Ml
^í B k
i.J^»l::rl:firr;fe^%^^
\/' Vi
f : t h
1-«M
i.fc t í
K^-}:j-.Mr^
»•:■ iv .» > • W- ■ V< *•:,■ n
KJ-.Kl.
^.t_#:.»^t^ Kl^
DO
fiRlKDE EXERCITO AllUDO IIBERTADOR DO SIL
U AMERICA.
0< / '^'■^i ' I íV o -*
DO
faraiiíle Exercito Aiiiado likrlador (lo Sn! da Aoicrica, wà fiaeita de I8i>l a I8S2, coulra os tynmnos do Praia-, c bem assim dos facíos mais graves, e notáveis, qee precederam -iia, desde vliik^iHmís, e dos (foe maisisiílui- ram para a política enérgica, que ultimameiíte o Brasil adoptou, a fim de dar paz, e segurança aos Estados visi- íílíos: incf isindo -se Iãobem noções exactas., c documaí» fadas da Batalha de Itiizaingo', em 1827, e de seo resnllado,
OFFEUEGÍDAS
POR
Natural da Provincia da Bahia.
Capitão da 2.* Classe do Estado maior do Exercito,
Cavalleiro das Ordens Imperial do Cruzeiro, eS. Bento d'Av3áí
Condecorado com a Medaiha de distincção da Campa nba
da Bahia, pela Independência, Sócio Correspondente
do Instituto Histórico e Geographico do Brasil etCt
mo GRANDE DO SUL.
TYPOGRAPHIA DE B. BERUNK.j
1852. "-
Declaro, que só reconheço por verdadeiros os exemplareSf que ^ vão por mim assignados no prologo, l
AO Illuslrissimo c ExccUciitissimo Sculior
w^MAwmL suMSâiia 11 siwi^ 1 anis SEPBÔH De tSIPEÍlIO.
DO CONSELHO DE SLA MAGESTADE O IMPERADOR,
MINISTRO E SECRETARIO DOESTADO DOS NEGÓCIOS DA GUERRA,
COMMENDADOR DA ORDEM DE CHRISTO, E CRAÕ CRUZ DA MESMA
PRDEM EM PORTUGAL, TENENTE-CORONEL EFFECTIVO DO
ESTADO* MAIOR DE 1 . " CLASSE, ETC.
####W#I'#M4#
Para que, ao cabo d'alguns annos, não falleçam ao futuro Historiador das cousas do Brasil, muitos dados indispensáveis, mas que, segundo nossos prisr.os hábitos, o Olvido te-los-ha absorvido, em grande parte, ou o Estrangeiro atle- niiado, e desfigurado, privando-os, se não de lodo, ao menos do máximo de sej verdadeiro brillianlismo ; erapreliendí, apezar do temor de ser tarefa superior ús minhas forças, escrever as — Memorias do Grsnde Exercito Aliiado Libertador óo Sul da America, na guerra de 1851 a 1852, contra es tyrannos do iVjta.
E porque tive convicção de que não ser^me-hia possivel, principalmente no breve espaço, cm que anhelo dar ao prelo este trabalho, traçar circunstanciada, e methodicamente um completo quadro dos successos ocorridos em o louj^o pe- ríodo de vinte annos, nas Republicas visirsh-js ; lim;lei-me, nu preenchimento de meo designlo, a colligir, e mencionar somente os actos mais atroccs do ex-Oicta- dor Rosas, e seo Tenente Oribe, des que ambos empolgaram a suprema Magistra- íiira de seos Paizcs, e tãobem aquelles, que concorrer possam pira espargir mais luz, aprofundando, e patenteando, em plena evidencia, qual a politica traiçoeira, e a origina!, cavilosa, enoccnte diploraacia d'3rabos. Finalmente os motivos car- deaes, que levaram o illustrado Governo Brasileiro, que se havia sempre portado nobre, e circunspecto, depois de esgotar os meios, que a Humanidade, e a Civili- sação moderna tem doutamente adoptado, a lançar mãf> das armas para conso- lidar presentaneo sua tranqulllidnde inttrna, que vis, e estrangeiras raaqutna- tões sulapavam ; derribar, e expeilir a lyrannia fatal, que se eníhronisára ; e dar segurança, e Imma pr.z feliz, e duradora, ( se elies souberera-nas conservar ) aos seos visinhos os briosos Povos do Prata, á quem os Caliguias feroces por de mais tentaram ennervar na escravidão p^lo terror, e atroz matança, pois do abysmo, onde gemiam, surdiram, quiçá mais livres, acrisolados, e resolutos Patriotas.
Julguei, neste comenos, que não era licito prescindir do opportuno ensejo para repellir o afrontoso, e injusto epilheto de covardes, que nos prodigalisarara, çra o^ últimos dias da itiiqua Dicíadara, os servis Representantes da H. S. de Buenos- Ayres :e para faze-h:» mais completamente, addicionei quanto-i esclarecimento^ rexactos eu possuia sobre a famosa Batalha de Ituzaingó, e huns dous estandartes achados pelos inimigo, que tanta celeuma fizeram levantar. Tudo que eu enuH- cláv sobre tal assumpto, comprovarei ioiiiiediatamenta cora verídicos documeníog
oíSciaea, inclusive raappas exactos, e fidedignos, cuidadosamente por mioi collcc- cíonados para dar á plena notoriedade o que, já por vinte"seis annos, tem jazido nas trevas da impostura, com injusto desdouro do meo Paiz t
X^isonjeio-rae, desde já, de que encontrarei, no illustrado Publico, o propicio acoUiimenlo, que todo este meo trabalho, embora de5j)iílo de elegância, almeja merecer, pois atteuderá benigno a perseverança e zelo, que puz no seu cabaí desempenho, e relevará por tanio as falhas do Autor.
^y^o-.
DO GRA?íDE EXERCÍTO ALIJADO LIBERTADOR Oo SUL DA AMERICA, NA GUHRRA DE 1851 A 1852, E DOS ACoNTECMENTOS MAI$ ^'OTAVElS QUE PRECEDERAM NA, DESDE VINTE ANN S.
PUTE PRIMEIRA:
ClPITULOl,
Foi eleito em 1830 Governador de Buenos Ayres, aquelle, que Dão tardaria a destruir t d.is a$ Li!)erJades de sua Pátria, proslerger as L^íis, e ser por especo de vinte annos, o flageílo do Prata, o verdugo da humauidade, e o m^iX mo (yrann) Je nosscs tempos. Todos por certo j^ C( mprehf ndcjii, que failomos dô prcxímisla D, João Maneei Uos/is, que, a despeito da teosz cpposição da Cidade de Buenos-Ayres, qu3 desde 1829 e!!e nlía- va, a> despeito de sua nuilidade, qoer cimo Militar, quer ccmo habil para goverrar, pois só pela i: íluencia da gente do canrsp», que em ma^sa levai: lou se, e ir vadio a mosma Cidade, e t; m - bem pela do estrangeiro, e i rija lo fp'>io do V sccndede Venan- courl, Chefe da Estação iiavui Francesa, que a 21 de Maio d*aque!le annj, penetrando n > p')rta de Buenos-Ayres, apederou- se dos vaíos de guerra Nacionaes. queimando os que nêo pôde le- var, e enviando es prisioneiros ao mesmo Rosas, o qual não fon- tentando-se cem pedir lhe, que ficasse cem os ditos vasos, o que iaterviefse n^a^^ueila guerra rjvil da Rí^ublica, pedio ião- bem, que embí ra vio!asse o território fluvial, se cntrânbasse pelo Paranr),o a!li apreliende^se quantos barcos encontrasse ; con» s<guio emtim sublimar se á primeira Magistratura do Paiz, len- do feito urra Convenção de paz com o General LavaMe, á cujo cu» primento nunca prestou se.
F nd; s os troii annos, que teve de perdurar o sro governo, e que Ucsas passou em crebro lutar com seo orgulho, e avidez, resignou íi'?i)lmen{e o poder, e voltou fa'ura.io de odro, níaltfíca ambição, e o mais amargo de^ peito, pêra es seos CaucíwSf e Es- tancias, que então já possuía j sempre porém com a dcm^ inteu-
2
^ 8 —
Ç30 do entrar cm Buenos-Ayres, como Díclador perpetuo. Para que com menor custo o alcançasse» pedio, e obteve do Governa, que o sobsliUiio, o command') do Exercito, cujas rperaçõjs se destinavaíTi coolra os Índios selvagens ? e aquclle Governo, pir imprevenido,cu quiçá par teme-lo, e niais depressa afastaio para li.ngQ da Capital, annuio promptamente aos aiihelos do Gover nador decabida, dandcj^lhe leda a tropa, de que podia disj-ôr.
ColloCddo o moderno Sylla (linha eotâo 35 annos de idade) á lesta u'3quella força, tramou logo no rnosmo anão de 1833, uma revolução em Buenos-Ayres, e por meio delia, não só r-re- (ipitou d) poder o General D. João Ramon Baícarce; como igualmente cons^gaio, que de novo o chamasse») a j^^overnar, o que só aceitou, cm as insoliías condiçõas, que lha aprouve impor ao Faiz, entrando depois cm BuenosaAyres com a mais fibsoiula dictadura, no firme propósito de jamass deixa-la. seudi) huma de suas vicíimas o uiesmo Baleares, que assas havia feilo para a primeira elevaçio da Risas, o que finalmente morrendo» na proscripção, conduzido por sua familia ao Palrio sjIo, para íjhi dar- lhe sepultura, esse mesmo Rosas prohibio, que sa lha fizesse ainda o mais 5Ímp'es enterro^
Havia e'le no seo primeiro governo, d'algiima maneira dos» farçado essa celvajaiia, e ferocidade, que lho tra innala, e quâ depois desenvoiveo terrível e airozmenle, por quanto só eppare- ceo mais pnblicaujenle e coma primeiro ensaio, em 28 de Feve- reiro de 1830, o fusilaíLcnlo do Major Monte ro ( GbiltíRO ) á quem liofaí, inculcando por eílò interesse, e aífcibilidade, simu» Jou dar-Ibe huma carta de recommendação pa:a soo irmão D. Prudencio Rosas, que devia ser pessoalmente enlregue, e deo- Jhe huma outra, que continha ordem lerminanle para o dilo fu- fcilamento,ordcm rsta quo apenas lida por aqueiie Prudencio, no Quartel Convento de la Recolela, rnandoUr.a immedialamenta rxecular. Em 1832 fi^z que fossem passados pelas armas oitenta índios, e outros [)nsioneiros.
Peia sfgunda \qz porém, que subio ao poder, o improvisa- do General Rosas depôz immedialamenle a mascara fallaz ; o com o coraçrio empedernido, feroz qual o Leopardo, e sagaz qual a Rapoza, traíou de, a lodo o transe, dar cíbo da federação, e de seos mais bravos e constantes Chefes: assim que fez condu- zir enfermo o General Aopes, Fundador da mesma, o Governador de Santa Fé, entre mil demonstracções de amizade e dedicação, para a sua própria casa, onde eii breve morreo envenenado ! Cullen que subsliluio a Lopes, foi noandado arcabuzar. ^^íro^a, 9 Riais cstrtnuQ, o generoso de lodjs, o que escapara a vmts
batalhas ; Quiroga foi assassinado, cabinJo em uma sillad.'?, pelos irmãos Reinafé, que governavam Córdova, conluiados com Bosas ; porém esto d'^-poÍ5, por afastar a^ graves suspeitas, q^o sobre si pezavam, e taobem par evitar, que lhe fizessem ellea igual caridade, perseguio os ditos assass nos, e os fez fusiUr.
Desempeçado assim Hosas das irts nstabíliUades mais in- fluentes do partido federal, caaeçou a reinar dí^spctico, e Oírni» potente, poríando-se como o sce!erato mais sanguinário, qje so lem visto, tanto que até probibio, quando maiava os Paes^ quo CS Filhos pozessem luto, enlreianto que decretou o pozesgem ge- ralmente por morte de sua mulher» E ni>te-se, que todos os as*' sassinatcs eram executados, independente de qualquer fcraiuia, cu averigusçâo legal, e de auditncia do infeliz pacjente I
O canibalismo de Rosas designava de dia em d ia novas vic- tim2s, e em numero tão considerável, quo não é fácil enumera^ las : d^entre ellas indicaremos todavia as cneis notáveis, ccmo o Coronel Zellarrayan ^ sobre cuja cabeça afirma se, que por mui- tissimas vezes cuspira, fazendo- a rolar com bum dos pés, por três a quatro horas. Depois sendo prisioneiro o commandaoto Céspedes, intimo amigo ds Zellarraym, concedendo-lbe a vi<ia, por muito interceder algueii? por ella, si^ge"tou o á sacrilego, e atroz supplicio, encarregando o General D. Mariano Btnto Ro- lan, e o Ajudsnte (fe Campo General Corbalan, de, por ci'o <^iÍ9S consecutivo?, collocarem n'um ponto da prisão dô Céspedes a cabeça de Zellarayun, e obrigarem m, por espaço de duas ho- ras, em cada dia, a permanecer cem a vista fisa no saiigrt ntn, e repugnante espectáculo da caljcça mutilada «o seo amigo, e cuuiplíce. O Coronel ViUelsi, antigo Governcdor de S. Luiz. e muitos prisioneiros do General Paz, for^m tambenfí espingardea* dos, acerescondíí a circunstancia do sofrer igual mcrle hnm libo de Vii!e'a, qua viera interceder peKí Pae e qua venJo íaú^ a debalde, coiiêra a abraçar-se com elle.coíiíinuando a insfar rei'> seo perdão : não havendo cedido á que o s^p^rasse m^ Kos^.- ' r- denou, para de prompto fa^er c; ssar o esíorvoç qu3 fusilasseu» a ambos, e foi obedecido 1 Em Junho de 1'v^O o ^.íajíír Musí^ra ( portenho ) e mais três OíTivjices <ío Exercito d? Lnvail s ivAo conversar c«m os do de Rosás, n'um caR.pj neutro, para is30 conveiícionado, foram todos surprendidus por Sci 'ado^^ de 'o- fame Echsgue, que a cavalio para tal fim jaós tinha <i'al<a(éa ; remettidos á Rosas, foram instiintsacâínenle dí golsdos. Foroiíi* no tâobcm em 20 do Ouiubra de 18U, em Mt-ndon^a, os Co ror.eis>i?oyas, Pie^es, e es Salvador es, q^iQ fizeram z independe^-' «ia. í\osas ni:o foi esíianho á tí&içv^o, que tifou a TiJa á i^*^"
~ 10 —
rencio Varella^ Moço \v^>ív\íiO(í òq extraarJin tío talento, Pao defnzo íi hos, o assassinado por li uru Cahrera, compaJre de Oribí*, que pa'a isso o mandou á MonleviJéo, d*accordo com o dito Uosss.
l*elo Cromwo! Argínlino não foi esquecido o Dr. Maza, Pre- sidenlo da (lamara d *a Uepresenlaates, eoi cujo nobre peito, apezar de dever lhe impo tantes serviços, fez enterrar seo insa- ciável punhal je s mpre en p-ogresso espantos) saa perversi- dade, mandou fusiiar em 18 di Ag): lo da 18VS, a Comilla OgirmAfKic 18 ou 20 annos, grav da de oito mezes, ( e per isso crdeníu que primeiramente lhe baptizassem o ventre 1 ) o bem assim o Cura Cut erres, qúQ aseduzra, Anterioimení^ em l8/í2, já c'le havia mancado assass nir nos Sanlcs Lugares, a quatro Sacerdotes, maiores do sessenta annos, sendo desre nu^ mero o Reveren lo D. Cahrera. Ha no assassinato dos ditos 1*3- dresuma circun^lanc a, que é borribillima l Pr me ro, que os malassem, o preverso Dctador detirmin'3ra, que Ibes esfalias- Eem as palmas das máo!, ea coròi, pari a;sim degrada -Jos do ccracler sacerdotal ! ! Tanto era o escarino d^aquelle Sâcr.lcgo j)ara cem a Santa Hei gijo / 1 \
O sangrento Verdugo upo o era fó dos Argentnos ; eis porque, Icnio se em Í851 tornado mais o mais farnel co de sangue, tâohem victimou indivi iuos de outras Naçõej ; e eis porque a ]5 de Março de ISH. d^ noite, mandou el.'e trtiiçooi- râm.nio assassinar, com um golpe na cabeça, o Encarregado de negócios do Governo de Bulivia, D. Manoel Rodriguis, que na inanbâa do dia s guiiule, foi encontrado morto, na ettrada «la Alfíndegí e Boca, lugar solitário ; lendo todavia ainda comi sigo o feo fico relcgio : o re ultado dosle essassinio dizem que fora 8paderar«se Rosas de ioda a correspondência G'aqae le Di- pomala, o quo el-o muito anbeiava.
Na Batalha do PoUf ro de Vences, ganha pilo Grieral Ufi fjuiza 11) dito anno de 18'i7 em o meí de Novembro, sobro as forças Correntio5s, fez o dit ) General huns novecentos prisio* neiros, além de oulros trezentos, que men-^ionára n'oulra par. ticipeção, Entre os primeiros encontraram sa os Corou is Car* los Paz, lUanuel Saaveirãf q Cesário MonlemgrOt o Tenente - Coronel Castor de Leon, e Oiitros GhefiS, e OíVic iaes que foram immediatamente fusilados ; pocedim^nio este que o egiiissimo Rosas aprovou com intima complacência , em oílijio dirigido ao íuesiro General Ijrquiza, em re-ipos5a a parlicipiçâo, qua dera: o que tudo ronsla da i'ot. n. 1, no fim daslo voluu;e.
A 2, ou 5 d'Abril do 1851, mandou o Diclailyr iRmbero
— 11 —
assassinar arcabuzado Z). Gregório Lccocq^ Mcníeviíleano,- de* pt>is d'huoia prisão (.ie oitenta horas : era p Ttencenlc á huma fami ia (^islincla, e já havia sido Ministro da Fezpnda rm 1S37, na Presidência dfí 1) Manjei Oriba ; t< ndo a'cn disso assas cooperado em prol àà Pua Pátria. Ro^a? aDleriorm'^^nle já o ti- , nba lido tm ferros, p^r mais d'hum anno, nos seos horrorosos ergástulos, que para quem os ccnhecjo, melhor íòra dos annos em c;u3es quer outros \ I
Finalnv^nte em Janeiro de 1S51 a srnha do moderno Ha- lophornes, dando paslo com maior assiduidade á suas iniquitia» dfis, fasilou, cm curlo espaço, ou entregou á resbalosa, na §ua própria hab ilação de Crujíá. ( Quinta do Palermo ) mais úq cem infelic^s, cscspatido huns trezentas, á quem coube serem cruel e baibaramenie zurzicíos couíí trezentos a quiobonlos for- tes í^çoute^ ao som de musica, s^^ndo n'5que!le namoro incluido um tu[ Ciicllo e varias muherss. O carro forrado de loua pr^a, trabalhava diariam^^nte ás ordens da Polic-ia ; porém nos dias 6, 55, 2G, e 27 do dito rnaz, o numero das victimas fui extracrdinariamenle sul»ido, por sem duvida, na faíiaz supp»-» sição de qua por tal forma o terror abso^uiarrente apcd rar-se- hia dos seos, e drs estranhos ! Dos immoíados no reft^r ido dia G, cortarasn-se dez cabeças, contando se entre ellas as de D, Jozé Maria Sierra^ Navarrele, l), Joã.y /lodrigues, Cunhado do Martins, o José Gutierres Plaia ; cs'as cabeças, e mth oiío constou, q'Jo, díipois da queda do lyranna, foram achadas sega» das em Vasilhas de brro vidrado! E que íim leria n*isso o Dicíador ? Em fnmma os íssaninalos, e eçoutes ccnticuaraio de modo que desde G de Janeiro da 1851, tm qiio começaram de n 5V0, £ié 5 de Abril dom^smo ?nno, contaram se conto oi- tenta e nove viclimas a sassinadas, e as açoutadas excederam a ílí!, morrendo tãobfm d*e§las a mó' parte, dppo's do casUgo. E porque tratamos da resbalosa, justo é que para quem iíinora o que seja essa caridosa invenção, demos aqui alguma idáa da mesma. Entcodeo o Fhalaiis mcdM'no, qae o morrer degolado ní:o trazia grende marlyrio, o invfn'ou pnr isso eíle mesmo a resbalosa, supplicia no qu.^l a victima, amarrados CS braços, o inteiramente nua, era agarrada psios assassinos, que lhe ião serrando lentamente o pescoço com bum inslrumen^ to pouco cortador, ao som, e compasso d'huma car.ç5o brutal, © obscena, até que separavain a cabeça do tronco, dando nesi sa occasiao íer< ces vives.
O Hclicgabalo Argentino perseguia méis que atrozmente, quer fodsracs; quçr unitários, dcs que os gu^peitava fd verses á
— 12 —
prolongaçao de sua tyrannia, fossem ou não pessoas d'iníluencia, aá todos barateava por ignominia o epilbeto de selvagem uni* tario. O confisco dos bens alheios foi tãobcm hum dos seos mais fortes instrumentos, que jamais cessou de estar em acção. Nâo se p^nse porém que só pelo terror, que elle infiltrava nos seos, poíJia estender, e perpetuar hum tal poderio ; mister era igual- mente ( e elle d'isso eslava convicto ) que pelo seo systema de decepções, per.ldo, hypociila, e iuimoral, continuamente fu* menlando por todos os Povos do Prata, e pelas Provincias do Império Brasileiro, devastadora intriga, fizesse reviver priscos cdios, concitasse gutrras intermináveis, açulasse vinganças, e ex* piorasse todos os vicios, e paixões, para conserva-las em com pie* ta agitação, figurcuJo e'b Rosss em moio com os ridiculos tí- tulos, que so apropriava, de Grande Americano, Heróíi do De- serto, Defensor Heróico da Independência do Gonlinente, e uni» CO capaz de manter o equilíbrio entre as Republicas convisinhas, o repellir quaesquer pretençõss das Nações da Lluropa, etc^ quando elle meramente era bum ente tal,quo em toda sua perni- ciosa existência, políuida dhorriveis rrimes, não enuii era um bó acto de verdadeiro Iferoismo, amor de Pátria.. generosií!ade, ou qualquer outra Virtude ! 1 I
Convinba-lho pois, para seos tenebrosos íins, collocar na Presidência do Montevideo, que desligado do lira>il, ficou for- mando hum Estado Independente, e livre de qualquer Nação, pela Convenção preliminar de 27 d'Agcsto de 1S28, um im- becil, hum nababo, que fosse alli o seo Lugar Tenente, sujei- tando a Republica Oriental ao jugo do Dictador Argentino ; a ]?epublica Oriental, para onde a emigreção de pessoas, e fami- lias gradas de Buenos Ayres era extraordinária, para desta artí evadirem-se ao furor cruento do Lobo de Cn^j^à, que fizera im^ pôr peiia de morte acs que eiiiigrcssem ; embora isso nunca oi impedisse, per qucnio n'uma marte incerta procura?íim evitar a certa ; o quasí gerilmenle o conseguiam, asilando-se em Mon- tevideo, pelo que subia da pnnlo o rancor, que a fera culria contra squelle E^t;!do, de quem jurava vingar-stí com u^ura, o tachem da sua imprensa, que propalava ja muitos dcs crimes do tresloucado Uofas,
Pelo que respeita ao Paraguay, que ctava independente tSobem, ccmo se concluo do Trâctado de alliança de 12 (!e Ou- tobro de ISll, e já rrccnhecido pela Confederação em geral, o espe(íal,e explicitamente p«lo mesmo Governo de Buenos-/ yres^ por nota do l.^do dito Outubfo ; reconhecimento esse, qi:o latiíicedo pele Congresso iNacional t!o Í8l3, não pedia tt-r alíi
— 13 —
o Dictador a TYienor influencia, e nem collocar no Governo pes< soa sua : tratou p' is de duvidar argucioso, ou positivamente negar o reconhecimento da Independência d'aquelle Estado, apezar da credencial de G de Março de 1813, e nota de Herre- ra de 13 d'i Outubro d j mesmo anno ; fundando, o suslentan. do seGs direitos hereditários sobre o Paraguay, risum íaneatis ? como íuccessor ( intruso ) dos lieis de IJespatiha^ no uti possi- detis ; ameaçoa-o portanto de compelli-lo a fazer parle da (kxnfederaçâo, d'essa Confederação, que não s^í encontra em nenhuma Constituição, em «enbum pscto geral das Províncias do iiio da Prata, desd:! 1810, em que foi expulso o Vice.Beij c proclamou-se a Liberdade ; e era pura invenção da períidia astuciosa de Ro§as á quem mordiam ciames de ler o Paraguay, já mui intimas relações com o Brasil, além de lea^s, e reciprocas sympathias. Elle foi que, por um seo acto de Í835, a 22 de Maio, ordenou quí se usasse de anno 1.° da Liberdade, tantos da Confederação Argentina, eíí*., etc. e principiou nesse mesmo acto, a contar os anno-i da supposta Confederação desde 1830, a^ino da sua elevação J
CAPITULO If,
Se não fora feliz o Dictador de BuenosAyres quanto ao Pxíraguay, porque brioso repellio seos sophislicos arrazoados, o o continuou a fazer desassombrado ; e nem tãobem relativa" mente á Montevideo, que cançou de solicitar, durante a Presi» dencia do General Fructuoso Rivora, á quem cercavam as maio^ res capacidades do Pai?-, como Pacheco y Obes.Aivare?, Santiago Vasques,lierrera, Francisco Munóz, Ellauri, Eduardo Peres, c ou- Iros ; não aconteceo assim quando subio ao poder o General D, Manoel Oribe> que tinha sido Ministro de Rivera, na Reparliçêo da Guerra, e que succedera cm 183/t á elle, cuja creatura era. Dissimulado ao principio, ia Oribe pouco o pouco fazendo con* cessões ao Degoiador dos Argeutinos, desnodando«se com esse rc- prebensivol proceder do grande e verdadeiro partido Nacional ; apostasia esta quo inoculou no coração dos Montevideanos a desconíiança de sinistros, e cccultos planos, a ponto de não dis^ farçarem já o S£o despeito, e porem se e m resguardo, Oribe te- meroso entrega-se por fim sem reserva, ou excepliva alguma, ao tyranno do Prata, trabindo os mais sacrosmtos deveres para com a Lndependencia,e Liberdade da Republica Oriental, sua Pátria «
Tâo inaudito proceder deo em rosultado a rovolução; que
— li -
em 1S36 teve á sua frente o mesmo General Rivera contra o Presidenta Oribe. Este porém continuou aiiiJa, resistindo até 1633, coadjuvaJo de Rosas ; mas a batulba de Palmar derrocoa o seo poder, e seguio-se a (.'apituiaçâo de Paisandú, descendo Oribe da Presidência ires mezos an'es do íiiida-la, havenlo re- signado irrevogável, e oííiciaSmcnte a autoridade, em 20 do Ou-» tubro de 1S38, perante as Camarás, cuja licença uessa me-ma occasião impetrou, e foi-lhe concedida a 24 do dito mez, para sabir.co 150 sábio do Paiz para os doniinios do Rosas, em cuj > serviçt) entrara tomanJo o commando dbum Exercito. A noia n. 2 appresenía o assísnotsvel documento da renuncia irievo- gavul, e de sua aceitação.
Não liíiba arrefecido o nefario Rosas na procura diligente, embora cem algum myste.io, d'anarch'sar o Brasil, e seduzir os incautos, ou loucos, e manivelos, afim de uni'' á Confede;eçào a Província do S, Pedro do Su^formando esta huma Republica. \ revolução de 20 de Sttombro de 1835, nesta Província, a cuja t^sla íigu^-ou o Coronel Rio Grandense Btnto Gonçalves da Si!, va, se não fui fructo immadiato do encorajamento, aleivosia, o pervtrsidade do ambicioso Rosas, e seo Tenente Cr:be, que fi- lamente lidavam por encarnar nos Povos Brasileiros, máximo nos d ) Rio Grand 3, o espirita detnagogo, como assas o ettei- tam dccumfntos p bl c s, e incrnteslave-s, a'gjns dos qíiaes se f nconíram em a not » n° 3, foi por ambos muito e muito corte- jada, et4 mandíndo O.ibe, dii Villa do S. Servardo, fel"cilar 8q'je!le B nto Gonçalv s na do Cerrito, ou Jaguarão ; depoij esplicar.do^-se com ello, como de ig;>al a igual, étCirca d*a'guma3 queixas, posteriormente nenbuma duvida re5(a, que elles* c« n. iribuiram positivamente para o desmascarado g'ito, que p''oc'a- mou bum r."g'.Qien do deccpçõas, e lyrannia, quero dizer, a Re- publica de Piratiny : n:'m obsta que Rosas hypocr'tamente o pertend ssa a'quan 'o nagar, para increpar só a R:ví ra, entre li'nlo que dcbelde o Brasil reclamou, maxifne em 1337, e 1S3S, contra o foriiecmer.to de cavallcs, e oulrcs artigos de guírra, que es reLe'díS do Rio Grande cbtinham nas Prov!n« cias Argeutiuas de Entre Ros e Corriontts, a troco de gtdos extorquidos aos Legalistas Imporiaes, E cbegou o de^pr^jo de Rosas em 1839 ao auge do communcar cl!e, em G de Setem- bro, á L<*g:íçfio Brasi'cira em Montevuk^o, a noírieação de bum Enviado extraordinário e Ministro Plenipotenc ario da íbamada nepublia Je Piratiny, jwnU) íi Confederação Argentina, aco • Leilaniio Sf», para o não repelir, do prel xtode que a eb gada de ta! d piomatti darií ao Governo A-gentino occasião de exer> cer SC03 ríDcios a bem da paz entro os pulidvs c ntcndores i
— 15 —
CAPITULO III.
Quando Oribe, deixando o Estada Oriental, passou ao ser- viço do Dictador, este induzio-o, cu constrangeo a protestar con- tra a sua renuncia, e para isso o reconheceo Chefe legitimo do Governo de Montevideo. A terrível, e luctnusa consequência d'huma tal conducta foi a guerra, que Rosas almejava, e que co- meçando em 1838, perdurou até Outubro do 1851, em que os lyrannoâ degoladores foram, de todo o ponto, vencidos, e pulve- risado o seo poder em toda a Republica OrientaL Naquella occa- siáo, que acima referimos, tendo Rivera assumido outra vez a primeira Magistratura da dita Republica, apoiou, quanto em si coiibe, o bloqueio de Buenos Ayres, feito pela França, de quem recebia soccorros pecuniários, e soldados contra o inimigo com- nturn, conducta esta que deo muito, quo entender ao tyranno Argentino, o qual, nem por isso, descorou, até que conseguio em 1840 o Tratado com o Almirante Machau, Tratado, que fartale- ceo, e reauimou-lbe assas o domínio, por desamparar a França o Estado Oriental, que ficou d'abi único na luta acerba, a qual, com diíferentes phases, porém sem grande differença,prolongou-sô todavia até 6 de Dezembro da 184*2, em que o Exercito Orien- tal foi batido, e comp!etamer5*.e derrotado no Arroio Grande, pelo de Rosas, que forte de quatorzo mil homen?, invadio aqueU ia Republica. Em" tanto o Dictador livre dos peguilhos da Fran- ça, multiplicou considoravelme.íte, e com atrocidade inaudita, o martyrologico dos bons Argentinos o o confisco de todos os seos bens.
Para fazer fronte á hum tal Exercito, restava aponas ao Es- tado Oriental huns seiscentos homens ás ordens do General Me- dina, 6 mil e duzentos recrutas commandad >s pelo Coronel Pa- checo y Obes, hoje General. Estes dous destacamentos reuni- ram-se accossados pela vanguarda inimiga, e continuavam a re- sistir denodadamente, quando o General Riveni ftii pôr-se á testa delles, accrescentando-os com huns quatro a cinco mil vo- luntários ; e desta aite disputando o Paiz ao invasor, íavorisavam a emigração das familias, que do campo afíluiam espavoridas para a Capital ; e apezar do extraordinário risco, que desso amontoamento de gente inerme redundava aos promptos movi- mentos, e segurança da Força armada, conduziram-nas sem de- sastre até Montevideo, sobre cojas eminências apenas estaciona- do o exiguo Exercito Oriental, vio assomar, a 16 de Fevereiro de 1843, as possantes columnas do inimigo. Inda assim não pro-
-- 16 —
curou o abrigo das muralhas ; e contentando se com requisitar armamento, e munições, atirou-se para a campanha, coníiando de novo a sustentação, e defeza da Capital á impávida popula- ção, que a protegia,
O Governo de Montevideo criou então hum Exercito de reserva, cujo commando confiou do General José Maria Paz, li' bertando a escravatura para engrossa-lo. Pacheco y Obes, Gom- mandante geral do Departamento de Mercedes, homem d'acção, e deliberado.foi quem primeiro deo o grifo de Guerra ao Estran- geiro invasor, organisando, logo que soube da derrota do Arroio Grande, uma força militar, e 20 dias depois, a frente de mil e duzentos homens encarava as numerosas phalanges Bosistas. Na Capital, durante a ausência do Presidente Rivera, dirigia os negócios do Estado o Presidente do Senado D. Joaquim Soares, Cidadão honradisdmo, e hum dos mais abastados proprietários da Republica, tendo por Ministros na Fazenda Francisco Munóz, na Guerre e Marinha Pacheco y Obes, no interior o Estrangeiros Santiago Vasques.
C4P1TUL0 IV.
Tendo Oribe acommettido em Dezembro de 1842 o Estado Orientai, appresenlou-se,como dito rica,no dito mez de Fevereiro do seguinte anno de 18/13 diante da Cidade heroica,com seis mil infantfts, e novecentos cavallos,para apoderar se delia, talvez por surpreza ; era porém já tarde, visto como a praça achava-sa convenientemente guarnecida, e então tratou de asscdiala. Se- guio-se o mez do Março, em cojo primeiro dia espirou o termo Jegal da Presidência do General Rivera, e passou a Presidente titular o mesmo Soares, que ja o era interinamente, como do Se- nado. D'ahi novos corpos de linha foram organisados, e deo-se- Ihes para Commandante D. Lourenço Batle, que depois foi Mi- nistro da Guerra, D. Francisco Tage, D. Jozé, Maria Munoz, D. José Solsona, João André Gelleyobes, D. Francisco Munoz, (já falecido ) todos depois Coronéis mui distintos, e antes Advoga- dos, e Negociantes. Estes corpos estavam as ordens de D. Mar- celino Sosa, ( quo chamou-se o Heitor da nova Troya ) de D. Cezar Dias, 1), Manoel l^acheco, e D. João António Lerica. Mor- to Sosa, qnando commandava o Exercito, Cezar Dias o substi- tuio no commando do mesmo, que era reforçado pela Legião Franceza, que formou-so, armando se, e municiando se á sua custa, sem jamais perceber soldo ; tinha ella por Commandante o Coronel Thiebaul, antigo Oíficial de Napoleão j e o Coronel
— 17 —
Brie mandava os Caçadores Vascos. Fez aquella Legião assigna- lados serviços, e só delia desertou para Rosas hum chamado Pa* labert, Commandaate do 1."» batalhão. Taobem organisou-se, depois da Logião Franceza, a Italiana, e vários Estrangeiros fo° ram eleitos seos Chefes, contando se entre elles José Garibaldi, Commandante da mesma Legião, proscripto na Itália, e na Fran» ça ; mas que em Monlevitléo fui estrénuo defensor da Liberdade d'aquelle Povo, conseguindo vários Iriumphos, ora contra as for- ças commandadas por D Servando* Gomes, por Viilagra, ( hum dos mais ferozes chefes de Rosas ) que prisioneiro, elle deo lhe a Liberdade, por Lavalleja, cuja família cahindo prisioneira, foi immediatamente restituida, escoltada d'outros prisioneiros, que igualmente foram soltos.
O Gromwel Argentino faz que suas forças marítimas, ao mando de Brown, bloqueom Montevideo, depois que o sobredito Garibaldi fustigado pir forças superiores, encalhou, e incendiou os pequenos vasos confíados a seo commando. Cm a noite de ÍO de Março de 1843 foi o Cerro tomado ás tropas de Oribe, pelo próprio Ministro da Guerra o General José Maria Paz,qae já a 28 de Março de 1841, e 10 de junho de 1842 havia obtido plenos Iriumphos do inimigo, o qual perdera o General Angelo Nunes, que era assas valente ; porém indigno, e renegado por haver abandonado a causa de sua Pátria peia do Estrangeiro invasor. Em 8 de Fevereiro de 1844 aquelle mesmo Garibaldi com 200 Italianos bateo huns mil e duzentos Argentinos, depois de cinco horas de combate portioso.
Marchavam assim as cousas nos dous belligerantes, e no entretanto progredia com vigor a rebellião do Rio Grande, pro- tegida por Oribe, e paio mesmo Rosas, pois recebia diversos auxílios de munições, e armas no Porto do Buceo, transferindo suas tropas, quando batidas, ou mui accassadas, para o territó- rio, que Oribe dominava ; eeis porque, só em Março de 184íi^ o hábil Marquez de Caxias, General em chefe do Exercito legal, depois d*tíWannot/inteirQíde campanha, e árduas fadigas, teve a grande gloria de paciíicar a Província, fazendo desapparecer to- talmente a rebellião, tendo precedido a isso diíFerentes comba- tes, sendo notáveis o ataque dos Porongos, e a batalha do Ponche Verde a 26 de Maio de 1843, em a qual os Batalhões 3 de Fu- zileiros, Commandante o Major Francisco de Lima e Silva Filho, e o9de Caçadores,hoje 13 de Infantaria,Commandanteo actual- mente Coronel Luiz Manoel de Lima e Silva, e os Corpos de Cavallaria da Guarda Nacional destacada, ns. 3, 8, 9e 12, que formavam 3 Divisão commandada pelo Brigadeiro, ora Maré.
— 18 —
chal do Exercifo Bento Manoel Ribeiro, bateram á cerca de três mil combatentes, reforçados por huma porção de Cavallaria dos Estados visinbus.
cap:tijlo V.
Os Tenentes do Bacbá de Palermo só por si ordenavam execuções execrandas, independente da previ )/?kceí do tyranno, ou de formulas legaes ; e para melhor grangearem suas graças, d desempenharem a horrível tarefa,eram tão inexoráveis carrascos, como elle próprio. Bastará para prova do que enuncianr.os, es- tampar aqui os nomes dos siccarios Angelo Pacheco, e Nazario Benevides,quc íjzeram degolar o primeiro, em Setembro de 1841, o General D. Marianno Acha, que depois de 48 horas de resis- tência, e mediante a earanlia de perdão, depôzas armas ; o se- gundo em juiho de 1842 a Ciriacj La Madrid, tãobem dos per- doados, e Maneei Julião Frias, ambos prisioneiros. He porém incontestável, que nenhum igualou ao assassino Oribe, coadju- vado em grande escala pelos asseclas de Rosas, os sceleratos, Mazino, Maza, Moreno, Jerónimo Gosta, e outros Ínfimos que- jandos na façanhosa ferocidade, e avidez de sangue. E para que o vindouro não nos taxe de exageração, referiremos alguns dos casos mais alroces.
A 17 da Dezembro de 1840 entrou Oribe em Córdova, e chi até foram surradas muitas Senhoras principaes, pela mesma Mashorca, mandando ao mesmo tempo decapitar a centenares de homens ; e até D. Ventura Benites, ex-Juiz de Policia de Santa Fé, estando no Hospital, foi ahi mesmo degolado, sobre a canta, onde jazia. Na Cidade de Belgran mandou aquelle facino- roso Igualmente degolar outros centenares d'homens, sem razão, e sem necessidade, inda que apparente, mas unicamente por delações infames do seo Exerci lo bárbaro, e desmoralisado.
Derrotado Cubas em Gatamarca, em IS^I, foi passada, a fio de espada, toda a Infantaria, e parte da Cavallaria, depois de ultimado o combate, orçando ao numero de seiscentos os pri- sioneiros, cujas algibeiras. destilando elíes primeiro de morrerem, pela frente de Maza, consta, que este em pessoa, os fora minu- ciosamente examinando, e se apropriando da herança, fosse dia nheí o, ou relógio etc. Entre os então assassinados, eram o Coro- nel D. Vicente Mercao, os Conimandantes D, Modesta Villafane, D, João Pedro Ponse, D. Damásio Árias, D. Manoel Lo;-V'S, e D. Pedro Rodrigues ; os Chefes de Batalhões D. Manoel Rico, D,
— 19 --
Santiago de Ia Cruz, D. José Fernandes ; os Capitães D. João de Deos Ponse, D- Jozé de Salas, D. Pedro Araújo, D, Izidoro Ponse, D. Pedro Barros, e outros. As cabeças degoUd-ii de lo- dos elies formaram huma pirâmide junto as dos Ministros D, Gregório Gonzales, e D, Gorgoneo Dulce, e do CommaiKhnte Geral Espeche, que já haviam sido executados, e estavam, espe- tadas na praça publica. Tudo isto é hornvel,e foi praticado sob o commandode Oribe ; porém inda mais bornvel hè o assassi- nato do Coronel D. Aleixo Córdova, visto coíno,em 24 de Abril de 1841 foi despedaçado vivo I !
Em Setembro de 1841, depois da bataíba de Monte Gran- de, mandou Oribe assassinar o Coronel D, Facundo Borda, de cujas orelhas fez presente á D. Manuelita Rosas, que appresen- tou-as graciosa á suas damas, e cavalheiros ; igualmente fez as^ sassinar lodos os officâaes de cavallaria e infantaria, que cahiram em seu poder, E logo depois, a 3 de ouiubro,sendo-!h8 entregues pelo traidor Sandoval, cabo, qae desertara para Lavalle, o Go- vernador de Tucuman, D. Marcos M. Avellaneda, o Gomman- dante Casas, Coronel J. M Villela, Major Soares, Capilao Es- pojo e outros Officiaes, fez que de prompto se lhes applicasse a caridosa Resbalosa. Estes diabólicos procedimentos sào cabal- mente aítestados pelos documentos constantes da nota n,á. Mui* tas Senhoras Tucamanas, de classe elevada, foram açoutadas pe- la Mashorca, como unitárias.
Ioda mesmo aos mortos a ferocidade de Oribe não perdoa- va ; eis porque fez seguir com encarniçamento o cadáver do Ge- neral Lavalle, que fallecido casualmente em Jujuí dep.^is da sua ultima batalha, e constando ao dito Oribe que era conduzido pe- los Patriotas para Bolivia, destacou nma psrtida sobre o defun- to, e dizia escrevendo oíficiaimente em 12 de Novembro de 184Í do Arredondo « Lo persigue una de nuestras partidas con e! ín- lerés de cortarle la cabeza. » Aquella partida perseguio o corpo exangue encarniçadamente I I
Depois do combate de Monte-Grande em Tucuman, Oribo tratou de oíferecer garantias aos Coronéis Cerrizuela, Piedra buena,e outros, que eram homiziados pelos d<isertos : estes infe- lices deixaram se cahir na sillada, e foram logo decapitados. Re- fugiado em Bolivia o Capitão Domingos Tejorina, fez por inter- médio da Esposa deste constar-lhe, que o inilultava, no caso de recolher se ao Paiz, e seio de sua familia : Tejerína regressa, ap- presenta-se em 3 de outubro de 1841, á Oribe, que o convida affavel e cordialmente a tomar com elle mate; porém ao sair para ir a sua casa, ha na distancia de duas quadras, degolada.
k: 20-:
Em h de novembro do mesmo anno de 1841, tendose Cu* Las refugiado para o Cerro de Ambasle, foi ahi assassinado na própria cama,e lãobem o foram desenove olFiciaes, que com elle acbavam-se occultos pelas brenbas. E como nos hia escapando bum dos crimes mais borriveis commettido pelo Catilina Orien- tal, e que faz resaltar em maior evidencia o seu canibalismo ? Como deixar de ser aqui mencionado o inqualificável compor- tamento daquelle com o valente e virtuoso Capitão D. Rofino Varella ? I 1 Em 1840, depois da batalha do Quebracho Herra- do, dando o General Lavalle a Liberdade ao General Garçon, que estava seu prisioneiro, para tornar ao seu Exercito ( o de Ori« be J determinou á aquello joven Oílicial, que ao dito Garçon acompanhasse até o referido Exercito, afím de que durante a jor- nada, não fosse victima d'alguma partida ^ O Capitão Varella, que era homem de pontos, inda que antevisse o seu exício infal- livel, pelo que distribuioo que melhor possuía por seus amigos, promptamente acompanhou o General Garçon, até o Quartel General de Oribe ; mas apenas nelle pozera a vista o monstro, que a sangue frio pede messas ao maior dos tyrannos, e assas* sinos, frenético grita : « maíen á ese picaro ! » O mashorqueiro commandante Jozé Marlinez prestes o executa, varando com sua infame espada o innocente Varella ; e assim é perfidamente mor- to hum militar honrado, á quem não poderam salvar as razões, e instantes rogos do consternado Garçon, de quem pouco tempo depois assentou Oribe descartar se, enviando-o de presente ao fujão de Caseros ; mas Garçon ílludio o sacrifício, á que a fera o despunha, porque o General Urquiza conjecturando qual o ne> gro trama, que misteriosamente se occultava em tal remessa, desviara em caminho o mesmo Garçon, passando a considera-lo aggregado ao Exercito de seu commando.
O humaníssimo Oribe não dava quartel á quem fosse seu ad- versário, ou elle suspeitasse sedo ; eis porque assassina, inda prostrado a seus pés, o paizano D. Juan José Morcillo, que dei- xou orphãos seis filhinhos I E que scenas horríveis, que fizeram descorar a Natureza, presenciaram as desgraçadas Províncias de Córdova, Catamarca, La Rioja, Tucuman, Jujui, e fronteira de Salta, quando aquelle escravo de Rosas, foi encarregado por este de submetter as ditas Províncias, que se haviam nobremente pronunciado em 1840 contra o vandalismo, que as degradava, e impedia, que conseguissem a Constituição, que cada uma d'a- quellas Republicas necessitava I 1 1 Veja se em a not. n 5, o garbo com que elle em um OÍTicio ao celeberrimo ex Frade, o General Aldao, GoTernador de Mendosfl, transmitte, em 17 do
— 21 ^
Abril de 1842, a noticia de ter feito saltar a Í6 do dito, a cabe- ça do General D João Apostolo Martinez. Igual sorte coube aos demais prisioneiros da acção do 15 do mesmo mez, dada no terri- tório Santafesino por buma de suas divisões, e aos da de Numa- yar, inclusive um commandanle de batalhão. Os prisioneiros da Batalha do Arroio Grande, a 6 de Dezembro de 1842, sendo 150 Chefes e Ofliciaes, inclusive o Coronel Mendoza, e noais 406 praças, foram todos, ( que horror I ) degolados, conduzidos para isso em lotes de 20 infelices, nus, e com as mãos atadas ; levando cada lote bum degolador, caminhavam até o alto de bu- ma collina, onde era a carnificina : abi cortava se a garganta á victima de joelhos. Porem o Coronel Hinestrosa, e Alferes Aris- mendi foram primeiramente castrados, para serem o primeiro abai^ietado pelo Batalhão do Rincon, que tiraram delle uma larga correa de sua pelle para presentearem o seu chefe 1 I o se« gundo íoi degolado, e o Tenente Coronel Leão Beruty, e Major Alonso morreram martirisados, O Tenente Acosta foi esfolado em vida 11 1 O Major Jacinto Castillos, e Capitão Martinez, fo» ram espostejados.
Em 23 de Setembro de 1846, a noite, foi preso om Moa« ievidéo, um assassino, que de intelligeocia com o mesmo Oribe, procurou apunhalar no sq\i Quartel General, o General Bivera, succedendo cahir-lhe o ferro, quando foi surprendido pelo OíTi» ciai de ordens do dito General : cbamava-sc o tal siccario Lau* reano Callo, morador na Aldeã, o qual deixou conhecer-se todo o trama pelo borrão dehuma carta, que escrevera á Iturriaga, Secretaria particular de Oribe, recommendando á este sua famí- lia se não podesse evadir se, consumado o crime; accrescentando que hia levar ao cabo o seu di.^ignio, apezar de ter sido aprchen> dida com hum seu filho, a correspondência em que elle já reve« lava todo o projecto.
Em a noite de 20 de Março de 1848 um outro assassino de nome Cabrera, morador tãobem da Aldèa, e compadre de Oribe, enviado por este, tirou traiçoeiramente a vida com buma punhala- da dentro dos muros de Montevideo a D, Florenço Varella, mo- ço de muito talento, o distincto litterato Argentino, Redactor do Comercio dei Plata : commetido o atroz crime, voou o seu autor aos Arraíaes de Oribe, protegido pela noite. Este mesmo Cabrera havia sido companheiro do Lauriano Callo para o pretendido as- sassinato de Rivera, mas escapou-se, quando aquelle fora preso. O Coronel Lamas, delegado de Oribe, fez barbaramente as- sassinar no seu acampamento, o Capitão Palácio, e Oliveira Ruivo^ C0J51S íamilias ficaram abandonadas. Pelo Tenente Goro-
L- 22 —
nel Valdez, foi degolado em Cerros blanoos, Claudiano do Passo. Muitos outros assassinatos comineltidos por gente de Oribe so- freram Cidadãos Brasileiros, ora tirados das Estaucias, qus estes possuíam no Estado Oriental ; ora surprendidos no gvro de seus regocios,
Nh Coionia do Sacramento appireceu, por demasiada sofre- guidão, hum pronunciamento em o 1° de Agosto de 1851, a favor da causa de Montevideo, contra Oribo, apoderando se seos autores da praça fortiticada, na ausência do Commandante Geral do Departamento D. Lucas Moreno, que de propósito no dia an- tecedente saiiira da praça, simulando uma cammissão, para mais acelerar o pronunciamento, de que tinha suspeitas, e então tirar vingança completa- So!:!- saltados os Patriotas pelas forças do dito Moreno, que se achando a 29 léguas, rápidas volvera§i, q us.ndo o mesmo Moreno de ardis, conseguio entrar na praça, o depois apressou-se em assassinar c^rca de trinta Orientaes, dos quaes três erão o Commandante Jozé Vicente Villalbo, Major íedro Arco, e Ganitão Thomaz Corrales. Quando se contempla para um quadro tão sangrento, e medonho, dá pasmo que o ver- dugo principal autor delleS; inda viva, som que os remorsos o le- nham acabado ! e que o próprio Moreno cccupasse, depois do triuropbo do Montevideo, tíuma das cadeiras s^natorias I
Já dias antes de 6 de Janeiro de 1851, em q^ie o Dictador de Buenos-Ayres de novo repetira com furor os assassinatos em Palermo, o havia precedido seo Tenente Oribe, fazendo degolar em S. Jtísé, sete individuos, pelo Cammandante Alvares. Muitos outros factos horríveis existem de Rosas e Oribe; não continua- remos porem a enumera-los, pois he bastante o que está escriptOj, para ajuizar''5e do canibalismo^ e brutalidade do taes verdugos, opróbrio, e excidia da humanidade.
CAPITULO VI,
Procrastinava-se o sitio de Montevidéo,e o ambicioso Oribe^ aguardava quiçá do tampo, e perseverança, o que pela força não obtinha. Entretanto o Governo Imperial á vista da Convenção de 27 de Agosto de l82S, interpelou a 11 de junho de 1842, o Ministro Argentina na Côrle, sobre a invasão da Republica do Uruguay por forças Argentinas ; e teve em resposta, que a guer- ra era internacional, tendo por objecto a reparação do oífensas. Com huma tal declaração, embora entendesse a perfídia que ella envolvia, o Governo prudentemente ainda ateve se á posição Deulral; que havia adoptado.
— 2S —
Em 1843 os Contendores mostrara m-se mais activos, ea 10 do Março do dito anno, o Ministro Pacheco y Obes dirigio^sa ao Cerro, e no seguinte dia 11 pôz em cosTapIeta derrota a Divi- são inimiga, qu<3 assedeava aquella fortaleza.
Foi a 29 daquolle mesmo mez de Março, que convenciona* ram Rosas, e os Representantes da França e Inglaterra, por urea Memorandum, isentar do bloqueio, que o primeiro empunha á Nova Troía, os vasos de suas Nações : um tal bloqueio, tão par- cial, deixou de reconhece-lo o Ministro do Brasil em Montevideo o Dr. João Lins Vieira Cansanção do Sinimbu. D*ahi a Fera de Cru» jiá desesperada espumando, bramio, e vomitou doestos e insanias contra este hábil e erudito Brasileiro, arrojando-se a mandar que seo Ministro Aranha dirigisse uma nota descommunal ao Ministro Brasileiro em Buenos Ayres o Conselheiro Duarte da Ponie Ribeiro, recheada de diatribes insultuosas, arguindo que Sinimbu, que alcunhou de insensato^ e estúpido^ obrava por ins- trucçÕes secretas do seo Governo ; ameaçando ao mesmo tem- po o Império de romper em hostilidades^ cuja acção só dependia da appr^vaçáo da Sala dos Representantes de Buenos Ayres, á quem n'esse sentido dirigio se no mesmo dia 2*2 de Setembro^ cm que officiava a Ponte Ribeiro. Este indignado como devia^ porém decorosamente, attento o caracter de que estava investido, redarguio no seguinte dia 25 tantas inepcias, e então até vindi- cou os actos oíliciaes do seo coliega em Montevideo. Resultou^ que o Governo Argentino tresloucado, declarasse rotas as rela- ções diplomáticas com o Chefe da Legação, ou antes demitisse o Ministro Brasileiro junto á Confederação* sem que depois ao menos á explicações se prestar quizesse. Ao contrario em nota de 22 de do mesmo mez de Setembro, no Rio de Janeiro nova- mente prorompfto o celebre Guido em desparalos e bravatas, di- rigindo se ao Governo Imperial : Este inda assim declinou do que á si devia, i^ó psr manter a neutralidade, que se havia pres- nipto ; e lembrado de que a descrição he a melhor parte do va- lor, ordenou o reconhecimento do bloqueio.
Aquelle mesmo Minialro Guido,insinuddo pelo seo amo Dic« tador, entabolando benévolas disposições para com o Brasil, em consequência de alliarem se os rebeldes do Rio Grande com o General Rivera, inimigo de Rosas, decíarou-se contra elles, e preslou-se inteiramente a hum Tratado de allíança ofensiva d defensiva cpm o Governo Imperial, acl referendum pelo mesmo Diclador, no qual se estipularam as conveniências para a paz dos dous íPâizes, e tãobem de Montevideo, e para extirpar a rebel- .Mão do Hio Grande, Assignado era 24 do Março de 1842 o Tra-
^ 2á —
fadcpor parle da Confederação, pelo mesmo Guido, e pela do Frfiv sii pelos Plenipotenciários nomeados, foi dirigido á Rosas para ra- tifica-lo. E que faria esle traiçoeiro autor de tantas manganilhas ? Mirou a outro nurtc, e por calculo a favor dos mesmos rebeldes, com quem então receou rofrper abertamente, pois infaliivclmea- te desmascarado, não os acoroçoaria mais contra o Throno Bra- sileiro, nem os allrabiria á Confederação Aryentma para delia fazer parte, negou-se á ratificação do referido Tratado, que posi- tivamente tioba de iiiíluir contra os ditos rebeldes, e contra o General Rivera, que tornando-se protector dos mesmos, temera- riamente, e em nome do Governo Oriental, celebrara com elles hucn Tratado de alliança oíFmsiva, e defensiva ; do que até pelo seu dit > Governo fora recusado em \^'x7 , E notese, que depois daquelia alliança de Rivera, Rosas como seo inimi-io, muito d illa se prevalecia para rípstidas vezes exigir a cooperação do lm;?eri(í a fim de aniquilar o dito General, sem todavia prestar-se a bum «juste serio, que o ligasse para o fuluio, e dtísse ao Brasil gâraa-
CAPITULO Vif.
Corria o primeiro mez do annodo 184^4, eis quebui^ de seos^ í^oes allumiou a derrota de Rivrra na batalha da B^lbajar, sal- 7ando-se buns quinbentos bomens, qoe tiveram o arrojo do avan- çar para Montevideo, atacar inesperadamente a li.du sitiadora, rompe la, e abrigarem se na lu)rlaleza do Cerro, guiados peloS' Coronéis Flores, e Jacinto Eslibáo, moço valente, e hábil escrip- tor. Este reforço foi de grande valia para Montevideo, cuja gj- arniçào eslava assas reduzida palas perdas diárias, assin» de ?»% soldados, eomo íÍíí grande numero de Cbefes, inclusive os Coro- néis Torres,, e Neira, e outros OiTniaes. Taobem lamentava a Praç^ sitiada ultimamente buma perda, que julgaratn-na irrepa- rável, o foi a de bum dos seos n»a!S bravos e intrépidos Defenso- res o generoso Coronel Marcelino Sosa, que morreo atravessado por buma balia de Artilharia, estando a cuvallo nos postos avan- çados. O governo perpetuou a Memoria deste H 'rí>e, inscreven- do na Bandeirada seo Regimento « Marcelino Sosa, bravo en- treos bravos » e decretou, que nunca foàSj preenchido o pusto de Coronel, que elle alli exercia.
Partio em Junho do dito anno. para tomar o commando do Exercito de Corrienles o General Paz, e enlào Pacheco y Obes Toucio ao Ministério da Guerra o sommando das Tropas. Mezes>
— 25 —
fispo^s o General Juan Pfibb Lopes apoderou-se de Santa Fé, tderrotando Echagup, e Sanla Cdoma, e r-^gressou d'a!li cona o augmeuto do 500 Sinlafesin s, qoe espontâneos o seguiram.
Foi n'esse mesmo anno de l84i, a 14 de Setembro, que, o Império do Brasil, quj de a muito mantinha com o Parag lay fela(,õ'S de amizade, «orneando p<?ranle §eo Governo Agentes Cí nsuiíires e Diplomalas, dosdj 'lò24, passou a recosihfCP.r oííi- ciai, e (-alhfg )ricamente a soa Ind**pendeiicia» D'ahi novas ac- c.u>ações surtiram áo pervícáz Governo Argentina contra o. Impo» rio, até que em 21 du Feveriiiro de 1845 íransmillio ao Gover- Do Itnpeíwl hum celebre prolte^to recheado de anomalias, im- posturas, e banalidades, o qie íoi contraproUestado em 29 de ,Ju!ho seguiníe de huma niantíiía tão lúcida, e irrespondivel^ quatito decorcsi.
liuina nova queixa produzio psra Rosas o Memcrandum.f qU(í o VisconJo de Abrantes dirigio em 9 de Novembro de 1844 ao Governo de logluterra, e Fra'íça, f;)rmu'ado de conformidade co!n as Ijislrucções de 23 d' A gosto antacedenle, que recebera do ;Sbo Governo p^rti In jagar quoes as vistcts tí'aquelíes doiis Gabi" netes relativa menta á paz do Prata, e á independência do Estado Oiiental, e ParaguiíV ; e como entendiam elles a Convenção de 27 d'Agosto de ÍS26. (Veja-se a nat. 6 deste vuluine.)
GAFITCLO VIII.
Nunca se afastando O Brasil da neutralidade, qno seliavia ifnpnsto, conservava nas agu^s de Montevideo huma pequena Di- visão ái sua Esquadra p ira só protecçã ) de sons súbditos. Gon- tiuMava a, praga siiiada a ostentar heruioamenle huma rcsouçáo e firmeza, que nao sã'» fáceis de imitar se. Gunlinuava lãobem o íbl« qaeio pircial de Uosas, por qoe o absoMiío, que elle p^rten- dera, havia sido repeilido pelo Uíniranle Lainé, e pelos outros lieulros : o que fez que o Díctadar, sem mais parafusar, expedis- se oDacreto de 13 de Fevereiro de 1845 fechando toda a co(n= íi)Uuii:ação com Montevidé», e prohibindo que ontrasse em Bue- n(S Ayres embarcação, que p h* qualquer pretexto tivesse to- cado em Montevideo, flom excepção única dos vasos de guerra vdo Nação amiga, e dns Paquetes Inglezes.
Entre tanto Ilivera apenas com cinco mil cavalleiros na
campanha, sempre fustigado pelas forças Argentinas, foi linal-
cnonte desbaratado na jjrnada do Passo de !a Palonia. Inda as-
^5 01 p não de&ãQÍmoUy e obtida postâriormeole hnoia pequena vac^»
— 26 —
tagem em Solis, msito d'abi melhorou sua posição, e começoa a correr grande perigo o siliador de Montevideo ; mas este leve a fortuna da entrementes passar o Uruguay, em sua protecção, huma columna de à$ homens de Cavallaria, e 600 de Infantaria sub o commanda d^ General Urquiza; Começaram de logo novas desgraças para ílivera, que a despeito de já ter sido batido era Belbajar, o depois em Arequita, offereceo batalha a 28 de Março de 1845 nos campos de Inda Muerta á aquelles 4600 combaten- tes, que elle sappunha em muito menor numero, pela estratégia, de que Urquiza então usara, para d*isso faze lo assas crente. Sen- do-lbe mais esta vez adversa a Fortuna, vio-se Rivera totalmen- te desbaratado, e vencido, íazendo-se lhe bum crescido numero de prisioneiros. Os destroços do Exercito batido refugiaram-so. Jogo no seguinte dia ao da peleja, ás fronteiras do lU o Grande, onde foram desarmadas cerca de mil praças, dando pasmo o pés- simo estado de todo o armamento, e o como fora possivel com taes armas, e huma peça de ferro em hum reparo todo alado com liras de couro, haver quem ousasse arrostar hum inimigo bem armado II Poucas horas antes de apprjiximarem-se aquel- las praças da nossa fronteira, haviáo-se já abrigado ao território do império cento oitenta e duas carretas com^ familia?, Gonstaú« te» de velhos, mulheres, e meninos.
Log^a 30 de Março do dito anno (1845) appareceram as forças Uwsistas,que seguiam o inimigo, e mostraram se dispostas a ultrapassar a fronteira, tanto que depois que á ella chega- ram, foi constante que passaram a espada dous OÍT^iaes do Ge- neral Rivera, que por doentes achavam se refugiados nas imme- diações, em huma casa Brasileira. Alguns dias de permeio^ atravessou Rivera o Jaguarão, no principio de Abril com hwm piqueie de sua escolta : o Presidente da Província do Rio Grande © fâz seguir para a Corte.
CAPITULO IX,
Quando taes successos tinham lugar no Estado vísínho, |á a Província de S. Pedro era pacificada desde o primeiro do Março do referido anno de IS/iò, conforme melhor se vê da not. n.' 7., pelos esforços, prudência, perícia, e activo zelo do Exm. Barão de Caxias, hoje Marquez do mesmo Titulo, que no- meado Presidente da Província de S. Pedro do Sul, e General em Chefe do Exercito de operações na mesma Província, para alli partira da Corte em 29 de Outubro de 1842, o assumira (?
--. 27 —
commando do Exercito em 12 de Novembro seguinte, concorren- do tãobem para essa prompta pacificação a vóz do verdadeiro Patriotismo, que fallára enérgica aos discolos, e insurgidos Rio- Grandenses, aclarando-lhes os negros trancas, recônditas traic- ^Ões, e ambiciosas vistas de Rosas, e Oribe, sobre o Continente do Rio Grande. A proclamação, que damos em a not. 8, do naui- lo honrado e valente David Canavarro, boje Comendador, e Commandanttí Superior da Guarda Nacional, no acto de volver á communhão Brasileira com as suas Tropas, e submetter-se, depondo as armas> be bum authentico testimunbo do que avan- çado temos.
Foi por occasião d'essa proclamação, que em ^7 do dito mei de Março, pedirt o Ministro Argentino explicações acerca, (dizia « elle,) da oífensiva allusáo á Confederação Argentina, contida na « dita proclamação, aceita pelo General em Chefe., como pe- « nhor de paz ; prottesiando em nome da honra contra o pensa* « mento temerário do novo súbdito Imperial »
O Poder executivo da Republica do Uruguay, existente na Capital de Montevidóa, declarou a, e suas dependências, em es- tado de sitio, a 28 do mesmo mez de Março de iSlib, por Da* creto d'aquel!a data. D'abi tomavam-se todas as medidas para dar tiuma acção decisiva nos sitiadores em o seguinte mez d^Abril. Neste comenos surdio a intervenção Anglc-Franceza, e os Agen- tes das duas Nações, o Csvalleiro Gore Ouseley, e Barão Deffau- dis pediram, quo nada se aventurasse, por que elles imporiam a paz ao Dictador, e no caso de relutância em negti-la, combina*r das a França, e Inglaterra unir se-bião á Montevideo.
Como boa eslrêa entraram o Paraná os Navios de Guerra das duas Nações ; mas huma noticia seguio se, que descontentou os Orientaes, e foi a de ter sido batido a 29 de Agosto do mesmo atino de 18/i5, o General D. Juan Pablo Lo pez, em frente de Gop, ficando prisioneiro bum dos Madariagas, que o tinham nindo proteger. Os Alliados progredindo na sua empreza, força» ram a 20 de Novembro o Passo do Obligado, militarmente bem defendido, e onde sofreram a mais obstinada resistência, que perdurou das 10 horas da manhã, até as 7 da tarde ; porém a despeito d*isso os vasos Anglo Francezes rompsram até onde ti- nham tencionado fazelo. Constou, que nas baterias do Dictador Rosas enconlraram-se quatro centos e dez mortos, todos de cor prela, e que quando a sua infanleria começou a desamparar as forliticaçoes em debandada, sofreo dos Cavalleiros, que espreita- vam aqueíla, huma grande carga, em quo muito a aculilaram, no intento de reconduzila ao combate. O resuUado foi hum reve:^ terrível para Rosas,
_ fS --
Finalmente bloqaeaJo Bjenos-Ayres a 18 d^ SatemV© 4e 18/Í5 pela França e Inglaterra, vislo coniD o Oic ador, cada vez mai< insolei>tft, e arrogante, despregara hum Ultimitum qno lho appresentado fora pelos íalervenlores ; e subindo de ponto o íiiror, exasperação, e rechino do Tigre de Palermo, por quo via invadido o interior dos Rios, pro/nulgou hum Decreto, qui «onvt^rlia em p-ralaria, c como tal punia a iivfracç.io das Lt*;s da Alfandvgi, e Policia d ) Porto Este l)ecrel'i era datado do 27 de íi'.'V-n>l>ro de iSáÕ, d » qual a» diante frillaremos.
Já anleriarnientfi a 16 d'Ahril áo mesmo aun» acima, bav'a '^osãs publicad ) hum outro Decreto, reptUin lo, até nova res h íuçán, o impedimento de itiirodiicção na Kepiiblira de gmeros do P<a''agiiay, p;)r (jual^jOrtr via,q le cl)rt4assem, daTjl > por moliva consta»- lhe,que pelo Rio Gran Je do Sai pertendiam inlro ioz r ( r* >a mate,e laliaco; mas o dito Uosas assim < ijrárfí noi aaíente para íerir majsdirectómt^nle os i.itereí>e:4 do liravi', pois d; ial medo pr.*hibia a importação de taes generosL, nitís;no que proí^edenle^i do línperio, p,>r quanto íicaria a m<?rte d )S íimpregaJos de suas AUandegas, a procedência, ou natural'dad3 d >s mesm )S gfj .eros.
^'o emlant», sem que o Diilador tive^sej unais arcedi lo í ^liamasódis repetidas solioitaçõis do Brasil para a ce'ebraç30 do definitivo Tratado de l*.iz, afunçad > na, lanias vezes cilídi, Convençio preíiíuinar de 27 de Agosto de lo 28, e que teria cor-* lado todas as questões, e evitido mesmo muitas caiisrs das da- Saveoças, liavia o Ministro Argentino na Corte do Rio do Ja« neirô, dirigitjo se a 17 de Ag)sto do referido ann^, (IS/jô) ao Governi Imperai por meio d'nu na nota accosatoria, oivie, c-^na já era de inveterado habito, apinh»ava q lanlas queixis, e aggra- vos dizia ter do ines no Governo, pveterila-?, pr-ise.Ues, e creio qua láobem futuras ;j.íiHaÍ!í esqirtcen io o reconb^ííimíinlo da inia* pendência do Paraguay, o i\J emorandiwn do Visconde da Abrm- les, e a proclamaçlo de Canavarr > : em conclusão exigio se >« passaportes. Em neta de 17 de Novembro seguinte, o iVlini>teri«> Bra^ileiro, peio órgão competente, primeiramente pulveris lU aí infundadas accusaçõís, e rematou p^rginlanJ o, se aiiida assim, e quando mais conviíiham as boas relaçõ *s entre os doi>s Esta Jos, o Ministro Guido insistia por sãos Passapíries, elles lho eram re» meltidos. Então este, em 22 de Novembro cjnlestou, qu-i 8»»bre- estava na exigiincia delles, até novas ordens do seo Govern > ; e isto de certo por que as esperançis de Rosas acerja da iríterven- MÇ30 tinhani sido frustradas, os portos Argtínlinos acabavam de ser bloqueados, como jática dito, a Esquadrilha da Confaderaçãc ih&nsí sido apresada peias duás Potencias bloqueadoras» o Parani
— 2y^
li-via sido forçado, e o combate do cblígado muito reanimara, m reerguera a Praça de Mantevidé«), cheia de nova confiança
Tãobem havia Rosas, sem abandonar suas exageradas, e j4 conhecidas pertenções, determinado á sua Legação na Corte, qua appresentasse buma outra, o que Guido cumpri/), exigindo tni' tom a.-neaçador e insultuoso, que o Brasil auxiliasse a Confedera- ção para ropfti'ir a intervenção An^lo-Francez^, e para coliocar oseo Tenente Oribe nj Presidência do Estado OrmnlaJ. K por que o Brasil declarou que continuaria neutro naquellas queslÕea do Prata, passou o Ministro Guido a infujiar, que o mesmo Bra» 6ÍI havia rompido a Conven -ào preleminar de paz de 27 U'A.« gost.) de IS2S,e pertendia por um rasgr) de penna privar Uosas do» direitos nejia conferides, olvidandí> se de que em notas de 8 d'A«' gosto de 1836, 9.7 de Setembro, 13 de Outubro, e 29 d-j Novem- bro lie i838, e n'<)ulras constanlemenle mgou ao mesa»o Brasil o direito de mlervir nas dissensões internas do Estado visinho, e d''mpedir qie outros governos interviessem, isto para que o Go- verno Argentino o p desse fazer no sentido de suasconveniencias^ 6 em detrimento do Império, quando desassombrado de qual quer «ilorvo, como então se ostentava*
E n(>te-8*^,queas recreminações de Bosas,por intermédio do», seos mui dignos Ministros Aranha, e Guido nunca ficavam pre- judicadas, ou no olvido, mesmo que o Governo línp''ridl lhes desse huma amigável satisfaçãa como qumuJo mandou reco^ iihecer o b'oqueio, ou provasse a injustiça deUas. Stímpro que jul- gava ler iMJm novo ag^ravo, abi vinha a enfadonha seiie, ou re- capitulação de tolos e quiesquer anteriores, que cumpria não trdier mais á questão I Era líuma celobre e nova latti^a diplo- mática para ir S'3mpre acuuiulando o cjtaiogo monstrui'So de oífensas, e ullr'^jes, (que não passavam de insigtíificantes nugas) para o rjmpim«'nio d'buma g lerra, que se propsfava aleivosa, o fiiachavelicaiiienle, cnnlandií se cotn a aoafch'a, que pouc» o piuca hÍ3 Rosas molmdo, e fomenland.) p^las Provitícits do Im- pi'rioj para sua guarda avançada Q;ie h 'irores eniã » se não da- riam ! O Ceo poro n vela, e »e!a accuradameíile sol)re a lerra d-í Sinta Cruz, tíjaaiiiis permettirá quí os Brasileiros dèin aso& êtí Estrangeiro cunlra u seo bdurado Paiz^
CAPITULO X,
Por hnma det^rminaçâ/) de 1â d^Âgoslo do já prediío an» Eo de 1845, purlendeo o Geu^fal Oribe rehabiiitar para o Cons-
^so —
snercio de exportação, e importarão os portos no Rio Jaguarão^ na Confluência do Cebolalí, e na Lagoa Mirim ; a fronteira do Chuv, os Ires aífluentes por esse lado á dita Lígoa, a saber S, Migael, S. Luiz, e Pelotas, e o porto secco de Taquarimbó : essa treta porém não produzio o premeditado eífeito, por depender do quero do Brasil, á cujos interesses muito offenJ ia : accrescendo á isso representações, qne já existiam dos Súbditos Brasileiros com Estancias no Estado Oriental sobre o prejuiso, que já so- friam, em virtude de ordens do mesmo Oribe, que não só lhes probibia que beneficiassem suas fasendas, e marcassem seos ga- dos ; mas até que os vendessem, ou passassem- nos para o Rio Crrande : ao mesmo tempo, que as forças daquelle Estado bião tudo esbulhando aos Brasileiros, quando e como lhes aprazia, praticando outras vexações, sem exemplo, e milhões de atroci- dades.
Em seguimento d*aqael la determinação de Oribe, probibío o Diclador a 27 do mesmo mez d'Agosto, até nova ordem, nos Portos de Buenos Ayres, e nos mais da Republica, ou nas suas costas, toda a espécie de communicação directa, ou indirecta com 05 navios de Guerra Inglezes, e Franceses.
Logo depois os ditos Alliados, combinados com forças da Montevideo, tomaram a 31 do referido Agosto, a Colónia do Sa- cramento, tendo os Oribistas incendiado homa parte desla Cida- de, no ensejo de retirarem se. Começou o mez de Setenibro, qua continuou pouco notável, até que a 20 as Potencias Inierventorag mandaram intimar o bloqueio á Provincia de Buenos Ayres, a principiar, como principiou, do próximo vindouro dia 24.
Propalou-se n*esse mesmo mez de Setembro, que D. Atha- aasio Arguire, que já havia sido encarregad » por Oribe para tractar com os rebeldes do Rio Grande, tinha buma outra vos vindo com proclamações, e dinlieiro para seduzir Brasileiros, waxime os soldados de infantaria, afim da desertarem para o di- to Oribe. Este Arguire he aquelle mesmo, que posteriormenta cm 1846 foi buma espécie de espião commíssionado no Rio Cirande pelo degolador dos Orientaes, para communicar-Iho quanto explorasse.
Em 3 de Novembro de 1S/Í5 foi taobem o Salto occupadQ por forças de Montevideo, ás ordens de Geribaldi, e Baez, pas- sando a commandar aquelle ponto o Commandante Anzani ; o que não perdurou muito, por que em Janeiro de 1846 toroarara as Tropas Resistas o occupar aquella perdida posição.
O Paraguay, eCorrientes celebraram, e assignaram a 11 da 4Uo moz d6 KovQiiibroi iíum Tratado de Aliiciaça o^ensim^^Q
— 31 —
defensiva contra o tyranno Governador de Buenos Ayres, para fazer-se-lhe huma guerra pessoal, á elle, e ás forças, que serviam á sua ambição : este Tratado constante da not. n. 9, foi assignado por D Carlos António Lopes, Presidente do Paraguay ; D. João Madariaga da Gorrientes, e D. José Innocencio Marques, En- viado do General Paz, Director da Guerra, e General em Chefe do Exercito de Operações, composto d' Argentinos de diíferentes Provincias.
Dias depois, a 27 de Novembro do dito anno de 1845, o Tigre Argeníina, violando os grandes principies do civilisação, e humanidade, barbaramente decretou que, além da confiscação, como boa preza, de todos os vasos, e cargas de qualquer Nação, que tivessem entrado o Paraná, sub a protecção da Esquadra Anglo-Franceza, em qualquer ponto, que aportassem, fossem jul- fiados, e punidos summariamente, como Piratas, o Mestre, e tripulação, pelas Authoridades da Provincia, onde se fizesse a ap- prehensáoll Ao mesmo tempo, e como por hum aceurdo perverso, o Urso Oriental (Oribe) perseguia os Estrangeiros a ponto que os Ministros interventores em nota de 21 de Dezembro, do di- to anno,queixarann'Se de que por huma só vez havião sido dego- lados huns trinta o Irez, e protestaram altamente cjntra taes ac- tos, e contra aqaelle tão monstruoso decreto ; o que com luci- dez se pode ler em a not. n. 10.
O Coronel Brigido Silveira, que se havia subme Ilido á Oribe, depois da índia Muerti, o á quem Oribe, por calculo para attrahir outros, deixou o commando deseos mesmos solda- dos, sublevou-se a 2# de Dezembro do mesmo onno de 1845, e de caminho derrotou no Alferes o Coronel Garcia, hum dos Chefes de Urquiza, encarregado do Departamento do Uio Negro.
O Dictador, hum mez depois d'aquello sanguiníijo decre- to, a 27 de Dezembro de 1845, repetio o pedido, quo annual- mente sohia fazer á Honrada Salla, que nomeassem quem o su- bslituisse, em razão de precisar cuidar de sua saúde. Era isto huma farça que Bosas punha em scena sempre quo tinha de exi- gir dos seos vis asseclas, quero dizer, LegisladoreSj mais arbítrio, o mais dinheiro; já se vê pois quo a demissão lho havia ser, como foi denegada, entre mil bajulações nauseativas.
Em 30 de Dezembro sobredito, dirigío o Encarregado de Negocioado Brasil, no Estado Oriental, huma reclaínaçào (vido a not. n.® iJ) de ordem doseo Governo, ao General Oribe, afim do que cessassem, quanto anles, os vesanns, e invasão de que muitos proprietários Brasileiros se queixaram ai Conde de Ca- xias, Presidente da Província de S, Pedro, procedentes d'huma
5
— 32 —
ordem, 'pela qual foram elles constrangiJos a deixar suas Fazen- das, 6 bens, demandando hum asilo no solo Pátrio, onde se con- servavam, sem Ibes ser permisso o regresso á suas propriedades ; accrescenlando, que apezar de baver cessado a guerra no terri- tório, onde as ditas suas propriedades, e Fazendas eslão situa- das, inda progrediam medidas tão violentas, que a respeito dos neutros, nem no tempo da mesma guerra, serião toleradas, visto como até Ibes era vedado q costeio das Estancias, marcação, e venda delias.
C4PITUL0 XI
Começava o anno de 1846 com bons auspicios para os Mon- tevideanos, por quanto a Esquadra Argentina tiavia sido captu- rada pelos Interventores, a Co!onia, Martim Garcia, e Maldona- do eram occupadas pelos de Montevidó) ; aléjn d'isso os l^ortos de Buenos Ayres, e os Rios achavam se em rigoroso bloqueio. Vingava-se entretanto o Dicíador negando passaportes á Estran- geiros, o com especialidade aos Hespanhóes, frustradas mil ins- tancias dos Agentes da Hespanha, e do Commandante da Fragata Pérola da mesma Nação : todavia desenganados finalmente, mui- tos burlaram a policia masborqueira. e conseguiram fugir inço» lumes.
Evacuaram os Orientaes Maldonado, em 16 de Janeiro do referido anno, continuando ainda o Salto, embora sitiado, a re- sistir heroicamente. A l/i de Fevereiro seguinte foram dissolvi- das em Montevideo as Gamaras Legislativas, por ter expirado o SCO mandato, e criou se então buma Assembléa de Notáveis. Des- te facto quiz aproveitar-se o Dictador, fundando-se na Convenção de 1828 ; e pois que aquelle procedimento era contra a Consti- tuição da Republica Oiiental, instou (porém inutilmente) com o Governo do Brasil para que retirasse o seo Encarregado de Ne- gócios, e cortasse com o Governo da mesma Republica, toda a communicação. A 20 do niesma mez de Fevereiro fez Rosas di- rigir bum protesto aos Ministros Interventores.
O Brigadeiro Argentino D. Juan Pablo Lopez, depois da expedição de Santa Fé, único retirouse, e passou a refugiar se na Provincia de S. Pedro do Sul. O General Rivera lãobt^ir. re- fugiado, depois do revez da Índia Muerta, e que tendo sido man- dado para a Côrle do Império, como já notamos, exigio alli em 1845, passaportes para sair da mesma, os quaes lhe haviam sido deuegados provisória, e tomporariamento, pjr motivos espe-
— 33 —
ciaes ; ultimamente obteve-os em 1846, e o Ministro Argentino Gui(Jo,em 2 de Março do mesmo anno, protestou contra>ssa con- cessão, e logo a 30 de Abril confirmou esse protesto, e a 21 do Novembro o renovou, embora nenhuma razão, ou direito lhe as- sistisse para o dito procedimento ; mas o tyranno devastador de BuenosÂyres tinha assentado fazer huma subversão total nos usos, e cortezias diplomáticas, e quando os invertia, davct á isso a al- cunha de dignidade, lealdade,e franqueza; o que severamente lhe notou , pela maneira que mostra se em a nota n.^ 12, o Plenipo- tenciário Britânico Ouseley.
Pela mesma razão queria Rosas, que sempre que lhe con- viesse, os Estados neutros fossem carcereiros dos refugiados polí- ticos, quando seos adversários e em seguida queria outros que-- jandos desparates ; e se encontrava recusa, dava-se pressa em regista la no catb&logo das oífensas para qualquer futuro rompi- mento. Nem quanto avançamos he gratuito, quando até consta oííicialmente, e lê se em a nota 13, que o General Guido, Mi- nistro Argentino na Corte do Imperiojpedindo ao Ministro Ame- ricano Henrique Wise a correspondência havida em 1838 ou 1839 entre o Governo dos Estadíjs Unidos e a Inglaterra sobre a reclamação desta para relensão dos refugiados do Canadá, afim do melhor adereçar huma reclamação, que bia dirigir ao Governo Brasileiro sobre os passaportes á Rivera ; o Ministro Americano, com circunspecção respondeo lhe, que não tinha a pedida corres- pondência ; mas que ella seria inútil á Guido para o caso ver- tente, pois a doutrina dos Estados Unidos he que os refugiados podem, a sua vontade, entrar e sahir pacificamente, e sem armas na mão ; e que nenhuma Nação em guerra com outra, tem direi- to de requerer dos Estados Unidos, que se converta em prisão dos asilados de Paiz inimigo. O abalisado Ministro Wise ac« crescentou muitas outras ponderações, de grande momento, o que tudo melhor mostra a dita resposta transcripta em a citada nota n.° 13 ; e concluio aconselhando, instando, e pedindo ao outro Diplomata, que não desse o premeditado passo, e que de* sislisse. O General Guido, que nasceo para Ministro de Rosas, e que não era homem de recuar ante a verdade, e a justiça, deo- se á espectáculo mais huma vez, e mais huma vez o Governo Brasileiro pulverisou-o, repellindo enérgica, o victoriosamente o louco protesto, em nota de li de Abril, e 28 de Dezembro do mesmo anno.
— 34 —
CAPITULO XII.
Havia resolvido o Governo de Montevideo, a 10 de Agosto de 1845, não só extinguir, como exlinguio o cargo de Director da Guerra, conferido ao General River^, reassumindo a direcção suprema dos negócios Militares ; mas juntamente estatuir, que o dito General não voltasse ao território da Republica, sem ordem expressa para isso, e no 1." de Janeiro de 18â6 nomeou-o Mi- nistro da Republica Oriental junto ao Paraguay, devendo seguir ao seo destino pelo território do Brasil. A 2 de Fevereiro se- guinte julgou o mesmo Governo indispensável accrescentar ás me- didas referidas, a de impedir o desembarque do referido General, e para isso a 17 de Março sanccionou o Decreto de banimento temporário do mesmo Rivera até que se instalasse o Governo Constitucional da Republica, tlepois da paz, prestando lhe em tanto huma pensão : esse Decreto mostra se em a nota 14, o bom assim a consulta do Conselho d'Estado, que a elle precedera.
Máo grado á tantas precauções, o General Rivera surdio, na tarde do dia 18 de Março (i846) immediato a aqualle do Decre- to, no Porto de Montevideo, a bordo do Brigue Hespanhol Fo- mento : não tardou pois que lhe fosse intimado o sobredito De- creto ; porem por demais, visto que não se achando no aperce- bimento de cunjpri-lo, rodarguio contra elle, respondendo d'ahi a dias, O Governo não cedeo, ao contrario por Decreto de 28 do dito mez do Março resolveo, que ficasse sem eíFeito a Resolu- ção de Janeiro passado, que nomeava Rivera Ministro da Repu- blica jnnto ao Presidente do Paraguay ; e no seguinte dia 29 d^)- íTetou tãobem que aquelSe General aíastar-se-hia das praias da Republica, embarcando immí^diatamente no navio, que so lhe designasse, escolhendo elle o destino para Paiz Eslrangeiro, fora de cabos, durando esta separação até a instalação da próxima Presidência Constitucional, e estipulou cinco mil pezos antíbaes para sua subsistência. Declarcii que seria attentar contra a tran- quilidade publica, e defeza do Paiz qualquer acto, que tendessa ao desembarque do dito General, ou a obUar a execução do Decreto acima indicado, o que tudo vò-se em a nota n " 15.
Tanta previsão, actividade, e vigilância da parte do Gover- no, não conseguio evitar, que rcbsnlasse no 1.* do Abril do 1846, dentro dos muros da Nova Tróia, huma medonha sedic- ção, cujo alvo ora entregar o commando das Forças ao General Rivera. O Governo Montevidoano mostrou-se impávido ; mas no dia 2 a revolta passou a sor quasi geral, e terribillima, sendo os
— 35 —
soldados Vascos, desordeiros por excoUencia, os principaes agi- ladores, e o Balalbao de Libertos, que ousou assassinar o seo Major, e expellir a Officialidade : correo então muito sangue precioso, morrendo no fogo vários dos melhores defensores da justa causa, como o Corone! Jacinto Estibáo, Major Bedia. Ca- piíão José Baile, & . Inda Catilina estava as portas de Roma, o já seos defensores, em inúteis, e civis lutas, se trucidavam l l Qae aconteceria se já tivessem triumphado ? Parece que alguém procurava grandemente contribuir para a victoria de Rosas, e Oribe, aqual talvez então apparecesse, se não fora a Tropa In- gloza, e sua marinhagem, que durante o fatal delirio, guarneceo as trincheiras 1 1 I
O resultado finalmente foi bomizíar^so o Governo da Re- publica em casd do Ministro Inglez, e commeller a soldadesca acéfala, e infrene diversDS assassinatos na cidade, para onde aílluiram, abandonando os entrincheiramentos, que como acima fica dito, os logiezes occuparam. Viva Rivera, morra Pacheco, eram os gritas frenéticos de taes soldados amotinados : felizmen- te esta crise assusladorar decresceo um pouco, logo que se deo a demissão do Ministro de Estrangeiros D. Santiago Vasques, o do da Guerra D Francisco J. Munoz ; bem como do Comman- dante das armas General Manoel Pacheco y Obes, que passa- ramse para bordo dos vasos do guerra das nações neutras. A revolta porem, á cuja testa se achava o Coronel Flores, só ter- minou diíTicilmente quando foram nomeados Ministros para Es* trangairos e interior D. Francisco Magarinos ; para a Fazenda D« ApojlinarioGoyoso, e para a Guerra o coronel José A. Costa, encarregando se do Gommando das Armas o Coronel Manoel Corrêa. Do novo Síinislerio se esperavam ordens para o de- sembarque de Rivera, e ellas não tardaram, pois a primeira me- dida, qne adoptou, d'accordo com o Presidente Soares, foi a per- missão do seo desembarque, com certas condições, á que elle annuiado, veio para terra a 6 de abril de noile, e lo^o depois entregouse lhe o Gommando das Armas, que foi seguido da no- meação de General em chefe do Exercito da Operações. Como lai julgou-se Rivera authorisado a demitlir os Coronéis D Ce- zar Dias, D Francisco Tajes, e Lezica, intimando-íhes, que su- bissem do Paiz, em 24 horas ; D. Luiz Lamas tãobem soíFreo o ostracissno por instancias de Rivera. O novo Governo declaran- do que os três primeiros dos cííiciaes sobre ditos estavam ao abrigo da lei, pertendeo, como vê se em dous oííicios constantes da nota 16, tolher o arbítrio, porem sem resultado favorável, pois o dito Rivera declarou a 16 do sobredito infausto mez do Abril,
— 36 —
que se (lemilliria, e o Governo nomeasse quem o substituísse^ no caso de que suas determinações como General em Chefe, dei- xassem de ser exequiveis, á vista dos factos que vinha de expen- der nas suas respostas tâobem transcriptas sob a mesma not, 16.
CAPITULO XIII.
Havia cabido em poder de Urquiza, como ja fica referido, D. João Madariaga ; e a maneira por que este o tratava, deo vulto á boatos perigosos, fazendo apparecer um interdicto entre o Governador de Corrientes D.Joaquim Madariaga, eo General Director da Guerra D. José Maria Paz, visto suspeitar este, que aquelle, por salvar o irmão, trahia a causa da liberdade í apparecec pcis um pronunciamento sedicioso no Exercito, e o General Paz, á testa delle, marchava para depor o Governador Madariaga ; sabedor disso o General Urquiza concedeo immedia- tamente liberdade á D João Madariaga para ir em socecrro de seo irmão. A 2 d'Abril ( de 1846 ) dissolveo o Presidenta Joaquim Madariaga o Congresso Correntino, e tendo logo sabido para a campanha, deixou seo substituto D. João Balthazar Acos- ta, que por outro acto de 4 do mesmo mez. sospendeo do com- mando do Exercito, e direcção da guerra o General Maria Paz, ficando as Tropas sub as immediatas ordens do mesmo Presiden- te : alem disso foi a Provincia declarada em estado de Assemblca, e as eleições suspensas. Em conclusão o triumpho pertenceo ao Governo legal de Corrientes, e o exonerado General Paz appressoU'Se a asiiarseno território do Paraguay, cujo Exercito, que havia avançado até Villeneuve, retirou se d'ahi, para a sua fronteira, onde fez alio, sob as ordens do General Dehisa.
Os mashorqueiros de Rosas assassinaram a 26 do Abril da sobredito anno na Atalaya, o OíFicial Inglez VVardlaw, que tiia com bandeira parlamentaria, attrahido por outra que lhe içaram. Mas que admira este procedimento d'buma cáfila, cujo Chefe, não sendo bastante para desasna-lo o longo tirocínio de gover- nar, não se envergonhou de, no 1.** de Maio seguinte, violando mais buma vez os principies de direito internacional, decretar, que todo o Olficial, ou qualquer individuo das forças navaes Franceza e Ingleza, que fossem tomados em qualquer dos Por- tos, ou Riachos da Província, fossem castigados como incen- diários com as penas prescriptas para taes delictos 1 Essa escan- dalosa peça de architelura vândala a encontrareis, Leitores, em a nota 17, e logo na 18 o enérgico protesto dos nobres Ministros
— 37 —
íPaquellas duas Nações com data da 14 do mesmo mez dí Maio.
Apezar de láo irritantes, e provocadores actos do Dictador para com a França, e Inglaterra, deo pasmo vôr que a ultima, como que esquecendo o pondonor, e altivez Britânica, procurasse attrahir o indómito Leopardo, e enviasse junto á elle, em mis- são especial o Cavalleiro Thomaz Samuel Hood, o qual desem- barcou em Buenos Ayres a 3 de Julho do mesmo anno de 18/Í6.
No 1," do seguinte mez d' Agosto o Píenipotenciajio de In. glalerra Ouseley pedio, e obteve o consentimento do Governo Oriental, para que o dito Cavalleiro Hood se dirigisse pelo Buceo ao Quartel General de Oribe>para quem adduzia oíiicios com ban- deira parlamentar O mesmo Governo de Montevideo ordenou depois, em 19 do mesmo Agosto, a suspensão de hostilidades, condescendendíi tãobâm com proposições para isso feitas pelo mesmo Plenipotenciário, e pelo da Nação Franceza.
C4PirCL0 \IV,
Duas canhoneiras Brasileiras^ commandadas pelo Capitão de Fragata Leverger, e que desceram do Guyabá, partiram da ci- dade d*Assumpção em 30 de junho de l84tí, para reconhece- rem o Rio Paraguay, até a sua confluência com o Paraná : o Degolador dos Portenhos solerte em amontoar emfatiota, e de propósito ao Gabinete do Brazil indeíicientes accusações, e que« bras de neutralidade, que lhe não convinha mingoassem, cha- mou logo violação do território fluvial Argentino o virem as- sim as ditas canhoneiras pelos Rios, em qne tãobem somos ri- beirinhos com as Republicas do Prata, e cujos fontanaes mo- ram em o nosso território ; e o entrarem nos Portos da Republica do Paraguay, nossa amiga, que á isso se não oppôz. Teve por tanto o Ministro Guido, instrumento humilissimo de Rosas, de protestar na Corte contra essa imaginaria ofl^ensa. E tudo isto acontecia, porque aquelle Dictador da Republica Argentina quando não estava em guerra aberta, sempre suas relações ti- nham o cunho das suspeitas, e decepções : d'ahi o fenómeno de sustentar algumas vezes em suas notas subida predilecção pelo nosso Augusto Monarcha o Sr. D. Pedro II, com repetidos e adulantes encómios á Nação Brazileira, (occasiões essas em que fiízia-nos recordar aquella sentença de Phedro, que diz — habení insidias hominis blaniition mali ) e ao mesmo tempo despejar com nimiedade, increpaçõas desarresoadaS/ frases grosseiras,
— 38 —
anarchicas insinuaçoes,e até vis doestos aos Ministros do Impera- dor !! 1 E isto porqae,ou fosse Ministro um Aureliano, um Er- nesto França, um Caini, um Limpo d'i\breo, ou algum outro, a linguagem enérgica do Patriotismo, e da verdade era sempre idêntica, 9 não se deixavam fascinar taes Varões, pela magica de Palermo, que sempre occultamenle ratando os laços de ami- zade, que simulava conservar, buscava manhosa contemporisar, até que por todos os lados desassombrada, e com bastantes apercebimentos, cabisse de xofre, e inopinada sobre as frontei* ras do Império Brazileiro, com a mira de conquistar náo peque- na parte, favorisada por sandeos Republicanos, partido, que Rosas jamais cançou de cortejar, e afervorar ; e entre tanto o inepto lobo Argentina nem suspeitava, que antes de um tama- nho opprobrio da Nação, desvanecidas suas horriveis previsões, subiria ao poder no Império um Paulino, sladista enérgico, e outros Varões distinctos, hábeis, e impávidos, que lhe fariam açaimar a impudente linguagem, e depois de salvar a Republi- ca Oriental, e sua independência, o precipitariam no abismo, para mais não erguer so /
Oífarecendo-se o Governo Americano em 1846 para me- diador da Paz, entre Buenos Ayres, eo Paraguay, aceitou o Dictador, ou fíngio aceitar a mediação, sub a base do não reco' nhecimento da Independência do mesmo Paraguay, e ordenou á Urquiza, que cessasse as hostilidades. O Governo Paraguayo aceitou tãobem, a 15 de Novembro do sobredito anno, a media- ção oíferlada, admittindo-se a base indefectivel do reconheci- mento da Independência da Republica, como Nacionalidade So- berana, inteiramente distiacta e segregada da Confederação Ar- gentina ; e accrescentou mais, qoe os Plenipítenciarios nomea- dos reunir-se-hiào no Rio de Janeiro, e não em Buenos Ayres. Kxpediram-se na mesma data despachos para cessar a guerra, o tornar tudo ao estado anterior. O Dictador não concordou com a base indicada, e rompeo se a mediação.
O Procônsul de Piosas, e iniquo verdugo dos seos irmãos Ori- entaes, tevo o inaudito despejo de, em Outubro, ou Novembro de 1846, mandar sequestrar, para não dizer, roubar, todos os es. cravos, que existissem no território da Republica : fosse qual fos- se seo sexo, o idade, sem excepção dos das Estancia? dDS Brasi- leiros ; e publicando a emancipação de todos, mandou assentar praça a quantos julgou aptos para as armas E nolese que mui- tos escravos so evadiram, por preferirem o capliveiro deseos se- nhores á Liberdade Oribista !
Dirigio-SQ Oribe a soo Amo, em 18 do sobredito mcz do
-^ 39 —
Novembro» comitiuni^ando Ibe, que seo Commissario especial AguirrafUO Rio Grande, Ibe avisara haver chegado á Porto Alegre O, 3uan André Gelly, como Ministro Plenipotenciário do Pa- raguay, junte ao Governo Imperial, e qual a maneira benevcla, com que fora recebido pelo Presiddnte da Provineía de S. Pe« dro, e mais Authoridades : bastou este aviso para qae logo o Dictador msíidasse protestar de novo contra a recepção do re- ferido Diplomata na Corte do Inííperio, dado o caso de não at- tender o Governo Brasileiro :ià reclamações faitas pelo Ministro Guido, primeiras, que o mencionado protesto, para não verifi« car-se a admissão do mesmo Enviado n^aquella cathegoria. O Governo Imperial concedeo-a, e o Ministro Argentino formulou © appresenlou o seo protesto d 12 de Janeiro de 1847, protes- to este que foi luminosamente combatido, em IS do dito mez, pelo nosso Ministro respectivo.
Tendo negado o Dictador o seo placet ao Tratado de Alça- raz, celebrado em Agosto do 1843 por Entre-Rios e Corriontes, deterininou a sua annulação, e á isso cederam os Madariagas ; e como que cahindo em algum laço, decretaram, a 29 de Janeiro de 1847, que a divisa azul e branca foise substituída pela encarna- da d'aqiielle tyranno. O Povo Correntino não annuio a mudar a divisa, e entáo o Presidente Correntino ordenou, que de ne* nhuma se usasse.
CAPITULO XV«
Depois de investido no commando do Exercito o General Rivera, como ficou narrado no Cap. 12, tratou de partir para o campo, onde alguns successos prósperos o ^s^udararo, a^sim em las Vivoras, onde surprendeo a Montoro, em 27 de Maio de 1846 denoite, e em Mercedes, cuja Yilla tomou a 14 de Junho do mesmo anno, fazendo buns quinhentos prisioneiros com cerca de quarenta Oíiiciaes, inclusive o Coronel Miro, muito coadju- vaado ao dito General, e distinguindo-se o Coronel Baez, d jranta o combate; como tãobem no Arenal grande, e com grande par« ticularidade na tomada da Paisandii, que era defendido por D. Sorvando Gomes, á quem fízera quinhentos prisioneiros, inclu- sive qnarenta e oito OíTiciaes, morto o irmão do Coronel Bryer, € sendo este mesmo ferido. Faltava porem ao Exercito do Ge* iieral, hábil nas surprezas, o principal elemento, que era a su- bordinação, e por isso insurgio-se hum batalhão, mesmo no ár- duo ensejo, em que o inimigo atacava ev numero considerável.
6
— 40 -
Rivera sagazmente evilou o combate, mas não o podendo fazef iiifitiilamenle, pela força impellente das circunstancias, leve o mesmo de engajar-se a 27 de Drzembro, (l846) quando aquellti General linha forças destacadas, e as munrções estragadas pela copiosissima chuva do dia anterior •• estes dtiUS incidentes muito concorreram para a sua derrota, que foi extraordinária, mas inda assim conspguio refugiar- se a Yaguary.
Em o mez de Janeiro de l847 apoderaram se do Saíto as forças R isislas ao mando do General D Servan/io Gomes, e Co- ronel Manoel António Urdinarrain, depois de niorlo o Coronel RIanco, e de evacuar aquelle posto o resto da guarnição Já n'es- se [jlempo viam'Se, por todos os pcnlos, assonrar falanges Argentinas, e era tal o estado de Montevideo, que a i2 de Fe- vereiro doanno acima, o Ministro da Guerra representava, que alli de tudo se necessitava, por que nsda tinham ; mas que a itiaior urgência era de poivora, balas, reparos, nmnições e g^nle. E todavia a nova Tróia não empallideceo, e progredio constante no heróico empenho.
Em consequência de instantes exigências dos Ministros ín* terventores, asseverando, que retirar-se-hiam, no coso de conti- nuar Rivera no cargo de Commandante em Chefe do Exercita de operações, o Governo de Montevideo tratou de exonera-lo d'aquelie commando, e dissolvido o Exercito em o dito mez d© Fevereiro de 1847, ordenou que o mesmo Rivera passasse do Yaguary para Marlim Garcia, e desta para Maldonado, a frento de 900 homens, que lhe restaram.
No ir.esnio mez de Fevereiro, ou principio de Março do an- no sobredito, começou Oribe a fortificar junto ao Arroio S. Luiz, sobre a linha devisoria de nossa Frouieira, guarnecendo essa for- tificação coi«» infantaria, dizendo resultar isso do movimento de Tropas Rrasileiras : a li de Março porem o então digno Presidente da Provincia de S. Pedro, que tomara as cau- telas necessárias, teve comniunicações de que o Coronel Valdez havia evacuado o teiritorio.
Dos militares prisioneiros no Salto, e que eram em Entre Rios, evadiram-se huns cento e secenta, ou tglvez mais ; porem o procedimento deiles não dco occesião, ou motivo para que Ur- quiza fizesse maltratar cincoenta a sessenta, que restaram. Dos fugitivos foram agarrados huns desoito, que foram passados pe- las armas, sendo comludo perdoados três, que não foram loca- dos pelas descargas.
O mesmo Presidente da Provincia de S. Pedro do Sul em 1547, para d'a!gum modo obstar os repelidos roubos de gados
— 41 —
das Estancias lemitropbes, introduzidas n'aquella Província, era virtude do Decreto do General Oribe de 28 de Julho de 1845, ordenou, qu9 ficassem sujeitos a embargo, e deposito, logo que houvesse qualquor género de reclamação dos agentes p-^oprieta- rios dos referidos gados. Isto fez que o Ministro Argentino na Corte do Império exigisse, em nome de seo Governo (note se bem) como alliado de Oribe, que não se comprehendessem as fazen- das vendidas das Estancias sequestradas no Estado visinho, por authoridada legal, e que não bouve-ise o menor impedimento á inlroducção no Rio Grande do Sul dos artigos de commercio procedentes da Banda Oriental, com tanto, que se appresentassem munidos das guias correspanleates. O Governo Brasileiro em resposfa, por huma nota de 12 d'Abril do sobredito anno da l84",declarou, que não reconhecia no Ministro Argentino titulo al^um para representar, ante o Governa Imperial, o da Repu- blica do Uruguay, e exigir em nome deste, a pratica das regras intarnacionaes, só próprias do Estadi normal das Nações visi- nhãs ; e que taobom não reconhecia outro Governo d'aque!la Re- publica, senão o que continuava a residir na capital da mesma, junto do qual comservava,a muito, hum Representante do Brasil. Tal resposta era devida á insólita arrogância do Governo Argen- ti-no, que se hia surrateiramente apropriando d'hum direitp, quo não tinha : era devida para patentear, que não havia medo, e sim circunspecção ; e que as manganilhas, e estratégias Rosistas já eraín muito e mnito conhecidas
Tendo tãobem Oribe, por hum outro Decreto, datado de 23 de Fevereiro do dito anno da 1847, qualificado de Piratas, su* jeitos á pena de morte, o Mestre e individuos da tripulação dos navios, que chegassem a ser aprehendidos no acto d'embarcar gado, ou qualquer outro producto, sem permissão especial, sobre as costas da Republica, o Governo Brasileiro determinou ao seo Ministro em Montevideo exigisse da Oribe as modificações in- dispensáveis, assim para que não tivesse applicação á Súbditos Brasileiros, que p )r ventura encontrados fossem em portos, que não estivessem sub a authori dade d'aquelle General ; mas ainda para que, nos do seo dominio, out.a pena não se lhes podesso impor, que não a da contraba ndo : determinou mais que no CISO de não obter es-ías justas ^nodificações da ioflfição Oribista, protestasse ameaçando com represálias, que seriam lev^ídas a eí- feito, se tanto fosse mister, para salvar as vidas dos Súbditos do Império, em risco por aquelle motivo.
Por esse tempo, o Ministro Argentino na Corte hz saber .asGovoruo do Brasil, qio os triata o hum Brasileiros assassi-
— 42 —
ftados nas Tres Arboles, foram-no por João Moza das forças do General Rivera, corrprovando sua asserção com buma carta do mesmo Ri vera par^ o Presidente Soares, na qual assim o afirma- ta. O nosso Ministro dos Negócios Estrangeiros contestou, que o Governo Imperial dispensava saber a que partido pertencem ossíccarios dos Brasileiros no Estado Oriental ; quer sim saber se as respectivas Anthoriddie* cumprem o dever de protege los, e castigar os aggress ""es ; e que repelindo seiupre o mesmo Mi- nistro Goido, qo«i, a excepção de Montevideo, e algum ponto si- tiado, todo o reslo da Republica obedece r, Manoel Oribe, Gene- ral em Chefe do Exercito Argentino, ?rguia-sp, rne toda a res- ponsabilidade de semelhantes attentados recabia socre as x^utho-* ridddes impostas, ou apoiadas por esse Exercito. Que desde 1843, em quo o Exerciío Argentino occupou o Estado Oriental se haviam com:T)eltido immensos assassinatos, alguns dos quaes, em numero de cento e trinta e novo, constavam da relação, que enviava i desta relação, que acha-se em^a nota 19, se vê que eram blanquilbos os assassinos.
Foi lãobem por nota de 12 d*ALnl de 1847, que o Goven»' Ii»per!?l, inteirado de quo os iriles de Montevideo se tornavam crónicos, e infestulavam-se a ponto, que já davam pou- ca esperança, declarou ao Governo Argentito. que não continua- ria n'e£3a neutralidade inactiva, que o tornava mero espectador da guerra de Prata, e que sem recorrer á hostilidades, poríiaria na pacificação do me^imo Prata, applicando os meios, que a Lei das Nações, e a sua pratica oíferecem com tanta vantagem dos Povos cultos.
igualmente foi na mesma d&ta supra (12 d'Abrilj qutí o dito Governo de Sua Magestade O Imperador contestou buma nota de 22 de Novembro de íSàQ, do Ministro Argentino, onde não semente solicitava do mesmo Governo, que declarasse ca- thegoricamente se approvava, ou regeitavao — M emorandttrn — dó y»sconde d*Abrantes, diiigido .Ú3 Cortes de Inglaterra, e França, Sobre os negócios do Rio da Prata ; como addiccionava todas as reclamações anteriormente feitas, inclusive a da Inde- pendência do Paraguay» figurando, e augmentando a já tão longa continuidade das oíFensas, -Tiuito de propósito, e para scos lins. Destruiu nobre e enérgico o Governo Imperial as aéreas pf^riGn" çõfs Resistas, e até mostro:?; que o Governador do Ruenos Ay- res era tão arbitrário, e injusta, que sujeitava ao serviço Militar do seo Eiercito e Marinha os súbditos Rrasileiros, menos pre- zando as reclamações de isenção de tal cr- iço, a exemplo dos ín- glezes, Francezes, e Norte-Amaricanos, a pretexto de que se lhes
— 43 —
oppunha a existência de Tratados, que aquelle benefício afíança^ vam á aquellas outras Nações, não obstante, que C3 Argentinos no Brasil desírnctam o gozo de súbditos das Nações mais favo-> recidas. Mostrou mais o Governo Imperial, que homens de cór^ a quem a Constituição do Império reconhece súbditos Brasilei- ros, eram na Republica Argentina privados da protecção do seo Governo, sem mais razão, que o simples facto da côr, a conve- nienciii do Governo Argentino, á quem tãobem arguio por con- servar prisioneiros contra a Convenção de 1828, Brasileiros, qua haviam, antes delia, sido prisioneiros durante a guerra, que a mesmci Convenção terminara, jazendo esses infelices na remota fronteira dos índios bravos, ausentes do sua Pátria, e famílias, sujeitos aili á atroces tractos, sendo até muitos fusilados por frí- volos pretextos, como o de não poderem supportar longas jor« nadas ! !
C4PITDL0 XVI.
N'uma completa mexonada, e desesperado cabos, corriam as couâà3,quando pela chegada, em 10 de Maio do 1847, do Conde Waleski, Enviado Extraordinário da França, e Lord Ho\rden de Inglaterra, como novos mediadores, trataram os Comman- dantes das Estações navaes d'aquellas duas Nações interventoras no Rio da Prata, de suspender as hostilidades, e o dito Lord Howden propôz a continuação do armistício por seis mezes, a- companhando-o nesta proposta t> Ministro Francez. Com quento o Governo de Montevideo accedesse immediatamente á sobredita proposta, não aconteceo assim com Oríbe, que pedi 7, por três ve* zes, tempo para responder, e finalmente declarou, que aceitava com a condicção de levantar-se o bloqueio de todos os Portos Ar« gentinos, e Orientaes.
O dito Governo de Montevideo, e o Ministro Francez não annuiram, e rompeo-se por tanto a negociação. Lord Howden por isso,e por causa da questão relativa á soberania da Confedera- ção Argentina sobre os Rios, assentou de fazer cessar toda a in« tí^rvenção ulterior por parte de Inglaterra, e neste sentido oíficíou a 15 de Julho de 1847 ao Commodore Sir Thomaz Herbert Commandante das Forças navaes Inglezas, para de logo suspen- der, por sua parte, o bloqueio dos Portos Argentinos, e Orien- taes, embarcando os marinheiros Inglezes, que eram na linha, e retirando duas peças assestadas na bateria Codinodore, evacuan- do tãobem a Ilha dos Ratos«
o Minislro Francez em opposiçao ao seo collega BrUaní C(5, ordonou, que o ALlmirante Ls PreJour tornasse mais elíijaz o bloqueio, até segundas ordens das Tutherias, Assim pois tão bruscamente retirou-se a Inglaterra da questão do Rio da Pra- ta, deixando a sós a França, inopinadamente separando a acção, e politica dt> seo Governo do d'aquella. Progredio p >r tanto o bloqueio absoluto do littoral da Provincia de Buenos Ayres, o dos Portos da Republica Oriental, que estivessem, ou viessem a ser occupados por forças do Rosas : isto mesmo f«z publico n'u- ma circular, a 23 de Julho do dito anno de 1847, Mr. A. Devoi- se, Encarregado do Negócios e Cônsul Geral da França em iVIoa- tevideo.
CAPITULO XVll
No Qaaríel General do Oratório Rolan proclamou o Gover- çiador de Gorrientes Joaquim Madaríaga, a 28 de Julho do mes- mo anno de 1847, chamando ás armas os seos Compatriotas para defesa contra a invasão Entre-Riana. O dito Governador, e o do Paraguay renovaram a alliança offensiva, e defensiva, o estando no melhor pé d^harmonia, fizeram marchar todas as forças para A valos, onde já se achavam no V de Agosto ; e o Governa- dor de Gorrientes demittio do commsfldo do Exercito a seo ir- mão D. João Madariaga. Até então Urquiza Governador de En- tre Rios, parecia não fazer movimento algum hostil ; porem em Outubro seguinte, deo ordem para reunir o Exercito.
O General Oribe, sem intimar, vinte e quatro horas antes, a descoolinuação do armisticio, traiçoeiramente rompeo na ma- nhã de 2 d' Agosto (de 1847) hum vivo fogo de fusilaria, e arti- lharia contra a praça assediada. Nessa mesma praça, huma oc- correncia houve, que graves consequências podia ter produzido : íoi ella o insubordinar-se na tarde de l5 do dito mez de Agosto o Batalhão de linha n '^ 2, cujo commando tinha o Coronel Lar- raya, negando-se a prestar hum destacamento para a Fortaleza do Cerro* e conservou-se na mais criminosa, e ameaçadora alti< tude até 17 do referido mez, em que melhor aconselhado deixou d'ouvir aquelle perigoso Coronel, e tornou á ordem, segurando- se lhes somente as vidas, sem usar-se para com aquella Tropa de meios violentos, devendose todavia muito e muiio á media- ção, e induzimerUo do Almirante La Predour, demittido Larraya do commando para sair immediatamente do Paiz. O Ministro da Cruerra Coronel Uatlle,e o Gommandante das Armas demasiada- iaaentese expozeram, visto como grande risco correram.
— Í5 —
Por Decreto de 31 do já mencionado mez d'Agos{o, a H. S, de Buenos Ayrts deo sua approvação á celebre conducta do Dic- tador para c< m as duas Nações mediadoras, e tributou Ibe bum voto de graças. Deveria tãobern tributar-ibe pelo afáo, com que os Emissários, e Agentes Rosístas, e Oribiâtas na Província de S. Pedro empregavam a seducção para desertarem os inex- perlfs recrutas da Infantaria, apenas cbegados das Provincias do Nori9 do Império, afim de com elles eugrossarero as fileiras do Oribe I Realmente em I8â7 e 1848 a deserção foi espantosa ; mas não deve admirar, quando Rosas, e Oiibe até pertenderam seduzir o Coronel Bento Gonsalves, e outros, para serem instru- mentos contra sua Pátria. ]S'uma carta dirigida ao dito Coro- nel liam-so os nomes d'outrcs,á quem, na mesma data. iguaes con >ites se havism endereçado: assim afirmou-o o Fiibo do dito Bento Gcnsalves n'uma correspondência, que fizera imprimir, dizendo mais que tudo, que occorrera á respeito, logo seo Pae, em buma carta confidenciai, ccmmunicára ao £xm. Conde de Caxias.
Em Setembro do referido anno de 18/Í7, buma partida Argentina, commandada por hum tal Tenente-Coronel Bernar- dino, avançando até a fronteira da Provincia do Rio Grande do Sul, commelieo diversas atrocidades sobre pessoas, e proprieda-. des, contando se entre os mortus, três OÍTiciaes Orienlaes, que primeiramente assas se defenderam-
Estando o General Rivera em Maldonado, para onde por or- dem do Governo, de Montevideo, bavia passado em Fevereiro, ou MuTço de 1847, como já fica demonstrado no Cap 15, soube o mesmo Governa a 28 ou 29 de Setembro do referido anno, por Offi- ciaeF,que d'abi víeram,que buma tremenda conspiração havia con- traa quelle General, para assassina lo, com alguns OíTiciaes de sua intimidade, em razão doestara guarnição não só devorada peta fome, que sem necessidade sofria, só motivada por desregra- mentos criminosos, e cheios de escândalos ; mas lãobem des- confiada, e inquieta por presenciar bum trafico de communica- ções duvidosas entre o dito General Rivera, e o inimigo. Neste comenos, se disse que a 30 de Setembro, recebera o Presidente Soares buma carta do mesmo Rivera,em que Ibe narrava,que Ori- be fizera lhe proposições relativas ásua pessoa, ás quaes bavia já respondido em oito artigos, de que opporlunameote manda- ria copia Já »'outra carta, de 28 do mesmo mez de Setembro^ tinha o sobredito Rivera informado, que na véspera de tarde, se appresentou ás avançadas o Coronel Acunha, e que encontra»- do-o casualmente, tivera cem elle, buma conferencia, pela qual líiera u conhecer, que bavia desposição geral para pôr termo á
— 46 —
gaerra com dignidade, 6 que o tal Afunha se encarregara de fatiara Oribe neste sentido. Nada disto porem tinba chegado ao Governo por modo oíBcial, o elle cada vez mais .^e compene- trava do estado de fermenteçáo da guarnição de Maldonado, por afirmar-se-!he, que Rivera fora quem soliciíara a entrevista, e que se tratava da entrega da praça de Maldonado, sua guarni- ção &. Alguma intriga talvez av^ui se desse centra Rivera, que como Militar gozou sempre a reputação de bravo, e como ho- mem de partido, a de generoso : corr.r quer que fosse, o facto de elle per si iiaico entender-se com Oribe, inquietou profunda- mente o Governo, e as suas suspoi&as quasi que foram posterior- mento confirmadas pelo Odicio do Coronel J. Barrios, dirigido á Oribe em 23 de Setembro, e pela resposta deste, em que di- zia, que elle Rivera devia pôr-se cm 24 horas a mercê do mes- mo Oribe, alias nada se arranjaria ; e que no caso de fazelo, de- via sair para fora de cabos, entregando-se-lhe n'esse acto vinte mil patacões, sem prejuizo de dar-se-lhe mais recursos para vi« ver commodamente no Paiz, onde escolhesse residir, em quanto o exigisse o bem do Estado : tudo isto foi publicado no Defensor de Oribe de 21 de Outubro de 1867, o por extenso se lê em a nota 20.
O Governo de Montevideo não trepidou por tanto, e já ten- do feito saber a Rivera, que muito cc^à^iria, que elle se exiliasse por algum tempo, fez embarcar para Maldonado, em a noite de 4 de Outubro, véspera dodia,emqu9a sedicção devia fazer ex- piusão, o próprio Ministro da Guerra D. Lourenço Batlle com o Coronel Tajes, e 160 homens do Batalhão de extra-muros, e na manhã de ô pelas onze horas largou para Maldonado, onde cha- gando, inda antes da hora destinada n'aquelle dia para cometter- se o assassinato do General Rivera, e de mais cinco OíTiciaes in- digitados, consegoio fazer abortar a sedicção, ou ao menos, que se adiasse ; por quanto saltou o dito Ministro para terra primei- ro, que anoitecesse, com buma das companhias, que levara, e seguio para a Cidade, onde tomou algumas providencias, e fez saber ao mesmo Rivera, que estava demittido do commando, no- meado para succeder-lhe o Coronel Baez, e nessa occasião entre- gou lhe o respectivo Decreto. N'aquella conjunctura diíTicii, ne- gou-se Rivera a obedecer, por entender, que era inconstitucional hum tal procedimento, e que se era elle criminoso, cumpria que o fiiossem processar : já esquecia-se que sendo só Gene- ral em Chefe, havia demittido Coronéis, sem formalidade algu-' ma, mandando expatria-los em seis dias ; e que fazendo vir á sua presença o Cidadão LamaS; antes que expatriado fosse^ o insultara com desabrimento.
— 47 —
O Ministro Batlle insístio na execuçSo dai ordens d > Go- ferno, e ponderando á Rivera muitas razoes, convonceo o final- mente para seguir no Brigue Maipú, que o aguardava para cíin- duzi lo aos Portos do Brasil, ou em direitura á Santa Calharina, conforme a ordem, que o mandava embarcar para alli, onde e no momento do desembarcar, ser-llie-hiam entregues pelo Mestra do dito Brigue mil e quinhentos patacões, importe do primeiro trimestre áà pensão mensal do 601J pesos, que o Governo Ibear* bilrava para sua subsistência. A 6 de Outubro, (do 1847) quan- do Rivera hia embarcar para o Maipú, valeo-so do Comman- dante du Vapor Franeez, Chiméré, para que o tomasse sub sua protecção, e então o dito Commandanto encarregou se de coo* duzir para bordo aquelle Gí^neral, e fazclo viajar a seo destino ; p »rem tenJo apenas tocada em Santa Catbarina, só ali da Novembro seguinte, cbegou á Corte do Império.
CAPITULO XVflí,
Cfinlinuando ositio, bouvc vários recontros, cm bom dos quaes constou, que o Commandanle Mandei dorrotara buma for- ça Oribista Entretanto Coirientes via sa em apuros, piis o Go- rontl C.orrenlino Nicanor Cacerps, Commandanto da fronteira, passara se em o dilo mez de Outubro, para Urquiza com AOO a 500 bomcns, e depois o mesmo Urquiza com Garçon invadiam o território Cor. enlino, tendo atravessado em 12 do Novon»bro
0 Kio Corrienles, e S. Lúcia, espirando ainda ir au^mentan- do com os rolurçoí, que llosas Ibes hia enviando. O Parsguay po- rem não deixou ^ó a sua ulliada. e fâz passar forças, o ar.iibaria cm protecção delia.
