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Num. 1.

Julho 1841.

íS®HaMíaiaa^isi2iííSo

.•..•. tieqita ,

Si chartae silcanc quod bene/ecerii^

Mercedem tiileris, Ho». Oã.

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1_.' [ ^líintai-

Monumento erecto á memoria da reforma , e accresccntamento com que ElEel Dom Manoel engrandeceo a Ponte de Coimbra.

Tem de alto 8 palmos e 5 oitavos , sobre 7 de largo e 7 oitavos.

As muitas fracturas das suas peças de ornato devem-se attribuir antes a descuido ou malícia do que aus estragos do tempo.

São os caracteres da sua inscripçúo em Allemão minúsculo floreteado; Reduzíláo-SÇ proporcionalmente a um quarto do tamanho do seu original.

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1.' O SSERENISIMO príncipe, ALTO IIE MUI

PODEROSO REY DOM 2.' EMANETELL NOSO SEMIOR O PRIMEIRO EM

ESTE NOME \iE QUATORZE 3/ NA DINIDADE REÃLL, MANDOU FAZER DE

NOVO ESTA PONTE 4.^ ATE AS ESPERAS HE IÍEDIFICAR ATE A CRUZ

DE SAO FFRANCISCO HE DA 5/ DITA CRUZ ATE SANTA CÍVARA DE NOVO

HE ACRECENTAPl 6/ ESTA TORE MURO ERA DE MILL HE QUINHENTOS. E TPtEZE ANOS. («)

Não será fácil deterniiiiar lioje o locil, onde naquelle tempo esta-váo-as Esperas (assim cscreverfio al^'iimas vezes os nossos iiiaiures .a palavra (í) esfera) a não serem as esferas de pedra que aiiul.i lioje vemos no vértice do arco oitavo (coutando da Cidade), uma, da parte debaixo, oulia da parte de cima do rio..,

Será t.imbcm muito difficultoso de<ii;n ir o local da Cru? até onde ElRei D. Manoel mandou reedificar a Ponte, porque o Wondtgo depois de desalojar os moradores dos an- tigos convénios de São Francisco e 5ant'Ainia , sepultou del)aix(j de suas arêas os muros destes dons edifícios. Ainda que -nfi o. vejamos restos alguns das suas ruinas , a tradição constante, e muitos documentos dos cartórios desta- Cidade , principalmente do de S. Bartliolonieu , nos attestáo que elles eslivcráo pryximos ao Ingar conhecido pelo nome de = Entre-Poiítes. =

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fFferecendo-se neste i." N.° do Antiquário a publicação de un)a Carta, (c) que V.lRei D. Sebastião enviou ao Prior Mór de Santa Cru/, de Coimbra pedindo-lbe a espada e escudo de D. Affonso Henriques, pareceo-nos referir um acoiitecimento que tendo-se alguns atmos flntes anticipado a remessa daquella Carta nfio deixa de ter algum interesse para a liistoria do facto.

(a) A Camará Muiii<iipal , promovendo com utilidade piililica o mcllioiaii:ci)to da entrada da Ponte do lado da Cidade, maiidou em i836 demolir dous arcus que alli se achavão; e a pedra do monumento , de que agora nos occupamcis, coroava ames daquellc anno o primeiro arco qiie se encontrava vindo da Poute par» a Cidade, e agora a vemos onde cnlão estava Santo Agostinho era um oratório de pedra.

tt) Vide Elucidário.

(c) LmfEmpregado da Secretaria da Admiiustração Ger.-\l desta cidade tendo (disse cllr) eurcntrado esta carta extraviada , na occasião da nuidanca que em i837 se fez do Arcliivo dos Conventos do Colle^iio dos Militares para o dormitório do Pilar uo ediíicio do oxtiacto Mosteiro de Santa Ciuz, a constivcu era feu poder até Maio do corrente anno.

O Secretario Geral A. J. V. Santa Rita logo que teve noticia deste facto, pôde por seu louvável zélo, e diligencia, obter, e restituir ao dito archivo a mesma carta ; e mandou depois liiar delia e lilLcgiafar um perfeito fac simiU para reuielter o seu original ao Ministro do IVeiuo, a Cm de ssr conseivado ua loirs (Io Tombo.

( i )

Depois de ter asslstiil) no dia 20 cleOiiluhro de iSyo a um doiiloranicnto na Univer- sidade passou 1). Sebasiifii) a visitar as sepulturas de fí. Aíluiiso Heiiri()iies e D. Sancho. O Prior ^a) Mór lhe nioslroii a espada de D, Alfonso Ileniiqiies, a »]iial ti.niou D. Se- bastião, e com grande veneração a beijou dizendo aos íid.dyos ila sua nmiiliva : =^ « Bom » leinpo em que se pelejava com espadas tão curtas ! Esta é a capada que libertou todo o » Vortwal do cruel jugo dos Mouros sempre vencedora , c por isso digna de se guardar » com toda a vcnciacáo. = E entregando-a ao Prior Geral de quem a rcnbèra , lhe disse : = « Guardai, Padre, esta espada, porque ainda me hei de i>aler delia contra os iMou- w ros d'y4frica.>' Passados oito auMos , lembrado EUlei destas palavras, a mandou > pedir ao Geral de Santa Cruz D. Pedro d'Assuiiipçâo, para com cila derrotar na expe- li dição d'Africa os sequazes de Malonia , de cujos fulminantes golpes tinháo sido sangui- » nolentas victimas; porém como estava determinada a ultima ruiija desta coiòa, não » permitlio a ProvidcTicia , que tosse vencida uma espada sempre victoriosa , ficando por » esi^ueciaiento na armada em que Eillci navegou para Africa." -^

POPv ELREI

2la paÍJff iônai (íonufnlo tfo íUo^Uivo 'ix eniutu Ciuj i>í Coimbia.

■«T Adre Geral. E Convento do mosteiro de Sancta Cruz de Coimbra , Eu ElRei Vos envio muito saudar, Eu me tenho Pubricado em aver de fazer por niy com ajuda de nosso Seiilior húa empresa em Africa, por muitas e mui grandes Razííes , mui Impor- tantes ao bem de meus Reinos, E de toda a cspanha , de que taud)em llesulla beneifi- cio á Christandade. o que me pareçeo escrevervos, assi pêra encomendardes a nosso Se- nhor o bom sucesso desta empresa , que por seu serviço faço, como peta Vos dizer que desejo levar nella a Espada E escudo daquelle grande E Vallerozo l'rimeiro Rei deste Reino Dom Afonso Anrriquez cuJa sepultura está nesse mosteiro porque espero em nosso Senhor que com Estas Armas me de as vitorias que ElRei dom Afonso com ellas teve. Pello que Vos encomendo muito que logoo mas mandeis; por dons Relligozos desse Convento que para Isso Ellegereis. E como eu embora tornar as tornarei a Liiviar a Esse mosteiro, pêra as terdes na Veneração E guoarda que lie devido a cuJas forão, E por tudo. E por aqui entendereis que as não quero se não Enipresiadíis pêra o effecto a que Vou, E de quam grande Contentamento isto lie para my- Sciipia em Lixboa A i4 de Marco de 1078 = Rcy.

Pêra o padre geral E convento do mosteiro de Sancta Ci uz de Coimbra.

(5) « Recebida esta carta , mandou logo o Padre Prior geral alimpar a espada do . ghirioso Rey D. Aífoiíso, e fuzer-líie húa-bainlia de veludo , com sua ponteira de prata » dourada, e liúa caixa preta em que fosse ntettida com sua chave, e fechadura doiira- » da , e outra caixa preta em que fosse o escudo do mesmo Santo Rey, pêra irem estas » armas com mais resguardo, e veneração , e as mandou pelo Vigairo do mesmo mosteiro » de Santa Cruz Dom Jerónimo, varão de grande autoridade e de boa presença , que as » entregou a Elllcv , o qual as rccchco com grande gosto e contentamento , dizendo , que

(íi) U. NlcoUo de Saiila Maria, Chiou ilos Coiiegoí de Santo Agosiiiilio liv. 10. $. y-, e Bailiosa Mem. il'WI\ei D. SchastíSii P. III. liv. 5. caj). 4. §. ali e segu'iiies.

{l)) I). Nicolào de Santa Maiia liy. 10. cap. ia. §. i3. , e Barbosa Mein. de D. Sebastião Part. 4. 1ÍY; »• «:»?. C. co]>iaudo a D.Nicoláo.

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. se Deos lhe dava a vitoria , que esperava, promeitia de faier canonixar o glorioso Rey .Dom Atíonso, como ja o intentara fazer EilU-y Dom João IIÍ. seu Senlior, e Avò.

(a) Estas armas tenrlo por esqi.edmento fitado na iirui.ida, como dissemos, vol- tarão nella a Poi (..í-nl , e por ordem do Cardeal liei fora., romettidas ao Mosteiro de São .Viccnt», c dalii couJiuidas .\ Santa Criu de Coimbra por D. Francisco das Neves (b).

O Infante D. Luiz, filho quarto de ElRei Dom Manoel e da sua secunda mulher a Bainha D. Maria , iiasceo em Abrantes a 3 do Marco de i5o(>.

Incitado do Terdor dos arinos e enganado das attracções da formosura do Violante Gomes (chamada a Pelicana pelo excesso da belleza) teve um filho, que se chamou D. António. Nasceo em Lisboa em i53i ; teve sua educação no tnosteiro da Gosta , que era de Monges Jeronymos, junto a Guimarães. Hospedando-se o Infante seu pai no Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, e agradando-se muito da educação que ali recebião os filiios do Duque de Br.iganra (D. Jayme), D. Fulgencio e D. Tlieolonio, maiidou-o cm Outubro de li.j^ estudar naquclia cschola (f).

Curta íitj 3nfaiit( J). Cuij no piior JMov "ífc ôanta Cruj , eobu a rtnnu-ao

íic btim ,?iitouio ((/).

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-•« Adre Prior ho Infante vos envio muyto saudar. Tenho enformarão do cuydado, e diligencia que pondes em a criaçáo de Frei António. Ho que vos muyto agradeço. Em tudo f.izeis como quem soes, e como se de vos espera, e porque nunca vos escrevi ho mo. lo que hei por bem, que irei António sigua em quanto estever nessa casa, volo quis nesta <^l^ta declarar, conlórme ao que tenho escrito por algúas vezes ao Bispo. E pêra isto convém que vos diga lio que dclle quero. Primeiramente que tema a Deus, e seja muyto vertuoso, e se esmere em todalas cousas que convém á reli"iaó Depois disso que seja tão dUigeuie em seu estudo que nenliã de seus condicipulos lhe leve a vuntanem. Porque assas quebra sua será , tendo tantas ajudas tie idade, engenho, tempo e disposi- çáo pêra ser eminente em letras, esquecer-se da obrigação que tem per ser quem é e indo outros diante , deixarse ficar atras, ho que seria contra ho que cumpre á sua honra e á conservação do contentamento que eu delle lenho. Confio nelle que folgue nisto, e em tudo de me fazer ha vontade. Mas por que sua idade nom é ainda tão madura , que possa sintir perleiíamenie , quanto llie nisto vay , vos rogo, e encomendo muyto, que

(n) Os mesmos Autores citados ua pagina antecedenle notas (a) e (i).

(i) O Secretario Geral do Distiic lo de Cuiinhra, tcni ordenado um escru])uloso exniiie nos papeis do Ar-

«Tiivo pertencentes ao cartório de Santa Crn?. , com o inlento de descobrir alyuns docnraentos , por onde se

possa evidenciar se aquellas armas f.irão enectivamenle restiluidas ao Mosteiro ou não.

Duas razões nos persuadirão á publicação desta carta. Primeira, porque as obras impressas em qne ella

se acha não estão ao alcance de todos. Segunda , por.p.e a cópia que vem na Cbron. dos Cónegos de Santo

Agostinho, onde B.ubosa foi beber, além de omissa cm partes , está quasi toda viciada; talvez por impericia

cu negligencia de quem a trasladou , como o leitor cui ioso poder.i vir «e coufronlar o fac siinlle com

a cópia daquelle Cbronista.

(c) Vida do lulauie D. Luiz pelo conde de Vimioso. D. Nicoláo de Santa Alaria c Barbosa , Memorias de D. bebastião.

{d) Esta é a primeira carta de um livro cm folio da collccçao delias , broxado cm pergaminho , que tem por mulo Cartas dos lufautes , e luÍRulas, São todas uiiginaes. {Ai\hivo u'oi CAtiiictos Comciiivi.)

( o )

per todolos nieTOS que poderdes lio animeis e amoesteis, e iraballais, pêra que vWe creça asi na devação , o amor de Deus que é ho pritici()al , corno no cuydado de seu estudo. E pí)r que neiíliúa cousa destas se podo lacilnieiitc eltuiluar sem oliediencia lia qual é lun- danieiito de todalas outras vertudes, hei por bem, que em tudo \os obedeija lonio qual- quer religioso que tenlia feito profissão nessa casa , em vossas nulos, e niilluir se niilhor poder ser. esta foi minha tendão no principio desta mudança , a asi ho escievi enláo aO Í3ispo. Espero que frei António , sabendo quanto eu com isso folgarei , nom saya per ne- nhúa via de vosso niandatlo. e Quando ho coutrairo fezesse, seria caminho pêra eu nom lazer tlelle o fundamento que faço ho que nunca Deus queira, e puis nisto tanto vay , vos encarrego ha couciencia , (jue toilalas vezes que vos elle em algúa cousa desobedecer , me aviseis ile tudo, pcra que eu nisso faça ho que for bem. e fazendo ho contrairo fareis muito contra ho que deveis a deus, e contra ha confiança que de vossa vertude tenho, bem sei quão jjrande carga c esta que vos dou. Mas quando vos lembrar ho serviço que nisso fazeis a deus achalalieis muyto leve. liu serei sempre em tanto conhecimento do que por este respeito vos devo como vereis por experiência, quando vos de mim algíía cousa coniprir. ho que me parece bem se oídcne de suas lições, vos dirá Jeronymo do Souro, Desie Almeirim oje XX lUas de fevereiro de i549'

Jiifante Dom Luiz.

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Cavla íio 3nfaiUc S». Cui? a í>(x\ fill)o D. sintonia, {a)

'Uei António {b) ho padre prior me deu per sua carta meúda cnnta do vossa dispo» sicam e estudo e das honrras que dei rei e da Rainha recebeieis (c) no que tudo levei ho

(a) É a septlina Carla da Collerção menclonacla a pag. 5. not.

(b) Criava-se, e estudava D. António no Mosteiro de Sanla Cruz com o habito dos cónegos de Santo K- gostinho , e tinha sua cella no dormitório principal dos Religiosos , e chamava se Hiei António ao modo que 6e chamavão os cónegos noíos eui quauto iião são S.tcerdotes e estão á obediência do Mestre dos Noviços. {Chran. dos Co», de Santo .4gosliiiho.)

(c) Tendo IClUei D. João III. entrado em Coimbra no dia 6 de Novembro de i55o com a Rainha D. Calha» lina Infanta D. Maria, Príncipe D. João c toda a corte, se forão no mesmo dia agazalliar nas hospedarias de .Santa Cruz, e depois de praticadas todas as cercmonlas da Igreja na recepção de taes personagens , pas- íáião a vér o Mosteiro , ^subindo da Clansira da Manga ao Dormitório principal dos Cónegos , que todos tem nas portas ilas ccUas uns espelhos de vidio para por ellcs vir o Prelado o que elles fazem , ou em que se exercitão nas ccUas, aperto, e sujeiç.ío grande. E chegando ElRei com a Rainha á porta da cella do Senhor D. António , ou de Kr. AiUonio , olhando pelo espelho o virão estar dentro estudando com grande quietação, c socego , como se pelo Dormitório uão andara toda a Corte, do que edificados não qulzerão por cnlão lallar-lhe , nem ahrir-lhc a poria.

Mas ao outro dia de tarde mandarão os reis recado ao Prior Geral que lhe levasse Fr. António , que o ■querião vér á sua vontade, e fullar cora elle de vagar; e o Prior Geral o levou logo aos aposentos aonde lilRei e a Rainha estavão, e entrando pela porta da Gamara , Suas Altezas se levantarão para o receber, como lizerão no Cm do estrado, lirando-lhe ElRei o barrete ao beijar-lhe a mão, a levantando-o nof braços com muilo amor , e a mesma honra , e gazalhado lhe fez a Rainha , quando de joelhos lhe foi tam- bém para beijar a mão. E mandando vir uma cadeira raza , o mandarão assentar fora do estrado, e co- brir; e na pratica que cora elle liverão lhe signilicon KlRei o contentamento que tinha de o vér , e do sa- ber que estudava cora cuidado , rerliíicando-o que sempre teria lembrauça de lhe lazer merc6 por ser filho do Infante D. Luiz seu muito amado e presado Irmão.

Acabada esta pratica particular tornou a entrar o Prior Geral , e deu Cont» a ElRei como Fr. António linha feita uma orarão cm latim em louvor áo S. Uei D. Allunso Henriques , e do Padre Sio Theotonio

( ' )

conteiitnnionio que cim rciáo. Elroi f.ilni CDinifío, e niosimii-se mui contente do vo-, , e ;isi alf^áas pi-ssoas ile (Hic me emfnrmci. Qiieiravos deus fiizer t:il que, este contenta- iniMito que se ile voísii pessoa tem , crera rada vez mais. F, quinto n's honras que de stia alteza iecel)esles lemo que lia sobeja satisfaenu» que disso levarieis vos fo/.esse algú damno. polo que vos lemhro que está cm vossa mfio serem essas prlneipio de outras maiores, ou pollo contrairo perderenssc essas com tod;das outras, ho que nfio pode ser sem grande intauiia vossa e niuiío desgosto meu. Se as quereis sejjurar e ta/er (pie vfio a diante, convém <íue trabalheis por sair dessa casa Iam exercitado asi na religião como no eslud(í, que se veja manifest.imente que tudo em vos pode caber. Doutra maneira ne- ubúa outra cousa vos aproveitará e lio fruito que podeis colher de vosso descuido, quando nelie por algúa via cairdes, será ser a deshonra tanto maior, quanto tj maior a esperança que de vos se tem. E asi é rezam que se tenha, por que ncnhíía cousa vos falta pêra serdes eminente em letras e em virtude se o quiserdes ser por que ho mestre, lio Íu<'ar, ha conversaram e lodalas outras cousas que tendes, sam tam autas pêra esse fiui que se nam pode mais desejar , se sobre tuilo isto vos faltardes a vos mesmo, bem pouco aproveitara ha diligencia que cm vossa criaram se põem. Crede que quando isto asi fos- se , ho que deus nam queira, alem da pena (jue cu nisso levaria, perderia sua aliesa todo o gosto, que de vossos bons princípios tem, c cuidariamos que todalas enformaçoes passa- das, foram falsas, polo que convém se quereis daraniy muyto gosto e fa/er ho que cumpre á vossa honra e proveyto, trabalhardes daqui en diante muyto mais do que ate agora fe- zestes. Nam se sinta em vos por nenhúa via d.íno causado das honras passadas, ha pro- priedade da linnra é animar á virtude, c náo esfriar lio estudo delia. E quando isto asi náo.socede é sinal de baixeza de spirito. peia que se isto nfio presuma de vos necessá- rio que agora mais que nunca vos exerciteis em humildade he em todalas outras vertii- «les. por que desta maneyra conservareis has lujnras que recebestes, e vireis a outras maiores. l'rimeyramenlo vos encomendo, com (jiianta instancia posso que sejaes muyto amigo de deus e devoto dos sacramentos e officios divinos, por que nisto consiste tòilo vosso ser. por que sempre deus favorece e hnnia seus amigos c hos que se delle d(!scui- dão ílescuidasse também deus ilelles. De modo que se quereis ser honrado e receber delle mercês é forrado que entendais cm vos encomendardes a clle com miivta dcvoc.no. Oiivy sempre vossa missa com muyto assesego e recolhimento de vossos pensamentos, em do- mingos e festas estai aos officios divinos mi.yto prompto setn nenhum dcsasessego. Por (pie ho dcsasessego cw toda a parte tira tod.i antoridaiie, quanto mays onde elle p.iicco taiii mil , ci^mo em quanto se <'clel)ra ho culto divino. Este é o principal cuidado que aveis de ler se me n,'K) tpiercis anojar. Depois disto ha diligencia en í^osso estudo va cada <iia etn cn cimento maior. Ja tendes idade e Juizo pêra scnlirtlcs (jiiaiito vos iiis^.o vai. De niy vi>s desengano ipie me náo hei de contentar com serdes mediocremcnte douto, ]Veni he rez.lo que me contente. Por que pois vos deus deu inuy bom engenho, e tanta disposiçam , e aparelho pêra serdes um dos mais famosos homens «icuropa , nom é rc/;To que homens de baixa calidade estudando com niuyto tral)allrtB| pobre/a vos levem a vau-

primeiro Piior datjuelle Coiiveiilo, se <lnva siin Alteza lirpiira para a ili/.er, e jimlaintnle porá eniraiiMn Iteligiosos do Coii'e:ito ao ouvir; uma licciíra e oiitr.i ,leu KlRci com multo gosto. E Fi . António afastando mais a cadeira do estrado dos rcij . e capta.ulo-llic a benevolência com graúdo ctrte/ia, se tornou a as. sentar, c começou .-» orar com tanl.i graça , pauza , e lions ineiipos, qrie po?. a todos em admirarão a coii- iiança ; e uo íiui da oração dou lamijem seus louvores c graças a KIRei U. Joio III. e á Rainha pelas mer- c<'s, e honras que fazião áquelle Mosteiro de Santa Ciuz e a seus Kcligiosos. Firãrão suas Altezas mui sa- tisfeuos da oração de Fr. António, e o louvarão muito, e como ellc ee foi com os Religiosos para a sua relia, ficarão KlRei e a V.ainha fallando com o Padre l'jior Gcial ein sua lialjilidadc ., c engenho^ c cnlcndiíncnlo , e louvando a boa tiiação que oaquelle .Mosteiro linl,a.

( s )

t.ifctn. Alem ilisso temos de tos ja muytos penhores , que são algilas mostras lioas que fezestes as qiiaes vos melem cm grande obrigarão de responderdes á esperança qi^se de vos tem so pena ile miiyto abatimento vosso. es[)ero em deus que vos dará graça com que estas minlus Ieml)ianças scjão escusadas, mas v;ii tanto nellas qne se não podem dei- xar de r(;pelir miijtas xezes. eu estou ja bem deus seja louvado. Espero de vos ver antes da páscoa , onde ou como sabelo lieis quando for teiitpò.

Depois desta ser escrita me deo dom afonsso de castell branco liúa carta vossa em ha qual me dáveis conta particular de tudo ho que com elRey passareis, folguei muyto de notardes tam bem todas has particularidades á cerca disso. E quanto ao que com vo o dom Affonso passou dai lhe muyto credito, por que é pessoa muito honrada, e aqué tenho muita afciçam. Deste almeiriín uje xliii dias de dezembro de i55o.

Infanle Dom- Luiz.

(Cópia lia Carta rivculnr í>f (ÊlRri D. Jlffnítso 4.° Mri^giíia aos Oispos ^o Urina m 1352 , sobre 05 Crimrs t cirtôôns íios (Êrclcoiastifos, s outros pontos i'|iie rrspei- taxHio li tramiuiliíiuíc, c rKiínua ía 3ijvf«rt c Hrpublica, c outros pontos. («)

M nome de deus amen. Sabham quantos esle stormento virem rnmo vinte e três dias de ffevereiro da Era de mil e trezentos e noventa e anos na cidade de Coitnbra nos paaços da morada de Dom Jorge pela mercê de deus bispo da dita cidade perante o dilo Senhor bispo Enpresença de mi Affonsso Vicente publico tabaliom de Nosso Senhor El- Rey na dita Cidade presentes as testemunhas que adiante ssom sei iplas Gil cslevaes AI- vazil Jeeralda dita cidade que bi presente stava mostrou e per mi ililo tabaliom I.eer ífez húa carta de Nosso Senhor ElL\ey scripta em papel da qual carta o teor delia de verbo ad verbo tal he = Dom Affonsso pela graça de deus Rey de Portugal e do Algarve. A vos Dom Jorge bispo de Coinbra, saúde e graça. Teemos qiic bem Sabedes que os pro- curadores das cidades, e vilas Assignadas de Nosso Senhorio que veerom Anos A Santa- rém quando ffezemos as Cortes postumeiras pêra acordar com elles como a Nossa terra ffosse bem vereada , nos disserom que muytos niaaos ffeitos sse ffczerom e ffazem em nossa terra pelos Clérigos ordenados d'Ordées meores ssagras, e d'Ordeés meorcs também de ffurtos como de mortes d'homées e de fferidas c de ffalsidades e doutros malefficios e que pêro eram Acusados perante sseus Joyzes Eclesiásticos desses malefícios e sse prova contra elles que íTezeram ffurtos per ssi e com mouros e Judeus e Christaaos também dentro nas Eigrejas e moesteiros come em outros logares e que Ja nos e nossas Justiças ffezemos en os leygos que ouveram parte en esses ifeitos Justiça dandolhcs pena de morte qual mereciam. Os quaes cpnffessarom toda A verdade desses ffurtos E affumavani que esses clérigos fforam conMpies en esses ffurtos esse provava contra elles que fforom en esses ffurtos e os acharam en esses fíurtos E outro ssy acharom os ffurtos em ssas casas E

( Continuar-se-ha.)

(a) Perganilnlio numero i3 do Cartório da Camará desta Cid.ido. As freqiiínlcs citações que alguns Es. crinlores tein feito deste documento nos certificão do seu interesse. iVleiíiorias de Litleratura tomo ■x.' r 6.* Svnopsis Clironolog. tomo i.» sobre a sua raridade, veja-se o nosso famoso Antiquário Fr. J. de Snnta B. de Viterbo no seu Llucldario Clérigos Solteiros. Os Doutos Redactores do Panorama em o n " ao5 a pag. III do vol. V. tdcáriío este ebjeclo , porím produzirão o citado artigo do Elucidário, talvez por não t*r icm á mSo todo o ducumcnio.

Num. 2.

Agosto 1841

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4.' ERA . MILLESIMA . TUF.CEMESIMAyr UCIAVA

SEXTO . NONAS . OCTOBJUS . OB- Q." JÍT . JK)NNL)S . PASCHASIIS . NUNIS , AilCin-

DIACHONUS . DE- . SENA 3/ IN . ECCLESIA . COLIMBRIENSI, . ET . JACET

ÍNTUS . TN . ECCLESLi . COLIMBRIE . CIR- 4/ CA . PAVIMENTUM . PORTE . OCCIDENTÁLÍS

TPSIUS . ECCLESIE 5/ CUJUS. ANIMA . REQUJESCAT . IN PAGE . A?^EN,

iN o Jui sçxto das Nonas de Outubro, da Era de mil trezentos e vinte «oito ((Anuo de i29o)niorreo Dpm Paschasio Nunes, Arcediago de Cea nít lí^neja de Coimbra , e jaz dentro Aa. -mésníia Igreja junto ao pavimento da porta Occidental. Sua almatlescaitoe em paz. Amen.

Esta Inscriptão reduzida a mu íerço do seu origitral nclia-se gravada em imi-^ jird?» ■de 2 palmos coiiipifinenlo,' c um e três oitavos de Uirgtira , occupa mu local hasuitiic ■buniildc; está eniheljula na grossura da pariíiie da ombreira da [laiie esquerda da poria fda Vellia desta cidade. A integridade dos stius caracteres, o ouro que seui diffiiul- dade ainda se I!ie descobre, uiostráo que este prefjoeiro mudo da memoria de Dom Pas- clmsio tem triutnphado daí ruínas do tempo; e custará a crer, que cinco séculos e meio -tenhãrt passado por este monumento quasi iuuiilmerite.

Promeite ainda uma longa duração, se iiáo sofrer a sorte que liáo sofrido outros do

-niesm<i templo; isto é , se não vier ainda a ser um dia victima da maldade ou ignoraiK-ia

de alguém. Porque de muitas iuscripçóes que nos consta outrora povoarão as paredes da-

'quelleantiquissiino templo, apenas hoje nos restáo duas , tendo as mais sido auiqnilidas

talvez por occasiáo d'aij;uns insignificantes reparos com que se tem pericndido nielliorar

•este recoinmendavel edilicio.

Nada encontramos que possa tornar recommendavel a memoria de Dom Paschasio, c se alguma cousa Iiouve perden-se na ohscuridade dos tempos. Apenas do Hvro das Caleiídaí do Cariorio do (>abid(), a tolhas cento e quatorze verso, coiistáo os legailos que el!u dc-ixuii ao mesmo Cahido; convém a saber: a sua quintáa de Mogofnres com sete casaes, e niaii» um no Ai'cnal; um cálix í\íí prata <le nove onças, e uma vestinuTita sacerdotal, etc. tlc. com obrigação de ccrlos sulfrugios pelas almas delle, seu Pai e Mãi.

N.' 2. Fac-simile dos Caracteres em que se acha cscripta a Carta Original do Infante 1). Luiz ao l'ri()r Mór de Santa Cruz, impres.sa «m o N. i.* a pag. 5.

N.° 3. Fac-simile dos Caracteres em que seaclia escripta a Carta Ctrcidnr de D. Affonso /{.' aos Bispos do lleiflo, principiada em o N." i." a pag, 8 , e oíiitiiuiada nesie a." n." a pag. 12.

N.° Fac-siinile dus Caracteres da Carla Orignal de D. António ^ inseria a J'ag. '^.

( 12 ) €0iitinuafão tia íaila Circular íf D. vlftoiísa 4.° nos Oispas, pnnciptaí>a em a

«.' l.-prt^í. 8. (I)

parte delles par ssy ou per alguns ssaas amigos ou parentes. E que esses sseus Juízeí 'ricresiasticos notn liús davam poreo^ pea nem os metem a tormeato pêra saberem delles a verdade avendo delles presençóes per que de direito deviam delles de Saber a verdada per tormeiUi> timbempei- Rizom desses furtos come per outros míleficins de que er.itn aouiailos e diziam que os soltavam ssem pea porque se nom prova contra elles per cléri- gos que ffossem culpados em esses furtos nem nos outros nialefioios. Esse contecia que os CondcpnassiMn por esses malcílcios, e os (Uerigos apelavaiu pêra seu maiun (viuve u a ssa- Ijcr pêra os Arcebispos ou pêra seus Vigairos. E que os Dispôs que deii>m as Sentenças ou sseus Vigairos contra esses Clérigos quando as davam deseiipiravam esses fteitos. E os Ar- cel);5pt)s o)i seus Vigairos uiatuhvam ssoltar esses (^lerig^is ssem pea e condepnavauí aqucl- lesquc úavanj as Sentenças em grandes comias de dinlieiros por mingua de promovei! ires da justiça qjiehi nom avia que Reffertasseni o direito da justiça eApelasseuv desse» \rce» bispos ou sseus Vigairos. E deziam que por esso esses CliMigns eram mais attrevudos e>n lazer tiiaaos ffeitos e majores que ante ftaziam. E que alguuiis filhando dello em exemplo e eram deinoviidos a la-ier maaos ffeitos por t[ue deziam. entendiam de passar ssem pea como vyam que os outros [lassavatn. E por que djsto IVecreseia grande escândalo p->r que •>» da nossa terra Recebiam desses (.Ileiigos niiiytos dapriose ssem llazoui e eram em ponto de tiMijiir lii Por que viam que esses maaos ffeitos nom eram estranliados * esses CJerigos pe- dirõnos por mercê que sobresto Ihis ouvessemos Remédio de guiza que nom Hecebeselanto «lesaguiiado nem mal desses Clérigos. E Nos veend<i o que nos disseram envi.nnns dizer ao Padre SSanto por Nosso Mesagi-iio que posese cm csio t/il Keincdi.i que por negrljieMcia de justiça Eccresiastira Nos nem Nossas justiças nem os outros do Nosso Senhorio que sse Sentem dos niaaos ffeitos que Recelieram e Recei)em ile^ses clérigos nom ouvessemo» Sazom de proceder contra elies por ontra maneira. E que sse f) nonj Hezesse e esses cléri- gos nom ffossem Reffreados de lazer esses nialeffiiios que nom ffossemos culpado se per nc.''ri"encia dos Juvzes Eccresiaslicos ai sse ffezesse contra esses clérigos. O qual l'adi>e Santo nos- enviou dizíu- enviara A vos e aos outros prelados do Nosso Senhorio <onio ffe- acsedes de guiza que esses clérigos ffossem castigados como comprise e que nom ouves- semos lAazom lie tomar l;i. E nos nom ssabernos sse volo nian<lou dizer c se volo manilou dizer lie bem qrie o ffacades .-vssy como volo mandou dizer e melhor sse o melhor enten- derdes e poderdes ffazer e sse v<do nom man(h)u dizer teemos que per direito e dagiii- sado ssodes ti.'lnidns a ffazer as cousas que sse sseguem por o estado e officio que leendes e polo encarrego (jue avedes delles que ssam ila vossa juridisconi e porque vos lie niandado pelo pa[)a Creinente O quinto. O ijual s.ihen<lo que esses clérigos ssoni niny alrevudos de llazerem imiaos flcitos em Ifeiísa do privilegio (jue ham vos manda estreylamente que vos vi^iedes n:i Coircvcom desses Clérigos e que liusedes do vosso oficio como ssoiles theudo de ffazer de gniza que pela pea que vos derdi,"S a esses clérigos e com medo delia nont cometau» di em dianietam maios ffeitos e ([ue os outros spantados todos de pea que derem a algúus por enxempio do que veeiant ajam Receo de ffazer maaos ffeitos como lie conllieudj no Titulo do oflicio do ordinliairo no (Capitulo primeiro nas Oemeittinas. R primeiramente (levedes Eiíquerer do voso officio em forma de direito os niaaos feitos que flaiem esses clérigos e corregellos e nom Ihis dardes apelaçom sse apelarem dessa vossa eorreicom como é conihendo na degretal /icei do olTicio do ordinliairo nas antigíís. E outro ssy (L-vedes saber t dos aquelles que som ordinhados de quaesqner ordées que

(i) No liiii >c ju.iia iinvi sjuopsc dalgiiinas i).ilavras aiulim.idaí.

