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Full text of "Arte minima : que com semibreve prolaçam tratta em tempo breve, os modos da maxima, & longa sciencia da musica ..."

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in  2012  with  funding  from 

University  of  North  Carolina  at  Chapei  Hill 


http://archive.org/details/arteminimaquecomOOsilv 


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ARTE 

MÍNIMA, 

QUÊ   COM    SEMIBhEVt    rBCLAC,AM 

craca  cm  ccmpo  breve  ,  os  rr;cdc«  da  Máxima  ,  & 

Longa  feiencia  da  Mufica. 

OFFEREflBA 

\jF   f  ACRATISSlMsi    VIRGEM  OUfA  R  I A 

Senhora  No (la ,  debatxt  da  Invocação  da 

QUIETAÇAM, 

CUJA  IMAGEM  ESTA'  EM   A  SANTA 

Sé  delia  Cidade, 

P  O  H     S  E  V      JfV    T  tí  0  % 

O  P.MANOEL  NUNES  DA  SYLVA, 

Meflrc íCathedratico  do  Collegio  de  Santa  Catharina  do  Illuílriffi- 

mo  Senhor  Arcebifpo ,  &  do  Choro  da  Parcchial  Igreja  de  Sarna 

M^Magdalena,  na  qual  foy  baptizado,  &  ultimamente 

Meftre  da  Real  Collegiada  de  N.  Senhora  da  Corceyçaõ 

da  Ordem  de  N.  Senhor  Jefu  Chriílo  defta  Cidade. 


LISBOA  OCCIDENTAL. 

***£%?**£  ANTÓNIO    MANESCAL,   ImpreíTbr 
do  Santo  OíEcio ,  &  Livreiro  de  Sua  Mageílade ,  &  à  fua  curta  . 
impreíTo.  Anno  de  1 725. 
Com  todas  as  Licenças  necej[nrias. 


beatíssima  virgem. 

MARIA. 

FOSSOS  /agrados  pês  (  Divina  Senhora) 
chego  com  humilde  rendimento  a  ijfirtar  efla  mí- 
nima Arte,  daquella  máxima  /ciência ,  que  Jò pa- 
ra louvar  a  Vojjo  Unigénito  Filko,  &  a  Vos  haVid 
de  jer  dos  homens  na  terra  exercitada,  ccmotejjc  Enpjret 
palácio  he ,  dos  Anjos ,  £2  feus  celepaes  mor  adir  es  \  he  efla 
principio  de  meu  de /Velo ,  &  fendpVojJ a  /agrada  Iwtgem  da 
Quietação  primícia  de  minha  cordial  devoçdò ,  a  quem  a  haVta 
de  offertar. 

Os  Authores  dedicad  /eus  liVros,  ou  aos  mais  obrigados,  ou 
aos  mais  poder  o  I os,  ou  aos  maisjabtos  da /ciência  de  queefcre- 
Vem.  Aos  mais  obrigados,  par  a  que  com  a  offerta  lhe  li/orgeent 
a  Vontade $/é  confejjem  agradecidos.  Aos  mais  poder ofos  para 
que  com  fcn poder  Ihegrangeem  cr  e  dito  sfê  tributem  dt/pendios 
Aos  mau  /abios ,  para  que  contra  os  murnmr adores  ffjão  w- 
Veucivd  ejcudo  a  /tias  feitas:  E  como  em  Vos  tenfo  todos  ejles . 
títulos  unidos  cò  too  excefsivagrande/a^  qm  ma  podia  eu  de- 
dicar} A  quem  mais  obrigado^  TSlaôjois  Vos  Senhora  aporta 
por  onde  as  mijericordias  de  Veos  nos  entrab  ?  A  fonte  dende 
mamo  todas  juas  graças  ?  Quem  ha  que  tenha  major  peder* 


$3ó  ihxks  Voí  Senhor  i  todo  o  poder  de  De  os  em  Vojfatmãosi 
B  tiveftes  o  próprio  Deos  em  Vojfo  poder?  Quem  mais  Jabta  ? 
naofois  Vos bux  UniVerfidade  de  todas  as  /ciências ,  &  ema 
da  mufica  a  mais  douta,  que  fò  pudefles  com  aquelle  fober ano 
T  faltem  &  divina  Citharaf  que  David  defejaVa,  que  Vieffe 
ao  mundo ,  cantar  o  noVo  cântico  em  o  Vecacordo  da  Magni- 
ficai, que  foi  horror  do y  inferno ,  alento  para  a  terra,  &gloiia 
para  o  Ceo.  ffois  a  quembaVia  dedicar  efla  drte>  fenão  a  Vos, 
a  quemfou  mais  obrigado  ,fobre  todos  mais poderofa ,  ($  mah 
que  todos  fabia* 

Comtaofeguro  afio  bem  pode  [em  temor  navegar  as  incm- 
ftantes  ondas  de  murmur  adores  lingoas,  fem  temer  naufrágio; 
que  impor  ta, que  o  Gigante  Goliatb  Jayaa  campo  para  adeftru- 
wj  feenvós  tem  afunda  t  (3  a  pedra  para  fe  defender :  que 
importa  a  inveja  ajunte  f eu  exercito  para  a  combater )  Jê  em 
VÓí  tem  ordenado  ef quadrai  para  o  Vencer.  Que  importa,  que 
todo  oinferm  fe  infureçapara  a  tragar  ?  fe  em  Vos  tem  Tor- 
ve in^encivel  para  lhe  rêfiftir.. 

OrSantifshni  Senhora,  jâ  que  we  adittta  de  offere* 
ar  a  Vofjos  pès  éjià pequena  obra,  Ô?  de  implorar  Vojfo  pa* 
tiocmby  logre  o  premio  da  aceitação  para  o  livro ,  do  aproVei* 
ttmentOs  para  os  que  por  elle  e findarem,  &  o  que  o  compo^ 
hvmimitaçao  de yo ff  ai virtudes \  para  que  poffaneffa  ceie /- 
tid¥a&**  com  fem  fober  ams  moradores  ,def pois  das  watt- 
m^^/lavidíy as  Laudes  de  Vo/fts  grande fa*)  gara  bonray. 
S^^yS^^  *fe  Sanúffima  Trindade . 

Humilifllmo  fervo  vofTc» 
0  Paire  Manoel  Nunes  da  Sylva» 

f&e. 


fÇÇ     ***********       ********      501 

W i************   *******  *iad 

PREAMBULO, 

AO     LEYTOR. 

MTJicos  forão  os  motivos ,  cj  me  obrigarão  a  fazer  efla 
Arte.O  primeiro  foi,  logo  de  idade  de  defoito  ar, nos, 
o  ínlaciavel  deíejo  de  inquirir,&  penetrares  foi  ides  íúda- 
mentos  da  Mufica  ;  &  porque  os  Doutos  que  nella  ha  faõ 
taõ  eícaflbs em  communicar  os  talentos,  que  recebei  ao, 
que  fendo  muitos  fazem  o  que  fez  aquelle  a  quem  íó  hum 
lhe  foi  dado;  porefíacaufa  me  refolvi,  ainda  aífiítindoc  m 
©Coro  da  Santa  Sè,efcrever,  perguntando  aos  mudosMeí- 
tres,  que  alfim  refpondem, ainda  quede  vagar. Contra  meu 
eftudoíeoppuzeraó  muitos  inimigos,  principalmente  nu-,, 
que  o  hc  da  íaude ,  &  vida  humana,  rão  forão  tedos  baf* 
tantes ,  para  me  tirarem  o  eftudo ,  porém  forão  para  o  mi- 
norarem. O  que  nefte  tempo  eferevi  foi  íem  formai  perque 
era  íó  meu  intento  o  proveito  próprio. 

Pouco  deípois  principiei  a  eRÍinar  alguns  efrudantes 
Canto  de  Orgâo,  os  quaes  creíccião em  baftante  numero, 
&  para  forrar  o  trabalho  de  lhe  eferever  a  Arte,  fiz  o  Refú* 
mo  da  Arte  de  Canto  de  Órgão  vulgarmente  chamada , 
WSo  ,  para  por  elle  a  copiarem  ;  &  porque  as  copias  fa- 
hião  tâodeíTemelhantes  dooriginal^quelheaecumulàvão 
mil  teftemunhos;  fTzdtíigencia  por  alguma  Arrtimprff* 
fa,  para  por  ella  eítudarem  ,  &  não  achei  noticia  ,  fenão 
da  Arre  d*  António  Fernandes,  que  me  nao  contentou ,; 
por  me  parecer  diffícil  para  mininos  eftedsnm  df  cór, 
Antes  de  fer  Sacerdote  me  derão  a  Cadeira  de  Cantr  Chão. 
em  oSenainirio  do  Arcebifpado,  &  logo  eferevi  a  Simir  a 

ajijj  d  a 


plutdrc.  ap< 
<y[fé.nà.  in- 
çar- comua, 

ijerb.  jci.enc. 


EmmanueT, 


da  Arte  de  Canto  Chão,  para  os  Colísgiaes  do  ditto  Semi- 
nários tk  fuppoíto,  que  de  Canto  Chão,no  ooffo  idioma  tí- 
creveoo  inílgne  Cathedraticode  Coimbra  lJedroTalefío, 
íáo  tão  poucas  Artes ,  que  íó  em  livrarias  íe  achãoj  finali- 
zado o  &efumo  de  Canto  de  O;  gão,  &  a  Summa  de  Canto 
Chão,  principiei  as  Expianaçoensa  eftas  Artes,  para  que 
mais  por  extenfoenfinafle,  o  que  tinha  eftudado,  &  não 
occultaííe  o  talento  que  recebi ,  que  íuppoílo  he  hum  íó 
commuaicado  ,  poderá  íer  íe  multiplique,  &affim  me  li- 
vro da  culpa» que  Plutarco  impõem  aos  que  não  comrou- 
nicão  o  que  fabem ,  que  avalia  per  mayor,  que  a  dos  que 
oão  aprendem  o  q  ignor ão.  Ultimamente  ordenei  o  Com- 
pendio da  Arte  do  Contraponto,  &  Compoítura*a©qual 
não  fiz  particulares  Expianaçoens,&:  meremetto  à  Expla- 
nação do  Canto  Multiíorme,que  lhe  pertence  §e  proroet- 
to  continuar  o  eftudo  com  Bxplanaçoens  particularcs.íen- 
âo  aceito  ,  o  que  oíFereço:  tentoo  dado  conta  dos  motivos, 
que  tive  para  fazer  etta  Arte  ,  que  em  titulo  Minima,  por 
íer  em  comparação  das  que  íe  tem  eferitto,  aííim  no  volu- 
me, como  em  a  forma,  muito  pequena,po/me  accõmodar 
com  hum  verfo,  que  diz. 

'Denvata  folent  Uges  fevvarc  parentum; 
Tenho  dado  conta  dos  morivos  da  obra}agora  a  darei  do 
obrado.  Primeiramente  tem  o  Reíumo  da  Arte  de  Canto 
de  Orgáo  vinte  regras,  da  oitava  até  a  trezena  não  perten- 
cem logo  para  os  principiantes,^  aflim  fenão  darão,  íenão 
quando  forem  aproveitando  :  À  Summa  da  Arte  de  Canto 
Chãu  divido  em  três  Capítulos-,  no  primeiro  íe  achaõ  do- 
ze regras,  que  dão  baftante  noticia  do  Canto  Chãoem  ge- 
ral, noíegundofe  vêem  fette  regras  comprehend  ido  tudo 
o  que  no  coro  (eáiz  de  còr,  conforme  o  uío  da  Santa  Sè  de 
Lisboa,  &  Capella  Real.:  E  nofeteeiro  em  duas  regras  fe 
contém  tudo  o  que  íe  dir.de  còr  em  o  Altar  ^deíde  o  Af. 
perges ,  atò  o  Ice  Miíla  eír.  Não  tratto  na  Arte  de  Canto- 
Chão  dos  Géneros,  Diviíoês ,  &  outras  coufas  pertencen- 
tes ao  Canto  Chãoj  porq  nas  Explanaçoens íe cratta  delias, 


&naÔ  íe  podem  crtudâr',  fem  nelle  eftare  m  muito  aprovei- 
tados. O  rratcado  das  Explanaçoens contem  íctte,  as  quacs 
todas  pertencem  ao  Canto  Chão  ,6c  Canro  deOrgáo;  tem 
mais  três ,  que  íó  pet  terneern  ao  Canto  de  Orgaõ  ,  Sc  Com- 
poftuta.  Tem  o  Compendio  de  Contraponto»  &  Compof- 
tbra  quatorze  regras  j  o  prudente  Meftre  as  dividirá ,  con. 
forme  o  eftado,  em  que  for  diligente  difcipulo. 