Por ordem fxprtiiida a 22, e 25 do dito mez do Outubro do 18i7, fíchouo Governo Argentino os portos da t*rovinci>i da Buenos Ayres á todo o commercio com Monli^vidéo a dalâr do
1 * de D^ízcmbro futuro. Os l^^rancezca em consequência aperto- ram mais o bloqueio, e o Vapor Vandour aprisionou algumas embarcações.
A i7 do vindouro mez de Novembro d'aquelle anno, o Exercifo Paraguayo achava so reunido no Paso de la Pátria^ on- de o Presidente da Republica dirigio-lhes buma proclamação, cheia de enibusiasn^o, pjra quo não consentissem a invasão do 860 lerrití)rio. Nà capital de Cj: rieiUes, euTou toJavi? o Gena- rul Urqoiaa, n 27 do dilo mez, após a bataiba âo Prot^ro ds Vences, em qao perdewdo eíl^, segundo afiroioa, «ó viole bomens
7
-- ^8 —
mortos, accrcscenla que tios Correntinas pereceram ?ele ce.it( s, (prova de que a degola trabalhou despiedadameiíte) e mil e du- zentos foram pris oneiros, inclusive, como já mencionamos no Ca- pitulo 1.° desta obra, o Coronel de Artilharia D. Carlos Paz, os Coronéis Manoel Saavedra,e Cezario Montenegro, e o Toneulo Ccronel Castro de Leon, que immediatameníe foram fusÍ!ados, conforme o documento Iranscripto em a not. n° 1, Foi o ter- ceiro banho í\q sangue, disse o Commercio dei Plata de 14 da Dezembro, por que o Governador Urquiza, então executor das or- dens de Rosas, fez passar aquelle Povo desgraçado ! Destroçados os Madariagaít, refugiaram se para o Paraguay, e d^ahi p;ira o Rio Grande ; o no dia 28 de Novembro, immediato ao da batalha, foi eleito Governador e Capitão General Delegado o Coronel D. Mi- guel Virasoro,- até que em 14 de Dezembro o novo Congresso Correntino nomeou para Governador da Provincia o General D. Bejamim Virasoro. Entretanto Urquiza, deixando em Corrien- les huma forlo Divisão, já havia retrocedido para Entro-Rios, com o resto do Exercito, e grande bagagem.
Percorria air.da o dito ínez de Dezembro (de iSâ?) quando bum Francez chamado Dagueore, que não estava alistado como militar, oíFertou-se ao General Oribe para entregar lhe o Cerro, mediante certa so5na ; e tomou por cúmplice bum tal Gastão. Conhecido u trama, em razão de perlendereni eiles o apoio d'huui Ciliciai de Artilharia, deixou de ser preso Dagueore, par se ba^ ver cauteloso retirado do Cerro ; porem não se escaparam o dito Gastão, o bufn cegador, conduclor de correspondências.^
Antes que se ultimasse aquelle enno de 1847, resolveo o Governo Inglez obrar novamente d'accordo com a França, nos negócios do Bio da Prata, reprovando o procedimento irregular <ie Lord Howden & tal respeito ; o adoptou do feito a linha da ccnducla, de que os Francezes não se haviam desviado. Todavia os. novos negociadores não tinham de ser mais felizes, que Monde- >ille, Turner, Gore Ouseley, Lord Howden, Commodoro Ro- roÍ8, Almirante Inglefield, e Sir Thomaz flebert.
CAPÍTULO XIX
O novo «nno de tSiS despontou com supposiçÕes d'hum «taqutí geral da Oriioo sobro a Capital de Montevideo, O dilo (Jribe tinha então no cerco nove mil honicns, dos quaes só três mil eram de Infantaria, e Ailiíharia. O Coronel Ignacío Oribo, irmáo do uulro, cruzava na campanha, quiçá com quatro mií
— 49 —
homens ;ea Cidadã heróica tinha o só total de três nfíil quatro- centos e cincoenta homens da Tropa regular, alem dos Cidadãos Hão arregimentados. Constavam aquelles Ires mil quatro centos « cincoenta boínens de mi) da Legião Franceza, setecentos caça- dores Vascos, quinhentos Italianos, oito centos do Batalhão ex- tramuros, e duzentos e cincoenla Marinheiros Francezes do de- sembarque, que pod/am, ao primeiro signal, receber mais duzen- tos homens de reforço : não realizou-se porem o conjecturado a- taque, e só alguns tiroteios houve, e fortes guerrilhas.
Nas Províncias da Confederação appareceram algumas su- blevações, no principio do anno sobredito, e delias f^raísj maia notáveis a de Mendosa, cujo chefe foi o Coronel Rodrigues, Com-- mandante da Fronteira, e a de Córdova, embora fosse logo su- focada, resultando serem açoutadas, nos calabouços do cárcere, humas 200 victimas.
Táobem na Fronteira do Império derramava alguma in- quietação hum celebro Cândido Figueiró, que sohia, ora no Es- tado visinho, ora pela mesma Fronteira, praticar hostilidades, e depredações : o Governo da Provincia de S. Pedro providenciou para pôr termo a tal escândalo, e com eíTeito foi completa mente batido, e disperso, a 21 de Janeiro [de íShS) no Qiiarahy, a- quelle degenerado Brasileiro, pelo Major Manoel P.arrelo Pereira Pinto do 7." Corpo da Guarda Nacional, tomando-se-!he hnns cem cavailos pertencentes ao habitantes d'aquelle lugar. Dos cincoenta bandidos, que seguiam-no, hum licou morto, e oito prisioneiros, inclusive três feridos,
Entretanto os dous sceleratos Rosas, e Oribe não descan- savam em accumular os meios, que entendiam adaptados para anarchisara sobredita Provincia do S. Pedro, ct)egando a ponto de aíirmar-se, que seos Agentea disseminados pelo destricto da Pelotas erão os fomentadores, e concitantes de huma insurreição de escravos das cbarqueadas d'aquelle município, que linha do ser levada a execução em 7 de Fevereiro do diloanno do 1S48 : mas havendo de tudo denuncia na véspera, foram tomadas tão acertadas medidas pelo Delegado de Policia Vieira Vianría,qutí fizeram, abortar o iníquo plano, sendo presos mais de cem ne- gros, e verificando se a fuga de muitos para o Estado vidinha.
Os novos Agentes das Potencias Interventoras, Inglaterra o França, chegaram á Montevideo em Março; o da primeira, Ca- valleiro Gore a 18, e o da segunda. Barão Gros, a 19 de Março (1848) o conservando'Se ambos á bordo, dirigiram sua» comma- fíicações ao Governador de Buenos Ayres, ao Geuera! Oribe, a aa Governo de Montevideo, para onde só a SO (leíçmbar:;jraíia huns csnto s vinte homens da Marinha Franceza ,
— ÔO —
Por ponderosos motivos fez o Governo Brasileiro rcGolhef presos na Côrtft, o General Rivera, o o Coronel D. Vicenlo lis- piriosa, na madrugada de 20 de Março, e determinou liies de- pois que sahissefo do («^rrilorio do Império. O n esmo Governo já havia nomeado em Fevereiro o Tfnenle General lioje Mare- chal do Exercilo, Francisco José de Souza Soares de Andréa para Presidente o Gt^nera! em Chefe do Exercito da Pr.ivincia de S. Pedro, porem só em 7 d'At!ri! aportou oUe á Cidade do Rio Grande, e depois d ir para P<irto Alegro, a empossar-se da Presidência, seguio para Jaguarão, e alii Iooíou poss-í d > com- mando do Exercito. Foi hum dií seos primeiros euidíídos a for- tificíição da rnesma Cidade do llio Grande, como o ponto prin- cipal, e ma's vulnerável da Província, dando cO'»»eço a hiinria longa trincheira, authorisado pelo Governo Central, em toda a extensão da parle de terra.
Progredia a falta do segurança do b»n5, o vida para os Bra- sileiros residentes no Esta:ío Oriental, e em nossas Fronteiras^ Na ponta dos Pahnares de Lemos houve cm fin< de A br;!, ou principias de Maio, homa familia roubiidj, feiiila, o deshonra" da : o roubo em moedas, e p^íças de prata excedeo a 4© pa- tatões.
As bases appresentadas pelos Ministros Interventores, e a- doptadas (om renas modificações por Oiibo, foram fuciímento repellidas em Maio de 1S48 pelo memo O ibo, que re-.raclou- se, em consequência de ordens terminantes, que reservadamente recebera, e tenaz repulsa do Dictador Rosas ; mallogrou-so por tanto a quarta missão de paz, e romperam -se as ncgDciações Volveo ao Rio de Janeiro o Plenipotenciário Gros, lendo de accordo com o Almirenle, liarão Le Predour, suspendido o bloqueio de Buenos Ayres, aló ulterior reso'uçrio, e tttrnad.) elf^ctivo o do Buceo, e iodos os po-ítus. onde existisse força de Oribe, que a 2i do dito mez declarou terminado o armistício ent e as forças si« liadoras, e sitiadas. O Mmislro Inglez íicou residindo em Mon- tevideo no caracter de Encarregado de Negoc^ios do S. Magesta- do Britânica.
Em Junho de 1S43 determinou o Governo do Montevideo abandonar Maldonado, e encorporar. como encorporou ás filei* ras, que defendiam a praça, os GOO homens de quo se compu- nha sua guarnição. O Dictador recusou entretanto conceder o ExeqwUur ao (iavalloiro Tuper Hood Júnior no caracter de Côn- sul Geral do Inalaterra, em quanto esta não diSse á Confedera- ção as satisfações, o mdemnisaçõas devidas.
Houve cm Montevideo, a i6 de Julho denoile^huma demonS"
— 61 ^
tração eom o fito de intimidar o Presídento Soares para sobsti- tuir o Ministério : porem as Tropas, qiig á isso forão induzidast constando de liumas mil praças, submelteram se,assimq'je lhes ap* parcíceo soíiaho o Presidenie,e ellas mesotas prenderam o General D. Henriquo Mariinez, que as havia guiado para a praça maior, onde se achavam.
Assaltavam alguns bandidos Orieníaes, o commettiam vio« lencias, o atrocidades, no diíálricto de S, Miguel, e (»nlros pon- tos da fronteira Brasieira, abalançando se até á tentativa de pi- rataria, em canoas, e duas lanchas, com que navegavam o Ja- guarão ; tendo assassinado o Tenente Commandante da Pclicia do S. Miguel Josó Maria de Trr.itas, no aclo de perseguidos. Tomadas pelo Governo da Provincia de S, i^edro as medidas convenientes, pondo hum cruzeiro na La/oa mirim, Rio S Loiz &, resultou, que huma Canhoneira a lo de Agosto (1848) sur- prendesse as ditas lanchas amuadas, que no cabo de grande re- sistência, cahiram o\n nosso podtT, lendo os 6ce'erátos perdido quat»"o mortos, atirando-se os outros, (viníe talvezj ao Kia, não obstante o que, foram alguns depois capturados.
Para bem comprebcnder se até quo ponto ousava Rosas guindar suas atrevidas, o desparat-uJas e&igencias, pedio, em 13 d'Agosto de 1848, satisfação ao Governo imperial pulos discur- sos proferidos pur alguns Representantes do Paiz, na camará temporária, que censuravatn o Chefo da Republica Argenli{ia,e o seo Alliado Oribe. A 23 do dito mez cont stíu lhe o Governo Brasileiro, que lhe não tocava responsabilidade alguma por opiniões individuacs emitlidas na Tribuna. Inda assim não de- clinou o Ministro Argentino, e novamente reclamou em 4 da Outubro do sob-edilo anno huma reparação (dizia eUe) satisfa- tória e franca : o mesmo Governo entãt) aicedeo hum pouco, dando honrosas explicações em nota de 17 do mesmo Outubro. Forças Oribihtas tomaram, em 18 de Agosto d > referido annodel8í8, a praça da Colónia, sendo-lho o ingresso fran- queado por a guiís traidores, que abriram lhas o portão, não va- lendo por tanto a galhardia, e IJrmeza, com que se defendera a Guarnição, alé que capitu oU:
Mandou o Dictudor Rosas sainV de Buenos Ayres o Encar- regado de iNeg')ci(rs da Sardenha Bjráo Picolet tl*Hernni-lion, que ficara incumbido de proteger os Cidadãos Francczes, e In- glezes, na ausência das respectivas Legaçò.ís l Km Montnvidéo seguio-se, a 29 de Setembro do referido aur^ > de 1848, a occupa- ção da linha interior da praça p »r quatro cenlo< Artiliíeiros Francezes, desembarcados dus vasos do guerrd| sub as ordeos doCommandonto da Fragata Erigonç.
— 52 —
Até o mez sobredito, nenhuma occurrpncía nolavel linb» havido na Republica do Paraguay, que continuava a ler guar- necida a margem esquerda do Paraná, sem por forma alguma ser incommodada peias forças de Urquiza, ou Virasoro. ICntre tanto o Presidente d'aquella Republica percorrera a fronteira, o revistara todos os pontos guarnecidos da costa, e com particula- ridade o Acampamento do Passo da Pátria, onde se achava o grosso do Exercito, constante do doze batalhões de Infantaria, e de seis Regimentos de Cavaiiaria de Lioha.
D. João André Geily, Encarregado de Negócios do Para» guay junto ao Governo do Brasil, e que tinha hido couí licença a Cidade d'Assumpção, havia já voltado ao Rio de Janeiro, ond« chegara a 19 de Outubro. Já a esse tempo havii o Brasil obtido de S. Magestadtí O Imperador d' Áustria o reconhecimento d'a'- quôlla Republica.
Havia chegado, em 5 de Outubro, « Buenos Ayres o Plenipo- tenciário Inglez Henrique Southern, no Vapor Alecto; mas não ten- do sido recebido no soo caracter pelo Governador Rosas,que recu • sou faze-lo^sub varies pretextos acerca das bases(pois só admittiria as do Cavalleiro Thomaz Hood,) e táobem das reparações, e re- criminações, pelas gravíssimas oífensas, que à Confederação ti- nham é\úo feitas.
Seguio-se o mez de Novembro, e então sem rebuço prohi- bio Oribe a passagem de gados do Estado Cispiatino para a Província do Rio Grande, e permittio licença para o estabeleci- mento de charqueadas no Buceo; e para em maior quantidade, ou todo o gado aííluir p8ra alli,prohibio aos Brasileiros estabeleci- dos com Fazendas no dito Estado, o poderem vender.oo alienar seos gados, e aos que não pagavam os impostos, por falta de meios, se* questravam-se as Fazendas e bens, para agraciar alguns predilectos do General Oribe. No emtanto appareciam diariannente ordens para levantar dessas mesmas Fazendas grande porção de gado, a effaito de ser vendida pelos Oribistas, o que continuou até a queda do Usurpador, entrando em o numero delias as do Ba- rão de Jacuby, d'onde foi publico que Lamas tirou, só por buma das vezes, trea mil cabeças do gado vacum, em seo único pro- veito.
C.lPiTCLO XX.
Em Jl de Janeiro de 1849 o Contra Almirante Le Pre- dour, Commandaute em Chefe da Estação Franccia no Brasido Ri©
«]â PralajOÍTiciou ao Ministro Argentino das relações eil^riores in* farmando-o*de tor sido encarregado pelo seo Governo'' d'hun[id[ comniissão Diplomática junto ao da Republica Argentina, á cu- jo Porto acabava de chegar a bordo do Vapor Chimére ; e ob- tida permissão de Rosas para desembarcar , assim o verificou no seguinte dia 12. A i5 do subsequente raez do Fevereiro, diri- gio o mesmo Rosas á aquelle Contra Almirante o JJUimatum em solução á proposta, que lhe fora feita, declarando-lhe, qua não entrada em ajuste algum, sem que aquello General estivesse completamente authorisado para celebrar bum Tratado sobr«5 as bases Hood : pedio então o Aloiiranle huma entrevista com o Dictador ; íRas delia não transpirou resuliacio algum ; e con- tinuou a França a prestar huma subvenção pecuniário á Monte- video.
Aquelia mesma horda dcaitéadcrcs blanquilhos. composta de quinze malvados, que no Chuy assassinaram a José Maria dti Freitas, tendo no 1.® do sobredito mez do Janeiro assaltada, no \\}%^v ào Par ào J aguarão^ diferentes habitações de Brasileiros, que saquearam, inclusive a de D. Firmina Bizerra, e de Verga- ras, insu tando as familias, trucidando o Brasileiro José Luiz do Lima, e conduzindo tre? prisioneiros, depois "de roubarem, do Hiate Brasileiro /i/ítri.i l^, muitos géneros, e novecentos pata- tões ; aquella mesma horda voltou em Abril seguinte para a fronteira do Chuy, onde depois de rija refrega coixi huma peque- na partida composta do onze praças, commandadas pelo Alferes Manoel Soares da Trindade, que ticou ferido, pôde ser comple- tamente destroçada, mediante o soccorro do Capitão Ignacio da Rocha e Siiva, que inteirado do desastre do Alferes, voou a per- seguir os sceleratos, e,de todo desbaratou-os, jazendo delles huns três mortos no campo.
Etn quanto o anuo de 1849 assim marchava desesperançoso de tranquilidade e segurança, falteceo na Provincia de S. Pedro, de antigas moléstias, que o aílligiam, o General Correntino Joa- quim Madariaga, que para a mesma havia emigrado.
Regressou finalmente a 30 de Abril (1849) o Contra Almi- rante Lo Predour de Buenos Ayres á Montevideo, tendo annuido á hum Projecto de Convenção Confidencial ad referendum^ se- gundo as bases Hood, ou antes segundo aprouve ao Dictador ; e esla Convenção passou coísi o Almirante ao Cerrito para o Ge- neral Oribs resolver sobre aceita-la. ou não. Só a 11 de Maio seguinte volveo o dito Almirante do Cerrito, tendo concordado o mesmo General Oribe por bum outro projecto da Convenção tãobem ad referendam, Eui 28 do dito iiiez partiram para t
— &i —
França eqoclles dous projectos, á que o Governo de Montevideo não quiz acccder, e mandou por isso expender es motivos, que o impelliram a negar sua confoiníidado ás proposições nos mes- mos inserias, pelo General Mekhtir Pacheco, Encaricg;ido de (ai Comoíissão junto ao Governo Francez, partindo para Marselha n'aqueIlo mesmo dia i8. Oribe igualmente mandou Moreno como seo Enviado.
Corria o dito mez de Maio di referido anno, quando re- velou se o lobrego trama d'huma insurreição de escravos no 2.* Destricto de JaguarJio : inda a tempo t<tma«an se poderosas me- didas preventivas, e reunidos alguns visinhos, prenderam os in- digitados cabaças, depois de morlo hum, que mnis resislio. Ti» tibarn em mira taes negros, realisado o assassinato, e roubo da populcição, passarem-se ao território occupado por forças de Ori» Le ; o que deo enais buoia prova da p^rfilia c«>ní que elie, e seo Patrão íiissimnladoíí fomentavam o mais terrive!, e singuinolcnto piíjno (une í<'lizmenl(3 foi sempre subv? nlane' ) a'é que desso a hora de viiigareo>5e, aorovi iiandose da nossa boa fé. Pelo mes- mo tr^mpo praiicaraín se uifferenles assassinatos na C(iSta de San- ti Maria, Ciinliot», iíaeé Ól, achando se a fazenda, e vida doa ^Brasileiros ú morcè da faca, e srcabuz dos degoladores Oribislas, c Bosistas.
Por Decreto de 15 do referido mez de Maio determinou o Gjv^rnador de 15;i(nis Ayres, que ficasse por então suspensa a execuçái) do Decreto do 27 d'Ai:osto do 1845, que prohibia toda a cofnmuoiccíçàí» directa, ou indirecia com navios de gu-rra In» glezeí, e Trancezes ; assim como o de 15 do Julho de I84S, quo o declarou novamcne e o vigor. Rosdvej n'es^a miasma data, suspender inlerinainente o adiamento posto ao tJxequaíur da Pa- tente do Cônsul Britânico D iVlartio Tuper H «nd, o qual a 23 do sobredito mez de Maio, scguio de Montevideo para Buenos Ayres, a ex<ír(:er suas funcções
Inda outra vez acafeando Rosas sua insaciável cobiça, ha- via repetido i:o 1.° de Janeiro (l?549), na «nensagem aunual di- rigida a lionreda Salla do» Ripreseniaotes a sua renuncia ao poder, já d'anle n)áo prevenidos os Juizes de Paz da Cidade, para fazeretn huma representação á l*o.'ieia pedindo em S"0S no- mes, o n«is de seos Concidadãos, licença para, depois de congrega- dos na Praça maior, dirigirem-se d'a!li á Ca<a do Dittador, atiia de Iransmitlir lhe, por iníermedio do sua Ftlha, e eiitre emo- ções de grati Ião, os seos mais urdenlcs desej s, o supplicas para continuar elle no poder. A Policia machiaveiiica permitlio ape- nas, qae, som a perteodida rouniuo, usassem do direito de poti-
çâo, asslgnada par Parochias. e (lirigid«i á Honrada Salla, para que CvSta implorasse, e obtivesse do incomparável Rosas a coiiti» iiuaÇão do sacrifício. Assim cumpriram no os imbeceis sorvos do Diclador, e a Honrada S^lla deixou do aceitar a renuncia por unanime e irrevogável resolução tomada no mez do Maio. Para conseguir se huma tal decisão lãobem íizeraín echo alguns lu- glezes, a^signando a petição I I Foi porem mais digno de reparo oíficiar o Ministro desta Nação, Heny Soutbern á Arana, Minis- tro das relações exteriores acerca de convites feitos para aquello íim,declarando, que respondera aos súbditos da lUinba, que po diam aoDuir á elies; accrescentandoque o abandonar S.Exo Dic- lador a direcção do Paiz, seria em quaesquer circunstancias, e es- pecialmente nas actuaes, a maior calamidade, que poderia ca- ber-lhe em sorte, e que os Estrangeiros n)ais. qud todos, senti-lo hiam l ! ! Eis a linguagem da mais bedioada baixeza, e baju- lação ioqualiíicavel t ! !
CIPITCLO XXÍ.
Determinou o Governo do Paraguí^y, que fosse occupado o território da Republica entre os Uios Paraná, e Uruguay, por buma Divisão ao mando do Tenente Coronel Francisco Wisner de Morganstein, acampando buma parle da dita força avançada na Tranqnora do Loreto, margem esquerda do Paraná, « o grosso delia no Hormonigoro, com hum posto no Povo de S. Tbomé no Uruguay, em frente a S. Barja ; o que teve lugar a 4 do .lunho de 18/Í9, pondo-se a dita Republica á& tal modo em guarda con- tra bum inimigo insidioso, e insultanle, qual o Governador de Buenos Ayres, e seos delegados. O Presidente do Paraguay D. Carlos António Lopes, em data de 10 da sobredito Junho, publi- cou hum manifesto dos direitos, e graves motivos, que reclama- vam, e justificavam a occupaçâo íntlitar do dito território Nacio- nal entre o Paraná, e Uruguay. Huma tal occupação estabeleceo as communicaçõps eutre o Rio Grande, e Paraguay.
Constando depois da occupação referida, que o Coronel D. José António Virasoro da Corrientes, em alguns recontros com as Tropas Paraguayas, sempre fora batido, marchou por isso força de Entre Rios para auxiiia-lo sub as ordens do General Oriental Garçon.
Entretanto na Corte do Império, inculcou-se a Legação Ar- gentina diííposta a prestar se á bum arranjo, o seguinJo-se con- ferencias enlro a mesma, e o Dtílígada do Governo IJrasiiciro (o
8
— 56 --
Senador Vasconceílos) concordaram em formular a nota. que.em 25 d'í Julho de 1S40 approvada, e expedida pelo diio Governo, fazendo quantas í-oncessões era possível honro arnenle íazif-se, não produzio cffeito. por qoe o Governador de Buenos Ayres, H3pollindo-as, deo máximo incremenlo á suas exigências, pela nota de 5 do Dezembro do mesmo anno. Islo porem óptima e rlaran>ente so explica. A Convenção, que pôz termo então á Inter- venção íngleza, acabava de ser assignada (íjn Buems Ayres a 24 de Novembro antecedente, (embora só íos^a ratiíicada em Maio do I8ô0j e D"r ella obrigava se a Inglaterra a conseguir, que sua Alliada, a Republica Franceza desarmasse a Legião Estrangeira, isto ho dos Francezes, em Montevideo, ahaisdonssse a p. sição lioslil, que alli ostentava, e celebrasse bum Tratad'> de pas : ad- qufiio por tanto o Governo Argentino toda a esperança do em breve de3en)pecer-se dessa dita intervenção, que lhe conservava diííiculdades, e me horar muito de situação ; inda oíesmo quan- do ouiros acrontecimentos sobrevindos complicassem essa nava situação . Eis porque retractou se tão indignamente com o Go* verno do império, cuja cooperação, ou boa snteiligoncia julgava mais uiío precizar.
Marchavam assim os negócios quando a 22 d 'Agosto do mesmo anno de iSáO, ordenau Rosas ao í'.apilãj do Porto de Buenos Ayres, que prohibisse to;.'a a communicação' com o Para* uuíiy, (' negasse entrada á géneros de producção d^aquelia Hepu- biica. Por esse n)tísm,o tenspo traciou áe Cí^mprar quatro Escunas, « Paqr.ebotes para «rma-li^s, e enviar ao Paraná contra as, que os Paraguayos estacim^ado tinham em Tresbocns, e Gorsifinloi*. Para fcí.ta uiliiua fi'Z o Dictador, que ssííuissem duas Divi.^ões, qv.o iinirse-hião ás Forças de Garçcn. Entretanto o Coronel Entie- Riano Mornos, reunindo alguns eojigrados ilo seo i'aÍ2, e do Es- Ifido Oriental, reali/ou encorp )rar se aus Paraguuyos, transpon- do o Ufuguoy
Havia huma quasi drrmoncia n )S negócios para com Mon« tcvidéo, e ÍMienos Ayrefi; e toiiavia se deixava lobrigar o tenebro- so desigtiio do Dictador uj-s preparativos, que tenJiam para hum lotai rompimento, de a muito premeditado contra o Biasil, que- rendo a()r( mptar lãiLem navios armados, pelo que fez examinar para coipprar a Ga'era Mariaima, e hum Brigue Inglc?-, vas )S t;stes que de nenlium moíio podendo prestar lhe para o Paraná, certamente se dcslina\am á outro propósito.
— 57 —
C4PITÍIL0 XXSI
As forçai d) Paragusy, que achavam-so avançadas, foram ougmentad.is, o o comniando eío chefe <lol!a.5 confiado ao Ganti- ral Franiiisco Solano Lopes, Filho do Presideiilrf da UepuLlica. Não tardou eile em destituir do commando Ja vanguarda, e fa- ler que fosse processado o Ksli'a<igôiro Wisoer de Mor gastei ii, por haver ultrapassado das suas i:íslr;]cç5e3, uuando facultou, no seo acampameiUo, a reunião do OíTiciaes (lorrentinos, e de outros pontos da Confederação, que eram emigrados, e que enoorporan- drt'Se ás forças do Paraguay, nomearain hum Goveriío em oppo- gição ar) qu(? regia a Provineia de Ccrrientes, lesmando então a eíFcito hunia espécie de acta de eleição.
Acceleravaííí-so oin Buenos Ayres os aprestos da Expedição contra o Paraguay, quo d^ivia compòrse de vários navios, e hum OH doU3 vapores, cnniiada ao Al»iiran(e Brown : entretanto constou, que Vsrasoro íiz^ra prender o Presidente da Sa la da Corrientes í) Gregório Ar<íujo, e íuais cinco individues, man- liando-os passar todos sois peias armas no Passo dos Livre^, eu\ o inez de Outuhro, (de 1849) que ei]lão corria.
Eri) 2l do sobroiito rnez, chegou á Montevideo o Contra Almirante Reynolds, álxirdodi Fragata Southumpton, enviado peio Giverno Ingloz pira substituir o C'>!5!iíuod )re Sir Thomaz Horberl, que tinha o coííimando das forças navaes ínglezas no jlio da Prata.
Nesse mesmo m-^z de Outubro o Governo do Paragíiay deo ordem a concentrar suas tropas avançadas sobre a Tranquera do Loreto, afim de aguardar n'aq5iella forte, e defensável posição o acommeítimento, com que o Governador de (jl^ienos Ayres amea- çava aquella Republica
Não havia sido ainda anprovado o Trataiio Le Prodour, a despeito das diligencias d(í Enviado d;; Oniíe na França ; e eíi ■ tretanto o Governo Francez mandiíu substituir no commando da Estação naval aquelle Contra Aimirants, que era ao mesmo tem- po sco Agente Diplomático, pelo d'igual Patente Romain Des- fosses, que içou a sua insfgoia m Fragjta Pjndora : esta substi- tuição porem nã;) tardou a invaiidar-se» e Le Predour foi quem voltou com o commando.
Quando assim a França procedia, determinava Lord Pai* fíierston á seo Ministro Soutiiíírn, que assignasse a Convenção <le 21 de Novembro de l8Í3, a qual conâlando de njve artigos, ha- via mezes fora, proposta pelo Diclador, subm^-llendo-Stí depois ao
— 58 —
conhecimento, e approvação do Governo Inglez. Obedecendo immediatamento á huma lai delerrninação, enviou Soulbern a icfeiida Convenção sem minima delonga. De feito essa Conven- ção nada continha sobre o Estado Oriental, e sua ladependenuia, ou euusa que com isso se assemelhasse.
CAPITULO XXUI.
Inda outra vez pertendeo o Governo Argentino, que o do Braítil tizesse do carcereiro para com os emigrados Orientaes, n»^gando passaporte para fora d.) Icnpnrio ao General Pacheco y Ol>es ; lai extgencia teve exilo idêntico ao do outras vezes, sus- tentando o Governo Imperial sua dignidade.
Foi em lO de Outut)ro do dito anno de 1849, que huma partida de perversos, e indigní^s Correnlinos assaltaram as l^ls- tancias de Francisco das Chagas Araújo liibeiro, e Ricardo Josó Landin, onde praticaram o rofibo, o assassinio, o saque, e o In- cenilio das propriedades, escapando-se, logo que consumado o cri- me, com o favor do fjruguay, que não era distante.
O Governo do l^araguay, por dar mais huma nova demons- tração de seo espirito pacilico, e contiiliador para co(n seos visi- fihos, dirigio-se ao Diclador Argentina inyitando o a faz,5r aber- turas para hum yjusle amigável, decoroso, e satisfatório á ambas as partes, e qne concorrer podesse, o mais possivel, para os in- teresses da Confederação, pondo de parlo toda o qualquer ques- tão iíídissoluvel em concepção da cada huma das parles, bum como a da Independência, para deixar ao tempo as relações do çua resolução, e poderem entrar assim em explicaçÕ3á francas p=íra ronovação do Tractado do 1*2 de Outubro de I8ll, com as addicções, que de novo conviessem. Em i dft Outubro contestou Uosas, que depois de meditar, e quando menos pensionado, re- solveria sobre aquella Proposta pela ii»aneira que mais favorável so lhe antolhasse. A dita resolução uáo havia apparecido aló o seguinte finno, e nem apporoceo em tetnpo algum.
O General Urqui^a foi reeleito, a 15 de Oozo^nbro do re- ferido anno de 1SZÍ9, Governador d'Entre-Rios ; porem inda no mez dtí Janeiro do seguinto anuo da l850.dizia-so, que Rosas não havia recebido parlicipaçâ<» olFicial d*aquella eleição : quiçq procede.^se d'ahi o boato de nio reinar já enlre os dous a anliga cordial intelligcncia, o que não deixaria de ser em bcneíicio dos Povos ofiprimidos.
O Ministro Argentino na Corte, em uolas de 15, 18,26,q
— 59 —
â7 de Setembro, e Je 4 de Outubro do sobredito anno, queixou- 3e ao Governo Imperial da protecção prestada pelas Authoridades da Provinda de S. Pedro aos Paraguayos, e á diversos emigrados Ori«ntaes, até de armamento, e poSvora & ; « referindo vários factos, exigío a responsabilidade em massa das Aulhoridades da dita Provincia, e o seo castigo. O Governo Brasileiro por no- tas de 29 de Outubro, 39 de Novembro, e 21 de Dezembro ^^de 4849) contestou mostrando quanto erão infundadas todas as ar- guições, á vista das informações officiaes do General Andréas, Presidente da mesma Provincia, o qual em data de Í5 e 29 de Outubro dilucidou, e deslruio Inntas invectivas, e accusações ; o ao contrario patenteou que no Quartel General de pril)e trama- va se abertamente conlja a tranquillidale do Império, convidan- do-se os Cliefes da exlincta rebelliáo do Rio Grande, o offertan- dose Iht^s armas, e munições.
Não se envergonhava o Dicíador de reproduzir a sua costu- mada farça de resignação do poder, e por isso na abertura da 27." Legislatura, em principio de Dezembro de 18^9, appresen- tou sua renuncia, e repetio-a de viva vó<, em j5 do mesmo mez, ante buina Commissão da Honrada Salla, a qual havia delibera- do que não fosso aceiía, e que se agradecesso á Provincia ter ini- ciado a petição para que o Dictador continuasse. Alguns dos tre- chos da celeberrima resposta da Junta dos Representantes, mui notáveis pelas extravagâncias, e descocos inserto!> em huma peça i)ílicial d'aquella ordeín, até coni se )S laivos de nimoro, e poezia, justo he que aqui se reproduzam para melhor stírem apreciados : ei-lo?. —
« Os Representantes assustaram-se desta vez mais, que « nunca, ao ouvirem a nova renuncia do V. Ex. A modéstia de a V. Ex, me estorva observar, que esse onnuncio surprendeo os A Argentinos como o annuncio da tempestade áquelles, que tçm « sentido seos furores,
« Quer a Providencia, quo V. Ex. permaneça no Governo : a mas quer tãobem que não comprometia sua preciosa vida, o « cem ella a da Republica. Tão pouco nada ha mais confor- « me &
« A fervorosa dedicação com que a fíffavel, rirli^sa, intel' « ligenle e digna Filha de V. Ex. 'participa dos heróicos servi* « ços, que presta à Pátria seo illustrado Pae, reclamava já o V(»* « to de gratidão emitlido na inclusa petição. Os Reprí^sentantes « repetem com terno interesse o nome da Senhorita O* Maniie- „ litaae Rosas y Escurra, e eslãj certos úa quo associam á sua a emoção lod;ís os que tem lido a forliina de coiíhtíccr a esta jo-
— 60 —
fi ven modelo perigrino, animação original de tudo quanto lie « nobre, e amava !
« Está V. Ex. informado da vant-idtí soberana do Povo, a q5je ibe prescreve continuar no governo, mas não fatigando- K se tanto, como alé hvje & & .
¥ez pois ínyis hum sacrilicio eoi continuar no poJí»r absolti* to, o isuiis que rcgio, o General ílasas cujo ardor pohí Patri i igualava bersí o qu>3 ello nutria pela Ueligião, quQ a cada piss» menoscabava ; até ahoHndo, ue moto próprio, muitos dias sanlí»^, e entro eiies o í\'.í Anno Iíoíví, soai que nisso intorviesiie a Au- tboridada PciUincii.
Authorisado o Dictador, gti 2h de Janeiro d^? 1850 , pola ííò .iiwAii d'íS Fi^íproseniantos a ralifjcar a Convenção da Pax, feita em -24 de Novembro dg 1849, com a Nação Britânica, or- denou, n'aque:ío nnjsmo dia, se desse bnrna salva de 2l lira^ na Baíeria Liberdade, e bouvesse iilun^inação pnr três dias, sendo recebido o P enipotenciario Britânica Cavalleiro Meurique Sou* tbcrií, no mi^^mo dia 24 a noite-
Jiediar)t<íS as providencias adequadas do Tenente General PrcsidenSe da Pr. vincia de S í^edio, tornou se a nosso frontei- ra wiiis desasí^oir.brada dos grupos assassinos, do modo que o no- vo anno d? I8c0 não coítieçira encontrando os babitantes <!a mesma fronteira sul]merso3 cm in(;esS(jnies receios. Não acon- tecia poreuk assirn no território visinho, onde os bens, e vidas doi JB':n;!oiros. estando a m-rcô do i;arbaro Orib;3, e soos ávidos se- o"!aces, C!>ií;0 Servando Gorms, e Diogo Lama:?, nenhuma garan- tia gozavam, send<> os assassinatos, depredaçÕ3S, o perseguições contínuas, resultando de tudo o desespero, c miséria (íe innume- r.»s victimas, desesele das quaes, todas Brasileiras, até foram con- duzidns presas para Irabaiharem no Salto nas obras publicas, fa- zendo iiies o ceiebre Lamas, que as remettera, n aocusaçío de te- rem sido encon;ra(?as passando gados para o Uio Grande, em- bora houvessem satisfeito o enorme direito do patente, imposto por Oribe, esse verdugo, que exiorquindo tantos capitães do K-iírângeiro, não dava a nicnor garantia á suas propriedades, c vidas : e menos pcrmiltia, que saivasicm-nas, estando oxp;)Stas é tantas provocações, sem-justiça, o malvadezas ; sendo huma delias 8 praticada pelos Correnlinos em buína Lstancia da Fami- )ia do oarão de Jacuhy, e a prisão do Capataz, e peões d'huma o.jU'a Estancia do mesmo Darão, a!óm do Qiíarohim,
— 61 —
Kste estado de cousas infiltrado havia nns corsçòes ã^ah-ms l^ravos Uio-Gra adenses, provocadas pelo profunda ftissTTienlo tie imporlatií<ís interesses parlicularei, o da dignidade Nacional, os generosos anheíos de levar protecção á tantos atneaçados Bra- sileiros, pos<;oidore3, ou usufrooluario? de duzeota^í noventa o íjuma Instancias no Estad.'> Oriental ; 0 por isso d jnd ) muito ínais attenção ás vocês d'» exaltado i^alriotismo, ou do sso dito interesse, que ás (Ja resígoaçio, e df^ver, alé que o Governo do Jínperio conseguisse femedidr laes desgraças, reunirain-sej em fins de Dezembro do ]i8/i9, só em numero de duzenios e cuicoeníts, on pouco mais, sobre o Quarahun, e pas3ara5!< ao território Ori- enta!, guiados pelo Coronel Birao d^ Jacoby, co^n o tilo de pro- t^geroííí os Brasileiros possaidívres de Estancias friaJs proxisnas para conduzirem seos gaucs, e p-ira íaobeoi conduzirem elles rriesmos iíivasores os que possuía m nas Estancias, que lhes per- tenciam, sem procurarem offender os Orientaes. Peio lado dd Baga appareceo tãohem llenturião Gellengo, á testa de 50 e tantos emigrados, que Ci)ngregára ; porem sendí os Kio Grandenses subitamente acommetlidos no dia 5 de Janeiro dj 1850 nas pon- tas das Três Gru2C§, p jr forças mui superiores, ao mando do mes- mo Coronel Lamas, Irataram da retirar se ; e todavia, antes da o realizarem, foram batidos, em Gatílan gr.inde, e dispersos pro- curaram abrigo no lerritoiio do soo i^aiz, todos os q'j 3 escapa- ram, inclusive o mesíno Barão, qoe atravessara o Kio a pé, íi- ctíodo prisioneiro hutn spo sobrinho, que Lamas manJou dticapi- tar, e bem a sim a dous Braúleiros inermes, qu=í encontrou na Estan_Ma de Gutierres, ondo assistiam. D'aqui tiraram <ís Oribis- tas novo thetsia piíra repetirein qsK? os Brasileiros eraíti saltea- dores : ha nesta injuria porem tão notória falsidade, que seria ociosa a menor refutação ; todavia não se deve oinidir buína das provas do que estos nenbum tito tinhim eu roubar, e he, que no encontro d'huma partida do Oribe, a 2 do nies no Janei- ra, lenJo siiío morto o Alteres couiírtandante da mesma D Joslo Sanches, fugindo os demaiS; foi depois en^;oíatrado pií'os seos com todos os oifjeGtos que trasia, sem que os ilsj-Grandenses se apoderassem de cousa alguma, o que assas dá a ver o docu- mento transcriplo em a nota n.^^Sl . l)'enlre os Brssileiros nun- ca surgirá bun* irifame como o Gapilâo Miguel Chagarabv, dego- !ador, qae tantos crimes o roubos praticou, contra os ilrasitei- ros no departamento de Taquarimbó, servindo com ígnicio Ori- iie, e como muitos outros I l)igam-no os Azaunbujas, Fialhos, o {.'agundes, e D. Damazia Doniíngues.
EíUrj lar.lj bayia app<^rccido a proclam^íçào cousíaale d^
-. G2 —
nota n ** 22, firmada por Francisca Pedro de Abrôo. nome áa IJdrão de Jacuhy, coíd data do 2G do Dezembro de 1849, convi- dando ás armas os Brasileiros, e jnnlamente os Orienlaes emi- grados, contra os degoladores de Oribe, e Rosas. O General Pre- sidente drí Piovincia de S. Pedro, cônscio de seos deveres, e do queaqueiles movimentos anarchicos arrojariam o Paiz inespera- damente 5 buiua guerra, qno ainda convinha evitar ; e alem d'is- so pontual em slriclamente fazer tudo, que tendesse a realizar as \istas do Gi»bineie Brasileiro para a boa harmonia com seos visiiihos, reiterava aos Comínan.Jantes da Fronteira, a mais acu- rada vigilância, e as reuniões começaram a desapparecer.
O Brigadeiro Francisco de Arruda Gamara, Commandanle da 5.^ Brigada, o Fronteiras de Alegrete, e Missões, apenas sou- be do revez do Barã", e que este s^^guia para aquelle doslriclo, fez prende-lo soLre a margem direita do Quarahim pelo Tenenlo Goronel Severino Ribeiro, e depois o remetteo escoltado por hum Capitão, e algumas praças de Cavaliaria para S. Gabriel, lendo mui duramente Iraclado o dito Barão ; esta maneira de proceder \uIgarisou-se logo, e talvez d'ahi resultasse, que no segundo dia de viagem, e a cimo legoas de Alegrete, no sitio denominado J;icques,hum grupo de trinta homens arrebatasse o preso á escol- ta, sabindo-lhe inopinadamente ao encontro.
De novo reunido o Barão á alguns Oííiciaes Brasileiros da Guarda Nacional, inclusive o Coronel Fernandes, com gente de Missões, e o Coronel Oriental Hornos, passou para o Quarahim, talvez com quinhentos Californias (epiíhelo então dado aos se- guidores de Chico Pedro, Barão de Jacuhy,) em 18. ou 21 de Janeiro do sobredito anno de 1850, e seguio para Cunha pirú, no intento do loinar vingança da afronta a pouco sofrida ; e então publicou hum Manifesto assas longo, dirigido aos Brasilei- ros, narrando-lheí os motivos, que impelliam-no, e que não em- pmihára as armas, nem empunharia contra o Governo do seo raiz.
O Tenente Coronal Manoel Luiz Ozorio, hoje Coronel, Conimandante do 2 ® Regimento de Cavaliaria, havia sido pelo IVesidenle da Província, e Commandanle do Ej:ercilo, incumbi- do de dispersar aquclla reunião, e não consenti-la na fronteira de Bagé, quando não conseguisse desarma-la. As deligencias pj- ren» de Ozorio foram inúteis, pois apenas realisou a prisão do Co- ronel João Anionio Severo, sem poder obstar, que o Barão rece- besse diariamente reforços, e onl"? elles hum avultado, qual o (ie cento e cincoenta praças da Guarda Nacional, com hum Ca- pitão ; e conslou que excediam já a mil o quinhentos homens,
-^ 63 —
usando todos d*htim listão encarnado, com a Legenda - Consli- íuição, Q Ordem.
Em a noite do soijredito dia 21, ou 22 do ínez do Janeiro reentraram no Estado Orsental, ilíudindo a força do Governo, (,|iie cooímandada pelo mesmo Tcjaento Gofonei Ozorio, e não podend) desarma-los, os assediava ; e transposto o Arapehy, di- íigiram-se para Taquarimbó, deixando Lamas no fianco direito, p;íra ir i>aler na sua retaguarda forças menores, o que consegui- ram, a despeito do aviso,que ao dito Lamas (iítera aquelle Tenente coronel Ozorio, primeira, e segunda vez, dos movimentos, e porlenções do Barão, communicando lhe até o nuníero de pra- ças, que estecondu2Ía ; procedimenlo este que bem podia ter dei- xado de existir, pois nada menos era que instigar o Estrangeiro, e indicar-lhea pista, por onde alcançaria o exícrminio, ecar» niceria ferúz de tantos Brasileiros, que bravos seguiam o mesmo Barão, quando bastaria, que o dilo Tenente Coronel se limitasse a pontualmente executar as ordens do Governo da Província, não permittindo, que aquelle Chefe, abrigado com o nosso Ter- ritório, permanecesse na? Fronteiras do ínjpeíio a provocar os visinhos : mas desde que realisou-se, baldada sua actividade, e desvelo, a passagem das forças do indicado Barão para o Esta* do Orientai, nada mais tinha o Tenente Coronel Commandante d'huma parle da Fronteira Brasileira com as scenas,que lá tinham de apf>resentar-se entre elles, e as Divisões Estrangeiras, A líota 'i3 contem a integra d*hum oíTicio do predito Tenente Coronel, que dá todo o esclarecimento deste incidente, e da realidade do, que referido temos.
Determinou o General Oribe cm Fevereiro, que huma Di- visão do seo Exercito, ao mando de st?o irmão o Coronel Ignacio Oribe se aproximassa igualmente da Linha devisoria, para aju- dar a obstar qualquer invasão. Do feito essa,e outras Divisões surdi- ram pelo lado do Q?(arakim,Q vários pontov^e o Presidente da Pro- vincia deS. Pedro, em virtude de communicação, quo lhe dirigira o General D, Servando Gomeá, do fim para que se avisinbava da Frcnleira lemitrophe, publicou o Edital de 23 de Fevereiro do mesmo anno de 1850. prevenindo os Habitantes da mesma Fron- teira para que so deixassem tranquillos, pois aquelle aconlecimenío tinha lugar unicamente para cobrirem aquollas forças o seo Paiz, e defende-lo dos attentados, que alguns Brasileiros, deslembrados do respeito devido ao seo Governo, e ás Leis, haviam já levado á execução, e n'esses attentados inda progrediam, ponao toda a Província ern conslernução.
Posto quG prevenid ) o Coronel Lamas, confirme dito Uca'
— 64 —
usando o Barão dlinm eslratogico meio, collocou em frcnH d'aquelle,í^ já referida Tonante Coronel Fernan-jeç, com parte d»* suas forças.e depois com 400 a 500 homens partio na madrugada de-26de Fevereiro com o propósito de surprender forças do Gene-, ral Servando Gome5,que acampavam tranquillas n^is pontas de Ta- «]narimbó Cliico, liadas em ter na sua vanguarda o dilo Coronel Lamas, Feliz êxito teve a surpfeza, fugindo em complola desor- tícfn toda a cavallaria do Servaudo Gomes, deixaiiio trinta mor- tos, e selenla o tantos prisioneiros, e toda a cavalhada. A Infan- taria porem tomou posi';ão numa sanga, tributaria do Taqua- rimhó, e alii fortemenl-i defend eo-se, aló que o Barão cessando de insistir, fez condiuir a cav.ilhaJj, o tomou dire3çã> para onde sabia existira columua do Vallez, ant^s que prevenida fosse por algum dos exlraviados ; esta surprozi náo pòU rsaiizar-se ; pov rem muitas outras surpresas, e ma>mo ataquas houve, em que os Riu Grandeuses ficaram victoriosos, até conieguinJo a tomadia do vinte carreias.
Os ânimos dos Habitantes ái campanha, por onde repor- culia hum brado geral, e de indignação, achavam-se exaltados, e bcliicosos pela fermentação, e excitamenlo resultante ds assassi- natos, coníiscofi, e depredações, que fora ai sç sggiomerando até produzirem a explosão, que se invalescia. Causas pois de tama- nha monta não podia o G >verno Isnp^-rial, unicamente por si, 3 de prompto fazer desappirecer ; ao contrario ellas já até produzi- am alguma indisposição manTestada contra o Brigadeiro Arru- da, que as pertendia dissipar á viva força ; desprezando os meios brandos, e persuasivos, s gundo repre/entou o Juiz Municipal de Uruguayana, ao General IVesidenta da Provir^cia e Gomman* danle do Exercito, pelo ofíicio constante da nota 24. Entretanto o Governo í-entral julgou convi^niente exonerar aquelle Presidente, substituindoo pelo Conselheiro Desetcbargador José António Pi- menta Bueno, para isso nimeado em Fevereiro do mesmo anno, (1 85(í) authorisanJo-o a passar o commando das Armas, á quem escolhido fosse por elle Conelhoiro, que partindo da Corto no dia 24, aportou a> Rio Grande em 2 do M^írço seguinte, e no i raTodiatoseguio para Porto Alegre, e a 6 tornou posse da Pre- sidência, tratando logo de pi^r em execL-çJo as instrucçòes, «i^a pelo dilo Governo Contra! lhe foram dadas para pacificar a Pro- víncia, e dcsarn)ar quantos illegalmenle reunidos invadiam, por deliberação, e auliioridade própria, e por interesses privados, o Kslado limitrophc, coniprometlendo o nome, e honra da Pro- \inci8, e a dignidade Nacional, com pros!erízação das I.eis funda- menta es do Império. O Gei»eraí Galdwell foi o nomeado Com- inando nle das Armas : cia esta a segunda veo.
— G5 --"
Dirigio por tanto o novo Prd^idente, a 22 da Março do dilo anno de iSòO, huma Circular ás Camarás d'Alegrete, Bagé, e Úrugiiayana para que se prestasseíii a esclarecer os seos Muníci- pes, afim de se não deixarem illudir, e comprometter. Em segui- da passou a empregar medidas aptas, e enérgicas para que a aulboridáde das Leis, a ordem, e segurança publica fossem res- tahelecidas na Fronteira da Província, e a Honra Nacional por lodos respeitada. O negocio comtudo não se havia tornado menos árduo para arranjar-se, visto como a Ofiicialídade do Barão de Jacuby, julgando não se incluírem o&s palavras do Governo ga- rantias suíTícientes á suas vidas, e interesses, cppòz-se absoluta- mente á deposição das armas, e á dispersão, que o dilo Baráo queria eííecluarde todas as forças, que commandava, em conse- quência da entrevista, que tivera com o Coronel, boje Brigadei- ro graduado Francisco António da Silva Bilencourt, e Brigadei- ro Gommandante da Fronteira Manoel Marques do Souza, boje Marechal Barão de Porto Alegre, conferinda-se em nomo Oy .Governo,indulgencia para todos, que lançaram mão das armas. Aquella resolução da Ollicialidade foi tomada no 1." do Abril, « Jogo a força toda pòz-se em movimento sobre o Acampamento d© Lamas,que era nas Trez Cruzes: deixou porem de ser ahi encon- trado, por baverem-no prevenido. Nesles entrementes o General Oribe para mais farilmenle bater, e passar a espada, no caso de encadea-los, os partidários do Barão, lançava mão do lodos os alvitres alim de engrossar as fileiras confiadas a seo irmão Joa- quim Oribe, e fez por tanto pygar das armas todos os Fazendei- ros, o Negociantes indislinclamento.
CAPITULO XXV,
Já Iiavia a Salla dos Representantes de Buenos Ayres ree- leito ur^auimomento a 7 de Março de 1S50, o General Rosa$ para Governador e Capitão General da Província, nos termos da Lei de 7 de Março de 1835, isto be, Dictador jem limites, quando, a 12 de Abril do mesmo anno de 1850, chegou á Bue* nos Ayres hum vapor Francez conduzindo o Almirante Le Pre- dour para tractar das alterações, que a França exigia na Convenção celebrada pelo mesíiio com aqucllo Dictador. Depois chegaram làobem á Montevideo os vasos, que compunham a Divisão Ex- pediccionaria Franceza com cerca do 050 praças de desembarque, faltando ainda dous transportes, e hum vapor com 550 praças : essa falta porem não foi longa, pob a 26 do dito mez d' Abril,
66 —
fundiou hum dof> Irançp >rles com 350 praças, e em 2 do Maio os navios reslaules. Dechirou Rosas, qiio nada se podia arranjar, por ser a misbão Le Prcdonr acompaniiada dtí força armada ; e em conclusão passou a rejeitar todas as modiricações, mas fez-lo mediante alguma drfí^iora.por evitar assim o prompto desembar- que da Tropa {í:xpedicionariâ á Muntevidér>, que ale a íinal de- liberação delle, conservoíi-se a bordo, pertendendo Rosas, qua íJuranle essa procraslinaçã», venceria Oribe o penatrar, e senho - loar-sc d'aquel!a praça.
Pela sua parle o mesmo Oribe não se descuidava em expe- rimentar quantas perversidades entendia, que podiam acarrear achegas para seo Iriumpho ; e incumbio por tanto um eeo primo Ignacio Soria, da seiiucção de certo empregada da Typographsa do Comercio dei Plata, íifim de confundir.ou empasielar os typos. })q facto o suburnado assim pralicou;mas a pezar de toda sua cau- tela.foi descoberto ocu}pado,e logo preso; occasião,em que denun- ciou quem o seuuzira,e juntamente que haviam primeiramente leu» «ionado lançar fogo á Typographia em Domingo de Páscoa, ptano este, que havia falhado.
Os Representantes da Honrada Salla de Buenos^Ayres, por Lei de 19 do Março de iSòO, iinanim'ímenlQ autborisaram o Dic- tador nos arls. i.° 2.° o 3 **, a gastar o, que bem lhe parecesse, pondo á sua dÍ5pcsiçt^o todas os rendas, fundos, e recursos, sem limitação alg-jm», sié conclusão da questão com a França, e iuniamcnle ató fazer-se cííectiva a reencorporaçáo da Republica do Paraguav á Confederação Argentina. Estava para isso prestes, a 'íG de abril scgiunle, a Esquadrilha de Rosas, composta do butr» vapor, hum Brigue, um Patacho, e um Paqaebole, sendo de toda olla Ohefe hum certo Toll, e seo immediato hum Fourmenter, o quasi toda a tripulação lngle?a,
Inda no uilo tnez de Abril continuava o Barão de Jaculiy, a bater as forçiis de Sarvando Gomes, nas immediações cie Que- guay, ora cotri bjm, ora com infeliz suecosio : mas lendo roen« vidado o Conselheiro Presidente da Proyincia, lodos os possíveis esforços, o sua consumada dexleridade, p >r m !Ío disso, o de benévolas admocstaçõiiS, coasegííio, qae o mesmo Barão, e quan- tos o Sfiguiam, reentrando o tcrrllorso da Provincia, o depondo espontaneamente asarmis, se de8pfi:sassem, conforme as deter- minações dt» govorna,^o recolhessem ao seio do suas familias, como promallitnento de n'i() serem encomodados, e persegui- dos; niarchando logo o Birão para a (iidade de Porto Alegre, onde chegando a 5 de Maio ( iSííO) a noite, na manhã do se- guinte dia G, opprescntou-se a Presid<.ncia. Terminaram assim as
-. 67 —
reuniões para invadir o Estado vssinho, isto h«, para unica- mente bustilisar os sequazes do General Oribe, q«e não respei- tava a propriedade, e vida dos Brasileiros ; rtístabeleceo-se por tanto a paz,e Iranquillidado etn toda a campanha, e Fronteira,e na Provincia em gera!, o que a 7 do referida mes de Maio partici- pou o dito Presidente Conselheiro Pimenta Bueno ás de mais Pro- vincias do Império.
CAPITULO XXVI.
Havia se dirigido o Ministro Argentino na Corte, em 25 de Julho, e 3 de Dezembro de 1849, ao Governo Imparial, ro- «opilandojp-ílo já lã'> sediço e intolerável moda. as intermináveis c abslriisas reclamações, e queixas de insultos recebidos etc , muitas das quaes se deviam, desde muito, reputar dirimidas, por ter-se o mesmo Governo satisfatória, e amigavelment« explica- do, em íliíFerenlos occurrencias. Era por certo a principal mira deste novo reclamo, ir dispondo huma ospeciô de manifesto dos motivos, porque os Argentinos far-nos hiam a guerra, tão anheleda pela pandilha do insolente Rosas. Em data de 8 de Maio do sobredito ancio de 1850 contestou o Governo Brasileiro as referidas aoias com energia, lucidez, e dignidade tal, que de- veria ftizer, qae o Governo Argentino se compenetrasse de suas muitas som- razõos, e desesperasse absolutamente de obter da I^;»ç3o Brasileira, fosic qua! fosse o partido, que subisse ao po- der, qualquer acto de humilhaçã», e fraqueza : deveria final- mente convence lo de que a Nação Brasilaira queria, e podia íazerse respeitar do Estrangeiro impudente, grosseiro, e arro- jado, que lhe perdesse o decoro
Quadruplicavase de dia em dia,o numero d'o8cravos fugidos do território [brasileiro para o Oriental, e C>rrentioo, indo al- guns depois de assassinarem seos Srs., ou Feitores. Entretanto nem Oribe, nem Virasoro prestavam se á restituição dos fugiti- vos, aos próprios Senhores, que reclamavam. A par de tão vil procedimento, tornava-se cada vez mais rigorosa a inhibição exis- tente de vender se, ou passarse gado de qualquer espécie, ou dominio, do Eslad*» Oriental para o território Brasileiro ; e bem assim de demarcar-se nas Estancias pertencentes á súbditos do Im- pério ; ao mesmo passo que o Coronel Laínas tinha mandado levantar três mil cabeças de gado vaccum de uma Estanciado Baião do Jacuhy.
Endereçou p7Ís o Ministro d 7 Brasil em ^íontevidéo, ao
— 68 —
Genaral Oribe, um oííicio circunstanciada, cora dat« de 29 ãõ reíerido mez de Maio, sohre es insólitos aconteciroPiilos da Fronteira do lííiperio,as8Ím pelo que respeitava á depredações, c sequestros nos bons dos Brasileiros proprtelarios na Banda Orien- lal, e enlão eníigrados para conservarem a exislencja, sempre e sempre ameaçadii; como á cerca de muitos outros factos, que se accumulando, foram sem duvida, a origem áo procedimento do liarão de Jacuuy ; e paia que se não reproduzissem sceniis, de que o desespero necessariamenlo sohe lançar mão, elle Minis^ tro reclamava do dilo General medidas conducentes a fazer que cessassem a oppressão,e vexames de que se queixavam os súbditos Imperiaes, residentes, e proprietários no território da Republica do Uruguay, paiaosqoaes reclamava igualmente, quer a facul- dade pratica de costearem, regerem, e administrarem as Fazen- das de suas propriedades, sem os óbices, e avexaçõís já referidas em oííicio de õ de Novembro de 1845 ; quer a da poderem re- tirar seos gados para a Frovincia deS. Pedro, ou dispor delles, e d'aquelias, como Ibes conviesse.
A' esta reclamação, bem que enérgica, porem assas urba- na, Oribe respondeo a 12 de Junbo do mesmo anno, (J850) por intermédio de Viiladomoros, que figurava de seo Ministro das relações exteriores, tendo a ins(dencia de declarar, depois de longas banalidades, que enlendeo plausíveis, que nenhuma ob- servação seria tomada em consideração, relativamente ao as- sumpto exarado no sobredito cilicio, em quanto as Repúblicos do Prata não obtivessem desaggravo, e satisfação pelos actos praticada s pelo Barão de Jacuby. e seos sequazes, desagravo á que tinham as ditas Republicas u direito trais positivo, e da que não podiam prescindir.
Continuava ainda, no mesmo mez de Junho, o bloqueio dos Portos Paraguayos por embarcações de Roaas ; isso não obstanlc relrogradou-se o Exercito daquella Republica ás primeiras posi- ções, que occupára, sem que as forças do Dictador procurassem estorvado.
A' bordo da Esquadra Franceza, onde o Almirante Lq Pre- dour inda em Junbo conservava as tropas de desembarque, cujo numero orçava a 1.300 de infantaria, e 200 de Artilharia, retar- <Jando-so elle tanto em BjenoS'Ayres, grandemente avigorava-so a intensidade da peste ; e eis porque no sobredito mez, dirigi- ram os seos Officiaes ao mesmo Almirante um protesto perío- dos assignado. Isto porém não lhes melhorou de prompto a noá sorte, pois só a 17 de Agosto seguinte começou o dcsembaríjutt das munciunadas tronas.
— 69 —
Terminou a 18 do já mencionad» mez de Juoho,a nego- ciação Le Predour,por moio d'uma outra Convencia ad re/*er^»- (/rtm, ( e condiccional ) entre Bnenos-Ayres e a França, para aca- bar com as diíferenças exislontes sobre a questão do Montevideo, Abandonando aquelle Almirante todas as rncditicaçõos, que o seo Governo formulou, e positivamente exigio, que ou fossem feitas no primeiro projecto do tractado, ( o de 1849 ) que dei- xou de àer aprovado, ou servissem de base para o novo projecto, annuio a assignar um outro igual ao primeiro, com duas únicas alterações, buma delias todavia mais favorável em tudo ás vis- tas do Dictador de Buenos Ayres, que aos demais interessados. Ioda assim foi condicional, como já notamos, bum tal ajus-» te, pela dependência de um outro, que devia celebrar-se com o General Oribe, dignissimo A Miado de Rosas ; para cujo fim teve Le Predonr de fazer ao Gerpito huma romagem ; o a despeito de mil condescendências do Almirante sobredito, só em Agosto fi- cou conciuida a outra Convenção com Orshe, que d'iotelÍigencia com Kosas, retardou-a, havendo nesta segunda (Convenção a só alteração de eliminar-se o artigo secreto, que incumbia o mc.^smo Oriba das eleições geraes.Volveo por tanto Le Predour. em 11 do Agosto do mesmo anno de í 850,do Gerrito á Buenos Ayros.e a l2 appresentou a Convenção Oribista ao manboso Rosas, que ainda assim procrastinou dar a sua assignatura ao seo Tractado, que deíde 18 de Junho se concluirá ; e por isso só foi ratiíicado em Setembro, e a I4 d) mesmo seguio com ambos para Pariz o Se- crolario da respectiva Embaixada Goy do Resiândo, ajíós cinco mczes de penosas nefjociaçÕes.
O Governo de Montevideo mal succedido em siias perten- çõfis junto ao Govçrno Francez, i^oltou-se para o do Brasil, como único que o poderia salvar, e dirigio-lhe o Enviado extraordi- nário e Ministro IMenipolenciario da dita Republica, na Corte do Império, o Memorandum de 'í9 de Fevereiro de 3 850, pelo qual pedia bom auxilio para haver armamento, e niuniçõt^s, e enga^ jar soldados para prolongar a defesa dâ praça, em quanto o Bra- sil nào tojnava huma deliberação definitiva : o Governo Impe- rial não julgou enlào chegada a opportunidade de manifestar sua resolução, e precipitar extempi^raneamente os acconteci- mentos.
Buitissiína actividade reinava no Arsenal da Buenos-Ayres, íí seo Governador munia-se de óptimos armamentos, constando ja nesse tempo, ( Julho do 1850 ) que por ellc a guerra com o Brasil estava resolvida, e que em breve o Ministro Guido leria ^rdcm de retirar se da Corto do império, O General Uribe, par^
- 70 —
não estar occioso, nianJou etnbargar o resto das Estancias, cu- ja propriedade pertenço á Cidadãos Brasileiros, o então montou o numero delias a cento o huma, situadas trinta e tr-s na Fron- teira do Chuliy, e S. Miguel, cincoonta e Ires na Fr.mteira do Q larahiin, seis ao Sul do Ârapehy, e nove nas fronteiras da Ja- guarão, e Uagé.
Nesse dito mez de Julho de 1850, diminuio o Governo Francoz oito mil pesos mensaes no subsidio de quarenta mil, que prestava á praça de Montevideo ; e por isso a J 1 do referido mez (Jirigio aquelie Plenipotenciário do Governo Oriental aj do Império, iium outro Memorandum, para socccrro lo ; sendo nessa occasião já notório quanto o General Oribe insistia em negar-se cT dar qualquer providencia, que cessar fizesse as violências, e as- .sassinatos contra os Brasileiros. Nestes termos, e porque era in- dispensável salvar a Independência da Kepublica Oriental, com- .servar a Praça sitiada, e dar tempo ao* succodimentos, resolveo prudentemente o Brasil conferir o auxilio pedido, e em consequência celebraram so os dous contractos de 6 de Setembro de J850, com o dito Mioistro da Republica Oriental, e com o Negociante Drasileiro írenêo Evangelista do Souza, sendo o ultimo entro estes dous, permancendo secreto o primeiro pelo qual o Governo Imperial fornecia por empréstimo ao Oriental dezoito mil pezos fortes mensalmente, por treze me- zes, a contar do 1.** de Julho de 1850, a 6 por cento, servindo de intermediário o mesmo Irer.ôo.
Em quanto era executado na praça de Montevideo, a 3 da Agosto do supradito anno, um certo José Lourenço, agente, oii instrumento de Oribe para assassinatos, o outros crimes ; eram no Brasil mais felices os Emissários daquelle, e de seo hidiondo Alliado General Uosas, pois nada sofriam, embora impudente- mente, e com ôííinco se esbofassem para derramar o virus da intriga na liniitrophe Provincia de S. Pedro, calculadamente fa- Z'mdo propalar, a bum mesmo tempo, que em t, ou 20 de Se- tembro faria explosão huma nova revolução na dita Província, e proclamar se hia a Republica, coadjuvado um tal rompimento por tropas Orientaes, tudo não só para aterrar, e aballar do se;> propósito, a população, que se declarava impaciente do vingar tantos ultrajes ; mas também para criar lorpeços ao Governo do Império. Entretanto a emigração dos Portenbos, e Orientaes nesse tempo para a Provincia do S Pedro, era extraordinária, e parecia verificar se de sorrate. A Presidência porem mui pro- vidente os hia intern«ndo, a proporção, que surdiam, e expedio uma ordem, com íecho do 17 de Agosto, para que ninguém en- trasse, ou sahisse j^clas fronteiras sem passaporte, outras mcdf.
íías adilicionarilo piri :«ellior, o prí)tnpU cxocuqjj da opIj.íí sa- Lredita.
Dirigio-síí in i;i outra voz ao (iorieral Oriba o EiKicirrígadí) (ie Negócios do Brasil en) Mantividó), refatanJo, com dita do 8 do meâtno Ju ho do i8j0, extoasa, c jtsdiciasanieníe a.|iialla resposta de 1*2 da Junho aotecedento, á q<»o já nos reí^íriínos na precedente capitulo, 6 cotiíutou, sens replica todo o seo cou- texio.
Transtnitlio o (íoríselheiro Pimenta Bueno, Presidente da Província de S. Pedro, ao Governo Central, em 19 de Agosto de ISTjO, vários documentos, que depunham haver feito o General Oiibe,qu5 as aulhoridades do território por elle occupa- do, exigissem dos Brasilsiros ainda al!i residentes, ( ires por ca- da departamento ( hnma declaração de que eram tractados sem vioiencia quanto á suai pessoas, não lhes seodo permiltido com - tudo referirem-se ás propriedades ; e que estas declarações eram coadas, estando alé cercada de tropa a casa, onde ellas se extor- quiam ! Com taes irrisões pertenderia juslilicar-se o Verdugo Ori^iutal ? Era tarde, já ninguém o cria.
CAPITULO XXVI f.
A Legação de Buenos Ayres na Còrle, em nome da Goafíí* deração Argentina, e em data de lo de Junho, (' 185!) ) depois de hum iusulso regiro entre as fúteis razões, co«n que perseve- rava obstinada nas exigências, que da parte do General Oiíbo íizera, e coAstam da nota de 13 de Fevereiro do mesmo aniío, sobre a invasão do Barãc» do Jacuhy, e que respondida fora pelo Governo Brasileiro em 8 de Maio seguinte, concluirá, que via- se constrangido á retirar-se da Corte Imperial^ se á Confedera- vão não fosse dada iiuma satisfação SMÍllaiente a reparar o sati- guinolenio aggravo cammettido pela dita invasão ; exigindo além disso o casíigo exemplar do autor, e cúmplices da mesm«, ede todas as authoridades do império, que consenliram-na, ou protegera fíi.
E pois que o Governo íjrasiieiro inda outra vez negou ao Ministro Argentino, cotno só Repieseataiite do Governo de Bue- nos Ayres, o direito de discutir assutnptos relativos ao listada» Orienta), ©reclamar por parte da General Oribe ; quando já es- tava assentado que era clle Alliado, e '.ião General do mesmo Go- verno, apprcssou-se o referido Ministro a appres«!jtar em 28 do sobredito mez do Juniju^ hwMx authorisucvj do mesmo Oribe,
10
para pwr elle igr.aes reclamaçõiís fazer, visto que á ell>ií inteira» inenlc a<iíieria !
O Gabirielo Imperial já lendo em sua dita r»?spos'a de 8 de Mtilo (ieelitjailo as inselitos ex-gcncias, por desconhecera cxíen^ sao, c í^ondicvõcS d'oíS8 ailianf;^ da Cionfederação com o Gene- ral Orilus de qi]« fallava o Minisi.ro Guido, que muito poderia pr»*judicar a iiidepí>ndencia do listado Oriental, a qual o Brasil obrigou SB a defender, visto que a Naçío Argentina, deixando de ser apenas belligorante, loronva se alUiida d'aqneil« Genârfd : e. não havendo a outra nota du ÍO de Junho, do mesmo Minislr;», díílucidadfí m«Mhor eslc negocio, respcndeo an A de SrtLeinbro
1S50; exigindo novnmenttí ser esclarecido por huma maneirii positiva, c que fixasse o presetit», e obviasse difíiculdades para *) futuro, puis a questão, (]ue íocelada so appresonlava não «ra símplesmento reslriítaao compDrt.^mento {.lo Beráo de Jacuhy, que o Governo imperial não approvou, uom approvava ; siín continha niUÍton)uior alcance, o acarretaria immensos e gravís- simas consequências, quií passou a enumerar corn toda a indi- viduação, sendo buina delias n reconheciínosito, ao merios inili- reflo, do mesuío Onbe, co/!)o IVesidenle (egal ; e. que todas essas prejiSii'cariaíM inUi'eínenle, ptdo seo dito .licance, a politica pas- mada, e futura úo Br<.sil nos n»gociosdo Uio dj frala,
Isio poíio. passou a nii^ncionada nila do A da S'ilembro a traclar da invafão do Barão do* Jucuhy, prcvòivio que taes entra- <!as, agg(cssÕ8«, ou correrias, que haviam sitl » rcciprucas, e re- pelidas na Fronteira (posluquo o Miniàlro Argentino só qnHXíiva se da uliií!)a) Ciam inísevitavt-is, quando oslentavaísi f» f!'n ílo reagir contra o violento esbulho d i propriedade d:3 grande nuniero ds Brasileiros, fnoradvres no listado Orienlâl, «j lefjgiados nj Frovinria de S. i-edro, reduzidos á miséria, a p« • 7.ar da posbuirem do outro lado do Quarahiu), e n'o'jlro3 ponlijs, suas [l^lau^ias, e gfidoí, do ({ue hatiaín sido vio!entarn;:nle drs- pojados pflo General Oribe, o qual das outras ehlradus feitas pelo
fiarão contontou-se com lojuar-lho a Estoncía, o pioodur-lho o capaiaz ; entretanto qui5 pela ultima iiwocava o Governo Ar- gentino huuja nlliar.ç;!, c cm nomo dtíila requera solemnes sa- liífa(,õi s, ii)( lusivo o castigo ex< niplar do Barão, dos quo o se- j^uiram, e das aulhorid^diís da í-rovincia do Bi^) 6Vande, sob píí> na lie retirar-se da (iorie o seo ^?iííis{ro. \^ isto, drpjss án ha* ver o (iovern > Crosiieiro, de5a[írovandy totalínente o procedi- n;cnto da iovasão, conseguido o dciarinamenlo, e di.q)cr5ão da
forca, que ací^ínpsnhava o stbredilo Borão.
. Jermin u <; Governo iíiiporiâl n sua dUa n'.la declarando
ma Kao senda prí^venienles da ordeai do Govcno Argenlítm, e siui do (leneral Oíilie, qUe oociípava o Urrilorio cniro o Ara- pehy e Quarablm, o osbullio, e violcnciss, causa priít!ordi;il di» coíísporlamenlo do B.^rão de Jacuhv, e de outros, e sond.» sá psIq General o violenlador dos Súbditos do Império, que p«>r í;al?ar as vidas^ abandonaram seos t<?res, e propriedades, que Uícs pres- tava abastança, g<ímondo então lii maior pennris, como rrfiigiã- cios nas Fronteira* áo Império ; ora par tanto com o dito fi^ntí- ral Á questão, e í6 com ello, oomo quom dera aquelUs orvlt^ns, he quo o Governo imperial devia, e já discutia estes n^goci s ; liíio podíindo jam,-)is aceitar essa inesrna disíUissão para hunia io- Itíção com a Legação Argentina, como iepresenlanle d'8q'J!o!lo General. Que nãj continuaria por tanto a discutir o que cons- lava da sobreJila ho{a,n)as xnda fjria lembrar, que procodimen- to> semijlbantos aos áo menrionado Barão, só «onle podiam ser evitados por medidas toínada<i simnlíanoamcntí», pelo General Oribe, c pelo Gftbin(rtc Imperial, alt^-nJidas por oqueilo ds ih- ciamaçõps, quo liio tinham sido f^ilas ; e faz-índo descontinuar os VGxamííSi, o violon.;ias, que sofriíi-n os lirasileiros no Estad»» Oriental ; ou poio menos permillindo 5e-lbes a rtílirada com seos gjidos, dispondo d'(mtrr.8 pr* pried-^des : que assim deslruida a oa\tSi, cessariiim os cíÍoÍIds. Que íinalmcnle do tudo isto não íoiuitav.i, que o G >vflrno Brasileiro aprovasse ã couducta do Ba- rão de Jacnhy, ccinforíne jí o havia enunciado cm sua dita nota de 8 de Maio do mesmo anuo, cuja solução conlinuiva a ooníir- {nsr, e sustentar, na esperança de quo o Governo Argentino, ro- coRsiJeranílo a fnaleria, desistiria de seos intentos dasrazoaíío.^.
A Ijpgsção Argentina, sempre ovigõtito, o pertiojz, sem nunca fazer a menor conca.ssão. neín a ilnittir o?Jlra aignina cou- sa, que não fossa o que primeiro exigio, replicou n'esso sentido om nota de 23 de Setembro, declarando, quo o GaY\;rno Impe- rial negava justiça ás Bepubifjas Alijadas do Prata, c fazia-lhes hnma olíensa, negando á Confedcraçfs/) a salisfacão, que aguar- #iava ; ofn consequência do que ele Ministro pedia seos passa- portes para si, c sua familia ; fechando a dita nota com aiguawi allasòes desleaes, e indecorosas.
O Governo do Brasil pela nota de 30 de Setembro, quo acompanhou es passaportes, aiiwja refulou as exageradas decla- mações do Ministro Argentino, o fez ver por documonlos, {) quo
(*) Nos siipplementi»'^ (ii » « .íurnnos rio (lommprch? » n " 270 de 2 d<» OtUiibro, e27l du .l do dilo iííoz, |>iil.licnidHi.sL' dociiHtfulos «.tlici.ics cum «i* ín,ip[JiS('e lõflas hs l'"uzt'!i'Jas, ou fv-í^iíois!» dos Hiusileiío!!, jivoprias, ou sr- íCMíi;5(3ii«, nti FçotUeiro di* buiida Orii-Dt.f!, anu o iiu:uero d;/ icgoas, qnc cada
— 7/; —
f nlro os prcpric.lndes, do que os Brasileiros tinham sido espo- liados, c()iiliiv.jm-sc na Fronteira do Cliuy, e S. Miguel Irinia e %v'\s Kslaníias, com o-íi logoas (juadradas. dí-s quaes trinta o ires, com '2\)7 Irgoas quadradas, 4-2\uD oaheças de gado vacum, :lG'r^9:»0 cavaljoí, e í9 escravos estovam embargadas pelo Ge- neral Oribn. Na Fronteira de Quaraliim cento sessenta e huma ditas, com ;^S1 legoas quadradas, o ioG^T» cabeças de gado va- rum,'iuual!ncríl'j embargadas, alem de trinta e novo ditas com H-í-D fah(?ças do gado vacum, «abandonadas por seos donos, que fc esi-;iparam iiS perseguições. Ao Sul do Arapehy grande esta- vam de selentn e sete ditas com 227 bígoas quadradas, lãobem i'mi)nr;:adas seis com Aã legoas e 3S^ cabeças de gado ; e quaren- ta lo-nlmcnte aI)andonadas, com i í t legoas, e í3Gf}X) cabeças • legado. Nu Fronteira de Jaguarão, e Bago haviain nove Fs- tiunias eu»bargudas iTiobcm com seos gados, c oito abandonadas. No lodo 108 Fstuncias embargadas, e oS abandonadas, do total de 32'i ditas, que possuíam !
Antes de o Governo Imperial terminar aquelia sua ultima nota, primeiramente fez ver, que o General Oriha invadio o Ksl.uio Oriental com bum T^xercito Argentino de doze mil bo- uicns, e que esse {'exercito era sustentado, a sete annos, com os gados das Fstancias dos Brasileiros, utilizando-se tãobfim dos cour<is sem indemnisaoão alguma aos verdadeiros proprÍQfarios, remnninndi» se o ntesmo Fxercito com os cavallos das r^ feridas Kslanrias, escoltadas todaà eslas violências com a ox:'gencia de novos tributos ; em sepund:> lugar estabeleceo o facto de tíão ler sido motivada a retirada da Legação Argentina pela nova direo* rão dada ã «'ontroveísia, tanto que esta retirí^da havi« sido firescripla muito antes, e era pjr isso que a Legação preferia o retirar se a entrar na discussão iniciada ; e em Conclusão reinei (CO o (fovcrno es pítssnporfcs ao l-^nvindo extrao^vlinario c Muiisfro Vlvn'iiOlcnciario da Confederação Argenlina, Ccueraí 1). Jhomnz (hiiilo, que .seguia p:n\'i Ihienos Ayres cm, ? di Ou- íubro de is:)0. Lvpirou pois a L^gaçã^» Argentina na Oorle no i\'i\ :>() de, Solembro dt; 18õ0, (JanJo se a comcidencia de iiaver, cm iuiiai diii d; lSí.'5, acabado a íiei;aç"io huperial, que existia «•m Huenos Ayres, ambas pelo inqualiíicave! cyn;smo do General Jlos.is, rMjo lilo prin;-.ipj|. ímo suas «xigenJas de castigo em mas- sa na Província de S, lV;dro ilo Sal, era criar inimigos ranço - iosi»s contra o Governo (b> Império, tirar Ibe a força moral, a mcler a confragaçã;» na íNovin^ia iulo ra, pira sjoj \iyyn cuabe- tid js, e peruici osos lins.
CAPITULO XXVilI.
Ttíndo completamente dosapparecido as reuniões iilegaes da Fronteira, e trauquiiisada toda a dita Provinda da S. Pedro, conseguio o Conselheiro Pimenta Bueno, depois de instancias reiteradas, ser exonerado da Presidência, que alli exercia, e foi eonsegnintemente em Setembro pira substitui-lo, o Gbefa de Di- visão Pedro Ferreira de Oliveira, que achava-se no commando da Divisão Navai Brasileira nas aguas do Rio da Prata, então composta dô duas Curvetas, 1 Brigue Escuna, e o Vapor Gol- phinfio. A dita Divisão, addicionando-se !he outros vasos, devia formar I^uma Esquadra, e delia foi nomeado Chefe o Capitão de Mar G Guerra Joaquim Marques Lisboa, actualmente Chefe do Divisão : depois por escusa deste, conferiose o commando ao Chefe de Esquadra, h.je Vice Almirante João Pascoe Grenfell, que achando-se na Inglaterra, como Cônsul do Brasil, fora cha- mado, e com máxima rapidez appresentouse na Corte.
Rcunio-se a 2 de Outubro de 1850 a H. S de Represen- tantes de Bisenoâ Ayres, para, a pretexto de responder á mensa- gem do Dictador, poiJer dcspejadamente vomitar contra o Dnpe^ rio as mais rancorosa?, e asquerosas diatribes, o que com eífeito realizou-se no mesmo dia 2, e no seguinte dia 3, ameaçando-fte constante, e ignobilmente o Brasil. Desembarcou em Huenos Ay- res a l6 do mesfO!) me^, o General Guido, a quem muito de pro- pósito deram se estrondosos viva«, enlro-repetido o selvagem urro -^ de morra o infame Gabinete do Brasil; atrevendo se a isso mesmo publicarem no jornal Briíish Facket^ de '10d*a'- qucllo Miez. O meníccapto e vil escravo Eusébio era quem ca- l^etaneava asscntalhas da mashorca, qua davam laes \ivas, e morras.
Por bum oílloio ante datado, do mesmo dia 2 d<i Outubro, o só publicado a iB, quando já linha conheciínento o Ministro Arana, que o Brasil l)avía resnellido cs passaportes ao General Guido, dizia á este, que o Governador, sabendo pjr sua partici- pação de il de Setembro, que se preparava p^ra pedir seo^ pis* saportes, e retirar^se do império, f.dgava de vc% r/{*5 ele Guido sahia de hum Paiz, cujo desleal, e per^.h GabinaÍQ, irnmigo as- queroso d'Amsricíi, tanta o/fsndia, e offende inaudiUimenle a C' o n federação Argentina. E (|ae tal a locução d'hiim Ministro (]' Estado das relações extcrioreíí para com buma Nação aong;» ? tíue animal bravio ! Que typo da muis requintada irnpudcqcia, je selvajaria I
— 76 -«
O Didador .le Ruenos Ayres, (y.W! n^l^i cessavj (Jo T(^pcÚt 5 miiido— Ou hcide perecer, ou hade cahir o meQ inimigo {n IJrasij) — prospgaia lu ainontoaç.^» dí comhusíiveis para la/er- nos a guerra ; tanto que a 18 (i.> fsieâmo Outubro cliegou-lbe haiii navio ''lie Antuérpia com grande quantidade de inuniçOa» bel- liças, eas remessas de armamenta» o fardamentj para Corritíii- les, ê para o General Oribe eram continuadas. Não esquece» tãobem de procurar nuxilio Estrangeiro, perleudendo aliilar na Kuropa cinco mil Sicilianos : o Uei Fernando porem não au- i\uio,'r.e:n era p^ssivel anonir á bum lai alistamento.
'a DivJia, i]U.'3 Uosas, desfreando a sua ?:^ishorca pelas ruaf da infeliz Buenos Ayres, começou torpe, imprevista, e abeíla- inenle a apregoar, e' inscrever n^s suas Bamiciras, era desmem- brar do Império a Trovinciu do Rio Grande do Sn!, como seoj. pre tivera muiio a píilo, insurreccionar alli a escravatura, de- ino'ir, aniquilar, e fazer desapparécer com o império o Tlirontí Brasileiro, que dizia e!!o ser na America planta exótica, liuma inancba,ebum ultrajei Fatal cegueira, que o faxia esqueoef de une o verdadeiro nltr.ji dj Amarica, e a planta mais exótica, ora bum bárbaro, despótico e vilalicío desolador, quo n'huuj poqueno ponto da mesura Anií^rica, exercia terrivfl dicladura, usurpando bens, e vidas, coberto de sangue, e maldições ; coDlra quem pr tanto unicamente cumpria, que dessem o grito de mar- le lõins os Fstad !S Americanos,
Vc-ie pois qne Rosas, deixando de adular o Povo Brasi- leiro, nJo u>ava mais do r( falsamtíato (ie àepsrar a cansa, <j ideas do Gí-verno Imperial, da causa, e ideas do mesmo Povo. Jácorííundia amI>')S, em snas ávidas vistas, e sanba ; já instil- lava, ameaçava, e provocava a ludo : atacando assim ao mesm(» len)po objeclos sagrados, e coQCílando o amor próprio em ge* jal, feria os inleníssos, principies, e pondonor da Nação inteira ; e. diíslj orle compelíia a eUriclamenlc unirem sí os Brasileiros di toilos os credos ; sim de to(b)S os credoí, visto como feliz- >ner>lfí no Brasil, quando falia o Patriotismo em prol da digni- dade Nacional, e contra o arrogante Estrangeiro, calamse quaesq'ier outros interessos, calamso os partido», segnindo l«- d os oquelltí axiouía, quí diz — pdu nossa Palria cam razão, oh sem eUu .
(Lorriam 'y\ a esse tempo boatos relativameole á desintelli* í?eorid entre o Diclail )r Roias, (» o Gentjral em Gbefa I). .Justo José de Urqiii/.a, Governador de tinírfi Rios, por não se resolvei este n ir.arcbar S')bro o Pnraguay, descu'pjndj-8e c >m falta dtí ar.í amento, e tnuoin^í^. eidrelanlo qu3 trdo liití biivia sid<&
-r- 77 —
«nyia»]©. Aesreseentava-se, que o mesmo Uiqui*«9 havia {\io ism "23 do Seleinbro anlerior, lurua Conferi-nsia na Fronteira, com o General Virasoro do Corrimles^ e qac nelia se ajuslarani as bas08 de Iiuma aliiança,
Fez o General Oiibe marehar sobre a Fronteira do Santa Th«re2a huma cohimna de 1500 homens, constando do dou» Hataibões de Infantaria d'homens pretos, e aiguma Anilharia, f\\iiò ísíacionarain no Forte de Sitita Theresta, e suas immedia- çées €ain o lim, segundo fui publico, de acoroçonr, e proteger híiína nova revolução, que linha (fapparecer no senúdo da an- terior, e no tnssnio dia delia, iáto he, a 20 de Setembro de Í850 : o Presidenta da ÍVov nela de S, Pedro, e o Marechal João FríJílerico Caldweil, (lornsnandijate das Armas, eom promp- la sí^llicituda tornHíain cautos «nedidas preventivas, o consegui- rarn, que og planos se abortassem. Depois dhuín tal desapoH- tamenlo (firamos nos íins da Oiitobr*) retirou 8o da Cidade d^» liio (irundtó para S^MT() Largo, i). Alhaiia/.io Âguirra, desde a mtiito fiorrespoadenltí, ou espião de Oribo u'u(|uel!u Cidade.
CAPITULO \1L\\,
O novo Presiiionle Podro Ferreira d'0 iveira aportou á íabrediía (iidâíjrt euí 'til do «d i) redito niez de Oulnbr»), (ISr^O) m 8e}j;ui:» no i° de ^'íove.ubro para Porto Alegiv, onde i\) dia 4 foi eoipossado píia Ar.Sííinblé.i i'rovincial, (íolão no exercício de soas íuncçõ-ís. L >gi) a 7 do inosmo íntjz, nnunmeírieafe approvoa a dita Assembléa Luíím tíií^niagsm ao Throno, «'íTarlando-ibe? as ftjSrtunas, !)rí*ços, e esforços de todo§ os llio Giaoiienstis, eoi díífeoífio (ja Palria, o sajlesUaíinenlo da digíiidaila do ítnperio, « gloria de seo Augiíslo Manarcha. KUo tícbre procedimento íoi dignj dos EscoUíido;í da Provincia, e os Hio (irandenies con- íiiínararnno quando diligiínlns, e ieaes corrcran> as arnías.
N'eSiSe nioiuío mez do Novonibro achava se o í^heíe ígna- cio Oi'i!)e, innão do outro, coíh OíJO hoinous ofii Taqufiriíni;ó, e.ín Friíoteira do Chuy c( nlinuavarn a perínaaocfM" oilo cenldí praçíis ao mando d > iMajor Díms ; isias seai oocurreneia notavid ♦•m ntissas Fronteiras : não su^ieilera outro tanto na Vslla (U pruguayana, ond<5 súbit»i peneirara huma partida do (Corroo- liuos, e Siliíira Riaiius, dando vivaâ á lassas, e morras av) !>ra^il ; Uubivia licou n'Í5sa, pori«ue o Povo iu5m»idiatiiinenle arniou-se, e tuujniído huma iíl.tiluue resp-^it-svtd, os vândalos retirara. a s« |Kva 3Í'-ui ijio, onio s: d sncrsarjui .
-78 —
O Governo Imperial, quo já cm Oaínbrí» havia nomca(l<i Commandantes Superiores da Guarda Naciun;il, os bravos Da- vid Canavarro, da de Quaiahim, Coronel José Joaqi^im (i'Atidra- de Neves, da do Río l^ardo, e José Gomes l^orlinlio, da de Ca- çapava, julgou conveniente confiar o commando das Armas áa Proviocia de S. Pedro ao Marechal de Campo António Corrêa Seara, e evocando-o de rernambuco» onde dignamente exercia igual emprego, foi para aqueiie norí5endo,a 21 do sobredito mez, e a 24 embarcou da Corte para seo destino, aportando d 30, na Cidade do Río Grande, onde segcio para Porto Alegro em 3 de Janeiro de 1851, e tomou posse a 7 deste mez.
O aleivoso General Oribe, mísero instrumento do ambi- cioso Rosas, não cessava de per si, e seos capangas, a vexar, espoliar, e assassinar os súbditos do Império, tossem dos. quo existiam no território da Republica Oripnlal com suas proprie- dades, fossem dos que transitavam a seo negocio. Cada dia to- mavam mais e mais taes allenlauos, erupções, e desordens san« qrenlas hum caracU-r excessivamente hostil, e perturbava a paz áo Império. Debalde por meio de negociações diplomáticas junto ao dito Oribe, inda huma vez procurou o Governo Brasileiro pôr ter- mo as desordens, e escândalos, que licam registrados.
Entretanto o Dictador Rosas a 13 da Dezembro de 1850, na sua contestação a participação da H. S., com fecho de 15 do Dezembro de 1849, reproduzido havia a farça do resignar o mando, asseverando não poder adherir aos sentimentos, o de- sejos da mtjsnia para continuar elle no Governo, reileranJo por conseguinte mui encarecidamente, o pedido de sua exoneração, dando-se-lhe successor : isto mesmo rcpelio, naqoella suprudila dala, accusando elle a recepção da Lei de 7 de Março de 1850^ que o reelHgeo Governador e Capitão General da Província.
O Encarregado de Negócios do Brasil cm Montevideo di- ligíra a 30 de Dezembro do mencionado anno Je 18õO, hum odiííio, constante da nota n. 25, ao General Oribe, novamente exigindo o castigo do tuçaro assassínio do Cidadão Brasileiro Claudiano do Passo, jugulado o:n Cerros-blancos, por huma par- tida ao mando do Tenente Coronel Valdez : a solução foi, depois de irrisórias futilidades, que se encontram no oíBcio da D. Car- Jos Jerónimo Villadamoros, que se dizia Ministro d'aquelle cau- dilho, datado do 7 do mez de Janeiro de J851, e consta da not. IK *2r>, ter estão insolente arrojo da amaar-se, e dar por (io- das, de ordem d'Oribe. todas as suas relações oíTiciacs com a- quollo Encarregado, recusando diista arte adoptar protfiiienciai, quo iiiesioin cesiar as Yi')l(ini;i.5s, d'3pr;í laçõis, q uásassinatos,
— 79 —
que, em execuçiío de ordens (l'tíquelle Gnnera!, ou com sco as- si(inlinieíUo, («ram exercidas sohrw as pessoas, e propriedad^^s Bra- sileiras no r^slado Orienlaí. Não satisfeito Orií)o com equelie nassò cslupidí), Iransmillo na mesita data, c(3inínunicaçiÍo dí^Uc, para que o approvasse, ao íyranno Argentino, c tsle em olliciu iUi 14 do dilo w.ez, leve a coúiplaccvcia de a[jplau(hr a indigt>a rtisposla Oribisla ; accsesceiiiando, qwe huíDâ tal complacência, firoredia de achar elle a dita resposta decorosa, e susletitodora íla honra da Republica, e do seo Ciicíe I A nota 27 appreseulii <íssa peça estupenda, 011 anles irrisória. Dos oílicios de Oribo, o Kusâs c(»Ili5e-i»e,(|ue a Slepnbiica OrierUal, já era por ambos ton- biderada cofjio fazendo pait^ da Coufederação Argentsnj, o qtte sem o |)/«csí do Oii;lador, Encarregado das relações exteriores, nada por si só poJia resolver o caudilho, qno se arrogava o titu- lo de Prosidenlo legal (ie Montevideo \ \ Assim (içou absoluta» Híenlo cortada toda a e-»perat>.ça de obtor o Brasil providencias, (iue lizosSíim terminar hum oàlado de cousas, qun coniervatido cm fermonlaçào, e provocando diarianieute a ()opula''ão das suas Fronteiras, augurava, a cada momento, hum terrível rompi- mento.
Ja se tem \isto por quão longo tempo o Brasil relevara, com incrivel gen'5rwsid,ide, as aàlulífS, injustas, o afrontosas provoca- ções do desalmado visinUu, o foroz Dieta dor da Bnenos-A yreí?, coja iínprevidencia, e desatina o levava a suppôr, que era fra- queza, o temor do Governo do Império aquillo, que ria realidada era ieal rnoderaçã;), madureza, c mtvsfno escrúpulos de o não ptju* sarem com ávidas viàtas do conquista.
Subio a hombridads, e picosa iasrílcnoia de IIqkís a ponto de teimar elio.nas exagiíradas psrtenções de fazer reviver o Trac- lado dâ 1777, já ii\tiiramente nulio ; o de rehaver os Povos d« Misâões, conoaistados por uosso valor, desde Ag'>sío de 'l8(?i, o íie que até hoje temos eslad;) de posse. As tr(»p!}lia'5, viobíulas extorsões, e assassínios commollidos suiire súbditos do Brasil, e suas propriedades no território Oriental, e Fronteiras, tornavatii ííiimiíioute uum seria ruííipimcnlo,
CiFiTtJLO XXX»
Motivos ponderosos fizeram, que o Governo Imperial tomas- se o expediente do fazer recoiher no dia 'i.*' de Fevereiro de íiSôl, â Fortaleza de Santa Cruz, o Gdioral D. Fructuoso Ri- vcra; e tctido, u 7 do iiKsaiO nuz, chegado ú Côite , coaiu já tu-
11
— so —
lai»i©s, o CL.-fs de "^jq uacJra, l)ojtí Vice Ahnirsijíc Êrenfell, (»» niHU eslc BO (lia ^i) o commando da Esquadra dn Rio da f^ala, Ritra onde f)3rli(» a 46 tJ'Abril com <;s seguinles vas^s ; — Fra- gflla (orisliliiiçào, Cm^elãs Januaria e União, llngUQ Callie - ps, (3 Vapores A/fonso e Recife, os quaes unidos ás Curvetas />>. FrahnscQy Bahiano, Eiitcrpc, Berenice ^ o Ihrtivga, o o» lirifUí-s y:í//c;, CapeOeribe, Yupt)res Goíphinho e iVií/y^ //, Luns que fer- iDárain a unliga 1." Divisão, que exislia no Rio da Praia, e ou- tros, qiiesíguiuni para furn-er a 2.*^, á medida, que se hian; ^iproinplí^ndo, cunipozerain o tod^ da Esquadra.
St) a 4 de Maio seguinte, chegou o Chefe Gren^3ll á Mon- 1e\idf;o, umafibeceiídr) fundeada a Iwagala Constituição, cam o [)a>iihão do líiesuio Chefe, a 6 milhas de Montevideo, em cujo porlo, ar.les que lodos, fundeou a Curveta União. Tendo deixa- tio de ccnlmuar a \iage(n a Curveta Januaria, que desarvorou n© Kguiidj dia, díjiois que saljio do Rio de Janeiro, o bem aS' Mrn o Brigue C«//íOj>e, qu« i:n erribiida acompanhou a, foraoi míiis tarde reunir-se á Lsquadra, da qual finalmei.ttí forauí tarn. Jicn» fazer parle o Transporte Tanoc^:/, eo [.equeoo Vapor D. I^rdro, cuu se achava no Rio Grande do Sul, e que muilo prés,- táta no Pjbso do Toneleiro, com seo biavo Commandante.
Dirigio, cíM data de í2do rne^mo inoz de 1'evereiro de rrr)i.a Cuniara Municipal da Vilía de Uruguoyana, huina repre • sffítação que \tí se exarada em a nota n. 2S, ao Governo Imp^- iial, mostrando quanto scfiiam seus Munícipes do insjlente Ge* n-jral Orilic
Coda vez níais se esforçada Rosas por exacerbar eníro os /kfpfiiliítos bum rancoroso <dio aos Drasiiciros ; e eis por qufi a -'(J df Maiço, ( 1851 ) dia fatal, p r sur o anoivcisario nata- lício daquelle Verdugo, o nmshoiTa percurrc-) de noite as ruas tom musica, e a cada Iriquele, repeliam horrivcis beJiO!» de -- morra o sdcoQcm Urquiza, e o ante- Americano (ialnnete 7ira.v//c/ro, vocifeiaudo todus pe:a guerra, no (im de cada hum destes grilos.
Eslava p;/i3 ev:dcnlc, (|iie Rosas só havia querido scrvir-s» do IUasíI couío insliumenlo para ajuda-lo a desembaraçar se do .M'os òdversBrios, olá que, livre delíes, íigurando irresoknas todos ;.s questões, v;ue susiilufa, mais poderoso pelo lriun:pbo. e corii o dfsapptjictiitieiílo de teos inimigos externos, o submissão o a>- sdsstnalo dos iríteinus, vr)asso mais exaltado, e atrevido a tornar «onlas « abismar. n»s diíSíipóicebidos, e desconceituados n'uma, íiueira fatal, c mais (|ue muit.^ ruinosa. Era pur tanto indu- ijita\el, qui- n-'tníeio d'j o G-^r.eral Risas dc<iu>p!icar-se das
— 8Í —
dlOSi uUlatlij.í pxfernas, qui o rclinhap»!, e poder di-^pôr do Faqt- i'Á'0, que á Oribe coníiára, e de Icilcs os oiilros seoí recnrs«s. esse grão calhal-igo (iij qnesiõeíí inlermiriavf is, quo eilc uiuito dfj propósito não dava |tor concluiilas, pr^leitlaria hum ri)iiipifnen- lo, cojf) precursor doyer se-i)ia consJiii rar a retirada da Legaçãr* Ariientína da (lòríc do ímps rio, e .1 con^egUMUe ruptura das relações do Genera' Oribo com a Logsção íiíiporial em Moo- iíí V i d é o ,
A' vista de todo o referido, nenhuma esperança restand-i ao Governo imperial d(% sem aviltamento, sah'r ã\ critica posi. ç.io, em que oxisticr, para com os Povos do Prata, em Ouln!)ro do 1850, íTíaxiífíe quGíiio rompidas suas reloçõos com o Gíí- neral Ojibe, «cabava de ser as^^igoada^ em 17 de Seícmbro, entra fiiU^f c o negociador Francez Le Predour, buma Convenção, q;jíj dispunia o desarmamento das forçiS Eslran;5s;ras em Montí»vi • déo, í» a retirada <ios Argi^iliiuts aiixiliatlores, soguin íose a no- va eleição de Prrsidento do Ksta lo, que rocahiria i ufa Uivei ;i>«u- lej no mesmo Oíibe, o tornaria exídusiva, c muito mais poderosa a influoncia áô Uosa-; no Kstndo Orieri'a', visto como a ejfjçhi tinha do «^er feita simoUaneamcoti^, a'hiim;j parta pelo mesmo Oribe, em tido o terriíorto <i > E tado, occupado então por «lia, e pí^as forças Argen(inr-s ; e dOuíra polo <]overno do Moo-* távidéo apenas no iateri r da Cidadí», dan lo cada circr. nscripçãí» te' riíorial o nurnoro do K(»p;"cs2nlantí;3 designado pela Lei da Ilepubika : o roso' lado pcis não poilia ser duvidoso, o a&shi o deo a ver, inda qiiejjem cirrunstancias bem diversas, a elei- ção, (jue succedeo á queda do mes!Wo Ofibc, o o mais quo so se- guio Tinha portanto o Império da achar so brevementa frcQ* to a frente com 03 deus Generaes, seos iucarniçados inimigos, desempedidos de todns os obi^'os, quo até então os detinham, e plenamente bí^biiiladcs a disporem do recursos innnitos, a (j'hum Eiercito exSraordiu iriamíMíte !íum;iro>o, 001 grau lo par- te aguerrido, e com tal, ou qual prestigio. Não estando ontre- tanto o Brasil preparado pr,ra nmi tal guerra, o tendo no Ri » Granda do Sul apenís 5:376 praças de Linha, o Íô5S ditas da Guafdj Nacional destacada, que resistoncia proveitosa poderia oppôr ?
A' isto accrescia nenhum Alliado liaver, quo o coadjuvas- se, pois já ficou aotecedi-ntemonte notado, qu3 o Paraguay, cu- ja Indepeadonci'í, reconhecida pelo ímpv»rio, era hun dos maio- res aggravos do G^oeral ll<>sa<, talvez por vèr-so isolado, procu > rou a benevo'cacii di Diota lor, fazondo-lbj propos!çõ'^s píjla já cilada nula di3 IÍ3 d3 0;i*u!)ro do 18-^1), embora íaos rrí^po
— S-2 —
si^Oes tivessem unma i ?5posla cvasivn, ou envolta cm esinduía íl.ssimuio. Alc-n n isso a .íunia cios Hoprosentantíjs úe Buenos .\yresa«lopliira. a 10 de M^arço do 1850, hunia [Ws.diiç.ão, em i'vp Ari. :l" anlhorisou o General Rosas para dispor, s-m Eimi. te algum, de lodos os fundos, rendas, o recursos da todo o n?.(ii>.. ro d<> Província, alé fazer eííiictiva a encorporaçã<» da Província iJo l*i!ra2UQV á (lonfedoracão Argentina.
OSala^nazdos Povos do Sií!, iof^o qí:e consognisso tâl en- cnrporarão, vendo-se dcsefupeçBdo da inlervenção, o íiimado sen predomínio no Es[a(\) Cisplahno, que diííiculdades adiaria paro comprimir qualquer dos inovimenlos, ainda em omliriâo, das rrovii»'-id5 Argentinas, o coriclnir, desabando inleirameata so- bro nos, com ítfiigànlados rocursos, alini dtí envolver o Brasil n'uma lut) lerrivel, e invadi-lo, fazcnd:) sima]lane;\íííeír.0 desap- parecer a Indepeiídencia do ICslado Oriental, que seria asido j)or elle couip^^tanricnte, depois á^ haver addiado com pertcis- r«ies exo:!)il;:níes, a queslão de limites, e a n-ivegíção dus Mios, eup) eterno Irancamento era o dcsidercidim de tlosas, o soo ha* iniidp acolsio Oribe ?
A' quanto (ica regalado ac.(;rescia,que a imprensa de Bu-ínos- Ayres cobria o Idtpcrio de baldões, e eííectivamenle o der.níiava, amearntido ; e o (|ue é mais, ató na Saia dos Representantes, eujo eclio era o da quoro de Rosas, já d^íípejadarnente gritava - >;e, que era chegado o moíuealo díi arraíicar (Turna ve/ úo Rra* sil, a Monarchia, como planta exoiica, repellida paio So'í» d'A- inerica, e de promover a democracia, «a insurreição dos es- cravos. O Cônsul Geral do j^jrasil e:n Buenos-Ayres, pedio soos Passaportes ao Governridor Geral, ein 17 de Maio, o a 7 de Junho embareun se para Montevideo na Gurv';ta Euterpe,
Verdad»; era, que o Governo Imperiril entendia' não díver provocar numa luta geral ; inas lanchem entendia que cumpria- Ibe envidar todos os esforços para liuma sohiçã) deíiniliva áò tidas as (jtjiv-ilõos, por qualquer outro modo possivel, (]!Jíí arro- ílanse í.s perigos inevila">eis, e i;ní)endcnles na critica posição, eia íJUíí.bo achava, o olVerecesse garantias, e o viver se coisi Iraitquilii- ti.ide : Iracton por laolr) do apereeber-se, augínentando o liixer- cito íjo Piio (iratHJo, ca f^l^quadra do lUo da Praia, procuraii io, e. aceitando, alitn d(; evitar, que a praça de Montevideo sucum- bisse ao )M)der do imtnilc ()r;be, todas as aMiança.s poosivei.M ; e as- >iin a^uiírd^u' precavido,, e meiíiío aproveitar oj accoulocimeutos.
w- 83 — .
CAPITULO SXXI.
Em 8 (Io Oatnhrodo 1850, rí'aiis^n-8o polo Encarre;;aí!rt f-0 Negócios (la Franga em Montevidéfí huma sogutulii reducção flJL' 4'iD pí'ZTS no siibáidJí), íicando por tarsto rodii^id;) a 23-17) pezos o qsío era da quarenta mil. Reducçõs lues no qaasi único recurso, qu9 tinba a praga, arrojíivaín aa, o coiopolliain «.Ta ui- tiíiio apuro, á Imina qíJí.MÍa ffstal E^si segunda redacção pois sanoo-se por novos contractos entre o Governo do Brasil, e o do Montevideo no 1." do Dtízembro de 1850, para augmanío do subsiiiio.
Celebrou o mesmo Govorno do Brasil com a Republica do Pora^ijav, o Traclndo de Ailia!u;,a defeiísiva da 25 de Dezííinbro de SSòO; mas ern raz?io do hufua eitipoiação, que llie foi anuo- xa, perín3íi':ceo por então secreto i esta alliant;» Foi aventada, embora soas condições não fossem conliecidas ; e parectío corj- correr muito para dar incremento, e força á r.jacçã), qoo surda começava a desenvolver-so contra o tyrontio de lluenos-Âyres, a qual íó espreitava huíu ponto do apoio vig:)roso para crescer, q tíslcDlar-stí por actos.
O Geiícr.d Oribo, como Ghcfo d'tMn Exercito, quo occupava a campanba Orienta!, era obrigado a dar aos Eslrattí^eiros, sem excepção, a protecção din Lids ; fnas soo espirito hostil opp^^- nba-se á e.sse dever, desattendoiido grosseiramente exigências tão justas, e legoes, neguido a protecção devida aos Brasileiíos. o a s.uas [)ropriedodcs. Em taes apuros, ou o Governo do lm[)t?rio li- n\và (it5 acotíardar se indigoaíneule, ou repeli-lo enérgico e brio- so, até desarma lo, para qne as aotboridadeá legalmente comí;-* liluidas no território da ile[)ub!ica, então fraccionado, pela atroz aiíibição daquelie Gí^ieral, vela-íseui n^^Svis garantias, qim jamais podem caííi rectidão ser negadas. Eis porque o mesini) Governo unio se ao de Montevideo; sempre p.H* eile reconbeoido o legitimo (ia Republica Oriental, o piíranto quem conservou ■ sempre suas relações diplorííaticas, e de ingen-ja amizade.
E com quanto o^ soccorros pecuniários supra mencionados procrastiniissem o iiaqiie da (^apitai iVl>ntevideiíaa, não contra- balançavam, ou deslroir podiauj o enfeito íuora!, que iníaliiveU mente excitaria a es[)crada noticia da raliíicação da Gonvenç^o Ltí Predoiir, e da lotul retirada <ia Intíjrvenção Eranceza, seín oulr ) apoio poderoso, que a substitui^se. Dirigio-se por issí» ao Ministro Orientai, pela l\epartição dos Negócios Estrangeiros do !>ra6Í\, h-ama cartn, datada de iG dei\Iai'çode 1S51 ^cnde a.sse- ízurc.v si*5q'jc o GoY«,'rno iínperiul obstoria^ que o pruça do 31oU'
— 8i --
l.ni.léo fossí presa do Gonftral O.ibe. Ta! .l.'c]ai'arão aleyanlaa oá jáabdtulos aniinoj (]os OiienlaiJá, z? confortou. us [)3ra coriti- nnarem na heróica preseverança da conservação, o defesa da dila Prari.
O mesmo Ministro Plenipotenciário da Republica Orleota', junto ao (loverno do Jm^erio, diri^iio á fste, em 1*2 íj'A()ri! de láôl. hiiiDJ nota íisí«as intcreásanlc, e circunstanciada, expri- mindo as pertiMições d) seu Govem), e e\piicanda (|aães suas vislass. bn; a conso'ii!ação da Paz (i'aquel!8 Estado. Piespondeo • Gabinete BrcsHeiro á dila nolô, em 3 do Jnlbo seguinte, reite- rando qnai a base cardoal de sua poiitscj, cm relaçáj aos Kstc- do* \i'inbo5. qualquer qu'3 fo>so o curso d )S accont cimentos ; ambas estas peças oíTiciajS conjitão das noias 29 e 30.
Com accel<rado passo succediam-sc os factos, que tendiam ao destíiíl?ce destas questões : a coalisão, quo devia esmagar Oii • be, organisava-se, ou óntcsjá tomava vulto. Cumpria ao Império obrar com toda a energia para onllocar se no posto ; cue pela honra lhe era destinado, o p< r isso fxpadiraiu se, em 5S do abril do iSoí, ao Prefidenle da Província áe S. P-^dro do Sul, ordens p- ri mandar reunir na Tronteira toda a forç^ do i." Li- nha, e para pôr o Exercito prestes a entrc-r em operações : esta «rdem p';rén) não teve aquella pontual, e accelerada execução, que o negocio instava.
Expedida a dila ordem pelo Governo Imperial a 28 d'A- bril, tãobem a 30 do fiíe^mo, o Governo de Corrientes, prevalo- cendo-se da renuncia do Dictador Ros-is, repelida como já dissemos em Dezembro do passado anno de 1850, promulgara o Decreto, pelo (jiiel adherlo, e aceitou por parte da dita Republica, a de- oissio sobredita oíliciondo na mesma data, o con)mu- liicatdo ai) Diciador (ssa resoinçíoí {vid as notas n. 31 3^) expedindo depois, a 4 do Junho, (1851) hum oulro Decreto am- nsliando geralmente os crimes políticos em gera^, e estabelecen- do, que a correspondência oflioial, e todos os documentos pú- blicos seiiajn encabeçadas sómerile com um : — Viva a Confede- íiieãj Argentina — ■ e que a divi-a encarnada seria usada n'hum escudo da mesma ror, com a única inscripção : — Viva a Fede- ração, ou Moiii; ele.
No 1 ." de xMaio desse mesmo anno do IS51, havia o Gover^ no Fraiícez appresentado á Asscrabléa NacionaJ, bum projecto para dar lhe aulhoiisaeão de ralilicar, e executar o T'act,i(Jo Lo Predour, celebrado com Rosas, em 31 da Agosto do JSoO, a com Oribtí em Li de Setembro do mesmo amo : isto nada me- nos l- njia, que a retirar totalmente a intervenção Lranccza do
-~ 85 —
Rio ãè Prata, c deíiâr faliir cm pod-ír dfl Orihe a Praça Ho Montevideo, que cimiprie conservar -so coííío poiílo de apoiai na, guerra contra aquelle General.
Il5ve!ava-Si3 pela linguagem da imprenii de Entre Rio^ uni Ja á rr?uitos supposlos, c prccedonies, que o Governador d'aque'la Provincia D, Justo José Ucquiza, o Gcnnral mais dt^- tinolo, popular, e prestigioso da GoníeJeração, o General, cuJíí coríição grtíYiia senipre que tinha de execntar as inslru;çÒ38, e sanguinárias ordens do execrando Dictad >r ; havia resolvido ex- pellir, a todo o cinto, o ign)rninioso jng), que de longo tempo pesava sobre seo Paiz, e que mais in30.''rivel tornar-«eliia quan- do lloias acabasse com as diílicuidsdes, que algum lanto conli- i)bfim-no por então. Grande parte da População Argentiní), o das «utras Proviocias oscravisadas, e decipitadas, compartiam lí» nobres e heróicos senlim3ntos, e todos bem proviam, que era çnifeter primeiramente desiruir o poder de Oribfí, pira aían;ar ao de Ptíisas. Era pois aqueSle bravo General Urquiza o noss» Alliado natural para liín Ião santo e justo, e cheios de juliilo ouvimos qíie elíe íormglnifnle se linha decl?i?'8do, primnira- inenle em 5 de Abril, ( de 1851 ) dirigindo huma Circular aos Governadores das Provincias Argenlinaí, convidando os a tomar f»3rte na grande obra da Rege{i;3raçio do Paiz, n depois n ) 1 .* de Meio geguiíite, declarando, crn virtude das faculdades or(Jin.iri<i« , « eilraordinarias de uu'». tinha sido investido pela iíourada SaU de Uepresentantes da Provincia d'Entro Uios.
l."Que era vontade da Nsçio Eutre Riana reassumir o eíiefcicio das faculdades inhercntes á sua soberania, diíiegíid;is na pessi»a do Governador e Capitão General da ÍVovincia de líuenos-Ayres, para cultivar as relações exteriores, e para a direc- ção dos nug^cins de paz, c guerra da Confederação Argentina, em virtude do Tractado quad.ilatcral das Provincias littoraes do h de Janeiro de 1 831 .
2.* Que rríaniíeslada assim a vontade livre de Entre Rioí?, ficava csla apta [)ara erilender-se direclamento com os deoiai»? C'overnos do Mundo, até que congregada a Assembléa Nacional das mais Píovincias irmãas, fosso deíiiiilivamenle constituída a KcpuLlica.
Na mesma dala {] "de Maio deí851 ) comríuiniciui ÍJr- quiza ao Diclador, que havia sido aceita a soa renoncio ; o pro- liibio que se usasse da legenda : !\lorrain <h selvíigens uy}iia*-ÍQ?., ordenando fnsse substituída pela de ««' Slorrnn os inim'fjos di OrganUoção iXacioncíL
H.ívlíim por 1^1 fornia aqiielUs Republicas rcasjumiíjo o excrcifio pleno de sua ImJí-pMuioncia, o Soljerania, e adinillido a lenuíiíi.'), qutí íinnua si; haiil-^ára a fazsr o desenleressfuh Dic t:jdor Ilosas dií sm aulh^íiidade snprcina E\n circiMistsucias laRs rclobrou c<-m eCos o Governo Bríisdeiro o Convénio de 29 do Mrtio de 1851. ( documenlô n. 33 ) pelo qual vò se, que o mesmo Governo liei ao sistema de níodcração, quo se (raçára, ii.io s(í |ja\ia «,lli;ído contra o Governo de Buenos Ayres, e só, »? posilivaíncnte contra Oribe,a quem nunca reucnheccra couío Pre- sidcnl- d.) líistcido Orionlul, e sim como simples General, que assolando hujna parte .':o lerrsLorto d'aqUL'i}a Republica, se aba- iançava a eilofquir os bens, e vidas dos Brasileiros, sem pres- ta r-so a pór t''rmo á esse violento estado ile iatamias. F.stava í'vidcnle. que boma lai alliança tinha por íim único manter a Independência, e pacificiH* o território do Eslado Ci-spiítino, para que expellindo dcllo o renegado Oribe, o as forças Aigcn- tiuas, que este acaudelava eonlra sua Pátria, se procedesse, no seio da tranquillidada, a eleição livre do Presidente da Ropublic ca, sc;?undo a Constituição da mesn^.a. Se porém o Governador de Uiionos Ayres declarasse guorra aos Ailiados individual, ou colloitivarnenle, por caUía da referida Alíiança, se ia esta con- vcrlda em Alliança coínmuin contra aqmdle Governador.
Assim uccnrdada a maiseira de expulsar do Eslado Oriental o General Orihe, tractou o Governo ímp«ria!, por intermédio de s(»o L'ífração em ,Montt*vidé(f, de exigir do Governo dosla l\epu- l)Iica, euí o 1. ° do Julbo de 1851, po!a Ktaneira constante da liola n. 34, p'írinissão por escripto para poder o Exercito Bra- sileiro pasjar ao lerrilorii) da Republica, e batif o dito Oribe, j)fírHianecendo iieilo todi) o te^np;» necessário para conseguir a dita cxpuisfio : em data de G do referido mcz, foi buma lul par-- ií;iss;io concedida írancanicnte, com a urbanidade, que mostra a iiot» 35,
O Cliefada nossa Ksqaadra, q^i-í foi d'pois encarregado do píoliiger a passagem do General Urquiza, {ijfa a «jaig^íin es- quorda (b) Uruguay, auxiliar o lilsercilo alliado, e ernpiící^r as-»
s.ííier (l:i pirttí aesí<3, qua ora c >tiíiiitíra'l,í huíP-a vtolaçíío a en- trada lio Uruga.iy p )r hii;n íi>\v!o i*-slr;i:)g íí ro, e qtio eniprega- rJa tiido a s(3f> alcan.;*; pira iisipo iir t;il violação. N.io obslante, o A/foHSQ conúniioví sui march-i, aló acimi do ObligatíOy seiu ijor ialerr efijpido, o rosjress;^»: <ralii, ern 2-2 (io mesnu) mez» Ja íhiviij a i5 o Prosi"Íe;íítí do Rio Gramie, í^odro Ferrosra do Oli- veira, dir!;^í;lí> ao Goveruídor dn r/jrriantes, hiima carta fohci • tamitío pelo p.isso, quo haví?i d-ídj cm pr(í! da ('.iviiiâação, e lia'íi.-ui!iiad(í íjos E,sl;iilos do P.':íííí ; deita carta foi porlndor o Trtn :nio Corooid, \\\)\<^. C'>i*on'íi >í;n.íO(3l L'.:iz O-sorio, Coinauni- daot-ído 2.*^ Eiegifuoolu d'3 Giva^uria Lig-.íir.J, o qyai hia a Eu- tríj-ílios ,i!íliiorisadt) íí c >ínhin:ir coni o Governadiír Urquiza, sobro as operações dos Exércitos.
KiI;íví3, a 10 d»3.{a!ho (IS51) ríiuni do (;?í) Cala, o Exercito í]!oíre-UiaíK>, havendo todos concorrido e^ponlâtiearncrUe ; e já o CoroLio! líoraog, antig) emigrado Entro Riano^ projectava com 300 companheiros, passar ao soio Pátrio, dsccdidos a perecer [tor «Me,co.'ííípartÍ5iiio a cofííoejdu oroproza. O Ínclito (rooorai Urquiza, enérgico prociaino!j,oni í(3 de JoihL),á:-i l)iyisõ'ís E^podicciomrias, ( nola n, ai) e log) a i8, coma Giíoera! Gommaiidaaío om Cliefu» do Exercito do oporaçõ:i>; da vanguarda contra os tyrannos do Prata \ nota ii, 37) e a') Exercitj úo reserva. ( nota n. 33 1 A "20 do dito ssDZ transpíi/. Urqiíiza o Urugoay coo) 1*0^ ho« fofín 5, reunido ás íorçH d o G overaidar Vi rasoro de Corriefjtes, (3 dí Garçoií, General Orienta!, já desdo o dito dia 16 de Jnliío, tiotíieado pelo Govoni) do ^íontevidéo, General em Chefe do JMercito Oriental e.n operações, em consequência d'hum Oíll- cio, que aqaolle General endereçara do Arroio Grande, em 15 de M.n>) anterior, ao so!)redito Governo, (nota n. 39.)