( l:i )

«seja em oail:» frcognoxia. E aiiiostíirclLlos em vossos sciiiitns por ssins nomes ou quando visilaiilos essa líiccjueíia (juo inwii liuscin di> oKicio de Lainicciro vemlenilo carne!) em piaç.-i por ssas pessoas nem (lc„'olem carnes per sas pessoas cm praeanern sejam taverneiros venilenilo per ssy os viiilios em tavernas amocstaniloos ire/, ve/eMandolliis por eada liúa amoesta.Dm liTm tempo agiiis.iilo MosliiUuloHiys e dizetidolliis que sse liusaieiu dos ditos olficios esse os nom leix.ircm sse ja delles soyam dluisar ou sse o noni Inisarom e depois lornarom a cllcs ijue penlerom em todo o privdej,'io dos Clloiigos sse ITorem casados. E ontro ssy se nom tlorem casa(ios se aiularum em avit-os de ley;;os. E sse alguém os íleriríjue nòm seja cseotmíngado. K ipie se liezerem alguns malefícios, que ssera d.i nossa jiiridiscoiji em ijuanto liusaieni de rada luiii desses (dlitios <omo lie eontlieiulo na decretai ririmeira da vida e onestiiladc dos clérigos nas Crenientinas. l'', outro .ssy devedelos amestar (jne nom iranam anuas sso pea íle escomiinlioin a tjiial devodes poer em elles sse as irouve- rem. E que outro ssy nom sejanj onzeneiros como lie coiiltieuilo na dej;relal Clcrici da \iila e onesiidaile tios cleiigos. E outro ssy devedelos amoestar (jtu- nom linseni »le .Meste- res toi'pes que nom perteiicem a clérigos Convém a salier (pie nom ssejam Jograres nem bjffões nem talFues em praça nem liy htisem de fala.ssas mi'dldas|nem façam as nutras con. sas que lliis sani dellesas por direito como lie contlieudojua dcj^relal Clcrici a grande da vi- tla e oiiestidaile ilos clerig<is e em a degretal priíneiía no 'f itido que os clérigos nem os monges nom se mestuiem nos ofícios ssegraes e na degrei.d piinifira da vida e oneslidatle dos < lerigos ni) livro Sexto. E «levedes a líilhar destas .unoesluçoes hnii storniento c as nos. «as justiças outro pêra seer stranliado a esses clérigo; sse nom guardarem vossas aniocsla- coes e fte/.erem alijnns niaaos Ifeitos. E ontro ssy de^edeslliis dizer e mostrarcomo nom fa- ram maaos ffeitos casse elles flezerem líiirtos ou omicidios uii <lereni ffalssos testemunlios ou líezerem outros ffeitos ssemelli.iveis a estes ou mayores tpie vos Ihis daredes as peas Coullie<iifi'i em diíeilo ipie ssmii ii<>t;iilu« »>u dogielal ml re.tj^rinieiiilni» (i^ no 'l"itulo do ofliiio tio liordiidiai io c em outros diíeitos cjue vos mufii bem sabedes e que depoys sse sse mmi (pii/.ereni «astigar (pie os leyvaredes as Justi(;as .ssegraaes pêra Ihis seeer dada pea como a leigos como coiiilieudo na degielal Ciiin noii ah fiomine no Titulo dos Jidzos. E outro ssi de(ed>dos meter a tíuiiientus sse ouverdes contra elles presenções cfmio nata o Inicencio no Titulo das Regras do direito na degretal Citin i'i coiiteinp/atinne. E outro ssi Ihis (levedes de di/.er (pie sse tronverem armas ou llorem em pelejas e f forem lii ffeii- dos ou in<u-tos que aijuelles (pie os fferircm nom seeram escomungados como he conllieu- do (2) pcrpendiiiius - na decretai = Ia auãientia =r. no Titulo da SSenten(.a descomu- iihíun. E outrossi Ihis devedes diíer e mostrar que sse nom troverem coroa e abito de clérigo e se mesturarem em ofíicios de leygos sse em todo ilezerem como leygos que nom seeram avudos por clérigos por (pie parece que despresam o estado tios (_Ilerigi>s comu contheiíilii na degret.d Conliii^it o segundo no Titulo na Sentença da escomurdiom eque sejam bem rerlns tpie nossa v('iotadehe ile litisar contra elles da nossa juridisrom em os casos Sobre ditos. E outro ssy devedes amoestar os clei-igos casados que tragam cercilhos e avitos de clérigos casse o nom ffeziirem assy qne nom gouviriam de piivilegio dos clé- rigos e (pie ssevriam ãA Nossa juridlsiyun em totlo como he coutheudo na degretal Cleiici lio titido dos (derigos casados no schIo livro. E outro s>y devedes amoestar os benefecia- dos e os qi e ssuin ordinhados dordée^ ss.ig'as (jue tragam panos ordinliados e se o iiom que- zerem fla/.er devedeslhis d.ir as peas contiíeudas na Gremeiíúiia ijunnitiiii no Titido de vida e honestidade dos clerigttó nas Creineniinas. E ouiiossi devedes poer cm vossas An- iliencias bóos proiux) vedores de justiça que ssegom os lícitos da justiça aa vossa custa, E

(i) Assim ^eailia 110 oiifjioal , mas a Decielal citada piiiitij'ia— ././ rijinment'am. (i) No oiigiiial falia nu Decretai,

( li

«Jerpíles Aaver luiii procurador na Coite do Arcelji^p» e de seus Vij,'.»iros que deffefl- dam as vossas ssentetiças e dc)s vossos Vigiiiroí c qiic apoiem pcra a Corte ilus SSentenças desse Arcebispo e de s^s Vi;jairos sse julgarem co!»tra ros. E as -viíssas SSenténoas pet que ffonios certo que per niin^oa de procut-adores « proniovedores que vos e os outros nonj Aredes nu vossa Corte e na Corte <lo Arcehispo eram ssoltos sscu» peas aigús que mereciam peas de Justiça. E outrossi devedes Sseer perc<'.l)udo que nom ordi- nliedes dordées nieores sse nom aquelles que soulierdes que ssomtle hãos Costumes è Idóneos pêra sseereiu ordinliados dessas onlées e<(ue ssejauí ídotieos e aptos pêra leer e aprender pêra poder vir e ssobir a maior bem e A ordées' maiores ca ssomos certo que muitos sse ffaiem ordinhar mais por engano «la nossa justiça que por tfazer sser- \ico a deus nem pêra aver maiores ordées. Outrosii porque achamos que muitos cléri- gos eram casados Algúus com nudheres Virgées e outros com mulheres corruías e que «lepois diriam e-sses clérigos que nora eram casados com ellas pela qual Razotn recre- ciam muitos maaos flciíos porque essas molheres eram Aas vezes de bõo h^go ffiravarfi «scnrnidas e os seus filhos nom lidemos e nos outrossi nom podianios aver as Nossas dividas que nos deviam essas molheres por que esses clérigos dizem que os bées que a»- bos juntamente aviam erahi sseus e nom das mulheres. Oiitrossy quando eram achada» çm algúus malelicios diziam que nom eram da nossa juriíHsçom como quer que fossem casados com molheres currutas pojque negavam esses casamentos e nom aviamos teste- munhas pêra o poder provar nem avenios Ha/.om de ssalier. Esso meesmo ttaziam a qual- quer que os quisesse demandar p.ir as dividas f[ue essas mulheres devessem ou acusar perante Nos ou perante as Nossas JiKstiças seendo elles casados com molheres corriitas ou por contrautos ou dividas sseendo elles casados com molheres virgées nos qua<;s casos ssotu da Nossa Juridisçom como he contehudo no (Japitido Clenici dos clérigos casados no Sexto livrn no Titulo (i) Jlaicionis (-z) no Titulo (los Digamos nr> livro Sexto pela qual Razom nos e a nossa Justiça e os nossos sogeitos nom podemos aver delles diieil(í. Teemos que sseera bem e serviço de deus e nosso e prol do nosso pobor) que ífaçades « ordinhedes todos aquelles que fforem casados como leygos paresçauj perante r) priol da Eigreja dhu soom líreegueses ou perante aquelle (|ue é^ura dessa Eigreja e que sse l\e- cebani perante el por palavras de presente e esse Recebimento sseja ffeito perante luui tebaliáo que sseja estaheleçu lo em essa ffreguesia pêra escrever esses lleoebimentus e que sse ífaça um livro (3) em que apartadamente ssejaiu escritos esses Recebimentos pêra se poder Saber por esses livros os casamentos que tToram ffcitos em cada ífit-guesia por esses Recebimentos Ifeitos poi' esses priol ou clérigo. E que daíjui a deatite mamledes que todos os Recebimentos (|u« sse ffezerem ém essas ffreguesias ssejam ffcitos por esse priol ou Clérigo perante o Tahelliom dessa ffreguesia bu esses casamentos fforem ffeitos. E que outrossy deftendades ([ue neubúu nom tenli.i R.irregda (í) publicamente xwvn.

(i) Deve ser Capitulo, {'i) Alias AltfrcatioiHS,

(3) Desta ilnl.i piuicipioii o costume dou Paroclins terem tim livro pira fazerem «s^ento •Im eaíimentíi-:. (5) A relaxarão da Ulscijiliim (lo(;ieic), aísiin Secular cuniii liefçnlar, coiulu/.io csla puderosa ()ai le tU Narão a C(»inmelter exce^sn^ escaii(l;H!.isos enlre íis novos > que niniias vezes iifícuilidos ao seu mau coihportíi- menlu (iierão lepetlr seus cUinures n.i presença do tliruna. Os S .heraiios pnr innii de nm» vc/. perleuderiin t)CC()rreT a este* males por meio de grades ptMias impostas aos ciiinpliees uos oj iKies <Io^ ('Acle^tasiicos. -Mi^tiTMa» leis penacs que sobre este assumpto se eucontrão cu> os uossos aullgos códigos su^ritão ideas mui po-ui.^ li^na- geiras da pure/a dos rosuiiues d<> Clero daquelle tempo. Nas GoMes de Bvaga couTOCadas por Uoio JoãurU (ena i4^5) os Procuradores do£ dirieierites Cttiuellios do llciao rcpreseuiarão rpie =:

. Muitos Clérigos , e Religiosos tiidião l)arref;ãas em suas rasas a ulLos , e face dos I*relado8 , e de todo o » Povoo , e as tra/lão vestidas , e {{uaiuidas lambem , e inlllior que os leigos trazem as suas mulhei'OB , pol» » qual razom multas mollieres lei\aui de touiar maridos lidemos que poderiam a\er per.i viverem em peií- » deuea , e em serviço de Deus , e juutaui-se com Clérigos , e com írades , « l'~reÍ7eã e com outras pessoas Iveli- giosas , e viveui eom elles |)or suas bari et^ííag eu» pecado uiorial ■; e que dello se seguia grande e6can<lalo » aute os Ciei Igos , n os leigos , ca umllos , que ijnlião as suas íillias lide>ras posto que losseui virgf es por induzIíneniK (lop, illlos Cliiigot, c tiades, e IVelres , e Kellgiosos, lei\avatii seus Fadres, e M.iores, e liiain- » se para os Clérigos, e Frades, e Frciíese lícliglosos peroseerciu suas barieg^as : euulro sj a maior faile uís

( 15 )

9£i)U(;iros iioni rnsatlos porque lie lUfíeso pela Icy divina e humanai como he conteluido uotada nasCiciiitíiilitKis na (]i.(jici;il atl itoslrnm. V. no Titulo dos hereges e sse ffcicrdes as ditas cousas e cada liúa dellus o cjue Icemos que he aguisado de o ffazerdcs Ifarcdes sserviro a deus e a nos c daiedcs hóoin conto c bóoin recado a deus e ao padre «sanUa que vos dcroni esse stado e sseeia a terra asscsscgada e cada húu Senhor do sseu e vi- Tira cada luiii sem niaa ssospeyta o que nom pode íTazer temendosse que esse» ClCTigot Ihi ffurtem o sseu e ffarani contra cllcs outros malclicios como virom e vêem de cada dia que o flazcni e noni liiis ho estranhado e nou) ssecrdes Aazo de tornarmos hi nem nossas Justiças nem nossos ssogeytos per outra guisa o que sse nom pode escusar ssegun- do nosso Entender sse nom ffezerdes as cousas ssobre ditas o (|ue deus sabe que nos p«- sara muyto sse sse fíezer e endiargamos Ataa aqui quanto podemos que sse nom flezcfise o Embargamos com agnisado quaíito podermos. E sse per ventuyra entenderdes que hi ha Al melhor emviadenolo dizer. E sse quizeides cm^ i:ir dizer ao Padre Santo E esto que TOS mandamos dizer pêra vos mandar ssobrelo como ífai ades A nos j)raz ende ca seede certo que sse nom flezcríics as cousas sobre diias que temos que por direito e da- guisado como dito he ssodes tchudo de llazer que nos einviaremos mostrar ao Pac^je Santo pêra nos desculpar sse sse hi Al fezer e pêra volo estranhar como prouger aa sa San» tidade. E mandamos Aos Alvazyz tia dita cidade de Coimbra que Vos leam esta Nossa Carta Aberta e sseelada do Nosso Seelo e que a ffaçain ieer perante vos em piaça e pe- rante húu lahciliom e que da piiblicaçom dcUa e da Resposta que hi derdes Ihi de esse tabellion» húu stromento Aos quaes Alvazys mandamos que nus en^y esse stromento pêra veermos a Hesposta que hi derdes e ffazermos ssobrelo o que flor serviço de deus e nosso e prid e Assessego da Nossa terra. Dante em Évora sele dias de Dezembro EIRey o mandou õervas eannes .\ (fez Era de mil e tresentos e Nov€cnta Annos (anno de i352). A qual

c:»rtn Accy i>toLl ■■«Ja p&i yj lUlo Alvnxil c-<»i-k»o clito lio o <lito A Ivn^il <lieeo> qiic cl COllipfiria

dita carta como em ella he cantehudo. E depoys desto Vynte e trcz dias de ffèvereiro da- Era de mil e trezentos e Noveenia e húu Anos na cidade de Coini[)ia nos Paços tia mo- rada de Dom Jorge Bispo da dita cidade SSendo hi o dito Senhor líispo. Gil esteves Al- vaiil da dita cidade que hi presente stava mostrou e per my dito tabclliom leeí tfez a tlita carta como em cila he contehudo. A. qual carta assy mostrada e publicada perante e dito Senhor Bispo que hi presente ssya como dito he o dito Senhor Bispo disse e deu ■em Uesposta que el omiltlosameníe obeedecerya e compriria o mandado do dito Senhor ■Key como na dita carta h<; contehudo ca dizia que el Bem sabia e crya qne o dito Senhor Rey sse tfundava em direito e Bóoa Razom e que Ihi prazia que os do Seu Senhorio de Viverem em paz e em assessego como Boom Senhor qiw; era Amador «lo direito e justiça « que A ssa voontade delle era e flora senpre dos Cierigos e do5 que el Avia de Reger de vivor honestamente e bem e que Assy o fiaria el coinprir e Aguardar quanto em el ffos- ■»e. Das quaes causas todas e cada hú.is o dito Alvazil pedio Aniydim íabelliom que Ihi 4ksse húu stormento pêra o enviar ao dito Senhor Rey como per el lie mandado, fh-ito ffoi na dita cidade nos ditos h)«os dias mezes e Era sobre ditos iestcmunh;is que hi pre- sentes fforam Gonsalo Velho Vaasco Lourenço Vasco martins laheltióoes Manini Affonso «1« Rua de Coruchi e outras testemunhas. Nom empeesça A rrnpadiira que he feita na Roga primeira hu diz dez dias de janeiro ca Ku sobi edito Affonsso Virente tabclliom o escrevi e Arrogo e per mandado do dito Alvazil este stormento screvi e Aqui este meu signal fiz que tal = Logar do signal puhtico ~- he em testemunho das ditas cousas.

Pagou o procurador do conselho per este stormento e per outro e per caminho.

três libras e meya do qual ffoi Alvidrado per o dito Alvazyl Gil esteves.

» leigos <le?presavam;OS sacnficios do» aitos Clarípoj por qiip eram barregu^ros públicos c perdiam devarom ,V"'",' fl^^^^ ,? '""""* ''•^■1'" «<■ 'i"in cnierl>,ni confessai aos Cleiigos por que os viauí batregusiros publicot. li-oa. Allous. hv. a.-lit. J2.} vej.t se o mesmo Cotl. iio liv. i.» tit. 33. g.^ie^,.

( 16 )

A*7.o inot^.

Agiii/.iíU> y'Co/wetrente.

Al Outra cousa. O contrario.

Alv'izil £' neste duciiniaito o mesmo que Presiílcní» lia Coinara ?

Aláa até.

Ari cv ucln atreiitlo,

A\iiilo ou H.iTiidci /lúiitlo.

iiuttoni Wheairnl farcíita , Chácarrcire.

Cifníenliiias ou Cltmeiiliiia.- MJa ie Degietal,

Cíi porque.

Cuudepnar condenar.

Coutiaulo contraia.

D.i|)no Onmnn.

Dcgietiil Decretai. Decretaes , «ob pste nume de- sigua-seo coijjo das lípistolas dus aniijjos lUiinaiius Poiílilices. que lespomlemlo ás ruiisullni dus liis- pos , uu ainda imcshki <lt,- simples Pailiculaies , de- cidem ponlus d;: Uiscipliiiu. '^a)

Uello DLso.

Desíigui/.adu Injnriá , nffronta.

i:ilu Isso.

linde Disso . dahí , dclle , delia , etc.

ILsrariiidu Infnmado.

hcu/.a confiança. Tilliar Tomar, receber. jGouvir Gozar.

Guisa Modo, forma, maneira.

Uu Onde.

Jugral C/inmnii se o que vivia a maior p»ríe ão

anuo locando por preço varioj instruii^eatos em

festas ijue não eiáo Eieícsiasticas. Leixar Dei.xar. Lideu>o l.igiiimo.

I.oyo fíepníni^ 'n> , honra . estima , tttgar. Ncgrij;eiii:ia Negligencia , Oiizeueiltl Usitnrio. Ordiairoou Oi-diuhairo Ordinário. Ordiídiadu Ordenado. Oídiíiliar Ordenar. Pfluunt iiiilinliados Habito , ou vestido próprio (fax

Ecclesiosíicos, Pea Pena.

Peireliudo part. de Perceber. Poer PSr: Pttsluineiro nliirno. Preieução Presuinfjcao , conjectura. Pi ioj Prior.

Piougerou Prouguer Ter por bem , ser eomuntf, Ueíer[nr Defender. Sa Sua. Segrrti Secular. Teudo ou Theudo Obrigado. 'lodo Tudo.

Dom António , que recebia em Santa Cruz a eJucaçáo dos Cónegos de Santo Agosti* rilio, como ja diísemos (/{>), loinoii no mesmo convento o grau de Mestre em Artes; elogo foi conduzido a Évora por Fríincisco Figueira, Estribeiro Môr do Infante Dom Luizseu pai, para assistir na compaidiia de seu Tio o Cardeal Dom Henrique, na qual teve a for- tuna de ser discipulo do Famoso Frei Bartholoineu dos Martyres e do ensignc escriptor Jeronymo Osório. {O Conde da Vimioso na vida do liif. D. Luiz.)

A seguinte IJarta manifesta pelo seu contexto será primeira que etleescreveo aos íra» ■des de Santa Cruz, depois da sua entrada em Évora.

Cavtii í)i' Dím ^liilonio ao |Jiiin- íWox íc iíanta Cruj tx Coimbia. (f-)

'3«Pt* Uyto reverendo Padre Prior. Ha Soidade que dessa trouxe foy causa de nom gostar inteiramente das lestas com que polo caininli:> fuy recebido. Por que crede que ainda que me ca nom falie nada pêra sy pêra exercício de letras e vertude como pêra desenfa- damentos honestos sempre todavia me lembrara ha conversação desses Padres e se a vos ou a eiles algúa cousa de mim cumprir sabei certo que farei quanto poder por cumprir nisso com ha obrigação etn que a todos elIes som. Peçovos muyto que ho meu usso me mandeis por alj^uem que bo traga a recado. La lhe prometei tudo ho (jue vos parecer bem. por que ca sellie pagaia muy compridamente: encomendainie a Deus em vossas oraçoe» e lembrai aos Padres que tomem ho mesmo cuidado, por que alem do serviço que nisto farãp a nosso Senlior dobrarão has obiigaçÕes em que lhe som. desta Évora hoje XXL Junlio de i^3i. , Dom António.

(a) Gregório IX c^illigio os Denretrit de nniilos Papas que liuhSo occupado a Cadeira de S. Pedro desde o «niio lie iidoalé dciijo. l->táo divididas eui cinco livros, lionifaiio VIII occiescentou mais um sexto livro de Decielaes a que se rliauiou a Scila. O P.ipa Olemeinc V loriliou unia colleção nova, tanto dos Decretos do Concilio (íei ai de V iciia , como de suas Kpistolas , c Cousliluiçõeí que depois forao publicadas pelo seu successoi" JuãoX.VII coma deuoiitinarãu de Cletnentinas.

(h) iV.' I.' pag. 5.

(c^ K a 5." da Cullcctão ja apontada a pag. 5. nota [d) do i.* n.*

^^ As Erratas dos i.'' e 2.' n.' serão impressas no 3.*

■CoiinDra: na Jmpvntsa cta Uiitpat>ionuí. iGil.

Num. 3.

Srteimbro 1841.

níi5ílt^í?Sil¥^lÍi>i'i«'

^IÍ5\

neqtie ,

Si chartae lileant qiiod bene fccfrit ; Mcrccdein tulcris, IIoR. On.

3." INSGEIPÇAO.

Epitáfio do Tumulo de Dom Sisnando.

1.* AQUY . JAZ . HUU . QUE . EM . OUTRO . TENPO

FOY . GRANDE . BAROM 2/ SABEDOR . E . MUITO . ELOQUENTE . AVOJNDADO

E . Ri CO . E , AGORA 3/ HE , PEQUENA . CINZA ENCARADA . EM ;. ESTE

MOIMENTO 4/ E . COM . EL . JAZ . HUUM . SEU . SOBRINHO

DOZ . QUAEZ . HUU 5/ ERA . JA . VELHO . E . OUTRO . MANCEBO . E . O

NOME . DO . TIO ■^3/ SESNANDO . E . PEDB.O . AVIA . NOME .O .SO- BRINHO. (O

Encontra-se, encostado á quina Occidental da velha de Coimbra , o Tumulo em ■que estáo deposiiadas as cinzas de Dom Sisii.uido. E oblongo, de forma abaulada. Tem 55 poUcgadas de conipiituculo , 23 de l.iigiira, e 36 tialliita. Os caracteres ileste Epitáfio inostião, pelas suas graves uiuiilaçóes que náo tem podido resistir ás injurias assitn do tempo, como dos liometi''.

(i) Pcdr' Alvares Nogueira no Cathalogo Maniisoripto dos Bispos de Coinibi a à\z cm um lugar , que o Colide Sisnando eslina sepultado em um nioimeuto , que tinliu uui arco , cujo lugar se ignorava ; e cm Dutra parle diz haver nieiiiorin de <pie a sepultura era no adro. I'iir ser cm Purtugucz esta inscripção , nãò pode datar acima do reinado de U. Alít.nso Ml. Com efleiío, nesse tempo é que se reftírmou a Sé, e talvez depois se UaiUw.io em vulgar alguma inscripç:io latina que danlcs estava lui tunud.i que este actual suhsti- tuio: o que parece mostrar a Syiitaxe que indica mais versão de latim que obra iniginal. Por baiitt do It»- mulo está o lugar do uma lapide embebida na parede que lalta , e feria talvez a insciipção oiigiiial.,0 ser escripta em Allcmão minúsculo , c a sua IVaze, muslru ser desde U. João I. até U. Manuel. (J. P.liilieiío Oiss, Vhron, tom. i." Duciiin. A.° i.° «ofa í.')

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JlJL Riidezii dominante Ja primeira idade da Monarquia Portiigneza , e o tempo inve- jiiso dos nossos nionutiientos se dcião as mãos pira sepultarem em etciim esípicci- ricnlo os factos históricos dessa de>gra( ada épocha. Parece que então os li.)meiis se em- penhavno em levantar uma barreira impenetrável ei»»re a sua idade, e os temp )s ftiiiims. Os poucos documentos, (pie al?avez dos séculos tem conseguido penetrar até os moder- nos , vem mareado-, com o ferrete da ignorância domiciliada por toda a Europa de^de o século sexto. liila iniinuou-se no espirito dos homens, subjugou-Uies o enlendiínento e os dominou até á époelia da restauração das letras. Sisnando viveo no decima primeiro scculo, incluido na idade imídia , reinatlo da barl)aría, e da obscuridade. 0> u >mes de seus pais, o de sua pátria , e outras circunstancias interessantes á vida deste varão fie.iráo sepultadas no abismo das tie\as.

Elle principia a representar nos nossos documentos desde a Conquista de Coiml)ra, com esta variedadí; de títulos da sua dignidade, donde, (^nisul , Goveiniidor , e Alvazil (i). lísses mesmos documentos nos aitesláo^ (pie Sisnando vivin com gr*nde reputação na cidade de Se^illia (então dos Mourosj , eque tendo alli traoailo uma grande cmpreT.a fora ejicontrar Feruaiulo Magno de Leão, e ii'iima coiilereneia que teve com este rei l!ie per- suadio com toda a energia a conquista de Coimbra (i]. Fernando condescende com a von- tade do Conde; e pouco depois a cidade d'Atiaces apparece sitiada por um numeroso exereitíí. No Cm de seteiwez.es de porfiada resistência decitle-se a victoria a favor dos sidilados doarei de Leão ; e as bandeiras dosChristãos arvoradas nas elevarias torres desta ti.!ade annuncião aos povos visinbos a queda da Uaiulia do Mondego. (Anuo de io64)

Sibilando assistindo á conquista de Coiíubra (3 , não partilhou menos gloria em pre- encher seus nobres desejos, do que em se vêr logo depois investido por Fernando no Se- uluirio absoluto da cidade, e de toda a provincia entre Douro e Moudego , com i> difficil encarno de conservar e defender as terras do seu dominio. F.iii notilumi cuiro Capitão podii recair uma encolha mais acertada , do que em Sisnando. Elle náo contente com de- fender os povos que foráo confiados á sua clirec(^'io, põe todo o cuidado em alargar o horisonte do seu império, fazendo levantar das ruiiias muitas villas e ald(ias, tomando outras aos Mouros, e promovendo a povoação das terras desbabitadas. 1'rotegeo o culto lelicioso por meio da reedificarão de algumas Igrejas, fundação de, outras , e das doações, com (lue as beneficiou. Um Seminário (4) junto á vcdlia deCoiíiilira foi obra sua de combinaião cou» o Bispo D. 1'aterno. A Capella de S. Jorge (5), depois Mosteiro , fqi também um effeito da devoção de D. Sisnando.

Aii.da que se ignore a sua terra natalícia graves razões indn/pm a crer, que conber.i a Coimbra esta gloria, ou pelo menos a alguma povoaiáo visiuha. O seu empeubo pela restauração desta cidade, a eleição que delle fav. D. Feriundo par.t goveriiadi.r delia ; as heranças de seus pais nos diffeientes lugares desta comarca , entre outras a vilU de Ten- túgal (fi) , como elle mesmo declaia em seu testamento fuiMlamentão e>ta oiiinláo. Podia

(i) EhiciJaiio artigo Alvazil i."

(.) rran>ac,U multh ItmporíUm , aJ.cmt qmâam « partib,,. *;>/«''' "^'''"^ '""'"''" ^'"""' """''""^ *■'"""* d„s „d UH4abilisúmu.n Fr^Unnndum r.gcm , et consillolus est 111!, ut o!»LU,.l ci.iMt^m ^unnJca uo.n.no Co- Itmhriam , qnac lime a Sarraci„is yos'ts,a rrat. (Livro Preto <la dcCoi.ulira f..ll^..i 7 verso.

(3) C,i.i<qn<: .uprafatu, rex (Ker.lin.uuluO Cvlmbriam , presente jam,4'cio co„a>lc S;,cnt,.,Ji . ft d^l.t ^nm- illi. l,.b„,j„c eip,.iruacem.ur,di. et auf.ren.li , n,.,:,^ j.ulUanJi . et om„h orjbmnrl, scat:,d„m suamvol,,,,.. utím. (Coiistiuiiçío <Ir n. Sisuaudo a Uora P.Ucriio Uiípo de Coiuibra , traii.^i^-iq.l.. 1.0 aiipeudice a 3.* pM«« da .Monarquia Lusiuiia.)

(4) O mesmo.

(5) yeja-se o <«u iesia:neiilo na rlito apnendict, i^ú) O mesmo.

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tamBem acontecer que Sisnando tivesse sido Magistrado (i) dos Christãos em Coimbra , o depois por algum desgosto «e retirasse pra Sevilha; mas esta opinião é de probabi- lidade.

ÍSmtfnça pfofíHía pela Siibunal ^a Smiuisiçao I>c (Eoimbra na amo tií 1G20 coit- tni o Doutor Plutónio j^omrm, iTcntr í>e piima na Unionôiíiaiif, e Confgo na Sf íia mfôma (/).

<&ACordáo os Inquisidores ordinários Deputados da Santa Inquisição que vistos estos autos, Libello, e prova junta, contrariedade e defesa do I\éo António Homoni meio Cbrisláo Novo (3) , Cónego Doutoral na de Coimbra , Lente de Prima de Cânones na Ifuiversidaile da mesma Cidade, e nella morador, Héo que presente está, porque se luoslra ([ue sendo Cluisiáo Baptisado , obrigado a ter, e crer tudo o que teui , e crê a Sania iMadre Ijjri-ja Uomana , elle o fez pelo contrario, e depois do ultimo peidão geral (4) viveu apai Uclo íle nossa Santa Calliolica , estev(?, e levo cren«;a na lei de I\Iuysés , tcndo-a aluda por l)()a , e verdadi-iia , esperando saivar-se nulla ; e quando ouvia falar aos Clirislãos eiu cousas da , ria, e zoinliava , communicando estas cousas com pessoas da M) 1 nação apartadas da Fe com as quaes se declarava por Judeu. Pelas (piaos culpas , senil. j o Héi» prezo pelo Santo Oflicio , tlisse que era e fora sempre nuiito boui Cliristao, e iiiiiica couiuiellêra c<Misa contra a nossa Santa Fé; pelo que o Promotor Fiscal do Santo OlficH) veio com utn lil)cl!o criminal accusntorio contra elle, que llie foi rccebiilo ; e O Eco contestou por ncgar-io, e veio com sita defesa que llie foi recebiila , c; por ella se ■perguntarão teslemuiilias , e ratificadas as da justiça na forma de Direito, se llie íez pu- blicação de seus ditos conforme ao estilo do Santo Offieio, e o Réo veio com suas contra- dictas que llie foiáo recebidas, e (azendo-se todas as diligencias acerca delias as não pro-* vou, F estando seu processo nestes termos liouve prova de grande e qualificado numero <le testemuidias que lhe receberão de novo, quo o Réo se achara muitas vezes em com- panhia de pessoas de sua uaçri.i, ajuntando se para celebrar o jejum da festa grande que vem no niez de Setembro (5). O ijue fazião na lórma seguinte: =

(i) Of Chrittãos tinlião , nas cidadts dos IHoiirot , Magistrados que Ihts aJminiilrassem jmiira conjormt tiiot leis. (Ensaio sobre a liistona da I.eglsIaçSo cie Portugal époclia 4.« «it. a.° §, /Jy.)

(i) Copia fiel extralilda <le iiiii livro niai)iiscri|iio , iiifoi, l)roxado em pergaiiiinlio. Era do Cartório de Santa Cru/., hoje do Arcliivo .los Conventos da Admliiislrat;.1o Geral de Coimlira.