Tenho  fatisfeito  minha  obrigação,  agora  benévolo  Ley- 
tor,  te  peço,  fc  em  a  Mulica  es  fabio,  &  nefta  Arte  achares 
alguns  erros,  que  me  parece  feraõ  muitos,  toma  por  tra- 
balho advertirmos,  paraosemmendar:  porque  certamente 
qualquer  boroem  erra,  poiêm  íònefcios  no  erro  perfeve- 
r&o  iCujufvis  hotnmis  efi  errar e,  mulitas,  nifi  injipientes  fer-  G/W* 
feverare  in  error t :  E  ie  es  em  a  Muíica  mcditno,  6c  nefta 
Arte  achares  de  que  tt  aproveites,  ©podes  fazer  '-  £íees 
principiante,  eftuda  por  ella,  &  o  que  duvidares,  o  podes 
procurar  nas  Explanaçoens ,  ou  pergunta-o  a  teu  Douto 
Meftre:  íe  fores  zoilo,  murmura  quanto  quizeres  ,  qu§  aí- 
íim  teconvera,  para  não  perderes  o  nome.   Finalmente 
qualquer  que  fores,  te  peço  louves  a  Decs,  pelo  bom* 
que  nefta  Arte  achares ,  porque  delle  procede ,  &  sò  deve 
íer  louvado  por  todos  os  íeculos,  Amen.j 


EMMANUELIS   ABRANTESIJ 

inlaudem  Auétorisjuxtaopuículi 
infcriptionem. 

E    P  I   G    a   A   M   M    A. 

QUam  Símmam  dich  ,  Magnam  dic  reSlius  Ar  tem  > 
QjúMinimJ  jpecie  mtgna  M agi/ler  agis. 
Qui brevis  ejl ,  ânimos pariter  demulcet  ,  ^  aures: 

Idquod  Semibre)>is}  dulcifo?iu/que  facis. 
Tempore  cunEla  BreVi  tradis  modulamina  Long^e* 

Maxim*  qú  paleai ,  Maximits  ipfe  doces. 
Arte  quidem  Mmimk  permdgna  Voluminaclaudts. 

Muficus  erga  Deus  jure  Voca??dus  eris. 
Qmnh  dumque  refers  ad  Verum  Kumeti ,  &  Unum , 

Quid  tibijvn  jeperejl  ?  Te  fit  Apoik  minor. 


INDEX 

DAS  REGRAS  DO  RESUMO 

da  Arte  de  Canto  de  Orgaó. 

Reg.i.   W^Osfignos ,  érfua multiplica çà@,  p~.il 

^eg-  2«  IlJ  r®al  deduções,  vozes,  &  propriedades,  p.i. 
Reg.  3.  Das  vozes  que  tem  cadafigno ,  iS  propriedade  por 

donde  fe  ca  nta,  p.z  3.  &  4 J 

Reg.  4,  'Das  cantorias ,  &  matanças,  p.q* 

Reg.f.  Das  Claves.  p.q.&  5. 

Reg.ó.  Dos  fignaes do  tempo,  &  proporções.  pjjC 

Reg.  7.  *Das  figuras >&  pavf as  %  &  fias  valias,  p*f.6.&7* 
Reg.S.  *D a  ferfeyç ao  das  figuras,  p.f. 

Reg.9.  Dos  pontinhos,  p.y.&S» 

Reg.  íc.Das  figuras  ligadas  ,  &  atfadas,  p. 8.9. &10; 

R  c  g.  1 1 .  D  osfig  nos  da  Mn  fica.  p.  1  o. 

Reg.  1  i.Da  Hemiolta ,  &  fexqmaltera ,  p.ic.&ii, 

Reg.  1  ^SDas  figuras  majores  que  a  perfeyta ,  p.iu 

Reg.14.Dtfi  entoações.  p. 

Reg.  1 5.D0  modo  de  fazer  mutança.  p.  1 2.  &23I 

Reg.  1 6.<Dafemelhança  das mutança  em  Claves , 

diverfas.  /M3» 

Reg.i  y.De  cantar  os  fignos pelas  linhas  &  t f paços.  ^.14. 
Reg.  1  S.Do  modo  de  conhecer  as  cantorias,^  ufar  dãlasf>.  \  & 
Reg.  iy.  Que  vozes  ha  em  cada  figno  for  cada,      p.i5-cr  16^ 

cantoria. 
Reg,  2 o.  Das  partes  do  compaffo.  p l  & 

INDEX 

Do  Compendio  da  Arte  do  Contraponto,  &  Cctnpcjftura; 

Reg.  1 .    ^T\  A*  efpeciess  &  como  fe  multiplicai.        p- * 7- 

Reg.  2.    rJ  Da  divifao  das  efpecies  em  confinantes,  &  dif- 

[onantes,  P-18- 

b  &eg- 


Rsgj.  T)i  iivifaí  A*eJpsciu,C9nfoM*tisimperfeytAly  i  n- 
perfeyta.  p.jft 

Reg.  4,  T>e  como  das  ]>erfeytasfenao  das  duas 

femelb antes,  p,  l(£ 

Reg.5 .  Das  confonancias,&  di(fonanciastque  tem cadajign&% 

p.i$.&  i8.ate2$. 
Reg.  6.  *Da  effencia  de  cada  confonancia  ,  ou  âiffonancia, 

p.l6.&2J. 

Reg. 7.  Daclaufula,  p.2-].&z%. 

Reg.8.  Do  modo  de  fazer  contraponto,  p.2%.&  29. 

Reg. 9.  Dos  movimento s%  ^.29.30.^31. 

Reg.  10.  Dos  lugares  comuns  compondo  a  ^vozes,p.^  \,&$i. 
Kzg.  1 1  Das  f alfas  t&  ligaduras  em  duas  vozes  ,p.  3  3,^.3  6. 
Reg.  12.73  as  mefmasf alfas  em  3.  &  4  <z/0S£j.  p.  zj.ate  39. 
Reg  13.2J01  tons  t&  fuás  Claves  por  &  quadro,  p.^.&^z* 
&G&.i-l.tDostonsí&  fuás  Claves  por     bmol,)      ^.43.^4^ 

INDEX 

Da  Summa  da  Arte  de  Canto  Chão. 
CAPITULO     I. 

Reg'  *'  ¥*\0S  fenosc°  ífi  or^>na>&  fua  multiplicação^.  1 
í^eg» 2-  L/  '^  J  deducçoes^vozes,  &  propriedades,      p.  2. 
Reg.  3.   *£>rf  j  wÀèeí  de  cadafigno ,  £?-  propriedades  por  onde 
fe cantai),  p.i.&  ?. 

Reg. 4.   Das  Claves.  p  jjj 

Reg.?.  'Das figuras.  Ibidem. 

jK.eg.6.   D<?  mutanças.  p^t 

Reg.  7.  'Dos  intrevallosi  Ibidem'. 

Rçg.s.De  cada  hum  dosintrevallos,^  entoa  coes  j.b.-j.&a 
Reg.9.  Dos  tons,  p.§[ 

Reg.  ío.Dí?í  levantamentos  dos  tons.  p.g.ate  12.* 

Reg.  1  \.Do  conhecimento  das  Antifona$.&  Intróitos,   p.  14. 
Reg.  1 1.  kDá  divifaí  dos  Uns  em  mefires,  &  difipulos,  p.  1 5  .< 

Ca- 


CAPITULO    II. 


**8g'1,  TH  d*  entoações  nas  Fe/peras,        p.  16.  ateio. 
Re£-2'  mJP  Das  entoações  nas  Completas,      p.io.ate  24. 
Reg.3.  7-^í  entoações  nas  Matinas  ,&  Laudes,  pi^ate^o. 
Je  Deum  taudamtts.  p.26. 

Reg.4.  T>as  entoações  na  Prima ,  Jerça,  Sexta }  é<P.  10* 

Noa, 
Kalenda-,  p.it. 

Steila  CM  Ibidlm. 

Reg.5.  O  Offlciff  dos  defuntos ,  p.24, 

Reg.ó.  O  modo  de  cantar  a  Ladainha ,  p.  30, 

Reg  7.  T>aqmnta%à-fefta,&SabbaápdafemanaSantatp^o. 

CAPITUTO    III. 

Reg>1'  I"ll  ^  entoações  na  CMifa.  p.  <^2.ejfeqq. 

Reg.*.  &J?  Do  modo  decantar  as  TayxÕes,  p/50. 

L  I  CE  N  C,  AS. 

DO    SANTO     OFFICI  O. 

POde-fe  tornar  a  imprimir  o  Livro^de  que  eira  Petição 
trará*  &  deípois  de  imprefib  tornará  para  íe  conferir, 
&  dar  licença  para  correr  fem- a  qual  naô  correrá  Lisboa 
Occidental  21.  de  Julho  de  1724. 

Fr.R.Jlancafier.        Cunha.        Syfoa.       Labeâo. 
DO     ORDINÁRIO. 


*^  Dde-fe tornar  a  imprimir  o  Livro  de  q ue  fe  trata,  6c 
JL  defpoisde  impreilo  tornará  para  [fe  conferir,  &  dar 
licença  que  corra  fem  a  qual  não  correrá,  Lisboa  Occi- 
dental 6.  de  Agofto  de  í  724.V 

•V.J.Arctbtfto*  D  O 


DO    P  A  C,  O. 

Ue  íe  poíía  ím prem ir  viftas  as  licenças  do  Santo  Of- 
m  fício,  &  Ordinário ,  &  deípois  de  impreflb  cornará  a 
Meza  para  fe  conferir  êr  taxar  que  íem  ido  não  correrá  Lif- 
boa  Occidental  2 2.  de  Outubro  de  1 724. 

Gahaâ.        Oíiveym       Teyxtyra. 

COmcordaõ  com  ofeu  originais.  Domingos  de  Lif- 
boa  Occidental  26.  de  Outubro  de  1 7*5- 

Fr.  Tedro  do  Sacramento. 

VIfto  eftar  conforme  com  o  original,  pôde  correr. 
Lisboa  Occidental  29.  de  Outubro  de  1725. 
Rocha.    Fr.R.LancaJlre.    Cunha.    Teyxeyra.    Sylva. 

OJe  correr  Lisboa  Occidental  5.  de  Novembro  de 

17*5- 

D.  J.  isdrcebifpô. 

TAyxaõ  efte livro  em  quatrocentos  &:  oycenta.  Lif- 
boa  Occidental  27.  deOutubro  de  1727. 

Tereyra.    Galvão.    Oliveyra.    Teyxeyra.    Bonicho* 


Fc]t   r 


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W 


ESU 

D  A 

ARTE  DE 


E    O  R  G  A  M, 

Vulgarmente  chamada,  malfará frincifiantesn 


:    REGRA    I. 

£*g  MU  SI  O  A  fe  ordena  com  fette  fig.nós 
:  vÂ\^  duTeíeme^que  faô  Gfol  ie,utj  Ala,  mi, 
™^  rciBfa^mii  Cfol/a^Dla^l^Ela, 
^i&^M  S^-Èf^Uftí  Eftesfeniultiplicaó  pelas 
*"  *""""'  jú^sdaroaoeíquerda  três  vczes,&  mais 

fendo  necefurrio.  Osprimeyrcs  fe  çhamaó  grave5,por 
fuás  vozes  Terem  bayxas  :  Os  fegundos  agudos,  por 
luas  vozes  ferem  mais  sitas,  que  ^s  dos  graves :  Os  ter- 
ceyros  fobre  pgudos ,  poi  fuás  vr  zes  ferem  roa-is  altas, 
que  a«  dos  graves,  &  agudos  Também  heneceflaiio 
fe  ig  õás;veí!as;  affim:  Ffa,ut;  Ela,  muDl^M,^ 
Ciol,  fã) uCjBfâ^mij  Aía^iiVejGfol^ejUt. 

A  REr 


2  tyefumó  da  Ant 

REGRA     II. 

M  cada  fette  fignos  fia  três  deducçoens ,  que  faÔ 
,  Gfol,  re,  ut:  Cíoi,fa,uc:  Ffa,  at$  de  cada  numa 
das  quaes  nacem  féis  vozes ,  que  faõ*  ut,íe,mi,  que  ler- 
vem  paraíubirj  fa,  foi,  la,  que  fervem  para  decer.  fcl- 
tas  vozes  fe  governaó  por  crés  propnedades,  que  lao 
Bquadro,  Natura,  Bmol.  Quadro  ferve  para  as  vozes 
da  primeyradeducçaS  ;  Natura  ferve  para  as  vozes  da 
fegunda  de  Jucçaõ }  Bmoi  ferve  pata  zi  vozes  da  ter- 
eeyradeducçaõ. 

