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ACADEMIA POLYTECHNICA DO PORTO
( Vbta do lad o do Sul )
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/W^v
ANNUARIO
AGADEMIA POLYTECHNIGA
ANJIO LECTIVO DE 1877—1878
PORTO
TYPOGRAPHIA CENTRAL
294, Rua das Flores, 296.
1878.
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EPOCAS PRINCIPAES
ACADEMIA POLYTECHNJCA 00 PORTO
Da crea?2o da aula de nautica na cidade do Porto, pri-
meira origem da Academia Polytechnica do Porto . 116
Da fdndacao da Academia Real de Marinha e Commer-
cio da cidade do Porto 75
Da reforma d'eeta academia em Academia Polytechnica
do Porto pelo Decreto de Manoel da Silva Passos, de
13 de Janeiro de 1837 ... 41
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KALENDARIO
PARA O ANNO DE 18-ye
J-6lITBIR.O
1. Terc,. moire Jose Anastacio da Cunha, em 1767, com 45 an-
nos. — m. Bernoulli (Joao 1.°), em 1768, com 80 an-
nos . — Abolicgo da escrayatnra nos Estados-Unidos,
em 1862.
2. Quart, m. Victor Cousin, em 1867, com 75 annos. — Crea-
c£o da Academia Real de fortificacao, artilheria e de-
* senho, actualmente Esc61a do exercito, em 1790.
3. Quint. Schleiermacher *, 1768—1834.
4. Sezt m. a Viscondessa de Balsemao (D. Catharina), em
1824, com 74 annos.
5. Sab. m. o pintor David, em 1856.
6. Dom. Archimedes *, 212 annos antes de Jesus Christo.
Aeabam as ftoriaa do Natal.
Significa o signal * que se ignora ou nfto se pode averiguar
com certeza a data do nascimento e a da morte.
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6 ANNUARIO DA ACADEM1A
7. Seg. m. El-Rei D. Diniz, em 1325, com 63 annos. — m.
Fenelon, em 1715, com 63 annos.
8. Ter$. m. Galileu, em 1642, com 77 annos. — m. Montgol-
fier, em 1745.
9. Quart, m. Agnesi (Maria Gaetana), em 1799, com 79 annos.
— m. Fontenelle, era 1757, com 99 annos.
10< Quint m. o P. Antonio Ferreira, em 1676,, com 56 annos.
— m. Linneu, em 1778. — m. Breguet, em 1747.
1 1. Sext. Thales, fundador da esc61a jonica, m. 548 annos an-
tes de Jesus Christo.
12. Sab. m. Boscovich, em 1787, com 75 annos. — m. o Du-
que d'Alba, em 1582.
13. Dom. Galileu descobre os quatro satellites de Jupiter, em
1610.
Reforma da antiga Academia de ma-
rlnna e commcrcio em Academia
Polytecnnica do Porto, por Manoel
da Silva Pa»ao», em 1S39.
14. Seg. m. Bossut (Charles), em 1814, com 83 annos. — m.
M.»« de SevignS, em 1696.
15. Ter$. m. Landen, em 1790.
16. Quart m. Fox, em 1690.
17. Quint, m. H. Vernet, em 1863.
18. Sext. m. Manoel Passos, em 1862, com 61 annos.
19< Sab. m. Vaucanson, em 1782. — m. P. J. Proudhon, em 1865,
com 56 annos.
91 ). Dom. Pythagoras *, 500 annos antes de Jesus Christo.
SI. Seg. m. Bernardin de Saint-Pierre, em 1814.
22. Terc. n. Hevelio em 1611.
23. Quart. -Apollonio *, v. 247 annos antes de Jesus Christo.
24. Quint, m. Pitt, em 1806.
25. Sext. m. Halley, em 1742, com 85 annos.
26. Sab. m. D. Fr. Manoel do Cenaculo Villas-Boas, em 1814,
com 89 annos. — m. Briggs (Henrique), em 1630. —
n. o Visconde de Castilho, em 1800.
27. Dom. m. Lemaitre, em 1876.
28. Seg. m. Hevel (JoSo), em 1687, com 76 annos.
2ft. Terc. m. Auber, em 1872.
30. Quart, m. Ducis, em 1816.
31. Quint, m. Racine, em 1763.
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POLYTECHNICA DO PORTO
FE-VEHJBIH.O
1. Sext. m. Rabelais, em 1553.
2. Sab. m. L'Hopital (Guillaume Francis de), em 1704. —
m. Camus, em 1768, com 68 annos.
3. Dom. Independencia do Uruguay, em 1852. — m. Biot, em
1862, com 88 annos.
4. Seg. m. Cond amine, em 1774, com 73 annoe.
5. Ten}, m. Luiz Galvani, em 1799, com 61 annos.
6. Quart, m. Amyot, em 1593.
7. Quint, m. Pehsson, em 1693.
8. Sext. m. Spall anzani (Lazaro), em 1799.
9. Sab. m. Micbelet, em 1874.
10. Dom. m. Montesquieu, em 1755, com 66 annos. — m. Brews-
ter, em 1868, com 86 annos.
11. Seg. m. Labarpe, em 1803. — m. Leon Foucault, em 1868,
com 49 annos. — m. Descartes, em 1650, com 54 an.
12. Terc. Hoene Wronski *, 1778—1853.
13. Quart. Cbega Galileu a Roma, em 1633, e 6 detido nas pri-
s5es da inquisic^o, sob ordem do Santo Officio, por
ter proclamado a verdade do systema de Copermco.
14. Quint, m. Cook, em 1779.
15. Sext. m. Palafox, em 1847.
16. Sab. m. Flechier, em 1710. — m. o padre Seccbi em 1878,
com 60 annos.
17. Dom. Giordano Bruno 6 queimado vivo em Roma no anno
de 1598, sob accusac&o do Santo Officio.
18. Seg. m. Balzac, em 1654. — m. Jacobi, em 1851, com 47
annos.
19. Terc. m. Bourdaloue, em 1704.
20. Quart, m. Borda (Jean Charles), em 1799, com 65 annos. —
Confirmacao pelo Imperador Federie III da Univer-
sidade de Tubingen, em 1484.
21. Quint. Hippocretes de Chio *, v. 450 annos antes de Jesus
Cbnsto. •
22. Sext. m. Ruyscb em 1731.
23. Sab. m. Spinoza em 1677, com 45 annos.
24. Dom. m. Guttemberg em 1468. — m. Cavendish (Henry)
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O ANNUARIO DA ACADEMIA
em 1810, com 78 annos. — m. Kant, em 1804, com 80
annos.
25. Seg. m. Fulton, em 1815 — Abolicffo da escravatura no
territorio portuguez, em 1869.
26. Terc. Napolefto s&e da ilha d'Elba em 1815.
27. Quart, m. Lamennais, em 1854.
28. Quint, m. S'Grayesende, em 1742, com 53 annos.
!&£.&.£%. CO
i
1. Sezt. m. Olivier de Serres, em 1619.
2. Sab. m. Guilherme Tell em 1854.
8. Dom. m. Algarotti em 1764.
4. Seg. m. Barrow em 1677.
Carnaval — Ferlad*.
5. Terc. m. Volta (Alexandre), em 1827, com 82 annos. — A.
Congregac&o do index condemna em 1616 a immor-
tal obra de Copernico — de RevoluHonibus orbium
coeUsHum.
Carnawal — Feriado*
6. Quarta-feira de cinza. m. Dufoor, em 1866.
Ferlado.
7. Quint, m. Laplace, em 1827, com 77 annos.
8. Sext. Meton *, 452 annos antes de Jesus Christo.
9. Sab. m. Mazarin, em 1661.
10. Dom. m. Lannoy, em 1678.
11. Seg. m. Ritcher, em 1825.
12. Ter$. m. Mazzini, em 1872. — Inauguracfto da UniVersi-
dade de Vienna, em 1875.
18. Quart, m. Boileau em 1711. — Proclamac&o do imperio fran-
cez em 1804.
14. Quint m. Montalembert, em 1870.
15. Sext m. SA de Miranda, em 1558, com 62 annos.
16. Sab. Esopo #, 560 annos antes de Jesus Christo.
17. Dom. m. Daniel Bemouilli, em 1782, com 82 annos.
18. Seg. Euclides #, o celebre autor dos Elementos de Geo-
metria, t. 285 annos antes de Jesus Christo.
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POLYTECHNICA DO POKTO 9
19. Terc. m. Turgot, cm 1781.
20. Quart, m. Newton, em 1727, com 84 annos.
21. Quint m. Lacaille, cm 1762, com 49 annos.
22. Sext m. Goethe em 1882.
28. Sab. n. Laplace.
24. Dom. m. Vayringe, em 1746.
25. Seg. Huygens descobre Titan, satellite de Saturno, em
1655.
26. Ter$. Lescarbault julga rer o planet* Vulcano, em 1859.
27. Quart, m. £. Quinet, em 1875.
28. Quint m. Beethoven, em 1827.
29. Sext Plat&o *, 318 annos antes de Jesus Christo.
30. Sab. Vesperas Sicilianas, em 1228.
31. Dom. n. Descartes, em 1596.
RIL
1. Seg. Sao cxpulsos de Hespanha os Jesuit as, em 1767.
2. Terc. m. Mirabeau, em 1791. — m. Le Monnier, em 1799.
3. Quart m. Murillo, em 1682. — m. a Rainha Isabel d'lngla-
terra, em 1603.
4. Quint, m. Lalande, em 1807, com 74 annos. — m. Affonso X,
em 1284.
5. Sext. m. Laugier (Paul Auguste Ernest), em 1872, com
59 annos.
6. Sab. m. Paschoal Jose de Mello, em 1798, com 60 annos.
— m. Jose Bonifacio de Andrade e Sjlva, em 1838,
com 74 annos. — m. Abel, Bm 1829, com 27 annos.
7. Dom. m. Raphael, em 1520. — £ extincta a inquisic&o em
Portugal, em 1821.
8.. Seg. Suicida-se Condorcet com veneno, no carcere de
Bourg-la-Reine, em 1794, na idade de 50 annos.
9. Terc. m. Necker, em 1804. — m. Donizetti, em 1848.
10. Quart, m. Lagrange, em 1818, com 67 annos.
11. Quint m. Carret (Louis), em 1711, com 50 annos.
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10 ANNUARIO DA ACADEMIA
12. Sext. m. Lafontaine, em 1695.
13. Sab. m. Bossuet, em 1704.
14. Dom. m. Lincoln, em 1865. — Abertura solemne da Uni-
versidade de Graz, em 1586.
Comecam a* foriaa da Paschoa.
15. Seg. m. Tasso, em 1592. — Catastrophe do Zenith, em
1875.
16. Terc^ m. Buffon, em 1788 — com 80 annos.
17. Quart, m. Franklin, em 1790.
18. Quint, m. Theodoro d 'Almeida, em 1804, com 82 annos. —
m. Liebig, em 1873.
19. Sext. m. Byron, em 1824.
20. Sab. Aristoteles *, 384—322 annos antes de Jesus Cbristo.
SI, Domingo de Paschoa. m. Lahire, em 1718, com 78 annos.
22. Seg. m. Racine, em 1699.
2-). Terc. m. Cervantes, em 1616. — m. Shakespeare, cm 1616.
24. Quart, Descobrimento do Brazil por Pedr6 Alvares Cabral,
em 1500.
25, Quint, m. Poisson, em 1840, com 58 annos.
2i>. Soxt. m. Diana de Poitiers, em 1556.
27. Sub. n. Grant, em 1822.
28. Dom. Apresentaeao a Sociedade real de Londres do ma-
nuscripto da immortal obra de Newton : Philosophise
noituralis principice mathematica.
Tor mi nam an for Ian da Paacboa.
29. Scg. Outorga da Carta Constitutional, em 1826.
Fori ado. .
30. Ter9. m. o padre Barthelemy, em 1795. .
MAIO
1- Quart, m. Delille, em 1813.
2. Quint, m. Meyerbeer, em 1864.
3. Sext. m. JoSo das Regras, em 1404.
4. Sab. m. Livingston, em 1873.
f>. Dom. m. Fr. Luiz de Sousa. em 1632, com 77 annos.
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POLYTECHNICA DO PORTO 11
6. Seg. m. Alexandre de Humboldt, o creador da physica
geral do Globo, em 1859, com 90 nnnos.
7. Ter$. m. Fr. Francisco de S. Luiz, em 1845, com 91 annos.
8. Quart, m. o Marquez de Pombal, em 1782, com 83 annos. —
m. Lavoisier, em 1794.
9. Quint, m. Gay-Lussac, em 1850, com 71 annos.
10. JSext m. Young, em 1829, com 55 annos. — m. Fresnel,
em 1788.
11. Sab. m. Rodrigo da Fonseca Magalhaes, em 1858, com 70
annos. — m. Gerbert, em 1003.
12. Dom. m. Auber, em 1871.
13. Seg. m. Cuvier, em 1832, com 63 annos. — m. Jacintho
Freire de Andrade, em 1657, com 60 annos.
14. Ter$. m. Henrique IV, de Franca, em 1610.
15. Quart Keppler descobre a lei que estabelecea solidarieda-
de dos movimentos planetarios.
16. Quint m. Fourier, em 1830, com 62 annos. — Inaugura*
cao da Academia Real das Sciencias de Lisboa, em
1680.
17. Sext. m. Clairaut, em 1765, com 52 annos.
18. Sab. m. Sebastiao Francisco de Mendo Trigoso, em 1821,
com 48 annos.
19. Dom. Parte de Toulon, em 1798, a esquadra de expedicSo ao
Egypto, capitaneada por Bonaparte, e levando a bordo
Monge, Berthollet, Caffareli, Berthier, Eugene Beau-
harnais, Desgenette, etc., em commissi1 o scientifica.
20. Seg. m. Cbristov&o Colombo, em 1506.
21. Terc. m. Duroc, em 1813.
22. Quart, in Saigey (Jacques), em 1871. — m. Scbeele em 1786,
com 44 annos.
23. Quint, m. Copernico, em 1543, com 70 annos. — m*. o Du-
que de Louie", em 1875.
24. Sext. m. Hahnmann, em 1843.
25. Sab. m. Caideron de la Barca, em 1681.
26. Dom. m. J. Antonio d'Agumr, em 1874, com 81 annos.
27. Seg. m. Calvino, em 1564, com 55 annos.
28. Ter$. Hipparco *, v. 150 annos antes de Jesus Christo.
29. Quart, m. Miliere, fusilado em 1871.
30. Quint, m. Voltaire, em 1778. — m. Rubens, em 1640. — m.
Humphry Davy, em 1829.
31. Sext. m. Haydn, em 1809.
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12 ANNUAR10 DA ACADEMIA
JXJ3STHO
1. Sab. m. Jose Jorge Loureiro, em 1860, com 68 annos.
2. Dom. m. Hany, em 1822.
3. Seg. m. Verdet (Marcel-Emile), em 1866, com 42 annos.
4. Terc. m. Weber, em 1826. — Batalha de Magenta, em 1859.
5* Quart, m. Huygens, em 1695, com 66 annos.
6. Quint, m. D. Joao de Castro, em 1548, com 48 annos.
7. Sext. m. Bouvard, em 1823.
8. Sab. m. Mahomet *, em 632.
9. Dom. m. Dikens, em 1870-
10. Beg. m. Luiz de Camoes, em 1580, com 56 annos. — m.
Ampere, em 1836, com 61 annos.*
11- Ter9- m. Dumarsais, em 1756.
12. Qu»rt. n. Nuno Alvares Pereira, em 1360.
13. Quint, m. Kleber, em 1799.
14. Sext. Ensaio da machina Savary, em 1699. — m. Pouillet,
em 1868, com 78 annos.
15. Sab. m. Scheffer, em 1858.
16. Dom. A. A. Cournot *, 1801 — 1877.
17. Seg. m. Crebillon, em 1762.
18. Terc. m. Gall, em 1828. —Batalha de Waterloo, em 1815.
19. JQuart m. Brousses, em 1873.
20. Quint. E proclamada, em 1633, a odiosa sentenca do Santo
officio contra Galileu, por ter sido julgado suspeito
de heresia em cre*r na centralisac.&o do sol, nos mo-
vimentos do systema planetario e no movimento da
terra.
21. Sext. Prisao de Luiz XVI, em 1791.
22. Sab. Abjurac&o de Galileu, em 1633, pronunciada de joe-
Ihos pelo veneravel sepruagenariodiantedoscardeaes
da republica universal christS, e imposta por odiosa
sentenca do Santo Officio, como expiacJLo de ter abra-
$ado a falsa opiniao de que o sol e o centro dos mo-
vimentos do systema planetario, que a terra nao 6 o
centro e se move no espaco, como contraria a sagrada
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POLYTECHNICA DO PORTO 13
escriptura. Teve lugar este memoravcl attentado no
convento de Minerva, e era papa Urbano VIII.
23. J>om. Annibal *, 183 annos, antes de Jesus Christo.
24. Seg. m. Nicolau Tolentino, em 1811, com 69 annos.
25. Terc. m. Armando Carrel, em 1836. — m. Barye, em 1875.
26. Quart, m. La Tour d'Auvergne, em 1800.
27. Quint, m. Chateaubriand, em 1848.
28. Sezt. n. J. J. Rousseau, em 1712.
29. Sab. m. Jussieu, em 1853.
90. Dom. m. Gros, em 1835.
JULHO
1. Seg.« Chega as costas egypcias, em 1798, a esquadra da
expedic&o do Egvpto, capitaneada por Bonaparte.
2. Ter$. m. Silvestre Pinheiro Ferreira, em 1846, com 76 an-
nos.
3. Quart, m. Jose Homem Corrda Telles, em 1849, com 69
annos.
m. Bernouilli (Jacques 2.°) em 1789, com 29 annos.
4. Quint, m. Borges Carneiro, em 1833, com 58 annos.
5. Sext m. o P. Francisco Jose Freire, em 1773, com 54 an.
6. Sab. m. Regiomontano (Joao), em 1776, com 40 annos.
7. Dom. n. Jacquard, em 1572.
8. Seg. Desembarque do exercito liberal no Mindello, em
1832. — m. Adam Smith, em 1790, com 67 annos.
9. Terc. m. Duarte Madeira Arraes, em 1652.
10. Quart m. Henrique II, de Franca, em 1559.
11. Quint. Anacreonte *, 467 annos antes de Jesus Christo.
12. Sext, m. Picard, em 1682.
13. Sab. m. Bernouilli (Joao 3.°), em 1807, com 62 annos. —
m. Bradley, em 1762. — £ votada a infallibilidade
do Papa, em concilio reunido em Roma, em 1870.
14. Dom. n. Dumas (Jean Baptiste), em 1800.
15. geg. " m. Harding, em 1834, com 68 annos.
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14 annuario'da academia
lfi. Ter$. m. D. Fr. Bartholomeu dos Martyres, em 1590. —
m. Beranger, em 1857.
17+ Quart, m. Bernouilli (Joao 2.°), em 1790, com 80 annos.
18, Quint, m. Monge, em 1818. — m. o P. Antonio Vieira, em
1697, com 89 annos. — m. Petrarca, em 1374.
19, Bext. de Gasparis descobre em 1857 o planeta Eunomia.
20. Sab. m. Bicbat, em 1802. — Abolic&o da ordem dos je-
suitas por Clemente XIV, em 1773.
21, Dom. m. Arsakyyem 1874.
22. Seg. m. Van-Dick, em 1641.
23. Ter^. n. Malus (Etbienne Louis), em 1775. — m. Desbordes
Valmore, em 1859.
24. Quart, m. Geoffroy Saint-Hilaire, em 1844.
25, Quint, m. Andr6 Chcnier, em 1794.
215, Sext. m. Bernouilli (Nicolau 2.°), em 1726, com 31 annos.
27. Sab. m. Turenne, em 1675. — m. Manpertuis, em 1759.
28. Dom. Ptolomeu *, o celebre autor de Almagesto, v. no anno
125.
29+ Beg. m. Oppe'de, em 1558.
9& Terc. in. Diderot, em 1741.
3h Quart, n. Cramer (Gabriel), em 1704. — Juramento da carta
constitucional.
Feriado.
Termlna o anno lectlwo.
AGOSTO
1 . Quint, m. D. Fr. Amador Arraez, em 1600.
Comecam as feria* grandes.
2. Sext n. Carnot (Lazare Nicolas Margarite), em 1823, com
70 annos.
3. Sab. ChristovSo Colombo sae do porto de Palos, na Anda-
lusia, para o descobrimento da America, em 1492.
4. Dom. m. Brotero, em 1828, com 83 annos.
5. Seg. m. Delaunnay, em 1872, com 56 annos. — m. Buscb
(Joao Jorge), em 1800, com 72 annos.
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POLYTECHNICA iJO PORTO 15
6. Terc,. Cicero *, m. no anno 43 antes de Jesus Christo.
7. Quart, m. Berzelio, em 1848.
8. Quint, m. Richelieu (marechal de), em 1788.
9. Sext. m. Diogo Barboza Machado , em 1772, com 90 annos.
10. Sab. m. Gongalves Dias, em 1823.
11. Dom. m. Joao Pinto Ribeiro, em 1649.
12. 8eg. m. Millevoyc, em 1816.
13. Terc,. David Fabricius descobre, pela primeira vez, uma es-
trella variavel.
14. Quart, m. o P. Antonio Pereira de Figueiredo, em 1797,
com 72 annos.
15. Quint, m. Bouguer (Pierre), em 1758, com 88 annos.
16. Sext. m. Bernouilli (Jacques), em 1705, com 50 annos. —
Fundac.a'o da Univcrsidide de Berlin, em 1809.
17. Sab. m. o P. Manoel Bernard es, em 1710, com 66 annos.
Inangura^ao da Univorsidade de Konigsberg, cm
1544.
18. Dom. m. La Beotie, em 1563. '
19. S$g. m. Fr. Heitor Pinto, em 1584.— m. Pascal, em 1662,
com 39 annos.
20. Terc. Asccnsao aereostatica de Gay-Lussac, em 1804.
21. Quart, m. Rumfort, em 1814.
22. Quint, m. Dionis du SejoUr, em 1794, com 60 annos.
23. Sext. m. Herschell, em 1822, com 83 annos.
24. Sab. Revolucab liberal em Portugal, em 1820.
25. Dom. m. Watt (James), em 1819, com 83 annos. — m. Fa-
raday, em 1867, com 76 annos.
26. Seg. m. D. Antonio, prior do Crato, em 1595, com 64 annos.
27. Terc,. m. Luiz Philippe, em 1849.
28. Quart, m. Mitscherlich, em 1863, com 69 annos.
29. Quint n. Pedro Nunes *. em 1502 (1)
30. Sext. m. o Conde de Gasparin, em 1862, com 79 annos.
31. Sab. m. Rogerio Bacon, em 1294. — n. de Montferier,
1792 — 1863.
(l) Deve-se a obsequiosa erudic^ao do nosso dtstincto lit-
terato Gomes Monteiro a determinacao do anno do nascimento
do celebre geometra portuguez, que elle proprio indiea na sua
obra : In tkeoricas planetarum georgii purbachii annutatimies ali-
quot, a pag. 135, da seguinte forma — exempli gratia : sit anno
Domini 1502, quo ego natus sum, etc.
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IB ANNUARIO HA ACADEMIA
SETEMBRO
L Dom. m. Luiz XTV, em 1715. — Inaugurac&o dos traba-
. lhos de perfurac&o do monte Cems, em 1857.
2, Seg. Experiencias do telegrapho Morse, nos Estados Uni-
dos, em 1837.
3 Terc. m. Thiers, em 1877.
4 Quart, m. Cassini de Thury (Cesar Francois), em 1784, com
70 annos.
& Quint, m. A. Comte, em 1857, com 59 annos. — m. Graham
(Thomaz), em 1869, com 63 annos. .
6, Sext. m. Colbert, em 1683.
7* Sab. Pappo *, v. no anno 300.
8. Dom. m. Bellidor, em 1761.
U. Seg. m. El-Rei D. Duarte, em 1438, com 46 annos. — Res-
tabelecimento do Ralendario gregoriano, em 1805.
10. Terc. m. o Duque de Bourgogne, em 1419. — E promur-
gado o dccreto crenndo a Companhia de agricultura
das vinhas do alto-Douro, em 1756.
11. Quart, m. Bernardo de Palissy, em 1589. — r Roma, capital
da Italia, em 1870. — m. David Ricardo, em 1823,
com 51 annos.
12. Quint m. Guizot, cm 1874.
13. Sext. m. Brinkley (John) em 1835. r- m. A. Herculano, em
1877, com 67 annos.
14. Sab. m. Cassini (Joao), em 1712, com 87 annos.
15. Dom. m. Hoche, cm 1797.
16. Seg. m. Dupaty, em 1788. — m. Luiz XVTII, em 1824.
17. Terc. m. Breguet, em 1823. — Inaugurac$o da Universi-
dade Gdtingen, em 1737. — m. Euler, em 1783, com
84 annos.
18. Quart m. Van Eych, em 1426.
19. Quint, m. Roemer, em 1710, com 65 annos. — m. Delambre,
em 1749.
SO. Sext. m. Mechain, em 1805.
21. Sab. Regressa a S. Lucar, da l.a viagem de .circumnave-
gacao, o navio de FernSo de MagalhSes, em 1522.
22. Dom. m. Valdo, em 1179.
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POLYTECHNICA'DO PORTO 17
Descobre Galle, em Berlin, em 1849, o planeta Neptu-
no pelas indicacoes analytical deLeVerrier. — m.
Le Verrier, em 1877, com 65 annos. — n. Encke (Joao
Francisco), em 1791. — n. Cardan (Jeronymo), em
1501.
24. Terc. m. El-Rei o Senhor D. Pedro IV.
25. Quart, m. Gretry, em 1813.
26. Quint, m. Jecker, em 1834.
27. Sext. m. Bezaut (Etienne), em 1 783, eom 53 annos.
28. Sab. Capitulacao de Strasbourg, em 1870. — Faz 15 annos.
Sua Alteza Real o Principe D. Carlos.
29. Dom. Proclo *, 412—485.
30. Seg. Eratosthenes *, n. 276 antes de Jesus Christo.
Terminam as ferlas grandea*
OTJTTJB:R.O
1. Terc. m. Corneille, em 1684.
2. Quart, m. Jose Agostinho de Macedo, em 1331, com_70 an-
nos. — m. Arago (Francois), em 1853, com 67 annos.
3. Quint. Paz de Fontainebleau entre Franca, Inglaterra, Hes-
panba e Portugal em 1762.
4. Sext. m. Perdonnet (Auguste), em 1867, com 66 annos.
5. Sab. Ltriz XVI aceita a declarac&o dos direitos do homem.
6. Dom. m. Guarini, em 1612.
7. Seg. m. Froissard, em 1400.
8. Terc. m.Rolle, em 1749, com 97 annos.
9. Quart m. Perrau, em 1688.
10. Quint Abertura solemne da Universidade de Berlin, em
1810.
11. Sext. m. Monaldeschi, em 1657.
12. Sab. m. Picard, em 1682, com 62 annos.
13. Dom. m. D. Francisco Manoel de Mello, em 1666, com 54
annos.
14; Seg. m. Gassendi (Pierre), em 1655, com 63 annos.
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18 ANNUARIO DA ACADEMiA
15. Ter$. m. Candido Jose* Xavier, em 1883, com 61 annos.
16. Quart. Faz 30 annos S. M. a Rainha a Senhora D. Maria Pia.
— Grande Gala.
Ferftad*.
17. Quint.
18. Sext. m. Gomes Freire d'Andrade, em 1817, com 60 annos.
— Fundacao da Universidade de Bonn, em 1818.
19. Sab. m. Talma, em 1826.
20. Dom. m. Joao de Barros, em 1570, cont 74 annos. — Hor-
rivel incendio do observatorio de Copenhagne, em
172a
21. Seg. m. Babinet, em 1872.
22. Ter$. m. Nelson, em 1805.
23. Quart, m. Beocio, em 526.
24. Quint, m. Tycho-Brahe, em 1601, com 54 annos.
25. Sext. m. Renaudot (Theophraste), em 1653, com 70 annos.
26. Sab. m. Pigalle, em 1785.
27. Dom. Lycurgo *, 870 annos antes de Jesus Christo.
28. Seg. m. Charles Degeer, em 1778.
29. Ter$. m. d'Alembert, em 1783, com 65 annos. — Faz 62 an-
nos El-Rei o Senhor D. Fernando. — Grande Gala.
Feriado*
30. Quart m. Montmorency, em 1632.
81. Quint Faz 40 annos S. M. El-Rei o Senhor D. Luiz 1.° —
Grande Gala.
Ferlado*
3STO"VB^wCBfe.O
1. Sext. Terremoto em Lisboa, em 1755.
2. Sab. m. Luiz o Bondoso, em 833.
3. Dom. m. Agostinho Jose Freire, assassinado em Lisboa,
em 1836. — m. Cbampollion, em 1832, com 42 annos.
4. Seg. Inauguracao da nova ponte metallica sobre o Douro.
5. Terc/. m. Riego, em 182$.
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POLYTHCHN1CA DO PORTO 19
6. Quart m. Bertbollet, em 1822, com 73 annos.
7. Quint m. Carlos X, em 1836.
8. Sext. m. Jussieu, em 1777.
9. Sab. Viete *, 1640-1603.
10. Dom. m. Pedro A. C. GarcSo, em 1772, com 48 annos. -
11. Seg. m. El-Rei o Senhor D. Pedro V, em 1861, com 24
annos.
12. Terc. m. Bailly no cadafalso, em 1793, com 57 annos.
13. Quart, m. Rossini, em 1868.
14. Quint m. Leibnitz, em 1716, com 70 annos. — m. Iferreira
Borges, em 1838, com 52 annos.
15. Sext. m. Keppler, em 1630, com 59 annos. — m. J. B. Say,
em 1832, com 65 annos. — m. Rossi, assassinado em
Roma, em 1848, com 61 annos.
16. Sab. m. Collins, em 1683.
17. Dom. n. o duque de Saldanha, em 1790.
18. Seg. m. Lamarck, em 1828.
19. Ten?, m. Fernandes Tfaomaz, em 1822, com 49 annos.
20. Quart, m. o Cardeal de Polignac, em 1741.
21. Quint. Rcemer indica a yelocidade da lnz, em 1676.
22. Sext. Faye descobre no Observatorio de Paris, em 1843, o
cometa period ico do seu nome.
23. Sab. m. Struve (William), em 1864, com 71 annos.
24. Dom.
25. Seg. m. Joao Curvo Semedo, em 1719, com 83 annos.
26. Ter$. m. Quinault, em 1688.
27. Quart m. Lamblardie, em 1798.
28. Quint m. Tournefort, em 1708.
29. Sext. m. Bernouilli (Nicolau 1.°), em 1759, com 72 annos.
30. Sab. m. Dullond, em 1761, com 56 annos.
DEZEMBRO
1. Dom. m. Alexandre I da Russia, em 1825. — Rerolug&o da
independencia em Portugal, em 1640.
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20 ANNUARIO DA ACADEMIA
2. Seg. m. Fernando Cortez, em 1554. — Abertora solemne
da Universidade real de Saxonia, em 1409.
3. Terc. m. Matheus Valente do Couto, em 1848, com 78 an-
nos. — m. Cavalieri, em 1647, com 49 annos.
4. Quart, m. o Cardeal de Richelieu, em 1642.'
5. Quint, m. Mozart, em 1791.
6. Sext. Orpheu *, 1000 annos antes de Jesus Christo.
7. Sab. m. o Marechal Ney, em 1815.
8. Dom. Encke descobre o planeta Astrea, em 1845.
9. Seg. m. Von-Dyck, em 1641.
10. Terc. m. o Visconde d'Almeida Garrett, em 1854. com 54
annos. — m. Diogo do Couto, em 1616, com Y4 annos.
11. Quart, m. Jose Monteiro da Rocha, em 1819, com 85 annos.
12. Quint Regresso de Lcvingston a Inglaterra, em 1856.
13. Sext. Democrito e Heraclito *, 500 annos antes de Jesus
Christo.
14. Sab. m. Washington, em 1799. ' — CreacSo da Academia
dos Guardas-mnrinhae, que deu origem a actual es-
cola naval, em 1782.
15. Dom. m. D. Fr. Caetano BrandSo, em 1805, com 65 annos.
16. Seg. m. Quesnay, em 1744, com 60 annos.
17. Terc. n. Bolivar, em 1830.
18. Quart, m. Montucla, em 1799, com 74 annos.
19. Quint. Leonidas e os 300 Sparta noe *, 480 annos antes de
Jesus Christo.
20. Sext. m. Ambroise Par6, em 1590.
21. Sab. m. Bocage, em 1805, com 40 annos.
22. Dom. m. Lantara, em 1778.
23. Seg. Huygens descobre Rhea, satellite de Saturno, em 1672.
24. Terc. m. Vasco da Gama, em 1525. — m. Frederico Bas-
tiat, em 1850, com 49 annos.
Principlam as ferlM do Natal, que
lerminam em C de Janeiro*
25. Quart. Natal. — n. Jesus Christo. — n. Newton, em 1642.
26. Quint, m. Helvecio, em 1771.
27. Sext. m. Mousinho de Albuquerque, em 1846, com 54 annos.
28. Sab. m. Pedro Bayle, em 1706.
29. Dom. m. Cousin, em 1800, com 61 annos. — m. Malthus,
em 1834, com 68 annos.
30. Seg. Empedocles *, 440 annos antes de Jesus Christo.
31. Terc. m. Flames teed, em 1719, com 70 Annos."
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21
DIREGTORIA E SECRETARY
Director
Adriano de Abreu Cardoso Machado, do Conselho de Sua Ma-
gestade, oommendador da ordem de Nossa Senhora da Con-
ceicao de Villa Vicosa, doutor em direito pela Universidade
de Coimbra, lente proprietario da Academia Polytechnica,
outr'ora lente da faculdade de direito na Universidade de
Coimbra, e depois director geral da instruccao publica no
ministerio do reino, fiscal do extincto conselho superior de
instruccao publica, commissario dos estudos e reitor do lyceu
nacional do Porto, ex-deputado as Cdrtes.
Rua do Principe, 3.
SecretariO (interino)
Joaquim de Azevedo Sousa Vieira da Silva Albuquerque, enge-
nheiro civil, Lente proprietario da Academia Polytechnica,
outr'ora professor de mathematica elementar do lyceu nacio-
nal do Porto, e secretario do mesmo lyceu.
Rua doe Fogueteiros, 1.
Guarda-m6r
Joaquim Filippe Coelho.
Carregal, 79.
Guardas subalternos
Simao Jose Caetano Moreira.
Bomjardim, 898.
Daniel Leio da Cunha Lima.
Bainha, 839.
Jose Pinhelro Barboza d'Aguiar.
Monte dos Judeus.
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23
GONSELHO ACADEMICO
Presidente do Conselho
Conselheiro Adriano de Abreu Cardoso Machado, director.
Secgio de mathematica
Pedro de Amorim Vianna, bacfaarel formado em mathematica
pela Universidade de Coimbra, lente proprietario da 2.a cadei-
ra, outr'ora professor da cadeira de logica do lyceu nacional
de Lisboa, presidente da secc&o.
Bestauracao, 75.
Gustavo Adolpbo Goncalves e Sousa, engenheiro civil, lente
proprietario da 5.* cadeira.
Principe, 156.
Antonio Pinto Magalh&es Aguiar, doutor em mathematica e ba-
charel em philosophia pela Universidade de Coimbra, lente
proprietario da 3." cadeira, ex-ajudante do observatorio as-
tronomico de Coimbra e ex-deputado as Cortes.
Almada,' 332.
Jose Pereira da Costa Cardoso, doutor em mathematica e bacha-
rel formado em philosophia pela Universidade de Coimbra,
lente proprietario da 18. ■ cadeira, ex-ajudante do observato-
rio astronomico de Coimbra, antigo lente da mesma Univer-
sidade, outr'ora commissario dos estudos e reitor do lyceu na-
cional do Porto.
Rosario, 113.
Joaquim d'Azevedo Sousa Vieira da Silva Albuquerque, enge-
nheiro civil, lente proprietario da 1.* cadeira.
Fogueteiros,!.
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24 ANNUARIO DA AGADEMIA
Lente substitute* da sec$So
Rodrigo de Mello e Castro de Aboim, engenheiro civil.
Cedofeita,237.
Director da aula de desenho
Francisco da Silva Cardoso, lente proprietario da 4.1 cadeira.
Alegria, 341. •
Lente substitute)
Guilherme Antonio CorrSa.
S. Victor, 27.
Sec$&o de sciencias sociaes
Conselheiro Adrift no de Abreu Cardoso Machado, dontor em di-
reito pela Universidade de Coimbra, lente proprietario da
12.* cadeira, presidente da secc&o.
Principe, 8.
Jose" Joaquim Rodrigues de Freitas, engenheiro civil, lente pro-
prietario da 11.* cadeira, e ex-deputado as Cortes.
Cedofeita, 680.
Substituto da secc&o
Antonio Alexandre Oliveira Lobo, bacharel formado em direito
pela Universidade de Coimbra.
Principe, 58.
Sec$£o de philosophia
Jose" de Parada e Silva Leit&o, bacharel formado em philosophia
e mathematics pela Universidade de Coimbra, major gradaado
d'infanteria, commendador da ordem de Christo; condecorado
com a medalha n.° 7 das campanhas da liberdade, lente pro-
prietario da 8." cadeira, presidente da seccSo.
Boa-vista, 406.
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POLYTECHNICA DO PORTO 25
Arnaldo Anselmo Ferreira Brsga, bacharel formado em inedicina
e em philosopbia pela Universidade de Coimbra, lente pro-
prietary da 7." cadeira.
Principe, 60.
Francisco de Salles Gomes Cardoso, cavalleiro da Torre e Es-
pada e Avfc, e condecorado com a medalba n.° 2 dos senho-
res D. Pedro e D. Maria, doutor em philosopbia e bacharel
em mathematica pela Universidade de Coimbra capit&o de*
fragata addido ao quadro, lente proprietario da 10. ■ cadeira.
Almada, 364.
Adriano de Paiva de Faria Leite Brand&o, dontor em philoso-
phia e bacharel em mathematica pela Universidade de Coim-
bra, socio do Instituto da mesma cidade, lente proprietario
da 9.* cadeira.
Qninta de Campo Bello (Gaya).
Substitute) da secgSo
Antonio Joaquim Ferreira da Silva, bacharel formado em phi-
loaophia pela Universidade de Coimbra.
Almada, 832.
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Z4
S41.
^.- Victor, 27
i^ito pel*. I"
Principe.
Joee Joaqnim E
prietirio da
Cedofeit.i
Antonio Alexmn
pel* driver*
Principe.
def
d^
^p
i
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21
LECIMENTOS PERTENCEMTES i ACAOEMIA POLYTECHNIC*
Bibliotheca
ccario — vago. — Serve interinamente JoSo Jos6 Mon-
Gabinete de historia natural
— 0 lente da 7." cadeira.
Gabinete de fhysica
■» r — 0 lente regente da 8.* cadeira.
Laboratorio chimico
<• — 0 lente regente da 9.* cadeira.
do laboratorio — Vago.
Jardim botanico
r — 0 lente da 10." cadeira.
r_ o official do jardim (interino) — Job qui m Casimiro Bar-
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29
JARDIM BOTANICO
Este jardim, situado na praga do Duque de Beja, contfm
actualmente 1301 especies, distribuidas por 138 fa-
milias naturaes, dispostas segundo o methodo de
Decandolle, a saber :
RannncTdacese
Magnolia ce»
Anonaceaa.
Berberideaa
NymphseaoesB
Papaverace®
Famariacesd
Cruciferaa .
Capparidesa
Reaedaceffi
Cistine® .
Violaris .
DrosgracflB
Polygale®
PittosporesB
Frankeniaces
Caryophylleae
Lines . .
Malvaceae •
TiliacesB .
Camelliacea
Aurantiace®
Hypericines
Acerinee .
Hippocaataneffi
Sapmdaceae
Meliace» .
Ampelideae
6
1
4
2
9
5
44
1
4
11
4
2
4
4
2
27
3
17
4
3
6
10
4
Geraniacen
. /
22
Tropaaoles
2
Balaamine®
2
Oxalidea .
7
Zygophylle®
3
Rutacese .
4
Celastrines
4
Rhamne© .
4
Terebinthacea
i
4
Legnminoaa
. 107
Rosacea) .
42
Calycanthea3
3
Granatea .
1
Onagrarice
15
Haloragee
2
Ceratophyllea
1
Lythrarieaa . .
2
Tamariscinee
6
Philadelpbie®
1
Myrtacea . . .
9
Cucurbitaceaa.
10
Pasaiflores
5
Portulace®
4
Paronychies ,
6
Crassulaceas .
17
Ficoide® . ,
11
Cacte®
22
GrosBularie®
3
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30
ANNUARIO DA ACADEMIA
Saxifragace® .
. 11
Umbellifer® .
. 31
Corne® . .
3
Caprifoliace®.
Rubiace® .
10
7
Valerianae*®.
5
Dipaace® .
4
Composite .
. 114
Lobeliace® .
4
Campanulace®
6
Ericaceae . .
11
Primulnce® .
8
Lythrarie®
9
Jasmine® . \
4
Apocynace® .
4
Asclepiade® . .
8
Gentianace® • ,
6
Bignoniaoe® .
6
Sesame® .
3
Hydrophyllace® .
2
Polemdniace®
6
Convolvulace® ,
7
Borragine® .
14
Hydrolcace® .
2
Solanace® . .
38
Hcropbulariace® .
34
Acanthace® .
4
Verbenace® . .
9
Myoparace® .
Labi at® . . .
2
52
Plumbaginacese .
10
Plantaginace® .
5
Phytolaccace®
Salsolace® • .
2
12
Basellacee . .
2
Amarantace® . .
6
Nyctaginace®
5
Polygonacee . .
13
Laurace® . . .
3
Proteace®. . .
3
Thymeleace®. .
5
El®agnace®
Aristolochiace®
Empetre®.
Enphorbiace®
Cupulifer®
Cory lace®.
Jnglandace®
Platanaee®
Betulace®
Salieine® .
Celtide® .
Cannabine®
Urticacee.
More®. .
Ulmace® .
Casnarine®
■ Conifer® .
Palm®
Typb®ace®
Aroide® .
Najade® .
Alismace®
Butomace®
Orchide® .
Zingiberace®
Cannace® .
Musace® .
Hemodorace®.
Iride® .
Amaryllide®
Bromeliace®
Liliace® .
Dio8coreace®,
Melanth® •
Juncaoe® .
Commelinace®
Cyperace®
Gramine® .
Equisetace®
Filicea. .
Lycopodiace
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POLYTECHNICA DO PORTO 31
Data* dcus nomea^et, enoartes e pos-
■es dos X*entefe <e mate empregradoa da
Aoademia Polyteehniea, e Indieapao
das natnralldades e ^pooaa dos nag-
oimentod do« mesmoa.
Conselheiro Adriano d'Abreu Cardoso Machado — nomeado
Lente proprietario da 12.* cadeira por decreto de 17 de Julho de
1868 e carta regia de 1 de Setembro do mesmo anno — agraciado
com o augmento do terco do sea ordenado, por diuturnidade de
serrico, por decreto de 21 de Dezembro de 1876 e carta regia
de S de Maio de 1877 — nomeado director da Academia Polyte-
chnica do Porto por decreto de 8 de Jnnho de 1869 e carta regia
de 20 de Fevereiro de 1876. — Tomou posse do lugar de Lente
proprietario em 1 de Ootubro de 1868, e de director em 27 de
Setembro de 1869. — Nasceu em MonaSo em 17 de Julho de
Jose" de Parada e Bilva Leitao — nomeado Lente proprieta-
rio da 8.* cadeira por decreto de 27 de Novembro de 1837 e
carta regia de 31 de Janeiro de 1838 — agraciado com o terco
do sen ordeuado por diuturnidade de servico, por apostilla de
9 de NoTembro de 1859. — Tomou posse em 14 de Fevereiro de
1838. — Nasceu em Sernache do Bomjardim em Junho de 1809.
Antonio da Costa Paiva, cavallelro das ordens de Christo e
de Nossa Senhora da Conceicao, 1.° Barao de Cnstello de Paiva
em 1854, doutor em medicina e bacbarel em philosophia, socio
da Academia Real das Sciencias de Lisboa, e d'outras acade-
mias e corporacoes scientificas nacionaes e estrangeiras — no-
meado Lente proprietario da 10.* cadeira por decreto de 11 de
Junho de 1838 e carta regia de 28 de Julho do mesmo anno —
jabilado com o ordenadp por inteiro por decreto de 81 de De-
zembro de 1868 e carta regia de 19 de Janeiro de 1859. — To-
mou posse em 14 de Junho de 1839. — Nasceu' no Porto em 12
de Outubro de 1806.
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32 ANNUARIO DA ACADBMIA
Arnaldo Anselmo Ferreira Braga — nomeado Lente substi-
tuto da secc&o de philosophia por decreto de 6 de marco de
1851 e carta regia de 2 de Abril do mesmo anno — promovido
a Lente proprietario da 7.a cadeira por decreto de 19 "de Julho
de 1854 e apostilla de 16 de Agosto do mesmo anno — agra-
ciado com o angmento do terco do sea Ordenado, por diuturni-
dade de servico, por decreto de 10 de Agosto de 1876 e carta
regia de 90 de Novembro do mesmo anno. — Tomou posse do
lngar de Lente substitute em 2 de Maio de 1851, e do de Lente
proprietario em 1 de Setembro de 1854. — Nasceu no Porto
em 26 de Setembro de 1828.
Pedro Amorim Vianna — nomeado Lente substitute da sec-
c£o de mathematica por decreto de 6 de Marco de 1851 e apos-
tilla de 9 de Junho do mesmo anno — promovido a Lente da 2.a
cadeira por decreto de 9 de Novembro de 1858 e carta regia de
6 de Junho de 1859 — agraciado com o augmento do terco do
sou ordenado, por diuturnidade de servico, por decreto de 10 de
Agosto de 1876. — Tomou posse do lugar de Lente substitute
em 21 de Junho de 1851, e do de Lente proprietario em 1 de
Agosto de 1859. — Nasceu em Lisboa em 21 de Dezembro de
1822.
Francisco de Salles Gomes Cardoso — nomeado Lente subs-
titute da secc£o de philosophia por decreto de 23 de Junho de
1851 e carta regia de 30 de Agosto do mesmo anno — promo-
vido a Lente proprietario da 10.a cadeira por decreto de 2 de
Marco de 1859 e apostilla de 29 do mesmo mez e anno. — To-
mou posse do lugar de Lente substitute) em 20 de Setembro de
1851, e do de Lente proprietario em 30 de Abril de 1859. —
Nasceu no Porto cm 28 de Fevereiro de 1816.
Francisco da Silva Cardoso — nomeado Lente substitute da
4.* cadeira por decreto de 30 de Agosto de 1851 e carta regia
de 18 de Setembro do mesmo anno — * promovido a Lente pro-
prietario da mesma cadeira por decreto de 26 de Maio de 1862
e apostilla de 14 de Agosto do mesmo anno — agraciado com
o augmento do terco do seu ordenado, por diuturnidade de sex-
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POLYTECHNICA DO PORTO 33
Tim. por decreto de 10 de Agosto de 1876 e carta regia de 3
de Outubro do mesmo anno. — Tomou posse do lugar de Lente
substitute em 14 de Outubro de 1851, e do de Lente proprieta-
ry em 4 de Setembro de 1862. — Nasceu no Porto em 20 de
Novembro de 1825.
Gustavo Adolpho Goncalves e Sousa — nomeado Lente
substitute da seccao de mathematica por decreto de 21 de
Agoeto de 1851 e carta regia de 23 de Outubro do mesmo anno
— promovido a Lente proprietario da 5.* cadeira por decreto
de 7 de Outubro de 1868 e apostilla de 3 de Fevereiro de 1869
— agraciado com o augmento do terco do seu ordenado, por
diuturnidade de servico, por decreto de 10 de Agosto de 1876 e
carta regia de 4 de Abril de 1877. — Tomou posse do lugar de
Lente substituto em 12 de Dezembro de 1851, e do de Lente
proprietario em 8 de Junho de 1876.
Antonio Pinto de Magalhaes Aguiar — nomeado Lente subs-
titute da secc&o de mathematica por decreto de 19 de Junho de
1860 e carta regia de 12 de Novembro do mesmo anno — pro-
movido a Lente proprietario da 3." cadeira por decreto de 4 de
Marco de 1869 e carta regia de 4 de Agosto do mesmo anno. —
Tomou posse do lugar de Lente substituto em 31 de Dezembro
de 1860, e de Lente proprietario em 11 de Marco de 1869. —
Nasceu em Santa Eulalia de Constanta (Marco de Canavezes)
em 23 de Junho de 1834.
Guilherme Antonio Correa — nomeado Lente substituto da
4.* cadeira por decreto de 20 de Agosto de 1863 e carta regia
de 22 de Setembro do mesmo anno. — Tomou posse em 7 de
Outubro de 1863. — Nasceu no Porto em 23 de Maio de 1829.
Jose" Joaquiin Rodrigues de Freitas — nomeado Lente subs-
tituto da 11.* e 12. a cadeiras por decreto de 29 de Dezembro de
1864 e carta regia de 6 de Abril de 1865 — promovido a Lente
proprietario da 11.* cadeira por decreto de 15 de Maio de 1867
e apostilla de 11 de Julho do mesmo anno — Tomou posse do
3
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34 ANNUARIO DA ACABEMIA
In gar de Lente substituto em 4 de Janeiro de 1865, e do de
Lente proprietario em 16 de Agosto de 1867. — Nasceu no Porto
em 24 de Janeiro de 1840.
Antonio Alexandre Oliveira Lobo — nomeado Lente substi-
tuto temporario da 11.* e 12.* cadeiras por decreto de 10 de Fe-
vrreiro de 1869 e carta regia de 3 de Agosto do mesmo anno
- promovido vital iciamente no mesmo lugar por decreto de4
rie Outubro de 1871 e carta regia de 9 de Marco de 1872. —
Tomou posse do lugar de Lente substituto temporario em 15
de Fevereiro de 1869r e do de Lente substituto vitalicio em 20
de Outubro de 1871. — Nasceu no Rio de Janeiro em 11 de No-
vembro de 1833.
Jose Pereira da Costa Cardoso — nomeado Lente proprieta-
rio da 13.* cadeira por decreto de 14 de Abril de 1869 e carta
regia de 4 de Abril de 1872. — Tomou posse em 21 de Abril de
1869. — Nasceu no Porto em 31 de Outubro de 1831. #
Adriano de Paiva de Faria Leite Brandao — nomeado Lente
substituto temporario por dous annos da seccao de philosophia
por decreto ,d<3 14 de Janeiro de 1873 e carta regia de 6 de Mar^o
do mesmo anno — promovido vitaliciamente no referido lugar
par decreto de 11 de Fevereiro de 1875 e carta regia de 3 de
Juiiho do mesmo anno — promovido a Lente proprietario da 9.*
cadeira por decreto de 18 de Agosto de 1876 e carta regia de
29 de Novembro do mesmo anno. — Tomou posse do lugar de
Lente substituto temporario em 20 de Janeiro de 1873 — do de
Lente substituto vitalicio em 20 de Fevereiro de 1875 — do
do Lente proprietario em 25 de Agosto de 1876. — Nasceu em
Braga em 22 de Abril de 1847.
Joaquim de Azevedo Sousa Vieira da Silva Albuquerque —
nomeado Lente proprietario da 1.* cadeira por decreto de 7 de
ftetembro de 1876 e carta regia de 29 de Novembro do mesmo
anno — nomeado secretario interino da Academia Polvtechnica
em sessfto do Conselho academico de 2 de Outubro de 1876. —
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POLYTECHNICA DO PORTO 35
Tomou posse em 13 de Setembro do mesmo anno. — Nasceu no
Porto a 16 de Agosto de 1839.
Bodrigo de Mello e Castro de Aboim — nomeado Lente
substitute da secclo de mathematica por decreto de 24 de Maio
de 1877 e carta regia de 18 de Julho do mesmo anno. — Tomou
posse em 28 de Maio do mesmo anno. — Nasceu em Castro-Daire
em 15 de Setembro de 1847.
Antonio Joaquim Ferreira da Silva — nomeado Lente subs-
titute da seccfro de philosophia por decreto de 24 de Maio de
1877 e carta regia de 17 de Julho do mesmo anno. — Tomou
posse em 28 de Maio do mesmo anno. — Nasceu no Couto de
Cucuj&es (Oliveira de Azemeis) em 28 de Julho de 1853.
Joaquim Philippe Coelho — nomeado guarda-m6r por de-
creto de 19 de Julho de 1872 e carta regia de 20 de Agosto do
mesmo anno. — Tomou posse em 1 de Agosto de 1872.
Simao Jose Caetano Moreira — nomeado guarda subalterno
por carta do Director de 19 de Outubro de 1837. — Tomou posse
n'esta mesma data.
Daniel Leao da Cunha Lima. — nomeado guarda subalterno
por decreto de 15 de Novembro de 1860 e diploma de 22 de Maio
de 1861. — Tomou posse em 3 de Junho de 1861.
JoBe Pinheiro Barbosa d'Aguiar — nomeado guarda subal-
terno por decreto de 3 de Maio de 1866 e carta regia de 20 de
Junho do mesmo anno. — Tomou posse em 8 de Maio de 1866.
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37
CURSOS LECAES DA ACAOEMIA PQLYTECHNICA DO PORTO
A Academia Polytechnica ministra os segnintes
Cotjboci e»peela,ee
I — Cnrso de Engenheiros civis :
a) — de mincu.
bS — Geograpkos.
c) — de pontes e tstradas.
II — Directores de fabricas.
m — Commerciantes. '
IV — Agricnltores.
V — Artistas.
(Decreto de 13 de Janeiro de 1837).
Cux-Bos prepajrartoiriois
VI — Cargo preparatorio para as escolas medico- cirnrgicas
(decreto de 20 de Setembro de 1844. artigos 147 a
150).
VII — Cnrso preparatorio para a esc<Sla de pharmaeia nas es-
c61as medico-cirurgicas (decreto de 29 de Dezembro
de 1836, artigos 129 e ISO).
viil — Cnrso preparatorio para a esc6Ia naval :
a) — Curso de officiaes de marinha.
b) — Curso de enaenheiros constructores navaes (decreto de 26
de Dezembro de 1868, artigos 23 e 24).
IX — Cnrso preparatorio para a esc61a do exercito (armas
especiaes e esta'do-maior) — (decreto de 20 de Setem-
bro de 1844, artigo 140 — decreto de 24 Dezembro de
1863, artigo 26, § 2.° — decreto de 2 de Junho de
1873).
Estes cnrsos sSo professados segundo os qnadros seguintes :
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38 ANNUARTO DA AGADEMIA
I — Enffenlieir os eivis
a) — de minas.
I l.« cadeira.
1.° anno | 4." » (desenho do figura e paisagem).
9.« »
I2.«
8.« »
4.« » (desenho de paisagem — desenho de to-
pographia).
3 • anno \ 3*" cadeira.
. anno j 7 a w (metallurgia e arte de minas).
|'13.a cadeira (mechanic* applicada a resistencia dos
solidos e a estabilidade das oonstrac-
coes, especialmente a pontes e estradas
e as machinas de vapor.
*.- auuu\ 7.* • (mineralogia e geolopia).
j 4.* » (desenho de perspectiva, plantas e perfis
/ das machinas em uso no servico das
[ minas).
\10.-
5.° anno
4.a cadeira (desenho de c6rtes e plantas de minas, e
convencoee para deeignar os terrenos.
12.«
b) — Geographos.
1 0 i 1.* cadeira.
l. annoj 4. § (desenho de figura).
o o «««^ \ &a cadeira.
2,« annoj g. ,
18.a cadeira.
9.« » (chimica mineral).
4.« » (desenho de topograph!*).
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POLYTECHNICA DO PORTO 39
/ 5.* cadeira.
I 7.* » (zoologia, mineralogia e geologia).
]12.* »
4-° anno < 10.* » (veterinaria).
i Desenho geographico, reducc&o de plantas de cos-
[ . fas, bahias, enseadas, portos, etc. na Academia
Portuense de bellas-artes.
e) — de pontes e estradaa.
1.* anno J 4. 9 (desenho de figura).
12.* cadeira.
8.* »
Desenho d» architecture na Academia Portuense
de bellas-artes.
13.* cadeira.
4.* » (desenho de ornato, decoracoes e machi-
nas).
&• »
( 18.* cadeira. (1.° anno).
4.° anno < 6.* » •
( 7.* » (zoologia, mineralogia e geologia).
!13.* cadeira. (2.° anno).
10.* »
IS.*
II — Directores de fabricas.
!1.* cadeira.
4.* » (desenho de figura).
9.* »
12.* cadeira.
Desenho de architectora (na Academia Portuense
de bellas-artes).
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40 ANNUARIO DA ACADEMIA
I 8.* cadeira.
8.° anno ] 4." » (desenho de ornato, decoracoes e machi-
( nas).
4 • anno ! 13-a cadeira. (l.° anno). .
5.° anno 1 13." cadeira. (2.° anno).
m — Commerciantes.
1 • anno i 1#a cadeira-
1 11.* » (escripturacSo por partidas dobradas).
11.* cadeira (formulas dos docnmentos commerciaes
| usadas quer nas transaccoes de com-
2.° anno < mercio, quer nas provas dos contra-
ctus, regulac&o de avarias, etc:
4.* » (desenho de figura e paisagem).
3 * anno I **•* madeira, (geographia commercial — reduccjta dos
I . cambios, p&os e medidas estrangeiras.
IV — Agricultores.
l.*anno! ^ cadeira.
f 9.* »
!8.* cadeira.
4.* » (desenho de figura e paisagem).
10.* » (botanica e agricultural
17.* , cadeira (zoologia, mineralogia e geologia).
10.* » (parte pratica) — veterinaria.
4.* » (desenho pelo natural de orgaos de vege-
tac&> e de reproducc&o das plantas).
112.* cadeira (economia politica e economia e legis-
lacfio ruraes).
4.* » (desenho de machinas e construccoes ru-
raes).
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POLYTECHNICA DO PORTO 41
V — Artistes.
1 • anno J *•■ cadeira-
( 4.1 » (desenho de figura).
2 • anno I a* cadeira-
f 4.a » (desenho de paisagem).
!9.a cadeira.
4.* » (desenho d'ornato e de decorac&o — de-
senho de machmas).
VI — Curso preparatorio para as escolas medico-cirurgicas.
l.# anno — 8.» cadeira (physica) e 9." cadeira (chymica).
2.* » — 7.* » faoologia).
3.° * — 10.* » (botanic* e physiologia vegetal).
ObservacSo. 0 1.° anno d'este cnrso 6 exigido como habilita-
c2o para a matricula no 1.° anno das escolas medico-cirurgicas ;
o 2.* anno para a matricula no 2.° anno das mesmas escolas ; e
o 3.* para a matricula no 8.° anno d'ellas.
(Decreto de 20 de Setembro de 1844, artlgoe 147 a 150).
VII — Curso preparatorio para a escoia de pharmacia.
9.* cadeira (chimica).
10.« » (botanica).
(Decreto de 29 de Desembro de 1836, artigos 129 e 130).
Ylil — Curao preparatorio para a escoia naval.
a) — Cum de officiate de maririha.
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42 ANNUARIO DA ACADEMIA
L* cadeira fl.° anno de mathematica).
8.1 » (pbysica).
(Decreto de 26 de Dezembro de 1868, artigo 23.° n.° 2.°)
b) — Curso de engenharia naval.
l.a cadeira.
l.n Rimol 4.a »
a* »
2.* cadeira.
Construccoes de geometria descriptiva.
2.° anno {9.* cadeira (chimica inorganica e principios de me-
tallurgia).
Geometria descriptiva (l.a parte).
/ Construccoes de geometria descriptiva.
I 3.a cadeira (mecanica e suas applicacoes as machi-
3.* uttoJ nas, com especialidade as de vapor).
J 10.a » (botanica e principios de agricultural
\ Geometria descriptiva (2.a parte).
(Decreto de 26 de Dezembro de 1868, artigo 24.* e Portaria
de 8 de Junto de 1860).
IX — Curso preparatorio para a escola do ezercito.
Das disciplinas actualmente professadas na Academia Pojy-
t.-c Imica do Porto, constituem o curso preparatorio as que sao
regidas nos seguintes cursos :
i , carso -r- Trigonometria espherica, algebra superior, geome-
tria analvtica no piano e no espaco.
2.° >» — Geometria descriptiva (l.a e 2.a parte).
3° » — Calculo differencial, integral, das differencas, va-
riacoes e probabilidades.
>, — Mecanica racional, e applicada as machinas, cine-
matica.
5." » — Astronomia e geodesia.
6-° » — Mineralogia e geologia.
7«* » — Pbysica.
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POLYTECHNIC* DQ PORTO 43
&.* cnrso — Chimica inorganica ; principios de metallargia.
9.° » — Analyse chimica.
10.° » — Economia politica e direito administrativo.
Alein d'estas disciplinas, este curso preparatorio oomprehende
amda:
1.* — Desenho linear, de architectura, de machinas, de figura
e de paisagem, incumbindo-se o professor de dar licoes de archi-
tectura aeerca das regras geraes de decorac&o, distribuic&o e
repreaentacSo dos edificios por meio de plantas, alcados e cortes.
2.° — Exercicios graph i cos de geometria descriptiva.
&• — » de mathematica.
4.° — » praticoe de chimica, physica e mineralogia.
Gymnastica.
(Decreto de 2 de Junho de 1873, artigo 2.*)
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44
ANNUARIO DA ACADEMIA
QUADRO IXA. DISTRI-
NO CURSO PREPARATORIO
Instruccao
Segunda-feira
Terca-feira
lh. 30*
1.° curso, aula
2." curso—
l.a parte,
aula
i.° anno <lh. 30*
7.° curso, aula
Exercicios de
mathematica
2h. 80*
Desenho
Desenho
2.° anno.
lh. 30'
8.° curso, aula
8.° curso, aula
lh. 3C
2.° curso —
2.« parte,
aula
10.° curso
aula
2h. 8C
Desenho
Desenho
3.° anno.
llh.30'
4.° curso, aula
9.° curso, aula
lh. 3C
6.° curso, aula
5.° curso, aula
2 h. 8(y
Desenho
Desenho
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POLYTECHNICA DO PORTO
45
bux<p JLo rx> TEMPO
PARA A ESG6LA DO EXEROTO
Quarta-feira
Quinta-feira
Sexta-feira
4
Sabbado
!-• curso, aula
Ezercicios
de geometria
descriptiva
1.° curso, aula
2.° curso —
l.» parte,
aula
7.° curso, aula
Ezercicios de
matbematica
7.° curso, aula
Ezercicios de
matbematica
Desenbo
Gymnastica
Deseiiho
Physicapratica
S.° curso, aula
8.° curso, aula
3.° curso, aula
8.° curso, aula
2.* curso —
2.« parte,
aula
Ezercicios
de geometria
descriptiva
10.° curso, aula
Ezercicios
de geometria
descriptiva
Desenbo
Gymnastica
Desenbo
Geometria
descriptiva
applicada
a arcbitectura
e machinas
4.* curso, aula
Geometria
descriptiva
applicada
a arcbitectura
e machinas
9.° curso, aula
4.° curso, aula
&« curso, aula
5.° curso, aula
5.° curso, aula
Mineralogia
pratiea
Desenbo
Gymnastica
Chimicapratica
•
Chimicapratica,
[Uecrsto de 2 de Jonho de 1873, modelo A).
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4ij
ANNUARIO DA ACADEMIA
Designacao das cadeiras
Nomes dos lentes regentes
L* cadeira — Geometria ana-
ica no piano e no espaco, tri-
jjonometria espherica, algebra
superior
2 J cadeira — Calculo diffe-
rt-ucial, integral, das differen-
»;;id e das variacoes
&■ cadeira — Geometria des-
iriptiva — mecanica rational ;
— nematica das machinas . .
4,* cadeira — Desenho de fi-
pjra e paisagem, d'ornato e
<lt»coracues, de machinas, de
topograpkia
5.1 cadeira — Astronomia e
gtiodesia
7.» cadeira — Zoologia, (1)
Ltiineralogia e geologia veteri-
naria
&» cadeira — Physica theo-
rica e experimental
&• cadeira — Chimica inor-
ri ?a e organica
Jose* Pereira da Costa Cardoso.
Joaquim d'Azevedo Souza Viei-
ra da Silva e Albuquerque.
Pedro Amorim Vianna.
Francisco da Silva Cardoso.
Antonio Pinto de MagalhSes
Aguiar.
Arnaldo Anselmo Ferreira Bra*
ga.
Adriano de Paiva de Faria
Leite Brandao.
Antonio Joaquim Ferreira da
Silva.
(!) Estas duas ultimas disciplinas s3o professadas na ultima
>*.'■* do anno lectlvo em curso biennal. £ a veterinaria que se
li:i de professar este anno.
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POLYTECHNICA DO PORTO
47
Bias e boras da regencia das cadeiras
2.«% 3.M, 4.«% 6.M feiras e sabbados Vm */« 4s X boras.
• » u o a J»
- » » » » XI V* A I bora.
2.»», 3.*% 4." e 6,« feirAs X 4s XI */« boras.
2.", 4." e 6." feiras XI l/t 4 I hora.
2.*% 3-*% 4.", 6." feiras e sabbados I 4s II V* h°raB-
2.»% 4." e 6.M feiras XII V« & JI boras.
&••, 5." e sabbados XI */« * * hor*-
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48
ANNUARIO DA ACADEMIA
Designacao das cadeiras
10.* cadeira — Botanica, (*)
agricultura, metallurgia e arte
de minafl •.
11.* cadtira — Commercio. .
12.* cadeira — Economia po-
litica e principios de direito
commercial e administrative. .
13.* cadeira — Mecanica ap-
plicada as construccoes civis (*)
Nomes dos lentes regentes
Francisco de Salles Gomes Car-
doso.
Jose Joaqulm Bodrigaes de
Freitas.
Adriano de Abreu Cardoso Ma-
chado.
Gustavo Adolpho Goncalves e
Sousa.
(*) Estas duas ultimas disciplinas sSo professadas na ultima
epoca do anno lectivo em curso biennal. E a metallurgia e arte
de minas que se ha de professar este anno.
(?) Este curso 6 biennal, professando-se no 1.° anno : Rests-
tencia de materias — Estabilidade de construccdes — Construc-
coes em geral — Vias de communicaca'o — Pontes de todas as
especies — Theoria das machinas de vapor; e no 2.° anno : Hy-
draulica — Construccoes hydraulicas — Catninhos de ferro —
Theoria das sombram — Perspectiva linear e stereotomia das
obras de madeira. E a 1." parte que se professa este anno.
A 12.* cadeira foi creada pela lei de 15 de Julho de 1857,
artigo 1.° — a 13.* cadeira foi creada por decreto de 81 de De-
zembro de 1868, artigo 35 § 1.°, e considerado em vigor pela lei
de 2 de Setembro de 1869, artigo 1.° § 1.° — As outras cadeiras
foram creadas pelo decreto organico de 13 de Janeiro de 1837.
— A cadeira de artilheria e tactica naval (6.* cadeira) foi sup-
primida pela lei de 20 de Setembro de 1844.
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POLTTECHNICA DO PORTO 49
Dias e horaa da regencia das cadeiras
2.-, 3.-, 4-, 6.- feiras e sabbados XI «/j * I bora.
• » » » » VIII is IX i/s boras.
5»feiri8 e aabbadoe X as XI */« boras.
2-", 3." 4.«S 6.- feiras e sabbados VIII as IX l/i boras.
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50 ANNUARIO DA ACADEMIA
Ha.t>ilit£u?oes exij^ideugi aos alumnos paj*a
a. primeira matrioula nos eiu*sojs da
Aoademia Polyteehniecu
Para a admls&So 4 primeira matricula no curso I (engenbei-
ros civis), a nos cursos preparatorios VI (para as escholas me-
dico- cirurgicas) e IX (para a eschola do ezercito) sao exigidos
os seguintes ezames preparatorios :
a) Exame final do curso completo de portuguez.
b) Idem da primeira parte de latim.
c) Idem de rrancez.
d) Idem do curso completo de mathematica elementar.
e) Idem de principios de physica e chimica e4ntrodacc£o
a historia natural.
Idem da primeira parte de philosophic
Idem de geographia, chronologia e historia.
Idem do curso completo de desenho.
(DD. de 22 de Malo de 1862, art* 1.° n.° III e art.* 2.* — de 30 de
Abril de 1863 — de 23 de Setembro de 1872, art0 8.* — de 2 de
Junho de 1873, art. 5.°).
'«
Para a admissax) & primeira matricula nos cursos II (com-
merci antes), III (agricultores), IV (directores de fabricas) e V
(artistas), sao exigidos os exames preparatorios :
a) Exame final do curso completo de portuguez.
c) Idem de francez.
d) Idem do curso completo de mathematica elementar.
e) Idem de principios de physica e chimica e introduced
a historia natural.
(DD. de 22 de Maio de 1862, art.* 2.* — de 30 d' Abril de 1863, art0
2.*).
Para a admissao a primeira matricula no curso preparato-
ry VII (para pharmacia), os ezames finaes :
a) Exame final do curso completo de portuguez.
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POLYTECHNICA DO PORTO 51
b) Idem da primeira parte de latim.
o) Idem de francez.
2
) Idem da primeira parte de matbematica elementar.
e) Idem de principios de physica e chimica e introduccao
a historia natural.
f) Idem da primeira parte de philosophia.
(DD. de 23 de Abril de 1840, art0 173 - de 12 de Agosto de 1854,
art" 6 e 11 — de 23 de Marjo de 1873).
Para a admissao a primeira matricula no cnrso preparato-
rio Yin (para a eschola naval), os exames finaes :
a) Exame final do carso completo de portaguez.
c\ Idem de francez.
o) Idem do curso completo de matbematica elementar.
e) Idem de principios de physica e chimica e introduccao
& historia natural.
h) Idem do curso completo de desenho.
(DD. de 30 de Abril de 1863, art* 10.° - de 7 de Julho de 1864,
art0 12, n.° 1 — de 26 de Dezembro de 1868, art.0 23.«).
Todos estes exames preparatories devem ter sido feitos pe-
rante as com'missoes de exames finaes de instrucc&o secundaria,
creadas pelo decreto dc 23 de Setembro de 1872, art.0 7.°, ou em
lyceus de 1.* classe, ou no real collegio militar (DD. de 22 de
Maio de 1862, art.0 1.°, n.° IV, § unico — de 30 de Abril de 1863,
art.0 11.°, § unico) se esses exames forem anteriores ao citado
decreto (portaria de 12 de Novembro de 1872) ; e as respectivas
certidoea devem vir reconhecidas por tabelli&es da cidade do
Porto.
Aos alumnos militares que pretenderem matricular-se no
curso preparatorio IX (para a eschola do exercito) sSo alem
d'isso exigidos os seguintes documentos :
a) liicenca do ministerio da guerra, a qual deve ser re-
querida no mez de Agosto.
b) Certidao por onde mostrem ter menos de 20 annos de
idade.
e) Certidao do assentamento de praca.
O governo p<5de permittir a matricula at6 a idade de
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52 ANNUARIO DA ACADEMIA
22 annos aos que tiverem, pelo menos, urn anno dc
servtyo effectivo nas fileiras do exercito (art.0 6.° do
D. de 2 de Jonho dc 1873).
A mfftricula e" feita em 2.a classe para os alumnos que nSo
teem todos os preparatories a, o, c, d, t, /, g, h, acima designa-
dos.
Os alumnos sSo classificados nos actos em duas catbegorias,
a saber :
i.« divis&o de motor qyudificatfko comprehende t>s alumnos
que se acham babilitados nas materia s ensinadas na respectiva
cadeira com toda a sua generalidade e desenvolvimento.
2.» divis&o de menor guolificac&o (que corresponde a classe
d'obrigados na Universidade de Coimbra) comprebende os alum-
nos a quern se escusa certas materias e theorias por demasiada-
mente abstractas, ou por muteis ao seu destino especial. (D. re-
gulameutar de 6 de Novembro de 1839).
L.
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POLYTBCHNJCA DO POtTO £5
Tabella dos emolumentos clo Seeretajrio
<ta Aoademift 4**>ly$©ol*ai«a. clo Porto
e {wopinais *le mAtorteulas « daw ecurtaB
cle oapaoidade.
Cada matricula, informacao on attestac&o de frequen-
cia r&s 480
Certidao de acto ou ezame . , r, .<•<-,> » 120
Busca dos livros dos annoa anterjlorea ......... > 180
Carta de capacidade em qualquer curso # 2$ 400
Provimento de premios '. . . > 1 £600
(Portaria do Ministerio do Reino de 3 de Abril
de 1839 e edital da Directoria da Acajdemia
Polytecbnica do Porto de 30 do mesmo mez
e anno).
Propina de matricnla r&e 1£2G0
(D. de 20 de Setembro de 1844, art.0 143.°).
Para viagao, 20 % reis 240
(Carta de lei de 25 de Abril de 1876, art.0 3.°).
8ello de conhecimerto de 1 % sobre estaa duaa verbas 14,4
(D. regulamentar de 18 de Setembro de 1879,
classe 7.* n.° 3).
Taxa das cartas de capacidade em qualquer curso— -r^is 140400
(D. de 13 de Janeiro de 1837).
Para viacSo, 20 % r&s
m\o , .„ m *mo
(D. regulamentar citado, elasse 6*" n.° 9).
Sello de conbecimento sobre estas tres verbas. . . » % 12,8
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54 ANNUARIO DA ACADEMIA
Livro* que eerrem de texto nas anlaec*
no anno leotivo de 1877 a 1878
1." Cadeira*
Francceur — Geometria analytica no piano e no espaco, algebra
superior e trigonometria espnerica — ultima edicao do
Coimbra.
2.* Cadeira.
Sturm — Cours d'analyse de I'Ecole polytechnique, 5* ed<
3.a Cadeira.
Delaunay — Traite" de micanique rationelle — 6e Edition.
Leroy — Tmite de ge'om&rie descriptive — 9e Edition.
Bour — Cinematique.
Claudel — Aide-memoire des ingenieurs, des architectes, &c« —
8« Edition.
5.* Cadeira.
Dubois — Cours d'astronomie — 2" edition.
Franccsur-^ Traits de Geode"sie.
Rodrigo de Souta Pinto — Astronomia.
7.* Cadeira.
MUne Edwards— Zoologie— ll- edition-
8.a Cadeira.
Jamin — Petit traits de physique & l'usage des 6tfcblissemente
destruction, etc. — 1870.
9.« Cadeira.
Grimaux — Chimie inorganique*
Na parte da chimica organ ica d'esta cadeira prelecciona o
lente sem dependencia de compendio*
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POLYTECHNICA DO PORTO 55
10.« Cadeiba (Botanica).
Bichard — Elements de botanique.
Maout et Decatine — Flore des jardins et des champs.
11.* Cadbiba (Commercio).
Rodrigo Pequito — Curso dc contabilidade mercantil.
Gamier — Traits complet d'arithmetique theorique et appli-
que© au Commerce a la banque, aux finances, a Findus-
trie.
12.a Cadbiba (Economia politica e principios de direito admi-
nistrative e commercial).
Ch. Le Hardy de Beatdieu — Traite elementaire d'economie po-
litique — 2e Edition.
Na parte d'esta cadeira relatiya ao ensino do direito admi-
nistrative e commercial prelecciona o lente sem dependencia de
compendio.
13.* Cadbiba (Mecanica applicada as constracooes civis) — curso
biennal.
Bresse — Couth de m6caniaue appliquee professe a l'Ecole des
Pouts et Chaussles. Premiere parti e: Existences des ma-
teriaux et stability des constructions — 2e edition.
Sganzin — Cours de constructions.
Leroy — Traite" de stereotomie — 6e Edition.
Pambour — Theorie des machines a vapeur — 2e edition.
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5G ANNUARIO DA ACADEMIA
Alnmnos matrienladoB na 1.* oadeiira.
no actual anno leotivo
1.* CADEffiA
1." Classe.
Arthur Carlos Machado Guimaraes, natural do Porto.
Constantino Alvim de Vasconcellos Leite Pereira, natural dfA-
arante.
Francisco d' Albuquerque de Mello Pereira e Caceres, natural
do Porto.
i:! o Goncalo Pacheco Pereira, natural do Porto.
Jose" Carneiro Peixoto, natural de Fornos, concelho do Marco
de Canavezes.
Julio Alberto Ferreira de Queiroz, natural do Porto.
Luiz d'Assumpc&o Junior, natural de Villa-Real.
2.* Classb.
Antonio da Silva, natural de Salreu, concelho d'Estarreja.
Antonio Villela d'Oliveira Marcondes, natural de Guaratinguiti
(Brazil).
Miingos Alberto Mour&o, natural de Aveiro.
J'>&« d 'Almeida Santos, natural de Lamego.
Job^ Antonio de Castro Alves, natural da Retorta, concelho de
Villa do Conde.
>&6 de Souza Tudella, natural de Villela, districto de Vizeu.
Marcellino Antonio de Souza Flores, natural de Santo Estevao
de GiSo, concelho de Villa do Conde.
Thomas d'Aquino Pinheiro FalcSo, natural de Loanda (Angola).
2.* CADEIRA
1.* ClAB8B.
Jose" Maria Chartres Henriques d'Azevedo, natural de Co"rtes,
districto de Leiria.
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POLYTECHNICA DO PORTO 57
2.«Clabsb.
Joao Narciso Pinto do Cruzeiro Seixas, natural de Valenca do
Minho.
Jose Auguflto Ribeiro Sampaio, natural de Villar de Macada,
concelho d'Alij6.
William Macdonald Smith, natural de Londres (Inglaterra).
3.« CADEIRA
l.« Clabbb. .
Isidoro Antonio Ferreira, natural de Lamego.
Jose" Joaquim Dias, natural de Ferreirim, concelho de Sernan-
celhe.
2.« Clabbb.
Antonio Guedes Infante Junior, natural de S. Jo Jo da Fob do
Douro.
Joao Rodrigues Pinto Brandfto, natural de S. Romao de Mon-
riz, Concelho de Paredes.
4.« CADEIRA
1.* Clabbb.
Adolpho Betbese Nery de VasconcelloB, natural de Montevideu
(Republica Oriental do Uruguay).
Affonso do Valle Coelho Cabral, natural do Porto.
Antonio Franco Frazao, natural da Capinha, districto de Cas-
tello-Branco*.
Antonio Jose* Arroyo, natural do Porto.
Arthur Carlos Machado Gktimaraes, natural do Porto.
Augusto Julio Bandeifa Neiva, natural de CaramoB, concelho
cle Felgueiras.
Constantino Alvim de Vasconcellos Leite Pereira, natural d'A-
marante.
Filippe Goncalves Pelouro, natural de Castello de Vide, distri-
cto de Portalegre.
Francisco d'Albuquerque de Mello Pereira e Caceres, natural
do Porto.
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58 ANNUARIO DA AGADEMIA
Frederico Pinto Pereira de Vasconcellos, natural de Mercedes
(Republic a Oriental do Uruguay}.
Izidoro Antonio Ferreira, natural ae Lamego.
Joao Goncalo Pacheco Pereira, natural do Porto.
Jose" Joaquim Dias, natural de Ferreirim, concclho de Sernan-
celhe.
Jose" Maria Chartres Henriques d'Azevcdo, natural de Cortes,
districto de Leiria.
Julio Alberto Ferreira de Queiroz, natural do Porto.
Luiz d'AssumpcSo Junior, natural de Villa-Real.
Paulo de Barros Pinto Osorio, natural da Regoa.
2.a Classk.
Antonio Guedes Infante Junior, natural de S. Joao da Foz do
Douro.
Antonio da Silva, natural de Salreu, concelho d'Estarreja.
Antonio Villela d'Oliveira Marcondes, natural de Guaratinguita
(Brazil).
Henrique Pereira Pinto Bravo, natural de Porto das Caixas
(Brazil).
Joao Chrysostomo Lopes, natural da Caehoeira (Brazil).
Joao Narciso Pinto do Cruzeiro Seixas, natural de Valenca do
Minho.
Joao Rodrigu£sPinto Brand ao, natural de S. Romao de Mouriz,
concelho de raredes.
Jose" d'Almeida Santos, natural de Lamego.
Jose" Antonio de Castro Alves, natural da Retorta, concelho de
Villa do Conde.
Jose Augusto Ribeiro Sampaio, natural de Villar de Macada,
concelho d'Alij6.
Marcellino Antonio de Souza Flores, natural de Santo Estevio
de Giao, concelho de Villa do Conde.
William Macdonald Smith, natural de Londres (Inglaterra).
5.« CADEIRA
1.* CLA88E.
Adolpho Betbese Nery de Vasconcellos, natural de Montevideu
(Republica Oriental do Uruguay).
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FOLYTECHNICA DO PORTO 59
Frederico Pinto Pereira de Vasconcellos, natural de Mercedes
(Republica Oriental do Uruguay).
Paulo de Barros Pinto Osorio, natural da Regoa*
2.« Class*.
Henrique Pereira Pinto Bravo, natural de Porto das Caixas
(Brazil).
7.« CADEIRA
1.* Classe.
Abilio Jose Ferreira Castel-Branco, natural de Villa- Cha" da
Poiares, districto de Coimbra.
Andre de Moraes Frias Sampaio e Mello, natural de Santa Ma*
ria Magdalena, concelho de Carrazeda d'Anciftes*
Antonio de Padua da Silva Junior, natural do Porto.
Antonio Pereira de Paivae Pona, natural de Lisboa.
Francisco d'Albuquerque de Mello Pereira e Caceres* natural
do Porto.
Gregorio Carneiro da Fonseca, natural de Barcellos.
Jo3o Augusto Alves de Magalhaes, natural de Penafiel.
Jos6 Maria de Queiroz Velloso, natural de. Barcellos.
Manoel Antonio Affonso Salgueiro, natural de Valenca do Mi-
nho.
Manoel Joaquim Peizoto do Rego, natural de Santa Maria de
Palmeira, concelho de Braga
Manoel Pereira da Cruz, natural de Aveiro.
Kicolau Maximo Felgueiras, natural de Lisboa*
2.* Classk.
Alraro Le&o Baptista Dias, natural do Porto.
Annibal Paulino Teixeira, natural de Chaves.
Antonio Augusto da Rocha, natural de S. Martinho d'Anta, con*
celho de Sobroza.
Augusto Antonio dos Santos Junior, natural do Porto.
Domingos Jose Affonso, natural de Meirinhos, concelho de Mo-
gadouro.
Evaristo G.omes Saraiva, natural de Santo Adrifto, concelho de
Annamar.
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60 ANNUARiO DA ACAD EM IA
Ftanoioto da Silva Carrethas, natural d'Owf.1
Frederico Ferreira CorrSa Vaz, natural de Loanda (Angola).
Joao Augusto da Ctnha Sampaio Mala, natural de 8. Joao de
VSz, concelho da Feira.
Joao Rodrigues Pinto Brand&o, natural de S. Romlo de Mou-
riz, concelho de Paredes.
Joaquin* da Rocha Maciel, natural de Leea da Palmeira, ceaeo-
lho de Boucas.
Jose Pereira Sampaio, natural do Porto.
Manoel Jose" d'Oliveira Heitor, nataral de Romariz, concelho da
Feira.
7.* CAMERA^
1.* Clabsk.
Adolpho Betbese' Nery de Vasconcellos, natural de iftonterideu
(Republica Oriental do Uruguay).
Antonio Jose Arroyo, natural do Porta
Frederico Pinto Pereira de Vasconcellos, natural de Merofidea
(Republioa Oriental do Uruguay)
Jose Guilherme Baptista Dias, natural do Porto.
Jose Joaquim Dias, natural de Ferreirim, concelho de Cernan-
celhe.
Jobc Maria de Queiroz Velloso, natural de Barcellos.
Paulo de Barros Pinto Osorio, natural da Regoa.
Paulo Marcellino Dias de Freitas, natural de Terras de Bouro,
districto de Braga.
2.' CLA8SE.
Henrique Pereira Pinto Bravo, natural de Porto das Caixas
(Brazil).
Joao Chrysostomo Lopes, natural da Cachoeira (Brazil).
8.*CADEIRA
l.a CLAS8E.
Antonio d'Alfrieida Loureiro e Vasooneellos, natural de Vizeu.
Antonio Jose Gonoalvea, natural de Gontinhies, concelho de Ca-
minha.
Arthur Carlos Machado Guintiaraes, natural do Porto.
Caetano Ribeiro Vianna, natural de Lagos.
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POLYTECHNICA DO PORTO 61
Carloe Alberto de Moura Maldonado, natural de Tondella, dis-
tricto de Vizeu.
Constantino Alvim de Vasconcellos Leite Pereira, natural d'A-
marante.
Francisco Eduardo Leite da Silva, natural de Santa Comba de
Fornellos, concelho de Fafe.
Joao Candido Corsino, natural de Lisboa.
Joao Maria Valente, natural de Santa Anna de Cambas, distri-
cto de Beja.
Joaquim Ferreira de Souzar Garcez, natural do Porto.
Jose Carneiro Peixoto, natural de Fornos, concelho do Marco de
Canavezes.
Jos6 Miranda Guedes, natural de Penaioia, concelho de Lamego.
Julio Arthur Lopes Cardoso, natural de Braga.
Luiz d'Assumpeao Junior, natural de Villa-Keai.
Manoel Antonio d'Abreu, natural de Pangim (India).
Manoel Belleza da Costa Almeida Ferraz, natural de Barcelli-
nhos, concelho de Barcellos.
Manoel Ferreira da Silva Couto Junior, natural do Porto.
Manoel Lopes d'Almeida, natural do Rio de Janeiro (Brazil).
Sim&o Freire de Carvalho Falcao, natural de Castello-Bom, con-
celho d'Almeida, districto da Guarda.
Theotonio Augusto Alcoforade, natural de Vouzella.
2.' CLA8SB.
Albino Moreira de Souza Baptista, natural de Cabeca Santa,
concelho de Penafiel.
Antonio Augusto Carreira, natural de Santa Eulalia da Villa de
Fafe, districto de Braga.
Antonio Jose Ferreira da Silva Junior, natural de Porto-Alegre
(Brazil).
Antonio Jose Gomes, natural de Pousafolles, concelho de Sabu-
,gal.
Antonio Jose Lopes, natural de Panoias, concelho de Braga.
Antonio Teixeira de Souza, natural de Celleir6z, concelho de Sa-
broza.
Arnaldo Pacheco Dias Torres, natural de S. Pedro de Ferreira,
concelho de Pacos de Ferreira.
Arthur Lessa de Carvalbd, natural de Lamego.
Bomfilho Diniz, natural de Macau.
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S2 ANNUAR10 DA ACADEMIA
Bernardo Joaquim da Silva e Cunha, natural de Longos, conoe-
lho de Guimaraes.
Carlos Galrao, natural de Azueira, concelho de Mafra.
Domingos Alberto Mourao, natural de Aveiro.
Francisco Mendes Maldonado Pedrozo, natural de Santarem.
Jacintho Parreira Lanca, natural de Castro- Verde, districto de
Beja.
FoSo Augusto Marques, natural de Ribas de Pinheiro de Paiva,
concelho de Castro -Daire.
Joao Duarte da Costa Range!, natural do Porto.
Joaquim Ferreira da Cavada, natural de Rio-Tinto, concelho de
Gondomar.
Joaquim Jose Marques d'Abreu, natural de Lisboa.
Joaquim Leao Nogueira de Meirelies, natural de Pena-Maior,
concelho de Pacos de Ferreira.
Joaquim Vieira d'Araujo Braga, natural de Joanne, concelho de
Villa Nova de FamalicSo.
Jose* Augusto Ribeiro de Sampaio, natural de Villar de Macada,
concelho d\Alij6.
Jose" Maria Galvao de Mello, natural do Porto.
Jose Tavares da Silva Rebel lo, natural de Salreu, concelho de
Estarreja.
tfanoel de Barros Leal, natural de Pcrozello, concelho de Pe-
nafiel.
Manoel Zerbone Junior, natural de Horta (Ilha do Fayal).
Sebasti&o Pinto Peixoto Portella de Vasconcellos, natural do
Porto.
Jose de Souza Tudella, natural de Villela, districto de Vizeu.
9.* CADEIRA
1.* Class*.
Antonio d* Almeida Loureiro Vasconcellos, natural de Vizeu.
Antonio Jose Goncalves, natural de Gontinb&es, concelho de
Caminha.
Caetano Ribeiro Vianna, natural de Lagos.
Carlos Alberto de Moura Maldonado, natural de Tondella, dis-
tricto de Vizeu.
Francisco Eduardo Leite da Silva, natural de Santa Comba de
Fornellos, concelho de Fafe.
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POLYTECHNICS DO PORTO 63
Joao Caadido Coreino, natural de Lisboa. ,
Jo2o Goncalo Pacheco Pcreira, natural do Porto.
Joao Maria Valente, natural de gant'Anna de Cambas, distri-
cto de Beja.
Joaquim Ferreira de Souza Garcez, natural do Porto.
Jose Carneiro Peixoto, natural de Fornos, concelho de Marco
de Canavezes.
Jose Maria Chartres Henriques d'Azevedo, natural de C6rtea,
di strict o de Leiria.
Julio Arthur Lopes Cardoso, natural de Braga.
Manoel Antonio d'Abreu, natural de Pangim (India).
Manoel Belleza da Costa Almeida Ferraz, natural de Barcelli-
nhos, concelho de Barcellos.
Manoel Ferreira da Silva Couto Junior, natural do Porto.
Manoel Lopes d' Almeida, natural do Rio de Janeiro (Brazil).
Simao Freire de Carvalho Falcao, natural de Castello-Bom, con-
celho d'Almeida.
Theotonio Augusto Alcoforado, natural de Vouzella.
Jose Miranda Guedes, natural de Penajoia, concelho de Lamego,
2.* Clasbe.
Albino Moreira de Souza Baptista, natural de Cabecit Santa,
concelho de Penafiel.
Antonio Augusto Carreira, natural de Santa Eulalia da Villa de
Fafe, diatricto de Braga.
Antonio Jose Gomes, natural de Pousafolles, concelho de Sa-
bugal.
Antonio Jos6 Ferreira da Silva Junior, natural de Porto- Alegre
(Brazil). * • •
Antonio Teixeira de Souza, natural de Celleiroz, concelho de
Sabroza. '-"
Arnaldp Pacheco Dias Torres, n&tural de S. Pedro de Ferreira,
concelho de Facoe de Ferreira.
Arthur Lessa de Carvalho, natural de Lamego.
Bomfilho Diniz, natural de Macau.
Bernardo Joaquim da Silva e Cunha, natural de Longos, conce-
lho de GuimarSes.
Carlos Galrao, natural de Azueira, concelho de Mafra,
Domingos Alberto Mourao, natural d'Aveiro.
Eugenio Candido de Sa Braga, natural de Braganca.
Francisco Mendes Maldonado Pedrozo, natural <£e Santarem.
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64 ANNUARIO DA ACADEMIA
Jacintho Parreira Lanca, natural de Castro-Verde, districto de
Beja.
JoSo Augusto Marques, natural de Ribas de Pinheiro de Paiva,
concelho de Castro-Daire.
Joao Duarte da Costa Rangel, natural do Porto.
Joaquim Ferreira da Cavada, natural de Rio-Tinto, concelho de
Gondomar.
Joaquim Jos6 Marques d'Abreu, natural de Lisboa.
Joaquim Lefio Nogueira de Meirelles, natural de Pena-Maior,
concelbo de Pacos de Ferreira.
Joaquim Vieira d'Araujo Braga, natural de Joanne, concelho de
Villa Nova de Famalicao.
Jos£ Maria Galvao de Mello, natural do Porto.
Jos6 Tavares da Silva Rebello, natural de Salreu, concelbo de
Estarreja.
Manoel de Barros Leal, natural de Perozello, concelbo de Pe-
nafiel.
Manoel Zerbone Junior, natural de Horta (Bba do Fayal).
SebastiSo Pinto Peizoto Portella de Vasconcellos, natural do
Porto.
Thomas d 'Aquino Pinheiro Falcao, natural de Loanda (Angola).
William Macdonald Smith, natural de Londres (Injrlaterra).
Antonio Jos6 Lopes, natural de Panoias, concelho de Braga.
10.« CADEIRA
1.* Classb.
Abilio Jos<6 Ferreira Castel-Branco, natural de Villa-Chi de
Poiares, districto de Coimbra.
Affonso do Valle Coelho Cabral, natural do Porto.
Andre de Moraes Frias Sampaio e Mello, natural de Santa Ma-
ria de Magdalena, concelho de Carrazeda d'AnctSes.
Antonio Franco Fraafto, natural de Capinha, districto de Cas-
tello Branco.
Antonio Jose* Arroyo, natural do Porto.
Antonio de Padua da Silva Junior, natural do Porto.
Antonio Pereira de Paiva Pona, natural de Lisboa.
Augusto Julio Bandehra Neiva, natural de Caramos, concelho de
Felgueiras.
Filippe Goncalves Pelouro, natural de Castello de Vide, distri-
cto de Portalegre.
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■
j
POLYTECHNICA DO PORTO 65
Francisco <T Albuquerque de Mello Pereira e Caceres, natural do
4 Porto.
Gregorio Cameiro da Fonseca, natural de Barcellos.
Jolo Augusto Alves de Magalhies, natural de Penafiel.
Jo&o Henrique Adolpho von Hafe, naturaj do Porto.
Joe6 Maria de Queiroz Velloso, natural de Barcellos.
Manoel Antonio Alfonso Salgueiro, natural de Valenca do Mi-
nho.
Manoel Joaquim Peixoto do Rego, natural de Santa Maria da
Palmeira, concelho de Braga.
Manoel Pereira da Cruz, natural de Aveiro.
Nicoiau Maximo Felgueiras, natural de Lisboa. -
2." Clasbx.
Alvaro Lefto Baptista Dias, natural do Porto.
Aimibal Paulino Teixeira, natural de Chaves.
Antonio Augusto da Rocha, natural de S. Martinho d'Anta, con-
eelho de Sabroza.
Augusto Antonio dos Santos Jnnior, natural do Porto.
Domingos Jose Affonso, natural de Meirinhos, concelho de Mo-
gadouro, districto de Braganca.
Evaristo Gomes Saraiva, natural de Santo Adriao, concelho de
Armamar.
Francisco da Silva Carrelhas, natural d'Ovar.
Frederico Ferreira Correal Vaz, natural de Loanda (Angola).
Joio AugUBto da Cunha Sainpaio Maia, natural de S. Jo&o de
Ver, concelho da Feira.
Joao Chrysostomo Lopes, natural da Cachoeira (Brazil).
Joaquim da Rocha Maciel, natural de Leca da Palmeira, conce-
lho de Boucas.
Jose Pereira Sampaio, natural do Porto.
Manoel Jose d'Oliveira Heitor, natural de Romariz, concelho da
Feira.
10.« CADEIRA (o)
1.* CLA88B.
Adolpho Betbes6 Nery de Vasconcellos, natural de Montevideu
(Kepublica Oriental do Uruguay).
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66 ANNUARIO DA AGADEMIA
Frederico Pinto Pereira de Vasconcellos, natural de Mercedes
(Republica Oriental do Uruguay). *
Jose Guilhcrm* Biiptista Dias, natural do Porto. .
PruIo de Barroa Pinto Osorio, natural da Regoa.
Paulo Marcel lino Dias de Freitas, natural de Terra? de Booro,
districto de Braga.
2.* Clabse. .
Joao Nareiao Pinto do Cruzeiro Seixas, natural de Valenca do
Minho.
12.- CADEIRA
l.a Classic
Adriano de Paiva de Faria Leite*Brandao, natural de Braga,
Arthur Carlos Machado Gui'marSes* natural do Porto.
J5*elix da Fonseca Mount Junior, natural do Porto.
Jose Guilherme Baptista Dias, natural do Porto.
Jose Maria Chartres' Henriques d'Asevedo, natural de C6rtes,
districto de Leiria.
Paulo de Barroe Pinto Osorio, natural da Regoa.
Paulo Marcellino Dias de Freitas, natural de Terras de Bouro,
districto de Braga.
2.* CLAB8B.
Domingos Jose Affonso, natural de Meirinhos, concelho de Mo-
gadouro, districto de Braganca.
Jose1 Augusto Ribeiro Sampaio, natural de Villar de Macada,
concelho d'Alij6.
William Macdonald Smith, natural de Londres (Inglaterra).
13.* CADEIRA
l.a CAL68B.
Adolpho Betbese Nery de Vasconcellos, natural de Montevideo
(Republica Oriental do Uruguay).
Affonso do Valle Coelho Cabral, natural do Porto.
Antonio Franco Fraz&o, natural da Capinha, districto de Cas-
tello-Branco.
Antonio Jose Arroyo, natural do Porto.
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POLTTECHNICA DO PORTO 67
Augusto Julio Bandeira Neiva, natural de Caramos, coneelho do
* Felgueiras.
Filippe Gonial ves Pelouro, natural de Castello de Vide, distri-
cto de Portalegre.
Frederico Pinto Pereira de Vasconcellotf, natural de Mercedes
fRepublica Oriental do Uruguay).
Joao Henrique Adolpho von-Hafe, natural do Porto.
Paulo de Barros Pinto Osorio, natural da Regoa).
2.aCLA08S.
Henrique Pereira Pinto Bravo, natural do Porto das Caizas
(Brazil).
Joao Cbrysostomo Lopes, natural da Cachoeira (Brazil).
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68 ANNUARIO DA ACADEMIA
Alumnoii premiados e dtetlnotoei
nas oadetrajs dos oursom da Academia
no anno lectivo de 1876 a 1&W
i.* Cadeira (Algebra superior, geometria analytica no piano e
no espaco e trigonometria espherica).
1.* distinccao — Miguel Evaristo Teixeira dc Passos.
2.* » — Jose Augusto Bibeiro de Sampaio.
2.* Cadeira (Calculos differencial, integral, das differences e das
vanacoes).
1.* distinccio — Joao Rodriguea Pinto Brand&o.
2.* » por ordem da matricula :
Jose Joaquim Dias.
Isidoro Antonio Ferreira.
«?.• Cadeira (Mecanica racional e geometria descriptiva).
Accessit — Frederico Pinto Pereira de Vasconcellos.
.• Cadeira (l.a e 2.a parte — Desenho de figura e paisagein).
Accessit — William Macdonald Smith.
4.» Cadeira (5.a parte — Desenho de topographia).
Accessit — Joao Chrysostomo Lopes.
5.* Cadeira (Astronomia e ^eodesia).
Accessit — Augusto Julio Bandeira Neiva.
7.a Cadeira (Zoologia).
' Accessit — Antonio de Souza Magalhaes e Lemos.
Distinctos por ordem da matricula :
Arthur Sallustiano Maia Mendee.
Jose Machado do Valle.
Jo&o Maria Goncalves da Silveira Fi-
gueiredo.
Erminio do Nascimeuto Duartc Fer-
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POLYTECHNICA DO PORTO 69
&• Cadeira (Physica).
Accessit por ordem da matricula :
Jos6 Maria de Queiroz Velloeo.
Jo&o Augusto da Ctxnha Sampaio
Maia.
Alvaro Leao Baptista Dias.
Distinctos por ordem da matricula :
Antonio de Padua da Silva, Junior.
Francisco d'Albuquerque de Melio
Pereira Caceree.
Miguel Caetano Dias.
Anstides Bernardo de Souza.
Joao Augusto Alves de Magalh&es.
$.• Cadeira (Chimica).
Accessits por ordem da matricula :
Joio Augusto da Cunha Sampaio
Maia.
Alvaro Leao Baptista Dias.
Distinctos — l.M — Antonio de Padua da Silva, Junior.
Jose Maria de Queiroz Velloso.
2.° — Gregorio Carneiro da Fonseca.
8.° — Manoel Joaquim Peixoto do Rego.
4.° — Evaristo Glomes Saraiva.
10.* Cadeira (Botanica).
LM Accessits — Antonio de Souza Magalhaes e Lemos.
Jose Gomes da Silva.
Manoel d'Albuquerque de Mello Pereira Ca-
ceres.
(Estes dois ultimos alumnos tiveram um voto de lou-
vor pelos seus trabalhos de classificac2o botanica).
2.°* Accessits — Antonio Miguel Belleza d'Andrade.
Luiz Antonio Ferreira Gir&o.
Distinctos por ordem da matricula :
Maximiano Augusto d'Oliveira Le-
mos, Junior.
Sebastiao Augusto Nogueira Soares.
Joao Maria Goncalves da Silveira Fi-
gueiredo.
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70 ANNUARIO DA ACADEMIA
18.* Cadeira (Mecanica applicada as conatrucc£ea cms),
l.M Acceasita por ordem da matricula :
Augusto Julio Bandeira Neiva.
Antonio Miguel Belleza d'Andrade.
2.M Acceasits por ordem da matricula :
Antonio Joae1 Arroyo.
Manoel d'Albuquerque de Mello Pe-
reira Cacerea.
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POLTTECHN1GA DO PORTO 7L
Ot>x-cua» oflterecidas A Aoademia
Polytechnics clo Porto, durante o Anno
leetivo cle 1876 a ISI^y
Alfredo Augusto Schiappa Monteiro de Carvalho, lento da Es-
coia polytechnic* de Lisboa — .Memoire de Geometrie des-
criptive snr Intersection des surfaces dn second ordre et
dee surfaces de revolution soit eutre elles-memes, soit avec
quelques surfaces particulieres. — 1 vol. — 1875. •
Simfto Rodrigues Ferreira — Ruinas da Citania; memoria his-
torica — 1.* visita arcbeologjca — Junho 9, de 1877.
Dr. Francisco Gomes Teixeira, lente de mathematics na Univer-
sidade de Coimbra e socio correspond ente da Academia Real
das Sciencias de Lisboa -— JLornal de Scieneias mathemnti-
cas e astronomicas.
J. F. N. Delgado — Elogio historico de Jos6 Victorino Dama-
aio, 1877.
r ♦* ' ' ■ <
University libre de Bruzelles; annee academique 1876-1877 —
Discours d'ouverture prononces en seance pubtique, Octobre
1876. ,. i
Don Manuel Navarro y Murillo — Memoria sobre los absurdos,
males, peligros y otros escesos de las corridas, de toros.-*-
1876.
0 imverio do Braeil na exposic&o universal de 1876 em Phila-
delphia, i . , • i
Carta physica do Brazil mostrando os systems s orograpbico e hy-
drographico d'esta regiao, por F. J. M. Qamem* de Mello. —
Annual report of the board of regents of the Smithsonian insti-
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72 ANNUARIO DA ACADEMIA
tution, showing the operations, expenditures, and condition
of the institution for the year 1874 — Washington: Go-
vernment printing office. — 1875.
O Jardim botanieo da Universidade de Coimbra pelo Dr. Julio
Augusto Henriques, director do mesmo jardim.
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POLYTECHNICA DO PORTO
73
Otarae adqulirlcUus para a toiblio-theoa da
Aeaclemia Polytechniea clo Porto, cln-
rante o anno lectivo cle 1876 a XSW.
Works of Henry lord Brougham
Macleod, Economical philosophy — 1872 ....
» t The elements of banking
Francis Walker, Statistical atlas of the United States ba-
sed on the results of the ninth census — 1870. .
Rolley, Recherches chimiques .
Carlo Berti Pichat — Instituzioni scientifiche e tecniche
ossia corso teorico e pratico di agricoltura (1851-70)
Sturm, Cours d'analyse
With, Lea machines
Ganot, Physique
Da Puynode, Les grandee crises financieres de la France
Gervais et Boulart, Les poissons
Hardy de Beaulieu, Economic politique ....
Timmermans, Mecanique rationelle
Dubois, Astronomie, z* ed
Sonnet, Elements de mecanique
Buignet, Manipulations de physique
Him, Memoire sur les conditions d'equilibre et sur la
nature probable des anneaux de Saturne ....
Him, Le monde de Saturne
Tisserand, Ezercices de calcul infinitesimal ....
Radan, L 'astronomie stellaire
Yvon Yillarceau, sur l'e^tablissement des arches de pent,
envisage au point de vue de la plus grande stability.
Gaudard, Etudes comparatives de divers systemes de
ponts en f er
Edouard Jannettaz, Le chalumeau, analyses qualitatives
et quantitatives
Wurtz, Dictionnaire de chimie
Haton de la Gaupilliere, Theses de mecanique sur une
theorie nouvelle de la geometrie des masses . . .
Tol.«
1
Fasc
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74
ANNUARIO DA ACADEMlA
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bles qui se font par les nombres
Biot, Etudes but l'astronomie indienne et chinoise . .
Wurtz, Chimie moderne
Schcedler, Elements de botaniqne
Davy, Lee mouvements de l'atmosphere
Flammarion (Camille), Lee terres du Ciel
Paul Laurencin, Le t&egraphe
Littre, Fragment de philosophic positiye
Gaudin, Le monde dee atonies • . •
Hartman, Le Darwinisme
Connaissance des temps pour Tan 1877 i . . - .' .
Annuaire de rObservatoire de Montsouris
Annuaire du bureau dee longitudes pour Fan 1877 . ,
Rcsal, Mecanique generate ^ -. . .
Courtois, Banque de France
Waelbroeck, (Wmentaire relatif aux Bocietes . . .
Joly, L'homme et 1 'animal
Bard et Robiquet, La constitution francaise .
Spencer (Herbert), Science sociale
» Elements de science sociale
Jacolliot, Voyage au pays de la liberty V" . .'■• ■ .
Couche, Materiel roulant, tome 3« ,
Scheler, Le livre de la nature
» Elements de mineralogie, geognosie et geologic
Basting, Code de la bourse
Rame, Architecture . . ,
Molinari, Lettres sur les Etats-Unis et le Canada .
Deberle, Histoire de rAmerique du Sud ....
Sedillot, Histoire generate des arabes
Karl Marx, Le capital, torn. I
Lyell, Elements de geologie
Annales de chimie et de physique (6 annos) 1864, 1872,
1873, 1874, 1875, 1876.
Duchartre, Botanique
Hoechel, Anthropogenic
Franck, Dictionnaire des sciences philosophiques .
Vol."
2
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POLYTECHNICA DO PORTO
76
Souza, Codigo das Alfandegas
Tylor, La civilisation primitive • . .
Passy, Formes de gouvernements
Francisco Giner y Alfredo Caideron, Principios de dere-
cho natural
Krause, Ideal de la humanidad para la vida, con introduc-
cion 7 comentarios por D.Julian Sanz.del Rio— 1871
J. A. fiarraf, A tin 8 dn Cosmos ...'.'....
Imachenctsky, Integration des equations «ux denveespar-
tielles do second ordre, traduit dn rtfese par Houel .
Maximilien Marie, Theorie des fonctions de variables ima-
'.^inaires . . .
Clairant, Theorie de la figure de la terre . . . . *
Flammarion (CamiHe),; Lecturers BurTastronomie . .
Schron, Tables de logarithmes
Sonnet, Dictionnaire des mathematiques appliquees . .
Sechi, Unite1 des forces physiques .......
Leonce ReynaucT, Travanx puoliques de la France . .
Mac Culloch, Dictionnary of commerce.
Annales de cbimie et de physique (mezes'de Jan.0, Fev.°,
Mar^o, Junbo, Julbo, Agosto, Set.bro; Out.bro de 1866).
Spencer (Herbert), Principes de biologie ....
Souchon, Elements du oalcul differentiel et integral .
Gonin: Manuel de constructions. w • . . . .
Fontaine, Eclairage- ..........
Leroy-Beaulieu, ^Science dot' finances' . . : . .
Bhmtachli, Theorie generals de letat
Helmholtz, Le son et la musique
Vincent, Fabrication dee cuirs et dea peaux — l.ra partie
Meunier, Geologic tecbnologitque '\ .
Spencer (Herbert), Principes de psychologic .
» » Premiers principes ... '.'
Bnisson, Devoirs des ecoliers americams ....
Brahy, Exercices meihodiques de oalcul differentiel .
Archivo juridico, voL 22.°
Nicolo Tommazo e Bernardo Bellini, Dizzionario della
lingua italiana . ■• . . . ' .' 0 ; . . . .
Francesco Selmi, Enciclopedia di chimica. " • . '• .
Vol."
1
1
1
8
1
7
1
1
1
Fasc.
2
2
F. 175
. 151
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76 ANNUARIO DA ACADEMIA
PuMlecupdes periodica®
The Economist.
Newvork -journal of Commerce.
Mack Lane Express.
Farmer's Magasine.
Giornale degli economisti.
Bevista das Obras publicas e minas.
Comptes rendus des stances de rAcadeinie des sciences.
Bulletin des sciences mathematiques et astronomiques.
Journal des mathematiques pures et appliquees.
Annales scientifiques de l'Ecole normale superieure.
R6vue scientific ue, politique et litteraire.
Journal d'agriculture pratique.
Annales de cbimie et de physique.
Bibliotheque universelle et revue Suisse.
Revue des deux mondes.
Diario do Governo.
Colleeodo official de legislacito portugueza.
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78
ANNUARIO DA ACADEM1A
Mappa estattotioo do movimento
anno leotlvo de
ALDMNOS
l.«
2.«
&•
4.«
5.«
7.«
7.-
7.»
/ Cargo preparatorio
para a esc6la do
I exercito
s lCurso preparatorio
3 J para a esc61a na-
•§ \ val
' 1
1
6
7
8
4
' 2
2
4
4
4
8
8
8
8
8
1
1
24
24
2
22
2
2
6
6
5
1
1
1
89
89
1
88
1
4
5
19
19
19
12
12
12
■1 JTotal dos militaree
/ Alumnoe civis....
f Total dos matricu-
\ lados
1 I Perderam o anno .
•5 \ Approvadofl
£ J Reprovados
/Com premio pecu-
[ niario
iCom premio hono?
3 l rifico
J <Accessit
£ JCom menc2o hon-
1 rosa .
[Total dos distin-
\ ctoa
i
i
Tiraram carta :
de engenheiro civil de Pontes e Estradas
de engenheiro de Minas
1
1
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POLYTECHNICA DO PORTO
79
da Aoademia Folyteehniea, no
18TO a 1877
POR CADEIRAS
TOTAL
Contados
a«
9.*
10.»
10.«
<0
10.«
11.-
12.-
13.*
Por ca-
deiras
indiyi-
dual-
mente
* s .2
^" flS
g = g
1
2
1
8S^
-•a 1
i
34
30
40 ,
10
5
7
11
2
256
1
95
ill
35
36
40
10
5
7
11
258
96
£ - -r.
3
2
1
1
13
31
29
39
10
5
6
11
238
iff
1
5
7
3
2
&
4
19
13
5
5
3
22
20
&
7
8
4
41
33
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80
ANNUARIO DA ACAD E MIA
Indlvlduoe que obtiyeram carta de ca-
pacidade em diflfo rentes cursos da Aoa-
demla JPolyteoliniea do JPorto deede a
reforma em Polyteehnica ate ao actual
anno lectivo.
N0ME8
Data em que foi cooferidt
a carta do corao
Engenheiros de pontes
e estradas
Gustavo Adolpho Goncalves e Souza
Henrique Guitherme Thomaz Branco
Carlos Augusto d'Abreu
Manoel d 'Almeida Kibeiro
Francisco Xavier d 'Almeida Ribeiro ,
Miguel Maria Gomes
Francisco da Silva Ribeiro
Henrique Augusto da Silva ,
Jos6 de Macedo d'Araujo, Junior ....
Joaquim d'Azevedo Souza Vieira da
Silva Albuquerque
Joao Allen
Francisco Antonio de Rezende
Jose Joaquim Rodrigues de Freitas,
Junior
Jose Taveira de Carvalho Pinto e Me-
nezes
Arthur Kopke de Calheiros Lobo. . . .
Alfredo Praca de Vasconcellos Pereira
d' Almeida
Antonio Maria Kopke de Carvalho. . .
Francisco Garcia, Junior
Antonio Jose Antunes
18 de Setembro de 1850.
4 de Marco de 1854.
6 de Marco de 1854.
18 d'Outubro de 1854.
17 de Julho de 1857.
22 de Julho de 1858.
5 d'Outubro de 1858.
27 de Julho de 1859.
7 de Janeiro de 1860.
3 d'Agosto de 1861.
Idem.
5 d'Agosto de 1861.
15 de Jutho de 1862.
Idem.
Idem.
17 d'Outubro de 1863.
18 de Julho de 1865.
26 de Julho de 1865.
7 de Setembro de 1865.
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D. Luiz Benedicto de Castro (Conde de
Rezende)
Jose" Guilherme Parada e Silva Leitao
Jose* Jeronymo de Faria
Joao Gualberto Povoas
Antonio Tivares d 'Almeida Lebre . . .
Alexandre Simoee da Conceicao
Alvaro Alio Pacheco
Antonio Placido de Vasconcellos Pei-
xoto
Henriqne Barboza Goncalves Moreira
Custodio d'Almeida
Antonio Jose de Sa
Antonio Ferreira d'Araujo e Silva .. .
Manoel Duarte Guimar&es Pestana da
Silva....
Jose Joaquim Guimaraes Pestana da
Silva ....."
Jose Macario Teizeira
Sebasti&o Jose* Lopes
Joao Honorato da Fonseca Regala. . .
Angelo Jose" Moniz
Rodrigo de Mello e Castro de Aboim .
Alfredo Soares
Diniz Theodoro d'Oliveira
Antonio Jose d'Albuquerque do Ama-
ral Cardoso
Lniz Xavier Barboza
Manoel Rodrigaes de Miranda, Junior
Joaquim Duarte Moreira de Souza. . .
Elvino Jose de Souza e Brito
Antonio Miguel Belleza d'Andrade. . .
Engenheiros de minas
Francisco Garcia, Junior
6
5 de Setembro de 1866.
24 de Novembro de 1866.
30 de Novembro de 1866.
21 de Dezembro de 1866.
22 de Dezembro de 1866.
10 d'Abril de 1867.
Julbo de 1867.
81 de Julbo de 1867.
11 de Setembro de 1867.
13 de Novembro de 1867.
21 de Setembro de 1868.
18 de Setembro de 1868.
15 de Dezembro de 1869.
Idem.
15 de Janeiro de 1870.
1 d'Agosto de 1870.
22 de Marco de 1871.
17 d'Outubro de 1871.
24 d'Agosto de 1872.
30 d'Agosto de 1872.
9 de Setembro de 1872.
3 de Dezembro de 1872.
30 de Setembro de 1872.
7 d'Outubro de 1873.
16 de Marco de 1876.
28 de Julbo de 1876.
27 de Julbo de 1877.
1 d'Agosto de 1865.
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82
ANNUARIO DA ACADEMIA
NOMES
DaU em que foi conferida
a carta do cureo
Alvaro Ala*o Pacheco
Julho de 1867.
Jose Macario Teixeira
18 de Setembro de 1868.
Antonio Ferreira d'Araujo e Silva . . .
Angelo Jos6 Monte ...T T.-.T.
18 de Setembro de 1868.
17 d'Outubro de 1871.
Rodrigo de Mello e Castro de Aboim.
Alfredo Soares
Diniz Theodoro d'Oliveira
24 d'Agosto de 1872.
30 d'Agosto de 1872.
9 de Setembro de 1872.
Antonio Jos£ d'Albuquerque do Ama-
ral Cardoso
3 de Dezembro de 1872.
Luiz Xavier Barboza
30 de Setembro de 1872.
Manoel Rodrigues de Miranda, Junior
Justino Marques d'Oliveira
7 d'Outubro de 1873.
13 de Marco de 1876.
29 de Julho de 1876.
26 de Maio de 1877.
27 de Julho de 1877.
9 de Fevereiro de 1866.
Elvino Jose de Souza e Brito
Manoel Tavares d 'Almeida Maia
Antonio Miguel Belleza d'Andrade. . .
Engenheiros geographos
Francisco Garcia, Junior
Agricultores
Agostinho da Silva Vieira
1 d'Abril de 1863.
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POLYTECHNICA DO PORTO
Commerciantes
Antonio Nunes Ferreira Coimbra . . .
Domingos Candido d 'Almeida Ribeiro
Jnlio Kopke Severim da Fonseca. .
Henrique Cesar Ferreira Pinto. . . .
Abilio Martins d'Agiyar
Artistas
Guilherme de SonzaPereira d'Arnaud
Jose Ernesto de Freitas
Joao Eduardo da Rocha Soares. . . .
Directores de fabricas
Francisco Garcia, Junior
25 de Setembro de 1863.
3 de Novembro de 1863.
8 de Marco de 1864.
8 de Janeiro de 1869.
3 de Setembro de 1872.
10 de Janeiro de 1846.
18 d'Outubro de 1854.
29 de Setembro de 1856.
17 deNovembro de 1865.
1
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MEMORIA HISTORICA
TECH DO P
PELO C0N3SLHSIR0
Airiatio be Akcu Eaxboso Machacto
Director da mesma Academia.
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MEMORIA HISTORICA
^LCADEMIA PoLYTECHNICA DO Poi\TO
I
ORIGENS '
(1762 — 1 8o3)
Fundada em i8o3 com o nome de accidentia red
da marinha e commercio da cidade do Porto, e re-
formada, com o titulo de que hoje usa, pelo decreto
de 1 3 de Janeiro de 1837, a Academia Polytechnica
tern a sua primeira raiz n'uma aula de nautica esta-
belecida n'esta cidade em 1762.
No anno anterior ao da creacao d'esta aula os prin-
cipaes negociantes do Porto, vendo ameacada a na-
vegacao pelos piratas e corsarios de Argel e de Sale,
propuzeram ao Rei urn imposto especial para a cons-
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88 ANNUARIO DA ACADEMIA
truccao e custeio de duas fragatas de guerra, destina-
das a comboiar as embarcacoes nas suas viagens en-
tre esta cidade e os portos da entao colonia portu-
gueza, hoje imperio, do Brazil.
Gonsistia o imposto em 2 por cento sobre o va-
lor das fazendas importadas e exportadas pelo con-
sulado da alfandega do Porto, e sobre a importancia
dos fretes das mercadorias que sahissem nas esqua-
dras comboiadas>
Os negociantes pediam que a cobranca da nova
contribuicao, bem como a construccao e administra-
cao das fragatas, fosse encarregada a Junta adminis-
trativa da Companhia geral da agricultura das vi-
nhas do Q/llto-Douro, cujos privilegios seriam accres-
centados com os que havlam sido concedidos a Com-
panhia de Pernambuco. A nova contribuicao era pro-
posta com o caracter de donativo offerecido pelo com-
mercio, que espontaneamente se sujeitava ao seu pa-
gamento, e s6 devia conservar-se em quanto existis-
sem as fragatas, e fossem empregadas nos usos para
que eram requeridas.
A Companhia das vinhas do Alto-Douro era a
principal interessada no bom exito d'esta pretensao,
alias de manifesta utilidade publica, nao s6 por que
se alargava a esphera do seu poder, como porque ti-
nha, com outros extraordinarios privilegios, o com-
mercio exclusivo dos vinhos, aguas-ardentes e vina-
gres exportados pela barra do Porto para as capita-
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POLYTECHNICA DO PORTO • 89
mas de S. Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Pernam-
buco *. Ella' foi provavelmente a auctora do piano,
posto que tivesse o cuidado de o occultar, e todos os
membros da sua Junta administrativa, alguns dos
quaes eram na verdade grandes armadores, appa-
recem assignados na representacao como simplices
negociantes, confundidos com os- outros signata-
rios.
Apoiada particularmente por Joao d'Almeida e
Mello, governador das armas do Porto, e primo do
secretario d'estado Francisco Xavier de Mendonca
Furtado * foi aquella representacao favoravelmente
deferida, em todos os pontos acima indicados, pelo
alvara de 24 de novembro de 1761 *.
Ainda nao estava acabada a primeira fragata, que
s6 ficou prestes em -marco ou abril de 1763, e ja o
decreto de 3o de julho de 1762 creava 12 tenentes
* S 19 da Instituigdo approvada por Alv. de 10 de se-
tembro de 1756.
* Carta partictdar de Francisco Xavier de Mendonca
para o dito governador, de 25 de novembro de 1761, regista-
da no livro denominado da marinha da Comp. Ger. da Agr.
das vinhas do Alto-Douro, fl. 53 v.°.
3 Transcripto na Historia dos estabelecimentos scienti-
ficos, litterarios e artisticos de Portugal, do Snr. Jos^ Silves-
tre Ribeiro (Lisboa 1871 e seg.), torn. i.° pag. 296.
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90 ANNUARIO DA ACADEMIA
do mar e 18 guardas-marinhas com aula e residen-
cia na cidade do Porto *.
Este e o verdadeiro documento que fundou a aula
de nautica. O illustre Fernandes Thomaz cita como
tal a carta regia de 29 d'outubro de 1764 *, mas al-
guns mezes antes d'esta data ja estava despachado e
provavelmente em exercicio o respectivo professor*.
Na verdade, a carta patente de 12 de maio de
1764 nomea por capitao-tenente das fragatas de guer-
* Na cit. Hist, dos estabel., torn. i.° pag. 3oo.
* Fernandes Thomaz — Repertorio geral das leis extra-
vagantes (Coimbra 181 5 e Lisboa 1825 — 2 vol. — 2.* edicao
Coimbra 1843) letra A n.° 1450.
