ri x ^ '^■;^ <^ ^ ^^ -^^2-'-c- e^ r /^ - (^y-^-^L^ ^>^> /^^í^^^^^ .^ ^iíí-^gí: -í^i^ z: REPTIS E AMPHIBIOS l/^^tyl^ít DA península ibérica ESPECIALMENTE DE PORTUGAL REPTIS E AMPHIBIOS DA península ibérica ESPECIALMENTE DE PORTUGAL POR M. Paulino d'01iveira Lento catlicdratico de Zoolnu-ia e director do Jliiseu zooloçico da Universidade de Coimbra COIMBRA IMPRENSA DA UNIVERSIDADE 1896 SdgcísI ■fn^-ríToríf MU3. COMP. ZOOL LIBRARY MAR 8 flse HARVARD LÍNIVERSITY INDICAÇÕES GERAES RELATIVAS Á NATUREZA E FINS D'ESTE TRABALHO São já muitas as publicações feitas sobre os nossos reptis e amphibios e que em lista especial indicamos. Alem dos trabalhos de Vandelli, Linck, etc, ahi consignados, especialisamos aqui, como mais importantes e modernos, os seguintes : O catalogo que em 1863 publicou o nosso particular amigo o Sr. Conse- lheiro J. V. Barboza du Bocage, que foi, em nossa opinião, quem inaugurou os trabalhos regulares dos últimos quarenta annos, relativos aos animaes da nossa fauna, pertencentes ás duas classes de que nos occupamos. Ulteriormente publicou também o Sr. Barboza du Bocage, em 1864, a descripção de uma espécie nova para a sciencia, que descobrimos no Bussaco, e que é representante d'um género novo. Depois d'isto tem-se elle dedicado ao estudo dos nossos peixes e especialmente ao dos mammiféros, aves, reptis e amphibios das nossas possessões africanas. Entre o grande numero das suas publicações merecem especial menção duas obras com estampas coloridas, intituladas Omithologie d' Angola e Herjietologie d' Angola et du Congo. Rivalisam ellas com as melhores dos outros paizes e representam inquestiona- velmente os dois trabalhos zoológicos de maior merecimento publicados no nosso paiz. Apraz-nos fazer esta declaração, que pouco pôde lisongear o nosso amigo, visto a nossa pouca competência para apreciar estes seus trabalhos. Mas, fazendo-a, cumprimos conscienciosamente um dever grato e significamos egual- mente que não desconhecemos os importantes serviços que o Sr. Barboza du Bocage tem prestado á zoologia, nem menosprezamos a antiga affeição, nunca desmentida, com que elle nos tem distinguido, apesar de ser director de um estabelecimento análogo ao que nos está confiado, o que, para outro caracter que não fosse egualmente nobre, podia ter motivado menos dedicação para comnosco. Em 1886 o Sr. Eduardo Sequeira, distincto zoologo amador do Porto, pu- 6 REPTIS E AMPHIBIOS blicou um catalogo herpetologico sobre os nossos reptis e amphibios, princi- palmente interessante pelas observações que regista relativamente á distri- buição geographica e por muitas minuciosidades não indicadas até então com regularidade. O Sr. Dr. A. X. Lopes Vieira, nosso particular amigo, collega e companheiro nos trabalhos do Museu zoológico da Universidade de Coimbra, publicou, em 1887, um catalogo dos reptis e amphibios então existentes nas collecções do mesmo Museu, e ahi indicou, para muitas espécies, proveniência até então não conhecida. Desde essa epocha até hoje tem elle trabalhado incessantemente no engrandecimento e preparação das collecções dos nossos vertebrados, e ultimamente também dos invertebrados ; e em todas as classes de que se tem occupado existem no Museu preparações, a nosso ver, perfeitíssimas. Tudo isto é devido ao seu zelo e actividade excepcionaes, só próprios d'uma organisação privilegiada como a sua. Não hesitamos em exprimir francamente a nossa opinião relativamente ás modernas collecções do Museu, embora os elogios se refiram a um estabele- cimento que está sob a nossa direcção; e com a mesma franqueza com que referimos os valiosos serviços do Sr. Dr. Lopes Vieira, expomos egualmente a nossa coadjuvação, ainda que pequena, por effeito só de falta de saúde e não de falta de vontade; pois não se pôde presumir esta em quem ha muitos annos fez dos estudos zoológicos como que um elemento indispensável da própria vida. Reconhecemos porém que, ultimamente, devemos mais á vontade, do que ás poucas forças de que dispomos; e se não fora o poderoso auxilio que estávamos certos de encontrar n'aquelle nosso amigo, não haveríamos accei- tado a direcção do Gabinete de Zoologia; ou se impensadamente a tivéssemos acceitado, procuraríamos resignal-a, esperando que outro com mais actividade, que não com mais vontade, a tomasse a seu cuidado. Tenciona agora o Sr. Dr. Lopes Vieira publicar um novo catalogo dos nossos reptis e amphibios, onde serão incluídas não menos de quatro espécies de amphibios, duas de reptis e outras duas de chelonios, adquiridas pelo Museu posteriormente á publicação do seu primeiro catalogo, contendo também novas indicações relativas á descripção geographica das espécies que já então existiam. Posteriormente ás publicações indicadas, o Sr. Dr. J. de Bedriaga, um dos principaes herioetologistas da actualidade, inseriu no Instituto de Coimbra differentes artigos descriptivos da maioria dos reptis e amphibios do nosso paiz, os quaes lhe foram enviados pelo Sr. Adolpho Frederico Moller, inspector do Jardim Botânico da nossa Universidade, que, embora cultive especialmente os estudos botânicos, tem comtudo concorrido poderosamente, pelas suas explorações, para o desenvolvimento das nossas collecções zoológicas. Alguns d'estes artigos, também publicados em tiragem separada do Instituto, consti- tuem o primeiro trabalho descriptivo regular dos reptis e amphibios de REPTIS E AMPHIBIOS 7 Portugal e contêcm egualmente dados geograpliicos e bibliographicos muito importantes. Finalmente, entre as mais valiosas publicações que ultimamente se têem feito sobre a herpetologia portugueza, merecem ainda particular menção as do Sr. J. Bettencourt Ferreira, do Museu nacional de Lisboa. Compreliendem catologos relativos ás espécies do Museu de Lisboa, com numerosas indi- cações geographicas e dados bibliographicos muito desenvolvidos; e bem assim estudos especiaes e minuciosos sobre differentes géneros, cujas espécies de difficil determinação elle estudou com um escrúpulo que nunca pôde espe- rar-se do trabalho obrigatório, mas só de um amor dedicado pela sciencia. Com relação á fauna herpetologica de Hespanha ha muitas e valiosas publi- cações ; e são especialmente importantes, entre as mais recentes, as dos distinctos herpetologistas Srs. Ediíardo Bosca e Victor Lopez Seoane. Todas estas publicações e outras que citamos em lista especial dizem res- peito á distribuição geographica, á bibliographia, á descripção geral ou a trabalhos especiaes relativos ás nossas espécies. Todavia, julgamos ainda assim que o presente trabalho, tendo fins differentes d'aquelles que acabamos de indicar, poderá ser também de alguma importância para a herpetologia portugueza, embora o estudo dos nossos reptis e ami^hibios não tenha sido aquelle a que mais especialmente nos havemos dedicado, nem a saúde nos tenha permittido emprehender, acerca d'elles, aturados e minuciosos estudos. Por este motivo, não descendo a discussões herpetologicas, limiíamo-nos a indicar, em tabeliãs dichotomicas, alguns caracteres que, serão, em geral, sufficientes para a determinação não só das espécies portuguezas ja conhe- cidas, mas também das que com alguma probabilidade podem encontrar-se entre nós, ou têem sido citadas como pertencentes á fauna peninsular; pondo de parte, na maioria dos casos, os caracteres das variedades que especialmente interessam a estudos minuciosos, e limitando-nos a citar algumas vezes os nomes das variedades; e, em nota especial para cada esjíecie, damos indicações muito geraes relativas á sua distribuição geographica, frequência, nomes vulgares portuguezes, etc. Poderão estas tabeliãs facilitar o conhecimento dos nossos reptis e amphi- bios aos estudantes de zoologia e, em geral, a todos os que quizerem iniciar-se n'estes estudos. Quando distribuídas aos nossos correspondentes, ellas deverão egualmente promover o engrandecimento da collecção do Museu; pois com o auxilio d'estas qualquer poderá, na grande maioria dos casos, habilitar-se a verificar o que nos convém, e evitar assim trabalho e despesas com remessas inúteis, para aproveitarem simplesmente o que nos seja útil. Para maior commodidade dos alumnos do curso philosoi)hico da Universi- dade, seguimos quanto nos foi possível a ordem e designações adoptadas no Précis de zoologie médicale de G. Carlet, que actualmente serve de texto para as licções do referido curso. 8 REPTIS E AMPHIBIOS Para que todos os nossos correspondentes, alguns dos quaes não são ver- sados em estudos herpetologicos, possam utilisar -se d'este trabalho, torna-se ainda indispensável indicar a significação de vários termos empregados nas tabeliãs, por meio de desenhos e explicações. Mas, além d'isto, damos ainda a explicação de outros termos vulgares em herpetologia, no intuito de facilitar o estudo dos que se propozerem consultar outras publicações. Por egual motivo apresentamos também uma lista de publicações referentes á herpetologia peninsular e d'um pequeno numero de obras de herpetologia europeia, que serão sufficientes para quem não quizer especialisar-se n'estes estudos; pois não é evidentemente para os especialistas, raros entre nós, que escrevemos. O fim especial que temos em vista leva-nos ainda: — 1.° a apontar apenas os caracteres de mais fácil apreciação para a distincção das espécies; embora estes não sejam sempre tão precisos como outros que só com mais difficuldade podem verificar-se, os quaes todavia indicamos também algumas vezes, para servirem em casos especiaes: — 2.° a preferir, para os differentes grupos de que nos occupamos, caracteres differenciaes de mais fácil verificação, que podem não existir em animaes extranhos á nossa península, embora estes pertençam aos mesmos grupos. Finalmente, ainda para auxilio dos que se empenharem em organisar col- lecções publicas ou particulares, damos breves esclarecimentos relativos á captura, transporte e conservação dos reptis e amphibios. Em harmonia com o exposto dividimos o presente trabalho nas seguintes secções: I — Lista de algumas obras relativas á herpetologia europeia e particu- larmente de publicações que mais interessam á herpetologia penin- sular. II — Explicação de alguns termos empregados nas descripções herpeto- logicas. III — Processos para a captura, remessa, conservação em aquários e pre- paração dos reptis e amphibios. rV — Tabeliãs para a determinação dos reptis e amphibios que se tem sup- posto existirem na Península Ibérica, com observações diversas relativas a cada umas das espécies citadas. REPTIS E AMPHIBIOS 9 Lista de algumas obras relativas á herpetologia europea e particularmente de publicações que mais interessam á herpetologia peninsular 1787 — Domingos Vandelli — Florae et Faunae Lusitanicae specimen {Mem. da Acad. Real das Sciencias de Lisboa, 1797. Vol. I, pag. 37). 1859 — Lord Clermont — A guide to lhe Qiiadrupeds and Reptiles ofEurope. London. 1862 — Barboza du Bocage — InstrucçÕes praticas sobre o modo de colligir, preparar e remetter productos zoológicos para o Museu de Lisboa. Lisboa. 1863 — Barboza du Bocage — Liste deê Mammifè7'es et Reptiles observes en Portugal {Revue et Magazin de Zoologie. Ser. 2, vol. XV, pag. 329). 1864 — Barboza du Bocage — Síir un nonveau batracien du Portugal {Rev. et Mag. de Zool. Vol. XVI, pag. 248, est. XXI). 1869 — Dr. Oskar Bottger — Beitrag zur Kenntniss der Reptilien Spaniens und Portugal. Offenbach am Main. {Bericht des offenbacher Vereins fúr Naturkunde). 