REGRA     III. 

Sol,  ce,  ut",  tem  três  vozes,  que  faõ : 
t  Sol,re,ur,  , 

S %  íe  canta  por  Natura;  porque  nace  do  ut  de 

Cfo!,fa,ut,dizendo  foi,  fa,mi,re,uc 
Re,  fe  cancã  por  Btuol,  porque  nace  do  ut  de 

Ffa,ut,dizendo;  re,ut. 
Uc,  fe  canta  por  fjquadro,  par  que  nace  de  li 
mefmo:  dizendo;  ut. 

A  La,  mi,  re,  tem  três  vozes  que  faõ 
la,mi,re,  • 

Li,  íe  canti  por  Natura,  pôrqie  nace  de 

Cfjl.fajUtrdizenio.-U/oI.fa^i^ut. 

M^fícantjprjrBmoli  porque  nace  de 


G 


dê  Santo  de  Orgaô.  * 

Re,  feeanra  por  Quadro;  potquenacede 
Cfol,rejUr, dizendo:  re,uc. 

BFa,  §mi,  tem  duas  vo2e$,  tjuc  faõ 
fa,mi. 
Fa,  fe  canta  por  Brnol;  porque  nacc  de 

FfajUt,dizendo:  fa,a)i,re,ur. 
Kli,  fe  canta  por  Ejquadro;  porque  nace  de 
Gfol,re,ut,  dizendo:  mi^ejUt. 

. 

CSol,fa,ut,  tem  três  yozes,  que  faôj 
Sol,fa,  ut: 
Sol,  fe  canta  por  Bmol;  porque  nace  de 
Ffa,ut;  dizendo.  ío^fajOiijrejUr. 
Fa ,  fe  canta  por  Ejquadro ,  porque  nace  de 

Gfol,retut:  dizendo:  fa,  mi,  re,  ur. 
Ut,  fe  cancã  por  Natura,  porque  nace  de 
íimefmo:  dizendo:  ut. 

DLajfol  re,  tem  três  vozes,  que  faó 
la,  foi,  re, 
La,  fe  canta  porBmol,  porque  nace  de 

Ffa,ut,  dizendo:  Ia,fol,fa,mi,re,ut, 
Sol,  fe  canta  por  Ejquadro,  porque  nace  de 
Gfol,ut,re,  dizendo:  (ol^mi^c^uty 
Re,  fe  canta  por  natura,  porque  nace  de 
CfjjjfcjUt,  dizendo;  re,  ut. 

ELa,  mi,  tem  duas  vozes ,  que  faó 
la,  mi, 

A  i;  La, 


x  defumo  ãa  Jriel 

La,  fe  catita  por Ejquadro ,  porque  nace  de 

Gíol^ejur,  dizendo;  la/ol^mvejUt. 
Mi,  fe  canta  por  Natura ;  porque  nace  de 

Cfol,fa,ut:'dizcador  mi  re  ut. 

FFa,  ut,  tem  duas  vozes,  que  fa5 
fa,ut, 
Fa,  fe  canta  por  natura,  porque  nace  de 
Cfol,fa,ut,  dizendo: fa,mi;re,uc. 
Ut,  fe  canta  por  Bmol,  porqne  nace  de  fi  mefmo? 
dizendo,  uv 

REGRA     IV. 

AS  cantorias  fao  duas:  de  ^quadro,  &  Natura,  & 
deB  noi,&  Natura;  Sc  em  qualquer  delias  ha 
duas  matanças ;  huma  para  fubir,  em  re  ,  Sc  outra  para 
decepem  la.  Qjando  cantamos  porgquadto  i  Sc  Na- 
tura ,  fazemos  matança  para  fubir  em  Ala,  mi,  re  ,  & 
Db,fol,re,  comandarei  &paradecer  etnEla,  ou,  & 
Ala,mMe,  wman  lo  la.  Por  Bmol,&  Natura, fazemos 
matança  pa|a  fubir  em  Gfol,  re,  ut,&  Dia,  foi,  re  ;  to- 
BB-an  J  -i  re;  #para  decer  em  Dia,  foi,  re  y  &  Ala ,  vai 
te,  t amando,  la. 


1  ~ 


REGRA     V. 

T\  \ra  denaônflraçaõ  dos  fignos,  deducçòens,  &e. 
1    tz\rm  três  dares,  qu;  fe  affigaaõ  em  lioha.no- 

p[Íí>- 


JecdntodeOrgaõ.  ç 

principio  das  regras ,  que  f;ó  clave  de  Ffa,  ur,  que  fe 
aíTigna  no  primeyro  Ffa,  uc  •  clave  de-Cfol, fa,  ut ,  no 
fegundo  Cfol,  fa,  pt  -y  clave  de  Gíol,  re  ut,  no  teiceyro 
Gíol^rejUr:  como  parece. 


Clave  de  Ffa,ut,      De  Cíb1,fa,ur, 


De  GfoljrejUt, 


& 


zi 


S- 


R  E  G  R  A     VL 

Iante  da  clave  feafligna  o  tempo  ,  queda  valia 
ás  figuras  >  o  qual  tem  quatro  fignaes,  que  Ía5 
os  feguintes. 

Tempo  Per-     ■    Tempo  Im-    Tempo  Perfeyto   Tempo  Imper- 

jJjgSl perfeyro.       de  permeyo,  *     fey to  de  permeyo 

1.    ~»  gZ        L— ' 


<£ 


fr 


«^ 


Duas  Proporçoens  fe  uzaõ ,  que  fe  chamaó  mayor, 
&  menor,-  cujos  fignaes  faõ  os  feguintes, 
Proporção  mayor.        Propoçaó  menor. 


•» 


<L> 


á 


_2 


■&5 


REGRA     VIL 

O  Tempo ,  &  proporçoens  dão  valia  a  oyto  figu» 
rasdifferentes ,  fk  oyto  paufas  das  mefmas  figu- 
ras, que  affi  humas3como  outras,  fe  affignâõ  pelo  medo 
feguinte- 

A  ii;  Ma^ 


j  (fyfumò  da  Ãrfè 

Máxima    Longa  Breve   Semi   Mini  Semi  Col-    Semi- 

breve   ma      nima  chea  colchea.' 
r 


Ç\  No  tempo  Perfeito  vai  a  Máxima  doze  com- 
paílbs.-a  Longa  íeis:  o  Breve  três:  o  Semíbreve  hu: 
as  Mínimas  vaõ  duas  em  hum  compaíTo :  as  feminimas 
vaõ  quatro :  as  Coicheas  oyto.1  asSemicolcheas  defa- 
feis. 

f~^  No  tempo  Imperfeyto  vai  a  máxima  oyro  côrn^ 
paffos  a  Longa  quatro:  o  Breve  dous :  o  Semíbre- 
ve hunvas  Mínimas  vão  duas  era  humcompafíb.-asSe- 
íiíinimas  vaõ  quatro:  as  Coicheas  oyto  :  as  Semico!- 
cheasdefaíeis. 

No  tempo  Perfeyto  de  Permeyo  vai  ã  Máxima 
féis  compaíTos :  a  Longa  três :  o  Breve  hum ,  & 
meyo:  oSemibreve  vaó  dous  em  hum  compaf* 
fo:  as  Mínimas  vaó  quatro  em  hum  compaíTo:  as  Se- 
minimas  vaõ  oyto:  as  Coicheas  vaõ  deíafeis:  as  Semi- 
colcheas  vaó  trinta  &  doas  em  hum  compaíTo. 

No  tempo  Imperfeyto  de  Permeyo  vai  a  Máxi- 
ma quatro  compafios:a  Longa  dous :  o  Breve  hu: 
o  Semíbreve  vaõ  dous  em  hum  compaíTo:  as  Mí- 
nimas vaõ  quatro:  as  Seminimas  vaõ  oyto:  as  Coicheas 
vaó  defafeis :  as  Semichokheas  trinta  &  duas  em  hum 
compaíTo. 

3   Na  Píoporçoõ  mayor  vai  a  Máxima  quatro 
2   compaíTos:  a  Lonea  dous:  o  Breve  hum,  o  Se- 
mibreve  vaó  três  em  hum  compaíTo :  ai  Míni- 
mas 


decanto  dz  O vgao.  j 

roas  vaõ  íeis  em  hum  compafio  :  as  Seminimas  doze: 
as  Colcheas  vince  &  quatro:  asSemiçolçheas  quaren- 
la  &  oyto. 

G3  Na  Proporção  menor  vai  a  Máxima  oyto  có^ 
i  paiTos-a  Longa  quatro:  o  Breve  dous :  oSe- 
mibreve  bum  :  as  Mínimas  vaõ  três  em  hum  compaf- 
ío:  as  Seminimas  vaó  féis:  as  Colcheas  doze  ;  as  Semi- 
chokheas  vinte  &  quatro. 

REGRA     VIII. 

TOdat  as  vezes,  que  o  tempo  for  fechado 
O  V\^c  0Díeve  perfeyto,&  tem  três  Semihre- 
tT  ves:  ^  toc^as  as  vezes>  °,ue  dçtíu  de  qual- 
quer final  de  tempo  efiiver  hú  pontinho 
ique  chamaõde  prolação,  heoSemibreve  perfevto. 
f~\  f^  &  vai  três  Mínimas :  ecm  condição ,  que  a 
vL/vli  figufa  perfeyta  para  o  fer  ,  principiará  o 
ternário  nelia,&  fera  branca, Sc  terá  figura,  cu  paufa  do 
feu  tamanho,  ou  mayor  diante,  ou  ao  menos  duas  par- 
tes do  ternário  unidas ,  ou  pontinho,  que charoaõ  de 
perfeyçaõi&  falrando-lhe  hurra  deitas  circunflancias, 
&  condiçoens,  vai  fó  duas  das  fuás  menores,  como  im- 
perfeyto. 

REGRA     IX. 

SEís  pontinhos  fe  achaó  na  Mufica>que  faõ: 
Ponto  de  Augmentaçaó ,  que  fepõem  diante 
de  qualquer  figura  ,  tirando  a  peifeyta}&  lheauga  en- 
ta  mais  ametade  de  feu  valor. 

Ponto 


8  '  defumo  da  "Aiú 

Ponto  de  Prolação  dentro  do  tempo,  faz  õ fcmi^ 
breve  perfeyco ,  &faz  que  as  figuras  valhaõ  três  ve-^ 
zesoque  valiaõ. 

Ponto  de  Perfeyçaô  diante  da  figura  perfeyta,  para 
aprefervar  daàmperfeyçaõ. 

Ponto  de  Reducçaõ  ,  nas  figuras  mayores ,  que  a 
perfeyta;  quando  íe  põem  no  breve  fe  põem  em  cima  j 
&  na  Máxima,  ou  longa  ao  pq  &  lhe  reduz  huma  par- 
te do  ternário ,  que  perde  por  figura  menor  diante. 

Ponto  de  Alteração  ,  fe  põem  quando  no  meyo  de 
sluas  perfeytas  eftaó  três  menores ,  &  põem -fe  diante 
da  primeyra  menor ,  Sc  ahèra  a  terceyra,  que  he  valer 
dobrado* 

Ponto  de  Divifaõ,  no  meyo  de  duas  menores ,  ef- 
tando  entre  duas  mayores;  divide  huma  menor,  para  a 
mayor ,  &  outra  menor  para  outra  mayor ;  da  qual  &* 
yifaóie  ufa  agora,  fazendo  as  ultimas  duas  pretas. 

R  E  G  R  A.     X. 

S  figuras  feligaõ,  pita  ligara  letra,  que  he  di- 
zer húa  fó  fyliaba  da  letra  por  rnuytas  figuras  li- 
gadas; Efta  ligadura  fe  fazattando  humas  com  outras, 
ou  cem  huma  r iíca  por  cima. 

As  figuras  feai  piiçfá  ,    fubindo  todas  faõ  breves, 
como  parece. 


b.b. 


b.b.b.b.b.b. 


'ie  carito  àtOrgaò? 


9 


e 


^&& 


As  figuras  fem  plica,  decendo,  lendo  duas,  íaó  am- 
bas longas;  &  fendo  muytas,  a  jjimeyra,  &  ultima  faó 
longas,&  as  do  meyo  breves. 

li.  l.b.b.I. 


*r 


Efeíubir  a  ultima,  ferábíeve,   &  íóapiirrejra 
longa  i  &  fedefpois  a  primeyra  íubir,  &  tcmar  ade- 
cer,  fó  a  ultima  he  Ionga,&  as  demais  breves. 
I.b.b.b.b.         b.b.b.b.t. 