Roíaí ja hjvia então, náo só expedido forças em protecção da Provincij de ScUita [■''é, e nameaíío para Com mandante da soa Esquadrilha, a um tal Coo ; como tãobetn re/nettido para o Baceo, a 7 de Julho, om troã Eácnnas, munições, e armaineníc, alim (Je Oribo aprestar-se para a proxitna campanha.
Houve 51) Thealro Argentino, em I^ do referido Julho de Í351, huma espécie da declaração de guerra aos Brasileiíos, ííila pelo Orgío Rosisíi, o maníaco, o infrene Dr. Lourenço T )rres, que entre ruidosa?? acciamaçõos dos mashorqueJros, o outros de iguaes jaezes, asqueroso, e selvagem, o vilmenío assim se exprimio — « O le o grave uUrajo, qn^i fazem os Erasiiei- <t ros á nossa soberania, ao suicar as agaas do noíso formoso a L*aranâ,'()(\\\iò iínpunjmente não pissaram as poderosas, e va-
(*) I] f(:ií^n\ ii ' qiio piví;i':i itiiior parle desse Rio. s? .11 ão os Brasileiro?^
«VUi Ciijci i'roviiici;vs cciiIimcd bax^ '^,'ic s;Lia.* vertentes, o priiucip;jes co nlUrcalctí l
— S8 —
« lentes Nações Ingleza, o Franoo.za, sf;Vi j^ro/e^íaoTa p^hs Ar-.- (( (ii-nllnos com hum (jrito de guerra contra o Caverna Bvasi- tt Uiro, guerra, que não termine senão íazendu lin^ir ^% òguas a tio p'ai aná coni sca inimiindo sangue ; e até qno arranquemos a a vacilante Coroa Jmptriíd, e demos ao seo njiseravo!, e alo- « leimadj Aliiado, o selvagem unitário Urquizp, o castigo ísiero- Cl eido ao traidor, qus venda sua Pátria ao mais vil dos Eslran- « "ciros. » Tão rude, e infame manifestação nào limitou se ao Thcatro, foi roprodnzida com grande emphase, na Gazeta de au; núncios de Buenos Ayres 1 ' !
CAPITULO XXXilf,
Convencido o il!ustradt> Gabinete Imperial (") de que a Glande, bojo Marquez de Caxias, hum dos nossos mais babeis, e prudentes Generaes, sempre o mais fuiiz, ecorlejado pelo Anjo da Vicloria, era tàobem o mais prestigioso para commandar hiim Exercito, que linha de operar no Estado visinho, e para n.) Província de S. Pedro renn r com proínplidão, e em máximo numero, a Guardj Nacional desta Proviíicia, altrahindo á cotn- líian la-Ia os mais bravos, e distinctos oíliciaes, sem diíTerença (Ití cores politicas, porque todos prezavam -no, e igualmente por« (jue Iralavase de liuma lula de Sioora, e vida para a Nação Bra- s.bira, e suas instituições, con^eguio que aqu«íle iínmorlBl Bra- sileiro aceitasse, em tal conjunc/iura, a diílicil, e dislincla missão de Projsidenie da Provinda de S. Pedro,* e General Comman- (binte em Chefe da Exercito, que ainda era mister oiganisar, mas (pit; devia coadjuvar ao General IJrquiza iínmedialamenle; que o^le passflS-sií ao Estado limitrophe.
A ã8 de Junho de 1853, realisou se na Corte a nomeaçãa do General Caxias, o Ioí^o a 'ZO parlio ella para o Kio Grande
(*) Kis os bt-ncmciiios, e erijílilos Brasileiros, que o compunham:
.■Ministro do Império, c 1'rcsidenlc do Conseiho — O S:'nador Visconde de Monle
Aieiíre. iJHi dos Negócios Fslmngíiros — USeiuid<ir Paulino José S; ares
de Souza Dilo dos da Gucrr;. -, O Senador .Manoel l^^eiizorJo de
Souza Mello. )tio dos da M.-.rniVa — O Senador M.moel Vieira Tosta .
])ito dos da luicnda — O Setiador Jo;»qu;m José I^o-
,,.. , , , dri^^ues Torres.
Dilo dos da Juslira- O Cousvlheim Kuzebio de Quei-
rós Coulinuo Matoso d3 C-ajuara.
— S9 —
a^í
do Sul, e alíi aportou a 2G, com 5 dias g 18 hor para Poiio Alegre, onde toai^-u passe a 30 (io referido me/, <? voltando a à do Julho para a ciJade do Rio Gr.ií)de,cÍ5Pg.uj a!!i a 5,e logo íèi que se obtivesse, saccando sobro o lhes<)uro,para niai^ úa oito centos conlos na espscie,quo mais convinha levar-se; lidan- do com o ítjaior zeio,e ínccsbanle aLo para qnc tudo so apícslasse, quo iruiispeosavel era para pod-T mover-se o L'xercito, e eairar eíí) casripanha, visto que pouco achara prooiplo, nSo existindo íiinda,con:orm0 as ordí^'ns do Governo (^t-nlral reunida na Frun- tpjra, toda a Tropa de 1,^ LitUsa, então as^ás angmenlada por ter sido incansável o rípsoisterio da Guerra na remesi^a demaiá quatro haialhõo-s alem do de Ailemães, l»em compietos, e ísobeni do munições, c petrechos de Ioda a espécie, desenvoi venda huma solicitude, e (nergia, qao não ho íacil de imiíar se. Na ma- nhí\ de 9 do julho, dirigio-se o General em Chefe para Pelotas, d'oní]e fez qce se odiajitasse o mui digno líriuadeiro José Fer- líandes dos Santos Pereira, para a Orqjaía, aínn de assumir o comíísando àts forças alii acantoaadas, passar lhes revista, e te- las promptas a marchar, assim que elle General em Chefe, sa appresontasse naqnelle accampamento, onde achavam se os Ba- talhões de Infantaria 3." o il ( 10 h<«jn ) 0 2." Corpo de Ca- v-j^Uaria de Linha, o hum corpo de voluntários Orientaes. Fci potUuai o dilo Crigadei''o r.a execução das ordens recehidas ; e a J5do feferid > m.ez, peas 9 ij2 horas da noite seguio lãobem o Gener?! no Vapor PorloAkgrcnFe, que jisnlamenle conduzia a Caixa Miiiíar do Exercito, entregue ao Pagador António de Cam- píís Júnior, o Batalhão 13 ( hoje o Í2 ) de infantaria, que eri em Pelotas, acoíTípaiihando a aquelle Vapor os dous de Guerra Amélia e Fluminense^ que Iraasporlavam ss munições do In-- íaníaria, e Cavaiiaria, e lodoâ oj mais apercebimentos ncces^ sarius.
Chegando o dito Genr^ra! em Chefe ao referido ponto da Orqcela, fez reunir ás forças alii eslacionad^is o mencionado Ba- talhão i3»en!ão mais que coinplelo d;> sco estado elíectivo, A To do mesmo Julho chegou o Tenente Coronel, hoje Coronel Ma- noel Luiz Osório, Commandante do 2.*» Piegiríicnto de Cavalla- ria, de volta da iacunjbencia de que já falíamos, junto ars Ge- neraes Urquiza, e Garçon. O General Caxias, á vista das iiiforma- ções recebidas, reiterando mais huma vez suas ordens para que íc- dos os Corpos do Exercito svançasseín nas direcções antcriormenle marcadas,scguio na próxima madrugada de 24,com toda a Trepa, que era na Orqueta, ccmmandando-a aquelle mcsnio Brigadeiro Fernandes, sob as immíídialas orJens de S, Exr, que no dia
— 90 —
^6, pstanlo .ias poniDS do Arroio sranJo. alií criou a Div!<ãQ (Ja «'s.uicrdij, ,iie couÍÍom a.) m;iniJ<i do inesino lirigadeifo, a qual IidLj <1o com()or-S'j da 7,^ e 8/ íirigaiias, qua íicavain organisa- <ias» a saber a ?." ilo Cíva!!afi;<, ooiMinaiKiada pelo líravo Coronel íhGuísrda N"J>i-«t)njl Burã(» Uíj Jàcuhy, constando dos Corpos (io \o!(inUrios Orienlars, o dos do Cavalíaria da mostna Qsjarda, ncrU-nrcnles aos disíriclos do Piraliny, Jaguarâo, o Pelotas;?, 8 .'\ cujo coMiirwíMiio couliíí aii di^no Coroiíel do Kstado maior ViccnUi Paulo d'0!iveira Yillasboas, conslando do.»; Balalhuf.s ;> '• do loiaularia, ! . •* d'Artilliaria a pó, armado a fusii, 15.° do Jdfanlaria o d'Allemaes, Batalhão do loí'anta?ia dn Guarda Nacio- nal da Cidado do Rio Grauiie (], o dos corpos de cavalíaria d.i iiMíSíiia Ciiarda d(;.43 MiinJtipio, e de S. José úo Norte; coui hiuna bateria d^ {> bocas de íog;) destacada (ia Artilharia Vcus- siaíioB, ou 2." Regimento d'Arlilíi2ria a Cavailo.
No 1.* d'Agoslo (1351) adiava se o GeiuTai em Chíife corn o -2.* Hegiínenlo de Cavailaria, e os Balalbões II, e 13, hojo li) e \'2 do ln{'''nlaria nas {límlas do Sei vai, o marchou d'aii5 .acoiíMudo |!or licfíztí jvara SaíirAniia do Livramento. A 15 do <iilo niez esteve o ííxtMcilo na íjííiiol' consternação pelo violento iítoMpie de cólica, (]He por dose horas soíTreo seo Benesnerilo Ge- neral em Cheíe, e então nu-lbr-r vio se a amizade, dedicação, q ítileresse, tjiie peio peo dito (icT.eraí nutriam todos os seos suljor- (lidados, que palenlearaní o maior enlbusiasmo pelo soo restaiíe- bcirneíjío, quando (;!lo a Í7, lb."s appan^ceo silvo do perigo, M-ndo saudado couj yi^ial coatcíitacíienlo, impossível de descre- ver se v
A 19 (io mesmo A gosto, publicou o Presdente e General ern í.iicfo, buma Circuiar rodando i]ue os Brasileiros passcssefi» ao l>la«to Orientai a !evant,>r aados ; a 2G orgt.nisou os (iorpos da Guaidfí NicHínal de Santa Maria, Caciíoeira, Caçapaya. o La- vras, íoririando os dons prsnjfíira,^ o t.° llegimenlo do Cavalía- ria da (jtiardu Nacion,»!, e os dons seí;undos o 2 " Hegin>ento, liavrndo ja exp.'dido suas ordons, com nuuiir.a urgência, para unirem se á S. L]:í, n*aquL'll:j ponto, os diííerentes Corpoí de Li-
(*) Kstí' V.atall.ão, quf já osíava nquartelodo (lesdo 20 de Maio, por onloin <i.» Çi«ui.t;:| Si-úni, CotíMii.uiil.iMtt; <ii\á Arm.is, de 17 do m siin, ÍV;/. tntii relev^nles siTvit.us ii;» ^'iiiinju;:io d;i iini):)itaiilc Cid.uie ílo Hi o {irando do Sn!, scn'lo qiiasi o iioH-o, fju" r.zi.» !i dil.t ííiuuiMi.ao, maiílcisdoa ordeoi, e coi!>tM-vaiuio a in.wov dis- n»:Im:i, «:.jo(;orionduumilo p.tia isso a aclividadc, iiiíMus.ivt-l ic\o, n KpurwJ.) OMiicro do«"u lopfclivo (:oni!n;ind..iile (» Tcnt-inL-ílt.roi-.cl Jysó Joaquim Cândi- do dv M.icfilo, roudjuv.ido pil.) seu M.ij n- Sfirdiin <lo 1\hi!.> freire, e m;iis oili- riifs Ií;nrr.ii:ius por(|iJc fdldlidado o n.»ine d;) diio M:ij')r, Ciíhdrio probo, o iuui- n» dii^iio, <li'i\ou de ser Icvido niilc o Tliniiio Impcrijl, qtuiudo for.ioi ajíiiiciu» úos uiilros M.sji.rcSi, e ijhí'Ií»í ouLios ulliciacs, qvni luiilj, uutncnos ptis aram.
— 9i -^
iilia ílIsseminaJos por vnijos pontos da Provincra. No so2;nini9 (ha 28, achando sa o Goiit^ral Caxias cm SunfAnsia do Livr.t- ín<!!)to, cam a segunda Divisão, (* sobro o Quaruhy o Coroíiei Oavid CasjavaiTo com «nlrâ Divisão, a Ligeira, destinado a !o nar cíí?» elia a vanguarda do Exorcilo, irnmodiiilamenlo qu« Dsto entrasse para o Eilado vibinho cín 4 do Setembro, com di- rocção á ínargem seplLMilrional do llio Ní-.^^ro, a quaJ o degola- dorO/ibo coíDCçava a aban(ionar ; dco â k)do o }']iXíircilo a nO' cossaria organisação, formando com as diíToronlos on^as, qtialro Divisões, ir.clusivtí a da Esquerda, qiic tornou o numero do ter- «eira, S(iíSíprâ ci^mmandada pí.do mesmo Brigadeiro Fernandes, o a fiiimeiríí pelo vaicroso veterano o I^larochal úpí Campo, oia Blaiee-ha! do Exercito roíoríísado, ííer.lo Bíanoe! Ribeiío ; a se- gunda pelo Brjgadeiío, hiíje i\]aít'cbai João Frederico Caldwel, «í a (yaarta,ou Ligeira pelo mesmo Canavarr.» ; o qiia tudo mo- Ibor tioníla da ordem do dia exarada om a nota n, 40, achuíido- se já n.)ft»eadcs os empregados do l']>ía'io tnaior General, cons- Isnltí» (j.i nota n. 4jí, íeila tãohem a noíneação interina doCorn- 3Jii>sari.) Geral, quô morcctda(nenlo recabio no Cidadão Abel Cor f Cri da Camará.
O General Fernandes, separando-so do Gnncral om Cheia n) dilo Arroio Grand', só eoííí o 3,* ííataibdo Ho Inf.jnla-^in, íorte do 3Í0 praçss/^ao mando inicrino do Major Guiilbermc X^?» Y er de Souza, que n)ui (lígnanica^o defiempcnluíu essa co!M- Inis^ãi;, e varias praças da Guarda Nacional do Corpo de Cavai- bsria dei Polol.iS, cofíímandados então pelo C^ipiíã^) Domiogoi Fra- j:a{a( ctjjo Chefe o Tenente Coronel Scraíiin dor> 4tnj(»s,^om hu- ma paíle do corpo já estava dostacadu no Telbo), íez dessa íòrça c ;:tio que o núcleo dã Divisão da Esquerda, quo já disseums pas- sou i) terceira do Exercito, porquanto tinliam lieado na gnarns- ção^oFronteira do Ptio Grap.de a 8." Brig^ída, o em Pololas o Ba- lifibào 15 d'A!pfnães, qne so apromptava, ató mossno por ainda i;ã.> ler cartuxame próprio para o soo armamento, qçjo era do ndarnse menor que o (Jo Exercito. Gom aquela pequena força avançou p;jra Jag(í3rão,par issi qne aqoella Divisão se destinava s cei)rir a nossa Fronteira desde Choy a;6 Bí-!gé,e operar, !og<3 qm; conveniente fossa, sobro ps Departajnetitos de Serro Largo, 6
€0
aiíionudo, fazendo esforços por bate-in»;, e eífccluar j crcç^o ui 0 grosso do Exerci lo em $;nU a Lúcia >
92
CAPITULO S.XXIV.
Huma parte do Exercito Aiíiado, encarregadíi dí;s opera- ções da Vanguarda contra os lyraíUhtS do Prata, conímnndalií pelo Ceneroi Uíquiza, devia passe r e d« feito passou p^ra a es- (|uerda do Uíuguay, invadindo o Icfriorio («ppresso pelo san- gaiíioiesUo Orih'j, cm a noito de 19 de Juiio de lS5t, pro- (díííííaiído o mesííio Urquiza fios Ojieolaes no arJecedenlo dia IS. atravi-ssando osU-; por Pah^ndíi com as fincas Hntre-Ria- nas, á {|Uií se l)aviaín addici niado ííjuííos Orieníaes rcfii-giados naquclia Pro\i:HÍá ; pslo Ihrmfkro o General Gar<;.on, com Orienlatis, que reunira na Concórdia, e cí.-m Divisões Eíil rali la- nas ; e pelo Pas^-o de íligcs o General Vir?«ioro, com Corpcs (krrenlinos, sol) as ordens do ir.osríio Garçon. Estsvom pi'is, no dia 20, todas as forças de Urqutz.í» na' esquerda do Rio, onde os UieTes o soldados, á quem o dito Oriho confiara a guarda da coíta do Urngaíiy, receberam, fi victoriaracn como Liberta- dor ao General Urquiza, e logo á elíe so uniram, appnssntanJo^ se depois o General D. Sorvando Gomes, cum nma ioríe Divii^ão de í,500 liomens de Gayallaria, e pm seguida' os Coronéis Quinteros, e Gon^alcs, e .Mejor Marcos Neira, que eram em l^ai- Sandú,e outros muitos CheíVs, e OQiciaes Ao General Gerçon, fippresentaraíSí-se no SaHo D. Lucas Pires, e seos Cíliciaes ; o o General Medina, distincto veterano, dirigio-sc de Montevideo a cíTertar seos serviços 8 0 General Urquiza, que lego deslinou-o pa.'a operações so Sul do Uio Negro.
Neste Ínterim surgio o mez de Agosto, a a 2 do nriesmo, por accordo do Cheíe. da Esquadra Grenfcli, com o Governo Oriental, desemI>arcou huma aia do extinclo G." da Caçadores, que constaria de E*'^0 praças, e acbava-se a bordo da Esquadra, para onde fora da Ciuiide do Uio Grande, passando a guarnecer o Forte do Cerro, recolhendo se á Montevideo a sua antiga guarnição. Kccr.mcçaram a 5 do dito mcz, as boslilidades entre » praça, a os siliadores, tendo o Governo Oriental denunciado o armislici'» no dia 3.
O B.igadeirj Fernandes, Commandante da tercf ira Divisío ( a da Esquerda ) do Exercito íoiperiai, lersdo chegado á Jifgua- rão no i ° de Agostíf, (ÍS5I) traospôz o V\'\o áa mesmo nome a ^, com a n:a;or parle do o " Batalhão de Infantaria, e eslahecco acjiíipaaiento a huH) lado da Viila do, ArreJorido, na qual fez qiie fos.^-e arvorada a lUndeira d») Govtrno d(j Montevideo, con- seguifidj logo que o Capitúo Orihista Hubos, Gcmmandanta lio
— 93 —
Ãrr<'(IoM Io, o costa ile S Servando, a.JherIS':c coíd 200 Loinsns é causa da Cruzada Aníericana* e o djt*» OrigcuJoJro conlorííuí a autbori^açào dada psio Governo OrieíiUilj incuínbio R(^ue!le Ca- pitão d<» cooiísjeodo da Fronteira, com o Poslo do Major, qtia pcu) ínosmo Governo lhe foi coníirmad > ; e ni dia 5 expedi > partidas a explorar a caiíjparjha até os Arroios Maio, e Taquary, íicanda guarnecida a Villa de S. Servaiido, re^uUaisdo» d'i'.hi ap- pre»entarem-S8 dous níliciaes Orienlaes, o Alíeres Gotnes cotn oilo praças, n'aqutí'le mesmo dia, e no dia 8, o Tonento Tin(3da com 32 dilas, e 98 cavailos, que se Ihs coínprararíi pira o ser- viço do nosso Exercito,
A 6 do referido n\GZ d'Agosío, a vanguarda do General l]r- quiza, já cooduxida pelo General D. Sorvaíido Gomes, áo chegar í!o 0.ÍO Negro, cahiu sobre a iníiniga, CiJisunandada por I). ígna"- cio Oribe, o arrehaiou>!he {mus 6^^ cavalíos. N'ess3 ensejo passa! am-se ceroa de líOÚ homens, hcrn como o Goznmaiídan le BarbíJt, e maia 500 hoinen^ das Milícias de Taquarimbó.
Foi íãobem no dsto ínai de Agosto, que o Giíefe Grenfí^n, com o Vapor A/foniOi e outros vasos da nessa E-squailra subira p Parãnáf o lendo deixado alguns deues fundeados cm dif«. íerenles pontos, como ua bocca do Guassú, e Gm jVenle á Vilía de S. l-edfo, prosoguÍ!>sua derrota, a qual, no dia 12 do referido iwvi, das bnrraaciís stibranceiras á ponla do BsírsaUio, guarneci- das coin oilo peças, perlcnderam interrcrnper-lhe, a vedar vi- yiâsiínos íogo^ dic'!gidus contra o A fjhnso, qne apenas retribuio-lbes com quatro liros, e esses tiveram suíllciencia p-ira produzirem cíFeito tanto, que os canhões liosistas im mu d aceram.
Tornou a Í4 de Agosto o Chefe da Esquadra Imperial a subir o Paraná até S Nicoláo, com seis navios d? mesma : BlancilJa, Gineral de Rosis, que deiVndia aquella posição, íez- Jheâ activo fogo, e de 34 tiros de Anilharia, hum sosinho acer- tou oo apparelho do Vapor AffonsOf cortando íhe hun) cabo: Três tiros dos Vapores Brasileiros fiaram mais, que suíacienles pira impor silencio ao inimigo. A 27 regressojs o dito Chefe á Montiívidéo, deixando sub o cominando do Capitão de Mar e Guerra Parker, os Vapores Ihcife, o Pedro 2.% as Curvetas D, Francisca, Eiitsrpe, o U^iião, auxiliadas pela Esquadrilha Cor- rentina, e Enlre-Rianna, desíribuidos aquelies vasos de modo, que cortassem toda commíinicação eníre ojDictador Argentino, e seo Tenente o General Oribe. No Uruguay cruíava hum Bri- gue, e huma Curveta, no Boceo outra, cm frente á Collonia mais outra, o em Mooliividéo a Frogala ÇoniHiluicào^ com y^ Vapores AffiMo^ e Golp/nnho.
— 9^ —
No mesmo dia 14 tia Agosto, conlimianij.) n Genoral Fei*- rrandes, Comniandanle da 3-' Divisão, siií.-» «íjarcljjs, seguia com Ioda a íníanlaria, « alguma Cavaliaria pira o Passo do Telho, •àliin de jaitlar-SQ á íavi^à do Cavaliaria, 090 homens, qiio aili liolí;) reonidii o valenlc, e activo CMoimand mto di 7'^ Bri- gada Coroiiol llíiváo do Jacu!iy. íslo eíT-jcluado fío sol)ro(iil'» dia, delorniinoii aqi\'ílle Goiioral, q;.i<i logo (];!.} auoiíocJáSo par- tiâso o liarão com 700 praçai para sarpren ioi' a Diviáfio do (lo- roaeí Dionizi.'>, quí orçatxJo por pjtico m:\\i do 6ãU praça j do Cavaliaria, 18ii ip.rante.s. e (:) n i^tas d'ArtiIii -ri:), câtaya acampad.ii na L^asso da Crnz, so!)ro o Taijíary, «m quot» olic Goner.»! Fernandes dirigia-se, rio acima, com o 3** B>Uaihão de ííifaolaria, em protecção do mesfwo Barão, o qi:aí chígando ao Passo do Saiitorion, infoiizmfníltí, pir oUar do oado, só i)C)\íí atravessa -lo MO vindouro dia, iatárvaio ívst:>, qoe líastou pai".» o niíendo Dio- nísio lor sciaiicia d i apraxioiacij das forçau Brasileiras, e ioí- fíjoliatamaiila arrebanhando íodi a gjate, qii'3 tinha esparzida, unio»a á que comsigo tinha, qíU ao todo tn jntaram a 1:600 liomens, « com ellos rel:i'ou^«e sobro a La2;oa do Nog^o, já oc;*U' p;indo praças da 3^ Divisão Brasileira a Viila do Serro Largo, a 10 le.í^oas de Jagnarâo.
Não tardou quo recebesso o dilo Brigadeiro Fernandes Iinm oíliúio do Genera! Cammandaní<3 om Chefe do KxoroiLo, datado d(í Síofa Anna do Livrainjoto, a lo do predito mez do Agosto, di/,endoÍhe, qae líavendo ordenado cjí» il do tnesriK) mez, qno <dlo não passssse al^'m do ReíionJo, e.m t|u;iato ss 11)0 não reo» nissem o Batalhão do Aliemães, e mais íòrças, que fariaíí) parl^ da 3* Divisão, oa da Esquerda; agora accreicentava, que ainda depois da reuiiidas, não avançasse d'aqut3lla posição ; e pelo contrario repassando o Bio Jagaaião, colloíiasse a.s forças d i ínaneira, qno cobrissem a Fronleira de Jagjarã:>, o Rio Gran- de, conservando-se asdm, ató seguníia ordein deile Gen rai em Chefe. A admissão do hnma tal tneuida. h'í do snj>p:)r fosso por chegardhe a noticia do qae Oribo, qua oU!)lido havia inda on- Ira véz pensado, qiiQ seria fácil oporar hiinn diversa), revolucio- nando a Província de S Pedro por meio do Brasileiro Neto, o ouiros, tinha neste sonlid > oxj)e Jid » ordens á Diojiisio Coronal j)ara qne, apeniso General oííi Cheio pMiílrasse o território OrieuUl pela cooiíilhi grjtiL», o conlornasse com seo» mil c tao' los homons das trc» armas, o progrediss) sobre J igoarã >, e as Charqaoadas, {)roolamando a Liberdade di escravaliiM, e a lud^í[;o:lde^lí:ia da Província ; tudo porém falhou ao minero «er vo díj lls.s, por q!n nlo o Brcsilí^iro Xoto, proccdsudo como ho-
— 95. ^
FP.em (]o honra, e moslrando prezar a gloria do sna Pátria, l(>í>g« de preílarseá taes preversiíiydeís, [u*iiuÍD-]o*se do eleiíia iníiifíjia, congregou muitos ilra^íi loiros, e alé Oíienlacs, e coiíi olles cíppreseníoii-se ao Gení^ral Marquez de Caxias, oíTríiíando scos ficrvíço? peia defesa do línpeiio : d'iguaí rnodo liobaíri já [írocedido ríjaílus outros Brasileiros, que a caloiíuiia juiilendeo
E íoolo equella noticia dos intentos de Oribe era íanda- da, quti o Ytce-l^resiueote da l-roviticia do S, Pedro decluroii iia falia da abertura da Aí^sctnldéa Provincial, a 2 áofiéiáSíhsa de íSf)!, que Oribe vendo a guerra iriiminenle, concebera o pano de sublevar a úlUi Proviacia para envolve la na hUa de íiuííí dos eicmeolos mais perigos.5S, de que sa compõe a poptj- íação do ímperitt ; que porém suas esperanças foram burladas, por falia de concurso dos Rio-Grandenses, com os qiioes contava, pois qwc estes fará m, antes que ludo, Brasileiros, e preferiratn o estrabo de suas pro})riedades, o sofri snenlo, e a níiseria á ig- inminia d'entre{?or o Puiz ao Estrangeiro.
Foi do proaiplo executada aquella ordem ào General em Ciíefe, o íjs forí;a3 (ia 3^ Divisão retrocederam ás posições ulli- rnameiite indigitadas ; nus o Pjrigadeirj Cotnmandante delia, de inleiiigeucia com o mesmo Generai, poslerJor, e pauialina- ínenío foi avançando, (Uganisando, no em tanto, e segundo as Jnslrocçues, quo tinha, com varias paitidas de Orienlaos, que se appresí^ntavarn, e com os emigrados, o l'' Regi?iien!.o de volun- tários Orionlaeí, cujo commando coube ao disiinclo Coronel í), Manoel Freire, tendo por immediato o valenie Tenenie Corcnel (^amillo Vega: este Uegimonlo chegou a contar 600 praças, diviJi. das eíR oito companhias, e qu.itro C>iiquadíõi;s. Seguso-so a W" gauJ!íaçàò do 2. «* Uegimento de Orieniaes, conlíído ao Coronsl D, Faustino Lopes, conservando-se seiLpre conr<o Esquadrão a tropa, com que S3 passara o Capitão Juan ílubós, que como já diss.emos fora elevado á Major, quando abandonara iJioiíisio Co- ronel, e essa tropa Cujmava duas companhias. Toíia a força Oriea- tai nesles três cojpos «nontava a 13Ô4 praçis, alem das Policias, que de conformidade com as ditas instrueçòes.que tinha, o-rganisára o mesmo lii-igadciro Fernandes nas Yiílas do Arredondo, c S, S-rvandu, ao mando do Coronel D José Guerra, e i^a Viila do ÍScrro Largo ao mando do Coronel D. Juan Arenas, sendo de- ]Jois o Coronel D. Tbomas B trcUej, encarregado do c<immando geral da !^olicta da Campanha. A appiesentacão dos Orientais continiEou sempre em tr^aior numero ; e o Capitão Gaspar linu ce-n tincocaU Ciavinoiros foi deslucado a explorar o Í;inrão d<s
— 9G —
Ramires, e a passar oSeíulatí, a íim du franquear as communi- cações com as furr^as da FroiUeiía cm S. Miguel.
CAprrcLO xxsv.
O IrasbardarnflMto da inflaiíiicia, c anhelos do Dictador Âr- genlido para a guerra cotitra o Brasil, lorna-s9 mais eviddnie j)ela incitação, com que elle etn tudo, e por ludo o dosaíiava. lMn*t^c^*^ircunslaíiciu}i conceber» a Republica Orientai, novas es- })eranças, íí por seo Ministm na (^òrta do Ixio do Janairo, soli- cit')U do Governo ímpo^-ial, em 13 da Agosto de ISol, estreitar, H forliíicar a sua Alliançacom o Império, buma ootra vez insis- tindo pela celebração de Tractadoi, e ajustes, qua para isso fos- seíu de mister, e que se achavatn pr^viat >s polo ariigo -21 da já ieíerida Convenção de 29 di Maio do mosm » anno, accrescen- tando o dito Ministro que [>ira luJo tinha d j sao Governada au- iborisaçâo necessária.
Quando assim enanciavase pelo sei dito Agente, o Gover- no de Montevideo, já o Brasil fc havia comprorneltid j por aquella dita Goavenção de 29 de Maio, á buinj Allian^ ça, cujo intuito principal era, auxiliar Montevidáa, salvar a Re- publica Orienta! das fúrias do renegado Oribe, e maater a In- ílopondancici úá mesma : pira hum tão justo êxito, ja dispunha- m o Exercito Icnperial a transpor a Tronteira, e islu sem exigir a Niição Brasileira huma sóconlicçã > do vantagem, «u indem- nisação pelo seo franco, o docedido auxiiio contra os op;jfessoros do l'rata,
Vo\ por tanto facilmente acolhido pelo Gabinete do Brasil, em notn de 3 de Setembro seguinte, a proposição espvntanaa, ó livre do Ministro da Bepubiica Oriental ; e da logo teve lugar a nomeação de doas Pieuipotcn.-iarios para tractarem por período íjíusíI, pois era de vantagem para a harmonia entre (m d»>us l*ai- z«'S, que o desenlace da guerra, que hia abrir-se, encontrasse iJS nossas questões, maxiuíe a de limites, dolinitivamenle re- bolvidas.
A lo do dito mez de Selcmbro, o rn^smo Ministro Orien- tal, endeicçou ao Governo do Imfierador, huma outra nota, coo»- inunicaniio a cessação absoluta» (lo subsidio, que p >r empréstimo lujnferii a Uepublica Francezn á Oriental ;e quo era pois impôs- sivel não soque esta se podesge manter, mas tãobem que o soo Go- \erno podesse nella conservar ordem, e acudir á novas necessi- dade», quo devidin apparecjr, se n o auviho de sesscuta mil p^'
-— 07 —
tacões mensaes, por espaço do hum ar.no, c pela maneira, que ínoiíos onerosa fosíe para o nosso Thesouro O Governo Bra- sileiro cônscio (ie que era íiujispensavel supprir o do Mrnteviíjéo, para <]U0 esto se sustentasse, o rnurUivosse, alé evacneção do Es« laiio Oriental pelas tropas Argentinas, aniqtiilamento, e expul- são de Oribe, e consolidação da paz, e ordem ; aecedeo lãobern á esta nova exigência do .Ministro Oriental, resuUando conven- cionarem, e assignarem ns cinco Tractados de 12 de Oulubro do mesmo anno do 18;"»! , a saber o de A.liança, o de Limites, o de prestação desoccorros pecuniários por parlo do Brasil, o do Commoicio, e navegação, e linalmenlo o do eslradicção reci- proca da criminosos, dcsort-irtís, e devolução do escravos; os quaes Traçados foram todos ratificados per Sua Magrstado o Imperador em 13 do mesmo me/., e pelo Governo Oriental em 4 de Novem- bro seguinte, abrindo se com elles, que vão exarados esn a nota 4'2, nma nova, e fecunda épocha, sub os mais risonhos e faustos auspicies, ás rolaçOôS do Império com as Republicas do Praia ; máximo relativamente á vida, e prcsperidado de scos súbditos naquelles Estados convisinhos, ao socego de suas fronteiras, e ás conveniências reciprocas, o futuras de buma paz consolidada.
ResolvPo-M3 por lan'o o Brasil a cortar o nó-gordio áa ini- quidade, no território Oriental, empregi«n lo para isso o seo Exer- cito, o Esquadra, quando de todo desesperou faze-lo por meio da persuEção, e politica ; nunca porém com vistas do conquistar. ou extorquir as prerogitivas, direitos, e lodependeneia da dita Republica, o só com o iuteres-^e de esfabelitar-lhe a Concórdia, a Paz, e a mais comp'ela Liberdade. Todavia alé aqui o Brasil declarava, e declarava-o sem refolhos, que suas operaçots iriam apenas alé onde chegasse o predominio ái» General Oribe, no território da (^isplatina ; e nesses lioiites circunscreveria a guer- ra, se não fossem as ameaças beliícosAs, instigações atrevidas, o descomedidos doestos, com quo o jiigulador Rosas declarava hurna outra guerra, até recusando, loucamento encaprichado, aceitar a mediação Britânica ; lacto esle, que releva ser a(jui aclarado, para que melhor se avalie a politica, e tenebrosos lins do es-Diclador.
Quando o Ministro Plenipotenciário da Inglaterra, dirigia a i2 de Março de 1851, duas notas ao Gabinete Imperiôl in« formando n*ama, que o seo Governo era do opinião, que o Art. 18 da Convenção Preliminar de paz do 27 de Agosto do IS^ÍS, era ainda obrigatório para os Givornos do Brasil, e Buenos* Ayres, e que por iss > se requeria, que nenhum desses Estados, utrassam em h)siiiijiídtí contra o outro, antes do Íaz-Mom ani-
— 93 —
1)0'? á oulra p^irlc conír.-itanto, o á (ifiií-BroUnb;], Poíoncia mo- doadora, a procisn noliíicação (í^lipuiada poio dito TiMctadf>; e of- forecendo n'oulra. por parlt5 da soo in«smo rroverno, a sua mu- (iiação, pfsrf) como amigo commum, cooperar na rocoiiciiiaçã » (lo OfnhoS as parles ; igual íní;nlo dirigio idênticas coniíouriica- ções ao Govcroridor de Ciuínos 'Ayres ; e fisto reloiíjuio-as bnis- camonle, coií) o mais injoiito despí^jo, p')r snas notas de IS do Agosto do mesmo anno de 1851 eiidoreçadas ao (iilo Plenipo- t"n(;iin(> Brilannico, declarando n'nma,o?íStí guerra com o [ira- sil (vaineviííivd.. c que avisav.i ao Governo Inglez, que apeílavfi para as armas contra o Brasil, o quR, dasdo a da la da respuita do sobrodilo Ministro à aquelia noia.corrcriatn o.3 Sfíis m^izes os- tipuiados para o aviso da giierra, isto so as Authoridades dj lfnpiirio,nãí"< pro^f^r^uisf;'^. as aggreíisõcs contra a (»onf(íd()raQão, o ma Alliada a Republica Onenlal, porque então irrimediaVi- mcnle repelliria^sem mais fspersv\ e-íses atíeníados. Na oulra nela regestando a intervesição proposta psla Grã Bretanha, aíir- inou qno só aceila-la-hia, quaí^do ella Rosas tivcsso rocliaçado os ricoríjíjielliínenlos, e hostilidades violentas do Brasil ; o quo la- ria eno,rgicament(% pari isso cfr.prcgaado todos os moios. Os docinnentos Iranscriptos em a nota /i3, dão o mais cabal conlie- cimento destn negocio.
Todo hum tal procadimonto do G»Mioral Rosas, moro^oo ap. provação plena da 5alia dos llepríísantaníes do B'ien.)S-.\yro?, o'io por isso lranqii8ou*lh;i todos os meios oara fasor a gncrra ao Brasil, poHíio ú soa disposição intoiramnnto os lonios da i^ro- vincia, vidas, fama etreíir/na, pdo art â." dí esiupeniio Decr*íto •:1o iO de Setembro do mesmo anno, 'ÍS5l) cíarado om a ndla -ií, acompanhando t.ies coní^issões do mil convicios, e diaU"ib:;s coníra o Impsrio, esao illustrado Govsroo. i''oi osso mesmo Decreto, qsie declarou fora da Loi o bravo General Urquiza, como Âlliado do Governo ds Mfntovidéo.c vendido ao pcrfi/io , t aníe Ari%cricano Gabinete do Brasil ! ! I Tanla infâmia d'a- quella reunião de miseros escravoí mais qa;í muito se ovsdonc«Vi lios Ir.eehos, que achar se hão transcriptos om a nota n. 4o. líunca Gommiijsão foi incumbida de approsenlar ao General [Li- sas o mencioaado Decreto, o eMj ouvio (i')ile huma respasta re- cheada do esiodadas, e alambicadas expressões, de fina gratidão, d'abraeos anmrosos, c firi.^lm.jnte de l)e'ja-»nrio«5, em lestimnnho (b> extasi, (jue (i'aq!](ílla ensejo o arrebatava!! lilssa p?(Vi stíbiimo, e eloquente do sensível ílosas a OjtairjpKxns sub a nota ií), svàíá dcseii fados dos nossos leitores.
— 99 —
CAPITULO XXXVÍ,
Tfiftilo já CGssado o armislicir), quo havia para com os siha- íiores lio [\lt)nt'ivi<láo, pravidencianJí) o seo Govprno, tie-ui;j ^1 do rnez de Agosto, peia «ircuinr constante da tiota 47, que aU gdííi excesso não sí3 desse por ocotisião da rota do inimigo, coo- tra os paciíií-.os habilantos ; tractou depois a 2 ds Setonihro se- g55Ínte, do endereçar nos Coíomandantcs das Forças Navaes Es- a.rangeíras, hum soÍoííioo protesto coiilra qiíalqaor protecção da- da para o embarquo, 'c foga do General Oribo, o stias tropas.
Depois do o Goooral Urquiza dirigir, no ap 'g*,>o do niaioj* cotisusiasoio, proclamações patrióticas, em 18 dí? julho (lá5i,) do Aca'3Jpaineoto do CoXà, ás Divisões Expodicioo.ir5:)S, o ao íilxercito do sua resorva, cp/jo cooi!S)ando coníiíra ao Govornaíior de Csirsieníos D Bonjarnio VirâSí^ro, deixando oa sua reta- guarda, e sub o podí-r d-ís suas íòrças, as Vilias do Sallo, Pai- sandij, .Vfercfdes, Soriano, o to'io a costa do Urugíiay, díjsde a fóz do Rio ríegro, ató a Fronteira, eoi^iMnioliou so como pri* inoiro Gorpo (io E'íoroito Ailiado, a {■x}.\:í'! juncção no masmo liío Nai?ro, o!i oiilo nv*is c4hvit5Sso, «om o Exarcito imperial. Esto, em oaííísro onlão da dosesois mil homens, 1^ do Infan- taria, o 9iD de Gavailaria., fonnííndo quatro DivisÕns, cotn de- senoye peças do Ârliihiiri i, o caohòís obuzeí a Paixhoos, huma bateria de íní^ucte-5 a coogrove, hoína compa-íbia dj sapadores, outra dita de pontoneiros, e hsima terceira, a de transportes, lísontoo a Fronteira, o penetrou o Estado Oriental a 4 ile Se • íeíííbro do l351, com direcção ao Pa%^o do Polanco, n;) Rio Negro, transmiuindt) o Gondo, ora Marqacz do Gaxias a Presi' doncia da Provincii, díiranle sua òiisencid, ao Yice-Presidenle o digno Major Palricio Gorrea da Gamara, que n^aquelia mes- ma data, tornara p-jsso na Capital da Porto Alegro ; sendo coo- íiada a Fr(-;nt6ira de Alegrete ao benemérito Brigadeiro Oliverio Joslí ()rl33. O Coronel David Gsn^jvarro, Com-oaodante da Di- visão Lsgeira { a quarta ) atravessado bavia o Qu-irahí n, e for- mava a vanguarda do Exercito Brasileiro, de combinação com as tropas Gorreiílioas, Aièm das forças das quatro Divisões, ti^hainos 110 Cerro, esn Montevideo, huma ola do exlincío 6,* Batalhão de Caçadores, qaô anleriormenlo já mencionamos.
^N'* momonto soleníoe de transpor (» Ínclito General em Gbeíe Brasileiro as Fronteiras, praclamau ao Eríercitu pv^la Or- dem da dia n<3t4/, recomrnendan 1 o Ibe a iovioiabilidade do ál-^ roito de propriedade, fosse olU de amig.-), oa iaimigí, q prevo-»
— 100 —
ninJo os quo só tinliam a combater no Estado Oriental os soca- dos de Onbe, e isto só «m (juanlo entregues á illusão, c nservas-i seií) o ferro asid?» Todos os brasileiros, sem dislincção do par» tidos, affluirum g'istos(>s a reurnr so a^ imínortaí Caxias, com o Cúo louvave! de sustentar a honra do império, e a Gloria Nacio- nal ; e quasi todos foram convenienlcinento empregados. y
Tendo chegaiio n ) emtanlí) ao conhecimento d<» General cm (^befe Br<isdíMro, que o General Orii)e havia congregado toda? as snas tropas, pr( j'^clando, antes que íizesse juncçâo a<> Exercito Imperial, hum goipo decisivo íobro a sua terceira Di- «isão, queCvOíO'^ jj viíiios, iiulá mnrchava separada do grosso do Excrcií»} para fi jnquea !o, e cobrir, ao mesmo tempo, as Fron- teiras do iVio Giaiide, e JaguarAo, fez destacar em continenla para reforça- 12, huna Aia do Ilutalhão 14, ora o 13 do Infan- taria, sul) as ordens do Fiscal do mesmo o Major Graduado Ja- cinlho Machado do Biíancourí, e todí> o Batalhão h," da mesasa arma, com o seo chefe o Cr.rone! Severo Lo z da Costa Labare- da rra:es. Foi ígnalmímlo reforçada com o 3 ** Regimento do Gavallaria da Guarda Nacional con mandante o Coronel J< ão António Severo, e a encorporação de todas estas novas forças verificou se no Paf^so do Sarandy a # do mencionado mez de Setembro, \^'1S51 .)
Tinha o nosso Exercito de vencer, para chegar fs immiO- diações de Montevideo, ou a Santa Lufia, hum espaço maior do cem legoas, conduzindo grande material de gu<Tra, quo assas o devia retardar, além da péssima estação, quo a cada instanto, parecendo favorecer o inimigo, mil diversos torpeços oppunhn, pelas inundações d» s Rius, vastos e profundos banhados, o ca- minhos intransitáveis inda assim a 15 de Setembro, já acha- va- se o dito Exorcilo nas Três Cruzes, onde chegou ali, tendi a marcha sido feita de baixo de copin.sa,e continuada bursiguia- da d'agua, saraiva, e vento ; encontrando se buma baixada tão profunda, que a Artilharia consumira bum dia inteiro na pas- «ageíP.
O Brigadeiro Commsndante da dita terceira Divisão, havia feito avançar o Commandante D. Camiilo Vega, com 40(> Orientaes, e na sua retaguarda o Barão de Jacuhy, com dons Corpos de Cavallaria, e o Batalhão ds infantaria n. 3. Tendo Vega chegado a meia légua a quem do Serro Largi, acampou, conservíindo toda vigilanci/j ; mas logo que o B&rão achou-se a duas léguas delle, o dito Vega cnnliou de fi ais, o houve meno» cautej.', do que aproveiíou-se o Coronííl Dionisióí ^0 tendo re* trocedido mui esjoleiro, e encontrando os Orientaria ciirnear.
— 101 —
ferem 11 de Setembro ) dea nellos de xoUe, daspsrsou-os, e persfgiiio na retirada ; poréni t)ã') p u* gran.Je dislaucia, vislu como o liarão informado dos acoiUecimenlcs, alígero avançou deo- !hes socorro a tempo, atacou o inimiao, e pô-io era derrota, mortos dtílle onzo honisíns. Depois foi occupar esso mt3smí> ponto, em que tinham primeJro estado os Orientaes ; e Dionísio tratou de rapída, c iuteiramento relirar-se* A i2 do Sete^íibro eslava a terceira Divisiío no Arroio das Canoas.
O Batalhão de infantaria n. i5, ( o de Aileniães ) qne de- morava se Cfn i^elolas, a apreslar-se, fa/endo alli enUetanto vários distúrbios, e commettendo atniudadas, e graves insr»b;H^' dinaçòes, amotinaiítJo se por du^s v^zes ; assas fez convenciír a quantos inda eratn incrédulos, de que a fn^^dida da níandar vir Estrangeiros armados para o Paiz, além de asilí econnnica, be não só prejudiciai á p32 p'Jl)Iic3, e até á (Isscipiirta do n')Sso líxercito, a!i is bom morigerudo, e (b)lado de resignarão, e con^- iancia ; m.is ig«a!?nente desnecessária, porque os IJrâsiieiros lem siJo, e ^ão mais que suílicientes pira cou> seo brio, e valor, çnslentar a dignidade da Naçai), e d.) Throno, contra quaiqupr Estrangeiro ousado. Tialia infe izincnte o dito ílatalhâo muílos fnáos, e ébrios soldados ; e o que ba mais, a!g!Jas péssimos Olli' ciaes, qiio assas concorriam para a desmorrtllsaçâo dií tório o corpo, chegando a«> extremo de seo próprio Camniandante ver- se na critica posiç.lo de pedir providencias contra os ditos, de sorte que fosseín separado?, por sor nociva á discip'ína a pr^^sen- ça dolles n'aquelic corpo. Tomaram-se portanto as medidas, que a ot:casião aci»nseIbou, e íinnlmente piriio o roferido Bala» Ihão 15 A renuir-se á terceira Divisão, o que reaiisou em 19 de S'ítemi)ro dito, no Arroio Maio, Mais tarde, a 2õ do referido mez, caeg;>'j a Cfiixa Militar, que se esperava (io íii) Grande, com o jtíspectívo Pagador, e 250 contos, vindo n'es-ía meíma ocrasião os > foguetes a Congreve : acbava se então a Divi^^ii no Arriíio Con- \íiolo3, huma legca a^éiO do Snrro Largo, o nesse acampamento apprestíoton-se, no seguinte dÍ3 23, buin Alferes, e l4 soldado? deO[il>e, o a 29 o Capilào Soilo, alguns suhallcroos, e quaren- ta e tantas pr^aças. e tãobeui o Tenente G(>ion<^! D.Tbo'S;iís Bor- cbes, que como já notamos, foi encarregjJo do conuíiando g;:?rul da l*oiicia da Cair;panlía.
Logo que o 3.'^ Bala hão de Infantaria, o Aia do l4*. reco. lheraíH'So da commissào, conduzindo a Ca»xa MJiiiar, e os fogiis' tes a Congrevo, eieculou o Brigadeiro Commsnddní<5 da tero(Mra Divisão a ordom, que com fech > do dia S9 dw Setembro, fôrq por elltí rectíbidiíjpara qu* se paz'!5sç íjm mjir:bi do Serro Lar*
— 102 —
go, onde já o suppunba, poio Serro de Malhacher, deixando ú (iireila a soléa Farranoo, e Ganlíys.soguirído ao Arroio Sarandy, f>u Qundras, onde cumpria aguardar a juncção com o grosso da Exercito, que avançava cm direcção <io Passo do Polanco nt> Kio Nrígro ; o iiiiirchando a dita Divisão, coaj hum dia de in- torvaflo do Exctcilo, á quem flaoqueavy, alravessou no Passo (C Ehileiy em quanto que o grosso do Exercilo, & 30 de Selem- Lro, avistou o Uio Negro, cujo trajecto QÍFectuou no í." de Ou- tubro pelo referido Passo do Polanco.e depois seguio para o Gy, c Sanía Lúcia,
'No dia 9 do sobredito Oníubro, nas Pontas úo Limar Grande, havia cofíimanicado o GapUào Oriental Duro, a roaíisoção da sua passagem para a terceira Divisão, com 50 praças, tendo a elU prece(]id.>. huma entrevista, que, na Ljgoa Negra, tivcr.i com o General Fernandes Gommandante da mesma Divisão, pelo Quai foi pertnisá{),( segundo as inslrucçõeSi que linha ) á grande num<.ro do praças da columna di> Coronel Dianisio, recolherem- se á suas moradas, garantidas por bum salvo conducto.que so lhes (íutregava Depois i> dito General Fernandes, encarregou da Po- licia de Maldonado o Coronel D Manoel ]>arrelo, que se lha opprescntou com l23 praças. Tãol>em úa Columna ds Dionisio, o íf.ais tenaz dc^s Chefes Orihislas, separou-se o Coniníandante do sua vanguarda, CíroDel D Thomas Borches, que a Í5 de Setenibro, assim Cíimnsunicou ao dito General 1'ernandes, appre* ssntando-se no Dt^partairsento da Serro Largo, onie perma- neceo com seo Ajudante D MíudoI Medina, e os Capitão D. Zoilo Gutierres, Tenentes D. Joaqíiiai AÍvísres, D- Bernardo ÍJaenon, D. Eduardo Ricardo, 20 fjraças, e dejiois ajais 34, e 2 paisanos.
Deixaram de marchar addidos eo Exercito Imperial, por terem stdo postos á disj)JSÍçào,c ordeoí do General (^omínan* daníô em Ciíffe das forças ^iontevidcanas, o benemérito Gar- çors, todos os emigrados Orientaes, que reunidos, e f^lisíadcso .Siíguiam, sub o conunando de vários Chcíes como os Coròtiois D. Brigido Silveira, Oriental ; D.Manoel líornos, Entro llia- 110 : D. Goyo Soares, e (lutros que já nomeamos.
Ivnire tntiio que o Exercito Lnpericle por tantos, impodimen- los assas difiioeis de supsrar, marchava diligente, a vencer tão íunga di^ancia, conseguio o General Urquiza, por vir de mais perlo, avisinhar-se do centro das forças iriimigd», occupaiia já toda a costa Oriental di) Uruíiuay até o Ui;) Negro, sem resisteu' cia, recebendo pulo contrario d;aria(nenie muitos transíugas do Oribe;c quando acabava de UiOP.íar o iWo Negro, se Uie cncor-
— 103 —
poron o Gommandanle Villarneta, coítj aí? forças do Departa- mento do Durasno, o otjlros muitos Chefes, o Oííiciass sós, ou- com a gente, que lhes obedecia, íssferio-se de tudo, quo a siiaa- çãíí de Oribe era desesperada, e que e!!e parecia fundar sua sal- vação, e a dos seos, na escapula para Huenos- Ayres, cofií intuito de aili começar de novo a guerra, ou coadjavar os seos compar- sas ; mas n'um la! projecto foi burlado por não ter contado com a vigilante actividade das forças navaes do império sobre as mar- gens <ío llio da l^rata.
Em consequência do grande avanço, que tinham as tropas do General Urquiza, pelos motivos jj referidos, achava-se o Exercito Brasileiro nus Trifs Cruzes, qnando aquelle General transpunha o Bio Gy, e Servando Gomes era por Santa Lúcia» Ao Coronel D. Ventura Gorjnel, feito prisionaifo, e que mui bem recebido fora por Urqniza, deo-se a opção do ou íioar com este, oa tornar-se para Oíibô : o prisioneiro preferia ficar ao -ijitar para soo antigo tyranno.
Entre diversos occurrencias, que se coacervavam, huma bouve que releva fique registaiJa, e he que em principio do an* lerior mez de Setembro (1851), já bavu hido o Ministro do Ge- neral Oiibo, o bem ccnhecidj D. Carlos Jeronymo Villademou- ros, p3la segunda vez, deprecar a Le Predour, que S3 prestasse a ser órgão d'huma nova proposição do mesmo Oíibo, a qual desta feitd, não trazia risco dá ser desaulorisada, como huma outra antecedente, que o dito Ord)e attribuio sómenie á aquelle soo Ministro, sem o seo assenti nscnto, pais que nesta occasiáo era acompanhada de huma missiva firinada pelo próprio Oribo, Cín data de 6 do sobredito mez, o escripta da Arroio de la Virgem, Era a referida proposição, para que se obtivesse do poder exa- culivo de Montevideo suspensãí) d'armas por setenta horas, e permissão para p)der elíe Oribe retirar-se á Bjenos Ayres, com as forças Ârgentirsas sub seo commando, e as Ofientaes, que « quizessem acoaípiuihar, protestando, que similhante passo era dado unicamente j)o/' sentimentos de Humanidade, que levavam- no a querer poupar a eíFusão da sangue, visto ainda contar sete mil valentes dedicados. Simultaiuameule dirigio Villadauíouros igual deprecação, com ootra carta de Oribe, á Sir Roberto Gore, Ministro Britânico, e ao í^onlra-Almiranle Reynolds, e de feita quer Gore, qaer L^ Predour, ( nã> obslanle haver sido ludibria- do, não havia muito, p )r acceder a anierioreâ rogativas de Vil!a- demouros para hum armistício ) diriglram-so ao Ministro das Relações exteriores da Montevideo, e communicaram-lha a pro- posta, e desígnios do Ger.cral Oribe, sem todavia excessivos se?
li
— 104 —
interessarem. O Governa do Montevideo, d'aGCordo com os Re- presentantes do Brasil, e ti.Uie KfOí, regtiitou in limine a fo- líienlida pertençòo da Oiibo, co(n que imaginara salvar es resi* duo5 do ^>i('ri:ito. qua comínandava. para ainda ir unir-se á seo proíector, e Si nhor, a firíi de gozar novamente o selvasein pra- zer.de dorran^ar o saogue da seos conterransos, e desta arte, saciar sua llwnanidade as*ás bt^m conhecida.
Neste fstad:) <íos negócios, e sendo iír>possivel a fcga do a'eivoso Ctnera! Oribe, pelas acertadas medidas, que tomara a nossa Esquadra, al^jiciíando de conlíuuo as costas, rios, e portos ; íinalrnento assediíídoellc par todos os lados, appressou se, no l^as- so do! Moiino, a pedir cspitulação ao Gentíra! í^m Chefe da Van • guarda dos tílxercitos Alliados, o Gíívernador Urquiza, anies qua <• Exprcilo Brasileiro effccluasse a juncção com a dita Vanguar- da. Deiegou por íanío Luiz Moreno, para pfopôf, por entro ou- tras condicções, » rendimento dt> resto d^is forças Orienlaes, mediante a permissão de seguirenj para Bnenos-Ayres as Iropcis Argentinas, Isto foi-íhe de plano, e ab-íolntamente den gado a 30 do mencionado mr-z de Setcnd^ro, peio dito Urquiza.
Enlri tanto o Coroufl Dijnizio Coronel, ou portendendo ravilloso tirar ainda partido de hunia n<íticia,qno fantasticamen- te espalhava; ou talvez por iliudir se, coníiand^ qu- seo execran- da» amo o General Oribe, havia já conseguido capitular, aceitas as proposições, que priuieiro impôz, dirigio-se manhoso, etn "zS de Setembro dil^>, ao digno Brigadeiro Fernandes. Commandante da terceira Divisão, c )fi!municando lhe, peb oííicio, que mostra a nola n. 49, (^uh a 22 do mez aci na,sa havia celebrado huma cnnvenção ciàlitiirde paz entra aquoUe Geni^ral Oriba ( que e!lo alcunhava ainda de i*residente da Republica) o o General Ur- quiza : e qu^* por tjnto tendo eile Gaaorai l^ernandes, avançado alíjumas i<-guas tnai^, depois d'3quell-3 successo, e iq apoderado da C<ipital do Departamento ( Serro Largo j da seo commando, < xigia, que lhe fosse d cluado so a terceira Divisão Irperial se cortsiderava comprebendiila na dita convenção, oii sa pelo con- trario conservava o caracter da inimigo, com qua invadira o ter- ritório da Republica, poii isso siirvir^lhe hia da regra de con* ducta í O Gonerai [«'ernanil.js, declioando, responden-íhe única o ^uoclotamenle eoi 11 de Outubro, nis pontas do Gy, que nã » á file c sim á S Ex- o General Comuiandante em Chefe do Exercito Imperial, se devia ter dirigido em caso tal ; e pasi-ando adíírligíao njt^smo General em Chefv? conta do occorrido, progrrdio eu suas manhis sem interrupção para o ponto, quft lhe eslava desiíu.idj. Aliaal Dionísio, rcduiid) q'Jíusi a õOU
— 105 —
liomons, p elas (Icfcc^uís {vwhóva fosse o ultimo a apprcs-^nl.ir- se inda depois da veròedeira capiíulbçro jseruio avisado, quo mil bri'>vos da tor(<'iía Divisão línperia!, haviam sido destacados polo respectivo Chefe, para suí prende !o. e bale lo na costado Limar g' ande, donde porecia ler o projecto de passar paro a retaguarda da dita Divisão, e argr(3dir as guarnições, e pfdi- (ias deixadas no Dj^partainento do Serro La^go, faxendo novas reuniões, para o que propalava^qs^tí sgora a guerra era só c im os Brasiíojros, que iavadiam 8 Republica, retirou-se de noite para a<» a?perezas da Sv^rra, o escrcveo d'alii ao Gcneial Fernandes, que estava promplo a subrsjctter-se com todas as tropas de sco commando, 3 peças de calibre 6, e 5 carros de munições ; o dito Gen(M'aí, dando d'íssa conta ao General ern Chefe Caxias, res~ pondeo aio de Oetubr/j, qiie se recolhesse á sua casa, «nandan- do entregar o arrnaíneato, e peças no Sarro Largo, dando salvo condíKto ás praças, e deixando unicamente quatro, ou seis da sua escolha ptra guarda de sua pessoa. Quanto as forças conri^ mandadas por ígnacio Oribe, luuito antes di capitulaçãíí, f u ^ ginJo ao grosso do Exercito Imp;ír a', tinham transposto o Rio x\egro para unir se bO General Oribe.
No já referulo dia 30 de Sefcmbro. havia marchado o dito Oribe para S. José, deixando o G<'ní3ral Lazaia, encarregado do mando Jas forças no Cerrito, íiirigiudo primeiram^^nte á suas tropas huma proclamação, onde cccjisava o General Urquiza, de desertor da sagrada Causa das Republicas do PraJa, Ao nses- Hío tempo esla General se adiantava, e avisinhan;!o se do inimi - go, chegyu sua vanguarda, a 2 de Outubro de l85i, ao Colora- do, e ahi teve do disptstar o passo em forte pendência, d^aqual resultou recuar o General Grib", com s coda meu lo, a deixar fran'^0 o caminho á Cavaliaria do mesmo Urquiza, que prose- guindo, compeliia o inimigo a sempre perder terreno.
Continuando a marcha tríufnphanto de Urquiza, pôde elle estabelecer fominunicaçÕes com a Fortaleza do Cerru» no se- guinte dia 4 de Ouiubro,e prevenir do occorrído o Comnsandaníe e.n Chefe da Esquadra Brasileira, o qual jmmediatamento seguio iio Vapor A/fonso, para o Siuceo, onde já estava a Fragata Co7is- tiíuição, levando mais a Curveta Bei^enice; e era tal a vigílon» cia, que não deixava receiar, que se escapasse hum só dos soí- iiados Argentinos. Marchou Uí.bem para o Buceo, a 5 do rríes- mo Outubro, o General Mtíd!ni,com 1700 homens, afim de ma- Ihcr tolhrr se o escapo de Oribo por aquellc Porto.
— !06 —
capítulo XX1.VI.
Algurs Oííiciíies, e praças da Orihc, asilaram-so a bnrdo dos navios neulros, a despeiti do^ protestos do Governo da Montevi- ílco ; deo por lanto isso lugar a quo o mesmo (íoverno, ein 8 da Outiibro sobredito, reclatííasse energicamento conlra a protecção concedida p;)r esses navios periencentes í\ Marinha de Guerra Ingíeza, Surda, c Americana, pela forma que mostra a nota 50, obtendo as respostas na mesma igoaiínento exarada.^.
Progredindo as operações do Grande Exercito Alliado, cim Ioda a diligeni ia, e bom êxito, Ocon circtinscriplo o General Oribe, n'uma raia de meia légua, perdida toda a esperança de. salvação por meio de fuga, ou d'alguma outra resolução, quíj não fosse capitular : iusislio por isso, o primeiro que o Exer- cito Imperial mais se lhe aproximasse, no pedido, qua havia endereçado ac General Urquiza. Em ÍO de Outabro, fazendo- lho apenas algumas concessões favoráveis, redigio o dito Urquiza, pelo theor, que se lê em a nota 51, os artigos da capitulação pelo modo, que ího aprouve couceder, a qual foi aceita polo decahido, e vencido Oribe, com a maior sofreguidão, no immediato dia í!, o que tãobem m<ístra-7e pelo outro documento n. 52, ficando a esco'ha de re?irarem-se, ou permanecerem no Paiz, somente aos Chefes, e Oííícines Argentinos, Op?arcim algut^s p*ela primeira, e ds demais unira??i se so General Urquiza, com 3:S00 praças da pret. Logo a 14 s«)ube Rosas deste dasfecho, o desapontado, foi noícrio que bradara *. — enlregar-se antes de bater-se 1 I E o que fez elle, não lendo decorrido ainda quatro mezes completos ? AbiU, excessit, evosit, erupit, abandonando os seus no mais renhido da batalha.
Rendeo-so j)0Ís Oribe, com todo o pessoal, e material do seo Exercito : o parqiio tomad.i foi avaliado em hum milhão <]o pesos f^-rtes, comprehondidas todas as munições, e armamento, que junto á el!e depositava o iniquo Dictador para a encarniçji* da guerra, que linha do fazer ao Brasil.
No seguinte dia 12 de Outubro, consumada já a capitulação, cotíio temos referido, communicou o General Urquiza, pelo olfi- cio constante da nota õ3, á cada bum dos Alliados detalhada- mente a« c<in<!essões feitas, e os motivos, que decidiram-no a aceitar a Ccpitulação, st m ccnsullar primeiro as resoluções dos GovtM'nns Alliados, camo era indispensável. O IVesldente da R«*pub!ica Oriental, 1). Joaquim Soares, respondoo pela. forma quo a:bíi-se cm a nota n 54 ; c o General cm Chefo do Exer-
-. 107 —
cito Imperial, Marquez de Caxias, que ainJa se achava na mar- gem esquerda do Rio Gy, sobre o Passo de Polanco, e a terceira Divisão no Passo d'El-lL\ei sobre o mesmo Gy,5 legoas a esquerda, deixando interinamente encarregado do commando da Exercito o Marechal Bento Manoel, com ordem de apress&r- se para Santa Lúcia grande, e ahi aguardar suas ordens, par- lio logo para o Qaarlel General de Urquiza, então no Pantanoso, onde chegou ás 4 da tarde do dia 14, somente acompanhado do 2 " Regimento de Cavallaria de Linha. Alli conferenciaram, 9 depois de explicações, que entendeo indispensáveis nas circunstan- cias occorridas,dsrigio-se o dito General Caxias a 17 para Monte- \idéo,onde viose tão applaudido,e respeitado quer dos seos,quer dos estranhos, e com especialidade dos heróicos Orientaes^ Da' fensores da Praç^, que foi huma ovação completa a maneira, porque o vicloriaram. Em Montevideo communicou-se pessoal' mente com o illuslre Chefe das forças navaes Brasileiras, a cujo bordo recebeo iodas as honras devidas á sua alta Gerarchia,
Já em data de 14 do mesmo Outubro de 1851, havia ad- h^rido a Republica do Paraguay, á Alliança Americana, cele- brada enire o Brasil, e Estados Oriental, Correntino, e Entre- Riano. A 15 do mesmo mez, arvorou o General Garçon,no Cer- rito as Bandeiras Alhadas, com huma salva de vinte hum tiros : d'ahi o campo dos sitiadores ficou na obadiencia do Governo da Capital do Montevideo, para a qual a ^3 começ !U a emigração de Buenos-Ayres,onde reinava a maior constei nação, e desanimo^ Huma parte do 1 ° Batalhâií de Artilharia a pó do Exercito Brasileiro, que confomie anteriore? ordens, deveria ter seguido por terra, do Rio Grande, onde estava desde Agosto, a encorpo- rar-se á terceira Divisão, de que fazia parle, foi mandado por mar^ para Montevideo, primeiro destina, com quesahirada Corte, e alli aporíou em 20 de Outubro, desembarcando nesse mesmo dia* commandado pelo seo Chefe o digno Co- ronel Solidonio José António Pereira do Lago, para o Cerro, onde eslava o resto da Corpo, e huma Ala do extincto 6.*> Bata* Ihão de Caçadores : porém era já terminada a campanha de oitenta dias no Estado Oriental, tendo o egrégio Marquez da Caxias General em Cliefe do nosso Exercito, a indigne satisfa- ção de só ter que elogiar as praças, que o compunham, máximo na religiosa observância do respeito á propriedade no território, por onde marcharam, sendo muito de admirar, que n'um Exer- cito numeroso, elle General aptnias tivera de providenciar, em 25 de Setembro, sobre huma pequena infracção de ioviolabi- ]idade á mesma propriedade, o que foi cabalmente reparada pela iDaneira, que narra a nota n. 55.
— 108 —
Teíido o grosso do Exercito Imperial conlimiado suas mar- chas, a:'ampou a 20 do OuUihro sohrodito, sobre a margem es" querda de Santa Lúcia grande, no Passo do Coelho, com 77 í\4 legoas de p^^nosa marcha, desde Santa Anua do Livramento; e no^ dia inimediato se lhe epcorporou a terceira Divisão, que no seo trajecto, 62 1|2 legoas, desíie Jaguaráo ao mesmo Passo supra, alguns ret-ontros tivera com partidas das Divisõ-^s de Orihe. A quarta Divisão Ligeira passou a occapar Canelones. N'dquelle acampamento de Santa Lúcia, ainda appresentaram-se «o Gene- ral Caxias grande numero da Guardas Nacionaes da Província de S. Pedro, que alig<u'os buscavam encorporar^se, e reforçar o Exercito : foram porém riispansados, e regressaram á Província, por se julgar desnecessária então mais Cavallaria, Já desde 23 de Outubro, lãobem havia sido dispensada a Guarda Nacional ua Brigada de reserva do mesmo Exercito, conrímandada pelo Con ronel Manoel Lucas de 0'íveira ; e foram lãobetn dispensados e maodados regressar todos os OíTiciaes da mesma Guarda, que estavam addidos por não terem seos Corpos no Exercito, e mais uez praças por cada companhia d'entre os casados.
CAPITULO XSXVIÍl,
O General Urqiiiza, tractando de pasmar á Buenos Ayres, eom o Exercito Alliado, e Libertador, fez ucn app(3llo aos Ar- gentinos em iv) de Outubro, (1851) e a 2*2 fez embarcar para a í^oncordia nos Vapores Brasileiros D. Pedro //, Recife, e D» Affonso toda a Infantaria Argentina, que se lhe unira, e bem as- sim a D;visão Correnlina, que fazia parte do Exercito do mesmo General, o qual a 21 dirigiose aos Habitante* do Estado Orieii"
ai (nota 56), e depois á seos soldados, (nota 57 )
Em 28 do dito mez de Outubro, foram dissolvidas as Le- giões Estrangeiras em Montevideo, e a oO despedio-se Urquizar pelí) theor, que mostra a not. 58, do benemérito e honrado Pro- sidentf* da Republica Oriental D. Joaquim Soares, afim de seguir pira Entre Rios com o seo Exercito, e de fa; to seguiu a 31 wí Vapor i4/^ò/iso, chegando em 4 de Novembro a Gualeguachú, O restantci da força da Entre Rios, ficou sub as ordens do Co- ronel IJrdinarrain,
A 30 do sobredito Outubro, havia lãobem seguido para seo Acampamento em hanta Lúcia grande, a* 12 léguas de Mon- tevideo, o General em Chefe Caxias, que voltou á aquella GiíJada
ao dia 1.° de Novembro, recolhendo se novamente ao Acampa- mento na tarde do dia 5 do mencionado mez.
— 109 —
Fumleâraení 31 ilo rcrcrido Outubro, no porto de Moníe- vsdêo. o vapor, quo transportava do Rio do Janeiro o Senador do lísíperioe Cciiselheiro do Estado Hoooríirio, fínnorio Ihrtud- io Carneiro Lf^ão, boja Visconde do Paraná, encarregado dliuma íí issão especial jOnio ao Governo Orienta!, e do Paraguay, e aos mais Governos Afíiados do Inrtperio no Rio da Trata, que erarn Knl/e«Rios,eCorrieutes, acor2!panhanjcL>-o como Secretario o Dr, José Maria da Silva Paranhos, q«3 fora depois nomeado Minis- tro Residente em Monlevidéo, A 5 de Novembro foi sqnello Se- nador recebido em aiidienci^i publica, no seo caracter de Env ado extraordinário e Ministro Pieiíipotcnciario, dirigindo p<.'r essa occisião a cliocuçào que se ie em a nc(a n. 59, ao Prtsidento da lU' publica Orienta!, cuja resposta tãcbeníi ahi se acbí?.
Havia já por Decreto do rnestnodia 5, o Governo d;» sr>- bredila Republica, extinguido o Goninjando Gera! dris Armas da Capital, e passado para as ordens i?nmediata5 do Ministro da Guerra, a segunda Legião da Guarda Nacional, e liitalbão de VaííCdS, ficando os outros sub as ordens do Genoral em Cbeío Garçon ]^i<u)dou-se lãobem crgani-ar hu«i?a Divi ão composta dos Bataibões Besiãlencia, Volteadores, Guarda Oriental, Baía- Ibão da ordem e do Esquadrão de Artilbaria cotn 3 peç?!S sub o tonifsiando do Coronei D. Ge/ar Dias bojo Genral. í!u!?i ou- tro Decreto dividio o território da Republica enj 4 grandes ses- sões, A 1 % composta dos Departamentos de Paisandií, Salto, e Taquaricnbó, conliou-se ao General D. Servando Gomes. — A 2 % com os dl» Serro Largo, Maldonado e Minas ao Brigadeiro Ge- neral O- Juan Antunio Lavalleja. — AS." dos Departamentos (lo S José, Dorasno, Sorianoe Gollonia ao General D, Anic'eto Medma. — A /i.*, de Montevideo, e Gano^ones sub a inimediut/x (dependência do General em Chefe, licando sub as ordens do njeMho os demais Commandantes nomeados.
CAPITULO XXXIX,
Tendo permanecido aampida na margem esqiií^rda de San* ta Luí:ia, o Exercito Brasiieiro, cn;ão com cerca do 2Q'7D bo- Hiens, mudou se no dia 2 de Novembro ( 1851) para a nsaigem dir<iiía, e a 7 do dito mez, foi dispensado do cofnai-índ) da pri- meira Divisão, por lífuito ter-s-í aggravado sua enfermidadi;, o Marechal dii Cbmpo, boje Marecbaí áo Exerc.to reformado, R» n- lo ^ilanoel lUbeiro, esse mui dislinclo veteiano, qi;e invidava todas iiá suas íurças, já cm idade tão fevan^id:, só para umJa
^ 1 10 —
prestar n'uma !uta de morto, ou vida para o seo Paiz natal : ps^i- sou pois dignamente a substitui-lo o Brigadeiro Manjei Marquas útí Souza, hoje Marechal Barão de Porto Alegre.
No mesjDO dia 7 de Novembro, reunio se em Montevideo, a Assembléa dos Notáveis, perante quem o conspicuo, o mui digno Presidente da Republica D. Joaquim Soares, proferio a sua mensagem, da qual a nota ní^ expõe os tópicos mais recomen- da veia.
Acband.i-se o Exercito Brasileiro, a 47 de Novembro sobre dito, em Cufré, alem de Santa Lúcia, deo lhe o seo digno Gene- ral cm Chefe, huma nova organisação quanto as Divisões, e Bri- gadas peia ortiem do dia n. 29, íicando só doze Brigadas, porém com as mesmas quatro Divisões, que havia, alem da Artilharia a Cavalloelc, p^ia forma seguinte, tendo depois mui pequenas^ alterações, que são convenientemente indicadas.
PRIMEIRA DIVISÃO.
CommanJante Brigadeiro Manoel Marguss de Souza, bojft Marechal Barão de Porto Alegre ( que substituio o Marechal Ben/o iiJanoelf o qual ge retirara gravemente enfermo.)
Era composta da 1.^ 3^ e 10/ Brigadas,
l."* BRIGADA*
Commandanto Coronel Francisco Félix da Fonseca Perei' ra Pinto, boje Brigadeiro.
Batalhão 8.° de Infantaria, ora o 7.', CommanJante inte- rino Major Carlos fíesin.
Balalhão 11, hoje o 10 d»? Inf-inlaria, Commandante Te- nente Coronel Francisco Victor de i\leUo e Albuquerque.
2," Regimento de Cavailaria Ligeira, Commandante Tenent» le Coronel itia'íí7í'/ Luiz Ozorio, ora Corcne!.
3^ BRIGADA.
Comman lante Coronel João Propicio Mena Barreto,
5 ° Regimento da Guarda Nacional de Bago, organisado'
dos do'us corpos do Bjgé, Commandanto o Coronel João Anto^
mo Severo.
4." Regimento de Cavailaria Ligei ra, CommanJante inte*
ri no o Coronel Francisco de Paula iV acedo Ranoel.
- lil -
10/ BIUGADA.
r.ommsniJaníe o Goronoi do Batalhão H de infantaria Liiiz Manoel de Lima e Silva.
Batalhão ti, 3 de Irifanlaria, Commandante interino Blejor CuilliiT me Xavier de Souza.
Batalhão n. 5 de infantaria, Comiuaiidante Coronel Feli- ciano António Falcão, hoje Brigadeiro.
Baíalbâo n. 2 4 de Iníantaria, hojo Í3, Gomníandante inte- riiio^ifíjor Francisco Joaquim Femira de Carvulho.
Conlingonles da Guarda Nacional es!acio!íaíÍa e/n Cacapava : <>síos coníiíigen*es já estando di.-iSiílvidos, foran) suhslituidos por huma (Companhia da Corpo das Dores, Coínm indanle o Capi- tão do Mitísmo Corpo Jonquím da Siíoi Brandão,
SEGUNDA DIVISÃO.
Commiindantfl o Brigadeiro, João Frederico Caldwell, Loja Marechal de Campo.
CoiMposla das 2.*^ 5." 6.*^ e 7»* Brigadas.
2 ^ BEIGADA.
Commandante o Coronel do 2 ** Batalhão de Infantaria Ma- neei Mimiz Tf!vaTes,
Batalhão n. 2 de Infantaria, Commandante interino Major Joaquim Rodrigices Coelho Kvlhj*
Batalhão n. 6 de dita Cfjniaiaiidante Tenente Coronel Liáz José Ferrciray brj o Coronel.
Batalhão n, lo Coíísfnandante o Tanenlo Coronel Martinho J^iipíisla Ferreira Tamarindo, ht-jj CoroneL
5." BRIGADA.
Commandante o Coronsi da Goarda Nacional José Joaquim cC Andrade ])!cvgs
3," [logimeolo de Cavalíaria Ligeira, Commandante inte- rino Major Cândido José Sanches da Sdvi Brandão,
4.® Regimento de Cavallaiia da Guarda Nacional de S. Bor-* ja, Commandante o Tenoale Caronsi /í^sc Corrêa d'A Silva Cid' marãcs .
.15
— 112 —
6 " BRIGADA.
Commandante o Coronel do Batalhão n. 4 de Infantaria Severo Luiz da Costa Labareda Prates,
Batalhão n. h de infantaria Commandanle interino Major graduado José Domingues do Couto,
Batalhão n. l2 de Infantaria, Gommandante Tenente Co* ronel Francisco Xavier Torres,
7/ BRIGADA.
Commandanle o Coronel da Guarda Nacional Soão Gomes Poríinfio .
s^, 1 .° Picgimento de Cavalíaria da Guarda Nacional compôs- lo áos corpos da Cachoeira, e SaiUa Mdria,Gommandaute Tenoa- Ití Coronel ^csé Alves Valençz.
Corpo de Cavaiiaria de Itaqui da mesma Guarda, Gomman- dante T<inente Coronel António Fernandes Lima,
TERCEIRA DIVISÃO.
Gommandante o Brig^dsiro Jos(^ Fer/ia?2'ics dos Santos P e- ri ira.
Composta díS 4.% 8.^ e 9.^ Brigadas.
4.^ BRIGADA.
Commandante o Coronel da Guarda Nacional Jerónimo Ja* cinto Pereira,
2 "" Regimento de Cavacaria da Guarda NaciomI, composto da dí Cas apHva «Lavrai?, Gomfnandante interino Teoeate Co- ió nJ Ma^'oel de Oliveira Bueno
Corpo da mesma Guarda do Eio Pardo Gommandante Te- n nte Coronel Serafim Eloy da Silva Camará.
tsquadrão l*rovisorij Cummandante Major iosé António fia Metia e Silva.
fcisquadião Provisório Gommandante M^íjor Sosé Rodrigues Vaqueiro.
N D, Perttiticeo mais á esia Brigida p:la orJsm do dia n. 3 '5 de "1 de Janeiro de í852.
O Corpa da Guardi) Nacii>ii3Í da Enr.niziihada Comman dai.tg Tenciílij Coro.icl haquim .Uacicl de Oliveira,
— 113 —
8 .* BRIGADA .
Comm andante o Coronel Barão de Jacuhy„
Corpo de Cavallaria da Guarda Nacional de Piraliuy, Com-
líiandanto Tenente Coronel Ismael Soares de Azambuja.
Dito de Jaguarão Gommandanle Tenente Coronel FloriS"
hello António d' Ávila ,
Dito de Pelotas, Commandante Serafim Ignacio dos Anjos, Esquadrão do Boqueirão, Commaadante Major Vicente Viei'
ra Braga»
9 . * BRIGADA,
Commandante o Coronel Vicente Paião de Oliveira Villas* loas,
1.^ Batalhão de Artilharia, armado a fnzi), Commandante Coronel Graduado Solidonio 3osé António Pereira do Lago,
N.Bciisíe Batalhão foi substituido cm Janeiro do íSb2 pelo 2." Batalhão da mesma arma, Commandante o Coronel <Seiero José de Souza Lima,
Batalhão de Infantaria da Guarda Nacional do Rio Grande, Commandante o Tenente Coronel íosé ioaquim Cândido de Ma* cedo»
Batalhão n. 7 de Infantaria ( boje exlincto ) Commandante Tenente Coronel Jo«o Guilherme Bruce,
Batalhão n. :I5 co Infantaria ( o de Allemães ) Comman- dante Tenente Coronel Barão vou iJayde,
Corpo de Cavalleria da Guarda Nacional do Município do Rio Grande ( d*onde não sahio) Gommandanle o Tenente Coronel 3osé Joaquim Barhos<i^
Dito dito de S. José do Norte, Commandante Major Genui- 910 da Silva Ferreira, N» B, Táobem nunca sahio do Municipio, o por ultÍKio foi despensado.
QUARTA DIVISÃO, OU LIGEIRA.
^ Commandante o Coronel da Guarda Nacional, David Ca* mavarro,
Gompunha^SQ das Brigadas !1 e í2.-
11^ BRIGADA.
€omm. o Coronel da Guarda Nacional Dmctrio Ri^^it^.'
^ 114 -^
2.* Corpo da Cavaliaiia da GaarJa Nacional da Alegrete^ Gommandanie o Tenente Coronel Miguel Luiz da Cunha,
Corpo da Guarda Nacional do S. Gabriel, Gomrnandante, cm siibslitiiiaío do Coronal Domingos José Alves du Cunha, que por doente retirou-sí, o Major Sebastião José do Couto.
12.^ BRIGADA.
Commandante o Coronel da Guarda Nacional João Antónia da Silveira-.
1. ° Corpo de Cavallaria da Guarda Nacional de Alegreto- Gommandante o Tenento Coronel Severino Ribnro di Almeida.
Corpo Provisório de voluntários da ui esaia, Gooimaadante o Major José António de Souza Vargas.
3.** Corpo da Guarda Nacional d<5 Uruguayana, Comman- dante o Tenente Gorooe) Zozimo de Oliveira Buem»
ARTILHARIA.
Commandante Gerai dosta arma, o Coronel Francisco Anta • nio da Silva Bitancourt, hijo Brigadeiro Graduado.
1.° Regimento d'Artilharia a cavallo, e Bateria de fogue- tes de Gongreve, á elle addida, Gomrnandante o Major Joaquim Gonçalves Fontes^ hoje Tiinente Coronel
S.** Regimento dtí Ariiiharia a cavailof o Prussiaao ) Com- mandante interino Major Barão de L^mmert : no impedimento do Commandante Tenente Coronel Barão Giiido von lleldt que pe- dira Conselho de Guerra,
1." B.ita!hã) de Arlilhiria. que esteve na terceira Divisão armado a fiizil, passou a píírteiicer, desligad) da 9 " Brigada pfíla ordem do dia da 2 de Jaa^iríde 1352, ao commando ge- ral d* Artilharia, e rucebeo bgi seis boocas de fogo, conservando o mesmo Cliefe o Gironel Solidonía,
N. B. O Corpo de Cavallaria da Guarda Nacional do Er- va!,e Arro'o GranJo; CTmmandantc Tenente Coronel Maximiano Soares Uma, permaneceo cobrindo a Fronteira; a Companhia de Infantaria de Jaguarão, Coniniandante o Capitão José Aiigu:^^' to PenedOf guarnecia a dita V';!Ia ; o Batalhão de Infantaria da Guarda Nicional d í Pelotas, G »mm anflantc interino Major Joíl** (^idin de Sà (iranj) fazia M mesmo a guarnição, ctc.
— . 115 —
Ttin(Jo-s(í o E^icrcito imperial íransferid > iJa Passo ãi Coa- lho, no Santa Lúcia, para o do So'{Jado, (râlli seguia, e a 20 lio Novcíibro, achava-so na costa do Arroio Miíiiiano, ea 25 na Golonia do S-cramento, ponto qu3 distanto do passo do soldado -25 legoas passaram a occupar a í ,* 2.^ e 3.^ Divisões, lendo esías forças sido aygmeíiladas poio 2,° Batalhão do Artilharia apé, ro^ conlemenío chegado do Bio da Janeiro ; permanecendo a 1.^ Divisão, ou Ligeira, acr.mpada em Caneíones.
A 26 do mesmo Novsíísbro, partio do Montevideo o Sem-^ dor Carneiro Leão, para Gualegoaichú, onde chegou a 29, o a!li encontrando o Gonerai Urqoiza, tevo com e!!e varias conferen- cias, e com D. José Verges, Encarregado do Nagoc^^os do Gover- no do Par.jgaay, junto á ílep-ibiica Oriental: conseguido o fim a que se propunfia, reJativo á novas aliignças, regressou em 2 do Dezembro segniníe para Montevideo, á ccj^ Cidado eporlara no d; i 4, dí^pois de haver locado na Cob)nia do Sacramento, ondo algumas horas í^jSsou em coníoreaeia com o baneaícrito Geae"* l'ul em Cheio Brasileiro,
IIM Dl PULMEIRA PARTE.
ilililillillliiiilll 1
PUTE SEGllOÂ
CAPITULO 1
Em quanto a causa da Liberdade, e Civilisaçao progredia já triumphante ii« Estado Oriental, os mashorqueiros de llosas, essa íia a roais conlemptivel dos Foitenhos, secretamente inci- tados, afadigavana-se por tornar o Brasil odicscs aos honrados Argentinos, e nelíes atear transactos, e arrefecidos prejuízos ; mais qoe todos poré!\i se fez notável hum D. Lourenço Tor- res, o próprio que depois não foi capaz de empunhar as arm;is, nem inda por momentos, quanto mais expor-se a perecer de- fendendo seo senhor, e parente ; ou ao menos, com a mesma mascara de Truão, simular, que procurava sustentar por algu- mas horas, no Campo de Marte, esse deaodo que na paz invocava tão incendido em prol da Pátria, que e!le juntamente apunha- lava. Suas viruleotiis, e assaivajadas diatribes, seos dislates acai- relados de asquerosas imposturas reproduziam se a miúdo, e em toda parte ; não se fiontentando porem com o escândalo, de que fora elle o réprobo autor, eíR 15 de julho de 1851, no Theatro Argentino, e da que já falíamos na primeira parte, pag. 87, renovou-o nas Sessões da Salia de Keprejentantes, alardeando dlium celebre conto de duas bandeira?, ou estandartes Brasilei- ros, que diz^iis servir de tropheos na Calhedrai de Buenos-Ay- res ; tendo nessa occasiáo o tresloucado arrojo de entre outros rudes, e desprezíveis sarcasmas,taxar de covardes os Brasileiros !Il
E pois qoe essa historia de bandeiras nuaca foi ventilada, c as sandices, e impudência do enfatuado Argentino, allusivas á taes bandeiras uão devam passar desapercebidas, porqao a men- lira, muitas vezes repelida^usurpa as cândidas vestes da verdade ; seja-nos licito, prevaiecendo-nos do ensejo, e cedendo á voz do mbíQ Patriotismo, desmascarar, como bom Brasileiro, o cmbps-
— Í18 —
teiro dlffamador, e para isso lembraremos em primeiro lagar» que entre os fartos ínemoraveis (Jo Impetio Brasileiro, íiolam-se- 0 (riumpho do 1." de Abiil dô t/75, oMido na cidade do Rio Grande contra acasloladas forças ílesp»,nho!a?, quo por onze aii- nos occuparam aqueiia Cidade, enlào mesquinha Yilla. A toma- da das sota Missões em 180S. A Vfctoria de 3 de Outubro de l8!(), orn frente ao Povo de S. Barja, a!(;ançada sabre fjrças de Audié Arlig3f>, o Siitel. A Yictoria na batalha de iòiraocai^ ganha a Í9 do tnesmo Outubro, ao General Verdam ; e a de Ca- pcunthl' a 27 do dito mez, arrancada cm renhida refrega i\ José Arligas. As grandiosas victorias de á^rapehy a 3, e de Calalan a /{ de Janeiro de 18^7, obtidas contra o Exercito oonnriandado pelo nsesmo José Arligas na primeira, e por S3o Major Generai La Torro na spgunda, onde o inimigo juncou o campo de novecentos mortos inclusive vinte OíTiciaes, ficando cm nosso poder duzenSos e noventa prisioneiros, buma bandeira, sete caixas de guerra, duas peças d'Artilharia etc ele ; e nem pjr isso a bandeira, caixas, e peças foram aos nossos Templos! Km segundo lugar contaremos secn dobrezes, a origem e toda a verdadaira bistoiia ò'aqueilas bandeiras, ou estandartes, de quo íallou o histrião, e abrcpticio Torres : sim, nós referirennos com a possivei minúcia, todo o occorrido na grande batalha do IliizaÍ!t(/ó, a 20 de Fevereiro de 1827, batalha em que, con» quanto assas pleiteada fosse pe« jos belíigerantes,não houve vencedores, nem vencidos, visto como os dous Exércitos ces;iaranr> de pelejar^ em demasia fatigcdos, po« rim nunca derrotados, sem todavia continuar, ou renjvar-s3 nos dias imtnediatos, a acção, que indecisa não conferio á algum dos contendores unia victoria^deliniliva, importante, e completa. E quando anibos se allribuissem a vicloria, o Exercito lirasilei* ro, qns era tão dispar em numero ao Arg(;nlino, falo-hia com mais direito, rendeado an» Todo Poderoso acções de graças pelo íeliz exilo daqucdc dia de bravura.
Para mais cabal esclarecimento deste ponto da Pátria I!is- loria, encetaremos a narração dos accuntecimenios dcíiie a orga- nisação do Exercito Imparia! pelo Marquez de Bjrbacena, Gene- ral Commandanto cm Chefe do mesmo. Achava sií o dito Exer- cito em Santa Anna do Livramento, quando no 1." de Janeiro de 1827 tomou o commando ddWô aquelle illustre Gciiera!, qne demorou-ie alli até 12 do sobredito moz. No seguinte dia 13 inovco se o Exercito, tendo se dolle dosn>embrado alga aia f3rça sub o commando do Marecijal Guálavo Henrique Drown para o lado de Jaguarão ; o rontniuava suas marchas ainda sesn verda- deira orgonisação Militar, dovidido em duas parles, a saber, For-
— 119 —
<ça de 1.* Linha, Força de 2." Linha : e a direcção da cada hii- mà delias era diariamente dada ao Chefo mais graduado, qiia então prompto se oííerecia.
Ao General em Chefe appresentou^se, em 31 de Janeiro do dito anno, o Brigadeiro Joáo Òhrisostomo Callado/Jioje Marechal da Exercito reformado, que fora mandada vir da Gisplatica para ser empregado no Exercito, que n'aquelle dia transpunha o Kio Camacuan, Este OPiícial General prevenio ao General em Chefe, que tinha de baler-se com hum Exercito de dez mil ho- men*^, bem commsndado, melhor organisado, e armado ; e quo por consequência muito conviria dosde já dar ao Brasileiro huma completa forma militar. Dócil o Marquez á esta reflexão, fez |(ígo organisar o Exercito em duas Divisões, compostas de qua» Iro Brigadas de Cavaliana, e duas de Infantaria, confiando o commando da 1.' Divisão ao então Brigadeiro Sebastião Barreto Pereira Pinto, e o da 2. * ao mesmo Brigadeiro Calledo. Foi tãobem resolvido, que fosse chamado o Marechal Brown a en- corpoTar-se ao Exercito com as forças, que acompanhavam-no, « «ssa encorporação teve lugar a 5 da Fevereiro do referido an- uo de 1827 : htima tal medida tornou se muitissimo proveitosa, par quanto, conforme o próprio General Carlos Alvear afirmou, transtornou lhe assas os seos premeditados planos.
Progrediam as marchas, e em tanto haviam feito presuadir ao Marquez, que o inimigo remonlava-se, a marchas forçadas ; e de feito assiiti parecia, visto como o seo General em Chefe dil^í Alvear simulou fugir, por alguns dias, com todo o Exercito,então forte de dwz mil quinhentas ciucoenta e sete praças, abandonando, nos últimos dias anteriores á Batalha, até carros do bagagem, e outros objectos, como retnoras, do que se queria de5empeçar,para assim melhor persuadir, quo hsa em precipitada retirada.
Era em tal occasião, segundo conta-se, quj o Marechal Brown, investido no cargo da Chefo do Estado maior, (a) mais
(a) Foi a primeira vez, que no Rterciío do Rrasil, on.la iuda S8;;uia'<;3 em lodo a rotina de Porlujal, Uouveo Ernpre;i;o de Cii>fo do Esliido m.iior General : o ensaio deste cargo, data do século passado, no reinado de LuizItlV da França; porém só foi desenvolvida sua tbeoria por C'iruot, no tempo da Rovoluguo Fran- ceza, e Napoleão elevou-a á perfeição, e foi l!ie de grande auKilio. Entrq nôs o primeiro ensaio, que judiciosamente intentou se, trouxe o pjmo da Discoidin, pois em ve^ de tornar-se o Cliefe do FiStacío maior a cúpula do grande edifício n íia- mado Exercito, para harmonisal-o, e fazer-lhe todo o bem, ao contrario consta que barulhou, se não desmoralisou tudo. Todavia quando o Chefe do Estado maior ti'hum Exercito possuir as qualidades essenciaei á esse Empre;ío, com) grande ca - pacidade, firmeza, integridade, iutelli^encij, polidez, e agilidade ; e quando 8eo9 subordinados só pensarem em coadjuval-o, e plenamente obedecer ; quando final- mente elle não for instigador de intriga*, prosperjj e grau liisos deveiíi ser os re- sultados para o Exercito, que o tiver.
16
— 120 —
activava os brandões da intriga, despeitado por não lhe ter cabi- do o cominando em Chefe ; o desta arlo tirava ao Marquez a pouca fcrça, que podia ter, visto faltar-lho alli o prestigio, fosse embora hum General valente, e possuísse conhecimentos milita- res, e civis, que muito o recomendavam. Inda assi*n o Ex^Tcito conteve-se na subordinação, e seo General em Chefe continuava a ir no encalço dos Argentinos, accolerando-sa mais e mais, com o lirmo propósito do alcança los primeiro que transpozessem o Uio Santa Maria.
Em quanto dava caça ao inim-go, julgou conveniente o Marquez destacar para hum certo ponto o então Coronel Bento Manoel Riboiro,hnje Marechal do ííxercito reformado, com huma Brigada Ligeira, qua não faziíi parta das duas Divisões, o constava do mil e duzentos homens de Gavallaria, licanJo por tanto o soo Exercito, cujo total eram 6;727 homens, com 5:007 combatentes prompt<!S ao momento de travar a batalha a saber, 2:635 da 1.^ Divisão, 1542 da 2/ dita, 2^0 Artilheiros, o 590 da 2.^ Bíigada Ligeira, sem cornarmos 500 paia&nos voluntários? que formavam huma columna da vanguarda, ao mando do General Barão do Serro Largo e haviauj sido cssoihidos, e reunidos por elle, os quaes debandaram em occasião de huma forte carga do iniiíiigo, compromettendo assim a 2.* Divisão, sobre quem ca- biram.
O quadro d'hum, e outro Exercito, em 20 de Fevereiro da i827, ao entrarem na famosa acção án Itiizaingò era o dos dous Mapas, que com toda a exactidão vão reproduzidos na pagin^ Í2l em fronte, o na que so lhe segue. —
— 121 —
— 122 —
INFAINTAK. E ARTILK
CAYALLARIA.
o
^-; wl U tS •*■
% o O O O
Sí. C ~ - W
> 5;
CJtnr'. ni;»© oo&ojks^
o 2. ;:l
s; t —
►-> u
£> ►..
\9'
tr^w
t —
^ 5'
re H o
^ o o o c o o
I
n o
B,» S « » « S 3
c cr =
= c c fT
.tÊ
= Í9^:E
~ ^ c !!:. c f^ ;
c 5.
o tí
ri Q
i I
O» I c;ia«£>*ít»caw*'*'^
«.«CO
2 |
|
n |
Hi |
o |
<>> |
>a |
a^ |
u. |
O |
cr> |
c^
^^ |
1 |
a- |
|
o |
|
t>5 |
|
c^ |
|
o |
km § |
•^ |
^-^>'@ |
•** o |
^1 |
"^ |
^ 1 |
"*^ |
0^,1 |
CO |
í^l |
Q> |
\BS 1 |
;s |
Hl |
cl |
|
Pt |
|
S |
^ |
-s> |
^i |
s |
!^| |
b3 |
■^1 |
a |
In 1 |
QO lo
a C
^ I
O
^ 12S —
A' çisla dos ditos mapas, que ficara exarados anlecedenle- menlo, Iransuniplo fiel dos quedernm-se ant^^s da Batalha, não padece duvida, que o Exercito Argentino era de 10:557 praças, e que muito desviou-se da verdade seo General em Chefe Al- vear n'um Opúsculo, que imprimio em 1827, em Bucnos-Ayres, para defender-se da accusação, que al!i foi-lhe feita, por quanto para encarecer seos serviços, e habilidade, nào trepidou em aló avançara pag. 42, que o Exercito Republicano tinha huma ter- ceira parte menos, que o Imperial, quando se bateram 1 E a pa- gina 98, n*um oííicio, que transcreveo, por ello dirigido, lô se que os 10,000 homens que elle linha, erão nossos, e que tivera de arrosta-los com seis mil e duzentos I Procurou assim hum eíTu- gio á vergonha de, com dúplices cobortes, deixar de perseguir, e cortar a retirada ao Exercito Imperial ; o qual niezes depois da batalha, e já tendo recebido reforços, não excedia no 1.' dp Maio seguinte a 7:064 praças, compondo se ainda o Republicano de 8;847, cm 22 de Abril do mesmo anno de 1827, o que mo. Ibor se evidencea pelos outros seguintes mapas, que são láobem exaclissimos. —
Mapa da Força do Exercito Brasileiro no dia i.° de Maio cie 1827, tomando então delle o cominando em chefe o Te- I nente General Carlos Frederico Lecor^ Visconde da ÍMguna, |
Força e(n parada , . , . 5,058 ^
Em diííerentes destinos 2.006 f
Totjl do Exercito 7,064 |
•fBSsssassi^}.
Copia do original d' um Mapa, que foi apanhado ao iniinigo em — Bagé — pelo qual se palentea^ que ainda em Abril constava dos mesmos Corpos, com que entrou em a batalha de 20 de Fevereiro, ha- vendo só alteração no seo total, pois appresenta a diminuição de mil setecentos e dez praças, certa- mente por ter sido esse o prejuizo, ou pouco me-- noSy sofrido por elle, na dita batalha-, porém nunca os sós quinhentos homens, que o Chefe dí Estado maior do mesmo inimigo refere no seo bo- letim.
— 124 —
EJERCITO REPUBLICANO.
listado, que ckmmslra la fiierza presente^ que tiene ciio expressado en el dia de la fecha
Regim.''d'Arlilli. Ligera. Balailciies de Cazadores. «
cl Exer-
Regimíento de Cavallaria
Colorados,
Esquôdron de Corazeros. Díviiiou de \aiiguardia.
li
|Somas parciales
Vi |
OFFI |
i. |
||
b kJ |
CIALES |
o cã |
TJTAL |
|
e |
- |
H |
||
3 |
32 |
437 |
||
N." 1 \ 2 |
19 |
430 |
||
N." 2/ |
3 |
27 |
460 |
|
\.» 3.» |
s |
23 |
470 |
|
N ° 5." |
2 |
27 |
530 |
|
N.o l.o, A |
28 |
480 |
||
N.« 2."! S |
29 |
472 |
||
N.* 3 « |
4 |
26 |
396 |
|
X.» 4.0 |
3 |
24 |
407 |
|
N,*» 8.» |
h |
2õ |
415 |
|
N.« 9 *» |
3 |
9.3 |
403 |
|
N,*> IG |
4 |
26 |
A^l7 |
|
3 |
22 |
411 |
||
2 |
11 |
187 |
||
11 |
23l |
•2295 |
||
M |
573 |
8220 |
8,8^7 |
.vu^4K^^;,:.4jJ^^^^,*'^^<-^w»N^<ai^?'|tvv!P^^A?3».fÍTÍJ-Mi3fgt.
Quartel General em Baile Avril 22 de 18'^7.
Geronimo Espejo,
CAPllTLO II.
Logo qijí» O General Alvear conseguio buma p:)sição cmi» nentemcnle militar, quer por vantajosa, quer por iaílanquiaveU a buma legoa do Rio Sanla Maria, cm Itiizaingò^ dco subita- mente volta, fez alto, passou o grosso de suas bagagens, e lo- dos os doentes para o outro lado do Rio, occultou buma parle desuas tropas no reverso das coxilhas, e com a outra aguardou descançado, e com perftíito Cí>nbecia}enlo do terrena, o alvorecer
— 125 —
do dia 20 de Fovereiro( 1S27 ) para surprerder, como surprcn- d«o o íixercito Brasiioiro, contr;» a expectação do Marquez, qua osbííi rou so CGin o inimigo, assim coUocado em posições esco- lhidas, quando menos o suspeilava. Seo sohresalto serio menor so o Barão do Serro Largo, que formava a vanguarda, o tivesso poslo sobre avisos, apenas lobrigara forças conlrarias ; mas pa- rece, que suppondo o dito Barão, que poderia sozinho, em curla escaramuça, cscarmpntal os, por ser algum Ircço explorador se- gregado do grosso do Exercito d'A!vear, guardou silencio, aiifn de n=io repartir os louros : se assim foi, bem depressa conboceo o seo erro, o muito caro pagou sua ambição.
Tratou o General em Chefe do Exercito Brasileiro do em tal apuro, occopar pela melhor forma, a diííicil posição, qua unicamente restava ; porém sua Artilharia não foi bem colloca- da pelo Chefe do Estado maior, segundo a opinião de varros, que. la so acharam. Finalmente pelas cinco horas e Ires quarto^ da manhãa, lãobeni suppondo o Marquez, que o inimigo oáo li- nha já toda a sua força a quem do Rio, appressou travar o com * bat«, o que realisouse com máximo enlbusiasmo da parle dos Brasileiros, que orçavam, como lemos mo«trado, a 5,007 ho- mens contra 10,557 ditos ; e o que ho mais sem ter havido plano, o aquella disposição e ordetn, que he indispensável; porém inda a«sim avançando elles sobre as posições inimigas, obraram- se prodigios, e a perícia, e bravura das tropas Imperiaes osten- tou-se sem limites.
Não tardou muito que o General Alvear &ppresentas3e em batalhão total do suas forças, em numero tão superior, que a prudência aconselharia ao Exercito imperial quesi limitar so á defensiva : todavia a sua coragem não sofreo quebra, e na direi- ta da nossa linha, o esquerda dos contrários, onde opa^ava a 1.'' Divisão Brasileira, cooípo^^ta da 1.^ Brigada do inlanlaria, e da t * e 2/ de Cavbllaria , aquolla com es Balalhõos de Ca- çadores 3.° e 4.^o o 27 de Inffcutaria ( o de Allemães ) e as de Cavallaria com os Regimentos n. 1 e 4 da 1." Linha, 2h da 2.^ Linha, ( qno vergonhosamente arrecuou ) es Lanceiros Imperiacs, e o de Lunarejo,que lãodislincto se mostrou,além da 2.* Brigada ligeira, que comrnandava o Coronel Bento Gonçah ves da Silva ; tornou se a batalha sobre modo encarniçada, o os Ires Batalhões de íníantaria, que formavam a dita l.'* Briga- da na Divisão, faziam perder terreno a quatro Batalhões disci» plinados da Infantaria inimiga, arro^tando-os, e bem assim a sua Cavallaria, com incrivel ardimento.
N'essa bellica rt frega, perdeo o 4.' Batôlhào de Caçadores
— 126 —
o Major Bento Joeé Galamba, e dous Capitães Anlonio José Ferreira, o João Quirino de Vasconcellos, u foram gravemente feridos o soo Commandanle Tenente Gorontil Manoel Freire de Andrade, e Capitão António Luiz de Lemos ; resultando d'alii, que o hoje Marechal de Campo Manoel António Leitão Ban- deira, Oííicial mui distincto, e de extraordinária bravura, que era Coronel Commandanle da 1.* Brigada de Infantaria, ;:5é do 3.** Batalhão de Caçadores, acumulasse tãobem o commando do ■4.», Tão serio foi aquelle combate na direita de nossa linha, que o Chefe do Estado maior Marechal Brown passou a dirigir allt pessoalmente as nossas tropas, no que porlou-se com dis- tincção, sendo levemente contuso, o tendo hum cavallo morto. Sobre essa mesma direita carregou huma Divisão de Cavaíiaria inimiga, ecomo que parecendo contar com o triumpho, laníjou- se atrevidamente para romper o quadrado da Infantaria: foi porém heroicamente repolhda, perdendo seo Chefe, hum dos mais distinctos OlBciaes inimigos, morto sobre o campí), Huma parte da Brigada Ligeira do Coronel Binlo Gonçalves, e o Re- gimento de Cavallaria n. 4, bizarramente se assignalaram ; p^j- rèmodeslimido Regimento de Cavallaria áQ Lunarejo^ com- mandado pelo bravo dos bravos, o Coronel José Rodrigues Bar. bosa, portou se d'huma maneira superior a todo o elogio ; o que tudo bem dá a ver a parte do Commandante da 1.^ Divisão, (b)
(b) Illm. e Exm. Sr. — Ainda que nida me seria preciío iuforniír à V. Kx. Robreo comporlatnenlo da Divisão, que eu linha a honra de coniiuandjr Htt balaliia de ouleai 20 do corrente, porque V. Ex. fui testimunUa occular, c u maior parto dos movimentos da referida Divisão foram dirifuido-; por V. Ex. : com lude, cumprindo com hum de raeos sagrados deveres, devo afiançar á V. Ex , que a Divisão cumprio religiosamente seos deveres, porém devo em abono da razão, e da justiça, parlicularisar ai.* Brigada de Infantaria composta dos Batalhões 3, e 4, e 27 Allemães, comraandados i)elu benemérito e valeros.i Co- ronel Leilão. Esta Brigada, Exm Sr , fez prodígios de valor, e por isso eu a eonlemplo digna da cansideração de V. Ex , e recommendo com especialidade o referido Coronel Manoel António Leil3o Bandeira, assim cotno imploro í«a alta prolecsão a favor dos Oiliciaes, a quem elle parlicularisi. Igualmente se fei credora dos maiores elogios a 2.» Brigada de Cavallaria comm.inilada pel>) digno Coronel M"i-;uel Pereira de Araújo, composta do Regimento de Caval- laria n. 4, os Lanceiros ( Allemões ) Imperines, e do de Lunarejo de 2.' Li- nha. Esle Regimento dirigido pelo bravo Tenente Coronel José Rodrigues Barbosa, coube-ihe a honra de ser o primiiiro Corpo, qu2 atacou o inimigo, « foi tão diUincta e brilhante suionducta, quin lo em repetidos vivas a S. M . I . fel duas cargas successivas á forças muito superiores, qiii consegui > não sò rooi» per a primeira, como a 2.* Linha Inimiga, deixando o campo juncado de ca- dáveres O Commandante da Brigada recommeudá os individuos constantes d i relação junla, por elle assignadi, a qaalreputo de todi fé, ecrelito, e eu fal- taria ã justiça senão rccommeniasse á V. Ex. o reforiJo Coronsl Miguel Pereiri de Araújo, assim como o Mijor do dito Regimsnto de Cavallaria de 1," Linhn Francisco Xi vier Calmon da Silva Cibral, OíTioial esle, quj se portou com muita di^tiacçlo.^Oj Q3i3ia« çmpre^Uoj á? minhís ordeu?, Mduoel M Arques de S»>aíaj
— 127 —
O Tenenlo Emiiio Luiz Mallot, hoje Capitão, então com o com- mando de huma bateria de duas peças,qne protegiam o ataque da dita 1.^ Divisão, desemponhou-o com actividade, e boa cílicacia dos tiros coxalá que como e!!e se houvesse portado o (iorone! Tho- mó Madeira, Co rr.ryiandanle da Artilharia, sssás censurado na Or- dem do dia do 20 de Março de 18â7 do General Marquez do Barbacena.
Durante a batalha igualmente tornousa mui recommenda- vel a firmeza dos drus Esquadrões da Província da Bahia, comma ndados pelo Major, hoje Brigadeiro Luiz da França Pinto Garcez, o do 1,° Regimento de Cavallaria de Linha da CôrtCp qna nunca voltaram a cara ao inimigo, conforme o boletim do Quartel Mostre Caneral do Exercito o Tenente Coronel hnje Ma- rechal do Exercito roforníado Artonio Eliziario de Miranda e Brito, (cj que muita luz derrama sobre lodos os Feitos d'aquel!o
Tenente do Estado maior do rjiyrcití), e Francisco Félix da Fonseca Tenente do rjatíiihão dn Caçadores 23, cuuíprirjiu com seos deveres; com ludo supplico á Y. Ex. todoo favor, e justiça peK» Tencut^ M-:nc?! Marquez de Scv;:a, pois muito me coadjuvou. Deos Guarde a V. Kx. Campo eiu marcha 21 de Fevereiro de
4827. — Sebastião Darreto Pereira Pinto, íirigadoiro Coramandanle da 1,' Divisão.
(c) As cinco horas e três quartos do dia 20 de Fevereiro, indo o Exercito do Sul em marcha, appareceo o inimigo collocado nas coxilhas de Santa Rosa, sobranceiras ao passo do roes.iio nome, do Rio Santa Maria: marchavam na vanguarda duas Brigadas lij;eira?, huma composta de paisanos voii.ui irio« orga- nisados pelo Marechal Abreo. Em quanto o Exm, Sr. General em Chefe fazia hum rcconhecimei<lo da pdsiçuo, om que devera estabelecer o Exercito para se lialer cora o do inimigo, a primeira e segunda Divisões, esta do commando do B-igadeiro Callado, e aqaeila do Brigadeiro Barreto, mudaram de cavallof, no eníanto que os atiradores da Divisão ligeira estavam em tiroteio com os do ini- migo na s«a direita, e destacavam duas companhias de guerrilhas, para a esquer- da, alim de ilie (bservartm os movimentos, Lavalleja descnvolveo grande parte de sua cavallaria no seo llanco direito, sobre huma collina, e opi)nrf-,:-::i;enie na collina fronteira fui formada a 2." Divisão do nosso Exerci{>, ''?'""" dos Ha talhões -IS, e 18, e da 3 " e à." Brigadas de Gavallaiia, e.sta com os l^e:^imenlos 5 e 20, e aquella com o Regimento O, e EsqnadrOes da Bahia. Desenvolvendo o inimigo, na sua esquertía, força considerável de Cavallaria, oppuc-se-lhe a a.* Divisão do nosso Exercito, composta da 1,' Brigada de Infantaria, cemposta dos Batiilhões 3, Zj, e 27, eá 1.' e 2. " Brigadas de Cavallaria, que tem aquella ps Regimentos 1 e 2/i, estão íi e Lunarejo.A Artilharia ertabeleceo duas Bater '.is era lugares opportuncs com à peças em cada Divisião, e à para reserva, e movi- p^entos. O inimigo hia forn- ndo sua Infantaria no centro da Cavallaria, e pos- tando a sua Artilharia em poiílo coirespondeute à 1, « Divisão do nosso Exer- cito, appreseiitou a sua reserva na vGtagnarda em colnmnas, lendo tãobem dous corpos disponíveis nos ílísncos da Lanceiros e Dragões, e além d'isso, que já era superior ás nossas fo!ça% anparecia huma linha estabelecida em grande distan- cia. A8 71[2 rompeo o fogo das uc5sas baterias com algum successo, a Infan- taria da direita avançou protegida por duas peças ; o inimigo carregou, e foi repellido por duas vezes com bastante mortandade das sjas Tropas ; a no?sa es- querda foi tãobem carregada, quando já os voluntários vinham retirando-se, e a 2 ." Brigada Fiigeira linha pssiado a occuppar a parte mais elevada da collina na diíeila da píiaielra posição, O inimiijo leformou a carga da esquerda uussaj
— 128 —
Memorável dia^ficando o predito Regimento reduzida quasi a me- tade, entrando em o numero da perda, qae tivera, cinco oíliciaes, que foram o Gapilão João A.ilunio à)S Rais, os Tonante; Amador de Lemos e Quartel Mestre Joa.jijim í'lacid.> Nogueira^ o AiíerdS Jcsó Francisco de Melio, c o Ciíurgião ajudante Ant nio Veresfa Ferreiía, A huííia hofa da tarde fiaahneGto, e depois d'hijm renhido e Songo p«iíear, retirou se a í.® Divisão, e a 2." Brigada Ligeira na meíhor ordem, sem sereixi estoí vadas.para a margem esquerda do C&ceq!si,oiiJe bivaquiaram em a noite d'a' quelle dia;, e jarjíamente iodi c E%eri*iio.
Na esqiiôrda canjssa iinha, e direita do iaimigo a 2.* Di- \is3o do nosso Exercito, composta dos Bataihõas de Caçadores 13 da Bahia, el8 de Pernambaco, qua farmavam a 2.^ Brigada áo
c os voluntários do coraiiS-indo do Generól Abreo não podendo mslentar o enorme |)Gzo, que os carregava, dt-baiídaram, e reuni!'ara-se depois â hnhi, iu-
. tervalladus coui oifiiiuigo : sofr^o este grupj unia descarga dos Bataihõis 13 c 18, que já estavam íjrmjdas em quadrados, o que supiJOsLo oaeodcísae a nossa cavul- laria, ferindo alguiíias praças, aléai da Geoeral Altivo, que puujo depois inor- reo, fez que o iiiiraigo se retirasse disperstj, deixnnio o campo nas inainedia- tões das quadrados juncado de cadáveres, Huma parte do 4." Rjgimento, e qua- si lodos os Paisanos..., e o iiiimigo a soínbra disto fez Luaia yr-anJe carga sobre a direita, o outra depois sobre a esque.da, ambas farani rep^dii-ías c»m pi^rda çon.íideravel da inimigo, e algum i nassa : fizeram se notáveis aqui os Regimentos à, õ, 6 e29, e m^^is que todos Luuarejj, seudj luailo recomm:in;lavel a firmeza, que mostraram os EíCJidrõJS da Caíiia, e o 1." liegimenlo de Gavallaria dj
, Exercito, o qual perdeo rxiuitos ofíiciaes, e sol lados, e na:ica voltaram a cara ao inimiga Os Corpos, que o inimigo nustrava dispuniveis na direita, e esquerda, carregaram com o fim de nos valiear a linbn, e foram re;)eiii:tos , miS uma pe- quena furça, que passou pela retaguarda, levou as carretas de bagigem, e 5 de equipagem até o alagado, e e-tava, á no íSj esquerda, inatilzando, que uÍío pades- semus approveitar, e quanto a cavalliadis, que estivam juntas, os guardadores as retiravam para o lado de S. Gabriel, onJeenlraram a n^ite, sem qu9 o inimi- go se apossasse dfllas. Continuou o ataque com o m dor ardor, tendo jà si lo aniquilado o inimigo pTla retaguarda, e avançando iiuiito a nossa direita que Ília levando de baixo de si a esquerda do luiuiigo, sendo nola\el, ou ineMiio iue\preniive] ovalor dos Batalhões de infantaria 3. h, e 27, que apezar de lhes morrer muita gente ( entre os qua(ís foi o bravo Major Galamba) c muito fe- lido o bravo, e experto Commaudanie Freire do 4.° iiataltião, não deixaram de levar a morte, e o estrago ás fileiras iaimigas com a cooperai^ão da (iavalla- ria, e Artilharia do commando do bravo Tenente Mallet ; pOrem sucoedea- do se as cargas do inimigo, lendo o fogo posto hama p 'ça fora do serviço, doas carros mcnchegos, e duas forjas, teiido nó:', além disso, poucas mnnições, e estando as parelhas d? A ttijtiaria incapazes de manobrar, o Esm. Sr. General, em (.liefc, vendo tiuma força enorme, que carregou a esquerda, mandou re- tirar a direita a um? hoi a da tarde, e foi em retirada para o ia;lo de S.SLpé,rom pendo a Cavallaria pela Jrenlo, com a i>.a Brigi.da Ligeira pelo ílauco, coui a J.a e 2.A baterias, e para a retagrjajda nunca o inimigo pôat; romper ; condu- i-indo-se a 2. a Divisão ua bua icíirada com bum valor, que parecia diliicil '■oncebcr. Toda a Arlilharia portou se maravilhosameuic em todo o tempo d.i cção, que durou oito horas. To!?o o Estado maior mostrou sangue fiio a toila rova, e não ha individuo, que não mostrasse firmeza no combate, apezar da^^ nos.>*as forças regulares não passarem de cinco mil praças (pois que a Hrigada Ligeira do Cominando de bento Manoel não screunio ) eo inimigo exceder a sua força a dez mil homens. António Eliziario de Miranda e brito, Teuenle Coronel' ilugeuhciro Quartel Mestre General do Exercito.
— . 129 --
Infantaria, c da 3.' e 4 ^ Brigatías de Cavallsría, constando a terceira do Regiíi^pnto 6 du 1." Linha^e^Esquadrões da Bahia, e a quarta do 5** de 1 ,* Linha» e 20 d^ 2S repellio vários ?,taques ga- lhardamente, e por isso o iíiimigo tcrnou á carga com o grande pezo fie qnatro lísqiudrõíís, que não p.'^{:endo sr te-ia es voluntá- rios do Marí^cba! José d'Abr('o, B'írão do Serro Largo, debanda- raro, d.Mxando huma peça qae os protegia, (a qual foi depois reto- fpada) atropellaraio o 5" Oeg5n)cnto de Cavacaria, que estava em columwa, e cabiram s<!bre os dous Batalhões de Infantaria, 13 e 13, já formados em quadrado ; vinham porém eíles entrelaçados com os Esquadrões hostis, cujas bnlas já haviam morlo o cavailo do Genersl Callado, Coinmandtnte da Divisão ; o forçoso foi portanto fazerdhes fogo, que lãobem oííendeo alguns d^s vo- luntários do General Abreo, e a eUe pioprio, que pouco depois expirou { embora fo!^se por a'guns presumido, que o dito General fora ferido peio inimigo, e que então a sua gonla debandáia) : porem em conr^pensação obíevose.que os contrários se roíir?sseníi dispersos, tí itiircíenados, deixando o campo juncado de cadave^ res, ras immediações do nos?o quadrado.
Hum novo ataque dirige o inimigo, e ainda he retbaçído pelo 5" e 20 Regimento, de Cavallaria, que recelerem-no : já a fsse tempo a peça abandonada ptlos voluntários do General Abroo tinha sido rehavida. O General Commandento da 2,^ Divisão recebendo então crdem para destacar a 3.' Brigada da CavalSaria em protecção da 1 ^ Divisão, immedialameola cum- prio-a, e logo depois observando que os contrários procuravam envo've-lo, nunificou-lbes a tentativa pelas necessárias prrcau- ções, quo habilmente tomara : resuUou d'ahi, que o inimigc invidassQ desmedidos esforços, avançando com dez Esquadrões formados em duas linhas, sobre a 2.^ Divisão ; mas nem po isso foi melhor suGcedido, pois as vivas, e bem acerbadas descar gas da infantaria, dadas sobre elles, a 20 passos de distancia, O; compelíiram a recuar esearmentados, e em total desalinho. Sa bio a persegui-los o 5 " Regimento do Cavallaria, tendo a su frente soo digno Commandante o dislincto,e bravo Tenente Goro nel Felippí N^ry d'01ive!r3, depois Brigí^deiro, á quem deram se os mais subidos, o bem merecidos encoT.ios , sendo tãoben de!!eB digno o Capitão António Pelro d'AndRide Sotomaior, que morroo no combate. Foi então, dl ras horas da tsido quo ao Ccmmandante da Divisão doo-se aviso, de que já a primeira so retirava, e foi nesse niõsmo ensejo, quo o Genora! Aívear, que- rendo prevalecer SQ da opportuuldade, destacou sobre o ilan-» CO direito da 2.' Divisão dous fortes Esquadrões cem o
— !30 —
propósito de cortar aquclle 5,* Regimento do Cavaflaria : o quadrado rompeo opporlunamenle fogo, á voz do Goík man- dante da Brigada, e com fortuna lai, e tão certeiro, que vio cahir todo o primeiro esquadrão inimiga, de que apenas restaram a cavallo deseseis a vinte praças, cahindo morto tãobem hum do seos Chefes, (ti) Oílicial de distincção, debandando comp'elamenlQ o 2.° Epquadráo.
