muitas alturas correfpondentes do Sol , to- madas antes , e depois das obletvações.

Todos eftes inftrumentos são parte de huma collecçao que fua Alageftude nos mandou entregar , quando fahimos de Lisboa para a deligcncia da Demarcação d' America Meridional , entre Portugal e Hefpanha.

Aos 22 de Seten]bio de 178 1 obfervci a diftancia apparenteí do Limbo iiapcricr do Sol ao Zcnith no tempo da fua palTagem pelo meridiano. -- -------- 22° 36' 30''^

Correcção do inftrumento addidtiva. - - - -\- 4 2

Diftancia corrcda quanto ao inftrumçnto- - 22 40 32 Rtfracjão addiíliva. ---------4- 6

Diftancia do mefmo Limbo corredta. - - 22 40 38 Parallaxe Subtraítiva. ----___ ^^ ^

Diftancia correííía do Liinbo fiiperior do Sol. 22 40 33, ç Scmidiametro do Sol addidivo. - - - - -\- 16 c, o Diftancia do centro do Sol ao Zenitli. - . 22 56 33, 5' Declinação do Sol boreal fubtradiva. - - 2 15, 1 Altura do Pólo Auftral do Rio de Janeiro. 22° 5-4' 18/^

Ta-

326

MiMOKiAS DA Academia Real

Taboa daí dijlancias apparentes do Limbo fitperior do Sol ao Ze- nitb , no tempo da fua pajf agem pelo meridiano , para a de- terminação d^ altura do Pólo do Rio de Janeiro.

<

% Anno \ ^«^

Diftancia ap- parente do Limbo fupe- rior do Sol ao Zenith.

Correçáo do

inftrumento , iimidiametro, Rcfraçâo , e a Parallâxe.

Declinsçáo do Sol Artral. A declinaçJo du :2 de Septcm- bro lie boreal.

l

Altura appa- K rente do Pólo ?/ do Rio de Ja- >) neiro. |j)

1

Gra. Min. fcg.

Min. Scg.

Gra. Min.Seg.

Qra.jlMin. Seg. l\

6 Sept. ^Out.

22

I

22 36 30 19 5 22

-*- 20 3>5 20 18,4

2 i5>i 3 28 28

22 54 18, 3 j>> 22 54 8, 4 1?

S

2

18 42 20

. 20 i8j4

3 51 46,8

22 54 25, 2 g

%

18 18 ss

20 17,4

4 15 0,2

22 54 12, 6 K

JJ

A

17 SS so

20 T7,4

4 38 12,9

22 54 20, 3 IL

;)

5

17 31 34

20 17,4

5 I 21,5

22 54 12, f (C

))

8

16 23 36

. 20 17,7

6 10 23,4

22 54 17, I SS

Si

9

16 0 45

20 16,7

ó 33 i4»7

22 54 16, 4 b^

K

II

15 15 IO

20 16,7

7 18 41,2

11 54 7, 9 ((

^

12

14 52 30

. 20 18,

7 41 ^S^S

11 54 3. 5 rr

15 i6

13 45 18 13 23 33

. 20 18, . 20 17,

8 48 19,7

9 10 26,8

11 53 55> 7 g 22 54 16, 8 K

31

2C

II $6 21

20 18,2

10 37 3i>i

22 54 10, 3 IL

;;

21

" 35 30

20 18,2

10 58 54

22 54 12, 2 (C

J) Nov.

5

6 37 57

. 20 17,8

15 s^ 17,1

11 54 31. 9 S

^^

6

6 19 23

. 20 18,1

16 14 II, I

-1 53 5i> 2 ?;

^(J Altura iT

5 17 31 ledia do pólo

. 20 17,1 A.uílral do Ri<

17 6 21,6 j de Janeiro.

22 54 10, 7 !?

220 54'I2"30"'|

iíf^í^^í^

«í^í=í:?«?^=«=^iíSÍ^

1'/

Ta-

DAS SciEHCIAS BE LlSBOA.

327

Tahoa das diftancias apparentes de algumas Ejlrellas ao Zenith , no tempo da fiia pajfagem pelo nieridiano , para de- terminar a altura do Pólo do Rio de janeiro.

Março

de 1782.

1 7 de Pollux. % de Pollux. X do Caílor. Prociâo. Sirius.

Diftancias ap parentes d;ii tftrcllas ao Zenith.

Gra. Min. Seg.

39 ^3

fl 21 20

55 9 50

28 36 o

6 24 34

Correçâo <io inftrumento , e Refracção.

Min. Seg.

I i& ■do -Cão gr. 4 j8 3

, ? do Navio. 16 26 3

I

y do Navio. 23 43 44

£ do Navio. 135' 5:0 25

S" do Navio. ^jy do Navio, a da Hydra.

30 36 i> 19 3? 17

+- 4 40

4 f?

4 4

4 f

4 15

4 22

4 36

4 28

4 19

4 iJ

Declinação das Eftrel- las.

Gra. Min. Seg.

Altura appa- rentc do pó- Jo do Rio de Janeiro.

>

Gra Min. Se?.

16 33 jiB 28 31 fjB

22 54 7 22 54 22

32 20 40 B' 22 54 17

5^ 46 25- B 22 5-4 2

16 25- 31 A 22 54 II

15" 6 42

Altura media do pólo do do Rio de Janeiro Latitude Auftral do Rio de Janeiro.

17 52 4A

39 M 9A

46 42 21A 58 49 14A 51 55 loA 4^ 33 51^ 7 43 31A

22 5^4 12 22 53 yi 22 5-4 i^ 22 54 13 22 5-4 27 22 5-4 17 22 54 28

_22_54_i3^

Ohir^

"ijiS Mb morias da Academia Real ObervaçÕes de i.° Satellite de Júpiter.

A N N o D K I781.

'Abrlt -7 A S 15'' 5'2' 11" Immersao obfervada com

XjL o óculo de 17 polegodas de foco. Ceo >

fereno : differcnça das Taboas. 3* 3' 19".

29 A's 10* 20' 25'" Immersao com o mefmo

óculo. Ceo pouco fcrcno. --- 3 3 5-^

Junh. 7 A's 10'' 58' 10" Emersão com o mefmo

óculo. Ceo fereno. 3 22^^

30 A's 11'' 7' 30" Emersão com o mefmo

óculo. Ceo fereno. 3 z 8

Tulh. 7 A's 13'' o' 5'5''' Emersão com hum ócu- lo de 3 r de foco. Ceo muito pouco fe- reno. 7""" ' 3 ''■ 39

<) A's 7* 28' 43' Emersão com o mefmo

óculo. Ceo pouco fereno. 3 22 »

16 A's 9* 23' 5" 2" Emersão com o mefmo

óculo. Ceo fereno. -> 3 ^ S7

2,7 A's 11'' 18' 45"" Emersão com o mefmo

óculo. Ceo fereno. 3 2 30

Agofl:. 17 A's 6'' 4' 20" Emersão com o óculo

pequeno. Ceo pouco fereno. -------- 3 2 ^6

24 A's 8'' 1' 36" Emersão com o mefmo

óculo. Ceo pouco fereno. 3 2 ia»

A K N o Dl 1782.

Fev. 1^. A S 16'' 13' 5-3" Immersao com o mefmo

XA. óculo. Ceo pouco fereno. 3 ^ ^9,

8. As' 14/, 29' 5'7" Immersao com o mefmo

óculo. Ceo pouco fereno. - 3 ^ S3

Març. I A's 16'' 25-' 3" Immersao com o mefmo

occulo. Ceo pouco fcrcno. --------- 3 »34

DAsSciENCrAS D E L I S B O A. 32O

17 A's 12* 49' 2" Immcrsão com omefmo R»fuitrdof óculo. Ceo fcreno- - - . 3'' 2' iç"

24 A's 14'' 43' ss" Iinmersão com o mefmo

óculo. Cco pouco fcreno. -----_.-_ ^ ^59 31 A's 16'' 39' jo" Immersão com o mefmo

óculo. Cco íercno. ----- ^ 2 2^

Abril 2 A's 11'' 8' 22" Immersão com o mefmo

óculo. Ceo pouco fcreno. -. 3 2 46

5> A's 13* 4' 16" Immersão com omefmo

óculo. Ceo fereno. - -_ . 3 2 18

23 A's 16'' ^4 13'' Immersão com o mefmo

óculo. Ceo fereno. - - -. 3 2 31

Maio 2 A's 13* 17' 29" Immersão com o mefmo

óculo. Idem. ---_-_----'.-_-. 3 2 20

16 A's 17* j' 29" Immersão com omefmo

oculo. Cco fereno. . 3 2 24

25 A's 13* 27' 29" Immersão com o mefmo

oculo. Ceo fereno c muito luar. __--. 3 2 41

27 A's 7* 5j' 45" Immersão com omefmo

oculo. Idem. ._- ----.---. 3 2 ig

Junh.io A's 11'' 41' 19" Immersão com omefmo

oculo. Ceo fcreno. -------- -- 3 3 27

17 A*s 15^* 46' 48" Emersão com o mefmo

oculo. Ceo fcreno. Duvidofa. --. 3 iji

19 A'.-> 10* 14' 17'' Emersão com o mefmo

oculo. Ceo fereno c muito luar. _ 3 2 40

28 A's 6'' 35'' 5-9" Emersão com o mefmo oculo. Ceo fcreno. ------_-.--- 3 2 33

Julh. 3 A's 14'' c 50'' Emersão com o mefmo

oculo. Idem. _---_--- _.--- 3 25-2 19 A's 12'' ly 5-8" Emersão com omefmo

oculo. fereno e muito luar. --_-._.- 3 2 37 A's 14'' 13' 22" Emersão com o mefmo

oculc. Idem. ----_-- 3 2 16

a 8 A's 8'' 41' 40" Emersão cdm o mefmo

oculo. Ceo fereno. --- -.. 3 2 50

Tom. I. Tt A'á

330 Memorias da Academ ia Real Aeoft 4 ' A's lo" 37' 38" Emersão com o mcfnio Rei"it«do, ^ óculo. Idem. ; 3" 2' 48"

11 A's 12'' 34' 19" Emersão com o mcímo

óculo. Idem. 3 ^2,7

j3 A's 7'' 3' 48" Emersão com o mcfmo

óculo. Idem. - 3 2 8

20 A's q'' o' 8'' Emersão com o mcfmo

óculo. Ceo pouco fereno duvidofa. - - - - 3 2. 47 27 A's 10'' 57' 45"" Emersão com o mefmo

óculo. Ceo muito fereno. --------- 3 2, 33

Sent. <; A's 7'' 24' $2" Emersão com o mcfmo

óculo. Idem. --""- 3 "^ 39

12 A's 9'' 22' 49" Emersão com o mefmo

óculo. Ceo fereno e muito luar. 3 2, 38

ig A's 11'' 21' 6'' Emersão com o mefmo

óculo. Ceo pouco fereno. 3 2 24

Out. 21 A's 8'' 9' 12" Emersão com o meímo

óculo. Ceo fereno. -.---- 3 231

OhfervaçSes do SatellHe.

A N N o DE 1781.

Maio 13 A S 10^ 2j' 18" Emersão com o óculo

^/\^ pequeno. Ceo fereno. 3 3 2,1

Tunh. 17 A.'s 7^ 21' 26' Emersão com o mcfmo

óculo. Ceo fereno. ..----- 3 2 46

24 A's 9'' 5'6' 20" Emersão com o mefmo

óculo. Ceo pouco fereno. Duvidofa. - - - 3 o 5'6 Julh. 19 A's 6'' 5:3' 38" Emersão com o óculo

grande. Ceo fereno. --- -- 3 * °'

26 A's 9* 27' 5 o" Emersão com o mefmo

óculo. Ceo pouco fereno. 3 2 49

Agoft.20 A's 6* 36' 20" Emersão com o óculo

pequeno. Ceo fereno. 3 * ^^

Ah-

Rcrultadof

3

+

2

3

14

2

20

2

6

34 o

DAsScIENCIASBeLiSBOA. 351

A N N o DE 1782.

Fcv. 24^ A's 1 3* 4' 8" Immersão com o ócu- lo pequeno , e todas que fe fe-

gucm. Ceo ícrcno. .--__ ^

Març. 3 ás 75 41 33 Imincrsao. Idem. _ - - 3

28 ás 12 $1 27 Immersão. Idem. - - - 3

Abril 4 ás 15' 28 17 Immersão. Idem. 3

25? ás 12 34 5-8 Immersão. Idem. - . - 3 Maio 13 ás 17 44 33 Immersão. Cco fereno ,

e crepufculo. ------------ j 2 a

24 ás 9 34 49 Immersão. Ceo fereno,

e muito luar. ----- ^ '^17

Junho 7 ás 14 40 34 Immersão. Ceo fereno. - 3 3 18 ás 9 731 Emersão. Ceo fereno ,

c muito luar. 3 2

Julho 1 ás 14 12 40 Emersão. Ceo fereno. "3 1 54 27 ás II 12 33 Emersão. Ceo fereno. ■325' Nov. 25' ás 7 38 38 Emersão. Ceo pouco fe- reno. Duvidofa. 2'5';9 4J'

Ohfervaçots do y Satellite,

A N N o DE 1781.

Abril 24 A's 17 21 30 Immersão com o óculo

pequemo. Ceo fereno. ---- - 3 4 45" Maio 23 ás 10 y8 33 Emersão com o mefmo

óculo. Ceo fereno. 3 l iS

Junho 28 ás 6 ^o o Emersão com o mefmo

óculo. Ceo pouco fereno. Duvidofa. 334 Julho 5" ás 9 I 44 Immersão com o óculo

grande. Ceo fereno. - 3 413

5" ás 10 47 23 Emersão. Idem. ' 3 4 34

Tt ii Asof-

33% JNIemorias da Academia Real

A"ofto 17 ás 8'' 56' 25" Immcrsão com o óculo Kti"uu.idos

pequeno. Ceo fcreno. 3 4 S9

A N N o DE 1782.

FeV. 12 ás 14'' 21' 16" Emersão com o óculo pequeno c as que fc leguem. Ceo pou- co fcreno. Duvidoia. 3 3 4

i(? ás i) 58 6 Immcrsão. Ceo pouco le-

reno. 3 3 37

Março 27 ás II 5 6 4 Immcrsão. Ceo fcreno. 318 2 7 ás 14 21 49 Emersão. Ceo foreno c

muito luar. -.-_. 3 3^^

Abril 3 ás 15- 56 IS Immcrsão. Ceo fereno. 3 o 41

Maio 2 ás 10 23 36 Emersão. Idem. - - - - 3 i 5"?

9 ás II yo 45" Immcrsão. Idem. - - - 3 i 54 Junho 14 ás 10 21 20 Emersão pouco fcreno.

Duvidofa. 3 oia

Julho 20 ás 6 1 3 5'5' Emersão fcreno , e mui- to luar, Duvidofa. - 3 311

27 ás 7 25- 36 Immcrsão. Ceo fcreno. 3 3 54

ás 10 13 32 Emersão. Ceo pouco fcreno. 343

Agofto 3 ás IX 40 Immersão. Ceo fcreno. 3 ^ 53,

21 ás 14 15" 22 Emersão. Idem. - - - - 3 3 2^1

Outub. 21 ás 7 46 6 Immcrsão. Idem. 3 3 10

Z)cterminação da Longitude de Lishoa ao Rio de Janeiro j, ' pelas objervafões dos Eclipfes dos Satellites de Júpiter.

E

U recebi de Lisboa de meu Mcftrc o Senhor Mip;ucl li António Ciera algumas obfcrvaçõcs de Ecliples dos Sa- tellites dejupiter, que elle tinha feiro naquella Capital, e entre cilas achei correfpondentes ás minhas, feitas no

Rio

DAS SciENciAS DE Lisboa. 35^

Rio de Janeiro, aEmcrsao do i. SatcUitc feita a 17 de

Agoílo dci78i,ás 8'' 20' 5:9"

Qije cu obfcrvci no Rio de Janeiro, ás - - 6 4 20 Diffcrença dos meridianos. 2 16 39 Também achei correfpondcntc a Emersão do 2.'^ Sa- tellite obfcrvada cm Lisboa a 20 de Agofto ás 8 52 ^3 que cu obícrvei no Rio de Janeiro ás - - - 6 36 20 Diftercnça dos meridianos. 2 16 13- No anno de 1782 achei três corrclpondcntes ; a fiiber a Immcrsao do i." Satellite de 17 de Março obfcrvada

em Lisboa ás------ ______ jj j. ^

e no Rio de Janeiro ás---- - 12, 49 2 Differença dos meridianos. 2 7 A Emersão do i.'' Satellite de 28 de Julho obferva*

da ás .__.___-_ _ 10 58 32

c no Rio de Janeiro ás------ - 8 41 40

DilFerença dos meridianos, i 16 5:2 A Emersão do i. Satellite a 13 de Agofto obfcrva- da em Lisboa ás------------- 9 20 10

e no Rio de Janeiro ás--------- 7 3 40

DilFerença dos meridianos. 2 16 22 Ate o prefente não achei correipondentc á obferva- ção de 25 de Maio de 1782 ; porem fervi r-me da obfer- vação feita cm Lisboa a 18 de Maio, acrcfccntando-lhe quatro revoluções do i." Satellite , conforme as Taboas 7'' i'' 45' 24'', que a obfervação em Lisboa á 25 de

JMaio ás -__ ij-'' ^4' j"

a qual eu cbfervci do Rio de Janeiro ás 13 27 29 DiJerença dos meridianos. 2 16 36 Igualmente não tendo correfpondente á obfervação de 3 dejnlho de 1782 , vali-me daobfen'ação de 5- , feita em Lisboa , diminuindo-lhe huma revolução do Satel- lite tirada das Taboas 1'' 18* 28' ^6" , Junho ref.ilta a

Emcr-

334 jMemorias da Academia Real Emersão em Lisboa a 3 de Julho ás - - 16' 17' 40" que cu obTcrvci no Rio de Janeiro ás - - 14 o 50 Diffcrcnça dos meridianos. 2 16 50 Agora tomando hum meio arithmctico entre clles fette relultados , temos a diíFercnça dos meridianos entre Lisboa c o Rio de Janeiro 2'' 16' 31," 3 , e pnra o obfer- vatorio da Academia Real das Sciencias , 2'' 16' 35', 5- De que fe íegue que a Longitude do Rio de Janeiro hc 34° 8' ^o" a Ocfte do meridiano do obfervatorio da Acadc" mia Real das Sciencias de Lisboa ; e 45° 37' 5-0" a Oef- te do Obfervatorio Real de Paris. Contando da parte mais Occidental da Ilha do Ferro , vem a íer a Longitu- de do Rio de Janeiro 334° 52' 10."

OlTervaçoes Jjlronomkas do mefmo Âiií^or feitas na me/ma Cidade do Rio de 'Janeiro no anno de 1783.

Ohfervação do Eclipfe da Ltia no dia 10 de Setemhro do

mefmo anno com hum occnio achromatico de Djllon

de 17 pollegadas de foco.

Tempo verJad.

6* 49' 28" Principio do toque da peuumbra. Ceo ferenoJ

■651 27 Principio da Immersiío.

6 54 30 Principio da Immersao de Grimaldus.

6 48 Total Immersão de Grimaldus. 708 Immersão de Ariílarchus.

7 I 41 Immersão de Kcplerus.

7 4 58 Principio d" Immersão de Maré humoritm

7 6 41 Total Immersão de Maré humorwn

7 9 2? Immersão de Copcrnicus.

7 17 18 Immersão de Plato.

y 23 19 Immersão de Tycho-

7 34 15- Immersão de Catharina Cyrillus.

7 41 14 Principio da Immersão de Maré Crifuim.

j ^7 18 Total Immersão de Maré Cri/ium.

7 5-2 58 Total Immersão da Lua.

9*

I

bAsSciENCIAS DeLiSBOX. 335"

Tempo verJad.

9* 33 5" Prineipio da Emersão.

p 34 jj Grimaldus principia a fahir da fombra.

9 35" 47 Grimaldus lahe da fombra.

9 40 II Ariftarchus principia a fahir da fombra.

9 40 jo Ariftarchus lahe da fombra.

9 43 43 Keplerus fahc da fombra.

9 47 20 Marc humoriim fahe da fombra.

9 49 1 1 Copernicus principia a fahir da fombra.

9 j2 f Copernicus fahc da fombra.

9 5*3 19 Plato principia a fahir da fombra,

9 54 49 Plato lahe da fombra.

9 56 36 Tycho principia a fahir da fombra.

9 5'7 27 Tycho fahe da fombra. 10 5 o O Ceo principia a ervcher-fe de Vapores. 10 33 ij Fim do Eclipfc , defronte de Langrenus. 10 33 39 Fim mais cerro. 10 35' 8 Ainda apparecia huma penumbra fraca.

Todas as manchas que obfervei são as notadas na figura da Lua , gravada no Coumijfance des Temps do mefmo anno. A Lua na fua Immersáo total eftava de côr avermelha- da , bem parecida a hum ferro em braza. Em quanto a Lua eftcve na fombra via-fc diftinílamente todoodilco : as manchas eftavão confuzas ; com tudo , mais diftinftas e íenfivcis para a parte onde fc devia fazer a Emersão. Na Immcrsão total , a Lua foi mais patente , do que no principio da Emersão : neftc mefmo tempo a par- te eclipfada da Lua , oppofta á Emersão íkou muito mais efcura , e as manchas na fombra com grande dcffi- culdade fc divifavão.

A penumbra ao principio da Immcrsão era clara , e de huma côr cinzenta , quaíi igual , c feparada da fombra fem confusão , e deixava huma pequena incerteza ; mas no fim do Eclipfe a fombra era mifturada bem fen- fivclmente ; e fazia as obfeivaçóes alguma coufa duvido- ías : os vapores d'Athmosfera também ajudavao a efta in- certeza. Ob'

Refultidot

3"

1

2

2l"

3

2

21

3

2

2?

3

2

44

3

2

4f

336 Memorias DA AcAííKMiA Real

ObfervaçSes dos Satellites de JupiteV do mefnío jinno de 1783.

Eclipfes do Satellitei

Abril ii A S ri* 38' 10" Immersão. Ceo ícreno

x\. porém o Planeta mal terminado. - - - Maio y ás 16 26 49 Immersão. Ceo fcreno

28 ás 16 34 55 Immersão. . . muito íereno - Junh. 20 ás 16 40 7 Immersão. Ceo fereno. - - -

22 ás r I 8 13 Immersão. . . muito fereno -

29 ás 13 o 32 Immersão . . . fereno , o Planeta mui claro , as faxas bem vifiveis. 33 i

Julh. I ás 7 28 28 Immersão. Ceo pouco fere- no , o Planeta ondeando. 3 3 18

ij" ásiiij' 4 Immersão. Ceo fereno , e

muito luar; o Sat. muito próximo do Planeta. 3 3 ii

34 ás 9 fs 36 Emersão. Ceo mui fereno ;

o Satellite fahio muito chegado ao Planeta. 3 2 2(5

31 ás II 48 25 Emersão. Ceo fereno. 3 2 32

Agoft. 2 ás 6 17 40 Emersão .... pouco fere- no , o Planeta ondeando. 32 7

14 ás 15 40 40 Emersão. Ceo cheio de va- pores; o Planeta próximo do horizonte.

16 ás 10 920 Emersão: mui fereno. -

23 ás ia 6 19 Emersão. Ceo mui íereno. 25 ás 6 35 49 Emersão. . . . fereno.

30 ás 14 3 49 Emersão. Idem*

Sept. 8 ás 10 31 3 Emersão. Ceo bem fereno ^

e luar muito claro.

ly ás 12 29 if Emersão . . . íereno. - - -

17 ás 658 37 Emersão. Ceo fereno. - - - Out. 17 ás 9 20 3 Emersão . . . mui fereno. - Out. 14 ás 9'' 58' 36 Emersão pouco fereno. Nov. 25 ás 75434 Emersão. Ceo muito pouco

fereno, asfaxas do Planeta não fe divifavao.

3

2 G

3

2 35-

3

2 33

3

2 22

3

2 29

3

^ 3?

3

2 24

3

a 33

3

2 2

3^

2' 2'

3

2 ir

Ecli-

DAsSciENCIAS DíLlSBOií. 337

FcUpfes do Sate/liíe.

Rerultadot

Maio 25" A's II 12 II Immersáo. Cco fereno. - - 3* a' 20'' Julh. I ás 13 47 2 Immcrsâo. . . fcrcno , o Pla- neta bem terminado , as faixas bem vifiveis. - 3 2 21 8 ás 16 21 31 Immersão, Idem. -- - 3 22z Junh.19 ás 8 12 52 Immersão. Ceo fereno, o Plan.

mal terminado , por eftar em pequena altura 3 2 26 Julh. 10 ás 15' 5-4 43 Immcrsâo. Ceo fereno. - - 3 3 o 28 ás 13 14 10 Emersão. Ceo muito fereno ,

o Planeta bem terminado. 3 is"!

Agoft. 4 ás ly 49 49 Emersão , mui fereno. 3 2 2

15" ás 7 44 13 Emersão. Ceo mui fereno. - 3 2 19 22 ás 10 21 19 Emersão. Ceo fereno , o Sa-

tellite fahio muito junto de outro. ----- 3 ^13 Sept. 16 ás 7 33 26 Emersão. Ceo fereno ; o Pla- neta quafi no Zenith e havia muito vento , com que tremia o óculo. Duvidofa. - - 3 15"^ Out. 18 ás 7 22 38 Emersão . . . fereno. - - - 3 231

EcUpfes do 3.° Satellite.

Abril 25" A's 15" 6 5'4 Immersão : muito fereno. - 3 o Maio 24 ás 10 27 37 Emersão. Ceo fereno , o Sa- tellite fahio muito próximo a outro. Duvidofa. 3 04^ 31 ás II 028 Immersão : pouco fereno , o Pla- neta ondeando por caufa de algum vapor. - 3 o 47 31 ás 14 25" 20 Emersão. Ceo muito fereno , o Planeta bem claro , divifando-fe-lhe excel-

lentemcnte as faixas. 3 134

Tunh. 7 ás 14 58 24 Imncrsão. Ceo fereno o Pla- neta bem terminado , as faixas bem veíiveis. 3 033 Julh. 13 ás 10'' 47' 43" Immersão. Ceo fereno. - - 3 i 24 Agoft. II ás 6 19 34 Emersão. Ceo pouco fereno. 312 xZ ás 10 20 20 Emersão : mui fereno. - 3 2 37 2V»/. /. Vv £<■/*•

338 Memorias da Academia Reai- Eclipfes do 4.° SateUite.

RcTultaJos

Abril 2 1 A's 16 33 38 Immersão. Cco mui fereno. 2,'' 54' 7''

Julh. 14 ás IO 43 44 Immersão. Idem. 2 57 11

31 ás 9 6 $6 Emersão. Cco mui fcrcno. Du-

vidofa.' 3 I 9

Todas eftas obfervaçóes forão feitas com o ócu- lo pequeno , que augmenta a grandeza apparentc dos ob- jeílos 70 vezes.

Uota do Ediãor. Examinando eftas obíervaçóes achei quatro cor- •' Tcfpondcntes ás minhas ; a faber a Emersão do i.° Satdlitc de 2 de AE,of-

to de 1785 , *]ue obiervei ás 8'' ^5' 45

e no Rio de Janeiro foi obfervada ás ------ 6 17 40^

DifFerença dos meridianos. - - - 2 16 5

A Emersão do i.° SateUite a 16 de Agofto , obíervada em Lif»

boa. ás . . 12 25 5<í

e no Rio de Janeiro ás----------- 10 U

DifFerença dos meridianos. - - - 2 16 56

A outra Emersão do 2." SateUite de 15 de Agofto cm Lif- boa , ás 10 o 49

e no Rio de Janeiro ás _-- 7 44 '^

DifFerença dos meridianos. - - - z 16 ^6

E finalmente achei mais huma Emersão do i.° SateUite de 17 de Setembro, que obfervei ás---------- 914 59

e no Rio de Janeiro foi obfervada ás ------ 6 58 ^7

DifFerença dos meridianos. - . - 2 16 22

Daqui fe que as duas obfervaçóes de 15 e 16 de Agofto, dáo juftamente a difFerença dos meridianos como eUa he , o que melhor fe verá logo.

Comparando as mefmas obfervaçóes com as de Green\i'ich achei p cotrcfpondentes , convém a faber em 178 1 :

Immersão do i.° SateUite em 29 de Abril obfervada cm Grc- en^i-ich ás - - ------------- 1^14 54

e no Rio de Janeiro ás - ^o 20 i$

DifFerença dos meridianos. - - - 2 54 9

Emer-

DAS SciENciAS DE Lisboa; 339

Emersfo 1.02.° Satelliie a 25 de Maio ás - - - 1^ 18 25 p no K.o de Janeiro, as ----------- 102518

Di/Tcrença dos meridianos, - - - 2 55 7

Emerráo do 1.° Satcllite a j; de Julho, ás - ^^ - 10 21 8 e r.o Rio de Janeiro, ás----------- 7 28 45

DifFerença dos meridianos. - - - 2 55 25

Fm 1782. Emersão do i.° Sarellite a i<> de Junho ás 15 8 19 C no Rio de Juneiro. ás----------- 10 14 17

DifFerença dos meridianos. - - - 2 54 2

Emersão d) 1." Satellite a 28 de Junho ás - - - 9 29 8 e no Rio de Janeiro, ás----------- 6^5 59

DifFerença dos meridianos. - - 2 55 9

Em 1785. Immcrsão do 2.° Satellite a 25 de Maio ás 14 4 44 e no Rio de Janeiro ás----------- 1 1 12 11

DifFerença dos meridianos. - - - 2 52 35

Immcrsão do i." Satcllite de 22 de Junho ás - - 14 o 5 e no Rio de Janeiro ás ----------- u 815

DifFerença dos meridianos. - - - 2 51 52

Emersão do 1.° Satcllite a 2 de Agofto. ás - 9 10 7 e no Rio de Janeiro, ás----------- 6 17 40

DifFerença dos meridianos. - - - 2 52 27

Emersão do i.° Satellite a 25 de Agoílo ás - - - 9 28 16 e no Rio de Janeiro ás----------- 65549

DifFerença dos meridianos. - - - 2 52 27

Eltes refulrados são tao def;oncordcs , que pouco fe pô- de concluir dcllcs , mas o meio arithmctico entre rodoj nove, que hc 2'' 5-3' i', junto a 9' 34', que he a dilFc_ icnça dos meridianos entre Greenwich e Paris , faz 3'' 2' 35-' , diíFcrença dos meridianos entre;. Paris e o Rio de Janeiro , c por confcguintc entre Lisboa c o Rio 2'' i6' 39.''

Mas cila conclusão, ainda que fe a parta pouco da verdade, não me parece tnmbem fundada, como a que fc deduz dos rcfultados hypotheticos das obfervaçõcs do Vv ii pri-

340 Memorias da Academia Real

primeiro Satcllitc , comparadas com as Taboas , os qiincs pLifcmos acima "defronte de cada huma delias. Comparan- do pois as ditas oblcrvaçõcs com os tempos notados no Conhecimento dos Tempos, achei 24 reíultados de outras tantas Immersôcs , cujos extremos eftáo comprehcndidos entre 3'' 2' 18" , e 3* 3' 53" e o meio arithmetico en- tre todos he 3* 2' 46' : mas como algumas das obfcrva- çóes erão duvidofas , dcfprezei 5- rcfultados que le apap- tavão muito dos outros , e achei que o meio arithmetico entre os 19 que reftavão , era 3'' 2' 3J."

Igualmente procurei o meio arithmetico entre es 3^ rcfultados de outras tantas Emersões , que eftáo compre- hcndidos entre 2'' 1' yi" c 3'' 3' 22", cachei 3'' 2' 30"; porém advertindo que os extermos fe apartavao muito dos outros, prefiro o meio arithmetico entre os 34 rcftantcs , que hc 3'' 2' 29.'' Agora tomando hum- meio entre cfte e o precedente, temos 3* 2' 32" que he o refultado meio de 5-4 obfervaçóes aíTás concordes entre li, como fc pode ver hnçando os olhos pelos que vão defronte de cada obfcrvaçao.

Donde podemos concluir com baftante certeza que a dilTcrença dos meridianos entre Paris , e o Rio de Ja- neiro he de 3'' 2' 32", e por confeguinte de Lisboa ao Rio de Janeiro, he 2^ 16' 36", a mefma que achamos aci- ma por duas das noffas obfervações correfpondcntes , e quaíi a mefma , que achou o Author da Memoria por 7 obfervações corrcfpondentes do i." e 2.° Satellite , como acima fe vê.

Comparação das ohfe^vaçSes do Eclipfe da Lua de 10 de Septembro de 1783.

COmo efte mefmo Eclipfe foi obfen^ado também cm Greenwich c Paris , não fcrá fora de prepofito dar aqui acomparação das oblcrvações que fe acharem corief-

pon-

sasScienciasdeLtsboa. - 341 pendentes ás do Rio de Janeiro , para melhor confirmar a lua Longitude,

Principio do Eclipfe obferTado cm Greenwich ás <;* 45' ^4" no Rio de Janeiro ás------------ 651 27

Diftercnça dos meridianos. - - - 2 54 7

Immcrsáo de Tycho. ás --------- 10 16 45

no Rio de Janeiro, ás------------ 7 2^ ip

Diffcrença dos meridianos. - - - 2 55 26

Principio da Immersáo de nmre Criftum ás - - - 10 ^4 28 no Rio de Janeiro, ás------------ 7411 4

DifFerença dos meridianos. - - - 2 55 14,

Immcrsáo total em Greenwich ás ----- - 10 44. 55

no Rio de Janeiro ás------------ 7 52 58-

DifFerença dos meridianos. - - . 2 51 57

Principio da Emersão em Greenwich ás - - - - 12 27 5

RO Rio de Janeiro ás------------ P?? $

Diftercnça dos meridianos. - - - 2 54 o

Meio de Ariftarchus ás . . : 12 ^; 54

no Rio de Janeiro as 9 40 ^o

DiíFcrcnça dos meridianos. ... 2 55 14

Fim do Eclipfe em Greenwich ás 15 26 58

no Rio de JaQciro ás M ^9

DifFerença dos meridianos. ... 2 55 ip

Agora tomando hum meio entre eftes fette refulta- dos , temos 2* 5-3' 20", differcnça dos meridianos entre Greenwich e ó Rio de Janeiro , que reduzida a Paris vem a fer j'' 2' 5'4."

Como o Ecliplc também foi obfervado em Paris por Air. McQier, e Mcchain com muita miudeza , e por ex- cellentc tempo , comparando as obfervaçõcs de huma e outra parte , achamos dezanove refultados comprehendidos entre 3* o' jS', e 3'' 5' 14", cujo meio entre todos he 3'' 2' 3 3"j porém como alguns deftcs refultados , são mui- to defcrepantes , efcolhemos entre elles oito , comprehendi- dos

'54* Memorias da Academia Real dos entre 3'' ^ 4'', e 3'' 3' 3",^ cujo meio entre todos hc 3* 1' 33' > o mefmo que dão os dezanove relulta- dos ; e como o oblcrvotorio de Mr. Mcílicr cftá i" ou z' mais ao Oriente do Obfcivatorio Real , vinv s a ter a mefma differcnça dos meridianos 3'' 2' 32" pelas obter- vaçócs do Eclipfe du Lua , que achamos acina pelas oblcrvaçóes dos Satcllites de Júpiter , o que comprova osrefultados que clles dão, ainda que não hajão oblerva- ções correfpond entes. AíTim pndcmrs ter por fcgura a diffcrença dos meridianos entre o Obfervatorio da nc ITa Academia , e do Rio de Jmciro ler 2'' 16' 36", e por conieguinte, que o Rio dejaneiro cllá 34° 9' a Ocfte do meridiano de Lisboa , ou naLongitudc de 334° 52', con- tando do primeiro meridiano. Fim da Nota.

OhfervaçÕes das Marés feitas pelo mefmo jínfior na hocca da Barra do Rio de Janeiro.

AS obfervaçoes feguintcs , que tenho a honra daqui aprefentar , são as que fiz na bocca da Barra da Ci- dade do Rio de Janeiro , junto á Fortaleza de Sanita Cruz que difta da Cidade , pouco mais ou menos ^ de Icgoa.

Como a obTerv-ição nos tem moftrado , que todos os dias da conjunção da Lua , a preamar he fempre á mef- ma hora no mefmo lugar ; por commum conlentimento de todos tem-fe efcolhido como regra , ou cpoch a' das marés , a que fuccede no dia da conjuncção. A' hora em que cfta fuccede , chamão os France/es Ejlahelecimento do Porto ; nós lhe podemos chamar com propriedade Maré Primaria.

Efta Mjré primaria , e a altura das agoas no íeu máximo e minimo , he que eu defejei conhecer logo que cheguei a efta Cidade. Para o confeguir fiz eftas obfer- vções , das quaes deduzi a Maré primaria ás 2 horas e i da tarde, e a altura media das agoas 6 palmos , 3 pollcga-

das

DAS SciKNClAS DE L I S B O A. 343

das e 2 linhas. O fluxo dura ncíla Barra 6 horas , e o mar fica preamar , pouco mais ou menos , 14 minutos: e o re- fluxo dura da mefma forma 6 horas , c o mar fica bai- xa-mar, os mefmos 14 minutos, e depois torna a íubir.

i

) Anno ]i de

Tempo Altura do

&d , niar na preamar. preamar.

Ventos domi- nantei.

Circumnancias das obfírvacóes

Óes. %

SS Mezes

<s

<<j Out. 16

»7 18

N0V.15

Dez. 15

Hor.Min.

1782 ]an. i^

«5

28 Agoft.p 16

2 24 T.

2 48 2 49 2

? o

2 42

4 15

2 O

5 20

8 45M

9 II 40

Pai. Pól,

S. S. O.

s. o. s. o.

N. O. S. E. S. E.

s.

N. E. N. E. N. O. S. S. E. S, E. N. E. N, O. N. E.

Lua em conjunção ás 18'' 17' | Perigea.

Lua erri oppofiçáo ás 15* 57.' 1

jipogea. no dia jo. Lua em conjunção ás 4* 18'.

Peiigea no dia 15. Lua em oppofiçáo ás lO* 7.'

Jpogea no dia 27. Lua em conjunção ás 15'' 21.'

do dia 14.

Lua em conjuncção às ^'' 46.'

Lua em oppofiçáo ás 17'' 52.'

Lua em conjuncção no dia 8 ,

ás 12A 15.' Quarto crefcence no dia 15, ás

1 J'' 4', Luá Perigea no dia 16 1

An,

344

>) Anno

<<; de

Si Mezes

M

ORiAs DA Academia Re a

<<;as.

2? 28

Sepc. 1

6

7

16

Dez. 19.

Tempo da

preamar,

Altura do

mar 11a preamar.

Hor. Min.lPal. Pól.

O 50 T. 2 ^o

6 ^oM.

6 45

7 20 P ÍO

II 10 2 10 T. 2 45 5 o

5 20M.

6 o 10 o

1 oT.

2 3 2 ^o ? «5

Ventos do mi nantes.

N. O.

S.

O.

S. E.

N. ¥,.

O.

S. E. Sereno. SO.forte

S. E.

S. E.

S. E.

N. E.

N. E.

N.

S. E.

S. O.

S. E.

S.

)) Circunllancias das Obfervacóes. 3

>

Lua cm oppofiçáo ás 10'' 22.'

Quarto minguante ás 7'' 34.'

Lua em conjuncçáo ás 25'' 28.'

Lua Perif^c/k^

Lua em oppofiçáo ás 4/, 45.' [)S

'ii/L

ME-

DAsSciENciAs DE Lisboa.' 34J

II ^„,„„^^^^,,„„„,^,,^,,„,,^

OBSERVAÇÕES METEOROLÓGICAS

Feitas na Cidade do Rio de janeiro. Por Bento Sanches Dorta-

SEndo o ceio para mim pouco grato , e caufando-mtí hum grande cnjôo j refolvi occupar o tempo em cou*

fa que folTe útil , e que podelTe dar conta delle j quando me viíTe obrigado a iflb : e movido das altas obrigações que infpirao a valTallagem , tributada aos me- lhores dos Soberanos , c o amor que os intereíTes da Pá- tria exigem de todos os que conftituem o corpo do Ef- tado, e muiro particularmente de mim , por me achar pre* fcntcmentc no fcrviço da NoíTa Auguftiffima Rainha : julguei , que as obfervaçóes Meteorológicas era o obje- ílo de que devia lançar mâo , pois enchia as duas con* dições que bufcava. Não balencei mais hum inftantCj e ainda que ás vezes me parecefle pefo grande para as minhas débeis forças ; com tudo arremecei-me , e tenhci conleguido até o prefcnte occupar neftas obfervaçóes cinco annos , que tantos ha que exifto nefta capital do Brafil.

Para confcguir o fim que me prepuz determinei-me a obfervar as variedades da Atmofphfera fctte vezes cada dia , dcfde as 6 horas da manhã até ás 6 horas da tarde ^ para por cfte meio deduzir eftados médios , como expréf- são as Taboas , que tenho a honra de aprefcntar a efta fábia alTcmblèa.

He bem fabido , que hum femclhante trabalho he muito longo , e mui penofo ; com tudo não me defani- ma, e a efperança de tirar refultados certos, e muitos co- nhecimentos fyficos deite Paiz , me incita a profeguilo com

Tom. I. Xx goí-

346 Memorias da Acadeawa Real gofto c prazer. Eu tenho tido , toda a paciência , e to- da a cxaftidão que he poffivcl ; c por efta caufa devc-fe acreditar a certeza dos rcfultados que exponho.

Vejo-mc na indefpenfavcl obrigação de advertir def- ta vez , para todas as outras , em quanto não houver mu- dança , pois havendo-a eu a annunciarei , que todos os inf- trumentos de que me firvo eftão collocados na Camará da minha habitação , a qual eftá na altura de jo palmos e 4 pollegadas acima do nivel do mar. Tem efta Camará três janellas voltadas ao Sudocfte , equafi fempre as confer- vo a berras. Nefta mefma Camará tracei huma exafta me- ridiana , onde confervo conftantemente a BuíToIa para ter conta com a declinação da Agulha.

Defcripção do Thermometro y e reducfão da fita efe ala.

rHermometro he hum inftrumento meteorológico des- tinado a indicar os gráos de calor , e frio que ha na atmosphera pela dilatação do azougue , o qual contendo-fe dentro de huma rodoma de vidro , fóbe por hum tubo a differentes alturas. A razão fyfica he manifefta. O calor di- lata , o frio condenfa o azougue ; logo o azougue do Thcrmometro deve fubir mais , quando o calor da atmos- phera for maior, e defcer a baixo do principio da gradua- ção quando atmosphera hc mais fria. A primeira invenção do Thcrmometro não excede a 1622.

Muitos fylicos , e principalmente os Francezes fazem ufo do Thcrmometro graduado pelo methodo de Reaii- mur ; porém o methodo de Fahrenheit , he mais exa- fto , c ha muito tempo que he adoptado pelos fyficos Inglc- zes , c outros muitos fábios feguem feu exemplo.

A efcala de Reaumur nota cifra no lugar do tubo, aonde o azougue defce eftando enterrado em gelo , que principia a dcrreter-fc : c 80 gráos no ponto do mefmo tubo onde o azougue fóbe pelo calor de agoa fervendo em que çftá metido.

Po-

DAS SciENCiAS DE Lisboa. 347

Porem a cfcala de Fahrenhrit marca o frio do gelo que começa a dcrreter-re cm 32 í:iáos ; e o calor da agoa fervendo em 2 1 2 gráos ; mas iíto fe entende quando o pefo da Atmosphcra he igual ahuma columna de azongue de altura de 30 pollcgadas. Ora he conftantc aos que cul- tivão a fciencia da fylica , que o gráo de calor da agoa fervendo , fcníivelmcntc muda conforme a prefsão d'At- mosphera.

He manifefto pelo que fica dito que na efcala de Fahrenheit ha 1 80 gráos delde o ponto do gelo , que co- começa a derrctcr-fc , até ao ponto da agoa fervendo (212 32^^ 180) quando na efcala de Reatimtir , en- tre os mefmos lemites , ha fomente 80° ; e efta he a razão porque nau pôde moftrar, fcm fracção, variedades tão pe- quenas do tcmparamínto da atmosphera , como a efcala de fahrenheit , pois cada gráo he duas vezes , e hum quar- to mais pequeno , que na de Reaumur j porque ~ = 2 - , ou 2,25 , ufando dos decimaes.

Na Fyfica ha experiências fummamente delicadas , aonde fc neceffita de levar o exame do temparamento do ar até partes muito mais minimas. Ha muitas occafiões, em que as obfervsçóes relativas ao Barómetro , devem fer levadas até décimos degráo da efcala de Fahrenheit , dos quacs cada hum vale 44 millclimos de giáo da de Reau- mur. t

Com hum calculo fácil podemos reduzir os giá is* de huma efcala aos da outra : como por exemplo , quero reduzir 5-90 de Fahrenheit aos de Reaumur ; em primeiro lugar diminua-fe 32'' de 59°, e o refto di- vida-fc por 2 j, ou por 2, 25: : o quociente moftra , que são exactamente 12° de Reaumur acima do gelo. Se ti- vermos 23" de Fahrenheit , e os quizermos reduzir acs de Reaumur , acharemos no quociente 4" abaixo do ge-

lo, porque 23° 3^°== 9") c 4". Logo to-

2, 25"

das as vezes que o quociente fahir negativo , quer dizer Xx ii que

548 Memorias da Academia Real

que na efcala dcRcaumur he abaixo do gelo , ou de cifra- Ora 20" de Reaumur acima do gelo fay.cm 77"" de Fahrenheit j porque 20" multiplicados por 2, 25 =45-", e 45"+ 32" 77-'' Mas de Reaumur abaixo do gelo , são 23° de Fahrenheit ; porque 4'^ x 25" = 9" , c 32° 9 23.° Em fim 16" de Reaumur abaixo do gelo , são abaixo de cifra de Fahrenheit ; porque ló'" x -j ^y 36", e 32° 3^"=^ abaixo de cifra defta efcdla : o que com effcito he extremofo gráo de frio , ainda mcfmo para o clima de Inglaterra , onde o maior frio , de que he memoria , foi obfervado em Chutam cm 1776 , por Mr. Siiiimons Cirurgião , que tinha o Thermomctro expofto ao ar no feu jardim , e achou ^ abaixo de cifra de Fah- renheit , ás 6 horas de manha em 30 de Janeiro , e nos dous dias feguintes do dito anno.

Em Petersburgo no anno de 1733 chegou a def- cer o azougue no Thermometro a 60° ; e em 21 de Janeiro de 1779, a 61° abaixo do principio da gradua- ção ; que correfponde a 29° abaixo de cifra. Ainda foi maior o frio que , conforme tcftcfica Mr. de Maiipertuis , fe experimentou em 1737 em Torneao ; porque o azou- gue em hum Thermomctro , graduado conforme os prin- cipios de Reaumur , defceo a hum ponto, que correfpon- de a 33° abaixo do principio da graduação no Thermo- metro de Fahrenheit , ou 6^° abaixo do gelo. Mr. CmeUn obfervou por muitas vezes na Sibéria , o azou- gue defcer a jf" abaixo de cifra. No o anno de 1735', o azougue defceo na mefma Região a mais de 120.° Em Fetersbiirgo no anno de 175" 9 , o frio foi tão exccífiro, que os Académicos daquclla Cidade , fizcrão hum mifto de neve , e efpirito de nitro fumante ; e outro de Óleo de Vitríolo , e neve ; e por eíle meio alcançarão incrível frio., que obrigou o azougue a defcer a 1160" abaixo de cifra no Thermometro de Lisle. Os Fyíicos tem conhecido fer a intenfidade do frio muito mais confideravel , do que o fupponha Fahrenheit.

Os

DAS bciENCiAS DE Lisboa. 34<)

Os fobrcditos fábios oblcrvarao na mefma occnfião ^ que o azouguc fc gelou , c converteu cm huma cfpecie de metal íolido , mais duro que o chumbo , mallcavcl e que íe podia íorgar ao martcllo ; ainda que até áquelle tempo não Ic conhecia que o azouguc podeflc gelar-fo naturalm-ente ; com tudo pelo frio arftcficial que produz a luiftura de efpirito de nitro e neve , a columna do azou- gue defce algumas vezes até jco" abaixo de cifra da cf- cala de Liste , que correfponde a 390" abaixo da cifra de Fahrenheit.

Em quali todas as Nações da Europa , ha muitos Sábios que fe occupao na Scicncia da Meteorologia , e nella tem feito grandes progreffos ha alguns annos a efta parte. Os obfervadorcs multiplicao-fc annualmentc , a applicaçâo que fazem das fuás oblervaçoes , c a gran- de correfpondcncia que entretém relativa a efte objc- fto , que diariamente fc faz mais intcrcíFantc ^ me incita a fcguir os fcut> palTos , e abraçar os planos úteis propof- tos por tão bons obfervadorcs ; tanto para obfcrvar os meteoros igneos , aquáticos , e aéreos , como para tiraf verdadeiros refúltados pertencentes á Capital do Brafil , aonde até o prefente ninguém fc occupou em obfervar circumftanciadamentc as repetidas variações do Ceo , que aqui fe expcrimcntão.

Ainda que as obfcrvaçõcs Meteorológicas pofsão fer occupação de qualquer individo , com tudo parecem per- tencer particularmente aos Aílronomos ; pois íuppondo- Ihes grandes conhecimentos aílrononiicos , he bem mani- fcfto , que são os mais próprios a apreífar o progrcíTo da Scicncia Meteorológica ; feja no curfo das fuás obfcrva- ções , fe cultivão a Aftronomia pratica , fcja derigindo para efte fim o cftudo , e as efpcculações da Theoria , co- mo V. gr. do movimento annual e diurno da terra , de fcus cffcitos ; as principaes circumftancias do movimento da Lua , relativamente ás marés , quero dizer ás fuás conjunções, oppolições j paflagem pelo Apogco , e Pe-

ri-

ajo Memorias DA Academia Real

rigeo , entrada nos Equinócios , movimento dos Nós , &c. a fim de tirar conlequencias análogas ao eftado da Atmosplura : rc- folver triângulos cfphericos para determinar a declia.^.çao da Aí^ulha-magnctica ; em fim outros muitos conhecimentos ne- cellarios ao obfervador , para depois de ter huma Tcrie de an- nos empregados na Meteorologia do paiz , em que habita , po- der tirar refultados , ou aphorifmos utilliffimos á Agricultura , á Medicina, c á Navegação.

Ohfervações Meteorológicas feitas na Cidade do Rio de Janeiro

=^í2Fí::í3^^=^^^v,í=5^=^-;?=^;-;;=;í-j==5^=5^^

DAS SciENCIAS DE LiSBOA. Influencia correfpondente aos pontos Lunares.

3n

11. laboa. j

\'encos

dominnnics.

Numero dos di.is

de

"^ .

Ponlos Lunarej.

Calor niedio

N.

NE.

NO

S.

SE.

SO.

E.

0.

CU-

venj.

Cu.

bert.

Tro-

voad.

Chu-

Né- voa.

2

Lua nova.

71,° í

"

2

2

I

"

"

"

//

5

2

II

"

II

Lua cheia.

■71, c

"

I

I

?

I

.'/

I

"

4

•,

I

I

Quarto cref-

ceiíte.

75> ?

'/

?

?

I

I

II

I

II

6

II

2

I

Quarto min- goante.

70, 2

I

1

5

II

2

l

4

I

5

t

Equinócio

aCcendente

70, 8

I

I

9

2

í

II

4

I

2

t

4

1

Kquinoci»

delcendente.

T-, 7

2

4

4

I

I

I

5

2

1

?

2

Apogeo.

70. 5

I

I

í

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2

2

"

I

I

5

II

Ç

I i

Porigeo.

7i, íJ

I

4

í

5

2

I

?

? '

2

4

1 1

Declinação da Agulha Magnética.

lII. Taboa

Junho

Jullio

Agoflo

Septemb.

Outubro

Novembrn

Dezembro |

Declin med

mez

Mn. ■x ia do ^

6"45'io"

7 045

54'56"

40' 9'

(5° 29' j4''6° 50'52"

5o'42"

6^ 4o'26"

3j Declin. ■) ^J máxima, j

^J Declin. "> Jj mini ma. T

45 O

7 -7 i-

7 10 06 48 ip

S ^9 O

6 48 50

6 44 o 7 25 o

6 45 10

6 42 o 16 ^i 20

5 ly o

6 9 50

6 18 c

6 ip 50

Aqui ofFcrcço aos meus Nacionacs três Taboas com parte das obfcrvaçõcs Meteorológicas que fiz nos últimos oito mezes do anno de 1781 , ncfta Cidade do Rio de Janeiro , onde cheguei a 6 de Abril do dií1:o anno por ordem de Sua Mageftade.

A primeira Taboa comprehendc os ventos dominantes, as obfer-

va-

35'2 Memôkias da Academia Rbal vaçõcs do calor médio , máximo , e minimo de cada met indicado no Themometro de Fahrenheit, de que me íir- vo ; a quantidade de chuva , e evaporação em cada hum dos mezes ; o citado do Ceo , os dias clatos , de nuvens , cubcrtos , de trcvoada , de chuva , e de névoa.

A fegunda Taboa numera quaes são as variações do Ceo nos diíFercntes pontos lunares. A terceira Tjboa in- dica a maior , e menor declinação de huma Agulha ma- gnética de 6 poUegadas de comprido , 2 linhas de largo , c ^ linha de groflb , que com íeu anncl para a equilibrar pcza 3 oitavas, e 30 gráos ; com a fua declinação media que rcfulta das obfervações feitas pela manhã , ao médio dia , e de tarde.

O maior calor que fe experimentou nos oito mezes mencionados , foi de 83,5' gráos, a 16 de Novombro a i hora e ij' minutos da tarde : eftando o Ceo fercno , o vento foprava de Lefte.

O menor calor que fc fentio , foi de íl, 5" gráos, a 15 de Junho á meia noite : o Ceo eftava cuberto , e ventava do Sudoefte. A differença do maior , ao menor Calor he de 22 gráos.

O calor médio de cada mcz , he o refultado da fo- ma de todas as obfervações , feitas defde as 6 horas da manhã até as 8 horas da noite , mediando o efpaço de 2 horas , devidida pelo numero delias.

O calor médio dos oito mezes he 71, Ó5' gráos. A total quantidade d'agoa que chuvco nos oito mezes foi de 37 poUegadas, e 32 centccimos de linha. O mez de Maio foi o mais chuvofo ; o de Agofto o menos.

A evaporação foi de 29 poUegadas , e 7 linhas. O mez que mais evaporou foi Outubro ; o menos foi Agof- to. A chuva excedeu de 7 poUegadas e 3,32 linhas.

Forão os dias claros 75» , de nuvens 68 , cobertos 98 , de trovoadas 28 , de chuva 74 , e de névoa 34. Ouvi- rão-fc trovões tanto de perto , como de longe a 5* , 16 , 24 de Maio j a 3 , 6 de Junho 5 a 11 , 28 de Julho ; a

30

DAS SciENCiAS DE Lisboa.. 35"^

30 de Agofto ; a 6 , 23 de Setembro ; a 6 , 7 , 27 de Outubro ; a 5-, 12, 18, 21 de Novembro ; cai, 10 ^ II, 16, 17, 19, 23, 29, 30, 31 de Dezembro. O vento dominante de manha foi Nordcftc , c de tarde Su- ducfte.

O maior gráo de calor médio , que concorreo com os pontos lunares , foi no quarto crefcente , e no Equi- nócio defcendente : c o menor no Apogeo. O vento do- minante nos pontos lunares foi Sul , no Equinócio afcen- dente.

A Agulha magnética declina ncfta Cidade do Norte para Leite. A maior declinação neftes oito mezes foi de 7 gráos , 27 minutos €22 fegundos ,323 de Junho as 8 horas da manhã ; eftando o Ceo fereno , e o Thermo- metro em 67 gráos; o vento aflbprava de SO. 4* O. A me- nor declinação foi de 6 gráos, 9 minutos , e 30 fegundos, a 29 de Outubro ás 7 horas da manhã, eftando o Ceo co- berto , e o Thermomctro em 70 '- gráos. O vento S4* S.O. A diflPerença he de i gráo ^ ly minutos , j2 fegundos. A declinação media foi de 6 gráos, 41 minutos , e 21 legundos.

Apparecerâo 4 Auroras auftraes , duas a 22 e 25" de Julho , e outras duas aos 15 e i^ de Dezembro. A Imí zodiacal não apparcceo.

Tm. L Xj Oii

Memorias da Academia Real

DAS S C I E N C I À S D E L I S B O A.

ZSS

Influencia correfpondente aos pontos Lunares,

III. Taboa.

Pontos Luiu

Apogeo.

Pírigeo. ' 4 dias antes I da Lua nova. I 4 dias antes

da Lua chea. I 4 dias depois I da Lua nova. . 4 dias depois ' da Lua chea. )

Ventos dominantes.

7i. í 75, 8

74. 7 7?> 7 7i> 4 7?> 5 74, I 75

7?> o| IO 7Í, 5

NE.

N O

S O.

Ip

12 22

Números dos dias de

Cla-lNu ros.

Tro- voad

Ciiu

O) 4

i

Declina

■ão da Agulha-magnetica.

% Mtzcs.

Jeclinação me- dia do mez.

Declinação uaaxinia.

Declinaçair miiiina.

Declinação me dia de manhã

neclinac^ãd me- iia ao mei» dia.

Ded dia

nação me- de Wrde.

j) Janeiro

6^

,8'

8"

0' 0'

uj 0''

56'

56"

42'

5"

55'

25"

f fevereiro. Nj Março.

6

43

1 1

7 8 ',0

5 25 0

6 45

14

6

55

6

48

47

6

51

U

7 16 0

6 15 0

6 46

?<5

6

56

9

6

54

56

j) Maio.

6

?i

20

6 45 ?o

6 14 0

6 29

55

6

54

48

6

29

56

(C Junho.

6

56

5?

6 4y ^0

(5 2^ 0

6 ;5

50

6

4C

20

6

54

21

1 Julho.

6

54

20

651 0

6 19 0

6 54

7

6

58

5

6

51

15

Jj Agodo.

6

?6

27

6 50 50

6 24 0

6 54

25

6

40

5

ó

54

5i

ftj Septcmb.

6

?6

17

6 41) 0

6 25 50

6 54

2

6

40

29

6

54

SS Outubro.

6

?8

55

5 5? 0

6 29 0

6 55

59

6

42

50

6

57

56

j] Noveir.b.

6

ÍP

19

6 54 0

6 25 p

6 ?5

49

6

44

40

6

57

29

1 De/enib.

6

4C

48

6 54 ^0

(5 19 ^0

6 57

57

6

45

49

6

58

57

Vy ii

Gráos

356

Memorias da Academia Real

Grãos de calor médio , de duas em duas horas.

' Mezes.

6 lioras da inanhn

S horas la manlu)

10 horas lu maniiá

12 horas, da manhã

2 hoias Ja tarde.

4 horas da carde.

6 horas da carde.

Calor médio do dra.

. J.ineiro

0 D

77, IO

0 D

77, 58

~ D~ 78,46

0 D

79. 07

78, 89

0 D

78, 75

78, '7

0 D

78, 28

Fcvereir.

78, 06

79, 16

79, 57

80, 92

80,97

80, 16

7P, 42

79, 79

Março

78, 6z

79, 0

80, 17

81, 17

81, 14

80, 85

80, 08

80, 15

Abril

71, 24

7-, 7V

74, 07

75, 84

76, 84

75, 06

74, 60

74, 25

Maio

67, 87

6y, 16

70, 97

7^, ?•

75, '4

7^, 70

7', 16

71, c6

Juuho

66, ss

67,

68, 74

69, 75

70, 72

70, 87

69, 20

69, OJ

Julho

6a, ?8

65, ??

66, 71

67, 29

69, I?

69, 62

68, 64

67, p

Agoífto

69, 41

70, 02

71, 01

7-, ^7

7^, 74

75, 14

7^, 19

7', 55

Septembj

68, 41

6(), 20

70, 5i

7>> 24

71, 80

7í, '5

7«, 40

70, 67

Oucub.

6<), 64

70, 00

7', 7^

7-, 04

75, 16

75, 50

72, 50

71, 7^

Novcmb. j

70, 45

7i, 25

7?, 59

74, 58 75, 25

75, 72

74, 82

75,81

DezembJ

75, ?9

76, 40

77, 25

78, 64

78, 95 1

79, 0

77, 97

77, 65

tu— TT-a— liriMMaM

Declinação media de duas em duas horas.