Toda  a  figura  ligada  com  plica  à  n:ão  efquercta 
para  bayxo  he  breve  ;  &  pata  fima,  a  primeyra,  &íc> 
gunda,  (ãô  femibreves;  &  fendo  mais  ímò  breves,  ti- 
rando a  ultima,  fe  decer,  queJBà  lorga  ccmo  paece. 
b.b.  f.l%.b.i. 


r 



: , 

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, 

3-*-^l 

■ 

1      Cm.k_ 

— < 

■  ' 

-   W 

-4 

" 

i 

i           I 

Toda  afigura  de  plica  âmafcdireyra  fubindo ,  ou 
decendo,  he  longa,  íalvofor  de  corpo  dobrado  ,  que 
fera  a  Máxima. 


B 


MA 


& fumo  du  Arte. 
1.1. 


Ha  crés  figuras  ai  fadas»  que  charruo. 
Atfimocha.       De  Breve     De  Semibreve. 


A  Alfamoeha  na  piimeyf  a  ponta  vai  hua  longa,  & 
na  fegunJa  hum  breve.  A  de  Breve  vai  dous  breves.  E 
a  de  Semibreve  vai  dousfem  breves. 
i\  E  G  R  A     XI. 

H\  em  a  Mufica  nove  finaes ,  que  faó  os  que  fe 
fegu:m; 
O  i.  fultenido^.que  denota  mi,  accidental. 
O  2.  Ej  quadrado, E]  .que  denota  mi  naturah 
O  3..B  nol,b.que  denota  fa. 
O  í}..  EíTes,  5. que  denota  tornar  a  principiar. 
O  5  C  mon,  S.  q  je  denota  donde  eflà  principia  ou- 
tra voz  em  fuga. 
O  á.Guiaõ,p,que  denota  no  fim  da  regra  o  ponto 

qie  eftà  na  outra. 
O  7.  repetição,  fjp-  que  denota  repetir. 
O  8.caldeyraó,  fá  .que  denota  claufula  final- 
O  o.  Pauzas  geraes|||  que  denota  parar, 
REGRA     XII. 

TO  la  a  figura  branca ,   que  fe  achar  preta  he  de 
conpaflo  Ternário;  aiida  quando  fe  canta  por 
tempo  binário.  Por  effircaufe  as  figuras  de  nota  negra 
*  -  que 


de  canto  deCYgao.  II 

que  fe  acharem  no  tempo  impeifey  to,  ou  imperfeyto 
de  peimeyo,  ainda  não  tendo  Ternário  ,  fe cantarão, 
fendo  Breves,  &  femibreves  pretos  de  Ternário  ma- 
yor,  que  chamaõ  Hemiolia  mayor  j  &  íendo  femi- 
breves, &  minimas  pretas  deTernaiio  menor ,  que 
chamaó  Hemiolia  menor. 

Quando  encima  das  figuras  efliver  hum  3  de  alga- 
rifxDo,  fe  chama  íêxquiakera,  &  valem  tanto  três  fi- 
guras, como  de  antes  valiaô  duas.  i    i^.--      ^ 
REGRA     XIII. 

AS  figuras  mayores ,  que  a  peifeyta ,  faó  ímper- 
feycas  per  fi,  &  por  effacaufa  podem  ter  ponto 
de  Augruentaçaó  ,  por  conter  em  íi  figuras  peifey- 
tas,  recebem  imperfeyçaô.  Pelo  que  afigura  mayor 
que  aperfeyta,  fendo  branca  ,  &  tendo  figura  neror 
que  a  petfeyta  diante  ,  perde  huma  parte  do  Ternnio; 
por  imperfeyçaô,  &  fendo  toda  preta,  tantas  pastes 
•perde  por  imperfeyçaô  ,  quantas  figuras  continha 
em  fi  perfeycas. 

REGRA     XIV. 
Eguem-  feasentoaçoens  para  tedos  es  intervallos 
dentro  de  huma  deducçaô. 

Intervallos  deftgmda. 


^fc^^^Mr^^ 


-♦-* 


m 


Intervallos  de  terceyra. 

-*-*>•       v       —-ff       -       ^Z&2L0S\ 

Bij~~  In- 


12 


fyjumo  da  Anel 
In  ter  vai  los  de  quartaí 


feêc  6  H  H 


H 


sê 


■fr- 


ia ter  vaL  os  de  quinta,  &  festa* 


REGRA     XV. 

S  mutanças  por  Ejquadro  &  Natura  faõ  as  fe- 
h  gukites  ?  Matança  fubindo  de  §  quadro  para 
Natura  fe  fafc  foi,  mudado*  cm  ret 

te  mi  fa  foi  fa 

&mefmo 
lede  Nd-    Q; 

1UTA     p4~ 


[e 


:^zj&: 


fr  .»    *-tf- 


14 


©  mtfmõ     £t 
{re  */<>  5. 


ut  re  mi  fa  foi 
Mutança  fubifldo  de  Natura  para  fjfe  faz  fa  »  K*ta£ 

dado  em  re 

re  mi  fa  loi   Ia 


ii-i 


hede  B.        y 
fará  N, 


ut  ie  mi  fa  foi  la 
Matança  deceida  de  Natura  para  Ejquadro  fe  uv 

mí,  mudando  em  la. 

Ia  foi  fa  mi  re  ut 


M 


h  íol  ta  cai 


âe  canto  âe  Orgao.  13 


Matança  decendo  de  Ejcjuadro  para  Natura  >fe  faz 

re  mudado  em  la 

Ia  foi  fa  mi  re  ut  o  V/»# 


w 


flc*^~<^ 


^  ^  ^  -^ 


fcc  <&  Ar» 


^        f>Ar<*  £» 


la  foi  fa  mi  re 

REGRA     XVI. 


POrqoe  a  Matança  de  Ej,  para  N.  fe  parece  com  a 
de  N.para  B,&  affim  mais  a  de  N.  paia  |.  fe  pare- 
ce com  adeB.  paiaN.  por  eflacauía  laó  fcmelhantes 

nas  matanças  muytas  claves  diverfas,  como  pnrece. 

Semelfcantes.Semdhátss.Semelhãtes^emelhantes.  Semelhantes. 


Semelhantes    Semelhantes^ 


^a 


Eft 


r ■        ir        ir 

'ibil  1; 


REGRA     XVII. 

PAta  fe  cantar  em  breve  tempo  hc  tieeeflâríofa- 
bet  contar  os  fignos  por  cada  huma  das  claves,  fa- 
bindo,ou  decendo.  Com  clave  de  Gibi,  re,  ur,  fe  con- 
ta para  cima  Gfol,  te,  ut,  donde  eflà  a  clave ,  &  lego 
"        -  '    "     "  Biij  naai? 


14  ^efumf) da xârúl 

mais  acima  nó  efpaço  Ala,  mi;  re ;  &  mais  acima  na  li-  , 

nha  Bfa,  fgmi,&  affi  no  mais  ate  donde  fubir ,  como  pa* 

rece. 


fe  O     IX 


-B^ 


H& 


^T^      ■"  — =ff 


E  para  decer  ás  a veffas,  principiando  na  clave  Gíol, 
re,  ut,  5c  mais  abayxo  no  efpaço  Ffa,  ut,  &  mais  abay- 
xo,  Ela,  mi,  &affim  no  mais  até  donde  decer,  como 
parece. 


-t9 


552 


-1-      jõ     -^=     n 

Sendo  clave  de  Cfo!,fa,  ut,  fera  na  linha  em  que  efii- 
verCfol}  fa,ut;  &  mais  acima  Dla,fo!,rej  mais  acima 
Ela,  mi,  &c.  E  decendo  na  clave  Cfol,  fa,  ut,  éV  mais 
abayxo  Bfa ,§ mi, &  mais  abayxo  Alami,re,  &c.  É  íen- 
do  clave  de  Ffa,  ut,  do  mefmo  modo  fera  Ffa,  ut,  don- 
de efti  ver  a  clave  G.  mais  acima  ,  ôc  íubindo  mais  A. 
B.C.D.&deceodoF.  E.D.C. 

REGRA     XVíil. 

SAbendo  contar  os  ílgnos  para  cima ,  &  para  bay- 
xo  da  clave,  fe  verá  porque  cantoria  fe  canta, 
convém  a  faber,  fe  por  Ejquadro,  &  Natura;  fe  por 
Bmol,  &  Natura,  porque  quando  fe  canta  por  Bmol, 
&  Natura  fe  afligna  logo  diante  de  clave  hum  b.  como 
parece. 


E 


decanto  de Ovg4o> 


»5f 


E  quando  diante  de  clave  íenaó  aííigna  odittob. 
"e  canta  pot  Ej  juadro,  &  Natura. 

Quando  leeanta  por  Ejpadro,  &  Natura,  fó  as  vo- 
tes que  fecantaô  por  efta>  propriedades  fervem  naMu- 
jca ,  &  fe  não  faz  cafo  de  Bmol ,  íalvo  por  accidente 
ia  figura  dianre  aonde  fe  puzer  huiu  b. 

E  quando  fe  canta  per  Bmcl,&  Natura,  fó  as  vezes 
Je  Bmol,&  Natura  fervem  na  Mufica,  &  fe  naó  faz  ca* 
fa  de  Ejquadro  ,  íalvo  na  figura  aonde  fe  puzer  huo;  §1 
du  por  accidente  hum  §;. 

R  E  G  R  A     XIX. 

SAbendo  contar  os  fignos ,  &  qual  he  a  cantoria, 
veremos  quantas  vozes  tem  qualquer  figno  por. 
aquella  cantoria,  que  fe  canta,  a  faber. 

Gfol^utjtem 
Por  §  quadro,  6c  Natura  Por  Bmol,  &  Natura 

íol  para  decer,  &  ut,pa-  foi  para  decer,  &  re, 

ra  fubir.  para  fubir* 

Ala,mí,re>tem 
Por  tjquadro,  &  Natura  Por  Bmol,&  Natura 

1  a,  para  decer,  õc  re,  para  la,  para  decer,&  mi, 

fubir,  para  fubir. 

Bfa,  ^mi,tem 
Por  6quadro,&  Natura  Por  Bmol,  &  Natura 

mi,  pata  fubir,  &  decer  fa,para  fubir,  &  decer. 

Cfolj 


\i6  QfefumodaJrã 

CfuljfajUt,  tem 
Por-Ejquadf  o,  &  Natura  Por  Btnol,  &  Natura 

fa,par*decer,  &  ut,  pa-  foi,  para  dece*  ,&  ut, 

rafubir*  para  fubir. 

D!a,fol,re,  tem 
Por  Igquadro,  &  Natura  Por  Bmol.Sc  Natura 

fo!,paca  decer,  &  ret  pa*  la,para  decer,&  re, 

ia  fubir.  para  fubir. 

Ela,  mi\  tem 
Por  Ejquadro,  &  Natura  Por  Bmol,&  Natura 

la,para decer,  ôc  mi,  pa-  roi,para  fubir,&  de- 

lia fubir.  cer. 

RE  GR  A     XX. 

SAbendo-fe  as  vozes,  que  fe  tomao  em  cada  linha, 
&  efpaço ,  fe  repartirão  as  figuras ,  dando  a  cadai 
háa  o  valor  de  compaflbs,que  ti  ver  nos  tempos  em  que 
vaó  duas, quatro,  oyto ,  &  mais  figuras  tem  ocompaf- 
fo  duas  partes,  huma  decendo ,  ôc  outra  fubindo.  Nosíí 
cempos,  ôc  proporçoens ,  em  que  vaó  três,  féis,  doze, 
ôcc.  figuras  a  compaflb;  tem  o  compaffo  três  partes^ 
duas  no  dar,&  huma  no  levantar.  E  fabendo  os  figno^l 
ôc  vpzes  y  8c  a  repartição  das  figuras  no  compaíio ,  cora 
o  ufo,  Ôc  iiligencia  fe  cantará  em  breve  tempo  comi 
a.ajudadcDcos,  aquém  fede  toda  a  gloria,  ôc  honra 
parafempre.  Amen. 

L  A  U  S    D  E  Q. 


• 

' '    '    '  a  Fel.  m 


^tA*,^  **:***  *###*# 


#  *„#  *  #  # 


SP* 


wsirifyn&g 

ICOMPENDIO 

D  A 

ARTE  DE  CONTRAPONTO, 

■ 

&Compoííura. 


o 


REGRA    L 

■    •        -  .     ,-....:     -.-  g 
Contraponto  fe  ordena   com  fette  efpecles 
íimpies. 

UniTonos  [  aa.  [  3a.  |  4«.  |  «;»,  \  6\  |  7a. 


fette  compofias  8a.  \  9*. 