3 Das contas prestadas pela Companhia ve-se que ella no
anno de 1764, o primeiro do exercicio da aula de nautica, des-
pendeu com esta aula o seguinte :
Para reedificacao da casa da aula. 89^449
Por soldos ao lente Antonio Ro-
drigues 137^600
Ao lente da aula do donativo pelas
despteas que fez na Jornada de
Lisboa para esta 38J400
Como o lente s6 foi despachado em 12 de maio, parece
que recebeu mais do que lhe competia Como capitao-tenente;
mas p6de ser que se lhe mandasse pagar por esta reparticao
uma parte dos soldos anteriores.
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POLYTECHNICA DO PORTO 91
ra da reparticao da cidade do Porto a Antonio Ro-
drigues dos Santos, com « obrigacao de ser mestre da"
aula da cidade do Porto, na qual lera to'dos os dias
que nao forenr de guarda, e explicara a nautica aos
officiaes da marinha e mais pessoas que se quizerem
applicar aquella sciencia. » *
Este professor ja tinha servido como capitao-te-
nente na India portugueza, e havia sido mestre da
aula de nautica de Goa e substitute d'igual aula na
c8rte «.
A instituicao dos guardas-marinhas creada em
176 1 *, nao corresponded aos intuitos do seu funda-
dor, e foi abolida por decreto de 9 de julho de 1774,
por mostrar a experiencia que esta especie de cade-
tes d'armada nab curava de adiantar os seus conhe-
cimentos, nem na theoria nem na pratica da mari-
nha 4. Todavia a mesma experiencia havia mostra-
* Carta patente de 12 de maio de 1764, registada no cit.
livro da marinha, fl.
2 Citada carta patente.
3 Deer, de 2 de julho de 1761 na colleccao da legislacao
portugueza do Desembargador Antonio Delgado da Silva, pag.
800.
* Decr."de 9 de julho de 1774 registado no citado livro
da marinha. Poucos mezes depois, a Franca supprimia tam-
bem os seus guardas-marinhas. (Ordonnance du 22 sept. 1774,
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92 ANNUARIO DA ACADEMIA
do as vantagens da aula de nautica do Porto, e o
-aviso regio de 25 de fevereiro de 1775 * recommen-
ds a conservacao e progressos d'esta aula.
Do alvara acima citado, de 24 de novembro de
1 76 1, deduz-se que tudo que dizia respeito a admi-
nistracao das novas fragatas, ficava pertencendo a
Junta da Companhia das vinhas do Alto-Douro; mas
uma Carta regia da mesm* data * e urn Aviso Re-
gio do dito mez e anno 3, redigidos com estudada
obscuridade, foram na pratica interpretados, como
se tivessem conferido ao governador das» annas do
Porto a jurisdiccao immediata sobre aquella adminis-
tracao.
Fundado na citada carta regia, o governador no-
meou para lente da aula de nautical por portaria de
23 de outubro de 1770, a Jose Monteirp Salazar,
como consta d'um documento transcripto pelo Snr.
cit. em A. Vallet de Viriville, Hist, de Tinstr. publ. en Europe,
pag. 267.
* Registado no cit. livro da marinha.
* C. R. de 24 de novembro de 1761, dirigida ao gover-
nador das armas do Porto, registada no citado livro da mari-
nha, fl. 5.
8 Aviso Regio de 26 de novembro de 1761 dirigido a
Junta da Companhia das vinhas do Alto-Douro e registado no
cit. livro da marinha, fl. 1.
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POLYTECHNICA DO PORTO 93
Jose Silvestre Ribeiro na sua Historia dos Estabele-
cimentos scientificos, litterarios e artisticos de Portu-
gal l. D'esse documento se ve que o ordenado do
professor era de i6#ooo reis por mez, ou 192^000 reis
por anno, quantia que corresponde hoje a 240^000
reis, ou 1:344 francos *. O primeiro professor, se
nao vencia mais do que o soldo da sua patente, como
0 diz a sua carta de nomeacao, receberia s6 i8o#ooo
reis, como capitao-tenente 3.
A cobranca do imposto, ou (como lhe chamam os
documentos) do donativo dos 2 por cento, bem como
0 pagamento das despezas a que era destinado, con-
tinuou a cargo da Companhia dos Vinhos. Em 1774,
porem, passou a cobranca para a alfandega com obri-
* Tom. 1, pag. 3oi.
* Antes da lei de 6 de mar 90 de 1822 as nossas pefas
d'ouro valiam 6&400 reis. Esta lei elevou-as a 7#5oo reis e o
decreto de 3 de mar90 de 1847 a Wooo reis, valor que lhes
foi conservado pela lei de 1854 em vigor. Segundo esta lei, o
seu peso e" de 14,188 grammas: o seu toque 6 de 22 quilates
ou 916 */3 millesimal D'aqui se deduz que um kilogramma de
ourojino = 1:090— grammas d'ouro de moeda portugueza=
A89 pe^as. O toque da moeda franceza e* de 900 millesimas,
e um kilo d'ouro jino egual a 1:1 1 1 i- grammas de moeda fran-
ceza egual a 3:444— francos.
3 Vej. a nota 3.* de pag. 90.
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J5l!vv ™*^
94 ANNUARIO DA ACADEMIA
gacao de entregar o seu producto a Junta da Com-
panhia, que continuaria a correr com as despezas a
que era destinado *.
A ideia de que este imposto era um donativo, offe-
recido pelo commercio para um fim do qual nao po-
dia ser distrahido, estava de tal maneira arreigada
no animo do governo, que o seu rendimento, apesar
de exceder muito a despeza, foi ainda por alguns an-
nos religiosamente entregue a Junta da Companhia *.
Em 1778, porem, mandou o governo receber os sal-
dos existentes e transferir para o Erario regio a re-
ceita e a despeza 3. Foi todavia exceptuada d'esta
ordem a aula de nautica, assim como o escaler e a
provedoria da marinha. Aquella aula foi expressa-
mente commettida a direccao da Junta da Compa-
t Deer, de 27 de outubro de 1774 e deer, de 3, e aviso
regio de 5 de novembro do mesmo anno. Os dois uitimos do-
cumentos, n'um dos quaes e" mencionado o primeiro, acham-
se registados no citado livro da marinha.
* O seu producto medio annual desde 1762 ate* 177510-
clusive, orcava por 42:267^22 reis. No fim de 1774 o excesso
do rendimento sobre a despeza montava a perto de 188 coa-
tos, que equivalem hoje a 235 contos ou 1. 3 16:000 francos.
3 Avisos regios de 14 de outubro de 1778, 16 de Janeiro
de 1779 e 20 d'abril de 1792, registados no cit. liv. de 'mari-
nha, fl. 58 v., fl. 59 e fl. 68 v.
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POLYTECHNICA DO PORTO 95
nhia das vinhas do Alto-Douro, sob a inspeccao su-
perior da Erario regio, a que devia prestar conta
annual das despezas e progressos da mesma aula *.
Estas despezas, com as do escaler e provedoria de
marinha, seriam pagas no futuro pelo producto do
imposto da decima sobre os dividendos dos accionis-
tas da Companhia *.
Comecaram entao a correr melhor os tempos para
a instruccao publica. A pedido da Junta, creou-se
n'esta cidade uma aula de debuxo e desenho. O de-
creto de 27 de novembro de 1779, que a fundou, diz
que as suas despezas serao pagas, como as da aula
de nautica, pelo producto dos 2 % para a construc-
cao das fragatas; e o Aviso regio de 4 de dezembro
do mesmo anno 8 chega a dizer que dos dois prin-
cipios regios d'onde dimana esta instituicao, um e o
citado decreto, outro o alvara de 24 de novembro de
176 1, que foi como vimos, o que estabeleceu aquelle
* Cit. Av. ^79 e 1792.
* Cit. aviso regio de 16 de Janeiro de 1779. A decima
dos accionistas da Companhia era cobrada pela sua Junta ad-
ministrativa (Alvard de 12 de novembro de 1774 § 9 na col-
lec^ao de legisla^ao).
* O cit. decreto e Av. reg. vem transcriptos na Histo-
ria dos Estabelecimentos scient., litt. e artist, de Portugal, do
Snr. Silvestre Ribeiro, torn. 2, pag. 66 e 67.
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96 ANNUARIO DA ACADEMIA
imposto *. Isto, porem, era uma ficcao juridica, um
modo de inculcar, que o chamado donativo dos com-
mercial! tes do Porto ainda era applicado em benefi-
cio d'esta cidade. Finalmente, o mesmo Aviso cita-
do, sem recear contradizer-se, nem tractar de con-
ciliar-se, acaba por dar a verdadeira ordem, mandan-
do que as despezas d'esta aula sejam, como as de
nautica, satisfeitas pela decima descontada aos accio-
nistas da Companhia. Era este o principio ja esta-
belecido como dissemos.
A referencia que o citado decreto e aviso de 1779
faziam a legislacao de 1761, nao deixou de causar na
pratica alguma confusao. Com ella argumentou o go-
vernador das armas do Porto para sustentar a pre-
tensao de superintender na aula de desenho, como 0
tinha feito na de nautica. D'aqui resultou a suspen-
sao do exercicio d^aquella aula por algum tempo, ate
que o conflicto foi superiormente resotvido a favor
da Junta da Companhia das Vinhas.
O proprio decreto que instituiu a aula de dese1
nho, lhe deu por « lente » a Antonio Fernandes Ja-
como com o ordenado de i6#ooo reis por mez ou
* O aviso regio de 4 de dezembro de 1779, conforme
vem transcripto na cit. Hist, dos Estabelecimentos scientijicos,
refere-se ao alvard de 24 de novembro de 1767 e nao de 1761,
mas e erro typographico ou da c6pia.
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POLTTECHNICA DO PORTO 97
192J000 reis.por anno, que corresponde hoje, como
ja vimos, a 240^000 reis ou r.344 francos.
Este professor foi dispensado do servico em 1800 *
e substituido por Francisco Vieira, cognominado Por-
tuense, que devia a illustrada proteccao da Junta da
Companhia das Vinhas do Alto-Douro o ter apura-
do em Roma o notavel talento com que honrou a
arte portugueza. Ao novo professor foi estabelecido
0 ordenado de 6oo#ooo reis por anno* ou 3:75o fran-
cos3.
Francisco Vieira s6 entrou em exercicio em ju-
nho de 1802, e tendo-se *usentado temporariamente
* Aviso regio de 8 de novembro de 1800, registado no
cit. liv. da marinha. Todavia foi abonado dos seus vencimen-
tos como lente jubilado ate" ao fim de dezembro de 1810.
* Aviso regio de 20 de dezembro de 1800, regist. no
cit. liv., fl. 70.
3 Em 1798 foi creado o papel moeda. OS pagamentos
faziam-se metade em papel e metade em metal. Os 3oo£ooo
reis em metal equivaleriam hoje a 375^000 reis, ou 2:100 fran-
cos; mas os 3oo£ooo reis em papel soffriam um desconto que
'variava conforme as circumstancias. Nao sendo possivel esta-
belecer rigorosamente opar da moeda em taes condicoes, cal-
culamos o franco em todo o periodo da duracao do papel
moeda em 160 reis, que foi o cambio mais usual n'aquelle pe-
riodo.
7
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98 ANNUARIO DA ACADEMIA
em novembro d'esse anno, foi a sua cadeira reg
ate junho do seguinte por seu pae Domingos Fran-
cisco Vieira, que assigna os termos da matricula du-
rante este periodo, como substituto da aula de de-
senho.
As duas aulas de que nos temos occupado, func-
cionavam no edificio do Seminario dos meninos or-
phdos, ou Collegio da Graca, circumstancia que nao
deixou de ter influencia nos futuros pianos da ins-
truccao publica do Porto. Em 1802, porem, a aula
de desenho teve de ser mudada para o hospicio dos
religiosos de Santo Antoni# da" provincia da Soleda-
de *, por se prever que nao caberiam no antigo lo-
cal os alumnos attrahidos pela fama de Francisco
Vieira *, os quaes em verdade chegaram ao numero
de 120.
. Quanto a indole do ensino n^estas aulas, pouco
sabemos dos documentos que podemos consultar. A
instruccao na de nautica era meramente pratica, e
completava-se a bordo das embarcacSes mercantes
que navegavam para os dominios ultramarinos. A
* Situado na Lameda, depois- Cordoarid, e hoje Campo *
dos Martyres da Patria.
* Representative) da Junta da Companhia das vinhas de
4 de Janeiro de 180 3, na Historia dos Estabelecimentos scimt-
tificos, tomo 2, pag. 402 e Edital da dita Junta.
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POLYTECHNICA DO FORTO
principio os donos e caixas das embarcacoes, ou por
patriotismo ou por influencia da Junta da Compa-
nhia das vinhas, admittiain a pratica da pilotagem os
alumnos de nautica. Depois, como entrassem a re-
cusar-se, o Aviso regio de 25 de novembro de 1761,
registado na Intendencia da marinha do Porto, im-
poz-Jhes esta obrigacao, ordenando que « se nao ma-
triculasse a equipagem de navio de mais de i5o to-
neladasr sem que n'ella fosse comprehendido algum
aulista, legitimado com despacho do Provedor da
Junta da administracao da Companhia, para ter no
navio o emprego e exercicio proporcionado a sua ap-
plicacao e prestimo, como sempre se tern praticado*.
Esta instituicao produziu muito bons pilotos 4. O en-
sino do desenho devia ser apropriado ao curso de pi-
lotagem. Pelo menos parece ter sido este o lado por
onde a Junta da Companhia das vinhas encarou a uti-
lidade da sua instituicao 2. Todavia o aviso regio de 4
de dezembro de 1779 justifica a fundacao d'esta aula
pelo desenvolvimento que ia tomando no Porto a in-
dustria fabril.
1 Cit. representa^ao.
* O Av. Reg. de 16 de Janeiro de 1779 acima citado, diz:
« Quanto ao mestre do risco, que a Junta considera ser muito
util aos aulistas de pilotagem, serd respondido este artigo em
occasiao opportuna ».
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100 ANNUARIO DA ACADEMIA
Parece porem que se pretendeu imitar a aula de
desenho de Lisboa, tratando-se principalmente do
desenho de figura. Nos termos da matricula, lavrada
em 1802, cita-se o alvara de 23 de agosto de 1781,
que estabelecera aquella aula, e ate se declara que a
matricula e ordenada pela Real Meza Censoria, que
tiyera a superintendencia da aula de Lisboa, mas fdra
extincta em 1787.
Animada com os progressos que via nas suas au-
las, desejosa de melhorar o Collegio dos Orphaos da
Graca e de empregar em beneficio da instruccao dVs-
ta cidade os xrrescimos do imposto lancado sobre os
seus accionistas, a Junta da Companhia das vinhas
dirigiu em i8o3 uma representacao ao principe re-
gente, pedindo uma aula de mathematica, outra de
commercio e duas para o ensino das linguas franceza
e ingleza, e propondo os meios para a sustentacao
d'estas aulas e para a construccao d'um edificio em
que ellas funccionassem 4. Nos baixos d'este edificio
haveria lojas de abobada para se alugarem em pro-
veito dos orphaos da Graca. D'este modo se evita-
ria (diz a Junta), a necessidade que obriga os alum-
nos d'elle a pedir esmolas pelas portas, para pode-
1 Representa^o de 4 de Janeiro de 180 3 na Historia
dos Estabelecimentos scientificos, litterarios e artisticos de Por-
tMgflly torn. 2, pag. 401.
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POLYTECHNICA DO PORTO 101
*
rem subsistir, distrahindo-se por isso da educacao e
do ensino a que alii se destinam.
O Seminario do$ orphaos, ou Collegio de Nossa
Senhora da Graca, era um estabelecimento fundado
pelo padre Balthazar Guedes em i65i, para habita-
cao, educacao e amparo dos orphaos pobres. N'um li-
vro publi^do 14 ou i5 annos antes da mencionada
representacao, querendo engrandecer a importancia
d'este Collegio, diz o Padre Agostinho JRebello da
Costa que d'elle sahiram, ainda em vida do fundador,
212 orphaos para religiosos, 39 para sacerdotes, 8
mestres de theologia, 6 doutores em canones e leis, 2
qualificadores da Inquisicao e um bispo *. No tem-
po em que este livro foi escripto, havia no collegio
mais de 70 orphaos e 28 pensionistas. « Aprendiam
latim, musica, nautica e desenho e outras artes em
que muito se distinguiam » s. Apesar do que diz o
author, consta qvie a maior parte dos orphaos sahiam
do estabelecimento para o commercio, a navegacao e
as industrias, e apenas alguns que tinham outro amj-
paro ou que mostravam notavel aptidao para as le-
1 Descripgdo topographica e historica da cidade do Por-
to, por Agostinho Rebello da Costa, Porto 1789, pag. 121. (O
Snr. Innocencio no seu IDiccion. bibliogr. cita una edi^ao de
1788).
* Citado Deer., pag. 120.
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102 ANNUARIO DA ACADEMIA
tras, se destinavam & vida ociosa ou as profissoes li-
beraes. A obra citada chamou a attenqao do publico
para este estabelecimento, e a influencia d'ella sente-
set ate no estylo, na representacao da Junta e ainda
mais no alvara de 29 de julho de i8o3, que appro-
vou os estatutos da Academia Real de marinha e cora-
mercio. *
cNao posso deixar em silencio (diz o citado au-
thor), a profunda inadvertencia dos portuenses a res-
peito d'este collegio, que, sendo urn monumento de
piedade tao interessante ao publico, e da conserva-
cao do qual tanto depende o augmento da monar-
chia, elles mais sc empenham em deixar por sua morte
muitos mil cruzados as ordens terceiras e a outras
corporacoes riquissimas, do que a este pobre e tao
necessario estabelecimento. Por esta causa, aquelles
innocentes meninos sao obrigados a assistir aos offi-
cios dos defunctos, a acompanhar os enterros, as
procissces e a mendigar esmolas com total distrac-
cao do seu estudo, para conseguirem d'este modo um
pedaco de pao de que se alimentem » *.
1 Cit. Descripqdo, pag. 121. O author d'esta obra era um
dos frequentadores das reunioes de Francisco d 'Almeida, cor-
regedor e provedor da comarca do Porto, presidente do cofre
d'esta cidade, e n'ella intendente da marinha, inspector das
obras publicas nas tres provincias do norte, etc., etc. V. Apon-
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POLYTECHNIC* DO PORTO 103
O principe Regente concedeu mais do que se lhe
pedira, fundando em i8o3 a Academia real de ma-
rinha e commercio da cidade do Porto.
Antes, porem, de nos occuparmos d'esta acade-
mia, parece-nos conveiliente dar uma noticia embora
muito summaria dos estabelecimentos de Portugal,
em que no anno de i8o3 se professavam cursos ana-
logos aos que foram instituidos n'aquella academia.
Para o ensino do commercio havia em Lisboa
uma aula fundada em 1756 J com estatutos appro-
vados por alvara de 19 de maio de 1759 e subordi-
nada a Junta do commeFcio. Tinha ao principio um
66 professor para ensinar em curso triennal com li-
coes de 4 horas por dia, a arithmetica, os pezos, me-
didas e moedas nacionaes e estrangeiras, cambios, se-
guros, fretamentos, commissoes e escripturacao por
partidas dobradas. Nao se ensinava -nem a geogra-
phia, nem as linguas vivas, nem se exigiam outras
condicSes para a matricula senao a edade de 14 an-
nos e saber l§r, escrever e as quatro operacoes de
numeros inteiros. Os alumnos chamavam-se assis-
teotes ou praticantes da aula de commercio. Havia
tamentos biographicos do Dr. Francisco d Almeida e Mendon-
<fa. Porto — typ. de Gandra e Filhos, 1839, folheto de 8 pag.
1 Cap. 16 dos Estat. da Junta do Commercio, approva-
dos por Alvard de 16 dc Agosto de 1756.
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104 ANNUARIO DA ACADEMIA
20 assistcntes que recebiam uma pensao. A Junta
do commercio podia admit tir assistentes supranume-
rarios, com tan to que nao excedessem de 3o, porque
(dizia prudentemente o estatuto) nao p6de abranger
a mais de 5o discipulos o cuidado d'um s6 mestre.
Em regra nSo se admittiam assistentes senao de 3
em 3 annos. Em 1801 o ensino foi distribuido por
dois professores e o curso tornou-se biennal. O pri-
meiro ensinava no i.° anno a arithmetica, a algebra
elementar e a geometria pelo Gompendio de Bezout;
o segundo, as outras disciplinas acima designadas.
Havia tambem um substitute Apesar da regra ado-
ptada nos estatutos, o curso de commercio nos an-
nos de 1802 e i8o3 era frequentado por 3o3 alum-
nos. Este numero foi exceptional, mas ha muitos
annos de mais de i5o alumnos.
Para © desenho havia em Lisboa uma aula espe-
cial, a que ja nos referimos, creada pelo alvarS de
23 de agosto de 1781, que lhe deu os estatutos, su-
bordinada a principio a Real Me\a Censoria^ e de-
pois da extinccao d'esta, em 1787, a Me\a da Com-
tnissao geral sobre o exame e censura dos livros, que
tambem foi abolida em 1794, ficando desde esta data
sujeita a inspeccao do Erario regie Tinha dois pro-
fessores e outros tantos substitutos. Um dos profes-
sores efisinava o desenho de historia ou de figura, o
outro o de architectura.
O curso para os alumnos ordinarios abrangia as
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POLYTECHNICA DO PORTO 105
dois ramos de desenho e durava cinco annos, poden-
do todavia ser reduzido pela authoridade superior em
beneficio dos discipulos de rara habilidade e que ti-#
vessem alcanqado premios. Admittiam-se alumnos
extraordinarios, que nao eram obrigados ao rigor do
curso, nem a frequencia diaria das aulas. Para a ma-
tricula em desenho de figura, exigia-se que o alumno
soubesse ler, nao tivesse defeito de vista e mostrasse
n'uns oito a quinze dias de exercicios que nao era
falto de aptidao. Para a matricula em desenho de
architectura exigia-se, alem d'isso, o conhecimento
das quatro operacoes de arithmetica. O ensino de
desenho de figura comprehendia nao s6 o desenho de
figura humana, mas o de di versos objectos da natu-
reza, comecando-se pela c6pia de estampas e passan-
do-se a de modelos de relevo. O professor de archi-
tectura empregaria metade do tempo da aula (a du-
racao das aulas era de 4 horas no verao e de 2 a 3
no inverno), no ensino da arithmetica e geometria
elementar, e o resto do tempo no das ordens de ar-
chitectura, desenho de ornato e perspectiva e das no-
<;5es indispensaveis sobre a solidez real e apparente
das construccoes. Havia tres premios para os alum-
nos ordinarios de desenho de figura e outros tres para
os de architectura. Os premios eram de 3o#ooo reis,
2o#ooo e io^ooo, e alcancavam-se em concurso, sen-
do os assumptos dados pelo professor respectivo e
graduando-se a difficuldade dos assumptos, segundo
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106 ANNUARIO DA ACADEMIA
a ordem dos premios. A frequencia d-este estabele-
cimento nao era muito numerosa. Em igoo foi de
20, em 1801, de 17, e em i8o3, de 12 alumnos ! ;
mas coube-lhe a gloria de ter creado o grande pintor
Domingos Antonio de Sequeira, que foi depois dire-
ctor da aula de desenho da academic real de mari-
nha e commercio do Porto.
Na real academia dos guardas-marinhas (nao na
academia de marinha) estudava-se em dois annos, jun-
tamente com o 2.0 e 3.° annos mathematicos, o de-
senho de marinha com um s6 mestre, que era o mes-
mo de construccao naval pratica. Na academia de
fortificaqao, o desenho topographico e d'architectura
militar era ensinado por um professor em licoes de
uma hora e um quarto aos alumnos reunidos dos tres
primeiros annos do curso. Para substituir este pro-
fessor havia dois substitutes *. No collegio dos no-
bres dava-se um curso de. desenho por um professor
* Balbi, Essai statistique sur le royaume de Portugal —
Paris 1822 — 2 vol., torn, 2, pag. 72.
* O Estatuto de 2 de Janeiro de 1790 estabelece um
professor e um substitute O decreto de 2 de outubro de 1794
creou o lugar de director da aula de desenho (cit. na Hist,
dos Estabel. scientif., t. 2, p. 370). Posteriormente o desenho
teve maior desenvolvimento na academia de fortificaf&o, mas
isso nao pertence ao anno a que nos referimos.
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POLYTECHNICA DO PORTO 107
especial. Os exercicios de desenho de architecture
eram dirigidos por este professor em presenqa dos
professores de architecture civil e railitar e de com-
binacao com elles. Finalmente devia haver uma ca-
deira de desenho e architecture, annexa a faculdade
de mathematica da universidade de Coimbra, mas
esta nap foi provida ate o anno de i8o3, nem mui-
tos aftnos depois.
Para o ensino da marinha havia duas academias
quasi eguaes, que ate alguns documentos parecem
consideral-as como um estabelecimento s6; a real
academia da marinha, creada por lei de 5 de agosto
de 1779 e a dos guardas-marinhas pela de 1 de abril
de 1796, ambas subordinadas ao conselho do almi-
rantado *.
A primeira tinha por destino formar officiaes e
piiotos para a armada, bem como pilotos da mari-
nha mercante, e habilitar com o curso mathematico
os alumnos que se propunham a seguir os estudos
dos armas scientificas na academia de fortificacao e
desenho, a que muito depois succedeu a esc61a do
exercito.
Na academia de marinha havia 3 professores e
* A principio a academia real da marinha estava sujeita
ao inspector geral da marinha. A lei de 26 de outubro de 1766
passou-a para o conselho do almirantado.
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108 ANNUARIO DA ACADEMiA
outros tantos substitutes. O i.° ensinava arithmetic
ca, geometria, trigonometria plana e seu uso pratico
e principios elementares de algebra ate as equacoes
do 2.0 grau. O segundo, continuacao da algebra, sua
applicaqao a geometria, calculo differencial e integral,
principios fundamentaes da statica, dynamica, hydro-
statica, hydraulica e optica. O terceiro, trigonometria
espherica e arte de navegacao theorica e pratica. 0
curso academico era de tres annos para os officiaes
e pilotos da armada, dos dois primeiros annos para
,o curso preparatorio d'academia de fortificacao e do
i.° (excepto a algebra elementar) e do 3.° annos ma-
thematicos para pilotos de navios mercantes. Na de-
signacao do 3.° anno comprehendo, alem da cadeira
respectiva, a instruajao nos exercicios praticos do
observatorio real da marinha, apesar de ser um esta-
belecimento independente *. Os estudantes que ti-
* A lei da funda^ao da academia determinava que junto
da aula de navega£ao houvesse uraa casa para guarda e uso
dos instrumentos astronomicos e maritimos e um observato-
rio d'onde se podlsse avistar qualquer parte do ceo e onde
estivessem, ou para onde se pod&sem transportar os instru-
mentos para as observa9oe$. Este observatorio foi transferido
para a lijbeira das Naus e constituido n'um estabelecimento
especial pelo alvara de 18 de mar^o de 1798. Vej. Hist, dos
EstabeL scient., torn. 3.° pag. 36 1.
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POLYTECHNICA DO PORTO 109
vessem ganho o partido ou premio no' i.° e 2.0 an-
nos e approva<;ao no 3.° (no qual nao havia premio),
eram admittidos nos navios de guerra com o nome
de voluntarios da real marinha, com soldo e come-
dorias durante o embarque; e sobre as provas que
tivessem dado de capacidade e genio para a vida do
mar, podiam ser consultados para segundos tenentes
da armada *. Os alumnos approvados no i.° anno
e matriculados no 2.0, seriam admittidos ate o nu-
mero de 3o, como aspirantes de pilotos da armada,
com os vencimentos competentes; e depois de con-
cluirem o curso e de terem como aspirantes dois an-
nos de pratica de navegacao e manobra nos navios
do Estado, ficavam habilitados para serem promo-
vidos a segundos pilotos *.
1 Alvard de 20 de maio de 1796 na cit. Hist, dos Esta-
bel. scient., torn. 2, pag. 375. Este alvard nao falla em premios
ou partidos, mas esta condi^ao era exigida pelo decreto de
14 de dezembro de 1782, que n'este ponto nao foi derogado,
e assim se entendeu na prdtica. Mem. do Dr. Filippe Folque,
a pag. 6 c do appendice ao 2.0 vol. do Inquerito dcerca das re-
partiqbes de marinha, Lisboa — Imprensa National, 18 56.
9 Lei da fondacao da academia de 5 d'agosto de 1779,
na collec9ao de legisla^o de Delgado e Res. Reg. de 10 de
fevereiro e 17 de outubro de 1798 na muitas vezes citada
Hist, das Estabel. scient.y torn., 2.0, pag. 337 e s.eg.
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110 ANNUARIO DA ACADEMIA
Para admis&ao a matricula na acadetnia nao se
exigia mais do que a edade de 14 apnos, pelo me-
nos, e appro vacao pelo lente do i.° anno na pratica
das quatro operacoes arithmeticas.
Os professores eram tirados da classe dos subs-
titutes que tinham accesso por antiguidade relativa.
Estes deviam ter completado o cqrso de cinco annos
da universidade de Coimbra e ter o grau de licen-
ciado pela mesma universidade. Eram propostos pelo
conselho da faculdade de mathematica e peios tres
professores cathedraticos da propria academia.
Das disposicoes disciplinares nada diremos por
agora, porque sao quasi as mesmas que veremos a
respeito da academia do Porto. S6 importa dizer que
havia a principio 24 partidos ou premios para os
alumnos mais distinctos, e 12 para os que se prepa-
rassem para entrar na academia de fortificacao. So-
bre a frequencia do 3.° anno nao se dava partido,
de maneira que havia seis para cada um dos dois pri-
meiros annos; e como na classe devoluntarios da
armada nao eram admittidos senao os premiados, o
numero d'aquelles voluntarios ficava reduzido a 6
por anno.
N'esta academia, alias notavel pelos excellentes
professores que sempre teve, nao havia professores
de desenho, nem de linguas vivas, nem mestre de
apparelho e manobra naval, como os veremos na
academia da marinha e commercio do Porto. Se-
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POLYTECHN1CA DO PORTO 111
gundo o ideal que se traduz nas disposicoes legislati-
vas e nas praticas academicas, este estabelecimento
tinha a indole d'uma esc6la polytechnica no sentido
francez d'esta palavra, e tanto que o doutor Ciera,
n'uma informaqao que deu ao governo em 1800, di-
zia que se n'esta academia fossem estabelecidas uma
cadeira de physica e outra de chimica, ficariam com-
pletas as habilitacoes dos seus discipulos para todas
as profissoes 4. Nao e pois de estranhar que a vis-
semos constituir em 1837 como esc61a polytechnica
de Lisboa. Foi mais um desenvblvimento do que
uma transformacao.
Ella na verdade nao tinha um curso de marinha,
nem de guerra, nem metcante. Os voluntarios que
ella dava a armada iam na qualidade de guardas-ma-
rinhas extraordinarios fazer na academia d'estes o
curso de construccao, apparelho, manobra, tactica
naval e artilheria, sem o que nao podiam passar a
officiaes *.
A outra academia a que acima alludimos, a dos
guardas-marinhas, antecessora da que hojee esc61a
1 SMemoria do Dr. Filippc Folque a pag. 6% do appen-
dice, vol. 2.« do <zii.< Inquerito dcerca das repartigbes de mart-
nha.
* Deer, de i3 de novembro de 1800 na collec^ao de le-
gisla^ao de Delgado.
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112 ' ANNUARIO DA ACADEMIA
naval, tinha em si todo o curso mathematico que ja
encontramos na academia de marinha. A principio
ainda havia entre estes dois estabelecimentos diffe-
rencas importances a respeito do dito curso, mas na
epoca em que os estamos considerando, em i8o3,
aquellas differencas ja tinham sido inteiramente eli-
minadas *. A pratica do observatorio era aprendida
no mesmo estabelecimento, em que praticavam os
alumnos da academia de marihha de Lisboa.
Alem dos tres Ientes e de dois substitutos de ma-
thematica havia na academia dos guardas-marinhas
urn lente de artilheria e dois mestres, um de appare-
Iho, outro de construcqao naval pratica e de dese-
nho. Estes eram os cursos de applicacao que tinham
de ser frequentados pelos voluntaries, depois de ha-
verem concluido os estudos mathematicos da acade-
mia de marinha. Os aspirantes a guardas-marinhas
estudavam-os juntamente com as aulas de jnathema-
tica; no primeiro anno aprendiam o apparelho do na-
vio e manobra; no 2.0, desenho de marinha e no^oes
i Res. Reg. de 11 de dez. de 1779 publicada no Edital
de 8 de Janeiro de 1800 na colleccao de legisla^o de Delga-
do. O laborioso auctor da Hist, dos Estabel. scient.} torn. 2.0,
pag. 421, traz a citada Res. como de 20 de outubro; mas esta
6 talvez a data da consultal O cit. Edital 6 o mesmo que o
dito auctor menciona a pag. 422 com o titulo de decreto.
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POLYTECHNtCA DO PORTO 113
de construccao; no 3.° continuavam com o desenbo
e estudavam artilheria.
Os guardas-marinhas sahiam da classe dos aspi-
rantes, por promocao- que se dava, logo que estes ti-
vessem obtido a approvacao no i .° anno. A admis-
sao a praca de aspirante dependia das seguintes con-
dicoes: edade dei5 a 17 annos, ter o foro de fidalgo
por si ou por seu pae ou mae, ou ser filho de capi-
tao de mar e guerra, ou de coronel do exercito, se-
nao de maior patente, e mostrar ppr uma attestacao
passada por qualquer dos lentes da academia, suffi-
ciente intdligencia das quatro regras fundamentaes
da arithmetica e da traducq^o franceza \
Para os lugares de professores substitutos exigiam-
se os precisos graus pela Universidade de Coimbra,
ou exam* geral do curso mathematico pela academia
real de marinha, ou o curso da propria academia. Os
substitutos eram promovidos a lentes por antigui-
dade.
Em alguns pontos os estatutos da academia da
marinha e do commercio do Portor referem-se aos
estatutos da academia dos guardas-marinhas e a es-
tes recorria algumas vezes nos casos omissos o con-
* Estatutos da acad. dos guardas-marinhas de 1 d'abril
de 1796; deer, de 14 de dezembro de 1782; deer* de 3 de no-
vembro e Res. de 19 de dezembro de 1800.
8
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114 ANNUARIO DA ACAD EMI A
seiho cTaquclla academia, preferindo-os aos proprios
estatutos da academia real de marinha de Lisboa,
que por via de regra deviam ser-lhe subsidiaries.
As mathematicas ensinavam-se com maior des-
envolvimento na faculdade de mathematica da Uni-
versidade deCoimbra.
Pelos estatutos de 1772 tinha esta faculdade qua-
tro cadeiras, que erarrl frequentadas em outros tantos
annos. A do 1 f° anno, denominada de geometric com-
prehendia elementos de arithmetica, geometria e tri-
gonometria plana com applicacao a geometria e ste-
reometria. A do 2.0 anno, chamada de algebra, com-
prehendia a algebra elementar, principios de calculo
infinitesimal, directo e inverso, com applicacao a geo-
metria sublime e transcendente. A eddeira de pho-
ronomia no 3.° anno comprehendia a sciencia geral
do movimento com a sua applicacao a todos os ra-
mos de phoronomia, que constituem o corpo das stien-
cias physico-mathematicas. A de astronomia no 4.0
anno tratava da theoria do movimento dos astros tanto
physica como geometrica e da pratica do calculo e ob-
servacoes astronomicas. Foi n'esta cadeira que por
muito tempo os alumnos de mathematica se aperfei-
toavam nas theorias mais sublimes da analyse f .
* Snr. Castro Freire, Afem. kist . da Jute, de maihem. de
Coimbray 1872, pag. 45.
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POJLYTSCHNICA DO PORtO 115
A estas cadeiras foram accrescentadas duas em
1 80 1 ', uma de astronomia pratica, outra de hydrau-
lica.
E' inutil fallar da cadeira de architecture e dese-
nho annexa a esta faculdade nos terraos dos Estatu-
to$7 porque, como ja observamos, nao teve professor
senao muitos annos depois do de i8o3.
O curso da faculdade de mathematica nao se li-
mitava as cadeiras privativas da faculdade. Nos seus
i.° e 2.0 annos deviam os alumnos d'ella frequentar
a historia" natural e a physica experimental, que; em
i8o3 se ensinavam no i.° e 2.0 annos da faculdade
de philosophia '.
Em i8o3 a distribuicao legal do curso mathema-
tjco na Unfversidade era o seguinte :
i.° anno: cadeira de geometria, (comprehendendo
as raaterias acima designadas) — Historia natural no
1 .° anno da faculdade de pTiilosophia *.
* Carta regia de 1 de abril de 1801.
* Pelos estatutos estas disciplinas estudavam-se no 2.0
c 3.° annos da faculdade de philosophia ; no i.° anno ensinava-
se a philosophia racional e moral, que posteriormente passou
para o collegio das artes (lyceu de Coimbra). A carta regia de
24 de Janeiro de 1791 creou a cadeira de botanica e agricultu-
ra; mas outra carta regia de 21 de Janeiro de 1801 mudouno-
varoente a botanica para a cadeira de historia natural, na f6r-
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1 16 ANNUARIO DA ACADEM1A
2.0 arfno: cadeira de algebra (como acima). — Phy-
ca experimental na faculdade de philosophia.
3.° anno: i.* cadeira — Estatica, mecanica, opti-
ca e acustica. 2.* cadeira — Hydrostatica, hydrauli-
ea, observacoes praticas sobre construccao das obras
I ydraulicas, descripcao e uso das machinas empre-
gadas n'estas obras, a vista de modelos ou de estam-
pas.
4.0 anno: i.m cadeira — Theoria de astronomia,
physica e geometrica, levando as disciplinas pelo fio
da analyse ate os ultimos descobrimentos das des-
egualdades seculares; 2.* cadeira — trigonometria es-
pherica e sua pratica, calculo das taboas astronomi-
es, construccao e uso dos instrumentos astronomicos
c pratica das observacoes. Os estudantes praticavam
no observatorio, que estava bem provido e organi-
sado e era sabiamente dirigido, servindo tanto para
o ensino pratico como para o calculo das ephemeri-
des, e para as observacoes proprias dos estabeleci-
mentos astronomicos '.
ma dos estatutos, e creou a cadeira de metallurgia para a qual
ansferiu a agricultura. Esta parece que era a situacao legal
em i8o3, mas 6 certo que no anno de 1811 a 1812 a botanica
era ensinada com a agricultura no 3.° anno. (Hist* dos Esta-
bel. scient.y t. V, pag. 129).
1 Pelos estatutos o observatorio era apenas uma escola
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POLYTECHNICA DO PORTO 1.17
Aos estudantes approvados no 4.0 anno conferia-
se o grau de bachareL Se queriam ser bachareisfor-
mados tinham de fazer novo acto ou exame geral so-
bre as materias mathematicas de todos os annos, ti-
rando a sorte, dois dias antes do exame, quatro pon-
tos sobre que eram argumentados por quatro lentes
sob a presidencia d'um outro lente escolhido pelo
candidate O bacharel formado que aspirasse a maio-
res graus (o de licenciado e o de doutor),, era obri-
gado a frequentar mais um anno, tornando a ouvir
as lic5es de mecanica e astronomia theorica (1.* ca-
deira do 3.° e dita do 4.0 anno). No fim d'este anno,
que era entao o 5.° do curso, defendia publicament^
dieses da sua escolha, contra oito doutores que lhe
serviam de arguentes na presenca da Faculdade. De-
pois d'este acto, que se chamava de repetiqao, se-
guia-se o exame privado, a que s6 assistiam os len-
tes e substitutes da propria faculdade e o reitor da
Universidade. Sendo approvado, era-lhe conferido o
grau de licenciado, o qual o habilitava para receber
0 de doutor. Este ultimo grau nao dependia de novo
exame. Era uma simples formalidade, assas dispen-
diosa para 0 doutorando.
de ensino prdtico. A carta regia de 4 de dezembro de 1799
elevou-o & altura d'um verdadeiro estabelecimento astrono-
mico. (Snr. Castro Freire, cit. cftfem. hist, da Foe- de cMath.,
pag. 44. Vej. a cit. 6Mem. a pag< g5 e seg.).
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118 ANNUARIO »A ACADEMIA
Na faculdAdfe de mathematica, assim como na de
philosophia, admittiam-se tres classes de alumnos:
ordinarios, obrigados e voluntarios. Pertenciam i
i .» classe os estudantes que pretendiam formar-se ou
grdduar-se na propria faculdade; a 2.% os que eram
obrigados a frequentar alguma parte do curso ma*-
thematico como preparatorio para outras faculdades;
a 3.*, os que apenas desejavam estudar para sua pro-
pria instruccao. Os actos dos alumnos da 2/ d'estas
classes eram menos rigorosos. Os voluntarios podiam
passar para qualquer das outras classes a todo o tem-
po que o desejassem, fazendo os exames e apresen-
tando certidao dos preparatorios legaes. Eram con-
dicoes para a matricula dos ordinarios e obrigados
a edade.de i5 annos pelo menos, e approvacad em
latim e philosophia racional, bem como a prova de
expeditos na pratica das quatro operacoes fundamen-
taes. Aos voluntarios s6 era necessaria esta ultima
prova. No anno de graduacao exigia-se tambeiti o
exatne de grego, que sempre foi muito superficial. Os
estatutos recommendavam muito a intelligencia das
linguas vivas da Europa, principalmente da ingle^a
e france\a, mas nao obrigavam a frequencia nem ao
exairie d'estas linguas *.
1 Estat. da Univ., (Lisboa, Reg. offic. typogr. 1773 — 3
vol.), parte 2.% tit. a, cap. 3, § 4 no 3.* vdl.
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POLYTECHNICA DO PORTO 119
Para completarmos a noticia dos estabelecimen-
tos, em que se professavam cursos analogos aos da
acadeijiia real da marinha e corrtmercio do Porto, ne-
cessitariamos ainda de examinar a organisacao do en-
sino da agricultura, das linguas vivas e da philoso-
phia racional ; mas ganhar-se-ha em brevidadc sem
se perder em clareza, deixando estes pontos para os
lugares em que tivermos de nos occupar d^aquelles
ramos dos estudos da academia.
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'i'' *
& _'_. ^ Digitized by G00gk
II
ACADEMIA REAL DA MARINHA E COMMERCIO
DA CIDADE DO PORTO
i8o3 — 1837
As aulas que a Junta da Companhia geral da agri-
culture das vinhas do Alto-Douro pediu na represen-
tacao que ja mencionamos, de 4 de Janeiro de i8o3,
limitavam-se a quatro, que eram uma de mathema-
tica, outra de commercio, e duas das linguas fran-
ceza e ingleza, para accrescentar as duas que ja ha-
via no Porto, de nautica e desenho.
A Junta propunha-se a organisar bem os dois cur-
sos de pilotagem e de commercio. £ verdade que,
referindo-se a aula de math'ematica, nao a inculca s6
como util ao aperfeicoamento d'estes cursos, mas
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122 ANNUARIO DA ACADEMIA
tambem como proveitosa aos c militares da guarni-
qao d'esta cidade, aos artistas e a todas as mais pes-
soas, cujas profissoes requerem o conhecimento d'es-
ta sciencia*. N^estas palavras se anteve a idea mo-
derna, ainda hoje iflal definida, do ensino secundario
especial. Egual idea domina o discurso da Junta,
quando para mostrar a vantagem do ensino das lin-
guas vivas, diz que « muitas obras, que se acham es-
criptas e se vao escrevendo em matherriatica, em com-
mercio, em agri<^ltura, em fabricas e em navega-
cao, e no idioma francez e inglez». Assim, a Junta,
adiantandose a quasi toda a Europa, fundava o en-
sino preparatorio da educacao industrial. Todaviao
seu principal fim era crear os dois cursos de applica-
cao, que mencionamos, constituindo ao mesmo tem-
po a instruccao preparatoria e a technica d'estes cur-
sos *.
Pedindo que estas quatro aulas se estabelecessem
no collegio dos orphaos, onde ja funccionavam as
de nautica e desenho, c para principiar o aproveita-
mento pelos miseraveis orphaos », mostrava a Junta
o seu tino pratico, porque tinha n'aquelle collegio
uma populacjao certa para a frequencia do novo esta-
belecimento, sem correr o perigo de luctap com a in-
* Vej. a representor da Junta na jd tit Hist, dos Es-
tate!, scient., t. II, pag. 401.
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POLYTECHNICA DO PORTO 128
differenca ou com os habitos d'uma ignorancia tra-
dicional.
Deferindo ao pedido da Junta, o governo deter -
minaVa no alvara de 9 de fevereiro de i8o3, *que na
cidade do Porto se erigissem aulas de mathematica,
de commercio, das linguas ingleza e franceza, para
governo das quaes (dizia o citado alvara) mandou for-
mar estatutos proprios* *. N'este ultimo ponto se
desviava o alvara da representacao da Junta, a qual
pedia que as aulas fossem reguladas pelos estatutos
das que se achavam estabelecidas na Corte, e das
quaes d£mos noticia.
NSo parou, porem, o governo n'este primeiro pas-
so. Pelo alvara de 29 de julho do mesmo anno e
pelos estatutos da mesma data, creou una curso de
mathematicas egual ao das academias, real da ma-
rinfaa de Lisboa e dos guardas-marinhas, e accres-
centou as aulas ja creadas pelo alvara anterior de 9
de fevereiro, uma de philosophia racional e moral e
outra de agricultura, esta porem para ser provida
quando as circumstancias o permittissem. Cada uma
d'estas cadeiras, excepto a ultima, teriam um lente
e um substitute Subordinado ao lente.de navega-
cao (3.° anno mathematico) haveria um mestre de
apparelho e manobra naval, como na academia dos
* Cit. Alvard na collec^ao da legisla^ao de Delgado.
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124 ANNUARIO DA ACADEMIA
guardas-marinhas. Emfim (alguns mezes depois dos
estatutos) a aula de desenho foimontada com tal
pompa, que o seu director n'um discurso inaugural
#lhe chamou « academia de desenho e pintura» *.
No novo estabelecimento encontra-se claramente
delineado o piano, embora muko incomplete, d'um
instituto polytechnico no sentido allemao d'esta pa^
lavra.
Esta academia concentrava em si todos os cur-
sos, quer preparatories quer d'applicacao industrial,
que em Lisboa se achavam repartidos por diversos
estabelecimentos; e em geral estes cursos ersLm n'esta
academia mais completos, como o deve ter conhe-
cido o leitor, se acaso nos acompanhou ate este ponto
e como adiante se vera melhor. Tambem esta aca-
demia era com razao considerada como o nosso pri-
meiro estabelecimento de instruccao publica, depois
da Universidade de Coimbra, e na ordem chronolo-
* Discurso feito na abertura da academia de desenho e
pintura na cidade do> 'Porto, por Francisco Vieira Junior, pri-
meiro pintor da Camara e CSrte e lente da mesma aeademia.
*Por ordem de sua altera real. — Lisboa i8o3. Transcripto na
Hist, dos Estabeh scient., vol. Ill, pag. 24. O cit. A. julga que
este discurso foi recitado em 1802, e algumas razoes ha a fa-
vor d'esta opiniao; mas parece que foi em i8o3, como verS-
mos.
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POLYTECHNIC A DO PORTO 125
gica pertence-lhe urn dos primeiros lugares entre os
institutes de ensino secundario especial e do superior
technico da Europa.
A idea &t faculdade transparece as vezes nos seus
estatutos. Assim, o artigo 40 faila em alumnos < que
houverem de seguir e cultivar as mathematicas por
ellas mesmasi. Para estes, assim como para os que
pretendessem applicar os conhecimentos adquiridos
na academia, a fins diversos do da navegacao, exi-
gia-se o curso de philosophia racional e moral, como
para os que aspiravam a frequentar as mathemati-
cas na Universidade (art. 10, comparado com os art.
27 e 38). O art. 46 ate parece admixtir graus quan-
do diz: cnao podera ser consultado para leote ou
substitute da faculdade de mathematica ou philoso-
phia e agricultura o que nao tiver o grau de licen-
ciado pela Universidade de Coimbra ou para ofu-
turopor esta academia*. O art. 22 manda fazer no
fun do curso mathematico um exame geral como o
da formatura da faculdade de mathematica da Uni-
versidade, e por fim o alvara de 16 d'agosto de 1825
introduziu um anno de repeticao, uma defeza de the-
ses e um exame privado, a imitacao do que se exige
aos licenciados da faculdade de mathematica da Uni-
versidade. Nao faltam cartas regias de despachos
para lentes da « faculdade de mathematica da aca-
demia » . Todavia este estabelecimento nunca dispu-
tou a Universidade o exclusivo de conferir graus scien-
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126 ANNUARIO DA ACAD KM I A
tificos, e o que se prova dos artigos citados e que 09
legisladores n3o tinham ideas claras a respeito da dif-
ferenca ainda hoje muito questionada eatre as facul-
dades e as esc6Ias de habilitacao e de applicacao.
O curso mathematico da academia era repartido
em tres annos e compunha-se das tres cadeiras se-
guintes: ■
i.a cadeira (i.° anno) — arithmetic^ geometria,
trigonometria plana, seu uso pratico e principios ele-
men tares de algebra ate as equaeoes do 2.0 grau in-
clusive.
2.a cadeira (2.0 anno) — continuacao da algebra,
sua applicacao a geometria, calculo differencial e in-
tegral; principios fundamentaes de statica, dynami-
ca, hydrostatica, hydraulica e optica.
3.a cadeira (3.° anno) — trigonometria esphericae
arte de'navegacao theorica e pratica, seguida das no-
coes de manobra e do conhecimento e uso pratico
dos instrumentos astronomicos e maritimos. Ao pro-
fessor d^esta cadeira estava sybordinado, como dis-
semos, um mestre de apparelho e manobra naval, ma-
teria que se nao estudava na academia de marinha
de Lisboa e que os voluntarios da armada tinham de
aprender na dos guardas-marinhas, depois de con-
cluido o curso mathematico d'aquella academia.
No mais, os cursos mathematicos d'estas tres aci-
demias, eram inteiramente eguaes; e o decreto de 3
de novembro de 182 5 < considerando a analogia, ou
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POLYTECHNICA DO PORTO 127
antes identidade, tanto das cfisciplinas que se apren-
dem, como do methodo de ensino que se acha ado-
ptado nas reaes academias de marinha estabelecidas
na capital * e na cidade do Porto » mandou que aos
alumnos das duas referidas academias que desejas-
sem proseguir na outra os seus estudos, se lhes le-
vassem em conta os annos em que tivessem sido ap
provados, sem que fossem obrigados a repetir os exa-
mes.
Antes d'esta determinacao, ja o conselho da aca-
demia do Porto havia resolvido que os discipulos da
academia de marinha de Lisboa podessem continuar
na primeira o seu curso mathematico, uma vez que
tivessem os preparatories legaes *.
Pareceria, pois, que a indole dos dois cursos era
exactamente a mesma. Todavia, ao passo que na
academia de Lisboa dominava, como ja observamos,
o ideal d'um estabelccimentb de habilitagao, preva-
lecia na do Porto o caracter d'um instituto aomes-
^ Nao se tracta da academia dos guardas-marinhas, por-
que, apesar de se dar n'ella a mesma razao de identidade do
corso mathematico era, como vimos, uma institui9&o aristo-
cratica, que nao se queria equiparar com os estabelecimentos
plebeus.
2 Livro n.° 91 das actas — Acta da sessio de 3o de ju-
nho de 1821, fl. 9 v.
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128 'ANNUARIO DA ACADEM1A
mo tempo preparatorio e de applicaqao, sendo que
em 1 8 19 resolveu o conselho d'esta academia queos
discipulos da 3.a cadeira de mathematica nao fossem
admitridos a exame sem terem sido approvados em
apparelho e manobra naval '.
Para admissao no 1 .° anno mathematico da aca-
demia do Porto, exigia-se, alem d\un exame sobre as
quatro operacoes fundamentaes da arithmetica como
na academia de marinha de Lisboa, a approvacao
em francez,. como na academia dos guardas-mari-
nhas, obtida porem n'um exame mais solemne do
que se requeria n'este ultimo estabelecirnento *. E
para o curso completo de mathematica exigia-se ain-
da a approvacao em philosophia rational e moral e
em inglez 8. Alem d'isso, havia n'esta academia 0
ensino de desenho, que fazia parte do curso com-
pleto 4.
* Acta da sessao de 21 de junho de 1819, livro 93, fl. 21,
confirmada na sessao de 8 de julho de 1824, livro 91, fl. 17.
* Estatutos da Academia R. da Mar. e Com. da cidade
do Porto de 29 de julho de i8o3, artigos 6 e 9. S6 no pri-
meiro triennio, isto £, ate* o anno de 180 5 a 1806, era dispen-
sado o preparatorio do francez; mas ainda assim os alumnos
eram obrigados a dar conta d'este exame durante o curso.
* Cit. Estatutos, art. 10.
* Idem, art. 23.
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POLYTECHNICA DO PORTO 129
Portanto, a academia do Porto dava umainstruc-
cao mais completa do que os estabelecimentos ana-
logos da C6rte. Todavia os seus alumnos nao gosa-
vam das mesmas vantagens*. A sua superioridade ape-
nas Ihe servia para justificar a egualdade em alguns
direitos; e o amor do privilegio e tao vivaz, que ain*
da hoje dura e muito mais acceso, na.esc61a polyte-
chnica, successora da academia real de marrnha de
Lisboa.
Cursos de pilotagem. Havia duas especies de cur-
sos de pilotagem, o curso simples e o curso complete*.
Ambos elles^ se compunham de duas partes; uma a
que poderemos chamar academica (porquenao seria
exacto dar-lhe o nome de theorica); outra, prdtica.
A differenca entre estes dois cursos estava s6 na pri-
meira parte. Eram preparatorios communs a qual-
quer d'elles um exame sobre as quatro operacSes fun-
damentaes da arithmetica, perante o lente do i .° an-
no mathematico, e o exame de francez, feito com as
formalidades dos exames, chainados menores, da aca-
demia. Para o curso completo exigia-se mais a phi-
losophia racional e a lingua ingleza *, mas na pratica
esperava-se por estes exames ate a conclusao do curso
ou ainda depois, de maneira que as duas mencionadas
* Estatutos de r8o3, §S 9 e 10.
9
gitizfd by
130 ANNUARIO DA ACADEMIA
disciplinas quasi tan to se podem dizer preparatorias
como complemen tares *.
O curso simples de pilotagem reduzia-se ao i .° e
3.° annos mathematicos, apparelho e manobra naval
e desenho de marinha * . O curso completo tinha a
mais o 2.0 anno mathematico e os preparatories ou
complementos ha pouco enumerados. 3
A parte pratica dos cursos de pilotagem, quer sim-
ples quer completa, consistia n'um certo numero de
viagens aos portos do Brazil e do Baltico. No re-
gresso de cada uma d'estas viagens, os aulistas de-
viam apresentar ao lente do 3.° anno mathematico
uma derrota circumstanciada contendo as observa-
coes que tivessem feito sobre as variac5es da agulha,
latitudes e longitudes dos lugares por onde haviam
passado, assim como as configuracoes das cos tas, por-
tos e ilhas que tivessem avistado, e finalmente uma
descripcao hydrographica. O lente examinava as der-
rotas e dava sobre ellas o seu voto, dirigindo tudo
em carta fechada ao secretario da academia. Depois
* Esta pratica tinha fundamento no paragrapho 23 do
citado estatuto.
* Os Estatutos nao exigiam expressamente o desenho
para o curso simples de pilotagem ; mas parece que sempre foi
considerado como disciplina necessaria ao curso de nautica.
3 Cit. Estatutos, art. io e 23.
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POLYTECHNICA DO PORTO 131
de tres cTestas viagens, podiam os aulistas tirar as
suas cartas de sota-pilotos. Para obterem a de pilo-
tos precisavam de mais duas viagens com os mesmos
requisites. As cartas eram passadas pela Junta da
Companhia. *
Para as viagens de instruccao pratica os alumnos
podiam requerer a Junta da Companhia das vinhas
que os mandasse admittir nos naVios de i5p tonella-
das para cima que navegassem do Pprto para o Bra-
zil ou para o Baltico. A esses alumnos seriam mi-
nistrados todos os meios proprios para as observa-
coes de que tinham de dar conta nas suas derrotas.
No caso de concorrencia (porque cada navio nao ti-
nha obriga<;ao de levar mais de um alumno) eram
preferidos os que tivessem o curso completo de pilo-
tagem. *
Os sota-pilotos e pilotos, munidos com as cartas
passadas pela Junta da Companhia, podiam exercer
a respectiva profissao em quaesquer embarcacoes e
portos d'estes reinos, aentrando pela egualdade de
circumstancias no mesmo parallelo e con curso dos
discipulos da academia real de-marinha de Lisboa;
pojs nao e da intencao de sua Alteza Real que entre
* Cit. Est. S§ 24, ^5, 53 e 54.
* Estat. de 18o3, §§ 23, 24 e 53, e avis. reg. de 25 now
1781, cit. supra pag. 99.
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132
ANNUARIO DA ACADEMIA
tins e outros se supponha differenca alguma » . (Qt.
Estat. § 26). Isto nao era grande favor, porque o
curso da academia de Lisboa era imperfeitissimo com
relacao ao da academia do Porfb : nao tinha aula de
apparelho e manobra, nem de francez, muito menos
a de inglez, nem desenho, nem algebra elementar,
nem era cbmpletado pela pratica da navegacao. Na
verdade, os Estatutos da academia real da marinha
de Lisboa dispunham : € quanto aos pilotos que quize-
rem unicamente destinar-se a servir nos navios mer-
cantes, ouvirao as licoes de arithmetica, geometria
plana e espherica e navegacao; e apresentando cer-
tidao de terem sido approvados no exame geral dos
ditos dois annos, e requerendo patente de pilotos, o
lente da navegacao lh'a mandara fazer prompta, sen-
do assignada com o seu nome e firmada com o sello
da academia real ». * Tambem a egualdade de que
tratam os estatutos da academia do Porto, parece re-
ferir-se ao curso de pilotos da armada, para os quaes
era necessario todo o curso mathematico.
Curso de commetxio. Segundo os estatutos de
i8o3 este curso era biennal; mas para se matricula-
* Estat. da acad. real da marinha de 5 d'agosto de 1779.
Nao mencionam a algebra elementar que estava no i.° anno.
Os Est. da acad. real dos guardas-marinhas tinham a algebra
elementar no 2.0 anno, o que depois foi alterado.
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POLYTECHNICA DO PORTO 133
rem n'elle precisavam os alumnos de ter os exaraes
do i.° anno mathematico e das iinguas franceza e in-
gleza *. Os exames das Iinguas vivas deviam ser mais
rigorosos para os alumnos de commercio, aos quaes
se exigia o « perfeito conhecimento d'ellas », ao passo
que para os outros cursos bastava que os alumnos as
tivessem «aprendido sufficientemente*. *
O curso biennal de commercio era regido por urn
s6 professor, porque o substituto s6 entrava em ser-
vico da aula no impedimento do proprietario. Em
1-819, porem, o substituto prestou-se a reger uma das
aulas, e entao decidiu-se que podessem os alumnos
ser admittidos annualmente sem dependencia da con-
clusao do curso, como ate entao se havia praticado K
No i.° anno do curso ensinavam-se os principios e
3s doutrinas dos contractos ' de seguros, de cambio,
de fretamentos, de compra e venda, de commissoes,
etc. *. No 2.0 anno, escripturacao pbr partidas do-
bradas, geographia historico-commercial, direito mer-
i Estat. de i8o3, S§ 10 e 42; e Edital de 1818.
* Estat. de i8o3, art. 10; mas na pratica nao se fazia
differen^a entre os examinandos de Iinguas vivas.
* Sessao de 19 de outubro de 18 19 no respectivo Liv.
das Actas, fl. 22.
* Assim o disse por incidente, n'uma allega9ao avulsa
de 1 3 de dezembro de 181 1 o professor do commercio, tra-
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134 ANNUARIO DA ACADEMIA
cantil patrio e das nacoes com quern Portugal tern
maior commercio (cit: Est. de i8o3, S§ 42 e 43, c
Est. da aula de commercio de Lisboa de 19 de abril
de 1759, approvados por alvara de 19 de maio do dito
anno, §§ 12 a i5).
Este curso era muito mais completo do que o da
aula de commercio de Lisboa, que nao en sin a va as
linguas vivas, nem a geographia, nem o direito mer-
cantil patrio e comparado, mas s6 alguns ramos d'elle.
Para animar a frequencia, a Junta da Compa-
nhia das vinhas do Alto-Douro, que empregava um
numeroso pessoal nas suas vastas e variadas admi-
nistrates, pbrigava-se a preferir para os servicos da
contadoria os alumnos da aula de commercio d'este
estabelecimento (cit. Est., i8o3, § 5i). Apesar d'isso
este curso, depois de passado o primeiro triennio 4,
que se abriu com 84 alumnos, teve sempre uma fre-
tando uma questao, que durou annos, sobre o modo de se con-
fer irem os premios aos alumnos d'esta aula.
* A aula de commercio nao deveria ter-se aberto senao
no 2.0 anno da instituicao da academia, isto e*, no de 1804 a
1 80 5, porque o i.Q mathematico servia-lhe de preparatorio.
Todavia entrou em exercicio logo no de i8o3 a 1804, de ma-
neira que o i.° curso de commercio foi triennal, ensinando o
professor de commercio em i8o3 a 1804 as materias proprias
do. !.• anno mathematico.
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POLYTECHNICA DO PORTO 135
quencia pouco numerosa, // a 12 alumnos, termo me-
dio. O preparatorio da 1 .a cadeira de mathematica
afastava-lhe muita concorrencia, porque as materias
eram ensinadas n'um s6 anno e scientificamente, em
vez de o serem em dois ou tres annos n'uma serie
de exercicios praticos, como convinha a estudantes
do curso de commercio. Alem dMsso, como ate 18 19
este curso era rigorbsamente biennal, s6 eram admit-
tidos novos alumnos de dois em dois annos, e esta cir-
cumstancia nao deixava estabelecer uma concorrencia
regular.
A principal utilidade que a acadcmia prestou £
maioria dos negociantes que a frequentaram, proveio
das aulas de francez e inglez, que regularmente con-
tavam muitos alumnos. Todavia, o curso de com-
mercio nao deixou de fazer servicos importantes, ge-
neralisando, ja directamente, ja por intervencao dos
seus alumnos, os conheciment6s commerciaes, espe-
cialmente o da escripturacao, cujos processos hoje
quasi triviaes, eram entao geralmente ignorados.
Curso de desenho. Os estatutos de i8o3 impu-
nham ao professor respectivo a obrigacao de apro-
priar as li(;6es e regras do desenho as profissoes a
que os alumnos se destinavam (§ 28). Para isso obri-
gavam-o a observar cada anno um curso completo,
comprehendendo os diversos ramos de desenho, € de
maneira que faca publicas as obras da arte, assim na-
turaes como de arbitrio e de eonven<;ao, explicando
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136 ANNUARIO DA ACADEMIA
distinctamente os principios de perspective o modo
de preparar as tintas e de dar as aguadas (§ 3o) . Atten-
diam, porem, especialmente ao desenho topographico
c de marinha, determinahdo que o professor ensi-
nasse « mui positiva e efficazmente o desenho de ma-
rinha, fazendo copiar e reduzir plantas de cartas, ba-
hias, enseadas e portos, representando as vistas de
ilhas, cabos e promontorios, e tambem a de navios,
considerados em differentes posicoes e manobras, e
que ultimamente habilitasse os seus discipulos na pra-
xe do ensino das cartas geographicas e topographi-
cas» (§3i). O professor dirigia os seus alumnosaos
terrenos e posicoes em que melhor os podesse cos-
tumar a « estudar de perto a natureza e a imital-a
quanto possivel fosse nas c6pias das variadas perspe-
ctivas e objectos que offerece* (§ 35). Os alumnos
deviam ser divididos em turmas, para que nao se em-
baracassem nos seus exercicios e a todos tocasse o
fructo das lic5es (§ 36).
D'uma polemica travada desde i8o5, mas mais
desenvolvidamente em 181 1, sobre a votacao dos pre-
mios, ve-se que os estatutos eram diversatnente in-
terpretados a respeito da indole do ensino do dese-
nho. Os lentes de mathematica entendiam que este
ensino se devia fazer todo n'um s6 anno e que o seu
principal fim era despertar as vocacoes dos alumnos.
Aqui poderfam yentilar-se duas questoes — uma
de direito, outra de facto. Como deveriam entender-
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POLYTECHNIC A DO PORTO 137
se os estatutos? Como eram elles na realidade ap-
plicados pelos professores, que tinham a seu cargo
executal-os ?
Quanto a primeira questao, nao ha duvida que os
estatutos obrigavam o professor a dar cada anno urn
curso de todos os ramos de desenho. Mas d'aqui n5o
se segue que os alumnos fossem obrigados ou autho-
risados a concluir n'um s6 anno o curso de todos es-
ses ramos. Pelo contrario, os Estatutos parecem ter
por fim abrir cursos especiaes accommodados as pro-
fissoes a que os alumnos se destinavam. Assim, os
discipulos de pilotagem, por exemplo, estudariam o
desenho de marinha; os que se dedicassem as cons-
trucqoes, o desenho de architectura; outros, o dese-
nho artistico, a pintura, etc.
O modo como foi montado este ensino prova que
se deu particular attencao ao desenho artistico, sem
se excluirem os outros ramos, m6rmente o de mari-
nha, que mereceu aos redactores dos estatutos mais
minuciosa descripcao.
Na verdade, alem do lente e substituto da aula
de desenho nomeados por cartas regias de 1 8 de ou-
tubro de i8o3, em conformidade com os estatutos,
outra carta regia da mesma data nomeou para dire-
ctor d'esta aula, com o ordenado de 6oo#ooo reis, a
Francisco Vieira, que ja conhecemos com o professor
antes do estabelecimento da academia de marinha e
CQinmercio. Os estatutos nao mencionam este cargo; e
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138
ANNUARIO DA ACADEMIA
uma consulta de 7 de Janeiro de 1806, em que a Junta
propunha a Domingos de Sequeira para successor do
dito Frarfcisco Vieira, fallecido no anno antecedente,
mostra que este cargo era provisorio e aconselhado
pela conveniencia de ser bem dirigida esta aula no seu
comedo. Todavia o cargo existiu ate a sua suppressao
em 6 de novembro de 1821, confirmada pelo decreto
de 1 3 de outubro de 1824, art. 4, e ainda alguns an-
nos depois vemos nomeado para elle, embora por um
governo illegitimo, Augusto Roquemont, por carta
regia de 28 de novembro de i83i. Os dois primeiros
directores* tinham uma reputaqao europea como pin-
tores e nao podiam deixar d'imprimir no ensino o cu-
nho do seu genio artistico. O primeiro lente de dese-
nho, depois do estabelecimento da academia, foi Jose
Teixeira Barreto, pintor e gravador, que depois de
ja ter nome de artista, havia estudado em Roma com
Jose Cades e Ganheraux, pintor de historia. O subs-
tituto da aula foi Raymundo Joaquim da Costa, ala-
mno da aula de desenho e architectura de Lisboa on-
de alcancara 5 premios. Mestres como estes deixam
bem perceber qual seria a direcqao do ensino do de-
senho no seu tempo. O seu notavel discipulo e succes-
sor no magisterio Joao Baptista Ribeiro, seguiu-lhes o
exemplo, continuando as tradicSes dos seus mestres
alguns annos ainda depois da trarfsformacao da aca-
demia de marinha e commercio em polytechnica.
A idea que Francisco Vieira ligava a este curso,
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POLYTECHNIC* DO PORTO 139
revela-se claramenfe no simples titulo do opusculo
que publicou em i8o3 — « Discurso feito na abertura
da accidentia de desenho epintura na cidade do Porto
por Francisco Jose Vieira Junior, primeiro pintor da
camara e c&rte, e lente da mesma academia*. *
Em confirmacao do que dizemos, ainda hoje ha
na academia obras de mferecimento de muitos alu-
mnos d'ella. Alguns frequentaram a aula durante 4,
5 e ate 7 annos. A maioria, porem, dos discipulos or-
dinarios, vencia o curso n\im anno.
Para a matricula n'este curso exigia-se a frequen-
cia e approvacao da i.a cadeira de mathematica, o
que reduzia muito o numero dos alumnos de desenho,
como succedia ao curso de commercio. Admittiam-se,
porem, alumnos extraordinarios, a imitacao do que
l A circumstancia de se denominar lente em vez de di-
rector parece justificar a opiniao do Snr. Silvestre Ribeiro, de
que este discurso foi proferido em 10 de junho de 1802 (Hist,
dos Estab. scient., tomo 3.°, pag. 23 e 24). A isto accresce que
nos termos da matricula da aula de desenho, Francisco Vieira
assigna-se Junior ate outubro de 1802 ; e desde novembro de
i8o3 o seu nome apparece* sem este distinctivo. Mas o titulo
pomposo de academia de desenho e pintura nao quadrava £
modesta aula de desenho annexa a de nautica, nem aquella
aula f6ra instituida por D. Joao VI, a quem Vieira no seu dis-
curso attribue a creacao da academia.
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140 ANNUARIO DA ACADEMIA
permittiam os estatutos da aula de desenho e archi-
tectura de Lisboa. A estes nao se exigia preparatorio
algum, irias por via de regra nao eram matricul&dos
na secretaria academica, e por isso nao figuram na
nossa estatistica.
Curso de agricultura. A cadeira de agriculture
nao e mencionada nos estatutos, salvo no § 56. Foi
creada pelo alvara de 29 de julho de i8o3, que appro-
vou os mesmos estatutos para ser provida t quando
as circumstancias o permittissem*, o que s6 aconte-
ceu por virtude da carta regia de 3 d'outubro de 181 8,
que lhe deu por lente o Dr. Agostinho Albano da Sil-
veira Pinto.
A Junta inspectora havia pedido reiteradamentc
ao grande botanico portuguez Felix d'Avelar Brotero,
que se encarregasse de ensinar a agricultura e oflfe-
receu-se a comprar terreno para as experiencias e a
ministrar-lhe os instrumentose machipas necessarias.1
Brotero nao p&de acceitar o convite; e quando foi
nomeado o Dr. Agostinho Albano, nao podia a Junta
inspectora dar a este distincto professor os meios que
offerecera a Brotero, porque entao as despezas da aca-
demia excediam muito as forcas da sua dota9ao.
i Brotdro, Refiexbes sobre a agricultura de Portugal nas
Mem. da Acad. Real das Scienc. de Lisboa., torn. IV, Parte i."
(i8i5).
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POLYTECHNIC* DO PORTO 141
Nao encontramos regulamento ou disposieao al-
guma a respeito da organisacao d'este curso. Nao lhe
podia ser applicado o programma da faculdade de
philosophia da Universidade, unico estabelecimento
em que entao se ensinava a agricultura, porque havia
n'ella cadeiras subsidiarias, que faltavam a academia,
a de zoologia e mineralogia no i .° anno, de physica
experimental no 2.0 e as duas do 3.° anno, uma de
chimica, outra de botanica que forma va a 1 .* parte
da propria cadeira de agricultura. 4
0 director litterario da academia de marinha e
cominercio, n'uma informacao de i3 de setembro de
1824 *, propunha que se creasse o logar de substi-
tute d'esta cadeira e se redu\isse o seu curso a 3 an-
* A cadeira de botanica e agricultura foi creada na fa-
culdade de philosophia por C. Regia de 24 de Janeiro de 1791,
separando-se a botanica da cadeira de historia natural, que
segundo os estatutos da universidade comprehendia os tres
reinos. Depois, a C. Regia de 21 de Janeiro de 180 1 tornou a
passar a botanica para a cadeira de historia natural, ficando
a agricultura com uma cadeira privativa. Parece pordm que
esta ultima disposieao nao vigorou por muito tempo. Em 1811
a 18x2 e provavelmente ja em 1807, senao antes, a botanica
formava com a agricultura uma s6 cadeira. .
* Publicada na Hist, dos Estabel. scient., t. II, pag. 405
e seg.
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142 ANNUARI0 DA ACADEMIA
nos, ensinando-se no i.° a zooiogia, mineralogia, bo-
tanica e physica geral; no 2.0 a physica particular e a
chimica; no 3.? a agricultura, exigindo-se como pre-
paratorio d'este curso triennal, o 1 .° anno mathemati-
cal a philosophia racional e alguma das linguas fran-
ceza ou ingleza. D'aqui poderia deduzir-se que a data
d'esta informacao o curso de agricultura tinha mais
de 3 annos. Parece, porem, que foi sempre biennal,
estudando-se no i.° anno a chimica e a botanica, e
no 2.0 a agricultura. Esta era com certeza a distribui-
cao do curso desde que o lente Agostinho Albanopu-
blicou as suas « cPrimeiras linhas de chimica e bota-
nica, coordenadas para uso dos quefrequentam a aula
de agricultura da real academia de marinha e com-
mercio, parte i.a — Porto, 1827. A 2.a parte que devia
conter os elementos de agricultura, nao chegou a pu-
blicar-se. *
A proposta do director para a creacao do logar
de substituto e para a organisacao do curso nao teve
resultado. Em 1827, porem, a carta cegia de 3o de
junho, nomeando o bacharel em medicina Pedro An-
tonio Soares Vellozo para substituto da cadeira de phi-
* Esta distribuicao de curso vem indicada no prologo
das citadas Primeiras linhas de chimica e botanica, e esta con-
forme com o registo dos pontos para os actos da cadeira de
agricultura.
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POLYTECHNICA DO PORTO 143
Iosophia racional e moral, imp&z-lhe a obrigacao de
substituir tambem nos seus impedimentos o lente de
agricultura.
Em 1829 o governo illegitimo de D. Miguel demit-
tiu com varios outros lentes o da cadeira de agricul-
tura (i3 de maio) e supprimiu a propria cadeira pela
Res. de 3i de julho. «
A suppressao fundava-se em que esta cadeira nao
tinba aproveitado nem podia aproveitar por falta dos
indispensaveis preparatorios philosophicos, e abona-
va-se com a informacao do director litterario da aca-
demia, que era o mesmo que em 1824 havia susten-
tado calorosamente a conservacao d'esta cadeira. *
A frequencia d'este curso era na verdade pequena.
Desde o anno de 1819 a 1820 ate o de 1828 a 1829 nao
houve mais de 86 alumnos matriculados, ou 8 a 9 por
anno, termo medio, e d'estes eram raros os que leva-
vam o curso ao fim. O peor era que para a agricultura
pratica faltavam completamente os meios materiaes,
e para a agricultura scientifica nao havia as aulas sub-
sidiarias. Apesar d'isso, o decreto de 19 de outubro
i Citada na Historia dos Estabelecimentos scientificos, t.
V, pag. 347.
* Informagdo do director litterario Joaquim Navarro de
Andrade de i3 de setembro de 1824, na cit. Hist, dos Estabel.
scient., t. II, pag. 40 5 e seg.
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E^'f'i
?.w
144 ANNUARIO DA ACADEMiA
de 1 836 comprehendeu no quadro provisorio da aca-
demia de marinha e commercio um lente e um subs-
titute da cadeira de botanica e agricultural devendo
o lente. ser encarregado da direccao do jardim bota-
nico, quando o houvesse. N'esse mesmo anno foi no-
meado para esta cadeira o Dr. Antonio da Costa Pai-
va, hoje Barao de Castello de Paiva. (Decretb de 20
de outubro de i836 e C. R. de 3 Janeiro de 1837).
Linguas france\a e ingle\a. No principio d'este
seculo, o francez era geralmente conhecido em Por-
tugal das classes abastadas, e o inglez era bastante es-
tudado na cidade do Porto, onde havia muitos nego-
ciantes inglezes e um importante commercio com a
Grao-Bretanha. Todavia, a creacao de aulas publicas
para o ensino d'estas linguas na academia de marinha
e commercio do Porto foi quasi uma novidade na his-
toria da instruccaopublica ttn Portugal.
O methodo estabelecido nos Estatutos para o en-
sino d'estas linguas nao variava essencialmente do que
entao se costumava seguir no estudo do latim. Os pro-
fessores dictariam as suas licoes pela grammatica que
se achasse mais conceituada, adestrariam os seus dis-
cipulos na pronuncia das vozes c na leitura, e far-lhe-
iam reconhecer no author que seguissem e nas tra-
duccoes que fizessem, os logares que mais vivamen'te
depozessem do genio da lingua, assim como do estylo
e gosto mais seguido e depurado dos authores dignos
de se estudarem. Nas versoes prefeririam sempre os
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POLTTECHNICA DO PORTO 145
nossos classicos para aperfeicoarem os alumnos no
conhecimento da lingua patria. Com uma boa inten-
cao, alias pouco exequivel, mandavafn os estatutos
que os professores escolhessem os assumptos mais
analogos ao destino dos alumnos, de maneira que os
que se habilitassem para negociantes, traduzissem au-
thores que tratassem de commercio; os que se dtri-
gissem a pilotagem, « as obras mais eruditas e com-
pletas de geographia, etc. » (Est. de i8o3, §J 39 a 41).
Os estatutos do collegio dos nobres anticiparam-se a
condemnar este methodo, recommendando que as li-
coes das linguas modernas fossem pela maior parte
de viva voz, sem que os professores carregassem os
discipulos com multidao de preceito$ desnecefcsarios
em linguas que sao» vivas e que se aprendem muito
mais facilmente e melhor, lendo, conferindo e exer-
citando em repetidas praticas. » (Est. de 7 de marco
de 1761, tit. 8, § 2.0) Mas cada methodo tern seu lo-
gar. Onde nao se estudam as linguas mortas, que sao
0 mais perfeito instrumento pedagogico para o de-
senvolvimento das faculdades e para o conhecimento
da grammatica geral e das leis da linguagem, e con-
veniente que esta falta seja supprida, quanto e pos-
sivel, por occasiao do estudo das linguas vivas. *
* Kramer, na Encyklopddie des gesammten Er\\ehungi
und UnterichtswesenSj 6.* vol. art. Realschule, pag. 688.
to
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146 ANNUARIO DA ACADEMIA
A Junta inspectora escolheu para mestres indivi-
duos a quern estas linguas eram patrias, como Miguel
Sheil, professor, e Thomaz Danagan, substitute para
inglez, os abbades Dupuy Melgueil e Pedro Lacroix
para professor e substituto de francez.
Nos trinta e dois annos uteis do periodo de que
tratambs (nao contancjo os de i832 a 1834, em que a
academia.es teve fechada por causa do cerco do Porto)
teve a aula de inglez 1200 alumnos, e a de francez
25 1 8. N'este periodo as linguas vivas nao eram exi-
gidas para curso algum senao para a academia. Ape-
nas as academias dos guardas-marinhas e de fortifi-
cacoes obrigavam os alumnos a um exame previo de
francez, feito perante um dos seus professores. Ves-
tas circumstancias, aquella frequencia mostra quao
util e popular teria sido n'esta cidade do Porto 0 en-
sino secundario especial, organisado segundo as regras
da pedagogia moderna.
Philosqphia rational e moral. Esta disciplina des-
toava um tanto da indole da academia. Nao era exi-
gida senao para o curso completo de mathematica.
A lei creou esta cadeira com o fim principalmente de
facilitar o estudo d'esta materia como preparatory
das faculdades da Universidade. Por isso os estatutos
mandavam que o ensino d'ella fosse dirigido pelos me-
thodos e authores seguidos na Universidade (Qt. Est.
i8o3, §§ 10, 27 e 38). No Porto havia outra aula de
philosophia racional como em varies outras terras do
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POLYTECHNIC A DO PORTO 147
reino; mas na academia o ensino era mais perfeito em
razao das superiores habilitacoes que se exigiam dos
seus professores.
A Junta inspectora e o governo deram sempre
muita consideracao a esta disciplina. O professor ti-
nha, como os de mathematica, commercio, desenho
e agricultura 600^000 reis deordenado. O i.° subs-
tituto foi nomeado com o vencimento de 35o#ooo reis,
como os substitutes de desenho e commercio; mas
recebeu sempre na razao de* 45o#ooo reis, ordeqado
que depois se estabeleceu para os substitutes de ma-
• thematica, e s6 muito mais tarde para os de desenho
e commercio.
Uma carta regia de 29 de setembro de 1829 levou
a tal altura este curso, que nao admit tia a matricu-
larem-se n'elle alumnos que nao tivessem exame da
lingua latina e frequencia e exame 4e arithmetica e
geometria elementar *. Ainda que esta providencia
partiu d^um governo illegitimo, nao prova menos a
importancia que se ligava ao ensino de philosophia
racionai na academia de marinha e* commercio.
Cadeira deprimeiras letras. Esta cadeira foi crea-
da pela Resolucao Regia de8 de outubro de 181 1 com
o ordenado de 400^000 reis, como tinham os profes-
sores das linguas viv^s. Outra Res. Reg. de 12 de ja-
* Cit. Hist, dos estabelecimentos scientificos, t. V. pag. 347.
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(48 ANNUARIO DA ACADEMIA
neiro de 1816 creou um logar de substitute* comor-
denado egual ao do proprietaries e com a obrigacao
de ensinar de manha e de tarde. Esta chamada subs-
tituicao equivalia, pois, a uma segunda cadeira. Estcs
ordenados foram reduzidos em 1825, o do proprieta-
rio a 25ojJooo reis, e o do substituto a i5o0ooo reis *,
mas ainda assim ficaram muito superiores aos dos
outros mestres de instruccao primaria do reino, que
cram de 90^000 reis.
O director litterario que propozera a reducqao,di-
zia que esta cadeira nao tiriha a menor connexao com
os estudos da academia *; mas a Junta inspectora,
quando consul tou a sua creacao, parecia ter o presen-
timento do systema americano, que nao aprecia muito
as graduacoes de instruccao adoptadas na EJuropa.
A Junta nao querendo isolar o seu estabelecimento
das classes populares, procurava offerecer-lhes cursos
completos de habilitacao e appli cacao ao commercioe
a marinha. O seu grande defeito, que a impediu de
tirar vantagem da creacao d'esta cadeira, foi metter
entre ella e os outros cursos, o i.° anno mathematico,
que pelo methodo universatario de ensino das respe-
4 Art. 5 do Alvar4 de 16 d'agosto de 1825 na collecfao
das leis.
5 Informa^ao j& mais vezes citada, de i3 de setembro de
1824 na Historia dos estabelecimentos scientificos, t. II, pag. 40 5.
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POLYTECHNICA DO PORTO 149
ctivas materias, oppunha uma barreira insupperavel
a.maioria dos alumnos. Os nossos mappas nao com-
prehendem a frequencia d'esta cadeira, da qual nao
encontramos livros de matricula, e apenas uns map-
pas de alguns poucos annos.
In$pec$ao, administragdo e direcqao da academia
de marinha e corAmercio. Em quanto as academias
da capital estavam distribuidas por differentes minis-
terios, esta ficava subordinada ao ministerio do reino.
(Est. de i8o3, § 57). A sua immediata inspeccao, di-
reccao e administracao competia a Junta da adminis-
tracao da Companhid Geral da agricultura das «-
nhas do Alto-Douro *, que se offerecera a este encargo
sem outro premio que o servico do rei e o bem da pa-
tria f. Assim, a esta Junta pertencia, segundo os esta-
tutos, admittir os alumnos a matricula (§ 6) passar as
cartas de sota-pilotos e de pilotos, (§§ 25, 26 e.23),
regular o horario das aulas, ouvindo os professores
(§14), prop&r, consul tado o parecer do conselho aca-
demico, as refonnas convenientes, assim na parte lit-
4 AlvarA de 9 de fevereiro de i8o3, §§ 5 a 8 na collec-
5S0 das leis.
* * Representafdo da Junta da administragdo da Compa-
nhia Geral da agricultura das vinhas do Alto-Douro, de 4 de
Janeiro de i8o3 na cit. Historia dos estabelecbnentos scienti-
ficosy t. II, pag. 401.
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150 ANNUARIO DA ACADEMIA
teraria, como na economica (§ 57), prop&r a nomeacao
e demissao dos professores (§ 5o) pfover directamente
todos os mais empregos (§ 58), ministrar a academia
quanto fosse convenrente ao ensino (§§ 48 e 57), diri-
gir a administracao das obras do edificio e, emfim, co-
brar os impostos e receitas que constituiam a dota-
cao do estabelecimento e satisfazer as despezas, dando
annualmente conta ao Governo (Alvara 9 de fevereiro
de i8o3, SS 5 a 8 e legislacao citada na parte em que
tratamos das antigas aulas de nautica e desenho).
A Junta da Companhia compunha-se de urn pro-
vedor e sete deputados, eleitos de dois em dois annos
pelos accionistas que tivessem um certo numero de
accoes. A Junta dividia pelos seus membros o cuida-
do especial ou a inspecgao de um ou mais ramos de
servico, conforme a aptidao de cada um. Antes da
fundacao da academia, as aulas de nautica e desenho
ja eram objecto d'uma das oito inspecgoes em que se
achavam distribuidos os trabalhos da Junta; mas o
novo estabelecimento requeria maior cuidado, maior
trabalho e uma aptidao mui diversa da que os accio-
nistas costumam procurar para a gerencia dos seus
interesses. Ainda que a Junta se mostrou sempre di-
gna da inspeccao que lhe foi commettida, entendea
ella que devia auxiliar-se d'um funccionario especial,
e fundada no art. 58 dos estatutos creou o logar de
pice-inspector « para por sua interven^ao serem leva-
dos a prcsenca de sua alteza-real todos os negocios
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POLYTECHNICA DO PORTO 151
occorrentes relativos a academia. » A Junta nomeou
para este logar Manoel Joseph Sarmento, em attencSo
aos «relevantissimos servicos que o estabelecimento
deve ao nomeado, e ao incansavel zelo patriotico com
que o promoveu e organisou » l. O vice-inspector re-
cebia de ordenado i:8oo#ooo reis, quantia que, at-
tendendo-se ja a que metade era paga em papel, e
que o papel ate o anno em que foi supprimido e§te
logar, soffreu urn desconto medio de 22 °/0, corres-
pondia hoje a 2:ooo#5oo reis ou cerca de 1 1:200 fran-
cos *. Apesar, porem, dos encomios que acompanha-
ram a nomeacao e apesar da remuneracao que se lhe
seguiu, nao ha na secretaria da academia indicio al-
gum importante de servicos d'este funccionario. Os
proprios vestigios de servicos insignificantes sao muito
raros. Assistiu as sessoes solemnes da abertura em
1804 e 1 8 1 1 . Nas actas das outras sessoes nao se men-
ciona nem a sua presenca nem a sua ausencia.
Diz um authorisado escriptor, e repete-o outro
egualmente authorisado, que ate 181 2 era o vice-ins-
pector quern punha o cumpra-se nas cartas regias diri-
gidas a academia e que a Junta inspectora lh'o prohi-
* Provimento de 2 de setembro de i8o3, registado no
livro do registo das cartas regias e nomeacoes a fl. 5 na secre-
taria da Academia Polytechnica.
* Veja-se a nota *.• a pag. 93 e 3.« a pag. 97.
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102
ANNUARIO DA ACADEMIA
bira (Testa epoca em diante 4. Aqui, porem, ha algu-
ma equivocacao. Em primeiro lugar a academia nao
tinha o privilegio de lhe serem dirigidas cartas rcgias.
As de que se trata sao cartas regias de nomeacao ou
provimento. Em segundo logar o vice-inspector ate
1812 escrevia simplesmente o seu nome n'aquellas
cartas sem despacho algum : o cumpra-se pertencia a
Junta inspectora. Foi uma vez em 181 2, que o vice-
inspector achando-se em Lisboa, poz n'uma d'aquel-
las cartas o t cumprase e registre-se »/ um mez de-
pois de se achar exarado rTella egual despacho Ian-
<jado pela Junta *. Portanto, se a Junta alguma coisa
fez, foi estranhar a novidade, nao condemnar um uso
antigo.
O lugar de vice-inspector era, pelo modo como 0
exercia o dito Manoel Joseph Sarmento, uma verda-
deira sine-curia, que nao podia escapar a patriotica
vigilancia das C6rtes de 1820. Foi na verdade sup-
primido por um decreto d'ellas, de 6 de novembro de
* Snr. Jose* Maria d'Abreu, relatorio da inspeccdo extra-
ordinaria d Academia Polytechnica do Porto em 1864. Lisboa,
Imp. Nacional, i865, pag. 70, not. Snr. Silvestre Ribeiro, Hi&~
tori* dos estabelecimentos scientificos.
* Carta de 9 de outubro de 182 1, nomeando Joao Goa-
calves das Neves para a cadeira de primetras letras. O euro-
prase do vice-inspector € de 21 de agosto de 1812.
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POLYTECHNICA DO PORTO 153
1821, sendo a extinccao confirmada por decreto de
1 3 de outubro de 1824, art, 3.°
Sobre a consulta da Junta inspectora de 3 de fe-
vereiro de 1816 foi creado pela Res. Reg. de 27 de
agosto de 181 7 o cargo de Director litterario d'esta
academia com o ordenado de 1 : 200^000 reis, que cor-
responde hoje a i:3o50ooo reis (7:260 francos). Em
duas authorisadas publlcacoes que ja citamos *, vem
transcripto um documento, como se fosse a dita re-
sdufao, o que nao e exacto. O documento de que se
trata, e apenas um trecho extrahido da carta regia
que nomeou para director litterario o Dr. Joaquim
Navarro d'Andrade. A Res. Reg. provavelmente li-
mitava-se as palavras t como parece » escriptas na
consulta da Junta inspectora, e d'este modo appro-
vava tudo quanto a Junta propunha, que era mais
do que se encontra no alludido documento.
Na verdade, este documento limita-se a justificar
a creacao d'aquelle emprego e a declarar as qualida-
des que deve ter quern houver de o occupar, ao passo
que a consulta da Junta approvada pela citada Res.
Reg . nao se reduz a isso, mas define tambem as at-
tributes do director litterario.
Nos termos dos diversos documentos, que temos
* Cit. relatorio da inspec^&o extraordinaria, pag. 129 e
cit. Historia dos estabehcimentos scientifieos, t. II, pag. 3$5.
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1T)4 ANNUARIO DA ACADEMIA
referido, cste cargo deve ser « occupado por pessoa
de reconhecida probidade, litteratura e prudencia, e
dotada 4e juizo maduro, exacto, solido e zeloso do bem
publico, do adiantamento e progresso das sciencias,
preferindo-se a outros quaesquer mdividuos, os que
no longo exercicio do magisterio na Universidade de
Coimbra houvessem mostrado possuir em grau emi-
nente as referidas qualidades • .
O director litterario teria a seu cargo o regimento
e direccao geral dos estudos e o governo ordinario da
academia, fazendo guardar a boa ordem e subordi-
nacao ehtre os seus empregados, e zelando a obser-
vancia dos estatutos. Elle representaria o corpo do-
cente nos casos em que os estatutos o mandam ou-
vir, podendo consultar todos os professores em con-
gregacao ou s6 alguns dalles e proporia a Junta de-
pois d'esta consulta ou sem ella, quanto lhe parecesse
conveniente, para que a mesma Junta resolvesse (se
lhe competisse) ou solicitasse a decisao superior. As
propostas ou informacSes do director deviam acorn-
panhar as consultas da Junta. Emfim o director lit-
terario teria a sua morada no edificio da academia,
logo que n'elle hovesse commodos para habitaqao, o
que nunca chegou a realisar-se. *
* A parte da consulta que extractamos foi communicada
ao director litterario pela Junta inspectora em officio de 19 de
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POLYTECHNICA DO PORTO 155
Depois da creacSo do cargo de director litterario,
ainda apparecem os termos de matricula dos estudan-
tes, com a declaracao de que sao lavrados *j>or des-
pacho da illustrissima Junta, etc » ; mas isto foi para se
aproveitarem os livros em que estas e outras palavras,
communs a todos os termos, se acham impressas. Em
todos os livros destinados a inscripcao dos alumnos
depois do anno de 1817 a 181 8, se.encontra uma folha
inteFcalada, declarando que de 18 18 a 1 819. em diante
. os despachos para matricula eram do director litte-
rario, sendo este o presidente cPella.
As C&rtes de 1821 a 1823 fizeram nas disposiqoes
que temos referido algumas alteracoes, que duraram
pouco.
Uma ordem de 6 de novembro de 1821 reduziu
*
a 20o£ooo reis o ordehado do director litterario e por
uma lei de 17 de maio de 1822 foi a Junta da ad-
ministracao da Companhia Geral da agricultura das
Janeiro de 1818, registado no livro dos officios da secret aria da
Academia Polytechnica. — Veja-se tambem a Carta Regia de
9 de setembro de 181 7, que nomeou o Dr. Joaquim Navarro
d'Andrade para o cargo de director litterario. Ambos estes do-
cuments foram publicados na Representa$do as Cdrtes geraes
cxtraordinarias e constituintes da nagao portuguefa, por Joa-
quim Navarro d'Andrade — Coimbra, Imprensa da Universi-
dade, 1822.
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15t> ANNUARIO DA ACADEMIA
vinhas do Alto-Douro,privada dainspeccao de quaes-
quer estabelecimentos publicos e obrigada a remetter
& competente rcparticao o producto dos direitos que
arrecadasse, passando o imposto de consumo sobre
o vinho na cidade do Porta e seu termo, a ser co-
brado pelo provedor e corregedor da comarca d'esta
cidade. (Cit. lei nos art. 4, 24 e 26). As G6rtes esque-
ceram-se de providenciar sobre os pagamentos que
ate entao se faziam pelo cofre da Junta, e s6 em Ja-
neiro de 1823 resolveram que esta Junta continuasse
a pagar aos empregados da'academia pelos rendimen-
tos que fosse percebendo. *
Pouco duraram, como dissemos, estas disposicoes.
A lei d^ 21 de agosto de 1823 revoga quanto as C6r-
tes haviam ordenado a respeito da Companhia dos
vinhos, salvas algumas restriccoes que nao pertencem
ao nosso assumpto. O aviso regio de 23 de setembro
de 1823 * nao s6 reintegra o director litterario no seu
primitivo ordenado, mas manda-o embolsar da quan-
tia que lhe tinha sido deduzida. Finalmente, o decreto
de 1 3 de outubro do mesmo anno declara que, em tudo
o que nao f&r contra as attribuicoes do director lit-
terario, reguladas pela Res. Reg. de 27 de agosto de
^ Cit. Hist, dos estabelecimentos scientificos, t. II, pag. 414.
* Registado a fl. 21 do livro 92 da secretaria da Acade-
mia Polytechnica.
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l\
POLYTECHNICA DO PORTO 157
1817, acima extractadas, a Junta da Companhia da
agricultura das vinhas do Alto-Douro conservara o ti-
tulo e funccoes de inspectora da academia, como lhe
fora concedido pelo alvara de 9 de fevereiro de i8o3
e pelos estatutos approvados por alvara de 29 de julho
do mesmo anno.
Assim, as cousas continuaram como d'antes ate a
cxtinccao dos privilegios da Companhia pela legisla-
cao de i832 a 1834, com a qual veio a cessar a in-
tervencao da Junta nos negocios academicos. Desde
0 principio de julho de i834 entrou a administracao
d'esta academia na regra dos demais estabelecimentos
do estado, conservando todavia o director litterario o
seu antigo ordenado e attribuicoes ate ao decreto de
19 de outubro de i836.
Por este decreto o director & um dos lentes da
academia, nomeado pelo governo com a gratificacao
(alem do ordenado da sua cadeira) de 200^000 reis,
que hoje correspondem a 21 30333 reis ou 1:195 fran-
cos *. Na sua falta, ou impedimento serve o lente
mais antigo. Os negocios graves e todos os que pelas
leis estavam na parte deliberativa a cargo das autho-
ridades inspectoras, sao discutidos em conselho tfos
< As pe^as de ouro, que desde 6 de mar£0 de 1822 ate*
3 de egual raez de 1847 valiam 7<5oo reis,valem hoje 8*000
reis.
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158 ' ANNUARIO DA ACADEMIA
lentes e decididos a pluridade de votos para serem
propostas ao governo as resolucoes que carecem da
sua approvacao, ou executadas pelo director as que
couberem na competencia da academia. A conta da
despeza e fiscalisada pelo conselho dos lentes, a quern
e apresentada pelo secretario no fim de cada anno.
Taes sao na materia sujeita as disposicoes do ci-
tado decretb, das quaes algumas ainda estao em vi-
gor.
Os directbres da academia de marinha e commer-
cio desde a creacao d'este cargo foram os seguintes:
Dr. Joaquim Navarro d'Andrade, do conselho de
S. M., 2.0 lente da faculdade de medicina da Univer-
sidade de Coimbra, egualado ao i .° lente, socio cor-
respondente da academia real das sciencias de Lis-
boa, d'eputado da Junta da directoria geral dos estu-
dos e escholas do reino desde 1808. Tinha sido des-
pachado em 1791 lente cathedratico da faculdade de
medicina, depois de dous annos de oppositor, regendo
nos primeiros quinze annos do seu magisterio a ca-
deira de instituicoes medicas, passando depois a reger
a cadeira de therapeutica particular no 4.0 anno do
curso medico. Escreveu para uso das aulas dos 2.0 e
4.0 annos medicos dous opusculos em latim, que a sua
faculdade mandou estampar na imprensa da Univer-
sidade. Recitou por motivo das exequias da Senhora
D. Maria I a oracao funebre latina, que foi mandada
imprimir por ordem de S. M. na imprensa do Rio
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POLyTECHNICA DO PORTO 159
de Janeiro. Foi nomeado director litterario da aca-
demia de marinha e commercio do Porto por carta
regia de 9 de setembro de 181 7, cargo de que tomou
posse com muita pompa a 11 de fevereiro de 1818.
FaUeceu ho Porto, na freguezia de Santo Ildefonso,
em junho de i83i.
2.0 Dr. Sebastiao Gorrea dlAndrade, 3.° lente da
faculdade de mathematica com exercicio na cadeira
de geometria da Universidade de Goimbra. Foi no-
meado director litterario da academia da marinha pelo
govemo de D. Miguel, em carta regia de 3 de feve-
reiro de 1 832. Falleceu em S.Miguel das Aves, con-
celho de Villa-Nova de Famalic2o em 26 de outubro
de 1 838. A sua biographia encontra-se na Memoria
historica da faculdade de mathematica do Snr. Castro
Freire, Coimbra, 1872. Serviu o cargo de director
litterario s6 ate a entrada do exercito libertador no
Porto em 9 de julho de i832.
3.° Agostinho Albano da Silveira Pinto, bacharel
formado na faculdade de medicina e doutor na de
philosophia pela Universidade de Coimbra, onde foi
oppositor e demons trador c|e historia natural. Profes-
sor de francez na academia de marinha e commercio
da cidade do Porto (C. R. de 28 fevereiro de 181 5),
e depois lente da cadeira de agricultura na mesma
academia (C. R. de 3 de outubro de 181 8). Director
da real eschola de cirurgra do Porto por decreto de
26 de agosto de 1826. Demittido pelo govemo intruso
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160 ANNUARIO DA ACADEMIA
de D. Miguel em i3 de maio de 1829. Restituido por
virtude da entrada do exercito libertador em i832 c
jubilado na cadeira de agricultura por C. R. de 6 de
dezembro de 1834. Encarregado interinamente dadi-
reccao dVsta academia por decreto de 28 de outubro
de 1 833, e definidvamente por G. R. de 6 de dezembro
de 1834, vencendo como director s6 a differenca en-
tre o ordenado d'este cargo e o de professor jubilado.
Regeu um curso de economia politica n'esta cidade
em 1837 a convite da Associacao Commercial. De-
putado as Cortes em todas as legislaturas desde i838
ate o seu fallecimento. Socio effectivo da academia
real das sciencias deLisboa. Vice-presidente do tribu-
nal de contas. Ministro da marinha e ultramar desde
18 de dezembro de 1847 at^ 29 de marco de 1848.
Falleceu em 1 1 de outubro de i852 com 67 annos de
idade. Tinha sido exonerado do cargo de director
d'esta academia em 19 de outubro de i836 em con-
sequencia dos acontecimentos politicos d'esse anno.'
A lista dos seus escriptos *acha-se no Diccionario bi-
bliographico do Snr. Innocencio Francisco da Silva
e na Memoria historica da 'Philosqphia do Snr. Joa-
quim Augusto Simoes de-Carvalho, Coimbra, 1872.
4.0 Joao Baptista Ribeiro, por decreto de 22 de
outubro de i836 e C. R.de 27 de maio de 1837, subs-
tituto da aula de desenho d'esta academia (C. R. 22
de outubro de 181 1), e proprietario d'esta aula (C
R. 6 de junho de i833). Foi, ate o seu fallecimento,
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POLYTECHNICA DO PORTO 161
24 de Julho de 1868, director da academia polyte-
chnica.
Do magisterio na academia da marinha e commer-
do. Os professores e substitutes eram nomeados pelo
rei sob propo§ta da Junta inspectora. As cartas regias
das primeiras nomeacoes davam o nome de lentes aos
professores proprietarios de mathematica, desenho,
commercio e philosophia racional; o de professores
aos das linguas franceza e ingleza. Os estatutos pa-
recem admittir differenca entre lentes e professores
(SS 1, 1 1, 14, 57 e 58). A primeira classificacao era re-
putada por mais honrosa. * Em 1818 o lente de com-
mercio recusou-se a acceitar um documento em que o
director litterario o tratava por professor. A questao
podia ser importante f6ra do campo da vaidade, por-
que os estatutos de i8o3 egualavam os lentes d'este
estabelecimento aos da academia real da marinha de
Lisboa (§ 5o), e portanto aos da Universidade (Est. da
academia real da marinha de Lisboa de 5 de agosto
i Lentes como legentes. Antigamente fazia-se dislinc^ao
entre sciencias maiores e menores, e entertdia-se que somente
eram proprias d'estas os exercicios litterarios, e que riaquellas
fyessem os estudantes 0 pap el de meros ouvintes, e os lentes re-
petissem as suas prelecgbes sem tomarem conta d'ellas aos mes-
mos estudantes. Vej. Estat. da Universidade, 1772, liv. 3. part. 1,
tit. 4, cap. 1 § p. 2, pag. 1 09 e seg.
11
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162 ANNUARIO DA ACADEMIA
1 779)9 os quaes gosavarri de jubilacao mais favoravel
do que o commum dos professores. Todavia os es-
tatutos de i8o3 nao sao firmes na sua distinccao. Os
professores de mathematica sao muitas vezes, e sem
excepcao, mencionados como lentes (§§ 1 a 4, 6, 7 c
1 1 e passim). Como lentes sao mencionados tambem
os de philosophia racional e agriculture (§§ 1 e 56).
Os de linguas estrangeiras nunca teem outro titulose-
nao o de professores (§$ 1 e 3g). Mas os de commerdo
e desenho, que no § 1 sao contados como professores
e quasi excluidos da classe de lentes, apparecem res-
tituidos a esta cathegoria, o primeiro no § 43, 0 se-
gundo em muitos logares (§§ 28, 3o, 35, 36 e 56). A
secretaria de estado tambem nao guardava a maior
coherencia nos seus tratamentos, pois que na carta
regia de 9 de outubro de 181 1, que nomeou o pro-
fessor de primeiras letras, deu-lhe o nome de lente,
posto que o secretario da academia nunca o tratava
senao como mestre.
O mestre de apparelho e manobra naval nao gosava
da graduacao de professor, e era, como todos os mais
cargos estranhos ao magisterio, provido directamente
pela Junta inspectora, segundo a regra do § 58 dos
estatutos.
Os estatutos exigiam para o magisterio de mathe-
matica, agricultura e philosophia racional, o grau de
licenciado pela Universidadc de Goimbra « ou para 0
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POLYTECHNICA DO PORTO 163
futuro por esta academia » * ; para o de commercio a
approvacao n'este curso pela aula respectiva de Lis-
boa ou por esta academia; para o de desenho, titulos
em f6rma passados por academias bem reputadas, ou
obras proprias que acreditassem o proposto (§ 56).
Os estatutos eram omissos sobre as habilitacoes
dos professores de francez e inglez. A Junta propu-
nha quern lhe parecia melhor, ate que pela carta re-
gia de 1 1 de setembro de 1826 se estabeleceu o con-
curso para o provimento das cadeiras d'estas aulas,
bem como das de primeiras letras e seus substitutos.
Em fins de 1 834 f°i ampliado 0 systema de concurso
para o provimento de todos os logares do magisterio
academico, regra a que todavia se faltou nos provi-
mentos que se fizeram pouco depois da revolu<jao de
setembro de i836, nem entao era possivel observal-a,
porque quasi todos os lentes se recusaram a jurar a
constituicao de 1822, e foram exonerados, faltando
portanto professores para constituir o jury dos exa-
mes.
Em 1825 creou-se a classe de opposi tores as ca-
*• Quer dizer o exarae geral de mathematica da acade-
mia, porque os estatutos de i8o3 nao estabeleciam uma insti-
tui^ao semejhante d da licenciatura da Universidade. Esta c
de crea^ao posterior, como se verd.
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1G4 ANNUARtO DA ACADEMIA
dciras de mathematica, a imitacao do systema estabe-
lecido na Universidade de Coimbra desde o alvara de
i de dezembro de 1 804, modificado por algumas dis-
poMcocs posteriores. S6 podiam ser admittidos como
oppositores os licenciados em mathematica pela Uni-
versidade de Coimbra ou os alumnos da academia,
que tivessem repetido o 2.0 e 3.° annos mathematicos
e satisfeito a certas provas de que se tratara no logar
competente. A admissao a dasse de oppositor depen-
dia d'uma votacao, por pluridade de votos, da congre-
gacao de mathematica, presidida pelo director littera-
rio. Os oppositores regiam, na falta dos proprietaries
e substitutes, as cadeiras para que fossem nomeados;
argumentavam, por turno, juntamente com os lentes
de mathematica, nos actos de repeticao, e podiam in-
corporar-se com os mesmos lentes nas solemnidades
da academia. O servico dos oppositores, que era gra-
tuito, dava-lhes apenas o direito de serem propostos,
conforme a aptidao de que n7elle tivessem dado pro-
vas, para as substituic5es ou cadeiras que vagassem
(alvara de 16 de agosto de 1825, art. 3 e 4).
Os substitutos de mathematica eram promovidos
por antiguidade as cadeiras vagas d^esta sciencia !.
* Est. dc i8o3, § 5, junto com os estatutos da academia
rual de marinha de Lisboa de 5 de agosto de 1779, titulo dos
substitutos in fine.
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POLYTECHNICS DO PORTO 165
Nonca se faltou a esta regra senao uma vez por en-
gano, e ainda entao deu-se uma reparacao completa
ao substituto pretefido, sendo egualado em honras e
vencimentos ao que fora provido na cadeira que di-
reitamente pertencia ao outro *. A antiguidade re-
gulava-se pela data do despacho e em egualdade de
data pela do grau ou habilitacao academica, segundo
a legislacao da Universidade. *
Ainda que o citadp art. 5 dos estatutos de i8o3
parece restricto aos substitutos de mathematica, toda-
via seguiu-se como principio geral a promocao dos ou-
tros substitutos as respectivas cadeiras. Houve ape-
nas duas excepcoes, ambas na cadeira de francez, uma,
em 181 1, e outra em 1819.
A Junta inspectora considerava o estado ecclesias-
tico como uma especie de impedimento impediente
do magisterio, apesar de serem ecclesiasticos o pri-
meiro professor e subtituto de francez. Foi preciso
que baixasse uma insinuacao do governo para que ella,
desviando-se do seu proposito, consul tasse para sub-
* Cit. Hist, dos esiabelecimentos scientificos, t. V, pag. 22 1 .
* O caso de que trata a citada Historia dos estabeleci-
mentos scientificos foi decidido pela legisla^o da Universidade,
que era o alvard de 1 de dezembro de 1804, art* Sen, decreto
de 11 de setembro de 1772, C. R. de 24 de Janeiro de 1791 e
estatutos velhos da Universidade.
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166 ANNUARIO DA ACADEMIA
stituto de mathematica o bacharel Domingos Salgado,
que era presbytero *. Nao consta, porem, que este
fosse nomeado, parecendo que o governo se confor-
mou com a doutrina da Junta. Houve uma excepcao
em 1829 a respeito d'um lente do 3.° anno mathema-
tico, que era benedictino, mas foi no tempo d'um go-
verno illegitimo, e depois do alvara de 10 de junho
de 1826 que abrira a carreira do magisterio aos mem-
bros das ordens e corporacoes regulares.
Antes de i836 nao ha lei que estabeleqa o orde-
nado dos professores da academia. Estes ordenados
eram declarados nas primeiras cartas de nomeacao,
e o precedente ficava constituindo direito para o fu-
turo. Os lentes de mathematica, desenho, commercio,
philosophia racional e agricultura venciam 6oo*5k>oo
reis. O director da aula de desenho vencia os mesmos
6oo#ooo reis com obrigacao de residir no Porto pelo
menos tres mezes cada anno. Esta obrigacao consta
da consulta de 7 de Janeiro de 1806, em que a Junta
inspectora propoe para este cargo a Domingos Anto-
nio de Sequeira em successao ao fallecido Francisco
Vieira Portuense, que, como diz a citada consulta, se-
havia sujeitado aquella condicao. Os professores de
francez e inglez venciam 400^000 reis. Nos ordena-
1 Consulta de 26 d'outubro de 1804 na Historia dos es-
tabelecimentos scientificos, t.'II, pag. 394.
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POLYTECHNICA DO PORTO 167
dos dos substitutes havia mais variedade e confusao.
0 de philosophia racional, Jose Francisco Goncalves,
a quem a sua carta de nomeacao de 18 de novembro
de i8o3 arbitrava 35o#ooo reis, recebeu sempre na
razao de 45o#ooo reis. Este era tambem o ordenado
dos substitutes de mathematica, desde 181 3 ou 1814,
annos em que foram pela primeira vez providas estas
substituicoes. Os substitutos de desenho e commercio
vericiam 35o#ooo reis ate o anno de 1824, e de en-
tao em diante 45o#ooo reis. Os substitutos de fran-
cez e inglez, e o mestre de apparelho e manobra na-
val reis 3oo#ooo. O proprietario e substituto da ca-
deira de primeiras letras 400^000 reis cada urn, orde-
nados que pelo art. 5 do alvara de 16 de agosto de
de 1825 foram reduzidos, como ja se disse, o do i.°
a 25o#ooo reis, o do 2.0 a i5o#ooo, sem prejuizo dos
professores existentes. i
Estes ordenados no anno de i863, em que pela
maior parte foram creados, montavam a mais do que
parece, apesar do rebate do papel-moeda que entrava
em-metade dos pagamentos, se considerarmos a mu-
danca do valor nominal do ouro. Assim, attendendo
l O citado alvara de 1825 estranha que o substituto de
primeiras letras trvesse o mesmo ordenado que o proprietario ;
mas j4 mostramos que csta substitui^o era antes uma 2.* ca-
deira.
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168
ANNUARIO DA ACADEMIA
a que este rebate foi, desde a creacao do papel-moeda
em 1798 ate o fim de 1821, de 18.73 % (media an-
nual), e a que as pecas d'ouro que hoje correm por
8#ooo reis valiam entao 6/J400, teriamos a seguinte
equi Valencia:
Me 4798 a mi
Pepi
taanude
ran fim
VAIX)R ACTUAL
Kb nil
Kb (mm
3oo*ooo reis
42.485
552.54
339H880
1:903
35o*ooo »
49.566 .
644.63
396*528
2:220
400*000 »
56.647
736.72
453*176
2:537
45o*ooo »
63.727
828.81
5ooJ8i6
2:854
600 Jo 00 »
84.970
1105.09
679*760
3:8o6
Em 1822 o valor das pecas d'ouro foi elevado a
7#5oo, e desde entao os ordenados diminuiram real-
mente em relacao ao ouro.
Em 1 836 os apuros do thesouro obrigaram a uma
reduccao geral nos vencimentos de todos os funccio-
narios publicos. O decreto de 19 de outubro d7esse
anno dava aos lentes proprietarios de mathematica,
agricultura, commercio, desenho e philosophia racional
5oo#ooo reis, e aos respectivos substitutes 35o#ooo
reis, excepto o de agricultura (creado entao), que ti-
nha 25ojjooo reis. Os pVofessores proprietarios das
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POLYTECHNICA DO PORTO 169
cadeiras de francez e inglez conservaram os seus or-
denados de 400^000 reis, mas os dos seus substitutes
foram reduzidos a 25o#ooo reis, em quanto que o
mestre de apparelho e manobra naval maateve o seu
de 3oo#ooo reis. Os professores proprietaries e subs-
titutes de primeiras letras ficaram na situacao em que
os collocara o alvara acima citado de 16 d'agosto de
1825.
A principio havia, ao que parece, alguma condes-
cendencia 50m os professores que faltavam sem causa
justa as suas obrigacoes academicas. Ao mesmo tempo
costumava pagar-se ao substitute, que regesse a ca-
deira, urn ordenado egual ao do proprietario substi-
tuido, d'onde resultava uma duplicacao de despeza,
as vezes mal justificada. A estes abusos pozeram c&-
bro o decreto de 18 d'agosto de 1824 e o alvara de
16 tambem d'agosto de 182k O primeiro determi-
nou, que nas proximidades dos trimestres, (porque os
vencimentos dos professores eram pagos aos quarteis)
0 director litterario enviasse a Junta inspectera urn
mappa das faltas dos lentes e mais empregados, e que
se descontasse nos respectivos vencimentos o tempo
de faltas nao motivadas. O 2.0 reduz a 5ofJooo por
anno, ou n'esta razao, o augmepto do ordenado do
substitute que rege a cadeira, e ainda assim exige que
a regencia exceda a tres mezes por anno, porque do
contrario o substitute tern de contentar-se com o seu
ordenado (cit. alv. § 4). O mesmo alvara determinou
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.170 ANNUARIO DA ACADEMIA
que os ordenados, nao s6 dos professores, senao de
todos os empregados da academia, comecassem a con-
tar-se desde a posse que tomassem dos seus cargos,
excepto se entrassem em folha a data da nomeacao
ou promocao, porque em tal caso, era esta a data de
que principiavam a correr. os ditos ordenados (cit. al-
vara, art. 10).
Os lentes da academia, como equiparados aos da
Universidade, gosavam da jubilacao aos vinte annos
de servico.
O art. 14 do alvara de 10 de Janeiro de 1826 es-
tabeleceu uma aposenta^ao com'Va de ordenadoaos
20 annos, e com o ordenado por inteiro aos 3o annos
de magisterio se o professor se impossibilitasse de con-
tinuar em exercicio, e s6 depois de 40 annos de ser-
vico distincto concedia a jubilacao sem aquella con-
ditio. Este mesmo alvara, porem, declarou que nao
intentava derogar na legislacao dos estabelecimentos
que a tinham especial (art. i5). Por isso nao foi ap-
plicado a esta academia, que no ponto sujeito se re-
gulava pelas leis e exemplos da Universidade.
Em todo o periodo de que nos estamos occupando,
que abrange 33 annos, houve n'esta academia quatro
jubilates com o ordenado por inteiro. O espaco que
medeou entre as' datas das cartas de nomeacao e as
dos respectivos titulos de jubilacao, foram as seguin-
tes:
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POLYTECHNICS DO PORTO 171
Joao Baptista Fetal da Silva Lisboa, lente do 3.°
anno mathematico por C. R. de 18 de novembro de
i8o3, jubiladg por C. R. 18 de julho de 1825, 21 an-
nos e 8 mezes.
Joaquim Antonio d'Otiveira, lente do 2.0 anno ma-
thematico por G. R. de 6 d'agosto de 181 3, aposen-
tado (alias jubilado) por portaria de 25 de outubro de
1834, 21 annos, 2 mezes e 19 dias.
Jose Frandsco Goncjalves, substituto de philoso-
phia racional por C. R. de 18 de novembro de i8o3,
e proprietario por C. R. de 3o d'agosto de 181 3, ju-
bilado por C. R. de 18 de Janeiro de 1825, 21 annos
e 2 mezes.
Dr. Agostinho Albano da Silveira Pinto, profes-
sor de francez por CR.de 28 de fevereiro de 181 5
e lente de agricultura por C. R„ de 3 de outubro de
18 1 8, jubilado por C. R. de 6 de dezembro de 1834,
com 19 annos, 9 mezes e 8 dias. Este professor, po-
rem, ja estava em servico na cadeira de francez em
outubro de'iSi4 e com este tempo completava, e ate
excedia os 20 annos.
O conselho academico negou a validade d'esta ju-
bilacao, como se ve das actas das sessoes de 1 3 e 1 5 de
Janeiro de i838, fundando-se: i.° em que nao se lhe
devia levar em conta para a jubilacao na cadeira de
agricultura, cujo ordenado era de 600^000 reis, o tern-
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172 ANNUARIO DA ACADEMIA
po que teve de servico na cadeira de francez, cujo or-
denado era de 400^000 reis; 2.? em que ainda n'este
caso lhe faltava algum tempo para completar os 20
annos. Mencionamos este caso por mostrar como o
conselho entendia a lei, a qual todavia nao citou. Pa-
rece, porem, que nao a interpretou como cumpria.
O assento principal d'esta materia era os estatutos
velhos da Universidade (appro vados em 1597 e con-
firmados novamente pelo alvara de 1 5 de outubro de
i653), liv. 3, tit. 22. Segundo estes estatutos, oslcn-
tes jubilavam na cadeira em que foram acabar os 20
annos, se n'ella tivessem lido cinco annos inteiros, e
s6 quando nao tivessem os ditos cinco annos, jubila-
riam na cadeira em que mais tempo leram (log. cit.
§ inicial). O lente de que se trata, havja regido a ca-
deira de agricultura por mais de 16 annos. Portanto
era n'esta que devia ser jubilado, contandojse-lhe 0
tempo da regencia do francez, e assim tinha os 20
annos de servico, como vimos. Esta jubilacao foi jul-
gada subsistente por decreto de 23 de julho de i838.
Para a jubilacao na Universidade, e portanto n'esta
academia, nao se exigia mais do que a effectividade
de servico durante os 20 annos. Se os professores an-
tes d'este tempo se impossibilitavam de continuar no
magisterio, na pratica concedia-se-lhes a aposenta-
cao com uma parte do seu vencimento. A aposen-
tacao era uma graca especial, mas authorisada pelos
precedentes. No periodo de que tra tamos, houve n'esta
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POLYTECHNICA DO PORTO 173
academia duas aposentaCoes, ambas com metade do
ordenado, sendo uma d'um lente de philosophia ra-
cional com 9 annos e 10 mezes, outra d'um professor
de primeiras letras com i3 annos e 9 mezes.
Alem das jubilacoes de que fizemos mencao, houve
outra d'um professor de francez, o abbade Pedro La-
croix, que nao teve mais servico na Academia do que
oito annos e 22 dias. Ignoramos, porem, as circums-
tancias d'esta jubilacao.
Os lentes e substitutes de mathematica tinham a
scu cargo o recitar por turno-, segundo a ordem da
antiguidade, uma oracao congratulatoria no anniver-
sary do principe regente (Estatutos de i8o3, §§ 1 1 e
12, Res. Reg. de 3 de fevereiro e decreto de 16 de se-
tembro de 1814, communicado a academia em officio
do secretario da Junta inspectora de 17 de Janeiro de
i8i5). Uma carta regia de 29 de setembro de 1829
estabelecia este turno entre os lentes proprietaries de
mathematica, commercio e philosophia racional *. Es-
ta carta regia como emanada d'um governo illegiti-
mo, nao p6de ser considerada como pertencente a le-
gislacao academica, mas nao pertence menos a sua
historia desde aquella data ate a entrada do exercito
libertador no Porto em 9 julho de i832.
* Cit. C. R. n.° 4 na Historia dos estabelecimentos scien-
///faw,t.V,pag.347.
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174 ANNUARIO DA ACADEMIA
No dia da abertura solemne ou inauguracao da
academia, que foi em 4 de novembro i8o3, devia ha-
ver, e na verdade houve uma oracao recitada pelo
lente da 3.a cadeira de mathematica (§ n dos Est.);
mas a lei nao estabelecia esta formalidade para o fu-
turo, como se ve do § 12 dos mesmos estatutos. O
i ,° director litterario introduziu-a, imitando o uso da
Universidade, tendo-se prestado o lente Agostinho
Albano da Silveira Pinto a recital-a nos tres annos
seguidos de 1818a 1820, e o substitute de francez no
anno de 1 82 1 . A citad$ carta regia do governo intruso
torna-a obrigatoria e encarrega-a ao director littera-
rio ou quern suas vezes fizesse (cit G. R. n.° 3).
Concluiremos esta parte relativa #o magisterio com
uma lista nominal dos professores de cada uma das
aulas da academia de marinha e commercio, seguin-
do, em relacao a cada cadeira, a ordem chronologi-
ca dos despachos.
No fim da 2.* parte d'esta memoria, publicamos
uma relacao alphabetica do pessoal docente e dire-
ctor da academia de marinha e commercio com as
noticias biographicas que podemos colligir.
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POLYTECHNICA DO PORTO 175
PROPRQCTARIOS
a) Manoel Jose da Cunha e Souza Alcoforado
(i8o3); b) Joaquim Antonio d'Oliveira (r8i4); c) Joao
Vieira Pinto (1829); d) Antonio Lebre de Souza Vas-
concellos (i83o); e) Joaquim Torquato Alvares Ri-
beiro (i835);/) Antonio Luiz Soares (i836).
PROPRIETARIOS
a) Jose Calheiros de Magalhaes e Andrade ( 1 8o3);
b) Joao .Carlos de Miranda (1820); c) Jose Carneiro
da Silva (1834); d) Jose Ricardo da Costa (1837).
