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Full text of "Viagem dos Generais"

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INSTITUTO DE ALTOS ESTUDOS MILITARES 



CURSO DE ALTOS COMANDOS 



VIAGEM DE GENERAIS 



2/ INVASÃO FRANCESA 



OPERAÇÕES CONTRA SOULT 



BRIG. F, M. ROCHA SIMÕES 



1970/1971 



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INSTITUTO DE ALTOS ESTUDOS MILITARES 



CURSO DE ALTOS COMANDOS 



VIAGEM DE GENERAIS 



2; INVASÃO FRANCESA 



OPERAÇÕES CONTRA SOULT 



BRIG. F. M. ROCHA SIMÕES 



1970/1971 



SUMÁRIO 



I. INTRODUÇÃO 

II. A ORGANIZAÇÃO DA MANOBRA 
CONCLUSÕES 



\ 



w 



2.& INVASÃO ^AgÇESA 
OPERAÇÊES ÇOMtA SOULT 






\ 



I - píTRODUÇAO 



Imaginando um alinhamento tirado de Chaves à Régua, prolongado ate cortar 
o Rio Vouga, teremos respectivamente para leste daquela linha e para norte do Rio, 
uma região englobando as províncias do Minho e Douro e parte da Beira Litoral, região 
que vai servir de palco às operações ofensivas do Exercito anglo -luso, contra as for- 
ças do marechal goult. 

Porklturas de Abril-Maio de 1809 estavam as tropas francesas ao contaoto, 
no seu parimetrol sobre o Vouga e o Tâmega, com as poucas numerosas e muito indiscipli- 
nadas forças portuguesas j no interior ocupam a cidade do Porto e os efectivos mais 
importantes iam entretendo os ócios que os seus deveres militares lhes deixavam, rou- 
bando e pilhando, quanto podiam, bem contra a vontade do seu comandante chefe que, 
mansamente, amadurecia na capital do Norte uns vagos sonhos de realeza. 

resto do País constituía - digamos - os bastidores daquele palco, onde 
os personagens j principais preparavam os figurantes que o nunca desinteressado auxilio 
inglês ia permitir, uma vez mais, fossem subir a cena. 

São Os personagens principais já do nosso conhecimento - . Mas permita- 
-se-me que acerca, deles diga uma palavra de minha justiça, pois, porventura, poderei 
vê-los por outras luzes* A sua actuação na segunda fase da campanha da 2& Invasão Pra; 
cesa ê susceptível de alterar o perfil que de alguns deles poderiamos ter recortado. 

Assim poderemos ver o marechal Soult levantando- se da sua inacção no Por- 
to, até à altura da sólida reputação que tinha creado^ actuando sob as vistas do Impe- 
rador, reputação que não desmentiria na longa carreira que havia de iluminar ainda 
com o seu talento. E e o general Silveira, apeando-se. do alto pedestal em que se polo 
cara depois da acçâb da ponte de Amarante 



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Comecemos pelos tenentes-generais ingleses* 
■^nente ÇfSfLíSi §i£ áílH? Welle slev, Duque de Wellington e de Çiudad Rodrigo 



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Um corpo e uma vontade de ferro, que levaram os seus compatriotas a 
apelidá-lo de "Iron Duke", notabilizou- se mais como homem de guerra pela sua prudên- 
cia, sangue-frio, perseverança e disciplina que pelo génio ou brilhantismo das suas 
combinações. 

Tipo do aristocrata inglês, avesso por principio a todas as ideias libe- 
rais, membro dos Cumuns, bafejado pela sorte - !! La fortune a plus fait pour lui 
qu il na fait pour elle", havia de dizer Napoleão - tal era o homem que a Inglater- 
ra nos enviara para comandante chefe em Portugal e na Península. 

Chegado ao Tejo a 22 de Abril, reoebido festivamente em Lisboa a 23 s 
recebe a 27 das mãos do Tenente General Sir John Cradook o comando que este exercia. 

Tenente General Sir. John Çradock 

Comandante das tropas inglesas em Portugal, mais prudente que o seu rol-.; 
ga Wellesley e mais antigo, foi substituido por este, indo ocupar o lugar de coman- 
dante militar de Gibraltar, depois de entregar a 27 de Abril de 1809 um comando em 
que esteve longe de se notabilizar. 

Foi indicado pelo governo inglês - a pedido do português. Partido de . 
Inglaterra em meados de Fe-vereiro de 1809, chegou a Lisboa nos primeiros dias de Mar- 
ço. Por decreto de 7 de Março do mesmo ano foi-lhe dada a patente de marechal do Ex3r- 
cito Português " encarregando -o, como tal , do comando em chefe de todas as tropas, £22í™ 
\j tuguesas e_ com toda _a jurisdição que a_ tal cargo compete, em conformidade das leis 

e regulamentos militares do Reino" comando que assumiu efectivamente a 8 de Abril 
no Q.G. em Tomar, das mãos do Tenente General lliranda Henriques. 

Se nâb se oelebrizou pela planifioaçãb e direcção de campanhas brilhan- 
tes, não se pode deixar de lhe fazer justiça e enaltecer a sua acção no desempenho 
do cargo em que foi investido. E se outros títulos não pudessem ser invocados a abo- 
nar a aia acção bastaria dizer-se que conseguiu fazer franquear ao Exército Português 
o profundo fosso existente entre uma ' ip?oj>a" e um "Exército". 

Implacável, duro - atestam-no alem de outros as depurações no Exercito } 
os incidentes com o Conde de Ficalho e o Bispo de Coimbra - era o homem necessário 
e de que o Exercito precisava naqueles tristes dias para poder vir a atingir um ra- 
zoável nível de eficiência. 



- 3 - 



General Silveira 

Depois da acçâb na ponte de Amarante oreou-se-lhe ao contrario do que 
seria de esperar - uma reputação militar muito aoima da sua capacidade. 

Valoroso j duma coragem admirável, cabe~lhe a honra de ter sido o oficial 
general - e porventura o mL litar português - mais constante na defesa do solo pátrio, 
contra os franceses» 

Demitido do Exército a seu pedido, depois de assistir ao aniquilamento, 
por ordem de Junot dos Regimentos de Cavalaria 6, 9, 11 e 12, e nâb tendo conseguido 
fugir para Inglaterra, dirigiu-se para Vila Eeal onde voltou a pegar em armas, mui~ 
to contribuindo para a aclamação em 1808 do Governo Legítimo, em Trás -os -Montes. 

E desde então, por terras de Portugal e de Espanha, se conservou, de 
armas na mão, contra os franceses, ate às operações de 1813 nos Pirinéus, em que to- 
mou parte, findas as quais regressou a Portugal a assumir o Comando Militar de Tras- 
-os-Montes. 

Duas vezes desobedeceu ao seu Comandante General Beresford, em circuns- 
tâncias indesculpáveis, contribuindo para o êxito cia retirada de Soult, ou pelo menos 
por forma a que tal lhe pudesse ser atribuído* 

E finalmente vejamos $ 

Marechal Soult 

Alistado aos 16 anos, passa por todos os postos inferiores até ser nome- 
do capitão em 1793 oom 24 anos de idade. No ano seguinte é nomeado sucessivamente 
v^- comandante de batalhão, coronel e general de brigada, depois de ter cooperado por 

forma notável na conquista da Bélgica. 