*  o"   11 


1  o 


13a.  i4: 


fette decôpojbs  1  sa.|  i 6a.  1 1  j\\  1  8a. 1 1  9a.  [ qo3.  121a. 
Eftas  eípecies  âe  compfóerh  actielcentanõo  íette  7m 
tada  hufBa,aíTi  como  de  Unifonus  accrefcentãdo  Ccttc9 
fe  compõem  oy tavaj  de  oy  tava  acerefeentando  fete,  fe 
compõem  quinzena  ,  &  affiro  n*j  mais ;  ôc  por  cite 
^rdem  íe  podem  compor  quantas  roais  quizerem.  As 
pfpecies  compoíbs,  &  decompoftas  ko  femelhantes 
as dequefe compõem,  aílimcomo  iUí.  8a.  15a. 

C  '  RE- 


,..j  Compendio 

RÉ  G  R  A     ti 

Stas  efpecte*  humas  (ao  coníonantes ,  que  íap  aí 
quefoaóbem^aíabcr:  Unifonus.    3a.  5a.  6a. 

1 ,.;;;  8a.  10a.  13a.  13a. 

i5a.i7a.i9a.2o\ 
E  outras  faodiffonantes^  que  faó  as  quefoaõ  ©ai,  a 
fober :  **•     4  •     7 ; 


a 


•q\     11%     14-. 

16a.  18Y  21a. 


REGRA     19, 

AS  efpecíes  confonantcs  fe  dividem  em  Perfey* 
tas ,  que  faô  as  que  tem  hum  fom  firme ,  que  ao 
crefccotado,  ou  dijninuido  as  converte  em  falias,  afa- 

ber. 

Unifonus  ç'. 

8a.  1 3a. 

15*-        19a- 

E  cm Imperfeytas  f  que  fao  as  que  tem  hum  fom  s 
que  accrefcentado ,  ou  diminuído ,  fempre  he  çonfo; 
nante,  aíshm  3a«     6a. 

10a.    13. 

17a.     30, 


RE 


d*  Àttt  dê  Contraponto*  j  É 

R  E  GR  A    IV. 


D  As  efpecies  perfeytas  fe  naõ  daraõ  duas  feme* 
lhantcs  íubindo,  ou  defcendd  igualmente ,  nem 
emellas  fedaiâmi,  contra  fa,  nem  outra  qualquer  voz 
natural  com  accidental.  Voz  natural,  íaô  as  que  cor- 
rem pelos  fignos ,  que  as  tem  naturalmente ,  como,  ur, 
em  Gfol,  re, ut^  rc,  em  Aia,mi,re  jmi,em  Bfa,  6mi,  &c. 
Voz  accidental ,  faó  as  que  procedem1  por  cauía  de 
bmolado ,  ou  íoíteniâo ,  que  o  bmolado  he ,  fa  ,  acci- 
dental, ôc  o  fuíienido  mi,  accidental. 

REG  R  A     V. 

Ada  hum  dos  fignos  forma  as  confonancras ,  & 
diflonancias  como  fefeguej  advertindo  ,  que  as 
comportas  feropre  faõ  oy  to  pontos  acima  das  fimple», 
ôc  as  decompofhs  v  oy  to  pontos  acima  das  comportas. 
Nâ  cafa  em  que  eflà  P;  faõ  as  perfeytas ,  &  na  em  que 
eíU  M*  grande,  mayor,  Ôc  na  em  que  eliâ  m.  pequeno, 
imenor. 


/     ■  Ci;  Gfol, 


Ô» 


{Compendio 
Gfol,t  e^tem 


P. 

M. 

m: 

U< 

ulanu>,&V  |  iÇ4. 

emUjemG.^ 

1 

:  *$&   |*6\ 

em  A. 

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-em  t).     |  cml). 

4â.tiia.!i8a.)emC. 

e*C.^ 

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6  a* 

1  ^.\7o\\            em  b. 

em  K.t]. 

7%]  14a.)  15a.             |em .  fv#: 

tm  ? . 

Ala,  mi,  re,  tem 
P.        M. 


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Uiiuriis  6\  )  1 3 *«  em  A. 


a\l9*.  M6\\  lemt).  jemb. 


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emG&|efD-G. 


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da  Atú  dtCmtúfMQ* 
Bfa,  §mi,  tem 
P.        M. 


m. 


CfoI,  fa,  ut,  tem 
P.       M. 


m: 


si 


Ui)itunu.*j&*. 

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em  b.                |emb. 

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j             jeipD. 

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18a. 

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jemG.£§|cma 

7^t4a.| 

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j        \     |  em  A. 

Umfonus  |  8a. 

iça.  ei»C. 

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Íi6a.[ 

em  D.  1 

3*.|io. 

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4a.   na.| ib".|eml'. 

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5a.  na.|i9\|cn  G.  iéiffcgg 

6'./.  3'. 
7a.|'4*-í 

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3ra.              JroeÉj- 

emb. 

Çii; 


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31 


r  Compendio 
Dlajfoljre^efti 
P.        M. 


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Uniíonus|tt\ 

i->5*  em  U.J 

1            -S.:, 

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3a.  j  i  oa. 

17a. 

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P.       M. 

Uuil<JOU$)fra.  [  15a»!  emE.l 


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6a.|i3a.  2Òa.|    *          ímC^emC 

71    14a:)  2  ia. 

em  D. 

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da  âyh  de  Cmirafonto* 
Ffa,ut,tem 
P.        M, 


m. 


*3 


Ouilouu*  8a. 


'5 


3a.|9a;  \i6\ 


em  F.  emfr.&j 


10". 


7'-l 


|  em  G.  / 

/em  Ai-  J" 


4a./ria.|i8a,|emb.|eii)  £).  •  { 


5a,[iia.|i9a.|en>C)tD>t§t>l 
6\[  1 3a.  1 2  o\  l         ]enib~ 


j\\i^.\^\\\  [emE>    jemE.b. 

Gfol,  re,  utj  fuítenido  tem 
P.        M. 


m. 


Unifonus 

&\  fiç'.jemG3§[           |ea>G. 

a\ 

9*.  |i6a,               /            em  A. 

?4*o\  i7V|             |            emlg. 

4a-   *ia.|i8a.|emC.^             emC. 

5al^a|i9M            !           fmBL 

6VJi3a.[aoa.| 

em  E. 

7a.|'4a^iM 

|emF..^ 

Ffa, 


24 


m 
Bfa,  tem. 


x 


P.       M.  to. 

Unifontis  (  8a.  [  1 5 \  j  em  bta,  [em t).  ,) 


2*. 


.íó\| 


em  C. 


j_'.l  ioa.|4  7a.|  |einD.  | 

4a.  [  na.li8a,  jemfi.b.iemfi.    [ 


g^j  i,aa.ii9a.jemb\    jerolr..%.j 

6\  (  i^.|?oa.| 


lem 


G.  I 


: 


7a,  i4\|2iM 


í 


eoiA.    [emE.b. 


CfoI,  fjjUCjfuftcDido  tem. 
P.        M. 


Unilbnus  | S*T  i 1  frVléròCi 


aM9a.   |i6a.| 


3a."!  10a.  j  17; 


5a.  [i2a.|  i9a.|eaiO.^ 


1         ?a^4M^>r 


m.1 


i- 


emC. 


letn  D. 


eraE. 


4a,!  iia.[i^.;eniF^|  [emK 


4 


em  G. 


em  A. 


— 1 


emtj. 


Bmol 


*dâ  arfe  deConffdpòntol 
O  Bmol,  abaixo  de  Elajmi^em. 
P.       M. 


ro. 


Unilonus|8a.  (  ^Vjetn  ti.b,|em  £.    | 


2*.   9a.  \\6\\ 


|emf. 


10a. 


l7' 


4a- 


ii 


emG.  j 


iba.| 


em 


m 


5a.|  t  a*.l  1 9*.  embfajemt).    f                  1 

ó'.|l5a.|2o*.j             íemC.  1 

7*.,  i4a.|2i4.               leaiD.  1 

Ffa,uc,  fuítenido  tem.] 

P.        M.  ml 


^\    .     i 
•      -      A   í 


rWtnVv*  y« 


Uniionus|&\ 

-2a.í9a. 

H5a.|emF.^| 

em  F. 

|i6\|               emG 

3§jemG. 

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— 

3*íioa. 

í  1 7a.  1               i 

■lero  A. 

íibwítçvív^-X? 

4a-!  "*. 

}i8a.;erofc|.    .( 

fembfa.  ^c 

5a.  |  12a. 

1 9a.jem  C.^,! 

em  C. 

;  1 

1     **VfeWAtt-'--         , 

- 

6a./  n\ 

|20a.                      | 

|emD. 

- 

7a./ 14a. 

2i\l              \ 

em  E. 

Advirto,  que  quando  eflâUnifonus  8a.   15a.  me- 
ior,ou  may  or>  não  fe  entende  do  Uniíbnus,  porque  naó 
ode  fermayor  ,  xm  menor  ;  fó  fe  emende  da  8".  ôc **•*-■ 

^  RP 


" 


sg  Compinâlo 

REGRA     VI, 

UNifotius  naõ.he  confonancia  ,    mas  princípio; 
de  confonancia,  por  ter  hum  fam  igual  em  hum! 
mefuiofigao. 
sigma*       S:gunda  he  diffonancia;  efta,  ouhemayor,  que 
tem  hum  tono,  ou  he  menor ,  que  tem  hum  feawono* 
Tono  he  a  diftãcia  de  hú  põco  a  outro,  como  de  ur,a 
rejde  re,a  mijde  fa,a  fòl^e  foi,  a  la,  q  tem  nove  eomas. 
Coma,hehuim  medida  particular  coníiderada. 
Semitono  he  adiftancia  de  hum  ponto  a  outro  de 
'/ét**jfo*  **mi,  a  fa  j  tem  cinco  comas.  4 

%eyr*       Terceyra  he  confonancia  imperfey  ta ;   efta ,  ou  hq 
%d#*Í^      mayor,  que  tem  dous  tonosfou  he  menor  que  tem  humi 
#.«  .^   1b  knm  fpmirnno. 


Vnifo- 
ms» 


Tono, 


Coma. 
Semitono,, 


tono,  &  hum  femitono. 


Quarta,  fuppoftofeja  inter vallo  perfey  to  cantave!,, 
^^  he  recebido  pordiffonaocia  5  advertindo,  que  (e  prova 
niuyco  bem  fer  confonancia  perfeyta;  efta ,  chi  he  per- 
fey ca,  qu:  tem  dous  tonos,  ôc  hum  femitono,ou  he  roa- 
yor,que  he  incantavel,que  tem  três  tonots»ou  he  menor 
também  incantavel,  que  tem  hum  tono ,  &  dous  femi. 
tonos.  Em  voz  media  fempre  he  confonancia ,  por  fel 
01a  yo  armsnico,  &  arithmetico  da  oy  tava.  ; 

g&u         Quinta ,  he  confonancia  perfeyta  j  tem  de  diílancií 
.**„/*     três  t mos ,  èc  hum  femitono  *  também  hà  quinta  roa 
w-^yorfalfa,  que  tem  quatro  tonos ,  &  quinta  menoruv 

cantavel  {  que  tem  dous  tonos ,  &  dous  femitonos.  * 
xxu.  S  xta  he  confonancia  imperfey  ta,  ou  he  mayor.qw 

***  tem  quatro  tonos,  &  hum  femitono;  ou  he  menor,qu 
tem nestoaos  ,& dous femitonos/  _     # 


da  Arte  de  Contraponto .  3  7 

r   SeptJma,  he  diflbnanciaj  efta,  ou  be  mayor, que  t va  se^úm*. 
cinco  tonos ,  &  hum  fcmitono/ou  he  menor,  que  teu*    * 
quatro  tonos,  &  dous  (emitonos.  ÇrMsír* 

^Oytava ,  heconfonancia  pejfeytiiTima,  Rainha  das  oyuva. 
confonançias  ;  tem  de  diftancia  cinco  tonos ,  &  íms 
femitonos.  Também  há  oyrava  mayor  kl  ia ,  que  tern^rii*^*^ 


lyrava  mayor  Mia ,  que  tem  y**f*~** 
o,&oytav; 
tem  quatro  tonos ,  &  três  femitonos.  - 


íeis  tonoj,&  hum  femitono,&  oytavarrrenot  falía,que 


«^T^X-íT-T* 


Temos,  demais  dos  fobr éditos  inter  vallos,  alguns  ^( 
incantaveis  ram  dtminutos,que  ião  mais  pequencs,que  p^/ 
os  menores ,  &  taó  fuperfluos,  q  excedem  os  mayc  res. 