(3) A distinrção eiiue Clirisiãos hoi-oí , e Cltrisiaos velliní principiou a in;ii-sf com inf.imla desde o lior- loroso motim lt\aiitado cm I.ishoa coma Judeus em i5ofi. {Prciimhiilo da Carta de Ui de 25 de Maio de 17730

Por esta morna Carla de I.ei se exicrminon tSo ignominosa dtstlnrçâo.

ÍA) liiiliâo alcançado um peidã.i geia! do Saiicto Padre, e desobrigado o Tslada da divida a que er.to cré.lores. Alv. do i.* de rcierciro di! ilitn.

(5) A Lei não tinha presciiplo mais cpie um dia de Jejum (/.r... Cap. a3. v. 17.). " das expincZes no ■decimo <lia do selimomc?., Tisri (o noss.. áeteiubi.,); mas depois se i.itiodnzio a celebração dos onliosJe- juns, que tiidiJo por motivo as calhniiiladcs puliilias , como morta .daiic , esterilidade {jeral , iuvasâo de íuiniijjos ele, e ainda as desgraras parli<iilai es eráo olijccto da penitiucia dos Israelitas.

I'.sic3 jejuns «iTui rigoutsos ; não cousistiâo em comer miris tarde, mas tamljcm cm tomar toda a sorte de nuirliln ação. Passa> So todo o dia sem comer nem Iieber aié a nnute. Assim o pralii ,To ainda hoje os Mahoinetauos, i ini;i.i(;a.j d. ,s Judeus, e dos antigos Cliristâos.

O íum das u. mbtlas anuuutiuva os Jejuns l'ub.icoSj assim ceino as fesii\ld.idct ; enlilo reuiiia-se todo

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Piopar.iva-se a cn^a para o lai jejum, alciillfamlo-se o pavinionlo tlclln , c a unia pavlé si- punlia tmi liolete coberto com um p.iuno tle setia , e iii'lla casiiracs com vcllas acesas, e Hl) meio JelLi se pendurava uui canilieiro com muitas luzes, e á hora assiguada entra- váo toiias as pessoas ([ue se acliaváo na dita solemiiidade com melliores vesliilos ; liarhas fuitas, descalços, sem capas, nem cliapéos ; c se eucuslavao ás par;'dcs; e cm alj;uiis tios ditos jejuns se Uies vestiáo umas vestias brancas tjue llies cliegavão até á cinta , e lhe pyalião umas coriL\is(i) com nominas atadas pelas testas, e estarão com ds braços cru- Kuilos. E em muitas tias ditas festas fazia o Uéo António Homem o utíicio de Sacerdote, citava assentado em uma cadeira de espaldas, e delia fazia pratica ds ditas pessoas exlior- taudu-as a que vivessem na lei de IMoyócs, referindo-Ilies alguma aiictoridade do testa- muiito velho , e as ditas pessoas em certas partes da pratica l,i/.i;ío guazias , levantaudo os olhos ao Cei>, c pmdiáo as pidnias das mãos viradas uma para a outia , abaixando as cabeças até os^ieittís, iiRJin.indo as a uma, e outra j)arte , C o Réo repetia al^ams Ps.dmos de David sem Gloria i'a/ri, c un\ dcUes era Super flmnuin liabylonis; e também o de.fn exilu Iira:'l de Egyplo ; e o de De prnfundis c/m/iiri, v. chegando ar) veiso que diz líf propler Ict^cin tunm susliniii te Domina, tilzia etiter>der-se que peia lei de IMoyséi liaviâo de esperar em Deos em tudo o tempo ; que isto si^tiilicava o verso que dizia A ciistodin ma- tiiHnn iisquo (td nocteiii , speret Israel ia Domino, E que também D.ivid (juizera dizer mo iiiesino verso , (jue o jejum iia\ia de ser desde a maiihãa alé iiouie , e (jue assim !i/es,sem, c alcançarião de íieos o que quizessem ; e que Daviíl proniettera nos versos seguintes , a saber, que seria a misericórdia de Deos e sua redempçáo para o povo de ísracl muito copiosa , e lhes perdoaria toilás as suas culpas.

dej)ois de gastar um espaço na jiratica , e com otitras similha.ntes que fazia aos circunstantes, a fim de os confirmar na crença da lei de Moysés; fazeiído-se esta pre,- paração na mesma casa , e ás vezes na de fora , revestiáo ao Uéo outros Sacerdotes, unia vestia larga e comprida, pondo-lhe um inodo de miira na cabeça, a qual era cerrada por cima , e no meio linha uma lamina de ouro. E osílitos Sacerdotes da lei de iMoys<''s , qup lhe asbisJiáo eslavão revestiilos em uma vestia de certa seda , os quaes lhe administraváo um thiuibulo, com o qual o Réo incensava o dito altar, em (jue algumas vezes csta.va luri retaiiulo com a figura de Moysés , e outro de certa pessoo que foi Relaxada á Justiça Secular, e queimado poi' Judeu ; e dcjiois incensaváo ao Réo , o (jiial locava uma bozina com tom i)aixo pelo decurso do dia algiinias vezes. 1'". sol^re o diio aliar estava uma Di- blia , pela (jual o Réo lia alguns ca[)itulos do icstameulo veliio; e recilava Psalmos de David, i^o <pie gastava todo o dia, e no fim tlelle fazia o Réo outra pratica em que sf! encommendava a observância da lei tie Moysé.s , cm f|ue ponder.imio a oliri^açno , que para a guardar tiidião, pelas muitas mercês , e favores que Deos fizt^ra ao p(>\c) ile Israel em <jiianto íicimente o servirão ; e pelo conlraiio o castigo com que os visiiou (juanilo sb apartarão, delia ; e que em suas petições, e iiecessirl.i.des aliegassem os mereciuienlos dos Sauctos Patriarchas Abrahão , Isaac,e Jacob jiintamentecom o da dita pessoa cuiideiHiind» pelo Santo Otíieio, por morrer ua crença , e confiss.áo da <liia lei ; e que aqiielles jejuns crão tia substancia delia , os f{uaes lembrava se continuassem por ser a u)aior festa ,do anuo, no (jual se reconciliaváo as pessoas, (juc estavuo difrcreiítes; couto em feito se

o. novo no leinplfi de Jciusalein , e 11.1S pioç.is piilillc.is d.is oiilras cidades; nnd? si; fav.i;i ji Ifiuua da.Bip i)li.i , c os vfllllls^^Ir.i* veneráveis cxliortavãd o povo a examinar as consciências, e a fazej' pe:;it«;ncia dos pcccadoí. 'J.nmj de Tnbcrnaculo Focilvris , e Mr, Flen-rjy Mrírurs ilcs Isnulilcí.)

(1) Os Jodens nunca crão n«s Synngogas sem eohrircin a cubecn , ou ao menos lancnrem cm voha do pescoço um véo .l)ranco rju.idraddí.ctíinfjluirlas pendentes dos anguios , o qual clianião 'l\i!cJ. Crcujiai' sf laniliem na leitura <I.is (lalavias da lei , esrrljUas. cora.inuito apuro , em Uiai áii cowo , (PlijlaclçuusJ ipia trazem penduradas da culitça , c dos jiraços.

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fizcráo al"iini.'\s ainÍ7.,ult75 . c otiírc al^miias di^U.is nos diiDS ajunlnnicntos; enconimcn- tland» muito o segrcilo ilarjuellus actos, porque iiellc consistia, a (.'onservaçáo da gente t)e n-K-So. E declarava cm que tempo ilo aitno caliiáo as Pasclioas , e festas tios Jiulcus, e a olíi-igaiáo (]uo liiiliãi) do as s^iiardar inviolavelmento com os mais preceitos lia lei do Moyséb , dizendo que cm ella era e liavia salvação ; e que Deos tléia ao povo de que clles (k-scciídião. E manifestava outrosiin as maravilhas que Deos ohraia por elles, \>or seus antepassados, o para os coiifiniiar nestes crrospreverlia o verd.uluir.i sentido <la Sa- grada l'",scriptnra ; os <|naos declarava erradanionte ; a fim de com elles os peisnadii' a qno a.ílita lei de Rlojsés era ainda bua, e verdadeira, e (jiio nella -havia salvação : e iitn dos lugares, entre outros, que declarava, era o do l'>xod(» no capitulo li'inla (i), naqiul- las ])alavras x.— A'i,' npr.tprius , inr/iiit , litic =: diioodo que niandiiia Deos <lescalçar a ?iIoj>- sés para ensinar a seu povo , (]U(;, em tmlos os actos, e sncrilicios que se offerccesseus -a Deos se liaviã(í de descalçar, como faziáo nas ceremonias dedaradas. E que não podia Deos faltar com suas promessas a quem guardasse a sua lei, a qual ainda hoje dura, como declaravão aqnellas p;iJavras do mesmo capitulo = In gcnerationcm et generntio- iiein , o a palavra /// aeternitin O segundo lugar era o do trigésimo livro (2) no versiculo =^ Loquerc filiis Israel , et dioes ad eos , tndctc quod sahhaliim custodialis : quia si^niim iutci- nic et vos. Interpwtava nc«ta fóruja : que a guarda cio- Sabhado era signal entre Deiis e os lillios de Israel , e que a observância delle lia\ia sei- per[)etua ; e imiito res- peitada : porque era p.ictii e^itie Deos , e o seu povo: e que a verdadeira guarda delle c iIhs mais preceitos da lei <lc JMoysés bastava ser no coração) : que isto era o que* el!e inti- mava, O terceir'1 era do lerceiío capitulo do dito livro nas palavras (3) , o qual éxpunlia, <li.'endo que este preceito era em memoria i\^ sabida do Ej;y|)to : o qual se b.avia de ceie- l)rar com ritos, e ceremonias perpetuas fazendo nelle a 1'asclioa do cordeiro e pães asnios , que liavia de durar sete «lias, não insbalbando em todos eiles, em memoria , e si-nal das mercês que Deos li/era aoseup<ivi), em o libertar: accrescentando que, a causa de serem perseguidas as pessoas de nação eia por não guardarem estas ceremonias, que Deos tantoencommendava : porque qiiaodir se não podessem faier na forma que a lei dispije pelos da nação estarem enire Clirisiáos, onde era necessário não daremocca- sião de os nonarem , enire os comeres, e outras cousas , que a ler defendia , hasta reiu trazerem no coração o desejo de satisfazerem com a obrigação da dita lei. E o quarto lugar era do Dentcronomif, capitido quarto íjue tWz {n}=^ Nequeet nlienatio tam grandà- que liabeat Dcns apvoputqaaiHis sibi , etc. Dizia o »éo declarando este lugar: «[ue , assim c.mo , ftloyscs dissera ao povo que ii;To havia outra gerarão que tivesse Deos mais favo- rável que os Israelitas, porque acudia a seus rogos, e assistia a elles, e qr.e n:To liavia. oiiira lei que tivesse ceremonias just.-.s se nãoa de rífoysès, e que se não esquecessem. delia, nem lhe- s«bisse do corarão totios os dias de sua vida , e que as.im o aconselhav;i eUe como se fora o mesino M-^ysés , e que se assiuj « não íreesscm , tomava por testenui- nbas, como o difo iMoysés ji íizc-ra , o Ceo , e a terra ^ e de conro não guard;mdo a lei dcMoysés os havia de disiruir, e espalhar pelo mundo, como j:í frzera a seus antepassa-- dos; e que faltand.. a observância dsll.i , havião de ficar sós , e serrir os Ídolos fabricados, lor.mãos de bomwís, que nSo vião nem ouvião, nem- tinhão outro alguns .sentido ; e- .,ue esia profecia, e e.isli^o de íe se >ia a laia nas pecsoas de nacao-, .^ue s.-'uião a 'l-i dos dmstáos; mas que a-sLm como estas se cumprirão , .as.im. ficavào tambenv outros-

(1) AI;Js cap. 3. V. 5. íVi;n/i/;;-<,;<íej, ele. ' ~

W Cn,..3..v. .3.U.ev.oceMe-.Xo7„.,.y;/,-,w,,,,,., c uUcc^ ad .os : vUlae ,>i salbatum mc.m cu^o,- ámtis,: ,g,„a signwn «í inUr me <■: vo, i,i ginvrationiôns vcslris., eir.

(3) Nno icm o texto", talvez por dcsci.i.lo ii,vo!i„„.-„in de al-iira copivt.-,

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que reconliccifto a Deos dos Ccos, o (jual era tão misericordioso que a todo o tempo que seu povo se converte-se, o receberia, náo se esquecendo do concerto que fizera com seus antepassados de sempre os amar, e ser seu Deos. E o quinto lugar era dos Prover- bii)s capitulo 28. = Fitgit impius , ticmine perseqnente : Justtis autem quasi leo, etc. = O qual o Réo declarava di/.endo (jue liie dera Deos a elle um coração tão forte como o do leão, para que não tivesse medo algum de morrer pela verdade da lei de Moysés, como fizera , liavia pouco tempo a dita certa pessoa queimada , que devia morrer martyr pela dita lei; c que na Escripiura havia n\uit()s lugares e exeuiplos de varões illustres que por ella padecerão muitos, e grandes trahallios, com grande esforço. E que as causas das cousas d.i nação andarem tao atropclladas, e odiosas, e faltar nella este animo, e valor, era porque nenhuma pessoa guardava a lei de Moysés, mais que por cumprimento; e que a náo sabião , nem entendiáo ; e que tinha o Uéo disso tanto sentimento que í-ra o maior mariyrio (juc piulia ter nesta vida ; e (jue se a guardarão como convinha lhe accu- diria Deos conu) aos meninos Sidracli , Dhsac/i , e /1bJi:rtn:^o , que os livrara do fogo de Nabuclioclo/iosor , o que assim os livraria de seusinimigos, e das contínuas perseguiçó»» que tiidião por respeito do Santo Olficio da Inqui^iiçáo. O sexto lugar era do Psalmo cento ttinta e seis , no verso que diz : = Si ohíUuifucro tui Hierinalem. = Dizia o Kéo ser inahlii-áo que o povo de Israel sobre si lançara., se se esquecesse da lei de Deos ; e que significava a dita mahlição; que náo tivessem palavras para falar de outra lei, nem lou- var outro Deos senão ao dos Ueos; e que esland > lioje os fdhos de Israel em terras estra- idi.is, e fora da de Promissão, onde não podião f.izer o que desejavão , pois ostavàio tão captivos na Dabylonia deste reino de Portugal , que liavião de fazer , o que o mesmo /)<i(';V/ declarou no \crso^^ Si non pmpnsncro =^ v^ue (jiieria dizer, o que ro^avão S(d)re si lhe viesfc , se não tivessem a lei de Deos posta sobre seu Cv>raçá'>. V. tod')s os sobreditos hi'ares, e <>utros muilijs da [".sei iptura , que ciun<i c recitavn , o cxpUiMVj , era a (iiii de piisuadir aos ouvintes a ^raule ol;»ervau(;ia da lei de Moysés, reprovainhi a de CiiniSTO liosst) SalvaiJiir , cslrauliaiulo ti culto que os Cbr-suios dão ás imagens, e veneração que fazem aos Santos; e 110 llm da praiica que o \S.v;^t fazia nos ajutUamentiK dos jejuns do dia grande, lhe ião todos os circunstantes beijar o pé, e elle lhe lançava a benção a modo jnda,ico , jiondo-lhe as mãos sobre a cjbeça , c correndo-lha polo losto ; o que elle fazia por ser^tido, das pessoas que se-acbaváo presentes naquelles actos, por Suiiimo Sa- cerdote da lei de Moysés e pelo maior Rabino delia, e como tal o rcspeitavào e reveren- íiaváo. E nos ajuntamentos ciu que o Réo não lazia o officio de Saccrilote tinha o pri- meiro lugar assenlando-se na cadeira de espaldas e sempre fazia a ultima pratica, e em todas as ditas soleuinidades tomavão as pessoas que nellas se achavão juramento da mio do Réo no livro por que se fazia o olfieio de continuar com aqueila obrigação, c de guar- darem segredo em todas aquellas cousaspelo grande damno que se se descobrissem re- snllaiia a toda a gente de nação e na sobredita iórina íizeráo tiimbem o jejum da Rainha Estlicr (1), que vem no mcz de Janeiro, e celebrarão u Paschoa do Cordeiro (2) estando

(i) /'si/ieroa Edkia em Judia da Tribn de Benjamin, sobrinha àtMttrdocheo , e F.sposa do rei Assue» ro. Ks'c monaicli.i tinlia um favorito por nome ,4tn/tn , iniini<;o declarado da nação Judaica , e df-niais» irri- l.ido, juiniiie MardocUro lhe iir^nva us respeitos com que os outros coitezâos o adulavãu, rcsolveo tomar dr lodos Judeus viogan<;a desla ]icilpndida affionia l'rctexloii ao rei a ruina de todo este povo, e coJi- Sfjjíno . o decreto da sua total exleiuiinacão cm um tempo marrado. Eslher tendo itn]iloi;uIo a tUiiieui ia Jo rei em favor de seus compatiioias , oliteve a revonação do faial decreto, e a permissão de se vingar de Amnri. V.m resultado teve este cruel minislru de pagar com a viila , na mesma forra que liavia levantado paia Mrtrdocheo , a peun devida a tão honorosn atleiítado. (Extracto cie Eith.J Além do Jejum em memoiia do lacto , tamliem os Judeus inslituírão os jogos das «oiies ; porque ylmnn as lliilia lanrado para sabei qual seria o dia do exlcrmlnlo dos Israelita*.

ti) Paitlioa do Uilireo 1'cincli iramiiits , panagim- Festividade celebrada j elos Judeus em inoiímia da

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tiella o Ri'o , e as mais pesson? qii* alii se acliárao com nielliores ti'siíi)os . Iiarhas fcií.Ti,' LDidóes nas niiíos, postos cm pé, c no iiiciu da casa eslava mua iiic/.ii posía coiu loallias novas e um canilieiío grande de lauTo í-oiii muitos liimus , e conrci tado com azeite limpo toi<'i<las ruivas, e na dita meia se puniia um cordeiro ãu um anno assado inteiío, o ijual se (leipedacava lo<»o com as m;Tos , e i> comia o Uéo com ns mais pessoas com pá(j asmo apressadamente; di/endo que aqnella lesta, e as mais se ceteLiiavão todas por graiido couseivacáo da lei dt; Moyxvs em c[ue crifio, vivião, e esperaváo salvar-se; e por torein a liita pessoa cotidemiiada pelo SaiUo Oílicio poi' Martyr de sua lei, Uie inslltuiiáo entre si unia coiifraiiá em q»te liavia Juiz, Mordomo , e Tliesoiireiro , e outros ofíioiaes; e il.is esmolas que davão os coufrades se mandaváo para Cliiistãos novos pobies, e para a/cile para uma alampada (\\u'. sempre ar<lia em uma syuagoga de certa parto 1'úra deste reino. E outrosim constou que o Hco confirmara a algumas pessoas na citm a da Iti de Moy- sés; o que fjzia mandando-os pôr de giollios e rezando por um livro por espaço de mais de uma liora , e nomeando algumas vezes o nome de iMoysés, e no fim llie lançava a sua l>encáo ao modo judaico encomr^ndando-lhe muito a guarda da ciiia lei , e que por sua- <il)servaucia eiiardaisein os .Sali!)ados de trabalho, nfio fazendo nelle serviço al^um em segundas, e quartas feiras , sem comer, nem b.d)er senão d noute depois de saliida ;t estrelia, e (jiie não comessem carne de porco, leiíre, coeilio, nem peixe sem escama, nem gordura algunia, e (|ue não fizessem easo daquilloque os Ciirisiáos diamaváo pec- <ados, poiípie isso era laSuIa, e tractassem de cumprir a lei de IMoysés e seus precei- tos , e que |)i>is elle Réo era tão gtande Letrado , I,ente de PriuKi de Cânones, llies (iiíia o (pie llies conviídia , e cpie assim o iivessen\ por verdadeiro , e injallivel, e que enten- dessem que iwa homem forno ellc , a quem luTo somente os que seguião a lei de Moyséi consullaváo, nias tamhein o Papa dos Ghrislãos que se náo havia de enganar naqnell;» niaturia. K sendo o RBoadnuiestadtt^flulzfisse confessar siwis culpas com o mais de que era accusado para descargo de sua constiencia , e salvação de sua alma, disse: que nenhuma das ditas eidpas tinha commetliilo , porque sempre fora muilo hon> Christ;To. Pehj que o Promotor do Santo Otficio veio com novo liliello oiiminal accusatorio coutia dle, o (jual lhe foi recehiilo, e o Héo o contestou por iieijaçáo, e veio com nova defesa que lhe foi recehi<la, e por ella se pergtmiárão testemunhas, e ratificadas as mais de justiça na fóniia lie direito , se lhe fez puhlicaçiiiO de seus ditos, conforme ao estilo ilo Santo Oíficio , e veio com contraditas que lhe foráo recehidas, e feitas diligencias sohie ellas achou-se que as náo provara , e seu (eito se processou até finai conclusão, sendo sempre neste tempo o Réo admoestado com muita carulade abrisse os olhos da alma , e coiifessa-se suas culpas, rcconliecessa seus erros , e descobrisse as pessoas í|ue sabia andarem apar- tadas de nossa Santa para salvação de sua alma , e elle o náo quiz íazer, antes, com animo endurecido ,.e obstinado permaneceo em sua negativa , e contumácia : pelo r[ue guardados os lermos de direito se continuou sua causa até final c«iiclus;:o. E sernlo visto «eu processo oa Rlesa-ílo Santo Officio se assentou' que o Réo [)ela prova (ia justiça eslava convencido no criíue de Heresia Apostasia , e ser Dogmatlsta da itá de 31oysés. K oiiiio- sim-se mostra, que Stsudo «Uéo liCtrado ,. Sacerdote, e das mais (pialidadeà referidas, e como tal obrigado a viver limpa e. castamente dando de su;i vulae costumei liom cxcm-

siia saidj d., Egvjiio. Esia )Kilana \>ái\e illmlir n (luus factos nota»eis n:i hislcMia dos Judeus ; á passagem do Anjo cxieiuiii.udor i|iie piei-edeo iinmedi;ilameiile aquella íaida j c a passagem do Mar ícrmelho , (jiie »e Uie s-fguio |,Miico tei>i|)o depois. Kiiue as ires piiucipaes feslividadea do povo de Israel a P.ischoa tliilia o pri- incMo lugar: durava uma semana , o dia i5 do .irea P/isan (o i.' do «uno sagrado , e o 7.' do civil) era o ^umtivo fesla. Cada fdiiiilia piiiicipiava por saci i£^cax um cabrilo, ou cordeiro de uiii unrio, e sem man- il a ; comiao dq ois a.wtiinia i pie»sa , e eu) acr.io tie iuiiuediala t.aiúdí, C(J1U tiiUujas apeitada», £«- jiJos uas uiâos, c sajitialius nos p<ís.

( Si }

pio , clie oíez pelo contrario, de muito tonipo a esta parte, esquecido de siia õbrigíoSo com milito atrevimento, e grande dainiiu e perjiiizo de sua alma, commetieo o liiim-iulo « nlxiininavel peccado de Sixiomia contra natura , jior respeito do rpial a ira de Deos veio eobre as cidades lie Sodoma e Gomorra ; exercitando-o , e consumaíulo-o por muitas ve- ies coni diversas pessoas do sexo masculino , sendo setnpre agente ; pelas qtiaes culpas se procedeo em particular. E sendo por muitas vezes roín caridade atlmoestado as quisesse confessar para salvaifi-o de sua alma, disse, que as não havia comnielliilo : pelo que o fromotor Fiscal do Sauto Oílicio veio com lii>ello criminal contra elle , e o lléo o -con- lestou por ncgaç/io, e veio com sua defesa, a qual lluifoi recebida , e por ella so pergun- tarão testemunhas, e ratificadas as da jiistii;a na forma de Direito se lhe lez publicação de seus ditos conforme o estilo do Santo Ollicio, e veio com suas contraditas que llie íoráo recebidas, as xpiaes não provou , c para o Uco vir em conhecimento de seus eiros ■c se converter á de CiiniSTO Nosso Senhor , e tratar ilo bem de sua alma lhe foi dado noticia do dito assento , e muito admoestado qnizesse confessar suas culpas sem o querer fazer , antes com auiuío endurecido e obstinado pernflineceo sempre em sua negativa e pertinácia.

O que tudo visto, e disposição de Direito em tal caso Christi no/nine invocato. Decla- láo ao lléo António Homem por couventido no crime de Heresia Apostasia, e que loi , e ao presente é Herege, Apóstata D<igm;,tista de nossa Santa Catholica, e por tal He- rege Apóstata conliimaz e negativa o conihmínão , que incorreo em pena de exconi'- i;mnl»,ío, e em conCscaçáo de todos os seus bens applicados a quem de Direito perten- terem ,e nas mais penas em Direito contra os similhantes estai)elecidas , e o excluem da Jiirisdicçuo Etclesiastica , e mandão que seja deposto e degradado attualineiite de suas ordens "segundo -a fórna dos Sagrados Cânones , e o lelaxão á Jusiiça Secular, a queiil pedem com muita iiistaticia e etlioacia se hjjão fiuu tíllc i>ciiiyi>a , e piedusaciionte, e não proceda a pena de morte iieíii elfiisáo íle sati^ut- , e niaudão que as casas em que se faziáo as tlitas soleninidades e ajuntnmemoS; em delestacáo de tão grave crime se derrubem «s

( Continuar-se-fia..)

Png, Linh,

1

5

3

8

6

22

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3 O

7

49

8

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V

33

ERUATAS DO i." NUMERO.

Erros Kiiiendas.

Feceris

Sao

A pag. 5 not.

E subindo

Que naquelle Mosteiro tinha

Ordenados Pena

Fcccris ,

São

A pag. 5 not. <7.

Subindo

Que naquelle filoslciro tinha.

(C/iron.tJos Con, de S. Agostiriho.')

Oídinhados

Pea

2.* NUMERO.

II

x6

X trrcGenteslma.

IO (Gol. 2.') Usuário

Zn A Soidade que dessa trouxe

Treoentesima vigésima

Usurário.

A Soidade que dessa casa trouxe.

^(?ir.'.I'ra: na Jun:rfi:ía m I^r.stfrfiitfaíii". iCJi.

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T5í2

Num. 4.

Outubro 1841.-

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neiíiie ,

Si chartae sileanl qiiod bene fecerU ; Meiccdem tulcrií. Ho». OHi

(Continuação da Sentença princlplnfla a pag. 1.9.)

•ssolem e ponháo por terra , e semeem <le sal e nunca mais se tornem a reedificar e para constar e fuar em memoria para si-n.pre sf levante no sitio delias nm padrão (i) alto com um letreiro que declaro a causa pela qual se derrubarão e salgarão.

ExpucAçXo.

' O Anto da f.'> em que saio este homem se fe/, cm Março de 167.4, e foi a queimar com uma .Miocli.i (,a. I..I cdb.-ia em lugar d.iquell 1 .'.ni que elle «elebrava as festas dus Ju- dos. Era um home::' alto bem disposto de id;i.l<- de do annos Foi filho de Jorge Vaz Brandão c\ii islão novo, c ile miíi «luillier <]u<; .-i.i fdlia biistir.ia de Gonçalo Homem, o qi.al fui Dlho, de Gil Uotneni d'Av'eiro e de sua primeira mulher Brites Nunes filha de Gon.-ahi Nunes Canloso, chamadíj o rico d'Avciro, todos pessoas muito nobres. Este Auto e eneom^.ío se fez em Lisboa para onde o trouxerão preso de l.oinibra , depois do que a gcnle de nação Hibrea inteniou fazerem em Lisboa uma Irmandade de Santo An- tónio Cónego Rigr.iTite; e foi ad\ertido ao 1'iel.ulo qne tal iifio consentisse, porque debaixo deste titulo íe descobria grande nulicia , em quererem por este modo debaixo delle venerarem com culto publico ao dito António flomem; e assim não se lhe conce- deo. O Retrato da passoa coudemnada pelo Santo Ofíicio era do capucho Frei Diogo da ^sumprão.

(Continua adiante a pag. aS.j

(i) Depois He «Igunias (iiligencias feitas no alcance <lestc padrão conseguimos descobrir parte dclle no quiiil.il de uma Olaii^ au fundo da rua da ^luéda. É uma peli» de quatro palnios de c uiiipliniculo e dez po- le^jidas de l^rgo. Ainda se lhe decilrâo alguuuis palavras, inas por estarem as letras bastante mutiladat, mal se podem ligur de iiiodu que faião seutldo.

Foi conduzida para a administração Geial onde se intenta coUigir alguns outros monumentos históri- cos, que como este, a|>p.irecorcm dispersos, em qua itu se lhes não destinar um lugar propilo para a suk coDSPi laçáo.

Alguém dirá que esse padrão deveria ser totalmente aniqiiil ido , por despertar idias de horror ; por noj vivar a leuihi.nica de um Tribunal saiiguiiiai lo , qu:- por piedade qoeimava vivos os coriios djs seus com- fjatriíitas ; assim é; mas ao histoijador imparcial inleressâo iodos oi docaiii' ntos incontestáveis que possão esclarecer qualquer acoutccimeiito ; por isso a sua conservação não parvjce debiituid.i de interesse. O eiicon_ Iro disic docuincni i uads deixa a duvidar da veracida le da execução da Seuleuça proferida contra o iofeli^ Doutor Aniouii) Huuicm , < talvez que ell;, e o Vidouaiio AlalagriJa fossem as ultimat, esK»is celchrej TJcUuKis, sobre quem o Santo OfCcio descírrfgou tod.js os seus furores- \i) Mina de papel com'-pimuias , que po iguumiaia se punha a alguns réoí.

Zi\ msímcAo,

^e^7*én

Ounáni' ^Af*

ah tdtúíiíímno na fax

K

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7^/v

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f 27 )

D;i parte Jc cima i^n riirriija da |)ri(n<'ira columna nave do lado esqncrdo r«Igrej^ da Sc5 Vtllia , e soLirunriMi.i ao iin <• du «apella de N. S. da Piedade (outrora de S. Mi- guel) tstá eiiiLeÍJid4 iiu pa< odtt uma lapidu de dous palmos de comprimento , e um e meiçi úe largo, oui que se a iii»cii;iráo seguinte;

1." TERTIO . DTE . MENSIS . SETEMBRIS . DE . ERA

MILLESIMA . TRECENTESIMA 2/ OCTOGÉSIMA . TERTíA . OBIIT . DOMNUS . AN-

DREAS . JOHANIS . CAN- 3* TOR . HUJUS . ECCLESIE . NEPOS . DOMNI . AC-

CURSII . ET 4* DOMNI . GUILIIELMI . MILITUM . MAGISTROS

IN . JURE . CA- 5." NONICO . ET . CÍVILI . CUJUS . ANIMA . REQÚI-

ESCAT . IN . PAGE.

1 1 o dia três de Setembro da Era de mil trezentos c oitenta e três morreo Dom (i) André Jouo Cantor desta Igreja, Neto de i)om Aceursio, e de Dom Guillielme, Cavalleiros e Mestres de Direito Cauouieo, c Civil; a alma do qual descance em paz.

Desej.isos da sal>er algunías pissagens , toranles ávida de Dom André João Cantor (Ç/ianire) da antiga Cathedral desta cidade, julsamos, qne, no ar. hivo da mesma, pode-' riamos Siti.fuier o^ta <nnosidadc ; mas nossas esperanças ioráo quasi malogradas, porque' apenas encontra.nos a folhas lua Wo livro das Calendas , o assento qne adiante .dferere- ' in.,s exactamente copiado. Por certo , que não corresponde ás ideas de grandeza, que o Lenutalio incuUa. * .

«Ilic debet fieri Anniversarinm pro aninha vener.hilis víri domni Andrea Jol.ani, .r.antonsolun Cuiuni.-.ensis O.inndns de Lon.bard.a per qulnquanin.a solides dividen- . dos quohhet anno n-ter presentes minuto, ,t ..Hrmos per dcmu^s qne snnt in viço fi- .rnlnee vetn.s que q.,ul,.n, don.ns fueu.ntolin, Petri Sira , ivis Colimi.riensis nunc . vero d,ct.. dumus su,.t Cau.ine dominice et p.tri Jol.anis íilii dicte Catarine dominial . qne qmd.n, da la C.iarMn, don.inae et pe.rus Jol.anis fdius ejnsdem ol.li.Mvernnt di- ...as domns ,-np,„do ccoiesie CoIind,nensis pro decem Id.ris l.ahendis qmdd.et anno « lonec d.cta ( a„ ,„,. don,inin et filiu, ejus en.erent possessiones per qu.s',liu.u„ eapi- '"""'" 1'""" '"'"^'-^ ''" '- 'l'^^'"" 1'^-^ ('-) q-olibet anno pront plonius conúnet.r in

r::;;:;f IVuIZ " '' '^ """ -^ ''- '■' > '- '"'"""•" - -- "-...ao aa,..aa .„. ,u...o '

(>; A:>iiui uo oiijjiual.