Er» aquelie quadrado da 2." Divisão, formado pelos Bata- lliõps, 13 e 18 de Caçadores, maia que muito aguerridos, e já distinclos, e victoriosos de s valentes Lusitanos, na gnerra da Independência, e ainda cooimandados pelos mesmos Cheíes us corajosos Tenente Coronel Beato Josó Lamenba do 18, o Coro- nel hoje Brigadeiro José Leite Pacheco do 13 ; faci! he portanto comprehender-se, que corpos taes jamais render-se-hiam ; e eis porque os Argentinos desesperados, e sobrecheios de assombro, por tamanho arrojo, e sangue frio, com que aquelles dous Bata^ Ihões, apenas secundados por huma só Brigada de Cavaiiaria, (a 4.® ) e já em retirada ai.* Divisão, os arrostavam impávidos, e effactua vem heroicamente tãobem a sua retirada, collocaram toda a esperança n'um alvitre, qual o de introduzirem a desor- dem n*aquelles guerreiros infantes, genoralisando o incêndio, <j«e já haviam lançado ao campo, aíiin de tolher-lhes desta arte «) passo. Hum tal proceder foi igualmente por demais, visto como a 2.^ Divisão, que então constaria da 1,200 homens, por ler destacado, com.o ja nolamns, a 3.^ Bjigada de Cavaiiaria, fazen- do denodado fogo em retirada, por entre todos «s obicos, reto- mou a Artilharia perdida ( que os inimigos J3cta''am-se de ter cm seo poder, communicando-o ao seo Governo, antes do findo o combate ) e unio-se incólume ao todo do Exercito já de noite, á vista de oito mil e tantos Argentinos ( por ler Alvear perdido cerca de 2^j suslendo o fogo no retirar por mais de quatro ho- ras, que ao todo preencheram onz^í de combate. Os altos fei- lt)h desta 2.° Divisão, em tão honrosa jornada. melhor se achain consignados na parte.qvio dera seo illustro,e habilissimo Chtífe(o);
(tlj Xo dia da baíallia pcrdco o inimij-^o onlre otilros oíficiacs o Goroitfíl EraiKUcLi,e o 12. o Comniandante do -2. o llogiinento, Bizavy, atacando as ínfan- iarias da l.a e lí.a Divisões ; e ptis que nos a lirma o .Sr. Coronel Luiz Manoel de Lima, então capitão dMiuina comnanhia, que vio morto o primeiro junlo ao quadrado dai. a Divisão, segue-se que Bizary foi o que pereceo quando alaca- ram dpus Esquadrões o quadrado dos liataliiõcà da Bailia e rcrnambuco,
(e) lllm. cExra. Sr. Pelas inclusas partes dos Commandanles das r.rigadas da 2.a Divisão do meo commando, Tcrá V. lix. os serviços, que a cada uma delias coube desempenhar debaixo de minhas ordens na i3atalha do dia 20 do correnle. juulo ao passo do Uosario, e Rio Santa Maria, c cumprindo com o que V. lix. verbalmente me esigio de dar-llie himia conta detalhada de tpdus osfaclQs, passo a cípcndc-los da feraia jeguiule :
-- 131 —
ella mostrow seoTOJ tudo tal, e com hum valor,qiie parecia difficil conceber,8egundo cxprimio-se oQuanel Mestre General do Exer-
A minha Divisão apprcsenton-se no campo da Batalha as 6 horas (la jii>»,- nhã, formando a direita do Kxercito ; julgando \. E\. acertado coilocar-mc jnuito mais para a esquerda, fui conduzido pelo Quarlei Mestre General do Exercito em direcção a huma collina como a 4800 passos da xaiuha primeira posição : foi-me ordenado novamente depois de ir a caminho, o rel!rar-me,e formar maisuuido á esquerda do Exercito, o que cumpri, ficando ainda a mi- nha es((uerda, 560 homens ao commando do Sr. Marechal Abreo, e 2 peças de Aitilharia á direita, onde V. Ex, se acha\a ccllocado ; sustentadas por huin» companhia de Caçadores: foi depois Imraa outra pega entregue ao Sr. Mare- chal Al)reo, recebendo eu ordem de defender a esquerda do Exercito. Princi- piou o fogo na Artilharia da nossa direita, das 7 para as 8 horas da manhã, se- Auitio pela peça da esquerda as ordens do dito Sr. Abreo, c continuaram as duas a minha direita, onde V. Es. se achava, quando logo desceram as forças da Cavallaria inimiga a atacar os nossos ílancos. e então me i)reparei a recebei- las, formando a minha 4.a Brigada de CavalJaria em columna de Esquadròc» íi esquerda para sustentar o Sr. Marechal Abreo, c repellir o inimigo, e orde- nei a 2.3 de infantaria a formar quadrado, ao qual fiz reunir nos ângulos as 2 peças de Artilharia, que V. Ex. alii linha deixado, por julgar de outra forma perdidas por demasiado fracas. Aíacamft Esquadrões inimigos a força do Sr. íiarechal Alireo. que eu suslcnla\a com a íi.a Bngada de Cavallaria, e esta peJo quadrado da'2.a de Infanlaria, estando a 3.a Brigada de Cavallaria ciu re- serva, para defender, e observar a minha direita, centro do Exercito: desgra- çadamente agenlo do Sr. A!)rco não recebe a carga do iniinigo, rctira-se, abandona a peça de Artilharia, atropela o 5.0 l\egimento de Cavallaria, (|ue se achava em columna. ccahe huma força desordenada sobre o meo quadrado- Grito ao Sr. Marechal Abreo, que se cônleulia, nias não sou ouvido, nem at- tendido, talvez porque S. Ex, ja vinha ferido ; o meo cavallo cabe morto, e cu grito de pé com furor ao (yuadiado, que faça fogo para não ser roto, montando logo n'oulro cavallo, c ordenando ao 5.o riofiiniento de Cavalieria da 4.» Bri- i;ada se fi/.essc forte, afusenlando todas estas disposições o inimigo: O 5. o Be- içimento de Cavallaria aoUou logo á sua ordem, e o mandei tomar a peça per- dida pela gente do Sr. Abreo. O inimigo prepara-se para novo alaque : uíando o mesmo o.o de Cavallaria da 4. a lírigada. c o 20 da 3. a, que o recebessem, ;dacam-se, e he repeilido o inimigo. Becebo cm seguida ordcju de V. Ex. pam destacar a 3. a Brigada de Cavallaria, em protecção ã 1. a Divisão, o que cum- pri, mandando que maichasse': vejo seguir pela' minha esquerda, como paia fortar, on atacar minha retaguarda, ou talvez tomar o caminiio para onde í^eguio nosso Exercito, huma força inimiga, como de hum Esquadrão ; man- do que o Capitão Caicez com o do seo commando o ataque : este oíiicial faa muito bnralha, dizeudo-me que asna gente o não obedecia. Grilo-lhe se ponha cm marcha, á sua frente, não o consigo, apezarde alguns esforços, e tomei a deliberação immedialamenle de mandar, que hum Esquadrão do 5. o Begi- jnento de Cavallaria ao mando dos Capitães Belchior da Roza,e Brito proteget*- íic a companhia do Capitão Garcez, dando ordem ao dito para castigar os quo não seguissem : a parte junta do roencionodo Cúpilão Delchior reluta cresto, sendo a final o iniinif;o retirado, sem que a nossa força chegasse á elle, e sendo unida ao seo corpo, pois se preparava o inimigo a de oovo aíacar-nie com des Es- quadrões de Cavallaria formados era duas linhas, he neste moraento que recebo ordem pelo Coronel Joaquim âintonio de Alencar para marchar com njinha Di- visão para a direita, caso estivesse desembaraçado do inimigo: moslrei-liie o esta- do, em que me achava, respondeo-rae de ordem de S. Ex. não desse execução à dita determinação; e sendo logo a minha infantaria ameaçada, passei a CavalJaria k\ retaguarda do quadrado formado da rainha segunda Brigada de Infantaria. O inimigço tenta rompe-lo, mas esperando-o a 20 passes de distancia, mando fazer- Jhe fogo, retirando-se o ir.iraiíío eai debandada, saio fora do quadrado, e ordeno ao 5.° Rejji.-Tiento de Caviíliaria o perseguisse, indo valerosaraente o seoComman- dante na frente, e eu acompnnhando-o, para oi)rigar os soldados ã carga, os quaes sa achavam fjti^ado.s.e com pouca confiança nos Cavallos por cançadcs.pois eram iii dur, horas da i;irde : avisam-me.que a direita do Exercito se retirava. Dous Es. quadi Je3 iiiitaigos avançam sobre o meu ílanco direito,coiiio paru cortar o õ.^^RíJ-
— 132 —
ctto Brasileiro n^aqueílo holelim da batalha; quo fica transeripío em a nota (c) a pagina 127,
O próprio Alvear, tratando da nossa infantaria na oxpo«i« çâo já referida, qus para refutar a rnensagom do seo Governo de 14 de Setembro de 1827, imprifr.ío em Buenos Ajres, com quanfo rechea^se-a de aiil imposturas, nâo ge pejando até para encarecer seos serviços, de, comr) já mostramos, diminuir para 6200 praças a verdadeira totalidade do seo Exercito, exarada «m seos próprios mspas, reduplicando a do Brssileiro a dez mi! ; não pôde todavia occoltar a pag. Ií6 a seguinte inconlrslavel verdade, pelo pasmo de qua ainda so achava possuído ! 1 1
« En cuanto a la infanieria inimiga, no puede ser cíe%^ « truida si no por otra infantrria^ por lo quebrado, y cortado « dei pais, y es preciso ãecir, en obsequio de la justicia^ que li « infantaria inimiga está bien mandada, ^or ^QÍes extrangerõs « (i) y europeos, y que hii mostrado tenet una instrucion muy «. brillantOf y una serenidade que le kace honor I
gimento da m'nba Cavallaria, foz o quadrado fog:o, á vf z do Coraraandante da Brigada da minha Divisão tão felizmente, que resutou ficarem do 1.° Esqua- drão inimigo 16 o 20 liometis a cavaílo, e o 2." debandou. Principio a minha re- tirada a exemplo da 1^ Oivisão, levando a minha Infantaria em quaJrado, com os feridos no centro, parte da Zi." Brigada de Cavallaria em atiradores na* reta- guarda do quadrado, e o resto em columna na frente, sendo eu perseguido cons- tantemente pelo inimigo : enconiro no caminho a maior pTrlc da nossa Artilharia em dispersão, alguns carros de munições, a Cavalhada, a Boiada, que tudo 1l?o lia minha frente, e guarda ; diligencia arriscada, que paru activa la muito coope- rou o Tenente Coronel Commandante do 5.» Regimento de Cavallaria, susten- tando coniínuo fogo contra rneos perseguidores, que haviam incendiado o pasto sendo todo o campo hum vulcão, que éramos obrigados a trilhar, menos a mi- nha 3.' Brigada de Cavallaria, que destaquei yor ordem de V. Kx. para a 1." Divisão.
- Só jnnto A noite pude unir-rae ã V. E.\'., salvando quanto levo dito, e rc« ceijendo com lisonja agradecimentos de V. Ex. em frente de meos valentes súb- ditos, i5 quem aquelles agradecimentos eram devidos. Desde o principio eo Hm da acção os Chefes, Oíliciae", e praças dos corpos do raeo commando compor* taram-se com denulado valor, e todos merecem a attengão de V Ex , á qucn^ recommendo cora especialidade os sevvíços do Tenenra Coronel do 5. o Regi- mento de Cavallaria Felippe Neri de Oliveira, do meo Ajudante de Ordens a Tenente Cláudio José dos Santos, e com espertialidade o tenente Coronel Com^ mandante do Batalhão 18 Bento José Lanienha, ferido com bala de fuzil n,i perna esquerda, conservando-se assim mesmo no cominando do seo Batalhão at(í qne dons dias depois foi possível o ser regularmente tratado.
fíu sinto não ter mais torças, e mais saber militar para bem ajní^l^r á V. Ex. Deos guardo a V. Rx, muitos annos. Cimpo 24 de Fevereiro de ÍS27.— Illm. e iivm . Sr. Marquez de Fíarbacena, (iommaiidante (mu Chefe do Exer- cito — João C.brisostomo Gaitado, C.Omraandaute da 2. ** Divisão.
(f) Foi para não abandonar tolalmente o embuste, que neste trecho in- tercalou o General Alvear esta expressão ! O Exercito ilrasiloiro constava de cinco Rat'ílliões de Infantaria, a saber bum de í-lstrangciros AUemães, e qua, tro (l:^ í>rasileirr»s : o d' ■VUfMnàe';, q:i'^ era o 27, com o 3*> e i. => do Hra>ileir os- formavam a I . "5 Brigada de ínfanlarii, que era da 1 . ^ Divisão ; o l.l e Irf sáde Bahianos c Pcruambucanos formavam a 2.- Brigada, pertenceute á 2. *
— 133 —
Quanto á Cavallaria não bo soman )s o louvor, que caba á Brasileira no seg'jir;tf3 Irocha do boletim dj Batalha da líuza- ingó, que ao diaate dardinc^s por extenso sub a nata J., escriplo pelo General MíinciHa, Cbíífj do Estado mai'»r do Exercito lie* |)uhlícan3~ eiío « Y a pezar cld vivo ataque dtl primier cu- « érpo, el inimigo se dirigio ds un mod.) formidaòle sobre el e tercero. ... U;i farle canoneo ss hiz:) ssnlir entonces en toda « la linea, y elcJmbats se empino por amba% partes con tenaci- « dad^ y viveza a ia direcba, y a la izquierda. Las cargas d? « caballeria fusron rãpidas, òiens sostenidaSf y con alternados ik su cesos.
As partes do Ajudante Genaral o Brigadeiro bojo Marecbal do Exercslo Francisco José de Souza Suares d''4ndréa, (r') do
Divisão. O Conisnaadaiite di> 3.0 de Caçaíore.s c da 1.=^ lírigada, o bravo €oroael, hoje Mirecijul diCa np.> reformado Manool António Leilão Bandeira. he adoptivo,e igtialmeiiLe o são o Tenente Coronel iManoel Freire d'Andrade, ferido Craveuionle 110 combate, e.ílão Hoaunandanle do 4.® de (lacadores, o Majoi J.iiiz Manoel de Jestis ora Waiochal reformado, Conimandaníi inleriuo do n. Í27, o Coronel Conimindante do liatalhão 13, e da 2.=^ Brigada, José Leite l'a- elieco, hoje r.r!gadei'ro. Quat)lo ao bravo Tenente Coronel Bento José Lanie- 3iha, Conimandaiite do ii. ferido tãohenino combate, lie Peinanibucano, c Ioda a Otlicialidadedo 13, e ;3, eraiíi Bdiianos e Pernambucanos ; e a do 3. ® e i5. ® constava de Flumineases, e d'oulrc!S trovincias, com alguns adoptivos, inuiLos dos qiiaes, que ptírt:;ncido haviam ao diiliiicto Batalhão do Imperador, ^ ;to 1. ® de Caçadores da Corte, haviam feito tãobem comos Bahianus a Guerra di ludepenlencia. Lo^o não liiiíiamos neobuu só Clícfe Estranííeiro na lU' fintaria, e nem na Cavallarii, senilo assai intavel, que Alvear se não pejasse de sobre cousa tão "otoria, faltará verdade n'umi peQj, que eile próprio as^
fci-OU .
(S] No vi ia 19 de tarde deoso onlem ao Marechal Barão do Serro Largo para principiar a sua mirchii ao nascer Ua Lna, em direitura ao passo do Ro- i',ario, até se encontrar con o inimijço, sendo sustentado pída 2.^ BiMgada Li- geira do Com nando do Coroael Bf^iiLo Goaçilvcs. No dia 20 a hamahora prin- cipiamos a marciíi, levando a Civallaria os civallos de reserva a destra, e fi- zemos alto ao romper do dia já próximos á pj-^ieão do inimigo, e mudaramse os cavallos. isto concluído niarchumos até huma pequena coiiina, cm fienlc da qual appareceran: algumas forças do inimigo, que principiaram logo a nio- \er-se, avançando para hu.na garganta espaçosa, que lhe encobria (com as col- linas que a formavam] a maior parle dos seos movimentos, e f;tzia sua posição íorle, e inllanqueavel . Logo que chegamos no alto vimos as Tropas do Mare- chal Serro Largo, e a â,'' Brigada Ligeira posta.las alem da sanji, que separa- va as duas posiçôei, e era liiotcio com os atiradores do inimigo. i\o mesiiio tempo deo-se ordem á Cavallaiia di I .a Divisão para ir passar a sanja em luuii passo, que nos ficou a dinsita, e atacar o inimigo : a 2. '* Brigada Ligoii a mar - fhou a tJmar posição na nossa direita, e algumas peças de Artilharia foram sustentar as mano!)ras da nossa Cavallaria. Pouco depois rompco o fogo da nossa Artiihíria, a que se íeguio a carga dada pela a. ^ Brigada de Cavallaria, qtie levou logo o inimigo até a sua 2.« Linha, Neste tempo reparando eu q»e o inimigo juntara forças na sua direita, fui ao £xm. Sr. General em Chefe a jeílexioaar.que provavelmente seriamos atacados vigoi osímeuje peia esciucr- da,ao que respondeo-me S.íix,, qne. lá estava a 2.Divisão.l'ui prevenir pessoal- mente o Commandanle da 2. a Di\igão, e voltei p^ra junto de S. Lx, : quando (htí^uei, vi a força do Marechal Serro Largo oíjQ plena r(dirada, e notando i [o ao Exm. Sr.'ceneral,i-esp:)adeo-me que lhe linha mandado pane de que i.tva comos cavallos cançados. Touco depois subindo para o mais alto da liiua, que tinh.unoá cscylliulo por po;>içâ5, e não vendo a 2. a Divisão por es-
— 134 —
Chefe do Estado maior, Marechal de Campo Gustavo H. lirowQ (b), e u do General Commandante em Cbefo do
tar oncol)orta com o terreno, CAronclo já mnila desordem ní:/»' 'aguarda, ene»- minhei-me para o lado da 2. a Divisão, o tive logo devoltar pí^J? o lado direito por causa de partidas ini'Migas, que vin.lisui da retaguarda, e a poucos passos achoi-uie proxiiuo átium Ksquafírão de Lanceiros inimigos, que i.iviha entrado pela direita ; então desci acolliuaeni diioitura a liuma parte do4 .oilj^iiiiiento deCavaliaria, que a esle tempo já vinlia em reUrada da direita, u se re^^iia í» 3, ou ti peças commandadas pelo Ajudante Malkt, e cousa de 3o a 60 Cv. doreu, que ainda estavam dispersos, alli fiz upir os caçadores, e lornando-se duvMto>o por himi momento, se os Lanceiros oram nossos, ou do inimigo, recommcudel ao Malltt. que não rompesse o fogo som termos a certeza ; ollereceo-se alli um Ofllciai para os ir rcconliecer, e tendolhe elles assegurado, que'eram nossos, Toltou com a resposta ; mas dmidoso, immedialamenle se conhteeo o engano com a reunião de huns Esquadrões de Claviueiros aos primeiros, e então o Aju- dante Mallet lhes dirigio alguns tiros do sua Artilharia, que os obrigou a reti- rada, Estando já por algum tempo afastado do Quartel General, desci a coliina para o lado, em que os Caçadores da l.^i Divisão estavam em protecção da nos- sa Cavallaría, e cucou tian'do-me com o Sr. Marechal BroMii, que viiiha da <li- reila, e não njc dando wolicia do br. General em Chefe, tomei á esquerda, e Jne uni á S, Kx, pela mesma occasião, em que o Jlarechal Barão do Serro Largo acabou de morrer. Pouco depois principiou a nossa retirada, e quando a 1.» Divisão já eslava no revez da nossa primeira posição operaram cousa de dou^ Esquadrões do inimigo sobre a retaguarda da nossa posição, grilando : \ iva l;t l*;dria ! — ao que lhes respondia toda a Divlsio — \ iva o Imperador l comcrvan- do-se a nossa Cavallaria sem os atacar, em quanto hum corpo, que os hia alacar dollauco não chegava ao seo lugar : o que sendo por elles percebido, fugiraui â toda a brida, e se foram unir a cousa de mil homens de Cavallaria, que cs- tavam na nossa retaguarda. Ao mesmo tempo, em que o inimigo se inlrodu- lio pela direita, e esquerda na retaguarda do noíso centro, ou intervailo dai d»as Divisões, outros corpos delle foram empregados em nos roubara cavalha- da, c as carreias de munição, e bagagem o cjiie fizeram complelamente, exce- ptuando aqiuílies, que lhes poderam fugir, seguindo para P. Gabi-iel, cujo nu- mero ainda se ignora. O numero do inimigo julgo-o de dez mil homeus,— Francisco José de Souza Soares de Andréa, Brigadeiro LngeuLeiío Ajudaiiltí Geueral .
(h) ílim. e F\m. Sr. — Dou parle a V, Ex., que sahiudo o Exercito na madrugada do dia 20 do corrente.da Estancia de Anlonio Fiaucisco, com o fim de perseguir, o obstar, qu<'o inimigo eilectuasse sua retirada pelo passt» do Rosário, o enconlramos ás 6 horas da n>anhã, huma legoa para cá do passo, em posição muito vantajosa, e indicando querer inipedir a marcha do nosso iíxerciro: apezar c(ue o Exercito estava em parle prevenido para este encontro, não esperava com tudo que o inimigo tivesse deste lado do Rio, todas as suas forças reunidas. Emquanlo a Cavallaria mudava de cavallos para os que tra- zia á destra, o inimigo leve tempo de destacar columnas fortes para os nossos flancos, motivo porque nos vimos obrigados a tomar huma posição quasi parai- leia á do inimigo, em bnma covillia perlo da estrada com o llanco esquerdo quasi apoiado na mesma, e o mais do Exercito seguindo a counguração para ci- ma desta coxilha. Pela proximidade, em que se achava o Exercito do inimigo, e em consequência de não ter sido avisado pela guarda avançiid;», quando esla o euconlrou, e estando em distancia de liro de bala, não houve tempo i)ar*í fa7.*r outras disposições, que não lossem alaca-lono caso que desse lugar para isso ; ou de nos defendermos contra ósseos ataques, até conhecer o eslado.eau- mero de suas forças.
A posição doíiosso Exercito eslava separada do inimigo por hum profun- do vaílo, e cortada por huma sanga. ou fosso enxuto, que admittia passagem para a Cavallaria somente em poucos lugares, e com grandes dimculdadcs; ficando assim a nossa frente segura contra qualquer atatiue de forças de Ca- vallaria, o mesmo não succedeo com es nossos ílaiicos, ambos accessiveis á ata- ques de quaesfiuer forças-.e somente porque a coxilha tiuha uma elevação consi» deravel no seo meio, impedia, que u inimigo podesse fazer seria impressão so- i)i'e elle^. ^a supposição, qnc uiuii.iigo não tiniu Imia stia torça dcsle la<1íj do pasâOj se fci u dupo;?ição Uu o atacar logo, e par;* iáíO o Eieicitofoi Ui\ idid<i í>íu
— 135 —
Eiorcito Imperial, Marquez de Barbacena, dirigido ao Minis- tério da Guerra, ©m data de 25 de Fevereiro de 1827,
duas linhas, d?s quaei a l.a Ditisão commaiidada prlo Brigadeiro Banelo,foi- inou a primeira ; e a 2.» Divisão peio íiri«adeiro Cailado formou a segunda : a í.» Divisão foi posla ern uiaichi, e quasi tinlia atravessado) Banliado á es- querda,e perto da estrada, tinha iiiiina distancia maior a vencer que » í .a Diri- são,a qual seacíiou derrenled'humk das passagens para atravessar ovallo, e per- pendicular ao centro da posição do inimigo, quando este se mostrou^coui forças tão tuperiores em numero.que se julgou mais prudeme limitar o tiíercito os es- forços a repellir os ataques, que elle podesse len lar; e por isso a 2.» Divisão teve ordem para legressar sobre a coiiltia, e tomar posição. Percebendo-se que o inimigo fazia disposições de «nvolver o flanco direito, o que deixava a recear, que elle assim chegasse a apoderar-se das alturas na retaguarda do Exercito, foi lesoltido atacar aquella força. que elle já liuha feito pat;sar a saa- 8* do Tallo, e para isso o Brigadeiro Barreto teve ordem para dividir a CaTal- laria da 1 .» Divisão em duas linhas, compostas a primeira do Regimento quar- io. e Esquadrão de Lanceiros Allcmães, commandad» pelo Coronel Miguel Pe- reira, e do íicgimeuto de Lunarej», commandado pelo Coronel José l^edi isues. A segunda liuha composta do Regimento primeiro commandado pelo Major Calmou, e o vinte e quatro commaHdado pelo Major João Severino, afim de rechaçar o inirnigo. Tendo se observado porém, que durante este preparativ» • inimigo cotitinuavaa destacar forças para sua «squerda. no que não podia ter outro lim que o de tomar o flanco direito de nosso Exercito, e suppondo-se, como era natural, ter por isso muito ^nfiaquecido o seo centro, fiando-se *a sua Arlilharia, se maudoíi oráein ao Coronel Pita, Commandaiile da S.» brigada de Cavallaii», ctmposta do õ.o Rr|imen!o, Esquadrões da Bahia,* flegunentoJO, para se poílar na retnnarda do flcmco direito pa: a observar • inimigo, eaiaca-lo, lofio «|ue «ppaitresse, íeixantlo «sta disposição pouca pro- babilidade, que elle chrjassea rtaliaar seo projecto. Fará suppoVtar os ataques áe Cavallaria, se pôz ewi msrclía a l.« Brijada dtlnfoalaria composta dos lía- talhòesS. *e J7comnaandados pel© Coronel Leilão ,«.s(a p« ju«ua forea vence» todos os obstáculos, avançatuld na melhor ord»m, sciul© repelidao vezes amea- çada com carga de Cavallajia, e »ofrendo tuiQ rivissimo fogo de Artilharia c Inianlaria, causando grantfe p«rd.v .>• iniaaiyop^r »uas htm dirigida> descar- gas de fusiiaria, com que receheo as cargas do iniuii^, niataiuio-Ihe muitos de seos melhores Ollioiaes. A nossa Cavallaiio cbogaodo ao outro lado do vai- lo, carregou a (^avaliaria inimiga fíjseado-liir laiiito eslrag», alguns prisionei- ros, e obrigando a refngi«r-se de bajx© do fo^o (te sua Arlilharia: esla peque- na força teria continuado a Avançar, »e e íiíeicilo kuperial tivesse forças paia reforçar, e em tal caso não ficaria iluvid»sa [X)r hum momento a victoria de JSiercito do S. M. 1., e a derrota compíeta õo iaimiff». O «aáo estado das bes- tas de nossa Artilharia não periuetlia f»ior naaior «so desta arma; mas deve- «e notar que o Tenente Mallet Commaadwit» de flua* peças de Artiih-uia, que protegia o ataque da 1 .a Divisão depeopeiítievi, com decedida actevidade, o boa «ílicacia de tiros, o seo dever.
Tendo-me achado quasi sempre com o i.a Divisa», não posso informar com exactidão reUtivamenle ás mais Tropas de que se compunlia o Exercite, não deixando por isso de acreditar, que todos âreram igualmente seo dever, conforme consta das partes de seos Commandantes. A 1.» Divisão tendo vol- tado a occupar sna 1.« posição, sei* a menor dicíTiculdade, e achando-se inútil conlinuarhum combale, que nenhuma probabilidade offevecia de bom resul- tado, sendo o lugar fallo d'agaa, e estando os pastos ardendo era chammas ; • Jíiercito fez sua retirada nft direcçfio, que promettia maiores -vantagens para ulteriores movimentos. Será diilicultoso de distinguir, e particularisar a conducta individual de cada hum dos Oíliciaes, aielhor do que consta das par- tes dosSrs. Commandanles da Divisão, e Brigada, pois todos participaram de ataque sobre a frente e direita. fazendo cada qual o seo dever. A perda do nos- so Exercito foi pouco considerável ; com tudo tem crescido a maior numero nelas fadigas da marcha ; o que somente se pode attrihuir ao calor da estação, ^ela falta total de carretas capazes de transportar feridos, foram deixados al- guns sobre o campo em poder do inimigo; uma peça de Arlilharia, que ficou ent poder do inimigo teve segundo consta huma roda qncbrada, sem meios de ser concertada, e o mão estado das bestas, que puxavam a Artilharia, fez que algun* c arr os j e forjas íosscm igualmente abandonados. A desordem, e perda do bJ^-
18
— 136 —
addicionada por outra de 28 do mesmo msz, ( i ) confronlaJas com as confissões referidas do próprio adversário, jamais pode-
gagens, e cavalhada foi occasionada segimde consta, logo ao principio do ataque por alguns fugitivos, pelos peões, e guardas á queua foram eiilregues. Acampauienlocm S. Sepé, 129 de Fevereiro de 1827. — - lllm. e Exni. Sr. Mar- quez de Barbacena, Tenente General e Conimandante do Exeicito do Sul. — (j. H. Brown, Alarechal de Campe, Chefe do Estado maior.
(i) lllm. e Exm. Sr. —No dia 20 do corrente, encontrei o inimigo nas "vlsinhauças do Passo do Rosário, pelas 6 horas da manhíi, e desde logo começou o fogo. O* Marechal Barão do Serro Largo,fazia a vanguarda com huma Brigada de 560 homens por elle escolhidos, e segundo sua expressão, todos de fazer pé. Longe porém de fazer pé, ou a menor lesistencia á quatro Esquadrões ini- migos, fugiram sem dar hum tiro, ou tirar pelas espadas, e em tal debandada, que causaram alguma desordem no quinto Begimento, destinado a sustenta- los, teriam cabido sobi'e o quadrado dosBatallioes13 cl8, se não fizessem fogo sobre elles. Alguns destes tiros mataram ao Marechal. Esta desordem expondo a Divisão do Brigadeiro Callado a ser flanqueada, obrigou o referido Briga- deiro aoccupar-se em repellir, como fez, os repetidos ataques do inimigo por este lado, deixando por isso de cooperar com ai. a Divisão, onde a Aictoria duas vezes se declarou a nosso favor, mas aonde tãobem tivemos a desgraça dever arrecuar o Begimento n. 2.^1 ; entretanto que o inimigo por sua superio- ridade numérica, nãosó mandava reforço á todos os pontos atacados, mas des- tacava Esquadrões, que nos flanqueavam pela direita e esquerda,lançando fogo nos campos ao mesmo tempo. Os Lanceiros do Lruguay ( Guaranis )*e os Con- ductores tãobem se portaram mal, lançando-se sobre as nossas bagagens, que roubai am.
Com taes acontecimentos, cora as Tropas fatigadas, com seis horas de cou- iinuado fogo, e o inimigo dispondo cercar-nos, forçoso foi retirar-me, posto que até então tivessimos vencido em todos os ataques feitos, ou recebidos. Os cinco Batalhões íizeram prodígios de valor, á elles se deve a respeitável alti- tude, que o Exercito pode conservar na retirada : eu só perdi huma peça de Artilharia por causa dos conductores, e 242 homens entre morios e prisionei- ros. O numero dos extraviados he maior, mas deixei Esquadrões de Cavallaria para os receber na garupa, e assim se vão reunindo. Estando com a Cavallaria mal montada, e com a infantaria caiíçadissima. procuro algum ponto menos «íxposto, em que possa receber os soccorros indispensáveis de calçado, farda- mento, munições de guerra, e cavallos ; quanto á mim só pode ser o Passo de S. Lourenço, em Jacuhy ; a pluralidade dos Ofiiciaes fòi de opinião, que S.Sepé era preferível por causa do sustento da gente, e dos cavallos, concluindo po- rém todos que nós devíamos occupar o Passo de S. Lourenço, logo que o ini- migo avançasse. Ora, estando o inimigo unicamente distaiite de li marchas, c devendo a passagem do Rio Jacuhy occupar-nos bum, ou dous dias, vem a ser manifesta coniradicção demorar-se em S. Sepé. Recebendo em tempo os foccorios de que pieciso, espero tirar-me da luta. Não devo omittir o quanto brilharam na acção os Regimentos de Cavallaiia de Lunarejo. e 20, assim como huma parte da Brigada do Coronel Bento Gonçalves. Na relação junta achará A'. Ex, o numero dos mortos, feridr s, e prisioneiro'?. Em outio Ofíicio dai'ei conta á V. Ex. dos oíficiaes, que mais se distinguiram, porque supposto tivéssemos de abandonar o campo da batalha ; os heroes. que tanto se illustra- ram durante onze horas de combate,\inte e quatro de marrha sem descanço, e quarenta e oito sem comer, são, na minha opinião, tão dignos das boas iiraças de S. M. I., como se aos seos esforços tivesse acompanhado a Aictoria. Deos guarde a \ . Ex. Vacacahy, 25 de Fevereiro de 1t-27. — lllm. Exm. Sr. Conde de Lages —Marquez de Barbacena.
RELAÇÃO GERAL DOS MORTOS, FERIDOS, I^PRISIONEIROS.
^Marechal de Campo. 1
Majores 2
(Cirurgião mor 1
C<ipilães 4
— 137 —
ráÕ parecer exageradas, inda ao mais emperrado sequaz áo sceptícismo.
Tenentes 2
Alferes 3
Inferiores 6
Cabos e Soldados 154
Total 17»
Tementes Coronéis S
Ajudante 1
Capitães 5
Tenentes 3
Alferes ^ 5
Inferiores ti
Cabos e Soldados 71
Total 92
-^ PRISI0:VEH\0.S,
Cirurgiões mores 2
Capitães i
Inienores 2
Cabos e Soldados 67
• — __—
Total 71
"RELACAÕ NOMINAL DOS OFFICTAKS MORTOS, FERIDOS, E PRISIONEIROS A 20 DE FEVEREIRO DE 1827.
Of Marechal' de Campo, Barão de Serro Largo.
Major do Ix.o de Caçadores. Henlo José Galambâ.
Major Commandaute do 24 de Cavallaria, de segunda linha, João SeYc*
rino de Abreo. Capitão do 4.0 de Caçadores, António José Ferreira. Capitão do dito Batalhão, João Querino de Vasconcellos. Capitão do i o Regimento de Cavallaria, João António dos Reis. Capitão do 5.0 de Cavallaria, António Pedro d'Azevedo Soutoluaior. Tenente do i.o Kegimento de Cavallaria, Amador de Lemos. Quartel Mestre do dito Regimento, Joaquim Plácido Nogueira. Alferes do dito Regimento, Jo.^é Franci-sco de Mello. Alferes do Regimento de Lunarejo, Policarpo José Martins. Alferes do Batalhão n. 27, Oppeuibergs.
Cirurgião Ajudante, António Pereira ferreira, do l.o Regimento de Cavallaria,
TERIDOS.
Tenntc Coronel Commandante do Batalhão 18 de caçadores Bento Jo-
^éLamenha. Tenente Coronel Commandante do ô .o Batalhão de caçadores, Manoel
Freire de Andrade. Tenente Coronel de Regimento de Serro Largo, Albano de Oliveira
Bueno. v
Capitão do 4.0 Batalhão de caçadores, António Luiz de Lemos. Capitão do Regimento de Lunarejo Ignacio Rodrigues das Chagas. Capitão addido a Lunarejo José Maria Bueno. Tenente do 4. o Batalhão de caçadores Ignacio José de Moraes, Quartel Mcslro do dito Batalhão RogcrÍQ JQsé da SUva,
— 13S —
A perda cio inimigo, sa déssemos inteiro credito ao dit© boletim do seo Exercito, fora de quinhentos homens mortos, e feridos; mas ella quiçá excedeo a mil e seiscentos, incluídos os dous Chefes de tanta nomeada entro elles, e já conde- corados pelo Governa de Bolívia, por actos de grande bravura ; e este nosso computo parece ter o cunho da exactidão, combi- nando-se a totalidade de I0r"/7)o57 praças do mapa anterior a acção.exarado a pag, 122.com a de 8-XD847 do posterior, datado de Bagé a 2*2 d'Abril segainte,o qual vê -se a pag.l24.0 prejuízo do Exercito Brasileiro foi de cento setenta mortos no combalo,in-
Tenenle do 4. o Kegimento de Cavallaria Ignacio José de Baslos. \.' Tenente de Artilharia João Portuguez Pereira, ficou no campo. Alferes do 4. o Batalhão de caçadores, Joaqaira Antoaio Yenancio,dil©, Alferes do l.o Regimento de Cavallaria, Thomaz Joaquim Gomes. Alferes do Regimento de Lunarejo Daniel José de Lima, Alferes d« Gueri ilhas Salvador Lopes.
COM usos.
Marechal Bro^n — leyemente eontuso.
PRISIONEIROS.
O Capitão de Artilharia Manoel de Souia Brilo Corrêa Caldas.
lUm. c Exm. Sr. — Tendo no meo OíReio de 25 do corrente dado eontaá Y. Ex. da acção do dia 20 em geral, cumpre -me agora particulari&ar os no- mes dos Ofíiciaes, que mais se distinguiram. O combate começou pela nossa direita, e o Brigadeiío Barreto á testa da 2. a Brigada de Cavallaria composta dos Regimentos 4.0 e Lunare.jo, fez a mais bvi.hante carga sobre o inimigo; e por duas \ezes poz em derrota quanto se lhe oppoz. O Regimento de Luna- rejo Coramaadado pelo Tenente Coronel José Rodrigues, teve a melhor pari.-» neste?: ataques. A primeira Brigada de Infantaria composta dos Batídhões 3, 4, e 27, fez a bayonela calada retirar-se a primeií^a linha inimiga, e quando foi eairegada por mui numerosa Cavallaria, retirouse formando em quadrado por Batalhões, causando o maior estrago nos Lanceiros inimigos. A Brigada era commandada pelo Coronel Leitão, que foi obrigado a encarregar-se tãobeni do commando immediato do Batalhão á. o, era consequência de ter fallecido o Major, e dous Capitães, e de relirar-se ferido o TSncnte Cox*onel Freire, quan- do a perda de sangue já lhe não permitia coniinuar no cambate. Duas ve^,es teve esta Divisão ganho a victoria. mas o inimigo dispunha de nimierosas for- ças, e eu não podia acudir com a 2. a Divisão, pela debandada do Marechal do èerro Largo.
A2.a Divisão tãobem fez seo dever, e mereceu mui particular distincção o Tenente Felippe Ncry, e Lamenha ; o primeiro porque sendo abandonado peios seos soldados, conseguio por esforços, e risco estraordinario, leva-los á carga ;e o segundo porque sendo ferido no principio da acção, continuou até elim, com a maior presença de espirito, e guapice, O Brigadeiro Caliado, Comraandante da Divisão prcencheo a minha espectação, c mostrou-se Gene- ral hábil durante a retirada. O Ajudante e Quartel Mestre General, e o Coro- nel Alencasíre foram inseparáveis de mim durante a acção, e desemppuharam €om exactidão, e acerto todas ás ordens no meio de hum chuveiro de balias, e l)omhas. O Marechal Browa teve hum cavallo morlo, e foi levemente eontuso de uma bala de niosquetaria. Só faço menção dos Õíriciaes Generaes e Supe- riores até Tenente Coronel inclusive, pdrque deste posto para baixo, estou au- thorísado apromover os que merecem. Em consequência do exposto, e das re- commendaçòes dos Commandantes deDivis^);^s, fiz a relação inclusa para V« Ex. obter de S. M. 1. a remuneração, que lhe parecer justa. Deos guarde u V . Ex. Passo de S. Sepé, 28 de Fevereiro de 1827.— Xlhn . e Ixni. Sr. Conde df Lages —Marquez de BarijacenaB
— 139 —
clustve o Marechal Abrea, e treze Oíficiaes ; e de noventa e dous íerídos, inclusive quatorze Oííiciaes, havendo tãobem hum con« luso : houve poucos prisioneiros, em cujo numero €ontou«so hum Capitão Caldas d'Artiihariâ» e alguns extraviados, o que tudo fez subir a perda a 334 praças.
CAPITULO III.
Separados os belligerantes, depois de onze horas de com- bate, vinte e quatro de marchas sem descançe, e quarenta e oi- to sem comer, trilhou, como já referimos, o nosso Exercito para Cacequi^ onde bivaquiou, tendo feito a marcha sempre for- mado, pausadamente, e na mwihor ordem, pelo que o inimigo não ousou seguir-lhe o encalço n'esse, ou nos seguintes dias immediatos, acaslellandose o General em Chefe Alvear, como ]ô-so na conclusão do seo boletim, na evasiva de que para isso tião havia cavallos, pois que os inutilisára a prolongada Batalha, i^ue se tinha dado ; e isto mesmo faz, que lhe exprimam em dif- ferenles officios, todos os Chefes dos Corpos, á quem consul- tou elle General, que tãobem retirou-se do campo, hum pouco mais tarde ; porem no mesmo dia, com as suas forças para alem do Rio Santa Maria, Os mortos jazeram no lugar da peleja, o poucos escaparam ao voraz incêndio para terem sepultura nos seguintes dias. Ficou por tanto o campo da Batalha única* mente entregue ao incêndio, ans mortos, e á huma peça nossa, cujo reparo se havia quebrado,
Não lendo havido em resulta da Batalha, do já mencionado dia 20 do Fevereiro de 1827, huma victoria importante, decisi- "va, e completa, com vantagens,e grandes resultados para os Ar- gentinos ; resulta aquella que por demais almejaram ; não sendo preciso que, para salvar-se, o Exercito Brasileiro recorresse a capitulação, e pelo contrario sendo rehavida por este a Artilha- ria^ que o General Alvear, antes de finda a acção, e qnando in- da no campo, o seo Exercito se desputava com a 2.* Divisão, mais que heróica na retirada, communicou ao seo Governo ha- yer aprehendido ; e sendo finalmente a nossa perda pola metade, ou inda menos no pessoal ; foi por tudo accusado o dito Alve- ar, na mensagem do Governo Argentino á Salla dos Represen- tantes, oponde píocedeo pertender e/Ze, em trance tal, por meio da exposição, que fez imprimir, atabucar quantos não estavaníi em dia com os accoiUecimentos, só daguerrolypando-os fal- sa, e injustamente, a seo geito ; eis por que ainda não se pc-
— 140 —
jou de sustentar a pag 15 da dita exposição, que a Artilharia^ parque, bandeiras, bagagsm, e carros do inimigo ficaram em seo poder ; accrescentanio empliaticamente a pag ?»7 e 39, que o triumpíio para olle fora decisivo I Astúcia» taes não valeram a eximi-lo de ser mandado á hum Conselho de Guerra, onde com toda razão deveria recahir sobre aquelle General justissima pu- nição, quer por tantas vezes faltar á verdade ; quer pelo inqua- lificável proceder de á frente de mais de oito mil homens, qua lhe restaram, depois da batalha, e querendo se allribuir a vic- toria, náo conseguir tolher, como Vencedor^ que huma Divisão, então apenas de 120Q combatentes, se retirasse, conduzindo com sigo os feridos, e a Artilharia retomada, carros de munições & (& I ' E se os Brasileros não tomaram aos Argentinos bagagem, e carros foi justamente por que estes não tinham esses objectos no campo da batalha, por haverem com antecedência tudo posto em salva guarda, alem do Rio Santa Maria. E ainda nos alcunham de covardes ? E ainda se assoalha, que perdemos a victoria ?? I I He mui grande despejo, e impudência dos Torres, e outros que- jandos. Ledp, ó Brasileiros, meos caros Patrícios, o boletim do Exercito Republicana (j), no dia da batalha, redigido pelo Ge-
COPIA FIEL DO BOLETIM DO EXERCITO REPUBLICANO, EXTP.AHIDâL DE HCMA COPIA ALTHENTÍCA TIRADA DO 0RIG1\AL EM BUENDS-AYRES. SOBRE A BATALHA DO DÍA 2'J DE FEVEREIRO DE 1827. ASSIGNADO ^ PELO GENERAL MANCÍLLA, CHEEE INTERINO DO ESTADO MAIOR GE- NERAL.
(j) Batalla do Ituzaingó. — El 20, el sol assomalâ sobre el orizonte, cuan- do se encontraron los Ejercito^i coutetidentos. El imperial, que ignoraba la marcha dei Republicano faé sorprehsndidn à su vista, marchatido por su flan- co izquierdo ai paso deSanta Maria, donde creia eucontra-lo campado. Eiiton- ces el Gral eu Gefe proclamo aios cuerposdíl Ejercito com la vehemencia de sus sentimentos animados por la grau solemnidad de aquel dia, y destiaó el Gral Lavalleja para qao con los valientes dei primier cnerpo rargase, sa- ble ea mano, sobre la izquierda do enemigo para envolvela, y desvaratala. La division Zufriategui, compuestade los reglmieutos 8 y i6, lanceros, man- dados porei bizarro Coronel Olavarria, y dei escuadron de coraceros con su bravo CommaniJante Medina, iba en segunda linea para sustenerel ataque dei primier cuerpo. El 3, alas ordenes dei Gral Soler se formo sobre unas alturas, que se ligabaa ala posicion dei primier: ias divisiones Brandzen, y Paz dei 2, quedaroa en reserva, un fiou á retaguardia entre el 1. y 3., y la division dei bravo Coronel Lavalle fué destinada ala izquierda de este.
En tal disposícion^y a pezar dei vivo ataque dei primier ctierpo,el enemigo se dirigio de un m^ãj formidahle sobre el ter-* cero : três batallones, entre ellos el de AUsmanes, sostenidos por dos mil cahallos, y seis piezas, eram los que ibm sobre él. Un fuerte canoneo se liizo sentir entornes en toda la linea, y el combate se empino por ambas partes con tenacídad, y viveza, a la direcha, y a la izquierda. Las cargas de caballeria fmron rápidas f bien sostenldaSf y con alternados sucesoi.
— 141 —
arral Mancil!a, soo Chefe do Estado maior ; lede, que elle mui- to vos bade esclarecer, e ao mesmo lempo, encher-\os ha do
Entretanto cl Coronel Lavalle con su dhision hubia arroUndo por la iz- qnierdaloda la cab;'lleria, que si hallaba a su frente, (1j sableandola, y airo- jando-la á Icgua y media dei campo de batalha. .j\
Apezar de este suceso hrillante^ la acion no estala decidi-^ da : las fuerzas principaUs dei enemigo cargaban sobre mestra derecha,y el centro, y en tales circunstancias fuè necesario desar solo en reserva el 3 de Caballeríãy y hechar mano de las divisio- nes Paz, e Brandzen. Esta fuerza en acion, ya el todo de ambos Ejercitos estaba empenado en combate : entornes el intrt^ fido Coronel Brandzen clestlnndo a romper una fuerza de in- fantaria, quedo gloriosamente en el campo de batalla.
El batallonõ dei mando dtl Coronel OlazabaJ, habiã roto sus fuegos ; el 2 dei Coronel Alegre atacado por una fuerza de caballeria, que Iraia à su Iren- telos lancerosAUemanes, los abra>ó, y obJegó a abandonar el campo. EH.o- rouel Olivera con la division de Maldonado.y cl 1 de Caballe-ia. acuchillaron esta fuerza eu t^u retirada y fué dispersa y puesla fuera de coutl ate.
Eix la derecha se dispulaban la gloria los CommandautesGomez y Medina : cargaronnna coluuma fnerte de Caballeria. la acuchilaron, y ol)lit,arou a re- lugiar-sebajo los fuegos de un batallon, que eslaba parapelado de unas arbo- les. El ardor de los Cefes llvó hasta alli la tropa, que un fuego abrazador hiv.o retroceder algum tanto : la maza de Caballeria se lancó entonces sobre íUos en ei instante : el regimieuto 10 recibió orden de sosleuer a sus compa- jierosde armas: los coraceros y dragones secorrieron por derecha, y ii- quierdíi, poniendo-se a lus flancos ; y los bravos lanceros inyniobrando como eu uu dia de parada, sobre un campo cubierto ya de cadáveres, cuigaruo, rompie- ronel enemi[50, !o lanceuron y persisuirron hasta una bpleria do Ires piezas, qun tambien lomuron. El Hegimiento 8 soslení.i islã carga : fue decisiva. El Coroucl Olavarria sostenio on cila la repuíacion, que adquiriu en Juiiin, y Ayacucho.
La Caballeria eneniiga, por el centro, habia sido obligtda á ceder lerreiío, siguiendo su infanteria, perseguida por nuestros cuntros balallones; ires posi- ciones intento tomar, y íué arrojado ai instaijte de todas. Los Grales Soler, La- va Ueja, y Laguna, por el acierlo oe sus disposicicnes, y por su bravura en esta jornado, se han cubierto de una gloria in.mortal. El Coronel Paz, ala cabeza de su division, despues de haber prestado servicios deslinguidos desde el principio dela batalla, diò la ultima carga a la Caballeria dei enemigo, que se presentava stibrc el caujpo, y ohligo ai Ejercito Imperial àprecipilar su retirada.
El Coronel Zuarte cm su regiuiienío de artiJIeria ligera, ha merecido los elogios no sole dei Gral em Gefe, sino de todo el Ejf rcito Republicano : In sere- iiidad de los artiileros, y el acierto de sus puenteiías ha sido el terror dei ene- migo : todos los Gefes de este cuerpo, y los capiíanes Chiluverl, Arengiein, y riran, se han distinguido de un inndo especi.il.
Los Coronele» Olazabal, Oribe, Garzon, y Corroa, y los Commàndantes Ori- be, Arenas, y Medina dei Zi, han soslenido la reputacion bien adquirida en (»lrosbatallas, iguishnente que el .segundo Gefe de] E M. Coronel Lovts, Los iijudantes dei (irai en tjcfe, han respondido sRtisfactrrirmei.te a h rprífinn/r», ((ue se deposito en ellos : el cuerpo de engenieros con su Commandante Erolle se ha desen:penado de igual modo.
El Ejercito enemigo Dbundonó ai ti n cl campo de boialla, desando «obre él 1,200 cadáveres, entre eilos vários gefes y officiaks, y el Gral Abreo, grnn mine- ro de prisioneirop, y armamento, todo su parque, y bagages, dos banderra», 10 piezas (2) de arliiieria, y !u impreuta, son trofeus dtíl Ejercilo. Su peidtúu ul-
(1) Seriam os Paisnnos do Barão de Serro La»go ? porque outros não foram.
(2) Por assim menlir, e nãoepiirusculil-las, réJiiondco a tonsdho tle giicna O Geniriíl cm Glicfe Alvear,
^ 142 —
Dobre orgulho ; embora fosse oscripto com a possivôl subtileza adequada á seos fíns, deile se vê,s6m a menor contradicção, que todos os corpos mencionados em o mapa, que damos á pag.l22, acbaram-sa no memorável combato ; e quo por tanto não só elle he exactíssimo, como exactíssimo o numero de dez mi! e tantos combatentes.
N*aquelle dito dia da acção, retiraram -se os Imperiaes até Caeeqtdf tendo os Republicanos transposto o Santa Maria : cada hum d'alli em diante marcbou para onde lhe aprouve, sem es- torvo, e sem que hum perseguisse o outro, quer no dia da Bata- lha, quer nos immeJialos, como assiduo, e aSianado faria qual- quer vencedor ; e finaloíente o Exercito Brasileiro, em marchas ordinárias, fo! a.ampar tranquilo no Passo de S. Lourenço subre o Jac.uby, ficando a infanlaria, e Artilharia n*uma margem ao mando do General Caliado, e a Cavalíaria na outra ao mando do Geaeral Barreto.
canza a cerca de 500 hombres entre heridos, y muerlos, (*) siendo" de e*tes el Commandante Bizarjf dei segundo Reglmieuto,
Todos los Gefes, Officiales, y tropa se han desempenado con el valor que sie«- pre ha distinguido a los soldados argentinos, y eu consemencia el Gral en Gefe íes ha dirigido L proclama siguiente.
( Segue-se a copia da proclamação, que deixamos de copiar, por iautij, no propósito de que nos occupamos.ji
Unagran parte de la Gybalkíia siguió en persecucion dei eneroigo hastd xnedia noclie: el restu dei Ejeicito cumpó sobre unas Isleías immediatas a Caciqui. Lascaballadas dei Ejercito Republicano extenuadas en las ultimas mar- chas forzadas, por un inmenso arenal, d'onde apen;is se enconlraba algum pos- to, (4) estaban demasiado fatigadas, yelenemigo úebio á esto el no haber sido acabado, y poder seguir su retirada.
El 21 marcbó el Ejercito Republicana en direcion de Cacique : varias par- tidas fuertes recorrian el campo, yel Coronel P;iz,- con una division, fue des- tinado á seguir sobre el cneraigo. Sus soldados Alcmanes de infanteri? comcnza- ron á presentar-se ai Gral eu Ge<e, y basta ti 25, que marcho el Ejercito para S. Gabriel, se contctb-n UO de ellos en las filas P^publicanas. Vários vicinos» que habion abandonado el eiitmigo, se presenlarou tambieti, y los OíRciales, Don Francisco P»ocba, y su liijo, los alferez Machado, Geronimo, y Araújo, que offrecieron sus servicios para contribuir a que se formase una Republica de este Continente.
El 26 el enemigo seííuia su retirada : el Ejercito Republicano entro en S. Ga- briel, y se situo s^bre Bacacuby, que corre por la falda de la colina en que él se halla, y tomo dei enemigo una gran parte de las mochilas, que haria abando- nado, (5) rauciíos equipages, y un rupuesto completo de municiones, y petre- chos, cujo valor bien calculado ascenderá a 350,000 pezos Los heridos bau sido colocadus, y asistidos con coraodidad : se han mandado fuerzas en todas direccio- nes para tomar los dispersos dei enemigo, y rccoíier caballadas. L. MASciLtâ, Gefe interino del£. M. G.— Es copia» Angel Saravia.
(3) Aqui confessa 500 mortos e feridos, mas foi triplicadamente a sua perda.
(A) E o Exercito Brasileiro tãobem não encontrou esses areaes, e faltas de pasto ? tendo ainda a differença de haver entrado em coir.bate sem ao menos poder refocillar-secom algum descanço, quandq tanto já havia tido o inimigo ?
(5) Qusndo íivançou no sílcauce do Exercito Republic»aQ, íiniç9 do dia d« Batalha,
— 143 —
A retirada do nosso Exercito, sempre em ordem, e pausada» não foi por covardia de quem o commandava, nem por estar considerevelníente reduzido ; foi sim pelo estado de fadiga, em que ficaram as tropas, senj haver buma reserva para reforça-las, sendo já poucas 3s munições, além de haver a cavalhada, para evitar-se, que delia se apoderassem os inimigos, seguido para S. Gabriel, logo depois, que Iravou-se a peleja. O Marquez do Barbacena portou-so, apezar da surpreza, com toda calma, e sangue frio, o como bum General babil, e corajoso, o suas me- didas foram bem tomadas. O próprio General inimigo assas re- conheceo, o que afirmamos, quando a pag. 49 do seo já referi- do Opusc"lo, dissQ — Y entonces (o Marquez ) tomo un partido, « que le bace inucbo honor, no solo por los conocimentos mi- <x litares, que supone, concciendo ia diiricil posícion, en que lo <iL hai)iam puesto las maniobras de su contrario etc.
Não (Jesaira, e nenhuma vergonha irroga buma retirada diclada por esclarecida prudência, como a que fizeram os Bra-* siíeiros, diante d'hum inimigo, tão superior em forças, verifican» do-a com toda a calma, sem prejuizode vidas, e com successo brilhante. He esta, por sem duvida, buma das operações msis de- licadas da guerra, e que se não consegue sem iRuito arrojo, e sangue frio. O Exercito Imperial relirou-se contendo o inimigo com resolução, e valor tal, que assas o honra ; tomou posição, e bivaquiou a retaguarda, onde pareceo-lho menos vulnerável ; em conclusão o successo da retirada foi bem coroado, a moral da tropa não sofreo quebra, o hum mez depois t'nha o dito Exercito assas augmenlado, e avançado. O único meio, que res- tava ao General Republicano para fazer declarar a victoria por si, era o deenlao (na retirada) tornear as Divisões Brasileiras, corta-las, destroça-las, e prosiona^las : mas como? Não era para o seo estado timido, e abatido, á vista da nossa coragem, lama • nho atrevimento ; por isso retirou se tãobem, pcndo-se a bom recato, e só dias depois, seguio lentamente, e de longe, o nosso Exercito até S. Gabriel, d'onde relrocedeo : e tanto isto he exac- to, que pelo oíTicio do Marquez de Barbacena transcripto a pag. 136, consta, quo estando elle em Vacacaby a 25 de Fevereiro os Republicanos distavam ainda 4 marchas !
Isto posto, trataremos agora dos Estandartes, ou Bandei- ras, queso dizem perdidos pelo Brasi! n'essa Batalha . Logo no começo da acção diversos animaes de carga, cem bagagem dos corpos, esp&ntaram se, dispar&ndo para o lado, onde o inimigo linha forças destacadas : algumas malas jazeram arremessadaf? sobra o solo, outras foram-se com os animaes, e do tudo o ini=
19
— 144 —
migo apoderou-se logi, e depois da retirada. Exi>tiam arreca*^ dados, em algumas d'es^as malas, L^slatidarles de Cavallaria, do numero d'aquelles, que o General em Ghefs, dias antes da acção, havia determinado fossem guardados, e juntamente as Bandeiras, e marchando por isso os Corpos sem eiies, e sem el« Jes,em razão da surpreza,assim entraram em combate. Os Argen- tinos ai^baram dous dos ditos Estandartc^s, sendo hum delles e\* trahido d'buma mala, de que o fogo do campo se hia já apo- derando, e ticou por isso chamuscado ; são estes dous Estandar- tes os mesmos, que se acham na Calhedral de Buenos Ayres. Quem pois desapaixonado afirmará, que se possam dizer des- pojos do batalha, taes Estandartes, ou ioda outros, que os Commandantes dos Corpos tragam acondicionados em suas ma- Jas, com as quaes, por extravio de bagagem, chegam ao inimi-v go ? Bandeiras taes nenhuma gloria prestam á quem as encon- tra, ou rouba. BanJeirJS, e Estandartes perdidos, come) despoja de batalha, são unicamente os que durante a refrega,ou na fuga, são arrancados aos Porta-Bandeiras, ou que abandonados por estes, com as respectivas hastes, encontram- se jazendo sobre u Jogar do conílicto. Os de que se trata não o foram, logo nada iJepõe sobre a disputada victoria de Ituzaingó, e muito menos pode acarretar-nos o minimo desdouro,a posse delles por alguém. Nós sim tomamos Bandeiras hasteadas, caixas de guerra, e pe^ ças d' Artilhar ia aos Argentinos por vezes, mas nunca fizemos alarde delias em nossos Templos, e nsm por isso appellidaremos de covarde aquella briosa, e guerreira Nação, pois huma Batalha pode muitas vezes perder-se, por um, ou outro accidenle, á des« peito de immensa tirmeza, e admirarei denudo
Convencidos de que temos exuberantemente provado com documentos veridicos, e maiores de toda a excepção, e asserto de que a Batalha de Ituzaingò^ ficando indecisa, não foi per- dida para os Brasileiros, e que estes, em vez de covardes, tem sempre mostrado, que são por extremo bravos, e até destemidos ; cessaremos pois de insistir em infirmar as frivolas declamaçies da disparatado Torres, e passaremos a prender de novo o fio da questão principal, de que nos vinhamos occupando ; e quando nenhuma outra cousa conseguíssemos com a demonstração, qut hemos feito, ficarnos-hia o consolo de havermos facilitado ao futuro Historiador todos os dados indispensáveis, e ja bem diffi- ceisde oblerem-se ; para cabalmente ser apreciado, ón» épocha$ longínquas, aquelle nosso illustre Feito d'Armas.
FIM DA SEGUiNDA PARTE.
— 145 —
APrENDICE A'S NOTAS DA 2» PARTE.
^ão tendo sido impressa a pag, 119 kuma nota, que conli* ■vesse a ordem do aia, pela qual o General Marquez de Bar- bacma organisou o Exercito, passamos a transcreve la neste lugar, para melhor conhecer se a forma, por que a dita orga- nisa^ão e/fectuou se.
QUARTEL GENERAL NO ARROIO DAS PALMAS 2 DE FEVEREIRO DE 1827.
ORDEM DO DIA.
O lllm. e Exm. Sr. General Ma^uez de Barbacena, Commandanle em Clieft; delermina queo Exercito seja organisado pela maneira seguinle, licando por consequência sem elíeito a ordem anlerior a esle respeito.
\.^ DIV13AÕ DO EXERCITO DO COMMAADO DO SR. BraCADETRO BABP.ETO.
d.'^ Brigada de Gavallaria composta do Regimento n. 1
Dito n. 2/i.
Commandada pelo Sr. Coronel Calmon (João Egídio) 2." Dila composta do negimentu n. 3
Dito de Lunorejo. Commandiída pelo Sr. Coronel Tliomaz Jo«;é da Silva \*) í. ^ Dita de Infantaria composta do Batullião "• ^
Dito n. Ix
Commandada pelo Sr, Coronel Leilão, e seis bocas de fogo.
2.^* DlVlSAÕ DE RAIXO DO C0:MMA^IJ0 DO SR. BRIGADEIRO CALLADO.
3.™ Brigada de Ca vallai ia composta do Regimento n. 6.
lUlo n. 20
Esquadrões da Rahia Commandada pelo Sr. Coronel Pita (Joaquim Cláudio d<; Barbosa Pita.;) ii. " Dita composta do Regimento, n. U
Dito 5
Commandada pelo Sr. Coronel Miguel Pereira d'Araujo. 2. -"^ Dila de Infantaria, composta do Batalhão n. I.*?
Dito \ 8
Commandada pelo Sr. Coronel Leite, e seis bocas de fogo. Haverão mais duas Brigadas Ligeiras de Cavallaria ^ A 1.» composta do Regi.-nento n. 22
Dito 23
Oilo companhias de Guerrilhas Duas ditas de Lanceiros Será commandada pelo Sr. Coronel Bento Manoel A 2. «* csmposta do Regimento n. 21
Dito de Serro Largo Quatro companhias de Guerrilhas Será coramandadaspelo Sr, Coronel Bento Gonçalves
(*) Pela ordem do dia 7 do dito mez de Fevereiro, pessou da 1. « para a 2. " Divisão, a fazer Brigada com o 5. ® Regimento de Cavallaria de L'. 03.® da mesma arma, e o ^. ® dito passuu para ai.'' Divisão, era lugar d'aquellev íicando-llies addidos os LanceirosAllemães. O Coronel Thomaz José da Silva, hojel Marechal reformado, passou a comandar a /i. " Brigada, deixando a 2, ** o Goi'onçl Miguel Pereira, que passou d'uqiieUu a substilnil-0 nesta.
— 146 —
Estas duas Brigadas faráò allcrnatlamente as guardas da vanguarda, e re« íaguarda do Exercito, ca que, cm dia d'acç5o, fizer a guarda da retaguarda, ficará em reserva, sendo então empregada como S, Ex.« determinar.
Ordena mais S. Ex^, que cada Divisão haja bum Official, que receba as ordens do Quartel General, e as destribua aos Majores de Brigada, c por con- sequência só eiles, e os Ma-jores das Brigadas Ligeiras, e o Ajudante d 'Artilharia viráõ ao Quartel General, quando houver toque para este fira.
Os Srs. Commandantes das Divisões, e Brigadas Ligeiras, e da Artilharia ; hoje, depois de se tocar a chamada geral, darão parte se estão, ou não promptos, para que aos toques de avançar, lodo o Exercito se ponha em movimento. — Ajudante-Geueral— Soares d'ALndréa.
O Marechal de Campo Guslavo H. Brown foi nomeado para exercer as fun- çòts de Chefe do Estado maior General, pela ordem do dia 6 de fevereiro de 1827., Anteriormente tinha vindo da Corte nomeado Gomraandante Geral da Artilha- ria, o Coronel Thomd Ternandes Madeira.
O Tenente João Portuguez Pereira, que ferido ficou no canipo <Ja Batalha, a 20 de Fevereiro, falleceo a 17 de Marca seguinte, em S. Gabriel, oqde o inimigo o deixara.
N. B. Na pag. 138, nota, onde se imprimio o Tttnente Felippe Neri, faltos á palavra Coronel, e por isso deve ler-se-o Tenente Coronel.
-c ue genciosiaadelão UeÊÍnteressada !
ite o al« ia para 1S39, e ) oGo- Repu- 3Uin tal o espi- e ainda 2Íro, as ao con- epocha I, e va- 9V0S do rebave* aqueiie )ozesse, 8, iria saugua habita • ramou desen-
fandega
lor aqai
Thesou-
' *" adas do
íspendi©
^ões?E a
.ouiaos ? Karos exemplos dão-
Estas taguarda d em reserva
Orde ordens do sequencia : viráõ ao Q Os S hoje, depo para que Ajudante-<
O M;
Çôfs de Cl Anlerioro ria, o Cor
O T
a 20 de 1- o deixai'
N. ápalavr;
mmmmmmmmmm^
<sé^/l Wji V,®® // W^Jjl Wsjl l^Wi VJ'®7i 1<2«31L©5)J. ^®® í
PARTE TERCEIRâ,
CAPITULO I.
O Calígula Argentino, que trinta e seis vozes, em quinz@,ou deseseis annos, renunciara fantástica, e machiavelicamente o al- to posto, que occupára, a vêr se em retribuição conseguia para 81 bum Tbrono despótico, não cançoo de propagar em 1S39, e 4840, pela tribuna, por seos actos, e pela imprensa, que o Go- verno Francez ameaçava a Independência Nacional,© a Repu- blica, com buma conquista de a muito premeditada ; e hum tal embuste produzio então o êxito anhelado, pois excitou o espi- rito susceptível das massas. O mesmo repelío em 1845, e ainda foi crido ; eis por que aquelle bomem, apenas rotineiro, as sentou, que essa mesma táctica servir-Ibebia em i85l, não con- tra a França, mas contra o Império do Brasil, na feliz epocha cm que o Patriotismo, de mãos dadas com a inlelligencia, e va- lor, faziam, que o Império, alliando-se aos opprimidos Povos do Prata, Ibes promettesse,e franqueasse auxilio e favor para rebave- rem a Liberdade, o a paz, bens inestimáveis de que aquelle tyranno os defraudava; como se ainda baveria quem suppozesso, que o Brasil dotado de tanta lalidão, fertilidade, o riquezas, iria sacrificar enormes sommas, (*) seo nome, e o inapreciável saugua d© seos Filhos, por mais algumas geiras da terra, mal-habita- das, e tão pousias, que nunca a Eleusína Mae nelias derramou seos dotes ^ reciosos I Sua protecção era pois generoia, e desen- teressada
(*) Alem dos 878:1 02^635 rs que de Julho a Agosto saccou a Alfandega do Kio Grande sobre o Thesouro Nacional, despenderara-se mais por aqui a:634:25oí> rs., remettldos pelo mesmo Thesonro, c 212.321 ;í^760 pela Thesou- raria Geral da Província, e sem contarmos com outras sommas enviadas do Rio para Montevideo, e Colónia, éó nas três addições supra lemos o despendi© de 2:78íi:674;íj>393 rs.l E o que consumiose em arllgos bellicos e munições ? £ a srandiosa despeia com a Esquadra ? E os empréstimos ? Raros exemplos dão* -c de generosidade Ião desinteressada !
— 148 —
FomentanJo aquella, e outras intrigas grosseiras, progre- dia o louco Rosas na maneira insólita de dispor seos janiseros, e pretorianas a fazer-nos a guerra, ja tantas vezes promettida para logo que o ensejo lhe fosse propicio, continuando a mani- festar-se do mesmo modo, porque começara, segundo referimos na primeira parte ; e não esquecendo hum só alvitre para anar- chisar a Província de S. Pedrj, e abrir aeíla es algares do vul- cão revolucionário, incumbio a seos emissários de ãlliciar tão- bem os Bugres, e indispo-los do maneira, que ousaram subíe- var-se os do Turvo, e aggredir na Yaccaria os pacíficos, e des- prevenidos habitantes, em Agosto de 1851, matando os, e rou- bendo-lbes as famílias, inclusive a de João Maurício Pimentel. Entretanto apenas, e unicamente existia aquella Alliança do Brasil, com os Estados visinbos para expulsar Oribe da Repu- blica Oriental, e aniquilar d'huma vez, e completamente a sua iotrusa, e illegal prepotência i Kra pois da honra do Império, que nunca o provocara, mostrar se irresoluto, ou deixar de espe- rar cauteloso pelo sanbudo acommelimento do prodítor, e malé- volo Monstro de Palermo, logo que a surpresa lhe facultasse mais probabilidade de triumpbar ? Por certo que não : a luva havia sido lançada, embora de hum modo caviloso, e com reserva in- digna ; cumpria por tanto ao Governo Imperial apanhai -a, sem mais delonga, maximè quando já Rosas havia tãobem declara- do guerra aos Alliados, signatários do Convénio de 29 de Maio de 1851, em cujo artigo 15 estipulou-so, que com quanto a Al- liança tivesse por fim único a Independência real, eeífectiva da Republica Oriental do Uruguay, ella tornar se hia coiumum ccnira o Governador de Buenos-Ayres, inda quando preenchi- dos os seos actuaes objectos, se por causa da mesma Alliança, o dito Governador declarasse guerra aos Alliados individual, ou collectivamente ; cumpria em fim ao Governo Imperial coope- rar para o estabelecimento alli de hum Governo, que desse aos seos visinbos garantias de paz, e tranquillidade .
Nesse louvável propósito celebrou o mesmo Governo Im- perial o Convénio especial de Alliança de 21 de Novembro de 1851, inserto neste volume em a nota n. 61, ofide franca e leal- mente enunciouse, que os Estados Alliados não pertendiam fa- zer a guerra á Confederação Argentina, nem coarctar, de qual- quer modo que fosse, a plena Liberdade de seos Povos, no exor- ciíio dos direitos soberanos, que derivam das suas Leis, e pactos, ou da Independência perfeita de sua Nação. Que era o fim uni* CO da Alliança libertar os Povos Argentinos do despotismo, e canibalismo, com que D. João Manoel de Rosas, os apremava y
-^ 149 —
e finalmente auxilia-los para constituirem so solidamente, esta- l>elecendo com os Governos Alliados, relações politicas, e de boa visinhança. Que finalmente os Estados do Entre Piios, e Corrientes deveriam tomar, como Argentinos, e mais directa- raente interessados, a iniciativa das operações da guerra ; e o Brasil, e a Republica do Urugiiay obrariam somente como me- ros auxiliares, contíorrendo cada bum com um contingente d& forças. Que o contingente do Brasil seri^ de quatro mil homens com armamento, e munições de guerra, e sua Esquadra, composta de 17 vasos, que montavam 203 bocas de fogo ; for- necendo mais por empréstimo aos Estados de Entre-Rios, e Corrientes, quatrocentos mil patacÕes. Alem d'isso, o grosso áo Exercito Brasileiro, que devia ficar de observação, occupando o importaatissimo ponto da Colónia do Sacramento, e tendo á vista a dita Esquadra, com o domínio dos Rios, o poderoso au- xilio dos Vapores, incessantemente ameaçaria o Dictador Ro- sas, ni mesma Capital, formando buma temivel. e forte re- sorva prestes a arrem«çar-se sobre o tbeatro das operações, so; o jogo da guerra assim o reclamasse.
Quando ái tal mo(io eram dispostas as cousas, assomou para o Estado Oriental hum dia fatal, todo de luto, e de dor t foi elle o 1 ** de Dezembro de 1851, em que falleceo o dislinc- to General D. Eugénio Garç:)n, Commandante em Chefe do Exercito Oriental, o que por voto de todos, era o destinado para Gccupar a Presidência d'aquella Republica. Sua morte prematu- ra não se julgou natural, segundo o que declararam os Médicos na Junta de Hygiene Publica, convocada no immediato dia 2, tendo sido convidados, para essa reunião, todos os Facultativos existentes na Capital de Montevideo ; o que teve logar em consequência do Supremo Governo inleressar-se por conhecí?r a natureza da moléstia, que tão asinha havia levado ao tumulo o dito General, bravo companheiro de Bolivar, e S. Martin, e que exalara o ultimo alento, libertando sua cara Pátria . O tra-. lamento empregado pelo seo Medico assistente, foi completa- mente reprovado pelo dito Jury Medico, attentas as conclusões, que formulou, a cerca do diagnostico, tratamento, prognostico, e morte prematura do General, e decedio-se por tanto, que aquelle Professor assistente fosse suspenso do exercicid de sua protis* são, cassandoselhe o titulo, que o habilitava como Medico, só podendo continuar nella, no caso de sugeitar-so á bum novo exame.
— 150 —
CaPlTCLO 11,
Eííi prompta execução das ordens expedidas, [receberam», no dia 4 do mencionado mez de Dezembro, 03 Vapores Brasilein s Pedro 11 y Golphinho^ e físcife^ a Divisão Oriental, composta da 1,870 praças, cujo Commandante era o Coronel D. Cezar Dias, boje General, para conduzi-la ao Paraná, onde tinha do reunir- ão ás Forças Entre- Rianas, e Correntinas. Isto eífectuado, lo- go a 9 do dito mez, pronunciou se a favor da causa da Liberda- de, e contra Rosas, a Divisão Argentina do ,D, Vicente Gon- zales, o qual appresontou sa ao valente Urquiza, no Diamante, com quatro centos homens da dita Divisão, e 3,000 cavallos.
O General em Chefe Brasileiro, conservando na Colónia mais do dez mil homens, de todas as armas, forniando o Exer- cito de reserva, destacou conforme os Tractados, buma forte Di- visão, a primeira do mesmo Exercito, coííí quatro mil e vinto praçõs, pertencentes á seis batalhões de Infantaria, hum Regi- mento de Cavallaria, parte do 1.* Regimento de Artilharia vo- lante, e huma bateria de foguetes a Gongreve, toda a dita Divi- fão confiada ao commando do illustre Rio Grandense Brigadei- ro Manoel Marques de Sousa, hnje Marechal Barão de Porto Alegre com grandesa, afim de fazer ella parte án grando Exer- cito Aíliado de operações : antes da partida, dirigio lhos o difo General em Chefe a seguinte proclamação, na ordem do dia n. 33 de 14 do mesmo mez de Dezembro,
« Soldados ! Vossa cí nducta até hoje me tem satisfeito I « Soubestes perfeitamente comprehender vossa missão I Vossos « esforços, privações e sacrifícios não foram inúteis I Sem com- « bater, conseguistes o triumpho ! e a Liberdade, a Humanida- « de, a Civilisação, e a Ordem triumpharam com vosco ! Eis « a vossa verdadeira gloria, e de nossos Alliados ; eis a verda- « deira missão dos Exércitos civilisados 1 Soldados 1 Muito « haveis já conseguido ; mas não fizestes ainda tudo . Um novo « campo de Gloria se vos appresenla, em que podeis fazer bri- « Ihar vossas virtudes de soldado e de cidadão.
« Bravos da 1 / Divisão I Gabo-vos a gloria de ser os pri- « rueiros a lançar-vos nelle I Ides formar parle da vanguarda « do Exercito Alliado nfista nobre Empresa ; ides combater « pela mais gania das causas I O distincto Chefe, á quem vos « entrogo, hade gaiar-vos ao triumpho, e á gloria. Segui-o, <t obedecei-lhe, coutinuae a conduzir-vos pela senda, que vos « tracei, qu© a Posleridode vos cobrirá de beoçloí I
•^ 15Í ^
a Eia pois I Marchao ! que n* momento do perigo, tudo fe fará para achar-se com vosco o vosso General, e melhor tt Amigo. — Conde de Caxias, »
Foi por sem duvida o embarque, e despedidas da 1. ^ Divi- são, huma scena tão patbelica, que não he fácil descrever- se I O enlhusiasmo dos soldados Brasileiros era tal, que nenhum desejava ficar, e ainda mesmo os convalescentes pediam acom- panhar seos corpos, e muitos obtiveram-no, As dKfferentes Divi- sões imploravam ao Ceo, que a preferencia para a marcha re- cahisse nellas, e no momento do embarque nenhuma praça das designadas faltou á elle ! I Esse embarque leve lugar a 17 do referido mez de Dezembro, em sete vasos da Esquadra Brasilei- ra, quo com destina ao Diamante, singraram pelo Paraná acima. Eram elles os Vapores Affonso, com o Paviliiãu do bravo Che<- fe Grenfell, rebocando a Curveta O. Francisca ; o Pedro li, rebocando a Curveta União; o Recife, com o Brigue Calliope; q o pequeno Vapor D, PedrOy que nada rebocava.
Os ditos navios bem dispostos e proínptos para o combate, passaram oObligado sem o menor incidente : porem ao avan- çar, pouco depois do meio dia, pelo Passo do Tonelero^ onde o General Mancilla, havia tempos, se achava furtiíicado com 16 peças de grosso calibre, e fornalhas para bailas ardentes,sen-' do as ditas peí?as guarnecidas por dous Batalhões de Infantaria, e mais bum Esquadrão de Artilharia, e outro de Carabineiros, além da grande força de Cavallaria em reserva; rompeo de terra, a meio tiro de fusil, hum fo;;o tão vivo d'Artilharia, bailas arden- tes, e fusilaria, que se não pôde imaginar. Os Navios Brasileiros responderam immediatamento com tiros de metralha, e fusil, mandando o Commandante em Chefe Greofol', para baixo da coberta, a íurça de terra, que nelles ia, isto contra a von- tade de todns as prííÇas, restando sobre a tolda sóiuente os Commandaiites, e OlFiciaes, porque pediram, o se lhes facultou, permanecerem cima, o ter paílilba nos perigos: feÍii:mcnlo nenhum damno sofreram esles, nem aquelles O fogo d'Ariilha- ria, e fusilaria perdurou cerca d^huma hora, e com o maior en- carniçamento ; porém a Divisão naval Brasileira, colhendo o)ais hum louro immurxavel, e grandioso, foiçou denodada o diílicíl Passo, havendo zombado da tenaz opposição no inimigo, á quena causou a perda de vários mortos, e mais de desenoveTeridos ; só lendo onlro tanto a lamentar a morte de três praças da Esqua- dra, e sete feridos. A exposição detalhada desse denodado, e bri- lhante Feito d'armas, com toda a precisão, e claresa, acha-se na parta do Quartel General du Marinha, que adiante damos, mere-
20
— 152 —
f«ndó eêpBciaes elogios do intrépido Cheftí Gronfell, o Capitão de FrBgJta Jesuino L^imego da Costa, Comntandante d<i Fragata a Vapor Affbtiso ( navio Gbefe^ ; o Capití^o de Mar e Gaerra Ja* mes Parker, Cominandante da Corveta D. Fran^inea ; o Capitão Tenente António José Franfisco da Paixão, Co)nnf)<indnntt) da Corieta a Vapor Recife ; o Capitão Tenente Joaquim Uaifnnn- do de Lamare, Commandafile do Vapor Pedro II ; o Ct»pitâo Tenente Francisco Vieira da Uocba, Cominandante da Curveta União ; o primeiro Tenente Francisco Gordein Torres e Alvim, Commandante do Brigue Calliops ; c primeiro Tenente Victorio Jí>sé Barbosa da Lomba. Commandante do Vapora. Pedro* <!»le, as Curvetas D Francisca^ e União, e o Vapor Recife, foram os qtic mais avarias sofreram, durante o coml)ate, no qoal destinguiram-se viários OÍUciaes, c praças mencionadas na éíi% parte do Quartel General da Marinha, que ba a seguinte; — -
« Illm. e Exm. Sr. --r O Cbcfe de Enquadra Comman- dante era Chef.? das forças navais no Rio da Prata, remelteo á êéte Quartel General, corp seo oííjiio de 9 de Janei'o proxiaio paçsudo, que agora recebi, as partes que Ibe dirigiram os Com- mandanles dos navios da Divisão, que no dia 17 de Dezembro u!timo, forçou o diílicil Passo do Tonehro no rio Paraná, dan- do conta do occorrido em cada nm dos mesmos navios, no com- bate com as forti(icaçdes,que defendiam aquaíle Passo ; e ainda que junto transmitto a V. Ex. as p-ecitadas partes em or'ginal, julgo de meo derer appresenar á V. Ei. am resumido, mas fie! extracto de cada burna delias.
« O Capitão de Mar e Guerra James Parker, Commandan- te da Curveta D, Francisca, participa que navegando a Curveta de seo commando a rebfque óo Vapor Affomo, apenas vio o «ignaj de pt^cparar pfira o cofwôaíe, feito pelo navio Cbefe, sua goarniç.io se armou logo toda, c tocando immed latamente a postos, dentro em dous minutos estava tudo prompta, não s^ p9T* combate, mas até para desembarque, s^ para isso houvesse signai : que piuco depois do meio dia, rompendo o fogo das ba- terias inimigas, foi logo respondido pelo Vapor A/fonso, a cujo primeiro tiro principiou o combate na Corveta, 6 quai durou ama bora ; que tod j a sua guarnição desde o primeiro oííicial até o oitimo grumete, se portou com a maior bravura. Em to- dos os semblantes via-se o contentamento, eo entbusiasmo, e •ráo intessantes os brados do Viva o Imperador 1 Finalmente o CapftSo de Mar e Guerra Parker, confessa se clieio de ufania pirconfiTianJar 8 tantos bravos, c condoo dando graças á Pro* vfdencia Divina p^/lo fe!i£ e:iito d? tão ousada empresa.
— 15S —
A Curveta rocebi-o três bala» no GOilad), e teve na* 6«ca'elf p^artiJo por uma da arlilbaria ; foram aigu<is cabos cortados pe- jas balas de fusil, quu cboviam sobre o na vio, e das quaes al- guuias Gearam era vadaii DOS mastros, 6 uo costado. No pessoal uáo houve desastre a!gum, alúin de fícar levam «uto ferido o ma- riabeiro engajado Wilíiam Moore.
« O Capitão dfl frag ata Jesuino Lamego Costa, Commaa^ dante do Yjpor Affonso ( navio chefe), íaconicaniente e^^prime- senos segu nttís termos, que equivalem ao maior elogio : « t)o brioâo e valente comportamento dos Oin<;iaes, e maig guarnição d'este OtiVÍo fji V, Ex constante testimunha, o por isso» a lai respeito» nada me resta dizer » O niarinheiro Ale incdre Mcre, servente do rodizio do prôj, partio a perna direita por (at*ià dentro da talha, no mom^nlo de disparar o tiro, algumas das balas de fusil le cmpegaram no casco' estes foram os uoicos prejuízos, que sofreo o Affonso,
■ A Curveta a Vapor lUcife^ do commandodo Capitáo-Te- Dente António José Francisco da l*aixão, sustentou dUrailte C5 minutos, viviskíma fogo de artiiliaria, c fasílaria 'fodos os OÍG' ciaes do navio, inferiores, e mais praças do fusilciros navais, o marinliat^ein p')rlarain*3e, segundo o Con)iMan<ian(e se exprime^ cum decisivo valor, o bizarria, ileecbeu o Ihcifc a B. B. , selA rombus de bal.is de artilharia, sendu um de bala ardonte, que» iem causar maior damno, pÔA fogo ao pauno e\isti:nle na trin- cheira, e uma a E B. próximo au rodizio de ré. Sofreo» além d'Í8so, estragos de metralha ao apparvllto, e no ccstado» fícando um escaler bastante arruinado.
a Houve infelizmente que lastimar a perda de alguaiag praças do navio. Morreram o$ soldados do fuzileiros navau;} Cândido José Coolbo, e Manotd Alcx tldre. e o imperial mari- nheiro Bjtn»rdÍQo da Hora, quo haviam sido gravemente ft*rid(H( por uma bala de artilharia. Fioara)n ieVcmeate ft^ridos o fu* sileiro naval Clemoute José Machado e o maiinbeiro Antouit# José
O Vapor Fedro //,coiiimandado p«lo Capitãí-Tenente Joa- quim R .ytiiundo de Lamare, não s^nVeo perda alguma no s«<a pessoal. As avarias foram insignincanlos. O casco apenas le- vou uma bala ao lume d'jgua a B B.. p3r baixo da mrza do tró'quele, e a ré outra por baixo da meza grande. Ao segundo tiro do rodízio da r^, partínd^i-sc uma das manilhas d<) vergufii- fo, desmontaa-se a pe^;a, e i^ó á força de braços, e diligencia, fi- cou em lO mioulos prompla a trabalhar. Os OíSclaes e m^íf jjuarnição do Vapnr, ccnclue o respeclivQ Gouiaiarideate, porU* UíttíSe com honra, q l?rio militar. *
— 164 —
« O Gapitão-Tenento Fernando Vieira da Rocha, comman- danleda Curveta União, relata extensamente todas as parlicu- iiiridades da comhate, em que se adiou no navio de seo com- inando. Citando-os pelos seos nomes, tece á cada um de seos Ofliciaes os maiores encómios pela bravura e galhardia, com qua se portaram, e faz em geral grandes elogios á guarnição. Cotno provas do zelo e coragem, menciona os seguintes : o 2.° Tenente Luiz Maria Piquet, prompto percorria toda a bateria confiada ao seo commaiido, providenciando para que o fogo fosse rápido, as pontarias bem dirigidas, e aíim de evitar sinistros, Encravan- do-se uma peça, fez passar outra immediatamente, e pòz aquol- Ja em estado de servir : o 2 ° 'Lmenlo Francisca Saleá Duarte, incumbido dos signaes, esteve todo o tempo, qu3 durou a acção, sobre o castello para melhor observal-os.
a E' digno dô elogio, refere o Commandante, o valor e san- gue frio d*este Official ussini exposto, pois todo o fogo dirigido á guarnição da popa do vapor Pedro II, passava peio proa d'esla Curveta, e alguns projeclís vararam por entre os estaes do traque- le. O 2 '^ Cirurgião da armada f pertencente á Curveta ) José Ignacio da Silva, e o Cf>mmissario oxtranumerario José Fausti- no da Gama, abandonando, por consentimento do connnandante, os seos postos, onde corriam pouco perigo, vieram procural-o, dirigindo, o ajudando os menores na passagem da pólvora para as baterias, O mestre de armas José Pedro do Carvalho, que se achava á frente da taifa da marinhagem, oíferecco-se para chefe da 5." peça, e ahi mostrcn pericia no exercício da arti-- Iharia, O cabo de fusileiros navaes Manoel de Moraes e Souza, os soldados do mesmo corpo Gerenoso Francisco de Castilhos, José Theodoro de Meireiles, o António Bento, que se achavam doentes na enfermaria, apresantaram-se armados na tolda, o, a seo pedido, foram encorporados aos seos camaradas. Idêntico comportamento tovo o imperial marinheiro Lourenço Pinto.
« Pelo seo estado grave nâo puderam entrar em combato Ires praças, que se achavam na enfermaria, Destinguiram-se no acerto das pontarias o imperial marinheiro Malhous da Cruz, chefe (la quarta peça, o co/n reconhecido valor os marinheiros inglezes, que guarneciam a terceira peça. E' para lastimar a perda do primeiro marinheiro W. Andres, a quem levou a ca-« heça uma' bala do artilharia,
«Sofreoa Curveta quatro rombos no costado a B. B. , dous no cintado, o dons na altura do lalabordao da borda, Al^ guns cabos foram cortados por balas do fu^il, quo íizcraai laifj* bem avarias nos escaleres.
— 555 —
« OCommanle do vapor D, Pedro, o PrirneiroTenenle ¥iclorio José Barbosa da Lomba, em termos succinlos, dá conta do combate, O navio da soo commando levou á proa da parte de B. B , eao lume d'agoa, uma bala de artilharia do calibre 18, que existo abordo. E^la bala, furando o costado, lascou uma caverna, fez em pedaços a porta do pnol do bico dtí proa, e pro* duzindo outros estragos, quebrou a iinal o braço do encarregado do navio Jacinlbo Gomes do Rego, que eslava no seo posto. Ou- tra bala da anilharia lascou toda aparte superior do beque, e a estes dous casos reduziram-so as avarias do vapor D. Pedro, « A guarnição ( formaes palavras do Gommandante ) portou -sa bem. »
a O Brigue Caliopet commandado pelo Primciro-Tenenlo Fr.mcisco Cordeiro Torres e Alvim, indo collocado na retaguar- da da linha, e a reboque do Vapor Recife, sofreo por isso mais aturado fago do inimigo. Uun bala de artilharia cortou o es- lae da bojdrrona, e penetrou no gurupés, outra arrombou a ca. nòa, içada nos turcos. e algumas tocaram no costado. Alem does- tas insignificantes avarias, foi o panno lurado por algumas balas de fusil, sendo iuuumeras as, que atiraram os inimigos.
O Commandanta declara que os OlHciaes portaram-se corajo- samente. Os Segundos-Tftoenttís Mamede Sunues da Silva e Josô Lopes do Sá animivam a guarnição com palavras e obras, scrvindo-se do espingardas, e até fazendo pontarias de artilharia; e o Segundo-Tenente Manoel António Viegas, incumbido dos signaes, conservou-se sempre no logar mais conveniente, portan- do se com todo o sangue frio, o desembaraço. Os Oííiciaes das outras classes, e a guarnição em geral, mostraram-se dignos de fiízerem parte de uma Divisão tão brilhantemente dirigida.
« Das participações, quo deixo extractadas, se conhece a boa ordem,o actividade,que reinou em toJos os navios da Divisão, e a iolrí^pidez e admirável coragem com que, sem excepção alguma, se portaram suas valorosas guarnições.
« K' pois esto mais um facta glorioso para os quo o com- mollcram, e honroso para toda a nossa Marinha, cujo valor e Jealdade, nunca desmentidos, a tem constantemente tornado be- nemérita da Nação, e merecedora da alta consideração, e munili- cencia de S. M. o Imperador.
« Deos Guarde a V. Ex. Quartel General da Marinha, 13 de Fevereiro do 1852. — lllm.. e Exm. Sr. Conselheiro Ma- ,noel Vieira Tosta, Ministro o Secretario de Estado dos negócios da Marinha, — Miguel de Souza Mello e Alvim>
Além da parle do Quartel General da Marinha, quo fica ^ínlecodcntsmynle exaradí?, cntendeinoi, qu^i ajuito agradável so»
~ 156 —
ria aos Leitores o plano do brilhantissimo combale de To7ieltirâ,l á quo a mesma parte se refere, e por isso u appreseoiamoâ oo^ fiíi) deste capitulo.
Da noia n. 62 vô-so o desparatado lihello de Mancilla, dirigido á seo amo Rosas, dando lhe parte da dita acç^^o : Ch ! qne estilo, e polidez d*hurii Geaeral I Oh que palbaçaria l Mas emíiin o desconcerto de Manciila era grande, e perdoemos- lho por carjdatle.
Nenhum obstáculo mais oppaz-se aos N^^ios da Divisão^, embora o Chefe Grenfell, sappozesse quo eucontru-los-bia oai Ramallo, e tomou por isso activas, e inteiligontes dispoz çõeí. No Rozario, e Espeniilo sabiracn diversos corpos de Infanlartar e Cavafaria, e muita gente do Povo, que se es^tenderam ao lon • go das barrancas, em distancia menor d'bum tiro de fusil : n&a íizefsam porém uso das armas ; ao contrario dirigiam Fep«*tido» signaes de cumprimentos e in.islravam receber com satisfação o8 vivas, que ao som das musicas, davam'se dos vasos da Divisão, á Confederação, á Liberdade, e á queda do tyranno. A i9 che* gou o Commandanle em Cbef»; Greufell á ponti do Diamante, onde, horas antes, cbf gado bavia tãobom o General Urquiza,coni o qual coiiferertciou, combiuindo as opiraçõss, que a Esquadra Brasileira deveria executar, de abcòrdo com o Exercito da Van- guarda. Nos seguintes dias 20, e 22, dirigio o mesnao íJrquiza ao seu Exercito, e ao§ Argentinos as proclamações inferias en> as Dctas n, 63 e 64.
Os Vapores Imperador^ e Uruguay, com a Curveta D» Ja» miaria, que transportaram o rosto da L* Divisão Brasileira, e seu Chefe o Brigadeiro Marques, hoje Marechal, p )r tran^ornos do encalharem, só aportaram a seo destino, nos dias 22, e 26 d^ referido mez de Dezembro. Estas dita» embarcações chegaram ás Barrancas de Ácevedo dí Toiíeleiro a l8, achando-se estas aioda guarnecidas, porém lendo fundeado pouco abaixo a Cur- vela, e os Vapores, mui próximos á terra, e vindo aproxi mando - se as Curvetas UniãOj e O. Francisca^ com o Brigue CoUiopCf que desciam o Kío. em protecção d'aquelles, susp' ilou o inimi- ga, ser algum desembarque,e por isso fugindo aligero do perigo, foi se, desaníparando a posição, e encravando todas a* peças.
Na ilha de Kamallo appresentou so ao Vapor Imperador, « Major Maroto, cem seis Oíliciaes. e bum Sargento, os quae« foram recebidos pelo lirigadeiro Gommandante da 1/ Divisão do Exercito Brasileiro, com toiJa a aííabilidado. Além da deff^c- ção de Maroto, houve a de unais bumas cem praças, qu§ os Va- pores fsceberaai.
^í
CMiãhr
t
— 157 —
Na manhãa de 23 de Dezembro, (1851)dia em qao a Igreja celebra a festa da Santa Victoria, começou o Exercito Allia'fo o Libertador a sua passfgem para a margem occidental do Parcná, e essa operação contlniJí»u no dia 24= em cuja madrugada tí>o- bf*m passou o mesmo Urquiza no escaler de honra cio ( hefe das forças navaes Brasileiras, que havi» sido posto á sua dispf)- siçi^o. No mesmo dia 23, tinba lugar hum notave! acontecimen- to, em prol da causa da Liberdade, e foi a alhesáo da Província de Santa Fé, ao pronunciamento de Enlre-R'os, e Corrienles, *rd o perverso governo do Rosns. Assim qne os bons Senta s contaram com o apoio da força, que Urquiza lhes en- viou, ao mando do Coronel José Maria Francia, á quem unio»* se a giíarnição da praça de Santa Fé, oonstatile de 500 h)mpns, « 4 peças d'4rtilharia, sacydiram o jugi com heroismo, e en- fhusiasmo, secundando-os l5;)beín,no nibrt^ eínpenho, o Coronel D. Miithias Dias, com a tro;>a do seo commando, e o Sargento roór D. Ignacio Comes, qne manifestou grande dfcisào, e de- nodo. O feroz, e malissimo Governador D. Pascoal Echague, foi deposto, e fug o para as Barrancas, onde estavam Santa (^olo- ma, e Serrano : os Santa fesiuos elegeram para Governador a seo cofnpatriola Domingos Crespo, o qual proclamou a 30 do dito mez. oom todo o Patriotismo, o enérgico zôlo, pela grande obra começada.
Kt^tirava-se Echague com os fragmentos de suas forças» c de Santa Coloma, enlretanto que, a** 6 Uoras da manbãa do 25 de Dezembro, tâobem o Departamento do Rosário pronunciou-SQ contra o abominoso Rosas, tendo á sua testa dez (ii<Iadãos des* temidas, que primeiras se exposeram, stndo o intrépido Coronel J^zé A. Hernandes, quem tudo dirigira. O Commandante do Rozario D. José Maria Echague, irmão do outro, e o Major Ni- coláo Garmendia evadiram-so, e f^ram asilar se a bordo de hum Vapor ; mas procurando elles fugir para Buamos Ayres, foram remeilidos para o Diamante. D Pascoal Echague, e San* ta Coloma. que nuti iam o intento dearrazar o Rozario, conti- nuaram na fuga, es};av()ritlos alé Córdova, acompanhados d'raas quinhentos homens. Enlretanto e cau"^a da Liberdade gai.hava 5octarios, sendo bom delles o Capitão San Mariin, que 3 30 «íe Dezembro appresentoq se rom 16 soldados, havendo se escapado de Palermo para encorporarr-se á Urquiza, o que felizmente co.d- seguio.
^ 158 —
CAPITÍJLO XXX.
No 1.* lie Janeiro de 1852, chegou o Geaeral em Chefe Lrquiza á Garcaranã, Povoação do J^osario, o ahi estabeleceu o' seo Quaiiel General. A 8 do dito mez, concluio o Exercito Al- Jiado de Operações sua passagem no í^araná, e logo a 10, cerca de 500 praças dos poiienhos, que tinham servido com Oribe, suhievaram-se, alliciados por hum Major Agailar, e hem assim alguns Sanlafesinos, assassinando seo comiDanJante o Coronel D. Pedro Aquino, e alguns OITíciaes, para depois ahalarem, eomo abalaram, em direcçíio á Buenos-Ayres. onde entraram nas fileiras do Dictador : foram estos os que Urquiza declarou fora da Lei, quando prisioneiros em Gaseros, e na Capital de Euenos-Ayres.
O Corpo do commandodo Coronríl Ouezada, Rosista, !an- cearacnno a ponto do perigar muito, embora acudisse-ihe pres- tes a sua (JÍliciaHdade ; e dopais passaram-se para os Libertado- res, Igualmente pronunciouse contra llosas, S. Thiago diil E^^ tero, nomeando Governador Proprietário a D. António Taboada, para substituir a Carranza Governador interití >, qmi fugio para Tocuman, e havia sido posto em lugar de 1). Folippe íbarra. Governador, que fallecera.
O Dictador Kosas entretanto ostentava ainda hum syslema de seguridade, e menos preço por entre as graves complicaçueSj que hiamno intailando, e a pr^caiia situação da CJJade de Bue- nos Ayres, que enjpeiorava de dia em dia. Ti>davia desde 31 da Dezembro passado, que se havia manifestado grande movimento em Palermo, e todos despunham^se para marchar, lendo sido alli lusilado na véspera o misero Cuello.
Na tarde de 17 do sobre dito mez de Janeiro, dirigio-se o General em Chefe Caxias, com o Chefe Grenfell. á bordo do Vapor Affonso^ para o porto de Buenos-Ayres, ondo esteve fun«» deado o dito Vapor cerca de 5 1|2 horas, em frente á Quinta da Palermo, d'onde distaria humas duas millias. Ao peuet'ar o Vapor no porto, a Esquadrilha Kosisla poz-se em movimento, amiudando signaes para a dita Quinta, feitos de bordo da barca para isso destinada, que era a do Registo do porto, perto da qual passou o Affon^o a l|t^ tiro de pistola, sem dar-llio a me- nor satisfação. Os vasos de Guerra ínglezes, France>:es, S<3rdos e culros içaram immediatamente o Pavilhão Brasileiro, e sau- daram com as salvas do estilo os dous Generaes do império, de Mar. e Terra, que conduzia uíyno o Vap.M'. ^ cujo bordty
-^ 159 ■—
foram pessoblmenle cumprimenU-los os CominoclAres, e mais Chefes das ditas Ksloções navaes Estrangeiras, O Cliefe Greníell retribui;» as salvas, o expedío depois hum Oílicial a cumpri mon- tar, e agradecer as visitas recebidas. O escaler, que o conduzio, teve de transitar por onlre a lísquadriilia de Hosas, a qual, em quanto se passava o, que referimos, havia mansa e cauíeIosamenlQ se escorregado bem para o interior do l*orlo. As sotéas, e praias estavam apinhadas de Povo. que curioso o admirado tudo obser- vava. O vapor A/fonso, percorroo depois toda a costa nas apro- ximações da Ci(Jade de Bnenos-Ayres, por onde ^òde nave» gar, quer ao Sul, quer ao Norte, sondando entretanto, e exa-* minando âltenta, e minuciosamenlo quanto os dous exímios Generaes Brasileiros julgaram a propósito, para o caso de ser no- ^cessario eííectuar-so algum desembarque sobro aquolla Cepilal, o que logo em Fevereiro esteve a realisar se.
O perverso Maza, com seos infantes, e G peças, ás ordens do Chilabert ; Jeronynío Costa, com os seos, e doze peças bí» mando do Arenas • o Coronel O. .luan J. ííernandes, com l,^Oí) veteranos de infantaria, e huma bateria ; Calderon, capataz da Rosas, arvorado de Major, com cerca de Z|00 cavalleiros, e o Ma- jor Cia vero com ouiros tantos, todos elles,quo existiam em Paler- mo,o Recoleta,já desd^ 25 de Janeiro, marcliadi> haviam para os Sgntos Lugaies, onda Rosas, íixííra o seo Quartel Gen^íral,
A esse tempo o General .Viancilla, tratou de retirar-se entre Arrecifes, e Fontezuelas, deixando htjma força do observação no Arroio dei ÍVJedio, S, Pedro, etc. Ecbague tivera ordem para lâobem rolirar-se até la Guardiã do la Esquina, a fim de manter as communicaçõos com as Provincias do interior, o reunir-so aos que d'ellas viessem. O General Pacheco permanecia na Guar-* dia de Lujar ; na l^osqueira havia como 800 homens de obser- vação: finalmente Mancilla retirou se para BuenoS' Ayres, em ra- são da defecção das suas lorç!ís. O Coronel Aguilera, que se acha* va em Barranca Soza, com GOO praças, abraçou a causa da Li- berdade, aupiOentando a defecção ujis fileiras Pu)sislas.
Constou, que hum certo ex-OíTicial da Marinha Francaza, tivera a presumpção estúpida de apoderar se da Curveta Bahia^ na, fundeada em Buenos 'Ayres, fora da Bahia interior, o ífere- cendo se para isso ao Dictador, e promettendo lhe o bom exiío^ se lhe prestasse o Vapor íai Merced^ com 200 homens, e algu- mas embarcações pequenas. Chegou se a experimentar o Vapor ) mas o tal Corsário desanimou, inda muito a tempo.
21
— 160 —
C 4 PITU LO iV.
OGrande Exrrcilo Alliado em força de 25,000 homens das Ires arfnjjs, reunio-se eai Espenillo, Província de S;mta Fé, e d*alli fez ponto de partida através da campanha, em direcção á Oeste da Província de Buenos-Ayres, e assim abandonou a costa dos Rios Paraná,© Prata, onde contava de muis perto c^^ni o valioso apoio da nossi Marinha, e nosso Exercito de reserva. A confiança que o General em Chefe da Vanguarda, o bravo tlr» quiza, incja em tal distancia, depositava na coadjuvaçio daqne'les pod<'rosos elementos, e na nunca (iesmHntiJa actividade, e pe- rícia do distincto General em (ihefe do Exercito Brasileiro, doo- Ihe aso para realisar pensamento tão atrevido, que nunca Rosas julgou se eífecluasse, e que reunia inc ntestaveis vantagens ; po- rem que só nas circunstan 'ias sobreditas eíle Genefijl poderia ie» var ao cabo.
Com a nova direcção do E?^ercilo Alliado da vanguarda, njo só Urquiza poupou-lhe a travessia de grande exten<!ão do território, já ej^haundo, e devastado pelas partidas de Rosas ; como proporcionou-lhe melhores aguadas, e pingues pacigos píira as cavalhadas, accrescendo que íicava assim cortada toda a communicação ,d« Dictador com as Províncias cailraes, amea- çava as suas reservas de cavallos nos departamentos ao Sul d(j Buenos -Ayre?, © tirava-lbe a única linha do retirada possivel para elle, em caso de revez, para arroja Io á Capital, e ahi es- magado enlfe ella, o a Esquadra [mperia?, que cooperaria, e con- duziria da (Colónia, ã hum desembarque, as phalanges Brazíloiras de referva.
O habilissimo e impávido Urquiza, conhecei) a pxactidãa de suas previsõiis, pois desde as pontas do Rio Con^^liaí'» vio sempre o seo adversário acuado contra o Prata, no seo tampo dos Santos Logares, e para si franco o caminho para Buenos- Ayres, e todos os outros pintos, e departamentos do Sul ; e o que ia direito para onde se aggiomerava o inimigo : escolhido este caminho, a Fera do Palermo, yio-S'} seriamente ameaçada no seo sanguento escondrijo. Com quanto q terror o dominasse, não se esquecia Rosas do íjem munir-sa da« áureas onças, o por isso depredou n»ais, a 20 do janeiro de 18Ò2, quatro milhões, que em virtude da Lei do IG do dito mez, com que pçla ultima vez, o mimosearam os conscienciosos Representantes do Burut^- Ayres, leve p-rmissão para sacar da Casa de Moeda »^
^ Í61 —
A 27 do dito mez de J.^niíiro, rompjo a Panlhera do covil, inda que mailo a seo pizjr, e fuialineiue seguio para o seo Ex«rciio, depois de, p jr Decret») da véspera, ter delegadt» o Go- verno da Provincia, a saber. Fazenda e Guerra ao Ministro da Fasenda Camarista Dr. Manoel Insiarle ; Uolaçõos exteriores aa Ministro respectivo Camarista D. Felippe Arana; isto s^m pre« jiiizo da faculdade, que para si reservava o Governador Proprie- tário para por si, e direcla<iiente providenciar o, que julgasse conveniente, Coub ; ao General Manciiia ser nomeado íiispoc- tor e Genera' em Cliefe das forças da Capital .
O Exercito Alliado teodo avan;ado, j;í a 29 de Janeiro de lbr)2, era co»i o Rio das Conchas, bavenlo primeiramente bati- do, e dispersado diversas forças do Diclador. A vanguarda (lesto. em força de 4,000 lioíiiens, foi então coHocada Bus campos de Alvares, a 9 Idgoas de lidonos-Ayres . No Oratório de Ramallo as Div-'sões dos Coronéis iiosistas Lag»s. e Cortinas foram complo- tamonle derrotadas, pelas forças do General Orono, ficandp tioi- linos ferido d'hnma lançada, e deixando cinco mortos, e muitos cavallos encilhados.Eslesuccesso fez, que o General Pacheco re- trocedesse para a martjeia direita do Rio das (ionjhas, arreba- nlianlo todas as f(\rças de cavailaria, que lho lie aram ; tâobefii a 31 do referido mez pelas 10 horaj da manhãa, tendo o Ge- neral Pacheco cahido em huma cillada, astutamai>t} armada, fòram balidos, e completamente rotos liuns quatrj mil homens, sub as suas ordens, por duas Divisões da vanguarda do Exercito Alliado e Libertador, huma commandada pelo Gcnenl D. Juan Pablo Lopez. e a outra pelo Coronel Galarza, que a cutilaram- nas até a ponte de Marques, a qual Pacheco tratou de destruir, e estava huma» três legoas aién do logar do combate, ficando pri- sioneiros mais de duzentos Portenhos, e havendo alguns mortos. N'esse mesmo dia 31, o Chefe de Esqualra Grenfall sahio da C,olonia com os Vapores A/fonso o Pedro //, para Riienos «Ay- res, em cuja Bahia existiam três Curvetas Brasileiras, e o Vapor Paraense,
No !.« de Fevereiro (1852J pelas 3 1|2 horas da manhãa, continuou a marchar impávido o grosso do Ex'.írcito A'liado, de- pois de haver atravessado toda a campatiha, sem ter visto huma força inimiga, que tenaz, e seriamente o detivesse,on disputasse em poifiada, e valorosa luta o passo. Tendo vencido quatro le« goas para chegar ao Campo dâ Alvares, sobre o Arroij Durasno, d onde tinha sido expellida a vanguarda inimiga, abi acampou, reunindo se ás Divisões da vanguarda, que inda se achavam n'es- sa posição, o bem assim ao General em Cbefo Urquiza, que jâ Jiuvia alli estabelecido o seo Qfâartel General.
-^ 162 -«
No seguinte dia 2. as quatro horas da nianhaa, moveo-se aquello Genoral com todo seo Exercito, a rumo N. O, o ás 5 bo* ias, o 37 íiiinatosjez alto; e progredindo ao rumo E. N. E, ás 9 horas o 40 minutos, montou palas 11 boras e 52 minutos, a ponte de Marques, fazendo alto ao meio dia. Continuou a mar- cha 25 minutos depois, o aos 50 ditos fez de novo alto, para seguir a huuia h jra, e foi acampar 25 minutos depois, no ulto da Coxilha mais próxima, á quem da pontfj. Em quanto assim avançavam, tinha o Major General Bíjamin Vírasoro mandado, ás 10 horas e 45 minutos, participar, que o inimigo achava-se próximo, e á vista da vangnarda do grande Exercito Alliado. l)e feito os Rosi^tas, lendo estado collocados sobre a mesma Co- xilha, em que o dito Exercito acabava de acampar, abandoram- lia ao meio dia, precedendo á isso um curto tiroteio com as avançadas da vanguarda Libertadora, o qual a pezar da superio- ridade, que tinham elles por dominarem a ponte sobre que o ExerciljodesBlou, fora absolutamente inútil. A linha inimiga de íiovo oslentou-se sobre as Coxilhas, e durante o resto do dia o tiroteio continuou, tendo»se appresontado, antes do meio dia, hum Chefe d<»s da iiosas, hum OíTicial.e vinte soldados. O gran- de Exercito Alliado se dispôz para o combate, e o General em Chefe Urquiza fazendo chamar o General Commandante da Di- visão Brasileira,deo.lhe ordem para encorporar á esta o corpo do Artilharia ao mando de D. José Maria Piran, com 2l bocas de fogo, e mais 3 batalhões de Infamaria de Buenos-Ayres, que per- tenceram ao Exercito do Oribe, dos quaes tinha o commando o Coronel D. Mathias ilivero.
As 4 horas e 30 minutos da manhãa do dia 3 do mencio- nado mez de Fevereiro de 1852, formou o general Urquiza a sua Tl opa em columna para marchar sobre o inimigo, que entrin- cheirado o esperava no campo de Caseros, occiípando posições dominantes do outro lado do Arroio Moron. Constava o grande Exercito Alliado de 28,l49 praças, sendo 25 a 26 aptas para combalor, 9,000 de infantaria, 1,000 de artilharia com 45 bo- ças do fogo, huma bateria de foguetes a congreve de 2 estativas, e 10,000,pouco mcis ou m *nos, de Cavaliaria — O seguinte n>a- pa, conforme ao que dera o Major General Virasoro em Dezemliro de 1851, mostra qual era então o seo total : mas no dia da bata" lha estava reduzido por enfermidades, e eslropiamento, duraata o tempo da marcha.
— 163 —
CoMMANDANTE EM CUEFE/
O Brigadeiro General Governador da Província de Entre Eios D. Justo José de Urquiza,
Major general.
O General Governador da Província de Gorrientes D. Be-
jamin Virasoro.
CORPOS DO KXEIICITO.
ENTRE. RIOS.
ARTILHARIA
Esquadrões do Artilharia — Coronel Piran Atlilharia volanle — Coronel Gonsales,
INFAINTAKIA.
Batalhão Entre-*Riano — Ten-Coronel Lista. Dito Urquiza, — Coronel Barabilbaso
DIVISÕES DE CAVALLARIA.
Coronel Ur dinar ain
» Calarsa,
' N» Palavecino,
r» . ) Pacheco
^.""""3^'' \lIcrnundo — ■ » Zalazar . — » Almada
7/ — Tenente Coronel Pa$o, 8.^ — Major Lopes ^ 9.^ — Tenente Coronel Gonsales. San José » Barão Grate.
Escolta de S. Ex, — ^Coronel Aguilar, D » » C ar bailo*
Guardiã — Tenente Coronel Reyes,
3/ —
6." —
Praças. 230 200
250 600
1,30C> 1,5(J0 1,100 600 700 500 900 600 650 500 300 250 270 200
10,650
BRASIL.
Commandante da Divisão, Brigadeiro Manoel Marques de Souza.
Ajudanta General. Tenente-Goronel Joaquim Prccopio Pinto Chichorro»
— 164 ^
Commandanle da l.** Brigada Coronel Fran» cisco Fdix da Fonseca Pereira Pinto.
Coramaiidanlo da 2." dila Coronel Feliciano' António Falcão. 1
ARTILHARIA.
1." Regimento d'Arlilharia volante, a Baterias de Foguetes a congreva. ao manda do Major Joa- quitn José Gonçalves Fontes. 200
INFANTABIA.
Batalhão n.5 — Major Manoel Lopes Pecegueiro 510
Dito n. 6 — Ten Coronel Luiz José Ferreira 600 i
Dito n. 7 — » João Guilherme Brucé 490^
Diton. 8 — f) Major Carlos Resin 549
Dito n. 1 1 — Ton. Coronel Francisco Victor de
Mello Albuquerque. 529
Dilo n. 13 — Tenente Coronel Martinho Baptis- ta Ferreira Tamarindo 452
CAVALL\RIA.
2." Regimento d^í Cavaliaria — Tenente Coronel
Manoel Luiz Osório. 550 /i,02O
UUUGUVY.
Commandante da Divisão — Coronel O. Cezar Dias.
INFANTARIA E ARTILHARIA.
Esquadrã3 d* Artilharia volante — Tenente-Coroncl
D. Mariano Vedia 200
Batalhão Resisten<:ia — Coronel Lezica. 600
Dito Caçadores Yoltigeros — Tenante Coronel
Pallejas 500
Guarda Oriental — Coronel Salsona. 490
Ordem —Major Ahello 280 1 .970
CORRIENTES.
ARTILHARIA.
Esquadrão de Artilharia — Tenente Coronel
Gonsales. 130
INFANTARIA.
Batalhão Defensor — Major Martinêz 350
Dilo Palricios — Major Accuerfo. 360
(*) Na acçSo foi comraandado pelo Major Graduado António Ygr (il'Aliiiçidaf ,Jpor aciíarjjç tlj.euie oMí>j«rI\esií), t^ue o commáudava.
1^ 165 -í
DIVISÕES DE CAVALLARIA
Escolta — Coronel, D. Caetano Virasoro» 750
í.* Regimento — dito Ocampo 6^0
2. <^ dito — àlioLopez. 500
3. «dito— alio Paiòa 540
4.° dito — dito Cáceres 600
5 /'dito — Tenente Coronel Bejarano, 650
6.'' dito —Coronel /?icarífe5. 700 5,260
BUENOS-AYRES.
Comm. da Divisão — Coronel D.Jow Miguel Gçilan.
ARTILHARIA
Esquadrão de Artilharia volante — Tenente Coronel
D. Bernardes Castro, 110
Dito— dito Cor.nel Mitre 100
INFANTARIA.
Buenos-Ayres — Tenente Coronel Tijerina /i30
S. Maitin — dito Echenaguica A30
Conslltulion — dito Tqledo 430
Federacion — Major Bodriguez* 450
DIVISÕES DE CAVALLARIA.
1.' — Coronel Burgoa, 4oO
2.» — ilito Uornos 603
3. » — (•) dito D. Pedro d'Aquina —
4.* — dito 5w{;6íe/a. 450
5. • -^.dito Gon^alez 325 3,735
Trem, cavallos, parques, inválidos, etc. Total
Assim que o sol da dia 3 de Fevereiro assomou ostentando seos fulgores, leo o General em Chefe Urquiza a seguinte con^ cisa proclamação. —
< Soldados! Faz bojo quarenta dias, que no Diamante atra- « vossaveis as correntes do Paraná, e já estais perlo da Cidade da « Buooos-Ayres, e em frente de vossos inimigos, onde comba-
(*) Esta 3.' Divisão siiblevou-se^ seduzida per hum Aguilar, assassinou o SCO Coronel Coramundanle Aquino, nlguns Oííiriaes, e hum Sargenl((, e dispersou- seein procura de Buenos Ayres. O Coronel Ilornos Commandanle da 2.' J)ÍTÍ- sOo reunio depois niuitoá desses dispersos. Os autores daquellc crime foram a H* iial punidos, lendo &i'Jo declarados fora da Lei , por perjuros, e Irdidores»
— 166 —
« tereis pela Liberdade, e pela Gloria. Soldados ! Se o tyranno,
« e seos escravos vos esperam, ensinai ao Mondo, que sois ia-
« vencíveis; e se a Victoria» por um momento, for ingrata para
ff com algum de vós, procurai o vosso General no campo da ha^
a talha, porque o campo da batalha be o ponto de reunião dos
« soldados do Exercito Alliado,onde devemos vencer, ou morrer,
a He este o dever, que vos impõe, em nome da Pátria, o vosso
a General e Amigo — Justo José de Urquiza. »
Em seguida todos os corpos do Exercito Alliado deram ac- cendidos vivas á Pátria, á Liberdade, e aos Povos alliados, en-^ ire sonorosas trombetas, que incitando a avançar, fizeram rom- per immediatamnnte a marcha, e poucos momentos depois já lho ficava pela retaguarda a ponte do Arroio Moron, e achavam-se em frente do numeroso o jactante Exercito de Rosas, cnjo total, conforme o mapa abaixo, era de 46,000 homens ; porém pe- las defecções, que Ibe diminuíram mais de 4,000 homens, de que íizera parlo a Divisão Serrano, que estivera no Rosário, e exis- tindo cerca de 5,706 com o General Mancilla, na guarnição da Capital, e por outras causas, computou-se, na occasiáo da bata- lha,em 24,000 homens, sendo 1,000 de Artilharia com ò6 bo- cas de fogo, 3 estativas de foguetes a congreve, 8,( 00 de Infan- taria, e 13,000 de cavallaria: commandando a Ala direita o Ge- neral Marianno Maza, a Esquerda o General Echague, achando- se no Gentro o Dictador Rosas, que commandava em Ghefa.
Mapa das Tropas de Roaas, em Dezembro de 1851, na Proviu' cia de Buenos- Ayres ^ e Sanla Fé^ e cuja maior parle for- mou depois o seo Exercito em Moron,
DIVISÃO DO NORTE.
Coroada — Gommandante JFcAa^^^e. 1 000
San Lorenso, — dito Sta. Coloma, 1,401)
Rosário (1) — dito Serrano, 1,600
Ramallo — dito Mancilla, 2,800
San ^Pedro — dito idem. 400
Sarale — dito idem. 300 7,500
(1} Desta Divisão, pertencente í í5prrano, i7o Rosário, desamparam-no mí)'s de 300 praças, e passaram á fazer parte do Exercito tie [Jrq'ji^;i, forinundo huina «ulral)ivi5ão, como numero, íUí?.* »q mando de Gonsales,
— 167 —
CENTRO.
Rojas, Co?n mandante Cortinos
Guarda de Lujan, dito Pacheco, Barranca Sosa, f) dito AgmUra.
1,000
4,^00
600
5,800
SUL.
Laguna de los Padr. Gommendante Cornei 700
Tuyú, d « to IV/r o /?osas 1,200
Salado, dito idem 600
Eusanado, dito idem 300
2,800
Veteranos.
PALERMO,
6,500
Idem.
SANTOS LOGARES,
0,200 12,700
CIDADE.