General da Div. em 1799, promovido a mareohal na promoção de 1804, ooman 
dante do 4.2 corpo do Grande Exército em 1805 faz capitular Metmaingem* está na base 
da decisão na Batalha de Austerlitz, pela sua acção no centro, tem uma acção não 
menos gloriosa na campanha da Prússia (iena e Eylau) , conquista Koenisg berg. Pas- 
sado à Espanha em 1808, assinala a sua chegada pela vitória de Burgos, toma a Corur 
ha, e em 29 de Março de 1809 a cidade do Porto. 

A partir desta data a sua carreira não é menos brilhante, ilustra-se pela 
sua retirada do Porto para a Galiza em Maio de 1809, no mesmo ano toma Sevilha e no 
seguinte esta a investir Cadiz. 

Em 1812 depois do desastre da Rússia é obrigado a uma retirada para Fran- 
ça através de toda a Espanha, operação que é considerada uma obra prima de execução. 

SÓ depõe as areias oora que servira o Imperador depois dos Bourbons nova- 
mente instalados no trono de ÍJrança e de fazer frente com 22.000 homens junto dos 






muxos.de Toulouse aos 80.000 ingleses e portugueses que lhe opõe Wellington. 

Major General do Hiéroito durante os cem dias, combate, com o mesmo valor 
de sempre, em Waterjoo. 

Durante a Restauração e ministro da Guerra e Presidente do Conselho, 
mostrando uma alta capacidade administrativa, como já demonstrara possuir como homem 
de guerra. 

Ao retirar-se do serviço em 1847, por motivos de saúde recebe do Rei Luis 
Filipe o título de larechal -General até aí usado por Turenne e pelo marechal do Saxe. 

Tal era o comandante do Exército Francês em Portugal, classificado por 
Napoleão como "le prender manouvrier de L Europe". 

Os ingleses prestaram- lhe em 1838 a homenagem devida ao seu talento, 
***' quando, representando a França na ooroação da rainha de Inglaterra, foi alvo em Lon- 

dres duma aclamação formidaTfcl. 



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* * 



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V 



II - A_ORGAljmgAO = M = M|OBEA 

A " fl^Sf P_5^L_M = 29 s DEJJARSP = DE_18^ = E = DIAS = ^TOMES 

1 - FRANCESES 

Soult entra em Portugal oom 23.500 homens, agrupados em divisões da for- 
ma seguinte: 

Infantaria s 

- Mv. Merle 

- Div. Mermet 

do 2.o Corpo 

- Div. Heudelet 

- Div. Del aborde 

do antigo 8.2 Corpo de Junot 

- Cav. 

- Div. Cav. Laíioussaye com 4 Reg. tos Cav.s- - DragSes 

- Div. Cav. Eranoesohy oom 4 Reg,* 08 Cav-^ - Ligeira 

- Brig. de Cav.& Viallannes com 22 Reg.tos Cavft _ Drag # es 

■A sua situação a partir do dia 29 de Março era a seguinte» 

- A Div. de Cav.s* Prancesohy reforçada com 2 R.C. e enviada do Porto, logo após 

a tomada da cidade, a esclarecer a região ata ao Vouga, sobre o qual estabelece 
contacto com as forças do general Trant, a partir de 12 de Abril. 

- Mermet esta em Vila Nova com a missão de apoiar Pranceschy, em caso de necessi- 
dade. 

- As Div. Lorges e Heudelet, partem respectivamente de Braga o Vila do Conde, para 
o Norte, a procurar abrir uma comnnicaçâb com a Galiza. A 6 de Abril estão em 
Bareelos, a 7 em Ponte de Lima, a 13 em Valença. 

- Após a tomada do Porto foram mandadas seguir ma direcção de Amarante 1 brigada 
da Div. Lahoussaye, a Div. Môrle e a brigada Armaud da Div. Delaborde, com a 
missão de esclarecer a regifío onfero a Tâmega e o Sousa. 



6 - 



A 14 de Abril Loison tona o mesmo destino acompanhado das Brigadas Foy 
e Coulaincourt , assumindo o comando de todas as forças em operações no Tenega refor- 
çadas em 29 com 2.000 homens da Div. Heudelet, com a missão de abrir uma comunicação 
pelo Tâmega com Trás-os-Montes e a Beira Alta. A intenção não podia ser outra que pro- 
curar a ligação com o general oomo j£e:osral VitfÉor em Espanha, por intermédio de 

Lapisse, oomunicação que nunca ohogou felizmente a estábelecer-se avosar do a ponte 

de Amarante ter s^do forçada em 2 de Maio. 

Vejamos ainda, e porque interessa para enquadrar o nosso estudo., a situação das forças 
francesas de Lepisse e Victor destinadas a operar em ligação com Soult. 
- a div. Lapisse estava em S. Pelices, para estabelecer a ligação de Soult e Victor quan- 
do estes marchassem sobre Lisboa» 
'w - e Victor? A 28 de Março - 1 dia antes de Soult entrar no Porto maroha sobre Medelin 
onde está o general espanhol Cuesta e inflige-lhe tal derrota que durante muito tempo 
não se poderá voltar a falar em Cuesta e principalmente no seu Exéroito. Tem pois 
aberto o caminho para Lisboa, para onde, parece, se deveria imediatamente dirigir. 
Mas não. Continua inactivo em Merida declarando quej "devido à natureza do País não 
é* possível fazer semelhante movimento (para Lisboa) enquanto a Div» Lapisse se me 
não venha juntar pela estrada de Alcântara", o que este faz, chegando a Merid- a 19 
de Abril. Mas Victor encontra ainda boas razões para não entrar em Portugal e deixa- 
-se estar pacatamente onde estava. 

Por seu lado Soult não parecia muito disposto a marchar sozinho sobre Lisboa, 
no que me parece , procedia avisadamente? a sua linha de comunicações com a Galiza nun- 
ca foi das coisas mais famosas, absorvia muitos efectivos e as forças de que dispunha 
não Lhe permitiam encarar com sucesso o movimento sobre Lisboa desligado do general 
Victor. 

- Ao contacto com os frnceses estão s 

- Trant, no Vouga 

- Silveira, no Tâmega 

- general Bacelar está na Beira Alta, com a missão, como vimos,de procurar impedir 
a reunião de Lapisse com Victor, e de impedir ou dificultar os movimentos do pri- 
meiro caso entre em Portugal. 

- grosso do Exército Português oom o tenente general Miranda Henriques está na Re- 
gião de Tomar. 



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-7- 



^ 



- Gradock quando toma conhecimento do desastre de Medelin coloca 7.000 ingleses em 

Abrantes e concentra o seu Exercito em Leiria. 

E enquanto Victor perdia o seu tempo em duvidas, prooura Beresford gastar 
o seu o melhor possxvel, empenhando- se em reorganizar e disciplinar o Exercito Portu- 
guêsj tendo resolvido mante-lo nos termos da organização de 1806 ooms 

- 24 Regimentos de Inf 6 * 

- 12 Regimentos de Cav 2 * reduzidos a 6 por falta de cavalos 

- 4 Regimentos de Artilharia 
o que perfazia sensílvelmente 48.000 de 1 & linha. 

- As milícias e ordenanças mantihham-se com poucas alterações, agrupadas em 48 
regimentos, perfazendo oeroa de 52.000 homens. 

- A legião de tropas ligeiras foi substituida por batalhões de caçadores cujo 
numero chegou a ser de 12, 

B - PLM0_DE_BERESP0RD 

Depois de a 8 de Abril assumir o comando das forças portuguesas, começou 
Beresford por se preocupar com Victor, de momento o inimigo mais perigoso para Portu- 
gal, para o que tomou as seguintes disposições s 

- ordenou a Bacelar para vigiar os movimentos de Lapisse e se possível impedir 
a sua reunião com Victor. 