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«quodam instrumento confecto manu Egitlli ilominici lalielionls Colim!)ríe et debent distribui Tel dividi istoniodo, scilicct, quinque libre pro aiiniversario reveienili patris » (loinni gocii ollm canoniti Coliiiibrie niinc vero caidinalis ecclesie Romnne alie quin- » que debent dividi sicut superius est eipressiirn et nlii qtiiiKjuujjinta sobdi debetit dis- V tribui pro alio anniversario dicti cantoris, scilicet, prima die mensis decemliris qui » quidem cantor jacet inins \n ecclesia colimbricnsi versus portam occidenialeiíi sub » campana de cre ubi sunt Itones et gallii figurati qui obiit anno domitii i345.

Deve fazcr-se aqui um Anniversario pela alma do venerável varúo Dom André João cni outro tempo Chantre da de Coimdra, oriundo de l.oiiibarili.i por cincoema sol- dos, que devem ser divididos todos os annos entre as presentes pessoas necessitadas, e enfermas , procedentes dos reditos de umas casas situadas no beco (ou rui) da Fi;;nfira Velha (i), oulr'ora pertencentes a Pedro Sira cidadão d(! Coimbra , e agora a ('atliurina Domingas e a Pedro João seu filho; os quaes obrigarão as mesmas casas ao Cabido de Coimbra por dez livras annuaes , em quanto n;io compiassem bens que rendessem ao mesmo Cabido uma quantia equivalente, como mais expressamente se contém n'um instrumento lavrado por mão do Tabellião de Coimbra Gil Domingos, li devem-se distribuir, ou dividir do seguinte modo : cinco livras pelo Anniversario do Reverendo Pailre Dom Goeio n'outro tempo Cónego da diia e ao presente Cardeal da Igreja de Roma. As outras cinco devem-se dividir como acima se disse; e os outros cincoenta soldos para outro Anniversario do dito Chantre no primeiro de Dezembro. O qual mor- reo no aimo do Senlior de i3.í5, e jaz dentro da Sé, defronte da Poria Occidental dc- baiiu de uma campa de bronze (2) onde estão leCies e gallos fjguratix)s.

(Continuação da Sentença n pag. i"ò.)

As casas da Synagoga eslaváo no fundo da rua chamada da Moéd,-; , nas Olarias, o Padrão que no sitio delias se levantou é unia colnmna de pedra , e no cim» tem outra mais larga, com um letreiro que declara o caso porque foráo mandadas arrazar , e salgar as ditas casas. E para que se veja o quanto Deos Nosso Senhor aborrecesse a gente da na- ção que se nãío converte contarei o caso snccedido na mesma cidade , e vem a ser que, por occasiuo de umas festas que se fazião na mesma cidade , se andavfio <o]rondo uns touros na l*rafa , e como nunca falláo mascarados, uni estudante que o andava tniubem, largou os touros , e se poz a correr pela rua dos Sapateiros abaixo rom gramle pressa , te não parou senSo junto tal padrfio , que com a mestna íuria que levava trepou pelos degráos delle acima, e se abrjçoii com a colnmna delle muito apertadamente, e de sorte o fez tremer <juo caio de cima a pedra que tinha o letreiro e lhe deu na cabeça que logo ai li ficou ni oito ; acudio gente , e tirando-lhe a mascara da cara foi conhecido por um formoso Christão Novo das partes de líragança on I.aiucgo.

Também succcdeo outro caso na mesma cidade , ipie achando-se em um dia de verão junto do rio Mondego e rapella do Senhor do Arnado q\iantidade de rapazes, e talvez al-^uns de barbas, ajustarão entre si formarem um Tribunal do Santo Officio, assim o executarão, fazendo logo todos os ministros c officiaes de que se compõe aquelle Santo

(1) Em Coimbra oáo lia boje rua ri>ni csle nome ; mas ciicontra-se repelidas yeits noi titulot antigot diverso. c»rtorius das corporvçôci rcligioia* dett;t cidade, (3) uiu ..xisl*.

( 20 )

Tiilninal' (iTtrão taniljcm Irni.imlade da Miseriroitlia par.i vestir o relaxado, não faltan- do laiiibeiii lanasiii |i,iia a cxciíiçáo , feilo Hulo isto, não faltava senáo quem havia de sor o Judeo, iiâo foi necessário muita dilliculdade, ponjiic um mesmo se ofíereceo a scl-o. Feilas com ellc todas as dili;^nncias , e poiído-se ellc i'm vai de iiej;a foi relaxado á Cúria secular; não faltou logo It-iiha paia a foj^ueira, e preparado o acompanhamento , posto o l\éo em camiza que lhe servia em logai dalva, foi cnijc dous padres da Compa- nhia para o supplicio, sentaráo-no no cadafalso, poiído-lliu o carrasco o l)raç<í no pesco- ço, vâodlie chegando o lume; tempo que passava gente do campo que viidião vender me- ÍÕes á cidade, virão o ajuntamento , chegai áo a vêr, e achai áo o rapaz qiiasi afogado com a Invua pela hora fora, acudirão e deráo conta, torão lodos (hamailos ao Santo Of- fii-io , e bem rcprchendidos , e o rapaz que se (jueimava também era christão novo , e »e notou que neiíhnin do bando se ofícreceo a sei judeo senáo elle,etc.

CurUi i>f D. :^iitoni»j ao ^fun•fu^D pa^l■f l)o pa^l•c jDom francisro prior í»e 0ttnta

Cru? ^^• Coimbra.

♦ÍAKveréndo Padre Prior. Recebi nestas minhas febres gr.tnde consolac.ío com vossa caria. Por aqui vereis quanto me consolava se fora possivel vervos ao tempo que me foy dada. Quanto ás desculpas que ilaes de me nom responderdes mais cedo , são bem escu- sadas, pois também conheço ho amor que me tendes , c sei muy bem com quão especial vontade fareis todas has cousas em que sintirdes que eu levo g.isto. Ao que dizeis da linni.T qii-e essa casa reccbeo por ho tempo ([ue eu nella estive, eu som ho que me tenho por lionrado , < m cDiiversar tanta veitudo, e religião, como em todos esses padres sempre conlieci , V <iaii(io-me nosso Senhor pcra isso podor, espero de lhos mostrar, ho conhe- cimento em (]uc som do que a (oilis devo. Qiauto ao usso eu mandarei por elle mnyto cedo. e !-e logo lio noni faço , é por causa destas terçãs que me tem muy atribulado. Mas ha dilação seia umy pi-qucna. Pcço-lhe muyto que me encomende a nosso senhor, e de a todos lios padres lio mesmo ciiydado. taii)Le;ii uio faça tanta caridade, que pelo primeiro que pcra ca vier , me niaiule liúa garrafinha cliea dagoa tocada em lias relíquias dos San- los inanires, poiqiie espero cm nosso Senhor, que por hos merecimentos e intercessão delles, liei de cobrar inteira saúde. Nosso Senhor vossa reverenda pessoa conserve acrescente em seu santo serviço, desla evora oje VI. dias de novembro de i55i,

í/ó António.

Sem nos occtipartnos na indagação da origem das procissões que parece reniont:ir-.sc ao.s princípios da pag.tnisino , .só ofíereccrernos neste numero a differcnra que vai das dos nossos dias ás dos séculos anteriores. As profanida- des, e indeccniias que se praticav.no em muitos destes actos místicos eráo mais para divertir o povo do qt.e para o edificar. Alii se armonisavao o sa- grado com o profano , e o chrisiáo com o gentio. Quciíi tiver passado pelos olhos a disciipção que Fr. Luiz de Sousa nos fa2 da trasladação de D. Fr. Bar- tliolomeo dos Mariyres , não deve ignorar a variedade das invenções, nem a «xlravagancia das figuras que còmpozeiáo essa solemnissima e extraordinária procissão; aquclla appareceo umu vez em publico, e a nossa de S. Jor^e ap- parecia lodos os ânuos; ella é recommeuduvel pela escolha das figuras, iu-

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slruracnlos, danças e outros objectos recreativos, que a compimh";a As I\e-' gi.is tleUiiiiinaçócs (lElRei D. Manuel, e D. St-bastião não íurfio ;iss;ts fortea p:ua banir das procissões C.hrislãas estes escandalosos abnsOs. tiles tiiihãor Luirailo raízes nos costumes dos povos, e por issu mais difficeis de extinguir. O Aviso de 27 de Maio <!e 1714 enviado á Caniaia de Coimbra, e re- gistado a follias 88 do livro quarto da Correia pfohibe expressamente o abuso tk' jogos, danças e fignras ainda representativas de Santos na procissão do (lorpo de Deos , com excepção da imagem de S. Jorge, ou andores que volun- tariamente quizerem levar as Irmandades.

A este propósito transcrevemos fielmente o regimento da mesma procis- são, que vem a folhas 96 <lo livro i.° da Correia que contém varias postura» da Municipalidade de Coimbra do Século dezeseis , e juntamente damos um Jac símile da letra do oriijinal.

titulo Iio Uf^iiufuliJ ia festa ^o Corpo ^f t»fus , t ^f roítto l)amí>lr os officios

fuíia i)uu fin snt litflar.

JuDENGA <** Rimeiramente os forneyms , e carvoeiros e telheiros e caeiros e lagarei-r ros da cidaiJH e termo sam obrigados de fazer a juden^ja (i) com sua toma. e o juiz que tiver caregr» em cadahú anuo seiá avisado que sempre laça piestes seis omces qneandeio; na dita jiidehga com boasc:ip:\se vestidos segundo se reqnere pêra ot;dlaiito. enfio seraia menos dos ditos seis omés. Sohpena delle Jui/. emoner em pena de quinhentos reis per» a Camará da cidade. E nom seram ol)iig:idos de lev;u- h.mtieira. E aqui se (omeea a diaur teiía da procisam e assy vyram hús apoz os outros até cliej^uareiu aa jjuayolla. (2,)

Segitobio,

1. OS FERREIROS E SARR\LHEIROS DA CIDADE

2. E TERMO IIAM DE DAR O SEíiíTORIO REtil

3. CONCERTADO. E UMA FANDEIUA E IIAM

4. DLR LOGO APOLLA JUDENGA. E ELLES

5. FICARAM DE TRAZ DO SEGITORIO EM PRECIÇAO COM

6. SUAA BANDEIRA.

O Segiiorio foi lanrado aos trabalhad<r)rcs he a bandeira ficou com os ferreiros e sarr«-

Iheiros os qu.TCS li.inulir «m pcrciífi'! a polo Stgiloiio.

Serpe. Os carapinteiros da ci<lade e termo sam obrigados a daar a Serpe com húu Salvagem grande K/do bem corregido. E tonim hna hóa handeira. sam oI)iiga(los de sair com a serpe á vcspora do corpo de deus ha larde. E liamdir na perciçáo a p.dos ferrey- ros E a Serpe cora por diante a polo segitoilo e ellcs íiipiem oídenados em percicSo com sua bandeira E os monlomos teram carego dolliarem pula serpe.

Folia. Nesie meo adir a fulia de lora.

(l) No de 1317 se escrereo este documciilo cm qup parece se toma o .Icgilorio pnr uma figura .n m <!ji efe settas (^ucanilo não fosse o ajidor de SÚo Selustláo n qiiiin pelas ;enas dariáu aqiielle nome' e a Jiiln sn era sem dúvida dança de Judeos, ou a figura de Suiila Judilli , mui piopiia do Mjsti;iio. J.liicidurio vbo.Segit»-, rio.

(») Parece ser charola , andor , ou talicruaculo aberto em que ia o Sautissiuio Sacrameuto. Idem Tbo.

( 31 )

Cavallos. Os roídoeyros c aUiiríleiros e odityros o rintoreyros que totlos Imnclnm em luim ofíicio sriin ohi iyailos <lc' tlarcin (juatro cavalinhos fuscos bem fcytos , e ninta- .<|os E se os t'llc8 la«s naiii fivíercni a uiiliide os mande L/ur como lho parecur que ilevein (Ic MT c files os pajjiieni. l'", UfUiiin liúa híia b.Tiiticiíii e iiain em peniçflo.

SXu Chiustovao. Os Daiijucii os i],i cid.ulc E termo sam nbiij^ados de fazer titiiii Sain t^liristováo mtiilo grande e roni um menino Jesu ao pescoço lodo bem coire"iilo E todos de redor delle em percição E uam lumJc levar Landeira E hanidir a poios cor- floeyros.

Tellas. As Regateiras c Vendedeiras do pescado e as vendedeiras da fruita sam plirigadus a fazerem dnas pellas a saber as do pescado húa e as da friiila outra liambas Lem corregidas e loiícàas. E sam obiigulas lie saiíeiu rom t-llas á vespora do Corpo de Deusa tarde. E tio dia taiid>em b.i larde. e bamde correr polia perciíjáo cada húa para ««:u caboo que vau» jviiitas. E cada húa ha de levaar sua gayta ou tamboril. Sob petia *las mordomas pagarem (juitdientos reis para a cidade.

Oleiros. Oa Oleiros sam obrigados de fazer búa boa dansa de espadas que desça jle dez omens despostos e que bem o saibam fazer. K lui Hey com sua coroa he pagem bem veslidos e liMicáos he buiu taiid)'>rill ou gaiia. K liúa boa bandeira e ain dii- em per- cição a poios bar(|iiriius. K isto amde Íjut asi os ila cidad»! como os do termo.

Pedreiros. Os Pedreiros E alvaiies da cidade e termo sam obrigados de terem búa J)andi-ira lliqtiaa E levaifiii todos castellos nas mãos bem liobrudos asy como se costuma na ciiUde de Lisijoa E biiam apoios oleiros or<lenad(is em perciçào.

Alfaiates. Os alfaates e alfaatas e lecedeiras de tiar baixo da cidade e termo sarn obrigados ile f.izii lnim eirjeiador com bua emperalris com outo damaas em tall ma- jieira que com a enii^eraliis sejam nove moças. E o juiz do dito officio será avisado que não sejam menos moças st.b peií.i íIcIIo juiz pagar quinlientos reis pêra as obras da Ca- iiiara. As qnaes serauí todas moças onestas e gentis molberes E bem ataviadas E doutra maneira as iig líeieberáa .-iquellas pessoas que as ouvereni de dar por seu mandado. E se essas pessoas que forem obrigadas de daar as ditas moças per mandado delle dito Juií Al deifin tacs como dito he eiicorrerani cm pena (le tiesentos reis pêra adita Cama- rá da cidade. Porem o Juiz. do ilito oflicio terá tall maneira que todas sirvam a Roda e nS cairegucm cadanno sobre bfias e (nitras sirvam porque acliando-se que tall faaz os Regedores da cidade em Camaia llie daram por elo jupielle castigo que lhes parecer justiça e pollo Roll de liú anuo s.iberam quaes serviíain E quaes devem de servir E leva- ram sua bandciía Hiqu.i e liú tainboiiil ou gaiata E liam dir apollos pedreiros.

Foí-iA DA ciDADK. Neste iiieo a dir a folia da cidade.

Aani a de ir Sam Cliiistovani.

Sapateiros. Os S.ipateii o, da ciila.le e termo sam obrigados de fazer húa mourisqna e Santa Crara em que vam moças onestas e de boa fama E a mourisqua bem feita domens que ho bem saybam fazer com boas camisas E bua bandeira Riqua e tamboril! ou gaiata E hamdir a polios alfaates E çnrradores E bamde ser sete mouros a fpra o Rev.

TecelSes. Os Tecelães e lecedeiras de tiar alto da cidade sam obrigados de í.izer S»nta Catarina que seja moça oi.esla do boa faina bem ataviada com sua roda de nava- lhas pintada e bem hobrada. e bÚa bandeira Riqua. E hua gaita ou lamboriil. E l.amdir a poios Çapateiros.

CoHKiEYRos. Os Corrieyros sam obrigados de fazerem sam Sebasliam otnem que seja bem . isposto alvo tum quatro frecheiros bem corregidos e omens despostos he búa ban- de.ra R.qua EJiam dir a poios tecel.Hes. E nesto entrno os serigueiros e latoeiros e bor- íUdores e asi Celeiros e adarguciros. E aqui iram os livreiros e Marceiros.

CsRSEiaos, Os cereeiros saia obrigados de fazer Santa Mariu dasninha e Jochym

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todo bem feito e corregiilo e sua bandeira Ricjun. E hatn dir a poios corrieíros. E neíl(> eiiuúo lis |)intor(ís E livieiíos.

Ataqubiuos. Os atajueiros sam obrigados de f;izer sani Mif,Miel e dons duboos gran- des todo bem feito e coiiii) cuaipre per.i tali aulo e sua^anJeira boa E bam dir apoio» cerieiros e com estes váo os boticairos.

EspiNGUAiiDEiROÃ. Os espiíigiiardeiros da cidade e termo sam obrigados direm na procição em pelotes (i) com suas espingiiaid is bem vestidos com seu Anadell (2) que rega em procição bem concertailos E s;im obrigados de fazerem três tiros (iiiando a gaola sabir da See e outro no teneiro de S. nomingos (3) K outro 110 adro da See quando a gaola tornar Porem os ditos espinguardeiros não farão os tiros senão quando a gaola sair polia porta da See e não de^p úi (|ue forem fundo. E em Sam Domingos depois que a gaola passar por elles E oulro tanto iaiãn a tornada no adro da See.

Barbeiros. Os barbeiros e ferradores sam obrigados de fazerem húa bandeira Riqiia e nella bamde levar sam Jor^^e pintailo F. cada h.irbeiro E ferrador ba de dar ornem darnias beuj disposto e que leve boas arm.is bem limpas e louçáas E nenlium noni será escusado de dar n dito ornem darmas o dito dia ]>or Razuo que queira pêra ello dar nem alegar E qual (juer que narn tier o seu oiiieni de maneira que tlito hc fi<fue logo con- denado em quinbentos reis pêra as obras da Camará da cidade e bamdir atiaz dus espin- guardeiros. E com estes bamdir os pecbeleiros.

As ARMAS DA CIDADE, asamias da cidade que vam com bua mnça fermosa coroada e vai de traz da bandeira da cidade e estas aruias sam d idas aos malageius tratantes.

Ba.vdeiba da cidade, ba bandeira da ctdjde ba dir de traz dos omés darmas. a quali adtí levaar o alferes e a ile aver jantar lomo os ofii-iaes dj camará e os Regedores da cidade bam de emleger em cada anuo de/, ciiladãos antigos que acompanliem a dita bandeira. E liiram quatro cidad.'ios com a iliia hunileira.

Fogaça, as Padeiras da cidade sauí olirij^ailas <lu la/ir liúa fogaça a quall a dir an- tre a bandeira da cidade E a creiezia a quall fo^aç.i se a L.e dar aos prezos.

Aqui começa a crellezia.

OrgSos. No nieo da Crelesia bamdir os orgáos E a (idade paga ao langedor delles e a quatro omées que os levfio do/entos reis pêra seu jania:.

Anjos, junto da gaola bam dir quatro Anjos tangendo tom ^icdas e arrabis os qnaes a cidade ade dar bem concertados com l)oas alvas capas e sapatos branquos E adaver cada pêra seu niantiinenlo e por carrego de estar prestes com seus cstormentos cin^ coenla reis.

Tochas. Diante dos ditos anjos bamdir do/e cidadãos dos mais bonrados e que melbor possam ir. Os qnaes os Regedores da cidade com a ('jin^ir:! ••scnilinri jipr R-O estes doze tidadtToa liam ile Ie\ar cailuMiTi aua loclia que Uiis os Regedores da cidade bani de mandar a suas casas d véspera do dito dia do coipo Deus pollo porteiro da ca- mará. E os Regedoies da cidade terani tall aviso que sempre em camará façam o dito RoU e á vespora lliis mandem as tocbas a suas (-asas e náo se guardem pêra llias darem na See por escusarem os inconvenientes que se delo podem seguir em se agravarcjii os

(Continiiai-se-ha.)

(l) SerSo capas forrad.is de pclles ?

(a) Maioral , Cliefe , Capitão dos Besteiros , Espingardeiros , e outra qualquer gciue de guerra. / em.

(3) O antigo comento de S Domingos foi priíiu iraiiiente edificado n.i inargein diicita do Mondego na insna conhecida pel.i nume de Chão da Torre , onde ainda ha luenos de oito annos se elevava uma alta torr» quaihangiilai , j^depois domoliJa) único lesto do convento suhuitigido pelat inundações do no.

lEoiniDiii: na Jinpiíusa íia lluuurfipauf. ISIK

Num. 5.

Novembro I84I,

wimiaaií*

í>^o

nei]Ki- ,

si charme sileant qiiod Oene/eorls i lleicedem tulcrii, llon. C>í>,

(Conliuuação da Procissão principiada a pag. 30.)

OJitros que lii csteverpm a par dellcs. As ditas doza tochas qiic lios ditos doze cidadãos liam de \eM\v sfio ebrigado:» ile as p;igar cm cada um ;mno as [x-ssoas scgiiiuies = A ci» dade duas. ■= E os ourives outras iiuas. ==■ f)S almocreves da cidade c teimo outras duas. :::=:= OS iporadorcs da tidaile e lernio seis.

Os lU-gedorcs da cidade liam de ordenar em cada liú anno duas folias boas para liireiu na dita porciráonos legares oiideatraz ficTio ordenados e liúa ha de ser da cidade e outra do termo e asi a luís como oiitios liie inundará pagar para sen jantar a cada pessoa que vierem nas diias folias vinte rei:> a cada liú.

JPnid aos que se íifôOflifmio nns porriçÓfâ.

Ã(

kCordaram os Regedores da cidade aos dez dias do Junho de quinhentos e desasete que as pessoas que forem nas porriçóes asi na da festa do corpo de Deus como em qual- quer outra em que a cidaile for regendo o povo. (que todo pêra que for mandado per elles Regedores t)U per cada Iiú dclles cjiie se meláo e corregrio em seus lugares onde vão nas taes porciçoes para irem beiu ordenados e o não quizerem fazer e comprii). que se for escudeiro c (Ifchi pêra cimna que pague por cada Yez que o asi não comprir «lozenlos reis e se for peam e dalii pêra baixo [lagiie por catia vez que o assi não comprir cem reis. (em as quaes penas se l.irain emxecuçam pnr roll e asinado que apresentará em ca- mará o lati Regedor a (|uem se nom comprir seu mandado nas ditas porciçoes). O qn.ill o dará fielmente so cai-coo do jnraniento (jue tem em seu oficio.) E asi mesmo não dei- xara de os dar em roll se seu mandado não comprirem por afeição nem rogo). E sendo caso que as taes pessoas em as ditas porciçoes se ilesniandem mais em outra algúa iiiatui- la porque inereç^fi!) outro mnior castigo em tall caso ficará resguardado o juiz e lU-gedo- res em Catnara ilics darem aquclla [lena e casli;.;o que segundo a culpa em tal raso mere- cerem. E por certeza de todo asinar.'io aqui Inofre da ponte que esto esciepvi e esta pena ou penas será para aS obras ila camará desta cidade.

Lopo pynio João aranjo, Anioniu AfíuUso <le , Ecrtolon.cu leiT.andcs;,

(Continua adiante a pa<^ 35ij/

i

( 35 ;)

i." ESTA . CAPELLA . E . ESTA . SEPULTURA . MAN- DOU . FAZER ^.' GUIMAR . DE . SSAA . FERA . DEITAR . HO . MUITO

HONRADO . AFFONSO . DE . BAR- 3,' ROS . CAVALEIRO . DA . CASA . DELREY . SEU

MARIDO . IIO . QUAL 4.' AQUI . JAZ . E . ELLA . MANDA . A '. SEU . TES- TAMENTEIRO . QUANDO . EL- 5/ LA . FALECER . QUE . A . LANCEM . COM . ELLE

HO . QUALL FALECEO . AOS . XVIII . DE 6.* FEVEREIRO . DE . MILL 5i5 . ANNOS. ( (O ^ qual Guiomar de Sa jaz aqui, Faleceo a IX dOutiibro de,

ÍM a Capella de N. Senhora do Salvador da Igreja do mesmo nome cm Coimbra, está collocado debaixo de um arco aberto na parede mn grande tumulo pedra branca; e no lado da tampa, que olha para o corpo da capella se patentea a inscri- pçao acima, gravada ^m toda a delicadeza. Na face fronteira do mesmo tumulo se deixao vêr em relevo as armas de duas •antigas famílias Portuguezas, Barros, e Sas; mas em ambos os seus escudos faltão os timbres; no daquelles a aspa com cinco estrellas (2), e no destes o meio búfalo (3).

(Continuação da Procissão da pag. 33.)

prcijau que se l)a 5f íiuac l)a íiia ou &ins nntf iro Vu\ í»i) (Coipo íif Í>rii3.

'i/lJvule-o manilado <lo Juiz e*Regeclores da cidade. Que todolds Juizes e mordomos dos ollicios da festa do Coipo de Deus se tacão prestes com todo lio que a seus officios ptitencer. E que sejão íia See com clles as sele oras pêra saírem com a perciíáu. E que

(O Os cai;>rt<'rcs do parêntesis são Romanos niotli-rnos , e imr isso não vío no fac símile, (j) NuliilÍJicliia Pijit. cap. a8. iing. t.\i. da tdlçúu de Lisboa de i;o8, Hícreio N. ii. deste «uno \bo, Barros.

{i) A mctnia I^obiliarcbia a pag, Sa/»

(36 )

todoliis otficiaes ilc cada liú officio arompanlieni snn bandeira c crficio. T. se vSo log« ília lio Corpo lie Deus comforinar ha casa do Juiz de seu offuio para ordenai iin o que sfio liol>ri''ados de l.ricr. V, <Iy se irem todits d Sce com ho dilo seu Juiz. Sol) pena de ([iiall- quer Juiz ou nioonlouio que ate as ditas sete oras não for na See, loni todahis cousas que pcrienccm a seu oífuio pagareiu cada liú quinlientos reis. quallqtier officiall que logo como fio: mar híí não for catar ho Juiz de seu officKi pêra com elle se hircm lia See pa- leará cem reis. K os que não forem, á percição aroinpaidiar seu officio e bandeira pagarão do/eiitos reis. K os (pie sani olirignados a daar ouié_5 daruiàs e ns náo derem ou iiáo torem taes como devt-m ser pagaram qiiiulieiHos reis. E tfldo official que não levar seu antre- iiiez lia ui:To de pauno ou bandeira ou de qualfquer outra cousa que partesa cousa de fisli p.Tí;;iráo cem reis. E que todulus moradoies da lua direita per lioude a perciçam ha- ilir leuiiLio lia dita rua hem liuipa e despejada. E tínbáo ramoos. E espadana ás portas. K dcilem as janellas paups sul) pena. de dozentos veis.) qiiallipicr que hti não fezer, bft auietade d.is ditas penas serão pcra quem es acusar, e a oulra peta as obras da Camará da cid.-i<li!. F. '[ne todos afiiielles que são obiigados de daar touros os dêem bóos be de recel)i;r iiitlidos e ençarrados na prara desta cidade a tarpo devido solj pena de os Jui-, zes dos ditos touros pagarem niill reis da cadea pêra as obras da camará E de luarein obriguadns a ditar lie emtrcgar ho tall touro cada vea que lhe for mandado, pelo Juiz e itegedoies da Cidade.

Outra procissão, náo menos interessante, e própria de Coimbra se fazia nesf<i CA» Jade. A i)i ocisfão dos Santos IMarlyres de Marrocos, ou <los AVs, por nelk entrar um co-- jvioso.numero de pessoas quasi totalmente despid.?s. É fora de dúvida que um acto enir que conjuTulamente deviáo resplandecer a decência, gravidade, e piednde se tornava ridículo com a introdticção de personagens de tal estofa. Este aparato religioso princi- piado no anuo de 1423 continuou revestido da simplicid|kle dos costumes da sua origem até ao goveirio do nosso Bispo D. Eiancisco de Lemos. Os insultos, e açoutes com que a. plebe de Coiudira recebia os ijisensatos peiíiicntes náo obstavão a uma devoç;7o j:i repro- vada pelos tempos; a innocencia dos costumes lhe deu- o nascimento , a corrupi áo dos costumcs.Uic ileii a morte. Aquelle saliio Prelado por uma acerlatia providencia rcstituio- a procissão ;i sua compeíejite dignidade limpando-a da indiscreta devoráo dos Aiís. -r-, Yejaiuos arvora conio Fr. Manoel da Esperança a descreve na sua Historia Seráfica. (L, ò. Cap. B. ij. ?). ) eiliçáo <le i656. ,

"04. F.VC piin(!pio jio!' nrcasiáo da peste, que no anuo de 14^3 abrazou esta Cidade com todos os -eus 1 •ntoiíKjs , le\ando , ii.ão as casas, senão lugares inteiros. E vendo isto iim homem do lugar de Fala , fregiiezia de S. Martinho do Bispo , por nome /^.í'ír//?<í IMartins , e por alcunha o Grangeeiro , fez voto que se os Martyrcs o livrassem a elle, e a seusíilbys. d^iqiu-Ue mortal contagio , visitaria C(nn elle*, nús da cintit pery .sima , todos os annos no seu dia o seti sagrado sepnlchio^ EiiTo os noiues dos íjlhos : l:iteván , .4ha'o, Jfonso, Goiícfih , e Joóo,i os qiiacs conformados com a prora#ssa do pac , Ibe deiáo cxecucáu. O Anjo purcomelerMc , que vio matizadas as piirtas da sua, casa co a virtude do san.^ae dos Cordeiros Franciscanos , níio oiizou a inetier nella o seu cutello da morte , , que ensopava cm a sua vizinhança. Juiitou-se depois a elles outro homem, chamado /oão Cahdlos, iriiiim lugar pouco distante, qne sendo enfermo de gotta coral , loi cuiado, jnlos Marivres. Hoje concorre , náp os destas fatnilifts , mas láubem os Uiais viiiuhga.

( 37 )

Rssí da òifa parrocliia de S. !\Iarliiilui do Piispo, como d.i ígicja nova, e Taveiro : niiiii'>s hoiiiós (lalfjiins liigaics ;i roda : outro* da Cidiule, e aÍTahaldcs ; e com clles grande som- ni.i df inininos, oti a so tem úiade , ou nos braços das iiiftos, e das amas, ijiie os criáoj A proriss.lo se drdutia desta fornia.

f" Na niniiliaam de irt de Janeiro que hc o dia dos Síitos, todos se vão ajuntar tia Igrfija do nosso convento de Sáo Kiancisco da Ponte : lu's despidos: oiilios , finp su despem nelle. FifiTo nós dos joelhos pcra baixo , e d.i tinta per;» sinia, cm cahóes, e <]nando niiiiiii , hóa toallia riii<;ida. Alj^ússe conlessúo , e comniunofio; e acabada \\\\\ iiiissn , rpie Kiiilamos , vai saindo a <rii7, da nossa coinmunidatle nas mãos diiiiiii relit;io- so , cujos lados aioinpanbfio outros dons . (jue leváo ceieferarios. Segiié-se lo:,'o os Nus poítos cm duas fileiras, assi despidos, e descali;os, co as cabeças desciibertas , as cantas cm búa mão, c búa vélai na outra. Depois nos seguimos nós , e aitula mais atráz outras iileiras tie Nus , os qii.ie* leváo assi as varas do pallio , como tociías, em companhia d'liú;i rtbquia «lestes gloriosos Martvres. No aimo do ití4i. torfío adiados por couta, feita i nossa insia^ucia , mais de duzentos o vinte; e posto que nát» seja numero fixo, sempre graniie , e outras ve/.es-niaior. Deste modo , e neste dia , no coraçãO' «lo inverno atraves- sáo a ponte do Mõdego, e duas ruas da ciilade , as mais correntes, e publicas, até che- garem ao real mosteiro de Santa Cru/., recompensando a gloria deste notável triunfo a* affontas, e oppndirios , com que os iiiviítos Marlyres foiáo levados, despidos, e açou- tados pelas ruas de Marrocos da cadca até o paço. Achào sempre o Pregador em o pui. pito: alguns se «esleiu numa casa^sepafada, couio fazé oração: outros es[ierão , que do todo se acabe o officio divino. Na soleninissim.i noite do nascimento de Cnnisxo vão al- gos, também despidos, vesitar estas sagradas leliquias , mas com os rostos cobertos , oii por sua ilevoção , ou omiprinilo aJgum voto.;

AcorMeceo, qne bum Eispo do ('oiiubra, atnigo de novidades, teve por mui inde- cente esta procis.sfào tle Nus, ni:uid;Tdii com graves penas, que não se Ciesse mais ; e os pobres Caniponez<'S , ficando desempatados <lo escudo , que tinhão nos Sfitos Martvres, logo naquellc nu-suio anno iorfio (<iridos co a espada d;i peste , a qual perdoou aos mais ]>ovos , e nelles descarregava seus golpes. O Bispo também experimentou em si o pezo da mã<* de Dcos , e nuidãdo de conselho permittio a prcciss:'ío. Os lavradores ratificarão o Toto «bí » fazer cada anno, e a- matança cessou. He prerogaaiva sua preservarem do con- tagio maligno , como confessa o sobredito mosteiío <le San-ta Cruz, quepor ser deposita- lio de seus- pre<iosos corpos , bem lhes está merecendo particulares favores. Devassav.r Mte cruel inimigo, peb)s annos de iSqq. cidades, villas , e lugares, e qiiasi todo o reino, gem per(b)iir a sagrado: tinha posto em as'^olaçru( Coimbra | «ias nunuua se atreveo a. eliegar á sua porta , por que os Santos lhe tomarão a entrada. . -6i mo í\r\.