Mezes.

Janeiro

Fevcreir.

Março

Maio

Junho ^ Julho ^ Agofto )^ Septemb tf Outub. y. Novemb ^<J Dczemh.'

6 horas da manhã

6^ 5:'i i"

6 59 47

45 6 '5 25 8 54 6 52 15 í ?2 ^o

56 (1

8 horas da iranhá,

5''56'55" 6 45 o 6 46 7 6 29 55 6 ^6 25 6 54 59 6 54 44 6 54 O

54 I 6 55 55

54 10 6 55 9

6 55 14 '6 57

10 horas | 12 horas 1 1 horas 4 lioras da manh.^.' da Carde, da tarde.

IO 16

da manh: 40*25" 6 50 55 6 44 50 6 29 45 6 54 14 6 55 51 6 56 29

6 54 54 S 58 21 S ?8 8

6" 42' 5' 6-^ 58' 20"

^ 55 í 56 p 6 54 48 6 40 20

6 so 18

6 55 57

íí 51 21

56 40

6 58 5 6 54 19

6°55'5i"

6 horas Declin. me- da tarde, dia do dia.

6 49 48

^ 55 57 6 29 5 6 54 25 6 5^ «5

6 40 56 56 55 6 55 2

6 40 29 6 5p 44 í 42 50 6 40 44 6 44 40 6 40 o

40 29

6 55 ly

6 58 í

6 57 44

6°52'54"|6° 56'45"||)l 14 6 47 45

6 54 7 6 28 25 íí 51 47

6 55 4 6 52 46

6 55 5

6 55 o [6 57 50

6 51 8

6 50 17

6 55 "

" 5 5 45

55 29

55 46

57 48 I

5 45 29 6 ^y II |6 58 21 ó 55 46 16 38 51

Âe-

DAS SciENCIAS DE LiSBOA. 35-7

Refultados das Tahoas de ObfervaçÕes.

1-0 O vento dominante foi de manha algumas vezes variável , e outras Nordefte ; de tarde Sudocfte , e Suefte 2." O maior calor , que aqui fe experimentou nefte anno de 1782 , annunciado no Thermometro de Fahre- nheit, foi de 89 gráos , a 8 de Fevereiro, á huma hora da tarde : o Ceo cftava fereno , e o vento aflbprava bran- damente do Sudoefte.

O menor calor que fe fentio , foi de 5" 6 gráos e i , a 4 de Julho ao meio dia : o Ceo eftava nublado , e o vento aflbprava de Oefte. Adiíferença do máximo ao mí- nimo calor hc 32 gráos c -.

O calor médio de todo o anno foi de 73, 89 gráos por hum refultado de 1095' obfcrvaçocs , ou três obfer- vaçocs cada dia ; mas o calor médio do anno também foi <ie 73 1 77 gráos; refultado de 2555" obfervações , ou fet- te obfervações cada dia.

O calor médio de manhã foi de 72, 17 gráos ; o do meio dia 74, 58 gráos ; e o da tarde 74,94 gráos.

Nos primeiros cinco mezes do anno , a hora do maior calor foi as duas horas da tarde ; e nos fette mezes ref- tantes , ás quatro horas da tarde.

4.° A quantidade d'agoa que chuveo todo o anno foi 47 pnllcgadas , i linha , e ^^ centeílimos de linha. O mcz de Outubro foi o mais chuvofo , e o de Julho menos. A evaporação foi de 35- poUegadas, 5- linhas , e 2 décimos de linha. O mez que mais evaporou foi Feverei- ro e o menos , Outubro.

Achuva excedeu a evaporação . 1 1 pollegadas 6 linhas , e 35 ccntcfimos de linha.

4.° Nefte anno forão os dias claros 112 , nublados 137, cobertos 116, de trovoada 77 , chuvofosi20, e de névoa 43.

Ouvirão-fe trovões tanto de perto como de long,e

á

3J8 Me MOR IAS D A Ac A D K M 1 A Re A L

á r , 1 , 3 , 6 , i6 , 17 , 19 , 20 , 24 , c 30 de Janeiro ; a 3, 4, j, 8, II, 12, 13, 14, if, 18, 19, 20, 22, 23 , 24 , 26 , 27 , e 28 de Fevereiro ; a i , 2 , 6 , 7 , 8 , 9 , 1 2 , e 1 3 de Março ; a y , 11, 12, e 30 de Abril ; a 4 , 5" , 28 , e 29 de Maio ; a 2 de junho ; a 4 de Julho; 331 deAgofto, a 2, 13, c 27 de Scptcmbro ; a 2 , 5- , 24 , 28 , e 3 1 de Outubro ; a 11 , 28 , e 29 de Novembro ;a4,5:,6,7,8,ii,i2,i3,i4, ly , 19 , 20, 2^ , 26 , 27, 28, 29, 30, c 31 de De- zembro.

A Aurora Auftral apparcceo a 20 de Fevereiro , a aj de Novembro, e a 3, 4, e 31 de Dezembro. A luz Zodiacal obfervou-fe a 12 , e 17 de Fevereiro; e a 9 de Agofto.

5".° O maior gráo de calor médio, que concorreo com os pontos Lunares , foi no quarto mingoante , e no Equi- cocio afcendente : o menor no quarto crefcente ,64 dias depois da Lua nova.

O vento dominante nos pontos Lunares foi Sudo- efte , 4 dias antes da Lua nova j Suelle na Lua nova , Apo- geo , e Perigeo.

7.° A maior declinação da Agulha magnética , cm 1 1 mezes defte anno , foi de 7 gráos e 16 minutos , a 16 de Março ás 6 horas da manha , eftando o Ceo coberto , e o Thermomètro annunciava 77 { gráos ; o vento aJToprava rijo de Lefte. A menor declinação foi de 6 gráos, e 13 minutos , a 22 de Março ás 8 horas da manhã ; o Ceo eftava coberto , e chuvia : o Thermomètro moftrava 77 { gráos , e o vento aíToprava de Lefte.

A differença he i gráo , e 3 minutos. A declinão media de manha foi de 6 gráos 36 minutos , e 45: fe- gundos : ao meio dia , 6 gráos , 43 minutos , e 26 fcgun- dos, e de tarde, 6 gráos, 38 minutos, c 2 fegundos.

A declinação media dos 11 mczcs foi de 6 gráos , 39 minutos, e 8 fegundos ; refultado de 1005' oblervaçõcs, ou três obfervações por dia ; porém a mefma declinação

tam-

OAS SciINCIAS DE LiS&OA. ^^^

também foi de 6 gráos , 38 minutos , e 15 ftfgundos ; por hum reiultado de a 345' obfervaçocs , ou fette obfer- vaijóes cada dia.

A Agulha magnética tende a apartar-fc do Norte def- de as 6 horas da manhã até ao meio dia , e a avifinhar- fc defde as 2 horas até ás 6 de tarde : a fua maior declinação diurna tem lugar defde as iq horas da manha ate ás 2 horas da tarde.

A Agulha magnética de que me íirvo pcrdeo nef^ tcs 1 1 mezcs o parallelifmo féis vezes , inclinandg-fc pa- ra o Pólo AuftraJ ; a 20, 24, 631 de Agofto j e a 21 , 23, e 27 de Setembro.

Obfervaçoes Meteorológicas feitas pelo mefmo ^uSlor «4 CV- dade do Rio de Janeiro , no amiç de 1783.

NEíte anno de 1783 , nSo forão as obfervaçoes Me- teorológicas completas , conforme o plano que me linha propofto , e praticado no anno de 1782 ; pois tive- rão algumas interpolações , que me erão impoíliveis ob- viar , com tudo puz o maior cuidado em não perder mo- mento algum , logo que fe defvanecerão os obftaculos.

Em primeiro lugar aprefento , o Diário circumftan- ciado das obfervaçoes que fiz em onze mezcs defte anno de 1783 , e depois palFo a fazer o refumo defte mefmo diário comprehendido em 9 Taboas , onde fe moftra na i." o máximo , minimo , e médio c^lor de manhã , ao meio dia , c da tarde , indicado no Ther- mometro de Fahrenheit , de que ulb : na 2.* o caloç médio de duas cm duas horas : na 3.' o numero do? dias claros , variáveis , cobertos , nublados , de relâmpa- gos , de trovoada , de chuva , de névoa , d' Aurora Auf- tral , e de luz Zodiacal : na 4.=" a quantidade de chuva , e evaporação : na 5'.^ os ventos que dominarão de manhã , e de tarde : na 6.^ e 7* a influencia çorrefpon^fntc aos pontos Lunares : na 8.' a máxima minina , e media de-

cli-

360 Memorias da Academia Real clinaçáo da Agulha magnética ; a me ti ia da mcnha , ao meio dia , c da tarde ; em fim na 9." a cicclin;!çáo deduaa em duas horas : que todas em compendio contem o fe- guinte.

O maior calor, que nos annunciou o Thermomctro de Fahrenheit foi de 89." | , a 20 de Janeiro as 4'' da tarde : o Ceo eftava claro , e o vento aíToprava de N. O.

2.° O menor calor foi de f^." , a 21 de Julho , as 8* da manhã : Ceo coberto e o vento vinha de O. A dif_ ferença do máximo ao minino calor hc de 30.° 7 . gráos : 3.0 O calor médio dos 11 mczes chegou a 75.°, relultado de 1002 obfervaçôes , ou trcs cada dia ; mas cftc mcfmo ca- lor médio também foi de 74,93 , rcfultado de 2338 obfervaçôes , ou 7 cada dia.

4.° Foi o calor médio de manha 7 3,° 2 ; ao meio dia 74,° 7 , e da tarde 76,° 41.

Nos mczes de Fevereiro , Março , e Abril o maior calor foi as 2'' da tarde ; e em todos os mais mezcs as 4^ da tarde.

Como as differenças d'altura do Thermometro são fummamente irregulares , eu transformo os números em figuras para melhor nos convencermos cm hum inftante. As três linhas curvas AB , CD, EF, moftrão o máximo, médio , e mínimo calor : as AbícilTas rcprefentao o tem- po , e as ordenadas exprimem a altura do Thermometro. A primeira ordenada do mez de Janeiro vai dividida em gráos para fervir de efcala ás outras ordenadas. Ve-fe defte modo , que as curvas não guardão de forma alguma o parallelifino , e que por confequencia efte Pais he mui- to variável.

5".° Neftes onze mezes houverão 81 dias claros , (i) 95: variáveis; (2) jró cobertos; 102 nublados, 24 de re- lâmpagos íem fe ouvirem trovões , 47 de trovoada tanto

ao

(i) Dias claros 5 he quando o Ceo eftá fem a mais minima nuvem , e affim fe conferva todo o dia. (2) Dias variáveis são de dous modos , hum he quando o Ceo eftá parte claro , e parte nublado ; outro quan- do efta paite nublado j c parte coberto.

DAS SciENCiAS DE Lisboa. 361 ao longe como ao perto ; 98 de chuva j yi de ncvoa } <; de Aurora Aullral j c 5 de Lul Zodiacal.

Pól. Linli.

6.° A quantidade de agoa que chovco foi 40. e 4,9 Novembro foi o mez cm que choveo mais, c Junho o em que choveo menos.

7." Chegou a evaporação a 24 polegadas c 7 linhas. Janeiro foi o mcz da maior evaporação; Novembro o da menor. A chu- va cxcedeo a evaporação ly p. e 8 linhas. (3)

8. No dia 23 de Novembro pelas 5'' da tarde cho- veo faraiva , depois de trovejar : fenómeno n\uito raro nefte clima.

p." O vento dominante de manhã foi variável , ou N. O. ; de tarde S. E. quafi conftante.

io.° Ouvirão-fe trevóes tanto de perto como de lon- ge a I , 2 , 3 , 4 , 5" , 6 , 7,9,16,17, 20 , 2y , ^9> 30» c 31 de Janeiro-, a i , 3 , 4 , y , 10 , 14 , ly , iç) ^ 20, 23, 24, 26, c 28 de Fevereiro ; a 16 , e 2j de Março; a 3 , e y d'Abril ; a 8 de Maio; a 29 de Ju- nho ; a 7 , c 8 de Julho ; a 29 de Agofto ; a 25 de Se- tembro ; a I , 3 , 21 , e 24 d'Outubro ; a 6 , 17 , 23 , 27 , c 28 de Novembro.

No dia 2 de Janeiro pelas 4 horas da tarde houve humá fortillima trovoada , acompanhada de muita chuva e raios, que alguns cahirão nefte Cidade ; porém com a felicida- de de não perecer ninguém.

ii.° A Aurora Auftral apparecco a i , 3 , c 29 de janeiro ; a 34 de Fevereiro ; a 4 , e 8 de Março ; a 27 de Abril ; a 30 de Setembro ; ea 22 d'Outubro. As mais del- ias com fraca luz.

12." A luz Zodiacal aviftou-fe cm 14 de Fevereiro ; 4 29 , e 30 de Maio ; a jr , e 9 de Junho.

13.° Apparecco hum globo de fogo: cfte phenomenò Tom. 1. Zz he

(5) As poUegad.is ,s.ío ás. mcdid.i ile Paris , e as linhas sáo 10 em cada poUcgad.», que cu aflim dividi a minha eftala , para maior commçdidadc.

361 MEMORIAS PA Academia Real hc digno de hiitna relação mais circunltanciada , a qual daremos logo.

14.° O maior gráo de calor mcdio , que concorrco com os pontos Lunares , teve lugar na Lua nova, c no i." Oitante. O maior no Quarto mingoante , c no 2." Oitantc : o maior numero de dias de chuva , foi no Lunifticio Auftral ; c no Equinócio dcfccndente ; c o menor na Lua chêa , Apo- geo , c no Lunilticio boreal.

15.0 O vento dominante nos pontox Lunares foi S. O. no Perigeo , Lua chca , e Qiiarto mingoante.

16.'' A maior declinação da Agulha magnética (4) foi de 6' para Nordefte , a 9 d' Outubro ao meio dia : o Ceo achava-fe coberto , o vento aíToprava de S. O. , e o Thcr- mometro moftrava 79.°

17.° A menor declinnçíío foi de 6.^ 18' 3c" cm 19 de Julho ao meio dia : o Ceo eftava coberto , ven- tava de S. O. , e oThermometro n'altura de 66''. Adiffe- rença das extremas he de 47' 30."

i8.° A declinação media dos oito mezes he de 37' 5-9", refultado de 732 obfervações , ou três cada dia : a mefma declinação também foi de 6* 37' 3", refultante de 1708 , ou fcte cada dia.

i^.° Declinação media de manha, e 35' 37'; ao íneio ília 40' 5" de tarde 48' 14."

O dia 19 de Fevereiro amanhccco bem claro, affo- prando levemente N , e o Thermometro moftrando 79*^ de calor. As 8'' da manhã mudou-fe o vento para N. O., e o calor fubio a 81°; ao meio dia fez o vento mudança pa- ra S.E., e oThermometro indicava 85"^; ás 2'' da tarde começou o Ceo a encobrir-fe , o calor fubio a 86°, c o ven- to tornou a mudar-fe para S, O. ; ás 4'' da tarde eftava o Ceo inteiramente coberto , ouvirão-fe trovões ao longe , c

o ca-

Xa) a Agulha-magnctica , de c]ue ufo , tem 6 poiicgadas de compri- do , í linhas de largura , c L linha de groíTura : tem o íeu anncl pjr.i

a equilibrar , e tudo péza 5 oitavas e 50 gráos : he f.ibricada em Iji^la- terra.

I

DAS SciENCIAS DE LjSBOA. 3ÍJ

O calor diminuio a 84' , c confcrvou-fc ncílc cfíado ate a- noitccer ; ás 7'' o Cco eftava íiimmamcntc oblcurccidoj c relampejava cm íctc lugares dcíde o N. até ao S. pe- lo quadrante de N. O , de maneira que parecia hum continua- do relâmpago ( aqui tenho vifto efte fenómeno mais ve- zes) ; ás 7'' 10' começou apparccer da parte dcLcftc, hu- ma luz affogucada , c augmcntando-fc tanto cm grandeza, como em inflamação chegou a formar, ás 7'' 40', hum globo de fogo , que teria com pouca differença 4 gráos de diâmetro , c eftaria alEma do horizonte 30^ Delta forma confcrvou-fc immovel pelo efpaço de ij', c principiou-fe a desfazer pouco a pouco de forte que ás Shoras, e 15 minutos inteiramente eftava difllpada toda a luz ; mas ao palTo que fe desfazia , ouvião-fe trovões de mais perto ; e pe- las 9'' trovejou rijamente em fima defta Cidade , e co- meçou a chover com abundância, e continuou até ás n'' 30', tempo em que tudo ceifou. Em todo cfte intervallo de tempo femprc fe confcrvou o Thermometro na altura de 84.° A quantidade d'agQa que choveo foi de 7 linlias.

\% 11

Dl-

364

Memorias da Academia Real

DIÁRIO METEOROLÓGICO.

JANEIRO de 1785.

1^

Dia* do

^'cnc.domin.

Tlicrmomctro.

tide de

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r

Eftado do Ceo.

mcz.

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meio dia.

tarde.

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S.

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Variav. e trov. Aurora Auftral.

2

Var.

Var.

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86,0

86,7

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Var. trov. e chuv. Cahiáo alguns raios ncfta Cidade.

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Var.

N.E.

80,5

84,0

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Nub. e irov. Aur. Auftral.

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S.E.

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5

S.E.

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Nub. trov. e chuva.

6

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S.

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Var. trov. c chuva.

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Nubl. trov. ao longe.

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Nublado.

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Claro, e trov. ao longe.

10

Var. S.

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Claro. '

12

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16

N.

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Var. trov. ao longe de noite.

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78,8

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1,0

Cobert. orv. e trov. ao longe.

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Var.

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Var. junto da noite alguns or- valhos.

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1 '^

Var.

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Nubl. A Lua com fua coroa branca.

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N. 1 Var.

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Var. trov. e orv.

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Var. N.O.

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1,0

Coberto , e chuva.

Var. Var.

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1,0

Var. e orvalho.

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0 mefmo.

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Cob. e chuva.

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Var.

S.

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Cob. chuv. e trov. ao longe.

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Var.

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77,0

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Variav. A Lua com coroa co- rada.

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3

Var.

S.E.

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1,0

Nublado , e chuveiros de tar- de.

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Var.

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Claro.

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N.

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Claro , e de noite trov. Aurora Auftral.

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Var.

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\'ariavel , trovões , e orvalhos.

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Var.

Var.

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82,0

6,0

Var. trovões , chuva, ventos

1

fortes.

p

(Tola no dia i,° 41' 6" ; no dia 15,6° 58'i5r." , e no dia ?i ,6" 59' ?o."

Dl-

DAS SciENCIAS PE LlSBOA.

36S

I

6

DIÁRIO METEOROLÓGICO.

/■ /; /' /■ A' /; / A' o .iv i-;í;.

Vent.

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Thcrmomctro.

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5,0

Eftado do Cco.

Var. e trovões.

Ciar.

Var. trov. e orvalho.

Nub. c trovões.

O niclmo.

Claro.

O nicfmo , relamp. de noite.

Var. c rcl.-imp. A Lua com 2 cír- culos concêntricos ao redor o exterior branc. e o inter amar.

Var. e trov. A Lua com feu circulo ao redor amarelo.

Var. e trovões.

Nublado.

O mcfmo , e trovões.

Nublado.

Var. trov. Luz Zodiacal.

Var. trov. e chuva.

Nublado.

Cl.iro.

O mefmo.

Var. trov. e chuva de noite.

Cob. trov. e chuva de tarde.

Coberto.

Nublado.

Nub. trov. ao longe.

O mefm. Aur. A. com fraca luz. Nublado.

O mefmo , e trovões ao longe.

.Nublado.

Cob. trov. c chuva de m.nnhá.

SS BulTola no dia i," 54' 50", no dia 14, 6^ ^7' 47.", e no dia 28, 34' jo."»

I

-^66

Memorias pa Academia Real

DIÁRIO METEOROLÓGICO.

MARÇO de 178;.

1 Dias

\''ent. domin.

Thermomecro.

tid.ide >le

Qu.ln.

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mez.

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tarde.

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dia.

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Chuv. Linh.

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84,0

8?,o

2-?

N.

S.

79,?

8?, 5

80,0

10,0

16

N.O.

S.

74,?

77,0

76,5

2,0

11

N.O.

S. E

72,?

76,0

76,?

0,5

28

Var.

SO.

72,7

77,0

78,0

0,5

i9

Var.

S.O.

74,2

78,0

80,7

0,5

Var.

S.E

74,2

78,5

81,0

1,0

5'

N.O.

S. E.

74,8

79,0

8t,5

I, 5

Eftado do Cco.

Var. c orvalho de manha. L

Nublado. V

Nub. chuva , c rcl.impago';. ^ Var. c chuva. Aurora Auftral SS pouco luzente. l>v

Nub. e relâmpagos. (f

Nub. névoa , e relâmpagos. 1)> Claro. !i)

Nub. e relamp. Aur. Auftral. K Nublado. (f

Claro. ?^

Nublado. }f

Claro. O mefmo. Nublado. Variável.

Cob. chuva , trov. ao longe. Cob. c chuva de manhã. Variável. O mcfmo. Nublado.

\'ar. c orvalho de noite. Nub. e orvalho de noite. Nub. orvalho , e relâmpagos, Nub. névoa , e relâmpagos. Cob. trovões , e chuva. Cob. e chuva. Var. e névoa. Nublado. O mcfmo. O mefmo. Variável.

^S Bu

(Tola no dia i,° 51' 42;" no dia 15 , 59' 27" , e no dia ly , 6" 0' 7."

jí>:^;:7=;i:;»^i:?=^i^^:í=íi:í=^í==^;;í=:ií^^^;í="

Dl-

DAS SciENCiAS DE Lisboa.

367

DIÁRIO METEOROLÓGICO.

ABRIL de 1785.

■Dias do

Vciitilomin.

Thermomctro.

Liilade de

úe

1

Eítado do Ceo,

'mc;i.

manh.

tarde.

manh.

meio

dia.

tarde.

Chuv Llnh.

evap.

1

Linh.

1 I

NO.

S. E.

75.?

80,0

81°, 6

')5

Nublado.

) 2

X.O.

S. F.

75.0

7V)0

8.,c

',5

Claro.

] ?

N.

N.K

-6,5

82,0

81,5

0, 2

«)5

Nub. trov. 0 chuva.

4

N.O.

S. E.

7«.7

81,0

81,0

0, 2

1,0

Var. chuva , c relâmpagos.

J 5

N.O.

S. E.

77' 5

80,0

80,?

5)0

Var. chuva , e trovões.

) ''

N.F..

S.O.

74)2

76,0

77) 1

0,5

Coberto.

1 -

S.

í>.

fv.7

74) C

75)?

0,5

Var. e orvalho.

5 ^

N. .

S. E.

75'0

74,0

74,^'

5.'^

Cob. e chuva.

'j

N.O.

S. E.

72'5

75)5

76, C

1,0

Var. e chuva.

\ 10

Var.

S. E.

75)0

76,6

o',8

Variável.

) ' '

Vnr.

S. E.

7257

-'5)0

76,5

0,5

Nublado.

1 12

N.

S. E.

74)0

75,0

77,6

1,0

Variável.

1 1?

Vnr.

S. E.

74)7

76,0

78,5

>)5

Nublado.

\ '■*

N.

S.O

76,0

77)0

76,.

1)0

Var. e chuva.

J 15

NO.

S. E

74)5

76,3

77,8

1,0

VariaveL

) .6

\^ir.

S. E.

76,0

7!i,o

80,5

1)5

\'ar'iavel.

h '7

N.O.

S.E

7^)0

80,0

81,8

1,0

0 mefmo.

^ i8

N.O.

Var.

16,2,

76,0

76,0

12,0

Cob. e chuva.

3 ly

Var.

S.E.

72,0

74,0

74,í^>

4,0

Nub. e chuva.

9 -0

N.O.

S.E.

74)2

76,0

76,5

1)5

Claro.

í -'

N.F..' S. E.

72'5

75,0

76,0

1)0

0 mefmo.

r íi

N.

S. E

7-'?

7^)0

7Í,7

1)5

0 melmo.

\ -1

N.

S.E

7i' 1

"'5)5

T^í')'

2,0

0 melmo.

M 24

N.F..

s.

74»7

77,0

79,8

2,0

0 mefmo.

\ -''

N.O.' S. F.

75,0

77)0

78,8

1,8

Nublado.

K 26

N.K.

N.E.

74.0

-7(-,C

4y,T

0,5

Claro.

K '"

N.

E.

■76,0

78,0

82,0

t,0

Omefm. Aur.Auft. fraca lu^.

;j 28

Var.

S.

■77,2

80,0

81,0

26,0

Nub. chuva , e relâmpagos.

ll ^y

S.

s.

7ÍÍ,-'

77)0

-8,0

0,2

O) 4

Cob. c orvalho.

B

N.O.' N.O

t6,ç

-9,0

8^5

5)0

Nub. névoa , chuva , c relamp.

A Bullola não foi obferv.ida elle mcz por não ler poflivei.

Dl-

368

Memorias da Academia Real

DIÁRIO METEOROLÓGICO.

MAIO de 1785.

,Dias

Vcnt.domin.j Thermometro.

Quan

tiiladt

de

;idade de

' do

1

Eftado do Ceo.

mez

manh

tarde.

manh

meio dia.

carde.

Chuv

eyJp.

Linh.

Linh.

I

S.O.

S.

76,7

76,0

75,5

0,5

Coberto.

2

Var.

S.E.

7^7

74,0

75,5

0,8

Nublado.

?

N.O

S.E.

72>?

75,0

77,5

1,0

Variável.

4

N.O

N.O.^74.?

77,0

8C,2

1,0

Claro.

í

\'ar.

S. E.

76,5

78,0

Si, 2

0,8

Nublado.

6

\'ar.

S.E.

78,0

»o,o

80,0

o,í

Variável.

7

N.E

S.E.

77,0

79,0

80,5

1,0

Nub. e ncvoa.

8

N.E

\'ar.

77»^^

7í>,o

82,0

?,o

Nub. trovões , e chuva.

N.

S.

75,7

78,0

77'^

5,0

0,5

Nub. e chuva.

10

Var.

S.E.

74,? 72,á

76,0

76,0

0,5

Nublado.

II

N.O.

N.O.

75,0

78,7

0,5

Nub. e relâmpagos.

12

Var.

N.O.

75,?

77,0

78,7

1,0

\'av. e relâmpagos.

I?

N.O.

S.O.

76, í

78,0

7^,0

1,0

0,5

Cob. e orvalho.

14

Var.

Var.

74,8

74,0

72,7

0,5

Coberto.

15 Var.

Var.

70, c

70,0

6M

1,0

Cob. e alguns choveiros.

16 1 N.O.

S.O.

65,5

66,0

69,7

',5

0,2

Claro e chuva de noite.

17 ' \'ar.

Var.

67,5

69,5

"70,0

4,0

Var. e chuva.

.8 . Var.

S.E.

66,-7

6iyO

6y,5

1,0

0 me imo.

ly i S.O.

S.E.

67,?

70,0

70,?

0,4

Var. c névoa.

20 1 N.

S.E.

70,0

-70,0

71,0

0,5

Coberto.

21 N.

S.O.

6y,7

70,0

70,0

2,0

Cob. e chuva.

22 Var.

N.

6<;,o

70,0

74,0

',5

Variável.

25 N.O.

S.E.

70,5

72,0

74,7

',5

Claro , e névoa.

24

N.

S.E.

70,7

72,0

7?,o

1,0

0 meímo.

25

ViT.

S.E.

72,8

7h5

75,?

1,0

0 mefmo.

z6

N.E.

S.E.

6ii,7

7?,o

75,5

1,0

Claro.

27

Var.

Var.

70>?

7?,o

74, f5

•,5

Var. e névoa.

28

Var.

S.E.

70>5

72,0

74,8

1,8

Ciar. enevoa. (manha.

2y

Var.

S.E.

72,0

74,0

75,1

1,0

Var. e névoa. Luz Zodiacal de

50

Var.

S.

7',8

71,0

69,7

20,0

Cob. c chuv. l.uz Zod. na madr.

?'

Var.

S.

66, ^

67,5

67,]

0,5

Cob. e chuva.

Nefte mez não fe obfervou a BuíTola por não fer poflivcl.

Dl-

DAS SCIÊMCIAS DE LrSBOA.

3Í9

DIÁRIO METEOROLÓGICO.

JUNHO de 178c.

Dias

Vcnt.iiomin.

Thermomctro. 1

tiUe

lie

Quan.

idade de

Eftado do Ce

do

1

0.

mez.

manh.

arde. r

nanh

mcio dia.

urde.

.:hav. ^inh.

ev.ip.

>inh.

I

N.

S.

6{,;

65,0

68,0

0,4

Claro, e névoa.

z

N.O.

S.E.

64,0

66, í

6y, 2

0,5

0 mcrmo.

?

N.

Var.

64,0

67, c

■'9, 7

0,5

Nub. e névoa.

4

N.E.

S.E.

65,0

68, c

74,0

0,8

Claro , e nevo.i.

5

N.O.

S.E.

66,2

7?>^

"7,0

1,0

Claro. Luz Zodiacal na madrug.

6

s. 0.

S.O.

7:,?

7-,'-

71,0

1,0

Variável.

7

Var.

Var.

67.?

<5v,c

69,0

0,8

Claro.

8

N.O.

S.O.

<^$, í

67, c

07,8

C,4

Vfiriavcl.

V

N.O.

S.O.

6z,7

64, c

56,-

0,5

Claro. I^uz Zodiacal r

a madrug.

10

0.

S.E.

60,7

<í5,c

64,8

0,4

Variável.

"

0.

S.

61,7

65,0

67,0

0,5

Claro.

«i

N.

E.

6?,c

6,-,c

,8,5

0,5

0 mcfmo

•?

N.O. S. E.

154,0

66,,

->y,o

0,8

0 mcfmo.

14

M. IS.E.

íC,,0

66, c

•8,8

0,8

Nublado.

«ç

0. 's.

64,:

68, c

l70, 2

0,8

0 mefmo.

.6

N.O. S.

6í,o

68, c

■»0,7

1,0

Nublado.

17

N.O

S.

ó-?, 5

6y» 5

7?, 2

1,0

Claro. .

18 Var.

S.

68, í

7ò'

75iT

1,0

0 mefmo.

.9 In.

S.

68,0

70, c

7?.-

''S

0 mefmo.

]

N.

s.

6-7,0

70, C

7^,0

0,8

Variável.

1 ^'

0.

Var.

6-7, r

70. c

10,0

1,0

Coberco , e névoa.

"

Var.

Var.

68,0

68,.

71,?

1,0

Claro.

1 M

Var.

S. E.

64.?

69, <

70,5

0,7

Claro , e névoa.

1 -+

N.O. S.E.

6ç,B

68, c

71, í

0,7

0 mefmo.

1 ^'^

N.O.'S.

66,?

68, c

7'.c

0,7 Claro.

í<5

N.E. Var.

67,?

69, c

71, c

1

Var. névoa , e chuví

.

1 2-

N.

S.

69,0

-0, c

"0,-

0, 5 Variável.

1 z8

Var.

S.E.

68, c

6í»,c

-T,:

0,5 Nublado, e névoa.

I ^'-^

0.

Var.

69,2

71,0

72: ^

2

Variável , trovões ,

e chuva.

50 ' Var. 1

Var.

<57. 5

69,0

7',í' .

0, 5 Claro.

Buffola no dia 24 j 6^ ^5' 10", e no dia 50 ,6° 55' 20."

Tom. I.

Aaa

D I.

370

Memorias ba Academia Real

DIÁRIO METEOROLÓGICO.

1

7

U L H

0 de 178?.

,Diís

Vent.domin.

Therniometro.

tidade

Qu.-.,,

idailo

do

de

de

Eftado do Ceo.

Imez

manh.

tarde.

manh.

meio dia.

tarde.

Chiiv

evip. Linh.

1

0

Linh.

1 I

Var.

Var.

68,7

70,0

71,8

0,5

Claro , e névoa.

1 2

Var.

S.

67,7

69,0

72,0

0,8

Nqb. e névoa.

. ;

Var.

Var.

69,2

69,8

<5y>7

0,2

0,4

Var. névoa , c orvalho.

4

E.

S.

68,7

69,0

Ío,7

0,5

Coberto.

1 S

N.

s.

67,5

69,0

70,7

0,5

Nub. e névoa.

1 ^

NO.

s.o.

68,5

7«>5

71,0

0,6

Variável.

1 7

N.

S.E.

69,0

71,0

7?j0

1,0

0,7

Nub. trovões , e chuva.

8

Var.

S. E.

70,?

72,0

75 ;0

1,0

0,5

Var. trovões , e chuva.

' i>

O.

S.

70,0

7h°

74,5

6,0

1,0

Var. e chuva de noite.

1 IO

E.

S.E.

70,7

71,0

71,?

.

°'Z

Variável.

1 "

O.

Var.

68,2

69,0

7'j?

.

0,8

Nublado.

1 '*

Var.

Var.

67,0

69,0

7i.o

''S

Nub. e ncvoa.

I?

N.O.

S.E.

70, S

72,0

74,2

0,8

Nublado.

1 14

N.O.

S.E.

70,2

71,0

7?,8

I,"

Nub. e névoa.

1 >5

N.

S.E.

7',o

74,0

77,0

1,0

0 mefmo.

1 '^

N.O.

S.

70,?

7?.o

77,0

1,0

Cl.iro.

17

N.O.

S.E.

6y,7

72,0

75,8

1,5

Ciar. e névoa.

)8

Var.

Var.

75,0

74 jO

70,8

2,0

1,0

Var. e chuva de noite.

1 «9

Var.

S. E.

67,0

66, c

65,2

0,4

0,?

Coberto, e orvalho da manha.

20

O.

O.

60,8

61,0

61,2

0,2

0,?

0 mefmo.

21

Var.

S. E.

60,2

64,0

62,7

0,?

Variável.

22

N.O.

S.

62,0

6ç,o

68,7

.

0,5

Nublado.

íí

N.O

S.E.

65,7

67,0

70,0

0,5

Nub. e névoa.

Í4

N.O,

S.E.

64,7

67.5

70,0

0,5

0 mefmo.

Z5

O.

S.E.

64,8

67,0

70,5

0,5

0 mefmo.

2(í

N.O.

S.E.

65,7

69,0

72,?

0,4

Claro , e névoa.

27

N.O.

S.E.

66,5

70,0

7>'7

0,4

Claro.

i8

N.O.

S.E.

66,2

70,0

72'7

0,5

0 mefmo.

29

N.O.

S.E.

66,7

71,0

74,8

.

0,8

0 mefmo.

1 ?o

N.

S.E.

<^9,7

72,0

74,7

0,8

Variável.

?I

O.

S. E. 70, 5 1

72^5

75.7

0,5

Nub. c névoa.

.

Budola no 1°, 7,<J 27" ; no dia 10, 57' 15"; no dia 20 , 26' 17", e no dia

Dl-

DAS SciKMCÍAS DE LiSBOA.

371

DIÁRIO mp:teorologico.

AGOSTO de 1785.

KDia

W-nt. doniin.

Thermomctro.

Jade

Qu.,:

;idud

Eftado do Cco.

(jj do

nanli.

arde.

nanh.

melo dia.

tarde, l L

de huv.

de evar

ss

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N.O.

S.E.

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7i°,o

75.7

o,V

Ciar. e névoa.

^)

11 "

0.

S.E.

68,5

71,0

7^^

0,5

Claro.

>)

ss '

0.

S.E.

6y,0

-0,0

72,2

0,4

Ciar. e névoa.

K "^

N.O.

S.E

í8,í;

-'2,0

74,7

0,5

0 me imo.

)) ^

N.

N.E.

70, 0

7i>o

76,-

o,H

Nub. e névoa.

^ ^

N.O

.S.E.

7-, 7

7?.o

77, i

0,-

Nublado.

1 ^

N.

Var.

71,7

7i»o

74,5

0,/

Nub. e névoa.

N.

N.

7?,i

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78,2

^,5

'>'-

Nub. , névoa , e chuva.

)) ^

S. E

S.E.

7^5

72,0

72,^'

0, A

Cob. , c orvalho.

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V,r.

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70,0

72,0

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0; 1

Nublado.

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Var.

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S.E.

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0.

N.E.

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S.E.

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S.C.

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0 mefmo.

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S.

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77,0

78,2

1 ,

1) mefmo.

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0.

S.E.

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1 , 1-

Variável.

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S.E.

71,-

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Nublado.

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72,0

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Claro.

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N.

7^>f

7.1,0

78,0

1 ,

0 mefmo.

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V.ir.

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74,8

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2, l

J mefmo.

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Var.

S.E.

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Variável.

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N.O.

S.E.

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74,0

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W-

Nub. c névoa.

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S.E.

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Claro.

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N.O

S.E.

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74, C

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Variável.

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V.ir.

S.E.

74,?

75,0

75,7

0, <

Nublado.

\

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Var.

S.E.

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75,5

74,8

0,5

Var. c nevoA.

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N.

S.E.

7^,8

74,5

74,3

0,5

Nub. e névoa.

}\

\) -'''

N.O

Var.

7?' 5

74,0

75,5

0,7

0,4

Nub. trovões , e chuveiros.

\\

1

N.O

S.O.

-2,0

7', 5

72,7

0,2

0,4

Var. e orvalho.

0

\ ''

N.

S.E.

67,8

70,0

71,8 .

0,5

Variável.

\

BuíTola no dia i," 55' 47''; nodia 10, 56' 7."; no dia 20, 6=' 55' 47";/] e no dia ^ i , 5^' 7 •"

Aaaii

Dl-

97»

Memorias ba Academia Real

DIÁRIO METEOROLÓGICO.

SETEMBRO de 178?.

(<"i

\'ar.

S.

N.

S.E.

N.

S.E

\'ar.

S.O.

V.ir.

\ar.

\'ar.

Var.

N.K.

S. 1,

\'af.

S.E

\'ar.

S.O

\'jr.

S.E.

Var.

Var

-S.

S.

S.

s.

Var.

S.E

N.

S. 1 .

V.ir.

S. I

N.O.

S.l

X.O

S. I

\'ar.

S.l

N.O.

S.E

N.E.

S.E

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S.E.

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V.nr.

V.ir.

S.E

N.E.

Var.

\'ar.

S. E.

V.ir.

S.

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S. E.

Var.

N.E

Var.

N.

68,8 68,0

68,2

72,8 71,8 64, 2

04,0 67,2 68,8 7^,7 7?.z 74,?

''P, 7

70, o 71,6

75,2

74,7 755 o 76,6 76,? 74, í 74,5 74,0 72,8

80,' 2

77, c 77.^

77) o

80,0

76,0 ■75,0

7í>5 74,0

75)5 Ho, o 85,0

68,8

74,0 80,? 68, 2 66.0

68; o 72,7 76,5

75,8 80,?

70,0

-'O, 5

75, íí

75

7<^,í^

78

77,5

7») 5 77, « 78,0 80,;

7~>?

75,0

75,

74,

78,0

^4,7 8?,7

Qu.an- yu.in.

tUl.iJc

idaJc

.le

Chuv.

eT..j..

Linh.

Linh.

2,0

0,4 0,5 1,0

22, c

7^^

0,4 0, f

0,?

0,5

0,4 0,5

5>c

4,<^

0)5 0,4 0,4 0>5 0,5 0,5

0,8

i,c

',t

0, f

I,C

4

0

0, i

0, ?

0, í

',5

Eftado do Cco.

Cob. e chuva.

Nublado.

Ciar. e ncvoa.

Cl. iro.

Ciar. e chuva.

O mefmo.

Nublado.

\''arlavel.

Ciar. e orvalho de noite.

Variável.

O mefmo.

Cob. e chuva.

O mermo.

Coberto.

\'ariavel.

\'ar. e relarrpagos."

Nub. c ncvoa.

Claro.

Var. Nefta noite apparcceo hum

clobn de fo^o em tuA-j fiinilliante

ao de Fever. findou ás 10 hyias.

Cl.iro.

Nub. c névoa.

O mefmo.

Var. c névoa.

\^ariavel.

Cob. trovões , e chuva.

Variável.

Cob. c rcl. Atmosfera avermelh.

Ciar. e tudo como a noite antec.

Nub. névoa , e relâmpagos.

Nub. Naniadr. Aur.auft.Ue noite o

Hemisfério cór de foi;o e relampag.

Enfíbla no dia 2 , 6 yj no dia 5c, 45' 40".

45", no dia 10, ?o' o" i no dia 20, 45' M"í «

Dl-

DAS SciEN CIAS DE Lisboa.

373

i

i^^'i:í^aí=í:á=^:í^á=i=í=%:a?

DIÁRIO METEOROLÓGICO.

OUTUBRO de 178;.

Dias

Vent.domin. Thcrmometro.

Quan

de

idade de

do

1 1

Eftado do Ceo.

mez.

manh.

tarde.

[nanh.

meio

dia.

tarde. 1

Chuv

evap.

Linh.

\,

-,inh.

I

Var.

S.E.

77,0

79>5

7y,7

0, ?

1,0

Nub. trovões , e orvalho.

2

Var.

S.E.

78,2

80,5

8t,7

1,0

Var. relamp. e 0 Ceo avtrmelh.

?

Var.

S.O.

78,2

71». 5

7y>7

2,0

0,4

Var. trovões , e chuva.

4

Var.

S. E.

7?,8

75,0

74, í

2,0

\^ar. e chuva.

í

0.

S.E.

75,2

78,0

ái,o

l, 0

Claro.

6

Vax.

S.E.

78,2

S0,0

80,8

1,0

V^iriavcl.

7

Var.

S.E.

78,0

79»o

so,5

0,8

0 mcfmo.

8

Var.

S.E.

^,«

80,0

S2,2

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Nublado.

9

Var.

S. E.

78,2

79><:

7S,6

0, <;

1,0

Var. e chuva.

10

S.

E.

74,0

74,0

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4,0

Cob. relâmpagos , e chuva.

II

Var.

S.E.

70>?

70, c

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1,5

Cob. c chuva.

12

S.

S.E.

69,5

71,5

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0,7

0,5

Var. e chuva.

I?

E.

E.

70, c

71, c

72,0

0,5

Coberto.

1 14

Var.

S.E.

-70,0

-7>,l.

75,0

0,2

0 mcfmo.

1 «5

N.O.

Var

71, í

74,0

75,2

4^0

0, 5

Var. relâmpagos , e chuva.

I 16

S.O.

S.O

71,8

74, c

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0,5

\'ariavel.

', '7

Var.

S.E

70)1

7i,c

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0, 5

Nub. c névoa.

I 18

N.O.

S. E

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,

0,4

Claro.

1 «9

N.O.

S. V.

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-78,0

79.0

0,5

0 mefmo.

1

Var,

S.O

75,«

77)0

75,8

4,0

Cob. e chuva.

I "'

N.E.

S.E

72>7

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7?,0

15,0

Cob. trovões , c chuva.

' 22

E.

S.

72>7

-'?,c

75.0

5,0

Cob.c chuv.Aur.auft.cõ trac.luz

1 í?

Var.

S.E

7^1

75 '0

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5.0

Cob. e chuva.

1 ^■^

^'ar.

S. E.

68',^

75.0

76,5

6,0

Nub. trovões e chuva.

1 '5

Var.

S.O.

69,5

70,2

0,5

Ynt. e chuva.

' 26

K.

S. E.

6í,,2

7«55

72.2

0,5

Coberto.

) 27

V.ir.

S.E

70.?

75,0

79,5

',0

Ciar. e relâmpagos.

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NO

S. E.

77.7

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84,0

1,0

',5

Ciar. relâmpagos, e chuva.

1 2y

Var.

S.O

77.6

75>o

75,0

12,0

Cob. e chuva.

^

N.O

S.O

7'. 9

7^,7

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10,0

0 mefmo.

S ''

Var.

S.O

6y,o

6y,5

68,0

12,2

0 mcfmo.

Bullola no 1°, 40' z"; no dia lo, 6^ 54' 2 j j no dia 20 , ^j"o', e no dia ^i, 6-^8^7"

Dl-

374

Memorias da Academia Real

DIÁRIO METEOROLÓGICO.

NOVEMBRO de 1785.

Dias

\'cnt.domin.

Thermomctro.

Qu..n. Qunn. LÍd;itle tiitade

do

1

lie de

Eftado do Ceo.

niez.

m.inh.

tarde.

Tiar\h.

meio

dia.

tarde.

Cliuv.

Linh.

evap. Linh.

^

, ',

I

NO.

S.O.

66.0

67,0

67,2

4,0

Cob. e chuva.

2

V.ir.

S. E.

64,7

67j5

<5y,o

0,?

Variável.

5

N.E.

S. E.

68, S

7',o

7^,7

0, ?

Claro.

4

N.O.

Var

7'^>7

7'>5

7-,<^

1,5

Cob. e chuva.

5

NO.

Var.

7i>-

74,0

76,0

0,?

Var. c chuva.

) 6

N.

Var.

7Í,8

82,0

80,0

( 1,0

Var. chuva , e trovões.

1 ^

Var.

Var.

72,8

7^>o

72,2

2,0

Cob. e Chuva.

N.O.

S. E.

óy, 2

70,0

7',í

0,2

Coberto.

9

\'ar.

E.

70,5

7?,o

7-, 5

0,?

Variável.

1 10

N.E.

N.O.

71,0

74,5

76,7

0,5

Var. e chuva.

! II

Var.

S. E.

77,2

82,7

81,7

1,0

Var. , c relâmpagos.

1 '"

\'ar.

S.

76,2

77,5

78,.

0,5

Nub. e relâmpagos.

' 14

Var.

E.

76, í

76,5

7%t

0,5

Variável.

Var.

S.O

76,8

78,5

78,0

0,5

Nublado.

1 15

Var.

S. E

74,0

-7.-

-8,c

0,4

0 rncfnío.

1 '^

E.

S. E

74,0

74,0

75,5

6;o

Cob. chuva , e relâmpagos.

1 '"'

N.O.

S. E.

70>5

72, í

72,0

?,o

Var. trov. c chuva.

' 18

S.

S.

69,?

70,5

72,0

4,2

Var. e chuva.

1 ip

\^ar.

S. E.

70,2

71,0

71,0

8,?

Cob. e chuva.

I ^0

Var.

S.E.

<5y.7

71,5

7-2,5

7,0

\'ar. c chuva.

I ■"

Var.

S.E.

70>?

7^,5

75,5

0,2

\'ar. e chuva.

22

Var.

S.E.

7'>7

74,0

75,7

0,4

Nublado.

-?

N.O.

Var.

7?n

76,0

76,?

P,-

Var. trov. c chuv.có alguá faraiv.

1 24

Var.

S.E

7?.5

75,5

7^,9

0,4

\^ar. e relâmpagos. Nub. c refâmpagos.

1 ^?

Var.

S.E

74,7

77,5

~"^,~'

1,0

I 26

Var.

S.E

77. í

8o,c

81,7

1,0

0 mefmo.

' 27

N.O.

Var.

79,0

84,0

84,7

0,2

I, 5

Var. trovões , e chuva.

1 23

Var.

Var.

78,2

80,0

81, í

5,0

Cob. trovões , e chuva.

) ^!^

Var.

Var.

77>7

78,0

76»8

4,0

Cob. e chuva.

)

1

1 .

Var.

S.O

7?>o

7?.o

7'>7

16,0

0 mefmo.

BulTolano i,° 6^ 7,-f 15" ; no dia 10,6" ^8' 27", no dia 20, 6=42' 20'', e no dia ^o , yj' o."

THER-

AS ScrSNCIAS DE LiSBOA.

37S

THERMOMETRO.

TABO

. j Calor máximo.

Calor

Calor

Calor dl

Calor ac

Calor de

minimo.

74,00

médio.

manhã.

melodia. 81,99

tarde.

Janeiro.

89, ço

8M2

7% 20

82°, 77

Fevereiro

88, 50

.73,00

81,08

79,06

82,07

82, 10

Março.

86,00

68,50

78,77

76,42

79,83

82,20

Abril.

84,cx5

67,00

76,38

74,66

77,00

78,55

Maio.

84,00

63,00

73» 4^

72,00

73, 50

74,77

Junho.

78,00

60,00

68, ao

0^,78

68,23

70,59

Julho.

77,00

5% 00

69,63

(>7,7^

71,48

6<), 72

Agollo.

80, fO

67,00

73,4^

71,43

73,47

75^ 38

Setembro

86,00

63,00

73,78

72,22

73,84

75^-^7

Outubro.

8), 00

68,00

74, 7^

73,33

75,07

75,76

Novcmbi

0. 8j, jo

64,00

74,

72,78

74,82

75,4<í

THERMOMETRO de 2 cm 2 horas.

l

6 horas

8 horas

10 hor.

12 hor.

2 horas

4 hora'

6 horas

\ TABOA II.

da

da

da

da

da

da

da

do dia

!|

tnanha.

manhã.

manha.

iTianhâ.

tarde.

tarde.

farde.

^ Janeiro.

77,73

79,10

80,57

81°, 99

82,33 82,58

82,42

81", 48

80°, 80

K. Fevereiro.

77,40

79,47

80,70

82,07

82,15

81,55

80,84

e Março.

72,48

75,70

78,10

79,83

80,58

80,20

79,70

78,08

J Abril.

73,71

74,45

75^75

77,00

78,39

78,07

78,38

76,53

3 Maio.

71,50

71,95

72,56

73,50 68,23

74,35

74,93

75,08

74,12

j] Junho.

65,05

65,70

66,66

69,78

71,01

70,98

68,20

j] Julho. y Agofto.

67,17

67,58

68,45

69,72

70,99

71,67

72,10

6t),6j

70,74

71,33

72,13

73,47

74,97

75,72

7S>5^

73,41

(s Setembro.

71,06

72,08

72,89

73,84

75,01

75,63

7S^^7

73,67

^ Outubro.

73,18

73,3c

74,24

75,07

75,80

75^9^

75,60

74,73

<. Novembro.

72,18

72,52

73,55

74,82

75,38

75 M

75,38

74,20

Nii-

37^ Memorias da Academia Real

ãhí*i=í=lí=í=isí^^s^^t:ff'ixí=i^r^:^^::i=i^^

^í^:í=i=í=i=?:i=í=5=?^=iRsiRi:í=i:i?«i

1

Números dos dias.

1

j

Cla-

Va-

Co-

Nu-

Rc-

Tro-

Chu-

Né-

Au-

Luz (f

1 TABOA III.

ros.

riá-

ber-

bla-

lam-

vões.

va.

voa.

rora

Zo- ?/

l

veis.

tos.

dos.

Pag-

Aua.

diac. r?

^ Janeiro.

IO

6

6

9

„.

I)

12

"

3

" %

^ Fevereiro.

6

8

2

12

"

13

5

';

I

1 ^)

K Marco.

4

9

3

iJ

6

9

3

2

" S*

ã Abril.

8

8

r

9

T

2

12

I

I

" 3)

^ Maio.

6

8

7

10

2

I

9

9

//

2 ^

3 Junho.

17

7

I

5

//

1

8

"

2 C

;J Julho.

7

8

3

13

II

^

4

13

" IT

11 Agofto.

II

6

I

13

"

I

4

II

11

" |f

Si Setembro.

6

9

8

7

4

I

7

5

I

ic

SS Outubro.

5

12

11

3

4

4

18

I

I

" fí)

Cs Novembro.

I

14

9

6

6

5

16

'/

^

j1 Quantidade de chuv

a , e evaporação

. Ventos domi

nantes.

1

1 TABOA IV.

C

Pol

liuva Linh

Evaporaç

. TABOA V.

Manhã.

Tarde. r)

i

. Pol. Linl]

.

1

8 Janeiro.

4

S ?J

4 0 1

Janeiro.

Variável.

S. e S. E. tt

|| Fevereiro.

I

7 t

? 3 3^

Fevereiro.

Var.

s. E. r(

M Março.

2

I li

2 7 f

Março.

Var.

S. E. l

1 Abril.

5"

87

2 6

Abril.

N. 0.

S. E. f

ji Maio.

5

7

I 7 T

Maio.

Var.

Var. }

K Junho.

o

4

2 oi

Junho.

N.O.eN.

S.eS.E. %

r<^ Julho.

I

0^:-

2 0 f

Julho.

N. 0.

S. E. %

í^ Agofto.

o

1 T

1 3 f:

Agofto.

N. 0.

S. E. \

)J Setembro.

4

4t

I 6 7^

Setembro.

Var.

S. E. %

y Outubro.

8

I 7

I 2 T

Outubro.

Var.

S. E. Ik

H Novembro.

8

^f

0

8t

N

ovem

bro.

Var.

S. E. l

In-

DAS SciENCIAS DE LlSBOA.

377

Influencia

corrcfpondente aos pontos

Lunares.

TABOA VI.

n

i

a. õ'

Ventos dominantes.

Pontos Lunares.

N.

N.E.N.O

1

S.

S.E.

S.O.

E.

0.

Lua nova.

8^9

7

6

20

7

V

'/

9

Lua chêa.

74.4

6

4

13

II

23

7

6

7

Qiiarto crefccntc.

7Í,«

14

8

10

12

13

14

2

4

Qi^iaito mingoante.

7^,6

8

20

5

24

7

Io

Apogeo.

75' ^

20

9

12

9

16

3

5

3

Perigco.

74,2

?

6

10

9

29

3

2

6

LunilHcio auftral.

74.^

II

5

18

5

15

15

7

I

Lunifticio boreal.

75,7

14

4

7

9

20

9

S'

2

Equinócio alccndcnt

74>«

5

3

22

3

22

12

10

7

Equinócio deli:cnil.

75,9

10

7

5

M

17

16

1

3

I. Oitantc.

76, I

8

10

12

7

M

12

9

J

11. Oitante.

74,8

18

13

15

10

10

2

5

4

III. Oiuintc.

74>4

7

6

4

12

19

3

6

II

IV. Oitante.

74,9

3

12

II

13

/'

6

9

Influencia correfpondenrc aos pontos Lunares,

TA li O A VIL

Números dos dias.

Pontos Pontos. 1

:i„-

Var.

Vub.

^ob.

Re-

Tio.

'.hu-

Né-

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Luí

lamp.

voa.

.•iuií;

Zod.

Lua nova.

I

6

3

2

2

->

4

1

I

I

Lua ciíea.

2

4

3

2

I

"

I

2

(^larto crefccntc.

3

3

4

I

I

2

5

I

Quarto mingoante.

5

3

I

2

"

-.

2

2

Apogeo.

4

3

4

//

II

"

I

4

Perigco.

2

1

5

2

"

"

3

->

Lunifliicio Auílral.

3

2

^

3

I

3

7

T

Lunifticio Boreal.

3

4

4

2

I

Equinócio aícendente.

2

6

2

I

I

3

5

I

Equinócio delcendentc.

3

3

2

3

2

->

7

I

I. Oitante.

4

3

3

2

2,

3

4

I

II. Oitante.

I

^

5

->

I

II

T

111. Oitante.

3

5

2

I

I

"

3

II

IV. Oitante.

4

i 3

4

I

II

2

^

4

I

!íí''iiJ==;:í=^i:í=^^=:ií^=%í;=^;P=ií=^SiFiií=^5^=^:í=;i^^

Tov/. 7.

Bbb

DE-

378

Memorias da Academia Real

Declinação da Agulha-Magnctica.

Dcclinaç.Dedinaç.

niiiiima.

J. -5 media.

6

40 42

6

:!8 29

6

,6 I

6

^6 SI

6

,6 7

6

39 19

6

39 44

6

36 J8

Decliiiaç. -Ic manJi

Dcciinaç,

ao meio

dia.

37 44

64J 28

35 6

6 42 35

32 V

6 39 2

3? 37

6 3f 16

34 37

6 38 2

36 46

6 39 27

37 40

6 42 4

34 J2

6 3852

3cclinaç.rj)

1e tardc.S;

38 S4Í 37 47 Ij) 36 29 I

3840

Declinação media de duas em duas horas.

6 hor.is

8 horas

10 horas

1 2 horas

2 horas

4 horas

6 horas

TAB.IX.

da

da

da

da

da

da

da

do dia.

manhã.

manhã.

manhã.

manhã.

tarde.

tarde

tarde.

Janeiro.

6 55' 12'

6' 57 4

6 40 55

6 45 28 6 41 4<;

6 59 i<í'

5 5 54'

6''5<;' 20

Fever.

6 52 4?

65556

65824

642 55

6 4045

6 5749

6 55 44

657 8

' Março.

6 50 í

6 52 56

65455

6 59 2

6 5828

65650

65425

6 «

1 Julho.

655 25

6 56 51

6 56 54

6 5840

6 56 26

6 58I6 55 24

65554

) Agofto.

6 54 4

655 2

6 54 46

6 58 2

6 56 55

6 57 8

6 55 56

6 55 57

j Sctemb.

6 5648

6 55 45

6 56 48

6 59 27

6 40 I

6 58 2(,

6 5652

6 5744

Outubr.

(Í5722

65722

6 58 16

6424

6 41 50

6 5(> 20

6 5754

6 55^ 7

Nov.

6 5425

6 54 10

656 5

65852

6 88 46

657 0

<5 t5 5-

6 56 24

ii=;sF^sRs^^:í=^;í=!i^=^!^=V^:í=?:í=?^^

DA

DAS SciENCIAS DE L I S B O A. 379

DA INCERTEZA QUE HA ACERCA DA ORIGEM da Gomma Myrrha. Dd-fe noticia de bum arbujio , que tem as mcftnas qualidades j e virtudes.

Por JoÃo de Loureiro.

Myrrha fttgit tenebris , lò- uca munere noãis Intercepta.

Ovidio nas Mecamorphofes. Liv. IO. v. 476.

HE bem fabida a Hiftoria de Cyniras Rei de Co- rintho ; que fendo induzido com engano por fua filha Myrrha a commetter hum crime abominável á mcfma natureza , logo que conhccco o erro , concebeo tal ira contra a inlolente filha , que por fuás próprias mãos lhe quiz dar com a morte o merecido caftigo. Ella , ven- do-fe defcoberta , e temendo não menos a infâmia , que a morte , valco-fc das trevas da noute para fe efconder , e para fugir para as mais remotas regiões da Arábia, aon- de folFc geralmente defconhecida a fua nobre geração , e a fua culpa. AUi , com os remorfos defta , pejo , e hor- ror do que tinha feito, fe deíatou em lagrimas , que fc diz foraõ por compaixão dos Deofes convertidas na da gomma Myrrha , e ella na arvore do mefmo nome.

Flet tatncu , ò' tépida manant ex arbore gutta. Ov\ò. ibi;

Efl honor & lacrymis : Jiillataque cortice Myrrha v. yoo.

Noinen bcrile gerit.

Ncftc cafo em parte verdadeiro , c em parte fábula , fc verifica, e rcprefenta o deftino do nobre medicamen- to conhecido , e ufado na Pharmacia ha muitos feculos com o mcfmo nome de Myrrha, O qual fendo tão fre-

Bbb ii quen-

380 Memorias DA AcATEMiA Real

quente na Medicina, c no commcrcio tem feinprc fugido ao cabal conhecimento dos homens , occultando-fc nas tfíívas da ignorância a fua origem. Huns dizem , que nal- ce na Arábia Feliz na Afia : outros na região Troglodyti- ca cm Africa : alguns querem que feja natural da índia : e não falta quem lhe ponha o nafcimento em Beócia , re- gião da Grécia na nolTa Europa. Por ultimo , para quo não ficaíTc alguma das quatro partes do mundo fem ter parte no tronco da geração da Myrrha , a foi dcfcubrir o célebre Botânico Mitcheli na America em humu planta a Lin. Syft. que chama Myrrha UmbcUata , c Linneo no Syftcma das pl. i. I. Plantas a chama Cicuta Maculata. Porém efta não fci com &°Àla°.^ 'PC fundamento fcconfundio com a Myrrha, fendo huma Medic. herva que na fior, gofto , c cheiro fe parece mais ao cu- pas-i55- minho.