- deu a Silveira instruções sobre a forma de defender o Tâmega, barrando todas 
as principais comunicações do líinho para Trás-os-Montes e tendo em especial 

W atenção a estrada Porto - Penafiel - Lamego. 

E tendo considerado " a possibil idade d e Victor se conservar inao tivo"» dado que atô 
ax não tinha mostrado intenções de entrar em Portugal, pelo que se podia esperar que 
não o viesse a fazer, propôs a Sir John Cradock a execução do seguinte plano de 
operações! 

- Atacar Soult frontalmente e de flanco 

- Sir John Cradook, com o exercito inglês tendo a seu cargo o ataque 
frontal . 

- Beresford com o Exército Português, procuraria tornear os franceses pela 
Régua e Amarante. 

- Uma vez Soult vencido ou expulso, voltar-se contra Viotor. 

Este plano permitia tirar vantagem da posição central do Ex° anglo-luso, conjugado 
com a possibilidade de realizar una cobertura no Tejo, em condições de eficiência, 



8 - 



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%»*?' 



oom fracos efectivos. E ne smo na hipótese de Victor entrar em Portugal era ainda 
questão de contar as marchas. 

Não aprovou Sir John Orado ok as ideias do seu compatriota, alegando í 

- Ser baseado era conjecturas 

- Haver a possibilidade de não se conseguir bater Soult 

- Deixar-se Lisboa à mercê de Victor. 

Razões que não colhem o orno o demonstrou pouco tempo passado o seu colega 

Welle si ey. 

Dizia Maquiavel "não poder apresentar-se para um príncipe pior situação 
que ter de esperar na sua capital que o inimigo viesse ao seu encontro" o que merceu 
a Napoleão o comentário "nunca gostaria de me ver em tão lastimável situação". 

Eis a lamentável situação em que se colocava Sir John Cradock regeitando 
o plano de Beresford • 

Uma só hipótese se pode pôr para voluntariamente se colocar nestas condi- 
ções de inacção s Ter em mente reembaroar se as coisas se complicassem; este devia 
ser o plano Cradock s 

C - PLANOS DE WELLESLEY 



Felizmente para Portugal, não era com as mesmas ideias que Welle sley 
desembarcava em Portugal. Chegando a Lisboa, trazia na bagagem já alinhavado o seu 
plano de operações que como vamos ver pouco se afasta do que por Beresford havia si de 
proposto a Sir John Cradock. 

Admitia Wellesley duas variantes; 
I - 

1.2 - Atacar Soult 

- cobrindo-se no Tejo oontra as acções de Victor» 

- general Cuesta oomprometia-se a incomodar as. rectaguardas de Victor 
no caso deste tentar o. invasão de Portugal. 

2.2 - Derrotado ou expulso Soult atacar Victor, com a cooperação do General 
Cuesta e cobrindo-se no Norte de Portugal. 

- Expulsava mais rapidamente os franceses de Portugal - e das ricas 
províncias que ocupavam. 

- A colaboração mais estreita era feita com os portugueses, com quem era 
mais fácil. 



- 9 - 



II - 

1 - Atacar Victor cora a colaboração de Guesta e cobrindo--se no Norte. 

2 - Atacar Soult depois de derrotado Victor. 

Apresentava esta variante as seguintes vantagens s 

- Victor era o inimigo mais perigoso para Portugal, vantagem muito preju- 
dicada pelas possibilidades deste se manter inactivo. 

- Derrotado Victor era a situação dos franceses mais profundamente abalada. 

Felizmente para nós foi a primeira a solução adoptada, facto a que não de- 
ve ter sido estranha a interferência da Regência e os recursos que as províncias do 
Norte eram susceptíveis de fornecer? e esta última razão apre senta- se -nos de molde 

'w a ter influído mais fortemente na deoisão dos nossos aliados ingleses. 

# 

Quando em 2 de Maio, vlellesley chega ao Q£ que havia deoidido estabelecer 
em Coimbra, a situação no Norte mantinha-se sem alteração. 

- Trant e Silveira ao contacto respectivamente no Vouga e no Tâmega impe- 
diam a passagem dos franoeses para a margem esquerda daqueles rios. 

Wellesley organiza então a sua manobra nas seguintes basess 

- Com um agrupamento de forças sob o seu comando atacar os franceses ao 
Sul do rio Douro, procurando se possível isola-los daquele rio. 

- Com um agrupamento sob o comando de Beresford n^rohar por Viseu, Lamego 
V*/ e Amarante - que supõe firme nas mãos de Silveira - afim de tornear 

Soult no caso deste se conservar no Porto e de lhe cortar a retirada 
para Tras-os-Montes e a Beira. 
A 5 de Maio Wellesley tem conhecimento que Silveira não e mais senhor - a partir de 
2 de Maio - da ponte de Amarante. 

Uma nova combinação se abre portanto para os franceses? a passagem do Douro na regia-; 
de Bntre-Rios ou da Régua, pois a sua rectaguarda não está já ameaçada a partir de 
Amarante, e portanto nem perigo se apresenta para a marcha torneante que cabe a Beres 
ford executar. 

Wellesley decide manter a sua decisão encarregando Baoelar e Wilson de 
fazerem face à ameaça sobre o flanoo descoberto de Beresford na linha Arouca - Lamegc 
em ligação com Trant, nas seguintes oondições: 

- Bacelar deve cobrir o flanco de Beresford sobre a linha Vouga - Arouca. 

- Wilson deve cobrir a marcha apoderando-se de Lamego e da Régua. 

A Silveira foi dada ordem para reunir as forças que lhe fosse possível e encontrar- 
-se crom Beresford em Viseu ou Lamego. 









- 10 - 



A principal crítica o.ua te» sido feita consiste em afirmar «. se este 
tem f eitc - ataque desmonstrativo na directo ao Porto e passais rapi^snts os. o 
grosso do Exército na regilo de Ente-os-Kios, conseguiria. 

- Separar Soult de Tiotor _ 

- loison teria de se haver com Silwira e com as populaça cxvxs suhle- 

•\rQ fi fí ^ 

- A ameaça soBre o flsnoo direito de Beresford ficaria eliminada ^ 

- Evitava a tranaposicSo à viva fora do B. Douro, no Porto, o.ue so por 
' um oonjunto de circunstâncias excepcionais foi coroada de sooesso. 

Esta orítioa tem fundamento, especialmente depois da considerarmos o insuces so * 
ponte de Amarante, ,- nlo garantia ,í a Baresford ou a transporão ou de e a 
Lega oonsoante as necessita. E assim este, oomo veremos, so nao vero e entrar 
W uma Titua 9 ao muita orítioa devido a evidencia cometida por Loxson de sem lxcen 5 a 

ao seu comandante aoandonar Am,rante e iniciar a retirada soBre B^a. 

