ke
ção |
rer
al
24
ER
en
iD
He
ao
+
at
ah
> Ph ho
ee
eu
a
ER BE
WAAR
e
Dae Lee,
TE"
ARCHIVOS
DO
MUSEU NACIONAL
DO
RIO DE JANEIRO
Nunquam aliud natura, aliud sapientia dicit.
J. 14. 321
In silvis academi quærere rerum,
Quamquam Socraticis madet sermonibus.
H.
WOMEN DOS PER
RIO DE JANEIRO
IMPRENSA NACIONAL
1916
ARCHIVOS
MUSEU NACIONAL
RIO DE JANEIRO
ARCHIVOS
DO
MUSEU NACIONAL
DO
RIO DE JANEIRO
Nunquam aliud natura, aliud sapientia dicit.
; J. 14. 321
In silvis academi querere rerum,
Quamquam Socraticis madet sermonibus.
H.
VOLUME SV III
© RIO DE JANEIRO
IMPRENSA NACIONAL
1916
ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
COMMISSAO DE REDACCAO
Professores :
BRUNO LOBO
MIRANDA RIBEIRO
ROQUETTE PINTO
SUMMARIO
PAGS.
I — Contribuição ao Estudo da Flora do Estado de Minas Geraes — Professor
A], de SAMpaio st que arado po RR NER I
IT — A Dama Takushit do Museu Nacional do Rio de Janeiro — A. Childe . 39
N Oichidaeee Professor At) de Sampaio Sim er 55
IV — Relatorio da Commissäo desempenhada na Europa para aperfeicoamento
de conhecimentos botanicos — Professor A. J. de Sampaio... . 65
V — Autopsie d'un monstre céphalothoracopage monosymetrique de race
porcine VAN Chil er m. m en pes ate tanker 119
VI — Contribuição para o estudo das Puccinias das Myrtaceas — Eugenio
ans el a DO Oe th ON eM AREA LE Eon 147
VII — Fungos do Brasil, novos ou mal conhecidos — Eugenio Rangel . . . . 157
A correspondencia relativa aos " ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL "
deve ser dirigida ao director do Museu — Quinta da Bôa Vista — Rio de Janeiro.
CONTRIBUIÇÃO
AO
ESTUDO DA FLORA DO ESTADO DE MINAS GERAES
(BRASIL)
Ae Js die RN
Professor de Botanica do Museu Nacional
3676-915
JUN 6 1916:
RELATORIO
DA
Herborizagäo effectuada no Estado de Minas Geraes, na Zona comprehendida entre Palmyra e Queluz de Minas durante os
mezes de Novembro, Dezembro ¢ Janeiro (16 de Novembro de 1905 a 16 de Janeiro de 1906)
PRIMEIRA PARTE
A zona percorrida pertence à regiäo botanica Oreades de Martius (regiäo montano-
campestre intertropical), ou simplesmente zona dos campos, na classificação botanica do
professor Engler.
Zona montanhosa, occupada quasi totalmente por altos campos de grande fertilidade,
offerece à herborização material limitado a vegetaes arbustivos e herbaceos, em sua
generalidade ; percorrida por numerosos corregos e riachos que convergem para a rica
rêde hydrographica da região e de altitude visinha de 1.000 metros acima do nivel do
mar (1.080 metros de altitude maxima, em Barbacena, segundo medição da Estrada de
Ferro Central do Brasil), apresenta o typo de vegetação resultante do predominio dos
campos sobre os capões de mato e quasi completa ausencia de florestas, o que, como já
dissera Saint-Hilaire, contrasta sobremodo com a vegetação do littoral do Brasil.
Occupando uma parte do planalto da Mantiqueira, os campos cedem logar, princi-
palmente nas vertentes ingremes das montanhas, a capões de mato e em alguns casos
a verdadeiras mas pouco extensas florestas de pinheiro do Brasil (Araucaria brasiliana).
Nas vargens, em geral banhadas pelos corregos, riachos e rios, domina vegetação
herbacea e arbustiva especial, quando a cultura de plantas diversas não toma o logar a
vegetação espontanea.
Para estudar mais detalhadamente a flora da região no que diz respeito ao que
offerece a herborizacäo nesta época do anno, passo às seguintes indicações :
Excepto nas pouco extensas e pouco frequentes florestas de Araucarias, em que
poucas são as plantas que com ellas vivem em commum, os vegetaes espontaneos da
região distribuem-se topographicamente de dois modos : campos e capões de mato.
Campos — Nos campos dominam as gramineas forrageiras, cultivadas ou nativas ;
por interferencia da cultura de forragens e consequente combate äs plantas cujo desen-
4 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
volvimento não convem à importante exploração pecuaria da região, taes gramineas
dominam quasi de modo absoluto, apenas interrompidas em sua continuidade pelos
capões de mato e nas vargens por uma vegetação espontanea especial.
A selecção das gramineas forrageiras, determinando o exterminio da vegetação
espontanea, isto é, o aniquilamento de plantas nocivas, inuteis ou de applicação
desconhecida, não impediu no entanto que a nossa herborização obtivesse colheita
avultada, o que denuncia a grande uberdade de tão importante zona do Estado de
Minas Geraes.
Dentre as plantas colhidas, merecem referencias especiaes umas pelo seu modo de
vegetar, outras pelas propriedades que lhes são attribuidas.
Assim, da vegetação campestre arbustiva espontanea e então florescente, em sua
maioria Leguminosas, a que vulgarmente se dá a designação dé mata-pasto, Compostas,
Melastomataceas, Malpighiaceas, etc., chamou-me particularmente a attenção a dispo-
sição grupada de Lafoensia replicata, Pohl, planta social, interessante, além disso, pela
alvura de seus petalos que, graciosamente pregueados, eminentemente caducos e
profusamente espalhados sobre as folhas ou no solo, formavam com a folhagem um
conjuncto agradavelmente destoante da monotonia campestre.
A um tempo pela belleza de suas flores e pela propriedade medicinal que ainda sem
comprovação experimental idonea (que o saiba) lhe é attribuida, devo citar a rosa
infallivel (Dipladenia illustris, A. DC.) da familia das Apocynaceas.
A rosa infallivel vegeta nos logares altos e desabrigados, demoradamente batidos
pelo sol; é herbacea, com 1 a 11/2 palmo de altura, provida de desenvolvida raiz
pivotante exagerada, de cuja base emanam os ramos, delgados e em numero variavel,
nunca muito grande, divergentes em angulo muito agudo, quasi parallelos entre si, em
geral indivisos e uni ou paucifloreos.
As suas flores, sempre terminaes, têm uma linda corolla hypocraterimorpha ama-
rella, de fauce rosea. 1
Attribuindo-lhe a propriedade therapeutica de antidoto da peconha de cobra, usam
os que se entregam à medicina popular macerar a raiz da rosa infallivel em alcool fraco
e administrar a alcoolatura na razäo de uma colher de chä por vez (segundo informacöes),
acreditando que raras vezes se faz mister repetir a medicação « ainda mesmo que se
tenha manifestado a hemorrhagia » (2).
- À raiz é escura, quasi preta, tendo a forma de um grande pião, com escassas raizes
secundarias.
Vegetando em logares seccos, dificilmente se consegue colher uma raiz sem offender
sua casca ; das soluções de continuidade, então abertas, sae um liquido lactescente, de
cheiro activo e acre ; a presença do Latex, convem dizer, é um caracter commum às
plantas da familia das Apocynaceas, a que pertence a rosa infallivel.
Esta planta merece incontestavelmente o conceito de bella planta ornamental pelas
suas flores; quanto à sua apregoada propriedade medicinal contra a peconha de cobra
nada posso adiantar com segurança; os autores attribuem-lhe propriedades toxicas,
residindo o principio activo nas folhas; é considerada resolutiva, desobstruente do
A. J. DE SAMPAIO — ESTUDO DA FLORA DO ESTADO DE MINAS GERAES 5
figado e purgativa, sendo por este ultimo motivo tambem conhecida pelo nome de
purga do campo (M. Pio Corréa, Flora do Brasil).
Em sua Botanica Geral e Medica o professor Caminhoa cita-a sob o nome de
herva venenosa, dando-a como reputada muito venenosa, principalmente para o gado.
O mesmo autor cita ainda os nomes vulgares purga do campo e rosa do campo,
este ultimo nome na Lagöa Santa.
Chamam rosa do campo a uma planta herbacea da familia das Ternstroemiaceas,
scientificamente denominada Kielmeyera neriifolia, Camb., encontrada nos mesmos
pontos altos e desabrigados dos morros onde vegeta a rosa infallivel; essa Kielmeyera
merece citação como planta ornamental, pela belleza de suas flores.
A um tempo medicinal e ornamental, vegeta tambem nos campos uma planta
herbacea vulgarmente chamada para tudo; é a Amarantacea Gomphrena officinalis,
Mart. , tambem conhecida pelo nome raiz do padre Salerma ; como as precedentes, vive
nos logares altos e desabrigados; em medicina caseira é usada no tratamento de
diversas molestias ; sua raiz é « amarga, excitante, tonica e febrifuga, util nas enterites e
diarrhéa » (M. Pio Corrêa, 1. c.).
Segundo o Dr. Nicolau Moreira, (Dicc. de Plantas Medicinaes Brasileiras), a raiz é
aromatica e applicada na dyspepsia, diarrhea, febres intermittentes e mordeduras de
cobras.
De ramos flexiveis e decumbentes, fracamente ramificados e terminados por lindos
capitulos vermelho-claros, tem a apparencia de uma composta ; suas flores em capitulo
lembram as de Stifftia chrysantha Mikan, a composta arbustiva tão commum em nossos
jardins.
_O gervão, Stachytarpheta cayennensis, Vahl, da familia das Verbenaceas, muito
commum nos campos, é usado contra döres de peito e pelas lavandeiras para clarear
a roupa; as suas flores são de côr violeta; mudam immediatamente de cör desde que
dellas se approxima um corpo em ignição, um phosphoro acceso, por exemplo.
Segundo M. Pio Corrêa (1. c.), o gervão é planta « febrifuga, tonica, sudorifica e
estimulante, servindo as folhas para chá, como succedaneo do chá da India; fornece
materia tinctorial preta ».
Vassourinha doce é nome vulgar de duas plantas consideradas medicinaes: Hyptis
communis, St. Hil., da familia das Verbenaceas, usada empiricamente em collyrios e
beberagens antiblenorrhagicas; Scoparia dulcis L., da familia das Scrophulariaceas,
usada como emolliente e peitoral.
Como plantas medicinaes podem ser citadas ainda as seguintes, cujos nomes scien-
tificos dou em lista final deste relatorio: Barba de S. Pedro, panacéa, batatinha do
campo, poaia do campo, malva do campo, camara ou cambara, velame preto, malícia
do campo, pau para tudo, peitudo, tomba ou espelina, fedegoso, herva botão, ou herva
lanceta, herva tostão, espirradeira do campo, muricy, etc.
Entre as plantas campestres venenosas, difficeis de serem encontradas porque nao
permittem os criadores o seu desenvolvimento pelo perigo que corre o gado que as
come, procurei sobretudo colligir exemplares da herva de rato, sobre a qual pesa
6 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
em geral a responsabilidade dos casos de animaes hervados; não consegui no
entanto encontral-a, sendo muito presumivel que se trate de uma rubiacea, de uma
Psychotria venenosa.
Ainda outra planta toxica me foi indicada na região, sob o nome de timbó, e da
qual consegui apenas obter uma amostra do sarmento, cujos caracteres anato-
micos permittiram concluir por uma sapindacea ; usam-na em pescarias, esmagando o
sarmento à margem de lagöas e de rios e encaminhando o sueco para a agua, afim de
tinguijar o peixe.
Os campos, occupando em geral as vertentes e os altos dos morros, são inter-
rompidos nas baixadas pelas correntes d'agua que fertilizam sobremodo as vargens,
tornando-as favoraveis ao desenvolvimento de plantas hydrophilas, incompativeis com
o habitat secco e quente das vertentes.
São em geral arbustivas e herbaceas as plantas das vargens muito humidas ;
devo citar em primeiro logar, pela sua predominancia nas vargens em que vegeta,
a planta vulgarmente chamada peitudo, Ambrosia polystachya, DC., da familia das Com-
postas; desenvolvendo-se rapidamente, esta Ambrosia occupa quasi todo o terreno
favoravel como planta social, permittindo, porém, de permeio o desenvolvimento de
outras plantas, principalmente trepadeiras, taes como maracujäs (Passifloras de diversas
especies, umas comestiveis, outras não), a Acanthacea exotica sub espontanea no Brasil,
Thunbergia alata, etc.
Ambrosia polystachia é tambem conhecida no Brasil pelos nomes de cravo da
roça e cravorana ; suas folhas são consideradas excellente forragem, com 15,59°/. de
proteina, sendo rejeitada por outras forragens pelo gado, em virtude de seu cheiro
activo (M. Pio Corrêa, 1. c.).
Tambem nas vargens encontram-se as piuninhas do brejo, Haynaldıa thapsoidea
e IH. uranocoma, Kanitz, da familia das Lobeliaceas, segundo a Fl. de Martius, Campanu-
laceas do Gen. Lobelia, da Secção Tylonium, seg. Engler-Prantl-Die natürlichen
Pflanzenfamilien ; são hervas robustas, cuja haste se eleva às vezes a 3 metros de altura
e é revestida em quasi toda a extensão, de longas folhas sesseis e lanceoladas, termi-
nando por uma farta e bella inflorescencia.
Nas vargens, em plena floração, encontra-se mais: uma especie do genero Xyris
(Xyridaceas), que por escassez de material não póde ser especificamente determinada.
- Nos logares muito humidos, a congonha do brejo (Alisma floribundum Seub. na
Fl. de Mart., Echinodorus grandiflorus, Micheli, var. floribundum Micheli, segundo Fr.
Buchenau: em Das Pflanzenreich) ; juntamente com essa planta, a herva de bicho
(Polygonum acre HBKvar. aquatile Meissn.), vermicida e diuretica, servindo o succo
para refinar assucar (M. Pio Corrêa, 1. c.), a trapoeiraba azul (Commelina monticola
Seub.), etc.
Vegetando commummente junto dos brejos e dos rios, encontra-se a jarrinha,
crista de gallo ou cipô mil homens (Aristolochia brasiliensis, Mart.), de raiz tonica,
amarga, antiseptica e diuretica, febrifuga e abortiva energica (M. Pio Corrêa,
Luc):
A. J. DE SAMPAIO — ESTUDO DA FLORA DO ESTADO DE MINAS GERAES 7
Sao muito abundantes nas vargens diversos sangues de draco (Croton sp.) em
geral arvores pequenas, de folhas umas verdes, outras escarlates.
Capöes de mato — Agrupamento de um numero muito limitado de arvores,
arbustos, hervas, raras lianas e epiphytas, os capôes de mato simulam ilhotas esparsas
na vastissima area desarborizada que € o campo.
De forma mais ou menos arredondada, no alto dos morros, os capöes de mato
são em regra mais vastos nas vertentes, onde tomam então forma alongada.
São raras as grandes arvores nos capões de mato e mesmo as que vimos mais
robustas não passavam do tamanho médio da vegetação arborea das florestas do
littoral.
As plantas florescentes, colhidas nos capöes de mato, em muito menor numero
que nos campos, vao todas citadas na lista, segundo o habitat, que das plantas colhidas
damos a seguir.
Florestas de pinheiros — Como dissemos, por vezes encontram-se pinheiraes
mais ou menos extensos, em regra em logares de temperatura mais amena, nas ver-
tentes ou gargantas mais humidas.
Matas ciliares — Ás margens dos rios encontra-se uma vegetação arborea pouco
abundante.
Lista das plantas colhidas, segundo o seu «habitat»
Nos campos Nos capöes de mato
POLYPODIACEAS
Adiantopsis radiata (L.) Fee. Aspienium divergens Mett.
Blechnum capense (L.) Schlecht. Dryopteris Balbisei (Spr.) Urb.
Gleichenia pectinatum L. Polypodium Catharinae Langsd.
P. aureum L. P. loriceum L., v. laetum Baker et. Fh.
P. angustifolium Sw.
P. laevigatum Cav.
OPHIOGLOSSACEAS
Botrychium virginianum (L.) Sw. ?
LYCOPODIACEAS
Lycopodium cernuum L.
ALISMATACEAS
Echinodorus grandiflorus Mich., var. floribundum
Mich. (nas vargens).
GRAMINEAS
Erianthus saccharoides Micx.
Andropogon leucostachyus HBK.
Melinis minutiflora Beauv.
a at
2 { , =e +%
o x + Py r a
8 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Nos campos Nos capôes de mato
GRAMINEAS
Paspalum brasiliense Hackel.
P. malacophyllum Trinius.
Panicum petrosum Tr.
Aristida pallens Cav.
Tristachya chrysothryx N. ab Esenb.
CYPERACEAS
Diclidium Maximiliani Schrad. Rhynchospora exaltata Kunth.
Rhynchospora glauca Vahl, v. strobilacea N. ab Scleria bracteata Schrad., forma angustior N. ab
Esenb. Esenb.
Scleria pratensis Lindl.
PALMAS
Geonoma aricanga B. Rodr. ?
ARACEAS
Amorphophallus sp.
XYRIDACEAS
Xyris sp. (nas vargens).
RROMELIACEAS
Tillandsia usneoides L.
T. fluminensis Mez.
COMMELINACEAS
Commelina vestita Seub.
LILIACEAS
Smilax sp.
AMARYLLIDACEAS
Alstroemeria sp.
Bomarea edulis Herb.
à ZINGIBERACEAS
Alpinia speciosa K. Schm. (nas vargens).
ORCHIDACEAS
i i) Epidendrum ellipticum Graham.
; 5 Ep. sp.
. É ; Pleurothallis purpureo-violacea Cogn.
4 P. lilacina B. Rodr. '
Ê LORANTHACEAS
E Psittacanthus dichrous Mart.
+ Phoradendron ensifolium Pohl.
A. J. DE SAMPAIO — ESTUDO DA FLORA DO ESTADO DE MINAS GERAES
Nos campos Nos capöes de mato
ARISTOLOCHIACEAS
Aristolochia brasiliensis Mart.
POLYGONACEAS
Polygonum acre HBK., v. aquatile Meissn. (nas
vargens).
AMARANTACEAS
Gomphrena officinalis. Alternanthera puberula D. Dietr.
NYCTAGINACEAS
Bougainvillea glabra Choisy.
BERBERIDACEAS
Berberis laurina Billb.
MENISPERMACEAS
Cissampelos glaberrima St. Hil.
MAGNOLIACEAS
Talauma ovata St. Hil.
ANONACEAS
Rollinia laurifolia Schlecht.
R. rugulosa Schlecht.
LAURACEAS
Persea sp.
CAPPARIDACEAS
Cleome spinosa L., var. spinosa Eichl.
SAXIFRAGACEAS
Escallonia Claussenii Mig.
CUNONIACEAS
Belangera tomentosa Camb.
ROSACEAS
Rubus imperialis Cham. et Schlecht.
R. brasiliensis Mart.
LEGUMINOSAS
Mimosa asperata L. Inga uruguensis Hook. et Arn.
Cassia cathartica Mart. Mimosa furfuracea Benth.
C. chamaecrista L. Dalbergia variabilis Vogel.
2
Roe, LIE U
V
10
Nos campos
Crotalaria paulina Schrank.
Crotalaria nitens HBK.
C. maypurensis HBK.
C. brachystachia Benth.
Lupinus Hilarianus Benth.
Indigofera anil L.
Tephrosia rufescens Benth.
Stylosanthes guyanensis Sw.
MA lie A Gg PS ae: “ar, oe "JP Mo 1 be A Ga A
ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Nos capöes de mato
LEGUMINOSAS
Galactia speciosa DC.
Eriosema glabrum Mart.
Cassia multijuga Rich., var. Lindleyana Benth. >
Zornia diphylla Pers. v. latifolia Benth.
Desmodium adscendens DC.
Vicia obscura Vog.
Clitoria cajanifolia Benth.
C. nana Benth.
Bradburya pascuarum Mart.
Galactia macrophylla Benth.
G. scarlatina Mart.
Eriosema crinitum E. Mez.
E. pygnanthum Bent.
Phaseolus erythroloma Mart.
“Oxalis corniculata L.
Erythroxylum Gaudichaudii Peir.
Tetrapteris bracteolata Gr.
OXALIDACEAS
ERYTHROXYLACEAS
BURSERACEAS
Protium sp.
MALPIGHIACEAS
Banisteria ferruginea Cav.
Banisteria campestris Juss., var. ovata Gr. ? Byrsonima verbascifolia Rich. var villosa Gr.
B. camp. var. glaucescens Gr.
Heteropteris umbellata Juss.
Il. megaptera Juss. ?
Camarea hirsuta St. Hil.
Byrsonima sericea DC.
B. spicata Rich. ?
B. correaefolia Juss.
B. corniculata Juss.
VOCHYSIACEAS
Vochysia tucanorum Mart., var. e longata Pohl.
Qualea sp.
Polygala paniculata L.
P. comata Mart.
Monnina stenophylla St. Hil.?
POLYGALACEAS
Polygala violacea Vahi.
A. J. DE SAMPAIO — ESTUDO DA FLORA DO ESTADO DE MINAS GERAES
Nos campos Nos capöes de mato
EUPHORBIACEAS
Phyllanthus lathyroides Müll. Arg. var. genuinus Phyllanthus rosellus Müll. Arg.
Mull. Arg.
Croton anti-syphiliticus Mil. Are. Croton lobatus Müll. Are.
C. sp.
(Go Ejdo
C. sp.
Ricinus communis (L.) Müll. Arg.
Euphorbia coecorum Mart.
ANACARDIACEAS
Schinus terebinthifolius Raddi,var. Glazioviana
Engl.
AQUIFOLIACEAS
Ilex paraguayensis St. Hilt., var. angustifolia, for-
ma microphylla.
SAPINDACEAS
Paullinia rubiginosa Camb., var genuina Radlk.
A VITACEAS
Vitis sub-erecta Baker.
V. salutaris Baker.
TILIACEAS
Corchorus hirtus L. var., brasiliensis Schm.
C. hirtus L. v. pilobolus Schm.
MALVACEAS
Sida macrodon DC.
S. linifolia Cav.
S. spinosa L. v. angustifolia Gr.
S. Glaziovii Schm.
S. rhombifolia L. v. typica Schm.
Pavonia spinifex Cav. sub. sp. communis Gürke.
P. speciosa Cav. sub. sp. polymorpha Gürke.
P. sagittata A. Juss.
STERCULIACEAS
Waltheria communis St. Hil. v. platyphylia Schm ?
OCHNACEAS
Luxemburgia octandra St. Hil.
THEACEAS
Haemocharis tomentosa Mart. et. Zucc.
12 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Nos campos Nos capöes de mato
GUTTIFFERAS
Kielmeyera pumila Pohl. Vismia lasiantha Klotzsch aff.
K. nerüfolia Camb.
Hypericum brasiliense Choisy, var. angustifolium
Reich.
PASSIFLORACEAS
Passiflora suberosa L. Passiflora platystila Mart.
P. villosa Vell. P. sp.
P. Miersii Mast.
P. alata Ait. v. brasiliana Mast.
CACTACEAS
Hariota salicornioides De.
LYTHRACEAS a
Cuphea mesostemon Kcehne.
C. balsamona Cham. et Lchlecht.
C. ingrata Cham. et Schlecht., var. laevis St.
Hil.
Diplusodon virgatus Pohl.
Lafoensia replicata .Phol. sub. — sp. replicata
Pohl., forma Lundii Kcelne.
MYRTACEAS
Psidium incanescens Mart.
P. araca Raddi, v. Sampaionis Hert. n. v. ined.
Myrcia opaca Berg., v. angustifolia Berg.
Calyptranthes tuberculata Berg’.
Eugenia Gardneriana Berg. Eugenia sp. ?
E. virgulosa (S. w.) DC.
> E.?
E.»
be E. :
À MELASTOMATACEAS
À Tibouchina canescens Cogn. Tibouchina frigidula Cogn.
T. Martialis Cogn. Trembleya phlogiformes DC. v. stachyodes Cogn.
e v. quinquenervia Cogn ?
T. gracilis Cogn., v. vulgaris Cogn.
T. hieracioides Cogn. Leandra melastonoides Raddi.
Microrlicia holosericea. L. scabra DC. v. Sampaionis Hert. n. var. ined.
? M. Maximowicziana Cogn., var. grandifolia Cogn. Tamonea aplostachys Krass.
(= Leandra erinacea Cogn., var Sampaionis Hert. T. ovata Krass.
Ea n. v. ined.
3 L. xanthopogon Cogn. T. corallina Krass.
Tamonea pepericarpa Grass., v. grandifolia Cogn. T. thaezans Krass., var. paludosa Cogn.
A. J. DE SAMPAIO — ESTUDO DA FLORA DO ESTADO DE MINAS GERAES 13
Nos campos Nos capöes de mato
OENOTHERACEAS
Jussieua longifolia DC.., v., minor Mich.
ARALIACEAS
Didymoponax Morototoni Dene et Planch.
UMBELLIFERAS
Eryngium serra Cham. Eryngium Glaziovianum Urb.
E. hemisphericum Urb. E. pristis Cham.
ERICACEAS
Gaylussacia sp.
STYRACACEAS
Styrax leprosum Hook. et Arn.
S. Pohlii A. DC.
APOCYNACEAS
Echites Sampaionis Hert. n. sp. ined.
Dipladenia spigeliaeflora Mill. Arg. var. longiloba
Müll. Arg.
D. xanthostoma Müll. Are.
D. illustris (Vell.) Müll. Arg., var. tomentosa,
sub. v. elliptica e rotundifolia.
Laseguea erecta (Vell.) Müll. Arg.
ASCLEPIADACEAS
Araujia calicina Done.
Blepharodon diffusus (Dene) Fourn.
CONVOLVULACEAS'
Evolvulus macroblepharis Mart.
Convolvulos Ottoni Meissen.
Ipomoea coccinea L.
I. polymorpha Rield v. delphinioides.
1. Sampaionis Hert. n. s. ined.
Jacquemontia Martii Choisy aff.
BORRAGINACEAS
Cordia villicaulis Fresen.
C. sp.
Tournefortia Pohlii Fresen.
VERBENACEAS.
Verbena sp. Lantana lupulina Cham.
Lantana tiliaefolia Cham. Vitex multinervis Schauer.
. trifolia L. aff.
. Sellowiana Link e Otto.
. Lundiana Schauer.
. canescens HBK. ? ;
. origanoides HBK. v. Sampaionis Hert. n. v. ined.
ee
14 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
‘
| an Nos campos Nos capöes de mato
| ‘ VERBENACEAS
rd
Stachytarpheta cayennensis Vahl.
« . - *
‘ Aegiphila tomentosa Cham.
¥ LABIADAS
a Leonurus sibiricus L. Glechon origanifolia Benth.
ï Stachys arvensis L.
Salvia scabrida Pohl.
ala Hedeoma villosa Brig.
Hyptis communis St. Hil.
x H. nudicaulis Benth.
Peltodon radicans Pohl.
SOLANACEAS
Physalis sp. Solanum cernuum L.
Solanum nigrum L. S. decorum Sendtn.
S. cernuum Brunfelsia ramosissima Benth., var. coufertiflora
Schmidt.
S. Boerhaviaefolia Sendt.
S. sp.
S. sp.
S. sisymbrifolim Lam
S. insidiosum Mart.
Datura stramonium L.
Nicotiana Langsdorffii Weissm.
SCROPHULARIACEAS
Scoparia dulcis L.
Buchnera lobelioides Cham. el Schlecht.
BIGNONIACEAS
Arrabidaea corymbifera Bur. -
A. platyphylla Bur. et Schm., var. firmula P. DC.
Fridericia speciosa Mart.
Jacaranda caroba (Vell ) P. DC.
GESNERIACEAS
Gesneria tribracteata Otto et Dietr.
G. sceptrum Mart.
x ACANTHACEAS
Mendoncia Velloziana Mart.
Ruellia formosa (Nees) Lindau.
PLANTAGINACE AS
Plantago Guilleminiana Dene.
À RUBIACEAS
Manettia ignita Scm., var, cordifolia Schm. Coccocypselum erythrocephalum Cham. et Schl.
M. pubescens Cham. et Schlecht., var. villosa Dchm. Guettarda sericea Mill., Arg.
M. luteo-rubra Benth. Psychotria hancorniaefolia Benth.
Coccocypse Jum condalia Persoon. P. Sampaionis Hert. n. sp. ined.
C. canescens Willd. Richardsonia rosea St. Hil.
A. J. DE SAMPAIO — ESTUDO DA FLORA DO ESTADO DE MINAS GERAES 15
Nos campos Nos capöes de mato
RUBIACEAS
Chiococca brachiata R. et P., var. densifolia Müll ,
Arg. 2
Declieuxia cordigera Mart., var. genuina Müll. Arg.
Richardsonia rosea St. Hil.
Diodia rigida Cham. et Schlecht.
D, gymnocephala Schm.
Borreria tenella Cham. et Shlecht., var. pumilla
Schm.
B. verticillata G. F. W. Meyer.
RUBRACEAS
B. latifolia DC., var. scabrida Schm.
B. poaya DC., v. genuina Schm.
Relbunium hirtum Schm.
CAMPANULACEAS
Lobelia camporum Pohl, v. Lundiana DC.
L. thapsoidea (Kanitz).
L. uranocoma (Kanitz).
COMPOSTAS
Vernonia onopordioides Bak.
V. coriacea Less.
V. densiflora Gardn.
V. Westiniana Less.
V. mucronulata Less.
Eremanthus plantaginifolius Bak.
Ageratum conizoides L.
Eupatorium xilorhyzum Schultz-Bip.
E. pandurifolium Bak.
E. stachyophyllum Spreng. .
E. megacephalum Mart.
E. Sampaionis Hert. n. sp. ined.
Mikania apiifolia DC.
Baccharis Glaziovii Bak. 3accharis opuntioides Mart.
B. gracilis DC. Achyrocline satureoldes DC. var. Vargasiana Bak.
B. serrulata Pers. v. Pingraea Bak. Clibadium rotundifolium DC.
B. sebastianopolitana Bak.
Pterocaulon virgatus Bak.
Lucilia linearifolia Bak.
Gnaphalium purpureum L., var. filagineum Bak.
Ambrosia scabra Hook. et Arn.
Ambrosia polystachya DC.
Eclipta alba Hassk. Mutisia campanulata Less.
Bidens pilosus L. :
Porophyllum ruderale Cass.
Arctium migus Schk.
Chaptalia nutans Hemsley.
Hypochoeris brasiliensis Gris.
Sonchus oleraceus L.
16 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Catalogo systematico das plantas colhidas
PRIMEIRA PARTE
O presente catalogo obedece aos seguintes tratados :
A. Engler-Syllabus der Pflanzenfamilien, Berlim 1909.
Engler-Prantl-Die natürlichen Pflanzenfamilien.
Index Kewensis.
Flora Brasiliensis de Martius.
C. Christensen-Index Filicum.
A-Engler-Das Pflanzenreich.
Por deficiencia de literatura e pela imperfeição de muitas das descripções contidas na
Flora de Martius, tornou-se impossivel a identificação de algumas das plantas colhidas.
Deixo para a segunda parte deste relatorio o estudo das novas plantas colhidas,
algumas das quaes foram classificadas pelo illustre botanico Dr. W. Herter, do Museu
de Berlim.
A esse illustre botanico, assim como ao distincto collega e esforçado professor
substituto, Dr. Julio Cesar Diogo, do Museu Nacional do Rio de Janeiro, ao qual
devo a identificação de algumas Compostas, cumpre-me o grato dever de apresentar
meus agradecimentos pelo valioso auxilio prestado ao presente relatorio.
Polypodiaceas :
Adiantopsis radiata (L.) Fée Herbacea, nos campos. Joao Ayres.
+ Blechnum capense (L.) Schlecht.
| Nos campos, à margem de corregos e logares humidos. Sitio.
Asplenium divergens Mett. Nome vulgar: avenca. E
| Nos logares humidos, nos capöes de mato. Sitio.
Dryopteris Balbisii (Spr.) Urb. Nome vulgar: samambaia do mato.
3 Nos logares humidos, nos capöes de mato. Registro.
" Gleichenia pectinatum L.
Em grande abundancia, nos campos. Palmyra.
P. Catharinae Langsd. et Fisch.
Sobre velhos e humidos troncos tombados, nos capões de mato. Sitio.
P. Loriceum L. var. laetum Bak.
Nos logares humidos, nos capões de mato. Sitio.
P. aureum L. Det. Dr. W. Herter.
Nos campos, à sombra. Palmyra.
P. angustifolum Sw.
Epidendra, nos capões de mato. Sitio.
P. laevigatum Cav.
Nos capöes de mato. Sitio.
7
É
4
4
po
A. J. DE SAMPAIO — ESTUDO DA FLORA DO ESTADO DE MINAS GERAES 17
Ophioglossaseas :
Botrychium virginianum (L.) ?
Terrestre, nos capôes de mato. Sitio.
Lycopodiaceas :
Lycopodium cernuum L. Det. Dr. W. Herter.
Nos campos. Sitio.
Alismataceas :
Echinodorus grandiflorus (Cham. et Schlecht.) Micheli, var. floribundum (Seub.)
Micheli. Nome vulgar: congonha do brejo.
Planta herbacea palustre, muito commum nos pantanos e logares humidos,
nos campos. Sitio.
Gramineas:
Erianthus saccharoides Michx. Nome vulgar: penachinho.
Nos campos. Joäo Ayres.
Andropogon leucostachyus HBK. Nome vulgar: membeca.
A margem de cachoeira, no campo. Sitio.
A. sp. Nome vulgar: capim taquara.
Nos campos. Sitio.
Melinis minutiflora Beauv. Nomes vulgares: capim mellado, capim gordura ;
tambem chamado catingueiro ou capim catingueiro.
Nos campos. Sitio.
Paspalum brasiliense Hack. Det. mediante comparação com exemplar do Herv.
P. Dusen, do Museu Nacional do Rio de Janeiro.
Nos campos, no alto dos morros. Sitio.
A. geogr. Parana (P. Dus.) e Minas Geraes.
Paspalum malacophyllum Trin. Nome vulgar: capim milha roxo.
Nos campos. Sitio.
Panicum petrosum Trin.
Nos campos. Sitio.
Aristida pallens Cav. Nome vulgar: barba de bode.
Nos campos. Sitio.
Tristachya chrysothrix N. ab Esenb. Nomes vulgares : capim flechinha, capim
taquarilho.
Nos campos. Sitio.
Cyperaceas :
Diclidium Maximiliani Schrad.
Nos campos. Sitio.
Rhynchospora glauca Vahl., var. strobilacea N. ab Esenb. Nome vulgar: na-
valha de macaco.
Nos logares humidos, nos campos. Sitio.
Rh. exaltata Kunth (Echinoschoenus sparganioides Lindl., na Fl. de Mart.).
3
18 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Nos capöes de mato. Sitio.
Scleria pratensis Lindl.
Nos campos. Registro.
Sc. bracteata Schrad. forma angustior N. ab Esenb. (Macrolomia bracteata
Schrad na FI. de Mart.).
Nos capöes de mato. Registro.
Palmas :
Geonoma aricanga B. Rodr. > Nome vulgar: aricanga.
No alto dos morros. Registro.
Araceas :
Amorphophallus sp. Nome vulgar: jararaca.
Raiz considerada venenosa, usada em macerato contra peconha de
cobra. Herbacea ncs capões de mato, nos logares humidos e sombrios.
Sitio.
Nyridaceas :
Xyris sp. (Exemplar incompleto.) Nome vulgar: batatinha do campo.
Nas vargens humidas. Registro.
Bromeliaceas :
Tillandsia usneoides L. Nomes vulgares: barba de pau ou barba de velho.
Epiphyta nos capöes de mato. Sitio. Empregada pelos avicultores na
confecção de ninhos de aves e no acondicionamento de ovos;
usada tambem em medicina caseira.
T. fluminensis Mez.
Epiphyta nos capões de mato. Sitio.
Commelinaceas :
Commelina monticola Seub. (C. vestita Seub. na Fl. de Mart.). Nome vulgar :
trapoeiraba. ,
Herbacea, nos campos. Sitio.
Liliaceas :
Smilax sp. N. vulgar: cipó japecanga.
Sem flores na época da herborizacäo. Sarmentosa, à margem dos rios,
nos capöes de mato. Sitio.
Amaryllidaceas :
Alstroemeria sp. Nome vulgar: Lirio do mato.
Nos capöes de mato. Sitio.
Bomarea edulis Herb. (B. salsilloides Roem. na FI. Mart.). Nome vulgar :
jaranganha.
Trepadeira, nos capöes de mato. Sitio.
Zingiberaceas :
Alpinia speciosa (Wendl.) K. Schm. Nome vulgar: imbiry.
Nas vargens. Sitio.
A. J. DE SAMPAIO — ESTUDO DA FLORA DO ESTADO DE MINAS GERAES 19
Orchidaceas :
Epidendrum ellipticum Grah.
Terrestre, à sombra nos capões de mato. Sitio.
Pleurothallis purpureo-violacea Cogn.
Epidendra, nos capões de mato. Sitio.
P. lilacina B. Rodr.
Epidendra, nos capões de mato. Sitio.
Loranthaceas :
Psittacanthus dichrous Mart. Nome vulgar: herva de passarinho.
Parasita de arvores, nos campos e nos capões de mato. Sitio.
Phoradendron ensifolium Pohl. Nome vulgar : herva de passarinho.
Parasita de arvores, nos campos e nos capões de mato. Sitio.
Aristolochiaceas :
Aristolochia brasiliensis Mart. Nomes vulgares: Jarrinha, crista de gallo, cipó
mil homens.
Trepadeira, commummente à beira de corregos e logares humidos, nos
campos. Sitio.
Poly gonaceas :
Polygonum acre HBK. var. aquatile Meissn. Nome vulgar : herva de bicho.
Nos logares alagadiços e humidos, nos campos. Sitio.
Amarantaceas :
Alternanthera puberula D. Dietr. (Telanthera puberula Moq. na Fl. Mart.).
Nome vulgar : botäo de farda.
Rasteira nos capöes de mato. Sitio.
Gomphrena officinalis Mart. > Nome vulgar: paratudo, perpetua, raiz do padre
Salerma.
Herbacea nos campos. Sitio.
Nyctaginaceas :
Bougainvillea glabra Choisy. Nomes vulgares : cansarina ou sempre lustrosa.
Sarmentosa nos campos e nos capões de mato; nos campos o sar-
mento adquire grande robustez, tendo aspecto de tronco. Palmyra.
Berberidaceas :
Berberis laurina Billb. Nome vulgar: quina cruzeiro.
Arvore pequena, nos capões de mato. Registro. Flores escassas na
época da herborização ; frutos abundantes.
Menispermaceas :
Cissampelos glaberrima St. Hil. Nomes vulgares: caapeba ou cipo de cobra.
Nos capöes de mato. Registro.
Magnoliaceas :
Talauma ovata St. Hil. Nome vulgar: pinha do brejo.
Arvore nos capöes de mato. Sitio.
20 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Anonaceas :
Rollinia laurifolia Schlecht. ? Nome vulgar : araticum.
Arvore nos capöes de mato. Sitio.
R. ragulosa Schlecht. Nome vulgar: araticum.
Arvore pequena nos capões de mato. Sitio.
Lauraceas :
Persea sp. Nome vulgar: macaranduba.
Arvore, nos capões de mato. Sitio.
Capparidaceas :
Cleome spinosa L. var. spinosa Eichl.
Herbacea, 4 margem de rios e corregos, nos campos. Sitio.
Sazifragaceas :
Escallonia Claussenii Miq. Nome vulgar: esponja do mato.
Arbusto nos capöes de mato. Sitio.
Cunoniaceas :
Belangera tomentosa Camb. Nome vulgar: salgueiro do mato.
Arvore nos capões de mato. João Ayres.
+ Rosaceas :
| Rubus imperialis Cham. et Schlecht. Nome vulgar : amora preta.
Escandente, nos campos, muito commum ; frutos comestiveis. Sitio.
R. brasiliensis Mart. Nome vulgar: amora preta, amoreira do mato.
Escandente, nos campos. Sitios.
Leguminosas :
Inga uruguensis Hook. e Arn. Nome vulgar : ingá.
Arvore nos capões de mato; fruto com sementes de arillo comes-
tivel. Sitio.
Mimosa furfuracea Benth.
Arvore pequena nos capões de mato. Sitio.
M. asperata L.
Nos campos. Sitio.
M. sp. Nome vulgar : malicia do campo.
Nos campos. Sitio.
Cassia multijuga Rich. var. Lindleyana Benth. >
Os exemplares colhidos differem pelo comprimento dos foliolos e pela
ausencia de glandulas peciolares.
C. cathartica Mart. Nome vulgar : senne do campo.
Planta medicinal, purgativa; arbusto, nos campos. Sitio.
C. chamaecrista L.
Nos campos. Sitio.
Crotalaria paulina Schranck. Nome vulgar: manduvira grande.
Forragem, à margem dos corregos. Sitio.
Crotalaria nitens HBK.
A. J. DE SAMPAIO — ESTUDO DA FLORA DO ESTADO DE MINAS GERAES 21
Nos campos. Sitio.
Cr. maypurensis ABK. Nome vulgar: chique-chique, em allusäo ao ruido produ-
zido pelas sementes de encontro as paredes do fruto secco.
Arbusto muito commum no campo, ä margem de corregos e rios. Sitio.
Cr. brachystachya Benth.
Merece o mesmo nome vulgar da precedente.
Arbusto, nos campos. Sitio.
Lupinus Hilarianus Benth.
Herbacea, nos campos. Sitio.
Indigofera anil L. Nome vulgar: anil ou anileira.
Arbusto muito commum nos campos. Palmyra.
Tephrosia refescens Benth.
Herb. nos campos. Sitio.
Indicada pelos autores como muito venenosa, como muitas outras es-
pecies do mesmo genero.
Aeschynomene falcata DC.
Nos capdes de mato. Sitio.
Stylosanthes guyanensis Sw. aff. sed diversa Det. Dr. W. Herter.
Pouco commum nos campos. Registro.
Zornia diphylla Pers. var. latifolia Benth.
Herbacea, nos campos. Sitio.
Desmodium adscendens DC. Nome vulgar: carrapicho, carrapichinho.
Forragem, muito commum nos campos. -Sitio.
Dalbergia variabilis Vog. Nome vulgar: braçadeira.
Nos capöes de mato. Sitio.
Vicia obscura Vog.
Herbacea escandente, no campo. Sitio.
Clitoria cajanifolia Benth.
Nos campos. Sitio.
Cl. nana Benth.
Herb. nos campos. Registro.
Bradburya pascuorum Mart.
Herbacea escandente, nos campos. Sitio.
Galactia speciosa (DC) Britton.
Nos capöes de mato. Sitio.
G. macrophylla (Benth.) Taubert.
Nos campos. Sitio.
G. scarlatina (Mart.) Taub. Det. Dr. W. Herter.
Escandente, nos campos. Sitio.
Eriosema glabrum Mart.
Nos capöes de mato. Sitio.
E. crinitum E. Mez.
Roo p
ho
LS)
ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Forragem, nos campos. Sitio.
E. pygnanthum Benth.
Nos campos. Sitio.
Phaseolus erythroloma Mart.
Escandente, nos campos. Sitio.
Oxalidaceas :
Oxalis corniculata L.
Nos campos. Sitio.
Erythroxylaceas :
Erythroxylum Gaudichaudii Peyr. Det. J. Cesar Diogo.
Arbusto, nos campos. Sitio.
Burseraceas :
Protium sp. Nome vulgar: almecega.
Arvore nos capöes de mato, s com frutos na época da herborizagäo.
Sitio.
Malpighiaceas :
Tetrapteris bracteolata Gris.
Nos campos. Sitio.
Banisteria ferruginea Cav.
Trepadeira, nos capöes de mato. Sitio.
B. campestris Juss. var. ovata Gr. ?
Rasteira, nos campos. Sitio.
Var. glaucescens Gr. >
Arbusto, nos campos. Sitio.
Heteropteris umbellata Juss.
Arbusto, nos campos. Sitio.
H. megaptera Juss. ?
Arvore pequena, nos campos. Sitio.
Camarea hirsuta St. Hil. Nome vulgar: velame preto.
Nos campos. Sitio.
Birsonima verbascifolia Rich. var. villosa Gris. Nome vulgar: muricy, tambem
chamada em outros logares douradinha falsa, tida como emetica e diure-
tica, toxica em alta dose.
Fruto comestivel; arbusto, nos capöes de mato. Sitio.
B. sericea DC. Nome vulgar: muricy.
Fruto comestivel ; arbusto nas capoeiras, nas vargens. Sitio.
B. spicata Rich ? Identificacäo duvidosa por deficiencia da diagnose na Fl. de Mart.
Arbusto, nos campos. Sitio.
B. correaefolia Juss. (Bracteas lanceoladas pubescentes, de base obtusa).
Arbusto, nos capöes de mato. Sitio.
B. bicorniculata Juss.
Arbusto, nos capões de mato. Sitio.
A. J. DE SAMPAIO — ESTUDO DA FLORA DO ESTADO. DE MINAS GERAES 23
Vochysiaceas :
Vochysia tucanorum Mart. var. e longata Pohl. Nome vulgar: congonha ca-
chimbo, a esp. é tambem chamada vinheiro do mato, dando a seiva uma
bebida vinosa.
Arvore, nos campos. Registro.
Qualea sp.
Arbusto, nos campos. Sitio.
Poly galaceas :
Polygala violacea Vahl. Nome vulgar: guinesinho do campo.
Herbacea, nos capöes de mato. Sitio.
P. paniculata L. Nome vulgar: barba de S. Pedro.
Herbacea, nos logares humidos, nos campos. Usada em beberagem
anti-blenorrhagica. Sitio.
P. comata Mart.
No campo. Sitio.
Monnina stenophylla St. Hil. > SO com frutos na occasiäo da herborizaçäo.
Herbacea, nos campos. Sitio.
Euphorbiaceas :
Phyllanthus lathyroides Müll. Arg. var. genuinus Müll. Arg. Nome vulgar : herva
pombinha .
Herbacea, nos campos. Sitio.
H. rosellus Mill. Arg.
Herbacea, nos capões de mato. Sitio.
Croton anti-syphiliticus Müll. Arg. Nome vulgar : pé de perdiz, tambem chamado
curraleira, considerada util no tratamento de ulceras e como estimulante e
sudorifica .
Muito commum nas capoeiras. Sitio.
Cr. lobatus Müll. Arg.
Arbusto, nos capöes de mato. Registro.
Cr. sp. Nome vulgar: capixinguy-
Arbusto, nos campos. Sitio.
Cr. sp. Arvore, nas capoeiras. Sitio.
Cr. sp. Ricinus communis (L.) Müll. Arg. Nome vulgar: baga, mamona.
Arvore, nos campos. Registro.
Euphorbia ccecorum Mart. Nome vulgar: herva andorinha.
‘ Herbacea, muito commum nos campos, nos logares humidos. Sitio.
Anacardiaceas :
Schinus terebinthifolius Raddi, var. Glazioviana Engl. Nome vulgar aroeira
vermelha.
Arvore muito commum, usada nas divisas dos pastos, nos campos.
Sitio. Casca tannifera. Madeira resistente, pesada.
24 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Sapindaceas :
Paullinia rubiginosa Camb. var. genuina Radlk.
Nos campos. Palmyra.
Vilaceas :
Vitis sub-erecta Bak.
Nos campos. Sitio.
V. salutaris Bak. Nome vulgar: uva do campo.
Trepadeira nos campos; frutos comestiveis, dando vinho por fer-
mentação. Queluz.
Tiliaceas :
Corchorus hirtus L. var. brasiliensis Schm.
Nos campos. Sitio.
Var. pilobolus Schm.
Nos campos. Sitio.
Malvaceas :
Sida macrodon DC. Nome vulgar: malva do campo.
Herbacea, de pequeno porte, rasteira, nos campos. Sitio.
Sida linifolia Cav. Nome vulgar: vassoura.
Muito commum nos campos. Sitio.
S. spinosa L. var angustifolia Gris.
Muito commum nos campos. Sitio.
S. Glaziovii K. Schm.
Nos campos. Sitio.
S. rhombifolia L. var. typica K. Schm.
Sub-arbustiva, nos campos. Sitio.
Pavonia spinifex Cav. sub-sp. communis Gürke.
Sub-arbusto, nos campos. Sitio.
P. speciosa HBK. sub-sp. polymorpha Gürke.
Nos campos. Sitio.
P. sagittata A. Juss.
Sub-arbusto, nos campos. Sitio.
Sterculiaceas :
Waltheria communis St. Hil. var. platyphylla Schm.?
Nos campos. Sitio.
Ochnaceas :
Luxemburgia octandra St. Hill. Nome vulgar: congonha amarella.
Arbusto, nos campos. Sitio.
Theaceas :
Heemocharis tomentosa Mart. et Zucc.
Arvore pequena, nos campos. Sitio. SO com frutos na época da
herborizacao.
A. J. DE SAMPAIO — ESTUDO DA FLORA DO ESTADO DE MINAS GERAES
bo
Os
Guttiferas :
Kielmeyera pumila Pohl.
Herbacea, nos campos. Sitio.
K. nerüfolia Camb. Nome vulgar: rosa do campo.
Herbacea, nos campos.
Hypericum brasiliense Choisy var. angustifolium Reich.
Sub-arbusto, nos campos. Sitio.
Vismia lasiantha Klotzsch aff. Det. Dr. W. Herter.
Arvore, nos capöes de mato. Sitio.
Passifloraceas :
Passiflora suberosa L.
Trepadeira, nos campos. Sitio.
P. platystila Mart. Det. seg. Herb. Glaziou, exemplar n. 13.454. Nome vulgar:
cipo branco.
Trepadeira, nos capões de mato. Sitio.
P. villosa. Vell.
Trepadeira, nos campos. Sitio.
P. Miersii Mast.
Sarmentosa, nos capões de mato. Sitio.
P. alata Ait. var. brasiliana Mast. Nome vulgar: maracujá.
Fruto comestivel; sarmentosa, nos campos. Sitio.
P. sp. Nome vulgar : maracujá do mato.
Sarmentosa, nos capões de mato. Registro.
Cactaceas :
Hariota salicornioides DC.
Epiphyta, nos capões de mato. Sitio.
Lythraceas :
Cuphea mesostemon Koehne. Det. Dr. W. Herter.
Herbacea, nos campos. Sitio.
C. balsamona Cham. et Schlecht. Det. J. Cesar Diogo. Nome vulgar: sete
sangrias.
Herya medicinal anti-febril e anti-syphilitica ; nos campos. Sitio.
C. ingrata Cham. et Schlecht. Det. J. Cesar Diogo.
Mesmo nome vulgar e mesmas applicações da precedente ; sub-arbus-
tiva, nos campos. Sitio.
C. thymoides Cham. et Schlecht. Det. J. Cesar Diogo. var. laevis St. Hil.
Nos campos. Sitio.
Diplusodon virgatus Pohl.
Sub-arbustiva, nos campos. Sitio.
Lafoensia replicata Pohl, sup-sp. replicata Pohl, forma Lundii Koehne. Nome
vulgar: dedal; casca tinturial.
26 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Myrtaceas :
Psidium incanescens Mart. Nome vulgar: araçá felpudo.
Arbusto, nos campos. Sitio. Fruto comestivel.
. P. araca Raddi var. Sampaionis Hert. n. var. ined. Det. Dr. W. Herter. Nome
vulgar: araca, fruta de pomba.
Arvore nos campos. Sitio.
Myrcia opaca Berg. var. angustifolia Berg.
Arvore, nos campos. Sitio.
Calyptranthes tuberculata Berg. Nome vulgar: pitanga de cachorro.
Nos campos. Sitio.
Eugenia Gardneriana Berg. (Sed. diversa, floribus minoribuo) Det. Dr.
W. Herter. Nome vulgar: goiabeira do mato.
Arvore, nos campos. Palmyra.
E. virgullosa (Sw.) DC. Nome vulgar: folha miuda.
Arvore, nos campos. Sitio.
A Arvore, nas capoeiras. Sitio.
Fo N. 175 Eugenia ? Det. Dr. W. Herter. Nome vulgar : pau mulato.
Ro Arvore, nos capões de mato. Sitio.
N. 286 Eugenia? Det. Dr. W. Herter.
N. 286a Eugenia ? Det. Dr. W. Herter.
Arvore, nos campos. Sitio.
N. 467 Eugenia ? Det. Dr. W. Herter.
Arbusto, nos campos. Queluz.
Melastomataceas :
Tibouchina canescens Cogn. Nome vulgar: quaresma do serrado.
a Arbusto, nos campos. Sitio.
T. frigidula Cogn.
Arbusto, nos capöes de mato. Sitio.
T. Martialis (Cham.) Cogn.
Arbusto, nos campos. Sitio.
T. gracilis Cogn. var. vulgaris Cogn.
Herb. nos campos. Registro.
T. hieracioides Cogn.
Herb. nos campos. Sitio.
Microlicia holosericea Naud.
Sub-arbusto, nos campos. Sitio.
M. Maximowicziana Cogn. var. grandifolia Cogn.
Arbusto, nos campos. Sitio.
Trembleya phlogiformes DC. var. stachyoides Cogn.
Sub-arbusto, nos capöes de mato. Sitio.
Var. quinquenervia Cogn.?
Sub-arbusto, nos campos. Sitio.
‘
A. J. DE SAMPAIO — ESTUDO DA FLORA DO ESTADO DE MINAS GERAES
Leandra melastomoides Raddi.
Arvore, ä beira dos capöes de mato. Sitio.
L. scabra DC. var. Sampaionis Hert. n. var. ined. Det. Dr. W. Herter.
Nos capöes de mato. Sitio.
L. erinacea Cogn. va. Sampaionis Hert. n. var. ined. Det. Dr. W. Herter.
Nome vulgar: quaresma do campo.
Arbusto, nos campos. Sitio.
L. xanthopogon Cogn.
Arbusto, nos campos. Sitio.
Tamonea aplostachys (DC.) Krass. Det. Dr. W. Herter.
Arbusto, nos capöes de mato. Sitio.
T. ovata (Cogn.) Krass.
Arvore, à beira dos capöes de mato. Sitio.
T.pepericarpa (DC.) Krass. var. grandifolia Cogn.
Arbusto, nos campos. Queluz.
T. corallina (Spring) Krass. Nome vulgar: folha de bolo.
Arvore pequena, nos capöes de mato. Sitio.
T. theaezans (Cogn.) Krass. var. paludosa Cogn. Det. Dr. W. Herter.
Arbusto, nos capöes de mato. Sitio.
Cenotheraceas :
Jussieua longifolia DC. var. minor Micheli.
Herbacea, nos logares humidos, nos campos. Sitio.
Araliaceas :
Didymoponax Morototoni Dene et Planch.
Arvore, nos campos. Sitio.
Umbelliferas :
Eryngium serra Cham.
Herbacea, nos campos. Joao Ayres.
E. hemisphaericum Urb.
Herbacea, nos campos. Sitio.
E. Glaziovianum Urb. Nome vulgar: gravata do mato.
Herbacea, nos capões de mato. Sitio.
E. pristis Cham. Nome vulgar: lingua de tucano.
Herbacea, à beira dos capões de mato. Sitio.
Ericaceas :
Gaylussacia sp.
Arbusto, nos campos. Sitio.
Styracaceas :
Styrax leprosum Hook. et Arn. Nome vulgar: pau de remo.
Arbusto, nos campos e nos capöes de mato. Joao Ayres.
St. Pohlii A. DC.
Arvore, à beira dos capöes de mato. Registro.
Ea
28 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Apocynaceas :
Echites Sampaionis Hert. n. sp. ined. Det. Dr. W. Herter.
Trepadeira do campo. Nas capoeiras. Sitio.
Dipladenia spigeliaeflora Müll. Arg. var. longiloba Müll. Arg. Nome vulgar:
espirradeira do campo.
Herbacea, nos campos. Sitio.
D. xanthostoma Müll. Arg.
Herbacea, nos campos.
D. illustris (Vell.) Müll. Arg. var. tomentosa Müll. Arg. sub-var. rotun-
difolia. Nome vulgar: rosa infallivel.
Herbacea, nos campos ; a raiz macerada em alcool € usada contra peconha
de cobra. Sitio.
Sub. var. elliptica.
Nome vulgar, porte, habitat e applicacao da sub-var. precedente. Sitio.
Laseguea erecta (Vell.) Müll. Arg.
Arvore pequena, nos campos. Sitio.
Asclepiadaceas :
Araujia calycina Dene Det. Dr. W. Herter.
Trepadeira, herbacea, nos campos. Sitio.
Blepharodon diffusus (Decne) Fourn.
Rasteira, nos campos. Queluz.
Convolvulaceas :
Evolvulus macroblepharis Mart.
Herbacea, nos campos. Sitio.
Convolvulus Ottoni Meissn.
Voluvel, nos campos. Sitio.
Ipomaea coccinia L.
Rasteira, nos campos. Sitio.
Ipomaea polymorpha Riedel, var. delphinioides.
Rasteira, nos campos. Sitio.
Ip. Sampaionis Hert. n. s. ined. Det. Dr. W. Herter.
Rasteira, nos campos. Queluz.
_ Jacquemontia Marti Choisy aff. Det. Dr. W. Herter. Nome vulgar: trepadeira
do campo.
Nas capoeiras. Sitio.
Borraginaceas :
Cordia villicaulis Fresen.
Nos campos. Sitio.
N. 125 Cordia sp.?
Nos campos. Sitio.
N. 484 Cordia sp.
Trepadeira, nos campos. Palmyra.
A. J. DE SAMPAIO — ESTUDO DA FLORA DO ESTADO DE MINAS GERAES 29
Tournefortia Pohlii Fresen. Nome vulgar: vassoura preta.
Nos campos. Sitio.
Verbenaceas :
Verbena sp.
Nos campos. Sitio.
Lantana tiliaefolia Cham.
Nos campos. Sitio.
L. trifolia L. aff. (Corolla parva; tubus gracilis, pubescens, 6 mm. longus, 1 mm.
latus). Nome vulgar: cambara.
Nos capöes de mato. Sitio.
L. Sellowiana Link et Otto ?
Arbusto, nos campos. Registro.
L. Lundiana Schauer.
Arbusto, nos campos. Registro.
L. canescens HBK.?
Sub-arbusto, nos campos. Sitio.
Lippia lupulina Cham.
Arbusto, nos capöes de mato. Sitio.
L. origanoides HBK. var. Sampaionis Hert. n. var. ined.Det. Dr. W. Herter.
Sub-arbusto, nos campos. Queluz.
Stachytarpheta cayennensis Vahl. Nome vulgar: gerväo, usado em beberragens
contra dores thoraxicas e pelas lavandeiras para clarear roupa.
Sub-arbusto, nos campos. Sitio.
Aegiphila tomentosa Cham. Nome vulgar: papagaio.
Arvore, nos campos. Sitio.
Vitex multinervis Schaur. Nome vulgar: ipé do corrego.
Arvore alta, nos capöes de mato. Sitio.
Labiadas :
Leonurus sibiricus L. Nome vulgar: pau para tudo.
Herbacea, nos campos, muito empregada em medicina caseira. Sitio.
Stachys arvensis L. (seg. o herv. Glaziou).
Herbacea, decumbente, nos campos. Sitio.
Glechon origanifolia Benth.
Rasteira, nos capöes de mato. Sitio.
Salvia scabrida Pohl.
Nos campos. Sitio.
Hedeoma villosa (Benth). Briquet.
Herbacea, nos campos. Sitio.
Hyptis communis St. Hil. Nome vulgar: vassourinha doce ?
Herbacea, nos terrenos frescos, nos campos. Sitio. Empregada em
medicina caseira, em collyrio e beberragens anti-blenorrhagicas.
ba i at O D
—— U fe
le
—
ae,
30
ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
H. nudicualis Benth.
, Herbacea, nos campos. Registro.
NS O07MEL sp.
Sitio.
N»@336 1H sp.
Sitio.
Peltodon radicans Pohl. Nome vulgar: hortela do mato.
Rasteira, nos campos. Sitio.
Solanaceas :
Physalis sp. Det. Dr. W. Herter. (Exemplar sem elementos sufficientes para
a determinação.)
Herbacea, nos campos. Sitio.
Solanum nigrum L. Nome vulgar: herva moura ou herva de bicho.
Herbacea, nos campos. Sitio.
S. cernuum Vell. Nome vulgar: panacea ou braço de preguica.
Arbusto muito commum nas baixadas e logares humidos, nos campos
e nos capöes de mato. Sitio.
S. Boerhaviaefolia Sendt.
Trepadeira, nos campos. Sitio.
S. sisymbrifolium Lam. Nome vulgar: jua manso.
Frutos comestiveis; flores diureticas em medicina caseira,
nos campos. Sitio.
S. decorum Sendt. Nome vulgar: pello de onça (quando muito comparaveis os
seus pellos na cor com os de sussuaranas).
Arvore, nos capões de mato. Sitio.
S. insidiosum Mart, Nome vulgar: juá bravo.
Herbacea, nos campos. Sitio.
N. 247 AS. sp. e N. 367 sp.: exemplares sem flores.
Datura stramonium L. Nome vulgar: figueira do inferno.
Herbacea, erecta, muito commum nos campos. Sitio.
Nicotiana Langsdorffii Weinm.
Herbacea, junto dos corregos, nos campos. Sitio.
Brunfelia ramosissima Benth. var. confertiflora Schmitd.
Arvore pequena, nos capões de mato. Sitio.
Scrophulariaceas :
Scoparia dulcis L. Nome vulgar: vassourinha doce.
Muito commum nos campos ; usada em medicina caseira. Sitio.
Buchnera lobelioides Cham. et Schlecht.
Herbacea, nos campos. Sitio.
Bignoniaceas :
Arrabiadea corymbifera Bur.
Lenhosa, escandente, nos campos. Sitio.
A. J. DE SAMPAIO — ESTUDO DA FLORA DO ESTADO DE MINAS GERAES 31
A. platyphylla Bur. et K. Schm. var. firmula P. DC.
Escandente, nos campos. Sitio.
Fridericia speciosa Mart. Nome vulgar: cipo quebrador.
Sarmentosa, nos campos. Palmyra.
Jacaranda caroba (Vell). P. DC. Nome vulgar: caroba do campo.
Arvore, nos campos. Sitio.
Gesneriaceas :
Gesneria tribracteata Otto et Dietr.
Herbacea, erecta, nos campos.
G. sceptrum Mart.
Nos campos. Sitio.
Acanthaceas :
Mendoncia Velloziana Mart.
Sarmentosa, nos campos. Sitio.
Ruellia formosa (Nees) Lindau.
Herbacea, nos campos. Queluz.
N. 62 R: sp. Exempl. incompleto.
NES OA Gen et Sprit
Herbacea, nos campos. Sitio.
Plantaginaceas :
Plantago Guilleminiana Dene.
Herbacea, nos campos. Sitio.
Rubiaceas :
Manettia ignita Schm. var. cordifolia. Schm.
Herbacea, voluvel, nos campos. Sitio.
M. pubescens Cham. et Schlecht var. villosa Schm.
Rasteira, nos campos. Sitio.
M. lucteo-rubra Benth.
Rasteira, nos campos. Queluz.
Coccocypselum condalia Persoon.
Herbacea, rasteira, nos campos. Sitio.
C. canescens Willd.
Herbacea, nos campos. Sitio.
C. erythrocephalum Cham. et. Schlecht.
Herbacea, decumbente, nos capöes de mato. Registro.
Guettarda sericea Müll Arg. Nome vulgar: velludinho, em allusão aos pellos
sedosos da planta; arvore nos capöes de mato. Sitio.
Chiococca brachiata R. et P. var. densifolia Müll. Arg.
Arbusto, nos campos. Queluz.
Psychotria hancorniaefolia Benth.
Arvore pequena, nos capöes de mato. Registro.
— se
32 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
P. Sampaionis Hert. n. sp. ined. Det. Dr. W. Herter.
Arbusto, nos campos. Sitio.
Declieuxia cordigera Mart. var. genuina Müll. Arg. Nome vulgar: sete sangrias.
Herbacea, muito commum nos logares sombrios e humidos, nos cam-
pos, inclusive o leito das estradas de ferro. Sitio.
Richardsonia rosea St. Hil. Nome vulgar: poaia do campo.
Nos campos e nos capöes de mato. Sitio.
Diodia rigida Cham. et Schlecht.
Herbacea, nos campos. Sitio.
D. gymnocephala Schm.
Herbacea, nos campos. Queluz.
Borreria tenella Cham. et Schlecht. var. pumila Schm.
Herb. nos campos. Sitio.
B. verticillata G. F. W. Meyer. Nome vulgar: cordao de frade.
Nos campos, muito commum. Sitio.
B. latifolia DC. var. scabrida Schm. Nome vulgar: cordao de frade.
Sub-arbusto, nos campos. Sitio.
B. poaya DC. var. genuina Schm.
Herbacea, nos campos. Sitio.
Relbunium hirtum Schm.
Herbacea, nos campos. Sitio.
Campanulaceas :
Wahlenbergia brasiliensis Cham.
Herbacea, nos campos. Sitio.
Lobelia camporum Pohl var. Lundiana DC. Nome vulgar: voadeira do brejo.
Herbacea, nos campos. Sitio.
L. thapsoidea Kan. Nome vulgar: piuninha do brejo.
Herbacea, nos logares humidos, nos campos. Sitio.
L. uranocoma Kan. Nome vulgar: piuninha do brejo.
Herbacea, nos logares humidos, nos campos. Sitio.
Compostas :
Vernonia onopordicidas Bak. Det. J. Cesar Diogo.
Sub-arbusto, nos campos. Sitio.
V. coriacea Les. Det. J. Cesar Diogo.
Sub-arbusto, nos campos. Sitio.
V. obovata Less.
Herbacea, nos campos. Sitio.
V. densiflora Gardin.
Herbacea, nos campos. Sitio.
V. Westiniana Less.
Arbusto, nos campos. Sitio.
A. J. DE SAMPAIO — ESTUDO DA FLORA DO ESTADO DE MINAS GERAES
V. mucronulata Less.
Arbusto, nos campos. Sitio.
Eremanthus plantaginifolius Bak. Det. J. Cesar Diogo.
Herbacea, nos campos. Sitio.
Ageratum conyzoides L. Nome vulgar: herva de S. Joäo.
Herbacea, nos campos. Sitio.
Eupatorium xylorhizum Schultz-Bip. Det. J. Cesar Diogo.
Sub-arbusto, nos campos. Sitio.
E. pandurifolium Bak. Det. J. Cesar Diogo.
Sub-arbusto, nos campos. Sitio.
E. stachyophyllum Spreng.
Sub-arbusto, nos campos. Sitio.
E. megacephalum Mart.
Herbacea, robusta, nos campos. Sitio.
E. Sampaionis Hert. n. sp. ined. Det. Dr. W. Herter.
Sub-arbusto, nos campos. Sitio.
Mikania apiifolia DC. Det. J. Cesar Diogo.
Herbacea, voluvel, nos campos. Sitio.
Baccharis opuntioides Mart. Nome vulgar: carqueja.
Sub-arbusto, nos capdes de mato. Sitio.
B. Glaziovii Bak.
Sub-arbusto, nos campos. Sitio.
B. gracilis DC. Det. J. Cesar Diogo.
Herbacea, nos campos. Sitio.
B. serrulata Pers. var. Pingraea Bak. Det. J. Cesar Diogo.
Sub-arbusto, nos campos. Sitio.
B. sebastianopolitana Bak. Det. Dr. W. Herter.
Arbusto, nos campos. Sitio.
Pterocaulon virgatum (DC.) Bak.
Nos campos. Sitio.
Achyrocline satureoides DC. var. Vargasiana Bak.
Sub-arbusto, 4 beira dos capôes de mato. Sitio.
Lucilia linearifolia Bak.
Herbacea, nos campos. Sitio.
Gnaphalium purpureum L. var. filagineum Bak. Det. J. Cesar Diogo.
Nos campos. Sitio.
33
Clibadium rotundifolium DC. Nome vulgar: limpa viola, pela applicagao que se
pode dar as folhas como lixa para limpeza de instrumentos rusticos de
musica.
Arbusto, nos capdes de mato. Sitio.
Ambrosia scabra Hook. et Arb.
Herbacea, nos campos. Sitio.
34 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
N A. polystachya DC. Nome vulgar: peitudo. tambem chamado cravo da roca ou
cravorana; planta social, revestindo grande extensao de vargem humida;
forragem pouco procurada pelo gado nas épocas de fartura em virtude de
seu cheiro activo.
Herbacea, robusta. Sitio.
; Eclipta alba Hassk. Nome vulgar: herva botäo, em allusäo aos seus pequenos
: capitulos brancos e planos superiormente.
Muito commum nos logares humidos e alagados, nos campos. Sitio.
Bidens pilosus L. Det. J. Cesar Diogo. Nome vulgar: macella do campo.
Planta herbacea, medicinal, commum nos campos. Sitio.
; Porophyllum ruderale Cass. Det. J. Cesar Diogo.
E Herbacea, nos campos. Queluz.
Arctium minus Schk. Nome vulgar: carrapicho.
Herbacea, robusta, nos campos. Sitio.
Mutisia campulata Less.
Trepadeira, nos capões de mato. Sitio.
Chaptalia nutans Hemsl. Det. J. Cesar Diogo. Nome vulgar: lingua de vacca.
Herbacea, nos campos.
Hypochoeris brasiliensis Gris. Det. J. Cesar Diogo.
Herbacea, nos campos. Sitio.
Sonchus oleraceas L. Det. J. Cesar Diogo. Nome vulgar: almeirão selvagem.
Herbacea, nos campos. Sitio.
A esta primeira parte do catalogo das plantas colligidas junto as seguintes ligeiras
indicações a respeito de lichens colhidos :
Fam. Parmeliaceas :
N. 434 Parmelia sp. Sobre arvore. Sitio.
N. 435 Parmelia sp. idem idem. -
Fam. Usneaceas :
Usnea barbata.
Pendente de arvores nos capöes de mato. Sitio.
lista alphabetica de nomes communs e seus correspondentes scientificos
Nome vulgar Nome scientifico Familia
Almeiräo selvagem. Sonchus oleraceus L. Compostas.
Almecega. Protium sp. Berseraceas.
Amora preta. Rubus imperialis Cham. et. Schl. Rosaceas.
. Amoreira do mato. Rubus brasiliensis Mart.
Anil ou anileira. Indigofera anil L. Leguminosas.
Araçä felpudo. Psidium incanescens. Mirtaceas.
Arecanga. Geonoma aricanga B. Rodr.? Palmas.
A. J. DE SAMPAIO — ESTUDO DA FLORA DO ESTADO DE MINAS GERAES
Nome vulgar
Araticum.
Aroeıra vermelha.
Avenca.
Baga : vide mamona.
Barba de bode.
Barba de pau.
Barba de S. Pedro.
Batatinha do campo.
Botäo de farda.
Bragadeira.
Caapeba.
Cambara.
Cansarina.
Capim catingueira: vide capim
mellado.
Capim flexinha : vide capim taqua-
rilho.
Capim gordura : vide capim mel-
Jado.
Capim mellado.
Capim membeca.
Capim milha roxo.
Capim taquara.
Capim taquarilho.
Capixinguy.
Caroba do campo.
Carqueja.
Carrapichinho.
Carrapicho.
Catingueiro : vide capim catin-
gueiro.
Chagas.
Chique-chique.
Cipö branco.
Cipö de cobra : vide caapeba.
Cipó japecanga.
Cipó mil homens: vide jarrinha.
Cipó quebrador.
Congonha amarella.
Congonha cachimbo.
Congonha do brejo.
Cordao de frade.
Cordäo de frade branco.
Nome scienlifico
Rollinia laurifolia Schlecht. ? e
R. rugulosa Schlecht.
Schinus terebinthifolius Raddi
var. Glazioviana Enel.
Asplenium divergens.
Aristida pallens Cav.
Tillandsia usneoides L.
Polygala paniculata L.
Xyris sp.
Alternanthera puberula D. Dietr.
Dalbergia variabilis Vog.
Cissampelos glaberrima.
Lantana trifolia L. aff.
Bougainvillea glabra Choisy.
Melinis minutiflora Beauv.
Andropogon leucostachyus
Paspalum malacophyllum Trin.
Andropogon sp.
Tristachya chrysothrix N. ab E.
Croton. sp.
Jacaranda caroba P. DC.
Baccharis opuntioides Mart.
Desmodium adscendens LC.
Arctium minus Schk.
Tropoelum majus.
Crotalaria maypurensis HBK.
Passiflora platystila Mar.
Smilax sp.
Fridericia speciosa Mart.
Luxemburgia octandra St. Hil.
Vochysia tucanorum Mart., var.
e longatum Pohl.
Echinodorus grandiflorum Mich.
var. floribundum Seub.
Borreria verticillata G. V. W.
Meyea.
Borreria latifolia DC. var. sca-
brida Schm.
Familia
Anonaceas.
Anacardiaceas.
Polypodiaceas.
Gramineas.
Bromeliaceas.
Polygalaceas.
Xyridaceas.
Amarantaceas.
Leguminosas.
Menisperimaceas.
Verbenaceas.
Nyctaginaceas.
Gramineas.
Gramineas.
Gramineas.
Gramineas
Gramineas
Euphorbiaceas.
Bignoniaceas.
Compostas.
Leguminosas.
Compostas.
Tropeolaceas.
Leguminosas.
Passifloraceas .
Liliaceas.
Bignoniaceas.
Ochnaceas.
Vochysiaceas.
Alismataceas.
Rubiaceas.
Rubiaceas. -
A é.)
i a4.
36
Nome vulgar
Crista de gallo.
Dedal ou dedaleira.
Espirradeira do campo.
Esponja do mato.
Fedegoso.
Figueira do inferno.
Folha de bolo.
Folha miuda.
Fruta de pomba. (2)
Gervão.
Goiabeira do mato.
Gravatá do mato.
Guabiroba de folha grande.
Guinesinho do campo.
Herva andorinha.
Herva botão.
Herva de bicho.
Herva de S. João.
Herva de passarinho.
Herva moura.
Herva pombinha.
Hortelä do mato.
Imbiry.
Ingä de cobra ?
Ingá ferradura..
Ipe do corrego.
Jaranganha.
Jarrinha (vide crista de gallo).
Jua bravo.
Jua manso.
Limpa viola.
Lingua de tucano.
Lirio do mato.
Macaranduba.
Madresilva (cult.).
Malicia do campo.
Malvado campo.
Mamona.
Manduvira grande
Maracuja.
Maracujä do mato.
Macella do campo.
ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Nome scientifico
Aristolochia brasiliensis Mar.
Lafoensia replicata Pohl.
Dipladenia spigeliaeflora Müll.
Arg. var. longiloba Müll. Arg.
Escallonia Claussenii Miq.
Cassia sp.
Datura stramonium L.
Miconia corallina Spring.
Eugenia virgulosa DC.
Psidium araca Raddi var. Sam-
paionis Hert. n. var.ined.
Stachytarpheta cayennensis Vahl.
Eugenia Gardneriana Berg.
Eryngium Glaziovianum Urb.
Miconia pepericarpa DC. var.
grandifolia Cogn.
Polygala violacea Vahl.
Euphorbia ccecorum Mart.
Eclipta alba Hassk.
Polygonum acre HBK. var.
aquatile Meissn.
Ageratum conizoides L.
Phoradendron ensifolium Pohl e
Psittacanthus dichrous Mart.
Solanum nigrum L.
Phyllanthus lathyroides.
Peltodon radicans Pohl.
Alpinia speciosa K. Schm.
Paulinia rubiginosa Camb. var.
genuina Radlk.
Inga uruguensis Hook. et Arn.
Vitex multinervis.
Bomarea edulis Herb.
Solanum insidiosum Mart.
Solanum sisymbrifolium Lam.
Clibadium rotundifolium DC.
Eryngium pristis Cham.
Alstroemeria sp.
Persea sp.
Lonicera chinensis Wats.
Mimosa sp.
Sida macrodon DC.
Ricinus communis.
Crotalaria paulina Schranck.
Passiflora alata Ait. var brasi-
liana Mast.
Passiflora Miersii Mart. e P. sp.
Bidens pilosus L.
Familia.
Aristolochiaceas.
Lythraceas.
Apocynaceas.
Saxifragaceas.
Leguminosas.
Solanaceas.
Melastomataceas.
Myrtaceas.
Myrtaceas.
Verbenaceas.
Myrtaceas.
Umbelliferas.
Melastomataceas.
Polygalaceas.
Euphorbiaceas.
Compostas.
Polygonaceas.
Compostas.
Laranthaceas.
Solanaceas.
Euphorbiaceas.
Labiadas.
Zingiberaces.
Sapindaceas.
Leguminosas.
Verbenaceas.
Amaryllidaceas.
Solanaceas.
Solanaceas.
Compostas.
Umbelliferas.
Amaryllidaceas.
Lauraceas.
Caprifoliaceas.
Leguminosas.
Malvaceas.
Euphorbiaceas.
Leguminosas.
Passifloraceas.
Passifloraceas.
Compostas.
A. J. DE SAMPAIO — ESTUDO DA FLORA DO ESTADO DE MINAS GERAES 37
Nome vulgar
Muricy.
Muricy preto.
Navalha de macaco.
Panacea.
Papagaio.
Paratudo.
Pau de remo.
Pau mulato.
Pau para tudo.
Pé de perdiz.
Peitudo.
Pello de onca.
Penachinho.
Pinha do brejo.
Piuninha do brejo.
Pinheiro do campo.
Pitanga de cachorro.
Poaia do campo.
Quaresma do campo.
Quaresminha do serrado.
Quina cruzeiro.
Rebenta carneiro.
Rosa do campo.
Rosa infallivel.
Samambaia do mato.
Sangue de draco.
Sempre lustrosa (vide cansarina).
Senne do campo.
Sete sangrias.
Sete sangrias.
Sete sangrias.
Tomba.
Trapoeiraba.
Trepadeira do campo.
Trepadeira do campo.
Uva do campo.
Vassoura.
Vassoura preta.
Vassourinha doce.
Velame preto.
Velludinho.
Voadeira do brejo.
Nome scientifico
Byrsonima sericea DC.
Byrsonima verbascifolia Rich.
var. villosa Gr.
Rhynchospora glauca Vahl.
Solanum cernuum Vell.
Aegiphila tomentosa Cham.
Gomphrena officinalis Mart.
Styrax leprosum Hook. et Arn.
Eugenia ?
Leonurus sibiricus L.
Croton anti-syphiliticus Müll.
Arg.
Ambrosia polystachya DC.
Solanum decorum Sendtn.
Erianthus saccharoides Michx.
Talauma ovata St. Hil.
Lobelia thapsoides e L. urano-
coma.
Lycopodium cernum L.
Calyptranthes tuberculata.
Richardsonia rosea St. Hil.
Leandra erinacea Cogn. var.
Sampaionis Hert. n. var. ined.
Tibouchina canescens Cogn.
Berberis laurina Billb.
Solanum sp.
Kielmeyera neriifolia Camb.
Dipladenia illustris Mill. Arg.
Dryopteris Balbisii.
Croton sp.
Cassia cathartica Mart.
Cuphea balsamona.
C. ingrata.
Declieuxia cordigera.
Perianthopodus espelina Manso.
Commelina monticola Seub.
Jacquemontia cf. Martii.
Echites Sampaionis Hert., n.
sp. ined.
Vitis salutaris Bak.
Sida acuta Burm. v.
S. linifolia Cav.
Tournefortia Pohlii Fresen.
Scoparia dulcis L.
Camarea hirsuta St. Hil.
Guetarda sericea Müll. Arg.
Lobelia camporum Pohl. var.
Lundiana DC.
typica e
Familia.
Melastomataceas.
Melastomataceas.
Cyperaceas.
Solanaceas.
Verbenaceas.
Amarantaveas.
Styracaceas.
Myrtaceas.
Labiadas.
Euphorbiaceas.
Compostas.
Solanaceas.
Graminaeas.
Magnoliaceas.
Campanulaceas.
Lycopodiaceas.
Myrtaceas.
Rubiaceas.
Melastomataceas.
Melastomataceas.
Berberidaceas.
Solanaceas.
Ternstroemiaceas.
Apocynaceas.
Polypodiaceas.
Euphorbiaceas.
Leguminosas.
Lythraceas.
Rubiaceas.
Cucurbitaceas.
Commelinaceas.
Convolvulaceas.
Apocynaceas.
Vitaceas.
Malvaceas.
Borragineceas.
Schrophulariaceas.
Malpighiaceas.
Rubiaceas.
Campanulaceas.
38 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Conclusäo
Nesta primeira parte do presente relatorio tive em vista o catalogo floristico,
enumerando apenas as plantas cuja identificação foi possivel fazer, de accördo com
os deficientes recursos que possue o estabelecimento.
As especies novas, em parte já indicadas quanto às que foram classificadas em
Berlim pelo Dr. W. Herter e que se conservam ineditas, e bem assim as que me-
recem indicação especial por motivos de ordem organographica, serão estudadas em
trabalho subsequente.
Seria longa a lista de nomes se pretendesse indicar todas as pessoas que se di-
gnaram de auxiliar-me durante os trabalhos de herborização e que por esse motivo
fizeram jús aos agradecimentos que aqui deixo registrados.
Devo no entanto referir-me especialmente ao Sr. major Laurindo Silva, então
agente da estação de Sitio, na Estrada de Ferro Central do Brasil, pelos obsequios
que me prestou.
Na parte systematica fui auxiliado pelos distinctos botanicos Dr. W. Herter,
do Museu de Berlim e Julio Cesar Diogo, do Museu Nacional do Rio de Janeiro ;
é de meu dever registrar, como o faço, meus agradecimentos a esses dois illustres
naturalistas.
Museu Nacional, Janeiro de 1912.
A. J. DE SAMPAIO.
A DAMA TAKUSHIT
DO
MUSEU NACIONAL DO RIO DE JANEIRO
(N. 178, armario n. ı2r — Sala Champollion.)
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A ESTATUARIA EGYPCIA
por A. CHILDE
Conservador das Antiguidades Classicas no Museu Nacional
(IV secção).
HAN aa gl
MURS
= SO =
Pal,
A DAMA TAKUSHIT
Pelo simples exame das pecas da colleccäo egyptologica do Museu Nacional,
reconhece-se facilmente que ellas provem de logares diversos do valle do Nilo.
Como eu o mostrei em outro trabalho (1), os objectos foram recolhidos e
offerecidos ao Museu em uma época em que a Egyptologia apenas nascera, e quando
ainda nao se cuidava especificar escrupulosamente os logares de origem.
Esta negligencia deixou muitas questöes insoluveis, ou explicaveis somente por
hypotheses.
Tentarei hoje um commentario acerca de uma bellissima estatueta de madeira,
que pertence aquella colleccäo e que identifiquei com o bronze celebre do Museu de
Athenas conhecido sob o nome de Dama Takushit.
A descripção feita pelo G. Maspero em sua Archeologia Egypcia (2) corresponde
perfeitamente ao nosso exemplar como aspecto geral. Citarei o que a elle pode ser
applicado: «a Dama Takushit esta de pe, a perna esquerda avancada, o braco
direito cahido, o esquerdo dobrado e junto ao peito. Ella tem um vestido curto...
braceletes e. pulseiras. A cabelleira de madeixas quadradas, regularmente espontadas,
encaixa-lhe a cabeça... a face é um retrato, e parece indicar uma mulher de idade
feita. O corpo, conforme a tradição das escolas egypcias, é um corpo de mocinha,
esbelto, sadio e destro ».
As reticencias representam partes do texto não invocadas, porque as duas obras
são feitas de materiaes diversos.
“Como poderá ser observado na reproducção da aquarella que acompanha a pre-
sente memoria, a estatueta de madeira foi recoberta, segundo o processo egypcio,
de um delgado emboço de gesso, colorido ou dourado segundo a ornamentação ; —
emboco que não resistiu egualmente, largas escamas tendo cahido e descobrindo a
madeira (3); em consequencia das vicissitudes e do tempo, a pintura escureceu-se,
(1) Memoria apresentada ao Congresso de Historia e Geographia Nacionaes sobre a collecção egyptologica
do Museu Nacional, 1914, Rio de Janeiro.
(2) Ob. cit., pags. 299 e 300.
(3) Assim pöde constatar que o revestimento de gesso tinha sido applicado directamente sobre a madeira,
sem o intermediario de um fino tecido, como era de pratica commum na decoração das estatuetas e das caixas
de sarcophagos no Egypto, e como o verifiquei sobre outras peças da mesma collecção.
6
u A
42 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
tornando improficuos todos os esforcos para descobrir inscripções ou figuras sobre
as partes restantes.
Entretanto rastros dourados permittem constatar a presença dos braceletes e
pulseiras, e de um bordado na orla inferior do vestido, — exactamente nas partes assi-
gnaladas na descripção do bronze de Athenas.
A cabelleira redonda, feita de madeixinhas imbricadas, é composta de cinco
fiadas da frente ao vertice e de oito deste à nuca. Uns furos regularmente dispos-
tos nos sulcos dos renques indicam a possibilidade de applicar uma ornamentação
movel — diadema ou symbolos — sobre a peruca, sem duvida, em certas occasiões
festivas.
Pelas reproducções phototypadas ou gravadas do bronze não se descobre nelle
nada de semelhante; elle não teria sido então disposto para tal fim.
Os olhos de esmalte branco com a pupilla preta são incrustados e cingidos de
um debrum de esmalte azul, fingindo o traço de Kohol, com o qual os egypcios
costumavam fazer-se olheiras. Nariz e labios tendo infelizmente sido destruídos, a face
que primitivamente foi dourada parece muito chata.
A delicadeza das formas e as proporções da estatueta avizinham-n'a tão perfei-
tamente de todas as reproducções que conheço da Dama Takushil, que não
hesitei, logo que a vi, em consideral-a como uma duplicata, uma replica desta ul-
tima.
Mandei a Athenas, ha mais de anno, uma communicação a respeito, pedindo as
mensurações exactas do bronze offerecido pelo Sr. Di Demetrio, mas as preoccupações
da guerra, de certo, impediram-me até hoje de receber resposta.
Si porém as proporções forem exactamente as mesmas da nossa estatueta, crer-
me-ei autorizado a considerar a peça do Museu Nacional do Rio como o original
sobre que foi fundido o celebre bronze.
As dimensões são as seguintes:
Altura, 34 cent. 4 do vertice à planta do pé direito.
A altura da cabeça, do vertice ao mento contida 6 e 1/2 vezes na altura total.
A circumferencia do pescoço é de 8 cent.
A circumferencia à altura do cos é de 19 cent. 8.
A distancia de um calcanhar ao outro mede 6 cent. 1.
Ainda que as medidas de uma e outra estatueta não sejam rigorosamente identicas,
as er homologas correspondem-se de modo tao impressionante que ha menos
differença entre os dois modelos, do que frequentemente se observa entre os varios
duplos de uma mesma personagem; e o mais extraordinario acaso sómente daria
conta de taes coincidencias, coincidencias de fórma geral e attitude, de vestidos e
ornatos de cabelleira, etc.
O estylo da obra fixa immediatamente a época de sua producção aos tempos
posteriores ao Novo Imperio, chamados da decadencia (XXI à XXV* dynastias) e
TR
A. CHILDE — A DAMA TAKUSHIT 43
não ao Médio Imperio, como irreflectidamente o escreveu S. Reinach, que a cita
em seu livro de vulgarização — Apollo (1).
Não só o polimento do bronze no exemplar de Athenas, mas sobremodo o
sabio entendimento das linhas graciosas deste corpo juvenil, que se revela tão per-
feitamente na peça do Museu Nacional, orienta o espirito do archeologo para o
periodo citado.
Procurei ainda nas proporções descobrir si uma lei, um modulo, não seria
commum às obras deste tempo, e si uma tal medida não permittiria de separar as
producções de uma mesma escola, ou localidade. Esta tentativa que, apesar dos
meritorios esforços de Conze, parece illusoria, applicada à arte grega, tem porém suas
razões de ser com a arte egypcia, mormente si nos lembrarmos que, especialmente
para a arte funeraria, as estatuetas eram feitas, debastadas em quantidade segundo
modelos estabelecidos, prefixados, e à espera do defunto que fixaria pela semelhança
do facies —o retrato, a personalidade do duplo (2).
Devo confessar que o resultado das minhas pesquisas é pouco satisfactorio —
quando applicado a uma longa série de obras egypcias, com o fito de descobrir a
realidade de uma regra constante, de um canon.
No que diz respeito, particularmente, à estatueta do Museu, as medições são
animadoras e parecem confirmar a identidade da personagem : o modulo — calculado
da base do nariz ao bordo da peruca, na testa, segundo o canon hieratico, invocado
por Ch. Blanc (Gramm. des arts du dessin) —é contido 17 vezes na altura total, no
bronze como na estatua de madeira (3).
As alturas da cabeça caem perfeitamente tambem nas mesmas divisões em
ambos os exemplares: 1º, do vertice ao mento; 2º, à ponta dos seios; 3º, ao
umbigo; 4º, ao meio da coxa; 5º, à rotula; 6º, à orla inferior do vestido.
Si cotejar, porém, estas proporções com as de outras estatuetas femininas, pre-
sumiveis do mesmo periodo, os resultados differem — e estas constatações justificam
a divergencia dos archeologos sobre a questão do canon.
E difficil, effectivamente, manter em absoluto a proposição de Ch. Blanc (4), quando
em todas as épocas as proporções variam frequentemente de uma estatua à outra (5).
Assim a estatueta da rainha Karomama, esposa de Takelot II (Museu do
Louvre) bastante analoga em attitude, cabelleira e vestido, tem seis cabeças 1/3 e
as alturas desta râo correspondem aos pontos de reparo obtidos com a Takushit.
Ella tem 16 dos modulos de Ch. Blanc. Ha entre as duas, entretanto, uma estreita
relação, especialmente de execução (6). :
(1) Ob. cit., pag. 19.
(2) G. Maspero — Egypte (Ars Una), pag. 259.
(3) Esta altura corresponde 4 extensäo do dedo medius, no mesmo canon.
(4) Ch. Blanc, apoiando-se sobre um trecho celebre de Diodoro de Sicilia ao qual uma figura do Choix mo-
numents funéraires de Lepsius empresta uma certa autoridade, pensava que o canon esypcio cingia a altura do
homem a 19 comprimentos do dedo medius.
(5) Mallet — Les premiers élablissements des Grecs en Egy ple (1893), pag. 275-
(6) Karomama provem de Lugsor, e seria de feitura thebana, segundo Maspero. Si nos lembrarmos todavia
que ella foi esposa de um pharaoh bubastito, e que seu nome, commum a duas outras rainhas da mesma dynastia:
44 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
A escola ä qual pertence Takushit era herdeira directa da escola thebana, —
ellas foram mesmo contemporaneas, porque depois do predominio do Baixo-Egypto
com a XXII dynastia, a influencia dos reis Ethiopios que se reclamavam de Amon
de Thebas, deu a arte desta ultima capital uma supremacia momentanea, uma revi-
vificacäo que durou até ao segundo periodo Saito com Psammetico. E o nome,
proprio de Takushit, que significa: Esta de Kush— a Ethiopia — seria um argumento
para religar a obra a influencia thebana no Delta.
A estatueta de madeira do Museu Nacional, como disse no comeco desta me-
moria, näo permitte relevar hieroglypho algum, mas o bronze de Athenas foi
detalhadamente descripto a este respeito pelo erudito egyptologo, o professor Mas-
pero (1).
Takushit era sacerdotiza e filha de sacerdote, e entre as numerosas divindades
que adornam seu vestido tem bom logar a triada de Thebas: Amen-Ra, Maut e
Khonsu.
Pelas scenas religiosas, la gravadas, é presumivel que ella dependia do grande
Templo Nestooui de Karnak, dedicado 4 Amon-Ra.
A estatueta era funeraria, e, coberta de divindades como ella é, ostentava uma
devocao particular aos deuses do Baixo-Egypto.
Nao creio portanto que Takushit fosse de extraccäo infime, como o suppöe
Maspero; o ar burguez de sua face um pouco pesada näo constitue um argumento
sufficiente para o affirmar. Sua funcçäo perto do templo de Amon, ou perto de um
sanctuario de Amon Thebano, como deus paredre, erigido no Delta, a riqueza da
estatueta de bronze, o luxo das divindades invocadas para protegel-a na Amenti,
afasta para mim a supposicäo de ser ella uma simples burgueza.
Nenhuma deduccäo solida pöde ser tirada do nome de seu pae Aushakenua,
cuja leitura (2) alias não é certa, senão que elle pertencia às duas casas, aos dois
Karama, esposa de Shashong 1, e Karoama, esposa de Osorkhon II — parece mostrar que os bubastitos, de origem
lybica, queriam legitimar a sua ascensão ao throno pela alliança com as filhas dos summo-sacerdotes de Amon de
Thebas, — é admissivel presumir que os bubastitos teriam protegido ao mesmo tempo os artistas da escola thebana.
E si Takushit för efectivamente de uma escola local, bubastita, ella seria posterior, — e uma imitação inspirada pela
estatueta de Karomama. A escola bubastita neste caso não teria levado a imitação até a adopção do canon de
Thebas? |
(1) G. Maspero— Etudes de Mytholog. e Archéolog. égypt. Tome IV
(2) Cf. G. Maspero — Gazette archéologique, 1883, pags. 185-191. Lettre à Mr. Francois Lenormant sur une
statuette egyptienne de bronze incrusté d'argent, de la collection de G. Di Demetrio
SS HRM mL as
— que talvez deveria ler-se : filha do chefe ou sacerdote Aousha, do retiro dos dois templos de Ra. (Cf. P+
Pierret— Vocab. hiérogliph., Paris, 1875, art.
AIRC
A. CHILDE — A DAMA TARUSHIT 45
templos de Ra. Esfe Ra sera o Ra dos dois On:—On do Norte, On do Sui—
ou sera Amon Rä> Pelo nome ou alcunha de Takushit, acredito que seja antes
Amon-Ra de Thebas.
Amenertais, irmã de Shabaka (X XV: dynastia), esposa de um Piankhi, que é re-
conhecidamente thebana, como Karomama, tem entretanto 18 modulos dos de Ch.
Blanc e sete cabeças '/, na altura total.
Parece-me portanto discutivel hoje ainda a affirmação de Ch. Blanc, sobre o
canon hieratico egypcio. A escola saita, tanto como a escola thebana não possuiam
sem duvida uma formula estricta para a «symetria» humana — e si nessas condições
achamos que a Takushit do Museu Nacional do Rio de Janeiro, e a Takushit de
Athenas, são ambas modeladas segundo as mesmas proporções, é isso para mim
um argumento valioso ainda em favor da identidade das duas personagens.
Limitei-me de proposito a fazer as mensurações sobre estatuetas femininas, para
não trazer um elemento de differença no calculo, — sendo possivel que o canon
fizesse uma modificação, entre as proporções absolutas do homem e da mulher.
Não esperava portanto encontrar nas estatuetas femininas os 19 modulos, mas sim
uma unificação geral, ou parcial, correspondendo quer a uma época, quer a um
centro de escola. Foi o que não aconteceu.
Eu encontrei entretanto esta divisão perfeitamente conforme de 17 modulos e
de seis cabeças '/, cahindo cada uma nos pontos de reparo de Takushit na estatueta
de Ankh-nes-nefer-ab-Rä, filha de Psammetico II e de Takhauath, afilhada de
Neith-ager (Nitocris), sacerdotiza de Amon, e que foi esposa de Amasis II.
A estatueta pertence à XXVE dynastia, e reflecte ainda a influencia da escola
thebana, no tempo dos Saitos. E significativo notar que as mensurações do seu
baixo-relevo, na tampa do sarcophago (British-Museum), correspondem em absoluto
com as mensurações da estatua (Museu do Cairo).
Pelas constatações feitas neste trabalho, donde parece resultar que não existia
um canon firme para a escola thebana, teremos o direito de suspeitar que a escola
Saita adoptou uma medida neste sentido> e de concluir pela approximação das
duas estatuetas de Ankhnes, nefer-ab-Rä, e de Takushit, como oriundas talvez do
mesmo atelier> ou de considerar o facto das medidas semelhantes, como uma coin-
cidencia fortuita >
Uma longa serie de medições praticadas sobre as obras conhecidas desta época,
sómente, poderia fixar este ponto, que apenas entrevemos.
46 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Mas os resultados aqui registrados permittem ja afastar da escola saita a
attribuição da regra que Ch. Blanc pensou descobrir.
Do aspecto da figura invocada pelo celebre critico francez,
e tirada de Lepsius, estamos conduzidos a pensar que o canon
egypcio pertenceu à escola ptolemaica, e que mesmo nesta época
elle não era servilmente seguido.
Os auctores citados : Plutarcho, Diodoro, Galenus são todos
posteriores de muito à época saita; Diodoro, o mais antigo, é con-
temporaneo dos ultimos Ptolemeus, e as passagens extrahidas
dessas obras soffrem commentarios se não contradictorios, pelo
menos divergindo da opinião adoptada por Ch. Blanc.
As obras ptolemaicas conservam a formula egypcia antiga
às vezes até ao fasliche, mas ellas tambem reflectem uma
influencia grega, e dir-se-ia que existiu para o Egypto depois
do contacto com os Gregos alguma cousa como o que Heuzey
indicou entre a Grecia e a Asia Menor, uma especie de choc
nom: en relour.
Esta influencia é patente em obras perfeitamente egypcias que datam daquella
época, como a bellissima estatua de mulher, sem cabeça, do Museu de Alexandria,
que nem um symbolo egypcio tem, e que entretanto conserva a attitude chamada
hieratica, tradicional no Egypto desde as primeiras dynastias.
Ora esta estatua que, em a sua esculptural nudez, parece um modelo, todavia
não está modelada segundo o celebre canon; ella offerece claros elementos de
verificação como seja mão extendida para o indice do dedo medius, e si a cabeça
existisse ella não daria mais de 16 modulos de Ch. Blanc.
Emfim si examinarmos os modelos traçados sobre folhas delgadas de pedra
calcarea, às vezes quadriculadas, para o ensinamento dos discipulos nos tempos
ptolemaicos, modelos representando Ptolemeus ou Cleopatras, e dos quaes o Museu
Nacional possue dois moldes em gesso, tirados de Bulag, achamos no Ptolemeu
18 modulos e sete cabeças, que a figura esteja concluida ou sómente esboçada ; o
mesmo num fastiche da XVII dynastia, no templo de Phtah Thebano, e ainda num
outro pastiche da XX* dynastia.
A rainha tem 17 modulos e quasi sete cabeças.
Devo, portanto, concluir que a figura de Lepsius, considerada por Ch. Blanc
como um canon egypcio, não pode corresponder a tão estricta attribuição; que a
figura é ptolemaica, não rege consequentemente as proporções da arte anterior, e
não podia inspirar os artistas gregos que vieram ao Egypto na época saita; e que
A. CHILDE — A DAMA TAKUSHIT 47
mesmo na epoca ptolemaica as estatuetas nao säo geralmente conformes ao modelo
invocado. :
Que devemos entäo pensar a respeito do canon hieratico >
Amelineau, que outrora nao acceitava a realidade do canon (1), abandonou
depois a sua primitiva opiniao, e expoz longamente na Historia da sepultura no
antigo Egyplo (2), como alem da mise au carreau, da quadriculatura que näo
pode ser negada, existiu tambem um canon, uma regra das proporcöes. Entretanto,
elle mesmo confessa que este canon nao era uniforme, nem no mesmo tempo, nem
talvez na mesma cidade, e que apenas podia ser commum à mesma officina.
Da quadriculatura, diz elle, distinguem-se duas fórmas particulares: uma,
pertencente ao novo Imperio thebano em 19 partes iguaes; outra, dividida em 21
partes e 1/4, 0 algarismo de Diodoro de Sicilia, mais recente, e que pertenceria ao
renascimento saito (3).
Esta ultima medida parece-me ter sido deduzida da mesma estampa que serviu
a Ch. Blanc para estabelecer sua theoria. Não se encontra figura alguma onde as
21 divisões e 1/4 se distribuem do vertice à sola dos pés. Na figura de Lepsius, o
vertice toca à 19º divisão, o que suggeriu ao illustre critico uma supposição
perfeitamente gratuita: que os homens não attingem nunca à 19° divisão, porque
seria a medida ideal, que não é dada à creatura humana representar absolutamente.
Ora, um quadro thebano fielmente reproduzido por Prisse d'Avesnes, nos
Monuments egypliens, bas-reliefs, peintures, etc., esta com uma quadriculatura de 19
linhas de altura, e as figuras erectas, attingem perfeitamente à ultima.
Este documento seria mesmo um dos mais interessantes para apoiar a opinião
da realidade do canon, porque elle pertence ao novo Imperio thebano, anterior ao
renascimento saito, largamente. distante por conseguinte da figura ptolemaica de
Lepsius, e que entretanto as divisões da quadriculatura correspondem exactamente
as divisões da ultima figura.
Esta correlação, porém, me levaria antes a acreditar que o celebre canon da
figura de Lepsius não foi outra cousa senão um pastiche do estylo do novo
Imperio thebano, pratica bastante commum nesta época, e de que citamos ex-
emplos acima.
E o que me fortalece neste modo de ver é que encontramos entre as obras
thebanas, reproduzidas nos monumentos de Champollion (Pl. 180), um assumpto onde
o artista não podia deixar de respeitar o canon, si um canon firme, geral, legal,
existisse.
(1) Grande Encyclopedie — art. Canon.
(2) Tome 11, pags. 357 e sqq., 1896.
(3) Id., pag. 362.
>
48 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
E um quadro figurando um esculptor cinzelando uma estatua. Pois bem, a estatua
tem 20 modulos '/.
Entretanto näo & permittido afastar este documento como de pouca valia, pre-
cisamente porque outros similares, figurando officinas de esculptura, são perfeitamente
comprobatorios das assercöes citadas de Diodoro de Sicilia, no mesmo paragrapho,
quando elle conta como os artistas dividiam o trabalho de uma estatua entre si, cada
um executando uma parte, para serem ellas reunidas depois na obra final.
Este processo de divisão do trabalho foi largamente applicado no Egypto; nós
o encontramos em épocas diversas, e mesmo no tempo do grande reformador reli-
gioso Amenophis IV (Khou-en-Aten). Uma pintura funeraria do 7° tumulo do Norte,
em Tell-el-amarna, representa o artista Aouta pintando a estatua da filha do Pharaoh,
Bakit-Aten (1).
Ella tem justamente 19 modulos e seis cabeças e'/ Em redor delles, dois
artistas executam fragmentos de estatuas, um tem uma perna, o outro uma cabeça.
E para patentear mais ainda a liberdade de mensurações de que gosavam os
artistas, não se cingindo a uma regra ferrea, citarei uma figura reproduzida pelo
proprio Amelineau no trabalho que commentei ha pouco. É a quadriculatura de um
capitel hathoriano reproduzido pelos membros da commissão do Egypto nas pedreiras
do Gebel-abou-Fodah (Descript de l'Egypte ant. IV, pag. 46, n. 3) onde as divisões
não correspondem absolutamente as linhas do canon hieratico de Lepsius. A medida
e feita sobre um outro principio que não o dedo medius da mão.
Creio, portanto, que a unica conclusão permittida depois de constatadas as pro-
fundas divergencias de mensurações é: — que um canon hieratico não existia, no
Egypto, como uma referencia constante, geralmente acceita; — que as officinas
diversas, das capitaes, submetteram-se a um estylo, concepção média da esthetica de
uma época, estylo que se modificou atravez dos tempos e segundo os logares,
pois que foi às vezes o objecto de imitações anachronicas; — e que finalmente as
mensurações adoptadas o foram segundo um criterio, talvez differente do admittido
por Ch. Blanc.
Parece-me, portanto, que pode ser repetido para o canon o que G. Maspero es-
creveu a respeito das ordens das columnas: « O Egypto nunca possuiu ordens defi-
nidas, como as possuia a Grecia. Elle tentou todas as combinações, nas quaes os
elementos da columna podiam entrar, sem nunca registrar uma dellas, com tal firme
precisão, que, dado um dos membros, se possa dahi deduzir ainda que approximativa-
mente as dimensões de todos os outros (2)».
(1) Weigall— Ikhn-Aton Pharaoh of Egypt.
(2) Archeolog. egyplienne, pag. 66.
A. CHILDE — A DAMA TAKUSHIT 49
Quanto ao ponto de vista especial, segundo o qual eu me tinha collocado a
respeito da estatueta de Takushit, o que posso estabelecer é que a esperança de ligar
esta obra a uma escola, baseada sobre as proporções, é illusoria.
Neste terreno, porém, ella se approxima singularmente de Ankh-nes-nefer-ab-Rä,
e si considerarmos que seu nome e o titulo de seu pae a ligam estreitamente ao
mundo thebano, ainda que a sua feitura a proclame como entachee de saitisme,
creio não ultrapassar o direito de critica conjectural, collocando-a no mesmo cyclo
historico, isto é, como pertencente ao fim da XXV* dynastia—e talvez obra da
mesma tradição de officina do que a esposa do celebre Amasis.
G. Maspero, que a tinha attribuido primeiramente aos primeiros reinados da
XXII? dynastia (966 antes de Christo) (1), recuou depois a data de sua producção
até a XXV® dynastia (700-666) (2) e esta ultima data parece-me muito mais exacta,
não só pelas razões que acabo de apresentar, como ainda por causa da sinceridade da
edade, que mais facilmente se revela no bronze de Athenas, do que na estatueta do
Rio: Takushit apparenta 30 annos passados —e esta minucia no retrato que vae
até a especificação da edade do modelo é um traço caracteristico, como todos o
sabem, da época saita.
Eu disse que a base da mensuração talvez tinha sido differente da admittida
por Ch. Blanc. O que m'o faz crer é que o modo de contar dedos e palmos no
Egypto não se apoiava sobre o comprimento do dedo, mas sim sobre a largura ou
traves do dedo.
A unidade das medidas era o sulen meh = ou covado, dividido em 28
o à
dedos — t dbu IP) ,e os multiplos desta unidade eram os covados menores de
24 dedos —de 20 dedos, e de 16 dedos o spithamo maior de 14 dedos e o menor
de 12—o duplo palmo de 8 dedos 17 => , a mão de cinco dedos, ©
palmo quatro dedos e o? db ou dedo À (3).
Pelo que se vê, o dedo era considerado em largura e não em comprimento. E
talvez não seja superfluo lembrar aqui que o hieroglypho do dedo se lia tambem ha,
isto &, justo, exacto, —e mir — testemunho (4): — leituras que parecem referir-se
ao seu emprego como medicao.
Este modo de mensuração não era extranho aos Gregos. Ainda que as medições
gregas preferissem o pé, row: como base de systema, e que a mão pertencesse mais
particularmente ás nações antigas do oriente, encontramos na Grecia homerica o
(1) Gazette archéologique (1883).
(2) Archéologie egyptienne, 2º edition, pag. 299 (1906).
(3) V. Loret — Manuel de la langue égyplienne, pag. 46:
(4) P. Pierret — Vocab. hierogiyph. e Erman. Aegyptische grammalick.
7
50 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Bwcov correspondendo ao palmo de quatro dedos (1). E a coexistencia desses dois
modos de medir suscitou entre elles uma approximação, um reparo. E assim que
a divisão classica se refere ao pe como valendo quatro traves de mão (ras; — ou
palmo) e o palmo como correspondendo a quatro traves de dedo (S4xzuo:).
Admittidas essas premissas, talvez seja mais comprehensivel o celebre trecho de
Galenus, invocado por Ch. Blanc. « Pensa elle, diz Galenus (falando a respeito de
Chrysippo), que a belleza consiste não..., mas bem na harmonia dos membros, a
saber, na relação do dedo para com o dedo, dos dedos com o metacarpio e o
carpio, destas partes com o cubito, do cubito com o braço e daquelles membros
todos com o conjuncto do corpo, assim como isto é escripto no canon de Polyclete (2).
Não possuimos o Doryphoro de Polyclete, que era a prova pratica do canon
do celebre artista grego, porém, baseando-se sobre a passagem que acabei de citar
de Galenus, E. Guillaume (3) estabeleceu que o modulo de Polyclete era o dactylo
ou traves de dedo, o qual, multiplicado por 4, da o palmo, ou largura da mão.
Devemos, portanto, entender o texto de Galenus como se traduzindo assim: «a
belleza consiste, dizia Chrysippo, na harmonia das partes, isto é, na exacta relação,
dedo por dedo, entre os dados e o palmo, entre o palmo e o carpio, destas uni-
dades com o covado, do covado (z5/v:) com a braca (ow) e da orgyia com
a altura total do corpo, assim como isto é escripto no canon de Polyclete ».
u ya:
Si falei aqui de Polyclete & porque Ch. Blanc suggeriu a idea que aquelle
esculptor se tinha inspirado do canon hieratico egypcio, tal como o apresenta a figura
de Lepsius, para estabelecer seu proprio aferimento de proporcöes.
E certo que ainda que näo tendo elle sido o primeiro artista grego que
pensasse num canon—e que a influencia egypcia se tenha feito sentir muito ante-
riormente na estatuaria hellenica — o aphorismo que se lhe empresta: a perfeição
depende de differencas infinitamente pequenas e resulta do rhythmo de muitos
numeros, denuncia-o como um adepto da esthetica pythagorica (4) e portanto como
um discipulo mediato da sciencia egypcia.
Entretanto, inspirado directo ou indirectamente pela tradição egypcia, vemos
que não era sobre o comprimento do dedo medius que Polyclete podia ter esta-
belecido seu canon, pois que egypcios e gregos aferiam pelo dactylo e o Vãb — pela
largura e não extensão.
RE
Curioso de saber 0 que este processo de medicäo podia fornecer a respeito das
relaçües do corpo na estatuaria egypcia, verifiquei-o tomando por modelo um braco
(1) Homero — II.-IV-109.
Tod xiou ex xeqauhys cxxar Dexidmpa mequxs!
Hujus cornua ex capite sexdecim — palmorum nataerant.
(2) Galenus — De Hippocratis el Platonis decretis. Liv. V., pag. 255 da edição in folio de Veneza. 1565.
(3) E. Guillaume — Etudes d'art antique et moderne. Paris. Perrin. E
(4) Max Collignon — Art de ta Sculpture grecque. Tome 1º, pag. 492. Paris (1892).
A. CHILDE — A DAMA TAKUSHIT 51
bellissimo de madeira, pertencente ao Museu Nacional, fragmento de uma estatua
de divindade, de época saita como a Takushit (n. 133, armario 121 — Sala Cham-
pollion).
Considerado ao ponto de vista de Ch. Blanc, isto &, tomando como medida
commum o comprimente do dedo medius, este braço corresponde perfeitamente ás
divisões do canon de Lepsius : a 5º divisão cae na dobra do cotovello, a 2º na
articulação radio-carpiana. ;
ae ak,
Devo aqui mencionar que é praticamente difficil tomar este comprimento segundo
a figura de Lepsius. Na realidade, anatomicamente o dedo medius devia ser medido
desde a articulação metacarpio - phalangeana. Ora a gravura de Lepsius, repro-
duzida por Ch. Blanc, mostra que a &º linha passa abaixo deste interlinho articular,
na mão esquerda, extendida. A mão direita fechada por sua vez é inexacta, 0
interlinho articular citado esta à meia medida entre a 7*.e a 8º linha e o interlinho
que se apoia na 6° linha é sómente a 1º articulação inter-phalangeana do medius,
entre a phalange e a phalanginha, isto é, entre a phalange e O x: dos gregos,
ou 2° phalange do dedo medius.
Sobre o braço do Museu, medi o comprimento do medius na face palmar, e as
divisões cairam exactamente. Rigorosamente, porêm, o angulo interdigital que me
serviu de extremidade proximal do medius corresponde na face dorsal à parte
media da 1º phalange.
Estas considerações, que talvez hão de parecer impertinentemente rigorosas,
servem apenas para mostrar que a figura de Lepsius não dispensa commentarios.
XEROX
O braço de madeira que estudei é um braço de mulher, como o revelam a
delicadeza das formas, o galbo, a elegancia dos dedos e das unhas finamente
esculpidas. Elle mede 5 medius, e si possuiamos a estatua inteira, podiamos esperar
encontrar uma altura exacta, correspondendo ao padrão, ao canon das proporções
femininas. Entretanto lembrarei as divergencias que temos encontrado nas medições
anteriores praticadas sobre estatuas da mesma época, o que torna impossivel, com a
unidade admittida por Ch. Blanc, presumir pelas relações das partes do corpo a
proporção do corpo inteiro.
Medindo a largura dos quatro dedos extendidos, o shap — palmo, na altura da
raiz palmar dos dedos, e conferindo-o com o comprimento do covado — encontrei
esta unidade contida exactamente sete vezes, da ponta do dedo medius até a dobra
do cotovello, isto é, correspondendo à suten-meh ou covado real, de sete shapu —
ou 26 abu.
A conclusão, portanto, à qual estamos conduzidos pela mensuração é que possi-
velmente a regra das proporções humanas adoptada devia estar estreitamente
ligada com a tabella das medidas commummente empregada no paiz, cujos indices
tinham precisamente sido escolhidos no corpo humano, com o dedo por base.
o VA
or
bo
ARCHIVOS DO MUSEU: NACIONAL
Entretanto não nos devemos illudir sobre o rigor das ditas proporções na
estatuaria em geral. Basta efectivamente verificar esta mesma relação do shap com
o covado, sobre muitos exemplares da arte egypcia, para constatar que os artistas
não obedeciam cegamente a um canon preestabelecido ; — senão elles nunca tivessem
tratado com tanta liberdade as mãos e os pés das estatuas, que na arte egypcia,
são notaveis pelo excessivo alongamento.
Examinando por exemplo o baixo relevo de Seti 1 em Abydos, o shap,
medido sobre a mão esquerda, está contido um pouco mais de oito vezes no covado.
— e cinco vezes no comprimento do pé. Ora os Gregos, que tinham cotejado o palmo
com o pé (1), dividiam este ultimo em quatro medidas do primeiro.
É portanto legitimo repetir aqui o que dissemos ha pouco: a tentativa para
estabelecer um canon das proporções humanas na arte egypcia é illusoria; o facto
de encontrar medidas certas, em varias obras, indica que uma convenção era acceita
às vezes, sem ser ella tyrannica porém, e que os artistas conservavam para com
ella uma liberdade de acção grande — liberdade que devemos até agradecer porque
ella não deixou estorvar a arte, com regras inflexiveis, e permittiu ao genio egypcio
a producção das obras primas que fazem hoje ainda a gloria desta nação admir
ravel.
Parece que os Egypcios antecederam as palavras do Mestre Gérome: le
canon west que scientifique. Si par malheur un artiste sen servait pour l'appliquer
à ses ouvrages, ses prouduclions seraient toutes identiques à elles mêmes, n'auraient
aucune individualité et, pourtant, point de vie.
(Carta do 15 de Fevereiro 1892.)
Näo extenderei mais estas consideracöes; penso ter dito quasi tudo o que tinha
a dizer sobre o pretenso canon dos Egypcios, descoberto por Ch. Blanc.
A' questão não está definitivamente resolvida — e parece-me que a solução não
ha de provir das obras da estatuaria egypcia, mas de textos a descobrir, e textos
puramente nacionaes.
O que a philologia estabelece é que o Edo era unidade de medida, além dos
significados do dedo, que ja citei, indicarei ainda o nome de mätib, que lhe era dado
Re te que propriamente se traduz por dedo da verdade ou dedo da me-
dida.
Não quiz commentar o texto de Diodoro referente aos Theodoro e Teleclês,
samianos, para não entrar em longas considerações sobre as relações estreitas da
(1) Dividido no Egypto em 24 dedos, o covado (pequeno) valeu, portanto, para os Gregos 1 pé e 1/2; desde o
tempo de Herodoto, elle lhes era tão familiar como sua unidade nacional, e o spilhame, como meio covado, entrou
desde então com a mesma facilidade no systema grego. (Dict des Antiquités, Saglio e Daremberg. Art. Mensura.)
A. CHILDE — A DAMA TAKUSHIT 53
arte grega archaica com a estatuaria egypcia, mercé das reiaçoes estabelecidas entre
os dois povos pelos intermediarios phenicios — de uma parte e de outra pelo con-
tacto directo dos povos Egeus nos tempos das XIX* e XX* dynastias com os subditos
dos Ramessidos.
Este estudo afastar-me-ia do assumpto ao qual eu quiz me cingir — occa-
sionalmente suggerido pela estatueta do Museu Nacional.
PLANTE NOV VEL MINUS COGNITE
I
Ok CE DA CEE
POR
A. J. de Sampaio
Professor Chefe da Secção de Botanica do Museu Nacional do Rio de Janeiro.
PLANTA NOVA VEL MINUS COGNITÆ
ORCHIDACEAE
Os exemplares originaes das diagnoses que constituem o presente trabalho fazem
parte da colleccäo de Orchidaceas, preparadas em meio liquido, da sala de exposicäo da
Secção de Botanica do Museu Nacional.
Tres delles procedem do Estado do Parana, onde foram colhidos pelo illustre bo-
tanico Dr. P. Dusen; a nova especie de Quekettia foi por mim colhida em Juiz de Fora,
no Estado de Minas Geraes; 0 exemplar da nova variedade grandiflora da mutacäo
crispa (Gomesa crispa Klotzsch et Reichb) na Flora de Martius de Gomesa poly-
morpha Porsch, não tem nenhuma indicação nem de procedencia, nem de collector.
O exemplar de Pleurothallis acuminatipetala A. Samp. n. sp. (Secção Spathacea ;
sp. proxima = P. saurocephala Lodd) consta apenas de um caule secundario, ter-
minado por uma folha truncada, reduzida, a meu ver, provavelmente, aos dois tercos
inferiores e uniracemosa.
PLEUROTHALLIS GOUVELE — A. Samp. n. sp. é especie proxima de P. macuconensis
Barb. Rodr.; dedico esta nova especie ao illustre e esforcado professor de Latim e
Sciencias Naturaes, Sr. Pharm. Theophilo Carlos de Gouveia, do Lyceu de Huma-
nidades de Campos. |
A nova variedade grandiflora da mutacäo crispa de Gomesa polymorpha cara-
cteriza-se pela maior dimensão dos elementos floraes, isto é, de sua flor, donde
a designacao da nova variedade.
QUEKETTIA LONGIROSTELLATA — A. Samp. n. sp. tem como especie proxima Que-
kettia Thereziæ Cogn., distinguindo-se desta pelo seu longo rostello, além de outros
caracteres, como faco ver adeante.
PLEUROTHALLIS GOUVELE — A. Samp. n. sp., caulibus secundariis remotis, gracil-
limis, teretiusculis, basi triarticulatis, folio subæquilongis, nudis; folio parvo, carno-
sulo, sessili, oblongo, apice obtuso et minute tridenticulato, basi attenuati, uninervio,
nervulis lateralibus indistinctis; pedunculis geminatis, filiformibus, glabris, apice uni-
8
3
L
=
4]
J
2
br
58 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
floris, folio multo brevioribus, basi spatha minuti inclusis; floribus parvis, erectis,
minute bracteatis; sepalis tenuiter membranaceis acutis, glaberrimis, non carinatis,
lateralibus fere usque ad apicem connatis, ligulatis, basi auriculatis, apice acutis, dor-
sali longiore, oblongo-ligulato, apice acuto, circinato; petalis lanceolato-rhomboideis,
acutis, superne margine serrulatis, sepalis lateralibus dimidio brevioribus ; labello
carnoso, petalis majore, longiuscule lateque unguiculato, basi minute bidenticulato,
glabro, ambitu triangulari-ovato, breviter trilobatum, lobis lateralibus triangularis
obtusisque, medio margine irregulariter dentato, apice acuminato, disco bicalloso ;
columna brevi, claviforme, basi antice producta, clinandrii margine denticulatis.
Tabula nostra I, ı, habitus cum analysi.
Rhizoma repens, elongatum, gracillimum, teretiusculum, ramosum, laete viride,
radicibus sparsis subfiliformibus, laeviter flexuosis, pallidis. Caules secundarii 5-10 mm.
inter se distantes, flexuosi, 2,5-3 mm longi. 0,5 mm. crassi. Folium rigidiusculum,
subplanum, nervo mediano supra canaliculato, subtus leviter proeminente, 25-30 mm.
longum, 7-8 mm. latum. Pedunculi folio subadpressi, leviter flexuosi, 5-6 mm. longi.