Diofcorides nos noticia não menos que de oito ge- Diofc. liv.neros de Myrrha , que são a Pediafmos , a Gabiria , a I. c. 67. Troglndytica , a que hc molle como o Bdellin , a Cauca- lis , a Ergafima , a Amminea , e a Bcotica. E pelos ter- mos com que fe explica fe pôde entender , que são naf- cidas em diverfas regiões , de divcrfas plantas , e com Plin.Hift. diverfas virtudes. Plinio o Naturalifta conta fete géneros, que Nat. 1. iz.sgo a Trogloditica , Minaea ,Dianitis , Collatitia ,Scmbrace- ^' *^' na, Dufartis , e a Myrrha branca , que fe conduz para o lu- gar MelTalo. Aonde hc muito de notar, que, exceptuan- do a Troglodytica , que também fe acha em Diofcorides , todas as outras diffcrem tanto entre íi , como das que fe achão naquelle Author. Nem fe pôde dizer , que fendo os mefmos géneros lhes daõ diverfos nomes, por ler Pli- nio Author Latino, e Diofcorides Grego; pois hc certo, que tudo o que cfcreve Plinio he pela maior parte tirado de Authorcs Gregos , e quafi fempre conferva os mefmos nomes Gregos com pouca mudança na terminação.

A mefma incoherencia , que fe acha combinando cf- tes dous Authores , que entre os antigos são os princi- paes que faUão nefta matéria , fe achão também nos ou- tros affim antigos , como modernos. Pelo que Carpar Bau-

hi-

DAS SciENciAs DE Lisboa. 381 hino , talvez o de mais vafta Jiçao em matérias Bocani- C. Bauh; cas , não duvidou affirmar ler opinião commum , que nós '" Doic. não temos a verdadeira Myrrha. Ou fc a temos não a co- nhecemos com certeza, como dizem outros. O noflb Gar- cia de Horta, o mais célebre indagador dos aromas Orien- Gare. de tacs , confcfla inçjenuamente : ís Que nunca pode fabcr de '^°"- ^"

^^ roni *•

que arvore procede a Myrrha , nem de que modo fc tira c. y. delia. Que lo fabc , que a grande quantidade que ha na índia , hc para alli conduzida da Arábia , e do Abe- xim. =:

Efta geral incerteza , que fe acha nos melhores Au- thores , dco occaíião ao celeberrimo Linneo para idear hum novo fyftcma da producçao da Myrrha. Tinha elle notado que a gomma Lacca , a Cochonilha, o Coral, e outras mais producçõcs fylicas , tinhão lido antigamente reconhecidas por vegetáveis : e com tudo fe fabe agora com certeza ferem producçóes animaes. Huma efpecie de formigas que ha no Pegú, Cochinchina , Siam , c Cam- boja , tormão alli a gomma Lacca nas fuás entranhas , e as depofitâo nos ramos da arvore Croton Lacciferum , e julgo que também em outros : aílim como as abelhas for- mão os favos de mel pegados nos ramos das arvores agref- tes nos bofques.

A. Cochonilha não he , como dantes fe julgava , hu- ma femcntc , ou cxcrcfccncia da planta Opuntia , chama- da por Linneo Caãus Coccinillifer ; mas fim hum peque- Lin.Syft. no infefto , que he a 22 efpecie do género Coccus da Nac. p.j. ordem Hcmiptcra de Linneo , de figura quafi hemisferi- P^=' '''*'* ca , e de côr vermelha mui viva , que fe cria , e colhe na Opuntia para fazer a melhor tinta efcarlatc. O Coral foi dantes com tanta confiança admittido por planta vc- gctavel , que Bocconc fe gloriou de ter defcoberto nelle o fucco nutricio , e vafos da nutrição ; e o Conde Marfi- gli , as flores , e as fementes. Com tudo hoje eftá bem averiguado, fendo Mr. PeylTonel o primeiro que con- Lin Syft venceo , e moftrou fer o Coral hum aggregado de infi- P- ^- P^|; nitos bichos mui finos , a que os Naturaliftas chamão ,,y8

Hy-

382 Memorias da academia Real.

Hydras , c de que fe compõe a maior parte dos Zo- ophytos.

Na conformidade dcftas obfcrvaçócs começou Lin- neo a fufpcitar , l'e feria também a Myrrlia huma fcmclhan- te producção animal , vifto não fc poder defcobrir com clareza a fua origem vegetavel. Coiicorrco para cita fuf- Bere.Mat.pcita ( fegundo nos refere o clariffimo Bcrgio ) o ter vií- Medpag. to hum pedaço de Myrrha , que fc achou no Egypto , to- ^^'' do crivado de muitos poros cheios de infeftos mui miú- dos , com alguma analogia ao que fe obferva na gomma Lacca. Porém efta experiência nao bafta para nos perfua- dir , por fer obfervada huma vez , e cm pequena por- ção de matéria : quando pelo contrario em tantos mil íac- cos de Myrrha , que fc tem eípalhado pelas boticas da Europa , e muito mais pela Afia , nao fe tem achado os taes poros , nem os taes infeftos. Eu , tendo vifto muita Myrrha em diverfas partes da índia nos mefmos fardos que tinhão vindo da Arábia, nunca nella obfervei os taes ninhos de infcftos , affim como tenho vifto muitas vezes os das formigas na gomma Lacca. Em todas as refinas fe achão alguns bichinhos mortos , e enterrados : porém if- to não he mais , que hum fucceflb accidental ( como tam- bém o he no cafo de Linneo ) em que , caminhando a formiga , ou outro infcílo , pelo tronco , e ramos da ar- vore , ou talvez fazendo alli o feu ninho , fe vio inefpe- radamente atalhada , e preza pela refina liquida , que de íima vem naturalmente correndo , e que depois de endu- recida lhe ferve de fepultura : e também fe podem achar algumas concavidades , c buraquinho» caufados pelo esfor- ço que faz o animal para fe defembaraçar da refina em quanto moUe. Não he affim com a gomma Lacca , na qual não fe achaõ as formigas mortas , mas nas terras cm que fe cria fe vem vivas em enxames , fabricando com induftria aquella gomma-refina , affim como as abelhas o mel , e a cera.

Entre as opiniões que ha fobre a arvore que pro- duz a Myrrha vermelha , c legitima officinal , de que ufa-

uAsSciENCiAsiiE Lisboa. 383

mos , parece fcr mais provável , e mais conforme ao que deixarão efcrito Theophrafto , Diofcoridcs , e Plinio , a que diz que a Myrrha he huma pequena arvore , feme- Ihante á Efpinha Egyptia , e Mimola Nitolica de Linneo , de que fc tira a gomma Arábia : com o tronco torto , e cfpinhofo , a calca lila , e as folhas fcmclhantes ás da O- liveira , com a ponta acuminada. Nas TranfacçÕes 1-ilofo- Philof. ficas da Sociedade Real de Londres fc acha hum pouco ,J!^" confirmada cila mefnía opinião. Pela experiência , c no- pág. 408. ticia recente communicada por Jacoho Bruce á dita Real Sociedade , fe diz alli , que a Myrrha fc produz na Ará- bia Feliz , e na AbyíTma , e que nos faccos delia achara o dito Jac. Bruee algumas folhas , e cafcas de arvore fe- melhantes ás da Acácia verdadeira , que julgou fer da mefma Myrrha com que vinhao miftaradas. Mas como o Author não vio as flores , e fruto , ou quando menos al- gum ramo da arvore , mas fomente a cafca , e folhas fe- paradas , que podiao fer de outra ^ fica fendo efta noticia mui diminuta , c mui incerta.

F.ii tinha maior confiança na Flora lEgyptiaco-Arabi- Flor. JP,' ca de Fíírskol imprcfla no anno de 1775". Efte incanfavel Syp-^^- Naturalifta , debaixo dos aufpicios do Rei de Dinamarca , ^1*3^ ,_8"' tinha corrido , e obfervado grande parte do Egypto , c da Arábia Feliz , que fe diz mais commummente fcr a pátria da Myrrha. .Porém clle deixando-nos na fua Flora hum grande thcfoufo de obfervações Botânicas , no que toca á Myrrha, que fem dúvida havia de bufcar , e inqui- rir , não acho que diga coufa alguma. Donde fe pôde concluir, que a planta da Myrrha fc acha ainda tão cer- cada de nuvens , c de trevas , que facilmente fe occulta , c foge do noflb conhecimento: Myrrha fugit tenehris ^ é' cacts numere noclis Intercepta.

No Almagefto de Plukcnet fe faz menção de huma P!u!í Al- planra que nafce na índia , e tem o cheiro de Myrrha. O J^-^S P^^o- Autln)r a chama CaJJla Cinnaniomca , e diz ter as folhas em três nervos ao comprido , e a côr cafia , que he hum verde claro , que tira para amarcllo. João Burmmano no

Tbe-

384 Memorias da Academia Real Ihefannts Zeylanicus cita eftc Author , e mais outros , que fallão na arvore de Ceylao , que tem o gofto , e o chei- ro da Myrrha. Porém como Burmmano , ainda que Au- thor de mérito , nunca pôz o na índia , c fe valeo pa- ra cfcrever de varias noticias , c plantas fcccas , que ou- tros de manda'rão ; por iílb em algumas partes falia com confusão , e menos acerto. Burm. Chama elle a efta planta 1=: Cinnamomo , que florc-

Thef. cc perpetuamente , com as folhas mais ténues , e agu- víl 6i. ^^^' ^ -^^^^ ^ '•^^ planta não he o Cinnamomo , nem a tab. 2%. Caffia de Linneo , ainda que pertence ao mefmo género Laiirus. Tem fim as folhas , como elle diz, pequenas, e agudas j mas florece na Primavera , e naõ em todo o anno ; ainda que perpetuamente conferva as folhas ver- des , o que he natural a quafi todas as arvores na Zona Tórrida , fendo mais rara a que fe dcfpoja delias. A fi- gura que traz Burmmano na taboa 28 não he própria def- Humpli. ta planta , mas fim de outra chamada por Rumphio Cor- AmhA.i.tex Caryophyllódes , e por Linneo Laiirus Culildban , da í-i-iA- q^jjj2 Q cheiro , e o gofto he de Cravo , c não de Myr- rha. No que toca á flor , diz Brammano , que tem hum cálix tubulofo , a corolla em forma de funil , e finco fta- mines : tudo alheio da verdade , e do que a Natureza pro- duz na planta , que fabe , e cheira a Myrrha , de que darei a defcripçâo Botânica , fegundo tenho obfervado nas plantas vivas em fua pátria natural.

O cálix confta de quatro folhinhas , cm forma de fi- no mui aberto , as quaes são quafi redondas , e concavas , e as duas exteriores são menores , e pclludas. Contém em fi finco florefinhas , que não tem periantheo próprio.

A corolla própria são féis pe talos ovados, côncavos, e quafi iguaes.

Os Filamentos são nove , mais breves que a corolla : dos três interiores cada hum tem duas glândulas oppof- tas. As Anthiras são hum pouco planas.

O Gérmen he ovado , c fupcrior. O eftylo he bre- ve. O ftigma obtufo.

O

DASSCIENCIAS DH LiSBOA. 385'

OPc-ricarpio hc huina baga ovada, monofperma, ver-' mclha , lifa , pequena, luccofa , e mui oleofa.

Uclhi dclcripção da flor podem conhecer todos clara- mente fer huma planta pertencente ao género Laitrus : inas como cfta cfpccic não fe acha em Linneo , nem em algum outro Author delcripta com oearaftcr, e differen- ça adequada , cu , fendo o primeiro que a obfervei exafta- mentc , lhe puz o nome de Laiirtts Alyrrha , por razão da íemclhança ( fcnáo he identidade ) que tem com a JNlvrrha vulgar nas qualidade , e virtudes.

Hc liuma pequena ar\'^ore , ou arbufto agrefte , de al- tura de linco pés , com o tronco duro , torto , e com mui- tos ramos: a calca he lifa, fem aculeos , ou efpinhos. As folhas são ovadas , acuminadas , integerrimas , fem pêl- los , trinervias , alternas , petioladas , e pequenas , de hu- ma poUegada emeia de comprimento , de côr verde efcu- ra por lima , e por baixo de verde claro , a que os Lati- nos chamão Color defius. As flores são brancas , e miú- das , que nafccm muitas juntas , e fem pedúnculos nas junturas latcraes da folha com o ramo. A raiz he dividi- da cm muitas partes perpendiculares , groíTas , efcuras , c oleofas.

O fabor de toda a planta he mui amargofo. O chei- ro hc aromático , penetrante , e pouco agradável , mui próprio da Myrrha officinal , principalmente na raiz. Efte arbufto he mui ordinário nos bofqucs de Cochinchina , e também em algumas partes Mendionaes da China. Em

Lingua Sinica chama-fe L3'o , e na de Cochinchina Oí///íí- ,

c mais vulgarmente Deâú àãang,

A fua virtude, conforme os livros, e experiência dos Médicos deftas duas nações he Culefaciente , diurética , cmmcnagóga , antiputredinofa , c anthelminthica. No ufo interno Ic fervem do cozimento da raiz na difiiculdadc da ourina , na obftrucçap dos mezes , na inchação , dureza , c dôr do ventre. Exteriormente usao do óleo expreflb das bagas contra a farna , chagas , e feridas podres , vermes , To;?;. /. Ccc e in-

386 Memorias da Academia Real e infeftos , que ncUas fe crião ; ou na cabeça , c outras partes do corpo : para cujo effcito fe untão tVcqucntc- mente com cftc olco os Cochinchinas , foffrcndo o leu cheiro menos agradável , por experimentar a fua virtude , e c/fícacia.

Por rnzáo defta , do habito , e qualidades da plan- ta , em quali tudo conformes ao que da Myrrha offici- nal efcrevem os melhores Authores , pudera eu dizer , que era a mefma que fe bufca , c tem lido defcónhecida por tantos feculos ; pois a diftercnça de ter , ou não ter efpinhos , nem femprc hc baftante para mudar de el- pecie , principalmente fendo nafcidas em terrenos diíFc- rentes. Porém não me atrevo agora a affirmalo , por não ter ainda vifto , e obfcrvado alguma gomma , ou refina , que delia deílille naturalmente ; pofto que tenho funda- mento para julgar , que fe por meio de incisões feitas no tronco fe facilitar a fahida do humor vifcofo daquel- le arbufto , o tal humor fe condenfará em gomma , ou refina ( como fuccede nas outras arvores ) com as mef- mas qualidades , e virtudes próprias da planta , c como fe achão no óleo expreflb do fruto defta. Pelo que não fei que lhe faltafle para dizermos com fegurança , que era a verdadeira Myrrha ufada nas boticas.

Paulo Hermmano , que he hum dos Authores cita- dos por Burmmano , he juntamente o que falia defta planta com mais propriedade , ainda que brevemente , e o que fe acha mais conforme ao que eu tenho obferva- do. Como elle affiftio vários annos em Ceylão , fendo Me- dico da Companhia Hollandeza , teve occafião de obfer- var viva a planta Laurus Myrrha , que também alli naf- ce : e fendo tão infigne Botânico , como dão a conhecer as obras que deo á luz, em huma delias, intitulada Mu- ftetim Zeylaukum , nos noticia defta planta com mais certeza , que nenhum outro , dizendo : ir: Que a canella Hcrm. agrefte de Ceylão ( aílim lhe chama ) tem o cheiro , e Muf. fabor de Myrrha : as flores verticilladas : as folhas palli- Zcyl. pag.jjjs ^ e trinervias , femelhantes ás da Canella. ^ O que

tu-

dasScienciasdeLisboa. 387

tudo he conforme ao que cu obfcrvci na mcfma planta cm Cochinchina.

Tenho dito fummariamcnte o que fc acha efcrito acer- ca da Myrrha dos antigos , e da nova planta , que por mui- tas ra/õcs parece fer a mcfma. Para fc confirmar que o he , ou le dcfcobrir qual íeja , naõ fera inútil o trabalho, que fe empregar cm bufcar , c reconhecer huma planta , que ferve naõ fomente para a confervaçao dos homens em quanto vivos , mas ainda depois de mortos , prcfervando os corpos da corrupção : e vencendo para ilto todas as difficuldades , que tem ofFufcado , e impedido o feu perfeito conhecimen- to ha dous mil annos. As mefmas difficuldades , que defa- nimao os puíillanimes , fervem de eftímulo , que excita os diligentes , e zclofos. Por todo o mundo fe achaô hoje ef- pa'hados muitos Naturaliftas célebres para indagar os fegre- do; da natureza mais úteis á fociedadc, e vida dos homens, mandados por diverfas Academias , e protegidos por divcrfas Potencias da Furopa.

A Naçaó Portugucza he a m.iis própria para cumprir com efte fim , cm razaõ dos vaftos eftabclecimentos , que conftrva na Afia , na Africa , e na America. As outras Aca- demias tem feguido louvavelmente , e primeiro que nós , efta carreira literária taõ útil, e gloriofa : mas nem por iíTo devemos defanimar por fer dos últimos ; pois nem fempre he o primeiro o que fe adianta mais , nem fempre o que chega primeiro ao termo propofto. Começamos a colher os trutos dos noíTos trabalhos Académicos , de que cedo te- rá noticia o Público. Crefcem eftes avultadamente cada vez mais , depois que temos na Real protecção novo motivo para agradecer , novo incitamento para emprehendcr , e no- vos meios para executar. Pois fe para o adiantamento das Letras valco fempre muito o ter Mecenas 3 que naó valerá o ter Auguíto ?

Cccii ME-

388 Me M o R I A S D A Ac A DEM IA Re A L

MEMORIA

Sobre a Poesia Bucólica dos Poetas Poríuguezes. Por Joaquim ue Foyos.

AS s I M como entre as duas efpecics de oraçaõ , por que o homem tanto excede aos outros animaes , fe cultivou primeiro o Verfo , affim de todas as for- tes de Poefia parece ter fido primeira a Bucólica. Ainda que o género humano naó nafcco da terra , e dos duros troncos das arvores , como imaginarão muitos Poetas , e parece que chegarão a crer alguns Filofofos ; com tudo depois do diluvio , efpalhados os homens por toda a face da terra , e perdidos pouco e pouco os conhecimentos, que herdarão de feus maiores , e confervávaõ na Socie- dade , he fummamente provável , que huma grande parte delles vieífe fucccíEvamente a paífar por eftes três géne- ros de vida : salvage , pastoral , agrícola. Os muitos po- vos , que ainda hoje a habitaõ , c fe achaô na primeira , ou fegunda dcftas vidas , confirmaó a verdade deita con- jeftura.

Mas o homem , vivendo huma vida filvcftre nos bof- ques , feparado de toda a Sociedade , e fuftcntando-fc uni- nicamente de caça , e dos frutos efpontaneos da terra , nem fe acha em circunftancias de adiantar os feus conhecimen- tos , nem tem tempo para cultivallos , occupado , e atten- to todo em bufcar o neceflario fyfico , que naó pode achar fem muita difficuldade , e trabalho. E ainda que aconte- ça , que por vezes lhe fobre algum eípaço livre dcftas contínuas fadigas , fatisfeitos todos os feus naturaes defe- jos , e appetites , canfado o corpo , c entorpecidos os membros , lhe entorpecerão juntamente as faculdades da

alma,

casScienciasdeLisboa. 389

alma , defacoftumadas a difcoirer , e exercitar-fe em outros objcétos , c fe entregará docemente ao fomno. NaÓ fucce- dcrá aífim aos Paftores , que tendo gado , que com feu lei- te lhes fubminiftre o luftento,c com fuás pelles o veftido, paíTaráó huma boa parte de lua vida quietos , e defcança- dos , fem mais outro cuidado , que o de conduzir , e defen- der os Teus rebanhos , e manadas. Obrigados de neceíllda- des mutuas , e attrahidos do natural deleite , que caufa a companhia dos que tem as mcfmas precisões que nós , e nellas nos podem dar algum auxilio , e recebelo , fe che- garão , quanto o permittir a abundância dos paftos , huns para os outros , communicaráó entre fi os feus penlamen- tos , e defejos, praticarão fobre as coufas , que mais amaô , e celebrarão a fua felicidade.

Huma vez juntos os homens, e em ócio, contentes, e fem canfaço , impoíEvel he , que naÕ inventem diverfos jogos , e toda a forte de defcnfado , e recreação para evi- tar o tédio de huma vida focegada , e fatisfeita. Entre eftes divertimentos naó devia ter o ultimo lugar a Poeíia. As faculdades do homem tem huma natural difpofiçaó pa- ra ella , ou a Poefia coníifta na imitação , como querem Platão , e Ariftoteles , ainda que clara , e diftintamente nunca nos dilTeflem o que elta imitação feja , ou em hu- ma oração levantada fobre as exprefsóes vulgares , inver- tida com figuras , c harmoniofamente modulada , e com- palTada com o metro , c com o rhythmo. Em qualquer deftas coufas que façamos confiftir a Poelia , ou em todas ellas , para todas recebeo o homem da natureza huma ad- mirável propcnfaõ.

As noíTas fenfaçòes fao naó fomente a origem , e fundamento de todas as noílas idéas , mas transformando- fe de diverfos modos , faó todos os noíTos juizos , e ra- ciocinios , as noflas artes , as nolIas fciencias ; e , em hu- ma palavra , tudo quanto fabemos , e conhecemos. Mas a imitação hc huma fcnfaçaõ fácil , e para que eftá dif- pofta a contormaçaõ dos noíTos órgãos , e das noflas po- tencias , e por confequencia huma fenfaçaõ , que nós acha- mos

390 Memorias da Academia Ri: ai, mos por extremo grata , e deleitavel. Dcftc mcfnío prin- cipio fe fegue outro , o qual aqui igualmente pertence , e vem a fer, que hc natural ao homem naõ a oração, e a harmonia , mas também elTa mefma oração variada com differentes tropos , e figuras ; ifto he , com diveríos modos de exprimir as couías , e os peníamentos , com a mefma harmonia , ilto he , com o rhythmo , e com o metro.

Conhecer-fe-ha claramente a dependência , que cílcs dous principios tem entre li , íe coníiderarmos , que a imi- tação , a qual eu moftrei fer hum exercício lummamen- te goftofo ao homem , e hum modo facililTimo aíEm de elle aprender , como de communicar aos outros os feus ícnti- mentos , huma vez feita , e praticada com a oração , traz necelTariamente comíigo todas aquellas variedades da mef- ma oração , que apontei aflima. Daqui vem aífirmarem agu- damente , e com razaó juftiíllma os mais célebres Filofofos, que quizeraó dcfcer a difcufsôes defte género , que a Poe- fia era taô antiga , como o género humano. Certamente parece ter nafcido logo com as primeiras Sociedades , que elles formarão , e quando elles confervavaõ ainda muito allim da rufticidade , como da lingeleza , e innocencia na- tural. Do que parece ou claramente provado , ou deduzido com aíTás probabilidade , que a Poefia nafceo , e fc inven- tou entre Paftores.

Mas em. que género de Poefia fe exercitariao eftes primeiros homens .'' Naõ fera difficil conhecello , fe refle- ftirmos , qual leria a matéria , que , fegundo as circunftan- cias em que fe achavaõ , le lhes oíFerccia para os feus Poet. cap. Cantos. Ariíloteles foi de parecer , que dos primeiros in- ventores os que tinhaõ génio elevado , imitavao acções il- lultres , e feitas por perfonagens grandes ; e pelo contra- rio os que tinhaõ engenho mais rafteiro , cantavaõ as ac- ções dos homens vis , em cujo vitupério compunhaõ obras ridículas , allim como os outros fe exercitavaõ em hymnos , e encómios. Porem efte erudito, e intelligcnre Filofofo naõ fidla naquelle lugar da primeira origem da Poefia ri- so-

DAsSciENCIAS DE LtSBOA. 39I

gorofamente , mas fim do modo com que ella depois de inventada Te foi dividindo cm diverfas elpccies •, porque ruppõc tempos cm que he grande a dcíigualdade dos h )mens , o que não tem lugar nas primeiras , e fimplicil- fimas focicdades de Paftores.

He pois íummamente veroíimil que eftcs homens qui- zcíTcm imitar aqucllas coufas , que com mais frequência fe ofFcrcciáo aos feus fenridos , que fatisfazião as fuás ne- ccílidades , c que conftituião a bemaventurança da fua fo- ccgada vida c fclice citado , porque niUas empregavão toda a fua attençao , e cuidado. Cantarião pois os feus rebanhos , os montes , e os valles em que os apafcenta- vão , os rios , e fontes a que os levaviío a beber , a al- va , c ferena madrugada que os chamava ao trabalho , a fcfta que os convidava ao dcfcanço , e os rafeiros , que lhes guardavão o gado. Cantariiío , como era natural , as pai- xões , e aíFcflos da fua alma ; porém nao aíFeftos violen- tos , e dcfefperados , que não erão próprios daquella vi- da , mas doces , e fuaves , e que lhe caufaváo aquella inquietação , e defafocego , a que fe não pudelTe feguir fim alglun funefto.

Como eftes argumentos são todos próprios da Poefia Bucólica , fegue-fe legitimamente que ella foi a primeira que no mundo inventarão os homens. Sendo pois , Excel- lentilfimos , e DoutiíGmos Senhores , a Poefia Paftoril a. primeira origem de toda a erudição humana , e os pri- meiros esforços que fi/crão as faculdades do homem pa- ra fe polirem , e cultivarem , juftamentc me perfuadi , que a Academia inftituida toda para utilidade pública , c que alem de outros mais gloriofos, e louváveis empenhos to- mou a fi o de dar a conhecer os princípios , e progrclTos da noíTa Literatura , havia de levar em gofto que hum Só- cio leu tratafle do merecimento dos nolTos Poetas Bucóli- cos. Defte trabalho , Senhores , pofto que maior que mi- nhas forças , me quiz encarregar , por ler dos mais leves c fáceis , que tão illuftre Corpo podia commetter a algum de feus membros.

Vós

3«;2 Memorias da Acadkmia Real

Vós tratareis verdades lublimcs, por extremo remo- tas, e cfcondidas d commum comprchensão dos homens ; medireis o clpaço immento dos Ccos ; poreis Leis aos corpos mais vaílos , mais diftantcs , e ate mais rebeldes do Univerfo ; com vofflis porfiadas invcftigaqóes ^ c rara lagacidade obrigareis a natureza a t]ue vos delcubra c patentee aquillo mcfmo, em que cila punha maior eftudo em occultar. Allim para felicidade dos outros homens au- gmentareis , e aperfeiçoareis os fcus conhecimentos ; mas fereis muito particularmente feliccs vós , e feli'/ a Pátria , cm cuja utilidadade haveis de empregar os voíTos talen- tos, e todos eftes trabalhos , e fadigas: e ella vo-lo fa- berá agradecer com o premio , que defejáo as almas grandes , do louvor , e da gloria. Eu , goz,ando-me , e comprazendo-me de voíTo alto merecimento , de que vós quizeftes me coubefle também alguma parte , nic conten- tarei com examinar a propriedade , e elegância de huma palavra, a verdade , novidade, e belleza de hum penfa- mento , a innocencia , e fingeleza de hum Pegureiro ; e ifto , propter aqu£ riviim , ou quando muito , Jub ramis arboris alt^e.

Mas tornando ao meu aíTumpto , de que me fizerão defviar os voíTos juftos louvores , não são pouco relevan- tes , nem concorrem medianamente para a inftrucçao , e cultura dos homens os trabalhos dos Poetas. Negallo fe- ria não conhecer o modo , por que fe dilatão , c apcrfci- çoão as noíTas faculdades , e ignorar inteiramente a hifto- ria dos vários progrelTos do entendimento humano. A re- ftauração das letras , com que fe dcfterrou a ignorância , e barbaridade , a que nos tinhão reduzido as Nações do Norte , e as contínuas irrupções dos Sarracenos , tem as fuás fementes nos Trovadores Provençaes , e Lombardos , que frutificando felizmente chegarão a produzir os dous abalifados engenhos de Dante > e Petrarcha. Cultivada por eftes dous grandes homens , e por alguns mais feus contemporâneos a lingua Tofcana, preparou a Itália, fua imitação a toda a Europa para hum conhecimento

pro-

bAsSciENCIAJDELiSBOA. 39^;

profundo da Língua Latina , c da Grega. Com tacs difpo^ fiçóes , e aiallios fe inftruíraõ as Nações Europcas nas Ar- tes , e Scicncias , e em toda a forte de erudição daquclles fabios Povos , e inflammadas cada vez mais no defejo de fabcr tem levado muitas das Artes , e Sciencias dos anti- gos a hum ponto incrivel de perfeição.

A noíTa emdiçaó entaõ entrou a raiar , quando poeti- zou entre nós o grande Rei D. Diniz. Foraò depois acla- rando as luzes , e flizcndo-fe mais fortes no tempo dos fá- mofos Infantes , filhos do Senhor D. Joaô L , os quaes fo- raõ elles Poetas , e excitarão outros engenhos do noflb Portugal , e do refto da Hefpanha a dar-fe a efte géne- ro de eftudos. Mas o tempo, em que os nolTos mais culti- varão a Poeíia , foi também o do noíTo maior faber , c erudição. Muito fe applicáraõ os noíFos a toda a forte de compofiçocs poéticas , e muito particularmente a eita , de que agora trato. A' excepção da Itália , nenhuma outra Naçaõ pôde , naó digo eu , exceder-nos , mas igualar-fe comnofco. Sete Poetas Claílicos , cujos efcritos corrert» impreflbs , podemos nós contar em tempo , em que a Fran- ça , a Inglaterra , e outros Povos , onde agora florecem todas as Artes de gofto , naó podem produzir na fua lin- gua coufa , que feja perfeita nefte género. Nomealos-hei aqui , porque hei de tratar individualmente de cada hum , e examinar o feu merecimento. Francifco de de Mi- randa , António Ferreira , Luiz de Camões , Diogo Ber- nardes , Fernão Alvares do Oriente , Francifco Rodrigues Lobo , e Manoel da Veiga faõ lete Poetas Bucólicos , em quem lemos naó partes admiráveis , mas Éclogas inteiras efcritas com grande perfeição , e que podem com- petir com o melhor da antiguidade. Se a algum dentre vós parece por ventura , que fe podia ainda augmentar efte número , tenha a bondade de efpcrar pela leitura deftas Memorias , e permitta que a noíTa flauta pafto- ril fe componha prefentemcnte deftas fetc cannas alfas fo^ noras. Os primeiros línco Poetas efcrcvêraó no Século XVI. c os dous iU.timos no principio do Século fcguinte. Da Tom. I. ' Ddd taõ

3J>4 AIemor ias da Academia P^eai, taó longe vem as noíTas riquezas ; e ncfte noflo Corpo co- nlieço eu dignos fucceíTores , que naó fomente naõ foíFraó elt.ir occulta a antiga , e precioí^i licrança de Icus avós , mas de forte a aproveitem , e melhorem , que venha a produzir os mais abundantes , e deliciofos frutos.

Mas para declarar juftamcnte qual feja o merecimen- to dos noflbs Poetas Bucólicos , fera neccíTario cftabclecer primeiro as Leis , por que elles fejaõ julgados. Por ilTo tratarei do nome deita Poelia , da fua definição , e cíTen- cia , da fua Fábula , dos fcus Authorcs , da fua fentcnça , do feu cílylo , do género de metro, cm que deve fer com- pofta , e finalmente da cxtenfaô material , que haõ de ter os feus Poemas.

Quanto ao nome , chama-fe eíta Poefia Bucólica , Écloga , Idyllio Paítoril. O primeiro nome lhe veio dos Vaqueiros , ÇoukoAo/ , os quaes antigamente tinhaÕ a pri- mafia entre todos os Paítores , porque guardavao o gado , de que mais utilidade recebem os homens. O fegundo no- me Écloga eflá hoje no noíTIi Lingua , e em outras vulga- res inteiramente appropriado á Poeíla Bucólica ; mas naõ era aHim para com os Gregos , e Latinos. Eíta palavra , .como muitos eruditos tem obfervado , íignifica qualquer àispíita , prática , ou lugar breve , iníigne , e efcolhido , ou elle íeja tratado em profa , ou cm verfo ; mas aos fe- gundos fe mais frequentemente o nome de Éclogas j qualquer que feja a cluíTcja que a Poeíia pertença. AíEm Prxf. in Aufonio chama Éclogas ás Odes de Horácio, e eíte mcfmQ «J'ypn. titulo puzeraõ ás fuás Satyras os três melhores Editores, que aquelle Poeta até agora teve , Cruquio , Bcntlci , e Cuningham , pelo terem aíHm achado em MSS. da maior antiguidade. Por onde o nome de Écloga era cominumen- te ufado para íignificar toda a Poefia de pequena extcnfaó. O mcfmo fuccedia á palavra Idyllio.

Em huma Collecçaó , por exemplo de Tragedias , OU Comedias , cada Drama dilHngue-fe hum do outro pe- lo feu cípccifico titulo , V. g. a Hecuba , as PhcniíTas , o Edypo Tyranno , o Phiíodletes , a Andria , os Mcnechmos.

Ef-

dasScienciasdeLiisuoa. 395"

Eftc titulo, que era fácil pôr em obras dilatadas, c exten- fas , era mais difficil de aíHcnar com divcrfuiadc em hum grande número de Poemas pequenos. Por iíTo os Gramma- ticos nas Odes de Pindaro , nas pequenas Pocílas de Theo- crito , de Horácio, &c. puzcrao cftas infcripções , éí^^oí , a , e/í^uAA/o'; , Ç , Écloga I. II. &c. para denotarem , que ti- nha terminado o Poema precedente , e começava outro di- verfo , e de novo argumento.

Pelo que refpeita d Definição , naõ ha porque nos naõ contentemos com efta vulgar , que tem a approvaçaõ de muitos homens doutos , c entre elles de Poppe : Poefia Bucólica he a imitação de huma acçaó paftoril verdadeú-a , ou allcgorica. Chamo verdadeira aquella , que naõ ex- ternamente , e quanto aos Aftores , e á dicção , e efty- lo , com que fe exprime , he huma acçaõ , e negocio , que palTa entre Paftores ; mas também internamente , e quan- to ás coufas , que na realidade fe lignificaõ : allcgorica pe- lo contrario he aquella , que pelas exprefsóes , e interlo- cutores transforma em paftoril hum argumento diverio , por mais importante que elle feja. Por efta definição naó faó fomente féis , ou fete as Éclogas de Virgílio , como pertenderaõ Sérvio , e Donato , excluindo deita claíTe de Pocfia o Polliao , o Sileno , a Pharmaceutria , e o Gallo. Mas he muito de notar , que efta infeliz cenfura cahifle logo fobre quatro Poemas , dos quaes três chama muito claramente Bucólicos o mefmo Meftre , quero dizer , o mefmo Virgílio ; porque no Polliao começa defte mo- do :

Sicelides Musa , paullo majora canámtis.

No Sileno.

Prima Siracosio dignata est ludere versu , Nostra nec entbuit silvas habitare Thalia. Qtmm canerem reges et pralia , Cynthitis aurem Fellie ,. et adtnonuit : Pastorem Tytire pingues

Ddd ii Pas'

39^ MeM o R I A S D A Ac A DEM I A R E A L

Pascere oportet oves , dedufiwn dicere carinen.

Nhhc ego

Aprestem teniu meditabor arundine musam.

E finalmente no Gallo.

Extremum htinc , Arethusa , mihi concede laborem.

Quando o Poeta invoca as Mufas , e outras divin- dades da Sicilia , quando nos diz , que canta com o feu auxilio , quando chama os feus verlos Siracufanos , que outra coufa nos quer declarar , fenaó que os verfos , que efcrevia , eraõ paftorís , erao daquelle mefmo género , em que taõ famofo fe tinha feito o Siracufano Theocrito , eraó aquelles que , fegundo a antiquiífima tradição , fe di- ziaõ inventados nos abundantes paftos , e férteis campos da Trinacria, Aílim fe Virgílio expreíTamente qualifica de paftorís aquelles três Poemas , permittíraõ os dous anti- gos Grammaticos , que defprezemos a fua authoridade , por feguirmos a do Poeta. A VIII. Écloga, que elles naõ qui- zeraõ também admittir no Coro das outras , paflada huma breve prcfacçao do Poeta , começa logo pela fcena campo- nez nnis agradável, e mais viva , que pôde imnginar-íe , a qual he defcrita com fumma concifaô , e elegância.

Frigida vix ccelo mSiis decesserat umbra ,

Qtitim ros in tenera pecori gratissimus herba ,

Incumbens tereti Damon sic ccepit oliva.

Nascera , praque diem veniens age , Lúcifer , almum.

Quem neftc elegantiíllmo Poema , ir-fe afiigen- tando as fombras da fria noite , a tenra herva borrifada de orvalho , o gado pafcendo a feu fabor fcm poder delia fartar-fe , hum Paftor encoltado ao tronco de huma oliveira, pedindo á Aurora , que fe prelTa , e traga o dia , para que com fua luz faça mais patentes as juftillimas queixas , que forma contra feu malogrado amor j quem tudo ifto,

def-

©AS SciENCIAS DE LiSBOA. 397

defcrito com a maior viveza , e energia , duvidará por vcii-^ tura , que fendo efte o tlicitro , que le lhe abre , a rcpre* íentaçaõ deixe de íer huma Écloga ? fc o Poeta for o engenho mais extravagante , e abfurdo : e eíTe nao era Virgílio. Mas deixemos efta breve , c neccíTaria digreíTaõ , c até a mefma doutrina fobre a definição da Écloga ; por- que qual Icja a verdadeira defiiiçaó de cada género de Poema , então fe conhece bem , quando ellc dàá ple- namente tratado.

O mefmo digo a refpeito da essência , a qual nefta , c em outras efpecies de Poeíía he huma eíTencia de pura convenção , formada de maior , ou menor número de idéas acceíTorias , fegundo o arbitrio dos Poetas mais famofos , que merecerão confeguir huma geral approvaçaô. Por igno- rarem eftas primeiras verdades íe enlaçarão em hum gran- de número de inexplicáveis difficuldades fobre a effencia da Pocíia iníignes Commentadores de Ariftoteles. Eraó por certo os Lombardis , os Maggios , os Vi£torios , e os Caftelvetros homens naô de vafta erudição , fenaó tam- bém de rara agudeza ; mas póftos huma vez principios falfos , mais erra quem melhor raciocina. Quizeraò á for* ça de huma Metafylica , e imaginária , que entaõ reina- va , fixar o que era da invenção , c incerto capricho de engenhos divcrfiíGmos , como fo foíTe hum fer determinado pela natureza , e que elles tiveíTem analyfado até os úl- timos elementos. Quizeraò também por outro principio verdadeiro fim, mas oppofto ao primeiro, que tinhaó re- mado , conciliar as fuás doutrinas com a prática dos me- lhores Mcftres. Porém de principios taô contrários entre fi haviaó neceOTariamente de nafcer conclusões também con- trarias , e implicatorias. Aproveitemo-nos pois dos erros dos grandes homens , e aíTentemos como certo fer a ef- fencia de cada efpecie de Poefia a idéa, que delia forma- rão os que tiverao o alto talento de aperfeiçoala. Nao quero nifto dizer , que eftes mefmos homens , e muito mais os outros , que lhes fao inferiores , naô fejaõ julga- dos pelas mefmas regras , que elles conceberão , e ainda:

além

3^8 Memorias da A c a t) e m t a í\ r a l além delias , pela natureza das coufas , ifto he , pela ver- dade , e pela verollinilhança ; e neftc Icntido he verda- deiro o axioma de Scaligero fallando dos primeiros Poetas , ipsi regula , sed sub regula.

A Fábula , fallando determinadamente da Tragedia , Nos capp. chamou Ariftoteles a composição das cousas , c explicando o Poet ^ '^^ entendia por eftas palavras nos vem a dizer , que ca- da Poema deve fer a imitação de huma acçaó inteira , e perfeita , e que deve haver nclle principio , meio , e fim, fegutido a verofimilhança , porque as coufas fe devem fe- guir , ou tratar humas depois das outras ; c que he necef- fario , que procure o Poeta huma unidade de objcílo , ou de defignio naquillo , que imita. Até aqui em fubftancia Ariftoteles , tratando , como dilTe , da Tragedia , e dando-nos huma doutrina clara , e fólida , que devemos applicar á Poefia Bocolica. Mas Commcntadores feus , homens que naõ fabem filofofar fenaó por fyftema ( o que he fumma- mente agradarei , e conimodo ) accrefcentárao á Fábula o que chamarão moralidade , delia fizeraõ hum principio fe- cundilllmo de preceitos chimericos. Cuido que o inven- tor defta imaginação foi o P. le BolTu , a qual certamente occupa huma boa parte do feu Tratado do Poema Épico. Efta moralidade agradou eftranhamentc a Dacier , e a outros Críticos ainda menos confiderados , os quaes cheios de alvoroço , e amotinados com a nova Legislação poética excitarão no pacifico Reino da Poefia dilTenfsoes irreconciliáveis. E qual foi a caufa de guerra taõ porfia- da ? Huma palavra de Ariftoteles , que o Le Bolfu , e feus adherentes naô entenderão. Ao argumento dos Poe- mas , ou áquelle todo , que os conftitue e forma , deo Ariftoteles o nome de Fábula , fjiu3oí . E como fe fervia daquelle termo em huma acccpçaó , em que antes nao tinha fido tomado por Efcritor nenhum Grego , teve Ariftoteles o cuidado de definilo e explicalo , dizendo , que por Fábula entendia a composição das cousas , e o mais que ha pouco referi. As Fábulas , que fe dizem de Efopo, chamavao-fe, antes com propriedade grande pu9oí , poc

con-

DAS SciENCIAS DE LiSBOA. 39^

conterem , e tiatarem coufas , que pela maior parte exter- na e apparcntemente erao ablurdas , c iinpoíliveis : por jflb , para que cilas naõ foíTem hum trabalho também ab- liudo e íutil , continhaó huma moralidade , ifto he , hu- ma verdade inftrufliva , e proveitofa á vida , a qual fs fignificava , e juntamente fe encobria naquelle exterior , e apparencia , que pareciaõ de nenhum proveito , e doutri- na. Os que víraõ em Ariftotcles huma melma palavra , iulgárao ler neceíTario , que ella íignificaíTe o mcfmo com- plexo de idéas , que fignificava nos antigos , quando o Fi- iofofo abertamente tinha declarado , que entendia por aquelle termo huma coula nova. Efta a origem de tantos erros.

Tratei ifto com alguma extenfaó, para que viffemos , que os Críticos tem também feu vulgo , cujas preocupa- ções , e erróneos fentimentos he neceflario acautelar , e dcftruir , fe nos naõ queremos ver em embaraços , que naó tem difficuldade alguma. Mas tudo talvez dilEmularia , a naó advertir , que hum homem infigne , o elegante e judie iofo Marmontel , fe tinha deixado levar em parte def- ta mal fundada opinião , concedendo íer neceflaria á Écloga , na falta de huma moralidade particular , ao me- nos huma inftrucçaó geral , que confiftilíe na ventagem de huma vida focegada , innocente , e conforme á natureza , á outra , em que tiveflcm parte a inquietação , e perturba- ção , a amargura , e o defgofto. Mas tal moralidade fe a Écloga a requer , he-llie neceflaria , cm razaô dos coftu- mes dos Paftores , e naó pela Fábula. O que agora intei- ramente naó tratamos. Por aquelle principio excluio da razaó de Éclogas as Pifcatorias , e chamou infeliz a in-^ vençaó de Sannazaro , tratando-o com mais rigor , e du- *eza dp que era devido á doçura , e fuavidadc daquelle raro engenho. A vida dos Pefcadores , diz Marmontel , nos offerece a idca de trabalho , de impaciência , e de def- gofto.

Sc deflemos tudo ifto liberalmente , ainda nos reftava dizer , que deftas mefmas idéas fabem os Meftres tirar

poe-

4oo Memorias da Academia Real Idyll, II. poclia admirável, He-o fem duvida Theocrito , defcreven- do cftcs mcfníos trabalhos , e feria por extremo delicado quem , lendo-o , concebelTc tcdio , e delgolto. Efte receio eu que caufe a traducçaõ , mas por pouca habilidade de quem a fez.

Dous velhos Pefcadores n'huma choça Juntos dormiaó : de fargaço fecco Pela terra alaftrado , junto ás folhas , Que as paredes formavaõ da cabana , Seu leito , e pobre cama fe compunha. Ao delles jaziaó as fadigas De fuás maós ; pequenos covos , cannas , Anzóes , naflas de limo inda cubertas , Redes de , fedelas , labyrinthos w^ De brandos vimes , linhas , huma pelle , E fobre rolos pofto hum velho barco. Pequeno cefto de tecida verga , Os feus mefmos veftidos , e barretes Lhes eraó travefleiro : e aflentavaó Ser tudo mais hum luxo : nenhum tinha Nem panella , nem cão ; porque a Pobreza Lhes fora fempre amável companheira , Nem tinhaõ por allí outro vizinho. á velha cabana fe eftendiaó Por toda a parte as refonantes ondas.

Em lugar de Sannazaro trarei aqui hum grande imita- dor , e apaixonado feu , o noíTo Fernão Alvares do Oriente , e pelos verfos , que vou a referir , e com que acabo por ora efta Memoria , fe verá fe he de todo infeliz a inven- ção dos Pefcadores. Em huma contenda entre hum Pefca-, dor , e hum Paftor , diz aílim o Pefcador Limiano.

X-im-

bAsSciENciAS DE Lisboa.

Lim. Ninfas do mar, que em cryftalino cofre As pcrolas andais colhendo a pares , Deixai tão jufta occupaçao, fc foffre Brandura o peito com que abris os mares. Do vermelho coral , do branco aljofre Que o mar cria , ornarei voflbs altares , &c.

£ mais abaixo.

Ouro accendrado , em grãos , achei por dita

Kntie as arêas do dourado Tejo ;

E em fcu lugar deixei a graça cfcrita

Do nome teu, que na alma efcrito vejo.

Eis o ouro aqui te dou, que o raio imita

Da luz em que fe accende o meu defejoj

E do teu nome a cfcritura linda

Não apagou o mar, nem vento ainda.

A's coftas de Tritões , e de Golfinhos

As formofas donzellas de Neptuno ,

Os feios Phocas , os Delfins marinhos

da cafo efquccidos de Portuno ,

De Glauro o nome alçando aos Ceos villnhos j

R'"mpcm do mar as ondas importuno,

Tocitndo as Ninfas inflrumento brando,

Os mudos peixes pelo mar dançando.

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Tom. I. Eee ME-

40Z Memorias da Academia Real

——ii^— ^^M*^— i^^lW»—— W— ^—W ^>B— iIWiM

MEMORIA

Sohre a natttreza , e verdadeira origem do Pdo de Âgnila. Por João de Loureiro.

AProducção vcgctavcl , a que vulgarmente chamamos Páo de Aguila , foi em leculos mui remotos co- nhecida , e ufada pelos Gregos debaixo do nome Agallochon , e depois Xylaloe , como nos tcftcficão os li- vros de Diofcoridcs , Oribafio , c iCgineta. Os Latinos lhe chamáo Ligmim Aloés ^ e Agallochutn ^ e Plinio nos alguma noticia delle, debaixo do nome Tartim. Seguíriío- fe os Médicos Árabes , que na própria Lingua Arábica lhe chamão Agalugin : e delle fallárao particularmente Avicena , e Serapião ; como também Rhalis , llaac , e Averroes.

Antes que os Portuguezes com.hexoi':a conftancia abriflem no Século XV. pelo Cabo da Boa-Efperança o Commcrcio da índia, era conduzido dalli , onde naf- ce , para a Arábia , e de Suez para o Cairo , e Alexan- dria do Egypto , onde os Venezianos o compravao , e re- partião na Europa. Mas antes delles , e ainda antes da vinda de Chrifto era tranfportado do Oriente para o Oc- cidente com outros géneros precioíos da Afia pelos Com- merciantes de Tyro , e Fxnicia , que naquclles tempos erão os Povos mais inftruidos no Commercio , e Arte Náu- tica. E por iíTí) o íabio Rei Salomão fe valeo deiles , e do feu Rei Hiram , como nos certificao as Sagradas le- tras, para que dirigiíTem os Hebreos feus VaíTalIos , que juntos nas mefmas frotas lhes traziao as producçõcs mais ricas da índia para o ferviço do Templo de Jerufalcm , c dos feus palácios , entre as quaes fe achaviío os mais fi- nos aromas , de que he tão fértil a índia. E fendo o ver- dadeiro Páo de Aguila o mais preciofo , e odorifcro de

to

DAS SciEN CIAS DE Lisboa. 403 todos , devia fcr , c era na realidade então , conduzi- do para Jerufalem naqucllas frotas, como o mcfino Salo- mão nos faz fiber no Capitulo VII. dos Provérbios, cProv. c. 7. no IV. dos Cânticos , aonde S. Jcronvnio na Versão da Y; '7- Biblia Vulgata traduzio as palavras Hebraicas Abalim , e ^ ,^_ ' Abaloth por Aloc , que he o verdadeiro aroma Páo de Aguda.

Nafce cfto raro vegetavel naquclla parte , e peninfula da índia , que chamamos extra Gangetn ; e fomente cm alguns lugires pouco diftmtes da Linha Equinocial , co- mo são os Reinos de Cochinchina , dos Laos , c de Siam ; pois fempre foi natural ás efpecics aromáticas o crearem- fe cm climas mais quentes. No Reino de Tunkim fe acha algum mas em pouca quantidade , e não do melhor. No Império da China, julgo que não fe produz, ainda que alguns o affirmão ; pois do que fe vende em Cantão , e fe diftribue interiormente por todo aquellc Império , como também he levado dalli para o Japão , Malabar , Surrate , e Arábia mcconfta fcr comprado pela maior parte nos por- tos de Cochinchina. E por quanto nefte Reino , por fc achar devaftado com guerras contínuas desde o anno de 1773. cm que fe rebellou o Tyranno Nhac ^ não ha quem bufcar o Páo de Aguila nos vaftos defertos , e montes , que lhe ficão para o Occidente , pelo mefmo motivo tem ceifado agora o Commercio defte preciofo género no gran* de empório de Cantão.

Nas Ilhas de Borneo , de Cclebes , das Molucas , de Samatra , no Malabar, no Pcgú , e nos contornos de Ma- laca nafcem também alguns páos chelrofos , que eu tenho vifto , e são chamados Páo de Aguila por alguns Autho- res ; porém todas cftas efpecics são mui inferiores no chei- ro , c na virtude, c como tacs fe vendem por preço mui limitado: mas, ainda que produzidas cm divcrfas arvores, não deixou a ignorância dos Viajantes , c a ambição dos Droguiftas de as inculcar , c confundir debaixo do mef- mo nome.

Entre cítus efpecics intrufas , e efpiirias parece fcr Eee ii a me-

4^4 MEMORIAS DA Academia R e a i, a melhor , c que alguns tem por legitima aquella , que feun-.ph. fe acha nos contornos de JMalaca , e hc chamada por Rum-. Hcrbar. phio, conforme ao idioma Malaio , Garo Malaca. Com P ,j" tudo tendo o mclmo Rumphio alcançado noanno de 1693. alguns ramos com as folhas , e frutos da dita arvore , el- le nos rcprefenta o fruto delia fcmelhante a hum pcquc- lbi.tab.io.no abrunho dividido interiormente em duas , ou quatro cellulas com outras tantas fementcs. Donde fe infere , que hc arvore diverfa do verdadeiro Agallocho , cujo fruto he hum legiUTie monofpermo, como depois veremos.

Dos Authorcs que na índia fe informarão com mais diligencia do Páo de Aguila , c em o defcrcver fc chegarão mais a verdade ( ainda que não em tudo , nem com a devida clareza Botânica ) foi o citado Rum- Ciarc. A- phio , c O célebre Fylico Portuguez Garcia de Horta no rom. 1. '-Tratado dos Aromas , que ellc deo á luz na Lingua Pá- tria , e logo foi traduzido em outras. Muitos Efcritores alTun antigos , como modernos fallarao do Páo de Aguila cm quanto fervia ao lucro dos Negociantes , para fer em- pregado noufo dos Templos, da Pharmacia, c do Luxo; porém, em quanto objcfto próprio da Botânica, não era ate o prefente bem conhecido. Sabia-fe que era formado de huma arvore ; mas não fe fabía claramente de que ar- vore. Sabia-fe que a fua origem era de huma producção vcgctavel j mas não fe fabía claramente de que modo o produzia , e formava a natureza. Alguns quizcrao defcrc- ver a fua planta lem a terem viílo , e por ilFo mui longe da verdade : outros com mais cautela não fallárão nclla, porque a não tiniião vifto , nem conhecido. E deftcs foi Lin. Syft. o celeberrimo Linnco , que na geral, e cxafta Collccção g^"^ 'p"" de todas as plantas conhecidas no Univcrfo não falia ^' ' nefta.

E porque na Matéria Medica fc vio obrigado a fal-

lar nella , não fegundo alguma experiência que rivcJíe ,

mas induzido pelo que dizem outras P!iarm:;copoeias , el-

Lin. M.U. crcvco , que a virtude do Agallocho era nuú venenofa ,

Ried. excoriante, e inebriante, e que a fua planta era huma ct-

DAS SciENCIAS DE LiSBOA. 405'

pccic de Figueira com hum fucco laftefcentc. O que tu- do não hc conforme á verdade, como bem notou o Ciar. Bergio , o qual cita a Wedclio , que julga fcr o Agailo- l^erg i^íat. chi) hum medicamento excellentiílimo , c na verdade ohe^j^'; P*^' fem algum perigo , ou violência nos feus eíFeitos.

liu tive occafião de o ver, e examinar nos dilatados annos que allifti nas mifsóes da Gochinchina , o qual Rei- no he a fua Pátria mais natural , pois nclle fe cria em mais abi)ndancia , c de melhor qualidade , que cm outra parte do mundo. Porem não polTo dizer que alcancei cite conhecimento fem particular diligencia , e trabalho , poi* nafccrem citas arvores mui longe de povoado , cm humas mui altas , e continuadas ferranias pela maior parte defer-» tas , que correndo por mais de 1 1 gráos na direcção de Noroefte a Sueftc , dividem o Reino dos Laos dos de Tunkim , Gochinchina , e Champá.

He a planta em que fe forma o Páo de Aguila hu- llia arvore das maiores , com os ramos alTurgentcs , e mui altos. A fua cafca he lifa , e formada de muitas fibras fiexiveis , e fortes , como os fios de Linho canemo , quo por iíTo fe pódc dizer Cannabina. A madeira defta arvore hc branca, fem algumas vêas de outra côr , e não muito dura. As folhas são medíocres , lifas , planas , e coria- ceas , em forma de lança , compridas de 6 poUegadas y fem alguma corredora , que nafccm alternadamente , e no fim dos nnuos brotao as flores em pequenos ramilhetes.

A flor , que he a parte mais eflencial para o conhe- cimento Botânico , confta de hum cálix compofto de 4 folhinhas todas agudas , pilotas , e deciduas , das quaes a inferior he curva , e inflexa , em forma lunar , e quali dobre no comprimento a refpeito das outras três. A co- rolla confta de finco petalos dcfiguaes , c mais compridos que o cálix. Os cftames são 10 diftinftos. O eítylo he fimples. O pericarpio he hum legume lignofo , oblongo , agudo , c curvo em forma de lua , e monofpermo com huma femente também curva , envolta cm huma membra- na , que os Botânicos chamão Arillo-

Do

4cé Memorias da Academia Re al

Do exame dcfta flor fe fcgue fer a arvore do Páo de Af^uila hum novo género de planta pertencente á X. (Jlalle do Syftema de Linneo , chamada Decatidria Mono- fryniíi. Eu para a diftinguir julguei próprio , e lhe puz o nome Âloexyliim vertitn ^ que com pequena mudança he o mefmo que Xylo-aloe em Grego , ou AloesUgnmn em La- tim , com que dantes era conhecido o aroma Páo de A- guila.

Mas como fendo a madeira da arvore Âloexyhtm branca, igual, e fem vêas fe forma delia o Páo de Agui- Ja em pedaços defiguaes , e informes , de cor efcura , e com groíTus vêas ? Como não fendo aquclla fubftancia fcn- fivelmente oleofa , ou refmofa abunda efta vifivclmentc de muito óleo , e refina ? Como não fe fentindo na aiTorc Aloexyhnn gofto , ou cheiro algum notável percebem os fcntidos no Páo de Aguila hum gofto amargofo , e hum cheiro mui fubido , e agradável , em que confifte o feu maior preço , e virtude ? Efta transformação fyfica com tão diverfas qualidades , que , pelo que hc , mal fe po- deria conhecer o que foi , hei de eu agora moftrar con- forme as obfcrvações que tenho feito. Mas , para melhor me explicar , he me precifo expor primeiro com brevida- de o mcthodo , que commummente fegue a Natureza na formação , e nutrição das plantas.

He o compofto vegetarei hum corpo organizado , in- fenfivel , que confta ordinariamente de raiz , tronco , ra- mos , folhas , e flores , e deftas fecundadas pela commu- nicação dos dous fexos fe formão os fruílos , e as femen- tes , de que nafcein as novas plantas. Interiormente fe compõem de diverfos vafos com baftante analogia ao com- pofto animal , como curiofamente oblervárão o Doutor Grew , e o prefpicás Malpighi na anatomia das Plantas : e depois fe fez vilivel aos olhos de outros muitos Natu- raliftas armados com o microfcopio. Eftcs vafos, que ap- parecem como fibras , ou fios mui ténues , são côncavos como tubos, ou canaes fubtilillimos , e quafi infinitos no número. Huns fobcm da raiz para o tronco , c dalli le

cf-

DAsSciENCIAS DE LiSBOA. 407

efpalhao pelos ramos : outros com direcção horizontal fa- hcm do centro do tronco , e das ramos para a cafca , c percpheria.

Além dcftas duas efpccies de canaeszinhos , fibras, ou vêas verticaes , ou horizontaes oblcrvao-fc nos intcrfti- cios , e lugares da communicação de huns aos outros hum infinito número de utriculos , ou bexiguinhas , humas cheias de ar, outras de diverlbs humores, as quaes não tem to- das a meíma fórma ; pois cftas fe vem de figura oval , iU]uellas esféricas , outras compridas , e muitas cfquina- das com ângulos. As que eftao cheias de ar fe oblcrvão principalmente nas folhas; que por iíTo julgão alguns Na- turaliftas , que eftas á imitação dos bofes nos animaes fervem de attenuar , purificar , e mifturar o fucco nutricio das plantas: allim como as dos bofes attenuao , purificao, c miílurão o chylo com o fangue , que dalli prepara- do , c perfeito fe reítitue ao coração , fonte , e reÃortc da circulação , e da vida.

As taes bexiguinhas cheias de ar , com outras mui- tas cheias de diverfos líquidos , mais , ou menos ténues ^ oleofos , ou falinos fe defcobrem em grande abundância não na cafca , mas também no interior da arvore.

As plantas para fe confervarem , e crefcerem rece- bem o feu alimento principalmente da terra , e pela raiz. Digo principalmente , porque também o podem receber da atmosfera , fcm que a raiz toque na terra , ou na agua. Illo obfervci claramente na planta Aerides ( de que dei noticia em outro lugar) a qual fufpenfa no ar livre vive, florece , e crefce por muitos annos. Eftc alimento vegeta- tivo confta cflencialmentc dos quatro elementos vulgares, attenuados , e unidos em forma liquida , a que chamão , fucco nutricio. De ordinário as raizes filbrofas , e mais miúdas o attrahcm , e chupão immeditamente da terra, e pelas bocas dos canaeszinhos verticaes fe communica as raizes maiores , ao tronco , e a toda a arvore até as par- tes mais remotas, que são as folhas.

Na fua origem he o fucco vegetativo mui fimples ,

de

4o8 Memorias da Academia Real de forte , que os nolTos fentidos talvez niío lhe dcfcobrein alguma divcrfidadc nas divcrlas plantas, que dcllc íc fuf- tentão : aíliin como hc mui pouca a diffcrcnça , que le no fuftcnto de vários animaes , ainda que entre mui diverfos. Mas preparado o mcfmo alimento de di- vcrfos modos , c diluido com diverfos humores nas olíi- cinas naturaes do eftomago , inteílinos , glândulas , vêas lafteas , e mefaricas forma o chylo , e dcfte o fangue próprio , e accommodado para com clle crelcercm , e fo differençarcm varias efpecics de animaes.

Da mefma forte o fucco nutricio das plantas ru- de , e fimples , quando fahe da terra , fe vai aperfei- çoando , e divcrfificando nos diverfos vafos , cm que en- tra fucccíUvamcnte , com os diverfos liquidos , que re- cebe da atmosfera pelas vêas horizontaes abforvcntes : pela comprefsão , e impulfo , que lhe dão as tracheas , ou veficulas de ar : e pela feparaçao , ou miftura , que experimenta nas glândulas , ou veliculas angulares , cheias de diverfos humores , e formadas de diverfa figura : in- do ao mefmo tempo exhalando as partículas fuperfluas , e menos aptas para a nutrição da tal efpecie pelos infi- nitos poros , que fe moftrão patentes na cafca , e nas folhas, Conhece-fe haver diverfos humores cm diverfas partes da mefma planta pelo divcrfo gofto , diverfo chei- ro, e diverfa côr, que percebem os noíFos fentidos nas raizes , no tronco , nas folhas , na flor , c no fruto da mefma arvore.