Em 5 de Maio, ao tomar conhecimento da forma como a sxtuaçao txnha 
duido, parece-me ,ue a manotra gisada por Wellesle, devia ser alterada^ em—r 
oaso marchar com o Exército reunido. Mas »la fortuna a plus faxt por lux... havxs 
de dizer o Imperador. 
D -'a e^MJE3|AffiâJD = mCI|0 = AHGLp^L^g 

Quando em 22 de Ab,il chegou a Lisboa, trazia o Comandante chefe as se- 
guintes ideias para a organizado das forças a fazer entrar em cainhas 
EX2 Português - Inf* 30.000 de primeira linha e 40.000 nas mxlxoxas 

Art& 30 pecas e as guarnições correspondentes a 60 : 
- cav* - correspondente a um Exército de 60.000 homens. 
Analisada a situação conclui ,ue apesar dos esforços de Beresford, W-^ 

j^anifip.f.0 português". 

~~~~ sm--*f\J&i4i homens, atingem s ...... .,..,. ,,.,......* 



r^^\win*rrrsy 



- 11 - 



^w 



A ordem de batalha do lis. 2 anglo-luso para as operações ooxitra Soult e 
a indicada no esquema n.2 4 

B "" ^OPERAÇOE^CONTEÁ^SOUIT 

Organizada a manobra } nas condições que acabamos de indioar, vejamos a 
forma porque lhe foi dada a exeoução. 

Como Beresford tinha um. maior caminho a percorrer ficou estabelecido 
que sairia de Coimbra com dois dias de avanço sobre as forças de Welle sley iniciando 
a sua marcha em direcção a Lamego, a 6 de Maio. 

No dia ? saiu de Coimbra a vanguarda, que Wellesley havia constituído 
com a Oav^ de KòHon, as brigadas de infantaria Steward e alemã Murray, da Div. Paget, 
assumindo o General Paget o comando» Esta vanguarda que tomou imediatamente o caminho 
do Vouga pela estrada de Águeda - Porto, foi seguida pelo grosso, organizado em duas 
colunas, no dia seguinte, 8 de liai o. E Wellesley abandonou o Q.G» no dia 9, indo 
reunir-seàs suas tropas. 

Una destas colunas - a da esquerda - comandada pelo general Hill seguiu 
pela estrada de Mogofores para Aveiro onde devia embarcar afim de atravessar & Ria - 
- cuja vigilância os franceses tinham descarado e desembarcar em Ovar» Era-lhe atri- 
buida a missão de cortar Franoeschy do Douro e tentar atingir Gaia antes da ponte 
das barcas ser cortada. Em 9 à tarde o General Hill iniciou o seu embarque em Aveiro, 
atravessa a ria sem dificuldades e na, manhã de 10 pode começar a desembarcar em Ovar 
quási sobre a rectaguarda franoesa. 

Entretanto a coluna principal que seguia pela estrada de Coimbra a Águeda 
atingira o Vouga, precedida pela vanguarda, não o transpondo senão na noite do mesmo 
dia, afim de tentar surpreender os franceses e tirar o maior efeito da surpresa. Na 
madrugada do dia seguinte as forças de Paget e de Trant chegam ao oontacto com os 
franceses postados por altura de Albergaria e a Cotton e atribuida a missão de tor- 
near o flanco esquerdo inimigo. 

Não interessa referir eín pormenor este combate, que podia ter criado 
uma situação muito difícil para as forças francesas então ao Sul do Douro, se o gene- 
ral QJotton não erra o caminho, chegando duas horas atrazado ao contaoto com o flanco 
que deveria tornear, permitindo desta maneira que Franceschy ainda pudesse retirar. 

Muito diferente seria a situação se a manobra tem resultado, pois como 
dissemos na manhã do mesmo dia tinha já o general Hill iniciado o seu desembarque 
em Ovar e repelido no Sardoal as forças francesas que se lhe opuseram tentando abrir 
caminho para Vila de Feiras com os dois flancos torneados, atacado por forças muito 



- 12 - 






superiores bem difícil seria a situação do general francês. 

Mas consegue retirar e vai ocupar a posição de Grijo nas condições que 
Soult lhe havia prescrito. 

general Hill por erro de transmissão de ordens havia abandonado o ca- 
minho da costa e, assim, quando no dia 11 pelas llh30 o general Trant, que depois 
do combate de Albergaria descairá sobre o flanco esquerdo, chega a Yila da Feira , 
ainda aí o encontra. E quando Hill retoma o caminho da costa já é tarde para que pos- 
sa haver algum sucesso na tentativa de se apoderar da ponte das barcas. 

Ho dia 11 de manhã oontinua-ae o movimento para Norte, e o contacto e 
novamente retomado na posição de Grijo. 

Os evidentes propósitos franceses de não travar um combate decisivo a Sul do Douro 
iam-se concretizando - como não podia deixar de ser. 

Vejamos entretanto o que se passava com Beresford. Chegado a Viseu no 
dia 7 e informado de que Loison marchava sobre Me safa Frio ordenou a Bacelar que pas- 
sasse imediatamente o rio Douro na Ilegua, o que este conseguiu facer na tarde de 9, 
à vista do inimigo e de Beresford» 

Loison, com receio de que as suas comunicações, com o Tâmega - Amarante- 
- fossem cortadas, pois o general Silveira encontrava-se em Tila Real, retirou-se 
a 10 para Mesão Frio e a 11 para. Amar ante. Beresford podia pois passar tranquilamen- 
te o Douro com todas as suas forças. Assim não sucedeu e perde três dias em Lamego, 
onde reorganiza as suas forças. 

A primeira fase da sua manobra, estava executada sem inoidentes e sem 
que o inimigo lhe tivesse posto quaisquer dificuldades 

Voltemos a Wellesley que deixámos face à posição de Grijó, guarnecida 
por Franceschy e Mermet, com a totalidade das forças francesas então ao Sul do Douro 

A brigada Murray foi encarregada de tornear o flanco inimigo mais fraco 
o esquerdo - manobra que foi muito bem executada, enquanto a brigada Steward os ata- 
cava de frente. Teve neste combate um papel preponderante 1 batalhão do R. 1.1.6 que 
havia sido encorporado na brigada Sfeeward. 

Foi este batalhão - pode dizer-se sem risco de se peoar por excesso de 
patriotismo - qae decidiu o combate. Atacando a direita francesa, bem apoiada nurr.s 
pinhais, dali os expulsou, acção que determinou a retirada dos franoeses, e pela 
qual foi esta unidade elogiosamente citada por Wellesley e por Beresford. 

Postos os franceses em retirada na direcção do Porto seguiu no seu encal- 
ço o major Blake com dois esquadries de cavalaria. Tentaram ainda os franceses cpár 
-se ao seu movimento por altura dos Carvadhos, mas frouxamente e sem sucesso. 






- 13 - 

E no dia 11 pelas 12h00 começavam a passar o Douro pela ponte das 
barcas, no meio duma grande desordem: cavaleiros sem cavalos e cavalos f*-n 
cavaleiros, homens sem armamento e sem equipamento, movimento que continoa 
até às duas horas da madrugada de 12, em que, com 14 barris de pólvora fa- 
ziam ir a ponte pelos ares, interpondo entre as suas forças e e as de 