O  femitono  menor  incantavel  de  quatro  comas  dos 
{jgnos.qne  tem  ut,  àdevifaódemi.acima:  &  de  E.adi-  A  /'       ' 
viiaõdera,abayxo;&de  gmi,  abfa,  abayxo.  Outra  fe-    m**^ 
gundafe  acha  mayor,  que  a  do  tono,  quehedebfa,a 

C.^&dobmj/abayxodeE.aFjISdcFtaG^tcai    *** 

bum  tono ,  ôc  hum  femitono  incantavel. 

h  Terceyra  de  dous  femitonos  cantáveis  de  Gggabfa,  %/l 

&deC^abmoldeE.* 

Sexta  mais  pequena ,  que  a  menor ,  que  tem  dous  /«  ^*^^3^ 
tonos  ,  ôc  três  íemiconos  cantáveis  deG,  ^  ao  bmola-  '^d*  â>£ 
doabayxodeE.^  ^^^<â< 

REGRA     VII.  j«<*r*>  Jí 


G 


Lanfula  he  o  fim  de  qualquer  obra  ,•  em  canto 


chaó  he  fubindo  hum  ponto ,  ôc  defeendo  oucroj 
& ern canto  <^e  O  g -5 defeendo  hum  ponto,  &  fubin- 
dooutro.  Deftasduas  fe  ordena  a  claufula  em  contra- 
ponto*  que  tem  quatro  partes ,  a  faber,  Pi£vençaÕ,que 
he  efpecie  boa  i  Ligadura ,  que  he  tf^ecie  má ,  fe^ti- 

D  i)  \Éz% 


<%*»** 


$S  Compéndí 

ma\joufegundaf  &  fuás  com poftas;  Difculpa,  ou 
abono  de  Ligadura,  que  he  efpecíe  imperfey  ta  j  &  fe- 
char a  claufula,  que  fecâferopre  efpecieperfeyta,  & 
m:lhor.  ius.8a.  i^.kmptc  fe  ufa  da  claufulajjofitn^ 
do  obra  de  preceyto;  &  também  fe  ufa  de  cláufula-ncr 
contexto  da  obra  por  elegância ,  &  nefte  cafo  bem  fe 
pôde  eícufar  o  fechar,  porque  fomente  bafta  a  pre- 
venção, ligadura  v  &  difculpa.  Saóduas  as  claufulas 
em  contraponto ,  a  faber ,  claufula  fuftenida ,  &  clau- 
fula remiíla.  Claufula  fuftenida  he  quando  o  canto 
chaõhetono,  6c  o  contraponto  femitono.  Claufula 
remiífa  he  quando  o  cantochaõ  he  femitono,  &  o  con- 
traponto tono.  G  contraponto  fe  entende  pela  voz* 
que  faz  a  ligadura ,  ôc  o  canto  chaõ  pela,  voz,  que  com 
ella  forma  falfa. 

Todas  as  regras  atraz  fe  chamaõ  legaes ,  porque  fe 
naõ  podem  quebrar  de  nenhum  modo  ->  as  regras  fe- 
guintes,  que  vaõ  refumidasem  húa  fó  regra,  faõ  regras; 
aibitraes,  q  fe  poderàô  quebfar  em  algumas  occafiões, 
como  por  força  de  paffo,  ou  outro  qualquer  primor, 

que  o  difeulpe. 

REGRA     VIII.  Arbitral. 

SEmprc  no  contraponto  fera  o  principio  foflTe- 
gado ,  principiando  em  mínimas ,  &  melhor  def- 
poisdepaufaj  Sc  não  fe  principiará  tnuyto alto,  nem 
muytobaixo,porém  melhor  hebayxo  que  alto.  Piin- 
cipiarfe-hànasperfeytas.  ;':  % 

As  corridas  feraó  direytas ,  &  largas ,  &  não  princi- 
piarão de  falto,  nodar  docompaflb  j  nem  acabaráõ  no 

le- 


âa  Arte  ck  Contraponto.  2  a 

levantar  defcendo,  &  quando  acabar  no  levantar  fu- 
bindo  o  ponto,  que  fe  feguir ,  fera  defcendo. 

Quando  íe  fizer  corrida  quebrada  fera  dentro  de 
hum  raefmo  coaipaffo  com  foi  fa  engraçada ,  fem  fal- 
tos de  íabridos. 

Naõ  fe  dará  falto  de  fexta  mayor ,  nem  de  feptima 
wayor,  ou  menor,  nem  íalco  mayorvque  de  oy tava. 
|  Os  faltos  de  oy  tava  fe  daraõ  dando  a  primeyra  figu- 
ra no  dar ,  &  a  fegunda  no  levantar ,  &  quando  fe  der 
íubindo ,  fera  para  vir  defcendo  com  corrida,  &  quan- 
do fe  der  defcendo ,  fera  para  fubir  com  corrida ,  (alvo 
for  para  principiar  paflb.  Quando  o  cr.nto  cbaõ  def- 
cer ,  fubá  o  contraponto ,  &  quando  o  canto  chão  fu- 
bir defça  o  contraponto. 

Naõ  fe  dará  hum  compaiTo  inteyro  em  huma  fó  coh- 
fonancia.  Naõ  fe  farão  pontos  dando  a  figura ,  que  o 
tem  no  dar ,  Sc  o  ponto  no  levantar ;  porem  dando  a 
figura  no  levantar ,  &  o  ponto  no  dar,  faõ  bons, 

Acabarfehà  nas  perfeytas ,  &  melhor  em  t/oifonus, 
&  fuás  comportai, 

REGRA    IXí 

OS  movimentos  faõ  três.  Movimento  reâo ,  que 
he  quando  ambas  as  vozes  fobem  ,  ou  ambas 
defcem;  Movimento  obliquo,  que  he  quando  huma 
cila  quieta,  &  outra  fobe,  ou  defce.  Movimento  con- 
trario ,  que  he  quando  huma  íbbe>&  outra  defce;  coma 
pasçce» 

Diij  Moyi-^ 


qo  "*        Compendio 

Movimento  reStò  movimento  obliquo  moviméto  contrariou 


vm 


±3l 


-^•C0»kufr 


4 — $ 


$-£ 


♦ 


*. 


♦^ 


«I 


*=3dl 


Toda  a  paffagem  que  he  boa  a  menos  vozes ,  hd 
boa  a  mais. 

As  paffagens  dehuma  efpecieaoutra  ,  fe  faraõ,  po- 
dendo, com  as  mais  vifinhas  ,  como  o  paflar  3a.  a 
5  a.  fera  com  3".  mayor,  que  he  mais  vifinha,  que  a  me< 
nor;&  fe  paliar  de  6a.  a  5  a.  fera  com  6a.  menor,quehe 
mais  vifinha  do  que  a  mayor  ,•  &  paffando  de  6a.  pari; 
8a.  fera  com  6a.  mayor ,  que  he  a  roais  propinqua ,  & 
affim  nas  mais. 

De  qualquer  confonancia   com  qualquer  movi! 
mento  ,  fe  pode  paffar  para  3a.  &  fuascompoftas 
não  fendo  com  mà  entoação. 

Paffar  de  huma  confonancia  a  outra  com  movimen 
to  reíto,  nunca  he  bom  a  duo ,  &  a  três ,  fenaõ  a  3a.  d 
fuás compoftaç4  Sc  fextas  gradatim. 

Toda  a  paffagem  de  moviméto  obliquo  he  boa,fen 

do  có  fako,q  naó  for  6\mayor,ou  7a.ou  mayor,que  d 

8a.  ou  qualquer  de  má  entoação  ;  tirando  da  6a.  par 

.  a  8a;  da  1 3a.  para  a  1 5  \  que  fe  naó  paflàià,  fe  naó  coi 

movimento  contrario. 

De  qualquer  confonancia  fe  pode  paflar  para  ot 
tra  com  movimento  contrario,  não  havendo  falto  m 


da  Arte  de  Contraponto,  3 1 

for]  que  de  2*.  em  húa  das  vozes:  porem  paffando  pa- 
a  a  8a.ferá  defeendo  a  voz  mais  abaixo>&  paffando  pa- 
a  a  5 a.  fera  fubindo  a  voz  mais  bayxa. 

De  qualquer  efpecie  boa,  fe  paflà  para  huma  falfa  i 
endo  falfa  ligada  ,  ou  quando  fenaó  contaõ,  que  fe 
teõ  defpois  do  ferimento  do  compaflo,  como  em  com- 
paflinho  as  femininas ,  &  em  compaflo  largo  as  míni- 
mas gradatimj  fuppoflo^que  em  compafllnho  algumas 
irezes  no  levantar  do  compaflo  fe  daõ  mínimas  falfasj 
mas  he  fuppondo  compaflo  largo, 

REGRA     X. 


Vos  lugares  commms  que  tem  as  Vô^es ,  compondo  a  quatro. 


MOvendo  feabayxo 
falto  de  6a.  ou  5a. 
fubindo  fe  poraõ  as  vezes 
como  parece 


Tiple  1  oa. 
Alto   8\ 
Tenor  3*. 
Bayxo  iu\ 


a 
a 
a 


58 

3" 


^Movcdo-fe  fe  o  bayxo  falto 
'de  2  a.  3a.  ou  4a.  fubindo,  fe 
poraõ  as  vozes  como  pare- 
ce. 


Tiple  8a.  a  5% 
Alto  ça.  a  3a, 
Tenor  3a.  a  iu". 
Bayxo  iU8.      ius. 


Movendo-fe  o  bayxo  falto 
de  6a.  ou  5a.  defeendo ,  fe 
poraõ  as  vozes  como  pare- 


ce, 


Tiple  5a. 
Alto    3a. 
Tenor  1". 
Bayxo  i"\ 


a   10a 
a  8a. 
a  5a. 


Quaò- 


3  i  Compendio 

Quando  não  quízerem  ufar  de  UnJfonas  mudaraa 
efta  voz  oy  tava  acima,  &  qualquer  das  mais  confonan* 
cias  (impl.es  fe  podem  mudar  em  compoftas,&  decom- 
poftas^fiçando  fempre  a  dica  paffagera  em  feu  vigor,oa 
iimpIes,oacompoftas,  &c. 

Quando  o  bayxo  faz  qualquer  movimento  comi* 
miado  fe  põem  ás  vozes  nas  compoftas ,  &  decompof* 
tas ,  como  melhor  der  lugar  para  fe  obfervar  a  regra  § 
porém  quando  o  bayxo  fubir  Falto  de  fegunda  muyto 
continuado,  he  necefTario ,  que  huroa  voz  pafíeda  ç  Vi 
8\&  outra  da  8a.  â  5  \  &  a  outra  vá  fempre  em  3".  co- 
mo parece 


I 


Ou  também  pode  ir  de  ius.  a  3  a.  da  3a.  á  5a.  da  ç\. 

à  8a:  com  fuás  comportas. 

DefcendotudoneàsaveíTas,  &  advirto,  quequan^ 
4o  fe  encontra  com  5  a.  falfa,  fe  ufe  da  6a.  &  muytas  ve- 
zes fem  eíTacaufa  fepôde  ufar  delia  em  lugar  da  5% 
porê jj  eftas  poíluras  fazendo  o  bayxo  movimento  de 
fegunda,  fubindo ,  ou  defeendo,  fe  nao  ufaraò  fenão  cíq, 
cafo deneceífidade,  ufando do ptimeyro modo, como 
qo$  intcrvallosde  %\8c  4a. 


Subindo  0  bayxo  muytos 
intervalos  de  2*.  grada- 

8*.     a     5a. 
5  a.     a     8% 

tim. 

5a.     a     3a. 

RE- 


da  "Jrte  de  Contraponto» 
REGRA     XI. 


.33 


EM  duas  vozes  fe  fazem  falfas  de  feptima ,  Ôc  fe- 
gunda,&  fuás  çompoftas.   A  fal fade  feptima  or: 
dinariamente  vem  a  fexta,  como  parece. 

^^7a.a6a.:  .  i 


í 


y  ■,%  »g 


-a- 


í 


a 


•  .  _  - 

Do  meímo  modoarquatcrzena  ved)  a  1 3a.  Neíía 

fcrma  faó  ordinariamente  as  claufulas  de  contrapon- 
to fobre;  canto  chão,  em  outras  com  pç  fico  ens  pode 
ficceder  que  a  voz  mais  baixa  fubindo  4a.bufque  a  3a, 
cano  parece. 

Ta  2  2a 


E£ 


i 


&-^ 


£ 


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->: 


-V   ;  l 


55v 


UA 


4í-*fc. 


•. 