1873 — Dr. Victor Fatio — Faune des Vertébrés de la Suisse. Genève et Bale. Vol. III. 1875 — Dr. Egid Sclireiber — Herpetologia Europaea. Braunscliweig. 1876 — • Fernand Lataste — Essai d'u}ie faiine herpetologique de la Giro7ide. Bordeaux. 1877 — Eduardo Bosca — Catalogo de los reptiles e anfíbios observados en Esparta, Portugal é Islãs Baleares. {An. Soe. Esp. Hist. Nat. Madrid. Vol. VI, pag. 37). » — D. Victor Lopez Seoane — Reptiles y Anfíbios de Galicia. {An. Soe. Esp. Hist. Nat. Madrid. Vol. VI, pag. 349). 10 REPTIS E AMPHIBIOS 1878 — Eduardo Bosca — Sur tme foy^me nouvelU ou peu connue de Vipère (F. Latastei) {Bui. Soe. Zool. Fr. Vol. III). » — Eduardo Bosca — Bufo viridis e Bufo calamita {An. Soe. Esp. Hist. Nat. Madrid. Vol. VII. Actas, pag. 37). 1879 — Boulanger — Eíudes sur les grenouilles rousses. {Buli. Soe. Zool. Fr. Vol. IV). » — Eduardo Bosca — Descripcion de un nuevo batracio de la fauna Es- panola. Alytes Cisternasii {A7i. Soe. Esp. Hist. Nat. Madrid. Vol. VIII, pag. 217, vol. X, est. II, fig. 1 a 6). » — Dr. Oskar Bõítger — A7n2)hibien aus Sudportugal {Zeitsehrift fiir d. gesanimt. Natu7nvissensch. Vol. LII, pag. 528). ' » — Eduardo Bosca — Las víboras de Espana {Aoi. Soe. Esp. Hist. Nat. Madrid. Vol. VIII, pag. 65). » — Albert Tourneville — Descriptio7i d'u7ie 7iouvelle espèce de Baf7'acien U7'odèle d'Espag7ie {Buli. Soe. Zool. Fr., 1879). » — J. Bedriaga — Sur les variétés eu7'opéen7i€s du Léza7'd des 7nurailles {Buli. Soe. Zool. Fr. Vol. IV). » — Eduardo Bosca — Sobre una espeeie y un ge7iero 7iuevos de A7ifibios de Espana {An. Soe. Esp. Hist. Nat. Madrid, vol. VIII, pag. 87). 1880 — Eduardo Bosca — Catalog^ie des Beptiles etAmjyhibiens de la Peni7is7de Ibériqíie et des Isles Baleai^es {Buli. Soe. Zool. de Fr. Vol. V, pag. 260). » — Eduardo Bosca — Hyla Perezii {A71. Soe. Esp. Hist. Nat. Madrid., vol. IX, pag. 181, vol. X, est. II, fig. 7 a 10. » — Eduardo Bosca — Gongylus Bedriagai {A7i. Soe. Esp. Hist. Nat. Ma- drid. Vol. IX, pag. 435). » — Eduardo Bosca — Alytes obstetricans Laur. var. Boseai Lat. {An. Soe. Esp. Hist. Nat. Madrid. Vol. IX, Actas pag. 4). » — F. Lataste — Beptiles et Amphibiens dn Sud de Portugal {Revue in- tetmationale des Sciences, 15 Fev.). 1881 — G. A. Boulanger— On the Lizards of the Ge7iera Lacerta and Aean- thodaetylus. London. » — Albert Tournville — Études sur les Vipères du groupe A7nmodytes- Aspis-Berus {Buli. de la Soe. Zool. de Fra7iee. Vol. VI). » — O. Boettger — Beitrãge zur Ken7itniss der Reptilien U7id Anphibie7i Spa7iiens i„nd d.er Balear en {Abhandl. Seneke7iberg . Nat. Ges. Vol. XII, pag. 371). » — Eduardo Bosca — Co?'reeciones y adieio7ies ai Catalogo de los reptiles y anfíbios de Espana, Portugal é Islãs Baleares {A/iales de Histo7'ia Natural. Madrid. Vol. X, pag. 89) {An. Soe. Esp. Hist. Nat, Madrid. Vol. X, pag. 89). 1883 — A. Girard — Reptiles des Ues Be7'le7igas et Farilhões {Boi. Soe. Geogr. Serie 4, Lisboa). REPTIS E AMPHIBIOS 11 1884 — Victor Lopez Seoane — Identidad de Lacerta Schreibersi {Bedriaga) y Lacerta viridis, var. Gadovii {Boidanger). La Corufia. 1885 — V. L. Seoane — Oii ttoo forms of Rana N. W. Spain (Zoologist). » — Dott. Lorenzo Camerano — Monografia dei Sauri italiani. Torino. 1886 — Eduardo Sequeira — Distribuição geographica dos Reptis em Portugal {Boi. Soe. Geog. Lisboa, Ser. 6, pag. 261). 1887 — Lopes Vieira — Catalogo dos Amphibios e Reptis de Portugal existentes actualmente no Museu Zoológico da Universidade de Coimbra no Relatório do professor de Zoologia. (A. Giraldes, 1885-86. Coimbra). » — Dr. Oskar Bottger — Verzeichniss der von Hnr. Dr. Heinr. Simroth aus Portugal uiid von den Azoren mitgebrachten Reptilien und Batrachicr {Sítzungsberichte der Kòniglich. Preussischen Akademie der V/issenschaften zu Berlin. VoL XII). 1888 — Dr. J. de Bedriaga — Avipliibiens et Reptiles recuellis en Portugal par M. Adolphe Moller {Instituto de Coimbra, 2.^ ser., vol. XXXVI, pagg. 564, 693, 759; vol. XXXVII, pag. 25, 295, 441, 590, 840; voL XXXVIII, pag. 132, 203. 1891 — Dr. J. de Bedriaga — Les larves des Batraciens recueillis en Portugal, par M. Adolphe F. Moller. Coimbra {histituto de Coimbra). 1892 — J. Bettencourt Ferreira — Sobre o <^Acanthodactylus» de Portugal {Jorn. de Sc. Math. Phys. e Nat. Lisboa, 2.=^ serie, vol. II, pag. 188). » — J. Bettencourt Ferreira — Sur Vexistence de < Triton palmatus {Schnd) » en Portugal {Jorn. de Sc. Math. Phys. e Nat. Lisboa 2." serie, vol. II, pag. 195). » » — J. Bettencourt Ferreira — Revisão dos reptis e batrachios de Portugal {Jorn. de Sc. Math. Phys. eNat. Lisboa, 2.a serie, vol. II, pag. 268). 1893 — J. Bettencourt Ferreira — Revisão dos reptis e batrachios de Portugal {Jorn. de Sc. Math. Phys. e Nat. Lisboa, 2.^ serie, vol. III, pag. 19). » — J. Bettencourt Ferreira — Remarques sur la <■■ Vipère co7nmune/> {Jorn. de Sc. Math. Phys. e Nat. Lisboa, 2.» serie, vol. III, pag. 167). 1895 — J. Bettencourt Ferreira — Additamento ao catalogo dos reptis e ba- trachios de Portugal {Jorn. de Sc. Math. Phys. e Nat. Lisboa, 2.'* serie, vol. III, pag. 231). » — J. Bettencourt Ferreira — Sur un urodèle rare ou peu connu du Por- tugal {Jorn. de Sc. Math. e Nat. Lisboa, 2.=^ serie, vol. III, pag. 238). » — J. Bettencourt Ferreira — Rej^tis e Batrachios do norte de Portugal e Hespanha {Jorn. de Sc. Math. Phys. e Nat. Lisboa, 2.-' serie, vol. IV, pag. 33). — Bruno Durigen — Deutschlands Amphibien und Reptilieií. (Ainda não acabado de publicar). 12 REPTIS E AMPHIBIOS II Captura, ti'ansporte, conservação em aquário e prepai'ação dos reptis e amphibios Oaptixra Chelonios. As espécies de agua doce ou terrestre são vulgarmente conhe- cidas, e os habitantes das localidades onde ellas existem indicam os sitios em que mais frequentemente se encontram. Durante o inverno não se obtêem com facilidade, porque estão geralmente enterradas no lodo; mas nas outras estações apanham-se facilmente na agua, por meio de um saco de tecido forte de malha. Este saco, que pode egualmente servir para captura de outros reptis e amphibios, deve ser de malha assaz larga para não estorvar a passagem da agua, e estar ligado a um aro de ferro fixo ou que possa fixar-se por meio de um parafuso na extremidade de um cabo de pau forte mas não pesado. Acontece porém frequentemente poderem apanhar-se os chelonios, mesmo sobre a terra, para onde sahem amiudadas vezes. Os chelonios de agua salgada não são frequentes nas nossas costas, nem são procurados. Comtudo, costumam apparecer ás vezes nas redes de pesca e para os obter, é necessário recommendar aos pescadores que os aproveitem quando os apanharem. Saurios. Da mesma maneira que os ophidios, também estes hibernam; e só se encontram com frequência quando a temperatura é elevada, mostran- do-se então muito ágeis e de difficil captura. Podem apanhar-se a tiro de escumilha muito fina e disparado a distancia, para os não deteriorar muito; ou batendo-lhes no dorso com uma vara flexível, que possa partir-lhes a espinha ; ou colhendo-os na carreira por meio de um sacco de rede, ou finalmente ar- mando, á entrada dos buracos em que se abrigam, um laço de linha ou melhor ainda de crina ou de cauda de cavallo ou boi preso á extremidade de uma vara. REPTIS E AMPHIBIOS 13 Opbidios. Geralmente menos ágeis do que os saurios, podem apanhar-se por qualquer dos três primeiros processos que indicamos para estes últimos, ou ainda pegando-lhes pela ponta da cauda e atirando-os duas ou três vezes a grande altura, o que é sufficiente para que as cobras fiquem atordoadas pelo choque que experimentam quando cahem no solo, e se deixem capturar sem difficuldade. Pelos caracteres que adeante indicaremos para a familia Viperidae poderão distinguir-se as viboras, com as quaes deve haver o maior cuidado, apanhan- do-as por meio de um laço collocado na extremidade de um pau, ou com uma pinça de pontas muito compridas, ou finalmente com o auxilio de duas varas, só depois de lhes ter partido a espinha com uma vara flexível. Quando se tragam botas de couro grosso, poderá ainda pôr-se-lhes o pé sobre o dorso, para as segurar, e pegar-lhes pelo pescoço com uma pinça. Se por descuido ou accidente se venha a ser mordido por uma vibora, convirá chupar immediata- mente o sangue da mordedura, uma vez que não haja alguma ferida na boca; pois que o veneno da vibora só é prejudicial quando introduzido directamente na circulação. Se a ferida for n'um dos membros, deve também ligar-se logo da parte de cima da mordedura, por meio de um lenço bem apertado. Dis- pondo-se de uma lanceta ou canivete, convirá augmentar as picadas feitas pelos dentes da vibora, tornar a chupar e cauterizar a ferida com qualquer cáustico de que se disponha, como um acido concentrado, a pedra infernal, o ferro em braza, etc. Amphibio^. Encontrando-se na agua, apanham-se por meio do sacco de rede já indicado. Alguns, como acontece ás rãs, capturam-se mais facilmente lançando-se á agua um fio de pesca, tendo na extremidade uma espécie de anzol, formado por um alfinete dobrado, que se espeta n'um pequeno fra- gmento de panno vermelho ou n'uma pétala de qualquer flor vermelha. Se estão em terra, como os seus movimentos são vagarosos, capturam-se sem difficuldade, ou por meio de uma pinça, ou até á mão, protegida por uma luva ordinária, para evitar o seu contacto, para muitos repugnante, ou ainda a acção irritante das suas secreções. Devem procurar-se nos charcos, nos tanques, á beira dos ribeiros, ou debaixo das pedras em sitios húmidos, d'onde muitos ha que não sahem senão de noute ou quando chove. Os machos de muitas espécies determinam-se mais facilmente na primavera, estação em que importa procural-os de preferencia. 