Wellesley o difícil fosso que o rio Douro constitui. 

* E estavam terminadas as operações que tinham tido por teatro a re- 
gião entre o Douro e Vouga. 



* 



- 14 - 



Pela manhã do dia 12 oome cavam a chegar a Vila Nova de Gaia as primeiras 
forças luso-britânicas t às ThOO a guarda avançada e às 9h00 começava o grosso a reu- 
nir-se nos campos da Serra do Pilar; a coberto das vistas dos franceses instalados 
no Porto. 

Devia ser intenção de Soult retirar-se para Salamanca ~ pôr Amarante e 
Lamego, hipótese que tem a confirma-la as seguintes razoes s 

- os esforços postos na tomada da ponte dè Amarante 

- o envio para Amarante da Art a e bagagens 

- a ordem dada a Div. Lorges para retirar sobre Amarante. 

Para o conseguir teria Soult de se bater com Beresford que lhe tomava 
o passo entre o Tâmega e o Douro - Soult supõe ainda Amarante firmo nas mãos de Loi- 
son - mas os seus 23.500 homens peroitem-Ihe encarar a operação sem preocupações, 
tanto mais que já sabe que o grosso com as melhores tropas está* com Welle sley do 
outro lado do rio. 

Procura Soult crear as condições de segurança a exeoução do seu plano, 
para o que será necessário impedir o Wellesley de atravessar o Douro até ao dia 14» 
pelo menos durante todo o dia 12. Douro, abrupto, de maigens escarpadas e na altu- 
ra com bastante água e corrente, oonstitue um obstáculo de molde a livrá-lo de preo- 
cupações. E toma as seguintes medidas* 

- destruição da ponte das baroas 

- segurança de todos os barcos mandados passar para a margem direita 

- vigilância de toda a margem desde a foz até Tâmega. 

Assims 

- A Div. de Cav^ Franeescby e a brig. Inf* Reinaud, faziam faoe à principal 
preocupação de Soult s guardar o rio e a costa contra Hill a partir da Eibeir- 

- A Div. Mermet foi encarregada de vigiar a estrada de Amarante com 1 brigada 
em Baltar, 1 em "Valongo e patrulhas sobre o rio 

- No Porto a Div. Delaborde fioa encarregada de sustentar aquelas forças em 
caso de necessidade. 

Estas medidas garantiam s 

- a defesa do Douro contra as tentativas de transposição e portanto o tempo 
necessário para se retirar em boa ordem. 

E como Soult supunha não poder a Div. Lorges ter terminado os seus movimentos antes 



I 



V«?~ 



- 15 - 



dos dias 14 ou 15, devia garantir o tempo para poder retirar sobre Amarante nest* 
data. E se o plano falhou, as oulpas não lhe podem ser atribuídas, mas aqueles, que 
comandando soldados do então melhor exeroito europeu não estiveram à altura de pelo 
menos fazer tanto como meses antes haviam feito no Minho paisanos indisciplinados. 

Mas diga-se que a disciplina no Exercito Erncês nâb corria pelo melhor: 
e para prova o caso da conspiração contra Soult. 

Grandes deviam ser as preocupações de Wellesley ao reconhecer da outra 
margem do rio as posições francesas. 

Um grande perigo se apresentava para o seu compatriota Beresfords abrir Soult passagens 
esmagando-o. Não havia pois tempo a perder. 

E -vejamos como ainda na mesma manhã, cerca de 3 horas depois, é Wellesley 
senhor do Porto, repetindo a operação que Sancho de Brito havia executado em 1580, por 
ordem do Duque de Alba, contra o prior do Crato. 

Observou Wellesley que a vigilância à sua frente apresentava pouca eficá- 
cia, com poucos postos, descuidados e separados por grandes intervalos. A sua atenção 
fixou-se naturalmente no edifíoio em construção - o actual Seminário do Bispo - que 
ficando sob a acção da Art. a instalada na serra poderia servir de apoio - digamos de 
testa de ponte - às primeiras forças que conseguissem por pé na margem Norte. Era 
esta posição unicamente acessível à infantaria dos lados da Quinta da Corticeira ou 
do China. Na margem esquerda e quasi em frente do Seminário, próximo da barca de Que- 
brantões no lugar dito do Senhor do Alem, havia uma ravina que se prolonga para trás 
da serra. Oferecia muito boas condições para ponto de embarque, a coberto das vistas 
dos defensores do Porto. 

Decidiu então Wellesley realizar a operação da forma seguintes 

- Na praia de Vila Nova, Sherbrooke faria um ataque demonstrativo, afim de atrair 
as atenções dos franceses. 

- general Murray tentaria passar o rio no lugar da barca de Avintes, afim de 
ataoar de flanco os franceses. 

- ataque decisivo seria efeotuado sobre a Quinta do Seminário oom o apoio da 
Artilharia postada na Serra. 

Um problema se apresentava - arranjar barcos - dado que não dispunham os 
luso-britânicos de qualquer espécie de meios de transposição. Foi o coronel Walters 
oficia. 1 do estado maior de Wellesley, encarregado da missão de os obter, missão que 
compriu oom êxito, arranjando quatro barcos grandes. E tendo comunioadc o facto ao 
seu comandante, cerca das IlhOO, deu este imediatamente a sua decisão verbais 

"Pois bem, passem as tropas que poderem ir nesses barcos". 



- 16 - 



Tem-se emitido a opinião de que o prudente Wellesley foi ousado desta vez. 
Parece-me que nãos a decisão de Wellesley deve ter sido tomada por volta das IlhOO. 
Ora o general Murray estava a passar na barca de Avintes desde as lChOO e não e de crer 
que o comandante chefe não estivesse informado destes movimentos. 

Os primeiros elementos a atravessar o Douro frente ao Porto foram 1 oficial 
com 25 soldados dos Buffs, que rapidamente correram a tomar posição no Seminário, se- 
guindo-se um segundo e terceiro barão em que ia o general Paget. general Foy deu o 
alarme no momento em que o general Paget punha o pé na outra margem. Ja era tarde. 

As tropas que ocupevam o Seminário, apoiadas pela artilharia instalada 
na Serra do Pilar qa e só permitia o ataque por um lado conseguiram repelir todos os 
ataques enquanto outras forças iam passando o rio. 
V-.* A situação chegou a seu critica quando o general Paget foi ferido, sendo 

substituído no comando pelo general Hill que já havia também transposto o rio. E diz- 
-se que o calmo general perdera nesta altura a cabeça, declarando desejar atravessar 
o rio e fazer-sematar à frente dos seus soldados. 

Não e de crers nem tais decisões se amoldam à figura do maior vulto militar da nossa 
aliada, nem a situação era para tal. 

As forças de Murray estavam a chegar à vista do Porto vindas de Avintes, 
e entretanto o general Sherbrooke, passando da demonstração à acção havia começado a 
passar o rio em Vila Nova. Em vista da situação foi ordenada a retirada dos franceses, 