CoHvalecençia, Commandante Sancher. 500
Recoleta, dito Biedma, 600
Rancheria /^Gollegio) dito Luiz Fontana 400 Serenos, e Commissarios actives dito Larra-
zabal '^^^
Veteranos e activos dito Âguilar» 800 Idem idem dito Ramon Rodrigo, 800
Idem idem dito Pedro Ximeno 1,1^0
Restauradores Veter. dito Rovelo 400
Illuminadores (Policia ) dito Homero àOO
Tenentes Alcaides ( idem ) dit<^ Herrera 900
Vigilantes (idem ) dito Moreno 200
Passivos do districto da Cidado 4,000
Idem idem da Fronteira, e Campanha 7,000
Total geral
6,800
11,000 46,600
(*) Esta outra Divisão cora o seo Chefe toda pronunciou-ie pela causa d> I^iberUadc, e appresentou-se á Urquiza.
— 168 —
CAPITULO V.
Eram 5 l\2 horas da manhã, do referido dia 3 de Feverei- ro, qoando descobrio-se o inimigo assomado no alto da Coxi- Iba, e ponto denominade — - Chácara de Caseros — duas mi* lhas ao Norte da Povoação de Moron, posiçã) aquella eminen- temente militar, e vantajosa, quer por que dominava todas as alturas, que eram suscepliveis de ser occupadas ; quer por tor- nar-se dominante de duas casas desotéa, circumdadas por fun- dos f íssos, quasi em frente das quaes( então Quartel General do D.ictadcr) seentriacbeiravam três Bitalhões de Infantaria, colio- cados entre duas baterias de doze t)ocas de fogo, e hutna eslatt-» va de foguete*» a congreve, bavcnJ;» mais na continuação do sua linha de batalha, que n'3quelle log^ir apoiava o seo centro, duss outras baterics, sendo de dez p^ças a mais próxima á gran- de sotéa , com huma estativa, e a outra de vinte duas peças, in- clusive alguns obuzes, todas protegidas por numerosa Infantaria, Havia d« mais burii^ fortificação de carretas sobre o flanco di- reito, assas bem ordenada, tendo exteriormente um vallo, que se prolongava : o campo em geral erd ligeiramente accidenta- du, existindo eiitre as duas íinbas dos Exércitos contendores, ex- tensos cordões cie plantaçõas de milho. A linha do inimigo se estendia por «obr^; huma Coxílba óe Caseros atá os Santos Lo* gares, abrangendo d*esla arte mais de huma legoa O plano, que antecedentemente tica jonto, dá clara noção da posição do inimigo, e do campo da ba:al!:a etc.
Avançou o grande Exercito AlHado p'ra o dito campo da batalha» e formou em linha pirallela á Canfiada de Moron, que linha fronteira, e em ordt^m obliqua, em relação an inimiga, sobre a lomba, que lhe ficava opposta, sendo logo cumprimen- tado pelo obstinado Rosas com o rudo estrondo de seus enor- mes canhões. Três grandes massas das Ires armas, com fortes re- servas de Cavaílariu calculadas as duas extremas em sua compo- sição para obraren) activamente sobre os flancos do inimigo, formavam a dita linha de batalha, segundo detalhara a parte, cuja integra inserimos em as notas sub n. 66, dada, depois da peleja, pelo Major Generel D, Benjamin Virasoro.
Flaxc) direito a Ala direita, neste flanco, era composta da Golumoa de Cavailaria do Brigadeiro General D Anacleto Medina, com os Batalhões de Infantaria Urquiza, e Entre-lliano. comínandados pelo Coronel Barabilbaso, e dos Gorrentinos pelo Coronel D. Caetano Virasoro, e o Gonstituiçãij, pelo d'Jsual
— 169 —
classe D. José Tonedo ; lodos os ditos Batalhões sob as ordens da Gororiel D. José Miguel Galan, que apoiando-se em duas bate- rias d'ArMliiai ia dirigidas pelo Gf>ronoi D. Marcelino Mart'ns» deixava á sua direita as Divisõos da Cavallaria Saiitafesina, dos Caçadores OrOno, e Sii^biela, ás imníediatas ordens do General D. Juan Madaríaga, coinmandando em Gbefa o referido Briga- deiro General Medina,
As forças flanqueadoras, e de reserva da ala diueita, era toda de Cavallaria, compondo-se da cuiamna ás immediatas or- dfíns do bravo General D, Gregório Araoz de la Madrid, da Divi- são do Coronel D.Miguel Galarsa,dos Corpos da escolta do Gene-' ral em Cbefe U/quizi, ao manJo dos Coronéis Zaiezar, e Goror^ do ; todas elb s itnmediatainsnte ás ordens do mesmo Gi^neral em Cbefe, que reservava aquella columna sob mão, para decedir da sorte da Bata ba, com hum golpe audaz, que tinha premeditado, e que mais tarde veriíicou-Sf?. O 2.** cnrpo de Cavallaria da Di- visão Brasileira havia sido encorporado á estas Divisões, e fazia a ttjsta delias.
Centuo da linha . O centro da Linha do grando Exercito Alliado, disposto para hiirna resistência tenaz, era commanda* da polo Brigadeiro d») ítnperio, Couimandinle ^ia 1,^ Divisão Brasileira Manoel Marques de Souia, actual Barão de Porto Alegre, e compunha-s9 não só do seis batalhões de Infantaria, doze bocas de fogo, e 4 obuzes de fogueies a congreve da mes- ma Divisão, como tãobem dos BalaUiõíjs S. M^rlin, l>uenos-Ay- res, e Federação, commandados pulos Coronéis Tejerina, Echa- nagusia, eMijor Rodrigues, e lodos três ás ordens do Coronel D Matbias Rivero, mediaíídd entre essas dtias luassas, duas Di- visões d'Artiiharia, compostas de vinte peças de vários cali- bras, comuiandadas pelos Coronel D, Bartholomeo Mitre, e Te- nente-Coron ;! D.Bernardo do Castro, sub a direcção do Coronel D, José Maria Piran.
Ala esquerda Apoiavam-se sobre o centro, formando a Ala esquerda, a columoa do Infantaria Oriental, com seis peças de calibre 6, ás ordens d* seo Cooimandante Coronel D. Cezar Dias» quo tinha por Chefe do seo Estado maior, o de igual pa • tente D. Julião Martinez : seguiam-se os Regimentos de Caval- laria do General Abalo, com a Divisão do Coronel Borgoa, ás crdens do dito General, e fechava a linha por esla parle a Divi- são do Corooel D, Manoel António Urdinarain, occupando a ex- tremidade do Commandante Paez : esla linha de Cavallaria ebo- decia ás ordens do Brigadeiro D. Juan Pablo Lopes.
ExREMA ESQU-RDA. Constiluiam as forças flanqueadorâs
— 170 —
da Extrema esquerda, os quatro Regimentos do Gommando do Coronel D. Jozó António Virasoro, as Divisões dos Coron is Palavecino, Almada, Zaiazar, edos dous Gonsales, ficavam ás immfldiatas ordens do Major General do Exercito, General D. Bejamin Vira.?oro, destinado para acudir onde as» circunstan- (Dias e&igissem no.
CAPITULO Vi.
Todo o Exercito Aliiado, assim que orgueo so o radiante sol do mencionado fausto dia 3 de Fevereiro de 1852, adiantou- se em columnas parallelas por Divisões para atravessar acanha-" da de Moron, p;)r duas pontes estabelecidas na vanguarda de sua extrema direita, ao mesmo passo, que destacava difíerenles guer- rilhas ; e o dito Coronel D. José A. Virasoro, com seos regi- mentos, se conservava em posições, attrahmdo a atiençi^o do ini» migo ao lado opposto, e sobre seo flanco direito. Depois qae todo o Exercito aliiado, salvou o obstáculo, repassaranti as guerrilhas o banhado, já accossadas por forças superiores ; e achando so nessa occasiáo a Infantaria do Exercito Aliiado, ao alcance df» Artilharia hostil, rompeo esta logo fogo, em toda a linba, sobre aquellas massas a meio tiro, pondo para isso em jogo todas as suas secenla peças, pela mar parte de grosso calibre. O dito Exercito Aliiado, recebeo com dssdem tão estupendo cortejo, com qae o Dictador Rosas entendeo aterra-lo ; e não tardou a opporlunidade da prova, pois o General em Chefe Urquiza, tão consumado em táctica, quanto inspirado General, e que no fu- ror do combale pessoalmente dirigio a Ala direita, encaminhou- se para onde adiava se o Brigadeiro Marques, Conimaodante da Divisão Brasileira, e o preveaío communicando lhe. que a posição e linha, que occupava o inimigo, falia, que elle General, mudasse subitamente de plano de ataque.
A Cavallaria e infantaria, formou então em columnas a meia distancia, o centro do Exercito girou sobre o s^jo flanco direito, e forças da Ala esquerda, que commandava o Major Ge- neral Virasoro, refirçaram as da reserva, e fianqueadoras. que a<havam-se na direita, ás immcdiatas ordens do General em Chefe, afim de manobrar es'e em pessoa, atesta da Cavallaria, sobre a esquerda, e centro do inimigo, em quanto que todas as forças aecumuladas do grande líxercito (içavam sobre as posições fortificadas, que o mesmo inimigo occupava á sua direita.
Feias oito horas da manhã dita, fazia Uãte jogar a sua Ar*
lilharía sobre toda a linha contraria, e por (anto o Major Ge- neral Virasoro ordenara ás baterias do centro do grande Exerci- to, que rompessem e sustentassem hum fogo contínuo sobre as posições do adversário ; sendo porém ineíTicaces os tiros, em ra- são da deíiproporção do caíibro das peças, força foi, que est^s emmudecessem, embora sempre continuassem as do adversário, que muito alcançavam, a fazer o roais animado fogo,
Percorreniio o General em Chefe llrquiza, as 9 horas d'a. quelle faustissimo, e prodigioso dia, a linha de batalha, entoou, quando chegou á frente da Divisão do Império, ardentes vivas á Nação, e ao Magnânimo Monarcha Brasileiro, os quaes foram entbusiastictmente retribuídos com vivas á Republica Argenti- na, e ao bravo General Llrquiza. S. \ix, determinou então, qua fosso alacado o centr) da linha inimiga, assim que vissem em movimenU? a Infantaria, qut^ ficava á direita ao mando do Co- ranel Galan, cumpriado á Divisão Oriental, que estava cerca da 1|2 legoa distante (lo centro da linha de balalba. e muito a di- reita da^asa de GaseroS; próxima a canhada de Moron, onda fenecia a Coxiíba, sabí'« que se achava o Exeicito Alliado, car* regar fort^^nente pelo flanco, e retaguarda, conlra a ala direita do inimigo, ' carregando tãobem sobre a esquerda a Brigada Argentitsa.
Pelas onze hores da manhíia. o General em Chefe, que já percorrido havia t« da a linha, com huma lanç^ em punho, .1 testa d"S bravos cavalíeiros da sua escolta, e dfi outros, que lhes não cediam, dej o signsl do combate, atacando elle próprio o flanco esquerdo, e retaguarda das tropis de Ros^js, o executan- do com as fòíÇâs de Cavallaria a brilhante manobra^que levan- do de vencida o sdversarso. Ui hum prestígio não dúbio de que a victoria tinha de declariír-se pelo líxercito Alliado, Immediala- meíit^ a Divisão do intrépido Urdinarain voou da esquerdas tornear nimio-galJiârdemente vários Ksqnadròes, que fustigadts da osqíiorJ;! dí adversário, vinham procuranJ^í t;*lvez escapar- se pela direita ; o que nã^ conseguíraín, e foram destroçados, ao mesmo passo, que a Divisão Oriental avançava a ganhar posição para emprebender o ataque contra o flanci> direito do inimigo.
A' Divisão Brí^sJieira, coUocada em frente a Gaseros, cabia atacar peia frente e havia por i so tomado huma situação pró- pria para attrahir a attençáo do inimigo, e conlra e<5Íe empre- gar os f(!gos de Artilharia. No em tanto o General Marques, Che- fe do Centro, e das Forças Brasileiras, certo de que a Divisão Oriental era de p >ucas bayoneta», enlendeo. que devia protegf^n a, máximo por dirigir-se cila a hum ponto asiás árduo, o forte :
•_ 172 ^
manjou por lanto, depois quo a Artilharia avançou até distancia, em que podesse prejudicar o inimigo, e dislrahir sens fogos de sobro a Divisão reforida, q!ie a 1 .* Brigada Brasileira, com- mandada pelo Coronel, hoj« Brigadeiro, Francisco Félix da Fon- seca Pereira Pinto, composta dos três Batalhões n. 8, 11, e 13, avançasse em apjio dos Orientaes, entretanto que ello Gene- ral, á testa da 2.^ Brigada, constante 005 Batalliõas õ, 6, e 7, » fazia do frente sobro a rpericionada posiçãf) d3 Cfíseros. Estes mo- \imentos arriscadíssimos obtiveram o mais explendente êxito, para o qual assís cooperou a bem dirig-da Artilharia Argentina, e Brasileira, esta sub a direcção do distincto Major Fontes, e aquella sub a dos bravos Coronéis Mitre, e Piran .
A Divisão Oriental, por encontrar diíTicais óbices no trans- por os pântanos da canhada, existentes em terreno baixo, inter- mediários as lombas, que occapavam os dous Exe-citos ; e tão* bem por collocar em baterias as suas bocas de fogo, e mudar do frente, e formatura, passando de columnas de marcha ás do ata- que, fez alto, e assifn vio-se na urgência de retardar a fu» mar- cha, inda que por pouco tempo, isto no ponto, onda fmalisando a canhada, começu a Coxilha, que occupivam as forças de Ro- sas, ponto aquelle di4onte quiçá humas 400 braças da casa de Caseros, d'onde previdente destacou então o inimigo quatro grandes peças para colloca.*'a3, como collocou, duzentas bra- ças á direita da ca«a dita, em campo raso, aHm do tolher os pas* SOS á Divisão Oriental, que seriamente ameaçava-lhe o flanco direito, visto como das baterias de Caseros não a podia damni- íicar, por n^o descobri la ; d'onde resultou que fosse poupada a sofrer os eífeitos da vigorosa canhonada,que sobre o Centro, e Aia direita do grande Exercito Alliado, sustentara por mais d'huma e meia tiora a enorme Artilharia de Caseros^ á quem o dito Exercito souba retribuir ousadamente, e com galhardia pouco commum.
Aquella demora da Tropa Oriental, fez que el'a fosso ra- pidamente precedida pela 1 * Brigada Brasileira, que indo em columnas de ataque, ob^rtas por linhas d^ atiradort»s dos Bata- lhões 11, e 13 de Infantaria, avançou a peilo descoberto, subin- do accelerada por hum lerreno suave:nente inclinado, cerca de 600 braças, dosprezanio impávida o desesperado fogo, que a hor- risco dirigia-lho, assim aquella parte das baterias inimigas, se- cundada por três Batalhões de Infantaria, que guarneciam na ; como tãobem as outras baterias da Rotunda, ou Pombal, e to<ia a Infantaria, que era na esc^uerda da mesma Rotunda.
Aquella l.*Brignda Brasileira, que hia do protecção á
— 173 —
Oriental, 0 a 2/ ao mando do Coronel Feliciano António Fal- cão, ora Brigadeiro, chegaram quasi a hum tempo, ás casas da soté a, tendo avançado por terrenos irregulares, e alravesr»ado hum banhado, que era como a 300 braças da frente da posição, á que as columnas se conduziam, até que a 1.^ Brigada occupára a frente da entrada do lado de Oeste, praticada no vallo que fecha a frente dos edifícios de Monte Caseros ; e por ahi pene- trou, transpondo dous Batalhões da 2 ^ Brigada o mesmo vaSlo, quando já o então Commandante do Batalhão n.° 11 do Infan- taria ligeira, actualmente 10® do Exercito,!*) o Tínento Goro- Dcl Francisco Victor de Mello o Albuquerque, se havia adianta- do com os atiradores, sendo tal a rapidez, coín que investira, que foi elle o primeiro, que transpondo aquelle profundo vallo, onie este circulava a ca^a da soléa, e onda a afronta era maior, porquanto mui bem acastelladoií os contrários, se osten- tavam com alta pertinácia, os accommettera, e desalojara, a bayoneta callada, soccorrido opportuna, e promptamente por huuía descarga tremenda, desfechada por ordem do digno Com- mandante da 1.'' Brigada Coronel Francisco Felix, que, á lesta de toda ellp, havia avançado a marche marche, e galgado assim a quelia fortificação. Em lances tão denoJados, e gloriosos foram gravesneate feridos à testa das companhias, que comínandavam, os Capitães Graduados do sobredito liatalhão 11, Henrique José Moreira, e Domingjs Rodrigues Tourinho, sendo a esto ampu-* tada a coxa direita no sobredito dia 3 de Fevereiro, resultando- Ihe a morte no dia 9, e o Alferes Manoel António Soares da Gama, que sofreo igualmente amputação áo braço direito : os dous últimos nasceram na Provincia da Bahia^ e o primeiro na do Rio de Janeiro.
Por tal modo assenhoriaram-se as tropas Brasileiras da po- sição mais importante, e mais defendida, a despeito da coragem, com que o adversário ainda procurou sustentar-se, pois a intre- pidez, e sangnc frio dos aí'saitantes fez desapparecer esse resto da valor, que a presença do bárbaro Rosas, commandando em pes- soa o seo Exeicilo, inda lhe inspirava,- mas qoe esvaeceo-se logo que elle com a fuga procurou salvação, nada conseguindo a ioutil pertinácia de huma pequena parte de seos infantes, qn^ ainda in5»istiram, por mais de quinze minutos, em bater-se com bravura digna de melhor causa.
(*)Este Batalhão, quê foid^ Proviocia da Bahia, he o único, que nos resta dos que íizeram a Guerra da Independência, sendo então hum dos Batalhões da extinctii Legião de caçadores da Bahia, que passou ater nuniejaçío de 2. •Ba- talhão do Exercito Pacificador, e depois foi o ih. de caçadores do fíi.tiga numera- ção, o 3.» quando liouve a abdicação, o 11 pela penúltima organisação, e aC' lualmcule o 10." iiclamoacriiaesciíls, em que foi coUocaUo,
— 174 —
A' meiliJa que a Divisão Brasileira avançava a apoderar-se das posições mais forlus do inimigo, a Brigada Argentina, con- duzid;i fjelo mui bravo Coronel O. Malhias Rivero, que avança- va taohem, em virtude de ordem do Ge«eral Marques, íez alto, por não se haver íibalado ds linha primitiva, o Coronel Galan com outros Batalhões, quo commandava, e ficavam a direita, enjbora prevenido laobem estivesse dos movimentos, que se biam praticar, iiste inqualificável proceder, que deixou totalmente descoberto o flanco direito da linha, e columnas Brasileiras, fez que o dito Coronel Riv^aro, como militar pcntoso, vendo que as referidas columnes assim isoladas emprebcr;diam a carga, carre- gasse tãobem com heroicidade, flanqueando-as sobre a linha do adversário, pondo-a por esse lado em completa retirada.
Neste tempo bum dos Batalhões da 2.^ Brigada tomara conta (ia Rr^unda, ou Pombal, e da principal bateria estaciona- da a esquerda deste edificio, que o inimigo só abandonou total- mente con» a aproximação dos Batalhões Brasileiros, e dos três Argentinos, com o seo digno Chefe o já referido Rivero, reunidos á Divisão Imperial Assim foi dispersa, ou desarmada, e prisioneira a Infantaria inimiga, quer a que abandou as casas, quer a que sustentava denodadamente aquelh outra bateria collo- cada entre a esquerda da Rotunda, e a que fez fogo sobre o cen- tro, e esquerda das tropas supra mencionadas.
A Divisão Oriental, e seo Commandante o Coronel, hoje General, D, Cezar Dias, destingrjio-se tãobem durante o pro- gresso das evoluções retro enumeradas, effectuando o ataque pelo lado, que se lhe confiou, com perfeita execução, estendendo sua posição pela retaguarda da casa,esotéa de Caseros, fazendo fren^ te á fortificação de carretas, que a quem do vallo, fstavam col- locadas contíguas, e em linha, servindo como parapeito á alguma Infantaria inimiga, qne lhe resistiam, em protecção das quatro bocas de fogo.que para aquella localidade o inimigo assestara, e que só trataram de retirar-se, quando reconheceram, que a força Brasileira já estava sobre a bateria de Caseros : se a Ar-« lilharia da Divisão Oriental fosse de calibre excedente a 6, he provável, que muito mais depressa teria feito calar as quatro peças, que hostilisavam-na. Sofreo aquella Divisão a perda mui sensivel do Capitão Monteros, ferido no combate gravemente. 6 que morreo depois, sendo tãobem ferido o Tenente Gonsales, e 17 praças do pret, três das quaes pereceram tãobem. ^ Quando o centro do grande Exercito Alliado avançava em columnas sobre sua frente, era este movimento protegido pelas baterias do mesmo Exercito, que u'aquelle momento decisivo
— 175 —
respondiam com viveza á desesperada, e incesssante esfusiada tia Artilbariu inimiga, que vomitou além de três mil tiros, na continua esluaçãe da Batalha, que perdurou seis horas, e onde lutaram cerca de cincoenta mil guerreiros, huns { os mais fe- lices ) pela regeneração das Republicas do Prata, e outros pelo agonisante poder do déspota covarde, que os desassislio no má- ximo apuro da peleja.
Havendo ordenado o General Marques, que o Comman^ dante da 1.^ Brigada, deixasse junto as casas da sotéa a Ala de hum Batalhão, para encarregar-se da Artilharia, trem de guerra, armamento, munições, e lãobem dos prisioneiros, seguio lugo com a 2,^ Brigada a tomar buma outra bateria de 22 peças, que existiam a esquerda de Caseros, e para isso mandou avançar, a passo de carga, duas companhias da atiradores, que pozeram em fuga os Infantes, e Artilheiros, que ainda guarneciam as ditas peças, não obstante as derrotas successivas, que o inimigo ia geralmente sofrendo ; acontecendo o mesmo n'uma outra bate- ria de 10 peças á direita, tomada por gente do 6.° Batalhão da Infantaria, que qua si nenhum prrjuizo sofreo. Os soldados Bra- sileiros moslravam-se intrépidos, e lirmes; vs soldados Brasilei- ros desprezando sempre a morte, voavam e conquistavam posi- çÕf^s, que á outros seriam inexpugnáveis. Seo Gonimandante o General Marques mereceo, que no boletim n. 26 do grande Exercito Alliado, fosse seq, nomo considerado, e elogiado com este dislincto, e honroso trecho :
« O Sr. Brigadeiro Marquos, Chefe do Centro, e das Fôr- « ças Brasileiras, doo hum dia de gloria á sua Pátria, accrescen- « tando navos louros á sua fronte, e grangeando o respeito, e « gratidão dos seos AHiados ! »
Assim que fora envolta a direita do inimigo, e assaltado o seo centro psios seis Batalhões Brasileiros, ires Argentinos, e quatro Orientaes, o dâsbarato total não tardou a pronunciar- se, mau grado á resistência tenaz, porem inútil, das baterias, o Infanlar/a entrincheirada nas casas, e espaldões de Monte Case* ros, e do incendso do campo por esse lado, e na frente, por onde tinha de transitar o centro das forças imperiaes, avançando so- bre o adversário.
Beleva agora commemorar especialmente o 2° Regimento de Cavailaria do Império, o qual tendo sido destacado da sua Divisão para fazer parte da vanguarda do grande Exercito Allia" do, e estando encorporado á Divisão do valente General La Ma- drid, quando esta ousada flanqueou a esquerda i nimiga, o dito General destacou huma linha de atiradores d'aquellc corpo, com
23
— 176 -^
o desígnio de hosliltsar pela retaguarda : encontrando porém resistência de tropas mui superiores em nuníero, forçoso foi accrescentarlho lodo o Esquadrão de atiradores ao maado do Capitão da Guarda Nacional do Império, addido á aquelle 2.^ Regimanlo, José d'OIiveira Dueno, e ás im!nediatas ordens do Capitão do mesmo Corpo, servindo de Fiscal, João Daniel Dâ- maso dos Reis, Dirigido o dilo Esqua<írão com hábil tino, e audácia, conseguiram penetrar até o centro da retaguarda da li- nha contraria,praticando para isso prodigios do valor, accossanJo o inimigo, que retirava se, até os Santos Logares, e conUrangen- do-o a abandonar nove carretas carregadas, aprisionando lhe bumMsjor, dous Tenentes, huno Medico etc. » c três mii caval- Jos. Este acto de extraordinária bravura, e resolução custou a \ida aos sempre impávidos Tenente Manoel Francisco Monteiro, Pernambucano, e Alferes Norberto Xívier Rosado, RioGran- dense, e á dous soldados, todos do referido 2.° corpo de Ca- \allaria.
Recebendo depois o mesmo Regimento ordem de marchar para a frente da esquerda da linha contraria, alli formou em batalha, dirigido p^lo seo Commandanle Teneite Go'onel Ma- noel Luiz Osjrio, que assas dÍ5linguio-se, quanJo por ordem do resoeclivo General Li Madrid, avançou a trote sobre humi ba- teria, que desfechava seos fogos á Divisão Oronho ; e surpren- didas as guarnições da referida bateria pela rapidez, audácia, e galhardia, com que todo o Regimento investira, abandona- ram cinco grandes ptíçis, escapanJo-se com os armões, que só desampararam, e bem assim vários artigos bellicos. quand » con- tinuaram a ser instantemente accossados por hum Esquadrão de atiradores, e já sofriam o novo prejuízo de vinte homens morlos. Foi ao travar se esta lut^i, que o soldado do m^smi R^gitnento José Martins, natural de Mostardas. acconi ttcndo por entre as ar» iKas, arrancou das mãos d'huma praça ini(niga pertencente ao Esquadrão da Guarda do General Echagne, certi esp3c:e de bandeira, que continha a Legenda — rosas, eciiagdk, ou moktí:. — Foi a única insignia, ou bandeira, que arvoravam as tropas do lyranno,
Tomadas as pisiçÕes mais fortes da direila,e cenlrvO, confor- me já ficou díím íHstraJo, cínsezuio o mimigiinla assim, humi troca de fronte sobre sua esquírdi, oapoÍ3nJ)-se nas baterias dolad», que antes havia sido sui esquerda, o centro, arrostara a cinco Balalhões da direita, inlenlando, se nâo disputar a vic- loria, ao inános retardar sui debellaçã » cxlretna ,• porem os sol-» dados lifaiileiros, qia luja obravam ao b;Ui'josj enseja, coii^tí
— 177 —
em dia de parada, e avançavam quaes Leões, {*) fizeram cessar làobom o logo destes últimos entrincbeiramenlcs, ea «errota do inimigo foi enlào geral, não restando pela buma hora da tarde, mais a quem combater o Exercito Alliado. O braço do Deos dos Exércitos, que aUea, e aniquila Nações inteiras, liuha poste» termo á iniquidade devastadora dos Povos Argentinos, fazendo desapparecer a luta d'bum só, contra todos : o ímprobo Rosas, que surdira da obscuridade, para e|!a tinha rolado, coberto de sangue, maldiçõ^^s, e desgraças. Rosas o desolador, que por seo mal, ignorou sempre que a Beneficência, a Justiça, e a Humani* dade consolidam o poder dos que governam, o fazem a ventura dos governados, tinha finalmente desapparecido, com a maior covardia, sem ler o brio de procurar no campo d« batalha buitta sortt^ honrosa, rebabiblando desta arte o seo execrando nome 1 1
CAPÍTULO VIS.
A Divisão Brasileira havia só por si tomado trinta e qua« tro bocas de fogo, inclusive q"alro obuzes, duas estativas de fo* guetes a congreve, arm->menlos, munições, muitas carreias etc, o que tudo restituio á Nação Argentina, logo que concluída a luta, Foi prosa total do grande Kxercito Alliado cincoenta e seis psças ii'Arlilharia, trens de guerra, e bum immenso parque, despojos estes, que cobriam a extensão do trajecto desde Monto Caseros, alé Santos Logares, onde o inimigo incendiou sete ar- mazéns de petrechos bellicos. Sete mil prisioneiros foram feitos no cnmpo da batalha, no qual, e nos conterminos, jazia o arma- mento de vinte mil homens abandonado 1 O Exercito Alliado pordeo cerca de 400 homens. Por maior que fosse o anbelo d« economisar o sangue dos vencidos, pois os vencedores attenden- do ás circunstancias peculiares, que cercavam-nos, seguiram na derrota o adagio, que diz : — Ao inimigo que foge. ponte da ouro ; inda assim o numero dos mortos na acção não foi pequeno. Cs Coronéis Santa Coloma, e D. Juan José Hernanues, bem como outros Chefes foram mortos no combate, ou na persegui- ção, durante a qual os Entre Rianos. Gorrentinos, e outros não se mostraram muito cruentos ; todavia corria poios dispersos, e vencidos, que era preferível entregarem-se á gente decalcas, ( os Brasileiros ) em quem faltando os assomos da atrocidade, e sobrando o valor, não assassinavam nem um só dos prísionei'
(*) o General riYfuiza, consla qno disscrn, que os seos soldados araa- ravam cçniQ Xigres, u que qs Cia-silcUos coiuQ LcOes.
— 178 —
ros. Os outros soldados do Exercito Alliado trajavam chiripá, A Divisão Brasileira teve mortos no combato quatorze praças, inclusive hum Tenente, e hum Alferes ; vinte quatro feridos gra- vemente, inclusive dous Capitães Graduados, hum Tenente, hum Alferes, o alguns inferiores, fallecendo depois hum dos dous Capitães Graduados, e a mór parte das outras praças : teve mais vinte e seis feridos levemente. cinco contusos, e sois extraviados.
Asseveravam os do inimigo, que quando principiou a Ba- talha, achava''Se R osas na sotéa da casa, que fazia frente á Di- visão Brasileira, e que durante a peleja, voltando^-se para o Commandante da sua Artilharia, disse«lbe ; Trate de atirar so* hre os Brasileiros : são fracos^ e talvez os abalemos. Attenden» do depois hum dos seos Ajudantes de ordens para a resolução, seguridade, e sangue frio, com que os Batalhões Brasileiros avançavam a marche marche, sub o peso da saraiva de metra- lha, que nelies cabia, chamou a atteoçâo do seo General, Dicta- dor Rosas, para aquella força, acerescentando : não estamos bem a quii veja como avança aquella gente, qui d' aqui a dez minutos ( e assim verificou-se ) achar se hão nesta posição. O Heroe do deserio fixou da novo a vista, e todo pasíno, compeaetrou-se do que a observação era discretissiaia, e portanto descendo ac- celeradamente, montou a cavallo, e sonegando^se aos perigos, e punição do seos crimes, fugio do campo da batalha ! Se incrédulo se demorasse pelos doz minutos, cahiria em poder d'aquelles, que simulava desprezar, pois da feito estavam já senhores da so- léa ! Na corrida do temor, que levava, sofreo Rosas hum grande tombo, que cstropeou-lhe huá mão, ficando igualmente ferido : todavia alcançou o sitio, jíí d'anlemão escolhido, e embarcou, em trajes de marinheiro ínglez, e descalço, acompanhado de D. Manuelita, vestida de homem, n'tím escaler dos vasos de guer- ra d'aquella Nação, hcmisiendo-se a bordo do Vapor Centauro, onde conservou-se, unicamente até o dia 9 de Fevereiro, por isso que sendo extraordinária a indignação da Capital de Buenos- Ayres, pela presença do Normando no canal, patendeando desta arte, quanto sabia execrar o seo vsrdug); instou o Dr. D. Vi- cente L')pes, Governador Provisório, com o Ministro ínglez, para que fizesse partira queile Vapor com o ex-Dictador, seos filhos, «sequazes, como bum Echague, hum Costa etc : resultou se- rem todos baldeados para o Vapor Confliclo, no qual aníoran* do se da Pátria, que haviam apunhalado, foram-se para Ingla- terra, pela Bahia, d'onde sahiram a 5 do seguinte mez de Março. Assim findou o irado, o detestável senhorio de Rosas !
O Gaaeral Ga&iss, Coíimiaadanlo e'í) Chefe dj Ex*ircito de
— 179 —
reserva na Colónia, já tinha indigitado, para acompanha lo, o Brigadeiro José Fernandes dos Santos Pereira, Gommandan- le da 3." Divisão, e então de toda a Infantaria, ( assim como era de toda a Cavallaria o General Caidwel ) afim de verificar-se o desembarque ao Norte de Buenos Ayres, iogo que o Exer- cito da vanguarda engajasse o combate contra os enlrincheira- menlos de Kosas, no dia para isso emprazado. Esse dia consta, que era o de 4 de Fevereiro de 1852, e os corpos escolhidos para aquella façanha eram o 1.° e 2." d'Art!lharia a pé, aqueUe do commando do Coronel Solidonio José António Pereira do IL^^Of c este do Coronel Severo José de Souza Lima ; os 2.°, 3.% a." e 12 de Infantaria, sendo o 2* do commanda interino do Major Joaquim Rodrigues Coelho Kelly, por achar-so o seo Che- fe, Coronel Manoel Muniz Tavares, commandando huma das Brigadas, o 3,** lãobem do commaKdo interino do Major Gui* Iherme Xavier de Souza, o 4.* do commando do Coronel Sove- ro Luiz da Costa Labareda Prates, que então commandava huma outra Brigada, e deixara o commando interinamente ao Major Graduado José Domingues do Conto, e o 12jhoje ll,do comman- do do Coronel Francisco Xavier Torres: o batalhão l5(o de Alle- mães ) com o Major Barão liayde ; e huma bateria de 4 peças do Artilharia, que devia dirigir o Capitão Emilio Luiz Mallet.
Huma Divisão da Esquadra Brasileira, constando dos Va- pores A/jonso, Pedro II ^ e Paraense, e das Curvetas União, D. Januaria, Bahiana, e Berenice, apenas ouvio-se o canhona- ço, que annunciava o engajamento da Batalha, huuí dia antes do combinado, suspendeo, sub as immediatas ordens do Com- mandanle em Chefe Grenfeil, para fundear nos Povos, onde aguardava maré a fim de aproximar se da ('idade. Entretanto o 1.° d'Artilharia, o2%3,''e 12 do infantaria chegaram a enia- barcar para demandarem o Porto de Buenos- Ayres, onde deve- liam passar para as nossas E'nbarcações alli surtas, e então vol- verem os Vapores a conduzir o resto da Divisão com o seo Che- fe, Isto porém não se verificou, porque, na tarde do mesmo dia 3, o General Argentino Mancilla, fazendo saber ao Chefe Gren- feil, que a Cidade capitulava,o se entregava á discrição do Ge- neral Urquiza; e sondo aiém dis^o, já desde as 2 horas da tarda, notória a derrota completa, e fuga de Rosas, tudo foi communi- cado pelo vapor Paraense ao General em Chefe Marquez de Caxias, que fazendo desembarcar os Batalhões, em continen- te parlio para Buenos -Ayres, acompanhado somente pelo 2.* de Infantbria, que naquelíe Porto ccns^ rvou-se a bordo.
O ifíiíííigo iuJa em seo desbarato, aaciaso p>r mesclara
— Í80 —
gícna do grande Exercito Alliado da vanguarda, organisoo fria:» mente na Cidade partidas de salteadores, disfarçados com trajos, e distinctivos das tropas alliadas.os quaes saquearam a dita Cida- de de Buenos Ayres, e seos contornos : correo como cerlo, que foram insinuações do General Mancilla, aos dispersos da sua Di- visão I I A rua da Federação sofreo os maiores roubos, e hou- ve algumas victimas. Muitos dos paisanos armaram-se, e igual- mente Estrangeiros para defender a honra, e a vida, sendo geral a consleroaçao, que modificou-se hum tanto, porque elles assas concorreram para a prisão de alguns ladrões, e pata os ir con» tendo, em quanto que o General em Chefe Urquiza providen- ciava ; e de facto a^^sim que foi informado do acontecido, in- combio o Major General Benjamin Virasoro, que voasse á Cap- tai, e comprimisse, de huma maneira exempiarissima, taes la- droeiras, tropelias, e feroz anarchia. O Major General fez-lo tão completamente, que, em poucas horas, deixou satisfeita a vindicta Publica, os Habitantes desassombrados, e a honra do grande Exercito Alliado incólume, e radiante. Constou que fo. Tam fusiiados no mesmíssimo iogar, onde eram encontrados em fragante delicto, huns duzentos, ou trezentos salteadores. Todas as Estações navaes desembarcado haviam força para proteger as Estações Publicas,
C4P1TÍJL0 VIII.
Não é possível descrever com toda precisão quanto obrou- se n'aqtielle famosíssimo dia 3 de Fevereiro, e muito menos a solicitude, perícia, bravura, e previsão do General em Chefe Ur- quiza ; a actividade, valor, e habilidade do Major General O, Bnjamin Virasoro, dos Generaes D. Gregório Araoz de la Ma- drid, D. Anacleto Medina, e do Brigadeiro D. Juan Pablo Lo- ptz.. eD Juan Madaríagfl, e do General Marques, Barão de Porlo Alegre, do Coronel Urdinarrain, e do Commandante da Divisão Oriental D Cezar Dias ; assim làobem dos Coronéis, o outros Chefes de dislincta nomeada, que acham-se na» partes do dito Major General nota 6õ, e do Commandante da Divisão Brabileira nota 66, que acompanhou o oíficio do General Com- mandante em Chefe do Exercito Imperial, nota 67 ; e por isso nào os repetiremos neste Iogar. Parece com tudo de rigorosa jus- tiça, que se incluam no corpo destas Memorias algumas das pe- ças cíficiaes, para eterno renome ao Império de Santa Cruz, e para fazer, que corram-se os vis detractores, famélicos, 6 inv4^* josos. Começaremos pois pela seguinta ordem do dia.
^ 181 —
Quartel General do Commando em Chefe do Exercito Imperial em Buenos Ayres, 5 de Fevereiro de 1852.
ORDEM DO DIA iN. 40.
« S,Ex o Sr. General Conde de Caxias, Coriímandanle em Cheftí, possuído da mais viva satisfação, manda fazer publico ao Exercito, que no dia tres do corrente sobre os Campos de Mo- ron, ás portas da Capital de Buenos-Ayres, a mais brilhante a feliz Victoria ôcaba de coroar os nobres, e heróicos esforços do bravo Exercito Libertador ao mando do Benemerico Genaral o Sr. D. Justo José de Urquiza, contra as forças do ex-Governa- dor da Confederação Argentina D. João Manuel de Rosas, quo recebendo n'essedia memorável o fatal desengana da sua impo- tência, e infundado orgulho, pôie subtrahir se á vindicta publi- ca, fugindo desfarçado do campo de Batalhi para bordo de um Vapor de Guerra Inglez \
a S. Ex.o Sr. General em Chefe congratu)ando-se com o Ex- ercito a seo mando, por tão assignalada, e transcendente Victoria, em prol da Humanidade da Civilisação, e da Ordem, se ufana de pador assegurar lhe, que a i* Divisão Brasileira, que fazia parle do Exercito Alliado na meinoravel Batalha deMoron.cum- prio inteiro o seo dever, mostrou se digaa do Exercido, á qua pertence, e adquirio, por sua disciplina e bravura, gloria e ropu* tacão para as Armas do Império.
a Não menos grato, e lisongoiro é para S. Ex. o poder ma- nifestar ao ííxcrcito :
« Que o Sr. brigadeiro Manoel Marques de 5oM3a,Gomman- dante daquella Div;são, se tornou credor dos mais subidos elo- gios, não só pela disciplina e ordem, que nella fizera observar, durante aá marchas, como principalmente pela pericia, sangue frio, e coragem, com que na BUallia se houvera ; já executando com necessária precisão os movimentos determinados pelo General cm Chefe, já aquelle^.que as circunstancias do momento o faziam emprehender; correspondentio desfarte, á\ maneira a mais sa- tisfatória, ao grau de confiança, que a S. Ex sempre merecera, e nelle depositara, nomeando o para tão importante commissão; assim como á, com que o distinguira o Sr. General Urquiza, dan^ do lhe a direcção do centro da linhu de Batalha, composto da Divisão a seo minjj, d'umi Brigada d'Artilbaria Argentina de 21 bocas de fogo, e de uma outra de tres batalhões de infantaria, timliafn de Argentinos.
«Qac mereci^ram particular msnçàa, na parle da Batalha, á
— 182 —
S. Ex. dada, pelo referida Sr, Brigadeiro Marques, os indivíduos, abaíjco declarados.
Cl O Sr. Coronel Francisco Félix da Fonseca Pereira Pinto^ Commandante da 1^ Brigads, por haver manifestado aquella bravura, discernimento, e sangue frio, que caracterisam o ver«^ dadeiro soldado.
a O Sr. Coronel Feliciano António Falcão^ Commandante da 2^, por se haver portado com dignidade.
« O Sr.Tenenle-Goronel Manuel Luiz Osono, Commandate in- terino do 2° Regimento de Gavallarij Ligeira, que fazia parte da vanguarda do Exercito Alliado, por haver, com aquella bra- vura, perícia, e sangue frio, qua o caracterisam, carregado á fren- te do seo Regimento, sobre uma bateria inimigfi, tomando-a, pondo em completa derrota os que a guarneciam, fazendo-os perder vinte e tantos homens mortos, muitos prisioneiros, cinco bocas de fogo, cinco carros com munições, vários artigos belli- cos, &c.
« O Sr, Tenente Coronel Martinho Baptista Ferreira Tama* rindo, Commandante do 13" Batalhão de Infantaria, por apre- sentar aquello sangue frio, bravura, e pericia próprias de um ve- terano.
« O Sr. Tenente-Gorone! Luk José Ferreira, Commandanle do Q° Batalhão, por haver dirigido o seo Batalhão em muito boa ordem, o corajosamente, quer no ataque geral á primeira po- sição inimiga, quer no especial, em que lhe coube tomar uma haierh.
« O Sr. Tenente Coronel graduado João Guilherme de Bruce, Commandante interino do 7° Batalhão, pela ousadia, com que se portara no ataque á primeira posição, e haver satisfatoriamento desempenhado a commissão.que lhe fora incumbida do, com uma ala d ) seu Batalhão, guardar f»s prisioneiros, arrecadar as bo* cas da fogo, petrechos, e munições allí tomadas, apresentondose no Acampamento ás 9 e meia horas da noite, com tudo quanto era possível conduzir-^Oa
« O Sr Tonente-Coronel graduado Francisco Victor de Mello e Albuquerque, Commandante interino do 11** Batalhão, por ha- ver sido o primeiro que, á frente de duas companhias de atirado- res do seo Batalhão, que cobriam as columnas do ataque, trans- pôz o fosso da primeira posição ; ousadia, que, imitada por seos soldados, encheo de terror ao inimigo, e o pòz em fuga ; e ter além disto, reforçado por mais uma companhia de atiradores do 6" Batalhão, accommeltido com o mesmo denodo , e tomado uma bateria inimiga, acossando Ião vivamente a força, que a
— 183 —
{iiarnecia^ que a pôz em debandada» fazenda-!hd grande nume* ro de prisioneiros, tomando lhe as bocas de fogo, carretas, car« ros, eic, quíí neila ^e achavam.
« O Sr. Major Manoel Lopes PecegueirOtCommBndanie inte- rino do 5** Batalháu, por haver dirigido o soo Batalhão co!Q tino, e sangue frio
« O Sr. Major Joaquim José GonsaWes Fon/^sXommandantQ interino do 1* Regiaiento de Artilharia a cavailo, por haver não fó prestado nas marchas muilo bons serviços, tirando da sua ex- periência e zelo, iecursos para remediar as faltas dos elementos de mobilidade necessários á sua arma, como muito concorrido, por sua pericia. »^efleciida coragem, e exceilente direcção dos fo- gos de sua [)ateria, para a tomada da primeira posição inimiga.
« O Sr. Tenente Coronel graduado António Jacinto da Costa Freire^ fiscal do 6° Batalhão, por haver, mais esta vei, dado provas de sua reconhecida coragem, e sangue frio.
« OSr.Maji)r graduado, I/a?23^/ r/a Gama Lobo d* Eça, do 1." Kegimenlo de Artilharia a cavallo, servindo no 7<* Batalhão dd Infantaria, por ter sido o prinKiiro que, levado de sua bravura, o enthusiasmo. penetr »u, no começo do ataque^ a Casa da sotóa, expondo lemerariamente sua existência.
« O Sr. Capitão André Alves de Oliveira Bello, do 2® Ba-, talhão de Infantaria. Deputado do Ajudante General junto á í)í- vii>ão, por haver, atém do desempenho das obrigaçõf^s a seo car* go, distinguido-se na Batalha, coadjuvando a^i Sr. Tenente Coro- nel Victor nas linhas de atiradores por este dirigidas.
« Os Srs.; (Capitão Augusto Frederico Pacfieco, do 2* Regi- mento de Cavallaria Ligeira, Tenente Manoel Porfírio de Castro Araújo, do 2'» Batalhão de Infantaria, e Alferes do referido 2* Regimento, Adolfo Sebastião de Atayde, aquel'o Dapultido do Quartel'Mestre General, e estos Assistentes do dito, por haverem desempenhado satisfatoriamente as funcçôes a seo cargo, o mos* trado sangue frio, e coragem nt transmissão rápida das ordens aos differentes Corpos da Divisão.
« O Sr. Capitão do Imperial Corpo de Engenheiros, Ernes' to António Lassance Cunha^ encarregado do itmurarif), e parto histórica da Divisão, por haver cumprido com intelligencia, e ze- lo esta parte de suas funcções, e distinguir-se no reconhecimen- to, que lhe fora mandado fazer, sobre a posição mais importante» da linha inimiga, desempenhando satisfatoriamente, coni ssa^ gue frio e valor, tão arriscada commissão.
« O Sr, Tenente do mesmo Corpo, Frederico Augutto tí^ Amaral Sarmento Mmuítf eacarresadi) do itinerário, e parto his-
S4
— 184 —
loríca da 1' Brigada, qae, na sua TÍagem paio Paraná á Ponta do Diamante, precedera o rasto da Divisão ; por haver bem preen^ cbido sua missão, sofrendo vivo fogo das baterias inimigas, as* sestadas no Toneloiro, e conduzir se na Batalha com sangue frio» e coragem
« O Sr. Alferes LuizJoaquhn de Sá Brito, do 2" Reginion* lo de Gavallaria Ligeira, CrimmanJanle do piquete de vinte hp^ mens do mesmo Regitnento, que nas marchas Qzera a vanguar^» da da Divisão, pelo valor om que, a testa de tâo diminuta f^r - ça, carregou sobre o inimigo em numero con>ideraveimeQta maiur, pôl o em debandada e fez-Sbe mai^ de quarenta príj»ionttí- rof; sendo igualmente digno de elogio o comportamento que, nessa occasião, tivera o 1° (ladele do mesmo piquete, fazeudo st r« viço de Oííicial, António Germano de Andrada Pinto.
<í O Sr. Alferes do A" Regimento de Gavallaria Ligeira, Jí?5^ Betbczé ds Oliveira Aery, por se haver distinguido pelo discer- nimento e bravura,com que» na qualidade do Ajudante de Campo do Sr. Brigadeiro Commandante da Divisão, transmittíra as suas ordens aos pontos mais arriscados da linha*
« Os Srs Drs , Polycarpo L esario de Barros, encarregado da Repartição d« Saúde junto á Divisão; Alexandra de Araújo Ri- beiro, Pedro Tito liegis, e òonathas Abbott Filho, e o Sr. 2® Ci- rurgiào da Guarda Necional 3oaquim Freire de Andrade Ramos, peia maneira digna d' s maiores elogios, cum que desempenha- ram a árdua tarefa de sua profissão, quer no tratamento de maig de trezentos doentes, durante as peoiveis marchas, que fez a Di- visão ; quer no hospital de sangue, única que teve o Exercito Al- liado, e onde foram recebidos todos os feridos, conduzindo se da nm-ò maneira que fez bonra ao Corpo de Saúde do Exercito Bra- siiesío. tornando se mais saliente o Sr. Dr. ionathas Abbott Fi* Ih.', pela sua pericia no ramo operatório.
« O Sr. RevííreocJo Padre capellào, servindo nj õ/Balalhio de Infantaria, Manoel da Vera Cruz, pela caridade verdadeira- mente Evangélica, com que desempenhara as funcções do seo ministério, levando o seo velo ao ponto de prestarse, como en. íi;rmeiro, ao curativo dos feridos, tornando se por isso credor dos miiis subidos elogios, e gratidão do Exercito
« Segundo as partes dos Srs. Commandantos da Brigadas, a Corpos, fizeram- se dignos de c^^pecial meação :
i." Regimento de Artilharia a cavállo.
« O Sr. 1.** Tenente, adJído, Manodlosé Machado da Coslt^
Júnior, por haver sobresah do aos de mais Ofílciaes, pela intel- iigencia e calma, com que bom dirigia os foges do obuz, que lha fô rs confitido,
t 2." Regimento de Cavallaria ligeira.
« Os Srs. Capitão João Daniel Dâmaso dos Heis, servindo do fiscal da me:»mo Regimento, pt»r ler, á testa do Esquadrão do atiradores comm?indHdopelo Capitão da Guarda Nacional, add ido, José d* Oliveira Bucno, cum o tino, bravura o saiigtie frio, que o distinguem, penetrado ató a retaguarda do campo inimigo. levam- d0'0 de vencida, e acossando-o até os Saaios Logares ; matan- do Ibe mais de cem homens, obrigando-o a abandonar nuve car-» retas carregadas, voltando com oitenta prisioneiros, entre elles um Miíjor, dous Tenentes o um Medico ; tr«'S mil cavallos, e a carruagem do Coronel Sa7ita foloma.
« Capitão da Guarda Nacional, addido ao dito 2." regi- mento, José de Oliveira Buenot que achando se âs ordens da S. Exc, voluntariamente se oíFeretera para marchar com a Divisão; por hiver desenvolvido, no commando do Esquadrão do atiradores, íntelligencia, bravura, e entbuáiasmo ; carregado e acossado o inimigo, e tido grande parto na gloria, quu esse Esquadrão alcançara
« Capitães: João Francisco Mennot Barreto, do 4 * regi- icento de Cavallaria ligeira, addido 'U) 2.^ (ia mesma ariiia ; e ditos graduados, José Crispiniano de Contreira e Silva, do mes- mo regimento, o Manoel Ignanio da Silva^ do 2," dito ; pelo yalor, e perícia, com que dirigiram seos EsqaadrÕes nas úitfeien^ tes manobras.
« Tenente Pedro Luiz Osório, e alferes flypoliío António Bibeiro, ambos do 2.' Regimento, pgla bravura e brilhante com- portamento, com que se distinguiram no Esquadrão de atirado - res, á que pertenciam.
Os 1."» Cadetes, servindo de Oífici^ies, José Thomaz Vieira da Cunha, Felisbino António Mendes ^ Sebastião Xavier de Azambuja Júnior, Angelino de Carvalho, Francisco Bodrigues de Lima^e Manoel Jacintho Pereira; os 2.°" ditos, Miguel Bemcio dos Anjos, e Tertuliano Toribio /í/onpo, todos do referid-j 2." Re- gimento, pela bravura, o entbusiasmo, com que se distinguiram.
« O Cadete sargonto, servindo de UíTicial, Secretario inte- rino, Diogo Alves Ferraz^ pela discrição, desembaraçd e cora- gem, com que se distinguio na transmissão das ordens do Tenen- \e^Coronel comm«indante do dito 2.* Regimento.
— I8C w
«E finalmente, o soMado deste mesmo Regimento, José Martins^ por ter tomado um «etandarle ao inimigo, matando ^uem o conduxia.
«O.» Batalhão.
« O Sr. Alferes Joaquim Ignncio Ribeiro Lima, por sa haver dislioguido no commanJo da 1 ** companhia, e em linha de atiradores, sob as ordens do Sr. Tenente Coronel Victor.
« O Sargento Ajudante António Rodrigues da Silva ^ per enmprir o seo dever com disposição, e bravura, e servir em combale como OíTiciai.
« O Sargemo Ajudante aggregado, João Maria Xavier de BritOf por eumprir o seo dever com disposição, e bravura, ten- do vindo das carretas, onde se achava eniprogado, occupar a li- nha de bata! ha.
€ ?.• Batalhão.
«. O !.• Cadete João Bibiano de Castro, e Particular 2.* Sargento João António de Oliveira Vai Porto, ambos do 1.' Batalhão de Infantaria, e fazendo serviço de Oííicial no 7.* Bata- lhão ; peio bem que se conduziram.
1 O Cadete do mesmo 7* Batalhão, fazendo serviço dt Official, José Manoel Pereira^ por idêntico motivo.
« 8 <» Batalhão.
« Os Srs. : Alferes ajudante António Rodrigues do Nasci'* mento, por se haver distinguido pelo seo n.uito valor, e sanguo frio.
c Tenentes, Luiz Ferreira Pestana^ iosé Maria Ferreira de Assumpção, e Ali gusío Cezar da Silv jy por se haverem dis- tinguidí) pelo seo valor, e sangue frio.
« Alferes Manoel Antunes de Abreu, e João Baptista Bar^^ reto Leite i por se haverem disiinguido por seo valor, e pru- dência.
« Alferes Domingos Alves Barreto Leite^ por balter-se na fileira com muita bravura, nãa obstante achar-se servindo de Quartel mestre.
« O Particular Sargento Ajudante, fazendo serviço de Oííi- cial, Mançel Ca9lano ^^niz BarreíQ, por conduzir se com sralor.
— tsr —
f o Sargento Quartel mestra Maximiano Ferreira Chm-iSt )»or ha ter-se na fileira com valor^ Dão obstante não ser a iifio obrigado pelo seo err«prego>
• 01.* Cadete 2.' Sargento, fazendo serviço de Official, António Rodrigues Ribas^ por se baver conduzido com f alor.
0 2.® Cadete 2 • Sargento Domingos Augusto GontaheM, por sua bravura, u ter sido contuso em uma perna.
« O Particular 2.' Sargento Joaquim Mendes Ouriguei Jacqius, por se baver distinguido por seo valor, e enthusiasmo.
« O Sr. Capitão da Guarda Nacional, addído, Francisco José Wilfitf por se haver distinguido pela sua bravura, e pru- dência, no commando da linha de elíradores Allemãei do 15.* batalhão, armados com espingarda de aUinete.
« O Sr. Alferes da mesma Guarda Nacional, Laurentino Pinto de Araújo Corrêa, por se haver oíferecido para servir aá- dido ao 8.* Batalhão ; e bater se com valor.
« li.» Batalhão
« Os Srs : Capitães graduados /^fnn^ue José Momrd, • Domingos Rodrigues Tourinho, por bem cumprirem o seo de- ver, emquanto não foram feridos, o primeiro gravemente, na li-* nha de atiradores : e o segundo mortalmente, no ataque das prí* meiras posições inimigas.
f Tenentes, Atitonio da Silva Paranhos^ e Benté Ferreira Marques Brasil, por se haverem distinguido, e muito concorri- do nas linhas de atiradores, em que se achavam : o primeiro, para a tomada de peças, carros de petrechos de guerra, e grande numero de prisioneiros ; e o segundo para a tomada das pri^ meiras fortes posições do inimigo.
a Alferes ^o$é Carlos Galdino de Sousa^ por se baver distin* guido na linha de atiradores, no ataque das primeiras posiçõei inimigas.
« 1S.*> Batalha»^
« Os Srs, : Major graduado, Luis kntonio F«rrflj;,servíodo de fiscal no Batalhão, por haver combalido cam a reconhecida bravura, que lhe é natural.
a Capitão Herculano Samho da Siha Pedra, por haver, no commando da linha de atiradores, guiado por sua natural bra- vura, e discrição á frente do inimigo, avançado com tanta au« dacia, que foi um dos prÍ4i99iros a oeeupar a arrisctdt posição d« soiéa.
— 1S8 —
e Alferes, JoJo Guilherme cie Almeida e Xntonio do Rego Duarte^ por haverem combalido na linha da atiradares cum bravura, sangue frio, e ÍDtelligencia.
« Alferes knionio Cardoso Pereira de Mello, por ítta reconhecida bravura, sangue frio e audácia, e ter sido ferido na cabeça, e em uma* perna.
« Alferes António Cardoso da Costa^ por sua bravura, « reconhecida calma, e ter sido ferido na cabeça.
« Alferes Francisco Borgts de LimUy por sua bravura, calma, e audácia.
« Que tiveram tachem especial menção, por haverem siiíé fflridus, ou contusos, os indivijuos abaixo declarados :
3 • Batalhão.
t Os Srs.: Capitão Quilherme Leopoldo de Freiías, — .cor- tttião leve e frontal.
€ Alferes Leandro Corrêa do Logo^ ferimento levar de l;9la no lado direito do peito.
7.» Batalhão.
« O Sr. Capitão José António d' Oliveira Botelho ^ — feri- mento leve de bala no braço esquerdo.
^r Batalhão.
c O Sr. Capitão Maurício de Sousa Freire, — ferimeo- to leve.
« O 2 • Cadete 2.° Sargento Domingos Augusto Go-nçal" ' ¥63, — contusão em uma perna.
ii.* Batalhão.
OêSrs.: Capitão graduado Henrique José Moreira, — fe- rimento de bala de íusil no braço direito, recebido na linha de atiradores.
« Capitão graduado Domingos Rodrigues TourinhOf — fe- rimento grave de metralha na perna direita, no ataque geral k primeira posição. (*)
« AUeres Manoel António Soarei da Gama ^ — ferimento grave de bala de canhão no braço direito ; sofreo amputação.
— 189 -^
« !.• Sargento Prussiano Christovâo IVerner, ferimenl* leve de bala de canhão.
«t Furriel Francisco Pereira da Costa, — ferimento grave de canhão, no braço direito.
« Furriel òosé Lçiíe Pereira, ferimento grave de bala da eanbão na coxa esquerda.
13 » Batalhão,
« Oi Srs : alferes António Cardoso da Costa, — ferimento lere de bala na cabeça.
« Alferes José Maria de Carvalho, — ferimento leve da bala na perna direita.
« Alftíres António Cardoso Pereira de Mello, — ferimento leve da bala na cabeça, e em uma perna.
CL Que finalmente o brilhante triumphodas armas alliadas na memorável Batalha de Moron custara ao Exercito Imperial :
ot A sentida perda dos bravos, Tenente Manoel Francisco Mon/etVo, Alferes Norberto Xavier Rosado, ambos do 2.* regi» mento de cavallaria ligeira, e onze inferiores, cabos e soldados mortts gloriosamente no campo da batalha.
« Três Oífíciaes.e vinte e dous inferiores, cabos, e soldados» gravemente feridos.
t Sett) Oniciaes,e trinta e sete iuferioros, cabos e soldados, Uycmente feridos, uu contusos.
« Cinco soldados extraviados.
a S. Ex. o Sr. General em Chefe, usando das attribuíções, tjue por S.M.o Imperador lhe foram conferidas, promove, desde |a, dependente de confirmação, os individuas abaixo nomeados ; a:>segura aos Srs. Chefes e mais OíBciaes, que por sua brilbanta conducta se distingairaai nos campos de Mornyi, que seos nomes, B feitos serão por S. Ex. levados ante o Throno augusto de S, Mageálade, de cuja indefectivel Muuiíiuencia e justiça, receberão a merecida remuneração.
belaçaõ dos officiaes. e cadetes. fazendo serviço de offl« ciaes que segundo as partes padas pfxos commandanteí hk^í brigadas, e corpos, sí distinguiram na batalha de ^ do corrente, e em virtude da authorisaçaõ, que temo general em cdepr, foram promovidos como abaixo sfi
DECLARA.
ARMA DE GAVALLAUIA.
Para Capitão — o Tenente do 2 " Regimento de Cavallaria {ligeira, servindo de Ajudante, Pedro Luiz Osório»
— 190 —
« Para Tenentei — Os Aíferes do meimo Regimento Luiz Joaquim de Sá Brito, e Hypolito António Ribeiro» — O Alfe- res do 4,^ Regimento da mesma arma, o Ajudante de Campo do Brigadeiro Commandante da 1.* Divisão òosé Betbezé de Otivei^ ra Nery,
a Para Alferes — Os Cadetes do 2 • Regimento de Cavalh- ría Ligeira, fazendo serviço de Oíliciat iosé Thomaz Vieira da Cunha, Felisbino Xnlonio Mendes, *^ebastião Xavier de Azam- buja Júnior, Angelino de Carvalho, Francisco Rodrigues de Lima, Manoel Jacinfo Pereira, António Germano de Andrade Finto. O Cadete do mesmo Regimento, fazendo serviço de Olli- cial, servindo de Secreta rio, f>í05rí) Alves Ferraz Os 2," Cadetes do mesmo Regimento Miguel Benicio dos Anjos, • Tertuliano Toribio Alonço»
< ARMA DE INFANTARIA.
« Para Capitães — O Capitão graduado do 11.* Batalhão de Infantaria Henrique José Moreira, os Tenentes do mesmo Batalhão António da Silva Paranhos, e Bento Ferreira Marques Brasil.
c Para Tenentes — O Alferes do 6 ® Batalhão de Infanta- ria Joaquim Ignacio Ribeiro de Lima, o Alferes Ajudante do 8 • Batalhão kntonio Rodrigues do i\ascimento O Alferes do 11,* Baitalháo José Carlos Galdino de Sousa, os Alferes do 13 Bata- lhão João Guilherme de Almeida, e Anloni) do Rego Duarte.
• Para Aferos — O Particular Sargento Ajudaute do 8.* Ba- talhão Manoel Caetano Miiniz Barreto, o Sarganto Ajudante do 6 " Bitalhio \n'onio Rodrigues da Silva, o Sargento Quartel Mestre do dito Batalhão, João Maria Xavier de Brito, o Sar- gento Quartel Mestre do 8/ dito Maximiano Ferreira Chaves^ o !.• Cadete 2 • Sargento do 8.* dito Xnlonio Rodrigues Ribas, o 2. * Cadete 2.** Sargento do 8.* dito Domingos Augisto Gon- salves, o Particular 2,* Sargento do 8." dit<» Joaquim Mendes Ouriques Jacques, o Particular 2 " Sargento do 1°. Batalhão do Infantaria servindo no 7.% João António de Oliveira Vai Porto, o 1/ Cadete do !.• Batalhão de Infantaria,servindo no /.".Joáo Btbiano de Castro,a Cadete do 7** Batalhão José Manoel Pereira.
a Para !,• Cirurgião Tenente — o 2. •Cirurgião Alferes da Corpo de Saúde do Exercito Jonathas Abbott Filho
« E desejando S £x.o Sr. General em Chefe remunerar do modo possível ao Soldado do 2.** Regimento deCavallaria Ligeira J<íté Martins, por b»T9r tomado um Estandarte ao iaiuni^o^
— 191 —
íbô concede, além de duz entos patacões, que lhe mandará dar, três mezes de licença c om vencimentos, para frui-los na Província do Rio Grande de S . Pedro do Sul. — Ajudante ge- neral J. Marianno de Mattos,
CAPITULO IX.
Quanto referido temos sobre a Divisão Brasileira nos Cafrt- pos de Moron, e o que lê-se em a Ordem do dia, que supra ter- mina, e na parle do eximio General Marques, Barão de Porto Alegre, que encontrar se»há em a nota 6ô, nada tem de exage- rado t todavia porque alguém para o futuro, insuflado da vesga Inveja, ou por qualquer outro motivo maléfico. e reprovado, per- leoda negar, ou atenuar os heróicos Feitos Brasileiros, assim memorados ; prod uziremos, nesle logar, a integra d« três doeu* iiíentos, extrahida dos próprios auíographos, que estiveram em nosso poder, e no mesmíssimo idioma, em que esJam escriptos, para que em nada se lhes enfraqueça a vehemencia,e ingenuidade das expressões,sondo todos elies prestados por Generaes, e Offi- ciaes Superiores da Confederação Argentina, quejaíuais podem ser suspeitos. O primeiro dos ditos documentos fora dado pelo mui probo Tenente Coronel D.elosé Ramon Esquibel, testimunha ocular do heroísmo da Divisão Brasileira, etn razão de havei -o o General Urquiza posto as ordens do seo respectivo comman- danieo General Marques. O 2,* pelo Coronel D. Indalecio Che- naut, Ajudante d'ordens do mesmo Urquiza, que acompanha- va a Divisão Oriental. 0 3." pelo mui distincto General D. Gre- gório Araoz de La Madrid. 0 4,*' finalmente pelo Tenente Coro- nel D. Domingos J. Sarmiento Encarregado dos Boletins do gran- de Exercito Alliado, dirigindo-se elle ao Senador do Império, q Conselheiro d' Estado,Honorio HermetoCarniíiro Leão, actual- mente Visconde de Paraná, quando Enviado Extraordinário e Mi- nistro Plenipotenciário do Brasil, perante os Governos d'aquellas Republicas, Eis o primeiro :
« Illm. Sr» Achando se V. S^ ás minhas ordens no dia 3 do corrente, em que teve logar a Batalha de Moron, necessito que ao pé desta responda aos itens seguintes :
« I ° Qna\ a Divisão, que tomou a forte posição da direi- ta, a mais importante da linha inimiga, apoiada em Monte Ca- seros, e se apoderou de toda a artiltiaria, petrechos de guerra, carretame, carruagens etc ; e tudo quanto foi possivol conduzio>
— 192 —
assim como a lodosos prisicneiros alli feitos. 2^ Quem igual- irieiUe tomou mais duas baterias assestadas á esquerda d'essa po- sição. 3 ° se é, cu não verdade, que os inimigos, que occupa- \am, e guarneciam a casa de sotta em Monte Caseroa, tomada ja a posição, declararam^, que á gente da Divisão Oriental ( que então se aproximava da casa ) não se renderiam, e sim á Bra- sileiros, aíim de terem suas vidas garantidas. 4.° Se é, ou não \erdade, que quando eu marchava com dous Batalhões da Í ^ Brigada C(in> o íim de lomar a terceira bateria, se me apresen- tou hum Chefe de Cavatlaria Argentina, e pedio-me, que tomas, se aquella bateria, pois que muito estrago estava fazindo á bua gente. 5.° finalmente se balidas as posições, e tomadas as bate-* rias, não ficou todo o seo material ( até por lembrança de V. S» ) sob guardas da Divisão Brasileira, que ordenei se pozessem,
« Deos guarde a V. S. Quartel General da Divisão Bra- sileira Auxiliadora em Palermo aos de Fevereiro de j 852. — lUm. Sr. T^uienltí Curonol D. José Ramon EsquibeL — Manoel Marques de Sousa— Brigadeiro.
« Exm> Sõr. — Si la Victoria alcansada ei 3 de Febrero, contra el tirano de mi pátria, ha llenado mi alnsa de la mas grata satisfacion, no es n enos la que V. Ex, me ífrece ai in- lerpelar-me como t«'Sligo ocular sobre barios insidentes de aquel- la celebre Balalla, pues que en eila me proporciona lamas dig- na orasicn de render iin homennje de rigorosa juslicia, a la brabiira y honrosa cnnportacion de la Coluna BrasiUra, ã las ordens de V E. Croeo pues de mi dever contestar categoricamen- te a las preguntas, que V. E. me hace, en el mismoorden, que vienen establecidas.
a A la 1.' pregunta contesto — Que fueron las Brigadas Brasileras lasque tomaron el edifício de Monte Coseras^ d' on- de es l aba futrli mente posesionado el enemtgo^ ai cual se apro- cifííaron sin enhargf) los (irienlales, poço despues que la artiíla- ria, carfí^tas, prisioneros etc. tomados en aquel ponto, fue pwcs- ta, y queda l)aso la salva guardiã dei Batallon Brasilero, por justo motivo, y por haver quedado una guardiã ; lo cual se biso í.afgos de lodos los oliles de guerra, prisioneros, y conjucion de dichos ele. etc- Aviendo le ifídicado yo niismo a V. Ex. esta medida tan oportuna, y de justicia, á lo que V. Ex. se digno je- nerosamente aceder á mi petirion.
a A la í:.^ — Que iguahntnlc fueron tomadas por las tro- pas Brasileiras olrns baterias a la izquierda de la fueríe posO'* òion ; pêro que vez de ser dos, sou treus con la toniada a paso de cnrga, por el Sõr. Corcnel Tijerina, que se aliava a las or« íjoncs de V. E,
— 19 3 —
« A la 3. " —Que es verdad cuanío contiene fsta prrgunfa^ por liíjvelo osd») en aquel momiento á los que ocupaban la íuerle posesioii, despues d« haver sido prisioner <is.
« A ia /í,® Es igualmente verdad loque en ella se dice, pêro quo no conoseo a! Gefe ale que se ase mencion, pero si, que hera argentino, por que cn esos momientos estaba ai lado dd V. E.
« A la 5.* — Que contesto con lo que deso dicho, en el ultimo parrafó de la 1.^ respuesta. Dios Guarde a V. E. machos anos. Camp^menlo em Palermo á Febrero de 1852, — Exm. Sor. Brigidier Comandante em Gefe de las (uerzas Brasileiras D. Manuel Marques da Souza. — José Piamon Iísquibel. Te-
NENTK coronel.
«f IHm. Sr — Tendo V. S. assistido á Batalha de Moron, no dia 3 do corrente, necessito, que me declare qual a Divisão, que tomou a importante posição da direita extrema da linha inimiga em Monte Caseros ;e bem a8'íim a bateria immediata á esquerda da casa, e oulra mais distante, e á esqu-Mda desta. Es- pero, que V. S , teslimunhi ocular destes acconterimontos, não duvidará satisffizer a este meo pedido, com toda a imparcialida* de, e justiça. Deos Guarde a V. S. Quarto! Genral da Divisão Auxiliadora Brasileira em Palermo aos 2Gde Fevereiro de 1852, — Illm Sr. Coroneí Chenaut. — Manoel Marques de Souza,
BríGADEIRí» GoMMANDAr^íTE.
fl lllustrissimo y Exm. Sor. Brigadier Gral D. Manuel Marques de Souza. — Consequente con lo que acabo de hablar con V. E. hice presente ai Senor Gral em Jefe sobre e! infor-* me, que me pide : y tengo la satisfaccio.n de communicarle, que S. Ex. no tan solo ha sido deff^rente à su justa demanda, sino que me ha encargado decir a V. E. de viva voz, que las Tropas Brasileras, asi como su Jenerâl, en la memorable Batalla dei Ires, se han hecho acredores a la estimacion, y gratitud dei Gral em Jefe, y de todo el Ejarcito por su bravura, y diciplina.
« Manana tendre el honor de pasar el informo á continua"» cion de la nota de V. E. Quiera V, E. admitir las seguridades de la mas perfeita estimacion de su mui obediente servidor. Q, B. L M. deV. E. Indalecio Chenaut. — Palermo de S. Be- nito Feb 26 de 1852.
« Illm. yExm. Sor. Brigadier Gral D. Manoel Marques de Souza. — l!lm. Sõr. He t-nido el honor de recibir la muy distinguida nota de Y. E. , datada en el Cuarlel Gral de U Divislon BrAsilera «ie au manio. am Palermíj á 2G dei corriente^
— 19A —
relativa á que declare á V. E., con imparcialidaí, y justicia, que Division de las dei Ejercito Aliado Libertador, fuc la que tomo la importante posision de la derecba extrema de la linea enemi- ga eo Monte Caseros, la bateria inmediata á la izquierda de la casa,y otra mas distante a la izquierda da osta ; y ai satisfazer sus deseos en esta parte me es muy grato asegurar á V. E., que la vaUente Division de su mando, dividida en dos colum,' nas, se cobria de gloria asaltando 'por vanguardia, y reíaguaV' dia lã posision de Monte Caseros, y baterias adijacenles, que V, E, menciona, quedando por conseciiencia estos três puntos em su poder, Durante estas operaciones, la {)ivi«ion Oriental con igual denuedo batfó con brillanle êxito, la fuerza, que cubria la retaguaídia de dichas pnsisiones, compuesta de três balallo* nes do Infanteria, y su correspoudieate artilleria lo que vino á completar e! triunfo sobre la derecba enemiga.
« Me será muy satisfactorJo, que lo expuesto en obsequio de 'a \erdad, llene las miras de V E, Dios gu'»rde á V. E^ líiuchos annos. Buenos-Ayres Febrero 27 de 1852. — Indale- CIO Ghenaut.
a Guarte! General dei gran Ejercito Libertador en Paler- mo Febrero 6 de 1552. Exm. Sõr. El General, que subscrivQ liene e-l bonor de pmar en conocimiento de S E. el Gobernador, y Gapitan Gral de la Província de Entre Rioí, y General en Gefe dei Grande Ejercito aliado Libertador ; que la Division, que se d:gnó S. Ex. Cfintiarle á su difeccion ai mando dei cos- tado derecho de nuestra linea enía grande Batalla de 3, y com- puesta dei Regimiento n. 2 de Caballeria dei Ejercito Impe" rial, baso las ordenes de su Teniente Coronel, y Gsfe interino D» Manoel Luiz Osório, y de la 1.% y 2 * Divisiones d^i la Vic- toria, mandadas ambas por el distinguido, y acreditado Goronel D. Casto N. Djmsnguez. y por los valientes Goron^las D Manuel Pacheco y Obes da l .^, y la 2/^ por D. Juan Francisco Hermelo; han lUnado su deber c'»n decision. y gloria.
<i El Teniente Coronel Osório con su bravo, y disiplinado Cuerpo, se há conducido con bisirria admirable, como lo veerá V. E. en el parte, que dicho Gefe há pasâdo ai Sõr. Brigadier Gefe de la I * Brigada dal Ejercito imperial, sin kaber tenido maspérdidd, qii". lade bisarro Teniente O Mamei Francisco Monteiro, y el distinguido Alferes D Nolberto Havier Rosado, muertos,'como asi mismo um soldado, y dos de esta ultima clas- se heridos ; hibiendo íomadj dicha Division ai enemigo, un crendo numero de prisioneros, la galera dei famoso degollador
— 195 —
Santa Colomaf y de mas, que espresa en el parte á su Gefe «m* mediato.
« Las Divisiones de la Victoria, se han comportado coa ia bisarria, brabura, con que en todas partes se hari cubierto da gloria los imbencibles soldados Entre Kíanos. HabieníJole to- cado en suerle á la 2.% mandada por su valíenta G fe el Coro- nel Hermelo, que se ballaba á relaguardia de la Columna, cuan- do por orden de V. E. suspendi la ^-arga, que daba sobre la iz- quierda enemiga sobre Santos Logáres, para correrme bacia nuestra izquierda,pf>r donde se desvandaba yá pI numeroso Ejer- cito dei berdugo Argentino, acuchiilado, y bayonetado por las bisarras Divisiones do nuestra izquierda, y centro ; de hacer uq cresiio numero de prisieneiros de la Infanteria enemiga, tomar dos carruagens de los Gefes enemigos, un cresido numero de ca- balladas, y armamento, que han sido entregados á los Cuerpos designados por \ . E, para recivirlos.
« La 1.^ Division de la Victoria, monienlos antes derecivir la órden de V E. para correrme sobre la izquierda, habia desti- nado su Gefe el Coronel Pacheco, una mitad de tiradores coa el Teniente D Dolores Gonzales s »bre el mismo campo enemi- go de Santos Logires. y en su proteccion inmediata at primer Esquadron de dicha Division, con su Comandante el Sargento Mayor D Lourenço Abrego ; y estas fuerzas acuchiilaron tam- bien à los enemigos, que se plegaban para Palermo, y les toma- ron vários prisioneiros.
« Cáveme asi mismf) la satisfaccion de haher en la úlíi* ma carga^ que di con la Division, ó líegimienío Brasilero dei Tenieníe Coronel Osório sobre los latimos restos de la Infante^ ria dei tirano, haberles obligado ai abandono'^de dos obuses ^ y trts, ó cuatro cânones, con que se dirigian haciendonos fuego, mas ailá de Moron. y en direccion ai Partido de la Matanza, protegiendo a! mismo liempo á una bis irra guerrilla de Infan- tes Correnlinos, que eu numero, como de 70 hombres, se habia lonzado sobre los cânones enf'íiiigos.
« La 1/ Divisiiín ie la Victoria iba á este mismo tiempo con su Gorone' Pacheco y Obes, y el Coronel Domingues a la cabeça, por el flanco derecho de la Division ó ftegimienlo Brasi- lero^ entrando en operacion con bisarria, y recogiendo un cre- sido numero ds prisionaros, que han sido entregados ai Deptísi- lo general, oscepcion de dos OÍTiciales de los que se vinieroni sublevadds dei frente dei tiosario, que los mando fusilar en el acto, segun me lo comunico despues.
n Hasta una poquena pailida do diez ó doco individues d®
— 196 —
la escolta de V. Ex, que se me presentó por s« orden, y des- tine en guarrilla sobro Santos Lugar-^s, baso las i tu meei ia tas or- denes dei ciudadano Tucuman) D. Segundo Guebara» tubo ia salisfaccion de acuchillar algunos hombres, y rendir mas da ciento y pico de infantes enemigos.
« En una palabra, Exrn. Sõr., no puedo menos, que con-i fesar á V. E en obsequio de la verdad, que en nioguna de las muchas batallas. en que é tenído ei honor de allarme, ) aun- que no con tan valientes Gefes, y soídodos como los que V E. en esia vez me há coníiaiJo ) bé hecho menos, solo pDr no con- trariar las sabias disposiciones de V. E , en cuyo obsequio ( se- ame permiliJo decir porque lo han visto todos ) hé privadomo coii la Division de mi mando, de tomar ai bárbaro berdugo Juan Manuel Rosas ; pues con este esc^usivo obgeto me habia propues" lopribariesu fuga por retaguardia de los Santos Lugares, y presentar-me de frente enrolviendo toda su ala izquíerda^ ai mismo tíempo en que la nuesira, y el centro arrojahan con inau- dita brahura de sus posisiones ai mlvage tiranno, y sus ordas' de esclabos.
« Ultimamente Sõr. General, recontiendo á V. E ai disíin guido Coronel O, Wencesiao t^aon^so, Gefe dei Datai de la Di- vision, por baber llenado sus deveres á mi salisfaccion ; igual, ment^ que á mis Ajadantes, y los dei Detal, Sargento Mayor D. Anastácio Almeyda, Aífereses D. Luiz ánadon, y D. Manoel Samudio, y ai Sargento Felippe dei Valle, todos pertencientes á la 1/ y 2 * Division de la Victoria, 1» mismo que ai distinguido Alferes dei Regimiento n ° 2 de Brasilercs D Sav'no Marlin d'Àmoiin, que servia iguaimente de Ayudanle, por liaber todos desempenadose con exactitud en ias diíFerentes ordenes, que han conducido,
« Kestame solo felicitará V. E. por la sabiduria, y arro- jado denuedo, con que en dos cortas camp:)nas há hecho desa- píírecer delas dos riberas dei PlaSa a los dos mas ferozts tira- nos. Rosas y Oribe.
a Ambos países le son â V. E. deudores de su libortad, y yo me congratulo ai suscribirme de V. E. Su mas afecto, y ob- secufínte servidor, Exm SÕr. — Gregório Araoz de la Ma- PRií). — Exm Sõr. Brigadier General O Justo Jo^é de Urquiza, Gobernador y (iapitm General de {a Provincia da Entre-Rios, y Gral eu Gefe dei Ejorcito Aliado Libertador. ^
« lllm e Exm, Senor Gonsejero H H. Carneiro LeAo, Mui Sunõr, mio Ex.— Eo contestacion a la pregunla^ quo Y. E*
— 197 —
se digna hacerme sobre Irs detalles, que me sean conocidos per- sfnalmenle sobre la conducta de ios Cuerpos Brasileros en ia Balalla de Monte CaseroSy debo decir á V. Ex que ai prin- cipiarse el ataque, habií^ndome reunido a las Columnas Orien- lales, vit que nos seguían los hatalloms Brasileros, mandados por el Brigadier Marques, para reforzar las Columnas , que cS" íaban destittauas a desbordar la casa fortificada, ó que in leniras los batallones Oi ienlales despiegaban sus guerrilias aí frente da Jas forlincaciones de carretas dei enemigo, los dos batallones Brasileros, tomando de la reiaguardia, que oci^paban en la marcha^ el trageclo mas corto para entrar en línea, se aproxi* pmronaía casa de Caseros, de manera. que algunu de lasco- lumnas de ataque Orientales enconlraron ya cadáveres de solda-^ dos Brasileros en su íronsito.
« Habiendo me separado de los batallones Orientales d?s- pues de tomada la casa, me encontre con el SenÕr Brigadier Marques, qui en fdlicitandome por el fe!iz exito dei ataque, me pedia mi tefitimunio sobre la conducta cie hs fuerzas de sic maíido, dando se lo completo, y conforme a sus deseos^ pues yo eslaba lleno de enlhusiasmo, por la bizarria, que habion mostra- do los Cuerpos, cuya conducta me era dado observar desde et punio de la Balaila, donde yo me hallaba. Mas tarde u)e reuni as las íuerzas Brasiieras, que mardiaban en el campo de batalla, hasia que volviendo a romper e! fu3go Jas baterias de la izquier- da dei Ejercito de Rosas, me adelantá á ellas, y reuniendoma ai Jeneraj Virasoro recebi la ordan de ir a ordenar a una guir- rilla nueslra, que tomase una bateria que el enemigo abando- naba, con la cual perdi de vista lus Cuerpos Brasileros.
• Despues dn ia BUalla !ió sabido por los Coroneíes Che- naut, y Riveros, que el Senõr Brigadier había tomado una parte activa en ias disposícionest que aseguraron el triunfo, ya dand) rápida ejecucwn a las ordens dei òenõr ,\eneral en iefe, ya re- mediando con prevision ci los inconvenientes de detalle, que obs* taban a la consecucion dei objeto.
« Por iodos estes heclios, y oiros obíenidos de oidas, e todos honorosos a las armas Brasiieras, cumplimeníé ai Senõr Briga- die^ Marques en su Campamtnto de Falorfio, aseguraadole que el ejerciio de su mando habta oblenído en "^lonte Caseros, dos Victor ias, una coníra el tirano, y otra contra Is preocupa^ Clones vulgares, que les desfavoferian. habiendo oicío a nue&tros soldados, y Ofciales aplaudir unanimemente a los Cuerpos Bra* sileros, como en nada inferiores en valor, y dicipUna a los me' j ores de nussiro ejtrci!o;y como Icsque kabian lenido parle mas acliva en la toma de las posisiones foriificadas dcl enemigo^
— 198 —
« Croo llenar con esto el obgeto, que V Ex. se propono y mi (leber con respecto a la verdad, que me es couocida.
« Aprovecho esta ocasion de ofrecer á S E los respectos, y considoraciones con que me suscribo. De V.E, Afeclisimo Ser- vidor— D. J. Sarmiento. Buenos Ayres Febrero 15 1852. »
Temos nestes documentos um lestimunho authentico, o imparcial, que jamais será contestável; porém não podemos pres- cindir de, nesta mesma 3,^ parte, inserir outros que emenaram do próprio General em Chbfe do Exercito Afliado, o recto, e va. Jerosissimo Urquiza ; dos briosos e gratos Povos Argentinos, e de S. H. Salla de Representantes, pois nada deixam a desejar^
C4PHTL0 X.
Bivaquiou lodo o Exercito Alliado nos Santos Logares, du- rante a noite do dia 3 de Fevereiro, e no seguinte dia 4 pe^as oito horas progredio a marcha para a Quinta de Palermo de S. Benito, cujos quartéis occupou ás 6 horas da tardo, tendo nesse transito descançado das 9 ás /i da tardo. O Ínclito General Urqui^ za, apenas alli chegou, foi saudado pela Gommissão conservadora dâ ordem, que se creára na Capital, composta do Illm. Bispo d'Auloa, de D Bernabé Escalada, e D. José Mana de Rosas, a- qual instou encarecidamente com S, Ex para nomear quem iBanlivesse a ordem, e dirigisse os negócios públicos. O Gene- ral Urquiza annuio finalmente, e passou no mesmo dia h a no- mear Governador Provisório da Província de Buenos-Ayres, o honrado Presidente do Tribuna! de Justiça, D. Vicente Lopes, que nesse mesmo dia tomou posse, e achando já em execução, em diversos pontos, o ta! saque, do que já tratamos, ouvindo«se, de quando em quando, tiros nos arrebaldes ; logo e logo requisi- tou do General em Chefe huma força de protecção para manter a segurança, e paz publica. O Major General Virasoro avançou, e concluio essa árdua commissão pela maneira, que antecedente já noticiamos. Emfim no seguinte dia 5 estava restabelecida a ordem, e tinham os pacificos Habitantes de Buenos-Ayres, per- dido totalmente o terror, que lhes incutia aquelle ultimo 11 igello, com que inda os Rosistas pretenderam trucida-los. Muitos se- quazes do Dictador, que se achavam alapardados,foram-se pouco e pouco appresentando, e nada sofreram.
No dia immsdiato ao da Batalha, deo ordem o General Ur- quiza, para serem punidos camp Uaidores,os da Tropa de Orib»,
— 199 -
que havendo assignado a Convenção de 7 de Oulubro de 1851, no Estado Oriental do llruguay, quebrantaram-na, de- sertando, e encorporando-se de novo aos Exércitos do Dictador, violando assim vilmente sua palavra de Cavalheiros, té que fo- ram no íiia da Batalha prisioneiros ; e que igual punição tives- sem os que se subleva''am na Provincia de Santa Fé, assassinaa- do seo Coronel D. Pedro Aquín), e seos Ofíi. iaes. Hum Decreto do Governo Provisório, em data de 11 de Fevereiro, declarou uns,e outros fora da Lei. Depois do exemplar cast go, que abs- lergera a Sociedade dcs cabeç:;S, e principafá cumpíices e iníluen* les, como Aguílar, Chila vert, e outros, amiserou-se o nobre General Urquiza dos demais, e generosamente amnis'.bndo-os em 25 de Fevereiro, dirigio-se ao publico pela nixineira,que se mos- tra em a nota n 68 O mesmo Urquiza tàobem proclamou ao Povo de Buenos-Ayres e essa proclamação, que se lê em a nota n. 69. muito e muito honra o i^eu illustro Autor.
Espaçou o General Urquiza a soa entrada com o grande Exercito Alliado em Buenos Ayres para desoito do dito mez de Fevereiro de 1852, dia cm que ella ieve b gar. O eaíhnsiasmo do Povo chegava a frenesi, victoriando repetidamente a Urquiza, e aos Libertadores, com o maior fervor, e ingenuidade- Se po- rem os Argentinos se mostravam tão gratos para com o Exerci- to Alliado, essa gratidão ostentou-se com niaior expansão, e ab- sorvimento, quando cruzou suas ruas a Divisão Brasileira I As saudações, e vivas ao Império, e ao Monarcha, ao Marquez da Caxias, ao General Marques, e aos bravos da Divisão, vencedo- res em Caseros, eram suciessivos, e successiva era a chuva da variadas flores, que abaslosameiste cabia sobre os nossos virtuosos soldados, e suas ondeantes, e auriverdes Landeiras; finalmente fui uma sublime ovação 1
Deo a Cidade de Buenos- Ayres, aoeximio General Liberta- dor Urquiza, e á seos Companheiros d'arrn3S, um esplendido baile, no qual os Brasileiros foram recebidos cum alto entbusias** IDO, e vicloriados pelo grande concurso de convidados : Buenos Ayres em tudo, e por tudo, sempre portou-se couiO hum Povo digno de ser livre, e que se sentia possuido do mais sincero re* conhecimento, do qual, ( filiando imparcialmente ) nunca os Orientaes para com nosco se moslrarsm tão impressionados.
Foi sepultado no Cemitério de Recoleta, em Buenos-Ay-» res, o valente Capitão Domingos Rodrigues Tourinho, que falle- ceo do ferimento mortal recebido no campo da Batalha. A esta bravo Bahiano leyantou-se um tumulo, cem o seguinte epitbafio :
« Aqui doriue o somno dos finados Domingos Rodrigues
26.
-- 200 —
« Tourinho, Capitão graduado do li Batalhão de Infantaria « Ligeira do Exercito do Brasil,
u Combatendo peU Justiça, pela Liberdade, e pola Gloria, « em a Batalha da Monte Caseros^ a 3 da Fevereiro de 1852, € receleo o golpe fatai, que prematuramenie arrebatou -o ao « vivo aíTeelo de sua Esposa, innocente Filhinha, e ao de seos a amigos, e companheiros d'armas, os quaes lhe dedicaram « esta humilde lapida. Dai lhe, Senhor, eterno descanço entro « os esplendores da luz perpetua. »
Scena igual á da entrads da Divisão Brasileira em Buenos- Ayres, reproduzio-se, quiçá muito mais plena de emoções, no ensejo, em que a dita Divisão teve de deixar aquelh Cidade, e regressar ao Estado Oriental, saudosa despedindo se dos gene- rosDs.e hospitaleiros Argentinos. As ondas de Povo e'3m im- jnensas, e amiudadas, os appjausos, ou antes delirio de enthusias» 100 eram taes, que não se podem descrever : os lenços saudosos agitavam se das janelias. das sotéas, e de todas as partes, para rom a mais pura gratidão, dizerem adeos á aquelles Guerrei- ros d<nodados, que tendo sabido conservar a mais austera disci- plina, e moralidade, retiravam se. deixando seos mortos na Ma- vórcia lula por amor da Liberdade dos Argcninos, e comsigo tra- zendo unicamente as armas triumphaes. que haviam levado, sellando com o seo sangue o vinculo de fratern&l amizade, que deve unir ao império a Republica Argentina, e entregando coni a maior abnegação, e gpner isidade lodos quantos despojos ha- viam feito na occissião da Batalha, onde muito se desvelaram em pouparas %idas dos qufl p«-isionaram e que á elles preferiam entregar se. O Elemento Brasileiro, foi de grande importância para a Liberdade, e Pa^ das Republicas, e hum Alliado assim, era, por sem duvida, digao das bênçãos dos honrados Povos Argentinos, em cujos corações o seo procedimento generoso e humano tanto íicou gravado, que já muito d -pois, em Setembro de 1852, a H. Sala dos Representantes de BuenosAyres, expri- mindo se relativamente aos Alliados, que foram salva los, se enunciaram gratos no Manifesto, que por occasião da revolução de 11 do dito mez, elles endereçaram ás Proviocias, pela seguinte forma : — «Os Orienlaes, e os Brasileiros se retiravam dei- « xando seos mortos no campo e levando sobre seos bombros as * armas, quo trouxeram, laureadas pela Virtoria, e sobre suas a cabcç:ís as bênçãos de um Pcvo agradecido. »
O Governo Provisorin tendo conhecimento do que o seiva- gçrn dos Pampas havia expedido Patentes de corso; sem todavia
-~ 201 —
poder saber a Naç'o, contra quem empregara esse moio ile guer- ra ( era certamenle o Brasil ) o menos os números das Patentes expedidas ; determinou pelo Decreto de 24 de Fevereiro do 1852, constipe da nota n 70, que tal medida, reprovada pelo direito publ»co das Gentes, ficasse nu'la, e que os que delia usas- sem, fossem considerados Piratas.
Nesse mesmo dia 24 de Fevereiro, se despedira da Divi- são Brasileira o General Urquíza. patenteando tanl:? amizade, quanto reconheciment>, pela saguiule formula, a mais lisongeira, e mais honrosa, que é possível.
Viva a Confederação Argentina.
O Governador e Capitão General da Província de Entre Rios, General em Cheíe (Jo Exercito Alliado Libertador.
A* IWlSlS AWSIIIAI li 12A3IS.
« Brasileiros I A .ínsliça, a Liberdade, e a Gloria vos « chamaram ao Rio da Prata, e cooperasteis para a salvação da « duas Republicas, e aniquilamento de sojp iyrannos. Graças, « immortal honra â vós, e á vossos Filhos,
«
VETERANOS DO IMPÉRIO.
« O amor, admiração, e gratidão destes Paizes se associa « hoje á vossa teroa despedida Preenchesteis o sagrado compro- « misso de Alliados da Liberdade, grangeasteis as sympathias • do Mundo, e tendes assegurado o porvir, e a dignidade do a vossa Pátria. Firmes columnas da Magestade Ifnperial, sobre « vossos hombros será ella perdurável, ♦» se honrará spmpre em « asMm proclamado o vosso leal aoiigo, e companheiro d'ar- ^ mas — Justo José DE Urqijiza. Palermo de S Benito 24 de « Fevereiro de l85*2. »
No 1.° de Março,ao momento de embarcar o General Manoel Marques de Souia, Gommandante da Divisão Brasileira, p »r si, « por seos camaradas, dirigio se pe a maneira ao diante escriptu, aos seos valentes companheiros d'armas do Kxercito Libertador, eao brioso Povo Argentino, cujas pessoas gradas, em numeroso «oncurso, acompanharam no aié o Molhe, onde lhe offereceram hum requissimo Álbum. O Ínclito General Urquiza, alli tãol)e'n se achava para dar mais um testimonh ) de alto apreço, e dirigir ainda, nessa momento solemiie, novas expreàsõsís de saudade, ® €aadid(i aífuição pelos Brasileiros^^
— 202 —
DESPEDIDA DO BRIGADEÍKO MARQUE^ HOJE BAUAÕ DE PORTO ALEGRE.
« Cidadãos, e bravos da Republica Argentina ! A Pátria, f e o dever e\ig<ífíi, que nos separemos de vós.
tt Nossos sentimentos como Brasileiros, e como soldados, ti- « vesteis occas ão de apreciar nessa campanha em que, durante « dias, íí>archamns a par de vós, e que terminou pela gloriosa « Victoria alcançada no dia 3 de F^'v reiro nos campos de Mon- « te Caseros, contra o tyranno, inimigo commum de vossa Pa- « tria, e da tíossa .
« MiS, apez^r da força desses sentimentos, a pi^sar das siu- « dades da Pátria e de nossos ir-nãos d'armas,á qut^m não couba « a fortuna de militar conrivosco, e comvosco triumpbar po'a a mais santa das causas, é intensa a úòCf que sentimos ao sepa- « rar-n^s de vós,
o Vosso valor, e vos<?o patriotismo, a amizade com que nos € tratastes durante as fadigas da guerra, as fagueiras e bonro- « sas demonstrações, com que engrandecestes no*sos minguados « serviços, vivirão ele namente em nossa memaria, para nosso « estimulo, e p:)ra nossa gratidão.
« Aceiíai os nossos adeoses ; aceitai os protestis de n^ssa « eterna amiaade, e reconhecimento ; aceit^ii os votos, que diri • « gimos ao Alti>si'no porque vosso Paiz viva e prospere á som-* a bra da Liberdade, e da orilem, e por que seja sempre eterna « a alíiíinça eotre a Republica Argentina, e o Impt^rio do Bra^íil.
« Buenos Ayrps 1 de març) de 1852. — Manoel Mar- « QursDE Souza, Brigadeiro, a Comrnjndante da 1 * Divisão do <f. Exercito Imperial. »
O Ínclito General Urquiza, qua á toda«5 as cuiunmas dirigira a fala no conflicto, e quf? appareceo involvido n'';í!e, por toda a parle, não ficaria jamai:^ mudo em lai ensejo, e pronunciou enlão sua ultima despedida : ti-la —
« Quartel General em Palermo da S. Btiuito 1 de Março
« de 185'2. — Ao íl'm Sr, Brigadeiro Mjnoíl .Marques da
<s Souza, Chi ' da Co'amna Imparia). Próximo jj a regressar
« aos Pátrios L^rtís a virtuosa Divisão de seo coiiimando ; per-
0 mitla^mft V.S. preencher o grato df*ver di o falicitar cor-
a diaim l^. e por soo iníí^rmedio, á t^uns os benerneritos Che-
« fes, 1 Iiíciaes, e inlrepidis soSdidos, qu^ a compõe. A Confe-
« cieri/çâo Argentina jamais olvidará^ nem sua Lu,j;w el resig-
— 203 ^
« nação nos azares da campanha, nem scó heróico denodo no « combate sobre as trincheiras do tyranno,
« Quando a hiaoria, traçando o horrível quadro da Dieta* « dura Argentina, tributar o merecido elogio aos libertadores « de^ta terra, o nomo do V S., e o de seos valentes compa* « nheiros d'arm s,occuparáõ o honroso lugar,q'je Ihfs compete, c como dignos aliiados da Civilização, e da Liberdade. Aceita « V. S os «nai^ expressivos agradecimentos em nome da Ro- a publica Argenlini, e a particular consideração, com que sou ff pessoalmente ele. —Justo JcsÉ de Urquiza. »
O Bmemerito Gen'^ra! Urqu'za, que não cessava de procii* rar occasiaõ de exaltar o mérito dos Brasiíciros, com o cora- ção sempre ffanco, e pieno de lhaneza, dirigio ao Marquez do Cnxiaá com a l .* Divisão, quo se recolhia ao grosso do Exerci* tii Imperial, a mai^ complacente, e satisfatória peça ofíicial, cujo theor é digno de íer bem considerado, e mesmo decorada pelos Brasileiros, mei>s virtuosos Compatriotas.
Viva a Confederação Argentina.
O Governador e Capitão Genebal da Província de Entre Rios, General e3i Chefe do Exercito Alliado.
Quartel Gtíneral em Palermo de S. Benito 1 ° de Março de 1852.
Ao Illm e Exm Sr Condr de Caxias Ceneral em Chefr
do líXERClTO DE S. M o ImPSRADOR DO BRASIL.
« Sobre maneira grato me é annunciar á V, Ex , que glo- « ricsame?«tfí terminada a campanha contra o tyranno D. João « Manoel de Rosas, segue a pôr-c^ às cídens de V. Ex. a vir» e tuosa Divisão, que se dignou íiar-mo Os valentes, que a « compõe, fiets á voz da Honra^ t á Dignidade de sua Pátria, t corresponderam com nsura ás lisonjeiras esperanças dos Gover- « nos Alliados, e graugeáram as mais respeitosas sympathlaJ « do Grande Exercito, e de todos ts Povos Argentinos. Tàoso- « brio?, - resignados paia supportar a int-mpeiie, e as diííicul- <i dad^ i '3 huma árida campjnha, como 'ii^cíplinados e valentes « ante es canhões de faseros, no dia da immortal Batalha « contra o lyíanno, elles sonberam capear huma bem merecida ff reputeção, o accrescentar huma brilhante pagina á historia a militar do Império.
— 20i —
« Seo illustre General o Sr. Brigadeiro Manoel Marques « de Souza, e todos os beneméritos Chefes, e OíTiciaes, que tive- « r«m a gloria de levar ao combate soldados tão aguerridos, e « virtuosos, provaram que são dignos d'essa confiança, ecre- f dores á gratidão de seos Compatriotas, ás dos amigos da Li- « berdade, em ambas as margens do Prata, á de seo Patriótico, « e Liberal Gcverno, e á pspecial deV. Ex., á cuja alta con- « sideração tenho a honra de recommendados. Digne-se V Ex* « aceitar as intimas cordiaes felicitações, que como General em « Chefe do Exercito Alliado Libertador, tenho a satisfação de « dirigir lhe, e a alta estima pessoal, com que sou— De V. Ex. « Aífcctuosissimo attento S. S. — Justo Jose* de Urquíza. »
A 7 de Março chegou á Montevideo o General Marques, Barão de Porto Alegre com o resto da Divisão. Inda aqui os Ar- gentinos, contrastando o ingrato resfriamento dos Orient^es para com o nosso Exercito, e anhelando testimunhar-lhe igualmente a mesma aífeição enthusiastica, e agradecimentos, que ostenta- ram em Buenos y*yre«, seos Patrícios, dirigiram, em numero de oiient^ e três, ao dito Barão, a seguinte saudação, com data d« 10 do dito mez, sendo encarregada de appresenta la uma com- niissão, a qual n'esse momento dirigio tãobem ao Barão uma al- locução fervorosa, e agradecida, que igualmente se segue ; fe- chando tudo a resposta de mesmo Barão.
n. Sr. Brigadeiro D. Manoel Marques de Souza^ Chefe da « Divisão auxiliar Brasileira no Exercito Libertador, Sr. Os u. Argentinos existentes ern Monievidéo, que se não poderami « unir á seos irmãos de BuenosAyres nas leaes demonstrações « que fizeram á V. S ; vem hoje, por meio desta carla, appra- « sentar-lbe hum testimunho d'esse mesmo sentimento.
« Os Argentinos reconhecem, que no dia 3 de Fevereiro, « contrahiram uma immensa divida para com a generosa Nação « Brasileira. A influencia, que este elemento teve para libertar
0 a Pátria Argentina, é, Sr. Brigadeiro, devidamente apreciada « por seos filhos, que não crerão ve la satisfeita, senão estreitau- « do cada vez mais os laços de fraternidade, que devem unir a « duas nações americanas, O único obstáculo, que a isso se op- « punha foi vencido nos campos de Cusercs i desde que eile •« deixou de existir, o Povo Arg'íntino deo expansão á generosi- « dade de seos sentimentos, e os subord/nados de V. S tem re- « cebido provas eloquentes de que o caracter nacional, não ht- « via sido torcido por seo lyranno.por mais quo comprimido «*-»
1 tivesse pelo espaço de viute annos.
— 205 —
« Náo duvido VS , que eFsa fralernidade. que hoje existe, « será consagrada peio tempo, e que nossos filhos saberão de « nós, que á Nação Brasileira deverão seos pais em parte a li- ei herdade, que gozam desde 3 do Fevereiro de 1852. Somos de « V. S. atlentos e aífectuosissimos criados. ( Com 83 assigna- «i luras. ) Montevideo, 10 de Março de 1852.
A Gommissão encarregada da carta acima,dirigio o seguínio discurso, no acto da entrega :
« Senhor Marechal. — Os Argentinos residentes em Mon^
« tevidéo, nos commissionaram para depositar nas mãos de V.
« Ex um teslimunho franco e sincero do aUo apreço, com que
« vem quanto o Innperio do Brasil tem feito para a pacificação
e do Rio da Prata, muito especialmente o que V.Fx , e seos di-
« nos Companheiros de armas fueram pela Liberdade de nossa
a Palria.
« Os Argentinos res*denles em Montevideo, desejariam po- « der manifestar publicamente á V Ex. e á toda a valente Di- a visão do seo nianlo a profunda gratidão,de que se acham pos- « suidos pelo que V, Ex , e ella conlribuiram com seos esforços, f valor, e sangue, para a Liberdade do Povo Argentino ; mas « não pormitlmdo sua situação, se limitam a appresentar á V « Ex., este pobre, porém sincero testimunho de soos sentimen-, a tog. Queira V Ex. aceita'-lo como a mais pura, e mais cor- te dial expressão do apreço, e gratidão de todos os nossos Com- « patridas. e nosso, para com sua respeitosa pessoa, e de todos a CS valentes Companheiros d'armas na memorável campanha « contra o tyranno dos Argentinos etc.
O General Marques aceitando com a placidez, e aífabilida- de, que o destingue, tão gratas demonstrações, assim respondeo :
« Senhores. — Aceito, e agradeço de todo o coração esta « nova prova de patriotismo, e das nobres qualidades, que dis- « tinguem vosso caracter nacional.
a Vosso procedimento, permitti -me que vos diga, com a a franqueza de amigo, é mui honroso para os soldados da Djví» ** são Imperinl expedicionária ; porém tãobem o é pira vós, « EHe confirma o alto conceito que, por sua união e grandeza « d'alma. os emigrados Argenlinos souberam grangoar pyr to- « das as parles, onde os ."irrojon a tyrannia.
« Senhores ; seremos eternamente gratos ás honra«. o ès « sinceras c tocantes den?ons°.raçÕ9s de estima, que nos haveis
«
— 106 —
prodigalisado, com esse bom goslo, com essa rara finura, e
com a grandeza d'alma) que vos destinguem.
a Voltamos a nossa Pátria cheios de orgulho, e conlenta-
mento, por que podemos dizer eo nosso mui adorado Monar» « cba : — Senhor, alli, na margem d ire ta do PrÊÍa, onde V. « M. I. linha, á pouco tempn, um íyranno, que nos deprimia, t e ameaçava ; lem hoje uni Povo msgii&nimo, que nos honra, o « é nosso amigo ; um Povo que entoou vivas a V, M. I., e que « com nosco derramou o mais sincero pranto, no momento, em
< que delle nos apartamos.
« Acfcitai, senhores, esta nova expressão de amizade, e gra-
< tidão do Chefe, 01íi(Í3»s e soldados da Divisão .Imperial ex- t pedicionaria, e transmitti^a tão viva, e sincera, como é, á vos- « SOS dignos Compatriotas, d
Os Negociantes Brasileiros, residentes em Montevideo, 15o- bem patentearam á seos Patricios o grande regosijo, de que se achavam possuidos. pela Honra, e Digni'l8de do Império, tão heroicamente desafrontada. Eiles deram hum esplendido baile em homenagem ao Exercito, e Esquadra imperial ; elles, fora do seo Pâiz, mostraram briosos quanto Patriotismo lhes incendia o generoso peito,
C4P1TUL0 X.!.
Já havia o Governo Oriental, por decreto de 13 de Feve- reiro de 1852, conferido huma Medalha de honra á Divisão Oriental, que combateo na Batalha dos Campos de Caseros em 3 do dito mez ; a qual seria de ouro com hnir.a coroa de Louro para o Commandante da Divisão ; de ouro sem coroa para os Olíiciaes Superiores ; de praia para os Capitães, e suba!tt:rnos ; q de latão para as praças de pret, pendente d'huír»a tila azul ce- leste. O Governo Imperial lãobem por Decreto n. 932 de lA de Março do referido anno de 1852, () conferio o uso de huma
{•) Altendendo aos relevantes serviços prestados pelo Exercito sob o com- mando do Tenente General Conde de Caxias, Hei por bem conceder ao mesmo Exercito o uso de umi medalha, segundo os desenhos, e inslrueções, que com fsto baixam, assignados por ÃJanorl felizardo de Souza c Mello, do nico Conse- lho, í^eoador do Império, Ministro e Secretario de Estado dos iNe^ocios da Guerra, que ítswm o tenha entendido, e faça executar com os despachos ne- cessários. Palácio do Rio de Janeiro, emqúatorze de março de mil oitocentos ciucoenta e dons, trigésimo primeiro da Independcnci.-^ e do Império.— Com aRubrica de Sua Magcstade o imperador, — Maaoel 1 ELizAnoc de Sousa & Mkllo,.
— 207 —
Medalha ao Exorcilo de Operações sob o cf)rr.m3ndo do Ttiii^^nte General Cond ^ de Caxias, a saber : ás praças de linlia,e Guarda Nac!<ma!, que conípozerarr. o Exercito deOperaçÕes ua Republi- ca dí> UruguJíy, buma Medallia com a íila verde do Habito <(o A\'ii ; e ás, que pertencendo á este Exercito, íiíoam parte ds í * Divisão, e passando o Paraná, assistiram a Batalha de Moron, outra Medalha com íiia azul, igual á Ao Cruzeiro. Os Oííiciaes Goneraes terão a Medalha de ouro de duplo diâmetro, pendente ao pfcscoçc»; os OÍUriaes Sup.^riores, Capitães, Sab.iltornos e pra- ças de pret usarão no lado esquerdo do peiío, sendo de ouro á dos primeiros, de prata as dos 2 "^ e S.**^, e as dos uitimos de huina liga (!« zinco o antiíx>onio ; sem que jamais possam os in- divíduos á quem a dita Medalha são concedidas, trocar as d'bum pelas de outro gráo : sim usarão sempre d'aque!la que corros- i». ponder ao posto, ou praça, que occupavam na épocba, em que lhes foi f( iía â concessão. Iguaes Medalhas por outro Decreto, foram coriforidas a nossa Esquadra no Fiio da í'rata, sentio a do íita azul para os que forçaram o Passo de Tonelero, e a de íitá verde para os que lá nào foram, e todavia serviram na Esquadra» durante a iutd.
CAPITULO XII.
Havia Montevideo, qae,porquasi nove annos, sofrera o ter- rível sitio, podido procedera novas eleições legaés, o em con- sequência dellas,reunida a Assembléa Geral, nomeado Presiden-
Inslnicções a que s& refere o decreto doesta data.
Art. 1.0 Todas as praças de linha, e Gnarda Nacional, que compozeram o Exercito em Optijaçòes na Republica do Lruguay, usarão cia Medalhado de- senho n. 1 : us iiuo' porém pertencendo ;ieste Exercito, fizeram pai te da pri- meira Divisão, e, passando o Paraná, assistiram á Batalha do dia ties de fe- vereiro do corrente anuo, usarão da Medalha confojine o dezenho n. 2., ten- do esta a fita de côr azul igual á da Ordem imperial do Cruzeiro, e a outra \erdc conio a da Ordem de íi; l^eato de Aviz.
Art» 2,0 Os Oííiciaes Generaes trarão a Medalha de ouro, de dujilo diâ- metro pendente ao pescoço, e os Oííiciaes Superioies, Capitães e Subalternos, e praças de pret. ao lado esqueido do peito, sendo as dos primeiros d'aqueilu metal', as dos segundos de prata, e as dos últimos de uma liga de zinco e an- timonio.
Alt. 3.0 Os indivíduos a quem é concedido o uso d'estas Mecltilhas não poderão trocar as de um pelas de outro grau, mas sempre, e em todo o tempo, usarão d'aquella.que for correspondente ao posto, on praça que occupavam na época, em que se verificáramos snccessos, pelos quaes lhes é feita a concessão». Art. íi.o E' inteiramente vedado usar sem as Medallias, as fitas de que 1'Uas pendem ,
Art. 5.0 As Medalhas serão foniecitlas pelo Governo. Palácio do Rio de Jaueiro.em li de Março de 1852. — Mainoel Felizardo »E Souza £ Mello.
27
— 208 —
te do SpnadoD. Bernardo P. Berro, e da Camará de Represen- tanles D. José Maria Mafioz, determinou a mesma Assembléa, logo em 15 de Fevereiro de 1852, que á aquelle entregasse a Presidência da Republica Oriental do Uruguay o prestautissimo, mui probo, e constante Cidadão D. Joaquim boaros, o que este, apezar de entender, e mosírar qua bavia n'aqaella determinação alguma irregularidade, cumprio no seguinte dia l6, rolirando- se abençoado, e bem quisto do todos os verdadeiros amigos da Pátria, e da Ordem.
Nomeado p jsteriormente, no 1 ° de Março, Presidente Cons.» titucional da dita Republica Oriental o Cidadão D. Juan Fran- cisco Giro, pertencente ao lado do d<ícahido Oribe, assim como o era a maioria da nova Assembléa, negou aquelle, por nota de 23 do dito wez de Março, a exequibilidade dos Tracíados ceie- brados com o Brasil, durante a administração illuslrada d'aquel- )e honrado Presidente Soarez, recusando reconhece los em vi- gor. Começaram de logo a abrolhar questões espinhosas, e sen- do o primeira propósito dos ta^^s opposicionistas, fingindo-so nimio-ciosos, resolver difinitivarieuto a annullação dosTractados referidos, e decretar logo outros destinos ás rendas hypothe- cadai ao pagamento do que deviam ao Império, ousando se aié aventar a idéa anarchica de abrogar tudo, que se havia decreta- do, e feito durante o assedio de Montevideo 1 1 1 Entrc 3s stro- nuos Defensores desta Praça heróica nos ditos nove anãos arris^ cados, mostraram se decisivos, e corajosos contra taes escanda* los, resultando d'ahi, que os Orioistas só se pronunciassem con- tra os Tractados, acobertando se frivolamente com hyperbolico zelo patriótico.
Entretanto, para que desappa recesso qualquer idéa de coac- ção, todo o Exercito Brasileiro existente em Montevideo e Co- lónia. S9 pozera em nsarcha no dia A de Abril ( 1852 ) para Santa Lúcia, d'onde deveria seguir á fronteira do Império, No seguinte dia 6 reunio se a dita Assembléa da Republica, para discutir a proposta do l^der executivo, em que podia hum vo- to de confiança para ajustar as questões pendentes com o Brasil : inda assiísi nada então resolveo-se. e por tanto o Plen p.lencia- rio Brasileiro Conselheiro H'»norio Hermeto Carneiro Leão, ac- tual Vis^^onde do Paraná, indignado com procedimentos tão in- sólitos, fez sentir ao Presidente Oriental, por sua nata de J7 do iDCsmo Abril, quanto arriscadíssimo era o passo, que se preten- dia dar, violando-sea Fé dos Tractados, e usando-se de chicanas intoleráveis, que acarretariam infallivelmente funestos resulta- dos, no caso de huma recusa formal, intempestiva, e injusta.
— 209 —
A 30 de Abril, seguio aquelle Plenipotenciário Brasileiroj para Buenos-Ayres, d'onde regressando a 8 de Maio, instou lo- go a 9, por bisma resolucãí) definitiva, por quanto, na falta delia, faria immediatamente o que lhe cumpria, de conformidade com as instfucções,e terminantes ordens do seo Governo, e como a dignidade, sí gurança, e direitos do Império altamente reí-Ja* mavam ; e accrescentando que alermava hum prazo até o dia 12, para por-se fim á similhante questão, concluio de novo exigindo a exequibilidade, e observância dos controversos Tractados de 12 do Outubro.
O Encarregado das Relações exteriores da Confederação Argentina, o mui dijçno General Urquiza, depois de entender se com o Governo de Montevideo, exerceo sua influencia própria, e tomou nobremente parte na questão com interesse de amigo sin- cero, e bom irmão, aolainando-a para hum pacifico desfecho, e para remover as dilTiculdadei;, ou mesmo susceptibilidades, que accinteíTíenIe se eggiomuravam, oífereceo espontânea, e amigavel- mente seos bons oíTicios, para que viessem á rumo as questões pendentes, declarando no entanto ao Governo da Republica Oriental, que, no caso de não chegar ella a um accôrdo razoá- vel, só davia contar com sãos próprios recursos, visto como a Confederação manter-se-hia na mais completa neutralidade.
Felizmente as pessoas Orientaes mais influentes, que ti-» nham de intervir na matéria, prestaram-lhe lãobem a mais si* suda attenção, e o Plenipotenciário Argentino, oífereceo a ga- rantia do seo Governo para execução dos referidos Tractados, e ratificação do navo, que sa fizesse. O próprio Presidente da Republica, e seos Ministros, melhor illusiraram sua consciên- cia sobre tão transcendente negocio, em. buma reunião, qua era por sua composição, a expressão do pensamento da Assemblé;» ; proveio de tudo hum desenlace pacifico, considtrando o Gover- no da Republica, como factos consumados, os cinco Tractados de doze de Outubro de 1851, cujo respeito lhe interessava sustentar, como continuação da polititía do Governo Constitucional da passada Administração. Assim o participou o Ministro das rcla« §004 exteriores Dr.D. Florentino Castallanos, em 13 de Maio de 1852 ao Plenipotenciário Brasileiro, accrescentando, que se pas- savam as convenientes ordens para que os ditos Tractados con^ linuassem em execução, e se procedesse immediatamente a no- meação do Commissario encarregado da demarcação da linha, e a da Gommissào para a liquidação da divida; o que tudo melhjf se vê do theor da seguinte nota d'aquelle Ministro.
— 210 —
Ministério das relações exteriores,
a Montevideo, 13 de Maio do 1852 O infrascriplo, Mi- nistro das relações exteriores, levou ao conhecimento de S. Ex. o Sr. Presidente da Republica, as notas, que o Sr. Honório Hermelo Carneiro Leão, Ministro Plenipott-nciario de S. M. o Imperador do Brasil em nnisfsão especial, Ibe tem dirigido com datas de 17 de Abril ultimo, e 9 do corrente, nas quaes insta pela execução das estipulaçõ-s conlrabidas p^íla R(;pul)lica njs cinco Tractados de 12 de Outubro do anuo anlerior,
« Em consequência o infrascripto foi encarreg.ido de mani- festar ao Senhor Carneiro Leão, que, o Governo Oriental, haven- do encontrado os ditos Tractados ratificados pelo Governo Pro- visório, trocadas suas ratificações, e hvadas a execução em sua maior parte, os considera como factos consumados, cujo rcipei- to lhe interessa susier, como continuação da politica do Gover- no constitucional.
« Nesta conformidade o abaixo as-ignado participa ao Sr . Carneiro Leão, que se te-n dado as ordens convenientes para quo os ditos Tractados continuem em sua execução na parte em quo o estão, e quo se proceda immediatamente á nomeação do Com- missario encarregado da demarcação da linha, e a da Commissão para a liquidação da divida.
a O infrascripto reitera ao Sr, Carneiro L^ao a segurança de sua mais distincta consideração. Florentino Castellanos. — Illm. e Ex. Sr. Conselheiro Honório Hermeto CarneiroLeão, ÍEnviado extraordinário e Ministro Plenipotenciário do Império do Bresil, em mifsáo especial junto do Governo da Republica Oriental, etc. etc, »
Como porém esta declaração nem des desse presentauea- mente os breles da Intriga, que tão accintemente o partido de- cahido, então no podfír, luultiplicava insomne, nem prestasse ga- rantia plena á execução dos Tractados, embora terminasse, ou parecesse terminar a emergência, que intempestivamenSe susci- <ára o Governo Oriental, á cerca dos mesmos, perseverou por isso o Plenipotenciário Brasileiro em exigir tãobem o prévio re- coníiecimínto de sui validadw por bum Acto da As^emblca Geral da Republica, que tão hostil já te havia mestrado, e isto priníei- ro que eile annuísse defrnilivaííiealo ás modificaçò-s d'aíguns ar- tigos do Traclado de iimiles. es quaes fizeram pusteriormenÍQ assuíopto do de 15 de Maio de 1852 (nota 71) Objectou-se en- tão que huma tal exigência dsíTicu tava o arranjo difioitivo da questão, e isso foz que o Dr. Luiz J. de la Pcuna, nomeado Eq-
— 211 —
viado extraordinário, e Ministro Plenipotenciário da Confeííera' ção Argentina para a Gortfl do império, e que o Director Pro- visório das reli ções exteriores General Urquiza, mandara pas- sar por Montevideo para, no mesmo caracter dsplomativo, coope- rar para o arranjo amigável de taes occurreocias, oííertando es- pontânea, 6 cordialmente, em nomf» da mesma Gr.nfederação, e d'aquel!e Genernl.toda garantia tendente aaquelle reconhecimen- to exigido, e lãobem quanto ao cumprimento das estipulações vigentes, e das que de novo se continuassem ; o que tudo fora aceito pelo Plenipotenciário Brasileiro, que consentio em certas modificações, qu« passaram a ser consignadas no referido Trac- tádo de 15 de Maio de 1852, o qual expressamente reconheceo, e declarou em plena e inteiro vigor todos os Pactos de 12 de Outubro de 1851 : «sle ultimo Tractado foi depois approvado peias Gamaras Orientaes, sendo a ratificação do Presidente da liepul)'ica, em data de 5 de Julho do uiesmo anno de 1852.
As£Ím definitivamente solvida a peodcncia, seguio»se serem logo nomeados os respectivos Commissarios para proceder se a demarcação de limites, rec^ihindo por parte da Nação Brasileira tão importante tarefa no mui experto, o illustrado Marechal do Exercito Fríincisco José de Souza Soares de Andréa, o qual bem que sua avançada id^de, e cinoenia o seis annos de bons serviços fossem mais, que sufficientes, a dispensa-lo, nem por isso escusou-se, e quiz prestar ao Paiz ainda este, por sem duvida, de grandiosa transt-endencia, e utilidade Nacional.