14 REPTIS E AMPHIBIOS Transporte Para transportar os reptis ou amphibios do campo para casa servem as caixas de lata; mas são mais commodas as bolsas de gutta-percha, que se usam para o acondicionamento das esponjas de lavar, nas malas de viagem, e que se encontram facilmente á venda. Convém sempre metter nas caixas ou bolsas um pouco de musgo húmido. Querendo transportar os gyrinos dos amphibios, é necessário mettel-os em frascos com agua e, na falta d'estes, nas bolsas de gutta-percha contendo uma pouca de agua, levando-as então suspensas dos botões do casaco. Quando tenham de remetter-se os amphibios ou reptis para grandes dis- tancias, devem mandar-se em caixas de lata ou de madeira, com pequenos orifícios, ou com tampa de rede metallica, contendo musgo levemente hume- decido. Estes animaes podem viver assim durante muitos dias; e tanto para a sua determinação, como para a boa preparação, é sempre preferível receber os animaes vivos. Se porém não poderem remetter-se pouco depois de apa- nhados, ou se a demora no transporte houver de ser grande, devem então matar-se, lançando-os n'um prato com aguardente ou outro recipiente assaz largo, para conter o animal á vontade, compondo-os ahi com uma pinça, de modo que fiquem em attitude natural. Passadas algumas horas, quando já endurecidos pelo álcool, tiram-se para fora, golpeiam-se na linha media do ventre, até pôr a descoberto os intestinos e mettem-se em frascos com aguar- dente forte, em que se conservam, até poderem remetter-se. Se os reptis forem grandes, ou se ficarem muito accumulados nos frascos, convirá renovar-lhes a aguardente passados três ou quatro dias. Quando houverem de se fazer as remessas deve ainda attender-se á tempera- tura do ambiente. Havendo frio, podem facilmente mandar-se os animaes sim- plesmente mortos e sem preparação algimia, porque supportarão assim três ou quatro dias de viagem sem se deteriorar. Mas se fizer calor e a remessa houver de demorar-se por mais de um dia, não deverão expedir-se os animaes senão depois de tractados pelo álcool, como fica indicado, e de mettel-os em caixas de lata com algodão ou estopa levemente humedecidos com aguardente. As víboras nunca devem mandar-se senão depois de mortas. REPTIS E AMPHIBIOS 15 Ooiiservaoao em aquário Para o estudo dos amphibios é muitas vezes conveniente conserval-os vivos n'um aquário, com parte do fundo fora da agua e com algumas pedras. Acontece apanharem-se gyrinos e ficar-se em duvida relativamente á sua determinação, ou querer-se obter por meio d'elles exemplares adultos. É indis- pensável um aquário em qualquer d'estas hypotheses, ou ainda quando se querem conservar exemplares adultos até á primavera, para os estudar ou preparar com as formas e cores correspondentes a esta epocha. Só então podem observar-se as differenças da crista dorsal, cauda e membranas inter- digitaes e lateraes do dorso, especialmente notáveis nos machos. Convém collocar no aquário uma pequena quantidade de plantas aquáticas, de que alguns gyrinos se alimentam a principio e que além d'isto fornecem oxygenio á agua. Depois devem nutrir-se de pequenos animaes, taes como, insectos, minhocas, etc, e mesmo com carne, com que já sustentámos durante alguns annos differentes exemplares de Pleurodeles Waltlii, Mich. As relas sustentam-se perfeitamente com moscas e habituam-se mesmo a vir comer á mão. Em geral é preferível empregar os pequenos animaes vivos, porque mais facilmente os comem. Qualquer que seja o alimento, é indispensável evitar empregal-o em ex- cesso, porque este ficará turvando a agua, e além d'isto porque, em geral, os amphibios resistem muito á falta de alimentação, especialmente quando a temperatura não é muito elevada. Quando por qualquer motivo a agua turve ou os animaes comecem a morrer devem tirar-se para um outro vaso com agua, limpar muito bem o aquário e renovar tudo, para então o repovoar. Algumas espécies e particularmente as rãs e relas sahem com facilidade dos aquários, que por este motivo se devem conservar cobertos com rede metallica, fixa em caixilho, que ajuste bem contra os bordos do aquário. Prepaifaçao Os nossos reptis e amphibios, exceptuando os grandes chelonios marinhos, conservam-se geralmente em frascos com álcool de 30° Cartier, pouco mais ou menos. É conveniente, quando se mettem n'este liquido, que fiquem n'uma posição natural e própria para o estudo. Para isto, depois de mortos, deve fazer-se-lhes uma ou mais incisões na linha media abdominal, e dispol-os sobre laminas de 16 REPTIS E AMPHIBIÕS cortiça ou de madeira, onde se fixem, por meio de alfinetes pregados nas patas ou inclinados sobre o tronco, de modo a dar-lhes posição conveniente. Estas laminas mantêem-se depois dentro de álcool por alguns dias, até que os animaes endureçam assaz para conservar a sua forma e posição, para só depois os retirar das laminas e installar definitivamente em frascos convenientes. Como, em geral, os reptis e ampliibios e especialmente os ophidios não podem conservar-se dentro dos frascos com as suas posições naturaes sem ahi serem amparados por qualquer forma, podem fixar-se sobre laminas de vidro incolor e transparente, ligando-os sobre ellas por meio de uma ou mais voltas de fio delgado. Por este processo, adoptado no Museu da Universidade de Coimbra, pelo Sr. Dr. Lopes Vieira, podem os exemplares conservar as suas posições naturaes, simulando estar suspensos no liquido e ser examinados por todos os lados, não se tornando necessário abrir os frascos, senão quando se tenha de estudar a disposição dos dentes, forma da lingua, etc. Para tapar os frascos, usamos ha já alguns annos, com grande vantagem, de placas de vidro, coUadas por meio do cimento, a que o sou inventor deu o nome de Emzed, meio este que reputamos muito superior a todos quantos têem sido propostos para fechar os frascos e evitar a evaporação do álcool (1). Quando se presuma que o álcool pôde alterar muito as cores, como geral- mente succede á côr verde, amarella ou vermelha, importa tomar nota d'estas (1) Indicamos em nota especial o modo de preparar e empregar este cimento, que não só serve para reptis e amphibios, mas também para outros muitos animaes, e nos tem prestado óptimos serviços. Ainda ha pouco transportámos do Algarve para Coimbra grandes caixas de lata fechadas com este cimento e contendo differentes animaes em álcool, que chegaram perfeitamente bem. Preparação. Tomam-ge duas a três partes de paraffina era peso e uma de cautchu dividido em pequenos pedaços e lança-se tudo em vaso metallico, que se expõe ao lume até fundir. Tira-se então e conserva-se coagulado. Apiiiicaçíio. Aquece-se o cimento até fundir e estende-se então, por meio de um pincel, sobre os bordos do frasco que se quer tapar. Em seguida aquece-se á lâmpada de álcool a placa de vidro que deve servir de tampa, e apenas quente, assenta-se sobre o cimento já coagulado no bordo do frasco. A temperatura da lamina funde novamente o cimento e este liga a tampa aos bordos. Processo para abrir os frascos. Ordinariamente é suííiciente um canivete para os abrir. Porém, julgando-se conveniente, para evitar que a tampa se parta, o que ás vezes se dá, lança-se sobre ella agua quente para amollecer o cimento que com ex- trema facilidade se amollece e deixa descollar a tampa. REPTIS E AMPHIBIOS 17 é da stía disposição, assim como da côr e forma da iris, e inscrever estas observações em livro ou caderno especial, referindo-as a cada frasco designado por meio d' um numero. Não indicamos como devem preparar-se a secco os grandes chelonios por- que só especialistas poderão encarregar-se d'este trabalho e devemos presumir que apenas em laboratórios convenientemente montados se podem preparar. 18 REPTIS E AMPHIBIOS III Explicação de alguns tennos empregados nas descripções herpetologicas (1) Olieloiiios Est. I, fig. 1 e 2. — Schemas da parte superior e inferior do invólucro do corpo dos clielonios (testa), que pode considerar-se dividido do modo se- guinte : • I Números 1 a 22 formando o escudo, ou concha ou casca dorsal {testa dorsalis), dividindo-se em: /la 12 placas ?nargi?iaes. {senta mar ginalià) cova. os seguintes nomes: 1 1 Placa mical. {scutian nnchale). 2 Placas margino-coUares. {senta margino-colariá). !3 e 4 Placas margino-hrachiaes, {scuta margino-brachialia). { |5 a 9 Placas margino-lateraes, {scuta margino-lateralia). lio a 12 Placas femoraes. {scuta femoralia). 'l3 Placas pygeaes ou supracaudaes, {scuta supracaudalia). 14 a 22 constitmndo o disco {discus) contendo: (14 a 17 Placas costaes, {scuta costalia). í 18 a 22 Placas dorsaes, neuraes ou vertehraes, {scuta vertebralia). (1) Os termos escriptos em letra itálica e entre parenthesis indicam os nomes empregados nas descripções latinas. REPTIS E ÁMPHIBIOS lÔ ÍI Números 23 a 28 formando a coiiraça, j)lcistrão, escudo esternal ou esterno, escudo on concha on casca ventral {testa ventralis). Contém cinco pares de jjlacas com as seguintes designações : 23 Placas guiares, {scuta guiaria). 124 Placas postgular es ou brachiaes, {scuta postgularia), 125 Placas peitoraes, {scuta pector alia). i26 Placas abdominaes, {scuta abdomÍ7ialia). |27 Placas preanaes ou femoraes, {scuta praeanalia ou femoratia), 28 Placas anaes, {scuta analia). Algumas espécies exóticas apresentam uma serie de placas entre estas e as marginaes, designadas com o nome de placas esteimo-lateraes {scuta sterno-lateralia) . III Números 29 e 30 — Placas intermediarias ou suturaes. A linha sinuosa que fica entre ellas representa a sutura esteimo-costat, (29 Placas axillares, {scuta axillaria). J30 Placas inguinaes, {scuta inguinalia). Os números 31 e 32 correspondem respectivamente ás aberturas anterior e posterior que existem entre o escudo dorsal e o esterno. Convém observar que o numero, forma e disposição das placas varia nas diifereiítes espécies. Assim, em vez de uma placa impar nucal, pôde haver duas; as placas supracaudaes podem reduzir-se a uma impar e média; as placaâ axillares e inguinaes podem faltar, etc, e, finalmente, podem não distinguir-se placas distinctas, como acontece na Der7natochaelis coriacea, Rond. A disposição, forma e grandeza das placas da cabeça e alguns outros ca- racteres são importantes na classificação dos chelonios; mas para a determi- nação das espécies que podem encontrar-se entre nós podem dispensar-se as respectivas indicações. Est. II, fig. 3 (1). — Schema indicando a disposição das placas da cabeça dos Saurios. Para facilidade do estudo dividimol-as em placas supra- buccaes e infrabuccaes, segundo a sua posição relativamente á bocca. (1) Esta figura e a seguinte, que se referem respectivamente aos Saurios eOphidios, Representam as cabeças vistas do lado, suppondo um corte médio longitudinal e os bordos superior e inferior d'estes cortes inclinados lateralmente, para poderem ver-se as placas das partes medias superior e inferior. Evitamos por esta forma o estudo de mais quatro figuras, que representassem as placas correspondentes das partes superiores e inferiores dos Saurios e Ophidios. 20 REPTIS E AMPHIBÍÒS As stíjjrabuccaes subdividiniol-as nos três grupos seguintes : l.'' — Placas da linha média, das quaes umas, impares, são divididas pela linha média da cabeça; outras, pares, attingem apenas lateralmente esta linha. 2.^* — Placas supralabiaes — que ficam sobre os lábios. 3.° — Placas intermediarias — co\loca.da.s entre os dois grupos precedentes e em que se encontram os orifícios nasaes e oculares, além dos orifícios auriculares situados na parto posterior. As infrabuccaes comprehendem : 1." — as x>lO'Cas sublabiaes. 2." — as placas submaxillares. Convém advertir, em relação aòs Saurios e Ophidios, que ás vezes o numero das placas pode augmentar ou diminuir normalmente em espécies differentes e até anormalmente na mesma espécie. Não entramos, porém, em mais desenvolvimentos a este respeito, não só porque a natureza d'este trabalho o não permitte, mas também porque julgamos que são em geral sufficientes as designações que vamos dar: I Números 1 a 23 — Placas siiprabuccaes. /l." grupo — Números 1 a 8 — Placas da linha media. II Placa rostral, {scutum rostrale). Impar. A figura representa por- tanto só ametade da placa, como acontece nas outras placas impares. 2 Placas supranasaes ou naso-rostraes, {senta siij)ranasalia ou naso- rostralia). Pares. Na figura só apparece uma d'ellas, como nas outras placas pares. |3 Placa intey^nasal, {scutum internasale). Impar. j4 Placas fronto-nasaes, {scuta fronto-nasalia). Pares. |5 Placa frontal, {scutwn froíitale). Impar. 6 Placas fronto-])a?'ietaes, {scuta fronto-parietalia). Pares. 7 Placa inter parietal, {scutum interparietale). Impar. i8 Placa occipital, {scutum occipitale). Impar, grupo — Numero 9 — Placas s^ipralabiaes, {scuta supralabialia). Pares e em'numero variável. Debaixo dos olhos ha muitas vezes uma que se eleva acima das outras e chega até aos olhos, faltando as suboculares e as escamas suborbitarias, de que abaixo falíamos. 