AULA DE MATHEMATICA
PROPRIETARIOS
a) Joao Baptista Fetal da Silva Lisboa (i8o3);
b) Jose Avelino de Castro (i825); c) Fr. Caetano
das Dores (1829); d) Joao Vieira Pinto fi83o); e)
Antonio Jose da Costa Lobo (1834?) f) Diogo Kop-
ke (i836).
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176 ANNUARIO DA ACADEMIA
SUBSTITUTOS DE MATHEMATICA
Obs. Os estatutos de i8o3 haviam creado tan-
tos logares de substitutos de mathematica, quantas
as cadeiras; mas foram providos pela primeira vez
em r8i3 e 1814. O Alvara de 16 de agosto de 1825
supprimiu uma d'estas substitutes, para quando
se desse a vacatura.
a) • Joao Carlos de Miranda, da 1 .a cadeira ( 1 81 4);
b) Antonio Jose da Costa Lobo,Ma 3.a cadeira (1814);
c) Jose Avelino de Castro, da 2.* cadeira (1814); ij
Jose Carneiro da Silva da i.a cadeira (1820); e) An-
tonio Lebre de Souza Vasconcellos (1829); /)Rodri-
go Ribeiro de Souza Pinto (i83i);^) Antonio For-
tunato Martins da Cruz (i835); h) Francisco Adao
Soares (i835).
MESTRES DE APPARELHO E MANOBRA NAVAL
Obs. Estavam subordinados ao lente de navega-
$ao (do 3.° anno mathematico). Eram nomeados pela
junta da companhia. Em 1807 figura entre os exami-
nadores de apparelho e manobra naval Jose Dias da
Silva, mas a primeira nomeacao de que tenho noticia
no tempo da academia de marinha e commercio, e de
a) Pedro Goncalves Salazar (1808); b) Jose An-
tonio da Natividade (i832).
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POLYTECHNICA DO PORTO 177
AULA DE DESENHO
DIRECTORES
a) Francisco Vieira, cognominado o Vortuense
(i8o3); b) Domingos Antonio de Sequeira (1806);
(Extincqao do cargo em 182 1); c) Augusto Roque-
mont (i83i).
PROFESSORES
a) Jose Teixeira Barreto (i8o3); b) Raymundo
Joaquim da Costa (181 1); c) Joao Baptista Ribeiro
(1 833). .
SUBSTITUTOS
a) Raymundo Joaquim da Costa (i8o3); b) Joao
Baptista Ribeiro (181 i);c) Maneel da Fonseca Pinto
(1834). Depois d'este, mas no mesmo anno, foi por
equivoco nomeado Antonio Jose Teixeira d'Abreu
Junior, cujo despacho foi declarado nullo por nao estar
vago o logar; d) Joaquim Cardoso Victoria Villa-Nova
(i836).
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178 ANNUARIO DA ACADEMIA
AULA DE COMMERCIO
PROPRIETARIOS
a) Jose Honorio Guerner (i8o3); b) Jose Por-
phyrio da Silva Lima (1806); c) Antonio Pedro Gon-
cal ves ( 1 8 1 9) ; d) Francisco Joaquim Maia (1828); e)
Manoel Joaquim Pereira da Silva (i836).
SUBSTITUTOS
a) Jose Porphyrio da Silva Lima (i8o3); b) An-
tonio Pedro Goncalves (1806); c) Francisco Joaquim
Maia (1819);^) Genuino Barbosa Bettamio (supranu-
merario — 1824); e) Domingos Jose de Castro (1828);
f) Antonio Pereira de Araujo Junior (1829); g) Jose
Luiz Lopes Carneiro (i833); h) Luiz Baptista Pinto
d'Andrade(i836).
AULA DE AGRICULTURA
a) Dr. Agostinho Albano da Silveira Pinto ( 1 8 1 8);
1 b) Antonio da Costa Paiva (Barao de Castello de
Paiva) (i836).
4 O governo de D. Miguel supprimiu a cadeira d'agri-
cultura pela Res. Reg. de 3i julho de 1829. Snr. Silvestre Ri-
beiro, cit. Hist, dos Estab. Scient., torn. V, p. 347.
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POLYTECHNICA DO PORTO 179
SUBSTITUTOS
Esta aula nao tinha substituto. Em 1827, porem,
foi nomeado Pedro Antonio Soares Vellozo para sub-
stituto da cadeira de philosophia racional e moral
com obrigacao de reger tambem a cadeira de agri-
cultura no impedimento do seu proprietario.
Em 1 836 foi creado o logar de substituto da ca-
deira de botanica e agricultura, e nomeado para elle
Jose Pinto Rebello de Carvalho, que nao acceitou.
PHILOSOPHIA RACIONAL
PROPRIETARIOS
a) Manoel Joaquim de Faria Lobo (i8o3); b)
Jose Francisco Goncalves (i8i3);c) Jose Duarte Sal-
lustiano Arnaud (1827); d) Antonio Jose Lopes Alhei-
ra (i832); e) Carlos Vieira de Figueiredo (i836).
SUBSTITUTOS
a) Jose Francisco Goncalves (i8o3); b) Jose Duar-
te Sallustiano Arnaud (i8i3);c) Pedro Antonio Soa-
res Vellozo (1827); d) Francisco Luiz Correia (i832);
e) Jose da Cruz Moreira (i836).
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180 ANNUARIO DA ACADEMIA
AULA Dfc FRANCEZ
PROPRIETARICS
a) Abbade Dupuy Melgueil (i8o3); b) Abbadc
Pedro Lacroix (1808); c) Hugo Lacroix (1811);^
Dr. Agostinho Albano da Silveira Pinto (i8i5); e)
Francisco Soares Ferreira (1819);/) Henrique Er-
nesto de Souza Coutinho (i83i); g) Antonio Carlos
de Mello (i835); h) Antonio Pinto d'Almeida (i836).
STJBSTITUTOS
a) Abbade Pedro Lacroix ( 1 8o3); b) Ignacio Xa-
vier Gayoso (1808); c) Antonio Teixeira deMagalhaes
(1819).
AULA DE INGLEZ
PROPRIETARIOS
a) Miguel Sheil (i8o3); b) Antonio Dias de Fa-
ria (1827); c) Jose Eleuterio Barbosa de Lima (i832);
d) Manoel Joaquim Duarte e Souza (i836).
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POLYTECHNICA DO PORTO 181
substitutos
a) Thomaz Danagan (i8o3); b) Antonio Dias de
Faria (1811); c) Luiz Jose Monteiro' (1825); d) Hen-
rique Daniel Wenck (i832); e) Antonio Jose Dias
Guimaraes (i835);/) Carlos Mac Cartley da Cunha
(i836).
AULA DE PRIMEIRAS LETRAS
PROPRIETARIOS
a) Joao Goncalves das Neves (181 1); 6) Jose Luiz
Coelho Monteiro ( 1 825); c) Luiz Jose Monteiro ( 1 835) .
SUBSTITUTOS
a) Jose Luiz Coelho Monteiro ( 1 8 1 6); b) Luiz Jose
Monteiro (1825); c) Jose Maria da Silva Azevedo
(1829); d) Antonio Ventura Lopes (i835).
DISCIPLINE ACADEMICA
a) Condicoes de admissao dos alumnos. Estas con-
duces variavam conforme 6s cursos a que os alum-
nos se propunham, e ja foram mencionadas, quando
cscrevemos da organisacao d'estes cursos.
Os alumnos achavam modo de illudir a exigencia
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182 ANNUARIO DA ACADEMIA
dos preparatories, matriculando-se como voluntarios,
classe que, como vimos, existia legalmcnte nas fa-
culdades de mathematica e philosophia da Universi-
dade de Coimbra. Na aula de desenho, com quanto os
estatutos prohibissem expressamente ao professor ad-
mittir alumnos que nao tivessem approvacao nas
matcrias do i.° anno mathematico * admittiam-se
discipulos extraordinarios, como na aula de desenho
e architectura de Lisboa. * Esta classe tinha de
commum com a dos voluntarios nao estar sujeita aos
preparatorios, mas distinguia-se d'ella em nao ser obri-
gada a uma frequencia regular e assidua, que em ver-
dade nao e da essencia d'um ensino, de sua natureza
individual, nem p6de ser exigida a pessoas quepre-
cisam de ganhar com o trabalho proprio o sustento
diario.
Em 1821 resolveu o conselho academico prohi-
bir a admissao de alumnos voluntarios *. O n.° 10
da C. Reg. de 29 de setembro de 1829 estabele-
ceu egual prohibicao, mas este documento por haver
dimanado d'um governo illegitimo nao impediu 0 con-
i Estat. de i8o3, § 28.
* Estat. de 23 de agosto de 1787.
* Acta da Congrega^ao de 3o de junho de 182 1 e edi-
tal de 20 de setembro do dito anno no livro dos editaes, A-
28.
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POLYTECHNICA DO PORTO 183
selho academico derestabelecerem i834esta classe de
alumnos, aos quaes permittiu matricularem-se como
cbrigadoS) se no fim do anno apresentassem as cer-
tidoes exigidas pelps estatutos ! .
A condicao da edade de 14 annos pelo menos,
apesar dos termos genericos com que e imposta no §
6 dos mesmos estatutos, nao se considerou obrigato-
ria senao para a matricula do 1 .°. anno mathemati-
co, que devia preceder o curso d'esta sciencia, bem
como o do commercio e desenho.
As matriculas em disciplinas que nao dependiam
do 1 .° mathematico nao obrigavam a edade determi-
nada *.
b) Matriculas. O termo da matricula devia con-
ter o nome, filiacao e naturalidade do alumno e o
corso a que se destiqasse. Devia tambem declarar os
estudos que o alumno tinha feito, mas isto nao se
cumpria. A propria designacao do curso limitava-se
a da disciplina em que o estudante se matriculava. O
termo era lavrado pelo secretario, e assignado por
* Acta da Congrega^ao de 8 de outubro de 1834. A pa-
lavra obrigados nio traduz hem o pensamento da resolu^o
do conselho. Entende-se comprehender tambem os alumnos
ordinarios.
« Edital do director litterario, de setembrode 1818, no
livro dos Editaes.
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184 ANNUARIO DA ACADEMIA
este, bem como pelo alumno e por um lente de ma-
thematica quepresidia a matricula. De 1818 emdian-
te o presidente da matricula era o director litterario;
mas nao ha termo algum assignado por elle. O pro-
prio secretario se descuidava de os subscrever.
O servico de matricula devia comecar em 20 e
terminar em 3o de setembro ($ 7 dos Estat.); mas
quasi sempre continuava pelo mez de outubro, e an-
nos houve em que chegou ate novembro, nao fallan-
do em matriculas ainda mais tardfasem.casos extraor-
dinarios. A C. R. de 29 de setembro de 1829, que
por vezes temos citado apesar de nao ser documen-
to legkimo, admittia que este servico se prorogasse
ate 1 5 de outubro e nao mais, e atada assim s6 para
os alumnos que provassem a impossibilidade de se
terem matriculado no praso dos Estatutos.
A matricula nao custava aos alumnos senao os
emolumentos que pagavam ao secretario.
c) Tempo lectivo e sua divisao. Os estatutos de-
terminavam que o tempo lectivo durasse desde o i.°
de outubro ate o ultimo dia de junho (§ i3). Parece
que se devia entender por tempo lectivo o desti-
nado as Iicoes ou ao ensino, e que o mez de julho se-
ria consagrado aos exames, os quaes principiariatn
desde que findasse o curso lectivo (§ 17). A nao se en-
tender assim, as ferias seriam maiores do que os mes-
mos estatutos permittiam. Todavia, a principio in-
tcrprctou-se d'outra f6rma aquelladisposicao,eateao
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POLYTECHNICA DO PORTO 185
anno de 1808 faziam-se os exames em junho e ate
em maio. D'esta data em diante cumpriram-se rigo-
rosamente os estatutos.
Os mezes de agosto e setembro eram de ferias,
bem como 14 dias do Natal (de 24 de dezembro a
6 de Janeiro) e i5 na Paschoa (desde o dia de Ra-
mos ate o domingo da Paschoela).
A 5.a feira era feriado, salvo se na semana hou-
vesse dia santo ou de gala ! .
Segundo estas disposicoes, os cursos lectivos vi-
nham a ter 35 semanas ou qerca de i65- dias uteis,
incluindo os destinados as repeticSes, que eram as 2."
feiras ($ 16).
O horario estabelecido em 1 3 de outubro de 1 804
foi 0 seguinte: i.° e 2.0 anno mathematico das 8 as
10 horas da manha no inverno; 3.° anno mathema-
tico, inglez e philosophia racional das 10 horas ate
1 Estat. de i8o3, § i5; Estat. da Acad. Real da mari-
nha de Lisboa de 5 de agosto de 1779; Estat. da Universida-
de de 1 772, liv. 2, tit. 2, capitulo 8, §§ 4 a 6; Estat. velhos da
mesma Universidade, liv. 2, tit. 48, §§ 7 e 8.— O director lit—
terario da acadamia de marinha e commercio do Porto, re-
solveu que o dia de gala tirava o feriado de 5.* feira, por ser
csta a regra seguida nas academias da Cofte, nos termos dos
seus estatutos (officio do secretario de 29 de outubro de 1829,
no Uvro dos officios, fl. 1 18.
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186 ANNUARIO DA ACADKM1A
ao meio dia; commercio, desenhb e francez, das 2 as
4 da tarde. No verao as aulas de manha comecavam
uma hora mais cedo, e de tarde uma hora depois da
indicada.
Este horario foi alterado pela Junta inspectora
d'accordo com o conselho academico, na f6rma do §
14 dos estatutos, em 4 de outubro de 1817, passan-
do as aulas a ter s6 1 !/2 hora de exercicio, em vez
de duascomoate entao. Segundo o novo horario, os
trabalhos escholares no inverno principiavam as 8
horas da manha e acabariam a meia hora depois do
meio dia; no verao uma hora mais cedo. Dividido este
espaco em 3 partes eguaes, a 1 .a parte seria destina-
da para as aulas do 2.0 anno mathematico, francez e
manobra naval; a 2.a para os do i.° anno mathema-
tico, commercio, desenho e inglez; a 3.a para os do
3.° anno methematico e philosophia racional e mo-
ral. N'este horario ainda nao e mencionada a cadei-
ra de agricultura, que s6 se abriu no anno de 18 19
a 1 820, devendo ter o seu exercicio na 1 .* hora !.
Em 1834 estabeleceu-se um novo horario, dan-
* O Edital de 5 de outubro de 18 19 dava A agricultu-
ra a 2.* hora e ao inglez a 1.*, mas estas horas foram muda-
das por despacho do director de 1 1 do cfito meze anno, o que
mostra que o director se julgava authorisado a modificar o
horario.
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I
POLYTECHNICA DO PQRTO 187
do-se a i.a hora e meia ao francefc, 2.0 mathematico,
commercio e manobra naval; a 2.a a philosophia ra-
tional e i;° mathematico; a .3.* ao 3.° mathemati- *
co, desenho e inglez. N'este horario tambem se nao
menciona a cadeira de agricultura que nao funccio-
nava desde 1829.
Do exposto resulta que cada aula tinha, ate 18 17,
10 horas por semana e d'esta data em diante, 7 !/j
horas por semana ou 247 horas por anno, que pra-
ticamente se reduziriam a 206 em algumas aulas.
Segundo a lei, os professores de mathematics de-
viam repartir o tempo das licoes diarias em duas par-
tes eguaes, uma para a sua explicacao, outra para
ouvir urn ou mais estudantes sobre a licao explicada
na vespera *. Nas 2.M feiras, repetiam-se as licoes
estudadas na semana anterior *, interrogando-se os
alumnos uns aos outros, para o que se tiravam a sor-
te 3 defendentes e 6 arguentes, presidindo o profes-
sor 3. Deveria tambem haver umas repetiqoes men-
* Estatutos de i8o3, § 16 e Estat. da Acidemia Real
de marinha de Lisboa de 5 de agosto de 1779, titulo do tem-
po e horas das lifoes.
* Cit. Estat. de i8o3. Em Lisboa as repeticoes eram nos
sabbados como na Universidade.
* Cit. Estat. de i8o3 e de 7 de agosto de 1779, titulo
dos exercicios semanarios.
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188 ANNUARIO DA ACADEMiA
saes, como se achava estabelecido para a Universi-
dade c para a acadcmia real de marinha de Lisboa
• 4; mas parece que em nenhum d^cstes estabelecimen-
tos se levava tao longe como isto, a antiga maxima,
repetitio mater studiorum.
d) Faltas littwarias. Aos estudantes que nao es-
tivessem na aula seis -minutos depois de comecadas
as licoes ou que se ausentassem d'ella antes d'estas
acabadas, era apontada a falta pelo guarda respecti-
vo *. Na aula de apparelho e manobra naval as fal-
tas eram apontadaspelo mestreda mesma aula *.
Os estatutos d'esta academia nao diziam o nume-
ro das faltas, que faziam perder b anno. Egual omis-
sao se dava nos Estatutos da Acad. Real da mari-
nha de Lisboa de 5 de agosto de 1779. Pelos da
Universidade, de 1772, perdia-se o anno com um mez
de faltas, ou com dois mezes se fossem justificadas.
* Estat.de i8o3 e 177900s logares citados. Veja-se so-
bre os diversos exercicios das aulas os Estat. da Univ., liv. i.*,
tit. 4.0, cap.'i e 2; liv. 2.0, tit. io.°, cap. 1 a 3, eliv. 3.°, p. i.a,
tit. 4.0, cap. 1 a 4 e parte 2.*, tit. 5.° seus capitulos, e p. 3.*, tit.
4-°
* Estat. da Academia Real da marinha de Lisboa de 5
de agosto de 1779, tituioie algumas disposicbes pertencentes d
boa ordem, etc. Estat. de i8o3, § 47.
8 ■ Congrega^ao de 21 de junho de 1819.
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POLYTECHNICA DO PORTO 189
A justificacao nao se admittia, se o alumno estava
ausente, sem licenca do reitor, da sede da UniverM-
dade; para os que estivessem presentes, bastava qual-
quer indisposicao em que o excesso do estudo e a
commocao dos espiritos, que e inevitavel nas accoes
litterarias, possa prejiidicar a saude *. Estas e ou-
tras disposicoes dos estatutos da universidade foram
modificadas pela carta regia de ' 26 de setembro de
1787, que comminou a perda do anno aos estudan-
tes, que sem gravissimas causas faltassem a 20 li-
coes diarias ou a 2 sabbatinas^
Applicando esta legistacao a Acad, real de mari-
nha de Lisboa, o decretode 27 dedezembro de 1800
determinou: 1 .° que perdessem o anno os estudantes
que sem justa causa fizessem 20 faltas ou faltassem
a 2 sabbatinas; 2.0 que a justificacao das faltas de-
via reaiisar-se no 1 ,° dia em que o estudante voltas-
se a aula, apresentando ao lente certidao jurada do
motivo porque faltou 4; 3.° que os estudantes que
* Estat. da Universidade de 1772, liv. i.°,tit. 4.0, cap. 3.%
e § 20.
* Havia egual disposicao no art.0 2.0 dos decididos pela
C. R. de 28 de Janeiro de 1790 para a Universidade, mas este
artigo permittiajustiticar perante a congregacao as faltas que
nao foram logo abonadas perante o leme. Na nossa academia
seguia-se o principio da justificacao immediata (Edital da Se-
cretaria de 3 de outubro de 1824).
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190 ANNUARIO DA ACADEMIA
perdessem o anno, seriam publicamente avisados para
nao voltarem a aula sob pena de se dar conta d'elles
ao intendente geral da policia, para serem reputados
por vadios, nos termos do decreto de 14 de dezem-
bro de 1799 *•
Estas disposicoes eram applicaveis aacademia real
de marinha e commercio do Porto por forca do § 47
dos seus estatutos. N'esta academia, porem, as faltas
aos exercicios praticos, sem grave e manifesta causa,
eram contadas por tres, e se o alumno vencesse par-
tido, perdia o duplo do vencimento diario d'elle re-
lativo aos dias em que houvesse faltado (Estatutos de
i8o3 § 37)/ Todavia as faltas aos exercicios de ap-
parelho e manobra naval eram contadas como as fal-
tas as licoes ordinarias (Res. em Congregacao de 21
de junho de 1 8 19), e os alumnos que perdessem o anno
n'aquella aula, nao eram admittidos a exame na 3/
cadeira de mathematica emquanto nao se mostrassem
appro vados na mesma aula (Qt. Congregacao de2i
de junho de 18 19).
e) ObrigagoeS) faltas e penas disciplinares. Os
estatutos d'esta academia nao estabeleciam disposi-
* O decreto de 27 de dezembro de I800 vem extra-
ctado na Hist, dos Estab. scient. do Snr. Silvestre Ribeiro, T.
II, pag. 379. O de 14 de dezembro de 1799 encontra-se nacoi-
lecqao das lets de Delgado.
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POLYTECHNICA DO PORTO 191
^oes espcciaes a respeito do regimen e boa ordem das
aulas. N'este ponto o § 47 rcmettia-se as disposicoes
contidas «debaixo do titulo similhante em os estatu-
tos das academias da C6rte». Estas academias, po-
rem, nao eram perfeitamente uniformes.
Na academia de marinha de Lisboa havia as se-
guintes disposicoes:
Os alumnos eram obrigados a dar conta de si e
do que aprenderam, quando lh'o exigissem os res-
pectivos lentes. F6ra d'isso, guarciariam nas aulas ri-
goroso silencio e tratariam seus mestres com todoo
obsequio e obediencia. Os que faltassem a estes pre-
ceitos seriam admoestados ate tres vezes e por fim ex-
cluidos da aula. Estas penas eram-lhes applicadaspelo
respectivo professor (Estat. de 5 de agosto de 1779,
titulo de algumas disposigoespertencentes a boa ordem
das aulas).
Os estatutos da Academia dos guardas-marinhas
determinavam que se algum alumno faltasse essen-
cialmente a subordinacao e respeito devido aos seus
mestres, estes o reprehendessem, ou fizessem prender
ou representassem para que fosse expuiso, conforme a
grandeza da falta (Estat. de 1 de abril de 1796, ti-
tulo de algumas disposicoes relalivas, etc.)
Segundo os estatutos da aula de desenho da C6r-
te, o alumno que nao estivesse na aula com decen-
cia e modestia ou perturbasse os mais, pela primeira
vez seria admoestado, pela 2.a reprehendido aspera-
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192 ANNUARIO DA ACADEMIA
mente e castigado, e pela 3.a despedido da aula com
consentimento da Real meza Censoria, a cuja inspec-
cao estava sujeito este estabelecimento (Estat. de 23
de agosto de 1789).
Os estatutos da aula de commercio de Lisboa eram
omissos a este respeito.
D'esta variedade de disposic5es resultava um cer-
to arbitrio, sem que d'ahi viesse algum inconvenien-
te. O arbitrio era ate o principio adoptado nos esta-
tutos velhos da Universidade (Liv. 2, tit. 20, § 3),
que encarregando ao reitor a sua execucao, o autho-
risavam a admoestar, reprehender e castigar, como
visse que convinha ao caso.
Na academia de marinha do Commercio do Por-
to, a admoestacao ou reprehensao por factos occor-
ridos na aula pertencia ao professor, como nos mais
$stabelecimentos da G&rte; mas a exclusao d'um es-
tabelecimento em que um mesmo alumno podia cur-
sar diversas aulas, nao podia deixar de pertencer ao
director a quern a lei encarregava, como acima dis-
semos, de zelar a observancia dos estatutos e de fa-
zer guardar a boa ordem e subordinacao entre os em-
pregados e os estudantes.
f) Premios e partidos. Pelas nossas antigas leis
academicas haviadifferenca entre os partidos e os pre-
mios propriamente ditos. Os primeiros tmham o ca-
racter de pensao ou bolsa para ajudar as despezas dos
estudos dos alumnos pobres e applicados. O seu prin-
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P0LYTECHN1CA DO PORTO 193
cipal fim era chamar as esc6las os individuos que
nao tivessem posses mas que se sentissem com for-
ca para alcancar pelo seu estudo em cada anno os
meios de continuar o curso no seguinte. Os premios
tinham unicamente por fim promover a emulacao en-
tre os estudantes.
Esta distinccao vem clara no Av. Regio de 8 de
junho de 1*793, mandando que se nao dessem premios
n'esse anno por ter havido perdao d'acto e faltar a
.prova do exame, que e a unica ou principal para ve-
ri6car o merecimento dos premiados, mas que se des-
sem ospartidos que foram instituidos para beneficiar
os estudantes pobres e benemeritos nas faculdades
frequentadas por menor numero de alumnos *. Na
verdade os partidos haviam sido creados no reinado
de D. Sebastiao para 3o estudantes da faculdade de
medicina: em 1606 crearam-se outros para pratican-
tes de pharmacia *. Os alvaras que os estabelece-
ram, exigiram que os partidistas fossem christaos ve-
Ihos. Por isso a legislacao liberal do reformador da
Universidade de Coimbra denunciou este estabeleci-
* Cit. Av. de 8 de Janeiro de 1793 na collec^o de le-
gisla^ao academica do Snr. Jos^ Maria d'Abreu e na Historia
dosEstab. Scient., torn. V, p. -8.
* Alv. de 18 de fevereiro de 1606 na collecfao de le-
gislacao do Snr. Justino d'Andrade e Silva, Lisboa 1854 e seg.
13
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194 ANNUARIO DA ACADf MIA
mento como «um nocivo pretexto para arruinar as fa-
milias dos vassallos, para introduzir n'elles a divisao
e para dilacerar por meio d'ella a uniao christa e a
sociedade civil n'estes rein&s e todos os seus domi-
nios» *. Todavia ao mesmo tempo que annullou os
decretos anteriores a este respeito para apagar os ves-
tigios de intolefancia, que maculavam as nossas leis,
conservou a instituicao e ampliou-a a faculdade de
mathematica *. Posteriormente fez-se extensiva a
faculdade de philosophia 8.
Os premios na Universidade sao de instituicao
mais recente. Foram estabelecidos para todos os an-
nos de todas as faculdadcs, sem exceptuar aquellas
que tinham muito grande frequencia 4, e incluindo
* Estatutos da Univ. de 1772, liv. 3, p. 1.% tit. 6, cap. 4,
§ 2. Vej. tambem o preambulo e o § 3 do alv. de 20 d'agos-
to de 1774, na colleccao de leisde Delgado.
* Estat. da Univ., cap. citado e p. 2.1, tit. 7, cap. 2 e p.
3.«, tit. 6, cap. 4,§ 5.
5 Aviso Reg. de 23 de Janeiro de 1778 na colleccao de
legislacao academica do Snr. Jose Maria d'Abreu. Pelos esta-
tutos, a faculdade de philosophia s6 tinha os partidos para os
praticantes do dispensatorio pharmaceutico.
* Os premios foram creados nas faculdades de theolo-
gia e direito por alvara* regio de 25 de setembro de 1787 na
cit. colleccao do Snr. Jose' Maria d'Abreu.
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4 POLYTECHNICA DO PORTO 195
as proprias em que havia os partidos, que sao, aquel-
las a que n6s •chamamos de sciencias naiuraes (me-
dicina, mathematica e philosophia).
Os estatutos $Ia"academia de marinha e commer-
cio do Porto crearam 24 premios, sendo 16 para ma-
thematica, 4 para desenho e 4 para commercio (§§
44 a 46). Ate ao alvara de 16 de agosto 1825, aquel-
les premios tinham antes a indole de partidos. Os
proprios estatutos no § 37 lhes dao este ultimo titulo;
€ no S 46, justificando a creacao dos premios no curso
de commercio, tomam em consideracao a falta de
meios que possa dar-se em alumnos intelligentes para
subsistirem e se apresentarem com decencia nas au-
las.
Por isso que eram partidos, isto e, destinados a
sustentar os alumnos durante os estudos, nao havia
premios para os que se houvessem distinguido no ul-
timo anno do curso. Assim se entenderam e execu-
taram sempre os citados §§ dos estatutos em confor-
midade com os estatutos da academia de marinha
de Lisboa ' e com a legislacao da Universidade
que regulava a distribuicao dos partidos. *
* Estat. da Acad, de marinha de Lisboa de 5 d'agosto
de 1779, tlt- dos partidos.
* Estat. da Univ. tit. 3, P. 1.', tit 6, cap. 4, e P. 2.'; tit.
7, cap. 2; Estat. da Academia de Marinha e Commercio de
/8o3, S 44 e mais documentor
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196 ANNUARIO DA A CAD EMI A
Peia mesma razao estes partidos eram avultados
e pagos em prestacoes; na Universidade, aos quar-
teis, n'esta academia aos mezes, cdmprehendendo os
das ferias. Aqui eram de 72^000 reis (450 francos),
distribuidos em mezadas de 60ooo reis. *
O alvara de 16 de agosto de 1825, no art 8, re-
duziu os 24 premios a 12, e o valor d'elles a 40^000
reis, sendo 6 para mathematica, 2 para commercio,
2 para desenho e 2 para agriculture, que pelos estatu-
tos nao os tinha. Para a diminuicao da quantia, funda-
se o citado alvara em que nao e o valor pecuniario
dos premios mas sim a honra e a distinccao de os
Em 1824 nao se distribuiram premios aos estudantes que
tinham sido approvados na i.a cadeira de mathematica, que
eram 9. Os estudantes recorreram para o governo, o qual de-
pois de ter mandado consultar a Junta Inspectora, ouvidos os
lentes de mathematica e o director litterario, decidiu que
para os premios nao bastava a approvacao mas era necessario
urn merecimento distincto. (Res. Reg. 3o de maio 1825, so-
bre consulta da Junta Insp. de 28 de abril do dito anno^in-
formacao dos lentes de 16 de novembro e do director littera-
rio de 22 de dezembro 1824, no livro do Registo de officios e
ordens da Junta (liv. 92, pag. 38 a 5o). Nas ditas informa-
coes cita-se a legislacao da Universidade que regula os parti-
dos.
* Estat. de i8o3, § 44 e varios documentos.
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POLYTECHNICA DO PORTO 197
haver merecjdo, o principal motivo que excita a emu-
lacao entre os estudantes* D'este modo o citado al-
vara nao reduziu s6 o numero e valor dos premios,
mas alterou a indole da instituicao. Nao foi porem
consequente, porque mandou que dos 6 premios de
mathematica fossem 3 para cada um dos annos em
que sao vencidos na f6rma dos estatutos, e o mescio
sc entende a respeito dos outros cursos. Assim conti-
nuou a faltar premio para estimular a emulacao entre
os alumnos do ultimo anno dos cursos.
Os premios de mathematica eram dados pelos tres
lentes <f esta sciencia. A este respeito nunca houve
questoes, nem o S 44 dos estatutos a permittia. Du-
vidou-se, porem, na congregacao de 3i de julho de
1822 se era necessaria a unanimidade de votos; se
os alumnos do curso simples de pilotagem (que pas-
savam do i.° para o 3.° anno mathematico) po-
diam concorrer a premio com os do curso completo;
e se os repetentes podiam entrar em egual concurso
com os discipulos do anno. O Av. Reg. de 1 de ju-
lho de 1823 decidiu negativamente a primeira ques-
tao, ' affirmativamente a 2.% e nao resolveu a 3.a
Esta foi decidida negativamente pelo governo intruso
1 O S 44 dos Estat. parece exigir a unanimidade; os
estatutos da Universidade so a pluridade de votos, liv. 3, P-
i.1, tit. 6, cap. 4, § 10.
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198 ANNUARIO DA ACADEMIA
de D. Miguel em Res. de 24 de setembro de i83o *,
que nao pertence a legisla^ao academica por terem
sido annullados todos os actos de authoridade d'a-
quelle governo.
Desde i8o5 ate 181 2 questionou-se se os premios
de desenho e commercio deviam ser votados por todo
o corpo academico ou s6 pelos professores da espe-
ci alidade. Os lentes de mathematica sustentavam a
primeira opiniao com.fundamento nos §§ 45 e 46 dos
estatutos. A Res. Reg. de 25 de agosto de 1812, so-
bre consulta da Junta Inspectora de 10 d'abril do
dito anno, poz termo a esta pendencia, determinando
que se procedesse a votacao na presenqa de todo o
corpo docente, mas s6 tomassem parte n'ella os pro-
fessores especiaes. As votacoes eram feitas por es-
crutinio na f6rma dos estatutos da academia de ma-
rinha de Lisboa.
g) Exames. Os estatutos tractam d'esta mate-
ria nos §§ 17 a 22, mas occupam-se apenas dos exa-
mes de mathematica. O primeiro dos citados S§ re-
mette-se aos estatutos da academia demarinha de
Lisboa, que nao podiam tractar senao dos exames
d'esta sciencia. Os outros cursos regulavam-se por
estas disposicoes na parte applicavel e pelos estatu-
tos analogos dos estabelecimentos da C6rte.
* Na Hist, dos Estab. Scient, torn. V, p. 349.
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POLYTECHNICA DO PORTO 199
Todos os estudantes eram obrigadoS a fazer exa-
me no fim do anno. Os que nao o fizcssem, ficavam
reconduzidos por uma vez s6mente no mesmo anno,
transferindo-se-lhes para o seguinte o seu exame, ao
qual deviam prestar-se sob pena de serem expul-
sos (§ 18).
Os exames de mathematica recahiam sobre tres
pootos ou assumptos das materias dadas durante o
anno, tirados a sorte 24 h or as antes. Presidia ao
exame o lente do anno e argumentavam dous lentes
ou substitutes de rftathematica. O acto duraria uma
hora *. Os examinadores nao se satisfariam s6 pela
conta que o estudante desse do ponto, mas preten-
deriam reconhecer o seu talento e genio para o es-
tudo da sciencia e a facilidade de combinar por si
mesmo as verdades elementares que aprendeu e de
variar methodicamente as demonstrates e usos;
isto, porem, com a devida prudencia e moderacao,
para que o- discipulo se nao confunda (§ 19).
No fim do exame procedia o jury a votacao por
escrutinio sobre a approvacao ou reprovacao..
Por uma disposicao especial a esta academia, o
estudante que houvesse dado boa conta de si durante
* Est. da Acad, de marinha de Lisboa. A ordem de 28
de junho de 1821 determinou que os argumentos nao duras-
sem mais de 20 minutos.
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200 ANNUA RIO DA ACADHMIA
o anno mas 'satisfizesse mal a prova do acto, podia
ser submettido a um novo exame particular, por de-
cisao dos examinadores sobre proposta do mestre do
mesmo estudante (§ 20).
Depois da approvacao annual nas tres cadeiras
de madiematica, os estudantes que pretendessem tcr
a carta do curso complete, deviam sujeitar-se a um
exame geral das disciplinas d'este curso, a similhanca
do exame de formatura na faculdade de mathema-
tica da Universidade. O exame versava sobre nove
pontos, sendo tres de cada uma das tres cadeiras, ti-
rados a sorte dois dias antes e sobre uma disserta-
cao, cujo objecto era da livre escolha do estudante,
uma vez que fosse assumpto de mathematica e obti-
vesse a approvacao do presidente, que tambem era
escolhido pelo examinando entre os lentes d'esta
sciencia. O examinando podia ser inquirido vaga-
mente em arithmetica, trigonometria espherica e ephe-
merkles. O exame geral devia ser feito nos ultimos
dias de setembro, apesar de serem feriados (§$ i\ c
22 dos Estat. e Estat. da Univ, livro 3, P. 3.% tit. 6
cap. 2). Esta ultima disposicao porem nao se cum-
priu senao uma vez.
O alvara de 16 de agosto de 1825 ainda intro-
duziu um exame de repeticao e outro privado em ma-
thematica, a imitacao dos que precedem o grau de
Hcenciado n^esta faculdade da Universidade de Coim-
bra. A repeticao consistia na nova frequencia simul-
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POLYTECHNICA DO PORTO 201
tanea do 2.0 e 3.° anno mathematicos, a cujas li-
c5es e exercicios os repetentes ficavam obrigados co-
mo os alumnos ordinarios. O exame de repeticao ver-
sava sobre uma dissertacao e varias theses extrahi-
das de todos os ramos do curso, livremente escolhi-
das pelo examinando, a cujo arbitrio ficava tambem
o numero d'ellas, uma vez que nao fosse menor d6
12 por cada urn dos annos. As theses deviam ser
appro vadas pelo lente do 3.° anno, a quern competia
presidir ao acto, e argumentavam n'elle todos os len-
tes e substitutos de mathematica na presenca de todo
o corpo da academia. Pelo costume da Universidade,
cada arguente escolhia uma s6 these, da qual dava
conhecimento ao defendente» com anticipacao de al-
guns dias. Sobre este acto nao havia julgamento de
approvacao ou reprovacao.
Depois", podia o candidato quando lhe parecesse,
requerer ao director litterario que lhe marcasse dia
para exame privado.
Este exame versava sohre dois pontos, um da
2.% outro da 3.a cadeira, escolhidos pelo candidato
d'entre tres pontos de cada uma d'estas cadeiras ti-
rados a sorte quatro dias antes. Devia haver seis ar-
guentes; e quando faltasse algum, um dos lentes argu-
mentaria duas vezes. Presidia o lente do 3.° anno, e
em quanto elle argumentava, tomava a presidencia o
do 2.0 Assistiam s6 os lentes e substitutos de mathe-
matica, e o director litterario. Findo o exame, que de-
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202 ANNUARIO DA ACADEMIA
via ser feito com o maior rigor, procedia-se a vota-
cao sob re a appro vacao ou repro vacao. *
Houve n'esta academia urn unico acto d'esta
qualidade, que foi em *83o. N'esse tempo nao es-
tavam em effectivo servico na seccao mathematica
senao tres lentes, dos quaes dous nomeados pelo go-
verno intruso. Em 24 de maio do dicto anno tomou
a congregacao de mathematica a respeito d'aquelle
acto as seguintes resolucoes: 1 .a que as theses apre-
sentadas pelo estudante Joaquim Torqiiato Alvares
Ribeiro fossem appro vadas; 2.a que o acto publico da
defeza das mesmas theses se fizesse no dia 17 de ju-
nho; 3.* que a ordem dos argumentos fosse na f6r-
ma dos estatutos; 4.* que segundo a letra da lei fi-
cava assentado em congregacao que este acto se con-
cluisse de manha por nao haver lentes que viessem
argumentar de tarde; 5.a que para o exame privado
devia o discipulo tirar ponto das materias do 2.0 e
3.° annos; 6.a que por falta de numero sufficiente de
lentes argumentasse no exame privado cada um dos
dous arguentes por dobrado tempo.
Todos estes exames tinham por fim habilitar os
candidatos para oppositores ao magisterio de mathe-
* Cit. Alv. de 16 de agosto de i8a5, SS 3 e 4, e Estat. da
Universidade de 1772, liv. 3.#, P. 2.% tit. 6.°, cap. 3.° junto com
outros logares a que o mesmo capitulo 3.° se refere.
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POLYTECHNICA DO PORTO 203
matica. Como em 1834 se introduziu o systema
de concursos para o provimento das substituicoes,
cessou de facto, esta institui<;ao que deu a academia
um dos seus mais habeis e instruidos professores *.
Em todos 08 exames das outras disciplinas o jury
era composto s6 do professor e substitute, excepto
em agriculture, para cujos exames havia s6 o pro-
fessor da cadeira.
Os alumnos do curso de commercio tiravam pon-
to 24 horas antes do exame (*).
Os exams de desenho duravam muitos dias, como
era necessario para que os examinandos podessem fa-
zer as suas estampas. Gostumavam prolongar-se pe-
las ferias, o que foi prohibido pela Congrega^ao em
3o de junho de 1825.
h) Cartas. As cartas de pilotos e sota-pilotos
eram passadas pela Junta#da adrninistracao da Com-
panhia geral de agricultura das vinhas do Alto-Dou-
ro, como inspectora da Academia (Estat. §§ 25, 26 e
53). As suas funccoes de inspeccao cessaram em 1834.
* O snr. Joaquim Torquato Alvares Ribeiro. Este pro-
fessor foi provido em concurso, mas na consulta insistiu-se no
direito que elle tinha de ser provido por haver desempenha-
do o servifo de oppositor.
* Isto s6 desde 1825 por effeito da resolu$ao da Con-
grega^ao de 3o de junho de 1825.
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204 ANNUARIO DA ACADEMIA
Desde.entao podia applicar-se o disposto nos esta-
tutos da academia de marinha de Lisboa, que man-
dou passar as cartas de pilotos mercantes pelo lente
de navcgacao (3.° anno mathematico), devendo ser
firmadas com o sello da academia (cit. estatutos da
acad. de mar. de Lisboa — titulo do exame geral, efcM
infine). Era, porem, mais regular que estas cartas
fossem passadas pelo director litterario e assim se pra-
cticou.
As cartas de mathematica eram passadas pelo len-
te do 3.° anno Joao Baptista Fetal da Sjjlva Lisboa.
Este porem jubilou em 1826, e nao se julgando o seu
successor authorisado para continuar esta praxe, o
director litterario determinou em 1826 que estas car-
tas fossem passadas pelo mesmo director e em seu
nome e subscriptas pelo secretario da academia.
Antes d'esta resolucao, o secretario tinha mandado
imprimir umas cartas com tencao de as passar aos
estudantes que houvessem acabado o terceiro anno
mathematico, depois da jubilacao do referido lentc
Fetal *.
As cartas de commercio no tempo da antiga aca-
demia de marinha do Porto, foram sempre passadas
pela Junta inspectora. A ultima de que ha registo, e
* Officio do secretario da academia de 3o de outubro
de 1826, no registo dos officios fl. no.
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POLYTECHNICA DO PORTO 205
datada de 1825, o que nao admira, porque a grande
maioria dos alumnos d'este curso valia o saber, de
pouco lhes valla a carta.
Pela carta do curso completo de mathematica pa-
gava-se ao secretario da academia um emolumento
de 2^400 reis. Pfela do curso simples de pilotagem,
I1J600 reis. Isto, s6 depois da Res. Reg. de 17 de
agosto de 1824, porque ate entao todas as cartas
eram gratuitas.
Estabelecimentos e' meios prdticos de ensino.
Os estatutos encarregavanj a Junta inspectora de
prover a academia «de instrumentos astrorfomicos e
maritimos, de cartas geographicas, topographicas, li-
vros, espheras e de tudo quanto se carecesse para a
completa instruccao dos discipulos, uso dos lentes em
scus exercicios, decencia e lustre da academia » (§ 57).
A' aula de desenho nao faltava nada do que ha-
via sido solicitado pelo insigne pintor portuense Fran-
dsco Vieira, que era lente d'ella antes da fundacao da
academia. E^ste, pelo menos, felicita-se pela riqueza
dos meios que havia para o aproveitamento dos seus
discipulos. Assim o prova o discurso, a que ja allu,.
dimos, recitado, ao que parece, em i8o3.
«A unica consolacao que me acompanha, (dizia
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206 ANNUARIO DA AGADEMIA
elle), e o ver-me n'este logar que occupo, munido dos
mais raros monumentos e exemplares, que podem in-
sinuar, disp6r e guiar os principiantes, ate que che-
guem a sublimidade de qualquer das artes, a que se
quizerem applicar, tendo uma colleccao de obras as
mais completas e especiaes em geometria, perspecti-
va e architectura, alem de outra de ornatos e estam-
pas as mais singulares, com as estatuas dos mais ce-
leb res gregos* 4.
Provavelmente estas acquisicoes datam do anno
de 1802, em que Francisco Vieira comecou a reger
a aula de desenho. N'este tempo havia s6 esta aula e
a de nautica, e as receitas destinadas ao seu custeio
eram muito superiores as despezas do pessoal.
Para o estudo de nautica e astronomia cuidou,
logo no principio da academia, a Junta inspectora dc
comprar alguns instrumentos e utensilios. Assim
«desde o comeco, possue a academia alguns excellen-
tes instrumentos de Dollond; para as praticas tri-
gonometricas um graphometro e um theodolito, que
dao 3o';, e para as praticas de astronomia nautica, tres
sextantes com graduacao de prata, um quarto de dr~
* Discurso feito na abertura da academia de desenho e
pintura na cidade do Porto por Francisco Vieira Junior. Lis-
boa 1 80 3, transcripto na Hist, dos Estab. scientific^ T. Ill, p.
24 e seg.
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POLYTECHNIC* DO PORTO 207
culo que da i5", uma bussola de caixa de tobre de
movimento universal e um relogio de Arnold de pe-
sos e pendula de compensacao. Tern mais duas lu-
netas para observacoes de eclipses de 3 pes de f6co,
uma das quaes com apparelho para movimento len-
to no sentido horisontal e vertical, de bastante au-
gmento paramostrarem os satellites de Saturno. Pos-
teriormente, em 1828 adquiriu uma esphera armillar
e dois ricos globos para o estudo da geographia, os
de maior dimensao que ainda hoje existem no reino* *.
0 observatorio e que nunca teve um edificio con-
veniente. A principio esteve n'uma casa particular.
Uma tentativa de roubo mostrou que os instrumen-
tos nao estavam alii seguros, pelo que foram removi-
dos para a academia, onde se construiu um observa-
torio provisorio, dominando todo o edificio da Uca-
demia e sem a solidez e firmeza necess arias para ob-
servacoes rigorosas *.
Para o ensino do apparelho e manobra naval ha-
* Discurso recitado na Acad* PolyU do 'Porto na aber-
tura do anno lectivo de 1846 para 1847 Pe^° ^te d* 5* cadet-
ra, Joaquim Torquato Alvares Ribeiro, Porto 1847, pag. 8 e
9. Grande parte d'este discurso vem transcripto na Historia
dos Estabelecimentos scientificos.
* Officio do director da academia polyt. de 22 de maio
de 1837 no livro 67 da secretaria.
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208 ANNUARIO DA ACADEMIA
via urn navio de dous mastros (brigue), que ainda ha
poucos annos foi desmanchado, porque, extincto ou
abandonadb o curso de pilotagem, occupava inutil-
mente o espaco de duas grandes salas.
A academia tinha uma bibliotheca, mas muito po-
bre. Em i824, o director litterario qualifica-a de mi-
seravel e vergonhosa *. O alvara de i6 de agosto de
1825 mandou applicar a compra de livros a impor-
tancia dos premios, que por falta de alumnos distin-
ctos nao fossem distribuidos (cit. alvara, art. 8). A
Res. 11 de julho de 1825, communicada em Aviso
de 5 de setembro do mesmo anno,- conformando-se
com o parecer da Junta inspectora de 21 de maio
anterior, destinava 400^000 reis para as despezas do
expediente ordinario da academia e mandava que
quanto em cada anno subejasse d'esta quantia, se em-
pregasse em livros a beneficio da bibliotheca *. Em
1828 foi a bibliotheca accrescentada com urn sortimen-
to de livros 3; mas a maior c6pia dos que a acade-
mia de marinha legou a academia polytechnica* sua
i Informacao de i3 de setembro de 1824 na Historia dos
Estab. scientificos, T. II, p. 419.
* Registo de officios e ordens da Junta no Archivo da
acad. polyt. liv. 92, pag. 61.
3 Cit. discurso do lente da 5.* cad. Joaquim Torquato.
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POLYTECHNICA DO PORTO 209
successoraa vem-lhe da providencia dada no decreto
de g de julho de i833.
Este decreto, fundando no Porto uma bibliothe-
ca publica e dotando-a com os livros que compunham
as livrarias de varios conventos extinctos, determinou
que, dos exemplares duplicados se dessem a esta aca*-
demia as obras que tivessem por objecto as scien-
cias mathematicas, a navegacao, o commercio, a agri-
culture, industria e artes, geographia, chronologia e
historia ou quaesquer outros ramos de conhecimen-
tos particularmente ligados com aquelles, (cit. decre-
to, art. ii, § i).
A academia n'aquelle tempo nao tinha cadeiras de
physica, nem de chimica, nem de historia natural, e
ainda que estas sciencias estavam ligadas com a agri-
culture, o decreto parecia excluil-as, porque doava
expressamente um exemplar de cada um dos duplica-
dos pertencentes aquelles ramos, a esc6la medico-
cirurgica d'esta cidade (cit. deer., art u, § 2).
Com este don^tivo adquiriu a nossa bibliotheca
muitos volumes e algumas obras de estimacao; mas
nem por isso ficou muito rica das que mais de perto
interessafn a culture das sciencias professadas n'esta
academia.
A bibliotheca governava-se pelo regulamento
que lhe deu o director Joaquim Navarro d'Andrade,
em 2 de setembro de 1829, com o titulo de «Instruc-
coes porque se deve regular o guarda da bibliothe-
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210 ANNUARIO DA ACADEMU
ca» *. Este guarda era o porteiro e official da secre-
taria, Antonio d' Almeida dos Santos Junior, que des-
de aquella data ficou «encarregado do arranjamento,
guarda e conservaqao dos livros da bibliotheca, com
a gratificacao de 3oo reis diarios que Ihe seria satis-
feita pelos redditos proprios da dita bibUotheca» '.
Edificio
Quando a junta da administracao da Companhia
das vinhas do Alto-Douro, na representacao que aci-
ma mencionamos, de 4 de Janeiro de i8o3, pediu
que se levantasse urn edificio para as aulas, propunha
que nos baixos d'elle se construissem lojas de abo-
bada, para se alugarern em beneficio do seminario dos
orphaos da Graca, na conformidade da planta que
acompanhava a mesma representacao.
No alvara de 9 de fevereiro de i8o3, que resol-
veu a pretensao da Companhia, nao da o governo si-
* Livro (92) do Registo de officios e brdens da Junta
no Archivo da Acad. Polyt., pag. 94 a 96.
1 Port, do director litterario de 2 de setembro de 1829
em conformidade com as determinates da Junta inspectora
no cit. livro, pag. 93.
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POLYTECHNICA DO PORTO 211
gnal de ter recebido a planta e ate ordena que a Jun-
ta a mande levantar e submetter a approvacao re-
gia, pelo ministerio do reino (cit. alvara, §§ 3 e 5). E'
' provavel que ja entao se tratasse de fundar um esta-
belecimento muito mais completo do que aquelle para
' que tinha sido feita a mesma planta. Aquelle alvara
esqueceu-se de fallar nas lojas, e ve-se de outro al-
vara de 29 de julho do mesmo anno, que foi um es-
quecimento grave.
Na verdade, este ultimo alvara declarouquefum
dos principaes objectos da creacao d^esta academia
f6ra accrescentar o patrimonio do seminario dos or-
pbaos da Graca, e que as lojas do edificfo mandado
construir para as aulas, fossefn arfendadas> sendo o
seu producto administrado como as riiais rendas d'a-
quelle seminario pela camara d^esta cidade, a qual
teria todo o cuidado em que os orphaos frequentas-,
sem os estudos, «sem se distrahirem com a assisten-
cia dos enterros, e muito menos a pedir esmolas, vis-
to que pela refenda consignacao cessa a necessidade
e indigencia em que viviam» *.
A planta foi levantada em 1807 pelo capitao de
infanteria com exerciciq no real corpo de engenhei-
ros, Carlos Luiz Ferreira da Cruz Amarante, e ap-
* Comparem-se as palavras transcriptas no texto com o
que escrevemos de pag. 100 a 102.
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212 ANNUARIO DA ACADEMIA
provada em 26 de setembro do dito anno pelo mi-
nistro do reino Antonio de Araujo d'Azevedo.
O projecto do engenheiro Amarante consta de dn-
co folhas. Uma d'estas con tern o piano terreo, outra 0
andar nobre; as tres restantes, os alcados, excepto 6
do lado do nascente, que nao desenhou, como elle mes-
mo declara, para nao augmentar o numero de plan-
tas. Um alcado que existe da fachada do nascente,
foi levantado em maio de 18 17 por outro architecto
em conformidade com a planta baixa1. Das cinco fo-
lhasmencionadas, s6as duas primeiras, tern a approva-
cao do ministro, mas nem por isso deixou de se re-
gular pelas outras a arphitectura adoptada para as
obras feitas no tempo da administracao da Compa-
nhia das vinhas do Alto-Douro.
Como em i834.cessaram as obras e s6 em i865
se continuaram por um novo piano, aquellas plantas
ficaram descuradas e acham-se bastante damnifica-
das. O engenheiro que em 1862 elaborou o novo pro-
jecto, teve-as presentes, mas nao as estudou senao em
relacao ao fim a que se propunha, e se alguem as
* Do nome do architecto s6 se le o primeiro e as ulti-
mas letras do ultimo, Joaquim. . .aijo. Esta ultima planta, que
foi a que se poz em obra, faz alguma differen^a da primitive
nos torreoes do nascente.
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POLYTECHNIC* DO PORTO 213
mencionou, foi como simples reminiscencia historica
*. Todavia sao estas plantas documentos juridicos imr
portantes, que ainda podem servir para fixar as re-
lacoes entre a academia, que e um estabelecimento
do Estado e o collegio dos orphaos, que o e munici-
pal.
O projecto exorbitou da lei, porque em vez de
se occupar s6 da academia, risca um novo edificio
para o collegio que o governo nao se obrigara a cons-
truir, e liga este edificio com o da academia, de ma-
neira que em parte ficam ambos os estabelecimentos
debaixo do mesmo tecto. Mas se o projecto excedeu
os limites da concessao que o alvara de 29 de julho
de i8o3 fizera aos orphaos, estes ainda excederam os
limites do mesmo projecto, porque trazem alugado
um espaco maior do que elle applicava a este destino.
Assim em toda a parte do nascente, comprehen-
dida entre os torreoes das extremidades, na extensao
de 6im,64, nao havia lojas algumas, e os orphaos estao
gosando ha muitos annos as rendas de todos os bai-
xos d'esse lado, assim como os das duas lojas provi-
sorias estabelecidas em dois dos arcos do frontao do
norte, onde nao as podia haver, porque era por alii a
* Snr. Jose* Maria d'Abreu no jd citado Relatorio da ins-
pec^ao extraordinaria, feita d academia poly technica em [864,
Lisboa, Imp. Nac. i865, pag. 32.
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214 ANNUARIO DA ACADEMIA
entrada para a academia. A tudo isto se deve atten-
der na avaliacao das indemnisacSes que direitamente
pertencem aos orphaos, quando se expropriarem as
lojas para se continuarem as obras em conformidade
com o novo piano.
Em rigor, estas rendas extraordinarias devem ter
sido capitalisadas para se construir com o seu pro-
ducto o novo collegio esua egreja. P6de ser que fosse
esta a mente com que o Estado ou quern o represen-
tava, consentira em que ellas fossem percebidas pela
administracao dos orphaos, visto que o imposto es-
tabelecido para a academia, nao podia ser distrahido
para a cohstruccao do edificio do collegio a nao ser
a titulo de indemnisacao paga antecipada e lentamente
por aquellas rendas.
Segundo a planta de* 1807, a f6rma do espaco oc-
cupado pelo edificio da academia e collegio dos or-
phaos era um pentagono. A fachada do norte que
era a frente principal da academia, olha para a pra-
ca, outVora Feira da Farinha, hoje dos Voluntarios
da Rainha, e mede 6im, 81; a do nascente, voltada
para a rua que a separa do extincto Recolhimento
do Anjo, hoje Mercado do mesmo titulo, tern 89,*
19; a do sul, 35,m 55. A linha do poente quebra-se
a 38,m g5, contados da extremidade do norte, e d'ahi
corre na direccao de SSE e na extensao de 55,m88
ate acabar na quina da parede do sul. Os angulos
entre os lados do sul e poente, e entre as duas linhas
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POLYTECHNICA DO PORTO 215
(Teste ultimo quadrante sao obtusos; os outros sao
rectos.
A architectura e a mesma do novo piano que acom-
panha esta memoria. Apenas sobre os torreoes havia
uma attica.
No andar terreo a academia nao tinha senao, alem
da entrada, uma aula de primeiras letras (aula que
ainda entao nao estava creada), uma sala para o i.°
guarda, e a casa do navio.A i.atem 8,m38X7,34=
6i,^5i; a 2.* 5m,o4X7,29=36,m*74; a 3.a euma eli-
pse com os eixos de i7,m48 e 8?m87 e a superficie cor-
respondente de I2i,m*77.
A parte principal da academia ficava no i .° an-
dar. Ao longo da fachada do norte havia as seguin-
tes divisoes: aula de commercio (8,mnX io,m98=
89,Bio5); dita do i .° anno mathematico (8,moi X 1 1 m=
88,^11); salao para os actos solemnes (i3,m92Xiom
97=i52,ID27o); aula do 2.0 e 3.0,mathematicos (7,m
97Xiim=87,ni*67); sala sem designacao (8,mo5Xiom
97=88, mt3i); mais dois gabinetes e duas escadas, oc-
cupando ambas uma area de cerca de 36 metros qua-
drados. Estas divisoes sao todas ao correr da frente
do norte e acham-se separadas das seguintes por um
corredor de 57m4i de comprido e 2m7o de largo. An-
te-sala da livraria (6m38X4mi6=26mi54); pateo para
hiz (8m27X7,7o=63ID*68); escada principal (io^X
8,27); aula de agricultura (7m78X7m63=59m*36); ou-
tro pateo para luz (5m5 1X7,78); e uma sala (7m02X
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216 ANNUARIO DA ACADEMIA
8,o6=56m*66). Este correr de salas recebe a luz por
um claustro que lhes fica ao sul, excepto a ante-sala
da livraria e a ultima sala, que a recebem de janellas
voltadas, a i.a ao nascente e a 2.a ao poente. Te-
mos ainda do lado do nascente a livraria com iom54
de comprido e 6,38 de largo (67m*24), mais quatro
quartos separados, dois a dois, por um corredor, oc-
cupando tudo uma superficie de 43m quadrados. Do
lado do poente ha* a ellipse da casa do navio,*que
tern a altura dos dois andares. Finalmente na attica
do poente que devia estender-se desde o torreao do
norte ate o angulo obtuso, que formam entre si as
duas linhas do poente, devia ser estabelecida a aula
de desenho. No alcado da frente do norte apparece
desenhado o observatorio, mas nao ha a planta bai-
xa d'este estabelecimento.
No tempo da administracao da Companhia cons-
truiu-se no sul a parte que vai desde a entrada
actual da Academia polytechnica ate a quina do nas-
cente, toda a fachada de leste e levou-se ate o cimo
do andar terreo a parede exterior da fachada do nor-
te e do torreao do poente. A Companhia porem fez
muitas construccoes provisorias no terreno que de-
via ser occupado pelos edificios reunidos da acade-
mia e collegio, nao se esquecendo de aproveitar quasi
todos os baixos d'essas construccoes para lojas que
eram arrendadas em proveito dos orphaos.
Antes de feitas estas obras, a academia nao ti-
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POLYTECHNIC* DO PORTO 217
nha espaco sufficiente para as suas aulas. Estas ac-
commodavam-se como era possivel no edifickwdos
orphaos, exceptuando a de desenho, que ainda no
anno de 1804 funccionou no hospicio de Santo An-
tonio de Val Piedade, a Cordoaria, onde hoje esta o
hospicio dos Etfpostos. O observatorio estava n'uma
casa alugada, como dissemos. A secretaria aind* em
1824 se achava n'uma sala dos orphaos, a quern se
pagava 3o$ooo reis de renda.
No tempo do cerco do Porto (i832 a 1834) o edi-
ficio academico foi convertido em hospital militar.
Em 1 3 de outubro de 1834 comecaram os estudos no
palacete da Snr.a Viscondessa de Balsemao, hoje do
Snr. Visconde da Trindade, na praca que entao se
chamava dos Ferradores e agora de Carlos Alberto.
S6 as aulas de desenho e manobra continuaram nos
seus antigos locaes, que eram nas construccoes pro-
visorias do lado do poente. O hospital militar s6 dei-
xou livres as aulas da academia em i836.
Dotagao
O alvara de 9 de fevereiro de i8o3 estabeleceu
distinctamente duas fontes de receita para duas ap-
plicacoes diversas ; uma para a contruccao do edifi-
cio, outra para os ordenados do pessoal (§§ 4 e 8).
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218 ANNUARIO DA ACADEMIA
Ainda havia diversas despezas que os estatutos de
29 4p julho do mesmo anno mandavam pagar pela
contadoria da Junta inspectora, sem declarar a re-
ceita com que haviam de ser satisfeitas (cit Est. §S
48 e 57).
Para o edificio estabeleceu o citado Alvara de
fevereiro, por espaco de 10 annos, o imposto de um
real em cada quartilho de vinho que se vendesse a
retalho na cidade do Porto e districto do privilegio
exclusivo da Companhia durante os seis mezes de ju-
lho a novembro. Esfe imposto corresponde a 188 */5
reis ou a um franco e 18 c. por hectolitro.
O districto privilegiado da Companhia abrangia
alem do terreno demarcado para os vinhos de expor-
tacao, a cidade do Porto e quatro legoas em volta, que
eram, segundo a medida d'aquelle tempo, 24:689
metros *. Entao o imposto de consumo sobre o vi-
nho, era um real em quartilho, durante todo o anno,
para as obras publicas e barra do Porto, mais um
real para a casa de correccao nos quatro mezes de de-
zembro a marco e 4 reis para as estradas do Douro nos
1 O raio do circulo privilegiado A volta da cidade do
Porto era de tres leguas pelo § 28 da Instituicao da Compa-
nhia de 3 1 de agosto de 1756 approvada por alvard de 10
de setembro do dito anno. Foi elevado a quatro legoas por
alvard de 16 de dezembro de 1760.
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POLYTECHNICA DO PORTO
219
dois mezes de abril e maio. A totalidade do imposto
sobre este consumo, depois de augmentado pelo ci-
tado alvara de 9 de fevereiro de i8o3, ficava sendo
de 5 reis em quartilho (943 4/3 reis ou 5 francos e
90 c. por hectolitro) nos dois mezes de abril e maio,
e 2 reis (377 4/3 ou 2 francos e 36 c. por hectolitro)
no resto do anno.
0 imposto para o edificio da academia foi amplia-
do a todos os mezes do anno pelo alvara de 16 de
agosto de 1825, § 1.
E' notavel que esta contribuicao fosse estabele-
cida por proposta da Junta da administracao da Com-
panhia das Vinhas do Alto Douro 4, que era verda-
deiramente quern a pagava, porque tinha o exclusivo
da venda do vinho a retalho no districto do seu pre-
vilegio.
Quanto a receita para pagamento do pessoal, o
alvara de 9 de fevereiro de 180 3 apenas dispunha,
que fos ordenados dos lentes, substitutes e mais
pessoas empregadas em. as novas aulas, fossem sa-
tisfeitos por onde o sao actualmente os de nautica e
desenho > (cit. alv., § 8). Segundo a legislacao, a que
este alvara alludia (que entao nao tinha sido publi-
cada e ainda hoje em parte se conserva inedita) a re-
1 Representa^ao de 4 de Janeiro de i8o3, na Hist, dos
Estab. scientificos. T. 2.0, pag. 401.
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220 ANNUARIO DA ACADEMIA
ceita para esta despeza consistia como dissemos, na
decima dos dividendos dos accionistas da Companhia
das Vinhas. O rendimento d'este imposto era calcu-
lado no Av. Reg. de 16 de Janeiro de 1779 em qua-
tro contos e tantos mil reis, mas desde i8o3 ate 1820
inclusive, nunCa desceu de6:856#ooo reis (42:850 fran-
cos), nem subiu de 8:4o3#5oo reis (52:522 francos*.
Esta quantia nao era sufficiente para o quadro
estabelecido no alvara e estatutos de 29 de julho de
i8o3. A Carta Reg. d'aquella mesma data, dirigida
ao desembargador corregedor da comarca do Porto,
determinava que do cofre das rendas d'esta cidade se
applicasse cada anno ate a quantia de 2:400^000 reis
para os ordenados dos professores e premios dos
alumnos.
A terceira cathegoria de despezas a que alludi-
mos, nao tinha consignacao especial. A final decidiu-
se que fossem pagas pelas receitas creadas para o pa-
gamento do pessoal.
Assim, em 18 de Janeiro de 1819 «deliberou a
Junta que em conta do edificio e obras da academia
se credite o rendimento da contribuicao estabelecida
pelo § 4 do dito alvara de 9 de fevereiro de i8o3 e
i Parecer da commissao de instruc^ao publica de 24*de
setembro de 1821 no Diario das Cdrtes de novembro d'esse
anno, a pag. 2967.
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POLYTECHNICA DO PORTO
221
debite pela despeza do novo edificio, das aulas inte-
rinas, e outras quaesquer obras ou concertos. E que
em conta de despezas da academia real de marinha
e commercio d'esta cidade se credite o rendimento
da contribuicao estabelecida pelo § 8 do sobredito
alvara, bem como a consigna<;ao ordenada por Carta
Regia de 29 de julho de i8o3, e se debite pelos or-
denados dos lentes e mais empregados, premios, cus-
to de instrumentos, moveis e mais despezas qoe o §
57 dos estatutos manda prover, fazendo-se os encon-
tros necessarios d'aquellas addicoes que se acharem
lancadas em contrario cPesta deliberaqao* 4.
A dotacao para o pessoal e expediente era muito
inferior as despezas, como se ve da seguinte nota
d'ellas referida ao anno de 1820:
Vice-inspector
Director litterario . .
Secretario da Junta inspectora
Secretario da academia • .
Official e continue* da academia
Primeiro guarda ....
A transportar
1 :8oo#ooo
i:2och$ooo
i6o#ooo
96^000
1805J000
220^000
3:656#ooo
* Livro intitulado « despezas geraes das aulas regias»
no cartorio da Companhia das Vinhas.
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222
ANNUARJO DA ACADEMIA
Transporte .
Seis guardas a 144^000 reis.
Dois serventes
Total do pessoal d'inspeojao, direc-
• cao, secretaria e policia . . .
Lentes de mathematica 3
f de philosophia
racional, commercio,
desenho e agricultura 4
Director da aula de de-
senho 1
3:656#ooo
864J000
1 520000
4:672^000
8 a 6oo#ooo 4:800^000
4 Professores de francez, inglez e de
primeiras lctfas a 400^000 reis . 1 :6oo0ooo
3 Substitutos de mathematica e 1 de
philosophia racional, 4 a 45o#ooo
reis i:8oojjk>oo
2 Substitutos de commercio e dese-
nho a 35o#ooo reis 700*^000
2 Substitutos de francez e inglez e
1 mestre de apparelho e manobra
naval, 3 a 3oo#ooo j-eis . . . goofaoo
Total do pessoal docente . . . 9:800^000
Despezas diversas, a saber: —
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POLYTECHNICA DO PORTO 223
24 Premios para os alumnos a reis
72jJooo 1 728^000
Toque dos sinos para a entrada e sa-
hida do estabelepmento . . . 6o#ooo
Aluguer da casa que serve de obser-
vatorio 67^200
Dito da sala de secretaria . . . 3o#ooo
Expediente, despezas do anni versario
de sua magestade, etc. • . . 854^450
Somma das despezas diversas . . 2:739^650
Resumo :
Inspeccao, direccao, secretaria e po-
licia 4:672^000
Pessoal docente 9:800^000
Despezas diversas 2:739^650
Total. . 17:21 ifJ65o
A esta quantia ainda havia que accrescentar a de
73j>ooo reis, importancia do vencimento do patrao do
escaler, resto do antigo encargo da administracao das
fragatas de guerra que devia ser paga pela decima
dos accionistas da Companhia.
As duas verbas de que se compunha a receita
consignada para estas despezas, eram computadas
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224 ANNUARIO DA ACADEMIA
no mesmo anno em 9:932^800 reis, sendo 7:532^8oo
reis a importancia da decima dos accionistas da Com-
panhia e 2:400^00 reis do cofre das rendas muniri-
paes *.
Havia, pois, um deficit de 7:352#ooo reis ou
45:950 francos. Os desfalques accumulados desde
i8o3 a 1820 montavam no fim d'este ultimo anno
a 64:5400836 reis (4o3:38o francos), que era quanto
a Companhia havia adiantado para as despezas cor-
rentes da academia *.
As c&rtes supprimiram os logares de vice-inspe-
ctor da academia e de director da aula de desenho, e
reduziram a 200^000 reis o ordenado do director lit-
terario. Era uma economia total de 2:6oojjooo reis,
que ainda estava muito longe de estabelecer o equi-
librio. A diminuicao do ordenado do director nao
chegou a realisar-se, senao em i836, como ja disse-
mos.
Em 1825, pelo alvara de 16 de agosto que varias
vezes temos citado, reuniram-se os dois cofres, por
onde ate entao se faziam separadamente as despezas
do edificio e do pessoal. Ao mesmo tempo fizeram-
se algumas economias, supprimindo-se uma substi-
^ Cit. liv. das «despezas geraes das aulas regias» fl. 87 v.
s Cit. parecer da commissao de instruc^ao publica de
24 de setembro de 1821 no Diario das Cdrtes.
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P9LYTECHNICA DO PORTO 225
tuicao de mathematics, e dois logares de segundos
guardas, reduzindo-$e os ordenados do professor e
do substitute da aula de primeiras letras e diminuin-
do-se o numero e quantia dos premios pecuniarios. O
mesmo alvara elevou a 240^000 reis o ordenado do
secretario da academia, que era de g6#ooo reis. A eco-
nomia liquida, resultante d'estas providencias, mon-
tava a 2:242^000 reis (14:012 */* francos), que nao
devia realisar-se desde logo, porque se respeitavam
os direitos dos empregados existentes.
A dotacao especial da academia veio a cessar des-
de que foram extinctos os privilegios da Companhia
das Vinhas do Alto-Douro pela legislacSo de i832
a 1834. A consigriacao dos 2:400^000 rers pela ca-
mara municipal ja tinha sido retirada pelo governo
de D. Miguel em i83o.
As despezas totaes foram fixadas pelo decreto
de 19 de outubro de i836 em 10:642^000 reis.
Do que dissemos, quando nos occupamos do ma-
gisterio da academia, deduz-se que os vencimentos
do pessoal docente, nos termos do citado decreto,
montava a 7:5oo#ooo reis. A esta verba deve a.ccres-
centar-se a de ioo#ooo reis para gratificacao dos
substitutes que eventualmente regessem cadeiras. As
outras despezas eram as seguintes:
Primeiro secretario da academia . 25o;5Iooo
Um bibliothecario que servira nos im-
15
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226 ANNUARIO DA ACADCMIA
peditnentos do secretario da acade-
mia 25ojooo
Um guarda-m6r e fiel da academia . 240^000
Seis guardas subalternos a 146^000
reis 8760000
Dois serventes a 72*5000 reis . . . 1445000
Gratificacao ao lente que servir de di-
rector 2O0#000
Expedients ordinario da academia . 4001J000
Premios aos estudantes 480^000
Aluguer das casas em quanto a acade-
mia se nao estabelecer no edificio
que lhe pertence 200^000
Total das despezas diversas . . . 3:o4ojooo
Antes do citado decreto gastava a academia no
pessoal docente e diversas despezas 1 3: 299^200 reis,
nao incluindo as obras do edificio que ha muito tem-
po se achavam suspensas.
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POLYTECHNIC A. DO PORTO 227
Secretaria
Apezar de se haver transferido para a adminis-
tracao directa do Erario Regio a receita e despeza
do antigo estabelecinaento das fragatas de guerra do
Porto, a provedoria da marinha que era uma das re-
particoes d'aquelle estabelecimento, continuou sob a
direccao da Companhia das Vinhas do Alto-Douro 4.
Creada esta academia, o escrivao da marinha foi
encarregado das funccoes de secretario d'ella, ccom
o mesmo ordenado que Ihe esta estabelecido* *.
Este ordenado rinha sido de 961J000 reis; f6ra ele-
vado a 240^000 reis, e outra vez reduzido a 96^000
reis por Av. Reg. de 16 de Janeiro de 1779 8» <lue
l Vej. supra pag. 94 e 95.
* Estat. de 29 de julho de i8o3, § 7« O texto diz «escri-
vao da mairicula* erradamente, em vez de « escrivao da ma-
rinha.*
3 Regist. no livro da marinha da Companhia das Vinhas
fl. 59. No alv. de 16 de agosto de 1825, § 9, o dito Avis. Reg.
€ citado com a data de 1 o de. Janeiro, e pdde ser que seja esta
a verdadeira.
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22£ ANNUARIO DA ACADEMIA
vigorava quando se promulgaram os estatutos de
i8o3. O alvara de 16 d'agosto de 1825 tornou a ele-
val-o a 240^000 reis l, e o deer, de 19 de outubro
de 1 836 levou-o a 25o#ooo reis.
Antes d'este alvara, a Res. Reg. dc 17 d'agosto
de 1824, ja tinha melhorado a situacao d'este func-
cionario, concedendo-lhe os mesmos emolumentoses-
tabelecidos a favor do secretario da academia de ma-
rinha de Lisboa, pelo decreto de 27 de setembro de
1800 «.
Os emolumentos eram os seguintes:
Matricula, informacao, certidao ou
attestacao de frequencia ... 480
Busca de livros pertencentes a cada
anno 180
Cada carta de appro vacao no 3.° an-
no, havendo o curso inteiro ou
complete 2^400
Cada provimento de premio ou car-
ta do 3.° anno de curso de pilo-
tos i£6oo
Os lentes na occasiao da posse costumavam dar
l Cit. Alv. § 9, na collec^o de legisla^o.
* Na collec£ao de legisla^ao de Delgado, pag. 649 e seg.
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POLYTECHNICA DO PORTO 229
ao secretario uma peca d'ouro (14.188 grammas) e
uma gratificacao ao primeiro guarda e aos outrqs su-
balternos; pratica abusiva e como tal reprovada pela
Port, de 28 de junho de i833. *
0 secretario escrevia as actas, enchia e assignava
ou devia ^ssignar os termos de matricula e fazia o
mais servi^o proprio das secretarias. As primeiras
actas eram escriptas em nome d'elle, mas por outra
letra e nao tern a sua assignatura. A primeira acta
subscripta pelo secretario e de i3 de«nov. de 1810,
e a primeira escripta e assignada por elle e de 1 3 de
maio de 181 2.
Os secretarios da academia de marinha e com-
mercio do Porto foram: i.° Joao Peixoto da Silva
(i8o3 — 1808); 2.0 Francisco Peixoto da Silva, filho
do precedente (1808 — 1809); 3.° Agostinho Peixoto
da Silva, irmao do antecedente (1809 — 1828); 4.0 Ma-
noel Nunes de Mattos (1828 — 1834), tendo ja antes
drisso exercido o logar no impedimento do proprie-
tario; 5.° Jose Augusto Salgado (desde.io d'abril de
1834). Todos foram nomeados pela junta da Com-
panhia das Vinhas do Alto-Douro.
* Regist. no Hv. (66) da acad. de mar., fl. 149 e i5o.
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234 ANNUARIO DA ACADEMIA
LISTA
ALPHABETICA DOS LENTES E DIRECTORBS DA ACADEMIA
DA MAR1NHA E COMMERCIO DA CIDADE DO PORTO
Agostlnho Albano da Sllvelra Pinto.
Filho do bacharel Jose Xavier da Silveita Pinto e de
sua mulher D. Maria Perpetua Pereira da Silveira.
Nasceu na cidade do Porto em 17 de julho de 1785.
Falleceu na freguezia de Aguas Santas, do concelho
.da Maia, district© do Porto, em 18 de outubro de
i852.
Dos principaes factos da sua vida publica ja* de-
mos conta a pag. i52 e seg., onde tractamos d'elle
como director d'esta academia. Veja-se tambem um
facto cjue lhe diz respeito a pag. 171 e seg.
Ainda que e datada de 28 de fevereiro de i8i5 a
carta regia do seu despacho para a cadeira de fran-
cez d'esta academia, ja assistiu como professor a ses-
sao do conselho de 10 de outubro de 1814, certa-
mente por haver sido nomeado pela Junta inspe-
ctora.
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POLYTECHNICA DO PORTO 285
As cartas regias dos seus primeiros despachos,
bem como as actas do conselho ate a de 3 1 de ju-
lho de 1818, supprimem-lhe o ultimo appellido.
O diccionario bibliographico do snr. Innocencio
Francisco da Silva nos tres artigos que lhe dedica
nos torn. i.° e 8.°, menciona as seguintes obras do
conselheiro Agostinho Albano.
Ode ao corpo militar de lentes.e doutores volun-
taries. Coimbra, Impr. da Univ. 1808. — 8.°
Nopos elementos de grammatical france\a, extra-
hidos das grammaticos mat's celebres e acreditados
em Franga. Lisboa 181 5. A 2.a edicao sahiu com o
titulo de Elementos de grammatica france\a para
uso dos alumnos que estudam esta lingua na real
academia de marinha e commercio da cidade do Por-
to. Lisboa, Impr. Reg. 181 8, de 100 pag. — Fez-se
uma 6.* edicao no Porto, Typ. Commercial i852 de
VII — 23 1 pag.
Primeiras linhas de chimica e botaniqa coordena-
das para uso dos que frequentam a aula de agricul-
tura na real acad. da marinha e commercio. Parte
i.1 Porto 1827. 4.0 de XVIII— 200 — 149 pag. A 2.a
parte que devia tractar da agricultura nao chegou a
publicar-se.
Nofoes sobre a cholera-morbus indiana, extrahi-
das principalmente da obra de J. Kennedy e outros.
Lisboa Impr. Reg. i832 — 8.° de XII — 1 13 pag.
Conclusoes practicas ou aphorismos dedu\idos 4a
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236 ANNUARIO DA ACADEMIA
obserpafdo sobi*e a cholera-rnorbus. Porto, Typ. de
Alvares Ribeiro i833. — 8.° gr. de 10 pag.
Codigo pharmaceutico lusitano, ou tractado de
pharmaconomia, no qual se explicam as regras eprt-
ceitos com que se es col hem, conservam e preparam os
medicamentosa e se apresentam as virtudes, usos e
ddses das formulas pharmaceuticas. i .* edic. Coim-
bra i835; 3.* ediq. ibid. 1841; 4.* edic. Porto, Typ.
da Revista 1846.— 8.° gr. de LIX— 606 pag.
Pharmacographia do codigo pharmaceutico lusi-
tano. Goimbra, Impr. da Univ. i836. — 8.°gr. de XIX
—391 pag. ,
Epidemia catarrhosa. Porto, Impr. de Alvares
Ribeiro. — 8.° gr.de 16 pag.
Discurso pronunciado na inaugurafao da cadeira
de economia politica instituida pela Associafdo Com-
mercial do Porto no dia 3o de maio de 1837. Porto,
Typ. Commercial Portuense 1837.— 8.° gr. de 38 pag.
Preleccoes prelimiriares ao cur so de economia po-
litica da eschola da Associqfdo Commercial do Por-
to. Porto, ibid. 1837.— 8.° gr. de 293 pag. com o re-
trato do auctor.
Exame da questao sobre a lipre navegaqao do rio
Douro. Porto, ibid. 1840. — 8.° gr. de 56 pag.
A divida publica portugue^a, sua historia^ jpro-
gressos e estado actual. Lisboa, Impr. Nac. 1839. —
4.°de XIV— 206 pag.
A arise financeira em 1841, a commissdo creada
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POLYTECHNICA DO PORTO 237
per decreto de 22 de margo do rnesmo anno, e as Me-
ntorias do snr. deputado Roma. Porto, Typ. da Re-
vista 1 841 .—8.° gr.
Exame critico das causas proximas da actual si-
tuagao financeira. Lisboa, Impr. Nac. 1843. — 4.0
Exposigdo synoptica do sy sterna geral da f agen-
da publica em Portugal, addicionada com algumas
cbservaqoes. Ibid. 1847.— 4.0 g1*- — $1 Pag- •
Elogio de Agostinho Josi Freire, no n.° 7 dos
Annaes da Sociedade Litteraria Portuense. Porto
i83g.
Memoria biographica do conselheiro Josi Fer-
reira Borges, no torn. 1 .° da Revista Litteraria.
Foi tambem redactor principal da Revista Estran-
geira. Coimbra. Impr. da Univ. 1837 e i838, e da
Revista Litteraria, Porto i838 a 1843, n vol. 8.°
gr., e pubjicou varios artigos no Repositorio da So-
ciedade Litteraria Portuense, e em muitos outros jor-
naes. Consta mais (accrescenta 'o snr. Innocencio)
que alem de importantes trabalhos manuscriptos, dei-
xou promptos para a imprensa dous volumes da obra
de que ultimamente se occupava, por elle intitulada
Historia financeira de Portugal desde 0 tempo do
Conde D. Henrique art o nosso.
Attribue-se-lhe mais a redaccao dos seguintes es-
criptos ou pelo menos a parte principal na $ua col-
laboracao.
Memoria estatistico-historica sobre a administra-
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238
fid dos expostos na cidaie do Porto^
catnara municipal da mestna cidade. Porto, typ. da
viuva Alvares Ribeiro 1823. — 4.0 de 42 pag.
Relatorio que a commissao sanitaria da cidade
do Porto fe\ subir d augusta presenga de S. M . Im-
perial 0 Duque de Braganqa. Lisboa, Imprensa do
Governo i833. — 4.0 de 35 pag.
Balbi cita como manuscriptos d'este professor
uma sabia dissertacao sobre a quinquina do Rio de
Janeiro; uma memoria sobre as febres e seu trata-
mento ; e uma sabia dissertacao sobre a historia da
agriculture portugueza.
Vej. as biographias mencionadas pelo snr. Inno-
cencio Francisco da Silva.
Antonio Carlos de Hello e Sllva. Nasceu
em Santa Eulalia de Agueda, bispado de Aveiro, em
21 de maio de 1794. Fallecido entre i838 e 1840. Fi-
lho de Bernardino Jose de Mello e mulher Francisca
Leonor de Mello. Baeharel formado em medicina pela
universidade de Coimbra, e doutor pela de Lou vain.
Obteve em concurso a propriedade da cadeira de
francez d'esta academia por deer, de 9 de fev. e C.
R. de 28 de marco de i835. Foi dos exonerados.por
deer, de 19 d'outubro de i836, em consequencia de
se haver recusado a jurar a constituicao de 1822. Foi
provido na direccao da esc6la normal do Porto por
decreto de 8 de marco de i838.
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POLYTECHNIC* DO PORTO 239
Antral* A* Costa Palva. i .° Barao de Cas-
tello dc Paiva desde 1854, bacharel fonnado cm phi-
losophia e medicina pela universidade de Coimbra, e
doutor pela faculdade de medicina de Paris. Socio
effectivo da academia real das sciencias de Lisboa.'
Membro correspondente das academias de medicina e
cirurgia de Tolosa, Montpellier e Marselha; associado
estrangeiro da sociedade zoologica de Londres, da
sociedade de historia natural de Cassel, da socieda-
de das sciencias naturaes de Strasburgo, das socie-
dades botanicas de Franca e de Edimburgo, da aca-
demia imperial de medicina do Rio de Janeiro. Vo-
gal extraordinario do conselho geral de instruccao pu-
blica at6 a extinccao d'este conselho em 1868. Nasceu
no Porto em 12 de outubro de 1806. Reside desde
1 855 na Ilha da Madeira, por causa d'uma affeccao
pulmonar, mas tern vindo frequentes vezes a Lisboa.
Nascido de paes « que o educaram austeramente »
como elle mesmo diz na sua auto-biographia, e sus-
tentado por dous parentes durante os seus estudos
em Coimbra e Paris, adquiriu uma fortuna avulta-
da, que tern distribuido pelos hospitaes, e outros es-
tabelecimentos de beneficencia do paiz, reservando
para si o usofructo ou antes accumulando nas suas
maos os rendimentos ate os repartir segundo os im-
pulsos da sua piedade. A esta academia doou elle
uma inscripcao de assentamento da divida publica
portugueza do valor nominal de 1 :ooo#ooo reis a be-
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240 ANNUARIO DA ACADEMIA
neficio do jardim botanico, de que foi o primeiro di-
rector.
Regeu desde 1834 ate i836 uma cadeira de phi-
losophia racional e moral, que havia no Porto, alem
da de egual disciplina em a nossa academia. Foi no-
meado lente de agricultura e botanica da mesma aca-
demia por deer, de 20 de outubro de i836 e C. R. de
3 de Janeiro de 1837. Depois de reformado este es-
tabelecimento em polytechnica, foi despachado lente
da io.a cadeira (botanica) e director do jardim bota-
nico por deer, de 1 1 de Janeiro, e C. R. de 28 de ju-
lho de 1 838, e jubilado com o orden'ado por inteiro
por deer, de 3i de dezembro de i858 e C. R. de 19
de Janeiro de 1859.
Como livre pensador comecou as suas publicacoes
litterarias pela tfaduccao annotada dos romances de
Voltaire. Em i85i converteu-sesubitamente ao chris-
tianismo, e publicou em 1866 uma obra ascetica com
o titulo de Novissimos ou ultimos fins do homem. O
intervallo entre as duas obras de tao opposta inspi-
ra$ao e preenchido com escriptos e trabalhos de scien-
cias naturaes que lhe grangearam o louvor de sabios
nacionaes e estrangeiros.
O artigo que lhe consagra o snr. Innocencio Fran-
cisco da Silva no torn. 8.° do seu diccionario biblio-
graphico portugue\y menciona as seguintes publica-
coes:
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POLYTECHNICA DO PORTO 241
Romances de Voltaire, tradu\idos emportugue^, e
ampla e livremente annotados. Porto i836. — S.p gr.
Apkorismos de medicina e cirurgia practicas.
Porto, Typ. Commercial Portuense 1837. — 8.° gr. —
2o5 pag.
Relatorio do Bardo de Castello de Paiva, encar-
regado pelo governo de estudar o estado da Tlha da
Madeira sob as relacbes agricolas e econotpicas, Lis-
boa i855, Imp. Nacional. — 4.0 — 11 pag.
Descripfdo de dous novos coleopteros de Camboja,
Lisboa, Typ. Universal i860.— 8.° gr. — 1 1 pag. e uma
estampa.
Descripcao de duas especies novas de coleopteros
das Ilhas Canarias, Ibid. 1861. — 8.° gr. de 8 pag.
Descripfdo de duas especies novas de coleopteros
originarios de Angola, seguida da de outras duas
igualmente novas, tambem de Angola por T. V. Wol-
laston. Na Ga\eta Medica de Lisboa n.° n de 1862,
e tambem em folhfeto separado.
Noticia da descoberta de dous molluscos novos e
tambem dos typos vivos de duas especies fosseis do ar-
chipelago madeiretise, publicado em Londres nos An-
nals and Magazine of Nat. Hist. Agosto 1862.
Origens dos me\es de marqo e maio. Nos Fastos
de Ovidio trad, pelo snr. Antonio Feliciano de Cas-
tilho (1 .° Visconde de Castilho) torn. 2.0, pag. 217 e
scg- 6 torn. 3.° pag. 191 e seg.
Description of a new sempervivum from the Sal-
16
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242 ANNUARIO DA ACADEMIA
page Island by the Baron do Ca&ello de Paipa. No
Seemaris Journal of Botany, Londres 1866.
description de dix espices noupelles de mollus-
ques terrestres de Farchipel de Madeira. No Journal
de Conchyologie de Melb. Crosse et Fischer. <Paris
n.° 4 de 1866.
Nopissimos ou ultimos fins do homem. Lisboa,
Typ. Univ. 1866. — 8.° gr. — 2 tomos com 436 e 461
pag. « Eis aqui uma obra (diz o snr. Camillo Castello-
Branco) que nao parcce de hoje em dia, quer a veja-
mos virtual quer litterariamente. A substantia (fella
prende com os tempos luminosos do muito creredo
muito entrar-se o homem do convencimento do seu
nada. A f6rma, o dizer, e de tao bom quilate por-
tuguez, qde apenas poderei estremar a vernaculidade
do auctor dos Soliloquios d'entre a$ paginas lusitanis-
simas do auctor dos Nopissimos que tanto hombro a
hombro se eleva com o oratoriano, de quern temos
um devoto livro identico na intencao e no titulo... 0
snr. Barao do Castello de Paiva, a um tempo mo-
vido de ferventes estimulos de amor a Deus, e con-
substanciado no modo de exprimil-os pelo estylo dos
mysterios do seculo de ouro, tanto em fe, como em
brilho de eloquencia, deu a estampa os seus Novis-
simos.»
Monographia molluscorum terrestrium, jluvia-
Hum, lacustrium insularum madeirensium, nas Me-
mor. da Acad. R. das Scienc. de Lisboa — sciencias
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POLYTECHNICA DO PORTO 243
math, e natur. — torn. 4." P. 1.* 1867. (Vej. a res-
peito d'esta importante manographia o die. bibliogr.
do snr. Innocencio, torn. 8.°, pag. 420).
Biographic* 1877, Lallemant Freres. Lisboa. «Es-
crevi (comeca o auctor) este esboco biographico, s6
por contentar alguns amigos que insistiam em pu-
blicar-me a vida.» Sao 4 paginas de ascetismo, em
que o auctor se esquece quasi completamente do seu
assumpto, omittindo a maior parte do que constitue
a sua gloria mundana.
Collaborou com o snr. Alexandre Herculano na
publicacao da «Chronica d'El-Rei D. Sebastiao por
Fr. Bernardo da Cruz» Lisboa. Impr. de Galhardo
elrmaos. 1837.— 8.° gr. de XVI— 446 pag., e do Ro-
teiro da viagem de Vasco da Gama em 1497, (attri-
buido a Alvaro Velho) 2.* edic. correcta e augmentada
de algumas observac6es principalmente philologicas
por A. Herculano e o Barao de Castello de Paiva.
Lisboa, Impr. Nac. 1868.-8.° gr. de XLIII— 180
pag. e mais uma de indice. Na i.a edicao d'esta obra
tinha collaborado com o snr. Barao do Castello de
Paiva, 0 snr. Diogo Kopke, tambem tente da acade-
miapolytechnica. Porto, Typ. Commercial Portuen-
se, i838.-8.°gr. de XXVII-i83 pag.
O snr. Innocencio menciona tambem a these inau-
gural do snr. Barao do Castello de Paiva, sobre phty-
. «ca pulmonar, impressa em Franqa e defendida pe-
rante a faculdade de medicina de Paris.
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244 ANNUARIO DA ACADEMIA
O sabio professor da polytechnica do Porto doou
a academia real das sciencias de Lisboa urn herbario
madeirense, composto de 600 especres por elle coUi-
gidas e ordenadas; outro herbario de 372 especies
por elle observadas e recolhidas nas ilhas Canarias,
e uma colleccao -completa dos molluscos terrestres e
fluviaes do archipelago madeirense. Deu tambem ao
Jardim Real de Kew urn herbario de plantas natu-
raes do continente de Portugal e das ilhas dos Aco-
res. Veja-se no cit. artigo do snr. Innocencio a indi-
cacao de varias obras e jornaes extrangeiros em que
foram honrosamente mencionados os trabalhos do
iilustre professor que honrou o magisterio portuensc.
Antonio Dla* de Farla. Substitute da ca-
deira de inglez por C. R. de 5 de Janeiro 181 1, e pro-
prietario da mesma cadeira por C. R. de 3 de dc-
zembro de 1827. Em i832 foi esta cadeira provida
em JoseEleuterio Barbosa de Lima.
Antonio Fortunato Martins da Crai.
Filho de Cosme Martins da Cruz e de sua mulher
Custodia do Sacramento Ludovina. Nasceu no Porto
em 1 3 de fevereiro de 1796. Alumno premiado d:anos-
sa academia, bacharel formado em mathematica e me-
dicina pela Universidade de Goimbra. Provide, proce-
dendo concurso, no logar de substituto da < faculdade
de mathematica da academia de marinha e commer-
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POLYTECHNICS DO PORTO 245
do do Porto», por deer, de 3o de Janeiro e C. R. de
17 de fevereiro de i835. Exonerado, como quasi to-
dos os seus collegas, por decreto de 19 de outubro
de 1 836, em razao de se ter recusado a jurar a cons-
tituiqao de 22 proclamada pela revoluqao de setembro
de 36. Foi provido n'uma das substituicoes de me-
didna da esc61a medico-cirurgica d'esta cidade por
decreto de 17 de maio de i838, e promovido em 7 de
Janeiro de 1854 a propriedade da 7.* cadeira da dita
esc6la (historia medica, pathologia geral, pathologia
etherapeuticainternas). Foi urn dos primeiros medi-
cos do Porto, onde falleceu em i855. Era cavalheiro
das ordens da Torre e Espada, e da Conceicao, e
de S. Mauricio da Sardenha. Foi medico de S. M.
El-Rei Carlos Alberto da Sardenha, faliecido no Por-
to em 27 de julho de 1849. "
Antonio <fo»6 da Costa Lobo. Nasceu no
Porto, freguezia da Se, em 21 de Janeiro 1784. Filho
de Antonio Jose de Sousa Lobo e de D. Rosa Ri-
carda. Frequentou n'esta academia desde a sua fun-
dacao em i8o3 o curso de mathematica, do qual fez
exame geral em 3 de abril de 1807. Substituto de ma-
thematica pela Res. Reg. de 1 5 e C. R. de 20 de julho
de 18 14. Era substituto da 3.a cadeira posto que a sua
carta nao o declarasse. Foi indevidamente preterido na
promoter a propriedade d'esta cadeira por Jose Ave-
lino de Castro, que com quanto houvesse sido no-
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246 ANNUARIO DA ACADEMIA
meado substitute) na mesma data, devia tcr-se na
conta de mais moderno, porque Costa Lobo era mais
antigo na matricula, na habilitacao e na graduacao
adquirida pelo exame geral. Assim o reconheceu a
C. R. de 20 de junho de 1826 * que sem revogar 0
despacho feito deu ao preterido uma reparacao com-
pleta, equiparando-o em ordenado e em honras ao
lente Jose Avelino, ao qual devia preceder, porque
assim o tinha decidido ja a Res. Reg. de 10 de maio
do dito anno *. Foi dos lentes demittidos por D. Mi-
guel em 1 3 de maio de 1829. Restituido ao magis-
terio pela entrada do exercito libertador do Porto, em
julho de i832, tornou a ser exonerado em 19 de ou-
tubro de i836 por nao ter querido jurar a constitui-
cao de 1822. Ntesa epoca devia estar regendoaca-
deira do 3.° anno mathematico desde 1834, porque
o lente Jose Avelino de Castro havia perdido o seu
i No livro do registo das cartas regias, fl. 69 vers^ na
secretaria da Acad. Polyt. Vej. acitna pag. i65.
2 Mencionada em officio da Junta inspectors de 29 de
maio de 1826, registado no livro de registo de officios e or-
dehs da 111.1" Junta (livro 92), existente na secretaria da acad.
polyt., pag. 69. Antes d'isso, a Junta avisadamente sustestara
a precedencia do lente Jose* Avelino «em quanto sua mages-
tade nao mandar o contrario.» Offic. da Junta de 3o de de-
zembro de 1825 no cit. livro, pag. 68.
3igit* ed by
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POLYTECHNICA DO PORTO 247
logar em i832. Foi jubilado por C. R. de 14 de de-
zembro de 1839, porque a data da ultima exonera-
cao ja contava mais de 20 annos de servico. Falle-
ceuem (1844?)
Antonio <fo*6 Dlas Gulmarie*. Vilho de
Domingos Jose Dias Guimaraes e de sua mulher Anna
Maquelina Rosa. Nasceu no Porto em 1 de maio de
i8o5. Falleceu em S. Joao da Foz a 9 cPagosto de
1857 e foi sepultado na Igreja dos Terceiros de S.
Francisco no Porto. Bacharel formado em leis. Emi-
grara em 1828 por constitucional. Substituto da ca-
deira de ingles d'esta academia, tendo precedido coh-
curso, por deer, de.9 de fevereiro eCR. de 17 de
marco de i835. Exonerado, por decreto de 8 de
d'outubro de i836 por nao ter querido jurar a cons-
tituicao de 1822. Addido, por virtude da carta de
lei de 19 d'outubro de 1840, e deer, de 9 de dezem-
bro do mesmo anno, ao lyceu do Porto, como substi-
tuto de inglez com o vencimento annual de i25#ooo
reis. Professor de historia, chronologia e geographia
no mesmo lyceu por C. R. de 10 de maio i852, ten-
do sido antes d'isso substituto da cadeira de orato-
ria. Reitor do dito por C. R. ou deer, de 3o de
maio de i855.
Escreveu no n.° 3.° dos Annaes da Sociedade Lit-
teraria Portuense em 1837 uma Memoria sobre as
ruinas e antiguidades de Pompeia.
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248 ANNL'ARIO DA ACADEM1A
cO auctor (diz o snr. Innocencio Francisco da
Silva) visitou pessoalmente aquellas ruinas, e offiere-
ceu aos seus patricios, na linguagem materna, a expo-
sicao do que alii viu, e>;aminou, admirou e indagou.
Tern, pois, para n6s, af6ra qualquer outro merito, o
de ser este escripto o unico que possuimos escripto
originalmente em portuguez sobre aquelle interes-
sante assumpto* *.
Fez tambem algumas traduccoes para o theatro, e
escreveu um drama original a que deu assumpto a
catastrophe de Alfarrobeira.
Antonio <Ios6 Lopes Alhelra* Bacharel
formado em medicina. Provido por C. R. de 16 de no-
vembro de i832 na cadeira.de philosophia racional e
moral da nossa academia, < vaga pela ausencia e crimi-
nosa fuga de Jose Duarte Sallustiano Arnaud. • Tendo-
se recusado a jurar a constituicao de 1822 proclamada
pela revolucao de setembro de i836, foi exonerado
por decreto de 19 d'outubro do dito anno. Provido
na cadeira de ideologia, grammatica geral e logica do
lyceu nacional do Porto por deer, de 1 1 de Janeiro
de 1840. Falleceu, segundo parece, em fins de i85i
ou principios de i852 na freguezia de Santo Ildefonso
d'esta cidade.
* *Diccion. bibliogr. portug., vol. 8.°, pag. 159.
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POLYTECHNICA DO PORTO 249
Antonio <Ios< Telxelra d'Abren <ln-
■lor. Foi nomeado substituto de desenho por deer,
de i5 d'outubro de 1834; mas este despacho foi an-
nullado pela Port, de 1 5 de dezembro do mesmo anno,
porque o logar tinha sido provido em Manoel da Fon-
seca Pinto, ainda que este se demorou a tirar a sua
carta, cuja data e de 5 de novembro do dito anno.
Antonio Lebre de Sonza Vasconeelloa.
Substituto de mathematica por C. R. de 10 de dezem-
bro de 1829, e lente do 1 .° anno mathematico por C.
R. de 8 d'outubro de i83o. Estes despachos ficaram
annullados por terem sido feitos pelo governo de D.
Miguel. Se era, como presumo, irmao de Joaquim
Lebre de Sousa Vasconcellos, lente da faculdade de
mathematica na universidade de Coimbra, seria fi-
lho de Jose Lopes Lebre Teixeira, e natural da Mea-
lhada.
Antonio Lnlz Soares. Filho d'butro do mes-
mo nome e de sua mulher Caetana Maria de. Jesus.
Nasceu a 7 de setembro de i8o5 na freguezia de Mi-
ragaya, cidade do Porto. Frequentou n'esta acade-
mia o curso de mathematica desde o anno de 1819a
1820 ate ao de 1821 a 22, continuando ainda depois
d'issono estudo do inglez. Serviun^umabateriamon-
tada em 1826 contra a divisao do general Silveira, e
em toda a campanha do exercito libertador, onde foi
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250 ANNUARIO DA ACADEMIA
2.0 tenente de artilheria, depois i-° tenente ajudante de
campo do commandante geral, e finalmente capitao da
6.* bateria montada. Foi feito cavalleirq da Torre e
Espada por decreto de 9 de junho de i833 pelo ser-
vi<;o que prestou nas linhas do Porto, ganhando na
batalha de 5 de setembro do dito anno o grail de
official da mesma ordem (deer, de 25 de setembro
de 1 833). Os seus servi$os nas linhas do Porto e Lis-
boa foram louvados na ordem do dia de 25 de se-
tembro de 1 833. Foi nomeado lente do i.°annoma-
thematico d'esta academia por deer, e carta reg. de
3 1 de dezembro de i836.
Em 1846 tomou armas pela Junta do Porto. De-
pois da convenqao de Gramido em 1847, ausentou-se
para o Brazil, e fundou um collegio na cidade de Pe-
lotas, provincia de S. Pedro do Sul.
Em 1 85 1 entrou de novo no servico da academia.
Teve o augmento do terco do ordenado por decreto
de 29 de maio de 1861 . Falleceu em Lordello do Ou-
ro, concelho do Porto, em 23 de Janeiro de 1875.
Escreveu :
Exposigdo dos elementos cTarithmeticapara o uso
dos estudantes do collegio de Santa 'Barbara na cida-
de de Pelotas. Pelotas, Typ. de L. J. de Campos,
1849. — 8.° peq. de 260 pag. e 8 estampas.
Exposigdo das suas ligoes sobre a numeraqao e as
4 operates na escdla da associagao industrial por-
tuense, com explicates para este ensino nas escdlas
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POLYTECHNICA DO PORTO 251
primarias, impressas no Jornal da mesma associafSo
em 18SS.
Uussolas de reducgdo de peqos e medidas antigas
ao sy sterna metrico e reciprocamente — nofoes do sjrs-
tema metrico para a explicafdo das ditas bussolas no
referidb Jornal de i853.
Antonio Pedro Ck»n$al res. Nasceu no Por-
to a 26 de novembro de 1768. Filho de Joao Gon-
calves e de Thereza de Oliveira. Frequentou n'esta
academia o curso de commercio desde i8o3, e foi no-
meado substitute) da cadeira d'esta disciplina por C.
R. de 29 de julho de 1806. Promo vido a propriedade
da mesma cadeira por C. R. de 11 de jan. de 1819.
Falleceu em 1828.
Antonio Perelrad'AranJo<Iunlor. Sub-
stitute da cadeira de commercio no tempo do gover-
no de D. Miguel por C. R. de 18 de dezembro de
1829.
Antonio Pinto d9 Almeida. Nomeado para
a cadeira de francez por deer, de 19 d'outubro e C.
R. de 10 de dezembro de i836. Reformada a acade-
mia de marinha e commercio pelo deer, de 1 3 de Ja-
neiro de 1837, passou este professor para o lyceu na-
cional do Porto, por virtude do art. 166 do cit. deer.,
mas s6 comeqou a receber pela folha do lyceu em fe-
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252 AKNUARIO DA ACIDEMIA
vereiro de 1841. Parece que falleceu em i85a nafre-
guezia de Cedofeita.
Antonio Tclxclra de Magalkaes. Substi-
tute da cadeira de francez por G. R. de 28 de feve-
reiro de 181 5. Estava regendo esta cadeira, quando
foi preterido no despacho para a propriedade d'ella
por Francisco Soares Ferreira ern i8ic)re continuou
a regel-a ate ao dia 11 de marco de 1821, no qual
tomou posse o novo proprietario !. Falleceu em i83i
depois de i3 de julho d'esse anno.
No diction, bibliogr. dosnr. Innocencio, torn. i.%
pag. 280 e torn. 8.°, pag. 3 12 e seg., vem menciona-
do como professor regio de rhetorica e de grego no
Porto e Braga um auctor d'este mesmo nome, cujos
escriptos foram publicadosdesde 1782 ate 1825. Nao
e impossivel que a identidade do nome corresponda
a da pessoa. O substitjjto de francez da nossa aca-
demia era rhetorico, e recitou a oraqao de abertura
no anno de 182 1, porque espontaneamente se pres-
tou a este servico que nao era obrigatorio e de que
nenhum outro professor se quiz encarregar em tem-
po algum, senao o lente Agostinho Albano da Sil-
* Vem esta observac§o no caderno das faltas dos estu*
dantes de francez no anno de 1820 a 21.
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POLYTECHNICA DO t>ORTO 253
veira Pinto (vide supra pag. 174). E' provavel que
0 director litterario, que entao era o conselheiro Joa-
quim Navarro d'Andrade, a quern chamavam em
Coimbra « lingua de prata», nao acceitasse o offere-
cimento de Antonio Teixeira de Magalhaes para re-
citer o discurso de abertura, senao fizesse bom con-
ceito das suas letras.
O catalogo das obras mencionadas nos citados
ares do diccionario bibliographico, e o seguinte :
Quadro da vida hutnana ou a taboa de Cebes The-
bono, iradu\ido dcrgrego em portugue\. Porto 1787.
8.° de X — 52 pag. Lisboa, 181 9— 8.° de 54 pag.
Compendio de rhetorica poriugue^escripto para
uso de todo o genero de pessoas que ignorant a lin-
gua latina. Porto offi. de Antonio Alves Ribeiro Gui-
maraes 1782.— 8.° de VIII de 141 pag. E novamen-
te Lisboa, Typ. Rdllandiana... 8.°
Epistolas e evangelhos com varias ora$6es pro-
prias, que se leem na missa, em os domingos efestas
do anno, conforme o uso do missal romano etc., tra-
du^idos em vulgar. Lisboa, Typ. Rollandiana 18 19.
— i2.d e 2 tomos.
Odes de oAnacreonte, tradu\idas do grego em
verso portugue\. Lisboa, Imp. Reg. 18 19. — 8.° de
118 pag. Sahiram com as iniciaes A. T. M. Contem
56 odes com o texto na frente.
Nova traducfdo das eclogas de Virgilio com no-
tas e uma noticia da vida do poet a: por A. T. M.
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254 ANNUARIO DA ACADEMIA
Porto, Typ. da Viuva Alvares Ribeiro Filhos.— 182$.
—8.° de 1 36 pag.
Antonio Ventura Lopes. Substitute da ca-
deira de primeiras letras da nossa academia por deer,
de 9 de fevereiro e C. R. de 5 de marco de i835.
Tinha sido professor de instruojao primaria na fire-
guezia de Miragaya d'esta cidade desde 1821. Reeu-
sou jurar a constituicao de 1822 proclamada pela re-
volucao de setembro de i836, e foi exonerado por
deer, de 19 de outubro do dito anno. Ficou addido,
por virtude da lei de 19 d'outubro e decreto <Ie 9
de dezembro de 1840, a esc6la normal d'ensino mu-
tuo d'esta cidade, com o vencimento annual de reis
75#ooo.
Angnsto Roquemont. Retratista, director
da aula de desenho da nossa academia por C. R.
(de D. Miguel) de 28 de novembro de i83i «nao ob-
stante o decreto (alias alvara) de i3 d'outubro de
1824 que supprimiu o dito- logar.» A cit. C. R. diz
que elle e de nacao Hesse Darmstadt. O conde Rac-
zinski (a pag. 25 1 do seu dictionnaire historico-ar-
tistique du Portugal — Paris 1847, e Les Arts en
Portugal, pag. 96), diz que e natural da Suissa, e
deixa en tender que nasceu em 1806. Corre que era
filho natural de Luiz x, Grao-Duque de Hesse-Darm-
stadt. Veio para Portugal em i83o, depois de ter
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POI^YTECHNICA DO PORTO 255
passado muito tempo na Italia Raczinski cita, como
seus melhores retratos, os do, conde e condessa de
Farrobo, de pe; de Woodhouse no Porto; do coronel
Sarmento e do bardo e barone\a de Letnercier. O
cit. A. indica como a melhor das suas obras um
quadro representando n'uma paisagem os quafro fi-
Ihos do snr. Hodgson, negociante inglez, e accres-
centa que e a todos os respeitos um quadro excel-
lente digno dos bons pin tores flamengos-da epoca de
Van der Heist, tendo-lhe sido pago este quadro, com
mais dous retratos, por 456jJooo reis. — O mesmo
auctor cita um pequeno quadro de genero com mui-
tas figuras, de cerca de 14 centimetros, represen-
tando um parocho d'aldea visitando os freguezes no
dia de paschoa, e. outro representando uma scena po-
pular na provincia do Minho, um grupo de musicos,
um homem e uma mulher que dansam cercados de
espectadores, n'uma paisagem, quadro d'um colo-
rido brilhante e ao mesmo tempo harmonioso, cujas
figuras tern eerca de 27 centimetros.
«M. Roquemont e um pintor consciencioso, des-
pido d'orgulhosa presumpcao, intelligente, colorista
verdadeiro. E* dotado em muito aho grau do senti-
mento das artes, e julga-as maravilhosamente* *. O
* Raczinski, diccton., pag. i5i e Les Arts en Portugal,
Pag.96.
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256 ANNUARIO DA ACADEM1A
snr. Raczinski cita muitas vezes a Mr. Roquemont,
e copia um breve artigo seu sobre a architecture por-
tugueza a pag. 410 e seg. de Les Arts en 'Portu-
gal.
Barao do Castello de Ralva. Vide supra
Antonio da Costa Paiva.-
Bernardino Joaqnlm Pinto. Foi nomea-
do director interino da academia de marinha e com-
mercio por deer, de 27 de setembro de i836, mas
nao acceitou e foi exonerado por deer, de 8 de ou-
tubro do mesmo anno. Por isso nao o inclui na rela-
cao dos directores a pag. 160.
Caetano (Fr.) das Ddre*. Monge benedi-
ctino. Lente do 3.° anno mathematico por G. R. dc
10 de dezembro de 1829. Falleceu provavelmente
em i83o sem que chegasse a reger a cadeira.
Carlos Hae-Carthy da Cnnha. Substituto
de inglez por deer, de 19 de outubro de i836. Pas-
sou para o lyceu do Porto na f6rma do art. 166 do
deer, de i3 de Janeiro de 1837, mas s6 comecou a
ser abonado pela folha do mesmo lyceu em fevereiro
de 1 84 1. Parece que falleceu em 1844.
Carlos Vlclra de Flgvelredo. Proprieta-
rio da cadeira de philosophia racional e moral depots
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POLYTECHNICA DO PORTO 257
da exoneracao do medico Antonio Jose Lopes Alhei-
rapelo deer, de 19 de outubro de i836. Nao chegou
a tirar a sua carta, porque em 12 de dezembro do
mesmo anno officiou ao director participando-lhe que
estava resolvido a demittir-se; e foi na verdade exo-
nerado por deer, de 28 do dito mez. Foi pae de Car-
los Augusto de Figueiredo Vieira, guarda-salas da
bibliotheca do Porto e auctor de algumas obras.
Dauagau.— Vide Thomaz.
Diogo Kopke. Filho de Diogo Kopke e de D.
Anna de Barbosa Ayalla. Nasceu no Porto a 16 de
fevereiro de 1 8o5 e ahi se finou de molestia de peito
em 25 de egual mez de 1844.
Seus paes destinavam-6 ao commercio, e tive-
ram-o n!um collegio de Inglaterra, d'onde voltou aos
10 ou 11 annos d'edade. Vendo n'elle uma decidida
incKnacao para as letras, nao lh'a quizeram contra-
riar, e mandaram-o para Coimbra, a fim de estudar
a medicina; mas outra vez lhe erraram a vocacao.
Nos primeiros annos dos seus estudos universitarios
nao precisou Diogo Kopke de desenganar seus paes,
porque tinha de frequentar os tres primeiros annos
dos cursos de mathematica e philosophia, que eram
preparatorios para o de medicina. Entao nao lhe foi
difficil obter annuencia da sua familia para concluir
i7
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258 ANNUARIO DA ACADEMIA
o cufso da faculdade de mathematica, em que na
verdade se formou.
Assentou praca de cadete no 4.0 regimento d'ar-
tilheria, sendo depois promovido ao posto que pelos
seus estudos lhe pertencia. •
Em 1828 teve de emigrar por haver tornado parte
na mallograda contra-revolucao ,do Porto de 16 de
maio d'esse anno. Entao era tenente addido ao Es-
tado-Maior.
Parece que passou parte do tempo do seu exilio
em Franca, e parte na Inglaterra. Frequentava a bi-
bliotheca de Rennes, e ahi se lhe abriu o gosto pe-
los estudos archeologicos.
Na emigracao nao recebeu subsidio; vivia dos soc-
corros que lhe enviava a familia, e do seu trabalho
como collaborador do Plymouth & Davenport Jour-
nal.
Fez a campanha da liberdade, commandando di-
versas baterias durante o cerco do Porto, e distin-
guindo-se na decisiva batalha da Asseiceira, onde foi
condecorado com a Torre e Espada. Em 24 de ju-
Iho de 1834 foi promovido ao posto de capitao.
Em 1 836 foi nomeado lente do. 3.° anno mathe-
matico da nossa academia por decreto de ^3 d'ou-
tubro e C. R. de 8 de dezembro do dito anno. Re-
formada a academia em polytechnica, foi despachado
para a 5.a cadeira (trigonometria espherica, princi-
pios de astronomia, geodesia e navegacao) por deer.
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POLYTECHNICA DO PORTO 259
de 1 1 de Janeiro e C. R. de 27 de setembro de i838.'
•Prestou (diz o snr. Innocencio) importantes ser-
vicos as letras na publicacao de valiosissimos escri-
ptos ineditos que jaziam quasi ignorados, e promet-
tia fazel-os maiores se a morte o nao arrebatasse tao
cedo» '•
Publicou as seguintes obras :
Quadro elementar da historia portugue%aK segun-
do as epocas'das suas revolucoes nacionaes. Porto,
Tvp. Commercial, 1840. Impresso em uma folha,ao
largo, sem o nome d9 auctor.
Apontamentos archeologicos. Ibid. 1840. — 8.°
max. de 48 pag. «Recheadas de erudicao historica e
geographica, fundidas pelo molde da mais apurada
critica.* *
Roteiro da viagem que em descobrimento da In-
dia pelo Cabo da TZoa Espei*an$a fe\ <Z>. Vasco da
Gatna em 1497. Segundo um manuscripto coetaneo,
existente na <Bibl. Publica Portuense. Publicado por
Diogo Kopke e o dr. Antonio da Costa Paiva. Ibid.
i838.— 8.° gr. de XXVII.— 183 pag.— (Veja acima o
artigo que trata do dr. Antonio da Costa Paiva).
Tractado breve dos rios de Guini e de Cabo Ver-
* Diccion. bibliogr. portug. Tom. 2.0, pag. 160.
* Revista litteraria, torn. V, pag. 499.
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260 ANNUARIO DA ACADEMIA
de, desdo o rio de Sanagd ail aos baixos de Santa
Anna, pelo capitdo Andrl Alvares de Almada. Ibid.
1841.— 8.° de XIV— 108 pag.'
'Primeiro roteiro da Costa da India desde Goa
atl Diu, narrando a viagem que fe\ o vice-rei D.
Garcia de Noronha em soccorro desta mesma cida-
de, etc., por CD. Joao de Castro. Ibid. 1843.-8.°
max. de XLVI— 284 pag.
Carta physico-mathematica sobre'a theoria da
polvora em geral e a theoria do melhor comprimento
das pecas em particular . Escripta por Jose Anasta-
cio da Cuntia em 1760.
Todas estas obras tern introduccoes, prefacios,
ou notas, muito eruditas da penna de Diogo Kopke.
Foi o principal redactor do Museu 'Portuense,
jornal litterario publicado de agosto de 1 838 ate Ja-
neiro-de i83g.
«Occupava-se ultimamente (diz o snr. Innocen-
cio) de colligir e ordenar para a impressao todos os
escriptos ineditos de D. Joao de Castro. • Comecou
e adiantou muito o indice ou catalogo de todos os
manuscriptos que possuia a bibliotheca publica do
Porto.
Domlngos Antonio de Sequelra, ou s6-
mente Domlngos de Sequelra. Commendador
da Ordem de Christo, cavalleiro da Imperial do Cru-
zeiro do Brazil, director honorario da acaderoia de
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POLYTECHNICA DO PORTO 261
bellas-artes de Lisboa, conselheiro da academia ro-
mana de S. Lucas. Nasceu em Belem, suburbios de
Lisboa, a 10 de marco de 1768 e falleceu d'apoplexia
em Roma a 7 de marqo de 1837 (e nao em i838 nem
i83g, como disseram alguns dos seus biographos.)
Foi Sequeira um dos primeiros discipulos da aula
de desenho da c&rte aberta em 1781, onde alcanqou
alguns premios. Depois de a cursar durante 5 an-
nos, foi estudar a pintura com o engenhoso e extra-
vagante Francisco de Setubal, a quern ajudou a fa-
zer alguns tectos no.palacio de Joao Ferreira, rico
sapateiro e negociante de couros. Protegido pela casa
dos Marialvas, obteve uma pensao de 3oojjooo reis
paga pelo bolsinho de S. M. para estudar em Roma7
aonde chegou em 1788, elegendo para seus" mestres,
em pintura, Cavalluci e em composi$ao e desenho,
Rcola.
O snr. Trigoso cuidava que Sequeira e Vieira fo-
ram dos alumnos enviados a Roma pelo intendente
geral da policia Pina Manique i, que formavam o
que entao se chamava a academia portugueza em
Roma. O intendente, porem, nao escolheu cousa que
1 Discurso do snr. Trigoso no Congresso de 1823, rcsu-
mido na Hist.m dos Estab. scient. do snr. Silvestre Ribeiro,
III. 57.
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262 ANNUARIO DA ACADEMIA
prestasse, e os dous insignes pintores portuguezes nao
sa6 obra sua *.
Em 1791 obteve Sequeira um primeiro premio
da academia de S. Lucas, sendo o assumpto do con-
curso o milagre dos pies e dos peixes. Em 1794
foi nomeado academico de merito da mesma acade-
mia, offerecendo para isso a degolacao do Baptista.
Depois de ter dado brilhantes provas do seu talento
em algumas cidades d'ltalia, e estudando ahi os mc-
lhores modelos, voltou a sua patria em abril de 1 796.
Chegado a Lisboa visitou Pedro Alexandrino e
Cyrillo Volkmar Machado, a quern se lastimou do
abatimento da arte, e Ihes propoz que se unissem to-
dos para a exaltar, dando-lhe mais estima9ao e maior
valor as obras. Pela sua parte bem se exforcou por
levar a cabo o seu proposito, mas debalde. Todos
desejavam ter uma obra sua, mas ninguem lhe che-
gava ao preco. O conde de Val de Reis qufe incum-
bil-o da pintura de dez batalhas tfuma das suas an-
te-camaras, mas atterrou-se com o preco de reis
4:800^000 que Sequeira lhe exigia. O pintor desa-
nimou, e cahiu em tal melancolia, que se fez mon-
ge da Cartucha.
1 Vej. a nota do snr. duque de Palmella em Raczinski,
diction, historico-artistiq. du Portugal. Paris 1847, P*^ 2*>7-
Sigo e quasi copio a Cyrillo Volkmar Machado.
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POLYTECHNICA DO PORTO 263
Parecia ja perdido para o seculo, quando D. Ro-
drigo de Souza Coutinho conseguiu que o snr. D.
Joao vi o nomeasse por decreto de 28 de junho de
1802 primeiro pin tor da camara e c&rte com reis
2:000^000 de ordenado, e a obrigaqao de dirigir e
executar com o seu collega Francisco Vieira Por-
tuense a melhor parte das pinturas do novo palacio
da Ajuda.
Em setembro de i8o3 foi acceito para mestre da
snr.a Infante D. Maria Thereza, e deram-lhe sege e
habito de Christo, e depois novas honras e pensoes
para si e sua filha*1.
Em 7 de Janeiro de 1806 foi proposto pela Junta
da administracao da companhia geral da agricultura
das vinhas do Alto-Douro para director da aula de
desenho da nossa academia, com a obrigacao de re-
sidir no Porto tres mezes por anno, a fim de veneer
0 seu ordenado. E foi na verdade nomeado por C.
R. de 8 de maio de 1806, na qua! todavia se nao
menciona aquella obrigacao. Verdadeiramente s6 ser-
viu o dito cargo em 1806 e 1807, posto que recebesse
0 ordenado respectivo ate a suppressao do logar em
* Cyrillo Volkmar Machado, colleccao de memorias re-
lativas as vidas dos pintores e esculptores, architectos e grava-
dores Portugueses. Lisboa, Imp. dc Victorino Rodrigues da
Silva. 1823, pag. 149 e seg.
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2G4 ANNUARIO DA ACADEMlA
1 82 1. De 1808 em diante nao ha outro vestigio do
servico de Sequeira como director da aula de dese-
nho cPesta academia. Apenas em 181 3 urn Av. Reg.
de 1 1 d'agosto * man da «que os lentes de desenho
communiquem ao director da aula d'esta faculdade,
Domingos Antonio de Sequeira, o estado d'esta aula
c progressos dos seus discipulos, assim como todas
as circumstancias que sobrevierem, para enviar-lhes
as providencias necessarias* *. .
No anno de 1808 em que Sequeira principiou a
desapparecer do exercicio do referido cargo, foi die
involvido n'um processo crime perante o Juizo da
Incorifidencia. Era accusado: 1 .• de ter pintado uma
allegoria, justificando o general Junot e deprimindo
a nacao portugueza; 2.0 de ter convertido em casa
de pintura a sala do docel do paco da Ajuda; 3.° de
ter consentido que entrasse urn cavallo em uma casa
do paco.
Da primeira arguicao, unica que hoje se pode-
ria reputar por deshonrosa da memoria de Sequei-
ra, se defendeu elle, allegando que nao procedera
voluntariamente, porque tinha de emigrar ou de obe-
* Citado em officio da secretaria da Junta inspectora de
1 de setembro de 181 3, regist. na secret, da acad. de mar. e
comm., liv. g5, fi. 2.
* Transcripto do cit. offic. da secret, da Junta insp*
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. POLYTECHNICA DO PORTO 265
decer a Junot, que Ihe indicara o pensamento do
quadro. Ainda assirn revelou ahi mesmo o seu pa-
triotismo, porque illudindo a intencao do general'
francez, pintou a cidade de Lisboa, sentada em atti-
tude triste, amparada pela religido e pelo genio da
naqao portugueqa, e Junot em accao de a consolar.