Ovarium lineari-clavatum, 1 mm. longum. Sepala divergentia, dorsale concavum.
5-6 mm. longum, 1,5 mm. iatum, lateralia 5,5 mm. longa, 1,3 mm. lata Labellum
2,8 mm. longum, 1 mm. latum. Columna erecta, leviter incurva, inferne satis attenuata,
2mm. longa. Anthera apice subcristata.
Habitat in prov. Parana, P. Dusen, sine n.
Gomesa ‘polymorpha Porsch, mutatio crispa, var. grandiflora A. Samp. n. var.
Bracteæ ovario dimidio breviores; flores G. crispa Klotzsch et Reichb. f. majores ;
sepala 13-15 mm. longa, 3 mm. lata; petala sepala paullo breviores ; labellum 10 mm.
longum, 3,5 mm. latum; columna 5 mm. longa.
Tabula nostra I, 3, analysis.
PLEUROTHALLIS ACUMINATIPETALA — A. Samp. n. sp. caulibus secundariis robustis,
teretibus, uniarticulatis, vagina unica membranacea inclusis ; folio sessili, amplo,
crassissime coriaceo, elliptico-oblongo, apice . .° . . basi subrotundato, crasse uninervio
et obscure multinervuloso ; racemis solitariis, erectis, fere usque ad basin multifloris, basi
spatha magna membranacea, lateraliter compressa, apice acuta, lævi inclusis ; bracteis
coriaceis, vaginantibus, breviuscule tubulosis, a basi ad apicem valde dilatatis, apice
oblique truncatis obtusisque, extus brevissime dense puberulis, ovario brevioribus ;
floribus majusculis, brevissime pedicellatis, subdistichis; sepalis crasse coriaceis,
oblongoligulatis, acutis, trinerviis, extus brevissime denseque tomentosis, lateralibus vix
longioribus, connatis, apice liberis, dorsale margine involuti, basi attenuati; petalis
obovatis, acuminatis, margine denticulatis, inferne attenuatis, uninerviis vel obsolete
trinerviis, sepalo dorsali multo brevioribus; labello erecto, membranaceo, petalis
longiore, unguiculato, basi biauriculati, auriculis truncatis, medio concavo utrinque
auriculato, limbo transverso, dorso carinato, apice acuto, conduplicato, reflexi,
margine convoluto, medio denticulatis, disco superne lamellis 2 integris aucto ; columna
satis gracili, incurva, medio attenuati, apice utrinque breviter alata, clinandrii
marginibus minute denticulatis.
A. J. DE SAMPAIO — ORCHIDACEE 59
Tabula nostra I, 2, analysis.
Caulis secundarius erectus vel ascendens, læve, 13 cm. longus, basi 3 mm., apice
5 mm. crassus ; vagina membranacea, 5 cm. longa; folium erectum, rigidum, basi arti-
culatum, satis concavum, coeterum subplanum, læve..?.. longum, 5,5 cm. latum,
nervo mediano supra profundiuscule canaliculato, subtus leviter proeminente,
nervulis lateralibus in vivo indistinctis.
Pedunculus communis paullo flexuosus, robustus, brevissime denseque puberulus,
15 cm. longus; spatha basilaris erecta, adpressa, rigidiuscula, lacerans, glaberrima,
multinervia, dorso carinata, 4 cm. longa, 1,5 cm. lata. Bracteæ erect, 4,5 mm. longæ
Flores erecti. Ovarium lineari-clavatum, sulcatum, breviter denseque villosum, 2 mm.
longum. Sepala erecta, extus breviter denseque pillosa, dorsale 9 mm. longum, 4 mm.
latum, dorso medium concavum, lateralia 1 cm. longa, 2,5 mm. lata, tertio superiore
libera. Petala erecta, recurva, dorsocarinata, glabra, acuminata, 2, 5 mm. longa,
culata, medio 1,5 mm. lata. Labellum concavum, 2 mm. longum, 1 mm. latum. Columna.
unguierecta, medio attenuata, 2,8 mm. longa. Anthera convexa.
‘ Habitat in Prov. Paraná, P. Dusen, sine n.
PHYMATIDIUM PARANAENSE — A. Samp. n. sp.
Proxima de P. myrtophyllum Barb. Rodr., é a seguinte sua situação em synopse:
CONSPECTUS SPECIERUM
(Ex Cogniaux, in Fl. Mar.)
I. Caulis nullus ; folia rosulata, carnosa, rigidula, recta vel paullo arcuata, enervia
vel obscure uninervulosa.
A. Labellum unguiculatum.
a) ımbormarginentererumon. sn Sp. 1-2
b) limbo margine denticulato
Clinandrium margine muricatum; anthera breviter
rostrata, apice acuta 3.P. (Myrtophyllum Barb. Rodr).
Clinandrium bialatum ; anthera rostrata, apice bi-
- dentata 3a. P. (paranaense A. Samp. n. sp.)
NE Cauliskdistinetuss tv E Opa Kal ey a a ee: Sp.4-5
PHYMATIDIUM PARANAENSE — A. Samp. n. sp. pusillum ; caule nullo; foliis satis nu-
merosis, rosulatis, carnosis, brevis, auguste linearibus, rigidiusculis, acutissimis,
enerviis ; pedunculo communi erecto, leviter flexuoso, superne laxiuscule multifloro,
inferne squamis vestito, foliis multo longiore; bracteis rigidis, lineari-subulatis,
acutissimis, ovario longioribus; floribus breviter pedicellatis; sepalis subzequilongis,
lineari-subulatis ; acutis, uninerviis ; petalis lineari-subulatis, uninerviis, sepalo dorsale
60 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
æquilongis ; labello patenti, unguiculato, limbo cordiforme-ovato, apice acuti, sepalo
dorsali æquilongi, margine medio tenuiter denticulato, callo basilari carnoso, concavo,
antice convexo, levi; columna valde incurva, basi incrassata, gibbosa, biauriculata,
clinandrio antice bialato, ala parva, apice rotundata minute denticulata, postice
producto, rostello brevi, ala subæquilongi ; anthera antice rostrata, rostro triangulari,
apice geniculato, bidentato ; ovario sulcato.
Tabula nostra II, habitus cum analysi.
Radices plura, fasciculatae, elongata, albescentes, flexuosæ, simplices. Folia
antice concava vel subplana, dorso convexa, recta vel leviter arcuata, 15-23 mm. longa,
ı mm. crassa. Pedunculos communis erectus, flexuosus, 35-50 mm. longus, 2-3 mm.
crassus, squamis linearis, paullo arcuatis, acutissimis, 5-8 mm. longis ; pedicelli capillaris,
arcuatis, cum ovario 3-4 mm. longi; bracteæ 3-6 mm. longæ. Flores segmentis
apice leviter incurvis ; sepala uninervulosa, paullo concava, lateralia falcata, 3 mm.
longa, 0,5 mm. lata; petala subplana, basi attenuata, 3 mm. longa, 2-3 mm.
lata; labellum subtiliter breviterque 3-nervulosum, 3 mm. longum, limbo 2 mm.
latum; columna teretiuscula, 3-4 mm. longa; anthera 1,5 mm. longa, postice
2-3-3-4 mm. lata.
Habitat prov. Parana, P. Dusen, sine n.
QUEKETTIA LONGIROSTELLATA — A. Samp. N. SP.
Como as demais especies do mesmo genero, Q. Longirostellata & de reduzidas
dimensöes; à primeira vista parece uma forma reduzida de Q. Thereziæ Cogn., tendo
de commum com esta especie os caracteres dos pseudobulbos, das folhas e da forma da
inflorescencia ; nas flores apenas apresenta em commum com essa especie a forma
ampla da anthera. 7
A nova especie differe de Q. Thereziæ Cogn. pelas suas longas raizes, pelo ta-
manho menor dos pseudobulbos e das folhas e pela maioria dos caracteres floraes,
principalmente pelos do labello e do gymnostemio.
O seu nome especifico decorre de seu longo rostello, longo em relacäo ao rostello
das demais especies do genero.
O estudo de diversas flores de uma mesma inflorescencia permitte verificar
pequenas variantes que merecem registro.
Assim o labello pode ser mais ou menos erecto, mais ou menos amplo, mais ou
menos calloso; em especial, duas formas devem ser indicadas, a forma ampla, na
qual o limbo (terço superior) se apresenta inteiramente aberto e a forma revolula, em
que o limbo dobra para cima os seus bordos.
As azas da columna são mais ou menos orbiculares.
A anthera apresenta-se ora com a forma ampla, que se assemelha à de Q. Thereziæ
Cogn. (Estampa 35 (IV) do vol. III-IV da Flora Brasiliensis de Martius), ora com a
forma involuta, isto é, com os bordos voltados e enrolados para baixo.
A. J. DE SAMPAIO — ORCHIDACEÆ 61
Na dissecção das flores de Quekettia Longirostellata não é raro que as pollinias
acompanhem a anthera, deixando sobre o rostello o respectivo caudiculo ; é facil
verificar nestes casos a ruptura do caudiculo membranaceo.
Entrando com a nova especie na synopse especifica de Cogniaux na Flora de
Martius, fica essa synopse assim accrescida:
CONSPECTUS SPECIERUM
= ronanimeana Mteretiuscula nr Sp. 1-3.
II — Folia lanceolata, complanata.
A. Rostellum alis demidio brevior; ala linearis (Q. Thereziz Cogn.) 4.
B. Rostellum alis subæquilongum; ala orbiculata (Q. Longirostellata A. Samp.
MESPy) (ele
QUEKETTIA LONGIROSTELLATA — A. Samp. n. sp. pseudobulbis parvis, ovoideis, basi
bifoliatis, apice monophyllis; foliis parvis, carnoso-coriaceis, lanceolatis ; complanatis,
apice acutis, basi satis attenuatis; pedunculo communi erecto, filiformi, simplici, foliis
satis breviore, basi vagina unica membranacea longiuscula acutaque vestito, superne
laxiuscule ; floro ; bracteis ovatis, acutis, basi vaginantibus, ovario paullo longioribus ;
floribus minutis, brevissime pedicellatis, segmentis membranaceis; sepalis usque ad
basin liberis, subæquilongis, lanceolatiis, acutis, dorso carinatis, lateralibus angus-
tioribus, falcatis; petalis lanceolatis, acutis, dorso carinatis, incurvis, sepalo dorsali
subæquilongis; labello erecto, sepalis lateralibus paullo breviore vel subæquilongi,
carnoso, ovato-lanceolato, apice acuto superne patulo vel revoluto, ad medium
constricto, disco inferne usque ad basin latissime crasseque bicalloso, callis carnosis,
convexis, verrucosis, apici incrassatis, rotundatis; columna crassa, auriculis amplis,
orbiculatis, antice porrectis ; anthera postice et superne leviter sulcata, ampla apice
truncata non incrassata vel involuta, ad medium constricta, apice acutanon incrassata ;
clinandrio postice unidenticulato.
Tabula nostra IH, habitus cum analysı.
Radices numerose, dense fasciculatæ, long, filiformes, leviter flexuosæ, simplices,
albescentes.
Pseudobulbi erecti vel patuli, dense aggregati, laeves, nitiduli, 5-6 mm. longi,
4 mm. lati. Folia crassa, rigida, plus minus patula, recurva, concava, dorso carinata,
15-25 mm. longa, 3-5 mm. lata; nervo mediano supra canaliculato, subtus proeminente ;
nervulis lateralibus indistinctis.
Pedunculus communis leviter geniculato-flexuosus, teretiusculus, 10-12 mm.
longus ; pediculi erecto-patuli, capillares, cum ovario 1-3 mm. longi. Bractæ erectæ,
membranaceæ, concave, dorso leviter carinatæ, apice acuta, 1-2 mm. longe. Flores
ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
erecti, sepala erecta, obliqua, apice leviter incurva, lateralia falcata, concava, triner-
vulosa, usque ad 4 mm. longa, I-I, 5 mm. lata; petala erecta, concava, apice incurva,
obliqua, trinervulosa usque ad 3,5 mm. longa, 1,5 mm. lata, inferne attenuata ;
labellum dimorphum superne, planum vel revoluto, 3,8 mm. longum, 1,5 mm. latum ;
columna teretiuscula, basi constricta, 1,2 mm. longa; anthera dimorpha, plana vel
involuta.
Habitat supra arbores ad Juiz de Fora, prov. Minas Geraes: A. Samp. 516,
30-V-1907 ; floret, Maio.
Museu Nacional do Rio de Janeiro, 9 de Setembro de 1914.
A. J. DE Sampaio.
A. J. DE SAMPAIO — ORCHIDACEÆ
LEGENDA
TAB. I-II
a — anthera.
c — columna.
f — folium.
fl — flos.
— labellum.
p — petalum.
s. d.—sepalum dorsale.
s. 1 — sepala lateralia.
tam. nat. = magnitudo naturalis.
TAB. III
a — antice visum
anth. = anthera : I: forma ampla: 2: forma involuta.
c = columna.
cl. = clinandrium (schem.).
fl. = flos
1 — labellum ; I : forma ampla; 2 : forma revoluta.
lat. = latere visum
magn. nat. = magnitudo naturalis.
p. = petalum.
poll = pollinia.
s = sepalum laterale.
63
À od DE SAMPAIO. Plantae novae vel minus cognitae i
AZ
Imp. NACIONAL
1-Pleurothallis Gouveiae A. Samp. nm: sp:
9-P acuminatipetala A Samp. sp:
5-Gomesa polymorph a Porsch., miutatio
CTUSPQ, var grandiflora A Samp. n. var
A. Samp. del.
A ABULA IN
Il
A. DE SAMPAIO. Plantae novae vel minus cognitae I
A Samp. del.
TABULA II. Phymatidi um pa ranaense A Samprsp
A.d. DE SAMPAIO. Plantae novae vel minus cognitae E
e
(ANSE Se
A. Samp.del. Imp. NACIONAL.
TABULA Ill. Ouekeetia longirostellata‘ A Samp. n. sp.
Ill
RELATORIO
DA
COMMISSÃO DESEMPENHADA NA EUROPA PARA APERFEIÇOAMENTO
DE CONHECIMENTOS BOTÂNICOS
POR
A. J. de Sampaio
Professor Chefe da 22 Secção do Museu Nacional do Rio de Janeiro.
Gxmo. Sr. Dr. Director do Museu «Nacional
Em obediencia ao art. 58 do Regulamento em vigor no Museu Nacional, venho
apresentar a V. S. o relatorio da commissäo que desempenhei na Europa, no pe-
riodo comprehendido entre 7 de Maio de’ 1913 e 25 de Abril de 1914, para aper-
feicoamento de conhecimentos botanicos.
Designado em sessão da douta Congregação deste Museu, por proposta de V. S.,
para cumprir o disposto no artigo supra citado, visitando na Europa estabelecimentos
congeneres ao Museu Nacional, e approvada essa designação pelo Exmo. Sr. Mi-
nistro, foram dadas pelo Ministerio, por solicitação de V. S., as necessarias provi-
dencias para que me fossem entregues ajuda de custo e passagem de ida e volta,
requisitada à Agencia do Real Lloyd Hollandez, no Rio de Janeiro.
Parti então do Rio de Janeiro, a bordo do Hollandia, a 7 de Maio de 1913, com
viagem directa para Lisboa ; cheguei a essa cidade a 21 do mesmo mez e anno, visitei
ahi o Jardim Botanico, annexo a Escola Polytechnica, seguindo depois directamente
para Paris.
- Nessa cidade iniciei desde logo uma primeira serie de visitas a estabelecimentos
botanicos, interessando-me especialmente, como de meu dever, pela Galeria de Bota-
nica do Museu de Historia Natural, pelo Jardim das Plantas, pelo Jardim de Accli-
matacäo e pelo Museu Colonial.
No estudo desses estabelecimentos demorei-me até meiados de Julho.
Cumprindo-me visitar alguns dos principaes institutos botanicos da Europa, para
em seguida fixar-me junto de um delles, afim de assistir a cursos botanicos e sendo
preferivel fazer essa visita durante o verão sobretudo aos jardins botanicos, pois ahi
só nessa época as plantas se apresentam na pujança da vegetação e em condições de
serem observadas, deixei Paris a 10 de Julho, seguindo para a Suissa, com escala
por Grenoble, onde visitei o Jardim das Plantas e o Museu de Historia Natural,
estabelecimentos subordinados às normas de seus homonymos de Paris.
De Grenoble segui a 13 de Julho para Basel, com escala por Genebra, e Lu-
cerna, tendo visto na primeira destas cidades o Jardim Botanico e na segunda 0
Museu de Historia Natural, annexo 4 Escola Cantonal,
TRES D na -
68 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Em Basel, onde deveria demorar-me algum tempo para estudo da colleccäo de
Pteridophytas do Museu Nacional, collecçäo que não foi no entanto enviada a tempo
pelo Museu Nacional e por isto näo poude ser ahi estudada, occupei-me na visita
ao Jardim Botanico e ao Instituto Botanico da Universidade dessa cidade.
De Basel segui para Munich, na Baviera, a 16 de Agosto; nessa cidade visitei
durante 15 dias os seguintes estabelecimentos botanicos: antigo Jardim Botanico, antigo
Museu Botanico, novo Jardim Botanico e novo Instituto Botanico de Nymphenburg.
A 1 de Setembro segui de Munich para Vienna, onde me demorei*tambem 15
dias, visitando o Jardim Botanico de Schonbrunn, o Jardim Botanico da Universidade
e o Museu de Historia Natural.
De Vienna segui para Berlim, onde visitei durante uma semana o Jardim Bota-
nico e o Museu Botanico de Dahlem.
Tornava-se então necessario o meu regresso a Paris para receber a collecção
de Pteridophytas que me foi enviada por ordem de V. S., a meu pedido para
estudo ; por esse motivo segui então para Paris, com uma estadia de uma semana
em Bruxellas, onde visitei o Jardim Botanico, o Museu de Historia Natural e o Museu
Florestal.
Tive assim occasiäo de visitar, desde Lisboa até meu regresso a Paris, os
seguintes estabelecimentos :
1) Jardim Botanico de Lisböa ;
2) Jardim das Plantas de Paris ;
) Museu de Historia Natural de Paris ;
a
oO
) Jardim d’Acclimatacäo de Paris ;
) Museu Colonial de Paris ;
) Jardim das Plantas de Grenoble ;
) Museu de Historia Natural de Grenoble ;
)
)
)
D
Jardim Botanico de Genebra ;
Museu de Historia Natural, annexo à Escola Cantonal de Lucerna;
Jardim Botanico de Basel;
) Instituto Botanico da Universidade de Basel ;
) Antigo Jardim Botanico de Munich ;
) Antigo Museu Botanico de Munich ;
) Novo Jardim Botañico de Nymphenburg, em Munich ;
) Novo Instituto Botanico de Nymphenburg, em Munich ;
) Jardim Botanico de Schönbrunn, em Vienna ;
) Jardim Botanico da Universidade de Vienna;
) Museu de Historia Natural de Vienna;
) Jardim Botanico de Dahlem, em Berlim ;
20) Museu Botanico de Dahlem, em Berlim ;
) Jardim Botanico de Bruxellas ;
22) Museu Florestal de Bruxellas ;
) Museu de Historia Natural de Bruxellas.
A. J. DE SAMPAIO — RELATORIO DA COMMISSAO DESEMPENHADA NA EUROPA 69
De regresso a Paris em principios de outubro, iniciei immediatamente assidua
frequencia ao Jardim das Plantas, ao Museu de Historia Natural e aos cursos bota-
nicos que se effectuaram até o meu regresso ao Brasil, no dia 8 de Abril proximo
passado, seguindo dessa cidade para Boulogne-sur-mer, onde embarquei no trans-
atlantico Tubantia, do Real Lloyd Hollandez, que partiu a 9 para o Rio de Janeiro,
onde cheguei a 25 do mesmo mez, dentro, pois, do prazo maximo de um anno,
arbitrado pela Congregação do Museu para esta commissäo.
Durou, pois, a presente commissão 11 mezes e 16 dias, prazo apenas sufficiente
para um estudo perfunctorio dos estabelecimentos botanicos que visitei, sabido como
é que em nenhum desses institutos e em nenhuma especialidade botanica ser-me-ia
possivel fazer um curso regular em menos de dois annos.
Tendo regressado a Paris no outomno, era minha intenção reservar a visita ao
Royal Garden de Kew e ao British Museum, em Londres, para a primavera do
corrente anno; tendo regressado ao Brasil em Abril, por estar a findar o prazo
maximo que tive para a commissão, fui forcado a deixar de visitar esses estabele-
cimentos inglezes.
Sendo objecto da presente commissão o aperfeiçoamento de conhecimentos bota-
nicos, procurei aproveitar o limitado prazo de minha estadia na Europa no estudo
das caracteristicas dos principaes institutos europeus, no sentido do melhoramento
dos serviços da Secção a meu cargo no Museu Nácional.
Devo dizer desde logo que da comparação do Museu Nacional do Rio de Ja-
neiro com os que tive occasião de visitar, se evidencia o grande valor deste museu,
como riquissimo repositorio de specimens de Historia Natural, interessando sobre-
tudo o estudo das questões relativas ao nosso paiz; o arranjo de suas collecções,
a maneira de expolas à observação publica, os estudos que a seu respeito se effe-
ctuam, os trabalhos de laboratorio e todos os demais servicos inherentes a museu,
effectuam-se no Museu Nacional como nos melhores estabelecimentos europeus, isto
é, sob as mesmas normas, embora sem os mesmos resultados quanto à producção
scientifica, porque faltam ainda ao Museu Nacional do Rio de Janeiro os recursos
de trabalho que sobram nos grandes institutos europeus.
Quero assim referir-me immediatamente as duas principaes caracteristicas
dos grandes institutos botanicos europeus: bibliotheca completa, pelo menos quanto
ás obras e aos periodicos actualmente indispensaveis aos trabalhos botanicos, e col-
lecções botanicas typicas, pelas quaes os trabalhes de identificação das plantas se
fazem com rapidez e segurança.
Faltam a Secção de Botanica do Museu Nacional exactamente estes dois grandes
e indispensaveis recursos de trabalho; é essa a diferença capital e de grande
vulto entre o Museu Nacional do Rio de Janeiro, no que concerne à Secção de
Botanica, unica a que me refiro neste relatorio, e os principaes institutos, nos quaes
devemos buscar ensinamentos. Julgo de meu dever inserir neste relatorio os estudos
que fiz nas bibliothecas européas quanto a bibliographia botanica interessando o
estudo da flora brasileira e em especial aos periodicos onde figuram trabalhos
(O bel
70 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
botanicos em identicas condições; não bastando porém possuir só literatura mas
tambem collecções botanicas typicas, como disse acima, passo a esclarecer o assum-
pto como de meu dever, para que por parte de V. S. possam ser dadas com
urgencia as providencias para acquisição dos recursos a que venho me referindo.
Literatura botânica — A literatura botanica que o Museu Nacional precisa
possuir para os trabalhos da Secção de Botanica é extremamente vasta; contam-se
por milhares os trabalhos relativos à flora brasileira, até hoje publicados e afora a
Flora Brasiliensis de Martius que condensa toda a literatura anterior a 1840, cada
uma de suas monographias condensando dahi por deante a literatura anterior à
data de sua elaboração, desde 1840 até 1906, o que dá em resultado que se para
umas familias a F/orı de Martius é recente, como no caso da das Orchidaceas, para
outras é por demais atrazada, afóra a Flora Brasiliensis de Martius, em regra os
demais trabalhos relativos à flora brasileira ou a plantas de outras regiões e que
tambem se encontram no Brasil são pequenas monographias esparsas em uma infi-
nidade de periodicos.
Devo dizer desde já que não podemos nos limitar a possuir sómente os tra-
balhos que se referem a plantas brasileiras mas tambem. todos quantos cuidam de
floras semelhantes à do Brasil ou pelo menos possuam plantas tambem peculiares à
nossa flora ; não preciso dizer a V. S. que muitas plantas do Brasil são tambem
peculiares a outras regiões, como sejam os paizes limitrophes com o Brasil, a Ame-
rica Central, as Indias Occidentaes e Orientaes, o Mexico e a Africa; até mesmo no
Japão se encontram plantas tambem brasileiras.
Basta ao esclarecido espirito de V. S., para comprovação desta asserção, a
citação dos seguintes trabalhos:
A. Engler, « Uber floristische Verwandtschaft zwischen dem tropischen Africa und
Amerika, sowie uber die Annahme eines versunkenen brasilianisch-athio-
pischen continents», publicado no numero de 9 de Fevereiro de 1905 do
periodico « Sitzungsberichte der Koniglich Preussischen Akademie der Wis-
senschaften ».
Swartz, «Flora Indie Occidentalis ».
I. Urban, «Additamenta ad cognitionem flora occidentalis »; Engler-Bot. Jahrb.
Hemsley, «Biologie Centrali-Americana », parte botanica, trabalhos, em cada pagina
dos quaes V. S. poderä verificar a citacäo de plantas brasileiras.
O seguro conhecimento que V. S. tem nestes assumptos dispensa-me de mais
numerosas informacöes.
Sobre a necessidade premente de completa literatura botanica moderna, devo
ainda insistir como se segue.
O escasso material a vista do qual foram feitas para a Flora Brasiliensis de
Martius muitas das diagnoses novas que ahi se contém e bem assim se fizeram
anteriormente numerosas descripções de plantas brasileiras não permittiu que essa
obra que constitue, como literatura, o principal, senão em muitos casos, unico ele-'
A. J. DE SAMPAIO — RELATORIO DA COMMISSAO DESEMPENHADA NA EUROPA 71
mento de trabalho da Secçäo de Botanica do Museu Nacional, surgisse expurgada
de numerosissimas lacunas que em parte tem sido a pouco e pouco preenchidas
pelos autores em trabalhos mais recentes ; dou a respeito um unico exemplo para
nao dar demasiada extensäo ao presente relatorio, podendo no entanto apresental-os
por centenas a V. S. desde que o exija.
Esse exemplo é, no entanto, frisante, pois se refere a plantas das mais communs
no nosso paiz; é o caso das nossas imbaúbas que em sua maioria não são descri-
ptas na Flora de Martius, sendo ainda que poucas das ahi descriptas podem ser iden-
tificadas à vista das diagnoses que essa obra encerra, por omissas, havendo no caso
necessidade de recorrer a trabalhos de Huber e de Richter; o deste ultimo autor
contido no periodico « Bibliotheca Botanica », que o Museu não possue.
Chamo muito especialmente a attenção de V. S. para o que venho expondo,
pois intensificando-se dia a dia o serviço de consulta, como convem ao paiz, por
motivo do desenvolvimento dos serviços do Ministerio, a cada momento terá o Mu-
seu de passar pelo dissabor de não poder effectuar, para resposta a consultas, iden-
tificações integraes de plantas que lhe sejam enviadas, por motivo principal da es-
cassez de sua bibliotheca quanto a trabalhos botanicos essenciaes.
Pode V. S. certificar-se immediatamente do fundamento dessa assercäo dignan-
do-se mandar verificar se existem na Bibliotheca do Museu Nacional todos os tra-
balhos botanicos, ou as revistas que os encerram, catalogados na primeira lista
desses trabalhos por mim dada à publicidade em o n. 6, anno XVII, Janeiro a
Julho de 1913, da A Lavoura, desta Capital, numero que junto a este relatorio, como
annexo n. 1, para maior clareza.
Apenas iniciada nessa minha primeira contribuição para a bibliographia bota-
nica brasileira, na qual apenas estão catalogados cerca de 500 trabalhos posteriores.
a 1840, época do inicio da publicação da Flora Brasiliensis de Martius, contribuição
em que portanto não está comprehendida senão uma parte dos trabalhos modernos,
interessando o estudo das plantas brasileiras, ja por elle se podem evidenciar as
condições difficeis em que se encontram os que no Museu Nacional querem e de-
vem estudar detidamente as nossas questões botanicas, de um lado pela carencia da
literatura que devemos possuir e, por outro, pela falta de collecções-typos, a que
ja me referi e de que trato adeante minuciosamente.
Caberia perfeitamente aqui a citação que faço adeante, expressões perfeitamente
justas mas que muito deslustram o estabelecimento, com as quaes o illustre botanico
Dr. Dusen, ex-assistente da Secção de Botanica, em trabalho inserto em « Arkiv
for Botanik», de Stockolmo, uma das principaes revistas botanicas, justificou a ne-
cessidade de modificar o seu trabalho anterior, inserto nos Archivos do Museu Na-
cional, sobre a flora do Itatiaya; chamo apenas aqui a attenção de V. S. para que
a respeito faço referencia, tratando das colleccöes typicas.
Ä vista do exposto, faltaria ao meu dever se não cogitasse immediatamente
de catalogar as publicações periodicas que mais urgentemente o Museu Nacional
carece de possuir, para o serviço de sua secção de Botanica, começando por orga-
72
ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
nizar uma lista desses periodicos para que a Bibliotheca do Museu Nacional, actual-
mente ainda em reorganizacäo por motivo das obras, possa verificar suas lacunas
neste particular; solicito pois de V. S. as necessarias providencias para que, dentro
do mais curto prazo possivel, a Bibliotheca do Museu venha a possuir, completas,
as seguintes publicacöes periodicas (à margem a data do primeiro numero ou apenas
algumas indicações uteis, na impossibilidade de indicações completas) :
)
Abhandlugen des k. k zool-bot. Gesellschaft Wien. 1901.
Abhandl. der. kon. Gesellschaft der Wissenschaften zu Göttingen.
Abh. der naturforsch Gesellsch. zu Halle, vol. XV, 1881.
Abh. der naturhistorische Gesellch. zu Nurnberg. vol. XVI, 1905-06.
Abh. der naturwisschaft. Vereius zu Bremen, 1868.
Abstract of Reports of the Brit. Peridological Society. Kendal Report, 1894.
Acta helvetica, Basel.
Acta Horto Bot. Universit. Imp. Jurjevensis, Jurjew, 1900.
Acta Horto Petropolitam (Trudi) S. Petersburgo, 1871.
Acta phys.-medica Academiæ Caes-Leopoldinim-Caroline naturæ curiosorum,
Norimberg. :
Acta Regie Societatis Physiographyciæ Lundensis, 1889.
Acta Universitatis Lundensis ou Lunds Universitits Arskrift, ultima serie, a par-
tir de 1864.
Administration Report of the Forest Departement in the Bombay Presidency,
Bombaim, 1876.
Adm. Rep. of the Government Bot. Gardens and Parks, the Nilgiris-Ma-
drasta, 1993, continuado a partir de 1901 por Agricultural Bulletin of the
Straits and Federated Malay States; Nova serie, Singapura vol. 1°, 1901.
Algemeine Botanische Zeitschrift; Karlsruhe, 1895.
Allg. Forst-und Jagd-Zeitung-Frankfurte am Maim, vol.-LXXXI, 1905.
American Journal of Science.
Amer. Monthly Microscopical Journal; Washington, vol. IX, 1888.
Anales da la Junta Central de Aclimatacion y Perfeccionamento Industrial,
Caracas, 1597, anno IV.
Anales de la Sociedad Scientifica Argentina, Buenos Aires, 1883, vol. XV.
Anales de la Univers. Central de Venezuela, Caracas.
Anales del Instituto Fisico Geográfico y del Museo Nacional de Costa-Rica,
S. José de Costa Rica, vol. XI, 1893.
Anales del Museo de la Plata-Secc. Bot. I, 1902.
Anales del Museo Nacional de Montevideo, 1894.
Neue Annalen der Botanik, Zurich.
Annalen des k. k. Naturhistorischen Hofmuseuns, Vienna, 1886.
Annales agronomiques, Paris, 1875.
Ann. de Geographie; até 1906, vol. XV.
Ann. de la Fac. des Sciences de Marseillier, 1891.
A. J. DE SAMPAIO — RELATORIO DA COMMISSAO DESEMPENHADA NA EUROPA 13
Q
Ann. de l'École nat. d’Agricult. de Montpellier, 18
Ann. de PInstit. Colonial de Marseille, 1893.
Ann. de la Soc. Belge de Microscopie, 1875.
Ann. de la Soc. Bot. de Lion, 1870.
Ann. de Micrographie, Paris, 1888.
Ann. des Sciences Naturelles-Botanique, Paris, 1824.
Ann. d’Horticulture et de Botanique, Leyde, 1858.
Ann. du Jardin Botanique de Buitenzorg, 1876.
Ann. du Musee de Teroueren.
Ann. du Musée du Congo (Bot.), 1898.
Annales Micologici, Berlim, 1903.
39) Annali de Botanica, Roma, i903.
40) Annals and Magazine of Botany, Londres.
41) Annals of Botany (Dir Malfour e outros), Londres, 1887.
42) Annals of Scottish Natural History ou Scottish Naturalist ; nova serie e 3º se-
rie, Perth, 1883-91, e continuacäo. The Annals etc. Edinburgo, 1900.
Annals of the Lyceum of Nat. Hist., Nova-York, 1892.
Q
U
34.
(SN)
©
o O9
DENE
= © YN m
o O
» I GM
=
©) ©)
START
o m
SS,
(Ss)
CO
43)
44) Ann. of the New-York Acad. of Sciences, 1892.
54) Ann. of the Royal Botanic Gardens, Calcutä, 1887.
46) Ann. of the Royal Botanic Gardens, Peradeniya (Ceyläo), 1901.
47) Annuaire de PAcadêmie Roy. des Sc., des Lettres et des Beaux Arts de Bel-
gique, Bruxellas, e sua continuação; Bulletin, 1º, 2º e 3º series.
48) Annuaire du Conservatoire du Jardin Botanique de Geneve, vol. III, 1899.
49) Annual Administration Report of the Forest Departm., Madras presidency,
Madrasta, 1863.
50) Annual Conference, Cryptogamic Society of Scotland-Edinburgo, vol. 30,
1905.
51) Annual Progress Report of Administr., Forest Departm., N. W. Provinces
and Oudh-(India).
52) Ann. Progr. Rep. upon State Forest Administr. in New South Australia,
Adelaide (Australia, 1879).
53) Ann. Report and Transaction of the Plymouth Institutions and Dron and Corn-
wall Nat. Hist. Soc., Plymouth, vol. XIV, 1907.
54) Annual Rep. of the Belfast Naturalist’s Club-Belfast.
55) Ann. of the Boston Society of Nat. History, 1868.
56) Annual Rep. of Botanic Gardens, Singapura, 1683.
57) Ann. Rep. of the Bot. Garden Syndicate-Cambridge, 1904.
58) Ann. Rep. Bot. Station, Tobago-Trinidad, 1902.
59) Ann. Rep. Bot. Soc. of Edinburg, 1841.
60) Ann. Rep. Bureau of Government. Laboratories, Philippina Islands-Manilha,
1906, vol. IV.
61) Ann. Rep. Bureau of Sc., Philippine, Manilha, 1906, vol. V.
40
14 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
62) Ann. Rep. Canadian Institute, Toronto, 1886.
63) Ann. Rep. Colonial Museum and Laboratory, New Zeland, Wellington.
64) Ann. Rep. Dublin Nat. Hist. Soc., 1845.
65) Ann. Rep. Gardens of H. B. the Maharana Fatah Singhyi of Godeypore,
oo
Bombaim, 1889.
66) Ann. Rep. Geol. and Nat. His. Soc. Montreal (Canada) nova serie, 1996.
67) Ann. Rep. Governm. Botanik, Victoria.
68) Ann. Rep. Governm. Gardens and Parks in Mysore-Calcuta.
69) Ann. Rep. Liverpool Marnie Biological Station on Puffin Island, Liverpool,
vol. III, 1890.
70) Ann. Rep. Mauritius R. Botanic Gardens, 1874.
7ı) Ann. Rep. Mc. Gill University, Montreal, 1890.
72) Ann. Rep. Michigan Acad. of Sc. 1907, vol. 9.
73) Ann. Rep. Missouri Bot. Garden, S. Luiz, 1890.
74) Ann. Rep. Pennsylvania State College, Harrisbourg, 1890.
br 75) Ann. Rep. Public Museum of the City of Milwankee, 1895.
76) Ann. Rep. Roy. Bot. Garden, Trinidad, 1339.
77) Ann. Rep. Roy. Bot. Institution of Glasgow.
78) Ann. Rep. State Botanist of the St. of New-York, Albany, 1891.
79) Ann. Rep. State Historical Soc. of Wisconsin, Madison, 1555.
80) Ann. Rep. Watson Bot. Exchange Club, até 1907, 23 vols.
81) Annuario do R. Instituto Botanico de Roma, 1884.
82). Anzeiger der Akademie der Wissenschaften in Kraukau, 1889.
83) Anz. d. k. Akad. d. Wissensch. Wien, 1864.
84) Arbeiten aus d. k. biol., Anstalt. Land und Fortwirtschaft, Berlim, 1900.
85) Arb. d. bot. Institutes zu Wurzburg, 1874.
86) Arb. d. bot Laborat. d. Univers-Warschau, 1875. -
)
)
)
) Archiv. des Vereins d. Freuden d. Naturgesch. in Mecklenburg, 1847.
) Archiv. fur die Botanik, Leipzig.
) Arch. f. Entwichlung-mechan. der Organismen, Leipzig, 1895.
go) Arch. de Inst. Bot. de l'Univers. de Liege, Bruxellas, 1897.
) Arch. de Pharmacie.
) Arch. Italiennes de Biologie, Turim, 1882.
) Arch. des Sc. phys. et Naturelles.
) Arch. du Museum d’Hist. Naturelle de Paris.
95) Archivio Triennale del Laboratorio di Botanica Critthogamica presso da R.
Univ. di Pavia, Miläo, :874.
96) Arkiv. for Botanik, Stockolmo, 1903.
97) Arendt's Monatsschrift fur Kakteenkunde.
98) Atti della Societé Crittogamologica Italiana, Miläo, 1878.
99) Atti dell’Instituto Bot. dell’Univ. di Pavia, Milão, 1888.
100) Atti della Societa Italiana per il progresso d. Sc., Roma, 1908.
A. J. DE SAMPAIO — RELATORIO DA COMMISSAO DESEMPENHADA NA EUROPA 75
101) Beitrage zur wissenschafttiche Botanik, Stuttgart, 1895.
102) Belgium-Bull. de la Federation des Sc. d’Horticulture de Belgique, Bruxel-
les, 1863.
103) Berichte aus d. physiol. Laborat. des Versuchanst. d. landswirttisch. Insti-
tutes der Univers. zu Halle, 1902.
104) Ber. d. bayer bot. Gesellschaft, Munich, 1891.
105) Ber. der Biol. Susswassertation d. k. Naturfsch. Ges. zu St. Petersburgo, 1901.
106) Ber. d. deutsch. bot. Gesellschaft, Berlim, 1883.
107) Ber. d. Schweizerische Bot. Gesellschaft, Basel, 1891.
108) Ber. d. Senckenbergische Naturforschende Ges. Frankfurt am Main.
109) Ber. über Land-und Fortwirtschaft in Deutscher-üstafrika, Heildelberg, 1902.
110) Berkeley Univ. of California Publication of Bot., Berkeeley, 1902.
111) Berlinier Magazin, Berlim, 1807.
112) Bibliothèque agricole et horticole, Paris, 1880.
113) Bibl. botanica, Stuttgart, 1886.
114) Bibl. horticulture et de jardinage, Paris, 1894.
115) Biologisches Centralblatt, Leipzig, 1881.
116) Bluhende Kaketeen, Neudamm, até 1907, 25 folhas.
117) Boletim da Academia Nacional de Sciencias de Cordova.
118) Boletim da Sociedade Broteriana, Coimbra, 1880.
119) Boletim do Museu Goeldi, Para.
120) Bol. do Museu Paulista, S. Paulo.
121) Bol. del R. Orto Bot. di Palermo, 1897.
122) Bonplandia, 3 vols., Hannover, 1853-59.
123) Bot. and Physiological Memoirs, Londres, 1853.
124) Bot. Abhandlungen aus d. Geb. d. Morph-und Physiol., Bonn, 1870.
125) Botanical Miscellaneous, Londres.
126) Bot. Papers fr. the Trans. of the New Zealand Institute, Wellington, um vol.,
1990.
Ser
27) Bot. Ser. of the Field Museum of Nat. Hist., Chicago, 1806.
28) Botanische Hefte, Forsch. a. d. bot. Garten zu Marburg, 1885.
29) Bot. Mitteilung aus der Tropen, Jena, 9 fascs., de 1888 a 1901.
30) Bot. Untersuchungen (anat-phys ) Heidelberg, 1872-79, vols. Tell.
31) Bot. Unters a. d. phys. Laborat. d. landivirt. Lehranst in Berlim, um unico
M nm nm o
vol., 1867.
132) Botanisch Zeitung, Leipzig, 1843.
) Bot. Centralblatt, Leide, 1880.
34) Botanisch Jaarboek, Gent, 1989.
) Botanisk Tidsschrift, Copenhague, 1866.
36) Botaniska Notizer, Lund, 1839.
) Broteria, S. Fiel, 1902.
38) Bull. Bibliogr. della Botanica Italiana, Florença, 1904.
76
139) Bull
ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
. de l’Academie Royale de Danemark, 8.
Bel-
140) Bull. de !’Acad. Roy. des Sec., des Lettres et des Beaux-Arts de
gique.
141) Bull. Assoc. pour la Protection des Plantes, Genebra, 1883.
142) Bull. Federation des Sc. d’Horticulture de Belgique, Bruxelles, 1861.
143) Bull. Soc. Bot. de Lyon.
:44) Bull. Soc. Dauphinoise pour l'échange des Plantes.
145) Bull. Soc. d'Études scientif. de Paris.
146) Bull. Soc. Imp. des Naturalistes de Moscou, 1555.
147) Bull. Soc. Bot. de France, Paris.
148) Bull. Soc. Linn. de Paris.
149) Bull. Soc. Linn. du Nord de la France, Amiens.
150) Bull. Soc. Roy. de Bot. de Belgique, Bruxelles, 1862.
151) Bull. Soc. Vaudoise des Sc. Naturelles, Lausanne.
152) Bull. de l'Herbier Boissier, Genebra, 1895.
153) Bull. de "Herb. de l'Inst. Bot. de Boucarest, 1901.
154) Bull. Soc. Bot. Italiana, Florença, 1892.
155) Bull. dell’Orto Bot. d. R. Univ. di Napoli, 1899.
156) Bull. de l'inst. Bot. de Buitenzorg, 1808.
157) Bull. des Bureau für angewandte Botanick, S. Petersburgo, 1908.
158) Bull. du Departm. de l’Agricult. aux Indes Neerlandaises, Buitenzorg, 1906.
159) Bull. du Jardin Bot. de l'État à Bruxelles, 1902.
160) Bull. du Jardin Imp. Bot. de St. Petersburgo, 1901.
161) Bull. du Museum d’Hist. Nat. de Paris.
162) Bull. of Miscellaneous Information (Royal Garden Kew), Londres, 1887.
163) Bull. of Misc. Infor. Roy. Bot. Gard., Trinidad.
164) Bull. of the Amer Museum of Nat. Hist., New York, 1881.
165) Bull. of the Bot. Departm., Jamaica, Kingston, 1887.
166) Bull. of the California Acad. of Sc., S. Francisco, 1886.
167) Bull. of the Division of Botany, Washington, 1886.
168) Bull. of the Div. of Veget. Physiol. and Pathol., Washington.
169) Bull. of the New York Bot. Garden, New York, 1896.
170) Bull. of the Torrey Bot. Club, New York, 1870.
171) Bull. Mens. de la Soc. Linn. de Paris, 1874.
172) Bull
. Scient. de la France et de la Belgique, Paris.
174) Colm’s Biologische Beitragen, Breslau, 1575.
175) Comptes-rendus de l’Acad. des Sc. de Paris.
176) Comptes-rendus et Mem. Soc. de Biologie, Paris.
)
)
173) Centralblatt fur Bakteriologie und Parasitenkunde, Jena, 1887.
)
)
178) Contr. du Jard. Bot. de Rio de Janeiro.
)
177) Contr. fr. the Ames Bot. Laborat.
)
)
179) Contr. Bot. Departm. of the Univ. of Nebraska, Lincoln.
A. J. DE SAMPAIO — RELATORIO DA COMMISSAO DESEMPENIADA NA EUROPA
Contr. Bot. Laborat. of the Univ. of Pennsylvania, Philadelphia.
Contr. Crypt. Laborat. of the Harvard Univ., Cambridge.
Contr. Departm. of Bot. of Columbian Univ., New-York.
Contr. Gray-Herb. of Harward Univ., Boston, 1801.
Contr. New-York Bot. Garden.
Contr. U. S. Nat. Herbarium, Washington, 1890.
Contribuzion della biologia vegetale, Palermo, 1894.
Correspondance botanique, Liege, 1874.
Coultr’s Bot. Bull. e Coulter's Bot. Gaz.
Curtis’ Bot. Magazine, Londres 1801.
Das Pflanzenreich.
Denkschriften d. k. bot. Ges. zu. Regensburg, um unico fasc., 1815.
Denkschr. d. math-naturw. Kl. d. k. Akad. d. Wiss., Wien.
Deutsche bot. Monatschrift, Sonderschausen, 1883.
Die Fortschrifte der Botanique, Leipzig, 1885.
Dorfleria, um unico numero.
Engler Bot. Jahrbucher, Leipzig, 1881.
Engler-Drude, Die Vegetation Erde.
Engler-Prantt. Nat. Pflanzenfamilien, Leipzig, 1889-1910 (obra terminada).
Erythea, Berkeley, 1893.
Farmer’s Bulletin, Manilha.
Fedde-Repertorium spec. nov. regni vegetabilis, Berlim, 1905.
Flora-Regensburg.
Flore des Serres et des Jardins de l'Europe, Gand, 1880 (1845).
) Gardenflora, Erlanger, 1852.
Garden-Zeitung, Berlim.
Giornale bot. italiano, Florenca, 1844.
Grevillea, Londres, 1872.
Handlingar k. Fisiografica Sallskapet i Lund.
Handl. k. Sv. Vetenskapsakad, Stockolm.
Hedwigia, Dresden, 1852.
Helios, Berlim.
Herbier du Museum de Paris.
Hooker's Icones Plantarum, Londres, 1837.
Jahrbuch d. Hamburg Wissensch. Anstalt.
Jahrbuch d. k. bot. Gart. u. Mus. zu Berlim, 1881.
Jahrbuch d. Nassauischen Ver. fur Naturkunde, Wiesbaden, 1844.
Jahrbuch d. Naturwissenschaften, Freiburg, 1886.
Jahrbuch für Pflanzenkrankeiten, S. Petersburgo, 1907.
Jahresberichte d. bot. Staats Institute zu Hamburg.
Jahresberichte d. naturf. Ges. Graumbinden’s, nova serie, 1954.
Jahresberichte d. naturf. Ges. zu Nurnberg, 1905.
11
18 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
222) Jahresberichte d. Naturw. Ver in Elberfeld.
223) Jahresberichte d. Pollichia.
224) Jahresberichte d. Schlesischen Ges., Breslau.
225) Jahresberichte d. Naturw. zu Bremen, 1369.
226) Jahresberichte Ver f. Naturw. zu Braunschweig, Brunswich.
227) Jahresberichte über Fortschr. in d. Unters d. Nahe-u. Genussmittel, Göt-
tingen, 1893.
228) Jamaica Gazette, Jamaica.
229) Journal de Botanique, Paris, 1887.
230) Journal of Botany, Londres, 1534.
231) Journal of Micology, Washington, 1585.
232) Journal Bombay Nat. Hist. Soc.
233) Journal Boston Soc. Nat. Hist.
234) Journal Cincinnati Soc. Nat. Hist., 1878.
235) Journal Coll. of Sc. at. Tokyo, 1886.
236) Journal of the Economic Biology, Londres, 1906.
37) Journal Linn. Soc. Botany, Londres, 1857.
38) Journal New-York Bot. Garden, 1900.
39) Journal New-York Microscopical Soc., 1885.
40) Journal Roy. Microscopical Soc., Londres, 1878.
41) Journal Quekett Microscop. Club, Londres, 1868.
) Journal Trenton Nat. Hist. Soc., 1886.
Journal W. Australian Nat. Hist. Soc., Perth, 1904.
44) Journal russe de Botanique, S. Petersburgo, 1908.
245) Just’s Bot. Jahresbericht, Berlim, 1873.
246) Kew Bulletin, Londres.
247) Kosmos, 18386.
248) L’Année Biologique, Paris.
249) La Belgique horticole, Liege, 1851-85, ts. 1-35.
250) La Cellule, Gand, 1885.
251) La Nature, Paris.
251°) La Semaine horticole, Bruxelles, 1897-98.
2
2
il
PIE
i)
— cn
4
DD DD D © D D +
ay
Oo
252) Le Botaniste, Paris, 1891.
253) Le Globe, Genebra.
254) H. Leconte-Flore générale de l'indo-Chine, Paris.
255) H. Leconte-Notulæ Systematic, Paris.
256) L'lllustration Horticole, Bruxellas, 1854.
257) Le Monde des Plantes, Le Mans, 1892.
258) Leopoldinia, Dresde.
259) Lindenia, Gand, 1885.
260) Linnaea, Berlim, 1826.
261) Magazine für die Botanik, Zurich, 1787-88.
A. J. DE SAMPAIO — RELATORIO DA COMMISSAO DESEMPENHADA NA EUROPA 79
Q.
262) Magazine of Zool. and Botany, Edinburgo, 1837-38; cont. como Annals and
Magazine of Nat. Hist.
Magyar Botanikae Lapok, Budapest, 1902.
Malpighia, Genova, 1896.
Marcellia, Avellino, 1902.
Mathm. und Naturw. Mitheilungen aus dem Sitzungsberichte der kgl. preuss,
Akad. d. Wissench. zu Berlim, 1882.
Mededeelingen van het Proefstation on West Java te Kagok Tegal.
Medical botany, Londres, 1821-22, 2 vols.
Memorias da Real Academia de Sciencias de Lisboa, 1780.
298
Memoires Soc.
Memoires Soc.
Memoires Soc.
Memoires Soc.
Memoires Soc.
Memoires Soc.
Memoires Soc.
de Phys. et d’Hist. Nat. de Geneve.
de Sc. nat. et mathm. de Cherbourg, 1852.
des Naturalistes de Kiew.
Linn. du Nort de la France, Amiens.
Nat. de Sc. Nat. de Cherbourg, 1852.
Roy. des. Sc. de Liege, 1866, 2° serie.
Botanica Italiana.
Memoires de Herbier Boissier, Genebra, 1900.
Memoires Museum d’Hist. Nat. de Paris.
Memoirs of the Acad. of Soc. of Cracow.
Memoirs Boston Soc. Nat. Hist., 1866.
Memoirs New-York Acad. of Sc., 1900.
Memoirs Roy. Caledonian Horticult. Soc., Edinburgo.
Memoirs Torrey Bot. Club, New-York.
Memoirs Washington Nat. Acad. of Sc.
Memoirs Wernerian Nat. Hist. Soc., Edinburgo.
Minesotta Botanical Studies, Mineapolis.
Missouri Bot. Garden, S. Luiz, 1890.
) Mitteilungen d.
Bayerischen Bot. Ges., Munich.
Mitteilungen aus dem Gesammtgeb d. Bot., Leipzig, 1874-75.
Mitteilungen d.
k. Foret-Instit. in St. Petersburg, 1898.
Mitteilungen aus den Bot. Staatsinstit. in Hamburg.
Mitteilungen d.
Mitteilungen d.
nat. forsch. Ges. in Bern, 1845.
Naturw. Ver. an der Univ. Wien, 1903.
Mitteilungen aus dem Naturw. Ver. von Neu-Vorpommern und Rugen.
Mitteilungen d.
Thuringischen Bot. Vereins, Weimar.
Monatt. Mitt. aus dem gesammtgeb der Naturw., Frackfort.
Monatsberichte d. k. pr. Akad. d. Wiss., Berlim, 1858.
Schwalb Morphologische Arbeiten, Jena, 1891.
299) Muhlenbergia, Los Gatos (California), 1900.
300) Mycologisches Centralblatt, Jena, 1912.
301) Mycology, New-York, 1909.
|
>
|
80 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
302) Naturæ Novitate, Berlim, 1879.
303) Natural Science, Londres, 1892
304) Nature, Londres, 1870.
305) Naturkundig Tijdschrift voor Nederlandsch Indie, Batavia, 1850.
306) Naturhistorisch Tidsskrift, Copenhague, 1837-49.
07) Naturwissenschafttiche Wochenschrift, Berlim, 1887.
08) Naturw. Zeitschrift für Land-und Forstwirtschaft, Stuttgart.
09) Nederlandsch Kruidkundig Archief, Leyde.
o) Neue Annalen der Botanik.
1) Neue Journal für die Botanik, Erfurt, 1806-09.
2) New Zealand Journal of Science, Dunedin.
Notarisea, Veneza.
Notes on the Indian Museum, Calcuta.
Notes from the Royal Bot. Garden, Edinburgo.
Notizblatt d. k. Bot. Gart. und. Mus. zu Berlin, 1805.
Nouveaux Memoires Soc. Imperiale des Naturalistes de Moscou.
Nouvelles Archives du Museum d’Histoire Naturelle de Paris.
Nova Acta Regiae Soc. Sc. Upsaliensis, Upsal.
Nuovo Giorn. bot. Italiana, Florenca.
Nya Botanika Notiser.
Nyt Magazin for Naturvidenskaberne, Christiania.
Occasional Papers of the Boston Soc. of Nat. Hist., 1866.
Occasional Papers British Pteridological Society, Kendal.
Occasional Papers Californian Acad. of Sc. S. Francisco da California.
Oesterreich Bot. Zeitschrift; a principio Oest. bot. Wochenblatt, Vienna,
1851.
27) Olvers. a. k. Vetensk. Acad. Forhandt.
8) Papers and Proceed. of the Roy. Soc. of Tasmania, Hobart.
9) Paxton’s Magazinie of Botany, Londres, 1834-49, 16 vols.
) Pench Geogr. Abhandlungen, Vienna.
1) Pharmaceut. Journ and Transactions, Londres, 1941.
332) Petermann’s Geographisch. Mitteilungen.
333) Philosophical Trans. of the Roy. Soc. of London.
334) Phytopathology, Ithaca, 1911.
335) Pittonia, Washington, 1887.
336) Praktische Blatter für Pflanzenbau und Pflanzenschutz-Stuttgart, 1098.
337) Pringsheim’s Jahrb. für wiss. Botanik, Berlim, 1857
338) Proceedings of the Academy of Nat. Sc. of Philadelphia.
339) Proceedings Alloa Society of Sc., 1866.
340) Proceedings American Acad. of Arts and Science, Boston, 1874.
341) Proceedings Belfast Nat. Hist. and Philosoph. Soc., 1872.
342) Proceedings Biolog. Soc. of Washington, até 1908, vol. XXI.
CO OI OS Comes
k
o ©)
ÉTÉ
oJ
OO Où OO So O2 O0)
DAB ete es per pa pe
DAEMOROMOINMO UT
SERA SE ur
o Go G oO
D D D WN
Dor
4
©)
N SE EEE Pç
OG) OC) oO
32
320
330
221
do
Ss)
ss
+ o
+
Go SI
U9 O9 wm OU) wc
AS
S Ut
TZ
©) oO O9)
OT OL U1 &
SOS
At
> WwW WN
Ww
Co WD wm Oo
O1 UL
EN
Sa
cn On
CON Dun
O9 HW WH W bo
DON Ur
CODE ISO No)
Sz
(SS)
o o bo
SN
LA
A. J. DE SAMPAIO — RELATORIO DA COMMISSAO DESEMPENHADA NA EUROPA
Proceedings Bot. Soc. of Edinburg ; Trans. and Proc., 1844, vol. I.
Proceedings Boston Soc. of Nat. History, até 1907, vol. XXXIII.
Proceedings Bristol Naturalist’s Society, 1874.
Proceedings California Acad. of Nat. Sciences, 1854.
Proceedings Cambridge Philosophical Society, até 1907, vol. XIV.
Proceedings Canadian Institute, 1884.
) Proceedings Davenport Acad. of Nat. Sc., 1876.
90
Proceedings East of Scotland Union of Naturalist’s Societies, 1884.
Proceedings Scientific Royal Dublin Soc., 1899.
Proceedings Indiana Academy of Science, Indianopolis, 1899.
Proceedings Kolonial Museum (Sect. Sc.) Amsterdam, 1899.
Proceedings Linnean Soc. of London, 1892.
Proceedings Literary and Philosoph. Soc. of Liverpool, 1845.
Proceedings New York Lyceum of Nat. Hist., 1899.
81
Proceedings Manchester Field Naturalist’s and Archaeologist’s Society, 1892.
Proceedings New Zealand Institute, Wellington.
Proceedings Nat. Hist. Soc. of Dublim, até 1865, vol. IV.
Proceedings Perthshire Soc. of Nat. Sc., Perth, 1881.
Proceedings Portland Soc. of Nat. Hist., Portland, 1896.
Proceedings Rochester Acad. of Science, Rochester, 1891.
Proceedings Roy. Agricult. ‚and Commercial Society of Bristish Guiana,
Georgetown, 1845.
Proceedings Roy. Bot. Soc. of London, 1836-37.
Proceedings Roy. Colonial Institute, Londres.
Proceedings Roy. Philosoph. Soc. of Glasgow, 1841.
Proceedings Biolog. Sc. Royal Society, Londres, até 1907, serie B, volume
LXXIX.
Proceedings Biolog. Sc. Roy. Soc. of Edinburgh, 1845.
)
Proceedings (Journ. and. Proc.) Soc. of New York, digo, New South Walis,
Sydney, 1880.
Proceedings Biolog. Sc. Roy. Soc. of Queensland, Brisbane, 1884.
Proceedings Biolog. Sc. Roy. Soc. of Victoria, Melbourne, nov. ser.
Proceedings (Sect. scient.) R. Acad. van Wetens-chappente Amsterdam, 1
) Proceedings Soc. of American Florists.
Proceedings and Trans. Nat. Hist. Soc. of Glasgow, 1858.
200
, 1000.
Q
099.
Proceedings and Trans. Nova Scotian Institute of Sc. Halifax, ate 1904, vol. XI.
Proceedings and Trans. Scottish Microscopical Soc., Edinburg, 1895.
Proceedings (Pap. and Proc.) R. Soc. of Tasmania, Hobart, 1887.
Proces-verbaux Soc. d’ Hist. Nat. de l'Ile Maurice, Port-Louis, 1842-10.
Progressus Rei Botanicae, Jena, 1907.
Publ. Field Columbian Museum, Chicago, 1898.
Publ. Botany of University of Caledonia, Berkeley, 1902.
11
a. Cab
2. 4
>
7
42-2174
+
DEL,
=.
Bu A LA
EN
Pe
Mi nes po
E AR PRA.
82
af
3.
ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
2) Quarterly journal of the Liverpooi University Institute of Comm. Research in
the Tropics, Liverpool, 1906.
383) Quarterly Journ. of microscopical Science, nov. ser., 1861.
384) Quarterly Record Roy. Bot. Soc. of London, até 1906, n. 107.
385) Records Bot. Survey of India, Calcuta, 1693.
36) Recueil de l'Instit. Bot. Université Bruxelles, até 1906, vol. VI.
387) Recueil des Mém. et des Travaux Soc. Bot. du Gand-Duche de Luxembourg,
1974:
388) Recueil Trav. Bot. Neerlandais, Nimegue, 1904.
389) Refugium botanicum, Londres, 1569.
Qu=
390) Repertorium Annuum Literature Botanicæ Periodicæ ; Harlemy, 1875
391) Repertorium novarum specierum regni vegetabilis (já citado sob o titulo
Fedde Repertorium).
2
93) Report
94) Report
5) Report
So
No)
©)
Ne)
1871.
396) Report
397) Report
393) Report
399) Report
400) Report
401) Report
402) Report
403) Report
Bert
Report
Report
7 Report
410) Report
411) Report
412) Report
413) Report
414) Report
415) Report
416) Report
)
)
)
) Report
07)
08)
417) Report
418) Report
)
) Reports and Papers on botany, Londres, 1849.
of the Americam Museum of Nat. Hist., New York.
of the Annual Meeting of the Roy. Soc. of Queensland, Brisbane.
Bot. Gardens and Government Plantations South Australia, Adelaide,
Bot. Gardens British Guiana.
Bot. Gardens Brisbane, 1870.
Bot. Gardens and Domaines etc. of New South Wales.
Bot. Club of Canada, Ottawa.
Bot. Exchange Club of the Thirsk Nat. Hist. Soc., Thirsk.
Bot. Gard. of the Governm. N. W. Prov., India.
Bot. Survey of India.
Colonial Botanist, Cape of Good Hope.
Edinburgh Museum of Sc. and Art.
of Fiber Investigations.
Kew’s Roy. Gardens, Londres, 1855.
London Bot. Exchange Club.
Manchester Museum, Owaa's Coll.
Michigan Acad. of Sc., Arbor-
Mysore Governm., Museum.
Natal Bot. Gard. and Colonial Herbarium, Durban.
Quekett Microscopical Club.
Roy. Bot. Gard. Calcuttä.
Roy. Bot. Gard. Edinburgh.
Trivandrum Museum and Public Garden.
U. S. Nat. Museum, Washington.
British Association.
British Pteridological Society, Kendal.
419) Report Dunedin Naturalist’s Field Club, Edinburgh.
A. J. DE SAMPAIO — RELATORIO DA COMMISSAO DESEMPENHADA NA EUROPA 83
o) Report Linn. Soc. of London.
) Report Roy. Bot. Gardens Ceyläo, Peradeniya.
2) Report Roy. Gardens Kew.
B 1S S
I
je Report Roy. Soc. of Tasmania, Hobart.
4) Revista del Museo de la Plata, La Plata.
125 ) Revista do Centro de Sc., Letras e Artes de Campinas.
6) Revue de Botanique, Toulouse, 1992.
427) Revue bretonne de Rennes, 1906.
8) Revue de Botanique, Paris.
9) Revue générale de botanique, Paris, 1880.
o) Revue des Cultures Coloniales.
Revue des Sc. Naturelles, Montpellier.
Revue horticole, Paris, 1939.
Revue Mycologique, Toulouse, 1900.
Revue scientifique de la France et de l'étranger, 1889.
Rhodora, Boston, i899.
Richerche e Lavori esguiti nell’Istituto Botanico della R. Universita de Pisa.
Schriften d. k. bayr. Ak. Munchen.
Schriften d. k. Phys-okon. Ges. zu Konigsberg, 1861.
) Schriften des Naturwiss. Vereins für Schlenoig-Holstein, Kiel.
) Schriften d. Naturf. Ges. in Danzig.
Science Progress, Londres, 1994.
442) Scient. Proceed. of the Royal Dublin Soc.
443) Scient. Trans. of the Royal Dublin Soc.
444) Scripta Botanica Horti Universitatis Petropolitani, S. Petersburgo, 1886.
445) Sitzungsberichte d. Ges. Naturforsch. Freumde, Berlim, 1860.
446) Sitzungsberichte d. k. Akad. d. Wiss. in Wien, 1909, vol. 117.
447) Sitzungsberichte d. k. Akad. d. Wiss. zu Berlin. :
448) Sitzungsberichte des naturf. Ver. d. Preuss. Reinland.
449) Sitzungsberichte der Bot. Ges. zu Stockolm.
450) Sitzungsberichte K. Bayer. Akad. d. Wiss. zu Munchen.
451) Sitzungsberichte Niederrheinigen Ges. f. Natur und Heiltunde Bonn.
452) Sitzungsber. d. Phys-Med. Societat zu Erlangen.
453) Smithsonian Miscellaneous Collections, Washington.
454) Estudios sobre cultivos y trabajos experimentales de la División de Agricultura
del Uruguay, Montevideo, 1910, vol. V.
455) The Botanical Gazette, Londres, 1849-51, vols. I-III.
456) The Botanical Magazine Tokio, até 1907, Hee I-XXI.
457) The Botanist, Londres, 1838-42, 5 vols.
458) The Canadian Naturalist and Geol., and Proc. of the Can. Nat. a. Geol.,
1864-65 e The Can. Record of the Sc., a partir de 1854
459) The Essex Naturalist.
EN
©
Oo DH
=— -
+ +
IS
O O O DW O2 YW o
Ne)
com ou À
INES
IS dS
NS,
Drs
ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
460) The Farmer, Londres.
461) The Floral Cabinet and Magazine of exotic Botanic, Londres, 1837-40, 3 Vols.
462) The Floral Magazine, Londres, nova serie.
463) The Floricult. Mag. and miscellany of Gardening, Londres, 1836-42, 6 vols.
464) The Florist, Fruitist and Garden Mag., Londres, 1863-77, 14 vols.
465) The Garden, Londres, 1872-1907, vols. I-LXXI.
466) The Garden and Florest, New York, 1888.
467) The Gardener, Edinburgh, 1867-82, 16 vols.
468) The Gardener’s Chronicle, Londres, 1841.
469) The Gardener's Magazine, Londres, 1550.
470) The Garden Gazette, Melbourne, 1903.
471) The Garden Oracle, Londres, 1880.
472) The Geographical Journal, Londres, 317 até 1908.
473) The Journal of Bot., Londres, 1863.
474) The Journal of Hort.
475) The Linnaean Fern. Bull., Binghampton.
476) The London Journ. of Bot.
477) The Mag. of. Nat. Hist., Londres, 1829-36, vols. IX.
C
)
478) The Phytologist, Londres, nova ser., 1555-03. :
479) Tidsskrift for populaere Freunstillinger af Naturoidenskaben, Copenhague,
N
1055.
480) Torreya, New York, 1901.
481) Transactions and Annual Report oft he Manchester Microscopical Soc., 1888.
482) Trans.
483) Trans.
484) Trans.
495) Trans.
496) Trans.
497) Trans.
483) Trans.
499) Trans.
490) Trans.
. 491) Trans.
492) Trans.
493) Trans.
494) Trans.
and Proc. New Zealand Institut., Wellington.
Bot. Soc. of Edinburgh.
British Mycological Soc. Worcester.
California State Agric. Soc., Sacramento.
Cambridge Philosophical Society.
Canadian Institute, Toronto.
Connecticut Acad. of Arts and Sc., Newhaven.
Edinburgh Field Naturalist's and Microscopical Soc.
English Arboricultural Soc., Carlile.
Essex Field Club.
Guiners Research Laboratory, Dublin.
Hertfordshire Nat. Hist. Soc. and Field Club, Watford.
and Journal of Proceed. Demfrieshire and Galloway Nat. Hist
Antiquarian Soc., Dumfries.
495
497
499
) Trans.
496) Trans.
) Trans.
498) Trans.
) Trans.
Kansas Acad. of Sc., Topeka (Kansas).
Linnean Soc., Londres, 1791.
Malvern Naturalist’s Field Club, Worcester.
Manchester Microscopical Soc.
Massachusetts Horticultural Soc., Boston (Mass. )
and
EWR:
Be) :
500)
501
502,
505
So
505
506
507)
511
512)
513)
514
515,
516)
57,
518
519)
520
521
)
527
528
529
530
531
532
SB)
534
599
A.
Ji.
Trans.
Trans.
Trans.
Trans.
Trans.
Trans.
Trans.
Trans.
508) Trans.
509) Trans.
Trans.
Trans.
Travaux Acad. Imp. des Sc. de S. Petersbourg, 1902.
Travaux Inst. Bot. Univ., Stockolmo.
Musee Bot. Acad. Imp. des Sc. de S. Petersbourg.
522) Der Tropenpflanzer, Berlim, 1893.
523) Tradi, Arbeiten aus dem Botan. Garden zu Tiflis.
524) Untersuchungen aus dem Bot. Institut zu Tubingen.
525) Untersuchungen Bot. Land. Univers. Gcettingem, Berlim, 1879.
526) Untersuchung forst bot. Inst. zu Munchen.
Vellosia, Rio de Janeiro, 1891-92.
Verh.
Verh.
Verh.
Verh.
Verh.
Verh.
Verh.
Verh.
DE SAMPAIO — RELATORIO DA COMMISSAO DESEMPENHADA NA EUROPA
Nat. Hist. Soc. of Glasgow.
New York Acad. of Sc.
Norfolk and Norwich Naturalist’s Soc. Norwich.
Philosop. instit. of Victoria., Melbourne.
85
Plymouth Institution and Devon and Cornwall Nat. Hist. Soc., Plymouth.
and Proc. New Zeland Instit., Wellington.
and Proc. Perthshire Soc. of Nat. Hist. Perth.
Royal Horticult. Soc. of London.
Royal Irish Academ.
Royal Med Bot. Soc. of London.
Microscop. Soc. (publicação ja mencionada com o nome de The
Monthly Microscop. Journal).
510) Trans.
Trans.
Trans.
Trans.
Trans.
Trans.
Trans.
Trans.
Roy Soc. of Arts and Sc. of Mourtius, Porto Luiz.
Roy Soc. of Edinburgh.
Roy Soc. of Victoria., Melbourne.
(Scient.) Dublin Soc.
Scottish Horticult., Association, Edimburg.
Scottish Nat. Hist. Soc., Edinburgo.
Tyneride Naturalist's Field Club, New Castle on Tyne.
Waltord Nat. Hist. Soc. and Hertfordshire Field Club, Walford.
Walford Yorkshire Naturalists Union, Leeds.
Bot. Vereins Prov. Brandebourg, Berlim, 1859.
Zoo-Bot. Ges. in Wien.
Naturforsch. Ver. in Brunn.
Gesellsch. für Erdkunde zu Berlin. É
phys. med. Ges. in Wurzburg.
phys. med. Soc. zu Erlangen.
Naturh. Ver. Preuss. Rheinlande und Westphalens, Bonn.
Ver. zur Beford des Gartenbaues in den k. Preuss. Staaten,
nova serie.
536) Verh. deutsch. Naturforsch und Aerzte, Leipzig, 1890-1905.
537) Verh. Schweiz. Naturf. Gesellsch.
538) Verh. Zool. Bot. Ver. in Wien. .
Berlim,
36 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
539) The Victorian Naturalist.
540) Videnskabelige Meddelelser fra den Naturh. Forening i Kjobenhavn, Cope-
nhague.
541) Webbia, Florenca, 1905.
542) Wiener Illustrierte Garten Zeitung (e sua contin.), Wien. Obstund Gart. Zei-
tung. ;
543) Zeitschrift für die Landwirthschftlisch Versuchswengen in Resterreich, Vienna.
544) Zeitsch. der allgemeine österreich Apothek-Verein.
545) Zeitsch. für Botanik, Jena. 1909.
546) Zeitsch. für Forst-und Jagdwesen, Berlim, 1869.
547) Zeitsch. für die gesammsten Naturwiss, Berlim, 1848.
548) Zeitsch. für Parasitenkunde.
549) Zeitsch. für wissenschaftt. Botanik, Zurich, 1844.
Nesta lista estäo apenas incluidas as publicacöes periodicas de importancia pri-
mordial para os trabalhos da Secção de Botanica.
Muitas das publicacöes indicadas interessam tambem as outras seccöes deste
Museu, que possue ja em sua bibliotheca uma parte dellas. Estäo, porem, incompletas
nessa bibliotheca as collecções de diversas publicações.
Sollicito de V. S. providencias para que com urgencia verifique a Bibliotheca
o que possue quanto às referidas publicações para o prompto preenchimento de suas
lacunas.
Collecções-typos — A importancia dos hervarios de Kew, do Museu Botanico de
Berlim, do Instituto Botanico de Nymphenburg em Munich, da Galeria de Botanica
do Museu de Historia Natural de Paris, da Secção de Botanica do Museu de His-
toria Natural de Vienna, como de todos os hervarios officiaes e particulares de pri-
meira ordem, esta em offerecerem aos seus consulentes a um tempo importantes
collecções-typos para comparação e farto material para estudo.
Sabe V. S. qual a razão principal da importancia das collecções-typos; os es-
tudos feitos à vista de material de hervario para a maioria das plantas, sobretudo
quanto às plantas brasileiras, reflectem claramente a insufficiencia desse material para
diagnoses menos incompletas, em especial para as diagnoses integraes que devem
servir de base ao methodo natural, que se procura desde os tempos de Linneu, dos
Jussieus e de seus contemporaneos.
Insufficiente esse material para os fins collimados a um tempo pela Phytogra-
phia e pela Taxonomia vegetal, é incompleto e tem muito de convencional o que
elle permittiu à sciencia hodierna adquirir; por outro lado a arte de descrever os se-
res vivos não attingiu ainda a grande perfeição indispensavel para permittir ás dia-
gnoses a seriação integral e indiscutivel dos caracteres differenciaes de cada ser, de
modo a impedir confusões e variadas interpretações contrarias à exactidão das iden-
tificacöes.
Nestas condicöes ficam os trabalhos botanicos muitas vezes na dependencia de
méra comparação de material a determinar com o que serviu aos autores para a
A. J. DE SAMPAIO — RELATORIO DA COMMISSÃO DESEMPENHADA NA EUROPA 87
criação de suas especies novas, isto é, com os exemplares originaes. Se V. S. se
dignar folhear qualquer dos fasciculos do Das Pflanzenreich, verificarä immediata-
mente a importancia desses exemplares originaes e da identificacäo por compa-
ração.
Os estabelecimentos que não possuem, como recurso de trabalho, material para
comparação, terão de se limitar a producção muito escassa e summaria; a par da
falta de literatura botanica completa, tem a Secção de Botanica do Museu Nacio-
nal, na carencia de collecções-typos, uma indiscutivel justificativa de sua limitada
producção scientifica, estando nas mãos de V. S. facultar os recursos para que a
Secção a meu cargo possa dar prompto e cabal andamento ao estudo das questões
scientificas que lhe competem.
Chamo muito especialmente a esclarecida attenção de V. S. para as seguintes
expressões com que o illustre botanico Dr. P. Dusen, que exerceu já o cargo de
assistente da Secção, justifica as correcções, que foi forçado a fazer no trabalho
que, sobre a flora do Itatiaya, publicou nos « Archivos do Museu Nacional»; a
correcção desse trabalho foi feita pelo referido autor na revista sueca « Arkiv
för Botanik», da Academia de Stockolmo, uma das mais importantes revistas da
actualidade.
Lê-se à pag. 2 do n. 7, vol. 8, de 1909, linhas 10 a 21:
« Das Bestimmen der a he wahrend meines etwa von Mitte Mai bis
Mitte Juli dauernden Aufenthalts auf dem Berg gesammelt wurden, wurde in Na-
tional museum in Rio de Janeiro von mir vorgenommen. Da mir nicht genügende
Hülfsmittel zur Verfügung standen und Vergleichsmaterial fast gänzlich fehlte,
war die Bearbeitung mit grossen Schwierigkeiten verknüpft; Nach meiner Rükkehr
aus Brasillien habe ich es mir auch kontrollieren, und, wie erwarten war, stellte
sich bald heraus, dass einige Bestimmungen, auf die ich im folgenden aufmerksam
machen werde, geändert werden mussten ».
As verdades que nessas linhas se contem näo säo de modo algum honrosas
para © estabelecimento; é mister que declarações dessa natureza não mais se justi-
fiquem, nem se possam reproduzir, o que depende de serem dadas por V. S. as
providencias necessarias para a acquisição das colleccöes-typos e da literatura bo-
tanica, necessarias ao serviço da Secção.
Para dar um exemplo do grande empenho dos grandes. estabelecimentos techni-
cos pela acquisicäo das collecções-typos e o enriquecimento de suas colleccöes em
geral, limito-me a citar o que a respeito diz o professor H. Lecomte, do Museu de
Paris, em o « Quatrieme Rapport sur le fonctionnement du Service de Botanique
(Pharnerogamie) du Museum d'Histoire Naturelle de Paris, pendant les années 1912,
1913» (Paris, 1914).
Por este Rapport, que junto ao presente relatorio, como annexo n. 2, verifica-
se que deram entrada no hervario phanerogamico do Museu de Paris, no periodo
supra citado, 27.779 exemplares, alem de 3.200 ideas de plantas de Madagascar
(Herb. Drake) doados ao estabelecimento.
88 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Esses 27.779 exemplares foram obtidos pela seguinte fórma :
RCE TE RR nella ee 5.416
0, ar FMB a go se Ryan rca dio dardo 9.090
3°. Enviados por viajantes näo subvencionados O qua
4º. Enviados por viajantes subvencionados. . . 6.111
Spe On tGGACAO ee Nepean ee e ee 1.450
Nesse mesmo Rapport vem consignado que o hervario phanerogamico do Mu-
seu de Paris dispõe de 20.000 duplicatas para permuta.
Por sua vez o Servico de Culturas, a cargo do professor Constantin, e inteira-
mente independente da Secção de Botanica, distribue, periodicamente, prospectos
que o Museu Nacional recebe, para permuta de sementes.
Assim & em todos os museus de primeira ordem: todos os estabelecimentos
europeus usam o mesmo systema que deve ser adoptado, em sua plenitude pelo
Museu Nacional do Rio de Janeiro.
Para isso a Secção de Botanica fará de sua parte o que é de suas attribuições.
Das acquisições — Como ficou dito, quanto ao Museu de Paris, as collecções
botanicas adquirem-se por compra, por permuta, por excursões e por doação; por
todos esses modos tem o Museu Nacional adquirido suas colleccöes, sendo por isso
apenas necessario indicar aqui o modo de intensificar as acquisições.
Por meio de excursões adquirem-se as collecções de plantas a estudar e que
podem e devem ser transformadas em collecções-typos; a acquisição de collecções-
typos já promptas só pôde ser feita por compra, por permuta, ou mais raramente,
por doação.
O meio mais facil de adquirir collecções-tvpos authenticas é procural-as nas
5 mäos dos especialistas; para isso devem ser aproveitados os funccionarios em com-
missäo no estrangeiro, ou enviar mesmo especialmente, para esse fim, ao estrangeiro,
funccionarios da Seccäo com os recursos necessarios para esse mister.
Esse ultimo alvitre, dando margem a que pessoa competente verifique previa-
mente a authenticidade das collecções a adquirir, é o melhor e adoptado muito com-
mummente. Sem receio de errar, asseguro que actualmente pôde ser montado um mu-
seu botanico de primeira ordem em prazo muito curto, desde que se disponha de
verba sufficiente para adquirir no estrangeiro toda a literatura e todo o material
necessarios, em virtude de ser, actualmente, muito grande o numero de herborizado-
res, razão pela qual ha farto material disponivel.
Não é raro mesmo annunciarem-se, em publicações botanicas das mais acatadas,
v. gr., « Engler-Botanische Jahrbücher », collecções de plantas para museu ; interessa-
ria especialmente ao Museu Nacional adquirir, por exemplo, as collecções annuncia-
das por E. Ule, ex-assistente da Secção de Botanica, no supplemento 72, à pag. 14
do vol 32 do «Engl. Bot. Jahrbücher », plantas colhidas pelo referido botanico no
Amazonas; essas collecções, constituidas de 2.000 plantas vasculares e 1.000 cryp-
togamicas, foram annunciadas pelo preço total de 1.500 marcos, ou sejam 1:1258
A. J. DE SAMPAIO — RELATORIO DA COMMISSÃO DESEMPENHADA NA EUROPA 89
em nossa moeda, preço reduzidissimo se attendermos que se trata de collecções-ty-
po inteiramente promptas, organizadas mediante comparação com as collecções do
Museu de Dahlem e outros.
Seria de toda conveniencia que V. S. mandasse syndicar se ainda se encon-
tram á venda essas collecções e que fizesse adquirir uma collecção para o Museu
Nacional.
Não só directamente com os botanicos podem ser obtidas collecções por com-
pra; muitas casas commerciaes expõem à venda collecções valiosas, cuja acquisição
conviria ao Museu. Os prospectos dos annexos ns. 3 e 4 deixam em evidencia a
extensão do commercio de collecções botanicas na Europa. A lapis vermelho indico
nesses prospectos as collecções ahi annunciadas e que conviriam ao Museu Na-
cional.
Outro meio muito commummente usado na Europa e em todo o mundo para
enriquecimento de hervarios de museus e particulares consiste na permuta de du-
plicatas, previsto pelo regulamento do Museu Nacional.
Permutas — Uma condição muito justamente imposta pelos estabelecimentos
. europeus, que tive occasião de visitar e, em geral, por todos os estabelecimentos, e
por particulares, para permuta de exemplares é que seja rigorosa a identificação
desses exemplares ; dependendo, porém, as rigorosas identificações de literatura bo-
tanica completa em cada caso e de collecções-typicas, claro é que devemos procurar
primeiro adquirir os recursos de trabalho garantidores da exactidão das identifica-
ções, para, em seguida, cuidarmos de preparar material para a permuta.
E o credito do Museu Nacional que isto exige ; para O seu serviço, mau grado
as difficuldades actuaes, as collecções da Secção de Botanica vão sendo organizadas
como possivel. Permuta de duplicatas só deve ser feita quando a Secção estiver em
condições de fazer identificações com a mesma segurança com que são feitas nos
grandes museus da Europa. |
_ Por ultimo devo alludir a outro meio correntemente usado para organização de
collecções : vou referir-me ao que se chamma communicação de material.
Communicacao de material — Entre os especialistas e os estabelecimentos bota-
nicos é uso entregarem-se em confiança collecções valiosas para estudo, sendo taes
colleccoes depois de estudadas devolvidas a seus donos. Nao ha muito recebeu a
Seccäo de Botanica uma circular da redaccao do «Das Pflanzenreich », de Berlim,
o mais notavel tratado actualmente em publicacäo sobre Phytographia e Taxonomia
vegetal, sollicitando a remessa de material para estudo, material relativo as familias
Dioscoreaceas e Araceas, pedido que nao foi satisfeito e que a vista do art. 55 do
Regulamento nao poderia ser satisfeito, pois nelle apenas e permittida permuta
de duplicatas, näo cogitando de communicacäo de material.
Ao melhor andamento dos serviços da Secção de Botanica conviria que o Regu-
lamento cogitasse e regulasse communicacäo de material e permittisse mesmo, a par
da permuta de exemplar por exemplar, a de exemplar por sua identificacäo, por
especialista.
12
90 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Para deixar em maior evidencia a importancia que os museus europeus ligam
à communicação de material, transcrevo neste relatorio as expressões com que a ella
se refere o professor Lecomte em seu já citado « Quatrième Rapport» (annexo n. 2)
a pag. V, linhas 7-24:
«Enfin nous ajouterons que plusieurs savants des Universites de province sont
devenus nos collaborateurs pour l'élaboration de la Flore générale de TIndo-Chine,
dont on trouvera plus loin la situation actuelle. Ces savants reçoivent des maleriaux
en communication et entreprennent chez eux les études préliminaires qu'ils viennent
simplement completer au Museum.»
A linhas 21-24 lê-se ainda :
«Nous esperons que le nombre de nos collaborateurs ne fera que s'accroitre,
car l'étude des flores exotiques et en particulier des flores coloniales s'impose indiscu-
tablement et ouvre un champ indefini à Tactivite des Botanistes. »
A Secção de Botanica e ao paiz seria sempre util fornecer aos especialistas
material de estudo das nossas plantas, pois quanto mais se aperfeicoarem os conhe-
cimentos a seu respeito, tanto menos arduos serão os trabalhos technicos da Secção
e mais facil ao paiz o aproveitamento racional de suas riquezas vegetaes.'
CURSOS BOTANICOS
Os cursos botanicos effectuados nos museus europeus tem por fim transmittir ao
auditorio de professores, botanicos e alumnos de cursos superiores, as ultimas acqui-
sições theoricas e praticas das diversas especialidades botanicas.
Taes cursos comprehendem prelecções theoricas e aulas praticas, as primeiras
efectuadas em amphitheatro, ou salas de conferencias, e as ultimas em laboratorios,
ou junto de culturas, ou em excursões.
São os chamados cursos de altos estudos botanicos. Quem não conhecer bem a
parte elementar, ou geral, da Botanica, frequenta-os inutilmente ; nelles são estudadas
as grandes questões botanicas. Cada especialista fala ou, melhor, ensina sobre sua
especialidade ; e ensina a um auditorio de mestres.
É facil de inferir o valor desses cursos de altos estudos que não só mantém o
meio scientifico ao corrente dos progressos botanicos, como facilita o advento dos
que se pretendem devotar à sciencia das plantas.
As prelecções theoricas são em regra esclarecidas por colleccöes de mappas
muraes e por desenhos preparados de antemão para cada prelecção em lousas, feitos
4 a giz.
Os mappas que tive occasiäo de ver nos museus que visitei foram os
seguintes :
1) Vegetations-bilder, editados por G. Fischer, de Iena.
2) Mappas anatomicos, editados por Paul Parey, de Berlim.
3) Pflanzenphysiologische Wandtafel de Frank e Tschirch.
4) Biologisches Atlas, de A. Dodel, ed. por Kunstanstalt de Zurich, Vormals
Frey Conrad.
A. J. DE SAMPAIO — RELATORIO DA COMMISSAO DESEMPENHADA NA BUROPA 91
5) Mappas anatomicos de G. Bonnier e Mangin, Paris.
6) Colleccäo Kny.
As aulas praticas sao dadas em laboratorio, junto de culturas e em excursões ;
nellas os professores se occupam na demonstracäo pratica das preleccöes.
Conforme as exigencias do curso, säo feitas excursöes previamente annunciadas,
como as aulas, em logar publico, com o fim de estudar as plantas em seu habitat
natural e colher material de estudo.
Como modelo de taes excursões, devo citar as que periodicamente effectua o
Museu de Dahlem, com previo aviso publicado no « Engler-Bot. Jarhrbücher », aviso
no qual a funcção de cada excursionista é previamente indicada e onde figuram
mesmo os menores detalhes dos trabalhos a effectuar. Cada excursionista contri-
bue com uma quota para custeio da excursão; na quota marcada fica compre-
hendida a conducção, sendo que, em regra, ha, por parte das estradas de ferro, um
desconto no preço de passagem para os excursionistas.
As excursões do Museu de Dahlem são annunciadas no « Bot. Jahrbücher » da
seguinte forma, como se pode ver, por exemplo, no supplemento n. 86, fasciculo II,
do vol. 38, a pag. 89:
Vorlaufiges Programm
für die
(n.). Zusammenkunft der Freien Vereinigung der systematischen Botaniker und
Pflanzengeographen zu... (local). an. (dia de ida e volta)... (mez e anno)..
As excursões do Museu de Paris são, em geral, feitas a local pouco distante
dessa cidade.
Uma das condições de exito de taes excursões é ser sufficientemente conhecida
a flora européa, de forma que os professores de antemão podem mesmo dizer quaes
as plantas que serão encontradas em condições de serem colhidas, isto é, com flores,
ou seus orgãos de reproducção, em cada época do anno e em cada zona, de forma
que o itinerario e os trabalhos podem ser marcados de antemão, com segurança.
O estado actual dos conhecimentos relativos à flora brasileira e à falta absoluta
de floras especiaes de cada região botanica do Brasil são ainda serios embaraços à
adopção de identicos processos de ensino botanico no paiz, onde os botanicos
precisam reunir em primeiro logar os dados technicos que na Europa os per-
mittem.
Sobretudo no Museu Nacional do Rio de Janeiro, serão de grande vantagem
para os cursos, além dos mappas já citados, os quadros muraes que a Secção já
teve occasiäo de pedir a V. S.
O annexo n. 5 apresenta a V. S. prospectos de casas commerciaes que vendem
esses quadros muraes.
Devemos tambem procurar adquirir o maior numero possivel de modelos de
flores, frutos, plantas inteiras, etc., afim de poder ser dado ao curso de Botanica
do Museu o maior cunho pratico.
92 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Em alguns casos mesme, como vimos na Secção de Botanica do Museu de
Historia Natural de Vienna, os modelos däo nocäo mais precisa sobre plantas, ou
partes de plantas, cuja preparacäo näo consegue manter sua forma integral e suas
caracteristicas ; assim, por exemplo, os cogumellos, frutos carnosos, etc.
Frequentei, durante a presente commissao, os cursos do Museu de Paris. Nesse
estabelecimento os cursos de Botanica dividem-se da seguinte forma :
Curso de Morphologia e Physiologia vegetal, a cargo do professor Van-Tieghem.
Curso de Cryptogamia, a cargo do professor Mangin.
Curso de Phanerogamia, a cargo do professor Lecomte.
Curso de Culturas, a cargo do professor Costantin.
Curso de Physica vegetal, a cargo do professor Maquenne.
Como vé V. S., cada professor se occupa exclusivamente de uma especialidade
botanica, e nao de toda a materia.
O Museu Nacional, tendo em sua Seccäo de Botanica apenas dois funccionarios
incumbidos dos cursos, e que são o professor e o substituto, e, além disso, sendo
os seus serviços relativos à organographia, phytographia e systematica especial das
plantas vasculares, unicas especialidades para as quaes possue material, ainda escasso,
aliás, terá de fazer seu curso de Botanica, cuidando dessas especialidades, sem, no
entanto, deixar de lado as demais especialidades botanicas.
Conclusões
Em resumo, verifiquei na presente commissão o seguinte :
1) O Museu Nacional do Rio de Janeiro, quanto à sua Secção de Botanica,
unica que me compete tratar aqui, ¢ uma instituição organizada nas normas dos
estabelecimentos de primeira ordem.
2) Para que a producção scientifica, na parte botanica, -esteja de accördo com
a sua organização, é mister prover sua Secção de Botanica de todos os recursos de
trabalho que sua organização exige.
3) Os recursos que faltam ao Museu Nacional, para regular funccionamento da
Secção de Botanica, comprehendendo o curso a effectuar, são :
a) Bibliotheca botanica completa, com assignatura de todos os periodicos actuaes,
indicados na lista das pags. &-26 deste relatorio.
b) Colleccöes-typos.
c) Permuta intensa de duplicatas.
d) Communicacäo de material.
e) Mappas muraes, quadros muraes e modelos, para o curso.
É claro que taes indicações devem ser entendidas como referentes ao minimo,
necessario à Secção, após sua definitiva installação, installação, que, como sabe V. S.,
ainda não se terminou por estar suspenso o fornecimento dos pedidos feitos para
esse fim, a V. S., desde que ficaram concluídas as obras pelas quaes passou o edi-
ficio do Museu.
A. J. DE SAMPAIO — RELATORIO DA COMMISSÄO DESEMPENHADA NA EUROPA 93
Quanto ao Horto Botanico que o Museu Nacional possue como dependencia da
Seccäo de Botanica, tive occasiäo de ver que, em parte alguma, os servicos bota-
nicos do Museu se misturam com serviços culturaes. Como disse em minha repre-
sentacäo a respeito, são especialidades differentes que não podem caber juntas em
uma mesma attribuição.
Para terminar o presente relatorio da commissão que acabei de desempenhar e
na qual tive como principal empenho o maior proveito da Secção, que tenho a honra
de chefiar, passo a descrever, com a possivel minuciosidade, o que de mais interes-
sante vi nos estabelecimentos que visitei.
MUSEU DE HISTORIA NATURAL DA ESCOLA CANTONAL
DE LUCERNA
A Escola Cantonal de Lucerna, situada em Oberer Hirschen Graben, em Lu-
cerna, tem, para ensino pratico, um museu de historia natural, comprehendendo sec-
ções de Geologia, Zoologia e Botanica, expostas ao publico todos os dias, excepto
os sabbados.
O museu, occupando o 3º e ultimo andar do predio da Escola, inicia-se por
uma colleccäo de amostras de madeira, tendo etiquetas com os respectivos nomes
vulgares e por vezes tambem as designações scientificas, colleccäo collocada a par
de cipós, de ramos de arvores atacadas de parasitas, de exemplares seccos de canna
de assucar com a respectiva determinação cientifica, amostra de bambú gigante
sem determinação scientifica, as amostras pendentes das paredes ou a ellas encos-
tadas sem nenhuma protecção de vidro, ou de qualquer outra natureza contra
insectos e poeira.
Ao lado dessas amostras figura, em um armario pintado de branco, e com tampo
de vidro, um exemplar de hervario de Stipa tenacissima L., vulgarmente Halfagras,
a par de diversos artefactos que a industria obtem dessa graminea da Algeria;
esses artefactos consistiam em esteiras, cestas, vassouras, cordas, etc.
Acima desse armario, pendentes da parede, viam-se mappas muraes represen-
tando assumptos agricolas, ethnographicos, etc., entre os quaes vale citar os que
representam a colheita do café, da canna de assucar, do algodão, a cultura do chá,
do cacão, do fumo e da bananeira.
Assim se forma a exposição do vestibulo do Museu ; segue-se immediatamente
a Secção de Geologia e Mineralogia, da qual se passa à de Zoologia ; nesta secção,
a mais rica do Museu, chamou-me especialmente a attenção um mostruario de bor-
boletas, não só pela belleza das especies brasileiras nelle expostas, como pelo seu
formato especialmente feito de modo a poderem ser preservadas as borboletas da
acção descorante da luz.
O annexo n. 6 apresenta a V. S. um ligeiro croguis desse mostruario, croquis
que dispensa detalhada descripção ; o essencial nesse mostruario é a existencia de
94 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
duas tampas que se mantém dissimuladas, estando 0 mostruario aberto, occultando-se
no corpo superior do mostruario ; o abaixamento dessas tampas põem as borboletas
em completa obscuridade, sem acarretar-lhes os choques a que ficam sujeitas quando
acondicionadas em gavetas.
A parte superior do mostruario não tem, porém, outra utilidade que a de reter as
tampas quando as borboletas estão em exposição ; sobretudo no Rio de Janeiro, a
conservação das córes das preparações botanicas é um problema difficil, não só pela
instabilidade dos pigmentos vegetaes, como pela intensa luz solar; só no Museu
de Lucerna vimos, porém, esse mostruario, feito com manifesto intuito de retardar o
descoramento causado em objectos expostos, pela acção da luz.
Não interessando outras considerações sobre a secção de Zoologia, cuja col-
lecção é a mais interessante do Museu, devo referir-me por fim à de Botanica, que
occupa uma pequena sala, logo em seguida à secção zoologica.
A sala destinada à Botanica é ao mesmo tempo sala de exposição e de um
pequeno hervario, havendo nella armarios de parede e armarios centraes, todos de
madeira, entre estes ultimos figurando o do hervario.
Nos armarios de parede destacavam-se Basidiomycetos, Ustilagineas, Uredineas,
Algas e Gymnospermas ; em um do centro viam-se sem ordem systematica: frutos de
gramineas diversas, sobretudo caryopses alimentares; em armario meio liquido repre-
sentavam-se Kigelia pinnata e ananaz ; frutos de cucurbitaceas, flechas com ponta de
osso, collares de frutos de Trapa natans, ligados os frutos uns aos outros por
elos de ferro; a par desses exemplares, amostras de feculas, oleos e diversos outros
productos vegetaes de proveniencia commercial, conservando o acondicionamento e
o rotulo communs a taes productos no commercio.
Um outro armario do centro, todo de madeira, inclusive as portas, guardava
o hervario em exposição, tendo os exemplares acondicionados em papel de qualidade
commummente usado pelo commercio de seccos ; os exemplares se dispunham segundo
os generos, por ordem alphabetica, formando maços nas quaes as preparações se
superpunham naturalmente, sem nenhuma amarração ou qualquer outra forma de
contensão :
E mesmo systema geral nos estabelecimentos europeus conservarem-se as col-
lecções em armarios por essa forma ou então reunil-as simplesmente em pastas.
JARDIM BOTANICO DE BASEL
Dependencia da Universidade de Basel, possue o Jardim Botanico dessa cidade
uma area de terreno não muito extensa, na qual são cultivadas numerosas plantas,
dentre as quaes especialmente se destacam pelo seu numero as Gymnospermas, in-
clusive a Ginkgoacea Ginkgo biloba L , do Japão, representada por exemplares
machos e femeas, a par de muitas outras plantas da flora suissa e da flora exotica,
com uma secção especial para a flora alpina.
A. J. DE SAMPAIO — RELATORIO DA COMMISSÃO DESEMPENHADA NA EUROPA 95
O jardim destina-se especialmente ao ensino pratico de Botanica aos alumnos do
Instituto Botanico da Universidade, Instituto cujo edificio se acha dentro do jardim,
logo a esquerda da entrada deste.
Entre as numerosas plantas entäo florescentes, vimos Datura Stramonium L.,
a solanacea que no Brasil é conhecida pelos nomes de estramonio ou figueira do
inferno e que em nosso paiz se encontra a cada passo nos terrenos incultos ; seu
facies era exactamente o mesmo apresentado por essa planta no Brasil.
Em uma estufa situada mais ou menos no centro do jardim existem diversas
plantas brasileiras, entre as quaes Victoria regia, que occupa um grande tanque
circular, logo a entrada da estufa.
O exemplar de Victoria regia estava entäo florido e com folhas de 1,70 a 1,80 m.
de diametro, isto &, com o seu desenvolvimenfo normal.
A par dessa bellissima planta aquatica brasileira viam-se no mesmo tanque
diversas outras, v. gr., Nelumbo sp., Cyperus papyrus, Saccharum officinarum,
esta ultima com limitado desenvolvimento e vegetando sobre uma porcäo de terra exis-
tente junto ao bordo do tanque, do lado interno e muito humedecida pela agua deste.
Por meio de aquecimento a vapor, a temperatura da agua desse tanque & man-
tida acima de 20°.
A estufa é dividida em secções de differentes dimensões, sendo a central mais
alta e propria para palmeiras e outras plantas de caule muito longo.
Junto e com toda a extensão da parede envidraçada da primeira secção, onde
está o tanque da Victoria regia, existe ainda um outro tanque com um metro de
largura approximadamente, no qual existem diversas outras plantas aquaticas, como
sejam diversas especies de Sagittaria, de Myriophyllum, etc.
Desta secção passa-se à central, para palmeiras, a qual se communica por sua
vez com as demais.
Dentre as familias de plantas das regiões quentes, representadas nessa estufa,
salientavam-se as Orchidaceas, as diversas familias de Pteridophytas, Musaceas,
Crassulaceas, Labiadas, distribuidas as plantas segundo suas exigencias biologicas.
Afora a primeira seccäo, occupada- pelos tanques com plantas aquaticas, as
demais se mantinham muito humidas ; mediante aquecimento artificial, o ambiente
era muito approximadamente eguai ao habitat das especies ahi cultivadas.
Na epoca em que visitei o Jardim Botanico de Basel, estava em ferias o Insti-
tuto Botanico, situado no Jardim, razão porque não me é dado dizer sobre o seu
funccionamento.
Quanto a organizacäo deste instituto, como estabelecimento scientifico, nada ha
differente do Museu Nacional, senäo quanto ao que falta ao Museu Nacional do Rio
de Janeiro, em especial à sua Secção de Botanica, em literatura e em colleccöes-
typos.
O Instituto é no entanto primordialmente um estabelecimento de ensino, como
dependencia da Universidade de Basel.
Sob este ponto de vista não é elle congenere ao Museu do Rio de Janeiro.
en LE oa
96 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
JARDIM E INSTITUTO BOTANICO DE NYMPHENBURG, EM MUNICH
O novo Jardim Botanico e o novo Instituto Botanico de Munich, transferidos
do centro dessa cidade para Nymphenburg, apenas tinha comecado suas installacöes.
Do Instituto não estava ainda terminado o moderno e bello edificio, onde tudo
obedece às exigencias dos estudos e trabalhos que nelle se devem effectuar.
O jardim botanico que envolve o Instituto pelos flancos e pela parte posterior
occupa uma grande area de terreno que vinha aos pouco recebendo as plantas
transferidas do antigo jardim.
No Instituto, cujo predio estava ainda em construcção, estavam apenas promptos
alguns laboratorios e um atelier photögraphico com camara clara e camara escura,
nos moldes da que projectei para a Secção de Botanica do Museu e que não
está ainda prompta, na dependencia da satisfação do pedido feito desde algum
tempo a V. S.
Como sabe V. S., a photographia documental dos trabalhos botanicos está
hoje adoptada como um dos meios mais rapidos e seguros para a iconographia
vegetal, sendo raro o trabalho botanico a que ella não preste seu valioso
concurso .
Os laboratorios já montados possuem os apparelhos mais modernos, cada qual
provido de uma bibliotheca especial, na qual se reunem as obras de consulta diaria.
O Instituto, depois de prompto o edificio, devia conter as collecções do antigo
Museu Botanico de Munich que estava na época fechado e arrumando suas collecções
para transferil-as para Nymphenburg.
Quanto ao jardim, apenas encontrei em condições de ser vista e estudada uma
pequena parte, a area anterior occupada por uma collecção- de plantas floriferas e
ao lado direito a grande estufa ja prompta e occupada definitivamente pelas plantas
que estavam anteriormente na grande estufa do antigo jardim.
Além disso ja se esbocava a disposição da colleccäo de plantas aquaticas da
Europa e zonas botanicas identicas, bem assim uma pequena collecção de plantas
saxicolas e a de plantas escandentes para as quaes estava já prompta a longa e
bellissima latada em parte representada pelas photographias do annexo n. 7.
Essas photographias dão bem uma idéa da sumptuosidade com que esta sendo
organizado o novo Jardim Botanico de Munich, que será talvez o mais bello e mais
moderno jardim botanico da Europa.
A grande estufa, cuja descripção ficará de certo muito aquem do que em belleza
e valor material e scientifico ella representa, é de natureza a prender a attenção por
longas horas mesmo aos menos interessados pelo estudo das plantas.
Quanto ao plano de construcção, a estufa consta de uma grande secção central,
muito mais alta que as demais e propria para palmeiras, e secções radiaes, todas
providas de um systema calorifero a vapor, alimentado por uma grande usina,
situada ao lado, mas um pouco distante da estufa.
É
;
+
A. J. DE SAMPAIO — RELATORIO DA COMMISSAO DESEMPENIIADA NA EUROPA 97
Os detalhes quanto ao aquecimento nao nos interessam, pois no Rio de Ja-
neiro as estufas obedecem a outros principios, exigindo apenas maior humidade
ambiente, ou, em outros casos, diminuição de temperatura, quasi o contrario dos
fins das estufas na Europa, onde ellas tém principalmente por fim manter as
plantas das regiões quentes em um ambiente mais quente que o meio externo e
ao mesmo tempo dar a esse ambiente um grau de humidade egual ou pelo menos
muito approximado do que existe no habitat natural de cada planta a cultivar em
estufa.
A visita à estufa custa so pfennig, salvo aos botanicos munidos de cartão de
ingresso no jardim, dado pela direcção ; o que obtivemos para as visitas ao jardim
figura junto a este relatorio como annexo n. 8.
Nessa estufa, como em todas que tive occasião de visitar na Europa, as plantas
brasileiras figuram em grande numero, documentando a riqueza da flora do Brasil.
Todas as secções da estufa são separadas umas das outras por portas de vidro,
de fórma a permittir em cada uma dellas o ambiente exigido pelas plantas que nellas
se encerram.
A primeira secção de entrada comporta trepadeiras, muitas das quaes então
florescentes, v. gr., diversas variedades de Tropælum majus L., planta sub-espon-
tanea no Brasil e entre nós vulgarmente denominada chagas; estavam tambem
florescentes diversas dioscoreaceas, convolvulaceas, entre as quaes Ipomea purpurea
Lam., e interessante loasacea do Chile Capaphora lateritia Benth. e muitas outras
trepadeiras cuidadosa e artisticamente dispostas sobre grades de madeira.
No centro dessa primeira secção existia uma banqueta com plantas herbaceas e
arbustivas, entre as quaes Erythrina christa-galli L., com suas lindas flores rubras.
A secção central é occupada por palmeiras e plantas sarmentosas, a par de
exemplares que em seu habitat natural seriam arvores.
Dentre as plantas brasileiras existentes nas diversas secções da estufa, merecem
especial destaque as seguintes: Victoria regia, Bougainvillea glabra Choisy, var.
Sanderiana hort., innumeros fetos e as mais bellas orchideas de nossa e de outras
floras, a valiosa planta medicinal Pilocarpus pennatifolius Lem., diversas cactaceas,
uma enormissima colleccäo de bromeliaceas, entre as quaes Tillandsia hieroglyphica,
cujas folhas apresentam caprichosos desenhos, Vriesea tesselata Morr., V. splendens
L., Billbergia vittata, Aechmea Lindeni E. Koch, verdadeiras maravilhas de nossa
fora.
Uma secção especial, exactamente a mais exposta à luz solar, continha plantas
saxicolas, entre as quaes a cactacea brasileira Opuntia Salmiana Parm.
Havia ainda uma secção exclusivamente destinada a begonias, sendo que na
época de minha visita estavam florescentes quasi todos, se não todos os exemplares.
Na estufa a etiquetagem das plantas é feita em etiquetas de madeira com os
dizeres escriptos a lapis; cada secção da estufa é provida de um thermometro ao
lado de uma tabella da temperatura média diurna e nocturna, em certos casos de
maxima e de minima.
13
ee Ta, KR
a MAS To
na
PR
=>
Z
ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Ao ar livre a etiquetagem [é feita em chapas de ferro ou de zinco, pintadas
de branco e com os dizeres com tinta preta.
O Instituto e o Jardim Botanico de Nymphenburg estão sob a direcção do
professor Goebel; os serviços de Museu e de culturas são no entanto inteiramente
separados, estando cada um sob a responsabilidade de um custos, cargo que corres-
ponde no Museu a chefe de secção.
Ao lado do Jardim estão situadas as residencias do director do Instituto e do
Jardim, do custos do Jardim e do custos do Museu.
Fomos informados que uma vez terminadas as installações, os visitantes encon-
trariam à venda o guia geral, como é regra nas principaes iustituições botanicas
modernas.
ANTIGOS INSTITUTO E JARDIM BOTANICOS DE MUNICH
Num dos pontos mais frequentados de Munich, tendo mesmo uma das entradas
para a Karl Platz, existia o antigo jardim botanico, dividido em duas partes pela
Sophienstrasse, uma das ruas do centro dessa cidade.
Na parte posterior do Jardim, isto é, na porção comprehendida entre as ruas
Sophienstrasse, Luisen-Carls e Arcisstrasse, estava ainda o Museu Botanico de Mu-
nich, porém fechado à visita, em preparo de suas colleccões para a sua nova
instalação em Nymphenburg ; essa ultima parte estava reduzida quanto a plantas a
algumas arvores e vastos gramados, sendo actualmente um logradouro publico que
necessariamente sera devidamente embellezado.
Na parte anterior do jardim veem-se ainda diversas plantas, ainda com suas
etiquetas, em regra arbustos e arvores, em geral exoticas, da America do Norte,
da Siberia, da Mandchuria, da Persia, do Norte da Africa, etc.
Alguns exemplos de mutação ainda perduram no jardim, v. gr., Syringa vul-
garis L. f., sendo que na respectiva etiqueta está indicado o importante phenomeno
documentario da theoria de De Vries.
Existe ainda nesse jardim a planta toxica Rhus toxicodendron L. var. radicans
da America do Norte; como medida de precaução estava ella envolta por uma tela
de arame e tinha bem visivel uma grande etiqueta com os seguintes dizeres:
Nicht berühren’ (Gift-Summach’)
A grande estufa desse jardim é actualmente sede do Jury da Exposição de
Bellas Artes de Munich.
JARDIM BOTANICO DE SCHÖNBRUNN EM VIENNA
O parque imperial de Schönbunn tem dentro de seus muros uma menagerie e o
Jardim Botanico de Schönbrunn, cuja area anterior é occupada por uma secção de
floricultura e de mosaicultura, a que se segue uma pequena colleccäo de plantas sa-
A. J, DE SAMPAIO — RELATORIO DA COMMISSÃO DESEMPENHADA NA EUROPA 99
xicolas; em seguida fica a grande estufa ou estufa principal do Jardim, representada
pela photographia do annexo n. 9 e na qual a entrada é facultada mediante o pa-
gamento de 40 hellers a um apparelho que automaticamente fornece o cartão de
ingresso, de que dou um exemplar no annexo n. 10.
Essa grande estufa (Palmenhaus) consta de uma seccäo central mais elevada,
com 35 metros de altura e 28 de largura e seccöes lateraes, menos elevadas e mais
estreitas, dispostas em uma mesma linha longitudinal; ao todo a estufa tem 110
metros de comprimento, com uma area de 2.380 metros quadrados.
Logo a entrada, ladeando uma banqueta central ornada de plantas floriferas e
florescentes na occasiäo, sobresahiam dois exemplares de Acacia cultriformis Hook,
linda mimosea; tambem nas banquetas lateraes viam-se dois exemplares de Xantho-
xylon argyrophyllum Sm., supportando cada um um exemplar de Stanhopea, a sa-
ber: S. tigrina superba de Venezuela eS. oculata Ldl. do Mexico, peculiares tam-
bem a flora brasileira.
Entre muitas outras plantas merecem especial menção as seguintes : um exem-
plar de Cedrus Deodara, o Cedro de Himalaia, já alcançando o tecto da estufa; a
bellissima amaryllidacea da Australia Doryanthes Palmeri W. Hill, com porte de
palmeira, plantada em uma tina de cerca de 80 centimetros de diametro e mantida
por um supporte a altura superior a um metro, e que a punha muito em evidencia
no meio da vegetacäo que a envolvia.
Fetos, begonias, palmeiras, asparagus, numerosas plantas floriferas dao a esta
primeira seccäo grande realce, näo sendo sem custo poder-se destacar dentre a
sua farta vegetacäo as plantas mais interessantes, como passo a indicar:
Oncidium sphegiforme, em flor, ao lado de Hedychium Gardnerianum, zingibera-
cea tambem brasileira, cujo exemplar procedia porem das Indias Occidentaes ; adiante,
parecendo a primeira vista uma de nossas cecropias, figura a araliacea japoneza
Aralia Sieboldii, defrontando um lindo grupo de Rhapis flabelliformis, delicadas pal-
meiras da China e do Japao.
Eucalyptus, ficifolia F. Moor, Magnolia grandiflora, Dracaena sp., figuram
tambem nesta primeira seccäo.
Por fios de arame fixados a uma das columnas de sustentacäo da estufa, nessa
mesma seccao, subiam os ramos de Aristolochia ornithocephala Hook, do Brasil, e
pouco adiante vegetava um bem desenvolvido exemplar de Polypodium aureum, uma
das mais ornamentaes especies brasileiras desse genero.
Além das duas Stanhopeas já citadas figurava ainda nessa secção um exemplar
de S. inodora, do Brasil, apresentando então suas flores lindissimas .
Na secção immediata, com as mesmas dimensões quanto 4 largura e compri-
mento, porém differente da primeira, por não ter como esta uma cupula mais ele-
vada, onde figurava a maior parte dos exemplares de orchideas, salientavam-se as
seguintes plantas:
Symetricamente dispostos no começo da banqueta central dois exemplares de
Diplazium Sheferdi Pr. e Blechnum brasiliensis, fetos brasileiros, aos quaes se se-
400 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
guiam o feto arborescente Cibotium Schiedei Schlecht, et Cham., do Mexico, um
lindo exemplar de Angiopteris Theysmanniana De Vriese, de Ceyläo, maratiacea
especialmente interessante pela base de longo peciolo de suas frondes.
A seguir a esta seccäo, destinada como se viu a fetos, vinha a seccäo central,
das palmeiras, raro brasileiras, em sua maioria de Java, Nova Guiné, Ceylão, Sul
e Oeste da Africa, Australia e Mexico; assim dois exemplares de Livistona austra-
lis, palmeira muito commummente cultivada em nossos jardins, merecendo bem, pelo
seu alto porte, sua estipe recta e espessa e seu farto capitel de lindas folhas pal-
madas, a predilecção que lhe dispensam os architectos paisagistas.
Os dois exemplares de Livistona australis tocavam já com suas folhas a cupula
da estufa, o que bem deixa ver o seu franco desenvolvimento.
As palmeiras do Brasil estavam ahi representadas por um exemplar de Maximi-
liana regia, a nossa inaia.
Semelhante as plantas brasileiras denominadas mata-pau, existia na estufa a ara-
liacea Paratropia parasitica Hamilt., emittindo suas raizes adventicias e immergin-
do-as no tronco de uma planta proxima.
Numerosas araceas, entre as quaes Philodendron giganteum, Ph. Selloum, Ph.
speciosum, Ph. disparile, Ph. imperiale, subiam pelas estipes das palmeiras.
Ainda na secção central devo citar Coccoloba Brugmannifolia da America do
Sul, de que se faziam na occasião mergulhias, mantendo-se terra nos pontos em que
pretendia provocar raizes adventicias, por meio de vasos de barro divididos em
em duas metades, afim de facilitar a transplantação das mudas que assim se espe-
rava obter.
Um esguio exemplar de Chorizia speciosa, a nossa paineira, alcançava já com
seus ramos terminaes a cobertura da estufa; o seu tronco espinhoso, tão expesso
em nossas florestas, apresentava-se ahi apenas com um diametro de 20 centimetros
na base e 10 centimetros a partir de um metro de altura, mais ou menos, afinando-
se cada vez mais até o apice, onde apresentava poucos e delgados ramos, demon-
strando claramente que não lhe era favoravel o meio em que vivia.
Sob o nome vulgar de Kanonenbaum figuram dois exemplares de Cacropia pal-
mata Willd., ambos limitados ao tronco seccionado a cerca de tres metros de altura,
surgindo já no apice novos ramos.
Dois exemplares de Piper tiliæfolia da Guyana bem desenvolvidos.
Numerosas plantas em vasos de barro, assim Cinchona succirubra, do Perú,
Antiaris toxicaria: de Java, Erytrochiton brasiliensis, Chysophyllum cainito, Stifftia
chrysantha, Eugenia cauliflora, Inga dulces, Psychotria emetica, Galipea macrophylla,
designada pelo nome commum angusturabaum, Jacquinia armillaris, Allamanda Schotti
Pohl, a interessante rubiacea Mussaenda macrophylla de que um certo numero de
flores em cada inflorescencia apresenta bracteas brancas, tendo todas as flores co-
rolla cor de abobora.
Ainda em vaso a palmeira brasileira Cocos Weddelliana, Anona muricata, A.
squamosa, Ardisia Wallichi e outras.
A. J. DE SAMPAIO — RELATORIO DA COMMISSÄO DESEMPENHADA NA EUROPA 101
Figurava tambem na estufa um exemplar de mamoeiro, Carica papaya, ahi des-
ignado pelo nome de Melonenbaum.
De folhas muito semelhantes ás das bananeiras, donde seu nome especifico, fi-
gura tambem a polypodiacea Asplenium musaefolium, da Nova Hollanda.
Na ultima seccäo da estufa vi a polygonacea brasileira Coccoloba purpurea ao
lado da bellissima melastomacea Cyanophyllum magnificum; Ficus Cooperi, Theo-
phrasta superba, Mucuna pourita, planta escandente do Brasil, dois exemplares de
Pylocarpus pinnatifolius, do Brasil, etc ; diversas especies do genero Pandanus figu-
ram não só nessa como em outras secções da estufa, sendo que da colleccäo podem
ser indicados P. candelabrus, P. sylvestris, das Moluccas, interessante pelo maior
diametro de seus ramos no apice.
Plantas do Brasil e da America do Sul, além das já citadas: a malvacea Goet-
tea cauliflora, a dilleniacea Curatella imperialis e euphorbiacea Jatropha manihot,
as bignoniaceas Crescentia regalis e C. cujete, a poligonacea Coccoloba pubescens, a
theophrastacea Theophrasta Jussieu, a acantacea Meyenia erecta, etc.
Merecem ainda citação Ficus galactophorum,. diversas Dorstenias, Machoerium
firmum, Bixa orellana, Jacquinia sel Delechampia Roezliana var. rosea,
Sterculia villosa e S. inops.
Em um pequeno tanque figuram exemplares nao bem desenvolvidos de Saccha-
rum officinarum, a canna de assucar, vegetando em um pouco de terra collocada den-
tro do tanque, junto de um dos bordos; n’agua viam-se a iridacea Marica Sabini,
a musacea Strelitzia regina do Sul da Africa, as cyperaceas Cyperus gracilis e C.
alternifolius, de Madagascar, C. papyrus do Nilo, a acanthacea Acanthus montanus
da Africa e Triana bogotensis.
Na ultima seccäo a linda cesalpinea Brownea ariza, da Columbia, tendo na eti-
queta a designação vulgar em allemão arizabaum, ostentando a planta na occasiao
os seus lindos cachos capituliformes de flores escarlates.
Alem da estufa citada, ha outras no jardim de Schönbrunn, nas quaes figuram
ricas collecções de bromeliaceas, palmeiras, zingiberaceas, amaryllidaceas, cactaceas,
pteridophytas e muitas outras plantas; ha uma estufa especial para a Victoria
regia. ML
Ao ar livre, o jardim possue em maior numero plantas arboreas, collocadas
artisticamente em bellos e grandes gramados.
Säo os gymnospermas ahi fartamente representados, desde o cedro do Libano
(Cedrus Libani) até a interessante ginkgoacea do Japao Ginkgo biloba ; figura no
jardim uma colleccäo de exemplares novos de Araucaria brasiliensis e isolado desta
um de A. Ridolfiana, em cuja etiqueta figura o Brasil como sua procedencia.
Entre as plantas ao ar livre devo citar ainda diversas especies de carvalho, de
Aesculus, de Tillia, de Thuyopsis, de Wellingtonia, de Cupressus, de Cedrus, de
Taxus baccata e T. tardiva, de Eucalyptus, de Platanus, de numerosas pereiras do
Japao, de Rhododendron, de roseiras, Sophora japonica e numerosas plantas arbus-
tivas e herbaceas.
102 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Pela quantia de uma coroa e 50 hellers pöde adquirir-se na inspectoria do jar-
dim, situada logo à entrada, o guia do parque e do Jardim Botanico, guia que
junto a este relatorio como annexo n. 12.
Em todo o jardim existem bancos para o publico; na parte principal, onde está
situada a grande estufa, existem tambem cadeiras de ferro, cujo goso custa 4 hellers,
recebendo quem dellas se serve um recibo (annexo n. 11) que lhe é dado por pes-
soa exclusivamente encarregada das cadeiras.
JARDIM BOTANICO DA UNIVERSIDADE DE VIENNA
Além do Jardim de Schönbrunn existe em Vienna o Jardim Botanico da Uni-
versidade, situado no centro da cidade, à rua Rennweg.
Este jardim se inicia por uma area occupada por grupos de vegetação segundo
as floras de que procedem, isto é, por uma collecção phytogeographica.
Estão ahi representadas as flores do Japão, do Canadá, Baltica, da Columbia,
pontica, do Himalaya, da Australia, alpina, etc., sendo que em regra as plantas
sem determinação na occasião, salvo as da flora do Himalaya e da flora alpina.
A seguir e occupando a maior parte do extenso jardim, vem a collecção biolo-
gica na qual cada grupo de plantas reune as especies que exemplificam um caracter
biologico ; assim plantas entomophilas, plantas anemophilas, plantas hydrophilas e
plantas ornithophilas.
Uma outra colleccäo comprehende plantas uteis, cujas etiquetas indicam por
letras convencionaes as suas utilidades, figurando em um quadro a interpretação a
dar a essas letras, como segue :
F.: Faserpflansen.
Fst.: Färbepflanzen.
Fu.: Futterpflanzen.
G.: Gemüsepflanzen.
Gi.: Giftigen Pflanzen.
Gm.: Genussmittel lienfernde Pflanzen.
Gst.: Gerbstoff liefernde Pflanzen.
Gu.: Gummi liefernde Pflanzen.
H.: Holz liefernde Pflanzen.
Hz.: Harz liefernde Pflanzen.
M.: Mehl liefernde Pflanzen.
O.: Obstpflanzen.
A”. O”.: ätherisches öl liefernde Pflanzen.
f. ü.: fettes öl liefernde Pflanzen.
Of. : Offizinelle Pflanzen.
W: Gewürzpflanzen.
As plantas trepadeiras se dispunham em outro grupo, tendo na etiqueta indi-
cado seu modo de torsäo, se dextrorgyras ou sinistrogyras.
® A. J. DE SAMPAIO — RELATORIO DA COMMISSÃO DESEMPENHADA NA EUROPA 103
Outro grupo de plantas que se reproduzem por orgäos vegetativos, como sejam
por exemplo Lilium bulbiferum L., Polygonum viviparum L., Poa bulbosa, etc.
Um outro grupo comprehendendo plantas cujas sementes se disseminam pelos
ventos, v. gr., Ptelea trifoliata L., de fruto alado, Tragopogon sp. de fruto pilloso,
Epilobium sp. de semente pillosa, etc.
Outro grupo comprehendendo as plantas cujos frutos e sementes säo dissemi-
nados pelos annimaes, v. gr., Marrubium vulgare L.