3." grupo — Números 10 a 23 — Placas intei^mediarias. |10 Placas nasaes, {scuta nasalia). Uma de cada lado, collocada atraz da rostral, abaixo da supranasal, acima da primeira labial e adiante das naso-frenaes correspondentes ao mesmo lado. Algumas vezes faltam ou reduzem-se por tal forma nos saurios. REPTIS E AMPHIBIOS 21 que não se distinguem exteriormente. N'esta lij^pothese a aber- tura das fossas nasaes apparece entre algumas das placas limí- trophes que acabamos de enumerar. 11 Placas naso-frenaes ou post nasaes, {scuta naso-frenalia owpost' nasalia). Ordinariamente uma ou duas e raras vezes três de cada lado. jl2 Placas frenaes, {scuta frenalia). Uma de cada lado. |13 Placas freno-oculares. {scuta freno-ocidaria). Uma de cada lado, ordinariamente alargando na parte superior, cujo bordo poste- rior pode chegar até aos olhos. 14 Placas p7'eoeulares, {scuta p}'aeocidaria). Uma ou mais de cada lado. 15 Placas subocularcs, {scuta subocidaria). Faltam quasi sempre. 16 Escamas suborbitarias, {scidella subo7'bifalia). Quando existem são geralmente muito pequenas. 17 Placas supraocidares, {sciUa suj^i^aocularia). Em numero va- riável e em geral as duas medias são muito mais desenvolvidas do que as outras. jl8 Escamas supraciliares, {scutella supraciliaria). Pequenas e em numero variável, podendo faltar, 19 Placas postoculares, {senta postocularia). Uma, duas ou três de cada lado. 20 Placas 2^cirietaes, {scrda parietalia). Uma de cada lado. 21 a 23 Placas ou escamas temporaes, {scida temporalia ou squamae temporalia) segundo são grandes ou pequenas. As placas correspondentes aos números 22 e 23, quando existem e querem especificar-se, designam-se respectivamente pelos rvoíwQS placa masseterica {scidu?n massetericum) e placa tympanica {scutum tympanale). II Números 24 e 25 — Placas infrabucaes. : 24 Placas sublabiaes, {scuta sublabialia) . Dispostas symetricamente l aos pares de um e outro lado, excepto a anterior, que é impar e tem o nome especial de jolaca mental {scutum mentale). /25 Placas sidwiaxil lares {sctda submaxillaria). Em numero va- riável, dispostas symetricamente na parte inferior da cabeça. Os números 26, 27 e 28 representam respectivamente as fossas nasaes, olhos e orifícios auriculares ou tympanicos. Finalmente, o numero 29 corresponde ao semicollar de placas grandes, que existe na parte inferior do pescoço na maior parte dos saurios. Além d'estas designações relativamente ás figuras schematicas que apre- sentamos, indicamos as seguintes como principaes. 22 REPTIS E AMPHIBIOS Poros femorae^ {2)ori femorales). São pequenas aberturas, que se ob- servam na direcção longitudinal da parte inferior das coxas e cujo numero varia nas diff crentes espécies. Placa anal ou preanal {scutum anale). Esta designação inclue a definição. É uma placa, ordinariamente grande, situada na parte anterior da fenda anal e rodeada de uma ou mais series proximamente circulares de escamas. O nu- mero d'estas series é empregado como caracter taxonomico. Opliiclios Est. II. fig. 4. — Schema indicativo das placas da cabeça dos Ophidios. Em harmonia com o que estabelecemos relativamente aos Saurios, fazemos as divisões seguintes : I Números 1 a 12 — Placas suprabucaes. , 1." grupo — Números 1 a 5 — Placas da linha media. 1 Placa rostral, {scutum rostralé). Impar. 2 Placas internasaes, {scuta internasalia). Pares. Julgamos dever observar que nos saurios a placa que tem egual designação é impar, 3 Placas prefrontaes ou 2^ostnasaes, {scuta 2}^'ttefrontalia ou post- nasalia). Pares. 4 Placa frontal, {scutum frotitale). Impar. 5 Placas parietaes, {scuta parietalia). Pares. 2.° grupo — Numero 6 — Placas supralabiaes {senta supralabialia). Em numero variável. Excepto nas espécies da família Viperidae e na espécie Pe?-iops hyppocrepis, Merr. chegam sempre até aos olhos as placas sublabiaes que estão debaixo d'elles, como a figura rejíresenta. Nas espécies que acabamos de in- dicar ha placas pequenas entre as supralabiaes e os olhos. 3.* grupo — Números 1 e 2 — Placas intermediarias. i 7 Placas nasaes, {scuta nasalia). Esta placa apresenta ordinaria- mente vestígios de divisão para a parte inferior e ás vezes tam- bém para a parte superior. 8 Placas frenaes, {scuta. frenalia). Uma ou duas de cada lado. 9 Placas preoculares, {scuta praeoctdaria). Em numero variável. Ordinariamente uma ou duas de cada lado. 10 Placas supraoculares, {scuta supraocularia). 11 Placas postoculares, {scuta postoctilar ia). Ordinariamente duas a três de cada lado. 1 2 Placas temporaes, {scuta temporalia). Em numero muito variável. ^ \ Situadas entre as placas parietaes e as ultimas supralabiaes. REPTIS E AMPHIBIOS 23 II Números 13 e 14 — Placas infrabuvaes. 13 Placas sublabiaes, {scuta sublabialia). Em numero variável. A anterior, única impar, tem como nos sauríos o nome de placa meditai, {scutum mentale). |14 Placas infraviandibulai^es, {scuta in&amandibularia). Atrás d'estas,' dispostas symetricamente aos pares de um e outro lado da linha media, ha uma placa impar e media, não representada na figura, chamada jtíZaca guiar {sctiUmi gulare), rodeada de peque- nas escamas denominadas escarnas gíilares (squamae guiares). O numero 15 corresponde á abertura das fossas nasaes, situada na placa nasal, e o numero 16 aos olhos. Nas espécies da Í2ixm\\?LViperidae faltam quasi todas as placas indicadas, e a cabeça é em grande parte coberta de pequenas escamas. Devemos ainda notar que alguns auctores, como B. Diirigen na sua obra ainda em publicação, Deutsclands Amjíhibien und Reptilien, designam respecti- vamente as placas correspondentes aos números 2, 3 e 4 pelos nomes que nós damos para os números 3, 4 e 5; e ás que são representadas pelo numero 5 chamam placas occipitaes. A3a:iplill)los Não apresentamos figuras schematicas para os amphibios por entendermos que as seguintes explicações poderão ser sufficientes. Dentes i oiueriaiio!;* ou italatiiiois ou palatiiio-t omerianos. Com estas designações indicam differentes auctores pequenos dentes existentes na abobada palatina da maior parte dos amphibios, dispostos ordinariamente em dois grupos. Estes grupos reconhecem-se facilmente pelas elevações muito distinctas que existem no céo da bocca e em que os dentes estão coUocados. A existência, forma e grandeza d'estas elevações e a sua posição relativamente ás aberturas internas das fossas nasaes, representadas por dois orifícios da parte anterior do céo da bocca, são de máxima importância no estudo dos amphibios. Paroíidas. Atrás dos olhos, de um e do outro lado do pescoço, existem em muitos amphibios elevações com pequenos orificios correspondentes ás glân- dulas chamadas parotidas por causa da posição que occupam. A presença ou ausência d'estas elevações, a sua forma e maior ou menor desenvolvimento empregam-se como caracteres distinctivos. Distinguem-se geralmente bem. 24 REPTIS E AMPHIBIOS Devemos, porém, observar que não é raro encontrar indivicluos da mesma espécie com as saliências parotidias muito bem desenvolvidas e outras em que estas só podem reconhecer-se bem por meio de cortes e observações mi- croscópicas. Tympano ou membrana tympaniea. Costumam assim designar-se os operculos correspondentes aos orifícios auriculares, situados atrás dos olhos, umas vezes bem visíveis atravez da pelle adelgaçada e outras vezes imperceptíveis. Liingna. A sua forma, grandeza e modo de ligação são muito importantes para as distincções de grupos superiores e das espécies. Não apresentamos aqui mais esclarecimentos a este respeito, porque as indicações dadas nos respectivos logares são suffícientes para a intelligencia dos caracteres referentes á lingua. Saccos voeaes. São assim designados reservatórios aéreos que possuem os machos de algumas espécies e em que podem produzir sons, tornando-se então estes órgãos salientes e bem visíveis. Não podendo, porém, observar-se n'esta occasião, reconhecem-se pelas abei"turas internas correspondentes que existem na parte posterior da bocca. Podem existir dois lateraes, como na rã, ou um médio, como na rela. Crista. É uma saliência membranosa longitudinal, existente na parte media do dorso — crista dorsal — ou da cauda — crista caudal — que, na pri- mavera, se desenvolve mais ou menos e toma cores e formas differentes em muitas espécies de urodelos. Pnpilla. É conveniente notar a sua forma antes de matar os animaes, por- que esta muitas vezes nos auxilia nas classificações. Dobra g-ular. Dobra da pelle da parte inferior da cabeça entre as extre- midades posteriores do maxillar inferior. Areada froiito-temporal. Ê um arco formado por uma saliência ou apophyse do osso frontal unindo-se com outra que parte do temporal. Os caracteres deduzidos da existência ou falta d'este arco e da sua consistência óssea ou cartilaginea são importantes na classificação. Apophyses transversaes das vértebras sagradas. Estas apophyses umas vezes cylindricas e outras vezes dilatadas e de formas diversas devem, em casos especiaes, examinar-se; embora sejam caracteres cuja observação exije trabalho. REPTIS E AMPHIBIOS 25 Mamillo anal. Elevação em que abre o anus c a cuja grandeza e fórina se recorre frequentemente, sobre tudo nas determinações especificas e parti- cularmente nas do género Triton. ^^lembrana interdi^ital. Significa o que a expressão indica. N'algumas espécies varia o seu desenvolvimento segundo o sexo e epocha em que se observa. Ampliiíçyriniíles, mediogyi-imdeí!*, Ievo{;f.yi*iiiides. N'alguns gyrinos a communicação do espaço em que estão as guelras com o meio ambiente faz-se por meio de duas aberturas lateraes {sjnracula), ou por meio de uma só, média, que muitos consideram como proveniente da união das duas.prece- dentes, ou do lado esquerdo, pela atrophia da guelra direita. Os grupos em que estas disposições existem tomam respectivamente os nomes de amphi- gyrinides, médio gyr inicies e levogyrinides. 26 REPTIS E AMPHIBIOS IV Tabeliãs para a determinação dos Reptis e Amphibios citados como existentes na Península Ibérica (1) CLASSE REPTILIA Corpo disciforme, com invokicro duro, ósseo ou coreaceo, em que pode recolher- se a cabeça, membros e cauda. Sem dentes. Fenda anal longitudinal {Doli- chotremata) 1.» Ord. Chelonia Corpo sem invólucro duro em que possa recolher-se a cabeça, membros e cauda. Ordinariamente com dentes. Fenda anal transversal {Plagiotermafa) 2 Olhos com pálpebras moveis, ou encobertos com a pelle e pouco distinctos. Corpo não anelado, com a parte inferior coberto de differentes series longitudinaes de placas ventraes sobrepostas; ou corpo anelado sem series longitudinaes de placas ven- traes 2.-' Ord. Smiria Corpo não anelado, com uma única serie longitudinal de placas ventraes sobre- postas 3.' Ord. Ophidia (1) N'estas tabeliãs numeramos seguidamente apenas as espécies que devem actual- mente considerar-se portuguezas, e nas notas damos algumas indicações relativas a cada uma das espécies citadas. REPTIS E AMPHIBIOS 27 1.^ ORD. CHEI.ONIA /Concha acuminada posteriormente, pelo menos a partir do meio. Membros remi- formes; os anteriores muito maiores do que os posteriores, sem dedos distinctos. Encontram-se na agua salgada {Thalas- sites) 3.» Fam. Chelonidae Concha oval. Membros não remiformes proximamente eguaes. Com dedos dis- tinctos, apesar de ligados pela pelle até ás unhas. Animaes de agua doce ou terrestres 2 Com uma única placa impar suj^racaudal. Concha muito abobadada. Terrestres {Chersites) 1." Fam. Chersidae Com um par de placas supracaudaes. Con- cha mais deprimida. Vivem ordinaria- ^ mente na agua doce (Pahidites) 2.