Antes de continur.r-mos o que respeita propriamente ao Exercito Brasileiro, até que recolheo se ái fronseiras do Impo» rio, scja-nos licito iníarcalar aqui o que t-eguio-se ás nomea(;ões, dos dítoíí Commisssrios, que acabamos do referir. Reunidos el- les em 2 de Novembro de 1852, no j:asso do fhuy, para pre- ludiarem 08 trabalhos ; e concluídos os geodésicos dessa parte da Fronteira, trataram em seguida d*^, a /< de Janeiro de 1853, fixar ãlii a direcção da linha de limites, conforme os Tractados. Occorreo entim duvida sobre a maneira de entende-íos, quanta ao íerreno, relativamente 3.v verdadeiro Pontal de S. Miguel, que o Commissario Oriental, substituio pelo do Paraguay; in- lell gt^ncia errónea; mas de que não cedeo, a pezar das iiic' -as, e judiei íisas reflexões do nosso Gommissario dito General An- dréa, das quaes patenteava-se, que o uti possid^^íis comprr!)* ndia Indo o tíMTeno ao Norte de \mmi\ !ir.'.a tirada d<> Pesso geral do Rio S. Miguel, ao passo do -irroyo Chuy. E porque nào che- gassem á hum accôfdo, sujeita foi a qu^^stão ao conhecimento, e decisão dos respecivcs Governos : rusullí/odo finalmente, quí?
212
nossas ponderosas, e justíssimas razoes, igualmente sust^n- ladas com tanta babiíidade, quanta pollidez, pelo nosso Ministr<> residente em Montevideo, o Dr. José Maria da Silva Paranhos, obtivessem, depois d'alguns mezes, do Governo Oriental a solu- ção, que era de aguardar, concordando elle na linha approvada, e sustentada pelo Governo Imperial ; accôrdo este, (releva aqut mencionar,) em que muita parte teve o Já ff;encionado Ministro das Relações exteriores da Rf^publica Oriental, Dr, Gastellanos, sendo em consequência lavrado, a 18 de Abril, do sobredito BnDo de 1853, o protocolo, que foi concluido, e assignado a 22 de dito nriez, e approvado a 29, pelo Presidente da sobredita Ruepnblica; o que tudo \ê se em a nota 72.
Terminada pela maneira enunciada nas presentes Memo- rias, a ins"goe,e gloriosa missão do Exercito Imperial,que era to- da de Paz, Ventura, e Libertade dos Povos da America do Sul ; t) assim tâobem de segurança, e garantia dos Gidadãos Brasilei- ros, proprietários nos domínios da Republica Oriental, progre- dio o dito Exercito, marchando de Santa Lúcia, para as fronlei- ias do império, onde chegou a k de Junho do mesmo anno do 1852, posbuido de ledo orgulho, quer por sua intrepidez, cons- tância, subida humanidade, e bem merecido renome, tudo aper- feiçoado pela mais austera disciplina, e subordinação ; quer pela illimitada, e perennal Gloria de sua cara Pátria, e por haver descaptivado do mais brutal despotismo, dous Povos amigos, e convismbus. A ordem do dia do Exercito n. " 61, dada em Jagua- rão no sobredito dia A de Junho, e que se lê em a nota 73, honra, com toda a amplitude, os nossos bravos,e patenlêa quanto o nobre General em Chefe, que os commandava, ficou possuído de gratidão, e impressionado, no momento, em quedando lhes seos adeoses, e saudosos agradecimentos, de todos se despedira para seguir á Corte do Império ao seio de sua prezada Família, e a beijar a Augusta Dextra do Príncipe Filosofo, do lllastrado e Grande Monareha Americano, sob Cujo Reinado eslava pela Providencia estatuído, que cahiriam os tyrannos do Prata, e seos Povos rehaveriam a Paz, e Liberdade, sendo devida a mór parle d'essa Ventura ao Mesmo Magnânimo Monareha, á Quem o Brasil inteiro não cança de tributar agradecido encómios tão ingénuos, quanto fervorosos, repelindo enthuçiasta, e ufano : — • Viva D. Pedro II 1
FIM DA TERCEIRA E ULTIMA PARTE,
— 213 —
NOTAS
DA PRIMEIRA. K TERCEIRA PARTE,
ou
Documentos comprovfidores do qw. nellds ss contem, porque os da 2.' parte ac/iamse insertos na mesma, abaixo do texto.
XOTAS DE X 1 A 60.
NOTA (1)
período D\ PARTR do GKNKIWL URQrUZA SOBRF. A JORNADA DE VENCES, RXTRAHIDO DA (ÍAZETA Dli CUtiNJS-AYRKS DK 4 DE MiVK- REÍRO DE 1848.
Na per8en;uição activa, que (ízeram alguns corpos, e parlidus do Exercito ao» selva,{en.< unitários. derrotados in memorável jornada do Protero de Vences» to- maram-se-lhes un» 900 prisioneiros, além dos mencionados na ultima parte, en- tre elles os traidores selvajçens unitários intitulados Goroiidis Carlos Paz, Manuel Saavedra, e Cezario M)nleno;^ro, e Teueale Coronel Castor de Leon : estes qua- tro foram iinmedialaraente fusilados.
RESPOSTA DO DICTADOR ROSAS.
O Governador do BuenosAyies etc soaba com intiena complacência os glo- riosos, e importantes resultados da pi;rse;;uiçào feita aos selvagens Unitários ex- terminados ni esplendida vicloria de Vences, e das justas e salutares medidas, que V. Ex. adoptou, ordenando que fossem fnsilados, era castigo de seos horren- dos crimes, os selvaiiçens unitários Carlos Paz, Manoel Siavedra, Gezario Monte- nesíro, e Carlos Leon, e outros Chefes, famosos salteadores, nos desirictos, onda foram agarrados, e plenamente approva estas acertadas , e sabias disposições 4teV. Ek,
KOTA i2).
Montevideo Octubre 20 de 1838. Convencido el Presidente de la Republica que su permanência en el niúndo, es el único obstáculo, que se presenta para volverá la misma quietud, j tranv quilidad de que tanto necesita, viene ante V. H. á resignar la autoridad, que como organos de la nacion le babeis coníiado. No es en este instante útil, ni de- coroso entrar en la esplicacion de las causas, que lo obligau á dar este pasu y debií bastaroi sa^er, como lo sabeis, que a si lo exijc el susiego dei puis y !•
considerõcion de que Ins sacrifícios personales son \\\\ liolocanslo debido á ia conveniência general. Dignaos Hoiiorables Senadores y Representa nles, adniilír Ja irrevocable rfsignacion, quehago en esle niomenlo dei pueslo, que hedeseni- penado, y concederme adernas, coiiio á los Ministros, que quieran scguirn)e, una licencia iejnporal para separarme por algun tiempo dei pais, que asi lo aconseja nueslra posicion.— Honorable Asaipbléa General — Manuel Óribe.
ACEi-TACioN. — El Senado, y Caniara de Representantes de Id Republica Oriental dei Uruguay reunidos en Asambiea General dccretan : Art. l ." Admitase la resignacion, que bnce dei car;j;o de Presidente de la Republica cl Brigadier General D. Manuel Oribe. — 2.° Kl Presidente dei Senado entrará ú ejercer Ias funck.nes dei articulo 77 dela Conslitucion. — o.° Se concede ai Exm.° Sr. Tresidenle de la Republica y á los Ciudadanos, que han sido sus Ministros, li- rencia para sabir dei território por el tiempn, que lo creyesen necesario. — Zi.° mpgadoesle caso, una coinision de la Asambiea General nombrada por su Presi< denle pasará á acompanar ai Brigadier General D. Manuel Oribe, basta el pun- lo doíide se verifique su partida, y íígradecerle ai niismo tiempo ú nombre de la inisma los distinguidos scrvicios, que ba prestado à la Republica. — 5." Comu- niquese, y pnbliqueie. Sala de lesiones en Mcintevidto i\ 2Zi de (Jclubrt; de 1838. — Lor.ENZo J. Perez, Yice-Presidente. — Lliz B^ Cavia, Secretario.
NOTA (3).
Extrahidi) do Jornal do Commercio, n 271 de 4 do mez de Outubro de 1845.
Apenas pois se recebeu a noticia da revolução do Rio Grande, Oribe foi para a fronteira com o n)inÍ!>lro Llanibi, declarando, para tornar este aggravq roais supportavel í\ Rivero, que ia pôr-se de accordo com elle sobre as medidas necessárias para preservar o paiz, enianler a sua neutralidade.
Oribe e Rivera avistarum-se em (lerro Largo, e seos alojamentos pareciaiq deus canipos rivaes : ali (sti'vam materialisadas, digamo-lo assim, as symDatUi;ts, e os principios de que eram representantes Ao lado de Rivera estavam Silva Tavares, Calderon, e outros legalistas. Com Oribe eslavajn Ismael Soares, e outros revolucionários.
As conferencias foram largas : Rivera sustentou com respeitoga energia a conveniência de não fivorccer uma insurreiíjão injustificável, gémea da que acaba de despedaçiir-nos, ligada com cila, e ramificada com Buenos-Ayres, cuja Governo intentava iníluir em nossos ne;;ocios ))or meio dos annrcbistas» que prote- j;ia. Rivera locava rectamente a questão : Oribe illudia-a umas vezes, outras fal- lava com calor das í-ympalbias naturats em favor de uma revolução republica- na.... Não era possivtl concordarem esses dous cbefes : então Rivera fecboi; soleinnenunlc a cnnfereiícia, declarando que, em sua opinião, o Governo sacrili- caria os principios da órdcm legal e os interesses do paiz, mas que elle cumpri- ria seus deveres of)edecendo-lIie.
No -dia seguinte separaram-se, e Oribe marchou para a Villa de S. Setvando, na margem do Jaguarão, em frcnle da ViHa do Cerrito, que jaz na margem op- posta a utna legua de distancia.
F)eí!to íionçalves mudou n'es!>,es dias o rco Quartel General para a Villa do Gerrilo, c Oribe mandou íelicita-lo inirnediaiamente. Aconteceu isto cm princi- pios <ie Novembro de 1835, no tnesmo dia era que Bento Gonçalves fez a sua en- trada naquolia Villa. Houve depois explicações dirtctas entre os dous chefes, elu- do se c(!ncluio. O nosso Gí verno ficou decididamente nos interesses da revolurãí»,
Fnire a viagem do Presidente Oribe á fronteira, e a sua chegada ali, chegou ;i i '^la Capital uma nota de Bento Gencalves, que um successo posterior da guerra {lôz cm nossas mãos em original, c nuc aqui transcrevemos, por quanto ella con- íirma o que ftinos dito a res^peilo da posição relativa do General Rivera.
Eis a nota ,:
(tCuuidaladc 15 do corrcnlc, me dirigi a V. Ex,, commuuicaiídp-lhe os
— 215 —
snontecimentos da CopUal, e demnis ponlos desla Provincia, desde o dia 20 do proxiíDo piíssjdo mpz ulé aquella datu, aíirn de af.istar de V. Ex. qualquer re- «.«iio, ou alarme, (jue p.idesse ler occasionado o repentino e geral armamento dos P«iu-Grandenstís ; e pt'lo manifesto e mais doru(nentos relativas que iia mes- ma occíisião llie reiucui, deveria V. Ex (içar informado de que os filivos do Rio Grande empunlundo us armas n3o se propozeram a ouiro fim do que salvara pátria do abysmo de males.em que se precipitava pela inepta e anli-na- . niouiil administração do Sr. Dr. Anloiiid Hoilrigues Ferniindes Braga ; assim *:omo das razões, qae me obrigaram a pòr-me á frente de meos coDcidadãos. Tenho agora a grata sali^fjçrjo de annunciar a V. Ex. a total dispersão dos facciosos, na Cidade de Helotas, Rio Grande, e Villade S. José do Norte, obtid;i pelas forças de njeo mando, l(-gran:lo escapar -síí para esse listado o traidor e sanguinário Silçu Tavares, com oito dos fnais comprometlidos, resultando disso a completa paciíicaçuo desta Provincia, sob o governo do Exm. Sr. Dr. Marcianc» Pereira Ribeiro, o qual foi form;ilmente reconiiecido n » dia 21 do corrente pelas Gamaras Municipaesdasdilas Cidades e Villa, únicos pont(iS que occupava a fac- ção sustentadora do governo intruso do Dr. Bruga, cuja autoridade caducou de íacto, e de direito jio dia 21 do mez passado, tlia em que o (iamara da (.apitai deo posse, conforme a lei, ao actual vice Preáideule. Accrescentarei mais que no dia 2'ò do corrente, o Dr. Braga, que de alguns dias se achava a bordo de um;i das embarcações surtas na t)arra, deu a vela c:)m direcção ao Norle, completando com a sua fuga a tranquillidade da Proviívcia. Consta-me agora que o referido Silva Tavares, depois de emigrado paia es^e Estado, apresentou-se no dia 19, ou 20 ao Sr. coronel Servando Gomes, commanclanle da fronteira do Jaguarão, e que logo depois repassou para cá com alguns homens de seo séquito, alardeando que em breve teria fòrgas dessa parle para iuva'Jir-nos,e hostiiisar nos : fosse como lossp, estas ameaças, as correspondências, e nestas circunstancias suspeitosas, do Marechal Barreio com o Sr. l"'rucluoso Bivera, e os movimentos que se tem ob- servado de grupos armados por esie lafio, tem chamado a aUesição dos habitantes desta fronteira, aos quaes me tenho dirigido assegurando-lhes a nenhuma inlerven- í^ão dilecta ou indirecta das auti.ridados da Republica Oriental na presente ques- tão, e que ao mesmo tempo jíi tinha maudndo forças para esse ponto a(im de pô-los acoberlos de qualquer tbutativa dos anarchislas ; como poréui o Sr. Comman- daníe da Fronteira limitrophc não deixa regressar o» brasileiros que, vesiden- tes na no^^sa linha, tomaram parte nos movimentos de 20 de Setembro, e viram- se no principio obrigados a procurar segurança nesse Estado para salvarem-se da sanlia do immoral Silva Tavares, euKpianto que permiltc aos nossos inimi- gos fácil transito para a nossa fronteira, o que indica uma particular protecção Contraria ao espirito de neutralidade de que deve estar possiiido, Híe olficiei nesta data reclamando, em nome do governo a que lenho a honra de perten- cer, o regresso delles. Espero de V. lix. ojue, lomando em consideração a ju^- tiça de minha reclamação, dê positivas ordens a este respeito. Os movimento» ol)servados, sendo porfòrças desse Estado, como eu supponho, não me admi- ram, pois que não me é d»'sconhecido que toda a vez que um Estado se acha em crises e commoção, os Estados visinhos lançam sobre elle suas vistas inquietas, e tomam medidas de precaução ate que volte a tomar andamenjo regular e pa- cifico : ã vista disso, confio que o illustrado Governo Oriental, uma vez certi- íicado da pacificação desta Provincia, suspenderá qualquer medida, que tenha tomado em consequência dos movimentos de 20 de Setembro. Desejando tran- .quiilisar exuberantemente a V. E\. sol)re este negocio, e subminislrar-lhe todos os esclarecimentos possíveis, o portador do presente, qup será o cidadão José Carlos Pinto, pessoa de minha confiança, acompanhado pelo Capitão Ma- noel Joaquim de Oliveira, vai por mim encarregado de apresentar-se á V. Ex., ♦í por elle conhecerá os meos vivos desejos de conservar a melhor intellieencia e boa hannonia com esse Governo, consultando o bem-estar de ambos os Estados.
«Aproveito esta occasião de assegurar a pi ofunda estima e particular anii- zade que consagro, a V. Ex., a quem Decs guai"de por muitos annos.
«Cidade do Rio Grande, 25 de Outubro de 1835.— Mim. e Exm. Sr.Genera* D. Manoel Oribe, Presidente do Estado Oriental.— 'J Coronel Bento Goinçalteí DA Silva, »
O vice-presidente da Republica D. Carlos Anaya. que receb co esta nota na ausência da Oiibe, teve largas, e reservadas confeieii-íiaí CQ « O s^^o portador
— 216 --.
José Carlos Pinto, íTcsponcleo á Bento GonçalTes.salisf.izíndo a sua reclama- ção. A nota de Anaya couclue da maneira seguinte :
« O Sr. Marechal Barreto lambem não podia obter uma protecção neste « Estado, que complicasse os princípios do GoTcrno. poi.«, ao emigrar para os « cí-ntões de Taquarimbó, encontrou ordens terminantes, commuuicadas pelo « (lomraandante Geral Rivera, como encarregado da segurança do território, « c das medidí!8,que devem garantir as resoluções do Go\ei no. E como podia « espcrar-hc semelbante conlradicção em uma Republica, onde tudo eslásubor- « dinadoá voz da autoridade suprema coUocada á frente dos negócios públicos, « onde nem as paisôes de aggravos pessoaes, nem as amizades mais estreitas, « nem mesmo a gratidfjo, abrigam senlimenlos. que não sejão os da autoridade? ♦í l-allo ao Sr. Coronel Bento Gonçalves, nesta linguagem clara e íranca para « que não lhe fique escrúpulo algum a respeito do General Rivera. que. já por « conucção própria, já porque a subordina á do chefe da Republica, sabe « cumprir os deveres que llie iiopòe o seo emprego na csphera dasaítribuições, « que lhe eslão marcadas pela lei epelo Governo. »
Esta nota é de l/i de Novembro de 1835, e lemos em nosso poder uma copia anthenticada do punho e letra do mesmo Sr. D. Carlos Anaya, que não teremos diíTiculdadeetn mostrar.
13esta vez, como se vô pelo documento acima, não julgou a administração (de Oribe comprometlida a sua dignidade cxidicando-se, de igual a igual, com um clíeíe militar até então sem caracíer dclinitivo.
NOTA [h),
PAUTE DA BATALHA DE MONTE GRANDE.
Quartel General no Ceibal, 14 de Setembro de \%k\. Entre os prieioneiíos, achou-seo traidor selvagi-m luiitario ex-Coronel Facundo Borda, que foi exe- cutado no raesuío instante com outros pretendidos OÍBciaes tanto de Ca\al- laria, como de Infantaria. 7- Manoel Orjbe.
Quartel General em Melar, 3 de Outubro dei 8Z1I , Os selvagens unitários, ffue me entregou o (^ommandante Sandoval, c que são Marcos M. Avellaneda, pretendido Governador General de Tucuman, o pretendido Coronel J..\l. Vil- lela, o Capitão José Espejo, e oTenente Leonardo So>ia, foram logo eiecuta- dos na forma costumaíia, a excepção de Avellaneda, de (juem mandei separar a cabeça do corpo, que será exposta na praça publica de Tucumaji, — Ma- moelOmbe.
NOTA i5;.
CARTA AO GENERAL ALDAO GOVERNOR DE MENDÓsA.
Quartel General das fíarrancas de Coronda M de Abril de \%h1
Trinl;» e tanto*? mortos, e alguns prisioneiroí, entre os quacs estava o preten- dido Gener.il selvagem João Apostolo Marlinez,cuja cabeça foi onleni cortada,
Eis aqui o resultado desta acção honrosa para nossos Exércitos federaes. 3 i'licito-o deslje glorioso successò, e sou seo attculo venerador— M. Obibe,
NOTA (6),
lN«3TnLCCÕES DADAS AO VISCONDE DE ABRANTES SOBRE OS NEGÓCIOS DO RIO DA PRATA, EM 23 DE AGOSTO DE W^h.
Illm. e Exm. Sr. — Inclusa achará Y. Exc. a credencial, que o acredita junto de S. M. el-rei de frussia, acompanhada de um pleno poder paia tratar < om a ai^rociação das alfandegas aliemàes.
Nit>gueni mais ha])ililado do que V . Lx. para bem desempenhar a missão lie que S. M. o Impejador, nosso Augusto Amo, houve por bem encarrega-lo; mas como o Governo Imperial não resoheo;ainda definitivamente sobre qu*; ba^es convirá concluir aquella negociação, cumpre que A . Ex. não conclua ajuste algum sem ulteriores instriícçíies'.
Lntrclauto V. Ex. colJiiiirâ, não s^o paia seg uio, como lãobem para enviai
— 217 —
BO C.ovprno. Iodas as informações e ciados indispens;ivois, eiiteis pobiT rslc im- jíorlaíiíe assumpto, acompanhando eslesesclaiecinieatos de sua opinião sobre í.ada objecto, e ale formulando uma minuta de Tratado nos termos em que jul- gar, que seria TanlajO'^o p'ara o Impeiio conc]ni-lo.
Espera tãobem o Governo das lU7es, Jte-lo, o experiência de V. Ex. que re- inetlera úteis informações a respeito do systeira admiiiisliati\o da Trussia, organisação e disciplina do exercito, instrucçãopublica, colonisação porfami- íias allemães, e todas as nlai^ noticias cuja utilidade para o Império lhe fòr sng- írerida pelo conhecimento, que V . Ex. tem adquirido das necessidades do paii nos altos eujpregosque occupa e tem exercido.
Além da sua missão de Uerlin, dignou-se S. M. o Imperador encarregar- Iheuma incumbência de grande impoilalicia.
Conhece V.Ex. as disposições da Convenção preliminar de paz de 27 de Agosto de 1828, estipulada entre o Império e a Republica Argentina, com a me- diação da Inglaterra, e esl.l intflligenciado da historia da guerra c negociação, íiue precederam aquella Convenção, e de tudo qiuuito se tem passado desde essa t^poca entj"e o Ilrasil, e as ílepublicas do Rio da l'rata. Sabe V . Ex. que o Império não prescitide por modo nenhum da Independência plena e absoluta da Republica do Liuguay, Independência que se acha tãobem estipulada entr« a Frnnca e a dita Confederação Argentina pela Convenção de 29 de outubro de iS40.
Conscguiníemente deve estar V. Ex, convencido de quanto imporia ao Ga- hinete Imperial conhecer completamente quacs fào as vistas dos Gabinetes de Londres, e Paris relativamente a essas Republicas cio Rio da Prata e á do Para- guay -, como é quo a Inglaterra entende os direitos, e obrigação que lhe compe- tem em consequência daquella mediação, e a França as que deduzem d'aquel- líi sua Convenção com a Confederação Argentina. " ,
Finalmente muito co.ívém que os Agentes Diplomáticos dessas duas Nações acredilíidos nesta Còrle recebam instrucções para poderem entender-se com o (iOverno imperial, sobie os negócios pendentes, equaesquer futuras occuri eu» cias relativas á essas Republicas.
J'aia este (im V.Ex. vai munido das cartas juntas, dirigidas aos respectivos Ministros dos Negócios J^slrangeijos de França e Inglaterra, e cumpre qjie V. lix., p* las coiíferencias que lera com elles,ê por todos osmrios a teo alcance, hUsque penelrar-se, e inteirar o Governo a respeito da politica d'aquelles dous (iabinetes relativaníente áqnellas Republicas : quaes os po;ilos em que ambos esses Gabinetes coincidem, e se combinam, e quaes aquelles, em que seus in- teresses divergem, o se cruzam, d»'duzindo desíe conhi cimento quaes as vanta- gens, que o Gabinete ímpei-ial pôde esperar d'aquelles Go\ernos Européos, ou que inconveniente deve receiar; os meios de conseguir as primeiras, e arredar 08 últimos.
CONCLUSÃO DO ^IEM0RA^DUM DO SB. VISCOIVDE DE ABRANTES.
Depois de resumir a liistoria da r)anda Oriental do Urnguay desde o prin- cipio da sua Independência da llespanha, ale hoje. para mostrar os sacrifícios que tem custado ao Brasil, e as condições com que este ihe deo a existência po- lítica,de que goza actualmente, continua o Sr. visconde de Abrantes:
o Parece ao Governo Imperial que é do seo dever, e um dever de que não « pôde pie.^^cindir, manter a Independência. e a integridade do listado Oriental, (( e cooperar íanibem para que a Republica do Paraguay conserve o seo Esla- « do li\re e independente.
« O Governo Impei ial pensa que a humanidade, cuja causa deve ber advo- « gada pelos (jovernos ehristaos, não somente no velho, como em o novo mun- « de, e que os interesses comuierciaes, que estão tão ligados no progresso da ci- « vilisação, e aos beneíicios da paz, exijicm imperiosamente, quií se fixe um ter- <( mo á guerra encarniçada, que se agita sobre o território, e sobre as aguas de « Estado Oriental.
« O (Governo Imperial pão tem a menor duvida sobre a acquiescencia do ff Governo Brilannito ao principio, e ás vistas, que acabam de ser realmente ex- « postas.
« be convém ao Governo do Rrasil, ligado como se acha á observância « dos Artigos citados < .o, e 2. o da Convenção preliminar de 1828, manter a In- o dependência do Iruguay, tãobem c Governo Britannico, como meíiiador da « dita Convenção, não pôde ser indifíerente á vida, ou á moile dessa mesma « Independência.
(f Se o estado de prospei idade, e de tranquillidade de que goza o Paraguay, „ só pelo facto de ser independente, e de íiear neutiono meio das discórdias j civis intermináveis da (onfederação Argentina, oCei< (C vantaj^cns ao cciui- mei cio Bjasii ç. iro, lãobem as offciece ao da Gi ãu-Bretanha.
— 218 —
V Emfim, se a conclu>ião desta guerra calamitosa ú favorável aos interf^a- « ses coiinnerciaes e moraes do Império, não o é menos ao desenvolvimento « do coinmercio Britannico no Rio da Prafa,
« Lutretaaloo Governo Impeiial deseja rpie esta acqniescencia lhe seja « coiihecida de um modo explicito. e aulhenlico, e espera que o Governo Bii- « tanniro dignar-se-ha communicar o seo pensamtMilo sobre a questão do « Prata ; e quando se preste aos fins, e aos desejos do Gabiiiete íuiperlal, ha- « verá por bem expedir as suas instrucçòes ao seo Enviado lixlraordinario no « Rio de Janeiro, autorisando-o af>nlender-se com o Governo Imperial, tanta u soire os negocies actuat-s e conhecidos, como sobre todas as occurrencias, « que para o futuro passam ter lo;i,ar nas Republicas de l>uenos-Ayres, e da « Lrugua_y. Londres, 9 de ^ovembro de 184i. «
NOTA (7).
Kio GRA^•DE^sEs ! E' sem duvida para mim de inexplicável prazer, o ter de annunciar-vos.. que a gueria civil, que por mais de nove aunos devastou esta bella Província, está terminada.
Os irmãos contra quem combatíamos, estão boje congratulados cora nosco, e já obedecem ao legitimo Governo do Império Brasileiro.
SuaMagestade O Imperador ordenou, por Decreto de i8 de Dezembro de 384^4, o esquecimento do passada, e mui positivamente recomenda, no mesma Decreto, que taes Brasiifiiros não sejãojudiciahnente, nem por qualquer ou- tra maneira, perseguidos, ou inquietados pelos actos, que teutiam sido prati- cados durante o tempo da revolução. Esta magnânima Deliberação do Monar- cha Brasileiro t>a(te s(!r religiosamente cumprida ; eu o prometto sub minhit palavra de honra.
Lma só vontade nos una, Rio GraB lenses ! Maldição eterna á quem ousar lecordar-se das nossas dissençòes passadas ; união, e tranquillidade seja- d. ora em diante nossa devisa.
Viva a Religião, e Viva o Imperador Constitucional e Defensor Perpetua do Brasil! Viva a Integridade do Impeíio. (Quartel General da Pre^idencia, e do Conmiando em (:iK'fe do Exercito no Gampo de Alexandre Simões, margem direita do Santa Maria, 1 .o de Março de 1843. — Barão de Gaxias,
NOTA (s;.
CoTfciDADÃos» Completamente authorisado pelo Maííistrado civil, á quem obedecíamos, ena qualidade de Commandante em Chefe, concordando com a mianiuie vontade de lodosos OÍIiciaes da força do meo commando, vos de- claro, que a guerra civil, que a mais de nove ânuos, devasta este bello paiz. está acabada, A cadêa de sucessos, porque passam todas as revoluções tem transviado o fim politico, a que nos dirigimos, e hoje a continuação d'uma guerra tal seria o ultimatum da destruição, e do aniquilamento de nossa teira.
1 m poder estranho ameaça a Integridade do Império, etão estólida ousa- dia jamais deixaria de echoar em nossos corações i')rasileiros. O Rio Grande Tião será o Iheatro de suas iniquidades, e nós partilharemos a gloria de sacri- ficar õs resentimentos creados no furor dos partidos ao bem geral do Brasil,
Concidadãos! Ao desprender-me do grau, que me havia confiado o poder, que dirigia a revolução, cumpre assegurar-vos que podeis volver tranquillos ao seio de vossas famílias.
Vossa segurançaindividaal . e de propriedade está garantida pela palavra sagrada do Monarcha, eo apreço de vossas virtudes conliado ao seo Magnani- iiio (ioração.
Iniãô, fraternidade, respeito ás Leis, e eterna gratidão ao inclílo Presi- dente da Província, o lllm. e Exm, Sr. Barão de Caxias pelos afanosos esfor- ços, que ha feito na pacificação da Proviucia. Campo euí Ponche Verde, 28 de ieveieiro de 18.'i.". — Day)D Ca?< a vaf.ro.
— 2J9 ^ NOTA (9) .
VIVA A REPUBLICA DO PAllAGLAY !
TRACTADO DE ALLIANCA OFFENSIVA E PEFE^SIVA CONTRA O GOVERNADOR BE BUENOS-AYRES.
O supremo Governo da Republica do Paraguay, e o Exm. Governo do Es- tado de Conieales, junlaiueute com S. £x. o 8r. Brigadeiro D. José Maria ra/, Director da guerra e General em Chete do Exercito de operações, coai- j)o.slo de Argentinos de dilTerenles Provincias do Rio da Prata, convencido? ú^^ que a ambição e prepotência do General D. João Manoel de Rosas, Gover- nador, ou antes tyrainio de Buenos-Ayrcs, tem mantido um estado de guerra continua, fatal, e cruel, que tem atacado os direitos mais sagrados do* povos, que tem aberto boslilidades contra a Independência, commercio e navegação da Republica do Paraguay, que Iodas as provas demonstram que só espera a opporluuidade de movimento-^ do seo Exercito para trazer os horrores da guer- ra aos territórios d'estes Estados, e em taes circunstancias, convencidos do dever e necessidade urgente de prevenir suas vistas e complemento de suas Siostilidades, concordaram em celebrar um Tractado de alliansa que se des- tine a obter unia paz solida, leal e duradoura ; e para este íim os Exnis. Srs. D. Joaquim Madariaga, Governador e Capitão General do Estado de Corrien- <es, e D. José Maria Paz, Director da guerra e General em Chefe, nomearam linviados Extraordinários junto ao supremo Governo da Republica aos Srs. <;cneral D. João Madariaga e D. José hinocencio Marques, ós quaes, depois do appresentados seos plenos poderes cachados em devida forma, convieraui com o Exm. Sr. Presidente da Republicado Paraguay, Cidadão Cai los Anto- niol-0|)ez, nos artigos seguintes:
Art. 1.0 Haverá alliança olfensiva e defensiva entre o supremo Governo da Republica do Paraguay de uma parte, e o Exm. Governo do Estado de Cor- rientes da outra, juntamente com o Exm. Sr. Brigadeiro D, José Maria I'az, Direclor da guerra e General em Chefe do Exercito de operações, com- posto de Argentinos de diflerentes Províncias do Rio da l*rata : ella compre- iiende os súbditos respectivos.
Ari. 2.0 A alliança tem por fim obstar que o General D. João Manoel de Rosas, continue no uso do poder despótico, illegitimo e lyrannico que se ar- jogou, ou obter garantias couiplelas e valiosas a bem das altas parles con- liatantes.
Ari. 3.0 Essas garantias devem assegurar peloque respeita ã Republica do Paraguay. o reconhecimento publico e absoluto de sua Independência e Sobe- lajiia nacional, como Estado inteiramente separado e distincto da Republica Argentina, da integridade de seo território e do direito e communidade da navegação livre pelos rios Paraná e Prata e pelo que respeita ao Estado de Corrienles. devem assegurar a observância e exacto cumprimento dos direito» políticos e individuaes que temas Provincias do Rio da Prata, como Estados Jndependenles que são, ainda que unidos com vinculo de federação ou alliança.
Ari, 4.0 A guerra não se considera por tanto feita aos povos das Pro- vincias confederadas, antes se aceitará sua amizade e coopin-áção : èlla é pt^s- .t^oal ao dito General I). João Manoel de Rosas, e forças que servem de ins- trumento á sua ambição elyrannia.
Art. 5. o As foiças, auxílios, e inaterial de guerra com que cada um dos alliados deve concorrer para obter o objectoe fim da presente ajliança, i-egu- Jar-se hão poi uma Convenção addicioual ao presente Tractado, que será con- siderada como parle d'ella",
Ari. 6.0 Cada uma das altas Partes contratantes se obriga a não largar as arruas em quanto não se tiverem conseguido plenamente os objectos e íins da presenie alliança, e a não entrar em negociasão alguma com o inimigô-i^sm « onhecimento da outra, e muito menos concluir trégua, ou qudquer ti-ansaÇ' çao, senão de mutuo accordoe incluindo ao seo alliado.
Art, 7. o Em nenbum caso se poderá ajustar a paz e muito menos conclui- la, sem que se obtenha, como condição previa, e siae qua fon, as garantias © uso pratico dos direitos respectivos á Republica do Paraguay já mencionados 110 art. 3.0, eos que são lelativos aí orrienles. Verificados que sejào taes actos, podeiá o Estado de Corrienles renovar ou celebrai os pactos que julgar coa- ^■enitnles com a Republica Aigenliua, separandose da presente alliança,
— 220 —
Alt. 8.0 A prescnle alliaiiçn (lurará al(*que as altas Partos <^onlralanfP5 Ohlenliain plena c orteclivairenle o iuleiío fira, e exercício dos Uirei los que ficam re 'cridos.
Ari. 9.0 O presente Tra(;tado será ratificado dentro de trinta 'dias pelas altas Partes contratantes, trocando-se as ratificações nesta Capital, e desde então sei á posto em execução.
Em íestimunho do que, í.ssignamos, e sellamos deus de viu thcor, com os sellos dos respectivos Est;idos, na Assumpção, t.apital da IU'publica do l*ara- gu;iy. aos 11 de INovembio de i8Zi5. — Carlos Aistomo Lopez. — Joaõ Madaria- GA. — José 1mvoce:\cio AIarques. — AndresCill, secretario deCoveino. — Ma- noel Leiva, secretario.
NOTA ilOj.
PROTESTO
DIRIGIDO PELOS PLENirOTEACIAKlOS MEDIADORES AO MIMSTRO TOS >'EG0C10S ESTRANGEIROS DE BUEiXOS-AYRES,
Montevideo, 21 de Dezembro dei845, OsPlcnipolenciarios abaixo assigna- dos receberam as lexpostas, que separadamente deo S. Ex. o Si-. Ministro dos Negócios Estrangeiros de Duenos Ayres, com data de 9 do corrente, á decla- lação de bloqueio que elles fizeram no dia i8 de Setembro.
Não conicm essas respostas i.enão aquilio que os abaixo assignados já ti- nham lido nos diários do Coverno de líuenos Ayres. E, por outra parte, estão concebidas cm teinios e formas tão extraordinários e tão opposlos aos usos e corUzia diplomáticos, que os abaixo assignados não julgam poder responder decorosamente, ainda quando no fundo parecessem poder admiltir discussão. Aias as t;ouli inas e os factos, (lue exprimem se acham de antc-mão refutados peios piiiicipios iiiternacicnses.qne admiltem lodos os Governos civilisados e peia notoriedade publica. A mesma_Europa começa a conhecer a verdadei- ra situação do Piio da Prata.
Os abaixo aí«^ituados não terminarão comtudo esta nota sem chamar a mais seria atleução do Coverno oe Buenos-Avres sobre dous factos, aponta- dos como os mais graves entre muitos outros análogos ;
i .0 O decrelo do Coverno de Cuenos-y^yrescom data de27 de Novembro próximo passado, prescreve não só [ arf. 1 .o ) o apresamento, e declaração de boa presa de todos os navios, e cargas de qualquer Nação quesejão, (jue pene- tiem no Paraná, com a expedição combinada, senão tãobem (art. 2. o) o jul- gar snmmariamente c castigar como piratas aos seos Capitães e tripulações, loitni, aGmitlindo incMno como perfeitamente lundado o direito que se at- tiibue o Coverno de liuenos-Ayresde fechar os gra.ndes aílluenles do 1'rata conlra o interesse, ou desejo de lodosos Estados ribeirinhos, e ape/ar dos pro- testos de muitos delles, nem por isso seria menos monstruoso assemelhar á pirataria, e castigar por conseguinte com a morto, simples expedições mer- cantis, poi- mui illegal e fraudulenta que tal operação pareça ser ao Gover- no de buenos-Ayres.
2.0 Resulta das declarações de numerosas testimunhas, tomadas em fórroa aullícnlica. que não .«-ónienie se obrigou a súbditos pacíficos das duas poten- cias mediado.- as a relirarem-se paia o interior do paiz, abandonando todas ;is suiis propi ledades á mercê da soldadesca, como disseram os abaixo assig- naúos na sua declaração de bloqueio, senão que durante o transito os fizeram solrer o mais cruel tratamento, e os roubaiam aponto de os deixarem nús ; f- o que e mais, muitos dtlles, em nuineio demasiado crescido, foram vilmen- te de{;ollados. Trinta e Ues foram assassinados de uma só vez. O Governo de liuenos Ayres pietendeo justificar a primeira destas medidas; mas vacillará talvez ao tpi)rovar abertamente íís ultimas. Seja porém como fòr, os abaixo assignadcs não poder;.m admittir. e ninguém admittirá, que esse Governo tenha direito de declarar-se estranho ao que occorre nos pontos da Republica Oricnial occupados pelo seo «xercito. lodo.^ sabem pelo contrario, que tile é obedecido cora dtmasiado serviiiínio pelo Chefe, e por todos os olficiaes desse Exercito.
Os abaixo assignados julgam do seu dever protestar alto e solemnemenle conlra um decreto e contra actos tão bárbaros. Assignalão-os tãobem a maii S^riaallcnção desse Governo, poique elle, que viola vlístliiadamcute esse*
— 221 —
?;raiicles priíxslpioí do civilisnção e de hum laidurTc, que nem o mais illiraila- (lo extíi-cicio do terrível direito da giierra p'!i'(nille qiiebiMtitar, acal)a de iauçar sobre si mesmo, e sobre os executores secandarios de suas ordens, uma perigosa respousabilidade .
Os Plcuipotenciarios abaixo aisigaados tem a ínara etc. — W. G. Ou- SELEY, Ministro l'leaipotoneiario d i [n^lalerra . — Bvalo Depfaudis, Enviado íixtraorilinario e Ministro rienipotenciario.de França.
NOTA (11).
NOTA DIRIGIDA AO GIÍNCRAÍ. ORIBE, PELO ENCARREGADO DE NEGÓCIOS DO BRASIL NO ESTADO ORIENTAL.
Illm. eExm. Sr. —Tenho ordem do Governo do Imperador do Brasil, para reclamar de V, Ex,, com toda a eílicacia e zelo, as providenciai neces- sárias, afim de que cessem quanto antes, as vexações de qu2 muitos proprie- tários Brasileii"Os, se queixaram ao Conde, Presidente da Província do Rio Grande do Sul, Queixarara-se esses proprietários, de que a invasão Argentina no Estado Oriental, motivou ordem de um dos Chefes belligerantes, em virtu- de da qual foram ellos queixosos, constrangido? a deixar suas fazendas e bens, procurando um asylo no solo pátrio, onde se tem conservado, sem que lhes stfjapermittido regressar ú' suas propriedades. Queixam-se igualmente de que, apez^r de ler cessado a guerra no terrilorio, onrie eslão situadas as suas res- pectivas fazendas, ainda estejam em vigor medidas tão violentas, que a res- peito de neultos nem a mesma existência da guerra poderia tolerar com jus- tiça, pois que se tolhe aos proprietários o custeio das Estancias, marcação, e T<í*nda d'ellas ; e á vista desta exposição, eu me julgo authorisado a reclamar deV.Ex., com toda a instancia, as ordens precisas para que aos ditos pro- prietários seja concedido o regresso immodiato ás suas respectivas fazendas, c a livre disposição destas em toda a plenitude do domínio, de maneira que lhes seja igualmente licilo o rclirarem-se novamente para o Brasil com seos bens.ou sem elles, confoime lhes aprouver.
A reclamação que acabo de formular, ó tão manifestamente fundada ao5 princípios de Jurisprudência Universal, geralmente admitlidos pelas Nações cultas e civilisadas, que tenho por absolutamente escusado qualquer desen- volvimento ulterior, certo como estou dos honrados senlimí^ntos, de que V. Ex. constantemente se mostra animado ; c apenas, para que V. Ex. possa com mais prompt'dão tomar as providencias reclamadas, tenho a honra de passar ãs mãos de V. Ex. a relação inclusa dos propiictarios Brasileiros, d3 que se trata na presente i eclamação.
Aproveito a opportunidade para renovar perante V. Ex. a expressão de meos sentimentos de íospeito e consideração,
Deos Guarde a V. Ex., Montevideo, ."ío de Dezembro de l8/i5. — Illm. e Exm. Sr. General D. Manoel Oribe. — Roduigo de Sousa da Sii^va Po>tes.
NOTA (12) ,
Yapor de S, M, Britannica Fiiebrand, i .o de Agosto de 184"). — O abaixo assignado, Ministro P!enip3'cixciaiio de S. M. B,, teve a honra de i eceber a nota, de 29 do passado, de S. Ex. o Sr. Ministro dos Negócios Es --angeiros, incluindo copias de consmunicações particulares, confideaciaes e outras, jun- tamente com alguns documentos, que se diz serem minutas ou reco'-íl';ções de \arias conversações ou conferencias reservadas. S. Ex. acciescenta quo transmitte esses papeis par.i provar a dignidade, lealdade e franqueza, ou boa ftj do Governo.
Quanto áquellas dessas communicaçòes, que se referem á i'ecordaçõcs de reuniões e de communicaçòes particulares e confidenciaes entre o Sr. Arana, o Sr. Bront e o abaixo assignado, só pôde este refcrir-se ás snaz co nmunica- ções de 28 de Maio, 20 de Junho, e <8 de Julho, ás quaes nada teui a accres- centar. Comtudo tem a honra de fazer observar que a exhibição, na corres- pondência oflicial, de communicacões confidenciaes e particulares, sem pre- mio accordo das partes nellas interessadas, ('•, pelo que a experiência do abai- xo assignado em outros Paizes lho ensina, opposta inteiramente á cortczia, e Hos usos diplomáticos ; nem cr6 tão pouco que slmilhante conducta possa
29
— 222 —
tonsitlorar-sc, í*iií circunshiaeia nenhuma, e em nenhum Paiz, como prova de dignidade, lealdade e Iranqucza.
O abaixo assignado aproveita esta occasião, para rejiovar ao Sr. Ministro fios Negócios Estrangeiroii, a bogurança da sua disliucla considerarão, l A-ssis- nado ) VV . G. Olseley.
NOTA (13)
A' S. Ex. o Sr. Henrique ^\ isc. Senhor. — Tenho motivos poderosos, para cjer que o Governo do Brasil, deo, oii vai dar passaporte a irucluoso Kivera. para passar ao 1'araguay ( tocando primeiro em iMonlevidéo ) no carac- ter Ue iiiiiistio rienipotenciario do chamado Go\erno d'aquella prara.
Esta medida não só é, em minha opinião, impolilica e prejudicial mesmo íio Império, ^euho que é incon)pali\ei com a neutralidade do l>rasil, porque, estando de intCiligencia o Parayuay com Monlevid<''0 na guerra contra a (^on- íederação,a peruiissão dada á llivera, de sahir para a Assumpção, equivale a I)ropor*cionar ao 1'araguay. e aos rebeldes de Montevideo um poieioso elemen- to de hostilidade contra aí^epublica Argentina.
Tenho pois necessidade de reclamar contra este acto do Governo Impe- rial : ecomo me lembra que em 1838, ou iíí39 reclamou a Inglaterra do Gover- no dos Estados Unidos, a retenção de refugiados do Ganadá naquella Republi- ca, supplíco á V . E.V. que. no caso de lei á mão a corresponuencia eulie os dous bovernos, ni'a remetia ; na certeza de que a devolverei á \ . Ex. Saúda a \ . E. o se.o muito altento servidor. — Tuomas Guido. — S, G., 20 de leve- reiro de i8.iG.
A'S.Ex.oSr. General Guido. — Engenho Velho, 20 de Fevereiro de 3843. — Meo querido senhor. — Acaho de rece"oer a sua carta de hoje. Sinfo não lera correspondência a que se refere, e que lhe franquearia com muito gòslo •, mas sinlo ainda mais saber que tencioiía reclamar contra a concessão de passaportes ao General Rivera. Digo-lhe encarecidanienle que sei, que a concessão destes passaportes não é considerada pelo Governo do Brasil nem r-omo a mais niinima violação da sua in\iolavel neulralidade entre a Banda Oriental, e a Republica Argentina. O Go\erno Brasileiro obrou depois de ma- dura deliberação e consulta sobre seos deveres internacionaes quando disse que uão podia recusar esses passaportes sem violar a neutralidade, c sem negar a sua pi'opria soberania.
Os preccdenlcs que me pede, uão sustentariam a sua reclamação. A dou- trina dos Estados-l nidos é que os refugiados podem á sua vontade entrar, e sah.i' do SCO leirilorio pacificameníeo e scm armas na mão. e que nenhuma ^açào em guerra com outra, tem direito de reqaerer aos Eslados-Unidos que se converta m prisão dos asylados de Paiz inimigo.
Os Es(ados-l nidos não concedem nem exigem passapoites ; mas permil- tcm a todos os estrangeiros paciíicos e inolfensivos a enlraéla e sabida como imi direito pei-lenceule ã sua própria sobeiania. Se uma parle heiligeranlc l)odesse reclamar que os refugiados deseo inimigo fossem relidos dentro úo leirilorio neutro, e que no caso contrario fosse reputado o ixeutral responsá- vel de violação (ie neutralidade, tãobem a outra poderia reclauiarque aos seos refugiados se deixasse sahir livremente e que o neutral os eximisse da prisão territorial sob pena de ser responsável de ter violado a neutralidade.
Então de qualquer maneira que obrasse a Potencia neutral seria reputada responsável . D'ahi vem que a única regra certa e exeicer a sua propHa sobera- nia, e outorgar passaporte de entrada e sahida, com a única limitação de que ^ não haja armas nas mãos dos refugiados, (jue entrem ou sabiam, e (jue de ne- nhunui maneira façau) a guerra de dentro do paiz. Além disso, no caso pre- sente são pedidos os passaportes para um Agente Diplomático. Clomo podcíria obter-se a paz se não se concedessem passaportes a taes agentes para tiansi- tarem pelo território neutro ou sahirem dellc ? Os passaportes não são pe- didos nesle caso para passar pelo Rio Grande expressamente, e isto para evi- tar todas as objecções quanto ao facto, ou intenção da partida pacilica de Rivera.
Pertence á sol)erania do Brasil pcrmillir-llu? a sahida como a estrangeiro particular, sem oílender a n(!nhuin poder sobre a t<Mra. EUevaiem paz, sem armas e sem fazer a guerra, e se ao Brasil não é permittido deixa-lo sihir des- sa forma, o Brasil não é soberano. O Brasil pôde ccrtamenle manter a sua
— 223 —
soberania sem quebra da neutralidade . E é devido á rnndura da nossa amiza- de inforinarlhe que foi esla a opinião peremptória, que emitti, quando o Sr. Limpo de Abreu me pedio o meo parecer a respeito, e S. \ix. desejava tnnto como eu, respeitar os direitos da ll<!publica Argentina, bem como a dignidade do seo próprio Governo.
Rogo-lhe que uão reclame antes de fallar comigo, e pôde servir lhe de desculpa ante o seo Gpverno o facto de que o Ministro do Governo mais amigo do Argentino, o Governo dos Estados-tnidos, não podia apoiar a posição do Ministro Argentino neste negocio, e lhe supplico, que desista. Com atíeivão e sincera amiza.de. — Henuíque A. VVise, — A S. Ex. o Sr. General Guido, En- fiado da Hepublica Argentina,
NOTA (U).
Tomadas em consideração pelo Conselho as explicações que llie deram os Ministros do Poder executivo, sobre os motivos de conveniência nacional, interior, e exierior, que teve em 10 de Agosto de 18/1'), para resolver que a pessoa do General Rivera não regressasse ao território da Republica sem or dem expre-sa do Governo ;
Vi.sta a decisão, e nota do < .o de janeiro de 18/í6, cju que, nomeando ao dito General Ministro da Republica junto «o Governo do Taraguiiy, se lhe de- íiigíiou para oseo transilo o terriloi-io do Brasil, prevenindo-o de que, se não podesse obter a permissão necessária, desse parte ao Governo, para que estt; resolvesse o que con\iesse fazer ; não devendo enirelanio apresen!ar-se o Ge- ucral Rivera nis aguas desta poi lo, como expressamente se lhe oídenava na.s coíumunicaçòes, que se tem presente ;
Vista a decisão de 2 de Fevereiro próximo passado, na «fual o Governo re- iolvec adoptar lodos os meios que ei^tivessem ao seo alcance para impedir o desembarque do General Kivera na Capital, no caso inesperado de que se apresentasse neíia, cm contravenção das terminantes ordens, que lhe foram communicadas;
Vista a nota do mesmo dia dirigida aos Exms. Ministros Interventores, communicando-lhesa decisão anterior do Governo, epedindo-lhes sua coope- ração para fa>,er eífectiva aquella determinarão, coltocando o dito General fui ;ilgum dos vasos de guerra de suas respectivis Nações ;
On\ida3 as explicações do Presidente da Republica e dos Ministros do in- terior e das relações exteriores na consulta, que dirigio ao Conselho, sobre os rneios, que devam adoptar-se para conciliar aquella resolução com as consi- derações, que o l*oder executivo deseja guardar para com o General Rivera, e íi recordação dos antigos serviços por elle prestados á Aação, resolveo ;
l.oOiie ao conmiunicar-sè ao Sr. General liivera a resolução d"? aparta- lo do Paiz, durante somente as acla?,es circunstancias, se lhe declare que íifste acto o Governo faz um sacriQcioãs conveniências da Republica.
2.0 Que cessará esta separação pelo facto de insliíilar se o Governo cons- titucional, que ha de reger-nos', logo que se restabeleça a paz.
3.0 Que se marque ao General Rivei-a, e se lh(; garanta o prigamenlo de nma pensão suíTiciente para poder \iver em Paiz estrangeiro com decoro e commodidade.
Zi.o Q\ie se o General Rivera. ao transmittir-se lho csla resolução, no momento de sua chegada, se mostrar, como é de esperar, submisso ãs ordens do Goven^.o, e resignado ao sacrificio temperado, qu-í deile exige o bem do i'.iiz. o Governo procurará dar-lhe, em Paiz estrangeir.'), uma representação publica de primeira classe.
5,0 Que se adoptem iodas as medidas necessárias para conseguir oa allQS ol)jectos, que se tem em vista ao dictar esta resolução.
6. o Que se communique esta resolução a Capitania do porto, para que Q participe ao diio General, ao dar cujr.priniento ao disposto no ai 1. 1 .o
O qtie se conmiuniqne ao [*oder executivo para seo cottiiecinícnto.
Deos Guarde a V. Kx. muitos annos. Montevideo, il de Março de i8/íO.— Ai.F.XAisoF.E Chucarro, Presidcntc. — Juan Atanasio Lavandera, Secretario.— Ao poder executivo,
DECRETO DO PODER EXECUTIVO.
Montevideo, 17 de Março de 1846. — De accordo em tudo o Poder execu- tivo com a medida proposta pelo (.onselho de Estado na presente resolução, fumpase, communique-se, nccuse-se a recepção e insira se no registro iSacional, — Su.vREZ. —José de Rejur, Santiago Vasques,!'. J»Muno7..
— 22A — NOTA (15).
o PODER EXECLTIYO DA IlEPUBLICA.
MouteTidéo, 29 de Marro de i8í|6.— Tista a resposta, que o Brigadeiro Ge- neral D. Fructuoso Ri vera, deo ás resoluções de il e 2i do corrente, que lhe foram communicadas pelo ministério da guerra — e considerando :
— Que o primeiro dever do Poder Executivo é a defensa do Paiz.
— Que o inimigo está ás portas da Capital, ha mais de três annos.
~- Que depois da desastrosa jornada da índia Morta, não ficaram em pé ©utros meios de resistência além dos que pôde conservar esta heróica Cidade dentro de seos muros.
— Que as resistências em outros pontos da Republica se derivam unica- mente delia.
— Que a separação temporária do General Rivera, está ba-eada em rooli- Tos de politica e de "conveniência INacioual, que interessam em igual grau á conservação destes meios de resistência, á unidade das operações da guerra c á manutenção de boas relações com alguiiji de nossos limitrophes.
— Quetima medida desta transcendência não pôde, nem deve subordinar- se ás rcíiras do simples direito comrnum, nem aos tranjitcs estabelecidos nos juizos ordinários para a ventilação dos dii-eitos individuaes.
— Que a ventilação de seos direitos, que promova o General Rivera, além deinopportuna einapplicavel ao caso prcíenle, no qnal não se trata d'esses direitos, mas sim dos interesses da Pátria, contraria na actualidade o gran- de objecto da defensa do Paiz, que nem elle, neiíi ninguém tem direito de distrahir nem debilitar .
— Que e>ta queslão, de mero interesse pessoal, debatida nas ruas e pra- ças com os signaes, e vociferações tumultuarias a que recorreram os que, com lins egoístas, ou por erro de inlelligencia, pretenderam embandeirar a socie- dade, e dividi-la na presença do inimigo comniun», não podem ter outro re- sultado senão o de comprometter directa, e immediatamente a deiensa da Capital.
— Que esta é considerada hoje em estado de sitio, e consequentemente sob o império das leis, e disposições, que para taes casos são universalmente reconhecidas.
O Poder executivo da Republica, forte em sua consciencis, de accòrdo com o Conselho de Estado e com as pessoas altamente compron)eltidas na de- fensa do Paiz ; tendo somente em vistas este grande objecto — reeolve e de- creta :
Art. l.o O General D.Fructuoso PJvcra, se afastará das praias da Repu- blica, embarcando-se immediatamente no navio, que solhe designe, escolhen- do o destino, com a única condição de que deve ser para Paiz estrangeiro fora de Cabos,
Art. 2.0 Esta separação durará unicamente pelo tempo, que mediar até á inslallaçào da próxima Presidência constitucional.
Art. 3.0 Para assegurar a subsistência do General Rivera, marca-se-lhc a quantia de 5,000 pesos annuaes,somma que lhe serA entregue adiantada em uma letra pagável á sua pessoa no destino, que escolher.
Art. 4.0 Declaia-?c que o General Rivera, allenta contra a tranquilli- dade pulilica e contraria a defensa do Paiz, por qualquer acto. que tenda a embaraçar ou impedir a plena, e immediata execução do disposto nos artigos f.o e2.q.
Art. 5.0 Communique-se, ele. — Suarez.— José de Bejar. — Santiago Vas- quez. — Francisco J. Muuoz.
NOTA (Ifi).
REPUBLICA ORIENTAL DO LRUCLAY.
Ml.MSTEUJO DA GUERRA E MARI.VHA,
Montevideo, 16dc Abril de 18^6. — Chegou ao conhecimento do Governa um successo que sediz ter occorrido ontem como Coronel Lezica ; e como e preciso que scjão cITectivas as garantias que se otTerecêrarn á todos os que não atlentarem contra a Liberdade, e de necessidade que o General em Chefe do Exercito iufyimc o que deg lugar á alarma, que prÇvUuio vslc succcssg, p ara
^ 225 — '
fine o Governo tome as medidas que julgar convenientes, afim de eiitar que os inimigos da ordem lenham pretexto para derramar a desconQança, ou alte- rar os factos.
For ordem especial do Governo levo isto ao conhecimento de V. Ex., oíTe- rccendo lhe a expressão, ele. — Joíé A. CosU.— lixm. íSr. General cm Chefô 1), ti ucluoso Rivera.
o GEriEBAL EM CHEFE DO EXERCITO DE OPEBAÇOES AO SR. MIIVISTBO DA GUERRA.
Quartel General, Linha, 23 de Ahril de i8/i6. — O General era Chefe abai- xo assignado, ao accusar a recepção do oííicio de V. Ex., com data de f6 do corrente, em que lhe pede informações sobre o occorrido a respeilo de uni Coronel Lezica, da Republica Argentina, só pôde dizer ao ísr. Ministro, pai a (■onhecimenlo do Governo, que, entre as diílerentes medidas, que foi necessá- rio tomar para restabelecer a tranquillidade da Capital, e a ordem no Exercito, foi uma a de intimar ao referido Lezica que se separasse do contacto do Exer- cito, donde havia sido oxpellido, e amaldiçoado, como alguns outros mais, muitos dias antes, facto de que o Governo e lodo o publico teve conhecimen- to, h como tem existido, e existirá cternamenle um ódio implacável contra os mercenários, que vieram collocar-se na altitude, em que se encontrava a Pá- tria dos Orienlaes, eu não quiz expô-lo, por sua imprudência, ás fúrias do po- vo que ultrajou, nem do Exercito que o aborrece ; e constando-mc que os soldados c muitos cidadãos o queriam assassinar, não fiz pouco, Exm.Sr. Mi- nistro, em manda-lo acompanhar por um Ajudante de campo para que se embarcasse no molhe o pozesse a coberto sua existência, que eslavd ameaçada.
Quanto ao mais, Exm. Sr., quando o Governo mo honrou com o com- mandoem Chefe de seos Exércitos, não me coarctou, porque não podia coarc- iar-me. as atlribuições que me compelem. Portanto, eu mandei sahir do Exercilo a um individuo que foi piejudicial ã ordem do mesmo, peio qual respondo. Saúdo, ele. Ekuctuoso Riveua,
MINrSTERIO DA GUERRA E JURINHA .
Montevideo, 23 de Abril de 1846. — Os ex-Coroneis D. Cesar Dias, e D., Francisco Tajes, dirigiram uma representação ao Governo manifestando que ao ser-llíes communicado por V.Ex,, o Decreto do Governo que lhes dava J>aixa do Exercilo, lhes foi intimada a ordem de se ausentarem do Paiz no pe- remptório prazo de seis dias ; que vencido este prazo foram intimados pelo Eslado Maior General, para tirarem o seo passaporte e embarcarem imme- diatamenle. Lamentam os peticionários que, tendo ficado reduzidos, no fim de ires annos de sacrificios, á necessidade de procurarem seo sustento diário, sejão obrigados a abandonar suas famílias, que ficaião em completo desam- paro, e elles na obrigação de mendigar em J'aiz estranho sua subsistência e concluindo com o pedido de que seja revogada aquella ordem.
S. Ex. o Presidente da Republica, depois de considerar o exposto na- quella representação ordenou ao abaixo assignado que dissesse ao Sr, General :
« Que, sendo os princípios do Governo adoptar os meios possíveis para estreitar a união de lodos, e para que todos prestem os serviços que sejam, possíveis á Republica, não pôde negar o que pedem os supplicantes, e que consequentemeule lhes faça V. Ex. saber, permeio do Eslado Maior General, o erro em queincorreo, e que as suas pessoas estão ao abrigo das leis. »
Ao deixar cumprida a ordem de S. Ex., o Sr. Presidente da Republica; saúdo a V. Ex. — joséA. Costa. — Exm. Sr. General cm ChefeD. Fructuo- so Rivera.
o GENERAL EM CHEFE AO SR. MIMSXRO DA GUERRA.
Exm.Sr. Ministro. O oflTicio de V. Ex, da data de hoje c a representação que dirigiram ao Governo os Srs. D. Cezar Dias,e Tajes me coUocam no caso de explicar ao Governo as razões que tive para ordeuar-lhe que se separassem do Exercito, onde tem sido e são prejudiciaes. Quando o Governo me honrou com a missão de organisar o Exercilo e de restabelecer a ti'anquillidade da Capital, nu9 inc cçaiclçu ncuhuma niecUda que eu cçmp Geaeral cm Chefe
■^ 226 --
do Exercito podesí^e lomnr para conseguir o objecto, qao o Governo linhnera vista ao coiifiar-uie o ailo destino, em que me cotlocou. Assim loi que, obrando na orbita de mintias attribuiçòe.s como General em i hefe, não faltei e não faltarei ao que me compellc,nern consentirei quesej.nn coarctadas espias altribuiçòes.
Os í^Vs. D. Cezar Dias, Tajes. e Léxica, ha poucos dias foram a pedra de escândalo, o motivo da agitação do povo, e da indignação do Exercito, que oá expellio, e perseguio de morte, como sal)e o Governo, êcomo não pôde occul- tar-se ao povo e aos illustres estrangeiros, que nos observam. Como poderia pois o Geueral em Chefe do Exercito consentir na permanência do obstáculo que se oppunha á subordinação do Exercito, e ao restabelecimento da tran- quillidadeda Capital ? O Governo sabe, como sabe o abaixo assignodo, e pôde provar com documentos, que em épocas não mai distantes D. Cezar Dias foi noa dos muitos corypheos, que ultrajaram a autoridade nacional, e a causa de toda a insubordinação do Exercito, que coUocou ao Governo etn tuo diíTicil posição,
D Cezar Dias, Tajes, e alguns mais, não tem sido neslii terra, digna de outros respeitos, senão uns indignos instrumentos das vistas amblcio>as, e alta- neiras do desenfreado Melchor Pacheco, a quem nãotetido i»asl»do iasullar gros- seiraiaenle ao Governo no seo celebre oUicio de demissão, teve a audácia de oflender brulalmeole ao virtuoso CiJadão, que preside os destinos da Republica, por meio dMiuma carta que corre iniprerisa.
Exm. Sr. Mloistro, ciíeio de rubor o digo, esses homens oíTereceram^se até para matara punhaladas a<)s Ministros de Estado da ií.cpublica, c perpetraram, por mais de uma vez, attentados, que levaram a ílepubiica a bordo do obysrao, o que deo motivo pnra que o Governo dciermina^-se a commissão do Sr, Coronel Possolo junto da rainha pessoa, para instrui! -:nij dos conllictos, em que a Piejiu- blica se enccntrãva, e da fcilla de acção, em que se aclríva ò Gov;.'rno, detido tudo a uma dúzia de aventureiro?, í^hom*'ns estranhos aos verdadeiros interesses da Republic3, sem antecedentes, e sem outros dinitos, além úà audácia de uns, da incauta fede outros e do temor q)ití tinham todos de ser presi do lyranno dos Portenhos.
Allega D. Cezar, eos outros, que serviram na defensa ^da Capital ; c poderá ser isto um direito para causar-lhs males immt'nsos, que aRepnblica lainenta ? ]N'ão, Exm. Sr., não o comprebendo eu assim ; um horncin pode f..zer nn^ bem cora um, e fazendo um mal com cem, o primeiro será glorioso ; m:js os demais terão de maldição, e de responsabilidade. Nesse caso estão os que tiveram a au- dácia de querer sorprender o Governo. Em todo o direito não deve tuvi-los, e sim disprcza-Ios, separa-los como membros corruptos da sociedade, e indignos de merecer delia a menor consideração.
Ao fechar este eflicio, ponho-me no caso de dizer ao Governo, que se o Sr. Cezar Dias, Tajes e Lezica não sahireni do solo da RepubUca no termo de 24 Jiorss, darei eu por concluída a minha missãr, e o G()Vern<> pôde jã nomear o Chefe flue deve substiluir-mo : pois eu não me ccnsidero com força bistnnte para conter a indignação do Exercito, e mesmo ds povo, contra os advenas, qut mo- tivam esta minha resposta. Deos Guarde etc, — Í''uijctuoso Rivera.
NOTA (17).
Buenos-Avres, 1." de Maio de dSir». — O infame altentado rommettido na madrugada de 21 do passado pelas forças navaes bloqueadoras de Inglaterra e França, forçando o porto da Enseada, queimando dentro <lclle alguns do^ bancos neulraes, que se achavam i\ carga, com a que tinham a bordo, saqueando erà outros as propriedades, que continham, e perpetrando outras indignas violên- cias, exige da parte do Governo medidas adequadas, que previnam para u futu- ro outros de igual naturesa. E' esse attentado uma violagâo escandalosa e fla- grante do direito das gentes contrario aos princípios, sobre que se acha estabe- lecido o direito de.bloqueio, ainda nos casos de guerra declarada, e Ifnde a consignar um precedente sobre o qual se apoiarão pura o futuro, tunlo nesta
— 227 -í
Republica, como cm outros Estados, ipfuaes abusos de força, destruidores das re- giíis adtnillidas para ser reconhecido somente em presença de força bastante, que o torne rlíoclivo. O (^loverno não pôde ser impassivel ; e constituído no dever de pôr á salvo eáta sociedade, não menos que as propriedades neutraes, e Argenti- nas, de taes incêndios e depredações proscriptas pela civilisação, e de proteger ao mesmo tempo o trafico legal obstruído com a maior injustiça por esse mesmo bloqueio ; seui prejuízo de adoptar para o futuro outras medidas no caso de se repetirem tão escandalosas aggressões por parte das forças navaes de Inglaterra e França; resolveo e decreta :
o Alt. l.o Os Commandantcs, Oíficiaes e indivíduos dss tripulações dos vasos, ou escaleres da guerra de In;» la terra ou França, que forem tomados era qualquer dos portos, ou riachos desta Província, seja para tirar violentamente os Barcos Nacicnaes, ou Estrangeiros nelle existentes, seja para incendia-los, ou saquea-los, serão ccistigados como incendiário, com a pena prescripta pura taes delictos nas leis geraes ,
(1 Art. 2." Os Commandantes, Chefes militares encarregados dos portos e coslfis desta Província, e ?s demais autoridades nellas estabelecidas, f^ue appre- benderera ou capturarem alguma embircação de guerra Francezaou IugIeza,com- prchendida no artigo anterior, procederão sem demora a castigar ds que forem iipprehcndidas, c darão conta.
«Ari. a." Communique-se, clc. — Rosas. — Felippc Arana» ,
NOTA (18),
RESPOSTA DADA PELOS SP.S. OUSELEY, E DEFFAUDIS.
Montevideo, ià de Maio de IS liQ . — Os Plenipotenciários infrascriptos receberam a nota, que S. Ex, o Sr. Ministro das Relações exteriores do Gover- no de Buenos Ayres, dirigio em data do 1." do corrente á cada um delles em sej)arado.
Não se demorarão elles em apontar as numerosas inexactidões de factos, e de princípios, de {jue está recheada essa nota, bem como os documentos, que a acompanham .
Quanto ans princípios, ninguém poderá considera-los violados pela cap- tura e destruição, no território blofiueado, (te navios, que depois de haverem recebido as notiticações previas, que o uso tem consagrado, não deixaram por iiso do persistir até que conseguiram romper o bloqueio.
Pelo que respeita aos fiu tos impulados, todo o Muudo sabe que os mari- nheiros das Esqn-jdrilhas alliadag, pertencendo á Nações civilisadas, são incapa- zes de toda e qualquer djs violências, que sa lhes imputam para com os neutros ; liem sequer responderam ao fjgo, que conlra elies fez agente ao serviço do Go- verno de Buenos Ayres. Aqui, no próprio local, .i notoriedade pubiica bastará píira confundir tão falsas asserções; e na Europa os Governos mediadores co- iiliecerão a verdade pelas informações dos seus Almirantes,
Os infrdscriplv,s aproveitar-se-huo, sem eralr.jgo, desta occasiãí^, unicamen- te para esclarecerem um ponto da sua conducta,' de que são incessantemente iii :repados, tanto ptlos !.eriodicos,corao nas notas do Governo de Buenos Ayres» posto que comtudo é in'. "iameute natura]. Soas Esquiídras combinadas se iipoderaram >'J j flotiiha, e bloquearam a Cspitnl desse Governo, sem prévia de- claração de guerra, é pela razão rauitJ tiriples dfi que as Potencias media- doraa ião se consideram em guerra com a Confederação Argentina, e querem ■unicaínonte obrigar o Governo de Buenos Ayres por moio de medidas coerclivas, desgratadrvmenie indispensáveis, a abandonar os seos projectos ambiciosos sobfe a Republica Oriental. Medidas desta natureza, por isso n^esrao que podem ter o importante elieito de tornar desiieccsãaria uma guerra verdadeira, são ap* provadas, e recosnmendadas pelu lei^ e pelos cojíumes de todas as INações ci- vilisadas.
Quanto ao decreto expedido i»elo Governo de Buenos Ayres na mesma data.
'-^ 228 — '
da sua nota dol.o de Maio. pelo qual condemna ;« mafTfí^summ.lrlaQÍents os mariuheiros pertencentes ás Esquadras alliadas, que cahireiíi prisioneiros em qualquer expedição militar sobre a cosia de líueaos Ayres, pouco mais sur- preza causou aos abaixo assignados esse decreto do que as ameaças que o acom- panham na nota em questão, e que cora demasiada clareza parecem appllcar-se mesmo aos estrangeiros desarmados. Tudo isto está era perfeita harmonia com osysleraa habitual do Governo de Buenos-Ayres, e parece apenas uma conse- quência inteiramente lógica dos princípios de direito internacional, que elle professa.
Os infrascriptos, sem embargo, não podem imaginar que o habito de pro- fessar esses princípios seja quanto baste para que o Governo de B lenos-Ayres na presente occasião se illuda a si próprio. Parece inconcebível que esse Governo não comprehenda que o seo decreto, e as suis ameaças são, na questão actual, monstruosidades taes, que nem os facto3 de que sem razão accusa as Esquadras alliadas, nem mesmo as medidas mais hostis autorisadas pela guerra mais rigo- rosa, poderiam jamais justifica-las. Força é buscar em outra parte a explicação de similhante decreto, e de simílhantes ameaças. Essa explicação cora effeito deve achar-se na prisão e assassinato ( por incrível que pareça* sobretudo este ultimo fdcto ), perpetrado pela gente ao serviço do Governo de Buenos-Ayres em 'SP de Abril p.p., no lugar da Atalaya, ni pessoa do Oflicial Inglez Wardlaw, não obstante ler-se appresentado esse Oflicial, com uma Bandeira de parlamenta- rio, e terem os seos assassinos arvorado outra igual para o fazerem cahir no lago, que lhe armaram. O Govcrnn de Buenos-Ayres, persuadio-se talvez que a terrível accusação que similhante acta faria pesar sobre elle, poderia ser desvia* da por suas próprias accusaçõcs contra as Marinhas alliadas, e ser esquecido por fira, no meio do escândalo do seo Decreto, e de suas ameaças. Porém se tal era a sua esperança, illudio-se. Depois de tudo o que tem occorrido,. esse decreto e essas ameaças contribuirão não menos, que o attentado commettído na -pessoa doofficial Wardlaw, para acabar de esclarecer a Europa, e desmascarar o homem, com quem tem de tratar.
Entretanto anota do Sr. Ministro de Relações Exteriores, bem como os documentos que a acompanham, offereceo provas superabundantes de que, apezar das reiteradas representações dos infrascriptos, o Governo de Buenos- Ayres, ou não quer, ou não pôde limitar-se nas suas communicaçõos diplomáti- cas á apreciação, ou mesmo á discussão, por violenta que fosse, das medidas ou dos factos, senão que lhe é necessário, além disso, descer ãs invectivas, e ás jnjuriss pessoaes. Os infrascriptos se vêm por isso na necessidade de declarar áS. Ex. que d'ora avante não lhes será possível raceber por isso nenhuma coramunicação de S. Ex., amenos que (cousa que esses mais desejam do que esperam ) tenha por objecto a pacificação do Prata. Sabre este único ob- jecto estarão sempre promplcs os infrascriptos a entabolar de novo a sua corres- pondência eom o Sr. Ministro das Relagues exteriores. Quanto ao mais, S. Ex. ia foi informado muitas vezes, e ultimamsnte pela nota verbal dos infrascriptos de 10 de Novembro do anno passado, de que « a evacuação do território Orien* « tal pelas tropas de Buenos-Ayres, é uma medida essensialmente prévia, e que « deve precederá negociação do Tratado de paz definitiva, qne haja de concluir- « se entre as Republicas, Argentina, e Oriental." Esta nota verbal, foi approvada em todo o seo conteúdo pelas potencias mediadoras.
Os plenipotenciários infrascriptos tema honra, etc . O Ministro Plenipo- tenciário de S. M. Britânica Ouseluy. — O Enviado Extraordinário e Minis* tro Plenipoteaciario de frança, — Baron Deffaudis. Exra. Sr,Arana, etc. ele.
«- 229 — NOTA (19).
Copia d*huma relação dos Brasilnros assassinados pelos Blan- q (li lhos nos Departamentos de Serro Largo ^ Cordovez, e Taquarimbó^ nos annos abaixo declarados ^ que foi enviada ao Governo Imperial , pelo Presidente da Provinda de S. PedtOf em 18/i7,
18/Í3 Nos Campos do Padre Cardoso, ( era Rio Negro ) foi atrozmente dego- lado hum joven noivo, e saqueadas todas as mais pessoas da comiti- va, evadindo-se a noiva, e seo Pae, coTendo a rédea solta. 1
í Na Estancia de Gutierres ( emCordovez) foram degolados em um mato, junto ã casa, i2 Brasileiros, que vinham presos do Gy, na Divisão de Servando Gomes. 12
» O Capataz do Inglez Sraith, de nome Paulino, foi degolado junto a mesma Estancia, (Costa do Gy): e em Malbaxar na mes- ma occasião, foi tãobem degolado outro Brasileiro. 2
" Na Fazenda do finado João Corrêa ( Costa de Lexignane ) foram
degolados 3 Brasileiros, hum delles de nome Saraiva. 3
" João António Martins ( no Penharola ) 1
" Foi tãobem assassinado ( em Serros Blancos ) António Martins. 1
" O Chefe Oribista Barbat, logo depois da morte de António Martins, mandou lancear cerca de vinte Brasileiros, que andavam cora elle em serviço, peb» único crime de lhe pedirem seos Passa- portes : este successo contristador leve logar em Taquarimbó. 20
" Foi degolado na própria habitação ( Costa da Beira ) Dultra cego,
e mais quatro Brasileiros 5
" Na margem do Arapehy, foi tãobem assassinado Francisco Paes. 1
iMU Foram degolados sobre a Coxilha Grande ( vertente do Limar ) tre^ ze visinhos Brasileiros, entre os quaes seis castelhanos, pela Di- visão de Urquiza. 13
" Na Estancia do ierro das Contas, foi assassinado o pardo Isidoro
Capataz da mesma. 1
" Na Estancia de Victoriano Nascentes, foram degolados três Brasilei- ros António Jacinto, Januário de Souza, e outro que ignora-se o nome. 3
" Entre Se pa, 8 Ararenguá foram atrozmente degolados um cu- nhado de Maurício Matutina, e hum escravo. 2
" Em Mala-olho, foi tãobem assassinado hum genro do Velho Fer- reira, e escapou lanceado Vicente de Brura. 2 4845 José Jacintho de Mendonça, foi tãobem assassinado, e hum escravo
junto á Villa de Serro Largo. 2
*' José Nunes, foi assassinado em sua própria casa, e o velho Canha- da na mesma occasião, ambos moradores junto á Serro Largo. 2
" Na Fazenda de Domingos Martins ( Rincão do Pereira ) foram de- golados o Capataz do mesmo Martins, e mais dous jovens Brasi- leiros Veríssimo d'Avila, e João Borges. 3
'' Foram barbaramente degolados ( nas iramedisgões de Fopa) Fran- cisco Garcez, e mais oito companheiros. 9
" Foram degolados com a maior deshumanidade ( na Fazenda do Zorrilho (*) ) trinta Brasileiros, e Ires escravos, entre aquclles o Clurindo, Laurentino, Menezes etc. 33
i*) No logar assas /lonheci do, ucngroina^o Las ln% Arboles.
30
— 230 —
** Foi assassinado o Capitão João Fagundes d'01iveira, na sua fazen*
da de Jeguary. " Entre Ganhas e Ararenguá foi degolado atrozmente hum afilhado de
António de Souza, de nome António. " Do outro ladu do passo do Rei ( em Taqnary ) foi mutilado com a
rcais grave atrocidada, e rrií rto o jovpn Serafim Vaz. 18/Í6 Foi tãobem assassinado José Manoel, juulo ao Passo do Salso ( em
Jaguarão ) ** O pardo António Catur-^y, foi degolado junto ao Serro Largo. " Em Limar foram atadcs, despidos, e cooipletamenle estaqueados
quatorze Brasileiros, que estavam apartando huma tropa de
gado coai Jusé de Brum, escapando de ser degolado por muitas
instancias, o mesmo Brum . 14
" Ha dons mezes foram degolados quatro peões de António Neto cm
Queguay, e alguns dispersos, que não se sabe o destino. 4
139 Secretaria do Governo em Porto Alegre, 20 de Fevereiro de 1B47. — O Offi- cial mvã^T Joaõ da Cunha Lobo Barreto.
NOTA (20).
% DEFENSOR DE ORIBE, DE 21 DE OUTUBRO DE 1847, LÊ-SE O
SEGUINTE :
VIVAM os DEFENSORES DAS LEIS, MORRAM OS SELVAGENS VMTARI08.
Assedio de Maldonado, 23 de Setembro de ^1847. — Exm, Sr. Presidente da Republica D. ManoiM Oribe. O Sr. Coronal D António Acunbs, recebeo caleiT) huma cari i de D Franii:-co Aguilór, na qual lhe íiisid, que tinha de fal- Jar-ihe sobre hum assumpto de impirliiíícia Suppux Ing-, (jue seria obra d(* par- dejnn ; Ci'm liid" disse ao i>otonel que fosse, e que se elle sahisse até perto das nossas guard.ts, fullKíre com elle, qneri dizer, Oiuvisse pf»ra ver o que queria. O result-ido foi out r pardejon principiou u fr^llar dos Estrangeiros, do intitula- do Governo de '.Vjnlcviíléo, que f^em era Governo, nem cousa, que com isso se parecesse, porqte nem era constitucional, e qt:e uitimamtiite era dirigido pelos Francezes Em uimn.a, que o í<ueelle queria era por -se bem cora V. Ex., e que se dflle depenU:.' b trancuillidude do í. iz, que comqu nto não desejasse sair delle, saliiria, se íosst preciso, fazendo-o íetirar cem i-lguroa dignidade. Que en- tregiiró ftldldií-ai j imnHdiaf-mrnle cv^n a go irnição, e que sahirá para fora, se V. Ex. o .ir 'enar Proraít(.,'o íirialmcnle grí-ndes vantagens, mui penalisado cora d ruin;í <:n Taiz, culp. ndo de tudo eos Estraii^eiros, quando todos sabem que é r!!8 a uriçRin (<e h r!ts os iiialts. Fez priindes proJ<>essas ao Coronel Atunha, pe-indd i' e qre a ser lhe possível, es transni.ilisse de viva vozà V. Ex., para Ter SP V Es maí-dna alíruma • vS.ioa des!r. ccnnança, afim de ajustar com elle o indicadi assumpto, t qt.t desej.iva fosse isso o u>a;s breve possível, Accrescen- tou, que muito pôde fazer tã( íiom . :ii Montevideo, que a Coromissão de Orien- ta;-« ulti.mamcnte nor.)^',.da ncio,ue'l.i CidMde paia fazer a paz cem V Ex. fora p;*' iovi«i>i por elle, e que por hum dvcuuio se dtixou sufocar pelos Estrans- 5:£;ii. 3. Entetanto tu não fii;'^ mais r,u? kvar ao conhecimento de V. Ex. o que xii? este malvado. — Jcan Bahkios:
As ordci ': que, diz o u Defcnír< «-, '" se tUrim rm consequência ao Coronel Barrios, foraií; que tizesse saber ao selvagem unitíri* Hivera, que a sua resolu- ção ?cerca do qut nroniettia, devia ser tomada, e cumprida sem discussão algu- ma d'entro em 24 horo>] passadas ?s quaes não se ouviriam mais proposições sua». Que no caso de cííií;i\:ar a sua offerta devia sair para fora de Cabos, enlregan» <)o-se-lhe 20,00Q p^íacões no acto de sahir, sem prejuízo de dar*lhe mais recursos
— 231 —
para viver coraraodamenle no Paiz, que escolhesse, para sua residência, era qusuto o exigisse o bem do Estado, se a sua couducta disso o tornasse digno.
NOTA (21).
o CORONEL Geral DO DEPARTAMENTO DO SALTO AO SR. GENERAL DAS FORÇAS DO NORTE DO RIO NEGRO D. SERVANDO GOMES.
Pintado, 9 de Jaoeiro de 1850. — No dia 2 do corrente, em cumprimen- to das ordens que expedi a huoi do mesmo, «jnicurava encorpirar-se comigo o Alferes do Regimento de auxilmres dos AtiJe» D, Jusli SmiIihi; mis teotio-se elle por fatalidade adiantado d» sua pirtiJa com d ous bomeiís sóTnte, encon- trou no seo transito cora nove salteadores, (*) os quaes o assj^sin.r.ín Remetlo junto para que V. S se sirva dar-liie o destin > cjrap ?t :ntíi ha u ;»ar de esti ib'ís« hum de loros, hum par deespnrjs, e hu-n punhal tudo de pr:»tJ : du.js onçis de ouro, e hum par de botões tle pesus fortes, caj;)s objecta*, e dinheiro pertonc» m ao fdllecido Alferes Sanhes : huraa pouca de r.-apa, um api;::relho de moti ar meio usado, e Tcavallos que pertenoiím «o mesmo, destrii>ui por hum C 3,-^ ciai do mesmo Regimento, e pela sud ordenança. Deus Guarde a V. i^. muitos anuas. — Diogo Lamas.
NOTA (22).
PROCLAMAÇÃO DO BARÃO DE JACTHY.
Bbasileiros II E' tempo decorrer ás armas, e despertar o lethargo em que jazeis. Uma serie nãi» interrompida de fjcios horrorosos, que Iam com- metlido esses selvagens i.^.vasores no Estado limitrophe p;i-'. co n nossos !*atri« cios, e propriedades, não vos são occultos ; e reconhecendo o vo-iso valor, e patriotismo, o Chefe que firma, vos conviua a reuiir-vos ao pouto marcado, e desta arte salvarmos a Honra Niicional, e as nossas propriedadeò extorqui- das ; 6 creio que uão sereis iudiííerentes á este sagrado dsivyr.
Brasileiros ! Marchemos em sorcorro de nossos irmãos", alli mostraremos que somos dignos da'* bênçãos da Pòtria.
Orieulacs ! Vós que emigrastes para num Paiz hospitaleiro, ajudai á liber- tar a vossa Pátria, desses assassmos degt ladores, que tem manchado a vossa historia de Independência, com actos os mais atroces,quft j4i,jais foram vistos em lodo o orbe : contai com a prolecção do Deos das vicíonas, e se vencerdes á esse inimigo commum, a t^aírii vos será gi'^ta.
Viva a iXação Brasileira. Viva S. M. I. vivi a Constituição do Império I Qxiartel General e:n aiaíxiia. 26 de Deiembro de 18ã9. — Fuaiscísco Peubo db
NOTA (23).
Illm. e Exm. Sr. — Eti virtude das ordens do Exra. Sr. Presidente da Província, participo á V. Ex.. qce o sublevado Bai*ão úv Jacuhy, com a sua força de 600 homens, apertado no fundo do Ca ;0 do Placito < ontra Quara- him pelo Kegimeuto do meo cominauJo, ;raido om a força do iea.r.ite Co- ronel Spverino iVibeiro, invadio a ílepubiica Onentíil ásThorjs da n-íre cl© dia 21 para 22 do rorrenlfí, e peio Es'adu Oriental, seguio e n h,-">n o Arapehy, na direcção da Viila de Taquí^rimbó, ou para o S<«lIío, d;M\, .'o o Loronel La- mas ao seo flanco direito ; e dixia-se na força d > t.vil)ieT i lo rtarão de Jacuhy que «ste se dirigia a bater forças menos numerosas, que as do Coronel Lamaá' e que estavam para a letaguarda deste. *
O Coronel Lamas estava avisado por mim, como verá da inclusa copia do
(*) Mas sendo salteadores o não roubaram, <leixand9-lhe çlinheiros, eitri - bos, esporas, punhal d^e prata, etc, etc.
— 232 —
oflicio, que hoje recebi do mesmo Coronel, em resposta ao meo de 13 do cor- rente ; e cm outro oflicio. que ainda me não respondco. avisei do numero da força do Barão, e o ponto á que este se dirigia, c devia passar por aqueile Estado.
Amanhã até depois farei juncção com o meo Chefe Brigadeiro Marques; creio que ficará esta coUimna com mais de 60O homens ; e igual força deve ter hoje a do commando do Tenente Coronel Severino Ribeiro, colloeada so- hre as pontas do Areal, e dispostas a perseguir de firme o revoltoso Barão, se tiver de voltar para o nosso teirilorio, como é provável.
Deos Guarde a V. Ex. Campo em marcha na Estadcia do Pedregal, 27 de Fevereii'0 de 1800. — Illm. e Exm. Sr. José Fernandes dos Santos Pereira, Commandaute da 1 .a Brigada e Fronteira do Rio Grande. —Maisoel Luiz Osório.
NOTA (2/i)
lllm. e Exm. Sr. O desespero, pobreza, e espancamento á que foram re- duzidos pelo Governo Argentino, não sò os Brasileiros possuidores do Estan- cias, e gados n'aquelle território, como muitos que alli hião procurar modos de vida, levavam as victiraas ao desespero, que augmcntavam em ra/.ão, que eram perseguidos pelo actual Commandante da Fronteira Brigadeiro Fran- cisco de Arruda Camará.
Reunidos pois estes Brasileiro? á alguns outros Chefes, entenderam tomar sobre si vinganças das oíTensas recebidas, e reunidos passaram ao outro lado. Este proceder que o não chamarei prudente, já poderia ter cessado se meios hrandos fossem empregados pelo dito Brigadeiro Arruda : mas este pondo em pratica huma perseguição desabrida tem com seo proceder augmentado o nu- mero d'aquelles, e se^*. Ex. não tomarem consideração o estado desgraçado desta Fronteira, talvez venha a apparecer huma gueira civil ; e para que em tempo algum eu não seja notado de negligente em não participar á V. Ex. o occorrido, o faço agora reservadamente a V. Ex., e espero que sendo este proceder meo ignorado pelo Brigadeiro Arruda, fique pelo menos eu neste Município livre da fereza, e perseguiçào,que por ordem delle se vai de- senvolvendo.
Olhe V. Ex. como primeira authoridade, c Pae para tantas victimas sacri- ficadas á vingança do Commandante da 5.» Brigada e Fronteira só pelo sim- ples facto de ser inimigo do Barão de Jacuhy. e talvez amigo intimo de Lamas, Deos Guarde a V. Ex. \illa de iTuguayana, 24 de Janeiro de 1850. — lllm. e Exm. Sr. Francisco José de Souza Soares de Andréa, Tenente Gene- ral Presidente desta Província. Manoel José de Figleredo, Juiz Municipal.
NOTA (25).
LEGAÇÃO BRASILEIRA EM MONTEVIDEO.
Illm.e Exm, Sr. No dia d de Agosto do corrente anno. o súbdito Brasi- leiro Claudiano do Passo, foi degolado em Cerros Blancos, por uma partida pertencente ás forças ao mando do Tenente Coronel D, Justo V. Valdez.
Da correspondência oflTicial que tenho a vista, resulta que o Sr. Valdez, preterKieo justificar este acto horroioso era dizer, c allegar que o assassinado tinha eommettido crimes. Das averiguações, a que procederam as autorida- des lirasileiras, consta que taes crimes não havia commettido o mencionado Claudiano do Passo, nem é possível que a um malvado tal qual o pinta o Sr. Valdez, concedessem as Auíhoridades territoriaes, que vivesse tranquillo, não ignorando essas Autoridades onde vivia elle, pois que ao tempo do assassinato, se achava munido de títulos de residência, ou Boleto que se dá aos es- trangeiros.
Dado, porém não concedido, que dclictos e crimes houvesse perpetrado Claudiano do Passo, não podia tal incidente revcstii" aos soldados do Sr. Val- dez com a qualidade de juizes, como tudo se pôde concluir das declarações do Pr, Valdez, quede fado os taes soldados, ou antes esses perversos, e bárbaros homicidas. exerciam as funções de juizes, c acumulavam as funcções de ver- dugos ! Para esquivar-sc destas couJequcucias palpáveis, c evidentemente de
— 233-^
du/id^s dosyslemn de dcfcsn adoptado polo Sr. Valdez, declarou este em oíTicío de 33 de .Setembro iiUiiuo ao Coimiiandante da Fjoiíleíra de liagé, o Coronel Franciseo Félix da Tonseoa Pereira Pinto, que seria levado este negocio ao conliecimenlo de V. Ex.,para que V. Kx. desse as piovidencias necessárias; certo de que V, Ex. não pódc aulhorisar nem apadrinhar acções de similhan- to natureza, e persuadido de que ha decorrido tempo suííiciente para que V, Ex. haja adquirido conhecimento cabal dos factos, e sobre elles decidi- do, como o exige a humanidade, e a justiça oíTendidas, rogo a V. Ex. que se digne conununicar-me se comeíTeito foram, ou não castigados os assassinos do infeliz Claudiano do Passo, súbdito Brasileiro.
Aproveito esta occasião etc. Legação do Brasil em Montevideo, 30 de De- zembro de 1850. — lilm. Sr. General D. Manoel Oribe. O Encarregado de Ne- gócios, Rodrigo de Souza da Silva Popítes.
NOTA {2(\).
Quartel General no Cerrilo da Vicloria, em 7 de Janeiro de 1831. — O Mi^ nistro das Relações Estrangeiras do Estado Oriental do Uruguay, ao Sr. Rodri- go de Souza da Silva Pontes, Encarregado de Negócios do Iniperio do Brasil :
O Exm. Sr, Presidente da Republica, Brigadeiro General D. Manoel Oribe, recebêo a nota que com fecho de 30 do p.p. Dezembro, se sérvio di- rigir-lhe o Sr. Rodrigo de Souza da Silva Pontes, sobre a morte causada no Departamento de Taquarimbó, ao sul)dito BrasHeiro Claudiano do Passo, por uma partida do mesmo Departamento.
Sciente S. Ex. do contido na expressada nota, ordenou ao infrascripto ics- pondcsse. que sem esperar a interposição do Sr. Rodrigo de Souza da Silva Pontes, eimpellido unicamente por seos deveres como Chefe do Estado, ditou as ordens convenientes para a formação, cproseguimento do summario cor- respondente, apezar de que os dadosque possuo já sobre o facto, se lhe ap- presentam como jultificado pela fuga que pretendeo verificar o referido Passo d'entre a partida que o conduzia prezo á disposição da autoridade por seus crimes, mãos costumes, e vida a todos os respeitos desregrada.
Quanta ao mais, o iufrascrito por igual ordem, tem a honra de declarar a sua Senhoria, que se como tottos concordam é uma prerogaliva da suprema Aulhoridade de um Estado.o receber, ou repulsar os Ministros públicos que ou- tra Potencia lhe envia, S. Ex, o Sr. Presidente está em possessão delia no Es- tado Oriental como seo Chefe, c cabeça, e a seo arbilrio com muito mais razão» por consequência fica o ser deferente com os que não estando acreditados junto á seo Governo, cultivam com clle relações concernentes a sua missão, o negar-se á ellas emquanto senão prehenchem os requisitos, que prescreve o dinnto das genlcs.
Em virtude dessa faculdade é que como a de todos os mais agentes pú- blicos prestou deferência aos actos, e reclamações de S. S., mas em recom- pensa delia devia esperar, não uma troca completa de politica, como parecia promelter a posição especial que o Império assumio a respeito desta Repu- blica pelo Tratado de 1828, mas uma marcha, ainda que não fosse de amizade^ ao uícnos franca, leal e justa.
Porém qual tem sido a marcha do Brasil, sobre tudo nestes últimos tem' pos? Não é mister repetir. Ella está provada pelos procedimentos constan- tes em lavor dos selvagens unitários inimigos ferozes destes paizes, asylados em seo território: pela invasão impune do inculto Barão de Jacuhy ; pela denegação de satisfações justamente exigidas, e ultimamente pela repulsa da natural, fundada, e innocenle pretenção do Ministro Plenipotenciário da Confederação Argentina na quella Côite, para fazer com consentimento do seo Governo, chegar ao Império as reclamações desta Republica alliada da- quella na guerra que ambas sustem contra o inimigo commum, desconhecen- do por esse motivo explicilamente o caracter do Presidente da mesma, o Bri- gadeiro General D. Manoel Oribe, violada por tal desconhecimento, a neu- tralidade á que sempre se tem pretendido acolher, offendendo os respeitos do Supremo Magistrado da Nação Oriental, c em sua pessoa, o decoro, a impor- tância c dignidade da mesma Nação.
Havendo pois cessado os motivos á respeito de S. S. para a deferência, que ate agora em suas relações Diplomáticas, lhe ha prestado S. Ex. o Presi- deiilc, já pulo exposto, já pelo modo pouco comniedido, que o Sr-Rodrigo tem
— 2U —
julgado conveniente adoptar em suas ultimas cotnmunicaçòes e pela rariação que soifrerarn as relações politicas entre estas Republicas e o Brasil, o Govei'- 110 de S. Ex. dá por concluídas aquellas com S.S,, e espera que em virtude desta declaração, deixará de crer-se autorisado para dirigir sobre nenhuma classe de assumptos, reclamações que não poderá d'aqui em diante tomar *ía consideração.
' Com tal motivo, o infrasctipto saúda a S.S, com a devida considera- ção e apreço. — Caídos J. Yillademoros.
NOTA [21).
Buenos- Ayres, 14 de Janeiro de 1851, O Ministro das Relações Estrangei. ras do Governo de Buenos-Ayres, encarregado das que correspondem a Con. federação Argentina ao Exm, Sr, Ministros das Relações Estrangeiras do Es tado Oriental do Uruguay Dr. D, Carlos J. Villademòros.
O infrascripfo teve a honra de levar ao supremo conhecimento do Exra, Sr. Governador Geral D. João xManoel de Rosas, a appreciavel nota de Y. Ex, com fecho de 7 do corrente, cujo íheor é o seguinte : O infrascripto por or- dem do Exm. Sr, Presidente da RepuiíJica, Brigadeiro General D. Manoel Oribe, tem a honra de dirigir-se a V. Ex. remeltendo-lhe para que se sirva levar ao conhecimento do Exm. Sr. Governador e Capitão General da Fro- •vincia de Buenos-Ayres, Encarregado das Relações Exteriores, General em Chefe do Exprcito da Confederação Argentina, Brigadeiro General D, João Manoel de Rosa<>, coaias autheuticas da nota, com datado 30 de Dejembro ultimo, do Sr. Rodrigo de Souza da Silva Pontes, Encarregado de Negócios do Brasil em Montevideo, sobre a morte acontecida no Departamento de Taquarimbó, ao súbdito Brasileiro Claudiano do Passo, por uma parLida do mesmo Departamento, e da resposta que lhe foi dada.
O Exm. Sr. Governador á vista da transcripta nota de M . Ex. e das co- pias á ella annexas, tem ordenado ao 'ifrascripto expresse á M. Ex. para que se digne levar ao conhecimento do Exm. Presidente dessa Republica quesuaEx. applaude a justa e decorosa resposta, que por sua ordem, deo "V. Ex. anota de D. Rodrigo de Souza da Silva Pontes, por que ella é con- forme aos direitos e prerogativas soberanas de lodo o Governo indepen- dente, e porque sustem a honra da Republica e seo digno Chefe, pretendida menoscabar pela linguagem indecorosa que tem empregado esse agente em sua correspondência oíTicial com Y, Ex, Deos Guarde a Y. Ex. muito» annos — Felippe Arana.
NOTA ^28).
Senhor.— A Camará Municipal da Yilla TIruguayanna na Província de S. Pedi o do Sul, não pôde ser surda aos sentidos clamores e ás justas quei- xas dos seos Munícipes que, pela maior parte, outr'ora ricos Fazendeiros no Estado Oriental, estão hoje victimas da miséria, ou eminentemente ameaçar dos d'ella ; e cheia de confiança na paternal solicitude de V, M. I. vem peran- te o Monarcha e o Pai dos Brasileiros implorar-Ihe que ponha termo ou que, pelo menos, alivie os males d'aquelles de seos súbditos e filhos que ella tem a honra de representar.
Senhor, não pôde ser desconhecido a V. M. I. que os Brasileiros afazen- dados no Estado visinho não podem hoje gozar do fructo de seo trabalho ; está- lhes prohibido pelo General Oribe a exportação de seos gados para esta Pro- "vincia e como se não fosse bastante tão vexatória medida, as forçns d'aquelle dhefeou fazem directamente ou pelo menos, patrocinam a mais escandalosa depredação desses gados sem o menor risco para elles, e nem a mais ligeira esperança de indemnisação para nós, dfrpois que uma lei nossa ^ a de i8 de íSetembro delScO ) privilegiou, como nacionaes fabricas daquelle Paiz para as quaes esses gados são conduzidos, porque o espoliador tem certeza de que lá não irá o proprietário disputar o seo direito, para não sugeitar-se a algum aclo de enfrene barbaridade, ou, quando muito feliz, a hum ludibrio certo; no entanto, (erro deplorável ! ) os productos d'esses gados, que antes d'esta me- dida vinham para as charqaeadasda Província, depois de terem enchido os co- fres estrangeiros, tanto públicos como particulares, são recebidos nos portos do Império, com os mesmos favgres e isempções reservadas para as manu- facturas nacionaes •
— 235 —
Senhor —a Camará sabe que tantos e tão afflictivos males de seos subditos tem consternado o paternal coração de V. M. 1., e crô que o seo illuslrado e patriótico Governo instantaneamente procura obter justa reparação a taes ^offrimentos ; mas Senhor, a cessação de tão grande privilegio, de favores tão iramertcidos á quem tão mal nos retribue, e a imposição dos direitos autho- rihados pelo artigo <2 das disposições geraes da lei do orçamento vigente são medidas de justiça que a politica aconselha, e que a Camâra com a mais res- peitosa submissão implora a V, M. I.
Deos con-serve e felicite a preciosa existência de V.M. I.
Paço da Camará Municip;»! da \illa IJruguayana, em sessão extraordi- nária de 12 de Fevereiro de 1851,— José Pereira da Silva, Francisco Carva- lho, Zeferino Nolasco Rodrigues Paz, José Caetano de Mello, António José d' Azevedo (iastro, José Marques Viauna, Francisco Luiz Brazeiro.
NOTA (29).
Rio de Janeiro, 12 de Abril de 1851. —A notoriedade do estado em que ie encontram as Relações do Império do Brasil, com o Dictador Argentino ; a ineficácia dos meios diplomáticos e conciliatórios que tem empregado o Biasil até com palpável sacrifício de seos interesses para prevenir e acommo- dar as questões que tem produzirão jsse resultado ; a resistência do General D. Manoel Oribe a satisfazer, e depois a tomar sequer em consideração as reclamações Imperiaes ; a situação dos Cidadãos e das propriedades Brasileiras «xistentes no território Oriental que occupa o dito Oribe á frente de tropas Argentinas : os altos interesses internacionaes de equilíbrio, segurança epaz, que se acham compromettidos com a existência independente do Estado Oriental, a natureza, as vistas, as necessidades conhecidas, a historia em summa dopoder, e da politica do Dictador de Buenos-Ayres, tem formado a universal convicção de que sendo impossível, ou ao menos extremosamente diíTicil, uma solução amigável das presentes difficuldades, vai a chegar o tempo mais ou meuos breve, porém breve de huma solução de outro género.
Esta convicção que ninguém a tem e«n maior giáu do que o Dictador de Buenos Ayres, autor único do todas as calamidades que pezão sobre o Rio da Prata, inquietam e ameaçam seos visinhos, o tem indusido a extraviar na Eu- ropa e na America a opinião dos povos e dos Governos, attribuindo ao Brasil vistas de denominação e conquista sobre o Estado Oriental, e aos defíensores de Montevideo prostituição á essas vistas.
Esta pérfida insinuação é do dominio já da imprensa de alguns Paizes ; os agentes do Dictador a dêiramam acompanhada de hypocrisia, de mentido e falso interesse que elle só comprometlc, do commercio universal que elle sótrastorna, que elle só prejudica.
A ignorância da historia dos verdadeiros interesses destes Paizes em umas partes ; a paixão, a completa c quasi inconcebível cegueira que pôde produ- zir a paixão politica em outras, e custa a disel-o, entre estas outras, aquella de quem nunca se deveo esperar, principiam a servir-lhe de écho.
Em presença deslmilhante situação, o infrascripto Enviado Extraordiná- rio Minislro Plenipotenciário, e com este caracter representante junto aS. M. o Imperador do Brasil dos interesses de seo Paiz, e da gloria e honra da defesa lie Montevideo, cré de seo rigoroso dever solicitar respeitosamente de S. Ex. o Sr. Senador Paulino José Soares de Souza, do Conselho de S. M,, Ministro e Secretario de Estado dos JNegocios Estrangeiros, uma manifesta- ção aulhenlica e solemne das vistas do Império úo Brasil, no caso que as diffi- culdades acluaes conduzam suas armas ao Estado Oriental,
O infrascripto solicita esta manifestação sem pretender que ella preju- dique de maneira alguma o CAsusBEixi ; ea solicita declarando que não é necessária nem a seo Governo, nem a elle, para ter perfeita tranquillldade «obre ás vistas do Brasil na prevista eventualidade.
O Governo e o Ministro Oriental, fazem justiça á lealdade e superior in- telligencia dos interesses do Brasil que dominam a politica do de S, M.
Justiça tão plena como a que esperam merecer de todos, os que havendo Iratado com elles os negócios da Republica Oriental sua Pátria, sabem que a Independência absoluta e real dessa Republica, é um dogma sobre o qual líão admitte transacção alguma, que tem estado e estão conscensiosamente decididos a scpullar-se na» ruínas de MQUievidéo, antes do que consentir em
— 236 —
proveUo de ninguém* o despreso dessa Indepoiulencia, e que em Iodas as ciicunsfaacia.s, no meio das ni:iiores angustias, misérias e perigos, se teui explicado com completa boa fé, o não tem feito jamais a ninguém concessão nem illusão alguma sobre esse ponto capital.
Porém não basta, como sabe S. Ex. o Sr. Soares de Sousa, o conhect- menlo, c a confiança privada que tem cada um desses Governos nas inten- ções do outro, para deter o curso das dolosas insinuações, com que hoje são lioslilisados,
Deve-se por tanto, ao pensar do infrascripto, oppôr a aquelles traidores manejos, a confissão precisa, leal e solemne, das verdadeiras intenções, e objectos de cada um dos dous Governos ; e é só para isso que solicita a enunciada manifestação.
O infrascripto persuadido tâobem de que qualquer que seja o curso dos í-uccessos, o Governo não atacará nem de leve, a Independência, a Integridade, nem a gloria da Republica Argentina; que não tem a menor prelenção de envolver-se em seos negócios internos, e que seos votos, os mesmos do Estado Oriental, se reduzem a que o Argentino seja conciliável com a paz e inde- pendência de seos visinhos; e considerando que o conhecimento desta parle da politica do Brasil, teria grande importância para pôr em completa eviden- cia todo o seo systema de politica a respeito do Rio da Prata, agradeceria que S. Ex. o Sr. Soares de Sousa, a comprehendesse na solicitada manifestação, senão ba alguma difliculdade especial.
O infrascripto julga apropriada a oportunidade que lhe appresenla esta nota, para repelirá S. Ex. o Sr. Soares de Sousa, que no caso que os suces- sos levassem as armas Tmperiaes directa ou Indirectamente a pacificação do Estado Oriental, e por favoráveis que esses snccessos fossem ao Governo, que preside a oito annos a resistência do Paiz á dominação do Dictador Argenti- no, o mesmo Governo se manterá nas disposições, que tem sempie manifesta- do ao de S. M.
Estas disposições que se acham consignadas em todas as notas dirigidas pelo infrascripto, e principalmente uas que dirigio sob os n.' 21 e 22 de 18 e 25 de Abril de 18íi8, e sob on. 78 em õ de Fevereiro de 1849, e na memoria de 26 efe Abril de 1800, podem resumir-se assim ;
O Governo Oriental pretende : Que retiradas na sua totalidade as tropas Argentinas, fiquem os Orienlaes todos sem excepção, livres dessa, e de toda outra coação estrangeira.
Que uma amnistia completa e um esquecimento absoluto cubram todas as opiniões professadas, e todos os actos praticados pelos Orientaes durante a luta, sem excepção.
Que se devolvam á seos legítimos donos, todos os bens de raiz confiscados.
Que collocados na situação, procedam todos conforme a legislação existente, a livre eleição da Assembléa geral, que tem de eleger o Preiidenle da Repu- blica .
Que o Governo assim eleito, seja o Governo legitimo do Paiz para todos. Que as vidas, propriedades e direitos de todos os habitantes estrangeiros, sejam escrupulosamente atlendidos e respeitados.
Que conservando a Republica o sagrado direito de a/ylo, se tomem, não obstante, medidas de sufficieníe precaução para que os emigrados políticos não perturbem a tranquilidade dos Estados limítrofes
Se as circunstancias forem favoráveis o Governo Oriental pretenderia mais :
Que os poderes signatários da Convenção de 1828, tomassem de accordo
cora a Republica, medidas eficazes para f[ue o Presidente eleito, qualquer que
fosse, e a menoá o que substituísse legalmente a seo tempo legal, tivesse o apoia
tios mesmos poderes para governar todo o período Constitucional.
Que se fizesse de direito internacional, isto é, que se garantisse pelos po- deres signatários da Convenção de 1828, e por todos os outros cuja concorrên- cia para esse fim se possa obter, a inviolabilidade da propriedade particular.
Eis as pretensões do Governo, e nada mais, por mais favoráveis que Uie sejam as circunstancias.
O infrascripto se permille repelir lambera, o que lera dito era diversas occa- siões a S. Ex, o Sr. Soares de Souza.
Os defensores de Montevideo, não lei» ainilí» canúidítlo ylgnm a futura Presidcncia Ua Republica.
Não seguem, nío promovem o Iriumpho cie pessoa algmna, é o primeiro de nossos partidos que luta sem caudilho.
li isto que poderia cliamar-se com propriedade um fenómeno, se explica perfeitamente.
A grandeza da luta. a immensidade do sacrifício, o extremo do infortúnio e (las calamidades conectivas e individuaes, das ruiiias. collectivas e indivi- duáes, o fogo, o sangue de nm comliate de oito annos, tem purificado toda a parte egoísta dos partidos.
E da iadole dos partidos aspirarem o exercício, o mando, e o monopólio do poder ; e os Brasileiros que felizes sob o throno americano, só comprehende- ríam viveude sob a Dlctadura desse homem a quem, para opprobrio da., Ame- rica, ousa chamar-se grande Americano, híio-de estranhar, ou mais exacta- mente hão-de considerar como refinada hypocrisia que, em um partido po> litico não haja questão de poder, e se for preciso dô-se votos ao candidato de um partido opposto, com tanto que esse candidato não se apoie no'eslrangei- ro, não governe pelo estrangeiro e para o estrangeiro.-
É isto uma sincera verdade ; é verdadeiramente sincera da parte dos que governam em Montevideo : não sô renunciam ao Poder, «enão que faz oito an- nos, oftereceriam admittir individualmente a sorte que lhes assignalasse, com tanto que a Pátria ficasse independente. E não é isto uma simples virtude patriótica ; salvando a Independência, com ella salvam a base da prosperidade de seu Paiz, salvam a sociedade civil, o descanço, o pão e a honra da famiiia.
Tudo está ameaçado com a Independência do faiz pelo Dictador Argen- tino, que é para os Ôrieatáes, o mais perigoso e o mais funesto dos estran- geiros,
Tudo estácompromettido com a simples prolongação da luta,
E' uma situação de que diflicilmenle podem dar-se conta os estrangeiros, que tem tido a fortuna do não sentir esse horrível s;fstema em que se tem concentrado, explorado e exaltado todos os vícios, todas as crueldades, todas as immoralidades. todos os dilirios depositados na lia da sociedade quarenta annos de revoluções e de lulas pessodes.
Porém essa situação, como todas as humanas, olTerece em fim sua compen- sação.
E' uma situação extrema, que morre, que vacilla, que se transforma em extremo.
A facção politica arrefece, calmíHse, e se extingue pelo seus próprios ex- cessos, pelos seos próprios estragos ; e quando esses e&tiagos tem chegado até o dtismontara propriedade civil em suas b;)ses principaes, na propriedade e na família a salvação d'estas bases occupa o logar que antes occupava o interesse, a paixão, o vinculo do partido político. O partido comprehende eulão que ha alguma cousa mais solida que essas lutas exclusivamente politicas geral- irtiente estéreis para o bem, fecundas para o mal, que tem absorvido as forças vitaes da America Meridional, ecomprehcniendo isso: se immola sem esfor- ço, natural e sinceramente nas aras da Sociedade.
Não é este um espectáculo comn^um, porque não existe em nenhuma parte, em nossos tempos, uma situação igual a do Rio da Prata.
Aquella transformação que se tem operado completamente em Montevi- deo, que o infrascripto crê firmemente, e se felicita de dizel-o, que está ve- rificada na maioria ao menos dos scos compatriotas, que a antiga luta de fa- mília collocou no campo deOribe, que nestes momentos se annuncia também;, e por actos notáveis em algum ponto do mesmo território Argentino, entra por muito na completa boa fé, na íllímíada boa fé com que os defensores de Montevideo reduzem todas as suas pretençòes a salvação da Independência do Paiz; e é ella o que llies tem dado a cora^íem 3 abnegação que requeremos novos sacrificios que esse objecto supremo pôde exigir."
Nada pessoal por parte d'elles. determina sua actual resistência.
Resistem a D. Manoel Oribe, tal como se appresentou a frente dos muros de Montevideo, não como pessoa ; resistem como principio, como símbolo, como systema.
Se o Paiz não tem o direito de eleger livremente seus goveiuiantes, não é independente.
Se as bayonetas que lhe impõem o Governo são as do Dictador Rosas, ellas lhe impõem além d'isso seo systema.
D'ahi a repulsa de D* Manoel Oribe como símbolo de aniquilamento da Independência da Republica, como símbolo de seu sistema que esgotaria em sua origem as fontes d;> prosperidade dg Paiz, cie uiil systema oj^osto aos fiiis e ás condições da sociedade civii
Si
— 238 —
I)'aiii a exigência indeclinável da evacuação completa, previa, c do ifo* fí do território Oriental pelas tropas Argentina!».
Se os Orientíies livres d'essa e de toda outra coação estrangeira, seguroi de íuas vidas e propriedades, rehabilitassetn a D. Manoel Oribc, o que parece sem duvic a impossível, e o chamassem com seus votos á suprema Magi^tratu> ra, os defensores de Montevideo se submetteriam como devem, á vontade na- cional*
Se D. Manoel Oribe por sua parte não se subrnette á uma eleição legal, se persiste em derivar seu titulo e autoridade das armas que einpuni;^, e da voo» tade do Dicludor Rosas que «m 18/Í3 o conduzio ao território Oriental, os de- fensores de iVIoníevidéo lhe resistirão consta n temente, até perecer com as ar- mas na mão ; buscarão como até agora, para resislir-lbe qualquer ponto de apoio que lhe siTorcça a civilisaçâo e a humanidade-
K aqui cabe dizer, ainda que de passagem : Que o Governo Oriental tem lt>uscado, edevêo procurar apoios externos, porque, «em uma troca fitvonivel de 8ua situação, sem que Montevideo adquira íòra de -eos muros uma cooperação» <]ue restabelecesse certo equilibrio entre seo poder e de seo inimigo, lodo a ten- laJiva de conciliação era p)lpavelmeaie um desdouro, uma degradaçiio roais que inutiJ, porque era iambora um perigo .
O Diclador Rosas a exclnia por seu objecto, e por seu systeroa : D. Manoel Oribe por sua desgraçada submissão ao Diclddor.
Montevideo estava prostrado, e osOrientaes que existem no campo de Oribe nppriroidcs pela força e fortuna das armus invasoras. Nesse caso, toda a tenta* tiva de conciliação entre os Orienlaes, era uma nobre, porém funesta tentativa.
Porque o mesmo puro e patriótico sentimento que a produMS?e, expressa- do pel /que se reputa vencido, pelo que não podesse lutar, se desvirtuaria, puis ^ue tudo o te»iifiiunho de abnegição pireceria ridículo aj lado da irapoleocia. Toda a p.ilavra de fraternidade dirigida ao inimigo viclorioso, se pareceria cora expressões de cobardia e hypocriâia : toda a coocessião teria a phystunomia de uma abjuração ante a lei da força material.
E as palavras e as concessões inúteis e repudiadis, diminuindo o poder morai «la defen«a de tVJoutevidé-;, o u [ementariam o perigo de uma uesaRlrosa dissolu ão, e concorreriam dessa maneira a consumar o Iriumpho de Rt^sas sobre a indepen- dência e a siciabiiidede Oriental. Esse triumpiío não divisaria 80S Orientaes por largo tempo, senão a dolorosa recordação de umj Pátria dilacerada e escrava. Conservando pois a dignidade da defesa de Montevideo, prolongando esta de« fesa, e solicitando combinações que perroittissem equilibrar a força inimiga, o Gc»verno Oriental não só prehencheo o dever de sustentar a Independência do l*aii, sustentando 5eu posto até morrer com elle, ssoâo que tratou de Jidijuirir do ''nico modo possível, uma posição que b<tbiiitisse para fazer 3 applicacão prati- ca, proveitosa e honrosa dos sentimentos e das vistas de qus o infrascripto tem a fortuQá de ser órgão junto ao Governo Imperial, que o habilitasse para poder dizer sem ridicuío nem íle!idcuro,e pcra poder dizer com successo a todos o» Orientaef.-i- Podemos hour, porém devemos obrfiçar-nos ; podemos lidar, porém para que haja Pátria para iodo-, é n^-cessitriamonte indispensável, que nào ha= ja OrienlíRS vencidos nemOiientacs vencedores.
Era esse o único caininhoq le podi.» e pode conduzir á desejada fusão de todoK os Orientaes no seio de uma Fatria independente. — Tudo o mais é chi- xnera, ou decepção.
O infríscripto tem sido e?c tenso nestas explicações que podem psrocer prolltasejá roui repetiduçparao Governo Imperial, porque deseja que não fique nen. sombra de duvida sobre a natureza das pretenções do Govctncque tem a honra de representar.
O infrascripto se compra? em reiterar ele. — André Lamas.
NOTA (30).
Kiode Janeiro, 5 de Julho de 1851. — O abaixo asslgnado do Conselho de 5s M. o i.npcrador. Ministro e Secretario de £>*tjído dos líegocios Estran- felros, rffcel)e9 a Qota que com fecl)o de <2 de Abril próximo pasãado, &ob n«
— 239 —
l'S6 Ihfe dlrigio o Sr. D. André Lamas, Enviacio Extraordiuario e Ministro- Pie nipotenciai io da Republica Oriental do Uruguay.
O Governo Imperial íica inteirado das explicações que se contem na dita nota, sobre asintençõese vistas do Governe da llepublica, nu larga e calami- tosa luta que tem sustentado. Entende que as disposições que tem manifesta* doe manifesta o dito Governo, estào inteiramente conformes com os seus dl- Jeitos como listado Independente, com a Convenção Preliminar de Pâi úe S7 de agosto de 1828 ; eque somente sua realtsação pode Iraier a paz e tran. quilidade ao Estado Oriental e a seus vizinhos.
O Governo Imperial, julga desnecessário uma nova mamfetaçào d« toat vistas pa-ta responder aos que, para seus fins, lhe attribuem pensamentos fif! dominação e conquista do tstado Oriental.
To<la 3 discussão havida cora a legação Argentina no Rio- de Janeiro et» diversas épocas, relativa á Independência do Estado Oriental, as repetidas á*^- claraçòes feitas pelos Minií>tros de S. M. o Imperador nas Gamaras legislativât», o discurso- com que o niesmo Augusto SenhDr abrio a Assembléa- geral' legis- lativa em 3 de maio do corrente anno, são actos- mui soiemnes para que pos- sam ser postos em duvida, e quando o iosscm, essas duvidas não mereceriauv resposta.
As palavras daquelle discurso— fenilosemprt? por um dever respeitar a Independência, as instituições e a integridade dos Estados visínbOs,- e nunca envolver-me de modo algum em seus negócios internos — não se referem ao Estado Oriental somente, senão também ás Províncias Argentinas,
Tal é a base principal da politica do Governo Imperial quainto' ao qfue respeita aos Eiítados visinhos. qualquer que seja o eurso dos acontecimentos ; base que respeito ao Estado Oriental se achi consagrada, e explicada ua Cou- vencào preliminar de paz de 2 7 de agosto de iS2i>,
Netihum Governo se liga espontaneamente por declarações tão francas « repctica;* quando abriga pensamentos contrários.
O abaixo assignado julga haver assun respondido salisfatoriamente á nota do Sr v^Lamas^ e aproveita a opportunidide pa ia reiterar-lUe âs exprcssóci da teu perfeito apreço.e distiacta cooôiderafào. — Pauuno José Soakes de Sctzi»
NOTA (31} •
o Governador c Capitão General da Provincia deCorrientes,
Em virtude dá relter*da e encarecida supplica do Ems. Sr. Governador e Capitão General da Provincia de Buenos-Ayres Krigadeiro D. JoãoMa?ioel d« Bosas manifestada a este Governo em not:i de 26 de Dezembro ultimo.pedindo o etimara da direcção dos assumptos geiaes da Republica, evpressando entre ou- tros ponderosos fundamentos, que motivos de orcem sup^Tior o obrigam a de- clinar do voto desta Provincia, e de ioda a Confederação na alia missão que lhe confiaram : aSlendendoa esta» considerações, e ao uso das faculdades de qucse acU 1 investido pela hoDradã ll<'prescn tacão geral ; decretao
Art. 4®. E'admettida a renuncia do-Exm. Sr. Governador Capitão Gene- ral de Buenos- Ayres, D. João Manoel de Rosas, da direcção das relações er- teriores e assumptos ce paz, e guerra da Republica.
Art. 2®. Ficam sem v-ílor nem effeito as faculdades. qu^í se lhe conferiram representando esta Provincia : por consequência ella reassume novamente" como inhRrente aos Estados que formam a Confederação Argentina.
Art, i ® , Transcreva se a honrosa Representação geral com a nota dirigidtt áoEz a Sr, Governador de Bueaos-Ayres t publique-se, e circulo. BE.NJAUiuy "VíEASoao,
KOTÂ (32).
VIVA A CONFEOERAjÇIO ARGENTINA;
Qnartel General em S. Roque, Jô de Abril de 1851. Aano %i da Uberdade- lé da Independência, 22 da Confederação Argentina.