Outro grupo de vegetacäo apresentava as plantas de flores cleistogamicas, isto
€, cuja fecundacäo se da antes da anthese, v. gr., Oxalis acentosella L.
Em seguida vinha uma extensa cultura systematica na qual se tinha em vista
reunir, segundo os generos, © maior numero de specimens; dessa colleccäo sobre-
saem os generos Salix, Aconitum, Euphorbia, Eryngium, Peucedanum, Corydalis,
Scopolia, Buddleya, Solanum, Dycium, Campanula, Centaurea, Valeriana, Serratula,
Fritillaria, Iris, Eremuros e Helianthus.
Diversos tanques com plantas aquaticas ao ar livre, sendo um de bordo circular
com diversas especies de Castalia, um outro circular com especies de Castalia e Nu-
phar luteum e um outro maior, de fórma oval com numerosas plantas, como sejam:
Cicuta virosa e especies dos seguintes generos : Triglochin, Sparganium, Juncus,
Alisma, Glyceria, Sagittaria, Carex, Iris, Typha, Scrophularia, Chrysanthemum, Tha-
lictrum, Scirpus, Lasimach, Rumex, Plantago, Senecio, Nymphoides, Apium, Buto-
mus, Tencrium, Heleocharis, Sonchus, Sium, Acorus, Equisetum, Polygonum, Gratiola,
Hydrocharis, Potentilla e outros.
Um outro grupo de plantas destinava-se exclusivamente ao estudo de variações
determinadas pelas estações, pelo habitat e por hybridação, tendo cada um desses
sub-grupos uma etiqueta com os seguintes dizeres :
a) Formenbildung durch direkte Bewirkung und Selektion (Saisondimorphismus).
b) Formenbildung durch direkte Bewirkung (Geographische Rassen).
c) Formenbildung durch Hybridisation.
O Jardim possue uma grande estufa que estava em reparação.
MUSEU DE HISTORIA NATURAL DE VIENNA
SECÇAO DE BOTANICA
A Seccäo de Botanica do Museu de Historia Natural de Vienna occupa a parte
posterior do segundo andar do edificio e esta fechado a visita publica, só podendo
ser visto e frequentado com o fim de estudo, com licenca da intendencia do Museu.
Essa seccäo occupa um espaco muito limitado e tem a maior parte de suas col-
lecçoes guardadas em armarios de madeira, todos fechados, apenas alguns armarios
com portas de vidro, nos quaes estao expostos principalmente frutos de Gymnos-
permas, de Palmeiras, conservados a secco, flores e frutos de orchideas em meio
10% ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
liquido (alcool ou formalina), modelos de jaca, de limão, de diversas cucurbi-
taceas, de milho, etc.
Fora dos armarios vi um exemplar de Welwitschia mirabilis, a interessante
Gnetacea africana que hoje, por forca da lei de prioridade que preside a nomen-
clatura botanica, se chama Tumboa Bainesii.
A seccäo possue um riquissimo hervario, guardado em armarios de madeira,
dispostas as plantas segundo os generos.
Alem desse hervario possue uma enorme colleccäo de frutos e sementes acon-
dicionadas em frascos de vidro e convenientemente rotulados os exemplares, os fras-
cos guardados em pequenos armarios, dentro de gavetas.
A secção tem em seus gabinetes uma completa bibliotheca botanica, na qual
me foram mostradas immediatamente as duas grandes obras Flora Brasiliensis de
Martius e Sertum palmarum brasiliensum de Barbosa Rodrigues.
Para os trabalhos de preparação conta a secção um laboratorio especial, situado
ao lado do de zoologia, ao rez do chão.
Como preciosidades historicas foram-nos mostrados dois exemplares de antigas
colleccöes botanicas sob a forma de albuns de plantas, à maneira dos que tambem
possue em sua bibliotheca o Museu Nacional do Rio de Janeiro.
O Museu de Historia Natural de Vienna tem à venda na portaria o guia geral,
constituido por uma brochura de 75 paginas e um plano do Museu, pelo preço de
ı coroa € 20 hellers ; esse guia figura junto deste relatorio como annexo n. 13.
O annexo n. 14 apresenta um bilhete de entrada paga desse Museu.
MUSEU E JARDIM BOTANICOS DE DAHLEM, EM BERLIM
Situados em Dahlem, a 8 kilometros do centro da cidade de Berlim e servidos
por um caminho de ferro que se inicia em Potsdamerplatz pelo Wannsee Bahnhof
e por uma linha de tramways electricos que se inicia em Linkstrasse, perto da refe-
rida Potsdamerplatz, no centro de Berlim, esses dois estabelecimentos botanicos, sob
a direcção do professor Dr. A. Engler, subdireccäo do Dr. I. Urban e a cooperação
de botanicos da estatura de Lindau, Graebner, Pilger, Peters, Dammer e outros,
são sem duvida dos maiores e mais importantes do mundo.
Jardim Botanico — O Jardim Botanico de Dahlem, ao contrario dos demais
que tive occasião de visitar, não é um logradouro que possa ser visitado com outro
intuito que o de estudo de botanica, sendo mesmo prohibida a entrada a crianças
menores de 10 annos e só permittida em geral a entrada mediante acquisição de
ingresso, em uma das duas portarias.
Os ingresso são vendidos juntamente com publicações sobre o Jardim ou inte-
ressando os visitantes ; essas publicações são as seguintes :
A. J. DE SAMPAIO — RELATORIO DA COMMISSAO DESEMPENHADA NA EUROPA 105
ı) Führer zu einem Rundgang durch die Freiland-Anlagen des Königl. Bota-
nischen Gartens zu Dahlem bei Berlin (annexo n. 15), com uma carta de entrada
dando direito a 4 visitas (annexo n. 16), vendido por 50 pfennig.
2) Erläuterungen zu den Nutzpflanzen der gemässigten Zonen in K. Bot. Gar-
ten zu Dahlem, von A. Engler, com uma carta de entrada, por 30 pfennig (annexo
MS U7)
3) Führer durch die biologisch-morphologischen Abteilungen, por A. Engler,
com duas cartas de entrada, por 60 pfennig (annexo n. 18).
4) Die Pflanzen-Formationem und die pflanzengeographische Gliederung der
Alpenkette, por A. Engler, com quatro cartas de entrada, por 1 marco (annexo
n. 19).
Como se vé pela carta de entrada (annexo n. 16), a visita ao Jardim faz-se da
seguinte forma :
De 1 de Abril a 15 de Outubro, no Jardim das 7 da manha as 7 da tarde e
nas estufas de 10 as 12 e de 1 as 6 horas da tarde, excepto aos sabbados.
De 16 de Outubro a 31 de Marco, gratuita a entrada em cada primeiro sabbado
de cada mez e mediante ingresso todos os dias das 10 as 4, excepto as estufas aos
sabbados.
As publicações supracitadas, e que figuram junto deste relatorio como annexos
ns. 15, 17-19, dispensam uma descripção identica às dos jardins anteriormente
citados.
O guia do jardim (annexo n. 15), é acompanhado de um plano geral de grande
valor para o visitante.
O jardim, com cerca de 42 hectares, occupa um terreno em deciive e ligeira-
mente accidentado, como exigem as diversas colleccöes que comporta.
Tem duas entradas principaes, uma que dá para Potsdamer Chaussee e outra
diametralmente opposta, que dá para Königin Luise-Strasse.
Quem entra pela porta de Potsdamer Chaussee encontra logo uma collecção de
plantas ornamentaes, então em flor, situada a direita do visitante e à esquerda o
início do vasto arboretum que se inicia por Caprifoliaceas, a que se seguem tubifloreas,
seguindo-se por grupos até a secção systematica, perto da qual fica o grupo de
Juglans e Carya, que no plano corresponde ao n. 1 dessa secção.
O arboretum comprehende 46 grupos que em sua ordem numerica são os
seguintes : |
1) Juglans e Carya; 2) Pterocarya; 3) Salix; 4) Populus; 5) Betula; 6) Alnus;
8) Fagus; 9) Castanea; 10) Quercus: 11) Ulmus e diversas moraceas; 12) Magno-
lia e Liriodendron; 13) Clematis; 14) Berberis; 15) Philadelphus; 16) Ribes; 17)
Platanus e Deutzia; 18) Spiraea; 19) Pirus e Amelanchier; 20) Mespilus, Cydonia
e Cotoneaster ; 21) Rubus; 22) Rosa; 23) Prunus; 24) Gymnocladus; 25) Gle-
ditschia; 26) Sophora; 27) Laburnum e outras leguminosas; 28) Robinia ; 29) Rhus;
30) Evonymus e Celastrus; 31) Acer; 32) Aesculus; 33) Vitis e Rhamnaceas; 34)
Tilia; 35) Cornus, Aralia, Elaeagnus; 36) Ericales ; 37) Fraxinus, Syringa e outras
14
106 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
oleaceas ; 38) Tubifloreas; 39) Caprifoliaceas ; 40) Taxus; 41) Larix; 42) Pinus;
43) Picea; 44) Abies; 45) Thuja; 46) Juniperus e outras pinaceas.
A esse arboretum segue-se a secção systematica, segundo o systema do professor
A. Engler, comprehendendo os seguintes grupos:
1°) Embryophyta asiphonogama, comprehendendo os grupos inferiores até pte-
ridophytas.
2°) Embryophyta siphonogama : Gymnospermas.
3°) Embryophyta siphonogama : Angiospermas-Monocotyledoneas.
4°) Embryophyta siphonogama : Angiospermas-Dicotyledoneas-Archichlamydeas.
5°) Embryophyta siphonogama : Angiospermas-Dicotyledoneas- metachlamydeas.
A essa seccäo systematica seguem-se, do lado de Altenstein-Strasse a seccäo de
plantas uteis, medicinaes e economicas e do lado do proprio jardim, occupando a
maior parte da area central a secção phytogeographica, na qual cada flora é repre-
sentada como possivel por um conjuncto de vegetacäo.
Afora a flora tropical, cujos representantes sao cultivados em estufas, as demais
floras do mundo sao ahi representadas como se seguem:
A começar junto do arboretum, à porta que da para Potsdamer Chaussee:
Flora atlantica da America do Norte.
Fl. da America sub-arctica.
Fl. pacifica da America do Norte.
Fl. das Steppes.
Fl. das Colonias.
Fl. da America do Sul.
Fl. do Norte do Japäo.
Fl. da California.
Fl. do Japäo central. =
FI. da Australia.
FI. da Nova Zelandia.
FI. do Cabo.
FI. do Amur.
FI. da Asia. ”
FI. da China
Fl. do Sul do Japäo.
Fl. do Este do Hymalaia.
Fl. do Este da Siberia.
Fl. do Oeste da Siberia.
Fl. de Altay.
Fl. do Oeste do Hymalaia.
Fl. do Norte do Caucaso,
Fl. da Macaronesia.
Fl. do Turkestäo.
Fl. da Persia, ao lado da da Armenia.
i
A. J. DE SAMPAIO
RELATORIO DA COMMISSÄO DESEMPENHADA NA EUROPA 107
- Fl. do Oeste do Caucaso.
Fl. da Asia Menor.
Fl. do Norte do Caucaso.
Fl. da Grecia.
Fl. do Libano.
Fl. mediterranea.
Fl. da Serra Nevada.
Fl. dos Pyreneos.
Fl. dos Alpes.
Fl. das steppes hungaras.
Fl. dos Balkans, em contacto com a da Grecia.
Fl. da Bosnia.
Fl. da Servia.
Fl. da Dalmacia.
Fl. dos Karpathos.
Fl. pontica.
Fl. scandinava.
Fl. das steppes russas.
Florestas allemäs.
Em frente dessa seccäo encontram-se o jardim italiano, as grandes estufas e as
duas secções morphobiologicas ; as estufas são divididas em dois grupos, um delles
aberto à visita e o outro especialmente destinado a trabalhos culturaes.
As estufas principaes (Schauhäuser) dividem-se em 14 secções, assim designadas
segundo as plantas que encerram :
Á entrada :
1) Estufa de plantas aquaticas.
2) Estufa central, maior, de palmeiras, em grupos com plantas tropicaes.
Ä direita dessa estufa central :
3) Estufa de plantas subtropicaes asiaticas.
4) Estufa de plantas subtropicaes australianas.
5) Estufa de plantas tropicaes uteis.
6) Estufa de plantas do Cabo.
7) Estufa de cactaceas.
8) Estufa de plantas succulentas, em geral africanas.
À
9
esquerda :
) Estufa de araceas tropicaes.
10) Estufa de dicotyledoneas tropicaes.
) Estufa de orchideas tropicaes.
I
12) Estufa de scitamineas e outras monocotyledoneas tropicaes.
13) Estufa de Bromeliaceas e fetos.
14) Estufa de fetos tropicaes.
108 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Por ultimo deve ser citada a estufa de plantas subtropicaes e em geral das
zonas quentes, situada ao lado das destinadas especialmente a culturas.
As 14 estufas supracitadas são ligadas entre si na ordem em que são citadas.
Resta tratar da secção bio-morphologica que é dividida em duas parte pelas
estufas.
Não sendo possivel melhcr descripção do que a que se contem no respectivo
guia (Führer durch die biologisch-morphologischen Abteilungen), annexo n. 18, limi-
to-me a uma indicação das principaes caracteristicas dessa secção.
Na primeira parte, onde existe o busto de Alex. Braun, os grupos de plantas
têm por fim mostrar praticamente o seguinte :
a) exemplos de phyllotaxia, isto é, de plantas de folhas verticilladas, espi-
raladas, etc. ;
b) morphologia da folha ;
c) physiologia da folha, de gommos e de estipulas ;
d) orgãos de transpiração ;
e) plantas aquaticas e palustres ;
f) plantas que se nutrem de alimento organico ;
2) demonstração pratica de photometrismo ;
h) morphologia é physiologia do caule ;
Na segunda parte :
a) folhagem e folhas, disposição e variações de forma e cor ;
b) inflorescencia, flor e frutos ;
c) fecundação nos embryophytas siphonogamas ;
d) bastardos ;
e) movimento das plantas ;
f) disseminação de frutos e sementes.
O jardim, além do director geral, conta como pessoal technico superior um custos,
um inspector e um primeiro jardineiro (obergartner), alem de pessoal subalterno.
MUSEU BOTANICO
Ao lado do jardim e sob a mesma direcção fica o Museu Botanico de Dahlem.
_ Occupa um grande predio de construcção recente, cujo croquis pode ser visto
mesmo no plano do jardim.
Desse edificio um terço approximadamente é occupado pelas collecções em ex-
posição publica e dois terços destinados aos laboratorios, hervarios e outras colle-
cções para estudo.
A exposição é sempre gratuita, franqueada ás quartas e domingos e nos outros
dias com permissão da administração.
A exposição se inicia no andar terreo pelo Shaumuseum, onde é especialmente
notavel a serie de quadros muraes anatomicos e systematicos, uns desenhados no
proprio estabelecimento, outros provenientes de diversos editores.
A. J. DE SAMPAIO —- RELATORIO DA COMMISSAO DESEMPENHADA NA EUROPA 109
Em diversos mostradores pequenos figuram diversas collecções, entre as quaes
plantas parasitas, plantas com cecidias, plantas com galhas, exemplos de symbiose,
plantas carnivoras e uma especialmente interessante colleccäo de plantas polymorphas,
v. gr. Alisma natans (L) Buch., A. graminifolium Ehrh., Echinodorus ranunculoides
(L) Engelm. e Damasonia stellatum.
Em seguida à porta de entrada, grandes amostras de madeira e troncos de
diversas plantas arboreas e arborescentes, estipes de palmeiras e fetos arborescentes
como sejam em sua maioria : Cyathea medullaris e C. insignis, Cedrus Deodara,
Araucaria Cuninghamii, Dicksonia antartica, Taxus baccata, Sequoia gigantea, Cycas
circinalis, Pandanus silvestris com suas raizes adventicias, estipe ramificada de Hy-
phoene coriacea, Platanus occidentalis, Betula nigra, Corylus colurna, Melaleuca
stypheliodes, interessante pela exfoliacäo de sua epiderme.
De permeio, diversos exemplares de folhas de palmeira, v. gr. Thrinax parvi-
flora, Sabal Adansonii, Livistona rotundifolia, uma enorme folha de Raphia Ruffia,
um tronco de palmeira envolvido pelas raizes adventicias de uma especie de Ficus
de Kamerum, exemplares seccos de Agave rigida, var. sisalana, com raizes, folhas,
haste florifera, proveniente da Africa allemä ; folha de Licuala peltata, de Calamus
sp., de Desmoncus sp., de Kositralsia debilis a par de burbilhos de Agave rigida,
exemplares dentre os quaes somente alguns estao acondicionados em quadros
vitreos.
Nesta mesma sala encontra-se uma fracção de secção transversal do tronco de
uma Sequoia gigantea secular, tendo inscriptos junto de diversas camadas annuaes
os factos historicos que com elles coincidiram.
Seguem-se no entresol as collecções da secção de historia ou evolução das plan-
tas (Pflanzengeschichtlich Abteilung) que se inicia por plantas fosseis ; a maioria de
suas collecções destinam-se ao estudo de geo-botanica.
Nessa sala vêem-se retratos de Flahaut, A. Engler, Alph. De Candolle, Schimper,
Eug. Warming, Oscar Drude e diversas photographias de vegetação tropical.
Encostados à parede diversos troncos de plantas australianas, v. gr., Alsophila
australis, A. excelsa, Dammara australis, Banksia grandis, Cordyline australis, Mela-
leuca sp., etc.
Em seguida photographias de vegetacäo (Vegetations-bilder edit. por G. Fischer,
de Jena) em quadros moveis.
As plantas se dispöem nos mostruarios segundo sua area geographica, sendo
ahi representadas as da America tropical, entre outras plantas, pelas seguintes :
Araucaria brasiliana, Vellozia sp., Barbacenia plicata, Gonelobus sp., Anacardium
occidentale, Cassia grandis, Bignonia Tweediana, Aristolochia gigas, photographia
de Victoria regia, Bertholletia excelsa, Apeiba tiburbu, Hymenoea courbaril, Mau-
ritia vinifera, Gustavia augusta, Couratari guianensis, Melocactus depressus em
meio liquido ; além dessas plantas encontram-se exemplares seguintes : oleo de co-
pahyba, fruto de Phytelephas macrocarpa, de Caryocar nucifera, de Astrocaryum
ayri, de Centrolobium robustum, etc.
110 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Seguem-se as seguintes photographias : de Martius, de Spix, de Swartz e de
Ign. Urban. |
Uma grande colleccäo de madeiras de diversas procedencias, em cortes longi-
tudinaes e transversaes, em pranchetas, em meios toros, algumas amostras com ©
feitio de quadros, emoldurando a amostra a propria casca da arvore de que pro-
cede cada amostra, tendo as molduras nos angulos um corte transversal de um
ramusculo da mesma planta.
A par disso uma colleccäo de quadros com estampas de arvores, editadas por
Carl Gerold’s Sohn, de Vienna, e outras menores, editadas por Ed. Hölzel, de
Vienna.
Na andar immediato (1° andar), destinado as colleccöes de plantas uteis, encon-
tra-se logo à entrada uma colleccäo de modelos em cêra de frutos comestiveis : peras,
magäs, figos; em outro armario diversos modelos de beterraba e ao lado diversos
apparelhos kaleidoscopicos com photographias de cultura e preparo de taes plantas.
Ha uma secção de plantas alimentares e outra de plantas interessantes, de per-
meio com quadro mural representando o coqueiro (Cocus nucifera) e sua cultura,
editado por Dietrich Renner, de Berlim, e da autoria do professor Dr. Paul Preuss,
estampas de frutos tropicaes, editadas por P. Depannemaeker, de Ledeberg le
Gand (Belgica).
Por ultimo, a sala do 2º andar, occupada pela colleccäo systematica de plantas,
frutos e sementes, entre as quaes figuram as Iconographias de Cactaceas (Ico-
nographia Cactacearum) editadas por J. Neumann, de Neudamm, modelo em cêra
de Victoria regia, da flor de Rafflesia Arnoldii e estampas de canna de assucar,
editadas por Paul Parey, de Berlim.
Esta tambem ahi exposto ao publico um exemplar de hervario de Jean Jacques
Rousseau.
A exposição do Museu Botanico de Dahlem, em Berlim, é sem duvida a expo-
sição modelar ; della se evidencia o empenho de mostrar ao publico o que de mais
util se lhe pode offerecer, sem que à utilidade da exposição se pretenda superpor
uma estricta organização systematica.
Onde quer que um exemplar de planta, de orgão isolado ou de um producto
possa ser util 4 divulgação de conhecimentos praticos de botanica, são elles expos-
tos, embora interrompendo a serie predominante da exposição.
Esse mesmo criterio deve ser adoptado no Museu Nacional, onde, porém, o
restricto espaço de que dispõe a Secção de Botanica para a sua exposição difficulta
a sua inteira adopção.
No Museu de Dahlem as preparações em meio liquido são em sua maioria
acondicionadas em frascos quadrilateros, cujo efeito é o mais satisfactorio possivel,
não deformando as preparações como os vidros redondos e permittindo muito melhor
aspecto às preparações.
A. J. DE SAMPAIO — RELATORIO DA COMMISSAO DESEMPENHADA NA EUROPA 111
Immediatamente apös a minha primeira visita ao Museu de Dahlem, remetti ao
meu substituto no Museu o catalogo da fabrica de vidros Warmbrunn & Quilitz,
de Berlim, afim de que immediatamente pudesse fazer a V. S. o pedido que fez dos
referidos frascos, pedido que näo foi ainda satisfeito.
Outro caracter muito importante nesse Museu é o empenho de lembrar ao publico e
em especial à mocidade allema os nomes dos botanicos illustres allemães e estrangeiros,
excitando nos moços o amor à sciencia com a certeza do postero reconhecimento.
-Para isso as salas de exposição são providas do busto de Eichler, um dos mais
notaveis directores que o Museu tem tido, e bem assim as photographias de bota-
nicos notaveis.
Isso deve tambem ser adoptado no Museu Nacional, sendo mesmo uma divida
da Nação aos scientistas brasileiros que, mau grado as difficuldades dos estudos
botanicos no Brasil, conseguiram mostrar a capacidade technica dos brasileiros,
embora resentindo os seus trabalhos da falta de recursos que ainda hoje se
mantem, como deixo evidente neste relatorio.
Para terminar a ligeira apreciação do que vi no Museu de Dahlem, vou refe-
rir-me perfunctoriamente ao riquissimo hervario, aos seus laboratorios e em especial
à sua organização como estabelecimento technico especializado nos estudos de syste-
matica e de geographia botanica.
O estudo do Museu de Dahlem não pöde ser feito em um pequeno lapso de
tempo; para conhecel-o bem seria preciso que me fosse permittido demorar-me junto
delle, frequentando-o assiduamente durante um anno no minimo, afim de verificar
visualmente a marcha de seus serviços.
O que de vantagens adviria para o Museu Nacional de uma frequencia demo-
rada a estabelecimentos como o Museu de Dahlem, não é mesmo preciso demon-
strar, pois ellas resaltam do simples facto de poderem ser assimilados os melhores
processos de trabalho, em o meio mais favoravel.
Além do mais poderia ser materialmente demonstrado que, collocados os scien-
tistas brasileiros em egualdade de recursos de trabalho, a nenhum povo ficaria infe-
rior, quer no rigor quer na minuciosidade das pesquisas.
O Museu de Dahlem deve ser considerado como em grande destaque entre os
primeiros museus botanicos do mundo; o seu hervario, dia a dia enriquecido pelos
seus viajantes subvencionados e, de um modo geral, por todos os botanicos do
mundo, a isso levados por ser actualmente o Museu de Dahlem o centro dos mais
modernos tratados phytographicos e taxinomicos, é um dos mais ricos e constituídos,
póde-se dizer, exclusivamente, de colleccdes-typos, cuja enumeração é impossivel.
Dentre os trabalhos mais notaveis do Museu de Dahlem contam-se a Flora
Brasiliensis de Martius, Die natürlichen Pflanzenfamilien e actualmente Das Pflanzen-
reich ou Conspectus regni vegetabilis e a flora da Africa.
A frequencia às suas colleccöes é feita diariamente pelos mais notaveis bota-
nicos do mundo; é tal o justo renome do estabelecimento que se considera como a
ultima palavra em botanica o que estiver de accôrdo com o Museu de Berlim.
Be Pos - 7 aE a rt wir ET, EN à “Fe PRM, ao E Pe owt Sib “> TERA Cat! E
112 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Não sera possivel aos estabelecimentos botanicos brasileiros attingir em curto
prazo uma situacäo semelhante no que concerne ä flora brasileira ?
Sim, e & esse o seu dever; para isso é no entanto necessario que nao os en-
travem os que se julgam incapazes para os trabalhos technicos e indevidamente
generalizam aos seus patricios sua incapacidade por elles mesmo reconhecida e
mesmo nesse caso discutivel, pois estou certo de que se possuissem os estabeleci-
mentos botanicos brasileiros os recursos materiaes do Museu de Dahlem, mesmo os
que julgam incapazes se tornariam capazes de trabalhos muito superiores aos que
premeditassem.
O laboratorio da Secção de Botanica obedece à mesma orientação dos do Mu-
seu de Dahlem, a qual consiste em obter com os mais aperfeiçoados apparelhos de
pesquisa as mais seguras e aprofundadas observações phytographicas, dizendo por
isso respeito à morphologia e à taxinomia botanicas.
JARDIM BOTANICO E MUSEU FLORESTAL DE BRUXELLAS
O Jardim Botanico e o Museu Florestal de Bruxellas estao juntos sob a dire-
À cção do professor Wildeman, à Avenue du Jardin Botanique, no centro da cidade.
O Jardim está por isso sempre cheio de visitantes, sendo, como logradouro
publico, um dos pontos mais agradaveis da cidade.
Sob o ponto de vista scientifico isso o prejudica bastante pela impossibilidade
de estudos meditados, de continuo perturbados por curiosos ; essa razão parece pre-
valecera para sua proxima mudança, como prevaleceu para a transferencia do Jar-
dim Botanico de Munich para o arrabalde Nymphenburg e o estabelecimento do
Jardim de Berlim em Dahlem. 5
O Jardim conta grande numero de plantas distribuidas segundo suas exigencias
biologicas, uma parte ao ar livre e as plantas das regides quentes, inclusive Victoria
regia, em estufas, das quaes as maiores soffriam na occasião importantes reparos.
Uma collecção de plantas constituia uma escola pratica de botanica, dispostas
por generos, os generos por familias, com etiquetas elucidativas.
Museu Florestal — O Museu Florestal e o hervario, bem como a administração
do Jardim, estão installados em um edificio de que a parte voltada para o jardim
é envidraçada e constitue a grande estufa, então em obras.
O Museu Florestal é dividido em cinco secções, a saber :
1) Essencias florestaes ;
2) Pathologia ;
3) Sylvicultura ;
4) Technologia ;
5) Collecção industrial.
Salientam-se no Museu, situado ao rez do chão, enormes amostras de troncos
de essencias florestaes, expostas ao ar e preservadas do ataque de insectos pelo
Br )
A. J. DE SAMPAIO — RELATORIO DA COMMISSAO DESEMPENHADA NA EUROPA 113
formol, que é frequentemente passado sobre os troncos, por meio de brocha de
pintor.
Assim a simarubacea Ailanthus glandulosa, verniz do Japäo, enorme tronco de
Tilia dos arredores de Bruxellas, Populus canadensis, um grande tronco de Se-
quoia gigantea com 57 annos de idade, cultivado em Bruxellas, um grande tronco
de Khaya senegalensis, meliacea do Senegal, corte transversal de Picea excelsa,
grande secgäo transversal de Quercus pubescens, uma amostra da base do caule
da trepadeira Hedera helix, com cerca de 40 annos de idade e com um palmo de
diametro.
Viam-se mais: um armario com orgaos de Pinus silvestris atacados por moles-
tias ; uma seccao transversal de Sequoia gigantea com 550 annos, abatida em 1895
e de forma triangular, tendo indicadas, 4 maneira de identico exemplar do Museu
de Dahlem, datas historicas, aqui referentes em parte à historia da Belgica, como
passo a indicar :
A partir do centro :
Anno 568 : Invasäo dos Lombardos.
» 622 : Hegira de Mahomet.
» 711 : Invasão dos mouros em Hespanha.
» 800: Coroacäo de Carlos Magno.
» 912: Invasão dos normandos em Franca.
» 1066: Conquista da Inglaterra pelos normandos.
» 1100: Tomada de Jerusalem por Godofredo de Bouillon.
» 1200: Tomada de Constantinopla por Baudoin, Conde de Flandres.
» 1302: Batalha das Esporas de ouro.
» 1453 : Tomada de Constantinopla pelos turcos.
» 1492: Descoberta da America por Colombo.
» 1555 : Abdicação de Carlos V.
» 1576: Pacificação de Gand.
» 1640: Morte de Rubens.
» 1695 : Bombardeio de Bruxellas.
» 1713: Regimen austriaco na Belgica.
» 1797: Regimen francez na Belgica.
» 1814: Regimen hollandez na Belgica.
» 1830: Independencia da Belgica.
Uma grande collecção de modelos de flores e de frutos, estampas de folhas,
de flores e photographias das arvores representadas pelos troncos concorriam para
uma grande utilidade pratica desse Museu.
O hervario do Jardim e do Museu Florestal está situado ao lado deste, tendo
actualmente como principal encargo scientifico o estudo da Flora do Congo Belga
e da flora do paiz.
15
114 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
JARDIN DES PLANTES E GALERIA DE BOTANICA DO MUSEU DE
HISTORIA NATURAL DE PARIS
O Jardin des Plantes é um vasto logradouro publico onde se encontram re-
unidos um jardim zoologico (Menagerie), um jardim botanico comprehendendo duas
estufas, uma escola pratica de botanica, uma secção de plantas uteis; na peripheria
estão situadas as galerias do Museu de Historia Natural de Paris.
O riquissimo material que possuem o Jardim e o Museu torna por demais
insufficiente a área do Jardin des Plantes mesmo para uma unica de suas instalações
technicas.
Resentindo-se por isso de limitado espaco, as colleccöes botanicas do jardim
esperam naturalmente que em época opportuna lhes sejam dadas novas installações,
consentaneas com os modernos conhecimentos phytographicos e taxinomicos.
O Jardim Botanico consta essencialmente de estufas, colleccäo systematica e
colleccäo economica, as estufas cheias litteralmente de plantas das regiões quentes,
em especial das colonias francezas, a colleccäo systematica subordinada ao systema
de classificação professado no estabelecimento, sequencia do methodo natural de
Jussieu, a collecção de plantas uteis constituida em maioria de especies annuaes ou
de vida curta, substituídas em geral na primavera.
Como sabe V. S. por observação propria, o Jardin des Plantes de Paris tem
um valor historico extraordinario : nelle se estabeleceu pela primeira vez o methodo
natural de classificação e por muitos annos foi elle o centro de onde irradiou a
taxinomia botanica, contemporaneamente a Tournefort e os Jussieu.
A enorme extensão attingida em nossos dias pelos conhecimentos botanicos
naturalmente exige hoje uma installação muito mais vasta para um jardim botanico,
sendo impossivel em tão limitado espaço, como o de que dispõe no Jardin des
Plantes para as culturas botanicas, fazer melhor do que se vê nesse estabeleci-
mento.
No entanto não podem deixar de ser notadas numerosas lacunas nas culturas,
pelo motivo apontado.
Força é confessar entretanto que não ha talvez em parte alguma actualmente
um jardim botanico em que se não possam achar senões quanto à disposição das
plantas expostas, motivado isso pelo simples facto de não se poderem conciliar nas
culturas demonstrativas dos systemas de classificação a um tempo a Systematica e a
Biologia. :
Em rigor seria preciso estabelecer nos jardins extratropicaes um numero indefi-
nido de pequenas estufas, para abrigar a cada passo as plantas das regiões quentes
exigidas nas culturas como typos ou representantes de familias; com o systema
actual de grandes estufas as lacunas são inevitaveis.
A escola pratica de botanica comprehende plantas vasculares, grupadas segundo
as respectivas familias, sendo em geral cultivadas plantas herbaceas e arbustivas.
A. J. DE SAMPAIO — RELATORIO DA COMMISSAO DESEMPENHADA NA EUROPA 115
A seccäo de plantas uteis, na qual se representam em maioria plantas herbaceas
e arbustivas, inicia-se junto do monumento de Lamarck, terminando-se junto ao
monumento de Buffon, comecando por Gramineas alimentares e terminando por
uma colleccäo de plantas ornamentaes.
Logo após está situado um tanque circular com pequeno numero de plantas
aquaticas ao ar livre.
As estufas principaes são duas, sendo uma dellas especialmente destinada a
guardar durante o inverno plantas de climas quentes e que durante o verão, fins
da primavera e principios do outomno, figuram nas aléas do jardim, plantadas em
tinas ; assim por exemplo laranjeiras, romeiras, etc. ; a outra, maior, está, como
dissemos, litteralmente cheia de plantas de zonas quentes, sobretudo palmeiras, fetos,
cactaceas, begonias, araceas, gramineas, orchideas, etc.
O annexo n. 20 apresenta um exemplar dos ingressos concedidos pela adminis-
tração do jardim para a visita à estufa e as galerias.
As culturas são dirigidas pelo professor Costantin, e são completamente inde-
pendentes dos serviços botanicos do Museu.
Galeria de Botanica do Museu de Historia Natural de Paris — Desde muito a
Galeria de Botanica é insufficiente para comportar o seu riquissimo material.
As salas de exposição e dos diversos hervarios estão litteralmente cheias, não
podendo ser apresentadas como deseja a administração, como se vê das claras expres-
sões do professor Lecomte (Quatriéme Rapport) (annexo n. 2), 4 pag. VI, linhas 17
e finaes, pag. VII, texto e nota, pags. XVIII e XIX.
O Museu, quanto à Botanica, comprehende os seguintes serviços : serviço de
organographia e physiologia, a cargo do professor Van-Tieghem ; serviço de crypto-
gamia, a cargo do professor Mangin ; serviço de phanerogamia, a cargo do pro-
fessor Lecomte.
As collecções-typos são muito numerosas, podendo ser indicadas as seguintes :
Collecções organographicas, dendrologicas e productos vegetaes, cryptogamicas,
phanerogamicas. .
A vista do annexo n. 2, é possivel indicar todas as collecções do serviço de
phanerogamia, assim :
1) Hervario mundial de plantas vasculares.
2) Hervario da França.
3) Hervario de Paris.
4) Hervario historico de Tournefort.
5) Hervario historico de Lamarck.
6) Hervario historico de Jussieu.
7) Hervario historico de Humboldt e Bonpland.
8) Hervario historico de Michaux, Desfontaines, e outros.
9) Hervarios regionaes.
10) Hervario Drake.
11) Hervario Cosson-Durand.
{
an ES ar eh
116 ARCHIVOS DO-MUSEU NACIONAL
12) Colleccao carpologica constituida de frutos naturaes e modelos em cera.
13) Colleccäo dendrologica e productos vegetaes.
14) Collecgäo fossil.
A galeria possue uma unica sala para exposicäo situada logo em seguida a de
mineralogia .
A exposição se inicia por amostras de estipes de palmeiras, de troncos de ar-
vores, a que se seguem numerosos armarios completamente cheios de exemplares
naturaes, sobretudo frutos, em mais evidencia porém uma grande collecção de
perfeitas reproducções em cera de ramos floriferos e frutiferos de plantas frutiferas.
Falta completamente espaço para extender convenientemente as colleccöes de
modo a poderem ser bem observadas.
Cursos botanicos —O Museu de Historia Natural effectua cursos botanicos, aos
quaes ja nos referimos em paginas anteriores.
Esses cursos sao assim divididos :
Curso de Inverno
1) Organographia e Physiologia vegetaes.
Professor Van-Tieghem.
As terças e sabbados, às 9 horas, no amphitheatro de Mineralogia e as quintas-
feiras, às mesmas horas, no laboratorio, à rue Buffon, 61.
2) Classificação e familias naturaes dos cryptogamos.
Professor Mangin.
As segundas e quartas, às 9 '/,, no amphitheatro de Mineralogia.
Completado por excursões.
3) Culturas.
Professor Costantin. -
Äs segundas e sabbados, ä ı hora, no amphitheatro da antiga galeria de
Anatomia comparada ; thema : Plantas uteis dos paizes quentes.
Curso de Veräo
ı) Taxinomia dos phanerogamos.
Professor Lecomte.
Themas : Estudo do fruto sob o ponto de vista taxinomico ; exame de al-
gumas familias da classe dos Dicotyledoneos (Cruciferas, Papaveraceas, Leguminosas,
etc.) e conferencias especialmente consagradas ao estudo das madeiras e em especial
das madeiras das colonias francezas.
As quartas e sabbados, as 10 horas, no amphitheatro de Mineralogia.
Completado por excursöes botanicas ao campo.
2) Physica vegetal.
Professor Maquenne.
Thema : Principaes funcções da vida vegetal, em particular da germinação, da
assimilagao do carbono e da do azoto.
A. J. DE SAMPAIO — RELATORIO DA COMMISSÄO DESEMPENHADA NA EUROPA 117
As terças e quintas, 4s 11 horas, no amphitheatro de Mineralogia.
Todos os cursos, como já disse, são auxiliados por mappas muraes, de grande
valor elucidativo.
Tive occasião de tomar nota dos seguintes :
1) Collecção de mappas muraes de Frank e Tschirch.
2) Collecção Kny.
3) Hansen Planzengeographische Tafeln (Flora tropical), editadas por Neue Photo-
graphiscen Gesellschaft, de Berlim.
4) Tableaux d’Histoire Naturelle-Botarique, por Bonnier e Mangin ; Hachette, éd.
COLLECGAO DE PTERIDOPHYTAS DO MUSEU NACIONAL
Por minha solicitaçäo, feita a V. S. antes de minha partida para a Europa,
foi remettida para Paris a colleccäo de Pteridophytas do Museu Nacional, afim de
que fosse a mesma por mim estudada junto das colleccöes-typos.
Essa collecçäo, constante de 2.282 exemplares, conforme consta de fl. 8 do
livro de entradas e sahidas de objectos da Seccäo, deu de novo entrada na Seccäo
em 27 de Abril do corrente anno.
Tendo sido demorada a remessa dessa colleccäo para a Europa, só pude comecar
sua organizacäo, sendo que actualmente se acha prompta uma familia das Hymeno-
phyllaceas, e feito o respectivo catalogo, como parte do catalogo geral da Secção,
ja começado para outras familias, durante minha estadia na Europa, pelo meu digno
substituto, Sr. Julio Cesar Diogo.
A necessidade de dar immediatamente por terminado o presente relatorio para
attender exclusivamente à arrumação da sala de exposição da Secção de Botanica
para abertura do Museu no prazo que V. S. tem em vista, força-me a deixar de
indicar o estado actual dessa collecção, cujo estudo iniciei na Europa.
MATERIAL POR MIM COLLIGIDO PARA O MUSEU NACIONAL, DURANTE A PRESENTE COMMISSÃO
Tambem summariamente, como a respeito da colleccäo de Pteridophytas e pelo
mesmo motivo, indico aqui em que consiste o importante material que colligi pessoal-
mente ou o que obtive, para estudo, do escriptorio do Brasil em Paris, graças ä
benevolencia e honrosa confiança do seu digno director, o Sr. Dr. Delfim Carlos B.
da Silva.
O material colligido pessoalmente por mim consiste em essencia em specimens
da flora européa, até então não representados nas collecções botanicas do Museu
Nacional, em sua maioria de gymnospermas.
Esse material está sendo convenientemente preparado para dar immediata entrada
nas collecções, após sua catalogação.
118 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
O material obtido do escriptorio do Brasil em Paris € em sua maioria consti-
tuido de amostras de fibras de vegetaes.
Opportunamente figurara esse material no livro da Seccäo, dando entäo eu a
V. S. minuciosas informações quanto ao seu numero e sua classificação. or
Solicitando por ultimo de V. S. excusas por não permittir a urgencia de outros
serviços da Secção o expurgo de erros dactylographicos e de ligeiras incorrecções
deste relatorio, apresento a V. S. os protestos da minha mais elevada consideração.
Saúde e fraternidade. E
Museu Nacional, 4 de Agosto de 1914.
A. J. DE SAMPAIO,
Professor Chefe da Secção de Botanica.
Autopsie d'un monstre céphalothoracopage monosymetrique
de race porcine
PAR
A. CHILDE
ER,
MES
AUTOPSIE D'UN MONSTRE CÉPHALOTHORACOPAGE MONOSYMETRIQUE DE RACE PORCINE
Je ne pourrai guère donner dans le présent travail qu'un simple compte-rendu de
lautopsie que j'ai pratiquée sur le monstre double de race porcine, qui me fut remis le
19 Mai 1911 par Mr. le Dr. Bourguy de Mendonça, l’erudit professeur de Zoologie au
Musée National de Rio de Janeiro.
Trop de problèmes d’embryogénie normale sont encore obscurs, pour permettre
en teratogenie des conclusions solides, surtout quand on ne posséde pas tous’ les
éléments d'un cas donné; et c’est ce qui avait lieu dans l’occurence.
Le monstre présente, comme on en peut juger d’apres les figures 1 et 2, Pl. I, une
union três étendue du vertex à l’ombilic. II est regrettable néanmoins qu'il ait été remis
au Musée, très incomplet et trop tardivement pour l'intégrité de la pièce. Il n’avait ni
cordon, ni placenta, la région infra-ombilicale etait eventree, et le porteur n'a pu four-
nir aucun renseignement profitable sur la provenance sur les conditions de la naissance
ni celle des générateurs. Le monstre fut remis dans de l'alcool commun.
Une tête unique, beaucoup plus large que normalement dans son diamétre bi-auri-
culaire : une seule bouche, deux yeux et quatre oreilles: 2 placées régulièrement et 2
jointes sur la nuque. Huit membres : les pelviens normaux; les thoraciques placés en
2 paires, symetriquement de chaque cote du plan de jonction, de telle sorte qu'une paire
était ventrale en relation à l'axe de la tête commune, et l’autre était dorsale.
Les deux individus sont du sexe mâle, mais inégalement développés; celui de
gauche, portait cinq paires de mammelles. La couleur de la robe était noire, sans tache,
ni signal particulier. Les yeux étaient fermés, la langue légèrement prise entre les dents.
Le monstre paraissait né a terme, et mesurait environ 23 centimètres de la pointe
du groin à la naissance de la queue.
L'examen ultérieur a montrè qu'il était mort sans avoir inspiré.
AUTOPSIE
Pour faciliter la description et l’ordre du travail, j'ai numéroté les 2 individus : I,
designe celui auquel appartient la moitie droite de la tête; II, celui auquel appartient
la moitié gauche.
16
422 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Ostéologie de la téte
J'ai commencé la dissection par une ouverture du tegument externe, sagittale, depuis
Yinion où se réunissaient les deux oreilles dorsales jusqu'a l'extrémité du groin. (Pl. II,
fig. 1). Et cette première ouverture m'a montré les os du crane Chevauches les uns sur
les autres, sans autre protection qu'un pannicule adipeux tres insignifiant. En écartant
les écailles pariétales, j'ai constaté que de la masse encephalique absente, il ne restait
guère q'une bouillie, déposée dans les anfractuosites de la base.
Si l'on compare le profil du monstre avec celui du crâne d’un porc normal, nou-
veau né, on peut remarquer la forme globuleuse de la tête ; la concavité du chanfrein a
disparu et la courbe parieto-occipitale s’est exagérée (Vide: Pl. II, fig. 2 et PL IV, fig. 1).
Une étude plus attentive explique cette forme inusitée par Pécartement en dehors
de l'axe sagital (1), des 2 écailles occipitales, et par la présence entre elles d'une écaille
supplementaire impaire — formée por la fusion de deux parietaux arrêtés dans leur
développement.
On reconnait en cela une malformation due à la jonction de 2 cranes qui ont formé
une seule boite. Cette constatation m’a permis de classer ce monstre comme un sycepha-
lien des auteurs francais (Geoffroy St. Hilaire), un Céphalothoracopage monosymetrique
de Schwalbe.
Continuant de detacher soigneusement du crane les parties molles pour en avoir
une vue d'ensemble exacte, j'ai pu verifier que la tête unique était faite de la juxtaposi-
tion symétrique de deux moities de cranes de côtés contraires, depuis les os interma-
xillaires jusqu'à la selle turcique, et formant une ligne sagittale commune; qu’en ce
point, cette ligne souvrait en Y, formant deux axes divergents pour les régions occi-
pitales; et que l’espace angulaire compris entre eux, était comblé par la fusion des
parties Osseuses, correspondant aux deux demi-cränes incomplets. En arriere de la selle
turcique, par consequent, il y avait deux cranes imparfaits, soudes entre eux. La figure
1, du texte, donnera d’ailleurs une idée plus claire de la situation respective des diffé-
rentes parties.
Nous avons ici devant les yeux la surface interne de la base du cräne. Les os
.(F) sectionnés suivant la ligne x y, un peu au dessus des trous sourciliers (2). Les gout-
tieres qui en descendent étaient à peine accusces — 2 crète et épine limitant la partie
cranienne du frontal avec la partie faciale. Sa. Sphénoïde antérieur.— Sp. Sphenoide
(1) Jappellerai, dans ce travail axe ou plan sagittal celui qui divise en 3 parties symétriques la tété du monstre
passant par le plan de fusion des 2 individus, Par rapport à ce plan sagittal les côtés gauche de I, et droit de II, et
ainsi que toutes les parties qui leur appartiennent, comprises dans l'angle diédre N M N’ seront designées comme
internes ; les parties situées en dehors de ce même angle seront au contraire externes.
J'appellerai axes ou plans médians secondaires, ceux qui correspondent aux lignes MN, MN’, divisant les
régions occipitales de chaque individu, jusqu'au point de suture du sphénoïde anterieur avec le postérieur, en M.
(2) L’occipital se développe par cing noyaux (V. Chauveau— Anat. comp. des animaux domest.), mais comme le
porc n'a pas de protubérance occipitale interne, le noyau antérieur manque et rèduit à 4 le nombre des points
d'ossification.
A. CHILDE — AUTOPSIE D'UN MONSTRE DE RACE PORCINE 123
postérieur. — 3. Trous optiques.— 4. Fente sphénoïdale.— L. Lame quadrilatere avec
les apophyses clinoides posterieures.
ST. Selle turcique.— B. os basilaire.— 5. Trou déchiré antérieur.— 6. Trou
déchiré postérieur.— 7. Trou condylien antérieur.— 8. Trou occipital.— R. Rocher.
a
YLANG GG)
— C. Portion condylienne de loccipital— T. Temporal.— O. occipital.— 2 P. Pa-
riétaux unis en une écaille impaire.
L'aspect de cette figure permet de constater que la divergence des parties
posterieures de la tete a commence a la ligne de suture du présphenoide avec le
basisphenoide, tandis que toute la région antérieure à cette ligne constituait une face
unique, les profils internes des individus I et II n’ayant pas rencontré d'espace pour se
développer. En réalité ce n’est pas un, mais bien 2 basisphénoïdes ou sphenoides
postérieurs que l’on rencontrait, et par conséquent deux selles turciques.
124 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Celle de I portait sur sa ligne médiane un petit orifice, H, ouverture supérieure
d'un canal qui traversait toute l'épaisseur de Pos et réapparaissait à la face inférieure ou
palatine : c'est le canal de l'hypophyse qui avait persiste.
Les trous déchirés antèrieurs étaient doubles: 2 externes par Si a l'axe
sagittal, et 2 internes. Les internes étaient sèparès par une longue épine osseuse, très
irrégulière, représentant la fusion médiane des grandes ailes des sphenoides ( Pie. de
I, droite de II). Très atrophiées. Elle se soudait à son extrémité postérieure avec les
rochers et les écailles temporales de la région sagittale, sous lepine des 2 pariétaux
communs ou parietal impair (2 Pl.).
Sur ce même axe sagittal la soudure des 2 basisphénoïdes avait réduit les fentes
sphénoidales internes à un simple orifice Z surmonté d'une petite saillie osseuse. |
Les 2 occipitaux (e, &, fig. 3, Pl. II) se présentaient comme formés de 4 os, chacun,
complètement indépendants et répondant aux points d’ossification. En B, (fig. 1
du texte) on voit Voccipital basilaire, en C Poccipital lateral avec le trou condylien
antérieur, 7, séparé de Pos pétreux R. par le trou déchiré postérieur 6. Sur aucun des
4 occipitaux latéraux c, c, c, c, je n'ai pu relever de vestige de trou condylien
postérieur.
La face externe des occipitaux était plus curieuse encore par leurs articulations,
avec les os de fusion médiane (Fig. 3, Pl. II, figs. 1, 2, 3, Pl. III). Nous avons vu que
les côtés internes des deux têtes se sont abordés sur la ligne sagittale par les régions
temporales. Les grandes ailes des sphénoïdes se sont fondues en une aiguille que j'ai
décrite, les rochers se sont accotés; mais à mesure que l’espace le permettait davan-
tage, les parties symétriques ont essayé mieux de se former, c'est ainsi que les
temporaux (3, 3. Fig. 1, Pl. II), ont pu se rencontrer par leurs circonférences
antérieures, et s’articulant ensemble (3, droit de Il; 3, gauche de I), ont limité
postérieurement la cavité cranienne sur Paxe sagittal.
Sur la figure ı de la Pl. III ou peut voir ces deux temporaux très réduits, séparés
par la ligne de suture commune. Cette ligne se prolonge jusqu’au conduit auditif externe,
commun aux deux individus, permeable, et s'ouvrant dans la cavité cranienne, sous le
pont de fusion des 2 ailes sphénoidales déjà cite. En un point existait un petit septum
osseux, rappelant son origine double.
Au dessus de cet orifice commun du conduit auditif externe, on voit en 7, fig. 1,
PI. III ou g, fig. 2, une petite tubérosité osseuse, qui n’est autre que l’ébauche d'une
apophyse zygomatique commune, formée par la fusion des 2 appartenant à chaque os
temporal.
Tandis que les regions temporales s'affrontaient, se repoussant en partie vers
l'extérieur, les pariétaux gauche de I, droit de II, se rencontraient également sur le plan
sagittal et se soudaient pour ne former qu'une seule écaille médiane, d, fig. 3, Pl. II;
mais comme les bords de cet os sont tranchés en biseau, les angles antero-inférieurs,
correspondant aux 2 temporaux internes; e, é, fig. 3, Pl. II, en se joignant, se sont
avancés vers l'intérieur du crane et ont glissé sur la portion squameuse des temporaux,
constituant une épine osseuse_entre les 2 rochers internes: 2 Pl., fig. 1, du texte.
A. CHILDE — AUTOPSIE D’UN MONSTRE DE RACE PORCINE 125
La fusion entre ces deux parietaux s’est accomplie d'une façon parfaite, sans trace
de suture, sauf en un point, o, fig. 3, Pl. II, où un orifice minuscule, d'un petit canal
que Pon peut sonder et qui traverse l'os représente le vestige des fontanelles ptériques
internes. Aucun vaisseau, aucun nerf, aucune adhérence en effet, ne se rencontrait en
ce point entre l’écaille et le tegument externe au moment de la dissection, et il ny en
avait pas davantage sortant de ce canalicule vers l’intérieur. Sur la face endocranienne
les nervures de la feuille de figuier étaient très distinctes et confluaient vers la pointe
de l’èpine osseuse des pariétaux internes, dont j'ai parlé. Les 2 branches antérieures
des deux méningées moyennes (gauche I, droite II), se réunissaient en un tronc
commun, cheminant dans un canal osseux résultant de la soudure des 2 nervures.
La constatation d’un orifice auditif externe, unique, et la présence de 2 oreilles
nucales, avec 2 pavillons et un seul conduit cartilagineux adapté à la circonférence de
l’orifice osseux — m'a permis de classifier le monstre plus exactement encore, en le
rangeant dans la variété des Synotes.
Au dessous de Porifice auditif externe, les 2 bulles tympaniques internes s'étaient
fondues en une seule sagittale : 4, fig. 1, b, fig. 2, PI. III.
Afin de distinguer plus aisément les diverses parties qui composent cette région, j'ai
dessiné, PI. III, fig. 3, la région occipito-temporale droite de I, développée normalement.
La comparaison avec les parties homologues de la région occipito-temporale droite
de II, telles qu'on les voit sur la figure 2, permettra d’en saisir la transformation chez
cette dernière. La ligne pointillee I, I’ marque l'axe ou plan sagittal, divisant en
2 parties égales le pariétal médian et la bulle tympanique commune b. La ligne II,
IP indique l'axe ou plan médian secondaire gauche, (plan MN, fig. 1 du texte), celui
du crâne de l'individu II, on peut suivre ici les parties homologues ; c'est en a, le
condyle occipital droit de chaque individu (fig. 2 et fig. 3) — en b, la bulle mastoidienne
droite (soudée par moitié avec la bulle mastoidienne gauche de I dans la figure 2) —
en c, les apophyses jugulaires ou paramastoïdiennes droites des occipitaux (celle de II
moins développée que celle de I). La suture occipito-temporale les sépare de la
region temporale, où en d, on voit la crête mastoidienne et Porifice de la rainure
digastrique, creusant un canal osseux entre la crête et "apophyse citée.
Je crois avoir expliqué comment ces parties homologues se sont unies dans leur
rencontre. Le côté interne de II fut cependant moins sacrifié que celui de I. L’apophyse
jugulaire de ce dernier, par exemple, est plus aplatie, plus large ; le temporal est plus
atrophie, on n'y retrouve que difficilement la crête mastoïdienne et la rainure du
digastrique est cachée sous la lamelle de l’apophyse au bord de la suture.
Pour qu'aucun element de confrontation ne manque, j'ai joint Pl. III, fig. 4, le
profil de la même région chez le porc normal, adulte — d’après un crâne de la collection
du Musée National: les lettres correspondent aux mêmes points anatomiques.
Revenant à la concavité de la boite cranienne on trouvait les 2 rochers internes
très rapprochés, presque aussi parfaitement développés que les externes. On y rencon-
trait l'ouverture du conduit auditif interne, bien large, laissant voir les fossettes qui le
terminent et au-dessus l’hiatus de Fallope; la fosse sub-arcuata éxistait comme chez
126 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
les nouveau-nés, l’eminence arcuata terminant le rocher et le séparant de la gouttière
latérale ; et une petite épine due au canal semi-circulaire postérieur.
La fusion des faces ne présentait certes pas le même intérêt, et sauf l'excessif
diamètre bi-parietal, 52 mm.; la forme globuleuse des pariétaux qui ne portaient pas
trace des crêtes pariétales, si accusées normalement chez les Suidiens : Vide cr, fig. 4,
Pl. HI; — il n'y a guère plus rien à retenir, que le fait d'appartenir par moitié à chacun
des individus.
Il sera plus facile maintenant de comprendre le mode de formation de cette
monstrosite. Je n'ai pu verifier sur l'encéphale lui-même mes assertiuons puisqu'il était
detruit; mais la boite cranienne était complètement formée et elle peut me servir de
temoin. Les parties osseuses, en effet, qu'elles proviennent de la plaque basale comme le
sphenoide, ou qu'elles dérivent de membranes comme les écailles de la voüte, ne se for-
ment que postérieurement à l'axe cérebro-spinal et se modélent sur les parties qu’elles
sont destinées à protéger, de la même façon que la couverture mésodermique interne,
formatrice des meninges, s'est moulée sur les vésicules cérébrales (Hydrocéphalia,
microcephalia, etc.)
J'en conclus que l'union très précoce des 2 embryons s’est faite complètement par
les vésicules cérébrales antéricures (Telencéphales), et en partie par l'extrémité antérieure
des secondes vésicules (Diencéphales), dans la région où elles forment les chiasmas
optiques ; qu'à partir de ce point les axes des encéphales ont divergé de plus en plus,
permettant selon l'ouverture de l'angle, le développement relatif des parties antagonist.
Les 2 chiasmas se sont rencontrés par leurs côtés internes, sans s'unir toutefois. Chaque
œil du monstre était indépendant de l’autre.
Cette union fut certainement très précoce, et date sans doute de l'époque, où l'encé-
phale n’en est encore qu’au stade de deux vésicules ; c'est la partie antero-interne des
2 precerveaux qui a été intéressée, et qui a disparu, ou plus exactement qui n'a pu se
former. Ce n'est donc pas une régression ou une destruction, c'est une non-formation
qui eut lieu.
On comprend du reste, et Lereboullet a insisté sur ce fait, que cette
disparition ne se produit et ne peut se produire que la où les éléments des
tissus sont encore dans leur état embryonnaire. Lorsque l'évolution a été plus
complète et que les éléments définitifs des tissus se sont constituès, rien de
pareil ne peut plus avoir lieu: ni résorption de certains éléments ni soudure
de ceux qui ont persisté. — Dareste, Recherches sur la production artificielle
des monstruositès, 2° édition, p. 505.
C'est donc probablement quand les deux gouttières médullaires, placées selon le
même angle que les deux plans médians secondaires, ont commencé à se couder,
terrant les vésicules céphaliques dans le vitellus, que les extrémités antérieures se sont
accolées plus fortement dans ce mouvement, et paralysant l’évolution des parties en
contact, se sont soudées.
AN
A. CHILDE — AUTOPSIE D'UN MONSTRE DE RACE PORCINE 127
Chez le lapin, ce fait aurait lieu au 9° jour. Mais la gestation du lapin dure 30 jours
tandis que celle du porc est de 110 à 120 (1).
Comme je l’ai dit plus haut, il ne m'a pas été donné d'examiner l’enc&phale, déjà
reduit à l’état de bouillie quand j'ai reçu le monstre. Néanmoins, j'ai pu relever plus
d'une particularité intéressante.
Nerfs optiques — L’une d'elles la plus curieuse peut être, c'est l'absence de chiasma
optique : les nerfs optiques apparaissaient au fond des trous de même nom, au milieu
d'une du peloton adipeux de l'orbite.
Il serait logique de supposer que le chiasma se soit détruit en conséquence de la
décomposition des hémisphères cérébraux. Mais on ne peut rien affirmer sur ce point;
l'absence me parait plus probable, car j'ai rencontre le nerf mouter oculaire commun
en parfait état de conservation; or, comme il est plus fragile, plus délié que l'optique,
et aussi exposé que ce dernier à l'influence des agents extérieurs, il est naturel de
penser que sil a pu resister, le nerf optique, le chiasma aurait pu resister également,
et que si je ne les ai pas rencontrés, ni séparés, ni unis, c'est que le chiasma n'a pas
pu exister.
De toute facon le chiasma que se fut forme, n’eut pu étre qu’un chiasma de fusion :
les 2 trous optiques internes n’existant pas, c'est le nerf optique droit de I, qui se serait
uni au nerf optique gauche de II.
Le mode de formation des nerfs optiques et du chiasma peuvent d’ailleurs
expliquer cette absence.
Bien qu'il existe des animaux sans chiasma, et d’autres comme les Cyclostomes (2)
ou le chiasma est représenté par une grêle commissure toute voisine de l'origine des
nerfs optiques ; chez les vertèbres supérieurs, cependant, comme les mammifères, un
nombre plus ou moins grand de fibres provenant d'un globe oculaire, souffre une
décussation qui les conduit vers le centre optique de l’autre moitié de l’encéphale. Chez
le chien l’entrecroisement ne correspond qu'au quart interne de la rétine; à quelle
fraction correspond-il chez le porc? Je lignore. Testut rappelle le rapport admis assez
généralement entre l'extension du champ visuel commun aux 2 yeux et le nombre des
fibres optiques directes (3). Il est donc naturel de croire que les fractions de fibres
directes et de fibres croisées soient à peu près les mêmes dans ces deux espèces qui
jouissent approximativement du même champ visuel commun — et la fraction de fibres
(1) Je ne puis indiquer, même approximativement la date où ce fait a pu se produire, car je n'ai trouvé nulle part
aucun traité spécial sur 'embryogénie du porc ; Keibel qui traite de cette question n'a pas été en mon pouvoir.
J'insiste cependant sur l'intérêt qu'il y aurait à rechercher le plus exactement possible la date où a du commencer
toute malformation que l'on étudie. La raison en est simple, car si l’anamnèse fournissait une indication coincidant avec
cette époque, on pourrait trouver un guide quant aux diverses influences causales des monstruosités et établir des statis-
tiques intéressantes.
Dans le cas présent, comme d'ailleurs en tous ceux de monstruosité double, ou ne peut mettre en cause que Va-
nomalie ; mais dans les cas de monstruosité simple, le problème est différent et la recherche peut être fructueuse.
(2) Cf. Ed. Perrier — Traité de Zoologie. Fascic. VI. (1903). Pag. 2539.
C. Gegenbaur — Manuel d’Anat. Compar. (Traduct. C. Vogt. 1874). Pag. 699.
(3) Testut — Traité d'anatomie humaine. T. II. 5° edition. 1905. Pag. 880.
PO th
128 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
croisées représenterait en ce cas la moindre part du nerf optique, se detachant pour
constituer le chiasma ; — moindre part formant toutefois un cordon plus gros que celui
de l’oculaire moteur commun, comme j'ai pu le vérifier dans les dissections de porcs
nouveau-nés, que j'ai pratiquées au cours de cette étude, aux fins de comparaison.
D'autre part: les fibres optiques naissent périphériquement de la couche
ganglionnaire de la rétine, atteignent le chiasma où elles se croisent, et gagnent
ensuite le cerveau (1). C’est une formation analogue à celle des fibres du nerf olfactif
(2), qui proviennent de l’ectoderme, tout comme le nerf de la ligne latérale des
Ichthyopsidés.
La fusion des deux faces s'étant opèrée très tôt, ne serait-il pas vraisemblable que
la progression de fibres optiques n’eut pas encore à cette époque atteint le chiasma, et
que la distance plus grande que normalement entre les deux troncs optiques externes,
n'eut rendu plus tard difficile la décussation des nerfs optiques des deux individus.
Il n'est peut être pas hors de propos de rappeler que dans 2 cas de pseudencephalie,
le professeur Pierret a trouvé le nerf optique contenu dans une gaine fermée, renfermant
des cylindres-axes, et que la rétine était complète, tandis que le cerveau était entièrement
absent. Vaschide et Vurpas ont observé aussi un anencéphale, chez qui les rétines
étaient normales, et où le nerf optique se terminait à peu de distance après sa sortie
de la cavité orbitaire (3).
Ces constatations me penchent fort à accepter les paroles du Dr. Pierret quand il
dit: «Il faut admettre qu'au moins en ce qui concerne le nerf optique, l'extrémité
périphérique jouit d'une certaine indépendance, et même d'une sorte d'autonomie.»
Des faits de cette nature établiraient l'homologie entre la formation des fibres
optiques, et le mode d’origine des racines sensitives : les cellules rétiniennes bipolaires,
jouant ici le role des cellules du glanglion spinal (4).
Les vésicules cérebrales antérieures se sont accolées quand elles avaient émis déjà
les vésicules optiques et leurs pédoncules creux, mais les fibres optiques n'étaient pas
encore en progression de la rétine au cerveau. Ce serait un élément de plus pour fixer
la date de la coalescence.
L'absence de chiasma n'est cependant pas une conséquence forcée de la céphalatho=
racopagie monosymetrique. Il suffit en effet de voir dans Schwalbe (Die Morphologie
des Missbildungen des Menschen und der Tiere. Il Teil. pag. 205, lena 1907), ia belle
reproduction du cerveau d'un cas analogue, d’après Vrolik pour y reconnaitre le chiasma
formé par la jonction des deux nerfs optiques externes : Voy. Fig. 216.
Vision — En cas de vie, la conséquence de cette indépendance des nerfs optiques,
sans chiasma, serait curieuse pour la vision du monstre. On se rendra compte du
(1) Ramon y Cajal prétend qu'un certain nombre de fibres centrifuges provient du cerveau. Sont ce des fibres du
faisceau direct, ou de faisceau croisé? Leur marche est-elle postérieure, antérieure ou contemporaine de celle de
fibres centripètes ? De toute manière l'obstacle qui existait pour les unes existait aussi pour les autres, dans mon cas.
(2) Testut — Op. cit. T. IV. Pag. 942.
(3) Vaschide et Vurpas — Essai sur la psychophysiologie des monstres humains. Paris, de Rudeval, 1902.
(4) Vide M Duval — Pathogénie générale de l'Embryon, in Pathologie générale de Bouchard, 1º vol. Pag. 183.
I,
A. CHILDE — AUTOPSIE D'UN MONSTRE DE RACE PORCINE 129
désaccord que existerait entre l'image mentale et l'objet regardé par la figure 2, PI. IV,
que j'ai empruntée a Ramon y Cajal (1). La vision troublée de la sorte entrainerait
naturellement une confusion dans les mouvements, mal dirigés vers leur but.
Nerf oculo-moteur commun — Le nerf oculo-moteur commun était, comme je Vai
dit, conservé jusqu’a sa racine apparente, et son parcours était normal: il formait deux
branches deja avant de traverser l'anneau de Zinn, puis dans l'orbite à leur tour ces
rameaux se subdivisaient pour innerver les muscles droits supérieur, interne et
inférieur, le petit oblique et le releveur de la paupière.
Je n’ai rien pu trouver des lobules olfactifs, disparus naturellement avec l'encéphale
tout entier.
Les volutes ethmoïdales fermaient antérieurement la cavité cranienne.
Tente du cervelet — Sinus pétreux supérieur — Les grandes circonférences de la
tente du cervelet, se rencontrant sur la ligne sagittale, se fondaient en une étroite
bandelette, recouvrant la partie supérieure des 2 rochers internes, et se fixant à la
partie inférieure, épineuse, la plus avancée du pariétal commun, médian.
Dans l'épaisseur de cette bandellette que j'ai ouverte, j'ai rencontré un canal, le Sinus
pétreux supérieur, relativement volumineux, parce qu'il était fait de la réunion des
2 sinus petreux supérieurs, internes. Néanmoins il paraissait se terminer en fond de sac
en sa partie antérieure avec le sinus super-sphénoïdal sans former bien clairement un
sinus coronaire — ou un double sinus coronaire, comme on pouvait s'y attendre, puis
qu'il y avait deux selles turciques.
II communiquait avec un sinus sub-sphenoidal, unique en forme d'ampoule, résultant
aussi de la soudure des 2 sinus internes, et qui conduisait le sang veineux par les veines
pterygoïdiennes atrophiées, au nombre de 2, et par Voccipitale médiane, unique, à une
veine jugulaire médiane, unique. Ces derniers vaisseaux, bien que représentant sans
doute une union des veines, normales, n'étaient pas d'un calibre supérieur à leurs homo-
logues externes, au contraire, elles étaient un peu plus fines.
Il n’y a rien de particulier à dire des os propres du nez.
Les lacrymaux sont percés de 2 orifices, non sur leur face externe, comme cela est
de règle chez le porc, mais bien sur leur bord orbitaire ; ils ouvrent sur un canal lacrymal
que débouche à l'angle antero-inferieur de l'os, à la face interne du maxillaire supérieur
et “la partie postérieure du méat inférieur.
Communication naso-buccale — Ni les maxillaires supérieurs, ni les palatins ne se
rejoignaient sur la ligne sagittale. La muqueuse palatine recouvrait lachement ces os
tendue de l’un à l’autre rebord alvéolaire. Il n’y avait aucune adhérence du vomer avec
les os de la voûte palatine. La cavité nasale communiquait librement avec la cavite
buccale à travers deux fentes incisives longues et étroites, ouvertes dans la muqueuse
palatine: 1, 1’, figs. ret 2, Pl. V. C'est la une disposition embryonnaire qui a persiste ;
les bourgeons palatins et la cloison nasale ne s'étant pas rejoints, les muqueuses des deux
(1) Theorie des entrecroisements de Ramon y Cajal. (Resume in Histologie du Syst. nerv. de l'homme et des verte-
bres.) (Trad. Azoulay.) Tome II, ıgır.
47
oq
—_— = * E Ae 4 a ae
130 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
demi voûtes n'ont pas laissé néanmoins de s'unir, mais sans recouvrir toute la superficie.
Il v avait une véritable gueule de loup osseuse, révêlée seulement par les fentes incisives.
Rien de semblable n'éxiste chez le porc normal, à la partie antérieure de la voûte,
derrière le groin, on trouve seulement les deux minuscules orifices de 2 petits canaux
cartilagineux, ouvertures presque imperméables de l'organe de Jacobson, qui est en
relation avec les conduits palatins antérieurs.
Je dois signaler également entre l'os du boutoir et les deux fentes incisives, sur la
ligne sagittale, deux petites tubercules cornés, accolés : a, fig. 2, Pl. V, qui me paraissent
être précisément une atrophie de ces deux orifices de l'organe de Jacobson, formant deux
bouchons cartilagineux.
Cette voute palatine, comme toute la région de la face, est composée de 2 moitiés,
dont chacune appartient à un individu.
Retro-pharynx — Si nous considérons la fig. 2, Pl. V, nous constatons que le bord
postérieur du voile du palais était fixé par les piliers antérieurs auprès de l'épiglotte
de chaque côté de la base de la langue, circonscrivant un isthme du gosier, unique.
L'arc de cercle formé par ce bord postérieur portait néanmoins 3 expansions: la plus
grande, sagittale, fixée à la face inférieure de la gouttière du vomer, était percée
d'une ouverture ronde, à travers laquelle on pouvait toucher cet os; de chaque cote de
cette languette, il y en avait 2 autres plus petites, libres sur le bord du voile, qui étaient
manifestement deux luettes. Je ne puis donc considérer l'expansion centrale que comme
la soudure des 2 piliers antérieurs internes (gauche de I et droit de Il).
La paroi pharyngienne gauche (b) de cet unique pharynx était irrégulière ; on la
voyait proéminer derrière le pilier gauche de l'isthme, du cote de II, jusqu'à la moitié
environ de ce détroit, et elle était percée d'un orifice circulaire d’un demi centimètre
environ de diamètre (o, fig. 2, PL V).
A l'ouverture de la cavité pharyngienne, ‘jai constaté que cette paroi était une
cloison médiane, fixée sur l'apophyse pterygoidienne gauche de II, puis s'infléchissant
vers la ligne sagittale, pour se fixer par sa partie supérieure à la base du crane sur la
ligne osseuse de jonction entre les sphénoïdes postérieurs et les rochers internes. Elle
tapissait ensuite la cavité pharyngienne unique et se fixait de retour sur le côté droit à
l'apophyse pterygoide droite de I. L'orifice circulaire dont elle était percée dans la region
qui correspond à l'ouverture de la trompe d’Eustache conduisait dans 1 diverticule,
moindre que la cavité pharyngienne, complètement clos, et que j'ai pris d'abord pour le
pharynx atrophié de l'individu II. Mais la découverte dans le pharynx unique de 2
larynx et d'un cesophage annula complètement cette première hypothèse, et la position
de Porifice en relation avec l'ouverture normale de la trompe d’Eustache m'a conduit à
croire qu'il s'agissait d'un diverticule du canal pharyngo-tympanique, analogue à la
poche gutturale des solipèdes (1). Je n'ai pas maintenu davantage cette nouvelle
supposition, sans toutefois en nier absolument la possibilité, parce que je n’ai pas
(1) En conséquence de ses recherches sur l'embryologie du porc, Hunt croit que la trompe d'Eustache est une
involution de Ja muqueuse pharyngienne. Urbantchistch prétend également qu'elle n'est qu'un diverticule latéral de
la cavité buccale, (Balfour—Traité d'Embryologie comparée. Tome 2º, pag. 487. Traduct. française.)
A. CHILDE — AUTOPSIE D'UN MONSTRE DE RACE PORCINE 181
trouvé d'autre disposition anatomique en dépendant qui la put fortifier, comme par
exemple, le prolongement du diverticule vers l'oreille interne.
J'ai tendance à croire aujourd'hui que c'est tout simplement une dilatation anormale
du coecum retro-pharyngien du porc, véritable diverticule et prolongement de l'arrière
cavité des fossés nasales, qu’Albrecht considère comme un vestige de la vessie natatoire
sus-intestinale des poissons aerocystiferes. (Vide Prenant —- Embryologie de l'Homme
et des Vertèbres, 2° vol., pag. 163.) Vide figs. 3, 4, PI. V.
Langue — Dans la bouche, fixée au plancher par les muscles normaux genio
glosse, genio hyoïdien, etc., une seule langue, bien développée. Elle présentait sur le
dos, à la région de la base, deux papilles caliciformes très accentuées, séparées par une
troisième fort proeminente a double renflement vésiculaire, occupant le sommet du V
lingual et répondant au foramen cæcum, dernier vestige du canal thyréo-glosse. Je n’ai
pu constater dans le corps de la langue, ni lumière répondant à ce canal embryonnaire,
ni cordon cellulaire témoignant de sa persistance. (Jacoby (1) a declaré avoir trouvé chez
le porc pour la thyroïde médiane une ébauche double, et non pas simple, comme on
l’admettait autrefois.).
La langue unique était comme toutes les parties sagittales de la face, composée
de deux moities, appartenant chacune à un individu différent, et le tubercule médian
dont jai parlé provenait sans doute de la conjonction des 2 papilles internes (Fig. 5,
BIRR VE)
Larynx — Comme G. St. Hilaire et Dareste Pont expliqué, j'ai trouvé dans la cavité
phryngienne un seul cesophage, placé entre deux larynx, suivant une ligne presque
parallèle au plan sagittal, mais qui s'inclinait légèrement vers la direction du plan médian
de I. Cette légère déviation a sans doute facilité le large développement de la bourse
coecale rétro-pharyngienne que j'ai signalée plus haut.
J'aurais du rencontrer sur la paroi pharyngienne droite de I quelque vestige d'une
formation analogue, mais je confesse ici mon oubli, au moment de la dissection ; et
d’ailleurs comme j'avais pénétré dans le pharynx, par effraction de cette même paroi
droite de la région cervicale, il est possible que toute trace d'une cavité ou d'un
conduit, qui ne pouvaient être que très réduits, ait été détruite à cette occasion, et ma
première hypothèse ne m'attirait pas à rechercher sur cette place.
Chaque larynx était accolé à l'œsophage commun par sa paroi postérieure; le
cartilage de l’epiglotte du larynx antérieur, celui plus proche de la base de la langue
était normalement séparé de cette derniére par les fossettes rétro-glosses, où se trouvait
le repli glosso épiglottique médian. Quant à Pépiglotte du 2° larynx elle faisait face à la
paroi postérieure de la cavité pharyngienne.
Les relations du larynx antérieur et de l'os hyoide avec la langue unique étaient
normales, mais il n’existait sur la région postérieure de ce pharynx en rapport avec le
2° larynx, ni os hyoide, ni muscles ou ligaments thyro-hyoidiens. Le larynx postérieur
était moindre que l’anterieur, mais il était plus trapu.
(1) Jacoby — Ueber die mediane Schildrüsenanlage bei Saügern (Schwein). Anatom. Auzeiger, Band X. 1895,
n. 12.
a - Vu
MIETE 44 » E O MES
132 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Je n’ai trouvé qu'une glande thyroide, pour le larynx anterieur, normalement divisée
en 2 lobes, réunis par une commissure médiane.
Entre l’cesophage et la paroi gauche du pharynx, un pli de la muqueuse formait un
diverticule, ressemblant à l'embouchure d'un canal. On aurait pu croire que l’oesophage
se bifurquant en sa portion initiale offrait deux entrées, mais en sondant et en isolant
l'œsophage de la cloison, j'ai reconnu que ce pli de muqueuse se terminait en cul de sac
a quelques millimetres. Vide fig. 3, Pl. V.
Entre les piliers antérieur et postérieur gauches du pharynx on voyait très
distinctement au fond du pli une série de petits orifices; c'était les cryptes
amygdaliennes.
APPAREIL CIRCULATOIRE
Chez les monstres céphalothoracopages, les cœurs, au premier coup d'œil, paraissent
souvent normaux, mais comme Pont montré Dareste et Schwalbe, le cœur de chaque
face sternale appartient par moitié à chaque individu.
Si (on se souvient comment ie cœur se forme par la coalescence des rudiments ou
blastèmes cardiaques primitifs, et comment ces derniers dans notre cas, ont dü être plus
rapprochés du cote interne de l'angle N M Nº, que du côté opposé, on voit que les lames
mésodermiques internes se sont unies les premières, et que le cœur c’ s'est constitué
avant c par la soudure des 2 ébauches cardiaques indépendantes, droite de II, et gauche
de I, et comment les cœurs appartiennent de la sorte, par moitié à I, et par moitié à II.
Le cœur placé dans l'ouverture angulaire, jouissant, ainsi que la face secondaire B, de
moindre espace, s'est trouvé embarrassé dans son dévoloppement, tandis que le cœur C,
correspondant à la face secondaire A, apparemment normale, évoluait lui aussi presque
normalement (fig. 1, Pl. VI).
D’accord avec cette soudure anormale des blastémes cardiaques, j'ai trouvé deux
appareils pulmonaires, appartenant chacun par moitié à chaque individu composant.
Une coupe schematique, telle que celle que j'ai reconstituée (fig. 2, PL. VI), permet de
comprendre mieux la topographie de ces organes. Le poumon droit de I avec le gauche
de IT enveloppait le plus grand cœur C, que j'appellerai également cœur antérieur ;
et inversement les poumons gauche de I et droit de II, peu développés, dans la cavité
thoracique rétrécie de l'angle N M Nº, enveloppaient le cœur atrophié postérieur C’.
Mais la complexité de l'appareil circulatoire ne s'arrétait pas ici: le cœur C était
suspendu à un arc, formé de l'union des 2 aortes par un canal anormal, partant de la
portion aortique ascendente du cœur antérieur, et se joignant à la partie la plus élevée
de la crosse aortique du cœur postérieur CA. (fig. 2, PL V1).
Un cas quelque peu semblable à celui-ci a été parfaitement décrit par Rühe-
Marchand (1), et là aussi un canal aortique anormal existait, partant du cœur
antérieur et allant rejoindre la partie la plus haute de l'aorte du cœur postérieur : ce
qui démontre une fois de plus que les monstruosités obéissent à des lois naturelles
(2) Cité par Ernst. Schwalbe. Vide fig., pags. 197, 198, 199 (op. cit.).
A. CHILDE — AUTOPSIE D’UN MONSTRE DE RACE PORCINE 135
parfaitement mécaniques, et que les circonstances analogues orientent semblablement les
résultats. Les variations que Pon rencontre s'expliquent par des différences secondaires,
créant des forces ou des résistances nouvelles, qui contribuent à faire dévier la marche
normale de l'évolution anormale.
Cette formation de cœurs mitoyens conduit à l'enquête du mode de distribution du
liquide sanguin : typiquement cette fonction serait répartie entre les cœurs de telle sorte
que celui de l’une des faces recevrait le sang veineux d'un individu, tandis qu'il le
rendrait arteriel à l’autre.
Voici donc quelle était l'organisation du monstre à cet égard :
Du diaphragme commun dans la partie appartenant à l'individu II montait une veine
cave inférieure qui se rendait au cœur C’, de la face B. Il semble par conséquent que
cette veine cave aboutissait à une oreillette droite, mais dans la paroi postérieure de cette
veine dilatée en sinus, se voyaient deux orifices de veines pulmonaires, situés l'un au
dessus de l’autre; le tronc des veines droites était supérieur et commun pour 3
ramifications, linferieur était commun pour 2 (1). C'est la une anomalie singulière,
puisque dans le cœur embryonnaire aux oreillettes non cloisonnées encore, les 4 veines
pulmonaires originaires d'un tronc unique debouchent dans la region de l'oreillette
commune, située à gauche des gros vaisseaux veineux. (O Hertwig d'après Born,
Böse ; — Tourneux.) L'état très embryonnaire du cœur C’ peut faire supposer seulement
que sil n'eut pas été arrêté dans son développement, la partie du sinus veineux ou
sinus reuniens (His) où se rencontre ici l'abouchement des veines pulmonaires, se serait
trouvée en partie englobée dans la contexture des oreillettes, suivant le procédé normal,
et que les veines caves auraient été de la sorte isolées des veines pulmonaires.
Une autre circonstance peut tendre chez le porc, à confondre en un réceptacle
commun ces abouchements veineux; c'est la persistence d'une veine cave supérieure
gauche et d'un sinus coronaire — tronc de réception des veines cardinales gauches —
qui s'ouvre au voisinage de l'orilice interauriculaire, et dans lequel vient aussi se jeter
la veine médiane ou interventriculaire postérieure. L'espace interauriculaire se trouvant
ainsi quelque peu dilaté dans un organe retardé en son développement, qui ne formait
pas normalement ses cloisons séparatrices, a pü être le point de départ de cette
anomalie curieuse, d’autant plus que c'est précisément en cette région que nait le tronc
commun primitif des veines pulmonaires (2) (Vide Pl. VIII, figs. diverses).
(1) Poirier et Charpy — Anat. Hum. T. 2e Pag. 885. Les veines pulmonaires peuvent se jeter partiellement dans
le système cave ou dans le système porte: l'ouverture de la veine supérieure droite dans la veine cave supérieure a été
observée par Weckel et Gengenbaur (sujets adultes). Weber a vu une veine du poumon gauche se jéter dans la veine
cave supérieure.
(2) Les veines pulmonaires se développent directement du cœur vers les poumons. (Balfour — Traité d’Embryologie
— Amphibiens — pag. 602.) Or le cœur C’, avec ses nombreuses logettes où le sang circulait librement, réprésente un
stade voisin de celui des amphibiens.
Mathias Duval — Atlas d'Embryologie, Pl. XXV, figs. 403 et 404. On voit en x la veine pulmonaire commune
primitive, émergeant de la portion auriculaire du cœur, et se perdant dansle tissu conjonctif du mésocarde postérieur,
reliant le cœur à l'intestin antérieur. On peut voir de chaque côté de ce dernier les bourgeons pulmonaires.
Pl. XXXIV, fig. 527. La veine pulmonaire primitive se bifurque déja, et chaque rameau s'avance vers le
bourgeon pulmonaire auquel il se destine. (Mathias Duval étudie ici le poulet, déjà plus élevé dans la série des vertèbres.)
Ce sont là les uniques documents que j'ai rencontrés sur l'évolution des veines pulmonaires.
134 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
La veine cave supérieure gauche, dans le cas actuel, débouchait dans la veine cave
supérieure droite a la facon d’un tronc brachio-céphalique veineux, ie sinus réuniens,
au lieu de contourner le cœur, formait plutôt une poche.
Par un orifice assez large, on passait de ces sinus D A une autre cavité, située
entre lui et Porifice 1, qu'il faut regarder comme le trou de Botal. Cette même cavité —
l'oreillette droite — se partageait en 3 diverticules Q, R et Z, se revélant à la surface
de l'organe par des saillies distinctes: Z, m'a paru répondre à l’auricule, elle contenait
une poche à parois lisses, et Q, située au-dessus, avait des parois charnues, couvertes
de brides courtes. .
Inferieurement entre le trou de Botal et Pauricule Z, une lacune assez grande ouvrait
un passage sous le pilier f vers la loge P, que je regarde comme une partie du
ventricule droit.
Le trou de Botal conduisait à une oreillette gauche irrégulière se manifestant
au dehors par la bosselure V. Trois autres petits orifices situés au pourtour du trou 1
y conduisaient également. C'est une petite cavité complétement isolée du ventricule
gauche 2. Sa paroi inferieure contenait une fossette avec des cryptes, qui rappelait
une valvule atrophice.
Contre la paroi externe de la loge P s’appliquait le sinus veineux D, déjà signalé,
et cette meme loge communiquait à son tour, par Vorifice semi-lunaire m, avec une
seconde cavité M, un peu moindre et lisse; — un seul petit orifice existait sans
débouché o. Les 2 cavités P e M me paraissent représenter le ventricule droit, divisé par
une cloison perméable. Dans la chambre P il y avait diverses logettes : l'une était
isolée par la valvule S— une autre conduisait à la pochette W, à la pointe du cœur —
et 2 petits orifices étroits, munis d'une sorte de valvule, obliques dans l'épaisseur de
Pendocarde, conduisaient également à deux autres petites loges. Le premier répondait
à la cavité N dont la partie supérieure avait des parois très minces, tandis que
Pinféricure était feuilletée et comme munie de colonnes charnues; le deuxième
conduisait à la dernière chambrette de l'organe L, qui représentait le ventricule
gauche, isolée sans aucune communication avec l'oreillette V (Pl. VIII).
Ainsi, en résumé, le cœur C’ était composé d'un ventricule gauche isolé, de difficile
relation avec un ventricule droit divisé en 3 compartiments. Une seule ouverture
auriculo-ventriculaire reliait ce ventricule droit à l'oreillette droite, ou débouchaient
conjointement les troncs veineux du corps et les veines pulmonaires. Par un trou de
Botal, largement ouvert, l'oreillette gauche isolée communiquait avec le reservoir veineux
général que représentait cet organe.
Ce cœur était relié à Parc aortique dont j'ai parlé précédemment, par un vaisseau
assez fort que j'ai regardé d’abord comme un canal artériel — car je ne voyais aucun
vestige d'aorte et parce qu'il se divisait d'avec une artère pulmonaire, parfaitement
indiscutable.
Or, par un examen plus minucieux, j'ai découvert que ce vaisseau était double,
formé de 2 canaux gr" g2, qui débouchaient dans l'aorte ao’ par un orifice unique sans
valvules: g2 était une aorte minuscule, étroite, beaucoup plus que gr, l'artère
A. CHILDE — AUTOPSIE D'UN MONSTRE DE RACE PORCINE 135
pulmonaire. Elle naissait au pourtour de Vorifice atrio-ventriculaire, sous forme de
cordon fibreux, sans lumière perceptible, puis passait dans le pilier f, entre l’oreillette
et le ventricule droits — contournait en spirale Partére pulmonaire gr, passait en
dessous d’abord, avant de gagner sa paroi supérieure au point de bifurcation où elle se
divisait en vaisseaux pulmonaires et en canal de Botal ; — d'ici l'aorte accompagnait ce
dernier, en haut et un peu a droite, jusqu'à l’abouchement commun des deux vaisseaux
dans Paorte ao’.
L'artére pulmonaire constituait le vaisseau gr: elle etait d'un calibre presque
uniforme, sauf à son point de pénétration dans le cœur où elle formait un bulbe, muni
de 3 valvules sigmoïdes. Immediatement au dessous de ce point elle se poursuivait
encore, considérablement diminuée toutefois, et appliquée contre la cloison médiane des
chambres P et M. Elle était réduite à un simple cordon, percé d'une lumière minuscule
et se terminant au point n avec un orilice entre P et M.
Le ventricule droit fournissait donc de la sorte l'artère pulmonaire et l'artère aorte.
Le cas est rare, il n'est pas unique cependant (1). Comment s’est produit cette anomalie >
Je crois qu'on peut la comprendre de la façon suivante: à l’époque ou la cloison
interauriculaire s'est formée, elle a été anormalement repoussée vers l'oreillette gauche,
par la presence ectopique dans la région droite de l’abouchement des veines pulmonaires.
Le bulbe aortique parfaitement perméable encore, pouvait envoyer la masse sanguine
ala fois à l'aorte par le canal artériel et au poumon par l'artère pulmonaire, et le courant
revenait du poumon par les veines au cœur droit. Cette masse liquide dilatant l'oreillette vei-
neuse, concurremment avec le flux des veines caves, sans éprouver de résistance de la part
de l'oreillette gauche qui ne recevait d'onde par aucun vaisseau, et dont le contenu n'était
guère que l'excès de l'oreillette droite — cette masse liquide, dis-je, contribua encore a
repousser la croissance de la cloison vers la région gauche. Et, quand cette cloison
descendit par le canal atrio-ventriculaire, au lieu de se souder par le septum intermédiaire
au milieu des 2 bourrelets endocardiques, elle s'en fut tomber à la commissure gauche
de Voritice, interdisant de la sorte toute communication entre l'oreillette gauche et la
portion ventriculaire qui se trouvait encore indivise (Fig. 5, Pl. IX).
Or, en conséquence de la chüte ectopique du septum inter-auriculaire, quand
la partie antérieure du septum inferius s’est élevée dans le ventricule, elle na pu
rencontrer le septum intermedium, et a dt se souder également a la commissure
gauche de Vorifice atrio-ventriculaire, qui s'est trouvé tout entier alors, situé dans le
cceur droit. Et comme autre conséquence de la meme cause, la partie inferieure
du septum aorticum, qui de son côté se forme contemporainement et normalement
doit se rencontrer avec le septum inferius, s’est trouvée a son tour séparée de ce
dernier par le canal atrio-ventriculaire et la partie du bulbe répondant à l'aorte, en
se divisant de la partie pulmonaire s’est constituée en contournant la lèvre supérieure
de l’orifice auriculaire. C'est de cette disposition qu'est fait le pilier f’.
(1) Testut — Op. cit., 2e vol., pag. 115, 5e éd., relate la possibilité de la naissance de l'aorte et de l'artère
pulmonaire, ensemble dans le ventricule droit. Il y a en ces cas, généralement persistence dutrou de Botal
et du canal artériel. Il en était ainsi, en ce cas.
136 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Par la torsion du septum aorticum, tandis que le côté aortique restait sur la
droite, sans avoir pu franchir la cloison interventriculaire, l'artère pulmonaire prenait
néanmoins sa place à la region antérieure du bulbe maintenant divisé, et ne trouvant
pour s'appuyer, au lieu de la cloison interventriculaire, qu'une des nombreuses travées
qui constituaient ce cœur embryonnaire, elle la suivit sur e milieu de la face anté-
rieure du ventricule droit. C'est ainsi que la cloison à son tour s’est fortifiée, en
s'appuyant sur ce vaisseau pulmonaire, jusqu'à former une séparation entre les 2
chambres P et M, tout en respectant néanmoins Forifice m, de Partére.
La cloison interventriculaire d’ailleurs, en isolant le ventricule gauche L, n’en
a pas moins laissé un orifice de communication très étroit, ayant une tendance à
s'oblitérer par l’occlusion d'une valvule semi-lunaire, semblable à celle de Vorifice 2.
Ces orifices persistant dans les nombreuses cloisons, et les logettes trouvées dans
ce cœur, me l'ont fait regarder comme immobilise dans un stade embryonnaire, assez
voisin de l'état du cœur, chez les batraciens.
Cœur antérieur — Le cœur c appartenant à la face antérieure À, apparemment
développée d'une façon normale, paraissait normal lui aussi. Mais à la dissection j'ai pu
constater que le bulbe aortique était suspendu aux 4èmes arcs aortiques, gauche et
droit, persistant sous 2, et formant une double crosse; —que l'artère pulmonaire
fournissait un canal artériel se jetant dans la crosse gauche en sa portion descendante ;
et que la crosse gauche communiquait avec la droite par un orifice presque oblitere ;
— le trou de Botal était largement ouvert. Les valvules mitrale et tricuspide étaient
parfaitement conformées ; l’aorte naissant du ventricule gauche et l'artère pulmonaire
du droit ; il n’y avait pas de communication interventriculaire.
L’oreillette droite recevait une veine cave inférieure et deux veines caves
supérieures. L’artere pulmonaire se bifurquait normalement, mais c’est en vain que jai
cherché dans l'oreillette gauche un orifice d’abouchement des veines pulmonaires : je
n'en ai trouvé aucun. Prévenu parce que j'avais rencontré déjà, sur le cœur €, j'en ai
cherché des vestiges aussi bien dans le sinus réuniens qui sur les veines caves, et je
n'ai absolument rien trouvé qui en denongat la présence, ou qui en revelat Patrophie.
Voilà quel était le cœur C (Vide PI. IX).
Sur la crosse droite, qui descendait comme aorte droite de [ deux artères
emergeaient (3 et 4, fig. 1, Pl. VII). La première naissait immédiatement au dessus de
orifice de communication de la crosse aortique droite avec la crosse gauche: c'était
le tronc de la carotide primitive gauche; elle gagnait le côté gauche du cou et se
bifurquant en carotide interne et externe, allait irriguer la demi-face gauche de II. La
deuxième se comportait exactement comme la précédente, c'était la carotide primitive
droite dont les branches correspondaient a la demi-face droite de I. On devait donc
considerer la crosse droite, du cceur C, comme un tronc brachio-céphalique arteriel,
fournissant les carotides normalement, selon le type porcin, et qui aprés avoir donné
en a et a (fig. 1, Pl. VII) 2 axillaires, une pour chaque membre thoracique de
l'individu I, devenait l’aorte descendente droite du même.
Du côté de II, aucun vaisseau provenant du quatrième are aortique, 2 axillaires
A. CHILDE — AUTOPSIE D'UN MONSTRE DE RACE PORCINE Mau
seulement, naissant de l'origine, de Paorte descendante, après l’abouchement du canal
artériel et se distribuant aux membres thoraciques de l'individu II.
Les artères axillaires, gauche de I, et droite de II fournissaient chacune, un
vaisseau qui décrivant une courbe irrégulière d’abord, remontait en suite le long de
la colonne cervicale et que je n’ai pu suivre. J'ai cru d’après leur position, que c'était
les artères vertébrales droite de I et gauche de II (1).
Quant: à la crosse aortique, unique du cœur C’, elle ne fournissait aucun vais-
seau.
La difficulté du fonctionnement physiologique, à travers un organe disposé
comme celui que je viens de décrire, n’ a pas dû se produire ici, car l'animal n’a pas
vécu par lui même, isolé de l'organisme maternel; les poumons n’ont jamais inspire,
l'épreuve docimasique a confirmé ce que l'aspect lui-même du parenchyme pulmonaire
faisait prévoir. Aussi bien crois-je que ce cœur C’ n'a jamais dt fournir, une
contraction spontanée, et qu'il ne s’est conduit que comme un diverticule, un parasite
du système veineux.
La distribution veineuse pour la face B, accompagnant la disposition décrite
ci-dessus du cœur C’, était simple et la suivante (Vide fig. 2, Pl. VII).
Au confluent des 2 veines, caves supérieures, s’abouchait à droite la veine
grande azygos, volumineuse comme une aorte, décrivant un arc vers la gouttière
costo-vertébrale de IT, droite, et y descendant accolée à l'aorte du même individu dont
je parlerai plus loin, jusqu'à la veine cave inférieure avec laquelle elle se confondait, un
peu au dessous du point où cette dernière pénétrait dans le hile du rein droit.
Dans la veine cave supérieure droite, immédiatement au-dessus de la grande
azygos, debouchait la sous-clavière droite qui, chez les animaux non-claviculés peut
prendre immédiatement le nom d’axillaire. Elle passait par dessus la première côte
droite et gagnait le membre thoracique droit de II. Au-dessus de son abouchement,
la veine cave supérieure droite se divisait en jugulaires droite interne et externe. Je ne
sais où commençait la jugulaire externe, réduite à un fil, elle s'est cassée pendant le
travail et je n’ai pu déterminer son point d'origine. La jugulaire interne sortait du trou
déchire postérieur droit de II (6, fig. 1 du texte).
La veine cave supérieure gauche recevait immédiatement au dessus du confluent
veineux 2 petites veines provenant du diaphragme de chaque cote du plan sagittal,
les veines diaphragmatiques supérieures. Puis après l'angle d’abouchement de la veine
axillaire gauche, provenant da membre gauche de I, elle se partageait comme son
homologue du côté droit.en jugulaires gauches interne et externe: Pexterne venait se
perdre au pourtour du conduit auditif externe commun (figs. 1, 2, Pl. III); et l'interne
pénétrait dans le trou déchiré postérieur gauche de I (6, fig. ı du texte).
Comme je Vai dit précédemment, le cœur C’ était suspendu à Parc aortique par
le double canal artério-veineux que j'ai décrit: une crosse aortique atrophiée et un
(1) Chez le porc l'artère vertébrale est restreinte au cou seulement et les branches de l'occipitale se réunissent
pour former l'artère basilaire qui pénètre dans la cavité cranienne, (Gegenbaur— Anat. compar., page 80: de la
traduct. française.)
18
\
À
q
>
138 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
canal arteriel persistant, largement perméable. L’aorte ao’ descendait dans la gouttiere
costo-vertébrale droite de l'individu I.
Ainsi les 2 individus, sans avoir Vinversion des viscères, avaient néanmoins une
inversion de l'aorte.
Chez un individu normal, lorsque les 2 aortes primitives arrivent au contact des
2 premiers vaisseaux émis par le bulbe cardiaque, en contournant les parois de
l'intestin céphalique, elles se trouvent par le fait même reliées à un cœur forme par la
réunion de 2 blastèmes qui appartenaient déja au même individu. On s'explique alors
comment avec les progrès du développement les 2 troncs aortiques se fondent en 1,
comment certains arcs aortiques disparaissent tandis que d’autres persistent et comment
s'établit un système artériel, toujours conforme au même type maintenu par la force
de transmission héréditaire.
Mais quand les 2 blastèmes du même individu, qui se devaient souder, se
trouvent comme dans le cas présent, largement isolés Pun de l’autre, pour aller s'unir à
deux autres blastèmes d'un individu différent — une quantité de dificultés mécaniques
peuvent surgir— forces imprevues dans l'évolution normale — qui luttant avec le
mécanisme de Vhérédité viennent altérer le type vasculaire dontje parlais (cf. fig. 1,
PLAY):
Il est évident qu'il y eut une époque dans la vie de ce monstre où 4 aortes
primitives existaient, séparées les unes des autres. Quelles sont les causes qui on
déterminé l'inversion du tronc aortique chez les 2 individus ?
L’angle que formaient sur le vitellus les lignes primitives des 2 embryons, nous a
expliqué comment, à mesure que la tête s'est développée, il y a eu soudure entre les
extremités antérieures des 2 individus, au détriment des parties situées sur le plan
bissecteur de l'angle. Une autre conséquence est la fusion des blastodermes de chaque
côté de ce même plan, et leur atrophie partielle, due à fétroit espace dont ils
disposaient : les deux aires vasculaires ont dû par conséquent se trouver inégalement
développées des 2 côtés des embryons (1). Les blastèmes cardiaques, droit de IT et
gauche de I, se sont trouvés en relation avec les portions moindres de ces aires
vasculaires, et d’après la logique naturelle des choses, si la sortie de l'anse cardiaque à
la droite où à la gauche de l'embryon est effectivement déterminée par le côté du
blastème le plus développé, c'est évidemment à la gauche de II, et à la droite de I
que les anses cardiaques devraient être sorties ici (2). Mais nous n'avons pas ici des
(1) Chez les carnivores, les ruminants, le porc, le réseau capillaire vasculaire couvre toute la superficie de la
vesicule ombilicale ; mais bien que les 2 embryons forment angle, l'inégalité se trouve dans la même proportion que
si Ja surface vasculaire était limitée à la tache embryonnaire. Le réseau est plus étendu, voilà tout.
(2) Dareste, Recherches sur la production artificielle des monstruosités, 2° ed., pag. 331, se montre assez favo-
rable à l'hypothèse qui considère l'inégalité des blastèmes comme déterminante du côtè où sort l'anse cardiaque, sans
décider toutefois de la question.
Id.—Op, cit., pag. 262. Déjà en 1855, Dareste pensait ainsi, et admettait même que les blastèmes étaient le point
de départ de la differenciation du cœur en aortique et pulmonaire: «Dans l'état normal le blastème droit, celui qui :
correspond au membre antérieur droit est le plus développé. Dans l'inversion des viscères c'est le blastème gauche.
On peut présumer que les 3 blastèmes sont le point de départ du cœur aortique et du cœur pulmonaire. Toutefois
mes observations ne m'ont encore rien appris à ce sujet». Jai trouvé étrange que Dareste ait pu faire un instant
cette hypothèse, et cela me parait l'effet d'un peu de précipitation, d'autant plus qu'à la page 275, il reconnait
GORE EN
A. CHILDE — AUTOPSIE D'UN MONSTRE DE RACE PORCINE 139
individus a coeur propre, dont les arcs aortiques droits et gauches se sont soudes aux
aortes primitives. Les cœurs sont mitoyens, et les arcs aortiques qui en émergent se
sont distribués entre les aortes des deux individus: sur la face secondaire B, les arcs
gauches de C, appartenaient a I, tandis que les arcs droits appartenaient a II. Et quand
‚les blastemes se sont rencontres sur le plan sagittal, ils ont formé 2 cceurs C, C’, selon
la loi commune, ayant la tendance héréditaire à localiser la partie veineuse du côté
droit et la partie aortique du côté gauche.
II est probable que si la fusion des 2 individus ne se fut pas procédée suivant un
angle diedre, mais selon un plan perpendiculaire aux plans axiaux de chacun, en un
mot si le monstre sycéphale au lieu d'un monosymetrique (Synote), eut été un
dissymetrique (Janiceps) — les 4 blastemes cardiaques presque en conditions normales,
aient formé 2 systèmes circulatoires opposés, sans grand trouble, car les conditions
au mécaniques de position de l’embryon, et de sa tête sur le vitellus, se balancaient de
part et d'autre — tandis que dans le cas actuel l’equilibre était rompu.
Le cœur C’, de la face postérieure B, était emprisonné dans un étroit espace, où les
aires vasculaires avec lesquelles il était en relation étaient amoindries: or on sait que
l'alimentation veineuse du cœur précède sa jonction avec les aortes primitives (1); ce
cœur est donc resté au stade veineux sans pouvoir se développer jusqu’à l’état normal.
La face secondaire B étant atrophiée, il est probable que les arcs branchiaux se
formerent très difficilement et par consequent aussi les arcs aortiques qui leur
correspondaient. Je doute fort qu'il y ait jamais eu de communication entre le bulbe
cardiaque et les aortes primitives, chronologiquement avant le quatrième arc aortique.
Je n’ai rien trouvé qui put le faire admettre. Et par conséquent des 2 arcs aortiques
gauches, qui furent peut être les seuls à se former — ou tout au moins les uniques qui
ont persisté (2) — celui qui recevait un flux constant, un cours normal, s’est maintenu
avec son calibre et ce fut précisément l'artère pulmonaire avec le canal arteriel qui
la prolonge jusqu'à Paorte. Cf. fig. I, Pl. X.
Enveloppes feelales — Avant de terminer la description de la fonction circulatoire
chez ce monstre, je me vois oblige de dire un mot sur la constitution des enveloppes
foetales. Je ne les ai pas vues, et n'ai recu aucun éclaircissement à leur sujet, comme
lui-même qu'il n'y a aucune relation entre la devision definitive du cœur, et la séparation Sphemere qui résulte au
début de la soudure des 2 tubes cardiaques. Effectivement quand les blastèmes s'approchent et s'unissent au devant de
l'intestin céphalique, ils reçoivent l'un et l’autre, par leur partie inférieure (crura cordis, des anciens embryologistes)
les veines omphale-mésenteriques, de la même facon qu'ils fournissent plus tard, par leur région antérieure, les
origines bulbaires des arcs aortiques. La division du travail cardiaque ne s'effectue que dans une époque bien
postérieure, et quoique à l'époque des 2 tubes primitifs, le tube droit soit le plus developpé — la partie la plus active,
la plus énergique dans l'état définitif sera justement le cœur gauche, le propulseur aortique : — ce qui justifie une [ois
de plus l’apophtesme de Lamarck : La fonction crée l'organe.
(1) C. Balfour— Traité d’Embryologie, 1855, tome rer, pag. 584. Le cœur nait en continuité avec le sinus veineux,
* qui chez les amniotes se continue lui-même directement par les veines vitellines. Bien qu'au debut il se termine en
avant par une extremite aveugle. Il entre bientôt en connexion avec les arcs aortiques antérieurs.
(2) La formation sur la face postérieure B du conduit auditif externe commun est une présomption eu faveur de
l'existence d'un 2º arc branchial. Je n'ai cependant trouvé pendant la dissection aucune trace de la formation d’autres
arcs ni appareil hyoide, ni glandes thyroides ou parathyroides Et même quand des arcs branchiaux eussent existé
d'une façon éphémère, on n'en pourrait pas conclure forcement qu'ils étaient munis d'ares aortiques. L'absence de ces
derniers explique mieux encore au contraire la rapide atrophie et la disparition des premiers.
ir
140 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
je l'ai dit au début de ce travail— mais ces questions sont déjà à peu près éclaircies
dans les cas de gemellité et de monstruosite double. C'est aux opinions courantes que
je m'en rapporterai dans le cas actuel.
D'après Dareste (op. cit., pags. 474 et sqq., 562), Allen Thomson qu'il cite,
et un grand nombre d’embryologistes — la tendance générale est de considérer la
monstruosite double comme provenant d'un ovule qui aurait contenu 2 vésicules
germinatives (1). Cuzzi Alessandro (Obstetricia, pags. 772, 777, 779, et sqq.) partage
cette manière de voir, ainsi que Ahlfeld (Die Missbildung, 1880), qui appelle ce
genre de foetus, des jumeaux homologues. Cuzzi les appelle monochoriaux, parce
qu'ils ont un chorion unique.
à Ribemont Dessaignes et Lepage (2), se basant sur les observations et les
: expériences de Fol, considèrent la diplogénèse comme résultante de la polyspermie, et
+ . . . .
hy possibie seuiement ainsi.
Ces opinions sont d’accord sur un point : l'unité de Povule. Or la conséquence du
développement sur un seul vitellus de 2 embryons est la suivante pour les annexes: la
caduque reflexe est unique, le chorion unique, le placenta unique, la cavité amniotique
unique (3), la vésicule ombilicale unique — les allantoides sont propres pour chacun —
et il y a 2 pédoncules ou conduits omphalo-mésenteriques — suivant Al. Cuzzi (op. cit.,
pag. 781). Ce sont ces dernicres considérations qui ont conduit les tératologistes dans
la division des monstruosites dont nous nous occupons, et de leurs congérères, en
tribus et en genres.
Pour Geoffroy Saint Hilaire, comme pour Guinard, les sycephales sont comple-
tement séparés des monomphaliens. Cette exclusion est un peu arbitraire car les
sycéphales peuvent s'unir plus ou moins largement respectant ou englobant les conduits
.
(1) Dr.S.Recasens Girol—Tratado:de Obstetricia, Barcelona. Pag. 95. L'existence chez l'espèce humaine d'un ovule
avec 2 taches germinatives na pu être prouvée, l'embryologie comparée permet cependant d'accepter cette existence.
Rappelant le procédé d'élimination des 2 globules polaires, nous croyons qu'on peut accepter comme un fait
possible le mécanisme suivant, qui explique la formation de 2 embryons dans un même œuf, tantôt unis, tantôt séparés :
au moment où le premier globule polaire a été éliminé et quand a commencé la nouvelle phase mitosique qui doit elimi-
ner le 2e, c'est-à-dire à l'époque où se divise pour la 2º fois le noyau ovulaire, de façon indirecte — deux spermatozoïdes
qui pénètrent dans l'oeuf, peuvent constituer deux spermocentres qui se dirigent chacun à une partie du noyau
nouvellement divisé, donnant lieu de la sorte, à ce que dans le même œuf se développent deux centres de division
indépendants, origines de formation de 2 embryons distincts ; en d'autres termes, l'évolution gemellaire en un seul œuf
peut être due au fait que l'œuf n'a émis qu'un seul globule polaire et que la fécondation a en lieu avant que le second |
globule polaire ait pu être éliminé.
(À cette conception de l'auteur, je joindrai seulement la remarque qu'il faut encore que la polyspermie coincide
avec cette circonstance.)
(2) Précis d'Obstétrique, 6e édit., 1904. Pags. 1401 et 1404. C'est Fol qui a découvert que l'entrée de 2 spermatozoïdes
Pr dans un œuf aboutissait à l’apparition de 2 centres embryonnaires et, par suite, à un monstre double...
Les différentes théories relatives à la diplogénése montrent qu'on ne peut concevoir la production des monstres
doubles que dans 2 ordres de circonstances ; 1°, lorsqu'un seul disque blastodermique donne lieu à la production de deux
lignes primitives, c'est-à-dire lorsqu'il y a entree dans l'œuf de deux noyaux males, c'est-à-dire polyspermie ; 2°, lorsqu'un
œuf présente deux disques blastodermiques, ce qui résulte de la présence dans l'œuf de deux vésicules germinatives, .
c'est-à-dire de deux noyaux femelles,
Or, tout démontre que la polyspermie est fréquente. et que la présence de deux vésicules germinatives
est exceptionnelle D'ailleurs pour que les 2 vesicules germinatives soient fécondées en même temps, il faut qu'il y ait
i pénétration de deux spermatozoïdes.
(3) Elle pourrait être double — mais l'union des régions antérieures à l’ombilie et des têtes a empêché dans
notre cas les individus d'avoir chacun son amnios propre,
A. CHILDE — AUTOPSIE D'UN MONSTRE DE RACE PORCINE 144
ombilicaux dans leur fusion. Ainsi tous les céphalothoracopages decrits ou cites dans
Schwalbe, par exemple, sont monomphaliens —- ce quiconduit cet auteur a declarer que
l’ombilic est constamment commun dans les formes doubles avec un plan perpendicu-
laire de symétrie (1).
D’après ce que je viens de dire, ainsi que d’après l'étude du monstre, je juge qu'il
n’avait quun cordon ombilical. Dans le courant de la description je releverai encore
quelques particularités qui m'ont fortifié dans cette opinion.
Chez les mammiferes, la premiere circulation ou vitelline n’a pas la méme impor-
tance que chez les ovipares : néanmoins comme elle est en relation mécanique avec la
position de l'embryon sur le vitellus, et mieux encore avec la superficie vasculaire dont
elle dépend, elle a une influence sur la seconde circulation à qui elle prépare les voies,
car l’artere vitelline gauche et la veine vitelline droite ne s'atrophient qu’apres que la
circulation allantoide s’est déjà établie, et cette atrophie résulte du changement de chemin
suivi par le sang pour atteindre le cœur.
Si nous accompagnons chronologiquement aussi bien qu’anatomiquement le cours
du sang, nous voyons que a mesure que s'établit la circulation placentaire, les veines
_vitellines diminuent d’importance et concourent à la formation de la circulation
hépatique: la veine ombilicale gauche qui seule persistera, en s'unissant a la partie
anterieure des veines vitellines constitue le canal d’Arantius. La circulation vitelline a
ainsi terminé son rôle : le sang par le canal d’Arantius, par les vaisseaux intra-hépatiques
et par la veine cave inférieure se jette dans le cœur.
Cependant, en présence de la position anormale de l’un des embryons sur le
vitellus, nous sommes en droit d'admettre comme probable que pour celui-ci, tout au
moins, l'ordre des vaisseaux devait être altéré. La fusion des extremites äntérieures des
lignes primitives a contraint l'individu IT à se coucher sur le vitellus par le côté droit
— et cette position a donné au blastème cardiaque gauche la prédominance chez cet
individu.
Il en est résulté la persistance des artères omphalo-mésentériques droite de I et gauche
de II, et des veines omphalo-mésentériques gauche de I et droite de II — c’est-à-dire,
avec les progrés de l'évolution, une tendance plus accentuée pour la circulation arterielle
du côté de la face A, et pour la circulation veineuse du côté de la face atrophiée B. C’est
tres probablement encore une conséquence de cette division du travail circulatoire,
que l'existence de 2 foies séparés, dont l’un, celui de la face A, était atrophie et sans
relations vasculaires.
A la sortie des cœurs C et C’, le sang se précipitait par les voies ouvertes: du
côté de C’ un seul arc aortique était perméable, le 5° gauche de I, et c'est celui que le
sang a suivi; du côté de C, par le trou de Botal le sang pénétrait dans l'oreillette et le
ventricule gauches et trouvait en ce dernier deux débouchés — la bifurcation de l'aorte
(1) Ernst Schwalbe — (Die Morphologie der Missbildungen... 2 Teil, 1907. Pag. 176); Der Nabel ist stets gemeinsam,
alle hierher gehörigen Doppelbindungen sind monomphal. Die ganz seltenen Fällen, in welchen ein getrennter Nabel
(bei Xiphopagen) worhanden ist, lassen sich leicht auf die monomphale Form zürückführen. (Les cas tout a fait rares,
où l’ombilic se présente séparé (chez les Xiphopages), se laissent facilement remener à la forme monomphalienne.)
.
RE RPA FOI, OS” ET. ; a A 3 ER AN PCT » ' we | A oT. va ete eee ru, € SEULE Lan
142 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
en 2 crosses. La crosse droite de I était l'unique qui put offrir un libre chemin vers
les carotides, par conséquent la pression du liquide sanguin devait diminuer plus
rapidement dans le cœur gauche que dans le cœur droit, et dans la crosse droite de I
que dans la gauche de II. Tandis que la pression diminuait dans le ventricule gauche
de C, le sang de l'oreillette et du ventricule droits s'èlançait par l'artère pulmonaire et
par le canal arteriel vers l'aorte de II. Cette dernière recevait par consequent un
seul courant de C, pendant que l'aorte I en recevait 2: un de C, un de C’.
Comme les 2 carotides (3, 4) émergeaient tout proche de BO, et dans la direction
du flux provenant du cœur C, bien peu de sang reussissait à pénétrer par l'orifice de
communication avec BO, ce à quoi d’ailleurs s'opposait également la pression du liquide
de ce côté. L’orifice tendait donc a s'obliterer, et c'est pourquoi il était si petit pour un
canal relativement fort.
Des aortes primitives des deux individus celles la ont persisté qui avaient la plus
grande activité, le plus riche réseau de distribution — du moins cela parait-il le plus
logique — et du côté de l'individu I, cela doit être l'aorte primitive droite, avec sa
crosse respective, puisque c'est sur la face A que se localisait la fonction arterielle
predominante. C’est de là que provint l’atrophie de la crosse gauche interne à l'angle
N MN’, et consecutivement de toute l'aorte primitive gauche, l'aorte primitive droite
demeurant comme définitive dans la gouttière costo-vertébrale droite.
Quant à la prédominance de l’aorte primitive droite, également chez l'individu II,
celle-ci s'explique difficilement. La position de l'embryon, inverti sur le vitellus, rend,
probable la persistance de l'artère vitelline gauche, debouchant dans l'aorte primitive
gauche, à l'inverse de la normale, comme nous l'avons vu deja. En outre chez cet
| individu il n'y avait pas d’arcs aortiques droits. Comment comprendre alors que ce
) soit précisément Paorte droite qui ait persisté ? Je Tignore.
É D’ailleurs il me parait tout aussi peu clair pourquoi chez l'individu, normal, l'aorte
| droite qui a le plus grand nombre de débouchés soit justement celle qui s'atrophie au
bénéfice de la gauche moins favorisée (1).
Si Pon prétendait que la prédominance de cette dernière provient du fait qu’elle
doit répondre au blastème cardiaque primitif gauche, que Dareste a considéré un
moment comme le point de départ du cœur aortique, je rappellerais la réponse déjà
donnée plus haut à cette hypothèse de Dareste. J’ajouterai d’ailleurs que si un blastème
‘vient à disparaitre, à se détruire avant l'époque de sa réunion avec le blasteme
homologue — et cet accident se produit parfois — le blastème qui reste organise le
travail de la circulation pour suppléer à celui qui manque et que ce recours de la
nature serait impossible s'ils étaient étroitement spécialisés (2).
(1) Dareste (op. eit., pag. 343, note 1) explique la permanence de la crosse aortique à droite, par la simple atrophie
de l'arc aortique gauche, correspondant à la crosse normale, mais cela n'est pas une explication: Quelle sera la cause
de cette atrophie elle même > Chez l'individu II que nous étudions, j ai constaté l'absence de la crosse droite qui devait
sortir du cœur C'; or, d'où vient que le tronc de l'aorte correspondant à cette crosse absente a persiste, tandis que la
crosse gauche appartenant à l'aorte primitive gauche, disparue, venait s'implanter sur le tronc de l'aorte droite ?...
(2)G. Mac Clellan fournit un exemple remarquable d'un cœur avec une oreillette et un ventricule uniques. L'indi-
vidu a vécu 27 ans. Comment peut-on expliquer ce fait > Sans doute par l'atrophie d'un blastème cardiaque. Lequel des
.
3
3
o,
ae Tiel
A. CHILDE — AUTOPSIE D'UN MONSTRE DE RACE PORCINE 143
Il est par conséquent assez délicat de donner une explication satisfaisante de
linversion aortique de lindividu II.
Lorsque j'ai employé dans le courant de la description les termes aortiques et
veineux, c'était pour plus de clarté, et purement en vue de l’appropriation future
des vaisseaux si l'animal eut pü vivre — car avant la premiere inspiration, le sang
purement arteriel ne se rencontre que dans la veine ombilicale jusqu'au foie d'un part,
et jusqu'à la veine cave inférieure d’autre part, pour la masse du courant qui suit la
veine d’Arantius.
La dissection a montré comment le sang venant du chorion s’achemine vers les
coeurs.
J'ai trouvé une masse hépatique volumineuse pour la face B, irrégulière, formée
par Punion intime des foies de I et de II, ou mieux des lobules internes des mêmes.
De ce foie partaient deux veines caves inférieures, gagnant chacune un cœur. Sur la
face anterieure A, il y avait également une masse hépatique minuscule, atrophiée,
suspendue au bord du diaphragme par un ligament informe — aucun vaisseau n’y
penetrait ni n’en sortait.
Nous avons vu plus haut comment se sont formés les poumons, sur chaque face
secondaire du monstre, en consequence de la fusion des 2 gouttiéres intestinales
primitives, en un cesophage unique. La formation du foie fut analogue. Le monstre
doit avoir possédé 2 mesenteres ventraux, puis qu'il avait 2 faces, et les ébauches
primitives se sont alors formées de chaque côté du duodenum unique, sur le plan
sagittal pour s'avancer, vers la paroi abdominale correspondante, dans le mésentère
ventral.
Ici se pose une nouvelle question: l’ebauche hépatique nait au-dessus du conduit
ombical; par conséquent l’ebauche sur la face B est née dans la partie qui se trouvait
resserrée entre les 2 plans medians secondaires : comment expliquer que cette ébauche
interne se soit normalement développée, quand sur la face A, l'ébauche externe qui
disposait d’un plus grand espace, n’a fourni qu’une masse atrophiée ?
L’unique raison reside pour moi dans la distribution vasculaire, c’est une raison
purement trophique. Les vaisseaux sont antérieurs à la formation du foie — et ce
dernier se développe sur le courant veineux, comme une station preliminaire, avant
d’atteindre le cceur. :
Or jai montre comment le cote B était le plus privilégié au point de vue des voies
veineuses ou de réception primitive, tandis que la face A était plus riche au point de
vue de la distribution aortique.
Il en résulte donc que le foie se trouvait en meilleures conditions de developpe-
ment sur la face atrophiée.
Comme pour justifier cette hypothèse, je dois ajouter que je n’ai trouvé qu'une
2? droit ou gauche ? comment se comportait la circulation veineuse ? L'auteur ne fournit aucun éclaircissement dans son
ouvrage. (G. Mac Clellan — Anatomie des régions. Traduction L. Tollemer, 1898. Tome 1°", Pl. 26, fig. 4.)
tail. d x “ ye ee wer ’ À are Am PAP OTe D | N, Fri), gain 2e"
144 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
veine ombilicale, elle se trouvait sur la face secondaire B, et débouchait dans la masse
hépatique normalement developpee (1).
La présence des 2 veines caves inférieures sur le dome hépatique est étrange
cependant ; celle de C’ était à peu près normale, quant a celle de C, qui montait de la
région postérosupérieure du foie, et se trouvait en relation avec la première par un
sinus super-hépatique, son inclusion peut s'expliquer par le rapprochement sur la face B
des vaisseaux, puisque le travail circulatoire divisé comme nous l'avons expliqué, a
sans doute attiré vers cette face les vaisseaux en relation plus directe avec le placenta
(crie SPL WIL, fies..2.et 3, PIX):
On pourrait également invoquer un mouvement de torsion d'un quart de cercle
vers la droite, de l'estomac unique ; le mésentere gastro-hépatique, dirigé primiti-
vement dans le sens sagittal A B, s'est incliné légerement vers l'individu II, et la masse
hépatique accompagnant ce mouvement, s’est rapprochée par son bord postérieur de la
veine cave inférieure de la face A, y adhérant bientôt par un procédé analogue à
celui qui unit la veine cave normale au foie qui lui appartient, en divisant la cavité
hépatoenterique. (Vide Tourneux : Précis d’ Embryologie humaine, 2 edition, fig. 117.)
Ce procéde se serait ici effectué deux fois.