A organização própria de cada efpecie , com que o embrião vegetavcl da pequenina planta começa a def- cnrolar-fe na fementc , em que fe continha , he inteira- mente obra do Author da Natureza na creação do mun- Genef. do : Preducat terra herbam vir eu tem , ^ facieutem femen ^'^''^'^^'jtixta gentis fintm. Nem fe pode entender de outro mo- do , como a Natureza cega , e por acafo pudclTe dar principio , e confervar por tantos mil annos a virtude plaítica das fementes , fempre a mefma nas mcfmas plan- tas , fempre diverfa nas diverfas efpecics , c fempre exa-

fta.

DA<> SciENCIAS OE LlSBOA. 40^

fía , c admirável na formação de infinitas partes , c ór- gãos fubtiliffirnos , todos ncccflarios , e próprios para o nalcimento , nutrição , c augmento de cada elpccic ve- getarei.

Formada pois pela Divina Sabedoria a fymetria da planta , que fc continha na fcmente , vão logo os agen- tes naturacs fcguindo o mefmo modcllo , e direcção , in- troduzindo pelos poros da raiz o fucco nutricio : o qual accommodando-fc á forma dos canacs , e outros vafos dan- tes formados em pequeno , fe vai purificando , e unindo a ellcs cm parte, e por confeguintc dilatando-os , c fazen- do crcfccr a planta.

O principal agente natural , que para ifto concor- re , como mais aiftivo nas fuás operações , he o calor , quero dizer as partículas igneas efpalhadas por toda a atmosfera: que por falta defte nas terras frigidiffimas jun- to aos Pólos não crefcem as plantas , nas pouco mais diftantes crefcem pouco , a na Zona Tórrida crefcem mui- to , e em todo o tempo do anno. As taes particulas Ígneas pela natureza própria do fogo de eftar femprc em movimento , procurando apartar-fe , e fubir , em quanto a maior refiftencia das particulas graves o não impedem , levão comfigo as particulas tennes do fucco nutricio pe- los caminhos , que lhes patcnteão os canaeszinhos aber- tos nas*rai7,cs, e fuhindo por elles ao tronco, e ramos, efpalhão também pelos canaes lateraes , communicando-o a toda a planta , c exhalando por cfta via o fuperfluo , c inútil.

Voltando agora defta digrefsao neceíTaria ao noíTo Aloexylum , digo , que o modo , com que fe forma o Páí> de Aguila ncfta arvore he o mefmo , com que fc forma o tumor fcirrhoío , c defte a cangrena , c efpha- cclo no corpo dos animaes , que , não fendo atalhado pela arte , lhes tira a vida. Succcde pois cm qualquer parte do tronco , ou dos ramos de Alocxylmn , que fu_ bindo alli o fucco nutricio cru , c mais groífo , ou mai^. tena's do que convém á pequena concavidade dos canaÇg Tom. I, Fff ver-

4IO MCMCKIAS DA ÀCADIMIA ReAL

vtrticaes , por onde corre , ficáo eftcs entupidos cora aqucllc humor , que nSo acha paíTagcm : e apertado mais com o impulfo do outro , que continuamente fobe da raiz , crefcc cada vez mais a obftrucção : cxhalão-fe as partes "mais fubtis pelos vafos latcracs , e pela fupcrficie da cafca : rcftjo alli detidas as craíTus , c olcofas , que com o tempo fe condcnsao cm refina : e cfta , accumulan- do-fc cm maior quantidade , dilata , e rompe os canaes , e vafos , que a continhao , íazendo-fe vifivcl em groflas vêas n'huma mafla disforme , endurecida , efcura , c chei- roía , que he o Páo de Aguila.

Nella matcria , que , não obftante fer preciofa , fae elFeitw da corrupção , le achão muitas vezes vivos o bi- cho Tcrédo , e o infefto Cantharide Fufca , os quaes roen- do , e penetrando no interior do tronco fazem os peda- ços de Aguila mais dclíguaes , e cheios de grandes bura- cos. Quando a corrução chega a occupar hunia gran- de parte do mefmo tronco , fica a parte fuperior deâe privada da commiTnicaçâo com a inferior , pela qual recebia o ftiftento , e fucco vegetativo : e affim desfalc- ceíido a fubftancia natural da arvore , qne por todas as jMutes cerca , e cobre aquelle aroma precioío , que nas íiias entranhas gerou para o feu mal , põem fim á vege- tação , c i vida : como da ave Phcenix cantou o Poc- Mctam. -ta Ovídio :

1. 15. V. 400.

Se faper imponit , fiuitqiie odoribiis avum.

Ou ( como notou hum Curiofo ) começa no fepul- chro , que fonitou , a xcfpirar com mais fuavidadc , « ítagrancia.

Xjlalire tmrms fibi fecit aronia fepulchum : Fíiwf at í» tumulo., nam henè fpir^t aãhuc.

Como o Commcrcio do Páo de Aguila no Oriente he de grande cxtrítcção , e lucro , coitumão ir todos os

an-

DASSCIENCIAS DeLiSBOA. 4II

annos os naturaes daqucllas terras bufcallo nos montes com grande trabalho , e perigo. Para cfte fim fe ajuntão cm ranchos de dez , vinte , ou mais pefloas , e providos de mantimento neceflario para hum mez , de armas para Ic defender das feras , tygres , rhynocerotes , elefantes , iirfos , c lerpentcs , de que abundão aquelles defertos , e dos inftrumentos neceíTirios para cortar as arvores , en- trão muito longe pelos matos , obfervando qualquer ar- vore Aloexylum que encontrão. Sc a vem viçofa , com as folhas verdes , e írefcas pafsáo adiante até encontrar ou- tra ; ou morra , ou com as folhas amarellas , indicio certo de que eftá para morrer , por ter dentro em li formado o Páo de Aguila. Lançiío-na logo por terra , e abrindo-a ao comprido com os machados , dcfcobrem no centro pouco , ou muito do que bufcivão. Algumas vezes achão pedaços grandes , que pczao huma , e mais arro- bas ; outras os achão pequenos com pezo de poucos arrá- teis, e ainda menos, conforme o tempo , que tem durado aquella doença da arvore, e a maior, ou menor quantida- de de humor cralTo , eoleofo, que alli fe tem ajuntado, do qual , evaporadas as partes mais efpiritofas , fe forma a refina , conforme a doutrina do célebre Boerhaave na fua Chimica : Olea refincsctiut , quoties fpiritibtts fiiis pri- E\cm. -vantur. ^^]oc6

Diftinguem os Commerciantes três caftas de Páo de Aguila legitimo , as quaes todas reconhecem o mefmo tronco , c origem na arvore Aloexyhim. A primeira cafta chamão os Europcos Calambá , e os Cochinchinas fiam. He cfta tão preciofa , como rara , pois em todo o âmbito da terra fomente fe cria em Cochinchina , e nefte Reino fomente fe acha nos montes que ficão para o Occidente da provincia de Binh Khang , antigamente parte do Rei- no de Champá , cm 13 gráos de latitude Boreal. O Ca- lambá tem a cor parda , ou amarella efcura , mefclada com preto. Confta de groflas fibras , entre as quaes fe vem muitas vêas de refina , de forte que , pofto fobre huma braza , fe derrete quafi todo , efpalhando hum cheiro fua-

Fffii vif-

4T2 Memorias da Academia Real

viffimo , e mui durável. Quando fe colhe novamente he hum pouco molle , que cede apcrtando-fe com os dedos ; mas confcrvando-fe muitos annos , fica duro , como liicce- dc commummentc ás refinas , que com o tempo le endu- recem. Os homens , que o vão bufcar todos os annos aos matos , o trazem em mui pouca quantidade , e são obriga- dos fobpcna de morte a entregar todo ao leu Rei : o qual do que lhe fobeja do frequente ufo no feu Pahiclo , poucas onças de pezo a alguma pcflba que cftima ; mas raras vezes o vende.

A fcgunda elpecie mais vulgarmente dita Páo de Aguila , e pelos naturaes Trdm-httong tem o mefmo chei- ro , mas menos fubido , c delicado ; e por iíTo de muito inferior valor. Dcrrete-fe menos no fogo , e fora delle não fe lhe conhecem aqucllas fibras groíTas , e refinofas que tem o Calambá fenão he no exterior , e feitas por arti- ficio com ferros quentes , como coftumão os Droguiftas para lhe dar melhor apparencia. Do Páo de Aguila o me- lhor he o mais pezado , que lançando-fe na agua vai ao furtdo ; porém a mim me tem moftrado a experiência , que fe achão alguns pedaços menos pezados , e de côr menos cfcura , em que o cheiro he mais fubido , e agra- dável.

Ha algum de côr amarella , que os naturaes chamão Jíuóng tu ^ que quer dizer Aguila morto; porque he tira- do da arvore morta muitos annos antes , cporiflb com as chuvas , c inclemências do tempo tem perdido grande parte do cheiro, e da virtude. Outro de côr cinzenta com vêas pretas , chamado Httong fmh , ou Aguila viv-o , he melhor , porque foi tirado das arvores ainda vivas , ou mortas pouco antes , e como affim mais bem confer- vado.

A terceira cfpccie de Aguila , a que chamao os na- turaes fimplesmente Hiiorig ( cheiro ) he a mais inferior de todas no pezo , no cheiro , e no valor , por fer tira- da das arvores quando apenas começa a formar-fe , mas ainda nao cftá bem formada aquella fubftancia rcfinofa ,

DAsSciEKCIAS DeLiSBOA. 4IJ

aromarica , que lhe inteiramente o valor. Eíta cfpecic interiormente hc toda branca , como naturalmente o hc o páo da arvore , ou com pequenas malhas pretas , que comoção a transformar-fe ; porém exteriormente tem a a mcima cor , c figura do bom Pá^ de Aguila : o que ôs Droguiftas contrafazem com tinta , e ferros quentes, burnindo-a depois com cera de forte , que com efta fu- perficie apparcnte enganão muitas vc/es os Negociantes menos expertos. Com tudo não deixa deter algum cheiro j ainda que pouco , e menos agradável , que por iíTo fc ven- de por pouco preço.

Em algumas partes do Oriente he mui frequente o ufo do Páo de Aguila na praxe Medica. A fua virtude he corroborante , cardíaca, ccphalica , ftomachica , e fub- aftringcntc. O feu fumo conforta o cérebro , excita , e fomenta os efpiritos animaes : fervem também contra a vertigem quando procede da frialdade , ou debilidade j mas não quando procede de vapores do útero. Bebido em pós , ou formado em pilulas , promove a digeftãj , im- pede o vomito , e o fluxo da diarrhca , ou lienteria : e faz o mefmo cfFeito trazen'-lo huma lafquinha na bocca , e maftigando a lentamente. Aproveita na cólica , e dores de eftomago , principalmente de caufa fria : e he bom para abrir as obftrucções em pcíToas debilitadas , que não po- dem ufar de medicinas violentas.

No ufo económico fe fervem os Tunkins , c Co- chinchinis da arvore Aloexyl um para fazer o papel cm que commummcnte efcrevcm. Tomâo a cafca , e tendo-a ma- cerado em agua por alguns dias a pizão , e formão huma maíTi , ou polme , que mettido nas formas , fahe hum pa- pel menos branco , que o noflb j porém mais fino , e de ^ttiaior duraçãr).

Os perfumes do Pá> de Aguila , principalmente do Calambá , sãn os mais eftimados em todas as partes do Oriente. Nos Templos , affim da verdadeira , como da falfa Religião , fe queima nos altares , ou fimplesmenre , c fem miftura , ou formado cm paftilhas com outros in-

gre-

414 Memorias da Academia Real gredientes odoríferos , como são o fandalo , o beijoim , c almifcar. Os Príncipes do Japão , China, Cochinchina , e Siam , tem huns fogareirinhos , ou perfiimadorcs de ouro , ou prata , próprios , e deftinados para cfte ulo. Nel- Ics , quaíl cheios de cinzas cfcolhidas , c peneiradas, põe huma braza ardendo ; mas fem chamma , nem fumo , c fobre cfta põe huma lafquinha de bom calambá , cm tal íitio , e direcção , que o fumo fuaviíGmo que delia fahc em forma de hum fio branco fe incline , e bufcar o hofpede , que querem receber com cftimaçáo , e agrado. Com femelhante cortczia são recebidos em Conllantinopla as pelToas da primeira qualidade pelo grande Vizir , c Baxás Turcos. Os Chinas , ejapões praticão cita cciemo- nia , quando bebem o chá : os Turcos , e os Perfas quan- do bebem o café , ou o forvete.

Em muitas terras da índia não fe coftumão enterrar, mas queimar os corpos mortos das peflbas principaes. Af- fim o ufavão também antigamente os Gregos , e os Ro- manos. Os do Indoftan formão a fogueira , que ha de con- fumir o cadáver , com grande quantidade de fandalo , e outros páos preciofos , e odoríferos : mas para os Reis, e Príncipes mais poderofos fe forma inteiramente de Páo de Aguila , cujo cheiro fe conferva por mais tempo , e fe communlca em maior diftancia aos lugares vizinhos.

Lanção-fe na pyra funeral as joyas de maior valor. E julgando-fe entre eftas a mais eftimavel alguma das con- fortes do Príncipe morto , fe lança também efpontanea- mente na fogueira , e ficâo os dous corpos confervando a união ainda nas cinzas , por mais que a morte os, perten- da feparar. Eu confelTo , que nunca o vi ; mas fallci com peflbas , que alliftírão a tão fúnebre efpeftaculo , não me- nos contrario á Lei Divina que profcíTamos , que horro- rofa á da Natureza , que os mefmos Gentios deverão co- nhecer , e obfervar. Mas eftes exccflbs das paixões huma- nas , que com razão fe chamão extremos , porque vicio- fos , fe tem vifto , não fomente nos povos mais remotos da índia, mas também nos mais polidos da Europa, onal

foi

DÁl ScrXKCIAS DR LiSBOA. 415^

foi a Naçao Grega : aonda , tendo fallecido o General Capaneus , fua mulher Evadnc fe lançou , e abrazoa com elle na mefma pyra : ficando célebre por efta acção a fua memoria nos Epigrammas do agudo Martial.

Arferit Evadne flamtnis injeSJa mariíi: Mart. 1.4.

Nec minor Alceftem fama fub ajlra ferat. ^^ ' ^^*

VA-

I

41 6 Memorias da Academia Real

OBSERVAÇÕES ASTRONÓMICAS

Feitas nas Cafas da Regia OJficina Typografica , junto ao Real CoUtgio dos Nobres.

Por Francisco António Ciera.

Atino , Tempo da Tempo

mez , e dia. Pêndula, verdadeiro.

Junho 25 Meio dia verdadeiro ás 12.* o.' ^8"

24 ------ ás 11. I. 5

r principio ás ^J'S.' -í" 24 Eclipfe de 0 <

L Fim ás 5. 13. 25

1779

Março - - 25 Emersão do Satellite 1/: (<■'' 58' 4?'

27 Emerf. do - - - - - 9- 2. 59

Abril--- 8 Emerf. do 1' Sat. - - - 10. 52. 11

24 Emerf. do Sat. - - - - y, ij. ly

Maio --- 8 Emerf. do Sat, - - - - 13. 5. o

9 Emerf. do 3" Sat. - - - - p. i. 18

10 Emerf. do Sat. - - - - 7. 32. 52

, , / Immerf. do Sat. - - - 8. 46. 17

' (^ Emerf. do 4^ Sat. - - - - 11. 4y. «

15 Emerf. do Sat. - - - - 7- 5^- $

^ j Immerf. do 3" Sat. '^ |_Emcrf. do f Sat. -

10. 14- 15. I. 46

17 Emerf. do Sat. - - - - 2. 27. 30

22 Emerf. do 2" Sat. - - - - 10. 2j,, i

24 Emerf. do Sat. - - - - n. 21. 44

Jimlio - - - 2 Emerf. do Sat. - - - - 7- 4^ 4?

An-

D A S SciEHCr AS DE LiSBO A, 417

■Anno , Tempo da Tempo "^ez , c dia. Pêndula, verdadeiro.

1779

Maio - - 2p Principio do Eclipfe da (^ duvi-

doio. .----.- 2,s 26/ 55"

Grimaldus^-.fr"'"^^" , ^- *8- 50

1 Itnmerl. tocai 2. p. 45)

Keplerus - - - /í-^merf. 2. 41. yo

' I Immerl, total 2. 4^. 45

Copernicus - - /{""merf. - - - 2. 49. 42

' I Immerl. total a. 52. 40

Maré Humorum /í""""0 - - : ^^ í^-"

I Immerl. total 2. 58. 14

Maré Nubium I]"''^"^- " " ; ?■ 7-

I Immerl. total . , . .

Warc Neaaris S]"'"'^'^- " " " ?• 9- 24

I Immerl. total ^. 21. S

Maré Crifium /í""""!^- " " 7 ?" ^^- 44

^ Immerf. total ^. 51. 12

Fim do Eclipfe- - - - - ?• ^<>. 56 Novembro 2(> Eclipfe da (^ principio da Emer-"

são - - 8. 9. 44

Fim do Eclipfe - - . . . p, P_ j_

1780

Outubro 27 Principio do Eclipfe do 0 4; 40. 48

Movembr. 10 Meio dia verdadeiro áso.A i.' ^4"

II Meio dia verdadeiro ás o. i. 57

II Principio do Eclipfe da (J - 14. A ^2. '27''

Infuli Sinus medii Immerf. - 14. 56. 4

Fracaftorius Immerf. - - - 14. z6. 55

Ariftarchus Immerf - - - - ly. 40. 25

Maré Crifium Immerf. - - - 16. 22. 28

Fim do Eclipfe ----- 17. 24. 41

Tom. I. Ggg An-

4i2 Memokias da Academia Real

Tempo lia Tcnipo Pêndula, verdadeiro.

I7»I

Abril - - 25 Principio do Eclipfe do 0 A^^olto - I Emersão do i'^ Sat. X-' - - - - 17 Emerl'. do Sat. 1^ . . . -

20 Emerf. do S.nt. 1^

Í7-'' i 5í" 3lr. app. obf. de Ar- Setembro 22 -< ílurus 24." 10. o"

I17.'' 14.' ^5''alt. app. obf. u. da coroa 42.° 6.' o.'' Deve-le lubtrahir deftas alt. o erro do Quandrante ~ i.° 5.' 24. Occultaçáo àtAntarti - - 7-* ^i.'44"

Emersão 8. 14. 55

2; Meio dia verdadeiro - - - - n.* 57.' 41"

Outubro 16 Fim do Eclipfe do © - - - J9- 5». \i,

■>■•

0.

4U. 0.

í8

«.

20.

59

a.

5i.

35

1782

Março- - 17 Meio dia ------ - li.* 5V' Í5"4

Immersáo do Satillite , a at-

mosf. não muito clara - - 14.450. '50"

18 Meio dia II. 55. 10 1

Maio v Immerf. do 5"^ Satellite. O Ceo

claro -------- 14.

18 Immerf. do i.° Sat. Duvid. 15. Julho- - - 5 Emerf. do i.° Sat. Tempo

fereno -------- 10.

12 Emerf. do i.°Sat. - - - - 12.

\\ Emerf. do 2.^ Sac. Tempo mui- to fereno -..--. 8. 21 Emerf. do i.° Sat. - - - - y.

, J Immerf. ào ^.° Sat. - - p.

' (^Emerf. do ^.° Sat. - - - 12.

28 Immerf. do i.° Sat. - - - - 10. Agofto - 15 Occultaçáo a n]1. Exafliflima 8. Emerf. do 1." Sat. :jC - - - p. 14 Emerf. do 2.° Sat. ... - 7. 21 Emerf. do 2.° Sat. . - - - 10. jo Emerf. do 4.° Sat. Atmosf. pou- co limpa ------ 8. 21, 21

An-

5-

4y.

?6

46.

16

?9-

5*

19.

4.

4 8

42.

'7 18

58. n.

32

44

20. 57- ?4.

10 46

DAS SClENCIAS nE LiSBOA.

1782 PaíTagcm de j pelo 0

4ip

Novembro

r\° contafto náo fe pode obfervar. 12)2.° dito ás l.'t 16.' ^2"^ ""l ?." diro as 5. 50. 14 S- da Pêndula, \4.° dito as 5. 56. 2p y

Alturas correfpondentes. de maiiTiá. alt. 0 app. de tarde.

•10.* 24.

'58" ?o.°

0.' 0"

I.A ^.'

48"

27'

42

14. 0

^s-

58

?o.

'0

27.40

28.

8

;4.

8

4í- 0

- 24.

^'

9.* 15.' p" 22.° 40.' o" 2.A 59.' 25".

2«- V 55- O :}7. 27

25. y 25. IO. O ?y. 21

2;. 9 2^ 26. O ^^ 20

Í78Í

Janeiro p

O limbo O tremia muito , e por ilTo as obfervaçóeá dos contaclós de J são incertas de alguns fegundos.

Occultaçáo de t X "'•* 'i-' ij" da Penáula: Alt. merid. app.

5 ^e Siritis '^ de ( do

cão maior 2;.

8;'í°"?EftasaIr.

fervem para determinar o erro do inftrumento , com o

3 uai fe tomáráo as feguintes para achar o tempo vet- adeiro

rii.* ?7.' . y 44.

V12. 10.

II.* 57.' 5i"alt. app. obf. x Y - 25.° 54.' o" a W

56 dito - - <t V - 49. 19. 50 a W

42 dito - - « í^ - 45. 49. o a E

IO dito - - t £1 - ^u 10. 50 2 ^

Gggíi

^y

Memorias DA Academia Real

Anno , jii, mertd. obfervaaas.

mez , e dia.

Declinarão.

Í78J

[de . de Pegafo . . 65.= 48.' ÍO". 14.° V' ;" ^ \ ^8.° 4^' 7," 5- ^ de y da Calllopca 6v. ^8. 25 59- ^2- 49 "^í J

j de tt de Pegafo . . dito. Dezembro 14 "S de ^n da Calliop. .70. 5.

dey da CaíTiop. . dito. de y de Pegafo . . 65. 45-

?0

Dito

Dito

Dito

da Polar . . de t da Balea

»7

, 4t. O. 40 , ^8. 5^- o

"i

da Polar . . .dito.

de ? Eridar\o . . 41- o. 20

da Polar . . .dito.

de í do Eridano 41. í'> f?

da Polar . . . dito.

de 5^ doEtidano 4>. «4. O

de S" da Cafliop. 70- V í^ de et d' Aries . . 74. 9- 40

de t da Caffiop. 6<5. ?V 40

i^Algcnib. . . .<55. 2^- o

de a da Cafliop. 7?- ?*• «5

de «. d'^rí" - -7^ $?• 50

de y da Cafliop. ép. 20. 5*

de í' da Cafliop. «9- 4<5- ?o

de «. i' Aries., .dito.

de da Cafliop. . 66. 16. 20

'dAlgenib.- - -65. 42. o

1 de a. da Cafliop. 7?. 48. 42

I de o. dMrifí . . 74- 9- '5?

de t da Cafliop. 66. ^. 10

[ i^Àlgtnib. . dito.

DAS SctXMClÀt bfe LiSBÒAi

jílt. inerid. obfervadas. Declinarão.

4*1

Latituàt.

Dezembro 22

"1

1783

'de í da Balea 58.° 55;.' d'

da Polar 40- Í9. 40 dcc do£ridan0 4i. í'- $2

da Polar dito. de \ doEridano4l. Ç. 5I dei" doEridano4i. 12. 55 (^ da Polar. dito.

Eftas Obfcrvaçóes foráo feitas com hum Quadrante de hum de ralo , ufan- do-fe cada dia de difFcrcntes Niveii. A Latitude toi calculada pela formula lat.

^^ ' ni-_ na qual d -z^ i. dediçáo da Eftrella obfervada .no Norte do Ze-

nith , d' ■zi á da Eftrella obfervada ao Sul , c fc :3 á difffefençà das .ilturas. E toman- do hum meio entre todas as Latitudes achadas , he a Latiiude de Lisboa na ImprerbáO Rc^ia =; j8.° 42.' 58," 5 , ou em números redondos }8.° 45.' o" N.

Eclipfe de (i de 6 de Março. de 1784.

\ < \

dito.

^^}í8.°4?.' 7,"f.^

dito.

} 58. 42. 16

dito.

dito.

-)

dito.

> 58. 42. ?<>

dito.

^

dito.

> 58. 42.

Principio em dúvida ás - -■

Immersáo da macula 4.» -

Immcrf. total dita. - - . -

Immerf. da 17.3 . » . . -

Immetf. total dita - - - -

Immerf. da 29.» - . - .

Immcrf. de H - - - - -

A 29.3 metade na fembra ás

Emersão da 4.* . Emerf. total dita Emer(. total 15.» Emerf. 16. > - . . Emerf. total de H. - Emerf. total da 17.» - Emerf. total F. - Fim bem obfervado

M-

!,8.'

0" da Fehdala;

Nuvens

>5-

56.

0

57-

4$

fP-

yO

14.

0.

Nuvens

54.

20

59-

P

if-

5-

0

ái ij.

6.

Í7

8.

?o

14.

0

»?•

40

?í.

50

4?.

?o

4í.

10

tê.

?•

?o

N. B. A eftes tempos da Pêndula fc deve ajnntai 49." para ter o tempo vci» dadeiro.

Ar»«

4^^

AIeuokias da âcacsmia Reai.

Anno mez , e dia.

1784.

Abril .

2?

Com hum pequeno Quadrante » cm cujo foço havia 4 fios patallelos fe tomarão os contaílos fucceflivos dos limbos mferior , e fuperior do 0 de manhã , e ( ficando a alida- da na mefma altura } os mefmos de tarde , como fe le- gue.

de manha. de tarde, meio dia.

Abril- . :? <

5?- ^6

?4. «9

??• 45

?7- «4

?7- 54

^

^

ÍO.

5"

12.» I

.' 28"

29.

21

i»,5

28.

?5

27

27-

5?

^Z'*

27.

II

28

26.

»7

28

2f.

40

í7

Í4.

55

fomma - - 194.

media - - 12. 1. 27, 7 corr. dom. d. 10, }

meio dia. 12. i. 17, 4 t. verdadeiro.

tempo da Tempo ^

Pêndula. verdadeiro.

Dit» - - 2? Immerr. do 2.° Sat. àe Tf: - - if.* ;<?.' ?o" 15* .^5.' n" TJí; ainda nos Vapores : as faixas pouco fe deftinguiáo : o ar fere* no. Boa obfervaçáo.

de manha. de tarde. meio dia;

Dito - 24 <

'8.A ?6.

?4" ?.«

26.

20'

12.A

I.' li'

'7-

24

25.

Í5

29,5

?8.

8

24.

50

29

?8.

49

24-

8

28,5

\9'

?2

»?•

25

28,5

40.

•7

22.

41

29

41.

I

21.

57

29

41.

4?

21.

n

28

fomma -

.

228,$

media

-

-

12.

1. 28,6

correc. -

meio dia

- 10, 2

» ■*. t

. 1". t

Deftas correfpondcntes C das do dia 2 5 fe condue o í v. da Im. do Sat. ij.j ÍJ ' i ;"

An-

DAS ScíENClAS LjSBOA.

4^3

Anno mcz , c diai I '^ 1

1784.

Mj

28

de m:iniiá. de tarde.

8./' 24.' 44" 8.4 50.' 17"

25. ^5 49. ??

16. 10 48. 50

■26- 5-0 48. (j

■27- ?o 47. ^o

28. 12 46. 4y

í8. 5<í 46. 5 I . ..

'meiQ dia 12. A 7.' Uj," j corrçc. . . 1, 7

-^ '~V- ^6

45- 2?

26 t. verdad.

2P

'■' 40.' 17'' ?.* ?í.'i8'

41. 2 ^4.

41. 46 5^. 55

42. 26 ^5. IO 45- 5 ?2. 51 4?. 49 ?i. 46 44. ?2 ?I. 5 45- ' ' ^O. 26

meio dia 12.'' 7.' 47," 7 correc. . . \, 7

meio dia 12. 7. 44 t. verdad,

Occukaçáo ^z "]2 ás p.4 52.' 45." da Pêndula, e p.A 44.' 55." t.Vi A muita claridade da ^ nád permittio obfervar-fe a em de manha, de tarde.

l.A 57.' 22" 3.'' 29.' 48"^ 58. 5 29. 6

58. 47 28. 2,

junho - - 14 -^ ^^- ^7- "*- ^eio dia 12.A i^.' 55," i

90-5 27-5 I correc. . . i, i

o. 50 26. !<;

,1. 54 25. 56 meio dia 12. 15. 54 t. verdaá, 2. 16 24- 5S )

Emersão do 5.° Sat. de XC ás 15.* 21/ 50" da Pêndula.

A Atmosphera limpa : fem vento : "K fora dos vapores : as faxas pouco diftinilas.

Ar»-

424

Memorias da academia Reai.

Atino , mez , e dia.

1784

lunho

òe manhã. de tarde;

V' 20.' 41" 4.A 7.' 14"^

21. 24 6. :5l

22. 6 5. 4p ,, ; ". 48 ç. 7 '^ "\ 25. 26 4. 28

24. 9 3. 46

24. 51 ?• 4

2?- ^^ 2. 24

meio dia 12.* 15.' 57" t. verdadeiro.

E logo fera o tempo ver da Emerf, do Sat. ás 15.* 7.' 44"

Tempo da Tempo Pêndula, verdadeiro.

17 Immerr. do 1.° Sat. Iji: . . . * .

As faxas não fe deftinguiáo bem Tff fora dos vapores. Baílante vento , e nuvens.

de manha. de tarde. meio dia.

i5.*io.'i5" 2.4 55.' 15"

3.* iç.' 16" 4.'' 15.' i" 12.A 15.' 8",5

«y-

59

14.

19

9

16.

S9

»?•

?5

•7

17.

22

12.

56

9

18.

2

12.

'7

9>

5

18.

4?

II.

H

9

19.

28

IO.

10,

5

C 20.

9

IO.

M

II

fomma - - 75, 5

media - - 12. ly. 9, 2 corr. do m. d. , z

meio dia. 12. iç. 9 t. verdadeiro.

An-

DAS SciENCIAS DE LiSBOA.

4i>

Anno iticz , e dia.

Tempo da Tempo Pêndula. verdAdcin

1784- Junho . . 20 Immcrf. do Sat. de T/í

12./' 44.'?0'' li.'' 25/ ?5"

Julho

de m.mhá, de tarde. meio dia,"

fH.>' i?.'45" 4.'' 28.' I?" I2.*2o.' 5í)".

'■ "• '- 27. 29 58

26. 48 S9

26. 5 57

25. 26 58

24. 42 58

24. I 57

25. 18 í6,$

fomma - 62, ç

media - - 12. 20. 57, 8 coirec. - - + ij I

meio dia - - i?. ?o. <rP, <? ç.y.

de manha, de tarde. meio dia.

? <

3. A 2p.'4í)"4-" «2.' 54" I2.A 2l'2I,"5

?0. ?; 12. IO 21, 5

>«. 29 21, ^

10. 48 21, 5

IO. 8 21

'J- M ip, 5

8. 41 ip, 5

8- o 20, í

V-

«4 >

í'-

55 '

■)-•

Í4

??•

?^

57

54-

fomma

media

corrcc.

meio dia.

21. 21, 5

12. 21. 25, ^ t.v:

2 Occultaçáo de r ^ pela 3 /Im^^f- "• 59- ?o "• í«- ip '^ iLmcrl. li. 45.47 12. 24. 59

rí;;;.Z. Hhh An-

j^i6

Anno , mez , e dia.

MfijroKiAS DA Academia Real

Tempo da Tempo Pêndula, verdadeiro.

1784 3ul!io - - 5 Imitierf. do 1.'' Sat. de ^J: - - - - 15.* l^-'ls" í?.'' 7'

Tu fora dos vapores : as faxas não fe deftinguiáo perfeitamente : boa obfet- vaçáo.

de manha, de tarde. meio dia, . ^ .

9.* o.' 52" :,.>> 47.' 9" 12.A 24.' c,"s

1. 154 4<5. 25 zí-íí»» 5

2. 17 4y. 45 24. o

2. 59 45. 2 O, 5

5. í8 44- 2^ O, 5r

4. 21 45. ?8 25.59, 5

5- ? 42. 59

5- 4<í 14 24. o

10 •<

fomma - - - 51. 5f;, 5

media - - - 12. 25. 55, 9

correc. - - - -|- ^^ 1

meio dia

12. 24.

r. V.

de manha, de tarde. meio dia.

'9.'' 24.' 40" í.* 52.' 45" 12./' 8.' 42, 5

25. ?I 51. 5? 42

51- ? 42, $

Setembro 19 <( ^7- 12 50. 15 42,5;

49- 25 42

4H. ?4 4t, 5

47- 44 42

46. 55 42

- - - '7» O

- - - 12. 8. 42, I

16.

22

27-

12

27.

S9

28.

49

29.

40

50.

29

fomma

média

correc.

mero dia

- «2. 8. 5?5 ?'tv-

An-

DAS SciENClAS DB LiSBOA.

427

Anno , mez , c (íií.

Tempo da Tempo Pêndula, verdadeiro.

17S4

Emersão de 2.° Satellite de Tf: . . . 9/1 52.' 50"

1/: fora dos vapores : as faxas pouco fe pcrccbiáo. O Sat. fahio muito perro do Planeta.

de manhã, de tarde. meio dia.

'p.A 6.' 49" 2.* 56.' 21" 12.A

Outubro 14 j

?5"

7. 50

55--

i?

?6,

f

8. ?6

5. 41

54.

28 .

5?-

?o

?5-,

?

10. 56

52.

P

?4

II. ^6

SI-

?■*

ísr

12. 26

SO.

4?

54,

í

15. 27

4P.

4?

i5

fomma

. .

?f.

í

media

-

- - 12.

I- ?ç,

I

correc.

-

- -

4- 14,

?

meio dia

12. I. 4p, 4 t. V.

Emersão do ^■° Satellite de ti

- 10. 16. 54

T/: fora dos vapores , e perto da (f. Boa obferuação.

de

ihá. de tarde. meio dia.

ly <

'9-'

12.' I?" 15. 12

14. 8 2.

*49.'?i"

12

A I.'

49,

Ç

'í- 7

48. ?I

49

16. 5

47- 54

49»

Ç

17- 5

46. ?4

49,

5

18. 0

45. ?8

49

^

Ip. 0

fomma

44- 57

48,

*

media

...

12.

I.

49,

2

correc. - - - meio dia - -

+

14

12.

2.

?

t.

Hhh

An-

42S

Memorias da Academia Real

Anno , mez y e dia.

Tempo da Tempo Pêndula, verdadeiro.

1784

de manha, de tarde. meio dia.

Outubro 28

p.A 55.' 59" 2. A p.' 46" I2.A 2.' 42," 5

56. 55 8. 54 44, 5

59. 20 6. 6 4^

10 o. 57 4. 54 45, 5

fomma media correc.

29

12

2.

4-

>5,

4?,

5

I

n.

1.

57

t. V

melo dia.

meio dia

de manha. de tarde.

Cp.A IO.' 21" 2.* 55.' í?" I2.A 2.' 57".

II. 54. H 58

5^■ ?? 55

52- ?4 56

5«- ?7 57

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meio dia

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12.

5. 10 t. V

'Immerf. de Celcno

Immerf. de Eleãra

^ , . , Immerf. de Maya

°.""",^!!,, l' ^ Emerf. de Celaio

I Emerf. de Taigeta

1 Emerf. de Maya

l^ Emerf. de jifterofe

Plêiades pela J

8.

10" 8.'' 4.

'56"

21.

50 18.

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24.

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0 29.

46

46.

20 45.

6

An-

DAsScieMCIASDELlSBOA. ^2^

Ant\o y mez , e dia.

Tempo da Tempo Pêndula, verdadeiro.

1784

de manhã, de tarde. meio dia.

'íD.* 4.' 42" 5.* 10.' 18" 12.'' 7.' 50,"

5- 44

Novemb.

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7- ?1> 8. 41 íi- 44

10.

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12.

7-

40, t. V.

meio dia

12 Immerf. do i.° Sac. Iff 9-H 9-' 2?"

Tfí fora dos vapores. Boa otfervaçáo. ãe manhã. de tarde.' meio dia.

I

J<j.'' ??.' 7" 2.» 42.' 40" 12.* 7.' 2;,"5 54. 14 4i. ?8 26

55. I? 40. 58 25, 5

56. 25 55. 25 25

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12.

7-

17

t

An-

430

Memorias da Academia Real

Aiino , mcz , e (lia.

Tempo da Tempo Pêndula, vei-dadéiro.

1784

Emersão do i.° Sat. àe Tfi . . Boa oblcrv.içáo. de manhã. de tarde. meio dia.

. p.4 44/ 40"

9.'' ;8.' 4i"2.A45.' 11" 12. A 10.' 56"

Noverab. 19 <

40. 22

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46. 54 48. 7

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44

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12.

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10

12.

1 1.

4 t. \

Emersão do 3.° Sac. de ^

Obfervaçáo duvidofa , e pódc ter i' de me- nos. A í eítava muito perto do Planeta , e ainda durava a luz do crepufculo afs.\s data.

de manhã, de tatde. meio dia.

5- 47.

<?.'' 56.'p"2.A 48.' ?í" 12. A I2.'5I,"S

58. II 46. .51 ii

59. 40 45- 22 ^I

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12.

12.

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6

meio dia

12.

12.

40,

2

An-

t)AS SciENCIAS DE LiSBOA.

43»

1784

Tempo da Tempo Pêndula, yerdadeiro.

Émcfsáo do i.° Sat. de ^' g.í 12.

Boa obfervacio : as faxas do Plano'' ta dirtinguiáo-fe perfeitamente.

de manhã, de tarde. meio dia.

Novemb. 25

(9.'' 54.' 55" 2.* ?I.'Í4" I2.Í 15.' 4,"5

I 56. 28 29. 45 Jj ^

58.

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i2, y M- 4, 5

II. 15. 14, I t. V*

de manhã, de tarde. meio dia.

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46, ç

12. 16. ?5, 8 8

12. 16. 45, 8 t. V.

An-

43»

Memorias da Academia Real

Anno, mez , e dia.

Tempo da Tempo Pêndula, verdadeiro.

^ , - j , , ^ flmmersáo 12:?' 48.'i7" il.M'-' v" Occultaçao de A de H «^Emersão 14. 16. 52 1,. 59-42

de manhã, de tarde. meio dia.

I ijA 47. 2í)"

I 48. ?9 2;* 46.' 2" I2,'t 17.' 20,"5

Noyemb. ^o ^

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126, o 12. 17. 21

4- 6, í>

12. 17. 27, p t. V.

An^

DAsSciENCIAS DeLiSBO

435

Anno , mez , e dia.

Tempo da Tempo Pêndula, vçrdadciro.

1785 Abril . . 18 Occu!taçáo de A í^ pela C- "^ p

27 Occult. 45 Ophiuco pela C- -< t, Junho . . 6 Inimcrf. do 1.° S.ic. de "Jj?

mmcrsao Emersão Immersáo mcrsáo

10.*

4í.

'27"

11.

56.

50

II.

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42

12.

44.

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14.

47-

7

As faxas do Planeta nío fe viáo diftinfla- mence : com tudo a obfeivaçáo he boa.

20 Immerf. do 2.° Sat. de ^/: . ... i^A 4.' ^"

Boa obfervaçáo. O tempo fereno , e as faxas pouco fe deílinguiàú.

de manha. de tarde. meio dia.

54.' 4^' í-l y^.' o" 12.A 16.' sV

55- ??

58.

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5^ 5

5', 5

52, 5

52

18, 16. 52,

roA«. 7.

lii

Aa-

434

Memokias da Academia Real

Anno , mez , e dia.

Tempo da Tempo Pêndula, verdadeiro.

178Í

Junho

de manha, de tarde. imelo dia.

^p.A ?6.'5i"

^■7. \l

?8. 22 2.* 56.' 14" I2.''i7.'i8,"

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41. «o 5v ^5 »7, 5 41. 54 5^' 4J '°> 5

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49, o 12. 17. 18, 2t.V.

^ , , , . , , ^ flmmerf. II.* n'29" iO-''5^'?9"

Occultaçao de cj) de «■ pela C-^Enjejf. i^. 36. 20 12. 18. 48

de manha. de tarde. meio dia.

Julho - 22 ■<

9.A 8.' ?" 2.'' 4?.' 58" 12.» i8.'?o,"5

8. 48. 9 ?2

9. í7 47- 24 ?0> S 10. 18 ... . ....

10. 5? 46. 10. ?I, $

11. 44 4f- 22 ??»

12. 25

1?. II 45- 54 Í2> 5

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12.28. 51, 7

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meio dia. 12. 28. \6, 6 t. v.

An-

Anno , mez , e dia.

DAS SciF. NCIAS DE LiSBOA.

435-

Tempo da Tempo Pêndula, verdadeiro.

1785-

3ulh0 - 12

Ifnmcrf. do 2.=' Sat. de Tj: - - - - iç.'' O-' 7" Immcrf. do i.° Sat. de ii' - - - - 15. 27. 15

As faxas do Planeta não fe percebiáobem. A Im. do foi maico perto do

de manhã, de tarde. meio dia.

25

C9-'' ?•' ?"

5-51

6. 55; ^.'' 50.'5l" 12.A 28.'45" 7- '6 50. II 4?, 5

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28. 4?, ? -f- y, '

- 12. 28. 48, 6 t. V.

de manhã, de tarde. meio dia.

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24

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12.

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12.

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2

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An-

43^

Memorias da Academia Real

Anno , mez , e dia.

Tempo da Tempo Pêndula, verdadeiro.

1785

'Immerl. de Celcno

Immerf. de Taij^eta

Immerf. de Alaya

I iL , r\ I - j, Imtncrf. de Atierope

Julho . . 20 Occultaçao das ^ ^ ^ j <"„/ .. '

Plêiades Dela Tl S ^'"''''- '*'= ^'^'""'

i leiadcs peia J) 1 ^^^^ç^ jg T/z/^cw

Emerf. de Aíaya

Emerf. de Âjlerope

[Emerf. 17.^ . .

^i Immerf. do i." Sac. 1^

"W ainda nos vapores , e havia alguma névoa que encobria os Satellircs por intrcvalos : to- davia a obfervaçáo he boa.

«?•'' ?!•

II"

15.'' I.

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15. I.

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I

II. 50. 55

de manha. de tarde.

meio dia.

Agofto

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12.

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27 t. V

7 Immerf. do i.° Sat. de *!£• 15.» 45,' 5^" 15. A 15.' 18"

As faxas não fe viáo perfeitamente.

An^

dasScienciasdeLisboa. 437

Afltvo , mez , e dia.

Tempo dl Tempo Pêndula, verdadeiro.

1785-

de manha, de tatde. meio dia.

Asofto

6.' 58" V* 5?-' 17" «2.* 50.' 7,"j

7. 46 52- 27 6, y

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de manha, de tarde.

meio dia.

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12.

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meio dia

12.

8.

29

t.

An-

438

Memórias da Acabemia Real

Anno , mez , e dia.

178;

de manhã, de tarde. meio dia.

Tempo da Tempo Pêndula, verdadeiro.

Agoílo - 16 -^

8./' 7,i.' s^" í.*

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12

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12.

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Í2.

^

20

t.

Occultaçáo de cr ■» limbo efcuro da ^ . ii.í 52' 20".

Efta obfervaçáo he muito exafta. A emer- são não fc pode obfervar por eftar a ^ muito perto do horizonte , e os vapores muito denfos , que não deixarão ver a * fenão depois de cftar muito affaftada do difco lunar.

Immcrf. do 2.° Sat. de Iff . . , Boa obfervaçáo. de manhã, de tarde. meio dia.

48. 5?

'8.A 5?.' 52" .5" 52.''lO".I2.A ^/

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fomma - media correc. -

meio dia

6"

5, 5 5, 5 5 6

5

- - 12.

V

44, 5 5, 9 9, 4

- - 12.

?•

•5, ?t

An-

DAS SciENCIAS DK LlSBOA.

439

Aiino , mez , e dia.

Tempo da Tempo Pêndula, verdadeiro.

178J

de manha. de tarde. meio dia.

A2ofto . 18 <

8.''

41.' ^l" V''24.

21"

12.Í

2.'

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42. 19 2?-

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Í2.

2.

57

correc. . .

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9

6 t. V.

18 Immersáo do ^.° Sat. de 1^

Boa obfervíiçáo. A Emersão não fe pode cbfcrv.ir por parar a Pêndula , a ijual rnandei alimpar.

de manhã, de tarde.

meio dia.

11./; 15. 5"

SJ- 45.'?(3" 5.'' 2?.' 28" ii.h 5.'

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44.

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32.

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21.

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47.

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5

48.

II

18.

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48.

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18.

12

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17

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I

correc.

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9

meio dia

?. 42 t. V.

An.

44°

Anno mez , e dia.

Memorias da Academia Real

Tempo da Tempo Pêndula, verdadeiro.

1785.

Agofto . 25 Immerf. do i.» Sat. de :st - - - -ii.* \].' s'^

A í. muito perto do Planeta. As faxas não le percebiáo.

Immersáo do 4.° Satellite de Tjff - - «12. 18. }l

As faxas melhor fe percebiáo.

Immersáo do 2.° Sat. òs % - - - - 14. 28. 40

Boa obfervaçáo. Tinha-fe levantado ven- to que trazia algumas nuvens , e nas a- bertas as taxas fe deAin^^uiáo perfeiu* mente.

de manhã. de tarde.

meio dia.

meio dia

Av

DAS SciENCIAS DE Ll3B0A.

441

Anno, mcz , c dia.

Tempo da TenifHj Pêndula, verdadeiro.

1785-

de manha, de tarde, meio dia;

fçJ' 50.' í»" 2/' 4-' 4" iz-^sy.' <J,"í

Setcmb, 8

51. 16

52. 20

5?- n

5?- 5P

5y- 4

56. ?

57- 2

59 I. 59 «. f

o. 20 I 59. 17

7>5

9

9>?

10,5

fomma - - 52, 5:

media - - 12. 57. 8,7 correc, - - -1-12,9

meio dia - -11.57. 2i,5t,v.

Immersáo de 2.° Sat. de TC duvidofa - p/i 55/ io'' de manha, de tarde. meio dia.

•« <

9. A 55.' 2^" :}.* 17.' ^" II.'' 56' 15".

)6. 21 16. II 16

15. 22 i6

14. ?9 i^

M. 58 IS

I?, 8 16

12. 25 18, 5

?7. 'O

V- 55

58. 52

39. 24

40. 12

41. o

fomma - - 40, 5

media - - 11. 56, 15, 8 correc. - - -i- 12, 4

meio dia. - 11. 56. 28, 2 t. v;

Tom.I.

Kkk

An-

44«

Anno , mez , e dia.

< ^- .

1785

Memorias da Academia Real

Tempo da Tempo Pêndula, verdadeiro.

de manha, de tarde. meio dia.

Setembro 14 <

'8.* 40.' 26" 5.1 ç).'s6" 11.4 55.' it"

41. 21 9. ? 12

42. 10 «.' I? II, 5 42. 54 7. 27 10, 5 45. ^4 6. 49 ii> 5

44. 26 5. 55 10, 5

45. 17 5. 5 I'

46. :; 4. 20 II, 5

fomma . media correc. .

melo dia

9, 5

55- H, 2 + Ȓ, 7

55. 25, 9 t. V.

IS Immerf. do i.° Sat. de Tj: . . . . il.'' 47-' ? 5'' O Sat. muito próximo a Iff as faxas bem deftinítas.

de manhã, de tarde.

meio dia.

'8.'' 5J.'?l"2.'' ?8.' :5i" II.'' 45-' «,"5 5^. íí

22 <

55- ?? 54. 28

56. 25

57- 25 58. 18

?5- ?? ?4. 4? ??• ?8 52. 58 íi- 4?

fomma media correc. .

meio dia

_, , , w , ^ flmmersáo 9. Occult. de.HpclaC- ^ Emersão 10. Obfervações muito cxadas.

0, 5

«, 5

», 5

0, s

S, 5

II.

45.

I, í 14

II.

45-

I?, I

An-

DAS SciENCIAS DE LiSBOA.

443

Aiino , tnez , e dia.

Tempo da Tempo Pêndula, verdadeiro.

178Í

de manha: de tarde.

Outubro 2^

8./; 54/58"2.A jy.' ,5" is- ?9 54. 12

?6. 55

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■m. dia ii.í 44.' ^5" corrcc. 4. 14, 5

m. d

ia 11. 4y. 9, 5t.v.

29 Meio dia ii.* 44.' 57" t.vctdad. ?o Emerf. do 2.° Sat. de 1/; . ; , , As faxas viáo-fe claramente. Novembro 2 Meio dia 11.'' 45.' 55" t. vcrdad.

Emerf. do i.° Sat. de ^ . . . . Obfervaçáo duvidoía.

5 Meio dia 11.* 4?.' 5A-" t^ vcrdad:

6 Emerf. do 2.° Sat. de Xff : ; . .

Boa obfervaçáo. Viáo-fe as faxas, de manhã, de tarde;

. 5.Í55-' i"

8. 51. 55

3. 50. 7 8.'' 46.' ^"'

Nove mb. p

{

9.* 40.' 48" I. A 48/11"^

4«. 17 46. 4y >-m-dia If./, 4;.'f9,"ó

42. 54 45. 24 j corrcc. + 12, 2

m.dia II. 44. 18, 8 t. v.

Kkk ii

Alt*

444

Anno , mez , e dia.

Memorias da Academia Real

Tempo d

Pêndula, verdadeiro.

Tempo da Tempo

ndula.

I78J

Emerf. do i.°Sat. de7/r io.A47.'i5"

de manha. de tarde.

íp.* o.' 41" 2.'' 27.' 54"'

55 \^- í] S>m.diaii.*44.'7,"?

-)- 12, z

II Emerf. do i.° Sat. Tj: . .

Boa obfervaçáo. ij Emerf. do 2.° Sat. àc Tff . . . ,

Boa obfervaçáo. de manhã, de tarde. meio dia

m.dia II. 44. ly, j t. V.

5. 16. 4

II. 7. 28

25

p.A ?5.' 27" 1.A59.' 58" M./Í47.' ?2," 5

58. 18 5Í. 49 55, 5

íí*- ?? 55- 54 ?2, 5

fomma . . . ' ' 11,5 media . . . 11.47. ?^> P correc. ... +9

P.

meio dia , , n. 47. 42 t. v.

Emersão do i.° Sat. ÁQ ip

Obfervaçáo duvldofa.

7-

AS SciENCIAS DE LiSBOA.

44?

Anno , mez , e dia.

Tempo da Tempo Pêndula, verdadeiro.

1785-

Dezembro i Emersão do i. Sat. de ^ Boa obfervaçáo.

5.Í 40.' y"

2 Meio dia 11. * 49.' 59" tempo verdadeiro.

II <

emersão ao i. oat. ae í/< . . fEmerf. do ^.° S.it. de ^ . . [Emerf. do i." Sat. de 1!í , .

Duvidofas.

de manhã, de tarde. meio

A A A

dia.

5-

7-

5?. 5 28. ?o

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rç.i- ;8.'29" !.'• II.' 54" II.* 55 . . . 10. 27 . . .

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II, 12, 12, 12

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5.* 4I-' lí/'

18 Melo dia II.* 57. ?o" '«WP- verdad.

Immerf. do Sat. de líT 7. 51. 9

Emerf. do Sat. dc Ifi 9- 5S- í9

Emerf. do t.° S.w. de 7;? 9- 2?- 55

19 Meio dia u.* 57.' 58'^

Au-

44<J

Memorias da Academia Reai.

Anno ,

mez , e dia

Tempo da Tempo Pcndula. verdadeiro.

1786

Janeiro - 3 Emersão do i.° Sat. de ^ 7-* 44/27"

Duvidofa.

4 Meio dia iz.* 5.' i\"

5 Meio dia ii. 5. 48

Abril - - 6 Occult. e ^9 Immerf. 10.» 55/ 17"

Maio - - 35.° contado de 5 no difco do © . . ip. 50. 21

4.° contafto de j^ no difco do © . . ip- 54- 2p

Eftas obfervaçóes sáo exaflas : foráo feitas no Obfervatorio da Academia com hum Acromatico de Dolond de 3 pés , <jue invertia os objeftcs.

Eclipfe de <Z. de ^ de Janeiro de 1787 obfervado em Lisbon

m fitio da Imprefsão Regia com hum Acromatico que

que augnieiitaia 30 vezes.

Tempo verdadeiro.

^ ^_ ^

A penombra fe percebia cfpalhada pelo difco da ^^,i.\.' ao"

A penombra muito denfa indicava que o Eclipfe eftava

para principiar ------------ 9. ^9- 49

Principio do Eclipfe 9. 22. 59

A fombra não eftava bem terminada, e pôde fer que tiveíTe tocado o limbo C alguns fegundos antes do principio obfervado.

Immersáo de Grinialdus -------- 9. 25. 44

Immerf. total de Grimaldus ------- 9. 26. 28

Im-

DAS Ser F. N CIAS DE LiSBOA. 447

Tempo verdadeiro.

Immerf. Maré Htmorum ^ - - ~ - - - - <jJ' 7,0.' 2 1"

Jmmerf. Keplerits ---------- í'-??''^

Immerf. jirifiarchus --------- y. 54. 45

LnHierf. total Maré Humorum p. 55. 8

Immerf. t»tal Arifiarchus p. 56. 2Z

Immerf. Coperniats ---- (j. 41. ^

Immerf. total Coperttiais - <;. 42. 56

Immerf. Ticho ----------- 9. 44. 52

Immerf. total Ticho --------- p. 45. ^z

Immerf. total Aíare Nuhiwn ------ p. 45. 48

Immerf. Infula finus medii ------- p. 48. 58

Immerf. total Infttla finus medii ;>. 50. 10

Immerf. Mamirns ----.----- p. 56. 8

Immerf. Plato _ . . - - p. 56. 17

Immerf. total Plato ..-.---- p. 57. 52

Immerf. yl/<jrc Tranquilitatis . . - - - p, 57. 52

Immerf. total Manilius - p. 57. ^2

Immerf. Catharina --..----. 10. i. 15

Immerf. total Catharina - - - - - - 10. 2. 15

Immerf. Maré iValz/r/j -.---.- 10. 2. 41

Immerf. total Maré Serenitatis ----- 10. 4. 58

Immerf. Pojftdonius --------- 10. 6. 42

Immerf. tot.al Maré Neãaris ----- 10. 6. 42

Immerf. total Maré Tranquilitatis - - - r lo. p. 48

448 Memorias DA Academia Real

Tempo

verdadeiro.

Immcrsáo Maré Crifiim =------ lo.i 14.' n"

Immerf. total Maré Focctinditatis - - - - 10. 16. 27

Immerf. Cleoinedes 10. 16. 47

Immerf, total Maré Crifmm ------ I3. 18. jj)

Obfcuraçáo total 10. zi. 55

Principio da Emersáo C -------- 12. o. 14

Emetf. Grimaldus 12. 1.

Emerf. total Grimaldus 12.2.22

Emerf. Man Humorum ------- 12. 7. 24

'-;5k_^ Emerf. Jrijiarchus 12. 7. 59

Emerf. total Jrijiarchus - - 12. 8. 44

Kepkrus metade na fombra - - - - - - 12. 10. 56

Emerf. total Maré Humorum 12. 15. 24

Emerf. Heradides - - - 12. 15. 11

Emerf. Maré Nubtum -------- 12. 16. 21

Emerf. Copernicus ..------- 12. 17. 58

Emerf. total Coperniais -------- 12. 18. ^8

Emerf. Ticho - - . - 12. 20. 54

Emerf. total Ticho - - - 12. 22. 10

Emerf. total Maré Nubtum ------ 12. 25. 4?

Emerf. total Plato - - - 12. 24. ?i

Emerf. Plinius 12. 25. 4

Emerf. Eiidoxns - - - r - ^ - - - ' 12, 27.

E-

DAS SciENciAS DE Lisboa. 440

Tempo verdadeiro.

ri2.íz8.' 54"

Emerf. Maré Serenitatis r ^ 12. zj,. 50

12. ^2. 50

Emersío total Manilius ----.-. 12. ^i, t

Emerf. total Plinius - . - , 12. ^y. 47

Emerf. Marc Tranquilitatis ---.-. 12. 56. 48

Emerf. total Maré Serenitatis 12. 40. 58

Emerf. Maré Neãaris -.-.-.-. 12. 42. 21

Emerf. total Snelius -------.. 12. 42. <4

Emerf. total Maré Neãaris ...... 12. 45. 5;

Emerf. Tanmtius -.-.--... 12. 48. 21

Emerf. total Maré Tranquilitatis . - - - t2. 49. ?i

Emerf. Mofe Crifium ai. 50. i(J

Emerf. total Taruntius --_._..

Emerf. total Maré Fixctmditatis - - . .

Emerf. total Maré Criftum ----.. 12. 54. 45

Fim do Eclipfe 12. 58, 4^

íl. 51. II

<2. 5;. 2^

^""^ ^- LU OBSER^

45'o Memorias da Academia Real

OBSERVAÇÕES METEOROLÓGICAS

Feitas no Real Collegio de Mafra no anrio de 1783. Por d. Joaquim da Assumpção Velho.

O Real Collegio de Mafra , aonde faço eftas Obfervaçóès , eftá fituado 4 para 5. léguas a N. N. O. de Lisboa : a fua elevação aiHma da luperficie do mar he de 500 para 600 pcs : o ar aijui he fino, puro, e são : os horizonres do N. e O. são inteiramente li- vres , e defcubertos , o do S. fica algum tanto embaraçado ao longe pe- la corda de montes , que acaba na Serra de Cintra : o de £. he o que fica mais cuberto por alguns montes viíinhos.

O Barómetro de que ufo he feito em Londres pelo grande Ar- tifta Monfteur Nairne debaixo da direcção do nolío Portuijuez ]. H. de Magalhães , com todas as correcções , e addicçócs com que efte grnnde fabio tem aperfeiçoado efte inftrumento. A divisão da fuá efcalla he do de Rei Francez.

O Thermometro he igualmente feito em Londres pelo mefmo Ar- tiftas : he de azougue , e feito fegundo os principios de Monfteur Re~ atinmr ; mas com a efcalla de Monfieur Fahrenheit. Eftá perennemente expofto ao ar livre fora de huma janella do meu gabinete para a parte do Norte.

O Pluvimetro confta de quafi hum funil de fclha de chumbo de 6 pol. de diâmetro na bocca , que apara a chuva : acaba n'hum canudo da meíma folha , que vem paUar dentro de huma Janella , ahi defpcja a agua n'hum vafo também de chnmbo cylindrico , e de igual diâme- tro ao da bocca funil , tjue eftá fora : nefte vafo anda boiando hum corpo ligeiro com huma halte no feu centro ; efta hafte , atraveflando a tampa do mefmo vafo , vem marcar a elevação da agua em huma re- goa graduada fegundo as divisões do de Rei Francez.

Para marcar a direcção dbs ventos me firvo do movimento das nu- vens , ou de algum fumo das chaminés.

Como eftes Inftmmentos me ficão á mão , os obfcrvo repetidas vezes , e marco fempre o máximo das diiferenças que ha nelles dentro dos três efpaços , em que divido as obfervaçóès. Tomo por manhã o ef- paço que vai defde o principio do Crepufculo até ao meio dia , por tarde do meio dia até o fim do Crepufculo , e por noite o refto do tempo.

7^-

DAS SciENClAS LiSHOXé

JANEIRO de 1783.

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BAROiMETRO

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Memokias da Academia Real JANEIRO.

Ventos e eftado do Cco.

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Manhã

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N. O. nev. efp.

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N.O. Ceo cl.

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N. O. br. alg. nuv.

N. br. Ceo cl. e lindo.

S. nev. alr.

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N. O. nuv. car.

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O. br. Ceo cub. i

Dias

Ciar. Cub. de chuv. Nev.

S) 11 17 p

gr. hum. Vent. temp.

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FE-

DASSCIENCIAS DeLiSBOA.

FEFEREIRO de 1783.

45" 3

BARÓMETRO

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S. O. rij. de temp.