O Governador e Capitão General da Provincia de Corrienies ao Esra. Sr,
*íiíii3iro'das reiaçí^es çxlriQresdQ Q^vera^ de Baençí-Ayres. enc3rrejr'»do da*
— 240 —
^que correspondem á Confederação Argentina, Camarista Dr. D. Felippe Arana.
O infraseripto tem a honrosa satisfação de accusar a V. Ex. a recepção de sua mui respeitável nota com fecho de' 26 de Dezembro ultimo, cujo con- teúdo é do theor seguinte ;
« Giato (i ao infraseripto cumprindo com as ordens superiores do Exm. Sr. Governador, manifestar a V.Ex. a satisfação intima com que S. Ex. rece- J)eu a nota de V. Ex.
«Esses delicados conceitos, com que V. Ex, procura demonstrar ao Exm. Sr. Governador que sua opinião não tem mudado nessa Província, assim como em nenhuma outra da Republica, obrigam vivamente toda a gratidão de S. Ex., por que v6 nellas um teslimunho eloquente do affecto e consideração quetem merecido de V. Ex. e dos dignos habitantes dessa Provinc ia, seiido isso a mais valiosa recompensa que se lhe podia dar.
« Não menos sensível é ao Exm. Sr. Governador a? benévolas expressões com que V. Ex. lhe significa a necessidade de que S. Ex. continue a frente dos negócios da Pátria.
« Dignas deV. Ex. são tão amigáveis declarações. Por ellas, e pela abne- gação patriótica com que V.Ex. reitera as nobres oflferlas, otrerecendo em seu .sincero \oto de confiança e gratidão, o Ex. Sr. Governador dá a Y. Ex., c a essa Proviucia seos mais finos agradecimenlos-
« No meio dessas lisongeiras impressões quando fora Ião grato ao Ex. Sr. Governador dar a V. Ex. provas de sua deferença, se acha precisado a de- clinar o voto dessa Província, e de toda a Confederação, e attendendo as ra- '/ões de uma ordem superior, pediu S. Ex. sua demissão perante a honrada Junta de Representantes pela nota adjunta por copia, afim de que possam co- nhecer V. Ex,, cessa Provi-.icia, as justas razões que neste assumpto separam o Exm. Sr. General D. João Manoel de Rosas da vontade nacional.
" O Exm. Sr. Governador leva perante a honrada Junta, copia da presen- te nota em que esta trauscripta a citada mui apreciável de V. Ex.; que lhe jesponde com a nota deque é a inclusa, copia oíficial, como um testimunho de consideração que S. Ex. tributa a essa benemérita Província, á V. Ex< e íis suas finas manifestações. "
O infraseripto scieiite da dita correspondência edando todo opezo as jus- tas e mui ponderosas razões em que funda o Exm. Sr. General D. João Ma- noel de Rosas sua renuncia ao mando supremo dessa Província e da diiecção dos negócios nacionaes da Confederação : e quando esses fundamentos apre- sentados por S. Ex. são irrecasaveií> e não podem ser desatlendidas sem de- monstiar indolência as altas e bem merecidas considerações, que são devidas a sua benemérita pessoa, o infranscripto autorisado competentemente pela honrada Representação geral desta Província, em nome delia tem resolvido <lefirir, admittindo a renuncia que faz o Ex. Sr. general D, João Manoel de Rosas, na parte que respeita ao encargo de dirigir os negócios nacionaes ; fi- cando sem valor nem eiTeilo desde esta data, a autorisação que lhe foi conferi- da pòr esta Província paia tal objecto.
O infraseripto roga a V. Ex. que ao appresentar ao conhecimento supre- mo de S. Ex. esta resolação, se sirva manifeslar-lhe o profundo eonhecimen- to com que este Governo teiá sempre presente Ob importantes serviços que tem S. Ex. pre>tado a Republica na direcção de seus negócios gcraes, e á esta pro- víncia em particular.
Digne-se pois de aceitar osproltostos do mais dislinclo apreço e alta con- sideração com que o saúdo respeitosamente. Deus guarde a V.Ex. muitos annos -^ Benjamin Virasoro.
NOTA (33).
MINISTÉRIO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS.
v-QNVEMO DE 29 DE MAIO DEISjI, CELEBr.ADO ENTRE O BRASIL, A REPUBLICA ORIEN- TAL DO LRUGUAV, E O ESTADO UE ENTUE-RJOA PARA UMA ALLIANHA OFFEIVSIVA E DR* 1'E1\S1VA A riM DE MAISTER A INDEPENDEISCIA, E DE PACinCAU O TERRITÓRIO DA- QUELLA REPUBLICA.
NÓS O Imperador constitucional e Defensor perpetuo do Brasil, ele, fazemos piber alodoá ostpic a prcicutc caria clc coatiraução virem, que aQs 39 dia^
— 2il —
ttSc mez de Maiode185l, secoiicluio e assignou em Montevideo, capital daBe- ; publica Oriental do Uruguay, entic este Império, aquella Republica, e o Esta- do de Entre-Rios, devidamente representados, um Convénio para os fins que abaixo se declaram, cujo théor e forma é ccmo se segue :
S. M. o Imperador do Brazil, o Governo da Republica Oriental do Uru- guay e o do Estado de Entre-Rios, em virtude dos direitos de Independência nacional, conhecidos pelo Tratado de 4 de Janeiro de 1831 ; e tendo rea9<rmi- do este ultimo Estado pela sua parte a faculdade concedida ao Covernador de Buenos- Ayres para representar a Confederação Argentina pelo que respeita ás relações exteriores, interessados em afiançar a Iiadeponconci.i e pacificação d'aquel*la Republica, e em cooperar para que o seu regimen politico volte ao circulo traçado pela constituição do Estado, collocaado-se deste modo em situação deestabelecer uma ordem regular de cousas propri;.» pela sua na- tureza para assegurar a estabilidade das instituições, es interesses peculi?res da Republica, e as re!arõ?s da boa int;ílligei^-cia e amiz' de entre o Coverno da dita Republica, e os Governos das Nações visinhas, resolveram ajusu-.r e firmar um Convénio para o dito fim : e em virtule dsfla deliberuçã>) os Sis. Rodrigo de Souza da Silva Pontes do Conselho de b. SI. oIm!:>r;rador, Commendador da ordem de Christo, Desembargador da Relação do Maraithão, Encarregado) de negócios do lírasil jnato da Republica Orfeu t:i! do Uruguay, sócio effec- tivo do Instit-ito histórico geogiaphico Brasileiro: Dr. D. Manoel Herrera f Obes, iAiinÍ9t!0 e Secretario de Estado nas Tíeparlições fio Governo, e relações exteriores da Henublica Otieníal do llru^-iv-iy. o Cidadão D. António Cuyásy SaniperOjSuíTiciêntement.e autorisados.estipularauí e cincordaram nos artigos seguintes, sujeitos á raUficação de seus respectivos Governos dentio do prazo de três w-^tcs a contar da presente data.
Art. i.® Sua Magestade o Imperador do Brasil, a Republica Oriental do Uruguay, e o Estado de Entre-Rior, se uuem^em alliança oftensiva para o fiui de manter a independência, e de pacificar c *etritoriô da mesma Republica fazendo saltir do território desta o General D. INÍanoel Oribe, e as forças Argen- tinas que commanda, e cooperando para que, restituídas as cousas ao seo estado normal se proccJa á eleição livre do Presidente da Republica, segundo a constituição do Estado Oriental.
Art. 2.'= Para preencher o objecto a aue se dirigem os Governos allia- dos concorrerão com todos os meios de guerra que possam dispor em terra ou, mar,ã proporção que as necessidades o exijam.
Art.3. => Os Estados alliados poderão antes do rompimenio de sua ac- ção respectiva fazer ao General Oribe as intimações que julgirem convenientes sem oiítra re.>-tricção m.ais do que dar-se conhecimento reciproco dessas in- timações aaies de'verifical-as. afim de que concordem no sentido, e haja em. taes intimações uwidade e coherencia,
Ari. h.o Logo que se julgue isí?o conveniente, o Exercito Brasileiro mar- chará para a Fronteira, a fim de entrar em acção sobre o trrri tório da Repu- blica, quando seja necessário : e a Esquadra de' Sua Mas;estade o Imperador do Brasil, se porá em estado de hostilisar immediatameiíle o território domi- nado pelo General Oribe.
Art. 5.0 Porém tomando-*e igualmente em consideração que o Governo do Brasil deve proteger aos súbditos Brasileiros que tem sofrido, e sofrem ainda a oppressão imposta pelas forças e determinções do General D. Manoel Oribe, fica ajustado que, dado o caso dos artigos anteriores, as forças do Im- pério, além das que se destinam as operações da guerra, poderão fazer eíTec- tiva aquella protecção, encanegando-se ( de aecordo com o General em Che- fe do Estado Oriental) da segurança das pessoas e das propriedades, tanto de Brasileiros, como de quaesquer outros indivíduos que residam e estejam esta? helecidos sobre a Fronteira até uma distancia de vinte legoas dentro do Es- tado Orientai ; e isto se fará contra os roubos, assassinatos e tropelias prati- cadas por qualquer grupo de gente armada, qualquer que seja a denomina- ção (jue tenha.
Art. 6.0 Desde que as forças dos alliados entrarem no território da Re- publica Oriental do L]ruguay,'estarão debaixo do commando e direcção do <ieneral em Chefe do Exercito Oriental, excepto o caso de que o total das forcas de cada um dos Estados alliados exceda o total das forças Orientae§, ou dado o caso de que o Exercito do Brasil, ou o de Entre-Rios passe todo para o território da Republica,
No primeiro caso as forças Brasileiras ou alliadas serão commandadas por um chefe de sua respectiva Nação, e no segundo pelos seos respectivo.? Generaes em Chefe ; mas em qualquer dessas ÍjypQlhescs g Chefe alliado deve*
— 242 —
rá pôr'âe de accordo com o General do Exercito Oriental pelo que resprité é dlJi-ecçào das operaçòes de guerra, e para tudo quanto possa contribuir ao- sBabom esito,
Art, 7.0 Aberta» as operações da guerra, os Governos dos Estados allia» dos cooperarão activa e efUcazmeutc para que lodos os emigrados Orieutaes que eiistain em seos respectivos territórios, e sejão aptos para o serviço das armas, fe ponham ás ordens immedialas do General em Gliefe do Exercito OrienUi, auxiliando-os ( por conta da Republica J com os recursos de que ne- Cessitareir para o seo transporte.
Art. 8.oOs contigentes com que devam concorrer os Exércitos alliados âerão subaiinistrados per simples requisição do General em Cheiedo Jtxerci- io Oriental quando, e como o requisite, prevenindo com anticipação c pou* do-se de accordo com os Generae» respectivos sempre que seja possível.
Art. 9.0 O artigo antecedente, e o art. 5.o não se devem eniender de roodo que prejudiquem a liberdade de acção das forças Imperiaes, quando o accordo c previa inieliigencia com o Chefe das forças Orientaes nào seja pessivel, ou para as operações de guerra, ou para a protecção a que se refere ocitiido art, 5.o
A>rt. 40. O Governo Oriental declarará roto o^ armistício de accordo cooa osalliàdos.e desde esse momento a manutenção da ilha de Marlim Garcia, era poder das forças e autoridades Orientaes, incumbirá a cada um do^i allia^ dos ( »cgixndo os meios de que possa àíspôr ) de accordo com o Governo da BepxibHca Oi tentai do Uruguaf, sendo princfpalmenia do dever do Gommati- íSante em chefe da Esquadra Brasileira proteger a dita Hha, seo porto, e fuc- desdouro, assim como a navegação livre das embarcafiõe» pcrteaceates a qualquer dos Estados ailiados.
Art.fJ, ( hogando o moraealo da evacuação do território pelas tropa* Argetíiinas, tsrá logar este acto pelo modo e lòrma que se combine com o íiaveriao actual de Entre-Rios.
Art. 12 As despezas com' soldo, csanutençãò de boca e guerra, e farda» meoío das tiopas alliadas strão feitas por conta dos Estados respectivos.
Ari. i3. No caso de que tenham de prestar se alguns soecorros extraordi» narios. o valor destes» suu ratureza, emprego e pagameato seiá rau teria de convenção especial enire as partes interessadas.
An, íU. Obtida a pacificação da Republica, e restabelecida a autoridade do Governo Oriental em todo o Estado, as forças alliadas de terra torD;>rão a passar as suas respectivas fronteiras, e permanecerão ahi estacionadas até que ttaba tido logar a eleição do Presidente da Republica.
Art. 15 Comquanto esta alliança tenha por único fim a Independência yeale eífecliva da Republica Oriental do liruguay, se por causa desta mesuid allíançB o Governo de Buenos-Ayres declarar a guerra aos Alliudos iodividual, ott collectivaroente, a ailiansa actual se tornará em alliança Gominum conlta o dito Governo ainda quando os seos actuaes objectos se tenham preenchido» « 4esde esse momento a paz e a guerra tomarão o mesmo aspecto. Se poréín c Govejno de Buenos-Ayres se limitar a hostilidades parciaes contra qualquer dos Estados ailiados, os outros cooperaráõ coto todos os meios ao seo alcaace p^rA repeiiir e acabar com taes hostilidades.
Art. 46. Dado ocaso previsto no artigo antecedente, a guarda e segaran* ça dos rio» Parí^nô e Uruguay será um dos principaes objectos em que se deva emprçpar a Esquadra de Sua Magestiide o Insperador do Brasil, coadjuvada pehs forças dos Estados ailiados.
Alt. 17. Como consequeutria natural deste pacto, e desejosos de não dar preff.xto â minima duvida a cerca do espirito de coídialidade, bua fé, e desinte- resse qm lhe serve de bíise, es Estados ailiados se afiançam mutuamente a su« xespectiva Independência e soberania, e a integridade de seos territórios sem l^giejíiízo dos direitos adquiridws.
Art. 18 Os Governos de Entre Rios e Corrientes ( se eiíe annuir «o pre- «Cíite Convénio ) cor.sentir3o às tmbarcaçõesdos Estados ailiados a livre navega- ção do Paraná, na parte era que aquellés Governos são ribeirinhos, e «era prejuízo dos direitos e estipulações provenientes da Convenção preliminar de- itei de 27 de Agosto de lôg^j q« 4ç qujlqqçr 9Uf.ro direito proveiiiem€4«" tfiôwlqiier^ outro principio^.
~ 243 "-^
An* 19. o Gorerno Oriental, nomeará o fienenil D. Eizjsoid Garjwi», ©eneial eni Cljefe do Exercito da Republica, assim que o dito General tçDlitt ^ecoDtiecido no Governo de Montevidi^o o Governo di Republica.
Art 20. Sendo interessados os Estudos allíados em que a nova Autori- dade governativa da Republica Oriental tenha todo o vigor e estabilidade que requer a conservação da paz interior tão commovída pela lar^a luta que se tem sustentado, se coínpromettem solemnementc a Jianter, apoiar, e au» xillar aquella auloridíide com t.dos os meios ao alcance de cada um dos dito» Estados contra todo o acto de insurreição, ou sublevação armada, desde o dia em que a eleição do Presidente leniia tido logar, e pelo tempo somente de sua respectiva administração, conforine a Constituição do Estado.
Art. 21. E para que esta paz seja profícua a lodos, consolidando ao mesmo tempo as ndaçoes internacionaes da cordialidade e harmonia que deve existir, e tanto interessa aos Esladcs visinhos, será tãobera obrigação do Pre- sidente eleito, logo que o seo Governo se ache constiluido, a» dur seguranç» por meio de dispiisioões de Justiça e de equidade ás pessoas, direitos e pro° príí Jddes dos súbditos Brasileiros, e dos súbditos dos outros Estados aiiiados, que residam no território da Republica ; e celebrar com o Governo Imiíerial, assim como com os outros aliiados, todos os ajustes e conveogões exigidas pela necessidade e interesse de manter as boas relações iulernicionses, se tees ajustes e convenções não tiverem sido celebrados antes pelo Governa piíredente.
Ari. 22. Nenhum dos Estados Aliiados poderá scparar-se desta alliauça,, cm quanto se não teniia obtido o fim que tem por objecto.
Art 23, O Governo do Paraguay, será convidado a entrar na alliança, enviando-se-lhe um exetnplar do presente Convénio ; e se assim o fizer, con» «cordando nas disposições aqui exaradas, tomará a parte que lhe corresponda na cooperHçãn, alUm de que possa gozar tãobem das vantagens mutuamenta concedidas aos Governos aliiados.
Art. 2à Este Convénio SC conservará secreto até que se consiga o fim a •que sé jiíage.
Feilc em Montevideo, aos 29 de Maio de 1851, — Rodrigo de Souzâ da Silva Pontas.— Munoel Herrera y Obes. — António Cayás Sampero.
E sen fio-Nos presente o mesmo Conveni o, cujo theor fica acima inserido» c bem vistn, considerado e examinado por Nós tudo o que nelle se contém, o approvamos, ratlíicamcs e confirmamos, assim no todo, como em cada um de íeos artigos e eslipula2óes,e pela presente o damos por firme e valioso para haver de produzir o seo devido efleilo Em testimunho do que fazemos pa»saT« 8 presente carta por Nós assignada, sellada com o sello grande das Armas tio Império, e referendada pelo nosso Ministro e Secretario de Estado absixo »s< signado Dada no Palácio do Rio de Janeiro, aos oito dias do m^^z de Julho do anuo do nascimento de Nosso Senhor Jesus Ghristo de 1851.
(L. S. ) PEDRO IMPERADOR { com guarda) — Paulino José So** aas DR Souz4.
E»te Convénio foi ratificado pela Republica Oriental do Uruguay, e Entre-Rios.
N0T4 {U)
LEGAÇÃO DO BRASIL EM MONTEVIDE'0 *.• DE JULHO DE 1851.
Em virtade de varias conferencias,que tiveram iogar entre S, Ex. o Sr. Mi- nistro dos Negócios Estrangeiros do Brasil, e S. Ex. o Sr. Ministro Plenipo- tenciário, e Enviado Extraordinário da Republica Oriental do Uruguay, na Cdrle do Rio de Janeiro, declarou o Sr, Ministro Plenipotenciário por nota de 12 de Junho ulimo, que o Governo da Republica, presta 8eo mais perfeito «onsenliraento, para que o Exercito de S, M» o Imperador du Brasil posw
— 2iA —
entrar no território da Republica em operações contra o General D. Manoel Oribe, e permanecer n'aquelle território totlo o tempo que fosse necessário para obter com a expulsão do mesmo Oribe, o objecto de suas operações.
Ao fazer esta declaração, declarou também o dito Sr. iVIinistro Plenipoteri- eiariu, que se achava devidamente autorisado para f;izel-a : mas o Governo Im- perial, cuidadoso sempre de dar, e accumular provas da justiça de sua causa, tia sinceridade de suas intenções e da lealdade de seo procedimento, não tre- pidou em aceitar a ultima parte da citada nota de 12 de Junho, ordenando ao abaixo assignado Encarregado dos Negócios de S. M. o Imperador do Brasil, junto do Governo da Republica Orientei do Uruguayj que dê os passos ne- cessários a fim de obter a acquiescencia formal e escripta do Governo da Repu- blica ao consentimento dado por seo Ministro Plenipotenciário, conforme íicu exposto, e para que reitere n'esta occasião as seguranças indicadas na referida ultima parte da mencionada nota.
O abaixo assignado pois, era cumprimento das ordens do Governo Im- perial, offerece de novo à consideração do Governo da Republica as seguintes considerações.
O Governo Imperial, usa do recurso das armas contra o General D. Ma- noel Oribe, por haver perdido toda a esperança de terminar suas questões com elle por meio de arranjos amigáveis. Ninguém ignora que o General D. Manoei Oribe se negou a admiltir toda reclamação do Governo do Brasil, rompendo de uma maneira insólita, com infracção de todos os princípios de huraanidadej e justiça, as relações que havia entretido com a Legação do Brasil em Mon- tevideo.
A entrada do Exercito Brasileiro na Republica, não será pois uma invasão destinada a altentar nem levemente contra a Independência do Estado Orien- tal. Pelo contrario se lisongeia o Governo Imperial, com a persuasão de que Bs armas Brasileiras hãu-de concorrer para íirmar a Independência da Re- publica.
Se a entrada do Exercito Brasileifo, no território do Estado Oriental, está eestará sempre distante de ser um altenladOvConlra a Independência do Estado, é igualmtnle certo que tal medida, não lera por objecto intervir nos negócios internos da Republica ; e que prehenchendo o sabido objecto, senão houvesse accordo em contrario com o Govierno Oriental, e que se as ci-^cunstancias im- periosas não exigissem o contrario para a segurança do Império, o Exercito Im- perial regressará a Província do Rio Gra ue do Sul ; devendo observar que o movimento a que se allude, inda menos tem por fira attentar, inda que remota-» irien'.e contra as instituições, regimen, e negócios internos das Províncias Argen- tinas, ou conira a integridade de seo território. O Governo Imperial proctde assim, porque a permanência do General Oribe no Estado Oriental, e seo pro- cedimento, é incompatível com a tranquilidade e segurança da Província do Bio Grande do Sul, e por que o Governo Orientai carece das forças necessárias para repelli-lo.
Além d'isso, a expulsão do General Oribe, fora do Estado Oriental, abre caminho e facilita o arranjo amigável de questões, que, perturbando a tanto* tempo, a p;iz e traiiquillidade do Rio d» Prata, lambera a perturbam nas Ironteiras do Império.
Gora eete presuposto, parece ao infrascripto que o Governo da Republica Oriental doUjuguay, dará a acquiescencia formal e por escripto, como fica dito ao consentimento manifestado era nome do mesmo Governo por seo Ministro i'le- iiipolenciario na Còrle do Rio de Janeiro, para que o Exercito Imperial entre no território do Estado Oriental, com objecto de operar contra Oribe, e perma- neça o mesmo Exercito naquelle território, o tempo necessário para obter o fim a que se destina,
O abaixo firmado assim o requer, e solicita do Governo Oriental.
O abaixo as8Ígn:jdo aproveita esla occasião etc. — Rodrigo de Sooza da Silva Pomes,
— 2ii5 -^
NOTA (35) ••
Montevideo. 5 de Julho de J85l. — o infj-ascripto Ministro e vSecretario íie Estado da Repartição dos Negócios Eslrangeiros, leve a honra de recp^bex lionlem 4, anota com data do l.o do corrente, que lhe dirigioo llltn. Sr. Ro- di-igo de Souza da Siiya Pontes, Encarregado de Negócios de S.M, o Impe- rador do Urasil, solicitando o co?5soniimei3to expresso do Governo da Reptv lilica, para que o Exercito Imperial possa entrar ao território da Republica, e arrojar d'elle ao Geneial D. Manoel Oribe.
Scienie d'ella, S. Ex. o Sr, Presidente da Republica, encarregou ao ici- frascripto, responda ao Sr. Encarregado de Negócios que, em virtude das ex- plicações havidas, e dos termos honoríficos em que está concebido aquelíe pedido ; e a nobreza de suas vistas, e objecto, o Governo se presta gostoso a ratificar o consentimento que em seo nome deo o sco Ministro PJenipoton- ciario no Rio de Janeiro a líí de Junho p. p.. e tão explicita e formaltneníe como o Governo de S. M. julga necessário para os fins. que expressa a notji do Sr. En(^arl•egado de Negócios a quem o infrascripto acaba de referir-se.
As francas declarações com que o Sr. Encarregado de Negócios acom- panha o seo pedido causaram a S. Ex. o Sr. Presidente a mais viva satisfação, porque tendo visto n'ellas a expressão fiel d'essa politica generosa e justa, coui que o Governo de S. M. tanto se recoramenda a amizade e considerações dos Estados visinhos, e em pspccial ao da Republica por cujo bem tem seínpr;e mostrado o mais decidido ejnpenlio. Em consequência o infrascripto tem ex- pressa recoranif^ndação de pedir ao Sr. Encarregado de Negócios queira levar ao conhecimento de tí. 'ã. os ferventes votos pela felicidade do Itnperio, e a expressão dos sinceros sentimentos de amizade com que S. Ex. o Sr, Presi- dente lhe retribue o verdadeiro interesse que toma por firmar a Independên- cia da Republica e assegurar o eiX8C'ivo e pleno exercicio de suas Instituições.
O infrascripto ao cumprir com tão grato dtver, aproveita a opportuaida- de para reiterar ao Sr. Silva Pontes, a segurança da alta consideração ele. «» Manoel Herkera. y Obes,
NOTA (36).
Viva a Confederação Argentina I Morram os inimigos da organisação nacional I
o Governador e Capitão General de Eutre-Rios, General era Chefe do Exercito Aliiad» organisador, e de operações ria vanguarda contra os tyrannos do Prata.
A'S DIYISÕES EXPEDICIONÁRIAS.
PROCLAMAÇÃO.
Soldados ! Nossos irmãos do Oriente invocam o auxib^o de Tossas lanças para expulsar do nativo solo o bárbaro que quer devtrar até a^ luinas de lima antiga gloria nacional comprada com o sangue deBepuo loanos iliustres. O clamor dos livres é sacrosanto. A cooperagão a sua cju.-.a e o dever primei- ro dos valentes e dos dignos filhos da revolução americana. Tive adita de conduzii*-vos sem interrupção á victoria, e conto agora com vosso valor indo- mável para preencher o grato compromisso, que nossa Pátria acaba de con- trahir perante a civilisaçào do Mundo. Só vos bastou conhecer os inimigos para sempre vencel-os ; vede-os ahi — Oribe e sf^os cúmplices, — a quem liga,. e occulta o crime sobas negras bandeiras da tyrannia. E' necessário satis- fazer a justiça publica oííendçda por esses vândalos, e esta missão o Céo vos confia. Não vos recommendarei valor, e disciplina, porque sois diante da* opinião universal o perfeito modelo dos verdadeiros soldados da £u'::'-ni.
Camaradas ! Desvaneço-me de que me chameis vosso Cbefe, e sinto inex- plicável prazer em considerar-me voáso amigo. — Justo J. de Urquiza. — Acampamento geralem Cala, i6 de Julho del83l,
32
~ 2/<6 --
NOTA (37).
Viva a Confederação Argentina \ Morram os inimigos da organisjção nacional I
o Governador e Capitão General de Entre-Rios, General em Chefe d© Exercito alliado organisaUor, e de operações da vanguarda contra os tyraa- uos do i^rata*
PROCLAUIAÇÃO.
Orientaes j Tornoa pizar em -vosso formoso solo, deshonrado á noveannos por um íilho desnaturado, que vendeo vossa heróica nacionalidade á insaciável ambição do tyranno de Buenos-Ayres.Tinlieis Leis,CriJje atirou-as aodeáprezo; Jnslsluições, clerri!)ou-as com sua sacrílega mão ; Liberdade, encadeou a ao ói' inoso carro do JNero Argentino ; 0<deui, Subãlituic a peiocabo*; hiqueza, entregou- a á pilhrtjseni úr^ti baadidos ; áan^ue, verteo-o desh:mianamfnte no meio de furores frenéticos ; Intíependei.cia, olTertceo-a em holocausto ao usurpador de duas Republicas. Leis, Instituições, Ordem, Lil>erdade,índepen- dencia e gloria, tudo desappareceo debaixo úo dom.nio do monstro Oribe, "Vossos surdos clamores couimoveram miuiia alma, e a fialcrnidade do san- gue, e essa decidida cooperação em favor da lii.erdadtí, que oifereci a Vosso íefc.itiu.0 Governo, trazem me 'segunda vez com os l>raços abertos a esta terra querida, disposto a estreitar-vos sobre meo «^oração, o salvar a honra, a exis- tência politica, a liberdade, e merecida gloria ile vosso desgraçado solo. O denodado Povo Correntino com oseo invicto Chefe o Sr« General Virasoro, e O patriótico uoverno Imperial do Brasil, formam parte da grande alliança Aigenlina Americana contra os tyranos do I^rala. incapazes de afiontar ©pe- rigo, e de resistir ao poder omnipotente da coalisâo orgauisadora.
Irmãos do Oriente.' Filhos illustres da Independência da America ! Tomo o Céo, e os hon»ens generosos de coração por testimunha da sinceridade de minhas intenções e apoiauo no testimimho de minha consciência, na santi- dade da causa que vou defender entre vós, e na fé da justiça universal do Mundo livre; submetto com gosto minha cooducta, e meo nome ao tribunal inexorável da opinião nos tempos, que hão devir. Nunca recusará esse solem- ne juizo da posteridade vosso leal amigo, — Ju^to J. de Urquiza, Acampa- mento gerai em marcha, 18 de Julho de 18f>l .
NOTA (38)
yiva a Confederação Argentina ! Morram os inimigos da organisação nacional,
o GoTernador, e Capitão General da Província de £ntre-Kios,
▲0 exercito de reserva :
Soldados I Uma nova victoria que, a Providencia destina para dar gloria as armas linlrc-Rianas, e Correnlinas, me separa por pouco tempo de vós, e me conduza formoba, e desventurada Republica Oriental.
Separo-me de vós com a satisfacçào de que todos haveis querido acom- panhar me á glorie 2 campanha, onde, protegido pelo Deos das batalhas, apoia- do na justiça, e sanidade de nossa causa, e contando f^om o denodo e vir- tudes dos soldados, que me acompanham, romperei as cadeias, que opprimem uma Psação irmão
Soldados ! Os valentes do Exercito Correntino, e o illuslre Governador Vi- rasoro, General em Ch« fe do lixercilo de Reserva, ajudar-vos-ham a guar- dar a Arcúoanta da Liberdade Argentina, e com elles co.npartlreis as fadi- gas, porque i elles e de vós será a gloria de ser os restauradores dos grandes principies .jue farão a felicidade da família Argentina, lambem vereis nos magestososRlos l]ruguay,e Paraná tremolarem os Pendões Imperiaes de uma Nação Aoiericana, que é nossa alliada nesia crusada de civilisação, e huma- nidade.
Camaraías ! Ao separar-me de vds nada mais tenho que encarregar-vcM, senão de serdes dóceis á voz de vossos Chefes, que como valentes não permit- Hsrão, que os escravos do lyranno profanem, nem um momento, o sacrosanto solo da Pátria dos Valentes Jintre-Rianos.— Justo J. de Urquiza, Quartel Ge- neral em Cala, 18 de Julho de 1851 .
NOTA (39).
Ao Exm.Sr» Ministro do Governo e Relações Exteriores^ D, Manoel Herrera y Obes.
QUARTEL GENERAL NO ARROIO GRANDE MAIO 15 DE 1851.
Sr. Ministro : —Os grandes accoateci mentos políticos, que se hão succe- dido, um após outro, desde o Ko do actual, tem chegado ao meo conheci- mento sem interrupção, e mui principalmente as declarações scleuiues, e procedimentos offlciaes, elevados e dignos do Exm. Sr» GovernaJor e Capi- tão General (ia Província Brigadeiro D, Justo J. de Urquiza, para reivindicar fodos os direitos, de que era defraudada a Confederação, e a Republica Orien- tal. Era seguida' tive o mais plausível conhecimento de qae esse Supremo Go- verno abraçava deceJidamente aquella causa, e unia lotíos os scos interesses com o Estado de Entre Rios, e seo digno e liberal Governo. Nesta situação obedecendo ao sufrágio de minha própria consciência, e ás Leis da Natureza» como Cidadão, e General Oticiital, e meo dever declarar por intermédio de V, Ex. ao Supremo Governo da Republica, que eu o reconheço como o úni- co, e legitimo, porque é elle a que ha encaminhado os negócios políticos, a guerra, e seos constantes afães até o fim. a que aspiram todos os bons Orien- taes para salvar a Indepsiidencia da Pátria, sua gioria,e suas passadas tradíc- çòes, cuja existência vacillava á não ser pelos esforços extraorJinarios que não vindo a operarse em seo apoio. Em virtude disto devo manifestar a V. 32x. que offereço meos débeis serviços se o Supremo Governo tivesse a bem. aceita-los na íntelligencia que eu coucon^erei decididamente co"u elles á collocar-me no ponto, que me for mercado ao lado de raeos compatriotas.
Queira o Sr. Ministro aceitar a alta estima, e distincta consideração coo* que me subscrevo de V. Ex. Obediente servidor — Euge.mo Gauzon.
NOTA. Í^O).
Quartel General em Sant*Anna do Livramento, 28 de Agosto de lS5i.
ORDEM DO DIA N. < 5,
S.Ex. o Sr. General Conde de Cajáis, Com mandante em Qiefe do Exer- cito, manda f^zer publico a orgaiiis.içã) por S. Ex. dada ao Exercito de ope- rações para que tenha a devida execução.
Os corpos das aiiT-írentes armas do Exercito de operações» comporão 14 Brigadas, ou 4 Divisòss, da maneira Reguinte :
i. a Brigada, ao manda do.Sr. Brigadeiro Francisco d' Arruda Gamara, (*) compor-se-ha dos batalhões 5. o 6. o, e U de Infantaria.
2. a Brigada, ao mando du Sr. Brigadeiro Mmoel Marques de Souza, do 2.0 Regimento de Gavallaria de Uuha, e do 3, a Regimento de Cavallaria da G. N-deBagé.
3 .a Brigaaa, ao mando do Sr. Coronel Maaoel Muníz Tavares,do 2,o é 13. o Batalhão de Infantaria .
4. a Brigada, ao mando do Sr. Coronel Francisco Fellx da Fonseca Pereira Pinto, do 7.0 8.0 e l2.o Batalhõe3 de Infantaria.
5. a Brigada ao mando do Sr. Coronel João Propicio Menna Barreto, do ft.o Regimento de Gavallaria de Unha, e do corpo de Cavallaria da G* N. de S. Borja.
6. a Brigada, ao mando do Sr. Coronel daG. N. Jeronymo Jacintho Pe-,
{*) Na frtlla deste 8rip4çlro, foi outro oíficUl o Com mandante.
reíra, do corpo deCaValIaria da G.N. tVItaquy, emigrados Orienlaes do com- inando doTenente-Coronel Goyo Soares, e coatingcnles ao maudodo Major da mesma Guarda José Rodrigues \aqueiro.
7. a Brigada,ao mando do Sr. Coronel José Joaquim d'Andrad Neves, do3.o Iftegimento de Ciavallaria de iinha e do corpo da G. N. do Rio ePardo.
8. a Brigada ao mando do Sr. Coronel da G. N. Barão de Jacuhy, dos cor- dos de Cavallaria da G. N. de Piraliny, Pelotas, e J aguarão, e do de voluntá- rios Orientaes.
9.a Brigada, ao mando do Sr. Coronel da 1 .a clas«e do Eiíercito Yicente Paulo de Oliveira \illas Boas, do i.o Batalhão d'Artilharia a pé, armado a In- faataria. dos Batalhões i5. de linha, e da G. N. do Rio Grande, e dos corpos da mesma Guarda desse Município, e do de S. José do Norte,
10. a Bridada, ao mando do Sr. Coronel Severo Luiz da Costa Labareda Prates, do 3cO e U.o Batalhões de Infantaria.
31. a Brigada ao mando do Sr. Coronel Luiz Manoel de Lima e Silva, do 24.0 Batalhão de Infantaria, e dos corpos de cavallaria da G. N. de Taquary e Dores.
i2. a Brigada ao mando do Sr. Coronel da G, N. José Gomes Portinho, do l,o Regimenlo de cavallí«ria da G. N.. pertencente aos districtos de S. Maria e Cnctioeira, e ao 2, o dito da mesma Guarda pertencente aos disfrictos de Carap.^va, e Lavras.
{S.a S5rij;acl9, ao mando do Sr. Coronel da G. N. Demétrio Ribeiro, do 3.0 e 2.0 corpo de Cavaliaria da G. N, do Município de Alegrete.
<4.a Brigada, ao mando do Sr. Coronel da G. iM . João Anloaio da Silvei- ra, do corpo de Cavallaria da G. N. de S. Gabriel, e do de Voluntários.
A 4. a Divisão, ao mando do Sr. Marechal Bento Manoel Ribeiro, compòr- se-ha dah Brigadas 1 .a, 3 a, 5.a e 6. a
\ A 2.a Divisão ao mando do Sr. Brigadeiro João Frederico Caldwel, das Brigtdas 2. a a. a, 7. a e 42. a
A 3. a Divisão, ao mando do Sr. Brigadeiro José Fernandes dos Santos Pereira, das brinadas 8. a O.a 10. a e 11. a
A 4, a Livibão, sob a denomin:içào de Divisão Ligeira, ao mando do Sr. Co:onel da G. N . Dr.vid Canavarro, das Brigadas 13. a e 44. a
E' nomeado Chefe do Estado Maior, o Sr. Coionel do Imperial corpo de Engenheiros Miguei de Frias e VascoDcellos.
C i .o Corpo de Artilharia a cavallo, e o de Artilharia Prussiana, ficam ao mando .lo Sr. Coronel Francisco António da Silva Bilancourt, na qualidade de Comniandante Gerai desta arma.
To 'os os corpos da G, N. em destacamento, qxie não entram nesta or- ganis.ição, ficam pertencendo á Brigíída de reserva, ao mando do Sr. Coro- nel da*G. N. Maneei Liicos de Oliveira, a qiud empregar-be-ba., no ponto que Ih^ fòr designado, na obs^ervação da Frcnteira.
O- r-^rpos de Cavallaria da G. N. de Bagé formarão o 3.o Regimento de Cnvallaria da G, N. desse municipio, ao mando do Sr. Coronel João Antó- nio Severo, com a mesma organisaçao dada ao l.o e 2. o Regimentos de ca- vallaria d'' mesma Guarda.
Os Sr. ( ommanaantes de Divisão, e Brigadas, darão os nomes dos offi- pjaes que propõem para .servir na qualidade de Ajudaa'.es de Ordens, e Aju- danles de CarrJpo. O Deputado Ajadante General, José Mabiapío de Mattos»
NOTA (/it)
As nomeações seguintes constam das ordens do dia n. ^ do i " de Julho de 1851, do n 0 do dia 2, e w. 7 de 12, e n. 10 de 26, tudo do sobredito mez^ e de outras do seguinte mez de Agonia eic,
Djwutado Ajupatvte Gekeral, Encarregado do expediente desta Reparti- ção, o Tenente Coronel Graduado do Estado maior de ia Classe José Marianno de Matos. — Assistentes da mesma Repartição os Capilàes José Bernardo Fer- nandes Garn;!, do Estado maior, Ernesto António Lassance Cunha, de Engenl|ei- ros,Salust)ano Jeronymo dos Reis do Batalhão n.iO, a o Tenente António José 5'erfeira Cavalcauti Uo EataHiàçn, li.iim 'Àl de Agosto Íqí agmeado Deputado
do Ajudante General o Capitão do Batalhão n. 3, André Alves d'01iveira Bcl- jIo ; foram rnais nomeados Deputados do Ajudaute General o Major Pedro Ca- ibrai da Silva Gotlolíinho ; e Assistente para a Brigada de reserva o Capitão Joào Severiano Pessoa, ((ue estava as ordens do General em Chefe.
Deputado Quartel Mestre General, Encarregado do expediente desta Re- partição o Major d'£ugenheiros Alexandre Manoel Albino de Carvalho. O Major Graduado Manoel Lopes Teixeira Júnior, mandou-se continuar no exercici» deDepuUuio Quartel Mestre General, que já tinha : em 27 de Agosto foi no- meado tãobem Deputado Quartel Mestre General o Capitão José Ferreira da Silva Júnior.
Assistentes do Deputado Quartel Mestre General, — o Capitão do Estado maior. José Manoel da Silva, qne a 26 de Agosto passou a Deputado : o 1.0 Tenente do mesn^» F.stado maior Joaquim d'Almeida da Gama Lobo «l'i'.ça, o Major de Legiã: Felippe Retbezé d'01ive!raNery.. o Capitão então do 3. o 'Batalhão de Infantaria Laciisláo dos Santos Titara, o Capitão de Cavalla- ria Francisco Eleulerio da Fontoura Primeiro ; o Capitão Marcolino José de Sousa, o Capitão da G.N. Francisco Pinto da Fontoura, os Tenentes da mesma Joaquim da Cunha e Silv.-, e Salvador Barbca da Costa, o Alferes da mesma Laurentino Pinto de Araújo Corrêa. N, B, Muitas outras nouiearões se derani na Repartição do Ajudante e Quartel Mestre General,que duraram por pouco tempo, e fora longo enumerar.
Ajuda^!xe CE Okdeivs, sei'vindo de Secretario interino fio Commando em Chefe o lo Tenente d'Engtuheiros José Basilio Neves Gonzaga. — Ajudante d'or- dens da Pessoa do General em Chefe o l.o Tenente de Artilharia João de Souza da Fcnssca Costa.— Ajudante deOrdens,o Tenente Secretario da Guarda INacional Paulo Cândido Piquet. —Engenheiro do Exercito junto ao Quartel General (Capitão António Pedro d' Alencaslro.— Ajudantes de Campo do Gene- ral em Chefe, o Major engajado Conde de Coetiogou, Capitão de cavallaria João Severiano Pessoa de Andrade, o Tenente de Estado maior Franklin António Cosia Ferreira, o Tenente de cavallaria Carlos Betbezé d'01iveira Nery, e os 2.os Tenentes d'Arti]iiaria José Thomas 1'ereira Valente, e José Joaquim de Lima eSilva.
coMMissARio GEKAL iuterino do Exercito, foi nomeado Abel CorrOa da Ca. mara .
Chefe eo Estado maicr Gfneral, Depois pela ordem do dia n. 15 de 28 de Agosto de i85l, foi nomeado o coronel de Engenheiro» Miguel do Frias e Vas- conceilos para esse emprego ; e passou á Ajudante General o sotrcvlito De- putado encarregado do expediente desta Repartição Tenente coronel José Ma- riano de Matos, ea Quartel Mestre General o mesmo Major Alexandre Manoel Albino de Carvalho, encarregado, que era desta Repartição.
NOTA {/i2).
Traslado de limites entre o Brasil e a Republica Oriental do Uruguay,
EM NOME DA SANTÍSSIMA E INDIVISÍVEL TRINDADE.
Sua Magestade o Imperador do Brasil e o Presidente da Republica Orien* tal do Uruguay, convencidos de que não é possível estabelecer uma alliança sincera e duradoura entre os dons Paizes,|seni remover quanto ser possa, lodo o motivo de ulterior desavença ; reconhecendo que a questão a cerca de seos limites é dos mais graves, e por isso, que nm ajuste definitivo a esse respeito tem grande importância, para servir de base a lodosos outros arran- jos e accordos que exigem as suas relações e interesses communs, convieram. em celebrar o presente Tractado, e nomearam para esse fim por seos Plenipo- tenciários, a saber :
Sua Magestade o Imperador do Brasil aoslllms, e Exms. Srs, Honório Hermelo Carneiro Leão, do seo conselho e do de Estado, Senador do Império. Grão-cruz da Ordem de Chrísto e Official da Imperial do Cruzeiío ; e António Paulino Limpo de Abreu, do seu Gc«nse!ho. e do de Estado, Senador do Im- pério, Di:.'nitario da Ordem Imperial do Cruzeiro, e Cavalleiro da de Ghristo :
E o Presidente da Republica Oriental do Uruguay ao Sr. advogado D, AadrésLauiíis, Enviado. Extraordinitfio e Ministro Píenipoteuciçirio â^ mesm^
_ 25»> -
Htepuèlicaj jnnUde Sui Magestade o Imperador do Brasil ; os quaes depois i& «tTem» trocado 08 seos plenos poderes respectivos, que foram achados em boa, e âevida fórm3, convierara nos i^rligos seguintes :
Art. l.*^ As duas altos Partes contratantes, convencidas do quanto impor« ta^ às ãuas boas relações chegafem a um accordo sobre as suas respectivas Fron« leiras» convém em reconhecer rotos e de nenhum valor os diversos Tractados e actos em que fundavam os direitos territoriaes, que tem pretendido até ao pre- sente na demarcação de seos limite», e em que esta renuncia geral se entenda muito especialmente feita dos que derivava o Brdsií da Convensão celebrada em Montevideo com o Gabildo Governador era 30 de Janeiro de 1819, e do» que derivav^a a Republica Orientei do Uruguay da reserva contida no final d% clausula 2." do Tractado de incorporação de 31 de Julho de 1821.
Ari. 2.* As altas Partes contratantes reconhecem como base que deve re- gular seos limites o CTi pjssidetis ; já desi^•nado na dita clausula 2.» do Tra- tadode incorporação de 31 de Julho de 1821, nos termos seguintes :
Pelo leste o Oceano ; pelo Sul o Rio da Prata ; pelo Oeste o Uruguay, pelo Norte o Rio Quarahiin até á Cochilhu de Santa Anna, que divide o rio de Santa Maria, apor esta parte o arroyo Taquarimbó Grande, seguindo as uon» tas do Jaguarão, entra na Lagoa M^erim, e passa pelo Pontal de S. Miguel a tomar o Chuy, quB entra no Oceano. (*j
Ari. 3.* Não coraprehend?ndo os termos geraes dessa designação as es- pecialidades necessárias em alguns logares, para que se possa bem determinar o curso da linha divisória, desejando as altas Partes contratantes evitar as contestações que existem ou possam existir por esse motivo, e corrigir so mes- mo tempo algumas irregularidades da linhs tjue prejudicam a sua policia e se- gurança, e que são suceptiveis de ser corrigidas sem alteração importante da itase (lo UTi posstDETis, convém em declarar, e decliiram, e ratificam a Unha divisória da maneira seguinte s
i.o^ Da embocadura doarroio Chuy no Oceano subirá a linha divisória pelo dito arrolo na extensão de meia legoa ; e do ponto em que terminar a meia iegoa tirar-se-ha uma recta, que passando pelo sul do forte de S. Miguel, e atravessando o arroio desse nome; procure as primeiras pontas do arroio PaU mar. Das pontas do arroio Paímar, descerá á linha pelo dito arroio até encon- trar o arroio que a carta do Visconde de S. Leopoldo chama S . Luiz, e a caria do Coronel engenheiro José M.iria Reys chama índia Muerta, e por «ste descerá até a Lagoa Merim, e circulará a margem occidenlal delia, na altura das maiores aguas até a boca do Jagnarão.
2.» Da boca do Jaguarão seguirá a linha pela margem direita do dito rio» acompanhando o g^lho mais ao sul, que tera^sua origem no valle de Aceguá e cerras do mesmo nome ; do ponto dessa origem tirar-se-ha uma recta que atra- vesse o Rio Negro em frente da embocadura do arroio S. Luiz, e cotrtinuarJi a íinba divisória pelo dito arroio S. Lui2 acima até ganhar a cochilha de Santa Anna : segue por essa Cochilha, e ganha a de Haedo até o ponto|em que começa ogalho de Quarahim denominado arroio da Invernada, pela carta do Visconde de S. Leopoldo, e sem nome na carta do Coronel Reys, e desce pelo dito galho até entrar no Uruguay ; pertencendo ao Brasil a ilha ou ilhas que se acham na embocadura do dito Rio Quarahim no Uruguay.
ArU à." Reconhecendo que o Brasil está na posse exclusiva da navegação da Lagoa Merim e Rio Jaguarão, e que deve permanecer nella segundo a base adoptada do uti poíwidrtis, admittida com o fim de chegar a um accordo final e amigável, c reconhecendo mais a conveniência de que tenha portos, onde as embarcagões Brasileiras que navegam na Lagoa Merim, possam entrar, e igualmente as Orienraes que navegarem nos rios em que estiverem esses portos» a Republica Oriental' do Uruguay, convém em ceder ao Brasil era Ioda a sobe- »at»ia para o indicado fim meia legoa de terreno erauma das margens da em- Ikocadura do SeboUati, que fôr designada pelo Commissario do Governo Impe- Bi»lf. e outra meia légua em uma das margens do Tacuary, designada do mesmo
^ n Yide Q Protocolo constante da nota 72 ao dianic,
— 251 —
«iodo, podendo o Governo Imperial mandar fazer nestes terrenos todns as «bras t furlíficações que julgar convenientes.
Art. 5." Immediatamente depois de ratificado o presente Tratado, as duas altas Partes contratantes nomearão cada uma um Commissario para, de com« xnum accordo, procederem no termo mais breve á demarcação da linha nos pontos em que fôr necessária, de conforiíjidade com as estipulações anteriores. Art. 6. A troca das ratificações do presente Tratado será feita em Monte> vidéo no prazo de trinta dias, ou antes, se fôr pcssivel, contados da sua data. Em lestimunho do que, nós abaixo assignsdus. Plenipotenciários de S. M. O Imperador do Brasil, e do Presidente da Bepublica Oriental do (jruguay, em virtude dos nossos plenos poderes, assignamcs o presente Tratado com os nossos punhos, e lhe fizemos pôr o sello de nossas armas.
Feito na cidad^^ do Rio de Janeiro, aos doze do mez de Outubro do anno do Nascimento de ^osso Senhor Jesus Cbristo de mil oitocentos ecincoenta e um
L. S. Honório Hermeto Carneiro Leão. L S. António Paulino Limpo de Abreu» L, S. Andrés Lamas.
E SC ndo-nos presente o mesmo Tratado, cujo ibeor fica acima inserido, « bem visto, ccnsirieríido e examinado por nós ludo o que nelle se contém, o approvamos, ratificamos e confirmamos assim no todo, como em cada um de aeos artigos e estipulações ; e pela presente o damos por firme e valioso para sempre, proraettendo era fé e palavra Imperial observalo e cumpril-o inviola» mente, e fazel-o cumprir e t b.<;prvar por qualquer modo <|ue possa ser. Eiq testimunbo e firmeza do sobre*.! lo fizemos passar a presti te carta por nós assig^ nada, pusiada oom o «eilo granue das armas do Impeiio, e referendada peio nosso Ministro e Secretario de Estado abaixo assignado. Dada no Palácio do Rio de Janeiro, auslreze dias do mez de Outubro, do anno do T^ascimento de l^osso Senhor jesns Christo de mil oitocentos e cincoenta e um.
( L. S. ) — PEDRO, Imperador l com guarda.) — Paulino José Soare de Souza.
Tratado de alliança entre v Brasil e u Republica Oriental do Uruguay,
Nós o Imperador Constitucional e Defensor Perpetuo do Brasil etc, ?a* lemos saber etc.
EM ÍÍOME DA SANTÍSSIMA E INDIVISÍVEL TRINDADE.
Sua Magestade o Imperador tJo Brasi] ? o Presidente da Republica Orieii* tal do Uruguay, {]u^endo estreitar as rel^rc?3 politicas «ntre «s dous Estados, e provar pelo modo mais conveniente aorest.-belecimento da Paz e da tranquií- lidade no Estado Oriental, € pela conservação delia, a segurança reciproca de ambos os Estados, concordaraixi em ?eiebrar um Tratado de alliansa, e para sste fim nome?ram seos Plenipotenciários, a saber :
Sua Magestade o Imperador do Brasil aos Illms. e Exms, Srs. Honório Hermeto Carneiro Leão, doseo Conselho e do de Estado, oenador do Império, Grão-Cruz da ordem de Christo e OÍBcial da Imperial Ordena do Cru7eiiO ; e An- tónio PaulÍ£>o Limpo de Abreu, do seu Conselho e do de Estado, Senador do Im- pério, Dignitário da Ordem Imperial do Cruzeiro c Cavalleiro da ordem de Christo.
£ o Presidente da Republica Oriental do Uruguay ao Sr. D. Andrés La« mas. Presidente do Instituto Histórico Geographico da Republica, Membro fun- dador do de Instrucção publica e do Conselho universitário. Enviado Extraor- dinário e Ministro Plenipotenciário da mesma Republica junto de S. M. o Im- perador do Brasil, os quaes, depois de terem trocado os seos plenos poderes respectivos, que foram achados em boa $ devida formai cocvieram oo» artigo» seguintes.
-- 252 —
Art. í.o A allíatrca especial e temporária estipulada era 29 de Maio do corrente aKuo de 1851, entre o Império do Hrasil e a Republica Oriental do Uruguay, estenrle-se pela presente Convenção a uma alliança perpetua, ten- do por fim a sustentação da Independência dos dou» Estados contra qualquer dominação estrangeira.
Art. 2.0 Coiisiderar-se-ha atacada a Independência de qualquer dos dous Estados nos casos que forem entre ambos ulteriormente regulados, e desig- nadamente no de conquista declarada ; e quando alguma Kação estrangeira preiender mudar a forma de seo Goverao, ou determinar, ou impôr a pessoa ou ressoas que dovaiir governal-o.
Art, 3.0 Em qualquer dos casos da alliança, as duas altas Partes contra- tantes concordarão entre si na cooperação que devem prestarse, e a regula- ra.? segundo as necessidades e os recursos de que cada uma possa dispor.
Art. 4.0 Fica entendido que as altas Partes contratantes se obrigam a garantir reciprocameate a Integridade de seos respectivos territorioe.
Ait. 5,0 Para fortificar a nacionalidade Oriental por meio da paz interior e dos hábitos constitucionaes, o Governo de S. M. o Imperapor do Rrasil, se compromstte aprestar eíQçaz apoio ao que tem de elegerse constitucional- mente na Republica Oriental pelos quatro annos de sua duração legal.
Art. 6.» Este auxilio será prcjtado pelas forças de i?jar' e terra do Im- pério, a requisição do mesmo Governo Constitucional da Republica Oriental, nos casos seguintes:
4.0 No de qualquer movimento armado contra sua existência, ou autori- dade, seja qual fôr o p"etexto dos sui^levados.
2 o No da deposição do Pi"esidont<* por meios inconstitucionaes.
Ait. 7.0 O Governo Imperial não pod(?rá, sob nenhum pretexto, recusar o seo auxilio cm qualquer dos casos do artigo antecedente.
Art. 8. o Se, decorridos os quatro annos, durante os quaes tem de dura ro apoio pactuado njs artigos que precedera, o estado doPaiz reclamar que elle continue, o Império o prestará por outros quatro annos, se aspim o solicitar formalmente o novo Presidente, em virtude de uma resolução especial to- mada pelo poder competente.
Art.Q.o Ambas as altas Partes contralanles declaram muito explicita e cathegoricamente qu**, qualquer que possa vir a ser 9 uso do auxilio que* na coníormidade dos artigos antecedentes, tenha o Impei io de prestar á Re- publica Oriental do Uruguay, este auxilio limitar-se-ha em todo o caso a fa- zer restabelecer a ordem e o exercício da autoridade constitucional» e cessará jramediatamente que estes fins fôreni preencijidos.
Art. 4 0. Toda adespeza como transporte, susicnto, e conservação da fôr ça, tanto de mar como de terra, que na forma dos artigos antecedentes, fôr requisitada e concedida ; os soldos c mais vencimentos dos OíTiciaes e solda- dos do Exercito e Armada Imperial, e as soldadas das tripulações destn, até que cesse o auxilia prestado, correrão por conta do Governo da Bepaijlica, Oriental do Uruguay, e serão pagos no tempo e peio modo que se estipular»
Art. li. Para r<ssegu)'ar a pacificação e garantir a conservação da or- dem publica no Estado Oiiental, consultando os interesses legítimos de todos os seos habilantcs, os da humanidade, e os dos Estados visiuhos, o Presidente (ia Republica Oriental se compromette :
4.0 A publicar uma amnistia completa e um esquecimento absoluto de todos os actos e opiniões politicas anteriores ao dia da ratificação do presente Tratado.
Esta amnistia não terá excepção alguma ; e uma vez publicada, ninguém poderá' ser accusado, julgado, oii punido por actos políticos anteriores á i-a- tiOcação deste Tratado, ainda que tenham olTendido direitos de terceiro : po- «lendó entretanto o Governo da Republica, se assim o julgar conveniente para o estabelecimento e consolidação da ordem publica, mandar residir tempora- riamente fora do Paiz a algum ou alguns Cliefes militares mais notáveis, a qnem abonará o soldo á que lhes dê direito sua patente no Exercito da mesma Repu- blica, se assim lh'o requererem, reconhecendo a autoridade do seo Go- verno.
2." A inbibir por todos os meios ao seo alcance, e na orbita das atlri- f ribuiçÕes cnnslilucionaes dos poderes do Estado, as accusações e discussões pela imprensa sobre taes actos e pessoas comprehendidas na amnistia, afim de tor- nar mais eíTectivo o esquecimento do passado e acalmar assim os espirites,
3." A mandar restituir a seos legitimos donos os bens de raiz que durante j» gueTa quevai findar,tenhaiD sido confiscados contra o disposto no art. iii6 da Constituição da Republica»
— 253 —
h." A tomar medidas eííicazes para reslabelecer e conservar a tudbs os irobiltíiUes da Republica nu pleuo gozo das giir;imias, que lhes coutcdtin o% aris lâO, 134, 135, IGtí, l/iO, li2, 143, U6, U5, 146 e 147 da sua Uns- Utuição.
Art. 12. As meíjidas comprehendidas nos Ires primeiros pnrngraphos ú<t artigo anlecedenlc se eulendeiu devidauienie publicadas para serciu Icvadiíf. a ef- feito com a publicação do acto de raliíicií^ào do prcStute Iralado As do § 4.° í xigindo disposições regulamentares, serão postas eiu execução o mais breve que seja possível.
Alt 13 So durante o tempo da proltcçSo do Brasil ao GoveiiiO da He- publica Oriental do Oruguay se levantar algum;.-, rebellião contra o de S M . Cl Imperador em scos territórios, limiljoplies do da Itejuiblica, o (.in\erno da mesma Republica se obriga a prestar íis antoridydes e forças legacs do Biasil, Ioda a prolecção e auxílios que estiverem a seo alcancei a não consentir ne- i;iiuma espécie do coniníercio cpna os rebeldes, ea collocar aqutlk's que se ii^^ylarem em seo território ( sem comtudo fdltar aos deveres que l!íe ia»põe a bamanidadc, a liberalidade de suas insiiiuigões, v hu,á própria dij^nidade ) em lana posição inteiramente inoDrUsiva, desarmando -os, se estiverem armados, e e/ilregando as armas, os cavallos, equaesquer objectos próprios para a guerra ;;o (ioveruo ln»perial
An 14. As duas altas Partes conlraluntcsrnii\if!;iruo aos Estados Arijenli- iios a que, accedend j ós eslipuKições que precedem, fâtam parle da alHançu ííijs termos dj mais peifcifa igualdade e leciprocidfide.
Art. 15. Igual convite será di.igidu ao Governo da Republicado Ta» raguay
Art. 16. Havendo-se romproniellido o Ge verno da Republica do l'ar8j;uay íi cooperar com o de S M o Imperador do Brasil, em manter a Indepen- ('enciíi da Republica Oriental do Uru^uay, e i^leiessando a Independência rio iaraguuy ao equilíbrio e segurança d( s tstados vismlioSj o Goveru.) da Retiu- liiica Orieotil do Uiuguay, se obriga, sem prcjui^) do- resultado d>coti\ile de que trata o iirligo anlí'ee«ienlt,', a co(>perar 4ambt:m pcir sua parle tonjuncliiiueu- ItMom olmpeiio do Erasi!, para a tonservagão e defesa da huJe|>(iidencia da hepubljoa do Pariíguay.
Art. 17 A lu.ca dasraliflcações do presente Triilado H'iá Aila rrn lV'onle ^idéo no prazo de 30 dias contados da sua dali), ou antes, se for possível.
Em testinniilio do que, nós abaixo assignidos 1'lenipotenciarins <ie S M. o lm|ífcrador do Brasil, e do t^residenie da lUpublica C;rientdl d<i Uruguay, «m virtude dos nossos plenos podeies, as igiiiinjos o presente Tratado tom os nossos punhos, e lhe íizemis poro sello de nossas ermas.
Keito na Cidadedo Rio de Ji-ní iro, nos doze dias do um <\v Cutibro do unn> do nascimento de Nuíiío Senhor Jesus Cbristo de inii oilocenlís c eiti- cocnlj e um.
( L. S ) — Honório Ilermeto Carneiro Leão.
( L. S. ) — Anioni') Paulino Limpo de Abreu.
( L, S ) — Audrós Lamas.
E sendo-nos presente o mesmo Tralido, cujo ll.eor fica acima inserido, c bem visto, considerado e examiiiado por nói ludu o que utlle se contém, o bppi ovamos, rutificitmus e coíííÍ! oiamos, assim no todo cunu em cada um de sei/s arli;^os e estipuhições, t pela presciíle o damos por li:n;e e v:íIiosv> ele.
Dada no lal.cio do Rio dt Janeiro, aos treze dias uo fjuz dt Outubro do tnno do ^JScimenlo de Nus.o SenUur.esus Cbrislo de mil oituceuloi i ( incoen- la e um,
( L S. 1 PEDRO, lUPERADOR ( com guirdu ) — I^ilino J«sé Suarei HE Sdlza,
33
^ 25A ^
Tratado sobre a prestação de socorros por p^trte do Brasil à fíepubiica Orteníal do Uruguaij.
N/is o Imperador Coiislilucional c Difeusor pcrpeluo do Brasil, ctc, fa- iemos saber flc ,
LMKOMli DA SA-iNTlSSIMA E LNDIVISIVEL TRINDADE.
Reconhecendo S M o Imperador do Brasil c o Presidente da Republica Oriental do Lruííuay que o estado actual de deficiência de recursos pecuniário* a que se acha redu/jda a dita Repiublica, rcsuManie da prolongada e calamilosu luta que leni suslentado.é o principal e mais serio obstacijlo a que seja esse Ksl»do pacificado, e orgimisddo solida e convenienlemcnie, emantida e preservada a »ua Independência, e qtierendo evitar que se perpetue a guerra civil e renasça a anarcbia fatal á mesma Republica e ao Iniperio, perdido assim o fructo dos sa- criUcios até lioje feitos, c malograíja a politica adoptada para consctíulr uma paz etranquillidade duradoqra, convieram em ajustar e reru lar a prestução de ^occorros pecuniários ao Governo da dita Republica Oritntal do Uruguay, e a^ jçarkinlias que esta deverá |)reslar ao do Brcsil l'ara este fira nom^jaram por seos Plenipclenciarios a saber :
h. M. o Imptirador do Brasil, ao IIloi. e Exm. Sr. Paulino José Soares de Souza, do seo Conselho, Senador do Império, {jtãn-Crui da O^dem Real de S. Jitnuurio, Oflicial d? Imperial Ordem do Crqzeir", Desembargador da Relagão do Rio de Janeiro, Ministro e Secretario de Estado dos Negocio» Estrangeiros.
E o Presidente da Republica Oriental do Uruguay o Sr. p. Andrés La- mas, Presidente do Inslitqto Histórico Geosírapliiiio da Republica, Membro Fun- «lador do de Instrucção publica e dó Conselho universitário e seo pnviado lix- traordinario e Ministro Plenipotenciário juntt» de S. M o Imperador do Bra- sil, <.s quaes, depois de tei em trocado os seos plenos poderes respectivos, (|ue foram achados em boa e devida fórmi, convieram nos artigos seguintes ;
Ari. 1.° O Governo de Sua Magestade o Imperador fornecerá, por eniprcs- limo ao da Re[)ubl;ca Oriental do Uruguay a quantia mensal de 60,000 pata- iTõesa conlar do 1 " do próximo mez de Novembro em diante
Ari 2.° Estas prestações durarão por tanto tempo quanto o Governo de S. M. o Imperador julgar conveniente, não podendo porém retira-las sem pre- ■vio aviso feito Ires mezes antes.
Ari. 3." Além desta qur-ntia prestará mais, por uma vez, a soroma de d 38,000 patacões, para frtzer face á despezas extraordinárias, e ás feitas nos me- zes de Julho, Agosto, Seliinl)ro e Outubro corrente.
Art. à." As prestações e a somma de qne tratam os artigos antecedentes, serão entregues ( as primeiras no principio de cadamez) ao enviado Extraor- dinário e Ministro Plenipotenciário da Republica Oriental do Uruguay, ou á pessoa que o Governo da Republica indicar.
Art. 5 " Os documentos da entrega das prestações e da somma acima men» cionada servirão de titulo de divida do Governo Oriental para com o do Bra- sil, alim de serem regularisadas e pagas em tempo competente, e vencerão o juro de G prr cento ao anno, contado da sua data.
A Republica Oriental do Uruguay se reconhece e declara devedora ao Governo do Briísil da qnnntiíi íle 288,701 pesos foi tes, proveniente de cmpres- limo» que este lhe tem feito até esta data, e dos juros correspondentes conta- dos alé o dia l.o de Novend)ro próximo futuro, ficando por e^ta Convenção de nenhum vigor os contratos em viriiide dos quaes f<»ram feitos aqnelles empresti- irtos Aquella somma de 288,791 pesos fortes vencerá o juro de 6 por cento daqueila data do 1. de Novembro próximo futuro em diante
Art. 1." (]onse;íuindo o Governo Oriental nm empréstimo por qualquer meio, os fundos (|ue por tile houver serão precijiui mente, e logo applicadoj ao reembolso de loildi5 as bommas de que se reconhece e dcuUra devedor nesU Conveuçâo,
— 255 —
Ari. 8 " Não poderá prev«lerer contra o patçampnio dessas loramas, ainda ã litiiln de conipeitsiição, u alk';^açãude qiiufsqner recluinui^ões a que o íioveino Orielitul entenda ler direito contra o lirusil, r
Ari. 9." As presliiçôeís niensues conceUidas pelo art. 2 ", não pcderSo se, Dpplicada» ao pagaimnlo de dividas hhleriores, nem no lodo, nera em partts htm poderfio ser consumidas por anticipação. Serão exclusivamente applicadas ás dtspezas futuras das Repartições da (lUerra, Kslrangeiros, e tjoveruo, tí k que exif^irem a» operações de que Irata o ait. i!i.
Art. 10. Para o exacto « pontual pagamento daS sommas e juros de que trata, ea que se lefere esta Convenção, o Goverfm da Rtpublica Oriental do Bruguay obriga e hypolheca todas as rend s do Kslado, todas a» conlribtiiçôe» directas ou indirectas, e especialmenle os direitos da alfandega.
Art, i4. O Governo da Republica Orionlil do Uruguay, logo que forem realisadas a» disposições de fazenda de que iibaixo se trata, e logo que o re<id\- inttito da alfandega.de Montevideo fique desemboruçado de empenbos anterio- res, aos quaes esteja pectiliarniente obrigado, applicará a parte de^se mesmo rendimento, que fó** convencionada, ao p;igunfíento do9 juros e amortização das quantias de que tri ta esta Convenção, não sendo a amorlisação em Cáuo algum Utenor de cinco por cento por atirio.
Ar sonwnas «lestinadas ao pagamento dos direitos juros e amorlisaçâo 'serau entregues mensal, ou semanalmenie, sep;Mndo então se accordar, pi lo lliesoureire íia sobredita alfandega ao tVlinistro <lo Brasil em Montevideo, ou á pessoa qm* o Coverno Imperial designar, correndo por conta do Coverno Orientai a despera do moVimentode fundos de Montevideo paru o Rio de Janeiro
Art 42. Essu parte de rendimento Oe que irtla o artigo aiitecedetite, será invarittv^, ç com ella se auguientará a amorlisaçuo do capilal à medida què ;iUH4iiilmente fór diminuindo a importância dos juros.
Ari. i'ò Se o Coverno da Republica o julgar preferível, désconiar-se-lia prcporcionalmente das prestações de que trata o arl. 1.", se ainda tiverem lu- gar, a importância da parte do rendimento da alfandega que deve entregar, em virtude do art. H, para o pagamento dos juro* e amortisaçao
Art. 14. Par.» garantia da*, somuiai prestadas pelô GovOííio Imperial a» Coverno Oriental e t»eosjuros,^c para nuHhor assegurar a reconslrucção d;t nacionalidade Oriental, o Coveriíodn Republica se coinpronielte t
1.0 A declarar em liquidação no i .o de Janeiro de ib^2, toda a divida da Hepublica.
2.0 A noinear para a liquidação e classificaçr<o da divida uma jnnta de credito publico, composta dt^ cinco njeuil)ros, dós quaes iim atíiá appiesenta- do pelo Ministro Urasileiro em Montevideo.
3.0 A convertftr nos priujeiros seis mezes do anuo prosiuio de 18)2, toda a diTiílu do l-.stado em lilulos de divida publica consolidada com juros de sei* por cento, ou do Ires por cento, fazendo com o» credores os arranjos que julgar convenientes, ou sendo isso impraticável, pelo meio da- lei.
4.0 Liquidada, r«',conli<'cida. e classificada a divida e inscripta no grandtí livro da divida puWlica, que será çieado. a cuceiTar a contabilidade, dando per terminado lodo o expediente a^Mual.
5.0 A fixar um praso determinado para a appresenlação dos documentos da divida actual que devem converter se em títulos de divida consolidada.
Art. 15. I'ara mais claramente fixar a base do .'«yábuna regular em que Tae ejitrar, chegado o ti4-mo da» calamidades que tem perturbado a Republi- ca, e nn)a imp(Mlantc garantia dos empenhos que contrabe por esta Conven- çAOi o Governo Orienta! esponlaneamenie SC obriga a lonnr Iodas as medi- das da sua competência para qtie tenba intallivel e inteiro cumprimento a píute do art, 82, cap, 3. o. secção 7. o, da (onslituição que ordena a appresen- laçào annual do orçamento, e das contas das dcspezas publicas ã Assemblé.l Geral, e outro sim a não conlrahir divida alguma, nem a reconhecôl-a e )n8cre\f*l-a ni grande livro, defoih de terminadas as operações de que traia o art, 1/i desta Convenção, fcem uuia lesoluçao especial da refeiida Assembléa.
Art. 16. A trocadas ratificações da piescnte Convenção será feita em Mon- tevideo no prazo de 30 dias contados da sna data, ou anie» se lôrpo^sivel.
Km leslitnunbo do que, nós abaixo asstgUados, 1'leuipotenciarios dé S. M. 0 Imperador do Brasil, e do Presidejile da Republica Oriental do Uruguay, em virtude dos uo-íí.os plenos poderes, «síignamos a presente CgiivenVão cowa os no^sos punhos, e lUefizentos (lOr q sf-Ho da* nossa* armus.
-~ 256 -^
^fihi nn f,i'l;i(lr <lo '<lo dp Janoirr), aos 12 'lo mcz de Outubro do oiino âcj rí3í.ciuicn o de ISos.sM Sri.horJpsus t hris'o du IB5I,
( L. S. ) r;'ulino Joso soares de sou^.i.
(L. S. ) Atjdrés L;tiua.s.
L sendo noH pr('^Pllle a rricsma Convenção, cujo Ih^nr fica nciinr\ inseri- do, e l>eui vi^lo. considerado e evainia.ido por nó-) ludo o que nv.\]r\ se cen- leuj.a appiovauuts, raiifiennios e conlirmamos, asísiin no todo couio em cadu ULíi de -eoí artigos e eslipinaeõe!*. ete.
Dada no Palario tio Kio de Jan»*iro. aos 13 diits do me/ de Outubro do anuo do Nn^ciíuenro de Nasso Sunuor Jesus ( hrislo de V:õ\.
( L. .s. ) PiiDUO, -l.MfEt\At)OR (com guarda). — \isco.M)f: de Mo>tf! Alegue,
Tratado de Commercio e Navegação entre o Brasil e aJUptòUca Oriental do Urnguay, .
EM NOME DA SANTÍSSIMA E INDIVISÍVEL TLUNDADE. _
Sua Maseslr.f^e •> Imperador do Brasil e o PresidenPe da Republica Orifíntal do Iniguay. desejando liruiar em bases solidas e duradouras as relações de paz e amizade que subsistem eutre as duas Nações, e promover os interesses commuus do seo eouuuercio e navegação permeio de uui tratado que regule as ditas i elações e interesses, uomearam para esse íiin puí" seos Henipolftucia- lios, a s)l)er';
Sua Mage=tade o Imperador do Brasil aoslllms. o E\ms. Si<?. Honório Bermelo Carneiro Leão, do seo Conselho e do 'i(! Estado, Senador dó Império, írrãu-eruz da Ordeiade (ihrísto eOíiiciat da Imperial do Cruzeiro ; e António pHuiiiir. Limpo de *bteu, do seo Onsel'u». edi de Estado, Si uador do Im- perm, Diííiiit.irio da Urdem Imperial do Cruzeiro, e Cavalleiro da de Ctirisro :
E o rre.sideule. da tíepuhlica. Oriental tio Lruguay, ao Sr. D. Anfii-cs Lamas, 1'nvia. o líxtraordiuario e Miuistio 1'leuipotunciarip (ia dita Repnbli- ca junto a Còrlc do Império do lirasil ; os quaes. deoois de lerem trocado os sens resprelivos podeies, ; eh ulos em boa e devida forma, convieram nos arti- gUf Sfguinles :
Art. 1.0 HriTer.1 paz perfeita, firute, e sincera amisade rijtre S. M. o Im- perador do nrasil. í' seos Successores e Snbditos, e a Republica Oriental do Lrngnr.y e seos Cidadãos em lo las as suas possessões ^e territórios res- pectivo>.
An. 2.0 As Tinas altas Partes contratantes, desejando pòr o commercio e navegação de seo-* respectivos Tai/x-s so!>re a l)ase de mua perfeita igualdade ebfnevola reciprocidade, convie am mutuamente que os Agentes diplomáti- cos e consulares, os Súbditos e Cidadãos íle cada uma delias, seos navios e os productos naluracs ou Uiauufaclurados dos dous Estados, srozem rcí^iproc»- menlc no ouiro dos nie'-;Tios dir''i|os. franqiiezas e imiiuuiidades j.i concedi- das>ou (|ue o lôrem para o TMíuroa Nação mais favorecida, seud(» gratuita a concessão, se o lòr, ou tiser sido para essa ^ação, e licando estipulada a mes- ma compensação, sf a coni?essão fór condicional.
Art. ?>.o fará mellior intelliiíencia do artigo preccdeule a? duas altas Par- les contratantes concordam cm considerar navios Brasileiros ou Orientaes o» que forem possuídos, Iripulíidose navegados segundo aá leis dos respectivos Páizcs.
Art. 4.0 Para ampliar e facilitar o commercio que pela Fronteira da Pro- víncia do líio Graurlc de S. Pedro se fax com o listado Oriental do Uruguay. conveio-seem que sei ia mantida por espaço de 10 auuos a isenção de direi«os «le consumo, de qni- actn.dmriite gozi o( h uqne e mais pioiuclos do gado importados na Província do Bio Crandií pela referida l"iori leira, convindo-se em que continuem a srr equiparados a igua(!« productos da dita Província; e como couiponsição conveiT)-se igualmente na lota] ab<)''ição do direito que o liíilado Oriental achuiluuuile cobra pela expoilação do 2:;i,'Jo eui pé para a TTienciGnadi Província do (\io (iraiule. convindo-se em (pie essa expoctaçáo se faça d'(»ra em dianl(.> 'ivremcnlc, e isenta pelos mesmos de* aimos d'c»se, e de qualcner ouiro direito.
Art.õ.o Conveio-se igualmoulc cm que as isenções Jo artigo uuleccdculc
conliiinnriam cm TÍi:or aindn passados os 10 aniios, n[,é que nma r>n onlra das i'artiif» coiUi*alai)ttís notifique a Oiitra (j'.i(M êl-as iiTíiiiaar, o qae ac não veaii- saia eilectivaiiienle senão depois de seis inezes contados dessa nolificarão.
Ari. O.o Os lirasileitos est^behKMdos ou residentes no território Oiienlal, e reciprocamente os Orietxtaes cstaiíe.ecidos ou residentes no território lira- leiro, estarão isentos de todo o serviço militar obrigatório, de qualquer íícnerr» que seja, e de loiio o enipresliuio forcado, iuipoílos ou requisições militares.
(guando por un)a evtrema necessidade de gueiia si; dispo/or d(í altium í porção de yado vaccum ou cavallar de sua propriedade, o Chefe ou o Governo que' o fizer, entregará ao proprietário ne.>se mesmo acto utn documento em que declare o numero e qualidade do que recebe, eá viola desse documento será 'devida e coíiipktaaiente indeuaiisado.
Art. 7d.uccouh!'cendo que o confisco helltco da propriedade particular na guerra terrestre, on por motivos poiitu-os se oppôe a or;,auisação e aos íius tías.soíuedades civili.siirtas e chrislãas. "slando abolido o coniisco pela h^gisla- ção dos dons paizes ; escudo de diret*:o perfeito de cada nina das Tartes coo- tratantes não perrnittir no seo território nem a seos ua.cionaes que directa ou iadirectameute eoutiariem os priticipios c disposições de sui.>' lei >. obi i9,a;n-«<* ellas reciprocamente a não admitSir em seos lerrilorios os bms confiscados. ,i devolvè-los a seo legilimo dono, e a prohiSur a seos respectivos (..idadãos que trafiquem ou auxilieiu o trafico de t.-.es bens.
Os lueios pratU-os de levar a cfleilo a disposição deste aidigo para "'provA da propriedade coiííiscada e entrega a seos lej^itiujos donos, serão estipulado? en) ajustes especiaet..
Àrt. 8»o i^s dua^; altas Partes conlralanfes se obrigam a convidar os ou- tros hlstados Amer!(;anos a que adoptem recipiocamenle a estipulação do ar- tigo antecedente, como principio internacional de direito positivo Airericaíio.
Art. 9.'> iNocaso Ue guerra de uma das altas Partes coniratantes coru uma terceira Potencia, a outra fdrie contratante, que se conservar neu^ru { tora dos casos nieneiouados no Tratado celebrado com (ísta mesma .data entre as altas Partem coulralaiites ) não permitira pelo s» o território a passís- gíViU das forças bellig<'r;intfs. nom que se.ão estas p!o\iíl<js peio commercio interior (le artigos i\o. cout'*abando de guerra.
Art. 10. No referido estado d(; guerra adoptam as duas altas Parles cou- tratantes os seguint<'s principios :
1.0 Que a líaiuieira neutra cobro o navio e as pessoas, com excepção dos OtTiciaese soldado-; eiu serviço elíeetivo do inimigo.
2.<.> Une a B.in ieira neutra cobre a-car;;3, com cxepção dos artigos de contrabando de !;;ueira. Fica porem rnlendiíio e ajustado (fue as estipulações quf> precedem, declarando qtie a fiandeira cobre a carga, tcriín applieaveis nnicam''nte aquellas Potencias que reconbecem este piiuripiu ; porém se unui das Parles coatrnlaates estiverem guerra com uma terceira ;ficando a outra neutra, a tiaudrira lunilra cobrira a propried.ide dos inimigos, cujos Go- Ternos recoub'>(ei em e observarem est" principio, e nuo dos outros.
3. o Que a r>andeiVa inimiga não torna livre a carga fio neutro, salvo sô foi posta a bordo d'aquelle inimigo autes da declaração de guena, ou mesmo depois, se o foi sem h ivfr noticia flclla.
Fie i também entendido que se Handeira do neutro não prot^^g** a pro- priedade do inimigo, serão livres oi géneros ou mercad;)i'ias do neutro qao estiverem embarcarlos no navio inimigo.
1.0 Que os Cidadãos do Paiz neutro podem navegar livremente com seos «avios, sahindo de qualquer porto paiaoutro pertencente aoinimigo de nina ou outra Parle, ficando expressamente probibido ujoli-ala lo de qualquer modo nessa navegação.
5.0 Que qualquer navio de uma das Partes c'intr,>tanteg, que se encontre navegando para um porto bloqueado pela outra, não seja detido, nem coníis- cado senão depois de notificação especial do b'oqneio. registrada pelo Chefe das forças bloqueadoras, ou algum Oíficiíl do seo couunando, no passaporte do navio.
6." Que nenhuma Parte cootrafanfe {)eriTiitt;rá que se conservem e ven- dam em seos portos ns presas aiaritiujas, feitas por algum outro Estado á quei- la com quem se estiverem guerra.
Art. 11. Para não haver duvida sobre quaes sejam os objectos ou a^ligo^ chamados de coni ahamio de guerra, se declarão lacs : l.o a artilharia, mor- teiros, obuzes. pedreiras, bacamartes, mosqiieles, rcHes, carabinas, espingar- das, pistobts, piquivs, espaflas, sabres, lanças, venahulos, alahardas. granadas, foguetes, bombaj;, pólvora, mechas, balas", e todas as outras cousas peitenceu-
t* )
— 258 —
ie*ao Tiso crestas armas ; 2. o escudos, capacetes, peitos d'aço, saias de malba, JDokliié». e loupa feita de uniforu-e, e para o uso militar : 3. o, boUUiés d«f <:avall»ria, e cavallos, sellins, seilas, lombiJhos, c qnaesquer pei lenceii dosta «rina : Zi.o, e geral m',>iile toda a qualidade de aimas e lubtrumentos de ferro, aço, laiao.e de quaesqtier outros materiaes manufacturados, prep&rados, iéu formados cipressamenle' para lazer aguerra-por mar, ou por terra,
Art. i2. guando uma das altas Partes conlratasjteseslner em yuerra rooa outio Estado, nenhum Cidadão da outra aceitara comm^s^ão ou c^irta de marca, para o fim de ajudar a c&operar hosliknenle com o seo iuimi^o, bob pena de ser tratado por ambas co«io pirata,
Art. 13. Nenhuma das l'avk»s contratantes admiUirá em «cos portos pira- tas ou ladrões de mar, obrigando-se a perscfíui los por todos os meio» a tieo aleíTjiee, e com todo o rigor das I<'ís, assim como os q.ue f&reuí conveucidos de. complicitíadc desse criuie, e os que oecultarem os bens abí-im roubawio»-; e aytíevolver navios e cargas a seos legítimos donos. Cidadãos de qualquer das Varr-lea contra la «tes, ou scos procuradores, e em falia destes aos respectivos Agentes consiilares.
Alt. 1â. Ambas as altas Partos coiitratanto, desejando estreitar suas re- Jaçrtcs e foiaentar seo commercio respectivo, convieram em principio em ue- clarar commum a navegarão ao rio Iruguay e a do» aífluenles deste l\i8 que lhes pertencem,
Art. 15. Ambas as altas I'artes conlrstaiitos se obrigam a con\idar os ou- tros Estados ribeirífilios do Prata e seos alIlHentes a cel«'biarem v.ui aecerdo similhanle con» o fim de tornar livre para os ribeirinhos a uavet^ação dos rios Paraná ePaiaguay.
Art, 16, Se. como «'■ de esperar, os outro» Estados convierem na rofnmum navegação destes rios pelos iibeiri»iho>, serão igualmente Èonvklados a esta- helecer emeoaunum os regulamentos de lise^lisação «; policia, a q,ue deve .ser sujeiía a ref» rida navegação, obrigando-scí ambas as Partes coutralant*;». » sustentarem como bases de laes iegul;tu»enlos a* que forem ma^is favoráveis ao melhor, c m»is amplo desenvolvimento da navegação paja que tôrem es- tabelecidas,
Art. 47. Se os outros Estados ribeirinhos não quixerem vir a accêrdo a respeito dos arranjos nt'ce.'-»;iries para o dito fiHi, as altas Pdrles Gonlralan- les regularão por si sóuienfe, conio lF>e formais conveniente, a navegacãodo Lruguay. e de seos aíTluentes da margem Orienlal ,
Al t, i8. P.econhecí-ndo as altas Parles eontiatantes que a iiha de Mar- iim Garcia, peU sua posição, pótle servir para embaraçar e Impedir a livre Mai»egaçào dos afllneuUs do Prata, em que são ialere^sades todos os ribeiri- nhos, reconhecem iguaímenle a conveniência da neutralidade da referida i\kã em tempo de gueria, quer entre os Eslados do Piala, quer entre tim deftes, *• qualquer outr?* Potencia em utilidade commum, e como garantia da naveg»- ♦•ão dos referidos rios, e por isso concordar:ím :
4.0 J:m oppór se, por todos os seos meios, a que a soberania da ilha dr Waitim Garcia deixe de pertencer a um des Estados do Prata, interessadas na sua livre nav<^gação.
2.0 lim solicitar o concurso dos outros Estados ribeirinhos para oblrr d'aquelle aquém pertence ou venha a pertencer a p0<<se e sobeiania da men- cionada ilh», 3 que se obrigue a não servir-se dellá-para embaiaçar a- li^re na- fegação dos outros ribeirinho», a consentir na sua neutralidade em tempo de guerra, bem como nos eslabelecimenlos que forem necessários para seguran- ça da navegação interior de lodosos Estados ribeirinhos.
Art, 49, Impedindo o recife do halio Grande a livre navegação do P.io l'ruguay,e sendo de interesse conimnm destiuir este obstáculo. ou evitai o {jor meio de um canaHateral, ambas a* Partes coBlralanl(»s CGnvi<'ram (aaíLciu c(n convidar os outros i ibeiriubos a emprefiendei em commum csla obra.- >e csle convite não lòr aceito, asPaites contratantes se jjorão d«! aecoid© solue orneio de verificação por si sés, e neste caso estabeleceião um direile de pay- sagem sobre as embarcações dos outros Estados que gezarem deste beaeficiov Art. 20» A troca da.s ratificações d© presente Tratado ser.i feita em Mon- tevideo dentro do pra/o de trinta diasy ou antes se fôr possível ; ceiUados do dia d» sua dala.
Em lestinmnho do q\ie. nós os Plenipotenciário» de .'^, M, o Imperador do- Brasil, e do Presidente da HcpuMIca Oiiental íIo l riiguay. em virludevric noftsos plenos poderes, as>ignanios o pr<\s«'nt« Tratado com nossos pnnés t? llje íhemos pôr o st lio de noi^sas arujas^
— 259 —
Trito nn (U(iad« do r»io de Janeiro, aos dn/« dias do mcz de Outubro do nnuo do INoscimeiílo de ISosso Senhor Jesus Christo, de mil oitocentos e ciu- tcoenta e uai,
L, S. Honório Hcrnieto Carneiro Leáo.
L» S. António raiilino Limpo de Abreu.
L, S. Andrés Lamas.
E sendo no!* presente o mesmo Tratado, cujo Uicor fica acima inserido, e br!m visto, consid<Mado e examinado por nós tudo o que neile se contém, o approvamo», ratificamos, c confiruiamos assim no todo como em cada um de seo? artigos cestipuíações etc.
Dada ao 1'alacto do Kio de Janeiro, aos trexe dias do mcz de Outubro do anuo do Nascimento de ^osso Senhor Jesus ChrUto de niil oitocentos e cin- coeiíta e um.
( L. S. ) PEDKO, LMPEflADOK < com guarda ). Paulino José Soares db
Sou/A*
Tratado entre o Brasil e a Republica Oriental do Uruguay, para a entrega reciproca de cnm%nosoSf e desertores ^ e de' volução de escravo^i ao Brasil.
EMNOME DA SANTISSLVIA E INDIVISÍVEL TRINDADE.
Sua MagestadGo Imperador do Brasil^e o Presidente da Republica Orien- tal doliruguay, considerando que a e,vteu>ãn das Fronteiras dos dous Eslado;»-, c .» facilidade com ffue são transpostas, exigem, para a conservação da beae- Víleaci.re das relaçóe- politicas que unem os dons Estadas a observância de regras especiaes de conformidade com as instituições politic.ns e soeiaes que os re;;ein ; aceordar-ifu em celebrar um Tratado para a eutresa reciproca de criminosose deserloces, e para a devolução de escravos ao lírasil ; e para esse fl u nouiearam por >eos Plenipotenciários, a sal)er : Sua Magestade o Impera- dor do tUasil aos IHms. L^ms Sfs. Honório Hermeto (".arneiro Leão, do seo Conselho e do de Estado, Senador do Império. Grãu-Crut da ordem de Cbristo, eOiricial da Imporia! do Cru/eiro : e António Paulino Limpo de Abreu, do seo Conselho c do de Estado, Senador do Império, Dignitário da Ordem imperial do Cruzeiro e Cavali«;iro da de (ihti8to.
E o Piesiderile da Republica Oriental do Uruguay ao Advogado D. Andr('S Lamas, Enviado Extraordinário e Ministro Píenipotenci.uio da mesma Re- publica junto a S. M. o Imperador do firasil, os quae.s depois de haverem tro- cado seos plenos poderes ixvspectivos que foram achados em boa e devida forma, con vieram nos artigos seguintes :
Art. 1.0 As duas altas Partes coutr.ilanfes se ol)rigam a não dar asylo cm seos respectivos territórios aos grandes criminosos, e prestam-se á sua extra- dição reciproca, concorrendo conjuiictamenle as seguintes condições :
i .a Quando os crimes pelos quaes se reclama a extradição tiverem sido commeltidosno território do Governo reclarpante.
•2.0 Quando pelasua gravidade e habitual frequência fòrom capar.es de pôr em riseo a moral ou a segurança dos povos taes coiuo os de as>assinio, propinação de veneno, incêndio, roubo, bancajota fraudulenta, fabricação c iutroducção de moeda melallica falsa, ou de qualquer papel que circule co- iiio rnoeda nas '-slações publicas, faisificação de escripturas putilicas, de notas dos Ranços authorisadas ou de letras de camI)io, substraeç io do dinheiros ou ftmrios commelida por depositários públicos, ou por empregados a cuja guar- da estejam confiados.
."5.0 Quando estiverem provados de maneira que as leis do Paiz de quem se reclamar a extradi','ão do criminoso justificassem a prisão, e a accusaç^o, se o crime fosse coinmetido dentro de sua jurâsdicção.
4.0 Quando o criminoso fòr reclamado directamente ou por inlermedio «le lepresentantes do Governo da Nàçàoem que tiver logar o delicio.
Art. 2.0 A extradição não terá logar ;
1.0 Seo criminoso reclamado fòr cidadão do Paiz á cujo Governo se fizer a reclamação.
2.0 Por crimes políticos ;e quando tiver sido concedida pelos actos enu- merados no artigo antecedente, nao poderá o criminoso ser procsssado ou punido pelos dilos crimes políticos auleriore» á sua ciilrcií-» ou connexo* com ellcs.
;
^ 2G0 --
Ari. 3o, rica entendido que, se o individuo criminoso em ipais de um Estadt», fòr reclama dl) snles de sua entrega, peius respectivos Governos, será ^ihenJido de preferencia aquelle era cujo território tiver commetido o maior delicto ; e sendo de igual gravidade,o que liouver reclamado prinií-iro.
Art h'" fica tãi»bem entendido que se o individuo de quem se reclama a entrega tiver commetido algum crime uo Paiz, onde se refugiou, e por elle fôr liVocessado, a sua extradição só pouerá tt-r logar depois de soírer a pena. ou liO c^so do absolvição.
Ari. 5.0 As dcspezas com a prisão, delençào e transporte do criíuinoi^o, correrão por conta do Covcino qnc o reclamar.
Art. C.o O Governo da Republica Oii^niíal do Truguay. reconhece o prin- cipio de c evolução a respeito dos escravos pertencentes a súbditos brasileiros, que contra a vontade de seos senhores forem por qualquer maneira para o ierriloiio da dila Republica, e ahi se acharem, Obsiirvar-se-Lam uesla devo- lui ão as seguintes rej^i a* :
' 1. a Os referidos escravos serão reclap3ado3 ou directamente pelo Governo. Imperial, ou por ujeio d j sco Representante na Hepul.lica.
2, a AdmiUe-se que a reclamação possa ser feita pelo rresidenle da Tro- vinciadeS. Fedro ilo Rio Grance do fcjul, lio caso í t>i que o escravo ou escra- vos reclamadus pertíuieam a súbditos Rrahileiros residentes, ou ct.tabelecidos jia mesma Truvincia.
3. a Adiiiitle-se tãobem que a reclamação possa ser feita pelo senhor do csciavo {icranle a autoridade compeleale do Iodarem que elle estiver, quau- do o senhor do escravo fòr cm seguimento delle, para havel-o, ao terrilOi lo Oriental, ouquaíido uiandar laobeiiÉ cm seo seguimeulo um ageule tsp-icial- iijcnle iiulorisadu pa: a O (íito liu».
4. a A reclamarão de que se trata devííiã ser acompanhada de titulo ou documento que, bcguiido as leis do Rr^^ii, sirva para piOvar a propriedade, que i>e recluina.
íí. a As despegas que se fiz ?rcm para a appreh:'iisão e devolação do escra- vo ou escravo» reclamadus correrão poj conta do j;ec!amante,
Ari. 7." As duasaila- TarLes coiilrí;lante5 se obrigam tãoben. a não rece- ber sciente e voluntariamente doí. &eot) Estados, e a não empregar no seo ser- viço iudividuos que desertarem do icrviço niiliiar de mai ou terra, da ootia, t't'vendo ser pre.-ow o enLuegiics oa .-oldadôs, v uj.,rinbeiros deserloies, assiin do» navios de gui i ia, como dos mercantes, lo/o que forem conipt ícntcmeute 1 tela iiaaOi-,cum a coudicrào de que a 1'arte que os receber se obrigará a com- iiiularo máximo da pena. cm que tenham iueoirido pela deserção, se fôr etta j, unida com pena capital, secundo á lej;islaeão do Pai/, reclamante.
Ari. b.o fará cvilai difíiu-uldades que occorrcmfrequenkmeutc, e confor» lu'^ ao espirito das csUpulações que precedem, as duas altat á'rtites conlia- l.iules convf^m lâobem:
1.0 l.tii que r.cnhuma delias admitlivá em seo serviço de mar ou terra, iuílividuo alguMi da uacio;ui:id;iue da Otiiia, posto que iião st ja desertor do í.xeicilo ou M.iriulia da Nação a que pertence, salvo por contrato voluntário, que deva sej' cousideiauo vaiaio,
2.0 Lm que o.-. Âócnles iuiperiaes na Republica, e os deslas no Rrasil, jiãó aulorisji ão o cu;barque ei V os navios de sua ^açao r<'speciiva, de indi- vnuoalgum, ainda a titulo de iivdii;eiile, sem solicitar e obUr pieviauicnle o < omp<'tenle p is^.ipoi l(\ se assim oexitiiom a> 1(ms c rtgulamcutos do V.úi.
lic-u ciiltiidido une rsli -dispo.- irão não compreUinde o caso de se pro- curar refugio, eu a>ji(> a boido das emliaicaçõesde uma das Partes coiílralau- l<s, e em que tenh iiii clhts de oi)s«ír\-»r os pi incipios de haiua bem ciiltndiJa h luaniáade pioptia de povos enllos.
Aii.^J.o A Uoca das raliíieaeò(ft do pre.scnle .Tratado será feita em Wnn- t;-viueu deniro do pra/,0 de (riiila dias, ou anle.>, se lor po-Sbivcl, contados Co dia lie MKi data.
hm le>lii:uiiihn do que, nó.'; os IMcnipoU-nciarios de S. M . o Imperador. do Jíiasil; e do ÍMrs d(nleda Rejjul-lic.i Oriental do l rnguay ent virtude, de 1 o.s^os plenos podei CS, as.-i,,nan!os o ure.sente Iralado com nossos punh^a e lhe li/.eujos j)ôr o siUc de.r.ossas aimas.
.leito na (.idade do liio (ie Janeiío. aos d;)7,e dias do nuz do Outubro do jrnuodtt ISaMimenlo de ínos.o íJcnhoi Jesus GU;islo, d-v,' ihii uilotcntos e ciu- eocnia e um.
i , S. ílonoiio ricriíielo Carneiro leão. 1. ^. Aulon'0 raiilino Limpo de ALreu. L, t. /.ndies Lauiat. .^
\
— 261 —
E ftcndo nos presente o meamo Tratado, cujo iheor fica acinin inserido, e bem visfo, considorado eexí»inin:»'io por nós tudo o que nelle »e contém, o approvariíos, ralificainos, e cor» firma mos etc.
Dada uo 1'alacio do Uio de Janoiro, aos treze dias do mez de Outubio do ônno do Nasciuieaio de Nosso Senhor Jesus Christo de luii oitocentos e ein- coeuta e um.
( L. S. ) PEDRO, IMPERADOR (com guarda). —Paulino José Soabes m Souza.
NOTA (/i3).
Trechos das duas ncíds de 18 de Agosto de 1851. do Governo Argentino ao Britânico.
Por todo o exposto o Gr verno Arg^entJno declara ao de S. W. Britannlca que o G<jbin t^- Imperiul rixnpeo injaslamLMite a paz entre a Coufjderaçã;) e o Criízil, (jue fjit.iu reiteradas vezes ás estipuliçõí?s que se coiUein na Couven- çãi) d*» 1í828, que, em virtude «iella, e do uso d<i lei publica, e da pratica in- lernu iiiiinl, o Govcra) .Ai sífulino estava desobrigado pjra cora o Império das eslipnla::õ('s pacluáiKts na cilada Cí.-nveiíçào, e que portanto n3o reconheceria no Goveii»'» Braíiíeiro o direito de iuvocal-as em nenhuma de suas estipulações, e eui niiilium de seos pfí-ito'*, nem no preseute e nem no futuro,
OExtn. Sr. Goncrujdor declara igualmcnle ao Governo de S. M, Òrlla- n«ca que o do Brazii, no romper as Isoslilidades contra a Repubiica Argentina pelo modo ignóbil coraqur!o fez, viohuio as obrigagõ;s que o art. 18 da Convenção r itjda lhe impõem para com a Grãi Bretanha, com menos prego das Wjçuranças de p;zque acaba de oíT^iecer ao Governo de S iVÍ. Britaunica, tornou inevitável a guerra. Que em cimsequencia o Governo Aiíçenlino avisa já yo Je S M Brilaunica da pret ÍnÕo de appellar ás armas a que se vê redu- zido, á vi>>ta dos proceilimeníos iilteiititorios com que o Govfrno Lupetial torna inipnssivel a p.iz ; e qup, jio trunssnillir esfi resolução ao Governo Britannico, se perniille aiaiíifestur-lhe que desde a dat-i da le^posti de V Ex ( o Midistro Br;tanuico em Buen; s-Ayres ) á e^la nota, devem correr os seis iuezes ei>lipula- dosp^ra o av'so deg'ierra.
E declara m tis o Exm Sr. Governador ao Governo de S. M, CritaDnica que si antes de expirar o termo assignalado pira o rompimént> das hostíli- riade«, e depois da noiificação que V Kx por ventura fizer ás autoridades im- niediatas do Império, sejçuuiio V. Ex. juljíar mais coiíforme, proseguirem as íi}ç;>ie>sões acluaeá contra a G. nfederação e sua alíiada a Republica Oriental, não ficará enlSo ao Governo Argentino outro arbítrio senão o da repeliir im- tnedialauieute, e sem maiãcspeiur,esse$ atteutados.
Emquanto o Governo do Brazil, desconli!cendo Beo« dererw,
perrojnecer em armis contra a Ctinfederação e sua alíiada ; emqutint) o luido de suas inva^ões perlubar o repoujo e tranquillidade diS Estados do Prata, o Goverui) de S. M. Bnlannica se difçujjá reconhecer que o Argetitiuo não p6d« assentir em que a mediagfso comece a exercer seos benévolos officios, pcrque appireceriam sem ífenero algum de reparação e de satisfação afii offeasas iiijus* tas, e gravisbimos prejuízos que causou ás Republicas do Prata o Gabinete do Brazil ele.
A interposição de S. M. Brilannica ficará sempre aceita com alto apreço pelo Governo Argentino ; mas esle reserva para si, em honra do Estado a que preside, o. indicar ao Goveiuo de S. M a época era que u incdiação possa co- meçar seos bens oflicins.e que será aquella em que a Repubiica Argeniioa c sua aMiada ttver mostrado ao Governo Brasileiro que não édado oíTender impúoçmente duas Nações aoieiQtesda »ia ludepeadencia, d;i &ua integridade e da suaí^loria»
— 262 —
NOTA {Áà)
Viva a Confederação Argentina I Morram os séhagtfis aiquê^ rosos unitários í Morra o ioucOf traidor selvagem unitária Urquiza 1
BuenovAyrcs 20 de Setembro de i85!, anoo 4J da Liberdade, 36 di Id- dependencia, c 22 da Confederação Argentina.
A Honrada Suta de Uepreseotanles da Pnivincia usando da soberania ordi^^ narla e extraordinária de que se acha reve&tida, lepi saneeioDadu nesta dâl» coío valor e força de lei o seguinte:
Artigo !.• Dcclaram-se crifoes de alta traiçSo á Pátria, c escândalo'»» in- fracção do Tratado de 4 de Janeiro de 1831, que foroaa » alliança fe lerativa •las Profincias do litoral, sustida por todos os povos que formara a Ct,!) federa-. cii> Argentina, como sua base fundamental, t >dos os actos corameUidus peio Yandalo selTagem unitário Justo José Urquiza, indlguo Governador da Provincia <l'Entre-Rios, com relação a desconhecer a autoridade suprema nacional qu« Jignamenle exerce o esclarecido General D. João Mauoel de Rosas.
2." Decbra^se igualmente anarcliica e attenintoria â soberania da NaçSo, • por tanto particular da ProviDcia de BuenoseAyres, toda a reuniSo de força» Argentinas execut.ída, ou que se executasse pel» traidor Justo José Urquiia, com o fím de invaiiir qualquer das Províncias da CoufeJeragão Argentina, ou é» Republica irmà Oriental do Uruguay
3.» Fica prohtbidoem todos os actos puhlims da Provincia, dar a deno- ninação de General ao tbaidob Justo José Urqniz^i. a quem se tratará com • Merecido opprobioso titulo de louco traidor selvaj^em unitirio.
4.«> A Provincia de Buenos-Ayres desconhece no louco, traidor selvagem unitário J. J Urquiza, a investidura de Governudor e Capitão General da JProvincia d*Knlre-Rio5.
5 • Todo pacto ou tratado que celebrasse, ou houvesse celebrado o louco, irairtor í^elvagem unitário J. J Urquiza com o iníitulado Governo de Monlevi- »Jéu, os selvagens asquerfjsos unitários, ou o pérfido ante-americano Governo do Brasil, se declara crime de lesa Nação, eme> gente de sua «lliança punivel com ditos, o intitulado Governo de Monte\i(iéo, os selvagens asquerosos unitários, CO pérfido anle-ame-ícano Gabinete do Brasil.
(í." O loQco traidor, selvagem unitário J. J. Urqniza, alliadi do intulado Çoterno de Montevideo, e os selvagens asquerosos unitários vendidos ao pérfido anie-anaericano G«»vcrno do Brazil ficam fora do amparo das leis,
?•• Todos os que cooperem, ou bouve!;sem cooper ulo pnra a traição e tenda ignominiosa do louco traidor selvagem unitário J. J. Urquiza, ficam proscrip- 108, ceDjo réos que são de alta traição do Estdo.
8.» Excepluaro-se do disposto no artigo anterior os que a juiíO do Exm. Sr, Governador e Capitão General da Provinda, Chefe Supremo da Confedera- •550 Argtnt na, o^clareciílo Brigadeiro D. Jjão M. de Rosas, houvessem bido i»- duaidofi por violência, erro ou en;2;ano, a servir ou cooperar para a traição • vendo ignominioss do louro traidor selvagem unitário J. J. de Urqulia.
9." Esta lei será firmada pelos deputados que se acharem na presente scssto,
10. Communiquese etc. (seguem-se as assignaturas. }
NOTA (Jir,).
Na eoroTnuiiicBção que Rosas fcí redigir e firmar por seos Rtpresçn- t^Btes, para ser dirigida a elle me8mo,ao remelter-se-lhe o dtsatinado Decreto a<ima, acham>se entre outros os paragraphossrguiutes :
O bando traidor de selvagens unitários, diri^jido pelo traidor selvagem uailariy Urqqiia, voltviu íí arinaa, ISxlerminíi, Senhor, a cwc bondo f«nesty,
-^ 26S —
%UB iSo borrireií infortnnios, que tnmsnhss dpígríças tf m r«u ado i PnUin. bUú iusolente porAa em doniiaar as Hepublica» do Prata siibjugsQdo o vulo oa^ eiouai» e eapezioliandu a aoberannia du povo ; sua protervu insi»teQcia em cba^ mar a lodii as Nações que queiram auxiliai o paia humilhara» Bepubiicas, de que esses desoaluralisados são indignos QlhoK ; Oo negra maldade é o eicandaí» d« lodo o homeín no Mundo que ama sua Pátria, de todo o coraoão, em qw<P palpitii a honra. O poderoso auxilio da interveu^ão europea em que tanto con^ flariím, decliuou depois de lunlo sangue derramado, declinou ante o poder 4a opinião univers/:), e mui especialmente ante a magnânima e para semp«« inimorljl resistência du j^iande Rosas, e a cooperação de seu il]u!>tre oiliado o Exra. Sr. Presidente Oribe : agora se arrojara esse» impio» no» impotente» braç»<* tio envilecido Governo imperial, pura que os eleve ao poder, e pLra vinífar-te H8sim de sua Tatria, que os repelle por asquerosos, perlcndendo leduzil-» «« rilissimo rol em que se tem ioscriplo, de escravo» miseruveis do Brasil.
« Vencereis sem duvida outra \ez a essa infame turba, louca pelo furot' d» crime : t recordai que o Heulimenlo (generoso que tanto logar tem em vosg* peito Argentiíío, deixa de sel-u, quando impede a imperiosa jusliga e se aparta do txiueote dever.
«< Km quanto ao louco traidor selvagem unitário Urquiza, a humanidade aggravada aplaudirá quando houverdes suprimido a esta sanguenta personiíicrt- çâo de toda a raj^ldade. •
(i O Governo do Brasil em quanto declarava ao Representante da GrSn-Bre- tsnha, no Rio de Janeiro, que não tinha tenção alguma de fazer guerra á Gonfe- (ieração Argentina : em quanto assim fallavd para adormecer o Hepubiica '\ué justamente repousava sob a obrigação conlrahid^^ por ella e o Império peia Con- venção de 47 de Agosto de 4 828, de annunciar a Potencia mediadora, toda a roluia de paz, sei» mezcs antes ; em quanto baixamente mentia intensões paci- ficas, negociava a compra do aborreeivel Urquiza, e sublevado e»;te, corria publi- camente a prolege*lo— Invadio nossos rio», indefensos sob a fé d(»s Tratados. — Os Argentinos viram o Pavilhão Brasileiro, este Pavilhão despido de todo o tim- bre marcial, e que alli está pendurado era nossos Templos, viraro-no passear com certa desdenhosa indifferença por geos rio». Ksta ferida aleivosa está bro* tundo sangue, e mais sangue eslá pedindo, e cora sangue s^rá corada, porque já V. Ex. declarou lhe guerra pelas nota» de 18 de Agosto ultimo, dirigida» ao honrado Ministro Brilannico residente entrenó». Essas notas são vossa», esi«« notas são vòs mesmo, senhor : alli eslà o cavalleiro.o homem de coração, o emi- nente patriota, o sábio estadista. o guerreiro Valente, o General Rosas em„^6m alli et^tá retratado cora sentida eloquência. Não ha no idioma expressões assas bizarras e formosa» para demonstrar o voto de admiração e respeito, de amor «gratidão, de felicidade, de honni e gloria, que pelo conteúdo dessas oola«
vos dirií^em o» Representantes, senhor General Rosas
Jlarchemos lodos a guerra, General Rosas, Representantes e Representa ^ dof, todos somos vossos soldados, c soldados que todos Tamo^ a guerra com quanto \aleiuos e podemos. Mandai e dispondo, e ai do miserável que u4o corra ao logar por\ós designado ; ai : do vil que de qualquer modo resista a vossa vontade que é a nossa : pereça no mesmo instante cono a morte dos infames.
Tudo podeis General Rosas í o Deos das vinganças que jámai» deixa sem castigo o crime impenitente, nào permittirá que fique sem reparação o ultra- je que nos lerii feito o Governo do Brasil, e a infâmia do» desalmado» traido- res que se poseram as suas ordens. Porém se, como não é possivel crer de sua justiça divina, em seos inexcrutaveis designioti tem escripto nosso infortú- nio, combatei, General Ros;ts, até o ultimo extremo, sepulfai-voscom nosco, scpultemo-nos lodos sob a terra que nos susteve nos dias de nossa gloria. ^ô'. vcs fariamop sempre cargo, não podeis jamais dnvidal-o, vos faríamos sem- pre cargo de uma vida, que no» houvésseis poupndo para sentir o opprobrío. e de nm páoqufMios houvésseis deixado para manter «ma oxistencia de igno^ mioia. »
/
— 26i —
NOTA (A6),
Ssíupenda Uesposta de Rosas á Comrnissão da H, Sala em 20 de Setembro ds 1851.
• Senhor Presidente: — Senhores: Não encontro expressões bastantes porá m;inilesl;ir toda a vch;Mnencia de meo profundo reconti' cimento.
« Que poderei fazer, e que farei para corresponder dignamente a tanta henevolencia. tanto amor e respeito, a essaconfianga íllimitada, e ás faculda- des sem reserva algnma ?
o OSsentiores Kepresentantes o sabem, e todos os meos compatrio'as.
« Estarei sempre presente ao lado delles acompauhnido-os no cumpri- mento tio mais sagrado de lodos os deveres, domais saulo dos juramentos, Estarei constanleuKuite prompto com elles ajudando-os a sust utar incólu- mes, gloriosos e Iriumphantcs. todos os go/os, todos os direitos da (ioiifede- r.''São : a soberania, a inie.íiidade e a honra de no.-sa leira, tanio mais queri- dii, quanio mais se empenha piraticancnie a injustiça do pérfido (iabin-ie Brasileiro em agiedi-lapor si. <• por seo digno escia\o o immundo louco sel- líagem uniiaiio Liquiza, cuja vergonhosa deserção uão ha palavras ctu iios&o copioso iiíioma para ch:ssi'icar.
« A tão sagrados objectoí^. quando estão promptas nossas vidas, haveres, fama, futuro e lutío quanto ha de mais valioso; quando Ueos infinitamente justo nos acompanha e nos guia, nada nos falta, tudo nos soiua ; e a 1'atria esclarecida dos Argentinos, se veiá, sem duvida alguma, triumphante de todos os seos inimií-os.
« L(!\ai, sentiores, á H. Junta esta respeitosa rtemonstragão de meos sàos sentimentos, estas palavras de um coração agradeci(!o, que tanto liies deve, que liies peitcnce, e de que podem dispor. E ]e\ai assim {ãobeiL> á lodos e á cada um dos Repres-nlantes deminlia l*ati ia kste abraço amouoso que vos en- trego com (toce confraleinidade e intensa gratidão.
« Dizei-lbes que é do intimo de minha aliua, e que em suas distínrtas pessoas, o dirijo lãobem á todos cá cada uu) de meo^ concid.^dâos ; á todos e á fada um dos l'ovos da (ionfedoracão. suas honradas le;;islaluras, seos Re- presentantes extn^ordinarios jnnto ao Chefe supremo do Estado, e seos Go- vernos; a todos e á cada um dos virtuosos e valentes Gcner-jes, Cheies, Oíli- ciaes e soldados, que tanto me honro commandar. Honra tanto mais eleva- da, quanto com eJles, a lealdaoi; do^ Povos Aificntinos, e suas sabias reeoMi- fiões. osencaminhamos seos íiihos leaes á felecidade verdadeira eá gloria perc'ura\el.
« E íiizei mais, senhores aos honrados r.cpresentantes. haver-me permil- tido neste dia, lodo deciicado a um po\o valeioso, idolatra de sua Indepen- dência e do seo pondonor, dar a mão <^ manifestar meo apreço á pessoas es- ti"anhas que amantes t(a justiça, e das liberdades, amigas no-sas, que intereti- sadas no socego e na ventura deste £*aiz,uos ajudam com suas virtudes, ecoin Qcj^ercicio de sua moral.
NOTA [hl)
Ministério das Relações Exteriores — Montevideo ^ 20 de Agosto de 1851 ,
CIRCLLAR.
o Governo que por tão repetidas vezes tem proclamado os generosos e olevadcs prinripiosque guiam asna politica ir)terwa. julgou que nos monien- los acluaes não era a repetição desses pi incipios o que delle exigiam a sua conveniência e os interesses cío I\'uz. mas sim actos que puze^sem em eviden- cia a sua verdad<>. e dos objectes e sentimc-nlos que constantemente, c em to- das suas situações tom sido o thema de suas manifesfasões.
Neste presupposto, e querendo o Governo tirar ate o pretexto para duvi- das que não podem abrigar-se sem irrogar-lhe injuria, sobre a segurança com que devem contar as pessoas e propriedades, que de qualquer modo, e
— 265 —
por cpialcTuer snccesso riquem snbinettidas á jurisdicçáo de sua antoridade» tomou o accordo que se formula na ordem transmiltida ao Commandanle Geral das Armas, e que o abaixo assiguado, Miuistros das Relações Exterio- res, tem a honra deremetter em copia Icgalisada ao Sr. cônsul de para
8eo conhecimento e eíTeiíos ulteriores.
O a!»aixo assignadosaúda ao Sr. Cônsul com a sua mais alta o dislincta coiusidcra^ão. — Manuel Heurera y Obes, —Sr. Cônsul do....
Ministério da Guerra^ e Marinha,
Montevideo, 27 de Aposlo lelSSl. — Os successos quo se desenvolvem no interior do Pai/., o impnlto do movimento tios Exercilos aliiados e da leac- ção que nellese opera, podendo for(jar o iniuíigo de um mDiuento a ouiro a levatilar o sitio da capital, o Geverro resoivco communiear a V. s, que ii'aquelle c:\>o, e no de avaiis >rem n-rjssas forç.ts para occuparera as posições que o Exercito iui.'nij;o alniníiojiar, é sua mui firnn* iuleiísao respeitar e p.o- tete?" as fuí-sonse proR,iieda(tes(le lodos aquellcsque permanecerem paciíica- n)eute em seos l;7gares. onde ninguém pòtlerá peneirar, .senão pelo mandato tte um Oíilcial, que faiá punir, Od será respons ivcl de qualquer excesso quo se comuielta. poi" pequeno qu(! seja; fu auíto V. S, aulorisado para julgar summai iainente so!)ie a mera noticia dos f.ictos, e segundo as penas ui^is severas daOrdenansa, fa/endo-ast-xccutar immedial;imenlc contra os qu6 se fizerem réoi deste delicio ; deveutlo V. íi. responaer perante o Coveruo do Paiz pelo fiel e seveto cimiprimeríto desta ordem.
Esta disposisão é toujada ení honra uíesmo do Exercito heróico que tern defen<!ido esta capital, e ao qual os excessos de algcim desordeiro que nelle se intiottu/i>^se poderiam imprimir unja feia nódoa ; e calculada além disso para dissipar os receios e lomores que rtos^os contiaiios procuram infundir ás populações, ásquaes, cousequ(,ii|es com nossos princípios, devemos pro- tecção e auxilio contra o bariíaro syslema de seos oppressores.
V. S. inferirá esta n solução na ordem ('o dia do Quarlel-General do Exercito, ordenando sua leitura ás uopas repeli las ve/es. Deos Guarde a V. íj. muitos aunos. — Loremzo Batlle, Sr. Commandante Gerai das Armas.
NOTA (/i8).
Quirtel General nas Pontas de Cunha Peru, 4 de Setembro í/c 1851.
ORDEM DO DIA N. i8,
O Marechal de Campo Conde de Caxias, Commandanle em Chefe do Exer- cito, inlin^amente convencido da nobreza dos sentimentos, moralidade, sul>orclin;!são e disciplina dos bravos, que tem a honra de commandar ; con- tando com a eflicaz cooperasão dos seos (iistinctos ( hr-fes e Oílicines, náo pode todavia prescindir do dever, que lhe impõe a tão honrosa, quão árdua tarefa, qne ás suas delíeis forças confiara o (íoverno de S. M. o Imptra-lor, de hoje que o grosso do lixercito de op:,era(;ões piza a Banda Oriental, tr;is>ra Sfos (onunandados a politica milil;'r, que cnnipie religiasamcnte observar. Soldados ! Ides combater a par de bravos amestrados no combate : esses bra- vios são nossos aiiíigos, são nossos iiniãos de aimas. Amais perfeita e frater- nal luíião de\eis pois com «dlts manter.
Que nenh un outro sentimento em vós se manifeste, alem do desejo de excede-los á ser possível, nas \irtudes do verdadeii o soldado.
^ão tendes no listado Oriental outros inimigos, se não os soldados do (lenrral I). Manoel Ovihe, e esses mesinos em quanto illudidos enpunharem armas contra os interesses de sua Pátria : desalmados, ou venci(íos. sào Americ luo?, são vossos irtnãos. e como iaes os deveis tratar. A ^enladcira bravura do soldado é nobre, generosa e respcilaíiora dos piiucipios tte humanidade. A propriedade de quem qr.er que seja, nacional esUangeiro, amigo 0*11 inimigo é sagrada e inviolável ; e d.^^e ser Ião religiosamente respeitada p<'lo soldado do Exeicilo Imperial, como a si a propila honra, O que por desgraça violar, será considerado indigno de pertencer as fihdras do Exercito, assassino da hxjara e repatasão uacioaal, e como tal severa, e
«- 20Ô —
iJ«3i«raveUneate punido. Soldados ! E' bem pouoo o <pi« to» prescreve fr >o#«o General : sua execução faeil, e de sumaia traasceUeacia para uo«i^ Vatrla, Nào vos itcounneuU.i resignação, coastancia e valor, por que easa* virtudes são inualas no soldado Brasileiro. Eia pois! Marchemos a cutui^ílr o que á i'attia devcwos./— Londedb Caxias.
NOTA (49).
Âhi a datnos no i»ei>i«o idioma, em que foi escript». \IVAN LOS DEFENSORES DE LáSLEYS!
El Commandante Gral dei Departamento de Cerro Largo etc , Al lllm. y líxm. Sõr, Brigadier José Fernandes dos San* tvs t^aretra^ 6 c/e dei 6.^ Cuerpo dei Ejercito Itpperiul
Tampo volante Setiembre 28 de 48SI,— lllm. y Exm. Sr. La Divina Pr»- Tideu< ia. que allá en sus altos Juiciossithe ca*ligar los herroreí y los criuie- ucs iielaslNaeioue!*. ha lauzado una mirada píadosa solue el i'ueblo Orienlai, y cou bít?uos de sa proteccion, le ha debuelto la Tax domestica, eacadcnaadu para sempre el horj ible motistruo de la guerra fratricida.
Habierdo-se celtbrado el 22 dei corrieute una Convencioa Millttr eutre^ S. Ex. eiftor Presidente de la Kepublic;», Brigadier Cieueral D. Manuel Oribr, y el Sor. General D. Justo José de Lrquiza, queda interamcnle restabieciâa Ja Par publica en todo el Terriloiio de la Repuldica, y los que erau autu* reputados como eneinigos, y se hallaban unos frente á otros, han asumioo koy en virlud de la predicha Liou\encion el caracter de amigos, y com- patriotas, porque en fuerza d'aquel aclo de sabiduria, y humanidad, qtiedau concluidas, y entregadas ai olvido todas las rivalidades y disenciouet de família.