^ Fam. Testudinidae 1.^ Fam. chersidae Gen. TESTUDO, Lin. Uma espécie (1) T. graeca, L. 2.'» Fam. TESTUDINIDAE /Sutura esterno-costal immovel. Concha superior ligando-se directamente á con- cha inferior, pelo menos por riíeio de três das suas placas. Placas axillares e in- [ guinaes bem desenvolvidas 1." Gen. Chlemmys, "Wagl. Sutura esterno-costal movei. Concha su- perior ligando-se só por meio de duas placas á concha inferior. Placas axillares e inguinaes nullas ou rudimentares 2."^ Gen! Emys, Wagl. (1) Esta espécie existe em differentes localidades meridionaes do continente euro- peu e ilhas do Mediterrâneo incluindo mesmo as Baleares. É citada também da Hes- panha e Portugal por Dumeril e Bibron, declarando que não conhecem exemplares d'estas ultimas localidades; e o sr. Eduardo Bosca suppõe ter sido importada para Hes- panha. 28 REPTIS E AMPHIBIOS 1.0 Gen. CHLEMMYS, Wagl. Uma espécie (vulgaris, Gray; sigriz, Dum. Bib. ; leprosa, Scliw.) (1) 1 C. cas2nca, Gm. 2.0 Gen. EMYS, Wagl. {Cistudo, Fiem.) Uma espécie {lutaria, Gm.; europaea, Schn.) (2) 2 E. orbicularis, L. 3.^ Fam. CHELONIDAE Concha sem placas córneas e com sete eleva- ções longitudinaes muito salientes 1." Gen. Dermatochaelis, Wagl. I Condia com placas córneas e sem sete ele- vações longitudinaes .2 Concha com cinco placas costaes de cada lado 2.0 Gen. Thalassochelys, Fitz. I Concha só com quatro placas costaes de cada lado 3." Gen. Chelone, Brogn. 2 1.0 Gen. DERMATOCHAI3LIS, Wagl. {Sphargis, Herz.) Uma espécie (niercurialis, Merr; atlântica, Les.) (3) 3 i). coHacea, Rond. 2.0 Gen. THALASSOCHELYS, Fitz. Uma espécie {couana, Daud; corticata, Rond.) (4) 4 T. careta, Rond. (1) Conhecida pelo nome vulgar de kar/ado ou sapo-concho. Tem sido encontrada desde o Algarve até ao rio Douro e ou esta espécie ou a seguinte ou talvez ambas foram vistas por mim em Bragança. (2) Está nas mesmas condições da espécie precedente, tanto relativamente ao nome vulgar como á distribuição geographica. (3) Conhecemos apenas um único exemplar, capturado em 1828 em Peniche, exis- tente actualmente no museu de Lisboa. Lembramo-nos comtudo de ter visto ha muitos annos, no museu de Coimbra, um outro exemplar velhissimo e em péssimo, estado que não podemos encontrar quando tomámos conta da direcção do gabinete de Zoologia; nem sabemos se era proveniente dos nossos mares. (4) N. V. Tartaruga. Tem sido encontrada nas costas do Algarve, da Estremadura e em Buarcos. Pouco frequente. REPTIS E AMPHIBIOS 29 3.0 Gen. CHELONE, Rrogn. Membros anteriores com uma só unha. Placas do disco não sobrepostas {mydas, Bon.) (1) C. Viridis, Schn. I Membros anteriores com duas unhas. Pla- cas do disco sobrepostas em parte (2). .. C. imbricata, L. 2.a ORD. iSAURIA Corpo anelado e sem escamas. Olhos pouco distinctos, cobertos com a pelle e sem l| pálpebras moveis {Anmillata) 5.^^ Fam. Amphisbaenidae Corpo não anelado e com escamas. Olhos com pálpebras moveis 2 Dedos separados, formando discos adhe- sivos. Lingua curta e grossa, pouco ou 2\ nada chanfrada na extremidade {Crassi- lingties) l.'' Fam. Ascalabotidae Dedos sem discos adhesivos 3 Dedos unidos até ás unhas pela j^elle, for- mando dois grupos, um de dois e outro de três dedos. Dorso com uma crista longitudinal. Lingua muito comprida, vermiforme, dilatada na extremidade ( Vermilingues) 3.^ Fam. Chamaeleontidae Dedos não divididos em dois grupos. Dorso sem crista 4 /Dorso coberto de escamas granulosas, justapostas, mas não imbricadas. Lingua . estreita e bifida {Fissilingues) 2,=^ Fam. Lacertidae Dorso com escamas lizas imbricadas. Lin- gua grossa na base, estreita e pouco fendida na extremidade {Brevilingues). 4.^ Fam. Scincidae (1) Citamos esta espécie por ter sido encontrada nas costas occidentaes da Europa, em latitudes superiores ás nossas e ser também citada do Mediterrâneo; pelo que acha- mos possivel e muito provável que appareça nas nossas costas. (2) E commum nos mares tropicaes e tem-se também encontrado nas costas occiden- taes da Europa, ainda que raras vezes. 30 REPTIS E AMPHIBIOá 1.^ Fam. ASCALABOTIDAE Discos adhesivos chegando até á extremi- dade dos dedos; com uma única serie de escamas na parte inferior de cada dedo 1." Gen. Platydactylus, Cuv. Discos adhesivos cliegando só ao meio dos dedos; com duas series de pequenas \ escamas na parte inferior de cada dedo. 2.° Gen. Hemidactylm, Cuv. 1.0 Gen. PLATYDACTYLUS, Cuv. {Tarentola, Gray.) Uma espécie {facetanns, Aid.), {fascicularis, Daud.), {muralis, Dum. B.) (1) 5 P. mauritanicus, L. 2.0 Gen. HEMIDACTYLUS, Cuv. Uma espécie {vemicídatus, Cuv.) (2) 6 H. turcicus, L. 2.^^ Fam. LACERTIDAE 1 Escamas da parte inferior dos dedos dos membros posteriores não carenadas — 2 Escamas da parte inferior dos dedos dos membros posteriores carenadas 3 Com um semicollar, muito distincto, de placas grandes na parte inferior do pes- 2\ coço 1.° Gen. Lacerta, Lin. Sem semicollar de placas grandes no pes- coço 2.0 Gen. Tropidonotus, Fitz. , Com semicollar de placas grandes na parte \ inferior do pescoço 4 (Sem semicollar de placas grandes na parte f inferior do pescoço 3.° Gen. Psammodroimis, Fitz. (1) Conhecida em todo o paiz pelo nome Osga e não é rara. (2) Não sabemos que se tenha encontrado entre nós senão na serra de Monchique e nas proximiddcs de Évora. Os exemplares que existem no Museu da Universidade foram-me mandados d'esta ultima localidade pelo nosso amigo Visconde da Esperança. Muito rara. Conhecida pelo mesmo nome da espécie precedente, com que vulgarmente a coníundem. REPTIS E AMPHIBIOS 31 lOrla dos dedos manifestamente denteada. 4.» Gen. Acaniodactylus, Fitz. (Orla dos dedos não denteada 5.° Gen. Podareis, Wagl. 1.0 Gen. LACERTA, Lin. , Escamas da parte superior da cauda não carenadas. Cabeça allongada. Semicollar iJ rectilíneo na sua parte posterior (1) L. oxycephala, Dum. B. Escamas da parte superior da cauda muito carenadas 2 /Semicollar terminado posteriormente em linha recta. Região temporal com pe- quenas escamas proximamente eguaes ás do dorso, quasi semisre com placa masseterica. Largura máxima da placa I occipital muito menor do que a da placa \ frontal. Dorso deprimido (2) 7 L. muralis, Laur. Semicollar terminado posteriormente em linha mais ou menos ondulada ou den- teada. Região temporal com placas em geral muito maiores do que as escamas do dorso. Dorso convexo 3 /Largura máxima da placa occipital pelo menos egual á da placa frontal. Cauda ordinariamente muito mais curta do que o dobro do comprimento da parte ante- rior á fenda anal (3) (4) 8 L. oeellata, Daud. Largura máxima da placa muito menor do que a da frontal 4 (1) Não conhecemos esta espécie que pertence á fauna de Hespanha segundo as indi- cações do Catai. Briíish Muscum 1845 e do meu amigo sr. D. Mar. de la Paz Graells. (2) N. V. Sardaiiisca, Lagartixa. Estes nomes são frequentemente applicados a todas as espécies pequenas d'esta familia como diminuitivos dos nomes Sardão e La- garto com que se designam as duas espécies maiores L. oiridis, Gm. e ocelleta, Daud. Vulgarissima em todo o paiz, com diííerentes variações de cores pertencentes em geral á var. fusca, Bedr. (3) Deve haver cuidado no emprego do caracter deduzido do comprimento da cauda, porque é frequente esta partir-se nos saurios e não tornar a adquirir depois o compri- mento normal. Ordinariamente porém reconhece-se na cauda que houve fractura. (4) Vulgar por toda a parte com o nome de Sardão ou Lagarto. 32 REPTIS E AMPHIBIOS 'Uma só plaóa naso-frenal. Cauda pouco mais comprida do que a parte do corpo anterior á fenda anal, adelgaçando an- teriormente muito menos do que perto / da extremidade. Cabeça pequena {Gen. Zootoca, Wagl.) (1). L. vivipara, Jacq. Duas placas naso-frenaes. Cauda muito mais comprida do que o resto do corpo, j e adelgaçando uniformemente da base até á extremidade 5 /Cauda muito mais curta do que o dobro do resto do corpo. Placa frenal pequena, não SC prolongando até ás placas da linha media e collocada abaixo da naso- frenal superior e da freno-ocular que se tocam {Stirpiuni, Bon.) (2) L. agilis, L. Cauda pelo menos tão comprida como o dobro do resto do corpo. Frenal grande, prolongando-se superiormente até ás placas de linha media entre a parte pos- terior da naso-frenal superior e a parte anterior da freno-ocular (3) 9 L. viridis, Geni. ; var. Shrei- \ beri,''Beá. 2.0 Gen. TEOPEDOSAUEA, Fitz. Uma espécie (4) 10 T. algira, L. (1) Tem-se dado como existente nas montanhas das proximidades de Sevilha e em differentes localidades do norte de Hespanha. Comtudo o sr. Bosca tem duvida em assegurar que pertença á fauna hespanhola. (2) Tem sido indicada como de Sevilha e das Astúrias ; porém o sr. Bosca não a inclue na lista das espécies que com certeza pertencem á fauna hespanhola. (3) O typo da espécie foi indicado como existente no norte de Hespanha e em Por- tugal; porém as nossas observações, as recentes publicações dos srs. Bedriaga e J. Bet. Ferreira não nos habilitam a aíHrmar que exista em Portugal senão a Var. Schreibert Bedr. e Gadovi Boul., hoje geralmente consideradas como podendo reduzir-se a uma única variedade. (4) N. V. Osga segundo o sr. Ed. Sequeira. Nunca ouvimos dar-lhe este nome, que é applicado geralmente ás espécies da familia Ascalahotidae. Temos ouvido dai*-lhe o nome de Sardanisca do monte. Encontra-ee frequentemente era todo o paiz. REPTIS E AMPHfBIOS 3*J 8.0 Gen. PSAMMODHOMUS, Fitz. Uma es-pecie {Edwardsianus, Dug.) (1) . . 11 P. hispanicus, Fitz. 4.» Gen. ACANTHODACTYIjUS, Wlegm. Escamas da parte anterior do dorso lisas. Semicollar anguloso, confundido poste- riormente com a parte inferior do corpo {velox, M. Ed.; Boschimms, Bon.) (2) . .. 12 A. vulgaris, Dum. B.] I Escamas de todo o dorso manifestamente carenadas. Semicollar convexo e livre posteriormente (3) A. lineomamlahis. Dum. B. 5.0 Gen. PODARCIS, Wagl. {Eremias, Dum. B.) Uma espécie (4) P. variahilis, Pall. 3.^' Fam. CHAMAELEONTIDAE Gen. CHAMAELEON, Lochn. Uma espécie (5) C. vulgaris. Daud. (1) Por toda a parte, com mais ou menos frequência. (2) Pouco vulgar. Desde o Algarve até á Serra da Estrella. Não nos consta que tenha sido encontrado em regiões mais septentrionacs. Segundo o sr. Bett. Ferreira, os exemplares do nosso paiz devem considerar-se como pertencentes a uma variedade especial. Var. Bocagei, Ferr. (Jorn. Sc. Matli. Ph. c Xat., 2." ser., Tom. II pag. 188). (3) Fundando-se na auctoridade de Strauch é citado de Hespanha por Schrciber. Se ahi existe deve ser muito raro, porque n'e8tes últimos tempos não tem sido encon- trado. (4) Por indicação de Lichtenstein é mencionada de Hespanha por Schinz. Da mesma maneira que a espécie anterior não se tem encontrado ultimamente. Um exemplar que existia no Museu de Paris com esta designação e proveniente de Hespanha, foi estu- dado pelo sr. Lataste, que reconheceu ser o A. vulgaris, Dum. B. Além d'isto não está bem averiguada a sua existência na Europa senão nas regiões orientaes. Por estes motivos suppomos pouco provável que se encontre entre nós. (5) h citado de diversas localidades do sul de Hespanha, onde se vae tornando cada vez mais raro. 34 JR'EPTIvS E AMPHIBIOS 4. ' Fam. SCINCIDAE ( Sem membros 1." Geií. Anguiã) Lin. < Com membros 2 l Com três dedos em cada membro 2.» Gen. Seps, Laur. (Com cinco dedos em cada memliro 3." Gen. Gongyhis, Wagl. 1.» Gen. ANGUIS, Lin. Uma espécie (1) 13 A. fragilis, L. 2.0 Gen. SEPS, Laur. Uma espécie (2) 14 S. chalcides, L. 3.0 Gen. GONGYIiUS, Wagl. Uma espécie (3) 15 G. ocellahis, Wagl. 5.