O. rij. nuv. car.

S. br. alg. nuv. folt.

S. muit. rej. nuv.muit.car.

N. O. rij. alg. nuv. car.

S. O. br. alg. nuv. car.

S. dep. N.O. rij. Ceo cub.

N. O. br. algum. nuv.

N. E. rij. alg. nuv.

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Var. N. O. e S. O. E.

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N. br. Ceo cl. c lind.

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N. br. Ceocl. elind.

N. rij. Ceo cl.no fim nev.

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S. E. br. Ceocl.

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S. rij. nuv. car. e nev.

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N. O. br. alg. nuv. folt.

S. rij. nuv. car.

N. O. br. nuv. car,

N. O. br. .alg. nuv.

O. nuv. alt. e N. E. rij.

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N.E. rij. S. O. Ceo cub.

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N. E. Ceo cl. elind.

N. br. Ceo cl.

N. rij. nev. alt.

N. O br. nev. eíp.

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N. O. rij. nuv. car.

N. O. rij. nuv. car.

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N. rij. nuv. rar.

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S. E. rij. Ceo cub.

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S. E. rij. Ceo cub.

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N. O. rij. alg. nuv, car.

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N. O. br. nev.

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N. O. rij. nuv. rar. e car.

S. rij. ncv. e hum.

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O. br. nuv. car.

S. O. br. nuv. car.

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N. O. rij. nuv. car.

N. O. rij. nuv. car.

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N. O. nuv. rar.

N. O. alg. nuv. car.

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S. E. rij. Ceo cub.

S. E. nnv. car.

S. E. rij. nuv. car.

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N. O. rij. nuv. cnr. e folr. !i N.O.br.nuv.rar.eS.na xnAÒÂ S. rij. nev. e gr. hum. S. br. gr. nev. e hum. rr O. br. ncv. S

O.muit.br.n.alt.e nuv. car. \ S. O. rij. nuv. car. lC

N. O. rij. (('

N. O. rij. nuv. car. r?

N.O. rij. nuv. car. e folt. j) N. rij. nuv. rar. e car. SS N. O. nuv. rar. e car. %. N.O. alg. nuv. car. JS

S. E. rij. nuv. car. K

S. E. rij. Ceo cub. nj

S. E. rij. nuv. car. ^

S. rij. nuv. car. O. rij. Ceo cub. S. o: rij. S. E. Ceo cub. S. Ceo cub. nuv. car, S.E.m.br.C.cub.nuv.m.rar.')^ N. muito br. Ceo cl. N. O. rij. Ceo cub. N.br. Ceo cl. N. br. Ceo cub. N. br. Ceo cl. N. E. br. Ceo cl. e lind. N. br. Ceo cl.

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S. E . Ceo cub. nuv. car.

O. Ceo cub. nuv. car.

.S.O.rij. Ceo cub. nuv.car.

S. br. Ceo cub.

S. br. Ceo cub. nuv. car.

S. E. br. Ceo cub.

S. E. Ceo cub.

Tarde

E. br. Ceo cl. e lind.

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E. muit. br. Ceo cl.

E. muit. br. Ceo cl.

muit. br. Ceo cl.

br. Ceo cl. e lind.

br. Ceo cl. e lind, muit.br. nev.alt.e rat.

O. nev. alt.

nuv. car. . nuv. car. e nev. no f.

O. nuv. car.

rij. Ceo cl. . E. br. Ceo cl. elind. .E.muit.br.Ceo cl.e lind . E. br. Ceo cl. e lind. E. Ceo cl.

E. br. nev. alt. E. Ceo cub. ar de trov.

O. Ceo cl.

E. muit. br. Ceo cl.

O. nev. alr. no f.

Ceo cub. ar de trov.

(de trov. E. Ceo cub. nuv.car. ar O. alg. nuv. rij. Ceo cub. nuv. car. O. br. Ceo cub. br. Ceo cub. nuv. car. br. Ceo com alg. nuv. E. Ceo cub.

Noite

E. br. Ceo cl. e lind. |

E. br. Ceo cl. e lind. 1

E. Ceo cl. muit. br. ncv. alt. muit. rar. br.nev.elp. dep.Ceo cl. . E. Ceo cl. c iind.

br. Ceo cl. e lind.

E. br. Ceo cl. e lind. . O. nev.alt.e alg. nuv.car. . Ceo cl. c lind. . O. nuv. car. . rij. Ceo cl. . rij. Ceo cl.

E. br. Ceo cl. e lind.

E. muit.br. C.cl. e lind.

E. br. Ceo cl. e lind.

br. nev. alt. e rar,

br. nev. alt. . E. br. Ceo cl. .E. muit. br. C.cl. elind. . O. nev. alt. . O. br. Ceo cl.

S. E. rij. Ceo cub. alg nuv. car.

Ceo cub. nuv. car. O. Ceo cub. nuv. car. rii. nuv. car. O. br. alg. nuv. car. E. br. Ceo cub. E. Ceo cub. hum. E. br. Ceo cub.

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460 JMemorias da Academia Real

MAIO.

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Ventos e eftado do Ceo;

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17 18

Aíanhã

E. S. E. rij. Ceo cub.

S. E. rij. e O. Ceo cub.

S.O.rij. Ceo cub. nuv.car.

N. E. e N. nuv. car.

S. O. rij. nuv. car.

S.E. rij. Ceo cub. nuv.car.

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N. rij. pouc. nuv.

NI. ri), alg. nuv. rar.

is', nev. ao princip.

N. Ceo d.

N. alg. nuv.

S. muit. br. pouc. nuv.

N. E. br. nev. alt.

N. E. br. nev. rar.

N. E. br. Ceo cl. alg.nev.

N. nev. alr. ao princip.

N. E. br. Ceo cl. c lind.

N. rij. nev. alt.

N. rij. nev. alt. car.

N'. O. rij. Ceo cub. nev. alt.

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N. O. Ceo cub. nev.

N. O. rij. Ceo cub.

N. O. rij. nuv. car.

N. O. rij. Ceo cub.

N. O. rij. nuv. car.

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O. muit. ri), nuv. car.

S. muit. rij. de tcmp.C.cub.

Tarde

S.E. Ceo cub.rrov.ao long

S. O. Ceo cub. nuv. car.

S.O.rij. Ceo cub. nuv. car.

N.O. Ceo cub. nuv. car.

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N. rij. Ceo cl.

N. rij. Ceo cl.

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N. E. br. nev. alt.

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N. Ceo cub. nev. alt.

N.E. br. Ceo cl. e lind,

N. rij. nevocir. alt.

N.O. rij. Ceo cub. nev. alt.

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N.O. Ceo cub. nevocir. rar.

N. O. Ceo cub. nev. alt.

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N. O. rij. nuv. car.

N. O. rij. nuv. car.

O. Ceo cub. nuv. car.

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S. muit. rij. Ceo cub.

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N. E. nevoeir. alt.

N. E. Ceo cub. nev. alt.

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N.O. rij. Ceo cub. nevoeir.

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Dias

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DAS SciENCIAS DE LiSBOA.

JUNHO de 1783.

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O.muit.rij.C.cub.nuv.car

O. alg. nuv. rar.

S.O. Ceo cub. nuv. rar.

N. muit.br.Ceo cl. e lind.

N. br. Ceo cl. e lind.

N. Ceo cl. e lind.

N. E. br. Ceo cl. e lind.

N.E.muit.br. C.cl.e lind.

N. O. br. Ceo cub. nev. alt.

N. br. Ceo cl.

N. rij. Ceo cub. nev. alt.

N. O. Ceo cub. nev. eíp.

O. Ceo cl. alg. nuv. fok.

S.O. muit. rij. de temp.

O. alg. nuv. folt. e car.

O. br. Ceo cub.

O. Ceo cub. nev. alr.

O. Ceo cub. nuv. car.

O. Ceo cub. nuv. car.

N. O. Ceo cub. nuv. car.

N. alt. Ceo cl. lior. car.

N. Ceo cl. e lind.

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N. br. Ceo cl. e lind.

N. E. br. Ceo cl. c lind.

N. O. br. Ceo cl.

N.O. br. Ceo cl.

N.O.br. Ceo cl.no f. nev.

N.O. C.cub.nev. muit. rar.

O. rij. Ceo cub. O. nev. alt.

S.m.br.C.cub.nuv.m.car. N. br. Ceo cl. e lind. N. br. Ceo cl. e lind. N. br. Ceo cl. e lind. E. br. Ceo cl. e lind. N. br. Ceo cl. c lind. N. br. Ceo cl. N. Ceo cub. nev. alt. N. rij. Ceo cub. nev. alt. N. O. Ceo cub. nev. O. Ceo cl. alg. nuv. fok. O. muit. rij. Ceo cub. O. br. Ceo com alg. nev. S. O. rij. Ceo cub. O. Ceo cub. nev. alt. O. Ceo cub. nuv. car. O. Ceo cub. nuv. cat. N. Ceo cub. nuv. car. N. Ceo cl. os hor. car. N.E. Ceocl. elind. N. E. br. Ceo cl. N. br. Ceo cl. c lind. N. br. Ceo cl. e lind. N. E. br. nev. fec. N.E.m.br.nev.m.rar.e fec. N.O.br.C.cl c n. por vez. N. O. br. Ceo cub. nev. N.O.br. Ceo cub. nev. rar.

Duis

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\'eiuos c eftado do Cco.

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SS 18

O.br.Ceo cub. nev.rar. Cco cl. ncv. rnr. E. muit. br. Cco cl. E. Ceo cl. e lind. br. Ceo cl. e lind. E.muit br. C.cl.e lind. Cco cl. e lind. O. Cco cl.aig.nev.cfp. .ilg. nev. Iblt. Ceo cub. .ilg. nuv. car. E. Ceo cub. ncv. rij. alg. nuv. folr. rij. Cco cl. e lind. O. Ceo cub. nev. alt. Ceo cub. nev. E. Cco enevo.id. br. Ceo enevoad. rij. Cco cncvoad. Ceo enevoad. Ceo cl.

O. Cco cub. nev. alr. O. alg. nuv. fole. O. nuv. car. O. Ceo cub. nuv. car. Cco cl. c lind. nev. dep. cl. Ceo cl. Cco cl. Ceo cl. Cco cl. E. Cco cl.

Tarde

N. O. Cco cub. nev. rar.

N. Ceo cl. ncv. rar.

N. E. br. Ceo cl.

N.E. Cco cl. c lind.

N. Ceo cl. e lind.

N. E. Ceo cl. c lind.

N. Ceo d. e lind.

O. alg. nuv. rar.

S.O.Ceo cub. alg. nuv. car,

S.ri). C.cub. alg. nuv.car.

N. rij. Ceo cl. e lind.

N. rij. alg. nuv. fole.

N. O. Cco cub.

N. O. Ceo cub. nev. alt.

S.e S.O. Ceo cub. nev. alt.

E. Cco enevoad.

E. Ceo cl.

N. Cco cl.

N. Cco cl.

N'. Ceo cl. e lind.

N. O. nuv. folt.

N. O. alg. nuv. folt.

N. O. Cco cub. nuv. car.

N. O. Cço cub. nuv. cur.

N. Cco cl. e lind.

N. Cco cl.

N. Ccoci.

N. Ceo cl.

N. Ceo cl.

N. Ceo cl.

N. CcocL

Biãi

Noite

. Ceo enevoad.

Ceo cl. e lind.

E. Ceo cl. e lind. E muit.br. Cco cl. clind

Cco cl. e lind. , Ceo cl. e lind. , Cco cl. e lind. O. alg. nuv. car.

Ceo cub. al^. nuv. car. E. alg. nuv. lolt. c car. . rij. alg. nuv. folt. . ri|. Ceo cl. e lind. . O. Ceo cub. nev. alt. .0. nev. alt. e muit.rar.

br. Ceo enevoad.

niuit. br. Ceo cncvoad.

Cco enevoad.

Cco cncvoad. . Ceo cl. e lind. . Cco enevoad.

E. alg. nuv. Uilt. . O. Ceo cub. nuv. car.

O. Ceo cub. nuv. car.

Cco cub. nuv. alt.

Cco cl. e lind.

Ceo cl. e lind.

Ceo cl.

Cco cl.

Ceo cl.

Cco cl.

Cco cl.

Ciar.

Cub.

chuv

Nev. 4

gr. hum. Acnt. tenip.

JGOS-

DAS SciENCIAS DE LiSBOA.

AGOSTO de 1783.

4<íj

\ do

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6

9 10 K

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17

BARÓMETRO

Manhã

P. L. D.

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^7

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L. D.

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P. L. D.

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THERMOMETRO

M. T.

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PLUVIMETRO

M.

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L. d

L.d.

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0

0 l

RcftiUado de todo o mez.

P. L. D.

Maior elevação 27 Menor elevação 27 Elevação media 27

5 6?

Total da chuva p. 1. d.

Tom. I.

Niin

AÇOS-

466 jMkmorias da Academia Real

AGOSTO.

\''entos e eftado do Cco.

I mcz

'7

N.rij. Cco cl.

N. rij. Ceo cl.

N. rij. Cco cl.

N. rij. Cco cl.

N- muic. rij. Ceo cl.

N. rij. Cco cl.

N. rij. Ceo cl.

N. nev.

N. Cco d.

N. ri|. Cco cl.

iNl. rij. Ceo cl.

N. muir. rij. Ceo cl.

N. rij. Cco cl.

M. rij. Ceo cl.

N. rij. Ceo cl.

N. rij. Cco cl.

N. rij. Ceo cl.

N. rij. Cco cl.

N. ri). Ceo cl.

M. ncv. dep. Ceo cl.

N. nev. Ceo cub.

N. muit. rij. nev. alt.

N. nev. alt. dep. Ceo cl.

N'. nev. efp. dep. Cco cl.

N. ncv. ak.

N. O. nev. alt.

\'. Cco cub.

.S.Orij.C.cub.nuv.m.car.

N. O. nev.

N. Ceo cl.

N. O. ncv.

Tarde

N. Ceo cl.

N. rij. Ceo cl.

N. rij. Ceo cl.

N. muit. ri|. Ceo cl.

N. rij. Ceo cl.

N. Ceo cl.

N. E. Ceo cl.

N. Ceo cl.

E. rij. nev. nlt.

N. muit. rij. Ceo cl.

N. rij, Ceo cl.

N. muit- rij. Ceo cl.

N. rij. Ceo cl.

N. rij. Ceo cl.

N. rij. Ceo cl.

N. rij. Ceo cl.

N. rij. Cco cl.

N. rij. Cco cl.

N. rij. Cco cl.

N. rij. Ceo cl.

N. muit. rij. alg. nuv.

N. muit. rij. Ceo cl.

N. Ceo cl.

N. Cco cl. e lind.

N. Ceo cl.

N. Ceo cl.

N. Ceo cl. elind.

O. Ceo cub.

N. Ceo cl.

N. Ceo cl.

N. Ceo cl.

Noite

N. rij. Cco cl.

N. ri). Cco cl.

N. muit. ri). Cco cl.

N. muit. ri). Ceo cl.

N. rij. Cco cl.

N. rij. Ceo cl.

O. Cco cl.

N. Cco cl.

N. nev. alt. gr. Vent.

N. muit. rij. Ceo cl.

N. rij. Ceo cl.

N. muit. rij. Ceo cl.

N. muit. ri). Ceo cl.

N. ri). Ceo cl.

N. rij. Ceo cl.

N. rij. Ceo cl.

N. rij. Ceo cl.

N. rij. Ceo cl.

N. rij. Ceo cl.

N. alg. nuv. folt.

N. muit. rij. alg. nuv.

N. rij. Cco cl. e litid.

N. Ceo cl. e lind.

N. Ceo cl. c lind.

N. Ceo cl.

N. nev. alt. c rar.

O. Ceo cub.

N. Cco cl.

N. Ceo cub.

N. Cco cl.

N. Ceo cub. alg. nev.

Dias

Ciar. Cub. de chuv. Nev. gr. hum. Vcnt. temp.

26 4 I 4 o o

Sí^í==i^!=^i^=ii^=f::!!=i^!'''iS!^'^:ir=ií=^:P^^

SEr

4Í7

SETEMBRO âe 1783.

As obfervações do mez de Setembro nâo puderao ferexa£las, nem conftantcs. Em geral até 15" foi o tempo doce , brando , e ameno ; dahi por diante foi afpero , húmido , e chuvofo. Nos dias 15, 18, 19, 20, 2a, 23 , e 26 choveo abundantemente de noi- te , e nas madrugadas até á fomma de polegada e meia. Na madru- gada do dia 18 choveo 5 linhas, e houve hum vento S. O. detem- peftade.

Nnn

OU'

46i

Memorias da Academia Real

OUTUBRO de 1783.

»

»

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PLUVIMETRO p)

BARÓMETRO

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Manhã

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M.

0,2

0,8

T.

L. d. L. d.

4,6

L.d.

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Refultado de todo o mez.

Maior elevação Menor elevação Elevação media

P.

27 ^7 27

L. D.

7 8

I 9

4 4

Maior calor 68

Menor color 48

Calor médio 58

Total da chuva

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p. 1. d. 2 I 8

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OU-

DAS SciENCIAS DE LiSBOA.

\ OUTUBRO.

%t Ventos e eftado do Ceo.

4h

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17 18

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27 28

2'; /; ?0

S. O. Ceo cub. nev. efp. N. O. Ceo cub. N. O. Ceo cub. nuv. efp. N. CcocJ. clind. L-^. br. Ceo cl. N'. ncv. efp. dep. ncv.alt. N. O. nev. alt. N. O. ncv. ak. N.E. Ceo cl. elind. N.E.Ceo cl.dtp E.C.cub, E.S.E. Ceo cub.nuv.car. S. rij. Ceo cub. nuv. c.ir. S.Ceo cub.niiv.rar.e car. E. C'jo cub. nev. ak. E. Ceo cub. nuv. car. S.Ceo cub. alg. nuv. car. E.br. alg. nuv. muit.car. N.E.br.Cco cl.dp.N.nev. N. br. Ceo d. clind. N. Ceo cl. e lind. O. nuv. car.

N'. r.uv. car.

M. Ceo cl. e lind.

N'. Ceo cl. e lind.

O. Ceo cub.

N.Ceo cl. alg. nuv. folt.

N. Ceo cl. alg. nev. ak.

N. E. alg. ncv. ale.

N. E. Ceo a. c lind.

N. E. Ceo cl.

N. alg. nuv. folt.

Tarde

O. Sol cl. alg. nuv. íolt. N. O. alg. nuv. folt. M.r.C. cl. alg.nuv.car.no f. N. Ceo cl. e lind. N. Ceo cl. N. Ceo cl. N. O. alg. nuv. car. N.O.Ceo cl. ílg.nuv.folr. N. O. Ceo cl. e lind. E. Ceo cub.

S.E.C.cub.nuv.caruJep.S. S. rij. Ceo cub. nuv. car. S. E. Ceo cub. nuv. car. E. Ceo cub. nuv. car. S. E. Ceo cub. nuv. car. E. Ceo cub. nuv. car. E. Ceo cl. pouc. nuv. N. ncv. efp. N. Ceo cl. e lind.

N.C.cl.nof. N.O.nuv.efp. O. Ceo cub. nuv. car.

X. rij. alg. nuv. folt.

N. Ceo cl. e lind.

N. Ceo cl. e lind.

O. Ceo cub.

N.E.Ceo cl. alg. nuv. folt.

N.C. cl. nev. car. par. o f.

N. E. rij. Ceo cl.

N. E. Ceo cl. elind.

N. E. Ceo cl.

S. E. Ceo cl. e lind.

Noite

N. O. ncv. muit. efp. f N. cl. pouc. nuv. folt. t N. alg. nuv. folt. (

N. E. br. Ceo cl. elind. ' N.muit.br.nevoeir.tod.a n.( N. br. nev. efp. tod. a n. | N. O. nev. alt. ,

N. E. Ceo cl. e lind. '

N. O. alg. nuv. muit. rar. I E. Ceo cub. I

S. nev. alt. alg. nuv. car. S. rij. Ceo cub. nuv. car. E. br. Ceo cub. nev. alt. E. Ceo cub. nuv. car. S. E. nuv. car. E. br. alg. nuv. car. N. E. Ceo cl. c lind. N. nev. efp. tod. a n. N. Ceo cl. e lind. N.O. nev.efp.dep.nev.alt. N. O rij. Ceo cub. N. br. alg. nuv. rar. N.E. muit.br. C d.e lind. N.O nev.efp.dep.nev.alt. N.O. br. alg. nev. folt. N. E. Ceo enevoad. N. Ceo cub. ncv. alt- N. E. rii. Ceo d. elind. N. E. Ceo d. e lind. N. E. Ceo cl. S.E. C.d.e lind. dep. cub.

Dias

Ciar.

Cub. 14

de chuv. 9

Nev. 6

hur

Vent. temp.

NO-

470

M E M o K I A s DA Academia Real

NOVEMBRO de 1783.

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BARÓMETRO

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45 46 45 46

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PLUVIMETRO

M.

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L. d.

L. d. íf

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Rcjiihado de todo o mez.

W

L.

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M.iot elevação

27

10

9

Mcror elevação

26

8

6

<{i Elevação ir.edia 27 4

0,4

2j5

Maior calor

60

Total

da

chuva

Menor calor

40

P-

1.

d.

Calor médio

2

9

4

DAS SciENCIAS DE LiSBOA.

471

!S>:á=^:f=5!Í

))

NOFEMBRO.

Ventos e eftado do Ceo.

Din. du mez

yí/,.'H,(Ú

Tarde

Acoite

I

S. E. Ceo cub. nnv. car.

S.E. Ceo cub. nuv. car.

S. E. Ceo cub. nuv. car.

2

S. E. Clo cub. uuv. car.

.S.E. Ceo cub. nuv. car.

S. E. Ceo cub. nuv. car.

1

E. nev. alt.

E. alg. nuv. car.

E. Ceo cJ. e lind.

4

S. E. acp. E.

E. Ceo cl. alg. nuv. rar.

E. alg. nuv. fole.

5

N.O.muit.br.alg.nuv.folt.

N.E. muit. br. alg. nuv. car.

N.O.muit br. alg. nuv. folt.

6

N. Ceo cl. alg. nev. alt.

N. 0. alg. nev. alt.

N.n.efp.do meio da n.pord

7

N. br. alg. rn.-v. alt.

N. Ceo cl. alg. nev. alt.

N. muit. br. Ceo cl e lind.

8

N. br. alg. nev. ale.

N.m.br. dep.S.br.alg.nuv.

S.Obr.C.cub.dep.S.O.rij.

9

S.O.dc temp. nuv. m.car.

S. Ceo cub.

S. Ceo cub.

10

N. 0. rij.

N. 0. rij. nuv. car.

N. E. Ceo cl. e lind.

II

N. E.br. Ceod.elind.

N.E. Ceo cl. elind.

N. alg. nev. ale.

12

N. E. Ccocl.elin.i.

N. E. Ceo cl. e lind.

N. E.' Ceo cl. e linv.

M

N. E. Clo cl. elinJ.

S E. rij. Ceo cl. alg. nev. rar.

S. 0. br. aig. nuv. folt.

14

S. 0. alg. nuv. folt.

S.O. alg. nuv. car.

S. nuv. folt. alg. nev.

15

.S.br. ai'.;, nuv. car. e n.efp.

S. 0. alg. nuv. lolt.

S. 0. alg. nuv. car. e nev. efp

16

S. 0. bí. alg. nuv. folt.

S. 0. br. pouc. nuv.

E. Ceo cl.

17

E. Ceo cl. c lind.

S. E. alg. nev. alt.

S. E. Ceo cl. e lind.

18

S. E. Ceo cl. e lind.

S. E. br! Ceo cl.

E. muit. br. Ceo cl.c lind.

i'J

E. inuit.br.Cco cl. e lind.

E. muic.br. Ceo cl.e lind.

N. Ceo d.

20

N. Ceo cub. nev. cfp.

N. rij. nev. efp.

N. rij. Ç. cub n.efp. e hum.

21

N. nev. efp. e hum.

N. rij. nev. efp. e hum.

N.r.n.efp.e hum.dep.n.car.

22

N. niuit.rij. nuv.muit.car.

N. rij. nuv. car.

N. rij. Ceo cl.

25

N.E. rij. Ceo cl. e lind.

N.E. rij. alg. nev. alt.

N. E. alg. nev. alt.

24

N. E. nev. alt.

N. E. br. alg. nev. alt.

N. E. br. alg. nev. alt.

N. E. nev. alt.

N. E. nev. alt.

N. E. nev. alt.

26

N.E. nev.alr. dep.Ccocl.

N.E. Ceo cl.

N.E. Ceo d. elind.

27

E. muic.br. Ceo cl.c lind.

E. muic.br. Ceo cl. e lind.

S. E. muit. br. Ceo cl.

28

S. E. muit, br. Ceo cl.

S. E. br. alg. nuv.

E. muit.br.Ceo cl.e lind.

2y

S. E. br. Ceo cl. c lind.

S. E. rij. nuv. car.

S. E. muif rij. nuv. car.

?^

S. E. muit. rij. nuv. car.

S. E. muit. rij. nuv. car.

S. E. rij. nuv. car.

Ciar.

Cub.

Dias

de chuv. Nev. gr. hum. Vent. tcmp.

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471

Memorias da Academia Real

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B R O de 1783. ^

BARÓMETRO

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P. L. D.

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THERMOMETRO

M.

T.

N.

Grad. de Fahrenheit

5'

50 50 50 51 4<5 50 5< 50

5^ 49 4<J 48 48 4y 45 41 44 47 48 46 4? 46

í? 52 4P 51 5? 5?

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5' 51

52 52 47 5? 50 50 5> 5' 50 50 49 50 49 48 44 4? 46 48 47 44 4? 4? 52 54 49 5^ 54 52 54

PLUVIMETRO

M.

L. d.

0,8

L. d.

4,5 0,2

o

0,8 o I

0,4

L.á.

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16,4

2, 6 li)

0,6 1,6

0,6

Jtejultado de todo o mez.

P. L. D.

Maior elevação 27 6 8

Menor elevação 26 8 4

Elevação media 27 1 4

Maior calor 5<; Menor calor 42 Calor médio 4^

Total da chuva p. 1. d. 5 4 9

Z)£-

AS SciENCIAS DE LiSBOA.

473

DEZEMBRO Ventos c citado do Cco

K Dtas

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S.

Aííiiih.1

E. miv. c.ir. E. Cco cub. nuv. car. E. br. Ceo cuL). br. Cco cl. dcp. nev. . O. Cco cub. nuv car. .E.m.ri). C.cub. ncv. elp E. nuv. car. , Ceo cub. nuv. car. . br. alg. nev. alt. br. alg. nev. alt. . E. br. Cco cl. e lind. . E. br. Cco cl. e lind. i. E. br. alg. ncv. alt. . E. br. Cco cl. e lind. . E. br. Ceo cl. e lind. . alg. nuv. lolt. . br. Ceo cl. elind. . E r.c 0-ao mefm. cemp s.E.r.eO.ao mcim temp >'. ri), alg. nuv. car.

rij. nuv. car. i. rij. nuv. car.

br. Ceo cl. e lind. í. br. Cco cl e lind. O. Ceo cub. O. rij. de temp.

.S.O. m.rij.de temp.C.cub 28 O. rij. alg. nuv. folr. 2<j ; O. Cco cub. gr. hum. ^O j .S. rij. Cco cub. hum. ^t I S. O. rij. Cco cub. gr. hum

Tarde

E. nuv. car. E. Cco cub. nliv. ear. E. br. Ceo cub. O. Ceo cub. O. alg. nuv. folt. E. muic. ri|.

E. Ceo cub. nuv. m. car. Ceo cub. nuv. car. br. alg. nev. alt. muit. br. Ceo cl. E. br. Ceo cl. c lind. E. br. Ceo ti. elind. . muit. br. Cco cub. .E. ni.br. Ceo cl. elind. E. br. Ceo cl. e lind. nuv. car. e lolt. Ceo cl. e lind. E.r. e O. ao mefm. temp. E.r. e O. ao mefm. temp, O. rij. nuv. car. rij. nuv. car. . nuv. folt. c car. br. Ceo cl. e lind. br. Ceo cl. e lind. O. Ceo cub. nuv. car. O. m. ri), de temp. desf, trov. ao long. , m.rij. de temp. C. cub r.dc temp.alg.nuv.Ltrov . ri;. Cco cub. hum. O. ri]. Ceo cub. hum. O. rii.C'eo cub. gr. hum

Noite

E. br. Ceo cub. nuv.carJ

E. Ceo cub.

E. muit. br. Ceo cub.

O. Ceo cub.

. Ceo cl.

de temp.

E. Cco cub. nuv. car.

nevoeir. alt.

br. Ceo cl.

E. br. Cco ciar. e lind.l!

E. br. Cco ciar. elind.^

E. br. Ceo ciar. e lind.í . E. br. Ceo ciar. c lind.^ . E. m. br.Ceocl. e iind.ii

br. alg. nuv. folt. '. br. Ceo cl. e lind. lN'. br. alg. nev. alt. N.E.r. e O. ao mefm.temp.S W alt. Ceo cl. N. ri), nuv. car. N. rij. nuv. car. \. Ceo cl. E. br. Ceo cl. c lind. .S. O. Ceo cub. S. O. Ceo cub. O. muit. ri |. de temp. desf.^

trov. ao long. O. rij. alg. nuv. folt. S. dep.O.rij.de temp. trov. S. O. Ceo cub. hum. S. ri). Ceo cub. gr. hum. J)) S. m. r. de terrip. gr. hum.

Dias

Ciar.

cub.

de chuv. 14

Tom. I.

nev. gr. humidad.

Ooo

^'e^t. temp

7

RE-

474

Mem rias da Academia Real

f^=%=í^=rf=*ií*ií^^«4=S^=í=!fcí=&:í»S=í=5=£?í=á=!=í^=á=>ic^^

RESULTADO DE TODO O ANNO

i

^ BARÓMETRO

THERMOMETRO

PLUVIMETRO

^SM.iior elevação 27 10 9

Maior calor - - 91

Total da chuva.

((|iMenor elevação 26 8 4

Menor calor - - 56

P. p. 1. d.

"«Elevaçáo media 27 5 4

Calor médio - - 55

2 ? 9 I

DIAS

Claros Cubert, de chuva de névoa de grande humid. de vento tempeft. 5) 179 I?? 106 44 II 17

'%

PBSER-i

DAS SciKfiCIAS DE LlSHO

475

OBSERVAÇÕES MEtEREOLOGICAS

Feitas 110 Real Collegio de Mafra no anno de 1784.

Por D.Joaquim da Assumpção Velho.

S prcfentes obfervaçóes , <]uc não são as J.o Barómetro , for.ío tcicas com os mcfmos Inftrumentos , e do mcínio modo (]ue as do anno precedente de 1785. O B.iromctro , do que ufei eftc anno , he fimples , e feiro ;i mi- nha vilb com todo o cuidado , c empenho de lhe dar a maior perfei- ção pollivcl : o azougue foi perfeitamente depurado , e depois hem fer- vido dentro do tubo : cllc tubo leva libra , e meia de azoiígue , c tcin de diâmetro 4 iiiihas : o rcfervatorio he ijuadrndo , e tem 7J linhas de lado, o que faz huma fuperficic de 5625 Imbas quadradas , ficando a razão das fuperficies do azougue no refervatorio , e tubo :: 468: i. donde he preciib que o azougue fubá , ou defça no tubo o efpaço de \ pollcgajas . 10 linhas , 8 décimos para que a difForcnça na fupcr- licie do azougue no rcfervatorio feja cie i decimo de linha. Efte Ba-. rometro anda co'ifl:antemcnte mais alto hunia linha, que o de Monficur Nairiie , de que ufei o anno paliado.

Ooo .'7 A-

476

Memorias da Academia Real

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!::^=ÍK£=:iS?^:í=^::í^=St

JANEIRO de 1784.

BARÓMETRO

THERMOMETRO

PLUVIMETRO

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Noite

M.

T.

N.

M.

T.

N.

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L.

D.

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P. L.

D.

Grad. de Fahrenheit

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TTd.

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de todo 0 mez.

1

(

P. L. D.

Maior elevação 27 10 4

Menor elevação 26 10 9

Elevação media 27 5 4

Maior calor 58 Menor calor 57 Calor médio 49

7^-

DAS SciENCIAS DE LiSBOA.

35^^_5=i.;5^ :á=iií^ i

JANEIRO

Ventos , e eílado do Ceo

477

i:í=ii?=4=í^iu^:í^i?feí=^C?

^ do

«

«

28

Manhã

S. O. muic. rij. detenp,

S.O. ri|. Ccocub. gr. hum.

S.E. Ceocl.no f.alg.nuv.f.

O.rij.C. cub.chuv. e n.efp

O.n.clp.dcp. N.O.nev.alt

O. nev. elp. e chuv. miuj.

O.m.br.n.m.cfp.ch.ehum

N. rij. ccmp. fec. nev. alt

N. tcmp. fec. nev. alt.

N. E. Ceo ciar. c linJ.

N. E. br. Ceo cub.

N. E. br. Ceo cl. c lind.

N. E. br. Ceo cl. e lind.

N. br. Ceo cl. e lind.

N. Ceo cl. e lind.

N.O. C.cub. cliuveir. freq.

N.O. rij. C. cub. nuv. car

N. O. ri], nuv. foir. e car.

0.dep.N.O.ri>C.cub.n.ca

N. nuv. lolt. e car.

N. O. nuv. folt. e car.

N. O. Ceo cub. nuv. car.

N.O. br. Ceo cub. nuv. car

O. br. Ceo cub.

S. E. alç. nuv. fole.

S. rij. Ceo cub.

S. m.rii. de teinp. Ceo cub.

S. O. rij. nuv. fole

O. rij. nuv. folt.

S.O. rij. Ceo cub. e hum

5. Ceo cub. humid.

Tarde

S. O. m. ri), trov. aolong S.O.cij. dep. O. n.efp. gr.h. S.E. e S.O. ao me-fm.temp O. nev. efp. c huniid. N.O.n.alt. d. O. n.efp. eh O.m.br.chuv.miud.e n.efp O.m.br.chuv.hum. c n.elp N. ri), temp. fec. nev. ai; N. tcmp. fec. nev. alt. N. E. Ceo cl. e lind. N. E. br. Ceo cub. N. E. br. Ceo cl. e lind. N. br. alg. nuv. folt. N. br. Ceo cl. e lind. N. Ceo cl. e lind. N.O. C.cub. e chuveir.frec] O. rij. Ceo cub. nuv. car. N. O. rij. nuv. folt. e car. N.O.dep.N.nuv.lolt.e car N. nuv. folt. e car. O. nuv. car.

N. O. Ceo cub. nuv. car. N.O. br. Ceo cub. nuv. car O. moit. br. Ceo cub. S. E. rij. alg. nuv. folt. S. muit. rij. Ceo cub. S. m.rij. de temp. Ceo cub S.O. rij. Ceo cub. O. alg. nuv. folt. S. O. Ceo cut. e hum. S. Ceo cub. humid.

Noite.

.>>

S.O. m, rij. de temp. C.cub. N.O.rij.alg.n. d.S.E.m.br.i S.O. nev. ale. (CcLf^

O. m. br. nev. efp. e hum.*) N.O.br.n.ali.d.O.n.cften.Ç O. m. b. n.efp. eh. miud. e h.(j O.m.b.ch.h. n.efp. d. N.O. N'. nev. alr.

S.E. m. br. Ceo cl. clind. S.E. Ceo cl. elind. N'.E. br. Ceo cl. elind. \'. E. br. Ceo cl. elind. sj. O. alg. nev. alt. \'. Ceo cl. e lind. \'. alg. nev. alt. >J.O. Ceo cub. nuv. cár. O.rlj.C.cub. d.N.O.nuv.fj .■^.O. Ceo cub. nuv. car. M. nuv. folt. c car. ic

N'. br. nuv. folt. e car. ^ O. br. Ceo cub. nuv. car. S >!.O.br. Ceo cub. nuv. car.")) \'. O. br. alg. nuv. folt. \k O.m.br.C.cl.d.S.rij.C.cub.lf S. rij. Ceo cub. nuv. car. 7? S.E. m»iit.rii. alg.nuv. fo!t.5) S. muit.rij.dc teir.p. C.cub. ^ S.O.rij.dep.O.rij.nuv.folt.ck S. O. nev. efp. e humid. [f S. O. Ceo cub. humid. ^ S. Ceo cub. humid. à)

Dias.

Ciar.

de chuv. »7

de nev. 6

de humid. 9

de temp. de torv. 2 I

à^::^^tF^:5='-í:5^^^:í^^í"^í^^^^'^^^^^^í=^í^^^^'í:^^:?=^^

FF-

478

Memorias ba Academia Reat

:í1;Í=;í=Í^=Í=Í=ÍÀí:Í=Í=Í=5=Í=!:^í=>í^?^^

FEVEREIRO de 1784.

do

BARÓMETRO

THERMOMETRO

M.inlui

P. L. D.

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27 8 5

27 |0 7,

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n 5 i7 5

zj 8 27 8

Tarde

P. L. D.

27 7

Noite

P. L. D.

27 27 27 27 27

27

27

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27

27

.27

,27

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8;27 ?U7 o 27 o 27

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M.

T.

Grad. de Fahrenheit

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56

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55

5?

56

50

PLUVIMETRO

M.

L. d.

o>7 0,6

0,4 o, 2

o>7 c, I

5,6

o 0,8

L. d.

o,?

0,6 0,8

o,? 0,7 0,8

0,2

L. d

%

0,4

?,8 ',7 ■,6

?,6 ',2

1,8 20,6

Refultado de todo o mez.

P. L. D.

Maior elevação 27 10 ^

Menor elevação 27 10

Elevação media 27 59

Maior calor 66 Menor calor ^5 Calor médio 50

Total da chuva p. 1. d.

DAS SciENCIAS PE LiSBOA.

479

FEFEREIRO

Ventos c eftado do Ceo

'Dun ] mcz

Manhã

S. Ceo ciib. humiJ.

S. Ceo cub. humid.

N. br. Clo cub. niiv. folt.

N.E. muit.lec. C.d. c lind.

N. O. Ceo cub.

N. O. Ceo cub.

N. O. Ceo cub.

N. O. Ceo cub.

N. O. alg. nuv. folt.

N'. O. nuv. folt.

N. O. nuv. folt.

N. O. nuv. folt.

N. O. nuv. folt.

N. O. Ceo cub. nuv. car.

N. O. Ceo cub. nuv. c.ir.

O. ncv. elp. C.cub. n. car.

S.O. Ceo cub. n. muit.car.

N. O. nuv. folt.

O. nn'.'t. br. nev. efp. hum.

S.O. rij. Cco.cub. nuv. car.

O. nuv. folt. e car.

S. n). Ceo cub.

O. alr. e V.. junto a terra.

E. al^. ncv. a!t. c rar.

S. O. alt. c E. junt. a terra

S.O. alt. e E. junt. a terra

S. E. rij. alg. ncv. alt.

S. O. Ceo cub.

S. O. Ceo cub.

Tarde

S. Ceo cub. humid.

N. muit. br. Ceo cub.

N.br.alg.n.fdep.N.E.C.cl,

N.E. muit.fec. C.cl.e linJ,

N. O. Ceo cub.

N. O. Ceo cub.

N. O. Ceo cub.

N. O. alg. nuv. foit.

N'. O. alg. nuv. folt.

N. O. nuv. folt.

N. O. nuv. folt.

N. O. nuv. folt.

iV. O. nuv. folt.

S. O. Ceo cub.

N. O. Ceo cub. nuv. car

O. Ceo cub. nuv. car,

O. nuv. folt. e car.

M. O. nuv. folt.

O. br. nev. efp. humid.

S.O. muit.rij. C.cub. n.car,

O. nuv. folt. c car.

S. nuv. folt.

O. ale. e E. ju^uo a terra.

F. ncv. alt. e rar.

.S.O. alt. e E. |unt. a terra

S.O. alt. c E. junt. aterra

S. E. ri), nev. alt.

O. Ceo cub.

S. O. Ceo cub. nuv. car.

Noite

Ceo cub. humhd.

Ceo cub. nev. alt. E. muiv. fec. C.il.c lind. E.br.m. fec. C.cl.e lind.i

O. Ceo cub. O. Ceo cub.

alg. nuv. folt. O. alg. nuv. folt. O. nuv. icrit. O. nuv. folt. O. nuv. lolt. c car. O. nuv. foit. e car. O. nuv. folt. O. Ceo cub. Ceo cub.ncv.efp.e hum.|

alg. nev. alt. O. nuv. folt. e car. , br. nev. efp. O. ncv. efp. O. muit. rij. muit. chuv.

nuv. foit. alt. e E. junt. a terra.

Ceo cl. c lind.

Ceo cl. O. alt. e E. junt. a terra. i O. alt. e E. junt. a terra. Ji O. Ceo cub. . O. br. Ceo cub. O. Ceo cub. nuv. car.

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ciar.

de cliuv.

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Dias.

de nev.

de humid.

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de temp. de torv.

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4So

Memoãias da Academia Real

MAR Ç O de 1784.

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de Fali

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jj Maior elevação 27 7 8

y Menor elevação 26 j/ íl

Ç, Elevação media 27 5 5

Maior calor 59 Menor calor 4? Calor médio 51

Total d,i chuva p. 1. d. 749

7^-

DAS SciEKCtAS DE LiSBOA.

481

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M A R q O

Ventos c cftado do Ceo

) do Vncz

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« 4

Manhx^

N O. Cco cub.

M. O. Ceo cub.

S. O. Cco tub. nuv. car.

S. O. Cco cub. humid.

S. O. ri). Clo cub. humid.

O. ri|. Cco cub. nuv. car

O. nuv. folt. e car.

S. O. Co cub.

O d.p.S.rij.Cio ciib.n.c.ir.

S.r.icv.cCp.2;r.h.dcp.0.br.

N. O. nuv. iolt.

S. iriuic. br.' Ceo cub.

O. br. nuv. fole.

S. br. Cco cub.

S. e N'.0. ao mefm.remp,

S. in.rij. de ten.p. Ceo cub.

S. O. Ceo cub. nuv. car.

S. O. Ceo cub. nuv. car.

S. O. Cco cub. nuv. car.

.S. O. Ceo cub. nuv. car.

N. O. Ceo cub. nuv. car

N. O. br. nuv. folr. e car.

N. O. aU. nuv. folt. e car

S. O. c N. O. nuv. car.

S. O. e N. O. nuv. car.

O- br. nuv. folt.

S. muic.rij. Ceo cub. e car

N. O. nuv. folt.

N'.O.r.n.rtrov.c p.depedr

N. O. nuv. folt.

N. O. br. n-iv. cir.

Tarde

N. O. Ceo cub.

N. O. Cto.ub.

S. O. Ceo Lub.

S.O. Ceo cub. nuv. car. h.

ÍS.O. ni. rij. âi ternp. iium

O. ri). Cco cub. nuv. car.

O. nuv. folt e car.

S.O. rij. Ceo cub. nuv. car

S.O.ni.r.C.cub.n.câr.huin

O. br. Ceo cub.

N. O. nuv. Ibt.

S. mult. br. Ceo cub.

S. O. br. alg. nuv. folt.

S.O. br. Cèorub.

•S. e N. O. iiincam. nuv. (

S.tn r.Je t.C.c.tr.Po t.da r

•S.O. Jep..S.K.C.cub.n.car

S. O. Ceo cub. nuv. c.ir.

S.O.C N'.0. Cco cub.

S. O. Ceo cub. nuv. car.

N. O. Cco cub. nuv. i ar

N. O. br. ali;, nuv. lo'i.

N'.0 br. a'!?, nuv. folt.

.*^. O. e N. O puv. car.

S.O.e N. O. nuv. car.

O. br. nuv. folt.

O. nuv. folt.

>J. O. nuv. folt.

\'. O. PUV. car.

\'. O. rij. nuv. ro't.

X'. O. br. nuv. (o't.

Noite.

\. O. Ceo cub. í

;\). O. Ceo cub. y

S. O. Cco cub. nuv. car. í*

^'.O.r.Ceo cub. nuv. car. h.^

S. m. r. de tcmp.e N.O.tr.Ç.

O. Ceo cub. nuv. car. n

O. nuv. Iolt. r/

S. O. Ceo cub. nuv. car. j)

S.O.r.ncv.m.efp.e gr. hum. ^

\'. O. mut. br. Ceo cub. k

V.'. O. br. dep. S.E. nuv.f.f

S. br. Cvo cub. l9

S. br. Ceo cub. '^)

S. O. Ceo cub. nuv. car. 'i.

S. m. Tl]. Cco cub. nuv car.íi'

S.e N.O.tempeft.desf.tr.f..'''

S.O.dep.N.O.C.cub.n.car.|íl

*^. O. Cto cub. PUV. car. JX

S.O. e >.'.O.nuv.folt.ecar.i\

V. O. r'i. Ceo cub.

\'. O. br. Ceo cub.

\'. O. br. PUV. folt. e car.

\'. O. nuv. car.

>. e N. O. rij. ptiv. car,

^. o. br. nuv. folt.

; m rij. Cco cub. nuv. car.,!)

\'. O. nuv. iolt. e car. '!)

s'.0. nuv.f. pane. de pedr.^tk

\'. O. nuv. (o't. e car. í^

\'. O. nuv. foft. -P

\. O. br. nuv. fo't. 3)

Dias.

CUr. de chu O 28

de nev.

2

de humid.

de temp. de torv.

Tom. I.

Ppp

48t Memoutas BA Academia Reat

ABRIL de 1784.

BARÓMETRO

do íimcz

Tarde

P. L. D.

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48

PLUVIMETRO

M.

L. d.

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T.

L. d.

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L. d.

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0,4

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M

2,8

7>4 c,8

5>«

Jiefiiltaão de todo o mez

Total da chuva p. 1. d.

DAS SCIBKCIAS DE LiSBOA.

i ABRIL y

(■<; Ventos e eftado do Ceo 5\

(ÍDia.

Alan hl

br. alg. niiv. folt. br. nuv. fole. O. br. nuv. folc. ri|. nuv. fole. br. Ceo cl. 9 lind. br. .ilg. nuv. folt. O. alg. nuv. fok. £. Ceo cub. O. Ceo cub. Ceo cub. nuv. car. O. Ceo cub. O. Ceo cub. rij. Ceo cub. O. nuv. lolt. e car. O. nuv. folt. e car. Ceo cub. nuv. car. N. E. pouc. nuv. folr. O. alg. nuv. folt. O. Ceo cub. br. Ceo cub. E. Ceo cl. e lind. E. br. Ceo cl. e lind. junt.ater.e S.E.alt.nev. . E. Ceo cl. e lind. . E. Ceo cub. nev. alt. N. E. Ceo cub. E. br. Ceo cub. , O. nuv. folt. O. rij. Ceo cub. O.m.r.Ceo' cub. nuv.car

Tarde

br. alg. nuv. folt.

Ceo cub. nev. alt.

O. dcp. S. O. nuv. car. . alg. nuv. folt. . br. Ceo cl. e lind. , ri|. alg. nuv. folt. , Ceo cl. e lind.

Ceo cub.

O. Ceo cub.

O. Ceo cub. nuv. car. , O. Ceo cub. , O. Ceo cub.

rij. Ceo cub. nuv. car. , O. nuv. folt. e car. O eN.O. Ceo cub. . dep. N. O. nuv. folt.

N.E. Ceo cl. elind. . O. alg. nuv. folt. . O. Ceo cub. nev. efp.

br. Ceo cub. . N. E. Ceo cl. e lind. .E. Ceo cl. e lind.

nev. alt. e hum. . E. Ceo cl. e lind.

E. nev. alt.

N.E. Ceo cub. nuv.car.

E. nuv. folt.

dcp.S.O.C.cub.nuv.car.

O. rij. Ceo cub. O. m.rij. C.cub. nuv.car.

Tarde

^C. br. alg. nuv. folt.

N. O. br. nuv. folt. e car.

O. Ceo cub.

N. Ceo cl. e lind.

N. br. Ceo cl. e lind.

N. O. nuv. folt.

E. br. Ceo cl. e lind.

N.O. Ceo cub.

O. Ceo cub. nuv. car.

N. O. Ceo cub. nuv. car.

N. O. Ceo cub. nuv. car.

N.O.Ceocl.depO.C.cub.

N. O. nuv. folt. e car.

N O. nuv. folr. e car.

S. O.e N. O. Ceo cub,

N. O. alg. nuv. folt.

N. O. alg. nuv. folt.

N. O. alg. nuv. folt.

N. O. Ceo cub. nuv. car.

N. br. alg. nuv. folt.

N. N. E. Ceo cl. e lind.

N. N.E. Ceo cl. elind.

E. Ceo cl.

N. E. nev. alt.

E. br. Ceo cl.

S. E. Ceo cub.

N.O. nuv. folt.

S. O. Ceo cub. nuv. car.

S.O. m.ri|. C.cub. nuv.car,

S.O. rij. Ceo cub. nuv.car.

Dias.

Ciar. 14

de chuv. i6

de nev. t

Ppp ii

de huní5id. de temp. de torv.

I o o

Auro

484 MeMOKIAS PA ACADEMIA ReaL

MAIO de 1784.

do

16

18

BARÓMETRO

M.mKá

P. L. D.

i7 27 ij

27 i7 27 27 27 27 27 27 27 27

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27

27

Tarde

P. L. D.

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P. L. D.

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6 c

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7 ^ 7 2

6 c 4 I

THERMOMETRO PLUVIMETRO

M.

N.

Grad. de Fahrenheit

49 49 51 50 5i í? 54 54 54 54 51 50 5? 18 61 ÍÍO

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M.

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L. d.

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0,9 o

0,2 o

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L.d.

0,1 0,8

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I

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0,1

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0

0

0

0

0

5

0

0

0

0,?

2,6

1,6

Rcfnltado de todo o mez.

P. L. -D.

Maior elevação 27 j/ 8

Menor elevação 27 ; 8

Elevação media 27 6 5

Maior calor y; Mciior calor 48 Calor médio 58

Total da chuva p. 1. d. ? 4 I

Myl-

DAS SciENCIAS DE LiSBOA.

48^

MAIO Ventos e eftado do Ceo

Uhas

do I mez

i6

Manhã.

S. O. Cco cub. nuv. car.

E, N. E. nuv. folt.

N. O. nev. ale.

N. br. ncv. alt.

N E. br -nev. alt.

N. E. Cco cl.

N. O. Cc-o cub.

E. br. Cco cl. c lind.

-S.m.br n. car. cr. d. .S.E.C. cl.

N. O. Ceo cub. nev. air.

N. O. Cco cub. nev. alt.

N. Cco cl. clind.

NI. br. Cco cl. e lind.

N. E. br. Cco cl.

E. ni. br. Ceo cl. e lind.

E. br. Cco cl. c lind.

E-. S. E. Cco cub.

S. E. e íJ. trov.

S. E. Ceo cub.

E. .S. E. Cco cub.

E. br. nev. alt.

E.. br. nev. alt.

.S.C.cub.dop.E.S.E. Cd

E. S. E. nev. alt.

S O. Cco cub. nuv. car.

N. O. Cco cub. nuv. car.

N. Cco cl. c lind.

N. Ceo cl. e lind.

N. br. Ceo cl.

\. Cco cl.

S.O. Ceo cub.

Tarde

S.O. m. br. nuv. folt. c car

E. N.E.nuv.car. d.N.C.cl

\'. O. nuv. folt.

M. br. Ceo cl. e lind.

>I. E. nev. alt.

.V'.E. e S.E. tr. ao I. ás 2 b

iNl.O.C.cub.dep.N.E.C.cI

S. E. ni. br. Clo cl.

S. e S. O. br. nev. alt.

>I. O. Cco cub. nev. alt.

N. O. Ceo cub. nev. alt.

N. Ceo cl. e lind.

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E. m. br. Ceo ciar. c lind.

E. br. Cco cl. e lind.

E. S. E. Ceo c\ib.

S. E. e N. trov. gr.

S.E. Ceo cub. nuv. car. trov

E. .S. E. nuv.car.tr.aolong,

R. br. Ceo cl.

E. br. nev alt.

E.S.E.C.cub.e car. tr. ao I

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O. Ceo cub. nuv. car.

N. O. Ceo cub. nuv. car.

N. Ceo ri. e lind.

N'. rij. Ceo cl. e lind.

V. br. Ceo d. e lind.

M. O. dep. S. O. Cco cub.

S. O. C -o '^uS. nuv. c.ir

Nvite

E. N. E. br. Ceo d. n'. br. Ceo cl. c lind. ■J. O. br. nev. alr. n'. br. nev. alt. S. m. br. nuv. folt. .\'. E. br. nev. alt. .■J. E. dep. E. Cco cl. S. m. br. .ÚJ,. nuv. car. NJ. O. nev. alt. .\'. O. nev. alt. M. O. Cco cub. nev. alt. \'. Ceo ciar. NJ. Ceo cl. e Ind. \'. E. Cco cl. e lind. E. m. br. Cco cl. c lind. E. S. E. Ceo cl. e lind. S.E.C. cub. tr.até á madrug S. E.Ceo cub. nuv. car. S. E. Ceo. cub. nuv. car. E.S.E. C.C. rei. por c. o hor. E. Ceo cl. e lind. \\ br. Ceo cl. clind. F.S.E.tr.f.e por tod a noit S. E.Ceo cub. WO. br.C o cub. nuv.car. N. N. O. Ceo cl. V. rij. Ceo cl. \'. Ceo cl. clind. M. br. Ceo cl. c lind. S. O. Cco cub. nuv. car. 2 S. O. Ceo r.ib. ^1

Dias

Ciar.

de chuv. «5

de

de humidad,

O

de temp.

de trov. 6

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4S6

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ORiAS DA Academia Real

JUNHO de 1

784.

1

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Manhã

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P. L.

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^ Elevação media

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Calor médio

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0

0

yi/yí-

DAsSciENCtAS DeLiSBOA.

JUNHO

487

Ventos e eftado do Ceo

iDias

26

Manhã

N. O. Ceo cub. nev. alt.

N. O. Ceo cub. nev. alt.

N. O. Ceo cub. nev. alt.

N. O. Ceo cub. ney . ale.

N. O. nuv. folt.

N. br. nuv. folt.

N. br. nev. alt.

N. O. br. nev. efp.

N. nev. alt.

N. Ceo cl.

N. Ceo cl.

N. Ceo d.

N. nev. alt.

N. Ceo cl. e lind,

E. Ceo cl. c lind.

E. Ceo ciar. e lind.

N. rij. Ceo ciar. e lind.

N. rij. nev. alt.

N. br. Ceo cl. e lind.

N. br. Ceo cl. e lind.

N. Ceo cl. e lind.

N. nev. alt.

N. O. Ceo cl. elind.

N. rij. Ceo cl. e lind.

N. rij. Ceo cl. e lind.

N. Ceo cl. e lind.

N. Ceo cl. e lind.

N. Ceo cl. e lind.

N. Ceo cl. elind.

N. nev. alt.

Tarde

N.O. Ceo cub. nev. alt. N. O. Ceo cub. nev. alt. N. O. Ceo cub. nev. alt. N. O. nuv. (olc. N.O. dcp. N. Ceo cl. N. br. nuv. folt. N. br. nev. alt. N.O. nev. ale. N. br. Ceo d. N.Ceod. N. Ceo cl. N.Ceod. N. nuv. folt. N.Ceo d. elind. E. Ceo d.nr. e lind. N. br. Ceo ciar. e lind. N. nev. alt. N. rij. Ceo-d. N. Ceo cl. e lind. N. Ceo cl. e lind. N. Ceo cl. e lind. N. O. Ceo cl. N. Ceo cl. e lind. N. rij. Ceo cl. e lind. N. ri]. Ceo cl. elind. N. Ceo cl. e lind. N. Ceo d. e lind. N. Ceo d. elind. N. Ceo cl. e lind. N. Ceo d.

Ind.

Noite

O. Ceo cub. nev. alt. O. Ceo cub. nev. efp. O. Ceo cub. nev. efp. O. nuv. folt. O. nev. .ilt. br. Ceo cl. e br. nev. alt. O. nev. alt. Ceo d. nev. alt. Ceo d. Ceo cl.

Ceo d. e lind. Ceo cl. e lind. Ceo d. e lind. Ceo cl. e lind. rij. nev. alt. rij. Ceod. elind. ri|. Ceo cl. e lind. Ceo cub. nev. alt. nev, alt. Ceo cl. e lind. rij. Ceo cl. e lind. rij. Ceo d. e lind. rij. Ceo cl. e lind. Ceo cl. e lind. nev. air. nev. alt. nev. alt. . nev. alt.

JU-

Dias

^1 Ciar. de chuv. de nev. de humid. de temp. de trov.

4, 25 o 2 o 00

4S8

Memorias da Academia Real

JULHO de 1784.

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P. L.

Maior elevação 27 i;

Menor elevaçio 27 y

Elevação media 27 7

D.

Maior calor 90 Menor calor 56 Calor médio 65

Total da chuva i(, p. 1. dr <''

MA-

DAS SciENClAS UE LlSBOA.

(< JULHO

ff Ventos e cftaJo do Ceo

489

' do 1 mez

«;.

1^;

6 '^

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Aíanhã

. nev. alt. br. Ceo cl. elii\d. m. br. Ceo d. nev. alt. ncv. alt.

E. nuv. car. .t de trov. O. nuv. car. O. Ceo cub. nev. car. Ceo cub. nev. alt. Ceo cub. nev. alt. ncv. alt. dcp. Ceo cl. . Ceo cl. e lind. Ceo cl. e lind. Ceo cl. c lind. Ceo cl. e lind. Ceo cl. e lind. O. ncv. ncv. alt.

O. Ceo cvib. nev; alt. O. Ceo cub. nev. hum C.cub.nev.alt.dep.C.cl nev. alt. dcp. C. cl. , Ceo cl. e lind. ao princ. nev. d.C.cl.c 1 ncv. ao prlnc. d.C.cl.c I . nev. ao princ. dcp. Cd . Ceo cub. nev. hum. . Ceo d. e lind. Ceo cub.nev.efp.e hum , ri). Ceo cl. c lind. . Ceo d. e lind.

, e lind.

Tauk

Ceo cl. e lind. br. Ceo cl.

Ceo cl.

Ceo cl. e lind.

Ceo cl. elind. E. nuv. car. trov.

O. br. nuv. car.

O. Ceo cub. nev. alt

Ceo cub. nev. alt.

Ceo cub. ncv. alt.

Ceo cl. elind.

dcp. E. Ceo c

Ceod. e lind.

Ceo cl. e lind. Ceo d. e lind.

Ceo d. c lind. O. nev. alt.

O. nev. alt.

O. Ceo cub. nev. alt

O. nev. e hum.

nuv. fole.

Ceo d. c lind.

Ceo d. c lind.

Ceo cl. e lind. . Ceo cl. e lind.

O. rij. Ceo d. . Ceo cl. e lind.

Ceo d. e lind.

Ceo cl. e lind.

m. rij. Ceo cl. . Ceo cl. c lind.

lind.

Noite

Ceo cl. elind. ni. br. Ceo cl. nev. alt. Ceo d. e lind. E. m. br. Ceo cl. e lind nev. alr. O. nuv. car. Ceo cub. nev. alt. Ceo cub. nev. alt. Ceo cub. nev. alt. Ceo cl. e lind. Ceo d. e lind. Ceo cl. c lind. Ceo cl. e lind. Ce.0 cl. e lind. Ceo cl. e lind. O. ncv. alt. O. nev. alt. Ceo cub. ncv. alt. O. Ceo cub. nev. .ilt. Ceo cub. ncv. hum. ri]. Ceo cl. e lind. . Ceo cl. e lind. Ceo cl. elind. Ceo cl. e lind. O. Ceo cub. riev.huni Ceo d. e lind. . O. Ceo cub. nCv. alt.

Ceo cl. e lind. , Ceo cl. elind. , Ceo cl. e limí.

Dias

jj Ciar. de chuv. de ncr. de liumid. de temp. de trov. \(

Tom. I.

aqq

49°

Memorias da Academia Real

AGOSTO de 1784.

BARÓMETRO

do

lí^

THERMOMETRO

Manhã

V. L. D.

Tarde

P. L. D.

Noite

P. L. D.

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^7 ^7 i7 27 27 ^7 27 i7 27 27 27 27 27

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66

59

PLUVIMETRO

M. T

L. d.

<^,9

L. d.

L. d.

Refuhado de todo o mez.