que precipitadamente tiveram de abandonar no Porto parte das bagagens e os feridos. 

A artilharia da Serra do Pilar ainda fez alguns tiros sobre as colunas 
inimigas que via desfilar pela estrada de Valongo, mas o general Murray que se encon- 
trava em óptimas condições para iniciar a perseguição não fez, outro tanto. A perse- 
guição foi feita somente pelo major Hervey com dois esquadrões de dragões, até cerca 
de uma légua da cidade. Tendo sofrido perdas importantes, foi forçado a retirar aban- 
donando a perseguição. 

general Murray foi depois enviado com a sua brigada e alguma cavalaria 
em perseguição de Soult, devendo proourar marchar sobre Amarante afim de estabelecer 
ligação com Beresford. 

fosso do Douro não separava mais os dois exércitos! vejamos como esta 
circunstância foi aproveitada» 



>ft 



- 17 - 

Não podia Wellington iniciar imediatamente a perseguição oom todas as 
suas forças, que só depois de reparada a ponte das barcas, ainda a 12, conseguiram 
reunir-se no Porto e limitou-se a enviar Murray nas condições que ja vimos. Nomeia 
Trant governador militar do Porto onde perde todo o dia 13. 

A guarda da rectarguarda francesa, formada pela cavalaria de Franceschy 
e brig. Reinaud da Div. ainda passou em Valongo, indo as restantes forças ate Baltar. 
AÍ se lhes foi reunir uma pequena força de 3 companhias que ocupavam os" castelos da 
foz e do Queijo e por caminhos desviados conseguiram reunir-se aos seus evitando os 
ingle ses • 

Soult pensava, como ja dissemos, retirar por Amarante, que supunha nas 
mãos de Loison. Mas este sem ordem do seu comandante - pior contra as ordens do seu 
\^ comandante, havia abandonado a vila, e julgando que Soult retiraria do Porto sobre 

Braga e receando ser cortado, havia retirado sobre Guimarães e Braga» Este procedimen- 
to injustificável, e não é* de considerar de todo despropositada a hipótese dum suposto 
comprometimento de Loison na conspiração contra Soult, embora não possa basear-se tal 
suposição em dados concretos. 

A retirada que Soult tinha concebida estava por terra, uma vez Beresford 
senhor de Amarante, circunstância de que Soult veio a tomar conhecimento, quando colo- 
cado com o seu exército entre Valongo e Penafiel, recebe em Baltar a lh30 da madrugada 
de 13, uma carta com o relatório de Loison. 

Soult encontra-se então numa situação crítica 

- à esquerda está Wellesley, o inimigo mais perigoso 

- à direita Beresford em condições de lhe barrar a passagem no 5?âmega e que lhe 
corta as comunicações que convergem em Amarante 

- à rectaguarda tem o Douro 

- à frente a divisória de aguas entre o Ave e o Douro 

- a Serra de St. a Catarina - não lhe permite o trânsito das viaturas e bagagens. 
Para os grandes momentos as grandes deoisões s Soult era homem paia. as tomar. Dispensa 
para evitar demoras a reunião do conselho de guerra - como era da ordenança em tais 
apertos - e como diz o Sr. General Tictoriano José César "dá uma ordem de movimento, 
que se pode resumir nas seguintes presoriçõess 

1.B- - Que a infantaria e a oavalaria recebessem o maior número de cartuchos, sen- 
do os restantes transportados pelos cavalos do trem de artilharia. 

2,a - Que os sapadores e a artilharia levassem consigo as ferramentas indispen- 
sáveis. 



V»' 



- 18 



3.^ - Que todas as viaturas do parque de "bagagens fossem queimadas». 

4«&. - Que toda a artilharia fosse destruida. 

5. â - Que todo o exercito formado uma só* coluna seguisse o vale da Rib. â do Sousa 
pela margem direita. 
Soult ilustrou a decisão com o exemplo mandado lançar fogo aos seus oaleches e ao trem 
de equipagens do quartel general. 

Pode assim a coluna atingir Margaride, sobre a estrada de Amarante a Gui- 
marães onde se reuniu Loison e ao cair da noite deste mesmo dia 13 estar em Guimarães 
onde se lhes reuniu Lorges, vindo de Yiana e Braga. 

Exército francês esteva toão reunido -nesse dia 13 em Guimarães. 
**■* E tendo conhecimento que alguns esclarecedores inimigos tinham sido vistos 

nas proximidades de Braga resolveu evitar esta cidade, estendo pela estrada de Povoa de 
Lanhoso em direcção a Salamonde, 

Depois de fazer desfilar o exército ao longo dumas alturas afim de que to- 
dos se vissem e verificassem ser ainda numerosos o que muito contribuiu para lhes le- 
vantar o moral, reorganizou o dispositivo que passou a ser o seguintes 

- Vanguarda 

te 
Com,. : Loison: com a brig. de dragões e Div. de Inf . & Heudelet Hermet e 

Delafeorde. 

- Seguia-se o pessoal de artilharia, os cavalos de trem e algumas outras tropas 

- grosso com as divisões -de dragões Lahoussaye e de infantaria Mermet ,e Jíatabccifi. 
* w em condições de apoiar a guarda da rectaguarda, sob o comando de Soult. 

- A retaguarda com as divisões de Inf.à Merlg e a de cavalaria íranceschy. 

Dirigindo-se a Salamonde chegou a esta povoação no dia 15 ao cair da noite, 

Wellesley como vimoe perdeu um dia no Porto, em que mais não fez que nome- 
ar Trant governador militar. Supondo inicialmente que o inimigo retiraria pelo Minho 
fez seguir o exército em duas oolunas mas informado de que Soult havia passado por 
Guimarães calculou que tentasse a retirada por Chaves e mandou seguir todo o exército 
em direcção a Braga onde o começou a reunir -a 15. 

Entretanto havia chegado Murray a Guimarães. 

E dos aliados falta-nos ver o que agora desempenha o papel principal. 
Beresford que este colocado sobre o flaneo de Soult e havia perdido quatro preciosos 
dias em Lamego. 



19 - 



A 13 Beresford estava era Amarante e muito longe de saber o que se passava. 
A 11 teve a confirmação de que Soult já' abandonara o Porto e estava em retirada, sen- 
do portanto de admitir que ia tomando um. certo avanço. 

Resolveu-se por isso - antioipando-se às ordens de Welle sley - cortar-lhe 
a retirada, para o que teria de bairar-lhe a passagem nas estradas para Mondim - Cha- 
ves e Montalegre. 

E elas barraram-se todas em Salamonde, uma vez que ele Beresford estava 
a cavalo da comunicação para Guimarães e 

Foi encarregado de oumprir esta missão o general SQveira, que melhor con- 
hecia o terreno, u-o*? que estava impossibilitado de o fazer pela simples razão de que 
sem ordem do general sob cujas ordens actuava, tinha enviado a sua brigada para Chaves 
w por Vila Real. 

Não creio que esteja neste procedimento a causa do sucesso da retirada do 