Junot nao ficou satisfeito com o esboco, peto qual
era accusado o seu auctor. Alem d'isso, Sequeira re-
cusou-se a pintar outros quadros encommendados
pelo mesmo Junot, ainda com risco de perder o seu
logar. Sequeira podia ter accrescentado, se a occa-
siao lh'o tolerasse, que nao era o patriotismo por-
tuguez quern havia de escolher entre Junot e Beres-
ford.
Em consequencia d'este processo, que nao revela
senao a inveja das testemunhas da accusaqao !, esteve
Sequeira preso no quartel da Luz desde i*5 de de-
zembro de 1808 ate 18 de Janeiro do anno seguinte.
Do seu patriotismo deu Sequeira um bom docu-
* Manoel da Costa, architecto, pintor e machinists^ Ar-
changelo Foschini, mestre de pintura do Infante D. Pedro
Carlos; e Bartholomeu Antonio Callisto, pintor da casa real;
todos empregados nas pinturas do pa90 da Ajuda, que s6 po-
diam luctar com Sequeira perante o Juizo da Inconfidencia.
Vej. o Jornal do Commercio de Lisboa de 22 e 24 de novem-
bro de 1866.
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266 ANNUARIO DA ACADEMIA .
mento, se e certo, como o affirmou no congresso em
1823 o snr. Jose Liberate Freire de Carvalho, que
elle preferira a sua patria a pensao de 16:000^(000
reis com que a Imperatriz da Russia o pretendia at-
trahir a sua c&rte.
Mais claras foram ainda as provas que deu dos
seus sentimentos liberaes, porque logo como visse
destruida a obra patriotica de 1820, pediu os seus
passaportes * e a 7 de setembro de 1823 sahiu de
Lisboa para Paris, aonde chegou a 20 d'outubro *.
E nao devia nada a sua pessoa a revolucao de 20,
porque em 1821 foi supprimido o logar de director
da aula de desenho da academia de marinha e com-
mercio do Porto, que lhe rendia 6oo#ooo reis; e em
]823 o congresso reduziu-lhe os vencimentos que
percebia como pin tor do pacoda Ajuda.
Em 26 de setembro de 1826 partiu de Paris para
Roma, onde esteve desde 1 de novembro do dito
anno ate 7 de marqo de 1837, em que falleceu *.
Das obras de Sequeira, as que pude ordenar chro-
1 Nota enviada pelo snr. duque de Palmella (D. Pedro)
ao snr. conde de Raczinski, e por este publicada no cit. Di-
ction. historico-artistique du Portugal, pag. 267.
* Nota do snr. Migueis, genro de Sequeira no cit. Dir
ctiorty pag* 268.
* Cit. nota do snr. Migueis.
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POLYTECHNICS DO PORTO 267
nologicamente no breve espacjo que me foi dado con-
sagrar ao estudo da sua biographia, sao as seguin-
tes:
1 79 1. Milagre dos pies e Bos peixes, que lhe ga-
nhou urn primeiro premio da academia de S. Lucas,
onde deve existir este quadro.
1792. Dae a Ce\ar o que 6 de Ce\ar, quadro per-
tencente a Lord Howard. (Nota do snr. duque de
Palmella no cit. Diet, de Racz., pag. 267).— O snr.
Raczinski na sua obra Les Arts en Portugal — Pa-
ris 1846 — pag. 278 e seg., duvidou que este esboco
pcrtencesse a Sequeira, e teve tentacoes de o attri-
buir a Pompeo Battoni. Isto prova a influencia que
tcve no nosso artista o seu mestre Cavalucci, imita-
dor de Battoni.
1794. Degolaqao de S. Joao liqptista, *obra para
ser recebido como academico de merito da acad. de
Roma (Cyrillo). — Deve existir na academia de S. Lu-
cas.
1792 a 94. Os dous tectos pintados em T{oma,
acima referidos.
i8o3. Desembarque de oAffonso tfoAlbuquerque
nas Indias, pertenceu ao fallecido snr. Barao*de For-
rester, residente no Porto. (Racz. Les Arts en Por-
%— pag. 387).
1806. 'Desenho ctutn anciao abraqando 5 jovens
que estam tocando lyra, allusivo a 5 alumnos da aca-
demia de marinha e commercio do Porto que elle es-
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268 ANNUARIO DA ACADEMIA
colheu para lhes ensinar pintura. Existe no museu
portuense.
1 812 ou 1 81 3. Distribuigao dos alimentos pelos
habitantes de Lisboa ads campone\es fugidos das suas
terras devastadas pelos Jrance^es em 18 7o, gravado
por Francisco de Queiroz em i8i3. A pintura ori-
ginal parece que pertenceu ao snr. Conde de Farro-
bo (cit. Diet, de Racz., pag. 267 infine e seg., e pag.
270).
1814. Desenhos para a baixella de prata offerecida
ao duque de Wellington, a qual se diz ter custado rets
6oo:ooo$ooo. — Estes desenhos estavam em poder do
snr. Sequeira, sobrinho do nosso pintor. Racz. In
Arts en Port., pag. 284 assigna-lhes a data de 1812.
A de 1 814 e do snr. duque de Palmella no Diet, de
Racz. O presente foi dado em 1816. Da baixella
vem uma extensa deseripcao no Investigador portu-
gue\ em Inglaterra vol. XVIII. 1817, copiada do Jar-
nal de bel las-art es ou Mnemosine Lusitana.
1 82 1. ^Panorama de Lisboa— (snr. D. Francisco
de S. Luiz, lista de alguns artistas portug. Lisboa,
Impr. Nac. de 1839, pag. 3o.
1822*. Desenho da medalha para premio dos in-
dustriaes distinctos. (Hist, dos Estab. Scient. do snr.
Silvestre Ribeiro, IV. i53).
1823. Morte de Camoes, este quadro foi offere-
cido ao lmperador do Brazil o snr. D. Pedro i.° (4-°
de Portugal) que por esta occasiao nomeou o auctor
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POLYTECHNICA DO POJtTO 269
cavalleiro da ordem do Cruzeiro. (Nota do snr. Mi-
gueis no Diet, de Racz., pag. 268), Esteve na expo-
sicao do Louvre em 1824 (cit. snr. D. Francisco de
S. Luiz), e foi louvado por Gerard, Granet, Vernet,
e outros pintores francezes. (Nota do snr. Gonde de
Lavradio ao snr. Raczinski Les Arts en Portug., pag.
.284).
1824 a 26. oAfugidapara o Egypto. Existe no
Brazil em poder dos snrs. viscondes de Pedra-Bran-
ca. (Nota do snr. Migueis no Diet, de Racz.) Este
quadro foi lithographado em Paris por M. Ganni,
primeiro pintor do rei de Napoles. (Nota do snr. Sil-
va no cit. dice.) — E' da mesma epoca e pertence aos
mesmos senhores um quadro de familia com 4 figu-
res, quasi de grandeza natural, que sao os retratos
dos snrs. visconde e viscoudessa da Pedra Branca e
seus dous filhps (cit. notas dos snrs. Migueis e Silva.
1827. O calpario. Foi gravado por Antonio Bior-
di (cit. nota do snr. Migueis), que offereceu a sua
gravura a rainha dos francezes (nota do snr. conde
de Lavradio em Racz. Les Arts enPortug., pag. 285,
onde se cita o Journal des Dibats de 23 de abril de
1841). Pertence a galeria do snr. duque de Pal-
mella.
1828. oAdora$ao dos H^eis GMagos, (cit. nota do
snr. Migueis). Pertence ao snr. duque de Palmella.
1829 a 1 836. O baptismo do Salvador. — A cru-
cijkacao de Ghristo. Estes dous quadros pertencem
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270 ANNUARIO DA ACADEMIA
t
ao duque de Braciano (snr. Migueis).— A ft: perten-
cia a gra-duqueza Helena, de S. Petersburgo, (dito)
— A sagrada Veronica n'um convento em Roma.
O caminho da cru\ na egreja da Paz em Roma.
Utna sacra familia — Nossa Senhora — O anjo Ra-
phael e Tobias pae e filho— Santo oAntonio prtgando
aospeixes—O Salvador. Estes 5 quadros pertenciam
ao snr. Migueis, ministro de Portugal junto da Santa
Se em 1846.
Sao tambem d'esta epoca varias obras de Sequei-
ra existentes em poder do marquez Hercolani em
Roma. (Nota do snr. duque de Palmella no Did. de
Racz.)
1 836 e 1837. qA ascencao do Senhor — O jui\o fi-
nal. Estes 2 quadros foram pintados nos ultimos mo-
mentos da vida de Sequeira, quando estava ja muito
doente, e acham-se incompletos (snr. Migueis e Rac-
zinski). Pertencem ao snr. duque de Palmella.
Seria muito extensa a lista de todas as obras de
Sequeira, nem ainda a ha completa, que n6s saiba-
mos. Era um pintor fecundissimo.* Desenhava sem-
pre e tudo lhe servia para exercitar a sua arte, quasi
o seu vicio: o lapis, a penna, um rolo de papel quei-
mado. Teve durante a sua vida, como quasi todos
os grandes pintores, diversos estylos ou maneiras. 0
snr. conde de Raczinski a principio nao fazia grande
conceito de Sequeira, e tudo quanto era bom, du-
vidava que fosse d'elle. O *Dae a Ce\ar 0 que i de
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POLYTECHNICA DO PORTO 271
Ce^ar parecia-lhe de Battoni: o descendintento da
cru{, c6pia d'algum quadro de Rembrandt, cuja bio-
graphia ainda entao era muito imperfeitamente co-
nhecida. S6 depois de ver os 4 quadros do duque de
Palmella se desenganou de que Sequeira era um ar-
tista de merito superior.
Na nossa academia ha um quadro de I). Joao vi
com o alcado d'esta academia, pintado por Sequei-
ra, provavelmente em 1807. O illustre pin tor foi tam-
betn gravador. A elle se deve o desenho e gravura
do conde Ugolino a pedido de Napoleao Buonaparte,
innao de Napoleao in para. illustra<;ao d'uma histo-
ria da Toscana escripta pelo Principe.
Domlngos Francisco Vlelra. Droguista e
pintor de paisagens, imitador do estylo de Pilement.
Esteve regendo a aula de debuxo e desenho da ci~
dade do Porto na ausencia de seu filho Francisco
Vieira Portuense, professor da mesma aula,, desde o
principio de novembro de 1802 ate o fim de junho
de i8o3, pelo que recebeu 400^000 reis, correspon-
dentes a quantia de 600^000 reis annuaes, que era
0 ordenado da cadeira (vide acima pag. 97). Assigna
os tennos de matricula d'este periodo de 8 mezes,
como «lente substitutb de desenho »; mas verdadei-
ramente nao era substituto da cadeira; regia-a tem-
porariamente.
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272 ANNUARIO DA ACADEMIA
Domingos *os£ de Castro. IrmSo de Jose
Avelino de Castro, de quern trataremos no seu logar.
Foi alumno d'esta academia, e nos annos de 181.6 e
181 7 obteve premio ho i.° e 2.0 annos mathemati-
cos. Foi nomeado substituto da cadeira de commer-
cio por C. R. de 16 deoutubro de 1828- Certamente
foi promovido a propriedade da mesma cadeira ate
18 de dezembro de 1829, que e a data da nomeacao
d'outro substituto, Antonio Pereira de Araujo Ju-
nior. Este assigna juntamente com Domingos Jose de
Castro os termos dos exames de commercio em 1 83o
e 1 83 1, o que mostra que eram ambos professores.
Nao ha portm registo da Carta Regia que devia ter
nomeado Domingos Jose de Castro para a proprie-
dade d'esta cadeira* Estes despachos ficaram sem ef-
feito por terem provindo do governo do snr. D. Mi-
guel.
Francisco Adao Soares. Filho d'outro c de
D. Juliana Josepha,. Nasceu no Porto a i5 de mar-
co de 1 800. Frequentou n'esta academia o curso
completo de mathematica, e o de commercio. Foi
premiado em 1818 e 1819 no i.° e 2.0 anno mathe-
matico, em 1-820 em commercio em relacao ao lecti-
vo de 1 81 8 a 19, e em 1821 em desenho. Depois cur-
sou na universidade de Coimbra a faculdade de ma-
thematica em que se formou, tendo sido premiado
todos os annos. Foi nomeado, precedendo concurso,
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POLYTECHNICA DO PORTO 273
<2.° lente substituto da faculdade de mathematica
da academia de marinha e commercio do Porto » por
deer, de 3o de Janeiro e G. R. de 18 de fevereiro de
1 835. Foi exonerado pelo deer, de 19 de outubro de
1 836 com os outros seus collegas que nao quizeram
jurar a constituicao de 1822 proclamada pela revo-
lu<^ao de setembro de i836. Ficou addido a acade-
mia por effeito da lei de 19 d'outubro e deer, de 9
de dezembro de 1840, com 200^000 e n'esta posi-
cao se 6nou em 3 dejunhode 1869, creioqueem Vil-
la-Nova de Gaya, onde residia.
Fraaelaeo Jaaquln Mala. Do conselho de
Sua Magestade. Deputado da Nacao por urn dos cir-
culos do Porto na legislatura de i853 a 56. Com-
mendador da ordem de Isabel a Gatholica de Hes-
panha. Filho de Rodrigo da Silva Maia e de Caeta-
na de Jesus Maria Jose. Nasceu no Porto, rua da
Ponte-Nova, freguezia da Se, a 28 de setembro de
1789. Frequentou n'esta academia, desde a sua fun-
dacao em i8o3, os cursos de mathematica e commer-
cio, desenho e linguas, tendo sido premiado do 2.0
anno mathematico em i8o5. A sua carta do curso
de commercio e de 18 de Janeiro de 1819. Foi no-
meado substituto da cadeira d'esta disciplina por G.
R. de 11 de julho de 1819. Pelas suas ideas libe-
raes foi com alguns outros seus collegas demit tido
18
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2T4 ANNUARJO DA ACADEMIA
pelo governo de D. Miguel em i3 de maio de 1829.
Reintegrado pela entrada do exercito tibertador no
Porto em 9 de julho de i832, foi promovido a pro-
priedade da cadeira de commercio por deer, de i3 e
C R. de 19 de novembro de 1834. A revolucao de
setembro de i836 deu causa a sua exoneracao pelo
deer, de 19 de outubro do mesmo anno, decreto que
muitas vezes temos citado e continuaremos a citar,
porque exonerou quasi todos os lentes d'esta acade-
mia por se recusarem a jurar a constituicao de 1822.
Ficou addido a academia polytechnica com o ven-
cimento de 35o#ooo reis por virtude da lei de 19
d'outubro e deer, de 9 de dezembro de 1840. Jubi-
lado por C. R. de 8 de marco de 1854. Falleceu d'ahi
a pouco em 24 ou 26 de junho do mesmo anno.
Fraaelfteo Lulz Corrda* Substitute da ca-
deira de philosophia racional por C. R. de 16 de no-
vembro de 1 832. Exonerado em consequenda dos
acontecimentos politicos de i836 pelo deer, de i3 de
outubro do mesmo anno. Addido pela lei de 19 de
outubro e deer, de 9 de dezembro de 1840 aolyceu
do Porto com o vencimento de 175^000 reis, e no-
meado professor de philosophia racional e moral e
principios de direito natural do mesmo lyceu por C
R. de 23 de marco de i852. Foi jubilado em 1861 e
parece que falleceu em 1862.
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POLYTECHNICA DO PORTO 2?5
Fraaelaeo Soares^Ferrelra. Filho <Toutro
do mesmo nome, e de D. Maximiana Luiza Joaqui-
na ou Rebelto. Nasceu no Porto, freguezia da Se, a
16 dc Janeiro de 1777. Frequentou as mathematicas
n'esta academia desde i8o3. Proprietario da cadeira
dc francez por C. R. de 20 de novembro de 1819,
preterindo o substitute Tomou posse d'esta cadeira
a 11 de marco de 1820. Em 1826 era empregado da
Companhia das vinhas do Alto-Douro. Falleceu de
outubro de i83o a maio de i83i.
Fraaclaeo Vieira Junior. Cognominado
Portuense para o distinguir do outro celebre pintor
do mesmo nome, denominado Lusitano. Nos ter-
mos de matricula da aula de desenho do Porto as-
signa-se Junior ate outubro de 1802; desde novem-
bro de i8o3 assigna-se apenas Francisco Vieira. Fi-
lho do droguista e pintor Domingos Francisco Vieira
(vej. acima este nome) e de D. Maria Joaquina. Nas-
ceu no Porto em i3 de maio de 1765. Falleceu na
ilha da Madeira em 2 de maio de i8o5, posto que o
snr. Innocencio Francisco da Silva no torn. 9.0 do
seu dice, bibliogr. diga, (certamente porequivoco, ou
por erro typographico, que elle alias nao soffreria em
outro biographo), que foi em 1806.
Francisco Vieira principiou os seus estudos no
Porto, estudando a paizagem com seu pae, e a fi-
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276 ANNUARIO DA ACADEMIA
gura com Joao Glama Stroberle *. Podia ter cursado
a aula publica de desenho do Porto, instituida no fim
do anno de 1779, de 3ue f°* primeiro mestre Anto-
nio Fernandes Jacomo (supra pag. g5 e 96); mas
Cyrillo nao o diz, e o snr. Innocencio n'uin aftigo
que publicou em 1 865 no Archivo pittoresco, expri-
me-se a este respeito d'um modo ambiguo. Todavia
€ provavel que a Junta da Companhia das vinhas,
inspectora d'esta aula, experimentasse n'ella a v<5ea-
cao do seu protegido para a arte. O mesmo snr. In-
nocencio accrescenta que Vieira f5ra frequentar a
aula publica de desenho de Lisboa que comecava a
1 Cyrillo Volkmar Machado trata de Jofio Glama com
o titulo errado de Joao Clama St rebel ou Strabile, a pag. i35
da sua Collect de mem. relativas ds vidas dos pintcres, «tc.
Lisboa 1823. A melhor e mais auctorisada noticia d'este pia-
tor vem na lista de a 1 guns artistas portug. do snr. S» Luis,
Lisboa 1839, pag. 38 e seg., baseada em in forma coes do pin-
tor Joao Andre* Chiape, amigo de Joao Glama.
O primeiro que disse que Francisco Vieira estudara com
Joao Glama, foi Cyrillo, pag. i36 e 139. Nao duvido, mas ob-
servo que Chiape diz que Joao Glama «nao deixou discipulos
porque nao era do seu genio admittil-os» (S. Luiz log. cit.
pag. 39, col. 2.a). Ignoro a data das informacoes de Chiape.
Podem ter sido escriptas antes de Ihe ser conhecido o merito
de Vieira.
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POLYTECHNICS DO PORTO 277
florescer sob a habil direccao do professor Joaquim
Manoel da Rocha.
Em 1789 conseguiu Vieira da Companhia das vi-
nhas do Alto-Douro uma pensao de 3oo#ooo reis,
para se ir aperfeicoar a Roma, onde elegeu para mes-
tre, a falta dVutro melhor, a Domingos Corvi, de-
senhador correcto mas frio no colorido. Em 1791 ga-
nhou um primeiro premio em roupas. De Roma pas-
sou a estudar o colorido de Corregio em Parma, on-
de foi admittido entre os directores de academia, deu
licoes de desenbo a uma filha do duque d'aquelle*
entao, Estado, e tirou a excellente c6pia de S. Je-
ronymo, hoje pertencente a galena dos snrs. duques
de Palmella, e a da famosa Magdalena, c6pia que
foi adquirida pelo snr. Luiz Pinto Balsemao '.
Em 1 794 voltou a Roma e d'ahi a tres annos par-
tiu para Allemanha em companhia de Bartholomeu
Antonio Calisto, de quern se separou em Dresde, e
ahi se ficou a tirar muitas c6pias da excellente gale-
na d'esta cidade. D'ahi passou a Hamburgo e a
Londres, onde travou amisade com o gravador Bar-
talozzi, a quem tirou o retrato. Em Londres come-
cou a gravar a agua forte uma grande e laboriosa cha-
pa que nao levou a cabo, pintou o Viriato que foi
* jCyrillo nao falla na copia de S. Jtronymo. Menciona-a
Raczkiski no t>ict^Jiistor.-art., pag. 299.
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278 ANNUARIO DA ACADEMIA
estampado pelo dito gravador e offereddo ao snr.
D. Joao vi, e fez urn quadro grande da Senhora da
Viedade ou Descendimento da Cru% para a capella do
minis tro de Portugal, que era D. Joao <f Almeida Mello
e Castro, depois Conde das Galveas. Ahi casou com
uma joven e rica viuva italiana, parent e do seu ami-
go Bartolozzi, e com ella veio para Lisboa no fim do
anno de 1800 ou principios de 1801.
O Avis. Reg. de 20 de dezembro de 1800, sob
proposta da junta da Companhia das vinhas do Al-
to-Douro, nomeou-o para a cadeira de desenho do
Porto com o ordenado de 600^000 reis, que era muito
mais do que percebia o seu antecessor Antonio Fer-
nandes Jacomo, pouco antes dispensado do exercicio
d'esta cadeira. (V. supra pag. 96 e 97). Vieira nao
veio a tomar conta do seu novo emprego senao em
junho de 1802.
No entretanto, occupava-se em Lisboa a traba-
lhar nas illustraqoes para a ediqao dos Lusiadas inten-
tada por D. Rodrigo de Souza Coutinho, cujos qua-
dros tinham de ser compostos e desenhados por die
e gravados pelo seu amigo Bartolozzi, empreza que
nao foi avante, nem parou tanto em projecto, que
nao ficassem d'ella onze quadros ou esbocos pintados
a oleo, que hoje fazem parte da galena dos snrs. du-
ques de Palmella.
Em 1802 fez um quadro que Ihe tinha sido en-
commendado para a festividade com que o senado
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POLYTECHNICA DO PORTO 279
de Lisboa tencionava celebrar, como celebrou, na
igreja de S. Domingos, a paz geral de Amiens esti-
pulada em 27 de marco. Este quadro representa a
monorchia luptana, acompanhada das virtudes, das
artes, da fama etc,, com o retrato do snr. D. Joao
vi ao peito.
No mesmo anno foi nomeado primeiro pintor da
real camara, por deer, de 28 de junho, com o ven-
cimento de 2:000^000 reis, que poderia accumular
com 0 ordenado de professor de desenho no Porto,
e com a obrigaqao de dirigir e executar juntamente
com Domingos Antonio de Sequeira as obras de pin-
tura no pa<jo da Ajuda. Francisco Vieira s6 entrou,
como dissemos, na regencia da sua cadeira em ju-
nho de 1802, e ausentou-se em novembro d'esse anno
para voltar em outubro do seguinte, a fim de assis-
tir a solemnidade da inauguracao da academia de
marinha e commercio, que se celebrou em 4 de no-
vembro de i8o3.
Francisco Vieira tinha sido nomeado director da
aula de desenho d'esta academia por C. R. de 1 de
outubro de i8o3, com o mesmo ordenado de reis
6oo$ooo, que ja tinha como professor da antiga aula
d'esta disciplina. O juramento pelo seu novo cargo
foi prestado por Antonio Jose Vieira Junior, seu ir-
mao, como procurador seu, e o respectivo termo e
datado de 5 de junho de 1804; mas e certo que exer-
ceu o seu cargo no anno anterior e n'este mesmo.—
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280 ANNUARIO DA ACADEMIA
Consta da consul ta da junta da Companhia das vi-
nhas do Alto-Douro de 7 de Janeiro de 1806, pro-
pondo a Domingos A. de Sequeira para o logar de
director da aula de desenho, que este cargo nao obri-
gava a maior residencia do que tres mezes por anno.
(V. pag. 166). Parece que Vieira cumpriu melhor esta
obrigacao do que o seu successor.
Foi em i8o3, se bem o entendemos, que Vieira
recitou o discurso mencionado a pag. 139. Aos ar-
gumentos com que ahi sustentamos esta opiniao, ac-
cresce que Vieira em 10 de junho de 1802 ainda nao
era primeiro pintor da camara e corte. Os exempla-
res que se imprimiram d'este discurso, nao sao tao
raros como inculca o snr. Innocencio. Ainda os ha
a venda na Imprensa Nacional. O snr. Silvestre Ri-
beiro transcreveu-o no torn. 3.° da sua Hist, dos Es-
tab. Scient.
Alem das pinturas de Vieira, de que fizemos men-
cao, ha o Desembarque de Vasco da Gama na India —
D. Igne% de Castro ajoelhada com osfilhos deantede D.
0/iffonso (quadros que pertencem hoje a S. M. o Im-
perador do Brazil), D. Filippa de Vilhena (condcssa
de Athouguia), a paisagem de Venus e o amor (gra-
vado por Bartolozzi), ambas pertencentes a galena da
condessa da Anadia; quatro quadros da igreja da or-
dem terceira de S. Francisco do Porto, que sao San-
ta Margarida confessada a hora da martepor urn
fradt franciscano; N. Senhora da Conceifao; Santa
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POLYTECHNICA DO PORTO 28 f
Isabel dando esmolas; e S. Lui\> ret de Franga, oran*
do; duas paisagcns no Museu Allen, da camara mu-
nicipal do Porto, urn S. Sebastiao na colleccao de
Borba, citado por Cyrillo; a adoragdo do Santissi-
mo, existente no museu portuense.
Francisco Vieira adoeceu gravemente, quando es-
tava a fazer o quadro de Duarte Pacheco, defenden-
do o passo de Cambalam em Cochim, para a casa
das descobertas no paqo de M afra. Foi para a Ma-
deira com licenca de i de abril de i8o5, e ahi teve
poucos dias de vida.
Segundo o snr. Innocencio, diccionario biblio-
graphico portugue^ torn. 9, pag. 38g, falleceu o il-
lustre director da aula de desenho da nossa acade-
mia, em 2 de maio de 1806. Esta data e impossivel,
porque a consulta da junta da Companhta da6 vinhas
que propoem para o cargo de director da dita aula
a Domingos de Sequeira, ja menciona o fallecimento
de Francisco Vieira. Aquelle algarismo foi escripto
por engano, senao por erro typographico, como dis-
semos, porque o snr. Innocencio refere-se ao artigo
que escrevera em i865 no Archivo pittoresco, e ahi
diz que a morte do eminente pin tor foi em i8o5. Sem
pretendermos duvidar da data do dia e mez acima
indicados, observamos que uma acta do conselho da
nossa academia de 7 de outubro de i8o5 refere o di-
rector da aula de desenho como ausente em Lisboa.
A respeito do logar, a acta nao esta certa; mas nao
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282 ANNUARIO DA ACADEMIA
deixa de causar estranheza que tivesse levado tanto
tempo a chegar a noticia do fallecimento d'um ho-
mem tao notavel ao conhecimento dos seus collegas.
Cteaulno Barboza BettaHtlo. Era lente da
aula de commercio da Bahia. Foi nomeado substi-
tute de egual cadeira da nossa academia por C R.
de 3o de julho de 1824, com metade do respectivo
ordenado, o qual havia de receber por inteiro logo
que houvesse vacatura. Prestou juramento em 19 de
fevereiro de 1825 e falleceu em maio de 1827, antes
de se dar a stapposta vacatura.
Hearlque Daatel Weaek. Cavalleiro da
ordem de N. S. da Conceicao e commendador da
de Christo. Foi nomeado substituto da cadeira de in-
glez por Port, de 23 de novembro de i832, dispen-
sandose o concurso exigido pelas instruccoes anne-
xas a C. R. de 11 de setembro de 1826. Nomeado
verificador da alfandega grande de Lisboa por deer,
de i5 de fevereiro de 1834, deixando en tao vago o
logar que tinha n'esta academia. Em 1839 e talvez
ja antes era guarda-m6r da dita alfandega. Escrivao
da meza grande da mesma por C. R. de 20 de agosto
de 1 85 1. Em i865 era cbefe de servico da mesma
alfandega. Posteriormente foi director geral das al-
fandegas, logar em que obteve a sua aposenta^ao.
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POLYTECHNICA DO PORTO 283
Htarlqne Ernesto de AlMelda Coatl-
mho. Proprietario da cadeira de francez no tempo
de D. Miguel por C. R. de 8 de julho de i83i, des-
pacho que caducou pelo triumpho das armas libe-
raes.
Htaf e Laereli. Nomeado proprietario da ca-
deira de francez por C. R. de 22 de outubro de
181 1, depois da jubilacao de seu irmao, o abbade
Pedro Lacroix. (Vej. este nome). Preterm, e creio
que com toda a razao, o substituto da cadeira que
entao era Ignacio Xavier Gayoso. A C. R. de 28
de fevereiro de 181 5 nomeou o dr. Agostinho Alba-
no para esta cadeira, sem dizer o que fdra feito de
Hugo Lacroix. Este ainda assistiu ao conselho aca-
demico de 25 d'outubro de 18 13, e na de i3 de
maio de 1814 e mencionado como tendo faltado. Em
10 d'outubro d'este anno ja assiste a sessao como
professor de francez o dr. Agostinho Albano, posto
que ainda nao estivesse en cart ado. Suspeito que Hugo
Lacroix foi havido por jacobino, e como tal se lhe
deu a cadeira por vaga.
Igaaelo XaTter fiayoao. Substituto da ca-
deira de francez por C. R. de 7 de dezembro de
1808* Foi preterido em 18x1 por Hugo Lacroix. (V.
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Stft* AMMUARIO DA ACADEMIA
eate nome). Em outubro de i8i3 dirigui uma carta
a academia, queixando-se de ter sido preterido, e
participando que ia para o colLegio militar substi-
tuir o mestre de francez (com 3o#ooo reis mensaes
e meza, segundo consta d'uma noticia que lhe man-
daram de Lisboa). Esta carta revela urn certo des-
arranjo intellectual que bem justifica a pretericao.
Depois de i8i3 nunca mais se fallan'este professor.
Baptist* Fetal da Slfra LlsbM.
Devia ser licenciado ou pelo menos bacharel formado
em mathematica. Segundo o snr. Innocencio Fran*
cisco da Silva, dice, bibliogr.portug., torn. 3.°, pag.
445, nasceu em Lisboa, freguezia de Santa Justa em
1768. Foi nomeado lente da 3.* cadeira de mathe-
matica da nossa academia por C. R. de 18 de no*
vembro de i8o3, mas recebeu o seu ordenado desde
o 1 .° d'outubro d'este anno, porque o Avis. reg. de
i3 do mesmo mez permittia que os lentes nomeados
podessem entrar no exercicio dos seus logares ainda
que nao tivessem promptas as suas cartas. Aconte-
ce, porem, que a consulta da junta propondo Joao
Baptista Fetal para o 3.° anno mathematico, tem a
mesma data da C. R. que o nomeou, em quanto a
consulta propondo outros oito profe&sores e datada
de 20 de setembro. Ahi ha necessariamente algu-
ma troca de datas. O certo e que Fetal entrou em
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POLTTECHNICA DO PORTO
servi^o antes da composicao d'estes documentos, por-
que foi elle o que em 4 de novembro de i8o3 red-
tou o discurso inaugural da abertura da academia,
que o § 1 1 dos Estatntos errcarregavanik ao lente da
3.a cadeira de mathematica. Este discurso foi im-
presso com o titulo de *ora$do que na abertura da
academia real da marinha e commercio da cidade do
Torto, recitou Jodo llaptista Fetal da Silva Lisboa,
lente proprietario da cadeira do 3.° anno mathema-
tico da mesma academia, no dia 4 de nopembro de
i8o3. Lisboa, i8o3.
Foi jubilado com todo o ordenado por C. R. de
18 de julho de 1825, «por ter exercido, durante 22
annos, as suas funccoes com ^e/o, exactiddo e dis-
velo.9
Entrou na folha da academia polytechnica, como
jubilado, ate 18 de setembro de i83g, dia em que
provavelmente falleceu. (O snr. Innocencio estava
mal informado quando no logar acima citado data a
morte d'este professor de i835). Era muito respei-
tado pelos seus collegas.
#eio Baptlsta Rlbtlro. Do conselho de S.
M., commendador da ordem de Christo e cavalleiro
da Conceicao. Filho de Antonio Jose Ribeiro e de
Isabel Maria. Nasceu no logar da Ponte de Santa
Margarida, freguezia de S. J0S0 d'Arroyos, concelho
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286 ANNUARIO DA A CAD EM FA
de Villa Real, a 25 d'abril de 1790. Falleceu no Porto
em 24 de julho de 1868.
Desde menino revelou extraordinaria vocacao para
o desenho. Conheceu-lh'a D. Fr. Caetano Brandao,
arcebispo de Braga, por occasiao d'uma visita que
fez a Villa Real, a ponto de rogar ao pae que Ih'o
deixasse levar comsigo para o mandar instruir. Igual
pedido fez depois o morgado de Matheus, D. Jose
Maria de Souza, o editor da celebre edicao dos Lu-
siadas conhecida pelo seu nome. Depois de novas
instancias de varias pessoas no mesmo sentido, de-
cidiu-se o pae a mandal-o para a cidade do Porto,
aos 12 annos d'idade, sendo recommendado por urn
Fr. Joao de Deus ao bacharel em philosophia Jose
Jacinto de Souza.
Matriculou-se a 20 de maio de i8o3 na aula de
desenho, que entao era regida por Domingos Fran-
cisco Vieira, durante a ausencia temporaria de Fran-
cisco Vieira Portuense. Continuou nos annos seguin-
tes o estudo d'esta arte com o dito Francisco Viei-
ra, Domingos Antonio de Sequeira, Jose Teixeira
Barreto e Raymundo Joaquim da Costa. Obteve 3
premios em desenho, o i.° em 1807 pela c6pia, a la-
pis d'Hespanha, d'uma estampa representando An-
dromacha a abracar Heitor; o 2.0 em 1808 pela c6-
pia, por meio de aguadas, da vista do porto de Na-
poles; o 3.° em 1809 pela cdpia d'um palacio a agua-
das. Foi urn dos cinco alumnos d'esta academia que
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POLYTEGHN1CA DO PORTO 287
Domingos Antonio de Sequeira escolheu para lhes
ensinar pintura.
Substituto da cadeira de desenho d'esta academia
por C. R. de 22 d'outubro de 181 1. Nomeado mes-
tre de desenho e pintura de miniatura das serenissi-
mas Senhoras Infantes por port, do mordomo-m6r
de 28 de julho e alv. de 18 de setembro de 1824,
pelo que o Avis. Reg. de 24 de novembro de 1825 '
lhe conccdeu a gratificacao de i5o#ooo paga pelo co-
fre da academia, <e isto (diz oTit. Aviso) em quanto
nao tern exercicio, porque n'este caso outro sera en-
tao o ordenado.» Continuou, porem, no servico da
academia. Promovido a propriedade da cadeira de
desenho da mesma academia por deer, de 6 de junho
de 1 83 3. Nomeado director e professor de desenho
historico da academia portuense de bellas-artes por
deer, de 3 de dezembro de i836, logar de que pouco
depois desistiu. Continuou a reger a cadeira de dese-
nho da acad. polyt., ainda que s6 foi despachado
para ella por deer, de 11 de junho de i838 e C. R.
de 18 de maio de 1839. Jubilado por C. R. de 28 de
julho de 1 853, obteve o augmento do terco do orde-
* Registado no livro (92) do Registo dos officios e or-
dens da 111."* Junta, no archivo da academia polytechnica,
pag. 62.
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288 ANNUARIO DA ACADEMIA
nado pela Port, de 23 de maio de 1864 *, e foi ju-
bilado, com este augmento, em 1862.
Em i836 pediram a sua exoneracao, por n&> que-
rerem jurar a constituicao de 22, todos os lentes da
academia de marinha e commercio, excepto o snr.
Joao Baptista Ribeiro. Foi entao nomeado director
d'esta academia por deer, de 22 d'outubro de i836.
Quando se encartou n'este emprego, (C. R., 27 de
maio de 1837) ja aquella academia rinha sido refer-
mada em polytechnica. Ainda que este habil pintor
nao tivesse as sufficientes habilitacoes scientificas para
a direccao do estabelecimento, sabia aconselhar-se
com pessoas competentes, e encontrou nos professo-
res todo o auxilio de que precisava, conservando este
cargo ate o seu fallecimento, posto que nao estivesse
em effectivo exercicio desde 1866.
Ao snr. Joao Baptista se deve a organisacao do
museu portuense de pinturas e estampas, da qual fdra
encarregado, ainda no tempo do cerco do Porto, por
port, de 10 de setembro de i833.
As suas produccoes artisticas sao as seguintes:
i Segundo a legisla9§o d'esse tempo havia dous proces-
ses separados, um para a jubila^ao, outro para a verifica^ao
da idoneidade para a continua^ao no servJ90, de que depen-
dia o augmento do ter^o. S6 depois da jubila^ao se instaum-
va o 2.a processo.
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P0LYTECHN1CA DO PORTO 289
Quatro paineis a colla para a festividade com que
se solemnisou na igreja da Graca d'esta cidade a res-
tauracao de 1808. Foram descriptos n'um folheto de
Joao Antonio de Souza Azevedo, morgado de Pi-
nheiro, e mereceram geral applauso.
Retrato do arcebispo da Bahia, D. Fr. Vicente
da Soledade Castro, e um grupo de dous sobrinhos
d'este arcebispo, em 1820.
Grupo, em miniatura, dos retratos de duas filhas
do snr. Visconde de Beire, em 1823. Dous retratos
da Rainha D. Carlo ta Joaquina, um em miniatura,
outro a oleo em corpo inteiro. No mesmo anno.
Retratos das snr.as infantas D. Anna de Jesus Ma-
ria, D. Isabel Maria e D. Maria dlAssumpcao. Dito
do snr. D. Joao vi tirado a furto em 1824, tao bom,
que se deu ordem ao nosso encarregado de negocios
on Paris para alii o mandar gravar. — Retrato da du-
queza'da Ferreir^, em miniatura, para a snr.a in-
fanta D'. Anna de Jesus.
Durante o cerco do Porto fez dous retratos do
snr. D. Pedro iv, um como coronel de cacadores 5,
outro como commandante em chefe do exercito, e
litkographou a snr.a infanta D. Maria Amelia, tendo
previamente feito para ensaio o seu proprio retrato
d'elle.
Em 1834 fez a lapis de cores o retrato da snr.a
D. Maria 11, e em i836 o do snr. D. Fernando a
dous lapis.
19
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290 ANNUARIO DA ACADEMIA
Das seguintes obras nao temos a data.
A Assumpfdo de N. Senhora, e S. Francisco de
Salles, no tecto da capella-m6r da igreja dos Con-
gregados.
A Annunciagao na igreja da Graca.
A Senhora da Soledade na capella das Almas de
Santa CatHarina.
S. Josi e o menino Jesus na igreja de Massarel-
los.
O Senhor dos oAfflictos na capella dos justi^a-
dos.
N. Senhora do Livramento na capella das con-
vertidas.
A apresentafdo de N. Senhora, a odnnunctagao,
o Repouso no Egypto, e 8 pequenas figuras, na ca-
pella do snr. Bernardo de Mello.
N. Senhora do Carmo em meio corpo, em casa
do snr. Joao Luiz de Souto e Freitas.
Dous tectos nos pacos da camara municipal do
Porto, o retrato de corpo inteiro de D. Joao vi e o
duque do Porto, nos pacos da mesma camara.
Retrato de D. Joao vi a meio corpo na sala das
sessoes da Companhia das vinhas do Alto-Doun*
Retratos dos lentes da academia polytechnica,
Jose Antonio de Aguiar e Jose Carneiro da Silva,
na sala das sessoes solemnes da academia polyte-
chnica.
Retrato em corpo inteiro do ex-prior da ordem do
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POLYTECHNICA DO PORTO 291
Carmo, Luiz Antonio Machado, na secretaria do hos-
pital da dita ordem.
Retrato de D. Pedro iv na bibliotheca publica.
Quatro paisagens representando as estacoes, no
museu portuense.
Quatro paineis de meninos no salao do baile da
casa que foi do snr. conde do Bolhao, hoje do snr.
visconde de Fragozella.
Dez paineis nas salas da casa dos snrs. Maias da
rua das Flores.
Todas estas obras existem no Porto nos logares
acima indicados.
A Ascengdo, a Senhora do livramento, S. Joao,
a Senhora do 1{osario, e Santo Q/Lntonio na matriz
de Vallongo.
S. Jeronymo, e o retrato de Francisco Rodrigues
de Freitas, barao de S. Jeronymo, no hospital de
Villa-Real.
S. GMiguel, varios anjos e almas, na igreja das
freiras do Lourical.
Retratos em corpo inteiro, dos snrs. D. Joao vi,
D. Pedro iv, D. Maria n e D. Pedro v, na sala dos
capellos da universidade de Coimbra.
O retrato de corpo inteiro do primeiro conde de
Amarante no palacio de Canellas; no oratorio de Ca-
nellas Santo Antonio e no tecto a figura da l{eli-
gido.
O snr. Manoel Bernardes Branco, de cujo arti-
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292 ANNUARIO DA ACADEMIA
go publicado em i860 no periodico portuense intitu-
lado Miscellanea Litter aria *, extractamos ou copia-
mos a maior parte do que fica escripto, menciona
ainda as seguintes obras pintadas a oleo, dous/o-
reiros e uma aguia, de tamanho natural, que 0 snr.
J. Baptista offereceu ao snr. D. Fernando, ao snr.
D. Luiz e ao snr. D. Pedro v.
*oSo Carlos de Miranda* Na acta da scs-
sao academica de i3 de maio de 181 3 emencionado
como substituto de mathematica, posto que entao se
achava em Valenca por ordem do marechal Beres-
ford *. Um Avis. Reg. anterior a 19 de junho de
1 81 3 auctorisa-o a assistir aos actos de mathematica
da nossa academia, e manda-lhe apresentar a sua
carta regia de substituto dentro de seis mezes, csob
1 O exemplar de que nos servimos, pertenceu ao snr-
Joao Baptista Ribeiro, que fez duas emendas no texto, escri-
ptas pela sua letra. As datas dos premios na aula de desenho,
sao extrahidas dos competentes registos, e se estou em desac-
cordo com as que se leem no cit. art., d porque este prova-
velmente se refere ao principio do anno lectivo em que esses
premios foram ganhos, em quanto que n6s nos referimos ao
em que foram votados.
* Consta d'uma nota no liv. (66) dos officios, fl. 5.
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POLYTECHNICA DO PORTO 293
pena de se consultar o seu logar* *. Na verdade, re-
geu a cadeira do primeiro anno mathematico no le-
ctivo de i8i3 a 14 3, mas s6 tirou a sua carta de
substitute de mathematica em 7 de setembro de 1814.
Foi substitute da primeira cadeira, ainda que a cit.
C. R. nao o declara. Promovido a propriedade da
2.a cadeira de mathematica pela C. R. de i3 de Ja-
neiro de 1820, que se desencaminhou, passando-se-
lhe outra, com salva, a i3 d'abril do mesmo anno,
tomou posse em 3 d'outubro proximo seguinte.
Este professor era militar, tendo feito, ao que pa-
rece, a campanha da peninsula; mas s6 podemosave-
riguar que em 3i de julho de 1826 pertencia ao real
corpo de engenheiros como capitao.
Seguindo a causa do snr. D. Miguel, nao voltou
ao exercicio do magisterio desde a entrada do exer-
cito libertador no Porto em 9 de julho de i832; mas
foi jubilado com dous tercos do ordenado na cadeira
do 2.0 anno mathematico da academia de marinha e
commercio por deer, de 1 1 e C. R. de 20 de setem-
bro de 1843. Ignoro a data do seu fallecimento.
#oao Cop^alTes das Xctcs. «Lente de pri-
i O Av. Reg. de que se trata, vem citado n'um ofl&cio
do secretario de 19 de junho de i8i3, cit. liv. 66, fl. 10.
* C6nsta do termo n.° 5j do livro dos actas, fl. i5.
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294 ANNUARIO DA ACADEMIA
meiras lettras* com 400^000 reis de ordenado por
C. R. deg de outubro de 181 1. Deixou de reger a
sua cadeira, por doente, desde o principio do anno
de 1 81 7 * e foi aposentado com meio ordenado pela
Res. Reg. de 1 1 de julho de 1825, communicada em
Av. Reg. de 19 d'agosto do mesmo anno. Falleceu
em g de julho de i836.
#o£o Vlclra Pinto. Foi alumno d'esta aca-
demia, premiado em commercio e desenho (1821) e
na i.a cadeira de mathematica que frequentou no
lectivo de 1821 a 22, posto que o premio s6 lhe foi
conferido em 1824. Depois, cursou com distinccao
na universidade de Coimbra as faculdades de mathe-
matica e de medicina, nas quaes se formou. — Foi
nomeado lente do 1 .° anno mathematico por C. R. de
10 de dezembro de 1829 e transferido para a cadeira
do 3.° anno por C. R. de 8 d'outubro de i83o. Es-
tes despachos nao subsistiram por nao terem sido
feitos pelo governo legitimo; mas nem por isso ficou
mteiramente perdida para o magisterio portuense a
illustracao d'este professor, que foi nomeado para a
esc61a industrial do Porto (hoje institvito) por C. R.
de 22 de fevereiro de 1854. Foi delegado do extin-
* Officio do secretario da acad. de i3 de novembro de
1822 no Iiv. (66) dos officios, fl. 64.
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POLYTECHNICA DO PORTO 295
cto conselho de saude no districto do Porto por C.
R. de 10 de Janeiro de 8i5i, funccoes que ainda
exerce.
#oaqulm Antonio d'OllTelra. Bacharel
formado em leis e em mathematica pela universida-
de de Coimbra. Lente do primeiro anno mathema-
tico da nossa academia por C. R. de 6 d'agosto de
i8i3 e posse de u de maio de 1814. A Port, de
25 d'outubro de 1834, que o aposentou, diz que elle
servira desde 18 11. Na acta de i3 demaiode i8i3
vem mencionado como ausente em Coimbra. Um
Av. Reg. anterior a 19 de junho de 181 3 auctorisa-o
a vir aos actos de mathematica e obriga-o a apre-
sentar a sua carta no praso de seis mezes f.
Como bom liberal que era, foi demittido com ou-
tros collegas pelo snr. D. Miguel em i3 de maio de
1829, e «esteve preso por espaco de 3 annos e degre-
dado por outros tantos* *. Foi aposentado com o
ordenado por inteiro pela Port, acima citada, de 25
d'outubro de 1834.
* Av. Reg. cit. no offic. do secretario da acad. de 19 de
junho de 181 3, no livro (66) dos officios, fl. 9.
* Port, de 25 d'outubro de 1834, citada no texto.
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296 ANNUARIO DA AC A DEMI A
Foi nomeado director da nossa academia por
deer, de 8 d'outubro de i836, communicado em Port,
de 10 do dito mez, e parece que tencionava acceitar,
porque em officio de i5 do mesmo, respondendo ao
director interino que lhe de'ra parte da nomeacao, diz:
«De tudo fico sciente e agradeco a V. S.a os seus at-
tenciosos cumprimentos.* Mas provavelmente recu-
sou, e foi exonerado d'ahi a poucos dias por decreto
de 20 do mesmo mez. Por isso nao o inclui na re-
lacao dos directores a pag. 160.
Entao ja residia em Coimbra, d\>nde parece que
era natural. Foi pago pela folha da academia ate ou-
tubro de 1841; depois eiurou a receber os seus ven-
cimentos pelo ministerio da fazenda. Ignoramos a
data do seu fallecimento, que deve ter sido posterior
a i855.
tioaqalin Cardoso Victoria Vllla-Mova.
Substituto de desenho na acad. da marinha e com-
mercio do Porto por decreto de 19 d'outubro de
i836. Igual substituicao lhe foi dada na acad. polyt.
por deer, de 1 1 de junho de i838 e C. R. de 21 de
junho de 1839. Falleceu em 5 de junho de i85o.
fioaqulin NaTarro de Audrade. Director
da nossa academia por C. R. de 9 de setembro de
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POLYTECHNIC* DO PORTO 297
1817 ate ao dia 18 de junho de i83i, em que falle-
ceu.
N\im edital seu de 14 de maio de i83i vem com
06 titulos seguintes: «do conselho de sua Mages tade,
fidalgo cavalleiro da sua real casa, commendador da
ordem de Christo, physico-m6r do reino honorario,
lente de prima jubilado na universidade de Coimbra
e director litterario da acad. da marinha e commer-
do d'esta cidade do Porto. » Era tambem socio cor-
respondente da academia real das sciencias de Lis-
boa, e deputado da Junta da directoria geral dos es-
tudos e escdlas do reino desde 1808.
Doutorou-se, juhtamente com seu irmao Joao de
Campos Navarro, em 20 de julho de 1788 na facul-
dade de medicina, em cujo servico entrou logo como
oppositor. Em 6 de fevereiro dei79i foi despachado
7.0 lente cathedratico com exercicio na cadeira de
instituifoes medico-cirurgicas. Em 19 d'outubro de
1801 foi promovido a 4.0 lente da sua faculdade com
exercicio na cadeira de aphorismos, em que obteve a
sua jubilacao a i5 de junho de 1822. Passou a lente
de vespera, por C. R. de 29 de pilho de 18 12, que
qualifica de muito distinctos os seus servicos no ma-
gisterio. Em 11 d'outubro de 181 7 foi igualado em
honras e proventos a lente de prima por haver reci-
tado a oracao latina nas exequias da rainha D. Ma-
ria 1, oracao que foi mandada imprimir no Rio de
Janeiro.
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298 ANNUARIO DA ACADEMIA
Tinha sido eleito deputado as c6rtes constituintes,
mas nao acceitou.
O snr. dr. Mirabeau na sua importante Mem.
historica e commemorativa dafaculdade de medicina,
Coimbra, Impr. da Univ. de 1873, diz que J. N. de
Andrade viveu nove annos em descanso das lides
academicas. Este e na verdade o tempo que sobre-
viveu a sua jubilacao, mas nem por isso deixou de o
empregar com zelo na direccao da nossa academia.
Ainda no i.° d'outubro de i83o estava para ir
recitar o discurso de abertura da mesma academia,
quando foi rapidamente accommettido d'um ataque
de gota, molestia de que soffria desde muito, e de
que falleceu dentro de 9 mezes. Foi s6 d'aquelle dia
em deante, que nao p&de tornar a academia, fazendo
ainda assim o servico que podia desempenhar em
casa, apezar de ter sido encarregado interinamente
da direccao litteraria, durante o seu impedimento, o
lente de mathematica Joao Carlos de Miranda.
Joaquim Navarro de Andrade escreveu:
Undenam palustrium locorum insalubritas? Quot-
nam morborum inde pendentium naturcff Qucenam
generalis therqpia? Objecto que lhe foi dado pela fa-
culdade em 1787 para a dissertacao inaugural, que
existe inedita na bibliotheca da Universidade.
Distributio methodica interpretandorum aphoris-
morum Hippocratis, superiori jussu, in usos acade-
micos, juxia nosologicam methodum chirurgice pra-
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POLYTECHNICA DO PORTO 299
cticce Plenckii, primarumque linearum praxeos me-
dicinalis Cullenii, instituta et ordinata. Conimbricae
1819, 8.°
Carta apologetica e analytica ao redactor do pe-
riodico intitulado «0 Portuguez* impresso em Lon-
dre& Lisboa, Typ. Rollandiana 1822. 4.0 de 22 pag.
Representaqao ds cdrtes geraes extraordinarias e
constituintes da nagao portugue\a. Coimbra, Impr.
da Univ- 1822, fol. E' uma especie de auto biogra-
phia, com o fim de evitar a reduccao dos seus orde-
nados.
Informagao de i3 de setembro de 1824 acerca do
piano da reforma da academia real da marinha e
commercio do Porto, publicada pelo snr. conselheiro
Jose Silvestre Ribeiro no torn. 2.0 da sua Hist, dos
Estabelec. Scient., pag. 405 a 420. D'esta informa-
cao resultou o alvara de 16 d'agosto de 1825, que se
conformou quasi inteiramente com ella.
Parece que ainda publicou outro opusculo em la-
tim para uso dos alumnos da cadeira de instituigoes
medicos, porque na representagao acima citada diz o
snr. J. N. d'Andrade que escreveu para uso das aulas
do 2.0 e 4.0 annos medicos dous opusculos em la tim,
que a sua faculdade mandou estampar na imprensa
da universidade.
aoaqnim Torquato AlTares Rlbclro.
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300 ANNUARIO DA ACADEMIA
Do conselho de S. M., commendador da ordem de
Ghristo. Filho de Antonio Alvares Ribeiro e D. Ma-
ria Maxima Delfina da Silva. Nasceu no Porto, ma
de S. Miguel, freguezia da Victoria, a 26 de fevereiro
de i8o3. Falleceu, estando a banhos nas Caldas de
Vizella, a 2 de setembro de 1868.
Foi alumno d'esta academia, premiado no i.f
anno mathematico em 1820, no 2.0 em 1824 com
rela<jao ao lectivo de 1821 a 22, e em commerdocm
1825.
Tendo frequentado o curso de repeticao introdu-
zido n'esta academia pelo alv. de 16 de agosto dc
1825, defendeu theses e fez o exame privado em
i83o. (Vej. acima pag. 200 a 2o3). Matriculou-se
como oppositor as cadeiras de mathematica d'esta
academia em 2 de outubro do dito anno. Foi no-
meado, precedendo concurso, lente proprietario da
i.a cadeira de mathematica, (que estava regendo co-
mo oppositor) por deer, de 3o de Janeiro e C. R. dc
16 de fevereiro de i835.
Em 1 836, recusando-se a jurar a constituicao dc
22, proclamada pela revolu$ao de setembro, foi exo-
nerado por deer, de 19 d'outubro. Addido a acade-
mia pdlytechnica, por effeito da lei de 19 cToutubfl)
e deer, de 9 de dezembro de 1840 com o venci-
mento annual de 35o#ooo reis (meio ordenado).
Nomeado proprietario da 5.a cadeira da mesma aca-
demia (astronomia e geodesia) por deer, de 12 de
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POLYTECHNICA DO PORTO 301
novembro e G. R. 'de 1 1 de dezembro de 1844. Teve
0 augmento do terco do ordenado por deer, de 1, e
apostiila de 9 de junho de i858. Nomeado director
da academia polytechnica em agosto de 1868, nao
chegou a tomar posse d'este logar, mas exerceu-o de
facto desde 1866, e ja desde i865 como lente deca-
no, no impedimento do director Joao Baptista Ri-
beiro, e foi a sua pertinaz iniciativa e incomparavel
zelo, que esta academia deveu o terem-se continuado
as obras do seu edificio e haverem-se comecado e
adiantado muito as do jardim botanico, que quasi
se p6de dizer que e obra sua, adiantando avulta-
das quantias, que s6 depois do seu fallecimento fo-
ram restituidas aos seus herdeiros. Homem de gran-
des affectos, amava com tanto estremecimento esta
academia como ao mais querido dos filhos, e pugna-
va peio credito d'ella, como o faria pela honra pro-
pria o cavalheiro mais pondunoroso.
Foi director da Companhia geral da agricultura
das vinhas do Alto-Douro, a qual ergueu do abati-
mento em que cahira depois da extinccao dos seus
antigos privilegios, etc. Apezar de ter de dividir a
sua atten$ao por muitos negocios, foi um professor
distincto pelo seu extraordinario talento, sciencia e
assiduidade.
Escreveu :
lyiscurso recitado na academia polytechnica do
Torto na abertura do anno lectivo de 1846 para
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302 ANNUARIO DA ACADEMIA
1847, pdo knte da 5.a cadeira Joaquim Torquato
Alvares Ribeiro. Porto, 1847.— 4.0 de 27 pag., in-
cluindo uma de notas.
qA accidentia polytechnica e aportaria do minis-
terio do reino de 14 de agosto de 1862. Porto, Typ.
de Manoel Jose Pereira, 1862. — 4.0 de 27 pag. (sem
declaracao do nome do auctor).
Na sala das sessoes solemnes da academia ha 0
retrato d'este benemerito professor, desenhado pelo
snr. Guilherme Antonio Correa, substituto da cadeira
de desenho da acad. polyt.
*oa6 Antonio da TVatlvidade. Mestre de
apparelho e manobra naval por nomeacao da Junta
inspectora de 6 d'outubro de i832. Falleceu em j3
de Janeiro de 1861.
#o*6 ATcIIno de Castro. Filho de Jose An-
tonio de Castro e de D. Gertrudes Claudina de Cas-
tro. Nasceu no Porto a 3o de julho de 1791 e ahi
falleceu em 29 de maio de 1854. Matriculou-se na
antiga aula de desenho do Porto em junho de 1802,
tendo por mestre a Francisco Vieira Portuense. Ins-
tituida em i8o3 a academia da marinha e commer-
cio, cursou n'ella n'esse mesmo anno o francez e in-
glez e 1 .° anno do curso de commercio, de que fez
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POLYTECHNICA DO PORTO 303
exame em 1804 ', passando depois a frequentar na
mesma academia o curso de mathematica, que ter-
minou em 1807, tendo sido premiado no i.° anno
em i8o5, e no 2.0 em 1806 (no 3.° anno nao havia
premios). Gostava tan to do desenho, que ainda em
181 3 se tornou a matricular como discipulo extraor-
dinario da cadeira respectiva. Nomeado substituto
de mathematica pela Res. Reg. de i5 e C. R. de 20
de julho de 18 14. Foi substituto do 2.0 anno, ainda
que a C. R. nao o diz. Foi promovido a propriedade
da 3.* cadeira por C. R. de 18 de julho de 1825, pre-
terindo, por um equivoco da Junta inspectora, o seu
collega Antonio Jose da Costa Lobo (vej. acima este
nome), que apesar de ter sido nomeado substituto
de mathematica no mesmo dia que Jose Avelino, era
mais antigo na habilitacao. Conhecido o equivoco,
deu-se uma reparacao completa ao lente preterido,
mas Jose Avelino continuou a reger a cadeira do 3.°
anno.
Em 1 3 de maio de 1829 foi demittido juntamente
com os seus collegas Agostinho Albano da Silveira
1 0 curso de commercio principiou no lectivo de i8o3
a 1804 pela mathematica elemental*, regida pelo professor da
cadeira de commercio, porque n'esse anno a i.« cadeira de
mathematica, que era preparatoria do dito curso, teve muito
grande numero de alumnos.
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304 ANNUARIO DA ACADEMIA
Pinto, Antonio Jose da Costa Lobo, Francisco Joa-
quim Maia, Joaquim Antonio cPOliveira, e Jose Car-
neiro da Silva, porque (dizia do Paco de Queluz o
snr. D. Miguel) cassim pelos errados principios que
tern abracado e sustentado, como pelo descredito cm
que tern incorrido, nao merecem a minha real con-
firmacao.* — Infelizmente, este professor, alias distin-
ctissimo, nao perseverou nos principios que o fize-
ram demittir, e foi reihtegrado por Av. Reg. de 27
de dezembro de i83i *. Entrando o exercito liberta-
dor no Porto em 9 de juiho de i832, Jose Avelino
ausentou-se d'esta cidade e perdeu a cadeira. Resta-
belecida a paz e' consolidado o systema liberal, Jose
Avelino, associado com um filho do mesmo nome es-
tabeleceu uma aula particular, em que com muita
intelligencia se ensinava a instruccao primaria, as lin-
guas franceza e ingleza, a geographia e o commer-
cio, e dava liqoes pelas casas as meninas das fami-
lias abastadas.
Escreveu, segundo o snr. Innocencio;
Memoria sobre os principios do calculo differen-
cial. 1809. Inedita.
Ensaio sobre a composiqao das equagoes. Tam-
bem inedita. Offerecida em 18 10 a academia real
* Livro 60, fl. 5o v. e livro 92, pag. 1 12, no archivo d*
acad. polyt.
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POLYTECHNICA DO PORTO 305
das sciencias, que em premio o nomeou no dito anno
seu socio correspondence.
Exposigdo da idia que deve formar-se das quan-
tidades negativas. Inedita. Remettida a academia
real das sciencias de Lisboa em maio de 1816.
Oraqao que no faustissimo dia 26 dOutubro de
1828, antuversario de sua magestade Jidelissima o
snr. D. Miguel 1, recitou na Acad, ^ecd da SMar.
e Commerc. da cidade do Porto Josi Avelino de Cas-
tro, lente cathedratico do 3.° anno da mesma acade-
mia, e socio coirvspondente da Acad. R. das Sc. de
lisb. Mandada publicar pela Ill.ma Junta, etc. Porto
1829, Typ. da Viuva Aivares Ribeiro & Filhos. —
4.0 de 36 pag. *
Exposigao do estado actual da 1{eal casa dAsylo
dos naufragados, mandada erigir em S. Joao da Foi
do Douro, Porto, i832.
Balbi no seu Essai Statistique sur le Rojraume
de Portugal (Paris 1822) traz o seguinte artigo:
*Jos6 Avelino de Castro. Ce jeune mais profond
geometre, eleve de Pacademie de Porto, dont il est
suppleant a la chaire des mathematiques, de seconde
* P6de ser que esta orag&o tivesse sido impressa depois
da demissao do snr. Jos£ Avelino em i3 de maio de 1829,
00m as emendas necessarias para o congrafar com o governo
do snr. D. Miguel.
20
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306 AKNUARIO DA ACAD EMU
annee, possede parfaitement cette science et celles
dont elle est la base. II a compose plusieurs savants
memoires, entre autres un sur la thiorie des 6qua-
tions, qui lui valut Thonneur d'etre admis a FAcade-
mie des sciences de Lisbonne.» *
Jos* Calhelroa de Hagalltie* e Andra-
de. Socio correspondente da academia real das scien- .
cias de Lisboa. O snr. Innocencio suppoe que era
formado em medicina, e nao duvfdo, mas provavel-
mente era-o tambem em mathematica. O mesmo A.
diz que era natural de Braga, e que consta que ain-
da alii vivia em 1826. Da naturalidade nao sei. O
fallecimento aconteceu entre 21 de junho de 18 19 e
5 de outubro do mesmo anno, estando elle em Bra-
ga *, provavelmente em setembro.
Foi nomeado lente da 2.a cadeira de mathema-
tica (2.0 anno) por C. R. de 1 d'outubro de i8o3, o
que nao combina perfeitamente na data com as das
consiiltas da Junta inspectors. Na verdade, esta ha-
* Cit. Essai Stat. torn. 2.» (Appendix a la geographic lit-
ttraire, pag. XLIJ.
2 Assign a uma carta dirigida ao Morgado Matheus da-
tada de 21 de junho 1819, transcripta no livro das actas das
sessoes do conselho academico a fl. 23. A acta de 5 d'outu-
bro do dito anno, fl. 21 v., diz que elle falleceu em Braga.
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POLYTECHNICA DO PORTO 807
via-o proposto em 20 de setembro do dito anno para
lente de mathematica sem designacao da cadeira.
Foi ate elle o unico professor entao consultado para
esta sciencia, e assim parecia economico, visto que
no primeiro anno da fundacao da academia era inu-
tilmente dispendiosa a pressa de nomear professores
para a 2.a e 3.a cadeiras que n'este anno tinham ne-
cessariamente de ficar, como ficaram, sem exercicio.
Todavia, a mesma Junta em 18 de novembro de
i8o3 propdz os tres lentes de mathematica, e entao
incluindo outra vez o nome d'este mesmo Jose Ca-
lheiros, indigitou-o para o 2.0 anno. A Carta Regia
adma citada, conformando-se com esta proposta, 6
anterior a mesma proposta. Uma incoherencia ana-
loga, posto que menos sensivel, ja n6s a encontramos
no despacho e proposta de Joao Baptista Fetal da
Silva Lisboa (vej. acima este nome). Escreveu:
^egras das cinco ordens de architectural segun-
do osprinctpios de Vignola, com um ensaio sobre as
mesmas ordens, tradu\ido dofrance\, e com um au-
gmento de varias refiexots interessantes. Coimbra,
na Impr. da Univ. 1787. — 4.0 com estampas. Segun-
da edicao. Lisboa, Impr. Reg. i83o. Sahiu com as
iniciaes J. C At. A.
*o&€ Carnelro da Silva, Filho de Manoel
Jose Carneiro e D. Anna Clara de Santa Rosa. Nas-
ceu no Porto, na Rua de Traz, freguezia da Victo-
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308 ANNUAAIO DA ACAD8MIA
ria, a 14 d'abril de 1791. Frequentou n'esta acade-
mia o curso complete de mathematica, e as linguas
franceza e ingleza, comecando no lectivo de 1809 a
1810. Foi premiado nos dous primeiros annos de ma-
thematical unicos em que se davam premios. Devia
ter conduido o seu curso em 18 12, em que fez exa-
me de apparelho e manobra naval, que*e costumava
estudar no mesmo anno que a astronomia (3.a cadei-
ra); mas s6 fez acto d'esta cadeira em i8i5 e o exame
geral do curso em 181 8. Estudou em Coimbra a ma-
th em., em cuja faculdade tomou o graude licenciado.
Foi nomeado substituto de mathematica pela C.
R. de 1 3 de Janeiro de 1820, que se extraviou, sen-
do-lhe passada outra em i3 d'abril do mesmo anno,
e tomou posse a i3 d'agosto proximo seguinte. Foi
substituto da primeira cadeira, porque entrou para
o logar de Joao Carlos de Miranda que tinha sido
promovido. Demittiu-o o governo de D. Miguel em
i3 de maio de 1829. A entrada do exercito liberta-
dor no Porto em 9 de julho de i832 restituiu-o ao
seu logar. Nao tardaram, porem, muito, novas con-
vulsoes politicas, proprias do primeiro periodo do
systema liberal, a inquietal-o na sua carreira. A re-
volucao de setembro de i836 viu-se obxigada a pro-
clamar a constituicao de 1822, que o povo reputava
por uma obra mais sua do que a Carta de 1826, que
todavia Ihe custara muito sangue e heroicos sacrifi-
cios. Jose Carneiro da Silva, assim como todos os
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POLYTECHNICS DO PORTO 809
cutros professores da acad. da marinha e commer-
cio, excepto Joao Baptista Ribeiro, recusaram-se a
jurar aqueila constituicSo e foi exonerado por de-
creto de 19 d'outubro de i836. A lei de igual dia e
tnez do anno de 1840 e o decreto de 9 de dezembro
do mesmo anno, remediaram o mal d'aquella exo-
neracao, mandando que ficassem addidos a acade-
mia polytechnica com metade dos vencimentos os
professores exonerados, ate que lhes fosse designado
0 servico conforme as suas habilitacSes. Jose Car-
neiro da Silva foi d'ahi a pouco despachado por deer,
de 1 5 de dezembro de 1840 eCR.de 12 de maio
de 1 84 1, para a cadeira de historia natural applicada
as artes e officios (a 7.*) da mesma academia, com
a antiguidade e graduacSo que tinha quando foi exo-
nerado. Foi um professor muito digno. Falleceu
n'esta cidade em 27 d'abril de i853. Na sala das
sessSes solemnes da academia ve-se o retrato d'este
sabio professor, excellentemente pintado a oleo pelo
snr. J0S0 Baptista Ribeiro.
<Im6 <ta Crmx Morelra. Bacharel, creio, que
em leis, substituto da cadeira de commercio d'esta
academia por deer, de 19 d'outubro de i836; trans-
ferido para o logar de substituto da cadeira del phi-
losophia racional e moral da mesma academia por
deer, de 3 de dezembro de 18 36 e C. R. de 22 de
Janeiro de 1837.— Como esta cadeira nao fazia parte
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310 ANNUARIO DA ACADEMIA
do piano da academia polytechnica, Jose da Cruz
Moreira devia passar para o lyceu nacional do Por-
to, na f6rma do art. 166 do deer, de i3 de Janeiro
de 1837. Ainda entrou na folha da academia ate Ja-
neiro de 1 841; desde fevereiro d'esse anno passou a
ser abonado pelo lyceu, a que ficou addido.
<fos6 Dnarte Saluftttauo Aruaud. * Ba-
charel formado nas faculdades de philosophia e me-
dicina pela universidade de Coimbra. Substituto da
cadeira de philosophia racional da nossa academia
pela Res. Reg. de 3o de julho e C. R. de 3o d'agosto
de 18 1 3. Promovido a propriedade da mesma cadei-
ra por C. R. de i5 de setembro de 1827.
Em Avis. Reg. de 21 de julho de 1819 foi-lhe
prorogada por mats seis mezes a licenca com vend-
mento para estar na corte do Rio de Janeiro. Nao
cheguei a verificar a origem d'esta ausencia, nem 0
seu termo; mas em 182 1 nao se fizeram os exames
de philosophia por faltar o substituto da cadeira.
Este professor seguiu o partido do snr. D. Mi-
guel, que por Avis. Reg. de 25 d'agosto de 1829 0
nomeou director da Real Esc61a de cirurgia do Por-
to.— Em 1 832, depois da entrada do exercito liber-
* O secretario da academia escreve algumas vezes errt-
damente Arnaut.
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POLYTECHNICA DO PORTO 311
tador n'esta cidade, ausentou-se die, e a cadeira foi
tida por vaga.
Em 3 1 de julho de 1826, data do termo do ju-
ramento da Carta pelos lentes da nossa academia,
era Jose Salustiano medico da camara real, e da Re-
lacao do Porto, delegado do Fisico-m6r do reino,
sub-inspector e director da ponte do Douro,
Falleceu, ha muitos annos, mas nao sabemos a
data.
<fo*6 Etenterlo Barbosa de Lima. No-
meado interinamente para a cadeira de inglez d'esta
academia pela Port, de 17 de julho de i83a e defi-
nitivamente pela C. R. de 14 de maio de i833. Cons*
ta d'outro documento que era tambem substituto de
francez. Exonerado em razao dos acontecimentos
politicos de i836 antes dos seus collegas que tiveram
a mesma sorte, pelo deer, de 28 de setembro de 1839.
— Ainda vivia.em i855. — Na bibliotheca da acade-
mia ha alguns livros que elle lhe doou. — Escreveu e
imprimiu uma chresthomatia franceza, outra ingle-
za, de que vi, ha muitos annos, algumas folhas sol-
tas, ignorando se as chegou a acabar e fazer publi-
cas.
J6s6 Frauciaco Ctonf alves. Nomeado sub-
stituto da cadeira de philosophia racional d'esta aca-
demia por C. R. de 18 de novembro de 180 3 com o
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312 ANNUARIO DA ACADEMU
ordenado de 35oi9k>oo reis. Venceu, porem, sempre
na rasao de 45of5tooo reis por anno *. Nomeado para
a propriedade d'esta cadeira pela Res. Reg. de 3o de
juUio de i8i3 '. Jubilado por C. R. de 18 de Janeiro
de 1827. Falleceu entre este anno e o de i832.
<fos6 Honorlo CiiMriaer. Nomeado lenteda
cadeira de commercio d'esta academia por CR.de
1 de outubro de i8o3. A esse tempo era professor
da aula de igual disciplina em Lisboa. Falleceu em
1806, talvez em junho ou principles de julha
# os* MjwAe Coelko Moatelr*, Filho de Joao
Caetano de Souza. Natural de Villa-Mea, (actual-
mente do concelho de Amarante, districto do Porto)
onde nasceu muito provavelmente em 1781. Matri-
culou-se na aula de desenho do Porto em i5 de ju-
nho de 1802, tendo por mestre o grande Francisco
Vieira Portuense. Foi nomeado substituto da cadeira
i Os ordenados dos professores eram pagos aos quar-
teis, e adiantados; mas Josd Francisco Gon9alves recebeu no
anno de i8o5 tudo o que lhe pertencia desde o dia 18 de no-
vembro de 180 3.
* Nao encontro registo da Carta Regia da sua nomea{ao
para a propriedade da cadeira de philosopnia rational
1
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POLYTECHNICA DO PORTO 813
de primeiras letras da nossa academia por C, R. de
19 de junho de 1816, com obrigacao de dar aula de
manha e de tarde, e com ordenado igual ao do pro-
prietary da mesma cadeira, que era de 400^000 reis.
Foi promovido & propriedade da dita cadeira por C.
R. de 17 d'agosto de 1825. A' data da entrada do
exercito libertador no Porto em i832, era fallecido.
Eecreveu, segundo o snr. Innocencio, Rapido es-
bofo sobre a maqonaria. Lisboa, Impr. Reg. 1823.
— Opusculo de folha e meia de impressao.
Compendio grammatical da lingua portugue%a,
ordenado e offerecido ao 77/.°* Snr. Joaquim Navar-
ro de Andrade. Lisboa, Impr. Reg., 1828.
Anaiogia entre o maqonismo e 0 judaismo. Por-
to. 1828.
<Im« liUlK Lopes Carnetro. Era caixeiro
da Companhia das vinhas do Alto-Douro, quando
foi preso por causa dos seus sentimentos liberaes em
3i de julho de 1828. Em 25 de marco de i83o foi-
ihe dada por expiada a culpa com a prisao que sof-
freu. Nomeado substituto da cadeira de commercio
d'esta academia por C. R. de 1 de junho de i833,
na qual se menciona «a ionga prisao que soffreu, e a
atroz perseguicao que lhe tnoveu o governo usurpa-
dor». — Em i836 recusou-se a jurar a constituicao de
22, e foi exonerado pelo deer, de 19 d'outubro dV
queik anno. Addido i academia polytechnica por
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314 ANNUARIO DA ACADEMIA
effeito da lei de 19 d'outubro e deer, de 9 dezembro
de 1840, com o vencimento de 200^000 reis (meta-
de do ordenado dos substitutes da academia polyte-
chnica), falleceu n'esta situaqao em 9 de Janeiro de
i860, provavelmente na freguezia de Gedofeita d'esta
cidade.
<f o»6 Maria da Sllvelra e Azevedo, No-
meado no tempo do snr. D. Miguel para o logar de
substituto da cadeira de primeiras letras da acad. da
marinha e commercio por C. R. de 2 d'abril de 1829,
despacho que, como todos os d'aquella procedendo
ficou nullo.
*o»6 Mnto Rebello de Carvalho. Foi
nomeado para substituto da cadeira d'agricultura
d'esta academia por deer, de 22 d'outubro de i836,
e exonerado por outro deer, de 3i de dezembro do
mesmo anno, por nao ter querido acceitar o despa-
cho.
<Io»6 Porphyrlo da Sllva Lima. Substi-
tuto da cadeira de commercio d'esta academia por
C. R. de 18 de novembro de i8o3. Promovido a
propriedade da mesma cadeira por C. R. de 29 julho
de 1806. Falleceu em i5 de Janeiro de 1819, pouco
depois d'uma questao que teve por escripto com 0
director litterario Joaquim Navarro de Andrade, em
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POLYTECHNICA DO PORTO 315
virtude da qual foi reprehendido pela Junta inspe-
ctor
<Im6 Rlcardo da Costa. Ainda que o de-
creto da sua nomeacao e anterior ao da reforma da
academia polytechnica, s6 tomou posse depois d'esta
reforma. Por tanto nao pertence verdadeiramente a
academia da marinha.
<foa£ Tetxelra Barreto. Filho de Domin-
gos Teixeira, pintor theatral e machinista *. « Nas-
ceu no Porto pelos annos de 1767. Tendo i5 annos
tomou o habito das benedictinos no convento de Ti-
baes, e com elle o nome de Fr. Jose da Apresentacao.
Quatro annos depois passou para S. Ben to da Saude
de Lisboa, e os Prelados o mandaram a aula do Ro-
cha (ou Joaquim Manel da Rocha) estudar o dese-
nbo; e em 1790 o enviaram a Roma, onde foi disci-
pulo de Jose Cadiz e de Mr. Gagneraux, pintor de
historia, pensionado francez, que se havia alii esta-
belecido. Por intervencao de D. Alexandre de Souza
secularisou-se em 91. Applicou-se entao a gravura,
e abriu, s6 em contornos, as estampas para Scher^i
poetici de Rossi; e por paineis de sua invencao gra-
1 Cyrillo Volkmar Machado, Collect de Mem. relatives
as vidas dos pintores. etc. Lisboa 1823, pag. 144,
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316 ANMUARIO DA ACADEMIA
vou fMoysis nas aguas; a mulher de Dario, diante
de Alexandre; o repouso do Egypto; Venus com a/-
gumas nymphas, etc. etc. Veio em 97* f .
O snr. Cardeal Patriarcha S. Luiz da a respeito
d'este pin tor e gravador as seguintes noticias:
«Havia nos mosteiros de TMes e Santo Thyrso
muitos quadros pintados por este artista antes de ir
para Roma e depois que de la veio. Tinha caracter
mui ameno e uma grande viveza de engenho. Eu
possuo algumas das suas estampas e um quadro a
oleo que representa a Resurreicdo de La^aro, de que
elle me fez presente. Por sua morte testou de gran-
de numero de quadros da sua colleccSo a favor do
mosteiro de Tibaes, e com elles se deu principio ao
Museu insti tuido n^aquella casa beneditina, para oode
eu tambem concorri com todas as medalhas que pude
ajuntar, e assisti a fundacao e colloca^So das pintu-
ras» *.
Foi nomeado lente de desenho da nossa acade-
mia por C. R. de 1 d'outubro de i8o3. Cyrillonfc
& exacto, quando diz que Jos6 Teixeira Barreto em
* Cit. Cyrillo, pag. 298.
* Lista de alguns artistas Portugueses colligida de esr
criptos e documentos pelo Ex.™ e Rev.™ Snr. Bispo Cwk
D. Francisco. Lisboa, Imp. Nac. 1839, a pag. 18.
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POLYTECHNICS DO PORTO 317
i8o5 succedeu a Vieira no logar de director da aca-
demia portuense.
Falleceu em 6 de novembro de 1810.— No Mu-
seu portuense ha uma fuga para o Egjrpto d'este di-
gno professor, da qual existe, bem como d'algumas
outras obras suas, uma gravura pelo snr. Raymundo
Joaquim da Costa.
Lraretx* Vide supra HugoLacroix, e infra Pe-
dro Lacroix.
Lntz Baptist* Pinto d'Andrade. Apesar
de nao ser muito difficil obter informacoes comple-
tas a respeito da vida d'este professor, assim como
tfoutros em cujas biographias deixamos importantes
lacunas, estas pequenas difficuldades sommadas pro-
duzem a impossibilidade de as veneer no breve es-
paeo de que podemos disp6r. Nem o nosso fim era
oatro senao apresentar as datas da vida academica
dos nossos professores, porque para mais nos nao
chegava o tempo. Se muitas Vezes excedemos os li-
mites d'este proposito, foi para aproveitar o ensejo
de resumir aqui tudo o que tinhamos a mao sob re a
histonadomagisteriod'este estabelecimento, allivian-
do 0 trabalho de quern um dia tentar refazer esta
obra ou fazer outra mais perfeita e acabada.
Do snr. Luiz Baptista nao temos agora mais do
que as seguintes datas:
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318 ANNUARIO DA ACADEMIA
Deer, de 6 e C. R. dc 28 de dezembro de i836,
que o nomeou substitute) da cadeira de commercio
(Testa academia.
Deer, de 25 de fevereiro e apostilla de 1 2 de maio
de i863, que o promoveu a propriedade da dita ca-
deira.
Deer, de 18 de maio e apostilla de 6 de julho de
i865, que lhe coneedeu o augmento do terqo do or-
denado.
Foi jubilado com o dito augmento por deer, de
28 de marco de 1867, e falleeeu a 10 de julho de
1868.
Lnlz # 006 Moutelre. Filho de Pedro Jose
Monteiro e Rosa Luiza. Nasceu no Porto, freguezia
da Victoria, a 25 de julho de 1799. Nomeado substi-
tuto da cadeira de primeiras letras da academia da
marinha e commercio por C. R. de 12 de setembro
de 1825. Substituto da cadeira de inglez por C. R.
de 5 de novembro de 1828, despacho que desde a
entrada do exercito liberal no Porto, em 9 de julho
de i832, ficou nullo como todos os mais do governo
do snr. D. Miguel. Promovido a propriedade da ca-
deira de primeiras letras por deer, de 9 de fevereiro
e C. R. de 11 de marco de i835.
Em consequencia dos successos politieos de i836
foi exonerado pelo deer, de 19 d'outubro d'esse an-
no. Deu-se entao ao ensino particular, e estabeleceu
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i
POLYTECHNICA DO PORTO 319
urn collegio as Escadas da Se d'esta cidade, onde se
recebiam alumnos internos e externos e se ensinavam
todos os preparatorios para a universidade, e as lin-
guas franceza e ingleza, desenho, musica e danca.
Parece que lhe correu melhor a fortuna do que aos
lentes nomeados para os logares dos demittidos,#pois
os pagamentos andavam atrazados um anno e mais.
Por virtude da lei de 19 d^outubro de 1840 e de-
creto de 9 de dezembro do mesmo anno, devia ser
addido com i25(Jooo reis a esc61a normal e de en-
sino mutuo do Porto, mas parece que o foi ao lyceu
d'esta cidade, que o empregou na regencia do curso
de inglez depots da reforma dos lyceus em i863.
Manoel da Fonseea Pinto. Foi alumno
d'esta academia e obteve um premio de desenho em
1827. Substitute* da cadeira de desenho da mesma
academia por C. R. de 5 de novembro de 1834. Exo-
nerado pelo deer, de 19 d'outubro de i836, por se
ter recusado a jurar a constituicao de 22. Provido
interinamente na cadeira de desenho da faculdade de
mathematica da universidade de Coimbra por deer.
de 1 5 de julho de 1840, logar, que se o exerceu, nao
foi por muitos annos.
MaaMl <f oaqulm Dnarte e Sauza. Pro-
fessor da cadeira da lingua ingleza da nossa acade-
mia por deer, de 8 d'outubro de i836. Addido ao
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320 ANNUARIO DA ACAOBMIA
lyceu national do Porto por effeito do artigo 166 do
decreto de i3 de Janeiro de 1837, ainda que entrou
na folha dos vencimentos da academia ate Janeiro
de 1841, passando para a do lyceu em fevereiro do
dito anno. As noticias que d'elle tenho, acabam no
anno de 1861.
MaaMl <f aaqvlm de Farla Lob*. No-
meado professor da cadeira de philosophia rational
da nossa academia por C. R. de 1 d'outubro de i8o3.
Aposentado com meio ordenado pela Res. Reg. de
3o de julho de 181 3 tern attenqao a ter sido o pri-
meiro da instituicao da cadeira de philosophia e achar-
se impossibilitado de exercel-a.»
Hanoel dToaqnlm Perelra da Sllva. Ca-
valleiro da ordem de Nossa Senhora da Concd^So.
Nomeado professor da cadeira de commercio da nossa
academia por deer, de 19 d'outubro e G. R. de 3o
de novembro de i836, e para igual cadeira da acad.
polyt. por decreto de 18 de junho e C. R. de 28 de
julho de i838. Teve o augmento do terqo do orde-
nado por deer, de 23 e apostilla de 3o de junho de
1 858. Falleceu em 8 de Janeiro de i863.
Maaoel <Ios6 da Cnnfca • Soua Alco-
forado, Foi ajudante do real observatorio astrono-
mico da universidade de Goimbra, como elle declara
Digitized by LjOO*? IC
POLYTECHNIC* DO PORTO 321
no fim dos termos da matricula dos estudantes do
curso de commercio d'esta academia no anno de
i8c>3 a 1804. Nomeado Iente do i.° anno mathema-
tico da mesma academia por G. R. de 18 de novem-
bro de i8o3, ainda que ja assistiu como lente do dito
anno a sessao inaugural d'abertura em 4 do dito mez
e foi abonado dos seus vencimentos desde o primeiro
d'outubro antecedente. Esteve ausente da academia
no anno de 1808 a 1809, em que a sua aula ficou
fediada por causa dos acontecimentos poiiticos d'essa
epoca* E? referido como ausente em Lisboa, em i3
de maio de 18 10, e em igual dia e mez do anno se-
guinte ja o seu logar e mencionado como vago. Pa-
rece que foi condemnado por jacobino e que morreu
en Africa.
■Iguel Shelly a quern o secretario da acade-
mia algumas vezes chama erradamente Shiel. Um
documento intitula-o «Reverendo» !. Foi nomeado
para a cadeira da lingua ingleza por C. R. de 1 d'ou-
tubro de i8o3. Falleceu em 1827, pouco depois do
dia 27 de setembro em que ainda apparece assigna-
do nos termos dos exames. Escreveu uma gramma-
nca ingleza que ainda em i836 servia para o estudo
da lingua n'esta academia.
* Certidao transcripta no livo 60, fl. 33 v.
at
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322- ANN0ARI0 DA ACAD EM I A
Pedro Antonio Soares Velloao. Bacha-
rel em medicina pela universidade de Coimbra. No-
meado substituto da cadeira de philosophia racional
d'esta academia «com obriga^ao de substituir tam-
bem a de agricultural por C. R. de 3o de junho de
1827. Seguiu o partido do snr. D. Miguel, e tendo-se
auscntado do Porto quando entrou n'elle o exercito
libertador (9 de julho de i832), o seu logar foi tido
por vago.
Pedro donf alves Salasar. Mestre de ap-
parelho e manobra naval d'esta academia por no-
meacao da Junta inspectora de 17 de setembro de
1808. Era miguelista, e abandonou o seu logar desde
que o snr. D. Pedro iv entrou no Porto (9 de julhp
de i832).
Lacroti (Abbade). Irmao d'outro pro-
fessor d'esta academia, Hugo Lacroix. Foi nomeado
substituto da cadeira de lingua franceza por C. R-
de 1 d'outubro de i8o3 e proprietario por CR.de
6 d'outubro de 1808. Jubilado por molestia pela Res.
Reg. de 21 d'outubro de 181 1, sobre a consulta da
Junta inspectora de 19 de julho do mesmo anno.
Raymundo #oaqntm da Costa. Filho de
Manoel da Costa Simoes e Maria de Jesus. Nasceu
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P01YTECHNICA DO K>RTO 323
em Lisboa a 3i d'agosto de 1778. Falieceu no Porto
a 8 de abril de 1862.
Foi alumno da academia de desenho e archite-
ctura de Lisboa, onde estudou desenho de figura com
Eleuterio Manoel de Barros, e architectura civil com
Germano Xavier de MagalhSes* tendo no i.° e 2.0
anno do seu curso o 3.° premio, e no 3.°, 4.0 e 5.°
annos o 1 .° premio. Estudoy gravura com o mencio-
nado Eleuterio Manoel de Barros, e com o illustre
portuense Joaquim Garneiro da Silva.
Nomeado substitute da cadeira de desenho da
nossa academia por G. R* de 1 d'outubro de i8o3,
e proprietario pela de 22 dV>utubro de 1811.
Em 1 832 obedecendo ao governo do snr.-D. Mi-
guel sahiu do Porto abandonando a cadeira. Termi-
nada a guerra civil, recolheu-se a esta cidade e en-
tregou-se ao ensino particular, regeitando a cadeira
de gravura historica da academia portuense de bd-
las artes, para que fdra nomeado por deer, de 3 de
dezembro de i836.
Ao tempo que elle abandonou a sua cadeira, ja
tinha mais de 28 annos de servico do magisterio, e
merecia a jub>cao. Esta foi-lhe concedida com dous
tercos de ordenado, como era de lei (porque a don-
cessao do ordenado todo era de estylo mas nao de
lei expressa) por C. R. de 27 de setembro de 1843.
«R. J. da Costa desenhava com muita graca, tan-
to c6pias por estampas, como paizes pelo natural, e
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$24 ANNUARtO DA ACADEMIA
tinha particular talento para preparar paizes a agua-
das de nankin, que depois banhava de cores f f. To-
davia, distinguiu-se particularmente na gravura.
Gravou :
Fugapara o Egypto. de Jose Teixeira Barreto.
A agua-forte e buril. Dizem ser esta a sua melhor
gravura.
Allegoria d acclamagao de Sua Altera Real o
principe Regente na cidade do Torto a 18 dejunho
de 1808, painel original do mesmo J. T. Barreto,
pintado a colla. Gravura a agua-forte.
Q/illegoria mixta a entrada do exercito francq
riesta cidade, desenho original do mesmo J. T. Bar-
reto a aguadas de nankin.
Planta topographica da Villa de Amarante. De-
senho de Antonio Joaquim.
Vista de oAmai*ante incendiada pelos Jranceps.
Idem.
O i.° conde de oAmarante a cavallo, defendendo
a passagem do Tamega contra o exercito de Soul I-
Desenho do snr. Joao Baptista Ribeiro.
* Necrologio assignado pelos snrs. Joao Baptista Ribeiro
e Manoel Jose* Carneiro, (discipulos de Raymundo Joaquim
da Costa, e o primeiro seu collega n'esta academia, o 2.0 pro-
fessor na portuense de bellas-artes), publicado no Diario
Mercantil de 4 de junho de 1862.
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POLTTECHNICA DO PORTO 32B
Outro retrato do mesmo conde em sentido allego-
rico por ter acclamado em Villa-Reed em 1808 os
direitos da Casa de Braganga^ e ter tornado aos
france\es a praqa de Chapes e o forte de S. Fran-
cisco. Desenho do mesmo J. B, R.
Retrato da snr.* Infante D. Isabel Maria. Dese-
nho a lapis de J. B. R.
Nossa Senhora da *Boa Nova. Desenho a lapis,
tirado pelo mesmo, da estatua de grandeza natural
feita pelo distincto alumno da nossa academia Joao
Joaquim A Ives de Souza Allao para a fronteria da
igreja dos Terceiros Franciscanos d'esta cidade.
Allegoria mixta. *Espelho em que nos devemos
considerar.* Assumpto tirado do Tirado do pastor
ds suas opelhas pelo Bispo de Cabo Verde. Desenho,
de improviso, de J. B. R., em 1822. Nao tern o no-
me do desenhador nem do gravador.
Escreveu um tractado de perspectiva linear , que
nao se imprimiu, mas servia de guia aos alumnos da
sua aula 4.
Rodrlgo Rlbelro de Souza Pinto. Do
conselho do S. M., commendador da ordem de Chris-
to, socio da academia real das sciencias de Lisboa,
e do Instituto de Coimbra. Filho de Jose de Souza
* Cit. Necrologio.
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#26 ANNUAJUO DA ACADEMIA
Ribeiro Pinto, qu, como diz o assento do baptismo,
do dr. Jose de Souza Ribeiro, e de sua mulber I>.
Bernarda Maria Correa; oeto paterno de Antonio
de Souza e Margarida de Sa, e materoo de Antonio
Pinto de Rezende, e: dfc Innocencia Maria Correa.
Nasceu no logar de Fundoaes, freguezia de S. Mi-
guel d'Oliveira do Douro (hoje do concelho de Sin-
faes, anteriorra^nte do extineto de Ferreiros dos
Tendaes, districto de Vizeu) em 24 de Janeiro de
1811.
Frequentou n'esta academia os dous primeiros
annos do curso mathematico.
O director d'este estabelecimento lendo mal a
data do seu. nascimento, en tender que era de 1809,
e admittiu-o a matricula em 1824, quando elte ainda
nao tinha os 14 annos exigidos pelos estatutos. Sup-
priu o alumno com o seu talento a que lhe fet-
tava em edade, e aicancou urn premie em i£25.
Passou entao a cursar na universidade de Coimbra
a faculdade de mathematica, mas tendo-se fechado
as aulas da universidade no lectivo de 1828 a 29,
veio aproveital-o a esta academia, freqoentando o
2.0 mathematico, em que foi igualmente premiado.
Em 1 83 1 teve esta academia a bonra de o con-
tar no numero dos sens professores, como substitute
de mathematica por C. R. de i5 d'abril do dito
anno. Infelizmente para este caso, os despachos
d'esta epoca ficaram sem effeito desde 9 de julho
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I
POLYTECHNIC* DO PORTO 327
dc i832, c o snr. R. R, de Souza Pinto, abrindo-se
de novo as aulas da universidade, ahi foi acabar o
curso da faculdade de mathematica, na qual tomou
o grau de doutor em 3i de julho de i836. Ao mes-
mo tempo frequentou n'aquelle estabelecimcnto a
medicina e as cadeiras subsidiarias da philosophia
natural, nao passando todavia dp 2.0 anno medico,
porque no mesmo anno de i836, ainda antes do seu
cbutoramento, foi empregado na regencia da cadeira
de calculo.
Ficou babilitado como oppositor ao magisterio
da sua faculdade pelo decreto de 1 da setembro de
1 836, e foi auctorisado pela port. 22 de maio 1837
a assistir aos actos. Parece que era por esse tempo
substitute da cadeira de philosophia racional e mo-
ral no collegio das artes, logar que perdeu pela sua
nomeacao para substituto da faculdade de mathe-
matica em i838 ou 39.
Pda C. R. 10 nov. 1840 foi homeado para a 5.a
cadeira da mesma faculdade (astronomia pratica).
N^esta qualidade pertencia-lhe urn dos dous lo-
garcs de astronomo do observatorio de Coimbra, o
2.0, porque o i.° cotnpetia ao lente da cadeira de
mechanica celeste, que era mais antigo.
Presentemente e lente de prima jubilado, parece
que desde 1868 e director do observatorio astro-
nomico da universidade desde 1866. Os services que
tern prestado a este estabelecimento, ao magisterio
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328 ANNUARIO DA ACADEMIA
e a sciencia, dao-lhe direito a urn dos mais honro-
sos logares na historia das mathematicas em Por-
tugal.
Escreveu :
Curso completo de mathematicas puras por L.
CB. Francceur, traduzido do francez por Francisco de
Castro Freire e Rodrigo Ribeiro de Souza Pinto.
Coimbra, Impr. da Univ. 1 838-39, 8.° gr. 2 tomos.
Segunda edifdo correcta e consideravelmente aztgmen-
tad a. Ibid. i853 a 58. 8.° gr. 4 tomos. Ha uma 3.*
edic. de 1 871, em volumes separados, da geometria
analytica, e da algebra.
Additamentos as notas do calculo differential t
integral de Francosur. Coimbra, Imp. da Univ.
1845. 4.0 de 48 pag., opusculo que foi depois incor-
porado quasi todo na 2.a edic. da obra antecedente.
Calculo das ephemerides astronomicas. Ibid. 1849.
4.0 de 182 pag.
*Das refracqoes atmosphericas. Lisb. Impr. Nac.
i85o. 8.° gr. de 24 pag. e uma estampa.
Breves reflexoes sobre as parallaxes das estrel-
las, e sobre os instruments do observatorio de Coim-
bra, no vol. 1 do Instituto (i853) pag. 45.
Noticia Sobre as pariagoes da collimagao do polo
de urn circulo moral de Fortin, achadas por Mr.
Mauvais, no 3.° vol. do Inst., pag. 198.
Complemento da geometria descriptiva de Four-
cy. Coimb. Impr. da Univ. i853, 4.0 de 100 pag.
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POLYTECHNICA DO PORTO 329
Noticia sohre um conteta que se observou em
abril de 1854, no vol, hi do hist., pag. 3.
Cdpontamentos de trigonometria espherica, no cit.
vol. do Inst., pag. i3o e i85, e em separado. Coim-
bra, Impr. da Univ., 1854, 4.0 gr. de 8 pag.
Elementos degeometria de L. CB. Francceur, tra-
dazida pelos lentes da fac. de mat. Francisco de
Castro Freire e Rodrigo Ribciro de Souza Pinto.
Coimbra, Impr. da Univ., i856.
oApontamentos de optica, i856, 4.0 gr. de 18 pag.
com estampa.
Nota sobre a carta de SM. Wils Brown na qual
se indica um novo methodo para o calculo das dis-
tancias lunares observadas no mar, no vol. v do Inst.
pag. 10.
Noticia dospequenos planet as descobertos em 18 5 5
e 18 56, no cit. vol. do Inst., pag. i58.
Elementos de astronomia. Primeira Parte. Coim-
bra, Impr. da Univ. i858, 4.0 de 218 pag. incluindo
um supplemento de 1859, com estampas. Ha d'esta
obra uma edicao de 1873 em 2 vol. contendo a i.&
e 2.* parte. N'uma advertencia por onde comeqa o
i.° vol. diz 0 A. que no meio do anno de 1866 es-
tava impresso o mais essencial das duas primeiras
partes d'esta obra, e da 3.a a theoria da lua, quando
a urgencia d'outros trabalhos astronomicos o obrigou
a interromper a impressao.
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830 ANNUAJUO DA ACADEMIA
Eclipse do sol em iS de margo de i858, no vol.
iv do Inst., pag. 22.
Geometria elemeniar theorica eprdtica, por Fran-
cisco dc Castro Freire e Rodrigo Ribeiro dc Souza
Pinto. Coimbra, Impr. 4a Univ. 1859. Depois mais
vczes reimpressa.
Eclipse solar de 18 de julho de i860. Memoria
apresentada ao Ex.™ Ministro do reino, pela com-
missao portugue\a. Ibid. 4.0 de 3g pag. *
cI(elatorio sobre a visita aos observatories de Ma-
drid, Taris, Tiruxellas e Greenwich. Coimbra. Ibkt
1 86 1, 4.0 de 3 1 pag. incluindo 1 innumerada.
Observafdo do cometa de 1861, no vol. x do
Inst. pag. 204.
Cometa em agosto de 1862 no vol. xi do Inst.,
pag. 120.
Posigdo geographica do observatorio astronomi-
co da unipersidade de Coimbra. Coimbra, Impr. da
Univ., 1867.
* A commissao compunha-se dos snrs. Rodrigo Ribeiro
de Souza Pinto, prcsidente, Jacintho Antonio de Souza, len-
te da faculdade de phiiosophia, e Jofio Carlos dc Brito Ca-
pello, ajudante do observatorio meteorologico do Infante D.
Luiz na esc6la polyteehnica de Lisboa. A observac&o foi feha
no Cabo dc Oropesa (Hespanha) pela commissSo portugueta
e por outra commissao de astronomos hespanhoes.
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POLYTECHNJCA DO PORTO 331
Taboos para a carrecfao das passagens meri-
dianas no observaiorio astronomico da universidade
e interval los equator iaes dos Jios do reticulo do cir-
cular meridiano de Coimbra. Ibid. 1867 e 1868.
Additamento ao calculo dos eclipses. Ibid. 1868.
Nota sobre a parallaxe equatorial do sol e addi-
tamento a esta nota. Ibid. 1869.
Uso do insirumento de passagens pelo primeiro
vertical, com as taboas dos angulos horarios e das
distancias \enithaes nas passagens pelo primeiro ver-
tical do obserpatorio astronomico da universidade de
Coimbra. Ibid. 1870 e 1871.
Memoria sobre as refracfoes athmosphericas,
apresentada a acadeiuia real das stiencias de Lis-
boa. Feita em 1854.
Sefeaatlio Corvo de Andrade. Filho de
Francisco Maria de Andrade Corvo. Nasceu no Por-
to, nao se sabe quando. Matriculou-se no 1 .° anno
da faculdade de philosopbia em 1799, e doutorou-se
na de mathematica em 12 de abril de 1807, com o
nome de Fr. Sebastiao Corvo de S. Vicente. Era
entao religioso da ordem de S. Joao de Deus; pas-
sou depots a freire professo da ordem militar de Chris-
to, oude tomou o nome de Sebastiao Corvo de Andra-
de, (foi o ultimo habitador do convento de Thomar em
Coimbra). Este ultimo nome foi o de que sempre
usou nos documenlos da nossa academia. Foi aju-
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332 ANNUARIO DA ACADEMIA
dante do observatorio astronomico da universidade,
onde fez bons servicos com o seu collega o dr. Luiz
Fortunato ou Fr. Luiz do Coracao de Maria. Era
3.° lente da faculdade de mathematica da universi-
dade de Coimbra, quando o snr. D. Miguel o no-
meou para director da nossa academia pela carta
regia de 3 de fev. i832, logar que perdeu desde a
entrada do snr, D. Pedro iv no Porto em 9 de julho
do mesmo anno.
Segundo urn boato, de que di noticia o snr. In-
nocencio Francisco da Silva, o snr. Sebastiao Corvo
de Andrade havia seguido com enthusiasmo as dou-
trinas liberaes, mas chegada a revolucSo de 24 de
agosto de 1820 se despeitara por nao ser chamado
a fazer parte da junta Provisoria do Porto, como
representante da universidade, sendo-lhe preferido o
snr. Francisco de S. Luiz, com o que se transferiu
o seu enthusiasmo para o partido reaccionario, pra-
ticando pelo tempo adiante alguns excessos que pro-
vocaram a sua exclusao da universidade em 1834.
O snr. Sebastiao Corvo d'Andrade regeu por al-
guns annos a cadeira do i.° anno mathematico na
Universidade, e por essa occasiao imprimiu para uso
dos seus alumnos os tres seguintes opusculos : Nota
sobre as propriedades das linhas trigonometricas;
Nota soWe a di^ima periodica com breves noqoes do
methodo de exhaust do; Nota sobre o livro V de Eu-
clides e particularmente sobre a defim^ao V; as quaes
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POLYTECHNICA DO PORTO 333
notas foram todas impressas em i8a5 na Impr. da
Univ. e publicadas de novo no torn, vui do Insti-
tute de Coimbra. cN'ellas tratou o snr. Corvo de
supprir algumas doutrinas que se achavam deficien-
temente tratadas na arithmetica e trigonometria de
Bezout e a omissao do livro v de Euclides nas li-
coes de geometria, patenteando com este seu traba-
/lho nao s6 o seu zelo pelo ensino, mas tambem a
perspicacia de engenho de que era dotado, juntando
ainda aos seus profundos conhecimentos como ma-
thmatico, muita litteratura e erudicao* *.
O snr. S. Corvo escreveu tambem um compen-
dio para uso da aula de arithmetica, geometria e geo-
graphia elementar no collegio das artes (lyceu de
Coimbra), mas nao chegou a ser impresso apezar do
favoravel parecer da congregacao de mathematica
em 9 de marco de 1827, a cujo exame fbra submet-
tida esta obra pelo Av. Reg., 23 de agosto de 1826.
Falleceu o snr. Sebastiao Corvo de Andrade na
quinta da Carreira, freguezia de S. Miguel das Aves,
concelho de Villa Nova de Famalicao, em 26 d'ou-
tubro de i838 *.
4 Snr. Francisco da Castro Freire, Memor. historica da
faculdade de mathematica, Coimbra, Impr. da Univ. 1872, a
pag. 55.
« Snr. Castro Freire, Mem. cit. pag. 186, corrigindo o
que escrevera a pag. 55.
Hgitiz^d by
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334 ANNUAftlO DA ACADBMIA
Danagan. Substitute da cadeira de
inglez por C. R. de 1 d'outubro de i8o3. Falleceu
em 1810.
A terceira parte d'esta memoria nao p6de ser in-
cluida no presente anhuario.
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INDICE DAS MATERIAS
Paginas
Epocas principaes da Academia Polytechnica do Porto 3
Kalendario 6 a 20
Directorift e Secrotaria 21
Conselho academico 23 a 25
Estabelecimentos pertencentes A Academia Polyte-
chnica 27
Jardim botanico 29 e 30
Datas das nomeacoes, encartes e posses dos Lentee e
mais empregados da Academia Polytechnica, e
indicac£o das naturalidades e epocas dos nasci-
mentos dos mesmos 31 a 35
Curaos legaes da Academia Polytechnica . . . . 37 a 43
Quadro da distribuiclo do tempo no curso preparato-
rio para a Escola do Exercito 44 e 45
Designacito das cadciras 7- nomes dos lentes regentes
— dias e horas da regencia das Cadeiras . . . 46 a 49
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336 INDICE DAS MATERIAS
PigifliS
HabUitacoes exigidas aos alumnos para a primeira
matricola nos cursos da Academia Polytechnics. 50 a 52
Tabella dos emolumentos do Secretario da Academia
Polytechnic* e propinas de matriculas e das car-
tas de capacidade 53
Livros que servem de texto naa aulas, no anno lectivo
de 1877 a 1878 54 e 65
Alumnos matriculados na Academia no actual anno
lectivo 56 a 67
Alumnos premiados e distinctos nas Cadeiras dos cut-
bos da Academia, no anno lectivo de 1876 a
1877 68 a 70
Obras offerecidas a Academia Polytechnics, durante
o anno lectivo de 1876 a 1877 71 e 72
Obras adquiridas para a bibliotheca da Academia, du-
rante o anno lectivo de 1876 a 1877 .... 73 a 75
Publicacoes periodical 76
Mappa estatistioo do movimento da Academia Poly-
technics, no anno lectivo de 1876 a 1877 . . . 78 e 79
Individuos que obtiveram carta de capacidade em dif-
ferentes cursos da Academia desde a sua refor-
ma em Polytechnics ate ao ultimo anno lectivo . 80 a 83
Memoria historic a da Academia Polytechnics, do Porto 85
I. Origens (1762— 1803) 87 a 119
CreacSo da reparticSo das fragatas de guerre
no Porto, 87 — Aula de nautica, 90— Aula
de debuxo e desenho, 95— Noticia dos esta-
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INDICE DAS MATERIA3 387
Paginal
beloeimentos eoevos e analogos a Aeademia
Beal da Marinha a otmmercio do Porto,
108.
II. Acadenia Beal da Marinia e Comaiercio da «i-
dade do Porto (1808— 1887). . * . . . 121 a 233
Cursos da Academia, 123 a 149: Curso ma-
thematico, 126— Cursos de pilotagem, 129
— Curso de commercio, 132 — de desenho,
135 — de agriculture, 140 — das linguas
francesa e ingleza, 144 — de philosophia ra-
cional e moral, 146— cadeira de primeiras
letras, 147— Inspecc&o, administra^ao e di-
recc&o da academia da marinha e commer-
cio, 149 a 161: Inspecc&o da Junta da ad-
ministrac&o da Companliia geral da agri-
cultura das vinhas do Alto-Douro, 149 —
Creac3o do logar de vice-inspector, 150 —
Creac&o do cargo de director litterario, 153
— Termo da intervened da Junta inspe-
ctora nos ncgocios a cade mi cos, 157 — Re-
forma, em 1836, do cargo de director, 157
— Relac&o dos directores da academia
n*este periodo, 158— Do magisterio na aca-
demia da marinha e commercio, 161 — Lis-
ta nominal dos professores de cada uma
das aulas da academia da marinha e com-
mercio, seguindo, em relac&o a cada cadei-
ra, a ordem chronologica dos despachos,
175 — Disciplina academica, 181 a 205: d\
Condi cues de admissao dos alamnos, 18l
— 6) Matriculas, 183 — c) Tempo lectivo e
sua divisao, 184— d) Faftas litterarins, 188
— t) Obrigacoes, faltas e penas disciplina-
ry, 190—/) Premios e partidos, 192— a)
Exames, 198-ft) Cartas, 203— Estabelcci-
mentos e meios prAticos de ensino, 205 —
Edificio: planta primitiva; sua importan-
cia como documento juridico, 210— Dot a-
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7
338 IND1CE DAS MATERIAS
Paginal
?2o, 217— Secretaria, 227— Eetatiaticas de
frequencia durante os annos lectivos da
1803-1804 a 183G-1837 ( A-Matriculas), 230
—Idem (B-Exame«), 232.
Lista alphabetica do* Leotes e Directbree da Acade-
mia Real da Marinha e Commerclo da Cidade do
Porto 234a334
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Erratas e explicates
Pag. Lin. U-ae Leia-se
56 i." na i.*cadeira na Accidentia
66 Ajunte-se 6 2.* classe que se acha desi-
gnada na 7.* linha, o nome Joao Chry-
sostomo Lopes, natural da Cochoeira.
(Brazil).
Barros
Almada
1781
Cit. descrip.
sendo 12
como
Sine-cura
Corvo
18
Memoria historica da
faculdade de philo-
sophia
'Mac-Carthy
por C. R. 14 de junho
de i83o
23o Os asteriscos na columna Commercio in-
dicam que os alumnos eram do ultimo
anno d'este curso, e nao se matricula-
vam de novo, excepto alguns que per-
tenciam a cursos anteriores (adventi-
cios). O curso de commercio em i8o3
a 1804 comecou pelo ensino da mathe-
matica (vej. pag. 134, nota 1).
262 9.* Estudando estudado.
68
6.*
Passos
89
9-'
Almeida
99
5.*
1 761
101
26.«
Cit. deer.
no
i6.«
e 12
i37
26.*
com 0
1 52
17.-
Sine-curia
159
V
CorrSa
l60
i6.«
11
l60
22.*
Memoria historica
da philosophia
l8l
5.«
Mac-Cartley
225
i6.»
em i83o
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j
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I
ANNUARIO
ACADEMIA POLYTECHNICS
t@af@
mO LECTIVO DE 1878 — 1879
(sEGUNDO ANNO,
-~*-^+^P&^*
PORTO
Jypographia Central
3i:i, Hua do Bomjardirn. 317
1879
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V'
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ANNUARIO
DA
AGADEMIA POLYTBGHNIGA
DO
I
INNO LECTIVO DE 1878 — 1879
fSEGUNDO ANNO'
/
-~>^-fl^«»
PORTO
Jypographu fENTRAL
:n:;, Rua do Bomjardim, 'Ml
1879
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jj-4
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,. • i ;r !
ilii'll'l '-Vi-1 ■ -h i
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» i.:«
di'ivfe
li^!fl-jr,j\i'! fru1. ■1ii:|||,i! "i
ill*
I mil 1,1 ■
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hhU*
ANNUARIO
DA
AGADEMIA POLYTECHNICA
DO
fORTO
^nivereltyof)
ANNO LECTIVO DE 1878 — 1879
(SBQUNDO ANNO)
• PORTO
JYPOQRAPHU pENTRAL
313, Roa do Bomjardlm, 317
1879
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r
fiPOCAS PRINGIPAES
DA
ACADEMIA POLYTECHNICA DO PORTO
Da creac5o da aula de nantica na cidade do Porto, pri-
meira origem da Academia Polytechnica do Porto . 117
jym fundaciJo da Academia Real de Marinha e Commer-
cio da cidade do Porto . . 76
Da reforma d'esta academia em Academia Polytechnica
do Porto pelo Decreto de Manoel da Silva Passos, de
13 de Janeiro de 1887 42
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KALENDARIO
PARA O ANNO ME 1879
J-6lXTEIR,0
1. Quart
2. Quint. Creac&o em 1790 da Academia de Fortificao&o, At*
tilheria e Desenho em Lisboa, anteceasora da Es-
c61a do Exercito.
a. s«t
4. Sab.
5. Dom.
6. Beg. Acab*m ts feriai da Natal.
7. Terv-
8. Quart
9. Quint
10. Sezt
11. Sab. CreacJb da E$c6la pdyttchnica de Lisboa, em 1837,
successor* da Academia Real de Marinha de Lisboa,
creada por carta de lei de 5 d'agosto de 1779.
12. Dob. Creacio em 1897 da Baeola do Exercito aue succe-
deu a Academia de Fortificacto, Artiihena e Dese-
nho.
13. Seg. Reforma da antiga Academia real da
marinba e commercio em Academia Pe-
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O ANMJARIO DA ACADEMIA
lytecbnica do Porto, por Manoel da Sil-
' va Passos, em 1837.
14 Terc.
16. Quart.
16. Quint
17. Sext
1& Bab.
19. Dom.
20. 8eg.
21. Terc.
22. Quart
23. Quint
24. Beit
25. Sab.
26. Dom.
27. Seg.
28. Terc. Reorganirtcio do ensino agricola em Heapanba em
1869, com a creacio da Esc6la gtrol de Agriad-
tura, estabeleeida em Madrid, na granja denominadt
La Florida. Begulamento de 16 de novembro de 1971*
29. Quart
30. Quint
31. Sezt
PBVEREIRO
1. Sab.
2. Dom.
3. Seg.
4. Terc. Sessio ordinaria do Conselho Academico para o fim
especial de abonac&o defaltaa e julgamento da* con*
taa do mes anterior.
5. Quart.
6. Quint
7. Sext
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POLYTECHNICS DO PORTO 7
8. Sab.
9. Dom. Promulgacfco do Alvara que em 1808
conferiu a Junta da administrac. fto da
Companhia Geral da Agricultura da$
Vinnat do Alto-Douro a inspecQfto, a*d-
ministracfto e direcc.&o da Academia
real da marinha e commercio do Porto.
10. Seg.
11. Ter$. Posse solemn e, em 1818, do cargode Di-
rector litterario da Academia real da
marinha e commercio do Porto, dada ao
dontor Joaqu-im Navarro d'Andrade, 1.°
Director litterario da Academia.
12. Quart.
13. Quint.
14. Seit.
15. Sab.
16. Dom.
17. Seg. Abertura da Aula publica de Debuzo e
Desenho, no Collegio dos Meninos Or-
phSos. do Porto, em 1780, uma das ori-
gens d'esta Academia.
18. Ter$.
19. Quart
20. Quint. Confirmac&o pelo Imperador Frederico III da Uni-
versidade de Tubingen, em 1484.
21. Sext
22. Sab.
23. Dom.
24. Seg. Feriado.
25. Ter?. Feriado.
26. Quarta-feira de Cinza. Feriado.
27. Quint.
28. Sext. Fundac&o da Universidade de Alcald de Hena.ru
(Hespanha) pelo cardeal Cisneros, em 1498.
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ANNUARIO DA ACADEMIC
MAKGO
I
1. Sab. InBtallacfto official da Academia Poly-
teehnica do Potto em 1837.
Seasao ordinaria do Conselho Academioo.
2.
Dom.
a
Seg.
4>
Terc.
5.
Quart.
6.
Quint.
7.
Sext
8.
Sab.
9.
Dom.
10.
Seg.
11.
Terc.
12.
Quart.
13. Quint
14.
Sext
16.
Sab.
16.
Dom.
17.
Seg.
18.
Terc.
19.
Quart.
20.
Quint.
21.
Sext.
22.
Sab.
23.
Dom.
24.
Seg.
25.
Ter$.
26.
Quart.
27.
Quint
28.
Sext.
29.
Sab.
30.
Dom.
31.
Seg.
Abertnra solemne do Real Oollegio dos Nobrei m
1766, creado por carta de lei de 7 de marco de 1761;
existiu ate" ao principio do anno de 1837.
gg Feriado.
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POLYTBCHNICA DO PORTO
RIL
1. Ter$. Eatabelecimento, em 1796, do Piano d'estudos da Aea*
demia dos Guardas Marinhas em Lisboa, eritjncta
em 23 d'abril de 1845.
2. Quart.
8. Quint
4. Best. Sessao ordinaria do Conselbo Academico.
5. Sab.
6. Dom.
7. Seg. Gomecam as ferias de Paschoa.
a Ter$.
9. Quart.
10. Quint
11. Sext.
12. Sab.
13. Domingo de Paschoa.
14. Seg. Abertaia colemne da Uaivereidade de Gram, em
1686.
15. Ter*
16. Quart.
17. Quint.
18. Sext
19. Sab.
20. Domingo de Paschoela. Acabam as ferias de Pas-
choa.
Traeladac&o para Madrid da «Esc6Ia de Engenfaeiros
de Minas» por Decreto de 1835; comecou em ezer*
cicio, em 13 de marco de 1778. E* actualmente re«
gida pelo D. regulamentar de 24 de outubro de 1870:
a durac&o do curso e de 4 annoa.
21. Seg.
22. Tere.
23. Quart. CreacSo, em 1845, da EscxHa Naval, erganisada pela
Carta de Lei, com os Lentes e Estabelecimentos da
Aeademia dos Gaardaa-Marinhas, ao roearao tempo
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10 ANNUAR10 DA ACADRMIA
24. Quint
25. Sezt
26. Sab.
27. Dom.
28. Seg.
29. Terc.
80. Quart.
eztincta, e com o Lente da eadeira de Navegacioda
extincta Academia deMarinha.
MAIO
1. Quint.
2. Sezt.
8. Sab.
4. Dom.
6. Seg. Sesaio ordinaria do Conselbo Academico. — D. q«
reorganiaou em Madrid, em 1871, a Eso6la deAite I
e Officios, no Conservatorio de Artea, o qual derie
a ana fundac&o, em agosto de 1824* comprebeode
tambem a Esc61a de Commercio.
6. Tcr?.
• 7. Quart.
8. Quint.
9. Sezt
10. Sab. i
11. Dom.
12. Seg. !
18. Terc,
14. Quart
15. Quint
16. Sezt. Inaugurac&o da Academia Real daa Scieuria* de
Liaboa, em 1680. *
17. Sab. N
ia Dom. Alvara da creacfo do Real Collegio Militar, em 1816.
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POLYTECHNICA DO PORTO 11
19. Seg. Tranafonnacao da Aeademia dos Guardas Marinhaa
em Esc61a Naval, em 1845. — Alvara de oonfirmaelo
em 1759 dos Estatutos da Aula de Commercio em
Lisboa, fundada em 1756.
80. Terc.
21. Quart
22. Quint « Feriado.
23. Sext
24. Sab.
25. Dom.
26. Seg.
27. Terc.
28. Quart
29. Quint
30. Sext.
31. Sab.
JUNHO
1. Dom.
2. Seg.
3. Terc.
4. Quart.
5. Quint
6. Sext
7. Sab.
8. Dom.
9. Seg.
10. Terc.
U. Quart
Decreto que, em 1873, regulamentou
n'eeta Academia o curso preparatories
para a Esc61a do Exercito (armas espe-
ciaes e estado maior).
Seseao ordinaria do Conaelho Academico.
Creac&o em Lieboa do Cuno superior de letras. em
1859.
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12 ANNUARIO DA ACADEMIA
12. Quint A Corpo de Dens. Feriado.
13. Sext ^
14. Sab.
•15. Dora.
16. Seg.
17. Ter9.
18. Quart
19. Quint
20. Sext. gg Feriado.
21. Sab.
22. Dora.
23. Seg. ^
24. Terc. . gg Feriado.
25. Quart Promulgacfio do Alvara aue, em 1825, eetabsfoea
urn Curso de Cirurgia em Escolas regulares, fundi-
das no Hospital Real de S. Jose de Lisboa e »
Hospital da Misericordia do Porto.
26. Quint
27. Sext.
28. Sab.
29. Dom.
30. Seg.
JULHO
1. Terc.
2. Quart
3. Quint
4. Sext. Sess&o ordinaria do Conselho Academioo.
5. Sab.
6. Dom.
7. Seg.
8. Terc.
9. Quart.
• 10. Quint
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POLYTECHNICA DO PORTO • 13
11.
Sext
12.
Sab.
13.
Dom.
14.
Seg.
15.
Terc.
16. Quart.
17.
Quint.
18. Sext.
19.
Sab.
20.
Dom.
21.
Seg.
22.
Terc.
23.
Quart.
24.
Quint.
25.
Sext.
26.
Sab.
27.
Dom.
28.
Seg.
29.
Terc,.
Conatituicfto definitiva, em 1757, da cclebre acade-
mia litteraria, Arcadia de Lisbon, que durou ate"
1766.
Inauguracao, em 1508/ da Univeroidade de Alcald
de Benares (Hespanha) com a denominac&o de Co-
legio mayor de San Hdcfonso.
PromulgacSo do Alvara que em 1803
approvou oi Eatatutoa da Academia
Real da marinba e commercio do Porto.
80. Quart Promulgac2o do Decreto que fundou a
Aula de nautica no Porto, priitieira ori-
gem d'eata Academia, em 1762. — Sea-
a&o ordinaria do Conselbo Academico
de eneerraaiento do anno lectivo, cujo*
fim especial &: a confereneia de pre-
• mioa ao8 alumnos — di8tribuic&o da do-
tac&o academica — feitura do horario
das aulas — eacolha doa compendioa.
31. Quint. Anniyeraario do jura men to da Carta Conatitucional.
Ferftado.
Termina o anno UetiTo.
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^
14 ANNUARIO DA ACADEMtA
AOOSTO
1. Sext Comecam as ferlas grandei.
2. Sab.
8. Dom.
4. Sag.
6. Tere. Creacio, em 1779, da Academia Beal de Matinba de
Lisboa, mais tarda Eecola Polytechnica.
6. Quart.
7. Quint.
8. Sext
9. Sab.
10. Dom. FundacAo da Unfoerridade de Berlin, em 1809, por
Fredeneo Guilherme III.
11. Seg.
12. Tere.
18. Quart.,
14. Quint.
16. Sext.
16. Sab. Promulgac&o do Alvara que em 1825 re-
formou a Academia Real da Marinhae
Commercio da Cidade do Porto.
17. Dom. InauguracSo da Univeraidade de Konigaberg, em
1544.
18. Seg. Tranaferencia da Unirenidade Catbolica Leopol-
dina para Brealau, por Frederieo Guilherme IQ, em
181L
19. Tere.
20. Quart
21. Quint.
22. 8ext .
28. Sab. Alvari que em 1781 creott em Lisboa utna atdagu-
blida dc Dtstnho.
24. Dom.
25. Seg.
2$. Tere,
27. Quart Creacao, em 1817, do logar de Dire-
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POLYTECHNICA DO PORTO 15
etor Litterario da Academia Real da
marinha e commercio da cidade do Por-
' to.
28. Quint Promulgncao da Carta de roborac&o do* Estatuto*
(novo8) da Univertidade de Coimbra, dada por El-
Ret D. Jose, em 1772. — Transforma^ao, em 1850,
da Univeraidade de Madrid em Universidade Cen-
tral.
29. Sezt.
90. Sab.
31. Dam.
SETEMBRO
1. Seg. Transformacao da E$c6la Central da* Obra* publi-
co* de Franca em Esc&a polytechnica, em 1796.
2. Terc.
3. Quart.
4. Quint.
6. Sext
6. Sab.
7. Dom.
& Seg.
9. Terc. Nome a c&o, em 1817, do 1.° Director lit-
terario da Academia Real da marinba e.
commercio do Porto, Joaquim Navarro*
de Andrade.