Deparámos com uma arnhada cópia de documentos nrulsos noCartorio da Cnmara desta - Gida<le, todos em papel. Contém algumas cartas do Infante Dom Pedro, liegenie na n>e- *ondade de Dom Affonso 5.* Í"or5o por nós colligidos, e < bronologicamente ordenados, para se accrescentar mais um volume de documentos antigos, aos que a me*ma Camar* ja possue. Entre elles apparecem alguns interes-santes, a diversos fins da historia ; dons di- ?em respeito ao Sr. Dom .António Prior do Crato, pcrtendente do tbrono, por morte do Cardeal Uei; amlos a>5Ígnad<)s do punho de Filippe 2.' de Ilespaidia. Ao inais ajiii-o iXaii wmos hig^r neste numero, e vem a.ser:

( 33 )

3^1

Uiz Vereatlores c Procurador da Cidade de Coimbra eu elRey Vos envio muito sau'» dar Per outra carta Vos escrevo que iaçjics elleição de procuradores pêra virem as (i) Cortes que pruzeudo a nosso senhor tenlio aseiitado fazer de íiiu deste niei de Janeiro por diante , e por que em todo o tempo , quoanto mais no presente , convém que aja grande consideração , e atlvertencia na dita elleição pcra que se faça em pessoas sem soS- peita , e que pertendão Somente o serviço de Deus e meu , e o liem puljrico sem outro algum particular Respeito. Vos encomendo muito que terdiaes muito cuidado que se não Receba Voto pêra procuradores das ditas Cortes nem pêra elleclor dclles, em pessoa al- gúa que nas Alterações passadas seguise dom António ou seu partido , ou llie tenlia dado quoalquer ajuda ou favor , ou que delle tenha recebido qnualijucr dadiva ou graça tle- pois do levantamento que fez em Santarém. E pello muito que importa a conservarão d% saúde do lugar em que eu ouver de faxer as ditas Cortes, Vos encomendo que estando -essa Cidade impedida , (2) ou com sospeita disso façais logo a dita elleição de procura- dores, e os punhaes em Algúa parte desimpedida assi a elles como a seus Criados e fato de maneira que quoando ouvereu» de partir pêra minha Corte venbáo bem ilesem pedi» dos, e tragáo disso cerlid.^io , e do lugar em que esiiverão pêra que em chegando possáo entrar sem nisso aver duvida algúa e tantti que a dita elleição for feita me avisareis logo <lella e do modo que n^Ua tivestes, que coniio será conforme ao que vos por esta enco- mendo como vedes que he necessário , e vossa Carta enviareis a Miguel de Moura (3) do meu Conselho de estado e meu Secretario pêra ma dar. Scripta em Elvas .1 5 de Janeiro <de i58i.

Rev

*

Pêra a Cidade ile Coimbra {/\}.

Quando o espirito de conquista ainda não tinha levado os Portuguezes além dos ma- res ; quando a gloriosa fama de grandes navegações, e tlescobcilas , ainda uáu havia al- lucinado osco entendimento; elles «ontidos nos limites de um Reino medíocre, mas fér- til , fazião por sua actividade e rebustez florescente a agricultura. Esta aite era conside- rada pelos Príncipes , como a origem da veidadeira riqueza da Nação. Elles a prolegiáo, e animaváo ; e os Povos por gosto, c erducaçno fazião prosperar esta arte* principio da sul felicidade e independência. Os homens, ainda não cobiçosos de imitar os costumes estrangeiros, conservaváo a singeleza dos seus; e igualmente afeitos aos trabalhos da guerra , da lavoura não eião nienos cuidadosos de arar a terra , do que destros em jo- gar a lança : guerra , e agricultura eis a eschola dos antigos Poritiguezes , eis os objectos <la sua attenção; duas cousas (jue mal se podião conciliar, poríjue a Guerra devasta , ea agricultura prospera á sombra da Paz. Porém os tempos dos nossos primeiros Reis, até D. Fernando , aprogoão est;^ verdade pela bòea da Historia; o que [lor certo era devido ao zelo dos Soberanos , e actividade dos Povos. Ainda no reinado de D. Eernando havia

(1) Celebr.Tílas em Tlimnar no ineí íl'A)iiH Jc i5Si.

(a) Por cnusa Hn peslc f]ue em Sutcmbro de i57y começou a scntlr-si* em Lishsn , e Ingo por todo o rei- no, (/íitno Hisloricn lumo 3.*)

(3) A vida dc-sie insigne Secretario íl'Esla(lo , anda atraexa .i Clnonic.i do Cardeal Rei , lia pouco publi* cadd pvla Soaieilade Projjagadora dos couliprimentns uleis,

(4) O leor do subrc escfipto é; Por Jil-Ucj. Ao Juiz Vereadores c Procurador da cidads il« Coim- lira.

( 30 )

em Poitiigal lantrt alundantia de trlg", «pie as iiai/n-s cslrargeiras so proviáo delle no* íiossos portos; ape.var ilcsla abiiiulaiuia jii t-llo notava a iliniiiuição ilo.s Corcaes a lespiilo aos tcni|.os <Ic seus Maiores (i); então cxcarcava nos povos o (li.-.vtlo pela cultura ila Urra ; pois iiã.i eoi\sla que Hei al^iirii antes de l''oMiand(> os violentasse a tão ulil mister. Ellc procurou restituir a A^rieullnra ao seu passado cxplendoí ; feilcis sabias a lieiieficio da lavdura. Constituiu entfio a famosa lei das (r*.) Susmarias , alrni de muitas Pragtnali- cas tocantes ao mesmo olijcctn. O ('3) documciilo (jue aijora puMieamos , per si , íórma » historia ila Agricultura , e de alguns costumes datiuille K nipo.

lleunido o Conseliio , um dos saus Mejubros , por LlUei , proimncioii o seguintft- exórdio (.{J-

tdk t)rque segundo diserom os antigos sal)ed()rcs antre todalas artes C obras da policia re^inteuto do mundo no foi adiada nenliúa mellior que a Agiii\dtura o per facto c per ra'iõ uatuial se mostra que ela lie maijs jnoveitosa e necessária peia a vida dos homcs e das animalias que deos creou para serviço do home e aynda pêra gaanhar e aver algo setn pecado e com lionri-a e boa fatna. E oolliando em o-.ta rav.oni Nój Dom Fernando jiela grai a de deos bei de i'o."tugal e do Algarve e Con.sijr.indo ((imo per todalas partes dos nossos Uegnos ha defalieimento dopam e da (levada de que autre todalas terras e províncias do mundo soija seer muij ab.istaila. E essas cousas som postas cm tamanha ca- restia que aquelles que ham de manteer fazenda ou estado <le qual quer graao <llion>rra Ikom podem chegar aavcr essas cousas sem muij grani desbarato do que ham. Esgiiar- dando como ante todalas razoes per que este defale< imcnt» e carestia vem A maijs ceita c especial be per mijngua das lavras que os homés leixani cse partem delas, entendendo em outras obras c em outros mesteres que nom som tam perfeiíosos para o bem comum. E as terras e herdades que soyam a seer lavradas e senientadas e que som comvenhaveijs para dar pam cos outros finitos ]>er que se os Poboos ham <le manteer son» desem- paradas e deitadas em Resios sem prol e com grani dapno dos poboos. Porem avendo sobresto nosso acordo c consellu) com o Ifante Dom Joham nosso Irm,'iao e com o (lomdc Dom Joliaiii Afomso e com os^utros prelados e prior do hospital e meestres da Cavalaria e com ns outros J'"idalgos e Widadaaõs e homés boos dos nossos Regnos uian- <Limos chamar para se poer em esto remédio qual pertencia para aver na. terra avumda-- lU.ent.o tias ditas cousas.

Obdinhacó Dr COMO as ncr.nAUES sejam lavradas.

Estabelecemos 'e bordinhamos e Mandam'^', que tndolos que ham hcrd.idrs sii.is juo- prias ou tiverem eniprazadas ou aforailas ou per outra qualquer guita ou titiilo per que ajam direito em essas herdades. Sfjani constranjudos pêra as lavrar e semear. E se- o Se-- nhor das herdades per ssi nom poder lavrar todalas herdade- que ouver por scerem mny- tas ou em muijtas desvairadas (on-.aicas ou d for embargado per algliúa lydema la/om . per que as uani possa per ssij lavrar todas laire parte delas por ssij liu cl qui/.cr e llii

(i) Kiied. d.T Illst. Port. tomo .(.° ii.t C.lu . de t). Fernando.

(») DiuTilo Nunes de Leão na Clu. do ditu liei.

(i) IVrganiInlio ii." 3o. da Camnr.i d(- Coimbra.

(4) O lugar indirado na nota primciía.

li) Iodas as ejiigiaphes no original tão de letra cncarnadj.

( 50)

mii-! i>rn'.i:juer quanto lavrar poder som gramle seu d.ipno e rom nieor seu encarrego i' bem vista determinhaçoni daqiielles aqiicin pêra eslo for dailn potler E as mais faca la- vrar per outrem ou as ile n Iiivrailnr que as lavre e si-mec por sa parte ou pcussoni cerU ou a foro asi conto -se melhor poder f.iicr de guisa que as lierdades que soiu pêra «lar pam lejani todas lavradas e aprofeiladas e semeiítadas conipridainente como ior mester ou de Cevada ou de iiiiliin per qual f<ir e que iiiaijs finito e melhor possa dar ciu seos tempos e sa/jcs aguizad»s. E outro ssij sejam constranjndos para averem e tecerem cada liúii tantos boijs pêra lavrar quantos l<irem mester para a lavoura segundo a quaulia das her- dades que ouver com as outras cousas que aa lu^oira pertecncerem.

Dos Edis.

■9

E porijue pode acontecer que aquellcs que liam de scer constranjudus pêra larrareiíi •e teerem ])ois pêra a lavoira os podcraai achar pêra os comprar se noni por níurj grandes preços mais que o que yalcriauí nguisadamenle. Teemos por liem e MandaniOJ que sejam conslranjudos aquelles ([ue Oi teverem para vender paia os darem aa quelles que os mestar ouverem e os liam de leer po preços aguisadus segundo for caussado per as Justiças dos logarcs ou per aquelles que f«rem postos por veedores pêra esto. E manda- mos que fiera comprar os bois e as outras cousas que som perteencentes para a lavoira. E outro ssij pêra começar de lavrar e apro'^eitar as hi:rdades que furem pêra lavrar seja asignado certo tempo aos que o de f.iier < nverem que o iaraiu e comprem so certa poa que sobresto seja posta. E se os Senhores d is lienladcs per sa iiegrigencia (jui&erem compiir lodo esto que per nos he oiiiiuhad > iir.nt quiserem lavrar nem aproveitar essas herdades per si ou per outrem cotuo diui lie. As Jii>iiças dos logares ou aquelles aqucm pêra esto for dado [uxler dem essas lieidiues a quem as lavre e semee por certo tempo c piir penssom ou parte certa. E o senlior da herdade á possa íllliar per ssi nem lo- llicr tliirando o dito tempo aa quelle a qtiem assy Ior dada. E eSsa parie ou pen^som que o lavrador ouver de dar seja peva o lu-m do c.>mutu em cujo Icnnlio essas herdades houverem. Mais uom seja dada ncin despesa em nenhum huso scnont per nosso s.peeial mandado.

Dos Mancebos e Servidoues.

Outro ssy por que os que Soyam a seer lavradores e forom. E os onírrts que lião ra- zom de o sêer.'E os que teeni herdades pêra laviar se scusain da lavoira porqu(í di/.cni que n.ío podem aver mancelios (|ue lliis fazem iiiester paia eslo. E a miiylos da quelleí que husavam de lavrar e que serviam no mester da lavoiía. leixarom esse mester da la^» voira e eoUiem-se delles aos paaros dos Ricos homens e fidalgos por averem vivenda niays folgada e mays solta e poríilharem o alheo sem receo E delles por mnij grandes sol- dadas que Ihis davam poi- servirem cm outros autos e mesteres níji tam profeitosos corno Jie a lavoira. E outros que som perteencentes pcra servir no mester lia lavoiía que- rem servir em ela e busam doutros ofícios e mesteres de (jiie se aa terra no segue tatiia- i)ba prol. E niuytos que andam vaadius per a terra chamaTidosse cieados e escudeiros oii niuços nossos ou do Ifaute ou dalghúu dosComdes ou doutros poderosos ehomriados por seerem coutados e delesos da Justiça nos maaes e forças e malcfitios que fazem no viveiiilo na nossa inercee nem com nenhíiu dos sobreditos. E alghiins que se latiçani a pedir smollas querendo fazer outro serviço catam outras muijtas maneiras e aaioi

(Cauli/iuar-se-ha.J

Coimlivii: lui Jiupuuir. ta lV.-.p;:vt.iprtui% 1812»

Nr.v. C).

Dkzr.mbíio 181 1

>/^

IH5ma^3iI3335,

ncijne ,

Sr charlae sileont qttod Oene fcc0ris , Mefcedcm titlens, llor. . On.

(Cop.LinuaoHO da lei da Lavoira de pag. 40).

peia vivciciii ocidScn e sem nfain e servirem, E algliúiis filliam avilos como ilc Heli- "iani e vivem ap:\i tatlamciite fa/.cn-Io congicgscno conira cloCeiísom tli; direito eiUrau- ilo nem sendo piofcssos cm nenliúa e de iiiMilina das ordées iclifjiosas slaUcleçudiís e aprovadas peia santa Kgreja fiíxendo nem liiisando de ía/er al^íia obra proíeilosa ao heni do Comum e so reí,nira de religiosos e do sanla vida andam polas terras e logarcs pedindo e jiiutaiido algo e enduzendo niiiijlos (jue se juntem a elles o per sen endii7Í- inento leixam os mesteres e obras de que liusam c vam star e andar com elles fazen- do outro serviço nem outra obra de proveito. l'orem Tecnios poi bem e Mandamos que lodolos que Ibráo ou Soyam a seer lavradores e onlro ssij os filbos e netos dos lavrado- res e todolos onlros moradores assij nas Cidades e Villas como fora delas que otiverem ile seu meor (]uantid de quinlienlas libras quanto quer qntí seja meos <Iessa (|uan!ia de (jiii- nlientas libras e que aja nem buse de tam proveitoso mester jiera o Comum per que «lê raio c de direito deva a seei" scusado de lavrar ou servis' na lavoir.i. ou no viver eon- tinoadamcnte com tal possoa que o mereça e o aja mester pêra obra de serviço pioveito- so. que todos e cadabún destes suso ditos sejau) constianjudos pêra lavrar e husar do dito mester e oficio da lavoira. E se nS teverem beldades suas que por .ssij queiram e possam lavrar sejam constranjudos eapremados pêra viverem com aq!:clles que os mesler otiverem pêra as lavoiras e os sirvliam e ajudem a fazer essa obra de lavoira por soldada e preço a"ais.ido segunilo be caussado polas ordiídiaçóes que sobresto som feitas ou se- "undo caussarem e alvidrarem aquelles que pêra esto forem postos enicadabúu logar. i'', qualquer que der ao mancebo ou aa quelle que ouver de servir uiaijs que aquelio que íor cíussado polas roíjedoies dos logares ou por aquelles a quem pêra esto for da<lo poder paiTue cimquenla libras poi-a primeira vez e por a segunda cento e dbi endiarite pague essa quantia e dentais seja Ibj stranbado com pea de Justiça como á:i (juelle que quebranta Iri e vaij contra mandado de seu Ucj. E estas piiias sejam nietudas em lenda para o bem do Comum. K mandamos que qiiaesquer que aclinieui anilar cbauiandosse nossos ou da Keiuiia oa do ifanle ou de qualquer outro que seja conboçudo notoriamente por ila quelle de que se cbaina. Sejam logo presos e recailados pelas Justiças dos logares j)era se Saber con)o e perqiie maneira vivem e as obras que fazem e dn que liusam. E se cei tidoiu mostrarem como vivem e andam por recado certo ou pí>r serviço da (pielles cujos dis- ■ícrctii que som que sejam constranjudos peia servir e se servir qucsercni .Sejam ãrou- tadus e todavia constranjudos pêra servir por sas Soldadas canssndas conio dito be.

(Couíinúa adinnte a pag. /\ò.j

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^>- mscmpçÃo.

'.' £G0 . VF.RMUDUS . VE1\MUD[ . ACCEPI

ISTUM . MOiXUMENTUAI. 3 ' X . . DIES . TRANSACTIS . DE . APRÍLIS 4.' E!1A . M . CG . XX . IIÍÍ.

JujU Vermiulo Vermudez acceitei este Monumento 'Ic/.c dias passados Abril. Era de 1224^ (anno de 11 86).

F.sli In.scri|)(á<( aberta eii) iiiiia pcrpuma |!e(!ra de palmo e riitio de comprido, e \.:.\ l)al!n(> de lar^o, cslá eiiilieijida na parede da capclla de S. PiTarco.s da Igreja do Salv;: dor desta Cidade , na face exterior do lado que olha para o quiiilal da t-.ipsma Igreja. O local que a lapitia hoje ncoiipa não parece ser o primitivo ; porque nem junto da parede se encontra sigrial algum de alli ter Iiavido nioniinieiito -sopuUhral , nem a sua poiícit grossura o podia conter. I^oiule viria pois este mudo pregoeiro da eternidade? Onde se- ria elle primeiramente collocado? Aonde existe o deposito dos restos niortíies deste dcs- couliecido Vermiida ? A 'iistori:i |iertencia a resposta: ella porém enimudoce ú nossa pergunta : nem ao menos nos offerece um ténue lio, qne nos enraminlie no intrincado laljyrinto dfs secidos. Continue o Senhor Vcrmudo a ser tão ignorado de nós como o são quasi todas as cousas da sua remota idade. F.sta cruz era a iiisignia da Ordem (lov Templários; era o enihlema que tremulava nas biiuduiras desta Milicia. Ella nos indica que Vermudo Veininde/ loi membro da mais antiga das Ordens Militares Religiosas.

Defronte da Inscripçáo , e a poucos passos delia , na base da torre dos sinos se desco- bre quasi entulhado um.i espécie de carneiro de abobada. Era nestas cavidarles abertas nas paredes das Igrejas, que naquelles tempos a Religião costumava dar eteino deôcanço aos despojos inortae.-; das pessoas illustres; até que a devoçfio , em tempos mais próximos a nós, os foi ivnvendo para dentro tios templos. Existe uma rclarfio lúo intima entie estes dous monumentos , e a rudeza da Inscripçfio que n.ío se pôde duvidar, que o gosto «lo século dov.e ainda alli domina , e que a lapida por algum incidente deslocada do sen primiiivo assento, seria transportada^ mais tar<le , para o lugar que hoje occupa.

(Continuação e/a Lei de pog. ^i-) Dos Pbdintes k Religiosos.

Porque a vida dos homées deve secr ociosa e a sniolla deve seer d.ida se aaquelle que por ssy no pode gaanhar nem merecer por serviço de seu corpo perqne se

( 44 )

in.iiitei)!i;i. E se;;nnilo o diio íIoí SatiadinT? c (li>s Santos Doulurcs iiiaijs jii^ta cotssa he (locastiifar o pedinte sem necessidade e qiie podo sctis^r de peilir lazuiul) alglina outra c)I>ra proveitosa (|iie ile llú dar a smolla q;ie ileve seer dada a outros pobres que po- dem fazer obra de Serviço Porem Mandamos que fjuaes(]iier (itie assy furem acbado» .-íssy liomêes como molUeres que andam allotando e pedindo biisnnib) de oníro mester Sejam vistos e cata<!()i por as Justiças ile cadabúii logar E se acharem que som taaes e <Ie taaes corpos e de tal bida.le que possam servir em algbúu mester ou obra dt- serviço posto que em alghúa parle dos membros corporaass sejam menj^uados pcra com toda essa mengua podem fazer al^diúu ([u.iiquer serviço. Sejam constranjudos pêro servir etn aquellas oliras que as ditas Justiças ou .tquelies (jue pêra esto forem postos virem que poilem servir por sen nianiymento e por sa soldada segundo entenderem que podem merecer de guisa que nenlinu no nosso Senborio níi viva sem mester ou sem íibra de ser- viço e de proveito E aqnelles que acharem atular ou viver em avito de Religiosos que som professos daighúa das ordés aprovadas como suso dito he Digáolhis e n)andein (jue vaauí lavi;ir e hiisar do mester da hivoira fazendosse lavradores per ssij se o fazer iioderem e quoseiem ou seno que sirvham aos outros Iavra(h)res no mester da lavoira E conslran''áo-iios pêra eh) sem outro meijo. E os que servirem quiserem nem ol)rar (lo mester cpie Ibis mand.iieu) (lesí]ue Ibis for maud.uhj ijiie sirvham e obrem do dito mester quaesquer que sejam das condições suso ditas Sejíim açoutados por a primeira vez e c()n'itr.iujiulos toda guisa peraservir. F. se dhi eniliaiile ser^ ir (juiserem sejam auoutados com piegom e (icltados fora dos nossos Ueguos. E a qui-llos qne forem acha- dos tam fracos ou velhos ou doentes per tal guisa cjue possam fazer nenliúa obra de serviço ou algluiiis envergonhados ([ue ju fossem homriados e caerom em mingua e po- breza de guisa que podem scusar de pedir smí)llas e som pêra servir a oulretn deni Ihis as Jubiicas Alvaraaes pêra que possam poilir sas smollas seguraniente. E quahjuer homem ou mollier que acharem andar pedin(h) sem recado ou sem Alvará de Juslira demlhi a pea suso dita. K pêra se coniprirem e poercni em cjira estas cousas que assij por nos sam ordiídiadas Teemos por bem e Mandamos que 'em cailahúa Cidade e villa de cadabõa comarca e provinda das correções sejam postos <Ious honiees hõos dos me- lhores cidadaáos que em essas Cid.i(les e villas ouvei e:ii Os quaes ajam desabei- e veer todas herdades que ha em cadalióa co:i)arca q;ie som peia dai' pam e som lavradas, e facauí (]UR sejam hivr.idas e aprufeitadas pêra [)am. E ajam poder jiera consliangcr os Senlioies delias que livrem ou hiçnu lavrar e seuiear pola goi>ia que suso Scripto e ordi- uhado he. E ponpie os Sctihorcs das iierdades .is nTi queiein dai- a outros que as lavrem sfi por grandes penssóes ou por muij gran les Hendas o os lavradores ou aquelles que as houverem de lavrar as no íp.ierem lilhur se por muij pequenos preços ou niuij pequenas quantias ou per ventura sem iienlirui encarrego de dar penssom nem parte aos Senhores dessas herdades. Porem e por nfí averem ocasiom ou Aazo nenhuma das partes de se scu.sar e as herdades fic.ireui por lavrar Teentos por bem e mandamos que estes douih-jmces bÕo? ({ue a.ssij forem seolheito'^ como dito he em caso que se as partes possaní avijr cauisem e Alvidrem quanta ou camanlia parte ou penssom os lavradores dein aos Senhores das herdaiies e possam constranger e constrangam assij os Senhores Jas hertl.idcs que as dem como os lavradores (jue as filhem pola stimaçam e caussaçoni que assij fizereir. E se per ventura estes dous homCes bóos anlressij forem em desvairo sobre a stimaçoin ou c.insieoiii que liam de fazer entom seja dado húu homem por ter- ceiro polo Juiz do logar pêra pailir o desvairo ([ue for entre os dous e concorilsr no niaijs ygusl segundo eutenlor e coiupiase e agu.irilesse o (jiie per os dous em esta razoui f ,r concordado. E se os Ijeiíhores das herdades esto qi.eserem consentir e contra eh» íorciu ou eniLargarem per qualquer maueira per seu podtrio percam essas herdades e

( -15 ) .

(]£S cntom soj.im apliciulus ao Commimi |iera sempre e a rcnd.i <!c'll:is sejíi filii.ula c rc- cebiula pcra a [huI ilo (Idijiiinim do Io^mp em cujo t(!rmo essas lienlades Joiíverein.

Dos VrEDonits t. nos qui; iia.moe coNsinANCEn rcnA sKuvin.

Outro ssy Teeinos pur Ixmii e IMandnnios qtie os sohre ditos lioniées bóos niic fo- rem poslos cm: cadaliúii lii^'ar do nosso Scnliorio eiiijiiiraiii e sal)lia(ii l(>»o e assi adearite poios tempos (jii les c (luaiitos som os que vivem e nior.mi em esses logares, assi natoraes dellcs como outros cpiaesquer que lii iliegarem ou veliereni de foia parte e que som meesteiíaaes nem vivem per eerlos mesteres necessários pêra prolCr)mimal ou viverem com alghúus taaes que os merescam e os ajam mester pêra os servirem. E outro ssij dos mendicantes e dos outros suso ditos que andam em avito de Ueligiom. E esto meesmo seja manda aos Vijnteneiros que som poslos por j^uardadores das freeguesias e das ruas e pra- «'r;s que dem recado a estes solweditos dous liomées de todalas pessoas que atliaieuj souberem cadaUriu em sa freguezia rua ou praça da condiçoni sobredita i)er noiuiiía tiue fucam dclles pêra seerem constianjuilos pêra lavrar e semear pam na terra qne lhes for dada peressa Justiça. E se poderem ou quezerem per s.sy manieer lavoira detu nas a quem as oiiver mester pêra lavrar e semear pam e pêra outro mester nos locares e comarca lui ouver berdades e bivoíras de paln ou pêra o laTor das virdias bu ouver vi- nlias c lavoira de pam de falecer aaqual nossa entençom é de acorrernios primeiro pop a razoni suso expressa perque nos movemos a faíer esta orditdiacom e caus-sem esses mancebos e seividoies seus preços e soldadas aguisadas que ajaiu daver scundo ja suso dissemos. IVro teemos por bem que nos logares bu se sempre costumou daver j^aanbadeiros e se podem scusar que leixem tantos quantos pêra esso forem necessá- rios per numero ceito. J-^ todolos outros que forem perteencenles pêra servir Sejam constranjudos peia o mester e oficio da lavoira poia guisa que dito avemos. E pêra esto que assi ordiubamos e li-.amiamos fazer por serviço de deus.e prol de todos os do nosso Senborio secr torvado nem eud)argado per neidifiu. Stabclecemos e mandatuos que qualquer e do qualquer stado e condiçom que seja qne per seu poderi.. e sem razom di.-ecta defender ou embargar per qualquer maneira fora de Juizo ah^UÚu daquellcs que mandamos per esta ordiídiaçom constranger ou que forem constranjudos por aíitielles a quem pêra esto for dado poder ou oficio pêra servirem ou obrarem em aquelio que Ibis for mandado que paguem a nós se for fidalgo quiidientas libias cada vez que o fczer ou tentar de fa/.er. E seja logo por esse feilo sem outra sentença de Juizo sterrado do logar bu morar e .Sayasse logo dbj sem optro mandado e donde quer que nosstever- mos a sex lego.-.s. E se fidalgo for que pague trezentas lil)ras e .ija a dita pena do dito degredo. E sejam logo penborados e constranjudos e vendudos seus bees por a dita quantia per a guisa (pie be per nos mandado que se vendam por as outras nossas divi- das. E as Justiças dos logares e outro ssij aqueiles a quem for dado poder pêra comprir esto que per nós aqui bc ordiírliado o façam saber ao nosso sacador e ao nosso Almoxa- rife e escrivam dos nossos direitos pêra mandarem constraiiger por as ditas quantias I' se o fczerem ou forem em elo negligoiUes que esses Juizes e VeeJores as paguem a nós cm dobro.

Dos Gavdos. Traducçáo do Fac-simi!e.

1.' (i) UTRO SSI rOR QUE AÍ.GIHJUS DOS QUE HERAM LAVRA- DORES E OUTROS

(i) A piimeii:i Ictia raplial cIl- Imloc os 5§. f.-.lM :io or^giiml, ;^".- •. /< c -JÍ/i'/» oío >ai o =: O

por cudc ccQura a ('IÍis.cíki [lalaua.

( i'' )

a.' MCITOS QUE rOI)t:KIA:\l SF.ER Sli QLF.SESSEM CO.M-

PUAM E 3.' GAANIIAM GRANDES MANADAS E SOMAS DE

GAADOS 4.' E OS TANGEM E GOVEUNAM PELAS COITADAS E

HERDADES AI.UEAS, ;..• E COMPRAM AS HElíVAS E PACIGOOS DOS SENHORES

D\S lIEí\í)AnES 6.' DE QUE ESSES SENHORES DAS HERDADES HAM ALGO

E ESSES SENHO- 7.' r.ES DOS GAADOS VENDEM o STERCO .DESSES

GAADOS E HAM POR ELE 8/ ALGO E POR ESTA RAZOM HUTS E OS OUTROS ASSY

OS SENHORES DAS 9.' HERDADES COMO OS DOS GAADOS NOM CURAxM DE

LAVRAR E APRO- 10.' FEITAR AS HERDADES.

fContifi u,tr-!e -ha.)

-~-5-^>0«

€smola ísas iUiásnô no ^fcult; IG. (j)

^Rdenanios , e mandamos, avendo cntisitleraçani qise lio jiisin seliiiio' da missa lia ile ser foin t[iie se possa inánler por totlo -Jia o Sacerdole, e ninda lhe íi(^^ algimia cousa, com que cada dia aJAinte com que cubia suas carnes qiiatido ihe lie necesareo, que por toda missa se dee a todo Clérigo que a disser descuto reis ao menos: o que asy manda- mos a todollos administradores de c;ipcllas, e a todollos ouIil/j que a tnissas sam obriga- dos a mandar dizer ?c &:. sob pena de F.scuniuulião,

i^ilippc 2." íic €5pnn!)a , c o 5v. 33. :3r.tci?iii iprior íio Crato.

CHICULAU AS GAMARAS.

Por El Rey. Ao Juiz VEBEA.DOKrs e PnocujiAnon da Cir>AnE Coimbra.

^ Uiz , Vereadores , e Procurador da Cidade <le Coimbra , Eu El Rey vos envio nioito saudar, Posto que, ja deveis ter sabido que a arnía<!a dos lieit?^es que desctiii)arcou os dias passados ua cid.>de da Corunha no Rtino de Gualiza di-spoi; de se ter >,.'vautado de li com pouca reputaiSo e muita perda foi desemljarcar no Poito ije Peniche, E dahi catiiinliou para a Cidade de Lisboa , me pareceo fazer vo-lo saber por esta minha carta , l". como vem na dila armada Dom Amónio que foi Prior do (hatu o (]u,d coulinuaudtf «m sua muita cnntuuiaria e rebehiia n.âo contente com os danos e perdas que tem cau» sado a esse Reino, e a toda a (]hristandade com suas Í!iquietac>)es despois de ser deitado de Franca ?e passou a Inglaterra, e se couíederou com os hercí^es deUa tanto contra Deus e sua Igreja tTatbolica , e contra a muita cbristanilade ijue sempre houve nesse Reino tra/eiidoos a elle para o inficionarem de snas Falsas sectas e heregias , e perturbar a pax e qtiietação publica delle, Porem pello Cardeal Arcliiiluque que está na dita Cida- de com a gente de guerra qiiealy tem e principalmente com ajuda c serviço dos morado- res delia (que lenho entendido servem com tanta lealdade como devem a meu serviço * como sempre (iiei.Tm no serviço ..... Reis meus predecessores) se fa/. e fará contra os

(1) li.Hiiis :■>. >.' ilcb lúiauitoi da Cvl!«gliula de Saiit.i Jiisl;i Coimbia leitus [lor ordem do Uisjio 1). íorgr d*Aluiri.la.

( ■- )

iliUis luTrr'cs tnil.» rfsisieiicia iiprossaria par.i iMstijjo de sen alrcviíneiilo o lemeriíl.ulo , <; remédio (li)s danos (nic podo fa/.fr c para (|uc os não lecobào as iii.iis partes desse Uci- iK). li para iiudIíDr se trlTecluar se Uiií tem enviado nuiitus socorros , c ilii yiáo cuia <lia entrando outros i!e novo alem de outros mav(ir<'S 'jue se apcricliem com toda a ileii;,'eti- tia com que esta nlteraçfio se acali.ira com total perda da(iiie!les liere^es com ajuda de Deus como se dove esperar ile sua misciicoidia pois a causa lie ilc lanti) serviço seu , e de Ioda a sua Igreja, li tende entendido que com lodo cnidadn <|ue estas malcrias pedent se acode a cilas, e me iie e sei a sempre mny presente tudo o (jne loca a \'oss:\ dclcnsào c quietináo , e muito \'t)s encomendo ipie lenliaes muito particular conta com \ ii^iar (r guardar que não vão mantimentos aos liereges nem se lhes jiasse gente que os possa levar como confio e leidio ^lor certo de Vos que o í.irieis ainda que eu vollo iifu) encomen- dasse , e que loiloj e cada um em jjartieular faráo o mesmo conlorme a vossa antigiia lealdade , e a obrigação que tendes de fieis e catholicos Christãos , e do que em tudo fi- zerdes e se vos olfeicccr, me avis;ireis, escrita em Saneio Lourenço a 2 de junho de õég. 1\KY.