P. L. D.

Maior elevação 27 9 9

Menor elevação 27 5 j

Elevação media 27 7 4

Maior calor 95 Menor calor 5:; Calor médio 64

Total da eh P- 1

uva d. »

53<i?5::í^:í=!í=í=5ir

DAS SciENCIAS DE LiSBOA.

AGOSTO

Ventos e cílado do Ceo

491

>l)ias

do

I mez

I

Manhx

N. Ceocl.clind.

N. Ceo cJ. e lind.

N. Ceo cl. elind.

N. Ceo cl. clind.

N. nev. efp. dep. C.cl.e 1.

E. Ceo cl. e lind. dep. NO

N.O. m.br. Ceocl.clind

N. Ceo cl. e lind.

N. Ceocl. elmd.

N. O. nev. .ilt.

S. E. Ceo cl.

N. Ceo cl. e lind.

E. Ceo cl.

N. E. Ceo cl.

N. Ceo ciib. nev. alt.

N. nev. alt.

N. Ceo ciar.

N. Ceo cl. e lind.

N. Ceo cl. elind.

N. Ceo cl. c lind.

N'. Ceo cl. alg. nuv. folt.

TsJ. nuv. folt.

N. O. Ceo cub. nuv. car.

N. O. Ceo cub. nev. alt.

N. ri|. nuv. fole.

N. Ceo cl. c lind.

X'. Ceo cl. e lind.

N. Ceo cl. e lind.

N. Ceocl. e lind.

N. Ceocl.clind.

N'. nev. alt.

Tarde

Ceo cl. e lind. Ceo cl. e lind. Ceo cl. elind. Ceo cl. e lind. Ceo cl. e lind. O. cS.O.m.br.C.d.el O. ni. br. C. ciar. elind rij. Ceo cl. e lind. Ceocl. elind. Ceo cl.

O. Ceocl. elind. E. Ceo cl. E. Ceo cl. E. Ceo cl. Ceo cl. Ceo cl. Ceo cl. Ceo cl. e lind. Ceo cl. e lind. Ceo cl. e lind. Ceo cl. e lind. nuv. folt. nev. ale. O. nev. cfp. nuv. folt. Ceo cl. e lind. Ceo cl. e lind. Ceo cl. e lind. Ceo cl. e lind. Ceo cl. e lind. nev. alt. rii. nuv. folt.

Noite

Ceo cl. e lind. Ceo cl. e lind. Ceo cl. e lind. Ceo cl. e lind. e N. O. alg. nuv. m. br. Ceo cl. e lind. O. br. nev. elp. O. rij. nev. alt. O. nev. alt. nev. alt.

.0. Ceo cl. e lind. E. Ceo cl. E. Ceo cl. E. Ceo d. O. nev. alt. nev. alt. nev. alt. Ceo cl. e lind. Ceo cl. e lind. Ceo cl. e lind. Ceo ci. e lind, nev. alt; O. nev. efp. rij. Ceo cl. Ceo cl. e lind. Ceo cl.e lind. Ceo cl. elind. nev. ale. nev. alt. nev. alt. nev. .ilt.

Dias

Ciar. de chuv. de nev. de humidad. de temp. de trov.

26 I ^ O 00

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491

Memorias ba Academia Real

SETEMBRO de 1784.

BARÓMETRO

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de todo 0 mez.

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M.iior elevação 27 9

Menor elevação 27 4

Elevação media 27 6

D.

4

Maior c.ilor

88

Total da

cliuva

5

Menor calor

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P- 1-

d.

4

Calor médio

64

0 6

2

DAS SciF. NCIAS DE LiSBOA.

493

l SETEMBRO

Ventos c cftado do Ceo

do mcz

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Manhi

N. nuv. folr.

N. Ceo d. e lind.

N. E. Ceo cl. c lind.

N. E. Ceo cl. e lind.

S. O. e N.E. nuv. folt.

E. Ceo cl. e lind.

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N. Ceo cl. e lind.

N. O. m. br. Ceo cub.

E. Ceo cl. e lind.

N. E. br. Ceo cl. c lind.

N. Ceo cl. elind.

N.O. Ceo cl. elind.

S. m. br. Ceo cub.

O. m. br. Ceo cub.

E. m. br. Ceo cl. e lind.

N. br. nuv. fole.

O. br. nuv. fole.

O. br. nuv. fole.

N. Ceo cl.

N. br. poucas nuv.

N. br. Ceo cl.

N. br. nuv. folt.

O. br. nuv. folt.

N. O. nuv. folt.

N. O. aig. nuv.

N. br. Ceo cl. e lind.

S. O br. alg. nuv. folt.

S. O. rij. Ceo cub.

Tarde

N. Ceo cl. e lind.

N. Ceo cl. elind.

N.E. br. Ceo cl. elind.

S. O. br. nev. alt.

N. nev. alt.

E. Ceo cl. e lind.

E. Ceo cl. elind.

E. Ceo cub.

N. Ceo cl. e lind.

N.O. nuv. fole.

N. Ceo cl. c lind.

N. Ceo cl. e lind.

N. Ceo cl. elind.

N. O. Ceo cl. e lind.

S. m. br. Ceo cub.

O. m. br. Ceo cub.

N. br. Ceo cl.

O. br. nuv. folt.

O. rij.

N. rij. nuv. folt.

N. Ceo d.

N. br. Ceo d.

O. br. Ceo cub.

O. br. nuv. folt.

O. br. Ceo d.

N. O. alg. nuv.

N. O. alg. nuv. folr.

N. Ceo cl. elind.

S. O. br. alg. nuv. folr.

S.O. C.cub. dep.S.E.C.d

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N.E. Ceo d. elind.

N.E. Ceo cl. elind.

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N. E. m. br. nev. alt.

E. Ceo cl. e lind.

E. nev. alt.

N.E. Ceo d. elind.

N. E. Ceo cl. e lind.

E. Ceo cl. e lind.

N. Ceo cl. e lind.

N. Ceo d. e lind.

N. Ceo cl. e lind.

N. O. Ceo d. e lind.

S. br. Ceo cub.

N. m. br. Ceo cl. e lind.

N. br. Ceo cub.

N. br. Ceo cub.

O. rij.

N. rij. Ceo d.

N. Ceo cl.

N. Ceo d.

O. br. Ceo cub.

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N. O. Ceo d. e lind,

N. O. br. alg. nuv.

N. Ceo cl. e lind.

.S.O. br. Ceo d.

S. O. rij. Ceo cub.

S. E. br. nev. alt.

Dias.

Ciar.

de chu

de nev.

de humid. de tcmp. de trov.

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494

Memorias da Acadimia Real

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1, 2

Reftútado de todo o mez.

V. Maior elevação 27 Menor elevação 27 Elevação media 27

Maior calor 6p Menor calor 41 Calor médio SS

e/ri:5=^'í==!:^=i^r=!;::?='i^=^^:í'^i:í=^^

Total da chuva p. 1. d.

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V AS SciENCIAS DE LiSROA.

OUTUBRO

Ventos c cftado do Cco

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do mez

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7 8

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Manhi

N. O. Ceo cub. iifv. alt.

N. Cco cl. clind.

N. ticv. alt.

N.Onev.efp. d. O.C.cub

O. Ceo cub.

O. Cco cub.

O. nuv. folt. e cat.

O. nuv. folt.

O. Ceo cub. nuv. car.

S. Ceo cub. nuv. cat. ttov

S. nuv. cat.

E. br. Ceo cl. e lind.

O. tn. bf. Ceo cl. e lind.

S. E. Ceo cub.

O. dep. E. Cco cub.

S. E. Cco cub. nuv. car,

S. E. e O. nuv. folt. e car.

S.O. C.cub. nuv.car. trov.

>3. O. nuv. folt. e car.

N. alg. nuv. folt.

N. Ceo cl.

N. E. br. Ceo cl. c lind.

E. Ceo cl. e lind.

N. alg. nuv. lolt.

N. alg. nuv. folt.

N. alg. nuv. folt.

N. Ceo cl. e lind.

N. Ceo cl. elind.

N. br. Cco cl. e lind

N.br.dep.E.Ceo cl. e

N. br. Cco cl. c lin '

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Ceo cl. e lind.

Ceo cl. e lind.

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Ceo cub. »

Cco cl.

Cco cub. nuv. car.

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nuv. folt.

Ceo cub. nuv. car. Ceo cub. nuv. car. Ceo cub. nuv. car. E. br. Ceo cl. e lind.

muit. br. Ceo cl. e lind

Ceo cub. nuv. car.

Ceo cub.

O. c S. E. Ceo cub. O. Ceo cub. nuv. car. O. Ceo cub. nuv. car.

O.jnuv. folt. e car.

alg. nuv. folt.

Ceo cl. e lind. . E br. Ceo cl. e lind. . Ceo cl. e lind.

alg. nuv. folt. . Ceo cl. e lind.

Ceo cl. e lind. Ceo cl. e lind.

Ceo cl. e lind.

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br. Ceo cl. e lind.

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N. Ceo cl. e lind.

N. m. br. nev. efp.

N. O. nev. efp.

O. Ceo cub.

O. Ceo cub.

O. Ceo cub. nuv. car.

O. nuv. folt.

O. Ceo cub. nuv. car.

O. br. Ceo cl.

S. nuv. car.

E. br. Ceo cl. e lind.

S. E. br. Cco cl. elind.

S.E. m.br. Ceoennevoad.

S. E. br. Ceo cub.

S. E. Ceo cub.

S.E. e S.O. C. cub. n. car.

S. O. Ceo cub. nuv. car.

N. O. nuv. car. e car.

N. Ceo cl. e lind.

N. alg. nuv. folt.

N. E. Ceo cl. clind.

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N. Ceo cl. elind.

N. nuv. folt.

N. Cco cl. e lind.

N. Ceo cl. e lind.

N. Ceo cl. elind.

N. Ceo cl. elind.

N. br. Ceo cl. e lind.

N. br. Ceo cl. e lind.

N. br. Ceo cl. e lind.

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Memorias da Acadiawa Real

P. L. D

Maior elevação 27 10 2

Menor elevação 27 5 o

Elevação media 27 7 9

MA-

BAsSciENCIAS DeLiSBOA. 4p7

NOFEMBRO. i

Ventos e citado do Ceo

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Manhã

m. br. nuv. foir. Ceo cub. nirv. car. br. Ceo cub. O. Ceo cub. nuv. car. rij. nuv. lolc. e car. O. Ceo cub. nev. ale. br. alg. nuv. br. Ceo cub. Ceo cl. e lind. Ceo cl. e lind. br. Ceo cL m. br. Ceo cl. c lind. E. m.br. Ccocl. elind. Ceo cl. e lind. rlj. Ceo cl. e lind. E. br. Ceo cub. E. br. Ceo cu'b'. Ceo cub. nev^ alt. E. Ceo cl.

muit.br. Ceo cl. clitíd Ceo cl. e lind. m. br. Ceo cl. e iiná. Ceo cl. c lind. Ceo cl. e lind. Ceo cl. e lind. m. br. Ceo cl. elind. E. Ceo cl. e lind. . O. Ceo cub. nev. alr. Ceo cl. c lind.

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O. br. nuv. folt.

.S. Ceo cub. nuv. car.

N. O.C N.E. Ceo cub,

N. O. nuv. iolt. e car.

O. rij. nuv. folt. e car.

N. O. Ceo cub.

E. nev. alr.de j\S. O.C. cub.

N. br. Ceo cl. e lind.

N. alg. nuv. lólr.

N. Ceo d. elind.

N. Ceo cl. e lind.

N. br. Ceo cl. e lind.

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E,, m. br. Ceo cl. c lind,

E. Ceo cl. e lind.

E. rij. Ceo cl- e lind.

S. E. br. Ceo cub.

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N. Ceo cub. nev. alt.

N- E. Ceo cl.

E. m. br. Ceo cl. elind-

E. Ceo cl. e lind.

E. tn. br. Ceo cl. e lind-

E. Ceo cl. e lind.

E. Ceo cl. e lind.

E. Ceo cl. e lind.

E,. br. Ceo cl. elind.

E. bf. Ceo cl. e lind.

N. O- Ceo cub. nev. alt.

N. Ceo cl. e lind.

Noite

O.br.Ceo cl.dep.S.C.cub.iK

S. Ceo cub. nuv. car. |r

X. O. nuv. car. íP

N.O.nuv.folt.d. S.C.cub. »

O. nuv. folt. 5)

N. O. Ceo cub. »}^

N. br. Ceo cl.

N.br. Ceo cl.

N. Ccocl. elind,

N. Ceo cl. c lind.

N. br. Ceo cl. e lind.

N. br. Ceo cl. e lind.

N. E. m. br. C. cl. elind.

E. br. Ceo cl. e lind.

E. ri). Ceo cl. e lind.

E. Ceo cl. e lind.

S. E. br. Ceo cub.

N, Ceo cub.

N. Ceo cub. nev. alt.

N. Ceo cub, nev. alt.

E. Ceo cl. e lind.

E. m. br. Ceo cl. e lind.

E. Ceo cl. elind.

E. Ceo cl. e lind.

E. Ceo cl. e lind.

E. m. br. Ceo cl. e lind.

N.E. rij. Ceo cl. e lind.

E. br. Ceo cl. e lind.

N. Ceo cl. e lind.

N. E. Ceo cl. e lind.

1

Dias

1 Ciar.

1 ':.

de chuv. 5

de nev. o

de humid. o

de temp.

o

de crov.

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Tom.L Rrr DE-

49*

Memorias da Academia Real

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K Refnltado de todo 0 mez. sS

P. L, P. j

Maior calor 56

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lior elevação

27 9 0

Tot

ai da chuva W

SS M

cnor elevação

26 9 0

Menor calor 59 Calor médio 48

p.

1. d. >>

X El

evaçáo media

27 2 2

II

6 9 ^>

JDÍ-

DAS SciKNCIAS DE LiSBOA.

DEZEMBRO Ventos e edado do Ceo

499

Diãi do

imz

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Manhã

. O. nuv. folt. J. nuv. folt.

E. Ceo cl. c lind. I.E. Ceo cl. e lind. . O. Ceo cub. . m. rij. de temp. C. cub. , O. Ceo cub.

Ceo cub.

Coo cub. nuv. car. , Ceo cub. nuv. car.

Ceo cub. nuv. car. .C.cl.dep.N.O.nuv.folt.

O. br. Ceo cub. . O. Ceo cub. nuv. car. . O. Ceo cub. nuv. car.

Ceo cl. c lind.

O. Ceo cub. . Ceo cub. nuv. car. , O. Ceo cub.

E. Ceo cl.

E. Ceo cl. e lind. , Ceo cub. nev. efp.

C. cub.nev.cfp.gr hum.

Ceo cub. gr. hum.

C.cub. nev.efp.gr.hum. , C?o cub. gi. hum.

Ceo cub. hum. , e O. Ceo cub.

Ceo cub. hum. . O. Ceo cub. hum. Ceo cub.

Tarde

N. O. nuv. folt. N. nuv. folt. N. E. Ceo cl. eliad. NI. alg. nuv. folt. S. O. Ceo cub. O. rij. Ceo cub. N. O. Ceo cub. nuv. car. O. Ceo cub. O. Ceo cub. nuv. car. O. Ceo cub. nuv. car. N. O. Ceo cub. nuv. car. N. O. Ceo cub. nuv. car. O. Ceo cub. nuv. car. N. O. Ceo cub. nuv. car. N. Ceo cl. e lind. N. O. alg. nuv. folt. N.O. Ceo cub. O. Ceo cub. nuv. car. N. O. Ceo cub. N. E. Ceo cl. N. E. Ceo cl. e lind. S. Ceo cub. S. Ceo cub. gr. hum. S. Ceo cub. gr. hum. O. e S.O. C.cub. gr. hum, S. O. Ceo cub. gr. hum. S. Ceo cub. O. Ceo cub, S. Ceo cub. hum. S. O. Ceo cub. hum. I N. O. nuv. folt.

Noitt

nuv. folt. Ceo cl. elind. E. Ceo cl. e lind. Ceo cub. m. rij. de temp. C. cub.l O. nuv. folt. O. Ceo cub. nuv. car. Ceo cub. nuv. car. Ceo cub. nuv. car. Ceo cub. nuv. car. O. Ceo cub, nuv. car. O. br. Ceo cub. Ceo cub. nuv. car. O. Ceo cub. nuv. car. Ceo cl. O. Ceo cub. O, dep. S. O. Ceo cub.J O. nuv. folt, E. Ceo cl. E. Ceo cl. e lind. br. Ceo cl. br. Ceo cub. C. cub. nev. efp. gr. h. Ceo cub. gr. hum. e S.O. Ceo cub. gr. h. Ceo cub. gr. hum. O. Ceo cub. O. Ceo cub. O. Ceo cub. hum. O, Ceo cub. hum. O. rij. Ceo cub.

Dias

Ciar.

7

de chuT.

de nev.

de humidad. 6

de temp. de trov. I o

Rn ii ££'.

j-oo Memorias da Academia Real

RESULTADO DE TODO O A N N O

BARÓMETRO

«Maior elevação 27 10 jMenor clevajio i6 p itlcvação media 27 5

THERMOMETRO

Maior calor - - 95 Menor calor - - :55 Calor niedio - - 55

PLUVIMETRO

Total da chuva, p. 1. d. 45 t) 9

DIAS Claros áe chuva de névoa de humid.

142

i4

Í9

de temp. 5

de trov. .2 »

Efte anno foi inteiramente irregular , c oppofto á fertilidade , e abundância das producções da natureza ; não na demaziada chuva , mas principalmente em não fer ella bem repartida, e alternada a propofito com o bom tempo: caufou por eftcs fitios }»uma carcltia geral : os Lavradores de mais idade não fe lembráo de efterilidade mais geral : as femcnteiras geralmente foráo mal fuccedidas , e ae colheitas em todo o ge- tjero forão cfcaíTas. Com tudo os trigos temporâos toráo mais bem livrados , e as vi- nhas cm terias baixas , e podadas no fim de Fevereiro produzícáo menos mal. No Jado houve pouca producçào , e muita mortandade.

Por eltes fitios não fbi o anno muito doentio , não houvexáo moleftias conta- l^iofas : no inverno reinarão algumas febres linfáticas catharraes , e de fluxionarias i

Í>orém fem coucequencia. Na primavera principiarão a apparecer febres podres , e bi- iofas , que reinarão por todo o cílio , e outono ; mas fem íintomas maiores , ceden- . ido facilmente aos remédios , e fazendo poucos cílragps.

Freguezi.n de Santo André dejln Filia Ât Majra , no dejirião de poiico mais de^ httma légua , con^a de 6éo Jogos , ncjies houve no rf>

■Anno de 1785

PcfToas de Communháo . , . 2155

Menores 176

2529

total

Nafcérão

Weninos Meninas

Homens Mulheres Meninos Meninas

total Aíerrêrão

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total . Cafamentos em todo o anno

15

54

Anno de 1784

PefToas de Communháo . Menores

total

Nafcérão

Meninos Meninas

total Morrirão

Homens '.

Mulheres

Meninos

Meninas

total .

Cafamentos em todo o anno

_40í 84Í

2 51

17^

6'Jp

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U E-

MEMORIAS

DOS

CORRESPONDENTES.

TSJ Ax.>c<:<x><x;<x><>c <><.o<>i<x;<><x>Soc><xr.ooíx>CK><><>o<;<^ jir

*SOLUÇÂO

D O

PROBLEMA

PROPOSTO PELA

ACADEMIA REAL DAS SCIENCIAS

Sobre o Methodo de approxhnaçao de M.' Fouta/ne, POR Manoel Joaquim Coelho ea Maia.

ETs-aquí como M/ Fontaine enuncia a fua foluçaoi 5> O integral do elemento {y d x) , lendo (jy) hu- ma função qualquer de ( a? ) , hc igUal ao pr&»

3u£lo de ( -— ") por huma ferie , cujos termos fc acha- rão , pondo fucceffivamcnte cm lugar de ( at ) na função

, , , . X -x ta; 7x ( 2 " I ) .y ^ ^ fiada (j); -j^y -^> -^» ^IT' ' * ' * T^i «^''^"^^

mais exaftamentc , quanto maior for o número inteiro po- fitivo ) "

Reprcfcnte ^x huma flmção qualquer de (x) , fe a variável fe torna em (.v-f-s) , fera <}) ( .v 4- 2 ) =

s'cj-y',v c'<r/".v a;* 4)''" a; s ' <f)^' Ar <J) AT -V c Cf)' a; + ^— »— T-T--^ 2. 3- 4 "^ ^--l-A-5

Seja <±> (aí-+-s) =:d>Ar4--íís-i-Bo' -f-Cz' -h &:c.

diffc-

* Efta Memoria foi coroada pela Academia em 15 de Maio de 178J4

5'04 Memorias da Academia Real diffcrenciando fuccelEvamcntc , na hypothefe de f{ coti- ftantc , teremos

-t-&c. Cp" ix-^z) =25 -^- 2. 3 Cs -)- 3. 4 -D z^ h- 4. y £ 3'

c))'" (.v + s) = 2. 3. C-h 2. 3.41)2-1-3.4.5' £c'-H- 4. ^. 6 Fs'

-í- &c. Cf>"" (a-4-5)=r2. 3.4D -h 2. 3. 4. j-^s -1- 3. 4. 5-. 6Fz-

+ &c. Cp^ ( a; -f- s ) =: 2. 3. 4. 5- £ 4- 2. 3. 4. 5-. 6 Fs -t- &c.

Se he s =r o, fera ^ = Cl)' .V j 5 r:^ C=$^; D ^^^If &c

2 2. 3. 2.3.4

Logo <p (.v-t-s) rzc|)A'-t-scJ) .V -1 ^ 1 TT"^'^-

Supponlia-fe cb ír=:v; fera cjy H^-t^i<Í'" K = -rAr\ <P"' X

e por confeguiiltcí c}) (.v+s) =^3'-^-zí-í-^:71^-^rp^ 4- &c. Quer dizer, fc na função (jy) de (x) fe pOzer (.r+s) cm lugar de (.v), tornar-fe-ha (jy) em jy -^-jf ~^ ^^zTIx^

+ &c. Cuja ferie conftaríí de hum número determos finito, ou infinito T conforme a natureza da flinçao (y) for tal , que as fuás differcnças fuccclEvas , fuppondo {dx) conftante , vcnhão a fer nullas , ou continuem até o infinito. Eílc principio afTaz conhecido he o que bafta fuppôr, pava de- monftrar o methodo de aproximação de M,'' Fontainc. Seja (AG) o eixo dâs abfciffas da curva {bn}; {pt)~ jy ; i^p q) ~. d K -^ {y d x) fera o elemento do efpaço 'Ça b rp) j ç fj d X o mefmo efpaço. Se efte--í& «onccbct

l

BAS SciKWCIAS Dl LiSBOA. JOJ

compofto de huma infinidade de pequenos rectângulos, tacs^ como ( « í»' ) ; (a O"); (a" b'" ) ; ( a" b"" ) &c. fe- ra fydx— a' b" -H a" b'" -\- &c. Ifto pofto , fcja Jp =Xy

(-j huma das pequenas linhas <írt' ; aV j «" <i"'&c.; iguaes

entre fi: /:1\ a linha J a ; fuppondo ab=y' •, a b>.

-y"; a"b"=y'"-a"'b"'=y"";(ciifydx = l' y' -^ l- y"

-^^- y"-^:^,-y""-^Scc=^j(y'^y"^y"'+y""^8cc.y,

onde as applicadas y ; y" ; j'" ; &c. fimções de (;tf) são fuccclEvamente determinadas pelos valores da variável (x)^d

; A a =. -\- A a 1 ; A a --»---! ;

r r »« ' r m r m

'^a"" = -t--i^&c. Ufandc -«jjois do principio eíkabcle- cido , pondo fuccelllvamcnte x -^ s = ;*-4-3

m r m r m H &C. ou Z~X ( j Z —M í )'

t;=:A;( ),z x ( 1 ; &c. tere-

mos y \ y" ; y'" &c. determinadas por (> ) , e fuás dif- fercnças como fe fcgue.

,_ (f^-mr\dy . ^ ( vi m r )' d' y

J -^ \ x.mr ' ílx I. 2.m' r" d x'

, (ni m r)' d^ y (tn m r)* d* y

1.2.3 »rr' a «' i.z.^.^n*r-* d x*

,, (w -4- r mr)dy .(m-i-r wrV d^ y

f =y -^x i T^-^" r-7^ -7-4

i.mr dx I. 2. 7n r d x^

(m ~\-r wi r)' í/' y , (>« -4- r m r)* d*y

4- AT' ^ -^ .-^ 4- «*^ -^ tÍ-Í-^C-

I. 2. 3. r' ^«'^ d X' 1.2. 3.4.w*rj <i ;v*

r^w./. Sff /'-

So6 Memorias DA Acammia Rbal

^{m-\-ir mr) dy ^ , (_m-{- zr »ir y d' y i.mr dx *' 1.2. wíV " d x'

^, (,m-\-ir ntry d^ y ^(m -hir mry d*y

1. 2. 3.w'rJ í/*»"*"* i.2.2.4.m^l^d^*'^°^'^'

f -y 4- K

j ~~j ■+■ ft r- _i_ a; =—

i.mr

I. 2. >«V

-HA?' -^— ^ ^^^^4^^ 2 i ±_

1.2. :).>«' r' íÍAT' j. 2,3.4. wiV"» </**

&c.

E por confequencia fy ãx =

&c.

(w r) í/jy ^ ^{m tn r)" d^y

1. mr d X

I. 2. w'r'

^x'

-t- .v' ^^IZlJ^Lll 'J-l. + „^ {m-mr) * d^ y 1.2.3.^';-' d x^ i.z.i.4,.m*r* d x'^

y^^('»^r~mr)dy ^ ^(^nt -^ r m r ) ^ d' y i.mr dx i.i.m^r^ d x*

^ .(m -i- r mr)id^y (m-i-r mr)-*d-^y

1.2. 3.»/' r' </;«» 1. 2. 2. 4. ?«■♦ r"» «'a:<

-H&c. _j_ ^ (>»J-jí_r--mj2 dy , (w -t- 2 r w r) ^jy

!.>•;« dx 1. 2. W2" r' a;'

^{m-^zr—mry d^ y (m-^-zr mr)'^d*'i

X ~ —^ -t- ífft i í- =:

I. 2. 3.wí'r' íí^' 1. 2. 3.4. wi^^r* í/jv* &c.

\y-^x ('^'-^-J'- »^0 £J!__^ ^. (m-4-3r wr) ' d^ y

I. mr dx I. 2. íM^r' </a;*

Xm + :^r mr)^d^y (m-i-^r m ry d^y

d x'> I. 2. 3. 4. w* r*^ d X*

•&c.

I. 2. 3. í?r r>

4-x'

(;m -I- 4 r m r) ^^ ^ (;« -4- 4 r m r) ^ d^ y

i, m r dx i.i.m''r' dx'

(m-\-4r mryd^y fm-^-^r mryd'*y

■&c.

I. 2, 3. W r> d x'

I. 2. 3. 4. ?«■*/"* </ Ji''

-hxi

(jkc.

(m-\- ^ r m r) dy ^{m -\- $ r m ry d' y

1. mr d X 1. 2. w/' r' d x*

(rn-\-$r mryd^y ^On-^-^r mryd'*y

iTT. 3. w' r-» d xy 1.2.3.4. ^w'* r* d x'*

Dif-

DAS SciENCIAS DB LlSBOA. JO/

DiflFcreiíciando efta equação , a fim de conhecer a re- lação entre ( r ) e {m) , teremos

y - ---(jy-+-jy-Hy-Hy-i-&c.)-)--~-(Ȓr(i-i-i + i4-i-t-&c.) m ' m rax ^ -'

-^ 2 (m—mr) -^2 (m -ir-r m r) ^ 3 (m -i- jr mr)

•+- ^(m-h2r— nn-y -hScc. -^2 7nr (m—mr) . . . -h2 mr (m -^r mr) ^ 2 m r (}n-i- 2 r mr) -\- &c.) 4-

'^4{m^ 2r mry -h8cc. -^-^mr {m mry . . . -^ ^mr (m-^r mry -^ ^ m r (tn-^ 2r m ry -H &c.) -^

■+- j: (»í -*- 2 r w r)"* 4- &c. -<-4»í r («I »jr)' . . . -f-4wr (»i-*-r ffjr)' 4-4wr(wH-2r iwr)' 4- &c.) 4-^

*■ d y

~7-^„ ;; ( («■+■1) {ni—mry -^{ri-^í) {m-^r—mry

1.2.3 "•'" ^ ^^'

-H &c. ~\- nm r (tn m ry -^ -^- n m r (m -i- r tn r)"-> -\- &c.)

Donde fc deduzem as equações feguintes . . .

(1") W=;i-l;-x-t-l4-l'+-l4-i-l-i-+-i4- &c.

.V cl y

(2" ) ; (2 (?« »; r ) 4- 2 ( »; 4- r mr) . . . .•

m- rax

-t- 2 (w -H 2 r «/ r) .-l- 2 (w 4- 3 r w r) 4- &c. . . . .

4- w; r (l -H I -i- 1 -4- I 4- &C.) ) =: o

4-3(>;/4-2r wzr)'4- &c. 4- 2 7«r (wí ?«r)4- '. t li 2 ?«;•(;«-+- r W2 r ) 4- &c.) =: c

Sffii (4')

5o8 Memokias da Academia Rbai.

*^J^ (m ■+- 2 r m ry ■+- &c. -^ ^m r (m wr)* H- 3 w r ( wz -t- r mry +■ &c. ) = o

(„ H- 1)'. f-'^- J; C (;, ^. i) („ _ „, r)" ...

' n-'r l n n

1.1.^.. .n.m r ax -í- -t-i) (m -{-r tn r)" ■+■ &c. -^Mtnr (^m w r)" ~ ' . . -t- » w r (»z -+- r ffi r)" ~ ' -H &c. ) =0

A primeira deftas equações faz ver, que (w) he igual ao riimero dos termos das feries verticaes , ou ao número dos pequenos reftangulos , de que o efpaço {ab tp) fe conlidera compofto. Dividindo a fegunda

equação por / -j— / ) ) ^ fuhftituindo nella em lugar

da ferie Çi ■+■ i.-h i -t- i 4- &c,) o feu valor (m); tere- mos tfi-r -\- ^ (m mr) -^z (m-hr mr) H-. , . 2 {m-\- ir tnr) -+- &c. rr o im^ mr ) ou r z:zim.

T-~ —; ) , e fubílituindo nel- 2 m'r^ d X- ' ^

la o valor de ( r ) ; teremos 3(1 2»?)' -1-3(3 2 "*)' 4. 3 ( y __ 2 )' -H &c. -t- 4 ( »/ 2 «2') 4-4 ( 3 «í 2 wO -»- 4 ( 5" w 2 »í') -1- &c. =: o =: 3 ( n_ 3' _H 5= -(-. 7' -H . , . '4.(2 w—l)') 3.4»í(i-4-3-4-5'-H7-t- -H2«»— .1)

•4-3.4.»í-(n- l-l- H- l-t-&c.) -H4W/(i -t-34-y -f-7H

4-2«í— i) 8 w'(l -H I-h I -h n-&c.)=:o = 3(n-3'-h5^ ^7' ^. . .(2«í— i)') 8«í (I4-3-^-5'-+-7^- 2 »<— O H- 4 «' ( i-h I 4- I -»- &c. ) = o- E porque he 3 ( i -t- 3* Vj^V- .-H(2«í_i)')=r:(3«t). (4?»'— Q— w (4»»'

3 ^i ) j 8ot( 14-34-5:4-.. 4-2 w—l)— 8»í'; 4»»* ( 1 4- j 4- j 4. &c. ) = 4 ot' : teremos »» ( 4 w»'— i )

DAS SCIEKCI/S DS LiSBOA. JOp

8 tn' 4- 4 >«' = o ; ou 4 ??í' 1=4»»'; que faz ver , que (;«) deve fcr infinito , como por outra parte he evi- dente. As outras equações , que le podião deduzir , na- da dao a conhecer de novo , e continuao a moftrar, que ( m ) deve fer infinito.

Como (w) > P-'"'^ ^.^^ o cálculo feja exaílo , deve fcr infinito, c lic a primeira ordenada (y) determinada

pelo valor de .v =:; -^ o : fica claro , que o inte- r r z in ^

gral achado pelo prefentc rrcthodo deve detcrminar-fe pela condição de fef nuUo huma vez que for x =: o: A' cuja condição ferá'fenipre poíSvel fatibfazer, feja qual for a natureza da função dada {y )

Subft-tuindo o valor de (?•) , antecedentemente acha- do , na equação , que exprime o integral de (jy d x) tere- mos fy dx :=z . . .

( t 2 m) dy (1 2 my d' y (jx - z mV d'y

y -\- X j— T^ X j j -1- X 5 -3—

-^ z.m d X 2. 4 Hi d x^ 3. 3. 8 m> dx'

,. (J_:z2^y. ^1± 4. ;,. (_Lni^ Ç24-&C.

2. 3.4. lów/"* dx* 2.3.4.5'.32m' dx'>

(3 z »0 dj^ _^ ^, (3 2 w )^ ^_^ _^ ^, (3 gwQ' ^ ■^ 2 <^jy 2.4»/^ rf ^' 2. 3.8WÍ* dx''

x^ iãSZJLUT. Í*J. -4- x' (i-ILl.^ 'íl^H- &c. 2.3.4. 16 ;«■* í/,v* 2.3.4.5:. 32 ?«' </jc'

( 5" 2 >" ) ^y ^ ^^3 (?—zmy d'y _^ ^, (? 2>^0' ^ '^ 2 </a' ' 2.4?»' d x^ 2.3. 8 ?«' í/at*

■v^^^-V">; ^ 4- ;c' í^:^^)! ^^ 4- &c. 2.3.4. iGm-* dx* 2.3.4.5.3;;«* flx'

(zw— 1— 2»/) dy , (im—i 2?«) dy . , (2»/— i unV d^ « 2/;/ íij 2.4»z </a?* 2. 3. 8 w" d x^

4- ;c^ (ii:^^x-2>;;r ^ ^ ^, (25-i-2_5J^ ^ ^ ^^_ 2. 3. 4. 16 ;«** ^ .V* 2. 3. 4. j. 32 /«' dx^

Pe-

4-

510 Memorias da Acadkmia Real

Devendo pois fer ( ) hum número inteiro , e infi- nito , e ao mcfmo tempo tal , que a equação »; =: te- nha geralmente lugar , fcm difficuldade fe , que o número da forma ( a" ) fatisfaiá a todas as condições re- feridas , que a analyfe nos defcubrio , allim fuppondo

r = 1" , fera »í -^ 2"-' , entendendo por (») hum

2

número inteiro afsàs grande. Como as feries verticaes , de que fe compõem o integral de {ydx) envolvem as diverfas potencias dos números impares i ; 3 ; 5 ; 7 ; &c. , cujo termo geral he ( 2 w 1 ) , a fua fomma , a que hc precifo recorrer, para fe obter hum refultado exafto , como veremos , fera reprefentada em confcquencia por huma função de ( 2 »/ i ) » e coiiftará das diverfas po- tencias de (2?m). Succedc então, que o número (2"-'), valor de (w), achado em virtude da analyfe, he igual- mente o mais accommodado a fimplificar as formulas das fommas das potencias deftes mefmos números impares , por fer 2* a exprefsão mais expedita , que o número 2'' ;»' pôde receber.

Pondo na ultima exprefsão de fy d x , 2"-' em lu- gar de ( w ) , fera fy dx :=

■(,_,-) dy (I -j^y^ly , (1^ 2")' ^' y

y -\- K •;;: •; r X ::.—, i ; -t- i*

d X

2. 2' " d x^

2.3.2'" dx^ ' -&C.

2.3.4.2'*" d X* ' '" 2.3.4.5'.2'" dx^

y + X -^^^^X ^-^ dx'^'' a.^.Z'" dx'

4 (^zzi^y^

-J-X"

2.3.4. 2*" d X'^

2.3.4.5-. 2'" dx^

(g^-I-a") dy (Z"-!-!")^ d\y (2''-I-2")'^'v

y -\- X -„ r~. ■+-* ~. ; f^^

2" d X 2. 2'

dx

2. 3.

dx^

, (2''-I-2'')' d^

*' 2.3.4. 2-'.? dx^.'^'' 2.3.4.5.2"' </x* '^°^^'

DAS SCIENCIAS DE L I S B O A. jT 1 1

A . . ,- . (i—r')dy ,(l 2'')V'V A primeira Icric y -^ x -5-- 4- x^ , -r

-t- &c. indica o valor da função (> ) , pondo nella (— s )

em lugar de ( .v ) . A fegunda y -^ x -^^ X~ "^ ^^' moftra o valor da mefma função , fubftituindo nella (-^^ em lugar de (x) &c. A ultima finalmente . . .

y-^x— -7, j~ -h &c. o valor de ( j ) , pondo

nefta função ;^ em lugar de {x) . Como todas

eftas feries eftão multiplicadas por ( -^p— ^ ) > ^^ri o inte- gral do elemento {y dx) y fendo {y ) huma função qual- quer de (.v), igual ao produfto de (— ) por huma

ferie de termos , que fe acharáó pondo fucceffivamcnte X :^x s X 7 X ( 2"— r ) X

^' ~1F' ~'> ~V' ' ' ' ' ' ^^ ^^^^ ^^ w

na função dada {y ) , como conclue Mj Fontaine. He claro, que devendo ler (am) ou (2") infinito , para que o cálculo feja exafto ; o integral , achado pelo prc- fente methodo , fera tanto mais próximo do verdadeiro valor, quanto maior for o número inteiro pofitivo («) .

Sendo ( ) ou ( 2"-i) o número dos termos das fe- ries vcrticacs , teremos^ -t-jr -\- y -t-_y -\- y -í- &c. = z''-'y , e pelas formulas conhecidas da fomma das potencias dos números da fornia {ik i )

(x

yii Memorias DA AcadimiaRkaij

(i— 2")V(3 2'')-*-(; 2")-t- 4-(2" r 2")

(I _ ^'y -+- (3 - 2")' -+-(;- 2")^ 4- . . . -H (2-- I - 2")*

(I _ 2")5 4- (^ 2")' + (J 2»)» -f- . . . -h (2"- I - 2")» 2 0 2 n+I \

_ 2 (2 _ i;

(I _ 2")4 -t- (5 - 2")* 4- (J - 2")^ 4- . . . -t- (2"- I - 2")* n— I 2n4-l 21»— 1

_ 2. (2 ( :^- ^ 5 ) + 7)

~^ 3-5

(l_2'')í-h(3_2")'4-(j-2'')'-í- ... 4- (2"-- 1-2")»

20—2 2n an _ 2 (2 (2-y) + 7)

3

(I _ 2")6 -h (3 _ a")*; -\-(s 2")« -4- . : . -1- (2"— I 2")*

n I 2 n anan 3

_ 2 (2 (3-^ (:^— 7)+7) 3O

" 3-7

(i _ 2'')7 -t- (3 2")7 4- (s- 2")^ 4- ... 4- (2"— I 2")'

2n a 2n— I 2 n-\- i 2 2

_ _ 2 (^ (^ (3-2 7) + 7 ) 3O

~ 3

(l _ 2"^ 4- (3 2")« -H (J 2")* + . . . 4- (2"— I 2")«

«—I 2n + 2 211 1 2n-4-i 2 n— 2 a

^2 (2 (2 (f.2 (2— 3)4-3.7 )— 3 1.5-) 4-127. 3)

í- 9

Será então fydx = ——^ [z . J;. ^ ^^

i j. 2 í/ «

?i3

I. 2. 3. 1 ' d X I, 2. 3. a'"

2n— I in+l 2n l 44

2, I. 2. 3. 4. 5". 2 . rf «

20— 2 21 2n 5 5

2 (2 (2 _y)-i-7)« íijy 4-

"-1 , 6n . 6

2 I. 2. 3. 4. 5: 6. 3. 7. 2 . rt X

2n— "^ 2/J— I 2n-(-i 2rt 2 2 1 ^

I. 2. 3. 4. 5-. 6. 7. 3. 2 . d X

n i2n-+-2 2»— I 2n-)-i2n a j gg

>v (^: Çi (z (5-. z (2 3) -4-3.7 )--3i.5)-h rzy. 3)y <ijy.

;z I. 2. 3. 4. 5-. 6. 7. 8. 5-, 9 2 . </ »

Se o numero inteiro pofitivo («) he tal, que fe pof-

2n 211 3í> I 21» 1 20 I zn 1

fa fuppor 2-1 =2 jz i=:z í3'^ 5 =: 3'2 j

4,1 4" 2n 2(1 4n 4n 2n 3n 40 a

3.2.1-7 = 3.2 52 -5 =2 ;z+7 = 2 i2_7:::2 ^3.2 +7

4/1 611 (Sn 2 n 2 3n— 3 40—1

= 3-2. ■■>3——3^ =3-^ ;3-i 7 = 3-2 J 3- *

2 4M— I 6(1—^ 6n— 2 20—2 20-2

^7=3. 2 ;3.2_3i=:3.z ;z_3 = 2 j

4"-i 2 40-1 60—2 6n—2 2a

5.2 + 3.7=1:^.2 ;5-.2 _3i.j=j.2 ;5.3

4- T27. 3 ^j, 2 ; teremos

, X- d y at' d^ y x* d^ y

'' -^ - i.zdx i.z.^dx^ 1.2. 3. 4a a:*

a' f/-* V x'' d^ y x^d^y

I. ;. 3. 4. 3- d .v+ i.2.3.4.5'.6 d x^ 1.2.3.4.5.6.77^.

íliL^ 4_ í'li!.^^ &c.

1.2.3.4.5.6.7.8 dx^ 1.2.3.4.5.6.7.8.1; </.'C*

T-<?;«. /. Ttt Por

JI4 MEMOhlASDAAcADEMlAR-EAL

Por cftc ultimo rcfiiltado fc vc , que o mcthodo de Mr. Fontaine a fundo nao diíFere do que João BumouUi achou para efta forte de integraes. A única, vcntagcm , que paracc haver da parte de Mr. Fontaine he , que os integraes fe achao porhuma fimplcs fubftituiçao. Mas cf- tc compendio he bem compenfado pela longa annlyfc , de que fe precifa quaíi fempre , para alcançar hum inte- gral , ou exafto , ou approximado , fem erros enormes. O exemplo fcguinte da ferie do feno pelo arco , que he pollivcl obter por differcntes meios , faz fenlivel o que acabo de dizer.

Sabe-fe , que hc fen. x = x - -^^-^ ^- - -^t:~^

+ &c.

Empregando o methodo de Mr, Fontaine , fera . . .

Cd xcos. xz=. fe n. x :=. ( c o s.^,-\- c o s. \t- -\- c o s.—^

(2"—!) X ^ .

■+- . . . . . -[-COS. ~ Seja

COS. -TT = 1 H- -íí A?' 4- í ;v^ -h C.V* H- D -t- &c.

2

c os.^=i-i- jIx^ -\- B'x-^ -+- Cx'' -+- D'x^ -t- &c.

n I n I n~'

c o S. !d__iif = I -+- ^ x' -\-B «:■* + C xf' .

4- D x^-\-&cc.

DifFerenciando duas vezes confecutivamente , tere- mos

f o j. 4- = 2" (i^4- 3. 4 Bx" 4- ;.6C.v4 4- 7- 8 D;tf«-h&c.)

2(

AS SciENCIAS DE LiSBOA. yij

2 3

n—l n—l ^"' I i. 1 1. 1

n— I n— I

4-5-. 6C^~'a:'»4-7.8Z>^ ~'a:«-1-&c.)

Igualando refpeílivamente os termos , que multi- plicão igual potencia de (a?), acharemos os valores de Aj B , Cy D , &c. como fe íegue.

._ I ^_ _f_ y -' =_.(ii= o:

^~Ti:i^^~ i.z.z^i 1.2. 2?

B= l—B'= 2 , , . B ^ -^

1,2.5.4.2''^ 1.2.3.4.2'»^ 1. 2.^.4. z-»"-

&c.

X

Por confeguinte fd x cos. x =7 c nx ~r7 * '

<

1.2. 2+" 1.2.3.4.2-*" i.2.3.4.j.6.2'í'' i.2.3.4.5-.6.7.8.28'í

&c.

3' ••■«" , 3^* X* 3^ -v^ 38 x8

~ TzTz"^ 1.2.3.4.2^ ~ 1.2.3.4.J.6.2''" 1.2.3.4.^:^0^

&c.

1.2.2'" 1.2.3.4.2-*" I.2.3.4.J.Ó. 2<i" '

^ i.2.3.4.j.6.7.8.28"-^^'

Ttt ii Ou

jló Memokias da Academia Real

(z -0^''

n—l r -1 -> -. i "

n— l n—l

Owfdx COS. K —fe n. x ~1

2"-' I. 2. 3

B— t /• 2n-hl ^ * 2(1— 1- \ .

2 \z (^3.2 _ y;-»-7 ; A''

1. 2. 3. 4. 3. 5-. 2

(2'"(3. 2^"(l —7) -^7) 31)

I. 2. 3. 4. 5-. 6. 3. 7.

n— 1 / 2n4-2/ ín— 1/ 2n4-l,

7 n- 1

1/ 2n4-2/' 21—1/ 2n-t-l/ 2(1—2 X 3, s v g

I. 2. 3. 4. 5-. 6. 7. 8. 5". 9. 2^""'

y^,,-i_. ''^' '!!Í.., I f! [_&(.

~* 1.2.3 1.2.3.4.5- 1.2.3.4.5.6.7 i.2.3.4.j.6.7.8.(;

Daqui fe pôde julgar quanto fera embaraçado cm formulns mais complicadas o obter o rcfultado final pelo prefcnte methodo, que dará huma approximaçao admif- Cvcl quando o cálculo for levado a ponto de fc poder

fuppqr (2 ) infinito , a fim de que eftc número fc cli-

1 n l

mine pela divisão. Em quanto porém (2 ) for con- templado como finito , não he pofllvcl que os rcfultados tenhão precisão alguma , por muico grande que fe fup- ponha (k) .

Pelo que toca á applicação do methodo deMr. Fon-

taine , nada em geral fe pôde determinar , por ifto de-

pcndçr da indole particular da função (y ) , que pcklc fer

tal, que torne inefficaz o prefcntc methodo. He bem pof-

' íi-

DAS SciENCIAS DE L I S B O A. f 1 7

fivcl acontecer, que os difFcrcnciaes , que approxima- damcntc admittem integração , vcnhão a dar , por ulti- mo relultado, feries muito pouco convergentes , ou que fendo convergentes ao principio , paíTado certo número de termos , fc. facão divergentes , ou finalmente , que fe- jão inteiramente divergentes , desde a fua origem.

Todas as vezes porém, que for •^-.— o, então o

dxf

integral fe achará neccíTariamente em termos finitos ; por- que a ferie geral fe rompe ncfte cafo , e não ha mais re- ceio dos incommodos referidos. Bem fe , que cite gé- nero de integracs pouco intcrcíra , pois as funções ra- cionacs , que não involvcm expoentes negativos , he que pela fua diffcrenciação fucccíHva, fuppondo (dx) conftan-

d'' te , conduzem á equação da forma /- = o . He po-

d x''

rém de notar , que a prefente condição não he indifpcn-

favel para fe obter o integral em termos finitos : são innu-

meravLis as funções de (x), que podím dar hum feme-

Ihante relultado , independentemente das fuás differenças

virem a ler nullas : para ifto bafta , que as feries da forma

, zdy z^ d-y z^ d^y .

y + —T^ -I 7— f + r^ -<- &c. , tcnhao fomma co-

-^ dx zdx 1.1^ d x^ '

nhecida ao depois de nella fe fubílituir por z\ y ; —— i

, , &c. as refpeílivas funções de (.v)

Muitas vezes hc polEvel transformar as feries acha- das , pela analyfe final de huma integração , cm outras mais convergentes , c por confeguinte mais accommoda-

da-

yiS Memorias DA Academia Real

X'

dadas aos fins a que fc dcftinuo. A ferie x h &c. ,

por exemplo, fera muito convergente, fendo (x) muito pequeno : emprcgando-fc táo fomente os dous primeiros

termos delia , o feno de 20°, fc achará exaílos até

' -^ ' 3000

parte do raio. Mas fe os arcos são muito grandes , efta

ferie fe torna divergente , até que feja 2 (m i) (2 >M_i)>Ar%

entendendo por (m) o número dos termos , c por . . .

a relação do termo (;;/)

3 (m i) (zm 1)

2 m I

^^ '. ao feu antecedente. Pareça

2. 3 ... 2(w; 1) (2W i)

logo , que a ferie para os grandes arcos , he pnuco ven- tajofa , pois que efta condição exige o cálculo de muitos termos. Attendendo porém a que infinitos arcos tem o niefmo feno, e que hc fe n.{z kp-^ z)=fen. z ^ (fendo (^k) qualquer número inteiro pofitivo , e (/») a fimi-cir- cunferencia) poderemos fubftituir por («"), na hypothefe de fer maior que a circunferência , o arco (x zkp)^ ou (.180" -t- 2 /t/> x) conforme for {x "^kp) menor, ou maior que 90°. Por efte meio a ferie fera neceflaria- mente convergente , e poucos termos delia darão huma approximação lufficiente.

X- x' X'*

AsferiesZ (i-f-.T)=:.v_ -\- -1- &c. . . .

c L (i a;) = (.v -K +—-^'~--^ &c. , que he poflivel achar pelo prefente methodo , dão

^ X-^ X , A"' x\ x^ x") a s r

Z, —z(x-\-—-\-—-^ -1- -h &c. ) ferie con-

DAS SciENCIAS DE LiSBOA. flj^

rcrgente todas as vezes que for (x) menor que a unida- de. bcia X z= - : teremos L zz 2 ( 1 :

•^ MJ •* M; T ^ »» -íllt'

3.W

H 1 ; -h &c. ) , ferie que fcrá tanto mais conver-

5.;»* y.m' ^

gente, quanto maior for (tn) . Como porém os números (»z4-i) e (m i) differem de duas unidades , a pre- Icntc ferie he pouco accommodada para calcular as ta- boas. Aííim fuppondõ m =z z k + 1 j teremos . .

L{k-^i)=Lk^-l^ (i^--J- ,H 1

7(2fc-f-i)<

&c. ou

Lk = L{k— i)-i-_lf_(i4.__-i -4- -7-7^ -,,.

^ zk—i^ 3(2fe i)' ^(zk iy ^

'<+■ ——-, -f- &c. ) ferie de Hallei , que pela fua con-

vcrgencia hc muito expedita para o cálculo dos loga- rithmos.

Em geral : quando fe trata de transformar huma fe- rie cm outra mais convergente , não ha mais que fuppôr a variável (x) igual a huma função de { z ) tal , que (a) função de (x) feja menor que (.v) . Por eíie meio a ferie tnx m X' -+- m" «' m" x* ■+■ m"" x^ m" x'' -4- &c. fe transforma em

; (í« m ) 4- (m 2 m -hm) -

x'' ( ni" 2 m" .{- 2 m' —m)

5" IO Me morias da Academia Reai.

tz: ,-{-- , 5 4- &c. cntciiQcndo

I -t- A- ( i-t- .v' ( n- .v) ' ( i-h x)-^

j^or S" III y ^'' ni -, &c. as diíFcrcnças finitas de (w)- A- fe- rie transformada fcrá mais convergentes que a primitiva ,

por ler = z nâo menor que (.v) , mas também

que a unidade, fcja (a,-) o número que for.

Pela prefente transformação , que hc de grande ufo para achar a fomma das feries , fe torna a ferie attribui-

.v' x^ xf .v' ^

da a Lcibnítz -íí. ?««?•. x^ix -(- 4- 4>tc. '^ 3^79

na de Toao BcrnouUi A. tang, x = -4--^' ^r^-. * ' * '' ^ n-A"^ 3(n-.'v-)-

&c. mais conver-

2. 4 a;' 2. 4. 6 X'

3o- (i-^-^^)' 3- 5- 7 ( H- A-^ r gente que a primeira , e fem alternativa de fmaes , condi- ção attcndivel em fcmclhante género de exprcfsões.

He fácil de ver , que a bondade dos rcfultadbs de huma integração , depende em grande parte do methodo que fe elegeo para os confcguir : e que muitas vezes lie poffivel , por via de operações accommodadas , fazer me- nos dcfeituoías as exprefsõcs , que a analyfe produzio im- mediatamentc. Mas a efcolha do methodo , por onde fe deve intentar a integração, não he as mais das vezes fem embaraço. São infinitas as diíFírcnciaes , que não admit- tcm integração por certos methodos ; ou que fendo inte- gradas por huns dão refultados fummamente complicados , c de nenhum ufo , ao mefmo tempo , que a fua integra- ção \e obvia , dírigindo-fe por outro caminho.

A ferie de Leibnitz aíllma referida , acha-fe muito facilmente , reduzindo a ferie pelo binómio de Newton ,

d V

OU pela divisão , a exprefsão ~ . Pertcndcndo-fe po-

DASSCIENCIAS DeLiSBOA. 5'2Í

rcm achar cftc integral pelo mcthodo de Mr. Fontaine , íó fc confcguiria por via de hiima analyfc hum pouco tra- balholu. Polo mcthodo de Mr. Fontaine , nao he polEvel achar a ferie de João BcraouUi do arco pela tangente , ao nicfmo tempo que a ferie de Leibnitz , que fe acha por aquelle mcthodo , fe redii'/, á de BernouUi por huma trans- formação. Efta transformação , achada por huma nova ope- ração , pôde obter-fe fem mais rodeio pela integração de

'-— , fervindo-nos para ilTo da ferie geral ....

fydx=yx "i^^L^ + ^ d(-^-)

2fíH-4 ,

_ -^ L.d{2l-d{-^-) .-

(w/-h2) . . . (3/W-Í-4) x'" x'" dx^''

\ «4-5 j

rH í d(±d(^(-^-\ 3

(w-í-2) . . . (4;«+ j) ^x" \"' ^ x'" dx*^

dy

(m-^z) ,... (jw

^d(± d(2-d(—d (-^—\ O \"' ^x'" ^x"" ^x"'dx^)

S ">+ 7

dy

^'^(.'Í'^CÍ''^d'''^(Í'^(jc^lxO {»i -(- 3) . . . ( 6 w -1- 7 ) ^'^ ^* ^-^ ^•^ \x (IX ^

&c. Suppondo nefta ferie tnz=.ijyz= ^ teremos

/d X X 2 x' 2. 4 A*' 2.4.6»^ ^zz I- -h - I

-+- &c. como achou João Bcrnoulli. Se fizermos m=: o , fera

_ x^dy x^ íPy__ -x* d\y x^ d* y

J ./ J ^^y. 2.^dx^ 2. :^. ^ d x' 2.:^.í^.^dx*

&c. ferie de Bcrnoulli , como fe fabe , e que he idên- tica com o methodo de Mr. Fontaine , como eftá de- monftrado.

Tom. I. Vvv Cha-

jia AIemorias da Academia Real

Chamei ocral i ferie íydx^^yx '^ÍA— . . .

x'"+i / dy \ o -■ 11

4- T --—: -— - 4 ( ,„ -^ , ) &c. nao porque ella com-

prchenda rodos os integraes , que he poíTivel achar , ou cxaftamente , ou por feries , pelo principio /j íÍ;v -=l y x jxdy\ mas fim por fer accommodada a integrar os dif-

ferenciaes da forma '- - por feries muito regulares.

{a^bx"Y ^ °

Muitas vezes acontece , que os diverfos methodos de approximação dão refultados inteiramente idênticos, ainda que rcprefentados de diíFerente forma Delta úni- ca diíFcrença porem nada fe pode concluir Ibbre a venta- gem de hum , ou outro methodo , menos que a fua for- ma não feja preferível pela commodidade , que delia refulta no cálculo. Sabe-fe por exemplo , que he . . .

rx"'~' dx _ x"^ 711 -\- I r x"'-^ d X

(i-Hx-) 2 ?«(i-f-«-) t (i -\- x'') ~r~

( tomando efte integral entre os limites dex=ro,eA: = oo), rx'"~^ dx_m-hi px'"^' djc _ (7n+i) (wH-5) ^^tLií^

( w + o ( + 3 ) ( ^"■±jj_ /-.v'""*"' dx

m (^m^z) ( + 4 ) -^"(i ' -v') '"^

__ Qn -+- i) (;» -t- 7,) {m -f- 5) :j_-_(w-+3 k_--i) rx'" + '''■■-' dx

m ( -H 2 ) {m -t- 4) .'. . (?«.<- 2 (^"Z. i))^ , , m-i-2í-Tí

oeja ;«— I , teremos

/ <^^ __ . _2.4. 6. 8. 10. T2. 14. . 2fc r.v^* ^a;

y , -+- ^' r- - 1.3. j. 7. 9. „. J3 . .(Ti-õ^— ^Õ^TT

Se

DAsSciENCIAS DE L I S B O A, 5-15

Sc fizermos 2 , fcrá . . l , ^ ', , l . , ;

r_xj_x_ _ ^ _ 3- 5-. 7. 9. ir. ij. . 2 fc +- i /'a;''^ + ' dx \^^^y~ ~ 2. 4- 6. 8. 10. 12 ... 2 fc •^(i 1 x^) ^t^^'

/"> 1 j ^

= /- " m -h~^ ^°go fendo (/è) infinito, igualmente tc-

, , , x'^'' d X /x^'"'^^ dx remos 2 k— i = 2 k=:2 k-^ i : /= r = / ;

y(H-:c=)-^ (H-a:')-^

&c.

^^Xdx -^H-^' y- 1.3.3.J-.J.7.7.9. 9.11.11,15 .. &c.

cxprefsiio de Wallis para o arco de 90°. Como he

fdx a;' ^' jj 1,1 I , I I

•^i-t-A,- 3 5" 3 5 7 9 II

-+- occ. no caíode «■ = i , teremos / 5 =/

2. 4. 4. 6. 6. 8. 8. 10. 10 .... &c.

= Ar.tang.i=Ar.4j - 77^:^7r77;77r-^-9TTrTT&-c. = 1 1 -H&c. Bem entendido , que o integral

/ fe deve tomar entre os limites de» o.eíízroo;

2 •' ih-a;*

c/^ z entre os de -vrro, e xr=j.

Eis-aqui que a exprcfsao de Wallis para o arco de 45° não he outra coufa mais , que a ferie de Leibnitz para o mefmo arco. Sendo pois innumeraveis os inte- VvY ii gra-

jr24 Memorias da Academia Real graes , que he poílivcl achar por continues produftos in- finitos , e por outra parte podcndo-fe converter cm ferie cada hum dcftes ; facilmente fc , que hum grande nú- mero de cxprefsõcs idênticas em quanto ao valor fe po- dem reprefcntar de dous modos diverfos , pelo que ref- peita á forma. Ha cafos , cm que a exprefsao de pro- dutos infinitos hc mais commoda para o cálculo ; mas no prcfente exemplo , e em muitos outros , são fempre pre- feríveis as feries , fe he poíllvel converter eftas em outras mais convergentes , e expeditas.

A thcorica das fracções contínuas offerece exemplos não menos fenfiveis , que os do methodo precedente , fo- bre a identidade dos rcfultados. Sabc-fe , que fendo

a z=— L^ ^ L 4- Scc. hc igualmente x =

nt'— m-h ( m')'

m"— )n'-^(im"y

m"'—m" -4- (?«'")'

m""—m"' 4- (m""y

m^—""+(myy

m"* ;«v-t- &c.

« . t I I 1 I I

Seia por exemplos i 1 1

J f ^ 3 5 7 9 II

4-_! &c. a ferie, que fe pcrtende converter em frac- ção contínua , teremos m = i',m' rr 3 ; »í" = 5" ; m'" 7 ; m"" :=L ^ j m 1 1 ; m"^ :=i 1^ j c . . . .

DAsSciENCIAS DE LiSBOA* ^2^

2 4-25-

2 -i-49

2 -(- 81

2 -i- &C.

cxprefsão achada por Brouncker para o arco de 45"° , e do mefmo valor ; como fc , que a ferie de Leibnitz para efte mcfmo arco. Sc houveíTc hum methodo fácil , e geral para calcular a fomma das fracções contínuas , efta Tcducçáo feria muito commoda , pois que feries intra- flaveis pela fua complicação fe convertem algumas vezes em fracções contínuas muito limplices , e expeditas.