L’cesophage effectivement était unique ct central; l'estomac unique avec la grande
courbure du côté de I, et le pylore du côté de II, il était biloculé, gardant comme
le vestige de 2 organes unis (2). Ainsi perpendiculaire au plan sagittal il semblait
appartenir à la face B, qu'à la face A — d'où Pon peut conclure que la torsion legere
plutôt qu'il souffre normalement au cours de son evolution autour de l'axe vertical de
l'œsophage, lui a été imprimée ici sur la face B, et qu'il a présenté cette dernière sa
face antérieure (3).
À la région inférieure du foie venaient déboucher divers vaisseaux appartenant
aux deux individus (4). À
Du côté de II, une veine sortant du hile du rein droit s'élevait vers la masse
hépatique où elle pénétrait. Je lai regardce comme une veine cave inférieure inter-
rompue dans son développement. Il n’y avait pas là de veine renale, mais seulement la
persistance d’une disposition embryonnaire : c'est à dire une veine cardinale postérieure
(1) En examinant les organes du bassin, j'ai trouvé deux artères ombilicales chez chaque individu — celles de I,
peut être un peu plus fortes que celles de Il, mais égales entre elles pour chaque individu. Le pénis de II était
“rudimentaire.
(2) Je rappellerai que les Suidés de l'Amérique (Dicotyles) ont un estomac avec 3 divisions, qui les rapprochent
des Ruminants. Jusqu'à quel point notre exemplaire de pore domestique était-il pur de tout mélange (Vide
G. Carlet. Zoologie, 4e éd, 1896).
(3) IL semble que pour que l'estomac ait pu exécuter ce mouvement, il ne devait avoir de mésogastre dorsal
que du côté de I. La presence d'un second mésentère du côté de l'individu II, aurait empêché l'avancement du
lobe droit du foie au-delà de la colonne vertébrale de se dernier. D'ailleurs l'existence d'un mésogastre dorsal
même du côté de [est problématique, car je n'ai pas rencontré de'rideau épiploïque suspendu à la grande courbure
de l'estomac.
(4) J'ai déjà cité 2 veines caves inférieures, il n'y avait qu'un tronc porte, mais il se bifurquait un pen
au dessous du foie, et démontrait qu'il procedait de 2 veines portes, une de I, une de II. Cette double présence sur la
face\B, et dans la même masse hépatique, confirme, me semblet-il, l'hypothèse que j'ai formulée précédemment,
sur la predominence, et plus tard la persistance de la veine omphalo-mésentérique, ou vitelline droite de II, au
contraire de la normale — puisque la veine porte résulte de cette circulation veineuse vitelline.
A. CHILDE — AUTOPSIE DUN MONSTRE DE RACE PORCINE 145
droite, au-dessous du rein — qui se continuait sans interruption avec la veine grande
azygos, debouchant dans le sinus veineux du cœur C’— et un vaisseau assez délié, celui
qui allait du hile rénal au foie, et qui est le segment wolffien de la cave inférieure.
Le rein gauche était situe trés inferieurement, au niveau de la crete iliaque
gauche ; il était petit et sans veine renale ; un plexus veineux tres fin emmêlé descendait
de son hile jusqu'au petit bassin, dans la région termino-aortique, où des organes
macroscopiquement irreconnaissables, — et qui paraissaient étre des vestiges du
corps de Wolff gauche, — largement irrigués par ce même plexus, accompagnaient une
veine qui n'était guere plus distincte, et que je pense être la veine cardinale postérieure
gauche (Fig. 4, Pl. VII).
Du côté de l'individu I la veine cave inférieure montait a droite de l’aorte,
normalement; mais dans l’excavation pelvienne un riche plexus veineux, indépendant
des veines iliaques, était situé entre le rectum et la colone, et fournissait par ses ramifi-
cations les vaisseaux de la masse intestinale d’une part, et donnait de l'autre une longue
veine sans affluents, isolée, sauf une anastomose transverse avec la veine grande
mesaraique, qu'eile accompagnait ensuite, parallèlement, jusqu’à la face inférieure du
foie, où elle debouchait, unie a cette dernière en un seul vaisseau, la veine porte de I,
qui s'unissait à son homologue de II.
Les reins etaient chez cet individu parfaitement formes et lies à la veine cave
inférieure et a l’aorte par des veines et des artères rénales normales.
Je termine ici ma tâche. Voila ce que j'ai rencontré au cours de la dissection ; les
explications que j'ai tenté de donner sur la genèse de cette monstruosite m'ont paru
les plus vraisemblables, celles qui étaient le plus d'accord avec les faits connus de
l'embryogénie.
Mais je nignore pas que ce qui parait le plus logique a notre esprit n'est pas
toujours exactement ce qui s'est passé, combien de détours suit la vie avant de produire
ses formes, et que souvent on ne pouvait prévoir ? Cela se vérifie à chaque pas dans
les études biologiques. En grandes lignes, il semble que la Nature procède du simple
au composé ;— mais ce n'est qu'une apparence, car ce compose dernier n'est la
plupart du temps que la simplification de procédés intermédiaires très délicats et
éphemères. La Nature, comme l’homme, est ondoyante et diverse. Ces voies ne
peuvent s'expliquer que par la phylogénie, et si l'on en pouvait interpreter exactement
chaque: étape, on aurait sans nul doute rétabli la longue généalogie de l'individu que
Yon étudie.
C'est dans les phénomènes teratologiques que la nature se trahit parfois et laisse
échapper le secret de ses transformations.
Je ne puis done, laissant les explications à part comme sujettes à critique, donner
d’autre valeur ace travail, que celle de l'exposition sincère bien qu'incompléte du petit
monstre, que j'ai recu de la bienveillante amitié du Dr. Bourguy de Mendonga.
Je remercie ici très chaleureusement ce notable professeur et ami de m'avoir fourni
une si belle opportunité d'étude passionnante.
19
RER A je
ia pers out FRS
,
e
PT
PAT
E
PLANCHE 1 — Fig. 1: le monstre — vue anterieure (face A). — Fig. 2: idem — E
vue posterieure (face B). — Fig. 3: idem — vue laterale gauche (hemi oe
face de II). : de
Pag. 130 — 1
x
PLANCHE 11 — Fig. 1: a, a’ — nasal; C, C’ — frontal; c, c’ — parietal;
d. — parietal commun; e’ — occipital. — Fig. 2 (mémes significations):
f — temporal; W — lacrymal. — Fig. 3 (mêmes significations): h. —
temporal gauche de I; i, ? — occipital lateral.
Pag. 130 — 2
PLANCHE 11 — Figs. 1—11: 1º — occipital; 2 — parietal median commun; 3, 3’ — tempo-
ral; 4 — bulle tympanique mediane commune ; 5, 5’ — condyle de l’occipital ; 6 — apo-
physe jugulaire ou paramastoidienne.
Fig. 2: a — condyle de l’occipital ; b — bulle tympanique ; ce — apophyse jugulaire ; d —
crête mastoidienne ; e — temporal; g — apophyse zygomatique commune.
Fig. 3 (mémes significations): f. — orifice auditif externe.
Fig. 4 (mêmes significations): cr. — crête parietale ; i. — occipital lateral; C — frontal ;
W — lacrymal.
Pag. 130 — 3
k%
a
71.
L. Abuse. oblıa. Jeper. 9. fino supercell arin
I Mouse stig. under. 10. Conduct. audio cas ne
3 Mute. ge Hiatt prt. . _ Th Mowe. tampo aumen! erh
4 use. vaz. Bin. porbr-
5 Muse. ta ar Palmafl
G,7.8. eut, dua Étude 08
duper mardi tabial © per
wazulo - nasal.
PLANCHE Iv — Fig. 2: A. M. B. — objet regarde ; ma, bm’ — images formées
sur les rétines et image cerébrale recomposée.
Pag. 130 — 4 —
on
32,
er
Pag. 132
PLANCHE v — Fig. 1: 1,1’ — fentes incisives. — Fig. 2: 1,1’ — fentes in-
cisives ; a — tubercules cornés ; 0 — orifice percé dans la paroi pha-
ryngienne b. — Fig. 3: A’A’ — ligne sagittale; B — paroi pharyn-
gienne gauche de I; o — orifice de communication; L — selle turcique;
R —rocher; 2p — parietal commun; C — bulle tympanique commune;
3 — temporal gauche de I; g — apophyse zygomatique commune;
’ — larynx anterieur; oes — cesophage; 12 — larynx posterieur;
m — diverticule de la cloison; B. At — atlas de T. — Fig. 4 (dispo-
sition de l’arriére pharynx chez le porc nouveau-né normal): A - poche
de Varriére pharynx ; O — entrée de cette poche ; B — cavité buccale ;
L — langue; | — larynx; oes — cesophage; R — rocher; M — bulle
tympanique; Tr.—trompe d’ Eustache debouchant dans l'arrière cavité
A.— Fig. 5: langue; 11 — lynxar anterieur ; Hy — os hyoide; 1.1
— papilles caliciformes ; a — foramen ccecum (2).
PLANCHE vi — Fig. 1: A. B. — ligne sagittale; N M, M Nº — plans me-
dians secondaires ; L ex —lame mesodermique externe ; Li — lame
mesodermique interne; bl 1. 1. d, bl. 1. g — blastemes cardiaques
droit et gauche de I; bl2g., bl. 2 d. — blastèmes cardiaques droit
et gauche de II.
Fig. 2: A B. N M, NM’ mémes significations ; C. — cceur anterieur ;
C’ — cœur posterieur; Pı, p 1 — Poumons droit et gauche de
I; P 2, p2 — poumons gauche et droit de Il; 1 1 — larynx
anterieur; 1 2 — larynx posterieur cesophage ; Ao — aorte de II;
AO’ — aorte de |; C A. — canal joignant les 2 crosses des cœurs
(Clem
Pag. 144 — 1
PLANCHE vil — Fig. 1: Le cœur anterieur C, sur la face A; AO — aorte de
II; AO’—aorte deIC S. d.; C S g — veines caves superieures, droite et
gauche ; Jg, Jd — jugulaires gauches et droites ; 3, 4 — carotides primi-
tives; a, a’ — axillaires de I. C; A — crosse droite; BO — crosse gauche;
Ap — artère pulmonaire ; ca -— canal arteriel.
Fig. 2: Le cœur posterieur C’, sur la face B; Ax, d. Ax, g — veines
axillaires, droite et gauche ; D. — veines diaphragmatiques superieures ;
Gde Az — veine gde azygos; des autres lettres, mêmes significations
que la fig. 1.
Fig. 3: (mêmes significations): S. vn. C. — sinus veineux des caves infe-
rieure ; a — la partie supérieure du foie; Can. Ar. — canal d’Arantius ;
V e p—veine cardinale posterieure de II; W — segment wolffien de
la veine cave inferieure ; V P. — tronc des veines portes; V P 1, V P
2 — veines portes de I et de II; Gde et P. M.— grande et petite mesa-
raiques ; VZ.— veine anormale ; V. omb.— veine ombilicale.
Pag. 144 — 2
Pag.
ION)
PLANCHE vin — Fig. 1: C — cœur antérieur; 3, 4 — carotides primitives ;
CA — canal joignant les 2 crosses des caurs C et C’; 7’ — arteres
axillaires de I; AO — aorte de I; Cá — canal arteriel; p — rameaux
de Partére pulmonaire ; AP. Vp — veines pulmonaires ; d — veine cave
inferieure ; D — sinus des veines caves; Q. V. M — logettes diverses
du cœur; f — pilier contenant l’aorte et l’art£re pulmonaire.
Fig. 2 (mêmes significations): Q. V. L. R—logettes diverses; Z — au-
ricule droite.
Fig. 3 (mémes significations): M. N — logettes diverses.
Fig. 4 (mêmes significations): Z — trou de Botal.
Fig. 5 (mémes significations): M. O — orifices de communications entre les
diverticules.
Fig. 6 (mêmes significations): f.— l’aorte.
Fig. 6 (mêmes significations): f. 1 — l’aorte.
Fig. 7: Pou g2 — aorte; g1 —artére pulmonaire; 1 — trou de Botal vu à
travers un orifice de passage sous le pilier fl; P. M. M. — chambres
diverses du ventricule droit.
Fig. 8 (mémes significations): les fléches indiquent les voies de commu-
nication.
144 — 3
Le +.
‘a AQU ost : AD af
mile Tu ACHATS no Nu
bide . Er
Pag.
PLS WSN
PLANCHE Ix — Fig. 1: cœur anterieur de la face A; A — oreillette droite ; A’ —
oreillette gauche; B — ventricule droit; B’ — ventricule gauche. Les autres
lettres ont les mémes significations que dans la figure 1, Pl. VII.
Fig. 2 (mémes significations): S R — sinus reuniens; 1 orifice de Ja veine cave
sup. ; 2 — valv. tricuspide ; 3 — trou de Botal ; 4 — orifice de sinus reuniens ou
sinus coronaire ; m, n — branches de bifurcation de l’art. pulm.
Fig. 3: 3, 4 — carotides primit ; B O — crosse gauche ; C A — crosse droite ; F. —
orif. de bifurcation de la l’art. pulm.; 5 — valv. de l’art. pulm.; 6 — valv. de la
tricuspide.
Fig. 4: Ca — canal arteriel de l’artere pulmonaire (sectionné) ; 1 — valvule mitrale ;
7 — orifice de communication des 2 crosses; 2 — trou de Botal.
Fig. 5: explication de la formation des chambres droite et gauche du cceur C’;
L — ventricule gauche ; Vd -- vent. droite; AO — aorte; Ap. — artère pul-
monaire; O a V — orif. atrio-ventriculaire.
144 — 4
PLANCHE x — Fig. 1: syst. cireulatoire vitellin probable du monstre. La
tete est supposé relevée pour laisser voir le cœur anterieur C; A vg.
Avd — artères vitellines droite et gauche; Vvd. Vvg. — Veines vitel
lines droite et gauche; Ccd ecg — canaux de Cuvier, droit et gauche.
Fig. 2: la formation du foie normal; Ao — aorte; CHE — cavité hepato-
enterique ; E — estomac; VA — canal d’Arantius; VC —- veine cave
inferieure ; 1,1’ — cavités pleuro-peritoneales ; MGD — mesent. gastro-
dorsal.
Fig. 3: MD — mesent.-dorsal ; MV — mesentere ventral; F — foie; E.E —
stomac.
Pag. 144 — 5 —
LA y A = ~ ‘ee oe
Pa 4 = o eo Rez
= Contig para o estado. dos Pucinias das Myrtacea
POR
EUGENIO RANGEL
CONTRIBUIGAO PARA 0 ESTUDO DOS PUCCINIAS DAS MYRTACEAS
Presentemente mao sao muitas as especies de Puccinia conhecidas como tendo
o habitat em plantas da familia das Myrtaceas.
Sydow, na sua notavel « Monographia Uredinearum » (1), apenas diz do Puc-
cinta Jambosae, P. Hennings, parasita das folhas de Jambosa Vulgaris, D. C.
( = Eugenia Jambos, Linn.) (2); do Puccinia Psidii, Winter, parasita das folhas
de Psidium Pomiferum, Linn. e de varias outras especies de Psidium e do Puc-
cinia Sanguinolenta, P. Hennings, parasita das folhas de especie indeterminada do
genero Myrcia. Este ultimo Puccinia, porem, nao mais deve ser computado na re-
lacäo dos que atacam as Myrtaceas porquanto — verificou-o Holway (3) e o con-
firmou Sydow — houve equivoco na determinacäo da matriz que pertence ao ge-
nero Heteropleris (Malpighiacea) e não ao Myrcia.
Na literatura que conseguimos manusear nenhuma referencia vimos a Puccinias
outros que näo os indicados e mais ao P. Rompelli (4), descripto e encontrado por
P. Magnus em folhas e peciolos de Myrtarcea desconhecida.
Em Junho de 1912 assignalamos e descrevemos (5) sob o nome de Puccinia
Jambolani, especie nova por nós observada em folhas e peciolos de Syzygium
Jambolanum, D. C. (= Eugenia Jambolana, Lam.); e pouco antes haviamos exa-
minado o Puccinia Cambucae, especie nova descoberta por Puttemans em folhas da
Myrciaria Plicato-Costata, Berg. (= Eugenia Edulis, Vell.), cuja diagnose inédita
só agora — linhas abaixo — vem a lume, com o devido assentimento do autor.
A demais dessas especies observamos teleutosporos nas Myrtaceas em segui-
mento — discriminadas na ordem por que foram estudadas:
A) — No cotypo dos exsiccados de Eugenia Grandis, Wight., que de São
Paulo, em 1901, Puttemans enviara a Hennings, e nos quaes este mycologo só lo-
grara encontrar uma forma Uredo, identificando-a (6) com o U. Myrtacearum,
Pazschke.
(1) P. e H. Sydow — Monogr. Ured., vol. I, pags. 436-437. (Lipsiae. Fratres Borntraeger. 1904.)
(2) A synonimia das designações scientificas das matrizes citadas é accorde com o indicado no Index Ke-
wensis.
(3) Ann. Myc., vol. III, n. 1, pag. 24. 1905.
(4) Ann. Myc., vol. V, n. 1, pag. 29. 1907.
(5) «A Lavoura », anno XVI, ns. 7 a 9. 1912. Rio de Janeiro.
(6) Hedw.. vol. 41, pag. 106. 1902.
150 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
B) — Em folhas de Myrtacea indeterminada (possivelmente Eugenia sp.) co-
lhidas em Barbacena por Puttemans, que só tendo a dita de encontrar um Uredo,
o reconheceu como identico ao U. Flavidula, Winter.
C) — Em folhas de Abbevillea Maschalantha, Berg., colhidas na Quinta da Boa
Vista pelo Dr. Ezequiel de Souza Britto, professor de Botanica da Escola Superior
de Agricultura.
D) — Em folhas de Eugenia Christovana, Kiaernsh, por nós apanhadas na
Quinta da Böa Vista.
E) — Em folhas de Eugenia Uniflora, Berg., colhidas por Maublanc em Ipa-
nema e nas quaes elle — o primeiro — viu teleutosporos.
Não nos consta, até a presente data, se hajam assignalado nestas Myrtaceas
quaesquer Puccinias, alguns delles, por sem duvida, constituindo especies novas ora
pela primeira vez descriptos.
Mas antes de lhes darmos as diagnoses vale a pena tentemos ligeiro confronto
entre os diversos Puccinias das Myrtaceas procurando estabelecer-lhes os pontos de
contacto, as semelhanças e differenças.
O estudo não só apresenta interesse sob o ponto de vista puramente syste-
matico, como ainda — dada a restricta especialização já seguramente comprovada
para a maior parte das Uredineas — tem relevo pratico pelas considerações, muita
vez apreciaveis, que podem suggerir 4 böa conducta das necessarias experiencias
para a determinação de provaveis raças ou formas biologicas, e assim concorrer
para a solução do problema de possiveis contaminações de umas plantas pelos para-
sitas de outras.
_ As maculas produzidas pelo P. Jambosae, visiveis em ambas as faces da folha,
esparsas ou confluentes, quasi sempre carentes de nitida delimitação, apresentam ora
a fórma um tanto arredondada, ora a irregular e colorido purpura escuro.
Os söros, arredondados, diminutos, de aspecto pulverulento, citrinos quando
novos, esmaecendo para o amarello claro ao envelhecerem, mostram-se em ambas as
paginas folheares — em pequena porção na ventral e em grande quantidade, com-
pactos, densamente agrupados ou confluentes na dorsal — occupando toda a super-
ficie maculada e formando uma como crösta.
Os teleutospóros muito menos abundantes que os uredospóros faltam completa-
mente, ou quasi, na face superior da folha e não raro uredo e teleutosporos nascem
em um mesmo sóro.
De modo semelhante se manifestam os caracteres correspondentes do Puccinia
da Myrtacea de Barbacena, à excepção do limite das maculas nesta especie claro,
nitido, e representado por linha escura, saliente, em cujas immediações a folha é
transparente à luz reflectida. Egualmente se comportam os do P. Psidii, embora a
linha limitrophe seja menos saliente, ora orlada, ora carente de margem translucida.
EUGENIO RANGEL — CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DOS PUCCINIAS DAS MYRTACEAS 151
Nos demais Puccinias as maculas tem a coloração a principio bruna, baia
depois, nos P. Jambolani e P. Cambucae; fulvas nas do E. Grandis; acobreadas
na pagina superior e mais clara na inferior nas do A. Maschalantha; havana na
face ventral e amarellada na dorsal, nas do E. Christovana e atropurpurea na parte
superior e havana na inferior nas do E. Uniflora. Todas são limitadas por annel
saliente e a aureola transparente falta às dos Puccinias da E. Grandis e E. Chris-
tovana.
Qs soros, frouxamente congregados, distribuem-se com mais parcimonia na parte
ventral da folha que na dorsal; sendo raramente epiphyllos na Æ. Uniflora e exclu-
sivamente hypophyllos na A. Maschalantha.
Os uredosporos, com excepção dos do Puccinia da Myrtacea de Barbacena, não
parecem mostrar differença essencial entre si. A forma é a mais variada; notam-se
os globosos, subglobosos, piriformes, ovoides, ellipsoides, clavados ou simplesmente
alongados.
Discreta e finamente aculeados säo providos, quando novos, de gotticulas
oleosas e alaranjadas e têm o episporio hyalino, tenue, variando de 1,5 a 2 «micra »
de espessura e, com rara frequencia, attingindo a 3 « micra» em algumas especies.
Sdmente no fungo da Myrtacea de Barbacena é ultrapassado este limite que ahi se
alarga até quatro millesimos de millimetro.
Em quasi todas as especies difficilmente se discriminam os pöros germinativos
dos uredosporos e neste particular nada lhes descobrimos que justifique qualquer
differenciação. No geral contamos dois, e às vezes tres poros de germinação,
Procedendo à medição das dimensões extremas desses elementos de reproducção
e, além disso, tomando a média de 40 delles, medidos em series de 20 em duas
preparações diversas, obtivemos o seguinte resultado :
P. Jambosae: Dim. ext. 16 — 24 = 12 — 20 u. Med. 20,8 = 16,6 u.
P. Jambolani: Dim. ext. 16—25 = 12—20 u. Med. 21,25 = 16,3 u.
P. do E. Christovana: Dim, ext. 16— 24 = 15— 20 u. Med. 20,1 = 16,25.
P, do E. Uniflora: Dim. ext. 16—25 = 16— 20 u. Med. 20,3 = 17,5 u.
P. Cambucae: Dim. ext. 20—28 = 16—20 u. Med, 20 = 17,2 u.
P. da Myrtacea de Barbacena: Dim. ext. 18 —28 = 15 — 24 u. Med. 23,8=
18,25 u.
P do E. Grandis: Dim. ext. 16—23 = 12—20 u. Med. 18 = 16,1 u.
P. da A. Maschalantha: Dim. ext. 16— 24 = 14— 20 u. Med. 19,95 = 16 u.
P. Psidii: Dim. ext. 20 — 24 = 16— 20 u. Med. 19,4 = 16,55 u.
| O exame dos numeros que exprimem as medias dos uredosporos dessas espe-
cies evidencia que elles se não distinguem pelas dimensões, praticamente identicas. So
os do P. da Myrtacea de Barbacena e os do E. Grandis se distanciam entre si e
dos demais: os do primeiro por maiores e mais alongados; os do segundo por me-
nores e quasi arredondados.
Entre os teleutosporos existe semelhanga identica 4 observada para com os ure-
dosporos. Em via de regra formados de cellulas desiguaes, irregulares, salientam-
152 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
se pela grande variedade de formas. Ha-os ellipsoides, oblongos, oblongo-ellipsoides,
em formato de clavula mais ou menos alongada ou rematada por grossa cabeca de
feitio tanto ou quanto hemispherico ; estes direitos, aquelles corcovados, gibbosos,
dobrados sobre si mesmos. Glabros, de membrana mui estreita, mais ou menos
constrictos na altura do septo mediano — de quando em quando obliquo — tem
cor amarello-tostada e o apice arredondado, largo, agucado em cone ou truncado,
e onde a membrana, por vezes, é um pouco mais, mui ligeiramente alargada.
Procuramos verificar se para cada especie havia predominancia de uma sobre as
outras fórmas e não obtivemos resultados apreciaveis. Se num sóro predomina esta,
noutros prevalecem aquellas formas, parecendo haver um como equilibrio entre as
quantidades das figuras mais communs. SO podemos aventurar que no P. Cambucae
encontramos maior numero de teleutosporos alongados e attenuados nas extremi-
dades: no da Abbevillea a desigualdade das cellulas é menos frisante do que nas
outras especies e no E. Grandis é mais sensivel a espessura da membrana no apice ;
bem como um pouco mais frequente os teleutosporos gibbosos e obliquamente se-
ptados, no da Myrtacea de Barbacena.
Consoante praticamos para com os uredosporos tomamos as medidas extremas
dos teleutosporos e sobre 40 delles determinamo-lhes as dimensões médias, qual se
vê em seguimento :
P. Jambosae: Dim. ext. 30—52 = 16-24 u. Med. 39,5 = 18,4 u.
P. Jambolani: Dim, ext. 28— 52 = 16—25 u. Med. 40 = 19,47 u.
P. do E. Christovana: Dim. ext. 28— 52 = 15-24 u. Med. 40,3 = 18,5u.
P. do E. Uniflora: Dim. ext. 30 — 50 = 16-24 u. Med. 38,96 = 19,7 u.
P. Cambucae: Dim. ext. 322— 68 = 16-24 u. Med. 46,87 = 17,4 u.
P. da Myrtacea de Barbacena: Dim. ext. 32 — 50 = 16— 24 u. Med. 42,620,25 u.
P. da E. Grandis: Dim. ext. 28— 42 = 16 —24 u. Med. 36 = 20,5 u.
P. da Abbevillea: Dim. ext. 24—40 = 18—23 u. Med. 32 = 20 u.
Por que apenas conseguimos ver meia duzia de teleutosporos do P. Psidii, em
frutos de Psidium Guayava, não lhes podemos conhecer as medidas extremas nem
tão pouco lhes determinar a dimensão média. Os teleutosporos encontrados me-
diam: 24— 33 = 17—21 U.
A inspeccäo das médias dos quatro primeiros Puccinias nos nao pöde dar en-
sejo para duvidarmos da sua perfeita correspondencia. As differencas que vao entre
as médias dos teleutosporos pouco excedem — entre os extremos 38,96 e 40,3 u—
de um «micron », desigualdade de todo insufficiente para, só por si, desunil-os da
mesma especie.
\
Ao contrario, porem, no P. Cambucae e nos tres ultimos as desigualdades sao
bem sensiveis no comprimento dos teleutosporos para os separar entre si e os nao
confundir com os dos quatro primeiros fungos.
Os numeros que mais se approximam (36 e 38,95) distanciam-se pela diffe-
renca de cerca de tres «micra », quantidade que, em se tratando de differenca de
médias, parece bastante para collocal-os em especies diversas.
EUGENIO RANGEL — CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DOS PUCCINIAS DAS MYRTACEAS 153
Como indicações complementares diremos que os teleutosporos de todos estes
parasitas facilmente se desarticulam dos respectivos pedicellos hyalinos e germinam
immediatamente após a maturação, sem carecerem de estadio de repouso. Este
facto, certo, prende-se as condições climaticas locaes: o calor e a humidade con-
tinuos, não comportando a existencia de esporos dormentes, estimulam a prompta
serminação, reduzindo ou de todo retirando aos teleutosporos o caracter ou funccäo
de elementos conservadores da especie. A germinação não na notamos no P. Psidii,
certamente pela escassez dos teleutosporos vistos.
Attentando nos pontos principaes desta ligeira nota, cremos poder assentar as
seguintes conclusões:
ı? — A serie dos Puccinias examinados constitue grupo homogeneo de espe-
cies vizinhas.
2° — O Puccinia, Jambolani e os encontrados na Eugenia Christovana e Eu-
genia Uniflora devem ser identificados com o Puccinia Jambosae, do qual sao
provavelmente formas biologicas ou « forma specialis», na expressao de Eriksson.
3° — O Puccinia Cambucae e os da Eugenia Grandis, Abbevillea Mascha-
lantha e Myrtacea de Barbacena (Eugenia sp. ?) podem e devem ser considerados
especies autonomas, porque apresentam marcada differenca, que os distingue entre
si e das outrras especies.
A vista da diagnose respectiva o Puccinia Rompelli afasta-se do grupo estu-
dado principalmente pela maior largura da membrana dos teleutosporos.
A seguir damos a diagnose inédita da P. Cambucae., Putt., e assim as das es-
pecies, que reputamos novas, encontradas na Eugenia Grandis, Abbevillea Mascha-
lantha e Myrtacea indeterminada (Eugenia sp. 2), propondo-lhes respectivamente as
designações de P. Eugenia, P. Brilloi e P. Barbacenensis.
DIAGNOSE
(1) Puceinta CamBucar, Putt. (sp. inédita).
Maculis sparsis vel gregariis, saepius confluentibus, amphigenis, primum diffusis,
immarginatis, brunneis, dein exsiccatis, testaceis vel badiis, ambitu repando incisove,
margine superne angusta, infrene latiore atro-sanginea et extus areola translucida
circumdatis, 2 mm. diam.; soris amphigenis, minutis, rotundatis vel confluen-
(1) Recentemente verificamos que este fungo tambem ataca os frutos, nos quaes encontramos uredo e teleutos-
poros identicos aos achados em folhas, em material por nós colhido (folhas e frutos) da mesma arvore, no Jardim Bo-
tanico.
P. Hennings (Hedw. Vol. 42, pag. 183, 1993) descreve o U. Goeldiana, por elle encontrado em « frutos de Eugenia
sp. (Cabucó) », oriundos do Pará. Estamos inclinados a crer que este Uredo é synonimo do P. Cambucae. A coinci-
dencia dos nomes vulgares dos frutos « Cabucó» esecipto por Hennings e « Cambuca » na sua verdadeira graphia e
especialmente a identidade dos caracteristicos dos uredosporos dos dois parasitas justificam as nossas suspeitas.
Na verdade Hennings diz verrucosos os uredosporos da sua especie. Sobre este ponto accentuaremos que a pri-
meira vista muitos dos uredosporos não só da P. Cambucae como ainda das outras especies, acima citadas, parecem
realmente verrucosos; exame mais detido, porém, desfaz o engano.
Infelizmente não possuimos o cotypo do U. Goeldiana para esclarecer completamente o assumpto.
Nota de E. R.
20
154 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
tibus, sed nunquam totam maculam legentibus, cuticula tectis, mox apertis pulveru-
lentisque, flavis ; uredosporis subglobosis, ovoideis vel piriformibus, episporio hyalino,
usque ad 3 u crasso, aculeis ornato, 16—28 = 13 — 20 u. (med. 20= 17 U);
- teleutosporis plerumque elongatis vel fusoideis, levibus, cellula superne attenuato
rotundata, inferne cuneata, rarius subclavatis, loculo supremo subgloboso, medio
paulum constrictis, tunica pallida me!lca, angusta, non vel vix apice incrassata,
32—68 = 16—24 u. (med. 47 = 17,5 u.); pedicello hyalino, caduco.
In follis vivis Myrciarae Plicati-Costalae. S. Paulo. Brasiliae. (Exs. 411. Mai.
1911.) Vide Tab. Il, figs. 6-7.
Puccinia Eugene, Rangel (n. sp).
Maculis amphigenis, orbicularibus vel ellipsoideis, minutis, 0,5—1 mm. diam.,
sparsis vel saepius dense aggregatis, fulvis, annulo angusto prominulo atro-brunneo |
circumdatis ; soris amphigenis, rotundatis, praecipue hypophyllis, tectis, demum ep-
dermide rupta cinctis, pulvinatis, flavidulis, uredosoris teleutosorisque immixtis, ul-
ate timis hypophyllis ; uredosporis globosis, subglobosis, ovoideis, piriformibus vel elli-
. psoideis, episporio hyalino, tenue, usque ad 2 u. crasso, subtiliter echinulatis, 15—23
= 13—20 u. (med. 18= ı6 u); teleutosporis clavatis, ellipsoideis, oblongis vel
gibbosis, varialibus, anguste tunicatis, apice rotundatis, conoideis vel truncatis, non
vel lenisse incrassatis, paulum constrictis, levibus, flavis vel flavomelleis, 28 — 42 =
16— 24 u. (med. 36 = 20 u.), statim germinantibus; pedicello hyalino, caduco. Me-
sosporis paucis.
In foliis vivis Eugenia Grandis. S. Paulo. Brasiliae. (Exs. 261 in Herb. Putt.
Fungi S. Paulensis. Ap. 1901.) Vide Tab. II, fig. 9.
Puccinta Brirtor, Rangel (n. sp).
Maculis amphigenis, sparsis, gregariis vel confluentibus, angulosis 13 mm.
diam., superne rubro-latericiis, inferne testaceis, linea prominula et extus nimbo
translucido circumdatis ; soris hypophyllis, minutis, rotundatis, subpulverulentis, dif
fusis vel laxe aggregatis, epidermide velatis dein rupta cinctis ; uredosporis paucis,
globosis, subglobosis vel ovatis, episporio hyalino, usque ad 3 u. lato, leniter acul-
eatis, 16 —24 = 14— 20 u. (med. 20 = 16 u.); teleutosporis quandoque intermixtis,
varialibus, late ellipsoideis, oblongis vel clavulatis, cellula superiore rotundata,
rarius truncata aut tenuiter attenuata, levibus, medio paululum constrictis, tunica
angusta, apice non vel vix incrassatis, flavo-mellis, 24— 40 = 18— 23 u. (med.
32 = 20 u.); statim germinantibus; pedicello caduco, hyalino, crassiusculo. Mesos-
poris paucis.
In foliis vivis Abbevilieae Maschalanthae. Rio de Janeiro. Brasiliae. (Exs. 1.036.
Jan. 1914.) Vide Tab. IV, fig. 11. |
Puccini BARBACENENSIS, Rangel (n. sp).
Maculis amphigenis, orbicularibus vel suborbicularibus, 26 mm. diam., dif
fusis vel confluentibus, castaneis, margine atropurpurea et extus nimbo translucido
circumdatis; uredosoris amphigenis, gregariis, inferne totam superficiem occupan-
tibus, velatis dein erumpentibus epidermeque cinctis, flavidulis; uredosporis globosis,
ur
ban
Pay ee eee
EUGENIO RANGEL — CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DOS PUCCINIAS DAS MYRTACEAS 155
subglobosis, ovoideis, piriformibus vel cllipsoideis intus aurantio guttatis, episporio
hyalino, usque ad 4 u. crasso, echinulatis, 18— 28 = 15 — 23 u. (med. 24 = 17,5 u.);
teleutosporis in uredosoris hypophyllis immixtis, gibbosis, clavatis, oblongis vel elli-
psoideis, varialibus, levibus, parum constrictis, septo interdum obliquo, anguste tuni-
catis, apice rotundatis, conoideis vel truncatis, non vel tenuatim incrassatis, flavo-
mellis, 32 — 50 = 16 —24 u. (med. 42,5 = 2ou.); statim germinantibus ; pedicello
hyalino, caduco usque ad 10 u. crasso. Mesosporis paucis.
In foliis vivis Myrlaceæ cujusdam (Eugenia sp. >) Barbacena. Minas Geraes.
Brasilae (Exs. 296.) Mart. 1911.) Vide Tab, IV, fis: ro:
Laboratorio de Phytopathologia, 1914, Eugenio Rangel.
EXPLICAÇÃO DAS FIGURAS
TABULA I
ı — Teleutosporos do Puccinia Jambosae em Jambosa Vulgaris. 2° — Teleu-
tosporos do P. Jambosae em Syzygium Jambolanum.
TABULA II
3° — Teleutosporos do P. Jambosae em Æugenia Uniflora. (Des. de Mau-
blanc.) 42 — Parte de basidio e basidiosporos. 5º — Teleutosporos do P. Cambucae.
6° — Porção de um basidio. 7? — Basidiosporos.
TABULA III
8º — Teleutosporos do P. Jambosae em Eugenia Christovana. o" — Teleutos-
poros do P. Eugeniae.
TABULA IV
10° — Teleutosporos do P. Barbacenensis 11º — Teleutosporos do P. Brittoi.
12? — Teleutosporos do P. Psidii.
Nota — Os desenhos säo a cöpia dos originaes de Miublance do autor, feita pelo Sr. F. Manna, desenhista do
Museu.
FUNGOS DO BRASIL, NOVOS QU MAL CONHECIDOS
POR
FUNGOS DO BRASIL, NOVOS OU MAL CONHECIDOS
Puccinia MAUBLANCII, Rangel (n. sp.).
Maculis amphigenis, oblongo-ellipsoideis, 1-3 mm. diam., sparsis vel confluentibus,
testaceis; soris amphigenis, sparsis, seriatim dispositis vel confluentibus, ellipsoideis,
minutis, 0,5-0,8 mm. diam., diu velatis dein epidermide dilacerata fissa, bruneolis ;
uredosporis globulosis, obovatis, ovoideis vel subellipsoideis, minute aculeatis, 2-3 poris
germinationis instructis, episporio 1,5-2 u crasso, flavis, 24-35 = 18-24 u; pedicello
ca. 60 u longis, hyalino; teleutosporis clavatis interdum oblongo-ellipsoideis, loculo
inferiore attenuato, apice rotundatis, truncatis, aplanatis vel rarius cuneatis, haud vel vix
incrassatis, medio paulum constrictis, episporio tenue, (1-1,5 u), levibus, flavis,
28-40= 16-25 u; pedicello brevi, crassiusculo, brunneolo.
In folliis vivis paspaLı Densı. Cubango prope Niteroy. Brasiliae. (Exs. 1162. Ap.
1914.) Vide Tab. V, figs. 1-2.
UROMYCES PANICI-SANGUINALIS, Rangel (n. sp.).
Maculis nullis ; soris amphigenis, sparsis vel seriatim dispositis, minutis, oblongo-
ellipsoideis, tectis dein epidermide rupta fissa, brunneis; uredosporis ellipsoideis, cla-
yulatis, globosis vel subglobosis, subtiliter echinulatis, episporio tenue (1,5-2,5 U
crasso), 2-4 poris germinationis instructis, aparaphysatis, brunneis, 20-34 = 18-24 U;
teleutosporis immixtis, rarius, clavulatis, ovatis, subglobulosis vel late fusoideis, levibus,
apice rotundatis vel truncatis, parum incrassatis, flavidis, 20-23 = 16-18 u; pedicello
persistenti, gracili, deorsum attenuato, hyalino, ca. 70 u longo.
In foliis vivis PANICI SANGUINALIS. Cubango prope Niteroy. Brasiliae. (Exs. 1103.
Ap. 1914.) Vide Tab. V, figs. 3-4.
Numa preparacäo obtida por mera raspagem encontramos um teleutosporo bicel-
lular. Fizemos e examinamos diversas outras preparações e em nenhuma dellas
notamos a repetição do facto; donde concluimos o teleutosporo alludido era estranho
ao fungo descripto.
Uromyces PUTTEMANSII, Rangel (n. sp.).
Soris plerumque epiphyllis, sparsis, aggregatis vel seriatim dispositis, oblongis,
diu velatis deinde saepius epidermide dilacerata cinctis, minutis, 1/4-1/3 mm. diam.,
brunneis, paraphysibus clavulatis, hyalinis vel subhyalinis praeditis; uredosporis
subglobosis, clavatis, obovatis vel oblongis, dilute echinulatis, 2-4 poris germinationis
=
160 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
instructis, episporio 1,5-2,5 u lato, brunueolis, 24-40 = 24-28 u; pedicello brevi,
crasso, hyalino ; teleutosporis quandoque in ipsis soris evolutis, varialibus, subglobulosis,
ovoideis, clavatis vel oblongis, levibus, episporio tenuissimo, apice rotundatis,
tuncatis vel rarius subaplanatis, 2-3 u incrassatis, flavobrunneis, 20-28 = 16-20 U;
pedicello brevi, persistenti, crassiusculo, vix colorato, interdum hyalino sursum
brunneolo.
In foliis vivis SETTARIAE APSERIFOLIAE, PANICI MELLINIS. Paqueta prope Rio de
Janeiro. Brasiliae. (Exs. 1211 et «1212. Jun. 1914.) Vide Tab. V,.figs. 5-10:
URONYCES NITEROYENSIS, Rangel (n. sp.).
Maculis vix conspicuis; soris amphigenis, sparsis vel gregariis, oblongis,
minutis, usque ad 0,5 mm. diim., epidermide diutius velatis tandem ea fissa
cincta, pulverulentis, atris; paraphysibus clavatis, brunneis; uredosporis globulosis,
ovatis vel ellipsoideis, leniter remoteque aciculatis, episporio usque ad 2,5 u crasso,
typice 2 poris germinationis instructis, flavis, 24-28 = 20-26 u; teleutosporis in
uredosoris evolutis, ovoideis, subglobosis, oblongis, subfusoideis vel rarius angu-
3-25 = 14-22 u; pedicello persistenti, brevi, 4-6 u crasso, concolore.
In foliis vivis SETTARIAE sp. Cubango prope Niteroy. Brasiliae. (Exs. 1172. Ap.
1914.) Vide Tab. V, figs. 11-13.
A U. PUTTEMANSI! praecipue uredosporis minoribus diversa.
Urepo pupLICATA, Rangel (n. sp.).
Soris amphigenis, rotundatis vel oblongis, 150-250 u diam., diffusis, laxe aggre-
gatis vel rarius confluentibus, diu tectis mox denudatis, epidermide dilacerata cinctis,
paraphysibus marginalibus, clavulatis, incurvatis vel tortuosis, hyalinis ; uredosporis
globosis, subglobosis, ovoideis vel ellipsoideis, minuto remoteque echinulatis, 2 poris
germinationis instructis, aurantiis, episporio tenue, (1-1,5 u lato), 20-28 = 16-20 u;
pedicello brevi, crassiusculo, hyalino.
In foliis vivis panıcı SANGUINALIS. Icarahy prope Niteroy. Brasiliae. (Exs. 1200.
Mai. 1914.) Vide Tab. V, figs. 14-15.
UREDO CUBANGOENSIS, Rangel (n. sp.).
Maculis nullis, soris hypophyllis interdum epiphyllis, ellipsoideis, velatis deinde
erumpentibus, minutis, brunneolis, paraphysibus clavulatis saepius incurvatis conco-
loribus praeditis; uredosporis ovatis, allongatis, globulosis, ellipsoideis vel irregu-
laribus, leniter aculeatis, typice 2 poris germinationis instructis, Navis, episporio tenue,
28-45 = 24-32 u; pedicello crasso hyalino, usq. ad 80 = 8 u.
In foliis vivis paspaLI MANDIOCANI (>). Cubango prope Niteroy. Brasiliae.
(Exs 1143 Ap: 1914-) Vide Tab. VI, figs. 1-2. 1
Urepo panict-maximt, Rangel (n. sp.).
Maculis amphigenis,Zallongatis, sparsis vel confluentibus, testaceis; soris con-
formibus, minutis, 0,5 mm. diam., saepius oblongo-ellipsoideis, brunneis ; uredosporis
subglobulosis, obovatis, trigonis, ovoideis vel ellipsoideis, minute atque vix conspicuis
aciculatis verrucoso-aciculatisve, typice 2 poris germinationis equatorialis instructis,
EUGENIO RANGEL — FUNGOS DO BRASIL 161
episporio 1,5-2,5 u crasso, flavo-brunneis, 20-30 = 18-28 u; pedicello hyalino
30-60 = 3-5 u; paraphysibus paucis clavulatis vel filiformibus, aliquando apice
vesicula globosa inflatis, hyalinis.
In feliis vivis Panıcı maxımı. Icarahy prope Niteroy. Brasiliae. (Exs. 749. Jun.
iON) Witele Tab NAL sales 327.
UrEDO CROTALARIAE — VITELLINAE, Rangel (n. sp.).
Maculis amphigenis, suborbicularibus vel irregularibus, ‘1-3 mm. diam., cas-
taneis, superne obscuriore linea atra limitatis; soris hypophyllis, laxe aggregatis, cir-
citer, vel totam superficiem maculorum legentibus, rotundatis, diu tectis vel erum-
pentibus epidermide rupta cinctis, flavo-brunneis, 150-300 u diam., dense paraphy-
satis; paraphysibus plerumque clavulatis, incurvatis, saepius marginalibus cupulis
formantibus, brunneolis; uredosporis globulosis, ovoideis vel ellipsoideis, episporio
1-1,5 u lato, dense minuteque aculeatis, senioribus circiter inconspicuis, flavidis vel
flavis, 20-28 = 18-22 u; pedicello brevi, crassiusculo (ca. 25 = 3-4 u), hyalino.
In foliis vivis CROTALARIAE VITELLINAE, C. INCANNAE. Jardim Botanico. Rio de
Janeiro. Brasiliae. (Exs. 1181 et 1189. Ap. et Mai. 1914.) Vide Tab. VI, figs. 5-6.
MYCOSPHAERELLA STIGMAPHYLLI, Rangel (n. sp.).
Maculis amphigenis, orbicularibus, 3-8 mm. diam. testaceis, linea tenue brunnea
minuteque sinuoso-denticulata limitatis; peritheciis praecipue hypophyllis, membrana-
ceis, innatis, globulosis vel subglobosis, glabris, tectis deinde leniter erumpentibus,
estiolo pertusis, vix papillatis, atris, 60-80 u diam. ; ascis fusoideis, saepius incur-
vatis, apice cuneatis incrassatisque, octosporis, pedicellatis, 36-45 = 12-15 u; spo-
ridiis fusoideis, utrinque obtusis, uniseptatis, non vel leniter constrictis, cellulis inae-
quilateraliter divisis, conglobatis, granulosis, chlorinis, 12-16 = 2,5-3,5 u. Para-
physibus nullis.
In foliis vivis sTIGMAPHYLLI CILIAvI. Icarahy prope Niteroy. Brasiliae. (Exs.
1058. Feb. 1914.) Vide Tab, VI, figs. 7-9.
LAESTADIA CAMBUCAE, Rangel (n. sp.).
Maculis amphigenis, 1-3 mm. diam., rotundatis, elongatis vel irregularibus,
sparsis vel confluentibus, superne cupreis linea atropurpurea limitatis, inferne pallide
Viridis, annulo pallescentibus demum nigro circumdatis ; peritheciis epiphyllis, sparsis,
punctiformibus, subesphericis vel depresso-conoideis, immersis, velatis dein erumpen-
tibus, ostiolo perfuratis, papillatis, contextu pseudoparenchymatico, atris, 120-160 u
diam. ; ascis aparaphysatis, clavulatis, brevi pedicellatis, apice rotundatis, incrassatis,
octogonis, 90-100 = 18-22 u; ascosporis subdistichis, ovoideis, utrinque rotundatis,
quandoque grossa guttula praeditis, hyalinis, 18-20 = 6-10 u.
In foliis vivis MYRCIARIAE PLICATI-COSTATAE. Niteroy. Brasiliae. (Exs. 1105. Ap.
1914.) Vide Tab. VI, figs. 10-11.
LAESTADIA CABELLUDAE, Rangel (n. sp.).
Maculis majusculis, 1-2 cent. diam., amphigenis, sparsis vel confluentibus, saepius
longo nervis medianis dispositis, brunneolis demum luteolis, inferne junioribus ob-
scuris; peritheciis minutis, punctiformibus, epiphyllis, diffusis vel laxe aggregatis, glo-
AN
162 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
bosis, subglobosis vel irregulariter conoideis, membranaceis, innatis, prominulis, ostio-
latis, papillatis, atris, 120-160 u diam. ; ascis cylindraceo-clavulatis, octosporis, apice
rotundatis, incrassatis, (junioribus majis crassis), aparaphysatis, 50-60 = 15-18 u;
ascosporis oblongis, medio inflatis, utrinque rotundatis, conglobatis vel subdistichis,
hyalinis, 12-16 = 5-6 u.
In foliis vivis EUGENIAE CABELLUDAE. Niteroy. Brasiliae. (Exs. 1104. Ap. 1914.)
Vide Tab. VI, figs. 12-14.
PHYLLOSTICTA ICARAHYENSIS, Rangel (n. sp.).
Maculis majusculis, amphigenis, suborbicularibus, ellipsoideis vel sinuosis, isabel-
linis, annulo atropurpureo circumdatis; pycnidiis amphigenis, immersis, globosis,
subglobosis vel conoideis, membranaceis, tectis demum epidermide dilacerata cinctis,
non vel leniter papillatis, poro perfuratis, quandoque ostiolo in collum minutem (16-32 u
longis) corniculiformemque sursum extenditis, atris, 60-120 u diam. ; sporulis pirifor-
mibus, ovoideis, utrinque rotundatis, extus status mucoso circumvestitis, nubiloso-gut-
tatis vel 1-2 guttulis praeditis, subhylinis, 8-12 = 4,5-6 u; basidiis filiformibus, brevis
4-0,5 longis.
In foliis vivis EUGENIAE UNIFLORAE. Icarahy prope Niteroy. Brasiliae. (Exs. 1057.
Feb. 1914.) Vide Tab. VII, figs. 1-2.
Vimos alguns poucos estylosporos trazendo em uma das extremidades pequeno
(5-9 u) appendice filiforme, que acreditamos ser esterigmate persistente. E de notar
que nos estylosporos appendiculados nao percebemos a camada mucosa de que
falamos na diagnose.
CONIOTHYRIUM TRIGONICOLUM, Rangel (n. sp.).
Maculis majusculis, amphigenis, subrotundatis, isabellinis, annulo brunneo limi-
tatis; pycnidiis amphigenis, innatis, globosis, depresso-globosisve, contextu pseudo-
parenchymatoso a cellulis minutissimis, velatis dein paulo erumpentibus, ostiolatis,
papillatis, nectrioideis, pallidioribus aut luteolis, 80-140 u diam. ; sporulis praecipue
trigonis, vertice obtusis, fuligineis, 6-9 u; basidiis filiformibus, brevis, hyalinis, 3,5-7
= cas LU.
In foliis vivis EUGENIAE UNIFLORAE. Icarahy prope Niteroy. Brasiliae. (Exs. 1056.
Feb. 1914.) Vide Tab. VII, figs. 3-5.
A C. EUGENIAE forma sporulis, basidiis minoribus atque pycnidiis coloribus
maxime diversa.
Pragornreosrora, Rangel (n. gen.) (Est pıLEosporA sporulis coloratis).
P. EUGENIAE, (N. Sp.).
Maculis amphigenis, sparsis, gregariis vel confluentibus, orbicularibus vel subor
bicularibus, 1-3 mm. diam., obscure-brunneis dein medio pallescentibus; pycnidiis
paucis, epiphyllis, immersis, epidermide vestitis dein vix erumpentibus, ovoideis vel
subovatis, imperfecte evolutis, late apertis (ca. 40 u), olivaceis, 100-160 u diam. spo-
rulis vermiformibus vel clavato-elongatis, apice rostratis, deorsum obtusis, multise-
ptatis, haud constrictis, fuligineis, 60-90 = 3-5 u; basidiis filiformibus, simplicibus, :
brevissimis, hyalinis ad basim dispositis.
2
EUGENIO RANGEL — FUNGOS DO BRASIL 163
In foliis vivis EUGENIAE UNIFLORAE. Paqueta prope Rio de Janeiro. Brasiliae. (Exs.
1024. Dec. 1913.) Vide Tab. VII, figs. 6-7.
SEPTOGLEUM CESTRI, Rangel (n. sp.).
Maculis amphigenis, irregularibus, minimis, 0,5-3 mm. diam., sparsis, gregariis
vel confluentibus, albicantibus, linea brunnea limitatis ; acervulis amphigenis, puncti-
formibus, epidermide velatis deinde erumpentibus, castaneis, 40-60 u diam. ; sporulis
vermiformibus, basi obtusis, apice in rostro attenuatis, 3 rarius 4 septatis, hyalinis,
40-60 = 2-3 u; basidiis non visis.
In foliis vivis CESTRI sp. Icarahy prope Niteroy. Brasiliae. (Exs. 1043. Jan.
1914.) Vide Tab. VII, figs. 8-9.
CERCOSPORA Sp., Status conidicus MYCOSPHAERELLAE EUGENIAE, Rehm.
Verificamos que a forma conidica deste MYCOSPHAERELLA € UM CERCOSPORA, cujos
caracteristicos são os abaixo :
Caespitulis hypophillis, rarius epiphyllis; conidiophoris e stroma late hemispherico
vel globoso, atro et pseudoparenchymatico evolutis, plerumque e peritheciis formae
ascigerae exsurgentibus, curvulis tortuosisve, non vel denticulatis, continuis, rarius
2 septatis, fuligineis 30-60=3-5 u; conidiis clavato-fusoideis, utrinque obtusiusculis,
eai curvulis sinuosisve, continuis vel 1-septatis, non vel paululum constrictis,
guttulatis, hyalinis, 50-80 = 3-4 uU.
In foliis vivis EUGENIAE UNIFLORAE. Paquetá prope Rio de Janeiro. Brasiliae.
(Exs. 1020. Dec. 1913.) Vide Tab. VII, figs. 10-11.
CERCOSPORA BRASSICAE-CAMPESTRIS, Rangel (n. sp.).
Maculis orbicularibus, 1-4 mm. diam., amphigenis, concentrice-zonatis, avellaneis,
dein centro albidis, linea brunnea limitatis; caespitulis praecipue hypophyllis, fasci-
culatis, tortuosis, e stromatis assurgentibus, continuis; rarissime 1-septatis, coloratis
32-80 = 5-7 u; conidiis rectis curvulisve, continuis, clavulatis, hyalinis, 100-140 =
3-4 U.
In foliis vivis BRASSICAE CAMPEsTRIS. Icarahy prope Niteroy. Brasiliae. (Exs. 16.
Mai. 1910.) Vide Tab VII, figs. 12-14.
Laboratorio de Phytopathologia, 1914. — Eugenio Rangel.
Explicação das figuras
TABULA V
Pucemıa mauBLaNcir. Fig. 1 — Teleutosporos. Fig. 2 — Uredosporos.
UROMYCES PANICI-SANGUINALIS. Fig. 3 — Teleutosporos. Fig. 4 — Uredosporos.
Uromyces PUTTEMANSIL. Fig. 5 — Teleutosporos, in SETARIA ASPERIFOLLIA. Fig. 6
— Uredosporos, idem. Fig. 7 — Paraphyses, idem. Fig. 8 — Teleutosporos, in
PANICUM MELINIS. Fig. 9 — Uredosporos, idem. Fig. 10 — Paraphyses, idem.
Uromyces NITEROYENSIS. Fig. 11 — Teleutosporos. Fig. 12 — Uredosporos.
Fig. 13 — Paraphyses.
Urepo DupLICATA. Fig. 14 — Uredosporos. Fig. 15 — Paraphyses.
er
‘
164 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
TABULA VI
UREDO CUBANGOENSIS. Fig. 1 — Uredosporos. Fig. 2 — Paraphyses.
UREDO PANICI-MAXIMI. Fig. 3 — Uredosporos. Fig. 4 — Paraphyses.
UREDO CROTALARIAE-VITELLINAE. Fig. 5 — Uredosporos. Fig. 6 — Paraphyses.
MYCOSPHAERELLA STIGMAPHYLLI. Fig. 7 — Ascosporos. Fig. 8 — Ascas. Fig. 9
— Corte de um perithecio (Esc. B.)
LAESTADIA CAMBUCAE. Fig. 10 — Ascosporos. Fig. 11 — Ascas.
LAESTADIA CABELLUDAE. Fig. 12 — Ascosporos. Fig. 13 — Asca joven, Fig. 14
— Asca madura.
TABULA VII
PHYLLOSTICTA ICARAHYENSIS. Fig. 1 — Estylosporos (Esc, A). Fig. 2 — Corte
de um pycnidio (Esc. B).
CONIOTHYRIUM TRIGONICOLUM, Fig. 3 — Estylosporos (Esc, A). Fig. 4 — Este-
rigmates sustendo estylosporos (Esc, A). Fig. 5 — Corte de um picnidio (Esc. C).
PHAEOPHLEOSPORA EUGENIAE. Fig. 6 — Esporos (Esc. B). Fig. 7 — Corte de um
conceptaculo (Esc. C).
SEPTOGLEUM CESTRI. Fig. 8 — Esporos (Esc. A). Fig. 9 — Corte de um acer-
vulo (Esc. B).
CERCOSPORA, sp., forma conidica do MYCOSPHAERELLA EUGENIAE. Fig. 10 — Coni-
dias (Esc. A). Fig. 11 — Conidiophoros (Esc. A).
CERCOSPORA BRASSICAE-CAMPESTRIS. Fig. 12 — Conidias (Esc. A). Fig. 13 —
Conidiophoros (Esc. A).
Os desenhos foram reproduzidos dos originaes do autor pelo Sr, F. Manna,
desenhista do Museu Nacional.
3676 — 915 — Rio de Janeiro — Imprensa Nacional — 916
ur
ug
E
TST NL Se
Tab. HI
50
nm eg Hl]
Tab. IV
0
ONAL
PRENSA NACI
i
LA :
TABULA VI.
Esc. A
TABULA VII.
Esc. Cc
Sica ls
4
v
u
[69]
“ARCHIVOS —
lp
ACIONAL
de S
RIO DE JANEIRO
Nunquam aliud ae aliud sapientia dieit
À POAT VAN SD es aa
In silvis academi querere rerum,
(
“Quamquam Socraticis madet sermonibus. —
BEL
"VOLUME DEI
eA
ARCHIVOS
MUSEU NACIONAL
RIO DE JANEIRO
- |
ARCHIVOS
DO
MUSEU NACIONAL
RIO DE JANEIRO
Nunquam aliud natura, aliud sapientia dicit.
J. 14, 321
In silvis academi quærere rerum,
Quamquam Socraticis madet sermonibus.
H.
VOLUME XIX
LIBRARY
NEW YORE
SOTANICAL
GARDEN
RIO DE JANEIRO
IMPRENSA NACIONAL
1916
SEP 21916
ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
COMMISSAO DE REDACCAO
Professores :
BRUNO LOBO
MIRANDA RIBEIRO
ROQUETTE PINTO
LIBRARY
NEW YORK
SUMMARIO BOTANICAL
GARDEN
PAGS.
I— A flora de Matto Grosso — Memoria em homenagem aos trabalhos bota-
nicos da Commissão Rondon — Professor A. J. de Sampaio. . . I
Il — Archeologia classica e americanismo — Conferencia realizada em Marco
de 1915 na Bibliotheca Nacional — A. Childe. ........- 127
HI-— Os Deuses e os Mortos nas crenças antigas — Conferencia realizada em
Março de 1916 no Museu Nacional — A. Childe. ........ 155
IV — Considerações sobre a campanha contra a formiga sauva— A. da Costa
Lina. en aS RST AR ee 179
V — Sobre alguns chalcidideos parasitas de sementes de myrtaceas — A. da
Costa: Lima Sr ee ane Sana ga O ARE 193
A correspondencia relativa aos " ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL "
deve ser dirigida ao director do Museu — Quinta da Bôa Vista — Rio de Janeiro.
Seat
Dr il tir nice
A FLORA DE MATTO GROSSO
MEMORIA EM HOMENAGEM AOS TRABALHOS BOTANICOS DA COMMISSAO RONDON
( COMMISSAO ESTRATEGICA DE LINHAS TELEGRAPHICAS DE MATTO GROSSO AO AMAZONAS )
Contendo o historico das herborizações até hoje feitas no Estado
de Matto Grosso, as collecções obtidas e sua distribuição pelos diversos hervarios mundiaes,
o catalogo das plantas matto-grossenses e bibliographia botanica relativa
ao Estado de Matto Grosso
POR
A. d. de Sampaio
PROF. CHEFE DA SECÇÃO DE BOTANICA DO MUSEU NACIONAL
COM DEZ MAPPAS
864
APRESENTACAO
Tendo auferido e continuando a auferir da Commissäo Rondon proventos inesti-
maveis, o Museu Nacional do Rio de Janeiro deve ja a essa Commissäo benemerita a
maior das offertas de material geologico, botanico, zoologico e ethnographico até hoje
registadas em seus fastos.
Por proposta do Exmo. Sr. Professor Bruno Lobo, dignissimo Director do Museu
Nacional, a douta Congregacao deste estabelecimento resolveu prestar publica home-
nagem ao Exmo. Sr. Coronel Candido Mariano da Silva Rondon e a seus esforcados
companheiros de arduos trabalhos, mediante conferencias publicas de vulgarizacäo dos
altos servicos prestados à Nacao Brasileira, no que diz respeito a Historia Natural,
pela referida Commissao.
Coube-me a honra de representar a Secção de Botanica do Museu nessa homenagem.
Os estudos a que me tive de entregar para desempenho de minha attribuição per-
mittiram-me a reunião de notas botanicas cuja publicação reputo de vantagem para os
futuros pesquizadores da flora matto-grossense, notas de que dei ligeiro resumo na
conferencia publica proferida em 30 de janeiro do corrente anno na sala dos cursos
do Museu Nacional.
Desenvolvendo na presente memoria a conferencia feita, tenho em vista vulgarisar
os trabalhos de todos os illustres scientistas que até a epoca actual teem contribuido
para o melhor conhecimento da flora de Matto-Grosso, salientando os valiosos serviços
de cada um delles e bem assim o valor dos trabalhos botanicos da Commissão Rondon.
Fica a presente memoria constituida dos seguintes capitulos :
1º Capitulo — Conferencia de 30 de janeiro de 1916 com o historico de todas as
herborizações feitas até a epoca actual no Estado de Matto-Grosso, a indicação das
collecções obtidas e sua distribuição pelos diversos hervarios mundiaes e os trabalhos a
que deram lugar.
2º Capitulo — Catalogo das plantas até hoje colligidas no Estado de Matto-
Grosso, segundo os trabalhos botanicos indicados no 3º Capitulo.
3º Capitulo — Bibliographia botanica matto-grossense.
4 ARCIIVOS DO MUSEU NACIONAL
Presumindo ter compilado tudo quanto tem sido escripto até hoje sobre a flora
matto-grossense, admitto no emtanto a possibilidade de lacunas que em trabalhos
seguintes procurarei preencher, à mercê do possivel.
Devo agradecer aos Srs. Professores Bruno Lobo, Julio Cesar Diogo, Leonidas
Damazio, Frederico Carlos Hoehne, João Geraldo Kuhlmann e Santos Lahera y Castillo
os preciosos auxilios prestados à elaboração da presente memoria.
Estando em sua maioria indicados no 1º Capitulo os referidos auxilios, devo
referir-me aqui à contribuição do illustre Prof. Dr. Leonidas Damazio, de Bello
Horizonte; S. S. forneceu-me preciosas indicações bibliographicas e de plantas matto-
grossenses, relativas a trabalhos que não pude consultar.
Orientando desde já o leitor quanto ao modo pelo qual organizei o catalogo que
constitue o 2º Capitulo, como o faço tambem no 3º (Bibliographia), para maior
facilidade do uso do referido catalogo, informo que distribui todas as familias de
plantas matto-grossenses já estudadas em cinco grupos, a saber : Plantas cellulares
— Pteridophytas — Gymnospermas — Monocotyledoneas — Dicotyledoneas ; dentro de
cada um desses grupos as familias, os generos, as especies, variedades e formas se-
riadas por ordem alphabetica.
Obrigado a attender a diversos outros trabalhos da Secção de Botanica, fui forçado
a limitar o catalogo à citação de plantas, habitat conhecido no Estado de Matto Grosso
e respectivos collectores.
Museu Nacional do Rio de Janeiro, fevereiro de 1916.
O AUTOR.
A FLORA DE MATTO GROSSO
CNP EE We Or
CONFERENCIA PROFERIDA EM 30 DE JANEIRO DE 1916
Resultados botanicos da commissäo Rondon
Meus senhores — Coube-me a honra de dizer a respeito dos trabalhos botanicos
da Commissao Rondon, representando a Seccäo de Botanica na homenagem que a
douta Congregação do Museu Nacional, por proposta do Sr. Prof. Bruno Lobo,
resolveu prestar a essa benemerita Commissão, a que a Nação Brasileira e em especial
o Museu Nacional devem os mais assignalados serviços.
Venho relatar-vos summaria e imparcialmente os resultados botanicos já apre-
ciaveis dessa Commissão, sem pretender no momento um estudo critico completo dos
seus serviços phytologicos, que não estão terminados, dependendo ainda de morosos
trabalhos taxinomicos do riquissimo material floristico que a Commissão vem colli-
gindo no seu caminhar glorioso.
A morosidade desses trabalhos é facilmente evidenciada pelo seguinte facto: data
de 1914 o estudo de Lynge, descriptivo de lichens colligidos em Matto-Grosso por
Malme em 1893; não obstante tratar-se de material transportado para o Museu Bo-
tanico de Stockolmo, um dos mais ricos no que concerne à flora brasileira, só 21
annos depois de colligido foi levado ao conhecimento universal. E no emtanto inte-
ressante conhecer o andamento dos serviços botanicos da Commissão, porque já apre-
sentam vulto notavel sobremodo honroso para o nosso paiz, pois effectuados por bra-
sileiros attestam eloquentemente e mais uma vez a nossa capacidade de trabalho, aliás
sempre evidente qualquer que seja o ramo de actividade em que sejamos chamados a
demonstral-a.
Do conhecimento dos serviços botanicos ja effectuados pela Commissão não se po-
deria inferir o seu justo valor se não os comparassemos com os que foram anterior-
mente feitos pelos botanicos que precederam a Commissão no estudo da flora de
Matto-Grosso.
6 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
O estudo historico da phytographia matto-grossense indica contribuições de bota-
nicos de grande nomeada, o que eleva ao mais alto nivel os trabalhos botanicos da
Commissao Rondon, pois esses trabalhos continuam com brilho e com maior vantagem
para o paiz os estudos que a Commissão ja encontrou iniciados, proseguindo-os com a
mesma seguranca, com a mesma competencia dos mestres que a precederam na ardua
tarefa das herborizacöes em Matto-Grosso.
Para documentar as apreciacöes que faco na presente conferencia tive necessidade
de proceder a um minucioso estudo dos trabalhos de cada um dos botanicos que tem
até a epoca actual contribuido para a phytographia matto-grossense e como brasileiro
ufano-me de ter verificado que os nomes patricios que esse estudo indicou in-
screvem-se entre os mais esforcados e os mais competentes na lista dos proficientes
scientistas a que se devem os actuaes conhecimentos relativos à flora de Matto
Grosso.
Na presente conferencia vou me occupar especialmente do historico das herbo-
rizações no referido Estado.
Para chegar ao conhecimento de todos ou da maioria dos botanicos que colligiram
material em Matto-Grosso, foi preciso folhear um a um os 40 volumes da Flora Bra-
siliensis de Martius, a serie de fasciculos ja publicados do Dr. Pflanzenreich, a colleccäo
do periodico Arkiv för Botanik de Stockolmo e outras publicações que encerram preciosos
trabalhos de Malme, Lindman, Fries, Starbach, Borge, Nordling sobre a flora matto-
grossense e em especial sobre as collecções de Malme e Lindman, consultando simul-
taneamente trabalhos de Dahlstedt, Loesener, os relatorios de viagens em Matto-Grosso
de Spencer Moore, Barbosa Rodrigues, Robert Pilger e Frederico Carlos Hoehne,
alem de outros, de que resulta a elaboração de uma verdadeira memoria com uma longa
serie de apontamentos de que a presente conferencia é apenas um resumo.
Ignacio Urban, o venerando e notavel sub-director do Jardim e Museu botanicos
de Berlim, deu-me no ultimo fasciculo da Flora Brasiliensis de Martius a lista dos prin-
cipaes herborizadores em Matto Grosso ate 1906.
O hervario do Museu Nacional do Rio de Janeiro indicou-me herborizações do
naturalista norte-americano Herbert Smith, que tambem me foi indicado por Barbosa
Rodrigues em suas Plantas matto-grossenses, e do botanico brasileiro Julio Cesar Diogo,
cuja herborização coincidiu com o inicio dos trabalhos botanicos da Commissão Rondon,
que são os mais recentes. Por esse modo tive a lista dos herborizadores que fizeram
as maiores collecções e de cujos itinerarios no Estado pude obter as necessarias
indicações. À
Como soe acontecer sempre, não só aos grandes herborizadores deve a phyto-
graphia serviços inestimaveis ; não pequeno material foi reunido por pequenas parcellas
por diversos scientistas e por amadores de botanica, sendo por isso forçoso lembrar os
seus serviços, pelo direito que lhes assiste a uma parte da presente homenagem aos
desbravadores da floresta mattogrossense.
Não será de admirar e espero mesmo que trabalhos futuros ponham em evidencia
material colligido e ainda não aproveitado pelos botanicos, augmentando a lista dos
herborizadores em Matto Grosso ou dando maior vulto aos trabalhos dos herbori-
A. J. DE SAMPAIO — A FLORA DE MATTO GROSSO
zadores conhecidos.
Limitando-me à compilação do que existe divulgado pela literatura botanica que o
7
Museu possue, posso organizar duas listas de collectores de plantas matto-grossenses:
1) Com época de herborização conhecida
~
DATA NOME NACIONALIDADE
1788 [Alexandre Rodrigues Ferreira. .| Brasileiro,
1826-1828 |Langsdorff e Riedel -|Russos,
1630-1832 Antonio Luiz Patricio da Silva Manso . .| Brasileiro,
(2) Lhotzky (indicado pela Fl. Mart. juntamente com Manso)
1832 | Alcides Charles d’Orbigny. - | Francez,
1833 |Charles Gaudichaud-Beaupré . »
1844-1845 [Hugh Algernon Weddell Inglez,
1886 {Herbert Smith .|Norte-americano.
1891-1892 |Spencer Le Marchand Moore. . . . . .|{nglez.
(2) ROWE. Ves Gnd, do ee el
ISO 802 KO), Ein tz ese gp oa le de Vo NT 6c .\Allemäo.
1893 |Lindman e Malme . .|Suecos.
1897 | Joao Barbosa Rodrigues . Brasileiro.
1899 Robert Pilger e Christiano Th. Koch .| Allemães,
1899 |Meyer (citado por Pilger) .
1902-1903 Gustav Oscar Anderson Malme .|Sueco.
1908-1909 |]Julio Cesar Diogo .| Brasileiro,
1908-1909 |Frederico Carlos Hæhne, da Commissäo Rondon, 1º viagem »
1910-1912 |2* viagem de Hoehne, da Commissão Rondon . »
1911-1912 |J. Geraldo Kuhlmann, da Commissão Rondon, 1º viagem »
1913-1914 |3º viagem de Hoehne, da Commissão Rondon »
1914-1915
Da)
» Kuhlmann, da Commissäo Rondon . . .
8 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
2) Sem indicação precisa da epoca de herborização
Tamberlick, Leeson, Schuch, Rusby, Rand, Saint-Leger, Burchell, Beyrich, Endlich,
Anisits, Schwacke ; Herzog nos limites Brasil-Bolivia ; Freire Codina.
Pesquizas acuradas poderiam permittir-me o conhecimento approximado das épocas
em que esses collectores estiveram em Matto Grosso ; seriam necessariamente demoradas
essas pesquizas, não trazendo no emtanto para a presente conferencia subsidio apre-
ciavel, razão por que não as effectuei.
Em sua maioria os citados herborizadores são indicados pela Flora de Martius, em
uma lista feita por Ignacio Urban no ultimo fasciculo, como disse, lista em que são
citados os maiores herborizadores até 1906; outros são indicados esparsamente a pro-
posito desta ou daquella especie no folhear dos 40 volumes da referida Flora. Leeson
é citado por Spencer Moore no trabalho sobre os phanerogamos de Matto-Grosso, como
tendo colligido algum material para o Museu Britannico, e por Fries (Columniferenflora).
Roberts é indicado por Spencer Moore em trabalho especial sobre a colleccäo matto-
grossense desse herborizador e por Fries como fazendo parte da Expedição Sladens
(vide Columniferenflora) pag. 17,e por Pax em Das Pflanzenreich, na monographia das
Euphorbiaceas. Meyer é indicado por Pilger em sua Beitrag zur Flora von Matto-
grosso, Endlich é citado uma vez por Leesener, em sua monographia das Aquifo-
liacias a proposito de Ilex paraguariensis var genuina, forma domestica, e outra vez a
proposito de Paniçum fistulosum. Anisits, citado a proposito de algumas plantas de
fronteira. Schwake, citado, por exemplo, por Pax, em Das Pflanzenreich, a proposito de
algumas euphorbiaceas, por Mez na mesma obra a proposito de Myrsinaceas ; Freire
Codina a proposito de uma Marantacea.
Segundo Barbosa Rodrigues, Lhotzky foi quem remetteu para a Europa a impor-
tante collecção feita em Cuyabá e suas visinhanças, em 1830-1832, pelo illustre botanico
brasileiro Silva Manso, que, segundo a Flora de Marius, colligiu em companhia de
Lhotzky uma parte do seu material.
Deixo de citar como herborizador em Matto-Grosso o illustre botanico Pohl, de que
a Flora de Martius e das Pflanzenreich indicam algumas exsiccatas como procedentes do
Estado de Matto-Grosso, visto como verifica-se do proprio trabalho de Pohl que este
botanico herborizou em uma zona do Estado de Goyaz denominada Matto-Grosso e não
no Estado de Matto-Grosso.
As indicações que obtive a respeito das viagens dos diversos collectores de material
botanico em Matto-Grosso não são completas; de uns, pude conhecer o itinerario e
saber a época das respectivas herborizações ; de outros, tive conhecimento da época de
herborização, não conhecendo os respectivos itinerarios; de outros apenas tive conhe-
cimento de material colligido.
Devo ponderar, mais uma vez, que por vezes ficam por muitos annos desconhecidas
para a sciencia, dependentes de estudo, importantissimas collecções ; assim nenhum tra-
tado phytographico, a meu alcance, refere-se à collecção botanica feita em Matto-Grosso
A. Jo DE SAMPAIO — A FLORA DE MATTO GROSSO 9
por Alexandre Rodrigues Ferreira, sabendo-se apenas que ella foi levada para Lisboa,
constando-me sua existencia no Jardim Botanico de Belem.
Attendendo a utilidade pratica dos apontamentos de que resulta a presente confe-
rencia e com o intuito de verificar com a maior clareza os resultados botanicos da
Commissäo Rondon, tomei o alvitre de reunir os referidos apontamentos em uma
Memoria illustrada de mappas com os tracados das diversas herborizacöes de itinerario
conhecido e que sao exactamente as mais importantes paraa phytologia matto-grossense;
esse alvitre mereceu do Sr. Prof. Bruno Lobo o mais franco incitamento, con-
seguindo S. S. do Exm. Sr. Ministro e do Sr. Dr. José Gomes de Faria, dignissimo
director da Estacäo de Biologia Marinha, que ficasse à disposicäo da Secçäo de Botanica
do Museu o habilissimo cartographo Sr. Santos Lahera y Castillo, que elaborou os refe-
ridos mappas com a perfeicäo de ha muito reconhecida em seus primorosos trabalhos
de desenho scientifico. (Nota — Para esse trabalho não tive presente o Mappa de Martius
do vol. I da Flora Brasiliense.)
Mereci ainda dos illustres collegas Professor Julio Cesar Diogo, Frederico Carlos
Heehne e J. Geraldo Kuhlmann, os mais modernos herborizadores em Matto-Grosso, a
distincção de suas contribuições originaes à vista das quaes traçou Santos Lahera os
respectivos trajectos, obtendo eu assim o Historico das Herborizações no referido Estado
elucidado por mappas, dos quaes o primeiro é a synthese de todos os outros, indicando
as zonas do Estado já visitadas por botanicos, emquanto que os demais indicam cada
um o itinerario de um herborizador ; esses mappas baseiam-se no Atlas de Stieler.
Em seguida venho organizando o catalogo das plantas até hoje colligidas no Estado,
segundo os trabalhos descriptivos que pude consultar, para conhecer a contribuição de
cada herborizador e ao mesmo tempo verificar a distribuição das collecções matto-
grossenses pelos diversos hervarios mundiaes e as vantagens directas dessas herbo-
rizações para o Museu Nacional.
Por ultimo ficava constituida com a lista dos trabalhos consultados e dos por estes
indicados a bibliographia botanica matto-grossense.
Por esse modo ficou elaborada uma Memoria, tributo da Secção de Botanica ä
homenagem prestada pelo Museu Nacional ao grande brasileiro, ao benemerito Coronel
Rondon e a seus illustres companheiros da grande cruzada de amor e civilisação.
Resumindo na presente conferencia essa extensa memoria que tenho a honra de
apresentar-vos em original, dispenso-me de pallidos louvores à obra mascula que Rondon
vem efectuando, limitando-me a apresentar-vos com a mais absoluta imparcialidade os
documentos da benemerencia, fazendo-vos conhecer, no que se refere à botanica, uma
pequena serie de motivos da alta veneração de que Rondon e sua Commissão são
credores.
Os serviços de historia natural da Commissäo são superintendidos pelo illustre
Prof. Alipio de Miranda Ribeiro, da Secção de Zoologia deste Museu ; os trabalhos
botanicos estão a cargo dos esforçados e competentes profissionaes brasileiros Frederico
Carlos Hoehne e J. Geraldo Kuhlmann, que no Museu Nacional effectuam seus tra-
balhos de classificação.
2
10 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
HISTORICO DAS HERBORIZAÇÕES NO ESTADO DE MATTO GROSSO
Commissionado pelo Governo Portuguez para effectuar collecções e estudos ethno-
graphicos, zoologicos, botanicos e mineralogicos no Brazil em 1788, foi o medico
bahiano Alexandre Rodrigues Ferreira o primeiro naturalista que herborizou no
Estado de Matto Grosso.
Rodrigues Ferreira penetrou no Estado pelo rio Madeira, vindo do Amazonas,
subindo os rios Mamoré e Guaporé até Villa Bella, de onde foi a Cuyabä, regressando
depois ao Amazonas pelo mesmo caminho ; passou em seguida ao Pará, de onde re-
gressou a Portugal em 1792.
Antes de visitar o Estado de Matto Grosso, Ferreira fizera uma estadia de um
anno na ilha de Marajó e subira o rio Amazonas e seus tributarios Negro e Branco até
os confins da Amazonia.
O seu percurso em Matto Grosso, segundo contagem feita por Lahera sobre Atlas
de Stieler, como em todos os seguintes, foi de 4.132 kilometros, com uma penetração
de 2.516 kilometros approximadamente.
Vandelli, como homenagem ao altos meritos de Rodrigues Ferreira, creou em 1788
na familia das Rubiaceas o genero Ferreira.
Regressando doente a Portugal, Alexandre Rodrigues Ferreira não deu publicidade
às suas observações botanicas, ainda hoje ineditas.
Suas collecções botanicas, transportadas para o Jardim Botanico de Belém em
Lisboa, não serviram infelizmente 4 phytographia matto-grossense, não constando na
extensa litteratura consultada uma unica citação de planta colhida nessa viagem por
Alexandre Rodrigues Ferreira.
Rodrigues Ferreira foi o primeiro herborizador em Matto Grosso ; a phytographia
matto-grossense não teve porém vantagem de sua viagem, não começou com elle, o
que é devéras de lastimar, attendendo aos reconhecidos meritos desse scientista patrício,
demonstrados em outros ramos scientificos, em especial a ethnographia e a zoologia.
Os trabalhos iniciaes de phytographia matto-grossense foram feitos por Luiz Riedel
em 1826-1828. Nessa época o Estado de Matto Grosso foi percorrido pela grande
expedição scientifica do conde Langsdorff, botanico russo de grande destaque entre os
maiores vultos da phytographia ; os meritos botanicos dessa expedição cabem porém a
Luiz Riedel.
Por motivo de grave molestia, Langsdorff não pode desenvolver nessa longa
herborização sua competente actividade, já tantas vezes demonstrada de modo tão bri-
lhante em outras viagens egualmente temerarias; o numero de plantas citadas pelos
autores como colligidas por Langsdorff nessa expedição em que percorreu 4.610 ki-
lometros foi diminutissimo, inferior a uma dezena.
Dirigindo no emtanto a expedição que tinha como botanico Luiz Riedel, como
astronomo Nestor Rubzow, como zoologos successivamente Eduardo Menetrier e
Christiano Hasse, como desenhista a principio Moritz Rugendas e em seguida Adriano
A. J. DE SAMPAIO — A FLORA DE MATTO GROSSO 44
de Taunay e Hercules Florence, Langsdorff reuniu novos louros, tendo contribuido
enormemente para a historia natural do paiz, em virtude da enorme extensäo percorrida
pela expedicäo e das importantissimas colleccöes feitas pelos seus companheiros.
Os trabalhos biographicos, os relatorios e estudos sobre essa expedicäo, da lavra
de Ignacio Urban, no volume XVIII do periodico « Engler-Botanische Jahrbucher », de
Moritz Rugendas, 1° desenhista da expedicäo, e do Visconde Escragnolle Taunay,
no « Boletim do Instituto Historico e Geographico do Rio de Janeiro », descrevem minu-
ciosamente as peripecias dessa viagem que acarretou graves molestias para todos os
seus membros, excepcäo feita de Riedel.
Depois de percorrer outros Estados do Sul do Brazil, Langsdorff e Riedel
penetraram juntos no Estado de Matto-Grosso, vindos do Estado de S. Paulo pelo rio _
Tieté e foram até Cuyaba, onde se separaram, seguindo Langsdorff para o Para pelo
rio Tapajoz e Riedel para o Amazonas pelo Madeira.
Chegados à foz do Tieté, na divisa dos Estados de S. Paulo e de Matto-Grosso,
subiram o rio Parana até a cataracta do Urubupunga, de onde retrocederam, descendo
o citado rio até o seu affluente Pardo que subiram até as suas nascentes e as do rio
Coxim, tomando em seguida successivamente os rios Coxim, Taquary, Paraguay,
S. Lourenço e Cuyabá até a cidade de Cuyabá, onde se separaram.
Langsdorff tomou então rumo da serra do Tombador e em seguida os rios Arinos
e Tapajoz até o Estado do Para, de onde regressou ao Rio de Janeiro por mar.
Riedel tomou rumo das nascentes do rio Guaporé, explorou a região de S. Luiz de
Caceres ou Villa Maria e Salinas até Casal Vasco, desceu o rio Guaporé até Villa Bella
ou Villa de Matto-Grosso ; em seguida pelo rio Mamoré e por fim pelo rio Madeira
passou para o Estado do Amazonas e depois para o do Pará, de onde regressou ao
Rio de Janeiro, como Langsdorff, por mar.
O itinerario de Riedel, como disse, foi mais extenso que o de Langsdorff e sua
viagem muitas vezes mais proveitosa que a deste ultimo cujo estado de saude era
precario.
Feito o calculo dos dous itinerarios, pelo Atlas de Stieler, temos:
Percurso de Riedel: — 4.519 kilometros.
Percurso de Langsdorff: — 2.610 kilometros.
Rezam as chronicas relativas a essa importante expedicäo que so Luiz Riede
regressou com saude; as collecções de Langsdorff, segundo Barbosa Rodrigues,
perderam-se completamente, razão pela qual é quasi nulla em exsiccata a contribuição
de Langsdorff para a phytographia matto-grossense, cabendo-lhe no emtanto, como ja
disse, a honra de ter chefiado a grande e temeraria expedicäo que tinha Riedel como
botanico. Como vimos, as collecções de Rodrigues Ferreira não prestaram serviços à
sciencia; por esse motivo cabe a Luiz Riedel a honra de ter reunido os primeiros
dados uteis a botanica de Matto-Grosso ; sua contribuição é valiosissima.
A respeito das exsiccatas de Riedel devo ponderar ainda que a falta de indicacäo
systematica de Estado no registo das diversas localidades do Brasil em que esse illustre
botanico herborizou, deixa-me em duvida se foi no Estado de Matto-Grosso que foram
12 ARCHIVOS DO MUSEU NACOINAL
por elle colhidas diversas plantas de que apenas indicou como habitat rio Pardo,
Castel Nuevo, Olho d’Agua, Camapuan, ou deu a respeito outras referencias dubias ou
insufficientes por nao se referirem a localidades ou zonas exclusivas ao Estado de Matto
Grosso. Essa imprecisão na indicação do local de herborização, frequentemente notada
por parte dos naturalistas extrangeiros que teem herborizado no Brazil, trazendo duvidas
que só poderiam ser elucidadas pela numeração uniformemente seguida dos exemplares
na ordem da colheita, e a citação systematica dessa numeração nos tratados phyto-
graphicos devem ser aqui postas em destaque no sentido de evitar sua repetição tão
nociva à phytogeographia.
Pelo motivo supra indicado é provavel que da memoria que a presente conferencia
resume tenha deixado de incluir na lista das exsiccatas matto-grossenses de Riedel
diversas plantas que não posso no momento verificar se foram ou não colligidas no
Estado de Matto Grosso. Na confecção da presente conferencia tive de tomar aponta-
mentos referentes a casos semelhantes ; tenho em elaboração uma nota tendente a
chamar a attenção dos herborizadores para a necessidade de serem observadas regras
que garantam para a phytogeographia a efficacia do registo do habitat, visto como
existem no Brazil varias localidades com identicas denominações.
Riedel, algum tempo depois de seu regresso dessa grande viagem, foi no-
meado director da Secção de Botanica do Museu Nacional do Rio de Janeiro,
cargo que exerceu desde 11 de Fevereiro de 1642 até sua morte em 4 de Agosto
de 1871.
Este estabelecimento deve a Riedel serviços inestimaveis, delle possuindo collecções
preciosas.
No que se refere à Flora de Matto Grosso, Riedel contribuiu exclusivamente como
herborizador, distribuindo abundante material pelos especialistas europeus, especial-
mente aos incumbidos da elaboração da Flora Brasiliensis de Martius, cujos 40 tomos
indicam frequentemente exemplares de Riedel. .
Não redigiu porém trabalho scientifico.
As collecções de Riedel estão representadas nos hervarios do Jardim Botanico e da
Academia Imperial de Petrograd, no Museu Nacional do Rio de Janeiro, no Museu
Botanico de Berlim, no Herbarium Martius do Jardim Botanico de Bruxellas, no
Herbarium Boissier em Genebra, no Jardim Botanico de Zurich, etc.
Generos novos e novas especies foram creados por diversos botanicos em honra
de Langsdorff e de Riedel.
A partir de Cuyabá, Langsdorff percorreu ate o Estado do Pará uma zona
virgem para os botanicos ; não tendo sido proficuo o seu percurso, essa Zona conser-
vou-se desconhecida para a phytologia, cabendo a Hoehne, da commissão Rondon, a
honra de ser seu primeiro explorador, sob o ponto de vista botanico, como mostrarei
dentro em pouco.
No periodo comprehendido entre 1830 e 1832 recebeu a phytographia matto-gros-
sense a grande contribuição do botanico brasileiro Antonio Luiz Patricio da Silva
Manso, medico em Cuyaba.
A. J. DE SAMPAIO — A FLORA DE MATTO GROSSO 43
Colheu grande numero de plantas em Cuyaba e suas visinhancas até o Diaman-
tino do Norte, rio S. Lourenco e rio Coxim ao Sul.
Segundo a Flora de Martius, Manso herborizou por vezes com Lhotzky ; segundo
Barbosa Rodrigues e Alberto Lofgren, herborizou tambem em companhia do zoologo
Natterer.
A Flora de Martius indica algumas plantas colligidas por Manso no porto Jurua
Genibatuba e Serra Santa, como sendo no Estado de Mato Grosso. Segundo Barbosa
Rodrigues, no trabalho Palmae Matto grossenses (Rio de Janeiro, 1898), foi Lhotzky
quem remetteu para a Europa o hervario feito por Manso.
As collecções de Manso figuram essencialmente no Herbarium Martius do Jardim
Botanico de Bruxellas ; as duplicatas em diversos hervarios europeus.
Em honra de Manso foi creado por De Candolle em 1838, na familia das Bigno-
niaceas, o genero Mansoa ; são numerosas as novas especies a elle dedicadas por diversos
botanicos.
A contribuição de Manso à phytogeographia floristica de Matto Grosso compara-se
à de Riedel, tendo, porém, Manso a maior algumas novas diagnoses transcriptas por
De Candolle em seu Prodromus e a publicação do trabalho — Enumeracao das primeiras
plantas brasileiras que podem servir à catharze.
Em 1832 verificou-se ainda a visita do botanico francez Alcides Charles d’Orbigny,
que então herborizava na Bolivia; penetrou no Estado de Matto Grosso na altura do
Forte do Principe da Beira, à margem do rio Guaporé, subindo em seguida esse rio
até Villa Bella, de onde retrocedeu pelo mesmo caminho, passando de novo para a Bo-
livia na altura do rio Mamoré.
Pelo Atlas de Stieler, segundo medição curvimetrica de Lahera, fez um percurso de
approximadamente 1.635 kilometros, com uma penetração approximada de 817 kilo-
metros.
Colligiu principalmente palmeiras. Suas colleções estão no Museu de Historia Na-
tural de Paris ; duplicatas no Hervario De Candolle, em Genebra.
Martius creou em honra de Orbigny, na familia das palmeiras, o genero Orbignya.
Em 1833 outro botanico francez, Charles Gaudichaud-Beaupre, visitou o Estado de
Matto Grosso depois de ter herborizado nos Estados de Santa Catharina, S. Paulo,
Rio de Janeiro e Bahia.
Na litteratura compulsada não encontrei indicações relativas ao itinerario de
Beaupré ; é pequeno o numero de exsicatas matto-grossenses atribuídas a esse botanico
pelos tratados phytographicos.
Suas principaes collecções estão no Museu de Historia Natural de Paris; duplicatas
no Museu de Berlim, nos Hervarios de Candolle e Delessert em Genebra, no Hervario
Martius do Jardim Botanico de Bruxellas e no Hervario do Conde de Franqueville, em
Paris.
14 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Segue-se em 1844-1845 a proveitosa herborização do grande botanico inglez
Hugh Algernon Weddell, discipulo de Adriano de Jussieu.
Vindo de Goyaz, Weddell penetrou no Estado de Matto Grosso na altura e di-
recção de Cuyabá, indo em seguida através da Chapada até a Serra do Tombador ;
daqui voltou a Cuyabá e Albuquerque, pelo rio Mondego, até Miranda, de onde retro-
cedeu ao rio Paraguay que subiu até S. Luiz de Caceres; fazendo de S. Luiz centro de
pequenas excursões foi a Cuyaba e Poconé, depois aos Rios Cabaçal e Vermelho e
Porto Bueno, tomou em seguida rumo dos rios Jauru e Guaporé até Villa Bella, de onde
seguiu para a Bolivia, passando por Casal Vasco, em agosto de 1845.
Seu percurso no Estado foi de 3.761 kilometros com uma penetração pouco infe-
rior, segundo medição de Lahera sobre Atlas de Stidler.
Suas principaes colleccöes estão no Museu de Historia Natural de Paris ; duplicatas
no Herbarium De Candolle, em Genebra.
Weddell é frequentemente citado nos tratados floristicos referentes ao Brasil;
em muitas de suas exsiccata, porém, não ha a indicação exacta do local da respectiva
colheita no Estado.
Sem escrever trabalho especial sobre sua herborização em Matto Grosso, parcella
alias muito pequena de sua grande viagem pela America do Sul, Weddell contribuiu
no emtanto enormemente para a phytographia matto-grossense, tendo colligido no Estado
importante material, no qual encontrou numerosas novas especies que em grande parte
descreveu.
Em honra de Weddell foram creados por diversos botanicos um genero novo e
diversas novas especies.
Dentre os numerosos trabalhos de Weddell é universalmente conhecido o estudo
das quinas verdadeiras, sua principal obra.
Em 1886 Herbert Smith, entomologista norte-americano, fez duas viagens a
Cuyabá, colligindo importante material botanico que está esparso por diversos hervarios,
inclusive o Museu Nacional do Rio de Janeiro, material já em pequena parte estudado
por alguns botanicos.
Como contribuição aos trabalhos botanicos da Commissão Rondon, na parte re-
ferente a Pteridophytas de que me encarreguei, tenho quasi concluida a classifi-
cação desse grupo de plantas da colleccäo de Herbert Smith; o material deste natu-
ralista será indicado na monographia referente a identico material da Commissão
Rondon.
O material de Herbert Simith resente-se da falta de indicação do local em que
cada‘exemplar foi colhido no Estado de Matto Grosso, o que é uma sensivel lacuna para a
phytogeographia, apenas sendo possivel colligir do itinerario conhecido (rios Paraguay,
S. Lourenço e Cuyaba até a cidade de Cuyaba) como limite do habitat a extensa zona
percorrida. R
A respeito de suas duas viagens a Cuyabä, pela via fluvial, Smith escreveu na
Gazeta de Noticias do Rio de Janeiro as suas Notas de um naturalista, reunidas mais
tarde em brochura e editadas pela referida empreza, em 1887.
A. J. DE SAMPAIO — A FLORA DE MATTO GROSSO 45
Até entäo os herborizadores em Matto Grosso preoccupavam-se apenas em colligir
material para servir essencialmente à phytographia, isto é, a trabalhos descriptivos e
catalagos floristicos, nos quaes apenas se podiam encontrar como elucidação de habitat
indicações de campo, matta, margem de rio, pantano, etc., sem, porém, a necessaria con-
stancia para seguras deducções phytogeographicas.
Eram já precisos estudos relativos ao clima, à disposição da vegetação, da ecologia
vegetal emfim, no sentido da mais ampla phytogeographia floristica e ecologica.
A viagem do botanico inglez Spencer Le Marchand Moore, em 1891-1892, iniciou
a segunda phase actual da phytologia matto-grossense.
Spencer Moore, em trabalho relativo à Flora phaneroganica de Matto-Grosso
publicado no volume IV da serie botanica das Transactions of the Linnean Society of
London, em 1895, fez não só o catalago dos phanerogamos por elle colligidos, catalogo
em que figuram numerosas novas diagnoses, como tambem o estudo do clima e das
formações vegetaes matto-grossenses da zona por elle percorrida, produzindo um tra-
balho phytographico, floristico e ecologico de grande valor.
Descreveu oito novos generos, 211 novas especies e oito novas variedades, segundo
contagem feita pelo illustre collega Prof. Cesar Diogo, como consta dos Apontamentos
para a revisão da Flora Brasiliensis de Martius, sob o numero V, que com a preciosa
collaboração desse illustre profissional venho publicando na revista A Lavoura, da
Sociedade Nacional de Agricultura do Rio de Janeiro.
Com as suas exsiccatas, Spencer Moore organizou 5 collecções principaes que
estão no Museu Britannico, nos Museus de Berlim e Vienna, no Hervario de Kew e no
Columbian College de New York; colleccöes menores em Edimburgo e no Museu Na-
cional do Rio de Janeiro.
O percurso de Spencer Moore foi de 2608 km. com uma penetração pouco menor.
Subindo a via fluvial Paraguay-S. Lourenço, Cuyabá até a cidade de Cuyaba,
visitou tambem S. Luiz de Caceres, Chapada e Serra de Tapirapuan, rio dos Bugres,
S. Cruz e Diamantino como principaes pontos de herborização.
O catalago de plantas matto-grossenses accusa grande numero de plantas colligidas
em Matto-Grosso por Spencer Moore ; segundo Barbosa Rodrigues, esse botanico fazia
parte da expedição Charles Ward.
Mais tarde Spencer Moore escreveu trabalho especial sobre collecçäo matto-
grossense de Roberts.
Na mesma época, segundo Malme e Urban (Flora brasilensis), visitou o Estado de
Matto Grosso o botanico allemão O Kuntze; o catalogo das plantas matto-grossenses
accusa pequeno numero de plantas colligidas por esse illustre botanico.
O seu itinerario no Estado não é conhecido.
Orientando seus trabalhos pela nova feição da herborização de Spencer Moore,
seguiram-se as viagens dos botanicos suecos Lindman e Malme, do grande botanico
brasileiro João Barbosa Rodrigues, de Robert Pilger, illustre Prof. do Museu de
Berlim, de Christiano Theodoro Koch, notavel botanico allemão, e mais recentemente
Julio Cesar Diogo, Frederico Carlos Hoehne e J. Geraldo Kuhlmann, botanicos bra-
16 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
sileiros, o primeiro actual professor do Museu Nacional e os dous ultimos, membros
da Commissäö Rondon.
Lindman, o notavel director do Museu Botanico de Stockolmo, herborizou no
Estado de Matto Grosso, em 1893, na zona comprehendida entre Cuyabä e as Serras
da Chapada e Tapirapuan ao Norte e de S. Jeronymo ao Sul, fazendo no Estado um
percurso que por falta de dados precisos não pôde ser medido com absoluto rigor,
computando-o Santos Lahera em cerca de 2.991 ou 3.000 kilometros, com cerca de
2.000 kilometros de penetração.
Suas principaes collecções, quer do Estado de Matto-Grosso, quer de outros Estados
no Brasil, estão no Herbarium Regnelliano do Museu Botanico de Stockolmo ; duplicatas
nos Museus de Upsala, Lund, Rio de Janeiro, Berlim, Kew, Dresden, Vienna, Ham-
burgo, Genebra, etc.
Publicou numerosos trabalhos relativos 4 flora sul-americana e forneceu abundante
material a diversas monographias publicadas em maioria nos periodicos Arkiv fur
Botanik e Kon. Sv. Vet. Handlingar de Stockolmo.
Malme fez tres viagens Cuyaba pela via fluvial Paraguay-S. Lourenço rio
Cuyaba, sendo que a primeira, em 1893, teve Lindman como companheiro. As duas
outras viagens foram effectuadas em 1902-1903, como veremos adiante.
Como ponto extremo no Estado de Matto-Grosso, Malme foi até 4 Chapada. Reuniu
abundantissimo material e publicou numerosos trabalhos näo so referentes as suas
exsiccatas como as de Lindman e de outros; escreveu alguns trabalhos phytographicos
sobre alguns grupos de plantas de Matto-Grosso, assim sobre Bauhinias, Vochy-
siaceas, etc.
Seu material, juntamente com o de Lindman, serviu e continua a servir de base
a importantes estudos seus e de Fries, Fredrikson, Starbach, Hennings, Stephani,
Borge, Lynge, Bohlin, Fritsch, Romell, Skottsberg, Kranzlin e outros, trabalhos esses
em sua maioria citados no capitulo bibliographico da memoria em que desenvolvo a
presente conferencia; data de 1914 o estudo dos lichens colligidos por Malme
em sua primeira viagem; muito ha ainda a esperar das collecções de Malme e de
Lindman.
Nas tres viagens Malme fez um percurso de 6.150 kilometros, com uma penetracäo
pouco inferior a 1.000 kilometros.
Virei dentro em pouco atratar de novo desse herborizador.
João Barbosa Rodrigues, o botanico brasileiro de maior producção scientifica até
a época actual, quando director do Jardim Botanico do Rio de Janeiro, visitou o Estado
de Matto Grosso em 1897, produzindo a respeito de sua grande herborização e do ma-
terial colligido nesse Estado dous importantes trabalhos editados no Rio de Janeiro
em 1808:
Plantæ Matto-grossenses e Palmæ Matto-grossenses, este ultimo tendo merecido de
Robert Pilger, notavel professor do Museu Botanico de Berlim, o alto conceito de
« preciosa » contribuição para o conhecimento da Flora de Matto Grosso.
Tenho grande prazer em transcrever textualmente o conceito de Pilger : Das
A. J. DE SAMPAIO — A FLORA DE MATTO GROSSO 17
Werk uber Palmen ist e in wertvoller Beitrag zur Kenntnissder Flora von Matto-
Grosso (vide pag. 129 do vol. XXX de Engler Botanische Jahrbucher ).
Esse parecer é principalmente valioso pelo facto de ter Robert Pilger visitado o
Estado de Matto-Grosso pouco tempo depois da herborização de Barbosa Rodrigues,
verificando in situ o valor do referido trabalho.
Cabem perfeitamente bem aqui algumas ligeiras considerações sobre a obra do
grande botanico brasileiro. Barbosa Rodrigues bateu-se denodamente contra o erroneo
e pouco lisongeiro presupposto de que em nosso paiz não eram em seu tempo possiveis
os trabalhos de classificação de plantas, presupposto que se levantava diante do seu
demonstrado patriotismo como uma resistente barreira que elle derribou a golpes de
talento, de abnegação e de desinteressado esforço.
Diante das obras magistraes de Barbosa Rodrigues não é licito dizer que não são
possiveis no nosso paiz os trabalhos phytographicos; o grande brasileiro demonstrou
de modo inconcusso e com brilho invejavel a possibilidade dos mais difficeis trabalhos
nessa especialidade em nosso paiz. Os trabalhos botanicos da Commissão Rondon con-
tinuam essa demonstração.
No Estado de Matto Grosso Barbosa Rodrigues visitou extensa zona, desde o
Paraguay até Cuyabá, Chapada, e Serra de S. Jeronymo, explorando a flora marginal
de diversos rios, regressando depois pela via fluvial Cuyabá-rio Paraguay.
Fez um percurso que não pode ser medido com rigor porque os mappas não
indicam diversos rios junto dos quaes Barbosa Rodrigues herborizou ; o que é indicado
pelo mappa de Stieler permitte computar esse percurso como superior a 2.325 klms.,
com uma penetração superior a 1.000 kilometros.
Devo dizer a respeito dos calculos de percurso apresentados neste estudo, calculos
curvimetricos feitos, como já disse, pelo perito cartographo Santos Lahera y Castillo
sobre Atlas de Stieler, que os incompletos conhecimentos de geographia matto-grossense
fazem esperar que os mappas da Commissão Rondon modifiquem as medições actuaes.
Como, porém, para todos os itinerarios conhecidos a base dos respectivos calculos
é uma unica, o Atlas de Stieler, a proporção não deverá variar muito. Seguindo,
porém, no caso o unico criterio que me era permittido seguir, desejo que fique bem
em evidencia a possibilidade de erro para sua verificação futura.
Em seus dous citados trabalhos sobre plantas e em especial sorbe palmeiras
matto-grossenses Barbosa Rodrigues publicou diversas novas diagnoses. O seu
material foi naturalmente trazido para o Jardim Botanico do Rio de Janeiro, de que
Barbosa Rodrigues era então director.
Segue-se em 1899 a herborização do Prof. Robert Pilger, do Museu Botanico de
Dahlen, em Berlim.
Pilger tendo como companheiro Christiano Theodoro Koch, outro illustre botanico,
fazia parte da 2º expedição geographica Hermann Meyer ao Xingu.
18 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Penetrando no Estado de Matto Grosso pelo rio Paraguay, Pilger internou-se ate
as nascentes do rio Colyseo, através das cabeceiras dos rios Cuyaba, Paranatinga,
Ronuro, Jatoba e Batovy.
Seu percurso foi de 2.557 kilometros approximadamente.
Organizou para o Museu Botanico de Berlim uma collecção de 700 numeros de
phanerogamos e varios cryptogamos, os cogumellos estudados por Hennings na revista
mycologica Hedwigia (vol. XX XIX, 1900); este autor creou então o genero Pilgeriella
na familia das Trichosphaeriaceas ; as algas por Schmidle na mesma revista; entre as
Chlorophyceas foi creado o novo genero Pilgeria.
Publicou em 1902 no volume XXX do periodico Engler Botanischer Jahrbucher
um notavel trabalho sobre Flora Matto-grossense, intitulado Beitrag zur Flora von
Matto Grosso, no qual descreveu um novo genero, 43 novas especies, 25 novas varie-
dades, uma sub-variedade e uma forma nova.
Como disse, fazia tambem parte da 2° expedição Hermann Meyer ao Xingu o
botanico allemäo Christiano Theodoro Koch, de cujo itinerario nao tenho noticia.
A litteratura compulsada nao indica exsiccatas de Koch.
Em 1902-1903 Malme, que ja tinha visitado o Estado de Matto Grosso com
Lindman em 1893, effectuou duas novas viagens, com o mesmo percurso da primeira;
variou porém nessas viagens o material colligido; na primeira colligiu principalmente
lichens e cogumellos; nas duas outras principalmente plantas vasculares ; dos lichens
occupa-se recentemente o vol. de 1914 do Ark. for Botanik, de Stockolmo.
O material de Malme, transportado para o Museu de Stockolmo, foi intercalado no
grande hervario Regnelliano e deu logar a importantes trabalhos, a que já me referi,
trabalhos não só de sua-lavra como de diversos outros botanicos.
Até 1908 não tenho noticia de nenhuma outra herborização.
Exactamente nesse anno começaram os trabalhos -botanicos da Commissäo
Rondon.
Na mesma época o meu illustre collega de Secção de Botanica, o Prof. Julio Cesar
Diogo, servindo então como pharmaceutico da Commissão Guilhobel, demarcadora de
limites do Brasil com a Bolivia, aproveitando momentos de lazer, colligiu importante
material que offereceu integralmente ao Museu Nacional; sua valiosa collecção consta
de 205 exemplares.
O Prof. Cesar Diogo tem em estudo o seu material matto-grossense, de que me
confiou a classificação dos pteridophytas, dignando-se ainda fornecer-me em original
um mappa com o seu itinerario, mappa que juntei à memoria em que desenvolvo a
presente conferencia.
Fez Cesar Diogo duas viagens com o percurso total de 3.780 kilometros herbori-
zando nos valles dos rios Paraguay, Jaurú, Verde e Guaporé e nas margens das lagôas
de Caceres e Guahyba.
Para a florística matto-grossense o Prof. Cesar Diogo tem em elaboração im-
portantes trabalhos referentes não só a seu material, como tambem as Compostas,
A. J. DE SAMPAIO — A FLORA DE MATTO GROSSO 19
Erythroxylaceas, Eriocaulaceas e Lythraceas, da Commissäo Rondon, tendo-se encar-
regado da classificação das plantas dessas familias colligidas em Matto-Grosso por
Hoehne e Kuhlmann, da referida commissão.
Para finalizar o historico das herborizações no Estado de Matto-Grosso, cum-
pre-me estudar os trabalhos botanicos dessa commissão, realizados até a presente
época pelos botanicos brasileiros Frederico Carlos Hæhne e J. Geraldo Kuhlmann.
Até 1915 estes dous profissionaes elevaram seu percurso no Estado ao total de
13-381 kilometros, sendo 7.350 kilometros percorridos por Hoehne em tres viagens e
6.031 kilometros em duas viagens por Geraldo Kuhlmann, fazendo Hoehne maior per-
curso que qualquer de seus antecessores e Kuhlmann collocando-se em terceiro logar
entre os botanicos de maior itinerario.
Colligiram importante material de que já deu entrada no Museu Nacional, por
offerta do Exmo. Sr. coronel Rondon, uma importante collecção de 199 exemplares
convenientemente classificados.
Os estudos desse material teem sido feitos na Secção de Botanica por Hoehnne
Kuhlmann, cabendo-me a classificação das Pteridophytas e ao meu distincto collega
Cesar Diogo a classificação de Compostas, Lythraceas, Erythroxylaceas e Eriocaula-
ceas.
VIAGENS DE HŒHNE
1º viagem (junho de 1908 a novembro de 1909). Percurso : rio Paraguay,
S Luiz de Caceres, Serra do Amolar, rio Jaurü, Tapirapuan, rio Juruena, rio Tapajoz,
( regresso ) rio Tapajoz, rio Agua Verde, rio Papagaio, Campos dos Parecis, Juruena,
Tapirapuan, S. Luiz de Caceres, rio Paraguay.
2° viagem (dezembro de ıgıo a abril de 1912) Percurso: rio Paraguay.
Cuyaba, Coxipo da Ponte, nascentes dos rios Arica e Coxipó (linha telegraphica ),
Casa da Pedra, rio Manso {na Chapada), rios S. Lourenço, Piquiry, Correntes e
Itiquira até Coxim, rios Coxim e Taquary, Corumba, S. Luiz de Caceres, rio Sepo-
tuba, rio Juruena, Commemoração de Floriano, Campos Novos, da Serra do Norte,
Corrego do Espirro, Commemoração de Floriano, rio Juruena, rio Tapajoz, passando
então para o Estado do Pará, de onde regressou ao Rio de Janeiro, por via mari-
tima.
3º viagem (como botanico da Commissão Roosevelt-Rondon, 19 de novembro
de 1913 a 23 de janeiro de 1914). Percurso : rio Paraguay, S. Luiz de Caceres,
Porto do Campo, Tapirapuan, Salto da Felicidade e regresso pelo mesmo caminho.
E’ impossivel indicar no momento o numero de plantas colligidas por Hoehne
nessas tres viagens por não estarem ainda terminados os trabalhos de classificação de
seu grande material.
Tendo Hoehne adoptado a numeração seguida dos specimens colligidos, posso
adiantar que ascende a 5.882 o numero de exemplares da collecção feita em Matto
Grosso.
20 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Do seu rico material, para apressar a respectiva classificação, como é de praxe,
Hoehne distribuiu alguns exemplares a botanicos europeus, sendo algumas legumi-
nosas ao illustre professor Harms, de Berlim, e diversas Melastomaceas, Cucurbitaceas,
e Orchidaceas ao notavel botanico belga professor Altredo Cogniaux.
Kuhlmann fez duas viagens, a saber :
1 viagem (1911-1912). Percurso: rio Paraguay, Corumbá, Coxipó da Ponte,
rios S. Lourenco, Itiquira, Correntes, Piquiry, Villa Coxim, rio Taquary, S. Luiz de
Caceres, Tapirapuan, Juruena, Campos Novos, Campos de Commemoragäo, rio Ju-
ruena, rio Tapajoz, passando entäo para o Estado do Para, de onde regressou ao
Rio de Janeiro por mar.
2* viagem (acompanhando a Commissäo Arinos-Tapajoz, 1914-1915). Per-
curso: Estrada de Ferro Noroeste até Corumba, Cuyaba, Coxipö, da Ponte linha
telegraphica até Serragem, Cuyabä da Larga, Cuyabä do Bonito, Chapada, Cabe-
ceiras do rio Arinos, rio Juruena, rio Tapajoz, passando entäo ao Estado do Para, de
onde regressou ao Rio de Janeiro por via maritima.
Colligiu importantissimo material que está classificando na Secção de Botanica do
Museu Nacional, tendo distribuido a mim as Pteridophytas, ao Prof. Cesar Diogo
Compostas, Erythroxylaceas, Lythraceas, Eriocaulaceas, a Hoehne asclepiadaceas e
outras.
Trabalhos botanicos ja publicados pela Commissäo Rondon :
ANNEXO N. 5, HISTORIA NATURAL : BOTANICA
1° parte—F. C. Hoehne : Bromeliaceas, Liliaceas, Amarylidaceas, Iridaceas,
Orchidaceas, Aristolochiaceas, Droseraceas e Passifloraceas. Rio de Janeiro, dezembro
de 1910.
2* parte — Dr. H. Harms : Leguminosas. Rio de Janeiro, 1913.
3° parte —Dr. A. Cogniaux: Melastomataceas, Cucurbitaceas e Orchidaceas
Rio de Janeiro, agosto, 1912.
4* parte — F. C. Hoehne : Alismataceas, Butomaceas, Hydrocharitaceas, Ponte:
deriaceas, Orchidaceas e Nympheaceas. Rio de Janeiro, agosto, 1912.
Partes 1-4 com um total de 79 estampas.
5º parte — F. C. Hoehne : Mayacaceas, Xyridaceas, Commelinaceas, Liliaceas,
Amaryllidaceas, Iridaceas, Musaceas, Zingiberaceas. Cannaceas, Marantaceas, Bur-
maniaceas, Orchidaceas, Aristolochiaceas, Phytolaccaceas, Nyctaginaceas, Passiflora-
ceas e Onagraceas. Rio de Janeiro, 1915, com estampas, 80-112.
6° parte : em impressão.
COMMISSAO SCIENTIFICA ROOSEVELT-RONDON
ANNEXO n. 2 —BoranicAa—F. C. Hæhne : Relatorio apresentado ao Sr. Co-
ronel de engenharia Candido Mariano Rondon, chefe da Commissäo Brasileira. Uma
brochura de 81 paginas, com 22 photographias de exsiccata, duas aquarellas de
plantas vivas e cinco desenhos. Rio de Janeiro, 1915.
A. J. DE SAMPAIO — A FLORA DE MATTO GROSSO 21
CONCLUSAO
Do estudo dos itinerarios feitos pelos diversos herborizadores verifica-se que foi
Hcehne, botanico da Commissäo Rondon, quem fez o maior percurso, de 7.350 kilo-
metros, passando por zonas até entäo nao exploradas, inclusive a regiao do rio Arinos
e rio Tapajoz, antes percorrida por Langsdorff, pois a viagem desse notavel botanico
russo fol sem proveito.
Ao nosso esforçado patricio Frederico Carlos Hoehne seguem-se :
o botanico sueco Malme, com o percurso de 6.150 kilometros ;
o botanico brasileiro Kuhlmann, da Commissão Rondon, com o percurso de 6.031
kilometros ;
o botanico russo Riedel, com 4.519 kilometros ;
o naturalista brasileiro Rodrigues Ferreira, com 4.132 kilometros ;
_ 0 botanico brasileiro Julio Cesar Diogo, com 3.779 kilometros ;
o botanico inglez Weddell, com 3.761 kilometros ;
o entozologista norte-americano Smith, com 3.600 kilometros ;
o botanico sueco Lindmann, com 2.991 kilometros ;
o botanico russo Langsdorff, com 2.610 kilometros ;
o botanico inglez Spencer Noore, com 2.608 kilometros ;
o botanico allemäo Roberto Pilger, com 2.557 kilometros ;
o botanico brasileiro Barbosa Rodrigues, com 2.325 kilometros ;
o botanico francez d’Orbigny, com 817 kilometros.
Não se pode medir o percurso do notavel botanico brasileiro Patricio da Silva
Manso, porque nao ha indicacäo segura de todas as suas excursöes nas visinhancas da
cidade Cuyaba, onde residia, exercendo a profissao medica.
Este illustre patricio foi ate a Chapada e Diamantino do Norte de Cuyaba, rios
S. Lourenco e Coxim, ao Sul, tendo alem disso herborizado em outros Estados do
Brasil, v. g., Goyaz e S. Paulo.
Como contribuicäo directa ao hervario do Museu Nacional do Rio de Janeiro, devo
citar as collecções existentes no estabelecimento, feitas pelos seguintes herborizadores:
Riedel, Smith, Spencer Moore, Malme, Lindman, Cesar Diogo e Hoehne.
Como um dos principaes resultados botanicos da Commissäo Rondon deve
ser considerado o facto de estarem sendo elaboradas no Museu Nacional do Rio de
Janeiro as contribuições botanicas da referida commissäo. Hcehne e Kuhlmann têm
encontrado no hervario e na bibliotheca do Museu, se nao todos os recursos, pelo
menos os elementos essenciaes para trabalhos phytographicos de longo folego.
Isto é sobremodo auspicioso para o paiz e honroso para o Museu Nacional.
Até bem pouco os trabalhos descriptivos originaes offereciam difficuldades quasi
invenciveis pela falta de litteratura e de material de comparação, sujeitando-se os classi-
22 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
ficadores a perderem na synonimia a maioria de suas creacöes, pela impossibilidade de
verificarem em todos os casos o que era ja conhecido e descripto e o que era na
verdade novo.
Essa contingencia pesa ainda sobre os trabalhos descriptivos em nosso paiz porque
não possuimos a completa litteratura botanica e as collecções typos para comparações,
collecçôes que constituem a principal attracção dos botanicos do mundo inteiro pelos
hervarios dos mais ricos museus botanicos, como sejam os de Berlim, Kew, British
Museum, Paris, etc.
Uma das maiores preoccupacöes da Seccäo de Botanica do Museu Nacional tem
sido sempre a obtenção de collecções-typos para comparações e de toda a litteratura
botanica moderna, de que depende o estudo da flora brasileira. Nao tém sido improfi-
cuos os esforços da Secção nesse sentido; a directoria do Museu tem acolhido com a
devida deferencia seus pedidos e a pouco e pouco vão sendo reunidos os recursos para
trabalhos botanicos aprofundados.
Já os actuaes recursos da Secção de Botanica do Museu permittiram a elaboração
dos valiosos trabalhos botanicos da Commissão Rondon, trabalhos que documentam a
competencia de seu esforçado autor, o Sr. Hoehne.
A’ Secção de Botanica do Museu foi confiado o trabalho de classificação de uma
parte do material da Commissão Rondon, como ja disse.
Ja Hoehne deu ä publicidade as collaborações do botanico allemão Dr. Harms e
do botanico belga Dr. Alfredo Cogniaux, o maior collaborador da Flora Brasiliensis
de Martius. :
Até o presente o material botanico da Commissäo Rondon tem sido pois estudado
por um botanico belga (Dr. Alfredo Coigniaux), um botanico allemao (Dr. Harms) e
quatro botanicos brasileiros: Hoehne, Kuhlmann, Cesar Diogo e o orador.
Nao tendo ainda terminado o catalogo das plantas colligidas até a época actual no
Estado, deixo para a memoria, em que desenvolvo a presente conferencia, a indicagao
das exsiccatas de cada herborizador, estabelecendo entäo a comparacao entre as diversas
collecgöes feitas.
Por ultimo devo insistir em outro ponto de interesse immediato para o Museu
Nacional, no que concerne a flora de Matto Grosso.
O riquissimo material da Commissäo Rondon encerra numerosos exemplares ori-
ginaes de novas diagnoses ; conhecido o grande valor das comparagöes de material nos
modernos trabalhos phytographicos, & fora de duvida que a intercalacäo das exsiccatas
da Commissão Rondon no hervario do Museu, augmentando consideravelmente o
hervario matto-grossense, tornará o Museu Nacional estabelecimento de obrigatoria
e indispensavel consulta por parte dos futuros herborizadores no referido Estado, essa
obrigatoriedade acarretando para o instituto toda a serie de beneficios de que depende
seu crescente desenvolvimento.
E’ a riqueza do material dos grandes hervarios o motivo de convergirem para elles
as offertas pela sympathia que provocam em todas as almas progressistas, as permutas
pelo interesse de augmentar cada interessado suas colleções mediante compensações
A. J. DE SAMPAIO — A FLORA DE MATTO GROSSO 23
reciprocas, as consultas pela presteza e segurança das informações que os grandes
herbarios permittem dar com brevidade, o alto conceito nos mais scientificos, a
veneração publica.
Não serão nunca excessivos os louvores ä benemerita Commissão Rondon, que em
numerosos ramos de actividade vem prestando ao paiz inestimaveis serviços.
A Secção de Botanica do Museu Nacional do Rio de Janeiro reservará para a
importante offerta da Commissão Rondon uma situação de destaque, formando com
a collecção matto-grossense o hervario Rondon.
E o X
Passo a referir-me summariamente à ainda muito mal conhecida flora de Matto
Grosso.
E” no momento impossivel a synthese completa dos resultados botanicos da Com-
missão, não só porque grande parte do material colligido depende de estudo, como
porque se conserva ainda em grande parte desconhecida a flora matto-grossense.
Dispondo de vasta extensão territorial, o mysterioso Estado de Matto Grosso, no
dizer de John Burnett, offerece a quem o percorre o espectaculo grandioso de uma
serie de variações bruscas da vegetação em virtude das diversas condições ecologicas
resultantes dos accidentes do solo. Alem disso em duas épocas do anno dous panoramas
bem diversos offerece a paisagem conforme a estação é secca ou chuvosa,
Robert Pilger em seu trabalho Beitrag zur Flora von Matto Grosso refere-se a
esse facto.
Possuindo um systema hydrographico riquissimo, com as nascentes de numerosos
tributarios do Amazonas, do rio Paraná e as do Paraguay, percorrido por grande
numero de cadeias de montanhas que a cada passo oferecem as plantas maiores altitudes
e climas consequentes, o Estado de Matto Grosso offerece ao estudo na maior extensão
percorrida por botanicos a flora campestre, resequida, semimorta na estação estival,
vegetação que abruptamente se modifica se 0 terreno se eleva, aos campos succedendo-se
as mattas pejadas de grandes arvores, de soberbas essencias. No dizer do coronel
Rondon, a vegetação se dispõe em grandes cerrados, no chamado charravascal, ve-
getação média semelhante e maior que a catinga do Norte, campos e florestas.
Nos valles, onde as aguas transbordadas dos rios ou advindas das chuvas se
accumulam, renovadas ou estagnadas, encontram-se as lagôas ou os pantanos com a
vegetação hydrophila exuberante de força e rica de formas vegetaes.
Nas lagôas a Victoria regia.
Notaveis são os paredões a pino, nus, nascidos de repente nos planaltos, a que se
referem diversos excursionistas e herborizadores, parecendo fora de duvida que resultam
de erosões subterraneas determinadas pelas aguas que se drenam para formarem as
caudaes dos grandes rios.