A  fegunda  fe  liga  de  dotis  modos.  Opnmejrojqua- 
ò  a  voz  mais  baixa  fnz  a  ligadura,  &  entaódefceadef' 
cjparcomaterceyra,  como  parece. 


, 


« . v.    ..  .•> 


34 


Compendio 
a*,  a  3*. 


fajfaf  âaç)^ 


m*m*     O^ododeligara^heome^,^ 
8. >  «mr  novena .  ligando  a  novena ,  vem  a  8  .  &  torna  a  i  gai 
i  V  ijSMf      ,  ,f  vitbufcacaimpetfeyta,  para  a  deiciípa, 

<muy  tos  graves  V-UI   <"■*  >  r 


a\a  i*.a3£ 


9%a8a7a.a6a. 


^<yf.  nog.     como  parece 

.Moí.  G»»íá«- 
tibm  orgams  a 
6.CT  *a  MiflU  /*>*" 

Inclina  Domi-  . -| 

ne,na  gloria,      \  \        j 
Cr  »o  Patrem, 
cr  urf   Áfi^ 

i»foj  no\*Kvr. 
Cr  «ojJán-    X 

nem,  cr  .*  Eft„  f al fa« ,  principalmente  a  fepnma,  as  ven 
^^"  defpois delia  k  vay  a tintna perfey ta,& neftecafotona 
VM:%>  a  liL  para  vir  bufcar  a  imperfeyta ,  paraoabonoplo 
M  *jp  *,  f  *çd    quana0  a  voz  mais  bay xa  fe  move ,  &  naofí- 

ípg^  I*"  *  fe*ca  •  a0  ^UC  Chama0  ^  '  CCn° 

cr  waí^ô  paiecc. 

7^##  vloria,  no 

Jtnediííusd^t 

CT  »«  Mot. 

Jfifunt  a6. 

<T  no  Mot.  Os 

her  4<l  mate  7a,  Dl 

á6. 


M  Arte  dè  Contraponto. 
7a.butlada. 


Também  em  duas  vozes  fe  ufa  de  cjuinra  menor 
Ta,  defcolpando*a  comaterceyra,  como  parece. 


J — Ç 


jj  :f  :4-fej 


5: 


± 


1"T 


t — - 


Mcrales  Aíot. 
o'  ficrum  5 . 
Gf  ri  «d  I  •  k~ 
tncni.da  qwrir- 
tafeyra  <*  9. 
Cardo f  Mavn» 
do6.tom.<t  4. 
LaeleM; ff.lt* 
convertenAê 
Vomtnus  a,  £» 

r  1    VaJ.a  8.  -P» 
*4^      Pf^ro  Tc  «fio 
.Mof.BMríí'»- 
demvs  in  me- 
lius  1«  /?.»o  i» 

Ceron.L  II. tf. 

25.    L 

Pá  7. 4  5-.X- 
Uxand.  Strt)r. 
Madr.  Iff.or 
to,  Crc. 


m 

A  quarta  em  duas  vozes  pouc2$  Vezes  fe  ufa, por  naó  fyfcfàft 

fer  fâiíadecLuíub,  porémbsro  fepóde  tr&r»  porque ^-^#° °^ 

Limiy tos  graves  A?Jthores  auíáraó  em  duas  vozes  ,  oxx^cnjot^. 

por  falfa,  ou  por  confonancia ;  quando  liga  a  quarta,  a  **• rer^* 


voz  mais  alça  defce  logo  á  3%  como  parece. 
4a.a3a. 


M 


tt 


# 


í^_^: 


3e 


Ater aL  cr'  <*x- 

,Mer4/..A24£tt. 
ç.tom.verffi- 
cut  lotut. 

Cipriano  de 
Ror.  Líadr. 
jSTon  gemmt. 
^terceiravoz^ 
he  d  e;uef'Z, 
(leu  ft  U  com  é 


fclj 


»  ulèB.  It^^ra. 


U$  í     Cwpendto    v  -A 

Porém  quando  liga  a  voz  mais  baixa;  fubíndo  huma 
;  voz  huaí  ponto  ,-  &  a  mais  bayxa  defcendo  outro  di  á 
♦  fexta,  como  parece.  ^ 


s   I 


3 


* 


Da  4a.&  5*.  falfa,  &  9a.  também  fe  vay  a  huroa  cdn- 
fonancia ,  que  lhe  naó  pertence  para  fazer  falfè  bai- 
ladaK  como  fe  tem  dito  da  7a.  como  parece. 
9a.burlada.  2a.burlada. 

amJLii*         9%aioM4a.ai3a.  za,a  5^4^  3*-      M 


Ceron.l.i  i. 

í.  2.3. 

2*4  6. fó  a  6. 


4a.burlada 
4a  a  5a-  & 


eja.burlada 

5a.aéa. 


da  Arte  de  Contraponto. 
R£G  RA     XII. 


37 


AS  falfas  em  três ,  &  quatro  vozes  fe  ordenaó  do 
me  imo  modo,  que  em  duas;  ©acompanhamen- 
to das  mais  vozes  fera  qualquer  das  outras  efpecies 
boas ,  que  nao  for  aquella  em  lugar  de  que  eftà  a  falfa. 

A  falfa  da  2a.  fe  põem  em  lugar  de  i us. 

A  falfa  de  2a.quandoliga  a  voz  mais  bayxa ,  efiá  em 
lugar  de  3a. 

A  falfa  de  4a.em  lugar  de  ga. 

A  falfa  de  7a.ero  lugar  de  6\ 

A  falfa  de  y\zm  lugar  da  8a. 

Affim ,  que  quando  fe  fizer  qualquer  deftas  falfas, 
fenaõ  dará  juntamente  comella  a  efpecie,  em  lugar 
da  em  q  efià,como  quando  der  4a.  naó  darey  juntaméte 
com  ella  3a.&  quando  der  7a.naõ  darey  Juntamente  có 
ella  6a. todas  as  mais  efpeeies  podem  acompanhar. 

Quando  o  bayxo  liga ;  a  %\  voz  eftà  em  i\  quieta, 
cfperando  o  abono,  quehe3a.  &  também  efta  fegun- 
da  voz  fe  pôde  por  na  9a.  para  efperar  a  1  oâ.  a  tercey- 
ravózfe  pode  pôr,  ficando  queda,  que  venha  o  abo- 
no a  fer  6a.  como  parece. 


Tam« 


Compendio  > 
Também  eíh  3*.  voz  fe  pode  pôr 'SUm  a  ligadura 
em  quarta  j  &  paffar  com  o  abono  à  íexta ,  ou  dar  tia 
ligadura  fexta,  &  paffar  com  outra  fexta  aoabonoi  po- 
de-fe  também  pòr  em  quarta  com  a  ligadura ,  &  dar 
com  O  abono  quinta,  &  fechar  na  3  a. 


Também  quando  a  falfade  4a.  fe  ordena  em  tre 
Vozes  a  3a.  voihidz  eíhr  na  5a.  a  qual  voz  própria 
meme  hs  primeyra  voz,  por  fazer  a  fal fade  fegund! 
com  a  feguada  voz ,  como  parece. 


4'.  voz. 


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Q      1    .VUti     «X/ 


da  Jrte  át  Oc ntr aponto.  g  9 

i  A  falia  da  5  .  menor  ligada  a  três  vozes,  a  3a.  voz 
efià  naó1.  para  também  fazer  a  falia  de  2'.  com  a  a*, 
yoz,  coíbo  parece. 


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4a.  Voz. 


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£-39.V0Z.  £•  I\VÓZ. 

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,»   2a. VOZ.  g   2a. VOZ. 

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cg  ia.voz.  p«3a.voz.    ijano 

a.  n     S7 


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a 


3^ 


-n 


•    ■      ■       [il       .     .'     /. 

Accrefcentei  a  quarta  voz  por  naõ  fazer  outro 
pio,  a  qual  tirada,  fica  a  três  vozes. 


çxe- 


o 


REGRA     XIII. 

S  tons  faõ  doze  por  b  quadro ,  &  doze  poç 
Bmol. 

Por  |q  quadro  fenecem. 
i°.  Ôc  2°.  em  o  primeiro  Dia,  foi,  re, 
30.  &  40.  em  o  piimeiro  Ela,  mi, 
ç°.  ôc  6o.  em  o  primeiro  Ef?,ut, 
7°.  &  8o.  em  o  fegundoGfol,re,ut; 
9°.  &  1  o°.  em  o  fegundo  Ala,  mi,  re, 
ii°.&  12°.  emofegundoCfo^fajur, 

Qi 


b 


Os  nones  fe  ckamaõ  Meftres ,  &  os  paires  Difcipu- 
losj  os  Meftres  formaó  íobreo  finai  hu ma  quinta, &  ío- 
bre  a  quinta  húa  quarta ,  que  ambas  fazem  húa  oy  tava; 
Os  Diícipulos  formaó  fobre  o  final  huroa quinta  5  po- 
rém a  quarta  he  para  bay  xodó  final. 

Os  tonos  em  canto  de  Orgaó,  feguem  a  ordem ,  que 
em  canto  chaõ ,  &  o  Tenor  em  canto  de  Orgaó  corref- 
ponie  ao  canto  chaó  ,  &  o  Tiple  oytava  acima  corref- 
ponde  ao  Tenor.  Pelo  que  todo  o  tom  tem  clave  de 
Tenor ,  que  lhe  dê  lugar  fero  acereicentar  linha  para 
fubicíendo  Meftre  huma  8\  de  feu  final,  &  a  clave  do 
Tiple  do mefmo  modo, 8\  acima,  fuppofto,  que  o 
Tiple pó.Je fubir  àfexta linha ,  porque  pelle  ^ainda  he 
natural  y  Sc  fendo  Diíci pulo  cem  clave,  que  fem  ac- 
crefcecar  linha  poffa  fubir  do  feu  final  huma  5a.  3c  def- 
cerdo  final  huma 4a.  &  oTipleS3.  acima  do  mefmqi 
modo,  como  parece. 

Tons  Meftres,  que  fobem  do  final  oy  to  pontos. 
i°.  tom.        3°.tom.       50 

c   Tenor3ouaíTi.  lipte.   Ten.    Tiple. 


Ten.      Tiple, 


7°.tom. 

Ten.       .  ;  Tip: 


9o. tom.  *  i?.tom. 

Ten.       Tip.     Tenor.    Teple.  j 


gNJsty 


Ton 


rda  Jriede  Cont  f  aponto.  4 1 

jTons  Dífcipulos,  que  lobem  do  finai  cinco  póntoSjâc 

deicecn  do  finai  quatro. 

2°.tom.     4°,tom.  6°.tcm. 

Tçnor.    Tip.        Ten.    Tip.  Ten.  cu  tfli  Tipi 


8o.  tom.        t  o°;  tom;         1 20.  tom. 

Ten.    Tip-  Ten.  Tip.  Tenor.  Tip. 


i — 


•& — 


tu 


-R 


«- 


Os  tonsMeflíes  i°.  30.  j°l  70.  9.°^  ufaó  com  as 
mefmas  claves ,  que  vão  apontadas.  O  1  ia.tcrr'.  co- 
mo tem  as  claves  muito  alfas }  íe  c^nípci ta  8o.  abaixo 
comas  claves  íeguintes. 

lU [L 


«rw 


li 


Os  tons  Difcípulos  todos  feufaõccmo  vaõ  apon- 
tados ,  tirando  o  20.  que]poif  fer  o  uitc  baixo  íe  ufa 
tranipaiuda  b^.  affima  com  as  claves  íeguintes; 


:-* 


Fú5 


Píiíiuíro,  &  6o.  tom.  noT^r  podem  ter  hurmdc 
emas  claves ,  porque  com  qual%er  delias  forma  Su- 
porem a  de  Cfol,  fa,  ut,  era  canto de  Orgaô  hemaiii 
ufada. 

Qjan  Jo  o  Tenor  tem  clave  de  Ffa,  ut,  na  quartai 
linha,  o  baixo  a  tem  na  quinta,  6c  quando  oTenor  temi 
clave  de  Ffa,  ut,  na  3a.  ou  de  Cfol,  fa,  ut,na  4a.  o  baixai 
tem  clave  de  Ffa,  ut ,  na  4a . 