Como V. Ex. me particlpd desde Arredondo en «u comunicacion féu fecha, pêro que fue escrita dei 3 ai 6 de Agosto, de la invaciou, que bacia dei lerrilorio de la Republica en virtud de Mandato Soberano para agredéc ai 1'als eu guerra publica, y deciaraba taatbleu como alliados dei Governo^ Imperial á los Generales l>. Justo José de IJrquiza, D. Eugénio Garzon, y D. Benjamim \iraboro, coii quienes se halla hoy eu plena pai, y amistad el Gobierno de la Republica, que preside cl Sor. Brigadier General D. Manuerf Oribe, esde mi deber como potestad subalterna en es'a nueva criíd;*, que aparece, exísír de V. Ex. una pronta y categórica deciaracion como Gefeuel 3. (..uerpo dei Exerci lo Imperial, que ha abaulado sus marchas seis leguatf mas despues de este íuceso. y apoderado-se de la Capital dei Departamenio Ue mi mando, si en virlud de la predicha Couvencion militar, que celebra' roH losque fuerou alliado dei império, se considera V, Ex, y la fuerra d« su man.io comprendicio en aquel arreglo militar, ò si por el contrario con- serva, y declara V. Ex, el caracter tíe enemigo publico con^que íavadio el Território de la Republica.
Este acto conservador de los derechos de un Pueblo aggredldo,cuya pronta y categoiica df claracion exíso á V,Ex., me servirá de regia de conducta, por que si babien de derramar-se todavia alguna sangre, no hade caer ciertamentc *ol)re mi cabeia, ai deella dcbe responderei Supremo Gobierno de la Repu- blica, cujo Terrilorio ha Kido invadido en guerra injusta por las arrrias de .^. M. 1. Saluda á V .Ex. atentamente ycou su ma» di^tluguida con^idâtacion. — i)iOM»io CoiiortsL.
NOTA (50 a).
Montevideo, % de Outubro de <83l .— O infrascripto Ministro das Relaçóe» exteriores, acaba de ser informado peio Sr. Encarregado de ^egocios do lirafil. refcrindo-.se a communicaçãj de S.li\. o Sr, Almirante Greenlell que a Cor- Tttadc kuerra de S.M.B. liveed, violando os deveres que lhe impõem a neu- tralidade de sua Nação iia guena que existe entre a Republica e o Governo de Buenos Ayres recebeu a leu bordo, epozsob :i }.noi»*cção do seu pavilhào, \a-
\
— 267 —
r!o» Commaadantcs.Officfaei e soldados pertencentes ao Exercito sitiador que a« «nibarcaram nas lanchas daqueila Corveta \indas aterra comesse uulco fim o
Nào podendo o Governo persuadir-se que o abuso da força fosse levado até esse ponto, maxime quando haviam precedido as declaiaço«;s que se íizeram ao Sr. lincarregado de Negócios de S. M, li. na ciíoular de 2 do conontí- , é O abaixo assignado encarregado de dirigir-sc a b, t>. e pedir com urgência a« «xpUcações que o caso exig<'.
Aquelies indivíduos, levando com sigo seus uniformes, armas, e mais ata- tioí de guerra de maneira alguma podiam sor recebidos a bordo de um \as» ueulral que não queria perder semelhante caracler. Esses homens em ta' eg- tado. nào «ào «imples refugiados a quem a humanidade deva soconou pi'*- Iccçào : são pessoas que vão fugindo das obrigações que lhes impõem as con- \ençòei ou os successos da guerra : nào vão com os tilulos de emigrados, ou proscriptos, c nem do homens decididos a separar se da conlond;i ; mas sim com o manifesto desígnio de pei«everar nella, transportando -se para outro lo- gar melhor, cobertos com o pavilhão de um na7Ío de guerra neutral, e a hon- ia e a fé que sua Nação tem empenhadas na< iminunidades que gozam exse« uuvioà. Fazer poi#, o que o Sr. Almirante Greenfell paitioip» u ao Governo, é um facto que elle não {:óde admillir sem as explicações leaes c francas, que •«- pêra deS, S.
Em torto caso, elle não duvida que S. S. dará as ordens mais terminante*
ftara que os homens que existem a bordo daquelles barcos, se consorrem nel- es a suadispobição : bem entendido, que se assim se não fizer, e esses indivi- dues foreir conduzidos ao território o?cup;iilo pelos inimigos da Republica o Governo qualificará este facto, eomo já o declarou nas diíTjieutes communi- cações que tem tido a honra de dirigir a S.S., de um acto de a^ífíressão provo- cada contra a Republica, Com este motivo, é me grato. etc. etc— .VI. Hea- AKRA T OBKBoÀoSr. Encarregado de Negócios de S. M. Britaunica.
LEGAÇÃO BRtTATiniCA.
Montevideo, 8 de outubro de 1851.— O infra<cripto Encarregado de nego- •Í03 de S. M. B. tem a honra de accusar recebida a nota que S. Ei. o Mi- nistro das Relações Exteriores fez lhe a honra de dirigir hoje, lelativan^ enie a conducta do Lommandanteda Corveta de S. M. Tiveed «urla no poito do Bu- <éo, que deu asylo durante a ultima noite a bordo desse navio a certos chttfes « Ofliciaes que fugiam a salvar suas vidas.
O infrasrripto tem a honra de informar a S, Ex. qno os bofes da Tiweed •stavam e^lacionado? no desembarque do Bocéo, como fim de dar protecção â8 vidas e propriedades Britannicas.
O Infrascripto não pode considerar a conducfa observada pelo Comman- dajite da Corveta de S.M. Tiveed, dando asylo as pessoais que lugiam para sa)- "Var suas vidas, como uma ruptura de neutralidade ; é unicamente de aecordo com o uso das Nações civilisadas, e indubitável diseilo de um neutral, sar)ccio- nado pela lei da^ nações, e dictado pela humanid;»de e justiça : nem pode o ínfiascriplo admittir que o Commaudanle da Tiveed commeltesso um abuso de força, em dar protecção a pessoas sem resistência, que íusiam para salvar euas vidas, sem levar com sigo n ais que seus vestidos e espadas.
O infrascripto permiite-se chamar a attenção de S. Ex. sobr« o farto d«
2ne o Bucêo,quyndo os referidos se embarcaram, se achava sob a jurisdição do eneral Oribe.
O infrascripto pode assegurar a S. Ex. o Ministro das Relações Exteriores. i|ue os agentes da Gràn-Bertanha, nada firão senão aqnlllo qne for juslíficado pelas lei das Nações, e pedido pela humanidade; e aproveita esta occasiâo de renovara S. Ex. etc, etc. — Robebto Goue. AS. Ex. o Sr. O. Manuel Kerrera y Obes, Ministro da« Relações exteriores ute.. etc.
NOTA (53 b).
Fragata dos Estados-Unidos Congresso —Montevideo, 2 de Outubro t^el65< .
Senhor.— Tomara Vmc. o Guarda Mariíih ' StiHivell,e oito homens do primeiro culer desta Fragata, esc dirigirá com toda a presteza ao Bmc<?o, x\s sim que chegue informará aos cidadãos Norte Americano» alti residentes, que foi mandado pí<ra (onduzi los a Montevideo, ou a outio ponto dt «gurança
/
-• 268 —
perto que ellos prefiram, no caso de haver uma batalha entre os Exércitos qu* se aproximam pura aquelle pouto.
Levará Vmc. 6 dias de municio para sna gente, c tomará todas as pre- cauções para prevenir que deivetn o escaler; para que Vmc. esteja promp lo a dará protecção que se lhe n^aiula dar, ca^o seja pedida.
Vmc. não tomará parte alguma nos actuaes distúrbios, e até onde for pos- sível evitará que sua gente se exponha .Se chegar a saber que se lementaholado negociações eutre os beliigerautes.eque por isso se torne desnecessária sua pre- sença alli, voltará imme íiatameate para bordo da Fragata, e soo não tizer ante?, voltará Vmc. em tempo pua baslecer-se de viveres, excepto se vir qu« seus serviços poderão ser requisUados em sua ausência, em cujo caso couj- prará os viveres necessários para sua gente, que serão abonados pelo Conta- dor da Fragata.
Duraute o dia haverá uma vigia nesta Fragata e se Vmc. vir uma bandeira a proa, será esse o signal para que se retire, ao que obedecerá immediata- menle, se fôr praticável.
Mui respciiosaiuente sou o seu obediente criado.— Jas.Mc. Mc. Intosh, capitão. Ao(íuarda marinha du ia classe Sammts. Fragata dosE. U. Lou- grts*o.
Montevideo, 8 de Outubro de 1851 . — O infra-^cripto Ministro das Relações Hxleriorcií, foi informado por S. Fk. o Sr. Aluíirante Greenfell, que a boruo do transporte Sardo Benedetta Marin, surto no iiuceo, se achain refuí^ia- dos vaiios Coinmandaules, Oíliciaes e soldados peitencentcs ao Exercito silia- dorcom o manifesto intento de passar a Republica Argentina c conUuuar sua> hostilidades contra csle Fist^do'
Por esse motivo, o infrascriplo foi encarregado pelo sco Governo de dlii- gírseao Sr. cônsul de S. M Sarda, e pedirlhe qutíira dar immedialanjente as ordens mais terminantes para que aquelles indivíduos sejau) postos a dis- posição do Governo, fazendo-àe entretanto responsável o Commaudanle do na- \io pela sua segurança.
Não duvidando oinfrascripto que o Sr. Cousul fará completa justiça ao direito com que o Governo faz ». ta reclamação, couclee reproíhi/indo a decla- ração da circular de 2 do correnie que le\e a homa de dirigir a S, s.. e rei- terando-lhe a segurança de sua alta e disliucla consideração. — Manuel He»-
HERA Y ObES.
Sr. cônsul de S. M. Sarda.
r,on?ulado Geral de S.M. o Rei de Sardanha era Montevideo 9 de Outubro de 1851 .
Oinfrascripto Cônsul de S. M. El-Rei de Sardenha, passou aoconhcrim:ínto do (^oinniandanle da Estação Sarda, a nota que S. Ex.o Sr. Minisiro das ííe» Jações Flxtertores se dignou dirigir-lhe com data de honteni, relativa a v.irios Oíliciaea perteucenies ao Exercito sitiador quese achavam reíugicídos a birdo do bergantim Sardo Benedelt» Majia, surlo no liucêo. Como pelas explicaçõi» que da o dito Conimandaute cm sua resposta, que o inírascriplo acaba de re- ceber e que se apressa transmittir por copia, não duvida que S. Ex.o Sr. Ministro achará plenamente justificada a conducta do Coinmandanic da lie- ncdctta Maria, o espera por consequência que S. Ex. dará por tcruiinaiio o negocio que forma o o)^jecto da referida no*a.
Por este motivo oinfrascripto teuj a honra etc, ria. — O Cônsul Sardo, Gaita'vo (íavajizo. a S. Ex. o Sr. Ministro das Ilelações exteriores da Republica, D. Manuel Hcrrcra y Obes.
Copia — Aolllm. Sr. Caetano Gavnzza, Cônsul de S. M. Sarda junto ao Go- verno da Republica Oriental dolruguay.
Real Bergantim Sardo, Colombo. Montfviddo 8 deOutnbro de <35l.
lilm. S. í.onsul. —O infrascriplo Commandante da Eslação Sarda no Rio da Prata, tem a honra de ficar sciento da nota com data de honteui dirigi • da a S. S. i. de parte dá S. K\. o Sr. Herrera y Obes Ministio das Re- }ações Exteriores do Governo da Republica, e vô na dita nota o desgosto de S. Ex. em nome do seo Governo por haver tido conhecimento de que a benedet- ta Maria Segunda, bergantim Saído, d( o a-yio a trinta Oíiiciats Argentino» do Exercito sitiador assim como o convite que se me faz para que osdilO]) indiví- duos sejam entregues ao Governo de Montevideo.
Apezar de hontem ter encarregado a S. S. I. de dar conhccimenta ao re- ferido Sr. Ministro da ia formação, que a esse respeito tive úQ mco Teueule
\
— 269 —
encarregado do coraroando da « Beuedelta Maiía Segunda.» me apresso a dar no\os esclarecimentos a fim de que S. S, 1. possa ieva-los ao couheci- lueulo de S. Ex.
ABenedetta Maria Segunda, foi armada e mandada ao Bucêo com o único fim de proteger as propriedades e pessoas dos súbditos de S. M. o Kei de Sar- denha, e as inslrucQÕes dadas ao Sr. Lomaglio meo primeiro Tenente, recom- mendam de conservar a mais estiic la neutralidade cousa que desempenhou, a minha satisfação.
Os Ofllciaes Argentinos que receberam hospitalidade por vinte e quatro horas a boi'do da Benedetta Maria, nos foram trazidos na noite de 7, em un.a lanchada Fragata dos Estados Unidos « Congresso." O Sr. Lomaglio impoz-se o dever de informar ao illustrissimo Sr, Greenfell', Almirante Br^ssileiro, que approvou o asilo concedido pelo moo Tenente.
Não tardei era mandar a bordo da Congresso um Official afim de infor- mar ao illustrissimo Sr, Commandante d'aquella Fragata, da operação de sua lancha, rogando-ltie retirasse o mais breve possível aquelles Si's. Ofliciaes, pois que nãó queria que sobre mim pezasse tal responsabilidade.
Em seguida soube que os indivíduos em questão passaram para bordo da Corveta Ue S. JVl. B, Tiveed.
Sem querer entrar agora em averiguar se o Governo de Montevideo tem, ou não o direito de pedir ainda a entrega de tacs refugiados, depois de quanto exponho na presente, S. Ex. poderA dirigir-se a quem possa ter responsabili- dade a respeito. Aproveito a occasião etc. ele. — F. L. Cavagnaro.
NOTA (51)
ARTIGOS DA CAPITULAÇÃO CONCEDIDA A' ORIBE.
i .0 Picconhece-se que a resistência feita pelos Militares, e Cidadãos á inter- Tecçào Anglo-Franccza, foi na crença de que com ella defendiam a Indepen- dência da Republica,
2.0 Reconhece-se entre todos os Cidadãos das éifferenles opiniões em que tem estado dividida a Republica, iguaes direitos, iguaes serviços, mérito e opção aos empregos públicos em conformidade da Constituirão.
3.0 A Republica reconhecerá como divida nacional aquelJa que haja con- trahido o General Ofibe, em relasão ao que par^ taes casos tstatue o direito publico.
4.*^ Proceder-se-á opportunamente, e em conformidade da Constituição, a eleição de Senadores e Representantes em todos os Deparlamonlos, os quaes nomearão o Presidente da Republica.
5.0 Declara-se que entre todas as differentes opiniões em que tem estado divididos os Orientaes, não haverá vencidos nem vencedores, pois todos devem unir-se debaixo do Estandarte Nacional para o bem da latiía,e para defender suas leis e Independência.
6.0 O General Oiibe, assim como todos os mais Cidadãos da Republica ficam submetidos ás autoridades conslitnidas do Estado,
7. o Era conformidade com o que dispõe o artigo anterior, o General D. Manoel Oribe poderá dispor livremente de sua pessoa. Quartel General, 40 de Outubro de 18õl. — - Josto José Ubqdiza.
NOTA (52) .
CARTA DE ORIBE DIRIG IDA A' URQUIZA.
Passo dei Molino, 11 de Outubro de 4851. —Meo estimado Amigo e Ge- neral. Não tenho a menor duvida em aceitar as novas concessões que modi- ficando as anteriores, me remctteo \. Ex. coui sua apreciável de hontem 10 do corrente.
Somente tenho feito a seo respeito, ao Dr, Villademoros,que entregará esta á Y. Ex., algumas observações verbáes que espero V. Ex. se sirva ouvi-las, e pôr em pratica com a benevolência, que me tem manifestado em todo este negocio.
Sem outro objecto, coafesso-me de Y. Ex, attento e affectuosissimo ser\idor. —• Manuel Oribe.
/ 35
/
— 270 —
NOTA (53).
Viva a Confederação argentina ! Morram os inimigos dit organisação social !
o Governador e Capilão General de Enlie-Rios, General em Chefe do seo Exercilo, e General da vanguarda do lixercilo de operações.
Quartel General no Pantanoso, Í2 de Outubro de i85l. AoExm. Sr. Pre- sidente da Republica Oriental do Lruguay, o Cidadão \). Joaquim Suarez.
Minhas anteriores communicnsões.e com especiaiidade a de 8 do corrente, lerão instruído a \ .Ex. dos resultados obtidos pelos Exércitos Alliados sobre o do commando de D. Manoel Oribe. Venho pois a cumprir a promessa que en- tão liz á V.Ex. de insl.rui-lo detalhadamente das concessões feitas ao Gene- lal Oribe, e dos motivos que me decidiram a isso, aíim de que, apreciando-as Y. Ex, em seo illustrado jnizo. queira dar-lhe a sancção de sua approvísao.
Y. Ex. conhece a serie de acontecimentos favoraveis,que me conduziram ate pôr-me a frente dos últimos entrincheiramenlos do General Oribe. Nessa pcsicão, não restava outra alternativa senão dar uma batalha contra um Exercito que ainda contava 8,500 homens das três armas ; ou continuar empregando os meios pacificos, cujos resultados haviam sido até culão tão felizes. . . A
O ultimo meio podia conduzir a terminação instantânea e completa de uma guerra que havia durado mais de 8 annos. Offerecia este resultado sem effr.ção de sangue, sem o sacrifieic» de novas victimas, e o objecto da presente campanha í-e preenchia do modo mais satisfatório.
Nestes momentos desejei mais que nunca, consultar as resoluções que eram necessárias dos Governos Alliados. Esta era uma condição da alliança, e uma consideração devida ao nobie interesse que haviam manifestado pela pacificasão da Republica Oriental.
Porem ao ponto a que os successos haviam chegado, toda a dilação se tor- nava impossível . A acsâo em qualquer dos extremos, que se adoptasse, devia frer de momento.
Em tal collisão, tive só em vista o objecto principal da alliança: e de acor- do com o General en« Chefe do Exercito Oriental, assumi a responsabilidade dos resuHados em meo caracter de General em Chefo do meo Exercito, e como Representante dos Governos d'Enire-Rios c Corrientes.
Fiz ao General Oribe algumas concessões, que talvez não se podessem ra- cionalmente negar, depois de uma -victoria ensanguentada. Fil-as sob a condiccão de obter a acquiescencia dos Governos Alliados, e com a confiança de que elles avaliariam devidamenie os motivos de minha resolução, e apre- ciarão bem seos resultados.
Hoje cumpro com este dever, submettendo á consideração dos Governos Ailiados as concessões feitas ao Exercito do General Oribe, com as quaes se conformou, e que tem dado em resultado a pacificação da Republica ; o re- conhecimento cia única autoridade de seo Governo ; a re-installação da ordem constitucional, e o livre exercício de seos direitos como Nação Independente, Taes são os objectos essenciaes da alliança, e os motivos de tantos e tão san- guenolentos combates.
As tropas Orientaes estão já sob o immediato commando do General em Chefe do Exercito da Republica ; as Argentinas submettidas espontaneamente âs minhas ordens, sahirão imme''iatamGate d'este território ; toda a artilha- ria, e todo o material doExercitu foi já entregue. Só resta, pois, que um es- quecimento absoluto do passado selle para sempre a Paz, que tão felizmente se lem obtido, e de que tanto necessita este formoso Paiz.
Para consegui-lo creio que nada é mais efficaz que o triumpho dessa po- litica tão humana, quanlo elevada, a cuja frente se tem coUocavIo Y. Ex. : e essa convicção é a que me fez conceder ao General Oribe as concessões, que solicitou.
Elias por outra parte não são mais que a realidade das patriótica!* e libe- raes declarações feitas por Y. Ex., e que tantas vezes hão enchido de orgu- lho aos amigos e defensores da causa presidida por V. Ex, que emfim abra- çaram todos os Orientaes paia bem de sua dilacerada Pátria.
Desejando vivamente que meo proceder cncontie no Governo de V. Ex. a approvagão necessária, concluo. Sr. Presidente, reiterando á V. Ex. a sc- fcurança de minha mais alta c disUucta cousidera^ão. —Justo J, pe Luquiza.
. \
- 2/1 —
NOTA (5/i).
O Presidente da Republica Oriental do Uruguay,
Moutevidôo, <3 de Onlubro de 1851. — Recebi com grande satisfação, a nota (jue me dirigio V. Kx. com dala de 42 do correnle, dando-me couta das concessões que V, lix. houve por bem fazer ao General D. Manoel Oribe, e dos uioHvos que o collo3:<r;iin no caso de as fazer.
Apresso-me pois a manifestar á V. Ex. qr.e confirmo e approvo na parle que me corresponde, tudo quanto V. Ex. concedeo ao General Oribe, e que consta do documento a que V. Ex. se refere em sua nola cilada.
Satisfeitos assim os desejos que mostrava V. Ex., sejame permeltido ex- prepsar-lhe a sincera gi-alidão que me anima pelo nobre c generoso interesse que ihe inspira a ventura do meo Palz, e os indeléveis serviços com que V. Ex, acal)a de allrabir os respeitos e sympalbias deste Povo tão virtuoso, como bravo.
Queira V Ex. aceitar etc, etc. Suarez.— Manoel líerrera y Obes.—Lou- rcnzo Ballle.
NOTA (55).
Quartel General nas Pontas do Tambor^ 25 de Setembro cfelSòl.
OKDEM DO DIA N. 22.
Tendo chegado ao conhecimento de S. Ex. o Sr. General Conde de Caxias, Commandante em Cbefe do Exercito, que, apezar de suas reiteradas oídens, de todos os seos esforços para manter illesa a reputação e dignidade do Ever- cito de operações á seo mando, fora desiespeitado o direito de propriedade de Maria Mendes, carneando se-lhe duas lezes mansas, e de5truindo-.>e lhe um cercado ou curral ; damnos que foram por S. lixe. reparados coiu mão 1 Uíía, procurando attenuar d'est'arl(> a desfavorável idéa que ordinariauienle se fa,^ da civilisagão, moral.e disciplina do Exercito que assini procede ; e nada ten doS. Ex. tanto á peito como pôr termo á Ião revoltante e criminoso procedi- mento: manda fazer publico ao Exercito, que será gratificado com dez onças d'ourolodo aquelle que aprcheuder em ílagrante, ou noticiar com as precisas provas, os perpctradores* de taes ai tentados.
S. Ex. o Sr. General em Chefe sente a maior satisfação em poder nesta mesma occasião louvar e recommcndar ã consideração do Exercito os solda- dos Manoel José Soares, José Eaiioya do Espirito Santo, André Lopes, e Paulo António dos Santos, lodos do 7. o Balalbão de Infantaria da 2.» Divisão, pela prova de honradez, e moralidade, que acabam de dar, appresentando ao Sr. Commandaotc da rrfericia Divisão a quantia de cento e vinte e tantos mil réis. porelles achada na marcha, e que se verificou p<;rloncer ao Sar-gento doS.o Ba- talhão da dita arma Francisco Corrêa da Silva ; e determina que seja esta Or- dem lidaás Companhias nas revistas do costume, por Ires dias consecutivos: dando-se parle ao Quartel General de assim se haver cumprido. — O Coronel Chefe do Estado Maior.— Miguel de Erias e Vasconcellos.
NOTA (55).
Orientaes ! Eu vos prometti combater por vossa Liberdade e soberania nacional, e cumpri minba palavra.
As cadêas cem que vos opprimia o tyranno de minha Pátria, estão despe- daçadas, e só me falta quubrar as que opprimem o desjj;raçado Povo de Buenos Ayres, onde ainda impera o oppressor dos Argtntino8,a quem tem de combater os soldados da Liberdade.
Eu me separo de vós, mas onde quer que me leve o destino, seja aos campos de batalliu, uo socego du vida jrivadu, ou a velar pela tranquillidade,
/
— 272 —
e gloria de rainha Pátria, sempre farei votos por rossa prosperidade, e para que saibais conservar os preciosos bens que acabais de reconquislar, depois de uraa tão larga e desastrosa lula, que desolou vossos ricos campos, e tingio com o caro sangue de vossos guerreiros, e de vossos irmãDS. Esles preciosos bens são a vossa Liberdade e Independência.
Orientaes ! Sereis livres obedecendo ao mandato do Cidadão a quem a lei e o sufrágio constitucional elevoíu ao assento da primeira Magistratura, e aca- tando as leis protectcr;is da vida e da propriedade dos Cidadãos.
Sereis independentes vivendo unidos em torno a gloriosa Bandeira, que é o symbolo de vossa nacionalidade, para que as Nações e os Governos que vos observara, vos respeitem, e para merecera admiração das que juraram o çx- termioio da sanguenta lyrannia das Republicas do Prata, estabelecendo solida- inente o império da Liberd?de e da Lei.
Orienlaes 1 Na união eslá a forca, na Paz a prosperidade de vcssa Pátria, ea felicidade de vossr.ií filhos : uo esquecimento dos rancores civis e no exercí- cio das virtudes Republicanas, a cons->ii<íação de vossas Itisliluições Nacionaes.
Orienlaes ! União, Paz, e Fraternidade para cum todos, é o que vos incum- be o que leve a gloria de haver contribuido a reconquistar vcssu Liberdade, e Independência. Quartel General no Pantanoso, 21 de Outubro de 1851. — Justo José I^eqciza.
NOTA (57)
PROCLAMAÇÃO DO GENERAL URQUIZA AO SEO EXERCITO.
Soldados ! Vamos regressar ao seio de n-issa Pátria, porque a gloriosa campa- nha dos Exércitos Alliados terminou neste solo.
A Liberdade e a Gioria nos conduziram ao Estado Oriental, encadeado á arabigão do IjTHuno dos Argentinos, e ciie fica seguro com a reconciliaçuo sin- cera de todos os Orienlaes, e sem haver-se derramado o sangue de sens filhos.
Soldados I A Liberdade, c a Gloria hoje nos chamam a novos campos de ba- talha^ nos chamara a completar a grande ob:a da regenerarão social das Re- publicas do Prata.
Vamos, pois, soldados, a combater o ensanguentado tyronoo de Buenos- Ayres, e dar Liberdjde aos opprimidor, Povo5 da Confederação Argentina, que por vinteannos tem gemido debaixo do pezado jugo da lyrannia de Kosds. Va- mos proclataar a crganisação de nossa Pátria, debaixo do regimen federativo, que a vicíoria e a sjberana vontade dos Povos temsanccionado já, como o mais conveniente para fazer sua felicidade.
Soldados ! Em Buenos Ayres, como na Repnblica Oriental, nossa missão não é outra senão distruir o bárbaro syf^lema de D. João Manoel de Rcsas, que é nosso único inimigo, que é o único autor dos calamidades publicas destas re- giões, e é o que fez correr o sangue dos Argentinos e Orienlaes, nas guerras que tem suscitíido por ambição, ou capricho, nos cadafalsos, e nas ruas da desgra- çada Cidade de Buenos-Ayres, onde lem sacrificado a intelligeocia, a virtude e o patriolibraa de seos filhos.
Soldados ! Eu e; lou satisfeito do vós, por que nesta campanha haveis preen- chido vossos deveres como dignos Cidadãos das Provincias' de Eolre-Rios, e Gor- rienles ; e espero que continueis, sendo por vossa subordinação e disciplina os verdadeiros soldados da Liberdade. Quartel General no Pantanoso 21 de Outubro de 1851,— Justo J. Ubquiza,
NOTA (58).
Viva a Confederação Argentina 1 Morram gs inimigos dn orgamsação nacional.
Quartel General no Pantanoso, 30 de ()utubro de 185 i. — O Governador e Capitão General du J['rovtncia de Entre-Rjos, General em Chefe do seo Eser-
\
— 273 --.^
cito, e vanguarda dos Exércitos Alliados de operações, ao Exm. Sr. Presidente da Republica Oriental do Uruguay Cidadão D. Joaquim Suarez.
Próximo a regressar ao solo de minha Potris, com o Exercito do meo man- do, é denaeo dever manifestar áV. Es« meo mais sincero reconhecimento pelas assignaladas provas cie dislincção, que tenho recebido de V. Ex., e de todos os habitantes da Bepublica. Vou se parar-K? desta terra querida, com a satisfação de que o restabelecimento da paz pubJlra cm todo o território da Nação é ura acontecijTiento da maior importância que (devidamente s. ;)erão avaliar todos os bons Orieiílaes, por ser o começo do resfobcllecimento e exerdcic 'Íjs formulas conslituclonaes, que por tanto tempo foram interrompi d d <> pela iafluencia mili- tar do tyrauno de minha Pulrin.
Porém ao íeparar-me deste Paiz, não posso deixar de recommendar á consi- deração de V. Ex. uniii porção de raeos Compotrioli!» que tem de viver deoaixo do amparo das Insfituiçõe? Liberaes da Republica, esperando o dia afortunado em que po.ss nj regressar ao seio de sua Pátria, de on:'3 os arrojou a tyrannia, e ambição do oppressfjr dos ArgentinoB, ese assim o faço é per ser de meu dever, como General Argentino pedir ao Governo da Republica, para elles, as mesmas considerações que era idêntico caso pederia V, Ex., para os Orientacs no terri- tório da Confederação : e não por que até ngora meos Compatriotas não tenham recebido de V. Ex. muitos, e distinctos testimunhos de benevolência.
Queira pois V. Ex. aceitar meo reconhecimento, e receber as fi^iioitações que lhe dirijo pela liberalidade das resoluções, com que V Ex» tem iríluido tanto para o restabelecimento da Paz publica e para a reconciliação de todos os Orientaes, que hoje não devem pensarem outra cousa, senão em consolidar as Instituições de sua Pátria. Deos Guarde a V. Ex. muitos annos, — Justo J., UnQuiZA.
NOTA |59).
Senhor.— Tenho a honra de entregara V. Ex. á Carta Credencial pela qual S. Mu o Imperador do Brasil meo Augusto Soberano incumbe-me de huma missão especial junto á pessoa de V. Ex.
Neste acto de S. M. I. reconhecerá V. Ex. mais uma sokn^ne demonstração do apreço em que S. M. tem as relações de amizade com eàta Republica, mais uma prova do desvelo, e solicitude com que p'-ocura desempenhar as obrigações da alliança com ella contrahida, contribuir quanto em si couber para que a Paz e a ordem legai nella se consolidem, e com a Paz, e a ordem sua Indepen- dência e futura prosperidade.
Reciprocos interesses políticos e commerclaes, prendem o Império aos Esta- dos que cora elle occupam a America do Sul, e, dentre os estabelecidos nas margens do Irata, o da Republica Oriental do Uruguay é aquelle com o qual mais estreitas se tornam essas relações de mutua scguranç i, Pr.z, e en- grandecimento ; não só por sua posição geograpbica, carao a!é pelas tradicções de fraternidade que outrVa ligou-a ao Império. A maLUtenção da Independên- cia deste Estado, sua prosjieridade e Paz, são objectos da mais intima e fervo- rosa affeição do Brasil, são elementos indispensáveis para a Iranquilíidade de suas Fronteiras,
Minha missão especial junto a pesson de V. Ex. tem por fim principal ga- rantir esses reciprocos interesses, proruríusJo por todos os meios que convenham, jhrmar soli'J3mente à Independência dtole Estado e suas relações de boa intelli- gencia e amizaíJe ccín o Império.
E felicitando nesta occasiSo,em nome do meo Augusto Soberano, á Repu- blica Oriental do Uruguoy, eá V. Ex. pelo triumpho incruento que poz termo á guerra fratricida que por tantos ancos a assolou, e foi para o Império causa de perdas, vexames e contínuas inquietações, eu desempenho o primeiro e um dos mais gratos deveres da minha çjissão ; sou órgão e interprete Oel da emoção que por esse feliz successo sentioS. M- o Imperador ; emoção que foi para ell6 lanto rosis viva, quanto tão prçspçro rçsuUíido é çw grfinde partç devitt© 9.0
— 274 ~
rsclarecido patriotismo (los Orientaes que, abandonando at bandeira contrarias gloria e reaes interesses do seo bello Paiz, tornaram impossivet a resistência, e assim evitaram o derramamento de sangue de irmãos c inimigos.
Julgar-me-bei nniito feliz, senhor Presidente, se eu oonsfguir junto a pes- soa de V. Ex. corresponder á honrosa misião, que o ra°o Au;;asto Soberano DigQou«se de commetler-nie, realisando do modo o mais seguro e vantajoso para os dous paizes as vistas emineoícmente pâclfioas, amigáveis e justas, que I residcn à poiitic» internacional do Império,
Eesposfa do Presiâenèc do Estado Oriental à Allocução supra elo Ministro do Brasil Senador Carneiro Leão,
Sr. Ministro. — A Republica Oriental, que tera sempre visto no Império do Brasil seo mais fiel alliado, o apoio mai.s firnio de sv?^ Indepeniíencia e a gamatia mais solida do, suas lasíitriçòes, não póae deixar tic lisoagear-sesrau- demente cora os repetidos tcs!;Kn.ir:h*oà qa>^; paein na raais oouapieta eviden- cia a convicção produzida pot uma cesie dê iacío'i.
A's épocas de paz, de bem estar, e de engrandecimento para a Republica vão sempie ligadas as lembranças da influencia que bobre elia tem exercido o Império,
D'aqui nasce a confiança com que segara encara o seo futuro, desde que ctlâ garantida por um poder tão forte como justo.
Aceito pois. í-ínbor Minií>tro,com reconhecimento em nome da Republica, o novo testimnabo Ue amizade feincera, e de generoso iuteieáse que S. M. o Imperador offerece nesta occasião.
Preenchendo os votos de meos Concidadtãos, far-me-hei o dever de con- tribuir com todos os meos esforços '; ira a execução dos import^iules objectos que foram coafiados á elevada inlelíigencia, e dislincto zèio de M . Ex.
Ha escolha de sua pessoa não pode deixar de verse um testimunho mais de consideração feita ao Governo da Republica.
E-^sa escoiha contribuirá mui eflicazmente a estrfitar cada vez mais os laços de união eiitre ;)ml)os os Paires, e a perpetuar uma Paz que consolide sua prosperidade reciproca.
Queira V. Ex. ser o interprete junto de S. M. o Imperador, dos senti- mentos que animam o Governo da Republica, c dos votos que faz para que sua existência assegurem á JSação Brasileira a maior dita, e bem estar.
NOTA (60). Honrada AssembUa de notáveis,
A guerra está terminada, e a Republica na posse pacifica de sua Indepon- dcncia escbeísnia. A emoção que experimento, ao participar vos tão plausivei acontecimento, só é comparável com osíVimenlo do neo espirito nos largos annos de penosas desgraças, qua aííligiram o Paiz, e que eu tive o dever de pre- senciar com impassibilidade.
Aceitai, pois, minhas sinccrES e ardentes felicitações. O objecto único de tantos e tão caros sacrifícios feitos, e?tà conseguido. A justiça Divina não podia consagra-lo de uma maneira raais digna de sua Omnipotência.
Essa situação, como sabeis, é devida aos esforços e leal cooperação que h3o prestado á República os Governos do Brasil, Entre Rios e Corrieatjs. Merco d^elles, o seutimeiíto nacional pôde pronunciar-se com a uniformidade e energia, que tão urgenter.jenle demandavam a prostração do Paiz, a síilvação de suas Liberdades e a ccnservaQão de sua dignidade. Nos documentos que tenho a lionra de passar ás vossas mãos, encontrareis todos os detaliies d'esse assombroso e para sempre memorável successo.
Operada a Liberdode da Republica pela «inlão e Patriotismo de todos os seos íiJhos, o Governo teve o duplo prazer de ver o fim da sanguinolenta luta que trouxe á nosso solo tt aaibisSjideítíDfreadadí um lyranno estrangeiro, sem ter
^ 275 ~-
que deplorar mais sangue nem mais desgraças, do qne as que já havia cus« lado á Republica seos aleivosos e attentalorios desígnios. Um esquecimento completo de todos os erros passados ; as mais amplas garantias ; a fraternisa- suo franca, c siucera entre todos os Orientaes, como symbolo cLi nov^i época, ({ue se abre aos destinos da nossa Pátria, e expressão de suas primeiras ne- cessidades : foi o acto com que o Governo encerrou o perioJo glorioso do si- tio desta Praga . A hisloiia julgará d'este feito: obrando assinj, elle tem sic'o fiel as suas convicções e ás suas repetidas promessas.
Todos os meos esforços convergem neste momento pnra dar a essa paz, tão anhelada como necessária, solidas bases de permanência. Tenho, sCiíSiO' res, fundados motivos para crer que tão importante íi:n se conseg ii ';, L. , so ao seo nome,que a Oi'dem, a Liberdade e a segurança, poiulo er* :^ ovv n>ento todas as molas da prosperidade publica, poderão restituir és nos>.;; povoações acalma de que necessitam, e á Republica o vigor que sUoi instiir.; çòcs requerem, e de que tanto dependem seos grandes destino«-
O estado excepcional em que a Rcpublic;; se lera achu!> por tão lonijj tempo, reclama, com urgência, a orgauisaçlo de sua administração ronstita- cional. Sob o numero 7, encoatrarcis o decreto que expedi, ordenando os co- mícios públicos para as eleiçò;-; de Deputados e Senadores qi^c \i'0 ui compor a G.a legislatura. Fica satisfeita, pois, a obrigação mui grata paia mim, que contrahi para comvosco, e para o Paiz todo, no dia dcograçado em que o Cor- po legislativo deixou de existir por effeilo da lei.
Emquanto a Nação não elege os mandatários que devem subslituir-me na gerência de seos negócios, continuarei, como ale aq.;i. dedicanoo meoj mais assíduos cuidados á segu: anca exterior da Republica; á ordem e iranquillida- de interna, ao melhoramento da adminififr; ção,e ao socego de seos habitantes, baseado no respeito dos direitos que lhes asseguram as leis da Republica.
Terminado com esse acto, e com a mudanga da situação, o encargo que vos confiei, ao conslituir-vos n'esta honrosa corporação, cumpro com o mais grato de meos deveres, mauifestando-vos minha profunda gratidão pela illus- trada e patriótica coadjuvação que haveis prestado aos meos delicados e pe- nosos deveres. A parte de gloria que em tanta poigão vos cabe, no desenlace que pôz fim á luta cruenta que começou para a Republica em 18í|3, épara n>eo coração um motivo de orjulho. A Pátria está salva, e esta obra ê de to- dos, A Republica soberana, livre, e independente, é, e será para sempre, a arbitra de sua sorte ; e esse resultado não peitencc, nem se CQaveílcrá em proveito exclusivo de ninguém.
— 276 —
NOTAS DE N. 6Í A 73,
NOTA (61.)
Convénio especial de alliança entre o Império do Brasil ^ a fte» publica Oriental f e os Estados de Entre ^ Bios, e Corrieníes»
EM NOME DA santíssima E INDIVISÍVEL TRINDADE.
S. M. o Imperador do Brasil, e os Goremos da Republica Oriental do Uru- guay, edos Esladosde Entre-Rios, e de Corrientes, reconhecendo que as de- clarações offlciaes do Govemaíior de Bueuos-Ayres, e o caracler dos prepa- rativos hcllicos que está fa?eado, os collocani no caso da alliança cominum estipulada no art. 15 ilo Convénio de 29 de Maio deste aauo, contra aquelle Go- verno, cuja existência se tem tornado incompatível cem a Paz, a segurança, e o bem estar dos Estados AHiados, accordarani estabelecer, cm uma conven- ção especial, o modo e os meios de satisfazer os deveres dessa alliança, ma- logrando as intensões edi-posições hostis do dito Governador, e para eVle fim nomearam seos Plenipotenciários, a saber:
S, M. o Imperador do Brasil, ao illm. e Exm. Sr. Honório Hermelo Car- neiro Leão, do seo Conselho, e do de Estado. Senador do Império, Gran-Cruz da ordem de Chrislo e Oficial da Imperial do Cruzeiro Ministro Plenipoten- ciário do Brasil, Encarregado de luna missão especial junto do Governo da Republica Orientai do Uruguay.
S. Ex. o Sr. Presidente da Republica Orientai do Uruguay, ao Exm. Sr« Dr. D. Manoel Herrer» y Obes, seo Ministro Secretario de Estado das Rela- ções exteriores.
SS. EEx, os Srs. Governadores dos Estados de Entre Rios. e de CoiTientes, aoSr.Dr. D. Diosenes José' de Urquiza, Encarregado de Kegocios dos Estados de Entre Rios e de Corrientes, junto do Governo da Republica Oriental do Uruguay, O', quaes, depois de terem trocado seos respectivos poderes, que fo- ram achadoi em boa e devida forma, coavieram em deciaj ar e ajustar o seguinte :
Art. i. o Os Estados alliados declaram solemneraente que não pretendem fazer a guerra a Confederaçrio Argentina, e nem noartar de qualquer modo que seja a plena Liberdade de seos povos no exercicio dos direitos soberanos, que derivem de suas leis e pactos, ou da indepcadencia perfeita de sua Nação. Pelo contrario, o objecto único a que os Estados allidos se propõem é libertar o Povo Argentino da oppressão que supporta sob a dominação tyrannica do Goveriwdor D. Juaa Manoel de Rosas, e ausilial-o para qiie, organibado na forma regular, que mais julgue convir aos seos interesses, á sua Paz,e amizade com os Estados visinlios, possa conslituir-se solidamente, estabelecendo com elles as relações politicas, e de boa visinhança de que tanto necessitam para seo progresso e engrandecimento reciproco.*
Art. 2.0 Em virtude da declaração precedente os Estados de Entre Rios e Corrientes tomarão a iniciativa das operações da guerra, constituiudo-se parte principal nella ; eo Império do Brasil e â Repuldica Oriental, tanto quan- to permiltir obom e mais breve êxito do fan a que lodos se dirigem, obrarão somente como meros auxiliares.
Art. 3.0 Como consequência da estipulação precedente, S. Ex. o Sr. Ge- neral Urquiza, Governador de Entre-Rios, na qualidade de General em Cbefe do Exercito Entrc-Riano e Correnlino se obriga a,'pat:sar o Paraná, no prazo mais breve qic fòí possível, afim de operí^r contra o Governador D. Juan Manoel de Rosas, com todas asforsasde que puder dispor e com os contin- Ijeules UosEstadQS alliados, que são postos á sua disposição.
— 2'i7 -
Ai't. 4.*lBte« contiagentea serão :
Poi parte de S. M. o imperador d O Brasil , uma Divisão composta dé MO© homens de infantaria, utn Regimento tíe Cavallaría, eduas baterias de Arti- lharia, bem providas de guarnição, auimaes, e lodo o material necessário.
For parte de S. Ex. o br, l^residenle da Republica Oriental do Uruguay, nma forsa de 2,000 homens de Infantaria, Cavallaria, e Artilharia, com uma bateria de seis pega;*, providas abundantemente de tudo, que precisarem.
Art. 5.0 A Divisão do Exetcilo Imperial de que trata o artigo anteceden- te, nunca poderá ser fraccionada, ou disseminada de modo que deixe de estar «ob o comniando immediato de seo Chete respectivo. Lste poiém obrará sem- pre em conformidade das disposiç-òes, e ordens superiores de S, Ex. o Ht. General trquiza, exceptuado o caso eui que seja iuípossivel a prévia intelli- gcncia e accordo.
Art, 6.0 Faia habilitar os Estados de Enlre-Rios, e de Corrientes a occor- rercm ás despezas exlraordinaiiasque terão de fa?er com o movimento do seo Exercito, S, M. o Imperador do Brasil lhes íornecerá por empréstimo a sora- nia mensal de cem mil patacões, durante o prazo de quatro mezrs, contados da data em que os ditos Estados ratificarem o Convénio ou durante o tempo que decorrer até o desapparecimento do Governo do General Rosas, se este successo tiver logar antes dovencinjenlo daquelle prazo.
Esta somma será realL^ada per uíeio de letras sncadas sobre o Thesouro Nacional a oito dias de vista, e entregues mensalmente, pelo Ministro Pleai- potcnciario do Brasil, ao Agente de S. Ex, Sr. Governador de Entre-Rios.
Art. 7.0 S.Ex.o Sr. Governador de Entre Rios, se obriga a obter q^e o Governo quesucceder inimedialarueute ao do General Rosas reconheça aquel- le empréstimo como divida da tionf(?deração Argentina, e etfectue o teo paga- mento com o juro de 6 por cenio ao anno,
Wo caso não provável de <(ue isso se não possa obter, a divida ficará a cargo dos Estados de Entre-Rios, e de Corrieules ; e para garantia de seo pagamento com os juros estipulados. SS, EEx,osSrs, Governadores de En- tie-Rios e de ( orrientes desde ja Itypòlhecani as rendas e os terrenos de pro- priedade publica dos referidos listados.
Art. 8.0 O Exercito Imperial, ora estacionado no Estado Oriental, ahi permanecerá occupímdo os ponios da cosia do Rio da Prata ou do Lruguay» que mais convierem ;e seo Generai em Chefe fornecerá os auxilies quelbe fo- rem requisitados por b.Ex.oSr. Go\ei'nador de Entre Rios, ou seja para delesa deste Estado e do de Goriient(s, ou ^eja para as operações da banda Occidental do Paianá. Fica porem entendido que, independente derequisigão, o General em (.hefe do Exercito huperial, poderá passar-se com todas as for- ças sob o seo commando para o theali"o das operações, se os successos da guer- ra assim o exigirem. E neste caso, o dito General conservará o comniando de todas as forças do S. Ú, o Imperador, pondo-se, sempre que for possiveí, de prévio accordo e inlelligencia com S. Ex. o Sr. General liquiza, assim no que diz respeito á marcha das opeiações da guerra, como sobre tudo quanto possa contribuir para o seo bom êxito.
Art. 9.0 A Esquadra Imperial collocar-se ha nos pontos que mais convie- rem, a juizode seo Chefe, com quem se entenderá S, Ex.o Sr, General Ijrquí- la, afim de que elíe possa prestar-lhe toda a coadjuvação que for possível, quer para a passagem do Paraná, quer para a segurança de seos territórios e costas, ou para qualquer outra operação que lenda accnduzir aos fins da alliança.
Art. 10. ludopendente dos mencionados auxílios, o Governo Imperial for- necerá ao Exercito Enlre-Riano-Gorrentino duas mil espcidas de Gavallaria ; e posteriormente o General em Chefe do Exercito de S. M. o Impeiador, se prestará aos supprimentos de armas e munições de guerra que lhe forem re- quisitadas, e tiver disponíveis, A ímpoitancia destes supprimentos será lan- çada como addição ao empréstimo de dinheiro e pagável do mesmo modo.
Art.ií. S, Ex . o Sr, ííeneralUrquiza, submínistrará os eavallos que fo- rem precisos ao corpo ou corpos de Cavalíaria da Divisão Imperial, de que trata o art. U.o, e de quaesquer contingentes que sejão por elle requisitados, encontrando a sua importância no pagamento da divida que houver contra- hido com o Governo Impei ial,
Art. 12. S. Ex. o Sr. Presidente da Repul>lrca Orienlal do Uiuguay, con- tribuirá pelasua parte com todos os recui'sos de que poder dispor, além da força mencionada no art. a. o. e submínistrará desço parque de Aililharla todas as rouniçôe« de guerra que*lhe fôrcm pedidas por S. Ex. o Sr. Geirerai XJrquiza.
36
— 278 —
Art. 13. As despèzas de soldo, subsistência, e provisões de guerra das tro- pas, com que contribuírem os Estados ailiados, serão feitas á custa dos mes- mos Estados.
Alt. ii, A estipulação contida no art. 18 do Convénio de 29 de Maio, continuarácm vigor, E além disso, os Go\eniOS de Enlre-lxios e de Corrien- tes se compromettem a empregar toda a sua influencia junlo ao Governo que se orgauisar ua Conrederaçâo Argentina, pata que esto accorde, e cou^inla na livre navegação do Paraná, e dos demais aflluenlts do Kio da L*rala, não sô para os navios pertencentes aos Estados íillipdos, senão lambem pua os de todos os outros Rlbdriíihos que se prestem á mesma Liiierdade de uavegiígão, tiaquella parte dos mencionados rios que lhes peiiencer.
Fica entendido que se o Governo da Confederação, e o dos outros Esta- dos Ribeirinhos não quizerem admitir essa livre navei;'ação pelo que Iho-^ diz res- peito, e nem convir nos ajustes para esse fim necessários, os listados de Lnlre- Rios, e de Corrienles, a manterão em favor dos Estados ailiados, e com el- les somente tratarão de estabelecer os regulamentos precisos para a policia, e segurança da dita navegação.
Art. 15. Se as forças ailiadas por qualquer vicissitude da guerra tiverem dcabandonar todo o território que occupíirem nas margens diíeitas do Para- ná e do l*i ata, incumbe á Esquadi a Imperial proporcionar e proteger essa retirada.
Art. lo. No caso acima supposto, as forças Orientaes, e as de S, 51. o Imperador reunir se-hão, sendo possível, em "um só corpo, e ficarão debaixo do commando do CheTe de maior graduação, e seudo esta igual, sob o d'aqueile quecommandar maior força.
Art. i7. As ditas forças assim reunidas dererão guardar e defender os Ef?tados de Entre-Rios, e' Corrientes. se esse auxilio lhes fòr requisitado pelos Cíhefes dos Exércitos ou pelos Governadores desditos Estados.
Art. Í8. As condiccões da Paz serão ajustadas entre os Chefes das forças aPiadas, soiicilando-se para sua execução a Rppi*ovaçào dos Governos respec- tivos, ou de seos Picpreseutantes devidauiente.
Art. t9. O Ex(rcilo de S.M. o Imperador, em quanto conservar-te esta- cionado na Republica Oriental, prestai á todo o auxilio possível, eque lhe fôr requisitado, pelo Governo respectivo, para a manutenção da ordem publica, e do reíiimcn legal, se durante esse tempo, e antes da eleição Presidencial Decorrer qualqu.r dos casos especificados no artigo 6.o do Tratado de ahiança existente entre o Império c a Republica.
Art. 20. O Governo da Republica do Paraguay, será convidado a entrar na alliança, enviando se-lhe um exemplar do presente Convénio, e se assim o fizer, concordando nas disposições acima exaradas, deverá tomar a parle que lhe corresponda na cooperação para o fim da dita alliança.
Art, 21. Este Convénio se conservará secreto a.é que se consiga o seo objecto: ^ua ratificação será trocada na Corte do Rio de Janeiro no prazo de trinta dias, se antes não poder ser.
Em testimunho do que nós abaixo assignados, Plenipotenciários de S, 51. o Imperador do Brasil, de S. Ex, o Sr. Presidente da Republica Oriental do L^ruguay, e dos Estados de Enire Rios, c de Corrientes, em virtude de nossos plenos podrres, assignamos o presente Convénio com os nossos punhos, e lhe fizemos pôr o scllo de nossas armas.
Feito na Cidade de Montevideo, aos 21 dias de Novembro do anno do Nas- cimento de Nosso Senhor Jesus Chrislo de 1854, — (L. S. ) Hoivoaio Hêemeto Carneiro Leaõ (L. S.) SIakuel Herrera y Obes. (L.S.) Diógenes Jose' db ijrqoiza.
E sendonos presente o mesmo Convénio, cujo theor fica acima inserido, ebem vislo, considerado, e examinado por nós tudo o que nelle se contém, o approvamos, ralificamos, etc.
Dada no Palácio do Rio de Janeiro, aos tO dias do mez de Dezembro do anno do Nascimento de Nosso Senhor Jesus-Christo de 4851. — (L. S.) — PE- DRO IMPERADOR ( com guarda. ) — Paulino José Soares nr, Souza.
N. B. Foi ratificado este Convénio pelo Presidente da Republica Oriental do Uruguay em 24 de Novembi'o, e pelo General Crquiza por parte de Enlre- Rios e pelo Governador de Corrientes em o í* de DezeQ.bro, tudo do mosmq anno de 4831,
— 275 —
NOTA (62) .
Viva a Confed<raçjo Argentina I Morram os nlvngens ué" qucrcsos untidiios i Moira o louco traidor, selvagem unita' no Urquiza I
Qnarícl Divisionario em Ramillo, i7 de Dezembro de 1231, annoíâ da Lí- ber.lat(e clc, ele.
O vloiíunaiulante accidental do DrpartameiitO do norte, detallia a parle do combate havido hoje nas iiarrancas de Ae<'\e(.lo, [elos valentes fe<ler;.{s k« Riiiis ordens contra os navios do pMfido e iufanc íloverno Brasik-ii o. fe- licita a S. Kx, por este p-iineiro cufeaio na guerra a que nos jprovoca o dita euvi!rciíioGal)inele tio Brasil.
Ao ilxm. Sr. e.ovf rnaiior e Capiti>o General da Província Chefe 6uprcíi:4 da Confederarão Ar;:.<.ntin9, Uríí^aLiciro D. João Manuel de i^»osas,
Exiii. Sr. — Honra e yi^ria aos Valentes e leaes fcàer.lcij úo Exorciio do ineo comrnando, que hoje ík»s Ikurancas de Acevedo, às niii.has injinedía.as ordens dispularain com admirável dt-nodo o passo do no^^so n'ai;ej-io.-;o íívívj i ;:rana, a quaho \ apores, oiias Corfi'las, e lun ih.gue, ie nos^o vil c cnuHf- d(? inimigo o Governo Brasileiro, ac o do Jocco traidor selvagem ujiilaiio l rqui/a !
D07.0 minutos depois do meio dia ge appiicsen taram os ditos Inf-^mes navios a fienle de 16 iiegas guarnecidas por dous h<i(a!hòes, lun Lsquadrao de Arti* Ihiria. e outro de earaiiineiros do regiuiei.to ii.tí, e coui aqiiclla sereaiiiudc tão írequenle nos decididos tedeir.es, disput;ir;an por eincoeuta e dou» minutos, em um reniiido coinbalc,a passagem da lisquadra referida, que nioii- távaOO peças de g^'os50 caliDre, sattidas com fogo de iafanl;;ria eulriucheirada em suas altas bordas,
A '.'leiçião do le.mpo qne devia durar tão de-Jgnal ron^batc. ptrtencia ajo inimigo : pois. pararem para bater me, ou faxel-o durar o ii.::co tempo q.xe nreessilavam para pôi-ic fóva dos tiros de miaiías baterias, dependia de sua voiílatie : escolhiMam o i:!limo aibitrio tnaa.fe.tatuío com ea!:i conducía eo- biirde, o lemoique sempre tiveram os tr.íidcre^, ao decidido pátrio. ís:no fedO' ral dos que se honram em sa<"rífieai -^e pela fatiia e pe;;; pessoa tliuslre de V, Ex.,cuji) nome invocado ao primeiro tirj. foi rept-tido eout riqiuiiví ariior com que láo justamente os f«'deraes Ar^ealiaos disputam a íidelitlade a Y. Ex., q a nobreza da causa que defendemos.
Só t<?nbo que lamentar a perda de am valente sol Uidodo G." de Cavallaria, qnc morrco gloriosamente de uma baila de Artilharia, 'iãobem malaram-uie cinco cavallos.
Segundo as declarações do vários OíBri:iPs, os infames inimigos, deitaram a apoa mniios cadáveres ; sobre isto. e sobre as avarias que soaVeiamem truas nianobias, elies diiâO em— sus bobalieas partes, y rece!>eran la pulidix dei coslmnbre comias fanarronadaf.— e caracLciisUcas mentiras dos trauicrc* selvagens asqueroso* unitaiios, qoehi dentro aa desgraçada Montevideo.
Os quatio vapores sul)iram i^ara S. Nicolau, e as tinas Conotas c bergan- tim frcam fundeadas a ura quarto de letoa, agoas abaixo da embocadura dcfeta Arroyo a
l)s Juizes de Paz interinos de Baradero cS. Pedro. D» FaiislinO Alcina, c D* Fernando Laserna, assim como u Capitão D. Thofnaz Cblií.,aao, sobre « cosia pre<'n(he!am seo dever dando-me p^rLe, de tora eia hora» sob:c a ai;t;i-- cha e direcç-ãodos \is inimigos.
Felicito a \ . Ex* ea minha Pátria qperida por este friui^no ensaio ua gnetracom que nos provoca o (Jesle;!l 'í peifldo iJinistcrio IBrasileirc. — >t)co» guarde a V . Ex"»*. etc, — Lucio Makcilla ,
{Veja se a paq 151' a parte do Chep- da Divhão Naval Brasi- leira nssàs explicita^ e tod.i verdadeira^ que desmascara (anía necedade do palhaço Mancilla )
— 280 — NOTA-{03).
o GENERAL LRQUIZA AO EXERaiO.
Soldados ! Em brerc pisareis as margens occidcntacs do Paraná, procla° ciaDàd a Lvr.erdade.e a soberania dos Tovos Argenliiio?,que ao ou^iroécho dos c]ariusdo grande Ksercito. di^perlarão do lethargo, e com entbusiasiiio vos «andarão rorco a seosLibert^dures*
A campaiiha qre \amos emprthcnder, é santa c gloriosa, porque nella t». mos a decidir a scrte de uma gr.iinde Níiç.ão. que por >inte annos tem gemido sob o pesado ji.'go oa tyran lia do Licudor dos ArgenUuos, e a coinplelar a grande obrei da regeiíei ação social das Republicas do Prata para quts dèpiin- cipio a nova era de civilisaçào, de Paz, de Liberdade, e defeappareça ao mes- mo tcrnpo, o abysrao oude o iyrauno queria sepultar as glorias, o valor, e o r«- nome dos Argeatinns.
Soldados ! Marchemos com passo Tencedor, porque o poder do lyrannoé jncapaz de oppôr-fc a vosso denoflo : por que esse poder não está fundado no amor de seos coaípatriotas, senão do terror que tem diflfundido, e no sangue qee ícíh derramado para cons<rvar sua odiosa iyrannia e fazer que os Argen- tinos o dcifiqu» nj. sacrificando por e!le sua fa;na. a lembrança de suas glo- rias, a Libcrdude da Pátria, e o porvir de suas far^ilias.
Solíiauos ! Toderosos el» meníosde Tictoria levamos com nosco, porque a aliiaiiça Americana oom o brasil e a Republica Oiíental, nos fazem mais fortes para combater o ambicioso Governador de Buenos-Ayres, e por que seos Goví-ruos, que tão tem mais interesse do qne a queda do iyrauno Argentino, liOs iíriuuam com toucs os eleuienlos de guerra de que dispõe.
A Republica Oiiental jd toilocou entre vós seos aguerridos í^oldados, eo illustrado Governo do Erasil coopera tãobem generosa e nobremente coiu seos Exerciios e Esquadra, para o triumpbo da Liberdade Argentina, que a proclamareis com a ra^âo, cu sustentareis com vossas lanças.
Camaradas! Aoemprehender a gloriosa campanha contra o malvado Juan Manuel Rosas, não vos peoc oufr^ cousa, senão o Ciercicio das virtudes coia que vos haveis grauícatio* a admirarão universal, e o respeito de vossoi,, ini- migos. Obediência á voaios chefes, respeito á propriedade, sofrimenlos nas fadigas, valor cos perigos, generosidad-j na victoria e humanidade para os 'vencidos Se as^sim vos comportais, e tivermos de combater, prestes vos bra- darei sobre o campo de baialha.
Viva a heróica Confederasão Argentina ! Viva o Exercito AUiado Trium- phaníei— J. J. db Luquíia. — Quartei General ua Diamante, 30 de Deicai' bíQ Uc IQòi .
N0T4 (64)
AOS HAABITANTES DA CONFEDERAÇÃO ARGENTINA.
AtcENTiífos! A frente dos soldados da Liberdadf/qae compõe oFxereíto •iBÍor que estas hepublicas tem visto, e atravebsudj o magestoso Paraná ; nau para <•< mbiler, mas sioi para defender vossos direitos, e a soberania dos Ppvos ArgeotJat 5 ; não nara derramar o 8f»nKue de seoi Cílios, mas impedir que o nvis por niais If-mpo o tyranno de Bueuo?-Ayres ; não para prociainar princi- pies iJCoinp<iiiveis cou musií occessidid^^, mâs paru fuzer o Pacto federal da R£t'Ublica
Coiupalriotas ! Vinte annos de bumiliacõesc t/rasnia, vos tem feito appa- rerer ante o Mu;ídoc..»uo indignos da gloria e do renome que vossos Paes con- quistaram nos primeiro' teoauos da Liberdade Argentina, quando com esforços de »eu *rfior ede jujs viriu.le* levaram desde a» margens do Prata, até as fra» jrosa» regiões do IVrú, o Eslandirte victcrioso du Indepeodencia Americana. Herdeiros de liut;> gloria e de tão bem merecido renome, o que sois boje P U-na Naçã? sem iostiiuições seio propriedade, sem Liberdade e sem grandeza, ii quem o selvcj^em das Pairpas Juan Manuel Ro^es, vilipendia, humilUa, eA-> flflguênla e tyrcn^ira para satisfazer sua insaciável iimbicão.
ArgciÀiinui ! Sofrer oisis um dit tãv dura e opprvbriosai serTidSo» qusada
-. 281 —
wtt TOS offerrfo o apoio de iDíibarff de gu#rreiroí, qne B •lIIfiKt e « Libfrdad* tolkcaram era derredor dai Bendeirai Argentinas, seria deisinentir vossos glori«« ios antecedentes. Sofrer a vosso tyrsDOo, queucfo vedes nas fileiras do Grande Exercito os mesmos soldados com que oppriínia a Republica Oriental, e que desenganados por fim d« sorte que se Ibfs preparava, querem liver sob a guarda de Itis gmerosus, seiia dizer que nSo cuereis ser liares, < que tobios P&ea díq foram os Ínclitos guerreiros de Salta e Maifú.
Argentinos 1 Uma brra sõ de dinodo vcs baila para quebrar as odiosai eadéas que to» opprimtm, e arrojbl>usa face do vosso t}ranno, qne iropotrnte, « coberto de crime*, não (4isará encarar o brilbo dsa armas dcs soldadcs da Libcr* dade. Uma hora de Leroitidadr, e ficareis leivindicadcs de 20 «enes de bumilia« ções, e lyrcnniss, e a histeria dirá que fosleis úfignçidui j jtifm nio indigne do renitme que vos legaram vosso» maiores.
trmpatriolís ! Eu vcs fallei em ncme da Pátria, e cfpero ler crido de vóf, porqu e tiídís os actos de minha vida publica, são o te^l!muIiho mais eloquente da jiocfridide de minhas palavra?, da rectidão de minhas 'nlen^ces e da nibreza de minhas aspirações, que cão ião culras «erJo ver a heróica Ctofedera^ão Ar» gentina, organisada, feliz epoderrsa, e seos filhos, que são meoe iimãcs, viven- do sob o amparo dos leis que entre ca Fovcs cinliwdts protegem a vida e pro- priedade dos cidadãos, r&ta é minha única tmbição, ccmo será mir.ha gloria pendurar* depois do triumpho, a empada que a Liberdade coloccu em minhas iràof, para combater o usurpador publico âas legallas nacionães. « Jusio iosá SB IfiQGzzA.— Quailel general em maicbe, 22 de £!ez£OQbro de 1851.
NOTA (65.)
Do MAJOR GENERAL DO EXERCITO AILIaDO.
Yiva a CenfederteSo Aigcnilna,— Çutrlel Gincitl cm raltimo deS. BeniU^i 9 de F( vrieiío de 4 852. «-> Ao Eim Sr» Gtncrbl tm Chefe do EiercUo aUiade «te. Goverosder Cepilãu Ceneral i.a fievivcia d'£ntreRios.
Tenho a hcnra Ce pa&Sar ás mães de V. £x. a parle delalbeda da icemori* vel jornada de 'ó Co correnie,< m que as £i mis filiadas te llLi.ííiui de glcris.
Em cenfetmidade com as ortíensde V. £x., no dia 2 do ceneuie mef.tcr* minada a passagem da Ponte de Marquez pelo grmde Eiercilo alliadc, e desco- bri n.i o- se dispo si ções no inimigo para {.ceitar uma Batalha* dif^puz as for^bs era uma linha paralltlu a Cenhada de Morcn que tinbsincs tm nossa fiente, e eni ordem obliqua em relação ho inimigo da fci ma stguinle: Trcs grandes massasá das trcs aimasctm foi tes re. ervas de Cavallsris, calculadas as^duas extremas em sua et mpoiicão para chrar sctivamenle sobre os fisncos do inimigo, forma- vam a linha de batalha deste; dia. A ala direita composta da columna de CavaU laria do Sn Brigadeiro Gtneial D Antcleto Mtdina, cem oi batiilhões Urquiza» e Intie-Himo cop* mandados pelo Coronel Barsbilbaso, e dos Correntíncs pelo Tenente Coronel D. Caetano Yirasoro, e o batalhão Ccnslitui<;ão ccmmandado pelo de igual classe D. Joié Tcledo, e todo» elles as ordens do Corcnel O. José lliguel GslQn,que apoiando-se em duas baterias de Âitilharia dirigidas pelo Co- ronel D. Maiceliuo Maitins, deixava a sua esquerda tãtltm as Divisões de Ca- «aliaria dos Ccioneis Oiõno e Su&biela, as in medi-las cidens do Geneial D. Juaa Madariaga, commandaudo em Cl efe o firgadeiro D. Anacleto Medina.
As forças flanqueadoras e de reserva da ala direita, que era tcda de Cavai- laria, se compunham da columna ás immediatas oídtus do General D. Gregório Araox de La Madrid, da Divi&ão do Coronel D.Miguel Galarza, dcs regimentos da» escolta de V. £x. ao mando dos Cercneis Sslasar e Coroido, tcdas eilas ss iu- mediatasdeY. Ex. qne reservava squella massa stb mão para decidir da sorte da Batalha cora um golpe audax qu« prcmeditaTa de anlenão, eque mais tarde teve logar.
O cintro de nossa linha dif posto para uma resistência tcnaZf era conmao 4Ho pelo Bríjídsjio do Jv^eiic, Cbífç ú» piTísJi» BíPiUtira.P* Míitttl Mai*
<|ae9 de Sonza. Era composto de seis baíalhõps de Infantaria, doze peças de Áni^ Iharia equalro obuses de fogut^tes a con^réve da C'))u!nna Brasileira. Dos Bala" Ihões S Maríin, Bneuos Ayres, e Federação comuíjjuljdos |)e!f>s CorutiBis Ttje- riuii, Ec.henagucia, e o Majoi Horiri;;uez, us ordeus do Gonuiel D. M^ahins k\i- -vero, mediando entre essas duas raussas, duas Divi^6es de Arlillinria, comp sM» de vinte peçus de diffiTcntes calibres cornmandiidas pelos Tenentes CurcnfisU. Bartliulom^u Milre, e D. Bernardo de Castro, e dirigidas pelo Coronel D. José Maria Tiran.
/.j)oiavara-se sobre o centro, fiTmando nossa esquerda, a Cnluínna Orienlnl com S! is peças de Artilharia as or{i>'ns de seo Clieíe D. Ceíar Díhz, e seo Cl.efe de Estado Maior o de ifçu;!l p:»tente D. Ju!iã;> Mirtinez; seguiam os regi.uen- ' los do General Abalos com d Divisão do Coronel Brngoa as orden> do dito Ge- neral, e fechava a linha por esta parte a Divisão do Coronel D. Manoel Antoníj Urdinarain, occupando a exlremiJada do Commandanle l'dez, ^ — Esta linha obe- decia as ordens do Brigadeiro D. Jnan Pablo Lopez.
Os quatro regimentos coinmffudados pelo Coronel D. Jo^é António Virasnro, ;.s Divisees dos Coronéis Palavecinn, Almada, Silnzar, e aadv^s os Gonzales, ás minhas immediiitiis ordens, autorisado por V. Ex. pira acudir aonde as cir- cunstancias o exiiíisspfn, consijtuiamas f.rças H.mqueadoras da extrema esquer- da. — O Exercito estacionou ncsl.ts posições até que ao rumpi-r do dia 3, nesta mesma ordem em colutr.nis p.nalielas por Divi-ões, se adiantou para alr.ívessara "^Canhada de iVIoron por duas pontes estabelecidas na vánguard.» de sua ext-^euu direito, ao mesmo tejnpo que o Coronel D Jusé António V';rasnro com seos re- gimenlos se conservava em posições chjmando a atlenção do iaimigo ao lado oppcstp e sobre seo llanco ílireito.
Depítis que a massa do grande Exeicilo salvou o obstáculo, e tendo V. Ex. resolvido subitamente njudaro plano de at ique á vista da posií^ão e linha de Bati- lha que nccupcva o inimigo, reforçando para esse fimcom os re;imeutos do Coronel Virasoroque estavíira a e^íqnerda, as forças de reserva e ílanqueadiíras^quese achi- 'Vam á diíeita ás immedialas ordtns de V. Ex pura manohr. r em pessoa sabrea ts- ^uerdd e centro do inimigo, e em quíinto que todas asfarças acumuladas dog!an;!o Exercito ficavam s)bre;»s posições fnrtifiiadas que aqutlle occupava á í^uj direi- ta, ordenei ás baterias do centro de sustentar um fogo contínuo sobre as posi- ções do inimigo, até que servindo de glorioso signat a poeira que levantava a Divisão da ;re^erva em suas raan'.bras flanqueadoras commiinrL»dis por V, Ex. a qual arrolava a Gí.vallaria Geral, ordenando a Divisão de Gava liaria do Coro» neí Urdinarain corre se a frente de nossa esqu?rda a tornear a direita do inimi- go ao mesmo tempo que a Divisão Oriental apoiada por dons batalhões do Exer- cito Brasileiro e veiícendo um obstacul », atravessava os pantunos do centro da Ganhadc*, entermediaria entre ambas as linhas, debaixo da protecção do fogo das biiterías do centro que continuavam psra altrahlr sobre si a attenção das baterias inimigas a fim de tomar posições em columnas de ataque, formando an- gulo recto sobre a direita do iniínigo ameaçando sua retaguarda e dando frente as fortifscasões de carrectas que a defendiam.
Dur.inte o progresso desta evolução effectuada com pouca perda, 'e cora uma perfeita excuçdo quvi fazem honra á disciplina e'ins!ruQ^;ão militar dos ve- teranos qup compunhiun a eh((norda, o centro avançava em coUiunias de ata- que sobrp as posições dt; sua frente, sustido neste niovinieulo por loilas as baterias do lixercifo, que najucJle momento dicisivo rrs|)oudiain com viv«-Ta/ ao fogo continuado i!o iiiimi,;o. Envolta a direita e assaltada a .baioneta ptdus Forças Brasileiras e OriíMilaes, ao mesaio tca)po que o nosso centro t>e apro- ximava á sua linha, a derrota não tardou em protiunciar-se, iiào obstatilo a resistência tenaz da bateria e batalhões intrinchcirados na ca».» de Monte Gi- seros, e o incêndio do campo por esse lado, e na frente, pela qua! tinha de passar nosso cfnlro avançando sobre o ininiijío,
Tomadas á baioneta as posições fortes <la direita, o inimigo consegulo sempre ujna troca de frente sobio sua esquerda c apoiando se nas baterias do Indo que antes (inha sido sua esquerda e centro, fez frente 2 cinco batalbòe* de nossa direita, intentando, senão disputar-nns a vicloria, ao menos derao» rar sua derrota final. Cessando 9 fogo destes ullitnos entrincheiraoientOi^ a
— 283 —
derrota do inimigo foi geral, e o theatro da perseguição abrangia algumas legoas em q u a dro .
Cincoentae seis pegas de Artilharia, comraissatiadé, e immensos parques e trem de guerrrt cobriram com seos despojos a extensão do trajecto desde Monte (laseros até vSíuitos Logares, onde o inimigo con&eguio incendiar sete armazéns de petrechos bcliicos.
Sele mil prisioneiros ficaram no campo de Batalha, e nos campos adja- centes o arivamenlo de mais de 20 030 hoiieus, devendose deplorjir aiiles, tio que fazer alarde, o numero de \icUmas sjtcriíicadas á dura necessidade de d* r- rocar amais duradoura u espantosa lyrannia, que jamais pesou sobie Nação alguma.
Todosos Corpos do Exercito, assim como as Divisões de Cavallaria. cum- priram com sco dever nesta celebre jornada, não permitlindo a natureza des- ta parte especinc ir os actos com que se tem disiinguido a maior parto dos Chelese Olíiciaes do grande Exercito alliado. limitando me a i' comineudar á V , Kx,, a hiuuar idade cou* que os Cliefes, Ofllciaes, e Soldados ennobrecc- ram Ião expiendida vicloria, economisando o sangue dos ví'ncidos. ao grilo uui\ersal —não malerr^ não matem — que se ouvia por todas as parles.
Havendo o iniu>Jgo desejoso ainda em sua de:'rol;), de manchar a gloria do grande Exercito, organisado friamente partidas de saltejuiores que sa- queássemos contornos de Buenos-Ayres, o intVasoripto fez cumorir as ordens deV.Ex,, para reprimii- de uma maneira exeniplar, t;>es desordens, e deixar satisfeita a vindicta publica, e incólume a honra do grande Exercito alliado libertador.
O infvascriplo felicita a V, Ex, etc. etc. -—Benjamin ViRiísoao.
NOTA (66
PARTE LO GENERAL COMMANDANTE DA DIVISÃO IMPERIAL.
Illm e Exm Sr. — Na qualidade de Commandanle da primeira Divisão cio Exercito Brasileiro, nada me pôde ser Ião satisfatório como a honra que lioje me cabe de levar ao cimhecimeDto de V. Ex. o brilli;inle feilo d^armas desta Divisão na gloriosa Bótalha campal que na Província de Buenos-Ajres, junl.) ao pino de Morun, quatro léguas distante da Capital, teve logar no dia 3 do corrente
E^te dia, Fxm. Sr , tornouse memorável para o Brasil inteiro ; arremessou para longe a tempestade que 11. e estava sobranceira, efez apparecer um futu- ro risonho para o nosso saudoso Paiz.
Uma parte do Exercito Brasileio reunida em nobre alliimça ao do valente General Urquiza, derrumnndo se • sans^-iie nos Camr^os de Morou pela Liberdade de um Povo inlen-o, adqairio para o nosso Exercito honra, gloria e reputação. Desculpe V. Ex este pequeno preludio filho do enlhusiusmo de quem vie bri- lharem nossos soldados uo meio de 50 a 6'J,O0U hom.nis, que se bateram desa- piedadamente.
Depois das penosas marchas que fi7.emos, pelo centro de uma campanha es- téril e balda de recursos, sofrendo a sede, o calor, a fadiga, e um milhar de culros contratempos, chega mes no dia 2 do corrente á vista do inimigo, que se achava collocado sobre a Coxilha, situada á margem oriental do Arroio das Conchas, noiogar denominado — Ponte de Marques.
Suppohto a sua posjcão nesse legar tivesse muilfi vantagem sobre nós, por que dominnva a ponte sobre a qunl tinha de desfilu- o Exerc to ; condud > o inimigo a desamjiorou depois de um pequeno tirokio de guerrilha com as a vi.n-» çadas da n >ssa vanyuarda.
Desassombrado o campo, fez alto o Exercito, e acampou sobre a C-x. •. desoccupada pelo inimigo. Entregues ao prazer de in^a victoria ceit t. cum.- mos lodos em augmtntar os preparativos para o combale no dia seguinlJ. Por «ssa occasião tive ordem do General em Chefe para encorporar á força, que V, íx, couGou ao meo comraando, o corpo de Artilhuria de D. José Maria Piran ,
— 284 —
CCTin 21 boccas de fosco de tnrio» calibres, eniais Ires batnlhOes de Infantaria de Buenos-Ayre», que pertenceram ao Exercito do General Oribe, e dos quaes linha o cofiimando em Chefe o*Coronel D. Mathiis Rivero.
No dia 3, ás á horas e 30 minutos da manhã, principiamos a marchar par»- e campo de Batalha, e ás 5 horas e 30 minutos avistamos o inimigo collocado em Baia posição emioenteraenle mditar, não só por dominar todas as aUurifS,que po» dium ser por nós occupadas, como tãobem por se achar senhor de duas casas de , «otéa, onde enlrinciíeirou 3 batalhões de Infantaria, tfcíndo além dislo, a sua di- reita apoiada por um forte banhado. Não obstante esta superioridade, o Exercito tomou a formatura conveniente, occupando as forças de meo commando o centro da linha.de Batalha.
*À's 6 horas e 15 minutos principiou o combate á nossa esquerda pelo fogo de fortes guerrilhas, na qual teve parte o segundo Regimento de Gavallaria Li- içeira, como adiante mencionarei, com o fim de chamar a atiengão do inimigo para o seo flanco direito, em quanto se operava o movimento que, segundo as ordens do General Commandanle do Exercito, deviam fazer algumas colufonas de Gavallaria sobre a retaguarda e flanco esquerdo da linha do inicnigo. Aços- safla por força maior, relirouse a nossa guerrilha, repassando o banhado, em que estava apoiada a nosça esquerda.
Tendo ás 8 horas da manhã feito o inimigo jogar sua artilharia sobre nos* «a linha, mandei immediataraenle resp«nder-Uie pelas nossas baterias, reconhe- cendo porém que os tiras erão ineficazes nesta distancia, atlenta a differença de calibre, fu cessar o fogo, e retirar a bateria, para não ficar exposta íuulil- meote.
Das 8 ás 9 horas o General em Chefe do Exercito alliado, percorrendo da direita para a esquerda a nossa linha de batallia, deo vivas á S. M. o Imperador^ eá Nação Brasileira, e prevenio-me de que linha mudado de plano, e ordenou- me que atacasse o centro da linha inimiga, logo que sentisse os movimento* da Infantaria, que ficava á minha direita ao mando do Coronel Galan,. devendo a Divisão Oriental carregar sjbre o flanco direito, e a Brigada Argentina, sobre o esquerdo da mesma linha inimiga.
Dispuz as fôrgas para este movimento, e só depois das li horas, é que a General Virasoro, ponderando-lhe eu a denmra, que havia em hostilisar o ini- migo, respondeome que o General em Chefe estava naquelle momento accom- mettendo o flanco esquerdo e retaguarda do inimigo, e que a Divisão Oriental ia avançar pelo flanco direito.
Logo que vi esta Divisão pôr-se em movimento, entendi que, além de ou* trás providencias a tomar, a devia proteger, por se dirigir ao ponto mais forte : mandei avançar a Artilharia para legar de onde podesse bater o inimigo, e dis- trahir seos fogos de sobre aquella Divisão. A' primeira Brigada diterminei que avançasse em auxilio dos Oiientaes, no entretanto qae eu á testa da segunda o fdzia de frente sobre a dita posição.
Este movimento arriscadíssimo teve um brilhante êxito ; a Divisão Oriental, eacontrandr» obstáculos, qne a obrigaram a retardar sua marcha, foi corajosa* meaie precedida pela primeira Brigada, que estendenio duas companhias de atiradores dos batalhões 11 e 13, dirigi.ias pelo Tenenle-Coronel Francisco Vic- tor de Mello e Albuquerque, em coluinnas de ataque cobertas pelos atiradores, não obstante o f.)go vivíssimo, que lhes dirigia a bateria inimiga de 12 peças de calibre de 18 e 12, quatro obuzes de 6 pollegadas, e uma estativa de foguete* à cnn^reve, guarnecida por Ires batalhões de Infantaria, avançou a peito desço» berlo,^ subindo por um terreno suavemente inclinado o espaço de oito a dez quadras de extensão.
Ao approxiraar-se ás easas de sotéa, junto ás qaaes ?e achava collocada a Artilharia, chega a 2.' Brigada, que marchfu por um teireno irregular, atraves- sando tãobem nm banhado que ficava a trezentas braças pouco mais ou menos, & frente da posição, a que nos dirigiamo». lavestio o intrépido Tenente Coronel Vic. ter â frente de seos atiradores, e foi o primeiro que, transpondo o vallo, que cir- cundava as caius de eoléa, onde o inimigo »e achava aca!»teliadOr rompeo fobrt-
— 285 —
Híe um fogo vivíssimo, que foi seguido sem liemora por outra descar;ça horrí- vel dirigiilu pelo valente e intrépido Comniiudaiile da primeira Brigada o Curo- lieJ í^rancisco Félix da Fonseca Pereira Pinti',
Tomada ia posição inimiga pelo ílanco direito, a segunda Brigada, a cuja frente me achava, e que era commandada pelo d>guo Coronel Feliciíuio António Falcão, realisava o ataque pela fienle ; nâo obstante a corugera desesperada com que o inimigo se defendia, a intrepidez dos Comman Jantes dos Corpos OQi- ciaes e mais praças dos nossos Batalhões, cuja temerária ousadia, amedrontando os mais temíveis Chefes inimigos, feí de todo desapparecer a coragem que o prestigio de Rosas, ha pouco d'alli sahido, ainda lhes inspirava, c puzeram-se em precipitada fuga.
Ficando sobre as casas de sotéi a sustentar o fogo uns cento e cincoenta, a duzentos soldados, não obstante ter chegado a Divisão Oriental, que deíiodada- mente secundou nossos esforgos, resistiram ainda por espago de quinze minutos com coragem por sem duvida digna de melhor causa.
Ao puôSo que os nossos soldadas se apoderavam ddS posigõss mais fortes do inimigo, a Brigada Argentina ao mando do valente Coronel D. Malhias Uivero, que avançava em consequência da ordem que eu lhe havia d>ido, teve de fa- zer alio por não se terem abalado da linha primitiva os Bjtaliiões que lhe liça*- vara á direita, apezar de eu haver mandado prevenir ao respectivo Comniandaa- te o Coronel Galan do movimeutj que se ia fazer, deixando assim descoberto o flanco direito da linha que eu commandava . Vendo, porém, o Coronel Rive- ro, que as culumnas da rainha Divisão empre!)endiam acarga, carre^-a sobre o centro da linha inimiga, pondo-a em completa fuga.
Apezar de tãoassignalada derrota, comtudo ainda o inimigo conservava d nossa direita uma bateria de lá boccas de fogo ; avancei a ella com o Batalhai» ti de Infanteria, e tal foi o valor dos defensores que somente abandonaram o seo posto quando nos viram a 80 ou iOO passos de distancia.
Sendo de muita importância o trem e petrechos di guirra que toraáuios ao inimigo nas posições que occupava, e vendo que continuava o fogo de uma outra bateria de oito pegas, que ficava á esquerda d'aquella3 já tomadas poi* nós, avancei contra ella com a 2.' Brigada, e ordenei á primeira que destacasse a ala de ura batalhão para tomar conta dos prisioneiros, e seguisse com o resto os movimentos que eu fizesse á frente.
Ao aproximarrao-nos á bateria, o chefe de uma força âe Cavallaria veio dizer-me que ella, apoiada ainia par alguma Infantaria e Cavallaria inimiga, estava causando grandes prejuízos aos seos soldados. Fazendo então avançar a passo de carga duas companhias de atiradores, consegui tomar a Artilharia, pondo em fuga a tropa que a guarnecia, e mandando acossal-a pelo piquete de Cavillaria do 2." Regimento, composto de 20 praças, commandudas pelo va- lente Alferes Luiz Joaquim de Sá Brito, consegulo este pôUos em completa de- bandada, e toraar-lh<5 ainda de quarenta a cincoenta prisjjíieiros.
Por esta mesma occasião, íendo eu já requisitado ao Major General Viraso- ro, força.de Gavaliaria, quj me era de absoluta necessidade para o caso eni que me achava, e que nesta occasião seria por mim empregada com extraordinária vantagem, não havendo quem attendesse ás minhas reclamações, mandei ordem a um corpo de Gavaliaria que vi mais próximo para ajudar-me a perseguir o inimigo que SG retirava, isto mesmo não podendo obter, lamentei ainda uma vez a falta do 2.o Regimento, e com os atiradores infantes perseguimos o inimigo com velocidade tal que conseguimos fazerdhe prisioneiros alguns soldados de Cavallaria. A uma hora da tarde já não havia inimigo a combater.
Os objectos tomados ao inimigo foram : trinta e quatro boccas de fogo àe diversos calibes, tntre estas quatro obuzes de seis pallegadas, duas estativas de fogueies á congreve, e, além dos artigos constante} da relação junta, grapdc numero de carretas com munição, petrechos de guerra, armamentos, equipa- mentos, fardamentos, bagagens, etc. que se abandonou no campo por nao ser possível naquella occasião conduzir;
Segui então com a coluimi;^ a meo anado o movira^nto das forças, que rae
. o /
— 2S6 —
precediam em direcção aos Santos Logaíes, onde acampamos ás quatro horas da turde.
O segundo Regimenta de Cavallaria Ligeira, tendo sido destacado desta Divisão por ordem dl) r. uener-ii Urquiza, para fazer parte da vanguarda do Exercito a)liado, foi ericorporado á Divisão do cominando do General La Ma- drid, da quri! fjzia a lesta. Flanqueando aquella Divisão a esquerda do inimi- go, teve ordem da referido General para destacar uma linlia de atiradores, com o designio de o hostilisar pela ret^iguarda ; mas encontrando resistência de for- ça muito superior em numero, foi reforçada por tido o esquadrão de atirado- res ao mando do Ccspilão da Guarda Nacional addido ao mesmo Regimento José de Olive;-;, Eueno, e ás imaiedialâs ordens do Capitão fiscal João Daniel Dâ- maso dos Reis.
O referido esQuadr^ío sssim dirigido conseguio penetrar até o centro da retaguarda da iin'ia do inimigo, praticando prodigios de valor, acossando-o na sua reli: jua por espsoo de uma legus, e fez alto oos Santos Lngares, onde recebeo ordem de reunir-so ^Divisão que P'>r disposição do Sr. General Urqui« za devia marchar p:.ra a esquerda da nossa iinha de bataliia, o que verificou le- vmdo ?*> nrisioneiros, compreliendidr>s neste numero 1 Major, 2 Tenentes, 1 Me- d CO, 3,000 cavallos, e a carru^^em do famigerado C:-;-onel Santa Goloma, for- çando o inimigo na sua marcha a abandonar 9 carretas ca-regadas.
Com esLeiriurapho !amenta-se a perda dos valentes tenente Manoel Francis* CO Monteiro, e Alferes Nirberto Xavier Rosada, victima este de sua excessiva coragem, sendo feridos dous soldados, e faltando oulro que se suppõe mo.lo, per ^t lt;r perdiíio entre o iuimigo.
Teado depois ordem o Regimento de marchar para a frente da esquerda da liniia inimiga, al-i formou em batallia, e por ordem do referido General La Madrid avançava a trote sobrt; uma biteria que dirigia seos fogos á Divisão Ofoniio, quaniío, sorprfr»nriiJas as guarnições da mesina bateria pela audicia cora que o Regimento assim as investia, abandonaram as peças, fugindo com os armões ; mas sendo perseguidas por um esquadrão de atiradores, são obrigadas a abandonai-o?, perdendo vinte e tantos homens, e muitos prisioneiros, deixando cm nosso poder cinco boccas de fogo, cinco carros com munições, e vários arti» gos de guerra.
O Commandante deste Regimento, na parle que me dirigiu, diz que cum- pre ura dever recommendando á V. Ex o briliiante comportamento dn esquadrão de etir.úoTes, fazendo especial menção do valente e hábil Capitão João Daniel Parraso qgs r.eis, do Capitão da Guarda Nacional addido José de Oliveira Bue- 110, Imente Pedro Luií Osório, e destemido Alferes Elippolyto António Ribeiro, todos Olliciaos do referido esquadrão; bem como dos cadetes servindo de Officiaes José Thomyz Vieira da Cunha, Felisbino António Mendes, Sebastião Xavier de Azambuja Júnior, Angelino de Carvalho, Francis^io Rodrigues de Lima, Ma- neei .acintho Pereira ; segundos cadetes Migue! Benicio dos Anjos, Tertuliano Turiíiio Alo;;30, e solda, io José Martins, que tomou uma bjndeira do inimigo ; finalmente, qut touo o íiegii7iento darontc a Batalha se conduziu coip muita bizarria, mao'jbrando com a maior precisão, sendo dignos de particular louvor pela pericÍH com que dirigiram seos esquadrões, os valentes Capitães João Fran- cisco Menna Barreto, e graduados Tose Cíirispiniano de Contreiras e Silva, e Maneei Ignacio da Silva ; ocadete Diogo Alves Ferraz, fazendo serviço de Oííí- cial e soc:ijtariointeri>»f> deste Regimento, pelo discernimento, .desembaraço, e coragem com que tr?nsmiliio as ordens que por elle expedira.
Pelas partes dos Commandantes de Brigadas e Corpos que juntas á esta te_ nho a hon^a de appresentarã V. Ex., verá V. Ex. quaes os Officiaes e mais pra Sas da Divisão que por seo brilhanle comportamento durante a Batalha, se fi- zeram dignos de tspec: d menção ; entretanto, julgo indeclinivel o dever que me impõe a posição qfje V. Ex. me cinfiára de eraittir o meo juizo a respeito daquelles que se torJi iram mais merecedores das recommeudações de V. Ex.
O Coronel Francisco Félix da Fonseca Pereira Pinio, Commandante da pri- meira Brigada, alim da actividade, intelligencia, e zelo que deienvolveo du- rante as m.irclias Uv\ conservação da diícipliiiA e bo3^ ordem delia, mauifestou
— 287 —
na Batalha aquella bravura, discernimenro e sangufi frio que caracterlsam o verdadeiro soldado, lornando-se por isso digno dos maiores encómios.
O Coronel Feliciano António Falcão, Coraman-lante da seguiida Brigada, esforçondo-se para manter durante as tn;irchas a ordera c disciplina da sua Bri- gada, coraportou-se dignamente na Batalha.
O Tenente-Coronel Martinho Baptista Ferreira Tamarindo, no coramando doseo Batalhão, o 13 de Iníuntaria, íez observar amais rigiua disciplina e or- ílem nas marchas, ena Batalha ostentou aquelie sangue friOj, bravura e prudên- cia própria de um veterano.
O Tenente-Coronel Luiz José Ferreira, procurando bem cumprir os seos deveres durante as marchas, na Batalha, querno ataque geral a primeira posi» cão, quer no especial em que lhe coube tomar a vsegunda bateria, dirigio seo Batalhão em muito boa ordem e portou-se corajosamente .
O Tenente-Coronel Graduado João Guilherme de Bruce, Commandanle do 7." Batalhão, procurou bem dese-upenhar os seos deveres nas marclias ; na Ba-< tallià mostrou, no ataque da primeira po&igão, muita ousadia ; e s':'n(lo por mim encarregado de, com a ala do seo Bat;»lisão, guardar os prisioneiros, e arrecadar as boccas de fugo e petrechos alli tomados ao inimigo, desempenhou esta cora- raissão satisfatoriamente, upresentando-se no acampamento ás 9 e meia horas da noite com tudo quanto lhe foi possível conduzir, e consta da relação junta.
O Tenente-Coronel Graduado Francisco Victor de Mello e Albuquerque, em- penhando-se em manter a disciplina e ordem no Batalhão 11 de peo inlerino commando, na Batalha dirigindo duas compaiihias de atiradores do seo Ba- talhão, que cobriam as columiias da primeira Brigada a que pertencia, deno- dado foi o primeiro a transpor o fosso que augmentava a defesa daqiiolla po- sição, ousadia que imitada por seos soldados, encheo de terror ao inimigo, que procurou na fuga evitar a morte ; aiém disto, reforçado por uma com- panhia de atiradores do 6. o tSatalhão com o mesmo denodo investioa terceira bateria, e tomando-a, tão vivamente acossou o inimigo que o obrigou a di- bandar, fazendo-lhe grande numero de prisioneiros, e tomando-lhe as boc- cas de fogo, carretas, carros, ele, constantes da sua parle ofíiciai junta.
O major Manoel Lopes Pecegueiro, Comniandante interino do 5. o Bata- lhão de infantaria, empregou-se com zelo durante as marchas em manterá ordem e disciplina do seo Batalhão, e na Batalha soube dirigil-o com tino e sangue frio.
O Major Graduado António Vaz de Almeida, Commandante interino do 8.0 Batallião de infantaria, no curto espado de tempo que o couimanda, conser- vou durante as marchas a disciplina e ordem que no mesmo encontrou ; e ná Batalha, sob a direcsão do Coronel Chefe do mesmo Ba»i:lhão, cumprio sa- tisfatoi lamente o s^o dever.
O Major Commandante interino do corpo de Artilharia a cavallo José Joaquim Gonçalves Fontes, procurando ii.anter nas marchas a disciplina e ordem do dito corpo, tirava da sua experiência e zelo recursos para reme- diar as faltas de elementos de niobilidade necessários á sua arma ; e na Ba- talha á sua pericia, reflectida coragem eexcellenfe direcção dos fogos de sua bateria, se deve em grande parte a tomada da primeira posição.
Além destes, merecem especial mengâo o Tcneate-Coronel Graduado An- tónio Jaciutho íla Costa Freire, fiscal do 6. o Batalhão, eMajor Graduado Ma- noel da Gama Lobo d'Eça, aquelie por haver mais esta vez dado prova^ de sua reconhecida coragem e sangue frio, e este por ter sido o primeiro que» levado de bravura e enthusiasmo próprio de seos annos, penetrou a casa de sotéa no começo do ataque, expondo temerariamente sua existência.
O Alferes Luiz Joaquim de Sá Brito, Commaudante do piquete do 2. o Re- gimento quenas-marchas fez a vanguarda da Divisão, é igualmente digno de nieos louvores pela disciplina e ordem em que conservou o piquete a seo man- do, e valor cora que á testa de uma força tão dlininula carregou sobre força inimiga consideravelmente miior, pondo a em debanda'ia e fazendo-lhe cres- cido numero de prisioneiros : sendo tàobem digno de elogio o comportamen- to que nessa occasião teve o primeiro Cadete do mesmo piquete, fazendo ser- Vigo de Oíflcial António Germano de Andrade Pinto.
Os Drs. Polycarpo Cezario de Barrro^, Encarregado da Reparlição de saú- de da Divisão, Alexandre de Araajo Ribeiro, Pedro Tito Regis, e Jonathas Abott filho, e o 2.0 cirurgião da Guarda Nacional Joaquim Freire de Andrada Ra- mos, uão só nas peniveis marchas que teve de fazer a Divisão com niuis de
— 288 —
trr/.enlos doonles a pco cargo, desempenharam de uma maneira digna doa maiores elogios a árdua tarefa de sua profissão, como no hospital de sangue^ o único que teve o K:5ercilo alliado, e onde foram recebidos lodos os feridos, s» conduziram de uaia maueira que faz honra ao Corpo de saúde do Exerci- to Brasileiro, toruaudo-se mais saliente oDr.Joualhas Abott, pela sua pericia operatória.
Faz-se digno de muito particular menção o Reverendo padre capellão do 5.0 Batalhão de infantaria Manoel da Verá Cruz, pela caridade verdadeira- mente Evangélica com que desempenhou as funcçò'?s de seo ministério, levan- do »eo zelo ao ponto deprestar-se como enfermeiro ao curativo cios feridos.
O fenente-Coronel da Guarda Kacioual Cândido José de Figueiró, aquém confiei durante a Batalha, o cuidado e defesa das bagagens, pondo as suas or- dens, além da companhia de transportes, os doentes que, espontaneamente pe- diram anuas para defendel-as, é digno de louvor pelo bem que desempenhou esla commissão ; bem como o Tenente Delfino Rodrigues de Almeida, Com- inaudínte da referida companhia, pelo zelo e actividade com que nas mar- chas se euípregou na direcção das munições, reservas e hospital,
O Encarregado da Pagadoria junto a Divií-ão, Miguel da Rocha Freitas Travassos cumpriu sempre com hpnra e probidade os deveres da Repartição a seo cargo.
Resta me finaltr.enle fazer justiça aos OíTiciaes empregados junto ao meo Quartei-General, o que faço com tanta maior satisfação, quanta foi distincta, nobre e e-forsada a maneira por que cada um desempenhou as ordens que por mim lhes foram dadas.
O Capitão André Alves de Oliveira Bello, deputado do Ajudante General junto á Divisão, além do desempenho das obrigações a seo cargo, distinguio-se na íiatalha coadjuvando ao Tenente Coronel Victor nas linhas de atiradores que este dirigio.
O Capitão Augusto Frederico Pacheco, deputado do Quartel Mestre Gene- ral, desempenhou satisfatoriamente as funcgóes a seo cai-go ; na 5at'>^ha mostrou sangue frioe coragem ; do mesmo modo os assistentes do deputado Quartel-Mestre-General Tenente do 2. o Batalhão de Infantiria Manoel Porfí- rio de Castro Araújo, e do Quartel-Mestrc-General Alfei-es do 2. o Regimento de l^avallaria ligeira Adolpiío Sebastião de Alayde, jia transmissão rápida das ordens aos diíferentes corpos da Divisão.
O Capitão do Imperial corpo de Engenheiros Ernesto António Lassance Cunha, encarregado do itinerário e parte histórica da Divisão, aléin de haver coiíi inlelligencia e zelo bem cumprido seos deveres neta parle de suas fur.c- iòes, ciistinguio-seno reconhecimento que lhe ordenei íizesse sobre a posição mais importante da linhi inimiga, desempenhando satisfatoriamente com .sangue Irio e valor tão importaute e arriscada commissão.
O Jenente Frederico Augusto do Amaral Sarmento Menna, sendo encar- regado do itcuerario e pail.e histórica da primeira Brigada da Divisão, que a precedera na sua viagem pelo Paraná á Ponta do Diamante, bem preeneheo sua missão, sofrendo um vivo fogo quando passou pelas baterias inimigas as* sestadas no Tonelci o, e,. durante a Batalha, conduzio-se com sangue frio e coragem.
O Alferes do 4. o Regimento do Cavallaria ligeira José Betbezé de Oliveira Kery. meo ajudante d'ordeus de pessoa, sendo a primeira vez que entrava em íogo, distinguio-se pelo discernimento e bravura com que transmittio as, mi- nhas ordens, honrando desfarte a memoria de seo benemérito Pai o Brigadei- ro Felippe INery de Oliveir;».
Finalmente, Exm.Sr., sinto a maior satisfação em poder assegurar a V, Ex. que todas as praças da l3ivisão nos Campos de Morou mostraram-se dignos soldados do Exercito Brasileiro.
Temos a lamentar a morte dos bravos Tenente Manoel Frau.cisco Mon- teiro, Alferes Norberto Xavier Rosado, ambos do 2.' Regimento de Cavallaria Ligeira. Ttui Sargento, uui Cabo e nove Soldados dos didtreutes corpos da Di- visão. Foi mortalmenie ferido o Capitão Graduado Domingos Rodrigues Tou- rinho ; feridos gravemente o Capitão Graduado Henrique Josf Moreira, Alfe- res .Vianoel Anloiíio Soar«!S da Gama. Cabo AppoHnario Ferreira, Furriel Fran- cisco Pereira da Costa, dito José Leite Pereira, e 21 Soldados; levemente fe- ridos, os Capitães Maurício de Souza Freire e José António de Oliveira Bo- leibo, Alfeies Lcatidio Corrêa do Lago, António Cardoso da Costa, José Maria de Carvalho, António Cardoso Pereira de Mello, 2. o Cadete 2. o Sargento Do- mingos Augusto Gonçalves, K° Sargento Christovam Werner, e 17 soldados ; confusos, o Capilãv Guilherme Lcupoldo Ue Freitas c 7 SplUadQs ; extravia- dos, 7 sQldadgs.
—289 —
Quanto á perda do inimigo, posto <jue não se possa ainda mencional-a com exactidão, foi consideravelmente superior á do Exercito alliado. O nu- ínero de prisioneiros tomados pela Divisão monta a cerca de 2,000.
Deos guarde a Y. Ex, Quai lel-Gcneral da Divisão Auxiliadora Brasileira em Palermo junto a Capital de Bnenos-Ayres, em U de Fevereiro del852. Illm» e Exm. Sr. General Conde de Caxias, Commandante era Chefe do ExercilOr .— Maisoel Marques de Souza, Brigadeiro Commandante,
NOTA (67)
PARTE DO GENERAL EM CHEFE DO EXERCITO IMPERIAL.
Illm. eExm. Sr. -^Tendo-se encontrado ás 6 horas e meia do dia 3 ãa corrente, as forças do Exercito alliado com as do Exercito inimigo nos Cam- pos de Morou, leve Jogar a Batalha desse dia, que consta da parte inclusa do Commandante da 1. a Divisão do Exercito que commando. Cumpre-me pois communicar a V. Ex,, para que haja de leval-o á Presença de S. M. o Impe- lador, que a dita 1, a Divisão, formando parte do Exercito alliado que mar* chou sobre Buenos-Ayres. fezprodigios de valor. O Brigadeiro Manoel Marques de Souza, Commandante delia, mostrou no dia dessa memorável Batalha muito ti,no e valor dirigindo o combate do centro da linha inimiga, sem duvida o ponto mais forte dclle, prevenindo mesmo o ataque quando vio que' a occa- Sião era opportuna. Nossos Batalhões manobraram como se estivessem em parada, e isso aterrou consideravelmente o inimigo.
Eu recommendo a S.M, o Imperador este Oílicial General, que faz honra ao Exercito Br.isileiro. Na inclusa referida parte que me elle dirigio se rela- tam todos os promenores da acção, e a ella me refiro em todo. Ao próprio Ge- neral Urquiza ouvi fazer lhe os niaiores elogios ; e tal foi a crínfiansa que elle lhe soube in-pirar que aquellG General lhe confiou o commando do centro do seo Exercito ; e addicionando á Divisão Brasileira que comniandava, mais três Batalhões de Argentinos e uma forte bateria de Artilharia, o encarregou de tomar o ponto sem duvida mais forte da linha inimiga.
Usando da autorisação que Y.Ex.emnome de S, M, o Imperador, me concedeo, promovi a alguns subalternos que se distinguiram. como V.Ex, verá da relação inclusa ; e rogo a Y. Ex,haja de obter do mesmo Augusto Senhor sua approvação.
Pelo Capitão Ernesto António Lassance Cunha, envio áV. Ex. uma ban- deira tomada ao inimigo no campo de batalha por um soldado do 2. o Regi- mento de Cavallaria ligeira, ao qual mandei dar200í!^ rs. de gratificação e três jiiezes de licença com soldo para gosal-a na Província do Rio Grande do Sul, donde é natural.
Permitta V. Ex. quealem de recommendar todos os OfTiciaes que com- mandaram corpos no dia da mencionada Batalha, faça especial menção do Coronel do 8.° Batalhão de Infantaria Francisco Félix da Fonseca Pereira Pinto, Commandante da l.a Brigada, do Tenente Coronel Commandante inte- rino do 2.0 Regimento de Cavallaria ligeira Manoel Luiz Osório, do Teneute- Coronel Graduado Francisco Victor de Mello e Albuq".erque, Commandante interino do Batalhão H de lnfanfaria,e do Major Joaquim José Gonçalves Fon- tes, Commandante interino do corpo de Artilharia a cavallo, por lerem sido, dosOíiiciaes .'■uperiores, os que se tornaram mais notáveis^ não obstante te- rem todos os mais cumprido o seo dever.
Deos guarde a V, lix. Quartel Grnerai do Commando em Chefe do Exer- cito Brasileiro na Colónia do Sacramento, 32 de Fevereiro de 1852. —Illm, e Exm. Sr. Conselheiro Dr. Manoel Felizardo de Souza e Mello, Ministro e Se- cretario de Estado dos Negócios da Guen*a. — Coisde de Caxias.
N. B, A relação dos promovidos de que trata este oíricio,acha-se a pag.189;
NOTA (68.)
Yiva a Confederagão Argentina ! — O Governador e Capital General da Província de Entre-Rios, General emChefe do Exercito alliado Libertador,
AOS HABITANTES DE BUENOS-AYRES. Cidadãos J A disposiçâp superior «cçnsigaada na parte QÍiicií^ ^<f dia se^
— 290 —
guinte á Victoria alcançada nos Campos de Moron, íFoi uma homenagem devi • da á disciplina militar, e á moral publica. Os individuos que assignaram a convenção de 7 de Oulubro do anno próximo passado no Estado Oriental do Lruguay, a violaram, e encorporaram-se de novo aos escravos da dictadura, eram com effeito, como o são actualmente réos de alta tracção para com a ■verdadeira causa de sua Palria, Violaram sua palavra de Cavalheiros, e abjura- ram a dignidade de homens livres. Alguns sofreram já a merecida pena dos traidores, e o General eoi Chefe do Exercito alliado Libertador cslà satisfeito pela parte que Ihetoca. Fiel aos princípios generosos de sua politica, e con- sequente como côpirito de seo programma, lhes concede hoje a mais ampla amnistia, e solemnemente declara-os restituídos aó gozo e ás prerogativas de Cidadão, sob o sagrado pavilhão das leis.
Compatriotas! O General em Chefe do Exercito alliado Libertador, não ambiciona ouLra recompensa, senão o arrependimento e gratidão dos amnis- tiados.
Palermo de San Benito, 25 de Fevereiro de 1852, — Justo Jose' de Urquizac
NOTA (€9)
o Governador e Capitão General da Provinda de Entre lilos, General cm Chefe do Exercito alliado. ^*)
AO POVO DE BUENOS-AYRES.
Cidadãos ! — A íyrannia de vinte annos exhalon já o ultimo suspiro nos campos de batalha, graças ao heróico denodo das legiões libertadoras que te- nbo a honra de commaiidar.
O odioso Dictador dos Argentinos, votado ao despreso de todos os homens amigos da humanidade, para servir de escarmento c de opprobrio aos tyran- nos, foge espavorido desta íerra, cujos filhos arvoraram em tempos mais feli- zes o Estandarte sacrosanto da Liberdade.
Habitantes de Buenos-Ayres ! O rouco clarim das batalhas já não soa, e em seo logar ouve-se somente o fraterucil clamor com que os filhos de uma mesma revftlução, herdeiros de uma mesma gloria, hasmonisam seos aíTectos patrióticos, e celebram unidos a vergonhosa derrota do Dictador, o suspirado triumpho da Liberdade Argentina.
Cidadãos ! — O Exercito alliado da vanguarda propôrse a salvar-vos do despotismo sanguinolento que vos opprimia,e cumprio a sua missão com gloria. Rosas desceodo poder usurpado ao povo, e já eslão salisfeitas as exigências da razão e da justiça. Esqnecimento geral de todas as offensas,confraternidade de todos 05 partidos políticos, formam as inscripsões das divisas libei tadoraá.
Todos somos amigos e filhos da grande família Argentina, excepto o monstro Rosas, e os malvados que faltando aos seos compromissos de honra, vieram engrossar as fileiras do tyianno Argentino, depois de firmaiem a convenção de 7 de Outubro do anno próximo passado no Estado Oriental do Uruguay, Estes serão considerados sempre fora da lei publica, como o serão igualmeute os sublevados na Província de Santa Fé, que sem se recordarem que deviam a vida e a Liberdade ao General em Chefe do Exercito alliado, abandonaram suas fileiras, assassinando com infame aleivosia, o seo- Chefe Coronel D. Pedro Aquino.
Cidadãos! — Os valentes de que se compõe as legiões alliadas libertadoras vos saudam,e felicitam por minha voz : Paz, Organisagão, Progresso, e Gloria vos desejam, e o pedem ao eéo em premio das suas fadigas e desvelos. A elles ee unem os fervorosos votos do vossa melhor amigo. — Justo José de Urquiza^
NOTA (70).
Vivala Confoderacion Argentina! — Departamento deRelacione«; exterio res. — Buenos Ayres, Febrero 24 de <852.— El Gobierno ha llegado á enten- der, que por el exGobernador D. Juan Manuel Rosas.habian sido espedidas Patentes de Corso.sin que pueda aunconocer cual sea la nacion contra quien se empleaba este médio de guerra, ni el nuipero de Patentes expedidas, ni uinguna de las circunstancias, que no pudieron olvidar-se ai dictar esa
t*) Esta proclamação é auterior a de 25.de Fevereiro que está acima .
— 291 —
medida, reprobada por el derecho público de Gentes, per la formai cn que han sido otorgadas, y por leyes especiales de esta Província. Para remediar pues, cn cuanío es posible los males, que ella haya podido causar, y prevenir otros que pnedáu ocasionar-se; el Gobierno ha acordado y decieta :
Art. 1 . Declaránse nulas y de nit 2;un \alor todas y cuales quiera Patentes de corbo marilimo, que hayan sido expedidas por el General D, Juan Manuel Rosas, ex Goberoador dela Província de Buenos Ayres-
Art. 2.0 Todas las presas, que tales corsários hubiessen hecho, ó hicierea enadelanle,serán consideradas como malas presas, y restituídas immediata- men te á sus legítimos duenõs, en el estado mismo, en que hubiese sido cap- turadas.
Art. 3." Todo corsário, que no devuelva á este Gobierno la Patente, que hiibiese recibldo dentro dei termiwo de cuatro mezes contados desde la pu- Micsciondcl presente decreto, será considerado como Pirata, si en virtud de ella ejerciese actos de apresamiento.
Art. Zi. Publiquese, comuniquese á quienes corresponda, é insertese en el Registro Oflicial. — Lopez. — Luiz José de la Pena.
NOTA (71).
Artigos do Tratado de íò de Maio de 185?» assignado entre o Governo Imperial e o da Republica do Uruguay.o qual mo- di ficou o ^X,*^ do Art, 3. e 4. do de Limites, que fora ceh' brado em 12 de Outubro de 1851.
Art. 1." O § 1.° do artigo 3. o do Tratado de limiles fica alterado do seguinte modo : Da embocadura do airoyo Ghuy no Oceano, subirá a linha divisória pelo dito arroyo, e d'ahi passará pelo Pontal de S. Miguel até encontrar a Lagoa Merim, e seguirá costeando a sua margem occideníai até á boca do Jaguarão, conforme o uti possidetis^
Ar'. 2.0 O artÍ2,o 4.o do referido Tratado fica modificado somente na parte em que se cede ao tíraúl, em toda soberania, meia légua de terreno em uma das margens da embocadura do Cebollaty, que for designada pelo Gommis- sario do Governo imperial ; e outra meia legoa em uma das margens do Tacuary, designada do mesmo aiodo ; convindos. Magestadeo Imperador eoi disistir formalmente, como desiste, do direito adquirido á essa concessão, que devera veiíficar-se pela designaçáo do seoCommissario.
Art. 3. Todos os mais artigos do referido Tratado de limites, bem como ■lodos osmaísdosde Allíança, de Commercio e Navegasão. e de Extradição, e da ComenQão de subsídios ficam em seo pleno, e inteiro vigor. E ambas as Partes Contratantes, convém em aceitar a garantia, que expontaneamente ctíerece o Ministro Plenipotenciário da Goníederasão Argentina, por parte do Governo Encarregado das RelajÕes Exteriores da dita Goufederaçào, con- sistindo essa garantia em que por parte de S. Magestade O Imperador serão approvadas, e raclificadas as modificações estipuladas no presente Tratado, e por parle do Governo Oriental, serão tãobem ratificadas as ditas modi- ficações de conformidade com sua respectiva Constituição, e os Tratados, e Côavencão de subsidio de do7e de Outubro do anuo passado serão exacta- mente cumpridos, e observados pelas duas Altas Partes Contratantes com as referidas modificações, ou outras que para o frturo possam ser feitas poc jnutuo accordo das mesmas Altas Partes (iOntratantes.
N. B. Foi ratificado pelo Governo Oriental, autorisado pela respeclivA Gamara a 5 de Julho de 1852, tendo já sido ratiíicado por S. M. 01. aiO da Julho antecedente.
NOTA (72).
Montevideo, 29 de Abril (Je 1853. — O abaixo assignado, Ministro das Relações exterigreà, tema hgura de cçinaimiicar ao Xllm. e Exm. Sr. Mi
— 292 —
nistro residente era missão especial de S. M. p Imperador do Brasil, que H^ Ex. o Sr, Fresideate da Republica houve por bera dar sua approvaçúi, com d;ita de hoje, ao accôrdo celebrado entre o abaixo assignado e S. Ex. o Sr. Ministro residente na conferencia do dia 22 do corrente, com o íira de pôr termo ás du- vidas suscitadas sobre a linha divisória do Gliuy, e cujo teor é o sej^uinte:
« Que a linha divisória estipulada no Tratado de quinze de Maio de mif oitocentos e cinccenta e dous deve ser entendida, e demarcada do modo abaixo expressado ; a saber :
<í Da embocadura do arroyo Cuuy no Oceano subirá a linha divisória pelo dito arroyo até seo Passo geral, do qual correrá por uma linha recta ao Passo geral do Arroyo S. Miguel, e descerá por sua laargeai direita até encontrar o pontal de B. Miguel, na costa meridional da Lagoa-Merira ; e corÍLÍnu'^:'á deste ponto, circulando a margem occidental da mesma Lagoa, até a bocca do Ja- guarão. »
O abaixo âssignado, aproveita esta opportunidide para reiterar a S. Ex. as Seguranças de sua distincta consideração e apreço.
Illm. e Exm. Sr. Dr, José Marii da Silva Paranhos, Ministro residente do Império do Brasil em missio especial jualo ao GjVí:.uo Oriental, etc. ele. —
rLOREWTIMO CIaSTELLANOS.
NOTA (73).
Quartel General do CGmmando em Chefe do Exercito ^ na Vil* la ae Jaguar âo, à de Junho de 1852.
ORDEM DO DIA N. 61.
O Tenente-General Conde de Caxias, Coraraandante em Chefe, faltar/a a «m dever de justiga e gratidão, se, de volta ao solo querido da Pátria, cujo território hoje piza o bravo Exercito de operagões, que se ufana de comraandar, lhe cão desse um publico testimunho de reconhecimento e consideração pela brilhante conducla, digna dos maiores elogios, que desenvolveram seos distinc* los Chefas, OíBciaes, oíliciaes inferiores, e soldados, nas campanhas Oriental, e Argentina.
Sim, Bravos do Exercita de operações 1 A politica militar que vos tracei ao pízar 00 terricorio Oriental, foi por vós religiosamente seguida : pelejastes á par de veteranos amestrados ujs combates; rivalisastes com elles em bravura; «onbestes grangear sua amizade e respeito, m inter com elles a maii perfeita e fraternal união, sem que appjrecesse a perlurbal-a esse mesquinho prejuízo de localidade/
Vossa coragem foi a do verdadeiro soldado ; nobre, generosa, e respeitadora dos princípios de humanidade.
A projiríe Jad • d-j naciouil, do estrangeiro, do amigo, como a do inimigo^ foi por vós respeitada .
Ne.a um sò acta de insubgrdinaçao tive de punir, nem um s5 crime erafim que pudesse aindj de leve manchar a gloria e reputação do Exercito.
f<><n.)a-se ali) rivel v issi resiguaçaõ, e coastancia nj meio ,dos mitiiores trabalhos, privações e sacrifícios l
Bravos do Exercito de operações I Vossa conducta foi á todos os respeitos, digna dos raj.iires elogios I
Faz hojen vAí me^asque pizistes no território Oriental ; neUe curto perío- do percorrcst-?.i mh de 3í0 léguas ; cjuseguistes nmi gloria iramorlal ; desag- gravastej a honra d» nossa Pátria ; contribuístes effitiazmente para a Paz de Uous EstflbSj para o triumpbo da mais santa das causas— a da Liberdade, da Humjnidade, e da Givilisação. — Está pois completa a nossa missão. Vossos no- mes serão por mim levados aate o Throno augusto do nosso virtuoso Monarcha, cujo magaauimjcoragãoos wolUçrí^ COM a recíjaliQ-idA bíuijide e muQificea* cwj que o cawtçrisam. -.
-•293 —
A Historia levará vossos nobres feitos á Posteridade, que, fazendo»voS a Jus* liQa de que sois Ião dignos, vos cobrirá de bênçãos.
Intrépidos e briosos Guardas Nacionaes I Vossos relevantes serviços, voss» patriotismo foram superiores á todo o elogio. As grandes esperanças, que sem- pre em vos depositei ; a elevada confiança e sympathia, que seaapre me mereces- tes, acham-se mais que muito justificadas pela decidida, leal, e franca conjuva- ção, que raeprestastesí pelas frequentes provas de dedicagão, que de vós recebíj, e que jamais se riscarão de minha lembrança.
Ides agora voltar ao seio de vossas virtuosas famillas ; contribui ia:iialmente d'ahi com todas as vossas fôrgas para a cunservaçãq d. s sabias Instituições, que nos regem ; da Liberdade, Ordem, e Paz, que felizmente gozais : assim, fareis a felicidade de vossa fértil eamena Provincia, ,e a de vossos filhos; e satisfareis «s ardentes votos do vosso General, Companheiro, e Amigo. ■— Conde db CaxiaIj,
«- 295 -^
DO QUE CONTÉM ESTE VOLUME.
Dedicatória. . .' v . v . . . "s • • 3
Prologo ..•,.,,.....« 5
PARTE PUSMEIRA.— Trata desde que Rosas subio ao poder alé o Iriumpho dos Exércitos aliiados no Esta- tio Oriental do Uruguoy, sua pacificáçáo, e queda tle Oribe em 1S51 . . • • 7
PARTE SEGUNDA. —Traia principalmente da Bata- lha de ItuEaingó, e seo resuilado, com es documentos respeclivos,e comprovadores ...•••. Ii7
AppENDicí ás notas desta 2.". Parte. •'.... 145
PARTE TERCEIRA.— Trata do Graode Exercilo Al- !iado, que passou ao Esiado Argen'ino,das Batalhas, e Victorias de Toneleiro, c Monte Caseros^ e de va». rias occurrencias : finalmente d'algumas duvidas,e so- luções sobre a execução dos Tratados, e demarcação de limites (^olro a Republica Oriental e o Império I^rasileiro. etc. •...••••••• 2 47
NOTAS ^a 1 . Parte, d« n. 1 a 60. .>.••. ^13
NOTAS (^ 2.* Perte de n.61 a 73 ; . • . . • S7fi
— 296 -^
MAIS NOTÁVEIS EM ALGUNS VOLUMES.
Pag. |
Linhas |
Erros |
Emendas. |
17 |
32 |
deí8M |
de 18/i5 |
»■ |
3/i |
d'um aoQO lateiro |
de 2 annos inteiros |
18 |
35 |
os fôra |
as fôra |
29 |
1 |
é 0 combate |
e 0 combate |
53 |
13 |
pecunigrio |
pecuniária. |
55 |
8 |
Heny |
Henry |
95 |
10 |
de Setembro |
de Outubro |
100 |
21 |
a 6 |
a 2 |
lis |
8 |
0 Sutel |
e Sot( 1 |
» |
/i3 |
devidido |
dividido |
119 |
35 |
Luiz IV |
Luiz XIV |
138 |
ÂO |
Tenente |
Tfetiento Coronel |
139 |
U |
pc5a metade |
pela L^ parta |
Í58 |
1 |
Cnplttj4o XXX |
Capitulo m |
17A |
20 |
abandou |
abandonou |
n2 |
15 |
LibfTlada |
Liberdade |
276 |
35 |
Allidus |
Aliiados |
ó (H)
C:rU.
..-'C <t
'/^JcU. ú.
â^ 2A/Í
í:i
' %MJ
ímmmmmwm
m M
.*^i*.i.«jiJi.M^|líli^i^M-Mli'MM^.i^ili^^^
^wwu
1 f^ i i;- i^ |
||
r*-i**>,*&^V* |
||
*Pôu |
||
.*■ m: '.^ |
r !?- '«Vi |
|
Ym |
||
t.tJ |
t:í |
im |
M |
imj
«Jl» fc i
^v».»>*«w».*m^»- ^-»-» ^ ^