As nascentes se defrontam sem que esteja ainda esclarecido como de pequenas
areas de terreno podem surgir, para lados oppostos às vezes, tão abundantes correntes
d'agua.
bo
=
ACHRIVOS DO MUSEU NACIONAL
© que a phytotechnia encontra de interessante na flora matto-grossense nao €
menos difficil de enumerar, em virtude do grande numero de plantas uteis, algumas
ja em intensa exploracao.
Situado proximo ao Equador, offerece a biologia, em especial 4 toxicologia, farto
material para estudo dos mesmos vegetaes, sabido como é que as plantas toxicas sao
tanto mais energicas quanto mais proximas estiverem do Equador.
A’ Commissäo Rondon, em especial ao botanico Hoehne, deve-se o conhecimento
do veneno saggitario dos Indios Nhambiquaras, veneno denominado serivan, composto,
segundo Hoehne, de diversas plantas, das quaes a presumida mais toxica € uma
loganiacea do genero strychnus denominada em Parecis Eriainihin, usada a casca
ralada juntamente com a apocynacea Many-icolonel, a gentianacea Lisianthus virgatus
Prog. vulgo Sohana, a marcgraviacea Uhinheron, a sapindacea icunä, a Dioscoriacea
Schenhen e a leguminosa Cassia rugosa Don, vulgo Volacio, tambem chamada infallivel.
Fervidas juntas e coada e evaporada a agua de cocção, obtem-se assim a pasta nas
pontas das flechas.
Hoehne trouxe para o Museu Nacional material para estudo physiologico, material
que permittiu ao Dr. João Baptista de Lacerda a elaboração de seu trabalho ( Remarques
ethnographiques et physiologiques sur le curare à propos du poison pour les fléches des
Indiens Nhambiquares), publicado no Rio de Janeiro e apresentado ao 1º Congresso
Internacional dos Americanistas, reunido em Washington em 1914.
Augmentou-se por esse modo o numero dos curares a que tão eruditamente se
referiram o Dr. João Baptista de Lacerda na monographia supra indicada e no trabalho
De variis Plantis Veneniferis, publicado em 1908 nos Archivos do Museu, e bem
assim Perrot et Vogt, na obra Poisons de Fleches et Poisons d’Epreuve, editada em
1913, em Paris, por Vigot Freres.
Entre as plantas medicinaes sobresahe a poaia Uragoga ipecacuanha que occupa
enormes extensões, havendo zonas denominadas Mattas da Poaia em virtude da abun-
dancia dessa planta de que fazem intenso commercio.
Em seguida ä poaia destaca-se a salsaparilha.
A herva matte occupa tambem extensöes, em plena cultura.
Seringaes extensissimos, florestas riquissimas em madeiras de que Hoehne trouxe
para o Museu uma importante colleccäo.
A palmeira carnauba, Copernicia cerifera, é abundantissima, formando conjunctos
de interminavel extensão.
As Cyclanthaceas do gen. Carludovica, que fornecem a palha fina para chapéos de
alto preço, tambem são peculiares à flora matto-grossense, havendo nas collecções de
Hoehne exemplares dessas plantas.
Foi Hoehne, botanico da Commissão Rondon, quem trouxe para o Horto Botanico
do Museu sementes da bellissima Victoria regia que tão carinhosamente cultivamos
no tanque central do Horto e da qual foram fornecidas mudas para a Prefeitura Muni-
cipal e Jardim Botanico do Rio de Janeiro.
Figuram nas collecções em exposição na Secção de Botanica numerosos exemplares
A. J. DE SAMPAIO — A FLORA DE MATTO GROSSO 25
de fructos, de sementes, de plantas de diversas familias, sobretudo Orchidaceas, cuja
acquisição pelo Museu seria onerosissima e naturalmente muito retardada se a
Commissão Rondon não tomasse a seu cargo a difficil e patriotica tarefa de colligil-as,
como um grande serviço a sommar aos muitos serviços que em outros ramos de
actividade vem prestando ao paiz.
Deixo aos esforçados botanicos Hoehne e Kuhlmann, da Commissão, a revelação
completa de suas conquistas scientificas. Apenas devo deixar em evidencia a homenagem
da Secção de Botanica à Commissão Rondon pelo vulto dos serviços já effectuados na
especialidade .
CAPITULO II
CATALOGO DAS PLANTAS ATE HOJE COLLIGIDAS NO ESTADO DE MATTO GROSSO SEGUNDO
A LITTERATURA INDICADA NO CAPITULO BIBLIOGRAPHICO ;
Tendo em vista a maior facilidade de consulta do catalogo a seguir, tomei o alvitre
de separar as familias em cinco grupos, a saber: Plantas cellulares, Pteridodhytas,
Gymnospermas, Monocotyledoneas e Dicotyledoneas.
Dentro de cada grupo seriei familias, grupo de familias (em poucos casos), generas,
especies, variedades e formas por ordem alphabetica.
Na indicação das localidades de herborização dei por vezes preferencia à citação
de cidades, villas, estações telegraphicas, rios, saltos, indicados nos mappas, raramente
lugares menos conhecidos.
Como não pude indicar sempre com minucias as localidades, dou a seguir indi-
cações que serão por certo uteis,
LOCALIDADES MENOS CONHECIDAS
Arica: lugar no rio Arica, seg. Hoehne,
Barranco Vermelho: perto de S. Luiz de Caceres (Hoehne).
Bomfim: a margem do canal da lagôa Mandioré, seg. C. Diogo,
Burity: na Serra da Chapada (Malme).
Buritysinho: na Serra de Tapirapuan (Lindman; rio da Matta da Poaia
(Lindman vide Kränzlin: Orchid. p. 17 e 43).
Caceres: S. Luiz de Caceres (Hoehne).
Camararé: perto de Juruena (Hcehne).
Campos Novos: Campos Novos da Serra do Norte (Hoehne).
Capäo Secco: na Chapada (B. Rodrigues).
Casa da Pedra : na Chapada (Hoehne).
Corrego do Barreiro: Arica (Hoehne).
Coxipo: Igreja, perto de Cuyaba (Malme).
ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Espinheiro: perto de S. Luiz de Caceres, seg. Hoehne.
Fazenda de Agua Limpa: perto de S. Luiz de Caceres (Hoehne).
Guia: perto de Cuyaba (Malme).
Melgaco: perto de Cuyaba (Hcehne).
Miguel Angelo: à margem do Rio Sepotuba (Hcehne).
Morro Grande de S. Antonio: perto de Cuyabä (Malme).
Morro Podre: na Chapada (Hoehne).
Palmeiras: Fazenda no rio Sepotuba, seg. Hoehne.
Palmeiras :. Fazenda, Arica (Lindman).
Piava : no trajecto de Pilger (vide mappa do trajecto deste botanico).
Ponte de Pedra: Estacäo Telegraphica no Chapadäo dos Parecis (Hoehne).
Porto do Campo: à margem do rio Sepotuba (Hcehne).
Porto Murtinho: à margem do rio Paraguay (Hæhne).
Porto Tucano: à margem do rio Paraguay acima de Corumbá (Hæhne).
Ribeiro Formoso : no trajecto de Pilger (vide mappa do trajecto deste botanico).
Salto Augusto: no Rio Juruena (Hcehne).
Salto da Felicidade: no rio Sepotuba (Hoehne).
Salto Utiarity : no rio Paraguay (Hoehne).
S. Antonio : perto de Cuyabá (Malme).
S. Jose: à margem do rio Cuyaba-mirim (Lindman).
Serra da Guia: perto de Cuyaba (Malme).
Serra dos Coroados : perto de S. Lourenço (Hæhne).
Serra do Urucum: perto de Corumbá (Hcehne).
Tres Jacüs: perto de Ponte de Pedra, no Chapadão dos Parecis (Hoehne).
Urucum : Fazenda e serra perto de Corumbá (Hoehne).
Utiarity : Salto e Estação Telegraphica no Rio Papagaio (Hochne).
FLORA MATTOGROSSENSE — PLANTAS CELLULARES
AGARICACEAS
Lentinus fuscopurpureus Kalchbr.: S. Anna da Chapada (Malme).
L. cfr. scleropus Pers.: Cuyaba (Pilger).
L. villosus KI. : Serra da Chapada (Malme) ; Cuyabä (Pilger).
Pleurotus Meyeri-Hermanni P. Henn.: Cuyaba (Pilger).
Pluteus scruposus P. Henn.: Cuyabä (Pilger).
Schizophyllum alneum L.: Cuyabä (Malme, Pilger); Serra da Chapada (Malme).
AURICULARIACEAS
Auricularia auricula Jude (L.) Schröt.: rio Jatoba (Pilger).
A. tremellosa (Fr.) P. Henn.: rio Jatoba (Pilger).
A. J. DE SAMPAIO — A FLORA DE MATTO GROSSO 27
BARTRAMIACEAS
Philonotis caespitosula C. Mull.: Palmeiras (Lindman).
BRYACEAS
Bryum Beyrichianum (Hornsch.) C. Mull.: S. Anna da Chapada (Lindman).
. cavum C. Mull.: S. Anna da Chapada (Lindman). >
. coronatum Schwaegr.: S. Cruz e Tapirapuan (Lindman).
. corrugatum Hamp. : S. Jose (Lindman).
. duplicatum Broth. : Serra da Chapada (Lindman).
. mattogrossense Broth.: Cuyaba, Coxipo (Lindman).
&© © © © ©
CHARACEAS
Chara sp.: Corumba (Hoehne).
CHLOROPHYCEAS
(Schmidle)
Arthrodesmus convergens Ehrbg.: rio Xingu (Pilger).
Chaetopeltis minor Moeb.: rio Xingu (Pilger).
Chaetosphaeridium Pringsheimii
f. conferta Kleb.: rio Xingu (Pilger).
Closterium abruptum West.: Cuyaba, rio Xingu, ribeiro Formoso (Pilger).
C. Cornu
var. brasiliensis Borg.: rio Paranatinga (Pilger).
C. cucumis Ehrbg. : Cuyaba (Pilger).
C. parvulum Naeg.: ribeiro Formoso (Pilger).
f. major West.: ribeiro Formoso, Cuyaba e rio Xingu (Pilger).
C. rostratum Ehrbg.: rio Paranatinga (Pilger).
C. strigosum Breb.: rio Paranatinga (Pilger).
Coleochaete irregularis Prgsh.: rio Xingu (Pilger).
Cosmarium Elfvingü
var. altius Schmidle: rio Paranatinga (Pilger).
C. Hammeri Reinsch.: rio Xingu (Pilger).
C. Naegelianum Breb. : Cuyaba (Pilger).
C. ornatum Ralfs: rio Paranatinga (Pilger).
C. Pilgeri Schdle: rio Paranatinga (Pilger).
C. pulcherrimum Nordst.
var. minor Wolle: ribeiro Formoso (Pilger).
C. punctulatum Breb. : ribeiro Formoso (Pilger).
C. pyramidatum Breb. : rio Xingu (Pilger).
C. retusiforme
var. incrassatum Gutw.: rio Xingu (Pilger).
ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
CHLOROPHYCEAS
C. subpunctulatum Nordst.
var. regularis Ltkm.: rio Xingu ( Pilger ).
C. trinodulum Nordst.
var. Pilgeri Schmidle : rio Xingu (Pilger ).
>. variolatum Ld.
var. extensum Nordst.: rio Paranatinga ( Pilger ).
Desmidium gracilipes ( Nordst.) Lag. : rio Xingu (Pilger).
Endorina elegans Ehrbrg. : Cuyaba (Pilger ).
Eremosphaera viridis De By: Cuyaba ( Pilger ).
Euastrum elegans Ktzg.: rio Paranatinga ( Pilger ).
E. trapezicum Borg. : rio Xingu ( Pilger ).
Micrasterias crenata Breb. : ribeiro Formoso (Pilger ).
M. furcata Ralfs.: rio Xingu ( Pilger ).
M. laticeps Nordst. : rio Xingu (Pilger ).
Penium conspersum.
var. americanum Nordst. : rio Xingu ( Pilger ).
P. cucurbitinum.
f. minor West. : ribeiro Formoso (Pilger ).
P. Heimerlianum Schdle: rio Paranatinga ( Pilger ).
P. navicula Breb. : rio Xingu ( Pilger ).
Pithophora sumatrana ( Mart.) Wittr.: alto Cuyaba .( Pilger ).
Pleurotæniopsis Meyeri Schdle: rio Xingu (Pilger ).
P. pseudoconnata ( Nordst ) Lag.: Cuyaba, rio Xingu, ribeiro Formoso ( Pilger ).
Pleurotaenium clavatum De Bary: ribeiro Formoso e rio Xingu (Pilger ).
P. rectum R
f. minor Wille: rio Xingu (Pilger ).
Staurastrum margaritaceum Menegh.: ribeiro Formoso (Pilger ).
S. Pilgeri Schdle: rio Xingu ( Pilger ).
Stigeoclonium tenue ( Ag.) Rabh.: Cuyaba ( Pilger ).
S. thermale A. Br.: corrego Fundo ( Pilger’).
GS
CYANOPHYCEAS
( Schmidle )
Anabaena oscillarioides Bory : rio Xingu ( Pilger ).
Glolotrichia longicauda Schdle : rio Xingu (Pilger ).
G. Pilgeri Schdle: rio Xingu ( Pilger ).
G. pesium Thuret: rio Xingu ( Pilger ).
A. J. DE SAMPAIO — A FLORA DE MATTO GROSSO 28)
Hapalosiphon Baronü W. et. G. West. : rio Xingu ( Pilger ).
Lingbya Kützingü Schdle: Cuyabá (Pilger ).
L. putalis Mont.: Cuyaba (Pilger ).
Oscillatoria brevis Ktzg.: Cuyaba (Pilger).
O. curviceps Ag.: Cuyaba ( Pilger ).
Pilgeria brasiliensis Schdle: rio Xingu ( Pilger ).
Schizothrix Mülleri Nceg.: Cuyaba ( Pilger ).
Scytonema cincinnatum Thuret: rio Xingu ( Pilger ).
S. subtile Moebius: Corrego Fundo e rio Paranatinga ( Pilger ).
DACRYOMYCETINEAS
Guepinea fissa Berk. : rio Paranatinga ( Pilger ).
DESMIDIACEAS
ARTHRODESMUS Incus (Brit.) Hass. : Corumbá (Malme).
A longispinus Borge: Bandeira (Malme).
A. mucronulatus Nordst.: Cuyaba (Malme).
A. subulatus Kitz. : Corumbá (Malme).
CLOSTERIUM acerosum (Schrank) Ehrenb.: Cuyaba (Malme).
C. Calosporum Wittr. >
var. brasiliense Borge: Corumba (Malme).
. Ehrenbergii Menegh. : Corumbá (Malme).
. gracile Breb. forma: Cuyaba (Malme).
Kiitzingii Breb: Coxipó, Bandeira, Cuyaba, Corumbá (Malme).
. Leibleinii Kutz. : Corumbá, Cuyabá (Malme).
. parvulum Nüg. : Coxipo, Cuyabá, Corumbá (Malme).
. porrectum Nordst.: Bandeira (Malme).
. pusillum Hantzsch.: Cuyaba, Bandeira (Malme).
. setaceum Ehrenb. : Cuyaba (Malme).
. striolatum Ehrenb. :
forma minor: Cuyaba (Malme).
. tumidum Johns: Serra da Chapada (Malme) ;
forma major: Corumba (Malme).
C. turgidum Ehrenb.: Coxipo (Malme) ;
forma brasiliensis Nordst. : Cuyaba (Malme).
C. Venus Kiitz.: Coxipö, Bandeira, Cuyaba, Corumbá (Malme).
COSMARIUM ansatum (Ehrenb.) Rab. : Corumbá (Malme).
C. Baileyi Wolle: Cuyabä, Corumba (Malme).
C. calcareum Wittr.
var. brasiliense Borge: (Malme).
© © © Fee CE
Q
30
SUIS CEO
«
a
AAO Oe
GO QUO Querer
ENT O
EO
OQ
Q
ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
. circulare Reinsch. : Corumbá (Malme).
. clepsydra Nordst. : Corumbá (Malme).
. corumbense Borge: Corumba (Malme).
crenatum Ralf. : Corumbá (Malme).
. dichondrum -West. : Corumbá (Malme).
. excavatum Nordst. (Malme).
. galeritum Nordst. :
var. subtumidum Borge: Corumbá (Malme).
. granatum Ralfs: Corumba (Malme).
var. concavum Lagersh. : Corumbá (Malme).
. Hammeri Reinsch.: Cuyaba (Malme).
. labiatum Borge. : Cuyaba (Malme).
. laticollum Delp. : Coxipó (Malme).
. Lundellii Delp. : Corumba (Malme).
. Meneghinii Breb.: Cuyaba, Corumbá (Malme) ;
var. Reinschii Istv.: Corumbä (Malme).
. mamillatum Borge. : Coxipó (Malme).
. moniliforme (Turp.) Ralfs.: Cuyaba, Corumba (Malme).
. obsoletum (Hantsch) Reinsch. (Malme).
>. ornatum Ralfs.: Cuyaba, Corumba (Malme).
. ovale Ralfs.: Corumba (Malme).
. pachydermum Lund. : Cuyabá, Corumbá (Malme).
. parvulum Breb.: Bandeira (Malme).
. polymorphum Nordst. :
var. paulense Borge. : Cuyaba (Malme).
. porrectum Nordst.: Corumba (Malme).
pseudoconnatum Nordst. : Coxipo e Corumbá (Malme).
. pseudopyramidatum Lund. : Cuyabä (Malme).
pseudotaxichondrum Nordst.
var. biverrucosum Borge. : Coxipo (Malme).
. Regnellii Wille. Corumba (Malme).
. simulum Borge: Coxipo (Malme).
. subspeciosum Nordst. : Coxipö (Malme) ;
var. validus Nordst. : Cuyaba (Malme).
. subtumidum Nordst.
var. circulare Borge: Corumba (Malme).
. tesselatum (Delp.) Nordst.
var, Nordstedtü Mob.:_Bandeira (Malme).
. tinctum Ralfs: Cuyaba (Malme).
. trilobatum Reinsch: Cuyaba (Malme).
punctulatum Breb. var. subpunctulatum (Nordst) Borge. : Corumbá ‘Malme).
. pyramidatum Breb.: Coxipó, Corumbá (Malme).
A. J. DE SAMPAIO — A FLORA DE MATTO GROSSO
Desmidium Baileyi (Ralfs) Nordst. :
forma tetragona : Corumba (Malme).
D. cylindricum Grev.: Bandeira, Cuyabä (Malme).
D. gracilipes (Nordst.) Lagerh.: Coxipo (Malme).
Euastrum ansatum Ralfs: Cuyaba (Malme).
E. abruptum Nordst.: Cuyaba (Malme).
E. binale (Turp.) Ehrenb.: Corumba (Malme).
forma lagoensis Nordst.: Corumba (Malme).
E. brasiliense Borge : Coxipö (Malme).
E. brevipes Nordst. : Bandeira (Malme).
E. denticulatum (Küchn) Gay: Cuyaba (Malme).
E. elegans (Breb.) Kütz.: Bandeira (Malme).
E. latipes Nordst.: Corumba (Malme).
E. Malmei Borge: Coxipo (Malme).
E. subglaziovii Borge
var. minor Borge: Corumbä (Malme).
. subintegrum Nordst.: Cuyaba, Bandeira (Malme).
E. suboculatum Borge : Bandeira (Malme).
Gonatozygon monotaenium de Bar. : Corumbá (Malme) ;
var, pilosel Jum Nordst. (Malme).
Gymnozyga moniliformis Ehrenb.
var. gracilescens Nordst. : Coxipo (Malme).
Hyalotheca dissiliens (Dillw.) Breb.: Cuyaba (Malme).
Micrasterias apiculata (Ehrenb.) Menegh. : Cuyaba (Malme).
. acquilobata Borge : Coxipó (Malme).
. Crux-melitensis (Ehrenb.) Hass.: Corumbä (Malme).
. decemdentata Näg.: Corumbá, Coxipo (Malme).
. depauperata Nordst.: Coxipö (Malme).
. furcata Ralfs: Bandeira, Cuyaba, Corumba (Malme).
. galeata Borge: Coxipó (Malme).
integra Nordst. : Coxipd (Malme).
laticeps Nordst. : Corumbá, Cuyaba (Malme).
res]
. ornamentalis (Lofgr. et Nordst) Borge : Coxipo (Malme).
. radiosa Ralfs : Corumba (Malme).
. rotata (Grev.) Ralfs: Corumba (Malme).
. Torreyi Bail.
SS eases see
var. Nordst edtiana (Hieron.) Schmidle : Bandeira, Corumba (Malme).
M. truncata (Corda) Breb.: Corumba (Malme).
Onychonema laeve Nordst.: Corumba (Malme) ;
var. micracanthum Nordst.: Corumba (Malme).
Penium libellula (Focke) Nordst. : Cuyaba (Malme).
Mahabules hwarensis Hobs: Cuyaba, Corumba (Malme).
31
ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
P.? minutissima Nordst.: Cuyaba (Malme).
P. minutum (Ralfs) Cleve :
forma major : Corumba (Malme).
var. crassum West.: Coxipó (Malme).
P. navicula Breb. : Coxipó (Malme) ;
forma minor : Cuyaba (Malme).
P. Naegelii Breb. : Coxipö, Corumba (Malme).
Pleurotaenium cuyabense Borge : Cuyaba (Malme).
P. Ehrenbergii (Breb.) De Bar. : Cuyaba, Corumba (Malme).
P. laevigatum Borge: Cuyaba (Malme).
>, nodosum (Bail) Lund : Cuyaba Malme).
P. parallelum West.
var undulatum Borge: Corumba (Malme).
Sphaerozosma granulatum Roy et Biss.: Corumba (Malme).
S. Wallichii Jacobs : Cuyaba (Malme).
Spirotaenium parvula Arch. : Corumba (Malme).
Staurastrum cosmarioides Nordst.: Coxipo (Malme).
. cuspidatum Breb. : Corumbá (Malme).
. Dickei Ralfs: Corumba (Malme).
. dilatatum Ehrenb.
var. insignis Rac. : Corumba (Malme).
. muticum Breb., Corumba (Malme).
. orbiculare (Ehrenb.) Menegh.: Corumba (Malme)
. pseudopachyrrhynchum Wolle
var. poloncium Eichl. et Gretw. : Corumba (Malme),
. quadrangulare Breb.: Corumba (Malme).
. subpolymorphum Borge : Corumba (Malme).
. trifidum Nordst,
var. glabum förma torta: Corumbä (Malme).
var. inflexum West. Coxipo (Malme).
Xanthidium pseudoregulare Borge : Coxipó (Malme).
X, ornatum Borge : Bandeira (Malme).
—
MN
dp)
un O Um
nn Un
FISSIDENTACEAS
Fissidens Hornschuchii Mont.: S. Cruz ( Lindman ).
F. mattogrossensis Broth.: Cuyaba, Coxipö ( Lindman ).
F. Pennula Broth.: Diamantino ( Lindman ).
F. perfalcatus Broth. : rio Sangrador, perto de Cuyaba ( Lindman ).
A. J. DE SAMPAIO — A FLORA DE MATTO GROSSO 33
HEPATICAS
Aerolejeunea torulosa (L. et L. ): Matta da Poaia ( Lindman ).
Aneura Schwaneckei St. : Serra da Chapada ( Lindman ).
Bryolejeunea diffusa (Nees): Matta da Poaia ( Lindman ).
B. tenuicaulis ( Tayl): Serra da Chapada e Serra de Tapirapuan ( Lindman ).
Dumortiera hirsuta ( Siw.) : Cuyaba (Lindman ).
Eulejeunea sp. : S. Jose ( Lindman ).
E. opaca (G.): rio Sangrador perto de Cuyaba ( Lindman ).
Frullania arietinia Tayl. : Serra da Chapada ( Lindman ).
F. gibbosa Nees: Jangada ( Lindman ).
F. Leprieurü Ldbg.: Serra de Tapirapuan ( Lindman ).
F. riojaneirensis Raddi: Serra da Chapada ( Lindman ).
Hygrolejeunea pallida L. et G. : Serra da Chapada ( Lindman ).
Lophocolea irrigata Spruce : Diamantino (Lindman ).
Mastigolejeunea reflexistipula (L. et L.): Palmeiras ( Lindman ).
Noteroclada porphyrorhiza (Nees ): Palmeiras ( Lindman ).
Plagiochila confertissima St.: Serra de S. Jeronymo e Palmeiras ( Lindman ).
P. Guilleminiana Mont. : Serra da Chapada (Lindman ).
P. thysanotis Spruce: Matta da Poaia ( Lindman ).
Radula Didrichsenü St.: Matta da Poaia ( Lindman ).
Riccia plano-biconvexa St: Coxipo ( Lindman ).
Taxilejeunea Chamissonis ( Ldbg ): Palmeiras ( Lindman ).
P. laxa ( Ldbg. ): S. Cruz ( Lindman ).
HOOKERIACEAS
Hookeria Martiana Smith? Urucum ( Hoehne ).
Lepidopilum flexifolium C, Müll. ; Matta da Poaia ( Lindman ),
HYDNACEAS
Hydnum rawakense Pers. : S. Anna da Chapada ( Malme ).
HYDRODICTYACEAS
Celastrum microporum Naeg. ( Malme ).
Celastrum proboscideum Boklin ( Malme ;.
C. pulchrum Schmidle ( Malme ) ;
var. intermedium Bohl. e mamillatum Bohl. ( Malme ).
_ C. sphaericum Naeg. ( Malme ).
5
34 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
HYDRODICTYACEAS
Pediastrum duplex Meyen.
var. clathratum A. Br. (Malme);
var. coherens Bohl. (Malme) ;
var. asperum A. Br. (Malme).
P. Tetras (Ehrenb.) Ralfs. (Malme).
Selenosphaerium americanum Bohlin (Malme).
Sorastrum crassispinosum (Hansg.) Bohlin (Malme).
S. sinulosum Naeg. (Malme).
HYPNACEAS
Stereophyllum augustirete Broth. : Palmeiras (Lindman).
S. chlorophyllum (Hornsch.) Mitt.: Matta da Poaia (Lindman).
S. leucostegum (Brid.) Mitt.:S. Anna da Chapada e Fazenda das Araras (Lindman).
S. oblingifolium Broth.: Serra de Tapirapuan (Lindman).
HYPOPTERYGIACEAS
Racopilum tomentosum (Hedw.) Brid.: Serra da Chapada e Serra de Tapirapuan
(Lindman).
HYSTERIINEAE
Morenoella Curatellae Starb. : Cuyaba (Malme-Lindman).
M. reticulata Starb. : S. Anna da Chapada (Malme-Lindman).
LESKEACEAS
Anomodon sciuroides (Hamp.): Serra da Chapada (Lindman).
Thuidium mattogrossense Broth. : Serra da Chapada (Lindman).
T. scabrosulum Mitt. : Serra de S. Jeronymo (Lindman),
T. schistocalyx (C. Müll.) Mitt. : S. Cruz e Fazenda das Araras (Lindman).
LEUCOBRYACEAS
Ochrobryum subobtusifolium Broth.: Serra da Chapada (Lindman).
Octoblepharum albidum Hedw. : Palmeiras e Serra de Tapirapuan (Lindman).
O. cylindricum Schimp. : Serra de Tapirapuan (Lindman).
LICHENS
Parmelia abstrusa Wain.: Serra da Chapada (Malme).
f. laevigata Lynge: S. Anna da Chapada e Serra da Chapada (Malme).
A. J. DE SAMPAIO — A FLORA DE MATTO GROSSO 35
Parmelia acariospora A. Zahlbr.: S. Anna da Chapada (Malme).
B:
P. Annae Lynge.: S. Anna da Chapada e Serra da Chapada (Malme).
Pi
P. brasiliana Nyl.
o)
ze) Ing) tao) ng) 39) no) ing) ng) Ine) ne) a0), re)
ao) qe) ag)
So) Te) ae) eh ro) Jo) el “el ao)
nal ie) ag)
amazonica Nyl.:S. Anna da Chapada e Serra da Chapada (Malme).
bahiana Nyl. : S. Anna da Chapada e Serra da Chapada (Malme).
var. novella (Wain.) Lynge: Serra da Chapada (Malme)
.cetrata Ach.: S. Anna da Chapada (Malme) ;
f. corniculata Müll Arg. : S. Anna da Chapada (Malme) ;
sub-sp. radiata Lynge : Serra da Chapada (Malme).
. chapadensis. Lynge : Serra da Chapada (Malme).
. continentalis Lynge: Corumba (Malme).
. continua Lynge: Serra da Chapada (Malme).
. cornuta Lynge: S. Anna da Chapada (Malme) ;
var. crocea Lynge: S. Anna da Chapada (Malme).
. cristifera Tayl. : Burity na Serra da Chapada (Malme).
. crustacea Lynge: S. Anna da Chapada (Malme).
. cylisphora (Ach.) Wain. S. Antonio (Morro Grande), perto de Cuyaba (Malme)
. digitata Lynge : S. Anna da Chapada (Malme).
. fungicola Lynge: S. Anna da Chapada (Malme).
. gracilis (Müll. Arg.) Wain. : Serra da Chapada (Malme).
. Langit Lynge; S. Anna da Chapada (Malme).
. latissima Fée : Coxipo-mirim, perto de Cuyaba, S. Anna da Chapada e Serra
/
da Chapada (Malme) ;
var. corniculata Krplh: S. Anna da Chapada e Serra da Chapada (Malme) ;
f. microspora Lynge : Serra da Chapada (Malme) ;
var. minima Lynge: Serra da Chapada (Malme).
. leucoxantha Müll. Arg.: Cuyaba (Malme).
. marginalis Lynge: S. Anna da Chapada (Malme).
. melanothrix (Mont.) Wain.: S. Anna da Chapada (Malme).
. Merrill Lynge: Cuyaba (Malme).
. minima Lynge : Serra da Chapada (Malme).
. minarum Wain.: Serra da Chapada (Malme).
. Nylanderi Lynge: Serra da Chapada (Malme).
. palmarum Lynge: Serra da Chapada (Malme).
. persulphurata Nyl.: Burity na Serra da Chapada (Malme).
. proboscidea Tayl.: Bocca da Serra na Serra da Chapada (Malme).
. regis Lynge: S. Anna da Chapada (Malme).
. Regnellii Lynge: Serra da Chapada (Malme).
f. arida Lynge: Serra da Chapada (Malme).
. saccatiloba Tayl.: S. Antonio, perto de Cuyabá e Chapada (Malme).
. semilunata Lynge: Burity na Serra da Chapada (Malme).
. sylvatica Lynge S. Anna da Chapada e Serra da Chapada (Malme).
36 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
P. tinctorum Despr.: S. Anna da Chapada e Burity (Malme).
P. Uleana Müll. Arg.: S. Anna da Chapada, Serra da Guia de Coxipö-mirim
(perto de Cuyaba), Serra da Chapada (Malme).
P. viridescens Lynge: S. Anna da Chapada (Malme).
P Wainioana Lynge: S. Anna da Chapada (Malme).
P. xanthina (Müll. Arg.) Wain.: Serra da Chapada (Malme).
P. Zahlbruckneri Lynge: Serra da Chapada (Malme).
Pseudoparmelia cyphelata Lynge: S. Anna da Chapada (Malme).
PYXINE coccifera (Fée) Nyl.: Cuyaba e S. Anna da Chapada (Malme).
P. connectens Wain.: Cuyaba (Malme).
P. coralligera Malme: Serra da Chapada (Malme).
P. Eschweileri (Tuck.) Wain.: Cuyabä, S. Anna da Chapada, Serra da Chapada e
Corumba (Malme).
P. Meissneri Tuck.
var. convexula Malme: Corumbá (Malme) ;
var. genuina Malme: Cuyaba e Corumba (Malme) ;
var. physciaeformis Malme: Corumba (Malme).
P. minuta Wain.: Cuyaba, Morro Grande de S. Antonio, Serra da Guia (Malme).
P. obscurascens Malme: Serra da Chapada (Malme):
RINODINA conspersa Muell. Arg.: Cuyaba e Corumba (Malme).
R. deminuta Malme: S. Antonio e Cuyaba (Malme).
R. dispersa Malme: Corumba (Malme).
R. dolichospora Malme: S. Antonio (Malme).
R. gyalectroides Muell. Arg.: Guia, S. Antonio, Coxipo-mirim, Cuyaba (Malme).
R. intrusa (Kremp.) Malme: Cuyaba e Corumba (Malme).
R. lepida (Nyl.) Wain.: S. Antonio, S. Anna da Chapada e Serra da Chapada
(Malme).
R. megapotamica Malme : Cuyaba (Malme).
R. Mülleri Malme (Catolechnia tenuis Muell. Arg.): S. Antonio (Malme).
R. physciaeformis Malme: S. Antonio (Malme).
LYCOPERDACEAS
LYCOPERDON griseo-lilacinum P. Henn.: rio Paranatinga (Pilger).
NECKERACEA
Acrocryphaea julacea (Hornsch.); S. José, Palmeiras, Matta da Poaia (Lindman).
Hydropogonella gymnostoma Card.: Cuyaba (Lindman).
Leucodon domingensis Spreng. : Matta da Poaia e Serra de Tapirapuan (Lindman).
Meteorium decurrens Broth.: S. Anna da Chapada e Matta da Poaia (Lindman).
Neckera disticha Sw. ; Matta da Poaia (Lindman).
N. undulata Hedw.: Palmeiras e Matta da Poaia (Lindman).
A. J. DE SAMPAIO — A FLORA DE MATTO GROSSO 37
Pterobryum Pohlii Schwaegr.: Matta da Poaia e Tapirapuan (Lindman).
Thamnium mattogrossense Broth.: Serra da Chapada (Lindman).
NECTRIOIDACEA
Aschersonia Andropogonis P. Henn. : no campo (Pilger).
ORHTOTRICHACEAS
Macromitrium stellulatum Brid.: Serra de Tapirapuan (Lindman).
PEZIZINEAS
Bulgariella foliacea Starb.: Serra da Chapada (Malme).
Ciboria ? sessilis Starb.: S. Anna da Chapada (Malme).
Ermilla similis Bresad.: Serra da Chapada (Malme).
Trichoscypha tricoloma Mont.: S. Anna da Chapada (Malme).
PHACIDIINEAS
Tryblidium goyazense P. Henn.: Corumba (Malme).
PLECTASCINEAS
Meliola mattogrossensis Starb.: Matta da Poaia (Malme).
M. Psidii Fr.: Palmeiras (Lindman).
Nostocotheca ambigua Starb. : S. Cruz (Lindman).
Zukalia sexspora Starb.: Matta da Poaia (Lindman).
PLEUROCOCCACEAS
Dimorphococcus lunatus A. Br. (Malme).
Kirchneriella lunaris (Kirch.) Möb. (Malme).
Var. Dianae Bohl. (Malme).
Nephrocytium obesum West. (Malme).
N. allantoi deum Bohl. (Malme).
Oocystis Naegeli A. Br. (Malme).
O. solitaria Wittr. (Malme).
Pilidiocystis endophytica Rohl (Malme).
Rhaphidium convolutum (Corda) Rabenh.
var. minutum (Malme).
38 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
R. polymorphum Fresen (Malm ).
var. aciculare (A. Br.) Rabenh. (Malme).
Scenedesmus acutus Meyen (Malme).
S. bijugatus (Turp.) Kitz. (Malme).
var. alternans (Reinsch) Hansg. (Malme).
S. brasiliensis Bohl. (Malme).
S. caudatus Corda (Malme).
var. hyperabundans Gutw. (Malme).
S. hystrix Lagerh. (Malme).
. incrassatulus Bohl. (Malme).
Selenastrum gracile Reinsch. (Malme).
Selenoderma Malmeana Bohl. (Malme).
Staurogenia emarginata West. (Malme).
S. rectangularis (Naeg.) A. Br. (Malme).
Tetraedron minimum (A. Br.) Hansg (Malme).
T. regulare Kitz. (Malme).
cn
POLYPORACEAS
Chaetoporus gilvus Schw.: Cuyaba, S. Anna da Chapada e Serra da Chapada
(Malme).
C. jodinus Mont.: Serra da Chapada (Malme).
C. licnoides Mont.: S. Anna da Chapada e Burity (Malme).
C. melleofulvus Romell ; Cuyaba e Coxipó-mirim (Malme).
C. scruposus Fr.: Cuyabä (Malme).
Daedalea stereoides Fr.: S. Anna da Chapada e Serra da Chapada (Malme).
Fomes amboinensis (Lam.) Fries: rio Paranatinga (Pilger).
F. lucidus (Leys) Fries: Cuyaba (Pilger).
F. omphalodes Berk.: Cuyaba (Pilger).
F. pectinatus Klotzsch : Cuyaba (Pilger).
F. sub-tomentosus Romell: Serra da Chapada (Malme).
Ganoderma fulvellum Bres.: Cuyaba (Malme).
G. ohiense Berk.: S. Anna da Chapada (Malme).
G. variabile Berk.: S. Anna da Chapada (Malme).
Gleoporus conchoides Mont.: Coxipo-mirim e Arica (Malme).
Hexagonia scutigera Fr.: Cuyaba (Malme).
Lenzites aplanata Fr.: Cuyaba (Malme).
L. distantifolia Romell : Serra da Chapada (Malme.
L. repanda (Pers.) Fries: Cuyabä (Pilger).
L. striata Sw.: Cuyaba (Malme, Pilger) ; Serra da Chapada (Malme).
Leucoporus partitus Berk.: S. Anna da Chapada (Malme).
Mucronoporus Hasskarlii Lev.: Burity (Malme).
M. pectinatus Kl.: S. Anna da Chapada (Malme).
A. J. DE SAMPAIO — A FLORA DE MATTO GROSSO 39
M. zelandicus Cook: S. Antonio, Morrinho (Malme).
Pelloporus Cunningü Berk.: Cuyaba e S. Anna da Chapada (elle ei
P. hamatus Romell: S. Anna da Chapada (Malme).
Phaeoporus ferrugineus Romell: S. Anna da Chapada (Malme).
P. luteoumbrinus Romell: Coxipó-mirim (Malme).
P. sulphuratus Fr.: S. Anna da Chapada (Malme).
Polyporus aggrediens Berk.: Cuyabá (Malme).
P. byrsinus Mont.: Cuyabá (Malme).
P. caperatus Berk.: S. Anna da Chapada e Burity (Malme).
P. fimbriatus Fr.: S. Anna da Chapada (Malme).
P. gilvus Schwein.: rio Engenho (Pilger).
P. modestus Kze.: S. Anna da Chapada e Burity.
P. occidentalis Kl.: entre S. Antonio, Coxipó-mirim, Cuyabá e Serra da Chapada
(Malme).
P. Pocula (Schwein.) B. et C.: Cuyaba (Pilger).
P. roseofuscus Romell: Burity (Malme).
P. sanguineus L. Guia (Malme).
P. trichloma Mont.: Cuyaba (Pilger).
P. trichomallus B. et M.: Cuyaba, S. Anna da Chapada e Serra da Chapada
(Malme).
P. versatilis Berk.: Cuyaba eS. Anna da Chapada (Malme).
P. vinosus Berk.: Cuyaba e Serra da Chapada (Malme).
Polystictus affinis Nees : Cuyaba (Pilger).
albocervinus Berk. : Cuyaba (Pilger).
. licnoides Mont. : Cuyaba (Pilger).
. occidentalis Klotysch : rio Engenho (?) (Pilger),
. sanguineus (L.) Mey. : Bandeira (Pilger).
. trichomallus B. et. M. : Cuyaba (Pilger),
. versatilis Berk,: Cuyaba (Pilger),
. Warmingü Berk. : rio Paranatinga (Pilger).
PORIA sinuosa Fries: Cuyaba (Pilger),
TRAMETES ambigua Berk, : Serra da Chapada e S, Anna da Chapada
(Malme).
T. cinnabarina Jacq.: Cuyaba (Malme).
T. fibrosa Fr.: Burity (Malme).
T. hydnoides Sw. : Cuyaba e S. Anna da Chapada (Malme).
seda
PROTOCOCCACEAS
OPHIOCYTIUM cochleare (Eichw.) A. Br. (Malme).
O. parvulum (Perty) A. Br. (Malme).
SCIADIUM gracilipes A. Br. (Malme),
ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
PYRENOMYCETINEAS
CAMILLEA cyclops Mont.: S. Anna da Chapadae Serra da Chapada (Malme).
C. Leprieurii Mont. : Serra da Chapada (Malme).
DALDINIA concentrica (Bolt.) Ces. et de Not.
var. Eschscholzii Ehrenb. : Cuyaba (Malme).
D. vernicosa (Schw.) Ces. et de Not. :
f. microspora : Guia (Malme).
DIDYMELLIA elliptica Starb. : Corumbá (Malme).
DIMEROSPORIUM microcarpum Starb. : Matta da Poaia (Lindman).
D. meyeri Hermanni P. Henn.: Cuyaba (Pilger).
D. parasiticum Starb. : Matta da Poaia (Lindman).
Eutypa hypoxantha (Lev. ?): S. Cruz (Lindman).
HYPOCREA turbinata Mont. : S. Anna da Chapada (Malme).
HYPOXYLON Pilgerianum P. Henn. : rio Paranatinga (Pilger).
H. annulatum (Schw.) Mont. : Serra da Chapada (Malme).
H. corticola: Rosario (Lindman).
KRETZSCHMARIA divergens Starb. : Burity (Malme).
K. novo-guinensis P. Henn.: Burity (Malme).
K. Pechueri P. Henn.: Guia (Malme).
MYIOCOPRON fecundum Sacc.—
var. albo-cyanea Starb. : Cuyaba (Malme, Lindman).
Mycosphaerella Bauhiniæ Starb. : Macoco, na Matta da Poaia (Lindman).
Nectria macrospora Starb.: S. João, na Matta da Poaia (Lindman).
NUMMULARIA Browneana (Berk. et Curt.) ; Serra da Guia (Malme).
N. Malanaspis (Mont.) Cooke: Palmeiras (Lindman),
Phyllachora Cyperi Rehm.
var, obtusata Starb.: Palmeiras (Lindman).
P. Urbaniana Allesch et P. Herm.: Cuyabä (Malme-Lindman),
PHYSALOSPORA varians Starb. : S. Cruz (Lindman).
P. atropuncta Starb.: Espinheiro (Lindman).
PORONIA hemisphaerica Starb.: Aricá (Malme).
ROSELLINIA caespitosa Starb. : Coxipó (Malme).
SEYNERIA megas Rehm.
var. macrospora Starb. : Lagoinha (Lindman).
XYLARIA aemulans Starb. : Cuyabä (Malme).
X. bertioides Starb. : Serra da Chapada (Malme).
X. brevipes Starb. : Serra da Chapada (Malme).
X. claviformis Starb. : Serra da Chapada (Malme).
X. consociata Starb.: S. Anna da Chapada (Malme).
X. delicatula Starb. : Cuyaba (Malme).
X. guyanensis Mont. : Serra de Tapirapuan (Lindman).
A. J. DE SAMPAIO — A FLORA DE MATTO GROSSO 441
X. reniformis Starb. : Serra da Chapada (Malme).
X. rostrata (Mont.) Sacc. : Serra da Chapada, Burity (Malme).
X. Schweinitzii Berk. et Curt. : Coxipö-mirim (Malme).
X. similis Starb. : Coxipo-mirim (Malme).
SEMATOPHYLLACEAS
Rhaphidostegium circinale (Hamp.) Jaeg. Sauerb.: Matta da Poaia (Lindman).
R. galipense (C. Müll.) Jaeg. Sauerb. : S. Anna da Chapada (Lindman).
R. Kegelianum (C. Mill.) Jaeg. Sauerb.: S. José (Lindman).
R. subsimplex (Hedw.) Besch: Matta da Poaia e S. Anna da Chapada (Lindman).
Trichosteleum ambiguum (Schwaegr.) Par.: S. Cruz (Lindman).
STEREODONTACEAS
Ectropothecium apiculatum (Hornsch.) Mitt.: Palmeiras (Lindman).
E. submersum Broth.: Matta da Poaia (Lindman).
Eutodon argyreus (Besch.): Palmeiras, Serra de Tapirapuan e S. Anna da Chapada
(Lindman).
Isopterygium curvicollum (C. Müll.) Mitt.: Palmeiras (Lindman).
Microthamnium campaniforme (Hamp.) Jaeg. Sauerb.: Palmeiras e Fazenda das
Araras (Lindman).
M. delicatulum Broth.: Palmeiras (Lindman).
M. simorhynchun (Hamp.) Jaeg. Sauerb.: Tapirapuan (Lindman).
SYRRHOPODONTACEAS
Calymperes Lindmanii Broth.: Palmeiras (Lindman).
C. chlorosum Hamp. : rio Sangrador, perto de Cuyaba (Lindman).
C. Uleanum Broth. : Tapirapuan (Lindman).
Syrrhopodon Hobsoni Hook Grev.; Palmeiras, S, Cruz e Serra de S. Jeronymo
(Lindman).
Tetrasporaceas
Dictyosphaerium Ehrenbergianum Naeg. (Malme),
D. pulchellun Wood. (Malme).
Palmella mucosa Kütz. (Malme).
THELEPHORACEAS
Corticium tuberculosum Pat.: Serra da Chapada (Malme).
Hymenochaete damaecornis Link: S. Anna da Chapada (Malme).
H. Kunzei Mass.: S. Anna da Chapada e Burity (Malme).
H. reniformes Fr.: S. Anna da Chapada (Malme).
H. tabacina Sow.: S. Anna da Chapada (Malme).
H. tenuissima Berk.: rio Paranatinga (Pilger).
864 6
42
ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Stereum albobadium Schw.: Cuyaba (Malme).
S. cinerescens Schw.: S. Anna da Chapada (Malme).
S. duriusculum B. Br.: S. Anna da Chapada (Malme).
S. fasciatum Schw.: S. Anna da Chapada (Malme).
S. molle Lev.: Serra da Chapada e S. Anna da Chapada (Malme).
S. papyrinum Mont.: Cuyaba, S. Anna da Chapada e Serra da Chapada (Malme).
Thelephora caperata B. et Mont.: Cuyaba (Malme).
T. radicans Berk.: S. Anna da Chapada (Malme).
TORTULACEAS
Hyophila mattogrossensis Broth. : Diamantino (Lindman).
Tortella Lindmaniana Broth. : Palmeiras (Lindman).
TREMELLINEAE
Auricularia mesenterica (Dicks.) Fr. : Cuyaba e Buryty (Malme).
Hirneola auriformis (Schuw.) Fr.: Serra da Chapada (Malme).
H. polytricha (Mont.) Fr.: Cuyabä e Serra da Chapada (Malme).
TRICHOSPHAERIACEAS
Pilgeriella perisporioides P. Henn.: rio Colyseo (Pilger).
UREDINEAS
(Leg. Lindman et Malme)
Aecidium calosporum Juel: Cuyabä (Malme).
A. mattogrossense Juel: S. Cruz (Lindman).
A. momordicae Juel: Palmeiras (Lindman),
Asp. S. Cruz da Barra.
A. sp. : Palmeiras.
Leptinia brasiliensis Juel : Serra de Tapirapuan (Lindman),
Puccinia sp. : Lagoinha.
Uromyces foveolatus Juel: Cuyaba (Lindman),
U. pervius Juel: Capäo Secco (Lindman).
VOLVOCACEAS
Volvox aureus Ehrenb. : Malme.
Eudorina elegans Ehrenb. : Malme.
Pandorina Morum: Bory: Malme.
Gonium pectorale Mueell. : Malme.
ZYGNEMACEAS
Sirogonium sticticum (Engl.) Kutz (Malme).
Spirogyra catenae formis (Hass.) Kutz (Malme).
-
A. J. DE SAMPAIO — A FLORA DE MATTO GROSSO 43
S. Grevilleana (Hass.) Kütz (Malme).
S. inflata (Vauch) Rab. (Malme).
S. Malmeana Hiern (Malme).
S. maxima (Hass.) Wittr.: Morrinho (Malme).
Zygnema stellinum (Vauch) Ag. (Malme).
PTERIDOPHYTAS
Acrostichum caudatum Hook: margem de Curupira e Matta da Poaia ( Lindman ).
A. Guianense (Aubl.) Bak. : Matta da Poaia ( Lindman ).
A. latifolium See.
var. rubicundum Bak.: Fazenda Palmeiras ( Lindman ).
H. scalpturatum (Fee): Matto de Curupira ( Lindman ).
A. sorbifolium L.
var. yapurense (Mart.) Bak.: Matto de Curupira ( Lindman ).
A. viscosum Sw.: Fazenda Palmeiras e Cupim (Lindman).
Adiantum curvatum Kaulf.: rio Sepotuba ( Hoehne ).
A. denticulatum Sw. : Fazenda Palmeiras, margem rio Arica (Lindman).
A. do labriforme Hook. : Cuyaba, Fazenda Palmeiras ( Lindman ).
A. glareosum Lindm. : Cuyabá, Diamantino (Lindman).
A. lancea L.: Serra do Urucum ( Heehne ).
A. lunulatum Burm. : Urucum ( Hoehne).
A. obtusum Desv. : Fazenda Palmeiras ( Lindman ).
A. platyphyllum Sw. : Serra de Tapirapuan ( Lindman ).
A. pectinatum Kze : Serra de Tapirapuan ( Lindman ); Serra do Urucum ( Hoehne ).
A. rectangulare Lindm.: Fazenda Palmeiras ( Lindman ).
A. sordidum Lindm.: Matta da Poaia (Lindman ).
Aneimia elegans Prest; Cuyabä, Serra de S. Jeronymo ( Beyrich ).
Aneimia flexuosa Sw.
var. genuina Prantl: Diamantino (Lindman ).
A. hirta Sw. : Cuyaba (Riedel).
A. laxa Lindm. : Serra da Chapada ( Lindman ).
A. palmarum (Lindman): Fazenda Palmeiras ( Lindman ).
A. Presliana Prantl: Cuyaba, Palmeiras ( Lindman ).
A. villosa H. B. : Tapirapuan (Hoehne ).
Aspidium semicordatum Sw.: Serra de Tapirapuan ( Lindman ).
Asplenium auritum Sw.
war. macilentum (Kze.) Bak. : Fazenda Cupim (Lindman ).
A. formosum Wild.: Serra de Tapirapuan ( Lindman).
A. furcatum Thumb. : Capão Secco (Lindman ).
A. otites Lind; Serra de Tapirapuan (Lindman).
A, pulchellum Cad. : Corumba ( Hoehne).
44 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Blechnum asplenioides Sw.: Fazenda de S. José 4 margem do rio Cuyaba
( Lindman ).
B. brasiliense Desv.: Corumbá ( Heehne ).
B. occidentale L. : Fazenda Cupim (Lindman ).
Ceraptoteris thalictroides: Barra do rio dos Bugres (Lindman ).
Davallia inaequalis Kze: Matta da Poaia (Lindman ).
Equisetum giganteum L. (Riedel ) ( Weddell ).
Gleichenia rigida (Kze): Fazenda S. José ( Lindman ).
Gymnograme rufa Desv. : Fazenda Palmeiras (Lindman ).
G. tartarea Desv. : Fazenda Palmeiras ( Lindman ).
G. tomentosa Desv. : Fazenda Palmeiras ( Lindman ).
Hemitelia setosa Mett.: Fazenda S. José ( Lindman ).
Hymenophyllum pussilum (Schott) Sturm: Serra de Tapirapuan ( Lindman).
Lindsaya lancea (L. ) Mett. :
forma genuina Lindm.: Serra de Tapirapuan (Lindman);
forma marginalis Lindm. : Serra de Tapirapuan (Lindman).
Lycopodium dichotomum L.: Capäo Secco proximo a S. Anna da Chapada
(Lindman).
L. Jussieui Desv. : provavelmente prov. M. Grosso (Fl. Mart).
Lygodium mexicanum Presl: Palmeiras, Cuyaba (Lindman).
Marsilia polycarpa Ha. et Grev. : Corumbá (Hcehne).
Meniscium reticulatum Sw.: Fazenda S. José e Matto de Curupira (Lindman).
Nephrodium patulum Bak. : Fazenda Palmeiras e Matto de Curupira (Lindman).
N. pretensum Afzel: Matta da Poaia (Lindman).
Nephrolepis cordifolia Presl : Fazenda Palmeiras (Lindman); Matto de Curupira
(Lindman).
N. exaltata (L.) Schott: Fazenda Palmeiras (Lindman).
Oetosis lineata (L.) Neck. : Fazenda Cupim e Matta da Poaia (Lindman).
Polypodium adnatum Kze: Matta da Poaia (Lindman).
. angustifolium Sw.: Fazenda Palmeiras (Lindman).
. aureum L.
var. areolatum Hbk.: Capäo Secco (Lindman).
P. cordatum Kze.: Fazenda Cupim (Lindman).
P. crassifolium L.: rio Sepotuba (Hoehne).
P. decumanum Willd.: Fazenda Palmeiras (Lindman); Tapirapuan (Hæhne).
E
P
Pp
ae) ta)
. incanum Sw. : Fazenda Palmeiras (Lindman).
. lanceolatum L.: Fazenda Cupim (Lindman).
. pectinatum L.
var. squarrosum Lindm.: Fazenda S. José (Lindman).
P. persicariæfolium Schrad.: Fazenda Palmeiras, Matto do Curupira. Matta da
Poaia (Lindman); rio Sepotuba (Hcehne).
P. phyllitidis L.: Matta da Poaia (Lindman) ; rio Sepotuba (Hcehne).
A. J. DE SAMPAIO — A FLORA DE MATTO GROSSO 45
P. repens (Aunl.) Sw.
var. abruptum Lindm.: Matto do Curupira, Matta da Poaia (Lindman).
Pteris decurrens Presl: Fazenda Palmeiras (Lindman).
P. Hostmanniana Prest: Fazenda Palmeiras (Lindman).
P. quadriaurita Retz. : Fazenda Palmeiras (Lindman).
Psilotum triquetrum Sw. : Fazenda Cupim (Lindman).
Selaginella erythropus (Mart.): Serra de Tapirapuan, Fazenda Palmeiras
(Lindman).
Taenitis Angustifolia R. Pr.: Matto do Curupira e Serra de Tapirapuan (Lindman),
Trichomanes crispum L.: Cuyaba-mirim (Lindman).
T. Kraussii Hook. et Grev. (Lindman).
T. pinnatum Hedw.: Serra de Tapirapuan (Lindman).
T. punctatum (Poir.) Hook. et Grev.: Matta da Poaia (Lindman).
T. sphenoides Kunze: Matta da Poaia (Lindman).
GYMNOSPERMAS
Cycadaceas
Zamia Brongniarti Wedd.: Villa Maria (Weddell, seg. Moore); S. Cruz e
Campos de Tapirapuan (Moore).
ANGIOSPERMAS
Monocolyledoneas
Alismataceas
Alisma echinocarpum Seub. (Manso).
Echinodorum grandiflorus (Camb. et Schl). Micheli: Coxipo da Ponte (Hoehne).
E. paniculatus Micheli: Corumba (Moore).
E. tenellus (Mart). Buch. : Coxim e Corumbá (Hcehne).
Lophiocarpus guianensis (Kth.) Mich. : Cuyaba (Pilger).
var. echinocarpus Buch.: S. Luiz de Caceres (sub Lophotocarpus).
Lophotocarpus Seubertianus (Mart.) Buch.: Coxipo da Ponte (Hochne).
Sagittaria aff. montevidensis Camb. et Schl.: Corumbá (Hcehne).
S. pugioniformis L. Diss. : Coxim e S. Luiz de Caceres (Hoehne).
Amaryllidaceas
Alstroemeria brasiliensis Spreng. : Paranatinga (Pilger); Colmeia de S. Lourenço
(Hcehne). *
A. chapadensis Hcehne: Serra da Chapada (Hoehne).
A. psittacina Lehm. ? Coxim (Hcehne).
46
ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Amaryllis regine L.: S. Luiz de Caceres (Hoehne).
Bomarea spectabilis Schenk: S. Luiz de Caceres e Tapirapuan (Hcehne) ;
var. parvifolia: Corumbá e Coxipó da Ponte (Hoehne).
Curculigo ensifolia Bak.: S. Cruz (Moore).
Zephyranthes lactea S. Moore: Jangada (Moore); S. Luiz de Caceres (Hcehne).
Araceas
Anthurium gracile Lindl. : S. Cruz-Tapirapuan (Moore).
A. sylvestre S. Moore: S. Cruz-Tapirapuan (Moore).
Aphyllarum tuberosum S. Moore : S. Cruz (Moore).
Caladium heterotypicum S. Moore : S. Cruz (Moore).
C. striatipes Schott: S. Luiz de Caceres (Hoehne).
Monstera Brownii S. Moore: S. Cruz (Moore).
M. falcifolia Engl. : limites Brazil-Bolivia (Herzog).
Philodendron speciosum Schott : rio Batovy (Pilger).
Ph. sp. Moore: Corumba (Moore).
Taccarum Weddellianum Brongn. : (Riedel); (Moore); Corumbá (Hcehne).
Xanthosoma platylobum Engl. : S. Luiz de Caceres (Hoehne).
Bromeliaceas
Aechmea brachyclada Bak. : rio Colyseo (Pilger).
A. bromelizfolia Bak. : S. Cruz (Moore).
A. tinctorea Mez: S. Luiz de Caceres e rio Jaurü (Hoehne).
Ananas sativus Schult. f. : S. Cruz (Moore).
var. microstachys Lind.: S. Luiz de Caceres, Porto Esperidiao e Tapirapuan
(Hoehne).
Araeococcus micranthus Brongn. : salto Utiarity (Hcehne).
Billbergia Meyeri Mez: rio Colyseo (Pilger).
Bromelia fastuosa Lindl. : Cuyaba (Pilger).
Dickia dissitifolia Schutz. f. : S. Luiz de Caceres (Hoehne).
D. orobanchoides Mez: Corumbá (Hoehne).
Pitcairnia Burchelli Mez: rios Burity, Papagaio, Sacre e Sacuruina (Hoehne).
Tillandsia atrichoides S. Moore : entre Corumba e Ladario (Moore).
T. Goyazensis Mez: S. Luiz de Caceres (Hoehne).
T. Paraensis Mez: salto Utiarity (Hoehne).
T. Regnelli Mez: rio Jaurü (Hoehne).
F. Streptocarpa Bak.: S. Luiz de Caceres — Perisal (Hoehne).
Vriesea Sanctae-Crucis S. Moore: S. Cruz (Moore).
Burmanniaceas
Burmannia alba Mart. : S. Anna da Chapada (Malme).
B. bicolor Mart.: S. Anna da Chapada (Malme); entre Burity e S. Jeronymo
(Lindman) ; Chapada (Malme).
A. J. DE SAMPAIO — A FLORA DE MATTO GROSSO 47
Calyptrocarya fragifera.: Kth: Palmeiras (Lindman).
B. capitata (Walt.) Mart.: Cuyaba e S. Anna da Chapada (Malme); Coxipó da
Ponte (Hcehne).
B. flava Mart.: Cuyabä e Anna da Chapada (Malme); Rosario (Pilger); S. Luiz
de Caceres, Tapirapuan, rio Manso, etc.( Hcehne).
B. grandiflora Malme: S. Anna Chapada (Malme) ; Casa da Pedra (Hcehne).
Butomaceas
Limnocharis Plumieri L. C. Rich. (Manso).
Linnocharis flava (h.) Buch. : Coxipö da Ponte (Hoehne).
Cannaceas
Canna glauca L.: Perto do Triumpho, no rio S. Lourenço (Hoehne).
Commelinaceas
Aneilema Schomburgkianum Kth. (Manso).
A. semifoliatum C. B. Clarke: S. Cruz (Moore); valle do Cuyabá (Pilger).
Commelina elegans Humb. var. glabriuscula : Melgaço (Hoehne).
C. nudiflora L.: S. Cruz (Moore).
C. Schomburgkiana Klotzsch S. Cruz (Moore).
C. virginica L.: Corumbá e Jangada (Moore).
Dichorisandra Aubletiana R. et Sch.: rio Nobre (Pilger) ; Corumbá (Hoehne).
D. aff. Luschnattiana Kth.: Salto Augusto (Hcehne).
D. mollis Kth. : Melgaço (Hcehne).
D. villosula Mart. : S. Manoel (E. do Amazonas) (Hœhne).
Dithyrocarpus glabratus Kth. : S. Manoel (E. Amazonas) (Hoehne),
Tradescantia diuretica Mart. : Cuyaba (Manso).
T. ambigua Mart. :
Var pilosula Hoehne : Corumbá (Hcehne).
Leptorrhoeo filiformis Clarke : Coxipó da Ponte (Hcehne),
Cyclanthaceas
Carludovica mattogrossensis Lindm. : Matta da Poaia (Lindman).
Cyperaceas
Ascolepis brasiliensis C. B. Clarke: S. Anna da Chapada (Lindman).
Bulbostylis conifera Kth. : Cuyabá (Lindman).
B. Jacobina (Steud.) Lindm. : Cuyaba e Arica (Lindman).
48 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
B. Junciformis C. B. Clarke: Serra da Chapada (Moore): Cuyaba (Lindman).
B. lanata var. xyrioides (Kuekental); Arica (Lindman).
B. paradoxa Kto.: Arica (Lindman).
Calyptrocarya fragifera kth. : Palmeiras ( Lindman ).
Cyperus adenophorus Schrad.: S. Cruz (Moore) ;
var. aphylla Boeck.: S. Cruz (Moore).
C. amabilis Vahl: Cuyaba (Pilger).
C. Haspan L.
var. americanus Bckl.: Cuyaba (Lindman); valle do Cuyaba (Pilger).
C. Luzulae Rottb.: rio Brazinho (Moore), rio Cuyaba (Pilger).
C. Simplex HBK.: S. Cruz (Moore, Lindman).
C. uncinulatus Nees: Cuyaba (Lindman).
Dichromera ciliata Vahl: Serra da Chapada (Moore); Cuyaba (Lindman).
D. longa Lindm.: S. Cruz (Lindman).
Diplacrum longifolium Lindm.: S. José e Matta da Poaia (Lindman).
Fimbristylis diphylla Vahl: S. Cruz (Moore); Cuyaba e Rosario (Pilger).
F. monostachya Hassk.: Cuyaba e Coxipö-mirim (Lindman).
F. Sellowiana Lindm.: S. Anna da Chapada (Lindman).
Fuirena incompleta Nees: Piava (Pilger).
Haplostylis armeriaeflora Nees: rio Cuyaba (Manso).
Heliocharis capillacea Kth.: S. José e Diamantino (Lindman).
H. chætaria R. et Sch.: Piava (Pilger).
H. fistulosa Schult.: Cuyaba (Pilger).
H. geniculata R. Br. Diamantino (Lindman).
. microcarpa Torrey: Serra de Tapirapuan (Lindman).
. mutata R. Br.: Serra da Chapada (Lindman),
. obtusitrigona (Lind. et N.): S. Luiz de Caceres (Hoehne),
. ochreata Nees: Serra da Chapada (Moore),
. punctata Boeck.: S. Cruz (Moore).
H. sulcata Nees: Serra da Chapada (Moore); Cuyaba (Lindman); Cuyaba
(Pilger).
Hypolytrum irrigum Nees: entre S. Cruz e Diamantino (Moore).
H. longifolium Nees: entre S. Cruz e Campos de Tapirapuan (Moore).
Kyllinga pumila Michx : S. Cruz (Moore).
K. pungens Link: S. Cruz (Moore) ; Cuyaba (Pilger).
Lipocarpha Selloana Kth. : Cuyabä (Pilger).
L. Sellowiana Kth.: S. Cruz (Moore).
L. triceps Nees: (Lindman).
Mariscus cylindricus Elliot
var, australis Lindman. : Palmeiras (Lindman).
M. flavus
var. gigas Lindm. : Coxipó (Lindman).
LELEO
A. J. DE SAMPALO — A FLORA DE MATTO GROSSO 49
M. Jacquinii HBK.: entre S. Cruz e Villa Maria (Moore).
M. setiglumis C. B. Clarke: S. Cruz (Moore).
Oncostylis paradoxa Nees : (Manso).
Psilocarya conferta Nees: Cuyaba (Manso).
Pycreus angulatus Nees
f. bromoides Lindman : Cuyaba (Lindman).
Rhynchospora armerioides Prees 1: Cuyaba (Lindman, Pilger); Serra de Tapira-
puan (Lindman).
R. brevirostris Griseb.?: Morrinho de S. Antonio e Serra de Tapirapuan
(Lindman).
R. cephalotes Vahl: rio dos Bugres (Moore) ; Diamantino (Lindman) ; rio Co-
lyseo (Pilger).
var. interrupta : Serra da Chapada e S. Cruz (Moore).
. exaltata Kth.: entre S. Cruze Diamantino (Moore).
. gigantea Link. : Cuyaba (Lindman).
. glauca Vahl: Serra da Chapada (Moore).
. globosa Roem. et Schult. : Serra da Chapada (Lindman).
. hirta Boeck. : rio Jocuara, S Anna da Chapada e Cuyabä (Lindman).
. Minarum Steud.: entre Cuyaba e Serra da Chapada (Moore); rio Colyseo
(Pilger).
R. pluricarpa Pilg.: Piava (Pilger).
R. rigida Boeck.: S. Anna da Chapada (Lindman).
R. tenuis Link, var. emaciata (Boeck.) ; Morrrinho de S. Antonio (Lindman).
R. velutina (Nees) Boeck. :
forma glabrescens: Paranatinga (Pilger).
var. Sellowiana Kth.: S Anna da Chapada (Lindman),
Scirpus capillaris L. : Cuyaba (Pilger),
var, tenuifolia (Rudge): Cuyaba (Pilger).
S. Humboldtii Spreng. : Cuyabä e rio Batovy (Pilger),
S. micranthus Vahl: Cuyaba (Lindman).
S. paradoxus (Spreng ), Bckl. : Paranatinga (Pilger),
S. xerophylus Pilg. : Piava (Pilger).
Scleria bracteata Cav.: rio Colyseo (Pilger).
. Clarkei Lindman: Serra de Tapirapuan (Lindman).
. cuyabensis Pilg. : Cuyaba (Pilger).
. flagellum Sw. : S. Cruz (Moore).
. hirtella Sw.: valle do Cuyaba (Pilger).
. lacustris C. Wright. : S. Cruz (Lindman).
. lithosperma Sw.: Serra dos Araras (Lindman).
. microcarpa Nees: entre S. Cruze Villa Maria.
. mitis Berg: Cuyabá e S. José (Lindman); Paranatinga (Pilger).
. pratensis Nees: rio Cuyaba (Pilger).
AADAAADA
so UN Dm mm nn
>
50 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
S. pterota Presl: Palmeiras e S. Cruz (Lindman).
S. pusilla Pilg.: rio Ronuro (Pilger).
S. verticillata Willd. : S. Cruz (Lindman).
S. violacea Pilg. : rio Colyseo (Pilger).
Dioscoreaceas
Dioscorea diversiflora Griesb. : Tapirapuan (Hoehne).
D. polygonoides Hb. Cyuaba (Riedel). _
Rajania hastata L. : Cuyaba (Riedel).
Eriocaulaceas
Eriocaulon altogibbosum Ruhl.: rio Colyseo (Pilger).
E. gibbosum Koern. : Cuyaba (Malme) ;
var. matto-grossense Ruhl. : rio Ronuro (Pilger).
E. paraguayense Kcke: Sete Lagoas nas nascentes do rio Paraguay (Weddell):
Serra da Chapada (Malme) ;
E. Pilgeri Ruhl. : Cuyaba (Pilger).
Paepalanthus densiflorus Koern. : S. Anna da Chapada (Malme).
P. fertilis Kcke: entre Villa Maria e villa de Matto Grosso (Weddell).
P. Jahnii Ruhl. : Cuyabá (Schwacke) ; Serra da Chapada (Malme).
P. nitens Kth.: var. a: entre Cuyaba e Villa Maria (Weddell).
P. sedoides Kcke : (Manso) ; (Weddell).
P. speciosus Kcke : entre Villa Maria e villa de Matto Grosso de (Weddell) ; Coxipö-
mirim (Malme).
P. supinus Kcke (Manso) ; S, Anna da Chapada e S. Jeronymo (Malme),
P. xeranthemoides Mart.: S. Anna da Chapada (Malme).
Phlodice cuyabensis Kcke: Cuyaba (Riedel).
P. Hoffmanseggii Mar. : Cuyaba (Malme).
var. laxa Koern. : entre Cuyabá e Villa Maria (Weddell),
Syngonanthus caulescens (Poir.) Ruhl. : Cuyaba (Pilger),
S, xeranthemoides (Bong.) Ruhl. : Cuyaba (Schwacke),
Gramineas
Andropogon apricus Trin. : Cuyaba da larga (Pilger).
A. bicornis L.
var. gracillimus Hack. : Palmeiras (Lindman).
A. bracteatus Willd. : Paranatinga (Pilger).
A. brevifolius Sw.: Cuyaba da larga (Pilger).
A. condensatus Kth. :
Sub.— sp. : corymbosus : entre Cuyaba e Serra da Chapada (Moore).
A. J. DE SAMPAIO — A FLORA DE MATTO GROSSO 51
Sub-sp.— genuinus : entre Cuyabá e Serra da Chapada (Moore).
var. paniculatus Hack. : Coimbra (Moore); rio Ronuro (Pilger).
A. contortus L.
var. macroglumis Pilg.: Cuyabá e rio Batovy (Pilger).
A. fastigiatus Sw. : Cuyabä (Langsdorff, Lindman, Pilger).
A. glaucescens HBK. :
var. lateralis, sub. var. typicus (Weddell).
A. hirtiflorus Kth.: Burytisinho, na Serra de Tapirapuan (Lindman).
A. incanus Hack.
var. lateralis Mack. : Serra da Chapada (Lindman).
. leucostachyus Kth.: S. José (Lindman) ; Cuyabä (Pilger).
. Neesii Kth. :
var. dactyloides Hack ;
sub. var. Selloana Hack. : rio Batovy (Pilger) ;
sub-var. glabrescens Pilg. : valle do Cuyaba (Pilger) ;
var. genuina Hack ;
sub-var. Gardneri Hack. : Rosario (Pilger) ;
sub-var. lei opliylla Hack. : Cuyaba (Pilger).
A. semiberbis Kth. : Cuyaba (Langsdorff); Serra das Pedras no valle do Cuyaba
e Corrego Fundo (Pilger).
A. ternatus Nees: entre Cuyaba e Serra da Chapada (Moore); Tapirapuan
(Hoehne). =
A. trichospirus Hack. : Rosario (Pilger).
A. virginicus L.: entre Cuyaba e Serra da Chapada, S. Anna da Chapada
(Moore).
Anthenantia lanata (Nees) Bth.: Cuyaba (Pilger).
Aristida capillacea Lam.: Diamantino (Lindman); Cuyaba (Pilger).
A. chapadensis Trin. : Serra da Chapada, prov. Matto Grosso (>) (Riedel); Cuyaba
(Pilger).
A. implexa Trin.: Cuyaba (Pilger).
A. longifolia Trin. : Cuyaba (Riedel, Pilger).
A. setifolia Trin. : Cuyaba (Lindman) ;
var. arenaria Trin. : Cuyaba (Pilger) ;
var. grandiflora: Cuyaba (Riedel).
A. tincta Trin. et Rupr.: Cuyaba e valle do Cuyaba (Pilger).
Arthropogon villosus Nees: entre Cuyaba e Serra da Chapada (Moore).
Arundinella brasiliensis Raddi: Paranatinga (Pilger).
A. flammida Trin. : S. Cruz (Lindman).
Bouteloua racemosa Lag. : Cuyaba (Pilger).
Chloris distichophylla Lag.: S. José (Lindman).
_C. orthonoton Deell : S. José (Lindman).
C. polydactila Sw. (Manso); Porto Pacheco (Moore).
> >
52 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Manisuris loricata O K.
Ctenium cirrhosum (Nees) Kth.: Serra das Araras (Lindman); Cuyabá e nas-
centes do rio Xingu (Pilger).
Dactyloctenium cegypticum W.: Cuyaba (Lindman).
Eleusine indica Geertn.: S. Cruz (Moore).
Elionorus latiflorus Nees. : rio Batovy (Pilger).
Eragrostis articulata (Schrank) Nees. : S. Cruz (Moore); Cuyaba (Pilger).
E. bahiensis Schult.
var. contracta Deell: Serra da Chapada (Lindman).
E. ciliaris Lk.: S. Cruz (Moore); Cuyaba (Lindman).
E. elegans Nees: entre S. Cruz e Diamantino (Moore).
E. interrupta (Lam.) Deell: entre Corumba e Cuyaba e Paranatinga (Pilger).
E. mattogrossensis Pilg. : rio Ronuro (Pilger) ;
f. glabrescens : Cuyaba (Pilger).
E. multipes S. Moore: S. Anna da Chapada (Moore).
E. reptans Nees: S. Cruz (Moore).
E. rufescens Schult. : Cuyaba (Pilger).
E. Vahlii Nees: Cuyaba (Manso, Lindman); Serra da Chapada (Moore).
Eriochloa distachya Hbk. : rio Jocuara (Lindman).
E. punctata Ham.: Porto Pacheco (Moore).
Guadua paniculata Munro: rio Nobre (Pilger).
Gymnopogon biflorus Pilg.: valle do Cuyaba (Pilger).
G. foliosus (Willd.) Nees: valle do Cuyaba (Pilger).
Gynerium saccharoides HBK.: rio alto Paraguay (Lindman).
Hackelochloa granularis OK: Buritysinho na Serra de Tapirapuan (Lindman).
Helopus grandiflorus Trin.: Cuyaba (Riedel, Pilger); valle do Cuyabá
(Pilger).
H. punctatus (Lam.) Nees: rio Cuyaba entre Corumba e Cuyaba (Pilger).
Heteropogon acuminatus Train.: Cuyaba e rio Cuyaba (Reidel).
H. villosus Nees.
var. genuinus: rio Coxim e Cuyaba (Reidel).
Ichnantus breviscrobs Doell: entre S. Cruz e campos de Tapirapuan (Moore).
I. pallens (Sw.) Doell: Serra da Chapada (Moore); S. Cruz (Lindman); Cuyabä
(Pilger).
Imperata brasiliensis Trin.: Coimbra (Moore).
I. longifolia Pilg.: rio Cuyaba (Pilger).
Isachne calvescens (Nees) Doell.
var. pillosa Doell; Paranatinga (Pilger).
I. polygonoides (Lam.) Doell: Piava (Pilger).
Leptochloa domingensis Trin.: S. Cruz (Moore); Cuyaba (Lindman).
L. virgata (L.) P. B.: rio Cuyabä entre Corumbá e Cuyaba (Pilger).
Luziola pusilla S. Moore: S. Cruz (Moore).
A. J. DE SAMPAIO — A FLORA DE MATTO GROSSO 53
L. striata Balansa: Cuyabä (Lindman).
var. subgibbosa Hack.: S. José na margem do rio Cuyabá-mirim (Lindman).
Melinis minutiflora Beauv.: entre Cuyaba e Serra da Chapada (Moore); rio Tom-
bador (Lindman).
Merostachys Fischeriana Ruprecht.: rio Sepotuba (Hcehne).
Microchloa seracea R. Br.: Cuyaba (Riedel, Pilger).
Monocheete fastigiata (Nees) Doell: rio Ronuro (Pilger).
Olyra cordifolia W.: Matta da Poaia (Lindman).
O. glaberrima Raddi: Agua Quente (Lindman).
O. latifolia L.: Palmeiras e Agua Quente (Lindman) ; Cuyaba (Pilger) ;
var glabriuscula : Serra do Urucum (Hæhne).
Oplismenus Burmanni (Retz.) P. B.: Cuyaba (Pilger).
O. silvaticus R. et Sch.: entre S. Cruz e Villa Maria (Moore) ; Cuyaba (Pilger).
Panicum adustum Nees.
var. mattogrossensis Pilg.: Cuyaba (Pilge
=:
r).
P. ansatum Trin.: Cuyaba (Riedel, Manso, Pilger) ; Cuyaba da larga (Pilger).
var. linearifolium S. Moore: entre S. Cruze Villa Maria (Moore); Cuyaba
(Lindman).
P. capillaceum Lam. (Pilger).
P. cayennense Lam.
var. campestris (Nees) Pilg. : Cuyaba e Cuyaba da larga (Pilger) ;
var. divaricata Deell: Serra das Pedras (Pilger) ;
var. quadriglumis Deell: Cuyaba (Pilger) ;
var. typica Lam. : Cuyaba (Pilger).
. chloroticum Nees: S. Cruz (Moore).
. cuyabense Trin. : Cuyaba e rio Coxim (Riedel).
. decumbens R. et Sch. : Palmeiras (Lindman).
. fasciculatum Sw.
f. genuinum Deell: Cuyaba (Lindman) ;
var. flavescens (Sw.) Nees: Cuyaba (Pilger).
. filiforme L. : Cuyaba (Riedel, Pilger).
. fistulosum Hochst. : rios Paraguay e S. Lourenco (Endlich).
. furcellatum S. Moore: S. Cruz (Moore).
. horizontale C. F. W. Mey. : Serra da Chapada (Moore).
. inaequale Pilg. : Piava (Pilger).
. latifolium L.: Matta da Poaia (Lindman) ; rio Nobre e rio Colyseo (Pilger).
laxum Sw. : S. Cruz (Moore); rio Ronuro (Pilger).
leucophæum HBK. : S. Cruz (Moore).
. loliiforme Hachst. : Cuyaba (Pilger).
. macrostachyum Deell: rio Cuyaba (Riedel) ; (Manso).
. megiston Sch. : Corumba, entre S. Cruz e Villa Maria (Moore).
. olyroides Kth. : Tapirapuan (Lindman); Rosario (Pilger).
ag) ag): no) ao)
e) xe) ne) ao) Ge) fe) ol ixo) ao) ac) ao) Go
54
JE
ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
parvifolium Lam. : S. Jose (Lindman).
P. petrosum Trin.: Diamantino (Lindman); Cuyaba (Pilger) ;
IP
var. mollis Pilg.: Corrego Fundo (Pilger).
pilosum Sw. : entre S. Cruz e Villa Maria (Moore); entre Corumbá e Cuyaba
(Pilger).
pi
BR:
B.
polygamum Sw. : Coimbra (Moore).
potamium Trin. : Palmeiras (Lindman).
procurrens Nees: (Manso); S. Cruz (Moore); Cuyaba (Pilger); rio Sangrador,
proximo a Cuyaba (Lindman).
IP
B:
ae) se) ae) lng) ae} 3)
PB.
Rottbeellioides HBK. : Cuyaba (Riedel, Pilger); rio Madeira (Riedel).
sanguinale L.
var. longiglume, f. distans : Cuyaba (Riedel).
. Schumanni Pilg. : rio Batovy (Pilger).
. spectabile Nees : rio Guapore (Riedel).
. stenodes Griseb. : Tapirapuan (Lindman).
. stoloniferum Poir. : entre S. Cruz e Villa Maria (Moore) ; Palmeiras (Lindman).
. versicolor Deell : S. Jose (Lindman).
. vilfoides Trin.
var. campestre (Nees) Dœll : rio Ronuro (Pilger).
var. fluviatile (Nees) Deell: rio Batovy (Pilger).
Zizanioides HBK.: Matto do Curupira (Lindman).
Pariana gracilis Dœll : S. Cruz (Lindman).
Paspalum barbatum Nees.
ne) 2) 39)
gel Sa) ne) OO no)
nel ne) Jae)
var. glabrum Deell : Cuyaba (Riedel, Pilger); rio Batovy (Pilger).
var. scabra Pilg.: Cuyaba da larga (Pilger).
. Burchellii Doel : Serra das Pedras (Pilger).
. capillare Lam.: S. Anna da Chapada e S. Cruz (Moore).
. chrysodactylon (Trin.) Doell: Cuyaba (Pilger) ;
var. glabratum: Cuyabä (Riedel) ;
var. psilachne : Cuyaba (Riedel).
. conjugatum Berg: Serra da Chapada e S. Cruz (Moore); rio Ronuro (Pilger).
. coryphaeum Trin. : Corumbá (Moore).
. distichophyllum Kth.: rio Jatoba (Pilger).
. eucomum Nees: valle do Cuyaba (Pilger).
. Falcula Doell: valle do Cuyaba (Pilger).
. heterotrichum Trin.: Cuyaba (Riedel); Serra das Pedras (Pilger).
. immersum (Trin.) Nees: Diamantino (Lindman); Cuyaba e Rosario (Pilger).
. inaequivalve Raddi: S. Cruz ((Moore).
. lanciflorum Trin.: Cuyaba, Burchell (Pilger).
. malacophyllum Trin. : Rosario (Pilger).
. paniculatum Berg:
var. minor: Serra da Chapada (Moore).
A. J. DE SAMPAIO — A FLORA DE MATTO GROSSO 55
P. parviflorum Rhode: Cuyaba (Riedel, Pilger); rio Ronuro (Pilger).
P. platycaulon Poir.: Cuyaba e Paranatinga (Pilger) ;
f. angustifolium : Fazenda das Araras (Lindman).
P. plicatulum Michx.
var. leptogluma Pilg. : Cuyaba e Rosario (Pilger) ;
var. villosissima Pilg. : Rosario (Pilger).
P. repens Berg. : rio Guaporé (Riedel).
P. simplex Morong : Porto Pacheco (Moore).
P. stellatum Flügge : Serra de Tapirapuan (Lindman); Cuyabá e valle do Cuyaba
(Pilger).
P. trachycoleon Steud. : rio Ronuro (Pilger).
P. tristachyum Lam. : S. Cruz (Moore).
P. tropicum Doell: Cuyabä e Serra da Chapada (Moore).
Pennisetum hirsutum Nees: valle do Cuyaba (Pilger).
Pogochloa brasiliensis S. Moore : Coimbra (Moore).
Setaria gracilis HBK.: S. Cruz (Moore).
S. glauca Beauv. : S. Luiz de Caceres Hoehne).
S. imberbis R. et Sch. : Cuyaba (Pilger).
S. macrostachya HBK.: Coimbra (Moore).
S. penicillata Presl: S. Cruz, S. Cruz-Villa Maria, Coimbra e Porto Pacheco
(Moore).
S. Setosa Beauv. : S. Cruz (Lindman).
Sorghum minarum Hack. : Serra da Chapada (Langsdorff e Riedel) ; (Weddell).
S. nutans A. Gray.
sub-sp. micranthum, var. genuinum: Cuyaba (Riedel, Langsdorff).
Sporobolus acuminatus (Trin.) Kack. : Cuyaba (Pilger).
S. aeneus (Trin.) Cth. : Cuyabà (Lindman); Serra das Pedras (Pilger).
Stenotaphrym secundum OK. : Cuyaba (Lindman, Endlich).
Streptogyne crinita LK.: Serra de Tapirapuan (Lindman).
Trachypogon polymorphus Hack.: Cuyaba e Guia (Lindman) ;
var. Montufari, sub-var. typicus : Cuyaba (Riedel); Rosario (Pilger);
var. plumosus Hack. sub-var. dactyloides: Serra de Tapirapuan (Lin-
dman).
Trichopteryx flammida (Trin.) Bth.: Cuyabä e Rosario (Pilger).
Tristachya chrysothryx Nees: Cuyaba (Lindman, Pilger); nascentes do rio Xingu
(Pilger).
T. leiostachya Nees: Serra das Araras (Lindman).
Hydrocharitaceas
Hydromystria stolonifera G. F. W. Mey. : Corumbá e Lagoa de Caceres (Porto
Suarez) (Hoehne).
ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Iridaceas
Alophia geniculata Klatt: Camapuan (Riedel).
Cipura paludosa Aubl.: Cuyaba (Manso, Pilger).
Sisyrinchium e latum Hk, f.: valle do Cuyaba (Pilger).
S. incurvatum Gardn.: Coxim (Hcehne).
S. restioides Spreng.: Serra da Chapada (Heehne).
Sphenostigma gramineum S. Moore; S. Cruz (Moore): S. Luiz de Caceres, Porto
Esperidiao e Tapirapuan (Hoehne).
Trimeria jucifolia (Klatt) Pax: Serra dos Coroados (Hoehne).
Zygella graminea S. Moore: S. Cruz (Moore).
Z. Mooreana Hoehne : Porto Esperidião e S. Luiz de Caceres (Hæhne).
Liliaceas
Herrera salsaparrilha Mart.: S. Cruz (Moore); Corumba e rio Jaurü (Hoehne).
Smilax Benthamiana A. DC.: Jangada (Moore).
S. medicinalis S. Moore: S. Cruz (Moore).
S phillobola Mart. (2): S. Luiz de Caceres e Porto Esperidião (Hoehne).
S. procera Griseb.: rio S. Lourenco (Manso) (?): S. Luiz de Caceres (Hoehne).
S. syringoides Griseb. : S. Cruz (Moore).
S, aff. verrucosa Griseb. : S, Luiz de Caceres (Hoehne).
Marantaceas
Calathea altissima Koern.: S. Manoel (E. do Amazonas) (Hoehne),
barbata Peters. : (Manso).
brasilensis Koern, : Juruena (Hcehne).
. humilis S. Moore: S. Cruz (Moore).
. Lindmanii K. Schm.: Palmeiras (Lindman),
. Mansoi Kcke: Cuyaba (Manso); Burchell).
. polystachya K. Schm.: Palmeiras (Lindman).
præcox S. Moore: S. Cruz (Moore); Urucum, perto de Corumbá (Hoehne).
saxicola Hoehne: rio Juruena (Hoehne).
. subtilis S. Moore: entre S. Cruze Villa Maria (Moore).
Ischnosiphon argenteus S. Moore: S. Cruz (Moore).
I. concinnus S. Moore: S. Anna da Chapada (Moore).
. densiflorus Kcke (Manso); (Monotagma em Das Pflanzenr).
. gracilis Koern. var. scabra Peters. : S. Manoel (E. do Amazonas) (Hoehne).
. laxus Kcke (Manso).
. leucophæus (Poepp. et Endl.): S. Cruz (Moore); rio Juruena (Hoehne).
. nemorosus S. Moore: vide Monotagma plurispicatum.
. orbiculatus Kcke (Manso).
QiD Eee ee
nt nd Du ed D dt
A. J. DE SAMPAIO — A FLORA DE MATTO GROSSO 57
Maranlaceas
Maranta arundinacea L.
var. indica Peters. (Manso).
M. Burchellii K. Schm. (Burchell) (2).
M. cyclophylla K. Schm. (Burchell) (?).
M. longiscapa S. Moore: S. Cruz (Moore).
M. phrynoides Kcke. (Burchell).
M. pleiostachys K. Schm. (Burchell) (?).
M. Pohliana Kncke: entre S. Cruz e Diamantino (Moore); Rosario (Pilger); Co-
xipö da Ponte (Hoehne).
Monotagma densiflorus: vide Ischnosiphon.
M. plurispicatum (Knce) K. Schm.: Castel Nuevo (Riedel); (Manso); (Burchell)
S. Cruz (Moore).
Myrosma cuyabensis (Eichl.) K. Schm.: Cuyabá (Manso) (Freire Codina) ; Coxipo
da Ponte (Hoehne).
Saranthe: vide Myrosma.
S. urceolata Peters. var. giganta Hcehne: rio Juruena (E. do Amazonas), Hoehne.
Thalia geniculata L.: Corumbä (Moore); Corumba, na bahia de Caceres (Hcehne).
?
Mayacaceas
Mayaca Aubletii Schott et Endl.: Coxim (Hoehne).
M. Sellowiana Kth.: S. Anna da Chapada (Moore); Coxipo da Ponte (Hoehne).
Musaceas
Heliconia cannoidea Rich. (Manso) ; rio Colyseo (Pilger),
H. hirsuta Rich.
var. cannoidea Back.: rio Juruena (Hoehne).
Ravenala guianensis Bth.: Salto da Felicidade no rio Sepotuba (Hoehne).
Orchidaceas
Aspasia lunata Lindl.: Serra de Tapirapuan (Lindman),
A. variegata Lindl.: S. Luiz de Caceres — Juruena (Hoehne).
Batemania Beaumontia Rchb. f.: rio Juruena (Hoehne).
Bifrenaria sabulosa B. Rodr.: rio Juruena (Hæhne).
Bletia catenulata R. et P.: Tapirapuan (Moore).
B. Rodriguesii Cogn. (Manso); campos de Tapirapuan (Moore); Cuyabä (Malme);
S, Luiz de Carceres e rio Jaurü (Hoehne).
Brassavola Martiana Lindl.: Juruena — rio S. Manoel (Hcehne).
Brassia Lawisii Rolfe? : rio Juruena (Hoehne).
Bulbophyllum setigerum Lindl. aff.: Juruena (Hoehne).
58
ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Campylocentrum fasciola Congn. (Weddell) ; Palmeiras (Lindman).
C. micranthum (Lindl.) Rolfe: S. Cruz (Lindman); Tapirapuan e S. Luiz de Ca-
ceres (Hoehne).
C.
pachyrrhizum Rolfe: rios Jaurú, Taruman e Sepotuba (Hoehne).
C. Sellowii Rolfe: Tapirapuan (Hoehne).
C.
tenue Rolfe: Tapirapuan (Hoehne).
Catasetum atratum Lindl.: sul de Matto Grosso (Hoehne).
C.
u
MO RI QUE QUE
barbatum Lindl.:
var. spinosum Rolfe: S. Luiz de Carceres (Hoehne).
. cassideum Rchb. f.: Juruena (Hoehne).
. cernuum Rchb. f.
var. umbrosum: Juruena (Hoehne).
. christyanum Rchb. f.: Chapada e outros pontos (Hcehne).
. cirrhaeoides Hoehne: Salto da Felicidade (Hoehne).
. deltoideum Mutel: Juruena (Hoehne).
. inconstans Hcehne: Bomfim, Corumbá e S. Luiz de Caceres (Hoehne e C. Diogo).
. juruenensis Hoehne: Juruena (Hcehne).
. macrocarpum L. C.: Juruena (Hoehne).
. saccatum Lindl:. S. Manoel (Hoehne).
. tigrinum Hoehne: S. Luiz de Caceres (Hoehne).
. trulla Lindl.
var. vinaceum Hoehne: rio Sepotuba (Hcehne).
Cattleya nobilior Rcbb. f.: S. Luiz de Caceres, Tapirapuan e rio Coxim (Hoehne).
C.
C.
C.
superba Schomb.: S. Cruz e rio Brasinho (Moore); rio Jatobá (Pilger).
violacea Rolfe: S. Cruz e rio Brasinho (Moore); S. Cruz (Lindman).
var. splendens: rios Taruman e Sepotuba (Hoehne).
Walkeriana Gardn.: entre Goyaz e Cuyabá (Weddell),
Cicnoches versicolor Rchb. f.: Tapirapuan (Hoehne).
Coryanthes maculata Hk.
var. splendens Cogn.: rio Juruena (Hoehne).
Cranichis glabricaulis Hoehne: Tapirapuan (Hcehne).
C.
micrantha Griseb.: Matta da Poaia (Lindman).
Cyanorchis arundinae B. Rodr.: entre Goyaz e Cuyaba (Weddell).
Cyrtopera longifolia Rchb. f.: rio Taruman (Hoehne).
var. pachystelia Rchb. f.: Corumbá (Hoehne).
Cyrtopodium lineatum B. Rodr.: Capão Secco na Chapada (B. Rodrigues).
CRE Gene
. orophilum Hoehne: S. Luiz de Caceres (Hoehne).
. paludicolum Hoehne: rio Itiquira (Hoehne).
. parviflorum Lindl.: S. Luiz de Caceres (Hoehne).
. punctatum Lindl.: Corumba, Tapirapuan (Hoehne).
. purpureum Rchb. f.: Diamantino, nascentes do rio Paraguay (Weddell).
. vernum Rchb. f.: Fazenda de Agua Limpa (Hoehne).
A. J. DE SAMPAIO — A FLORA DE MATTO GROSSO 59
Dichaea brachyphylla Rchb. f.: S. Cruz (Lindman).
D. cornuta S. Moore: rio Brasinho (Moore).
D. latifolia B. Rodr.: rio Juruena (Hoehne).
Epidendrum blandum Kranzl.: S. Anna da Chapada (Malme).
E. callobotrys Kranzl.: S. Anna da Chapada (Malme).
E. carnosum Lindl.: Chapada (Hoehne).
E. cearense B. Rodr.: rios Paraguay e Jaurü (Hcehne).
E. flagrans Sw.: rio dos Bugres (Lindman); rios Jaurú, Paraguay e Sepotuba
(Hoehne).
E. flavum Lindl.: S. Luiz de Caceres, Porto Esperidião e Ponte de Pedra (Hoehne).
var. fuscosepalum Hoehne: rio Juruena (Hoehne).
. gallopavinum Rchb. f. aff.: Campos Novos (Hcehne). .
. imatophyllum Lindl.: Tres Barras (Moore); rio Sepotuba (Hcehne).
. Kuhlmannii Hoehne: rio Juruena (Hoehne).
. nocturnum Jacq.: rios Juruena e Papagaio, Casa da Pedra (Hoehne),
. nutans Sw.
var. dipus L.: Salto da Felicidade no rio Sepotuba (Hoehne).
E. oncidioides Lindl.: S. Luiz de Caceres, Tapirapuan, Porto Esperidiäo e Ponte
de Pedra (Hoehne).
E. patens Sw. S. Luiz de Caceres (Hoehne).
E. ramosum Jacq.: Cubatão ??? (Sello 2222).
E. strobiliferum Rchb. f.: Matta da Poaia (Lindman); rios Juruena e Sepotuba
(Heehne).
E. variegatum Hook.: rio dos Bugres (Moore ; rio Paraguay, rio Sepotuba e Cam-
pos Novos (Hcehne).
E. viviparum Lindl.: f. major: Juruena (Hoehne).
Epistephium laxiflorum B. Rodr.: Chapada, Cuyaba e Campos Novos (Hoehne).
E. parviflorum Lindl.: Serra de Tapirapuan (Lindman); Juruena (Hcehne). |
var. album Hcehne: Campos Novos (Hæhne).
E. praestans Hoehne: Tapirapuan (Hoehne).
E. sclerophyllum Lindl.: Serra do Curupira e Serra da Chapada (Lindman); rio
Sepotuba (Hcehne).
Eulophidium maculatum Pfitz.: S. Cruz (Lindman) ; Coxipó da Ponte (Hoehne).
Galeandra Bayrichii Rchb. f.: S. Lourenco (Hoehne).
G. coxinnensis Hoehne: rio Taquary (Hcehne).
G. juncea.: Espinheiros (Lindman) ; Cuyaba (Pilger); rio Arica (Hoehne).
G. junceoides B. Rodr.: S. Luiz de Caceres, Tapirapuan (Hcehne).
G. lacustris B. Rodr.: Tapirapuan, Commemoracäo de Foriano, S. Anna da
Chapada e Serra dos Coroados (Hoehne).
G. montana B. Rodr.: Coxipö-mirim (Malme); Serra de Tapirapuan (Lindman) ;
Chapadão dos Parecis-Juruena, Salto Augusto e rio Taquarussü (Hoehne).
var. albo-rosea Hcehne: Chapadão dos Parecis-Juruena (Hcehne).
[es es caes fes!
60 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
G. paraguayensis Cogn.: S. Luiz de Caceres e Porto Esperidião (Hcehne).
G. xerophila Hoehne: S. Luiz de Caceres (Hcehne).
Habenaria aricaensis Hoehne: rio Arica (Hoehne).
H. autumnalis Poepp. et Endl.: Serra de Tapirapuan (Lindman).
H. caldensis Kranzl.: rio Esmeril (Lindman). |
H. Candolleana Cogn.: Serra das Araras ( Lindman).
H. coxipoensis Hoehne: Coxipd da Ponte (Hoehne).
H. exaltata B. Rodr.: Serra das Araräs (Lindman).
H. hexaptera Lindl.: Palmeiras (Lindman).
H. juruenensis Hoehne: Juruena (Hoehne).
H. liguliglossa Hoehne : rios Conceição e Arica (Hoehne).
H. Lindmaniana Kranzi. : Espinheiros (Lindman).
H. mattogrossensis Kranzl. : Espinheiros (Lindman).
H. mitomorpha Kranzl. : Serra de Tapirapuan (Lindman).
H. nuda Lindl.
var. pygmeea Hoehne: rio Sacuruina (Hæhne).
H. odorifera Hoehne: S. Lourenco e Coxim (Hoehne).
H. ornithoides B. Rodr.: Serra das Araras (Lindman); Tapirapuan (Hoehne).
H. orchiocalcar Hoehne. : Campos Novos (Hcehne).
H. Pilgeri Schltr. : rio Colyseo (Pilger).
H. polycarpa Hcehne : rio S. Lourenço (Hcehne).
H. pratensis Rchb. f.: Cuyaba (Pilger): Tapirapuan e Conceição do Arica
(Hoehne).
H. pseudocaldensis Kranzi.: rio Esmeril (Lindman).
H. pungens Cogn.: Cuyaba (Malme).
H. Regnellii Cogn.: Tapirapuan (Hoehne).
H. rupicola B. Rodr.: Serra da Chapada (Lindman).
H. St. Simonensis Hoehne: S. Manoel (Hcehne).
Houlletia juruenensis Hoehne: Juruena (Hcehne).
Jonopsis paniculata Lindl. (Weddell); Matta da Poaia (Lindman); mattas hu-
midas à margem de diversos rios (Hoehne).
Kochiophyton coerulens Hcehne : rios Juruena e Sacre (Hcehne).
Lanium avicula Bth. : rio Sepotuba (Hoehne).
var. longifolia: rio Manso (Hoehne).
var. subteretifolia Hoehne: S. Anna da Chapada (Hoehne).
Leiochilus mattogrossensis Cogn. : rio Sepotuba (Hcehne).
Liparis bifolia Cogn.: Palmeiras (Lindman).
L. elata Lindl.: S. Cruz (Lindman).
var. rufina Rid. aff. : Campos Novos (Hoehne).
Lockartia elegans Hk.: salto Utiarity e rio Piquiry (Hcehne).
L. goyazensis Rchb f.: S. Cruz (Moore).
L. lunifera Rchb. f.: Palmeiras (Lindman).
A. J. DE SAMPAIO — A FLORA DE MATTO GROSSO 61
Lycaste Rossiana Rolfe: Capäo Secco na Serra da Chapada (B. Rodr.).
Macradenia multiflora Cogn.: Tapirapuan (Hoehne).
Maxillaria alba Lindl.: rio Tapajoz (Hcehne).
M. scorpioidea Kranzl.: Serra de Tapirapuan (Lindman).
M. uncata Lindl. : rio Juruena.
Menadenium labiosum Cogn.: S. Manoel (E. do Amazonas) (Hoehne).
Mormodes vinaceus Hoehne: rio Juruena (Hoehne).
Notylia bisepala S. Moore : entre S. Cruz e campos de Tapirapuan (Moore; )? Ta-
pirapuan e rio Jauru (Hcehne).
N. Glaziovü Cogn. : S. Luiz de Caceres (Hoehne).
N. lyrata S. Moore: rio dos Bugres (Moore) ;? rio Jauru (Hoehne); Tapirapuan
(Hcehne).
N. Tapirapoanensis Hoehne: Tapirapuan (Hcehne).
Oncidium cebolleta Sw. : (Weddell); rios Paraguay e Sepotuba, S. Luiz de Caceres
(Hoehne).
. crysopterum (Lindl.) Kränzl.— Diamantino (Lindman).
. Jonesianum Rchb. f.: Corumbá (Hcehne).
. macropetalum Lindl. (Weddell); S. Luiz de Caceres e Coxim (Hoehne),
var. fuscopetalum Hoehne: S. Luiz de Caceres (Hoehne).
. nanum Lindl. : S. Luiz de Caceres (Hoehne).
. pumilum Lindl.: Palmeiras (Lindman).
. pusilum Rchb.f. : Tapirapuan e S. Luiz de Caceres ; rio Sepotuba (Hoehne).
. spilopterum Lindl. : limites de Matto Grosso com o Paraguay (Saint-Leger).
. Sprucei Lindl. : rio Colyseo (Pilger).
. thyrsiflorum B. Rodr.: rios Jauru, Paraguay e Sepotuba (Hcehne).
Ornithocephalus avicula Rchb. f.: Matta da Poaia (Lindman).
O. cujeticola B. Rodr.: S. Luiz de Caceres (Hcehne).
Pelexia longicornu Cogn. : (Weddell).
P. setacea Lindl. : rio Colyseo (Pilger).
Physurus aratanhensis B. Rodr.: S. Anna da Chapada (Malme).
P. Juruenensis Hcehne : rio Juruena (Hoehne).
P. oreadum S. Moore: entre S. Cruz e campos de Tapirapuan (Moore).
Plectrophora calcarhamata Hoehne: rio Jaurü (Hoehne).
P. cultrifolia Cogn. : rio Tapajoz (Hoehne).
Pleurothallis lobiserata Cogn. : Aldeia Queimada (Hcehne).
P. myrmecophila Hoehne: Juruena e Campos Novos (Hoehne).
P. tricolor (B. Rodr.) Cogn. : Palmeiras (Lindman).
Polycyenis barbata Rchb. f.: Utiarity e morro Podre, perto de Cuyaba (Hoehne).
Polystachya caespitosa B. Rodr.: rio Jocuara (Lindman).
P. estrellensis Rchb. f.: Serra da Chapada e Serra de Tapirapuan (Lindman) ;
rio Taruman (Hoehne).
Ponthieva Mandoni Rchb. f.: rio Ronuro (Pilger).
SSOOO8& 000)
62
ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Rodriguezia Lindmanii Kranzl.: rio dos Bugres (Lindman).
R. secunda Kth.: entre S. Cruz e campos de Tapirapuan (Moore) ;
var. sanguinea Schomb. : rios Jaurú, Paraguay e Sepotuba (Hoehne).
Sarcoglottis uliginosa B. Rodr.
var. robusta Cogn.: Campos Novos (Hcehne).
Scaphyglottis graminifolia Poepp. et Endl.: Matta da Poaia (Lindman).
S. prolifera Cogn.: Casa da Pedra (Hoehne).
Sobralea cataractarum Hoehne: rios Jaurú, Sepotuba, Taruman e Juruena (Hoehne).
S. liliastrum Lindl. : Salto Augusto (Hoehne).
S. Rondonii Hoehne: rios Juruena, Papagaio, Sacre e Sacuruina (Hoehne).
Spiranthes camposnovense Hoehne: Campos Novos (Hoehne).
S. grandiflora Lindl.: Serra da Chapada (Moore).
S. misera Kranzl.: entre Cuyaba e Coxipö-mirim (Malme).
S. rupestris B. Rodr.: Palmeiras (Lindman).
Stenorrhynchus australis Lindl.: Cuyaba (Moore).
S. macranthus Cogn. : Porto Esperidião (Hoehne).
S. orchioides L. C. Rich. : S. Luiz de Caceres (Hoehne).
var. luteo-alba L. C. Rich.: S. Luiz de Caceres (Hoehne).
Trichocentrum ionophthalmum Rchb. f.: Tapirapuan (Heehne).
T. mattogrossensis Hoehne: S. Luiz de Caceres (Hoehne).
Trichopilia brasiliensis Cogn.: Tapirapuan (Hoehne).
Trizeuxis falcata Lindl.: S. Luiz de Caceres (Hæhne).
Vanilla ensifolia Rolfe?: Tres Barras (Moore).
V. Chamissonis Klotzsch.
var. brevifolia Cogn.: Buritysinho (Lindman).
V. Lindmaniana Kranzl.: Palmeiras (Lindman).
V. palmarum Lindl.: Corumbá — Juruena (Hoehne).
V. planifolia Andr. var. gigantea Hoehne: rios Jaurü e Paraguay (Hoehne).
V. Ribeiroi Hoehne: rio Jaurü (Hoehne):
Xerorchis amazonica Schlechter: Juruena (Hoehne).
Xylobium chapadensis Cogn.: Capäo Secco na Serra da Chapada (B. Rodrigues) ;
var. luteo-alba Hoehne: Tapirapuan (Hoehne).
X. foveatum (Lindl.) Stein. : Serra de Tapirapuan (Lindman).
X. squalens Lindl.: Alto Tapajoz (E. S. Rand); Matta da Poaia (Lindman).
var. Taffinü: rios Jaurü e Sepotuba (Hoehne).
Zygopetalum paludosum Cogn.: Juruena (Hoehne).
Palmeiras
Acanthorrhiza chuco Dr. : rio Guaporé no Forte do Principe da Beira (d'Orbigny).
A. glaucophylla Dr. : Cuyaba-Palmeiras-Diamantino (Lindman).
Acrocomia mbokayayba B. Rodr.: Corumbä (B. Rodrigues).
A. odorata B. Rodr.: rio S. Lourenco (B. Rodrigues).
D"
ul
PTT OST et ee ee ee i 2h >)
ua Da ie
A. J. DE SAMPAIO — A FLORA DE MATTO GROSSO 63
Astrocaryum chonta Mart.: limites Brazil-Bolivia (d’Orbigny).
A. arenarium B. Rodr.: Serra da Chapada (B. Rodr.)
A echinatum B. Rodr.: Butity e Chapada (B. Rodr.).
A. glaucophylla Dr. : Cuyaba (Burchell).
A. Huaimi Mart.: Forte do Principe da Beira (d’Orbigny).
A. leiospatha B. Rodr.: rios Cuyaba e Sumidouro, Serra da Chapada, rio Cabral
e Bocaina (B. Rodr.): Palmeiras (Lindman).
A. leiospatha B. Rodr.
var. sabulosum B. Rodr.: rio S. Miguel das Areias e Serra da Chapada
(B. Rodr.).
A. tucumoides Dr.: Cuyaba, Palmeiras e Matta da Poaia (Lindman).
A. Weddellii Dr.: Serra de S. Jeronymo (Lindman).
Attalea exigua Dr.: entre Goyaz e Cuyaba (Weddell).
A. phalerata Mart.: Salinas (Weddell).
A. princeps Mart.: rio S. Lourenco e Cuyaba (B. Rodr.)
Bactris Brongniartii Mart.: limites Brasil-Bolivia (d’Orbigny).
B. chapadensis B. Rodr.: Serra da Chapada (B. Rodr.).
B. cuyabaensis B. Rodr.: rios Paraguay, S. Lourenco, Cuyaba, Corrego das
Areias e Serra da Chapada (B. Rodr.).
B. Fragee Lindm.: Matta da Poaia e S. Cruz (Lindman).
B. glaucescens Dr.: rio Paraguay (Weddell, B. Rodr.).
B. inundata Mart. (Weddell).
B. major Jacq.
var. infesta Mart.: Forte do Principe da Beira (d’Orbigny); Serra da Chapada
(B. Rodr.).
B. mattogrossensis B. Rodr.: Corrego Fundo, proximo de Cuyaba (B. Rodr.).
B. piscatorum Wedd.: rio Paraguay (Weddell).
Cocos acaulis Dr.: entre Goyaz e Cuyaba (Weddell).
C. acrocomioides Dr.: rio Mondego (Weddell).
C. campestris Mart. : entre Goyaz e Cuyaba (Weddell); Cuyaba e Serra da Cha-
pada (B. Rodr.); S. Cruz e Serra de Tapirapuan (Lindman).
C. comosa Mat.: Serra da Chapada (B. Rodr.); Serra de S. Jeronymo e Serra de
Tapirapuan (Lindman).
C. graminifolia Dr.: entre Goyaz e Cuyaba (Weddell).
C. petraea Mart.: entre Goyaz e Cuyabä (Weddell); Serra da Chapada e rio Co-
xipö (B. Rodr.); ? Diamantino (Lindman).
C. Romanzoffiana Cham.: Nioac e Cuyaba (B. Rodr.); Tres Barras (Lindman).
C. Weddellii Dr.: limites Goyaz-Matto Grosso (Weddell).
Copernicia cerifera Mart.: frequentissima (Manso d’Orbigny, Weddell, Lindman) ;
rio Paraguay (B. Rodr.); vide Lindm. Palme.
Desmoncus cuyabensis B. Rodr.: Cuyaba (B. Rodr.).
D. leptoclonos Dr.: Serra de Tapirapuan entre Goyaz e Cuyaba (Weddell).
64 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
D. prostratus Lindm.: S. Cruz (Lindman).
D. rudentum Mart.: rio Paraguay (Weddell) : limites Brazil-Bolivia (d’Orbigny) ;
rios Paraguay e S. Lourenco (Lindman).
Diplotemium campestre Mart.: Serra da Chapada (B. Rodr.); S. José (Lindman) ;
var. Orbignyi Dr. : entre Goyaz e Cuyaba (Weddell).
D. jangadense S. Moore: Jangada (Moore).
D. leucocalyx Dr. : rio Parana (Weddell) ; Corumbá e rio Paraguay (B. Rodr.) ;
S. José na Serra da Chapada (Lindman).
Euterpe precatoria Mart.: entre Goyaz e Cuyaba (Weedel); Matta da Poaia,
3. Cruz e Serra de Tapirapuan (Lindman).
Genoma altissima B. Rodr.: Capão Secco na Serra da Chapada (B. Rodr. ).
G. chapadensis B. Rodr.: Serra da Chapada (B. Rodr.).
G. Weddelliana H. Wendl.: entre Goyaz e Cuyaba (Weddell).
Guillielma mattogrossensis B. Rodr. : Serra da Chapada (B. Rodr.).
Mauritia vinifera Mart.: (leg.?); Arica, Cuyaba, Serra do Curupira, S. Cruz,
Serra de Tapirapuan, Diamantino, Serra das Araras e outras zonas, em todo o Estado
(Lindman, Palmæ); villa Mendes e Serra da Chapada (B. Rodr.).
M. Martiana Spruce; Serra das Araras, Serra de Tapirapuan, Diamantino
(Lindman).
Maximiliana regia Mart.: rio Guaporé (d’Orbigny).
M.? tetrasticha Dr.: rio Araguaya (Weddell).
Oenocarpus bacaba Mart.: rio Araguaya (Weddel).
O. discolor B. Rodr.: Serra da Chapada (B. Rodr.).
O. tarambapo Mart.: rio Guaporé (d’Orbigny).
Orbignya campestris B. Rodr.: Capão Bonito (B. Rodr.).
O. Eichleri Dr. : Serra do Curupira (Lindman).
O. longibracteata B. Rodr.: Capão Bonito (B. Rodr.).
O. Lydiæ Dr.: sylvestre muito frequente (vide Lindman-Palmæ).
O. macrocarpa B. Rodr.: Capão Bonito (B. Rodr.).
O. Martiana B. Rodr.: rio Arinos, Serra dos Parecis, Rosario, rio Cuyabá,
S. Miguel das Areiaes, Tombador (B. Rodr.).
Scheelea Anitziana B. Rodr. (B. Rodr.).
S. princeps Karst.
var. corumbaensis B. Rodr.: Corumbá (B. Rodr.).
Trithrinax brasiliensis Mart. : Tres Barras (Lindman).
T. schizophylla Dr. (Weddel).
Pontederiaceas
Eichhornea azurea Kth.: rios Paraguay, S. Lourenço, Cuyabá e dos Bugres
(Moore) ; cabeceiras do rio Paraguay, Coxipó da Ponte e Correntes (Hoghne).
var. minor Kth.: rio Jaurú (Hoehne).
A. J. DE SAMPAIO — A FLORA DE MATTO GROSSO 65
E. crassipes (Mart.) Solms: Corumbä (Hoehne).
E. subovata Seub: Correntes (Hoehne).
Heteranthera limosa Vahl: S. Luiz de Caceres (Hoehne).
Pontederia cordifolia Mart. : Corumbá (Hoehne),
P. ovalis Mart.: Coxipo da Ponte (Hcehne).
var. : Coxipó da Ponte (Hoehne).
Triuridaceas
Triuris lutea (Gardn.) Bth. et Hook. >: Coxipó-mirim (Malme).
Vellosiaceas
Vellosia glauca Pohl.
var. cuyabensis Seub. : rio Cuyaba (Manso e Lhotzky).
Xyridaceas
Abolboda brasiliensis Klt.: rio Arica (Hoehne).
A. chapadensis Hcehne: chapada (Hoehne).
var. pauciflora Hoehne: Coxim (Hoehne).
A. longifolia Malme: entre S. Geronymo e Cuyabá (Malme).
A. vaginata (Spreng.) Alb. Nilss. (Lindman).
Xyris asperula Mart.: S. Anna da Chapada (Malme).
. calcarata Heimerl: S. Anna da Chapada (Malme); (Tamberlick).
. commixta Malme: S. Anna da Chapada (Malme).
. fallax Malme : S. Anna da Chupada (Malme).
X. hymenachne Mart. : S. Anna da Chapada (Malme).
X. lacerata Pohl: Cuyaba, Serra da Chapada, S. Anna da Chapada (Malme) :
1 A A
Pá
Buritysinho (Lindman); Coxipo da Ponte e rio Arica (Hoehne).
X. macrocephala Vahl.
var major (Mart.) Alb. Nilss. : Serra da Chapada (Malme). -
. Nilssonii Malme : entre Cuyabä e Serra da Chapada (Malme) ; (Lindman).
. radula Malme : Raisama (Lindman).
rigidiformis Malme: entre Cuyaba e Serra da Chapada (Malme).
. savannensis Miq.: S. José e Serra da Chapada (Lindman).
var. glabrata Seub. Buriy, S. Anna da Chapada (Malme); rio Jatoba (Pilger);
Coxipo da Ponte (Hoehne) ;
var. procera Malme: Cuyaba, S. Anna da Chapada e Serra da Chapada (Malme).
. schizachne Mart. : S. José (Lindman).
. simulans Alb. Nilss. : S Anna da Chapada (Malme).
. Stenocephala Malme : S. Anna da Chapada (Malme).
. sub-tenella Malme : S. Anna da Chapada (Malme).
. tenella Kth. : S. Anna da Chapada (Malme).
f. sub-tenella Malme : S. Anna da Chapada (Malme).
Sq Se ea
A De De da ba
ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
X. tortula Mart. : S. Anna da Chapada e Burity (Malme).
X. Zahlbruckneri Heimerl : S. Anna da Chapada (Malme) ; (Tamberlick).
Zingiberaceas
Costus acaulis S. Moore : S. Cruz (Moore).
C. pubescens S. Moore : entre S. Cruz e Villa Marir (Moore); Cuyaba (Hoehne).
C. phlociflorus Rusby : mattas da Aroeira (Hæhne).
C. spicatus Sw. : rio Nobre (Pilger).
Renealmia foliosa S. Moore : Serra da Chapada (Moore).
R. Holdeni S. Moore S. Cruz (Moore).
R. occidentalis Griseb.
var. longipes Peters. : S. Manoel (E. do Amazonas), Hoehne.
Dicotyledoneas
Acanthaceas
Acanthura mattogrossensis Lindau : rio Colyseo (Pilger).
Amphiscopia Martiana Esenb. : Castel Novo (Riedel).
Amphiscopia ciliata Moricaud : Matto Grosso (d’Urville).
Beloperone atropurpurea Esenb. : Castel Novo (Riedel).
B. nodicaulis Esenb. : Serra da Chapada (Riedel) ; S. Cruz (Moore).
B. riparia S. Moore : Corumba (Moore).
Cheetothylax tocantinus Esenb. : S. Cruz (Moore) ; rio Colyseo (Pliger).
Cryphyacanthus udus Esenb. : Cuyaba (Manso).
Dianthera paludosa S. Moore: Corumba (Moore).
D. pectoralis Gmel. : S. Cruz (Moore).
D. polygaloides S. Moore : S. Cruz (Moore).
Dipteracanthus geminiflorus Esenb. (Manso),
D. macranthus Esenb. : Cuyaba (Manso).
D. menthoides Esenb, : Vargem (Riedel),
Neesianus Mart.: Serra da Chapada (Riedel) ;
“ var. Subintegerrimus : Cuyaba (Riedel).
N. nitens Esenb. : Cuyabä (Manso).
N. porrigens Esenb. Cuyaba, Chapada (Riedel).
Ebermaiera repens Esenb. : Cuyabä, Serra da Chapada (Riedel).
Elytraria tridentada Vahl : Cuyba, rio Coxim (Riedel),
Eranthemum congestum S. Moore : Jangada (Moore).
Eurychanes verbasciformis Esenb. : Cuyaba (Manso).
Geissomeria cincinnata Esenb. : rio Nobre (Pilger).
Hygrophila glandulifera Esenb. : Cuyaba (Manso).
H. guyanensis Esenb. : rio Ronuro (Pilger).
H. longifolia Esenb. : S. Cruz (Mcore).
Jacobinia rigida (Nees) Lindau : rio Ronuro (Pilger).
A. J. DE SAMPAIO — A FLORA DE MATTO GROSSO 67
Justicia campestre ; (Nees) Lindau : rio Ronuro (Pilger).
J. chapadensis S. Moore : Serra da Chapada (Moore).
var. nudicaulis S. Moore : S. Cruz (Moore).
J. metallicum S. Moore : entre Cuyabä e Serra da Chapada (Moore).
J. oreadum S. Moore: Serra da Chapada (Moore).
Lagochilum mucronatum Esenb. : Castel Novo (Riedel).
Lepidagathis alopecuroidea (Nees) Lindau : rio Colyseo (Pilger)
L. Riedeliana Esenb. ; Serra do Diamantino, Cuyabä (Riedel).
Lophostachys pubiflora Lindau : Cuyaba e Rosario (Pilger).
L. sessililora Pohl : Chapada, Cuyabä (Riedel).
Rhitiglossa linearis Esenb. : Cuyaba (Riedel).
R. menthoides Esenb. : Castel Novo (Riedel).
R. pauciflora Esenb. : Camapuan (Riedel).
Ruellia geminiflora Hbk : entre Cuyaba e S. Cruz (Mocre).
ar. nudipes S. Moore : entre Cuyaba e Serra da Chapada GE
RE es -punctata (Nees) Lindau: Cuyaba (Pilger).
R. humilis Pohl. S. Cruz (Moore) ;
glabra (Nees) ;
var. longipetiolatum Hoeline, Corumbá (Hoehne).
R. Herbstii (F. And.) Hiern.: rio Ronuro (Pilger).
R. Hygrophila Mart. : Cuyaba (Manso): ? Curumba (Hcehne).
R. Puri Mart. : Serra da Chapada (Moore).
var. longipetiolata S. Moore : Serra da Chapada (Moore).
R. sp. aff. patule Salz. : S. Cruz (Moore).
R. sp. nov. S. Moore: Corumba (Moore).
Sarotheca scabra Esenb. : Chapada (Riedel).
Simonisia asclepiadea Esenb.: Serra da Chapada (Riedel) ;
var. B. : rio Pardo (Riedel).
Stachyacanthus Riedelianus Esenb. : rio Coxim (Riedel).
Stenandrium affine S. Moore : S. Cruz (Moore).
S. Pohlii Esenb. : rio Pardo e Cuyaba (Riedel) ;
var. breviscapum : rio Parana (Riedel).
S. præcox S. Moore : S. Cruz (Moore).
S. Riedelianum Esenb : Serra da Chapada (Riedel) ; rio Nobre (Pilger).
S. spathulatum S. Moore : Corumba (Moore).
S. villosum Esenb : Cuyaba (Riedel).
Stephanophysum longifolium Pohl : Serra de Tapirapuan (Moore).
Aizoaceas
Mollugo glinoides Camb. : entre S. Cruz e Tres Barras (Moore).
M. verticillata L.
var. linearis Fenzl: Corumba (Iloehne).
68 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Amarantaceas
Achyrantha repens R. Br. : Corumbá (Pilger).
Alternanthera argentata Moq.: Cuyaba (Riedel).
A paronychioides St. Hil. : Corumbá (Moore).
var floribunda Hæhne : S. Luiz de Caceres (Hoehne).
Amaranthus spinosus L.: Cuyaba (Riedel).
Gomphrena aphylla Pohl: alto Cuyaba (Pilger).
G. glabrata (Mart.) Mog. : Corrego Fundo (Pilger).
Gomphrena glauca Mog. : Cuyabá (Moore).
G. hygrophila Mart. : Guyabä (Riedel, Pilger).
G. Marlæ S. Moore: Villa Maria (Moore).
G. officinalis Mart. Cuyaba (Pilger).
Iresine polymorpha Mart. : rio Colyseo (Pilger).
Pfaffia nana S. Moore: S. Cruz (Moore).
Telanthera dentata Mog. : rio Colyseo (Pilger).
T. geniculata S. Moore: Corumba (Moore).
Anacardiaceas
A. corymbosum B. Rodr. : Serra da Chapada (B. Rodr).
A. pumillum St. Hil.: Cuyaba (Riedel), Serra da Chapada (Moore) (?).
var. petiolata Engl. : rio Colyseo (Pilger).