10. Quart. Promulgac&o do Decreto que creou a
Companhia Geral da Agricultura dat
Vinhas do Alto-Douro. em 1756, admi-
nistradora da Academia Real da mari-
nba e commercio do Porto.
11. Quint
12. Sext
13. Sab.
14. Dom.
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16 ANHUARIO DA ACADEMIA
16. Seg.
16. Terf.
17. Quart Inavgara^2odaUniyersidadedeGfettiilgeD,eml737.
18. Quint.
19. Sext
20. Sab. BappressSo em 1844 da cadeira dc Ar-
tilneria e Tacttca Naval, n'esta Aca-
demia.
21. Dom. Aberttira solemne da Universidade de Oviedo (Ho-
panha) em 1608. — Installa^lo solemne da Uriver-
8idade de Santiago (Hespanba) no edificio do GoUe-
gio dos Jesuitas d'esta cidade, em 1769.
22. Seg.
28. Tare, CreacSo da Esc61a de Architecture de Madrid, em
1845. Reorganisada em 1850, foi considerada de ins-
truce. &e superior sob a dependeneia da Universidade
Central pets let de 9 de setembro de 1857.
24. Quart.
25. Quint.
26. 8e*t.
27. Sab. Reorganfeatfto, em 1835, das Univenidades de Gtad
e de Liege, fundadas em 1816.
28. Dom. Organisac&o da actual Esc6lapolytechmca de Franc*
com a denpminac&o de Eacola Central das Obits
publicas (Ecole eentrale des travaux publics) en
1794.
29. Seg.
80. Terc. Terminam as ferias grandes.
OTrrtTBItO
1. Quart. Comeca o anno lectiro.
2. Quint..
8. Sext
4. Sab.
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POLYTECHNIC* DO PORTO 17
CreacSo em 1857 da Escuda tuperior dh Pintura y
Eaeultura, de Hespanha, que o D. de 5 de maio de
1871 reformou com a denominac&o de Etcutla espe-
cial de Pintura, Escultvra y Grabado.
Abertura solemne da Universidade de Berlin, em
1810.
Anniversario natalicio de S. M. a Rainha a Senhora
D. Maria Pia. Feriado.
Fundac2o da Universidade de Greifswald, em 1456.
Funda^ao da Universidade de Bonn, em 1818, e da
de Wittemberg, em 1502, que foi reunida & de Halle,
em 1817. . •
Portaria que, em 1834, commette & Academia Real
das Sciencias de Lisboa a adinmistrac&o do legado
do benemerito fr. Jose" Mayne, destinado k institui-
cSo de uma cadeird de historia natural applicada d
demonstragdo dos attributes de Deus.
24. 8ext D. Regulamentar que, em 1870, regulou em Hespa-
nha, entre outras Esc61as, a «Escuela de Ingenieros
de Caminos, Canales y Puertos». Abcrta em 1803,
funccionou ate" 1814; reaberta em 1820, funccionou
ate" 1823; e novamente nberta em 1834, continuou a
funccionar at6 ao presente.
25. Sab. Creaclo, em 1836, da Academia de Bellas-Artes de
Lisboa.
26. Dom.
27. Seg.
2&TeV
5. Dom.
6. Seg.
7. Ter$.
8. Quart.
9. Quint.
10. Sext
11. Sab.
12. Dom.
13. Seg.
14. Ter$.
15. Quart.
16. Quint.
17. 8ext
la Sab.
19. Dom.
20. Seg.
21. Ter*
22. Quart.
23. Quint.
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i8 AKNUARIO DA ACAD EMI A
29. Quart. Anniversario natalicio d'El-Rei o Senhor D. Fer-
nando. Feriado. — Trasladacao, em 1896, para
Madrid do Colegio mayor de San fide/onto, que pri-
mitivamente era a Universidade de Alcold de Be-
nares.
80. Quint. Anniversario natalicio d'El-Rei o Senhor D. Lois I.
Feriado.
31. Sext.
3STO^TE3^BI^O
1. Sab. gg Feriado. «
2. Dom.
8. Seg. Commemoracao doa Fieia Defuntoe.
4. Terf. Inaugurac&o da 'Academxa real da ma-
rinha e eommercio do Porto, em 1808,
na Igreja> do Collegio dos OrphSos.—
Inaugurac&o em M alines, em 1884, da Univeraidada
Catholica de Lou vain. — InaugurncSo, era 1875, da
nova £8c61a real Poly technica da Saxonia em Dresde
(Konigliob SttchBiacne Polytechnikum, zu Dresden).
5. Quart.
6. Quint
7. Sext.
8. Sab.
9. Dom.
10. Seg.
11. Terc.
12. Quart.
13. Quint.
14. Sext
15. Sab.
16. Dom.
17. Seg.
1 8. Ter?. CreaeSo definitiva da Eecuela de Ingeniero* de Mow-
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POLYTECHNICA DO PORTO 19
fetporD.de 18 de novembro de 1846; novamente
refbrmada por D. com feroa de lei de 23 d'outubro
de 1868; transladada de VilUmciosa de Odon para
o Escorial por D. de 25 d'outubro de 1869. £ actaal-
mente regida pelo Regulamento de 24 d'outubro de
1870: a durac&o do curso 6 de 3 annos.
19. Quart
20. Quint InauguracSo da Unfoersidade livre de Bruxeflas, em
1834.
21. Sext
22. Sab. Creacio, em 1836, da Academla Portuense das Bel*
las Arte*.
28. Don.
24. 6eg.
25. Tere.
26. Quart.
27. Quint PromulgacSo do Decreto que fundou a
aula de dtbuxo t deaenho na cidade do
Porto, urn a das origen,s d'esta Acade-
mia, em 1779.
28. Sext
29. Sab.
30. Dom.
DEZEMBHQ
1. Seg. InstallaaSo em Louvain da UniTersidade Catbolica,
em 1835.
2. Tore. Abertura solemne da Universidade real da Saxonia,
em 1409.
3. Quart
4. Quint
6. Sext
6. Sab.
7. Dom.
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20 ANNUARIO DA ACADEMIA
8. Seg. 8B Feriado. — Promulgaclo do Decreto que em
1720 creou a Academia real da Historia Portugueza,
que poucos annos durou.
9. Terc.
10. Quart.
11. Quint.
12. Sext
18. Bab.
14. Dom. Creac&o, em 1869, da Junta Consultiva de Instrnc-
cito Publica que succedeu ao Conselho Geral de
Instrucc&o Publica (C. L. de 7 de junbo de 1859),
eujos antecedentes foram: Conselho superior de Ina-
trucc&o Publica (D. de 20 de setembro de 1844) —
Conselho Gernl Director do ensino primario e se-
cond ario (D. de 15 de dezembro de 1886) — Junto
da Directoria Gernl doe Estudos e Escolas d'estes
Reinos (anno de 1794).
16. Seg.
16. Terc. Creacio, #em 1852, do Institute agriccla de Lisbon,
que succedeu, com amplificacao de ensino, a Etofa
militar Veterinaria, creada por Alvara de 29 de
marco de 1880.
17. Quart.
18. Quint
19. Sext
20. Sab.
21. Dom.
22. Seg.
23. Tore.
24. Quart. Comecam as ferias do Natal.— Reorgani-
sacao da Esc61a do Exercito, em 1863.
25. Quint. Natal.
26. Sext. Nova organisaclo, em 1868. da Esc61a Naval
27. Sab.
28. Dom.
29. Seg. Reforma das Escolas de Cirurgia de Lisboa e Porto
em Esc61a8 Medico-Cirurgicas, em 1836.
80. Terc. Promulgacao do Decreto que, em 1852, creou as es-
c61as de ensino industrial no paiz: Instituto indufl-
trial de Lisboa e Escola industrial dp Porto.
31. Quart.
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21
DIREGTORIA E SECRETARIA
Director
Adriano de Abreu Cardoso Machado, do Conselho de Sua Ma-
gestade, commendador da ordem de Nossa Senhora da Con-
ceicSo de Villa Vicosa, doutor em direito pela Universidade
de Coimbra, lente proprietario da Aeademia Polytechnica,
outr'ora lente da faculdade de direito na Universidade de
Coimbra, e depois director geral de instrucc&o publica no
ministerio do reino, fiscal do extincto conselho superior de
inBtrucclo publica, commissario dos estudos e reitor do lyceu
national do Porto, deputado as Cortes.
Bna do Principe, 3.
Secretario Untcrioo)
Joaqaim de Azevedo Sousa Vieira da Silva Albuquerque, enge-
nheiro civil, lente proprietario da Aeademia Polytechnica,
outr'ora professor de mathematica elementar do lyceu natio-
nal do Porto, e secretario do mesmo lyceu.
Rua dos Fogueteiros, 1.
Guarda-m6r
Joaquim Filippe Coelho.
Foz, Monte-Bello, 79.
Guardas subalternos
Simao Jose Caetano Moreira.
Bomjardim, 398.
Daniel Leao da Cunha Lima.
Monte da Lapa, 25.
Jo*6 Pinheiro Barboza d'Aguiar.
Monte dos Judeus.
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29
GONSELHO AGADEMICO
Preaidente do Conselho
Conselheiro Adriano de Abreu Cardoso Machado, director.
Sec$£o de mathematica
Pedro de Amorim Vianna, bacharel formado em mathematica
pela Universidade de Coimbra, lente proprietario da 2.* ca-
( deira, outr'ora professor da cadeira de logica do lyceu na-
cional de Lisbon, presidente da secc&o.
Restauraeao, 75.
Gustavo Adolpho Goncalves e Sousa, engenheiro civil, lente
proprietario da 5.* cadeira.
Principe, 156.
Antonio Pinto Magalliaes Aguiar, doutor em mathematica e ba-
charel formado em philosophia pela Universidade de Coim:
bra, lente proprietario <}a 3.* cadeira, ex-ajudante do obser-
vatorio astronomico de Coimbra e ex*deputado as Cortes.
Almada, 332.
Jos6 Pereira da Costa Cardoso, doutor em mathematica e bacha-
rel formado em philosophia pela Universidade de Coimbra,
lente proprietario da 13.* cadeira, ex-ajudante do observa-
torio astronomico de Coimbra, antigo lente da mesma Uni-
versidade, outr'ora commissario dos estudos ereitor do lyceu
nacional do Porto.
Bosario, 113.
Joaquim d'Azevedo Sousa Vieira da Silva Albuquerque, enge-
nheiro civil, lente proprietario da l.a cadeira.
Fogueteiros, 1.
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24 ANNUARIO DA ACADEMIA
Substituto da secc&o
Bodrigo de Mello e Castro de Aboim, engenheiro civiL
Cedofeita, 237.
Sec$ao de desenho
, Francisco da Silva Cardoso, lente proprietario da 4.* cadeira,
preaidente da eecc&o.
Alegria, 341.
Substituto
Guilherme Antonio Correa.
S. Victor, 27.
Sec^fto de commercio
Conselheiro Adriano de Abreu Cardoso Machado, doutor em &
reito pela Universidade de Coimbra, lente proprietaric h
12.* madeira, presidente da seccSo.
Principe, 3.
Josd Joaquim Rodrignes de Freitas, engenheiro civil, lente pro-
prietario da ll.1 cadeira, e depntado as Cortes.
Cedofeita, 680.
Substituto da sec(8o
Antonio Alexandre Oliveira Lobo, bacbarel formado em direito
pela Universidade de Coimbra.
Principe, 58.
Sec(fio de philosophia
Jose de Parada e Silva Leit&o, bacbarel formado em philosophia
e mathematica pela Universidade de Coimbra, major gradnado
d'infanteria, commendador da ordem de Christo; condecora-
do com a medalha n.° 7 das campanhas da liberdade, lente
proprietario da 8.1 cadeira, presidente da seccjto.
Boa-vista, 406.
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POLYTECHNICA DO PORTO 25
Aroaldo Anselmo Ferreira Braga, bacharel fonnado em medici-
na e em philosophia pela Universidade de Goimbra, lente
proprietano da 7.* cadeira.
Breyner, 104. •
Francisco de Salles Gomes Cardoso, cavalleiro da Torre e Es-
pada e A viz, e condecorado com a medalha n.# 2 dos senho-
res D. Pedro e D. Maria, doutor em philosophia e bacharel
em mathematica pela Universidade de Coimbra, capitlo de
fragata addido ao quadro, lente proprietario da 10.* cadeira.
Mattosinhos, rua Direita, 20.
Adriano de Paiva de Faria Leite BrandSo, doutor em philoso-
phia e bacharel em mathematica pela Universidade de Coim-
bra, socio do Institute da mesma cidade, lente proprietario
da 9.* cadeira. -
Quinta de Campo Bello (Gaya).
Sobstituto da sec(io
Antonio Joaquim Ferreira da Silva, bacharel fonnado em phi-
losophia pela Universidade de Coimbra.
Almada, 332.
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27
ESTABELECIMENTOS PERTEMCENTES i ACIDEMIA PQLYTECHNICA
Bibliotbeca
Bibliothecario (vago) — Serve interinamente JoSo Jose Monteiro.
Campo ae Santo Ovidio, 14.
, Gabinete de historia natural
Director — 0 lento da 7.* cadeira, Arnaldo Anselmo Ferreira
Braga.
Gabinete de physica
Director — 0 lento regento da 8.» cadeira, doutor Adriano de
Paiya de Faria Leite Brandao.
Laboratorio chimico
Director — 0 lento regento da 9.* cadeira, Antonio Joaquim Fer-
reira da Silva.
Guarda do laboratorio (vago) — Serve interinamente Domingos
Gomes da Cruz.
Eua 9 de Jolho.
Jardim botanico
Director — 0 lento da 10.* cadeira, doutor Francisco de Bailee
Gomes Cardoso.
Primeiro official do jardim (vago) — Serve interinamente Joa-
quim Casimiro Barboza.
Massarellos, 43.
Gabinete de instrumentos de mathematica
Director — 0 lento regento da 5.a cadeira, doutor Antonio Pinto
Magalhaes Aguiar.
Guarda — O guarda-mor, Joaquim Filippe Coelho.
Gabinete da aula de desenho
A cargo do lento da 4.* cadeira, Francisco da Silva Cardoso.
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29
BIBLIOTHECA
Elsta n'oma sala situada na face voltada ao nascente do edi-
ficio da Academia. E', por emquanto, privaiiva doB Lentes, e dos
Estudantes com Ifcen^a da Directoria.
No anno de 1860 possuia 1:978 obras em 6:171 volumes dis-
tribuidos por varias sciencias, pela seguinte f6rma :
Obras Volumes
Hifltoria e suas dependenciaa .... 1:022
Matbematicas . 400
Philosophia . . . 293
Commercio ......... 125
Litteratura, Encyclopedias, &c ... 98
De8enho e Architecture 40
2:657
670
827
228
787
57
Total. . . . 1:978 . . 5:171
Actnalmente possue cerca de 2:800»obras em 8:800 volumes,
incluindo-se n'este numero 1:270 folhetos.
Obras offerecidas k Bibliotheca durante o anno flndo
Annuario da Universidade de Coimbra, 1877-1878. Coimbra 1877.
Ephemerides astronomicas da Universidade de Coimbra para o
anno de 1879. Coimbra 1877.
ObservacoeB meteorologicas e magnetics* feitas no Observatorio
meteorologico e magnetico da Universidade de Coimbra. 1877.
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SO ANNUARIO DA ACADEMIA
Annaes do Observatorio do Infante D- Luiz : — Resumo das prin-
cipaes observacdes meteorologicas executadas duranto o pe-
riodo de 20 annos, desde 186$ a 1875. Lisboa 1877.
— Primeiro e segundo semestre de 1876. Volume XIV. Lisboa
1877.
Supplemento & colleccto dos Tratados, convencoes, contractu e
actoa publicos celebradoB entrc a corda de Portugal e as mail
potencias, desde 1640 — coord en a dos pelo visconde de Barges
de Castro, e continuac.fto por Julio Firmino J u dice Biker :
— Tomo IV do supplemento e XII da colleccao. Lisboa 1877.
— .Tomo XIIL Lisboa 1878.
Discureo inaugural proferido na sesslo solemne da abertura das
aulas do Institute .geral de agriculture no anno lectiro de
1877-1878, por *«£o Ignacio Ferreira Lapa. Lisboa 1877.
Estudos prehi8toricos em Portugal : Noticia de algumas estaooes
« monumentos prebistoricos — memoria apreaentada 4 Acs-
demia Real das Sciencias de Lisboa (com a tradnccao en
francez) por Carlos Ribeiro. Lisboa 1878.
Fabrieo das bocas de fogo de bronze e dos projecteis por Agos-
tinho Maria Cardoso, 2 vol. Lisboa 1878.
Formulas para a avaliacao da superficie e da capacidade das
abobadaB de barrete de clerigo e de aresta, por Godofredo
Edmundo Alegro. Lisboa 1878.
Relatorio apresentado & Junta Geral do districto de Braga na
sesslo ordinaria em 19 de maio de 1877, pelo Goyernador
Civil Marquez de Vallada.
Bibliotbeea modelos de eloqueneia —Vol . I : Discursos pa
tares de Emilio Castelar, tradnccao de L. M. Prado d'Aze-
vedo. Porto 1878.
— Vel. II: Discnrsos perlamentaree dos prbcipaes oradores
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POLYTECHNICA DO PORTO SI
Portugueses das CotMtitaurtes de 1821, editados por L. M.
Prado d'Asevedo. Porto 1878.
UniverBite libre de Bruxellesi Annee aoademiotw 1877-78. Dis*
cours d'ouverture nrononce's en sceance puolique le 14 octo-
bre 1878 par M. Yan-Scboor", Administrateur-Inspecteur et
M. Pigeolet, Recteur*.
Annual report of the board of regents of tbe Smithsonian Ins-
titution, showing the operations, expenditures, and condi-
tion of the Institution for the year 1875. Washington: Go-
vernement printing office — 18 <6.
Eeport of the Council of the Zoological Society of London, for
the year 1877. Read at the annual general meeting, april 29
1878. London 187a
Catalogue of the plants under cultivation in the Governement
botanic garden, Adelaide, South Australia — Richard Schom-
burgk, Dr. Phil., Director — Adelaide : 1878.
List of publications of the Smithsonian Institution, jury, 1877.
Washington.
Qbras offerecidas* pela Universidade Real
de Noruega, em Christiania :
SophuB Lie — Allgemeine Theorie partieller QiiFerential-Glei-
chtmgen 1:0. — 1674.
» — Allgemeine Theorie partielle Differential-Glei-
chungen 1A — II. 1875.
» — Partielle Differential -Gleichungen 1.0., in denen
die unbekannte Funktion explicite vorkommt
1873.
' » — Neue Integrations-Me^hode tines 2n-gliedrigen
Pfafifeehen Problems. 1873.
» —I. Zur Theorie des Integrabihtfitsfaktors.
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32 ANNUARIO DA ACADEMIA
II. Veral^emeinerung and nene Verewerthnng
der Jacobischen Mnltiplicator — Theorie. 1874.
Suphns Lie — Discussion aller Integrations — Methoden derpar
tiellen Differential — Gleichungen 1.0. 1875. •
C. M. Goldberg — Benuerkninger om Formelen for Hftidemsa-
ling med Barometer. 1872.
• — Bidrag til Theorien for Dissociationem. 1873.
Dr. A. 8. Guldberg — Om Ligningen af 5te Grad. 1869.
m — Om Ligningen af 3<"« Grad. 1871.
Hans H. Benach — En Hule paa Gaarden Njds, Lqganger Pns-
* tegjaald i Bergens Stift. 1874.
0. Pihl (Ingenieur) — Om Attractionen mellem to Cirkelflader.
1875.
L. Sylow — Om den Grappe af Substitutioner, der tilhdrer li-
gningen for Division af Perioderne ved de eUiptiake Fink-
tioner. 1871.
J. J. Astrand — Geodetisk Beatemmelse af Bergena Obsem*
toriums geografiske Beliggenhed. Christiania 1874
Norwegian Special Catalogue for tbe international exhibition at
Philadelphia. Christiania 1876.
H. Siebke (defuncto) — Ennmeratio inaectoram norvegicormn.
Fasciculam II
Catalogam Coleopteroram Continent Chriatiaiiia
1875.
» — Ennmeratio insectornm noryegicornm.
Faaciculum IH
Catalognm lepidopterornm continentem. Edidit J.
Sparre Schneider. Christiania 1876.
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POLYTECHNICA DO PORTO 33
EL Siebke — Enumeratio insectorum norvegicorum.
Fa8ciculum I-IV.
Catalogum dipteronim continentem. Edidit J. Spar-
re Schneider. Christiani® 1877.
» — Enumeratio insectorum norvegicorum.
Fasciculum IV.
Catalogum dipteronim continentem. Edidit J. Spar-
re Schneider. Christiani® 1877.
Robert Cellett — Norges Fiske, med Bemserkninger om deres
Udbredelse. Christiania 1875.
G. 0. Sara — Carcraologiske Bidrag til Norges Fauna.
L Monographi over de yed Norges Kyster Fore-
kommende Mysider. Forete Heft med 5 litho-
grapherede Plancher. Christiania 1870.
» — Gareinologiske Bidrag til Norges Fauna.
L Monographi over de ved Norges Kyster Fore-
fcommeade Mysider. Andet Hefte, med 8 litho-
grapherede Plancher. Christiania 1872.
George Ossian Sars — On some remarkable forms of animal life
from the great deeps of the norwegian Coast
IL Besearches on the structure and affinity of the
genus B r i b i n g a > based on the study of a new
Species: Brisinga Coronata. With 4
copper plates and 8 autographic plates. Chris-
tiania 1875.
EL C. Prints — Die Bluthezeit im Kirchspiele West-Slidre Chris-
tiania 1875.
C. de Seue — Windrosen- des sudlichen Norwegens. Mit de*
Goldmedaille Konig Carts XVbelohnte Abhandlung. — Uni-
Tersitfttsprogram 'fir das erste Semester 1876, heraus^ege-
ben von H. Mohn, mit 40 Hthographirten Tafeln. Knstia-
nial876.
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34 ANNUARIO DA ACADBMIA
Otora* adquirltlaa para a toltoliotheoa da
A.oademla9 durante o anno leettvo
de 1877-187p
Mathematicat
Storm — Conn d'Analyse. 2 vol.
Yvon Villarceau — Nouvelle navigation astronomique — 1877.
Dostor — Elements de la theorie dea determinants — 1877.
Brunnow — Aatronomie spherique — 1869^
A. de Saint-Germain — Recueil d'exercices snr la Mecaniqne
rationnelle — 1877.
Laplace — (Envrea completes, publiees par lea secretaires per-
petuels de l'Acadenue des sciences — 1878. Tome l.'et?.*
Cremona — Elements de geom&rie projective 1™ partie— 1875.
Biot — Traitl elementaire d*Astronomie physique, 8."6d. Tome
6.«
Labonlare — Traite* de Cinematique.
Emile Mathieu — Dynamique analytique — 1878.
Adhemar — Traits pratique de la construction dea transwiyB,
chemins de fer a chevaux et dits de fer americains.
Dupuit — Trait6 de l'equilibre des voutes et de la construction
des ponts en maconerie — 1870.
Girardin — Moteurs hydrauliques — 1872 . 2 vol.
Dormoy — Theorie mathematique des assurances but la vie—
1878.
Debauve — Manuel de l'ingenieur des ponts et chauasee, 1871-
1876.
Collignon ?— Cours de mecaniqne appliquee aux constructions;
1870-1877. 2 vol.
Frenet — Becneil d'exercicea sur le calcul infinitesimal — 8.eea\
1878.
Duhamel — Elements du calcul infinitesimal, 3.« 6d. 1874-1875. 2
vol.
Delaunay — Traits de mecanique rationnelle, 5.* 6d. 1878.
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POLYTECHNICA DO PORTO 86
Aoust — Analyse infinitesimals des conrbes dans 1'espace, 1876.
Aoust — Analyse infinitesimale des courbes tracees sur one sur-
face queleonqne — 1869.
Flammanon — Histoire du Ciel, 1872.
A Angot et 0. Andr6 — L 'Astronomic prat i one et les observatoi-
res en Europe et en Amerique, SVpartie (Etats-Unis d'Ameri-
que) 1877.
Leonce Reynaud — Les travaux publics de la France, 21.» a 80.*
livraisons.
Bevista das obras publicas e minas, anno de 1877.
Hippolyte Charlon — Theorie mathematique des operations fi-
nancieres, 2.« Sd. 1878.
Krantz — <Etude but les murs reservoirs, 1870.
Bayet — L'Astronomie pratique et les observatoires en Europe
et en Amerique, 1878.
Philosophia
Herbert Spencer — Essais de morale, de science, et dTEstbe*-
tique. — I. Essais sur le Progres, traduit de 1'anglaiB par A.
Burdeau. 1877.
Paul Broca — Memoires d'anthropologie soologique et biologi-
que,1877.
Wurte — Dictionnaire de cbimie — fasc. 24.*
Revue des cours scientifiques, (collecc&o completa de 1864-70).
Agenda du Chimiste, 1877.
Cauvel — Nouveaux elements d'histoire naturelle medicale, 1877.
2 vol.
Grimanz — Cbimie organiquo llementaire, 1878.
Peclet — Traits de la Chaleur. 5.* &L 2 vol. et atlas.
Dumas — Lecons sur la philosophic chimique, 2.« 6d. 1878.
Fleurena — Eloges bistoriaues, 1866-62. 8 vol.
Lange — Histoire du matenalisme, traduit de TAllemand par
Pommerol, 1877. Tome 1.*
Gavarrett — Phenomenes physiques de la pbonation et l'audi-
tion, 1877.
Pasteur — Etudes sur le vinaigre.
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36 AtfHtJAWQ DA ACA&ENf A
livat — Doeimaete : Trait* d'anajyae miointoi riUHg*daiui<
genieura de§ mine*, 1861*1366. 4 vol.
Darwin — Lea recifs de corail, leur structure et lew diatribui-
tion, 1878.
0. Claua — Traite de Zoology treduit de r Altanand but la 3.*
edition et annote par C mequin-Tandoa.
Pharmacopda portugueaa; edicao official. Liaboa, 1876-
Ch. Meymott Tidj — Handbook of modem Cheuuatry inorganic
and organic. London, 1878.
J. Briand, Em. Chaude el J. Bouie— Manuel eeaapkft de m&
deeine legale, ceatenani on traite elementally do ebimie 14*
gale, 9.« edit. 1874.
A. Terreil — TraitA pratique dea eeaaia an cfcatumean, 1876.
U. Beannifl et A, Bouchard <*—Pr6cifl d'anatomiect de diaieetioa*
1877.
Sciencias diveraaa
Ricardo Pinto de Mattos — Manual bibliographieo portugnes,
187a
Btbiiotheque untovaeU* (aeiignatura de 1878).
Revue'des deux mondea (aaaignatura de 1878). •
Pierre Larouaae — Grand Dictionnaire univerael du lfte aiecle.
16 vol. 1866 a 1878.
Hippeau — Instruction publique en Allemagne — Italie — 4taU-
tjnja— Angleterre— Bowie. 6 vol.
A claaaifioation and subject Index for cataloguing and arranging
the booka and pamphlets of a library. 1$76>
Almanacb Royal offioiel ^x repawn* de Belgtque. Annee* 1878.
Charles Lenormant — Eaaaia aur llnetroetio&pubUque* 18KL
• TableB statiatiquea dea divers' paya de llMract pear
annee 1876.
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POLYTECHNICA DO PORTO 37
Ytnnier — Traits de Changes et des Arbitrages.
Gatharina Carlota Lady Jackson -^ A formosa Lositania : versio
do ingles, prefaciada e annotada por Camillo Castello Branca!
1877.
ChampoIKon-Pigeac— Manuel de rarchiviste. I860.
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39
GABINETE DE fflSTORJA NATURAL
ZOOLOGIA
Anatomia comparada
Anatomia clastica do doutor Ausoux:
Modelo de Ho mem, complete,, de 1,*80.
ColleccSo de 0 v o 1 o g i a , composta de male de vinte pecas re-
produzidas em grande escala, mostrando, quasi dia por dia, a
evoluc&o do ovo ate" a formac£o -do embryao.
Cerebro, cerebello, protuberancia annular e bol-
borachidiano, mostrando minuciosamente as partes res-
pectivas do systema nervoso.
Olno, eompleto, de grandes diraensoes.
Out i do, com temporal de 0,m30, mostrando minuciosamente
o ouvido externo, medio e interno.
Larynge de grandes dimensoes, cartilagens, musculos, vasos
enervos.
Um Perum (MeleagrU, Linneu), como typo das ayes: anato-
mia completa.
Uma Perca ou Merado mar (Scicena aquila, Linn.) de 1,"50
de comprimento : anatomia completa.
Um Besouro, como typo dos Insectos, em grande escala.
Mammiferos
Oito exemplares, como tynos das ordens :
Quadromanos, carnivoros, ruminantes, roedores
e desdentados (clas. de Milne Edwards).
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40 ANNUARIO DA ACADEMIC
Aves
Oitenta e una aves, * como typos das seis order* ornithologies*.
(Clas. de Milne Edwards).
Dois esqueletos de aves.
Reptis
Quarenta e eels reptfs, como typos das tres ordens. (Clas. de
Milne Edwards),
Batrachios
Dois typos da ordem dos anuros.
Peixes
Parte ossea da cabe^a d'nm peixe.
Dois esqueletos oompietos.
Molluscos
Cento e noventa e tres especies differentee de molluscos ten*-
tres, fluviaes e maritimos do Archipelago Madeirense, e das
lib as Canarias (Collee^fto offerecida & Acadcmia Polytechnics
pelo Ex.*0 BarSo de Castello de Paiva, lente jubilado de Bo-
tanica da mesma Academia).
Uma numerosa collec^So conchyliologica de varias prooedenosa
Zoophitos
Cincoenta exemplares das tres ordens: echinodermes, es-
pongiarios e polypos. (Clas. de Milne Edwards).
Mineralogia
Uma coUecgSo mineralogica de mais de 3:000 exemplares.
1 A quasi totalidade dos exemplares d'este gropo, bem como algwid^
tros grupos foram offorecWos pelo director do gabinete.
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POLYTECHNICA DO PORTO 41
Um goniometro de Babinet.
Zoologia — Bo tallica — Geologia
Colleccito completa de
Planches muralu d'Jtistoirt naturdU, par AchUe Comte.
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43
LABORATORY CHIMGO
RelafBo dos apparelhos e utensilioa exUtentes
em 30 de junho de 1878.
I. Afpabklhos.
• Apparelho de Berthelot para a synthese da acetylena.
• Apparelho de Hofmann para provar que os gazes tern sen-
si velmente o meBmo coefficiente de dUatagao e de com-
presBibilidade.
Spectroscopic de am prisma, com luneta horisontal e micro-
metro.
Apparelho Carre1 para a produccao do gfilo.
Sorveteira das familias.
• Bomba aerohydrica de Bunzen.
1 Voltametro (em man estado).
II. Analyses b ensaios.
Amdimetria*
• Apparelho de Wurtz para o doseamento do gas carbonico*
Akoometria.
2 Alcoometros centesimaes de Qay-Lussac grandes.
1 Areometro Cartier.
1 Areometro Tessa.
1 Alambique Richard Danger para o ensaio dos vinhos.
1 Thermometro alcoometrico.
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44 ANNUARIO DA ACADEMIA
Ensaio do* cereaes.
1 Aleurometro de Boftand, com estufa para banbo de oleo e
um thermometro*
1 Apreciadot ttobina para farmbai.
1 Balanea para os cereaes.
Emetic dos oleos.
1 Elalometro de Berjot
1 Oleometro de Lefeyre d'Amiens*
Ensaio do kite.
1 Lacto-butyrometfo de Marchand.
1 Lacto-deneimetro de Quevenne.
1 Lactoscopio de Doimd.
1 Pesa-leite.
Saccharimetria.
1 Saccharimetro de Mitscberliob.
Toxicologic.
1 Eprouvette do apparelho de Mitscherlicb para a ifivasi-
gac£o do pbosphoro, sem serpentina.
Ensaio dos metaes.
1 Forno para cnpellac&o de l.a graadesa.
264 Cupellas Bortidas; 102 dos n.°* 1 e 3; 74 do n,0 6; 88
do n.° 7.
Analyse das aguas.
1 HydrotimetrodeBoutron e Boudet, com o rraBCOmareado.
1 Sulfhydrometro, com 1 frasco de decilitro, am balio mar-
>$ado de 260. « e uma capsnla para fazer o ensaio.
III. AlTALYSK D08 OA2B8.
1 Eudiometro de Volta com tabo graduado e medida para
gases.
3 Eudiometros dimples; 1 com pecas delatita; 1 compe$atde
ferro e valvula; 1 com pecas de ferro, sem valvola.
IV. MwttDA DO PM80 SSPBCtnCO.
1 Pesa-liiivias de prata.
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POLYTECHNIC! DO POTTO 46
1 Pesa-saes de prata.
1 Pesa-lioores. "
1 Pesa-xaropes.
4 Areometros de Baum6.
2 Volnmetros de Gay-Lnssac para acidos.
2 Densimetros.
V. POLYMSTRIA.
10 Galhetas inglezas sortidat,
1 Galheta de Gay-Lnssac.
* 6 Galhetas com torneiras de vidro: 2 de 10O.<» 2 de60.<*, 2
de 25.".
i Campana de vidro, graduada, com toaeira de metal, de
4.* de eapaoidade.
2 Campanas de crystal, com botao, gradnadaa ; nma de 2.1,5
,de capaeidade; outra de L1
2 Eprouvettes para gaz, urn de 50. M dividida em cc ; outra
de 100.°« dividida tambem em ae.
4 Eprouvettes com p6 graduadas : * 1 de litro, * 1 de 160. oc,
1 de 200. cc, 1 de 60. M
1 Eprouvette simples, marcada, de 600. ••.
* 1 Frasco marcado de l.1, graduado de 20 em 20. oe
* 4 Pipettes grandes: 2 marcadas de 50.M, 1 graduada, 1 sim-
ples.
2 Pipettes pequeoas.
2 Copos graduados de 90 gr.
VL Balavcas.
1 Balanca.de Robervai de 1 kilog.
1 Balanca de Fortin (existente no gabinete de Phyaica).
1 Tribuchet.
1 Balanca pequena de analyse, pouco sensivel.
1 Balanca de laboratorio, de saccharimetro.
1 Balanca de Plattner (pertencente 6 caixa de Plaitner).
Pesos para a balanca de Robervai. (1 jdgo).
6 Pesos para os ensaios saconarimetrioos — 32 gr. e submul-
tiplos.
15 Pesos de cobre, sendo 1 de 48.*07, 1 de 31.805.
4 Pesos de platina.
1 Coltaecao de pesos de platina para a balanca de Plattner.
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46 ANMJAJUO DA ACIDEMIA
VII. Thebmombteob.
12 Thermometros: lOdemereurio; 2 de alcool(l 6 deetinado
ao apparelho Carre).
Vm. MbTABS FBBCIO8O8.
1 Cadinho de platina, com tampa, dc 35.^, peaando 30 gr.
1 Cadinho de platina, pertencente a caixa de Plattner.
1 Capeula de platina, peaando 12 gr.
1 Cadinho grande de prata, que peaa 169 gr. (eem tampa).
IX. Utbvbiliob.
2 A-lambiaues: 1 de cobre; 1 de folha, de Baome.
12 Almofadaa de palha para capsulae e baldea,
5 Almofarizes: urn de latao, pequeno; 1 de ferro, quebrado;
8 de marmore, 2 grandes e 1 pequeno.
2 Apparelhofl de dealocac&o: 1 de Payen; 1 de Bobiqnet, m-
completo.
3 ApparelhoB gazogenieos de Gay-Luasac* para deaenrober
hydrogenio.
1 Bigorna.
1 Bomba de Gay-Lu&sac.
1 Caixa de Plattner.
8 Caixas de reagentes.
Caoutchouc: tubo — 1750 gr.; lamina, 1 kilog.; * 56 rolhas, 10
cheias, 30 com urn orificio, 8 com dona orificios; 8 com fam
1 Candieiro de azeite de Morveau.
3 Cubas pneumaticas: 2 pequenas para mercurio; 1 grande
de madeira, forrada de chumbo, para agua.
1 Candieiro de dupla corrente para gaz, em man eatado.
1 Erotador de dnplo eflfeito.
8 Espatulas: 2 de aco e * 6 de obbo.
1 Estufa de Gay-Lusaac.
1 Experimentador de polvora.
1 ITaca d'aco.
4 Fogoes de ferro: 1 grande completo; 3 pequeno* ineomple-
tos, 2 quadrados e 1 redondo.
1 Forja com folle cylindrico.
1 Folle pequeno.
1 Fura-rolnaz de latao.
8 Gtazometroa: 2 de Eegnault; 1 modelo, para gasde.illund-
nac&o.
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POLYTECHNICA DO PORTO 47
5 Grelhas: 1 de Cloez para analyses organicas; 1 ordinaria
para carvao para o meamo nm ; ontra para analyse do
ar; • 1 de Berthelot para analyses organicas; em nm, uma
para a extraccao do potassio.
5 Lampadas: 1 de esmaltador; 1 hvdro^platinica; • 1 de vi-
dro para alcool, sem tampa; 1 de lata e outra de lat&o para
aloool.
5 Lampada* de B onsen: 4 simples com regnlador de ar; 1
com regnlador de ar, coroa circular de orificios lateraes,
e chamin6 de tea metallica.
9 Limas yelhas.
1 Lingotiere de ferro.
1 M arteilo.
Massaricos: 1 de Clark; 5 de Berzelio; 5 simples; 8 para
lampada d'esmaltador.
• 1 Massarico de gaz, com folle cylindrico, snbstitnindo a lam-
pada d'esmaltador.
8 Pecas de latSo n&o classificada*.
1 PaneUa de ferro.
8 Maos de papel de filtro.
2 Pas de ferro.
2 Retortas : 1 de chumbo e 1 de ferro.
13 Supportes : * 8 de ferro para funis ; 9 de madeira, sendo
1 articulado e 1 para tubos em U; ft 1 para 6 pipettes.
4 Ta±oe: 1 de cobrede 81; 1 delatao de2i; 2 de ferro para
banho de arte.
4 Tesonras.
* $**. Tea metallica, sendo 2°". de tda de ferro, e 1»*. de tea
de cobre.
4 Torneiras de latSo : 8 de 2 viae e 1 de tree viae.
2 Torqnezes.
2 Trempes de ferro.
1 Vaao de lata, com snpporte.
X. Objsotos d« yidbo.
21 Agitadores. (12 ft).
2 Allongas rectas.
67 Haloes : 1 grande de 10 1 para a preparacao do acido ral-
forico ; 1 para a analyse do ar, perteneente ao apparelho
de Dumas ; 8 tubulados com 1 tobaladnra; 62 simples, de
diversos tamanhos.
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48 ANKUARIO DA AXADHMIA.
6 Calioes : 5 pequenos, de analyse; 1 grande.
19 Campanas ; 6 ourvas ; 1 de vidro com botao e duas tabu-
fedoras lateraes ; 2 ordinariaa de vidro, com bot&o; 3 com
torneira de metal.
7 Crystallisadoree.
8 Eprouvettes: 1 com pe, aembioo; 2 para chloretodecaldo.
24 IPrascos : 2 de Woolf com 2 tubuladuras; 19 com tres tu-
x buladuras; 1 com duas tubuladuras lateraes; 1 grande
aimples de capacidade de 17 1; outro grande, com tubals-
dura, da mesma capacidade.
* 1 Frasco de lavagem.
31 Funis : 22 ordinarios de diversos tamanboe (10 •); 1 com
torneira; 1 de bico comprido*, 4 de vidro soprado; 3 pan
filtracao rapida.
6 Matrazes : 4 de fdndo cbato sem tubuladnra; 2 com una
tttbnladnra.
2 Recipients florentinos.
* 1 Befrigerante de vidro de Liebig.
11 Retortas : 1 de vidro verde tubulada; 9 de vidro brtneo
n&o tubuladas ; 1 de vidro branco tubulada.
2 Serpentinas de vidro, com refrigerante tambem de vidro.
12 Siphoes de vidro: 8 staples ; 8 de ramo ; 1 de ramo e tor-
neira.
120 Tubos de ensaio. (100 *).
* 30 Tubos de vidro verde para as analyses organicas.
* 4 Tubos aspiradores para as mesmas analyses.
23 Tubos de seguranca : 10 com funil cylindrioo ; 7 em S,
sendo 2 com bola ; 6 de Welter.
5 Tubos de Liebig de 5 bolas.
15 Tubos em U de diversas grandeaaa: 2 de ponta afiada direi-
ta, 3 de ponta curva, 3 de ponta e tubo inferior; 7 simples.
7 Tubos em V : 2 grandes e 5 pequenoa.
2 Tubos de Will e Warreutrapp.
4 Tubos : 8 de vidro espesso fechado n'uma extremidade; 1
de vidro espesso tendo na extremidade uma virola metal*
lica e um tubo de vidro.
5 Tubos abductores.
10 Tabos de vidro com dtlataodes.
* 6 Vasos de aatwnacao: 2 de 260eo, 2 de 500", 2 de 750".
« 2 Vases de preeipitacio : de 750«c.
ft 90 Vasos de filtracao a quente.
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POLYTECHNICA DO PORTO 49
XI. Objectob de poeoelana e gees.
26 Capsulas de porcelana de 5 grandezas.
34 Cadinhos : 2 de porcelana ; 32 de grea com 16 testos.
1 Forno para mufla.
6 Muflas de 1.* grandeza.
2 Retortae : 1 de gres e 1 de biscuit.
XII ObJZCTOB DITBB808
2 Barras magneticas n'uma calxa; 3 microscopios, dous sim-
ples e urn composto nas respectivas caixas ; 6 elementos
de Bunzen ; 1. pilba de Wollaston incompleta ; * 2 pincas
de tormalina ; 1 rodella e 1 tambor para alisar polvora ;
1 Banco isolador ; 1 de supporte ; objectog velbos de ferro.
— Fraacos e tubo de vidro. AJguns moveis.
N. B. Os objectos marcados com o signal * foram adquiridos
durante o anno economico de 1877-1878.
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51
JARDIM BOTANIGO E EXPERIMENTAL
Eete estabelecimento data da reforma da antiga A c a d e m i a
da Marinha e Commercio da cidade do Porto em
Academia Polytechnics do Porto, a qual juntamente
creou am Gabinete de Hiatoria Natural industrial, um Gabi-
nete de Maquinas, um Laboratorio chimico e officina metallur-
gica — devendo ser organisados todos estes estabelecimentos de-
baixo do Piano dos anatogos pertencentes a Faeuldade de Pbi-
losophia da Universidade dc Coimbra, em conformidade dos Es-
tatutos da mesma Universidade, * havendo-se respeito ao seu
destino especial, que 6 o aperfeicoamento das artes. (D. de 13
de Janeiro de 1837, art. 165).
Este estabelecimento serve tambem para uso da Esc61a Me-
dico-Cirurgica ; pof em a sua intendencia pertence ao Lente de
Botanica, ao Director da Academia, e ao Conselhb academico
nos termos do Regimento citado. Uma parte do mesmo estabe-
lecimento era destinada para os ensaios de Agrieultura (§ 1.°
do art.0 citado).
Porem s6 por D. de 20 d'outubro de 1852, art. 8.°, e" que foi
concedido a Academia um terreno na ceroa do extincto convento
dos Carmelitas da eidade do Porto (Praca do Duque de Beja)
comprehendido no espaco que mede «855 palmoe pela face vol-
tada ao sul, 585 pela face voltada a leste,- e 515 pela face ao
noente», ou cerca de 6:265 metros quadrados> para alii se esta-
belecer o Jardim botanico, iogar oride boje eriste.
1 Um ui terceira parts, titnlo VI.
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N
ANNUARIO DA ACADEMIA
Aa obraa neceaiariaa para eate estabelecimento poder fiine-
oionar comecaram em desembro de 1864 e teem continoado com
mnita lentidfto (faltando ainda a conatruccio da eatufa autre oa-
traa obraa d'arte) nor aer mui dimimita a respectiva doiacfa.
Em fins de loop principiou a plantacio no Jardim, recebendo
grande increment*) a acquiaicto de plantaa pela P. de 4 de maio
de 1867 que permittiu a transplantable, do jardim botanico da
Ajada para este jardim, doe ezemplarea que n£o foaaem neces*
sarioa para o enaino e uao da Escola Polytecbnica de Liaboa.
Contem actoalmente 1:301 especiea vegetaea diatribuidas por
138 familiaa naturaos, aegondo o methodo de Decandolle, a sa-
ber:
RaouDCulaoee
83
Geraniaoea . ,
28
Magnoliaoeai • ,
6
Tropaolea . .
2
Anonacee . • .
1
Balaaminea .
2
Berberidee • «
4
Oxalidea . .
7
Nymphaacea* . ,
2
Zygopbyllea • .
3
Papareraoea . ,
' 9
Butacea . . .
4
Fnmariacea •
5
Celaatrinea . .
4
Cnicifera • • ,
44
Rhamnea . • .
4
Capparidea • ,
1
Terebintbacea
4
Reeedaoea , ,
4
Leguminoaa .
107
Ciatineaa . • .
11
Rosacea . . .
, ,
43
Violaria • • ,
4
Calycantbea - '«
3
Droaeraca. • ,
2
Granatea . . .
1
Polygalea.
4
Onagrarica - .
15
Pittoeporea • .
4
Haloragea. . .
S
Frankeniacea.
2
Ceratopbyilea
1
Caryopbyllea .
27
Lytbrariea
2
Linea . . .
3
Tamariaeinea .
6
Malvacea . . ,
17
Pbiladelpbiea.
1
Tiliacea • .
4
Myrtaeea • •
9
Camelliaeea .
3
Cueurbitacea .
. 10
Aurantiaoea .
6
Paasiflorea
5
Hypericinea .
. 10
Portalacea
4
Acerinea . .
• 4
Paxonychiea .
. 6
Hippocaatanea
2
Crassulacea .
. 17
Sanindacea .
Meliacea • .
2
1
Ficoidea . .
Cactea. . .
. 11
. 22
Ampelidea .
4
Groatolaxiea .
. 3
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POLTTECHNICA DO PORTO"
63
Saxifragacea .
Umbellifer© .
11
81
Come® . • ,
* ,
8
Caprifoliaces • ,
Booiaces . . .
10
7
Valerianae?® • .
5
Dipeacese . . .
4
Composite. . .
114
Lobeliace® . .
4
Campannlace®
6
Ericace® . . ,
11
Primulace® « «
• 8
Lythrarie® . .
9
Jasmine® . . .
4
Apocynace® . .
4
Aaclepiade® . «
Gentianace© . .
8
5
Bignoniace® •
5
Sesame® . . .
8
Hydrophyllace® «
2
Polemoniace®. .
6
Con vol vul ace®
7
BorragineflB
14
Hydroleace® .
2
Solanacee . . •
88
Scrophulariace®
. 84
Acanthace® .
4
Verbenace®
9
Myoparace® . «
Labiat® . .
2
52
Ptombaginace®
10
Plantagmace®
5
Phytolaccace®
Salaolace®
2
12
Basellace®
2
Amarantace®
6
Nyctaginace®
5
Polygonace®
18
Lauracea®
8
Protease®.
8
Tbymeleace©
5
Eluagaaeea* ,
4
2
Aristolochiace® .
a
Empetre® • . .
l
Euphorbiaee®.
CnpulifenB
a
Corylace® . «
2
Jnglandaceta .
2
Platanace®
2
Betalaces . .
2
Salieine® . .
6
Celtide® , ,
2
Cannabine® ,
*
2
Urticace® . .
6
More® . .
8
Ulmace® • «
1
Casuarine®
2
Conifer® •
. .87
Palm® . . <
2
Typheace®
2
Aroide® .
6
Najade® . .
8
Ahsmace®. .
'4
Bntomace®
1
Orchide® . ,
5
Zingiberace® .
2
Cannaee® . .
8
Muaace® .
- <
8
Hemodorace®*
1
Iride® . . ,
. 21
Amaryllide®
. 14
Bromeliace®
2
Liliaoe® . .
> 49
Dioscoreace®
2
Melanth® . ,
4
Jnncace® .
8
Commelinace®
8
Cyperace®
. 7
Qramine® •
. 80
Eqtdsetace©
Fiticea . .
2
18
Lycopodiacaj
1
Qigitiz
Google
54 ANNUARIO DA ACADEMIA
Ferramdntas e utenrilioa
2 Ancinhos de madeira.
2 Ditos de ferro. *
1 Bomba de ferro fixa.
1 Dita de ferro e madeira morel.
8 Estufins.
1 Enchada.
1 Etiqueta de ferro (modelo).
500 Ditas de zinco.
1 Coberta d'arame zincado para sementeiras.
1 Colher em forma de telha.
3 Cestbs. " /
1 Mangueira de fona, dividida em tree partes.
1 Prensa de madeira para herbarios.
5 Regadores de iplha.
1 Sacho de ferro!
1 P& de ferro.
1 Fouce.
1 Seringa de rega.
2 Taboleiros de pinho de flandres.
1 Teaoura de aparar.
1 Segadeira mecanica, William.
547 Vasos de barro commum, grandee.
426 Ditos dito, pequenos.
21 Ditos dito (semeadeiros).
42 Ditos de barro vidrado com pe e aros, para columnas.
23 Ditos de barro vidrado com prateira.
6 Ditos de barro braneo com ornatos.
Infltrumentos e preparagSe* microscopicas
1 Estojo de enxertia.
1 Bistori botonado.
1 Pinca botonada.
1 Microtomo, modelo de H a y e n.
1 Apparelbo de lamina de aco para faser seccoes.
1 Collecc&p de instrumental para preparacoes microscopical
em caixa.
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POLYTECHNICA DO *ORTO 56
1 Lente.
1 Microscopio simples deBaspail.
1 Dito simples de N a c h e t.
1 Dito composto de B e c k com accessories.
32 Preparacoes microscopicas ditersas.
1 Caixa contendo 18 preparacoes microscopicas, offerecida por
Jac. A. Scalongue.
Bibliotheca privativa do Jardim Botanico
Argenta — Album de la Flora Medico-Farmaceutica, e indus-
trial, indigena y exotica, — 8 vol. 1862.
Brotero — Flora Lusitanica — 2 vol. 1804.
Brotero — Phytographi» Lusitanin — 1816.
De Candolle — Regni regetabilis systema naturale — 2 vol 1818-
1825.
De Candolle — Prodromns systematis natnralis regni vegetabi-
lia— 21 vol. 1824 a 1878.
De Lannay et Deslonchamps — Herbier general de ramoteurs —
8 vol. 1816-1827.
Ecor chard — Flore regionale.
Encyclopedie methodique — Section botaniqne — 5 vol.
Gomes (B. A.) e Beirao — Catalogue plantarum Horto Botanici
Medico-cirnrgicsB Ob'siponensis — 1852.
JuBsien — Genero plantarum secundum ordines naturales dispo-
stae — 1789.
Lamarch et De Candolle — Flore Francaise — 6 vol. 1815.
Lemaire et Verschaffelt — L'lllustrationHorticole — 14 vol. 1854
a 1867.
Le Maout et Decaisne — ; Flore elementaire des jardins et des
champs — 1855.
Loureiro (Jofto de) — Flora Conchinchinensis — 2 vol. 1790.
Mauritius — Flora azorica — 1844.
MirbeU- Elements de physiologic vegetal — 3 vol. 1815. (Offe-
recida pelo director do jardim).
Richard Scomburgh — Catalogue of the plants. (Offerecido pelo
auctor).
Boumeguere — Cryptogamie illustree : Champignons — Li-
chens— 2 voL
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66 ANNUARIO DA ACADEMIA
Stenfort — Les plus belles plantes de la mer — 1877.
Tournefort — Instutiones rei herbaria — 3 yol. 1719.
Vandelli — Diccionario dos termos technicos de hiatoria natonl
— 1788.
Verlot — Le guide du botaniste herborisant — 1865.
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I
67
GABINETE OE INSTRUMENTOS DE MATHEMATICS
Instrumentos de Astronomia
Dnas lunetas astronomicas, de D o 1 1 o n d , de 1" de foco — uma
com dois oculares astronomicos e a outra com tres, alem do
ocular para alcances terrestrea ; uma d*ellaa tern apparelho
de fixar a luneta com prisoes tubulares e forquetaa para mo-
vimento lento horisontal e vertical.
Dois oitantes de 6 bano, deDollond.
Dois sextantes de D o 1 1 o n d , um grande (nonio I6")f outro mais
pequeno (nonio 80").
Quadrante de D o 1 1 d n d , com duas lunetas e paraftiso micro- .
metrico, montado em p6 de metal (nonio 15", horisontal 2').
Circulo de reflextto, numero 318 de Troughton & Simms
(nonio 10")-
Dois horisontes artificiaes, nm circular de vidro negro e o ou-
tro para mercurio.
Grande apparelho de Biot (Secretan) para as experiencias
fundamentaes da polorisacao, pela refleiao, rfefraco&o, du-
pla refracc&o, polorisacao circular, cores complement a res,
anneis corados, vidros temperados e projecc&o d imagens so-
bre um vidro fosco ; com uma collecp&o de cristaes e vidros
temperados.
Pendula de segundos de tempo medio, de Arnold. *)
1 Estapendnla foi comprada em Londres pela «Companhia Geral da Agri-
culture das vlnbas do Alto Douro», entlo administradora da Academia, e remettl*
da em 26 de marc© de 1805 peloe agenies da mesma Compaohia. 0 sea casto
coosta da aeguinte nota:
Custo ft 84
Caixa » 3
Deepens, commiiaSo e seguros » W 3» 4d
100 ib 3i 4d
Camblo de 61 V* rs. 392*489.
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58 ANNUARIO DA ACADEMIA
Polariscopo de Arago (pequeno modelo)
Espbera armillar de Gary.
Doi8 grandee Grlobos, de 0,"912 de diametro — um celeste e 0
outro terrestre — com meridiano de cobre, montadoe em pe"
de vinhatico. *
Barometro de C. Tagliabue.
Apparelho de Bohnenberger para* demonstrar a precessao
dos equinoxios e a nutac&o.
Uma colleccjio de nove quadros astronomicos, mecani-
cos, pintados em .vidro, para serem amplificadoe em projee-
cSo pela luz electrica, de J. Duboscq, representando 0 systema
solar ; os movimentos da Terra na sua orbita ; os da Lua; as
mares; a espberecidade da Terra; 0 movimento directoere-
trogado de Venus on Mercnrio ; a rotac&o da Terra ; os ecli-
pses ; um cometa descrevendo a orbita.
Uma colleccao de trinta (juadroB astronomicos n£o me-
canicos, pintados em vidro para serem amplificadoe em pto-
jecc&o pela luz electrica, de J. Duboscq, repreaentsado
os principals systema s e phenomenos astronomicos.
Instrnmentos de Topographia e Geodasia
Grapbometro de Dollond (nonio 80").
Theodolito de Dollond) (nonio horisontal 1', vertical 20-
Theodolite de circulo vertical completo, de TrougbtonA
Si mm 8 (nonio 1/).
Nivel de Troughton & Simms.
Bnssola de pinnulas de Hawey W* Hunt.
Duas plane net as : uma commum, com agulba e alidades de pin-
nulas; a outra de rolos, com pe, joelho (systema Cugnot)
e alidade de luneta.
Mira faUante, de duas tiragens, com quatro metros de altora
(syBtema francez).
« Bite par de globos, comprados pelt referida de Companhla, foram
tidos de Londrea em 31 de mar$o de lfcitf. 0 sea casto ooosu da tagvinte doU:
Cuato ft 63
Caixlo • 6 5« ?d
Despexas, commlaslo e aeguro t 7 tf 10
78 ft 17*
Cambio deW/* . n.
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* POLYTECHNICA DO PORTO 59
Compasso metallico de Dollond.
Seis bandeirolas e uma cadeia de arame.
Modelos cinematicos '
Modelos de madeira:
Um cabrestante.
Urn sarilho.
Dois bate-estacas.
Um gaindaste.
Uma roda-gnindaste.
Uma cabrea.
Uma engrenagem de roda e- lanterna.
Modelos de fexro e madeira: ,
Uma engrenagem recta.
Uma engrenagem conica de eixos rectangulares. i
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61
AULA DE DESENHO
0 material de ensino do Deeenho f6rma
una vasta e rariada
colleccAo de Estatnas e '.
Bustos em gesso — gravuraa, e ea-
tampas avulsas e em lrrros das quaes
as man ootavris aao:
Estatuas
Gladiador combatente • •
. — Altura
2-
Discobolo em repouso • .
. — »
1,70
A Venos de Medici* • •
• — »
1,56.
Antino • • . . . .
_^ ji
1,86
1,82
1,30
Baccho ••••••
Mercurio
— — 9
Psyche
. »
1,80
C£res
— 9
1,02
0,92
Nossa Senhora e o Merino.
• ™ — ■ *
AFriorenta
• »
0,98
A Venus em cocaras * .
• "—" *
466
BUSTOS QRAKDSS
Moisea, de Migud Angdo.
0 Apollo, do Belvedere*
Baccho do Vaticano.
•
Mart*.
Minerva*
Juno.
Achilles.
Tres filhas de Niobe.
Um filho de Niobe.
Antuio.
0 Apollo das Moaas.
Sileao,
0 Laoeoonte.
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63 POLYTECHNICA DO PORTO
Alexandre.
Vitellio.
Venus, de Canova.
Demosthenes,
Seneca.
Sophocles.
Plauto.
Homero.
Qbatukas
de Rafael Morghen :
A Virgem da Cadeira.
Uma faarifia, de Angelica HanfiEman.
S. Pedro e S. Paulo, de Guido Reni.
Urn monumento a Clemente XIII, de Canova.
de Fernando Sehno :
A Virgem e o Menino, denominada a Virgem do peixe, de Ra-
fael.
A Familia Sagrada, denominada a Perola de Rafael.
0 Encontro, denominado o «Spasimo de Sicilia*, de Rafael.
de Pietro BitteUino :
Jesus Christo no tumulo, de Andre del Sarto.
de Gerard Andran :
Frescos da abobada do Castetlo de Seaux, de Lebrun.
de Johan OUaviani :
Loges de Rafael, no Vaticano. (In-folio).
Nvta. A colleccSo das gravuras contem ainda 366 de F. Bario-
lom (gTandes e pequenos), e outras de yarios gravadore* de
somenos importancia.
Livbo8 ■ 1N8TRUMBHTO8 :
Bernard de Montfaucon — L'antiquite expliquee et representee
en figures. 1719.
Galerie de Florence — (Tableaux, statues, bas-reliefs et camto
de la) — dessinees par Wicar et gravies -boos la direction de
L. L. Masquelier, avec les explications, par Monges. Paris
1819.
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POLYTECHNICA DO PORTO 63
Um eatoio de desenho linear.
Camara lucida (complete) de Wollaston.
Camara escura d'artista (complete), com addlcfto d'uma lente
para dcsenhar objectos proximos, tirar retratoe, etc.
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POLYTECHNIC* DO PORTO 65
Datas dan nomea^5es9 eneairtes e pos-
ses dos Lentes e mats empregadois da
Aoademia Folyteeluiiea, e indioaoao
das natuiralidades e epooas dos nas-
cimentos dos mesmos.
Antonio da Costa Paiva, cavalleiro das ordens de
Christo e de Nossa Senhora da Conceicao, 1.° Bar&o de Castello
de Paiva em 1854, doutor em medicina e bacharel em pbilosopbia,
socio da Acad emia Real das Sciencias de Lisboa, e d'outras acade-
mias e corporacoes scientificas nacionaes e estrangeiras — nomeado
lente d'AgricuItura e Botanica da Academia Real da Marinha e
Commercio da cidade do Porto por decreto de 20 d'outubro de
1836 e carta regia de 13 de Janeiro de 1837 — nomeado Lente
proprietario da 10.* cadeira (Botanica, Agricultura, Economia
rural e Veterinaria) e director do jardim botanico, por decreto
de 11 de junhd de 1838 e carta regia de 28 de julho do mesmo
anno — jubilado com o ordenado por inteiro por decreto de 31
de dezembro de 1858 e carta regia de 19 de Janeiro de 1859.
— Tomou posse em 14,de jonbo de 1839. — Nasceu no Porto em
12 de outubro de 1806.
Jose* de Parada e Silva Leit&o — nomeado Lente
proprietario da 8.* cadeira por decreto de 27 denovembrode 1837
e carta regia de 31 de Janeiro de 1838 — agraciado com o terco
do sen ordenado por diuturnidade de servico, por decreto de 26
d'outubro de 1858 e apostilla de 9 de novembro de 1859. — To-
mou posse em 14 de fevereiro de 1838. — Nasceu em Sernache
do Bomjardim em 9 de junho de 1809.
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66 ANVUARIO DA ACADEMIA
Arnaldo Anselmo Ferreira Braga— nomeadoLente
substituto da seccilo de philosopbia por decreto de 6 de marco
de 1861 e carta regia de 2 de abril do meemo anno — promoyido
a Lente proprietario da 7.« cadeira por decreto de 19 de julho
de 1854 e apostilla de 16 de agosto do meemo anno — agra-
ciado com o augmento do terco do sen ordenado, por diutumi-
dade de servico, por decreto de 10 de agosto de 1876 e carta
regia de 30 de novembro do meemo anno. — Tomou posse do
lugar de Lente sabstituto em 2 de maio de 1851, e do de Lente
proprietario em 1 de setembro de 1854. — Nasceu no Porto em
26 de setembro de 1828.
Pedro Amorim Vianna — nomeado Lente substituto da
seccao de mathematica por decreto de 6 de marco de 1851 eapoa-
tilla de 9 de junbo do mesmo anno — promovido a Lente da 2."
cadeira por decreto de 9 de novembro de 1858 e carta regis de
6 de junho de 1859 — agraciado com o augmento do terco do
sou ordenado, por diuturnidade de servico. por decreto de 10 de
qgosto de 1876. — Tomou posse do lugar de Lente substituto
em 21 de junho de 1851, e do de Lente proprietario em 1 de
agosto de 1859. — Nasceu em Lisboa em 21 de dezembro de-
Francisco de Salles Gomes Cardoso — nomeado
Lente substituto da eecclo de philosophia por decreto de 23 de
junbo de 1851 e carta regia de 30 de agosto do mesmo anno—
promoyido a Lente proprietario da 10.* cadeira por decreto de 2
de marco de 1859 e apostiUa de 29 do mesmo mea e anno — agra-
ciado com o augmento do terco do sen ordenado, por dinturni-
dade de servico, por decreto de 10 de agosto de 1876 e carta re-
gia de 81 de dezembro do mesmo anno. — Tomou posse do lu-
gar de Lente substituto em 20 de setembro de 1851, e do de
Lente proprietario em 30 de abril de 1859. — Nasceu no Porto
em 28 de fevereiro de 1816.
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POLYTECHNIC* DO PORTO 67
. Francisco daSilva Cardoso — nomeadoLente substi-
tato da 4.* cadeira por decreto do 90 do agosto de 1851 e carta re-
gia de 18 de setembro do mesmo anno — promovido a Lente pro-
prietario da mesma cadeira por decreto de 26 de maio de i862
e apostilU de 14 de agosto do mesmo anno — agraciado com
o angmento do terco do sen ordenado, por diutnrnidade de ser-
▼ico, por decreto de 10 de agosto de 1876 e carta regia de 3
de ontubro do mesmo anno. — Tomou posse do lugar de Lente
substituto em 14 de ontubro de 1851, e do de Lente proprieta-
ry em 4 de setembro de 1862. — Nascen no Porto em 20 de no*
vembro de 1825.
Gustavo Adolpho Goncalves e Sonsa — nomeado
Lente substitnto da seccio de mathematics por decreto de 21 de
agosto de 1851 e carta regia de 28 de outubro do mesmo anno —
promovido a Lente proprietario da 5.* cadeira por decreto de7de
ontabro de 1868 e apostilla de 8 de fevereiro de 1869 — agra-
ciado com o angmento do terco do seu ordenado, por diutnr-
nidade de servico, por decreto de 10 de agosto de 1876 e carta
regia de 4 de abril 4e 1877. — Tomou posse do lugar de Lente
substitute) em 12 de dezembro de 1851, e do de Lente proprie-
tario em 8 de junho de 1876.
Conselheiro Adriano d'Abreu Cardoso Macba-
do — nomeadoLente proprietario da 12.* cadeira por decreto de
17 de julbo de 1858 e carta regia de 1 de setembro do mesmo anno
— agraciado com o angmento do terco do seu ordenado, por diu-
turnidade de servico, por decreto de 21 de dezembro de 1876 e carta
regia de 3 de maio de 1877 — nomeado director da Academia
Polytechnica do Porto por decreto de 8 de junho de 1869 e car-
ta regia de 20 de fevereiro de 1876. — Tomou posse do lugar
de Lente proprietario em 1 de outubro de 1858, e do de director
em 27 de setembro de 1869. — Nascen em MonsSo em 17 de ju-
lbo de 1829.
Antonio Pinto de Magalbftes Aguiar — nomeado
Lente substitute da seccio de mathematica por decreto de 19 de
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99 AMNUAWO DA ACADBMIA
jnnbo de 18^0 e carta regia de 12 de deaembro do mesmo i
Sromovido a Lente proprietary da 3.* cadeira por deereto de 4
6 marco de 1869 e carta regia de 4 de agosto do mesmo anno.—
Tomou posse do lugar de Lente substituto em 31 de desembro
de I860, e do de Lente proprietario em 11 de marco de 1869.—
Naaceu em Santa Eulalia de Constancy (Marco de Caaaveses)
em 23 de junto de 1834.
Guilherme Antonio CorrSa — nomeado Lente subs-
tituto da 4.* cadeira por deereto de 20 de agosto de 1863 e carta
regia de 22 de setembro do mesmo anno. — Tomou posse em 7
de outubro de 1863. — Naaceu no Porto em 23 de maio de 1829.
Jose" Joacfuim Bodrigues de Freitas — nomeado
Lente substituto da 11.* e 12.' cadeirae por deereto de 29 dede-
zembro de 1864 e carta regia de 6 de abril de 1865 — promovido a
Lente proprietario da 11.* cadeira por deereto de 15 de maio da
1867 e apostilla de 11 de julbo do meamo anno. — Tomou posse
do lugar de Lente substituto em 4 de Janeiro de 1865, e do de
Lente proprietario em 16 de agosto de 1867. — Nasceu no Porto
em 24 de Janeiro de 1840.
a Antonio Alexandre Oliveira Lobo— nomeado Len-
te substituto temporario da 11.* e 12.* cadeiras por deereto de 10
de fevereiro de 1869 e carta regia de 3 de agosto do mesmo anno
— provido vitaliciamente no mesmo lugar por deereto de 4
de outubro de 1871 e carta regia de 9 de marco de 1872.—
Tomou posse do lugar de Lente substituto temporario em 15 de
ievereiro de 1869, e do de Lente substituto ritalicio em 20 de
outubro de 1871. — Kasceu no Bio de Janeiro em 11 de no?em-
bro de 1833.
Jos6 Pereira da Costa Cardoso — nomeado Lente
proprietario da 13.* cadeira por deereto de 14 de abril de 1869 e
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POLtTBCHNICA DO P6RTO 68
carta regit de 4 de abril do 187& — Tomou pcme em ft de abril
de 1869* — Nasceu no Porto em 6 de outabvo de 1831.
Adriano de PaivadeFaria Leite BrandSo — no-
meado Lente substitute temporario por dons anno* da s«cc3o de
pkilosophia por decreto de 14 de Janeiro de 1873 e carta regia de 6
de marco do mesmo anno — provido vitaliciamente no referide
lagar por decreto de 11 de fevereiro de 1875 e carta regia de 3 de
junho do mesmo anno— promovido a Lente proprietario da 9.*
cadeira por decreto de 18 de agosto de 1876 e carta regia de
29 de novembro do mesmo anno. — Tomou posse do lugar de
Lente substituto temporario em 20 de Janeiro de 1873 — do de
Lente substituto vitalicio em 20 de fevereiro de 1875 — do de
Lente proprietario em 25 de agosto de 1876. — Nasceu em Braga
em 22 de abril de 1847.
Joaquim de Azevedo SouzaVieiradaSilva Al-
bnquerque — nomcado Lente proprietario da 1.* cadeira por
decreto de 7 de setembro de 1876 e carta regia de 29 de novembro
do mesmo anno — nomeado secretario interino da Academia Po-
lytechnica em sesaao do Conselbo academico de 2 de outubro de
1876. — Tomou posse em 13 de setembro do mesmo anno. —
Nasceu no Porto em 16 de agosto de 1839.
Rodrigo de Mello e Castro de Aboim — nomeado
Lente substituto da seccao de mnthematica por decreto de 24
de maio de 1877 e carta regia de 18 de julho do mesmo anno. —
Tomou posse em 28 de maio do mesmo anno. — Nasceu em Castro-
Daire em 15 de setembro de 1847.
Antonio Joaquim Ferreira da Silva — nomeado
Lente substituto da secc&o de philosophia por decreto de 24 de
maio de 1877 e carta regia de 17 de julho de mesmo anno. —
Tomou posse em 28 de maio do mesmo anno. — Nasceu no Couto
de CucujSes (Oliveira de Azemeis) em 28 de julho de 1853.
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70 ANNUARIO DA A CAD EMI A
Simio Jose Caetano Moreira— nomeado guardai*
balterao par carta do Director de 19 de outubro de 1837. —To-
mou posse n'esta mesma data.
Daniel LeSo da CunhaLima — nomeado gnarda »-
balterao nor decreto de 16 de novembro de 1860 e diploma.de 28
de maio ae* 186L — Tomou posse em 3 de junbo de 1861.
Jose Pinbeiro Barbosad'Aguiar — nomeado gnar-
da subalterno por decreto de 8 de maio de 1866 e carta regit
de 20 de jnnbo do mesmo anno. — Tomou posse em 8 de mait
de 1866.
Joaquim Philippe Coelbo — nomeado gnarda-mor per
decreto de 19 de Julho de 1872 e carta regia de 20 de agosto do
mesmo anno. — Tomou posse em 1 de agosto de 1872.
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1
POLYTECHNIC* DO PORTO
71
Tabella do« venoimentoan dos lente« e
mate empregados, e dota^&o da Aoa-
demia para expediente e material do
ensino e para ot>ras do edlfloio
Ordenado de lente proprietario row " 700*000
(D. de 13 de Janeiro de 1837, art* 162).
Com angmento do terco por diutarnidade de
senrico » 983*330
ID. de 4 de aetembro de I860, art.* 1.* e 7.°).
Ordenado do lente de desenho (4.* cadeira). » * 500*000
|D. de 14 de denmbro de 1869, art.* 3.*).
Ordenado de Substitute • 400*000
, (D. de 13 de Janeiro de 1837, art.9 162).
GratificacSo de Director • 100*000
(D. de 20 de setembro de 1844, art* 144).
Ordenado do Secretario • 250*000
Idem do Bibliothecario > 250*000
Idem do Guarda-mor • . 240*000
Idem de Guard a » 146*000
Idem do Guarda do Laboratorio chimico > 200*000
Idem do 1.° official do Jardim botanico. > 200*000
ID. de 13 de Janeiro de 1837, art* 162).
Para premios a estudantes, despezas do expe-
diente, compra de livros para a bibliothe-
ca, conservac&o e aperfeicoamento do jar-
dim botanico, dos gabinetes de physica e
historia natural e do laboratorio chimico. » 1:730*000
Para continuac&o das obras do edificio da
Academia (Carta* de lei de 23 de junbo de
1857) » .4:000*000
(Diatriboifflo da dcspesa do Minteterlo do Retqo,
exerddo de 1878*79).
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79 * AMNUMUO DA ACADEMIC
XMjvpoetcoeB leffiaes z-elativa* a.o» I^entes
Ob Lentes sio de nomeaciio regia, precedendo concurso pu-
blico. (Cart Const., art.* 75 § 4.°— DO. de 29 de dezembro de
1886, art.* 124, e 22 de agosto de 1865, art0 1.°).
Direitos dos Lentes
I. Ob Lentes teem garantida a perpetuidade dos sens loga-
rea — nao podem ser suspensos sem audiencia previa sobre qoei-
xa de individuo on inforniac&o de auctoridade, nem demittidos
sem preceder sentenca proferida em tribunal competente. (DD.
de 15 de novembro de 1836, art.0 21, e 11 de Janeiro del837,
art.0 17).
II. Acb&ndo-se em servico effectivo sao dispenamdos da*
fonccoes do jury. No caso de serem sorteados, devem fazer eons-
tar aos respective^ juizes o sen impedimenta legal. (D. de 13 de
fevereiro de 1868, art.0* 1.° e 2.°).
III. Tern direito a sua jubilacao com o ordenado por inteiro
— ao augmento do ordenado por continuac&o no magisterio
— a jubilacao com mais o terco do ordenado, e a sua aposenta-
Snos casos em que a lei a concede. (D. de 4 de setembro de
10 — Lei de 17 oVagosto de 1853).
IV. Sao equiparados aos da Esc61a pplytechnica de Lisboa
para intervirem nos jurys de concurso (D. de 7 de' fevereiro de
1866, n.0 2.°).
V. Quando tiverem de ezercer o officio de julgar, podem
dar-se de, suspeitos, jurando logo a suspeic^o. (D. de 7 de feve-
reiro de 1866, art0 4.°).
VI. Em cada anno lectivo podem pedir licence ao Director
at£ 30 dias, por motivo de molestia legalmente comprovada. (Por-
taria de 5 d'outubro de 1870).
VII. Sendo deputados,,6-lhes concedido o prazo de oito dias
para ida para Lisboa e igual prazo para o regreeso, com abons-
c&o de yencimentos. (P. de 29 de dezembro de 1862).
Vni. Sao isentos de qualquer encargo ou servico pessoal,
incluindo o da tutela e da protutela. (D. de 20 de setembro de
1844, art.0 171, e Cod. Civ., art.0 227, n.« 2).
IX. Nao podem ser excluidos da folba dos vencimeatot
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P0LYTECHN1CA DO KfcTO 7$
em quanto nlo forem traneferidos, exoneradoe ou demittidos,
(Lwtruceocs de 29 de julho de 1861).
X. Aehando-ae em commissio gratuita do govern*, vencera
o ordenado por inteiro una vez que apresentem todoe ob semes*
tres documento de efifectividade de servico. (D. de 5 de desem-
bro de 1836, art.0 100— P. de 24 d'outnbro de 1840, art* 4.°).
XI. 0 servico que prestarem em cortes, on em aualquer ea*
tabelecimento de ensino publico, ou em commissio litteraria ou
seientifica e-lhee repatado como de effectivo exereicio no ma*
gisterio para o fim da sua jubilacio. (D. de 4 de setembro de
I860, art.* 2.* § 2.°).
XII. Nio Ibea sto descontados os vencfmeutos porausencia
durante as ferias. (P. de 14 de Janeiro de 1850). .
XDI. Qualquer lente proprietario ou substituto em exerci*
cio p6de accumular a regencia da aula propria com o servico
d'uma cadeira vaga, ou cujo proprietario e substituto se acha-
rem impedidos — vencendo a gratificao&o corres^ondente a me-
tade do ordenado do logar substituido. (D. de 26 de dezembro
de 1860, art.* 1.° § 3.° e art.* 5.°).
XIV. Os substitutos que regerem cadeira em cada um dos
annos lectivos por espaco de tres mezes consecutive* ou inter*
polados tem direito, pelo tempo que demais senrirem, ao orde-
nado de lente proprietario — se a cadeira estiver vaga, ou se o
proprietario sourer desconto legal, o substituto que reger a ca*
deira tem direito ao ordenado de lente proprietario por todo o*
tempo que servir — se o proprietario n&o sourer desconto, mas
faltar mats d'um anno com impedimento legal, o substituto que
em um anno lectivo tiver servido por elle tres mezes sem grati*
ficacao tem direito a ser contado nos annos seguintes com o
ordenado de lente proprietario desde a abertura da cadeira. (Lei
de 17 d'agosto de 1853, art0 5.°— D. de 26 de dezembro de
I860— P. de 31 de dezembro de 1861).
Deverea
I. Os lentes devem justificar perante o Director todas as
faltas ao exercicio dos seus logares dentro do mez em que forem
commettidas. (P. de 29 de setembro de 1871).
II. Os lentes que deixarem de assistir a todas as provas e vo-
taccea dos candidates aos logares academicoe, ou de justificar le-
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74 ANNUARIO DA ACADEMIA
gmlmente a sua falta, on que depots de haverem concorrido a
qualquer parte d'esses actos, se subtrabirem ao desempenho de
aJguma das suae obrigacoes, sao punidos nos termos do D. de 22
d affosto de 1865, art.0 4.° e § unico.)
In. As faltas is sessoes do conselho e is das commieaoes
para que elles tiverem sido nomeados, s&o cootadas oomo faltas
ordinarias. (D. de 23 d'abrilde 1840, art° 3.« § !.•).
IV. Devem apresentar dentro do praso de quatro meses a
sua carta on proVimento. (Lei de 11 d'agosto de I860, art0 8.*—
P. de 10 de setembro de 1861).
V. Nos conselhos mensaes devem dar impreterivelmente
eonta das faltas dos seas discipalos no mez anteoedente, tendo
tornado diariamente o ponto de frequencia d'elles, (Eetatatos de
29dejulhodel803, art* 7.*—D.de 80 d'outubro de 1866, arf
iia
VI. Os que estiverem dispensados do service lectivo em com-
miss&o puramente litteraria, est&o sujeitos ao service dos actos,
achando-se residindo na s6de da academia e nfto tendo dispeasa
especial do governo. (P. de 15 de junho de 1866, n.» 4.«).
VII. Compete-lhes as seguintes attribuicoes policiaes : frier
master a ordem, dec6ro, e profundo socego dentro das snas au-
las, e em qnaesquer exercicios litterarios, on repartic£es, a que
nresidirem — reprehender os individuos, que, durante os traba-
thos academicos, perturbarem o exercicio d'elles, on commetterem,
alguma falta de disciplina; se os pertnrbadorea nfto cederem,
mandal-os condusir em custodia & presence do Director jjelo
ffuarda da aula ; se ainda assim o socego nfto near restabelecido,
interromper os exercicios a que presidirem, dando conta circums-
tanciadadetudo ao Director. (D. regulamentar de 25 de novem-
bro de 1889, art* 6.°).
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75
CURSQS LE6AES DA ACAOEMIA POLYTECHNICA DO PORTO
A Academia Polytecbnica ministn os segnintes:
Cvurmom espeolaei
I — Cnno de Engenbeiros civis :
a)—de
i) — de
€)-(?€
II-Di
a)
5 pontes e estrada*.
• Geographos.
■ Directores .de fabricas.
m — Commerciantee.
IV — Agricultores.
V — Artiataa.
(Decreto de 13 de Janeiro de lt37) .
. Curaoa preparatorio»
I — Cnno preparatorio para as escolas medico- cirnrgicas
(decreto de 20 de setembro de 1844, artigoe 147 a
160).
II — Cnno preparatorio para a esco'la de pbarmacia nag es-
c61ae meaico-cirnrgicRs (decreto de 29 de dezembro de
1886, artigoe 129 e ISO),
m — Curso preparatorio para a eacola naval :
a) — Curso de offidae* de marinha.
o) — Curso de engenheiros constructor** novate (decreto de
26 de deaembro de 1868> artigoe 28 e 24).
IV — Cnno preparatorio pan a esc61a do ezercito (annas es-
peciaes e estado-maior) — (decreto de 20 de setembro
de 1844, artigo 140 — decreto de 24 de dezembro de
1868, artigo 26, § 2.°— decreto de 2de jnnho de 1873).
Estes cnraos b4o professados segnndo os qnadros segnintes :
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76 ANNUARIO DA* ACADEMIA
I— ISng'eiil&elros oivis
a) — dtminas.
!!.• cadeira.
4.* » (desenbo de fignra e paisagem).
!8.* »
4.* » (desenbo de paisagem — desenhodetopo-
graphia).
« • mmo-l 3-* cadeira.
j 7.* » (metallurgia e arte de minas>
fl8.a cadeira (mechanica applicada & resistencia dos
solido8 e 4 estabilidade das construe
cues, especialmente a pontes e estiadas
e as macbinas de vapor.
4.° anno I 7.a » (mineralogia e geologia).
4.a » f desenbo de perspectiva, plantas e perfii
das machinas em uso no servico dai
minaa).
^10.« » (Botanica).
15.* cadeira.
4.* » (desenho de c6rtes e plantas de minaa, e de
convencoes para designar os terreqos).
12.« » ■ . •
5)— de pontes e eshradas.
1 * anno I 1,a «deira.
I 4." » (desenbo de figura e paisagem).
I2.» cadeira.
ft • *
Desenbo de arcbitectura (na Academia PortnenM
de beUas-artes).
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POLYTECHNIC* DO POJtTO 7T
!3.» cadeira.
4.a » (desenho de topographia, ornato, decora*
goes e maohinas).
9.- »
!13.» cadeira. (1.° anno).
?.- » (zoologia, mineralogia e geologia).
( 13.- cadeira. (2.° anno).
5.» anno 10.* » (Botanica).
12.-
e) — Geographos.
1 • anno I *'* ca<^e*ra'
I 4.- • >» (desenho de figura e paisagem).
^•annoj ga
!3.« cadeira.
9.- » (chimica mineral).
4.- » (desenho de topographia e paisagem pelo
natural).
5.* cadeira.
7.- » (zoologia, mineralogia e geologia).
Il2.« t
4.° anno < 10.- • (Botanica e Veterinaria).
Desenho geographico, reduocio de plantas de
costas, bahias, enseadas, portos, etc (na Aca-
demia Portuense de bellas-artes).
II— Directories na Fawucas
V
1.- cadeira*
4.* » (desenho de figura).
9.- »
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78 ANNUAMO DA AGADBMIA
2.° anno
2.* eadeira.
8.* »
Deaenho de architecture (na Academia Portuense
de bellas-artes).
!8.* eadeira.
4.* » (deaenho de ornato, decoracfes e madri-
nas).
. m i 13.* eadeira. (l.# anno).
4.* anno I ^ v
/12.* »
5.° anno 1 13.* eadeira. (2.° anno).
Ill — COMMK&CI AVTBB
1.* eadeira. «
1.° anno ]
f 11.* • (escripturacfto por partidaa dobradas).
ill.* eadeira (formulas doa documentos commerciaes
usadaa quer nas tranaaccoes de com-
2.° anno < mercio, qaernaaproyaa doa contractos,
j regulao&o de avariaa, etc
( 4.* » (deaenho de figora e paiaagem).
!ll.a eadeira. (geographia commercial — reduccio dot
cambioe, p&ios e medidaa eatrangeiroe).
12.* »
IV — Ageicultorbb
l.*annoj 1| cad«»-
18.* eadeira.
4.* n f deaenho de figure e paiaageiu).
10.* » (botanica e agricnltura).
3.° anno
7.* eadeira faoologia, mineraloffia e geologia).
) 10.* » i Botanica, parte pratica — veterinaria).
) 4f* # (deaenho pelo natural de orgSoa de Yeg«-
tacSo e de reproduced das plantas).
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POLYTECHNICA DO P6RT0 79
18.* ca
1° anno
18.* cadeira (economia politica 6 economia e legisla-
. c.3o ruraes).
4.* » (desenbo de machinas e construe$5es ru-
f raes).
V — Abtutab.
!1.* cade...,
4.* » (desenho de. fignra).
(desenbo de paisagem).
fannoj £ ^f*
2.« anno! JJ ****
8,. anno j ^ <*<*««•
4.* » (desenho d'omato, de decorac^o e de ma-
• chinas).
(Programma dos Estudos da Academia Polytechnica
do Porto no anno Uctivo de 1838-39, publicado
por ordem do conselho academico, de 7 d'Agotto
de 1838 — Programma do Ensino na Academia
Polytechnica do Porto, distrifruido por cursos e
cadeira*, approvado em sessSo do cons el ho aca-
demico de 18 de maio de 1861 — Resolucoes do
Cqnselho academico em aessoes de 6 de marco
de 1875 e 9 jie novembro de 1878).
I — CtiBSO PBEPABATOBIO PAHA AS BSCOLAB MBDXOO-CIBTJBGXOAS.
1.° anno — 8.« cadeira (physica) e 9.* cadeira (cbimica).
2.» » _ 7.» » , fzoologia).
3.o m — io.1 » (botanica e physiologia vegetal).
Obeervacdo. 0 1.° anno d'este curso e* ezigido como habilita-
9 So para a matricula no 1.° anno das esc61as medico-drurgicas ;
o 2.° anno para a matricula no 2.° anno das mesmas escolas ; e
o 3.° para a matricula no 3.° anno d'ellas.
(Decreto de 20 de seiembro de 1844, artlgos 147 a 150).
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80 ANNUAMO DA ACADEMIA
II — CVBJO PBBPARATOBIO PABA A BSO&A DB PHABMAOA.
9.* cadeira (chimica). "
10.« » (botanica).
(Decreto de 29 de detembro de 1836, artigoa 129 e 110).
V
HI — CUBSO PBBPABATOBIO *ABA A ESCOLA' NAVAL.
o) -*• Curio de officiate de marinha.
1.* cadeira fl.° anno de mathematics).
&• » (physica).
(Decreto de26 de deaembro de 1868, art 23.° n.*t*)
6) — Curao de engenharia naval.
cadeira. %
1.* anno
I?
2.* cadeira.
Construccoes de geometria descriptiva.
3.° anno^ 9.* cadeira (chimica inorganica e principios de me-
tal lurgia).
Geometria descriptiva (1.* parte).
Construccoes de geometria descriptiva.
3.* cadeira (mecanica e suas applicacoea sis m:«chi-
S.# anno I nas, com especialidade as de vapor).
j 10.* » (botanica e principios de agriculture).
Geometria descriptiva (2.* parte).
(Decreto de 26 de dezembro de 1868, artigo 24.° e PorUm
de 8 de junho de 1860).
IV — CUBSO PBSPARATOBIO PABA A EBCOLA DO EXBBCITO.
Das disciplinas actualmente professadas na Academia Poly-
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POLYTECHNICA DO PORTO 81
technics do Porto, oonstituem o corao preparatorio as que sao
regidas nos segointes cursos :
1.° cnrso — Trigonometria espherica, algebra superior, geome-
tria analytica no piano e no eapaco.
2.° » — Geometria descriptiva (l.» e 2.* parte).
3.° » — Calcnlo differencial, integral, das difference, va-
riacoes e probabilidades.
4.° » — Mecanica racional, e applicada as machinas, cine-
matica.
5.# » — Astronomia e geodesia.
6.° » — Mineralogia e geologia,
7.° » — Physica. .
8.° • — Chimica inorganica ; principios de metallurgia.
9.° » — Analyse ehimica.
10.© » — Economia politica. e direito administrativo.
Alem d'estaa draciplinaa, este curso preparatorio comprehende
ainda:
1.° — Desenho linear, de architecture, de machinas, de figura
e de paisagem, incumbindo-se o professor de dar licoes dearchi-
tectnra acerca das regras geraes de decoracao, distribuicao e
representac&o dos edificios par meio de plantas, alcados e c6rtes.
2.° — Exercicios graphicos de geometria descriptiva.
3.« — » de matbematica.
4.0 — „ praticos de chimica, physica e mineralogia,
Gymnastica.
(Decreto de 2 de junho de 1873, artigo 2.°).
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82
ANNUARIO DA ACADEMIA
QUADBO I>A. IMSTRI-
NO CURSO PREPARATOWO
Inatruccao
1 h.3(K
{• anno <1 h. 30*
%• anno.
3.* anno.
Segnnda-feira
!.• curao, aula
Terca-feira
7.* curao, aula
^h.^
i h.3(y
Deaenho
3.° curao, aula
1 b.^C
2h.3<y
2.# CUTBO —
L* parte,,
aula
Exercicioe de
matbematica
Deaenho
&• curso, aula
2.# curao —
2.* parte,
aula
Deaenbo
[1 h.W
1 h.W
2 b-SC
4.* curao, aula
10.* curao
aula
Deaenbo
6.* curao, aula
Deaenbo
9.* curao, aula
5.° curao, aula
Deaenbo
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POLTTECHNICA DO PORTO
buiqJLo do tempo
PARA A ESC6LA DO EXERCITO
85
Quarta-feira
Quinta-feira
Sexta-feira
Sabbado
1.° curso, aula
Exercicios
de geometria
descriptiva
1.° curso, aula
2.° curso —
1.* parte,
aula
7.° curso, aula
Exercicios de
mathematica
7.° curso, aula
Exercicios de
mathematica
Desenho
Gymnastica
Desenho
Physica pratica
8.° curso, aula
8.° curso, aula
8.° curso, aula
8.° curso, aula
2.° curso —
2.* parte,
aula
Exercicios
de geometria
descriptiva
10.° curso, aula
Exercicios
de geometria
descriptiva
Desenho
Gymnastica
Desenho
Geometria
descriptiva
applicada
a architectura
e machinas
4.° curso, aula
Geometria
descriptiva
applicada
& arcbitectura
e machinas
9.° curso, aula
4.° curso, aula
6.° curso, aula
5.* curso, aula
5.° curso, aula
Mineralogia
pratica
Desenho
Gymoastica
Cbimica pratica
Chimica pratica
(Decroto de 2 de Jnobo de 1873, modslo A).
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84
ANNXJARIQ DA ACADBMA
HORARIO das aulas no
Deaignacao das cadeira*
Nomes dos.lentes regentes
i.« cadeira — Geometria ana-
lytica no piano e no eepaco, tri-
gonometna espherica, algebra
superior
/
&• cadeira — Calculo diffe-
rencial, integral, das differen-
cas e das variances
&» cadeira — Cinematics pu-
ra e applicada, e mecanica ra-
tional
Geometria descriptiva
4.* cadeira — Deeenho de fi-
gura e paisagem, d'ornato e
decoracdes, de machinas, de
topographia
6*.* cadeira-
geodetia ....
Astronomia e
7." cadeira — Zoologia. a) ^/Li-
ncralogia e geologia. b) Metal -
lurgia e arte de minas (*)....
Physica theo-
8.* cadeira
rioae
&• cadeira — Chimica inor-
ganics e organica*.
Jose" Pereira da Costa Cardoso.
Pedro Amorim Vianna.
Joaquim d'A?evedo Souza Viei-
ra da Silva e Albuquerque,
Bodrigo de Mello e Castro de
Aboim.
Francisco da Silva Cardoso.
Antonio Pinto de Magalhaes
Agoiar.
Arnaldo Anselmo Ferreira Bra-
Adriano de Paiva de Faria
Leite Brandao.
Antonio Joaquim Ferreira da
Silva.
(1) As duas ultimas disciplines s&o professadas oa ultima gpoca do anno
lectivo em cucso biennal. B* a miueralogia e geologia que se ha de profesaar eate
anno.
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POLYTECHNICA DO PORTO 85
annolectivo de 1878-79
Dias e horas da regencia das cadeiras
2», 3 .», 4.", 6." feiras e sabbados VIII */a &s X horas.
»»» »■. »..♦.* »(
2.", 4.M, e 6." feiras XI */t * * ho**-
3.M e sabbados »
2.M, 3." 4.M e 6." feiras X ds XI V* horaB.
2", 4" e 6." feiras , XI 1/2 * I *">ra.
2." 3.- 4.*', 6." feiras e sabbados I As II V* horas.
2.", 4."* e 6." feiras XII */2 ds II horas.
9." 5.M e sabbados I 6s II 1/2 horas.
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86
ANNUAfcIO DA ACAD EMI A
HORARIO das aulas no
DetiQiiacao das cadeiras
Nomes dos lentes regentei
10.* cadeira. — Botanic* a)
Agriculture b) Veterinaria (1) . .
11* cadeira. — Commercio .
12.* cadeira. -— Economia po-
litic* e principioe de direito
commercial e administrative. .
13.* cadeira. — Mecanica ap-
plicada de const memoes civis (*)
Francisco de Salles Gomes Car-
doso.
Jose Joaquim Bodriguea de
Freitas.
Adriano de Abreu Cardoso Ma-
chado.
Gustavo Adolpho Goncalres e
Sousa.
(*) As duas ultimas disciplinas sio professadas na ultima
. ef>oca do anno lectivo em curso biennal. £' a agriculture que as
ha de professar este anno.
(2) Este curso e biennal, professando-se no l.*anno : Ben*
tencia de materia* — EetaoUiaade de conetruccdee — Comtruccoet
emaeral — Viae de eommunicacao — Pontes de todae as eepedet
— Theoria doe machina* de vapor; e no 2.* anno : Hydraulic*
— Conetruecde* hydrauliea* — Caminhoe de ferro — Theoria das
eombrae — Perepectiva linear e etereotomia doe obras de madeira.
E' a 2.* parte que se professa este anno.
A 12.* cadeira foi creada pela lei de 15 de julho de 1857,
artigo 1.° — a 13.* cadeira foi creada por decreto de 81 de de-
lembro de 1868, artigo 35 § 1.°, considerado em vigor pela lei
de 2 de setembro de 1869, artigo 1.° § 1.° — As outras cadeiras
foram creadas pelo decreto organico de 18 de Janeiro de 1837.
— A cadeira de artilheria e tactica naval (6.* cadeira) foi enp-
primida pela lei de 20 de setembro de 1844, art.0 189,
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POLYTECHNICA DO PORTO 87
anno lectivb de l%TZ-19—(Cvntinua$3o) 4
Diat e boras da regencia das cadeirat
2.M, 3.", 4.", 6." feiras e sabbadoe XI i/f a I bora.
» . » » » » Vm as IX Vi boraa.
6.M feiraa e sabbados X is XI i/i boraa.
£.•% 8-", 4", 6." feiraa e sabbados VIII a* IX */t boraa.
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88 ANNtftltlO DA ACADEMIA
Habilitates exigldas aos aluranos para
a matricula nos oursos da Academia
Folyteeliiilea.
Para a admissao a primeira matricula no curso especial I
(d'engenheiros civis), e nos cutsob preparatorios I (para as escho-
las medico-cirurgicas) e IV (para a eschola do exercito) sao exi-
gidos os seguintos exames preparatorios :
a) Exame final do corso completo de portuguez.
h) Idem da primeira parte de latim.
c) Idem de francez.
a) Idem do curso completo de mathematica%lementar. ^
c) Idem de principios de physica e chimica e introdacfao
a historia natural.
f) Idem da primeira parte de philosophic
g) Idem de geographia, chronologia e historia.
h) Idem do curso completo de desenho.
(DD. de 22 de ^aaio de 1862, art.* 1.° d: in e art* 2.»-de30fc
abril de 1863 -de 23 de setembro de 1872, art* 8.*— de 2 de juto
del873,art.»5.°>.
Para a admissao a primeira matricula nos cursos especiaa
II (directores de fabricas), III (commerciantes), IV (agricoltoreB},
V (artistas), sao exigidoa os exames preparatorios :
a) Exame final do curso completo deportuguez.
c) Idem de francez.
d) Idem do curso completo de mathematica elementar.
e) Idem de principios de physica e chimica e introduced
a historia natural.
(DD. de 22 de maio de 1862, art.0 2.*- de SO d 'abril de 1863, art'
2.°).
Para a admissao a primeira matricula no curso preparatory
II (para pharmacia), os exames finaes :
a) Exame final do curso completo deportuguez.
V) Idem da primeira parte de latim.
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fk>LYTECHNICA DO PORTO 89
c) Idem de francez.
d) Idem da primeira parte de mathematica elemental*.
e) Idem de principios de physica e chimica e introduced
a historia natural.
f) Idem da primeira parte dephilosophi a.
(DD. de 23 de abril de 1840, art.* 173 — de 12 de agoslo de 1854,
art6* 6 e 11 — de 23 de marpo de 1873).
Para a admissao a primeira matricula no curso preparatorio
HE (para a eschola naval), os exames finaes :
a) Exame final do cut so complete de portuguez.
c) Idem de francez.
Idem do cnrso completo de mathematica elementar.
Idem de principios de physica e chimica e introduce^
a historia natural.
k) Idem do curso completo de desenho.
(DD. de,30 de abril de 1863, art.- 10 — de 7 de Julho de 1864, art'
12, n.- 1 — de 26 de dezembro de 1868, art* 23).
§
Todos estes ezames preparatories devem ter sido feitos pe-
rante as commissoes de exames finaes de instrucc&o secundaria,
creadas pelo decreto de 23 de setembro de 1872, art.0 7.°, ou em
lyceus de 1.* classe. on no real collegio militar (DD. de 22 de
maio de 1862, art.0 1.°, n.° IV, § unico — de 80 de abril de 1863,
art0 11.°, § unico) se esses exames forem anteriores ao citado
decreto (portaria de 12 de novembro de 1872} ; e as respectivas
certidoes devem vir reconhecidas por tabelliSes da cidade do
Porto.
Aob alumnos militares que pretenderem matricular-se no curso
preparatorio IV (para a eschola do exercito) sao alem d'ieso exi-
gidos os seguintes documentos :
a) Licenca do ministerio da guerra, a qual deve ser reque-
rida no mez de agosto.
b) CertidSo por onde mostrem ter menos de 20 annos de
idade.
t) CertidSo do assentamento de praca.
0 gOTerno p6de permittir a matricula at6 a idade de
22 annos aos que tiverem, pelo menos, urn anno de
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90 ANMUARIO DA ACADEMIA
servico effectivo nas fileiras do exarcito (art.0 6.° do
D. de 2 de junho de 1873).
A matricula 6 feita em 2.* claaae para os alumnoa que nio
teem todos ob preparatorioa a, o, c, d9 e, /, g, ht acima design*-
dos. -
Os alumnoa que tiverem o l.'anno de qualquer dos cursos
mencionados a pig. 75 a 81,'devem documentar o requerimento
para matricula com a oertidao de appro va^So oaa disciplines das
cadeiraa que, segundo oe quadros doa referidoa cursos, precedent
a frequencia do anno on cadeiraa em que pretendem matricn-
lar-se.
A matricula 6 requerida ao Director. 0 reauerimento deve
aer feito em papel sellado, datado, aaaignado e documentado nos
termoa acima referidoa, declarando-se n'elle a naturalidade (fre-
guezia e concelbo), filiac&o paterna, idade do requerente e os
cursos em que pretende matricular-se.
Os requerimentos lancam-se na caiza que esti no corredor
da entrada da secretaria, deade o dia 15 de aetembro ate ao dia
5 d'outubro.
A aasignatura das matriculas tern logar nos dias 12 a 15 in-
clusive do mez d'outubro.
Os estudantes admittidos & matricula tern de apreaentar no
acto da aseignatura da matricula as guias de pagamento da res*
pectiva propina no eofre central d'este districto e doa emolu-
mentofl do secretario da academia (Veja a tabella seguinte).
Estas ffuias podem ser procuradas na secretaria da Academia
deade o dia 9 at£ ao dia 11 inclusive do mez d'outubro.
No dia 9 sao publicados em edital os nomes dos requeren-
tes que nao foram admittidos -& matricula com o deapacho fun-
damentado que assim o determinou.
Na segunda quirizena do mez d'outubro principia o exercicio
das aulas.
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POLYTECHNICA DO PORTO 91
Vantagens oonferidas por lei Am Cartas
de oapaoidade dos qurtos
« da Academia.
«0s individuos, que apresentarem Carta de capacidade de
algum dos Cursos da Academia Polytechnica do Porto, em egual-
dade de circumstancias, ter&o preferencia no provimento dos
empregos publicos, cujas funccoesforemmais analogas is disci-
plines de cada urn d 'esses Cursos. a (D. com forca de lei de 20
de setembro de 1844, art.0 145).
Peculiares ao Cuno de Commercio :
«S6 poderao ser providos nos logares de aspirantes do the-
souro publico e alfandegas os alumnos, que tiverem diploma da
antiga Aula de Commercio, da Esc61a de Commercio, oudoCurso
eorrespondehte da Academia Polytechnics do Porto. » (D. cita-
do, art.0 74).
«0 escrivfto dos tribunaes do Commercio deve ter feito o
curso das aulas de Commercio de Lisboa ou da Academia do
Porto com certidSo de approvac4o.» (Codigo Commercial, art.°
1063).
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92 ANNUARIO DA ACADEMIA
Tat>ella das propinas de matrlowla, das
cartas de oapaoidade, e dos emolumen-
tos do Secretario da Aoademia* '
Propina de matricula (de abertura e de encerramento),
cada uma reis 1*200
(D. de 20 de setembro de 1844, art0 143.°).
Para viacao, 20 •/„ .. 240
(Carta de lei de 25 d'abril de 1876, art.0 8.°).
Sello de conhecimento de 1 % sobre estas duas verbas 14,4
(D. regulamentar de 14 de novembro de 1878,
tabella n.° 2, classe 7.« n.° 3).
1*454,4
Propina de matricula (de abertura e de encerramen-
to), no cnrso preparatorio para a Eschola do
Exercito, cada uma reis 64000
(D. de 2 de junho de 1873, art.0 8.°).
Para viacao 1*200
Sello de conhecimento 72
(Legislacao citada).
71272
Taza das carta s de capacidade em qualquer curflo, r&s 14*400
(D. de 13 de Janeiro de 1837, art0 163).
Para viacao 2*880
Sello de conhecimento 172,8
(Legislacao citada).
Sello 4*000
(D. regulamentar citado, tabella n.° 1, classe 6.a
n.°9).
21*462,8
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POLTTECHNICA DO PORTO 98
Cadar matricula, informacSo ou attestacao de frequen-
cia ."* rew 480
Certid&o de acto on exame 220
Busca doe livro8 dos annos anteriores 180
Carta de capacidade em qualquer curso 2^400
Provimento de premios 14600
(Portaria do Ministerio do fteino de 8 d'abril
de 1839, e Edital da Directoria da Academia
Polytecbnica do Porto de 80 do mesmo mez
e anno).
Emolnmento de cada matricula (de abertura e de en-
cerramento) no curso preparatorio para a Ea-
cbola do Exercito reia 600
(D. de 2 de junho de 1873, art.0 a°).
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94 ANNUARtO DA ACAD EMI A
^ivros que serrem de texto nas anlaa^
no anno leotiyo de 1877 a, 1878
l.» Cadeira.
JVoncawr— Geometria analytica no piano e no eapa^o, algetn
superior e trigonometria espherica— ultima edicao de
Coimbra.
2.1 Cadexba.
Sturm— Cours d'anaiyse de l'Ecole polytechnique, 5» *dftkm.
8.« Cadbiba.
Ddaunay— Trait* de mecanique rationelle — 5» Edition.
Leroy — Trait* de g*om*trie descriptive — 9» edition,
ifcwr — Cinematique, 1865.
Claudel — Aide-memoire des ingenieurs, des arcnitectes, «c-
8« Edition.
5.* Cadbiba.
Dubois — Cours d'astronomie — 2« edition.
Francceur — Trait* de G*od*sie — 5« edition.
Rodrigo de Sotma Pinto — Astronomia.
7.* Cadbiba.
Milne Eduarde — Zoologie — 11« Edition.
8.* Cadeira.
Jamin— Petit trait* de physique 4 Tusage des 6tablissemcnts
d'instruction, etc — 18*0.
9.* CaiJbiba.
Grimaux — Chimie inorganique.
Na parte da chimica organica d'esta cadeira prelecdons o
lente sem dependencia de compendio.
m J0.» Cadbiba (Botaniea).
Richard— Elements de botanique.
Maout et Decaiene — Flore des jardins et des champs.
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POLYTECHNICA DO PORTO . 9
11.* Cadbiba (Commercio).
Bodrigo Pequito — Curso de contabilidade mercantil.
Gamier — Traits complet d'arithme'tique tbeorique et appli-
quee an Commerce a la banque, auz finances, a rindus-
trie.
12.* Cadbiba (Economia politica e principle* de direito admi-
nistrative* e commercial).
Ch. Le Hardy de Beaulieu — Traite* elementaire d'6conomie po-
litique — 2* Edition.
Na parte ri'eata cadeira relativa no ensino do direito admi-
nistrativo e commercial preleccionao lente Bern dependencia de
compendio.
18.* Cadbira (Mecanica applicada As conBtruccoes civis) —
curso biennal. ,
Bresse — Cours de mecanique appliqude prof esse1 a l'Ecole des
Ponts et Chaussees. Deuxieme partie : Hydraulique. 2*
Edition.
Sganzin — Cours de constructions.
Leroy — Traite" de stereotomie — 6e edition.
Perdomet — Traits ^lementaire des cbemins de far. 3* Edition.
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POLYTECHNICA DO PORTO 9T
«
AlnmnoB maisrioulados na Aoadem^a
Folyteehniea. no anno leetivo die 1878 a
IST'O, dlrtaritraidos pox* oacleiras
1/ CADEIRA
Alvaro Leflo Baptista Dias, natural do Porto.
Antonio Augusto da Rocha, natural do S. Martinho d'Anta.
Antonio Jose" Ferreira da Silva, junior, natural de Porto-Alegre
(imperio do Brazil).
Antonio da Silva, natural de Salreu, conoelho d'Estarreia.
Bento de Souza Carqaeja, junior, natural d'Oliveira d'Aaemeifl.
Bernardo Joaquim da Silva e Cunha, natural de Santa Christina
de Longos, concelho de GuimariLes.
Bomfilho Diniz, natural de Macau. .
Joaouim Dias de Souza Ardzo, natural de Mattosinhos, oonce-
lno de Boucas.
Jose" Pereira Sampaio, natural do Porta
Jose" Tavarea da Silva Rebello, natural de Salreu, concelho de
Estarreja.
Julio Pinto da Costa Portella, natural de Reeardaena, conoelho
d'Agueda.
Luiz Maria de Souza Vahia, natural do Porto.
Marcellino Antonio de Souza Flora, natural de Santo Estevfio
de Gilo, concelho de Villa do Conde.
Saturnino de Barroa Leal, natural de Perozello, concelho de
Penafiel.
Theophilo Leal de Faria, natural da freguezia de S. Joad da
cidade de Liaboa.
2.« CADEIRA
Antonio Villela d'Oliveira Marcondes, natural de Guaratingueta
- (imperio do Brazil}.
Arthur Carlos Machaao Guimariles, natural do Porto.
Constantino Alvim de Vasconcellos Leite Pereira, natural de
Amarante.
DomingOfl Alberto Mourao, natural de Aveiro.
7
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98 ANNUAR10 DA ACADEMIA
Francisco d'Albuquerque de Mello Pereira e Caceres, natural do
Porto.
JoSo Goncalo Paoheco Pereira, nataral do Porto.
3.« CADEIRA
Jose Angusto Ribeiro de Sampaio, nataral de Villar de Macada,
concelho d'Alij6.
Jose Maria Chartres Henriques d'Azevedo, natural de Cortes,
districto de Leiria.
William Macdonald Smith, nataral d'Inglaterra.
4.' CADEIRA
Alvaro Leao Baptista Dias, nataral do Porto.
Antonio AugustO da Rooha, nataral de S. Martinho d'Anta.
Antonio Gaedes Infante, junior, nataral de S. Joao da Foi do
Douro.
Antonio da Silva, natural de Salreu, concelho dlSstarreja.
Antonio Villela d'Oliveira Marcondes, natural de Guaratiugaeta
(imperio do Brazil).
Arthur Carlos Madhado GuimarSes, natural do Porto.
Bento de Souza Carqueja, junior, natural d*01iveira d'Azemeis.
Bomfilho Diniz, natural de Macau.
Constantino Alvim de Vasconcellos Leite Pereira, natural de
Amarante.
Domingos Alberto Mourao, natural d'Aveiro. •
Francisco d'Albuquerque de Mello Pereira e Caceres, nataral
do Porto.
Isidoro Antonio Ferreira, natural de Lamego.
Joao Goncalo Pacheco Pereira, natural do Porto.
Joao Narcizo Pinto do Cruzeiro Seixas, nataral de Valenca do
Minho.
Jotto Rodrigues Pinto Brand&o, natural de"Mouriz, concelho de
Paredes.
Joaquim Dias de Souza Aroso, nataral de Mattosinhos, conce-
lho de Boucas.
Jose" Augusto Ribeiro Sampaio, natural de Villar de Macada,
concelho d'Alij6.
Jose Joaquim Dias, natural de Ferreirim, concelho de Sernsn-
celhe.
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POLYTECHNICA DO PORTO
Jose Maria Chartres Henriques d'Azevedo, natural de Cortes,
districto de Leiria.
Jose Pereira Sampaio, natural do, Porto. • -
Julio Pinto da Costa Portella, natural de Recardaens, concelho
d'Agueda.
Marcelfino Antonio de Souza Flores, natural de Santo Estevao
de GiSo, concelho de Villa do Conde.
Saturnino de Barros Leal, natural de PerozeHo, concelho de Pe-
nafiel.
Theophilo Leal de Faria, natural de Lisboa.
William Macdonald Smith, natural de Inglaterra.
6.- CADEIRA
Antonio Franco FrazSo, natural da Capinha, districto de Cas«
^ tello Branco.
Isidore Antonio Ferreira, natural de Lamego.
JoSo Chrysostomo Lopes, natural da Cachoeira (Brazil).
Jose Joaquhn Dias, natural de Ferreirim, concelho de Sernan-
ceihe.
7.a CADEIEA
Albino Moreira de Souza Baptista, natural de Cabeca Santa,
concelho de Penafiel.
Antonio d'Almeida Loureiro e Vasconcellos, natural de Vises.
Antonio Jose Lopes, natural de Panoias, concelho de Braga.
. Antonio Teixeira de Souza, natural de Celleiroz, districto de
Villa Real.
Arnaldo Pacheco Dias Torres, natural de S. Pedro de Ferreira,
concelho de Pacos de Ferreira.
Arthur Lessa de Carralho, natural de Lamego.
Bernardo Joaquim da Silva e Cunha, natural de Santa Chris*
tina de Longos, concelho de Guimaraes.
Bomfilho Diniz, natural de Macau.
Francisco Eduardo Leite da Silva, natural de Santa Comba
de Fornellos, concelho de Fafe.
Jo&o Augusto Marques, natural de Ribas de Pinheiro de Paiva,
concelho de Castro Daire.
Joaquim Ferreira de Souza Garcez, natural do Porto.
Jose Augusto Ribeiro Sampaio, natural de Villar de Macada,
concelho d'Alij<5.
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100 ANNUARIO DA ACADEMIA
Jos6 Carneiro Peizoto, natural de Fornoa, concelho do Marco de
Canavezes. •
Jose Maria Chartres Henriques d'Azevedo, natural de Cortes,
district© de Leiria.
' Jose Maria Galvao de Mello, natural do Porto.
Jose Tavares da Bilva Rebello, natural de Salreu, concelho <k
Estarreja.
Julio Arthur Lopes Cardoso, natural de Braga.
Manoel de Barros Leal, natural de Perozello, concelho de Pe-
nan* el.
Manoel Belleza da Costa Almeida Ferraz, natural de Barcetti-
nhos, concelho de Barcellos.
.Sebastiao Pinto Peizoto Porteila de Vascencellos, natural do
Porto.
Wilham Maedonald Smith, natural de Londres (Inglaterra).
7.» CADEIRA a)
Albino Moreira de Souza Baptieta, natural de Cabeca Santa,
* concelho de Penafiel.
Antonio Augusto da Bocha, natural de S. Martinho d'Anta.
Antonio Jose Lopes, natural de Panoias, concelho de Braga.
Antonio Villela d Oliveira Marcondea, natural de Guaratingueti
(Brazil).
Isidoro Antonio Ferreira, natural de Lanugo.
Joao Rodrigues Pinto Brandao, natural de Mouriz, concelho de
Pared ea.
Joaquim Ferreira de Souza Garcea, natural do Porto.
Joaquim da Rocha Maciel, natural de Leca da Palmeira, con-
celho de BouQas.
Jose d'Almeida Santos, natural da freguezia da Se de Lamego.
Jose Augusto Ribeiro Sampaio, natural de Yillar de Macada,
concelho d'Alijd.
Jose Maria Chartres Henriques d'Azevedo, natural de Cdrtes,
dlstricto de Leiria.
Manoel Ferreira dos Santos, natural do Porto.
Marcellino Antonio de Souza Floras, natural de Santo EsteTio
de Qiao, concelho de Villa do Conde.
William Maedonald Smith, natural de Londree (Inglaterra).
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POLTTTECHNtCA DO PORTO 101
8.- CADEIRA
Agostinho Rodrigues Pinto BrandSo, natural de Mouriz, conce-
lho de Paredes.
Alexandre Benedicto dos Anjos Salgado, na^iral de Carricaes,
concelho de Monoorvo.
Alfredo Martins dos Santos, natural da freguezia de Miragaya,
da cidade do Porto.
Alvaro Joaquim de Meirelles, natural de Moncorvo.
Alvaro Lopes da Sflveira Pinto, natural de S. Salvador de Fet-
venca, concelho de Celorico de Basto.
Antonio Armindo d'Andrade, natural de Ribeira de Pena.
Antonio Augusto Carreira, natural de Santa tulalia da Villa
de Fafe.
Antonio da Costa Rodrigues, natural da Bahia (Imperio do
Brazil).
Antonio Jose1 Ferreira da Silva, junior, natural do Porto- Alegre
(Imperio do Brazil).
Antonio Joee Gomes, natural de Monte Novo, freguezia de Pouza-
folles, concelho de Sabugal.
Antonio Luiz Soares Dnarte, natural do Porto, freguezia de Ce-
dofeita.
Antonio Manoel Pelleias, natural de Torre de Dona-Chama, con-
celho de Mirandella.
Antonio Miguel da Costa Almeida Ferraz, natural de Barcelli-
nhos, concelho de Barcellos.
Antonio Sebaatiao do Valle, natural de Lamalonga, concelho de
Macedo de Cavalleiros.
Antonio de Sousa, natural do Porto, freguezia do Bomfim.
Augusto Baptista da Cunha,' natural de Paradello, concelho
d'Agueda.
Aureliano de Sousa Cirne e VasconcelloB, natural de Penafiel,
freguezia de S. Martinho.
Bento de Souza Carquej a, junior, natural deOliveirad'Azemeis.
Delfim Ernesto de Magalh&es, natural da Villa de Alij6.
Delfim Jose Pinto de Carvalho, natural de Santo Adri&o, con-
celho de Villa Nova de FamalicSo.
Domingos Agostinho de Souza, nataral de Calangute (India
Portugueza).
Domingos Alberto Mourao, natural d'Aveiro.
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102 ANNUAJLIO DA ACADEMIA
Domingos dos Snntos Pinto Pereira, natural de Canellas, fie-
guezia de S. Miguel de Poiares, concelho do Peao da Regoa.
Eduardo Jose Coelho Vianna, natural de Castelloes da Cep&la,
concelho deParedes.
Francisco de Paula Ribeiro Vieira de Castro, natural do Porto,
freguezia de MiragHya.
Henrique Baptista da oilva, natural de SouseUa, concelho de
Lousada.
Jacintho Jose da Silva Romariz, natural de Campos (Imperii
do Brazil).
Joao Baptista Goncalves Pavfto, natural de Villarinho de Tanha,
concelho de Villa Beal.
Joao Caeiro de Carvalho, natural da Povoa. conceQio de Mom.
Joao Duarte da Costa Rangel, natural do Porto. ,
Joao Goncalo Paeheco Pereira, natural do Porto.
Joao Jose Lourenco d'Azevedo, natural de Venade, concelho <k
Caminha.
Joaquim Dias de SouzaAroso, natural de Mattosinhoa, coneefl*
de Boucas.
Joaquim Ferreira da Cavada, natural de Bio Tinto, concalhs
de Gondomar.
Joaquim Filipne da Piedade Alvares, natural de Margio (G6a).
Joaquim Jose Marques d'Abreu, junior, natural de Lisboa.
Joaquim Lefio Nogueira de Meirelles, natural de Pana Major,
concelho de Pacos de Ferreira.
Joaquim Manoel da Costa, natural de S. Vicente de Sousa, con*
celbo de Felgueiras.
Joaauim Ribeiro da Silva Carvalbo, natural de Campia, conce-
lho deVouzella.
Jose da Cunha, natural de Santa Eugenia, concelho d'Alitf.
Jose da Cunha Pereira Bandeira de Neiva, natural d'Anca, con-
celho de Cantanhede.
Jose Francisco da SilVa Costa, natural de S. Mamede dlnfests,
concelho de Boucas.
Jose Joaquim Baptista Vieira, natural de Thaide, concelho de
Povoa de Lanhoso.*
Jose Maria Pinto Camello, natural de Castello de Paiva.
Jose do Nascimento da Rocha Azevedo Coutinho, natural de
Tarouauella, concelho de Sinfaes.
Jose Rodngues Moreira, natural de Mouriz, concelho de Pare-
des.
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POLYTECHNICA DO PORTO 103
Julio Pinto da Costa Portella, natural de Recardaens, concelho
d'Agueda.
Luiz Antonio Rodrigues Lobo, natural do Porto.
Luiz Moreira de Souca Vahia, natural do Porto.
Luiz Passos Oliveira Valenca, natural de Vianna do Castello.
Manoel Ferreira da Silva Couto, junior, natural do Porto.
Manoel Machado de Moura e Cunha, natural de S. Miguel dos
Gemeos, concelho de Celorico de Basto.
Manoel Maria Lopes Monteiro, natural de S> Braz de Casta-
nheiro, concelho de Carrazeda d'Anciftes.
Manoel de Sousa Dias, natural de Villar de Pinheiro, concelho
de Villa do Conde.
Mazimiano Bernardes Pereira, natural do Pezo da Regoa.
Raul da Fonseca, natural do Rio Grande do Sul (Brazil).
Ricardo Pinto Bartol, natural de Luinbrales, provincia de Sa-
lamanca (Hespanha).
Rodrigo Alberto Peizoto GalvSo d'Oliveira, natural de Man-
gualde.
Saturnino de Barros Leal, natural dePerozeUo, concelho de Pe-
nafiel.
Simao Jose Lopes da Silva Ferreira/ natural do Porto.
Theotonio Augusto Alcoforado, natural de Vouzella.
Vasco Antonio de Macedo Araujo da Costa, natural do Porto.
Victor Martins d'Oliveira, natural da Cacnoeira, provincia da
Bahia.
9.« CADE&A
Agostinho Rodrigues. Pinto Brand&o, natural de Mouriz, conce-
lho de Paredes.
Alexandre Benedicto dos Anjos Salgado, natural de Carvicaes,
concelho de Moncorvo.
Alfredo Martins dos Santos, natural da freguezia de Miragaya
da cidade do Porto.
Alvaro Joaquim de Meirelles, natural de#Moncorvo.
Alvaro Lopes da Silveira Pinto, natural de S. Salvador da Fer-
venca, concelho de Celorico de Basto.
Antonio Armindo d'Andrade, natural de Ribeira de Pena.
Antonio Augusto Carreira, natural de Santa Eulalia da Villa de
Fafe.
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104 ANNUARIO DA A CA DEMI A
Antonio da Costa Rodrigues, natural da Bah ia (Imperio do Brazil).
Antonio Guedes Infante, junior, natural de 8. Joao da Foz do
Douro.
Antonio Jos6 Ferreira da Silva, junior, natural de Purto-Alegre,
(Imperio do Brazil).
Antonio Jose Gomes, natural de Monte Novo, freguezia de Pouza-
follee, concelho de Sabugal.
Antonio Jos6 Goricalves, natural de Gontinhaes, concelho de Ca-
niinba.
Antonio Luiz Soares Duarte, natural £o Porto, freguezia deCe-
dofeita.
Antonio Manoel Pelleias, natural de Torre de Dona Chama,
concelho de Mirandella.
Antonio Miguel da Costa Almeida Ferrax, natural de Baroefli-
nhos, concelho de Barcellos.
Antonio Sebastiio do Valle, natural de Lamalonga,cottcelho de
Macedo de Cavalleiros.
Antonio de Sousa, natural do Porto, freguezia do Bomfim.
Arthur' Carlos Maehado Guimaraes, natural do Porto.
Augusto Baptista da Cunha, natural de Paradella, concelho
d'Agueda*
Aureliano de Sousa Cyme e Vasconcellos, natural de Penafiel,
freguezia de S. Martinho.
Carlos Alberto de Moura Maldonado, natural de Tondella.
Constantino Alvim de Vasconcellos Leite Pereira, natural d'Ama-
rante. m
Delfim Ernesto de MacalhSes, natural da Villa de Alijo.
Delfim Jos6 Pinto de Cavvalho, natural de Santo Adriao, conce-
lho de Villa Nova de Famalicao.
Domingos Agostinho de Sousa, natural de Calangute (India
Portugueza).
Domingos Alberto Mourito, natural d'Aveiro,
Domingos dps Santos Pinto Pereira, natural de Canellas, fre-
guezia de S. Miguel de Poiafrea, concelho do Pezo da Regoa.
Eduardo Jose Coelho Vianna, natural de Castellces da Cepeda,
concelho de Paredes.
Eugenio Candido de Sa Braga, natural de Braganca.
Francisco de Paulo Ribeiro Yieira de Castro, natural do Porto,
freguezia de Miragaya.
Henrique Baptista da Silva, natural de Souzella, concelho de
Louzada*
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POLYTECHNICA DO PORTO 105
Jacintho Jose1 da Silva Romariz, 'natural de Campos (Imporio
do Brazil).
JoSo Baptista Goncalves Pavao, natural de Villarinho de Tanha,
concelho de Villa Real.
Joao Caeiro de Carvalho, natural da Povoa, concelho de Moura.
Joao Duarte da Costa Rangel, natural do Porto.
Joao Goncalo Pacheco Pereira, natural do Porto.