Se me demorei em matérias , que a primeira vifta parecem remotas da prefente indagação , não tive outro fim mais , que o de illuftrar por via de exemplos conhecidos de todos , a jufta idéa , que fc deve ter do methodo de approximação de Mr. Fontaine. Aflim he que cfte modo de apreciar a bondade dos mcthodos he indirefto ; mas talvez fcja o único que haja. Os princípios , tanto Me- thafyíicos , como Analyticos dos mcthodos de approxima- ção , eftão ainda no íeu berço. Se ifto parece paradoxo , he ao menos authorizado. Mr. d'Alembert , hum dos maiores Geómetras deite Século , não he do contrario fcnrimento ; e a fua propoílçao fe verificará , quando a Analyfe infinitiíllmal chegar a hum maior gráo de per- feição.

OB-

^i6 Memorias DA Academia Real

OBSERVACION

De la total Emcrfwn òfin dei Eclipfc de Sol dei dia 1 7 àe O^o-

bre de ijSi , ai obfervatorio de la Academia Real de los

Cavalleros Guardiãs Marinas de Cartagena.

POR DoN Jacimto Ceruti.

Frimer ProfeJJ'or de Matbematicas y DireRor de los rjludios ,

y D. Jofeph Gonzales Alferes de Navio y fegundo Pro-

fejpor de Matbematicas de la referida Academia.

NO obftantc que por Ia Operacion Gráfica preparató- ria , que fc hizo antes dei dia dei Eclipfe , reful-

to que fu principio devia fer en Cartagena a las 6* 4j' de la manana , y que falindo el S,)l dicho dia ( fe - gun manifeftó el calculo dei Arco Semi-diurno) a las 6'' y 29' devia fer viílblc cl primer apulfo , ó principio ; fin embargo la altura , y proximldad de los montes , que forman por la banda dcl E. cl Pucrto , y priban eftc ob- fervatorio de lavantaja de tcncr horifonte claro por a qucl lado , impidiercn que íi defciibricfc el Sol hall:a las 6* 49' if?" ( tiempo verdadero ) eclipfado ya de 2 digitoS, y algunos minutos , Icgun refuUò de una obfervacion aproximada hccha por la intermcdiacion , ó tiempo que tardo cl difco dcl Sol en pafar por el hilo horifontal de un antojo , puês no habia micromctro que pudiefe fervi r.

La uiaiíana hera poço clara , la atmosfera citava baf- tante cargada , como aqui fucede regularmente em todas por Ias muchas borias , íicmprc que no ay vicnto norte ; pêro fia embargo pudo obfervarcc , com un Telefcopio de Short de pie y médio , ò dies y òcho pulgadas Inglcfas de foco , la Emcrfion total a Ias 8* 26' 16' , tiempo verdadero com baftante feguridad.

El-

I

DAS SciENCIAS DE LiSBOA. 527

El no haver logrado poder obfervar el primcr apul- fo , y calcular por configuintc la hora de la Conjuncion vcrdadcra cn Cartagena nos preciso a recurrir ai calculo de las Parallaxcs , y método de Air. de la Caille , en fus Lecciones de Aftronomia ( Edicion de 1780) pag. 410, para hallar por tales obfervaciones la Longitud Geográ- fica de Cartagena.

Por obíervacioncs anteriores fc tienc determinada la Longitud Geográfica de Cartagena ai Oueftc de Paris 29', lo que infiere la diferencia de Aleridianos 13' 26." Siipponga-fc pucs efta diferencia en el primcr calculo de 10 minutos, c de 20' en el , y ficndo la hora de la obfcrvacion reducida a tiempo médio las 8'' 1 1' 40" de la manan fe calculo , e fe hallò la diferencia de Meredia- nos entre Paris y Cartagena 13' 31" , que es Longitud de Cartagena ai Oueft de Paris 22' 45-."

La Latitud ya eíla deterniinadada por repetidas obfervaciones en 37° 36' 36.''

0&

yiS

Memorias da Academia Real

OBSERVAÇÕES

Feitas no Rio de Janeiro em 1782. co]n hum óculo Acro- matico de ^~ pés.

Por Francisco de Oliveira Barbosa,

Anno , mez , e dia.

1782

Fevereiro 15 Immerf. do 1

24 Immerf.

Março . . I Immerf.

^ Immerf.

8 Immerf. 17 Immerf. 24 Immerf. 27 Immerf.

27 Emerf.

28 Immerf. 51 Immerf

Abril ... 2 Immerf

5 Immerf.

4 Immerf.

9 Immerf.

29 Immerf M.1Í0 . . 2 Immerf.

2 Immerl.

<) Immerf

15 Immerf

A quarta divisão contém as differcnças de tempo do Rio a Green- >xich ; e a quinta a Pariz. As eftrelias em alijumas obfervaçócs deno- ta , que são vifivcis em Greenwich.

Perdeo-fe o eclipfe da Lua de 28 de Março por eílar a atmosfera cuberta.

Variação da Ag. da mefma forte que veio de Lisboa em 1781. C 6." 40' N. E,

Variação da Ag. cevada de .ambos os lados 20 vezes em 1782. í= 6." 20' N. E.

A de 2 de Maio náo vem no Almanac : he a do 5.°

Ec/i-

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2

I

UAS SciENCIAS DE LlSBOA,

9^9

Eclipfes dos Satdlites de 'jiipiter obfervndos com hum óculo Acro- matico de 7,'- pés feitas em o Rio de Janeiro 1784.

Mnrço AbrU . Maio .

junho . . Julho . .

Agofto . ,

Eclipfes em

Julho . . Agoílo .

29

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dos Satellites de Júpiter obfervados no Rio de Janeiro 17 ^S <:om hum óculo Acromatico de i ^ pes

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Setcmbio Novembto

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Xxx

Obfer-

fjo

MsMoRiAs DA Academia Real

OhfervaçÕes feitas no Rio de Janeiro com htm Acromatico de 1 8 pollegadas 1786.

Novemb.

14

Ira.

2.°

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3.

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s.

J. 1787

Setembro

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EcUpfe Total da Lua ohfervado com a hmeta do quadrante de i de Raio 1787.

Principio da Im. do Henn. 7* 58' 5" Pr.° da E. do Hcnn. loí ^5' j'

Fim

Im. tot. da Lua Pr.» Claridade

Pr.o da Em. de A.

Fim da M. H.

Pr.° da Em. a Tiao 10

Fim 21 10

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f $ Fim daE. de Grim. 9 46 45

6 ^^ FimdoEclipfe ioa 4^'

Succedeu aos ) de Janeiro, e naó fe vio o principio por eflar o Ceo cuberco.

ELO-

BAS SCIENCIAS DE LiSBOA. J" 3 í

ELOGIO HISTÓRICO

D E

JOÃO LE ROND DALEMBERT.

i'OR Francisco de Borja GARqXo Stocicler.

JOao Le Rond d'Alembert , Secretario perpetuo da Academia Franccza , Sócio das Academias das Scien- cias de Paris, de Petrcsburgo , deBerlin, de Lisboa, de Nápoles , Turim , Noruega , c Pádua , da Academia Real das Bellas Letras de Suécia, do Inltituto de Bolonha, da. Sociedade Real de Londres , da Sociedade Littcraria de Caf- fel , e da Sociedade Filofofica de Bofton , nafv.cvj cm Paiís a 17 de Novembro de 1717-

Como o amor , que unira feus Pays , fc não achava au- thorizado pelos vinculos fagrados do Matrimonio , na mef- ma noite do feu nafcimento o expozeraõ junto da Igreja de S. João Le Rond , donde foi conduzido a cafa do Gommif- lario, ou Juiz Criminal d'aquelle bairro, o qual á vifta da extrema debilidade, em que le achava o defamparado meni- no , receando que o trato do Hofpital dos Expoftos não foíTe baftantc para falvar-lhe a vida , o deo a criar a hu- ma Cciridofa mulher , de cuja humanidade tinha inteiro conhecimento.

Seu Pay , que ou não tinha fido logo fabedor da ex- pofiçãn do filho , ou não havia confentido nella fenão por condefcendencia , cuidou em acodir immediatamente ao def- amparo , em que elle fe achava , providenciando quanto era neceíTario para a fua educação , e fubfiftencia , como os de- veres da honra , e da natureza pediao.

Tanto que chegou á idade de fc applicar ás Letras a Xxx ii me-

f-^z JVIemorias da Academia Real

meteo no Collegio das quatro Nnçocns , onde fez os fcús primeiros elludos, dando continuas c d ccilivas provas de vaíhdáo de génio , c de lupcrioridadc de talentos. A in- clinação , que desde logo nioltrou para o cíludo das Bclhis Letras, e particularmente o gofto da lição dos Poetas La- tinos lhe foi varias vezes contrariado por hum de feus mcf- tres, o qual lhe aconlclhava ingenuamente, que leílc antes o Poema de S. Profpcro Ibbre a Graça ; mas o difcipulo , que devia mais á natureza do que era prccifo para rejeitar tão devoto confelho, continuou a prefcrir-^lhc a lição de Ho- rácio , c de Virgílio.

No fcu primeiro anno de Filofofia fez hum Commen- tario fobre a Epiftola de S. Paulo aos Romanos , começan- do affim a fua carreira litteraria da mefma forte que termi- nara a de Newton , mas apparcntenicnre com bem diverfa fortuna ; pois os Commentarios do Geometra Inglez fobrc as Profecias de Daniel , e fobre o Apocalypfe de S. João derão niotivu á irrisão de todos os Filofofos ; e o Com- mentario de d'Alembert deo fundamento a feus meftres , pa- ra conceberem d'elle as mais ventajofas efperanças. fe lizonjeavâo de que a França veria fahir das íuas efcolas huni fegundo Pafcal ; e para que entre o feu difcipulo e o cele- bre Theologo e Geometra ouvcíTe mais perfeita analogia, lhe fizcrão clludar hum curfo elementar de Mathcmaticas, Huma Sciencia, que partindo de principios limpli- cillimos e inconteftavcis , eleva o homem ao conhecimen- to de verdades tão fublimes e recônditas , que parece que a natureza fe havia esforçado por occultar-lhas, não podia deixar de fazer profundas imprefibens em hum efpirito na- turalmente exafto e penetrante : d'Alembert experimentou com effeito toda a fatisfacção , que a verdade , quando he a- companhada de dcmonftraçâo, deixa nas alm.as verdadeiramen- te creadas para o conhecimento d'ella : fentio-íe arrebatado pelo feu poderofo attraftivo , e desde logo paíTou a fazer das Mathcmaticas o principal objcílo das fuás applicaço- ens. O ardor e alllduidade de íeus novos eíludos , os ra-

pi-

DAS SciENClAS DE LiSBOA. ^^^

pidos progreíTos , que nelles fazia , tudo devera annunciar a íeus mcftres , que a natureza rinha procurado formar nelic mais hum novo Newton , do que hum novo Pafcal : elles o reconhecerão aílim , e temendo, que as Alathematicas o rou- balFem á rheoh)gia, procurarão debaixo de llmulados pre- textos diíTuadi-h) do eftudo d'ellas ; porem todos os esfor- ços, que para ifto fizcrão , forão inteiramente baldados; pois nunca poderão perfuadir-lhe que a preferencia, que d.iva ás Sciencias Exaílas , foíTe de nenhuma forte viciofa , nem que o conhecimento das verdades claras e evidentes, que ellas lhe oíFcrecião , podeíTe enervar a força das que a Religião nos eníi;ia : preoccupação afias groíTcira, mas de que infe- lizmente vemos ainda nos nolfos dias baílante gente perfua- dida.

Logo que fahio do Collegio , onde fora educado , procurou a cafa d'aquclla mulher , que lhe fervíra de May, e a cujos carinhofos dcfvelos devia a confervação da fua vi- da ameaçada desde os primeiros inftantes pelo defamparo, e pela mifcria. A gratidão lhe ditou a generofa refolu- ção de hir viver no feio de huma familia pobre, a quem a fua módica fortuna podia fazer menos pezada huma con* dição laboriofa c humilde.

Nefta cafa , onde viveo perto de quarenta annos , fe entregou livremente á propensão do feu génio, occupando- fc quafi todo no eftudo das Mathematicas : No meio das fuás applicaçoens fe lhe ofcreciao muitas vezes verdades pa- ra clle novas , ou methodos mais elegantes para demonf- trar aqucllas , que fabia ferem conhecidas: então fentia elcvar-fe o feu efpirito , e concebia de fi idéas mais ven- tajofas ; mas confultando as livrarias públicas , aonde a fal- ta de livros próprios o conduzia repetidas vezes, c achan- do , que os defcobrimenros , que julgava ter feito , crão cou- fas jáfabidas, tornava a ter-íe em menos conta, e todo o prazer fe lhe defvanecia. Eftes encontros de penfamentos , que em vez de defanimá-lo , deverião ao contrario moftrar- Ihe que os Geómetras , que o precederão , lhe levavão a

534 Memorias da Academia Real

vcntagcm de haverem nafcido primeiro , chegarão a perfua- di-lo de que a natureza havia lido com cllc mais efcafla, do que com aquelles grandes homens , cujas obras cftudava ; com tudo era tal o amor , que tinha concebido ás Sciencias Exaítas , que ainda julgando-íe diftituido para ellas do ef- pirito de invcnçau , em vez de applicar-fc com preferencia a outras , em que podcíTe alcançar melhor fortuna , contentava com o praxer de as eftudar fem eíperança de gloria. Elle mefmo confeffou efta verdade a hum fcu par- ticular amigo, digno avaliador do fcu merecimento, e que na prefença de hum dos mais refpeitavcis Congreflbs de Sábios pronunciou o Elogio d'efte grande homem, a cujas luzes deve em muita parte os conhecimentos, que hoje o conftituem hum dos mais illuílres Geómetras.

(*) Mil e duzentas Libras eram a renda annual de d'A- lembcrt , e pofto que elle fabia eftreitar os limites das fuás precifoens , para que tão módica quantia podeíTe fer-lhe fulH- ciente, tinha continuamente diante dos olhos as de huma família inteira , a quem dezejava favorecer , e a quem na» podia fazer todo o bem , de que ella neceílitava , e que a lua gnitidão de alguma forte lhe devia. Olhava para o go- verno da França , e via que as fuás Leis não oíFereciao á profifsão de Geometra , nem aos empregos , em que fe reque- rem conhecimentos mathematicos , mais do que huma ef- caíTa mediocridade, e que pelo contrario os Thcologos,os Médicos , eos Juriftas pela maior parte achavão , aíllra como entre nós , eftabelécimento feguro , e independente ; huns nos rendofos , e multiplicados benefícios Ecclefiafticos , e ou- tros na cura, ou por melhor dizer, na duração dos males, que devorao a trifte humanidade , e perturbâo o focego , e a ordem das Sociedades Civis.

N-) concurfo d'eftas diverfas carreiras preferio a da Jurifprudencia , faculdade em que chegou a receber gráos , mas que abandonou para logo, defgoftofo de não achar no

ef-

( * ) Cento t noventa e dous mil reis da moeda PortHgutza.

dasScienciasdeLisboa. 5:35"

eftudo d'clla a fatisfaçãi) , que a fua alma ambicionava , e a que as luminofas verdades da Gcomcrria o tinhao acoftu- mado. Aílim hc , que cnrío hum Filofofo illuftre medi- tava desde longos annos o importantiíEmo projefto de de- monftrar a origem , e eftcnção dos deveres dos homens li- gados entre íi pelos vinculos fociaes ; e principalmente de examinar a força d'eftes mcfmos vinculos , não abftraftamen- te conliderados , mas fim naquelle eftado de perfeição, que he compativel com a natureza humana ; n'huma palavra o nunca aflas louvado projefto de moftrar a todas as Nações os verdadeiros principios da mais perfeita legislação ; mas cita obra immortal , a que elle dco o enérgico titulo de Efplrito ílas Leis , ainda então não era conhecida mais que pelos amigos particulares de Montcfqtiieu. O Código das Leis Romanas conftituia o Corpo Scicntifico da Jurifpru- dencia Civil ; e mal podia hum clpirito creado para a ver- dadeira Filofofia contcntar-^fe com procurar , palpando entre as trevas da Hiftoria antiga , alguns mal deftinítos veftigios dos motivos particulares , ou públicos , que occafionirão entre os Romanos a promulgação das Leis , porque fe re- gião. O trabalho infano de pretender conciliar algumas dc- terminaçoens fábias e juftas com as capciofas opinioens dos antigos Jurifconfultos , indiftinílamente amontoadas na vaftif- fima e indigefta compilação de Juftiniano , não podia occu- par fenão efpiritos inhabeis para as Sciencias de Rasão ; mas ainda que o eftudo do Direito Romano eftivcíTe redu- zido ao feu verdadeiro eftado , quero dizer, ainda que fof- fe contemplado como hum eftudo de fimples erudição para os Juriftas , não podia fer capaz de fatisfazer hum génio filofofico , que dezeja encontrar a cada paflb objeftos em que exercite mais as forças da rasao, que as da memoria. Juftamente convencido de que a noticia , e conheci- mento imperfeito de huma Legislação emprehendida nos tempos da decadência , e maior corrupção de huma Repú- blica pela fua religião, coftumes , e conftituição tão diíFe- rente dos Governos aítuaes da Europa , não podia fer de

gran-

5'3Í Memorias da Academia Real

grande utilidade á fua pátria , e ncceflariamente lhe havia de roubar o tempo, que devia empregar em trabalhos mais proveitofos , voltou-fc para a Alcdicina ; mas as profundas raT%es, que o gofto das inveftigaçocns Mathcmaticas tinha lançado na fua alma , a cada inlhintc brotavão novos pen- famcntos , e novos dezcjos, que o diftrahiao das appiica- çoens, em que pretendia fundar o fcu cftabelecimenro.

Perfuadido de que a proximidade dos livros de Mathe- matica eftava fem ccíTar prcílando novas forças a cfta pro- pensão irreíiftivel , tomou a refolução de os dcpofitar todos cm poder de hum amigo ; com a firme tenção de não tor- nar a pedir-lhos fcnaõ defpois de fe achar graduado Dou- tor em Medicina ; mas a energia dos penfamentos , que o inquietavao , nafcia dos fupcriores talentos de que a nature- za o dotara , e para explicar-fe com a maior força nao pre- cifava de outros eftimulos mais do que as idéas , que fe achaváo tam profundamente gravadas na fua alma. A aufcn- cia dos livros naõ diminuio coufa alguma a viveza dos im- pulfos, com que o génio o chamava para as meditações Mathematicas : infenfivclmente os foi recobrando todos do poder do íeu amigo, c vcndo-fe outra vez com elles ao de íl , cançado de luftar com a natureza fe refolveo a fer pobre , e a fer Gcomctra.

Então começarão os bellos dias de d'Alembert , e aqui começa também a parte mais importante do fcu Elo- gio; pois como elle raefmo affirma , o verdadeiro elogio de hum fabio naó coníifte tanto em huma narração circunftan- ciada das acções da fua vida particular , como em huma fiel expofição dos feus trabalhos litterarios. Os de d'Alcmhcrc faõ taõ profundos, tantos, e lobre taõ diverfos ohjcftos , que fendo impoflivel abranger todos no eftreito âmbito de hum elogio , feria precifo fer hum homem pelo menos igual a elle para formar de cnda huma das fuás obras hum perfeito juizo ; e aíEm fem lizongear-me com a efperan- ça de fer hum exaíto avaliador do feu merecimento , contentar-mc-hci com a honra de relatar na prefença de

hu-

DAS SciEnClAS DE LiSBOAi ^37

huma Academia , de que elle foi Sócio , e o primeiro Sócio Kftrangciro , os mais importantes dos muitos e grandes trabalhos , que faraó para femprc o feu nome memorável na Hiftoria das Sciencias.

A Analyfc dcmonftrada do Padre Reineau, que en- tão era confiJcrada na França como hum livro clafllco e original , foi também hum dos que d'Alembcrt elcolhcu para os fcus cftudos ; mas o fcu engenho fuperior lhe fca dcfcobrir na meíiiia obra, que bufca'ra para inftruir-fc, al- guns dcfcuidos attendivcis, que notou, e corregio em hu- ma Memoria , que fobre eftc aíTumpto apprefentou á Aca- demia Real das Sciencias de Paris. Efta illuftrè e refpei- tavcl Corporação vio bem claramente no efcrito do novo Gcometra os brilhantes raios do génio , que começava a acccndcr-fc, c que bem deprelTa devia allumiar, e honrar a fua pátria com obras dignas da admiração de todos os Sábios , e de todas as idades ; e igualmente interelTada em animar os feus progreíTos , e adquirir hum Alumno capaz de fuftentar algum dia a fua reputação , e gloria , o elegeu para Sócio em o anno de 1741.

Dous annos depois publicou o feu TraSiado de Dyna^ íw/Vfl , obra que cm hum pequeno volume encerra hum gran- de número de verdades novas , c que para fazer época na hiftoria das Mathematicas baftava conter o principio mais geral de Mecânica, que até ao prefcntc fc tem conheci- do, e que provavelmente le virá a conhecer jamais: prin. cipio pelo qual todas as leis do movimento dos corpos , que aáluam huns fobre os outros , fe flerivão da fimples confiJeração do equilíbrio, e de que fcu illuftrè Author deduzio ao depois tantos theoremas igualmente importan- tes e admiráveis.

O grande Newton creando hum novo calculo , po- de dizer-lc , que também creou huma nova Mecânica , e huma nova Aftronomia pelo grandiíllmo número de verda- des defconhecidas , que era ambas eftas Sciencias deíco- brio , e pelos novos princípios , que nellas cftabcleccu , Tom. I. Yyy appli-

5'3S Memorias da Academia Real

applicando a huma , e outra a Analyfe maravilhoni , que inventara ; mas ainda que todas as grandes qucftõcs de JMccanica , c Aftronomia Fyfica fe achao refolvidas , ou pelo menos tocadas , no feu livro immortal dos Principies Mfítbematicos da Filofufia Natural ; com tudo nem clle , nem outro algum dos grandes Geómetras feus contempo- râneos, ou dos que logo depois d'cllc fc fcguírao , ha- viam cxaftamcnte determinado os verdadeiros principios das Sciencias Fyfico-Mathematicas , nem ao menos demoní- trado aquclles , de que faziao uío na refolução dos proble- mas a ellas pertencentes , de maneira que fobrc cllcs fc podeflc folidamente eftabelccer hum corpo fyftematico de conhecimentos fcientificos. Cada hum tinha formado fcgun- do as leis da Mecânica novas regras , que combinadas com as propriedades conhecidas do movimento os levavão por caminhos mais , ou menos indireftos aos refultados , que bufcavão. Daniel Bernoulli , emprehendendo o exame dos primeiros principios d'efta Iciencia , tinha derramado novas luzes fobre algumas propoíições d'ella , e demonftrado tam- bém outras , que antes fe não achavao cxaftamente prova- das ; mas a pezar de todos os feus esforços ainda reina- va baftante obfcuridade em alguns dos principios mais ufuaes ; e ainda os Geómetras os não tinhão íimplifica- do de maneira que fe achaffem reduzidos abfolutamente áquelles, de que dependem todas as queftoes de Me- cânica.

Simplificar cila Sciencia , reduzindo-a a depender do menor número de principios , que foífe poífivel ; demonf- trallos rigorofamente , e eftender ao mefmo tempo os feus limites , foi a grande empreza , a que d'AIembert confagroii a fua Dynamica. A Força de inércia, o Movimento com- pofto , e o Equilibrio são os únicos principios , que ellc cftabelece , e de que deriva todas as leis do movimento dos corpos , e dos feus Centros de gravidade , confidc- rando os mefmos corpos perfeitamente livres ; ligados entre íl por varas inflexiveis , ou por fios inextcnfiveis ;

final-

DAsSciEMC IASDeLiSBOA. 5-39

fiiialmciitc vacillando lobrc planos , ou aftuando huns lo* brc os outros por meio de linhas flexíveis , ao longo das quaea pofsão correr livremente.

Todas eftas coniiderj^ões- dao occafiao a problemas de íiinima di/fioiíldade , e que até áqiielle tempo não tinhao fido refolvidos , ou o tinliao fomente fido por caminhos in- dircftos, ou methodos particulares. Era precifo hum prin- cipio geral, derivrado dos trez antecedentes , capaz de fa- tisfazcr directamente a todas as queftóes de Mecânica ; e allim d'AÍembert confidcrando a acção reciproca das partes de qualquer Ivllema de corpos , e recorrendo ás primeiras noções do movimento , e do equilíbrio , vio que contem- plando o movimento, que cada huma d'ellas teria, fe folTe livre, como comporto d'aquellc , que realmente tem depois da acc;ão das torças ímpulfivas , e de outro , que combi- nado com efte foife capaz de produzir o primeiro, fe todas iulTcm animadas fomente d'cíl:es terceiros movimentos, de- verião permanecer em equilíbrio ; pois que cffe£lívamentè todos clles fe deftroem pela acção reciproca das meímas par- tes ; c como a equação , que exprime a condição do e£ui- librio entre eftes movimentos dcftruidos , conduz fempre ao conhecimento dos movimentos confervados , por meia d'eíl:a fimples confideração confeguio reduzir todas as quef- tóes de Dynamica a hum mero problema de Statica.

Defde logo paíFou a fazer uío d'eftc elegantiílimo principio na refoluçao de hum grande número de proble- mas diflicilimos , alguns inteiramente novos , e outros que havião fido refolvidos por Geómetras de conheci- do mericímento. O primeiro, porque começa a fua appli- cação , hc eíTencialmente o famofo problema dos centros de ofciliação , que tanta gloria dera a Huyghens , c aos dous primeiros BcrnouUis ; não o refolveu com fumma facilidade, mas moftrou que a foluçao de João Bernoulli , pofto que mais natural e dírc£la que a de Huyghens , t mais fácil que a de leu Irmão , podia fer muito mais fimples c elegante , ainda pelo mcfmo principio funda- Yyy ii men-

5'40 Memorias da Academia Real

mcnral , de que para ella fe fcrvíra. D'alli pafía á relolu- çao de outros muitos problemas nao menos difiícultofos , mas que tora longo enumerar, e fobre os quacs lómcntc di- rei por honra d'eil:e grande Homem , e para exemplo de ou- tros , que vcndo-fe precilado a notar os defcuidos de Geó- metras , aliàs diftinílos , nas foluções , que derão de alguns d'elles , os nota com tal prudência , e moderação , que fe não faz menos admirável pela fua fciencia , do que pela íua raodeftia.

O Traffado do Equilíbrio , e movimento dos fluidos , que em o anno feguinte publicou , he huma das provas mais decifivas da fecundidade do feu principio , e da delicadeza , e penetração do feu génio.

Archimedes no famofo livro De Húmido Inftdentibtis '. tinha íolidamente eftabelecido as Leis da Hydrojftatica ; mag as da Hydrodynamica , antes de Daniel Bernoulli , humas erão abfolutamente ignoradas , e outras não havião fido deduzi- das fenão de princípios precários. Mariotte , Torricelli , e Pafcal tlnhão por experiência defcoberto algumas ; mas o Methodo das FluxÕes ainda não exiftia , e fem a fua appli- cação era impoílivel eftabelecer a verdadeira theorica do mo- vimento dos fluidos. Newton, o celebre Newton, adian- tou nefta matéria , affim como em todas as outras , que em- prehendeu , mais que nenhum dos Geómetras feus antecef- fores ; porém a fua engenhofa Catarafta he fundada fobre muitas fuppofiçoens gratuitas , e contrarias á experiência ; e por tanto eftava bem longe de poder fervir de fundamento a huma theorica exafta. O principio da confervação das forças vivas inventado por Leibnitz , impugnado depois por Maclaurin, e fuftentado pelos Geómetras AUemaes , mas por ninguém antes de d'Alembert fufficientemente demonf- trado em toda a fua cxtençao , fervio de fundamento a Da- niel Bernoulli , para eftabelecer huma nova theorica do mo- vimento dos fluidos, que no anno de 1727 publicou no fegundo Tomo das Memorias da Academia Imperial de Pe- tersburgo. A fua elegante Memoria, a que poz o titulo de

£«-

DAS SciENCIAS DE L í S B O A. 54Í

EttCato , foi verdadeiramente o eníaio para a compofiçaô da Hydrodynamica , que onze annos depois deu á luz pu- blica , obra pelo leu iiierecimeiuo digna dos maiores elo- gios, e na qual leu illultre Autlior fundado fempre na ex- periência , ta/endo mui poucas fuppofiçoés , que naõ tiveíTem leguros kindamentos , e applicando o mencionado principio da coníervaçao das forças vivas a diverfos cafos do movi- mento dos flaidjs, chega finalmente a formulas analyticas admiráveis pela lua elegância, e pela fimplicidade dos re- fuhados , que offerecem. Immediatamente cfta obra original fe divulgou , tlous celebres Mathematicos João Bernoulii Pai do Author d'ella , e Collin Maclaurin , o primeiro cic- lo da gloria de feu filho, e o fegundo querendo fuftentar a de Newton feu compatriota e amigo , emprehendêrão tratar a mefma matéria por diverfos caminhos; mas, a pe- zar dos trabalhos de tão grandes homens, os verdadeiros princípios da Hydrodynamica ainda fe não achavão eftabe- lecidos. O da confervação das forças vivas , de que ufára Daniel Bernoulii , não tinha ainda toda a generalidade , que fc lhe reconheceu depois da publicação do Traslado de Dy* namica do noffo Geometra , nem pôde ter applicaçâo no» cafos, em que as velocidades de algumas partículas dos flui- dos recebem inftjntaneamente hum augmcnto finito. O de João Bernoulii le deduz d'efte com tanta facilidade, que mais parece o mcfmo reprefentado de diíFerente maneira, do que outro divcrfo d'elle ; e os de Maclaurin fão funda- mentalmente os de Newton , como elle mefmo confcíTa, affirmando não fer a fua theorica do movimento dos flui- dos fenão huma amplificação da d'efl:e famofo Geometra.

Taes tinha > liJo os progrelTos da Hydrodynamica , e tal era o feu eftado , quando d'Alembert efcreveo o Tra- fiado do Equilibrh , e do movimento dos fluidos , etn que fe prop )z p )r primeiro obje61o redu/ir as leis do feu mo- vimento ás íi.nplices leis da Hydroftatica. O íeu principio geral de Dynamica combinado com eftas mefmas leis o con- duz por meio quali fempre das mefmas fuppofiqocs , que

Da-

5'4i Memorias da Acate mia Real

Daniel Bcrnoulli abraçara, ao fim que fe havia propofto. Os ícus refultados íao tambcm pela maior parre conformes com os d'aque)lc grande Cíeoaietra , pofto que deduzidos por hum mechodo mais limples , e mais directo; mas efta admirável conformidade , quanto a mim , não procede tan- to da exacção dos methodos , como da identidade das hy- pothefes : eftas erao de fua natureza infutficientcs , para lo- bre cilas fc eftabelecer a verdadeira Theorica do movimen- to , c da rcfiítencia dos fluidos ; porém fe o tempo de d' Alembcrt alcançar efta gloria não era ainda chegado , não fe lhe deve ao menos negar a de ter nefta obra conlegui- do íimplificar os principios da Hydrodynamica ; a de ter moftrado a infuificiencia dos methodos abraçados pelos Ma- thematicos , que o precederão nefta carreira; ea de tercrea- do alguns novos ramos de hurha fciencia tão difficil e im- portante , como fão , a theorica do movimento dos fluidos elafticos , de que Daniel BernouUi apenas fallára ; a do movimento dos fluidos dentro de vafos flcxiveis ; e a da refracção dos corpos folidos na paíTagem por meios de dif- ferentes denfidades , ou eftas fejão uniformes, ou fejao va- riáveis y qucftão que fupofto tivefle fido tratada por di- verfos Authores , o havia fido de maneira que , fem fe lhes fazer injuftiça , fe pode dizer, que d'Alembcrt creou de no- vo efta doutrina ; pois abandonando todos os principios precários , e raciocínios vagos , em que ella fe achava efta- Delecida, confeguio demonftrar por meio de cálculos exa- ftos huma multidão de thcoremas novos , e pela maior parte contrários a tudo quanto antecedentemente fc tinha por verdade.

Continuando a fazer novas applicaçocs do feu prin- cipio vio , que tanto na theorica dos fluidos, como na do movimento dos corpos flexíveis , não admittindo nenhuma fuppofição gratuita , era conduzido a Equações fluxionaes

cuja integração completa não era praticável pelos metho- dos conhecidos, e que aflim efte famofo principio , para

fer felismente applicado , neccHItava da invenção de hum

no-

DAS SciENCIAS DE LiSBOA. 5'43

novo calculo, ou, por melhor dizer, da invenção de hum novo ramo do Aleíhodo inverfo das F/iixÕcs. Aflim cftao as queftõcs de Mecânica advertindo continuamente aos Geóme- tras da importância da Analyfc , e da dependência abfolu- ta , que o conhecimento das leis da natureza tem da per- feição d'efta parte das Mathcmaticas puras. D'Alcmbcrt te- ve também a gloria de fer o inventor d'efte novo calculo, que devia fazer mudar a face das Scicncias Fyfico-Mathc- maticas , c nas fuás Reflexões fobre a caufa geral dos ven- tos ^ impreíTas em o anno de 1747, e laureadas no antece- dente pela Academia Real das Scicncias , e Bellas-Letras de Pruília , deu aos Geómetras da Europa as primeiras no« coes da Integração das Equações fiuxionacs a fluxõcs par- ciaes.

Efta illuftre Corporação havia propofto para aflump- to do premio de 1746 o mcthodo de determinar a ordem, c leis, que o vento deveria feguir , fe a terra folie por toda a parte coberta de hum profundo Oceano , de ma- neira que para qualquer inftante , e para qualquer pon- to d'ella fe podeíTe determinar anticipadamente a veloci- dade , e direcção do vento. O noflb Gcometra não pre- cncheo as condições do Programma , mns levou o feu tra- balho alguma coufa mais adiante : he verdade que das trez caufas , que a Academia indicava , fomente contemplou a acção combinada do Sol , e da Lua fobre a athmosfera tcrrcf- tre ; mas não rejeitou as outras duas fem fundamentos attendiveis , e os effeitos da terceira confiderou-os não lo no cafo propofto pela Academia , mas também no de fer a terra hum globo folido não coberto de agua, e de ha- ver na fua athmosfera diverfas leis de dcnfidade. Examinou além diífo as alterações , que cm certos cafos produz na velocidade , c direcção do vento a figura montuofa da fu- perficic da terra ; e tocou incidentemente diverfas queilóes importantes , tanto de Mecânica , como de Calculo. Sc os fcus trabalhos não baftao , para fobre elles fe cílabelcccr huma theorica exafta dos movimentos da athmosfera, não

fc

5-44 Memorias da Academia Real

fc póJc ao menos dcfconvir, de que são hum paíTo af- ias avançado para eíTe fim, e cjuc cite paíTo hc o primeiro, que fc deu ncfta carreira , ainda por ninguém antes d'elle trilhada. A Academia de Berlin o julgou tão importante, e concebeu tão altas idéas do Author da Differtaçao co- roada , que não lhe confcrio o premio promettido , mas fem efpcrar pela formalidade do cfcrutinio, por unani- me acclamação o elegeu para Sócio.

Leonardo Euler , aquelle gcnio immcnfo , a quem to- das as partes das Mathematicas devem huma grande por- ção dos feus progreíTos , cujos trabalhos podem talvez igua- Jar os de todos os Geómetras do prefente fecuh) , que ainda privado da vifta não deixava de trabalhar iium momento por cftendcr os limites da Analyfe , e que com o eftilo na mão ao mefmo tempo ceíTou de calcular, e de viver; efte homem celebre immediatamente vio o primeiro esboflb , e applicaçóes que d'Alembert acabava de fazer ào Calculo integral das diferenças parciacs , voltou a fua attenção para efte novo ramo da Analyfe , e cm breve tem- po deu a theorica , e a notação d'cllc debaixo de hum af. pcflo tão fiicil , e tão commodo , que muitos Geómetras o juIgaVão inventor d'cfte novo género de integrações , em prc- juizo da reputação do feu verdadeiro Author. Efte por outra parte ajudado de hum theorema , que o mefmo Euler achara fobre as funcções differenciacs a differenças parciaes, c dos grandes progreíTos, que ja' então havia feito no mefmo cal- culo , que inventa'ra , emprchendendo a refolução do proble- ma das cordas vibrantes , foi conduzido a huma Equação , em cuja integral entravão duas funcçõcs variáveis indeter- minadas , allim como nas integrações ordinárias cntrão as quantidades conftantes.

Taylor em 17 15" tinha dado a primeira foluçao d'cfte problema , fuppondo , que todos os pontos da corda chegao no mefmo inftanre a pofição reílilinea ; porém a Equação de d'AIembert moftrava , que a foluçao do Geometra Inglcz não era geral , como fe imaginava , mas tão fomente relativa a

hum

dasScienciasdeLisboa. 5'45'

hum cafo particular, dos que na fua fc achavao comprciícn- clidos. Euler, que não podia ferfimples cípeóbdor dos pro- grcíTos dos outros Cícomctras , tentou a reloluçao do mcUno problema confiderado em toda a generalidade , em que o Mathcmatico Trancez o concebera ; e nas Memorias de Ber- lin publicou a fua foluçao muito femelhantc á dcfte , mas muito mais geral ; níío porque o fcu methodo lhe défle maior extensão, mas porque na determinação das funcções arbitra- rias não as fujcitava á lei da continuidade, que d'Alcmberc julgava abfohitamente ncccíTaria. Então começou entre ef- tes dous famoCos Geómetras huma conteftação aíTáz viva fobre as funcçóes dcfcontinuas , que mercceo a attenção dos JMathcmaticos mais celebres feus contemporâneos, c fobre a qual, lem ter a oufadia de decidir, fomente direi, que Daniel Bcrnoulli elcrcvendo contra ambos em favor da methodo Tayloriano , confcfla que as theoricas , e cálcu- los relativos a eita queftão erão os mais diíEccis e deli- cados, que a Analyfc ainda tinha produzido; mas a gloria de a refolver plenamente , fe alguém a teve , não cftava rc- fervada para nenhum d'eftes trez famofos Athletas.

A confidcração da acção do Sol , e da Lua fobre a terra, cujos eíFeitos , quanto á nofla Athmosfcra , d'Alembert tinha miudamente calculado na Differtaçao fobre a caufa geral dos ventos , o incitou a procurar determinar as def- igualdades da Lua caufadas pela gravitação reciproca def^ tes trez aftros. Efte problema , de cuja refoluçao de- pende a theorica das perturbações de todos os corpos ce- leftes , e a quem fe devem todos os progreflbs , que a Af- tronomia Fyfica tem feito no noflb feculo , confiderado ge4 ralmcnte , confiftc em determinar as trajeftorias, que de- vem defcrever trez corpos quaesquer em virtude de huma atracção reciproca , que obre na razão compofta da di- reita das maíTas , e da de huma funcçao qualquer das diftancias ; fendo conhecidas as fuás maíTas, poíições, c velocidades. Dous Geómetras illuftres, Euler, e Clairaut tivcrão com d'Alembert a gloria de o refolver quaíi ao meí-. Tom. I. Zzz niQ

5:4o Memorias da Academia Real

mo tempo , e por mcrhodos , que crão fundamentalmente os mclmos ; todos trez o applicárSo immediatamcnte á theo- rica da Lua; e todos trcz, em confcquencia dos leiís primei- ros cálculos , acharão o movimento do Apogeo fomente de metade do que realmente dão as obfervaçõcs mais exaíbs.

Clairaut foi o primeiro em publicar efte incfpera- vel refultado , e em concluir , que a gravitação univcrfal não obrava na razão inver(a dos quadrados das diílancias , como depois de Newton fc julgava ; mas os outros dous concorrentes , procedendo com maior circumfpecção , jul- garão que não devião publicar tão eftranha conclusão lem provas mais decilivas. Com tudo d'Alembert , vendo que Clairaut obtivera da Academia Real das Scicncias de Pa- ris que a fua Memoria fe imprimiíTe entre as do anno de 1745", que então eftavão para publicar-fe , não fci fc cxcef- llvamente zelofo dos direitos, que podia ter á gloria defte defcobrimento , pedio que a fua Memoria fe imprimiflc também com a de Clairaut , o que a Academia não teve diffi- culdade em conceder-lhe ; porém mais previfto , ou menos precipitado , teve a prudência de não tirar do feu refulta- do confequencia alguma contraria ao fyftema Ncwtoniano. A authoridade de hum Geometra tão diílin£lo co- mo Clairaut era aíTás attendivel ; mas obílava-lhe o gran- de nome de Newton ; e para decidir contra hum ho- mem tão refpeitavel , era prccifo examinar a queftão com a maior lizudeza ; e alUm Clairaut, que tanto nella fe inte- reflava , Euler , e d'Alembert , que havião achado o mcf- mo refultado , fe applicárâo todos de novo a rever os feus cálculos , e fommando mais alguns termos nas Series , de que a queftão dependia , virão que nas fuás aproximações tinhão defprezado quantidades attendiveis , e reconhecerão a conformidade do calculo com as obfervaçoes Aftronomi- cas.

Efta admirável concorrência ainda paífou mais adian- te. Todos trez pelo mefmo tempo applica'raõ o feu nie- -thodo á theorica dos Cometas j e parecendo que o con-

DAS ScrKNCIAS DK LlSBOA. ^47

ciirfo de acontecimentos taõ notáveis devia produzir huma eftiinação reciproca mais cftrcifa , c huma concórdia inal- terável entre ciks homens illuílrcs , cftc ultimo fuccclTo pro- duzio bem pelo contrario huma longa e porfiada difputa entre os dous Geómetras Francezcs , de que Euler foi foce- gr.do elpeftador ; mas que deu occafiao a muitas reflexões prcciofas Ibbrc a thcorica d'eftcs Aftros , em outro tempo tão temidos , e fobrc a da Lua , atégora a mais intcreflan- tc de todas as que a Aftronomia nos offerecc.

Antes que efta difcordia fe accendcffe , em 1749 d'Alcmbert tinha refolvido o celebre e difficultofifllmo pro- blema da prcccfsão dos Equinoxios , e pofto , por aíllm di- zer , o ultimo íello á verdade do fyftema Newtoniano , demonftrando , que tanto a retrogradação dos pontos Equi- noxiaes , como a nutaçao do eixo da terra são fimplices ef- feitos da gravitação univerfal.

A attracção da Lua , e do Sol fenílvelmente deíl-' gual em os dous emlsferios , em que o Equador divide a terra, faz que o feu pólo dcfcreva huma curva reintrante em tomo do pólo da Ecliptica , e que affim os pontos da inter- ceíTão d'cftes dous planos variem continuamente de lugar; Os antigos Aftronomos tinhão reconhecido a exiftencia def* te movimento, e a pezar da imperfeição das fuás obferva- çóes , Hyparco lhe havia aflignalado o periodo de ajcjj^zoo annos , que fuppofto não feja ©verdadeiro, pouco mais de hum fegimdo de erro por anno. Ne-\vton , tendo imagi- nado hum novo fyftema , eftava na precifão de moftrar a con- formidade dos fenómenos conhecidos na natureza com as leis, que cllc lhe fuppunha ; e aflim no terceiro livro dos feus Principios Mathematicos emprehendeo dcmonftrar, que em virtude da lei da attracção a quantidade da preccllao dos Equinoxios devia fcr exaftamcnre a mefma, que as ob- fervações indicavão ; mas nem as Mecânicas , nem a Ana- lyfe , que elle creára , tinhão chegado ao gráo de perfei- ção neceflario para fe refolver direitamente tão delicada qucftão. As grandes operações práticas , intentadas para a Zzz ii de-

5-48 Memorias da Acauemia Real

determinação da verdadeira figura da terra, ainda então fc não tinháo executado da maneira mais rigorofa, nem nos lugares mais convenientes; clle a luppiínha luima Elipfòide abatida nos pólos, e ainda hoje, depois de tantos traba- lhos, fe não fabc ao certo qual fcja. Suppunha huma ra/ão entre o diâmetro, e o eixo do Equador, que as medidas praticas moftrárão fer diminuta ; íuppunha uniforme a fua deníidade , e tem-fe moftrado que o não hc ; n\ima pa- lavra por falta de conhecimentos , que ainda no leu tem- po não havia, tinha abraçado algumas fuppofiqõcs falfas ; e fc a pezar d'ifto chegou a obter hum relultado conforme com as obfervações aftronomicas , foi porque os defeitos de todas cafualmente fucccdeu compenfarcm-fc entre fi.

A precefsão dos Equinoxios feria igual em todos os annos, fc o plano da orbita da Lua confervaíTc conftante- mente a mefma pofiqão a refpeito do Equador terrcfte , mas o movimento dos feus nódos , que em perto de dezanove annos procorrem todos os pontos da Ecliptica , faz que efta inclinação augmente , e diminua fucceffivamente dentro d'efte período , e que por confequencia a acção da Lua fcja ora maior , ora menor nos. dous emisferios terreíles , o que fu- jeitando o eixo da terra a hum balanço continuo , deve ne- ccíTariamente produzir na obliquidade da Ecliptica , e na quantidade da precefsão dos Equinoxios huma variação periódica. Efte balanço , ou nutação do eixo da terra foi incógnito a todos os Aftronomos , até que o incançavcl Brad- ley por obfervaçao defcobrio , c determinou a fua quanti- dade , e a conformidade do feu periodo com o dos nodos da Lua. Mas a imperfeição das hypothefes de Newtoa fazia neceflaria , para a fubfiftencia do feu fyítema , huma de- monftração do problema da precefsão dos Equinoxios de- rivada de principios mais direftos, independente de fuppo- fiçôes precárias, e em que fe tivclTe conta com a nutação obfcrvada por Bradley , e fe déíTc razão d'efte movimento novamente dcfcoberto ao eixo do planeta, que habitamos. D'Alembert fe propoz todos eftes objcdos junta-

men-

DAS SciENClAS DE I>lSBOA. f ^^.rt

mente , c fiippondo a terra huina Esferóide compofta camadus lolidas de divcrfas dcníidades , cuja figura leja quafi esférica , começa por examinar os cffeitos da acção do Sol , e da Lua fobre eftc folido ; reduz a huma reful- tantc todas as forças , de que as partes , de que clle fe com- põem , fão animadas em virtude da attracçao do Sol; prati- ca o niefmo a rcfpcito da Lua ; c tentando determinar o cfFcito d'elta'? duns forças pela applicaçao do fcu tao ce- lebre principio de Dynamica , acha-fe na dependência da rc- foluçao de hum problema de Statica , talvez o mais difficil defta Scicncia , o qual confifte em determinar as leis do Flquilibrio entre quaefquer potencias , que não aíluem no melmo plano , nem por direcções parallelas ; problema que ninguém antes rcfolvcra , que elle refolveu plenamente , e que deu occalião a huma grande revolução na Mecânica dos folidos; ou verdadeiramente fervio de fundamento a hunt novo ramo d'efta Scicncia , cm que depois o grande Eulef veio a fazer os mais pafmofos progreííbs. Parece, que a. forte de d'Alcmbert era , creando , e adiantando ao mefmo tempo diverfas partes das Mathcmaticas, abrir as portas á gloria d'aquelle famofo Geometra.

As diflFercntes Equações , de que depende a refolu- ção d'efte problema geral , fc reduzem a duas , no cafo em que fe trata de avaliar a acção combinada do Sol , e da, Lua fobre o eixo da terra , as quaes refolvidas mofírão que a íua nutação fegue perfeitamente a lei , que Bradley pelas fuás obfcrvações determinara ; que os pontos cquino- xiaes devem ter com efFeito hum movimento de retrogra- dação aíTaz vagarofo , e que a fua uniformidade deve nc-> ceíTariamente fer alterada pela nutaçaô. Eftabelecendo aíllra fobre os mais firmes fundamentos a verdade do fyftema Newtoniano , teve d'Alembcrt a gloria de refolvcr primei- ro que ninguém hum dos problemas mais difficultofos e delicados^ que tem occupado os Geómetras do noflb fecu- lo , qloria que Eulcr lhe poderia conteftar , fe aos feus profundos conhecimentos não juntaíTe a mais inteira probi-:;

da-

^^o Memorias da Academia Real

dade ; mas cfte homem incomparável , ao mefmo tempo que dava huma foluçao nova do mcímo problema , temen- do que alguém lhe attribuifle a gloria , que a d'Alembert fomente competia, teve a nobre gencrofidade de confcíTar que primeiro lêra a obra do Geometra Francez.

A Academia Real das Sciencias de Berlin , propondo para aíTumpto de premio do anno de ly^o a verdadeira theorica da rtfiílencia dos fluidos, deu occaíiao a que d' Alembert pofiliidor de novos methodos Analyticos , que o calculo, que inventara, lhe havia manifcftado , recome- <^-i{Cc hum trabalho , em que alguns annos antes íe tinha tão dignamente occupado ; mas no Tra fiado do Equilibrij , e moviínento dos fluidos , que entaó efcrevêra , tinha abraça- do por verdadeira a hypothefe do parallelifmo das laminas , ou íecções , em que os Mathematicos confiderão os flui- dos divididos , o que rigorofamenie não tem lugar na na- tureza , e que foi caufa de que então não confeguifle a gloria, que depois lhe alcançou o feu Enfaio fohre a re- fijlencla dos fluidos. Nefta obra original , e que he indu- bitavelmente huma das que mais honrâo o nome de feu illuftre Author, defprezando todas as hypothefes precárias fomente fuppoem , que as partículas dos fluidos fão contíguas entre li, capazes de mover-fe livremente, c que mudando de lugar confervão o mefmo volume nos fluidos incompref- llveis , ou mudâo de volume de baixo de alguma lei de- terminada nos fluidos clafticos ; e combinando o feu prin- cipio univerfal de Mecânica com eftas fuppoíiçóes incontef- tavcis , deduzio novas formulas muito mais geracs e exa- ftas que as primeiras , e que fe não são cm tudo confor- mes com a experiência , são ao menos as mais perfeitas , a que pelos princípios theoreticos fe tem podido chegar. Ao mefmo tempo , que taõ gloriofamcnte refolvia os mais difficultofos problemas de Aftronomia , e Mecânica , e oftabelccia os verdadeiros principi(;s do movimento , e refiftencia dos fluidos fujeitando a fua theorica á Analyfe mais delicada , deu na mefma Academia de PruíEa huma fe-

dasScienciasdeLishoa. yj-r

rie importante de Memorias , cm que não aperfeiçou o mcthodo de João BcrnouUi para a Integração das frac- ções racionacs , moftrnndo como todas (c podem reduzir ás quadraturas das Secções Cónicas, c o cftendeu por meio de fubftiraiçõcs a diverfas clalTes de fracções irracionaes ; mas generalizou o feu celebre theorcma Ibbrc a forma ge- ral das quantidades imaginarias, que pela primeira vez pu- blicara nas Rcficxões fobre a caufa geral dos ventos; deu a quadratura geral de todas as curvas da terceira ordem ; amplificou a doutrina de Maclaurin fobre a integração das funcções diíFerenciaes reduftiveis á reftificação daElipfe, e da Hypcrbole ; expoz a theorica dos pontos de retrograda- ção da fegunda efpecie , cuja cxiftencia o Abbade de Guá havia largamente impugnado com muitos outros Geómetras ; e deu finalmente hum methodo novo e elegante , para in- tegrar as Equações lineares de qualquer ordem, que fejáo*

Até aqui tenho repreíentado d'Alembert fomente co- mo Geometra ; mas he tempo de o fazer conhecer também como Filofofo , e como Litterato ; não porque tenha falla- do de todos os feus trabalhos mathematicos , de que julguei dever fazer menção por honra fua ; mas porque o meu fim he moftrar, quanto me for pollivel , no feu Elogio os diver- fos talentos , de que a natureza o dotou , pela mefma or- dem , com que clle os foi também moítrândo ao publico nos feus efcritos.

A intima amizade, que contrahira defde a mais ten- ra mocidade com Dionyíio Diderot , deu occafião , a que cfte illuftre Filofofo , que perfeitamente conhecia o gemo profundo , e os vaftos conhecimentos do feu amigo , o con- vidiíTc para a execução de huma das emprezas mais diffi- cultofas , e de maior utilidade, que jamais fe imaginarão, qual era a de reunir em hum corpo fcientifico todos os conhecimentos humanos. Tão importante projeíto , commu- nicado a hum homem como d'Alembert, não podia deixar de ter acccitação, e de reduzir-fe a effeito , principalmente naquelie tempo, em que a França contava tão grande mi'

me-

5'5'a Memorias DA AcAiJ EM IA Real

mero de homens celebres em todo o género. Os mais il- luftres d'ellcs fe aiFociárao com os dons primeiros, e d'A- lembert, além da parte mathcmatica da Encyclopedia , toi encarregado de cfcrever o Uilcurfo Preliminar , que devia ornar a frente d'efta obra immortal.

Ncfte difcurfo, capaz por fi de fazer para femprc memorável o nome de feu author , elle traça com penna fi- lofofica e eloquente a filiação natural de todas as Scien- cias , e Artes , e a hiftoria dos feus progrcfTos depois da reftauraçao das Letras. Para moftrar a origem de todos os conhecimentos fcientificos , e indicar a ordem pela qual natu- ralmente devião fucceder-fe, conlldera o homem feparado de toda a fociedade, e fuppondo-o tacitamente dotado do amor da exiftcncia commoda , moftra como o fentimento das precisões naturacs , o devia impellir a obfervar as por- ducções da natureza, e a procurar diftinguir aqucllas , em que podeíTe achar alivio aos feus males, ou fatisfacção aos feus dcfejos : como encontrando outros homens, e reconhe- cendo a íemelhança entre fi e elles, devia conhecer a re- ciproca ventagem , que lhes refultaria de manifeftarcm huns aos outros os conhecimentos , que tiveíTem adquiiido j e como por confequencla fehaviao de unir em Sociedades , e inventar as linguas , para poderem effeituar a communicaçao das fuás idéas : como a oppofição dos intereíTes , produzindo a dif- cordia entre os homens aflbciados , daria occafião a que os mais fortes opprimiíTem os mais fracos , e fc eftabeleccfle huma odiofa defigualdade de poder , e de vantagens , que fendo cada vez mais infupportavcl faria conhecer aos op- primidos a injuftiça da opprefsao , e os obrigaria a procu- rar fubtrahir-fc a ella, e a eílabelecer leis pofitivas , para atalhar todas as violências futuras, c fcgurar os feus pri- mitivos direitos : como a idéa da injuftiça devia elevar os homens ao conhecimento da moralidade das fuás ac- ções ; a diftinguir o principio a£l:ivo de todas ellas ; a ef- piritualidade d'cfte ; c ultimamente a exiftcncia de hum Ente eterno , origem de toda a bondade , e de toda a fa- > bedo-

dasScienciasdeLisboa. f^^

bedoria : como as fuasi precisões , mulriplicando-fc de dia cm dia , os devião levar a pretender multiplicar também as producçõcs da Natureza, e a procurar os meios de pôr outras, ^de que ainda íe não houveircm utilizado, em cftado de lhes íervirem para os ulos da vida ; e como deites cf- forços repetidos devião nalcer a Agricultura, a Medicina, a Fylica , aChymica, c todas as artes , de que cftas fcien- cias dependem : como o eítudo da natureza , fazendo-lhcs notar qualidades communs a todos os corpos , e qualida- des privativas fomente a alguns , coftumando-os a coníide- rallas feparadamente , os devia encaminhar ao conhecimen- to das Iciencias abftraftas ; e como finalmente depois de terem crcado a Geometria , a Arithmetica , e a Álgebra , combinando as propriedades , que são objefto deitas fcien- cias , com o movimento podcriao formar as Mecânicas , a Aftronomia , e ultimamente a Fyfica experimental , tornan- do já então a contemplar unidas todas as qualidades, que feparadamente haviao confiderado : n'uma palavra d'Alem- bcrt cítudando-fe a fi mefmo , e refle£tindo fobre a ori- gem , e conncxão das fuás idéas , moítra como o defejo de fatisfazer a todas as neceííldades , ou naturaes , ou fa£li- cias , foi quem levou os homens á invenção das Sciencias , e das Artes ; faz ver a reciproca dependência de todas ci- las , c as relações mais immediatas , que as ligao entre fi, e que fucccíEvamente as devião fazer nafcer deite único principio.

Depois de haver traçado deita maneira o encadea- mento natural das Sciencias , e Artes , pafla a expor os feus. fucceííivos progreflos defde a ruina do Império do Orien-i te ate ao tempo em que efcrevia. Alli fe como o eftudo: 4ds linguas mortas ,,e de todo o género de erudição fezí tçnafccr o goíto das Bellas-Lctras. , e das. Artes , que * Grécia tão gloriofamente cultivara : Como o refpeito fu- períticiofo, que fe tributava aos Authores da antiguidade^ fez abraçar cegamente a doutrina de Ariltotcles, elTencial- menrc alterada em diverfos pontos pelos Commentadorea, Tom. L ■• " Aajíí^., . _ ., , . Aia.-j

5'5'4 Memorias da Academia Real

Árabes : Gomo alguns Theologos pouco alumiados abafan- do dl cegueira dos povos, amontoando abturdos lobrc ab- furdos , puicráo a razão humana em eftado de conhecer me- lhor as trevas, em que a tinhao fepultado, e a neceílida- de de huma revoluçã) nas Sciencias : e como a pczar da furiofa guerra dos pouco inftruidos , ou mal intencionados adverfarios daFilofofia, cfta grande revolução foi começada por Francifco Bicon de Verulamio , continuada por Def- cartes , e acabada por Newton e }oão Locke primeiros fuii- dadjres dos verdadeiros principios das Sciencias. A deduc- çao natural de todas eftas verdades, a concisão, e elegân- cia do eítilo , a energia com que pinta os grandes génios dos feculos paíTad.is , a imparcialidade, e reííidão com que os julgi, a exacção com que eftabelece o objcfto de cada Sciencia , com que lhe aíÊgnala os léus limites , e com que determina o grá > de certeza a que cada huma d'clla9 pode afpirar, tudo eftá clamando, que * o Univerfo para ci'Ale;nbert era hum faíl ) único , e huma verdade grande , pois não fomente o podia abraçar de hum ponto de vif- ta ; mas a fua alma abrangia com effeito todo o fyftema dos conhecimentos humanos.

Apenas moftrou mundo , que o mefmo génio , que entre os Mathematicos o tinha collocado a par de Newton, e de Leibnitz , lhe havia merecido hum diftinfto lugar entre os mais illuftres Filofofos , e entre os Efcrito- res mais eloquentes , a cakimnia , e a inveja começarão a prodigalizar-lhe os titulos mais injuriofos , e a deprimir por todí»s os modos o feu merecimento. A Encyclopedia foi tra- tada como o opprobrio da Filofofía , e o efcandalo da huma- nidade por todos os pretendidos Tíbios , com quem feus il- luftres Authores fe não havião aíTociado , ou a quem não tinhão pedido confelho, para a execução de tão difficulto-

fa

* ^Uif'v:rs , ponr oui fawoit Icmbraffer dun flui point de vue ne fe- rtf' , iil e^ p:rmts de h rf('v , /jHjtn fait nnique , ec une grande verité. DifvUrfo preliinin. d* Encyclop. l^art. 1.

DÁS SciENciÀs DE Lisboa» 5*5:5:

ía cmpreza ; que ás vezes tanto bafta , para fatisfazcr á vaidade ignorante. Os motivos que cntao IeTanta'rão con- tra efta obra iinmortal clamores tão altos, que obrigarão a interromper por algum tempo o feu curfo , ião os mcí- jnos , que ainda hoje movem , c movera'6 fcmprc a dcclamat" contra todas as Sociedades litterarias aquellcs homens , qu6 querendo ler tidos com pouco cuilo em conta de fabios , ti- verem perdido as elperanças de fer ncllas adraittidos.

As invcftivas dos inimigos da Encyclopcdia terião por única relpofta a continuação da obra, e o íilencio de feuá Authores , íc as accuíações de impiedade , e de efpirito de rebelião, com que a ignorância , e o fanatifmo nunca dei- xão de calumniar os verdadeiros Filofofos , não tivefleni confeguido a atrenção de pcíToas refpeitavcis ; mas o Mi- riiftcrio da França tinha eícutado as vozes da. inveja julgan- do ouvir as do zelo, e aílim era precifo juílificar a ino- cência, para poder continuar a lervir a humanidade.