« Fam. AMPHISBAENIDAE Gen. BLANUS, Wagl. {Atnphisbaena, L.) Uma espécie (4) 16 B. Cinereus, Vand. (1) N. V. Cobra de cidro segundo o sr. Bett. Ferreira, licranço segundo o sr. Ed. Sequeira, e nós temos ouvido designal-a pelos nomes de licanço ou alicanço, licranço e fura-mato. Por todo o paiz e não rara. (2) Cobra de pernas, Fura-panasco (Bett. Ferreira), Losma, (Ed. Sequeira), Fura- mato. Frequente desde as immediações de Lisboa até ao extremo norte do paiz. Não temos, porém, noticia de ter sido encontrada no sul de Lisboa. (3) Coníunde-sc á primeira vista com a espécie precedente, epor isso, naturalmente, é conhecida pelo vulgo com os mesmos nomes. Desde o Algarve até ao norte de Por- tugal, mas rara. Segundo o sr. Bedriaga representada no nosso paiz pela var. Bedria- gai, Bosc. (4) N. V. Licanço ou Alicanço (Bett. Ferreira), nome que temos ouvido applicar á Anguis fragtlis L. Escopro. Frequente em todo o paiz. REPTIS E AMPHIBIOS ^5 3.« ORD. OlMimiA /Com muitas escamas pequenas asj-metricas na parte superior e anterior da cabeça. Pupilla allongada. Cauda mais curta do que nas espécies das famílias seguintes. Escamas do corpo carenadas. Placas pe- quenas entre os olhos e as supralabiaes. Maxilla superior com dois dentes gran- "■> des, curvos e tubulosos, collocados na parto anterior. {SoIenoglyj)hes) \:^ Fam. Vlperidae Toda a parte anterior da cabeça com ilíacas dispostas symetricamente. Pupilla circu- lar. Cauda mais comprida do que nas es- pécies da fam. Viperidae. Escamas do corpo ordinariamente lisas. Sem j)eque- nas placas entre os olhos e as placas supra- labiaes, (só existem nas espécies do gé- nero Periops.) Sem dentes tubulosos, (Co- \ luhriformes) 2 Duas placas frenaes de cada lado. Parte superior e anterior da cabeça com uma forte depressão, limitadalateralmentepor saliências que, a partir dos olhos, se pro- longam para a parte anterior e que, jun- tamente com outras saliências formadas pelas supralabiaes, limitam de cada lado uma depressão em que estão collocadas as placas nasal, frenaes e a preocular. Maxilla superior com os dentes poste- riores sulcados. {OpistoglypJt,es). (1)... '2:^ YdLva. Psammophidae Uma só placa frenal de cada lado. Parte posterior da maxilla superior sem dentes sulcados (Aglyphodontes) 3." Fam. Cohibridae (1) Alguns auctores incluem a miica ospecie cnropêa cVesta família na família Colubridao. 36 REPTIS E AMPIIIBIOB l.« Fam. VIPEEIDAE Gen. VIPERA Laur. (1) /Bordo inferior dos olhos separado pelo menos em parte das supralabiaes apenas por uma única escama. (Gen. Pelias, Merr 2 |Todo o bordo inferior dos olhos separado das placas supralabiaes pelo menos por duas escamas (Gen. Vijjera, Gronov.) .. 4 , Parte superior do corpo de côr preta uni- forme, mais ou menos intensa (2) 17 V. berus, L. ; var. prester, L. í Parte superior do corpo de côr clara, com manchas escuras 3 (1) Juntamos n'um só género Yipera as víboras quê têm sido indicadas como existindo em a nossa peninsula, em harmonia com o que fazem alguns auctores modernos c porque as recentes descobertas tendem a estabelecer transições insensíveis entre os dois géneros Yipera Gron. e Pelias, Merr. fundados em differenças provenientes do numero de escamas intermediarias ás placas supralabiaes e bordo inferior dos olhos, da forma geral da cabeça e da existência ou ausência de placas grandes na parte su- perior da cabeça. (2) N. V. Vibora preta. No museu da Universidade existem dois exemplares. Um delles, da serra de Castro Laboreiro, tem placas parietaes e frontal bem distinctas ainda que um pouco irregulares; e no outro, da serra de Suajo, a côr é mais clara, as escamas ou pequenas placas que existem na parte posterior e média da cabeça são um pouco maiores do que na parte anterior, mas não podem reconhecer-se placas cor- respondentes ás parietaes e frontal. O sr. Bedriaga refere á V. prester L. um exemplar da vibora preta proveniente da serra do Laboreiro, que lhe foi enviado pelo sr. Moller. O sr. Bruno Dúrigen, na sua excellente obra, ainda em publicação, Dcutschlands Amph. iind Rcpt. p. 341 apre- senta a V. prester L. como var. da V. berus L. ; e o sr. Boulanger [The Zoologist 1895) falia na variedade preta d'esta ultima espécie. Em harmonia com estas indicações e apezar das differenças dos dois exemplares que estudamos, incluiremos estes, interinamente, sob a mesma designação, em quanto uão obtivermos mais elementos de estudo. REPTIS E AMPHIBIO.S 37 Com uma placa impar na parte média da cabeça entro os olhos {frontal) e duas symetricas parietaes atrás d'esta. Cabeça , abobadada superiormente (1) V. beriis, L. jParte média superior da cabeça sem as placas parietaes e ordinariamente uma frontal. Parto superior da cabeça acha- \ tada (2) V. berus, L. ; var. Seoanei, Lat. Focinho não arrebitado em ponta cor- ^ , nea(3) V. aspis, L. (Focinho arrebitado em ponta córnea muito saliente 5 f Saliência cónica do focinho inclinada para a parte anterior e pelo menos com 15 escamas (4) V. ammodytes, L. 5 (Saliência cónica do focinho menor, não in- clinada para diante e nimca com mais de 9 escamas (5) 18 V. avitnodytes, L. ; va7\ La- tastei, Bosca /i (1) Esta víbora enconti'a-se na Hespanha, onde é rara; e o sr. Steindacliner cita-a como encontrada no Porto ha quasi 30 annos. Como n'esta epocha o estudo das víboras estava muito atrazado e, além d'isto, como muitos naturalistas distinctos têm explo- rado posteriormente com assiduidade as immediações do Porto e nunca a reconhe- ceram, temos como duvidosa a existência do typo d'esta espécie entre nós. (2) Possue o museu da Universidade differentes exemplares d'esta vibora, não rara na Galliza, ofierecidos pelo sr, V. L. Seoane, que nos parecem muito differentes da V. beras, L. pela forma achatada da cabeça, maior elevação da parte anterior do fo- cinho e falta de placas parietaes e frontal. Estas difíerenças poderiam talvez fazel-os considerar como pertencentes a uma espécie distincta; comtudo, seguindo o exemplo de muitos, indicamol-a apenas como variedade, até hoje não conhecida de Portugal. (3) Citada por Vandelli (Mem. da Ac. R. Sc. de Lisboa, vol. I, pag. 69) e por Link (Be merkungen au/eiíie Roíse durch Franckreich, Spanien und Portugal, vol, II, p. 94) é indicada do Gerez, ao norte das Caldas e de Montalegre. Sendo recentes, como já dis- semos, os principaes trabalhos para a distincção das nossas viboras, e não tendo nós nem outros naturalistas encontrado esta espécie entre os numerosos exemplares estudados do Gerez, duvidamos garantir que a V. aspis, L. pertença á nossa fauna. (4) .\t:j lc>7c) a V. Latastei, Bosca era confundida com a V. ammodytes, L. e jul- gamos que por este motivo foi esta ultima citada de Portugal. Hoje conçorda-se ge- ralmente em que os exemplares portugnezes conhecidos devem referir-se ã primeira. (5) Esta forma, que tem sido considerada por alguns como idêntica áV. a/nmorf^íes, L. epor outros como espécie distincta e que nós consideramos como variedade, representa a nossa vibora commum que se encontra especialmente nas montanhas desde a Extre- dura até ao extremo norte de Portugal. 1 38 REPTIS E AMPHIBIOS 2.» Fam. PSAMMOPHIDAE Gen. COELOPELTIS, Wagl. Uma espécie {inslgnitus, Geoff . ; lacertinu. Wagl.) (1) 19 C. mons})essulauus, Herm. 3." Fam. COLUBRIDAE [Bordo inferior dos olhos separado das ' placas supralabiaes por escamas 1." Gen. Periops, Wagl. I Bordo inferior dos olhos não separado das \ placas supralabiaes por meio de escamas 2 /Escamas do dorso ef lanços muito carenadas nos indivíduos adultos. Placas postocu- lares em contacto com uma única placa temporal 2." Gen. Trojndotwtus, Bóie Escamas do tronco todas lisas ou apenas levemente carenadas no dorso ou nos flancos, mas nunca n'uma e outra parte simultaneamente. Ordinariamente com j as placas postoculares em contacto com • duas temporaes (2) 3 I Com duas placas preoculares 4 I Com uma única placa preocular 5 'Nunca mais de 21 series longitudinaes de escamas pequenas lisas em volta do corpo 3.'^ Gen. Zamenis, Wagl. 4 1 Nunca menos de 25 series longitudinaes de escamas pequenas em volta do corpo, lisas ou levemente carenadas no dorso... 1." Geu, Elaphis, Aldr. (1) Conhecido como todos os ophideos pelo nome commum de Cobra, e, além d'isto, segundo o»sr. Bett. Ferreira, pelo nome de Cobra rateira e em Cintra pelo nome de Cobra de colchete. [2) Exceptuam-se apenas a Coronella austríaca, Laur., que umas vezes tem só uma placa temporal em contacto com as postoculares, e a Coronella cucullata, Geoff., raríssima entre nós e que nunca vimos, (|ue apresenta invariavelmente só uma d'estn8 piacuí?, REPTIS E AMPHIBIOS 39 Cabeça ordinariamente achatada e muito distincta do corpo, com o focinho curto e arredondado (1). Escamas todas lisas. Dentes posteriores maiores do que os anteriores 5." Gen. Coronella, Laur. Cabeça approximadamente de forma py- ramidal quadrangular, com focinho allon- gado e pouco distincta do corqo. Escamas lisas ou levemente carenadas na parte posterior do corpo. Dentes todos eguaes 6 /Nunca menos de 26 series longitudinaes de escamas pequenas lisas em volta do corpo. Placa rostral muito prolongada para a parte superior da cabeça, elevan- do-se acima das que estão era volta d'ella. Flancos não formando ângulos muito sensíveis com o abdómen Q." Gen. RJiinechis, Michah. 6/ Nunca mais de 23 series longitudinaes de escamas pequenas em volta do corpo. Escamas da parte posterior do corpo carenadas nos adultos. Placa rostral sem prolongamento sensível para a parte su- perior da cabeça. Flancos formando um angulo muito sensível com o abdómen. (Gen. Coluber, auct.) 7." Gen. Callopeltis, Bonap. !.<' Gen. PERIOPS, Wagl. Uma espécie (2) 20 P. hippocrepis, Merr. (1) A Coronella austríaca, Laur. é a única que pôde confundir-se com as espécies dos géneros correspondentes ao numero 6; mas distingue-se facilmente se attendermos •A (jue na Coronella austríaca, Laur. é a 3.* e 4.* placas supralabiaes que ficam debaixo dos ollios e nas espécies dos géneros Rhinechis, Michali. e Callopeltis, Bonap. são a l.'» e 5.» Outros caracteres, que não citamos por ser este sutficiente e do fácil apre- ciaijão, poderiam fazer distinguir estas espécies. (2) Não é rara em todo o paiz. Conhecida segundo o sr. Bett. Ferreira pelo nome de Cobra de ft/rradnra. 40 REPTIS E AjMPHIBIOS 2.» Gen. TROPIDONOTUS, Boic. {Natrix, Laiir.) fCom duas placas postoculares, duas, ou raras vezes uma preocular, e sete supra- labiaes, ficando a 3.=* e 4.=', a contar de deantepara traz, debaixo dos ollios (l)... 21 T. viperinus, Bóie i Pelo menos com três placas postoculares 2 'Com uma única placa preocular, três post- oculares e sete supralabiaes, das quaes ficam debaixo dos olhos a 3." e 4.^^ {tor- quatits, Gesn.) (2) 22 T. natrix, L. [Com duas ou três placas preoculares, três ou quatro postoculares e oito supra- labiaes, ficando a 4.» e ^.^ debaixo dos olhos (3) T. tesselatus, Laur. 3." Gen. ZAMENIS, Wagl. Uma espécie {atrovirens, Gunth.) (4) Z. viridifíavm, Lat. 4.0 Gen. ELAPHIS, Aldrov. Uma espécie {quadrilineatus, Bon., gua- terradiatus, Dum. Bib.) (5) E. cervone, Aldr, (1) N. V. Cobra de agua. Muito commum por toda a parte. (2) Muito vulgar como a precedente e conhecida pelo mesmo nome em todo o paiz. (3) Apezar de ser citada por differeates auctores como tendo sido encontrada em differentes pontos de Hespanha, o sr. Bosca duvida da sua existência em a nossa Pe- nínsula. (4) Esta espécie é rara na Hespanha. (5) Segundo Schiegel encontra-se em Aragão e Catalunha ; porém, os herpetologistas hespanhoes modernos não a têm encontrado. REPTIS E AMPHIBIOS 41 5.» Gen. CORONELLA, Laur. /Com sete placas supralabiaes, ficando a 1.