A. occidentale L.: Cuyaba (Manso? Mart. Herb. Bras.: Pilger).
Astronium fraxinifolium Schott: Cuyaba (Riedel).
Spondias lutea L.: S. Cruz (Moore).
Tapirira guianensis Aubl. : S. Cruz ( Moore).
var. elhptica Engl.: Porto do Campo (Hcehne).
T. Marchandii Engl. : Cuyaba (Manso).
Anonaceas
Aberemoa brevipeaunculata Fries: S. Anna da Chapada (Malme).
A. furfuracea (St. Hil.)Baill.: Cuyaba (Manso, Malme, B. Rodr. e Pilger); Serra
da Chapada (Moore). ;
A. Jonasiana (B. Rodr.) Fries: entre Burity e S. Anna da Chapada (Malme).
A. lanceolata (St. Hil.) Warm.
var. glabriuscula Fries: entre Burity e S. Anna da Chapada (Malme).
A. Marcgraviana (Mart.) Fries: (Riedel); Cuyab4 (Malme).
Anona aurantiaca B. Rodr.: entre Coxipó-mirim e Cuyabá (Malme) ; rio do Peixe
e Coxipó (B. Rodr.); S. Cruz (Moore).
A. coriacea Mart.: Cuyabá, S. Anna da Chapada (Malme).
A. J. DE SAMPAIO — A FLORA DE MATTO GROSSO 69
A. crassiflora Mart. S. Anna da Chapada (Malme); Serra da Chapada (B. Rodr.
A. macrocarpa).
A. crotonifolia Mart.: rio Fardo (Riedel).
A. dioica St. Hil.: entre Coxipó e Cuyaba (Malme); S. Cruz (Moore); Cuyaba
(B. Rodr. A: Cuyabaensis), (Pilger).
A. glaucophylla Fries: S. Anna da Chapada e Cuyabä (Malme).
A. Malmeana Fries: S. Anna da Chapada e Cuyabä (Malme).
A. monticola Mart.: S. Anna da Chapada (Malme).
A. nutans Fries : Corumba (Malme).
A. phæoclados Mart. : Cuyaba e entre Arica e S. Anna da Chapada (Malme).
A. Sanctæ-Crucis S. Moore: S. Cruz (Moore).
A. Walkeri S. Moore: Cuyaba (Moore).
Bocagea mattogrossensis Fries: S. Anna da Chapada (Malme).
Cardiopetalum calophyllum Schelecht. : Cuyaba (Riedel, Malme) ; S. Cruz (Malme) ;
aff. v. Duguetea: Tapirapuan (Hcehne).
Ephedranthus parviflorus S. Moore: S. Anna da Chapada (Malme); S. Cruz
(Moore).
Guatteria caniflora Mart.: S. Anna da Chapada (Malme).
G. rigida Fries: rio Pardo (Riedel).
G. sylvicola S. Moore: Serra da Chapada (Moore).
Rollinia Hassleriana Fries: Corumba (Malme).
R. incurva S. Moore: S. Cruz (Moore).
R. intermedia Fries: Cuyaba (Malme).
Stormia brasiliensis S. Moore: S. Cruz (Moore).
Unonopsis Lindmani Fries : S. Anna da Chapada, Cuyaba (Malme).
Xylopia emarginata Mart.: S. Anna da Chapada (Malme). -
X. grandiflora St. Hil.: S. Anna da Chapada (Malme); Serra da Chapada
(Moore).
Apocynaneas
Allamanda aff. perula DC. var. Gardneri DC.: Tapirapuan (Hoehne).
Amblyanthera cuiabensis Muell. Arg.: Cuyaba (Manso).
A. hispida Muell. Arg. (vide Mandevilla hispida).
‘var. tomentosa Muell. Arg.: Cuyaba (Manso); (vide Malme sub Mando-
villea lasiorcapa).
Anisolobus hebecarpus Muell. Arg. :
var. tomentosus Muell. Arg.: Cuyaba (Manso, Weddell) ;
var. scandens: Cuyaba (Manso).
A. Perrottetii A. DC.:
var. obtusus Muell. Arg.: limites Brasil-Bolivia (d’Orbigny).
A. Zuccarinianus Miers: Cuyaba (Moore).
Aspidosperma australe Muell. Arg. : Camapuan (Riedel).
70 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
. Lhotzkyanum Muell. Arg.: Cuyaba (Riedel, Malme).
. Martii Manso: Morro Ernesto, prox. de Cuyaba (Manso).
. nobile Muell. Arg. campos de Cuyaba (Riedel); rio Colyseo (Pilger).
. platyphyllum Müll. Arg.: Cuyaba (Malme).
. Pohlianum Müll. Arg.: Cuyaba (Malme).
. subincanum Mart. : Cuyaba (Malme).
var. tomentosum Muell. Arg.: Cuyaba (Manso); Cuyaba (Malme A. tomen-
tosus Mart).
Condylocarpon obtusiusculum Muell. Arg. : Cuyaba (Manso).
Dipladenia Pohliana (Stadeln) Malme: Cuyaba (Malme).
D. spigeliæflora (Stadeln) Müll. Arg. : Cuyaba (Malme).
D. tenuifolia: S. Anna da Chapada (Malme).
Echites circinalis Sw.: Cuyaba (Manso).
E. coalita Vell.: S. Anna da Chapada (Malme).
E. Sanctæ-Crucis S. Moore: S. Cruz (Moore).
E. sulphurea Vell. : Cuyaba (Malme).
E. trifida Jacq.: S. Cruz (Lindman).
Hæmadictyum acutifolium Benth.: Cuyaba (Manso).
var. latifolium Mueil. Arg.: Cuyaba (Malme).
H. Lindmani Malme: S. Cruz (Lindman).
Hancornia speciosa Gomes: Cuyaba (Malme).
Lisianthus acutangulus Mart.: Cuyaba (Manso, Riedel).
L. chelonoides L.: Cuyaba (Manso).
L. viridiflorus Mait.: Cuyaba (Manso).
Lochnera rosea (L.) Rchb.: Cuyaba (Pilger).
Macrosiphonia longiflora (Desf.) Müell. Arg.: Cuyaba (Weddell, Malme); rio Co-
lyseo (l’ilger). ;
M. velame (St. Hil.) Miell. Arg.: Cuyaba (Malme).
Mandevilla hispida (R. et Schm.) Malme: rio Batovy (Pilger).
M. lasiocarpa (A. Dc.) Malme: Cuyabá (Malme) vide Amblyanthera hispida var.
tomentosa).
Mesechites sulphurea Mill. Arg.: Cuyaba (Manso).
Odontadenia hypoglauca (Stadeln) Müell. Arg.: Cuyaba (Malme); rio Colyseo
(Pilger).
O. nitida (Vahl) Müll. Arg. Cuyaba (Lindman).
O. Zuccariniana (Stadeln) C. Schum.: Cuyabá (Malme); Serra de Tapirapuan
(Lindman).
Plumiera floribunda Muell. Arg.
var. crassipes Muell. Arg.: (Riedel).
P. Hilariana Müll. Arg.: Cuyaba (Malme).
Pl. latifolia Pilg.: Cuyaba (Pilger).
Pl. loranthifolia Muell. Arg. (Weddell).
=) Pe p>
A. J. DE SAMPAIO — A FLORA DE MATTO GROSSO 71
PI. rubra L. Cuyaba (Malme).
Prestonia Evansii S. Moore: S. Cruz, Villa Maria (Moore).
P. sericocalyx Malme: Coxipô e Cuyaba (Malme).
Rauwolfia elliptica Malme: S. Anna da Chapada (Malme).
W. mollis S. Moore: Corumba (Moore).
R. Weddelliana Muell. Arg.: Camapuan (Riedel); entre Goyaz e Cuyaba
[ Weddell).
Rhabdadenia Pohlii Muell. Arg.: entre Corumbä e Dourados (Moore); S. Cruz
(Lindman).
var. volubilis Muell. Arg. (Gaudichaud).
Rhodocalyx rotundifolius Muell. Arg. (leg. 2); S. Cruz (Moore); Cuyaba (Malme) ;
S. Luiz de Caceres (Hoehne).
Schultesia stenophyla Mart.: entre Goyaz e Cuyaba (Riedel).
Secondatia densiflora A. Dc.: Cuyabá (Manso, Gaudichaud, Malme); S. Cruz
(Moore); Paranatinga (Pilger).
Stipecoma peltigera Muell, Arg.: Serra de Cuyabá (Manso, Malme).
Tabernæmontana hirtula Mart. (Gaudichaud).
T. oblongifolia A. Dc.: S. Cruz (Moore).
Thevetia bicornuta Muell. Arg.: Corumbá, Coimbra (Moore).
T. neriifolia Juss.: Cuyabá (Malme) ; Porto do Campo (Hoehne).
Vinca rosea L.: (Gaudichaud) ; Cuyaba (Malme).
Aquifoliaceas
Seg. Th. Loesener, «Monogr. Aquifol.»: Nova Acta.
Abh. k. Leop.— Carol. Deutschen Akad. Naturf. Halle 1901.
llex affınis Gardn.
var. genuina Loes., forma: angustifolia Reiss.: Salinas (Weddell); rio Co-
lyseo (Pilger).
I. cuyabensis Reiss.: rio Guaporé (Riedel).
I. paraguariensis St. Hil.
var. genuina, forma domestica (Reiss.) Loes.: prov. M. Grosso (Endlich),
Araliaceas
Gilibertia cuneata (DC.) E. March: rio Colyseo (Pilger).
var. abbreviata: Salinas (Weddell).
Aristolochiaceas
Aristolochia barbata Jacq. ; S. Luiz de Caceres (Hoehne).
A. burro Lindm.: Cuyaba (Lindman).
A. Claussenii Dchtre: Cuyaba (Lindm. A. exigua); Coxipo da Ponte (Hcehne).
72 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
A. cuyabensis Malme: Cuyaba (Malme).
A. droseroides Hoehne: Praxedes no rio Jaurü (Hoehne). (A. eriantha Mart. seg.
Hoehne).
A. eriantha Mart.: Praxedes no rio Jaurú, Coxipó da Ponte e S. Luiz de Caceres
(Hoehne).
A. Esperanza Kth.: Corumba (Lindman) ; Corumbá (Hoehne).
A. Jauruensis Hoehne: rio Jaurü (Hoehne).
A. hians Willd.: ? Coxim e rio Piquiry (Hcehne).
melastoma Manso: Cuyaba (Manso).
odoratissima L.: Coxipo da Ponte (Hoehne).
stomachoides Hoehne: Tapirapuan e Coxipö da Ponte (Hæhne).
Warmingii Mast.: Cuyabá (Malme) ; Lindman ; Serra da Chapada (Lindman) ;
Porto Esperidião e S. Luiz de Caceres (Hoehne).
A. Wedellii Duch.: rio Jaurü (Weddell).
Holostylis reniformis Duch.: Coxipó da Ponte, Porto Esperidião e S. Luiz de Ca-
ceres (Hæhne).
A.
A.
iN
A.
Asclepiadaceas
Araujia plumosa Schlechter: Cuyabá, Corumbá (Malme); Corumbá (Hæhne).
Asclepias candida Vell.: Cuyaba (Malme).
A. curassavica L.: Cuyaba (Pilger).
A. jangadensis S. Moore: Jangada (Moore).
A. mellodora St. Hil.
var. minor St. Hil.: Cuyaba (Malme).
A. nervosa Don.: Porto Murtinho (Hcehne).
Barjonia cymosa Fourn.: Coxipö-mirim e Serra da Chapada (Malme).
B. laxa Malme: Cuyabä, S. Anna da Chapada, Serra da Chapada, Bocca da Serra
(Malme).
B. obtusifolia Fourn.: rio Ronuro (Pilger); Cuyaba, Coxipö-mirim e Serra da
Chapada (Malme) ; Diamantino (Lindman).
Blepharodon reflexus Malme: Coxipö, Cuyaba, Serra da Chapada (Malme) ; S. Luiz
de Caceres (Hoehne).
Ditassa adnata Fourn ; rio Ronuro (Pilger).
D. ericoides Dene: Serra da Chapada (Malme).
D. virgata Fourn.: Serra da Chapada (Malme).
Exolobus stenolobus (Dene) Fourn. : Cuyaba (Malme).
Hemipogon acerosus Dene : Cuyaba e Serra da Chapada (Malme).
H. exaltatus Malme : Cuyabä (Malme).
Madarosperma oblongum S. Moore: rio dos Bugres (Moore).
Marsdenia caulantha S. Moore : S. Cruz (Moore).
M. Weddellii (Fourn.) Maime : Cuyaba (Malme).
Metastelma stenolobum Dene: Cuyaba (Malme); rio Paraguay (Lindman).
A. J. DE SAMPAIO — A FLORA DE MATTO GROSSO 73
Morrenia incana S. Moore: Porto Pacheco (Moore) (Syn. deM. Stormiana).
(Morong) Malme seg. (Malme).
M. odorata (Hk. et Arn.) Lindl. : Porto Murtinho (Malme).
Nephradenia acerosa Dene: Serra do Curupira (Lindman).
N. filipes Malme : Serra da Chapada e S. Jeronymo (Malme).
Oxypetalum Balansae Malme : Cuyaba (Malme).
. capitatum Mart. et Zucc.: Cuyaba (Malme).
. clavigerum S. Moore: Jangada (Moore).
. Ekblomii Malme : Cuyaba (Malme).
. erianthum Decne (Malme).
. Martii Fourn.: Cuyaba (Malme).
. Wightianum Hk. et Arn. (Malme).
Petalostelma Martianum (Dene) Fourn.: Cuyaba (Malme),
Philibertia cuspidata (Fourn.) Malme: S. Cruz (Lindman).
Pseudobatia lanosa (Fourn.) Malme : Cuyaba (Malme).
P. surgens Malme: Cuyaba (Malme).
Roulinia fluminensis Dene : S. Cruz (Lindman).
R. parviflora Dene : Coxipö mirim (Malme).
Schubertia grandiflora Mart. et Zucc. : Cuyaba (Malme); Corumbá (Hoehne).
OOOGEO®OO©
Balanophoraceas
Helosis guianensis Rich. : S. Luiz de Caceres (Hoehne).
Begoniaceas
Begonia cucullata Willd. : rio Coxim (Manso).
Bignoniaceas
Adenocalymma croceum S. Moore: Corumbá (O. Kuntze, Moore),
Anemopzegma acutifolium P. DC. : prov. M. Grosso (leg. ?).
A. bifarium Bur. et K. Schn. (Lhotzky e Manso; Moore),
A. brevipes S. Moore : Corumba (Moore).
A. decorum S. Moore : Corumba (Moore).
A. mirandum A. DC. : (O. Kuntze) ; Serra das Pedras no valle de Cuyabä (Pilger) ;
var. glabra-P. DC. (leg. 2);
var. pubera P. DC. : Cuyaba (Riedel) ;
var. verticillata Bur. : Cuyaba (Schwcke) (222).
A. sylvestre S. Moore: rios Paraguay, dos Bugres e Brasinho (Moore).
Arrabidaea arthrerion Bur. : Cuyaba (Manso), S. Cruz e Matta da Poaia (Lindman) ;
Cuyaba (Pilger).
A. chica Verl.
var. thyrsoidea Bur. (Moore); Palmeiras (Lindman)
74
ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
A. fagoides Bur. (Moore); Corumba (Hcehne).
A. florida P. DC. (Riedel) ; S. Cruz (Lindman).
A. lenticellosa Bur. et Schm. (Riedel).
A. macrophylla K. Schm.: Cuyaba (Lhotzky e Manso; Riedel; Malme; Pilger).
A. platyphylla Bur. et K. Schm.
var. elliptica P. DC.: Cuyaba (Manso, Malme); Coxipö-mirim (Malme).
A. rhodantha Bur. et K. Schm. (O. Kuntze); rio Apa (Malme).
A. subfastigiata S. Cruz (Lindman).
A. subverticillata : Mattas da Poaia, prox. Rio Branco (Lindman).
Bignonia cinnamomea P. DC. : Cuyaba (Manso).
. cuyabana P. DC.:
. caudigera S. Moore: Corumba (Moore).
. Grewioides S. Moore: entre Corumba e Ladario (Moore).
. melioides S. Moore: S. Cruz (Moore).
. modesta S. Moore: S. Cruz (Moore).
. rubescens S. Moore: S. Cruz (Moore).
3. tomentella S. Moore: Corumba (Moore).
Callichlamys latifolia K. Schm.: Cuyaba (Lhotzky e Manso); S. Cruz (Lindman)
Clytostoma decorum Bur. et K. Schm. (S. Moore); Corumbá (Hoehne).
Cremastus pulcher Bur: Cuyabá (Lhotzky e Manso).
Cuspidaria sp.: Corumbá (Malme).
Distictis Mansoana Bur.: Cuyaba (Lhotzky e Manso); Malme).
Jacarandá Caroba : Butity, em S. Anna da Chapada (Malme).
J. cuspidifolia Mart. : Cuyabá (Manso, Moore); S. Cruz (Moore).
J. decurrenta : Burity, em S. Anna da Chapada (Malme).
J. glabra P. DC. : entre Buena Vista e S. Carlos (d’Orbigny).
J. rufa Manso: S. Anna da Chapada (Malme); S. José (Lindman); Paranatinga
comer © © EE &
(Pilger).
Lundia Umbrosa : S. Cruz (Lindman).
Macfadyena bipinnata S. Moore: S. Cruz (Moore).
M. laurifolia Miers: entre Corumbá e Dourados (Moore).
M. mollis Seem. (Moore).
M. pubescens S. Moore: entre Villa Maria e Corumba (Moore).
M. riparia S. Moore: entre S. Cruz e Villa Maria (Moore).
M. uncinata P. DC. : Cuyaba (Lhotzky e Manso ); (Riedel).
Martinella obovata: S. Cruz (Lindman).
Memora axillaris Bur. et K. Schm.: Coxipo-mirim (Malme) ; Serra das Pedras no
valle do Cuyaba (Pilger).
M. campicola Pilg. : nascentes do rio Batovy (Pilger).
Paragonia pyramidata Bur.: S. Luiz de Caceres (Hoehne).
Pentastoma leucopogon.
yar. glabra K. Schm; Matta da Poaia (Lindman).
A. J. DE SAMPAIO — A FLORA DE MATTO GROSSO 75
Phryganocydia corymbosa Bur. (Moore); rios Cuyabá e S. Lourenço (Lindman) ;
S. Cruz (Lindman).
Pithecoctenium echinatum K. Schm.: Cuyabä (Manso).
Saldanhæa lateriflora Bur. : Cuyaba (Manso, Moore, O. Kuntze); S. Cruz (Moore).
Spathodea hispida P. DC. : Cuyaba (Manso).
Tabebuia aurea ? Benth. e Hook.: entre Cuyaba e Serra da Chapada (Moore).
T. Avellanedæ Lorentz: prov. M. Gr. (Moore).
T. chapadensis S. Moore : Serra da Chapada (Moore).
Tecoma. adenophylla K. Schm. : nascentes dos rios Jatobá e Colyseo (Pilger).
Taurea P. DC. (leg. 2).
T. caraiba Mart. (O. Kuntze): nascentes do rio Batovy (Pilger).
T. Piutinga Pilg. : rio Colyseo (Pilger).
Tynnanthus Lindmanii K. Sch.: Tapirapuan (Hoehne).
Zeyhera montana Mart. : Serra da Chapada (Malme).
Bixaceas
Bixa orellana L. : rio Ronuro (Pilger).
Casearia Fockeana Mig. : Camapuan (Riedel).
C. grandiflora St. Hil.
var. hypoleuca: Cuyabä (Manso).
C. spinosa Willd. : Cuyaba (Pilger).
var. Tafallana : Cuyaba (Riedel).
C. sylvestris Sw.: rio Colyseo (Pilger).
var. Tingua : Cuayba (Manso).
Cochlospermun insigne St. Hil.: Cuyaba (Moore) ; valle do Cayaba (Pilger).
Lætia apetala Juss.
var. pubescens : Cuyaba (Riedel).
Ryania canescens Lichl. : Ribeirão, no rio Madeira, M. Grosso? (Riedel).
R. Mansoana Eichl. : Cuyaba (Manso).
Bombacaceas
Bombaxelegans Fries: Cuyaba (Malme).
B. gracilipes Schm; (Weddell); Cuyaba (Manso? em Mart. Herb. Bras);
(Malme).
B. marginatum Schm. (Weddell) ; Cuyaba (Malme); rio Ronuro (Pilger).
E. pumilum Pilg. : Cuyaba (Pilger).
Ceiba Burchellü K. Schm.:S. Anna da Chapada (Lindman).
Borraginaceas
Cordia curassavica Reem. et Schult. : Pão de Assucar (Moore).
C. cuyabensis Manso et Lhotzky : Cuyaba (Manso); rio Colyseo (Pilger).
C. insignis Cham. : Cuyaba (Manso) ; nos campos (Pilger).
76 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
C. jucunda S. Moore : prov. M. Grosso (Leeson in Herb. Brit. Mus. fide Moore).
C. Salzmanni DC.: Serra da Chapada (Moore).
Heliotropium filiforme Kth. : Cuyabá (Manso ? Mart. Herb. Bras.), (Pilger) ; Co-
rumba (Hcehne).
H. hispidum Kth.: Cuyaba (Pilger).
H. indicum L. : rios Paraguay, dos Bugres e Brasinho (Moore).
H. inundatum Sw. : S. Cruz (Moore).
H. parciflorum (DC.) Gürke : Cuyaba (Manso? em Mart. Herb. Bras.), (Pilger).
Tournefortia psilostachya HBK. : Cuyaba (Malme).
Burseraceas
Protium Heptaphyllum (Aubl.) March. :
var. brasiliense Engl. : Cuyaba (Manso).
Cactaceas
Cereus triangularis Haw. : S. Luiz de Caceres (Hoehne).
Echinocatus alteolens (Lem.) K. Schm.: Serra da Chapada (B. Rodrigues) ;
Cuyabä (B. Rodrigues, Pilger).
Pereskia Bleo Dc. : Corumbá (Moore).
Campanulaceas
Centropogon surinamensis (L.). Presl: Serra da Chapada (Moore).
var. vestita Pilg. : Piava (Pilger).
Lobelia nummularioides Cham. :
f. micrantha: rio Colyseo (Pilger).
Siphocampylus corymbiferus Pohl : Serra da Chapada (Moore).
Capparidaceas
Capparis cynocephala L.
var. microphylla: entre Corumbá e Ladario (Moore).
Cleome aculeata L. : Cuyabá (Malme).
C. psoraleæfolia DC. (Manso).
Cratæva Tapia L. : Corumbá (Moore); S. Luiz de Caceres e Urucum (Hoehne).
Caryocaraceas
Caryocar brasiliense Camb.: Serra da Chapada (Riedel) ; rio Colyseo (Pilger).
Caryophyllaceas
Polycarpæa corymbosa (L.) Lam.: Cuyabä (Manso? em Mart. Herb. Bras.);
(Pilger).
Polycarpon apurense HBK.: S. Cruz (Moore).
A. J. DE SAMPAIO — A FLORA DE MATTO GROSSO 71
Combretaceas
Buchenavia oxycarpa Eichl. (Riedel).
Combretum e legans Camb.: Chapada (Manso e Lhotzky) ; rio Cipó, M. Grosso?
(Riedel).
C. Jacquini Gris. : forma Bugi: Cuyaba (Manso).
C. lanceolatum Pohl: Cuyaba (Manso).
C. leptostachyum Mart.: Cuyaba (Manso, Riedel).
C. Leeflingii Eichl. : Cuyabá (Manso? em Mart. Herb. Bras.); rio Colyseo (Pilger).
C. parviflorum Eichl. : Cuyabä (Riedel).
C. secundum Jacq. : prov. M. Grosso (Leeson, in Herb. Brit. Museum, fide Moore).
Terminalia biscutella Eichl.: Cuyaba (Riedel).
T. festinata S. Moore: S. Cruz (Moore).
Thiloa gracilis Richl.
var. major Hoehne : Urucum (Hcehne).
Compostas
Acanthospermum xanthioides DC. : S. Cruz (Moore); Cuyaba (Pilger ).
A. hispidum DC. : Cuyaba (Malme).
Achyrocline satureoides DC.: rio Ronuro (Pilger).
var. 2: S. Anna da Chapada (Malme).
Ageratum conizoides L.: Serra da Chapada (Moore).
Alomia Regnellii Malme: Serra da Chapada (Malme).
Aspilia e lata Pilg.: Rosario (Pilger).
A. leucoglossa Malme: Cuyaba (Malme).
A. foliacea (Spreng.) Bak.: rio Colyseo (Pilger).
A. Regnellii (Sch. Bip.) Bak. sub. sp, mattogrossensis Malme: Cuyaba (Malme).
Aster sp.: rio Colyseo (Pilger).
Baccharis helichrysoides DC.
var. leucopappa Bak. : Cuyaba (Manso).
. microptera Bak. : Cuyabá (Manso).
. orgyalis DC. : Cuyaba (Manso).
. rufescens Spreng.
var. tenuifolia Bak.: Cuyaba (Manso).
. serrulata Pers. : Corumbá (Moore).
. subcapitata Gardn. : Cuyaba (Malme).
. Subdentata Dc.: Cuyaba (Manso).
: subopposita De. : Cuyaba (Manso), rio Ronuro (Pilger).
. tenuifolia DC. : rio Colyseo (Pilger).
. tridentata Vahl.: S. Cruz (Moore).
. trinervis Pers. : Cuyaba (Manso); S. Anna da Chapada (Malme).
Damm
[9000 oo oo ooo lo)
=
Z
ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
B. vernonioides DC. : Cuyaba (Manso).
B. vulneraria Bak. : Cuyaba (Manso).
Barnadesia rosea Lindl. Cuyabá (Manso); Serra da Chapada (Malme).
Bidens bipinnata L. : S. Cruz (Moore).
B. fistulosus Schutz-Bip: campos do rio Pardo, prov. M. Grosso ? (Riedel).
B. pilosus L.: S. Anna da Chapada (Malme) ; Cuyaba da larga (Pilger).
B. Riedelii Bak. : campos seccos do rio Pardo, prov. M. Grosso ? (Riedel).
B. scorgoneræfolius Bak. : Cuyaba (Manso).
Calea Clausseniana Bak.
var. Riedeliana Bak.: Camapuan, prov. M. Grosso? (Riedel).
C. ferruginea Sch. Rip. S. Anna da Chapada (Malme).
C. lantanoides Gardn. Cuyaba, (Malme, Pilger).
C. stenophylia Bak. : Cuyabä (Manso).
Chaptalia intergrifolia Bak. : Serra da Chapada (Moore).
Chuquiragua chapadensis S. Moore : Serra da Chapada (Moore).
C. Doniana Bak. : forma inermis : Cuyaba (Manso).
C. glabra Bak. Corumba (Malme).
var. multiflora Bk. : Cuyaba (Manso).
. macrocephala Bak. : Cuyaba (Manso).
. mattogrossensis Malme : Cuyaba (Malme).
. orthacantha Bak. : Cuyaba (Manso).
. retinens S. Moore : S. Serra da Chapada (Moore).
vagans Bak. : Cuyabä (Manso).
Conyza capillipes S. Moore : entre S. Cruze Villa Maria (Moore).
Cosmos caudata HBK. :-S. Anna da Chapada (Malme).
Eclipta alba Hassk. : Cruz (Moore).
Egletes viscosa Less. : S. Cruz (Moore). .
Elephantopus Angustifolius Sw. : S. Cruz (Moore) ; Cuyaba (Pilger).
E. biflorus Schultz-Bip : Cuyaba (Manso).
E. scaber L. : Serra da Chapada (Moore) ; Cuyaba (Pilger).
E. riparius Gard. : Cuyaba (Malme); valle do Cuyaba (Pilger).
Eremanthus cinctus Bak. : Cuyaba (Manso).
E. exsuccus (DC.) Bak. : Serra da Chapada e S. Anna da Chapada (Malme). Ba-
nanal, no Paranatinga (Pilger).
E. glomerulatus Less.: Cuyaba (Malme).
E. sphaerocephalus Bak. : Cuyaba (Manso).
Erechtites hieracifolia Rafin. : M. Grosso (Manso).
Erigeron bonariensis L. : Cuyaba (Manso).
E. maximus Link. et Otto:
Eupatorium amygdalinum L var. glandulosa (Gardn.) Bak.: rio Paranatinga
(Pilger).
E. asperrimum Schultz-Bip. : Cuyaba (Manso).
eae oo
A. J. DE SAMPAIO — A FLORA DE MATTO GROSSO 79
E. conyzoides Vahl : prov. M. Grosso (Leeson, Herb. Brit. Mus. fide Moore).
var. Maximiliani : Cuyaba (Manso, Malme).
E. cuyabense S. Moore : Cuyaba (Moore).
E. dentatum Gardn.: prov. M. Grosso (Leeson. Herb. Brit. Mus. fide Moore);
Cuyaba (Malme).
E. dendroides Spreng. : Cuyaba e porto do Jurua (Manso).
E. glandulosissinum Malme : Serra da Chapada (Malme).
E. horminoides Bak.
var, calamocephala Bak. Cuyaba e Genubatuba (Manso).
E. intermedium DC. : Cuyaba (Manso).
E. iveefolium L.
var. gracillima Bak. : Cuyaba (Manso) ; nascente do rio Batovy (Pilger).
E. kleinioides HBK. : Cuyaba (Manso) Malme ; entre Cuyaba e Serra da Cha-
pada (Moore) ; rio Paranatinga (Pilger).
E. levigatum Lam. : Cuyabá (Manso).
E. lupulinum Bak. : Cuyaba (Manso, Malme, Tamberlick).
E. macrocephalum Less. : valle do Cuyaba (Pilger).
E. macrophylum L. : S. Anna da Chapada (Malme) ; Tapirapuan (Hoehne).
E. megacephalum Mart.: nascentes do rio S. Lourenço (Manso).
E. megaphyllum Bak. : Cuyaba (Manso) ; Serra da Chapada (Moore).
E. Meyeri Pilg. : Serra das Pedras, no valle do Cuyabá (Pilger).
E. oxychlenum DC. : Cuyaba e Serra da Chapada (Malme).
E. myriocephalum Gardu. : Cuyabá (Malme).
E. pectum Gardn : Cuyaba (Malme).
E. pinnatipartitum Schultz-Bip.: Cuyabá (Manso).
E. pirifolium DC. : Cuyaba (Manso).
E. squalidum DC. Ponto dos Perdices (??) (Manso); Cuyaba (Moore; Malme).
var. tomentosa Bak. : Cuyabá (Manso, Malme).
var. Martiusii Bak. : Cuyaba (Manso, Malme).
E. subtruncatum Gardn. Cuyaba (Manso, Malme, Pilger).
E. vitalbæ DC. : Cuyaba (Manso) ; entre S. Cruz e Tapirapuan (Moore).
Gnaphalium indicum L. : rio Colyseo (Pilger).
Gochnatia rotundifolia Less. : prov. M. Grosso (d’Orbigny).
Gymnocoronis spilanthoides (D. Don) DC. : Corumba (Malme).
Ichtyothere Cunabi Mart.: S. Anna da Chapada (Malme) ; valle do Cuyaba
(Pilger).
I. ovata S. Moore : Serrada Chapada (Moore).
I. foliosum Malme : Cuyaba (Malme).
Ipeucedanifolium Less. : Cuyaba (Malme), valle do Cuyaba (Pilger).
Isostigma stellatum Bak.: Cacheira de Urubupunga, no rio Parana (Riedel).
Jungia Floribunda Less. : rio Ronuro (Pilger).
Kanimia oblongifolia Bak. : Cuyuba (Manso).
80 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
K. palustris Gardn. coxipö-mirim (Malme).
Mikania amara (Vahl) Willd. : valle do Cuyaba (Pilger).
M. cordifolia Willd. (Manso) ; prov. M. Grosso (Leeson, in Herb. Brit. Mus.
fide Moore).
M. ligustrifolia DC. : Cuyaba (Manso).
M. officinalis Mart. : Cuyabä (Manso); S. Cruz (Moore); Serra da Chapada
(Malme) ; Serra do Curupir (Lindman).
M. pilosa Bak. : Cuyaba (Manso).
M. Pohliana Schultz-Bip: Cuyabä (Manso).
M. Psilostachya DC. : Cuyaba (Manso).
var. albicans Pilg. : rio Jatobä (Pilger).
var. scabra (DC.) Bah Cuyaba (Malme) ; Tapirapuan (Hoehne).
M. salviæfolia Gardn.: Cuyaba (Manso).
M. sessilifolia DC.: Cuyabä (Manso).
M. thyrsoidea Bak.: Cuyaba (Manso).
M. vismizefolia DC.: Cuyaba (Manso).
Moquinea Gardneri Bak.: Cuyaba (Manso).
M. polymorpha DC.: Cuyaba (Manso).
Mutisia campanulata Less.: Cuyaba (Manso).
Oyed xa rotundifolia Bak.: Cuyaba (Manso); entre Villa Maria e Corumbá
(Moore).
O. ovata (Gardn.) Benth.: Cuyaba (Malme).
O. vestita Bak.: Cuyaba (Pilger).
Pacourina edulis Aubl.: Corumba (Moore).
Pectis e longata Kth.: Cuyaba (Pilger).
P. jangadensis S. Moore: Jangada (Moore) Lindman Malme ; Cuyaba (Pilger).
P. stella Malme: Cuyaba (Malme, Pilger). -
Piptocarpha rotundifolia (Less) Bak.: S. Anna da Chapada (Malme).
P. senescens Bak.: Cuyaba (Manso),
Pluchea Quitoc DC. (Manso),
Porophyllum angustissimum Gard.: Serra da Chapada (Malme).
P. liniare DC. Coimba, Porto Pacheco (Moore),
P. macrolepidum Malme: Cuyaba (Malme),
P. Martii Bak.: Cuyaba (Manso).
P. prenanthoides DC.: valle do Cuyaba (Pilger).
P. ruderale Cass. Cuyaba (Manso); Corumbá (Moore).
Riencourtia oblongi folia, Gardn.: Cuyabá (Malme).
R. ternuifolia Gardn.: Cuyabá (Malme).
Senecio brasiliensis Less. (Manso).
S. trixoides Gardn.: rio Mimoso, prox. de Cuyabá (Manso).
Soaresia velutina Schultz-Bip.: rio Paranatinga (Pilger).
Solidago microglossa DC.: Cuyabá (Manso).
A. J. DE SAMPAIO — A FLORA DE MATTO GROSSO 81
Spilantes urens Jacq.: entre Cuyaba e Serra da Chapada (Moore).
Stevia collina Gardn.: Cuyaba (Manso).
Stilnopappus Pohlii Bak.: Cuyaba (Manso).
S. speciosus Bak.: rio S. Lourenco (Manso); Cuyaba (Malme); rio Paranatinga
(Pilger).
S. villosus Mart.: Cuyaba (Manso).
S. viridis Bent.: S. Cruz (Moore).
Symphiopappus polystachyus Bak. : Cuyaba (Manso).
Trichogonia Gardneri A. Gray: Cuyaba (Manso).
Trichospira mentoides Hbk .: S. Cruz. rio Brasinho (Moore).
Trixis divaricata Spreng.: Cuyaba (Manso); S. Anna da Chapada (Malme) ;
var. exauriculata DC.: Cuyaba (Manso.
. glaberrima Less.: Cuyaba (Manso).
. glutinosa D. Don: rio Paranatinga (Pilger).
. ophiorrhiza Gardn.: Serra da Chapada (Moore).
. picroides Gardn.: Cuyaba (Manso).
. spicata Gardn.: rio Ronuro (Pilger).
. Vauthieri DC.: Cuyabá (Manso).
Verbesina sordescens DC. : Cuyaba (Manso).
Vernonia ammophila Gardn.: rio das Almas (Manso).
V. araneosa Bak.: S. Anna da Chapada (Malme).
V. apiculata Mart.: entre Cuyaba e S. Paulo (Manso).
. aurea Mart.: Cuyaba (Manso).
. barbata Less. : Cuyaba (Manso).
. bardanoides Less.: S. Anna da Chapada (Malme).
. buddleizefolia Mart.: Cuyabá (Manso); S. Anna da Chapada (Malme).
. chamæpeuces Sch. Bip.: Serra da Chapada (Malme). -
. cognata Less.: Cuyaba (Manso).
. compacta Gardn.: Cuyaba (Manso).
. compactiflora Mart. : Cuyabá (Manso),
. cuiabensis Bak. : Cuyabá (Manso).
. cuneifolia Gardn.: Cuyaba (Manso).
. declivium Malme: Serra da Chapada (Malme).
. desertorum Mart.: entre Cuyabä e Serra da Chapada (Moore); rio Colyseo
(Pilger).
V. echitifolia Mart.: Cuyaba (Manso, Malme).
V. elegans Gardn. : Cuyaba (Manso).
V. ferruginea Less.: Cuyabá (Manso, Malme); Serra da Chapada (Moore); rio
Colyseo (Pilger).
var. platycephala Bak.: prov. M. Grosso (Leeson, in Herb, Brit, Mus.
fide Moore).
434993939
EE EEE een
Il
82 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
V. Flotowioides Bak. : Cuyabá (Manso).
V. fruticulosa Mart. : Cuyaba Manso).
V. glabrata Less.: Cuyabä (Manso).
V. grandiflora Less.: Tapirapuan (Hoehne).
V. helophila Mart. : Cuyabá (Manso).
V. levigata Mart. : Cuyaba (Malme).
V. ligulæfolia Mart.: Cuyaba (Manso).
V. linearis Spreng. : Cuyaba (Manso).
V. Mansoana Bak. : Pouso Alto (Manso).
V. membranacea Gardn. : Cuyaba (Malme).
V. mucronulata Less. : Cuyabá (Manso).
V. obscura Less.: Cuyaba (Malme).
V. obtusata Less.: Cuyaba (Manso, Malme); S. Anna da Chapada (Malme);
rio Batovy (Pilger).
var. angustata Pilg.: valle do Cuyaba (Pilger).
V. obovata Less. : Cuyaba (Manso); entre Cuyabä e Serra da Chapada (Moore);
Cuyaba (Malme).
V. onopordioides Bak.: Cuyaba (Manso, Malme).
V. oreophila Malme: Serra da Chapada (Malme).
V. pulverulenta Bak.: Serra da Chapada (Malme).
V. remotiflora Rich.: Coimbra (Moore); Cuyaba (Malme).
var. tricholepis Bak. : Cuyaba (Manso).
V. Riedelii Schultz-Bip: Cuyaba (Manso).
V. rigescens Malme: S. Anna da Chapada (Malme).
V. rubricaulis HB. : Corumbá (Moore); Cuyabä (Malme),
V. ruficoma Schlecht. : Cuyaba (Manso).
V. Salzmani DC. : Cuyaba (Manso).
V, scabra Pers.: entre Cuyabá e Serra da Chapada (Moore),
var. acuminata S. Moore: Serra da Chapada e Jangada (Moore).
V. Schwenkiæfolia Mart.: (Manso); rio Piava (Pilger), E
V. scorpioides Pers.: Cuyabá (Manso).
V, tricephala Gardn.: Cuyabá (Manso),
V, varroniæfolia DC. : Cuyabá (Manso, Pilger),
V. virens Schultz-Bip. :
var. megacephala Bak.: Cuyabá (Manso).
V. zuccariniana Mart.: Cuyabá (Manso).
Viguiera robusta Bak. : Cuyaba (Manso); S. Anna da Chapada (Malme).
V. vernonioides Bak.: Cuyabá (Manso).
Weddelia macrodonta DC. : Cuyabá (Malme).
W. modesta Bak.: Porto Murtinho (Hcehne).
Wiulffia stenoglossa DC. : Cuyabá (Manso, Malme ; entre Villa Maria e Corumbá
(Moore).
A. J. DE SAMPAIO — A FLORA DE MATTO GROSSO 83
Zinnia multiflora L.: S. Anna da Chapada (Malme).
Z. elegans Jacq. : culta in Cuyaba (Malme).
Connaraceas
Connarus fulvus Planch. : Serra da Chapada (Moore); rio Batovy (Pilger).
C. Gilgianus Pilg.: rio Colyseo (Pilger).
Rourea Doniana Bak. : S. Cruz (Moore).
R. puberula Bak. : Cuyaba (Manso).
Convolvulaceas
Convolvulus prælongus S. Moore : S. Cruz, entre S. Cruz e Diamantino (Moore).
Cuscuta obtusiflora HBK. : Corumba (Moore).
C. partida Choisy : Cuyaba (Riedel, Pilger).
Evolvulus filipes Mart. : Cuyaba (Riedel).
E. sypsophiloides Moric. : Cuyaba (Riedel, Pilger).
E. holosericeus Kth. : Cuyaba (Pilger).
E. nummularius L. : Jangada (Moore).
E. pterygophyllus Mart. : Cuyaba (Pilger).
E. pterocaulon Moric. : Cuyaba (Pilger).
Ipomæa angustifolia Choisy.
var. villosula (Lhotzky).
. bahiensis Willo. : rio Ronuro (Pilger).
. Blanchetii Choisy : Cuyabä (Riedel).
. bona-nox L.: Ronuro (Pilger).
. chrysotricha Meissn. : prov. M. Grosso (Sello ??).
. crinicalyx S. Moore : Corumba (Moore).
. digitata L. : Corumbá (Moore).
. echioides Choisy : Cuyaba (Manso).
var. villosula Meissn. (Lhotzky) ; Cuyaba (Riedel).
. fistulosa Mart.: rio Paraguay (Moore).
. geranioides Meissn. : Cuyaba (Riedel).
. Hænkeana Choisy : Cuyaba (Riedel).
. hederifolia L. : Cuyaba (Manso, Lhotzky).
. malvæoides Meissn.
var. oblongifolia Hall. : Cuyaba (Pilger).
. Nil Roth : entre Villa Maria e Corumba (Moore).
. setifera Poir. : Tres Barras e entre S. Cruz e Diamantino (Moore).
. variifolia Meissn. :
var. saxatilis Pilg. : Cuyaba da larga (Pilger).
Jacquemontia evolvuloides Moric.
var. parviflora Pilg. : rio Ronuro, rio Batovy (Pilger).
[e een Ba
84 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
J. gracilis Choisy : Cuyaba (Pilger).
J. parviflora Choisy : Cuyaba (Manso, Lhotzky).
Operculina pterodes (choisy) Meissn. : Cuyaba (Pilger).
Cruciferas
Nasturtium pumilum Camb. : S. Cruz (Moore).
Cucurbitaceas
Anguria gloriosa S. Moore : S. Cruz (Moore).
Melothria fluminensis Gardn. : rio Ronuro (Pilger) ; Tapirapuan (Hoehne),
Momordica Charantia L. : Corumba (Moore); Cuyaba (Pilger).
var. abbreviata Ser. : S. Luiz de Caceres (Hæhne).
Cunoniaceas
Belangera glabra Camb.: Corumba (Manso? in Mart. Herb. Bras).
Dichapetalaceas
Tapura amazonica Pcepp. et Endl. : S. Cruz (Moore).
Dilleniaceas
Curatella americana L.: Cuyaba (Manso); entre Cuyaba e Serra da Chapada,
S. Cruz (Moore) ; arvore a mais frequente nos campos (Pilger).
Davilla elliptica St. Hil. : rio Ronuro (Pilger).
D. lacunosa Mart. : Cuyaba (Manso ? in Mart. Herb. Bras.) (Herb. Brit. Mus. fide
Moore).
D. lucida Presl : Serra da Chapada (Moore).
D. Martii Eichi. : Cuyaba (Manso, Riedel).
D. neurophylla Gilg. : Cuyaba (Pilger).
Doliocarpus dentosus Mart. : Cuyaba (Manso)) ; S. Cruz (Moore).
D. platystigma Pilg. : rio Colyseo (Pilger).
D. Rolandri Gm. : Cuyaba (Manso).
Droseraceas
Drosera montana St. Hil.
var. tomentosa St. Hil. : rio Corrego da Flor (Hoehne).
D. sessilifolia St. Hil . rio Colyseo (Pilger) ; S. Luiz de Caceres (Hoehne).
Erythroxylaceas
Erythroxylum anguifugum Mart. : Cuyaba (Riedel, Manso) ; Tres Barras (Moore);
rio Colyseo (Pilger).
A. J. DE SAMPAIO — A FLORA DE MATTO GROSSO 85
. campestre St. Hil. : Cuyabá e Serra da Chapada (Moore).
. daphnites Mart. : Serra da Chapada (Moore) ; rio Colyseo (Pilger).
. durum S. Moore: S. Cruz (Moore).
. nitidum Spreng. : S. Cruz (Moore); rio Colyseo (Pilger).
. præcox S. Moore : S. Cruz (Moore); rio Paranatinga (Pilger).
Boney
Euphorbiaceas
Acalypha amphigyne S. Moore : Corumba (Moore).
Acalypha brevipes Muell. Arg.: prov. M. Grosso (Gaudichaud) ; Jangada (Moore).
A. communis Muell. Arg.
var. hirta Muell. Arg. : rio Nobre (Pilger).
var. intermedia Muell. Arg.: Cuyaba (Riedel); S. Cruz (Moore); Caceres,
margem do rio Paraguay e outros (Hoehne).
A. subvillosa Muell. Arg. : Jangada (Moore).
A. villosa (Jacq.) Muell. Arg. : Cuyaba (Pilger).
var. genuina Muell. Arg.: prov. M. Grosso (Gaudichaud, Weddell).
Alchornea castanzefolia (Willd.) A. Juss.; margens dos rios Paraguay, S. Lou-
renco e Cuyaba (Moore) ; Cuyaba (Pilger).
Argithamnia purpurascens S. Moore : Corumba (Moore) (Vide Ditaxis).
Bernardia peduncularis Muell. Arg.
var. hirsutissima Muell. Arg. : Cuyaba (Riedel).
Caperonea palustris (L.) St. Hil. : Camapuan (Riedel).
C. stenophylla Muell. Arg.: S. Luiz de Caceres (Hcehne).
Croton antisyphiliticus Mart. : Serra da Chapada (Moore).
C. cajucara Benth. : S. Cruz e Diamantino (Moore).
C. cheetocalyx Muell. Arg.: Cuyaba (Riedel).
C. chamædryfolius Griseb. : Cuyaba (Riedel); margem do rio Paraguay entre
S. Cruz e Villa Maria (Moore).
. chapadensis Muell. Arg.: Aldea da Chapada (Riedel 1.136, prov. M. Gr.?).
. comanthus S. Moore: entre S. Cruz e Villa Maria (Moore).
. corumbensis S. Moore: Corumba (Moore).
. cuyabensis Pilg.: Cuyaba (Malme, Pilger).
. Doctoris S. Moore: Corumba (Moore).
. floribundus Spreng. : Cuyaba (Manso).
. glandulosus L.
var. scordioides (Lam.) Muell. Arg.: Cuyaba (Pilger).
C. juncus Baill. entre Cuyaba e Goyaz (Weddell) ; nascentes do rio Paraguay, pro-
ximo a Diamantino (Weddell).
C. mimeticus S. Moore: Villa Maria (Moore).
C. nivifer S. Moore: Corumba (Moore).
C. pachecensis S. Moore: Porto Pacheco (Moore).
QD
QAQAQADO ©
86 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
. paucistamineus Muell. Arg. : Cuyaba (Riedel).
. Santæ-Crucis S. Moore: S. Cruz (Moore).
. sarcopetaloides S. Moore : Corumba (Moore).
. seputubensis Hoehne: Salto da Felicidade (Hoehne).
. spica Baill.: prov. M. Grosso (Gaudichad).
. stenosepalus Muell. Arg. : prov. M. Grosso? (leg. ?).
. tarapotensis Muell. Arg.: prov. M. Gr.? (leg.?).
. turneræfolius S. Moore: S. Cruz (Moore).
. urucurana Baill.: Rosario (Pilger).
. sp. S. Moore: S. Cruz (Moore).
Dalechampia adscendens Muell. Arg.: Cuyaba (Riedel).
D. cuiabensis Muell. Arg. : Cuyaba (Riedel, Manso); S. Cruz (Moore); rio Ronure
(Pilger); S. Luiz de Caceres (Hcehne).
D. cynanchoides S. Moore: S. Cruz (Moore).
D. pentaphylla Lam.: Cuyaba (Manso).
D. Riedeliana Muell. Arg.: Serra Diamantina. Cuyaba (Riedel).
D. scandens L.: S. Cruz (Moore).
D. sylvestris S. Moore: entre S. Cruz e Tapirapuan (Moore).
D. Weddelliana Baill. : entre Goyaz e Cuyaba (Weddell).
Ditaxis purpurascens (S. Moore) Pax et K. Hoffm. (Argithamnia purpur.
S. Moore): Corumba (Moore).
Euphorbia brasiliensis Lam. : Cuyabá (Manso); Jangada (Moore).
E. coecorum Mart.: S. Cruz e Serra da Chapada (Moore).
E. hirtella Boiss.
var. brevifolia Muell. Arg. : Cuyaba (Manso).
E. pilulifera L. : Jangada (Moore).
E. sciadophila Boiss. : rio Jatoba (Pilger).
E. serpens H. B. K.: Urucum (Hoehne).
Excaecaria obovata Muell. Arg.: Diamantino, nascentes do rio Paraguay
(Manso) — Sapuim obovatum Muell. Arg. seg. Pax.
E. pallida Muell. Arg.: margens do rio Paraguay (Riedel 738, prov. M. Gr.?) —
Sapium pallidum (Muell Arg.) Huber seg. Pax.
E. salpingadenia Muell. Arg.: Aldeia Cayapös, prov. M. Gr. (Riedel 404) — Stil-
lingia salpingadenia var. cupulifera seg. Pax.
Heterocroton mentiens S. Moore: provavelmente S. Cruz, seg. Moore.
Jatropha curcas L.: Cuyaba (Pilger); S. Cruz (Moore).
J. gossypifolia L.: Cuyabä (Pilger).
J. vitifolia Mill.: Corumbä, Cuyabä, Serra da Chapada (Moore).
Julocroton abutiloides S. Moore: Corumbä (Moore).
J. elæagnoides S. Moore Corumbä (Moore).
J. humilis Didr.: Jangada (Moore).
J. lepidus S. Moore.: Porto Pacheco (Moore).
GS DOS Coe ee
A. J. DE SAMPAIO — A FLORA DE MATTO GROSSO 87
J. montevidensis Klotzsch: margens do rio Paraguay entre S. Cruze Villa Maria
(Moore).
Mabea crenulata S. Moore: S. Cruz (Moore).
M. indorum S. Moore: rio dos Bugres (Moore).
M. fistulifera Mart. : (Riedel) ; (Robert) ; Serra da Chapada (Moore) ; (Malme) ;
(Lindman).
M. longifolia (Bittn) Pax AK. Hofin. n. sp.: Juruena (Hoehne).
M. paraguensis Muell. Arg.: margens do rio Paraguay (Riedel).
Manihot cuiabensis Muell. Arg.: Cuyaba (Manso).
M. membranacea Pax et K. Hoffm. n. sp.: prov. M. Gr. (Hoehne).
M. subquinqueloba Muell. Arg.: margens do rio S. Lourenco (Manso).
M. trichandra Pax et K. Hoffm.: Serra da Chapada (Robert ?? (R. Pilger >).
M. tripartita (Spreng.) Muell. Arg.
var. vestita S. Moore: Serra da Chapada (Moore).
M. Weddelliana Baill.: entre Goyaz e Cuyaba (Weddell).
Maprounia guianensis Aubl.; Serra da Chapada (Moore); S. Anna da Chapada
(Robert).
Pera > echinocarpa Baill. (Weddell).
Phyllanthus acuminatus Vahl: Cuyaba (Manso).
P. nobilis Muell. Arg.: Corumba (Moore).
P. Poeppigianus Muell, Arg: rio Guapore (Riedel).
P. Selloanus Muell. Arg.: rio Batovy (Pilger).
P. Sellowianus? Muell. Arg.: margens do rio Paraguay entre S, Cruz e Diaman-
tino (Moore).
P. Schomburgkianus Muell. Arg.
var. guyanensis: S. Cruz (Moore).
Sapium vide Exccecaria (nome antigo).
Sebastiania bidentata (Mart.) Pax.
var. Pilgeri Pax et Hoffm.: Cuyaba (Pilger).
var, scoparia (Mart.) Müll. Arg.: entre Diamantino e Formação (?) (Selwaelse),
S. serrulata Muell. Arg.: S. Cruz (Moore) (var, oncoblepharis Müll. Arg. seg, Pax).
S, virgata Muell. Arg.: Cuyaba (Pilger) ; Serra de Tapirapuan (Hoehne),
S. Weddelliana Muell. Arg.: (Weddell).
Stillingia vide Excocecaria salpingadenia.
Flacourtiaceas
Casearia javitensis HBK.: S. Cruz (Moore).
C. riparia S. Moore.: S. Cruz (Moore).
C. silvestris Sw.: rio Colyseo (Pilger).
C. spinosa Willd.: Cuyaba (Pilger).
ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
_Gentianaceas
(Seg. Malme)
Calolisianthus acutangulus (Mart.) Gilg: Cuyaba (Riedel, Manso, Malme, Pilger) ;
Serra da Chapada (Malme).
Chelonanthus candidus Malme: S. Anna da Chapada e Serra da Chapada
(Malme).
C. chelonoides L. Gilg: Cuyaba (Manso, Malme) ; S. Anna da Chapada (Malme).
C. uliginosus (Gris.) Gilg: Serra da Chapada (Malme).
C. viridiflorus (Mart.) Gilg: Cuyaba (Manso).
Coutoubea ramosa Auhl.: S. Cruz (Moore); entre Coxipo e Cuyaba (Malme).
Curtia Malmeana Giles. (Malme).
C. patula (Mart.) Knobl.: Serra da Chapada (Malme).
C. tenella (Mart.) Knobl.: Serra da Chapada (Malme); rio Ronuro (Pilger).
var. tenerrima Malme: Cuyaba (Malme).
C. tenuifolia (Don) Knobl.: Cuyaba (Malme); Rosario (Pilger).
Deianira cordifolia (Lhotzky) Malme: S. Anna da Chapada (Malme).
D. cyathifolia B. Rodr.: S. Anna da Chapada e Serra da Chapada (Malme) ; Capao
secco na Serra da Chapada (B. Rodrigues).
D. erubescens Cham. et Schlecht.: Serra da Chapada (Riedel); Cuyaba (Lhotzky,
Manso); Serra das Pedras no valle do Cuyaba (Pilger); Serra da Chapada
(B. Rodrigues).
var, pallescens (Schlecht.) Prog.: Serra da Chapada (Malme).
B. nervosa Cham. et Schlecht.: Cuyabá, Serra da Chapada (Malme),
var. foliosa Grisb.: S, Anna da Chapada (Malme).
var. latifolia Mart.: entre os rios Pardo e Parana (Riedel); Cuyabä
(Riedel).
D. pallescens Cham, et Schlecht.: Serra da Chapada (Malme).
Irhbachia coerulescens (Aubl.) Gris.: S, Anna da Chapada (Malme).
Limnanthemum Humboldtianum (Kunth) Gris,; Cuyaba (Malme),
Schultesia aptera Cham.: S, Anna da Chapada (Malme).
. guyanensis (Aubl); Malme: entre Goyaz e Cuyabá (Riedel) ; Cuyabá (Malme).
. heterophylla Miq.: Cuyaba (Malme, Pilger).
. Pohliana Prog. : Cuyaba (Malme, Pilger).
. stenophylla Mart.: Cuyaba (Malme); var. latifolia Mart.: Cuyabá (Malme).
. subcrenata Klotzsch: Cuyaba (Malme).
nm nm nn
Gesneraceas
Alloplectus sylvarum S. Moore: entre S. Cruz e campos de Tapirapuan (Moore).
Corytholoma igneum (Mart.) Fritsch
var. villosum Fritsch : rio Jocuara e Serra de Tapirapuan (Lindman).
A. J. DE SAMPAIO — A FLORA DE MATTO GROSSO 89
Drymonia Lindmaniana Fritsch: Palmeiras (Lindman).
D. maculata S. Moore: S. Cruz (Moore).
Gloxinia sarmentosa Gardn.: Serra das Araras (Lindman).
Keellikeria argyrostigma (Hk.) Regel: Serra das Araras e Serra de Tapirapuan
(Lindman) Vide K. Fritsch, pag. 19).
Mandirola ichthyostoma Seem.?: Cuyaba (Manso, Lhotzky).
Guttiferas
Kielmeyera amplexicaulis S. Moore: Serra da Chapada (Moore).
K. rubriflora Camb. (Manso e Lhotzky); Cuyaba (Pilger).
Platonia ? sp. Moore: S. Cruz (Moore).
Rheedia Guacopary S. Moore: S. Cruz (Moore); rio Colyseo (Pilger).
Halorrhagaceas
Myriophyllum brasiliense Camb.: prov. Matto Grosso (Leg.?)
Hydrophyllaceas
Hydrolea multiflora Mart. : Cuyabá (Manso).
H. spinosa L.: Cuyaba e entre Cuyaba e Dourados (Moore).
var. inermis Spr. : S. Cruz (Moore).
var megapotamica (Spreng) Brand, Das Pflanzenr):
Hypericaceas
Vismia decipiens Cham. et Schlecht.
var. laurifolia : (Lhotzky e Manso) ; Serra da Chapada (Moore).
V. japurensis Reich. : S. Cruz (Moore).
Hypocrateaceas
Hypocratea ovata Lam.: Corumba (Moore).
var. crassifolia : Cuyaba (Manso).
Hsp. : S. Cruz (Moore).
Salacea affinis Peyr. : Cuyaba (Riedel).
S. siputa S. Moore : Barra dos Bugres (Moore).
Ilicaceas (vide Aquifoliaceas)
Labiadas
Eriope crassipes Bth: Serra da Chapada (Moore) ; rio Colyseo ( Pilger).
Hyptis angustifolia Pohl: Cuyaba da larga (Pilger).
H. brevipes Poit. : Corumbá (Moore).
864 12
90
ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
H. brunnescens Pohl. : Cuyaba (Moore).
H. carpinifolia Bth. : Corrego Fundo e rio Batovy.
H. crenata Pohl : Cuyaba (Moore, Lindman, Pilger) ; Serra da Chapada (Moore).
H. divaricata Pohl: (Gaudichaud).
H. effusa S. Moore: Serra da Chapada (Moore).
H. eriophylla Pohl; Cuyaba (Lhotzky).
H. glauca St. Hil.: Cuyaba (Moore).
H. glutinosa Bth.: alto Paranatinga (Pilger).
H. goyazensis St. il. : rio Colyseo (Pilger).
H. helophila Pilg. : Cuyaba e Rosario (Pilger).
H. imbricata Pohl: S. Cruz (Moore); rio Jatoba (Pilger).
H. indivisa Pilg. : Cuyaba (Pilger).
H. interrupta Pohl: rio Ronuro (Pilger).
H. lasiocalyx Pilger. Cuyaba da larga (Pilger).
H. Lindmaniana Briq.: Serra de Tapirapuan (Lindman).
H. Loeseneriana Pilg.: Cuyaba (Pilger).
H. mattogrossensis Pilg. : rio Ronuro (Pilger).
H. microphylla Pohl: S. Cruz (Moore).
H. recurvata Poit.: entre Cuyabä e Serra da Chapada, S. Cruz (Moore).
. rugosa Bth.: Cuyabä (Manso).
H. spicata Poit.: Corumbä (Moore).
H. suaveolens Poit. : Cuyaba (Pilger).
Leonotis nepetæfolia R. Br.: Jangada e Corumba (Moore).
Ocimum canum Sims: S. Cruz (Moore).
O. micranthum Willd.: S. Cruz Moore).
Peltodon pussillus Pohl: Serra da Chapada (Moore); rio Colyseo (Pilger).
Salvia mattogrossensis Pilg.: rio Colyseo (Pilger).
EL
Lauraceas
Aiouea pruinosa S. Moore: entre Cuyabá e S. Anna da Chapada (Moore).
Camphoromoea litszeifolia Meissn. (Riedel).
Cinnamomum zeylanicum Neesi: Villa Maria, culta Moore).
Gophertia chrysophylla Meissn.: Serra de Cuyaba (Manso).
Gymnobalanos persoides Meissn: Cruz (Manso).
G. Sprucei Meissn. (Riedel).
Nectandra Amara Meissn.: Cuyaba (Manso ? in Herb. Bras. Mart).
N. bombycina S. Moore: prov. M. Gr. (Leeson in Herb. Brit. Mus. fide Moore).
N. cuspidata Nees: Cuyaba (Manso).
N. Gardneri Meissn.: rio Batovy (Pilger).
Ocotea Martiniana (Nees) Mez: rio Jatoba (Pilger).
Sparattan thelium borororum Mart.: Chapada (Riedel).
Strychnodaphne ? Lhotzkyi Meissn.: prov. M. Gr, ? (Lhotzky).
A. J. DE SAMPAIO — A FLORA DE MATTO GROSSO 94
Lecythidaceas
Couratari domestica Mart.: Cuyabá (Manso).
Lecythis nana Berg.: Camapuan (Riedel).
Leguminosas
Abrus tenuiflorus Spruce: S. Cruz (Lindman).
Acacia Farnesiana Willd.: prov. M. Grosso (Leeson in Herb. Brit. Mus fide
Moore); Corumbá (Malme, Hoehne); S. Luiz de Caceres (Hoehne).
A. paniculata Willd.: Cuyaba (Pilger).
Aeschynomene fluminensis Vell Cuyaba (Riedel).
A. hispida Wild.: Corumba (Moore).
A. hystrix Poir.: Cuyaba (Riedel, Pilger).
A. paniculata Willd.: Cuyaba (Malme, Pilger).
A. oroboides Benth, Serra da Chapada (Moore).
A. racemosa Vog.: Juruena (Heehne).
A. sensitiva Sw.: entre Corumba e Dourados (Moore); Cuyaba (Malme).
Andira anthelmintica Benth. (Riedel, Weddell).
A. cuyabensis Benth.: Cuyaba (Manso, Pilger), vide Tonacapona.
A. inermis HBK.: rio Cuyaba (Manso? in Mart. Herb. Bras).
A. vermifuga Mart.: rio Cuyaba (Riedel).
A. sp.: Cuyaba (Malme): A. vermifuga ?
Annesbya turbinata e Chapadævide Caliandra.
Arachis glabrata Bent.: Cuyaba (Manso).
A. prostrata Benth.: Cuyaba (Riedel), (Malme, Pilger) ; Amolar e Porto Espe-
ridiao (Hoehne).
Bauhinia (Seg. Malme Ark. f. Bot. V-1-2 n. 5).
B. Bongardii Steud.: (Riedel); Cuyaba (Manso, Lindman); rio Ronuro (Pilger).
B. caloneura Malme: Cuyaba (Malme).
B. cheilantha Steud.: Cuyaba (Riedel, Malme, Pilger).
B. corumbensis S. Moore: Corumba (Moore).
B. cumanensis HBK.: Cuyaba (Riedel, Moore, Malme); (Weddell); S. Cruz
(Moore); (Malme); rio Ronuro (Pilger); S. Luiz de Caceres (Hoehne).
B. cupulata Bth.: rio Batovy (Pilger).
B. curvula Bth.: rio Ronuro (Pilger).
B. Cuyabensis (Bong.) Steud.: (Riedel); Cuyaba (Manso); (Kuntze) ; rio Ronuro
(Pilger) ; aff.: S. Luiz de Caceres (Hoehne).
B. cumanensis HBK: Porto Tucano acima de Corumbá (Hoehne).
B. dodecandra (Bong): (Riedel); Serra da Chapada (Malme).
B. heterandra Benth.: Corumba (Moore).
B. hirsuta (Bong.): (Riedel); Cuyaba (Malme).
92 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
B. hophylla Steud.: Camapuan (Riedel).
B. longifolia Steud. C. Cuyaba (Riedel); rio Ronuro (Pilger).
—
3. longipetala Walp.: prov. M. Gr. (Kuntze).
B. microphylla Vog.: rio Paraguay (Weddell); Pao de Assucar (Moore).
B. mollis Walp.: Camapuan e Cuyaba (Riedel); Cuyaba (Malme); Arica
(Lindman).
B. obtusata Vog.: Morro do Esnesto em Cuyabá (Manso); Cuyabá, S. Cruz
(Moore); seg. Malme 1.c., o exempl. de Lindman, erradamente determ. B. obtusata,
é B. Bongardii Steud.) ; ? Serra da Tapirapuan (Lindman).
B. pentandra Walp.: Cuyaba (Riedel, Malme, Lindman); margens do rio Para-
guay (Weddell) ;
B. platypetala Burch.: S. Cruz (Lindman) ; Cuyaba (Malme) ; Tapirapuan (Hoehne).
B. rubiginosa Bong.: S. Cruz (Moore).
B. rufa Steud.: Camapuan (Langsdorff e Riedel).
B. vespertilio S. Moore: S. Cruz (Moore).
Bergeronia sericea Micheli: Matto Grosso? (Malme).
3owdichia virgilioides HBK.: Cuyaba, Diamantino e Serra de Tapirapuan
(Lindman, sub Cebipira); Tres Jacüs e S. Luiz de Caceres (Hcehne).
Var. ferruginea Bth.: Cuyaba (Moore).
Var. pubescens Bth.: Serra da Chapada (Malme).
Var. tomentosa Pilg. : Rosario (Pilger).
Bradburya angustifolia (Bth.) OK. : Cuyaba (Lindman).
B. bifida (Bth.) OK.: serra de Tapirapuan (Lindman).
B. pubescens (Bth.) OK. : (Lindman).
B. virginiana (L.) OK.
Var. pascuorum Mart. : nos campos cerrados (Lindman).
Cæsalpinea bracteosa Tul. : S. Luiz de Caceres (Hoehne).
C. floribunda Tul.: Villa Maria (Riedel).
C. Gilliesii Wall.: prov. Matto Grosso (Leeson in Herb. Mus. Brit. fide
Moore).
C. pulcherrima Sw.: Corumba (Moore); Cuyaba (Lindman, Pilger); S. Luiz de
Caceres (Hcehne). ;
C. Taubertiana Sw. : Corumbá (Moore).
Calliandra chapadæ S. Moore: Serra da Chapada (Moore, Lindman sub Annes-
leya).
C. formosa Bth. (Weddell) ; > Urucum (Hcehne).
C. parviflora Bth.: nascentes do rio Paraguay (Weddell); Cuyaba (Weddell,
Malme, Pilger, Meyer); S. Cruz (Moore); Tapirapuan, S. Luiz de Caceres e Porto Es-
peridiäo (Hoehne).
C. turbinata Bth.: Serra da Chapada (Riedel); Serra Santa (Manso e Lhotzky) ;
Cuyaba (Lindman sub Annesleya).
Calopogonium cceruleum Bth.: rio Ronuro (Pilger).
G
A. J. DE SAMPAIO — A FLORA DE MATTO GROSSO 93
amptosema nobile Lindm.: entre Cuyaba e Diamantino (Lindman); S. Luiz de
Caceres e Juruena (Hoehne).
(6
C
&
anavalia gladiata (L.) DC.: S. Cruz (Lindman).
C.
grandiflora Bth.: rio Ronuro (Pilger).
. lenta Bth.: S. Luiz de Caceres e Tapirapuan (Hæhne).
. picta Mart.: S. Cruz (Lindman).
Cassia aculeata Pohl. : Corumbá (Moore).
C
. alata L.: Corumba (Moore); Cuyaba (Malme, Lindman, Pilger); Cuyaba —
Diamantino (Lindman); Tapirapuan (Hcehne).
Q
ruena
DOC
. angulata Vog.: Cuyaba (Manso).
. bicapsularis L. : rio Ronuro (Pilger).
. Chamæcrista L.
Var. brasiliensis Vog. : rio Ronuro (Pilger).
. cordistipula Mart. : Cuyaba (Manso, Pilger).
.aff. desertorum Mart.: Juruena (Hoehne).
. Desvauxii Collad.
Var. brevipes Bth.: rio Ronuro (Pilger); Tapirapuan (Hcehne).
Var. stipulacea Pilg. : rio Ronuro (Pilger).
. diphylla L. : Cuyaba (Riedel, Weddell).
. dysophylla Bth. : Cuyaba (Moore); Tapirapuan (Hcehne).
. flexuosa L.
Var. cuyabensis Pilg. : Cuyaba (Pilger).
. latistipula Bth. : S. José (Lindman).
» mucronifera Mart. : rio Ronuro (Pilger).
. multiseta Bth., Serra da Chapada (Riedel).
. occidentalis L. : Corumbá e Coimbra (Moore); S. Luiz de Caceres (Hoehne).
. parvistipula Bth. : rio Paranatinga (Pilger).
. patellaria DC. : Tapirapuan (Hoehne).
. pilifera Vog. (Weddell).
Var. sub-glabra S. Moore: Corumba (Moore).
>. rotundifolia Spreng. : S. Luiz de Caceres e Porto do Campo (Hoehne).
. rugosa Don. : Cuyaba (Manso); Juruena (Hoehne).
. setosa Vog.: aff. Porto Esperidião (Hoehne).
Var. detonsa Bth.: rio Colyseo (Pilger).
. sylvestris Vell. : (Manso); Cuyaba (Malme, Pilger, Meyer); Tapirapuan e Ju-
Porto do Campo (Hcehne).
. Tagera L.: Cuyaba (Manso, Pilger); S. Luiz de Caceres (Hcehne).
. Tora L.: Cuyaba (Pilger); Corumba (Moore).
. trichopoda Bth.: rio Ronuro (Pilger).
. uniflora Spreng.: Cuyaba e S. Anna da Chapada (Malme) ; Utiarity (Hoehne).
. velutina Vog.: Cuyabá (Manso, Malme, Pilger) ; prov. M. Gr. (Leeson in Herb.
Brit. Mus. fide Moore).
94
ARCITIVOS DO MUSEU NACIONAL
Cenostigma macrophyllum Vul.: Coxipö-mirim, Cuyaba (Malme).
(
». aff. arenarina Bth.: S. Luiz de Caceres, Juruena e Utiarity (Hoehne).
Centrosema brevilobulatum Pilg.: rio Ronuro (Pilger).
C:
C.
C.
(®
Plumieri (Juss.) Bth.: Cuyaba (Pilger).
vexillatum Bth.: Corumba (Moore).
densiflora Bth.: S. Luiz de Caceres (Hoehne).
. guyanensis Bth.: Tapirapuan (Hoehne).
Clitoria simplicifolia (Kth.) Bth.: Cuyaba (Pilger).
C.
C.
ternata L. (Weddell).
coriacea Mart.: Cuyaba (Malme).
Copaifera elliptica Mart.: Cuyaba (Riedel, Manso, Moore, Pilger).
C.
C.
Langsdorffii Desv.: S. Luiz de Caceres (Hoehne).
Marti Hayne: Cuyaba (Riedel).
C.? multijuga Hayne: Cuyaba (Manso)
Cratylia floribunda Bth.: rio Colyseo (Pilger).
Crotalaria anagyroides HBK.: Coimbra (Moore).
C.
C.
C
C
C
C
C
&
C.
brachystachya Benth.: S. Anna da Chapada (Malme).
erecta Pilg.: rio Jatobä (Pilger).
. foliosa Bth.: Juruena (Hæhne).
. maypurensis Kth: Cuyaba, rio Ronuro (Pilger); Tapirapuan (Hcchne).
. paulina Schranck: Cuyaba (Manso).
. Pohliana Benth.: Cuyaba (Malme).
. pterocaula Desv.: Espinheiros (Lindman); Tapirapuan (Hcehne); valle do
Cuyaba (Pilger).
» stipularia Desv.: Cuyaba (Malme, Pilger).
vitellina Ker.: Matto Grosso (Pilger) ; aff. Tapirapuan (Hoehne).
Cymbosema roseum Bth.: S. Luiz de Caceres e Tapirapuan (Hcehne).
Dalbergia cuyabensis Bth.: rio Cuyaba (Manso).
D.
D.
D.
gracilis Bth.: rio Guapore (Riedel); villa Matto Grosso (Weddell).
hiemalis Malme: Serra da Chapada (Malme).
variabilis Vog.
var. tomentosa: Cuyaba (Manso).
Desmodium albiflorum Bth.: rio Nobre (Pilger).
D.
D
D.
D
asperum (Poir.) Desv.: Cuyaba e S. Anna da Chapada (Malme); Rosario
(Pilger).
. axillare DC.: S. Cruz (Moore).
barbatum (L.) Bth.: Cuyaba (Malme, Pilger); Tapirapuan (Hcehne).
. incanum (Sw.) DC.: S. Cruz (Moore); rio Nobre (Pilger); Tapirapuan
(Hoehne).
. leiocarpum Don.: Tapirapuan (Hæhne).
. physicarpum Vog.: rio Ronuro (Pilger).
. platycarpum Bth.: entre Cuyaba e Serra da Chapada (Moore).
A. J. DE SAMPAIO — A FLORA DF MATTO GROSSO 95
D. sclerophyllum Bth.: Villa Maria (Weddell) ; Cuyabä (Pilger); S. Luiz de Ca-
ceres e Tapirapuan (Hoehne).
Dimorphandra Gardneriana Tul.: Cuyaba (Malme).
D. mollis Bth.: Cuyaba (Pilger).
Dioclea bicolor Bth.: S. Cruz (Lindman).
D. lasiocarpa Mart. Cuyaba (Moore).
D. lasiophylla Bth.: rio Ronuro (Pilger).
D. latifolia Bth.: Cuyaba (Malme).
D. violacea Mart.: Juruena (Hoehne).
Dipteryx alata Vog.: Cuyaba (Riedel, Manso, Malme).
Diptychandra aurantiaca Tul.: (Riedel, Schüch, Weddell); Cuyaba (Manso e
Malme, Pilger).
D. glabra Bth.: Camapuan (Riedel).
Discolobium leptophyllum Bth.: S. Antonio, perto de Cuyabä (Malme).
D. pulchellum Bth. : Cuyaba (Malme).
var. major S. Moore: provavelmente Coimbra ou Porto Pacheco, seg. Moore.
Drepanocarpus cuyabensis Malme : Cuyaba (Malme).
D. inundatus Mart.: rio Guaporé Weddell).
Enterolobium timbouva Mart.: Cuyaba (Manso, Lindman, Pilger).
Eriosema heterophyllum Bth.: rio Ronuro (Pilger).
E. longifolium Bth. (Riedel).
E. rufum (Kth) E. Mey.: Cuyabá e Serra da Chapada (Malme); Aldeia Queimada
(Hoehne); Paranatinga (Pilger).
E. simplicifolium Walp.: S. Cruz (Moore); Tapirapuan (Hoehne).
Erythrina corallodendron-L.: Corumbá (Hcehne).
Galactia glaucescens HBK. : S. Cruz (Moore); S. Luiz de Caceres (Hcehne).
G. rugosa S. Moore: Jangada (Moore).
G. stenophylla W.et A.: Juruena (Hcehne).
G. tenuiflora Wight. et Abu: Porto Murtinho (Hcehne).
G. Weddelliana Bth.: entre Goyaz e Cuyabá (Weddell).
G. Whiteharnii S. Moore : Serra da Chapada (Moore).
Geoffroya sp. ind. Moore : Pão de Assucar (Moore).
Harpalyce brasiliana Bth.: Cuyaba (Manso) ; Raisama (Lindman).
Hymenza chapadensis B. Rodr.: Cuyaba (B. Rodr).
H. correana B. Rodr.: Serra da Chapada (B. Rodrigues).
H. Martiana. Hayne (Lindman).
H. stigonocarpa Mart.
var. pubescens Bth. Cuyaba (Malme, Pilger).
H. stilbocarpa Hayne : Cuyabá (Malme).
Indigofera anil L.: Cuyaba (Malme).
I. Lespedezioides HBK.: (Weddell) ; Cuyabä (Malme); rio Colyseo (Pilger) ;
Tapirapuan e S. Luiz de Caceres (Hoehne).
96 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Inga affins DC.: (Weddell) ; S. Luiz de Caceres (Hæhne).
I. edulis Mart.: S. Cruz (Moore) ; rio Colyseo (Pilger).
I. fagilifolia Willd.: S. Luiz de Caceres (Hcehne).
I. nobilis Willd. : Serra da Chapada e Tres Barras (Moore).
I. Sanctee-Crucis S. Moore: S. Anna (Moore).
Krameria spartioides Berg : Cuyaba (Pilger).
Lonchocarpus sericeus HBK: prov. M. Grosso (leg. ?).
Macheerium acutifolium Vog.: Cuyaba (Malme).
M. angustifolium Vog.: Cuyaba (Lindman).
M. Bangii Rusby : S. Luiz de Caceres (Hoehne).
M. eriocarpum Bth.: Cuyaba (Riedel, Malme); nascentes do rio Paraguay,
proximo de Diamantino (Weddell).
M. > parviflorum Bth. : Cuyaba (Riedel).
M. stygium Lindm. : Palmeiras (Lindman).
Meibomia triflora (L.) OK. : Cuyaba (Lindman).
M. sclerophylla (Benth) OK. : Espinheiros (Lindman).
M. spiralis (Sv.) OK. : Diamantino (Lindman).
Macrolabium aff. hymenaeioides Will: Aldeia Queimada (Hoehne).
Mimosa cinerea Vell. : Coimbra (Moore).
M. goyanensis Bth.: S. Anna da Chapada (Malme).
M. hapaloclado Malme: Cuyaba (Malme).
M. interrupta Bth. : Cuyaba (Malme).
M. hexandra Micheli : Porto Pacheco (Moore).
M. longipetiolata Malme : Serra da Chapada (Malme).
M. Mansoi Mart.: Cuyaba (Riedel, Manso).
M. nervosa Bong. entre Cuyaba e Goyaz (Weddell).
M. aff. neuroloma Benth. : Amolar, Porto Esperidião, Jaurú e S. Luiz de Caceres
(Hoehne).
M. obtusifolia Willd.: Cuyaba (Manso, Malme, Pilger).
M. Pachecensis S. Moore. Porto Pacheco (Moore).
M. paludosa Bth.: rio Ronuro (Pilger).
M. platyphylla Bth. : Cuyaba (Malme, Pilger) ; dispersa por todo Estado (Hoehne).
M. pogonoclada Bth. : entre Cuyabä e Camapuan (Riedel).
M. polycarpa Kth : rio Paraguay (Weddell) ; rio Alto Paraguay (Lindman).
M. setifera Pilg. : Cuyaba (Pilger).
M. somnians HB. Willd. : rio Batovy (Pilger).
M. subsericia Bth. : S. Luiz de Caceres (Hcehne).
M. Velloziana Mart.: Jangada (Moore); S. Anna da Chapada (Malme).
Mucuna mattogrossensis B. Rodr.: Cuyaba (B. Rodrigues).
Peltogyne confertiflora Bth. : Cuyaba (Riedel, Malme).
Peltophorum Vogelianum Bth. : Cuyabá (Manso).
Periandra acutifolia Bth.: entre Cuyaba e Diamantino (Lindman).
°
A. J. DE SAMPAIO — A FLORA DE MATTO GROSSO 97
P. heterophylla Bth. (leg. 2); S. Anna da Chapada (Malme) ; entre Cuyaba e
Diamantino (Lindman) ; Caceres, Juruena, Tapirapuan e Porto Esperidião (Hæhne).
Phaseolus appendiculatus Bth.: Serra da Chapada (Moore).
. Caracalla L.: rio Nobre (Pilger).
. firmulus Bth: : rio Jatoba (Pilger).
. lasiocarpus Mart.: Corumba (Moore); rio Colyseo (Pilger).
. linearis BHK. var. latifolius Bth.: S. Luiz de Caceres (Hcehne).
. longipedunculatus Mart. : aff. : Porto Espiridiäo (Hcehne).
. membranaceus Bth.: S. Luiz de Caceres (Hoehne).
. monophyllus Bth.: Serra de Tapirapuan (Lindman) rio Ronuro (Pilger).
. pedunculatis HBK.: Serra de Tapirapuan (Lindman).
. semierectus H.: Cuyaba (Lindman).
. truxillensis Kth.
var. minor Bth : rio Colyseo (Pilger).
Piptadenia falcata Bth. : Cuyaba (Malme).
P. flava (DC.) Bth.: S. Cruz (Lindman).
P. macrocarpa Bth.: Villa Bella (Weddell).
Pithecolobium cauliflorum (Willd.) Mart. f. niveum Lindman. : S. Cruz (Lindman).
P. divaricatum Bth.: Albuquerque (Weddell).
P. Saman Bth.: S. Luiz de Caceres (Hoehne).
P. stipulare Bth.: rio Guaporé (Weddell); entre S. Cruz e Tapirapuan (Moore).
Platymiscium floribundum Vog.: Jangada (Moore).
Platypodium elegans Vog.: Tres Barras (Moore); Serra da Chapada (Malme).
Poinciana regia Bof. et Hooh.: culta em Cuyaba (Malme); culta em Corumbá,
Cuyaba etc. (Lindman).
Poiretia psoraleoides DC. : Tapirapuan (Hoehne).
Prosopis ruscifolia Griseb.: Porto Pacheco (Moore).
Pterodon pubescens Bth.: (Manso); Serra da Chapada (Malme).
Pterocarpus Michelii Brit. : Corumba (Malme).
P. Rohrii Vahl: Corumba (Moore); S. Luiz de Cacere (Hoehne).
Rhynchosia Clausseni Bth. : entre Goyaz e Cuyaba (Weddell).
R. phaseoloides DC.: Serra da Chapada (Moore).
Sclerolobium aureum Bth.: Cuyabá (Manso, Malme) ; S. Luiz de Caceres (Hoehne).
var. velutinum: rio Coxim (Riedel).
S. paniculatum Vog. : Cuyabä (Manso e Lhotzky); S. Anna da Chapada (Malme).
var. rubiginosum: Cuyabä (Manso).
S. rugosum Vart.: Cuyaba (Manso).
Sesbania marginata Bth.: Corumba (Moore).
S. sp. nov.? S. Moore: Coimbra (Moore).
Stryphnodendron obovatum Bth.: Cuyaba (Malme).
S. polyphyllum Mart.
var. villosum : entre Goyaz e Cuyaba (Weddell).
804 13
And) ne} ot ao) Golf no) top)
98 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
S. rotundifolium Mart. : Villa Maria (Weddell).
Stylosanthes bracteata Vog.: (leg. >).
S. guyanensis Sw.
var. gracilis (HBK.) Vog.: Cuyaba (Malme).
var. pubescens Pilg. : rio Ronuro (Pilger).
S. viscosa Sw.: Cuyaba (Moore).
Sweetia dasycarpa Bth.: Cuyaba (Manso); S. Luiz de Caceres (Hoehne).
S. elegans Bth.: Camapuan e Cuyaba (Riedel).
Tamarindus indica L.: cult. e sub-expontanea em Cuyaba (Malme); cult. em
Cuyaba, Diamantina, Palmeiras (Lindman).
Tephrosia adunca Bth.: (Moore); S. Luiz de Caceres (Hcehne).
T. brevipes Bth. : Coimbra (Moore).
T. nitens Bth.: Utiarity (Hoehne).
T. purpurea Pers.: Cuyaba da larga (Pilger).
Teramnus volubilis Sw. : Coimbra e Corumbá (Moore).
Ternatea laurifolia (Poir.) OK.: S. Cruz (Lindman).
T. simplicifolia (Kth.) OK.: Buritysinho (Lindman).
Tipuana macrocarpa Bth.: Cuyaba (Manso).
Vouacapoua cuyabensis (Bth.) OK.?: entre Cuyaba Diamantina, Serra das Araras
e Serra de Tapirapuan (Lindman).
Zornia diphylla Pers.: S. Anna da Chapada (Moore).
var. gracilis Bth.: Cuyaba da larga (Pilger).
var. major Hcehne: Tapirapuan (Hoehne).
var. vulgaris impunctata: Tapirapuan (Hcehne.
Lentibulariaceas
Genlisea filiformis St. Hil.: Serra de Tapirapuan (Lindman); Coxipo mirim e
Cuyaba (Malme).
Utricularia amethystina St. Hil.: Cuyaba (Pilger).
U. bicolor St. Hil.: Cuyaba (Malme).
U. cucullata St. Hel.: Serra de Tapirapuan (Lindman).
U. globulariæfolia Mart. : Cuyaba-mirim (Lindman); Cuyaba (Malme).
U. Lindmanii Sylven: Serra de Tapirapuan (Lindman).
U. longeciliata DC.: Serra de Tapirapuan (Lindman); Cuyaba e Serra da Cha-
pada (Malme).
. Malmeana Sylven: Cuyaba (Malme).
. Meyeri Pilg. : rio Colyseo (Pilger).
. modesta DC. : Serra de Tapirapuan, rio S. Anna (Lindman).
. neottioides St. Hil.: Paranatinga (Pilger); S. Anna da Chapada (Malme).
. nigrescens Sylven; Cuyaba (Malme).
. obtusa Sw 2: S. Luiz de Caceres (Hcehne),
U, pallens St. Hil.: Cuyabä (Malme).
ee ete fetes;
A. J. DE SAMPAIO — A FLORA DE MATTO GROSSO 99
U. pulcherrima Sylven: Arica proximo de Cuyaba (Malme).
U. pussila Vahl: Cuyaba (Lindman, Malme); Serra de Tapirapuan, rio S. Anna
(Lindman).
U. cfr. resupinata BD. Greene: rio S. Anna na Serra de Tapirapuan (Lindman).
U. spicata Sylven : Cuyaba (Malme).
U. subulata L.: Serra de Tapirapuan (Lindman) ; Cuyaba (Malme).
U. triloba Bens. : Cuyabá e Serra de Tapirapuan (Lindman).
Loganiaceas
Mitreola paniculata Wall. : Cuyaba (Pilger).
Spigelia Humboldtiana Cham. et Schlecht.: entre S. Cruz e Tapirapuan (Moore).
Strychnos mattogrossensis S. Moore: S. Cruz (Moore).
Var. sarmentosa Moore: (Moore).
S. n. sp. S. Moore: S. Anna (Moore).
Loranthaceas
Oryctanthus ruficaulis Eichl. : S. Cruz (Moore).
Phoradendron crassifolium Eichl. : Serra da Chapada e S. Cruz (Moore).
Phoradendron latifolium (Sw.) Gris. : rio Colyseo (Pilger).
P. sp. ind. Moore: entre Villa Maria e Corumba (Moore).
Ph. rubrum Gris. : Corumbä (Moore).
Phthirusa abdita S. Moore: S. Cruz (Moore); Tapirapuan e S. Luiz de Caceres
Hoehne).
P. Bauhiniæ S. Moore: S. Cruz (Moore).
Psittacanthus cordatus Blume: Corumba, entre Villa Maria e Corumba, Pao de
Assucar (Moore).
P. drepanophyllus Eichl. : Cuyabä (Riedel).
Lythraceas
Adenaria floribunda Hbk.: Cuyaba (Manso, Malme, Pilger) (Var. a forma flori-
bunda Koehne in Das Pflanzenr).
Ammannia arenaria Hbk. : Cuyaba (Riedel).
Cuphea cuyabensis Mart.: Cuyaba (Manso, Pilger); Diamantino (Weddell) ; Co-
xipö mirim (Malme).
C. enneanthera Koehne: Cuyaba (Malme). É
C. Melvilla Ldl.: rio Paraguay (Moore) — C. speciosa (Anders.) O Ktze in Das
Pflanzenreich : Villa Maria e outros pontos seg. Das Pflanzenr.
C. micrantha Hbk.: Serra da Chapada (Moore).
C. repens Kohne: rio Colyseo (Pilger). ;
C. retrorsicapilla Keehne: entre Cuyaba e Goyaz (Weddell); S. Cruz (Moore);
Cuyaba (Malme). ;
100 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Diplusodon virgatus Pohl: Cuyaba (leg. ?)
D. speciosus (H. B. K.) DC: Cuyaba (Malme).
L. densiflora Pohl.: Cuyabá (Malme) var. callosa Koehne: Cuyaba da Larga
(Pilger).
Lafoensia Pakari St. Hil. :
Sub. —sp. Pakari Koehne: Cuyaba da Larga (Pilger).
Physocalymma scaberrimum Pohl: Serra da Chapada e S. Cruz (Moore); rio
Colyseo (Pilger).
Forma angustifolia : Cuyaba (Manso).
Rotala mexicana Cham. et Schlecht.: Morrinho de S. Antonio perto de Cuyaba
(Malme) rio Colyseo (Pilger).
Forma: major: Piava (Pilger).
Malpighiaceas
Banisteria campestris Juss. ?: (Tapirapuan (Hcehne).
B. constricta Gris. : Cuyabá e Serra da Chapada (Moore).
B. lævifolia A. Juss.
var. vulgata (Gris.) Ndz.: Cuyaba (Pilger).
B. membranifolia Juss.: S. Cruz (Lindman).
B. pubipetala Juss. : Cuyabá (Manso): S. Cruz (Moore).
B. pruinosa Mart.: Cuyaba (Manso).
B. stellaris Gris. : valle do Cuyaba (Pilger).
Byrsonima Clausseniana Juss. : Cuyaba (Manso).
B. coccolobæfolia (Spr.) Kth.: prov. M. Grosso (Juss.??); S. Cruz (Moore);
Cuyaba (Malme).
var. latifolia Ndz. : Cuyaba (Pilger).
B. crassa Ndz.: rio Ronuro (Pilger).
B. cydoniæfolia A. Juss.: S. Cruz (Moore).
B. indorum S. Moore: rio dos Bugres (Moore); S. Luiz de Caceres (Hoehne).
B. intermedia Juss. : Cuyaba (Manso? in Mart. Herb. Bras.); f. latifolia Ndz. :
Cuyaba (Malme).
var. latifolia Gris.: Cuyaba (Pilger).
B. rigida Juss.: prov. M. Gross (Juss. ? ?).
B. spicata Rich.: prov. M. Grosso (Juss. ? ?).
B. umbellata Mart.: rio Colyseo (Pilger).
B. verbascifolia Rich. : Serra da Chapada (Moore).
Camarea affinis St. Hil. : Serra da Chapada (Malme).
C. ericoides St. Hil. : Jangada (Moore).
Dicella bracteosa Gr.: Cuyaba (Manso ?, in Herb. Bras. Mart.).
D. macroptera Juss.: Cuyaba (Manso, Malme); S. Cruz (Lindman).
Galphimia brasiliensis Juss.: prov. M. Grosso (Juss.??); Jangada (Moore).
A. J. DE SAEPAID — A FLORA DE MATTO GROSSO 101
Heteropteris aceroides Gr.: Cuyaba (Manso).
H. Chodatiana Skott.: Cuyabä (Malme).
H. confertiflora A. Juss.: Cuyaba (Pilger).
H. coriacea Juss.: (Manso).
H. micans Skott.: S. Cruz (Lindman).
H. nervosa Juss.: prov. M. Grosso (Juss.??).
H. nudicaulis S. Moore: Cuyaba e S. Cruz (Moore).
H. pteropetala Juss. var. mattogrossensis Skott.: Coxipö merim (Malme).
H. rhopalifolia Juss.: rio Colyseo (Pilger).
H. syringifolia Griseb.: rio Ronuro (Pilger).
Hiraea cuyabensis Gr.: Cuyabá (Manso? in Mart. Herb. Bras.) provavelmente
S. Cruz (Moore); Palmeiras (Lindman).
H. nitens S. Moore: Serra da Chapada (Moore).
H. sepium S. Moore: S. Cruz (Moore).
H. volubilis S. Moore: S. Cruz (Moore).
H. (Mascagnia) sp. nov. Moore: prov. M. Grosso (Leeson in Herb. Brit, Mus.
fide Moore).
Mascagnia cordifolia (Juss.) Gris.: Cuyabä (Malme); var. cinerascens Skott. :
Cuyaba (Malme).
Peixotoa cordistipula A. Juss.: Cuyabá (Manso, Malme) ; entre Cuyabä e Diaman-
tina (Lindman) valle do Cuyaba (Pilger) ;
P. hirta Mart.: Serra da Chapada (Moore).
P. Jussieuana Mart.: rio Ronuro (Pilger).
Schwamnia elegans Juss.: Cuyaba (Lhotzky).
S. Lindmani Skott.: S. Cruz (Lindman).
S. muricata A. Juss.: Cuyaba (Pilger).
Stigmaphyllon acuminatum Juss.: Cuyaba (Manso).
S. calcaratum N. E. Br.: Corumba (Moore).
Tetrapteris pilifera S. Moore: S. Cruz (Moore).
T. præcox S. Moore: Cuyaba (Moore).
Thryallis Laburnum S. Moore: Corumba (Moore).
var. minor S. Moore: (Moore).
Malvaceas
Abutilon crispum Szeet: S. Cruz (Moore).
A. fluviatile (Vell.) K. Shm.: S. Anna da Chapada (Malme).
A. Malmeanum Fries.: S. Anna da Chapada (Malme, Robert).
A. ramiflorum A. Hil.: Coxipo (Malme).
Cienfugosia cuyabensis Pilg.: Cuyaba (Pilger, Malme).
C. phlomidifolia Garcke: Cuyaba (Riedel); Jangada e S. Cruz (Moore).
C. sulphurea Garcke: Porto Pacheco (Moore); Porto Murtinho (Malme).
402 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Hibiscus furcellatus Desr.: Cuyaba, Rosario e Paranatinga (Pilger).
var. scaber Fries: Serra de Tapirapuam (Lindman); entre Coxipö mixim e
Cuyaba (Malme).
He. glabrifolius St. Hil. et Naud.: (leg. ?)
Pavonia geminiflora Mor.: rio Jatoba (Pilger).
P. Hieronymi Gurcke: Cuyaba (Malme).
P. laetevirens Fries: Corumba (Malme).
P. malacophylla Garcke: Serra na Chapada (Riedel).
P. mattogrossensis Fries: Corumba (Malme).
P. Morongii S. Moore: Corumbä (Moore).
P. Mutisii HBK.
var. hexaphylla S. Moore: Barra do rio S. Lourenço (Moore).
P. populifolia S. Moore: Cuyabä (Moore).
var. major S. Moore: Corumba (Moore).
. Riedelü Gürke: Cuyaba (Riedel).
rosa-campestris A. Juss.: Serra da Chapada (Moore).
var. ormentella Fries: S. Anna da Chapada (Malme).
P. sagittata Juss.: Cuyaba (Manso).
P. sessiliflora HBK.
var. obtusifolia Gürke: Cuyaba (Riedel).
sidifolia Kth.: Cuyaba (Pilger); Corumbä (Malme).
speciosa HBK.
var. polymorpha Garcke: Jangada (Moore).
P. velutina A. Juss.: Serra da Chapada (Moore).
Sida acuta Burm.: Cuyaba (Pilger).
S. anomala St. Hil.: Cuyaba (Riedel, Pilger).
S. cordifolia L.: S. Cruz (? Moore); Cuyaba (Pilger).
S. linifolia Cav.: Cuyaba (Riedel, Pilger).
S
S
D
AE
. potentilloides St. hil.: Cuyaba (Malme).
. Spinosa L.
var. angustifolia Gris.: Cuyaba (Riedel, Pilger).
S. tomentella Mig.: S. Anna da Chapada (Malme).
S. urens L.: Cuyaba (Pilger).
Sphæralcia miniata Spach.
var. leiocarpa S. Moore: prov. M. Grosso (Leeson in Herb. Brit. Mus. fide
Moore)
Wissadula decora S. Moore: Porto Pacheco (Moore).
W. patens St. Hil.: rio Jatoba (Pilger).
Melastomataceas
Aciotis dichotoma Cogn.
var. longifolia S. Moore: S. Cruz (Moore).
A. J. DE SAMPAIO — A FLORA DE MATTO GROSSO 103
A. indecora Triana : S. Cruz (Moore).
Acisanthera limnobios Triana : (Weddell).
A. inundata Triana : Cuyaba (Riedel, Pilger) ; S. Cruz (Moore) ; Piava (Pilger).
Bellucia brasiliensis Naud. : entre Casal Vasco e S. Luiz de Caceres (Riedel).
Clidemia hirta D. Don: S. Cruz (Moore) ; rio Nobre (Pilger).
var. elegans Gris. : S. Cruz e entre S. Cruz e Tres Barras (Moore).
C. rubra Mart.
var. intermedia S. Moore : Serra da Chapada (Moore).
C. spicata DC. : S. Cruz (Moore).
Comolia Hoehnei Congn. : Juruena (Hoehne).
Desmocelis villosa Naud. :
var. stachyoides Cogn. : Cuyaba (Manso, Weddell) ; Amolar e S. Luiz de
Caceres (Hcehne).
Graffenrieda Weddellii Naud.: Diamantino (Weddell).
Macairea adenostemon DC. : rio Batovy (Pilger).
var. Martiana Cogn.: Cuyaba (Manso).
var. rotundata Pilg. : rio Ronuro (Pilger).
M. Hoehnei Cogn. : Utiarity (Hoehne).
M. rosea Cogn.: Juruena (Hoehne).
M. rotundifolia Cogn.: Tres Jacús (Hoehne) .
Meriania urceolata Triana: Ponte de Pedra (Hcehne).
Miconia albicans Triana: Cuyaba (Lhotzky) ; S. Anna da Chapada (Moore).
M. cecidophora Naud.: rio Colyseo (Pilger).
M. Chamissois Naud.: rio Batovy (Pilger) ; Ponte de Pedra (Hoehne).
M. ciliata DC.: entre Goyaz e Cuyaba (Weddell).
M. coralliocarpa S. Moore: Serra da Chapada (Moore).
M. fallax DC.: Serra da Chapada (Moore).
M. ferruginosa DC.: (Gaudichaud).
M. heliotropoides Triana: S. Cruz (Moore).
M. lepidota DC.: S. Anna da Chapada (Moore).
M. prasina DC.: S. Cruz (Moore).
M. pseudo-aplostachya Cogn.: Juruena (Hoehne),
M. pseudonervosa Cogn.: Juruena (Hoehne).
M. pteropoda Bth.: rio Sacre (Hoehne).
M. stenostachya DC.: Tres Barras e S. Cruz (Moore).
M. tomentoso D. Don: S. Anna da Chapada (Moore).
Microlicia euphorbioides Mart.: Serra da Chapada (Moore).
var. mattogrossensis Pilg.: rio Jatoba (Pilger).
var. parviflora Cogn.: Tapirapuan (Hoehne).
var. setosa Cogn.: Cuyaba (Manso).
M. humilis Naud.: Juruena (Hoehne).
M. insignis Cham.: Cuyaba (Lhotzky).
ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Mouriria elliptica Mart.: Cuyaba (Manso? in Mart. Herb. Bras.) ; Cuyaba (Pilger).
M. guianensis Aubl.: Cuyaba (Riedel) ; margem de rio dos Bugres (Moore).
Poteranthera pusilla Bong.: Rosario (Pilger).
Pterolepis pumia Cogn. Tapirapuan (Iloehne).
P. trichotoma (Rottb.) Cogn.: S. Cruz (Moore) ; rio Cuyaba (Pilger).
Rhynchanthera Gardner Naud.:
var. cuyabensis Cogn.: Serra da Chapada (Manso).
R. glabrescens Pilg.: rio Ronuro (Pilger).
R. leucorrhiza S. Moore: S. Cruz (Moore).
R. novemnervia DC.: Cuyaba (Manso, Pillger).
R. riparia S. Moore: Cuyaba (Moore) ; Tapirapuan (Hoehne).
Siphanthera ramosissima Cogn.: Juruena (Hcehne).
Tamonia stenostachia (DC): Porto do Campo (Hcehne).
Tibouchina cuyabensis Cogn.: Cuyaba (Riedel, Pilger).
T. herbacea Cogn.: Cuayba (Manso).
T. pogonanthera Cogn.: Tapirapuan (Hoehne).
T. stenocarpa Cogn.: Serra da Chapada (Moore).
Tococa formicaria Mart.: Serra da Chapada (Moore) ; Juruena (Hoehne).
F. nitens Triana.
var. Weddellii Cogn.: entre Goyaz e Cuyaba (Weddell).
T. subglabrata Cogn.: Cuyaba e Serra da Chapada (Riedel).
Meliaceas
Cedrela sp. Pilg. : Cuyaba (Pilger).
Guarea rubricalyx S. Moore: Tres Barras (Moore); rio Colyseo (Pilger); Ta-
pirapuan (Hoehne).
G. sylvestris S. Moore ; entre S. Cruz e Tapirapuan (Moore).
G. trichilioides L.: rio Colyseo (Pilger).
Trichilia catigua A. Juss.
var. affinis: Cuyabá (Manso).
var. longifolia : Cuyaba (Manso).
T. Weddellii C. DC. : rio Colyseo (Pilger).
Menispermaceas
Cissampelos Pereira L.: S. Cruz (Moore, var. tamoides Willd)y Cuyaba (Pilger).
C. Ovalifolia DC.: Cuyaba (Mauro e Lhotzky).
C. tropaeolifolia DC. : S. Cruz (Moore).
C. Pilgeri Diels. : Cuyaba (Pilger).
Monimiaceas
Citriosma cuyabana Mart.: Cuyaba (Manso). Siparuna cuyabana (Mart.) A. DC.
in Das Pflanzenr).
A. J. DE SAMPAIO — A FLORA DE MATTO GROSSO 105
C. guianensis Tul. : (leg. ?)
Siparuna guianensis Aubl. : Cuyabá (Manso); S. Cruz (Moore).
Moraceas
Brosimopsis lactescens S. Moore: S. Cruz (Moore).
Brosimum Gaudichaudii Trec. : S. Cruz (Moore).
Dorstenia sp. nov. (aff. D. braslliensis Mart.) Moore : Corumba (Moore)
D. bryoniæfolia Mart. f. minor Hoehne: Urucum (Hcehne).
Ficus subtriplinervia Mart.: S. Cruz (Moore).
F. sp. indet. Moore: entre S. Cruz e Diamantina (Moore).
Sorocea grandifolia S. Moore: S. Cruz (Moore).
Myristicaceas
Myristica sebifera Sw.: S. Anna da Chapada (Malme).
var. curvinervia Alph. DC. : Cuyaba (Manso).
M. sessilis Alph. DC. : Cuyaba (Manso); S. Anna da Chapada (Malme).
Myrsinaceas
Ardisia ambigua Mart. : rio Tacoary, proximo de Cuyaba (Manso).
Clavija ornata D. Don.
var. coriacea Alph. DC.: Cuyaba (Manso).
Cybianthus collinus S. Moore: S. Anna da Chapada (Moore).
C. cuyabensis Mez: Cuyaba (Schwache).
C. densicomus Mart. : Cuyaba (Manso).
C. densiflorus: rio Grande de Cuyaba, a 15°, 57’ lat. austr. (Manso); Porto do
Campo (Hcehne). Vide Weigelia densiflora.
C. fuscus Mart. : rio Coxim (Manso).
C. myrianthus Miq. : Cuyaba (Manso).
C. psychotrifolius Rusby : (Gaudichaud).
Rapanea matensis Mez: S. Anna da Chapada (Malme).
Stylogyne ambigua (Mar.t) Mez: Serra de Tapirapuan e rio Tacoary (Manso,
Lindman) seg. Das Pflanzenr).
Weigettia densiflora (Miq.) Mez — seg Das Pflanzenreich: Cuyaba (Manso,
Lhotkzhy, Schwache) ; vide Cybianthus densiflorus.
Myrtaceas
Aulomyrcia Bicudcensis Berg.: Bicudo (?) (Riedel).
A. capitata Berg: Camapuan (Riedel).
A. Mansoni Berg.: Cuyaba (Manso e Lhotzky).
A. Regeliana Berg: Camapuan (Riedel).
Calyptranthes amoena Pilg.: rio Colyseo (Pilger).
864 14
106 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Campomanesia cærulescens, Berg.: Diamantino (Riedel).
C. Langsdorffii Berg.: Diamantino (Riedel).
Eugenia chrysantha Berg: Cuyaba (Lhotzky).
E. Eschholtziana Berg: Camapuan (Riedel).
E. miniata S. Moore: Cuyaba (Moore).
E. prolixa S. Moore: S. Cruz (Moore).
var. vestita S. Moore: S. Cruz (Moore).
E. pseudoverticillata S. Moore: S. Cruz (Moore).
E. sparsa S. Moore: entre S. Cruz e Tres Barras (Moore).
E. tinge-lingua S. Moore: S. Cruz (Moore).
Myrcia ambigua DC.: Serra da Chapada (Moore); Tapirapuan (Hoehne).
M. chapadensis S. Moore: Chapada (Moore).
M. collina S. Moore: Serra da Chapada (Moore).
M. cuyabensis Berg: Cuyaba (Lhotzky).
var. latifolia Berg: Cuyaba (Lhotzky).
M. dasyblasta Berg: Camapuan (Riedel) ; Cuyaba (Manso) ; (Moore) ; rio Colyseo
(Pilger).
M. govinha S. Moore: S. Cruz (Moore).
M. longipes (Berg) Kiærsk: Cuyaba (Pilger).
M. Mansoniana Berg: Cuyaba (Manso e Lhotzky).
I. variabilis DC.
var. nummularia Berg: rio Colyseo (Pilger).
M. verruculata S. Moore: Jangada (Moore).
Psidium araca Raddi: S. Cruz e Jangada (Moore).
P. Guayava Raddi: Cuyaba (Pilger).
P. insulincola S. Moore: entre S. Cruz e Diamantino (Moore).
P. tripartitum Moore: Corumba (Moore).
=A
Nyctaginaceas
Boerhavia hirsuta Willd.: Corumbá (Hoehne).
Bougainvillea præcox Griesb. 2: Corumbá (Hoehne).
Neea hermaphrodita S. Moore: S. Cruz (Moore); Miguel Angelo no rio Sepotuba
(Hoehne).
N. aff. mollis Spruce: S. Luiz de Caceres (Hæhne).
N. theifera Oerst.: (Riedel, Weddell).
Pisonia cacerensis Hoehne: S. Luiz de Crceres (Hcehne).
Reichenbachia hirsuta Spreng.: Corumba (Hcehne).
Nympheaceas
Cabomba piauhyensis Gardn.: rio Colyseo (Pilger).
Nimphaea blanda G. F. W. Mey.: Coxipö da Ponte (Hoehne).
Victoria regia Lindl.: Casal Vasco (Weddell); S. Luiz de Caceres (Hoehne).
A. J. DE SAMPAIO — A FLORA DE MATTO GROSSO 107
Ochnaceas
Ouratea castaneafolia (DC.) Engl.: Cuyaba (Riedel).
. densiflora Pilg.: rio Colyseo (Pilger).
. nana (St. Hil.) Engl.: Paranatinga (Pilger).
. orgyalis S. Moore: S. Cruz (Moore).
. purpuripes S. Moore: S. Cruz (Moore).
. Riedeliana Engl.: Cuyaba (Riedel, Moore); S. Cruz (Moore).
. rosipes S. Moore: S. Cruz (Moore).
. simulans S. Moore: S. Cruz (Moore).
. spectabilis (Mart.) Engl.: Cuyaba (Manso ? in Mart. Herb. Bras).
Sauvagesia erecta L.: S. Cruz (Moore) Corrego Fundo (Pilger).
S. ramosissima Spruce: Ribeirão, prov. M. Grosso? (Riedel).
S. tenella Lam.: Ribeirão, prov. H. Grosso? (Riedel).
CC oe oe OO
Olacaceas
Heisteria rubricalyx S. Cruz (Moore).
Ximenia americana L.: Cruz (Moore).
forma: inermis: prov. M. Grosso (Leeson in Herb. Brit. Mus. fide Moore).
Onagraceas
o
Jussieua anastomosans DC.: Coxipó da Ponte (Hoehne).
var. obtusifolia Hoehne: Coxipó da Ponte (Hoehne).
J. brachyphylla Micheli: (Manso? in Herb. Bras. Mart).
J. decurrens DC.: S. Cruz (Moore).
J. natans HB.: Corumba e S. Luiz de Caceres (Hoehne).
J. nervosa Poir: Cuyabá e Serra da Chapada (Moore): Piava (Pilger).
J. pilosa HBK.: Cuyaba (Moore); Corumbá e Porto do Tucano (Hoehne).
J. potamogeton Burchell: Chapadão (Hoehne).
srepenssiE-
var. grandiflora? : Porto do Tucano (Hoehne).
J. suffruticosa L.: Corumbá (Moore); Cuyaba (Pilger).
Oxalidaceas
Oxalis calva Prog.: Aff.: Urucum (Hoehne).
O. catharinensis N. E. Br.: Corumba (Moore).
O. delicata Pohl: Palmeiras (Lindman) ; Cuyaba (Malme).
O. glaucescens Nordl.: Corumba (Malme).
O. hirsutissima Zucc.: S. Cruz (Moore); Cuyaba (Malme).
O. laureola Prog.: Cuyaba (Manso).
O. mattogrossensis Fredr.: S. Cruz (Lindman).
108 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
O. physocalyx Zucc.: Cuyaba (Malme).
O. sepium St. Hil.: Jangada e S. Cruz (Moore).
O. tomentella Pahl: Cuyaba (Manso).
Passifloraceas
Dilkea Johannesii B. Rodr.: rio Juruena (Hoehne).
var. parvifolia Hcehne: rio Juruena (Hoehne).
Passiflora alba Link et Otto: Corumbá (Hæhne).
P. auriculata Hbk.: rio Juruena (Hoehne).
P. campestris B. Rodr.: serra da Chapada (B. Rodrigues).
P. cincinnata Mast.: Corumbá (Moore); (Hoehne) ; Cuyaba (Malme).
var. minor Hoehne: S. Luiz de Caceres (Hoehne).
P. coccinea Aubl.: S. Cruz (Moore).
var. minor Tapirapuan e Juruena (Hcehne).
P. corumbaensis B. Rodr.: Corumbä (B. Rodrigues).
P. cryptopetala Hoehne: rio Juruena (Hæhne).
P. foetida L.: Corumbá e entre Villa Maria e S. Cruz (Moore) ; Cuyabà (Malme).
var. hastata: S. Luiz de Caceres (Hoehne).
var. hirsuta: Coxipö da Ponte (Hcehne).
var. vitacea: Corumbá (Hcehne).
P. hæmatostigna Mart.: Camararé (Hcehne).
P. longilobis Hæœhne: Porto Esperidião e Coxipo da Ponte (Hoehne).
P. Mansoi (Mart.) Mast.: Cuyaba (Manso, Malme) ; Coxipö da Ponte (Hoehne).
var. glabra Hoehne: serra dos Coroados (Hoehne).
P. micropetala Mart.:? S. Luiz de Caceres (Hcehne).
P. nitida Hbk.: rio Juruena (Hcehne)
P. quadriglandulosa Rodschied: Melgaço e rio Juruena (Hcehne).
P. rotundifolia L.: Cuyaba (Manso); Coxipo da Ponte, S. Luiz de Caceres e
Juruena (Hoehne)
P. tricuspis Mast.: S. Cruz (Moore)
var. minor S. Moore: S. Cruz (Moore); S. Luiz de Caceres (Hoehne).
P. vespertilio L.: entre Goyaz e Cuyaba (Weddell): Porto Esperidião, Cuyaba e
Coxipó da Ponte (Hcehne).
P. vitifolia Hbk.: S. Cruz e entre S. Cruz e Tres Barras (Moore); S. Luiz de Ca-
\
ceres e Porto Esperidião (Hcehne)
Phytolaccaceas
Petiveria alliacea L.: Cuyabá (Manso e Lhotzky); Corumbá e Coimbra (Moore) ;
Corumbá (Hcehne).
Rivina humilis L.: Corumbá (Hcehne).
Seguieria inermis H. Walt.: Cuyabá (Riedel).
A. J. DE SAMPEIO — A FLORA DE METTO GROSSO 109
Piperaceas
Peperomia circinata Link: Serra da Chapada (Malme) ; rio Colyseo (Pilger).
P. distachya (L.) A. Dietr.: Palmeiras (Lindman).
P. Gardneriana Miq.: S. Anna da Chapada (Malme, Lindman).
P. lenticularis Dahlst. Palmeiras (Lindman); Serra da Chapada (Malme).
P. Lindmaniana Dalst.: Serra de Itapirapoan (Lindman).
P. nummularifolia Hbk.: S. Cruz e entre S. Cruz e Tapirapuan (Moore).
P. pellucida (L.) Kth.: Cuyaba (Malme); Jangada (Lindman) ; Rosario (Pilger).
P. pereskizefolia (Jacq.) Kth: Palmeiras (Lindman).
P. sp. S. Moore: Cruz (Moore).
Piper asperifolium R. et P.: Serra da Chapada (Moore).
P. geniculatum Sw.: S. Cruz (Moore.
P. mollicomum (kth.) Cas.: rio Batovy (Pilger).
P. orthostachyum C. Do.: Corumba (Moore).
P. tuberculatum Jacq.: Jangada (Moore).
Polygalaceas
Monnina Malmeana Chod.: Piava (Pilger).
Polygala angulata Dc.: Serra da Chapada (Moore).
P. hirsuta St. Hil.: Serra da Chapada (Moore).
P. hygrophiloides S. Moore: prov. M. Grosso (Leeson, in Herb. Brit. Mus. fide
Moore).
. longicaulis Kyh.: Cuyaba (Pilger).
. paludosa St. Hil.: Cuyaba e Rio Ronuro (Pilger).
. rhodoptera Mart.: Cuyaba e S. Cruz (Moore).
. subtilis Kth.: Cuyaba e rio Colyseo (Pilger).
. timoutoides Ched.: rio Nobre (Pilger).
go ae) Sole) ae)
Polygonaceas
Coccoloba cuyabensis Weddell : Cuyaba (Manso); Corumba (Moore).
C. longipes S. Moore: S. Cruz (Moore).
C. paniculata Meissn.: Cuyaba (Manso).
C. paraguariensis Lindau: Porto Pacheco (Moore).
C. polystachya Wedd.: Villa Maria (Weddell); Jangada e S. Cruz (Moore).
C. sarmentosa S. Moore: Corumbá (Moore).
Polygonum acre Hbk.: S. Cruz (Moore).
P. acuminatum Hbk.: S. Cruz (Moore).
var.? setigerum: rio Paraguay (Weddell).
P. epilobioides Wedd.: rio Cabaçal (Weddell).
P. paraguayense Wedd.: rio Paraguay (Weddell).
110 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
P. spectabile Mart. (Weddell).
Triplaris brasiliana Cham.: rio Colyseo (Pilger).
T. formicosa S. Moore: S. Cruz (Moore); rio Colyseo (Pilger).
T. noli-tangere Wedd. (Weddell).
T. Riedeliana Fisch. et Mey.: Casal Vasco (Riedel).
Portulacaceas
Portulaca oleracea L.: S. Cruz (Moore).
P. pilosa L.: Porto Pacheco (Moore) ; Cuyaba (Pilger).
Talinum crassifolium Wildd.: Corumba (Moore).
Proteaceas
Euplassa inæqualis Endl.: Engl.: rio Colyseo (Pilger).
Rhamnaceas
Cormonema spinosum Reiss ;
var. latitolia: Cuyaba (Riedel).
Crumenaria choretroides Mart.: rio Colyseo (Pilger).
Gouania Blanchetiana Miq.: Cuyaba (Malme).
G. urticæfolia Reiss.: Cuyaba (Manso).
Rhamnidium e elceocarpum Reiss. (Manso e Lhotzky, provavelmente Cuyaba) ;
Cuyaba (Riedel, Pilger); S. Cruz (Moore).
Zizyphus oblongifolius S. Moore: entre Corumba e Ladario (Moore).
Rosaceas
Hirtella americana Aubl.: Serra da Chapada (Moore).-
H. collina S. Moore: Serra da Chapada (Moore).
Moquilea sclerophylia (Mart.) Hk.: rio Colyseo (Pilger).
M. Turiuva Hk. : S. Cruz (Moore).
Prunus sphærocarpa Sw.: rio Jatoba (Pilger).
Rubiaceas
Alibertia concolor Schm. (Manso).
A. macrophylla Schm. Cuyaba (Riedel).
A. mirciifolia Schm.: Cuyaba e Serra da Chapada (Moore) ; rio Colyseo ? (Pilger).
A. oligantha Schm. (Riedel).
A. sessilis Schm., entre Chapada e Cuyaba (Riedel).
A. verrucosa S. Moore: S. Cruz (Moore) ; (Malme).
Amajoua guianensis Aubl.
var. brasiliana Schm.: rio Taguahy (Manso).
A. J. DE SAMPAIO — A FLORA DE MATTO GROSSO ill
Basanacantha armata Hk. f.: S. Cruz (Moore).
Bertiera guianensis Aubl.: entre S. Cruze campos de Tapirapuan (Moore).
Borreria angustifolia var. latifolia Pilg.: rio Ronuro (Pilger).
B. cupularis DC.: S. Cruz (Moore).
B. eryngioides Cham. et Schlecht. : rio Nobre (Pilger).
B. Lagurus S. Moore: S. Cruz (Moore).
B. tenella Cham. et Schlecht.: Tapirapuan (Hoehne).
var. genuina Schm.: Serra da Chapada, prov. M. Grosso ? (Riedel).
Calycophyllum multiflorum Gris.: Corumba (Malme).
Chiococca brachiata R. et P.
var. acuminata Muell. Arg. (Tamberlick) ; Cuyaba (Manso, Pilger) ; >
S. Luiz de Caceres (Hcehne) ;
var. lanceolata Muell. Arg.: S. Cruz (Moore).
Chomelia Myrtifolia S. Moore: S. Cruz (Moore).
C. obtusa Cham. et Schlecht. (Mart. Herb. Bras).
C. ribesioides Bth. (Riedel) ; Serra da Chapada (Moore).
C. sessilis Muell Arg.: Cuyabä (Riedel, Pilger).
C. sp. nov. S. Moore: S. Cruz (Moore).
C. sp. nov. S. Moore: S. Cruz (Moore).
voussarea frondosa S. Moore: S. Cruz (Moore).
C. hydrangeafolia Bth.: Camapuan (Riedel) ; S. Cruz (Moore) ; (Malme).
Declieuxia chiococcoides Muell Arg.
var. lucida Muell. Arg.: Cuyaba (Manso).
Diodia gymnocephaia Schm. : Cuyaba (Pilger).
D. multiflora DC. : S. Cruz (Moore).
D. prostrata Sw. : Cuyaba (Manso, Pilger).
D. rosmarinifolia Pohl: Cuyaba (Manso).
D. saponarioides Presl : S. Cruz (Moore).
Emmeorrhiza umbellata (Spr.) Schm. : rio Colyseo (Pilger).
Faramea bracteata Bth.: entre S. Cruz e Diamantino (Moore).
F. coussaroides S. Moore: S. Cruz (Moore).
F. salicifolia Presl: Cuyaba (Manso).
Ferdinandusa elliptica Pohl: Cuyaba (Riedel).
F. speciosa Pohl : rio Colyseo (Pilger).
Guettarda Burchellia na Müll. Arg. (Malme).
G. mattogrossensis S. Moore: S. Cruz (Moore).
G. viburnoides Cham. et Schlecht.: S. Cruz (Moore).
Ixora densiflora Muell. Arg.: morro do rio da Casca (Mart. Herb. Bras.)
Ladenbergia chapadensis S. Moore: Serra da Chapada (Moore).
L. cuyabensis Klotzsch: Cuyabä (Riedel, Manso e Lhotzky) ; (Malme).
L. graciliflora Schm. : Serra da Chapada, prov. Matto-Grosso ? (Riedel 989).
Limnosipanea erythaeoides Schm. (Riedel).
112 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
L. Schomburgkü Hk. f. :
var. robustior Pilg. : Cuyaba (Pilger).
Machaonia brasiliensis Cham. et Schlecht. : Cuyaba (Manso).
Manettia ignita (Vell.) Schm.: rio Colyseo (Pilger).
M. sp. indet. S. Moore: S. Cruz (Moore).
Mapuria alba Muell. Arg.: entre S. Cruz e Diamantino (Moore).
M. corumbensis S. Moore: Corumba (Moore).
M. Martiana Muell. Arg.: rio Cuyaba (Manso? in Mart. Herb. Bras.) ; rio dos
Bugres (Moore).
M. Schlechtendaliana Muell. Arg. (Riedel).
M. tomentella S. Moore: S. Cruz (Moore).
Mitracarpus hirtus (DC) Schm.: Cuyaba (Pilger).
M. parvulus Schm.: Cuyaba (prov. Goyaz seg. Fl. Mart. Riedel 870, prova
velmente prov. Matto-Grosso) ; Cuyaba (Pilger).