Inlligado de tão generofos motivos, convence d'Alem- bert na Prefação do terceiro volume da Encyclopcdia a igno- rância , e malevolencia dos inimigos d'ella fem os honrar com a declaração de feus nomes , fazendo vêr a inépcia , e ma- lignidade das fuás cenfuras com toda a moderação própria da Filofofia, c toda a delicadeza da Critica mais judicio- fa ; porém nada foi baftante para callar a maledicência : a Prefação de d'Alembert apenas pôde alcançar aos En- cyclopediftas hum focego momentâneo; pois paíFados qua- tro annos as inveftivas continuarão cada vez mais amargas , c o ódio rompendo os limites, em qtie ate então fc con- tivera 1, paflbu das cenfuras litterarias a libellos infamato- rios , c a fufcitar huma efpecie de pcrfeguição , de que foi inútil formar queixas, e que obrigou d'Alembert a li- mitar o feu trabalho fomente á parte Mathematica da Encyclopedia , que era a única a que fe obrigara publica- mente , e em que não podiáo ter lugar as finiftras inter- pretações de feus dctraftores.

Alguns artigos de Filofofia , e Litteratura , que nef- Aaaa ii te

^$6 Memorias da Academia Real

te celcbrt Diccionarlo cfcrevêra , e de que a animofidade de fcus inimigos fc tinha valido para procurar fazcUo odio- íb , são outros tantos tcftcmunhos da exacçao do leu pen- íar , c da delicadeza do feu taflo cm matérias de gofto. Os de Mathematica , que inteiramente lhe pertencem , pofto que alguns cm parte traduzidos da Encyclopedia de Chambers , moftrão , que ellc unia toda a penetração de hum Filofofo com a profundidade de hum Gcomelra ; e fe para fazer o feu nome eterno na hiftoria das Mathema- ticas não fobcjaíTcm os outros fcus preciofos cícritos , as reflexões , que ncítes efpalhou fobre diverfos pontos impor- tantes , e ainda mefmo fobre os princípios elementares d'efta Sciencia , baítariSo para acreditallo em todas as idades por hum Mathematico diftinfto.

Tacs erão os gloriofos trabalhos , com que elle ti- nha feito o feu nome refpeitavel entre os mais celebres Geómetras do Mundo , quando ainda a fua Pátria ignora- va, ou parecia ignorar, que no feu feio cxiftia hum ho- nsem , com quem podia honrar-fe , c a quem devia honrar por gloria própria. Mas fe a França apenas conhecia o nome de d'Alcmbcrt , mais ao Norte da Europa efliava fentado fobre hum throno rodeado de louros , e de pal- mas , hum Príncipe Filofofo , e Guerreiro , illuftre não me- nos pelas fuás leis , que pelas fuás vitorias , amante das fciencias , e dos fabios , em cujo número fera contado por toda a pofteridade , o qual foube fazer chegar a fua bene- ficência ao humilde , e foccgado retiro do illuftre Geo- metra , e Filofofo , fazendo juntamente faber á França , c ao Mundo todo , que hum Monarca amado pelos feus vaf- fallos , e rcípeitado por todas as Nações Européas, o hon- rava com huma particular eftimaçao , e procurava a fua amizade ; preníios bem fuperiores a todas as riquezas , que a fua mão augufta podia liberalizar-lhe. Aflim trilhava o grande Frederico com igual velocidade ao mefmo tempo todos os caminhos da gloria!

Tão honrofas diftincçôes tinhão accendido cada vez

mais

DÀS SciENCIAS dl: LiSPOAi ^^j

tnais a inveja dos inimigos de d'AIciTibcrt ; porém cUe fu« pcrior a todas as invc(n:ivas , com que pretciidiáo dcncgrir- Ihe a reputação , naó fc defvelava cm fazer cada veí mais intercíTantc o Diccionario Encyclopedico ; mas abria aíFoi.tamentc novo campo d-malediccncia de feus orgulholos advcrfluios , publicando nas fuás Mifcelauea^ de Litteratura y íli/loria , e Filofofia novos fruílos dos mais affiduas applica- çôes littcrarias , e das mais fizudas reflexões filofoficas.

As Memorias de Chrijlina Rainha de Suécia , e o En* faio fobre os homens de letras ; cftao moftrando a cada pal- io , que o eítudo do Homem lhe não tinha detido menos difvclos do que o das leis fylicas da natureza: as paixões j c as fraquezas dos Littcratos , c dos Grandes fe achão nef- tas duas obras retratadas com as cores mais enérgicas , e em hum eftylo muito particular ; pois parecendo á primei- la viíta menos grave do que pede a feriedade dos aflump- tos , e a fizudeza de hum Filofoío, he realmente o mais próprio , para fazer fentir toda a ridicularia , e toda a bai- xeza j que a verdadeira Filofofia fabc diftinguir cm cer- tos procedimentos dos homens , a quem o Mundo chama Sá- bios , e d'aquelles a quem honra com o titulo de Grandes. A traducção de algumas paffagcns efcolhidas dos Annaes de Tácito, que juntou a eftes efcritos filofoficos , he certamen- te huma obra cftimavel no leu género ; e fe nem todos os Litteratos convierem em que ella merece fer olhada como lium modcUo das boas traducções, nenhum dos qiie forem capazes de dcfempenhar cmprezas d'efta natureza poderá negar, que as obfcrvações, que a precedem, lobrc a arre de traduzir sãodiftadas por hum génio, que unia aos di£U- nics da mais exafta Filofofia os fcntimcntos de hum gofto aflaz delicado.

Mas de todos os exccllentes efcritos publicados ncfta preciofa CoUecçSo, nenhum tende mais direéliamenrc a deí- mafcarar , e confundir os aleivozos inimigos da Filolofia ^ e da Humanidade , do que a Dijfertaçno fobre o abufo dd Critica em matérias de Religião. Ncíle pequeno Livro di- gno

yyS Memorias DA AcADKMiA Real

gno de fcr gravado com letras de ouro nos mármores, c nos bronzes , para que a pczar da viciflitudc dos tempos po- dcfle permanecer aberto ante os olhos de todos os povos da terra, e de todas as gerações futuras , d'Alembert tomou a generofa emprcxa de vingar os verdadeiros Filofofos da ijijufriça, com que em todos os tempos os fingidos' zclofos da pureza da procurarão macular com a nota de impie- dade a ihnocencia de fuás benéficas intenções ; c de moftrar ao mefmo tempo os horrorofos eftragos , com que a igno- rância , c o zelo mal entendido da Religião por cfpaço de muitos Séculos devaftiírão a terra , accendendo em nome de hum Deos de paz guerras cruentas , e injuftas^ fulminando terríveis cenfuras para fuftentar direitos puramente hu- manos ; fugeitando os Principes mais poderofos a publicas e ignominiofas penitencias; eo que mais he , depondo-os algumas vezes de fcus Thronos ; atropelando aílim os mais fagrados direitos; dando occafião a inteftinas difcordias, e perturbando inteiramente a paz , e harmonia dos Eftados. Mas felizmente eíFes tempos tão calamitofos são pafla- dos : Os verdadeiros Filofofos affrontando intrépidos todos os perigos , com que a ignorância , e o fanatifmo os amea- çavão , naõ ceíTárão de esforçar-fe por allumiar os homens , enfinando-os ao mefmo palTo a refpcitar a Santidade da Re- ligião , e d'efl:e modo a verdade derramada nos fcus efcri- tos tem reftituido pouco e pouco aos noíTos corações os quafi extintos fentimentos da humanidade.

As occupações litterarias , e filofoficas de d'AIcm- bert, o trabalho da Encyclopedia , os minuciofos cuidados da edição de huma obra tão vafta j nada o podia feparat in- teiramente das mais ferias inveftigações mathematicas. Ao mefmo tempo que todos eftes diverlbs objeftos o occupa- vão , difcutia , e profundava as queftões mais importantes do Syftema do Mundo , e efcrevia fobre efte alTumpto hu- ma Obra, que elle mefmo confcíFa fer de todas, as que deo ao publico, a que lhe devera mais trabalho, e em que fe empregara por mais dilatado tempo.

Na

DAS SciENCiAS DE Lisboa. $^9

Na refol lição do Problema da precefsâo dos Equinó- cios tinha dado a prova mais deciziva da verdade do Syfte- ma da gravitação univcrfal ; mas não ha provas, que bal- tem para eftabcleccr hum Syftcma quando ha huma , que o contrarie. Afllm hc que todos os fenómenos conhe- cidos na Natureza parecião concorrer a confirmar a verda- de do Syftema de Newton; porém eíle celebre Gcomctra tinha fido obrigado , a pezar de toda a fua fagacidade , e de toda a profundidade do leu gcnio , a abraçar diverfas fuppofi- ções gratuitas em quafi todas as queftóes mais importantes de Aftronomia Fyfica por falta de princípios , que o génio nem fempre pôde fupprir ; e aílím para eftabelecer o Syfte- ma , que a fua perfpicacia tinha vifto convir a todos os fe- nómenos naturaes , era precifo examinar as fuás hypothe- fes , verificar a exacçao de todas ellas , ou fubftitiiir-lhes ou- tras mais bem fundadas , quando aquellas fc achaíTem defei- tuofas , e ultimamente applicar-lhes para _a deducção dos refultados methodos analyticos mais rigorofos , e a tudo if« to fe abalançou d'Alembert nas fuás Inve/ligafÕes fobre di- verfos pontos do Syflema do Mundo ; em que , aperfeiçoaa- do a fua refoluçao do Problema dos trez Corpos , a Theo- rica da Lua , e de todos os Planetas primários , applicando particularmente o feu methodo geral á theorica de Satur- no; faz novas reflexões fobre a precefsâo dos Equinócios attendendo ás excentricidades das Orbitas da Terra , e da Lua , e á acção dos Planetas fuperiorcs ; e termina pelo cé- lebre Problema da figura da Terra , o qual confidera debaixo de hum ponto de vifta muito mais geral do que todos o3 Geómetras, que antes d'clle tinhaõ tratado efta queftao.

Ella he tão importante na ordem dos conhecimentos naturaes , e tem occupado tantos homens célebres , que não íerá eftranho , nem inútil dar aqui huma idéa abreviada dos feus progreífos até ao tempo, em que o noffo Geometra pre- tendeu refolve-la.

A forma circular da fombra da Terra fobre o difco da Lua na occafiaô dos eclipíes d'cfte fatellite do noffo Pla- ne-

5*60 jMemorias da Academia Real

neta , e a conformidade dos augmcntos ou diminuições da altura mcrcdiana das EftrcUas, quando partindo da mcímâ latitude lo anda o mcrmo caminho íbbre divcrfoíi meridia- nos , eraó os melhores argumentos, em que os antigos Geó- metras fc fundavão , para fupporcm a Terra perfeitamente cí- ferica. Huyghens , e Newton depois da experiência de Ri- cher examinando a alteração, que a força centrífuga caufa- da pela rotação da Terra em torno do feu eixo devia pro- duzir na força da gravidade , viraô que a razão , em que ef- ta decrefcia dos pólos para o Equador, era maior do que devera fcr , íe a Terra foíTe hum globo perfeito , e d'aqui cuncluírão, que para dar razão dcftc fenómeno era precilo fuppoUa huma Esferóide abatida nos pólos , porém efta fuppofição tão vaga não podia fer baftante para explicar ou- tros muitos , em que a fua influencia devia fer aflaz confi- deravel ; pelo que era neceíTario determinar a verdadeira fi- gura da esferóide , e a quantidade do feu abatimento , e aílim hum, e outro procurarão determinar a figura da Ter- ia na íuppofição de que ella tivefle fido primitivamente flui- da, e defde logo fugeita ao mefmo movimento de rota- ção, que ainda hoje lhe ob ferva mos ; mas como partirão de princípios diverfos, os feus refultados neftcs deus pontos fôrão também diíFerentes.

Bouguer e de Maupertuis vendo efta difcordancia , e examinando a mefma queftaõ acharão, que a condição do Equilíbrio entre todas as partes da Terra exigia fimultanea- mente os principias de Huyghens , e Newton , e que cm diverfas hypothefes de gravidade eftes princípios feparada- mente confiderados davaÔ diverfa figura curvilínea aos me- ridianos Terreítes. Maclaurín demonftrou , que na hypothe- fe da atracção Newtoniana combinada com huma força cen- trífuga a condição do equilíbrio pedia, que a esferóide foí- fe EUiptica , e ifto ainda attendendo á acção do Sol , e da Lua ; mas as medidas práticas executadas em França , no Peru, c na Laponia não podião conformar-fe , quanto ao abatimento dos pólos , com os refultad&s deduzidhs da

theo-

DAS SciENCiAsnE Lisboa. ^6i

theorica do Cícomctra Inglcz , c aílim hum dos illtUrcs Aciidcmicos , que fôríío mandados para medir o gráo do incriduino junto ao circulo polar, para conformar a theorica com a experiência abrio mão da hypothefc da denfiJade uni- forme , a qual todos os outros haviao adoptado , e relilvco o problema na fuppofição de que a Terra tolTc compufta de di- verfas camadas concêntricas de dilFercntcs denfidades , e d'cftc modo accommodou de alguma forte as dimenções theoréticas com as praticas , confervando á Terra a figura Elipfodica ; mas as obfervações do pêndulo contrariavao a theorica de Clai- raut, e as medidas dos gráos do meridiano na Itália, e no Cabo de lioa-Efperança acabarão de moftrar a infuffi- cicncia das conclusões, que Q'ella fc deduziao.

Nefte cílado de incerteza fe achava a queftao da fi- gura da Terra , quando d'Alcmbert fe propoz examinalla , e como quem dczcjava mais conhecer a verdade do que con- ciliar as obfervaçíJes com a theorica , começou por indagar com todo o rigor as fuppolições fundamentaes , cm que efta fe eftabalecia , c achou , que fuppofto foíFcm vcrofimcis , era quafi impoíllvcl verificallas demonftrarivamente : Paflbu a confidcrar o problema fuppondo a dcnfidade da Terra va- riável , mas fugcita a huma lei conftante , qualquer que ef- ta fofle , e a fua figura pouco dilFerente da esférica : De- iDonftrou com Clairaut , que a figura Elipfodica podia ler admifllvel (cgundo as leis da Hydroftatica ; mas provou além dNíTo , que havi.lo infinitas outras figuras , que igualmente fa- tisfaziao a cftas mefmas leis : Obfervou em conlcquencia das delicadiíHmas confideraçõcs , a que nefta matéria foi condu- zido , que nos fluidos podia haver dous eftados diffcrentes de Equiiibrio , hum que grandes forças poderiao pertur- bar totalmente , e outro , que a minima força alteraria de maneira, que a maíTa fluida nao poderia por fi reftituir- fe outra vez a cUe ; e fe rigorofamentc naô chegou a re- folver eíte importante problema , fez ver quaes faõ as gran- des difficuldades , que obítao á fua perfeita refolução , ou verdadeiramente demonílrou a impoíTibilidade d'ella. Tom. I. Bbbb No

<;6z AIemOrias ua Academia Real

No anno de 1754 a Academia Franccza o elegeo para occupar o lugar que tinha vagado por fallccimento do Bifpo de Vence , e o difcurfo , que na mefma Academia recitou em o dia da fua recepção, na falta de outras pro- vas , moftraria bem claramente a aquclla ilUiftre Compa- nhia quam acertada havia fido a efcolha , que d'elle fi/era.

Frederico II. Rei de PruíGa , que em todos os tem- pos deverá fcr olhado como o modelío dos Reis, que não perdia occafiao alguma de dar-lhcs úteis , c grandes lições , c que tinha moftrado a d'Alcmbert baftantcs íinaes da ef- timaqáo, que d'elle fl.i7.ia, lhe fez pcíToalmcnte novas hon- ras em Vezcl no anno leguinte , fentando-o á fua meza , e dando-Ihe todas as moftras de huma verdadeira amizade com aquella gcnerofa fcgurança de quem conhecia , que hum Filofofo aílim como não bufca o favor dos Príncipes , hc incapaz de abufar d'elle quando chega a confeauillo.

Quafi ao mefmo tempo o Papa Benedifto XIV. o fez «ntrar em o Inftituto de Bolonha , difpenfando-fe para ilTo em huma Lei d'aquella celebre Academia.

A das Sciencias de Paris alterando também huma prática mmca d'antes quebrantada, lhe deu o lugar de Pen- fionario íupranumerario , não fem oppofição de alguns Aca- démicos, que parecião temer as confequencias de íemelhan- te exemplo ; porém Camus mais refoluto , ou menos invejo - fo lhes refpondeu : Quando houver outros , que com iguacs titulos afpirem á mefma honra também lha concedere- mos.

A Rainha de Suécia , digna Irmaa do grande Frederi- co de Pruííia , eftabelecendo na fua Corte huma Academia -de Bellas Letras , em que pretendia prefidir peíToalmente , lhe mandou oôcrccer hum dos lugares de Sócio Eftrangei- ro , que elle acceitou dando-lhe todas as moftras do mais finccro agradecimento.

O Conde d'Argcnfon então Miniftro deEftado, dig-. no pelas fuás virtudes , e conhecimentos do lugar impor- tante , que occupava, lhe obteve no mefmo tempo huma

pen-

DAS SciENCiAS DE Lisboa. 5- 63

pensão do Governo , com que fe lhe gratificaíTe de alguma forte os muitos , e importantes trabalhos litterarios , em que conftantemente fe empregara , e fc lavaíFe a França da nó- doa do efquecimento, em que tivera por tão longo tempo hum homem tão benemérito.

Tantos teftemunhos da publica eftimação quafi ao mefmo tempo recebidos parece , que allim como firmarão para lempre a reputação litteraria de d'Alembert , devião igualmente fcgurar o feu foccgo; mas a guerra da Ency- clopedia fe ateou então mais vivamente , que nunca. O ar- tigo Genebra lhe fufcitou duas novas difputas ambas igual- mente vivas; porém não igualmente temíveis; pois huma era com hum Filofofo , e outra com muitos Theologos. Nefte artigo d'Alembert faz juftos elogios ás faudaveis leis , por que efta Cidade então íe governava ; louva a llngelcza dos coftumes de feus Cidadãos; a fidelidade conjugal de fuás mulheres, e a inteireza, e equidade de feus magiftra- dos: Exalta a humanidade do feu Clero, e a fua exemplar moderação; mas affirma,que muitos dos miniftros, de que efte corpo fe compunha, não acreditavão diverfos dogmas do Chriftianifmo , nem admittião a ncceíTidade da Revela- ção : e lamenta além diíTo , que os Genebrinos recufalfem eftabelecer hum theatro na fua pátria fundados em rasões de inconveniência, que de nenhuma forte podião ter lugar a refpeito de hum divertimento publico innocente de fua na- tureza , e do qual Genebra mefma podia tirar confideraveis ventagens; mas a duvida em que com aquella alTerção dei- xava o publico fobre a pureza da dos Paftores Gene- brinos os efcandalizou vivamente , eo que mais he, efcan- dalifou também os Theologos da França , que unindo as fuás vozes ás do Confiftorio de Genebra clamarão contra d'Alemhcrt como fe foflem intereífados na caufa dos Sefta- rios de Calvino.

As razões com que o Filofofo Francez appoiava a utilidade do eftabelecimento de hum theatro em Genebra, por iíTo que á força , que por íi mefmas tinhão , união o pezo Bbbb ii da

5*64 Memorias da Academia Real

da authoridade do grande homem que as efcrevcra , parece- rão a outro Filolofo não menos célebre, e Cidadão daquella mcfma Republica , capazes de abalar os ânimos dos íeus compatriotas ; e receando que efta inovação produzilTc con- fequcncias funcftas aos léus coftumcs , fe rciolveo a pegar na penna contra d*Alembert, não para calumniallo , ou para di- 7.cr-lhe injurias, como todos os outros adverfarios, que a Encyclopedia lhe havia íufcitado ; mas para moftrar á lua Pátria o rifco , a que fe expunha fe abraçaífe aquclle coníe- Iho. A fua Carta contra os thcatros , aliás chêa de utilifll- mas reflexões moraes fobre a natureza dos efpeftaculos cm geral , e fobre a Tragedia , e Comedia em particular , he di- ftada por aquelle mcfmo enthuziafmo, que produzira os Dif- curfos fobre a influencia das Sciencias nos coftumes , e fo- bre a origem da defigualdade entre os homens. D'Alemberc lhe refpondeu em 17^9- fuftentando a fua opinião fcm en- thuziafmo, nem acrimonia , com aquclla filofofia exafta , e delicada, que refplandece em todos os feus cfcritos, e com a eloquência proporcionada ao afllimpto , e digna do feu Contendor. Por qual das duas partes ficou a viftoria , he queftão , cm que os Sábios fe dividem ; cu porém , fc naó he cftranho a hum Geometra dizer o feu fentimento em matérias de Filolofia , e Litteratura , fem pretender au- gmentar o credito de hum em prejuizo da reputação do outro, fomente direi , que RouíTeau arrcbata-me , mas d'A- lembcrt convencc-me; e que quanto a mim o Filo fofo , que poflliir o talento da Poclia , combinando es efcritos de hum e outro , poderá d'ellcs deduzir as verdadeiras regras de hum theatro , capaz ao mcfmo tempo de interelTIir os homens, e de corrigir os feus defeitos ; de hum theatro, que feja juntamente o lugar do recreio , e a Efcola da moral.

No mefmo anno em que d'Alembert fez publica a fua refpoíla a João Jaqucs RoulTeau , publicou também os feus Elementos de Filofofia , ou por melhor dizer , o feu plano de hum Curfo elementar das Scicncias de R.nzão.

Ncf-

DAS SciENCiAs DE Lisboa. ^6^

Ncfte preciofo monumento das fuás idéas, c opiniões fi- loíòficas , depois de rcprcfcntar cm breve quadro o efta- do das Scicncias no meio do fcculo prcfente , paíTa a ex- por , com a maior brevidade , e clareza , os verdadeiros principios de cada huma d'ellas ; não clTes axiomas efte- reis e inúteis , que muitos Filofofos decorarão com o no- me de Principios, mas aquellas verdades limplices e im- portantes, que formão os primeiros anneis dos diverfos pe- daços, em que fe divide a cadca dos conhecimentos fcien- tificos; moftra como d'eftas primeiras verdades fc devem deduzir todas as outras , e aponta as mais intereíTantcs , que em hum curfo elementar de Scicncias fe devem def- envolvcr, edcmonftrar; moftrando ao mefmo tempo a ori- gem , e multiplicidade dos erros , cm que tem cahido a maior parte dos Filofofos de todos os feculos , e a inutilida- de de tantas queftões impolUveis de refolver , fobre as quacs fc tem tão largamente difputado nas Efcolas , e com que fe tem enchido em defdoiro da razão as paginas de tantos livros.

Se a verdade me não dcvefle maior attenção , do que a memoria do grande homem , de quem efcrevo o Elo- gio , a minha penna fomente relataria os gloriofos trabalhos por que elle mereceo fer contado entre os fabios da pri- meira ordem , fem fazer menção de hum dos feus en- ganos , ou defcuidos \ mas pintar hum homem fem os de- feitos , que teve , não he deixar o feu retrato á poftcrida- de ; e a gloria de d'A]embert eftá firmada fobre fundamen- tos tão foi idos , que hum leve erro, ou huma opinião fi- lofofica menos bem fundada , não poderão nem levemente abalalla , e aíTun não devo diffimular, que entre o grande número de verdades comprehendidas nos feus Elementos de Filofofia , fe encontrão algumas propofiçôes duvidofas, e algumas também falfas ; e que os principios em que per- tende fundar a Moral são de fua natureza infufficicntes , para d'elles fc deduzirem todos os deveres dos homens , e muito principalmente para communicar ao efpirito aquel-

la

^66 Memorias da Academia Real

la energia , de que fc precifa para os facrificios da Virtu- de, e para moderar, e dirigir o fogo impetuofo das pai- xões.

AíEm he , que em todos os tempos os Filofofos , que mais livremente diíTcrao a verdade, fôrão os mais cruel- mente perfcguidos pelos mefmos homens , a quem delcja- vão alumiar. Os nomes de Anaxágoras , Sócrates, Galileo, Defcartes , e Lockc nao devem afaftar-fe hum momen- to da memoria de quem poíTuindo os Teus talentos tiver a generou oufadia de pretender illuftrar , ou corrigir o feu feculo ; mas fe eftas coníideraçóes obriga'rão algumas vezes d'AIembert a appoiar como verdadeiras oppinióes , de que fc náo achava intimamente convencido , além de que eu antes quizera , que hum Filofofo gemcffc em íilcncio á vif- ta das defgraças, e da cegueira dos homens, do que pro- fanafle com afua penna os fagrados monumentos da verda- de ; os feus princípios de Moral não fôrão certamente diílados por cfpirito de lizonja, nem por temor de offen- der as opiniões do feu feculo. Tão convencido citava de que elles erão os únicos , em que efta fciencia fe funda , que reconhecendo a utilidade , que refultaria ao género hu- mano , de hum livro em que fe lhe expofeflem , com bre- vidade , methodo , e clareza , as verdades mais necelTarias d'ella , por diverfas vezes tentou efcrevello ; mas fendo ao traçar do feu plano , conduzido a hurna queftão importan- te, a que não podia dar pelos feus principies foluçSo con- veniente , e cuja indecisão ofFerecia difficuldadcs perigofas, em vi-Z de tornar a fazer hum ferio exame dos princípios , íe relolveo a abrir mão da empreza.

O Sábio Georaetra , que na Academia das Scicncias de Paris recitou o feu Elogio , imitando a fua prudência , fe contentou com fazer memoria d'efte fafto, fem declarr.r ao publico a pernicioía queftão, que nos privou de huma obra tão necelTaria. Eu porém , que não tive a fortuna de conhecer p.iíroalmente efte refpeitavel Filofofo , e muito menos a de poíTuir a fua amizade , para que elle fc aignaf-

fe

D». sScienciasdeLisboa. 567

Ic confiar de mim as fuás opiniões particulares, não polTo fer fiel , nem rraiJor ao feii fcgredo ; mas como não devo prezar em menos do que cUe a virtude , nem o bem da humanidade, não devo rambcm deixar dedi/.er, que a fua íbrte ncfta matéria fera em todos os tempos a de todos os Filofofos , qucdefejando como elle não prcverter os cof- tumes dos homons, pretenderem derivar as luas obrigações moraes de princípios independentes do conhecimento do Ente fupremo, ou por melhor dizer, do conhecimento da fua vontade mnnifcfta nas obras , c leis da natureza.

EIRci de PruíGa lendo os Elementos de Filofofia de d'Alcmbcrt , e obfervando nelles algumas imperfeições , lhe propoz diverfas difficuldades, a que elle refpondeo fa- xendo varias iliuílrações aos lugares, que haviao merecido os reparos do Monarca filolbfo , e em que as fuás faltas tinhão fido pela maior parte voluntárias, illuftrações , que depois fe imprimirão no quinto volume das fuás Mifccla- neas ; pordm não no mcfmo eftado , em que elle as remet- têra a aquelle Soberano, pois havia entre ellas verdades, que podendo dizer-fe a hum tal Principe , lhe pareceo te- meridade dizellas a todos os homens.

No anno de 1762 Catharina II. Imperatriz da Ruf- íla dcfejando dar a feu filho hum Meftre digno de educar hum Principe lançou os olhos fobre d'Alembert , e lhe mandou oiFcrecer efte honrofo , e importante lugar com * cem mil libras de renda por anno ; e fabendo pelo feu Miniftro na Corte de Paris , que elle fc efcusára de accei- tar tão conílderaveis oíFerecimentos , para mais o obrigar lhe efcreveo de feu próprio punho , propondo-lhe as ra- zões mais attendiveis , c capazes de abalar o animo de hum Eilofofo , que naturalmente aborrece o tumulto , e as in- trigas das Cortes. AUi lhe lembra , que fendo o amor da humanidade a primeira de todas as virtudes , e o frufto na- tural da verdadeira Filofofia , hum Filofofo fe não pode ef-

cu-

* Quarenta mil cruzados da noíTa mgeda.

^68 ^Iemobias da Academia Rkal

ciliar fcm crime de contribuir, paia formar a alma de hum Principe , de quem depende a felicidade de tantos Povos, principalmente quando a educação d'elle fe lhe cnmmette inteiramente, como cila lhe commettia a do Grão Duque das Rullias : mas c Filofofo , que havia rejeitado os offe- recimentos do Rei da Pruffia , quando dez annos antes o convidara para a fua Corte , propondo-lhe a fupervivehcia do lugar de Prclidente da Academia de Berlin, e que devia temer que o fruiíto das fuás primeiras lições fem fer de grande utilidade para o feu difcipulo , folTc para el- le tunefto ; preferio a módica fortuna , de que gozava na lua pátria , ás grandes honras , e coníideravcis riquezas, que a magnânima C/.arina lhe offcrecia. E na verdade que fe- licidade permanente fe podia efperar cm huma Corte , que no breve cfpaço de vinte annos havia experimentado duas revoluções , que chegarão até o Throno , e cm hum gover- no, cuja conftituicão favorecendo por extremo a prepotên- cia dos grandes conferva o Povo em hum citado bem pou- co diferente da efcravidao ?

Frederico II. , que ardentemente defejava ver d'A- lembcrt eílabclecido cm Berlin , não cuidou em prover, depois da morte de Maupcrtuis , o lugar de Prefidente da fua Academia ; até que depois da paz de 1763 , fa- bendo os degoftos , que d'Alembcrt experimentava em Pa- ris por caula da guerra Jitteraria da Encyclopedia , lhe olFereceo de novo o mcfmo lugar , promettendo-lhe vcn- tagcns muito fuperiorcs aos feus defejos , e fegurnndo- Ihe , que na fua Corte viveria em liberdade , c foccgo ; porém o fabio Gcometra , que prezava mais que tudo a companhia dos feus amigos , recufou os novos olFcrecimen- tos , e promeíTas do Rei de PruíTia , o qual bem longe de efcandalizar-fe das fuás repetidas efcuzas , continuou a dar-ihc as mais deciílvas provas de eítimaçao , e amizade. D'Alcmbert fcnfivel a tão avultadas obrigações o foi vi- fitpr aos Eftados de Wefphalia , para lhe tcftemunhar pu- blicamente o reconhecimento , que lhe devia , c obrigado.

das

DAS SciENCIAS DE LiSBOA. f;6^

dcs Tuis inftancias o fcguio ate Bcilin , cndc cftc ceie-* Ire Príncipe por cfpaço de alguns mczes, que alli o de- teve , o tratou com a ultima familiaridade , e lhe deu todos os finacs da mais inteira confiança ; não fe poupan- do a diligcncij alguma que podefle obriga-lo a aceitar a Prifidcncia da Academia ; mas vendo , que elle conftante- ir.cntc a rejeitava , lhe efcreveo de Potsdam dous dias antes da fua partida , proteftando-lhe que confervaria va- go aqucllc lugar, em quanto elle fe achaíTe em eftado de poder occupallo : porém a violência de feparar-fc para fem- pre dos feus amigos , que fora huma das razões , que o moverão a recufar as offcrtas da Imperatriz da Ruffia , o obrigou também a refiftirás inftancias do Monarca Pruíliano. No anno de 1765- deu ao publico a fua obra acer- ca da Extincção dos Jefuitas , a qual fendo efcrita com todo o critério , e imparcialidade não podia deixar de fufcitar- Ihe novos inimigos j mas como eftes não tinhão argumen- tos , que lhe oppor , levados do feu refcntimento defacor- dodamcnte publicarão contra elle muitos efcritos aíTás ia- juriofos , que em vez de defauthorizar as fuás razões , fó^ mente fervírão de as confirmar , e de o difpeníar do tra- balho de refponder-lhes.

No de 1772 foi nomeado Secretario da Academia Franceza , a qual bem longe de temer , que hum Geometra não foíTe capaz de defempenhar hum lugar, cm que não fcrião fobejos os mais vaftos conhecimentos de Litteratura , teve a gloria de moftrar ao mundo litfcrario , que a preoc- cupação , aliás univcrfal , da incompatibilidade dos talentos próprios pnra as Mathematicas , e para as Bellas Letras não tinha podido penetrar os ânimos dos feus focios , os quaes munidos da mais exafta Filofofia , em vez de defprczar os homens dados ao elludo das Sciencias, como eftes de ordi- nário dcfprezão os Litteratos , fouberão honrar em d'Alem-' bert aquelles talentos , de que a Academia das Sciencias tantas vezes fe aproveitara ^ fem talvez aprender por ilTo â fazer d'elles mais bem confiderado apreço.

Tom. I. Cccc Ef-

5'7i8 Memorias da Academia Reaí,

Efta illuftre corporação, e a mcfma Academia Frnil- ccza, que poíTuia rantas pcnnas eloquentes, em todas as occafiões publicas, em que alguns Principcs Eftrangciros vicrão pelToalmente afliftir ás fuás Sefsues , e dar-lhcs hum tcftemunho irrefragavel da con^ieraçao , cm que tinhao as Scicncias , e os homens dcftinados a promover os feus pro- greflbs , ao noflb Gcomctra encarregarão o cuidado de fig- nificar-lhes o feu devido reconhecimento: o que elJe fcm- pre procurou fazer , não por elogios vãos , cm que a li- zonja fufocando a verdade derramafle as danadas Icmentes do defpotifmo , e da vaidade; mas-por difcurfos ncrvofos cheos d'aquellas máximas politicas , e reflexões moraes, de que depende em grande parte a felicidade dos Povos , e a verdadeira gloria dos Soberanos.

Vendo que quafi todos os feus anteceíTores no lu- gar de Secretario da Academia Franceza fe havião dcfcui- dado de continuar , como deviao em razão do feu cargo , a hiftoria da mefma Academia , fe propoz efcrevcr os Elogios hiíloricos de todos os feus Sócios fallecidos defde o principio d'cfte fcculo ate ao tempo , cm que fora elei- to para occupar aquclle diftinflo , e trabalholo emprego; e no breve efpaço de três annos concluhio mais de feíTen- ta Elogios ; a maior parte d'elles de Efcritores , os mais celebres pela diverlidade dos feus talentos , e pelo grande número , e importância das fuás obras. Os BoJJitcts , os Fenelous , os Defiotiches , os Crebillons , alli são julgados por hum Juiz o mais allumiado , e imparcial. As fuás obras são analyfadas com tanta clareza, exacção, e ordem, que d'Alembert parece mais dar conta ao publico de feus pró- prios trabalhos , do que de alhêas producções. As anecdo- tas mais capazes de dar a conhecer os coftumcs , e cara- cter de cada hum d'elles , alli fe achaõ expoftas com a maior fingclleza , c fublimidade. N'uma palavra , d'AIembert não fe contentou com tranfmitrir á pofteridade os re- tratos dos Efcritores, de quem honrava a Memoria ; quiz também deixar-lhe os dos homens.

Ef-

dasSciknciasdeLisboa. y/i

Efte género de compofiqao não era para ellc no- vo. Os Elogios de Joaõ Benwíilli , Moutesquieu , e dn Mar/ais tinhao moftrado que a pcnna , que com tanto gofto , c defccrnimento traçara no Diccionario Encyclopc- dico o artigo Elogio Hijlorko ^ fabia praticar fem violência os excellcntes preceitos , que diftára , e exceder os melho- res modellos , que Fontcnellc nos havia deixado; fendo af- fim a gloria , talvez única entre os Homens de Letras , de ler o primeiro author dos preceitos de hum género , e de produzir nelle ao meímo tempo os mais maravllholos exem- plares. He verdade , que os leus primeiros Elogios são mui' to fupcriorcs aos que depois efcreveo como continuação da Hiftoria da Academia Franceza : o fcu eftylo he mais enér- gico , vivo , mageftofo , e chêo d'aqucllc efpirito filofo- fico , que carafteriza os Eícritores do fcculo decimo oita- vo ; mas ainda aflim os fegundos, por ferem cfcritos em tom mais ílmplez , e familiar , nem por iíTo dcixão de ter mui diftiníto merecimento , e de conftituir hum dos mais pre- ciofos monumentos da Hiftoria Littcmria.

Ainda que o génio vaftiflimo de d'Alembert não po- dia contcntar~fe com hum género de applicações, e pa- recia igualmente apto para todas as Sciencias ; com tudo as Mathematicas lhe deverão fempre muito particular eftima- ção : e ainda que depois das fuás InveJligaçÕes Jobre di- verfos pontos do Systema do Mundo , não emprchendeo mais nenhum grande tratado de Mathematica , nas Colleçoes das Academias mais famofas da Europa , e em nove volu- mes de Opufculos publicou fucceffivamente muitas Memo- rias fobre os pontos mais diíEceis , e importantes de Af- tronomta-Fyíica , Mecânicas, e Analyíe.

Entre as queftóes celebres , que alli examina , de huma das primeiras a da natureza dos Logarithmos das Quantidades negativas, em outro tempo pela primeira vez fufcitada en- tre Leibnirz , ejoâo Bernoulli : D'Alembert a tinha reno- vado havia pouco por cartas particulares com Leonardo Eu- ler, o qual íuftentava a opinião de Leibnitz , em tanto que Cccc ii clíe

5'7i Memorias da Academia Real

elle defendia a de Bernoulli , fundado quaíi nos mcfmos princípios d'cftc famofo Geomctra ; mas Icm faber , que os feguia ; pois ainda então ignorava , que efte ponto ha- via Hdo largamente dilcutido por aquelles dous illuftres Mathcmaticos. Euler affirmava que eftes Logarithmos são imaginários : d'Alembert pelo contrario moftrava inclinar-fe a que elles são reaes. Cada hum apoiava a fua opinião em fortiffimos argumentos: As verdades que os novos me- thodos analyticos tinhao defcoberto no noíTo feculo , fôrao por ambas as partes dcftrilCmamenre manejadas, mas como o Calculo , pofto que confiderado quanto á fua notação e finaes , não fcja mais do que huma rcprcfentaçao fcnfivel das quantidades , e da maneira por que nós as confideranios , nem fempre pôde reprefentar todas as hypothcfes , e conll- derações , que lobre ellas fazemos ; muitas , e muitas quef- tões das que por elle íe pertendem refolver , são de fua natureza dependentes de princípios metafyficos , que nas formulas analyticas fe não podem encontrar ; o que occa- ílâo a efta diverlldade de opiniões nas Sciencias Exaftas : nem aliás feria poffivcl , que huma queftão como efta pu- ramente de Analyfe ficaffe indeciza entre Geómetras tão profundos como aquelles , entre quem ella foi por ambas as vezes agitada.

Os trabalhos de d'Alembert fohre os Telefcopios acromaticos , e fobre outros diverfos pontos de Óptica , não são menos admiráveis. Efta fciencia , a que Newton parecia ter affignalado os últimos limites, adquirio entre as fuás rnãos , e as de Euler mui confidcravel augmento. Efte grande Geometra tinha affirmado contra a exprcíTa decisão de NcAvton , que a aberração de refrangibilidade nos Telefco- pios podia deftruir-fe , combinando na compofição das fuás lentes diverfas matérias diáfanas de differentes denfidades; mas o celebre Óptico Dollond igualmente hábil na theo- rica , c na pratica da arte, que exercia, fe lhe oppoz de- fendendo os fentimentos do feu illuftre compatriota, o que deu occafiâo a novas reflexões da parte de Euler , e dos

ou-

DAS SciEílCIAS DE L 1 S B O A< 5-73

outros Geómetras, e Fyílcos feus contemporâneos. DoUond rcconhecco finalmente a falíldadc da hypothcfe NcAVtonia- na ; fabricou os vidros lenticulares fcgundo os princípios de Euler, e tanto eílc como d'Alembcrt cftabelccêrão nos léus efcritos a verdadeira tlicorica dos Telcfcopios acro- maticos; refolvendo ao mefmo tempo muitos Problemas dif- fijultofiíEmos de Dioptrica , c tendo ambos a gloria de rctormar a doutrina de Newton , hum convencendo de fal- ia a fua opinião fobre a impolfibilidade de remediar a aber- ração de refrangibilidadc ; e outro demonftrando , que na luz folar nâo cxiftem , como elle affirmára , fomente fete raios diverlos diíFerentemente refrangiveis.

Entre as obras, que honrão o nome de d'Alembert, não merece fer omittida a fua foluçao do Problema das Tautochronas , tanto pela celebridade d'elle , como pela dif- ficuidade da fua refoluçao, e eftas mefmas razões farião o meu filencio indifculpavel , fe deixafle de dar aqui huma bre- ve noticia da natureza , e progrelTos de tão famofa queftao. Da-fe o nome de Tautochronas a todas as curvas , cu- jos pontos eftão de tal forte difpoftos entre fi , que qual- quer corpo , que impellido por huma força accelerante deC- cer ao longo da fua parte concava , gaftará conftantemente o mefmo tempo em chegar ao ponto mais baixo d'ella , qual- quer que feja aquelle de que começar a defcer. Huyghens foi o primeiro que demonftrou , que movendo-fc o corpo no vácuo , ou em hum meio , que não rellfta , animado fo- mente da força da gravidade, a Tautochrona he huma Ci- cloide ; porém Newton examinando a mefma queítão achou , que a Gicloide não hc a Tautochrona quando o corpo fe move em hum meio não reíiftente , mas ainda quando a fua rcfiftcncia he proporcional á velocidade do movei. Eu- ler e João BernouUi rcfolvêrão o mefmo Problema , na fup- pofição de que a refiftencia do meio fofle proporcional ao quadrado da velocidade. Finalmente Fontaine em o anno de 1734 publicou hum methodo clcgantifGmo , e verda- deiramente original, para a fua rcfoluçao, o qual ao mefmo Cccc iii tem-

f74 Memorias da Academia Real

tempo que involvia piinciplos de calculo capazes de fervir de fundamento a obras maivS importantes , conduzia a humare- foluçao muito mais geral do que as primeiras ; pois lendo ap- plicavel a todas as hypotheles de refiftencia, em que o Proble- ma havia fido refolvido , moftrava alem d'iiro , que a mefma curva, que Euler c Bernoulli ha vi ao achado fer a Tauto- chrona quando a reliftencia do meio he proporcional ao quadrado da velocidade , o he também quando a reliftencia hc proporcional a efte quadrado augmentado do produfto da mefma velocidade por qualquer coefficiente confiante. Mas todas eftas foluçóes são , como fe , relativas fomente a diverfas hypotheles da reliftencia dos meios , e da força accelerante do movei , e ninguém fe tinha ainda lembrado de averiguar , fe em todas as hypothcfes imaginá- veis podia haver curvas , que folTem Tautochronas , c de determinar quaes sao as condições , que devem ter as mef- mas hypothefes , para que a exiftencia do t antochronijmo feja poffivel. Hum illuftre Geometra , que hoje temos a fatisfaçao de contar no numero dos noíFos focios , e cujo nome fe tem feito com jufta razão refpeitavel em toda a Europa, foi o primeiro, que refolveo efta grande queftâo incomparavelmente mais difficil que as primeiras , e que communicando a d'Alembert a formula , que continha a fua fdluçâo , fem com tudo lhe enviar a demonftraçao d'el- la, lhe deu occaliao a que elle também da fua parte a re- folvefle. Emprehendendo pois defcobrir a demonftraçao , que de la Grange lhe occultava , não teve a fatisfaçao de a encontrar , mas a fua admirável perfpicacia lhe fez achar outra formula para a refolução do mefmo Problema ainda mais geral que a do Geometra Italiano, o qual ao mefmo tempo pela continuação dos íeus trabalhos a tinha também defcuberto : circumftancia efta de que as Sciencias Mathematicas offerecem mais de hum exemplo entre os homens de génio , mas que não diminue nem levemente a gloria do nolTo Geometra.

Taes são os principaes trabalhos , c fcgurão ao feu

no-

BAS SciENClAS DE L I S B O A. S7S

nome a immortalidadc na Hiftoria das Mathematicas. Se eu houvclíc de dar conta de todas as fuás obras , fazendo de cada hunia d'cllas a menção , que merecem , excederia cftra- nhamcntc os limites do ícu Elogio. As que me vejo obri- gado a paíTar cm lilcncio , sao dignas de tão grande a- prcço , que certamente fariao muito grande honra ainda aos mais acreditados Geómetras. Os léus Opulculos Ma- thcmaticos fcrão eterno tcftemunho d'efta verdade. O que eu a refpeito d'elles dilfc he a minima parte de quanto nelles fe contém. D'Alembert alli efpalhou grandiílimo número de verdades , e mcthodos originaes : alli retocou , e aperfei- çoou pordiverfas vezes a fua folução do Problema dos três corpos , e a fua theorica dos fluidos : alli deduzio da theo- rica geral das funções analyticas a demonftração rigorofa de alguns princípios de Mecânica , que ainda não haviao fido exa£lamcnte provados. Alli amplificou os feus metho- dos de calcular , e fez novas applicações dos feus princí- pios ao Problema da precessão dos Equinoxios , ao da Na- tação do eixo da terra , e ao da Libraqao da Lua. Alli exa- minou os princípios fundamentaes do Calculo das Probabili- dades ; moftrou a incerteza , e infuíEciencia de alguns de'el- les , e indicou ao mefmo tempo novos meios de remediar cftes inconvenientes. N'liuma palavra alli ajuntou hum gran- de número de reflexões, e princípios, que bem defenvol- vidos , e applicados poderáõ ainda algum dia contribuir para novos , e coníideraveis progreflTos das mefmas Scien- cias , que ellc tão efficafmente cultivou.

As fuás virtudes não fôrão menos admiráveis , que os feus talentos : furdo ás vozes da ambição , c da vaida- de nunca duvidou defprezar as maiores honras , e rique- zas, nem dar a conhecer o merecimenta d'aquelles mefmos homens , que outros julgarião rivaes da fua gloria. Ella fez , que o grande Frederico de Pruília eílimaíTe ao cele- bre Euler , como a hum génio verdadeiramente raro ; e fendo por efte Monarca confultado , fobre quem feria ca- paz de occupar na Academia de Berlin o lugar d'aquelle

Geo-

^j6 Memorias da Academia P».eal

Geometra , quando da fua Corte fc retirou para a de Pc- tersburgo , foi ellc também quem lhe deu a conhecer o fa- mofo De la Grangc , dizendo-lhc , que com clle grande homem podia reparar a perda d'aquelle.

Extremamente feníivel á ami/ude , não ceffava de promover os intereíTes , e a gloria dos feus amigos. Os feus efcritos atteftaráo efta verdade aos feculos vindouros , moftrando-lhes quanto fe esforçou em todo o tempo por fuftentar a reputação de Voltaire , e augmentar a fama de feu nome. Amante da humanidade , e da juftiça , refpeitou conftante , e inviolavelmente os direitos dos homens , e pro- curou fempre beneficialos , repartindo com ellcs os feus bens , como quem fe achava intimamente perfuadido , de que não devia gozar do que fobejava ás fuás neceffidades reaes , era quanto outros não tinhão o que lhes era abfo- lutamente precifo ; corroborando d'efte modo cora a prati- ca hum principio de moral , que nos feus Elementos de Filofofia havia theoreticaraente eftabelecido ; e como a fua beneficência não tinha proporção alguma com a mediocri- dade da fua fortuna , repetidas vezes empenhava em bene- ficio dos defgraçados o credito dos feus amigos, e a au- thoridade de que gozava na França , pela fuperioridade dos feus talentos.

Zelofo do augmento das Sciencias , não ceíTava de trabalhar por abrir novos carainhos aos feus progreíTos , meditando , e efcrevendo fobre os ramos mais importantes das Mathematicas, aconfelhando , e facilitando todos os meios de faber a aquelles mancebos , em quem reconhecia ta- lento , e defejo de aproveitar. A fua conftituição natural- mente débil , e delicada , que o obrigava a viver com mui cautelofo regimen, e a abfter-fe abfolutamcnte de todo o liquor fermentado , c de todos os alimentos , que não foíTcra muito faudaveis, e muito fimplefmente preparados , não era baftante para embaraçar-lhe a mais allidua applicação litte- raria. No meio das dores , que o atromentávão na ultima enfermidade , quando os feus amigos o julgávão mais ,

aba-

DAS SciEMCIAS DE LiSBOA. ^77

abatido, e próximo ao ultimo momento, ainda então me f- mo empregava os intervallos de foccego , que a modeftia lhe permcttia, em difcutir divcrfas queftõcs de Mathcma- tica , e em aperfeiçoar as obras , que deixava inéditas. O feu mal fe aggravava de dia em dia ; todos temião por inftantcs perdello ; elle mcfmo conhecia , que o da morte fe lhe avizinhava; mas tranquillo , e alegre , depois de ha- ver confiado as fuás ultimas difpofiçóes aos mais Íntimos dos amigos , que lhe reftavão , converfava com elles fobre os pontos mais ferios ; cfcutava os feus difcuríos ; e fe per- cebia , que a converfaçao afroxava pelo defgofto de o ve- rem próximo a feparar-fe d'elles para fempre , procurava animalla com ditos galantes , e contos engraçados. Tal era a força da fua razão , que até naquclles momentos , em que o total defarranjo da economia animal, e o concurfo tumul- tuofo dos fentimentos , ainda os mais gencrofos , coftumão perturballa , era ella quem regulava todas as fuás acções !

Affim acabou o grande d'Alembert no seio dos feus amigos a 39 de Outubro de 1783 olhando para a morte com aquella indiíFerença , com que para ella olharão os Sócrates , e os Catões.

IN-

índice

Das Memorias, que contém cftc primeiro ToólOk

s

Oliição geral do Problema de Kepler fohre a Medição daí Pipas j e Toneis, porjoíé Alontciro da Rocha - pag. i, Dominici Vandclli F/oriC , et Fanute Liifitatiica Specimen 37. Ejuídcm : De Fui cano Olifiponenfi , et Monús Ermiuii - 80 1 Memoria 1. /obre a for f a Magnética, por João António Dai- la Bella. - - _ - . . _ gj.

Mcm. II. Sobre a forca Magnética ,y>cIo mcímo. - ~ ii6i

Memoria Sobre os verdadeiros princípios do Methodo das Flit-^

Nues , por Francifco de Borja Garção Stockler. - - 200»

^aditamentos d Regra de Aí. Fontaine. Para refolver por appro'

ximaçao os Problemas que se reduzem ás Quadraturas , por

Jofc Monteiro da Rocha. - - - - - - - -218.

Objcrvãfocs de differentes Ecclipfes dos Satellitcs de Júpiter fei- tas no Real Collcgio de Mafra no anno de ijSj, por D.Joa- quim da AlTumpçao Velho. -------- 244.

Memorias para a Hijloria da Legislação , e Cójimnes de Portiit gal . I. Ejlado da Lujitania até ao tempo cm que foi redu' sida a Provinda Ronuuia, por António Caetano do Ama- val. --------------- 245-;

Farias Obfervaçoes de, Clíbmca , e Hijloria Natia-al , por Do^ mingos Vandclli. ----------- 25'9.

Obfervaçoes fobrc ham Hygromctro Vegetal , pov António Soa- res Barbofa. --------- ---261.

Obfervaçoes Fy ficas pot occafiao de féis raios , que em differentes annos c ah ir ao fobre o Real Edificio junto d Filia de Aiafra y por D. Joaquim da AíTumpçaõ Velho. ----- 286.

^lemoria J^ cerca da Latitude , e Longitude de Lisboa , e r.v- pofiçao das Obfervaçoes jlflronomicas por onde ellas fe deter- minarão, por Cuftodio Gomes de Villas-Boas. - - 305** Obfervaçoes Aftronomicas feitas junto ao Caftello da Cidade do Rio de Janeiro para determinar a T^atitude , e Longitude da dita Cidade, por Bento Sanches Dorta. - - - - 3-5''

I N D I C Ê.

Ohfervaçoes Meteorológicas feitas na Cidade da Rio de Janeira j pelo mefmo. ------------345:.

Da incerte::ia que ha acerca da Gonima Mjrrha. Dã-Jc noticia de hum arbvflo , que tem as me/mas qualidades , e "jirtudcs , por João de Loureiro. --------- 379.

Memoria Sobre a Poefia Bucólica dos Poetas Portugttezes , por Joaquim de Foyos. ----------308.

Memoria fobre a natureza , e verdadeira origem do Pdo de Agtii- la ^ por Joaõ de Loureiro. -------- 402.

Ohfervaçoes Aftronomicas feitas nas Cafas da Regia Officina Ty- fografica , junto ao Real Collcgio dos Nobres , por Francilco António Ciera. -----------416.

Ohfervaçoes Meteorológicas feitas no Real Collegio de Mafra no amto de 1784, por D. Joaquim da AlTumpçaõ Velho. 450.

Ohfervaçoes Metem-ologicas feitas no Real Collegio de Mafra no anuo de 1784 , pelo mefmo. - - - - - - AIS-

Solução do Problema propofto pela Academia Real das Scicncias fohre o Methodo de approximaçaÕ de M. Fontainc , por Ma- noel Joaquim Coelho da Maia. - - - - - - S°3'

Qbfervacion de la total Emerjion ò fin dei Evlipfe de Sol dei dia 17 de Oâfobre de 1 7 8 1 , ai objervatorio de la Academia Real de los Cavalleros Guardiãs Mariiías de Cartagena^ por D. Jacimto Ceruti. ----------5-26.

Ofervaçoes feitas no Rio de Janeiro em 1782, com hum óculo acromatico de ^ '- pés , por Francifco de Oliveira Bar- boza. __------------ 528.

Elogio Hiftorico de João Le Rond D'Alembert , por Francilco de Borja Garção Stockler -r-""~""^3^'

CATALOGO

Das Obras imprejjas , e mandadas compor pela Academid

Real das Scicnciíu de Lisboa : coiíi os pregos , por

qtie cada htima delias J'e vende brochada.

I. TT^ Revés Inftrucçóes aos Correfponáentes da Academia , (o- ^ bre as remclTas dos ptodiiiílos naturaes , para formar hum

-*^ Mufco Nacional , juiheto tí.° - - lío

II. Memorias fobre o modo de aperfeiçoar a Manufaiílura do Azeite em Portugal, reroetcidas a Academia, por Joáo Anto-

r\io Dalla-Bella , Soclo da mefma , i. vol. 4.° 480

III. Memorias Tobrc a Cultura das Oliveiras em Portugal , remct- tidas a Academia, pelo mel mo Andor' , i. vol. 4." . - . . 480

IV. Memorias de Agricultura premiadas pela Academia , 2. vol 8.° póo

V. Pjfch.ilis Jofephi Mellii Freirii , Hiit. Júris Civilis Lufitani Lí- ber tingularis , i. vol. 4.° ---------■#--- 640

VI. Ejuldem Inllitution. Júris Civilis et Criroinalis Lufitani. 5. vol.

4." - --- --. 2400

VII. Olmia , Tragedia coroada pela Academia, /o//'. 4." - - - 240

VIII. Vida Wo Intante D. Duarte , por André de Rezende ; folh. 4." 160 1,X. Veftiglos da Lingoa Arábica em Portugal , ou Le.Kicon Ery-

mologico das palavras, e nomes Portuguezes , que tem origem Arábica compofto , por ordem da Academia, por Fr. Joaó de Sou Ca , I. vol. 4-° 48*

X. Dominici Vandelli Viridarium Grysley Lufitanicum Linnaeanis nominibus illuftratum , 1. vol 8.°---------- 200

XI. Efemérides Náuticas , ou Diário Aftronomico para o aiino de 1789, calculado pira o meridiano de Lisboa, e publicado por ordem da Academia , 1. vol. 4.". ---------- ^60

O mefmo para os annos feguintes até 1798. incluílvamente.

XII. Memorias Económicas da Academia Real das Sciencias de Lis- boa , para o adiantamento da Agricultura , das Artes , e da In- duítria em Portuj;al , e fuás Conquiftas , :;. vol. 4.° ... 2400

XIII. CoUecçaõ de Livros inéditos de Hiftoria Portugueza , dos Rei- nados dos Senhores Reys D. João I. , D. Affonfo V. , e D. Joaó II., 7,. vol. folh. 5400

XIV. Avifos interelTantes fobre as mortes apparentes , mandados recopilar por ordem da Academia , jolh. i.^ ....... gr,

XV. Tr.itado de Educação Fyíica p.ira ufo da Nação Portugueza , publicado por orJcm da Academia Real das Sciencias , por Fran- cifco de Mello Franco, Correfpondente da mefina , i . vol. 4.° ^60

XVI. Documentos Arábicos d,i Hilloria Portugueza , copiados dos origin.ies da Torre do Tombo com permifsáo de S. Mageft.ide , e vertidos em Porniíucz , por ordem da Academia , pelo feu Cor-

" r"fpondente Fr. Jo.io de Soufa , i. vol. 4.° ...---- 480 XyiL^ .Qbfcrvações fobre as principacs caufas da decadência dos Portuguezes na Afia , clcritas por Diogo de Couto em forma

de Di.ilogo , com o titulo de Soldado Pr.ttko ; public;iJ.is , por or- dem J.i AciJcmia lical «.Ias Sciencias de Lisboa , por António Cae- ratio do Amaral , Sócio lirteilivo da melma ; i. tom. (íi 8.° mai, 4^"^

XVIII. Flora Cochinchinenfis ; fiftens Plantas in Rcgn» Cochin- chin.i nafceates. Quibiis acccdunt alix ablervatx in Sinenli Ira-

?;.'rio , Africa Orieiuali , Indixi^iie locis variis labore ac ftudio o.uinis de Loureiro Rc^iac Scientiarum Academix Ulylfiponenfis Socji : JuíTu Acad. R. ScLctu. in lucem edita , z. vol. in 4.° mai. 2400

XIX. Synopfis Chronologica de Subfidios , ainda os mais raros , para a Hirtori.i , e Elludo critico da Legislação Portugucza ; mandada publicar pela Academia Real das Sciencias , e ordenada por ]ofé Anaftafio de Figueiredo, Correfpondente do Número da mtftna Academia , 2. vol. 4. '=---•.--. i8oo

XX. Tratado de Educa ç.ío Fyfica para uío da Nação Portugueza, publicado por ordem da Academia Real das Sciencias , por Fran- ciíco jofc de Almeida, Correfpondente da irieíma , i. vol. 4.° ^60

XXI. Obras Poéticas de Pedro de Andrade Ca.Tiinha , publicadas

de ordem da Academia , i. vol. 8." -...-.-.- 600

XXII. Advertências fobre os abufos , e legitimo ufo das Agoas Mi- neraes d.as Caldas da Rainha , publicadas de ordem da Academia Real das Sciencias , por Francifco Tavares , Sócio Livre da mef-

ma Acad. /o//). 4." zto

XXIII. Memorias de Litteratura Porrugueza , 6. vol. 4.° - - - 4^00

XXIV. Fontes Próximas do Código Filippino , por Joaquim ]ofé Ferreira Gordo , Correfpondente da Academia , i. vol. 4.* - 400

XXV. Diccionario da Lingoa Portugueza , i. vol. foi. mai. - - . 4800

XXVI. Compendio da Theorica dos Limites , ou Introducçaõ ao Methodo das Fluxóes por Francifco de Borja Garção Jbitockler, Sócio da Academia ..... ._...,._.. 24a

XXVII. Enfáio Económico fobre o Comércio de Portugal , c fuás Colónias , oferecido ao Príncipe do Brazil N. S. , e publicado de ordem da Academia Real das Sièncias pelo feu Sócio Jozc Joaquim da Cunha de Azerêd» Coutinho. ....... ^go

XXVIII. Tratado de Agrimenfura por Efteváo Cabral , Sócio da Academia jCmS." -.--.----...... z^9

XXIX. Analyfe Chlmica da Agoa das Caldaj por Guilherme Wi- thering, em Portuguez e Inglez. --,.... ... j^q

XXX. Princípios de Taèlica Naval por Manoel do Efpirito Sat»to Limpo , Sócio da Academia ----.-...... 480

XXKI. Memorias da Academia Real das Sciencias, i.yol. looo

EjiaS debaixo do prelo as fegtántes. Memorias da Academia Real das Sciencias. i." vol. Tibois Perpétuas Aftronomicas para ufo da Navegação Portngueza. Memorias para fervir á Hiftoria das Nações Ultramarinas. Memorias Económicas 4.°. vol. Memorias pata a Hiftoria da Capitania de S. Vicente.

Vendem-le em Lisboa na loja de Bcrtrand ; tem Coimbra, e «o Porto tombem pelos mefmos pregos.

rONEIS.

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MEDIÇÃO DAS PIPAS, E TONEIS.

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N. I.

Sffifío a dianteiro médio igiiaí

dametade da foma dos outros

dous.

N. U, N. m. N. IV.

Sendo 0 diâmetro médio igual d Sendo 0 diâmetro médio igual d Sendo 0 diâmetro médio igual d

ametade da foma , e mais hum ametade da loma , e mais hum ametade da foma , e mais dous

oitavo da dijferença dos quarto da dijferença dos fetimos da diferença dos

outros dous, outros dous. outros dous.

N.V.

Sendo todos igua- is.

1

Di.imetro dos funJoi.

Ojainctro dos fundos.

Diâmetro dos fundos. 1

Diâmetro dos fundos.

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