=* e 2.* em contacto com a frenal e a 3.* e 4.^ debaixo dos olhos. Placa rostral saliente acima das internasaes, prolon- gando-se muito entre estas para a parte superior da cabeça {laevis, Merr.) (1). .. 23 C. austríaca, Daud. |Com oito placas supralabiaes, ficando a 2.* e 3.=* em contacto com a frenal e a. á.^ e 5.=* debaixo dos olhos. Placa rostral não elevada sensivelmente acima das circum- visinhas, nem muito prolongada para a parte superior da cabeça 2 Parte posterior da cabeça sem elevação sensivel. Com duas placas temporaes em contacto com as postoculares (2) 24 C. girondica, Daud. 2 (Parte posterior da cabeça com uma elevação muito sensivel. Com uma única placa temporal em contacto com as postocula- res (3) 25 C. Gucullata, Bóie. e." Gen. RHINECHIS, Michah. Uma espécie (4) 26 R. scalaris, Bóie. (1) Esta espécie foi indicada do Algarve, Alemtejo e Minho pelos srs. Gadow e Rawes. O sr. Bett. Ferreira dá como duvidoso que pertença á nossa fauna, e nós não hesitamos em affirmar que existe em Portugal, porque temos no museu de Coimbra um exemplar proveniente do Gerez. Rarissima. (8) Vulgar desde o Algarve até á serra do Gerez, e naturalmente encontra-se até ao limite norte de Portugal. (3) Ainda que muito rara, encontra-se desde o Algarve até Setúbal. (4) N. v. Riscadinha [Beit. Ferreira). Tem-se reconhecido desde Campo Maior até ao Gerez, e não é muito rara. 42 REPTIS E AMPHIBIOS 7." Gen. CALLOPELTIS, Bonap. {Coluber, auct.) /Escamas lisas, dispostas pelo menos em 25 series longitudinaes em volta do corpo. Placa frontal levemente dilatada ante- riormente {leopardinus, Schleg.) (1) — C. quadrilineatus. Pall. Escamas do corpo nunca dispostas em mais de 23 series longitudinaes, e leve- mente carenadas na parte posterior do corpo. Placa frontal muito dilatada an- teriormente {ãavesceiís, Bon.) (2) C. aesculapii, Aldr. CLASSE AMPHIBIA Sem cauda no estado adulto 1.» Ord. Anura. Com cauda no estado adulto 2.» Ord. Urodela. 1.- ORD. ANOIA (3) {Batrachia, Ecaudatá) . Com os dedos espalmados formando discos l| {Discodactylia, Platydactylia) 1.* Fam. Hylidae. (Dedos sem discos {Oxydactylia) 2 (1) Citada de Sevilha e Andaluzia; mas ainda hoje ha quem duvide da sua exis- encia em Hespanha. (2) Segundo o sr. Bosca não existe na península, apezar de se ter citado um exem- plar de Hespanha. (3) A divisão d'esta ordem é muito diversa nos differentes auctores. Não só admittem um numero muito variável de famílias, mas também quando admíttem o mesmo numero comprehendem n'ellas géneros diferentes. Por este motivo a dividimos apenas em três íumilias, que nos parecem mais bem caracterizadas. REPTIS E AMPHIBIOS 43 ,Com dentes na maxilla superior. Pupilla em geral redonda ou allongada na di- recção proximamente perpendicular ao eixo longitudinal do corpo 2.=»' Fam. Ranidae. Sem dentes na maxilla superior. Pupilla allongada proximamente na direcção do eixo longitudinal do corpo. Comparotidas e membrana tympanica distinctas. Pelle ordinariamente muito verrugosa 3.^ Fam. Bufonidae. 1.» Fam. HYLIDAE G-en. HYLA, Laur. Uma espécie {viridis, Laur.) (1) 27 H. arbórea. L. 2.^ Fam. RANIDAE Parte posterior da lingua com profunda chanfradura média|scparando dois gran- des lóbulos lateraes voltados para a parte posterior. Membrana do tympano muito distincta. Sem parotidas. Com membros 1( posteriores allongados. Com saliências articulares na face palmar dos dedos. Pelle lisa 1." Gen. Rana, Lin. Parte posterior da lingua muito pouco ou nada chanfrada. Sem saliências nas arti- culações das phalanges digitaes 2 Com um grande esporão córneo na parte interna e posterior dos pés. Sem tym- pano nem parotidas salientes. Lingua levemente chanfrada posteriormente — 2.° Gen. Pelobates, Wagl. Sem esporão na parte interna e posterior dos pés 3 (1) N. V. Rela, Raineta (Bett. Ferreira). Tem sido encontrada desde o Algarve até Penafiel com difíerentes variedades, descriptas com os nomes de Porezi, Bosca, meri- dionalis, Bõtt., e Mollcri, Bedr. Os indivíduos d'esta espécie variam muito com o meio em que se encontram, e as differenças que caracterisam as suas variedades não são grandes; pelo que, e attendendo ainda á natureza d'este trabalho, nos abstemos de entrar a este respeito em mais minuciosidades. 44 REPTIS E AMPHIBIOS Pupilla em forma de triangulo isosceles I com a base voltada para cima. Abdómen e parte inferior da cabeça ordinariamente vermelhos (antes da acção do álcool), com grandes manchas pretas azuladas muito salientes. Dentes palatinos um pouco atrás das aberturas internas das fossas nasaes, formando dois grupos allongados transversalmente. Lingua arredondada na parte posterior e sem chanfradura. Sem tympano nem parotidas distinctas. Pelle muito verrugosa 3." Gen. Bombinator, Merr. Pupilla não triangular. Parte inferior do corpo branca ou levemente amarellada, sem grandes manchas pretas muito sa- lientes 4 Dentes palatinos em dois grupos entre as aberturas internas das fossas nasaes. Parte posterior da lingua muito leve- mente chanfrada. Pupilla allongada ver- ticalmente. Membros posteriores allon- gados. Pelle sensivelmente verrugosa, mesmo no dorso 4.*^ Gen. Pelodytes, Fitz. Dentes palatinos atrás da linha correspon- dente ás aberturas internas das fossas nasaes 5 Bordo posterior da lingua muito convexo, sem chanfradura. Dentes palatinos em dois pequenos grupos transversaes muito separados. Membros posteriores curtos. Pelle um pouco verrugosa 5.*' Gen. Alytes, Wagl. Bordo posterior da lingua recto ou leve- mente chanfrado. Dentes palatinos em serie longa transversal, pouco interrom- pida. Membros posteriores muito allon- \ gados. Pelle sem verrugas 6.° Gen. Discoglossus, Otth. I REPTIS E AMPHIBIOS 45 1.0 Gen. RANA, Lin. iSem mancha escura grande atrás dos olhos na região temporal. Parte infe- rior do quarto dedo dos membros pos- teriores, a contar de dentro para fora, com quatro tubérculos nas articulações I {viridis, Roes.) (1). . 28 R. esculenta, L. Com grande mancha escura na região tem- poral. Parte inferior do quarto dedo dos membros posteriores só com três tuber- \ culos 2 (Manchas temporaes orladas inferiormente por uma lista esbranquiçada, que parte dos olhos. Articulação tibio-tarsiana ul- trapassando a extremidade do focinho quando se dobra o membro para a parte anterior. Ordinariamente com manchas escuras na parte inferior do corpo e es- 2/ pecialmente na parte anterior. Sem sacos vocaes (2) 29 R. ibérica, Boul. Nódoas tem])oraes não orladas inferior- mente de eòr esbranquiçada. Articulação tibio-tarsiana não ultrapassando a extre- midade do focinho. Sem manchas escuras « na parte inferior do corpo. Com sacos \o- c3Les{platyrrhÍ7ia,SQhr.){muta,L£íi\r.){2) 30 R. fusca, Roes. (1) N. V. Rã. Vulgarissima por Ioda a parte. (2) Conhecida pelo mesmo nome que a precedente. Encontra-se egualmente desde o norte até ao sul de Portugal, mas com muito menos frequência. (3) Segundo o sr. Bett. Ferreira tem sido encontrada em diííerentes pontos da Beira. 46 REPTIS E AMPHIBIOS 2." Gen. PELOBATES, Wagl. r Esporão córneo dos membros posteriores preto. Parte superior e posterior da ca- beça sem elevação notável (1) 31 P. cultripes, Cuv. I Esporão córneo dos membros posteriores amarellado. Parte posterior e média da cabeça com uma elevação muito sa- liente (2) P. fnscns, Laur. 3.0 Gen. BOMBINATOR, Merr. Uma espécie {bombinus, Latr.; pluvialis, Daud.) (3) B. igneus, Laur. 4.0 Gen. PELODYTES, Fitz. Uma espécie (4) 32 P. 2iunetatus, Dug. (1) Pouco vulgar. Tem-se encontrado em difíerentes localidades desde o Algarve até Villa Novft de Gaia. Não nos consta que tenha sido encontrado ao norte do Rio Douro. (2) O sr. Bosca citou esta espécie entre os Amphibios de Hespanha; porém, mais tarde, declarou que a citação foi feita por indicação de Bonaparte, que reunia n'uma só as duas espécies conhecidas d'este género, e pelo estudo de um exemplar novo, que depois reconheceu ser o P. cultripes, Cuv. Não pôde por tanto citar-se esta espécie como da Peninsula, embora se tenha encontrado na Itália; pertence especialmente aos paizes septentrionaes da Eurojja. (3) Nunca obtivemos cm Portugal esta espécie, apezar de nos terem asseverado que existe entre nós um sapo pequeno de abdómen vei-melho. Em Hespanha é também duvidosa a sua existência. (4) Raro. Tem sido encontrado desde o Porto ut'? ao Algarve. REPTIS E AMPHIBIOS 47 5.° Gen. ALYTES, Wagl. ,Com três tubérculos na palma da mão. Primeiro dedo dos membros anteriores menor do que o quarto. Pelle mais ver- rugosa. Dentes palatinos formando uma única serie (1) 33 A. obstetricans. Laur. ^Com dois tubérculos na palma da mão. Primeiro dedo dos membros anteriores egual ou maior que o quarto. Pelle menos verrugosa. Dentes palatinos em duas series, {Gen. Am7noi'yctis, Lat.) (2) 34 A. Cisterncmi, Bose. 6." Gen. DISCOGLOSSUS, Ottli. Uma espécie (3) 35 D. pictus, Otth. 3.'» Fam. BUPONIDAE Gen. BUFO, Laur. ^Segundo dedo interno dos membros ante- riores menor do que o quarto. Parotidas muito salientes, orladas inferiormente de côr escura. Tarso sem appendice mem- branoso. Articulações dos dedos com tubérculos dispostos aos pares (4) 36 B. vulgaris, Laur. Segundo dedo interno dos membros ante- riores maior do que o quarto. Parotidas (1) Como todas as espécies d'esta família e da familia Bufonidae, que apresentam verrugas muito sensíveis e formas robustas, com pernas não muito allongadas, é co- nhecido pelo nome vulgar de sapo; e pelo facto do maclio trazer os ovos durante um certo tempo agarrados ás pernas, dão-lhe o nome de sapo parteiro. Não é raro en- contrar-se em todo o paiz. O sr. Lataste distingue alguns exemplares como perten- centes a uma nova variedade Boscai, Lat. (2) Esta espécie é por em quanto privativa da nossa Península e rara entre nós. Para ella o sr. Lataste creou o género Ammoryctis. Temos noticia de exemplares en- contrados desde Mertola até á Serra do Gerez e Monsão. (3) Pouco frequente em todo o paiz. (4) Conhecido pelo nome de Sapo por toda a parte, e é muito vulgar. 48 REPTIS E AMPHIBIOS não muito salientes e não orladas infe- riormente de côr escura. Orla do tarso com um appendice membranoso longitu- dinal 2 Tubérculos das articulações dos dedos dis- postos aos pares. Quasi sempre com uma linha longitudinal amarellada no meio do dorso. Dedo interno dos membros ante- riores maior do que o immediato. Mem- bros posteriores proporcionalmente me- nores, do que na espécie seguinte. Parte inferior do tronco com manchas escuras, ás vezes menos abundantes no peito, íris com uma saliência no meio do bordo superior e uma depressão correspon- dente no bordo inferior, fácil de observar nos animaes vivos (1) 37 B. calamita, Laur. Articulações dos^dedos só com um tubér- culo. Ordinariamente sem linha longitu- dinal amarella no meio do dorso. Dedo interno dos membros anteriores egual ao immediato. Parte inferior do tronco raras vezes com pontos escuros na parto ' anterior e posterior. Bordos superior e inferior do iris com depressões, {varia- bílis, Pall.) (2) B. viridis, Laur. (1) Encontra-se por toda a parte como o precedente e com o mesmo nome, mas é menos vulgar. (2) É muito commum n'uraa grande parte da Europa e tem sido apontado como pertencente á fauna hespanliola. Comtudo o sr. Bosca suppõe que os exemplares a que se referem as citações correspondem a uma variedade do B. calamita, Laur., sem risco claro longitudinal no dorso. P.EPTIS E AMPHIEIOS 49 2."