«Joao Jose" Lourenco d'Azevedo, natural de Venade, concelho de
Caminha.
Joaquim Ferreira da Cavada, natural de Rio Tinto, concelho de
Gondomar. •
Joaquim Filippe da Piedade Alvares, natural de Marg5o (Ufa).
Joaquim Jose Marques d'Abreu, junior, natural de Lisboa.
Joaquim Leto Nogueira de Meirelles, natural de Pena Maior,
concelho de Pa$os de Ferreira.
Joaquim Manoel da Costa, natural de S. Vicente de Sousa, con-
celho de Felgueiras.
Joaquim Ribeiro da Silva Carvalho, natural de Campia, conce-
lho de Vouzella.
Joaquim Vieira d'Araujo Braga, natural de Joanne, concelho de
Villa Nova de Famalica'o.
Jose" da Cunha, natural de Santa Eugenia, concelho d'Alij6.
Jos£ da Cunha Pereira Bandeira de Neiva, natural d'AncS, con-
celho de Cantanhede.
Jose Francisco da Silva Costa, natural de S. Mamede dTnfesta,
concelho de Boucas.
Jose Joaquim Baptista Vieira, natural de Thaide, concelho de
Povoa de Lanhoso.
Jose" Maria Pinto Camello, natural de Castello de Paiva.
Jos6 Miranda Guedes, natural de Penajoia, concelho de Lamego.
Jose" do Nascimento da Rocha Azevedo Coutinho, natural deTa-
rouquella, concelho de Sinfles.
Jose Rodrigues Moreira, natural, de Mouriz, concelho de Pare-
des.
Luiz Antonio Rodrigues Lobo, natural do Porto.
Luiz Passos d'Oliveira Valenca, natural de Vianna do Castello.
Manoel Ferreira da Silva Couto, junior, natural do Porto.
Manoel Machado de Moura e Cunha, natural de S. Miguel dos
Gemeos, concelho de Celorico de Basto.
Manoel Maria Lopee Monteiro, natural de S. Braz de Castanhei-
ra, concelho de Carrazeda d'Anci&es.
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106 ANNUARIO DA ACADEMIA
Manoel de Sousa Dias, natural de Villar de Pinheiro, concelbo
de Villa do Conde.
Mnximiano Bernardes Pereira, natural do Peso da Regoa.
Raul da Fonseca, natural do Rio Grande do Sul, (imperio do
Brazil).
Ricardo Pinto Bartol, natural de Lumbrales, provincia de Sala-
manca fHespanha).
Rodrigo Alberto Peixoto Galvfto d'Oliveira, natural de Man-
gualde.
Simao Jose Lopes da Silva Ferreira, natural do Porta
Theotonto Augusto Alcoforado, natural de Vouzella.
Thomas d'Aquino Pinheiro Falcao, natural de Nossa Senhon
da Conceic&o do Bairro Alto de Loanda (Angola).
Vaaco Antonio de Macedo Araujo da Costa, natural do Porto.
Victor Martins d'Oliveira, natural de Cachoeira, provincia <U
Bahia.
10.« CADEIRA
Adolfo Betbese' Nery de Vaeconcellos, natural -de Montevideo
(republica oriental do Uruguay).
Albino Moreira de Sousa Baptists, natural de Cabeca Santa
eoncelho de Penafiel.
Antonio d'Almeida Loureiro e Vasconcellos, natural de Vises,
Antonio Guedes Infante, junior, natural de 8. Joao da Fas do
Douro.
Antonio Jose Goncalves, natural de Gontinh&es, eoncelho de Ca-
minha.
Antonio Jose Lopes, natural de Panoias, eoncelho de Brags-
Antonio Teixeira de Sousa, natural de Celleiros, district© de
Villa Real.
Arnaldo Pacheco Dias Torres, natural de S. Pedro de Ferreira,
eoncelho de Pa$os de Ferreira.
Arthur Lessa de Carvalho, natural de Lamego.
Bernardo Joaquim da Silva e Cunha, natural de Santa Christina
de Lonsros, eoncelho de Guimar&es.
Bomfilho Diniz, natural de Macau.
Carlos Alberto de Moura Maldonado, natural de Tondella.
Francisco Eduardo Leite da SUva, natural de Santa Comba de
Fornellos, eoncelho de Fafe.
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POLYT ECHNICA DO PORTO 107
Frederico Pinto Pereira de Vasconcellos, natural de MercSdes
(repnblica oriental do Uruguay).
Jo2o Augusta Marquee, natural de Bibas de Pinheiro de Paiva,
concelho de Castro Daire.
JoSo Rodrigues Pinto Brandao, natural de Mouriz, concelho de*
de Pareaes.
Joaquim Ferreira de Sousa Garcez, natural do Porto.
Jose Carneiro Peixoto, natural de Fornos, concelho de Marco
de Canayezes.
Jose Maria GarWto de Mello, natural do Porto.
Jose Miranda Guedes, natural de Penajoia, concelho de La-
mego. *
Jose Tavares da Silva Bebello, natural de Salreu, concelho de
Estarreja. *
Julio Arthur Lopes Cardoso, natural de Braga.
Manoel de Barros Leal, natural de PerozeUo. concelho de Pena-
fieL
Manoel Belleza da Costa Almeida Ferrax, natural de Barcelli*
nhos, concelho de Barcellos.
Sebastiao Pinto Peixoto Portella de Vasconcellos, natural do
Porto.
10.* CADE1EA a)
Adolfo Betbese Nery de- Vasconcellos, natural de Montevideu
(repnblica oriental do Uruguay).
Antonio Franco FrazSo, natural da Capinha, concelho do Fun-
d&o.
Antonio Jose Lopes, natural de Panoias, concelho de Braga.
Antonio VilleladOliveira Marcondes, natural de Guaratingueta
(imperio do Brazil).
. Frederico Pinto Pereira 'de Vasconcellos, natural de Merc&les
(repnblica oriental do Uruguay).
JoJo Chrysostomo Lopes, natural de Cachoeira (Brazil).
JoSo Narciso Pinto do Cruzeiro Seixas, natural de Valenca do
Minho.
Joaquim Ferreira de Sousa Garcez, natural do Porto.
Joaauim da Bocha Maciel, natural de Leca da Palmeira, conce-
lho de Boucas.
Joed d'Almeida Santos, natural da freguezia da So de Lamego.
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108 ANNUARIO DA ACADEMtA
Jose Joaquim Dias, natural de Ferreirim, concelho de Seraan-
celhe.
Manoel Ferreira dos Santos, natural do Porto.
12.« CADEIRA
Alvaro Leao Baptista Dias, natural do Porto.
Antonio Augusto da Rocha, natural de S. Martinho d'Anta.
Antonio da Silva, natural de Salreu, concelho de Estarreja.
Antonio Villela d'Oliveira Marcondes, natural de Guaratangaetft'
(Imperio do Brazil).,
Arnaldo Pacheco Diaa Torres, natural de S. Pedro de Feneira,
concelho de Pacoe de Ferreira.
CoDBtantino Alvim de Vaeconcelloe Leite Pereira, natnral de
Amarante.
Domingos Agostinho de Sousa, natural de Calangute, (India For-
tugueza).
Evaristo Gomes Saraiva, natural de Santo Adruto, concelho de
Armamar.
Francisco d'Albuquerque de Mello Pereira e Caceres, natural
do Porto.
Francisco de Paula Ribeiro Vieira de Castro, natural do Porto,
freguezia de Miragaya.
Joao Duarte da Costa x£angel, natural do Porto.
Joaquim da Rocha Maciel, natural de Leca da Palmeira, conce-
lno de Boucas.
Joaquim Vieira d'Araujo Braga, natural de Joanne, concelho de
Villa Nova de Famalicao.
Jose d 'Almeida Santos, natnral da freguezia da Se de Lamego.
Jos6 Miranda Guedes, natural de Penajoia, concelho de Lamego.
Manoel Ferreira da Silva Coutor junior, natural do Porta
. Marcel lino Antonio de Sousa Flores, natural de Santo Estevao
de GiSo, concelho de Villa do Conde.
Theophilo Leal de Faria, natural da freguezia de S. Jose de
Lisboa.
Thomas d 'Aquino Pinheiro Falc&o, natural da freguezia de
Nossa Sennora da Conceic&o do Bairro Alto de Loanda (An-
gola).
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POLYTECHNICA DO PORTO 109
13.» CADEIRA
Adolfo Betbese Nery de Vasconcellos, natural de Montevideu
(republica oriental do Uruguay).
Antonio Guedes Infante Junior, natural de S. Joao da Foz do
Douro.
Frederico Pinto Pereira de Vasconcellos, natural de Mercedes
(republica oriental do Uruguay).
Isidore Antonio Ferreira, natural de Lamego.
JoSo Cbry soBtomo Lopes, natural de Cacboeira (Brazil).
Joao Rodrigues Pinto Brandao, natural de Mouriz, concelho de
Pared es.
Jose Joaquim Dias, natural de Ferreirim, concelbo de Sernan-
celhe.
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POLYTECHNICA IX) PORTO 111
Alnmnos matrleulaclos na Aoademia no
anno leotivo de \&¥&-t¥&* distrit>ui<io»
segnndo am our«o0 em que se matriou-
laram
* I — Cubsos d'bbobnheibob cms
Adolfo Betb6s6 Nery de Vasconcellos. ,
Antonio Franco Fraslo.
Arthur Carlos Machado Guimar&es.
Bento de Sousa Carqueja, junior.
Constantino Alvim de Vasconcellos Leite Pereira. '
Francisco d*Albuquerque de Mello Pereira Caceres.
Frederico Pinto rereira de Yasconcellos.
Iaidoro Antonio Ferreira.
JoSo Goncalo Pacheco Pereira.
Jose" Joaquim D^as.
Jos6 Maria Chartres Henriques d Asevedo.
Julio Pinto da Costa PorteHa.
Theophilo Leal de Faria.
II — CUBBO DB DIBECT0BB8 Dl F ABRICAS
Alvaro Leao Baptista Dias.
Antonio Guedes Infante, junior.
Antonio da Silva.
Antonio Villela d'Oliveira Mareondes.
Bernardo Joaquim da Silva e Cunha.
Carlos Alberto de Monra Maldonado.
Eugenio Candido de 8a Braga.
Joao Chrysostomo Lopes.
JoSo Narciso Pinto do Cruzeiro Seizas.
JoSo Rodrigrues Pinto BrandSo.
Joaquim Dias de Sousa Aroso.
Jose Augusto Ribeiro Sampaio.
Jos6 Maria Galvao de Mello.
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112 ANNUARIO DA ACIDEMIA
Jose" Pereira Sampaio.
Marcellino Antonio de Sousa Flores.
Saturnino de Barros Leal.
William Macdonald Smith.
IY. CuBSO Dl AGUCULT0BB8
Albino Moreira de Sousa Baptista.
Alexandre Benedicto doe Anjos Salgado.
Alfredo Martins dos Santos.
Alvaro Lopes da Silveira Pinto.
Antonio Armindo d'Andrade.
Antonio Augusto da Rocha.
Antonio da Costa Rodrigues, junior.
Antonio Jose Ferreira da Silva, junior.
Antonio Jos6 Gomes.
Antonio Jos6 Lopes.
Antonio Luis Soares Duarte.
Antonio Manoel Pelleias.
Antonio Miguel da Costa Almeida Ferraz.
Antonio SebastiSo do Yalta.
Antonio de Sousa.
Arnaldo Pacheco Diss Torres.
Aureliano de Sousa Cirne e Vasconoellos.
Bomfilbo Dinis.
Delfim Ernesto de Magalhftes.
Dolfim Jose Piuto de Carvalho.
Eduardo Jose Coelho Vianna.
Henrique Baptista da Silva.
Francisco de Paula Ribeiro Vieira de Castro.
Jofto Augusto Marques.
Joao Baptista Gon$alves Pavao.
Jofto Caeiro de Carvalho.
Joao Duarte da Costa Rangel.
Joao Jose Lourenco d'Azevedo.
Joaquim Ferreira da Cavada.
Joaquim Filippe da Piedade Alvares.
Joaquim Jose Marques d'Abreu, junior.
Joaquim Lefto Nogueira de Meirelles.
Joaquim Manoel da Costa.
Joaquim da Rocha Maciel.
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POLtTECHNICA DO PO*TO 113
Joaquim Vieira d'Araujo Braga.
Jose d'Almeida Santos.
Jose da Cunha.
Jose Francisco da Silva Costa.
Jose" Joaquim Baptista Vieira.
Jos4 Maria Pinto Camello.
Jose do Nascimento da Rocha Azevedo Coutinho.
Jose Rodrigues Moreira.
Luis de Passos d'Oliveira Valenca.
Manoel de Barros Leal.
Manoel Ferreira dos Santos.
Manoel Machado de Moura e Cunha.
Maximiano Bernardes Pereira.
Raul da Fonseca.
Ricardo Pinto Bartol.
Rodrigo Alberto Peixoto Galvao d'Oliveira.
Sebastiao Pinto Peixoto Portella de Vasconcellos.
Simao Jose Lopes da Silva Ferreira.
Vasco Antonio de Macedo Aranjo da Costa.
Victor Martins d'Oliveira.
I. CUB80 PBBPAB1TOBIO PAHA AS ESCOLA8 XXDICO-CZBUBCUCAS
Agostinjio Rodrignes Pinto Brandao.
Alvaro Joaqaim de Meirelles.
Antonio d'Almeida Loareiro e Vasconcellos.
Antonio Augusto Carreira.
Antonio Jose Goncalves.
Antonio Teixeira de Sonsa.
Arthur Lessa de Carvalbo.
Augusto Baptista da Cunha.
Domingos Agostinho de Sousa.
Domingos dos Santos Pinto Pereira.
Franeisco Eduardo Leite da Silva.
Jacintho Jose da Silva Romans.
Joaquim Ferreira de Sousa Garcez.
Joaquim Ribeiro da Silva Carvalho.
Jose Carneiro Peixoto.
Jose da Cunha Pereira Bandeira de Neiva.
Jose Tavares da Silva Rebello.
8
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114 ANWAfUO DA ACADEMlA
Julio Arthur Lopes Cardoso.
Luis Antonio Rodrigues Lobo.
Manoel Belleza da Costa Almeida Ferras. .
Manoel Ferreira da Silva Couto, junior.
Manoel Maria Lopes Monteiro.
Manoel de Sousa Dias.
Theotonio Augusto Alcoforado.
Thomas d'Aquino Pinheiro Falcfto.
II. CuBSO PBXPABATORID PARA A JOSOOLA DB PHARMACIA
Jose de Miranda Guedes.
HI. CORSO FBKPABATORiaPABA A XSOOLA NAVAL
a) Cwr$o de officio** de marinha
Luis Maria de Sousa Vahia.
6) Cuno de engenheiro* conatructore* navaes
Domingos Alberto Mourio.
Matricula liyu ha 12.* cadeiba.
Evaristo Gomes Saraiva.
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POLTTECHNICA DO PORTO
115
Quftdro estatytico doe alamnos que frequentam
aAcademia no anno lecture de 1878-79. distribuidos
segnndo a ana natnralidade
toviadM ftiitrfctoe
Nnmero de tlomnoc
fBraga
Lftnimariim ••
lFefe .
/Villa Nova de Famatic&o
JPoYoa de Lanhoeo
fBaroellot
tCelorieode Beet*
is
a. 1L
3
1
2
2/12
1
2
2
Vienna 1
Caminha 2
Valenea 1
r Porto 20
Penafiel 4
iGondomar 1 j
IParedes 4l
JPacoe de Ferreira 2\
(Amarante....?. ..•;..; 1,
jBoncas »••« B\
I Felgueirae ! . . 11
[Marco de€anaveses.... l'
Villa do Conde 2
[Lotisada. '. 1
[Ayefco.. ...;.. 1]
tAgneda 2/
(Ertureja 2}
/Oliyeira de' Asemels. ... li
IGajtellodePftiya.v.... 1
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161
64
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1 Urin. . . . i-GwtaaMa •,
II 1)
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116
ANNUARIO DA ACADBMIA
ProttudAt DMffctt*
Conoelfafit
Tm m ImIm <
[Bragan^a 1\
\Monconro 2 1
f irafiBfa • • . < Macedo de Cavalleiros. . I )
/ Carraseda de Anciies . . 11
[Mirandella l)
)15
!Villa,Real 2\
Ribeira de Pen* li
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POSSESSES ULTRAMARDJA8
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POLYTECHNICA DO PORTO
117
Numero de aJnmnos
ProriDcta* N Dutrictos
Concelhos
Transports .
UUktftrmS
it Mi )
PAIZE8 ESTBANJJEIROS
I MaiNCI (Lukifei) ,
hfbtarra I bate ,
*lwil StxkHiti
[tott-JUan....
L lit Crude fcgal.
•mtUl It
foterito .
lerctlM •.
1|
II
11
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1
1,
1/
1(.
Total geral... 113
Media das idades doa alnmnos # 21 annos.
Limitea das idades 16 e 81 »
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119
INDICE ALPHABETIC*)
Alnmnos da Acidemia Polvtechnica do Porto
no anno leclivo do 1878 a 1879,
indicando a sua flliacao, naturalidade e referenda
As cadeiras em quo so matricnlaram.
Adolpbo Betb&e Nery de Vasconeellos, filho de Frederico Au-
gusto de Vasconeellos Pereira Cabral, natural de Montevi-
deu (republica oriental do Uruguay) ; 10.%' 10.» a) e 18.*
AgostinhoBodrigues Pinto Brandao, filho de Antonio Bodrigues
Moreira, natural de Mouris, concelho de Paredes ; 8.* e 9.*
Albino Moreira de Sousa Baptista, filho de Zeferino de Sousa
Ferreira Baptista, natural de Cabeca Santa, concelho de Pe-
nafiel;7.», l*a)elO.»
Alexandre Benedicto doe Anjos Salgado, filho de Luis Francis-
co Salgado, natural de Carvicaes, concelho de Moncorvo ; 8.*
e 9.*
Alfredo Martins doe Santos, filho de Jose Martins dos Santos,
natural do Porto, freffuesia de Miragaya ; 8.a e 9.*
Alvaro Joaquim de Meirelles, filho de Joaquim Jose deMeirelles,
natural de Moncorvo ; 8.* e 9.*
Alvaro Leao Baptista Dias, filho de Francisco Gongalves Dias
Lopes, natural do Porto ; I.4, 4.« e 12.*
Alvaro Lopes da Silveira Pinto, filho de Domingos Lopes da
Silveira Pinto, natural de S. Salvador de Fervenga, conce-
lho de Celorico de Basto ; 8.* e 9.*
Antonio d'Almeida Loureiro e Vasconeellos. filho de Duarte
d'Ahneida Loureiro e Vasconeellos, natural de Viseu : 7.a e 10.*
Antonio Armindo d'Andrade, filho de Jos6 Balthasar d'Andrade, •
natural da Bibeira de Penna ; 8.1 e 9.1
Antonio Augusto Carreira, filho de Albino Fernandes Guima-
rftes Carreira, natural da fregueziade Santa Eulalia da Villa
de Fafe, districto de Braga ; 8.* e 9.*
Antonio Augusto da Bocha, filho de Jos6 Joaquim da Booha>
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100 ANNUARIO DA ACADEMIA
natural de 8. Martinlio d'Anta, concelho de Sabrosa; l.*}4a,
7.- e 12.«
Antonio da Costa Rodrigues, junior, filho de Antonio da Ooita
Rodrigues, natural da Bahia (imperio do Brazil) ; &* e 9.'
Antonio Fninco Fraz&o, filho de Jose Joaquim Franco, natural
da Capinha, districto de Castello Branco ; 5.* e 10.* a)
Antonio Guedes Infante Junior, filho de Antonio Guedes Infante,
natural de S. Jo&oda Foa do Douro, bairro oeeidental do
Porto: 4.*, 9.% 10. • e 13.*
Antonio Jose Ferreira da Silva, junior, filho de Antonio Jose
Ferreira da Silva, natural de Porte-Alegre (imperio do Bra-
zil) ; 1.% 8.« e 9.*
Antonio Jose Gomes, filho de EsteWLo Jose Gomes, natural de
Monte Noyo, freguezia de Potuafolles, concelho de SalragaU
a* e 9.«
Antonio Jose Goncalves, filho de Francisco GonealYes* natural
de Gontinhaes,, concelho de Caminha ^.9.* e 10.*
Antonio Jose Lopes, filho de Joao Manoel Lopes, natural de
Panoisa, concelho de Braga; 7.% 7.* «)> 10.% 10.«a) e 12,«
Antonio Luiz Scares Duarte, filho de Manoel Francisco Duarte,
natural do Porto, freguezia de Cedofeita; &• e 9.*
Antonio Manoel Pelleias, filho de Luis Manoel Pelleias, natartl
da Torre de D. Chama, concelho de Mirandella; 8.* e 9.*
Antonio Miguel da Costa Almeida Ferraz, filho de Custsdio dt
Costa Almeida Ferraz, natural de Barcellinhos, concelho de
Barcellos ; 8.* e 9.«
Antonio SebastiSo do Valle, filho de Jose Antonio do Valle,
natural de Lamalonga, concelho de Maeedo de Cavallcuoe;
8.« e 9.«
Antonio da Silva, filho de Joaquim da Silva, natural deSalieu,
concelho d'Estarreja; 1.*, 4.* e 12.*
Antonio de Sousa- filho de Antonio de Sousa, natural do Porto,
freguezia do Bomfim ; 8.* e 9.*
Antonio Teixeira de Sousa, filho de paes incognitos, natural de
Celleir6z, districto de Villa-Real ; 7.* e 10.*
Antonio Villela d'Oliveira Marcondes, filho de Manoel Mareea-
des dos Santos, natural de GuaratinguetA (imperio do Bra-
zil) ; 2.*, 4% 7.* a), 10.* a) e 12.*
Arnaldo Pacheco Dias Torres, filho de Mauricio Jose Pacheco,
natural de S. Pedro de Ferreira, concelho de Pacos de Fer-
reira ; 7.*, 10.« e 12.*
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POLYTECHNICA DO PORTO 121
Arthur Curios Machado GuimarSes, filho de Manoel Fernandes
da CoBta Guimaraes, natural do Porto ; 2.«, 4.* e 9.*
Aitbnr Leasa de Carvalho, filho de Antonio de Carvalho Sandra,
natural de Lamego 1 7.« e 10." . »
Aogusto Baptista da Cunha, filho de Manoel Franeisco Baptista,
natural ae Paradella^ eoncelho d'Agueda; 8.» e 9.*
Aureliano de Sousa Cime e Vasconeellos, filho de WenceBlau
Dias Leite de Sousa e Vaseoncelios, natural de Penafiel,
freguesia de S. Martinho ; 6\* e 9.«
Bento de Sousa Carqueja, junior, filho de Bento de Sousa Car-
queja, natural dXHiveftrad'Asesaeis ; 1.% 4.* e 8.*
Bernardo Joaquim da Bilva e Cunha, filho de Manoel Joaquin
da Silva, natural de Santa Christina de Sousa, eoncelho de
Guiaaaraee ; 1 A 7.« e 10.«
Bomfilho Diniz, filho de Antonio Dinis, natural de Maean: l.a,
4A^elO.«
Carlos Alberto de Moura Maldonado, filho de Carlos Augusto
Maldonado, natural de Tondella; 9.« e 10.*
Constantino Alvim de Vaseoncelios Leite Pereira, filho de Cons-
tantino Teizeira de Vaseoncelios Leite Pereira, natural
d'Amarante; 2.», 4.*, 9.* e 12.*
belfim Ernesto de MagalhSes, filho de Antonio Ernesto de Ma-
galhSes, natural da Villa d'Alij6 ; a* e 9.*
Delfim Josl Pinto de Carvalho, filho de Leonardo Jose Bodri»
gues de Carvalho, natural de Santo Adriao, eoncelho de Villa
Nova de Famalicao ; 8.» e 9.*
Domingoa Agostinho de Sousa, filho de Antonio Bernardo de
Sousa, natural de Calangnte (India portuguesa) ; 8.% 9.* e 12-»
Domingos Alberto Mourao, filho de Domingoa Fernandes Mou-
rao, natural d'Aveiro ; 2.«, 4.*, 8.« e 9.*
Domingos dos Santos Pinto Pereira, filho de Domingos doe San-
tos Pinto Pereira, natural de Canellas, freguesia de S» Mi-
guel de Poiares, eoncelho do Peso da Regua ; 8L* e 9.*
Eduardo Jose Coelho Vianna, filho de Francisco Jose Goncal-
ves Vianna, natural de Castelloes da Cep£da, eoncelho de
Paredes; 8.* e 9.*
Eugenio Candido de Sa Braga, filho de Jose Miguel Fernandes
Braga, natural de Braganc* ; 9,*
Evaristo Gomes Saraiva, filho de Antonio Elysiario de Carva-
lho, natural de Santo Adriio, eoncelho d'Armamar ; 12."
Francisco d' Albaqaerque de Mello Pereira e Cacexes, filho de
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122 ANNUAR10 DA ACADEMIA
Jofto d* Albuquerque de Mello Pereira e Caeeres, natural do
Porto; 2.*, 4.*e 12.*
Francisco Eduardo Leite da Silva, filbo de Florencio Ribeirods
Sil^a, natural de Santa Comba de Fornellos, concelho de
Fafo; 7.*elO:*
Francisco de Paula Bibeiro Vieira de •Castro, filho de Manod
Tbeotonio Ribeiro Vieira de Castro, natural do Porto, fie*
euezia de Miragaya; a*, 9.* e 10.*
Frederico Pinto Pereira de Vasconoeilos, filho de Frederico An-
gusto de Vasconoeilos Pereira Cabral, natural de Merced*
(republic* oriental do Uruguay) ; 10.*, 10.* a) e 18.*
Henrique Baptista da Silva, filho de Jolo Baptists da 80f»
Freire, natural de Souzella, concelbo de Lonsada ; £ * e l.a
Isidoro Antonio Ferreira, filho de Paes incognitos, natural de
Lamego ; 4.*, 6.«, 7.* «) e 18.*
JacinthoJosl da Silva Romans, filho de Jacintho Jose da Sil-
va, natural da cidade de Campos (imperio do Brasil) ; 8.* e &*
Jofto Augusto Marques, filho de Jose Marques Chrysostoaso do
Sul eTaiva, natural de Ribas de Pinheiro de Paint, coaee-
lho de Castro Daire ; 7.* e 10.*
Jofto Baptista Gtancalves Pavfto, filho de Jofto Baptista Goneal-
yes Pavfto, natural -de Villarinho de Tanha, concelbo de
Villa Real ; 8.- e 9.*
Jofto Caeiro de Carvalho, filho de Miguel Carvalho, natural ds
Povoa, concelho de Moura; 8.* e 9.'
Jofto Chrysostomo Lopes, filho de Jolo Amaro Lopes, natural
• de Cachoeira (imperio do Brasil) ; 5.«, 10.a a) e 13.*
Jolo Duarto da Costa Rangel, filho de Miguel Boayentura di
Silva Rangel, natural do Porto ; 8.*, 9.* e 12.*
Jofto Gonoalo Pacheco Pereira, filho de Jofto Pacheeo Perein,
natural do Porto, freguezia de MassareUos ; 2.*, 4.*, 8.* e 9.«
Jofto Jos* Lourenco d'Asevedo, filho de Miguel Lourenco d'Ase-
vedo, nstural de Venade, concelho de Caminha ; 8.* e 9."
Jofto Narciso Pinto do Cruseiro Seizas, filho de Jofto Qonealvai
- do Cruseiro Seizas. natural de Valence do Minho, distrieto
de Vianna do Castello ; 4.* e 10.* a)
Jofto Rodrigues Pinto Brandfto, filho de Antonio Rodriguei
Moreira, natural de Mouriz, concelho de Paredes; 4.% 7.ta),
10.* e 13.*
Joaquim Dias de Sousa Ardso, filho de Joaquim Dtas de Sous
Aroao, natural de Mtfttosinhos, concelho de Boucas 5 L^L»e&A
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POLYTBCHNICA DO PORTO 188
Jtequim Ferreira da Cavada, filho de Antonio Fenreira da Ca-
vada, natural de Bio Tinto, eoncelho da Qondomar ; 8,* a 9.*
Joaquim Ferreira de Sousa Garees, filho de Luis Antonio de
Sousa Garees, natural do Porto ; 7.*, 7.* a), 10.- e 10.1 a)
Joaquim Filippe da Piedade Alvares, filho de Joaquim Mariano
Almes, natural de Margfto (Gda) ; 8.* e 9.*
Joaquim Jose Marques d'Abreu, junior, filho de Joaquim Jose
Marques d'Abreu, natural de Lisboa : 8.* e 9.a
Joaquim Leio Nogueira de Meirelles, filho de Aprigio Augusto
LelO| natural de Pena-Maior, eoncelho de Pacos ae Fenreira ;
a* e 9.*
Joaquin* Manoel da Costa, filho de Francisco Manoel da Costa
Hamptio, natural de 8. Vicente de Sousa, eoncelho de FeU
gueiras; 8.*e9.*
Joaquim Bibeiro da Silva Carvalho, filho de Joio Aflbnso da
Silva Csjvalho; natural de Campia, eoncelho He Vouaella ;
&• e 9.*
Joaquim da Bocha Maciel, filho de Jos6 de Sousa Maeiel, na-
tural deLeca dePalmeira, eoncelho de Boucas; 7.*, a), IMa)
el2.*
Joaquim Vieira d'Araujo Braga, filho de Joaquim Jo*6 d'Ano*
jo, natural de Joanne, eoncelho de Villa Novade Famalieao ;
9.* e 12.*
Jos* d'Almeida Santos, filho de Antonio, d'Almeida Santos, na-
tural de Lanugo ; 7.* a), 10.* a) e 12.*
Jose Augusto Bibeiro Sampaio, filho de Jos6 de Sampaio, natu-
ral de Villar deMacada, eoncelho d'Alij6; &*, 4,% 7.* e 7.* a)
Jose Caraeiro Peixoto, filho de Joaquim Carneiro Peixoto, na-
tural de Fornos, eoncelho do Marco de Canaveses ; 7.* e 10.*
Jese da Cunha, filho de Jose Aires Cardoso, natural de Santa
. Eugenia, eoncelho de Alij6;8.* e 9.*
Jose da Cunha Pereira Bandeira de Neiva, filho de Joaquim
da Cunha Pereira Bandeira de Neiva, natural d'Ancft, eon-
celho de Cantanhede ; 8.* e 9.*
Jese Fsaneiseo da Silva Costa, filho de Manoel Francisco da
Silva Costa, natural de 8. Mamede d'Infesta, eoncelho de
Boucas : &* e 9.*
Jose Joaquim Baptists Vieira, filho de Custodio Baptists Vieira,
natural de Thaide, eoncelho da Povoa de Lanhoso ; 8.* e 9.*
Jose Joaquim Diss, filho de Antonio Jose Diss Serddio, natural
de Ferreirim, eoncelho de Seraaacelhe; 4.*, 6.% 10. ■ a) e 18.*
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/
124 ANNUARIO DA ACADEMIC
Jose Maria Chartrua Henrique* d'Aaevodo, filho do Ywomk
de 8. Sebastiao, natural de Cortee, diatrieto de Leiria ; fl.% 4.*,
7.* a 7.* 4).
Jose Maria Galvao de Mello, fill* de Joae Paachoal GaWie de
Mello, natural do Porto, freguezia da Victoria; 7.* e 10.*
Jose Maria Pinto Camello, filho de Joao Jose Pinto Caaaello
Coelho, natural de Caatello de Paiva ; &* e 9.*
Jose de Miranda Guedes, filho de Jeao de Moura Guedes, neta-
ral de Penejoia, coneelho de Lamego; 9.*, 10.* e 12.'
Jeee do Vaecimento da Boeha Ascveao Coutinho, filho da Joe*
Peizoto da Bocha, natural deTarouquella, coneelho de Sinflai ;
&• e 9.*
Jeae Pereira Seanpaio, filho da Joae Faes de fiaatpaao, aafcral
do Porto, freguezia de Santo Ildtfoneo ; L* a *>
Joae Bodriguaa Moreira, filho de Antonio Bodiigaau Mown*,
ttatoral de Mouris, coneelho da Paredee ; 8.' e ft.1
Joae Tavares da Silva Bebello, filho de Manoel Tavares dufifl-
ya, natural de Salrea, coneelho d'Eatanreja ; 1.% 7.* • 10.*
Juho Arthur Lopes Cardoso, filho da Joae Joaquim Lopai Oar-
doso, natural de Braga, freguezia da Se ; 7.* e 10.*
Julio Pinto da Coata Portella, filho de Jose Bodricues Pints,
natural de Becardaens, ooncelho d'Agueda ; 1.*, i* e &*
Luii Antonio Bodrigues Lobo, filho de Antonio Bodriguea Fa-
chinha, natural do Porto \ 8.* e 9.*
Luis Maria de Souaa Vahi*, filho do YiBoonde de 8. Join da
Peaqueira, natural do Porto, freguezia da- Cedofeita ; L* a fc*
Luis Paaaos Olivcira Valenea, filho de Franeieeo Paaaoa QUt«-
ra Valeaca, natural de Vianna do Caatello, fregueaia «•
Santa Maria Maior ; a* e 9.*
Manoel de Barroa Leal, filho de Joae Joaquim do Burros L*4
natural de Perosello, coneelho de Penafiel ; 7.* a 10.*
Manoel Belles* da Coata Almeida Ferns, filho de Joae Antoak
da Coata Almeida Ferras, natural de BareeUmhos* conaaUio
deBarcelloa;7.*e 10.*
Manoel Ferreira doa Santos, filho de Antonio Ferreira doe Sea-
toe, natural do Porto, fregueaia de Campanhft ; 7.* a) e 10im a)
Manoel Ferreira da Silva Couto, junior, filho de Manoel Ferreira
da Silra Couto, natural do Porto ; 8.*, 9.* e lfc*
Manoel Machado de Moura e Caaba, £lh» de Antonio Maehado
de Moura e Cunha, natural de S. Miguel de (taneee,
lho de Celorico de Baa to; 8.* a 9.*
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POLTTECHNICA DO PORTO 125
Manoel Maria Lopes Monteiro, filho de Francisco Lopes Mon-
teiro de Mesquita, natural de 8. Braz do Castanheiro, con-
celho de Garrazdda d'Aneiaes; a* e 9.«
Manoel de 8ouaa Dias, filho de Maaoel de Beuea Dias, natural
de Villar do Pinheiro, concellft) de Villa do Conde ; 8.* e 9.*
MaroelHno Antonio de 8ousa Floret, filho de Jose Antonio da
8on8a Milreus, natural de Santo Estevao de Gifto, concelho
de Villa do Conde ? 1.*, 4.», 7.« *) e 12.«
Maximiano Bernardes Pereira, filho de Antonio Bernardes Pe-
reira, natural do Pezo da Regua ; 8.* e 9.*
Saul da Fonseca, filho de Francisco Lourenco da Fonseca, na-
tural do Rio Grande do Sul (imperio do Brazil) ; 8.* e 9^
llleardo Pinto Bartol, filho de Rieardo Pinto da Costa, natural
de Lumbrales, provineia de Salamanca (Hespanha) ; 8.* e 9.*
Rodrigo Alberto Peixoto Galvao d'Oliveira, filho de' Joao For*
reira d'Oliveira, natural de Mangualde ; 8.* e 9.*
Satnrnino de Barros Leal) filho de Jose* Joaouimde Barros Leal,
natural de Perozeilo, concelho de Penanel ; 1.*, 4.* e 8.*
BebastiSo Pinto Peixoto Portella de Vasconcellos, filho de An*
tonio Pinto Peixoto de Vasconcellos, natural do Porto, fre*
gueaia de Miragaya; 7.* e 10.*
Simio Jose* Lopes da Silra Ferreira, filho de Domingos Jose
Lopes da Bilta, natural do Porto ; 8.* e 9.*
Theotenfo Augusto Alcoforado, filho de Gil Aleoforado d'Aze-
vedo Pinto e Figueiredo, natural de Vouzella ; 8.* e 9.*
Theophilo Leal de Faria, filho de Jose Rodrlguesde Faria, na-
tural de Lisboa, fi-eguezia de 8. Jose ; l.a, 4.* e 19.*
Tbotnaz d'Aqnino Pinheiro Falcfto, filho de Heliodoro Ribeiro
da Fonseca, natural da freguezia de Nossa Senhora da Con*'
eeie&o do Bairro Alto da cidade de Loanda (Angola) ; 9.* e 12.*
Vasco Antonio de Macedo Araujo da Costa, filho de Pedro An-
tonio Bernardino, natural do Potto ; 8.* e 9."
Victor Martins d'Oliveira, filho de. Joaouim Martins d'Oliveira,
natural da Cachoeira, provineia da Bahia (Brazil) ; 8.* e 9.*
William Maedonald 8mith. filho de John Smith, natural de Lon-
dres (Ingtaterra) ; 9.% 4.a, 7.« e 7.« a)
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/
126 ANNUARIO DA ACADEMIA
Di*pb«le5e* regnlameiitares
rel&ttvaa aoi alnmiiM
e Jtilgtme&to du Mtas— nftUamntodos actus — poHdaaoifcBfci}
Regulamento da flscalisacio • julgamanto
daa faltas dot alumnos
A fisealisa?aoe jnlgamento das faltas doe alumnos *aVrege>
lados pelas disposicoes do Decreto de 80 de outnbro da lw,
relatiyo 4 UDiveraidade de Cohnbra, na parte que * apnlieifel
a esta Academia (8essio do eonselho academioo de 11 de jaise
de 1872), a saber :
Art. L* Aqtod<ra»estudante,inatricttladonaAcademit,
eontar-te-ba nma falta por eada dia que deixar de assistir sai
boras determinadas islicoes on preleoeoes de todos on de ctdt
nss de sens mestres.
Art 2.# A falta a qualqner sabbatina on repetieio oonavee
pels primeira Tea triplieada, equiralendo a tree faltas diarias,
§ Is A falta a qualqner sabbatina on repetieio, pela segna-
da yes e por qnalqoer ontra das seguintes, equivaie acmeo fal-
tas diarias.
§ S.9 Estas disposicoes sio applicayeis a todos os estneaa-
tes qne alo oompareeerem na aula em dfa de sabbatina on re-
petieio, qner sejam sorteados on ebamados ao ezeracio litters-
rio, qner nio.
§ 8.* A falta a qualqner sabbatina on repetieio eontsr-fe-
ba simples, equiyalenao a nma s6 falta diaria, qnando {or legi-
timamente justifieada, on qnando o estndante bower ftltaao
tambem is tres prelee$5es immediatamente anteriores.
Art 8.* Ao estndante qne deixar de entregar no prasomar-
eado a dissertacio qne tiver sido preseripta, ooatar-se-bio, peU
primeira ves tres faltas; pela segunda e por eada nma das se-
guintes yeses, einco faltas.
§ unico. Estas faltas/sendo justifieadas, equivalent a fid-
tas diarias e eontam-se eomo taes.
Art. 4.* As faltas de freqnencia nas aulas poderio justifi-
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POLYTECHNICA DO PORTO 127
1.* Com attestac&o de molestia, que obste a frequencta ;
2.° Com documento que prove ou abone a occorrencia de
meendio, desastre, morte de pessoa conjuncta, ou qualquer ou-
tea circumatancia impreviata e attendivel ;
8.° Com Kcenca do Director.
Art 5.° A juatificacao das faltaa de diaaertaoao aio appli*
eaveu aa disposicoes dos §§ 1.° e 2.° do artigo antecedente.
Art 6> Aa faltaa podem ser justificadas, ou perante 08 res*
peetivos Professores, ou perante o Conselhoinensal academieo.
Art 7.° A juatificacao de faltaa com licenca do D i r e c t o r ,
ou.com. atteetacaade molestia no Port o,ei?eituar-sa-ha perante
oe respective* Professores.
§ 1.° O eatudante que houver faltado com licenca do D i r e -
ct o r , para justifies* aa faltaa e obrigado a apreaentar a licenca
aos respective* Profeaaorea no primtiro dia em que voltar a aula
logo depoia de finda a licenca.
§ 2.° O eatudante, que houver faltado por molestia pade-
eida no P o r t o , para justificar aa faltaa e obrigado a apreaentar
aos respectivoa Mestres, no primdro dia em que voltar 4 aula
depoia da molestia, attestacao jurada de Facultativo legitimes*
mente habilitado, reconhecida ppr Tabelliao e assignada tarn*
hem peJo apreaentante, com deaignacjo do aeu numerode matri-
cula.
- § 3.* A justificacio de faltaa, que nao fdr efiectuada nos
precisos termos e dia prescriptos nos §§ antecedente*, b6 pdde
ser admittida pelo ConseJho academieo.
Art. 8»* Compete ezcloeivamente ao Conaelho academieo
admfttir e julgar a juatificacao :
1.* Daa faltaa de diaaertacio ; N
2.# Das faltaa por molestia padecida f6ra do Por to ;
&• Das faltaa por desastre ou caao imprevisto ;
4.° Daa faltaa referidaa no § 8.* do artigo antecedente;
5.° Daa faltas deliberadas em commum, e consideradas no
artigo 18.° d'este Regulamento.
§ 1.* 0 eatudante que pretender iustifjcar alguma daa fal-
tas especificadas n'este artigo dirigira o aeu requerimento do-
cumentado ao Conaelho academieo no mes immediate aquelle
em que faltou.
§ 2.° No caao de impedimento legitimo e provado, podera
requarer a dita juatificacao no mes seguinte.
Art 9.* As faltas por molestia padecida f<Sra do Porto a6
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128 ANNUARIO DA ACADEMIA
podem eer joatifioadaa com licenca anterior do Director para
aahir do P o r t o e com atUstwflo regular de Facultative, reeonhe-
cida por Tabelliio da looalidade, e o signal d'eete ignahnente
reconnecido por ontro do Porto, seilada com o aello official da
Adminiatracao do Concelho onde foi paaeada, e rvbrioada pel*
reepectivo Adminietrador.
Art 10.° 0 eatadante que por motive de moleatia canes
de aahir do Porto, pediripreviamente lioenca ao Director
aem requerimento docnmentado, comatteetacio do Facnltatm
aaaietente.
§ !.•
§ 2.*
Art 11.° No Conaelho menaal academico os Profaaaorai
darflo impreterivelmente conta de todas as faltaa doa acna dav
elpnloa no max antecedents.
§ unico. Eataa faltaa aerSo lancadaa no livro competeafta
eom a declaracao de terem aido, on nfio, havidaa por jnetifiea-
daa, na conformidade doa artigoa 7 .• on 8.* d'eate Decreto.
Art. 12.° No Conselho immediate poderSo ainda admittir-
ae reclamacdea doa intereaaadoa para juatificacao de faltaa jit
gadaa no Conaelho anterior.
§ l.« Aa ditaa reclamaeoea poderfto tambem aer aprcaeaav
daa peloa reapectivoa ProfeaBorea.
§ 2.* Do julgamento definitivo daa faltaa no aegimdo Cov
aelho n&o ha maia recurso algum.
Art. 13.° No Conaelho immediatamente anterior cos i
e exames, ae farA em vista do livro meneionado o i
final daa faltaa, e o doa eatudantea, que ae aoham
para aerem admittidoa ao respective act© on exame.
Art. 14.° Cada falta nio inatifieada eqnivale a tree jnatifr
cadas, aalvaa aa diapoaicdea doa artigoa 2.* e 3.° d'eate* Begate-
mento.
Art 15.# Perde o anno todo o eatadante, qne titer :
1.° Quarenta faltaa justificadaa. *)
2.# Treae faltaa n&o justificadaa.
•) Bste Jimlte e* reduiido ot proporclo do nnmero de diaa de alii
eamiaiei part 5, dm cadeiru em que o nnmero de licdea aamanaete'iab-
rlor.a doeo. Aaatan, oa 5.*, 8> e *.* cadeiras o bmita do nomero de Vtm
jnstificadae d tinte e qnatro: da 12. • cadelrad desaseia.
0 llmite du faltaa nio jnatiflcada* 6 o terou d'eataammieroiziafodaUo
aelnco.
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POLYTECHNIC* DO PORTO 129
8.° Um numero de faltas mixta* eguiYalento ao de quaren-
ta justificadas, ou ao de treze nao justificadas ; com© por exeat*
plo, vinie faltas diarias justifieadae, mais duas faltas de sabba-
tina nio justifies das* e mats qnatro fajtas diarias nao justifies^
das-; on vinte e uma faltas diarias justificadas, mais una falta
de sabbatina e outra de dissertaeae nao justificadas.
§ 1.° Todas as faltas produzem o meemo^ effeito, quer se<>
jam consecutivas, quer irrterpolladae.
§ 2.° Nas eadeiras em que baja curses se para-
dos as faltas eontar-se-dilo por dias, quando o estudante bou*
ver de fazer um s6 ezame ou acto ; e eontar*se-bao pot aulas,
quando hourer de fazer exames ou aetos distinetos relatiros a
eada uroa d'ellas.
Art 16.* Verifieado em Censelbo academico que al«
gum estudante tern dado tantas faltas quants* bastem para
perder o anno, lancar-se-ba no h>ro eompetente a declaracao e
julgameuto do facto; e pubKcar-ee-ba logo por Edital o mas*
mo juigameato.
Art 17.° O estudante que no Conselho immediatamdnte
anterior aos aetos se aebar com cinco faltas ou mais, nao justi-
ficadas, perdera o sen logar na matricnla, e sera por cada falta
excedente as quatro primeiras preterido na pauta dos examinan*
doa pelo numero dos sens condiseipulos que neceasario for para
enteo dias de aetos ok exames.
§ L* Esgotado o numero dos nao preteridos para a forma*
cSo da pauta dos examinandos, os preteridos por raenos faltas
precederao na mesma pauta aos preteridos que thereto mais
faltas.
• «-• «
Art. 18.° Os estudantes de qualquet anno ou curso, que
fiterem parede, isto 6, que em totalidade ou maioria faltarem
deliberadamente a uma ou a todas as aulas no mesmo dia> ha-
tendo*se para esse fim concertado, perderSo o anno.
§ 1.° Presume-so que bouve parede logo que pelsjs notas e
apontamentos do bedel se verifiear que faltaram a mesma aula,
no mesmo dia, dois tercos dos matriculados respectivos.
§ 2,° Ficam iseutos da dita pena os que, havendo faltado
casualmente sem tomarem parte na parede, justificarem a falta.
§ 3.° A falta dada eventualmente em dia de parede s6 pode
justificar-se perante o Conselho academico*
Art 19.° Perdem o anno se nao justificarem a falta :
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180 ANNUARIO DA ACADEMIC
IS Os estudante* one nio comparecerem a tirar pontons
logar, dia e hora prescnptos ;
2.» Os que tendo tirado ponto nSo oompareceiam no logar,
dia e hora designados para o respectivo acto on exame.
Art. 20.° A jostificacjo das faltas mencionadas no artigo
antecedente sera effectuada por moio de requerimento documen-
tado perante o Director, que jnlgara o impedimento e a
falta.
Art. 21.° N*o sao admittidos a justificar as faltas mencio-
nadas no artigo 19.° os estndantes que as commetterem estaodo
fora do Porto sen lieenca do Director.
Art. 22.* O estudante que hourer dado e justificado as fri-
ts s referidas no artigo 19.° serf, opportunamente admittidoa
faxer o respective* acto ou exame, no dia queo Director de
novo lhe assignar.
§ 1.° N'estes actos on exames extraordinarios serSo exami-
nadores os mesmos Lentes on Professores que o teriam sido
nos actos ou exames ordinarios, se o estudante os houverafeito
no logar e dia competentes.
§ 2.° Pica salvo para modificacJlo do § antecedente o.cuo
de impedimento legitimo de algum ou Alguns 'dos mesmos Len-
tes.
Art. 23.° As disposicoes dos §§ !•• e 2." do artigo antece-
dente sao applicaveis a todos os actos ou exames de qnalqaer
estudante que obtiver lieenca do Director para os faier fo-*
ra do logar competente.
Art.24.-
Art. 25.°
Art. -26.' . Nenhnm estudante poderi ser admittido a jnsti-
ficar faltas senSo pelo modo e nos termos prescriptos por esta
Begulamento.
Art 27.° Os nomes de todos os estudante*, que por opal-
quer motivo perderem o anno, serSo logo pnblicados por Editai,
com declaracSo dos motivos, e seguidamente remettidos a Se-
cretaria d'Estado dos Negocios do Reino para se faser igual
publicacfto no Diario do Governo.
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POLXTECHNICA DO PORTO 131
Beffnlamento do* aeto« on exames
Os actos ou exames dos alumnos sSo regulados pelas dispo-
siloes que est&o ainda em vigor do Regulamento do Conselho
academico (seesSo de 20 de dezembro de 1839), approvado pelo
Decreto de 6 de novembro de 18o*9; a saber:
0 aproveitamento dos estudantes nas materias de cpda ca-
deira que cursaram durante o anno lectivo seri detenninado
pela maneira como se houverem em actos publicos e na forma
mais explicitamente especificada nos artigos abaixo referidos.
(Arf If).
0 affixamento das listas dos estudantes para fajEerem actos ;
a annunciacslo do dia en> que estes deverito comecar ; a declara-
980 do numero de estudantes que formarao cada turma, quando
as houver, e o numero das turmas diarias, s2o preliminares aue,
previamente determinados pelo Conselho academico, se pratica-
r&o nas f6rmas usuaes ate aqui estabelecidas. (Art.* 2.°).
Os actos serao feitos sobre pontos tirados & sorte, vinte e
quatro horas antes da bora respectivamente marcada, na pre*
, senca do Lente da respectiva cadeira. — A 4.* cadeira, pela na-
tureaa das materias n'ella ensinadas, 6excepc3o d'esta regra
.(Art.3,»).
Os pontos terao sido previamente feitos pelos Lentes das
respectivas secedes e authorisados pelo Conselho academico. Es-
tes pontos 'ser&o de taJ f6rma ordenados que em vinte e quatro
horas poder&o perfeitamente abranger em si e em seus immedia-
tos fundamentos, consequencias e applicacoes prdticas. — Os pon-
tos constarSo de uma unica sorte. De cada sorte que sahir em
ponto, entregar-se-ha uma copia a cada vogal que assistir ao
acto, uma a cada estudante que tiver de fazer acto sobre esse
ponto, e uma sera registada nos Archivos da Academia (Art.
*■•)•
Os actos serSo feitos segundo as determinacoes do § 19 dos
Estatutos da antiga Academia Real da Marinha e Commercio.
Nos objectos porem que forem alheios ao ponto, nio se esperari
do estudante sen&o a enunciacSo de principles, e n&o se exigir&o
demonstracoes que requerem previo estudo. (Art. 5.°).
Urn mesmo bilhete poderA servir de ponto a dois ou mais es<
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132 ANNUAKIO t>A ACADEMIA
tudantes, quando em consequencia de circumatancia, como no
caao de grande numero de examinanrioa, o Conselho academico
determinar a reuniio de ▼arioe estudantee em una turma (Art
6.*).
Os alumnos efto qualify ados nos actoe em duas divisott, a
saber : 1.* divMo de motor qvalifioac&o, eomprehende oa alomnot
que se acham jgabilitados naa materias enamadaa na reapectfri *
cadeira em toda a sua generalidade e aea desenvolYimento; V
divMo de menor qvalificatflo (que eorreapoude 4 class© de obri-
gados na Universidade de Coimbra), comprehend© oa alnnmoi
a quern ae eaeuaam certaa materia* e tbeorias por demasiadamenfie
abstracts*, ou por inuteis ao aeu deatino especial.
A menor qualificac&o nao aproveita ao alumno que quoin
aeguir curao que a exige maiorf aem de novo repetir o meano
acto (Pratica doe art." 7.* e a*).
Nob actos da 11.* cadeira (art.0 SO) « nos daa 12.« e 18." afe
ba dirisoes. •
Os curaoa eapeciaea I a) e o) exigem maior qualificacao hm
exames de todaa aa cadeiraa dos reepectivos quadroa — 0 cano
especial I o) exige maior qualificaelo em todoa os exames, ex-
cepto nos da 9." e 10.» cadeiras — 0 curao especial II eiige
maior qualificacao em todos os exames, excepto no da 8.* cadet'
ra — O curao especial m nao exige maior Qualificacao no exa*
me da 1.* cadeira — O curao especial IV exige maior qualifica-
cao nos exames, excepto nos da !••, 8.» e 9.* cadeiras. — 0 cano
especial V exige maior qualificacao s6* no exame da 9.a cadeira.
Noa cursos preparatories e exigida maior qualificaelo en
todos os exames das cadeiras dos respectivos quadroa (Praties
dos art- 9.*, M.», 12.-, 14% 16.», 17.', 18* e 19.»— Rcaolueie
do Conselho academico em sessao de 4 de maxco de 1879).
Os actos de cada cadeira, excepto os da 4.*, a&o feitos pe-
rante um jury de tree Lentes, entrando o da cadeira, o qual aern
de presidents sendo os outros dois arguentes. Cada argumeato
dere durar, pelo menoe, trinta minutos, em todoa os actos dai
cadeiras da seccao de mathematical e vinte minutos nas cadei-
raa daa secedes de Philoeophia e Commercio. (Art 10.°, 11.',
12/S 14.» e 16.*).
O aproveitamento doa alumnos nas disciplinas da 4* cadeira
sera determinado pelas provas que de si derem n*um concarao
geral. — O genero das obras de concurao sera sempre em cot-
fbrmidade do que ae aeba estabeleeido np Programma de Ensi-
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POLYTECHNIC* DO PORTO 138
no para o anno lectivo de 1888 para 1889. Estas obras devem ser fei-
tas pelos alumnos, franqueando'lhes para esse effeito o Lente res-
pectivo os modelos analogos aoe fins que se propozerem seguir
na Academia. — Durante o tempo do ooncurso o Lente evitara
quanto f6r possivel o auxilio manual a bem das ditas obras ;
mas fara as advertencias que entender, para assim compensar
os seus alumnos com as vantagens que costumam ter nos actos
ou ezames oraes das outras disciplinas. (Art 13.°).
, Em todos os actos das diversas cadeiras os votos serao da-
dos em escrutinio secreto por AA f approvado) e RR (reprovado).
Dois BR reprovam e tornam nulla a frequencia do estudante
n'aquelle anno lectivo ; um R qualifies a approvac&o de pela
motor parte. Nenhum estudante, na votac&o solbre cujo acto en-
trou um R, p6de ser premiado nas materias do acto que fez.
(Art. 21.<>).
No caso de manifestarem os actos um conceito diverso do
que se esperava do estudante, podera ter logar o recurso de que
trata o § 20.« dos Estatutos de 29 de julho de 1803, da Acade-
mia Real da Marinha e Commercio (Art 22.°).
O resultado dos actos de cada dia sera declarado depois de
se concluirem aquelles que n'esse dia tiveram lugar (Art. 23.°).
$Taquellas Cadeiras' em que se tiverem feito trabalhos gra-
pbicos, deverao estes ser apresentados aos vogaes do acto,
para coadjuval-os no conceito que devem formar do aproveita-
mento do examinando (Art. 24.°).
.N'este juiso devera entrar em conta a informacio vocal dada
pelo Lente respectivo previamente ao acto, sobre a frequencia
e signaes d'applicatiio evidenciados no decurso do anno lectivo
(Art. 25.«>).
Os estudantes que deizarem de comparecer'para faaer acto
em sua competente vez, nJo poderSo em outra occasi&o fazel-o
sem mostrarem com documentos justificative^, que tiveram causa
legitima que os obrigou A referida falta. Escusas por falta de
saude, corroboradas do competente documento legal, e bem
assim as licence de transferencia de acto para outubro por mo-
tivo justificado, devem ser apresentadas antes da hora marcada
para a tiragem dos pontos. Todos os requerimentos tendentes a
similhantes escusas e licencas, deverao ser dirigidos ao Director
da Academia que sobre elles resolvera o que fdr de justica. (Art.
vogaes dos actos de cada seccSo ser&o os Lentes d'essa
■%.
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184 ANNUARIO DA ACADEMIA
mesma ieeelo. Em caao por&n de neceasidade o Conselho aa-
demico dehberara aobre o que f5r convenient. Os vogues doe
exames da 4.a Cadeira aerfto o Lente proprietario e aubstitato
da mesma Cadeira. (Art 27.°).
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POLYTECHNIC! DO PORTO 135
Pollela aoademloa— dtapoalQdea penael
A policia academica tern por fun manter a ordem, a morali'-
dade e a honra da vida academica.
A jurisdiccfto dos actoe de disciplina e policia academica 6
exercitada pelo Director, por si somente, on em Coaselho aca-
demico, sem dependencia das formalidades e processor prescri*
ptos no Be^ulamento de 25 de novembro de 1809 ; mas com to*
das as avenguacoes que forem necessarias para estabelecer a
verdade dos factos e a prova de sua moralidade. (D. de 20 de
setembro de 1844, art 134, § 1.°).
A policia academica 6 mdependente do processo criminal
que possa ter logar perante as justicas ordinarias. (Begulamen-
to citado, art 2.°).
As penas disciplinary contra os estndantes sio :
I. A repreheosio dada pelo Lente, quando a falta fSr com-
mettida dentro da aula. (D. de 31 de marco de 1873, art. 75.°
n.p 1.°— Beg. citado, art 6.°).
IL, A reprehenslo dada verbalmente pelo Director. (Beg.
citado, art 2.°, § 2.').
EI. A reprehensSo escripta pelo Secretario da Academia,
e assignada pelo reprehendido, em livroproprio, com a declara-
c2o dos motlvos d'ella. (Beg. citado, art 2.°, § 2.°).
IVS A intimacao feita pelo Lente ao alumno para que se re-
tire da aula, marcando-se-lhe falta, (D. de 31 de marco de 1873,
art 75.* n.p 3.p).
V. A suspensSo da frequencia e exercicios escolares ate
oito dias, imposta pelo Director, marcando-se falta ao alumno
por cada dia de suspensiio, e avisando-se o pae ou tutor. (D. de
1873, art 75.» n.» 4.°).
VL A'exclus&o temporaria da Academia, por tempo d'um
a dois anno8 lectivos. (Beg. citado, art. 2.°, § 2.*).
VEL A exclusfto perpetua da Academia. (Beg. e § citados).
Na applicacao das penas de ezclusao temporaria ou perpe-
tua da Academia, havera* respeito as seguintes regras : Os estu-
dantes matriculados, que nao frequentarem as aulas, ou que,
sendo frequentes n 'el las, n&o mostrarem applicacfto, se depois
de admoestados n&o tiverem emenda, serSo nscados da matricula
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186 AMNUAXIO OA ACADEMIA
do respectivo curso — 00 eatudantes, que dentro das Eae61u
perturbarem os exercicioe d'ellas com desordena gravea, arrai-
oos e tumiiltos eacandaloeoa : os que praticarem actoa de quati-
ficada insubordina^ao, desobediencia e resistencia ; faltarem ao
reapeito devido ao Director e Lentea, proferindo inj arias, ou
oemimtftnndo neleneiaa confer* ellea ; os qtre profoearem ontros
alumnoa aoa meamoa actoa ; oa one praticarem qsaeaqner ontroi
factoa de igaal nature** — aerao punidos com a exclnaio da
Aeademia, por in, ou dois annoe, aegiindo a graridade das cv>
ciwsiamHa* ; • com a exctaaao perpetoa, so caao de reineide*
em. (Beg. citada, art &•, §§ L« e 2.*}.
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FOLTTECHNICA DO PORTO 13T
delrcus dos oorsos da, Aoademia no an-
no leetlro de 1877 a, 1978, proolama-
<Io» em seewao solemne dte US d'oututoro
del676
2.* CADEIRA
Acceuit — William Macdonald Smith, natural de Londres.
Dutinec&o — Jose Maria Chartres Henriques d'Asevedo, natu-
ral de Cortes, districto de Leuia,
4* CADEIRA (dbsbbho db piguba ■ faisagem)
Promo — Antonio da Silva, natural de Salreu, tjoncelho d'Es-
tarreja.
Acceuit «— Joao Goncalo Pacheeo Pereira, natural do Porto.
4.* CADEIRA (dsbbnho db topogbapbia)
Distincg&o — Wtiliun Macdonald Smith.
5.* CADEIRA
AccenU — Francisco Pinto Pereira* de Vasconcellos, natural
de Mercedes, republica oriental do Uruguay.
7.* CADEIRA
Aecemt — Antonio de Padua e Silva, junior, natural do Porto,
» — Alvaro Le&o Baptista Dias, natural do Porto.
» — Jose Maria de Queiroz Velloso, natural de Barcel-
los.
8.* CADEIRA
Aecemt — Arthur Lessa de Carvalho, natural de Lamego.
» — Albino Moreira de Sousa Baptista, natural de Ca-
beca Santa, concelho de Penafiel.
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188 ANNUAR10 DA ACADBMIA
9.* CADERA
AaeutU — Jacintho PanreJraLanca, natural de Castro de Vide,
districto de Beja.
• —Albino Moreira de Sousa Baptista.
» — Arthur Lessa de Carvalho.
Dittinoflo— Antonio Teizeira de Sousa, natural de Celleiroa,
ooncelho de Sabroaa.
10.* CADEIRA
Acctuti — Jose Maria de Queiros Velloso.
» — Antonio de Padua da Sihra, junior.
DutincQ&o — Affoneo do Valle Coelho Cabral, natural do Porto.
» — Franciaeo de Albuquerque' de Mello Pereira e Oa-
ceres, natural do Porto.
» — Jofto Augusto Alvea de M agalhies, natural de Pe-
nafiel.
12.« CADEIRA
Prmio — Paulo Marcellino Dias de Freitas, natural de Ter-
ras de Bouro, districto de Braga.
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POLTTECHNICA DO PORTO
189
I>e«i&naQ&o do« aliimnoai que
carta de oapaoidade de, Cursos da
Aoademia, no anno leotlvo anterior.
Nome*, e detignacto do Gurao
Engenheiros de pontes
e estradas
JoSo Henrique Adolfo von-Hafe
Filinpe Gkmcalves Pelouro
Paulo de Barros Pinto Osorio. • .
Engenheiros de minas
Antonio Franco Fraiao
Dttt em que foi cooferida
a caru do curio
8 d'agosto de 1878.
6 d'agosto de 1878.
29dejulhode 1878.
24dejalhodel878.
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140
AttNtJAUO PA ACADEWA
Mappa eatattetieo «lo movimento da
no anno lootivo
Matricnlados.
©
AS
0*
, Perderam o anno
por faltas
i Lioenciadoi .....
> m I Nemine Dia-
l's I crepante...
/ j> JSimpficiter...
jN. D., qnalifi-
i »; / cac£o menor
|*l \ flimpliciter, id.
Total dos ap-
provados . .
I Reprovadoi
/Com premio pecu-
niario...
1 Com premio hono-
rific©
( Accessit «...
] Com mencfto hon-
rosa
Total dos dis-
tinctos ....
U
15
7
2.*
ALUMN0S
8.«
8 22
1
22
5.*
7.*
25
25
25
8
Tiraram carta : — do engenbeiro civil de Pontes
Nota. O excesso de 8 que so encontra na 9.» cadeira e no total
tamento e o numero de alumnos matricnlados, prowm
noa approvados Hmpliciter com qualificacio maior.
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POLYTECHNIC* DO PORTO
141
Jkoculemia, Polyteolmiea, do Poi*to9
<le> v&rv a, 18^©.
POR CADKIRAS
TOTAL
&•
47
19
12
88
11
47
14
11
1
5
81
6
10.«
10.*
81 10
81
81
11.*
12.*
10
8
7
18.»
Por cadeiras
11
10
1
11
244
158
26
1
7
187
18
14
6
CoDtadosln-
dividualmoDte
102
9
6
16
e Estradas — 8 — de engenheiro de minas — 1.
por cadeiras, entre o ntunero de altimnos contados pelo aprovei-
de 3 repeticoes de acto que houve em julho, ficando os alum-
Pertenciam de matricnla ao anno lectivo de 1875-76.
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Secqao de Legislaqao
Intorrompe-ee a continuacao da historia d'esta Acade-
mia, de que ee comecou a dar noticia no anterior A n -
nuario, por pareoer mais methodico transcrever a le-
gislacao mais importante relativa aoe dois primeiros pe-
riodos da mesma historia (Origens: 1762 a i803-
AcademiaReal daMarinha e Gommercio da
cidade do Porto: 1805 a 1857) de que se tra-
tou na parte daMemoriahistorioa anteriormente
publicada.
No seguinte Annuario devera continuar-se a pu-
blicacSo do referido trabalho cornea historia do periodo
polytechnico que decorre desde 1837 ate a epoca actual,
a que seguira tambem o traslado da legislac&o mais im-
portante que diz respeito a este periodo.
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POLYTECHNICA DO PORTO 145
Deoreto que fundou a aula de nautica
na Cidade do Porto.
Por quanto havendo os Meus Vassalos habit an-
tes na Cidade do Porto louvavelmente estabelecido,
com faculdade Minha, algumas Fragatas de Guerra
para cobrirem aquella Costa, e protegerem o commer-
cio da mesma Cidade contra os insultos que frequente-
mente padeciao ; he justo, e necessario, que ao mes-
mo tempo se criem Officiaes com educacao para aquel-
le import ante servico, como os sobreditos Me repre-
sentarao: Hei por bem crear dose Tenentes do mar,
e dezoito Guardas Marinhas, para servirem nas refe-
ridas Fragatas, com Aula, e 1{e$idencia na mesma
Cidade do Vorto, e pagos pela mesma Repartkao
por onde se fazem as mais despezas das referidas
Fragatas: Os quaes ficarao em tudo, e por tudo
provides, igualados, e graduados com os que Fui Ser- '
vido crear por Decretos de dous de Julho de mil
setecentos sessenta e hum, e de vinte e hum de Mar-
co do presente anno. O Conselho de Guerra o tenha
assim entendido, e fa<ja observar pelo que pertence.
Palacio de Nossa Senhora da Ajuda, a 3o de
Julho de 1762. = Com a Rubrica dp Sua Mages tade.
(Collecfio da legisla^ao portugiieza de Del-
gad o, tomo I, pag. 878).
10
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146 ANNUARI0 DA ACADEMIA
Deoreto que fundom a aula cle debuxo
e desenlio no Porto
Tendo consideracao ao que me foi*presentc pelo
Marquez Presidente do meu Real Erario, sobre a re-
presentacao da Junta da Administratis) da Compa-
nhia Geral de Agricultura das Vinhas do Alto Dou-
ro, ao fim da creaqao de uma aula publica de debu-
xo e desenho, que nao sera menos util do que a ou- j
tra aula publica da nautica, que ja se acha estabele-
cida na cidade do Porto debaixo do cuidado e ins- j
peccao da mesma Junta : Sou Servido ordenar que j
semelhantemente se estabeleca a sobredita aula de ]
desenho e debuxo, em tudo conforme a da nautica, J
no que lhe f6r applicavel, debaixo do mesmo cuida-
do na referida Junta, vencendo o Lente d'ella deze- .
sets mil reis cada mez, como tern o da nautica, que
lhe serao tambem pagos pelo producto dos dous por
cento applicados para a construccao das Fragatas
de Guerta, e se fara a mais despesa no custo dos
livros que forem necessarios, com a approvacao do
mesmci Marquez Presidente, pelo qual subirao a mi-
nha real Presenca os Estatutos que se devem fonnar
das obrigacoes do Lente e dos Discipulos, para se-
rem por mim approvados, e terem o seo devido ef-
feito. E Hei por bem nomear a Antonio Fernandes
Jacomo para primeiro Lente da dita aula, esperan-
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POLYTECHNIC* DO P0RTO 147
do das boas informaqoes que delle tenho, desempe-
nhara as suas obriga^oes no que the for determina-
do pela referida Junta. E servirsi por este Decreto
s6mente, sem dependencia de outro algum despacho,
em quanto bem cumprir com as mesmas "obrigacoes,
e a Junta entender que e util o seo prestimo. O
mesmo Marquez Presidente do meu Real Erario o
tenha assim entendido, e o faca executar com os
despachos necessarios. Palacio de Nossa Senhora da
Ajuda, em 27 de Jfovembro de 1779.— Gumpra-se
e registe-se, e se passem os Despachos necessarios.
Junqueira em 2 de Dezembro de 1779. — Com ru"
brica do Ill.mQ e Ex.m0 Snr. Marquez de Angeja,
Presidente do Real Erario. — Balthasar Pinto de Mi-
randa.
(Silvestre Ribeiro — Historia dos Estabelecimentos
scientificos, litterarios e artisticos de Portugal,
tomo 11, pag. 67).
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U8 ANNUARI0 DA ACADEM1A
Aviso Refflo mandando admlttir os
alumnos de nautlea nos navloa
meroantei.
Sendo presente a Rainha Minha Senhora que al-
guns Proprietaries, e Caixas dos Navios, que dessc
Porto navegam para os Dominios ultramarinos, du-
vidam aceitar para os ditos Navios os Discipulos
d'Aula da Navegacao que se acha estabelecida Odes-
sa cidade, oppondo-se por esse modo nao s6 ao uso
que desde a creacao da referida Aula se tern prati-
cado n'este assunto mas tambem ao louvavel, e util
fim de se adiantar a mesma Navegacao em beneficio
commum do Commercio desses Povos: E quercn-
do Sua Magestade obviar a este pernecioso inconve-
niente: He Servida ordenar, que vm.w nao matricule
a Equipagem de navio de Lote de mais de cento e
cincoenta toneladas, e dahi para cima, sem que neila
seja compreendido algum Aulista, que se ache legiti-
mado com despacho do Provedor da Junta da Ad-
ministracao da Companhia Geral da Agricultura das
Vinhas do Alto Douro, como athegora se observou
para ter no dito navio o emprego, e exercicio pro-
porcionado a sua applicacao, e prestimo, como sem-
pre se tern praticado. E ao sobredito Provedor re-
ineto esta carta a sello volante para que depois de
inteirado da Regia determinacao que nella se con-
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* POLTTECHNICA DO PORTO 149
tern, a entregue a vm.M, para que a execute. Deos
Guarde a vm.M. Junqueira em vinte e cinco de No-
vembro de mil sete -centos oitenta e hum. Marquez
de Angeja. Senhor Antonio Caetano Jose de Sousa
Magalhaens.
(Registado a fl. 228 do liv. 2.0 de registos da Ribeira do
Douro, archivado na Reparti^ao do Departamento Maritimo
do Norte, no Porto; e no liv.O,n.° 1 doarchivoda Academia,
pela copia authentica man dad a passar pelo Chefe da mesmd
RepartifSd em 3 de mar^o de 1879).
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160 ANNUARIO DA ACIDEMIA
ALYARA que oreou aa aulas de mat he-
matioa, oommeroio, dan lingpuas fran-
oeza e injpleza, e enoarregou a Junta
da adminifltraoao, <liree«?ao e projec-
q&o d'uma casa propria no terreno do
Colleffio dos Orphaos.
Eu o Principe Regente: Faco saber aos queeste
Alvara com forca de Lei virem : Que tendo-Me re-
presentado a Junta da Administracao da Compa-
nhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro,
munida com a permissao, que Ihe concede o Para-
grafo cincoenta e hum da sua Instituicao, para Me
Consultar immediatamente o que se Ihe ofterecer; e
desejosa de manifestar o zelo, com que sempre se
empregou em promover o beneficio dos Meus Fieis
Vassallos, estabelecidos nas Provincias do Norte;
que havendp na Corte, e Cidade de Lisboa muitas
Academias, aonde a Mocidade p6de adquirir Conhe-
cimentos de todas as Sciencias; e que depois dc
perfeitamente instruidos, Me podem dignamente ser-
vir, e ser empregados, conforme os Creditos, que
tenhao adquirido, como por experiencia se tem mos-
trado ; achando-se «o Meu Real Servico Pessoas, que
merecem a Minha Real Consideraqao, e 6 Conceito
publico; tendo sido a sua educacao principiada, e
ultimada nas mesmas Academias; devendo-se estes
notorios progressos aos habeis Professores, a quern
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POLYTEGHNICA 1)0 PORTO 151
se confiou a Regencia das Cadeiras das differentes
Sciencias, e a escrupulosa seieccao de Livros, que se
lhes adoptou, e cujos Authores gozao na Europa a
melhor reputacao : Seria' muito conforme aos Meus
Paternaes sentimentos Permittir, e Ordenar, que na
Cidade do Porto se erigissem Aulas de Mathematics,
de Commercio, das Linguas Ingleza, e Franceza,
assim como ja se achavao creadas as de Nautica, e
Desenho ; e que do resultado deltas era bem evidente
a utilidade, que se tinha seguido as Artes, e Officios,
principalmente a Navegacao, pelos Pilotos, que na
sobredita Aula se formarao, e que mais se aperfei-
coarao havendo huma de Mathematica, onde se pos-
sao adquirir maiores, e mais extensos Conhccimen-
tos : Que sendo a Cidade do Porto a do mais con-
sideravel Commercio (depois da Capital), nao havia
modo estabelecido para as pessoas, que se destinavao
a esta Profissao, de adquirirem os indispensaveis
Conhecimentos elemen tares, para a poderem exercer
com perfeicao, e vantagem do Estado : E que haven-
do muitas Obras escritas, da indispensavel Instruc-
cao, nos Idiomas Inglez, e Francez, e a maior Nave-
gacao que fazem os Navios do Porto daquella Cida-
de (a excep^ao do Brazil) se destina para os paizes
do Norte; e frequentemente para a Baltico, nos quaes
he preciso entender as Linguas Vivas, pelo menos as
duas referidas, precisando tambem os Commercian-
tes deste auxilio, para melhor fazerem a sua Corres-
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153 ANNUARI0 DA ACADEMIA
pondencia Mercantil; nSo havendo ate hoje na dita
Cidade Estabelecimento algum, aonde se possao
aprender as referidas Linguas. E merecendo a Minha
Real Approvaqao o que a sobredita Junta da Admi-
nistracao da Companhia Geral da Agricultura das
Vinhas do Alto Douro Me representou sobre estes
importantissimos objectos, muito analogos aos Pater-
naes cuidados, que Me devem todos os Meus Fieis
Vassallos, para lhes subministrar os meios de se po-
derem instruir, e de se habilitarem plenamente, para
serem uteis a si, e ao Estado ; evitando aos Pais o
incommodo, e grandes despezas de mandarem seus
filhos a Corte a procurar conhecimentos scientificos,
e aquelles, a quem faltarem os meios, ficarem priva-
dos de terem a devida instruccao, que com ella muito
aproveitariao : Hey por bem Determinar o seguinte:
I. Que na Cidade do Porto se erijao Aulas de
Mathematica, de Commercio, das Linguas Ingleza, c
Franceza, para governo das quaes Mandarei fonnar
Estatutos proprios,
II. Que estas Aulas se estabelecao por ora no
Collegio dos Meninos Orfaos, e nas Casas, que me-
lhor proporcao tenhao para este fim.
III. Que se proceda sem perda de tempo a edi-
ficacao de huma Casa no Terreno do Collegio dos
Meninos Orfaos, propria para as referidas Aulas, que
se vao erigir, e para as duas ja creadas, para todas
ficarem em hum s6 Edificio; facilitando-se desta
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POLYTECHNICA DO PORTO 158
forma o commodo para aquellas Pessoas, que quize-
rem frequentar huma Aula depois da outra.
IV* Para a despeza da construcqao deste Edi-
ficio, Determino, que se imponha, por tempo de dez
annos, hum real em cada quartilho de Vinho, que se
vender na Qdade do Porto, e Districto do Privile-
gio exclusivo da mesma Junta da Administracao da
Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto
Douro, nos mezes de Junho, Julho, Agosto, Setem-
bro, Outubro, e Novembro; sendo esta Contribuicao
suave, temporaria, e paga insensivelmente, e o bene-
ficio resultante do Estabelecimento das mesmas Au-
las perpetuo, e da maior vantagem, e proveito para
os Habitantes das Provincias do Norte.
V, Que a Junta da Companhia Geral da Agri-
cultura das Vinhas do Alto Douro fique encarregada
da recepcao, e cobranca desta nova Contribuicao,
assim como da construccao do Edificio, mandando
tirar a Planta delle, para subir a Minha Real Pre-
senca pela Secretaria de Estado dos Negocios do
Reino.
VI. Que em attencao ao louvavel zelo, com que
a Junta da Companhia Geral da Agricultura das
Vinhas do Alto Douro, supplicou a minha Real Ap-
prova^ao para hum Estabelecimento tao proficuo
para a Mocidade das Provincias do Norte, de que
vai resultar tanto beneficio aos Meus Fieis Vassallos
naturaes dellas: Hey por bem conceder a mesma
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154 ANNUARIO DA ACADEMIA
Junta da.Companhia Geral da Agricultura das Vi-
nhas do Alto Douro a Inspeccao de todas as referi-
das Aulas.
VII. Que a Junta da Compianhia Geral da Agri-
cultura das Vinhas do Alto Douro faca expcdiras
Ordens, que forem nccessarias em todos os casos
occorrentes, pelo seu Desembargador Juiz Conserva-
dor ; assim pelo que tocar a construccao do Edificio,
como pelo que se offerecer depois de abertas,' e fre-
quentadas as ditas Aulas.
VIII. Que 6s Ordenados dos Lentes, Substitu-
tes, e mais Pessoas empregadas em as novas Aulas,
sejao satisfeitos por onde o sao actualmente os de
Nautica, e de Desenho.
Pelo que : Mando a Meza do Desembargo do Paco;
Presidente do Meu Real Erario; Regedor da Casa
da Supplicacao; Conselhos da Minha Real Fazenda,
do Ultramar, e do Almirantado; Junta da Directoria
Geral dos Estudos, e Esc61as do Reino; Junta da
Administracao da Companhia Geral da Agricultura
das Vinhas do Alto Douro ; Governador da Relacao,
e Casa do Porto, ou quern seu lugar servif; e a todos
os Tribunaes, Desembargadores, Corregedores, Pro-
vedores, Juizes, Justicas, e mais Pessoas, a quern o
conhecimento deste Alvara pertencer, que o cumprao,
guardem, e facao cumprir, e guardar, como nelle sc
contem, sem duvida, ou embargo algum ; nao obs-
tantes/quaesquer Leis, Disposicoes, ou Ordens cm
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POLYTECHNICA DO PORTO 156
contrario, que todas Derogo para este effeito s6men-
te, ficando alias em seu vigor. E valera como Carta
passada pela Chancellaria, posto que por ella nao
passe, e o seu effeito haja de durar mais de hum, ou
muitos annos, sem embargo das Ordenacoes, que o
contrario determinao. Dado no Palacio de Queluz
em nove de Fevereiro de mil oitocentos e tres.
PRINCIPE . I .
Visconde de lialsemao.
QAlvard com for fa de Lei, pelo qual Vossa oAl-
te\a T{eal Ha por bem mandar erigir na Cidade do
^Porto Aulas de ^Mathematical de Commercio, e das
JLinguas Ingle{a, e Franceqa, debaixo da Inspecqao
da Junta da Administraqao da Companhia Geralda
cAgricultura das Vinhas do Alto Douro; na fdrma
acima declarada.
Para Vossa Alteza Real ver.
Domhigos Xavier de Andrade o fez. .
Registado na Secretaria de Estado dos Negocios
do Reino no Livro IX. das Cartas, Alvaras, e Pa-
ten tes d. folhas 178. Nossa Senhora da Ajuda em
28 de Fevereiro de i8o3.
Lucas Josi de Sd e Vasconcellos.
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156 ANNUARIO DA ACADEMIA
ALYARA que deoretou os Ctetatutos da
Academla Real da Martnlm e com*
meroio da oldade do Poirto.
Eu o Principe Regente: Faco saber aos que
este Alvara com forca dc Lei virem: Que tendo Or*
denado, e estabelecido por outro de nove de Fcve-
reiro do presente anno a creacao de huma Acade-
mia Real na Cidade do Porto, que comprehenda
hum systcma de Doutrinas Mathematical e Navc-
gacao, huma Aula de Commercio, outra de Dese-
nho, e duas das linguas Ingleza, e Franceza: Sou
Servido addicionar-lhe huma outra Aula para as li-
coes de hum Curso de Filosofia Racional, e Moral,
assim como outra de Agriculture, que devera ser
frequentada, quando as circumstancias o permitti-
rem, sem dependencia de nova Ordem Minha, as
quaes Determino que facao parte do Corpo da mes-
ma Academia Real. E tendo outro sim commettido
a Junta- da Administracao da Companhia Geral da
Agricultura das Vinhas do Alto Douro a inspeccao
da referida Academia Real: Hei por bem, e Me
praz, que os Estatutos, que com este baixao assigna-
dps pelo Visconde de Balsemao, do meu Conselho
de Estado, Ministro e Secretario de Estado dos Ne-
gocios do Reino, sirvao de norma, e Regulamento
para o estabelecimento, regimen, ordem, e funcoes
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POLYTJCHNICA DO PORTO 167
.da dita Academia Real, em tudo quanto por elleshe
determinado, e estabelecido: E tendo em considera-
cao o que a Junta da Administraqao .da Companhia
Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro Me
representou na Consulta, que fez subir a Minha Real
Presenca, em que Me supplicava houvesse Eu por
bem annuir ao Estabelecimento das Aulas na Cida-
de do Porto (ao que Fui Servido deferir pelo sobre-
dito Alvara de nove de Fevereiro) que hum dos
principaes objectos da creacao deste Estabelecimen-
to, era que o actual Collegio dos Meninos Orfaos
nao tinha hum Patrimonio sufficiente para supprir
as despezas, que sao necessarias para o alimento, e
educacao dos mesmos Orfaos : Sou outrosim Servi-
do Ordenar, que as lojas do Edificio, que Mandei
construir para o Estabelecimento das ditas Aulas,
se possao arrendar, e' que o seu producto constituin-
do huma parte do Patrimonio do mesmo Collegio,
se administre como todas as outras rendas delle, de-
baixo da inspecqao do Senado da Camara da dita
Qdade, o qual tera todo cuidado em que os mes-
mos Orfaos frequentem os referidos Estudos, sem
se distrahirem com assistencia dos enterros, e mui-
to menos a pedir esmolas, visto que pela referida
consignacao cessa a necessidade, e indigencia em que
viviao.
Pelo que: Mando a Meza do Desembargo do Pa-
qo, Presidente do Meu Real Erario, Regedor da Casa
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168 ANNUARI0 DA ACADEMIA
da Supplicacao, Conselhos da Minha Real Fazen-
da, do Ultramar, e do Almirantado, Junta da Di-
rcctoria Geral dos Estudos e Escolas do Reino, Go-
vernador da Relacao e Casa do Porto, ou quemseu
lugar servir; e a todos os mais Tribunaes, Desetn-
bargadores, Corregedores, Provedores, Juizes, Jus-
ticas, e mais Pessoas, a quern o conhecimento deste
Alvara pertencer, que o cumprao, guardem, e fa^ao
cumprir, e guardar como nelle se contem, sem dfi-
vida, ou embargo algum, nao obstantes quaesquer
Leis, Disposicoes, ou Ordens em contrario, que to-
das Hei por derogadas para este effeito s6mente,
ficando alias em seu vigor. E valera como Carta
passada pela Chancellaria, posto que por ella nao
passe, e o seu effeito haja de durar mais de hum,
ou muitos annos, sem embargo das Ordenacoes, que
o contrario determinao. Dado too Palacio de Queluz
em vinte nove de Julho de mil oitocentos e tres.
PRINCIPE . ! .
Visconde de 'Balsemao.
Alvard com for $a de Lei, pelo qual Vossa Altera
Real Ha por bent Mandar addicionar ds Aulas,
que Mandou crear, e erigir na Cidade do Porto,
debaixo da inspecgdo da Junta da Administraqdo da
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POLYTECHNICA DO PORTO 159
Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do
Alto Douro, mats duas, huma para as ligoes de hum
Curso de Filosofia Racional, e Moral, e, outra de
Agricultura: e assim que os Estatutos, que baixao
assignados pelo Visconde de Balsemao, sirvdo de
norma, e Regulamento para o Estabelecimento das
referidas Aulas; e que as Lojas do Edificio para as
ditas Aulas se possdo arrendar9 e o seu producto,
constituindo parte do Patrimonio do Collegio dos
Meninos Orfaos da mesma Cidade do Porto, se
administre, como todas as outras rendas delle, pelo
Senado da Camara da dita Cidade; tudo na forma
acima declarada.
Para Vossa Alteza Real ver.
Antonio Tereira de Figueiredo o fez.
Registado na Secretaria de Estado dos Negocios
do Reino no Livro IX. das Cartas, Alvaras, e Pa-
ten tes a folh. 1 88. Nossa Senhora de Ajuda em 18.
de Agosto de i8o3.
Victorino Antonio Machado.
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161
ESTATUTOS
DA
^cademia Real da Marinha, e Commercio
DA ClDADE DO PoRTO
I. A Academia Real da Marinha, e Commer-
cio da cidade do Porto se compora de tres Lentes
da Faculdade de Mathematica, hum de Filosofia Ra-
cional, e Moral, dois Professores das linguas Fran-
ceza, e Ingleza, hum de Desenho, hum de Com-
mercio, e de outros tantos respectivos Substitutes,
ficando-lhe addito e subordinado hum Mestre de Ap-
parelho, e Manobra Naval.
Tempo do Curso mathematico, Divisao das Doutrinas,
que comprehende, e obrigagoes dos Lentes,
a quern sao confiadas
II. Serao reduzidas, e distribuidas as materias,
que se hao de dictar na Academia, em tres annos, e
nelles confiadas a tres Lentes que as lecionem. No
it
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162 ANNUARIO DA ACAD EMI A
«
primeiro anno cabera ao respectivo Lentfc ensinar
Arithemetica, Geometria, e Trigonometria Plana,, seu
uso pratico, e os Principios Elementares de Algebra
at£ as Equacoes do segundo grao inclusivamente;
precedendo as.licoes proprias desta Cadeira em a
abertura dos annos lectivos, huma introduccao subs-
tanciada do estudo da Sciencia, mostrando os obje-
ctos della, e as divisoes que respcitarem a cada huma
das Aulas.
III. Pertencera ao Lente do segundo anno pro
seguir na coptinuacao de Algebra, na sua applica-
cao a Geometria, e no cnsino do Calculo Differen-
cial, e Integral; explicando depois os Principios Fun-
damentaes de Statica, Dynamica, Hydrostatica, Hy-
draulica, e Optica.
IV. O Lente do terceiro anno ensinara a Tri-
gonometria Esferica, e a Arte da Navegacao Theo-
rica, e Pratica, seguida das nocoes de Manobra, e do
conhecimento, e uso pratico dos Instrumentos As-
tronomicos, e Maritimos.
Dos requisites, que devem ter os Lentes, e Substitutes
V. Como as bases mais s61idas dos Estabeleci-
mentos Litterarios sao sempre os talentos, Sciencia,
e cap acid ad e dos Lentes, a quern se confia a regeo-
cia das Cadeiras; deverao por tanto os desta Acide-
mia ter a mesma singularidade de requisites que con-
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POLYTECHNICA DO PORTO 163
correm, e habilitam os da Acaderaia Real da Man-
nha de Lisboa, e o mesmo se entenda, e observe a
respeito dos Substitutes.
Das Condi foes^ que devem ter os Discipulos para
serein Matriculados
VI. Todo o que pertender seguir os Estudos
Academicos requerera a sua admissao a Junta Ins-
pectora antes do dia vinte de Setembro, expondo-
lhe em Peticao os fins, a que se propoe pela habili-
tacao dos referidos Estudos, os pjrmcipios de instruc-
cao com que se acha, e os annos que conta de ida-
de, que nunca deverao ser menos de quatorze, veri-
ficados por Certidao do Assentamento do seu Ba-
ptismo; e informada a Junta pelo Lente do primei-
ro anno, que mandara ouvir sobre o contheudo des-
tes Requerimentos, precedendo o exame, e approva-
cao das quatro primeiras operacoes de Arithemeti-
ca, e a dos outros Prelim in ares, que ao diante vao
determinados : Ordenara -por despacho lanqado no
mesmo Requerimento, que seja admittido, e se lhe
lavre sua Matricula com a data do dia, em que com-
parecer nella.
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164 ANNUA.RI0 DA ACADBM1A
Forma das Matriculas
VII. O Escrivao que actualmente he da Man-
nha, servira de Secretario, vencendo o mesmo Orde-
nado, que Ihe esta estabelecido; devora abrir a Ma-
tricula em vinte de Setfembro, e cerralla em trinta
do mesmo mez; escrevera no theor della ps nomes,
Paes, Patria, e estudos que tern os Discipulos, e o
destino que levao nos da Academia, extrahindo co-
pias em forma de Pauta, que contenhao s6mente os
nomes dos Discipulos, e a instruccao com que se
apresentao, para as transmittir aos Lentes das tres
Aulas, afim de que possao estes reconhecer os seus
Discipulos, e fazA* tomar diariamente o Ponto da
frequencia delles.
VIII. Como porem se seguirao muitos inconve-
nientes, se as Aulas do Curso Mathematico nao fo-
rem desde logo frequentadas, e cons tit uidas em to-
da a sua actividade e exercicio, pela falta de Disci-
pulos, que nas de Filosofia, e das linguas se esti-
vessem dispondo para entrarem em estudos maiores;
serao dispensados todos os do primeiro triennio de
Preparatorio algum, ficando-lhes livre estudarem as
Linguas, durante os annos do Curso Mathematico,
de maneira, que findo este, antes de se proporem
ao ultimo Acto, faeao constar aos seus respectivos
Lentes por Gertidoes de exame, a intelligencia, e o
conhecimento que das mesmas adquirirao.
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POLTTECHNICA DO PORTO 166
IX. Para que se observe huma Ordem de Estu-
dos, nao s6 mais natural, e conveniente, segundo a
sua graduacSo, mas para que no futuro possao os
de Mathematica ser mais poncjerados, e seguidos,
sem. que se lhes opponhao aquellas perdas de tem-
po, e as applica^oes necessarias a outros objectos.
Os Discipulos que, no segundo triennio, e nos que se
seguirem, houverem de ser Matriculados com o des-
tine de se habilitarem Pilotos, ao menos pelos Es-
tudos do primeiro, e do terceiro anno Mathematico,
deverao documentar os Requerimentos para a sua
admissao com Certidoes dos exames feitos em huma
das duas linguas vivas, visto que as suas Aula$. ja
se achao em exercicio.
X. Porem os que se propuzerem a seguir, e
profundar o Curso complete com outros fins a que
hajao de applicar os graos de conhecimentos, que
nelle se adquirem, deverao apresentar no acto da
sua Matricula Certidao, por onde conste haverem
completado os Estudos do Curso Filosofico, e apren-
dido sufficientemente as linguas Franceza, e Ingleza.
Em quanto a estas o mesmo se entenda, e observe
com os Discipulos, que se. destinarem ao Commer-
cio, nos quaes deve supp&r-se indispensavelmetite
necessario, e perfeito conbecimento das referidas duas
linguas.
Digitized by VjOOQ LC t
166 ANNUA RfO DA ACADEMIA
oAbtrtura, e Commemora$ao anniversaria da
oAcademia
XI. Devendo a Matricula estar fechada no ulti-
mo de Setembro, abrir-se-hao as Aulas no primciro
dia lectivo de Outubro pelas nove horas da manha.
Todos os Lentes, Substitutes, e Professores, que
compoem o Corpo Academico, seguidos dos Discipu-
los Matriculados, . se reunirao na Aula do terceiro
anno Mathematico com dois Deputados da Junta
Inspectora para solemnizarem em commum a Fun-
dacao, e Abertura da Academia ; tomando o Lente
desta Aula a sua respectiva Cadeira, e recitando
della huma OracSo analoga ao objecto tao digno,
como importante.
O referido Lente mostrara nao s6 a origem das
Mathematicas, recordando os successos mais illus-
tres da sua historia, o interesse geral que resulta dos
Estudos destas Sciencias, e o quanto ellas 'dispoem,
e illuminao os entendimentos que as cultivao, quan-
to se tornara tambem mais florecente, e en ten dido o
Commercio daquella Gidade, abrindo-se nella Es-
tudos methodicos das suas regras, dictames, e usos;
e os das linguas indispensaveis para se corresponder
nas suas intelligencias, e relacoes; mas muito mais
de positivo fara ver o profundissimo respeito, e o
grave empenho em que constitue perpetuamente to-
dos os Vassallos da Cidade do Porto, e das Pro-
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POLYTECHNICS DO PORTO 167
vincias do Nbrte, a Paternal, Regia, e Incompara-
vel Benignidade do Principe Regente Nosso Sehhor,
Fundador da Academm, dignando-se liberalizar com
este Estabelecimento a seus Fieis Vassallos, todos
os meios mais efficazes, e adequados para se ins-
truirem, e utilizarem com vantagens incalculaveis da
Causa Publica, e da felicidade particular de cada fa-
milia, e individuo.
XII. Nos annos futuros se festivara com a mes-
ma forriialidade esta Gbmmemora^ao em os Glorio-
sos, e Felicissimos dias anniversarios do mesmo Se-
nhor.
Do tempo Lectivo, e J?eriado
XIII. O tempo Lectivo durara desde o primeiro
do mez de Outubro ate ao ultimo dia de Junho.
XIV. Quanto as horas que diariamente devem
empregar os Lentes, e Professores nas licoes das
suas respectivas Aulas, a Junta Inspectora conferen-
ciada com os referidos Professores sobre a escolha,
e opportunidade do tempo necessario para os Disci-
pulos poderem frequentar em hum mesmo dia mais
de huma Aula, estabelecera nesta parte, segundo as
circumstancias que occorrerem, o que parecer mais
praticavel, e conveniente: e o que pela referida Jun-
ta for acordado a este respeito, ficara em regra> co-
cao parte integrante destes Estatutos.
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168 ANNUAUO DA ACA&BMIA
XV. Os rnezes, e dias feriados serao os mesmos
que se guardao em as Academias da Corte, e os
sempre Memoraveis de deze&te de Dezembro, treze
de Maio, e vinte e cinco de Abfil, anniversarios de
Sua Magestade, e de Suas Altezas Reaes.
Exercicios Semanarios, e Memoes
XVI. Serao constantemente praticados estes
exercicios pelo mesmo methodo, e ordem que dis-
poem os Estatutos da Academia Ileal da Marinha
de Lisboa, a exccpqao da escolha dos dias que pre-
fixao para os exercicios semanarios, que por estes
serao os das segundas feiras.
Dos Exames, findo o tempo lectipo
XVII. Findo que seja o Curso lectivo, se pro-
cedera a Exames, cujo tempo, e f6rma sera inteira-
mente a mesma que se acha estabelecida nos Esta-
tutos da Academia Real da Marinha de Lisboa.
XVIII. Todos os Estudantes serao obrigadosa
fazer exame; e os que o nao fizerem, ficarao recon-
duzidos por huma vez s6mente no mesmo anno,
transferindo-se-lhes para o seguinte o seu exame, a
que infallivelmente devem prestar-se, ou do contra-
rio serem expulsos.
XIX. Os Lentes insistirao nestes actos com to-
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POLTTBCHNICA DO PORTO 169
da a efficacia, e indagacSo, nao se satisfazendo sd-
mente pela conta simples que os Estudantes derem
dp Ponto que lhes coube, e que vinte quatro boras
antes estudarao; mas pretenderao reconhecer o ta-
lento do Discipulo, se tern genio apropriado ao Es-
tudo da Sciencia, e finalmente as forcas necessarias,
e a facilidade de combinar por si mesmo as verda-
des.elemen tares que aprendeo, e de variar methodi-
camente em suas demonstracces, e usos; havendo-
se porem os Lentes nesta parte com toda aquella
prudencia, imparcialidade, e modera<;ao que for ne-
cessaria, para que o Discipulo se nao embarace, e
confunda.
XX. Havendo acontecido algumas vezes, bem
como a experiencia tern mostrado, manifestarem os
actos de'exame bum conceito inverso do que sees-
perava do Discipulo, que durante o anno lectivo deo
provas nada equivocas do seu talento, e applicacao,
resultando daquella apparencia, que ordinariamente
vem da pussillanimidade do animo, ou do desuso dos
mesmos actos, consequencias desagradaveis, e rui-
nosas: neste caso ficando suspensa ate o dia seguin-
te a sua reprovaqao, o Lente a quern pertencer o
Estudante, por isso mesmo que deve ter hum conhe-
dmento mais bem fundado da applicacao, assidui-
dade, e merecimento de todos os seus Discipulos,
propora secretamente aos outros Lentes o seu con-
ceito, para de commum acordo determinarem que
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170 ANNUAftlO DA A CA DEMI A
o Estudante se proponha, e compareca com hum
exaroe privado, no qual os referidos Lentes,* explo-
rando seus talentos e Estudo6, decidam entre si com
a approvacao, ou reprovacao, -declarando em sua
Carta, ou no Assentamento que lhe respeitar, os
principios, e fundamentos por que justamente foi
julgado.
Do Exame geral em todo o Curso Mathemalico
XXI Ao acto de approvacao nas disciplinas do
terceiro anno se seguira nos ultimos dias do mez de
Septembro, nao obstante serem feriados, o Exame
geral de todas, que contem o systema de Estudos
Mathematicos da Academia; por isso mesmp, que
este ultimo acto joga com todas as materias relati-
vas aos annos do Curso, demanda que os Estu-
dantes as repassem mui cuidadosamente, e se mos-
trem nellas mui presentes, e fundamentados.
XXII. A forma deste acto sera regulada em
tudo pelo que se acha disposto no Livro terceiro,
Titulo sexto, Capitulo segundo dos Estatutos da
Nova Reforma da Universidade de Coimbra, em os
Paragrafos segundo, terceiro, e quartou
XXIII. Os Discipulos, que havendo completado
com manifesto aproveitamento os tres annos de Es-
;udos de Mathematica na Academia ; produzindo as
suas Cartas, e Certidoes de approvacao, assim pdo
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POLTTECHNICA DO PORTO 171
que respeita aquella Sciencia, como ao Desenho, ao
conhecimento das Linguas, e aos usos praticos do
Apparelho Naval, serao em tudo, e por tudo prefe-
ridos sempre, e em todos os casos de concorrencia
aquelles Discipulos, que somente houverem por mo-
tivos de particular interesse, ou pelos da mediocri-
dade de genio, e desleixo proprio, seguido o primeiro
e o terceiro anno Mathematico, ainda que estes se
acompanhem da intelligencia de huma, ou das duas
linguas vivas.
XXIV. Nas sobreditas circumstancias poderao
os sobreditos Discipulos requerer a Junta Inspectora,
na conformidade do Aviso Regio de vinte e cinco
de Novembro de mil sete centos e oitenta e hum, a
sua admissao nos-Navios portuguezes de cento e cin-
coenta tonelladas, e dahi para cima para tomarem
pratica em tres viagens que quaesquer dos mesmos
Navios £zerem daquella Cidade nos Portos do Bra-
zil, ou do Baltico ; tendo a mesma Junta sempre em
vista aquella preferencia, para que se torne efficaz e
util em todos os casos compativeis com o intefesse
Publico, e com o particular dos mesmos Discipulos.
XXV. Logo que os Discipulos praticantes re-
gressarem da terceira viagem xle pratica, e cumpri-
rem com as demais obrigacoes, que lhes sao deter-
minadas por estes Estatutos, poderao requerer as
suas Cartas de Sota-Piloto, as quaes lhes serao pas-
sadas pela Junta Inspectora, assim como as de Pi-
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172 ANNUAU0 DA ACADEMA
lotos, havendo feito mats duas viagens aos refcridos
Portos. E quanto a esta parte o mesmo se entenda,
e observe com aquelles Discipulos, que'se houverem
habilitado somente pelos Estudos do primeiro, e do
terceiro anno Mathematico.
XXVI. Os Sota-Pilotos e Pilotos, que se acha-
rem munidos com as suas respectivas Cartas passa-
das pela Junta Inspectors, poderao tomar o exerd-
cio dellas em quaesquer Embarcacoes, e Portos des-
tes Reinos, entrando pela egualdade de circumstan-
cias fto mesmo parallelo, e concurso dos Disdpulos
da Academia Real da Marinha de Lisboa ; pois nao
he da intencao de Sua Alteza Real, que entre hum
e outros se supponha differenca alguma.
XXVIL E achando-se, como devem achar-se,
estabelecidos, e abertos na Academia os Estudos do
primeiro anno do Curso Filosofico, para servirem
de preparatorio aos Estudantes Mathematicos, m6r-
mente aquelles que se puzerem a estudar esta Scien-
cia ate se graduarem nella logo que estes Disdpu-
los tiverem feito seus exames, e nelles sido appro-
vados, se lhes passarao suas Certidoes, por cujo
Documento serao examinados, e admittidos a Ma-
tricula da Universidade de Coimbra, declarando-sc
nas mesmas Certidoes a frequencia, talentos, e cfa-
posiqao que adquiriram para poderem proveitosa-
mente proseguir em os exercicios da vida litteraria,
a que se destinam.
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1 POLYTECHNICA DO PORTO 173
Aula de Desenho
XXVIII. O Lente desta Aula nao admittiri
Discipulos, que se nao achem approvados hos Estu-
dos do primeiro anno Mathematico, o que lhe farao
constar por Certidoes dos seus exames, e pelas dos
Assentamentos das Matriculas, o exercicio em que
hao de empregar-se, para que o referido Lente possa
apropriar-Uies as Licoes, e as Regras de Desenho
analogo as suas profissoes, e usos.
XXIX. E sendo/como he, pratico o exercicio
desta Aula, tambem as provas da sua utilidade, e
dos progressos dos Discipulos, deverao manifestar-se
por exemplos praticos preceituados pelas regras fun-
damentaes da Arte, e provindos do geftio, e delica-
deza manual dos Discipulos.
XXX. O sobredito Lente observara regular-
mente em cada anno lectivo hum Curso completo de
Desenho, que comprehenda os seus differentes ra-
mos, de maneira que faca publicas as obras da Arte,
assim naturaes, como de arbitrio, e de conven<;ao,
explicando distinctamente os principios da perspe-
ctiva, o modo de preparar as tintas, e de dar agua-
das.
XXXI. Ensinara mui positiva, e efficazmente o
Desenho de Marinha, fazendo copiar, e reduzir Plan-
us de Costas, Bahias, Enseadas, e Portos, repre-
sentando as vistas de Ilhas, Cabos, e Promontorios ;
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174 ANNUARIO DA A CADE M FA
e tambeoi a dos Navios considerados em differentes
posicoes, e manobras, e ultimamente habilitara os
scus Discipulos na praxe do risco das Cartas Geo-
graphicas, e Topographicas.
Do Mestre de Appardho
XXXII. Como para se proseguir conveniente-
mente no methodo mais approximado aos usos da
vida dos Estudantes Nauticos se careca, alem da
completa instruccao dos exercicios theoricos, e das
observac5es Astronomicas, que acompanham as li-
coes do terceiro anno; do exercicio pratico das Ma-
nobras Navaes, e estas envolvam muitos usos, e co-
nhecirfientosj tambem praticos, m6rmente os que
dizem respeito ao Apparelho; Por tanto o Mestre
da Manobra ensinara tudo quanto incluem os arti-
gos quinto, sexto, e setimo dos Estatutos da Re-
forma da Academia Real dos Guardas Marinhas,
para cujo exercicio havera uma sala provida de mo-
delos de vasos de hum, de dois, e de tres mastros, e
de tudo quanto for concernente a taes exercicios.
Exercicios Praticos
XXXIII. O Lente do primeiro anno Mathema-
tico exercitara os Discipulos na praxe das doutrinas
que Ihes dicta, mostrando-lhes sobre os terrenos o
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POLYTECHNICA DO PORTO 175
uso pratico da Geometria, e Trigonometria, e em
consequencia como se usa dos Graphometros, Plan-
xetas^ e outros instrumentos.
XXXIV. O do terceiro anno ajuntara a theo-
rica das suas licoes a pratica das experiencias : E
como se careca para estas de tempo apropriado,
ficara a seu arbitrio a escolha do que convier, sem
que o necessario para as observaqoes altere nunca a
ordem*constante das Licoes theoricas.
XXXV. O Lente de Desenho dirigird os seus
Discipulos aquelles terrenos, e posicoes, que mais
lhe conyidar, e promover o genio, e attencao, para
que os referidos Discipulos nao empecem na pra-
tica, antes se costumem a estudar de mais perto a
Natureza, e a imittalla quanto possivel for nas copias
das variadas perspectivas, e objectos que offerece.
XXXVI. Huns, e outros Lentes dividirao os
seus Discipulos em turmas, para que nos seus exer-
cidos se nao embaracem, e a todos toquem os fru-
tos de taes licoes.
XXXVII. Todo o Estudante que faltar aos
exercicios praticos, sem que lhe haja obstado grave,
e manifesta causa, sera apontado como se houvesse
commettido tres faltas de Aula ; e vencendo partido,
perdera o duplo do vencimento diario delle, relativo
aos dias, em que houver faltado.
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176 ANNUAR10 DA ACADEM1A
Curso Filosofico
XXXVIII. Como os principios, e os objcctos
da Filosofia Rational, e Moral hao de prestar de
mais perto aquelles Discipulos da Academia, que sc
propuzcrem a fazer Estudos mais profundos, e a sc-
guir a Faculdade de Mathematica ate se graduaran
nella com o destino de occuparem as Cadeiras desta
Faculdade, ou seja na Academia, que lhes- deo a
primeira educaqao, ou em quaesquer outras ; deveri
por tanto regular-se, e dirigir-se este Estudo pelos
mesmos Authores, methodos, e usos de lecionar,
que se observao actualmente na Universidade de
Coimbra, a fim de que quando alii cheguem os re-
feridos Discipulos para proseguirem em seus fins,
lhes nao seja necessario fazerem este preparatorio;
assim como tambem variar nos methodos, e na pra-
tica de Estudo, de que ordinariamente resultao aos
Principiantes graves consequencias.
Was QAulas das linguas France\a, e Ingle\a
XXXIX. Os Professores destas Aulas dictarao
as suas liqoes pela Grammatica, que se achar mm
bem con^eituada, habilitando seus Discipulos na
pronunciacao das expressoes,. e das vozes das suas
respectivas linguas, adestrando-os nesta pratica, e
na da leitura, fazendo-lhes reconheccr no Author
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• POLYTECHNICA DO PORTO 177
que seguirem, e nas traduccoes que fizerem os luga-
res, ou passagens, que mais yivamente deponhao do
genio, e do caracter de cada huma dellas ; assim co-
mo do estilo, e gosto mais seguido, e depurado dos
Authores digpos de se estudarem, cujos assumptos
deverao ser aquelles, que mais possao contribuir
para o perfeito conhecimento, e erudi<;ao adequada
as materias que estudao.
XL. Convira que os Discipulos, que se desti-
narem ao Commercio, traduzao Authores que tem
escrito neste genero; os que se dirigirem a Pilota-
gem, as Obras mais eruditas, e completas de Geo-
grafia, especialmente na parte que tiver de Hydro-
grafica, e Mathematica ; e os que houverem de se-
guir, e cultivar as Sciencias Mathematicas por ellas
mesmas deverao ler, e traduzir a historia desta
Sciencia, e as vidas dos mars distinctos Authores,
que da mesma tem eruditamente escrito.
XLI. E para que se possao affeicoar ao gosto,
e estilo mais depurado da lingua da Patria, deverao
nas Versoes de hum para outro idioma escolher, e
preferir sempre os nossos Authores Classicos.
XLII. O Estabelecimento desta Aula, asadmis-
soes de seus Praticantes, a Divisao das Materias, e
dos Estudos a seguir nos annos que durar este
Curso; assim como tambem a f6rma de seds exa-
mes, serao exactament^ reguladas pelo que he Or-
denado, e disposto em os Estatutos da Aula do Com-
12
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178 ANNUARIO DA ACADEMIA
mercio de Lisboa, reduzindo-se o exercicio lectivo
desta Aula ao espaco de dois anrtos ; visto que os
Praticantes, que nella houverem de ser admittidos,
hao de ter seguido as licoes do primeiro anno na
Aula do Geral de Mathematical e apresentar no acto
da Matricula Certidoes da sua approvacao.
XLIII. O Lente desta Aula, alem deensinaro
que se lhe determina pelos referidos Estatutos, dara
aos seus Discipulos nocoes mui distinctas de Geo-
grafia na parte que tiver de^iistorica, e commercial;
assim como da legislacao respectiva a este objecto,
e daquelles Reinos, ou Estados que tern maiores, e
mais proximas relacoes com este Reino, para que
todos os Contractos, e Fraccoes sejao conformes as
Leis, usos, e por ellas possao ficar a coberto de du-
vidas, interpretacoes, e pleitos.
Dos Tremios
XLIV. Como os Estudos das Sciencias Mathe-
maticas demandao tanta assiduidade, como profunda
meditacao, e constancia nao vulgar, justo he que
se incite, e promova por hum estimulo, cujo ef-
feito se tome, nao tanto util, como honorifico, e
destinctivo daquelles Discipulos da Academia, que
a despezas de suas fadigas se esmerarao a fazer
progressos nas referidas Sckncias, e por ellas a fa-
zerem-se uteis a si, e a sua Patria : Portanto, e para
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POLYTECHNlfiA DO PORTO 179
que tambem peze aos menos applicados, e activos
huma excepcao que depoe decididamente do mereci-
mento, e da justa preferencia, havera dezeseis pre-
mios de valor de seis mil reis cada hum, para se dis-
tribuirem mensalmente pela Contadoria da Junta
Inspectora aquelles Discipulos mais benemeritos do
segundo, e do terceiro anno Mathematico, cujo me-
recimento sera por todos os tres Lentes da Facul-
dade reconhecido, e julgado pelo prestimo, frequen-
cia, e conta que houverem dado de si, observando
os Lentes neste procedimento a mesma imparciali-
dade, rectidao, e norma que estabelecem, e recom-
mendao os Estatutos da Academia Real da Mari-
nha de Lisboa.
XLV. Na mesma conformidade serao distribui-
dos quatro Premios aquelles Discipulos de Desenho,
que se acharem nas circumstancias de preferencia
para os merecerem dignamente; e portanto o Pro-
fessor desta Aula apresentara aos Lentes da Aca-
demia as Obras que tivef por mais completas, e bem
acabadas, assignadas pelos Autores dellas, para que
estes possao ser conhecidos, e premiados pelo Corpo
Academico.
XLVI. E porque de entre os Discipulos da
Aula do Commercio podem sobresahir alguns que
manifestem por huma parte indole apropriada aos
conhecimentos deste importante ramo; e pela outra
o desvelo com que procurem constituirem-se intel-
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180 ANNUARIO DA ACADEMIA
ligentes, benemeritos, e uteis, sem que para tanto
lhes assistao os meios indispensaveis de subsistirem,
e apresentarem-se com a decencia necessaria, e res-
pectiva ao seu exercicio, serao distribuidos quatro
Premios por aquelles, quese tiverem distinguido,
pela maneira sobredita.
Do Regimen, e boa Ordem das oAulas
XLVII. A Ordem que inalteravelmente dcve
observar-se em relacao aos Discipulos da Academia
na parte que respeita a frequencia, subordinacao, e
polidez que devem praticar com os seus respective
Lentes, como para com todas as Pessoas, que per-
tencem ao Corpo Academico, e com quern houve-
rem de concorrer dentro, e fora da Academia, sera
a mesma que se observa, e que se contem debaixo
do Titulo similhante em os Estatutos das Academias
da CSrte.
cDo Primeiro Guarda, ou.Fiel da oAcademia
XL VIII. O Primeiro Guarda, ou Fiel da Aca-
demia, tera a seu cargo a arrecadaqao, aceio, e con-
servaqao dos moveis, e fazendas da Academia, man*
dando que cumprao effectivamente neste objecto
todos os Guardas, que lhe forem subordinados, os
quaes lhe obedecerao para, este effeito sem replica,
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POLYTECHNICA DO PORTO 181
ou argumento de preferencia, dando 6 sobredito
Primeiro Guarda parte a Junta Inspectora de toda
a novidade, ou procedimento que se mostre destruc-
tive da boa ordem, e regulacao economica da Aca-
demia; assim como tambem das despezas a que for
necessario proceder; do motivo das quaes, e da sua
importancia parcial, e total abrira receita em Livro
que para isso forme, do qual extrahira a folha das
despezas da Academia, quando houver de apresen-
tar-se a Junta Inspectora, por cuja Contadoria sera
paga, precedendo as formatidades necessarias.
XLIX. O mesmo Guarda tera a seu cargo, e
debaixo de chave o deposito de todos os instrumen-
tos Astronomicos, e Maritimos, e tudo quanto for
concernente aos exercicios da Academia, recebendo
as Ordens dos Lentes respectivos para poder fran-
quear os mesmos Instrumentos, e fazellos conduzir
ao logar que se lhe determina.
Trivilegios
L. Os Lentes desta Academia serao assim no
presente, como no futuro propostos pela Junta Ins-
pectora a Sua Alteza Real, e da sua immediata, e
Regia Nomeacao: gozarao de todas as honras, pri-
vilegios, e distinqoes de que'actualmente gozao os
da Academia Real da Marinha de Lisboa, sem que
entre buns, e outros Lentes se considere differenca al-
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182 ANNUARIO DA ACADEMIA
guma; podendo igualmentc propor a demissao dd-
les, quando pelas suas conductas, e incapacidade nao
os julgar dignos de continuarem nos seus exercicios.
LI. Os Discipulos que frequentarem legitima-
mente a Academia, e os que nella respeitam a Aula
do Commercio, serao preferidos na admissao, e exer-
cicio da Contadoria do Escritorio, e da Secretaria
da Junta Inspectora.
LII. . Os Lentes, Substitutes, Discipulos, e to-
das as mais pessoas, que pertencerem a Academia,
terao por seu Juiz privativo o Conservador da Junta
da Companhia Geral da Agriculture das Vinhas do
Alto Douro.
Obrigafoes dos Discipulos Navegantes
LIU. Todos os Discipulos Praticantes de Nau-
tica, que pretenderem suas respectivas Cartas, sejao
de Sota-Piloto, ou de Pilotos, deverao apresentar
ao Lente do terceiro anno, por ser, como he, o da'
Navegacao, depois de quinze dias decorridos de sua
chegada a Cidade do Porto, huma derrota circums-
tanciada, em que denotem as observacoes que fize-
rao sobre as variacoes da Agulha, latitudes, e lon-
gitudes dos logares por onde passarao; assim como
as configuracoes das* Costas, Portos, e Ilhas que
avistarao, ou aoode se demorassem, e finalmente
huma descripcao Hydrografica, que contenha algu-
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POLYTECHN1CA DO PORTO 183
mas observacoes uteis, denegando a Junta Inspe-
ctora aos referidos Nauticos suas respectivas Cartas,
em quanta dies nao satisfizerem a estes tao impor-
tantes objectos de sua profissao, pois mui sob re pen-
sadamente Ihes serao facultados todos os meios ap-
propriados para o necessario, e completo desempe-
nho destes fins.
LIV. O Lente do terceiro anno, depois de re-
ver, e examinar as preditas observaqoes, derrotas,
e descripqoes, escrevera o couceito que formar do
seu merecimento, remettendo tudo em Carta fechada
aoSecretario da Academia, para que ficando depo-
sitadas no Arquivo della se passem aos menciona-
dos Praticantes Certidoes de haverem satisfeito ao
que se lhes determine neste, e no precedente artigo,
cujas Certidoes ajuntara aos Requerimentos para se
lhes passarem suas respectivas Cartas.
Deveres Geraes da Junta Inspectora
LV. Sendo, como he, a Junta da Companhia
Gera! da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, Ins-
pectora desta Academia, em virtude do Alvara de
nove de Fevereiro do presente anno, tera em razao
de seu cargo a obrigacao de manter a boa ordem da
Academia, promovendo os seus progressos pela in-
teira, e literal observancia destes Estatutos.
LVI-. Nao poderao ser consultados para Len-
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184 ANNUARIO DA ACADEMIA
tes, ou Substitutes da Faculdade de Mathematics
Filosofia, e Agriculture, o que nao tiver o grao de
Licenciado pela Universidade de Coimbra, ou para o
futuro por esta Academia.
Para a Faculdade de Commercio nao podera ser
consultado aquelle, quenaoapresentarapprovacaoda
Aula do Commercio de Lisboa; e para o futuro o que
a tiver obtido daquella Cidade, sera attendido; epara
a do Desenho sera proposto aquelle Lente, que por
titulos em f6rma, passados por Academias bem re-
putadas, e por obras suas que o acreditem, mostrar
evidentemente ter os necessarios, e requeridos co-
nhecimentos.
LVII. A mesma Junta com o parecer dos Len-
tes, e Professores da Academia consultant 30 Prin-
cipe Regente Nosso Senhor, pela Secretaria d'Es-
tado dos Negocios do Reino, sobre aquelle objecto,
ou objectos, que no futuro occorrerem para reforma
e melhoramento, seja na parte que respeita ao Sys-
tema Litterario, ou seja na da disciplina, e eco-
nomia: E dara outro sim as providencias necessa-
rias para que a referida Academia se pr&va de Ins-
trumentos Astronomicos, e Maritimos, Cartas Geb-
graficas, Topograficas, Livros, Esferas, e de tudo
quanto se carecer para a completa instruccao dos
Discipulos, uso dos Lentes em seus respectivos exer-
cicjos, deccncia, e lustre da referida Academia.
LVIII. Todos os Lugares, e Empregos da Aca-
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POLYTECHNICA DO PORTO 186
demia Real, a excepcao dos Lentes, Professores, e
Substitutes, serao conferidos pela Junta Inspectora
para o que lhes passara os competentes Titulos.
Palacio de Queluz em 29 de Julho de i8o3.
Visconde de llalsemdo.
Nota ao n .• XIV dos E statu tos.
A Junta inspectora, no dia 3o de setembro de 1817 em
conferencia dos Lentes e professores da Academia Real da
Marinha e Commercio, encarrecou os Lentes Jostf Francisco
Goncalves e Agostinho Albano da Silveira Pinto de elaborar
um piano horario das licoes nas diversas aulas, que preen-
chesse os requesitos de melhor ordem, maior aproveitamento
e commodidade dos alumnos ; piano que foi apresentado no
dia 4 d'outubro do dito anno, e n'esse acto approvado pela
mesma Junta, e pelo qual d'esta data em diante se deviam re-
gular as aulas da Academia ; a saber :
Primeiro. As aulas, que ate* aqui tinham de tarde o seu
exercicio, deverao te*-lo d'agora em diante pela manhaa.
Segundo. A duracao de cada uma das aulas que ate* o pre-
sente e'ra de duas horas, ficara redusida ao espa^o de hora e
meia s6mente.
Terceiro. Dividida a manhaa em tres horas, ou partes
eguaes, serd a primeira no tempo de Inverno desde as oito
horas, ate* is nove e meia ; a segunda desde as^nove e meia
ate* as onze ; c a terceira desde as onze, ate' meia* hora depois
do meio dia. No verao comecarao as aulas uma hora mais
cedo.
Quarto. Na primeira hora terao logar as aulas do segundo
anno Mathematico, da lingua Franceza, e da Manobra Naval :
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186 ANNUARIO DA ACADEMIA
na segunda as aulas do primeiro anno Mathematico, do Com-
mercio, do Desenho, e da lingoa Ingleza : e na terceira as au-
las do terceiro anno Mathematico, e de Philosophia Racional
e moral.
Quinto. Como porem no presente anno se achao alguns
Estudantes matriculados simwtaneamente nas aulas do ter-
ceiro Mathematico, do Commercio, e do Desenho ; e em cod-
sequencia d'este novo Regulamento devessem ficar privados
da frequencia d'algumas d'ellas ; a Illustrissima Junta com o
Corpo Academico, desejando beneficiar os sobreditos Estu-
dantes, convem em que por este anno somente continuem de
tarde as licoes do Desenho, como ate* agora, sem que disto
possa tirar-ee argumento para os annos seguintes, pois que
em nenhum delles terd logar uma semelhante alteracao.
(Archivo da Academia, L.' J, n.° i, fl. 14).
Nota ao n.# XXII dos Estatutos.
Ǥ 2. Para o Exame Geral das Disciplinas Mathematicas
tirarao, dous dias antes, quatro sortes. Huma nas Licoes de
cada Anno, da mesma forma, que Tenho estabelecido para
os Exames particulares. E terao feito uma Dissertacao no
ponto, que bem lhes parecer, relativo a qualquer das partes
dc Curso Mathematico, com approvacao do Presidente, assim
como nos outros Exames.
«S 3. Podera ser Presidente qualquer dos Professores, que
oExaminando escolher. E havera" quatro Examinadores; cada
hum dos quaes perguntard por espaco de hum quarto de hora,
em huma das materias destinadas pela sorte : Guardando en-
tre si a ordem dos Annos ; isto he : perguntando o Primeiro
Examinador na materia do primeiro Anno; o Segundo, na
do segundo ; e assim nos mais. Advirto, que neste Exame se de-
vem comportar com mais rigor do que nos precedentes : Aye-
ricuando-se se estao os Examinandos presentes nas Licoes
Element ares de todo o Curso ; de sorte; que as pussuam com;
pleta, e perfeitamente ; e estejam habeis a poder faser por si
mesmos maiores progressos nestas sciencias. Nao tendo che-
gado a con^eguir este conceito, nao serao approvados, mas
esperados outro anno, em que devem ouvir as mesmas Licoes.