marechal Soult mas o procedimento do general Silveira favoreoeu-o. 

Beresford solveu então seguir para Chaves onde contava ohegar a 16, mas 
dificuldades de ordem vária só permitiram que aí chegasse e reunisse as suas tropas 
a 17. 

Voltemos a Soult que deixámos em Salamonde no dia 15 à noite. 

Dois caminhos se lhe apresentavam: 

- Salamonde - Ruivãis - Botioas - Chaves 

- Salamonde - Ponte Nova - Ponte da Misarela - Montalegre - menos praticável, mas 
mais curto e menos perigoso ,dado que Soult constantemente temia que o inimigo 
caisse sobre o seu flanoo direito e até se admirava que tal ainda não tivesse 

^ sucedido. 

A ponte de Ruivãis estava oortada e a Ponte Nova em vias de o vir a ser, 
o que veio a ser evitado pelo major Dulong. Depois de reparada começou a dar passagem 
ao exercito francês às 8 horas da manhã do dia 16, gastando-se todo o dia a atravessa- 
-la e a ponte Misarela que lhe segue. 

No dia 16 estava o Q.C-. de Soult em Paradela, no dia 17 em Montalegre e 
no dia 18 tomava o caminho do Guião onde a vanguarda chegava ainda a 18, e no dia 19 
a Orense. E no dia 20 embora num estado deplorável estava o exéroito francês em Orense 
em condições de se reabastecer? do que bem precisava. 

Soult havia conseguido comprir asua missão: "Um exército' sempre subs- 
titui o seu material, o essencial é restituir à Pátria os seus servidores". 



- 20 - 



talento do seu chefe permitia te-los reunidos ali em Orense naquele 
triste dia 20 de Maio, em condições do oontinuarem a servir a Pátria e o Imperador. 

Vejamos ainda os esforços que os aliados fizeram para o impedir. . 

Chegando a Chaves deu Beresford ordem a Silveira pare. tomar o passo a 
Soult em Guizo por onde forçosamente Soult havia de passar e saiu de Chaves a 18 na 
mesma direcção. Mas eram outras as ideias de Silveira e resolveu dirigir-se a Montale-t 
gre por Boticas, sem qualquer resultado pois como vimos neste dia já Soult tinha o 
seu grosso em Guizo. A ordem de Soult a Silveira para se lhe reunir em S. Maillic--. 
não foi também cumprida. 

Chegou ainda Beresford a Guizo em 19, mas sem as forças de Silveira e de 
Baoelar que não se lhe poderá ainda reonir-se - nada poude fazer» alem de que poucas 
\^ eram as esperanças de alcançar Soult. Mandou ainda a sua cavalaria em perseguição dos 

fugitivos, mas teve de desistir de empreender qx alquer perseguição, 

E sir Artur Welle sley que deixamos a 15 às portas de Braga? 

Às quatro horas de 16 dirigiu-se para Salamonde atingiu Ruivãis a 17 e 
Montalegre a 18, m rchando portanto oom um dia de atrazo sobre Soult -■ aquele precioso 
dia 13 que perdera no Porto a investir o seu camarada Trant na oomandancia militar da 
cidade e a saborear o doce fruto da vitoria. 



^sr 



- 21 - 



CONCLUS OES 



Escapado Soult pare. a Galiza um so problema se põe 8 quem foi o culpado ? 

É inegável poder afirmar-se que Wellesley não foi convenientemente secun- 
dado pelos seus subalternos. Algumas onticas lhe podem ser feitas mas não esqueçamos 
que a tarefa da crítica e aqui "bem fácil em relação às dificuldades que ele experimen- 
tara, com as dificuldades dos meios de oomunicaçâb e informação da epooa» A sua opera- 
ção de transposição do Douro e uma das operações mais brilhantes de toda a campanha, 
pode ombrear, sem recear o perigo da oomparação, com a retirada efeotuada por Soult. 
Perde 1 dia no Porto - o dia 13 - que lhe havia de fazer grande falta, mas a sua mar- 
cha até Montalegre, comparativamente à que fez Beresford é realizada em muito melho- 
res condições mantendo-se sempre na peugada de Soult o que Beresford colocado em 
melhores condições não consegue realizar. Tendo seguido partir do Porto em duas co- 
lunas, manda-as reunir rapidamente e marchar sobre Braga, quando pressente que Soult 
se vai retirar para Montalegre ou Chaves »mo vi mento que e muito bem executado. 

Beresford por seu lado não se credita nesta camparha como um tático de 
primeiro plano. Perde quatro dias em Lamego a reorganizar o seu exéroito o que muito 
bem poderia ter sido feito em marcha f mas dLga-se que tal facto - e por força das 
circunstancias - não influiram em nada na condução das operações. mesmo não se pode 
dizer quanto à sua marcha de Amarante para Chaves. Quando da ordem a Silveira para 
barrar a passagem a Soult, deveria ter seguido imediatamente em direcção, a Chaves o 
que não faz só saindo a 15. Ora tendo indícios da retirada de Soult a 13, encontrando 
Amarante deserta, duas únicas soluooes poderia adoptar? 

w 

marohar sobre o Porto ou, prevendo a retirada de Soult marchar a tomar-lhe o passo . 
Não faz nem uma nem outra coisa. 

Poderia informar-se a 13 e seguir a 14, ou mesmo ainda a 13 a tentar 
realizar a missão que tinha imposto a Silveira. SÓ sai a 15 e alega o mau estado do 
tempo e dos caminhos para justifioar a sua chegada a Chaves a 17, onde perde novo dia 
para entrar em Espanha a 18. Não se pode dizer que tenha secundado Wellesley de forma 
brilhante - exceptua-se a sua colaboração para a reorganização do exéroito português 
a que ja fizemos referência. 

Silveira, embora alegando que as ordens de Beresford lhe deixavam a alter- 
nativa de entrar em Espanha ou seguir sobre Montalegre, não encontra desculpa para 
a primeira falta que cometeu mandando a sua brigada sobre Chaves quando a tal não 
estava autorizado e sem ordem expressa do seu comandante. Tal acto prejudica 



22 - 



que lhe tinha sido creada a quando da aoção da ponte de Amarante. 

general Bacelar, Beu oolega, foi um "bom executante? cumpriu e executou 
de forma exemplar as ordens que lhe foram prescritas por Beresford e por forma a este 
nunca poder encontrar no seu prooedimento desculpa para as próprias faltas como suce- 
deu relativamente a Silveira. 

E para o fim deixamos Soult» 

A transposição do Douro aoorda-o do letargo em que se enoontrava no Porto, 
entregue a uns sonhos de realesa que perfeitamente se admite que alimentasse ao com- 
parar-se com os outros seus colegas - oomo Mural - menos dotados e gosando as 
efémeras glorias dos tronos onde os oolocara a generosidade do Imperador. 

Mas quando chega o momento - eis o homem à sua altura. Podemos -imaginá-lo 
»w em Baltar, possuido por uma únioa ideia - salvar ò seu exército. Ideia que vai servir 

com o seu talento. Para a atingir nada o poderá deter. 

Em Baltar tolhem-lhe os movimentos a artilharia e as bagagens. Rodeado de 