(Duíra jifj a (iíepatiii ^f D. nfíouso íjnuiqucs.

lo I.* numero deslc folheio declaramos, que o Secretario Geral A. J. N'. S. l\. linha mandado prncccu;r a uma escrupulosa indagação no Cartório de Santa Cruz, com o fim de nelles se en<'ontrar alguma memoria, que nos dissipasse a dúvida em (juc estávamos sobre a resliiuição da espada e escudo do primeiro Rei de Portugal ao seu ptiniitivo deposito. Parecerá tempo inutilmente consuiiiido o que se empregou nesta aidiia inda- gaç.'io. ()ue nos imporia a nós , dirá alguém , saber .se armas do nosso Primeiro Slonaicha voltarão ao poder dos frades de Santa Cruz , ou se ficarão nos arcas d'AÍ"rica ? Oassiim- ]ito por SI e estéril, e ainda iDosmo que a su.i averiguação promettesse algum interes.se, alii temos U. ISiioláu de Santa Waria , (jue nos desvanece todas as dúvidas quando diz, (jue essas armas esquecerão na armada, e que nella voltarão ao reino. Seguir o (diru- uisla D. N. de Saiila Maria , sem abonadores a um lacto narrado [lor elle, é crer de leve; é tomar um guia suspeitoso no vasto campo da historia. Sempre desioiifiareni(>.s, do ilisloriador quando a luz da verdaile náo brilhar em seus csciiptos. Quem é fácil em fmgir , e interpolar documentos (1) deve t.unheiíi ser fértil na invenção das ficções, que lhe parecerem convenientes aos seus (iiis.

Por esquecimento ficáiáo na armada aqiiclhis armas , diz o lembrado Chronisla , eis" aqui o que allraio a nossa attenção , e nos fez lelleclir. Pe.le I). Sebastião com taulo em- l)enho as armas do Rei Conquistador, para guerrear os iiúnugos da l'c , na armada , aporta em Aliica, desembarca , conduz <. exercito ao campo da batalh.. , «s.jueccm-liie no mar as armas (2) milagrosas.^ IScm alii houve quem se lembrasse dei- las, quandi> náo fossem [.ara bater o inimigo ao menos servissem para animar os Chrisláos.^ Quem haverá que tendo algumas luzes de Critica náo vacile entre a dúvida c a certeza? E que se náo incline a crer, que o tal esquecimento foi uma maliciosa in- venção do Cbronista ? Elle era Cónego Regrante, cscíeveo a historia da sua Congrega- ção , zelava os interesses delia , e salda o grande recato e veneração, tm que os Cone- gos sempre tiverão aquellas preciosas reliquias do primeiro Affonso'; podião forjai outros

(O João Pcd.o ribeiro Diplomacia I'orliii,-ue?.a oliscrvacrio i.' paite j - iM,, l í^"?;"'!""-",^"""'''" Ptlo Uls,,o <k- Coi.nl,.., U. jJáo Soares , no reinado de João 'II. s.l.re . san- ]T Lv> : '^",'"'="' ^'í'"^'']"", um l.ade Oi.rlo j.im.u q.ie o es. udo deMe lei , ].„, orcasiio <)a morte do. "." I ","»;■ ' "'* '^" '"S"'- ""<!« «lav» i.ehdaiuau , sem .jHtl.iar a ron .'a .le que lei.dia , „fm cair

i mÍuocI (JlTJ^r"^'''"'"'"'' !.1"* «ll^- U^iicuiuuh.} picíciidwa «It íuciv UAu^iU do »^f,

( 48 )

similliantes nqticllas; fingir a sua passagem ile Lisboa para Coimbra; embuste muiio fa- til , uuiu tempo, em (jue.t) serciolul» era nina nrt c>sii!;i(lc; ; e o virliioso D. Nicobiii ])oi!ia afouli» lanrar esta nódoa no painul da liisl<iii;i sem rcreio, ipié em sua viila lha retocassem. São querenios ilepremir o credito do insigne ClliriMiisIa, conlicceinos nossa insnfliciencia , n.lo podemos meilir-nos com elle no cirto lillerai io , nfio olistatite os achaques que outros lhe descobrirão C3). Ahi iiinos essas dilal.idas estantes pejadas de papeis , e livrí)S pertencentes ao Cartório do !\b>'iteiro ile Santa Cruz; vamos procurar lima palheta de ouro nesse Oceano ile Cascalho inútil; vamos buscar a luz no seio da escuridade. Foi isto o que lia muito fizemos, somos, em desempenho da nossa promes- sa , ohrigatlos a expor o resultado de. nossos trabalhos.

Pi imciran-.etitK cncontiamos ]iarle de um livro cm folha , manuscripto em letra do século XVII. tlilficil de ler, ccmlém muitos aponlamcntos históricos, alguns bem in- si^iiificatiles, pela maior parte rcl.uivos ao seu Rloslciro, pariice base para obra ile "rande volume; a pag. 23i. menciona em snniina a carta de i.l-Rei D. Sebasti.úo deste modo: = A folh. i3. (da t.oUccçáo de c.irtas a que o mesmo li\ro se reporta) « Cur/a c/cl [ler D. Sclinslião , anuo de i5j8 tin que pede emprestada a empada dei licy « D. Ajftiuso Henriques para a Jornada d'/lfiica.' = Exaininainos altcnla , e miuda- nienle este livro ; e em niMduima outra parte lalla da espach» , nem da sua volta a Sanla Cruz ; o que não se deixaria em silencio , se elhi para alli \oliasse, como nana o citado Clironisla. (4)

Com o mesmo cuidado examinamos o livro dos Assentos e Resoluções do Convento , (.\ctas dos Capítulos) do aiuio de 1674 "''* " anno de iGoi , e afol. 18. delle está a acta do Capitulo celebrado a ■i/\ de Março de iSyS, no qual- o Padre Geral perante a assem- bléa leu a Carta d'Eir\ei D. Sebastião jiedindo as referidas armas, e o «.íonvcnto deter- ini:'ou que se lhe emprestassem, (}) com algumas condições que alli se declaráo , em iienluima oulia parle , se torna nesbC livro a fallar de taes aiinas ; dcciarase 110 lugar ci- tado a saída delias, e nada se nos diz da sua restituição , o que não é crivei ; porque, assim como o Padre Geral convocou Capitulo jiara o anctorisar a empiesial-as , também o havia de convocar para lhe participar, que ellas tinháo sido restituídas; e cntBo devia fiízer-se a acta desse Capitulo 110 livro delias, mas lai acta não aj)parece iielle, quando ao contrario apparecem multas sobre objectos de pouca , ou (piasi nenhuma inipoitaTicia em comparacfio deste das armas. Do silencio que giiardáo os rcfei idos manuscriptos ; da parcialidade com qne D. Nicolau escreveo ; e da improbabilidade do fado , em que elle fundamenta a restituição das armas, conduimos que cHas niiiua mais voliárái'» ao conten- to, e que as ultimamente existentes no Sanctuario de Santa Cruz não sáo a.s genuiiias de D. Affonso Henriques.

(T) João 1'edro lUheiro iio lugar citado na nota piinieira.

(i) L. 10. cap. 2 j. §.!<{. ,. 1 ,. , p o I -

(5) Da espada c es, lido dclHei O. Aflonso Henriques , Aos ai dias de Maiço de 1578 annos \en o inullo Reverendo l'adie Geial D. Pedro em (apilido uma CBrta delHci i\os.so Sonlior que vinha paiii elle e convénio cm que pedia emprestada a espada e escudo dei Rei P. Aflonso Ilcinques i.» I\ei de I or- tug«l peia as levar v.mi,.Íí;o na liida que faz a Aífiica pnr que com a detoçio que iiealas armas leni espe- ra cm Ueos que lhe da as viclorias que el-líei U. Affoni.. Henriques com illas teve e assi IIk.s mandasse lo»o com dons Religiosos que per» isso elegeria dizendo mais que com cml.oia tornar as mandara a esle mosleiro nera nclle se terem na veneração e gciaida que é devido a cnjiu, foiiío, O que »isto pe.o con>cnlo assfHtou ,'em/«<,-</;jcre/v/«(d csiandoahi Iodas as pessoas d, lie que Uulo se íi/.es.se a.ssi , c da maneira como el-Ufi i>edÍB , c se lhas levassem dous Peligiosos e qne quando lha; apiccniasscm se llie pcilisre lana car .. de cmo ll.asenlregaráo: e a el-Rei se escievese outra em non.e do l>adie Oeral e convento. O que_tuao e fe/. na qual carta se-lhe pedia houvesse sua Altesa por hc.n de lazer voto (u- can< nisar el Hei U. Al.unso Henrique», l>era que com isso tivesse por seni n.eiccimenlos a Deus Nosso Iv nli.r mais propicio e como» , uno Jcsué desse victoria dos Mouros de AdVica. Para lemhiança de tudo se frz csie assento assignaclo por .'. Padie Gera! e dons Canciiiarios , IJ. Nicolau EscrÍTÍo do convento o fez en. o sohic dito dia meí e aono. V. Pedro Prior e Geral.

Ccii.mlHM; na imprensa &a íiniPfri.u-iiiííf. IGÍ2.

IV (!M. 7, Jankiuo 1842.

^3- Tenão-sc acabado o papel em que alr aqui se (cm publicado o ANTIQUA Rio = não se pôde. encontrar, apezar das diligencias, outro do mesmo formato : foi por tanto necessário empregar este , um pouco mais curto; mas as suas paginas tem a mcsuia quantidade de impressão , que as daqucUc.

ElRey d. Seuastiao. Agradecimento a' cidade db CuiMcnA.

vJ diz, vertMiloics, prdoiir.iddres , lioniés horn , e poiío (l.\ (Tidiide de Ciiiiidji-ii , Eu EI- Reij vos eiiviu iiiiiiitd saud.ir ag(ir;i nu- derfio iiTm nirlii de Fiiiiicisco Pereiíii de Saíi fidal- go de iniidia casa , pev que me conta do Smcorio, ijnc de Buarcos se nianilou jje<lir a essa llidade de (ioimlua a xv. deste niez de Agosto á niea noite, por se recear na (juelU TÍlla, (|ue nclla dcsenliarcasse a genlc de muitos navios (|ue se enlfio virão no mar, e pa- recião de Cossail•o^: \i cnuio sendo isto sahiilo nessa cidade se fez prestes com Iam grande pressa a gente no!)re, e povo delia , (]ue na mesma noite em duas horas se juntarão 200 de Cavale» , e mais de 3:o<>n limnés de pee a fora outra gentcí , (|ue com algús ile Cavalo eiáo ja passados a diante, e (jiie sendo elle Francisco pereira eleito porC'apitáo da ilita gente , e indo caminhando com dia , chegara recado de Buarcos , que aqueiles navios que vierão ter sobre a dita villa , não eráo de Iinigos, como se cuidava, e se íi/erâo na volta do mar: e que cotn o dito recado se tornarão todos pêra essa Cidade, onde chegarão antes que fosse nianháa c muito folguei de saber a vontade, e presteza com que se a dita gente fez prestes , e aJuntou pêra o tlito soccorro , em que mostrarão a lealdade, e exforço de bons portugueses, como de taes vassalos se deve esperar, e assi o podereis dizer de minha parta aas pessoas principaes , e de calidade , que forão no dito soccorro e que do que nelle fi- xerão, me ey por bem servido delles , e nisto tereis tal njodo , que venha a noticia do povo, e possa saber a satislarão e contentamento, que delle tenlio no snccesso deste caso. escuta em .Sijiar.i a x<j,j. D.igosto de i570. liEi ( Lííto de Cúrias e Piot/iiòeí ori^inaes da Camará de Coiíubra,)

Cauta bo I.npante D. Luiz hecommendando tim Estudante a' troteccXo dos

»

Fhaoes de Sancta Cnuz (1).

LEverendo Padre Prior c l'.ulres do Mosteiro de saneia Cruz de Coimbra ; bicronimo de brito tidalgo da rasa dei ncy meu Senhor e seu (lapela.) , me disse que ha annns que estuda nessa vniucrsidade . donde veeo a esta Corte a .ilrjuús negcx ios qtie se ofreceráo, e hora se torna a proscguir em seu estudo pêra o que lhe faltarão algúas ajudas que ate o presente teve como vos mais largamente informara; pollo que lhe conueni procurar algum gasalhado nessa casa ; sobre o que a Rainha miidia senhora uos escreue , E posto que a Carta de sualteza baslana pêra lho dardes, e ajudardes, eu por algúus respeitos vollo quis também encomendar; Muito prazer me fareis em o quererdes agasalhar nessa casa , e favorecer e ajudar no que poderdes , que terey disso contentainenlo , estrita em Lixboa a xvii de iunho de M.D.Liii Jnfinte Dom Luiz.

■'>

(O Cullecçao de Curtas o:ÍL'iiiaci da Curíorio de S.iiçla Cruz.

.4.

^/-

ÔjÍAn' dito' W'

<i/jt\òfe~ -f^itZ

<-, B

( 51 )

INSGRIPÇÂO.

!.• STEPITANUS

o.: MARTINI . SUA

3/ SPONiE . FECIT . HUNC

4." PORTALEM . ET{i)

5.' FRONTE . ERA . MILLESIMA . DUCENTESSIMA

6/ SJ*:PTIMA . ERA . MILLESIMA.

HiStevão Martins de sua livre vontade fez esta porta, e fron- tespicio. Era de iioy (anuo de 1169.) Era Millesima.

Inscripção que «tá no pórtico da Igreja de Sáo Salvador de Coimbra.

Fac-simile. N.* i." Asslgnatura d'F.l-I\ei D. JoSo I. copiada d^' uma carta com o theor de 26 capimU-s geiies das Cortes de Lisboa de i^i"], (Pcrgarninho'!í{.' !Si. da Cainnra de Cvinihra.J Dito N."' 1." e 3." figura das moedas Mouriscas de que trata o artigo == Z)í«Aezro achado no corn'ento de Santa Cruz. = Pa". 53.

(Continuação da lei da Lavoira de pag. 46).

Porém defendemos e mandamos que da qui adeante nS sofram nem consentam a ne- rhún q»ie aja ner.j traga geados seus nem doutrem se for lavrador ou no mantever lavoira ou for manceln» de lavrador que more com esse lavrador pcra o serviço da la- voira ou pêra guaida de seus gaadus ou doutras obras perteenccntes ao dito rnester da lavoira. E os que manieverem lavoira ou qiiescrem seer laviadorcs e lavrarem herdade sua ou diiutreui ou vivereui com esses lavradores ou que inantevereni lavoira per esse mester da lavoira como dito lie possam aver e tanger gaados quantos lliis comprirem e mester ouverem peia seus niautinientos e sostiniento de sas lavoiras a^uisadamenie sem pea e sem outro eadjargo. F. qualquer que do dia da publicaço desta nossa ordinhaijom a três meses ouver ou trouver gaados se lavrar e semear herdade se tempo e sazó for de lavoira e sementeira ou se tempo no for de lavrar e se obii^ar com caucom sufi- ciente peia lavrar e semear ao tempo ou sazom convenhavijl pêra elo filhando logo ou assignaando algliúa herdade que peia o primeiro tempo que se signir da iavoyra aja de lavrar, perca todo o gaado que (ihi endeanle touver o ouver e seja-Uii todo filhado pêra o Comum do logar hu esto acontecer. E qualquer que o acusar e mostrar aja pêra si o terço h esse gaado que assy for lilhaiK. por d.> Comum seja desbarado nem despeso sem nosso special mandado se nos lavores e obras das fortalezas e reparamentos desses logares.

(i; António Corllio Ghsco no livrinho intitulado = Conquista, antiymJade ele. de Coimbra , = traduzio a peguuda palavra da quarta linha por = et = seguimolo, mas i io afliançaraos fidelidade na sua traduccSo,

( 52 )

Dos SlCnCADOBE*.

Cti:i)() a nós ío<se (Icniinriailo per os Com t-llios e per ns inorrailores e per nulros inilijtcis (l;i nossa terra que tmiijlus iiieiíadores (lontras riarócs straiilias vivem e stani not nossos llegtios e som exemplos dos encii regos do Oomiiiii e do nosso seiviro c qtic pooem as mercadon.is e cousas que tra;^eui a este rcgno (mm qnal monta e (lual valia querem. E compram e mandam comprar per lodalas parles ilo liegno as (jue acliaiii na terra miilj rcletes. e tiram e levam as nossas moedas per.i foia dos nossos líegnos contra a nossa delesa c acrecentain em seus algos e requezas ([ue envyam pêra outras partes doutros Senliorios. E os niercaflorcs nossos naiuraaes que liam de sosteer os ditos encar- regos (lo nosso serviço e do Comum podem anlr'elles gaanlidr nem fazer sa prol. E como esto meesmo losse por vezes dito e denunciado nos Keis qne ante nos forom e jnostrado o dapno (jue por esto os do Uegno i'ecel)ian( e foi s()br'esto posto remédio. E sguai dando nos (jne ipianto comjire ao nosso stado e ao liem publico dos nossos sidi- geitos sceicm licos e abastados, (juc tanto niaijs devemos e somos tliendos de oolhar por prol dos nossos n.iliiraaes (pie dos slranlios o arredar aqtiello pertjne liiis pode secr em- hargr.do de l.izer sa prol e ;icreccntar em seus algos. Poiem (om consellio da nossa corle do Hante Dom Joiíam nosso Irmaao e do C.imdc Dom .loliauí Afomso e !'rior do flospilal e dos piclados e .Meesires da Cavalaria e dos outnjs íidalgos e Ci(lad.i.'ios da nossa terra que S(ibr'esto mandamos chamar : Ordiniiamos e mandamos e dcfcndcinos que nctiliúu mercador de fora dos nossos Regnos tonipre per ssij nem per outrem uí-idiúii avcr de peso nem coniesiiilio Salvo pêra seu n:antymeiito nem mo. da nem metal nem ncnliiia outra mercadoria em nenliúu logar dos nossos Uegiios for.i da Cidade de I ixboa vfm dem sciis (linheiíos a outros da no.ssa terra pêra comprarem ncnliúas mercadoiias fora da dila cidade. E dclendemos a lodidos no.ssos naiuraaes que íilhcm seus dinheiros nem outro seu aver per ncuhriu titolo ou fegura de nenliúu coinraiilo nem per outra maneira dengano pêra mercarem ou venderem fora da dita Cidade. Salvo vinhos ou fruyta ou sal que outorgamos que possam comprar no nosso llegTio do Algarve e nos outros portos e logares do nosso Regno em que he defeso per (3ostumy antigo pêra carregar e levar peta qualquer parte que qiieseicm. E se aalem (lesto fczerem ou contra esto forem per qualquer maneira esses mercadores percam lodo o que assy derem. E a quelle (jue lilliar dinheiros ou outro aver aos ditos mor( adores stianhos pêra mercar ou negociar em |)rol desses mercadores fora da dita cidade perca todolos hées (jue ouver e sejam pcra a coroa do Rcgno. E el moira porem. E mandamos (jne na dila cidade de Lixhoa e nos jiortos (hdla os ditos mercadores possam comprar (jiiaescjucr mercadoiias E empregar seus averes E os possam carregar e levar fora da nossa terra. Salvo aqucllrs averes e cousas que per nós e per os Reis nossos antecessores som defesas e vedadas que no sejam tiradas do Regno. E mandamos que aquelles que passareu» esto que per nos he defeso e ordinhado ou contra elo forem jiercam todolos hées que ouvcrem e Ihis forem achados no nosso Senhorio e sejam aplicados a nós. E os corpos stcm obligados pêra lliis seer stranhado com pea pela qual nossa meicee for. E m.inilamcis (|ue as JustiiMs e Vee- dores e Vereadores dos logares a guardem e façam com[.rir e aguardar todo esto que por nos 3(jui he ordinhado e deleso. E se o coutrairo fezerem ou em elo forem negli- genlcs que percam os ofícios e todolos bíes que ouverem , e sejam pêra a coroa do He- gno. Outro ssij mandamos aos nossos Meirinhos c corregedores que requeiram e sabham pola guisa qui fazem e comiirei» aqiiilio (jue Ihis per nos he mandado peia Ihis darem a pea sobredita se acharem (jue o aguardam ou em elo forem negligentes e nos faixam saber o que sobre todo obrarem c fezerem so pena dos ofícios e dos corpos.

( i;5 )

Dinheiro AciiAno em Sancta Cniz.

tlSilM o anuo de nosso Sciilicr J ISIJ CiiRisro de i->^l), Vfspora do nossa Sciilior.i di Ssiiinncío , SC acliou liuin ti.soiiro niiiito {^latidt; vn tstc inneslciío de Sancta cru?, em aquclla tone que esia pegad.i a casa ilo liniio do dilo luoeslL-iri» , E a escada per (jiu soLcin a dita loire coiuera ao pee delia, em o (jnaiiio ijiic r.i/.em as tniix"! em lio niti( Jesta escada, está liTia pedra muito alia que iiom lie t\» tajidaiie da outra de que a torre he fabricada. A qual |^edra atravessa este quanto de liiuiia torre á outra jicr a parte dr fora , F jiinti) dos mais altos sobrados, luz liiiina Sac.ida pêra fora ([ne a faz mui clara- niciile ser visl.i. Dcl>,ii\o d.i ponta desta |)e(lr'a fjiic está pêra inoulc rolo, pouco innnns de palmo F. meio, <l.i [>aiie de dentro da torre, está a buraipia cm tpic eslava este ti- souro. F liça liiima liada da ([uaiitaria antre eiia , F as traves do mais alto sobrado. Ifo qual tisoiiro at liou luim liomcm de vinte I', seis aiiiios per iioine cli.imaiio aleixo de íi- j;ueireilo , fillio de luiiii mino borges de molellos, o quiii alc'ixo de íi;;ueircdo foi criado do ilito moesteiro. F quando acliou este dinliciro , dciitio cii o dito iiioesleiro pousaua , F lio moesteiro lhe dava de comer (E lazia mitros bcciís) juiiUimunUí com outros colle- giaés com que elle foi , os em que se principiou o collej^io de todos os sanctos qne o dito moesteiro ora sostenta, l'^ ao tempo ipic se achou esic tisouro , esiaváo estes colle- giaei toilos dentro no moesteiro, porá este tempo (dado ([ue o dito colli-gio fos^ come- çado) nom ter recoliiimento, pêra os ilitos collcjjiaes iielle poderem pousar. O qual aleixo de figueiredo levou escondidamente todo e>le tisouro |iera fora do ilito moesteiro , E fazendo ilclie o ipie lhe aprazia foi desi liberto [ler liuiiia certa pessoa que o disse a cl líey nosso Seulioi «loin João .i. (jtie eu este teinjio cia rei de jioi togai , o (piai mandan- do sobre esto lazer diligeiília , aliiniousc per miint.is pessoas (jue de trinta ou quarenta mil cruzados que tinha este tisouro em moedas Iramezas F mouriscas, luim pode sua -alteza alcançar mais de ipiinze ou dcT.aseis mil d;is ditas moedas. porem lio prior F con- vento deste moesteiro .«.egueiu demamla sobre este tisouro (l)F prctenilem alcançar todo «;ste <linlieiro , por (segundo direito) todo pertencer a Jgieja do dito moesteiro. Quando *e neliou este tisouro, disse hum cónego do dito moesteiro que eia mui velho F anti"o per nome chamado dom alvaro F que tinha setenta annos de religiam, que ja com este sabia averem se achado trcs tisouros en» a dita torre, E outro cónego taiibem muito ve- lho e antigo que linha ciriquoeuta ânuos de religiam F se chamava ilom aiidie, dizia que non sabia averemse achados cm a dita torre mais de dous tisouros ; este (lue se a^ora achou E outro de que elle aiiula tevcra niuiti pirte das moedas en guarda sendo san- t;rist.'io, o qual tisouro achara hum cónego do dilo moesteiro sendo novo em a reli^iíio F. estando ajudando a liuma missa , o qual cónego elle ainda conheceo, F chamava .se .(oam das cellas. E segundo este cónego ilom andre dizia, avcria perto de noventa annos que esie João de cellas achara este tisouro ao pee da dila torre da jiarte do meio dia em huma capella que liy soia estar que se dizia de Sam vicente a qual se desfez cm o tempo da reformação E renovação do dito moesteiro E neste próprio lugar esta auira onlra cscad,! de pedra perquc lambem sobem a dita torre, E lio cano da agoa que vav a os tanques. As moedas que este tisouro tinha eram mouriscas, as moedas (jtic tinha este ti- souro que agora achou o dito aleixo de figueiredo, eram grande parte dciljs francesas, F liidiáo as armas dos reis de frança , frol de lis , E eram de dous íeis, dd lU-y pipiu. F «lei Heij lilippe segundo parecia per os letreiros que tinlião, os quães «liziaui. ///yy>,/y -r^- íía deirexjrancorum &. F pes.iva rada hnma quinhentos e dez reis de maudta que liuháo mais que liÚ cruzado, cento c .Icz reis. E as outras eram todas mnedns mouriscas F de ^\j^-^^-^iv^s^.u^XJn]^^ vinte reis , ctT.to E XX reis demais

(O Deo-se Scuieuca por El rei : o mustiho iiuo lioioc nada"! ""

( 54 )

Je um cruxaJo , E as outras tinhSo ametade deste peso. Eram as maiores destas moedas mouriscas , da grandeza em redoiulc», que sam estas duas que aqui abaixo estam pinta- das, E de cada parte tinlião letreiros em a lingua arábica mourisca , E deferemtes em os ditos hum do outro, os quães letreiros foram em lixboa comvertidos em a nossa lin- gua portugneia , per pesoas que bem sabiam a dita lingua mourisca, E sam estes que estam em estas duas que se aqui figuram , E per a ordem E do modo que nestas se mostra em a nossa lingua , estavam elles postos em as ditas zainas em a lingua arábica. (Cartório de Santa Cruz. Inventariuin Testamentorum ele. mais conhecido pelo nome de = Liyro Saneio, =

N/a.

A(i)

•§

Nome de Deus piedoso E

^ Dizei deus lie senhor de iodo se §' ^ nhorio , Si-n/iori" (taucm S o llie apraz , t tolhe Scnliori O ^ o a <]uer7i lhe apraz , e

^2 ,desi.'lima a quem lhe a S praz , « honra a quem ^ l/ie apraz com sua ^^ hein dita mão.

snap os mn vp japod q D

In

N/ 3.

A

Não ha vanecdor se não deus

5

E

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Omir escravo de deus

hyncefjilho domir dos mouros , Jitho

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destiiael JiUin de

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Tioohe, a quem deus

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cnderence efacti

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bem aventurado.

a

r

snsp opu as jopaousti py or>^ D

SIoMDEGO.

ÍSse rio , onti'nra táo decantado pelos nossos Poetas , o Mondego que trazia com suas aguas a fecundidade ás terras que banhava , hoje apiesenta lastimosos destroços de suas inclientes. Ha mais de trezentos setenta c oito annos, que a Camará de Coimbra antevia as ruínas que ora se lamentáo ; e que então começaváo a manifestar-se. Para obstar á continuação destes males, a Gamara recorreo ao Throno reclamando providen- cias, eo Senhor U. Alíonso V. Mandou publicar eni ii\6^ um Alvará (2) proliihindo as

(i) AsletrasA,B, C, D, E. indicão os logares que as palavras orcupão uo ongiuul , cluiid« tieliuente se tiráiSo as cópias que vem na cslampa sob os números i." e 1.°

(1) Anno íío iinsciniento de nosso ijeiílior JESLI ("hkisto , de mil! p quatro centos e saseentft e nove, Aos quatoizc dius do niez de Junho, em a cidade de Cujnbra . dentro na camura da Rtllarain , Seendu hi Alfijiiiso Paatz escudeiro vassallo dei rei e Juiz hordinaiio por o priuci[)e n.isso Senhor, cm essa ineesma perante ell, E mim Johani vaasquez escripvam da Gamara , pareceo lopo affomso mercador, e procprador Ceerall do concelho da dita cidade, E tíer, mostrar , leer, e pr(d>liqnar hiía carta do dito Senhor rrcy CJ- tripta em prugaminlio assignada per ell E selaada di> seu seello pendente de cera branca posto em fCta de '.lidias brancas , e cardas da qnaM o thcor lie este (pie se segue =: Dom Affonsso pela graça de Deus Rey ie Portugall , e do Algarve , e Síiihor de Cepta , e dalcaccr em Africa , A quantos esta Carta virem ffazemo» saber que , per os Ofliciaees , c homces hoos da cidade de CojnhiB nos ffoi ITcito recontacnento dizendo que o Kio de mondego era asi Inlnliiado dareea que com pequena cheea que vinha ffa/.ia grand:- dapno no campo da dita cidade , e no outro alaa monte mor; E is.'.o meesmo nos mBSteiros que á cerqua delia e^tam, V. nii arrabalde da dita cidade por » qjall razam mandamos lfa?cr huua estaqnada IntulUada peia tolUM- parle do dito dapno, que assv ffazia com grandes despesas, e <raliallios , que pouco prestarom. E qne |iera esto aver alguu Repairo lhe nam acbavSo se nani huu remédio que segundo a noticia que avu.ni ^c guardava nos tempos antigoos , que da dita cidade ataa Seca nenliiia pessoa de quallqner estado , e cond - çam que ffosse nom possesse fogo a bua legoa do dllo Rio em travez de búa parte e da outra : E per Cila maneira nom correria mais a areea ao dito ]!io. E a ijue cm ellc Jaz bira dando lugar aa augua , E uom se fera dapno tam magnjffesto como se ffaz ; Pedindo-nos por mcrcee que mandássemos ffazer poer a dita defíessa cora certa pena peia a dita cidade. E lhe déssemos Jurdiçam que todos os que ua dita pena encor-

luelmaJa, na distanciu ilt> uma legoa , e.n an.l.as ns margens ,l<. Mon.lt-o, ilcs.lo «Jon,.. Ijia at.' Cea. Porém a execução (leste Alvará, rom o tempo, <au. cm .les.isn. Os Agricul- tores cohlcósos de colheitas almiulantes , iiiielmáráo , lotcdráu , e cultivarão um terreno, ,.„, eujo seio eiicontravrir. a sua teliciclade. As eluivas, e as enxurradas , achando a terra solta, leváváo, com a primeira corrente, a porção vegetal , c nutritiva, e depois as áreas as precipitarem no rio. F. cpie vemos hoje? Um dos melhores campos de Portugal cm .rr.inde parte col.ert.. de áreas; ruiua que se tem estendido a todos os terrenos adjacentes ao Mondego desde Cuind.ra ale á Figueira. De lodos os lados os estragos das cheas des- perláo a auencão dos observadores , c lhes fa/.em descobrir no luturo males ainda maio- res. A agoa diminue em proporção do augmento da arca; esta conti.ina a amontoar-se progressivamente, e irará com o seu a.igmcnto a total perda dessa delitd.ada navega- .■áo° que ainda resta: e a comulota su!)mersu) dx mais sumptuosa ponte do Reino.