«S 4\ Para aue os sobreditos Examinadores possam votar
com mais liberaade, e segredo sobre o merecimento dos Can-
didatos; sahirao estes da Aula com todas as mais pessoas, que
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POLTTECHNICA DO PORTO 187
nella se acharem : Guardando-se a este respeito tudo o que
Tenho ordenado no Livro Primeiro, Titulo Quarto, Capitulo
Quinto, Paragrafo seasema e oito, e seguintes. (*)
(fiatatofc* dotos dt Uoifersidade de Coimbra, U?rc ffl, P. B, T. VI, Cap. II).
(l) I «- e ae feeharto u porta* da Aula, Acaado dentro tio aomente oa Gathe-
dntieoe, e Lentee, que hfo de rotar eobro o meredmento do Acto, e o Becretarto, por
aar neceaaarla a sua aaaiateada a esta acolo.
IN. O Reitor, e nlo aendo Bile preaente, o que pretidtr ao Acto, mandari pri-
meiro que ludo ao Secretario, que Ida, em alta roe, aoa Cathedratlcoa, e Lentea, que
bio de Totar, a admoeetaolo, que aqui lhes faoo, para que no dar doa aeua rotoa faeam
juatlea inteirn. A qual admoeetacao Sou eervldo mandar, que ae Ihea facn neataa occa-
afctee em Ilea Nome uoa termoa aegulntea: - Bnoommendo, e enearrego a todoa oa Mee-
trea, que rocam ueete Acto, o faeam com todo o aegredo, e inteireea, aem odio, nem af-
fdcto : Que teutaam reapelto aoa graadea prejuiaoe, que ae aeguem ao aervioo de Deoa,
e Men, e ao bem unlveraal da Igreja, e do Batado, quando com pouca eonaideraoao, e
eaeargo de euae conadendaa, approTam oa que hfto de reprorar, e reprovam oa que de-
Tem approvar : No que elaramente obram contra a juatica, daodo igual premioaoa que
tern deaigual meredmento ; e julgando por auffidentea para cargoa publico*, ou exerd-
doa de letraa, oa que o nao eio. O que Ibea enearrego aob o juramenfto de aeu Grao, a
debalxo da pena do Men Beal deeagrado.
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189
CARTA REGIA
DE
Estatutos da Academia Real da M arinha
DE LlSBOA
Dona Maria, por Graqa de Deus Rainha de Por-
tugal, e das Algarves, d'aquem, e d'alem mar, em
Africa Senhora de Guine, e da Conquista, Navega-
cao, Commercio da Etheopia, Arabia, Persia, e da
India, etc. Fa<;o saber a todos os que esta Carta
virem, que tendo consideracao ao muito, que importa
ao Meu Real serviqo, e ao bem publico dos Meus
Reinos, poderem os meus Vassallos applicar-se ao
estudo das Sciencias, que sao indispensaveis, nao s6
para se instruirem, mas tambem para se aperfeicoa-
rcm na Arte, e pratica da Navegacao: Hei por bem
que na minha C6rte, e Cidade de Lisboa se estabe-
leca uma Academia Real de Marinha para um Curso
de Mathematica, o qual sera composto das partes
seguintes : da Arithemetica; da Geometria; da Trigo-
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190 ANNUARIO DA ACADEMIA
nometria Plana, e Esferica; Algebra, e sua applica-
cao A Geomctria; da Statica, Dynamica; da Hy-
drostatica, Hydraulica, e Optica; e de urn Tratado
completo de Navegaqao: havendo uma Inspeccao
sobre a mesma Real Academia, a qual pertencm
ao Inspector Geral da Marinba; e regulando-se o
sobredito Estabelecimento na forma, que sou ser-
vida ordenar nos Estatutos seguintes.
cDo numero dos Prqfessores
Para que todos os que pretenderem ser admit-
tidos ao dito Curso Mathematico, possao comecar,
e continuar direitamente os seus estudos sem as de-
moras, e perdas de tempo, que necessariamente re-
sultam nao havendo o numero sufficiente de Cadeiras
para se absolver o ensino de todas as Disciplinas no
espaco annual lectivo: Ordeno, que a Academia Real
da Marinha seja composta de tres Profcssores.
O primeiro insignara a Arithemetica, Geometria,
Trigonometria Plana, o seu uso pratico, e os princi-
pios elementares da Algebra ate as Equacoes do se-
gundo grao inclusivamente.
O Segundo ira proseguindo na continuacao da
Algebra, na sua applicacao a Geometria, e no ensi-
no de Calculo Differencial, e Integral; depois do que
explicara os principios fundamentaes da Statica, Dy-
namica, Hydrostatica, Hydraulica, e Optica.
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POLYTECHNICA DO PORTO 191
O terceiro tera a seu cargo ensinar a Trigonome-
tria Esferica, e a arte de Navegacao Theoretica, c
Pratica.
Dos requesitos, que devem ter os Professores
Paraevitar, o que com grave prejuiso poderia sue-
ceder que os Professores que nao sejao dotados das
luzes, e talentos necessarios para satisfazerem, como
convem, a um objecto de tanta importancia; para
excluir toda a intriga, e empenho na nomeacao d'el-
les; e para que se attenda ao Meu Real Servico, e
interesse publico : Os Professores, que depois da pri-
meira eleicao em diante poderao ser admittidos para
ensignar na Real Academia da Marinha, instituida
na Cidade de Lisboa, ou que Eu for servida estabe-
lecer em qualquer outra parte dos Meus R'einos, e
Dominios, deverao ter completado o Curso de Cinco
annos na Universidade de Coimbra ; e depois de te-
rem feito todos os Actys, e terem tornado o.Grau de
licenciados, serao propostos pela Faculdade de Ma-
thematica da mesma Universidade, e pelos tres Pro-
fessores da Academia Real de Lisboa; e os que nao
tiverem estes requesitos, de nenhum modo me se-
rao consul tados.
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192 ANNUARIO DA ACADEMIA
Dos Substitutes
Podendo succeder muitas vezes que os Professo-
res, ou por doen^a, ou por serem occupados no Meu
Real Servi<jo, ou por qualquer outro gnave motivo,
nao possao cumprir com as obrigacoes do ensino,
de que Resultaria grande detrimento a mocidade, com
a irreparavel perda de tempo causada pela suspensao
dos Estudos: Ha vera tres Substitutes paift suppri-
rem o ensino nas Aulas, no caso de os Professores
por algum impedimento legitimo nao poderem assis-
tir nellas.
Os ditos Substitutes serao apresentados, e nomea-
dos do mestno modo, que fica estabelecido a res*
peito dos tres Professores ; e na falta, ou Jubilacao
destes, passarao a ser Cathedraticos, conforme a sua
antiguidade.
Das Discipulos, e condifoes, que devern ter para
serem admittidos ao Curso Mathematico
Ninguem podera ser admittido ao Curso Mathe-
matico sem ser previamente exercitado, e expedite na
pratica das quatro regras fundamentaes da Aritheme-
tica ; para o que qualquer, antes de ser admittido, sera
examinado, e approvado pelo Professor da Geome-
tria.
Os que pertenderem entrar no dito Curso, farao
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POLYTECHNICA DO PORTO 193
peticao ao tnestno Lente de Geometric, ou no seu
impedimento ao Professor de Nautica, declarando os
seus nomes, Pais, Patria, e Estudbs, qute tiverem
feito, e apresentando Certidao de idade^ que seri
sempre de quatorze annos completes para cima; a
vista do que o mesmo Lente mandara fazer assento,
de que forao admittidos, declarando-se nelle tambem
os nomes,: Pais, Patria, e Estudos, c especificameftte
o- dia da admissao de cada um, para que conste da
sua antiguidade, a qual sera por Mirtt attendida,
quando pretenderem ser despachados, n2o havendo
outros motivos, que lhes obstem.
lias Aulas, Casa para instrumentos, e Obserpatorio
Havera tres Aulas destinadas para as licoes.
Junto a Aula de Navegacao haveri uma casa desti-
nada para a arrecadacao, e uso dos instrumentos
Astronotnicos, e Maritimos.
Tambem havera um Observatorio, donde se possa
avistar qualquer parte do Geo, e onde estejao, e se
possao transportar os instrumentos, para com elles
se fazerem as observacoes, que forem necessarias.
H>o tempo, e horas das ligoes, e dos dias lectivos,
e feriados
O tempo de cada licao durara bora e meia por
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194 ANNUARIO DA AOADEMIA
dia, e sera repartido de maneira, que metade seni
destinada para a repeti^ao que os Estudantes de-
vem fazer da licao antecedente ; e a outra metade
para os Lerites explicarem a H960 daquelle dia.
As Ucoes de Geometria, e Calculo comecarao as
oove horas, e acabarao as dez e meia ; o que se dew
en tender desde o principio do mez de Novembroate
o fim de Fevereiro, porqae nos outros mezes do
anno terao principio^ e fim tuna hora mais cedo.
Quanto ao Lente de Navegacao, como este deve
combinar as Ucoes com o uso dos instrumentos, e
com as observacoes, as quaes pedem urn tempo pro*
prio, e determinado, ficara a arbitrio delle a escolha
do tempo para as Ucoes, com tanto que empregue
hora e meia no ensino.
Pelo que respeita aos dias, e meaes de Ferias, se
observara o mesmo, que se acha estabelecido nos
Estatutos da nova reforma daUniversidadedeCoon-
bra; com a differenca que aos dias de sueto, que
naquella Universidade sao interpolados pelo tempo
lectivo, serao substituidos os dias de gala, que vem
declarados na Folhinha do anno para os beijamaos
da Corte.
Das Exercicios Semanarios ■
Nos dias dos sabbados havera exercicios Littera-
rios, e o assumpto dellesjserd o que bouver sido no
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POLTTECHNICA DO PORTO 19S
decurso da semana: para o que havera tres Defen-
dentes, e seis Arguentes, que todos serao tirados
por sortes.
Os Lentes presidirao aos seus respectivos Disci-
pulos; e cahindo a sorte em algum dos ouvintes,
que tiverem ja sattsfeito em outros dias as funccoes,
para que os destina, alem delle, ou delles, havera
sempre numero costumado de Defendants, e Art.
guentes, que ainda naa tenhao satisfeito a estes exer-
cicios.
O mesmo se praticara no fim de cada mez, senda
a materia para o exercicio a que river sido de todo
o mez que acaba.
Os que faltarem a estes Exercicios, sendo tirados
por sorte, serao apontados, como se houvessem fal-
tado duas vezes; e os que tiverem Partido, alem de
serem apontados, perdera^o dobro do que vencem
por dia.
Dos exames no fim do Anno lectino
Para que os Estudantes tenhao sempre um esti-
mulo, que os obrigue a continuar seriamente os seus
Estudos, e para que a admissao delles ao Meu Real
Servico nao seja fun da da em uma deligencia appa-
rente, e aptidao presumptiva; mas sim no solido co-
nhecimento, e uso das Sciencias, que Ihes forao en-
sinadas : No fim de cada anno lectivo deverao todos
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196 ANNUARIO DA ACADEMIA
fazer o seu exame nas materias, em que naqudle
anno houverem sido instruidos.
Serao pois examinados pelos Lentes da Acade-
mia. Terao por Presidente aquelle, que for Mestre
das Disciplinas, que scrvem de assumpto para o
exame ; o tempo do Acto durara una hora, e a ma-
teria delle constara pelos tres bilhetes, que vintee
quatro boras antes do Acto terao extrahido por
sorte.
No caso de haver urn grande numero de Exami-
nandos, a expediqao destes Actos se fara por tur-
mas. Os tres Lentes darao secretamente o seu voto
para approva^ao, ou reprovacao dos que tiverem
sido examinados. Os que fofem approvados, passa-
rZo as Disciplinas do anno seguinte ; e os que tive-
rem sido reprovados, ficarao continuando namesma
Aula, ate darem boa conta de si, e merecerem ser
approvados no fim do anno que se for seguindo.
cDo Exame geral de todo.o Curso SMathematico; e
dos Exercicios praticos no mar
Querendo Eu que os Discipulos, que tiverem
completado o Curso Mathematico com provas ma-
nifestas de aproveitamento, tenhao habilitacao para
serem admittidos ao Meu Real Serviqo ; e querendo
igualmente que cada um seja premiado com prefe-
rencia a propor^ao dos stus Estudos, progresses, e
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POLYTECHNICA DO PORTO 197
merecimentos: Prohibo que daqui em diante possa
alguem apresentar requerimento para entrar na Ma-
rinha Real ou como official de Guerra, ou como Pi-
loto, sem acompanhar o dito requerimento com a
Attestacao de ter feito exame geral de todo o Curso
Mathematico, que lhe houver sido ensinado, e ter
sido nelle approvado ; e os que nao produzirem as
ditas Attestac5es, de nenhum modo me serao pro-
postos para Eu os attender.
E porque alem da Theorica Nautica sao neces-
sarios outros conhecimentos, que s6 se podem adqui-
rir com a experiencia, e pratica ; todos aquelles, que
depois de entrarem daqui em diante no servico da
Marinha, pedirem p6stos de Tenente para cima, para
continuarem ho servico do mar, deverao apresentar
outra attestacSb de terem fqto ao menos dous an*
nos de exercicio no mar, em que se comprehenda
uma viagem a India, ou ao Brazil ; e os que live-
rem esta circumstancia, serao preferidos aos que me
fizerem requerimentos sem ella.
Os que pretenderem ser providos no emprego de
Pilotos para servirem na Marinha Real; estes aca-
bado o dito Curso Mathematico, feitos os seus Actos,
e produsindo as attestacoes, de que foram approva-
dos, poderao requerer admissao as Naos de Guerra,
para nellas se exercitarem dous annos na pratica da
Navegacao, e Manobra; e emquanto andarem no
mar, e nao voltarem para o Porto, donde sahirao,
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198 ANNUARIO DA A CA DEMI A
serao sustentados a custa da Minba Real Fazenda;
depois do que ajuntando as attestacoes do seu bom
servico, e de estarem instruidos na pratica da Pilo-
tagem, poderao requerer para serem admittidos nas
Naos de Guerra em qualidade de Pilotos, e terem
Patente, e vencimento de ordenado, como e cos-
tume.
Quanto aos Pilotos, que quizerem unicamente
destinar-se a servirem nos Navios mercantes, ouvi-
rao as licoes de Arithemetica, Geometria Plana, e
Esferica, e Navegaqao; e apresentando Certidao de
terem sido approvados no exame geral dos ditos
dous annos, e requerendo Patente de Pilotos, o
Lente da Navegacao lha mandara fazer prompta,
sendo assignada com p seu nome, e firmada com o
sello da Academia Real, pagando dusentos e qua-
renta reis ao Guarda-Livros, e oito centos reis para
a area da Academia.
<De algumas disposiqoes pertencentes d boa ordem
das Aulas, e da oAcademia
Todos os Estudantes devem indefectivelmente
achar-se nas suas respectivas Aulas ao tempo, em
que se der principio as licoes ; e os que se nao acha-
rem presentes, passados seis minutos depois de co- '
mecadas as licoes, serao apontados por um guarda,
como realmente tivessem*faltado, nao obstante elles
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POLYTECHNIC A 'DO-MftTO 199
apparecerem depois. E o mesmo se deve en tender,
daquelles, que achando-se presentes ao principle se
aazentarem antes de serem acabad&s as 1i<}6es.
Guardarao urn rigoroso, e profbndo silendo,
quando estivepcm nas Aulas, excepto quando forem
chamado? pelos Metres a dar coma de si, e do que
aprenderao*
Para com os seus Mestres se haverSd com todo
o obsequio, e Qbediencia; e contra os que se porta*
rem diversamente, tendo sid6 admoestados por tres
vezes, procederao os mesmos Lentes a excluillos da
Aula, sem que possao de novo aer admittidos sem
especial ordem Minha.
Cada urn dos Lentes sera obrigado a ter uma re-
lacao das faltas de Aula de cada urn de seus Disci-
pulos; e das ditas faltas, como tambem do numero
dellas, indispensavelmerite, sob pena do Meu Real
Desagrado, quero se faca mencao nas attestacoes de
frequencia das Aulas, com que os mesmos Discipu-
los deverlo instruir os seus requerimentos.
Quando se fizerem observacoes, assistirSo a ellas
os que forem nomeados pelo Lente de Navegacao, o
qual t€T& o cuidado de convocallos por turnos, para
que nao haja confusao, e todos se possao igualmentt
instruir nos exercicios da pratica. '
Como estes exercicios pela maior parte s5o an-
nexos a um tempo fixo, e determinado; os que fo-
rem nomeados para eUes,*de nenhum modo poderSo
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900 AtfWAJUO DA ACADEMIA
faltar, excepto no ca*o 4e algtmta disculpa legitime
€ que>conste ser tal
Sobre.Tudo r<qo*nn*endo a todos, assim Lentes,
como Discipulos, que dependendo delles formaoem-
se sugeitojs habeis para servirem os aeus Soberaoos,
e a sua Patria pm urn objecto de tanta unportancia*
como he o da Navega^ao, e MarinhaRcal, que cons-
tftufia a. base 49 commercio, da industrial das ri-
quezas, e forcas da Estado; devem por necessidadfi
do seu Insfituto, e por obrigacao de boos Gdadios,
efieis Vassallos, pdr todo o esforco, actividade, e
diligencia, uns para desempenharem o seu cargo, e
outros para conseguirem o importante fim, a que sao
destinados.
De algumas obrigafoes dos Tilotos addktos
ao serpigo da Marinha %eal
Assim que yoltarem Naos de Guerra ao Porto de
Lisboa, depots de uma viagem dilatada, deverao os
Pilotos deUas apresentar no termo de oito dias ao
Lente de Navegacao.as derrotas, que fizerao nas
suas viageDs, para serem revistas, e emendadas na
preseo^a deUes*
Alem das derrotas, que todas devem ser apre-
sentadas em limpo, e bem intelligiveis, entregarao
um Catalogo de todas as observacoes Astronomicas,
que tiverem feito no marf e na terra, especificando
I
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* rOLTTECHNIGA DO PORTO 201
a qualidade dos instrumentos, cam que forSo feitas*
e ajuntando a todas cllas 03 Calculos, que sao neces*
sarios para uso das jpesmas observa<;6es.
Terao cuidado de tirar as configuracoes das Cos*
tas* e Ilhas, <fue avistarem de mar, e dos seus Por-
tos, de examinar as mares, os ventos, as variaqoes da
agulba, as correntes, e o mats, que for importance
saber-se; e de tudo entregarao uma copia ao dito
Lente para ser revista por elle, e deposhado no Ar-
chivo da Acadecnia Real para uso, que ha de haver
oa emenda dos Roteiros, e Cartas Maritimas,
<Do Curio SMathemaiico dos Officiaes Engenheiros
As pessoas, que daqui em diante aspirarem aos
p6stos de Officiaes Engenheiros, deverao fazer o
Curso da Arithemetica, Geometria, Trigonometria
Plana, Calculo, e suas applica$5es a Statiea, Dyna-
mica, Hydroatatica, Hydraulica, e Optica nas Aulas
dos respectivos Lentes, e serem approvadps nelle do
mesmo modo, que deixo estabelecido a respeito dos
officiaes Mill tares da Marinha Real; depois do que
passarao a ouvir as liqoes da Fortificacao, e Enge*
nharia, e a se instruirem no dgsenho, tendo-lhes de-
terrainado Professores para este effeito ; ficando a
Inspeccao sobre a Fortificacao Theoretica, e Pratica
reservada a Junta dos Tres Estados.
Instruirao pela prhneisa vez o seu requerimento
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202 ANNUARIO DA ACADEMtA
com as Certidoes de terem sido approvados do Eu-
me Geral das ditasSciencias; e requerendo ellcs sen
as referidas Certidoes, de nenhum modo me serlo
propostos.
Entre os Officiaes Engenheiros, que antes da po-
bli cacao destes Estatutos se achao no Meu actual
servico, occorrendo pedirem despacho para p6stos
maiores, serao preferidos, os que se sujeitarem ao
Exame Geral das Sciencias acima declaradas, e apre-
sentarem Certidao de terem sido approvados.
Expor que nao he da Minha Real Intencao que
nas aulas de Mathematica da Universidade de Coun-
bra haja diminui^ao no rrumero dos Estudantes, an-
tes considerando que o Curso, que nella se faz das
Dfcciplinas Mathematicas, he. atopic, e completo: Ho
por ban dedafar, que os Estudantes, que se tivc-
rem applicado nos primeiros tres annos ao estudo
das Sciencias Mathematicas na mesma Universidade,
e apfesetrtareiq CerndSes dos seus progresses, exa-
mes, e apjfcrovacoes, serao' contemplados, como se
tivessem feito o seu Curso nas Aulas de Geome-
tria, Cakula, e Sci en ci as. Fisico -Mathematicas de
Lisboa.
Dos privileges, e prerogative da oAcademtk
1(eal da SMarinha
Os Professores da Academia Real da Marinha
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POLTTECHNICA DO PORTO 203
gosarao de todos os privilegios, indultos, e franque-
zas, que tern os Lentes da Universidade de Coim-
bra. Serao tidos, e havidos como Membros da Fa-
culdade Mathematica existente na dita Universidade,
sem que entre os Lentes da Academia Real da Ma-
rinha, e os de Coimbra se haja de interp6r differenca
alguma, ainda a respeito daquellas gracas, e fran-
quezas, que requerem especial, e expressa mencao;
porque quero tambem que estas sempre se entendXo,
e julguem comprehendidas, e serao considerados, e
attendidos em tudo, e por tudo, como se realmente
regessem as suas respectivas Cadeiras na mesma
Universidade.
Os Discipulos, que legitimamente frequentarem
a dita Academia, gosarao dos mesmos privileges, e
franquezas, que se concedem aos Estudantes da so*
bredita Universidade.
Dos Pariidos
Considerando que o conhecimento das Sciencia9
Mathematicas depende de uma grande applicacao, e
estqdo; e attendendo a que o premio he urn dos es-
timulos mais efficazes para promover a deligencia,
sem mais embargo de esperar da Mocidade Portu-
gueza, que aproveitando-se da Minha Real Provi-
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204 ANNUARIO DA ACADEMIA
dencia, se applique as ditas Sciencias com todo o
fervor, e cuidado: Sou Servida ordenar, que para
os Discipulos, que se instruirem no Curso Mathema-
tico da Academia Real, haja vinte e quatro Partidos
em premio do seu merecimento; doze para os que
se forem habilitando para o Meu Real Servico oa
Marinha; e outros doze para os que da mesma sorte
se forem preparando para os p6stos de Officiaes En-
genheiros.
Os ditos Partidos serao destnbuidos por igual
entre os Discipulos, que se destinarem para a Mari-
nha, e os que se habilitarem para Engenheiros. No
primeiro anno nao havera Partido algum ; mas con-
forme os progresses, que nelle fizerem os Estudan-
tes, se julgarao os que devem ter os Partidos do se-
gundo anno, e do mesmo modo nos annos seguintes :
durando sempre o Provimento por urn anno, e nao
servindo a ninguem de Titulo para ser provido no
seguinte, se o nao merecer no juiso, que de novo se
ha de fazer do seu progresso, e adiantamento.
Os tres Lentes da Academia julgarao o mereci-
mento dos Partidistas, para o que se ajuntarao no
firn do anno lectivo; e conforme a diligencia, e pres-
timo dos Estudantes, e coota, que tiverem dado nos
seus exames, se correra o escrutinio para com a plu-
ralidade de votos se decidir quaes no anno seguinte
deverao veneer os Partidos.
Recommendo a todos que votem segundo o die*
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POLYTECHNIC* DO PORTO 205
tame da sua consciencia. Prohibo receber memorial
algum a favor de qualquer Estudante, e communi-
car a outrem o juiso que fizer.
Feita a escolha dos Partidistas, se passara logo
o Provimento, o qual ficara em segredo ate o dia da
publicacao, que se fara em urp dos primeiros dias
d'Outubro em algumas das Aulas da Axademiaj as-
sistindo a esta funccao os tres Lentes, e todos os
Estudantes. O Professor mais antigo tera na mao
os Provhnentos pela ordem dos annos ; ira dizendo
ao Guarda-Livros o nome de cada um dos Parti-
distas, para elle o chamar : e em chegando cada um
por sua vez, lhe entregara o Provimento, para com
elle poder cobrar a sua importancia, a qual lhe sera
paga pelo Meu Real Erario, ou por qualquer outro
modo, que Eu for Servida estabelecer.
Do Guarda-Livros
Ha vera um Guarda-Livros, que servira tambem
de Secretario da Academia, o qual escrevera todas
as Resolucoes, Propostas, e Requerimentos da mes-
ma Academia. Fara os assentos dos exames de cada
um dos Estudantes com declaracSo especifica, nao
s6 da approvacao, ou reprovacao delles, mas tam-
bem do modo,. com que forao approvados. Guar-
dara os ditos assentos no Archivo da Academia, de-
pois de assignados pelos Lentes, para os apresentar,
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306 ANNUARIO DA ACADENIA
quando lhe forem pedidos. Passara as informacoes
e Certidoes aos Estudantes, conforme lhe for orde-
nado pelos ditos tres Lentes, e recebera de propina
cento e vinte reis ; e em tudo o mais, que se offere-
cer, e for do seu officio, estara sugeito as ordens da
Academia Real.
Do Guar da dos Instrument™
Para que qs instrumentos Astronomicos, e Ma-
ritimos estejao sempre em boa arrecadac&o, e promp-
ter para todo o uso, que for necessario fazer-se del-
les : Havera urn Guarda, a cujo cargo esteja arreca-
dar os ditos instrumentos, limpallos, e conduzillos
aonde for precizo, conforme lhe for ordenado pelo
Lente de Nayegacao, a cujas ordens devera sempre
estar sugeito. O mesmo Guarda tera cuidado todos
os dias no asseio das Aulas.
E porque a observancia dos sobreditos Estatutos
sera de tanto servi<;o Meu, utilidade publica, e bem
commum dos Meus Vassallos: Hei por bem, e me
apraz, que se cumprao, e guardem em tudo, e va-
Ihao como Lei, e tenhao forca de tal; estabelecen-
do-o assim de Moto-Proprio, Certa Sciencia, Poder
Real, Pleno, e Supremo. E Quero, e Mando, que os
mesmos Estatutos sejao observados em tudo, e por
tudo sem altera^ao, diminuicao, ou embargo algum,
que seja posto ao seu cumprimento em parte, ou em
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POLYTECHNIC* DO PORTO 30T
todo; e se entendao sempjre ser feitos na melhtfr
forma, e no meUior aen.tido a favor da dita Acade-
mia Real da Marinha, seus Leutes, Estudantes, e
amis Peasoas dell a: Haveodo por supridas todas as
dausulas, solemnidades de ieito, e de Direito, que
oecessarias forem para a sua firmeza. E dcrogo, e
hei por derogadas, para os sobrediros fins somente,
todas e quaesquer Leis, Ordenacoes, Regimentos,
Alvaras, Direitos, ou quaesquer outras Desposicoes,
que em contrario dos sobreditos Estatutos, ou de,
cada um dclles haja por qualquex. via, modo, ou ma-
neira, posto que sejao taes, que na forma da Orde-
nacao, que tambem derogo nesta parte, se houvesse
de fazer delles especial mencao.
Pelo que: Mando a Mesa do Desembargo do
Paco, Presidente do Meu Real Erario, e Inspector
Geral da Marinha, Conselhos da Minha Real Fa-
zenda, e dos Meus Dominios Ultramarinos, Regedor
da Casa da Suplicaqao, Junta dos Tres Estados,
Reformador Reitor da Universidade de Coimbra,
como Protectora que della sou, Chanceller da Rela-
cao, e Casa do Porto; e bem assim a todos'os De-
sembargadores, Corregedores, Provedores, Juizes,
Justicas, e mais Pessoas destes Meus Reinos, e Do-
minios, a quern o conhecimento.desta pertencer, que
a cumprao, guardem, e facao cumprir, e guardar
com inteira, e inviolavel observancia. E a mesma
presente Carta valera, como se fosse pas$ada pela
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208 ANNUARIO DA ACADEMIA
Chancellaria, posto que por ella nao ha de passar, e
ainda que o seu effeito haja de durar mais de urn,
e muitos annos, nao obstantes as Ordenacoes em
contrario, que Hei outro sim por derogadas pan
este Effeito somente. Dada no Palacio de Quebz
em 5 de Agosto de 1779.3=0001 a assignatura da
Rainha, e a do Ministro.
Regist. na Secretaria de Estado dos Negocios do
Reino no Livro V das Cartas, Alvaras, e Patent©
a fl. 23o, e impr. na Impressao Regia.
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209
CARTA REGIA
DB
EsTATUTOS DA AcADEMIA ReAL DOS
Gu ARDAS Jft ARINHAS
Dona Maria, por Graca de Deos Rainha de Por-
tugal, e dos Algarves daquem, e dalem Mar, em
Africa Senhora de Guine, e da Conquista, Navega-
cao da Ethiopia, Arabia, Persia, e India, etc. Faco
saber a todos os que esta Minha Carta virem, que
tomando em Consideracao o muito que importa ao
Meu Real Servico, e ao bem publico dos Meus Rei-
nos, a conservacao, e augmento dos Estabelecimen-
tos, que concorrem para a mutua felicidade dos
Meus Vassallos, para a seguranca do Commercio, e
para o esplendor da Minha Real Armada: E ten-
do-Me representado o Meu Conselho do Almirantado
em Consulta, que fez subir a Minha Real Presenca,
o desejo, que tern de dar-Me continuadas provas do
seu zelo pelo Meu Real Servico, e muito principal-
14
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S10 ANNUARIO DA ACADEMIA
mente na parte, em que a Authoridade, que Eu the
confiei, ja nao depende das outras deliberacoes, que
espera sobre muitos, e muito importantes assumptos,
pelos quaes insta o mesmo zelo, com que o referido
Tribunal espera desempenhar tao alta confianca : Me
apresentou hum Novo Piano de Estatutos para os
Estudos da Minha Real Academia dos Guar'das Ma-
rinhas, o qual tendo sido mcditado sobre observa-
coes, que desde a sua fundacao ate agora o tempo
tern feito evidentes, e que s6 a experiencia costuma
de ordinario mostrar em todas as Instituicoes pri-
mitivas na pratica dos seus preceitos: Hey por bem
dar a Minha Real Approvacao aos referidos Estatu-
tos, para o melhoramento da Academia dos Guar-
das Marinhas, segundo a sua f6rma, e theor, Orde-
nando que se executem em todas as suas partes, e
segundo o espirito delles na f6rma seguinte.
Divisao, e Distribuifdo das Lifoes
I. Sera o Curso Mathematico compos to de tres
Annos Lectivos, em cada hum dos quaes se ensi-
nara o seguinte: a saber:"
II. No Primeiro Anno: Arithmetica, Geome-
tria, e Trigonometria Recta com o seu uso pratico
mais proprio aos Officiaes do Mar.
III. No Segundo Anno: Principios de Algebra
ate as Equacoes do segundo grao inclusive ; primei-
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POLYTECHNICA DO PORTO 211
ras applicacoes della a Arithmetica, e Geometria;
Seccoes Conicas, e a Mechanica com a sua applica-
cao immediata ao Apparelho, e Manobra.
IV. No Terceiro Anno: Trigonometria Esphe-
rica; Navegacao Theorica, e Pratica; e huns. Rudi-
mentos de Tactica tfaval.
V. Em quanto as Artes: aprenderao no Pri-
meiro Anno quanto diz respeito ao Apparelho: a
saber, os Nomes, Posicoes, Figuras, e Usos dos
Mastrps, Mastareos, Vergas, e de todos os Cabos fi-
xos, e de laborar, assim do Apparelho, como do
Pano; dos diversos Fios, e Cabos, e de toda a Obra
volante de Marinheiro; exercitando-se em praticar
as mesmas obras.
VI. O modo de Enfurnar, e Desenfurnar os
Mastros, de Apparelhar, Desapparelhar, Virar de
Crena, fazer, e fixar os Cabos de laborar, e fixos;
como se corta, e coze o Pano; para o que serao le-
vados a Casa das Velas, onde vejao, e sejao admit-
tidos a praticar quanto pertence a este artigo.
VII. Aprenderao tambem a Envergar, e De-
senvergar, Cassar, Largar, e Ferrar o Pano, Arriar,
e Issar Vergas, Apparelhallas, e os Mastareos, Ar-
rear, e P6r a Cunha os Mastareos, Suspender, Dar
fundo, e Amarrar, cortio ate agora se tern praticado.
VIII. No Segundo Anno : aprenderao o Dese-
nho de Marinha, topiando, e reduzindo Plantas de
differentes Costas, Bahias, Enceadas, e Portos ; e
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S12 ANNUAR10 DA ACADEMIA
representando Vistas de Ilhas, Cabos, e Promunto-
rios; e tambem dos Navios considerados em diffe-
rentes Posicoes, e Manobras; depois disto aprende-
rao os Nomes, Figuras, Usos, Escravas, Embaraca-
mentos, Pregaduras, e Posicoes dos madeiros dc
Construccao; para o que principiarao na Forma-
tura, e Construccao do Estaleiro, passando depois a
Construccao Methodica da Embarcacao, onde se lhes
mostre tudo o que fica dito, desde o Assentamento
da Quilha no Estaleiro ate finalizar com o mesmo
ensino a respeito do Berco, e Carreira; ao quesc
seguira huma exacta indicacao das difiFerentes partes
do Porao, e modo de arrumar; com a maneira de
fazer os tres Pianos, de Elevacao, Horisontal, e de
Projeccao, debaixo dos quaes se constroem os Na-
vios ; e delles passar a tracar na Salla, fazer as F6r-
mas, e Galivar os Madeiros ; concluindo com a ex-
plicacao das Fainas, de fazer entrar, sahir, e de Es-
corar o Navio no Dique, como ate agora se tern pra-
ticado.
IX. No Terceiro Anno, em ametade do tempo
diestinado para as Licoes Praticas, continuarao o
Desenho ; e na outra ametade ouvirao do Lente de
Artilheria os Npmes, Figuras, Usos, e Lugares das
differentes partes da Praca, Carre ta, Palamenta, Ves-
tidura, e dos mais Instrumentos relativos ao exerci-
cio desta Arma tao importante ; no qual serao igual-
mente adestrados pelo mesmo Lente, hindo com el-
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POLTTECHNICA DO PORTO 213
les a hum lugar proprio aonde algumas vezes prati-
quem o exercicio de fogo; e assim aprenderao tam-
bem o modo de escolher, conduzir, embarcar, collo-
car, vestir, atracar, desatracar, montar, e desmontar
as Pecas ; o modo de examinar, e encartuxar a Pol-
vora, e de fazer differentes fbgos de Artificio, que
podem ter uso a bordo, &c. ; as maneiras de armar
Brulotes, e s^rvir-se das Galiotas de lancar Bombas,
e mais Embarcacoes deste genero; o modo de ata-
car huma Praca Maritima, para o que sera necessa-
rio que recebao sufficientes ideas das diversas obras
de huma Praca similhante com as suas vantagens, e
defeitos ; e completarao estes Estudos com a solucao
dos importantes, e diversos Problemas da Artilhe-
ria Pratica, onde se empreguem os principios Ma-
thematicos alii ensinados.
cDuragdo das Licoes, Tempo Lectivo, e Feriado
I. O Tempo Diario da Actividade Academica
durara tres horas todas de manha, para que as tar-
des fiquem livres, a fim de se estudarem entao as
respectivas Licoes; em cujo ensino se seguira por
.ora o Gurso, e Compendios, que actualmente se ex-
plicao na mesma Academia, em quanto Eu nao For
servida Ordenar o contrario, ou Disp6r de outro
modo, que melhor Me parecer.
II. As Licoes Mathematicas serao ensinadas na
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214 ANNUARIO DA ACADEMIA
primeira hora e meia, e as outras na segunda hora
e meia, mediando entre as duas Licoes hum quarto
de hora para descanqo dos Discipulos.
HI. A Actividade da Academia devera prinri-
piar cm o primeiro de Outubro, e finalizar no dia
trinta de Junho, ficando o mez de Julho destinado
para os Exames.
IV. A hora da entrada sera pelas nove horas
da manha, desde Outubro ate Marco inclusivamente;
e as oito horas no resto do Anno.
V. No Terceiro Anno, quando os Discipulos sc
exercitarem na Pratica das Observacoes, o Lente de
Navegacao sera quern regule a sua respectivahora
de entrada, quando esta deva variar, em consequen-
cia das mesmas Observacoes; com tan to porem que
nellas nao se empregue menos de hora e meia.
VI. Haverao as Ferias costumadas do Natal,
Pascoa, e os mezes de Agosto, e Setembro; e alem
deltas todas as Quintas feiras das Semanas onde nao
houver Dia Santo, ou de Galla, que seja feriado no
Meu Conselho do Almirantado; porque estes em tacs
circumstancias serao os dias feriados da Semana.
Dos Exercicios Semanarios
Nos Sabbados havera os costumados exercicios
Literarios, cujo assumpto sera o que tiver sido da-
quella Semana; para o que serao tirados por sorte tres
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POLYTECHNICA DO PORTO 215
Defendentes, e seis Arguentes, presidindo os Lentes
aos seus respectivos Discipulos.
Dos Exames
I. Sendo justo que os Discipulos tenhao bum
estimulo, que os faca es tudar seriamente, e os des-
vaneca de esperarem illudir com diligencias appa-
rentes, farao no fim de cada anno Exame de Mate-
rias Mathematicas, que tiverem aprendido nb decur-
so do mesmo Anno.
II. Serao examinados pelos tres Lentes, presi-
dindo o das disciplinas, que fizerem o objecto do
Exame ; e a Materia deste constara nos Bilhetes, que
deverao extrahir por sorte vinte e quatro horas aft-
tes do acto.
III. Os Examinandos serao admittidos a fazer
os exames devididos em Turmas.
IV. Os Lentes darao secretamcnte os seus Vb-
tos, que recolhidos pelo Secretario decidirao da ap-
provacao, ou reprovacao dos Examinados.
V. Os exames das Artes serao feitos na pre-
senca de dois Lentes, interrrogando o Mestre pro-
prio da Materia que formar o Exame ; e os Votos
de todos mostrarao se os Examinados tern as ideas
precisas para poderem passar ao Estudo da Arte,
que se ensina no Anno seguinte.
VI. Os que no mez de Julho, legitimamente
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216 ANNUARIO DA ACADEMIA
impedidos, nao poderem fazer o seu exame, serao
admittidos a elle, desde o primeiro ate dez de Ou-
tubro ; e entao serao os exames feitos de tarde, para
nao prejudicar a Actividade da Academia.
VII . Os Reprovados, pela primeira vez, fica-
rao reconduzidos no mesmo Anno; e pela segunda,
serao expulsos.
cDos Exercicips Extraordinarios
Quando Eu For servida Repetir a Companhia
de Guardas da Marinha a particular Graca de Hon
rar com a Minha Real Presenca os seus Exercicios
Academicos, os Discipulos, que merecerem a dis-
tinccao de dar conta dos seus respectivos progress
sos neste Acto, entre as Materias, nas quaes tiverem
ja sido approvados, responderao naquella parte, que
lhes cahir em sorte, sendo o Compendio dellas aber-
to, ou pelas Minhas Reaes Maos, ou por quern Eu
For servida Ordenar.
Dos Letttes, e Substitutes
I. O Corpo da Academia sera composto de tres
Lentes de Mathematica, dois seus Substitutes, hum
Lente de Artilheria, e dois Mestes, hum de Appa-
relho,, e outro de Construccao Naval Pratica, Dese-
nho.
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POLYTECHNICA DO PORTO 217
II. Os Lentes poderao fazer as Conferencias,
q*e lhes parecerem necessarias para o melhoramen-
to do Ensino dos seus Discipulos, tendo primeiro
dado parte ao seu Inspector ; e farao depois subir a
Minha Real Presenqa, pelo Meu Conselho do Almi-
rantado, consequentes representacoes para Eu De-
terminar o que For servida.
HI. Quando algum caso fortuito, tal, como fal-
ta de Lentes, Substitutes, #ou Mestres, &c. deva
fazer mudar por entao a f6rma do ensino ; o Com-
mandante da Companhia, e Lentes, poderao juntos
dar as providencias proprias para nao haver sus-
pensao na Actividade Academica.
IV. Qualquer dos Lentes, que se achar legiti-
mamente impedido, dara parte ao Commandante da
Gompanhia, para elle mandar avisar hum Substitu-
te, o qual, durante o impedimento, fara todo o ser-
vice*, que devesse competir aquelle Lente.
V. Para Substitutes serao admittidos os que
tiverem obtido os precisos graos na Universidade de
Coimbra, ou feito o Exame Geral do Curso Mathe-
matico na Real Academia da Marinha ; ou os que
daqui em diante sahirem da Real Academia dos
Guardas da Marinha, tendo dado provas nada equi-
vocas da sua aptidao, para esta importante profis-
sao«
VI. Os Substitutes serao promovidos a Lentes,
conforme as suas Antiguidades na Substituicao.
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318 ANNUARIO DA ACADEMIA .
VII. Os Lentes, e Substitutos na Real Acade-
mia dos Guardas da Marinha, gozarao de todos ts
Privilegios, Indultos, e Franquezas, que gozao os
Lentes da Universidade de Coimbra; e isto da mes-
ma sorte, que muito expressamente Eu Pui servida
Ordenar nos Estatutos da Real Academia de Mari-
nha no Artigo, que tem por Titulo: Dos Vrivilt-
gios, e Prerogatives da oAcademia Q^ea^da SMari-
nha.
*Da oAdmissao, e Promocoes dos Discipulos
I. Os que pretenderem ser admittidos a Aspi-
rantes, alem de darem as provas exigidas no Deere-
to de quatorze de Julho de mil seteceatos oitenta e
oito, ajuntarao ao seu requerimento huma Certidao,
donde conste nao terejn menos de quinze annos de
idade, e huma Attestacao de qualquer dos Lentes
da Real Academia dos Guardas da Marinha, pela
qual mostrem tcr sufficiente intelligencia das quatro
primeiras Regras da Arithmetica, e da Lingoa Fran-
ceza; sendo o essencial, em quanto a esta Lingoa,
saber verter bem della para a Portugueza; constat*
igualmente desta Attestacao, nao terem defeito pes-
soal, como faltos de vista, aleijados, &c.
II. Numero de Aspirantes sera indeterminado,
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POLTTECHNICA DO PORTO 219
e tanto porque das provas da sua Admissao se nao
segue que tenham as disposicoes necessarias para o
servico do Mar; como tambem, a fim de lhes exci-
tar maior estimulo, nao deverao ter Praca, Farda,
nem entrar na Formatura da Companhia ; tao s6-
mente serao Matriculados.
III. A Admissao a Aspirantes, e as Promocoes
dos Aspirantes a Guardas da Marinha, e destes a
Officiaes das Brigadas, competirao daqui em diante
ao Meu Conselho do Almirantado, e deverao ser
feitas, em consequencia de uma Proposta do Com-
mandante da Gompanhia e Gorpo dos Lentes ; o que
tambem se devera praticar no caso de expulsao dos
Individuos, que pertencerem a estas Glasses.
IV. Nesta Admissao sempre serao preferidos os
Filhos de Officiaes Generaes, Gapitaes de Mar e
Guerra, Capjtaes de Fragata, e Capitaes Tenejntes,
especialmente dos mortos, ou feridos gravemente em
Accao; depois destes os Filhos dos Officiaes do Meu
Exercito, que estiverem nas mesmas circumstancias.
V. Os Aspirantes approvados nas Materias do
Primeiro Anno serao promoyidos a Guardas da Ma-
rinha; e porque tambem devem dar as precisas pro-
vas, de que tern todas as disposicoes naturaes, ne-
cessarias para a Vida do MaF, nao passarao a ouvir
as Licoes do Segundo Anno J^ectivo, destinando-se
o Anno seguinte, ao qual se chamara oAnno de Em-
barque, para durante die embarcarem, ou na Cur-
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220 ANNUARIO DA A.GADEMIA
veta de Ensino, ou em outro qualquer Navio da
Minha Real Armada, preferindo entre estes os que
deverem sahir de Guarda Costa.
VL Hum Official das Brigadas, ou hum Se-
gundo Tenente, que podendo ser tenha aprendido
nesta Real Academia, sera quern venha receber do
Commandante da Companhia, e depois entregar-lhe,
o Destacamento nomeado para pmbarcar; entenden-
do-se que, durante o embarque, ficara sendo o Com-
mandante, e Mestre do mesmo Destacamento.
VII. Ao Commandante do Navio toca por na-
tureza a distribuicao, e regimen das differentes U-
coes, que o Destacamento deve dar a bordo ; tera
pois hum particular cuidado em promover a sua
Instruccao ; assignalando-lhes horas certas nas quaes
devao ouvir :
VIII. Do Commandante do Destacamento, as
Licoes das Materias Mathematicas que estiverem es-
tudando.
IX. Do Mestre, os Nomes, e Usos dos Cabbs,
Velas,% e Apparelhos ; os modos de Amarrar, dar
N6s, fazer Costuras, Forrar, Embotijar, &c.
X. De hum Official de Artilheria, os Nomes, e
Usos das differentes partes da Peca, Carreta, sua
Vestidura, e Atracadura ; os Pezos das Cargas, com
o mais que for proprio desta Profissao, ate teraii-
nar no Exercicio de Artilheria.
XI. Do Calafate, as Figuras, Nomes, e Usos
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POLYTECHNICA DO PORTO 221
dos sens diversos instrumentos, e do que diz respei-
to as Bombas.
XII. Finalmente do Primeiro Carpinteiro, os
Nomes, e Posicoes dos differentes Madeiros de Cons-
truccao, seu Embaracamento, &c.
XIII. Alem disto, o Commandante do Desta-
camento, ou quern for nomeado em seu lugar pelo
Commandante do Navio, devera assistir a todas as
Licoes, para cuidar que nellas reine sempre a boa
ordem, e depois passar a ensinar-lhes o modo de
fezer a Derrota chamada da Barquinha, com quan-
to lhe disser resptito, e for compativel com os prin-
cipios Mathematicos, em que vao iniciados ; tambem
lhes ensinara o Manejo de Bordo, explicando-lhes
igualmente a Ordem do Servico, tanto Surto, como
a Vela ; e fazendo-os riscar, e escrever Modelos dos
diversos Mappas, e Detalhes, Ordens, e Partes, que
mais ordinariamente se fazem precisas no Servico
Diario de Bordo ; e de todo o resultado dara parte
ao Commandante do Navio, o qual alem disto.as-
sistira pessoalmente a algumas Licoes, para com todo
o conhecimento me poder informar pelo Meu Con-
selho do Almirantado, sobre as qualidades dos dif-
ferentes Individuos daquelte Destacamento, em vif-
tude da qual informacao, ou serao expulsos, ou pas-
sara a ouvir as Licoes do Segundo Anno Lectivo.
XIV. Durante o tempo, que mediar entre o fim
do Primeiro Anno Lectivo, e o Embarque ; ou en-
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222 ANNUARIO DA ACADEMIA
tre o fim deste, e o primeiro dia do seguinte Ou-
tubro ; o Commandante da Companhia lhes fara en-
sinar na primerra bora e mria o Maacjo de Annas,
e Construccao de Mappas, e Detalhes, nao despre-
zando a Licao dos factos memoraveis das Marinhas
Militares, quando para ella haja ainda mais algum
tempo , visto que esta Licao deve contribuir muito
para lbes fonnar o espirito necessario para a execu-
cao das Accoes grandes, e Heroicas, annexas ao seu
importante destine Na segunda hora e meia anda-
rao additos & Classe de Desenho, e Construccao Na-
val Pratica, por se/* esta huma Classe, onde alem da
intelligencia Se precisa muito do exercicio pratico.
XV. Depois do referido, os Guardas da Mari-
nha passarao a Discipulos do Segundo Anno Lecti-
vo, onde approvados serao promovidos, conforme os
seus merecimentos, aos lugares de Officiaes das Bri-
gadas, que entao se acharem vagos; e que s6 desta
maneira devem ser prehenchidos.
XVI. Todos os Approvados no Segundo Anno
passarao a ouvir as Licoes do Terceiro Anno ; no
fim do qua!, se forem approvados Materias delle,
se lhes passarao as competentes Cartas de Approva-
cfio, assignadas pelo Commandante da Companhia,
e Corpo da Real Academia, com as quaes devem
considerar-se plenamente habilitados para Segundos
Tenentes da Real Armada, a que serao promovidos,
em consequencia de huma Proposta do Comman-
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POLYTECHNIGA DO PORTO 223
dante da Companhia, feita ao Meu Conselho do Al-
mirantado, que subira a Minha Real Presenca em
Consulta do mesmo Tribunal ; e em quanto Eu nao
For servida promovellos, ficarao isentos de todos os
Exercicios Academicos, e sujeitos s6mente ao Servi-
co da Companhia.
XVII. Como os P6stos de Officiaes das Briga-
das sao conferidos sempre aos de maior merecimen-
to, se acontecer que hum Guarda da Marinha, e hum
Official das Brigadas sejao despachados em Segun-
dos Tenentes na mesma Promocao, o Official das
Brigadas ficara mais antigo, visto que em Soldo, e
Graduacao Sou servida fazellos Superiores aos Guar-
das da Marinha ; Ordenando que daqui em diante a
Graduacao dos Chefes de Brigadas se considere im-
mediatamente inferior a dos Segundos Tenentes, e
Superior a dos Brigadeiros; a dos Brigadeiros Su-
perior a dos Sub-Brigadeiros; e estes ao Guardas da
Marinha ; vencendo os Chefes oito mil reis de Soldo
por mez, os Brigadeiros sete mil e quinhentos, e os
Sub-Brigadeiros sete mil reis : E entre os Officiaes
das Brigadas, que juntos forem promovidos a Se-
gundos Tenentes, regufara a mesma preferencia, que
tiverem tido nos respectivos P6stos.
XVIII. Quando no Corpo da Marinha se pro-
ver qualquer Posto vago, preferirao sempre os Of-
ficiaes de Patente immediata, que tiverem' feito o
Curso Militar da Marinha nesta Real Academia,
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224 ANNUAR10 DA ACADEMIA
aquelles que nao forem desta Creaqao, excepto se es-
tes quizerem sujeitar-se a hum Exame de todas as
Materias, que se ensinao neste Estabelecimento ; e
destes exceptuando aquelles, cuja Conducta, Scien-
cia, e Pratica do Mar estejao decisivamente prova-
das.
XIX. Os Segiindos Tenentes novamente pro-
movidos, no primeiro Embarque seguinte a sua Pro-
mocao, deverao fazer huma circumstanciada Derro-
ta, onde alem do que diz respeito a Barquinha, mos-
trem frequentes Observacoes das Variacoes da Agu-
Iha, Latitudes, e Longitudes dos lugares por onde
passarem ; e tambem as Gonfiguracoes das Costas,
Ilhas, e P6rtos, que avistarem no Mar^ ou onde se
tiverem demorado; com huma Descripcao exacts
das Mares, Ventos, Correntes, e mais circumstancias
uteis a Hydrographia; apresentarao depois esta Der-
rota ao Corpo dos Lentes, que sobre ella lhe farao
o mais escrupuloso Exame, de cujo resultado infor-
marao se<;retamente ao Meu Conselho do Almiran-
tado, ajuntando a Derrota original a dita infonna-
cao. Os novos Segundos Tenentes deverao ficar en-
tendendo, que desta informacao dependera tambem
a sua Promoqao a Primeiros Tenentes.
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*OLYTECHNICA DO PORTO 225*
De algumas Disposigoes relativas d boa ordem das
O/lulas^ e da Frequencia
t
I. Os que nao e^tiverem dando Licao deverSo
guardar o mais profundo, e rigoroso silencio.
II. Quando algum faltar essencialmente a Su-
bordinacao, e respeito devido aos seus Lentes, e
Mestres, estes o reprehenderao, ou farao prender;
ou representarao, para que seja expulso conforme
for a grandeza da falta.
III. O que em qualquer Anno Lectivo tiver
trinta faltas sem causa, perdera o Anno, e se en-
tendera ter sido reprovado naquelle Anno ; e alem
disto se veneer Soldo perdera por cada falta o Soldo
de hum dia, que passara para o Cofre das Multas,
como actualmente se pratfea; entendendo-se porem,
que se a falta for em dia de Exercicio Semanario se
reputara dupla.
IV. Quando as faltas forem sessenta com justo
motivo, perderd o Anno ; mas nao se julgara repro-
vado/ nem se multara no Soldo, quando for dos que
tenhao pra9a.
. V. Todo o que sem causa fitltar ao seu Exame
perdera o Anno, e se entendera ter sido reprovado ;
o mesmo acontecera ao que nao quizer entrar em
Examess
15
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226 ANNUARIO DA ACADEMIA
cDo Secretario
O Secretario da Companhia dos Guardas da
Marinha sera tambem Secretario da Academia ; de-
vera fazer as Matriculas, e Assentos, e lancar em
hum Livro o merecimento circumstanciado de cada
hum dos Discipulos, para dalli extrahir as Certidoes,
que dever passar, da frequencia, e qualidade da ap-
provacao dos Discipulos ; e s6 quando eu For ser-
vida Mandar informar os Lentes sobre a applicable*
de qualquer Discipulo, estes farao constar tudo quan-
to se contiver nos seus Assentos.
Do Porteiro, e Guardas
Havera hum Porteiro, e dois Guardas, a quern
pertencera cuidar no aceio das Aulas, e Observato-
rio, arranjo, guarda, 'e limpeza dos Livrds, Instru-
mentos, e Modelos; tendo tambem obriga^ao de cod-
duzir tudo aonde for preciso, e de obedecer a quan-
to Ihes for ordenado pelo Commandante, Lentes,
Mestres, e Secretario. *
E porque a obsentencia dos sobreditos Estatu-
tos sera tanto de Servico Meu, utilidade publiea, c
bem commum dos Meus Vassallos : Hey por bem,
e Me Praz, que se cumprao, e guardem em* tudo, t
por tudo, e valhao como Ley, e tenhao forca de
tal ; estabelecendo-o assim de Motu Proprio, Cert*
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i
POLYTECHNICA DO PORTO 227
Sdencia, Poder Real, Pleno, e Supremo. E Quero,
c Mando, que os mesmos Estatutos sejao observa-
dos em tudo, e por tudo sem alteracao, diminuicao,
ou embargo algum, que seja posto ao seu-cumpri-
mento em parte, ou em todo ; e se entendao sempre
ser feitos na melhor f6rma, e no melhor sentido a
favor da dita Academia Real dos Guardas da Mari-
nha, seus Lentes, Mestres, Alumnos, e mais Pessoas
della: Havendo por suppridas as dausulas, solemni-
dades de feito, e de Direito, que necessarias forem
para a sua firmeza. E Derogo, e Hey por derogjt-
das, para os sobreditos fins stimente, todas, e quaes-
quer Leys, Ordenacoes Regimentos, Alvaras, De-
cretos, ou quaesquer outras Disposiqoes, que em con-
trario dos sobreditos Estatutos, ou de cada hum
delles haja por qualquer via, modo, ou manetra, pos-
to que sejao taes, que na f6rma da Ordenacao, que
tambem Derogo nesta parte, se houvesse de fazer
delles especial mencao.
Pelo que : Mando ao Meu Conselho do Almiran-
tado; Mesa do Desembargo do Paqo; Presidente
do Meu Real Erario; e Inspector Geral da Marinha;
Conselhos da Minha Real Fazenda, e dos Meus Do-
minios Ultramarinos ; Regedor da Casa da Suppli-
cacao ; Junta dos Tres Estados ; Reformador Rei-
tor da Universidade de Coimbra, como Protectora
que della Sou; Chanceller da Rela^ao, e Casa do
Porto; e bem assim a todos os Desembargadores,
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228 * ANNUARIO DA ACADEMIA
Corregedores, Provedores, Juizes, Justicas, e mais
Pessoas destes Meus Reinos, e Dominios, a quern o
conhecimento desta pertencer, que a cumprao, guar-
dem, e faqao cumprir, e guardar, com inteira, e in-
violavel observancia. E a mesma presente Carta va-
lera, como se fosse passada pela Chancellaria, posto
que por ella nao ha de passar, e ainda que o seu ef-
feito haja de durar mais de hum, e muitos annos,
nao obstante as Ordenacoes em contrario, que Hey
outro sim por derogadas para este effeito s6mente.
Dado no Palacio de Queluz em o primeiro de
Abril de mil setecentos noventa e seis.
PRINCIPE Com Guarda . '. .
Josi Sanches de Urito.
Antonio Januario do Voile.
Tedro de Mendonqa de SMoura.
Carta, por que Vossa SMagestade Ha por bem
%eformar o Estabelecimento da 1{eal Academia dos
Guardas da Marinha na sua Corte, e Cidade de
Lisboa, em beneficio dos oAlumnos delta, dando-lhe
para seu governo os Estatutos nafdrma assitna de-
Qlarada.
Para Vossa Magestade ver.
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i
POLYTECHNICA DO PORTO 229
Por Resolucao de Sua Magestade de i de Abril
de 1796, em Consulta do Conselho do Almirantado,
do mesmo dia, e anno.
*D. Josi Manoel da Camara, Secretario do Almi-
rantado a fe\ escreper.
QAntonio Ptres Alves de GMiranda, Official Maior
da Secretaria do Conselho do Almirantado afe\.
Regis tada no Livro I. de similhantes na Secre-
taria do Conselho do Almirantado em 21 de Julho
de 1796.
Antonio Pires oAlves de Miranda.
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231
ESTATUTOS
DA
AULA DE COMMERCIO
PRDENADOS fOR ^L-JIbI J*OSSO £>BMHO^f NO pAPlTULO
DEZASSE1S DOS jpSTATUTOS, DA jfoNTA DO pOMMBRCIp
DESTES JlBWOS, B SBUS J>OMlNIOS
A Junta do Commercio destes Reinos, e seus Do- .
minios, havendo considerado que a falta de formali-
dade na distribuiqao, e ordem dos livros do mesmo
Commercio, he huma das primeiras causas, e o mais
evidente principio da decadencia, e ruina de muitos
Negociantes; como tambem, que a ignorancia da re-
duccao dos dinheiros, dos pezos, das medidas, e da
intelligencia dos Cambios, e de outras materias mer-
cantfs, nao podem deixar de ser de grande prejuizo,
e impedimento a todo, e qualquer negocio com as
NacSes estrangeiras; e procurando, quanto pede a
obrigacao do seu Institute), emendar esta conhecida
desordem, propoz a Sua Magestade no Capitulo de-
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282 ANNUARIO DA ACADEMIA
zasseis dos Estatutos da mesma Junta, que se devia
estabelecer huma Aula, em que presidissem hum, ou
dous Mestres, e se admittisseni vinte Assistentes do
numero, e outros supernumerarios, para que nesta
publica, e muito importante Escola se ensinassem os
principios necessarios a qualquer Negodante perfeito,
e pela cortimunicacao do rtiethodo Italiano, aceito
em toda a Europa, ninguem deixasse de guardar os
livros do seu Commercio com a formalidade devkia.
i <° A geral aceitacao do projecto fez cofthecer
bastantemente que todos desejavao emendar esta
falta, e que ella procedia da difficuldade de encon-
trar as licoes, e nao de applicar os estudos: A com-
mua expetacao, com que, publicados os mesmos Es-
tatutos, se tern feito sensivel a necessaria demora
para o exercicio da Aula, he huma segunda, e noais
segura prova desses bem louvaveis desejos : Pelo que
a mesma Junta, que na mediacao deste tempo nao
cessou de disp&r, e dirigir a maior utilidade do Bem
commum do Commercio este novo estabelecimento,
em cujos acertados principios consistem os seus pro-
gressos, e a sua perpetuidade, faz publicos estes Es-
tatutos, que hao de servir de governo a referida
Aula, debaixo da Real approvacSo, e confirmacao de
Sua Magestade.
2.0 A determinacao de hum, ou dous Mestres,
para a presidencia da Aula, foi deixada ao prudente
arbitrio da Junta no referido Capitulo' dezasseis dos
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POLTTECHNICA DO PORTO 233
seus Estatutos ; e nesta conformidade podera a mesma
Junta nomear hum somiente, como agora tern feito,
por que assim pareceu conveniente, e bastante; ou,
quando a experiencia mostre que hum s6 Mestre nao
pode comprehender a inspeccao, e encargos, que lhe
sao commettidos, podera nomear dous, distribuindo-
lhes os dias, e as materias como se entender neces-
sario.
3.° O lugar de Lente da Aula he de tao impor-
tante consideracao pela utilidade, que delle resultar
ao Bern commum destes Reinos, que, por si mesmo,
se faz recommendavel para a eleicao de pessoa, que
bem o possa servir : e por que os nomeados para o
referido emprego se devem suppor de tal modo des-
embaracados de outras dependencias, que nao te-
nhao prejuizo em sefem perpetuados nesse mesmo
exercicio, se lhes continuarao os Provimentos da
Junta, reformando-os em cada hum dos Triennios,
emquanto o mesmo Lente se achar habil para o cum-
primento das suas obrigacoes, e com tanto, que, te-
nha requerido na Junta a reforma do Provimento
findo.
4.0 Na forma do mesmo Capitulo dezasseis dos
Estatutos da Junta devem ser vinte os Assistentes
numerarios da referida Aula, e a estes se deve con-
tribuir com o emolumento, .que se julgar bastante
para animar os que tiverem meios, e sustentar os
que delles carecerem para a sua subsistencia : fica
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234 ANNUARI0 DA ACADEMIA
porem livre a nomeaqao da Junta o provknento dos
supernumeraries, com tantb, que nao excedao de
trinta, por que nao pode abranger a mais de cin-
coenta Discipulos o cuidado de hum s6 Mestre, ou
Lente; e que na sua elei^ao se observem as condi-
coes determinadas no mesmo Capitulo, e as mais,
que se declarao nestes Estatutos.
5.° Por que a falta das primeiras disposicoes,
ou elementos em algUns dos Assistentes seria motivo
de impedir os progressos de outros, e de embaracar
a uniformidade de estudos, que deve haver na Aula,
onde as materias, que se hao de dictar, suppoem
como necessaria a sufficiente expedi^ao em ler, es-
crever, e contar, ao menos nas quatro especies, pelo
modo mais ordinario : nao se podera passar Provi-
mento a pessoa alguma, sem que seja examinada
pelo Lente da Aula, o qual, debaixo do encargo de
sua consciencia, declare; que o pertendente esta habil
para ser admittido, quanto a esta parte.
6.° Ainda que os pertendentes, com a qualidadc
de filhos, ou netos de Homens de Negocios, devem
ser preferidos, em iguaes circumstancias, para Pra-
ticantes, ou Assistentes do numero: com tudo, por
que esse mesmo meio da sua subsistencia nao sejao
fim ultimo da sua pertencao, ficara em suspenso a
nomeacjao dos Assistentes, que devem entrar no nu-
mero ; e passado o primeiro anno de exercicio, sc
farao exames, na presenca da Junta, para que con-
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POLYTECHNICA DO PORTO 236
forme os merecimentos, se hajao de prover os refe-
ridos lugares, contando-lhes os emolumentos desde o
dia da abertura da Aula: Bern visto, que os filhos
de Homens de Negocio Portuguezes, em igualdade
de termos, assim de sciencia, como de procedimento,
devem ser attendidos para a preferencia: O mesmo
se deve practicar em todas as aberturas da Aula.
7.0 Passado o tempo competente para que se
possa conhecer a capacidade, e atpplicaqao dos As-
sistentes da Aula, mandara a Junta fazer, a repetir
exames na presenqa de dous Deputados, que darao
parte na mesma Junta; e achando-se que nao tern
aproveitado a proporcao do tempo, serao logo des-
pedidos, ou lhes sera dado espaqo para a sua emenda,
procedendo-se, em huma, e outra parte, com tal
consideracao, que nem se diminua, ou abata o cre-
dito da Aula, pela negligencia, ou incapacidade dos
seus Assistentes ; nem delles se pertenda mai?, que
huma competente disposicao para Negociantes per-
feitos.
8.° Por que nem os Estudos, ainda promovidos
pela consideracao dos exames, nem as esperancas em
ser admittido ao numero, poderao supprir o defeito
causado pela pouca idade, nao se podera passar No-
meacao para praticante, ou Assistente da Aula, em-
quanto nao constar que o pertendente tern quatorze
annos completos: Nao se limita o termo, quanto aos
annos, de que nao devem passar; porem no con-
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236 ANNUARIO DA ACAD EMI A
curso de muitos pertendentes, em iguaes circums-
tancias, sempre devem ser admittidos os de menos
idade, por que mostra a experiencia, que estes sao
mats aptos para o ensino, e se devem suppdr mais
desempedidos para a assistencia, e Estudos.
9.0 Sendo huma das principaes vantagens nos
Estudos das Aulas o praticar-se continuamente nel-
las, a materia das actuaes applicacoes de todos os
Assistentes, o que se nae poderia conseguir sem que
todos concorressem em hum mesmo ponto: Nao se
devem repetir as Nomeacoes para Praticantes da
Aula do Commercio, sem que finalize entre cada
huma abertura o termo de tres annos, que he 0
tempo necessario para se dictarem, conhecerem, e
praticarem os principaes objectos dos Estudos desta
mesma Escola; vagando porem alguns lugares den-
tro dos primeiros seis mezes, se poderao prover em
pessoas que tenhao conhecimento das materias, que
ja se houverem dictado.
io.° Em todas as manhas tera exercicio a Aula
do Commercio, principiando as licjoes, de Inverno,
pelas oito horas, e acabando pelo meio dia; e de Ve-
rao pelas sete, e acabando pelas onze : e os Escritu-
rarios, ou Praticantes da Contadoria da Junta, se-
rao obrigados, por turno, a fazer o ponto em cada
hum dos mezes, para que na mesma Junta se faca
certo, que os Praticantes assistem.
n.° A Arithmetica, como fundamento, e prin-
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POLYTECHNICA DO PORTO 237
cipio de todo, e qualquer commercio, deve ser a pri-
meira parte da licao da Aula, ensignando-se aos seus
Praticantes, sobre o methodo commum, e Qrdinario
das quatro prineipaes especies, os motivos, e diversos
modos, com que mais facil, e promptamente se achao
hoje as sommas, se fazem as diminui<joes, e multi-
plicacoes, se abrevia a reparticao, e^se Ihes tirao as
provas r conseguida a perfeicao nesta parte, se deve
passar ao ensino da conta de quebrados, regra de
tres, e todas as outras, que sao indispensaveis a hum
Commerciante, ou Guarda-livros completo; procu-
rando sempre, que se nao passe de humas a outras
materias, e ainda dentro deltas, de humas a outras
partes, sem que em todas haja hum geral conheci-
mento do que ja for dictado.
i2.° Ao ensino da Arithmetica perfeita se deve
seguir a noticia dos pezos em todas as Pracas do
Commercio, especialmente aquellas com que Portu-
gal negocea ; como tambem das medidas, assim de
varas, e covados, como de palmos, e pes cubicos,,
e singelos, e do valor commum das moedas no Paiz,
em que correm, ate que qualquer dos Assistentes da
Aula possa reduzir, por exemplo, as varas de Hes-
panha, as Jardas de Inglaterra, ou os Palmos de Ge-
nova a medida de Portugal, ou de outro Reino, e o
custo, e despeza da fazenda, na Praca extrangeira,
ao dinheiro da outra Praca, para* o que se fez o
transporte.
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238 ANNUARIO DA ACADEMIA
1 3.° Por que o referido conhecimento naoseria
bastante para adquirir'a certeza do custo das fazen-
das sem a noticia dos Cambios ; visto que nesta ima-
ginaria passagem da moeda se nao attende s6mente
ao seu valor real; mas tambem a maior, ou menor
necessidade de dinheiros em cada huma das Pracas,
pela qual se augmenta ou diminue o valor arbitrario
dessa mesma moeda, sera esta importante materia
huma parte do principal <:uidado no ensino dos As-
sistentes da Aula; pois ainda que a scienda dos
Cambios se nao possa inteiramente comprehender
nas idades respectivas dos ditos Assistentes, e em
tao limitado espaco de tempo, especialmente consi-
derado o cambio como hum particular,. e separado
ramo do Commercio ; com tudo se formarao as pri-
meiras, e sufficientes disposicoes para que, com a
pratica, e diversidade dos casos occurrentes, se ha-
jao de alcancar as mais necessarias noticias, e nao
falte esta parte, ao menos, como integrante, para
todo, e qualquer commercio.
14.0 Os Seguros com as suas distinccoes de loja
a loja, ou de ancora a ancora; de modo ordinario,
ou de pacto expresso, e a noticia das apolices, assim
na Praqa de Lisboa, como em todas as mais da Eu-
ropa ; como tambem a fornxalidade dos fretamentos,
a pratica das commissoes, e as obrigacoes, que del-
las resultao, devem ser todas tratadas, ao menos,
para o sufficiente conhecimento de cada huma das
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POLYTECHNICA DO PORTO 239
partes, com o qual se adquirao as disposicoes para
chegar a perfeiqao em seu tempo.
i5.° Ultimamente se passara a ensinar o me-
thodo de escrever os livros com distinccao do Com-
mercio em grosso, e da venda a retalho, ou pelo
miudo, tudo em partida dobrada, ainda que com
differenca dos dous referidos commeroios; e depois
se fara huma recopilacao de todas estas partes, fi-
gurando aos Assistentes alguns diversos casos em
themas, ou propostas, em que se possa conhecer,
por huma s6 partida, se elles tern conseguido a com-
petente perfeiqao da Arithmetica, a noticia da re-
duccao dos pezos, e das medidas, o valor dos di-
nheiros, a variedade dos cambios, a importancia dos
seguros, e das commissoes, ate dar entrada onde de-
vem nos livros do seu Commercio.
1 6.° G>mpletos os tres annos, se dara Certidao
aos Assistentes, que houverem frequentado a Aula;
e com este documento sera visto o deverem infalli-
velmente preferir em todos os Provimentos da no-
meacao da Junta, assim da Contadoria, como da
Secretaria, e ainda de quaesquer empregos, em que
nao estiver determinada outra preferencia. A mesma
atten<jao se havera com os ditos Assistentes da Aula
nos Provimentos, que se mandarem passar pela Di-
reccao da Real Fabrica das Sedas, e em todas as
mais da Inspeccao da Jifnta.
17.0 Aos Caixeiros das lojas das cinco classes
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240 ANNUARIO DA ACADEMIA
de Mercadores, he Sua M agestade Servido conceder,
dispensando nesta parte s6mente, a disposicao do
S 7.0 do Cap. 2.0 dos Estatutos da Meza do Bern
commum dos mesmos Mercadores, que, havendo
frequentado a Aula pelo tempo dos tres annos, pos-
sao abrir lojas por sua conta, com exercicio de cinco
annos em lugar dos seis, que estao determinados nos
mesmos Estatutos.
1 8.° Tambem Sua Magestade he Servido exten-
der a disposicao do Cap. 4.0 dos Estatutos da Junta,
emquanto se determina, que todos os officiaes, ou
quaesquer outras pessoas, que nos mesmos Estatu-
tos pertencem a nomeacao da Junta, tenhao por Juiz
privativo ao Desembargador Conservador geral do
Commercio, para os Assistentes da Aula, durante 0
tempo do seu exercicio sdmente, e havendo Certidao
da sua assistencia.
19.0 As deligencias, disposiqoes, e zelo da Junta
na Instituicjao desta nova Aula devem merecer a to-
dos os Assistentes o concurso da sua applicacao,
para que se consigao aquelles ultimos fins, que po-
dem resultar aos mesmos Assistentes, e as Casas de
Negocio, que delles se servirem na conducta do seu
Commercio, e para que ao tempo dos seus exames
nao passem pela sensivel reprova^ao, e despedida,
que vai comminada nestes Estatutos a todos os ne-
gligent es; porem mais, que todos esses motivos, deve
promover ao exercicio, e aproveitamento dos Assis-
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POLYTECHNICA DO PORTO 241
tentes a Real confirmacao, e proteccao de Sua Ma-
gestade, que foi Servido aprovar, e mandar fazer
publicos estes Estatutos, havendo por muito recom-
mendada a sua execuqao.
Lisboa a 19 de Abril de 1 559 — Jose Francisco
da Cruz — Joao Rodrigues Monteiro — Manoel Dan-
tas de Amorim — JoaoLuiz de Souza — Anselmo
Jose da Cruz — Ignacio Pedro Quintella — Jos6 Hen-
riques Martins.
16
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242 ANNUARIO DA A CAD EM I A
Obrlyapdes Inherente* ao lugpar de Di-
reotor Litterario da Aeademia
Beal da B£ai*ialia e Commeroio da CI-
dade do X*oirfco.
Tendo Representado a Sua Magestade esta Illus-
trissima Junta dlAdministracao da Companhia Geral
do Alto Douro, Inspectora da Academia Real da
Marinha, c Commercio d'esta Cidade, em Consul-
ta de 3 de Fevereiro de 1816, os justos motivosque
faziao necessaria a Criacao de hum novo Emprego
para a dita Academia, a cujo Empregado se confe-
risse o titulo de Director Litterario da mesma: Pn>-
poz a Sua Magestade a Pessoa de V. S.* como aqud-
la que em si reunia os requesitos necessarios, e que
affianqavao o acerto da sua escolha.=Dignou-se Sua
Magestade benignamente Approvar a mencionada
Consulta baixando com ella a Regia Resolucao de
27 d'Agosto de 1817.
E sendo conseguintemente necessario, que V. S.*
seja instruido das Obrigaqoes que lhe ficao compc-
tindo em razao do seu emprego; abaixo transcreve-
mos, para sua intelligencia, e conhecimento, aqucllas
que esta Illustrissima Junta propoz a Sua Magesta-
de, e que fizerao parte da Referida Consulta = i.°
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POLYTECHNICS DO PORTO 243
Que o Director Litterario tera a seu cargo o Regu-
lamento, e Direccao geral dos Estudos, e o governo
ordinario da dita Academia, seus Empregados, e
Subalternos, fazendo guardar a boa-ordem, e su-
bordinacao respectiva entre todos que a constituem;
zelando com o maior disvello, a inteira observancia
dos actuaes Estatutos, e evitando por huma vigilan-
cia continua todos e quaesquer abuzos, e relaxacoes,
que se queirao ensinuar e introduzir*=2.° Que o mes-
mo Director proponha a esta Illustrissima Junta com
exaccao, e imparcialidade tydo que julgar conve-
niente para a mesma dicidir, quando o objecto cou-
ber na sua jurisdicao, ou consultar a Sua Magesta-
de, o que parecer, quando -exceda os limites da pos-
sibilidade, que Sua Magestade lhe conferio; unindo*
se em taes Consultas as propostas por escripto do
mesmo Director, para em presenca de tudo Sua Ma-
gestade deliberar o que melhor lhe parecer =3.°
De term i nan do os Estatutos § 57 que sobre os obje-
ctos das Consultas para reforma, e melhoramento,
seja na parte que diz respeito ao systema Litterario,
ou seja na da Disciplina, e Economia Academica, pre-
cedao os pareceres dos Lentes, e Professores da Aca-
demia Real : havendo mostrado a experiencia que de
concursos -numerosos, nao costuma ser tao provei-
toso o resultado; propoz tambem esta Illustrissima
Junta a Sua Magestade, como mais conveniente, que
o Director seja o Representante do Corpo dos Len-
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244 ANNUARIO DA ACADEMIA
tesv e Professores, e que para este fim possa con-
vocar para Congregacao, ou todos os referidos, ou
parte d'elles, conforme as circumstancias dos cazos
cfccorrentes, o qual ouvindo, e recolhendo os votos,
os reprezente por escripto com o seu parecer a esta
Illustrissima Junta, com a intencao de se darem as
providencias necessarias, de maneira que a Repre-
senta^ao do Director seja annexa as referidas Con-
sultas, que houverem de subir a Presenqa de Sua
Magestade=4.° Que o Director tenha a sua re-
sidencia e habitaqao no mesmo local d'Academia,
para melhor poder fiscalizar, e vigiar com assidua
frequencia sobre o cumprimento das respectivas obri-
ga<joes .dos Empregados, logo que no Edificio da
mesma Academia tenha os commodos necessarios
para nelle se estabelecer.=Espera, por tan to, esta
Illustrissima Junta, que V. S.a haja de conformar-se
com as referidas Instrucqoes, como couza do Agra-
do, e Servi^o de Sua Magestade, assim como espe-
ra das suas luzes a prosperidade, e augmento de tao
pio e util Estabelecimento.=Deos Guarde a V. S.*,
Porto em Junta de 19 de Fevereiro de i8i8=P.
Gaspar Cardoso de Carvalho e Fonseca = Jose de
Souza e Mello « Pedro Gomes da Silva= Joao Mon-
teiro de Carvalho = Joao Baptista de Araujo Cabral
Montez = Antonio Bernardo de Brito e Cunha=
Christovao Guerner. =Hl.mo Snr. Doutor Joaquim
Navarro de Andrade— Director Litterario daiAca-
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POLTTECHNICA DO PORTd 245
demia Real da Marinha, e Commercio d'esta Cida-
de. =Registe-se no livro competente. Doutor Na-
varro.
(Archivo da Academia, L.° O, n.° i, fl. 12).
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246 ANNUARIO DA ACADEMTA
Deoreto que oontem <li»po«Iooe» reind*-
mentores tendentes a flzar as ataribui-
Q5ee da Junta e do Director Hdttera-
rio.
Attendendo a que a disposicao geral do Alvara
com forca de^ Lei de 5 de Junho, e as posleriores
declaracoes de 24 de Julho do corrente anno, a pe-
zar de comprehendcrem implicitamente o que se ha-
via innovado, desde 17 de Maio de 1822, podemter
occasionado ' duvidas, nao s6 sobre a existencia de
alguns Empregos d'Academia Real da Marinha e
Commercio da Cidade do Porto, mas tambem sobre
as mutuas relacoes entre a mesmia Academia, e a
Junta da Administracao da Companhia Geral d'Agri-
cultura das Vinhas do Alto Douro ; e Desejando oc-
correr a taes duvidas, por meio de Determinacoes
explicitas, e permanentes, que por huma vez as re-
movao: Sou Servido Ordenar 6 seguinte: Primo:
Em tudo quanto nao encontrar as funccoes do Di-
rector Litterario da Academia Real da Marinha e
Commercio da Cidade do Porto, determinadas pda
Resolucao de 27 de Agosto de 1817, as quaes he
Minha Vontade que subsistao sem quebra, ou dimi-
nuicao alguma, a Junta da Administracao da Com-
panhia Geral d'Agricultura das Vinhas do Alto Dou-
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POLYTECHNICA DO PORTO 247
ro conservara o Titulo, e as func<joes de Inspector*
da mesma Academia, como lhe foi concedido pelo
Alvara de 9 de Fevereiro de i8o3, e pelos Estatu-
tos mandados observar pelo Alvara dfe 29 de Julho
do mesmo anno; e isto em attencao ao zelo com que
a referida Junta Me supplicou a creacao de tao util
Estabelecimento, e aos desvelos com que por tantos
annos gratuitamente o inspeccionou, dirigio, e man-
teve : f hegando para esse fim generosamente a adian-
tar dos seus proprios fundos consideraveis sommas,
de que ainda em parte nao tern podido ser satisfei-
ta: Servicos estes, que recahindo em objecto de tao
geral, e reconhecida utilidade, nao podem deixar de
metecer a Minha Real Contemplaqao. Secund6 : To-
das as informacoes, Propostas, Representacoes, e
quaesquer outros .Officios do Director Litterario so-
bre objectos Academicos, para Me serem presentes,
Me serao dirigidos pelo mesmo expediente da Junta
Inspectora, da mesma sorte que o sao os que ver-
sao sobre objectos particulares da Companhia, na
f6rma da mencionada Resolucao de 27 de Agosto de
181 7. Terti6: Continuara a considerar-se extincto o
Emprego de Vice-Inspector da referida Academia,
que alem de inutil, como patenteou a experiencia de
tantos annos, era sobre maneira gravoso ao Cofre
d'Academia, cujos rendimentos nao tern podido alias
supprir as despezas necessarias della sem o conside-
ravel empenho, a que ainda em parte se acha sujei-
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248 ANNUAJUO DA ACADEMIA
to. Quartd : Da mesma sorte, e pelos mesmos moti-
ves, se continuara tambem a considerar extincto o
Lugar de Director da Aula do Desenho. O Marquez
de Tcdmella, do Meu Conselho de Estado, Ministro
e Secretario d'Estado dos Negocios Estrangeiros, ora
Encarregado do Ministerio dos Negocios do Reino,
o tenha assim entendido, e faca executar, mandan-
do para esse effeito expedir os Despachos necessa-
ries. Palacio da Bemposta em i3 d'Outubro de 1824.
Com a Rubrica de SUA MAGESTADR
El-Rei Nosso Senhor— Secretaria d'Estado dos
Negocios do Reino em 18 d'Outubro de 1824— Gas-
par Feliciano de Moraes.
(Archivo da Acidemia, L.° O, n.9 1, fl. 3i).
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POLYTECHNICA DO PORTO 249
Alvard regio que determinon a, refoi*-
ma da. Aoademla Real da ' Majrinha e
Commoroio da Cidade do Porto.
Eu El-Rei Faqo saber aos que este Alvara com
forca de Lei virem: Que sendo-me presente em
Consulta da 111.™4 Junta d'Administracao da Com-
panhia Geral d'Agricultura das Vinhas do Alto Dou-
ro, Inspectora da Academia Real da Marinha e Com-
mercio da Qdade do Porto, que para manutencao
da referida Academia, e para completar a construc-
cao do seu Edificio nao sao bastantes os subsidios
que pelo Alvara de 9 de Fevereiro de 180 3 forao
estabelecidos para aquelle fim, que ate ao presente
se nao tern podido obter se nao a custa dos gene-
rosos sacrificios pecuniarios que a mesma Junta lhe
tern feito de seus proprios fundos, e de que ainda
se nao acha indemnizada : E nao soffrendo a Minha
Paternal Sollicitude, e vigilancia por tudo quanto he
em beneficio de Meus Fieis Vassallos, que por mais
tempo continue o estado precario, e vacilante de
hum Estabelecimento Litterario de immediata Crea-
cao Minha, de que tao reconhecidas vantagens tern
resultado a Navegacao, Commercio, e dvilizacao des-
tes Reinos, e especialmente das Provincias do Norte:
Determinando com este designio assegurar-lhe desde
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250 ANNUARIO DA ACADEMIA
logo uma existencia perpetua e independent^ por
meio de hum* sufficiente dotaqao ; e dar ao mcsmo
tempo as suas despezas huma reduccao e reforma,
que sendo proporcionada as circumstancias, e ana-
logs aos Estatutos, nao obste de maneira alguma ao
progresso Litterario : Sou servido, conformando-Me
com o Piano que debaixo destes principios Me foi
proposto pela Junta Inspectoral e Tomando na de-
vida Consideracao as ponderozas reflexoes do Dire-
ctor Litterario da mesma Academia, Ordenar o se-
guinte, alterando o que differeotemente £e acha dis-
posto pelos Alvaras de 9 de Fevereiro, e 29 de Ju-
lho de i8o3, ou por qualquer outra Determinacao,
ou Resolucao Minha posterior.
i.° A Imposicao de hum real em cada quarti-
lho de vinho estabelecida s6 para seis mezes pelo
§ 4.0 do AlvarA de 9 de Fevereiro de i8o3, fica am-
pliado a todos os mezes do anno, devendo o seu
producto ser applicado as despezas ordinarias da
Academia, a continuacao do seu Edificio, e ao des-
empenho da consideravel divida com que se acha
onerada.
2.0 O numero dos trez substitutes de Mathe-
matica determinados no § i.° dos Estatutos, desde
ja ficara reduzido a dous, conservando-se ao terca-
ro dos actuaes o mesmo ordenado que actualmente
percebe, em quanto lhe nao cabe entrar para hum dos
dous logares ordinarios de substitute effectivo, e sen-
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POLYTECHNICA DO PORTO 251
do elle entretanto obrigado como ate agora, ao mes-
mo serviqo proprio dos substitutos.
3.° E para que a suppressao deste Lugar de
Substituto nao possa cauzar o mais leve prejuizo ao
ensino publico; Hei por bem crear na mesma Aca-
demia huma classe de Oppozitores as Cadeiras de
Mathepiatica na forma seguinte — Nao poderao' ser
propostos para os Lugares vagos de Lentes, assitn
proprietaries, como substitutos das Cadeiras de Ma-
thematica, senao aquelles Candidatos que sobre as
mais qualic^des que devem possuir todos os Empre-
gados publicos se acharem para isao habilitados com
o grao pelo menor de Licenciado pela Universidade
de Coimbra na dita Faculdade, como ja se acha de-
terminado pelos Estatutos, ou os que havendo feito
na Referida Academia da Marinha e Commercio hum
curso completo desta Profissao, tiverem frequentado
mais hum anno as Aulas do segundo e Terceiro anno
Mathematico da mesma Academia, nas quaes serao
considerados quanto as obrigacoes e exercicios res-
pectivos, como os discipulos ordinarios dellas, fa-
zepdo no fim do anno de repetiqao outro acto pu-
blico, a que assistira o Director Litterario com toda
a Academia, sem que se sigao votos de approvacao,
ou reprovacao e hum exame privado das materias
da mesma Faculdade, ao qual s6 poderao, e deverao
assistir o Director Litterario, e os Lentes Mathe-
maticos, dos quaes o mais antigo sera Presidente, e
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252 ANNUARIO DA ACADEMIA
Arguentes os outros; votando-se neste exame, ese-
guindo-se em taes actos em quanto for applicavd,
inteiramente o mesmo que se acba Detenninado do
Livro Terceiro, Parte segunda, Tituk) sexto, Capi-
tulo Terceiro dos Estatutos da Universidade.
4.° Os Estudantes que desta sorte ficarem habi-
litados, sendo admittidos por pluralidade de votos
pela respectiva Congregaqao prezidida pelo Director
Litterario, passarao a classe de Oppozitores as Ca-
aeiras de Mathematical entrando por essa qualidade
em exercicio na dita Facuidade, sendo matriculados
todos os annos nar sua classe ; regendo na falta dos
Lentes Proprietaries, e dos Substitutes, as Cadeiras
para que forem nomeados; argumentando por tunio
com os Lentes nos Actos de Repetifao ; e podendo
encorporar-se com os mesmos Lentes de Mathema-
tica nas Solemnidades publicas da Academia.
O servico gratuito dos oppozitores, em que po-
dem mostrar a sua aptidao, capacidade, e talentos,
se lhes levara muito em conta para merecerem, c
adquirirem o direito de preferencia nas Propostas e
Nomeacoes para as referidas Cadeiras.
5.° Os ordenados dos Professores da Caddra
de Primeiras Letras annexa a Academia, serao re-
duzidos a quantia de duzentos e cincoenta mil res
para o Proprietario, e cento e cincoenta mil reis pan
o substitute, visto que os vencimentos que lhes fo-
rgo arbitrados, sao demaziadamente excessiYos se se
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POLYTECHNICA DO PORTO 253
comparao com 03 que percebem ps Professores Re-
gios de eguacs Cadeiras em todo o Reino; e offere-
cem a desproporcao sem exemplo de serem iguaes
para o Proprietario e Substitute Os Professores
actuaes conservarao os ordenados que prezentemente
percebem.
6.° Tendo mostrado a experiencia que o servico .
dos seis segundos Guardas d'Academia pode ser des-
empenhado somente por quatro, ficarao para o fuc-
turo supprimidos, para mais se nao proverem, os
dous primeiros lugares de segundos Guardas que va-
garem. .
7/ Os Lentes Substitutes que na falta dos Pro-
prietarios regerem alguma Cadeira, nao receberao
por esse trabalho -gjem do seu proprio ordenado,
mais que huma gratificacao de cincoenta mil reis
quando servirem todo o anno, ou a correspondente
proporcao desta quantia, quando servirem por mais
de trez mezes sem comtudo completarem o anno,
quando porem o servico da substituicao nao chegar
a trez mezes nSo vencerao mais que o seu proprio
ordenado.
8.° Sendo certo que nao he o valor pecuniario
dos Premios, mas sim a honra, e a distincqao de os
haver merecido, o principal motivo que excita a emo-
lucao entre os Estudantes: Ficarao para o future os
Premios para os mais distinctos Alumnos da Acade-
mia, reduzidos a doze, da quantia de quarenta mil reis
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254 ANNUARIO DA ACAD EMI A
cada hum, dos quaes serao seis para os Estudantes
de Mathematica, trez em cada hum dos annos em
que sao venddos na forma dos Estatutos; dous para
os de Commercio, dous para os de Agriculture, e
dous para os de Desenho. E quando succeda naose
distribuir algum dos referidos Premios por 'nao oc-
correrem Alumnos de merecimento tao distincto que
os merecao, a sua importancia sera empregada em
Livros a beneficio da Bibliotheca d' Academia.
9.0 Tendo cessado o justo fundamento de dimi-
nuicao de trabalho que motivou o Aviso de 10 de
Janeiro de 1779 que redjaziu o Ordenado do Escri-
vao da Marinha da G'dade do Porto, desde que,
reunindo-se-lhe o Lugar de Secretario da Academia,
lhe recresceu com este emprego hum trabalho se nlo
superior ao menos igual ao que antigamente tinha;
de ora em diante o sobredito Escrivao da Marinha,
Secretario da Academia, tera o mesmo ordenado que
vencia ate a data do mencionado Aviso. %
io.° Nenhum Empregado da Academia de qual-
quer classe, ou Graduacao que seja, principiari a
veneer o seu respectivo ordenado senao desde 0 dia
em que entrar em posse do Emprego: e desta regra
geral s6 serao exceptuados aqueUes que ao tempo da
sua Nomeacao se acharem ja incluidos na folha da
mesma Academia, e empregados em seu servico por
quanto a estes se abonarao os Ordenados desde a
data da Merce da sua Nomeacao, ou Promocao.
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POLYTECHNICA DO PORTO 255
Pelo que: Mando a Meza do Desembargo do
Paco; Presidente do Meu Real Erario: Regedor da
Gaza da Supplicacao; Conselhos da Minha Real Fa-
zenda, e do Ultramar, Junta da Directoria Geral dos
Estudos e Escolas do Reino; 111.™ Junta da Admi-
nistracao da Companhia Geral da Agncultura das
Vinhas do Alto Douro, Governador da Relacao e
Gaza do Porto, ou quern seu lugar servir, e a todos
os Tribunals, Desembargadores, Corregedores, Pro-
vedores, Juizes, Justicas, e mais Pessoas a quern a
conhecimento deste Alvara pertencer, que o cum-
prao e guardem, e facao pimprir e guardar, como
nelle se con tern, sem duvida, ou embargo algum;
nao obstantes quaesquer Leis, Despozicoes, ou Or-
dens em contrario, que todas Derogo para este ef-
feito somen te, ficando aliaz em seu vigor.
E valera como Garta passada pela Chancellaria,
posto que por ella nao passe, e o seu effeito haja de
durar por mais de hum anno, sem embargo das Or-
denacoes do Livro segundo Titulo trinta e nove, e
Titulo quarenta, que o contrario determinao.
Dado no Palacio da Bemposta em 16 de Agosto
de 1 §25. a=Rei.= Jose Joaquim d^Almeida Araujo
Correa de Lacerda.
Alvara com forca de Lei, pelo qual Vossa Mages-
tade Ha por bem prover a subsistencia, economia,
e regime da Academia Real da Marinha, e Commer-
cio do Porto, ampliando os subsidios que lhe forao
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2S6 ANNUARIO DA AGADEMIA
cstabclccidos pelo Alvara da sua fundacao: Reda-
zindo o numero dos seus Etnpregados, diminuindoos
Ordenados e vencimentos de alguns delles; creandD
nella huma Qasse de Oppozitores as Caddrasde
Mathematical Restituindo ao EscrivSo da Marinha,
Secretario da mesma Academia, o Ordenado que
antecedentemente percebia; e dando outras provi-
dencias, tudo na forma acitna declarada. — Para
Vossa Magestade ver. — Joao de Souza Pinto de
Magalhaes. — Gaspar Feliciano de Moraes— Joao
Antonio Frederico Ferro. — Registe-se. Porto i ode
Setembro de 1825. — Dr. Navarro, Director Litte-
rario.
(Archivo da Academia, L.* O, n.* 1, fl. 52).
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POLYTECHNICA DO POfcTO 257
I>eex*eto que content <ll£rposl<?5es regnla-
mentares Aoerea. da promlsouldacle de
ffc*e<iiienei& dos alumnos ncus reae« aoa-
demlas de Marinha.
Desejando Promover a Instruccao Publica, e fa-
cflitar a meus fieis Vassallos todos os meios possiveis
de obterem muito principalmente aquelles que Se de-
dicao ao meu Real Servico nos Exercitos, e na Ar-
mada ; e' considerando a analogia, ou antes identi-
dade, tanto das disciplinas que se aprendem, como
do methodo d'ensino que se acha adoptado nas Reaes
Academias de Marinha estabelecidas nesta Capital e
na Cidade do Porto, assim como no primeiro anno
Mathematico do Real CoIIegio Militar, e nos Estu-
dos das Aulas Regimentaes de alguns Corpos do
meu Exercito : Conformando-Me com o parecer das
pessoas do Meu Conselho que Fui Servjdo Mandar
ouvir sobre este objecto : Hei por bem que aos
Alumnos de qualquer das duas referidas Academias
de Marinha, . que quizerem proseguir na Outra os
seus Estudos, se levem em conta os annos, em que
poj: documento authentico mostrarem ter sido ap-
provados: Que o mesmo se pratique a respeito dos
Militares que pelo mesmo modo mostrarem ter fre-
• 17
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258 ANNUARIO DA ACADEMIA
quentado regularmente os Estudos Mathematicos nas
Aulas dos seus respectivos Regimen tos ; com a con-
dicao porem, quanto a estes, de serem obrigados,
na Academia em que quizerem entrar, a fazer actoi
publicos das disciplinas que pertenderem se Ihes le-
vem em conta, e de serem nelles approvados : E final-
men te que a faculdade concedida pelo Decreto do
primeiro de Setembro do anno proximo passado aos
Alumnos do Real Coltegio Militar, de poderem n»-
tricular-se no segundo anno da Academia Real da
Marinha desta Capital, huma vez que mostrem ter
concluido com approvacao o Primeiro anno Ma-
thematico no referido Real Collegio, se estendae
amplie a Academia Real da Marinha, e Commercio
da Qdade do Porto. Jose Joaquim d' Almeida e
Araujo Correa de Lacerda, do meu Conselho, e do
d'Estado, Ministro e Secretario d'Estado dos Nego*
cios do Reino, o tenba assim entendido, e faca exe-
cutar. Palacio de Mafra em 3 de Novembro de i8*5
=Com a Rubrica de Sua Mages tade == Gaspar Fe-
liciano de AJoraes=Esta conforme— Joao Antonio
Frederico Ferro.
. (Archivo da Academia, L.° O, n.° i, fL 59).
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POLYTECHNICA DO PORTO 259
Carta re£?ia que reformou o Reffalamea-
to da Aoademia, asslm na parte litte-
raria como na parte eoonomioa.
Provedor, Vice- Provedor e Deputados da Ill.ma
Junta da Administracao da Companhia Geral da
Agricultura das Vinhas do Alto Douro : Eu El-Rei
vos Envio muito Saudar. Tomando em considera-
cao as Providencias que da parte dessa III.11* Junta
Inspectora Me forao propostas, para se melhorar o
regulamento, assim litterario como economico da
Real Academia da Marinha e Commercio da Cidade
do Porto; e Desejando muito promover o adianta-
mento da dita Academia, como hum dos Estabele-
cimentos de Estudos, de que a estes Reinos p6de
resultar maior utilidade e credito; Hei por bem or-
denar o seguinte:
i .° Que daqui em diante nas Propostas ou Con-
sultas para provimento dos Lugares da Academia se
attenda e se especifique, alem do prestimo e suffi-
ciencia litteraria, o meredmento ReUgioso e civil dos
propostos ou Consultados :
2.0 Que a matricula do mez de Setembro se pro-
rogue ate quinze de Outubro, e nao mais ; e s6 para
aquelles Estudantes, que allegarem e mostrafem por
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ANNUAR10 DA ACADEM1A
documentos authenticos a sua impossibilidade, desc
matricularem no tempo marcado no Estatuto.
3.° Que haja em cada anno hum Discurso de
abertura da Academia, feito pelo Director Iattera-
rio, ou por quem seu lugar servir, e em que convidc
e incite a mocidade ao amor dos estudos, e a dili-
gencia discreta por conseguir neiles adiantamento.
4.0 Que a Oracao do dia de annos do Sobera-
no caiba, por seu turno, e por ordem da sua anti-
guidade, a todos os Professores Proprietaries de Ma-
thematical Commercio, e Filosofia Racional e Moral.
5.° Que vagando a Cadeira de Filosofia Ra-
cional e Moral, ou a substituicao della se ponha a
concurso, fazendo os concorrentes exame, presidido
pelo Director Litterario, na forma por que o fazem
os concorrentes a outras taes Cadeiras da inspec^ao
da Junta da Directoria Geral dos Estudos ; e cujos
Auctos subirao a Minha Real Presenca com as qua-
lificacoes dos Examinadores e juizo do Presidents
dando-se porem, na igualdade das mais circumstan-
cias, preferencia aos que forem Licenciados e ao me-
nos Bachareis Formados na Faculdade de filosofia
pela Universidade de Coimbra.
6.° Que para Lentes da Faculdade de Mathc-
matica, sem embargo da disposicao do paragrafo
quinquagessimo sexto do Estatuto, possao tambeu)
ser consultados os Bachareis Formados em Mathe-
matica por aquella Universidade.
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POLYTECHNICA DO PORTO 261
7.0 Que os Estudantes que se pertenderem ma-
tricular na Aula de Filosofia Racional e Moral, nao
sejao admittidos a matricula, sem ntostrarem Certi-
dao de Exame com approvacao da Lingua Latina ; '
e bem assim Certidao de frequencia e de exame,
com approvacao de Arithmetica, e Geometriaelemen-
tar.
8.° Que nas Aulas em que se costumao distri-
buir premios, sejao os Alumnos obrigados a compdr
descertacoes mensaes sobre objectos, propostos pe-
los Professores respectivos ; pena de nao serem con-
templados na distribuiqao dos premios, constando
que nao cumprirao com esta obrigacao.
9.0 Que nao se admittao nas Aulas Estudantes,
que nellas forao ja approvados ; salvo se mostrarem
para isso especial Despacho do Director Litterario,
que o nao dara sem estar plenamente informado das
suas boas ten£oes, do seu grave comportamento, da
sua propencao e amor dos Estudos.
io.° Que se nao admittao em qualquer das Au-
las, Estudantes voluntarios.
1 1 .° Que o Director Litterario, no fim de cada
anno Iectivo, de a III.10* Junta Inspectora conta bem
miuda e ponctual do estado da Academia no anno
decorrido, quanto a Mestres, quanto a Discipulos,
quanto a regularidade da Disciplina em todas as $uas
partes ; indicando ao mesmo tempo os inconvenieq-
tes e defeitos, que river advertido e suggerindo os
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262 ANNUA RIO DA ACADEMIA
remedios: e que a Junta Inspectora, faca subira
Minha Real Presenca esta mesma conta, ajuntando
o que nestes ftrtigos igualmente lhe dictar o seu
zelo.
1 2.° Que estando impedido por auzencia, ou
por molestia o Director Litterario, este proponha a
Junta Inspectora, para fazer as suas vezes, o Pro-
prietario mais antigo na Academia entre os Lentes
de Mathematica, de Commercio, e de Filosofia Ra-
cional e Moral, e no caso de este se achar tambem
impedido, o seu im media to em antiguidade.
1 3.° Que quando algum Professor ou Substitu-
te, na falta dos proprios, fdr servir em Cadeira dc
outra Faculdade, ou Reparticao, se lhe assigne ven-
cimento, que nunca sera maior que o que compete
ao Substituto da Cadeir a em que assim servir, e que
lhe sera pago, prorata , do tempo que servir.
14.0 Que se nao de gratifica<;ao alguma, ou aju-
da de custo, a nao ser mandada'por Lei, por qual-
quer serviqo directo ou indirecto feito a Academia,
sem primeiro se Me consultar muito circumstanciada
e exactamente, para Eu Rezolver o que mais justo;
atalhando-se deste modo arbitrarios desperdiqos, ef-
feitos de cobiqosas solicitacoes e de condescenden-
cias nascidas do pouco ou nenhum zelo do Bern Pu-
blico. O que me pareceu participar-vos para assim 0
tenhaes entendido, o executeis e facaes executar na
dita conformidade. Escripta no Palacio de Queluz
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POLYTECHNICA DO PORTO 263
em vinte e tres de Setembro de milpitocentos e vin-
tc c nove=Rei=Para o Provedor, Vice-Provedor e
Deputados da 111."* Junta da Administra^ao da Com-
panhia Geral da Agriculture das Vinhas do Alto
Douro — Registada a fl. i5 v.°=Esta conforme =
Joao Antonio Frederico Ferro.
(Archivo da Academia, L.« O, n.« i, fl. 97).
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264 ANNUAJUO DA ACAD EM I A
JEtesoluc&o Begia qae oxolue de prenki
00 eetudajDLteei repetentes.
Nao entrem, d'aqui por diante, em concurso de
Premios os Estudantes repetentes com os que o nio
sao ; por quanto ha desigualdade de circumstances,
que nao deve haver, para que os premios sejao ap-
plicados com justica, e sirvao de estimulo efficiz.
Palacio de Queluz ejn 24 de setembro de i83o=
Com a rubrica de Sua Magestade.— Esta confortpt
Joao Antonio Frederico Ferro. — Gumpra-se, e it-
giste-se. Porto 9 cTOujubro de i83o — Joa<* Carte
de Miranda, Servindo de Director Litterario d'Aca-
demia.
(L.° O, n.« 1, fl. 107).
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POLYTECHNICA DO PORTO 265
Ccurta x»e|pla ordenando que nenhum en*
tudante seja admittftdo a. 53.' matricnla
sem ju»tifioar plenamente a falta de
hat>llitaQ&6 no anno da !•* matricnla.
Provedor, Vice-Provedor e Deputados da 111.™*
Junt^ da Administracao da CompanKia Geral do
Alto Douro: Eu El-Rei vos envio muito saudar. Sen-
do-me presentes os arbitrios propostos na Consulta
de vinte e dous de Janeiro ultimo, afim de remediar
a falta de aproveitamento e de amor dos Estudos,
<\ue em grande parte dos Alumnos da Real Acade-
mia da Marinha e Commercio dessa Cidade, justa-
mente se inferio da Conta dada em Outubro de mil
oitocentos e trinta, e deixado o arbitrio de Mandar
que os Estudantes de Filosofia Racional e Moral da
Academia nao sejao em Coimbra admittidos a exa-
me, sem apresentarem Certidao donde conste que
dantes forao examinados na mesma Academia, as-
sim pelo inconveniente com boa rasao na Consulta
advertido, como por que o seu effeito de mais a
mais seria muito restricto: Sou Servido Ordenar que
nenhum dos Estudantes dessa Academia seja admit-
trdo a segunda Matricula, no caso que nao certiftque
legal, clara e plenamente que por motivo assas jus-
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266 ANNUARIO DA ACAD EM I A
lificado deixou de se habilitar, e examinar no anno
da primeira : E por que os Estatutos da Academa
em absoluto permittem, no paragrafo dedmo *
tavo, que os que nao fizerem o exame, a que todos
sao obrigados, fiquem reconduzidos, por uma ra
s6mente, no mesmo anno; Hei por bem revoga-ks
quanto a esta permissao, de que em prejuizo proprio
abuzao a inadvertencia e desleixo dos mancebos, que
com tamanha falta de nobres estimulos se mostrao
assim indifferentes ao seu honrado credito e adian-
tamento : O que Me pareceu participar-vos para que
assim o tenhaes entendido e o fa<;aes executar. Es-
cripta no Palacio de Queluz em vinte e cinco de
Abril de mil oitocentos trinta e hum = Rei= Para o
Provedor, Vice-Provedor e Deputados da IU."* Jun-
ta da Administracao da Companhia Gcral d'Agri-
cultura das Vinhas do Alto Douro.=Esta confomoc
JoSo Antonio Frederico Ferro. — Registe-se, Porto
7 de Maio de i83i. Doutor Navarro, Director Lit-
terario.
(L.»0, n.* i, fl. no).
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POLYTECHNICA DO PORTO 267
Deoreto que manda expliear a ».• parte
do Codfttfo Commeroial portiignesE na
oadelra do 3.° anno mathematioo.
Tendo-Me sido presentes os graves inconvenient
tes, que a Navegaqao e Commercio resultam da igno-
rancia, em que se acham de seus direitos, e obriga-
qoes, os Capitaes, Mestres, e mais Officiaes dos Navios
Mercantes Portuguezes, tanto de viagens de longo
curso, como de viagens costeiras, e de Cabotagem ;
e estando taes inconvenientes acautellados nos res-
pectivos artigos da Segunda Parte do' Codigo Com-
mercial Portuguez, ja mandado observar como Lei ;
Hei por bem.Cirdenar, que na Cadeira do terceiro
anno Mathematico das Academias de Marinha de
Lisboa, e do Porto, conjunctamente com as outras
Materias, que naquelle anno se ensinam, e que com-
pletam o Curso ptopriamente dito de Navegaqao, se
faca a leitura, e explicacao da citada parte do Co-
digo Commercial; sendo os Discipulos nos actos
de suas habilitacoes obrigados a mostrar-se igual-
mente correntes em umas e outras materias. O Mar-
quez de Louie, Par do Reino, Ministro e Secretario
d'Estado dos Negocios da Marinha e Ultramar, as-
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268 ANNUARIO DA ACADEMIA
sim o tenha entendido e facja executar. Paco dasNe-
cessidades, em quinze de Julho de mil oitocentos e
trinta e cinco — RAINHA. — Marquez de Louie.
(Collecfao de Leis, anno i835, pag. 19b).
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P0LYTECHN1CA DO PORTO 269
Deex*eto que iregfulou provtooriamente o
regimen litterario e eoonomieo da Aca-
demia da Marinha e Commercio da CI*
dade do Porto
Sendo necessario dar desde ja algumas providen-
cias para regular o regimen litterario e economico da
Academia de Marinha e Commercio da Cidade do
Porto,' e bem assim as despezas, o numero e vend-
mentos dos Lentes, Professores e mais Empregados
da mesma Academia, conciliando a economia da Fa-
zenda Nacional com a utilidade do Ensino Publico:
Hei por bem, cm quanto se nao effectuar a reforma
geral dos Estudos, Decretar provisoriamente o se-
guinte:
Artigo i .° Servira de Director da Academia um
dos Lentes della, nomeado pelo Governo, com a
gratifica^ao de duzentos mil reis annuaes, alem do
ordenado de sua respectiva Cadeira.
§ unico. Na falta, ou impedimenta do Director,
fara suas vezes o Lente mais antigo da Academia.
Art. 2.0 Os negocios graves da Academia, e to-
dos os que, pelas Lcis da sua organisacao, estavam
na parte deliberativa a cargo das Authoridades ins-
pectors, serao discutidos em Conselho dos Lentes,
e decididos a pluralidade de votos, cujo resultado
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270 ANNUARIO DA AGADEMIA
sera proposto ao Governo quando carecer de appro-
va<;ao superior, executando-se desde logo pelo Di-
rector as medidas que forem da' compecenda da
Academia.
§ unico. O Conselho de Lentes fiscalisara as coo-
tas da despeza da Academia, que lhe deverao pan
isso ser apresentadas no fim de cada anno pelo res-
pect] vo Secretario.
Art. 3.° As despezas, e vencimentos dos Lentes,
Professores, e mais Empregados da Academia sab
d'ora em diante regulados pela Tabella, que baixa
com este Decreto, assignada pelo Secretario d'Es-
tado dos Negocios do Reino.
Art. 4.0 Ficam supprimidos na Academia todos
os Empregos que nao forem designados na Tabefla,
de que falla o Artigo precedents
Art. 5.° Sao revogadas todas as disposiqoes em
contrario. O Secretario *d'Estadp dos Negocios do
Reino, assim o tenha entendido, e faca executar. Pa-
lacio das Necessidades, em dezenove de Outubro de
mil oitocentos trinta e seis. — RAINHA. — Manoel
da Silva Passos.
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P0LYTECHN1GA DO PORTO «27l
Tabella das despe\as, e vencimentos dos Lentes, Pro-
fessores, e mats Empregados da oAcademia do
Comrnercio, e Marinha da Cidade do Porto, a
que se refere o ^ecreto desta data.
3 Lentes de Mathematica a 5oo0 reis
cada lim. ...... i:5oo#ooo
2 Substitutos a 35o0 700^000
i Lente de Con)mercio a Soofl. 5oo#ooo
i* Substituto dito a 35o0 35o#ooo
i Lente da Cadeira de Agriculture, a
qual se ha de annexar a Cadeira
de Botanica, e a Direccao do Jar-
dim Botanico a 5oo#. Sootfooo
i Substituto a 25o# .. ... . 25ofjk>oo
i Lente de Filosofia Racional e Moral
a 5oo# , 5oo#ooo
i Substituto a 35q# .* 35o£ooo
i Lente de Desenho a 5oo# 5oo#ooo
i Substitute a 35o0 35o0ooo
i Professor de Lingoa Inglezaa4oo#. 400^000
1 Substituto a 25o# 25o#ooo
1 Professor de Lingoa Franceza a 400$ 400^000
1 Substituto a 25o0 25o£ooo
1 Professor de Primeiras Letras a 25o0 25o#ooq
1 Substituto a i5oj 1 5o£ooo
1 Mestre de Manobra Naval a 3oo#. . 3ooflooo
7:5oo#ooo
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272 ANNUARIO DA ACAD EMI A
Transporte JiSoofow
i Secretario da Academia a 25o0. . . . 25ojooo
i Bibliothecario, que servira bos impe-
dimentos do Secretario da Acade-
mia, a 2bo& 25o#ooo
i Guarda M6r,e Fiel da Academia a
240$ . 2406000
6 Guardas subalternos a 146^ t&s cada
um , 876J000
2 Serventes a j3ft reis cada um 146^000
Gratificacao ao Lente que servir de
Director, 200$ , 2006000
Gratificaqao para os Lentes Substi-
tutes quando regerem as Cadeiras,
1000 ioojooo
Expediente ordinario da Academia,
400$. ........ ..> 400J000
Premios dos Estudant&, 4806*. . • • 4806000
Aluguer de casas emquanto a Aca-
demia se nao estabelece no Edifi-
cio que lhe pertence, 2006 • 2006000
Rs 10:6426000
Palacio das Necessidades, em 19 de Outubro'dc
1836.
Manoel da Silva Tassos.
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POLYTECHNICA DO PORTO 273
Importa a Tabella anterior 10:642^000
Era a despeza antiga. 13:209^200
. Economia . 2:567^200
(Collecfao de Leis, anno i836, pag. 56).
18
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DE
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PROJECTO DE REFORMA
DO
CURSO SUPERIOR DE COMMERCIO
DA
AcADEMIA POLYTECHNICA DO PoRTO
AHglOVADO EM SBSSAO DO CONSBLHO ACADEMIGO
DK 3 1 DE JULHO DE 1877, E ENVIADO DE OFFICIO AO MINBTERIO
DO REINO, PELA DmECCAO GERAL DE INSTRUCCAO PUBUCA,
EM DATA DE 30. DE DEZEMBRO DE 1877
Brovo noticia acorca d'algumas otoolas do commercio ostran-
goiras, e do cnrso do commercio am Lisboa
O conhecimento de institutos de instruccao com-
mercial de varias nacoes tornara evidentes as lacu-
nas do curso superior professado na Academia Po
lytechnica do Porto, e permittira julgar da necessi-
dade de o- refbrmar. Por isso elaboramos esta noti-
cia. Comecamos o nosso trabalho por algumas esc61as
francezas.
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278 ANNUARIO DA ACADEMIA
I
Escdla superior de commercio de Paris. Foram
seus fundadores Casimiro Perier, Jacques Laffitte,
Chaptal e outros. Desde 1869 e administrada pete
camara de commercio de Paris. Tern por fim for-
mar negociantes, banqueiros, administradores, dire-
ctores, empregados de estabelecimentos industriaes
e commerciaes ; convem principalmente aquelles que
desejam seguir o commercio, ou entrar nos lugares
de administracao ou financas, e nos consulados. 0
ensino comprehende: escripta, arithmetica theorica e
pratica, contabilidade, francez, inglez, allemao, hes-
panhol, italiano, geographia, historia, litteraturacom-
parada, correspondence commercial, algebra, dese-
nho linear applicado as machinas e a architecture,
desenho de ornato, physica applicada, mecaoica, chi-
mica industrial, technologia, estudo das materias pri-
ma6, do commercio e da industria, historia do com-
mercio, geographia commercial, economia politica,
direito commercial e maritimo, legislacao industrial.
Tern o nome de escriptorios as tres divisoes da
esc61a. O curso e triennal, e conforme o seguinte
quadro:
1 .a anno — Primeiro escriptorio. Aperf eicoamento
da letra; estudo da historia, da geographia, e da ari-
thmetica ; primeiras nocoes de contabilidade; elemcn-
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POLYTECHNICA 00 PORTO 279
tos de chimica e physica; desenho; noqoes geraes e
mais necessarias de direito ; principios de allemao,
francez e inglez. (Os francezes profundam o estudo
da sua lingua; os alumnos d'outras na^oes, em geral,
aprendem francez).
2.° anno — Segundo escriptorio. Contiauacao de
alguns estudos do i.° anno; exemplos de correspon-
dencia mercantil; litteratura franceza; applicaqao da
arithmetica e da algebra fc todas as operaqoes de
commercio e de banco; theoria e pratica da conta-
bilidade em todas as suas partes; geographia com-
mercial e historia do commercio; estudo do codigo
de commercio; linguas estrangeiras; chimica; phy-
sica; estudo das materias primas; desenho linear e
de ornato.
3.° anno — Terceiro escriptorio. Comprehende es-
pecialmente a chimica analytica applicada ao estudo
das mercadorias e a investigacao das falsificacoes ;
applicaqoes numerosas da contabilidade do commer-
cio, ao banco e a Indus tria; cambios e arbi trios; ele-
mentos de mecanica applicada ao commercio, a in-
dustria, ao material dos portos, dos caminhos de
ferro, e das docas; technologia das principaes indus-
trias; direito commercial e maritimo; ecoqomia po-
litica; historia litteraria; linguas estrangeiras.
O i .° anno p6de dizer-se preparatorio ; e ate per-
mittido que, sem o terem frequentado, se matricu-
lem immediatamente no 2,0 os mancebos que, sendo
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280 ANNUARIO DA ACADEMIA
pelo menos de 16 annos, estejam conveoientemente
preparados.
Esta Esc6la procura dotar os alumnos com theo-
ria sufficiente, e sobretudo exercital-os b$m no tracto
dos negocios ; como o estudo pratico merece muito
a nossa attencao, detenhamo-nos urn pouco em exa-
minar o que ministra a Esc61a de Paris.
Ha urn museu d'amostras para o estudo das ma-
terias primas do commercio e da industria. Os alum-
nos exercem-se em observacoes microscopicas pro-
prias a conhecer se estao falsificados varios produ-
ctos. No laboratorio de chimica procedem a trabalhos
de analyse. A^s quintas-feiras, desde a !/s bora ate
as 5 horas da tarde, os estudantes do 3.° anno visi-
tam os mais notaveis estabelecimentos commerciaes,
e fabris, tanto de Paris, como de Gentilly, Creteil,
Saint-Denis, Puteaux, Noisiel, Bas-Meudon, Clichy,
Corbeil, Meaux, Creil, Saint-Ouen, Viroflay e Ghorsy-
le-Roi. Durante uma semana, visitam os importantes
estabelecimentos do norte, em Lille, Roubaix, Tour-
coing, Sain t-Quin tin, Chaunye Saint-Gob ain. O pro-
fessor de technologia acompanha os alumnos, os quaes
tomam notas e fazem esbocos afimde elaborarem
relatorios, que coristituem uma prova no exame de
technologia. Saltam aos olhos as vantagens d'esta
instruccao pratica: o estudante habit ua-se a obser-
var, a inquirir, a meditar, e a escrever. Ficam-lhe
melhor gravados na memoria os grandes factos da
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POLYTECHKICA DO PORTO 281
industria e do commercio. Familiarisa-se com o es-
criptorio e com a officina. Ve uma parte importante
dos monumentos do trabalho existentes na Franqa.
Comprehendera melhor o que houver lido ou escu-
tado a respeito d'elles. Ao deixar a esc61a podera sem
receio alistar-se nos exercitos da industria ojj do com-
mercio, e tomar parte na vida publica.
E' tambem no 3.° anno que os alumnos applicam
do modo mais concreto que e possivel em estabeleti-
mentos d'esta ordem, todas as nocoes atebi adquiridas.
Simulam operacoes commerciaes, industriaes e finan-
ceiras tractadas nas seguintes pracas: Paris, Londres,
Hamburgo, Genova, e Buenos- Ayres. Formam tantos
grupos quantos sao as pracas; cada grupo muda de
praca; percorre-as todas durante o anno escolar; fica,
pois, conhecendo sufficientemente o commercio d'ei-
las. Tambem os alumnos estabelecem agencias ma-
ritimas e commerciaes, e uma casa de commissao e
consignacao. Assim, cada urn d'elles abre e fecha li-
vros de variados negocios, compra e vende merca-
dorias, faz seguros, tracta do armamento de navios,
e, finalmente, examina variadissimas questoes d'al-
cance prauco, Recebendo a Esc61a jornaes de mui-
tas pracas, os quaes- publica m o$ precos correntes,
os estudantes habituam-se nos negocios simulados a
empregar este importante elcmento real.
O proprio ensino das linguas toma a feicao que
deve ter n'um curso de commercio; ja no i.° anno
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882 ANNUARIO DA A CA DEM I A
sao dictadas cartas sobre assumptos commerciaes em
inglez; no 2.° anno estudam-se n'esta mesma lingua
os termos de commercio, e escrcvem-se facturas e
outros documentos. Na classe de allemao tracta-se
das moedas, pezos e medidas, direitos da alfandcga,
e formalidades administrativas, concernentesao com-
mercio e a industria na Allemanha. No 3.° anno
faz-se uso exclusivo da lingua que se aprende: na de
allemao estudam a historia e a geographia commer-
cial da Allemanha, os tratados de commercio, a im-
portacao e a exportacao; finalmente fazem rddtorios
sobre operacoes commerciaes, financeiras e mariti-
mas. Sao quasi iguaes os trabalhos da aula de ita-
liano e de hespanhol.
As licoes duram uma hora, ou hora e meia. Ha
examinadores especiaes que diariamente intcrrogam
certo numero de discipulos acerca dos principaes ra-
mos do ensino. Ha exames trimensaes. No fim do
anno urn jury formado de membros do conselho de
aperfeicoamento confere aos dois melhores discipulos
do 3.° anno uma medalha d'oiro e outra de prata
(i.°e 2.0 premio d'honra); e aos mais dignos alumoos
dos outros annos sSo conferidas medalhas de' prata
e de bronze dadas a esc61a pdo governo e pela Ca-
mara de Commercio. Os alumnos que terminam 0
curso e ficam approvados, recebem urn diploma de
capacidade assignado pelo ministro de agricultura e
de commercio. Os que nao po'dem alcancar este ti-
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POLYTECHNIC* DO PORTO
288
tolo recebem urn certificado 4e estudos assignado
pclo presidente da Camara de Commercio*
O seguintequadro, composto segundo o program-
ma do corrente anno lectivo, indica as cadeiras e o nu-
mero.
CADEIRAS
Arithmetic*
Contabilidade •
Geographia . . . . . . . .
Legislacao usual •
Historia . . ^
Physica
Chimica
Historia natural • . • . . ,
Francez
**&**„
Allemao
Desenho linear e de ornato. . .
Escripta ,
Arithmetlca e algebra. ....
Correspondencia commercial . ,
Geographia commercial ....
Historia commercial . . . . ,
Materias primas e artigos de com-
mercio . ,
Hespanhol ou italiano. ....
Calculo de banco e operacoes finan-
ceiras
Commercio
Economia politica . • . . . .
Legislacao fiscal e aduaneira .
Chimica organica applicada . .
Mecanica industrial ....
Technologia
Direito commercial e legislacao in-
dustrial
LKJOES
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284 ANNUARI0 DA ACADEMiA
A esc61a e urn internado. Recebt porem alumnos
semi-internos desde outubro de 1873. Os interna
pagam 2:000 fr. pelos mezes de outubro a julho,
alem da despeza com livros, papel, etc. Os semi-
internos almocam na esc6la, seguem os cursos desde
as 8 */« da manha ate as 5 da tarde; pagam 1:000
fr. por anno escolar, i5 fr. de taxa de admissao, 5
fr. para a bibliotheca, e 5 para o servico da Esc6la.
Escdla do Havre. Nos ultimos annos a Franca
tern feito efficazes esforcos para melhorar e diffun-
dir o ensino commercial. Em 1871 foram estabeled-
das as esc6las superiores do Havre e de Rouen; em
1872 as de Marselha e Lyon. Todas nasceram da
iniciativa particular.
A do Havre pertence a uma sociedade civil ano-
nyma, cujo capital e de 220:000 fr. ou 39:600^000
reis. O curso e biennal; ha, porem, alii um curso
preparatories frequentado pelos mancebos que se nao
julgam habilitados para o exame de admissao; (Teste
exame sao dispensados os bachareis em letras e em
sciencias. O exame do 1 .° anno e feito perante uma
commissao composta do director, de professores da
esc6la e de membros do conselho administrativo.