inimigos sobre o seu flanco direito e esquerdo não hesita e toma, oomo diz o sr* 'G-en. 
Correia Guedes " Depois do sacrif ício de depor as armas, não há nenh um mais humilhante 
do q ue o sacrifício de destruir a sua a rtilharia" ., mas que é o únioo que lhe permite 
a salvação em tão apertado transe. E em Guimarães volta a fazer o mesmo em relação às 
de Loison e de Lorges. 

Sobre a estrada de Braga a Chaves reacende a chama da esperança naquele 
exercito desmoralizado fazendo~o subir às colinas a um e outro lado da estrada por 
forma a que todos se vejam uns aos outros. 

Na ponte da Misarela aniquila os cavalos que não pode levar e podem vir 
a servir o inimigo, alcança a Espanha e reorganiza o seu exército. 

Os servidores que restitue à Pátria, substituido o material podem voltar 
a servi-la. 

E não podemos deixar de pensar que cumprisse ou não Silveira as ordens 
que lhe havia prescrito Beresford, secundasse este de maneira brilhante o comandante 
chefei não perdesse Wellesley aquele sombrio dia 13 no Porto, não podemos deixar de 
crer que Soult, em quaisquer circunstâncias, havia de conduzir os seus 20.000 homens 
a Orense. 



*>©«Hsi^?ieíois©fâi©i8ieK 



( 



( 



N-1 



EXERCITO SOULT 



i!5 

DIV. MERLE 
2 a Corpo 



DIV. MERMET 
2 S Corpo 



INF â 



~Ç5 



DIV HEUDELET 
8* Corpo 



DIV. DELABORDE 
8 £ Corpo 




DIV. CAV. â LIGr 



FRANCESCHY 



CAV 



Dra< 



DIV. Dragões 
LAHOUSSAYE 



l» 



Brig. Reinaud 



Brig. Graindorges 



Brig. Foy 



Brig- Mansor 



Brig. Coulancourt 



Brig. Viallannes (a) 



RI2 RI 4 



R I 15 RI 36 



6.000 



RI 31 RI 47 



4,800 



RI122e3 bat. Suissos 



RI15 RI 32 RI 26 



Incompletos 



RI 66 RI 82 Legião Hanov.Legidb do meio- d ia 



3.200 



R I 17 R I 70 



86 



T 



4. 000 



RC1 RC8 



U 



RC 22 e Caç. Hanov. 



300 cav. 



RC 17 e RC 2 7 



1.9 00 cav. 



RC 18 e RC 19 



RC 13 RC 22 



} 



1.000 cav. 



(a) A brig. Fournier havia sido destacada para o 6* Corpo 



«««Wtt^MWfwSIsM» 



CONCENTRAÇÃO 



O.G. EM COIMBRA 
5 /MAIO/ 1800 




-3.ooo Alemães ao sen/./rry/ês \ 
- 9.00 Porl. 

£4 aõo peças &rir 

Foram ag ri/ pada^s em diví 



s f"DlV.:Com* e G.Pdyei 
-Briy. */. 



* a 9 d iv. 



rd- fâ peças Ari* 




^Br/o. H. Camphç.11 , A.Camphel e Soufao - 6 peças 

^Ò*I}IV.: Com.fc Maf.G**? 1 HiU 

Br} a, ///'// e Cétmçron ■=. 6- peças 

= Div.Porf. Comfe Beresford 

fng?- Brig. Tr/son 

Br/p. Porh- Mousinho e Lopes de Sousa 
6ri$. Bace/ar e Sifcerra 
= J7/V. Ca*>. Com 1 .' T. r ' Gf y Poyne Briy. Coftorz e fane 



N*3 



2 a 1NV FRANCESA 

SITUAÇÃO DOS FRANCESES 
A PARTIR DA TOMADA DO 
PORTO EM 29-Marco-1809 



Franc 



SOULT 

?^-500 

(4000 Cav») 



DIV. MERLE 
DIV. MERMET 

DIV- HEUDELET 
DIV DEL ABORDE 
_RI 12 



DIV. CAV LAHOUSSAYE 

( Dragões) 4 R C 
DIV. CAV FRANCESCHY 
(cav. li g-) 4 R C 
-Brig. V1ALANNES 
(Dragões) 2 RC 




-1 Brig. Lahoussayc 

- Div. Merle 

- ~-'ig. Arnaud da 
\»»/ Di^ Delaborde 

/ , 

Segue para Amarante 
Div. Loison-. 

-Brig Foy 

—Brig Coulamcourt 

ref. «m 29 com 
2D00 de Heudelet 
cai em 2 Maio 



N s 4 



2*INV FRANC 



PLANOBERESFORD 



PLANO 



# Silveira: 

apoderar-se dos passos da prov. 
do Minho paraTrãVos-Montes 
em especial a «st. do Porto para 
Lamego por Penafiel 
embaraçar as comunicações de 
Lapisse com Soult 



Beresford propõe 
a Cradock 




_ Ele Cradock - í * / * 

1*B 

— Beresford - * ** 

admitindo pela inaçlo 
de Victor que este \iao 
-ntraria em Portugal 

Cradock regeitou-o 

-Baseado em conjecturas 
-Podia nao se jfater Soutl^ 

-Deixava-se Usfeoa a mercê 
de Vicltor 

Condenou -se tois a inacção 



, Boce^- os ^ 



.. ^<4c l.*** 



OPERAÇÕES CONTRA SOULT 



ÇG. EM COIMBRA 
EM 2 DE MAIO 



Poss/ò///t/<s<fe efe 
der as -franceses -se 
^n c/o- os do Douro 




3<sceí/õir :- 



3c?f % 19- SÓ6 prs ç<3S 
7ZI11- f4l£ 
£.£.C - £60 
6 peçaò 8 

8 pecas jr 
£ oòuzes 

//c/a da tomada de 
Itesl&y rnsn/ém a •Sua 
r do> perrgo a f&e agora 
fa & marcho tor)?can- 
uj/oritf* - 3eresford 
in <? tôriq.lij? de Wíhon 
- (Coe. 3.4.6. Por/. 



Wilson veio de Espanha e por õ.Pe- 
cfro do Sal encarporev-se n&s Tro- 
as de v5/Aí /en<do eoferfo em /lm&r<?n r 



com 3&cç//ãrr 



com o yros&O 
rd 



õeresj 

Coherrur\ da* mo>> siobre Ajoed<a-Arouca 

Lamego &*x&rgo de' Tr<?ni e 3^^e/f<sr 



N-'6 



OPERAÇÕES CONTRA SOU LT- 
CRÍTICA AO PLANO WELLESLEY 





OPERAÇÕES CONTRA SOULT 
Aié h 1/2 noite de 9 

N9 7 



■ C&rnerori 



isEsa Bers&fard ■, 



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OPERAÇÕES CONTRA 
SOULT 

10 de MAIO 
a partir de 02.00 

Co mb de ALBERGARIA e de GRIJÓ 



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OPERAÇÕES CONTRA SOULT 
12- MAIO 
CHEGADA AO DOURO 
WELLESLEY.. 



// 



A/?S 



Mo Porto a Div. De/sborkte 
encarregada de ■sustentar 
acue /as -forças em ' ela s o 
c/e necess /'da de \ * 

\ 



4 ponfe de Barco 

d destru/da em /z/s 

às oe&o \ 



Preocupação principal de Sou/t 

2?/V. Ca vffrtn. <.e&c hy 

Brio. Jnf. a Qeinaud 

fvardar o Qio ea Costa 

Contra //i// 

Gen'!<iuesNe.i 

2)tv. rf&rmot-a-n* 6 '' 







5. /°/íAJe. 



Vil* Nova c/e 6*i4 1bp 

*> r,9 Lv<z<3 



J//f </í \V 




DT*f oe6 



O Grosso do £x'. reun/u-s* 
r>os campos da ó. do Pi /ar 



JMec/iclàs ^om&c/as p>or Sou/é 
Dest c/a por? fe de &<arco& 
ôegurança dos barcos passa dos. para 
a margem direi/cr 

y/j', /anciã de toda * margem direita 
desde <a foz ate ao Têmeja 

Ga r<* /??/&&} : 

ar c/efesa do Do uno cortira a 

iransp os/ção 
o /empo necessário fiara rei irar 

■n / / r. „ /i» j./a Qm boa ordem 

/Sei/rar- separa Leão e Caafe/a 

por /Imaraft/e e Lamego 

(Tomada d* P/ e de /)maran/e) a j 

marcha de Loison sobre ■ p ' • *■>&/* 

Lamego co/n 07.00" 

enviou a a ri," «# ra Amarante 

e õabaçens . , 

Para o ove se teria de oater com Beresforof 
7 sobre o Tâmega 

Cerce <£<>s 0900 cfo <f'* fit &ò o j>ouxo *«p*w*r os 
dais sx£ a elfos 




■ 



'&rr?&i7c<9 



0700 de te/s 



/#/. c/e Joc//f 



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N*10 



PASSAGEM DO DOURO 
Wellesley 
12-5-1809 



Surpreender o mimgo num ponto escolhido 
enquanto se desvia a sua atenção noutros 
pontos. 




— As 10h00 

— Murray começou a passar em Avintes 

— Wellesley dá ordem para a passagem em Quebrantoes 



-1 Bat da legião AÍeml 

-1 Esq. Cav? 

-2 pepas calibre 6