Corre entre o povo de Coimbra , e visiidianças nina noticia iradicioual, de que sobre a primeira poale se ediíieárão duas , scudo a terceira essa que ainda se : a ser bem fundada esta noticia , é evidente que o Mondego, em tempos remol..s , era muito fundo, e então, iiTo aduiir,. que nos primeiros séculos da Monarquia, armadas de tostas, e gales subissem (L-sde a loz do Mondego até Coiud.ra (i). Desejosos de perscrutar o rm.damcnlo daquella Iradição , que a roda dos tempos vai passando de geração em geração ; cônsul

i-íMcn noclcísem seer cltarlos , E dcinandadoj perante os Juizes (la dita cidade pêra aqii.lle , on aquelles .i quem coinetessc.n ., dilo carrego pêra se nosso iiKu.did.i melhor guard.u K nós visto sseu lequei iii.unto , £. <pieie.ido rc.nedi.u- o dito d.ipoo, que somos rcito que lie muy grau.le IVeuu.s por 1»^^'" '- '"andamos qu.- i.enliui pcsM.a de qualqnei- estado, o condicvn que seja nom ponha ffogo des a dita Cidaile ataa a dita »ill,i deSee.i >• lina le^ .a d.> dito Kioem tiavé/.. K qu dq.ie. que o conl.auo Kezer pague de pena null lei,, A sal.cr. a meetade pêra a dita cidade, E a outra meelade peia .pieu. lio acnssar. L mandamos sul) a dita pena aosJui/.>.-s e Jnstlc.s d. ri, ta cidade, vilUs , e lugares do dito termlio em que asy poemos a dita .Ic- fessa qne tanto que o< dito» ftojjos ffoiem postos lo-o lireni Inqnir.çan. com tal diligi-iicia q.ie possam sa ipr quem os ditos ffogos po/. por esto aver lU/.am de se mjlli -v gu.idai , e exuqntar. V. damos poder aos Ulli- claaes da <liia cidade que elles possam pi.er pessoas , que siutirem que o mjllior ffaiam qnr ssailiam parir dos que asy encorrein uas ditas penas . K os poss.im cilnr perante os nossos Juir.es da diti cidade. Aos rpiaaes inanrlauitis'que tomem dell-j c.mliecimentn e dein cm ello desemliargo como arliarem rpie lie direito ; man- damos rlai- aa exucucam t..do o que per elles ffor julgado , ond>! quei- que as partes to. em inorarloras pn.Mo qliosseii fr.ir.i de sua Jnridiçam; dando de .seu juir./ , K coudcpnaçoões apt-laçam e agravo aas ditas parles <(ue o ll.-rpiererem nos c.issos qne o direito ont >rg i. K esta Juridiçain d.inios aos Jin/.es da dita cidade , nas Ultras vlllas, e lufares ITira de seu tennlin por agora em quanto n.issa merece flor. ataa -veermos como Imssain dell.i . e sintirrnos sse o fla/.em como devem 1'orem inaiid imos a tod.iUos nossos CorregedoujS , Juizes e Jnitii;as , e a qnaesqiier pessoas a quem esto pei teencer que Ifaçam asi esto conipiir , E guarilar secundo per nos he maodid i , e termin.ulo ssani outro eiihargo qm.' a ello ponham Os (lilos Ofnciaaea fia- ram logo pohliquar em a dita cidade, E em nas iiuiii« villas, e lugares ntaa ao da dila viU.i rle -Seca a quem esto perteencer .•\os qu.iaes mandamos que o ÍTatauí loj;o apregoar pêra todos sei em ein conhecimento ria dila dfffessa , E nom alegarem ao despois luirauciá. daria em a villa de tentugall XXii dias de Setenhio irjrliigne annes a ffez. Anlio rle nosso Senhor JliSU.-j CiiRisTO de mill e qnalro centos e saseenla c quatro. = I". apresentada, e pidjliquada asi a dita carta ao dito Jniz ; O dilo lopo alToinso procurador disse . qur por quinto Joh im vaisipie/. de inello esenrleiro moratlor na dita ciilarle a qnem lie comiliilo o carrego di-sto I?equerer, c demaiid ir e dar a exucurain . compre gne vaa pêra aa* villas , e togares do termlio em qne a <iila deflesa lie posta a coinprir o mindado do dito Senhor, E levando o originall Se poderia perder , ou iles- frau.l ir per algum cajan ou casso de furto , angui . uu ffogo , ou per algnm outro modo , pedir) ao dito Jui/. que com su i autoridaile h ir liu iria lhe mandasse dar o IrcUarlo ecn |iii!ii ira fLirina pira o dito Joliam vaaí pie/, aver de levar: E per elle ftazer certo ria dila delfessa , e podiM- ipie lhe peia ello lie d.ulo. E o dilo íiiir. , vista a dita carta assignad.i per o ililo Senhor , E secllad.i d > sseu sello , E criiiio iiao éra horraíU nem llespaii.-.ida , Intreliih id.i , ne n eiu parle alguma suspeita, Imp.)/. sua iiutoridade hordinaria amj dito escripv/.n que lhe d ;sse o trellad o delia cm puliiica ffornia, A qnall lhe en dey sub sen slgnall . c sseallo da dita cidarle , com os quaes niand m , que vallesse , e flezesse Ir: i orno o próprio originall. Dante em a dita cidade, dia, me/. , auno .suío escriplo. Pagou XX reis. CP-ih'"'"'"^^" '"^ ■" 7" '^'^ <''""""■'' ''* Coimbra )

(O Em quanto a Corte esteve em Colmlira, pela foz do Mondegrj salii.io as armadas di' fustas, e Snlcs; íçspois que se gaulnu Lislioa , nesta cidade , pela maior commodiílade se fobritárâo as frotas , e erlilici- râo trecenas para ni.Tteriaes delias.

No l.iral que o IMestre do TempI > D.Guildim Paòz dco aos moradores de Pumlnl . qnanrlo povoo iqnella villa , e edificou o Castell > , urdena que todos aquellcs que fossem obrigados á Justi<;a , para satis- arío de ferimentos fossem condemnados ás fustas conhlrme ao coslniiie antigo de Ciómlira. ^ Fro omries ^ciUas qiias saíisfacere deliet , iiiiret in fnsíam , secundam vetercm usiim CaUmbiiae. = .Sigual de qne havia le tempos anlig is Instas no Mondego , e piide ser qne chegassem Mc Coimbra , por nSo estar t.ío espraia- lo , e areido aqoelle rio conir. r> vemos hoje ; que abaixo mais perlo do mar teve sempre bom surgidouro. yirandão , Moiiarch. Ltnit, p, 5.»)

( 56 )

táinns OS P.ilrinrdias ila hisioria p;iiii:i, entre ellcs o Continuador (Ia Monarchia Lusitanx Fr. llíiLicl (If Jesus , parece satisL/er, em p;irte, a nossus desejos.

PoriTB DE Coimbra.

O dito Fr. Rafael, fundado em conjecturas judiciosas, diz, qne Attaces fundara t l)rinRÍra punte de (^íjindna ; e cnie o Seidior D, Affoiíso Henriques vendo-a afobada nas arcas , mandara construir outra S(d)rc acpiclla. A necessidade fpic o Senhor D. AHonso Primeiro reconlseceo de uma ponte sobie o Mondego , se devia ter feito sentir »os outros Sol)eranos, que de tempos mais remotos linliáo Senhoreado a Lusitana ; e é muito provável que Attaces fundando a nova í^oiínljra de caminho lhe ajuntasse uma ponte; fabrica que llie nào era difíicil : porque levauilo o rio seu leito mui fundo, ilevia ser mais estreito ; e então poucos arcos, o talvez nm só, pndesse tocai- andjas as margens. O mesmo D. lUiiae! , para ahono d,i siia opinião, aptoveila-.se , mas com pouca fortuna , de uma pedra que no anno tic iC)%6 se enconliou na volta de um dos arcos da ponte fundada no reinadn do Setdi')r D. Alíonso Primeiro (i). Nesta pedra estavão toscanienlc esculpiílas três imaijen.s misteriosas , JhSUS Crniilicado, N. Senhoiia, e São João Evan- jelista. File, depiiis de confrontar as iniperfeii óes desLi pei^a com os monumentos do lilseultnra d<is últimos tempos dos Ilouianos, e mesmo com os (jne se ohráráo no reinado do Senhor D. Alfonso Hciiiiques , conclue , que aquellas effigies , nem eráo anteriores á inveisao tios Baibaros, nem posteriores á fundação da Monarchia Fortugueza : c conje- ctura qne a pedra tendo sido encontrada na ponte d'Attaces, fora pelo Senhor D. Affonso mandada Iraiistcrir para o logar em que se encontroa; c isto por alguns motivos de zelo Calliolico , e veneração á antiguidade.

Houvesse ou não ponte em Goimhra antes da fundação da Monarquia, sabe-se que o Senhor D. Alfonso Henriques mandou edificar uina no anno de ii3a. Fsta terminava j)rovavelmeiite no arco oitavo, onde estão as esferas, a contar da cidade: porém, com o volver dos annos , as arèas a forcio alagando, até que no de i5i3, talvez lhe accrescen- tassem os pegões, e sobre ellcs formassem outros arcos (?) tornando-a assim mais eleva- da , e menos sujeita a ser saltada pelas enchentes do rio. A outra porção que corre desde o arco das esferas até ao fim delia , junto ao antigo Convento de Santa Clara, foi toda obra nova do Senhor U. Manoel. Sua arcada era tão alta ainda nos tempos próximos ao século dezoito , que os barcos podiúo desafogadamente passar d vella de uma parte para a outra.

Na'a poderia melhor esclarecer-nos a respeito da historia da ponte do que a inscri- pção iu> I. ' numero do Ai liquaiio, se a lalla dos l.>cacs, qne ella designa , a náo torn»sse «onlusa. !Nós insistiremos subrc este oI)jl'<-io, na esperança de que o rico archivo da Ga- mara nos fornecerá docunieuttis , com (pie de futuro possamos mais circunstanciada- mente fallar da ponte de Coimbra.

(i) " liiHiii de uin.is <\isas jijiila» á Porlapeni (liiije eslalafjeni) cjnlz no oiiuo de i65fi fazer certa ohra

quliilal (IciSd iiropiiedailp , que tic »;iii« pajle luc a d .Miiii(ltf;i) , e i\a ouliacom » ponlc Hriíicipiirão •»

Oj rraiiiis a aluir i>s alireiccs , e dei fio roíti tuii li.jo nliilliadi) de lixo, e terra solta : forãi) buscando a « «nliJa rm tanta aliui a , qne ilesculii irão o arco de hum poria , pela qii.il se entrava para a ponte anllga : . desi libertas dnas hraças delia, i lieyariSo ao IímI «la ciinente (pie a};ora lerão as agoas do Mondego,

(em i(i8')) c pararão Solire a volta do ,iico vii.ão unia pedia enilinlida na olira , e nclla esenlpidn nm» . imagem de Chuisto Crucificado , de relevo, com dons palmos de alio ; e da mesma tallia, e meilida a ligiira - da Senhora de unia pai te . e a do Kvangelisla da outin ('oní voz de maravilha se publicou pjir

. toda a leira a novidade: roín a de misteiio a \io . e examinou o l.iípo de Cí.imbra 1). I'r. Ah aro de S»f» I Boaventura . . . pcimiltiiido qne a vciifiação levannute altar uo vão tlcscobeito do arro (*), e nelle ceie"' a « o cap 'llío da cíisa Missa quotidiana qne estão obi ijj rios a mandar ili/er os possuidores da herdade. ; D Bfífficl Jr Jestifi f lilvrmrquia l.iisilann paite 7.»\

(3) Afogou a pi nic vellia que Kl l\ei D. Affonso Ileniiqiiej , no anno de \\'ii , começou a fabricar, e nova que Elftei D. Manoel, no anno de i5l,'? , sobre lUa levantou, o arco, ipie esta mais descuberto. uao so!^r( j.i qne um barco passe por elle como passava á vella fHist. Síinfnn , (um. t." por Fr. Manoel da Esperanai

(') Ainda se unia porção do arco da ]iorta da capella no dito quintal; o resto acha-se eutulbado.

CoimDra; nu 2mprfiiôa ^a Uimini<ipoí>r, J812,

I

I

Fevereiro 18124

■^ÍíSniic os miiitds (Incnrrrentos , qiio jiizcm na obsciiruladc dos Arcliivos, e (iiie até lioje iifio tom chegado ao coiitiocimeiíto do l'iiblico , por meio ilalm- iirciisa, por certo, (jiio iim destes é o crr « l:".statiUo da Collen;iada de São Pe- dro de Coitnbra. » = A boa ordem, que se observa iia (livisão dos artigos , a clareza com (jiie estes se aebâo redigidos, c a pro[)riedad(' da linguagem , (juc se pôde dizer apurada, <e a compararmos com a cjue ger;dmci)te se encontra nos escriptos do meado do século i4.°, tornão reconnncndavel este docu- mento.

Por aquelie tempo, a pesle linlia devorado , no curto espaço de um mcz ,' todos os líenelici.idos da Collcgiad.i; a igreja desíructava rendas abiuidanies, e os Fieis com suas oííertas tornavfio os bcneíicios ainda mais [)ingues: a esta Ks[:osa rica, e ortáa de seus íliiiistros , logo se olferecèráo pcrtendentes , c a C.ollegiada foi , de prompto , novamente proviíla. Porém os seus membros, como bos[)tdes em casa allieia, nem sabião os costumes, que servião de lei aos an- tigos Padres, nem liuliÚo regulamento cscripto, qu-e os dirigisse no desempe- iilio de suas obrigações, nem na aiiministração de sctis bens: a necessidade lhes abrio caminho: unanimemente concordarão em se íazer um Estatuto, onde cad i um visse prescriptos seus encargos, c a recompensa de seus traba- liios.

Offerecemos neste numero um Fac símile dos caracteres do mcsuio documento; com a addicçTio de algumas abbreviattnas , usadas ndle, e na maior |)arte dos originaes daquelle tempo.

CossTiTiçíir.s DK SxM Pedro. Phokmio. (i)

■•«á.V nnmo <lc deus ame. Porque eii o armo da Era du itiil , c trezentos , e oTtccntn e sex annos (íiono de i348) veo a pestilência, (2) e a morteidadc de <ic>(>i- de lavadigas per todo o nunido taiii grande que noiíi litoii lii viva a di/inia dos liomêes , o nioiliei-es qce «■ntoin hi avia. E cii o dito anuo tnorreroni o Priol , e Ciianlre , e todi)S os Racoeyros da iMgroja de Sam Pedro da Ahnidinlia de C.iiiijjra, luitios depôs outu^s todos en lunx niez. K nos Pcdr'anncs Priol, c Lourenço Afonso chantre ,€ Lourenço aunes, e Lourenço Do- nuiigues rraioeiros da dita Figreja fomos todos Iii rrcados , e hcucficiados novamente en o dito tuí,/. liuús depôs otitros, c Ttoni saliyanios o custonie d-i dita Eii^rcja, nem como sse soyain de partir os heens , o fruídos , e direitos dela untre os Racoeyros fiue lii fo- ram ante nos. Poieiu nos todos eu coneordia juntados en cahidoo en a dita nos^a Eigreja pêra as cousas tpio sse adeante seguem , e de nosso praiimeuto , c cojisintnnento , e ou-

(Continúa adiante n paí^. (So.,'

li) A lct!.« das ruluicas í eiicarnuila.

(í) A niargem do documeiuo , se aciía esrripta , rm letra não ião aiuiga , ccir.o a do original , cata «lot.i = tiUo as ditas livandi^as yw/xfl rjiie constava tk duos incitares , LU de hici [.a;:c, c cttnc dn culta , *«^ tl!ia'.i;ns, Jituto «os Oraios , i- rasverrilhas.-=z ' ' ~

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( 59 )

8^ INSGRXPÇÂO. (I)

,.» CHRISTOVAO

2/ 1747

3,' ANNO . DOMIM . MILLESSIMO . SEPTINGEN-

Ti:SlM() . QUADRAGÉSIMO . SEPTIMO

4/ DirJMO . DIE . AUGUSTI . IN . KEFO-

5.' RMATIONE . HUJUS . S-

0.; AJNCRISTIAE . EUIT . INV-

7.' ENTA . INSGRÍPTIO . IN-

8/ FRA . POSITA . SUPER . SE-

9/ PULTURAM . DOMNI . lOANNIS.

10; DUODÉCIMO . CALENDAS . JANUAPJI . ORIIT

11/ DOMNUS . JOANNES . PATER . SANCTI

11.' ClirJSTOFORI . PRESRYTER . ERA . MILLESI-

MA . DUCENTESIMA . SEPTIMA 1 3.= REQUIESCAT . IN , PACE. AMEN.

J Ela oc( asião da reforma desta Sacristia , encontrou-se no dia 10 d'Agosto do anno do Senhor de 1747? sobre a sepul- tura de D. João, a inscripção abaixo posta.

No dia 12 antes das Calendas de Janeiro (21 de Dezembro) finou-se D. João Pai , Presbytero da Collegiada de São Christovão. Era de 1207 (Anno 1169) sua alma descauce em paz, Amen.

(1) j4clia-se embebida na parede, por cima da porta da Sacristia da abandonada Igreja de São Christovão de Coimbra.

( 60 )

fC.Dntiniindn da pns^. :")-.] tcwgamenlo , e di; nossas ln,i<;, livres vooiíiaílus , |)iir nos . c por íoilos nossos siicrossores,, e en nome nosso , e ilc todos nossos suoccssoru.s l.r/.cinos nossas consiiii.-óes jurailas per nos aos Sani;tos Evangellios (|ne taacs som. = I^i inieiíanjcnie.

1.° De cUeccione vel provisione prebendai um ac poirionttm.

Stabelecenios , cj.ueremos, mandamos, e outorgainns , que tjiiJUido xa^ar, o cada mie van^ar en a dita nossa Eigreja o Priorado, on o Chantrado , on algâa Ilaroin (jue sejatn cliamados, e citados per carta seehuia do nosso scelo todos os llaçoeyros da diia nossa l"'i» greja , que forem en no reino de Portugal, e cada liúns delles, (jue vcidiani per si , ou ))er seus procuradores a eleger ala certo dia aa dita nossa If.igreja em (-al)ido com os ou- tros que hi esteverein presentes pêra proveereni daíjuclle Ijencfií io que lii vagar ; (juer seja o beneficio do Priorado, quer do Chantrado, cjuer de Hiiron». se lii per outra guissa, for proveudo dalgúu beneficio, senom comino dito he, (jneremos que a dita provisom , e colarom , nom valha, nem seja cslavel , nem liii dum- parte dos fruictos da dita nossa Eigreja daquelle a quem per outra guisa for iii provehudo.

11. Que Proviiio est vaVitura.

Item = Stabelecemos , queremos, e outorgamos , que sse alguns pêra es'o forem ci» taJos como dito lie , e nom quiserem vijr nem enviar seu procuradoí' jiera a dita enh- com , ou colacom aa quelle dia que Ihis for assinado , <juo os que hi forem presentes naquelle dia possam enleger, e proveer do beneficio que for vago, e que ta! enliçom , o nroviioiu , e coUaçom seja firme, e estável pêra senipre.

lil. Qualiter et cai dehet Prior conjirmnro porciones.

Item = Stabellecemos , queremos, e outorgamos , (juo o I''ii(il da <lita nossa Eigreja nom seja poderoso, de confirmar beneficio nunlu'ni que vague en adita nossa Eigvej* ata que todos os Uaçoeyrns delia ou a mayor e a niillior parte delles coucordeui junta- mente eu a pessoa que enllegerem e escolherem pêra o l)oncficio que for vago. E se esse Priol per outra guisa confirniar o dito heueficio , tal coníirmaçom seja nenhõa , c nam valha Uem , nem Ihi dem os fruictos do hencficio a quelle a quem o asi confirn:.tr.

1111. Quando et quo tempore dchctjleri Prefie/idarius,

Item = Stabellecemos , queremos , e outorgamos que en dia de Sani Pedro do mOK de Tunhu seja per nói, e per todos nossos soccessores, posto na dita nossa Eigreja cada auno hóu Prioste , e que todos os que forem na dita Cidade de Coimlna sáaos vaam na prima dita nossa Eigreja, e Cabidoo pêra escolherem, e fazerem o dito Prioste, e para rreceberem conto, e recado do Prioste do anuo passado, E aqnclles (pie a esto liy vee- rem en no dito dia , o os que joverem doentes en na dita villa que iii nom poderem vijr, p.irtan) , e ajam antre si todoo residoo que sobejar do anuo passado , também do pata carne do vinho conme dos dinheiros cónie de todos os fruictos da dila nossa Eigreja.

V. Quis dal/et rreccipere frttctos ecciesie vel non et c^itepena dehéntur contrarium

facicntiíius.

liem = Stabelecemos , queremos , mandamos, e outorgamos que o dito Prioste que asi per nos tor feito. Receba, procure, apanhe, e a guarde todos os fruictos novos , rendas, e decreto? nossos , e da dita nossa.Eigreja , fi nom outrem. E que os distiibuíj , e os parta segundo deus, e ssa conciencia , e per juramento ante nos , e todos nossos sue-, «essorcõ seguado o merecer cada liúu , e segundo he couliudo , cu nas conslilições auean.

( Gl )

te scripU», (' se llic cmle algúu de- min, ou <!f noss.is soccossoros filli.ir , oii L'iil)iirgnr ;il- yfiii ii-iii sem sfii iiiaiiílidii, (ui iiniii:i .«,.1;» voiit.ido , iiiic [hmc.i |)»ieiii a sua laijoiíi |)ou liúii me/, dl' i(>(li>s os Iniicios , i- dirriíds di.v.i iiiis>.i Kii;rfja , c jieile de mais a nós, o au dili) nosso Priosle cn doljio lodo aijiiollo (nic ll|i a>sl íilliar ou cmliari^ai-: e o dilo nosso l'iioslc suja podfníÃO du llif i ii'Il'i.'|- iw> Ti iiiftos <la <lita soa i\.i<;oni do ililo niL'/. , de ia jironiia aiitorldailo , e du ni.iyor tonipi) se foiípiir [lola dila (>;;a.

VI. fh' Diitnlmcíiiih: pniiis.

llciij = Stalielliíccinos^ queremos, c outo^^^^Ul(>s (juu o dito nosw Prioíie, a rada liúu ssa laroni d(í pievcnda pii' Indo o anuo do cada dia , dcs piinio dia di' Jiillio ndcan- U' , pira lodo stMn|ii'c' liúu nicvo alijiicvre de pain : F. rotiiccc a dar |iiiti:L'ii anuiile o tri- go liiillioi' do Ccdleito , c de si ossjjuicos , c si a (•c'\/ula , e si o ((.'uti-io , e ilè si o inillio: o dcs (]iu! lii pam notn ouvcr , luiu solilu en dinheiros do pruvenda a tad* Uúa raçoni d^; ctiUii dia paio dito paia.

Vil. pe i/iiíriKurione viiii.

ItíTH = Stalieleccinos , mandamos, e oiitorijanios , í|iio oulro »i cníía rarom (io- de cada dia , des primo dia du Sotend)ro adeaiite pina tculo st-ninre per todo o anuo luM lueja de viiilio, pola mediíla iljreela de CoimLia cu (jiianto durar o vinho cn as a(h'i;as nossas (hí (3oinihra , e dahii.-iilages (1) : e des ipic hi vinho noiu «uver, du h-úu siddiv de prevenda puU) dito viidio (h: lada dia a cada húa inçoín»

VIU. l)c Dlstiihucione OUey.

irem = Siahelleecmos, ninndamos , e oulorf^anios , ([ue ih** outro si a rada húa raronv. de prevenda uii cada liúa .... des primo dia de dezenhro adeautc jier lodo o anno po;;v todo o senpre liúa oylava da/oite pcra corulito pela medida (hi dila cidade en quanto du» rar o a/.eite na nossa adcíjua : o dos quo lii iiom ou\cc azeito , a < aiia húa raeoiix dô: prevenda , ihuis dinlieiros de i'ail.> dia polo dito azeite.

!..* IX. QUIS ttEUIiT rERGIPERB yUUGlUS PERBEKDE VEL KON

->." ITEM STABELECEMOS, QliEREMOS , MANDAMOS, E

li." OUTOUGAMOS, QEE DA QUESTE PAM, E VINHO, E AZEYTE

4." ]■: DIMlElllOS mi PUEVEMJA SlISSO DITOS, NOM A.IAM REM OS

5." ABSENTES;. SALVO SE JOIJVEIVEM DOENTES EN A DITA CIDA-

()." DE DE COIMBRA, OU SE OUVEREM GRAÇA DE DIREITO,

;.* OU PER NOS; OU SSE ESTEVEREM EN ESTUDO, QUIA CENE,

8." riClUISl NON DATUR NISI PROPTER OEEICIUM.

(Continuar •sc-hd.)

C.inT,! nTt-RFT D. HíisniQi^F. , fm quk i-AnTicirA \' Gamara pb CntMnR.t A won.re DO Senhor D. SebastjXo , e a peuda do exkiicitq em Africa^

U El-Rey vos envio muito .saudar. Aprouve a Nosso Senlior Itívar pcra sy o Seidiof Bcy me.u Sohrlnho , do fjue tenho nquulla dor , e fcniinienio n ijue me obriga tinuaiduv perda , como Im a de sua ppssoa , e a do seu exoreito pelas muitas e [grandes lazòc* quô- ha para a eu sempre sentir. Foi grande castigo de Nosso Seidioi' por nos.íos grandy> pec» cados. Devemos pòr os olhos relia , e na sua infinita misericórdia , o trnhallinr deo apia-

i_i) Almal.Tgucz , Povoaçiío perto du Coimbra.

( GO )

car. E esta lic a pnmeira cousa em que entendo quanto me lie possível. E assi no que cumpre a estes reinos pela obrigação em que me Nosso Senhor tem poslo de Rey Jeiles que com sua ajuda e favor espero reger, e governar, (ainda que com muito trahallio meu) da maneita que convém ao lu-m de meus povos, a quem desejo ilar toda a consola- çam que eu puder. O ijtie me pareceo deverdes saber per esta minlia carta; e dizer-vos também uídla que prazendo a Nosso Scrdior determino de muito cedo cbaniar a Cortes. Pelo que vos encomendo que tenliaes prestes vossos Procuradores , e lendiraneas para mos enviardes tanto que para isso tiverdes outro recado amen. Escritta em Lisboa aos V. de Setembro de iSjS. IlEY. fLií'. i." de Canas orií^inacs ctc. da Camará de Coimbra.)

a.J>^S.Si r~

A.NTiCA Legislação Académica.

<£^ aluuiiiancia dos Privilégios , Regalias, e Lsenções, que o fundador da Universidade de Coiiubr.i , jirtxligaliiou aos Académicos, são monumentos incontestáveis do empe- nho com que o Hei Pai da Pátria convidava a mocidade aos estudos; e do ferveroso cui- dado com que promovia a illustração dos seus povos. Como Pai carinhoso , e providente D. Diniz amava os Alamn(..s dn Athenas Portngueza , nascida debaixo de seus auspícios, não como a súbditos, nins como a filhos, e (ilhos caros. Este sábio Rei , seu fdho , D. Pedro L , D. Eernando , e o grande D. João L tanto protegerão o aproveitamento da mocidade Académica , que nada escapava ao seu cuidado para que os estudantes gozas- sem de todas as comniodidades necessárias ao progresso litte.-ario.

Tocaremos de passagem , o que se ofíerece de mais notável na legislação Académica desde os Estatutos do Seuiior D. Diniz até ao nwiiado do Scidutr D. João L

Quer o Estudante transitasse da casa paterna para a Universidade, quer desta para aquella , ]).)dia livremente transportar, de qualquer parte do reino , por terra , ou por agua , seus filhos, creados, trastes, e cavalgaduras, sem pagar Portagem , ou algum ou- tro Imposto (i).

Chegados d Universidade, não tinháo os Estudantes o incommodo de procurar ca- sas, nem o dissabor de pagar um aluguer, que ellas uáo merecessem; tudo estava pro- vidcMciadii (2). As casas que luivião de servir para a Academia erão registad.is , e taxados os seus alugueis por quatro louvados de eleição atmual, dous por parte da Camará, e dous por parte da Universidade (3).

(i) Veriiiii , cisdem Scliiilai ibuí , diixiiiuis coiiL-edeiídum , iil iiostrum stiidiutn |n>çsii)t ■, et de ip^o , per tcrr.!!!! , vel aqiiam lihfi e lecedeie , al(jiic vcnire , cuni suis eqiiilauuls , libcris , faiiiiills, et .sii|ii>i'lle- ctilibus , il quod in (juacuiiijiie parle regaiiniin niistroniiii , praeiuissis occasioiíibiis , iiiliil ab eis iiotnine pedagli, vel exaclionis cujuslibet, e\lgauir , vel etinin i cqniratiir.

(a) Preierea relato audiviínus lide digno , quod iii iioiiuullis locis , ubl est exercitium sttidioruin , per liabitatores eorundem locorum, difGcidtates nou iiiiiiiinae , iii conducciídis dornibus , ingeruiilur , \\i nifjde- latiiin sallarinin , vel preciuni loealiunis, iiuiic a Sibolaribiis e)iii;PiKlo; sed quia eoruiu est specialilrr nusc- renduTii , qui amore scientiae facli exides, de divilibus pauperes seinelipsos eJíiiianiunl , ideo spcci.ileni qiio- rundam locoruiii laudabilem coiisuctiidiíiem ad uoslium stiidiuin piorogantes providiiinis rej,':'!! oídiriaUO- ne in ]ieipeUiuin valitura , iit dtio 1'roceies iioslri Colimbiieiísis Cuncilio , et duo Si bolares ejusdft) iiunci sitatls idonei , aunis lingulis, eligautur , de quorum consensu , vel inajotis partis eorundem bospii 1 1. xentur , etc.

(3) Os primeiros Estatutos impressos da UniTersidade (e<Iicrão de iSgS), no I..' 2.° niandiío que, este» quatro arblti.is lavem de três em três annos os alugueres das casas, que bouverem de ser dadas ao lieitor, Lentes , Esiudaules , ofíiciaes , c mais pessoas da Universidade. Vinte dias antes que os Taxadoics prmci- piasscm os seus traballios , avisávão-se os cidadãos por meio de um Anuuucio alílxado na porta das l.scbo- ^.is; decorrido esse espaço, um pregão poblicava ua rua , ou bairro a visita que os Taxailoics ahi liaviao de ir fdzer no dia seguiute^

( 03 )

Um (los iliri-itDS mais exccUfiites , (|iie se póilu rniicc(l('i- a (1u,i1i|ih r sociciliule , t- , Siiiii (hivi.la , ti «1.1 cleitáo do seu ilicii-: <> Sunlu.r D. Diiii/. nfu. ie.seiv<iu |.:iia si esta at- liil)UÍi-iK), conoetitío-a a sua rcceiu-iiascida Aiailciiiia. líifio por tanto ila c-leiçrio tlesla o lioitor, os Cniiseliíeiros , o líedel , e os m.iis Kiiipicgados : assim como a faculdade de ÍAínv os seus estatutos cpie taiuljeni liie foi concedida (4}-

O Seidior 1). Diiiií, para ([ue a liiiivcrsi.lade gozasse de um mercado al)iindanle, taml)em dutciniiiiou nos seus listattitos, que os mantimentos conduzidos de (iiialipicr paiie do reino nara serem vendidos a Acailemia , fossem exceptuados de todas as conlri- buições (5).

Além desta isençái) de tril)utos para os viveres , contava a Academia , Açougue, Pa- deiras, Vinhateiros , Almotaceis etc. seus privilejji.idos (ti).

Apezar de providencias tão acertadas para os Académicos viverem cm aluindancia^ limitas vezes escaeeaváo os mantiinentos no mercado; e algumas jirivnioes se sodièiilo. A Universidade representou esta l.iita ao Senlior D. Pedro l., o qual por Decreto de 19 dOutuhro de i3j8, deterc.nnuu que, todoS os comesliveis chegados a Coimbra , com destino H venda , fossem logo retíiettidos ao mercado do Bairro Alto (7).

Knlrc outras queixas, que a Academia nessa mesma orcasião enviou ao tlirono , foi uma , a da falta ile creados para servirem os Estudantes. A esta queixa respon<leo F.l-Uei iior estes termos « y4 vos Alvazis, e C('tiscif.'ador , lhes fazeda dar aguisadaiiiciile dos scr- íidorcs que Id houver , por seus pmços , e soldadas aguisadas, oqucUes que lhes coiipn- rcm , seí(undo as pessoas que Jorcni.

Podiáo os Estudantes, e os seus creados andar de noute , sem pena de piisío, com tanto que trousessem luz (8).

O Esciivâo il.is taixas tiulia um livro de registo das casas com a declaração Ái sua localidade, aluííiicr, e cnnimoJidades ele. O Reitor possuia uma cóiila deste livro , par» , á vista delle , mandar dar Casas a aL cuiu Lente, Míliulani-í ou Privilegiado ípie lhas pedisse , vendo fjuc erao convenientes para essas pessoas,

O Reitor podia nandar desjicjar dentro em três dias qiiaesqiier casas , não sendw liahitadas por privi- legiados da Uiiiversidide. Desta determinação não se couccdia aos habitantes appellaçâo nem aggravo. ("Os dilos Es la tu tos. J

E para lembrar aqui o Alvará de 18 de Setembro de i538 era que o Sr. D. João III. exceptuou d.i taxa por vinte annos as usas que se edificassem no prar.o de dous ânuos contados daquilla data; podendo os donos alugai as ao? estudantes á sua vontade. Quanto esta luxa era violenta aos proprietários claramenie se patentea destas palavras do referido Alvará : = « E porque sam emformado , que alguas pesoas que tem " vontade de fazer casas de novo pêra alugar nam ousam de as tazec com receo da dita taxa etc. (L.° a." </« Cumaru e/f Coimbra das Cartas originaes d^s reis folhas i;)3.)

(4) Eisdem insuper Scholaiibus duximus concedendum , est , Bectores, Consiliarios, crCuí.. valeant, Bedollum ac officiales alios , per quos status universitalis iu melins perducalur.