Ouroparia guianensis Aubl.: rio Paraguay e rio Guaporé (Riedel).
Palicourea rigida Kth.: Cuyaba e Paranatinga (Pilger); Paranatinga (Pilger); Ta-
pirapuan (Hoehne).
Perama hirsuta Aubl.: Bananal no Paranatinga (Pilger).
Pogonopus tubulosus Schm.: Lavrinhas (Riedel).
Psychotria arenosa Muell. Arg. (Riedel).
P. cuyabensis Schlecht.: Cuyaba (Lhotzky); entre S. Cruz e Diamantino
(Moore).
P. hastisepala Muell. Arg. : rio Cuyaba (Manso).
P. homoplastica S. Moore: entre S. Cruz e campos de Tapirapuan (Moore ).
P. hygrophiloides Bth. : rio Cuyaba (Manso? in Mart. Herb Bras.)
P. ipecacuanha Stokes: entre S. Cruz e Tapirapuan (Moore), vide Uragoga.
P. lasiostylis Muell. Arg. (Tamberlick).
P. Mansoana Muell. Arg. : Cuyaba (Manso).
P. Marcgravii ? Spreng. : entre S. Cruz e Campos de Itapirapuan (Moore).
P. oreadum S. Moore: S. Cruz e Villa Maria (Moore).
P. sciaphylla S. Moore: entre S. Cruz e Diamantino (Moore).
P. subcrocea Muell. Arg. : Cuayba (Manso); (S. Cruz) entre S. Cruz e Diaman-
tino (Moore).
P. tomentosa Muell. Arg.: S. Anna da Chapada (Moore).
P. triphylla Muell. Arg.: S. Cruze entre S. Cruz e Campos de Tapirapuan
(Moore).
P. xanthocephala Mart. (Riedel).
Randia Ruiziana DC. : rio Brasinho e S. Cruz (Moore).
Richardsonia grandiflora Cham. et Schlecht. : S. Cruz (Moore).
R. pilosa HBK.: S. Cruz (Moore).
Rudgea cuyabensis Muell. Arg.: Cuyaba (Manso).
R. frondosa S. Moore: entre S. Cruz e Diamantino (Moore).
A. J. DE SAMPAIO — A FLORA DE MATTO GROSSO 113
R. viburnoides Bth. : S. Cruz (Moore).
R. sp. nov S. Moore : entre S. Cruz e Villa Maria (Moore).
Sabicea humilis S. Moore S. Cruz (Moore).
S. novogranatensis Schm.: S. Cruz (Moore).
Sipanea pratensis Aubl.: Cuyaba (Riedel); S. Cruz (Moore); rio Ronuro
(Pilger.)
S. veris S. Moore: S. Cruz (Moore).
Sphinctanthus microphyllus Schm. : nos inundados (Riedel).
Thieleodoxa lanceolata Cham. : Cuyaba (Riedel, Pilger).
Tocoyena formosa Schm. : Cuyaba (Riedel, Manso e Lhotzhy) ; S. Luiz de Caceres
(Hoehne).
T. hirsuta Maric. : Jangada (Moore).
Ucriana longifolia Spreng.: Cuyaba (Lhotzky e Manso).
Uragoga ipecacuanha Bail.: Tapirapuan e Serra dos Parecis (Hoehne); vide
Psychotria.
Rutaceas
Esenbeckia leiocarpa Engl. : Cuyaba (Manso? in Mart. Herb; Bras.)
Metrodorea pubescens St. Hil. et Tul.: Cuyaba (Manso); aff.: Tapirapuan
(Hoehne).
Monnieria trifolia L.: entre S. Cruz e Tapirapuan e entre S. Cruz e Diamantino
(Moore).
Pilocarpus pinnatifolius Lem. : Cuyaba (Manso).
Zanthoxylum cuyabense Engl.: Cuyaba (Manso).
Sapindaceas
Allophyllus edulis Radlk.: Cuyaba (leg.?); S. Cruz, Corumba e Tapirapuan
(Moore).
A. semidentatus Radlk.: entre S. Cruz e Diamantina (Moore),
A. strictus Radlk.: margens do rio Madeira (Rusby).
Cardiospermum grandiflorum Sw. (O. Kuntze).
Cupania casteaneæfolia Mort.: Camapuan (Riedel).
C. oblengifolia Mart. (Mart. Herb. Bras.)
Magonia glabrata St. Hil.: Cuyaba (Malme).
M. pubescens St. Hil.: Cuyaba (Riedel, Pilger); valle do Cuyaba (Riedel).
Matayba guianensis Aubl.: S. Cruz (Moore); Cuyaba (Pilger); campos de Tapi-
rapuan (Hcehne).
Paullinia angusta N. E. Br.: Porto Pacheco (Moore).
P. elegans Camb. : Camapuan (Riedel); S. Cruz (Moore): rio Sepotuba (Hoehne).
P. pinnata L. Cuyaba (Manso); (Gaudichaud) ; (Lindman); (O. Kuntze).
P. thalictrifolia Juss. (Gaudichaud).
Sapindus saponaria L.: Corumbá (O. Kuntze, Malme).
804 15
114
ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Serjania caracasana Willd.:
forma: genuina Radlk.: rio Colyseo (Pilger).
. chætocarpa Radlk. (Lindman); S. Cruz e rio Nobre (Pilger).
. cissoides Radlk.: Camapuan (Riedel).
. glabrata Kunth: margens do rio Madeira (Rusby).
. glutinosa Radlk.: Cuyaba (Riedel, Pilger).
. hebecarpa Bth.: S. Cruz (Moore).
. lethalis St. Hil. (Leg ?).
. Mansoana Radlk.: Cuyaba (Manso).
. marginata Casar.
var. genuina Radlk.: valle do Cuyabä (Pilger).
. obtusidentata Radlk.: Cuyabä (Moore).
. paucidentata DC. (Weddell).
. perulacea Radlk.: Jangada e Serra da Chapada (Moore).
. platycarpa Bth. (Riedel).
Talisia esculenta Radlk.: Cuyaba (Manso, Riedel).
T. subalbens Radlk.: Cuyaba (Manso, Riedel).
Thinouia mucronata Radlk.: Cuyaba (Mart. Catal, autogr.).
T. sepium Moore.: Corumba (Moore).
Toulicia tomentosa Radlk.: Serra da Chapada (Malme).
Urvillea ulmacea Kth. (O. Kuntze),
Un Un Un nm nn nn
nn nn u
Sapotaceas
Chrysophyllum ebenaceum Mart.: Cuyaba (Pilger).
Labatia mattogrossensis Pilg.: rio Colyseo (Pilger).
Lucuma ramiflora A. DS.: Serra da Chapada (Moore).
Simarubaceas
Simaba crustacea Engl. (Riedel).
S. floribunda St. Hil.: Cuyaba (Manso).
S. trichilioides St. Hil.: Cuyaba (Riedel).
Simaruba versicolor St. Hil.: Cuyaba (Riedel).
Scrophulariaceas
Alectra brasiliensis Bth.: rio Colyseo (Pilger).
Angelonia Gardneri Hook.: Corumba (Moore).
A. micrantha Bth.: Cuyaba (Lindman, Pilger).
Buchnera elongata Sw.: Cuyaba (Pilger).
B. rosea HBK.: S. Cruz (Moore).
B. palustris Spreng.: entre Cuyaba e Serra da Chapada (Moore) ; Cuyaba (Pilger).
Buddleja vetula Cham. et Schlecht.: Cuyaba (Manso).
A. J. DE SAMPAIO — A FLORA DE MATTO GROSSO 115
Conobia scrophularioides Benth.: S. Cruz (Moore).
Desdemona pulchella S. Moore:
Esterrazya splendida Mikan var. latifolia Schmidt: valle do Cuyaba (Pilger).
Gerardia hispidula Mart.: Cuyabä (Riedel, Pilger).
Herpestes acuta S. Moore: Cuyaba (Moore).
H. chameedryoides HBK.: S. Cruz (Moore).
H. gracilis Benth.: Cuyaba (Manso); Rosario (Pilger).
H. parvula S. Moore.: campo de Tapirapuan (Moore).
H. reflexa Bth.: Piava (Pilger).
H. serpyllifolia Benth.: S. Cruz (Moore).
Lindernia crustacea (L.) F. v. Muell.: Diamantino (Lindman).
Monniera Ranaria (Benth.) Fritsch: S. Cruz (Lindman).
Scoparia dulcis L.: Serra da Chapada e S. Cruz (Moore); Cuyaba (Pilger).
S. elliptica cham. et Schlecht.: Porto Murtinho (Hoehne).
S. flava Cham. et Schlecht.
var. pinnatifida: Cuyaba (Manso, Pilger).
S. neglecta Fries: Cuyaba (Manso? in Herb. Bras. Mart., Malme); Serradäo
Pilger).
S. nudicaulis. Chod.
subsp. prædensa Fries: Malme?
S. pinnatifida Cham. et Schlecht.: entre Villa Maria e Corumba (Moore).
Schwenkia micrantha Benth.: M. Grosso? (Riedel).
Vandellia diffusa L. (Riedel).
Solanaceas
Capsicum baccatum? L.: Corumba (Moore).
Cestrum Schottii Sendt.: Cuyaba (Manso).
Datura fastuosa L.: em jardins em Cuyaba (Pilger).
Nicotiana glauca R. Grah.: Corumba (Moore).
N. Langsdorffi Weinm.: Cuyabá (Manso).
Physalis hygrophila Mart.: Cuyaba (Manso).
Schwenkia angustifolia Bth.: rio Jocuara (Lindman).
Solanum corumbense S. Moore : Corumba (Moore).
flaccidum Vell. : Cuyabá (Manso).
. lycocarpum St. Hil.: Cuyaba (Pilger).
. macranthum Dun.: Serra da Chapada (Moore).
. platanifolium Hk.: Corumbá (Hcehne).
. saltiense S. Moore: entre S. Cruz e campos de Tapirapuan (Moore).
. sisymbrifoium Lam.: prov. M. Grosso (Leeson in Herb. Brit. Mus. fide
(Moore).
S. vexans S. Moore: S. Cruz? (Moore).
nn nn nn
416 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Sterculiaceas
Buttneria asperrima Fries: S. Anna da Chapada (Malme).
B. campestris S. Moore: Carandasinho entre Corumba e Dourados (Moore).
B. charagmocarpa S. Moore: S. Cruz (Moore).
B. jaculifolia Pohl: (Leeson); Arica (Malme).
B. Leesoni S. Moore: prov. M. Grosso (Leeson in Herb. Brit. Mus. fide Moore). |
B. melastomifolia St. Hil.: Cuyaba (Malme); S. Anna da Chapada (Robert); Ta-
pirapuan (Hoehne).
B. muricata S. Moore: entre S. Cruz e Diamantino (Moore).
B. oblongata Pohl: S. Anna da Chapada (Malme).
B. ramosissima Pohl: Cuyaba (Lhotzky e Manso); rio Ronuro (Pilger).
B. scabra S. var. dentata St. Hil. et Naud.: Serra das Araras (Lindman).
Guazuma ulmifolia Lam. : S. Cruz (Moore) ; var. glabra K. Schm. : Cuyabá (Malme);
var. tomentella K. Schm. : entre Coxipó e Cuyabá (Malme).
Helicteres acuminata Fries: Corumbá (Malme).
H. brevispira St. Hil..: S. Cruz (Moore).
H. chapadensis S. Moore: Serra da Chapada (Moore).
H. corylidifolia Nees et Mart.: S. Cruz (Moore).
H. guazumifolia HBK.: Cuyabä (Riedel); S. Cruz e Corumbä (Moore) ;
Cuyaba (Pilger).
var. Gardneriana (St. Hil. et Naud) — var. parvifolia seg Fries — (Moore) ;
S. Cruz (Lindman).
var. parvifolia Schm. : Cuyaba (Riedel).
H. Lindmani Fries — H. corylifulia: Moore (vide Fries columniferenfl. pag. 24)
— Palmeiras (Lindman).
. Lhotzkyana Schm.: Cuyaba (Lhotzky e Manso).
. orthoteca S. Moore : S. Cruz (Moore).
H. ovata Lam. : Cuyaba (Malme).
H. Pilgeri Fries Guyaba (Pilger, Malme).
H. Sacarolha St. Hil.: Cuyaba (Malme); Rosario (Pilger).
Melochia arenosa Bth.: Corumba (Malme).
M. corumbensis S. Moore: Corumba (Moore); prov. M. Grosso (Leeson in
Herb. Brit. Mus. fide Moore).
M. graminifolia St. Hil.: S. Cruz (Moore) ; Corrego Fundo (Pilger).
M. hirsuta Cav. Cuyaba (Lhotzky e Manso).
M. parvifolia HBK.: Cuyaba (Malme).
M. tomentosa L. var. mattogrossensis Fries: Corumba (Malme).
Sterculia striata St. Hil. et Naud.: prov. M. Grosso (Herb. Paris); Cuyaba e Co-
rumba (Malme).
Waltheria americana L. Cuyaba (Pilger).
L ©
A. J. DE SAMPAIO — A FLORA DE MATTO GROSSO 417
W. communis St. Hil. var. glabriuscula (St. Hil.) K. Schm.: S.Anna da Chapada
(Malme).
W. macropoda Turcz: Cuyaba (Malme).
W. vernonioides Fries: Cuyabä (Malme).
W. viscosissima St. Hil.: Barra do Rio S. Lourenco (Moore).
Styracaceas
Styrax ferrugineus Nees et Mart.: S. Anna da Chapada (Malme).
Styrax pachyphylla Pilg. : rio Colyseo (Pilger).
Theaceas
Laplacea semiserrata Camb.
var. obovata: Cuyaba (Manso? in Mart. Herb. Bras).
Theophrastaceas
Clavija integrifolia Mart. et Miq. : Cuyaba (Manso).
Tiliaceas
Apeiba tibourbou Aubl. (Riedel); S. Anna da Chapada (Malme).
Corchorus argutus HBK.: Corumba (Moore).
C. hirtus L. : Cuyaba (Pilger) ;
var. brasiliensis Schm.: Cuyaba (Riedel, Malme); (Lindman); S. Anna da
Chapada (Malme).
Var. cuyabensis Schm.: Cuyabä (Riedel, Malme).
Luhea paniculata Mart. : Cuyaba (Lhotzky) ; rio Colyseo (Pilger).
L. speciosa Willd. : Serra da Chapada (Moore).
L. uniflora St. Hil. : S. Cruz (Moore).
Sloanea Maximowicziana ? Schm. entre S. Cruz e Diamantino (Moore); S. Anna
da Chapada (Malme).
Triumfetta althscoides Lam.: S. Anna da Chapada (Malme).
Trigoniaceas
Trigona boliviana Warm. ? Urucum (Hoehne).
Turneraceas
Piriqueta Caroliniana Urb. : Cuyaba (Malme) ;
var. integrifolia Urb.: Villa Bella (Riedel); Cuyaba (Malme); S. Luiz de
Caceres (Hcehne).
P. fulva Chapm. (Moore).
P. lanceolata Bth.
var. latifolia Urb.: S. Cruz (Moore).
118 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
P. Tanberlikii Urb.: Cuyaba (Malme).
P. viscosa Griseb. : Dourados (Moore).
Turnera Blanchetiana Urb.
var. subspicata Urb.: Villa Maria (Riedel).
T. brasiliensis Willd.: Serra da Chapada (Riedel 1142).
T. chrysodoxa S. Moore: Serra da Chapada (Moore).
T. dasytricha Pilger: valle do Cuyabä (Pilger).
T. odorata Rich. : Cuyaba (Riedel) ; S. Cruz (Moore); S. Cruz (Lindman).
Ulmaceas
Celtis alnifolia Miq.: Coxipó (Weddell).
C. Gardneri Planch. : Cuyaba e S. Cruz (Moore).
Sponia micrantha Dene: S. Cruz (Moore).
Urera aurantiaca Wedd. : rio Mondego (Weddell).
U. punu Wedd.: Albuquerque (Weddell).
Umbelliferas
Centella asiatica (L.) Urb. (Gaudichaud).
Eryngium ebracteatum Lam. : Cuyabä (Malme) ; rio Ronuro (Pilger) var. typicum.
Wolf em Das Pflanzenr): prov. Matto Grosso (Hoehne).
E. elegans Cham. et Schl. (Hcehne); var. genuinum Urb.: Porto Murtinho
(Malme).
E. eurycephalum Malme : Serra da Chapada (Malme).
E. fœtidum L.::S. Anna da Chapada.
E. junceum Cham. et Schlecht. :
sub sp. juncifolium (Mart.) Urb.: S. Anna da Chapada (Malme).
E. pristis Cham. et Schl. (Hoehne).
Hydrocotyle acuminata Urb. (Weddell).
H. ranunculoides L. : Corumba (Hoehne).
var. natantes (Cyrillo) Urb. ? Corumbä (Malme).
Verbenaceas
Aegiphila cuspidata Mart. : Tapirapuan (Hoehne):
Baillonia amabilis Bocq. : Coimbra (Moore).
Casselia Mansoi Schauer : Cuyabá (Manso): S. Cruz (Moore).
Lantana aristata Brig.
var. latiuscula Brig. : Cuyaba (Lindman).
L. brasiliensis Link: Cuyaba (Manso).
L. camara L.: Palmeiras (Lindman); Cuyabá e Serra da Chapada (Moore).
L. combrensis S. Moore: Coimbra (Moore).
L. cuyabensis Schauer: Cuyaba (Manso).
A. J. DE SAMPAIO — A FLORA DE MATTO GROSSO 119
L. Lindmanii Brig.: Cuyabä (Lindman).
L. scabrida S. Moore: Päo de Assucar (Moore).
L. trifolia L.
var. vulgata Briq.: Cuyaba (Lindman).
Lippia aristata Schaner var. glabrescens Pilg.: Cuyaba (Pilger).
Lippia asperrima Cham.: Camapuan (Riedel).
. betuleefolia HBK.: S. Cruz (Moore).
. herbacea Schauer: rio Batovy (Pilger).
. jangadensis S. Moore: Jangada (Moore).
lasiocalycina Cham. : Cuyaba, Serra da Chapada e S. Cruz (Moore).
. Lindmanii Briq.: Diamantino (Lindman).
. lupulina Cham.: Cuyaba (Lhotzky); Rio Colyseo (Pilger).
. nodiflora Rich.: Corumba (Moore).
. primulina S. Moore: Serra da Chapada (Moore).
. Salvizefolia Cham.: Cuyaba (Manso) ; Cuyaba e Rosario (Pilger).
. stachyoides Cham.: Camapuan (Riedel); Tapirapuan (Hæhne).
. urticoides Steud.: S. Cruz (Moore).
. velutina Schauer: Cuyaba (Manso).
. vernonioides Cham.: Cuyaba (Manso, Riedel); Jangada (Moore); Alto Para-
natinga (Pilger).
Priva e chinata Juss. (Riedel); Tapirapuan (Hoehne).
P. lappulacea Pers.: Palmeiras (Lindman).
Stachytarpheta dichotoma Vahl: Serra da Chapada e S. Cruz (Moore).
S. gesnerioides Cham.: alto Cuyaba (Pilger).
Taligalea campestris Aubl.: var. pumiceæ (Vahl) Briq.: S. Cruz (Lindman),
Verbena aristigera S. Moore: Pao de Assucar (Moore).
Vitex cymosa Bauer: Cuyabá (Manso, Riedel); Jangada (Moore).
Eee reg:
Violaceaes
Alsodeia sp. nov. > aff. ovaliæfoliæ Britt.: entre S. Cruz e Tres Barras (Moore).
Corynostylis pubescens S. Moore: entre Corumba e Dourados (Moore).
Ionidium brevicaule Mart.: Cuyaba (Riedel).
I. commune St. Hil.: Corumba (Moore).
I. ipecacuanha (L.) Vent.: Coxipö-mirim (Malme).
I. lætum S. Moore: Serra da Chapada (Moore).
I. oppositifolium Roem. et Schult.: entre S. Cruz e Villa Maria e entre Villa Maria
a Corumba (Moore).
Vitaceas
Cissus campestris (Bak) Planch.: Tapirapuan (Hoehne).
C. pannosa (Bak) Planch.: Coxipö (Malme).
C. scabricaulis (Bak.) Planch.: Tapirapuan (Hoehne).
120 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Vitis erosa Bak: Cuyaba (Manso e Lhotzky) ; entreS. Cruz e Tres Barras (Moore).
V. Simsiana Bak.: rio Paraguay (Manso).
V. sp. indet. Moore: provavelmente Corumba ou S. Cruz (Moore).
Vochysiaceas
Callisthene fasciculata Mart.: Cuyaba (Riedel, Malme) ; S. Cruz (Moore).
C. sp. nov. Moore.: S. Cruz (Moore).
Qualea glauca Warm.: S. Anna da Chapada (Malme).
Q. grandiflora Mart.: S. Cruz (Moore); Cuyaba e S. Anna da Chapada (Malme) ;
Porto do Campo e S. Luiz de Caceres (Hoehne).
Q. parviflora Mart.: Cuyabä e S. Anna da Chapada (Malme) ? Cuyaba (Pilger).
Q. pilosa War.: S. Cruz (Moore); Cuyaba e ‘S. Anna da Chapada (Malme)
Cuyaba (Pilger) ; Porto do Campo (Hoehne).
Q. Weltrockii Malme: S. Anna da Chapada (Malme).
Q. sp. Pilg.: Cuyaba (Pilger).
Salvertia convallariodora St. Hil. Cuyabä (Malme) ; rio Ronuro (Pilger).
Vochysia brevipetiolata (Warm.) Malme: Cuyaba (Riedel, Malme, Pilger) ;
S. Anna da Chapada (Malme).
V. chapadensis Malme: S. Anna da Chapada (Malme).
V. cinnamomea Pohl: S. Anna da Chapada (Malme).
V. divergens Pohl: Cuyaba (Riedel, Malme); rio Ribeirão e rio Coxipó-mirim
(Malme).
V. Heenkeana Mart.: Serra da Chapada e Cuyaba (Malme).
. herbacea Pohl: Serra da Chapada (Malme).
. petraea Warm.: Serra da Chapada (Malme).
. pumile Pohl: S. Anna da Chapada (Malme).
. rufa Mart. à
var. brevipetiolata Warm. (Cuyabä, Malme, Pilger); Serra da Chapada
(Malme): vide V. brevipetiolata.
V. sessilifolia Warm.: Cuyaba (Manso); S. Anna da Chapada e Serra da Cha-
pada (Malme).
V. tucanorum Mart.: Serra da Chapada (Malme); S. Anna da Chapada (Malme).
1
44 4 =
CAPITULO I
BIBLIOGRAPHIA
Na elaboracäo da presente Memoria procurei compulsar toda a litteratura subsi-
diaria da Phytographia mattogrossense.
Nao consegui no emtanto obter todos os trabalhos até hoje publicados sobre a flora
de Matto Grosso; assim por exemplo os trabalhos de Malme: «Die systematischen
Gliederung der Gatt. Oxypetalum R. Br.» (Ofvers, k. Vet.— Akad, Forhandl.
A. J. DE SAMPAIO — A FLORA DE MATTO GROSSO 121
Stockolmo 1900-1904) e «Asclepiadaceen Gatt. Tweedia Hk. Mittostigma Done und
Amblystigma Bth.» (Ofvers. k. Vet.— Akad. Förhand. Stockolmo) e provavelmente
outros.
Em supplementos 4 presente Memoria procurarei preencher as lacunas decorrentes
da falta de litteratura botanica completa.
Os mappas que illustram o presente trabalho foram feitos de accördo com o Atlas
de Stieler e o mappa Agricola do Estado de Matto Grosso, da collecção editada pela
Sociedade Nacional de Agricultura (Rio de Janeiro), elaborado por M. Paulino Ca-
valcanti.
Bibliographia botanica mattogrossense
João Barbosa Rodrigues — « Plantae mattogrossenses » ; Rio de Janeiro, 1898.
« Palmze mattogrossenses » ; Rio de Janeiro, 1898.
Knut Bohlin— « Die Algen der ersten Regnell schen Expedition »:
I: Protococcoideen: Bih. t. K. Sv. Vet.— Ak. Handl. vol. 23-III,
Stockolmo 1897.
H. C. Bongard — Bauhiniz et Pauletiæ species brasilienses novæ « Mem.
Acad. Imp. Sc. S. Petersbourg, Ser. VI, t. IV, 1838.
O. Borge — Die Algen der ersten Regnell’schen Expedition ».
II: Desmidiaceen. Ark. f. Bot. I, I-3, Stockolmo 1903.
III: Zygnemacean und Mesocarpaceen ; 1. c.
John Briquet — « Labiatæ et Verbenaceae austro-americanæ » ; Ark, f,
Bot. II, 4, Stockolmo 1904.
V,F. Brotherus —« Die Laubmoose der ersten Regnell'schen Expedition » ; Bih.
t. K.Sv. Vet.— Akad. Handl. vol. 26— III, n. 7, Stockolmo 1900.
Alfr. Cogniaux — Melastomat. Cucurbit. em Hcehne Relat. Bot, Commissão
Rondon, parte III,
H. Dahistedt — « Studien tüber Süd-und Central-amerikanische Peperomien, mit
besonderer Berücksichtigung: der brasilianischen. Sippen » ; K. Sv. Vet. — Akad. Handl,
vol, 33, Stockolmo 1900.
J. Cesar Diogo — « Exploração do rio Verde ( 1909)», em elaboração.
A. Engler-Das Pflanzenreich:
Hercules Florence — « Esboco da viagem feita pelo Sr. Langsdorff no interior do
Brasil desde Setembro de 1825 até Março de 1829 »; trad. de Alfredo de Escragnolle
Taunay; «Revista Trimensal do Instituto Historico, Geographico e Ethnographico
do Brasil», Rio Janeiro, vol. XXXVIII (1875), parte I, pags. 355-467; parte II
pags. 231-301 e vol. XXXIX (1876); parte III, pags. 157-182.
A. Th. Fredrikson — « Die Oxalideen der ersten Regnell’schen Expedition » ;
Bih. t. K. Sv. Vet. — Akad. Handl., vol. 22-III, Sto-
ckolmo 1897.
Rob. E. Fries— «Die Anonaceen der zweite Regnell’schen Reise»; Ark.
f. Bot. IV, 4, n. 19, Stockolmo 1905.
£64 16
122 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
. «Studien in der Riedel’schen Sammlung»; Ark. f. Bot. V, 1-2, Stockolmo,
1905.
. «Systematische Uebersicht der Gatt. Scoparia»; Ark. f. Bot. VI, 3-4,
Stockolmo, 1907.
. «Studien über die amerikanische Columniferenflora— K. Sv. Vet.— Akad.
Handl. v. 42, n. 12, Stockolmo, 1908.
Karl Fritsch — « Uber e inige während der ersten Regnell’schen Exped. gesam-
melte Gamopetalen »; Bih. t. K. Svt. Vet. — Akad — Handl. vol. 24-Ill, n. 5,
Stockolmo, 1898.
H. Harms — « Leguminosas » em Hoehne. Relat. Bot. da Commissão Rondon,
parte II.
P. Hennings — « Fungi mattogrossensis a Dr. R. Pilger collecti 1899»; Hed-
wigia, vol. 39, 1900.
Fr. C. Hoehne — Annexo n. 5: Historia Natural: Botanica, do Relatorio da
Commissao Rondon (Comm. Estrategica de Linhas Telegraphicas do Matto Grosso ao
Amazonas).
Parte I: Bromeliaceas, Pontederiaceas, Liliaceas, Amaryllidaceas, Iridaceas, Or-
chidaceas, Aristolochiaceas, Droseraceas e Passifloraceas. Rio de Janeiro, Dez. 1910,
Parte II: Dr. H. Harms — Leguminosas. Rio de Janeiro, Agosto 1912.
Parte III: Dr. Alfr. Cogniaux—Melastomataceas, Cucurbitaceas e Orchidaceas. Rio
de Janeiro, Agosto de 1912.
Parte IV, Alismataceas, Butomaceas, Hydrocharitaceas Pontederiaceas, Orchida-
ceas Nymphaeaceas. Rio de Janeiro, Agosto de 1912.
Parte V: Mayacaceas, Xiridaceas, Commelinaceas, Liliaceas, Amaryllidaceas, Iri-
daceas, Iridaceas, Musaceas, Zingiberaceas, Cannaceas, Marantaceas, Burmanniaceas,
Orchidaceas Aristolochiaceas, Phytolaccaceas, Nyciginageas, Passifloraceas e Onagra-
ceas. Rio de Janeiro, Janeiro 1915,
Parte VI: em impressäo,
Nota: partes I-V, com estampas 1-112.
Fr, C. Hoehne: Annexo n. 2 ao Relatorio da Commissäo Roosevelt-Rondon: Re:
latorio apresentado ao Sr. Coronel de Engenharia Candido Marianno da Silva Rondon,
Chefe da Commissäo Brasileira.
Rio de Janeiro, Novembro 1914, 1 broch. de 81 pags., 25, estampas e nume-
rosas photogravuras.
H. O. Juel — « Die Ustilagineen und Uredineen der ersten Regnell’schen Exped. »;
Bih. t. K. Sv. Vet. — Akad. Handl. vol. 23-111, n. 10, Stockolmo, 1897.
Hermann von Ihering — « A distribuição de Campos e Mattas no Brazil » ; Revista
do Museu Paulista, VII, S. Paulo, 1907.
Fr. Kränzlin — « Beiträge Orchideenflora Sürdamerikas » ; K. Sv. Vet. — Akad.
Handl. vol. 46, n. 10, Stockolmo 1911.
J. G. Kuhhnann — ‘‘Gramineas e Cyperaceas” no Relat. da Comm. Rondon.,
em elaboraçäo,
CPAS
M.
A. J. DE SAMPAIO — A FLORA DE MATTO GROSSO 123
« Lindman — Leguminosæ austro-americanæ ex itinere Regnelliano
primo”; Bih. t. K. Sv. Vet. — Akad. Handl. v. 24-III, n. 7, Stockolmo, 1898.
... 0...
“Zur Morphol. und Biol. einiger Blatter und belaubter Sprosse” ;
Bih. t. K. Sv. Vet. — Akad. Handl. v. 25-III, n. 4, Stockolmo, 1899.
“Beitr. zur Palmenflora Südamerikas”; Bih. t. Sv. Vet. — Akad.
Handl. vol. 26-Ill, n. 5, Stockolmo, 1900.
“Einige neue brasilianische Cyclanthaceen”; Bih. cit. n. 8.
“List of Regnellian Cyperaceæ collected until .894” Bih. cit. n. 9.
“Beitr. zur Gramineenflora Südamerikas”; Kon. Sv. Vet. — Akad.
Handl. v. 31, n. 6, Stockolmo, 1900.
“Die Blüteneinrichtungen einiger südamer ». Pflanz.: I— Leguminosae :
Bih. t. K. Sv. Vet. — Akad. Handl. v. 27-III, n. 14, Stockolmo, 1902.
“Beitr. zur Kenntnis der tropisch-amerikanischen Farnflora”; Ark. f.
Bot. I, F-3, Stockolmo 1903.
“American Species of. Trichomanes Sm.” Ark. f. Bot. I, I-3, Sto-
ckolmo, 1903.
“Zur Kenntniss der Corona e inigir Passifloraceen” ; Botaniska Studier,
Upsala 1906. 5
Alb. Lofgren — ‘‘Breve Historico das Explorações Botanicas no Brasil” — Chac.
e Quint. vol. X, n. 5, Nov. 1914, pags. 350-360.
Bernt Lynge — ‘‘Die Flechten der ersten Regnell’schen Expedition. Die Gatt.
Pseudoparmelia gen. nov. und Parmelia Ach.”; Ark. f. Bot. vol. 18, fasc. 4. Stoc-
kolmo 1914.
Th. Loesener — “Monographia Aquifoliacearum”; Nova Acta Abh. Kais. Leop.
Carol. Deustch Akad. d. Naturf. Halle, vol. LX XVIII, 1901.
G. O. A. Malme — “Ueber Triuris lutea (Gardn.) Bth. et Hk.”; Bih. t. K. Sv.
Vet. — Akad. Handl. v. 21-IIl, n. 14, Stockolmo, 1896.
ss...
“Die Xyridaceen der ersten Regnell’schen Expedition” ; Bih. t. K. Sv.
Vet. — Akad. Handl. v. 22-Ill, n. 2, Stockolmo, 1897.
— “Die Burmannien der ersten Regn. Exped. — Ein Beitr. z. Kenntn. der.
amerik. Arten dieser Gatt.; Bihang supra citado, Stockolmo, 1897,
n. 8.
— “Die Flechten der erst. Regn. Exped. — I : Die Gatt. Pyxine” ; Bihang
surpa cit. vol. 23, Stockolmo, 1897, n. 13; Il: Die Gatt. Rinodina”;
Bih. cit. v. 28-II, n. 1, 1902.
— “Ex Herbario Regnelliano” — Adjumenta ad Floram Phanerogamicam
Brasilia terrarumque adjacentium cognoscendam”:
I: Umbellif., Gentian. Cappar., Turner., Myrist.: Bihang supra cit. vol.
24-III, n. 6, Stockolmo, 1899.
1900.
Il: Apocynaceæ; Bih. supra cit. vol. 24-III, n. 10.
Ill: Leguminosz, Vochysiaceæ, etc.: Bih. cit. v. 25-III, n. II, Stockolmo,
124 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
IV : Passifloraceæ, Aristolochiaceæ, Calyceraceæ etc.; Bih. cit. v. 27-III,
N. 5, 1901.
V: Violaceæ, Vitaceæ, Rhamnaceæ, Eriocaulaceæ”; Bih. cit. v. 27-III,
n. 11, 1905.
G. O. A. Malme «Die Compositen der ersten Regn. Exped.» K. Sv. Vet.
Akad. Handl. vol. 32, n. 5, Stockolmo, 1899.
ee — Xyridaceæ Brasilienses, præcipue Goyazensis a Glaziou lect& ».
Bih. t. K. Sv. Vet-Akad. Handl. v. 24-Ill, n. 3, Stockolmo, 1898.
ee — «Die Asclepiadaceen der Regnell’schen Herbars »; K. Sv. Vet.-Akad-
Handl. v. 34, n. 7, Stockolmo1 900.
teta cle — «Beitr. nur Xyridaceen-Flora Südamerikas» — Bih. T. Sv. Vet.-
Akad. Handl. v. 25-IIl, n. 19, Stockolmo, 1901.
er — « Asclepiadacex Paraguayenses »; Bih. cit. v. 27-III, n. 8, Stockolmo,
We FR. ge se — «Die Gentianaceen der zweiten Regn. Reise»; Ark. f. Bot. III, 1-3.
Stockolmo, 1904.
EEE. — «Om förgrenade arsstrott hos trad och burkar » Ark. f. Bot. II,
n. à Stockolmo, 1904.
Peer des — «Die Umbelliferen der zweiten Regn. Reise»; Ark. f. Bot. II,
Stockolmo, 1904.
ok done — Beitr. Zur Kenntn. der südamerik. Aristolochiaceen ; Stockolmo, 1904.
(Communicado pelo Sr. Dr. Leonidas Damazio ).
— « Adnotationes de nonnulis Asclepiadaceis austro-americanis » ;
Ark. f. Bot. IV, 4, n. 14, Stockolmo, 1905.
— «Die Bauhinien von Matto Grosso »; Ark. f. Bot. V, 1-2, Stockolmo,
SEE — «Uber die Asclepiadaceen-Gattungen Araujia Brot. und Morrenia
Link»; Ark. f. Bot. VIII, 1-3, n. 1, Stockolmo 1909.
Dr — «Xyris L., Untergatt. Nematopus (Seub.) Entwurf einer Gliederung »:
Ark. f. Bot. XIII, I, n. 3, Stockolmo, 1913.
PSE — «Die amerik. Spezies der Gatt. Xyris, Untergatt. Euxyris (Endl. )»;
Ark. f. Bot. XIII, 2-3, n. 8, Stockolmo, 1913.
Spencer Le Marchand Moore — «The Phanerogamic Botany of the Matto Grosso
Expedition 1891-1892» ; Trans. of the Linnean Soc. of London, Ser. Bot. vol. IV, 1893.
ANSE — «Mons. A. Roberts Matto Grosso»; 1904. (Näo compulsei este
trabalho.)
Martius — Flora brasiliensis; 1840-1906 (com excepção do « mappa de itinerario
dos botanicos » que não possuem os exemplares da Flora no Museu).
V. Nording — «Einige neue südamerikanische Oxalis-Arten» ; Ark. f. Bot. XIV,
I, n. 6, Stockolmo, 1915.
Robert Pilger — «Beitrag zur Flora von Mattogrosso» ; Engl. Bot. Jarhrb
XXX, Leipzig, 1902.
A. J. DE SAMPAIO — A FLORA DE MATTO GROSSO 125
L. Romell— «Hymenomycetes austro-americani in itinere primo regelliano col-
lecti»; Bih. t. K. Sv. Vet. — Akad-Handl. v. 26-IIl, n. 16, Stockolmo, 1901
W. Schmidle — « Algen aus Brasilien » — Hedwigia vol. 40, 1901.
Carl. Skottsberg — « Die Malpighiaceen des Regnelschen Herbars ».
K. Sv. Vet.— Akad. Handl. v. 35, n. 6, Stockolmo, 1901.
M. Rugendas — «Voyage pittoresque dans le Bresil»; trad. de Golbery. Paris,
1835.
A. J. de Sampaio— « Pteridophyta » em Hoehne.: Rel. Bot. Comm. Rondon:
em elaboracao.
K. Starbach — « As comyceten der ersten Regnell’schen Expedition »:
I: Bih. t. K. Sv. Vet.— Akad. Handl. v. 25-III, Stockolmo, 1899.
II: Bih. cit. v. 27-Ill, n. 9, Stockolmo, 1901.
Il]: Ark. f. Bot. II, 4, Stockolmo, 1904.
BD. — «As comyceten der Schwedischen Chaco-Cordilleren Expedition»;
Ark. f. Bot. V, 1-2, Stockolmo, 1905.
F. Stephani — «Die Lebermoose der ersten Regnell’schen Expedition. mit einer
geographischen Einleitung von C. A. M. Lindman»; Bih. t. Sv. Vet. — Akad.
Handl. v. 23, Stockolmo, 1892.
é Nils Sylven— «Die Genliseen und Utricularien des Regnell’schen Herbariums» ;
Ark. f. Bot. VII, 1-3, n. 6, Stockolmo, 1909.
Visconde de Escragnolle Taunay — «A expedição do consul Langsdorff ao interior
do Brasil»; Rev. Inst. Hist. — Geogr. do Brasil, vol. XXX VIII R. Jan. 1875; parte I,
pags. 1-108.
MERE — «A cidade de Matto Grosso »; Rev. Inst. Hist. Geogr. vol. LIV, R.
Jan 1891; parte Il, pags. 1-108. |
Ign. Urban— « Biographische Skizzen Il: G. H. Langsdorff (1874-1852) und L.
Riedel (1790-1861) »; Engl. Bot. Jahrb. XVIII, 1894, Beibl. 44, pags. 6-27.
IVNOIOVN VSN3E da W |
Ss
OS —
9
SO91UD]0Q Sojad Dpu10019d DUO7 ms
| Dutegobunyf xxx x x
! SISUSIJISDI Dana py ++++++
£ NPD No D a D el, DIDO aus acer
94/0pf Daley IDO GO VE
me
sie) ave
EO A
x
*o >
OS
ebundngn1p / *09949ed ad
“0 40 00 ,
: x
SADUIO-S D NIN Ti USD
„ed RER
\ COLLE 7
egeJsgn'T EY
la,
A
LA
> Dm
al, il, a
IVNOIDYN VSNaudW|
2PU6T9 on
SADUI9-SNIN +
„ed
+++++++++
++++++++
aa OGYLSY ON
5
a.
SO9!UDJ0Q sojad puoo1ed Duoy mms
DJIogD BUD] xx xxx
SISUBIJISDIG Den ++++++
DIDO gh "rer.
HD Dado
(ARDE NES
SOW ANIDAIS o
©
D [7
e
CA
iajrsesg one BYE cid
N
esquio \
à 1
obuonbagjy
/
/
equnsog
5012229 0p'7
1
Jorpuey'7
\
9 EQIYED 7
egesagn'7
+
+ G++
10
A Ne + + 7 7
AREA MER EE
HEE DATE
LS +++4++ ++
+hty+tt+
ARE + +++
Settee te tat
vetuoguapl SW Tá
)
"IYNOIOVN ‘Hd WI
z
A I6LL-88ZL)
p1la.llof] SONDLIP ON] SP UDxa |: a
saJoyne sojad ayuawesioaud. opesypur oeu olsesaun]
OP/98YU09 OBIQUL|
VANES ST
(161-8841)
DITL9) SonbuUpOy ap UDXOJ =]
f
\
ee
Te
4 savojne sojad ayuawesiwaud opeaypur oeu OPEN) ss
E OPID8YU09 oleIauN] ==="
à VQaNHY9 ENS
)
ossoub OLINIAP
aa Sansa ON saoovsinodgugyl®
“TWNOIOWN ‘AW!
DT
(8381-9381)
JoPaiy 2 Flopsbld]=2 2
"S9J9/Ne sojad ayuawesııald Oped/pul OPU OlesauN]
‘SOPID8YU0D SO/JEOUI{] "===
an
Juopsbue
IPpPoıy
sa Ss
\ \ \
AS ‘
) o Eee I E
NG 1
seJ/09e) AP’ T'S Oy
TIVNOIDOWN ‘aw
(8z81-9281)
J Pela 2 Hopsbiny-g0g
‘S8J91ne sojad awwawesioayd opeorpui oeu ouerauy) =
‘fsopsBueq
12po1x
=!
2 = $0J0229 9p°7',
vavand
/
AVNOIOYN VSN3UYIMNI
(EE81)
2107827 PREYZPNEN = 9
OSSOY2-OLLVW é OGVLST
OAV YINILS
(2281)
AubI94Q), 4 =
(EEB! OS81)
Var)
osuejy EAIS = 7. fs
/
\
(££81)
(ESB! 0881)
audhneag PNEYNPNCD = 9
®
OSWEL/ CANO =: SR
Wa AGE = oe Ss
o ee o O0b1S3
©
WYVHINI LS
FAFA
(CE8L)
1081940 7-5
rá
0SSOYI-OLLUWÄR,
( \
\
DIGG TP dou Opa;
CES
TR ew
an
By
7YNOIDVN Yaw!
(StYSL-+rB8l)
cn =
VONT aj SS
| E)
\ N anduandnany
\ 5
\ 2
ua WI
1YNOIDVN
*anduandnaıy
vavand
(SreL-pyeL)
PPM Z
(9881)
ug PE Quel 26
7IYNOIDVN VSN3aU4AWI
(eal. cee)
fo UeupuiT «Of
IYNOIDYN vSNauaW)
(68/-£69/)
É vewpu7 py
UL !
V&WNY0), We
sung,
4 i
DUjvourong ro
(2681-1681)
9/00” 1990909 = 6
ee
!
I
aoa VavAany-s N
4 Sd
J Dpodoy)2p DULY DS
( Z681)
senbiupoy DSOQUD = BI
t
I
il
\ y
\ x
4 \
e 4 AS
\
{
vgwnyog
/
/
( Z68I)
sonblipoy Dsoqing -
jesyung &
“babar
£OGI-COGL
cOGI-cOGl
v681-268L
ot Ii
Ei GF sassoeg ap rg *
Sr PUNHO
Sy?
| 9UIJD
|
TVNO/OWN dw
(668/)
(6681)
2264 Y CJ
18681)
EBEN D RL
re = ABtirmsoy
ppa Dad
a
206! 8061
OIYYUZWILI
(£68/ JOIA “£061 8061)
(606! 8061)
06017 082 O1/NP = GJ
N 52794429 vo6o7
2/94/2007
( WEeLI-El6l “2164-0161 “6061-8061 )
9UY2OW, (Df
27
(6/61 -S161 "2161-0161 6061-8061 )
suyoof 1) A
772
Dprasy
Dunwvumig «
S Z
= q
TENOIOVN DW
GIGI TIGL ol MEN)
wuewjyny Opjetay P = OT
NOŒNOM oEsSsSINhOS
FENGIOVA ww
( S/61/-71/61 GlEL-116L)
CUSTA Pe eg P = 91
NOTNOY OESSTWWO)
sumos
nn
sa OLLVW
(ES 2
chagrin 7
OIL Joao)
D pena”
(mgonBnan
TWNOIDSYN “NI
E. 7
9/7591197 « + ue bel) £2 | BDGI
Je1An/J dé + wo Dem ag verser
9159118] « 7 wabel, é | BDGI
JE1AN/4 OSINDIGY 7 Webelg zp |
7
6061-8061 VIAITOg va MINE o eg
AULNA Sa) 40 OVSSINWOQ VA CHAWIN oo 0901(,4VS1;) Glin 404 Visa OSSOS) OLIMALY WASVIA
AWNOIDYN ‘au
09421001
7
91799119 « Ir wabery;g —_
Jelanyy «é T Wabey ag eee ) 506!
97591187 “ E waben TA
VEJANIF OSINILEA Weber ip"... J zug!
(aw
equnioÿ}s 7
| PE)
6
4, COREY]
+
+
+
+
+ A.
a
m +
rst
+
ÈS |
|
|
= |
|
S2129]
x
br
HHtete tra pt tr
FLA ALLA HEHEHE HEHEHE +++
OF
d
x
x
x
x
x
x
x
x
(ossosy onew) 21124 BIA >
AULNA SIA] 20 OVSSINNOZ Y
= ei VAIO v3 71ZVE E o Be
MEI 0W09 0I0NA,AVS3) ONINP #04 WLI33 OSSO!
ARCHEOLOGIA CLASSICA E AMERICANISMO
Conferencia lida em Março de 1915 na Bibliotheca Nacional
POR
A. CHILDE
Conservador das antiguidades classicas e orientaes no Museu Nacional
Archeologia e Americanismo
Näo fossem as razöes altamente patrioticas e convincentes do dedicado ethnographo
Prof. Roquette Pinto, nunca teria eu ousado tomar a palavra perante um auditorio
sobremodo perturbador pelos vultos eminentes que nelle se encontram,
O assumpto que me incumbe tratar é particularmente espinhoso pela carencia de
documentos, e porque os poucos que existem induzem facilmente a hypotheses teme-
rarias ; ingrato tambem é, porque pode a muitos parecer extranho o tratar num paiz
americano de remotas antiguidades do velho mundo.
Não raro surprehendi visitantes da secção de archeologia, no Museu Nacional, e
ouvintes nas conferencias egyptologicas do padre Deiber, na Bibliotheca Nacional,
dizendo : Que temos nós com aquellas antigualhas >
Responder a esta exclamação será precisamente o objecto da presente conferencia.
Meus senhores, as nações americanas modernas, embora pouco propensas ao tra-
dicionalismo, reconhecem que a humanidade toda obedece a uma vasta solidariedade,
manifestação inconsciente de um tradicionalismo humano, de um tradicionalismo da
especie; e este laço geral já por si justificaria o interesse de cada grupo social em
conhecer das origens e tendencias dos outros grupos antigos ou modernos.
Analogia ou communidade de origens, parallelismo de tendencias, isto significa
probabilidade de trajectorias parallelas tambem, e o conhecimento de como se houveram
as sociedades antigas comporta um aviso, uma previsão para as contemporaneas : é uma
especie de ensino mutuo internacional.
Embora desprovido dos beneficios sociaes que pode trazer, o estudo da antiguidade
teria ainda um alcance superior e philosophico. Na época em que o convencional Gre-
goire, num impulso de eloquencia declamatoria ainda que oca, denunciava a historia
dos reis como o martyrologio das nações, podiam-se considerar no encadeamento dos
factos unicamente as guerras, os tratados, as allianças principescas e rivalidades de
casas soberanas, e divisar o conjuncto pelo ponto de vista estreito e partidario. Hoje
sabemos que são as massas anonymas que dão os grandes impulsos politicos, e por-
tanto devemos apontar as nossas investigações neste sentido. Queremos comprehender,
854 17
130 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
através dos factos do passado, como se deve interpretar a idea de um povo; pedimos
aos seus rastos na historia a explicacäo de um mysterio : a döse de vitalidade que com-
porta tal ou qual raca; recolhemos suas fichas anthropometricas, cujos dados pro-
curamos na philologia, na archeologia, na religião, no folk-lore, em todos os dominios
da intellectualidade. Hoje a historia não é mais do que um dos ramos da ethnographia.
Podemos ir além: a ethnographia nos ensina a natureza e o valor das racas
humanas ; entretanto nosso espirito pesquizador, inquieto, não se satisfaz, e tentando por
um supremo esforço a synthese dos documentos recolhidos, elle espera completar o
conhecimento do homem mesmo.
A archeologia nos offerece precisamente a opportunidade de penetrar na alma das
raças extinctas ; ella orienta o nosso juizo para as necessidades e concepções do homem
de outr'ora, ella descobre a mentalidade do grego, do egypcio, do tolteco, no que diz
respeito aos problemas da eschatologia e das origens, e aquella mentalidade, meus
senhores, é o fim das nossas pesquizas as mais anciosas, mórmente em épocas tão
remotas, porque cada passo fortalece nossa esperança de chegar a quasi surprehender
a forma que revestiu o pensamento humano, quando acordou à consciencia da sua
realidade.
E si chegarmos a constatar este facto primeiro, não é verdade que teremos já at-
tingindo um sublime desideratum, pois que o nosso escalpello ter-se-ha fixado nas
fibras mysteriosas que se emmaranham na cortex cerebral do homem primitivo e re-
velado como a materia intellectual humana respondeu às primeiras solicitações da
sensibilidade ?
A ethnographia pelos seus ramos, a historia e a archeologia, baseada na anthro-
pologia e na physiologia, terá assim chegado até aos dominios superiores da
philosophia, desta disciplina que — segundo a bella expressão de Novalis — é a
saudade do paiz, a aspiração da alma de encontrar sua patria em tudo.
Meus senhores, em qualquer ponto do Novo Continente onde tocassem suas nãos,
quando os primeiros descobridores do seculo XV desciam à terra, sempre encon-
travam «os gentios ». Ora, esta gente americana de onde vinha >
Ou aquellas raças eram autochtones, isto é, oriundas do proprio continente, ou
provinham do velho mundo, ou ellas eram a fonte primeira da humanidade — ou ainda,
tanto as raças do novo como do velho sólo dérivavam de uma ou mais regiões des-
conhecidas, estranhas às duas patrias.
Na primeira alternativa, admittir-se-hia uma raça indigena, não filiada às raças do
antigo continente, absolutamente independente da outra humanidade : é a theoria do
polygenismo — a especie humana em vez de provir de um par unico, primitivo, des-
cenderia de varios pares primevos, em varios pontos do globo !
Esta theoria não é uma novidade. Já no seculo XVII La Peyrere, baseando-se
sobre as duas descripções da creação na Biblia, admittia duas origens: uma para os
A. CHILDE — ARCHEOLOGIA CLASSICA E AMERICANISMO 131
Hebreus, outra para os preadamitos, que teriam sido os avös dos « gentios » (1). Os
partidarios do polygenismo mais tarde reappareceram, e hoje ja tiveram tempo de mul-
tiplicar de dous ate 16 os pares primordiaes. Como se vê, não é o simples desejo de fugir
aos escolhos do assumpto que inspirou os ethnographos polygenistas.
Temos o direito de perguntar a nds mesmos si o redactor do primeiro livro da
Torah entendeu bem por este par primeiro, cuja revelação lhe foi concedida, o primeiro
par da humanidade mundial, ou 0 primeiro par da humanidade derivada de Adão, da raça
hebraica.
Inclino-me a esta ultima interpretação.
Estarei obrigado a mencionar aqui apenas as questões sem discutil-as longamente ;
cada uma dellas mereceria as honras de uma conversa especial ; vejo-me portanto
constrangido a tratal-as muito rapida e superficialmente.
Ninguem ignora que o Pentateuco é obra de varios autores, posteriores uns aos outros
e que compilaram neste trabalho antigas epopéas e tradições populares (2). Não pos-
suimos o texto primitivo do primeiro redactor, o Jahvista, porém a critica exegetica chegou
a fixar no IX seculo antes do Christo a época de sua composição (3) e a determinar na
forma, que lhe conhecemos, as partes que lhe pertencem. Esta redacção tem um cunho
particularmente nacional, na sua ingenuidade : os filhos de Noah são Sem, Japhet e
Khanaan — os Israelitas, Phenicios e Chananeus; Kham foi posteriormente introduzido
como pae de Chanaan (4). Affirma-se deste modo a descendencia de eleição dos filhos
de Adão, os filhos de Deus.
Na redacção posterior do Genesis, que foi attribuida ao Elohista e que data dos
meados do seculo VIII, o mundo conhecido pelo autor ainda é muito limitado, e tudo
tende a mostrar que os conhecimentos de que dispunha foram adquiridos em conse-
quencia das grandes relações internacionaes da época de Salomão. O filho de David
tinha-se casado com uma filha do Pharaó Psiukhanu 2º, e sua alliança com os Phenicios
de Tyro fez de sua cörte um centro cosmopolita.
Entretanto as raças mencionadas no capitulo X do Genesis estão longe de repre-
sentar todas aquellas conhecidas pelo mundo antigo na época.
Kham não representa o elemento negro. São Khamitos na Biblia os Egypcios
(Misraim) que não eram negros; Kenaän, os Phenicios que não eram negros, nem cs
Hetheus ; Nemrod o Kushito, como fundador da civilisação proto-chaldaica, que não era
uma civilisação negra ; são Khamitos ainda os filhos de Phuth, não citados nos versiculos,
mas que a tradição hebraica faz residir no norte da Africa; os Lybio-berberos, os
Mazygos ou Mashauashas dos documentos egypcios que tão pouco eram negros (5).
As raças puramente negras não são discriminadas no Catalogo do Génesis.
Entretanto os Hebreus as conheciam. Encontravam-se em toda parte na antiguidade.
(1) De Quatrefages, L’Espece humaine, pag. ar.
(2) De Wette (1807).
(3) A. Revel, Lilta ebrea, pags. 102 e sq; Piepenbring, Hr. du Peuple d’Israel, pags. 209 et sq.
(4) Piepenbring, op. cit., pag. 205 (in IX, 22).
(5) Lenormant, H. Ancienne des peuples de l'Orient. T. ler, Le.chapitre X de la Genese.
132 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Ellas formavam o typo dos Nahasiu da ethnographia egypcia, que os redactores do
Livro não podiam ignorar naquella época.
Além d'estes, o Livro Sagrado não menciona as raças amarellas, nem aquelles
vastos grupos de ouralo-altaicos, de dravidios, cujos ramos se expandiam em territorios
conquistados depois pelos Aryanos, povos que deveriam forçosamente existir na tra-
dição dos descendentes de Abrahão, o ancião de Ur, e que foram menosprezados
pelos autores.
Parece portanto fora de duvida que os Hebreus, reconstituindo uma historia de
suas origens, compilaram uma ethnographia limitada, coherente sobretudo com o
espirito de orgulho nacional e de selecção, que devia designar a raça hebraica como a
raça eleita.
Um exame mais rigoroso podia suggerir que as filhas dos homens, as Nephilim
do versiculo 4, fossem as Qainitas, pois que a descendencia de Qain por Henoch e
Lamech não segue além deste ultimo. A humanidade maldita, não especificada na ta-
bella ethnographica do capitulo X, seria a descendencia de Qain? Neste caso, parte
della teria escapado ao diluvio, o que não concorda com o ensinamento moral e as
instrucções do Livro Inspirado ; neste caso ainda a hypothese podia explicar o mundo
dos Turanios, ougro-finezes, mongoes, brancos mesclados de amarellos e amarellos,
— ella não explicava o silencio sobre a raça negra.
No ponto de vista ethnographico, portanto, a Biblia é um documento insufliciente
para provar o monogenismo.
Mas a hypothese polygenista, meus senhores, deve ser considerada não só no
ponto de vista tradicionalista, como no ponto de vista biologico. :
Neste terreno ella formula-se do modo seguinte: A humanidade que conhecemos,
hoje, representa raças differentes de uma só especie? ou transformações, descendencias
de especies diversas ? k
Si aceitarmos a primeira suggestão, torna-se impossivel explicar como especies
existem hoje que não existiam nos tempos terciarios. As especies actuaes seriam va-
riedades fixadas, raças derivadas de especies antigas? O elephante moderno será a
mesma especie do que o Mammuth? o tigre do que o Machairodus prehistorico ?
Creio que nenhum zoologo aceita este modo de ver.
O criterio da semelhança sendo insufficiente para limitar o conceito da especie,
invocou-se o criterio da fecundidade nos cruzamentos.
Nas classes inferiores do reino animal, nos Radiolarios, Rhizopodes, Foramini-
feros não haveria então especies (1); nos mamiferos mesmo ha um caso celebre, o
dos coelhos abandonados em 1418 na Ilha de Porto Santo, e cujos descendentes, segundo
Darwin, quatro seculos depois, negaram todo cruzamento com coelhos communs, o que,
segundo o novo conceito, devia caracterizar nelles a creação de uma nova especie (2).
(1) Ed. Perrier, Traité de Zoologie. T. 1º", pag. 295.
(2) Fr. Houssaye, Nature et Sciences nutureltes, pag. 236.
A. CHILDE — ARCIIEOLOGIA CLASSICA E AMERICANISMO 133
Denunciaram até algumas racas humanas, entre as quaes a fecundidade parece ter des-
apparecido : as mulheres fellahinas e os europeus, segundo Lesseps (1) (A).
Emfim, para rematar, citando uma experiencia num campo novo de pesquizas:
Ch. Richet, que preparou em 1911 0 extracto muscular de uma mumia egypcia e o in-
jectou numa cobaya, que se tornou deste modo sensivel ao söro muscular humano e
exclusivamente a este, o que prova, dizia elle, que a constituicäo chimica do corpo hu-
mano nao se alterou sensivelmente ha 4.000 annos (2).
Não creio entretanto que esta constatação permitta estabelecer a unidade especi-
fica das raças humanas, porque os Egypcios já formavam uma raça mixta, e porque os
individuos actuaes de qualquer nação tambem são productos de cruzamentos multiplos.
Graças ao longo tempo de duração dessas descendencias o meio interno tornou-se de
uma composição média, que muito bem pode não corresponder ao que poderiam ter
sido os meios internos das especies primordiaes, no caso de polygenismo ; especies de
muito anteriores à aurora dos tempos primevos do proprio Egypto.
Uma outra experiencia, aliás, mostra-se curiosamente contraria a esta: Si se injectar
em um animal uma certa döse de söro sanguineo proveniente de individuo de outra
especie, um antisöro constitue-se no animal injectado. Este antisöro precipita o sangue
dos individuos pertencentes à especie d'onde tiramos o söro da injecção; assim como
precipita o sangue dos animaes da mesma familia. Ora, o Dr. Mollison, reiterando as
experiencias que permittiram a Nuttall, Strangeways e Chi de denunciar o parentesco
do homem e do chimpanzé, chegou a verificar que o parentesco entre o chimpanzé e o
homem é mais estreito ainda do que entre o genero chimpanzé e o genero macaco. (3)
Não ha nenhum zoologo entretanto que pense na unidade especifica do homem e do
chimpanzé.
Biologicamente portanto os criterios modernos da especie são insufficientes tambem
para provar o monogenismo. Na
A questäo do polygenismo pode ser estudada ainda num terceiro terreno: o da
linguistica.
Reconheco que mesmo no caso de diversas fontes primordiaes da humanidade,
näo havia obstaculo absoluto para que todas as linguas nao proviessem de uma primi-
tiva, nascida num grupo humano local, que, espalhando-se depois com as migrações,
penetrasse nas tribus as mais distantes da primeira. Os anthropologos, eu o sei, obje-
ctariam contra esta hypothese. O que distingue o homem, dizem elles, é a linguagem ar-
ticulada (4). Deviamos então admittir um primeiro homem que espontaneamente tenha
(1) Ed. Perrier, op. cit., pag. 294.
(A) Com que prudencia, entretanto, deve se haver em tal terreno, mostra-o a curiosa memoria de Prof. Alípio
de Miranda Ribeiro sobre o porquinho da India, onde cita casos de cruzamentos fecundos entre especies diversas.
Cf. Archivos do Museu Nacional, vol. XIV. Rio, 1907. Pags. 221 e sq.
(2) L. Reutter, De l'embaumement.
(3) L’Anthropologie, 1913. Octob. ns 4e 5. Dr. Th. Mollisson, La réaction des précipilines, preuve de la parenté an-
thropomorphique de Vhomme. ;
(4) Hovelacque, La Linguistique, pags. 420, 421 € 27.
134 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
falado ? Não pode assim ser, seria uma opinião pelo menos extranha. A linguagem nao
consiste somente na faculdade de articular sons variados, mas sobretudo na consciencia
daquella faculdade, isto é, na c mmprehensao e na vontade de se utilisar dos mesmos
artifícios vocaes para o mesmo fim. E” uma faculdade natural, da qual uma consciencia,
uma intelligencia faz uma convenção.
A comparação dos sons emittidos pelas raças diversas mostra que os apparelhos
vocaes d'estas raças differem sensivelmente. Estas variações caracteristicas foram a causa
primeira, efficiente das alterações dos radicaes nas linguas de mesma familia : o “fabulor”
latino é proximo parente do “hablar” hespanhol, do “gavariti” russo. Os antigos
egypcios serviam-se do mesmo hieroglypho para as 2 liquidas le r. A difficuldade de
pronunciar esta ultima letra deduz-se dos subterfugios empregados para a evitar. O r
não inicial transforma-se em i, or final cae: “Nouter” Deus, faz “Nout”.
Mas o phenomeno importante em linguistica, que fornece o maior argumento aos
polygenistas, é a diferença profunda, irreductivel de uma parte, entre as raizes dos
systemas linguísticos diversos, e, de outra parte, na grammatica que rege a estructura, o
funccionamento daquelles materiaes. Estes systemas não se confundem, existem entre
elles limites insuperaveis. O mecanismo adoptado na syntaxe, a collocação dos affixos,
a annexação a um radical verbal de um elemento pessoal, eis os caracteres essenciaes
da diferenciação de linguas pouco ou muito evoluidas, caracteres que correspondem a
logica particular das diversas variedades humanas.
Ainda que convencionaes em parte, as linguas obedecem tambem, como a logica
humana, a leis naturaes. E dessas leis dependem os estados progressivos de sua evolução
— periodo de isolação, de agglutinacäo e de flexão. Estes estados são portanto apenas
phases da faculdade humana de se exprimir, e si a passagem para uma lingua de uma
phase à seguinte representa um progresso no manejo do instrumento, ella não é entre-
tanto estreitamente corollaria do progresso na civilisação. Na mesma época em que os
Bantus, os Samoiedos usam de linguas agglutinativas, os Chinezes usam de linguas
monosyllabicas.
O que d'ahi decorre é que o cunho ethnico, a diferença irreductivel entre os sys-
temas linguisticos, consiste muito mais no modo syntaxico de empregar essas formas de
articulação do que na adopção propria de tal ou qual dellas.
Applicada às linguas americanas, a linguistica revelou uma forma nova: a forma
polysynthetica ou incorporante. Nesta familia o verbo é o nucleo principal ao redor do
qual se annexa uma infinidade de nomes que completam e precisam o tempo, o logar,
o modo, a quantidade, a pessoa. Ainda que Schleicher se negasse a fazer destas linguas
uma nova familia, e que Sayce differenciasse a incorporação do polysynthetismo (1),
ambos os autores mostrando exemplos de incorporação e de polysynthetismo (2) em
linguas indo-européas, devemos reconhecer que a logica constructora de taes linguas
está quasi que por completo desprovida de abstracção e denuncia uma consciencia
menos clara nas raças que encontraram neste systema o desideratum de sua expressão.
(1) Sayce, Principes de Philologie comparée, pag. 115.
(2) Hovelacque, Ob. cit., pags. 182 e 183.
A. CHILDE — ARCHEOLOGIA CLASSICA E AMERICANISMO 135
A persistencia desta forma linguistica é, segundo o meu modo de ver, prova de uma
irreductibilidade psychica, de uma constante da raça primitiva que atravessou os seculos,
na America.
Em resumo as linguas americanas apresentam um modo particular, proprio de
empregar a agglutinação. Ora o que o polygenismo pretende, o que a linguistica
parece conceder-lhe é que o modo de pör em obra faculdades de um atavismo longinquo,
revela propriedades inalienaveis em cada especie e faz presentir uma personalidade, uma
origem distincta da das outras especies.
O monogenismo admitte tres hypotheses. Vejamos a primeira, aquella que suppõe
que as raças americanas são oriundas de ramos do velho mundo.
Essas raças podiam ter vindo de dous modos, por terra ou por agua.
Por terra. O nosso globo no decurso das edades geologicas não affectou sempre
o traçado moderno dos mappas geographicos, e uma questão se impöe—saber si quando
o homem appareceu na terra, esta ultima já possuia a configuração geographica que
lhe conhecemos hoje.
A Biblia assegurava ao homem uma antiguidade variando segundo os commen-
tadores de 4000 a 6000 annos antes da éra christã. O Dr. Lightfoot, vice-chanceller da
Universidade de Cambridge, demonstrou um dia que a creação do homem teve logar a
23 de outubro de 4004, às q horas da manhã (1). Ora os estudos egyptologicos esta-
belecem que já em 4241, antes do Christo, a longa observação dos phenomenos astrono-
micos e o aperfeiçoamento do espirito mathematico tinham permittido aos Thinitos, no
Valle do Nilo, estabelecer um calendario (2) solar. Quantos seculos foram portanto
necessarios para preparar este progresso, esta mentalidade? Ainda que não material-
mente provada, a existencia do homem terciario é hoje muito acceitavel; admittida por
Mortillet e de Quatrelages, o Prof. Birkner em 1913, no ultimo Congresso dos
Antropologistas Allemães, confessou ainda que si o craneo de Piltdown för incontesta-
velmente reconstituido, devemos reconhecel-o, como predecessor do Neanderthal, an-
terior à raça paleolithica (3).
Até ao crepusculo da época pliocena, isto é, nos tempos terciarios, a região cir-
cumpolar gosava de um clima mais ameno, e a união do territorio Canadense com a
Europa através do Norte do Atlantico abria ao homem um caminho perfeitamente
livre (4).
Considerações geologicas que seriam demasiadamente longas a referir aqui indu-
zem-me a crer que o periodo glacial, de que resultou o desapparecimento das terras
atlanticas, se iniciou por um desmoronamento, uma surriba islando-siciliana, e que o
(1) A. White, H. de la lulle dz la science et de la theologie, pag. 180.
(2) Breasted, A History of Egypt. N. York, 1911, pag. 14.
(3) Revue Antropologique, 1914, Janvier, pag. 28.
(4) W. I. Mc Gce and Cyr Thomas, The History of Nth America. Prehistoric Nth. America, pag. 40.
136 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
despedaçamento atlantico se operou em tempos, em episodios diversos no correr das
successivas glaciagöes.
Foi portanto nos ultimos tempos do plioceno que o homem deve ter assistido aquel-
les espectaculos grandiosos ; eram chelleanos os que, rechassados pelas neves e pelos
oceanos que se precipitavam sobre seus passos, seguiam adiante através das terras
atlanticas para o novo mundo, ou pereciam nos abysmos marinhos. Mas os contempo-
raneos destes, retidos nas terras européas, teriam conservado daquelles cataclysmos
uma lembrança apavorada ? Seria este acontecimento que deu nascença à tradição da
Atlantida ?
Meus senhores, a tradição da Atlantida chegou até aos nossos dias, através de
Platão. Era para elle uma herança de familia, pois que provinha de Solon, o celebre
legislador de Athenas. Este a tinha recebido de Psenophis, sacerdote de Heliopolis ou
de Sonchis de Sais.
Solon, que era poeta, começou a transcrevel-a em versos, porém tendo morrido sem
acabal-a, seus manuscriptos foram recolhidos por Critias, que contava com veneração
as viagens de seu tio, e legou por sua vez o precioso deposito ao Platão, seu sobrinho
segundo. E de crer que o interesse do philosopho foi singularmente estimulado pela
obra inacabada do seu antepassado, pois que no Egypto elle consultou sobre a Atlantida
o sabio Sekhenhotep do collegio de Memphis, o mesmo que quando mais joven tinha
sido o mestre de Democrito.
A tradição da Atlantida é portanto uma tradição que seguimos perfeitamente de
Solon a Platão, e que, pelo caracter da narrativa, se reconhece como oriunda de Sais, a
cidade da deusa Neith. Os gregos que assimilavam Athene a Neith, (1) attribuiram-se
logo a heroica defesa do velho mundo contra as invasores Atlantes, victoria que per-
tencia somente aos antigos adoradores de Neith, e contra a possibilidade da qual a
época da migração dos Gregos na Hellada vem immediatamente depór.
Estes adoradoaes de Neith não eram gregos, eram Lybios do Nord-oeste da Africa.
Povos de raça branca, cujos territorios se estendiam até ás columnas de Hercules,
povos que contavam no seu seio numerosas tribus: os Ausos, adoradores de Poseidon,
que foi o senhor primeiro da Atlantida, os Nasamonos, os Atarantos, e uma tribu de
Atlantos no extremo-oeste (2). Estas considerações fortalecem a minha convicção de
que a tradição guardada no Egypto não lhe pertencia propriamente, mas provinha dos
fieis de Neith, dos Lybios, e que nestes ultimos era crença que elles descendiam de
antepassados, testemunhas oculares do cataclysmo atlantico .
Achei tambem, meus senhores, no periodo citado de 9000 annos, por Platão,
tempo decorrido entre a época dos Atlantos e a hora em que Solon foi instruido pelo
Sonchis de Sais, um argumento em favor da veracidade da tradição. Os Egypcios usavam
da numeração decimal como nos, e quando nas inscripções elles queriam indicar uma
(1) D. Mallet, Les leurs élablissements des Grecs en Egyple, pag. 398.
(2) Herodote, Histoires. IV. clxxxv.
A. CHILDE — ARCHEOLOGIA CLASSICA E AMERICANISMO 137
quantidade consideravel, elles diziam mil ou milhäo. Assim do Sol: a barca dos milhöes
de annos ; assim nas estelas funerarias: sejam dados mil päes, ou mil vasos de perfumes,
ou mil cousas boas para o duplo de Osiris defunto, ctc., e nunca dois mil, nem seis
mil, nem nove mil.
Si o numero fosse emblematico de duração incalculavel, Sonchis teria dito dez mil
annos, não nove mil.
Um outro ponto interessante é que nove mil annos antes de 593, quando Solon
esteve no Egypto, nos conduz a 9593, e que esta data, perante as descobertas recentes
do Egypto predynastico, não ultrapassa a verosimilhança.
Flinders Petrie, 0 sabio egyptologo inglez, estabeleceu, sem presuppör o numero de
annos, o que elle chamou ‘‘sequences dates”. Ora Menés, que, segundo elle, viveu cerca
de 4750, pertence à serie 79. Conceder 3000 annos à extensão destas datas de Flinders
Petrie, o que da uma média de 60 annos para cada ‘‘sequence”, media muito modesta,
não é mais, segundo Foucart, do que adoptar algarismos commummente aceitos na bi-
bliographia egyptologica (1).
E o total assim obtido nos da 7750. O que ha de acanhado na avaliacäo de 3000
annos em questões desta natureza justifica perfeitamente no ponto de vista archeologico
uma differença de 1843 annos, tanto mais que as series de Petrie começam apenas com
a trigesima, e que ignoramos em qual dos calendarios egypcios primitivos o computo
foi feito pelos sacerdotes.
Não posso insistir mais; estas considerações vêm simplesmente a titulo de premissas
mostrar que a affirmação de Sonchis a Solon merece, ao meu ver, mais fé do que se lhe
creditou até hoje.
Da Asia à America, pelo territorio do Alaska, tambem era possivel a passagem.
Gidley e Clark, pela presença de Elephas primigenius nos dous continentes e pela distri-
buição das especies animaes, concluem pela existencia daquella união terrestre no
começo da epoca quaternaria (2).
Ignoramos tudo por emquanto da historia do Extremo Oriente nestas épocas
remotas ; é impossivel portanto saber si revoluções politicas, si incursões, ou si a invasão
dos gelos nas regiões siberianas teriam obrigado os asiaticos a tomar este caminho.
E” admissivel mesmo que a invasão glacial sendo progressiva do eixo atlantico para
ambos os lados, parte dos povos atlantos tenha atravessado toda a região canadense
e passado à Asia Septentrional, antes que os gelos cobrissem a passagem e preparassem
o estreito de Bhering.
Um tal facto podia se ter dado nos intervalos de glaciação, em todo caso
anteriormente ao desmoronamento da Atlantida, que geologicamente é um facto re-
cente.
(1) G. Foucart, Are. des religions, 1912 -- Introduction, pag. CXV — Note r.
(2) L’Anthropologie. T. XXIV, 1913, Ne 1, citado por Poutrin, pag. 53.
864 18
138 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
As migracöes maritimas sao mais recentes, e as hypotheses a este respeito emittidas
formam sem duvida o capitulo do nosso assumpto o mais idoneo, para demonstrar o
valor da archeologia classica na sua applicação aos estudos americanistas.
Entre os povos invocados como primeiros colonizadores foram indigitados os Phe-
nicios, os antigos corsarios dos mares. Elles provinham do golfo Persico, e de là sa-
hiram para o Mediterraneo cerca de 2.200 antes do Christo (1). A attribuição aos Phe-
nicios de raids maritimos até à America decorre naturalmente do seu caracter aventu-
reiro, e baseou-se sobre certas inscripções encontradas neste continente — as inscripções
de Dighton Rock e de Grave Creek. A primeira foi invocada por Court de Gebelin.
Infelizmente toda a perspicacia e a boa vontade mallogram-se perante um exame
serio da pictographia. Ella não tem cousa alguma de phenicio, mau grado as affirmações
do Rev. Ezra Stiles (2). O emprego incontestavel do ferro para graval-a afasta tambem
uma origem india; e em 1875 Gravier de Rouen, reconsiderando os trabalhos de Rafn
e Magnusen, opinou que a inscripção era de fonte escandinava e lembrava a expedição
de Thorfinn Karlsefn no Massachussets no XI seculo.
A inscripção de Grave-Creek, no Ohio, é muito mais impressionante, os caracteres
são incontestavelmente de origem semitica. Schoolcraft, Turner, Jomard, de Castelnau,
Schwab, Oppert, Levy Bing são concordes neste ponto; entretanto as traducções pro-
postas pelos tres ultimos não têm nada absolutamente de commum. A leitura deve se fazer
da esquerda para direita, contrariamente ao phenido e ao hebraico, e Levy Bing se
apoiava nesta particularidade para fixar no III ou II seculo antes do Christo a época de
sua gravura (3).
Além de inscripções, uma outra sorte de objectos suggeriu a presença dos Phe-
_ nicios. Perolas de vidro foram encontradas na America do Norte, que Morlet e Nilson
consideraram como provas evidentes, e que Schoolcraft reproduziu em sua obra.
Aqui mesmo no Brazil, em Linha Grande, no Rio Grande do Sul, duas destas
perolas foram achadas dentro de uma urna funeraria de incalculavel antiguidade (4).
Ellas são feitas de pasta de vidro branco, azul e vermelho por um processo commum
aos Phenicios e aos Egypcios desde o XVIII seculo (5).
A presença desses artefactos desafia toda explicação razoavel, fora da passagem
de Phenicios ou Egypcios.
Citarei ainda, mas apenas por memoria, a celebre inscripção phenicia da Parahyba,
traduzida pelo erudito Dr. Ladislau Netto, que acabou descobrindo nella uma impos-
tura (6). Ella se referia a Hiram 1º, rei do Tyro, num estylo imitado do de Ezechiel,
que viveu mais de 300 annos depois da supposta viagem.
LR:
. (1) Maspero, He Ancienne des peuples de l'Orient, pag. 194.
(2) Congr. Intern. des Americanistes, 1°re. session. Nancy, 1875 pags. 175 € 177.
(3) Cong. Intern. des Américanistes, 1°'e. session. Nancy, 1875, pigs. 130 € 224.
(4) Archivos do Museu Nacional. Vol. VI. Ladislay Netto, Pag, 441.
(5) G. Maspero, Archéologie égyplienne, 2º.ed., pag. 259,
(6) Ladislau Netto, Leltre à M. Ern, Renan, pag. 14,
A. CHILDE — ARCHEOLOGIA CLASSICA E AMERICANISMO 139
Para explicar as viagens dos Phenicios, os diversos autores invocaram as expe-
dições classicas deste povo: o periplo de Hannon foi dos mais apontados.
Entretanto, meus senhores, a expedição de Hannon tinha um fim perfeitamente
determinado : colonizar regiões na costa occidental africana. Já interpretes havia que
acompanhavam a frota e indicavam os nomes dos cabos, como si fossem pilotos. Isso
prova que não era facto novo, nem o paiz totalmente desconhecido.
A expedição deu-se por terminada quando os viveres escassearam. Não consta
porém que o almirante carthaginense tenha perdido nau. Do estudo do periplo e de
sua comparação com outras viagens antigas julgo que ella teve lugar approximadamente
no VI seculo antes de nossa éra, como o pensaram Bongainville e Walckenaer, e que
attingiu as ilhas Bissagos, em frente da Guiné portugueza. Não ha motivo portanto para
suppör que naus desgarradas nestas alturas se viessem perder nas costas do Brazil,
como o admittia o Dr. Ladislau Netto (1).
Si Phenicios aportaram ao Brazil, e creio eu que aqui estiveram, não foram nautas
de Hannon, mas sim naus extraviadas propositalmente ou não da expedição de Nechaó.
Predecessor de Vasco da Gama, a 21 seculos de distancia, Nechaó II, Pharaoh do
Egypto, mandou uma frota phenicia executar a volta da Africa.
Herodoto, que relata o facto (2), sem acredital-o, fornece entretanto a prova astro-
nomica de sua veracidade : os Phenicios observaram num trecho do periplo que o sol
fazia sua carreira toda à direita das naus, sem cruzar-lhes o rumo. O assombro que
lhes causou prova que era um facto virgem na navegação, e que os Phenicios ainda
não tinham passado além da linha equatorial. Ora, nada disto constou nos archivos
egypcios; a escola de Alexandria não acreditou na possibilidade do periplo ; Hipparcho,
que vivia em 130 antes de J. C., ensinava que o mar das Indias era um mar interior,
porque a Lybia tocava às Indias no Oriente. O silencio portanto se tinha feito sobre a
expedição, e quando Herodoto a conheceu, não foi no Egypto, mas depois de ter de lá
sahido, e em caminho para a terra dos Scythos e dos Persas (3). Como explicar este
silencio ? Nechao fez o que tinha feito Salomão com as frotas de Hiram, associou-se aos
marinheiros phenicios, marinheiros egypcios (4) e sabios para verificar e registar as
observações. Os phenicios, sempre muito ciosos de suas derrotas, separaram-se na
viagem dos companheiros indiscretos ; e é possivel que estes se deixassem levar pela
corrente sud-oeste da Africa, e pela corrente equatorial até ás costas do Brazil. Este
expediente raro não era entre os Phenicios. Em 230 de nossa éra um Syrio, encarre-
gado pelo Imperador da China Ta-Ti de uma missão perto do Imperio Romano, chegou
(1) Ladislau Netto, Letire a M. Ern. Renan, pag. 11.
(2) Herodote, IV. xlü.
(3) Cf, IV. xlü, xlüi e II clix.
(4) Memoires de l'Académie des Inscript. et B. Letres. Bougainville. T. XXVIII, pag. 309.
440 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
só, tendo perecido na viagem ti ‚dos os chinezes que o acompanhavam, como embai-
xadores (1).
Alguns pesquizadores acreditaram ser nas plagas occidentaes da America e nao
nas orientaes que aportaram os Phenicios, e invocaram como indicio as viagens de
Tharsis e Ophir. Sou absolutamente opposto a este modo de ver, reeditado ha pouco
por Crawford Johnson (2). Contra a opiniäo de Gosselin, que situava Ophir no Yemen,
apoio-me na de Gaffarel (3), e nas recentes descobertas na Africa Austral, para iden-
tifical-o com a regiäo de Sofala, onde se acham todos os productos exoticos que foram
trazidos de Ophir. Quanto a Tharsis, não é um paiz, é o alto mar, é Thalassa — dos
Gregos. Fortalece-se mais ainda a minha convicção pela ignorancia em que estavam
os Phenicios da China, o paiz dos Seres. Si a tivessem conhecida como explicar que
elles não mercadejassem com as riquezas daquellas regiões? O estanho da peninsula
de Malacca, onde sua producção annual passa de cinco mil contos ; o jade da Barmania ;
o chumbo, o ferro, o cobre, a prata e o ouro da Indo-China, e sobretudo a seda da
China, lá usada desde 2022 antes de nossa éra (4). Como teriam elles resistido ao
lucro certo que lhes assegurariam o luxo dos soberanos do Egypto e os mercados do
Mediterraneo ?
Meus senhores, o estudo da archeologia classica não tem unicamente a vantagem,
de facilitar approximações, — elle permitte conclusões oppostas, discussões de assimi-
lações improprias e confusas. Citar-lhes-hei um exemplo interessante: o Museu Na-
cional recebeu ha annos do Mexico uma estatueta de marmore preto representando
um grotesco, de pernas tortas, lingua pendente, coberto com uma pelle de panthera,
e mercê de um documento de identificação, passado pelo Sr. Batres, da superintendencia
dos monumentos archeologicos do Mexico, ella foi classificada como «cavalleiro tigre»,
pertencente 4 antiga civilização tarasca.
Ora, existiam no Egypto estatuetas absolutamente semelhantes, que se encontram já
na VI dynastia (5), e representam o deus Bês. E um deus, amigo da alegria e da
musica, protector do somno. O caracter guerreiro nos idolos armados de Bês apparece
somente nas terras-cottas egypcias da baixa época (6). Como um deus egypcio pôde
então causar equivoco no Mexico ?
É que no Mexico era costume em certos ritos de um mytho solar apparecerem
guerreiros revestidos de uma pelle de onça.
(1) M. Paléologue, Arl Chinois, pag. 223.
(3) Crawford Johnson, Did the Pheenicians discover America ?
(3) Gaffarel, Eudoxe de Cyzigue, pag. 49.
(4) L. Bourdeau, Kre de l'habillement et de la parure 1904, pags. 26 et 27.
(5) L. Heuzey, Figurines antiques de lerre cuile, pag. 74.
(6) L. Heuzey, ob. cit., pag. 79.
Fig. 2.
O periplo de Hannon ao ¢
em redo
car!
EE Le — Su]
cof
©
IMP, NACION
Fig. À,
. = o 40
O periplo de Hannon ao oeste-e o periplo de Nechao,
em redor da Mifrica.
ur
om
«> MAR BO DIS SUSU TS Gy
Col fores
“umas OCT CPE) DR
evoos of?
carte):
|.Canarias PAY So, on...
ey E” ERA A ITS q x Esiongaber
DE
S Memphis
© À
GQ a
Thebas es 823
AN,
ro pico do Cancer © en
= == Zu J ° ey
ve A
€
/ |
o o ( 40,0
Ld AG Var Paiz dos R
OCDE ts Gorillas q
x a eo
1. Bissagos% Ff:
CS
/
e
º
e
fe
- à Z ú a
FEN a a
à o
ria |
Ophirg
à
o
11, de A Capricornio
LL re FA
(;
hy)
AA
Pla
Ly) 0000 00000000
0 09/9,009/// o
y HT Periplo de Nechao.
SH
Periplo de Hannon.
A. CINLDE — ARCHEOLOGIA CLASSICA E AMERICANISMO 144
No Codice — Lienzo de Tlaxcala podemos ver uma ceremonia desta natureza
(1). O deus Totec ou Xipe-Totec, comparado ao tigre, era a agua resplendente no
poente dos fogos do sol, e zebrada de preto pelas vagas, era o oceano que devora cada
dia sua victima, Quetzal-Coatl, depois de tel-a despojado. Assim na festa representada
no Codice, na festa de Xipe-Totec, ou sacrificio da penitencia, a victima era ligada ao
altar, ou teocalli, e combatia contra um guerreiro, revestido de uma pelle de onça, até
morrer, depois do que seu cadaver era esfolado em honra de Tezcatlipoca ou Xipe-
Totec (2).
Estamos com este rito feroz, longe do deus Bês, amigo da dança e dos perfumes,
e ainda que uma assimilação seja perfeitamente justificavel entre Bês e Herakles, e
Mel-gart, o estylo da estatueta discutida a afasta absolutamente do Mexico, para a
entregar à arte egypcia, à qual pertence legitimamente. Entretanto confusões e ana-
logias desta natureza serviram mais de uma vez para edificar theorias e basear
filiacGes.
Varnhagen, Visconde de Porto-Seguro, assentava suas deduccGes sobre a supposta
identidade dos Caribos e Tupis, 0 que se nao pode mais sustentar depois dos trabalhos
de Von den Steinen (3).
E nos Caribos americanos elle via descendentes dos Carios do velho mundo, re-
pellidos da Asia menor nos tempos da guerra de Troya. Elles faziam parte effectiva-
mente daquelle mundo maritimo que tentou invadir o Egypto, e que Ranses III teve
a gloria de rechassar de suas costas cerca de 1200 antes do Christo (4). Como admittir
entäo que aquelle povo depois de derrotado, procurando uma patria nova alem do
Atlantico, fosse tirar da cidade de Thebas, cidade inimiga, que nao viram siquer, ©
radical para designar suas aldeias — tabas — como o queria Varnhagen? Como ad-
mittir ainda que um povo, ja navegador, fosse pedir aos Egypcios o radical Kari, si-
snificando barco, para seu proprio nome nacional? Como admittir, emfim, que os
Carios em estreita relacäo com os egeu-cretenses, dos quaes tiraram seu alphabeto cario,
não trouxessem comsigo nas Antilhas o uso destes signos >
Meus senhores, depois de ter passado em revista os principaes povos da antigui-
dade classica, aos quaes se attribuiu a origem ou uma influencia sobre os povos
americanos, devemos examinar os documentos que a America propria nos fornece.
Esta parte da nossa tarefa é certamente a mais difficil, porque o espirito mercantil,
que explorou as antiguidades do continente, arruinou a maior parte das jazidas, dos tem-
plos, e povoou os museus do mundo com uma massa de objectos diversos, oriundos de
(x) Anliguedades mexicanas, publicadas por la Junta Colombina de Mexico. Mexico, 1892.
(2) Cf. Brasseur de Bourbourg, 4 Lellres sur le Mexique, pag. 179 et sq.
(3) Porto-Seguro, Historia do Brazil, 32 edição, 1907, pag. 52. Nota de Capistrano de Abreu.
(4) G. Maspero, Histoire ancienne des Peuples de VOrient
142 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
logares, épocas e povos differentes, sem especificação cuidadosa de origem (1),
compromettendo portanto todos os esforços dos archeologos.
Emquanto cada governo americano não proceder neste novo mundo como se tem
feito no Egypto, na Assyria, na Italia, as fontes de informações seguras se irão esgo-
tando, e os trabalhadores, atravessados pelos «touristes » amadores e os peões
mercantis, verão escapar-lhes as possibilidades de firmar criterios inabalaveis.
No sólo americano, antes da descoberta, encontramos duas especies de populações,
e é permittido perguntar si uma representa a evolução da outra, ou si cada uma tem
sua origem perfeitamente distincta.
Segundo o aperfeiçoamento do trabalho de edificação, dividiremos os monumentos
americanos dos póvos que formam o grupo o mais adiantado em- duas classes: na 1º
os Mounds, os Cliff-dwellings e os Pueblos, que representam os meios primitivos do
homem para abrigar-se contra as intemperies, contra os animaes ferozes, contra seu
semelhante e que revelam a passagem de uma vida nomade a uma vida sedentaria. Na
2° entram os monumentos das antigas civilisações precolumbianas mais adiantadas.
Outros povos, outras tribus houve antes dos mounds-builders? Parece que sim,
mormente si considerarmos as habitações individuaes, feitas de couraça dorsal de
Glyptodontes, encontradas na Argentina e na Patagonia em 1868 e 72, por Ameghino
(2); habitações que, por mais recentes que sejam, não podem ser posteriores aos tempos
neolithicos.
Outra raga existiu perto daquella, que semeada nos littoraes americanos das Ilhas
de Vancuver no Pacifico até a California, e do golpho do Mexico até à Terra de Fogo,
cobriu vastas extensões de conchas de molluscos, formando aquelles montes designados
pelos nomes de Kjökkenmöddings, Sambaquis ou ostreiras.
Estes monumentos parecem antes corresponder a um momento social da humani-
dade do que a uma raça ; os Aborigenes da Terra do Fogo os constroem ainda hoje, elles
são analogos aos terramares da Italia Septentrional, acham-se na Dinamarca, nas Ilhas
do mar Egeu, onde foram attribuidos aos Phenicios, e si não elevados especialmente
para servir de sepulturas, eram adaptados occasionalmente a este uso. Considerando a
altura à qual attingem 50 metros ás vezes (3), creio mais provavel serem elles o producto
de um conceito religioso, do que a accumulacäo voluntaria num. mesmo ponto de
detritos de cozinha sem intenção definida, porque o esforço para jogar a concha em cima
do monte é incompatível com o caracter indolente do povo à qual se o attribue (4).
(1) Cf. Ales Hrdlicka, Some results of Anthropological exploration in Peri.
(2) Julio de Moura, These de doutoramenio. Do homem americano. Rio, 1889. Pag. 19.
(3) Archivos do Museu Nacional. Vol. VI. O Homem dos Sambaquis. Dr. J. B. de Lacerda. Pag. 180.
(4) Julio de Moura, op. cit., pags. 22 e 31.
Fig. 4 — O Deus Bes (Museu do
Louvre).— Tirado de Chipiez et
Perrot. (Hre. de l'art.)
Fig. 3 — O Deus Bès da collecçäo egypcia
do Museu Nacional.
oiquauhttlà N
Fig. 5 — O Sacrificio da penitencia. — Tirado do Lienzo de
Tlaxcala (Codex Mexicano pintado entre 1550 e 1564).
IMPRENSA NAGIONAL
A. CHILDE — ARCHEOLOGIA CLASSICA E AMERICANISMO 143
Dos Mounds repetirei o que disse dos Sambaquis. E? difficil consideral-os como a
manifestacäo de uma unica raca, porque elles se encontram no mundo inteiro. Os
mastabas do primitivo Egypto, as pyramides são mounds de um povo mais adiantado.
O Dr. Alés Hrdlicka (1) encontrou em redor do lago Baikal e na Mongolia um numero
consideravel de mounds, os Kurganes, alguns dos quaes datam da edade da pedra.
Nos mounds americanos nunca se pode encontrar bronze, entretanto o estanho se
encontrava no Mexico, visinho da propria região dos mounds, — o que nos leva a
suppör que os mounds-builders americanos foram os predecessores dos mounds-builders
asiaticos.
Na Russia mounds existem, bastante numerosos no centro, no Sul e no Oeste, e
denunciam uma invasão contemporanea da edade do bronze. La como na America
estabelece-se às vezes, no pé dos tumulos, uma borda de blocos de pedra; lá tambem
a urna, contendo os ossos, acha-se frequentemente disposta numa segunda urna de
barro maior, como no Pacoval. A pratica dos mounds ou Kurganes prolongou-se
na Russia muito tardiamente, pois que o Conde Ouvaroff achou muitos delles con-
struidos pelos Merios (2), povos finnezes, que do VII ao X seculo da éra actual, antes
dos Novgorodianos, occupavam os districtos de Tver, Moskva, Wladimir, Riazan, etc.
Ha evidentemente uma evolução na psychologia do povo que elevou semelhantes
aterros — os primeiros são religiosos, os segundos funerarios, os ultimos, em conse-
quencia das inundações ou de invasões inimigas, foram adoptados à defesa das socie-
dades que as construiram, — são os mounds de posição, ou circuitos defensivos de
Squier e Davis (3).
Estas considerações me levam a não aceitar os Indios do tempo da descoberta
como constructores, senão como imitadores (4); elles não foram propriamente
mounds-builders. Como teriam elles então perdido em tres seculos tradições tão an-
tigas, sem passar por isso a uma civilisação mais elevada, assim como se deu com os
Merios da Russia, por exemplo ?
Si ao lado dos mounds considerarmos os cliff-dwellings ou casas dos barrancos, tão
frequentes no Arizona, o contraste é de tal modo impressionante, que a posição destas
moradias nas anfractuosidades de rochedos, quasi que inaccessiveis, protegidas de
cima pelas taboas pedregosas, com suas entradas pelos tectos, ou por portas attingi-
veis sómente com escadas moveis, nos impõe immediatamente a conclusão que as po-
voações que procuraram semelhantes asylos estavam expostas a perigos terriveis, fre-
quentes, e que os inimigos eram mais fortes, melhor apparelhados. Como a geologia
não permitte estabelecer que uma mudança consideravel no regimen das aguas tenha
(1) Alés Hrdlicka, Remains in eastern Asia of the race that peopled America; Smith, Coll. Miscell. Vol. 60, 1912.
N. 16.
(2) Ouvaroff, Estudes sur les peuples primitifs de la Russie. Petrograd. 1875.
(3) Julio Moura, ob. cit., pag. 36.
(4) Beuchat, Manuel d'Archéologie Américaine. Pags. 179 et sq.
14% ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
inundado os cañons e obrigado os homens a procurar refugio nas alturas, devemos
attribuir a escolha ao perigo humano. A relativa pobreza e heterogeneidade dos objectos
encontrados nas habitações facilitam tambem a presumpção de que se trata de uma raça
que, ainda que sedentaria, não o era mais do que os leões e os lobos, e vivia de rapina.
Nada se sabe de sua religião. Alguns idolos de madeira, as Kachinas, lembrando os
idolos moabitos antigos, talvez seis pontos cardeaes (1), e as estufas ou Kivas, que
parecem lugares sagrados especialmente destinados à conservação do fogo das tribus,
ou familias reunidas na mesma aldeia.
Os usos funerarios os mais variados tendem a confirmar a hypothese que tribus
diversas se succederam em tempos varios naquellas habitações. Entretanto como indi-
cios vehementes mostram as passagens das mesas para as casas em ninhos de aguias»;
como, ao que se deduz das constatações feitas, os cliff-dwellers não conheceram os
homens brancos, podemos concluir que os Hespanhoes não foram quem os dispersou ;
e si nos lembrarmos que a região por elles occupada se acha no caminho supposto
dos Toltecos, Chichimecos e Aztecos em as suas migrações para o planalto do Me-
xico (2), talvez não seja muito phantasiar attribuir 4 chegada dos povos Nahuas o recuo
progressivo, a lucta prolongada e a desapparição final dos pilhantes das penedias, e
identifical-os com a raça mythica dos Quinames, de que rezam as tradições dos recem-
chegados (3).
Meus senhores, o que nos causa o maior assombro nestas civilisações primitivas
americanas é que assistimos a começos de sociedades que ficam interrompidas, sem
velas se transformar em civilisações mais evoluidas, quer pela assimilação de usos dos
povos que as conquistaram, quer pela fusão de tribus visinhas.
Nada disto no mundo antigo: os Assyrios, os Gaulezes, os Germanos, os Godos
mesclam-se com os novos immigrados e formam raças complexas que recebendo o
facho de luz, o vão carregando acceso, vivaz até a um estadio mais perfeito. O con-
traste na America é violento, inexplicavel. A que será devido > A’ situação isolada da
America? Ella sera um diverticulo na emigração dos povos, — ou sera ella um como,
crisol onde forças, raças novas se elaboram para surgir depois, estender-se pelo mundo ?
E’ terrivelmente dificil responder.
Como interpretar a falta de influencia dos antigos nucleos sobre os colonizadores ?
O que a civilisacäo americana actual nos da, effectivamente, não é o espirito atavico
dos mounds-builders, clif-dwellers Toltecos, Quichuas ou Tupis, — emquanto no mundo
antigo perdura ainda o mysticismo egypcio através dos alexandrinos na religião christã,
— o saber chaldaico através da sciencia grega, na astronomia e nas mathematicas, — a
economia politica e a organização administrativa dos romanos através dos byzantinos e
(1) Cf. Antiquities of the Mesa Verde National Park. Cliff Palace. J. W. Fewkes, Bull. 51; Smith, Inst. Bur of Am
Elhnol, 1911; Kronau, America; Beuchat, ob. cit.; Cyrus Thoinas, Prehist. Nth. America.
(2) Alph. Gagnon, L’Amerigue précolombienne, pag. 181.
(3) Julio de Moura, ob. cit., pag. 96.
A. CHILDE ARCHEOLOGIA CLASSICA E AMERICANISMO 145
do codigo Napoleäo, no direito civil francez, — o espirito de livre exame, a semente da
liberdade de pensamento de Luthero, atraves da Allemanha e da Inglaterra, na Con-
stituicäo dos Estados Unidos do Norte.
Ku kik:
As tribus dos mounds e dos cliff-dwellings que acabamos de ver representam o grau
o mais primitivo da evolucäo barbara, devemos examinar agora outros povos mais
adeantados.
Do estudo dos monumentos que deixaram estas sociedades nas duas Americas
resalta uma conclusäo: sua evolucäo nao comecou no solo onde encontramos as ruinas,
porque não é possivel acompanhar nestas o progresso continuo, desde o desabrochar
até a expressão perfeita, de um genio racional ou nacional.
Considerando-as, todavia, globalmente, ellas surprehendem por um certo ar de
familia, ha um como parentesco entre os varios povos construidores. Será o cunho
indelevel de uma origem commum ? ou será a estampa do paiz, do meio? Não me
inclino 4 esta ultima interpretação, porque desde o Rio Colorado até a Bolivia, numa
extensão de cincoenta graus, temos extremas variações de temperatura e aspectos
diversos da natureza, representados pelas altitudes em vez de latitudes (1).
A influencia do meio, ainda que real, foi muito exagerada neste ultimo seculo.
A influencia hereditaria, fortalecida pelo bater de longas gerações é muito mais impe-
riosa, e as sociedades transformam-se pelo espirito, até morphologicamente, tanto mais
quanto ellas ja estão superiormente avançadas.
Estamos portanto conduzidos, em consequencia das constatações expostas, a pro-
curar fora do novo mundo, e pela via asiatica, as origens das civilisações americanas,
Nada direi a respeito das expedições escandinavas, embora eu as reconheça como
verdadeiras, porque suas influencias, si tanto é que jamais se fizeram sentir, foram ex-
tremamente limitadas e em nada se reflectiram na esthetica deste mundo, nem na sua
industria.
Meus senhores, nada ha mais contestado do que a época das primitivas construcções
de pedra na America.
Os primeiros homens que arrancaram das pedreiras blocos para construcção não
divergiram muito no modo de ajuntal-os ; eis porque creio que uma evolução constante,
puramente humana, e não de raça, presidiu as primeiras modificações do apparelho, e
que semelhanças neste ultimo não são provas de relação e menos ainda de communidade
de raça.
O que merece menção, porém, é que desde que o homem constroe com pedra, os
primeiros edificios teem um fim puramente religioso ou funerario: os deuses e os mortos
são os primeiros a gosar de um asylo duravel, quasi que eterno, como sua essencia,
PRA
(1) Julio de Moura, op. cit., pag. 88.
864 19
146 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Si os pontos de partida da logica humana parecem coincidir debaixo de todos os
climas, ella porém se affırma diversa em sua ulterior evolução. Quando é necessario
synthetisar em formas graphicas as crenças, as idéas de um povo, apparecem logo
symbolos novos, inherentes, quasi que physiologicamente ligados ao pensamento secre-
tado pelo cerebro social de cada grupo. As semelhanças, então, são indicios vehementes
de logica commum, e si não constituem provas absolutas, formam pelo menos graves
presumpções.
Foi neste terreno que os pesquizadores ligaram de novo os Americanos aos Egypcios,
Phenicios, Chaldeus, já differenciados em nações, ou recuando além nas origens, aos
Aryanos, aos Kuschitas, aos Turanios.
Assim é que o Sr. Gagnon sustentou uma theoria segundo a qual toda a Asia
Meridional, até as margens do Mediterraneo, antes da chegada dos Semitas e dos Indo-
Europeus, teria sido povoada por tribus de raça Khamitica. Estas tribus teriam se esta-
belecido em Akkad, teriam fornecido os servos de Horus, fundadores da civilisação
pharaonica; como adoradores de Siva, na India, teriam cavado os hypogeos d’Ele-
phanta; enfim emigrando no mesmo tempo para o oriente, lá teriam creado as gran-
diosas obras d’Aké, de Palenque, das ruinas pré-incasicas, etc. (1)
A theoria por seductora que seja vae de encontro à logica. Como explicar
efectivamente que a mesma raça, chegada ao grau de cultura que lhe permittia edificar
pyramides, mastabas e templos, no Egypto e na America, fosse, neste ultimo terreno,
retroceder as formulas funerarias da posição foetal, formulas abandonadas no Egypto, e
de que resultou a propria edificação das pyramides >
Emfim, sia prova da alta cultura intellectual se revelar mormente pelo grão
superior da abstracção, a esthetica de um povo deve reflectir perfeitamente este nivel,
philoscphico,— pela comprehensäo das grandes linhas, sacrificando as minudencias em
favor da harmonia do conjuncto. E neste particular devemos convir, apezar dos
confrontos estreitos que se tentou fazer, que a arte do Extremo-Oriente, assim como a
arte americana, revelam uma psychologia nitidamente separada da psychologia das
raças da Asia Occidental e do valle do Nilo. Não creio que jamais se tenha encontrado
na iconographia americana um Deus que possa ter sido appellidado «bello de face»
como o Phtah de Memphis, nem uma effigie como a de Khonsu ou da divina Taia.
Não encontramos tampouco esta transformação, esta afinação que da magestosa esta-
tuaria antiga, chega à graça fragil e morbida, esta flor das decadencias. Na arte
precolumbiana a inesthetica preoccupação dos attributos e a real inexperiencia da mão e
da vista condemnam irremediavelmente a expressão da figura humana à monstruosi-
dade, ao mão gosto.
(1) Alf. Gagnon, L'Amérique precolombienne.
descoberta por Mariette Sacha
Fig. 6— À pseudo Taia —
k (Chipiez et Perrot, ob. cit.)
nas excavações de Karna
cano (Codex Borgia).
olica dos 20 dias — periodo do Calendario Mexi
Fig. 7 — Figura Symb
148 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
profundas por que passou a India Norte Occidental, entre as conquistas de Alexandro e
a invasäo musulmana (1).
Qual foi o itinerario desses exodos? Quaes os povos enfrentados pelos fugitivos,
ora repellidos, ora submettidos, ora assimilados ? Säo questöes que a archeologia chineza
somente poderia esclarecer. Si för licito, porém, julgar pela linguistica, os Chinezes
parecem ter pouco soffrido; sua lingua não evoluiu ao contacto dos povos dotados
de um modo de articular mais adiantado, d'onde se pode deduzir que os emigrados
atravessaram, ou rocaram o Imperio do Meio, sem muito se demorarem.
As considerações de Frei Camillo a respeito da lingua Nahuatl são tambem das
mais judiciosas e profundas, e minha convicção é que elle tocou a verdadeira razão
do extranho pronunciar desta lingua.
Os Asiaticos, penetrando na America, trouxeram comsigo uma bagagem civilisa-
dora, idéas, ritos, mythos, e uma lingua mesclada, conjuncto dos idiomas diversos
das tribus conglomeradas no Exodo.
As vantagens que traziam os immigrantes para os habitantes da nova região, os
impuzeram a estes ultimos. Ora Frei Camillo suppõe com admiravel clarividencia
que o Nahuatl e outros dialectos americanos representam a pronuncia defeituosa,
caracteristica do povo indigena, adoptando os vocabulos dos dominadores (2) ; pronuncia
defeituosa, resultando da conformação original dos orgãos vocaes, e das mutilações
costumeiras da lingua, ou dos labios, praticadas por estas populações, e que os codices
nos revelam efectivamente.
Vejam portanto, meus senhores, o valor da contribuição de Frei Camillo de
Monserrate para os estudos que nos occupam.
Devo ajuntar apenas que as constatações dos ultimos annos, feitas por W.
Hough na Asia Oriental (3), por Boas a Biasutti no Pacifico Septentrional (4) e pelo
Dr. Ales Hrdlicka na Siberia (5), confirmam as hypotheses do erudito padre.
O estudo precolumbiana da America do Sul é muito mais espinhoso ainda do
que a archeologia Norte e Centro-Americanos; os documentos são mais escassos e
carecem sobretudo de classificação, de synthese.
Si reflectirmos que o homem encontra um meio mais favoravel para seu desenvol-
vimento nos paizes temperados e quentes, estamos conduzidos a concluir que, para se
acharem localizadas em regiões glaciaes, as tribus devem, primeiro, ter cedido pouco
a pouco seus territorios a povos mais poderosos. Foi o que succedeu sem duvida no
(1) Annaes da Bibliotheca Nacional do Rio de Janeiro. Vol. XII, pags. 480 e 481.
(2) Annaes da Bibliotheca Nacional do Rio de Janeiro. Vol. XI, pag. 487.
(3) Journal de la Société des Americ. de Paris. T. 9. 1912. Pags. 463 et sq.
(4) Biasutti (R), Contribuli all Antropologia e all’Antropogesgrafta delle Popolasioni del Pacifico Sellentrion e
(Archivo per l'antropologia e la etnologia.) Vol. XL, fasc. I. 1910. Pags. st e 96.
(5) Hrdlicka (Ales) Smiths, Misc. coll. Vol. 60. 1912. N. 16.
AVNOoIDwN ce
oOIXxaW
O DO LH lo Mic
SOGINA SOQVISI
É x
> x
SC \Wannouen ı 5 (MO see!
É % La) er o°|
Es © eJOjJeO LT e° 0º a & 4 0)
©
a Yves à ©
VaYNWO
AVN OID VA CS ui
J © © Uo 5 op © © | € © 4 L eee Ö —— — — — — —
esowJsoy]
WNIHS
ODIMIDVd ONVHDO
SOGINf SOQGVWLS A
x
Jognouen | oe esssstttesa © o De
ie © et" coe Sºco00º
re ee SOS BON à
é EUUIEY «| Sd ON
2 a
VAYVNVO
(AONWN 'GLIL-SDISIUDILIEWD Sop ossaJbUOD ‚| OP OpDJIL )
wiuaais "YNIHI WO SVLSIHGONG SI9NON
solid ONS fu oN ee wn
Oy Y
OwáIdadXa Wd
Zehn]
A. CHILDE — ARCIHEOLOGIA CLASSICA E AMERICANISMO 149
hemispherio Norte com os Samoyedos, Eskimos, e no hemispherio Sul com os Fuegios
e Araucanos.
Os primeiros habitantes da America Meridional, autochtonos ou nao, recuaram
perante as invasões successivas, ou pela difficuldade de se fixar em regiões annual-
mente invadidas pelas aguas — ou subdivididas ainda pela impossibilidade de sustentar-se
numa região limitada, com o numero crescente dos individuos. Na realidade os tres
factores devem ter agido.
A vasta extensão que representa a America do Sul pode ser largamente dividida em
duas bacias: uma septentrional, outra meridional, de que a linha divisoria se destaca ao
sul de Chuquisaca na Bolivia para leste, attinge a Serra dos Parecis, e se prolonga,
serpeando do 15º ao 20º grão de latitude ate Ouro Preto. Entre estas duas bacias as
communicações por via fluvial são as mais racionaes e devem ter sido um caminho fre-
quente para povos primitivos cujos recursos consistiam em canoas, armas e artefactos de
barro. O caminho é quasi recto de Marajó a Tucuman, quer pelo Araguaya e o
Paraná até a altura do Rio Salado, quer pelo Xingu e o Paraguay até ao mesmo ponto.
E si eu ligo Marajó a Tucuman é principalmente pela forma dos vasos e pelo
modo de representar os olhos, o que indica sem duvida uma tatuagem caracteristica
ou pintura, commum ás duas localidades, nos exemplares os mais adiantados desta arte.
Marajó denuncia camadas diversas, das quaes as primeiras, de que falei, pertencem
a ceramistas mais habeis, possivelmente relacionados com os ceramistas do valle de
Tafi, e os creadores do typo de Santa Maria, os ultimos resultando da evolução da
primeira tribu (1).
Quantas raças distinctas povoaram estes vastos territorios ? E’ impossivel dizel-o hoje.
Créqui-Monfort e P. Rivet descobriram recentemente que os Puguinas e Urus
falavam um dialecto aruak (2). Anteriormente aos Aymaras elles passaram das planícies
do Amazonas ao planalto boliviano. Serão elles os Atamurunas e Pirhuas que povoa-
ram depois o Peri > Os Aruaks efectivamente se expandiram no Norte e Léste, desde
os limites septentrionaes do Brazil até à Argentina; e foi no territorio dos Mojos, um
dos seus ramos, que o Barão Erland von Nordenskjöld achou no mound Hernmark
muitos exemplares de uma ceramica particular, possuindo sómente 3 pés, o que levou O
notavel ethnographo a presumir da descida destas tribus, do valle do Mississipi pela
Venezuela, à Colombia e ao Equador (3).
Perante estes elementos referindo-se todos a povos anteriores à civilisação incasica,
surge a intuição de um grupo de tribus provavelmente aparentadas, seguindo uma
evolução collateral e admiravelmente preparadas para receber a faisca de uma civili-
sação mais adiantada. Foi o que aconteceu com o chegar dos Quichuas.
Re
(1) Biblioteca centenaria. Exploraciones arqueologicas en las Provincias de Tucuman y Catamarco. Carlos Bruch, Tomo
V. Buenos-Ayres. 1911; Beuchat, Munuel d'Archéologie Americaine-Chap. Les Diaguiles ou Calchaquis.
(2) Séance du 27 mars 1914.
(3) Er. v. Nordenskjóld.
150 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Segundo o Dr. Hdlicka (1), os Quichuas apresentam o mesmo typo fundamental
do que uma grande parte dos habitantes do Equador, Colombia e do Yucatan. Eviden-
temente escolhendo detalhes na ornamentação, podemos ligar o Peru à Mitla, porém
alguma cousa outra existe na civilisação peruana que se não encontra na mexicana.
Inferior em seu conjuncto, a esculptura peruana tem feições mais ingenuas, uma facul-
dade de observação mais aguda. A arte dá America Central e do Mexico hieratizou-se ;
a arte peruana, menos imaginativa, conservou-se mais humana. Ella não tinha o saber,
como a primeira ella ignorava a esthetica, mas tal a crença a quem nada escapa, sua
impericia manual transformava a visão exacta em caricatura flagrante. Infelizmente
para o quichua, como para o caricaturista sem imaginação e sem estudo sohdo de de-
senho, o verdadeiro progresso era impossivel. Todas as obras da ceramica peruana
parecem executadas pelo mesmo artista; um cunho, uma maneira estabeleceu-se, a
arte estagnou. Faltava ao peruano o que o mexicano possuia sobejamente — a metaphy-
sica. O peruano era materialista, gosador, sem ideaes; podemos dizer com. uma
ousada generalisacäo que si a arte mexicana ignora o homem, a arte peruana ignora
o Deus (2).
Meus senhores, as tradições referem que os Incas proscreveram a escriptura ;
parece difficil admittir, entretanio, que um povo dotado deste modo superior de fixar
seu pensamento, o tenha esquecido, abandonado por decreto. Não ha um exemplo de
tal facto na historia si for provado. De todo modo devia-se encontrar no paiz, nas
ruinas, na ceramica pre-incasica vestigios daquella escriptura, porque é inadmissivel
tambem que tudo o que podia testemunhar deste uso anterior, tenha sido destruido.
Num só logar em Tiahuanaco existe um numero restricto de signaes que parecem ser
symbolicos (3).
Da mesma fórma, os motivos decorativos, frequentemente repetidos, não teem outro
valor sinão o de emblema — é um hyeroglypho isolado, não é um conjuncto de hie-
roglyphos, formando phrases, inscripções, tudo o que constitue emfim uma escriptura
real.
O celebre signo da escala, ou linha quebrada, não pertence em proprio ao Perú
nem a Bolivia, nem a Tucuman, nem ao Mexico; elle é um symbolo commum a toda
a America, e que se encontra tambem no velho mundo. Querem ver la o emblema da
Terra e do Céo; por mim, creio que elle figura antes a estylisação do raio; pheno-
meno celeste e symbolo que da ao homem os dois bens essenciaes : o fogo e a agua!
Meus senhores, comô pensa Eduard Seler, a civilisação americana é uma civili-
sação importada, transplantada. Entendo todavia que as origens sômente foram trans-
(1) Congr. of Americanisis. Mexico Sepbr. 1910.
(2) Cf. Wiener, Pérou él Bolivie, 1880, pag. 633.
(3) Ch. Wiener, obr. cit., pag. 759.
Fig. 9 — Fragmento de uma urna funeraria
de Marajo, anthropocephala.
Fig. io— Ceramica pintada, dos Indios de Matto 5 : leeds :
Grosso —tribu dos Cadineös — mostrando Fig. 11 — Ceramica pintada, de Indios
o hieroglypho da escada. brasileiros, com o mesmo
hieroglypho.
IMPRENSA NACIONAL
A. CHILDE — ARCHEOLOGIA CLASSICA E AMERICANISMO 151
plantadas, e que, pela collaboraçäo dos indigenas americanos, a evolucäo tomou um cunho
absolutamente particular, distincto dos bercos primordiaes. Todos os grupos, todas as
tribus de indigenas, porém, não cooperaram nesta obra, e si é impossivel hoje determinar
quaes coadjuvaram, quaes permaneceram afastadas, era necessario, entretanto, especificar
a realidade de contribuições distinctas, para justificar quanto excessivo me parece at-
tribuir aos Indios da America a autoria exclusiva dos monumentos semeados nessas
regiões.
A respeito das tribus que suspeitamos não ter tomado parte nas civilisações mortas
um dilemma se nos offerece : ou são primitivos que nunca chegaram & civilisação, ou
são degenerados que já a attingiram e retrocederam depois
No que concerne aos indios do Brazil, o Professor J. Baptista de Lacerda consi-
dera-os como primitivos (1). Esta questão de estado primitivo ou degenerado é muito
importante, até pelas consequencias praticas que della se deduzem para as nações onde
povos existem naquelle estado selvagem.
De todas as tribus humanas não é possivel esperar o mesmo typo de evolução,
o mesmo grão de cultura. Si tribus selvagens da America representarem portanto a
decadencia de uma éra esquecida, esta éra podia não ter sido fecunda em monumentos,
em artefactos, e aquella civilisação ter-se manifestado apenas por qualquer escuro bem-
estar. Os povos felizes não teem historia !
Será portanto indispensavel fixar a solução deste problema.
O que parece, entretanto, é que tribus que possuem um rico folk-lore, que conhecem
musica, dansa, usam de tatuagens complicadas e traçam pictrographias com caracteres
symbolicos, mysticos, como os indios da America do Norte e algumas familias do
Brazil, não representam o puro estado primitivo ; já temos ahi uma evolução notavel.
Sera ella susceptivel de uma transformação, de um progresso ?
_ Este é o ponto o mais delicado, porque elle depende exclusivamente da potenciali-
dade mental das mesmas tribus.
Qual será o factor efficiente da transformação desta potencialidade em energia
actual, evolutiva ?
Illudem-se absolutamente aquelles que, como Payn, attribuem o desenvolvimento
das civilisações do Mexico e da America Central à cultura do milho. Os Nhambiquaras,
que visitou o notavel ethnographo Professor Roquette Pinto, e sobre os quaes elle for-
neceu as mais proficientes informacöes, cultivam tambem o milho ; e encontram-se em
seus campos variedades de mandioca muito curiosas; entretanto permaneceram num
estado social inferior ao de tribus visinhas que talvez nao possuam a mesma cultura.
E este facto, junto a tantos exemplos fornecidos pela historia, confirma-me na conviccäo
que o surto da evolução social não tem sua origem nos meios materiaes, nas commo-
didades da vida, mas antes na mentalidade dos individuos.
Primitivos ou degenerados sejam os indios americanos, devemos aqui admirar e
agradecer a coragem e a abnegação dos homens que como os missionarios, como o
(1) Archivos do Museu Nacional. T. VI. O Homem dos Sambaquis, pag. 182.
152 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Coronel Rondon, como os viajantes pacificos do sertão, se esforçam para estudar e
chamar a si os indigenas para os iniciar em methodos novos de pensar e raciocinar,
para suscitar naquelles, onde elle póde subsistir ainda, o fogo latente debaixo das cinzas
avoengas.
Si o fogo se reanimar ao contacto de sociedades mais adiantadas, uma feição
nova de civilisação pöde surgir, da qual é impossivel prever hoje o alcance nem a di-
reccao.
Meus senhores, nesta longa conversa encontramos divergencias e analogias que
nos deixam até hoje na impossibilidade de uma affirmação definitiva.
Entretanto não queria acabar sem insistir de novo sobre um aspecto particular da
questão.
Qualquer que seja a latitude e a longitude, qualquer que seja a especie ancestral
donde provém a especie humana, é um facto que as diversas formas affectadas pelo ente
novo não differiam bastante nem anatomicamente, nem physiologicamente, ao ponto
de tornar impossiveis conclusões mentaes analogas sobre premissas similares.
Ha de outra parte um certo numero de representações, de conceitos, que são
primitivos porque inherentes à mais commum experiencia. Qualquer que seja a palavra
que na raça designará mais tarde o facto ou a coisa, a representação está na massa en-
cephalica mesma, porque obscuramente ella já existe em raças animaes inferiores em
organização. Taes são as idéas exprimidas pelos adverbios — longe, perto, em cima.
A definição pratica, experimental, da linha recta, existia no ser vivo antes que
Euclides a tivesse mathematicamente formulado. São ideas que podemos chamar
idéas innatas como dizia Leibnitz.
Mas as differenças entre as raças não provêm tanto do material primitivo differente
em quantidade, quanto das relações aue a logica destas raças estabelece entre aquelles
elementos. Ora o que torna excessivamente difficil penetrar o pensamento dos povos
selvagens, o que faz delles um mundo a parte, é que seu modo de raciocinar diverge
absolutamente do dos povos civilisados. O trato social das tribus 4 medida que se des-
envolviam creou uma mentalidade social que se sobrepöz ä mentalidade individual,
mentalidade que Levy Brühl designou acertadamente com a qualificação de prelo-
gica, mentalidade em grande parte edificada sobre a contiguidade e não a conti-
nuidade, sobre coincidencias e não consequencias, prelogica que subsiste ainda nas
sociedades cultas com as superstições populares.
A Logica que possuimos hoje, nações modernas, e que veio substituir a prelo-
gica embusteira e falha, appareceu lentamente e dominou por fim o mundo graças ao
genio superior da Grecia. E” della que temos este presente. Confinada nos templos
da Chaldea e do Egypto com alguns raros pensadores isolados de um mundo fan-
tasmagorico, extravagante, a logica moderna nasceu com a sciencia grega, com a
philosophia, com Thales, Democrito, Pythagoras e com Socrates, aureolado pela elo-
quencia do divino Platão.
A. CHILDE — ARCHEOLOGIA CLASSICA E AMERICANISMO 153
Meus senhores, como eu o dizia, no começo desta conferencia, não pretendia
tirar conclusões ; apenas desejava mostrar quaes ricos materiaes existem, permittindo
tentar a edificação da Historia precolumbiana. Esperava acordar curiosidades e en-
thusiasmos para aqueilas questões seductoras e complexas, e fazer resaltar de que so-
corro, de que ensinamento pöde ser a admiravel instituição do Museu Nacional — pois
que pelas suas collecções, tanto como pela sua bibliotheca, elle fornece elementos de
pesquizas, peças preciosas de comparação para a industria, o estado social e a psy-
chologia dos povos dos dous continentes — pois que a fauna e a flora lá estão repre-
sentadas e que as collecções mineralogicas, revelando a composição da crosta terrestre
que pisamos hoje, permittem edificar a base da sua historia nos tempos prehumanos
e de progredir mais firmemente para a solução dos problemas que tive a honra imme-
recida de vos apontar.
Rio de Janeiro, 14 de dezembro de 1914.