No fim do 2.° anno o exame versa sobre todas as
materias do curso. Os' alumnos sao frequentemente
interrogados em cada classe, e fazem exercicios por
escripto no fim de cada trimestre. As horas de aula
por semanasao as seguintes:
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POLTTECHNICA DO PORTO
285
CURSO PREPARATORIO
Hespanhol, allemao ou
italiano 3
Arithmetica e algebra • 7
Inglez 4
Physica. ^ 2
Geographia .... 2
Historia 1
Escripta 3
Francez . . . . - ,3
Geometria 2 ,
Litteratura 1
~28
CURSO SUPERIOR
Escriptorio commercial 12
Geographia . . . .4
Mercadorias e materias
primas .... 3
Legislacao commercial
e economia polittca. 2
Armamento de navios. —
Calligraphia ... 2
Inglez ..... 4
Allemao, hespanhol, ou
italiano .... 3
ANNO
3o 3o
12
3
Alem d'estas horas de aula, ha 16 para estudos
cada secnana. O anno escolar 6 de dez mezes (outu-
bro^julho). A esc61a € urn externado, O pre<;o no
curso preparatorio e de 40 fr. por mez. No curso
superior, 600 fr. por anno. A entrada e as 8 h. e a
sahida as 6.
O escriptorio commercial, da mesma sorte que
em Paris, e uma das partes mais notaveis da Esc61a.
No i.° anno, conforme diz o prospecto, ensinam-se.
as nocoes elementares de commercio e de contabili-
dade, desde o calculo pratico, a factura, a conta de
venda, effeitos de commercio, desconto, contas cor-
rentes e de juros, etc., etc., ate a escripturacao de
todos os livros do negocio. No 2.0 anno os discipu-
los fazem balancos e inventarios. Familiarisam-se
com as operacoes de cambios e arbitrios, pre<jo do
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286 ANNUAMO DA ACADBMIA
custo, usos do commercio nos principaes paizes do
mundo, etc. Adquiridas estas nocoes, simulam esta-
belecimentos na Franca e no estrangeiro, redigem e
remettem cartas de negocio ; tractam e concluem ope-
racoes commerciaes e financeiras nos pezos, nas me-
didas e moedas dos differentes povos. O e&tudo das
mercadorias e feito nas docas, e nos armazens ge-
raes. E' quasi escusado dizer que o ensino das lin-
guas e de modo que os alumnos as fallam e n'ellas
escrevem.
Segundo o relatorio do conselho de administra-
cao, lido na assemblea geral de 14 d'outubro de
1875, todos os alumnos que n'esse anno obuveram
diploma de curso completo acharam immediata col-
locacao em casas importantes. As contas de 1875-
1876 mostraram um deficit igual a 4:772 fr. 64 ; mas
3:4o5 fr. 60 foram empregados em acabar d'amorti-
sar os gastos de installacao; 0 deficit de 1874- 1875
havia excedido aquelle em 2:490 fr. 3 1 . Parece, pois,
que esta esc61a, apesar de recente, ja p6de susten-
tar*se a si propria.
Escdla de Rouen. A respectiva sociedade tern 0
capital de 25o:ooo fr. O curso e de 2 annos ; ha
tafribem um curso preparatorio que dura um anno
escolar. O ensino e retribuido, e similhante ao do
Havre, havendo porem uma aula em que princi-
palmente se estudam as relacoes do commercio com
os caminhos de ferro; por ex.: os differentes syste-
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POLYTECHNICA DO PORTO
287
mas de classes e categorias de mercadprias adopta-
das pelas diversas emprezas, vantagens d'empregar
uma ou outra tarifa, etc. O tempo de presen^a e de
9 boras. Entrada as 7 */, da rtianha no verao, e as
8 no inverno. Cada aula dura 1 hora ou 1 */t ; s6
por excepcao dura 2. O anno escolar e de 10 me-
zes. A esc61a de Rouen e tambem industrial.
Escdla de SMarselha. A distribuicao do tempo e
o quadro do ensino constam das seguintes linhas :
!.• anno (PREPARATORIO)
ANNO
Calligraphia ....
Francez
Arithmetica geral. . .
Sciencias mathematicas
e naturaes applicadas
ao commercio *. . .
Chimica e Physica . .
Cosmographia e geogra-
phia geral. . . . .
Pnmeiras no96es d'escri-
ptura^ao
Inglez
1
5
3o
Francez 3
Direito commercial . o
Mercadorias. ... 3
Geographia commer-
cial 3
Legisfacio e economxa
politica 3
Armamentos mariti-
mos . . . . .
Conferencias . . .
Escripta 3
Inglez. ...... 5
29 32
Ha tambem cadeiras d'arabe, grego moderno,
allemao, hespanhol e italiano; mas e facultativo o
seu estudo.
\ Elementos d'algebra e de geometria ; nocoeS de agri-
mensura, medidas de volumes, primeiras nocoes de mecanica,
de zoologia, botanica e geologia.
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288 ANNUARI0 DA ACADEMIA
Os alumnos do 3.° anno dividem-se em grupos no
cscriptorio commercial Cada grupo Simula uma casa
de commercio ou de banco, ja em sociedade colle-
ctiva, ja anonyma. Segundo a praca em que por hy-
pothese se estabelecem, assim fazem uso de tunas
ou outras medidas, d'uma ou outra lingua, etc. Cada
grupo tern de passar annualmente por tres casas,
adquirindo assim instruccao muito variada.
Na aula de mercadorias ha uma colleccao d'amos-
tras e um laboratorio para analyses chimicas. Os
alumnos visitam fabricas e armazens acompanhados
do respectivo professor. J3s que frequentam a aula
d'armamentos maritimos vao a bordo dos navios de
vela e a vapor, que melhor representem os progres-
so da construc^ao nfeval. Estas visitas sSo as quintas-
feiras depois das 2 horas, e costumam durar ate
4s 6.
Segundo a distribuicao do tempo no corrente an-
no lectivo, as conferencias sao as quartas feiras, das
4 as 6 horas. A seu turno, cada terceirannista tracta
questoes de contabilidade, geographia commercial,
economia politica e legjslaqao; tern de fallar perante
condiscipulos e professores, P6de servir-se de notas,
mas nao ler discurso. Cada quarta feira fallam 12
estudantes.
Os precos sao : 400 fr. no 1 .° anno ; 600 no 2.0;
e 800 no 3 A A esc6la e d'externos; mas encarre-
ga-se de procurar casas convenientes para os alum-
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POLYTECHNICA DO PORTO 289
nos, que, formando assim uma classe de quasi inter-
nes, pagam r:8oo, 1:900, e 2:000 fr. no i.°, 2.0, e
3.° anno.
A entrada geral'e As 8 horas e a sahida as 6. Ha
na esc6la urn restaurante, com precos fixos, para os
alumnos cujas familias residam f6ra da cidade.
Ha exames semanaes, trimensaes, e annuaes. Os
diplomas de capacidade sao conferidos no fim do
curso, quando os valores alcancados no exame de 3.°
anno e final sao iguaes a 140 pelo menos. Formam-
se estes valores segundo uma escala de notas e de
coefficientes ; os mais altos coefficientes pertencem a
arithmetica e ao escriptorio commercial.
Os alumnos ouvintes pagam 400 fr. no i.° anno,
600 no 2.0 e 800 no 3.°. O conselho administrativo
fixa o numero dos que podem ser admittidos. O ou-
vinte nao recebe diploma nem faz exame.
D'esta esc6la sahiu para professor de sciencias
commerciaes em Bordeus um alumno que era repe-
tidor no escriptorio commercial. A esc61a grega de
Kalki (Constantinopla) enviou ha dois annos d de
Marselha o seu melhor discipulo, que agora deve ir
para aquella pacte da Turquia ensinar *as materias
proprias do escriptorio commercial.
Alem dos recursos proprios, a esc61a superior de
Marselha recebe da camara de commercio a subven-
"cao de 5:ooo fr.
Escdla de Lyon. E' similhante i do Havre; mas
19
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290 ANNUARIO DA ACADEMIA
tern uma aula especial em que se estudam os deve-
res do negociante ; eis alguns pontos do programme
Deveres geraes e especiaes dos empregados do ne-
gociante; deveres do negociante para comsigo roes-
mo, com os caixeiros, associados, collegas, commit-
tentes, devedores, credores, e a familia ; deveres da
familia para com elle e os credores ; deveres dos
commanditarios e conselbos fiscaes sob o ponto de
vista moral, e finalmente regras de prudencia do
exercicio do commercio.
A entrada e as 8 horas, e a sahida as 5. A re-
tribuicao escolar e de 5oo fr. no anno preparatorio,
e de 6oo nos dias seguintes.
Institute de Lille. Tern o nome de Institute In-
dustrial, Agronomico, e Commercial do Norte da
Franca. O curso de commercio e de 2 annos. No
i .° estudam-se as mathematicas etementares (arithme-
tica, nocoes d'algebra e de geometria, complements,
e exercicios d'applicacao); nocoes summarias de phy-
sica, chimica e historia natural ; curso clementar de
contabilidade ; estudo das materias primas e dos
productos manufacturados ; geographia commercial
e industrial; principios geraes de direito ; aliemao e
inglez. Ha tambem o ensino facultativo de italiano
e hespanhol.
No 2.° anno estudam-se: o curso superior dc
commercio e de contabilidade; economia politica;
direito commercial; complemento de curso de mate-
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POLYTECHNICA DO PORTO 291
rias primas e productos e do de geographia ; histo-
ria do commercio ; legislacao fiscal e aduaneira ;
hygiene, inglez e allemao. P6de completar-se n'este
anno o estudo do hespanhol ou do italiano.
Ha os seguintes exercicios praticos :
Em calligraphia. Uma hora semanal no i.° anno.
No escriptorio commercial. Cinco exercicios se-
manaes de 2 */j sobre escripturacao, documentos
commerciaes, operacoes simuladas.
Em desenho de imitafdo e esbocos. Uma licao de
2 horas por semana.
Em manipulates. Licao semanal de 2 horas con-
sagrada a pratica dos processos mais rapidos para
conhecer o grau de pureza das mercadorias mais su-
jeitas a sophisticates.
Excursoes. No verao dedica-se uma tarde de
cada semana a visitar estabelecimentos em que os
discipulos en con tram productos de toda a especie;
redigem e apresentam nota resumida das observacoes
que fizeram.
Ha tambem interrogacoes periodicas f6ra dos
cursor, a fim de conhecer o estado dos alumnos e fa-
miliarisal-os com as provas do exame.
Sao immediatamente admittidos a matricula do
i.° anno os candidatos que sejam bachareis. em le-
tras ou sciencias, ou que tenham o curso do ensino
secundario especial. Os demais candidatos fazem
exame. de admissao, o qual tern por objecto a lingua
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292 ANNUARIO DA ACADEMIA
franceza, a arithmetica elcmentar e o systems me-
trico, a geographia physica e politica das cinco par-
tes do mundo, e especialmente a da Franca.
Os alumnos passam onze horas por dia no Insti-
tute, dez das quaes sao destinadas ao trabalho : dVs-
tas dez, 2 */t sao para os cursos oraes, 2 f/s para
trabalhos praticos, e 5 para estudos facultativos e de
desenho. Uma hora e destinada ao jantar n'um rcs-
taurante do Instituto. O preco dos jantares e de 3o
fr. por mez. As despezas do ensino sao 400 fr. an-
nuaes. As aulas abrem-se na 3.1 semana d'outubro,
e fecham-se na 1 .* quinzena d'agosto. O instituto,
embora seja para externos, estabeleceu em terreno
contiguo um pensionato, em que os seus alumnos
sao admittidos por 600 fr. cada anno.
Sendo o Instituto tambem industrial e agrono-
mico, aproveitam-se para o curso de commercio al-
gumas cadeiras das outras seccoes; taes sao as de
mathematicas elementares, geographia industrial e
commercial, direito, economia politica, direito com-
mercial, inglez e allemao.
O Instituto foi fundado pelo departamento do
Norte e pela cidade de Lille. O ministerio de com-
mercio da-lhe uma subvencao de 10:000 fr. O de-
partamento contribue com */i, e a cidade com */4 das
despezas nao cobertas pela subvencao e pelas retri-
buicoes pagas pelos alumnos.
Escdla de <Bordeus. Esta esc6la superior de
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POLYTECHNICA DO PORTO 293
commercio e industria foi aberta aos 3 de novem-
bro de 1874. Segundo o seu orcamento de 1875,
contribuem para ella: a cidade de Bordeus com
3o:ooo fr.; o Conselho Geral com 5:ooo; e a ca-
mara de commercio com 20:000. A municipalidade
pdz a disposi^ao d'ella um edificio que custou
5oo:ooo fr. e auxiliou com 54:000 a compra de mo-
bilia. Gracas a estes valiosos auxilios, a retribuicao
escolar foi fixada em 200 fr. Antes de fundada a
esc61a, o director d'ella (M. J. Manes, engenheiro
civil, e antigo alumno da Escdla Central d'Artes e
Manufacturas, o qual obteve aquelle lugar por con-
curso) estudou as esc61as de commercio e de indus-
tria tanto na Franca como na Belgica, e apresentou
a commissao promotora um relatorio que contem
valiosos esclarccimentos.
O exame de admissao versa sobre lingua fran-
ceza, geographia, arithmetica, elementos de geome-
tria, e uma lingua viva (allemao, ou inglez ou hes-
panhol). O exame do i.° anno e de todas as mate-
rias ensinadas n'elle. O de 2.0 anno comprehende
provas sobre todas as partes do curso geral. Ha"
tambem interrogacoes mensaes, e exames trimensaes.
A esc6la tern gabinetes de physica e chimica, museu
de materias primas e productos manufacturados,
assim como bibliotheca, e museu naval.
Da mesma sorte que nos estabelecimentos que ja
estudamos, os trabalhos do escriptorio commercial
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294
ANNUARIO DA ACADEMIA
habituam os alumnos a conhecer o mundo merafr
til na sua realidade.
A distribuicao do tempo no 1 .° semestrc do cor-
rente anno lectivo pouco differiu da que foi adopta-
da pela commissao promotora, o que e a seguinte:
Inglez, allejnao, hespanhol . i
2 d'estas linguas a escolher . I
Lingua franceza
Aritnmetica, calculo mental
Geographia commercial e in-
dustrial
Physica
Chimica
Economia politica ....
Calligraphia
Productos commerciaes. . .
Direito commercial ....
Escriptorio
Exercicios diversos (manipula-
coes, excursoes, composicoes,
exames, estudos) . .
Armamento de navios .
Analyse chimica das mercado-
rias ,
Historia do commercio e esta-
distica
1.° ANNO
2.° ANNO
i.9 MB.
t°ie«.
ifm.
Vm
.
2
2
2
i
2
2
2
2
2
2
—
— 1
2
2
—
—
2
3
3
2
3
3
•2
3
2
3
i
2
3
2
2
3
2
3
3
II
IO
12
ii
IO
9
12
2
n
2
4
4
2
44
l
44
44
44
Exposta assim a organisacao das esc6las supcrw-
res de commercio na Franca, procuremos ainda oa-
tros exemplos instructivos n'outras nacoes. Estode-
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POLYTECHNICA DO PORTO 295
mos o Institute) de Antuerpia, a Esc61a de Veneza
e a Academia de Vienna dlAustria.
II
Instituto Superior de Commercio na Antuerpia.
Foi fundado por decreto de 29 d'butubro de i852.
O ministro do interior approvou o actual regulamen-
to em 23 d'agosto de 1872.
O ensino e dividido em theorico e pratico:
a) Theorico : — Historia geral do commercio e da
industria ; geographia commercial e industrial ; eco-
nomia politica ; nocoes geraes d'estatistica ; direito
commercial e maritimo comparado; principios de di-
reito das gentes nas suas relates com o commercio ;
legislacao alfandegaria da Belgica e das principaes
nacoes; construcqoes e armamentos maritimos; ana-
lyse dos productos naturaes e fabricados, elementos
de chimica commercial; flamengo, inglez e italiano.
b) Ensino pratico: Operacoes commerciaes de
toda a especie no escriptorio commercial; arithmetica
mercantil ; escripturacao de livros e correspondencia
nas linguas ensinadas no Instituto. O laboratorio, o
museu d'amostras de productos naturaes e fabricados,
tanto nacionaes como estrangeiros, auxiliam o ensi-
no pratico. Para este museu concorre o governo com
amostras remettidas pelos agentes consulares e di-
plomaticos.
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296
ANNUAUO DA ACADBMIA
No Instituto ha tambem uma bibtotheca.
O curso e de dois annos. As horas semanaes de
estudo sao as seguintes no corrente anno lectivo:
Escriptorio ....
Arithmetica commercial
Flameogo ....
Allemao
Productos commerciaes
Chimica commercial •
Hespanhol ou italiano .
Geographia commercial
Direito (ooodes geraes)
Economia politic* . .
Construccoes maritimas
Direito commercial. .
Historia do commercio.
Legislacao aduaneira .
loglez
I.° ANNO 2.# ANNO
ia
3
a
3
a
i
3
3
i
2
12
3
%
3
2
35
Para ser admittido e preciso scr approvado no
exame de admissao, o qual versa sobre as seguintes
matenas:
a) Composicao de francez, traduccao de francez
em inglez e allemao.
b) Geographia.
c) Principios de historia universal (segundo <Bro-
gtiet— Histoire ancienne, Des Michels — Histoire da
Moyen-age— Th. Juste— Histoire moderne.)
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POLTTECHNICA DO PORTO 297
d) Arithmetics, suas applicacoes ao commercio;
escripturaqao.
e) Elementos d'algebra (Bourdon) e geometria (os
4 primeiros livros de Legendre).
f) Nocoes elemen tares de physica (segundo. Ganoi)
e chimica (^egnault^ primeiros elementos). Sao dis-
pensados d'este exame os candidatos approvados na
primeira classe profissional de qualquer*atheneu bel-
ga, ou d'outro estabelecimento legalmente igualado
aos atheneus, ou os que tiverem certidao de prima
nos Gymnasios da Allemanha, ou que por outro qual-
quer documento se mostrarem aptos para receberem
o ensino no Instituto.
Como, porem, p6de succeder muitas vezes que
desejem matricular-se mancebos que nao possuam ne-
nhum d'esses titulos, riem habilitacoes sufficientes
para supportarem desde logo o exame de admissao,
ha no Instituto um curso preparatorio que principia
pela Paschoa e finda em i5 d'agosto.
O exame de admissao e sobre prova escripta e
prova oral. A 2.a comprehende os elemen tds d'alge-
bra e geometria, e os principios de physica e chimi-
ca. As respostas por escripto sao dadas dentro de
seis horas ; o exame oral dura pelo menos meia
hora. Nao e licito aos examinandos servirem-se de
notas ou livros, a excepcao de diccionarios de lin-
guas e taboas de logarithmos. O jury p6de dispen-
sar o exame oral quando o exame escripto e causa
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298
ANNUARIO DA ACADEMIA
sufficiente de reprova;ao. Sendo onze os ramos de
conhecimentos sobre que recaem as provas, cada
qual e representado por 10 pontos, a excepcao da
traduccao ingleza, e allema, que s6 entram com 5
no quadro dos valores. Nao e admittido quern nao
alcanca pelo menos 60.
O curso preparatorio do Instituto compce-se das
seguintes materias professadas no tempo que vaein-
dicado:
Horn por
Francez 3
Allemao 3
Ingle* 3
Historia 3
Geographia. ... 3
Escripturaf&o
Arithmetica
Algebra .
Geometria
Phjrsica. .
Chimica .
Horupor
T
3
7
2
2
2
No exame de passagem para o 2.0 anno a prova
escripta e feita em 9 horas ; a oral dura 3 pelo me-
nos. No quadro de valores figuram com i5 os ne-
gocios commerciaes, de que se tern tractado no es-
criptorio. Todas as outras materias entram com io9
cada uma, ou com 5. A geographia commercial e
industrial, a economia politica, a estatisiica e os
productos commerciaes sao as unicas que contri-
buem com 10. O total e de i5o; o candidato deve
attingir 90 pelo menos. Ambas as partes dg exame
(em cada uma das quaes e de 75 o maximo de va-
lores) versam sobre as mesmas materias.
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POLVTCCHNICA DO PORTO 299
Os exames de sahida sao feitos perante 7 profes-
sores nomeados pelo ministro do reino. Tanto n'es-
tes como nos do 1 .° anno, os alumnos que nao fre-
quentaram o escriptorio do Instituto sao obrigados
a apresentar certidao de se haverem assiduamente
applicado a pratica do commercio no escriptorio de
qualquer negociante de Antuerpia. Os cadernos de
apontamentos tornados pelos alumnos em todas as
aulas, assim como a tabella das faltas, sao elementos
de apreciacjao presentes ao jury.
O curso de productos commerciaes e feito em
face das amostras respectivas. Fazen)-se operacoes
de chimica applicada ao commercio; e o professor
tern a sua disposicao um ou mais ajudantes.
O curso de construccoes e armamentos mariti-
mos e publico e gratuito. O professor acompanha os
discipulos em visitag aos estaleiros e aos navios fun-
deados no porto.
• O escriptorio commercial e dirigido por um che-
fe e dois subchefes. Os professores d'allemao, inglez,
flamengo, italiano e hespanhol reveem a correspon-
dencia. Alem dos documentos minis trados pela Bolsa
d'Antuerpia, recebe tambem o escriptorio noticias
commerciaes de Londres, Liverpool, New-York, Ha-
vana, Rio de Janeiro, Buenos-Ayres, Valparaizo,
Sydney, India, China, Odessa, Hamburgo, Amster-
dam, Havre, etc. Os alumnos recebem estes docu-
mentos escriptos nas linguas professadas no Institu-
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300 ANNUARIO DA ACADEM1A
to, e fazem uso d'elles nos seus trabalhos escolares.
Demais, numerosos commerciantes e corretores dc
Antuerpia lhes ministram esclarecimentos ; e a bi-
biiotheca reccbe folhas commerciaes das primeiras
pracas do mundo. As visitas aos estabelecimentos
mercantis e as manufacturas assim d'Antuerpia
como de seus arredores, fortalecem a instruccao dos
estudantes. O ensino das linguas vivas serve para
que dies as fallen), as escrevam, adquiram nocoes
sobre o commercio dos respectivos povos, e conhe-
9am bem a terminologia mercantil.
As preleccoes podem ser feitas segundo um com-
pendio, ou conforme um summario redigido pelo pro-
fessor e distribuido pelos discipulos. Cremos que o
segundo systema e o mais segqido. Nao e permittido
dictar as li^oes.
E1 de 25 fr. a taxa de matricula geral; pagam,
porem, s6 5 os alumnos que frequentam menos de
5 cursos. No 1 .° anno pagam-se/ 200 fr. ; no 2.0 a5o;
e 100 no escriptorio commercial.
Quern nao pretende fazer exame p6de matricu-
lar-se em qualquer curso por 3o fr.
As despezas do Institute estao a cargo do go-
verno e da cidade de Antuerpia; a cidade pagapdo
menos a quarta parte, alem de dar e conservar tanto
a casa como o material. Os professores recebem or-
denados fixos, e parte do producto das matriculas
segundo as horas d'aula e a hierarchia das disciplinas.
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P0LTTECHN1CA DO PORTO 801
Quando Mr. Baudoin (que visitou e admirou esta
esc6la <le commercio} escreveu o seu conhecido re-
latorio acerca do ensino primario e especial, disse que
nao conhecia em Franca estabelecimento que a igua-
lasse; e comtudo )i Paris teve o seu notavel instituto
fundado por Laffite, etc. Accrescentava, porem, que
apesar da importancia de Antuerpia, urn dos mais
bellos portos da Europa, — o Instituto viria a cahir,
por nao receber do governo os subsidios necessarios
ao desenvolvimento digno do piano sobre que foi or-
ganisado. Mr. Baudoin escreveu em i865; cremos
que os factos posteriores antes desmentem do que
confirmam essa desanimadora apreciacao. Os dire-
ctores das esc61as do Havre, de Roues, de Lille, e
de Marseille estudaram o Instituto de Antuerpia como
podendo instruil-os sobre a melhor organisacao do
ensino commercial. Em 1874 eram 140 os seus alum-
nos, 87 dos quaes frequentavam o escriptorio com-
mercial, sendo 27 do 2.0 anno e 60 do primeiro. Por
informacao particular do actual director sabemos que
muitos de seus discipulos estao a frente de casas de
commercio, ou associados a firmas importantes; e o
desenvolvimento que tern tido Antuerpia assegura ao
Instituto a sua manutencao e o seu progresso.
Fmdamos estas noticias acerca de tao impoN
tante esc6la commercial com o quadro dos valores
para os exames de sahida :
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302
ANNUARIO DA ACADEMIA
Negocios commerciaes
Geographia commercial e industrial. . . .
Economia politica e estadistica . v . . . .
Historia de commercio e da industria .^ . .
Direito commercial e maritimo comparado .
Direitos das gentes em suas relacoes com o
commercio
Legislacao aduaneira
Productos commerciaes . ... . .
Construccoes e armamentos maritimo s . . .
Lingua franceza
Lingua allema
Lingua flamenga
Lingua ingleza
Lingua hespanhola ou italiana
Relatorio geral sobre a situacao commercial e
industrial d'uma nacfio
Etame
oral
ii
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___
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5
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5
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5
IO
5'
IO
5
IO
40
85
i75
O diploma do eurso do Instituto s6 e conferido
a quern alcanca i56; n'elle se escrevera que o alumno
se houve de modo satisfactorio, caso nao obrenha
mais de 175; havendo alcanca do valores desde 176
ate 200, sera classificado com distincfdo; se de 201,
ate ^3o, com grande distincfdo; e se de 23 1 para
cima, com a maior distinc^ao. O relatorio sobre a
situaqao commercial e industrial dira respeito a uma
de tres nacoes que cerca de i5 dias antes dos exa-
mes sao indicadas pela commissao administrativa do
Instituto; a sorte determina qual seja. O relatorio
deve ser fcito dentro de quatro horas no dia seguinte
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POLTTECHNICA DO PORTO 903
ao do comeqo do exame por escripto (para cujas pro-
vas sao concedidas 9 horas). O exame oral dura pelo
menos uma hora. As perguntas sobre productos
commerciaes limitam-se a seis cathegorias previamen-
te designadas pelo candidate Quanta aos negocios
commerciaes, e as linguas, o examinando e obrigado
a simular uma ou duas transaccoes com correspon-
dencia em 5 linguas se e belga, ou em 4 se o nao e.
Escdla Superior* de Commercio em Veneqa. Foi
fundada por decreto de 6 d'agosto de 1868. E1 des-
tinada nao sdmente a formar commerciantes, mas
tambem candidates ao consulado, as madeiras de di-
reito, economia politica e estadistica, merceologia
(productos commerciaes), arithmetica mercantil e es-
cripturacao, e linguas estrangeiras nos Institutos te-
chnicos e profissionaes da Italia. Embora tenhamos
por objecto estudar a organisacao do ensino com*
mercial, nao e fdra de proposito escrever tambem
d'essa outra parte da referida esc61a, por que a ins-
truccao dada em estabelecimentos d'esta natureza
p6de com effeito prestar servicos ao estado, prepa-
rando pessoal que perante na(joes estranhas saiba
tratar de muitos interesses economicos do respectivo
paiz.
Na esc61a de Veneza o curso de commercio e
triennal; o de consul e de 5 annos; e o de professo-
res e de 4 ou 5, segundo as cadeiras a que se desti-*
nam. Nos dois primeiros, unicos de que temos a oc-
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804 ANNUARIO DA ACADEMIA
cupar-nos, o i .° anno e commum a ambos. Ensi-
nam-se n'elle a litteratura italiana, geographia com-
mercial, escripturacao, algebra, francez, aliemao, in-
troduccao a merceologia, instituicoes de direito com-
mercial e civil, calligraphia.
Ha exame de admissao ; versa sobre italiano, geo-
graphia physica e politica, especialmente da Europa,
historia universal, arithmetica mercantil, algebra ate
as cquacoes do 2.0 grau, principios de physica e de
historia natural, nocoes fundamentaes de escriptura-
cao por partidas simples e dobradas, e calligraphia.
Podem ser dispensados do exame os candidates que
apresentarem diploma de licenca dos institutos te-
chnicos industriaes e profissionaes da Italia, ou das
Realschulen allemas, ou da seccao profissional d'um
atheneu belga, ou d'um instituto de ensino especial
francez. Usa-se da lingua franceza no exame de ad-
missao de estrangeiros ainda nao familiarisados com
a lingua italiana.
Podem ser admittidos no 2.0 anno do curso,
ainda que nSo hajam frequentado o i.°, os candida-
tes que ficarem approvados n'um exame que versara
sobre todas as materias ensinadas rTesse 1 .° anno.
Alem dos alumnos ordinarios ha ouvintes que po-
dem matricular-se em qualquer aula, excepto no es-
criptorio commercial. A passagem d'um para ootro
anno nao Ihes e permittida sem exame do que ja fre-
quentaram. Depois da frequencia d'um anno podem
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POI.YTECHNICA DO PORTO 305
ser classificados como ordinarios, com tanto que fi-
quem approvados nos exames de admissao e de pas-
sagem, e paguem as taxas.devidas.
Alem dos exames de passagem ou promocao, ha
o exame final ou de licenca para obter carta. O jury
e entao formado de dois membros nomeados pelo
ministro de commercio, e 6 pelo conselho director,
podendo dois ser professores da esc61a: a nomeacao
tern de recahir sobre membros do Instituto de scien-
cias, letras e artes, ou da Universidade de Padua, ou
commerciantes notaveis de Veneza indicados pela Ca-
mara de Corrtmercio.
Ja dissemos qual o quadro de ensino do 1 .° anno,
commum aos cursos commercial e consular; eis aqui
o dos annos seguintes:
Classe Commercial — 2.° anno. Lingua italiana,*
geographia commercial, escripturacao, arithmetica
mercantil, francez, allemao, inglez, merceologia, di-
reito commercial, pratica commercial, calligraphia.
Classe Commercial — 3.° anno. Lingua italiana,
allemao, inglez, merceologia, direito commercial e in-
dustrial, historia do commercio, estadistica commer-
cial, economia politica, pratica commercial, arithme-
tica commercial.
Classe Consular— 2* e J.° anno. As mesmas ma-
terias que na commercial, exceptuando escriptura-
cao, pratica commercial, e calligraphia. Em vez d'isto,
direito civil com relacao ao direito internacional pri-
20
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306 ANNUARIO DA ACADEMIA
vado, e lingua arabe, ou outra oriental. No 3.° anno,
o mesmo que na commercial, excepto pratica de
commercio, e arithmetic* mercantil. Em vez d'isto,
as duas materias ja designadas.
Classe Consular— 4.0 anno. Inglez, historia, prin-
cipalmente a dos tratados, estadistica theorica, cco-
nomia politica, direito internacional publico, direito
penal, direito cOnstitucional, processo judicial, lingua
arabe, ou outra do oriente.
Classe Consular— 5.° anno. Historia, especial-
mente dos tractados, arabe ou outra lingua oriental,
exercicios sobre o programma do concurso aos con-
sulados, segundo foi organisado pelo ministerio dos
negocios estrangeiros. A esc6la tern um museu de
merceologia, um laboratorio de chimica commercial,
e uma bibliotheca* Em 1873-74 o quadro do ensino
foi augmentado com uma cadeira da lingua japo-
neza.
Os alumnos que tenham obtido o attestado de
licenqa podem entrar no concurso para os consula-
dos.
Pela inscripqao na escdla pagam-se 5o liras ; e
100 pela matricula em cada anno do curso. Os ou-
vintes pagam i5 liras por cadeira do i.° anno, e
10 por cadeira dos seguintes.
Cooperaram na fundacao d'este instituto o mi-
nisterio da agricultura, industria e commercio, a pro-
vincia, o municipio e a camara de commercio. A
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POLYTECHNICA DO PORTO 307
provincia obrigou-se a concorrer copi 40:000 liras,
alem do material scientifico ; a communa com 10:000,
alem do local sufficiente e o material nao scientifico.
O thesouro, que pelo decreto de 6 d'agosto de 1868
tinha de dar 10:000 liras, concorre com 25:goo, se-
gundo o decreto de i5 de dezembro de 1872.
Conforme diz o snr. Morpurgo'na sua obra acer-
ca da Instruccao technica na Italia, os melhores ci-
dadaos de Veneza, apenas lhes restituida a liberda-
de, recordaram-se da sua divida d'honra para com
o passado, e propozeram-se a dar a Italia uma glo-
ria nao menor do que outras que a historia comme-
mora; essa gloria consistia em fundar uma esc6la
que fosse uma polytechnica do commercio, agora que
a restituicao da liberdade coincidia com voltar para
0 Mediterraneo a corrente mercantil asiatico-euro-
pea. Diversos elementos ja mencionados se concer-
taram patrioticamente para realisarem o piano da
esc61a. Os fructos d'este trabalho tern sido excellen-
temente recebidos por importantes casas de commer-
cio, quer italianas quer d^outras nacionalidades : os
alumnos que saem com diploma de licenca acham
prompto e proficuo emprego.
As matriculas desde 1868-69 ate 1874-75 teem
sido :
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308
ANNUARIO DA ACADEMIA
ANNOS LECTIVOS
ALUMNOS
OUV1NTES
TOTAL
1868- 1869
1869-1870
1870- 1871
1871-1872
1872 - 1873
1873 -1874 . . . ■ . .
1874 -1875. . . ". .
9t
IOO
67
54
5c
54
18
n
3o
18
21
*7
112
i35
io3
97
72
7*
V
Diminuiu o numero de alumnos, e o de ouvintes
foi tambem inferior em 1874- 1875 ao de 1868- 1869;
procede talvez este facto de nao ser grande o nu-
mero dos mancebos com perseveranqa bastante para
supportarem as provas a que sao sujeitos alii ; mas
tarhbem e certo que no corrente anno, segundo nos
informou a direojao da Esc61a, e de cerca de cem 0
numero dos alumnos. .
Os estudantes trabalham desde as 8 *[j ate as
11 */j e da meia hora ate as 3 */j no inverno; du-
rante o verao principiam as 8 e acabam as 3, tendo
tambem descanco desde as 1 1 ate ao meio dia. As
aulas comecam pelo meiado de novembro ; na se-
gunda quinzena de julho principiam os exames. As
ferias sao de i5 d'agosto a i5 de novembro. As H-
coes duram ordinariamente uma hora, excepto a de
pratica de commercio que dura duas horas consecu-
tivas.
Escdla oAcademica de Commercio em Vienna
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POLYTECHNICA DO PORTO
309
ctc/lustria. Fundada em i858. Tern urn curso de
instruccao secundaria commercial, que se compoe
de tres annos, e uma classe preparatoria para os
alumnos que se nao julgam habilitados a passar pelo
exame de admissao. Eis o piano de estudos, e a
distribuicao do tempo :
Allemao ....
Francez
Inglez ou italiano . .
Geographia . . .
Historia. ....
Mathematica . . .
Calculo commercial .
Physica
Chjmica ....
Historia natural e mer
ceologia ....
Correspondencia e escn
ptono. . . . • .
Escripturacao . . .
Direito commercial .
Economia politica
Calligraphia . . ,.
Total das horas semanaes
Curst
frepra-
Urit
2
IT
Priawrt
3
4
t
2
A
2
3T
3
3
3
2
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Ttrecirt
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s
1*
s
.5-8
88.
S.ST
Z X
S3S
Sao admittidos no curso preparatorio os alumnos
que nao poderam alcancar n'uma esc61a secundaria
os conhecimentos indispensaveis para entrar no i.°
anno.
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310 ANNUARIO DA ACADEMIA
Sao admittidos a matricula no i .° anno os que
hajam sido approvados n'um sub-gymnasio, ou na
quarta classe d'um gymnasio. Caso nao tenham esta
habilitacao, podem fazer exame de admissao,- o quad
versa sobre lingua allema, geographia, historia, ma-
thematical sciencias naturaes, francez, ou laum.
A admissao no 2.0 anno exige appro vacao no i.#
d'uma esc6la secundaria de commercio, ou exame
sobre as materias professadas n'elle. A admissao no
3.° anno e regulada por disposicao analoga.
* A taxa de inscrip<;ao e de 5 fl. e 25 kr. Cada se-
mestre do curso preparatorio custa 5o fl., nos an-
nos seguintes, 78 fl. e j5 kr.
Na academia viennense ha tambem os seguintes
cursos superiores: — De negocio bancario; de fabrica
e mercadorias; de communicacoes ( Communications-
nesen). Este ultimo subdivide-se em tres: cami-
nhos de ferro; correio; telegraphos. Cada urn d'estes
cursos e de dois annos. No de banco ha um estabe-
lecimento modelo, no qual os alumnos se habituam
a todas as operacoes que podem encontrar na pra-
tica. No piano de estudos, ha, entre outras, uma ca-
deira de direito civil (3 horas semanaes), uma da cons-
tituicao e administracao da Austria (1 hora semanal
no 1 .° semestre), outra de historia moderna (3 horas
semanaes), e outra de financas (3 horas semanaes no
2.0 semestre). O direito commercial e ensinado cm
tres classes: fallencias (1 hora semanal); direito com-
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POLYTECHNICA DO PORTO 311
mercial e caiftbial (4 horas) e direito cambial inter-
nacional (1 hora semanal no 2.0 semes tre).. A econo-
mia politica faz parte de todos os cursos.
Os alumnos que pretendem diploma de qualquer
d'elles, passam por dois exames: urn relativo ao i.°
anno, outro ao 2.0; aquelle e oral; este e oral e escri-
pto. Os candidates a diploma do curso de banco e de
mercadorias teem nao s6 de apresentar o conjuncto dos
seus trabalhos sobre negocios simulados, mas tambem
uma especie de dissertacao sobre um ponto que lhes
e designado. A dissertacao deve estar prompta den-
tro de quatro semanas.
O curso de communicacoes%e subvencionado pe-
las emprezas de caminhos de ferro; ellas e oniinis-
terio orgahisam commissoes especiaes de exames n'es-
se turso. Os attestados d'estes exames servem prin-
cipalmente para obter emprego no servico das vias
ferreas. Este curso divide-se em dois.
a) — Inferior. Os exames n'elle versam sobre ser-
viqo commercial, servico de transportes, servico tele-
graphico, exercicios de telegraphia, arithmethica
commercial e geographia; estas duas ultimas mate-
rias nao fazem objecto do exame, quando os candi-
dates ainda nao tenham servido nos caminhos de
ferro.
b) — Superior. Materias de exame: Geographia e
estatistica commercial ; merceologia; technologia ; or-
ganisacao das tarifas dos caminhos de ferro; historia
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312 ANNUARIO DA ACAD EMI A
dos caminhos de ferro; sua administracao; legislacao
alfandegaria relativa as vias ferreas ; legislacao civil,
idem.
O exame no curso superior exige approvacao no
exame do cufso inferior.
O curso de correios tem por objectos de ensino:
legislacao postal; servico postal; geographia commer-
cial; organisacao politica e administrativa da Austria;
estadistica do commercio; lingua franceza, ingleza ou
italiana.
As preleccoes no anno escolar de 1876-1877
eram feitas em 55 classes. O pessoal docente com-
punha-se, no principio d'esse anno, de 19 professo-
res, urn reitor, e urn vice-reitor.
No ja citado livro, o snr. Morpurgo diz assim: « A
Academia commercial de Vienna e talvez a melhor
esc61a superior de commercio que ha na Europa.
Foi instituida em i858 por iniciativa particular de
uma sociedadade por accoes; cada accao e de 100
florins. Homens zelosos e esclarecidos, pertencentes
sobretudo a classe commercial de toda a Austria,
concorreram para a forma^ao do primeiro fundo da
esc61a, e, mais tarde, para a desenvolver e prospe-
rar. As mais acreditadas casas de commercio, os
mais importantes estabelecimentos de credito coosi-
deram como honra coqtribuir para o incremento da
esc61a, quer subscrevendo novas, accoes, quer en-
viando valiosas amostras para o museu merceologi-
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POLYTECHNICS DO PORTO 313
co. A companhia de navegacao a vapor do Danu-
bio admitte cada anno 12 alumnos e urn professor
da esc6la a viajar gratuitamente por todos os portos
de escala ate Constantinopla. A academia esta n'um
palacio, que para este fim se construiu h'um dos no-
vos bairros de Vienna que dao sobre o ^tng. Este
edificio esta avaliado no patrimonio da esc61a por
mais de 450:000 fl. Um dos empregados superiores
da casa Rotschild dirigia ha poucos annos os exer-
cicios do banco modelo. A esc61a e frequentada por
uns 5oo alumnos ; cerca de metade sao filhos de
Vienna, os outros sao das provincias austro-hunga-
ras, ou do estrangeiro. Todos os annos o director
da esc61a recebe de casas bancarias e commerciaes
austriacas pedidos de alumnos ; mas e inferior aos
pedidos o numero dos que obtem diploma dos res-
pectivos cursos.»
III
A instrucqao commercial nao e s6mente necessa-
ria aos que exercem a profissao de commercio : par-
te d'ella e indispen^avel para formar boas donas de
casa; tanto basta para se conhecer e apreciar a van-
tagem de estabelecimentos de cnsino commercial para
0 sexo feminino. Demais, qualquer'que seja a opiniao
que se forme acerca da missao da mulher na socie-
dade, e claro que p6de com proveito prestar servi-
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314 ANNUARI0 DA ACADEM1A
cos proprios de empregados de commercio ; por isto
daremos aqui breves indicacoes acerca de esc61as
estrangeiras de instruccao commercial para o sexo
feminino; escolhemos dois exemplos, devidos ambos
a iniciativa particular.
Um d'elles e de Berlin. A associacao Lelte, as-
sim chamada por tomar o nome do seu fundador.
Adolph Lelte, estabeleceu um curso de commercio
para meninas. Comprehende desenho, gcograpbia,
inglez, francez, arithmetica, escripturacao, correspon-
dencia commercial, allemSo, calligraphia, letras de
cambio, moedas* No ultimo relatorio, que e do bien-
nio de 1874-1876, lemos que os exames de 1874 c
1875 tiveram lugar diante dos socios da direccao,
da commissao escolar e d'altos funccionarios do es-
tado ; foram geraes os elogios feitos ao progresso das
alumnas, as quaes responderam a questoes de conta-
bilidade, de escripturacao, e de letras de cambio. No
curso de 1875-1876 algumas alumnas fizeram confe-
rencias sobre varios productos e acerca da historia
do commercio.
Convem saber que esta sociedade tern por fima
instruccao do sexo feminino por modo que possa vi-
ver do exercicio da sua capacidade para o commer-
cio e para as industrias.
Alem do curso ja mencionado, ha outro de tc-
legraphia, assim como de desenho industrial, de ty-
pographia, trabalhos de costura, tdlhar, fazer fl6res,
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POLYTECHNICA DO PORTO 315
etc. Ha tambem uma agenda de trabalho e uma
caixa de emprestimos para as senhoras solteiras ou
viuvas, que quizerem estabelecer-se ou desenvolver
o seu negocio.
Ha duas classes no curso do commercio ; uma e
preparatoria, e dura urn ou dous semestres, confor-
•me e preciso. A outra e de todo o anno lectivo. Em
ambas ha 22 horas <f aula por semana. As ferias
sao : oito dias na Paschoa e no Natal, quatro sema-
nas no verao, e duas no outomno ; as aulas abrem-
se no meiado d'outubro. Pcgam-se i5o marcos por
anno, alem de 6 de matricula, e 3 para luz e fogao.
O outro exemplo a que acima alludimos e o da
Esc6la Commercial para Meninas, fundada em Pa-
ris e dirigida por Mad. Victor Paulin. Foi aberta
em outubro de 1861, contando 60 alumnas. Desde
entao a frequencia foi a seguinte:
Annos 1871-72 — 1872-73 — 1873-74 — 1874-75 — 1875-76
Alumnas... i3i 137 i52 161 181
Ha cursos geraes e especiaes. Os primeiros sao
preparatories dos segundos, e constam de moral,
francez, arithmetica, geometria, historia, geographia
e applicacoes usuaes das sciencias. Estas materias
sao cursadas geralmente em tres annos; mas quando
as alumnas ainda nao estao devidamente instruidas,
passam por outro anno preparatorio.
O de commercio comprehende a lingua ingleza,
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316 ANNUARIO DA ACADEMIA
as nocoes de direito civil e commercial, e a conti-
nuacao do estudo d'algumas materias dos cursos pre-
paratories. Ha tambem uma classe de tachygraphia.
A esc6la s6 &dmitte externas. Abre-se as 8 */t d*
manha, e fecha-se as 5 iji da tarde. Em geral as
aulas duram uma hora; e s6 excepcionalmente i iliV
Nao temos que examinar aqui o metbodo de en*
sino d'esta esc61a, o qual parece ter dado muito boos
resultados. S6mente diremos que tanto a directory
como as outras professoras e alumnas tern sido con-
feridas varias medalhas, e ainda em 1873 foi dado a
esc61a o diploma de merito pelo jury da exposicao de
Vienna d'Austria. Ate 1876 trinta alumnas haviam
obtido bom emprego no commercio, em escolas, e
em officinas de vestuario; se este numero parece pe-
quen6 em vista da frequencia, e comtudo importante,
porisso que dura uns poucos d'annos o curso com-
pleto, a esc61a e moderna e nem todas as alumnas
procuram emprego f6ra de casa; e com effeito a ins-
truccao que alii recebem e nao menos util no lar do-
mestico do que na officina ou no escriptorio. .
Segundo informacoes que nos foram dadas por
madame Victor Paulin, as alumnas facilmente se em-
pregam em casas de commercio de Paris. A princi-
pio s6 ganham de comer; mas pouco depois recebem
cerca de 600 fr., e chegam a obter 2:000 por anna
E' de notar que sao muito novas quando entram em
servico.
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POLYTECHNICA DO PORTO 317
Expondo a organisacao d'alguns estabelecimen-
tos d'ensino publico commercial, s6 tivemos em vista
apresentar exemplos que podem ser uteis a Portu-
gal. Se tivessemos de escrever trabalho completo
acerca do estado da instruccao mercantil, teriamos
de retardar muito mais a apresentacao do relatorio,
sem proveito immediato do fim a que por vossa or-
dem nos propozemos.
IV
Havemos dito que o escriptorio commercial e
uma parte muito notavel das escdlas superiores de
commercio. Temos por util dar ainda alguns prome-
nores acerca do trabalho effectuado n'elle. Servir-
nos-emos do relatorio de Mr. Marts, director da Es-
c6la de Bordeus; diz assim a pag. 19:
cO primeiro methodo, seguido em Marselha e
em Lyon, e que as escdlas de Lille e de Rouen ten-
cionam seguir logo que o permitta o numero d'alum-
nos, consiste em agrupar os discipulos d'esta divisao
em muitos escriptorios ou grupos de 3 ou 4 discipu-
los, considerados como dutras tantas casas de com-
mercio, ou bancarias, sob f6rma de sociedades ordi-
narias, ou por accoes. Esta separacao nao tern lugar
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318 ANNUARIO DA ACADEMIA
no anno precedente, consagrado s6 ao curso theo-
rico, e a <xercicios praticos de contabilidade e de es-
cripturacao em geral. O professor escolhe o chefe e
os cmpregados de cada gfupo. Os diversos escripto-
rios correspondem-se entre si, Qsando cada qual da
lingua a que pertence hypotheticamente. D'ordinario
as cartas sao primeiramente escriptas em francez, e
o professor do escriptorio commercial examina o que
ha de essencial Bellas ; depots sao traduzidas na lin-
gua do paiz de destino, e antes de remettidas sao
examinadas pelo respectivo professor.
cAs differen tes casas abrem credito umas as ou-
tras, compram e vendem entre si mercadorias. Os
alumnos escripturam os livros que a pratica exige:
assim, servem-se do diario americano os" do grupo
que f6rma uma casa americana. Cada casa tem con-
tas de todas as especies, saca ou indossa letras, re-
dige todos os documentos de operacSes commerciaes,
como facturas, recibos, contas correntes, declara-
coes, inventarios d'armazem, mandados, cheques,
warants, inventarios, balancos, bilhetes d'alfandega
e de caminho de ferro, contas de gerencia ou de ve-
rificacao, avisos, circulares, etc Em geral todos es-
tes trabalhos sao feitos em f6rmulas impressas ou
autographadas, preparadas na esc61a, e similhantes
as que se usam no commercio, x>u em impressos of-
feree] dos por varias corporacoes.
cCada grupo dura dois mezes e meio ; o anno es-
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POLYTECHNIC* DO PORTO 319
colar e de dez ; porisso cada alumno passa durante
o anno por quatro escriptorios de especie on de paiz
differente. Antes de estabelecer a sua casa commer-
cial na esc6la, os alumnos de cada grupo redigem a
escriptura de sociedade; o professor de legislacao
examina este trabalho. No fim de cada periodo fa-
zem inventario para trespasse ou continuacao do ne-
gocio, afim de conhecerem se houve perda ou lucro.
t Em Marselha os alumnos estao distribuidos do
modo seguinte: o primeiro grupo constitue uma casa
bancaria, outro uma casa de corretagem, outros dois
constituem casas de commercio, a primeira em Mar-
selha, e a segunda no estrangeiro. Renovam-se todos
os mezes os socios da casa de corretagem.
cEm Lyon ealgum tan to differente o agrupamen-
to: o i.° grupo representa uma casa bancaria dirigida
pelo sub-chefe da aula ; e cada um dos outros gru-
pos, dirigido pelo discipulo que. o professor escolhe, *
representa uma casa de commercio, a qual faz ope-
rates bancarias, de corretagem, etc. Nao ha casa
especial de correctores.
cAlem das mezas de trabalho, dispostas de modo
que fiquem as diversas casas separadas umas das ou-
tras, cada qual tern uma escrevaninha para estender
sobre ella os livros (podendo-se escrever de pe), uma
machina dq copiar, e os seus accessorios, um arma-
rio para os impressos, um armario com divisoes para
os registros que con tern as circulares, as cartas, etc.
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320 ANNUARIO DA ACAD EMI A
etc. Em Lyon ha uma gaveta especial que serve de
caixa a cada grupo. Os alumnos guardam n'ella no-
tas, fingidas, de bancos de diversos paizes, e tentos
de c6res differentes, os quaes representam moedas
correntes. Cada casa tern a fazer a conta dos gastos
geraes e a pagar a empregados ; todas as operacoes
sao portanto reaes, e s6 as mercadorias e a moeda
sao ficticias.
cO segundo methodo, actualmente em vigor em
Antuerpia e imitado com algumas modificacoes no
Havre e na Esc61a superior de commercio de Paris,
consiste em mandar fazer simultaneamente as mes-
mas operacoes ou exercicios a todos os alumnos sob
a direccao do chefe ou sub-chefe do escriptorio. Sup-
prime-se a separacao em grupos : mas nem porisso
deixa de existir o escriptorio, por isso que se suppoe
que cada alumno representa uma casa de commer-
cio. Escriptura todos os livros necessarios; e quando
principia uma opera^ao p6de continual-a ate ao fim
transportando-se successivamente pelo pensamento
a cada uma das casas em que deve ser proseguida a
transac^aa No principio a esc61a d* Antuerpia tinha
adoptado a divisao em grupos... mas censurou-a
depois como fazendo perder demasiado tempo aos
discipulos, e favorecer aquelles que o professor, com
detrimento dos outros, escolhia para chpfes das ca-
sas. Em Antuerpia veio a reconhecer-se que pelo *.°
methodo effectuavam mais operates durante o anno.
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POLYTECHNICA DO PORTO 321
Devo, porem, dizer que d'ambos os modos se colhem
satisfactorios resultados; assisti a interrogates de
alumnos em esc61as de methodos differentes; e posso
afiinnar que uns e outros resolveram com muita fa-
cilidade questoes assaz complicadas.» •
cNas escdlas commerciaes da America* (diz Mr.
Simouin), o escriptorio funcciona de modo differen-
te 4o de Antuerpia. Na universidade de M. M. Srat-
ton e Bryant, que estabeleceram succursaes nas
principaes cidades dos Estados-Unidos,, 6 dividido
em muitas secedes: escriptorio propriamente dito,
seguro, agencia de transportes, companhia de nave-
gaqao. No escriptorio, o alumno escriptura o diario,
o razao, o livro dos armazens, faz a corresponden-
cia, e elabora as facturas, e as contas de venda; no
banco negocia titulos, faz de thesoureiro, e incum-
be-se do serviqo dos cheques; no seguro redige apo-
lices, vegula avarias; na agencia de transporte escre-
ve cautellas de recovagem; na companhia maritima*
conhecimentos. D'esta sorte passa por tpda a espe-
cie de operacoes, e sempre com muita rapidez, a
americana. Entende-se nos Estados-Unidos que con-
vem consagrar aos estudos theoricos o menor tempo
que f&r possivel e entrar na vida pratica desde o
principio da adolescencia.
•O coilegio commercial nacional de Pougkgeepsie
(Nova- York), funcciona de modo um pouco diverso.
Em primeiro lugar nao tern succursaes. 0 alumno
21
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322 ANNUARIO DA ACADEMIA
recebe uma quantidade de moeda ficticia para com-
prar e vender mercadorias representadas por signaes
convencionaes. Recebe e remette facturas, escriptu-
ra as operacoes, e depois passa a ser mercador de
retalho, negociante de commissoes, segurador, ex-
pedidor, cambista, corrector, despachante e banquei-
ro. O balanco geral das suas operacoes^ feitas se-
gundo os preqos correntes de New- York, mostra-lhe
a perda ou o ganho. Deixa depois os bancos da es-
c6la e entr* immediatamente ria vida real dos ne-
gocios, nao sem ter adquirido tambem boa forma de
letra.»
(Revue des deux Mondes iOT avril 187a.)
, V
Se do estrangeiro passamos a Portugal, achamos
em Lisboa o curso do Instituto Industrial e Com-
mercial. Apesar da evidente vantagem de dotar a
capital com uma esc6la em que sejam largamente
ensihadas todas as sciencias commerciaes, esse cur-
so esta longe de igualar tantos de que havemos fal-
lado ; mas nem por isso deixa de se avantajar muito
ao do Porto,
Foi o decreto de 3o de dezembro de 1869 que
estabeleceu aquelle curso no Instituto; o decreto de
5 d'agosto de 1870 veio modificar varias disposicoes
d'ellc ; e ja depois se effectuaram alteracoes, propos-
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POLYTECHNICA DO PORTO 323
tas pelo conselho de professores, e approvadas pelo
govemo. O curso e assim composto :
a) Contabilidade commercial theorica e pratica.
Correspondencia commercial nas linguas portugueza,
franceza e ingleza. Exercicios praticos sobre arbitrios
de cambios, segurose descontos. Usos das princi-
paes pracas de commercio (i.a cadeira especial do
curso de commercio).
b) Geographia e historia commercial. Elementos
de direito commercial e maritimo (2.* cadeira espe-
cial do Airso de commercio).
c) Principios de economia politica e industrial, e
estatistica. •
d) Nocoes elementares de physica (1.* parte da
3.a cadeira).
e) Conhecimento pratico dos principaes produ-
ctosnaturaes e manufacturados empregados no com-
mercio (na 4/ cadeira).
Para ser admittido como ordinario, e para obter
carta; e precisa approvacao em :
— Calligraphia por qualquer estabelecimento of-
ficial ou pelo Iqstituto.
— Instruccao primaria por qualquer Lyceu.
— Portuguez por qualquer Lyceu ou pelo Insti-
tute, segundo os programmas do 1 .°e 2. ° anno, man-
dados adoptar por portaria de 5 de outubro de 1872.
— Francez e inglez por qualquer estabelecimento
official.
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324 ANNUARIO DA ACADEMIA
— Arithmetica, algebra e geometria plana por
qualquer Lyceu, ou pelo Instituto segundo o pro-
gramma publicado no.^iario do Governo de 3 de
julho de 1872 — n.° 123.
— Elementos de geographia e de historia por
qualquer Lyceu, ou pelo Instituto, segundo program-
ma inserido no mesmo n.° do Diario.
As materias a) e b) sao ensinadas em duas ca-
deiras especiaes do curso de commercio. Na de con-
tabilidade costumava o professor simplesmente di-
ctar cartas em francez e inglez; o proprio ronselho
entendeu que era isto conveniente para deixar tem-
po livre a mais importantes assumptos ; no corrente
anno lectivo dedicaram-se todas as licoes as outras
partes da cadeira, e os alumnos aprenderam na aula
de francez e inglez a nomenclatura commercial nas
duas linguas. Os cUsos das principaes pracas* fazcm
objectos de explicacoes por occasiao de calculos de
cambio, ou de analyse de partidas a escripturar.
Na cadeira de geographia, historia e direito estu-
da-se principalmente esta ultima parte ; a historia e
objecto de pequenissimo numero de licoes. Pensa-se
em estabelecer uma cadeira especial para o direito
mercantil.
Do seguinte quadro consta o numero d'alumnos
matriculados, examinados e approvados em cada
uma d'estas duas cadeiras, bem como d^aquelles que
tiraram carta:
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POLYTECHNICA DO PORTO
826
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326 ANNUARIO DA ACADEMIA
A grande differenca entre voluntarios e ordina-
rios, principalmente na primeira cadeira, parece in-
dicar que ainda os preparatories exigidos para a clas-
se de ordinarios afastam muitos alumnos.
Em cidade tao notavel como Lisboa, cujo com-
mercio tern progredido consideravelmente, cujas re-
lacoes crescentes com o estrangeiro lhe tornam in-
dispensavel propagar os conhecimentos proprios a
illustrados homens de negocio, a frequencia do curso
no Institute* p6de ter-se como pequena; mas e muito
maior do que na cidade do Porto, cujas condicoes
economiqas faziam esperar que fossem numerosos os
alumnos de urn curso superior de commercio.
O curso de commercio da Academia Polytechnica
do Porto esta quasi completamente abandonado des-
de alguns annos. Em 1876- 1877 nao houvepara eUe
um uhico alumno. A contar de 1861 -1862 a frequen-
cia e muito pequena. O seguinte quadro permitte
formar idea segura a este rfespeito :
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POLYTECHNICA DO PORTO
327
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0
3
s
Si
3
■< a.
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CD
i854-i855 . . . .
16
12
4
I
i855-i856 . •
i5
I
2
6
I
1
i856-i857 . ■
i857-i858 . •
i858-i859 .
8
3
I
6 -
2
4
8
4
a
I
1859-1860 . •
10
4
I
1860-1861 .
10
3
2"
5
I
1861-1862 .
4
2
2
1862 -i863 .
4
2
2
1863-1864.
1
1
I
I
1864-1865 .
3
1
2
i865-i866 .
1
1
I
1866-1867 .
1867 -1868 .
1868-1869 ..
4
1
3
I
—
—
—
—
—
—
3
2
1
I
1869-1870.
2
2
1870-1871 .
3
2
1
1871-1872/
1
1
I
1872-1873 .
3
2
1
1873-1874 .
3
I
2
1874-1875 .
1875-1876 .
i
1
1
1
1876-1877 . . . .
—
—
_
—
—
—
— ■
O programma do curso foi at£ 1867- 1868 o se-
guinte :
/.° anno — Arithmetica, algebra e geometria (na
1.' cadeira).
Escripturaqao por partidas dobradas, organisacao
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328 ANNUARIO DA ACADEMIA
de balancos e con t as correntes, nocoes dos systemas
de escripturacao mais usados (na 1 1 .* cadeira).
2.0 anno — Formulas dos documeatos commer-
ciaes (na u.a cadeira).
Desenho de figura e paisagem (na 4.* cadeira).
3.° anno. Geographia e estatistica commercial,
reduccao dos cambios, pesos e medidas estrangeiras
(na 11.* cadeira). Economia politica e industrial e
direito commercial (na 12.*).
O quadro que acima tracamos daramente mos-
tra quao pequenos tern sido os servicos prestados
ao publico por este curso. En ten demos que uma das
causas da diminuicao da frequencia foi a exigencia
de mais fortes preparatorios. Ja em 1862-1863 se
tornou indispensavel para a matricula a approvacao
em fraacez ; e em 1 863- 1 864 principiou a ser neces-
saria a approvacao em mathematica elementar, prin-
cipios de chimica, physica, e introduccao a historia
natural. Outra causa foi taLvez haverem-se fundado
no Porto alguns cursos particulares de ensino com-
mercial elementar. E' verdade que desde 1867-1868
o programma da 1 1 .a cadeira e o seguinte :
i.a parte: Escripturacao e arithmetica commer-
cial.
2 .a — Applicacoes de economia politica ao com-
mercio; geographia commercial.
3.* parte — Direito commercial.
Mas se este programma e preferivel ao antigo,
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POLYTECHNICA DO PORTO 329
cumpre examinar quaes sao os meios de execucao.
Ora a Academia nao tern urn museu de productos,
nem os materiaes precisos ao ensino completo da pro-
pria geographia; tambem nao existe n'ella urn curso
de chimica applicada ao commercio ; e cotno se tudo
isto nao fosse ja demasiadamentetnau, a cadeira es-
pecial de commercio comprehende materias que sao
professadas em curso triennal ; havendo um s6 pro-
fessor, nao s6 e natural que nao tenha profundos co-
nhecimentos de tao variados ramos de saber, mas
jambem ae da forcosamcnte um de dois males: ou
se admittem novos alumnos s6 de tres em tres
annos, ou e permittida a matricula no 2.0 e no 3.°
sem approvicao no i.° e 2.0 N'um caso diminue-se
consideravelmente a utilidade que poderia ter o curso;
no outro o estudante ira insufficientemente prepara-
do, o que equivale a grave indisciplina da intelligen-
cia. Ainda mais: pelo systema actual, se um alumno
fSr reprovado, no 2.0 anno, por ex., os seus con-
discipulos approvados poderao tel-o por companheiro
no 3.° anno; mas em quanto que aquelles concluirao
o purso, caso continuem a sahir-se bem dos exames,
este, embora com certidao do 3.° anno, tera de es-
perar dois annos para concluir os seus trabalhos aca-
demicos com o exame do.2.0. Assim, as desvantagens
da actual organisacao vem a ser nao s6 numerosas,
mas tambem de tai ordem, que sera difficil achar ou-
tro curso em tao mas condicoes, quer no paiz, quer
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330 ANNUARIO DA A CA DEMI A
no estrangeiro. O bom nome das instituicoes de en-
sino publico, e o interesse geral exigem n'esta parte
da instruccao ministrada pela Academia uma reforma
prompta.
As circumstancias do thesouro impoe-nos o de-
ver de nao propor para ja o estabelecimcnto de urn
curso superior de .commercio, que possa ser compa-
rado ao de Vienna, ou de Paris, ou da Antuerpia.
Convencidos, porem, de que pequeno dispendio bas-
tard para alcancar bons resultados, aqui daremos os
tracos prindpaes d'uma reforma de facil realisacao.
Materia* do curso.
a) Escripturacao e arithm erica commercial.
b) Economia politica, historia do commercio, geo-
graphia commercial, principios de financa*, legislacao
aduaneira, instituicoes de credito, systemas moneta-
rios, deveres do commerciante.
c) Nocoes geraes de direito, direito commercial.
d) Principios de chimica.
e) Productos commerciaes, chimica commercial.
/) Francez e inglez.
g) Principios de physica.
cDuraqao do curso. Distribuigao das tnaterias.
Curso biennal:
i.° anno. Escripturacao e arithmetica mercantil,
i.* parte. Economia politica (nocoes geraes), geogra-
phia commercial, historia do commercio. Principios
de chimica e physica. Francez e inglez.
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POLYTECHNIC* DO PORTO 3S1
2.0 anno. Escripturacao e arithmetica mercantile
2.a parte. Principios de fiiiancas, legislacao aduaneira,
instituicoes de credito, systemas monetarios, deveres
do commerciante. Chimica commercial e merceolo-
gia. Inglez. Desenbo. Nocoes geraes de direito, di-
reito commercial.
Da Academia Polytechnica aproveitar-se-iam a
cadeira de commercio e a de economia politica. Do
Instituto, as cadeiras de chimica, de physica, e a de
desenho. A de chimica applicada as artes poderia
provisoriamente. servir para o ensino do que ha de
essencial na chimica commercial, e na merceologia,
como se pratfca em Lisboa.
Ha tambern entre as cadeiras do Institute, em-
bora ainda nao tenha sido provida, a de contabili-
dade, principios de economia industrial, nocoes de
direito commercial e administrativo, e estadistica.
Serviria ao curso de commercio desde que o profes-
sor respectivo ensinasse em duas licoes semanaes os
pontos mais importantes do direito mercantil; isto
n§o e de modo algum incompativel com os fins a que
se destina tal cadeira, antes se harmonisa de todo o
ponto com a parte intitulada: c Nocoes de direito
commercial*. • Cremos que sem grave inconveniente
se podetia supprimir n'ella a c Estadistica*, para que
ficasse menos sobrecarregada. O mesmo dizemos da
<Historia CommerdaU.
Embora haja no Instituto a cadeira de francez
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382 ANNUARIO DA. ACADEMIA
e de inglez, seria vantajoso estabelecer outra espe-
cialmente destinada a fallar e escrever n'essas duas
linguas, betn como a conhecer rTellas a nomenda-
tura mercantil, os usos commerciaes e a geographia
de Franca e da Inglaterra.
A reforma que propomos exige outros program-
mas para as cadeiras de commercio, e economia po-
litica da Academia, e de chimica pratica no Instituto.
Em quanto a i.% ncnhuma duvida se offerece; ha
unicamente a notar que um mesmo professor teria
de reger duas classes, uma de i.°, outra de 2.e anno
em dias al tern ados. A de economia politica ficaria
demasiadamente sobrecarfegada; mas supprimir-se-ia
n'ella o curso de economia e legislacao rural, bem
como o de economia e legislacao industrial : os cur-
sos de agricultura e de directores de fabricas estao
de tal sorte dispostosna Academia, que de certo nao
seria nociva a suppressao proposta. Demais, deixa-
riam de pertencer a esta cadeira os principios de di-
reito commercial ; d'esta sorte ficaria livre o tempo
necessario ao estudo da geographia commercial, da
historia do commercio, da legislacao aduaneira, dos
principios de financas, das instituicoes de credito,
dos systemas monetarios, e dos deveres do commer-
ciante. O professor de economia politica teria tam-
bem de reger dois cursos, um de i .% outro de 2.0
anno. Em quanto ao programma de chimica pratica
no Instituto, apenas haveria de certo a introduzir
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POLTTECHNICA DO PORTO
333
n'elle additamentos, que nao destoariam 4o que e
actualmente, nem aggravariam o servico que a lei
impoe.
Distributfdo do tempo. (De manha na Academia,
a noite no Institute).
HORAS SEMANAES
Escripturafio e arithmetica com-
mercial . -.
Francez ........
Economia politica, geographia .
Inglez
Chimica (principios) . , . .
Merceologia . . . . • . .
Nofoes geraes de direito, direito
commercial
Physica (principios) ....
(a) Nao durante todo o anno escolar.
masstsjBSSsaBaBBSssssa^sssssssstssasaBssassss^
Pareceu-nos sufficiente que a lingua franceza, por
isso que i mais facil, fosse ensinada s6mente no i .°
anno. A' economia politica bastard i hora por licao
no i.° anno; a falta de livros especiaes tornara in-
dispensavel que no 2.0 anno os alumnos tomem nu-
merosas notas sobre a legklacao respectiva; por isso
havera 3 licoes semanaes. A geographia commercial
(i.° anno) exigiria tambem mais' tempo, se o estudo
Digitized by VjOOQ LC
834 ANNUARIO DA A CAD EMI A
da merceologia nao fosse complemento d'ella no qua-
dro do ensino d'este curso.
Damos em seguida urn exemplo da distribuicao
dos dias de semana ; a pratica dos primeiros tempos
ensinaria a introduzir ahi melhoramentos:
/.° anno.
Escripturacao . . . Segundas — Quartas — Sextas
Francez • »
Economia politica Tercas Sabbados
Inglez » Quintas
Chimica Quartas — Sabbados
2.° anno.
Escripturacao . . . Tenjas Sabbados
Economia politica Segundas — Quartas — Sextas
Merceologia » » >
Inglez .9 Sabbados
Physica Tercas — Quintas — Sabbados
Material do ensino. Serviriam para o curso dc
cortimercio: O laboratorio de chimica, o gabinete de
physica e parte da Bibliotheca do Instituto Indus-
trial.— Parte da Bibliotheca da Academia. O mu-
seu technologic©, em via de formacao no Instituto,
seria de muito-prestimo para o estudo da merceolo-
gia. Haveria, de certo, muitos negociantes que nao
se recusassem a dar para este museu amostras de
productos. As colleccoes existentes em Lisboa, quer
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POLYTECHN1CA DO PORTO 335
no Instituto Industrial, quer no edificio da alfandega,
(colleccoes obtidas de industriaes estrangeiros por ini-
ciativa d'um (fas homens mais laboriosos e illustra-
dos que tern havido em Portugal, o snr. Fradesso
da Silveira), mostram que seria facil ir, com pequeno
dispendio, enoquecendo o museu de materias primas
e productos fabricados.
Augmento de despe\a. O professor de francez e
inglez receberia i05oo reis por hora. Nove horas se-
manaes, em cerca de 40 semanas, custariam 540^000
reis. A cadeira de Contabilidade e economia do Ins-
tituto ha-de ser provida mais tarde ou mais cedo e
nao devemos lancar a conta do curso de commercio
o ordenado do professor d'ella. Bastariam 45o#ooo
reis para o museu, livros, cartas geographicas, etc.
Teriamos, pois, sdmente o accrescimo de 990^000
reis as despezas actuaes com os dois estabelecimen-
tos de ensino publico.
Somos os primeiros a reconhecer que ficariam
demasiadamente carregados de trabalho alguns pro-
fessores, ou que seria difficil que satisfizessem com-
pletamente ao programma. A cadeira de escriptura-
cao e arithmetica mercantil, com especialidade, nao
poderia dar todos os resultados que se esperariam
talvez d'ella, senao sendo regida por-quem juntasse
a fortes conhecimentos theoricos o saber pratico.
Ninguem desconhece a difficuldade de encontrar pro-
fessores assim; mas entre os diversos modos por que
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336 ANNUARIO DA ACADEMIA
sc chegaria em breve a resolvel-as diremos um: con-
siste em enviar a uma esc6la estrangeira quem es-
tude o curso d'ella, e especialmente a parte denomi-
nada escriptorio commercial. Quem assim viesse ha-
bilitado para bem praticar esta parte do ensino sera
depois recebido como professor no curso da Acade-
mia, passando a reger outra cadeira o professor de
escripturacao e de arithmetica commercial. A mo-
destia com que se apresenta a primeira reforma dp
curso actual mostra que nao faltariam materias em
que occupar a actividade de mais um membro do
pessoal docente. Accrescentando, em harmonia com
o que fica dito, 700^000 reis para o novo professor,
prefariamos 1:690^000 reis.
Para bem se comprehender a importancia da ca-
deira d'escripturacao, cumpre notar que os alumnos
d'ella tern de proceder ahi a todos os trabalhos que
os habilitem a entrar desassombradamente no exer-
cicio do commercio. Ahi se utilisarao desde logo os
conhecimentos que adquirirem ou f&rem adquirindo
nas outras cadeiras. Ahi comecarao e concluirao
transaccoes simuladas como se fossem ja commer-
ciantes. A leitura da noticia de esc61as estrangeiras,
a qual juntamos a este relatorio, fara melhor conhe-
cer as razoes em que nos fundamos para ter espe-
cial cuidado com esta cadeira.
No curso de economia politica introduzimos uma
parte denominada cDeveres do commerciantei. Na
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POLYTECHNICA DO PORTO 337
esc61a superior de Lyon ha uma aula especial com
este nome. Em verdade e muito vantajoso que o
alumno aprendanao s6 aadquirir riquezas materiaes,
mas tambem a empregal-as em harmonia com os
seus deveres.
Um curso superior de commercio deveria ter
uma cadeira de allemao ; conviria nao menos insti-
tuir junto d'elle um curso elementar, para o qual
seriam precisos dois ou tres professores ; quando
houver muitos alumnos, a cadeira de escripturacao
talvez necessite d'um professor auxiliar ; a merceolo-
gia tera de ser mais tarde ensinada n'um curso es-
pecial ; e as necessidades do ensino polytechnico de-
mandarao que o programma da cadeira de econo-
mia politica se amplie e seja para duas cadeiras; mas
por em quanto sera prudente comecar dispendendo
pouco, embora visando ja a uma organisacao per-
feita,
Habilitates. Instruccao primaria, calligraphia,
arithmetica, algebra, geometria, desenho linear, fran-
cez e inglez. A experiencia dira se convem exigir
igualmente as nocoes fundamentaes de escripturacao
mercantil.
Vantagens do curso superior do commercio. O
art. 74 do decreto com forca de lei de 20 de setem-
bro de 1844, diz assim: «S6 poderao ser providos nos
lugares de aspirantes do thesouro publico e alfande-
gas os alumnos que tiverem diplomas da antiga aula
22
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338 ANNUARIO DA ACADEMIA
de commercio, da csc61a de commercio, ou do cur-
so correspondente da Academia Polytechnica do
Porto* .
O Cod. Com., art. io63, diz o seguinte: fOcs-
crivao dos tribunaes de commercio deve ter feito o
curso das aulas de commercio de Lisboa ou da Aca-
demia do Porto, com certidao de approvacao.»
Ha grande distancia entre publicar leis e fazer
observal-as. O Cod. de i833 e o decreto de 1844,
podiam dar grande importancia a qualquer curso de
commercio ; mas de que valem palavras, se nao sc
respeita nem o espirito, nem a letra das disposicoes
legislativas ?
E' evidente que o curso de commercio poderia
ser de muita utilidade nao s6 no exercicio de varies
lugares de fazenda e dos tribunaes de commercio,
mas tambem no desempenho das funccoes de con-
sul. A Italia aproveitou a esc6la de commercio de
Veneza para habilitar candidatos ao consuladp; bas-
tou-lhe desenvolvel-a um pouco, para elevar 0 en-
sino atehi.
Independentemente, porem, das regioes officiaes,
de quanto prestimo, de quao frequente e proficua
applicacao nao seriam os conhecimentos adquiridos
no curso de commercio ! Quantas vezes nao tem os
negociantes portuguezes de tomar estrangeiros para
o seu servico ? Quantas vezes nao os affligem as de-
masiadas pretensoes" de gente mal habilitada? Quan-
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POLYT£CHNICA DO PORTO 339
tas questoes de subido interesse publico seriam lar-
gamente discutidas pelos commerciantes n'ellas inte-
ressados ? Quantas vezes nao concorreriam efficaz-
nrente para a mais sensata solucao d'ellas, se as
sciencias commerciaes estivessem assaz vulgarisadas?
Acaso o tracto mercantil das nacoes estrangeiras, a
abertura de novos mercados, o melhor aproveita-
mento de tantos recursos nossos, a apreciacao justa
das relacoes entre as financas publicas e a3 transac-
$6es particulares nao exigem, alem de.grande labo-
riosidade e muita honradez, o conhecimento dos
phenomenos mercantis, das leis que os regem, e das
instituicoes economicas ? Estando em condicao fa-
voravel pelo territorio para tomar grande parte no
tracto da Europa com a America, Portugal s6 apro-
veitara devidamente esta vantagem natural desde
que poder competir com estranhos nas qualidades
intellectuaes e moraes. O piano que prop&mos con-
tribuira, uma vez realisado, para augmentar o nu-
mero dos homens illustrados, amigos do trabalho, e
honestos, cuja forte educacao e instrucqao os preser-
varade viverem longo tempo na classe de uma es-
pecie de mendigps, as vezes com apparencia de ri-
queza, mas que sempre pretendem tudo, nao tendo
merecimento para quasi nada.
Alem de servir para immediata utilidade do com-
mercio portuguez, este curso tambem conviria muito
a emprezarios de fabricas, a empregados superiores
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340 ANNUARIO DA ACADEMIA
Bellas, a directores de companhias manufactoras, e
aos grandes agricultores.
Se houvessemos de tractar das reformas a intro-
duzir no ensino commercial em geral, teriamos de
pedir tambem que se orgahisassem cursos elementa-
res para urn e butro sexo. Apesar de nao pertencer
ao nosso trabalho occuparmo-nos d'esta parte da
questao de ensino de sciencias technologicas, expo-
zemos na- Noticia ja referida a organisacao de duas
esc6las commerciaes estrangeiras para o sexo femi-
nino : quizemos a urn tempo indicar exemplos salu-
tares, e tornar mais conhecido quao grande e o nos-
so atrazo n'este ponto.
Digamos de passagem que, chamada umas vezes
a administracao dos bens da familia, e tantas outras
a auctorisar vendas e obrigacoes important^ [Cod.
civ.)\ necessitando de resolver sobre a applicacao e
administracao de seus haveres, ou sobre as contas que
procuradores ihes apresentam ; sendo mae ou esposa,
e devendo saber dirigir a casa ; —a mulher necessita
de nocoes de contabilidade, de economia politica, de
hygiene, de chimica, etc. As boas condicoes de ali-
mentacao, de educacao physica e de gerencia das
sommas. que lhe sao con fi a das exigem instruccao
positiva, que nao podem ministrar nem os roman-
ces, nem os figurinos, nem os bailes, nem as mes-
quinhas regras da etiqueta.
Receita. Galculamos o accrescimo de despeza em
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POLYTfiCHNICA DO PORTO 341
990 a 1.690 mil reis»; a receita poderia proceder do
cofre do imposto especial para as obras da Bolsa. A
praca do Porto lucraria mais com o ensino das scien-
cias commerciaes do que utilisaria em concluir urn
pouco mais cedo o luxuoso palacio da rua do Fer-
reira Borges. Se, porem, se demonstrasse a necessi-
dade de nao diminuir tanto a dotacao das obras, se-
ria o resto pago pelo thesouro; ate que o referido
cofre podesse dispensar toda aquella quantia.
Conselho de aperfeiqoamento. Haveria um con-
selho especial de aperfeicoamento para este curso.
Comp&r-se-ia nao s6 dos respectivos professores,
mas tambem de alguns negociantes eleitos pela As-
sociacao Commercial, ou p'ela direccao d'ella. Teria
por fim: prop&r quanto fosse conducente'a melhorar
o ensino, e tambem estabelecer entre os professores,
os commerciantes e os industriaes relacoes bastantes
para que na instruccao dada n'este curso se atten-
desse a todas as mudancas que fosse experimen-
tando o tracto mercantil.
Pela reforma que prop&mos tirar-se-ia muito
maior proveito d'uma parte da despeza que hoje se
faz com a Academia e o Instituto ; e provavel que
se nao augmentassem os encargos do thesouro, e
satisfar-se-ia a uma grande necessidade do ensino
superior e nao menos do commercio d'esta cidade.
Nosso principal intuito foi tracar um piano em
que, sem negligencia para com os estudos theoricos,
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342 ANNUARIO DA ACADEMIA
muito especialmente se attendesse ao ensino pratico.
Os programmas das cadeiras devem traduzir este
pensamento. Assim, por exemplo, se pozemos a his-
toria do commercio, e a geographia commercial no
curso de econpmia politica, de certo nao foi para
dar motivo a numerosas preleccoes de pura osten-
tacao, mas sim para que os factos da terra e do ho-
mem auxiliassem o estudo d'aquella sciencia. As leis
que estabelece, e os phenomenos que analysa encon-
trariam alii provas, obteriam alii esclarecimentos :
bastard pensar nas questoes da divisao do trabalho,
da renda, da moeda, e das evolucoes da troca, para
comprehender o nosso pensamento. Ao mesmo tem-
po elevar-se-fa 01 espirito dos alumnos no estudo das
relacoes entre os diversos lugares e as diversas epo-
cas.
Ainda uma observacao e com ella fechamos o
nosso trabalho: se ao substituto de commercio e
economia politica fosse incumbida a regencia de uma
cadeira, o pagamento da respectiva gratificacao per-
mittiria aperfeicoar muito o curso de commercio, ou
tornaria menor a despeza que indicamos.
Academia Polytechnica do Porto, e sala da com-
missao, em 3i de julho de 1877. ,
QAdriano ctvibreu Cardoso GMachado.
Josi Joaquim Rodrigues de Freitas, relator.
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.343
RELA9AO DOS EsTABELEClMENTOS DE INSTRUC9AO
ESTRANGEIROS A C^UE SE ENVIOU
o Annuario ANTERIOR
Hespanha
Universidade central de M a d r i d— Universidades de G r a n a-
da — Oviedo — Santiago — Zaragoza — Barce-
lona — Valladolid — Salamanca — Valencia
— S e v i 1 1 a. •
Escolas do Commercio: de Madrid — de San Sebastian
— de Rivadeo — das C a n a r i a s.
Escolas nauticas: de Barcelona — .de Cadix.
Direccfio geral de Instruccao publica em M a d r i d.
Franpa
ficole polyt£chnique de Paris — ficole des mineurs de Saint-
£tienne — £cole des mineurs d'Alais — Ecole supeYieure
de commerce de Paris — £cole des mines de Paris —
£cole speciale militaire de Saint-Cyr — £cole des 4>onts
et chaussles> — ficole d'application de Tartillerie et du
genie, de Fontainebleau — Conservatoire national des
arts et meuers — £cole centrale des arts et manufactu-
res.
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344 ANNUARIO DA A CAD EMI A
Belflrioa
University libre de Bruxelles — University de Gand — Univer-
sity Catholique de Louvain — University de Liege — £co-
le de navigation d' An vers et d'Ostende — Iustitut supe-
rieur de commerce d' Anvers — - £cole militaire de Bru-
xelles — £colev industrielle de Bruxelles (annexe au mu-
s6e de Tindustriej — £cole provinciale de Commerce, d'in-
dustrie et des mines du Hainaut a Mons — £cole indus-
trielle d'Anvers — de Bruges — de Charleroi.
Salcma.
University de Bern — Hochschule Zurich — Eidgcnossiche Po-
lytechnische Schule in Zurich — Academie de Neufcha-
tel — £cole industriel de Geneve — University de Basel
(Bale) — College industriel et commercial de Ge*neve —
Academie du Canton de Vaud — University de Geneve.
Allemanha.
Universidades: de Berlin — de Bonn — de Breslau — de
Rostock — de Wiirzburg — de Kiel — de Leipzig — de
Konisgberg — de Miinster — de Munchen — de Marburg —
de Strassburg — de Greifswald — de Jena — de Halle —
de Heidelberg — de Tubingen — de Giessen — de Erlan-
gen — de Gottingen — de Freiburg.
Academias e Polytechnicas: K. S. Polytechnische
Schule zu Dresden — K. R. W. Polytechnische Hochschule
zu Aachen — K. Bergakademie in Berlin — Grossherzogi.
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POLYTECHNICA DO PORTO 345
Hessiche Polytechnlsche Schule in Darmstadt — K. W.
Polytechnische Schule zu Stuttgart — Grossherzogl. Ba-
dische Polytechnische Schule Carlsruhe — H. techni-
sche Hochschule «Caxolo-Wilhelmina» zu Braunschweig
— K. technisches Gewerbe-Institut in Berlin — K. Bau-
akademie in Berlin — K. Bairische Polytechnische Schule
zu Miinchen.
Auortria
Universidades: de Prag — Innsbruck — de Graz — de
Wien.
Academias e Polytechnicas: K. K. Technische Hoch-
schule zu Briinn — Bohmisches Polytechnisches Landes
Institut zu Prag — Deutsches Polytechnisches Institut
des Konigreichs Bohmen zu Prag— -K. K. Technische
Hochschule in Wien — K. K. Technische Hochschule in
Graz.
Italia
Universidades: de Padua — de Napoles — de Pavia —
de Pisa — de Turim — de Modena — de Genova — de
Bolonha.
Ministerio da Instruccao publica.
Russia
Universidades: de Dorpat — de S. Petersburg — de Ka-
zan — de Moscow — de Cracovia — de Kiew.
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346 ANNUARIO DA ACAD EM I A
Academias e Polytechnicas: Polytechnicum de Riga
— Instituto polytechnico de S. Petersburg — Academia
do Commercio de Moscow — Instituto dos engenheiros
de minas de S. Petersburg.
Noroega
Universidade de Christiania.
Estados Uniclos
Universidades: de Lafayette em Easton (Pensylvania) —
de Nova-York — de Ithaca (Nova-York) — de Ann-Arbor
(Michigan).
Esc61as, Collegios e Institutos: Collegio agricola
de Amherst (Massachusetts) — Esc61a agricola da Pen-
sylvania — Collegio da cidade de Nova-York — Collegio
Collombia de Nova-York— Escola scientifica de Sheffield
(Massachusetts) — Collegio de Darmouth, em Hanover
— Instituto technologico de Boston (Massachusets) —
Smithsonian-Institution (Washington).
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347
RELA9AO D08 ESTABELECIMENTOS D'lNSTRUC^AO
ESTRANGEIROS 9UE 8E DIGNARAM DE ENVIAI^
A ACADEMIA ESCRIPTOS RELATTVOS AO ENSINO
DOS RE8PECT1VOS ESTABELECIMENTOS,. EM TRO-
CA DO NOSSO ANNUARIO, COM A DESIGNA9AO
MINUCIOSA d'E8SAS OPFERTAS.
Hespaiilia,
Universidad Central (Madrid) — Oracion inaugural
pronunciada en la solemne apertura del curso de 1877 a
1878, y Memoria — Annuario que se publican con arre-
glo a la instruccion 47 de las aprobadas por Real Orden
de 1 5 de agosto de 1877.
Universidad de Granada — Memoria acerca del es-
tado de la Universidad en el curso de 1876 a 1877 y da-
tos estatisticos de la ensefianza respectivos al mismo cur-
so de todos los establecimentos de instruccion publica
del distrito. 1878.
— Discurso que en la Universidad pronuncio en la solemne
apertura del curso academico de 1878 a 1879 el doctor
Don Eduardo Leon y Ortiz, catedratico de la Faculdad
de ciencias. 1878.
Universidad de Oviedo — Historia de la Universidad
y noticias de los establecimentos de ensefianza de su dis-
trito. 1873.
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348 ANNUARIO DA ACADEMIA
— Resefia hist6rica. Organizacion de la ensefianza en el dis-
trito. Memoria del curso de 1876 a 1877. Anuario para
el de 1877 a 1878. Variedades. I. (2.* serie). Oviedo 1878.
Universidad de Santiago — Anuario de la Universi-
dad para el curso de 18 56 a 1857.
— Memoria acerca del estado de la ensefianza en el distrito
universitario, y Anuario del curso de 1859.
— Idem del curso de i860.
— Idem, en el curso de 1876 a 1877.
— Discurso leido en la Universidad en la solemnel apertura
del curso academico de 1877 a 1878 por el exc."0 sr. dr.
D. Maximino Teijeiro Fernandez, catedratico de la Fa-
culdad de medicina, y Memoria sobre el estado de la ins-
truccion en la misma Universidad en el afio de 1877 a
1873B.
Frcuapa,
ficole splciale militaire de Saint-Cyr.
Cours pro/essSs & Vtcole pendant Farmee 1877-8
Programme dlveloppe* du Cdurs d'hygiene. i** Division.
Cours de Legislation. ire et 2« Division.
Cours de Fortification permanente. **• Division.
Cours de Topographic 1* et 2« Division.
Cours de Geographie militaire. 1™ et 2e Division.
Cours d'Administration. ire et 2* Division.
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POLYTECHNICA DO PORTO 349
Cours d'art et d'histoire militaire. ir« Division.
Cours d'art militaire. 2° Division.
Cours de Fortification. 2# Division. -
Cours d'Artillerie- ir« et 2» Division.
University libre de Bruxelles — Annee academique
1878-79 — Discours d'ouverture prononce* en stance pu-
blique le 14 Octobre 1878 par M. Van Schoor, adminis-
tracieur-Inspecteur et M. Pigeolet, Recteur.
— £cole Polytechnique. (Programma e disposicoes regula-
mentares). 1873.
University Catholique de Louvain— Annuaire 1878
— 42« annde.
£cole militaire de Belgique — Programmes de Ten-
seignement inteneur de rficole. Bruxelles 1867.
l£coles de navigation d'Anverset d'Ostende —
Reglement. 1868.
Muse'e de T Industrie —Reglement. Bruxelles 1869.
Ecole Industrielle de Bruxelles annexle au Mu-
se*e royal de l'lndustrie — Reglements. Bruxelles
1875; 1878.
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360 ANNUARIO DA ACADEM1A
Italia
R. University degli Studi di Napoli -— Annuario.
Anno Scolastico 1878-79.
— Raccolta di leggi e Regolamenti sulla Instruzione Superiore
publicata per cura della Universita. 1878.
R. Universita degli Studi di Modena — Annuario
Scolastico per l'anno accademico 1878-79.
University de Geneve — Reglement adopte par le Con-
seil d'£tat (arrets du 16 juin 1874).
— Programmes des Cours pendant les deux semestres de Tan-
nee 1878-1879.
Hochschule Zurich — Verzeichniss der Behorden, Leh-
rer, Austalten und Studirenden im Wintersemester 1878-
79-
— Idem im Sommersemester 1879.
— Verzeichniss der Vorlesungen in Sommersemester 1879.
Allemanha
Prussia
Konigliche rheinisch-westfalische polytccb-
nische Schule zu Aachen — Programm (or den
Cursus. 1878-79.
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POLYTECHNICA DO PORTO 351
— Schul-Gesetze. Bibliothek-Ordnung— Vorschriften iiber die
Benutzung der Sammlungen. Laboratoriums-Ordnung.
1871.
— Haus-Ordnung.
— Disposicoes regulamentares e dados estatisticos relativos d
escola polytechnica de Aachen.
Konigliche Bau-Akademie zu B e r 1 i n . — Programm
fur das Studienjahr. 187&-79.
— Special-Programm fiir die Vorlesungen und Uebungen.
Studienjahr. 1878-79.
Konigliche Technische Hochschule zu Berlin.
— Provisorisches Verfassungs — Statut.
— Verfahren bei der Imroatrikulation und bei der Annahme
der Vorlesungen.
— Bestimmungen iiber die Bewerbung urn Erlass des Hono-
rars und urn and ere Beneficien.
— Bildung der Abtheilungs-Collegien.
Konigliche Universitat zu K i e 1 . — Akademische Ge-
setze fiir die Studirenden.
— Amtliches Verzeichniss des Personals und der Studirenden.
Wintersemester 1878-79.
— Geschaftsordnung des akademischen. Consistoriums, nebst
Declaration des § 63 des Statuts yom 8. August 1874.
— Verzeichniss der Vorlesungen im Wintersemester 1878-79.
(em allemao e latimj.
— Vom Rector und Senat und vom Consistorium.
— Allerhochst bestatigtes Regulativ vom 9. Januar 1875, iiber
die Verwendung der jahrlichen Einkiinfte der Schassi-
schen Stifhing.
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352 ANNUAJUO DA ACADEMIA
Friedrichs-Untversi tat Halle Wittenberg— htm-
gural-*Dissertationen.
— Untersuchungen iiber das Annoliade, von EmilKettncr.
1878.
— Die Kampfe Theodoaus des Grossen mit den Gothen, too
Julius Ifland. 1878.
— Grundziige einer Kunstwissenschaft im Sinne Goethe's, von
Oskar Linke. 1877.
— Die Hochschule zu Jamnie unci ihre bedeutendsten Lehrer,
mit besonderer Rucksicht auf Rabbi Gamaliel D (Erstcr
Theil) von A 1 b e r t Scheinin. 1878.
— Uber die Natur der Altund neu englischen Consonantal,
von Gustave Tanger. 1878.
— Die Syntax des Dativus im althochdeutschen und in de&
geistlichen Dichtungen der Ubergangsperiode zum Mit-
telhochdeutschen (I. Theil), von JohannesRost. 1878.
— Die Elisabethanische Buhne nach* Ben Jonson (I. Theil))
von Otto Werner. 1878.
— De verborum cum prepositionibus compositorum apud ve-
teres Romanorum poetas scaenicos cum dativo structura,
auctor Henricus Hahn. 1878.
— De Graecis auctoribus in Georgicis a Virgilio expressis, au-
ctor Hans Morsch. 1878.
— De infinitive historico, auctore GustavusMohr. 1878.
— Qua arte Aristophanes diverbia composuerit,' auctore Fri-
dericus Witten. 1878.
— Commentationis de Seviris Augustalibus scrip tae pardcula
quae ad audiendam orationem de Petronii satiris, invitat
Joannes Schmidt. 1 878.
— De proprietatibus quibusdam sermonis Euripidei, auctore
Carolus Rieck. 1878.
— De fontibus topicorum Gceronis, auctore Maximilianus
Wallis. 1878.
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POLYTECHNICA DO PORTO 353
- De corapositi Opens" Thucydidii temporibus, auctor Otto
Struve.1878.
- De Quisque et Quisquis pronominum apud comicos latinos
usu commentatio, auctor Martinus Pennigsdorf.
1878.
- De Demosthenis aristocratese; — prima parte — auctor W a 1 -
terusHerz. 1878.
- De Sophoclis anno et natali et fatali, auctor Alexander
Kolisch. 1878.
-De Propertii elocutione quaestiones, auctor Bernardus
Kuttner. 1878.
- De Euripide poetarum maxime tragico, auctor A e m i 1 i u s
Neidhardt. 1878.
- Quaestiones Propertianae, autor HermannusKnauth.
1878.
- De Lucretii vocabulis singularibus, auctor CarolusWolff.
-On the sources of Shakespeare's midsummer night's dream,
auctor Ludwig Proescholdt. 1878.
-Qie actio nata als Voraussetzung der Klagenverjahrung,
von Friedrich R8th. 1878.
-Die Entwicklung der Preise der landw. Produkte in
Bohmen hn Zusammenhange mit den Fortschritten der
Landwirthschaft, dargestellt auf Orund der Beitrage zur
Geschicht^ der Preise filr die Wiener Aussteliung des
Jahres 1873, von Franz Gromes. 1878.
-Das Finanzwesen der Staaten und Stadte der Nordamerka-
nischen Union, von SimonN. Patten. 1878.
-Darstellung und Priiftuig der Hauptgedanken von Friedrich
Heinrich Jacobi, von Johannes Friedrich Delius.
1878.
-Rant und Hume, von Christian Ritter. 1878.
-Die Kantsche Lehre vom Schematismus der reinen Ver-
standesbegriffe, von P . S . N e i d e . 1878.
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354 ANNUARIO DA ACADEMIA
m
— Versuch einer Psychologie des Talmud, von Moses Ja-
cob son. 1878.
— Die Erziehungstheorie des Aristoteles, von Hermannus
Schmidt. 1878.
— Ethica Spinozae doctrina aim kantiana comparatur, auctor
RicardusGicssler. 1878.
— Das Barsche Gesetz, von BernhardHo ff m a n n . 1878.
— Beitrag zur Kenntniss der Acentonbasen, von Th. Got-
schmann. 1878.
— Das Aetherische Senfoel, von Reinhold Henre. 1878.
— Die Conidienfruchte von Fumago. Ein Beitrag zur Pycui-
den-Frage, von W i 1 h e 1 m Zopf. 1878.
— Untersuchungen iiber die Zuckersaure, von Hermann de
la Motte. 1878.
— Die Schuppen an den Verschiedencn Fliigel-und Korper-
theilen der Lepidopteren, von Robertus Schneider.
1878.
— Derivate des Diacetonalkamin's u. des Acetophenon's, von
Georg Baumert, 1878.
— Polyxenus Lagurus de Geer. Ein Beitrqg zur Anatomie,
i Morphologie und Entwicklungsgeschichte der Chilogna-
then, von Joannes Bode. 1878.
— Das Rothliegende und die Basischen Eruptivgesteine der
Umgebung des grossen Inselsbergs, von Paul us Ale-
xanderFriedrich. 1878.
— Ueber Thrombose und Embolie nach Uterusfibrom, von
Carl Glass. 1878.
— Uber die Fortpflauzung der magnetischen Induction in wei-
chem Eisen (Habilitations-Schrift), von Anton Ober-
beck. 1878.
— Beitrage zur Kenntniss der Primaren Nierentumoren Be-
sonders der Sarcome, von Ernst Koch. 1878.
— Die Hydrocele und ihre Heilung durch den Schnitt bei
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POLYTECHNICA DO PORTO 355
Antiseptischer Wundbehandlung (Habilitationsschrift), von
D.r Alfred Genzmer. 1878.
— Untersuchung von Melaphyren aus der gegend von Klein-
•schmalkalden, von Fr.„M. Wolff. 1878.
— Krystallographische Beobachtungen (Habilitationsschrift),
von D.r Otto Luedecke. 1878.
— Ober die Bewegung der Warme in einer Homogenen Ku-
gel, von Otto Baer. 1878.
— Untersuchungen iiber die Parallelflache des Ellipsoides, von
Emil Neumann. 1878.
Bade
•
—-Grossherzoglich Badische Polytechnische
SchulezuCarlsruhe — Vorschriften fur die Studi-
renden. 1873.
— Programm fur das Studienjahr 1878-1879.
— Ordnung fur die Prufung der Studirenden.
— Ordnung der Prufung zur Erlangung eines Diploms.
— Auszug aus der Ordnung fur die Diplompriifungen und die
Ertheilung von Diplomen.
.— Nr. VIII des Regierungs-Blatt.
Universitat Freiburg — Reden, bei der offentlichen
Feier der Uebergabe des Prorectorats in der Aula am
22. Mai 1878. &c.
— Ankiindigung der Vorlesungen welche im Winter-Halb-
jahre 1878-79 auf der Grossherzoglich Badischen Alber-
Luwigs-Hochschule zu Freiburg im Breisgau gehalten
werden.
— Ankiindigung der Vorlesungen welche im sommer — Hal-
bjahre 1878 auf der Grossherzolich Badischen Albert-
Luwigs-Hochschule zu Freiburg im Breisgau gehalten
werden.
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}
356 ANMJARIO DA ACADEMIA
WUrtemberg
Kgl. Wiirttembexgische Polytechnische Schule
zu Stuttgart — Programm fur das Jahr 1878 auf 1879.
— Organische Bestimmungen.
— Bestimmungen iiber die Abhaltung von Diplom-Prufungen
an den Fachschulen fur Architektur, Ingenieurwesen, M*
schinenbau, Chemische Technik, Mathematik und Nature
wissenschaften und fur allgemein bildende Facher.
— Jahres-Bericht fur das Studien-jahr 1877-1878.
— Statuten fur die Studirenden. 1876.
Universitat Tubingen — Statistik herausgegeben tod
dem K. Statistisch-tODOgraphischen Bureau. Stuttgart
1877-
Baviera
Kgl. Bayerische Technische Hochschule zo
Miinchen — Bericht fur die Studienjahr 1877-78.
— Satzungen fur die Studirenden. 1878.
— Bestimmungen iiber die Abhaltung fier Absolutorialpn>
fungen. 1877.
— Organische Bestimmungen (Konigiich Allerhochste Vcror-
dnung vom 6. August 1877).
— Personalstand in Winter-Semester. 1878-79.
— Programm fiir das Jahr 1 878-1 879.
<Ducado de Hesse
— Grossherzoglich Hessiche Technische Hoch-
schule zu Darmstadt— Programm Fdr das Studien-
jahr. 1878-1879.
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POLTTECHNICA DO PORTO 357
-Disciplinar bestimmungen fiir die Studirenden j(Genehmigt
durch Entschliessung Grossherzoglichen Ministeriums des
Innern vom .28. September 1869).
-Auszug aus der Bibliotheks— Ordnung (Ffestgestellt durch
die Beschliisse des Lehrevrathes der polytechnischen
Schule vom ia. und r3. Februar 1874), mrt die Bestim-
mungen fiir die Benutzung der Bibliothek seitens der
Studirenden.
— Bekanntmachung, die organischen Bestimmungen der
polytechnischen Schule zu Darmstadt und die Kunstige
Benennung dieser Anstaltb etreffend (Aus dem Regierongs-
blatt. Nr. 44 vom 19 Oktober 1877).
-Mittheilungen iiber die Stadt Darmstadt und den Aufen-
thalt das elbst.
Ducado de Brunswick
Herzogliche Technische Hochschule Carolo-
Wilhelmina zu Braunschweig — Programm ftir
das Studienjahr. 1878- 1879.
— Verfassung. 1878.
— Die feierliche Erbffnung, am 16. October 1877.
Saxonia
Kbniglich Sachsische Polytechnikum zu Dres-
den — Statut (den 3. April 1878).
— Festschrift zur Einweihung. des neuen K. S. Polytechnikums
zu Dresden am 4. November 1875.
— Studienordnung fiir die Studirenden (den 24. Juli 1878).
— Habilitationsordnung (den 24. Juli 1878). %
— Bestimmungen iiber den Besuch der bffentlichen Bauten,
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358 anni/arto da academia
technischen Etablissements und Koniglichen Sammlun-
gen. (im November 1875).
— Regulativ fur die Absolutorialpriifungen (am 17. Mai 1871).
— Praktikum fiir deutsche Stylistik und Rhetorik. Regulativ.
(October 1873).
— Programm fiir das Studienjahr, beziehungsweise Winterse-
mester 1 878-1 879.
Aucrtiria
Vienna
Kais. Konigl. Technische Hochschulein Wien—
Inaugurations-Rede des fiir das Studienjahr 1878-79 ge-
wahlten Rectors Dr. Hugo Franz Branchelli (Gehalten am
14. October 1878).
Kais. Konigl. Universitat zu Wien — Offentliche
Vorlesungen im Sommer-Semester. 1879.
— Die Feierliche Installation des Rectors fiir das Studienjahr.
1878-89.
Moravia
Kais. Konigl. Technische Hochschule zu Briinn —
Programm fiir das Studien-Jahr. 1878-79.
Styria
Kais. Konigl. Technische Hochschule in Graz
— Programm fiir das Studien-Jahr. 1878-79.
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POLTTECHNICA DO PORTO 359
K. K. Universitat zu Graz — Die Entstehungszeit des
osterreichischen Landesrechtes. Eine kristische Studie
von Dr. Arnold Lurchin Veroffentlicht von der Univer-
sitat zur Jahresfbier am i5. November 1872.
— Dionysius Petavius. Ein Beitrag zur Gelehrten-Geschichte
des XVII. Jahrhunderts. von Dr. Franz Stanonik. Fest-
schrift der Universitat ails Anlass der Jahresfeier am XV
November MDCCCLXXV."
— Die Romanen und ihre Verbreitung in osterreich. Ein Bei-
trag zur nationalitaten — Statistik mit einleitenden Be-
merkungen iiber deren Verhaltniss zu den Rechts-und
Staatswissenschaften, von H. J. Bidermann. Festschrift der
Universitat aus Anlass der Jahresfeier am XV. November
MDCCCLXXVI.
— Die Selbstverdauungs-Processe der Magenschleimhaut, von
Dr. Haans Kundrat. Festschrift der Universitat aus Anlass
der Jahresfeier am XV. November MDCCCLXXVII.
— Zur Geschichte des deutschen Volksthums im Karpaten-
lande mit Besonderer Rucksicht auf die Zips und ihr
Nachbargebict. Studie von Dr. F. Krones. Festschrift der
Jahresfeier am XV. November MDCCCLXXVM. •
ESistados Unidos <la Amerioa
University ofMichigan (Ann Arbor):
Calender for 1877- 1878.
Calender for 1878-1879.
Darmouth College (Hanover) — Catalogue for 1878-
1879.
Fifteenth annual Report of the Secretary to the State Board
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360 ANNUARIO DA ACADEMIA
of Agriculture of the State of Michigan, for the year en-
ding September 3o, 1876.
Twenty-Second annual Catalogue of the Officers and Stu-
dents of the State Agricultural College of Michigan. 1878.
Massachusetts Institute of technology (Boston).
— Fourteenth annual Catalogue of the Officers and Students
with a statement of the courses of instruction. 1 878-1879.
Entrance Examinations, September, 1878.
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361
Do interessante discurso inaugural (Inaugurations-
Rede), proferido em 14 d'outubro ultimo na Esc61a superior
technica de Vienna (K. K. tecbnischen Hochscule in
\Vien) pelo Dr. Hugo Franz Brachelli, professor de Estatis-
tica e Reitor da mesma Esc61a, extractamos o seguinte qua-
dro estatistico de esc61as superiores technicas, rectificando-o
e completando-o na parte relativa ao nos& pais. As sommas
que no quadro do professor austriaco estam referidas a florins
de Vienna (Gulden b. W:) foram reduzidos 4 nossa moeda na
razao de 435 reis por florim.
eetattaUeo de E»c61m Mpertore*
tecJuftlca*
j. Numero dos Laites e Estudantes
Esc61aS Anno radoree, teeeou-
ajudantea, ftc, vfntee
Academia Polytechnica do Porto 1878/9 19 *) n3 »)
Esc61a polytechnica de Lisboa • • » 46 3) 361 *)
Total em Portugal » tf 5 374
1) Bate numero comprchende 16 Lentea, um bibllothecario e doia pfeparadorea.
I) Todos eetea alumnos pertencem a claaftc civil.
8) Bate numero comprehende M Lentet e ss naturalistas, preparadoree, coneer-
vadorea, etc.
4) D'este nnmero, 117 alumnot pertencem ao exercito, 4 a armada e oa restan-
tea 140 a claaae civil.
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362
ANNUARIO DA ACADEMIA
Escdlas
Esc61a real e imperial superior
technica de Vienna
Idem de Graz. ••••...........•.
Anno
1877/8
»
» -
Lent**, prepa-
ndorei,
ajudantet, fee.
80
5o
3i
38
5i
43
52
rnxe*
1545
265
164
225
658
488
728
Idem de Briinn
Idem de Lemberg.. . •
Instituto real e imperial polyte-
chnico bohemio de Praga —
Idem allemao de Praga....
Konigl. Josephs-Polytechnikum
de Budapest
'fetal no imperio austro-hungaro*
Academia real de Berlin
Academia industrial de Berlin*. . .
Escdla Real polytechnica de Ha-
nover
1877/8
»
»
•
»
\
m
»
345
74
5o
45
46
80
55
7*
52
3o
4073
1027
691
74D
6o5
1180
66i
543
588
2l3
Idem Aachen (Aix-la-Chapelle) . .
Esc61a real superior technica de
Munich (Miinchen)
Polytechnico real de Dresde
Esc61a real polytechnica de Stutt-
gart
o* *••••••••••••••
Esc61a polytechnica grand ucal de
Karlsruhe
Esc61a superior technica gra-du-
cal de Darmstadt
l) As dMM referem-ae ao aemestfe de inTerno.
5o4
6i55
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POLYTECHNIC* DO PORTO 363
Lent**, prep*- Katudan-
Esc61aS Anno radorea, tea eon -
ajudantea, *c. rintea
Transporte 504 6255
Idem ducal de Brunswick (Braun-
schweig) f877/8 3i 179
Total no imperio allemao *). . . » 535. 6434
Esc61a polytechnica de Paris.... 1876 68 527
Esc61a de Pontes e Estradas de
Paris 1877/8 24 102
Esc61a Central de Artes e Offi-
cios de Paris 1876 63 532
'Total na Franca *)... i55 n6i '
Institute Real superior technico
deMilio^ 1876/7 35 220
Esc61a Real d'engenharia de Tu-
rin » 18 295
Idem de Napoles » 16 23o
Idem de Roma* » 27 77
Idem de Padua .'. . » 18 1 5o
Idem de Palermo » • 10 36
Idem de Bolonha ' M878 18 3o
Museu Real de Industria de Tu-
rin '87^/7 1 5 296
Candid atos a diplomas de enge-
nheiros nas-Universidades.. . . » — 779
Total na Italia 1 57 21 1 3
1) Aa dataa referem-ae ao aemeatro delnrerno.
2) Nio ae incluiu a Bac61a eapecial do Architectura, Sobre oa lOf ea^ndantea da
Bacdla de frmtea e Eatradaa aeereaccm alndo 14 alumnoa do ennoa praparatorioa.
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364 ANNUA1I0 DA ACADEMU
Lente*, pepa- Irlirtm-
EsCOlaS Anno radore*. tcaeoo-
•judanto*, Ac. risUs
Instituto imperial technologico de
S. Petersburgo 1877/8 45 454
Esc61a imperial d'engehharia de >
S. Petersburgo 1874 41 66a
Esc61a imperial d'architectura de
S. Petersburgo. 1878 36 164
Esc61a imperial technica de Mos-
cou , 1877/8 46 58a
Esc61a polytechnica de Riga. ... » 3i 354
Escola imperial polytechnica de
Helsingfbrs 1878/9 27 99
Total da Russia. ... 226 23i 5
Escdla Real superior technica de
Stockholmo 1877/8 36 • 278
Esc61a Real polytechnica de Co-
penhague • 24 229
Idem de Delft 1875/6 26 260
Escola polytechnica de Bruxellas 1877/8 14 121
Esc61a real d'engenheiros civis de
Gant 1876/7) (ai5
Esc61a real d'artes e manufactu-
ras de Gant »
Esc61a d'engenheiros civis de Lou-
vain * I 5 ) 5i\
Esc61a d'artes e manufacturas de ^ \ *
Louvain »
(2l5
18
( 60
47 601
1) IMIMIM At ahMMMtfft lM61ft <to alBM.
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\
POLYTECHNICA DO PORTO 965
Lentos, prep*- Bstadui-
Esc6IaS Anno rtdores, 'teaeou-/
ajndanteo, *c vtetei
Trattsporte •.... 47 601
Escoia real d'artes e inanufactu-
ras de Liege 1876/7' 17 107
Total na Belgica. ... . 64 708
Escoia polytechnica confederal de
Zurich 1877 I07 987
Faculdade technica de Lausanne. . » i3 58
Curso technico de Lugano 1878 8 11
Total na Suissa. • . . 128 10 56
Esc61a polytechnica de Athenas. 1877/8 10 ' 235
Faculdade technica de Belgrade 1878 i3 16
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366
ANNUAUO DA ACIDEMIA
//. Custo de sustenta^do dos Estabelecimentos
Anno Custo total por alnmno
Academia Polytechnica do
Porto 1878/9 14:841*310*) i3i<339
Escdla Polytechnica de Lis-
boa » 48:855*585*) 187*186
Total em Portugal » 63:696*895 170*31 3
Esc61a superior technica de
Vienna 1878 106:575*000 68*978
Idem de Graz » 4i:325*ooo 1 55*943
J<fem deBriinn » 38:62 5*ooo 198*933
Idem de Lemberg • 32:190*000 142*858
Instituto real e imperial po-
lytechnico bohemio de Pra-
/iS,aliemiodeP;aga:::::: "J 9»:«93*>3o 8o*445
Konigl. Josephs — Polytech-
nickum de Budapest .... * » 82:650*000 11 3*53 1
Totalno imperio Austro-Hun-
garo., » 393:558*o3o g5*i52
U) N*esta quantia nio se Inclniu a annnidade de 4:000*000 rote destinada a conti-
nuaolo da* obrai do ediActo da Academia.
(S) N'eata quantia nio as Inclniu a annuidade de lOsOOntOOO reis desdnada para
Juros e amortisaoio doe emprestimoa levantados para a reconstruct do edifldo da »*-
eola, nem l£S8$ooo pais fmportanola da deapeaa dos Pottos metoreologicos exirte&tc* no
continent* e nas Unas.
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POLYTECHNICA DO PORTO
367
Anno
Academia real de Berlin. . . . 1878/9
Academia industrial de Ber-
lin »
Esc61a polytechnica de Ha-
nover »
Esc61a polytechnica de Aa-
chen (Aix-la-Chapelle).... »
Esc61a superior technica de
Munich (Miinchen) 1877
Polytechnico real de Dresde 1878
Esc61a polytechnica de Stutt-
gart »
Escdla polytechnica de Karls-
ruhe *
Escola superior technica de
Darmstadt »
Esc61a superior technica de
Braunschweig ! 878/9
Total no imperio allemao . .
Esc61a polytechnica de Paris 1876
Escola de Pontes e Estradas
de Paris 1878
Esc61a central de artes e offi-
cios de Paris 1876
Total na Franca
Custo total
Cnsto
por alumno
6i:i8oj275
58*307
6o:493*275
87*418
3i:9l8*I25
42*782
53:983*500
< 89*227
93:525*ooo
62:241*975
79*257
94*164
60:900*000
1 12*1 52
52:983*000
90*106
34:288*875
% 160*980
40:274*475
224*999
551:797*500 85*760
76:734*000 145*603
87:000*000 750*997
82:824*000 155*682
246:558*000 209*840
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368
ANMUARIO OA ACADBMIA
Instituto technologico de S.
Petersburgo 1877/8
£sc61a d'architectura de S.
Petersburgo 1878
Esc61a technica de Moscou. . 1877/8
Escdla polytechnica de Riga »
Esc61a polytechnica de Hel-
singfors ^78/9
Escola superior technica de
Stockholmo 1878
Estabelecimento polytechni-
co de Copenhague 1877
Escola polytechnica de Zu-
rich. »
Faculdade technica de Lau-
sanne »
Curso technico de Lugano . . 1878
Total na Suissa
Esc61a polytechnica de Athe-
na* 1877/8
i6o:5*6*745 353*58i
52:060*800
124:224*255
63:37o*8oo
19:1401000
34:5144640
1 4: 1 33^i 5o
3i7*^9
2 1 3*44 1
179*011
i9*33i
124*53
6i«7i3
76:804*905 77*81!
4:492*245
2:470*800
«4#'7
83:767*950 79B27
1 3: 010*415 55*362
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INDIGE DAS MATERIAS
Paginal
Epocas principals da Aoademia Polytechnica do
Porto • 3
Kalendario 5 a 20
Directoria e Secretaria 21
Conselho academico 23 a 25
Estabelecimentos pertencentes a Academia Polyte- %
chnica 27
Bibliotheca 29 a 37
Estatistica bibliographica, 29 — Obras offe-
recidas, 29 a 33 — Obras adquiridas por
compra, 34 a 37.
Gabinete de historia natural 39 a 41
Laboratorio chimico 43 a 49
Jarcfim botanico e experimental 51 a 56
Gabinete de instruments de mathematica ... 57 a 59
Aula de Desenho 61 a 63
Datas das nomeacoes, encartes e posses dos Lentes
emais empregados da Academia Polyteehnica,
e indicacao das naturalidades e epocas* dos nas-
cimentos dos mesmos 65 a 70
24
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370 INDICE DAS MATERIALS
Tabella dog vencimentos dos Lentes e mais empre-
gadoe, e dotacSo da Academia para expediente
e material do ensino e para obras do edifieio . 71
Disposicoes legaes relativas aos Lentes (direitoe e„
deveres) 72 a 74
Cursos legaes da Academia Polytechnica do Porto 75 a 89
Enumerac&o dos cursos, 75 — Quadros dos
cursos de Engenheiros civis, 76 e 77 —
Quadro do curso de Directores de fabricas,
77 e 78 — Quadro do curso de Commercian-
tes, 78 — Qnadro do curso de Agriculture,
78 e 79 — Quadro do curso de Artistas, 79
— Quadro do curso preparatorio para as
Escolas Medico-Cirurgicas, 79 — Quadro
do curso preparatorio para a Escoia de
pbarmacia, 80 — Quadros dos cursos para
a Esc61a naval, 80 — Quadro do curso para
a Esc61a do Exercito, 80 e 81 ; quadro da
distribuicdo do tempo n'este curso prepa-
ratorio, 82 e 83.
Horario das aulas no anno lectivo de 1878/9 84 a 87
Habilitacoes exigidas aos alumnos para a matricula
nos cursos da Academia Polytechnica ... 88 a 90
Vantagens conferidas por lei as Cartas de capaci-
dade dos cursos da Academia . . . 91
Tabella das propinas de matricula, das Cartas de
capacidade, e dos emolumentos do Secretario
da Academia 92 e 93
Livros que servem de texto nas aulas no anno le-
ctivo de 1878-79 94e95
Alumnos matriculados na Academia Polytechnica no
anno lectivo de 1878-79, distribuidos por cadei-
ras r 97 a 109
Distribuidos segundo os cursos em que se matricu-
laram Ill a 114
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INDICE DAS MaTERIAS 371
Quadro estatistico dos alnmnos que frequentam a
Academia no anno lectivo de 1878-79, distri-
buidos segundo a sua naturalidade .... 115 a 117
Indice alphabet! co dos alumnos da Academia Poly* '
tecbnica no anno lectivo de 1878-79, indicando
a sua filiac&o, naturalidade e referenda as ca-
deiras em que se matricularam 119 a 125
Disposicoes reguln men tares relativas aos alumnos 126 a 136
Regulamento da fiscal isacilo e julgamento das
faltas dos alumnos, 126 a 130 — Regula-
mento dos actos, 131 a 134 — Policia aca-
demica ; disposicoes penaes, 135 e 136.
Alumnos premiados.e distinctos nas cadeiras da
Academia, proclamados em sessao solemne de
15 d'outubro de 1878 137 e 138
DesignacSo dos alumnos que tiraram Carta de ca-
pacidadc de Cursos da Academia, no anno le-
ctivo anterior 139 •
Mappa estatistico do mo vi men to da Academia Po-
• lytechnica no anno lectivo de 1877-78 . . . 140 e 141
Seccao de lcgislacao 143 a 273
Decreto que fundou a aula de nautica na ci-
dade do Porto, 145*— Decreto que fundou
a aula de debuxo e desenho no Porto, 146
e 147 — Aviso regio mandando admittir os
alumnos de nautica nos navios mercantes,
148 e 149 — Alvari que creou as aulas de
mathematica, commercio, das linguas fran-
ceza e ingleza, e encarregou a Junta da
Administrac&o da Companhia das Vinbas
do Alto-Douro da administrayao, direccao
e projeccao d'um edificio no terreno do Col-
legio dos OrphSos, proprio para as referi-
das aulas, 150 a 155 — Alvara que decre-
tou os Estatutos da Academia Real da Ma-
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372 INDICE DAS MATERIAS
rinha e Commercio da cidade do Porto, 158
a 187 — Carta regia de Estatutos da Aca-
demia real da Marinha de Lisboa, 189 a
208 — Carta regia de Estatutos da Acade-
mia real doe Guardas tnarinhas, 209 a 229
— Estatutos da Aula de Commercio, de
Lisboa, 231 a 241 — Obrigacoes inherentes
ao logar de Director litterario da Acade-
mia real da Marinha e Commercio da Ci-
dade do Porto, 242 a 245 — Decreto que
contem disposicoes regulamentares tenden-
tes a fixar as attributes da Junta e do
Director litterario, 246 a 248 — Alvara re-
gio que determinou a reforma da Acade-
mia real da Marinha e Commercio da ci-
dade do Porto, 249 a 256 — Decreto que
contem disposicoes regulamentares acerca
da promiscuidade de frequencia dos alum-
nos nas reaes Academias de Marinha, 257
e 258 — Carta regia que reformou o regu-
lamento da Academia, assim na parte lit-
teraria como na parte economics, 259 a
263 — Keeolucao regia que ezclue de pre-
mios os estud antes repetentes, 264 — Carta f
regia ordenando que nenhum estudante seja
admittido a 2.' matricula sem justificar
pi en am ente a faltn de babilitacao no anno
da l.« matricula, 265 e 266. — Decreto que
manda ex plica r h2.» parte do Codigo Com-
mercial portupuez na cadeira do 3.* anno
mathematico, 267 e 268 — Decreto que re-
gulou provisoriamente o regimen litterario
e economico da Academia da Marinha e
Commercio da cidade do Porto, 269 a 273.
Seccao de Variedades 275 a 368
Projecto de reforma do Curso Superior de Commer-
cio da Academia Polytechnic* apresentado ao
Governo pelo conselho academico .... 277 a 342
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INDICE DAS MATERIAS 373
Breve noticia acerca d'algumas esoSlas de
commercio estrangeiras, e do curso de com-
mereio de Lisboa, 277 a 326 : Escola supe-
rior de commercio de Paris, 278 a 284 —
Escola do Havre, 284 a 286— Esc<Sla de
Rouen, 286 e 287 — Esc61a de Maraelha,
287 a 289— Escfla de Lyon, 289 e 290 —
— Instituto de Lille, 290 a 292 — Escola
de Bordeus, 292 a 295 — Instituto Superior
de Commercio na Antuerpia, 295 a 303 —
Esc61a Superior de Commercio em Veneza,
303 a 308 — Esc61a Academica de Com-
mercio em Vienna d' Austria, 308 a 313 —
Breves indicacoes acerca de escolas estran-
geiras de instrucc&o commercial para o sexo
feminino, 313 a 316 — Noticia acerca do
Escriptorio Commercial nas Esc6-
las Superiore8 de Commercio, 317 a 322 —
Curso de Commercio no Instituto Indus-
trial e Commercial de Lisboa, 322 a 826.
Curso de Commercio da Acidemia Polyte-
chnica do Porto ; seu estado actual. Piano
de reforma do mesmo curso, 326 a 342.
i
Relac&o dos Estabelecimentos d'instruccito, estran-
geiroe a que se enviou o Annuario an-
terior 343 a 346
BelacSo dos Estabelecimentos d'instruccSo, estran-
geiros, que enviaram a Academia escriptos rela-
tivos ao ensino dos respectivos Estabelecimen-
tos em troca do nosso Annuario, com a desi-
gn* 930 d'essas offertas 347 a 860
Quadro estatistico de Esc61aa Superiores technicas
indicando o pessoal docente, o numero de alum-
nos, o custo de sustentac&o, no total e por
alumno de cada uma das mesmas Esc61as , ~ 361 a 868
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