(5) Postremo cupientes nostrum studluni abundare iu omni hono , et ferlilitatc, quae nobis a divina clemenlia est collata , et eliam conferenda in favoreu: schularium , ordinamus , et statuimus , et maudamiis, ut de universis parlilias regni nostri ad boc nostrum studiujn possijit quaecunqne victualia libere dcportari, liou obstante qnacunque consuetudine , staluto , edicto , vcl edendo , \el quolibet privilegio concesso, v<'I etiara concedendo civitatibus ,castiis , vel etiam Municipiis , »eu loris aliis, quibuscuuque , quae de lioc in- dulto plenam , et expressam non faciant nieiítionem.

(6) Dcm Diniz etc. A vos Alcaide , .\lvazis , e Concelho de Coimbra , sabidn que , eu tenho por bem , e mando que os Scholares do studo dessa villa ajara seus Açougues , e seus Carniceiros , e seus Vinhateiros, e suas Padeiras, c metara seus Alroolacees ; e uom seja nenhum ousado que lhes laça mal, nem força neia

faa contra aqueles , que elles hi meterem so pena dos corpos , e dos avcres. 7 de Novembro de i3o8.

(7) E eu veendo o que me pedirom , tenho per bem , e mando-vos que as cousas , q;?e a essa Cidade c legarera de fora parte pêra se vender , e regalar , que cumprirem pêra seus mantimentos dos ditos Schol»- "' ' '^7, '^"'.'"^'"'« a l"j vender em cima na Almedina olc. ,y de Outubro de .3ã8.

(8 D.Dmis etc. A vos Alcddc de Coimbra etc. mando-vos, que se depois que for noute, achardes, c 10 .ires , ou seus homens em quaees lioras , quer de noute, com laterna , ou com candta , ou com outro, lume , que os não prendades , nem os levodes ao Castello. vS de Fevereiro de i3oo.

( 64 )

Privilegio liniivc , que excluía dos serviços públicos os empi-egaJos na administra-* ção dos hens dos Lentes, e listudiíntes; para que, em quanto andassem cursando os estu- dos na UiiiTOisldaile , não soffressein quel)ra na recepção dos alimentos , que de suas casas lhes eiáo ouviados (9).

Por Decreto lio Senhor D, Affonso IV. de 5 de Janeiro de iS.Ij , gozava a. Academia do um JuÍ7.o 1'iivaiivo onde corrião todas as demandas eiveis ou crimes em que os Estu- dantes fossem parles (10). ^Continnar-se-lia.)

Cg) Outro si desiadcs , que alguuiis leedores, e Scholarcs hSo seus mordomos , e servidortrs ca»

sados em suas terras , e suas Igrejas, e possissSes , que Uie adubam e mandam adubar seus becs , e recebem iSnas rendas , de que IiJim seus manllmeiítos , em esse studo ; e que Ibos constrangem pcra ijr com prezos , e tom dinheiros , e a serviços de muros , e de alcarcovns , e outras cousas scnielliaules ; e iiudiades nus ixir inercee , que vos <lessemos carta, e maiidabsenios , que esses taoes fossem quites, e escusados de todos os sobreditos encargos por honra do studo. E nús veeudo , o que nos dizer , e pedir enviastes , querendu-roi fazer graça , e mercèe , outorgamos-Toi-o pela guisa que noi o pedir enviastes , se for sem engano , que csjcs mordomos, e servidores nom sejam Besteiros de conto, nem obrigados a servir nas galces , nem dos apu- rados da Grassa, i.^ de Janeiro de 1378.

(10) K que outro si, esse Conservador possa ouvir, e determinar Irulolos feitos criminaees civelmente tentados, e de enJ4iria , ou dcsaguisado , que seja feito, ou dito a cada liiíu desses Sedares, ou de seuí liamees , estando no dito studo , ou em indosse desse studo pêra soa terra , ou estando em sua terra guisan- do com entcncão de se virem loguo au studo, ou vindo de sua terra pcra esse studo, contra quaccsqiier pessoas , que lhes essas cnjurias , ou dcsaguisados fezerem , ou disserem em quaees logares , que sejam mo- radores posto que morem em Coutos , ou honras d'algfiUs poderosos do men seuliorio ; e que 05 sobredi- tos , ou cada Imu delles , possâo ser citados per;inie o Conserva(h)r , per sa Cíirla , 05 que lorcm fora da dita cidade , e termo per seu Porteiro , e perante eile responderem , c fazerem direito , e esse Conservador ouça as partes sobre os ditos leitos , e foça o que for Diíeito. 5 de Janeiro de i355.

Ai)DiT,Vi\iFivxo, E Erratas ao I«í.* 7.

Qiiai-.do traduzimos a Itiscriprão do Jí." 7.° uma grande (liíficiiltlade .se -nos apprf sentou , em ciuauío á iittelligciicia, que deveria dar-se ás duas pa- lavras = Lesl fronl (a ultima da quarta , e a primeira da quinta linha); por que estando a porta principal da Igieja virada ao Poente, e indicando aqtiel- las duas palavras, em latim bárbaro, a parte do Oriente, pareceo-nos mai.s se-niro produ/.ir a tradufi^Tio feita por A. C. (iasco, aimla que pouco li©l , cio" que fazermo.s uma Iraductjáo absurda O contraste, que existe entre o fa- tto, e a letra da liiscript^íio desaparece, logo que admiltirmos , (jtie ella não indica atpiclle frontespicio onde agora está , mas sim algum outro, que tendo sido demolido , a lapida fosse depois , com outras pedras , aproveitada para a parede do frontespicio .la Igreja do Salvador, por occasirio de alguma refor- ma , que alli se lizesse. Desprezando esta , e outras interpretações , que po.ssáo dar-se-lhe, e cingindo-nos unicamente á tfaduceáo literal, nenhuma dtivida se nos offerece para que as duas referidas palavras devão lèr-se Leslisfion' .te := (no fmntcspicio do Oriente. )

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Num. í). Marco 18í2.

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AiiVDA I ::\i.\ Mz A LvíicniPçÃo Is." 7.*

vJ' desejo (Ic gunnlar a maior fidclid.Klc possível, iiiis liatUiceoes íle qtiaes- <]ucr nníiiiorias jiiitigas , não nos permitle occultar a inleili£;(iicia , cjiie o lliis- liÍNSÍino Senhor Doutor Manoel Fulgencio Gomes «lá á iillinia palavra da /í.' linha , e á 1.' da :>.' , da -.* inscripção : clle leve a bondade do nos conimuni- rar de Lobrigos esta sua opiniíio , quando ja st; achava puMicado o 7.' N." do Antiou vnio. E nniito louvável seria que mais alguém íizesse laos re- paros; siijual de que o amor dos estudos Aicheologk'os não estão totalmente desprezados entre n(')S. Aqiiellas palavras , diz elle ; devem ler-se = Iria <i linntc = com um Icgante íionsftspicio. Ist-o é bem visivel , é bem " eiaro ; o =: L. = não pôde ser mais sali -ntc , o =: E ^ também o é sufti- 1' cientemente ; seguem-sc o A. e o T. andjos unidos em um corpo só. »

Ainda (pie em nenhiun dos muitos lugares dos clássicos Latinos, e dos l^scriptores da meia idade , que usarão da expressão r=. Laetci Ji ontc =^ ne en. coutrc dia applicada a objectos materiacs, como perte«dc o dito lllusirissimo iSenhor Doutor M. F. G. , com tudo pôde ser que a inipericia do artista, na gravura dos caracteres, alterasse a verdadeira lição.

RnsposTA j)'Ei.-Rei D. Pr.DRO I." ao vis r. i5.' das Còhtks i>* i3Gi.

Ao que dizem uo i5.° artigo , que nosso pa<!r<?, a qtiem deus perdoe, mandou , que todal-as molheres pubricas , e banx>g:t<ias trouxesf.em seus vestidos estremados, e desvayrados das molheres casadas: E outro si molheres juibricas morassem cu) lugares apartados , per razom de grandes escândalos, e erros, qiu delío recebiam ; E que óra Iragiam seus vestires, e trages as.si como as mcdheres casadas , per tal "uisa cpie se num coiihcci.nn hnas das outras: que fosse nossa I\Uicè , que mandássemos . que asniolheres pu- bricas morassem em lugar apartado ; e eilas , c ns abarreçadas tr< nxcsscfli vestiduras , e trages per que podes.sem sseer conlieçudas das molheres casadas, e das outras, que vivem oncstamenic.

A eslc arligo Miuidamos , que tragam sseus vesliies como os pf)derem haver; por que perderiam muito em os pannos que tcem feitos, E em nus adubos, que em elles tragem. (Pergaminho n* 19 da cantara ck Coimbra.)

S. INSCRIPÇAO.

2 ue5f-Ot>Dit|tomof^rat)al

^ot 1N5CRIPCA0

i. ^snxmi:à'S>t(^mm

t^fe'i%'

?• -g^tto^om^uiwcc^r^^f

( 67 )

9: XNSGHIFÇÂO.

1/ AQUY . JAZ . .lOllCE . MJ:N-

a.' DEZ . Di: . VASCONCELOS . CAVAl.EI-

3.' RO . FFIDVLGO . DA . CA/A . DÍE . n]:^

4/ DOMANIEL . NOSO . SE.MIOIl . O . Ol ALL

r>.' SE . FÍNOll . NA . Kí\A . DE . MILL . 1. . QLi_Mt-

6.' ENTOS . i: . MATE. E DOUS . EM . DEV

/ '

m: . MAIO.

S; SENÍFLCA . CORPOZ . DOMINI

ij: AKx^íO . D()M]\Í . MiLLESÍMO . Q LA Di\ AGENTE^

SI MO . QU A D Pi AGES! MO IO/ TEllTIO . ALVAIU) . FERNANDES.

JLjK-se este Epitáfio grav.ido cin volta dn caTn])a de uma se^ piiltura aberta no pavimento da Capella da Senhora da Victoria na rua do Corpo deDcos da Cidade de Coimbra.

5ÍO altar da sobredita Capella logo por delraz da banqueta , e « maneira de orat(-rio, se repn-seuta , em figuias de relevo, imi l)reve (piadro do niv-ste- rioso acoiitecinieiito ., que moliv(Mi a iiindarão da Capella. iJous Anjos em adorarão snstentão cora as inãos um Calis , a cuja copa esíá elevada iima lios- tia: r na base do mesmo oratório , ou nicho, em uma linha , e em caracte- res bem «h.sliuclos Se oíTerece a iiiscripeão n." lo.

O acoutecidiento a que ailudem aquellas fifíuras, e que se dizsuccedido no anno de i Mu , merece ser acpu lemhrado , não s(') pelo que em si tem de exiraorduiario, mas tamhem por ser (j tundameuto historiei) da Ermida , e do nome que ainda hoje tem aquella rua.

A Collegiada de Santiago desde tempos mui remotos tinha a seu cargo a «(immistrarão da Trmida do Corpo de Deos (hoje.CapelIa *la Senhora da A ieto- riít' mandava alli dizer missa e administrar os Sacramentos aos enfermos de nin hospital anuexo á Capeil.i ; disto tirava a collegiada b<jm proveito , porcpie a piedade dos Fieis engrossava abuudautejjumte as rendas das Igiejas : não fal- tou quem perleiídesse usurpar os lucros que lia administração prnvijiháo aos Padres de Santiago; correo dejiianda , e a Coile^iada auctora olileve sentença a .st:u favor em 7 de Setend)ro de t^-!); enire os documentos com que ella instruio o processo .ipparecc o extracto de um , em ([ue o siicosso milagroso se achava miudamente narrado.

(68)

Deixando em silencio quanto corre impresso a este respeito julgamos sufficiente , para noiicia do facto, transcrever aqui o referido cxlrado , o (jinl merece alguma atteiirão por ter servido de prova em Juizo , e em tempo bas- tante próximo ao caso a que elle se refere. Diz assim ri:=

« Uma carta do lieverendo Senhor fiispo D. Vasco de boa memoria , llisp!) (t que foi da dila cidade de Coindjra, assignada por elie , e sellaila de seu scUu, u segundo por ella parecia , e fazia menção , em a <[ual o dito Senhor di su.i « e testemunho do mui claro , e evidente milagre do Corpo de N. S. Jesu>> ■< Christo consagraílo, que foi furtado da See da dita Cidade eui uma capsii.l a « de prata por um nosso Chrislão induzido de um Jndeo , (]ue lho comprou, .' (.' mctteo em uiua certam cot» azeití; tei'vente da qual sallou por duas , an « ires vezes , e se pf)z eui uuia cruz; c então o dito Jinleo o (piebrautou com « suas sujas maõs, e o foi soterrar, eui um máo , e fedorento loj^ar , onde ou- i< tom éra a Jtulearia , c onde óra esta a dita Iirmiihi do coi|)o de Deus : e le- « couta na dita carta latamente como esto foi sabido, e como aiii foi achado o <i Corpo de N. S Jesus Christo, c da li tirado per elle sobredito Senhor Bispo « D. Vasco coui seu Cabida, e com solemue procissão da li levadi), e ali a dvia « Einiiiia feita. « iL." 3."/. 58 do Cartório da Collegiada de baatiago).

AiNTiGA Legislação Académica. (Continuado da pag. G^.)

•4È«L Universidjtle não teve , nos tempos da sua infância, casa destinada para o Conser- vador iazer ;is .audiências : utn houve, que a dava na morada da sua própria rt-sidencia : a Academia olíendida deste abuso cpieixou-se; c o Senlior D.Fernando detuiiiiinou que elie a desse nos Faros d El-Rei , ou ;i porta da (ii).

Este vt\sli"io lios costumes lia meia idade , em que os pleitos se decidiáo por eom])a- tes ju(lici:uii>s, e por sortes , também se observava em Lislioa , quando a Universidiultí alii esteve: primeiramente liidia a 7\ca(]eniia a audiência no adro da Sé, e depois foj. transtorida para o adro da Fgreja de S. 'J luuné, por estar mais próximo ao jj.iirro dos Estu- dam es (ia).

A par de uma legislar ."io tão benigna, appavecem al:;imias providencias as[)eras. O so-

(ii) D. l'ei'namlo pdla i;r,n<;u òp Deus Uti de Portugal , e do Algnive. A vós Joliam Esteves jnotiiilor na cidade de Cuimijr.i, iiHU Conservador dos scholaies sludantet do meu stiido dessa Cidade, ou a outii/ (itialquer, qvie despos vós for Conservador , Saiide. Sabede , que a UiiiversIdaJe desse meu studo dessa ci- dade, me eiiviarim di/er , fjue elles som por vós agravados; porque llies fa/.edes audieucia na vossa pou- sada ; e luiiu llics queredes fazer no meu curral dos meus paços dessa cidade , ou á porta da See , oiide oa ' outros Conservadores vossos antecessores , e vós a coslumavâo de fazer. Coimliia 54 de Julho de i3fi-.

(ii) Siiibani quantos este stormeuto virem que na Era de 144' ânuos (i.io3) 'ie) dias (lalve/. i')) <lo me/. •rAbril , no- adro da See da Cidade de l.ixlioa , en> presensa do mim Afonso Lourenço , talialiam- cm essa Tíieesma , e testemunhas adiante scriptas ; pareceo no dito logo Jolinut liodrigues ScoUir cm I.ex, prucu» rador que, di/.ia que era da Universidade do studoqne estA na dita cidade , c frontou , e requereu a \'i- centc Domingues Couicivador dos Scolares . que jiresente estava , que lhes fosse duqul em diante fazer au- dienci.is no adro de S. Tliome da dita cidade cuuio ilie era aiandadc , e aas oras qae devia. E do reipieri- tvonto que llie assi fazia, ])i;dio liíí storuieuto; e o dito Vicente Domingues disse i}ue lhe prazia de lha liijr f.izir ;tj dilo logo segundo Ihs era m.iuJado, etc.

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£('"0 ])m1>11co perIurlKulo , e a segurança iiidiviíliial algumas yeies violada, por Esttulan- lub suiiiinsios ou verdadeiros, di-rJo liiíjar at> Ducielo do Sr. D. Dinii, áe aS de Maio de i3i2 , i|ii«-' iiii|ii)/. |)(.'iia de prisão a todo aíjuellc, que fosse enoonlrado <1(; isouie, de- pois <le foiíiilo o sino da {t'S).

Teixlo i> IVip,> (deiixMiie cjiiiiiio penuiliido, lyip cm Portiigil se applicassc o rendimento dos frncios (leseis Igrejas para r.i7,ei' as despesas da Universidade, nomeou o Piispo deClnim- bra , para este t-lleilo, duas no seifllispado, a «leSotue, e a de Pombal , «Mijos reiídi- iiieiitos <•on^titl;i;■n) iitn patritnoiíi» sniriciente para a Universidade: depois, a ro^Mis do Mestre da Onlcm de Cliiislo, e do seu convento, conccdeo-se, por conir.iclo eeleluado com El-Uei D. Diniz em i8 de Janeiro de i'^2'6, que esse convento percebesse os Irnctos das ditas li^rejas, con) a obrigação de pagar os ordenados aos Lentes, e de satislaier as outras <les[ie7,as da Universidade comi» até áí|iieiia data se linlin pratiíado. Os ordenados cpie os I.eiitivs (hicjuelle lenipo pereebiiK) anniialmenle, como consta do mesmo contra- clo, oráo satisfeitos em dous paganiefitos, uni pelo S. Joào , e outro por São Lneus ; nesta Tm[)ortaneia : O Mestre das leis tíoo livras. O das Deeretaeíi joo ditas. O de l''i-;iei aoo ditas. O de Grammatica uno iliias. O de Lógica loo dii.is. O de Musica r^ dilas. Dons Conser" adores 4f <litas cada uim (i4)'

Além deste oi denado , recebião os Lentes uma (juanlidade de livras, 'jue os Ksiii- dantes cráo obrigados a Hies pagar anniial-nieiite, sob nome de Tallia /algumas ve- zes se ntoviào discórdias entre os iMestits, e os Discipnlos, quando r-e procedia n' co- brança «lesta contiiliuiráo. !'ara se saber quanto os Estudantes bavifio de pagar, divi- dião-nos em três classes; licos, menos ricos, e pobres; e setjundo as possibilidades do cada classe, assim se lia; huuava a (. oi-.ti ibuieão: os da primeira classe pagaváo 20'livras cada um; os da segunda lo ditas ; os da terceii'a 5 dilas. O Senbor D. João Primeiro duplicou a importância desta- contiibuii'ão por Decreto de ó" de ^Fevereiro de i8!5y («•5)-

Havia outra contribuicáo , denominada CoUecta ou Colheita ; que os Estudantil'; também pagaváo , lodos os ânuos , ao Bedel. Em quanto á importância , que cada uiu devia satisfazer, seguia-se o mesmo metliodo, que se praticava na Talha dos Lentes (ifi.N

(i 5) D. Dinis , ele. a vós Akaidc , e Alva/js de Coimbra , saúde, Snliede , que a (Iniversidade dos Srluv- lares do meu studo dessa villa . me disse , ijue se íazia lii muito mal , e iui tos , e ouU-as cousas dcsaguísadas <le iioute , e que o punhão a esses Scolares; e esto qi*e se fazia- , por(|UE nom tangiam sino na Sec aas horas , que devião , que é acostumadti por lucu Seuliorio de se tanger : por que voos mando , so pena dof corpos , « dos aireres , que façades cada dia tanper o sino grande na See ires vezes , segundo comum uso, e co-.in- Iiie de loeu Senhorio : e aquellc que, achardes andar depois que o terceiro siuo for tangido, íilhadc-o i <vi Alcaide , e levade-o pêra o Caslello ; e se for Scholar, ou seu homem , e trouver aruias dcfczas, ClhaiJe- Hias , e Icvadc-os pêra o Castello; e dade-os , em outro dia , a sea Juiz , sem carceragem , e Clhade-lhe vo»- as armas; e se forem ouiios quaesquer , levade delles as armas, e carcerayem. Coimbra aS deMaio i3ii.

(i4) Foi muito inconstante o valor das livras ; e talvez o máximo não excedesse a 36 reis ; algumas liou» ve como valor de 20 , e a5 reis. (EliiciJario vbo livta.)

(i5) U. João etc. Avó» Heitor e Universidade eic. . . . Síwule. Vimos vosso reca.ln , que nos en»iaste« , em que dezedes; que porquanto em cadn liiJu aiino ha discórdia antre os Lemes das lex , e das Degi-eraei?. e os Scliolares em razão das talhas que cada hiiu áde pí'gar aos sohreditos , de que assi aprendem': Ordenas- tes anire vos em statutn peiqric guis» cada hfíu aja de pagar íis ditas talhas, segundai a oalidade das pessoasj Convém a saher, aijuelles que forera mais ricos, que paguem vijntc lihras dcs<a uossa mocdu que óraoorrc ; e os outros mais mca.^os de/, lihi as ; e os m.iis pohres cinco libras da dita uioeda. lílHei depois de ouvido o Concelho determinou , qie , olhaudu' primeiramente .i calidade das pessoas , os- que fossem miisricos pi^ gasscm 4o libras, e os outros meares destes , ao libras . e os imtros Hia':5 pohres lu libras du dita inoeifn que hora corre. 6 de Fevereiro de i3i)2.

(10) Estando reunidos o líeiíur. Lemes Couccilieiros . e o Procurador dos estudos para tratarem do negócios respeilautes a Luiversidade ahl appareceo a Alioiíso Auncs Bedel , e disser: Que cm ojitro tempe*.

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A pedido da Academia, foi o Bedel , por Decreto de 4 de Novembro de 1890 , no- meado para exercer conjunclamente o seu oCficio , e as fuiicções de Tabelliáo da Univer» sidade, (Documentos da Secretaria da Universidade.)

CONSTITIÇOES RA Coi.LEGíADA DE Sam PeDRO.

(Continuado de pag. 61.) X. De injunns.

Item = >tf* ()r que a doença é cuinijuiiil a todos, e iionlirius noii llii podem escapar poreni (j:iere!iios, nianíiamws e estaliclecciíios (jiie se iilj;ruis de nós ou de nosos socces- si'i os joiívciein doenti-s en n;i diia ciditdi; de t^oiisibra tjiie lliis dein eiiteiramenie todos f)s iriiictos da sua rraçom de todas as cousas que uuvcraios , e gaanharmos assi come se com nosco eslcvessem e fossem picseni-s.

XI. De Diininutis halimoti^ nnt sunwntiíns liJedicinum,

Item = Stabeleceir.os , mandamos, e outorgamos que os que íilhaieni banho oii mee^ zinhn , ou sanj^ria por saiule de seus corpos que ajam na quelle dia t|ue cada hua das di- tas cousas lilliaicui-tudos os íiLiictos das suas 1 racóes euteiramenlu assi come se com nosco fossem presentes.

XII. De gracifí que datur ardna negocio h/tbentibns.

Item = Stabclercmos , mandamos , e outorgamos que sse algúus de nós ou de nos» SOS soccessores ouverem embargo ou negocies grandes de necesidade perque non pos- sam fazer residência pessoavil, húu ou dous ou três, 011 quatro dias do mes e non de mais, que rion percam porem os fruictos da prevenda desse mes mais den-lha enteira- niente come sse fosse todo o mes presente. Q.uia necessitas et injlrmitas non habet legetn, et da eqnitate cxcusanda est. E esto seja posto cb as conciencias daqueles que taaes nego* cios ou necessidades ouverem.

XIII. De Festivitnte Snncti Peíri mensis Julii.

Item = Stabelecemos , mandamos , e outorgamos que dos Carneyros e dos frangaos, e das pididas que som devudas a nós, e diia nossa Eigreja de foros, ou de rrendas ou dal que quer que sejam (]ue non ajam delles parte se non tam solamente aqueles que iorem presentes aas horas en a dita nossa Eigreja em dia de S. Pedro do mes de Junho e

sccndo Alvai o liodi igues Dayam da Guarda , e AffoNSo Dinis Cónego de Biagua , Reitores do dito studo , fjiiefoi , e era dissensoni autre os Scliulares do dito studo , e Joliain de Bragaa ; « esto éra sobre a colheita, qu» o dito Bedel avia d'aTer dos ditos Scholares , do olíicio do Bedfl.(do ; por quanto os Scliolares ijiziani , 'juo o Bedel noiíi avia de avcr tanto deties , quanto pidia. E porem os ditoi Reitores , por evitar o díti»sc«n- «lalo , e disensoin que caiia liííu anrio poderia vijr , antre os Seholnres , e Bedel do dilo studo , aveendo con- ci-llio sobre esto com ns I.tífiitcs , I'iornrodor , e Connelliejros do dito studo , sUibeleceroni , e ordenaram que, Scliolares ao dito suido , que entom eram, eao diante fosse ti , pagassem cada bííu iinno tua collieita »o Bedel: per esta guisa r; Contem a saber, qne os Beneficiados em a Igreja Catliedral c outros beneKciadoí liunrados seus iguaaes , paguasscm vijnte reis de três libras . e meia. Item , que os outros beneOciados mais somenos p.ignassem ao dito Bedel quinze reis da dita moeda. Item, ip\e os que, não forem .beneficiados pa- g«as.s.ím »o<los coinunalnicnte de/. íeis da dila moeda . cada iuni . afora algnuns nobres , que paguassem segundo suas pessojs. liem que os Scliolares pobres de São Nlcoláo pa^uaEsem cinco reis cada Imu da dit« iDoeilasiibU dila. Deseiubio de i4i5.

( 7-1 )

os doentes, e os sangraiidos , c os que (iiliarein banho ou iiieeziíilia; c os que forem per nosso inaiidado en serviro da dita nossa Eiijicja.

XIIII. De fcstivttate satili pein Mcnsis aqiisti.

Item =- Stabelecenios que dos alhos , c Ci*l)()llas , e poiros , e da h'ta , e do linho , e das legunihas non ajam parle se norn tain solamente os que forem presentes aas horas lia dita nossa Eigreja en dia de Sam Pedio (|ue he primo tha dAgosto, e os doentes e os outros que som contiudos na outra constliiçoui ante desta.

XV. Dl! fcslivitaic Sancli Andree,

Item :^^ Stabelecenios , niandítmos, e outorgamos, que os Capões, e os oros , e as fogaças, que avcnios de Coiíuhra, t; d'Fiia5, e de Riofryo, e d'()utro quahjuer logar que es ajamos ; salvo os dalninlla<;ues ijue os ajam , e os partam aiitre si os que loreui presen- tes aas horas na dita nossa Eigreja en dia (K; Sanitandré, e os doentes , e os oulios que sum contiudos na Constiticoni ja de suso dita.

XVÍ. In quihus festivitatibus dcintur Xt^ sólidos presentibits.

Item = Stabelecemos , mandamos, e outorgamos (jue atpielles que forem presentes aas horas en a dita nossa Eigreja e luis festas de Natal , e de Circunei e d'apariço, e de Páscoa , e d'acençom , e de Pinticosle , e de Santa Maria de fevereiro, o de Santa Ma- ria d'Agosio , e de Saiiia Abria de Setendjro, e de Sam Pedro do niez, de fevereiro , e de Santo ysidro , e do oníiiium .s.iiilorum , e da couscf^raijom da dita nossa Eij^reja , que em <nda hna das <litas festas pariam atitre .si qiiiti7.c soldos; per esta guisa: os ciuíjuo soldos partam aas vésperas prisiieiras, e os outrf)s cincjuo soldos partam aas matinlias , e á missa da terça partam a oferta toda cjut; nesse ília veer a essa Eigreja , o os outros cinquo sol- dos par'am aas vésperas segundas ; e desto non ajam parle se nonos presentes, e os doentes, e os outros que som de suso ditos na Couslitiçom XIlí. E per esta Coustitiion» revogamos húa Constitiçum que Iii avia feita per nosos antecessores en que mandavam dar dous alqueires de trigo meio a cada raçom en cada liíla das festas. E esto fazemos por que se desgastava o pam do Celcyro v.u estas festas en que o asi davam asimhadameu- xe e non avia hi pam pêra darem eu prevciida. E des que iii pam non havia non curavam de servir a dita Eigreja nem de vijr a ella.

XVII. Que ohlacioncs dehenlur ehdomndario.

Item = Stahelecetnos , que aquelle que for domaayro de diy.er a missa do dia eii a dita nossa Eigreja que esse aja Ioda a oferta que veer a Eigreja en essa ssua domaa salvo a das lestas principaaes suso ditas que mandamos que sse parta a dita offeria antre os presentes como ja suso dito lie en as outras Constiliçóes suso scriplas.

X\III. De oMacionibus que offcruntur pro defnnctis.

Item = Por que sooem a seer que algÚas pessoas obradam algiuis passados que lançam soterrados en a dita nossa Eigreja e por endjargo que am alguas vezes nou levam èsas obradações en nos dias en que as aviam de levar , e levam nas ante , ou depois asunha- da.s. Porem queremos, e mandamos que sabham daquelles que asi levam as ditas obra- dações por quaaes dias, e domaas, e tenipos dam e levam essas obradações, e entreguem- nas á quelles cujas devem de seer de guisa que non recresça escândalo antie nós," nem anlre nosos ssuccessores ssobre sas obradações.

( 7'2 )

XIX. De Oblacionibns que veniunt ad ecciesiam in Sahhato santo , et in die

(lefunctoruin .

Item = Slabelccenios que tias nlleluyas que adnzeti! a dita nossa Eigreja en Tespora tle P.iscoa e das oíTeilas que lii vêem en nas festas snl.ie ditas e in outio dia de onínium Saiietoruin e en dia dendoenças que noii ajam parti; delas se non tam s >l.iiiieiUe os pre- sentes, 5=ílvo sse forem doentes , ou (unerem grara ou al^fiu dos enbaigos s..I)re ditos.

XX. Calendas cujiisUbct incnús rjv.ando fu piocessio pro de/unctis.

Item StaUelecemos que en a [nimein segunda feira de cadn «les sayani todos línroeyrns, o os cIeri^'os da dita nossa íugreja en precissom a íazer oraroin sobre los pjS:iados per todo iio adro da dita nossa Kigreja com cruz e coni agua heeiíta , e en sn- l)!C pilizas, e que os Ilaçoeiros que a esto íorcn* ple^eates, e os doentes, e ssangrados, c os outros que som C(;nlliiiidos na XIll conslitiçoin partam antre si VIU soldos <lc cadn mes en cada liõa das ditas segundas feiras. F, per esta Cuiisiiticniii rrovoyainos outia Constitiçoni que hi avia feita per nossos antecccssores, na qual mamlavani dar <lous 3I- t|ueires de trigo mourisco a cada rrarom en ia ia liúa das ditas segundas feiras. E esta re- vogaçom fazeraos por lai que avoíide o paiu pêra a prevemla mais do que avondava, e pêra se servir a Eigreja mellior per todo o anuo do (]ue se servia.

XXI. Que porcicio debetjleri in quolhct uimUuisario seu ccmineiiwrncione.

Item = Por que en o livro dos nosos aiiniverssairos sotn contiudos alguas pessoas (jiie diz lii íjuè leixaram algo do seu aver aa dita nossa Eigreja por tal que Ihis fezesseni Ity cada anuo seus aniiiversayros algúus com missas de sobratal , e outros per rommemo- raçócs c s'eni misns. Porern mandamos , e estabelecemos que quando bi onver anniver- sayro cn que digam missa de soi)re altar que digna a «lita missa per si , on per outrem a qiielle que foi doniaayro na doinaa primeira ja passada sern outros liinbeiros que po- rem aja d'aver, e partam oyto soldos antre si aqiielles que aa dita missa estexerem pre- sentes, e os doentes e sangrados, e outros suso ditos ajam ende ssa rracoiu deiles. E se for conmemornçom en que non digam misa partam antre si quatro soldos os presentes, e os outros sobreditos. E o rracoeiro que non quizer per si , iieni per outrem dizer a dita inisa do dito anniverssayro cn a dita ssa do;iiaa perca três soliios da sua prevenda, e dem-nos ao que por el disser a dita niisa. E per esta conslitirom revogamos outra Consti- ticom que avia feita per nossos antecessores en que mandaváo, que os que fossem presentes aos ditos aiiniversarios , e conmemorações ouvessem en cada húa conmemora- coin , e en cada liúii .-inniversario dons abpieires de tri^jr) mourisco. E estas rrevogaçóes das <litas Consiitiçóes per que nossi>s ai\tei essoies partiam antre si o dito pam antre ssl eu nas ditas festas, e segundas leiras, e auniversayros, e conmemorações fazenios nós por que algúus vyiihnm á dita nossa Eigreja na (jiielles tiias e boras que minguavam o dito pam e desi adeante non curavain ile vyr a eilas eu nos outros dias. E porem nos quere- mos, e maiidainos que também pam come viniio, como azeyte, come dinheiros que se de todo dia en prevenda a cada 1ii'his asi^-oino o servirem, e merecerem, segundo e contiudo cn as outras Constitiçóes que som ja de suso ditas; de guisa que todos ajam rraçoin , e vontade de servir , e seer resilientes en a dita nossa .Eigreia de cada dia.

(Continnar-ic-ha.)

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EHKATA3 DO K." 8.

Pag. }.iiih. Erre, Emendas

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