A. CHILDE.
864 20
OS DEUSES E OS MORTOS NAS CRENÇAS o It
Conferencia lida em margo de 1916 no Museu Naciona I
Os Deuses e os Mortos nas crenças antigas
Quando Phidias, em seu studio, deu por terminada a estatua do Zeus de Olympia,
que devia levar o nome do artista a uma immortalidade mais duradoura do que a do
proprio Deus, os discipulos, os rivaes, os philosophos e os politicos admiraram sem
restricção a concepção e a habilidade genial do mestre. Infeliz foi considerado quem
morria sem ter visto esta obra prima (1).
Entretanto a estatua de Zeus não passava ainda de uma obra prima. Quando a
estatua, porém, foi collocada no sanctuario de Olympia, quando os fieis prosternados
vieram em longas theorias offerecer-lhe os sacrifícios rituaes — ella não era mais a
obra sahida das mãos do mais habil esculptor, concebida por um espirito harmonioso e
possante.
Era o Deus vivo, temido e reverenciado, attento e poderoso para a mercê como
para o desvalimento, e de quem dependiam os destinos da Elide. Tanto sagrada era,
quantos os sumidos Apollos archaicos dos sanctuarios delphicos, tanto veneravel quanto
os xoanos de lenha pintada das capellas provincianas, quanto a Demeter, com a cabeça
de cavallo, em Phigalia (2), quanto as pedras sanctas das Kharitas de Orchomene, ou
do Apollo Agyeus d'Ambracia.
Que se teria então passado ? Simplesmente isto : a obra de mão humana, a materia,
receptaculo da alma divina, tinha sido consagrada, e assim tornada a residencia viva do
Deus. Ella era então não somente sacrosancta, segundo o vocabulo romano, mas 0
proprio Zeus. -
Toda a religiäo antiga acha-se resumida n’esta ceremonia, n’esta creacao d’um
Deus. É o rito concretizando em uma formula a convicção de uma tribu, o pensamento
de uma raça, a religiosidade da especie humana na aurora do seu desenvolvimento.
(1) Ot. Muller — Nouv. Man. d'Archeol., T. 1º”, § 116, pag. 131. Trad. P. Nicard.
(2) S. Reinach — Orpheus.
158 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Que preoccupagäo surgiu primeiro ? — Conhecer o porvir dos mortos, ou a natu-
reza dos « genios » antecessores dos Deuses ?
É muito delicado responder, pois que a morte é tão antiga quanto o homem, e o
temor sua irmã gemea. Ora, é justamente no receio, no medo do inevitavel, da
fatalidade (da Ananké) que se acha a origem dos cultos primitivos.
Seria erro imperdoavel imaginar os primeiros fieis como philosophos raciocinando
sobre a natureza das cousas, interrogando-se sobre suas leis, tentando resolver tran-
scendentes problemas. Elles são, ao contrario, individuos activos e fortes, cujo espirito,
porém, está assaltado de terrores multiplos, incessantes, — elles se devem defender
contra os animaes, contra seus semelhantes e contra o « Desconhecido », cujo reino
é maior ainda.
Estes multiplos perigos, escondidos ás vezes sob as mais innocentes apparencias,
envenenamento com certos fructos, mortal dentada com as cobras, o raio fulminando a
arvore onde procuraram abrigo, tantos outros ainda, são a manifestação de um poder
occulto, dissimulado, residindo no fructo, no animal, na nuvem. Poder mysterioso
cujos motivos são obscuros, insondaveis ; às vezes nocivos, as vezes beneficos, sempre
inintelligiveis.
Affaga-se, supplica-se quando prejudiciaes, para abrandar sua colera,— veneram,
louvam os favoraveis, para que mantenham sua protecção. E assim, serviçaes ou hostis,
os objectos e os animaes tornam-se fetichos, dii factitii, genios facticios.
Este é, pois, o aspecto primeiro da religiosidade, é o aminismo. O sentimento
religioso, como exprime perfeitamente Höffding (1), é um sentimento da vida cosmica,
mais do que uma tentativa de explicação dos phenomenos naturaes.
O homem emprestando a tudo que o cerca os sentimentos e necessidades de sua
natureza propria, anima a natureza inteira de « principios interiores » anthropomor-
phicos. E como o temor precede a gratidão, os genios maus nascem na fé humana
antes dos genias bons.
Apezar das criticas modernas que lhe foram feitas (2), a opinião do presidente de
Brosses é para mim perfeitamente justificada, quando elle considerava o fetichismo
como o estadio mais inferior da religiosidade — por não distinguir, não separar O
poder occulto do objecto reverenciado (3).
N'um tempo em que o animismo já tinha evoluido, este estado de pensamento
revelava-se, como se pode deduzir da protecção pessoal, efficiente, attribuida ao celebre
palladio, estatua dada aos Troyanos, por Zeus, e que raptado pelos gregos, Ulysses e
Diomedes, decidiu da queda de Troya (4).
O fetichismo purificou-se, no dia em que surgiu um pensador imaginando a vontade
distincta do objecto, o poder, livre de desintegrar-se do feticho que habitava, capaz de
(1) Har. Höffding — Esq. d'une Psychologie, 4 ed., 1909, pag. 337.
(2) S. Reinach — Orpheus, pag. 16.
(3) Bouché Leclercq -- Leçons d'Hre: grecque, 1900, pag. 58.
(4) Ilias parva, pag. 583 b. — Ed. Dindorf — F. Didot — 1860
A. CHILDE — OS DEUSES E OS MORTOS NAS CRENÇAS ANTIGAS 159
reintegral-o, ou ainda — o semelhante regendo o semelhante — o genio podendo
viajar de « supporte » em « supporte ».
Desde então era creada a grande distinccäo que perturbou os philosophos desde
a remota antiguidade até aos nossos dias: a materia e o espirito, o cor po ea alma
sk *
A necessidade de interceder perto d'estes genios, de convencel-os, de tornal-os
favoraveis, ou pelo menos inoffensiveis, creou um corpo de praticas, as quaes a expe-
riencia tinha provado como mais efficazes, e revelou uma habilidade maior em certos
homens, uma ingeniosidade mais avisada para tratar com aquellas potencias. Os ritos
em questão são sempre magicos: incantações, fórmulas, gestos, purificações. Os fieis
que foram mais felizes em as suas relações com os genios invocados, — ou porque mais
meticulosos nas praticas, ou pela natureza das palavras proferidas, foram tambem
considerados como mais especialmente favorecidos, amados pelos genios, — e sobre
seus actos o costume estabeleceu o ritual.
Era necessario, primeiro, invocar o genio superior ou distante, e persuadil-o de
incorporar-se n'um simulacro, feito à sua imagem, que fosse visinho da communidade,
à seu dispör, para permittir a esta de consultal-o, de propicial-o, a toda hora, — e este
rito de alliciamento, de invocação, de captura e fixação ao feticho escolhido foi — a
Consagração.
IS
_ Não devemos encarar as interpretações dos povos antigos ou distantes como
extravagancias mysteriosas e ridiculas, de todo estranhas ao nosso mundo de crenças
modernas, mas antes como uma estação da intelligencia humana, no caminho da ver-
dade. ee
- É evidente que si, de caminho, o espirito humano enriquecido de experiencias
novas, surprehendido de contradicções e impossibilidades nas primeiras hypotheses
formuladas — creou systemas mais logicos — e sobretudo alcançou uma consciencia
social mais alta de seus deveres —é evidente, digo, que a senda não foi rectilinea ; as
consequencias todas de uma prévia concepção não foram tiradas ao mesmo tempo : eis
porque estavamos € em duvida sobre’ u foi o Din m, o-culto dos genios ou o culto
dos mortos. : ee :
E admissivel suppör que os dous são quasi que contemporaneos e que se influen-
ciaram reciprocamente. Entretanto si devemos dar a um d'elles a precedencia, parece-
me que o culto dos genios é anterior, porque existem no animal mesmo os senti-
mentos que deram sem duvida origem ao animismo, emquanto que a consciencia real
da morte, nem o medo do cadaver, parecem existir para a maior parte dos animaes,
mesmo os mais domesticados. Uma outra consideração m'o faz suppör ainda, é que os
ritos animistas applicados aos genios existiam já, desde muito tempo, quando a con-
sagração, a heroização dos mortos ainda não era praticada.
Assim na Grecia, onde a introducção do culto dos heróes apparece sómente no
fim do VII seculo, o culto dos deuses era desde muito tempo constituido.
160 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Si o culto, porém, näo existia, existia uma crenca a respeito dos mortos, e os sen-
timentos que provocavam, as ideas que suggeriam, sao para mim dependentes das
opiniöes ja professadas na época a respeito dos genios; d’ahi a confusäo tao commum
que levou muitos sabios a confundir como da mesma natureza o culto dos deuses e o
culto dos mortos (1).
RE %
Disse eu que um pensador imaginou um dia os genios como capazes de deixar os
idolos que habitavam, ou de passar de um ao outro. Que expcriencia pessoal lhe
suggeriu esta reflexão ?
Um grupo de caçadores parou à beira de uma floresta, alguns adormeceram,
outros estão de vigia, concertando as armas. Um dos primeiros porém acordou, e conta
agora, como em seu sonho, que aquelle, que todos vêm estendido ao pé de uma arvore,
se-precipitou entretanto sobre a caça que elle proprio, narrador, tinha abatido de suas
settas. E todavia o accusado dorme ainda, e todos os ouvintes viram-no sempre
immovel, adormecido; elle proprio, o narrador, dormia, e não abateu caça alguma,
que, aliás, não jaz perto de nenhum dos dous. Ninguem entretanto põe em duvida a
realidade da acção contada e do papel de cada um dos actores.
A unica explicação possivel dos factos dos sonhos surgiu então um dia no
pensamento do nosso prehistorico psychologo: é que todo homem, todo genio, todo
animal, pode estar ao mesmo tempo aqui e lá por desdobramento de sua actividade.
Sua vontade é capaz de desligar-se do corpo visivel e de agir noutro logar, em diver-
sos logares de uma só vez.
Foi esta a primeira explicação da realidade dos sonhos, e por ella o fetichisme
passou ao grau superior do animismo,
weet
Eu creio que o conceito da morte penetrou pouco a pouco nas sociedades primi-
tivas, egualmente pela interpretaçäo das imagens do somno. E digo pouco a pouco,
porque os homens como os animaes devem ter passado edades, sem que a morte des»
pertasse nelles ideas coordenadas. Era apenas um phenomeno visto, mas não pondes
rado, um espectaculo que não tinha provocado reflexões.
Quando cuidaram em comprehender este estado, os homens distinguiram logo do
somno commum este somno duravel, em que o corpo, abandonado no solo, era des-
truido lentamente, ainda que apparecendo nos sonhos do mesmo modo que quando
era vivo.
E a crença, por via de analogia, estabeleceu que a actividade, a vontade do
defunto se tinha separado do corpo, vivia de uma existencia independente, à imagem
da vida dos genios.
E esta simples consideração far-me-hir suppor que já o fetichismo tinha alcançado
o segundo estadio do animismo, quando o homem cogitou do morto como de um ser
destacado do seu supporte corporal.
(1) Herb. Spencer — Fustel de Coulanges
A. CHILDE — OS DEUSES E OS MORTOS NAS CRENÇAS ANTIGAS 161
E certamente elles não eram no começo mais terriveis do que os vivos, elles guar-
davam seu caracter individual e eram mesmo incapazes de agir no mundo real. Ainda
na Odysséa os mortos são as « cabeças privadas de força » e elles precisam de uma ver-
dadeira transfusão do sangue, para responder ao Ulysses (1). Agamemnon, ou melhor
sua pallida imagem, nem assim mesmo recobre seu antigo vigor, elle é incapaz de abra-
çar Ulysses, quanto menos ainda de castigar ou perseguir Klytaimnestra, a pertida es-
posa.
Quando se acreditou que a influencia dos mortos podia ser benefica ou nefasta, co-
meçou para com elles um culto de propiciação, uns ritos de aversão. O primeiro talvez
anterior, pois que em Homero os mortos consultados, como Tiresias, podem proteger,
avisar de seus conselhos — e são impotentes para o mal. Estes conceitos foram a
origem das crenças, conhecidas na Grecia como relativas aos heróes, e em Roma, aos
lares, aos manes — antepassados, protectores da familia, da tribu, da cidade, da patria.
Si um dia veiu em que os mortos foram considerados como temiveis, é tambem por
analogia com a psychologia dos genios — estes eram caprichosos, susceptiveis. Ora,
os mortos, que agora participavam de uma vida parallela, bem podiam ter as mesmas
exigencias e quica as mesmas influencias, mormente se os vivos descuravam de suas
obrigações para com elles.
Acompanhando, como o fazemos, a evolução das idéas antigas a respeito desta vida
particular, invisivel, de que gosam os genios e os mortos, convem lembrar que a idéa
da immortalidade não me parece ser um conceito primitivo.
O primeiro que imaginou um genio não cogitou que fosse elle immortal. Elle sem
duvida, na época do fetichismo grosseiro, participava da natureza do corpo onde era
incluido — animal, durava elle tanto quanto o animal supporte; pedra ou raio, durava
mais; porém dotados os fetichos de um espirito antropomorphico, o espirito, por mais
esquivo que fosse às manifestações visiveis de actividade, não deixava de soffrer das
contigencias communs à Humanidade.
O filho que foi creado na reverencia que o feticho merecia de seu pae, transmittiu
ao filho, ao neto, o respeito que elle guardava, e assim o genio nascido numa geração,
sobrevivendo à outra, viu sua existencia alongar-se, sem que todavia nenhum delles
sonhasse então para o aspirante deus uma immortalidade verdadeira, innegavel.
E indicios d'esta condição mortal dos genios na aurora dos tempos podem de-
duzir-se ainda nos mythos de éras mais avançadas.
Os deuses de Homero, como os homens, soffrem em seu corpo e em seu espirito :
« Quantas offensas, nós, os habitantes do Olympo, temos ja soffrido dos homens, — o
que não soffreu Marte, quando os filhos d’Alöeus, Ótus e Ephiáltes o guardaram
acorrentado 13 mezes n'um carcere de bronze: talvez mesmo Marte, insaciavel de
combates, lá tivesse perecido (2), si Eribaea não indicasse a Mercurio o logar onde
(1) Odysséa, Rhaps. XI.
(2) Iliad. V. 388,
864 21
162 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
estava preso o Deus». E quem fala assim? — E’ Dione, mae de Venus, para con
fortar esta da humilhaçäo e das dores que soffre por ter sido insultada e ferida por
Diomedes.
No Egypto os deuses soffrem a mesma condicäo. Horus quiz um dia ver a
creacäo feita pelo deus Rá como este ultimo a via. Elle fixou ao longe um porco preto:
de repente elle soffreu na vista uma dor de uma violencia extrema, e, lamentando-se,
arrependeu-se amargamente de sua presumpcao. Ra disse entäo aos Deuses: Ide,
collocae Horus sobre o seu leito, talvez elle se cure! — Talvez! |
Rä, elle mesmo que entäo era o Deus grande, Rä envelheceu, a saliva corria
de seus labios e cahia à terra. Isis, que desejava o poder supremo, precisava arrancar
ao Deus o segredo de seu nome. Eis que da terra humedecida pela baba da Rã, ella
molda uma cobra sagrada — o Deus foi mordido : — «Nunca, disse elle entre ge-
midos, soffri dor igual, não ha soffrimento maior, meus olhos não viram o mal,
minha mão não o causou, nem sei o que devo fazer». E o Mestre do mundo, que
creou a agua e o abysmo, que creou o Ceu e o destinou para residencia das almas
dos Deuses, é impotente. A dor cessou sómente, quando elle abandonou sua séde
na nau dos milhões de annos, quando seu coração o abandonou contendo o nome
mysterioso de que Isis se apoderou.
Ora, com a perda do nome, na crença egypcia como na de muitos povos inferiores
em psychologia religiosa, a personalidade desapparece ou para morrer, ou para passar
a uma vida nova. E’ portanto uma morte o fim de uma existencia, mormente si
considerarmos o caso particular da Rã, que de Deus supremo não podia passar a
um grau superior, e antes ficou amesquinhado.
Sei que o texto que citei não é theologico, mas sim magico. Insisto, porém,
em ponderar que precisamente por ser magico, elle corresponde mais estreitamente
as crenças populares, e portanto é mais primitivo ethnologicamente do que as sabias
elucubrações dos collegios sagrados de Heliopolis.
E para rematar as citações, bastará lembrar o Deus Osiris, maleficamente assas-
sinado pelo irmão Set. Elle renasceu? Sim! E’ a prova que tinha morrido. Elle é o
typo dos deuses que morrem periodicamente para renascer, como Adonis, Tammuz,
como Orpheus, como Mithra e outros. E precisamente por este caracter elle foi o
Deus dos mortos e synthetisou as esperanças do povo egypcio durante a sua
historia toda.
Estes dous cultos dos genios e dos mortos, vimol-os evoluindo, por assim dizer
pari-passu, e ainda que distinctos um do outro, influenciando-se reciprocamente.
Os mortos tinham sido comparados aos genios, um passo mais, e elles iam ficar
immortaes, isto é, dotados de uma vida nova, n'um mundo outro.
Esta interpretação da morte é extremamente antiga, pois que nos tempos pre-
dynasticos do Egypto os costumes funerarios revelam-nos sua existencia. Entretanto
o uso do que se chamou a inhumação secundaria permitte e justifica a hypothese que
A. CHILDE — OS DEUSES E OS MORTOS NAS CRENGAS ANTIGAS 163
esta immortalidade, quasi divina, tampouco foi concedida d’uma vez, mas antes por
dilacäo progressiva.
Effectivamente, os tumulos os mais antigos mostram o defunto deitado sobre o
lado esquerdo, a face para o occidente, os membros dobrados na posição de cocoras,
que os ethnographos chamaram posição foetal, — posição que suscitou innumeros com-
mentarios. Alguns acreditam que este uso foi suggerido pelo medo das sombras do
morto. Não o creio e aceito a opinião do Professor Naville, que vê n'esta attitude a
postura commum de povos numerosos, antigos e modernos, para descançar nos calca-
nhares, à falta de sedes (1).
Os laços, os enveloppes feitos de rêdes de fibras, como no Perú, na Bolivia, no
Chile, ou de pelles, como no antigo Egypto, têm apenas por fim manter o corpo
na posição, apezar da contractura cadaverica.
Era esta a posição do descanço, e tambem da refeição,— era portanto a posição
conveniente a dar ao defunto, que ia viver no tumulo e servir-se dos alimentos
depositados perto de sua mão, como se elle fosse ainda no seu lar.
Este ceremonial cumprido, persuadiram-se nos primeiros tempos os vivos que
o morto era egual aos genios e vivia para sempre no espaço que elles povoavam.
Por que se modificou então mais tarde esta primeira inhumação >
Acredito que foi porque a esperança dos vivos tinha sido burlada. O acaso de
inhumações posteriores no local mesmo, onde já descançava um pretendido immortal,
revelou que, apezar dos alimentos depositados, a maior parte do corpo, as carnes, tudo
que constituia a personalidade morphologica do individuo tinha desapparecido. O
immortal tinha morrido.
E ainda no mesmo periodo predynastico, no Egypto, estabeleceu-se o costume de
exhumar o corpo, passado um certo tempo, quando as carnes se tinham desagregado,
ede reunir os ossos no tumulo definitivo. La a segunda morte era terminal, e foi
certamente um objecto de tristeza e horror para os Egypcios.
Fundo-me, para sustentar esta opinião, contraria as theorias aceitas até hoje,
sobre um texto, que me parece bastante elucidativo e formal; lemos no livro dos
Mortos: «o teu coração, elle será allegrado pelo Deus em duas pessoas ; o que te será
odioso será a segundamorte. A eternidade da duração é tua (2). » — E ainda: « Essas
cousas feitas, a alma do defunto é viva para a eternidade ; elle não morrerá nova-
mente...» (3). — E esta asseveração repete-se ainda em outros capitulos, para tran-
quillizar o morto, para o qual se cumpriram os preceitos do ritual, e que pessoalmente
foi iniciado nos segredos dos nomes divinos.
Esta decomposição era um tal escôlho, considerado como compromettedor da
eternidade, que o Ritual funerario consagra um capitulo todo inteiro (4) para protestar
(1) Fsta interpretação da posição fotal talvez tenha sido dada, pela primeira vez, por I. B. Debret, a respeito
dos Indios Caraibos do Rio Parahyba. (Voyage pittoresque et historique au Brésil, Paris, 1834. T. ıer, pag. 20.)
(2) Livre des Morts.— Trad. Pierret, CIX, r:-
(3) CXXX. 27.
(4) CLIV.
164 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
que o defunto é semelhante ao seu pae Osiris-Khepera, cuja imagem é o homem de
quem o corpo não se decompôüe.— « Ave, Osiris, diz o morto. Salva-me em ti, para
que eu não seja putrefacto, do mesmo modo do que todo deus, toda deusa, toda ave,
todo peixe, todo reptil, todo verme, todo quadrupede, todo morto que se decompõe
à sahida de sua alma depois da morte, e cahe depois de se ter decomposto. Este meu
corpo é daquelles cujos despojos resistem — os seus ossos não se putrificam. .. Mysterio
da modificação dos corpos numerosos, da vida, proveniente do massacre da vida, ex-
ecução de sua ordem... Ave! meu pae Osiris, as tuas carnes são comtigo. Não ha
corrupção para ti, não ha vermes para ti!...»
Os predynasticos já ganharam a experiencia da segunda morte, que revelam as
passagens que citei; e a inhumação secundaria foi, para mim, pelo menos neste povo,
a triste constatação de uma esperança desvanecida.
Assim a immortalidade era ceifada em seu curso. Esta crença é muito fecunda em
deducções, e creio eu que devemos aqui procurar a articulação dos ritos primitivos com
os dogmas novos, isto é, a orientação divergente que seguiram as idéas das gerações
posteriores.
A immortalidade ou a sobrevivencia durava da primeira à segunda morte.
Si o homem soflria a segunda morte, a sua personalidade dispersava-se, pois não
devemos esquecer que para o Egypcio, assim como para muitos povos primitivos,
tanto o corpo como o espirito eram divididos entre genios diversos.
A personalidade humana, quando o dogma foi posteriormente constituido, appa-
rece como um conjuncto feito de elementos hierarchizados.
O corpo material, o Khat, é dirigido pelo coração Ab e animado pela força vital
Sekhem, reflecto de um mundo superior.
O corpo immaterial, sorte de vehiculo intermediario entre o Khat e o mundo su-
perior espiritual, é o Ka, supporte de Bai, a alma acompanhada da sombra Sri.
Emfim o espirito luminoso, que depois de todos os laços materiaes e intermedia-
rios destruidos guarda ainda como o perfume da personalidade desvanecida, e vae
acompanhar o Deus Rã, em sua viagem diaria, é o Khou (1).
Esta gradação não surgiu repentinamente na theologia egypcia, foi obra dos
tempos, e mesmo assim ella não guarda um rigor absoluto em todos os espiritos.
Metaphysica em excesso, ella foi antes um segredo de iniciados, do que a convicção da
massa popular.
(1) Por estranha que possa parecer esta multiplicidade de almas num só individuo, a idéa egypcia não deve ser
criticada cegamente. Não seria necessario insistir muito para descobrir nella as tres almas de Platão, ou as duas
de Aristoteles.
E contemporaneos nossos não fariam grandes dificuldades para admittir como entidades distinctas o espirito
ou intelligencia — a força vital de Stahl, e de Bichat, e a alma, mais ou menos independente, mais ou menos con-
fundida com o principio vital precedente. Theorias que se conservaram através da Historia, até hoje nas seitas
filiadas no occultismo, äs correntes pythagoricas.
A. CHILDE — OS DEUSES E OS MORTOS NAS CRENÇAS ANTIGAS 165
Além desta repartição mystica da personalidade, as proprias partes do corpo hu-
mano pertenciam a deuses diversos. Assim quando os sacerdotes encommendavam a
mumia do defunto, diziam elles :
Seus cabellos são consagrados a Hapi-Moou.
Sua cabeça ao Deus Ra e a Hat’hor.
Suas orelhas a Mestha.
Seu nariz a Anpu.
Seu pescoço a Isis.
Seu braço a Osiris.
Seus joelhos a Neith.
Seus pés a Phtah.
Seus dedos aos Uraeus vivos.
Ora a segunda morte desligava todos esses elementos— diria eu quasi, todos esses
elementaes disseminando-os, libertando-os.
Que advinha disso ? não podendo mais sonhar com a immortalidade de um con-
juncto que se desarticulava, agarraram-se pelo menos à immortalidade das partes
componentes dos genios particulares — é uma theoria atomica ! E aquelles atomos deviam
reunir-se em combinações novas — formar entidades novas.
Isto foi um dos germens da theoria da metempsycose. Ella teve um fundamento
scientifico, por assim dizer, préviamente que penetrar no dominio da poesia, anterior-
mente a toda interpretação moral de castigo e de redempção.
Este ponto de chegada da mentalidade primitiva representa uma encruzilhada de
onde os povos diversos partiram para ritos novos.
Uns pensaram que a immortalidade era um engodo, — havia uma sobrevivencia transi-
toria, breve, à qual bem cedo succedia a decomposição, o esvaimento da persona-
lidade, a segunda morte. E assim pensaram, creio, os predynasticos egypcios do se-
gundo periodo, que tristemente reuniam os ossos descarnados, às vezes de diversos
individuos, juntamente, na mesma fossa.
Outros mais pertinazes em suas esperanças apegaram-se à promessa de uma vida
que, embora esparsa, era vida ainda, e apressaram esta resolução, — incinerando os restos.
Um obscuro sentimento animava-os ainda de certo, é que os elementos diversos
que se iam disseminando, pela sua anterior connexidade, sua juncção n'um corpo só,
realizando uma consciencia una, participariam ainda talvez das vidas novas diversas
em que se podiam integrar, sendo assim umas ligadas espiritualmente ás outras. A
consciencia permaneceria talvez superior e distante, ainda que seus elementos fossem
incluidos em seres novos e diversos.
Foi esta corrente mystica, que n'uma época tão remota não parece ter deixado
texto algum a que nos referir ; foi esta corrente a iniciadora certamente do conceito da
metempsycose de que falavamos ha pouco.
166 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Os Egypcios predynasticos do 2° periodo tentaram as vezes este recurso da
incineracäo dos restos.
Emfim uma outra corrente mais forte, e que se impoz para sempre no Egypto, foi
aquella que eternizando o corpo material pelo embalsamamento, persuadiu-se d'esta
forma que evitaria para sempre a destruição do supporte da personalidade, da con-
sciencia, e venceria a segunda morte, o aniquilamento.
O embalsamamento teve uma importancia tal no Egypto, que devo narrar rapi-
damente como elle se praticava.
Havia tres classes de mumificacäo. A mais rica, a 1°, que custava um talento de
prata, cerca de trinta e cinco contos de nossa moeda, com a valorização do numerario
na antiguidade, constituia um verdadeiro luxo posthumo, sómente accessivel ás familias
reaes ou aristocraticas.
Emquanto o Mestre dos Ritos cantava as fórmulas sagradas do Livro do embalsa
mamento e indicava d'um traço de pincel, no flanco esquerdo, o logar preciso da incisão
a fazer para extrahir as visceras, um paraschiste cortava a pelle com uma faca de pedra
lascada. Immediatamente todos os assistentes injuriavam-no e perseguiam-no — por ser
um acto impio mutilar um cadaver. Os taricheutos extrahiam então o estomago, os
intestinos, o figado, os pulmões e o coração, que depositavam em quatro vasos, ditos
« canopos » pelos gregos, misturavam-nos com aromatos, myrrha, balsamos, asphalto
— productos conservadores, dos quaes tambem se enchia o corpo antes de fechar a in-
cisão. Extrahia-se egualmente o cerebro, com um gancho, pelo nariz, perfurande a la-
mina do ethmoide.
Esses preparativos acabados, os parentes e amigos retiravam-se e o corpo era
immerso durante 70 dias n'um banho de natron — carbonato de sodio.
Emquanto elle ia assim se preparando para frustrar a corrupção, os operarios fabri-
cavam os moveis funerarios, pintavam o sarcophago de madeira e cobriam-no das
preces de costume, em nome do defuncto, com a lista de seus titulos e sua filiação.
Retirada a mumia do banho, ungiam-na de resinas perfumadas, como a do cedro
do Libano. Envolviam-na n'um sudario de linho fino, e ella soffria então o sabio en-
volvimento das ataduras, entre as quaes eram depositados os amuletos e talismans
preservadores. Sobre a face applicavam uma mascara de papelão com uma folha
de ouro, à semelhança do defuncto — e depositavam o corpo n'um primeiro caixão
de papelão pintado e dourado com as divindades da Amentit. Este primeiro por
sua vez, era incluido n'um caixão de madeira, coberto de inscripções, de preces e
das imagens dos deuses funerarios, às vezes protegido pelas azas das deusas Isis e
Nephthys.
Todas as cerimonias, tedas as cautelas aqui descriptas, são a reproducção meticulosa
dos ritos que foram observados à morte do Deus Osiris, e tinham por fim, pela lei ma-
gica da analogia e das participações, transformar o defuncto, qualquer que fosse elle, em
um Osiris — capaz assim de frustrar a corrupção, de conservar o corpo perfeito, como
supporte da personalidade, para a eternidade toda.
E devemos confessar, meus senhores, que os Egypcios pouco se enganaram n'este
A. CHILDE — OS DEUSES E OS MORTOS NAS CRENGAS ANTIGAS 167
particular, pois que podeis ver nas nossas galerias os corpos de alguns contemporaneos
dos Pharaohs, que assim ja atravessaram mais de 3000 annos e que podem hoje,
como qualquer de nós, ser medidos, ou photographados.
kok *
Meus senhores, em tudo que foi exposto até agora tentei mostrar como, pouco
a pouco, os deuses ganharam a immortalidade, e como os vivos, atemorizados pela
perspectiva da desapparição, do aniquilamento, procuraram artificios para assimilar
de qualquer modo a condicäo humana a condicäo divina e assegurar ao morto o
beneficio da eternidade.
Nesta lenta elaboracäo dos conceitos theologicos, assistimos ao poder mais e mais
desenvolvido para as gerações humanas de agir sobre os genios, pelos ritos magicos, e
de se apoderar de algumas de suas faculdades. Ainda que desde o principio todas as
consequencias não fossem logo tiradas, pelo menos umas, de importancia capital para
a propria evolução da religião, foram concebidas e applicadas. E a mais curiosa ao meu
ver, a mais fecunda, foi a captação, e quasi diria o captiveiro, dos genios pelos homens.
Falei da consagração, ao iniciar a nossa palestra; ora, a consagração é propriamente
o artifício que obriga o genio a incorporar-se ao objecto escolhido, consagrado.
E’ dessa consagração que queria falar agora, porque ella appareceu no começo
de toda crença, porque ella persistiu através a evolução toda de cada religião, porque
ella penetrou no dominio das theologias as mais elevadas, e disfarçando os motivos,
as hypotheses primeiras sobre as quaes o rito foi creado, ella reina até na nossa vida
civil, em actos solemnes, em cerimonias officiaes, com o nome inoffensivo de inaugu-
racäo, com a etiqueta escusa de homenagem.
Este rito de consagração — fundamentalmente invocação — applicava-se a todos os
actos de começo, — por isso se entende: fundação de cidades, construcção de templos,
erecção de estatuas ou monumentos votivos, estabelecimento de um lar familiar, sa-
gração de um rei, ordenação de um sacerdote, tribunato em Roma, denominação de
uma creança, ritos de passagem, heroisação, divinisação de um imperador, apotheoses,
rito funerario.
Talvez pareça estranho, de relance, que eu reuna e unifique em synthese o culto
dos deuses, o culto dos mortos, a consagração e a divinisação. Mas sem entrar nos
pormenores que permittem segundo as tribus e os tempos de differenciar ao infinito
quasi as modalidades d'aquelles ritos, o que procuro aqui é dar conta do conceito
basico, fundamental, da idea, nucleo que permittiu aos homens d’outr’ora conceber
estes cultos parallelos, embora elles se entrechoquem às vezes.
Ora, trata-se aqui exactamente do mesmo principio: aquelle que expôz, o qual,
psychologicamente, admitte a possibilidade para um genio de enthronizar-se num feticho,
numa estatua, e a possibilidade para um homem de tornar-se heröe ou deus.
168 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Quando o antigo divinisava um homem, um rei, elle não mudava um ser material
em ser divino, como poderia eu dizer, pela alteraçäo de sua natureza propria. Nao! elle
fazia daquelle ser vivo 0 que fez anteriormente do objecto tornado feticho, ou por tal
reconhecido ; elle fazia delle a séde de uma divindade ; o homem passava a ser idolo e
deus, porque penetrado em sua essencia pelo Deus, que tinha sido invocado, constran-
gido magicamente, e que dest’arte vinha residir no corpo vivo do pharaoh, ou do homem
consagrado !
E não era o symbolismo da dignidade que tornava o individuo sagrado, — era o
corpo proprio da pessoa que se achava então numa relação tal para com o Deus, que elle
cessara de ser profano, para tornar-se sagrado. Ninguem desde então podia portanto
tocal-o, ou tocar os emblemas de sua divindade sem commetter o crime de violação, e
consequencia extraordinaria : este contacto como que passando um effluvio sagrado
dum ao outro, deixava o primeiro sacrosanto, emquanto o profano, manchado, tinha
que se purificar e ás vezes devia expiar pela morte sua imprudencia.
Plutarcho conta-nos que si um romano encontrasse em publico um tribuno, a regra
religiosa exigia do primeiro uma purificação.
Um exemplo entre mil achamos ainda no Livro de Esther — quando o rei fixando
o olhar sobre a rainha que entra, esta desmaia (ou finge desmaiar) sobre o hombro
d'uma ala; O rei dá porém o sceptro a tocar, e estende-o depois sobre a cabeça da
rainha, que está assim salva do perigo de morte. Este cerimonial era egypcio tambem;
e devemos ver uma lembrança do medo primitivo que tinham os fieis em approximar-se
da radiação divina, os subditos em olhar para o rei, — nos actos de prosternação e
nas genuflexões em uso nos cerimoniaes reaes e religiosos, hoje ainda.
Os reis eram enthronizados com um cerimonial religioso, pois que eram ao mesmo
tempo reis e pontifices, Nos Gregos, rei, archonto, prytano são synonymos. O rei é o
chefe supremo do culto, aquelle que mantem o fogo sagrado, offerece o sacrifício e se
dirige aos Deuses. Para este mistér, deve elle ser puro. Menelaus no Orestes de Euri-
pides, quando o filho de Agamemnon pretende succeder ao pae no throno de Argos,
diz-lhe: Podes tu, coberto como és de sangue humano, tocar os vasos de agua lustral e
offerecer o sacrificio ?
Em Roma o principe, conduzido ao cume do Monte Capitolino, sentava-se numa
cathedra de pedra, a face para o sul. Um augur à sua esquerda, tendo em mão o lituo,
figurava no espaço as casas celestes, dos quatro pontos cardeaes, invocando os genios
superiores, e, pondo a mão sobre a cabeça do rei, supplicava os Deuses de mostrar por
um signal que aquelle novo intermediario lhes era persona grata.
No Egypto, onde o rito se perde na noite dos tempos, pelo menos até ao 4º mille-
nario antes de nossa éra, o pharaoh não é somente intermediario, elle é Deus. Elle
sómente pode impunemente abrir as portas do naos divino, e contemplar face a face o
deus, seu pae. Todo offerecimento aos Deuses, quer pelos vivos, quer pelos mortos, é
feito pelo rei, e a formula invariavel Suten hotep dou — o Rei faz a offerta — conser-
vou-se até as ultimas edades, nos tempos gregos e romanos.
O Collegio Sacerdotal de Heliopolis compunha primeiro, consultando os astros, o
A. CHILDE — OS DEUSES E OS MORTOS NAS CRENÇAS ANTIGAS 169
nome do novo Pharaoh, de modo tal que elle representasse um dos aspectos da divindade
com a qual ia o rei confundir-se. Pelos ritos magicos empregados nesta occasião o deus
era captado, e com o nome penetrava na essencia mesma do principe.
O nome não era eflectivamente para os Egypcios o casual conjuncto de syllabas,
que se nos afiguram, mas a força viva, presente, do deus, um effluvio de sua energia.
Ainda que singularmente descorado para os modernos, o nome que lembra hoje apenas
uma afeição, ou uma admiração, conserva no mysterio do baptismo um reflexo
daquellas crenças desvanecidas.
O nome tinha para os Egypcios como para os Chaldeus, Assyrios, Hebreus, etc. a
força do Verbo, e este conceito explica para nós as palavras da Genese, onde Deus,
nomeando para o primeiro homem os animaes diversos do Paraiso, os anima de uma
scentelha divina (1). Esta theoria, que atravessou os seculos, está resumida na celebre
palavra da Escriptura — Et Verbum caro factum est — o Verbo tornou-se carne !
O Pharaoh, para completar sua personalidade divina, cumpria então um longo ce-
rimonial, onde assimilava as substancias dos Deuses diversos do Egypto. Elle vestia-se
como cada um delles, punha os ornamentos, pectoraes, sceptros, diademas particulares
a cada um; os sacerdotes recitavam os textos magicos referentes a cada objecto,
porque estas peças, que consideramos como symbolos, não o eram, mas eram verdadeiros
talismans ; sceptros, pulseiras, anneis, que tinham pertencido ao deus mesmo, e que lhe
prestaram auxilio em suas luctas mysticas e portanto guardaram o poder inherente de
protecção, accrescido dos effluvios divinos, por uma longa possessão.
A assimilação do rei ao deus terminava-se então pela mímica dos actos divinos.
Repetindo na mesma data anniversaria, no mesmo logar, os mesmos actos que foram
outrora executados pelo deus, o rei assegurava a absoluta identidade com seu pae divino,
porque um laço mystico, indestructivel, estabelecia-se no espirito dos Egypcios, entre as
duas pessoas, executando no mesmo tempo, no mesmo logar, com a mesma apparencia e
os mesmos accessorios, os mesmos actos. Elles eram, como o objecto e sua imagem no
espelho : identicos. Aqui, porém, a imagem no espelho era o Deus, que o povo não
via, intangivel, — e o objecto vivo era o Pharaoh!
Havia lá, n'este drama mimado uma iniciação para o principe, um mysterio para
os sabios, uma divinização para todos. Ella era logica e indispensavel. Ella era real
tambem, ninguem duvidava de sua virtude, pois que homens que foram antes acoto-
velados por todos, pouco santos aliás, como Amasis 2°, um alegre camarada, tornaram-se
assim deuses. Todo usurpador, para legitimar-se, necessitava d'aquelle recurso ; todo
dynasta, substituindo uma familia real vencida, adoptava os deuses da cidade, ou do
Imperio, ou antes fazia adoptar-se por elles, para reinar sem contestação.
Alexandro comprehendeu-o bem quando, para ser reconhecido como filho do Deus
Amon-Rä, elle emprehendeu a romaria ao Oasis d'Amon, e submetteu-se ao cerimonial
multisecular que transformava os Pharaohs em « duplos » do Deus. Pouco importa que
meio-millenario mais tarde Luciano de Samosate irreverenciosamente tenha tratado
aquella divinidade postiça em seus « Dialogos dos Mortos » : o verdadeiro Diogenes,
(1) A mesma idéa no hymno a Aten de Khouenaten.
864 22
470 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
que morreu em Corintho, no dia mesmo em que Alexandro morria em Babylonia,
provavelmente nao teria discutido a authenticidade d’aquella consagraçäo.
kok UK
A mesma solicitude da irradiação, da penetração divina, domina nos Hebreus —
nós o vemos no Exodo, onde são minuciosamente descriptas as alfaias que devem
revestir Aaron ou os sacerdotes officiantes. São todas as vestes rituaes feitas de material
puro, consagrado. No lumiar do tabernaculo o Sacerdote é purificado e vestido, o oleo
de uncção é derramado sobre sua cabeça. Um sacrifício sangrento é offerecido ao Deus,
um pouco de sangue da victima deve ungir o pontifice na orelha direita, nos pollegares
das mãos, no pé direito. E para terminar a consagração aspergia-se ainda d'umas
gottas de sangue e de oleo do sacrifício as vestes e a pessoa sacerdotal.
Este rito que significa o fim da vida anterior do homem consagrado e um
renascimento a uma vida nova, bastava, nos Hebreus, para transformar um homem em
personagem ungido do Senhor ; elle incorporava então a vontade, o poder do Deus da
tribu de Levi, de lahveh (1).
Assim, 0 rito da captação dos effluvios, da vontade divina, representada, cumprida
pela consagração, é a idéa essencial em redor da qual giram todas as praticas religiosas
da antiguidade. Nós a vimos na sagração do Pharaoh, na ordenação do pontifice. —
Citei-lhes a divinização das estatuas, no começo da nossa palestra, mostrei ainda, como
assimilando o defunto ao Osiris, os Egypcios asseguravam-lhe os beneficios de uma
como que divinidade. A heroização nos Gregos, a apotheose dos Romanos, verdadeiras
canonizações, baseavam-se sobre os mesmos principios.
Estes são a fonte ainda das cerimonias efectuadas para a fundação de uma cidade,
ou a erecção de um templo.
Pausanias descreveu a fundação de Messênê, no Peloponeso: os sacerdotes consul-
taram os Deuses, para saber si o logar lhes convinha.
Submetteu-se-lhes mesmo a disposição das ruas, a planta dos templos e dos palacios ;
os Thebanos sacrificaram à Dionysios e Apollo Ismenios, os Argianos 4 Hora e Zeus de
Nemea, os Messenianos à Zeus Ithomatos, aos Dioscuros, às grandes deusas e aos heróes
locaes — para que aquellas divindades consentissem em vir habitar a nova cidade.
E a construcção iniciou-se sômente no dia seguinte pelas muralhas, e os caminhos,
ao canto dos antiquissimos hymnos doricos acompanhado pelas flautas alternas.
Os Libri rituales recolhidos pelos Romanos consignavam todo o cerimonial usado
pelos Etruscos, na consagração das cidades, dos altares dos templos. E quando Cons-
tantino o Grande fundou Constantinopolis, os ritos que presidiram a fundação de Roma
no VIII seculo antes do Christo foram repetidos textualmente, minuciosamente !
Não se estabelecia colonia alguma, longe da patria, sem consagral-a aos deuses
patrios, aos deuses da metropole: O Moloch de Carthago era o Mel-gart de Tyro.
ar +
(1) Exodo, XXVIII.
A. CHILDE — OS DEUSES E OS MORTOS NAS CRENÇAS ANTIGAS 171
Como os templos, como as cidades, como os marcos limites dos campos, as casas
familiares eram consagradas, protegidas por divindades.
Devo aqui abrir um parenthesis para distinguir na religiosidade da mais remota an-
tiguidade, quasi ao apparecer do homem na terra, umas correntes diversas, indepen-
dentes. Falei dos genios da natureza, numerosos, qne circumdavam os primeiros
agrupamentos humanos: uma mencäo especial merece o genio do fogo.
Os beneficios excepcionaes que prodigalizava o fogo aos primeiros homens, fez
de sua descoberta, e da invenção de acendel-o, e de o manter, um facto de importancia
capital para as origens da civilização.
Que o fogo tenha sido conservado primeiro, alimentando os restos de um incendio
natural nas florestas, ou que o acaso de um choque de silex ensinasse o meio de pro-
duzir a faisca inicial, ou ainda o attrito de dous pausinhos, pouco importa: o novo
genio terrivel ou benefico, creador e destruidor, era tão perto do homem, de uma uti-
lidade diaria tão relevante, que elle ganhou logo a reverencia, os cuidados de toda a
tribu que o pôde captivar, e se impoz à immediata adoração dos mortaes.
Quando as tribus se dividiam, quando uma familia partia do nucleo commum, o
primeiro cuidado na nova residencia era estabelecer o altar do fogo. E este costume,
cercado dos ritos religiosos os mais sagrados, era o testemunho da mais urgente ne-
cessidade para a familia humana. Eis porque as cidades antigas representando o con-
juncto das familias veneravam como divindade primeira o fogo. O altar da cidade era
na Grecia guardado no prytanéo; em Roma, no templo de Vesta. Dionysio de Ha-
licarnasso nos diz que não era considerado possivel fundar uma cidade sem estabelecer
primeiro o altar do fogo sagrado (1). Em todos os sacrificios, ainda que em honra de
Zeus ou de Athenê, a primeira invocação era dirigida ao lar, Hestia ou Vesta.
Ora, aquelle fogo sagrado, cujas primeiras brazas provinham em cada lar do altar
do prytanéo (2), como n'este ultimo, as primeiras chammas foram evocadas do Aither,
pelos ritos solemnes— aquelle fogo sagrado, digo, era tambem uma emanação, uma
irradiação divina — e, para proval-o, basta apontar que um dos ritos os mais escrupu-
losamente observados, para obtel-o no dia 1º de março, em Roma, na occasião da re-
novação do lar, era de concentrar o calor dos raios solares sobre as lenhas prescriptas
pela tradição (3). Era portanto a invocação ao deus, a chamada e a captura do
genio do lar.
E si quizermo-nos lembrar quanto sincera e profunda era a veneração dos*antigos
pelo lar, escutamos a invocação da Alceste no Euripides :
«O divindade ! dona do lar, hoje pela ultima vez curvo-me perante o altar e di-
rijo-te minhas preces, antes de descer ao reino dos mortos. Guarda meus filhos que
me vão perder; dä uma doce esposa ao meu filho, um valente marido a minha filha!
(1) IL 65.
(2) Heitor, remettendo a Enéas o fogo sagrado de Troja, este, através dos mares, procura uma patria
nova, que será o asylo do Deus. (En. 11 297 et ant.)
(3) Plutarque — Numa 9 — Festus, Ed. Muller — Eag. 106.
172 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Faze que elles não morram, como eu, prematuramente, mas que, felizes, vivam uma
longa vida!
A belleza daquella invocação solemne reside precisamente na sinceridade, na
profundidade dos sentimentos que ella revela. Ora os sentimentos decorrentes da reli-
giosidade, tal como a observamos até agora, eram muito poderosos na vida antiga, e
só no correr dos tempos elles se foram enfraquecendo para a massa popular, embora
uns espiritos mais argutos, porém erraticos, ja tivessem provado particularmente a
descrença, a duvida e proferido a critica.
E que as praticas de que falamos relevavam da magia sob seus diversos aspectos.
E’ que a magia não tem sancção, «ella suppre a moral, a honestidade» (1), — é uma
força ou um artifício que submette os deuses tão bem como os homens. Aquella reli-
giäo primitiva não comporta esperanças, senão da realização immediata de um desejo
concreto. A religião assim entendida não é consoladora, e a Humanidade soffre, porém,
de tantos males, de tantas iniquidades, quer por parte da natureza, quer da propria
sociedade, que seu anhelo o mais fervoroso é o da consolação, da compensação. E a
religião do allivio, apoiada sobre uma justiça futura, sobre o balanço do bem e do
mal praticados neste mundo, foi o despique dos infelizes, dos fracos, que não podiam
por si proprios fazer-se justiça, ou não tinham aquella liberdade interior que revela
o estoicismo, a submissão a Ananké sem querelas, ou o desprezo, como o immorta-
lizou Alfred de Vigny na Morte do lobo — a sublime poesia onde o lobo, vencido,
morre sem queixume, pois que não decorre proveito algum dos tristes gemidos»
como o diz Achilles ao velho rei Priamo (2).
No Egypto, tanto como na Grecia, os mythos primitivos não se preoccupam
absolutamente com o valor moral do deus, nem do homem. Si os ritos forem escru-
pulosamente observados, si o defunto for armado de todos os talismans convenientes,
si elle tiver a memoria fiel das palavras e a justeza do tom, da voz evocadora, o que
se chama «ma-khröou», certo de voz, — elle vencerá seguramente na viagem posthuma
e alcançará os paraisos egypcios, os campos de Aarou, dos heröes.
Aliás, porque deveria o homem ser um exemplo de virtude para ganhar os prados
de asphodelos, si os deuses tão pouco eram isentos de eivas. Elles tinham os defeitos
todos, os vicios dos mortaes— sendo feitos à sua imagem. Esta noção da mentalidade
divina é mais impressionante ainda para nós, na Grecia, por ser mais popular a sua
mythologia. Entretanto no Egypto, como na Grecia, os deuses rivalizam, enganam-
se uns aos outros. Citei, ha pouco, Isis roubando o nome mysterioso de Rã; citarei
a lucta fratricida do Osiris e de Set, de Set e de Horus. Encontramos nestas lendas
um como que prototypo dos mythos hellenos.
Assim 0 assassinato, o engano, o adulterio são dos deuses, como dos homens.
pie I
(1) A. Moret — La magie dans Egy ple ancienne, pag. 33.
(2) ll. XXIV. v. 524.
sei ie été
A. CHILDE — OS DEUSES E OS MORTOS NAS CRENÇAS ANTIGAS 173
Como penetrou a moralidade na religião? Existiam já na antiguidade egypcia,
antes que constassem dos rituaes, uns preceitos de ethica; mas elles formavam uma
moral civil, si posso assim dizer. São conhecidos, entre outros, os Preceitos de
Kagemna e os Preceitos de Phtah-hotep, ambos pertencentes ao quarto millenario
antes da nossa era. O celebre capítulo do Livro dos mortos, conhecido sob o nome
de Confissão negativa, foi redigido somente nos começos da 15º dynastia, meiados do
segundo millenario (1).
Os preceitos de moral civil eram regras de vida pratica — mas pela lista de vir-
tudes que elles recommendam, parecem feitos exclusivamente para os ricos e pode-
rosos. Estes, um tanto scepticos sobre o premio da virtude num outro mundo, não
pensavam muito possivel galgar os prados de Aarou, a golpes de beneficios sómente,
porém, para segurar o respeito de seus despojos, para garantir o cumprimento exacto
e fiel das cerimonias funerarias, que eram o unico recurso, o unico apoio de uma exis-
tencia além-tumulo, elles enumeravam aos vivos, eguaes e humildes, às gerações
futuras, as qualidades pelas quaes elles mereciam o respeito affectuoso, — elles diziam
quanto providenciaes se tinham mostrado emquanto neste mundo. E devemos con-
fessar que é no Egypto, pela primeira vez desde o apparecimento do homem no globo,
que as delicadezas da moral a mais subtil foram senão praticadas, pelo menos co-
nhecidas e estimadas.
Estes anciãos não se limitavam a moral passiva, aquella que consiste em não pre-
judicar o desprotegido, em não apropriar-se dos bens, ou da situação dos outros, —
tudo o que constituiu mais tarde o texto da Confissão negativa, mas, ainda mais, elles
se gabavam de ter livrado o fraco do oppressor, de ter castigado o perseguidor do
malfadado, de ter sido o « sorriso do infeliz que chorava », de ter falado com bran-
dura ao desgraçado, até que seu coração não fosse mais apertado pela angustia.
Aquelles humildes, entretanto, que não podiam proteger ninguem, cujos corpos
untados ou não de asphalto, rapidamente embrulhados em saccos, eram depositados
na areia, nas collinas do occidente, tinham no coração a mesma esperança, o mesmo
desejo de eternidade; profundamente infelizes n'esta vida, apesar da benevolencia
episodica, ephemera dos poderosos, contavam naturalmente sobre uma compensação
futura.
A consciencia do bem e do mal não se desperta no individuo, quando muito, senão
a primeira vez que se julga victima da injustiça das cousas ou dos homens; e é de-
pois de ter julgado os outros que examina, às vezes, seus actos proprios, seus pro-
prios sentimentos.
Confiante em seus fetichos, em seus genios, para deferir suas supplicas immediatas,
diarias, como o proletario não se teria persuadido tambem que os genios grandes,
superiores, os neteru — podiam vingal-o na outra vida, de suas humilhações terrestres ?
Como não se teria elle julgado virtuoso e bom, elle cujos peccados eram pautados
pela sua impossibilidade, pela sua penuria, ao lado de vasto teclado de abusos, de
vexames e de vicios praticados pelos senhores ?
(1) G. Foucart — Hre. des Religions, pag. 265. Not. 3, pag. 266, n. I.
174 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
E com a esperança da compensação, com o horror do vicio alheio, despontou
egualmente a molestia do escrupulo ; — o que outr'ora era considerado como uma im-
pureza material, um impedimento ritual, no exercicio das praticas magicas, religiosas,
— passou no dominio moral: — as lustrações que purificavam das contaminações, que
afastavam as influencias nocivas — lavaram então os peccados, os pensamentos maus. —
Era a aurora de uma espiritualidade nova.
RAR
Si estas esperanças imprecisas, vagamente mysticas, nutriam-se no fundo dos
coracöes afflictos, desde uma remota antiguidade no Egypto, elles tomaram de si uma
consciencia mais clara, mais delineada, no dia em que uns theosophos, raciocinando
sobre a natureza do Cosmos, chegaram a schemas philosophicos, que se prestavam
admiravelmente a commentarios ethicos.
Ja citei anteriormente como o dogma da metempsychose encontrava fundamentos
bastantes em theorias deduzidas de observações communs.
A Corrente apoiava-se no renascimento a luz sobre forma integral de elementos
disparsos de uma primitiva unidade. Estas observações costejavam as crenças funerarias
e emprestavam às suas aspirações a certeza de factos empiricos. A semente, fragmento
de uma planta, residuo do fructo que morre, a semente enterrada, renasce à luz e
reproduz a planta mãe. E um symbolo fecundo para os agricultores, e o parallelismo
da semente e das renascenças esperadas é tão impressionante que nos ritos funerarios
do Deus Osiris, dos deuses mortos e resuscitados — a planta que sae à vida, rompendo
o solo —carcere de escuridão, foi immediatamente objecto de um rito symbolico,
allegoria da morte e da resurreição. Este rito, associado como complemento ao rito
funerario, foi mesmo o pretexto de uma theoria moderna, abusiva ao meu ver, que
fez da resurreição dos deuses o duplicatum dos ritos agrarios, invertendo assim a
ordem dos conceitos.
ES
Mas além d’esta certeza de uma vida além-tumulo, que penetrava as almas, jus-
tilicando-se pelo exemplo da natureza, — um outro cyclo de idéas evoluia, convergindo
para a mesma deducção. Vimos que a mentalidade animista destacava um genio, espirito
subtil, passando do espaço invisivel ao mundo real, incorporando-se nos supportes
diversos. O genio é sempre um sopro, um fluido — spiritus ou pneuma. E esta con-
statação permitte-nos estabelecer que os Egypcios eram dualistas, isto é, differenciavam
uma certa materia bruta, o involucro, parte visivel d'este mundo — e uma materia
invisivel de que são feitos os espiritos. Uma e outra substancia, entretanto, devem
corresponder-se entre si, estreitamente em numero e extensão, porque para os antigos
Egypcios como para os Gregos o infinito não podia então ser attributo da divindade ;
a perfeição não era qualidade do infinito, do inacabado. E o mundo para aquelles
philosophos primitivos não representava o infinito, mas a harmonia das partes.
Estas qualidades que são para as religiões modernas essenciaes à natureza da
divindade — representam a evolução do espirito humano, no caminho da abstracção a
A. CHILDE — OS DEUSES E OS MORTOS NAS CRENÇAS ANTIGAS 175
mais metaphysica, e são portanto incompativeis com as primeiras theologias. O que
para estes ultimos fosse infinito, seria logo considerado como imperfeito (1).
N’este todo harmonioso, onde reina não o infinito. mas o indeterminado, o Noun,
os genios fazem parte integrante da massa chaotica, d'onde elles sahirão por pares.
N'esta época, dizem os textos das Pyramides, não havia céo nem terra, homens nem
deuses ainda eram nascidos. No Noun fluctuava o espirito primitivo, o Toum, qual a si
proprio, se creando pelo verbo, gerou os innumeraveis espiritos que animaram os
atomos do Noun. Toum transformou as inercias em genios.
Era uma consequencia logica da concepção de um mundo limitado, tal como o
entendiam de uma parte os Egypcios, e d'outra os philosophos pantheistas, como He-
raklites, Empedocles, Pythagoras, que as almas subindo e descendo n'um serpeamento
continuo, do mundo visivel ao invisivel e vice-versa, atravessassem em existencias
successivas, corpos vivos diversos —o que se chamou a theoria da metempsychose.
Os Egypcios, diz Herodoto (2), pensam que a alma passa sem cessar d'um vivo
que fallece a outro vivo que nasce; e quando ella tem corrido o mundo terrestre,
aquatico e aereo, ella novamente introduz-se n'um corpo humano. Esta viagem dura
3-000 annos.
Todos os elementos existiam portanto para que os Egypcios pudessem revigorar
sua fe de immortalidade pelo espectaculo da natureza, tanto como pelas deducções do
raciocinio philosophico. E a metempsychose egypcia nos é conhecida pelo Livro dos
Mortos, onde capitulos muito antigos (3) ensinavam ao morto a possibilidade de « sahir
ao seu dia» nos Kheperu, ou transformações que lhe agradarem: gavião, phoenix,
andorinha, lotos, etc.
Mas quando a evolução religiosa, depois da hierarchisação dos genios, daimônes
primitivos, synthetizou este sentimento idealista, na supremacia absoluta de uma
divindade superior, una e eterna, — quando, d’outra parte, as almas diversas do mesmo
individuo soffreram a mesma hierarchisação, em planos superpostos — um raio de
pensamento sublime foi o creador de systema religioso completo que interpretado
naturalistamente submettia a vida cosmica a uma inteligencia suprema, foco, sol de
vida, que vae irradiando do deus, através da natureza, até ao coração do mais infimo
insecto: verdadeira philosophia de que a mais admiravel expressão fulgura nos hymnos
a Aten, do Pharaoh Amenhotep IV, cerca de 14 seculos antes do Christo.
«E’ elle, Aten, que da a vida à creanca no seio de sua mãe — elle que dä os
sopros para animar tudo o que crêa. Quando o pinto está no ovo — um piar na pedra
— O Aten, tu lhe das os söpros, no coração da casca, para fazel-o viver.»
(1) A. Dies — Le Cycle Mystique, pag. 5,7, etc,
(2) I — 123.
(3) LXXVI — LXXXVIIL.
176 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Assim a divindade que attingira com o correr da evolucäo religiosa à supremacia,
a unidade absoluta, coroava tambem a obra da evolucäo philosophica. O Deus que
acabava de ser concebido como origem do Universo, tambem passou a ser considerado
como seu fim. Elle tinha alcancado o papel soberano de origem e fim das existencias
individuaes. Um idealismo moral o tinha revestido ao mesmo tempo das qualidades de
perfeicäo, de bondade, de providencia mundial.
x ks %
N’este periodo tambem a alma popular tinha chegado a este conceito de que
falei: conceito de compensacäo na vida futura, para os padecimentos da vida terrestre.
A articulação fatalmente se fez então entre a espectativa fervorosa e o systema harmo-
nioso de uma divindade boa, concedendo a vida pela dispersão de sua propria essencia,
e recolhendo-a depois da morte em seu scio. E a humanidade soffredora quiz logo
entender que äquella beatitude podia elevar-se sO quem tivesse atravessado uma vida
de mortificações, de vexames e de virtude.
e cd
Os Gregos seguiam nas sectas fechadas, nos ensinamentos dos iniciados a mesma
philosophia: Os Orphicos, — Philolaus de Crotone, predecessor do genio de Copernico,
Heraclites, Pythagoras consideravam a vida terrestre como uma expiação. Era como
castigo que a alma estava submettida ao jugo do corpo (1).
O Cyclo era creado com os dogmas da queda e da redempção. A Religião morali-
sadora, supremo consolo, não podia encontrar fórmula mais feliz para acalentar as
almas afflictas. E antes que o Christisnismo se apoderasse do throno soberbo da Roma
pagã, os soffredores já prelibavam nos termos mesmos, que elle vae pronunciar, os
allivios moraes e reparadores dos dogmas de Isis ou de Mithra.
KONATEE
Meus senhores, nesta longa palestra, falamos dos sentimentos e dos raciocinios
dos antigos a respeito dos deuses e dos mortos. E vimos que elles se resumem em mo-
vimentos de fe, de terror ou de esperanca de uma parte, e, de outra, em hypotheses
scientifico-philosophicas, tentativas de comprehensäo racional do mysterio cosmico.
A minha exposiçäo ficaria incompleta si terminasse aqui, sem mostrar que a alma
antiga nao se satisfazia sempre com aquellas doutrinas.
Polytheismo grego, monotheismo egypcio das altas camadas sociaes, pandemonismo
do povo, mysticismo dos iniciados, nada disto respondia plenamente a eterna curiosi-
dade de certos espiritos exigentes, à critica de certos intellectuaes. O homem da gleba
deixava-se seduzir pelas illusöes consoladoras, porque seu coracäo & mais vasto do que
os recursos de sua dialectica ; os poderosos entretanto que tinham desfructado nesta
terra todos os beneficios que a vida concede aos seus eleitos; e certos philosophos
(1) A. Dies — Ob. cit. pag. 58
A. CHILDE — OS DEUSES E OS MORTOS NAS CRENÇAS ANTIGAS 177
scepticos aos quaes o casamento da moral com a physica cosmica, a physiologia, ou a
chimica, parecia illegitimo, embusteiro — estes homens nem sempre acompanhavam o
pensamento commum. Seu ideal era um ideal de dignidade, de liberdade interior —
ideal puramente individual, sem enthusiasmo, que não i!ludia aquelles espiritos perspi-
cazes, espectadores desencantados da comedia humana, e que, o mais das vezes, fazia
delles profundos pessimistas.
Ora, o pessimismo, sob a sua expressão mais amarga, é muito mais antigo do
que o pensamos geralmente. Elle apparece na noite dos tempos, e consiste em contraste
absoluto com todas as theorias que vimos hoje, em negar a providencia a fins humanos,
— a descrer da immortalidade da alma e da realidade dos deuses.
Pois bem: muitos seculos antes de Lucrecio, o fogoso discipulo de Epicuro, pro-
clamar que a natureza escapa, livre e serena, ao poder e à soberbia dos deuses, no
Egypto, perto de 3.000 annos antes da nossa éra, o Harpista cantava assim: « Já ouvi
as palavras de Imhotep e de Hortetef, cantados e celebrados em toda parte. Vêde porém
os logares onde estavam elles : as paredes ruiram, não ha mais nada, — elles são como
se nunca fossem, ninguem vem mais exaltar o que foram, gabar sua opulencia, para
dispôr o nosso coração a deixar conduzir-se ao logar por onde elles se foram. Socega
o teu coração pelo olvido, e sê feliz, cedendo aos proprios desejos emquanto viveres.
Derrama perfumes sobre os teus cabellos, veste-te de puro bysso, serve-te do que ha
de mais precioso para as oblações divinas. Faze mais ainda para te contentar. Não te
cances de seguir os desejos do teu coração, não o contraria, emquanto viver — até que
venha tambem para ti o dia das lamentações, o dia em que aquelle cujo coração
não bate mais, não ouve as lamentações. Lagrimas não podem reanimar o coração
daquelle que esta no tumulo. Não é concedido de levar comsigo seus bens, sua felici-
dade, Nenhum dos que foram jamais voltou. »
Echos magnificados desta voz antiquissima vamos encontrar entre o povo que se
disse eleito de Deus — no Ecclesiaste, que data do III seculo antes de nossa éra, e não
de Salomão, filho de David (1).
« Uma geração passa, uma outra lhe succede — não ha mais lembrança dos pri-
meiros; nem haverá tampouco lembrança dos que virão, quando forem substituídos por
outros mais novos. Pois que no olvido cahem igualmente a memoria do sabio, como a
memoria do ignorante; o tedio dissecou minha vida, a reconhecer todos os males da
terra, e quanto tudo é vaidade e afflicção. E não sera melhor comer e beber, e conceder
a tua alma o livre goso dos fructos do teu esforço, do teu engenho? A sorte dos
homens é a sorte do animal, sua condição é a mesma. Elles morrem do mesmo.
Tudo o que respira tem igual destino, o homem não tem nada além do bruto. Donde
deprehendi que não ha nada melhor para o homem do que fruir de suas obras, de seus
bens. Pois quem sabe o que virá depois? »
Este pessimismo foi tambem formulado pelos Gregos; um discipulo de Epicuro,
morto em Roma, cerca de 300 annos antes do Christo, deixou-nos o seguinte epitaphio :
(1) Cf. Hitzg — Nowack — Wette — Schrader — Reuss — etc.
864 23
178 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
« Nao vae além, transeunte, sem ler-me! Escuta, instrue-te, tu seguiras depois.
Nao ha barco nos infernos, nem barqueiro Kharonte, näo ha carcereiro Eaco, nem
cão Cerberos. Nós todos, defuntos, aqui jacentes, tornamo-nos ossos e pó, nada mais.
Ja disse, segue o teu caminho, com medo de que, morto mesmo, eu te pareça tagarela. »
Rio, 19 de dezembro de 1915.
A. CHILDE.
CONSIDER AÇÔES
CAMPANHA CONTRA A FORMIGA SAUVA
(ATTA SEXDENS (L.) FABR. )
DR. A. DA COSTA LIMA
Considerações sobre a Campanha conta a formiga sativa
(Atta sexdens (L.) Fabr.)
O presente trabalho é uma descripção resumida de algumas observações e
pesquizas relativas à campanha contra a saúva feitas por mim quando trabalhava no
Serviço de Agricultura Pratica do Ministerio da Agricultura.
Os esforços empregados até hoje para combater a saúva não teem alcançado o fim
principalmente porque falta uma organização collectiva dos agricultores, por descuido
ou carencia de recursos.
Um lavrador, dispondo de alguns meios, pöde, com grande sacrificio, expurgar a
sua fazenda dessas formigas ; entretanto não poderá impedir que as plantações sejam
frequentemente atacadas por formigas das terras visinhas, onde livremente se des-
envolvem, por descuido do proprietario ou porque este não tenha recursos para comba-
telas. Será, pois, necessario combater a saúva systematica e simultaneamente em
todas as fazendas de uma localidade.
Tal serviço, comprehende-se bem, só poderá ser emprehendido pelos poderes pu-
blicos que deverão organizar e manter uma brigada composta de pessoal habilitado na
pratica da destruição de sauvas.
As condições actuaes de vida dos nossos lavradores não permittem absolutamente
que se possa obrigal-os a ter as suas terras expurgadas de saúvas.
* Sendo esta formiga a praga mais espalhada e mais nociva em todo o Brasil é na-
tural que o Governo seja o principal interessado nos prejuizos que ella acarreta à agri-
cultura e por consequencia às finanças do paiz, uma vez que a agricultura é a nossa
principal fonte de riqueza. ;
Varios methodos teem sido empregados para combater a saúva. Nao me deterei
em descrevel-os, nem em critical-os, porquanto o assumpto tem sido bastante dis-
cutido ; de todos, porém, os que ainda dão melhores resultado na pratica são :
— a applicatäo de liquidos formicidas directamente nos olheiros do formigueiro,
sem intervenção de qualquer apparelho ;
182 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
— o emprego de gazes toxicos que são injectados no formigueiro, por meio de
machinas ou apparelhos mais ou menos complicados.
No serviço de extincçäo de formigas observei, quasi sempre, bons resultados
empregando racionalmente dois dos principaes formicidas do commercio : um que se faz
explodir depois da applicacao (formicida Merino) e outro que actua lentamente pelos
gazes que desprende (formicida Schomaker). E
A principal substancia que entra na composição de ambos é o sulfureto de car-
bono. No que actua lentamente ha tambem uma certa quantidade de phosphoro.
Nem sempre, porém, os formicidas dão bons resultados e isso se verifica princi-
palmente quando os agricultores os fazem applicar por operarios que não teem bastante
pratica.
Um inconveniente dos formicidas está na necessidade de despejar agua pelos
olheiros, a qual, muitos muitas vezes, tem de ser trazida de um ponto distante. O maior
obstaculo, porém, ao emprego dos formicidas, é o preço elevado destas preparações.
Os apparelhos que produzem gazes toxicos e os impellem para dentro dos for-
migueiros nada mais são do que modificações do antigo folle e, quasi sempre, sem
offerecer vantagens superiores a esse apparelho primitivo.
Em todos elles o gaz toxico é obtido seja pela simples queima do enxofre, seja
desta substancia misturada com arsenico.
Eu acho que um bom typo de apparelho, para a producção e propulsão de gazes
toxicos, é o apparelho Clayton.
Nunca fiz, com este apparelho, experiencias sobre a formiga saúva ; conheço-o bem
porque com elle trabalhei, no sevico de expurgo, quando era inspector sanitario da
Commissão de Prophylaxia da Febre Amarella em Belém.
Em 1908 0 Dr. Jayme Silvado publicou uma memoria sobre Desinfecções e Appa-
relho Clayton no Porto do Rio de Janeiro, na qual elle assim se exprime, na pg. 14:
« Foi a formiga saúva que figurou nas minhas experiencias; à vista dos
resultados obtidos estou convencido que a lavoura muito lucrará adoptando o
apparelho Clayton para matar formigas.»
Ha varios typos de apparelho Clayton ; em todos, porém, ha um forno gerador
de gaz e um folle ou ventilador centrifugo.
O gaz obtido no forno passa primeiro por um tubo, onde é resfriado, depois pelo
ventilador e finalmente penetra no compartimento a expurgar, por meio de um tubo
de aço flexivel. Dou aqui um schema do typo de apparelho Clayton empregado na Di-
rectoria Geral de Saude Publica para o expurgo das galerias pluviaes (fig. 1).
Um apparelho Clayton, para formigueiros, dispensa o tubo que aspira o ar do
logar a expurgar, representado aqui pelos varios compartimentos do formigueiro.
No menor modelo de Clayton que conheço, o gaz é resfriado apenas em um tubo
com radiadores e dahi passa directamente para o ventilador. Este modelo, porém, ainda
é grande demais para o expurgo de formigueiros. Não sei si a casa que fabrica esses
apparelhos fará modelos pequenos, perfeitamente proprios para a extincção de formigas ;
A. DA COSTA LIMA — CONSIDERAÇÕES SOBRE A CAMPANHA CONTRA A FORMIGA SAÚVA 183
comtudo, estou bem certo que si ainda não os tiver, não deixará de attender a uma en-
commenda nesse sentido.
O funccionamento do apparelho adaptado seria muito simples: colloca-se o en-
xofre no forno, derrama-se sobre elle um pouco de alcool, que se inflamma, fecha-se a
porta do forno, abre-se um pequeno diaphragma existente na parede para a penetração
do ar livre e faz-se funccionar o ventillador. A combustão do enxofre é mantida a custa
do ar que penetra pelo diaphragma ; o gaz que della resulta é aspirado pelo ventiliador
e, sob pressão, penetra no formigueiro por meio do tubo de aço flexivel.
A’ proporção que o gaz penetra, ver-se-á apparecer a fumaça nos olheiros que
ainda estão abertos. Fechados estes com terra, deve o apparelho continuar a funccionar
durante uma hora ou mais, si for necessario, conforme o tamanho do formigeiro.
A vantagem deste processo está em se obter o expurgo completo de todas as
galerias e panellas em virtude da pressão com que penetra o gaz.
Em algumas experiencias que fiz, collocando saúvas em uma atmosphera de gaz
sulphuroso, verifiquei que ellas resistem durante algum tempo ä sua acção.
Por isto seria de grande vantagem experimentar outros gazes ou vapores talvez
mais activos, sem serem tão perigosos para o homem como o gaz cyanhydrico, deven-
do-se fazer um cuidadoso estudo sobre as possibilidades que possa offerecer o emprego
do chloro,
Teem-se obtido bons resultados com o emprego do anhydrido sulphuroso liquefeito,
contido em botijas de ferro; a applicação é simples, pois o anhydrido sulphuroso ao
sahir da botija gazeifica-se e penetra facilmente nas galerias do formigueiro.
A respeito do emprego dos gazes asphyxiantes não é prematuro esperar grandes
ensinamentos decorrentes do largo uso que teem tido na guerra actual; uma adaptação
à lucta contra as formigas não será absolutamente de espantar.
Tendo revisto rapidamente os principaes meios de combate directos à sauva, passa
a tratar de um meio indirecto de ataque, largamente apregoado entre nós. Refiro-me
ao emprego das formigas cuyabanas, tambem chamadas cearenses ou paraguayas.
Com esses nomes vulgares designam-se especies de formigas perfeitamente dis-
tinctas, cujos habitos de vida podem differir completamente.
A verdadeira, a legitima cuyabana é a Prenolepis fulva Mayr.
Em Itaocara (Estado do Rio) mostraram-me como cuyabana a especie Dorymyr
mex pyramicus (Roc.) Mayr.
Informaram-me que onde existe esta formiga não se encontra a sativa ; entretanto,
percorrendo lá a Fazenda Experimental do Ministerio, encontrei ao lado della a saúva,
que é ahi combatida por meio de ingredientes formicidas.
Em Itaocára não encontrei a Prenolepis fulva.
Na Fazenda da Cachoeira, em Tres Irmãos (Estado do Rio), ha, relativamente,
pouca salva, porém não encontrei a P. fulva. Ha uma outra especie de Prenolepis
18% ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
(P. longicornis Latr.) que invade a casa da fazenda e que ataca todos os alimer. “os,
especialmente o assucar.
Na Fazenda de Santo Antäo, tambem perto de Tres Irmäos, encontra-se a for-
miga cuyabana P. fulva.
No primeiro dia que ahi estive levaram-me a um morro onde havia muitas
cuyabanas e poucas saúvas. Encontrei os ninhos das cuyabanas quasi todos no solo;
vi tambem uma grande colonia destas formigas dentro de uma espadice de palmeira
que se achava enrolada e cahida no leito de um corrego.
No dia seguinte fui a um outro logar da fazenda chamado Colonia do Caixão.
Grande, onde me informaram ser o reducto das cuyabanas. Abi permaneci algumas
horas e verifiquei ser, effectivamente, prodigiosa a quantidade de cuyabanas.
Encontrei, entretanto, em uma elevação de terreno, onde tambem havia abun-
dancia de cuyabanas, um velho formigueiro de saúvas, em grande actividade. Nesse
formigneiro nunca fora, até então, applicado formicida.
Mandei excaval-o até attingir as primeiras panellas e vi os jardins de cogumellos
perfeitos, cobertos de carpideiras e com a cria intacta.
No interior das panellas não vi outra formiga sinão a sativa.
As formigas cuyabanas foram introduzidas nessa fazenda ha mais de sete annos, e
invadiram esse logar ha cerca de dois annos. No mesmo sitio ha outros formigueiros de
saliva, já extinctos, que foram destruídos por meio de formicidas.
Observei, em outros pontos da Fazenda, alguns outros formigueiros de saúva.
O proprietario dessa fazenda informou-me que tem gasto muito dinheiro na
compra de formicidas e que actualmente ainda é obrigado, de vez em quando, a ap-
plicar formicidas todas as vezes que encontra um sauveiro cujas formigas lhe causam
damno consideravel.
Notei mais que na parte da fazenda em que ha abundancia de cuyabanas as
cafeeiros estavam bastante infestados por piolhos [Coccus viridis (GREEN)].
Ao sahir da fazenda, a uns 500 metros distante da casa, encontrei outro grande
formigueiro em plena actividade.
Em Campos ha a sativa em quasi toda a cidade. Vi tambem, em grande quan-
tidade, uma pequena formiga que lá chamam de cuyabana ou paraguaya e que causa
grandes damnos nas casas. E' um verdadeiro flagello para os habitantes da ci
dade.
Não só ataca toda especie de generos alimenticios, como tambem, indirectamente,
da grande prejuizo às plantações.
Convem explicar que um dos factos que então mais me impressionou foi a grande
infestação das plantas por pulgões (Fam. Aphididæ) e por piolhos ou cochonilhas (Fam.
Coccidæ). Atacavam especialmente: laranjeiras, pecegueiros, caramboleiras, roseiras e
canna de assucar.
As formigas são a causa indirecta dessa infestação, porque aproveitam a excreção
desses pulgões e piolhos e os protegem contra o aiaque dos seus inimigos, contribuindo
assim para uma proliferação abundante.
WWNGIDWN “evar
[ap ew e3sog
‘Jap eu e3s09
r
seyjluoyaoa a saoßjnd uod epejauoxa epeueonsse elouejsans e
J148BUI ap siodap a soque ‘sıdajousug ouauaB op sedluno]- ST
te
NS ( JojasuM ap opryiwi )
proualuadxa é zij anb wa olwewue op PWsyog-Z BI]
ra
SE
==
“jap ewı7 e1sog
ojspow apuesh’NOLAWIg oujadedde op ojuaweuoloduny op PLUG - [ “Sly
a
AARARHAANENME
sovoporpos wp opps soy
SS — —"———— — a é
70307 op > op opsourday uvbandx av 70207 j u
fl
i
2
UII.
A. DA COSTA LIMA — CONSIDERAÇÕES SOBRE A CAMPANHA CONTRA A FORMIGA SAÚVA 185
Ao lado de pulgöes e piolhos vi, em todas as plantas, grande numero dessas for-
migas, subindo com o abdomen vasio e descendo repletas de liquido.
Nas casas que visitei todos se queixavam dos estragos causados pela sativa e do
estado das plantas atacadas por pulgöes e cochonilhas; além disso, affirmavam ser a
formiga uma praga que ataca todo e qualquer alimento que näo ficar devidamente
protegido (1). Pois bem, não se trata absolutamente da legitima cuyabana e sim de for-
miga argentina (argentine ant-dos norte americanos) ou Iridomyrmex humilis Mayr.
Encontrei, tambem em Campos, a verdadeira cuyabana ou P. fulva, porem em
muito menor numero.
Proseguindo, dou uma descripcäo do que observei em uma excursäo que fiz äs ilhas
de Catalao e Bom Jesus, em principios de julho do anno passado.
Nessas ilhas da Bahia de Guanabara encontrei abundancia de saúvas.
Na ilha de Catalão vi apenas uma especie escura de Prenolepis, vulgarmente co-
nhecida pelo nome de formiga electrica (Prenolepis longicornis (Latr.) Reg.), perto da
casa de um dos proprietarios da ilha. Não encontrei a P. fulva.
Nessa ilha, em 1911, foram installados, pelo Serviço de Agricultura Pratica do
Ministerio, os seguintes enxames de cuyabanas (2):
10 a 13 de junho,
20 a 8 de julho e
30 a 2 de dezembro; total : 60 enxames.
Em Bom Jesus, onde tambem observei a saúva em quasi toda a ilha, foram collo-
cados, pelo mesmo Serviço, os seguintes enxames :
30 a 13 de junho,
40 a 8 de julho,
40 a 2 de dezembro de 1911 e
70 a 15 de janeiro de 1912; total: 180 enxames.
Essas cuyabanas, segundo informacio (2) do Director do Servico de Agricultura
Pratica, Dr. Dias Martins, vieram da Fazenda do Dr. Monteiro da Silva, no Estado
do Espirito Santo. Ellas pareceram, aos Drs. Dias Martins e Monteiro da Silva, iden-
ticas 4s do sitio do Dr. Carvalho Borges, onde existem as verdadeiras cuyabanas
(P. fulva Mayr), segundo me informou o professor Carlos Moreira, chefe do Gabinete
de Entomologia do Museu Nacional.
Entretanto Moreira, examinando especimens de formigas apanhados na ilha de
Bom Jesus e que lhe foram remettidos a 11 de novembro de 1911, pelo Servigo de
Agricultura Pratica como as cuyabanas installadas por esse Servigo nas duas ilhas,
verificou que eram exemplares da nossa formiga commum do littoral: Apterostygma
pilosum Mayr.
Em Bom Jesus encontrei, em varios pontos da ilha, uma pequena formiga do ge-
nero Pheidole. Essa formiga, segundo me informaram alguns moradores da ilha, parece
(1) Lofgren descreve no « Boletim da Agricultura » de S. Paulo (62 serie, Maio, n. 5 pag. 218) sob o titulo For-
migas cuyabanas, os estragos causados por esta formiga em Campos.
(2) Formigas cuyabanas, « Evolução Agricola », XXX, 3, dezembro, 1911, pag. 18.
864 - 24
186 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
ter sido a especie que foi introduzida na ilha como cuyabana. Tambem näo vi nessa ilha a
verdadeira cuyabana. Seja como för, ou as formigas introduzidas, quer na ilha de Ca.
talão, quer na de Bom Jesus, não eram a P. fulva ; ou eram e por uma causa qualquer
não proliferaram, de sorte que dessa experiencia não se póde tirar nenhuma conclusão
relativamente à acção da Prenolepis fulva sobre a saúva.
Passo finalmente a expôr uma experiencia que fiz quando trabalhava no Gabinete
de Entomologia do Serviço de Agricultura Pratica, em repetição de outra semelhante
realizada pelo Dr. H. von Ihering, em 1906.
O resultado foi inteiramente differente do obtido por Ihering, não obstante ter feito
a experiencia com as mesmas formigas por elle empregadas, isto é, com a quen-quen
(Alta (Acromyrmex) octospinosa (Reich) Em.) e com a cuyabana Prenelopis fulva
Mayr.
A experiencia do Dr. von lhering acha-se descripta numa carta, por elle dirigida
ao Dr. Carvalho Borges Junior, que foi publicada no numero de junho de 1907 da
A Lavoura, pag. 227; eis a carta do Dr. von Ihering:
«Tenho o prazer de lhe participar, prezado senhor, uma boa noticia.
Desde hontem a questão das cuyabanas entrou em uma phase nova, que a
remove da discussão vaga ao campo das experiencias scientificas.
O enxame de ensaio que tinha aproveitado em primeiro logar não me deu
resultado algum. As formigas continham-se num estado meio lethargico. Ex-
pul-as agora no campo ao lado do saúveiro. O novo enxame entrou na caixa
de observação aos 28 de março onde o colloquei, na lata destampada em cima
de uma camada de terra. Desde o começo mostraram-se muito vivas e bem
dispostas. Acceitaram comida, carne e assucar, e já no dia seguinte mudaram o
seu ninho ao chão, logo abaixo da lata ; o que particularmente patenteou-se pelo
transporte da cria. Aos 29 liguei por um tubo largo de communicação a caixa
de ensaio com um ninho de observação de formiga quen-quen. Este ultimo já
tinha em observação desde duas semanas. Estavam bem acondicionados no seu
vidro. Tendo reconstruido a massa föfa brancacenta de sua cultura de cogu-
mellos, da qual se nutrem e no meio da qual collocaram a sua cria. Cortaram
com regularidade pedaços de diversas folhas que lhes dei, incorporando-as ao
ninho que continuamente cresceu. Tudo isto mudou-se com a ligação dos dous
ninhos, cuja communicação era facilitada por varinhas que do fundo de cada
ninho conduziram ao orificio do tubo de communicação. Ao passo que as
quen-quens, com raras excepções talvez, não se dirigiram ao outro ninho foi o
das formigas cortadeiras logo invadido pelas cuyabanas. As quen-quens não se
importaram dos intrusos e estes por sua parte passeavam alli por toda a parte
pacificamente e, como curiosos, respeitando apenas o ninho que era guardado
por forte contingente de quen-quens.
No dia 30 as cuyabanas, ja muito augmentadas em numero, passaram
ao ataque. As cuyabanas mordiam as quen-quens, dando-lhes dentadas nas
A. DA COSTA LIMA — CONSIDERAÇÕES SOBRE A CAMPANHA CONTRA A FORMIGA SAUVA 187
pernas e nas antennas. Nao observei resistencia energica por parte das quen-
quens mas o grande numero de cadaveres de formigas de ambas as partes me
faz crer que particularmente durante a noite de 30 a 31 houvesse combate
continuo e encarnicado.
Ainda a 31 continuavam luctando, tendo eu observado muitas vezes duas
ou tres cuyabanas presas a uma formiga quen-quen. E singular a coragem, com
que as cuyabanas aggridem o inimigo, que lhes é superior em tamanho e força.
Vi uma que na varinha de subida tinha agarrado uma obreira inimiga pela an-
tenna, arrastando-a para cima. Provavelmente o inimigo já era cansado e
ferido ; mas, mesmo assim, era um serviço extraordinario de bravura, visto
que a victima prestou uma resistencia passiva. De repente, com um excesso
de força, a cuyabana arrastou para cima a victima, que então, presa apenas
em uma antenna, ficou pendurada, emquanto a cuyabana com a presa subia a
escada. Aos 31 de março já se notavam poucas quen-quens, e as cuyabanas,
senhoras absolutas do ninho inimigo, começaram a recolher os fructos da
victoria. Invadiram o ninho e roubaram a cria.
São particularmente as nymphas de tamanho médio que procuram, re-
presentando estes insectos brancos no estado molle e immovel em que se
acham, evidentemente uma comida predilecta das cuyabanas. Hoje, dia 1 de
abril, continuam a carregar nymphas. As nymphas grandes são empedaçadas
e transportadas em particulas.
Não distingui bem as partes menores que carregavam, sendo possivel que
em parte consistiam em larvas.
E uma corrente continua de cuyabanas de um ninho ao outro, que se
estabeleceu entre os dois ninhos, dando gosto observar a rapidez com que
a cuyabana, carregada de uma nympha de quen-quen sobe a varinha que lhe
serve de escada e depois de ter desapparecido no tunnel de ligação, apparece
novamente na vara de descida para tomar então o rumo do proprio ninho.
O mesmo valente povo de cuyabanas que me forneceu o prazer destas obser-
vações ha de servir para novos experimentos na proxima semana, em primeiro
logar com ninhos de saúva.
Quanto aos enxames expostos ao lado do grande formigueiro de saúvas,
cuja destruição pelas cuyabanas para mim é a prova pratica do experimento,
nada posso dizer por ora. O que é certo é que no logar onde as expuz não
encontro mais cuyabanas, mas as experiencias feitas por V. S. me fazem
esperar que não fossem destruídas por outras formigas, como suppuz no co-
meço, mas que apenas mudaram de logar na escolha do terreno do novo
ninho e que no proximo verão surgirão de novo. Compromettendo-me a
participar-Ihe qualquer novidade e felicitando a V. S. pela confirmação por
meio do experiemento de suas valiosas observações, sou, com toda estima e
consideração de V. S. attento venerador e amigo. — H. von Ihering.»
188 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Fiz a experiencia num armario com paredes lateraes e porta envidracadas, apre-
sentando no soalho e no tecto aberturas fechadas com tela de arame de malhas muito
finas (fig. 2); afim de obscurecer o interior do armario, cobri a vidraça voltada para
a janella com um papel negro.
Colhi a 26 de maio de 1915 um ninho de quen-quen, que se achava sobre um
muro, entre elle e o telhado de uma pequena casa situada nos fundos do jardim do Mi-
nisterio. Colloquei-o dentro de uma caixa envidraçada e transportei-o para o interior
do armario. Nesse mesmo dia dei folhas de roseira e, dahi por diante, até o fim da ex-
periencia de dois em dois dias ou de tres em tres dias, punha no armario, para as for-
migas, galhos de roseira com folhas.
Deixei as formigas em observação até o dia 4 de junho.
Nesse intervallo ellas transportaram o ninho da caixa envidraçada A para fóra, re”
construindo o jardim de cogumelos entre a cuba de vidro B e a caixa A.
No dia 4 de junho o Dr. Lopes Martins remetteu-me de Mendes um internodio de
taquára contendo cuyabanas. Verifiquei que pertenciam a especie P. fulva Mayr e
vinham acompanhadas da rainha, de larvas e de nymphas.
A 11 de junho recebi de Rocinha, propriedade do Dr. Lopes Martins, em Cam-
pinas, mais dois internodios de bambü com as duas femeas, operarias, larvas e
nymphas de P. fulva.
Para alimentar as cuyabanas collocava diariamente no armario fragmentos de canna
de assucar. Algum tempo depois as cuyabanas installaram os ninhos dentro da caixa
envidraçada e transportaram para ahi a cria, deixando os internodios de bambú inteira-
mente vasios.
O ninho das quen-quens ainda ficou do lado de fóra até o dia 20, pouco mais ou
menos. A 26 ellas o transportaram para dentro do vaso de vidro B e ahi o reconstrui-
ram com folhas seccas e terra que havia no fundo desse vaso.
Em fins de agosto deixei de collocar fragmentos de canna no armario afim de ve-
rificar si as cuyabanas, privadas do alimento habitual, atacariam a cria das quen-
quens.
Ainda vi cuyabanas durante alguns dias, porém o numero foi progressivamente
diminuindo até meiados de setembro. Em fins de setembro não havia mais nenhuma
cuyabana viva.
Durante todo esse tempo apenas collocava folhas de roseira no armario.
O formigueiro das quen-quens ficou ainda em observação até fins de dezembro,
sempre em plena actividade. Depois de desapparecerem as cuyabanas as quen-quens
transportaram o ninho para fóra, localizando-o novamente entre a caixa envidraçada
e a cuba de vidro.
Em principios de dezembro vi, pela primeira vez, os machos das quen-quens escon-
didos nos alveolos do jardim de cogumelos.
Mais tarde notei tambem na cavidade dos internodios de bambü, que deixara no
armario, grande numero de förmas aladas.
Em fins de dezembro deixei de dar folhas de roseiras ; todas as formigas morreram
A. DA COSTA LIMA — CONSIDERAÇÕES SOBRE A CAMPANHA CONTRA A FORMIGA SAUVA 189
até meiados de janeiro deste anno. Nessa occasiäo encontrei um numero consideravel
de formas aladas, principalmente dentro dos dois vasos.
Por esta minha experiencia vé-se que a formiga cuyabana, durante tres mezes que
esteve em contacto com a quen-quen, nao exerceu a menor acçäo nociva sobre as ope-
rarias, nem tambem sobre as larvas ou nymphas, porquanto verifiquei, no fim da expe-
riencia, 0 apparecimento de innumeras formas aladas.
Resta apenas descrever alguns factos que observei no decorrer da experiencia.
Logo que abri os internodios de bambu contendo cuyabanas, muitas sahiram e
espalharam-se pelo armario, outras ficaram junto da cria. Nos dias seguintes ellas
transportaram a cria para a caixa envidracada, reconstruindo os ninhos na camada de
terra e de folhas seccas que havia no fundo dessa caixa.
As quen-quens eram frequentemente atacadas pelas cuyabanas, porém estas
nenhum damno visivel causavam as outras. Geralmente quando collocava novos fra-
gmentos de canna de assucar no armario, estes ficavam em pouco tempo cobertos de
quen-quens. As quen-quens eram sempre vistas em grande numero em todo o armario,
especialmente depois de ter cortado e transportado para o ninho todas as folhas dos
galhos de roseira que eu lhes dava. No fim de algum tempo, porém, chegava aos
fragmentos de canna uma cuyabana, e, em poucos minutos, formava-se uma corren-
teza de cuyabanas, nos dois sentidos, entre o ninho e os fragmentos de canna. Quando
ellas chegavam a canna, encontrando ahi as quen-quens, procuravam afugental-as e
para isso davam-lhes dentadas em todo o corpo, especialmente nas articulações das
pernas e das antennas.
Quando a quen-quen era atacada por uma ou mais cuyabanas, notei que imme-
diatamente estendia as pernas, elevando e projectando o corpo para a frente; ficava,
nessa posição emquanto durava o ataque dos inimigos.
Algumas vezes ella saia dessa posição e andava até ver-se livre das importunas, o
que conseguia depois de percorrer alguma distancia. Geralmente, porém, a quen-quen
não mudava de logar, não fugia, permanecendo na posição acima descripta emquanto
as cuyabanas andavam sobre ella ou perto della.
Findo o ataque a quen-quen abaixava o corpo, ficava na posição normal e movi-
mentava-se como si nada tivesse havido.
As cuyabanas preferiam puxar, com as mandibulas, as antennas da quen-quen e,
ás vezes, dobrando o corpo, encostavam a extremidade do abdomen sobre a antenna,
no ponto em que a prendiam com as mandibulas. Não conseguiam, porém, nem siquer
desarticulal-a.
Observei muitas vezes, sob o microscopio binocular, esses ataques e, logo que
terminavam, examinava cuidadosamente, com augmento fórte, as antennas da quen-quen
nos pontos em que haviam sido mordidas ; comtudo nunca vi o menor ferimento nesses
orgãos que, como se sabe, são os mais delicados do corpo do insecto.
190 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Notei mais que a quen-quen, atacada pela cuyabana, de vez em quando fazia
mover o abdomen para cima e para baixo, e que nesse momento as cuyabanas, que
estavam por baixo do corpo da formiga, fugiam em desordem, correndo em zig-zag
de um para outro lado, abaixando e elevando o corpo; em pouco tempo porém, vol-
tavam a atacar a quen-quen, que sem se mover continuava na mesma posição.
No ninho das quen-quens nunca vi cuyabanas, não obstante ficar elle bem perto
do ninho destas formigas. Algumas vezes fiz a seguinte experiencia: amarrava um
cordão a um fragmento de canna fresca, deixava que este ficasse coberto de cuyabanas,
e depois transportava-o para o interior do ninho das quen-quens; immediatamente as
cuyabanas, talvez porque as carpideiras as atacassem, sahiam espavoridas do vaso onde
se achava o ninho das quen-quens e não procuravam la voltar, nem mesmo delle se
approximar.
Por esta experiencia fiquei convencido de que a cuyabana é incapaz de produzir ver-
dadeiro damno à quen-quen, podendo, quando muito, fazer com que a outra formiga,
incommodada com as dentadas, mude o ninho para logar mais distante.
Eu quiz repetir a mesma experiencia com a saúva commum, porém a colonia que
deixei em observação em um grande armario, antes de collocar cuyabanas, não se
desenvolveu bem e no fim de um mez todas as formigas morreram. A causa da morte
foi uma dysenteria, produzida por um micrococcus que isolei e cultivei e que existe
normalmente no tubo digestivo da saúva. Esse germen, que nas formigas em normaes
condições de existencia nada determina, em formigas com a resistencia organica dimi-
nuida, como as da colonia que observei, adquire virulencia capaz de produzir uma
dysenteria mortal.
A diluição das culturas, bem como a diluição das fezes de formigas doentes, pul-
verisadas sobre folhas de roseira, nada produziram nas quen-quens. O mesmo acon-
teceu collocando no armario das quen-quens saúvas recentemente mortas de dysen-
teria.
Quanto à objecção que a minha experiencia não resolve a celebre questão da acção
das cuyabanas sobre a saúva commum, convem notar que a quen-quen é, em todos
os pontos de vista, uma especie muito proxima da verdadeira saúva.
Semelhantemente à sativa, ella corta folhas para criar um cogumelo ( ÆRhozites gon-
gylophora Möller) do qual se alimenta. A differença capital entre a saúva e a quen-quen
está no seguinte: a quen-quen constroe um ninho superficial, com fragmentos de ma-
deira, de folhas seccas, etc., sob o qual prepara uma unica camara contendo o jardim
de cogumelos ; a saúva constroe varias camaras ou panellas subterraneas, cada uma
tendo o seu jardim de cogumelos, ligados umas às outras por meio de galerias ou ca-
naes.
Eu penso que a cuyabana mais facilmente deveria atacar e matar um formiga fraca
e com ninhos accessiveis, como a quen-quen, do que a saüva, que é uma formiga de
corpo mais resistente e cuja progenie vive escondida sob a terra.
Antes de concluir o meu trabalho não posso deixar de dizer alguma cousa relativa-
mente às desvantagens da formiga cuyabana.
O TE
A. DA COSTA LIMA — CONSIDERAÇÕES SOBRE A CAMPANHA CONTRA A FORMIGA SAUVA 191
As formigas do genero Prenolepis dao sempre preferencia à alimentacäo de sub-
stancias assucaradas e dahi o nome de formigas assucareiras, formigas de assucar
(honey ants-formigas de mel, dos americanos) etc.
Gostam principalmente do liquido adocicado excretado pelos pulgöes (Fam. Aphi-
didae) e pelos piolhos ou cochonilhas (Fams. Coccidae e Aleyrodidae).
Chegando junto desses insectos a formiga ingere a substancia assucarada que elles
excretam até a repleccäo completa do estomago, de modo que, ao regressar ao ninho,
ella apresenta o abdomen bastante augmentado e transparente, com os esclerites abdo-
minaes muito afastados uns dos outros (Fig. 3). Além disso, a formiga, afim de conservar
esta fonte de mel, protege os parasitas das plantas contra os ataques dos inimigos (coc-
cinellideos, chrysopideos e chalcidideos).
Nestas condições, auxiliando o desenvolvimento e a proliferação desses insectos,
que causam graves damnos às plantas, ella se torna indirectamente um insecto preju-
dicial à agricultura.
Cito aqui uma observação que corrobora o que acabo de explicar.
Em meiados de outubro do anno passado recebeu o Serviço de Agricultura Pra-
tica uma caixinha de papelão cheia de formigas, remettida pelo Sr. Plinio Alves de
Araujo, inspector Agricola no Estado de Pernambuco, e juntamente com esse material
veio uma carta do mesmo senhor em que elle declarava que essas formigas estavam
causando graves damnos ás plantações em certa zona do Estado e perguntava o que
devia fazer para combatel-as.
Examinando o material verifiquei logo tratar-se da P. fulva Mayr e informei di-
zendo que os damnos observados deviam ser produzidos directamente não pelas formigas
e sim por piolhos e pulgões, que, na falta de medidas insecticidas, continuariam a proli-
ferar, sendo efficazmente defendidos por essas formigas. -
O professor Carlos Moreira disse-me que, quando esteve ultimamente em Pernam-
buco, teve occasião de verificar o pessimo estado das plantas da localidade em que havia
grande quantidade de cuyabanas, devido à abundancia de cochonilhas e de pulgões. Nas
casas a formiga é uma verdadeira praga; no local em que ellas dominam elle não
vio a saúva, havendo entretanto esta formiga nas proximidades.
E' bem possivel, pois, que a grande massa de cuyabanas tenha sido a causa de
afastamento da saúva desse logar.
A formiga argentina (Iridomyrmex humilis Mayr) é especie de habitos muito
semelhantes aos da cuyabana, principalmente no que se refere à acção de afu-
sentar outros insectos dos logares em que ella é introduzida ; onde existe é conside-
rada uma praga, pela diversidade dos damnos que causa ; todos procuram des-
truil-a e não favorecer-lhe a proliferação; porque, pois, não se faz o mesmo com a |
cuyabana ?
‘ao
in de
192 ; : 1 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Pelo que ficou descripto, acho que a cuyabana é uma formiga que, pelo menos,
deve ser evitada. Admittindo mesmo que ella, em grande massa, possa afugentar outros
insectos, penso que a saúva deve ser combatida por outros meios mais efficazes e so-
bretudo menos penso
Museu Nacional, 25 de fevereiro de 1916.
Pa
_
ite
a
y
Ê f é us a - a 1 À
re NH NAN me AHA EN Fri a
N ZN trança u sa ns i Abe sh dire Eee an p
hall Me Qicots ar ol, u ined aie ru
we CAs kon ré te
La 7 i 5 |
| ae rune f Rain La les LT, D pas DETTE TR ei
Fi 5 RL‘ m à ACT =
ra x il
sa
od - a.
~ do
SOBRE ALGUNS CHALCIDIDEOS PARASITAS
DE SEMENTES DE MYRTACEAS
Dr. A. da Costa Lima
Sobre alguns chalcidideos parasitas de sementes
de myriaceas
Em janeiro do anno passado o Sr. Rudolf Fischer colheu de uma goiabeira, na
fazenda do Instituto Oswaldo Cruz, pequenos fructos com aspecto um tanto anormal.
Examinando-os, notei que alguns apresentavam pequenas depressöes na superfieie,
com um pequeno furo no fundo. Abrindo um fructo verifiquei que a regiäo central,
que devia ser occupada pelas sementes, se transformara inteiramente em um bloco duro
que difficilmente podia ser cortado a faca. Na superfice de seccäo havia pequenas esca-
vações ou alveolos mais ou menos esphericos, com 2,m™™5 de diametro, cada um
occupado por um pequeno hymenoptero em uma das phases de evolução ; notei mais
que no mesmo fructo havia tres especies differentes de microhymenopteros.
Os fructos, ainda muito pequenos, já se achavam alterados, porém, nos alveolos
apenas encontrei larvas pouco desenvolvidas.
Todos os fructos foram guardados em uma cuba, para criação dos insectos, e nos
dias seguintes, ao da colheita sahio grande numero de microhymenopteros, todos per-
tencentes à familia Chalcididæ. Uma das especies é do genero Syntomaspis, da tribu
Torymini, sub-familia Toryminæ ; as duas outras pertencem a tribu Eurytomini, sub-
familia Eurytominæ: uma amarella, de genero Prodecatoma, e outra negra, de um
genero proximo ao genero Eurytoma.
Desde então colhi mais material da mesma goiabeira e assim, criando grande nu-
mero desses microhymenopteros, pude chegar 4 conclusão de que as tres especies são
phytophagas, produzindo no interior do fructo uma verdadeira galha ou cecidia.
Emergem sempre em primeiro logar os microhymenopteros do genero Syntomas-
pis, seguem-se os do genero Prodecatoma, sahindo finalmente os da especie negra,
como se póde verificar no quadro que junto ao presente trabalho.
196 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Para obter e contar os microhymenopteros destribui os fructos atacados, ainda
não perfurados pelos parasitas, em pequenos frascos de vidro de bocca larga, do se-
guinte modo:
Frasco n. 1-2 fructos.
» Ole 2-3 »
» ins 3-3 »
» n 43 »
» mn. 5-1 fructo.
» n. 6-1 »
» el )
» n. 8-1 »
Em um outro frasco (n. g) colloquei um fructo, um pouco maior que os outros,
com quatro centimetros de diametro, apresentando alguns furos de sahida dos para-
sitas.
Creio que os specimens que nasceram muito tempo depois dos fructos estarem
guardados originaram-se de posturas feitas pelas primeiras femeas sahidas desses
fructos, as quaes, as vezes, ficavam dentro dos frascos um ou dois dias até poder
retiral-as.
A planta que tem fornecido o material de estudo tem o aspecto geral de uma
goiabeira commum ; as folhas são semelhantes às do Psidium guayava Raddi, entre-
tanto tem cor mais clara e o angulo diedro, formado pelas metades do limbo, é quasi
tão aberto como nas folhas do araçazeiro (Psidium araça Raddi). Os fructos quasi nunca
amadurecem ; alguns, comtudo, desenvolvem-se, chegando a apresentar cerca de quatro
centimetros de diametro, porém quasi sempre teem a superficie irregular e ondeada.
Examinei fructos dessa fructeira de janeiro até setembro e poucos encontrei que
não fossem parasitados.
Ao redor dessa arvore ha algumas goiabeiras communs, porém, examinando-lhes
os fructos, nunca os vi atacados por microhymenopteros.
A 6 de setembro, à tarde, o Sr. Fischer observou grande numero de microhyme-
nopteros pousados sobre as flores dessa goiabeira e examinando esses insectos achei
que todos eram femeas da especie negra ( Euryloma ?). Em quasi todas as flores havia
na superficie do ovario uma pequena cicatriz de cor escura, um tanto elevada. Veri-
fiquei ser ella o resultado da obliteração do orificio externo de um canal, feito pelo ovi-
positor do insecto, conduzindo a uma camada de cerca de 30 ovos, depositados sobre
os ovulos da planta e todos dispostos uns ao lado dos outros. Observei, quasi sempre»
apenas uma camada de ovos em cada uma das lojas ovarianas. Em algumas flores
ainda em estado de botão, notei perfuração semelhante feita através dos sepalos e pe”
talos e, abrindo-as, encontrei os ovos do insecto depositados sobre os estames. Os ovos
apresentam um dos pólos prolongado em uma cauda longa e filiforme.
Completei as minhas observações, sobre a biologia deste Eurytoma (?) e das outras
especies encontradas, examinando fructos em varias phases de evolução.
A. DA COSTA LIMA — ALGUNS CHALCIDIDEOS PARASITAS DE SEMENTES DE MYRTACEAS 197
Dos ovos depositados no ovario da flor saem as larvas, de forma espherica, com
as mandibulas apresentando tres prologamentos basaes ; ellas se distribuem pelos
ovulos produzindo uma depressão na superficie e alimentando-se do conteúdo.
Talvez devido a alguma secreção da larva, os ovulos entumescem e fusionam-se,
de modo que o espaço existente entre elles vae desapparecendo e no fim de algum
tempo só se observa, em cada loja ovariana, um unico bloco, ainda molle, constituido
polos ovulos aggregados. Fazendo, nesse periodo, um córte transversal do fructo en-
contram-se pequenos alveolos contendo a larva, ainda espherica, porém mais desen-
volvida, formando o centro de uma região molle e succulenta, de contorno mais ou
menos circular ; entre essas partes molles ha espaços intercalares em inicio de escle-
rose. Os ovulos que não foram atacados, em vez de evoluir para sementes, murcham
e por fim degeneram completamente ; provavelmelmente o facto é devido a não
terem sido elles fecundados.
A larva desenvolvendo-se na região succulenta que a circumda, augmenta a
capacidade do alveolo que a aloja. Quando acabou de consumir a substancia molle,
o alveolo está rodeado pela zona esclerosada e ella se acha completamente desenvol-
vida, apresentando o aspecto commum das larvas dos chalcidideos. Abrindo agora o
fructo encontrar-se-á, por baixo da casca, dois ou quatro blocos de tecido esclerosado ;
cortando um desses, encontram-se os alveolos dispostos irregularmente no meio da
massa de tecido esclerosado, com as larvas no interior. Estas, no fim de algum
tempo, transformam-se em nymphas e dão sahida das formas aladas que perfuram a
casca e saem deixando um orifício com cerca de um milimetro de diametro.
Ainda não observei as posturas do Prodecatoma e do Syntomaspis, comtudo acredito
que aquella especie faz a postura ainda na flor e que a ultima põe os ovos quando o
fructo esta muito pequeno. A existencia de um ovipositor longo como o do Syntomapis,
faz suppor que elle deva perfurar uma camada mais grossa do que a que é perfurada
pelas duas outras especies.
O cyclo evolutivo do Eurytoma (2) negro realisa-se em cerca de 30 a 40 dias, O
das outras especies deve ser um pouco mais curto.
— O professor Tavares, em sua monographia sobre o Psidium guayava Raddi»
cita a seguinte observação :
« Na Bahia vive uma especie de mosca muito prejudicial as goiabas, por lhes fazer
criação dentro em alveolos contiguos e duros como pedra. Os fructos atacados criam
uns como caroços na polpa, ficando por isso inutilisados.
Por felicidade, ha uns pequeninos hymenopteros parasitas que depositam os ovos
em cima da larva da mosca, emquanto se cria, vivendo de a comer e impedindo assim
a demasiada propagação. Providencial luta natural que estabelece o equilibrio,
quando falta a industria do homem a defender o que é seu. E’ por este motivo que
não consegui ver a mosca, havendo feito grande numero de experiencias e criações em
que sempre obtive só parasitas nos fructos infestados ». :
(As fructeiras do Brazil. A goiabeira ( Psidium guayava Raddi ), pelo professor
Tavares, J. S.; Broteria. vol. XII, fasc. V. Setemb. 1914. Bahia, p. 278, nota.)
198 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
Vê-se claramente, pela leitura do exposto, que elle tambem encontrou na Bahia
goiabas, provavelmente atacadas pelos mesmos parasitas ; foi porém infeliz na apre-
ciação das suas observações e dahi a conclusão erronea a que chegou.
Acredito que a planta, cujos fructos são atacados por esses microhymenopteros,
seja uma variedade da goiabeira commum.
No Districto Federal e no Estado do Rio encontram-se, no meio de goiabeiras
communs, alguns especimens com aspecto igual ao da que existe em Manguinhos e com
os fructos mostrando a alteração descripta; o vulgo denomina-os — aracas de pedra,
nome este improprio, porque elles são goiabas e não araçás. Ha, entretanto, verda-
deiros araçás de pedra. como se pode deduzir das descripções seguintes :
«Araçá de pedra — Psidium oligospermum Mart. Este araçá assim chamado na-
Bahia, é semelhantissimo no arbusto ao araca mirim ou ordinario ; mas o fructo ordi-
nariamente é mais redondo e com a superficie ondulada, muitas vezes com um ponto
lateral preto indicando putrefacção ; tem um caroço grande ondulado ; offerece pouca
polpa, mas essa mais doce que a do ordinario ». ( Joaquim DE ALMEDA Pinto — Diccio-
nario de Botanica Brasileiro. 1873, Rio.)
« Araçá pedra — Psidium petrosum Vell. Segundo a opinião de alguns natura-
listas, e o que posso affirmar pelas minhas observações, é tambem sómente uma varie-
dade do araca do matto ( Psidium araçá Raddi); um pouco maior, mas muito
parecido com a variedade anterior (araçá mirim ), mas menos styptico do que o araçá
do matto ; a polpa tem particulas endurecidas, como se acham na banana-maçã, donde
lhe veio o nome. ( Pecxcrr TH. Historia das plantas alimentares e de goso do Brazil,
1877, Rio.)
Pelas descripções de Martius e de VELLOSO, parece effectivamente que o P. oligos-
permum ou P. petrosum não é senão uma variedade do P. araga Rapp. E” de suppor
tambem, pela descripção dos fructos feita por Pinto e PeckoLr que o aspecto
anormal que apresentam seja devido ao ataque de microhymenopteros, provavel-
mente dos generos Eurytoma, Prodecatoma e Syntomaspis.
Das goiabas atacadas sahiram tambem duas outras especies de microhymeno-
pteros, que devem ser parasitas das especies phytophagas.
A 6 de dezembro do anno passado o Dr. Henrique Aragão, do Instituto Oswaldo
Cruz, deu-me alguns fructos de pitangueira da praia (Stenocalyx costatus Berg.), dos
quaes sahiram muitos exemplares das duas especies de Eurylomini que atacam as
sementes da goiabeira. Essas pitangas eram de côr amarella avermelhada e apresen-
tavam no interior um bloco resultante da fusão das duas sementes, com alveolos seme-
lhantes aos que descrevi nas goiabas parasitadas.
Dou em seguida a descripção das tres especies de chalcidideos phytophagos e das
duas especies parasitas.
Syntomaspis myrtacearum n. sp. 2: comprimento 3,1 mm; thorax: 1,4 mm;
abdomen: 1,5 mm; ovipositor : 5,5 mm.
Cabeca, mesonotum, axilæ, acapulæ, scutellum, dorsellum, metanotum e parte
superior das coxas posteriores de cor verde brilhante. O resto do corpo, castanho ama-
ES ee eee
e
E Fria” TT =
QuadroI
IMPR. NACIONAL
A. DA COSTA LIMA — ALGUNS CHALCIDIDEOS PARASITAS DE SEMENTES DE MYRTACEAS 199
rellado. Olhos e ocellas vermelhos. Scapo amarellado, pedicello castanho, flagello cas-
tanho escuro. Tibias posteriores castanhas com a extremidade inferior escura.
Ovipositor negro. Azas hyalinas com as nervuras de cör creme ou de um castanho
muito claro.
&; Com coloração igual 4 da femea. Abdomen pequeno e ovoide. Comprimento :
2 mm; thorax: 1 mm; abdomen: 1,1 mm.
Syntomaspis myrlacearum n. sp. 2: length 3,1 mm.; thorax 1,4; abdomen ;
1,5 mm.
Head, mesonotum, axillae, scapulæ, scutellum, dorsellum, metanotum and superior
half of the hind coxa — bright green. The rest of the body, yellowish castaneus.
Eyes and ocellæ red. Scape yellowish, pedicel castaneous, flagellum dark castaneous.
Hind tibia castaneuos with the lower end dark. Ovipositor black. Wings hyaline; the
veins light brown.
& Of the same coulour of the female. Abdomen small and ovale : Lenght : 2 mm;
thorax 1 mm; abdomen 1,1 mm.
Prodecatoma sp. (I, figs. 1, 2 e 3.) (*)
Cor geral: ocraceo amarellado. Occiput e espaço limitado pelas ocellas; de cor
negra. Do meio do pronotum até o dorsellum corre uma faixa negra, um pouco mais
larga na parte anterior; interrompida no dorsellum, passa sobre o metathorax e sobre
a borda dorsal ou superior do abdomen, até a extremidade posterior. No abdomen a
faixa apresenta ramificações lateraes, de forma triangular, sobre as bordas posteriores
dos segmentos 1, 2e 3 (I, fig. 3).
= No abdomen do macho a faixa forma um triangulo sobre a borda posterior do
segundo segmento e cobre completamente o dorso do terceiro.
Metade inferior das tibias posteriores, em ambos os sexos, enegrecida. Olhos e
ocellas vermelhas.
Esta especie varia extraordinariamente, não só no tamanho como na coloração.
Assim as femeas, às vezes, apresentam : abdomen de côr castanha avermelhada com ou
sem a mancha negra na borda dorsal ; thorax ennegrecido, excepto aos lados e embaixo
do prothorax ; o resto do corpo de côr acastanhada. Os machos podem apresentar o
thorax e o abdomen mais ou menos ennegrecidos. Quanto ao tamanho: as femeas podem
variar de 2,25 mm. a 4 mm, e os machos de 2 mm. a 4 mm.
Dimensões tomadas em exemplares de tamanho commum :
d'; comprimento; 3 mm; thorax: 1,5 mm; peciolo: 0,5 mm; abdomen: 0,6 mm
© ; comprimento: 2,8 mm; thorax: 1,1 mm; abdomen: 1,3 mm.
Eurytoma (2) sp. (I, figs. 4 e 5). À
© ; comprimento: 3 mm; thorax: 1,1 mm; abdomen: 1,3 mm. Cabeca de cor
castanha, excepto o vertex, que é negro. Parte lateral e inferior do prothorax de cör
castanha ; patas de um castanho claro. As médias e posteriores apresentam as coxas
(*) Não pude determinar as tres especies de Eurytomini por não encontrar no Rio a monographia dos chalcidideos
de Walker.
200 ARCHIVOS DO MUSEU NACIONAL
pretas; nas posteriores os femures sao de um castanho escuro. O resto do corpo é
inteiramente negro. O abdomen da femea é ovoide, nao comprimido lateralmente.
As nervuras das azas são de um amarello muito claro.
&; Comprimento: 2,5 mm; thorax: 1,2 mm; peciolo: 0,2 mm; abdomen: 0,8 mm.
Coloraçäo igual à da femea ; abdomen ovoide, näo comprimido lateralmente.
Nesta especie a ocella mediana acha-se situada no apice da gotteira antennal e as
tibias posteriores apresentam atras uma fileira de cerdas, como no genero Prodocatoma.
Passo agora a descrever os parasitas das especies phytophagas.
Um pertence ao genero Aepocerus e outro provavelmente a um genero novo, muito
proximo do genero Eurytoma. Na incerteza, colloco a especie no genero Eurytoma.
A especie pertencente ao genero Aepocerus parece ser uma variedade do A. simplex
MAYR. O A. simplex foi obtido pelo Sr. Fritz Miller, em Santa Catharina, de figos
contendo insectos de figos — Feigen Insekten (all.) Fif insects (ingl). (*)
? ; Corpo negro com reflexos metalicos violaceos. Propodeum de um azul pavão
brilhante. Primeiro segmento do abdomen de um verde dourado muito brilhante, os
demais são mais ou menos enrugados (chagrinés), com faixas transversas bronzeadas,
alternando com faixas violaceas. Femures de cor castanha ; os posteriores com reflexos
violaceos; tibias e tarsos, anteriores e medios, de um castanho mais claro ; posteriores de
um creme claro.
Dimensões: de 2 mm. a 2,75 mm.
&; Cor semelhante à da femea. No primeiro segmento abdominal ha uma faixa
transversa de côr amarella esbranquiçada. Tibias e tarsos de todos os pares de um
amarello sujo ; os do par posterior um pouco mais claros que os outros.
Eurytoma (2) sp. (Q. Il, figs. 1, 2, 3,4e 5).
Abdomen ovoide em ambos os sexos; na femea alongado.
Corpo em geral negro. Patas com femures quasi negros, tibias castanho-escuras ;
ao nivel da articulação do joelho as extremidades dos dois segmentos são mais claras.
Extremidade inferior das tibias tambem mais claras. Tarsos claros, com o ultimo arti-
culo escuro. Antennas de um castanho muito escuro.
Ocella mediana situada no apice, porém fora da depressão antennal; fileiras de
cerdas na borda posterior das tibias posteriores, como no genero Prodecatoma.
O que ha de mais interessante nesta especie é a forma da antenna do macho, como
se pode ver na fig. 3 (Quadro II).
Dimensões 1,8 mm; 2 mm.
(*) Gustav Mayr — Feigeninsekten. Verhandl. zool. botan, Gesellschaft, 35, 1885, p. 244.
Museu Nacional, Março de 1916.
Quadro 11
i
/
Ip ey
X
ER
D
A
N
Tê N UE TNPR NACION.
A. DA COSTA LIMA — ALGUNS CHALCIDIDEOS PARASITAS DE SEMENTES DE MYRTACEAS 201
Quadro indicativo do nascimento das tres especies de parasitas
7 2a Po Lo a Bla Sle cla ele à
| | | ee A | Cr A = =
AGO B05 60 6 6 Da o 6 E Pie |) eae eos PS pes — 2
ees [ — — — een th —
(ie ne || | Re 2 NS Sle 5 —|— — —
SEMMO NS oo 0:01 0 6 ee: | PE moo ole lee) a]. = LES RULES
Le]
|
|
|
|
|
|
|
|
| ee | 13 Nr 4 — — — —
» Dole ee ee PE ssl lee es PEN ER
a
E. eee) — —
I: A mis Sle = =
D JUS OO ME VA Br Ta 8a 10H ie === —
ie. an as
Ss. — 2 DZ BS) © 108 9 | 4 5/3 6 | 7s 58 2
D' Rolo algo suo o q PR. = es Cr | o) NS az — 4/— 2 sg 15 =
© a
| E. mme RE | Se ae eee o ln ee
| S. ea SO SS Sf] a Sa lS | =
» EA Weer al on vell site tein ais PE is | | | RE RE ie SS
| E. 3 I =". —= — — — = - = = => — — — — — —
Sh = Mol) Se es Se
| É
Oele ares P. = —| 4 318) Sn | 2 GE E
| E. = 38 alle er Ze ee
SER: > = == - | ı =]— 22 —>|> —] 3 1 =
o u OS O80" O O CD. OF | P — — = SB I 24 17 —2 20 ee | 2 = —
[IE — -I- ıl- -|- -|- —|— >|— >|— —-|- —
Dto A 070: ENDE De = = | 32 S| SS = — 72 2722
ae. — 2I—- —| — — = SS SS SS ff SS eS |] OO
| - so == ie =) 5 =
Der ETS aire Ro EN CA Tee eee | = 4
(Me: EG A | = =
Po al IODO D Doi Do == Sher nyo aS sie Sf == == —
IES ps la SS Ss | ei So e
202
ARCHIVOS DO MUSEU NACOINAL
5 6 7 8 9
o So Ric Silo Soa
Outubro,
CORREA E e = =
= = 2, 30) aa
et ok Te | ee we.
— I -|- — | — 1
LL: 275.1, EN MS NN eee
— tj/— 16|— ı Si 1 6
— 2 BA 4p — ah Bar I
= at ee r=] -3 aos I
aero = ee RS ne —
2 a2}/— -I- —| 4 8] 3 1
12621102: a] — aU] PS Er
= E ot) — o 2] =="==" le I
Seu E CESAR: 1 —|— —
A. DA COSTA LIMA — ALGUNS CHALCIDIDEOS PARASITAS DE SEMENTES DE MYRTACEAS
203
Outubro 16
Novembro6...... 50
a
S. — Synlomaspis unplacearum
2 3 4 5 6 7 8 9
PI CRC | CEE (od Oo Oiled VON ie# Diet ©
Ss = ln a à. o.
P. = = = = E = 23 =
Same ee Er I I LOVE
Io 1.19] I a = E
D & = Et
Er I I I
= 15) — | 33) I ve —
— -—|- —|— — — I
E. — — I I
S. — — | 4 1] 1 4 — = eae
P. Sa = E a er
Be lie = = I I
So — — | — 4 14 I
er | er coe == I SZ
Sly es Se See Tu | —
SS ee | S|
| EN pes ep do ete, ee
ts less ch
Sao aS Slo al] == sl —)5$ E
= Sa ae Salle es SS =|—= =
= | TE eee eS ee DD
ER = Sp ll NE D se ee
So — —|— — FE ee eS SS | Ri
P. Se a ee ee I em
Er ES [Res | | ee ee els ee — | tos
S. ee a pes SS ll =
Pe ES SiS pe +
Id eee |
Sols SHS eS HS ets KH SK 7
P. — Prodecatoma sp. E. -- Euryloma (2) sp.
TEE
Pat
onl ehe
N
ee
>,
ill
0718
Au
re
a
+
3
£
.
?