^ ORD. IIRODELA /Língua com toda a orla livre e ligada á base da boca apenas por um pilar médio. Dentes palatinos dispostos em duas series obliquas convergindo posteriormente. Pelle lisa cora dobras transversaes nos flancos. Cauda redonda 1.=' Fam. Plethodontidae Lingua pegada sempre pela sua extremi- dade anterior á base da cavidade bocal. 2 /Lingua toda livre, excepto anteriormente e no meio. Dentes palatinos dispostos em duas sei'ies um pouco curvas, conver- gindo anteriormente entre os orifícios na- 2( saes internos. Sem crista dorsal. Forma muito allongada, cauda arredondada, le- vemente comprimidanametadeposterior 2.» Fam. Chioglossidae Lingua pegada toda á base da cavidade bocal, excepto a orla lateral e posterior. 3 f Cauda toda redonda, não comprimida late- ralmente. Dentes palatinos dispostos em duas series em forma de S, excedendo anteriormente os orifícios internos na- 3{ saes. Pelle não verrugosa. Sem crista dorsal. Planta dos pés lisa 3.'^ Fam. Salamandridae [Cauda comprimida lateralmente, pelo menos posteriormente. Dentes palatinos em series proximamente rectilíneas 4.« Fam. Tritonidae 1.* Fam. plethodontidae (Lectriodontidae) Gen. SPELERPES, Raf. {Geotriton, Tsch.) Uma espécie (1) S. fuscK^, Bon. (1) Segundo Schreiber a existência d'e3ta espécie na nossa Península, indicada por Hallow, carece de verificação. Existe na Itália, Sicilia e França. 4 60 REPTIS E AMPHTEIOS 1» 9 2.* Fam. CHIOGLOSSIDAE Gen. CHIOGLOSSA, Boe. Uma espécie (1) 38 C. Insitanica. Boc, 3.» Fam. SALAMANDRIDAE Oen. SALAMANDRA, Laur. Uma espécie (2) 39 S. maculosa, Laur, * 4.a Fam. TUITONIDAE Gen. TRITON, Laur. Dorso e flancos muito verrugosos 2 Dorso e flancos sem vennigas muito sen- ! siveis 5 Linha média longitudinal do dorso sem signal algum que o distinga do resto da superfície dorsal 3 Linha média longitudinal do dorso com cai'ena, sulco, lista de cQr mais clara ou crista membranosa 4 (1) Tem-se encontrado esta curiosa espécie era differentes localidades a partir de Elvas para o norte : mas não temos conhecimento da sua existência no sul de Por- tugal, nem nas regiões mais septentrionaes do nosso paiz. Pouco vulgar. (2) Temos ouvido dar a esta espécie assim como a algumas espécies do género seguinte os nomes de Salamandra, Salamantiga, e Saramantiga; porém esta é espe- cialmente designada com o nome de Salamandra terrestre. É representada no nosso paiz por differentes variedades e frei-juenie por ioda a parte. REPTIS E AMPHIBIOS ^1 ^ Dobra guiai- muito distíucta. Dentes pa- í latinos em duas series curvas e diver- í gentes na parte anterior. Abdómen cora manchas escuras. Ultimas phalangesdos dedos de côr clara, Mamillo anal pequeno (Gen. Pleurodeies. Michah) (1) 40 T. Walttii. Michah. Dobra guiar nulla ou pouco distincta. Dentes V palatinos não divergindo sensivelmente na parte anterior e muito divergentes posteriormente. Abdómen alaranjado, or- dinariamente sem manchas escuras muito salientes. Dedos apenas mais claros na I extremidade. Mamillos anaes muito sa- lientes (Gen. Hemitriton. Dug.) (T. py- reneus. Dum. B.)(2) T. asper. Sch. Abdómen com pontos ou pequenas manchas brancas. Dorso verde (côr que desappa- rece ao álcool) com manchas grandes pretas muito irregulares. Crista dorsal do macho na primavera levemente recor- tada. As duas series de dentes palatinos, proximamente parallelas na parte ante- rior, divergem depois constantemente paraa parte posteriori Ge^/íéTi. Laur.) (3) 41 T. marmoratus. Schinz. Abdómen claro, com grandes manchas pretas arredondadas. Dorso escuro, com manchas pretas. Crista dorsal no macho, na primavera, com recortes muito pro- fundos. As duas series de dentes palati- nos divergem anteriormente, convergem depois e tornam a divergir posterior- mente (4) T. cTHstatus. Laur. J il) Tem-se encontrado, ainda que não é muito vulgar, desde o Algarve até Pena- tial. f2j Em 1863 o sr. Dr. Bocage deu como po?sivel a eiistencia no nosso paiz do Euprccte^ Rttsconi Rusc. Ainda ha pouco herpetologistas distinctos consideravam este ultimo como synonimo do T. asper, Sch. Hoje admittem-se geralmente como perten- centes á Europa três espécies do subgea. E^iproctes, — E. asper, Sch. {rugosus, Dug.l de Hespanna, E. Ríuíconi, Sch., da Sardanba e o E. montanus, Sch. da Córsega. \ij N. V. Saramantiga. Commum em tcdo o paiz. (4) Ainda que distribuido por uma grande parte da Europa e de ter sido indicado 52 REPTIS E AMPHIBIOS [Com lista escura desde a parte anterior do focinho até aos olhos, prolongando-se para a parte posterior d'este, aonde or- dinariamente é mais sensível. Espaço interocular com três sulcos convergindo para a parte anterior 6 Sem lista escura sensível nas partes lateraes da cabeça e ordinariamente sem três sulcos longitudínaes no espaço inter- ocular 7 Dorso ordinariamente com pequenas man- chas que não formam seines longitudí- naes regulares. Parte média do abdómen e parte inferior da cabeça sem manchas pretas. Cauda do macho na primavera com um prolongamento fino terminal e com uma expansão membranosa de cada lado do dorso, substituída na fêmea por uma linha parda ondulada. Crista do macho muito baixa. Língua angulosa late- ralmente. Abdómen esbranquiçado, com lista média amarella (desapparece no álcool). Arcada fronto-temporal completa I {helveficns, Raz.) (1) 42 T. palmatns, Tsch. I Dorso com grandes manchas escuras, pro- ximamente circulares, formando uma serie média e duas lateraes longitudí- naes. Abdómen e parte inferior da ca- beça com manchas escuras. Cauda dos machos na primavera sem prolonga- mento filiforme e sem expansões lateraes membranosa? no dorso. Crista do macho na primavera elevada. Língua não an- giilosa lateralmente. Abdómen alourado, com lista média vermelha (ambas as cores como pertencente á Península Ibérica não pôde ter-se como certa a sua existência na Hespanha nem em Portugal. Differentes auctores dizem c]ue eu indiquei esta espécie como pertencente á nossa fauna. Devo, porém, declarar que nunca vi exemplar algum portuguez do T. cristatus, Laur., e, portanto, não podia cital-o como encontrado por mim no nosso paiz. (1) Pouco vulgar. Tem sido encontrado em Coimbra, Esmoriz e Mattosinhos, REPTIS E AMPHIBIOS 53 desapparecem no álcool). Arcada fronto- temporal incompleta, (taeniatus, Sclin.; lobatus, Tscli.; jyalustris, Laur.) (1) T. jnmeiatus, Lat. Macho com crista dorsal na primavera. Ordinariamente com nódoas pretas muito salientes na parte superior e inferior dos membros; abdómen immaculado. Ca- beça sem vestigios de sulcos (2) T. al2)estris, Laur. 7/ Macho sem crista dorsal. Ordinariamente abdómen com nódoas pretas muito sa- lientes, que não existem ou são pouco sensíveis nos membros. Parte superior da cabeça com vestigios de sulcos (il/a/- tzani, Bõtt.) (3) 43 T, Boscai, Lataste (1) As citações d'esta espécie, tanto relativamente á Hespanlia como a Portugal, suppõe-se que são provenientes de ter-se confundido o T. Boscai, Lat. com esta espécie. (2) Apesar de ter sido indicado de Hespanlia por Sclineider, nào pôde ter-se como certa a sua existência na Peninsula. (3) Não é raro. Em todo o paiz. índice geral Pag. Indicações geraes relativas á natureza e fins d'este trabalho — 5 I — Lista de algumas obras relativas á herpetologia europea e particularmente de publicações que mais interessam á her- petologia peninsular 9 II — Captura, transporte, conservação em aquário e preparação dos reptis e amphibios 12 III — Explicação de alguns termos empregados em herpetologia. . . 18 IV — Tabeliãs para a determinação dos reptis e amphibios citados como existentes na Península Ibérica 26 índice systematico DAS ESPKCIKS E ORUF-OS CITADOS Pag. CLASSE REPTILIA 26 l.a ORD. CHELONIA 26 l.'^ Fam. Chersidae 27 Gen. Testudo, Lin 27 T. graeca, L 27 2.'» Fam. Testudinidae 27 1.0 Gen. Chlemmys, Wagl 27 1 C. caspica, Gm 28 2.° Gen. Emys, Wagl 27 2 E. orbicularis, L 28 3.^* Fam. Chelonidae 27 1.0 Gen. Dermatochaelis, Wagl 28 3 D. coriacea, Rond 28 2." Gen, Thalassochelys, Wagl 28 4 T. careta, Rond 28 3." Gen. Chelone, Brogn 28 C. viridis, Schn 29 C. imbricata, L 29 2.-* ORD. SAURIA 29 1.» Fam. Aácalabotidae 29 1.0 Gen. Platydactylus, Cuv 30 õ P. mauritanicus, L 30 58 índice Pag. 2.« Gen. Heniidactylus, Cuv 30 6 H turcicus, L 30 2.a Fam. Lacertidae 29 1." Gen. Lacerta, Lin 30 L. oxycephala, Dum. B 31 7 L. mu?rílis, Laur 31 8 L. ocellata, Daud 31 L, vivipara, Jacq 32 L. agilis, L 32 9 L. viridis, Gem. ; var, Sh?'eiberi, Bed 32 2." Gen. Tropidosaura, Fitz 30 10 T. algira, L 32 3." Gen. Psammodromus, Fitz 30 11 P. hispanicus, Fitz 33 4.° Gen. Acanthodact3'^lus, Wiegm 31 \2 A. vulgaris. Dum. B 33 A. lineomaculatus, Dum. B 33 5." Gen. Podareis, Wagl 31 P. variabilis, Pall 33 3.» Fam. Chamaeleontidae, Lochn 29 Gen. Chamaeleon, Lochn 33 C vulgaris, Daud 33 4.» Fam. Scincidae 29 1.° Gen. Anguis, Lin 34 13 A. fragilis, L 34 2.» Gen. Seps, Laur 35 14 S. chalcidis, L 34 3.0 Gen. Gongylus, "Wagl 84 15 G. ocellatus, Wagl 34 h,.^ Fam. Amphisbaenidae 29 Gen. Blanus, Wagl. 34 16 B. Cinereus, Vand 34 3.* ORD. OPHIDIA 35 1.^ Fam. Viperidae 35 Gen. Vipera 36 V. berus, L 37 17 V. berus, L. ; var. prester, L 36 V. berus, L. ; var. Seoanei, Lat 37 V. aspis, L 37 V. myimodytes, L 37 18 V. ammodytes, L. ; var. Latastei, Bosca 37 índice 59 Pag. 2.a Fam. Psammophidae 35 Gen. Coelopeltis, Wag 38 19. C. monspessulamis, Herm 38 3.a Fam. Colubridae 35 1.° Gen. Periops, WagI 38 20 P. hippocrepis, Merr 39 2.» Gen. Tropidonotus, Bóie 38 21 T. viperinus, Bóie 40 22 T. natrix, L 40 T. tesselatus, Laur 40 3." Gen. Zamenis, Wagl 38 Z. viridiãavtis, Lat 40 4." Gen. Elapliis, Aldrov .- 38 E. cervone, Aldr 40 5." Gen. Coronella, Laur 39 23 C. austríaca, Daud 41 24 C. girondica, Daud 41 25 C. cucutalla, Geoff 41 6." Gen. Rhinechis, Michah :59 26 R. scalaris. Bóie 41 7." Gen. Callopeltis, Bonap 39 G. gtiadrilineatus, Fali 42 G. aesculapii, Aldr 42 CLASSE AMPHIBIA 42 1.* ORD. ANTJRA ." 42 1.=» Fam. Hylidae 42 Gen. Hyla, Laur 43 27 H. arbórea, L 43 2.a Fam. Ranidae , 43 1 ." Gen. Rana, Lin 43 28 R. esculenta, L 45 29 R. ibérica, Boul 45 30 R. fiisea, Roes 45 2." Gen. Pelobates, Wagl 46 31 P. caltripes, Cuv 46 P. fiiscus, Laur 46 3.° Gen. Bombinator, Merr 44 B. igneus, Laur 46 4.» Gen. Pelodytes, Fitz 44 32 P. punctatus, Dug 46 í"»f> índice Pag. 5.» Gen. Aly tes, Wagl 44 dS A. obstetricans, Laur 47 34 A. Gisternasii, Bosc 47 6.° Gen. Discoglossus, Otth 44 35 D. pictus, Otth 47 3.» Fam. Bufonidae 43 Gen. Bufo, Laur 47 36 B. vulga?'is, Laur 47 37 J5. calamita, Laur 48 B. viridis, Laur 48 2.a ORD. URODELA , . . 49 l.a Fam. Plethodontidae 49 Gen. Spelerpes, Raf 49 S. fuscus, Bon 49 2.» Fam. Chioglossidae 49 Gen. Chioglossa, Boc 50 38 C. Itisitanica, Boc 50 3.^ Fam. Salamandridae 49 Gen. Salamandra, Laur 50 39 iS". maeulosa, Laur 50 4.» Fam. Tritonidae 49 Gen. Triton. 50 40 T. Walttii, Michah • 51 T. asper, Sch 51 41 T. mannoratus, Schinz 51 T. cristatus, Laur 51 42 T. palmatm, Tsch 52 T. punctatus, Lat 53 T. alpestris, Laur 53 43 T. Boscai, Lat 53 ERRATAS Pag. Linh. Erros Emendas 28 30 péssimo, estado péssimo estado 29 2 Rrogii. Brogn. 30 24 Tropidonotus Tropidosaura 32 23 Gem. Gesn. í»'íÍ'n.:íí^jí-*«-