Quando  o  Tenor  tem  clave  de  Cfol,  fa,  ut,  na  3a.  o 
baixo  com  clave  de  Cfol,  fa ,  ut  na  4a.  ou  de  Ffa,  ut,  nai 
3a.  &c.  Aclavedoaltocorrefponde  ao  baixo  por  8a. 
como  o  Tiple  correfponde  ao  Tenor,como  o  trás  o  real 
Author  incerto  em  as  refpoftas  das  duvidas  fobre  É 
Miffa  de  Paleftina :  Tamquem  ego  dabô  :  pelo  que  fe  o| 
Tiple  ri  ver  clave  deCfol,  fa,  ut,  na  3a.  o  alto  a  terá  nãi 
4a.&  fe  o  Tiple  tiver  clave  de  Cfol,  fa,  ut,  na  1*.  ou  1  f 
o  alto  a  terá  na  3a.  Sc  fe  o  Ti  pie  tiver  clave  deGfof, 
re ,  ut ,  na  a*,  o  alço  terá  de  Cfol ,  fa  ut ,  na  i\  &c. 

Eftes  tons  tem  eftas  ordinariamente^  o  tirallosfora 
delias  lie  contra  a  Arte  ,  falvo  quando  íaõ  em  Pfalmos 
ou  outras  cantorias,  a  que  o  coro  t  efponde>que  então  íe 
ufaõ  as  que  melhor  fe  accomodaõ  ao  canto  chão,  & 
cola. 


RE- 


âa  ~Àrte  de  Cciitrapcnto» 
REGRA     XIV. 


43 


OS tons  por Bmol , que chamaõ,  Accidentaes, faõ 
também  doze ,  &  fenecesn  huma  quarta  alliroa 
e  Éjquadro ,  a  faber: 

i°.  &  2o.  em  Gfol,  re,  ut,  fegundoi 
3°.  &  4°.  em  Ala,  mi,  re,  (egundo. 
5o.  &  6o.  em  Bfa. 

7°.  &  8o.  em  Cfol,  fa,  ot,  fegundo. 
9°.  &  io°.  em  Dia ,  foi ,  re ,  Íegundo. 
ii°.  &  ii°.  emFfa,  ut,  íegundo. 
Os  quaes  tem  as  claves  feguintes ,  pelas  mefmas  ra« 
jens  dadas  a  traz. 
i°.  tom.       2o.  tom.     3°.  tom.     40.  tom. 

Ten.Tip.         Ten.  Tip.      Ten.Tip.      Ten.  Tip. 


ç°.  tom.      6o.  tom.      70.  tom.     8o.  tom. 

Ten.  Tip.       Ten.  Tip.       Ten.Tip.      Ten.Tip. 


Fij 


9°.  tem. 


if|.  Compendio 

9°  toa.     io°.  tom.     1 i°.  toij,     1 20.  tom. 

Ten.-  Ten,    Tip.      Ten.  »     Ten. 


-^ 


fet 
Tffi f 


itarf? 


1  A        1 


í 


r* 


ra 


F^=fSrt 


Das  too;  Medres  por  Brool,ío  primeiro,  &  terceírq 
fe  ufaõ  com  as  fuás  claves  naturaes ,  os  mais  50.7°.9°i 
1 1°.  Ce  tranfporcaõ  8\  abaixo  por  feretiMnuicoakosJ 
como  parece. 

ç°.  tom.       70.  tom.     9°.  tom.      1 19.  tom. 

Ten»  Tip,  Ten.  Tip.      Ten.  Tip.       Ten.  Tip. 


©- 


te 


_ 


te 


a 


n 


gfW^SpffFl 


Dos  tonsDifcipulos  por  Bmol,  fó  o  dozeno,  por  feri 
alço,  fe  cranfporta  8a.  abaixo.  Os  mais  Diícipulos  tem 
as  claves  mturaes. 


1  20.  tom. 

Tenor.  Tiple. 


# 


i. 


LAUS    D 


foi.  t 


1  Ç*i^:  • 


•«ISI 


* 


SUMMA 


D  A 


ARTE DECANTO 

C  H  A  M. 


. 


CAPITULO     L 

REGRA     I. 

íCANTO  fe  ordena  com  fette  lígnoí 
|  différences,  que  faó  GfoI,  re,  ut;  Ala,  mi, 
reiBí^^mi^Cfol^a^tiDIa^o^fCjEla, 
|  iDi}  Ffiy  ut.  Efíes  fe  repetem  três  vezes 
*  pelas  juntas  da  maó  efquerda.Os  primei- 
ros feue  fe  chamaõ  graves  ,  por  fuás  vo2es  ferem  bai- 
xai :os  fegundos  agudos,  por  Tuas  vozes  ferem  mais  al- 
ta?, que  as  dos  graves;  Os  terceyros  íobre  agudos ,  por 
Juas  vozes  ferem  mais  altas,  que  as  do  graves,  &  agu- 
dos. Eftes  fig nos  para  melhor  k  decorarem ,  fe  diraó  as 
íY:flTas ,  aíTim :  Ffj,  ut;  Ela,  mi,  Dia,  foi,  re ;  Cfol,  fa, 
utj  3fa, Ejoiij  Ala cni,  re$  QM, r^,  uc. 


Aa 


RE; 


%  Summâ  dá  Arte 

RE  GR  A    II. 


EM  cada  fettc  fignos  '\ntm  AtAú^fM^^t^ii- 
oiÇwnQic^tizmwtiz  faber Gfol,re,  ut.Cfol, 
fa ,  uc :  Ffa ,  utj  de  cada  huaia  dcftas  dedoeçóes  nacero 
féis  vozes ,  que  faó  f  uc,  re ,  mi,  fa ,  foi ,  la;  eftas  ut,  re, 
mi,  fervem  para  principiar  fubindôi  &  eftasj  fa,  íol,1a, 
fervem  para  principiar  decendo.  Governaó  fe  eíW 
vozes,  por  crés  propriedades,  que  faõfcj  quadro,  que 
ferve  pira  as  vozes  da  primeyradeducçaói  Nacuraque 
ferve  para  as  vozesdafeguíida  deducçaó  ;  BnoI,que 
ferve  para  as  vos  de  terceyra  dedueçaõ,  como  parece 
na  regra  feguinte. 

REGRA     III. 

Sol,  re,  ut;  tem  três  vozes  5  a  faber 
Sol     1     re     1     ut 
Se  canta  por   N     1     ~B    1   ~ET~ 
porqnafcede  C     1     F     f    defimelmo. 

Ala,  mi,  re,  tem  três  vozes ,  a  fabjer : 
la     1     mi     1     re 

Se  canta  por  N     1     B     1     § 

porcjnaçe        Cl      F     1     G 


G 


Bfa. 


irtSJ. 


de  canto  daõ.  3 

Bfa,§mii  temduas.vozes,  a  faber: 

Fa  I  mi 
Se  canta  por  BI  tj 
porq  nacede      F     I      G~ 

Cfol ,  fa  i  tem  três  vozes,  a  íiberr 

foi  1  fa  I  ut 
Se  canta  por  BI  §  l  N 
porq  nafce  de  F     l     G      1  deíín  çímq. 

Dia ,  foi ,  re  1  tem  trei  vozes,  a  faber : 
la     1     foi     l     rc 
Se  canta  por        BI      £;      1     N 
porq  nace de    ^j     I      G      1     C~ 

Ela ,  tníj  tem  du?s  vozes,  a  faber : 
la     1     mi 
Se  canta  por     £)     i     N 
porq  nace  de  G     1     C 

Ffa,  utj  tem  duas  Vozes,  a  faber: 
fa     1     ut 

Se  canta  po    jN     1      B 

porcj  nacede   C     1     de  fi  mefmòj 


Ai*  RE- 


*¥ 


SummiditdrtF 


REGRA     IV. 

D  Emolirão  fe  os  fignos ,  deducçôes ,  vozes ,  & 
propriedades ,  por  duas  claves,  que  fe  àflignaó 
no  principio  da  Cantoria,  &  principio  da  regra  $  8c 
fao  Clave,  de Ffa,  ut;  quefeaffigna  no  primeyro  Ffa, 
ut;  com  crés  pontotj  Clave  de  Cfol,fa,utj  quefe  aí- 
fierna  no  fegundoCfol,  fa,  ut, com  dous  pontos  %  co. 
mo  parece.  - 

Clave  de  Ffa,  m  Clave  de  Cíbt ,  fa,  ur. 


3 


,* 


*-t 


*C3 


REG  RA     V. 

Antapfe  as  vozes  fobreditas  por  oy to  diflfcrenel 
figuras ,  que  faó  as  fegaintei. 

Poma     longo  Qua-  ligados  Alfa-    Trian-  femib.*    felmibí 
dobrado  drado  dos     guiado  ligados   alfaio 


C 


Em  oponto  dobrado  fe  detém  mais  >  Sc  cm  todot] 
fe  mette  fyliaba  de  letra  por  cada  ponto  $  porem  erri 
os  ligados ,  &  aliados ,  fó  no  primeyro  fe  mette  letra ; 
no?  triangulados  íe  naõ  mette  letra ,  falvo  quando  fe 
affigna  poi  bayxo  ,  &  fempre  faó  mais  apteílados. 

RE- 


AtCátitnlm 
REG  RA     M 


PRincípiada  a  cantoria,  &  fubindo  acima de  hiima 
deducçaó  íe  faz  mutanca  em  rc  para  paflàr  a  ou-, 
ja,&decendoabayxo  de  hua  deducçaó  fe  fazmutan- 
jacm  la,  para  paílara  outra.  Por  fcjc]uadro,&  Natura 
jarafubirfefazemAla,  mi,  re;  &  DIafol,rcitcman- 
lo  re  \  para  decer  em  Ela,  mi  j  &  A  Ia,  mi ,  re ;  to. 
tiando  là.  Epor  Bmol,  &  Natura  fefazparafubirem 
3fol,re,  uti&  Dia,  foi,  re,<  tomando  re;&  para  decer 
:m  Dia,  foi ,  foi,  re ,  &  Ala,  mi ,  i e  j  tomando  la. 

REGRA     VIL 

FAzcm  fe  em  a  Muílca  nove  intervallcs  cantá- 
veis ,&  nove incantaveis :  dos  incantaveis  fedi- 
á  no  fim:  Os  cantáveis  faó  osfeguinres :  Tono,  Se- 
uitono,  Ditono,Semiditono,  Diathezeraõ,  Diapen- 
c ,  Evacordo  Mayor ,  Exacordo  Menor ,  Diapazaõ. 
lítes  inter vallos  fe  acbaó  huns  dentro  de  huma  íó  de* 
Jucacaõ,  que  chamap  deduccionaes,  outros  dentro  de 
Juasdeducçoés,  cjue  cbamaó  de  junôivos.  0  Tono, 
Semitono,  Dicono,  Semiditono,  Diathezeraõ,  fero- 
prcfaõ  deduccionaes;  o  Diapcnte,  &  Exacordo  Ma- 
ror,  humas  vezes  faâ  deduccionaes,  &  outras  dejunfti* 
pos  i  o  Exacordo  Menor,  Diapazaõ,  feropre  lio  de- 
un&ivos ,  como  parece ,  mofírando  cada  hum  per  fi 
ia  fegui«c  regra. 

Aaiij  REf 


Tono* 


Semit9*9* 


5emídit9H0. 


6 


Smnma  da  Arte 
REGRA    VIII. 


TOdososintervallos,  tem  principio  emUruíd-- 
nus.  Unífonushehum  fom  igual, ail?arcomo,uc, 
út;refre.  Ton>  he  humintervallodeduas  vozes, a  fa* 
ber ,  de  ut ,  a  re ;  a  mi»  de  fa ,  a  foi ;  de  foi,  a  la,  teta  de 
diftancia  nove  comas.  Coma  he  húa  pequena  diftan- 
cia,  por  donde  fe  dá  conhecimento  da  mayoridadcde 
hunsincervallos  a  outros.  Semitonohehuminterval- 
lo  de  duas  vozes  mais  pequeno  que  o  tono ,  a  faber,  de 
mi,  a  fa  j  Ôc  tem  de  diftancia  cinco  comas 

tono  tono  femi  tono  tono 

tono      ?  < 


Dítonohe  intiivallode  três  vozes,  a  faber ,  deutfl 
a  mi;  de  fá ,  a  Ia ,  tem  de  diftanciadous  tonos.  Semi  Ji- 
tono  he  inter  valló  de  três  vozes,  a  faber  ,dere,afa;; 
de  mi  a  foi,  tem  de  diftancia  hum  tono,  ôc  hum  fertn- 

tono. 

ditono  femidi   feaiidi  ditonô 


to-io 


tono 


tt1 


* 


piéth^craõ. 


Deathezeraó  he  intervallo  peifeyto  de  quatro  võ* 
Zèf ,  a  faber,  de  ut,  a  fa  j  de  re ,  a  foi  ,*  de  mi ,  à  Ia ,  te 
de  diftancia  dous tonos,  &  humfemitono,  corno  pa- 
seçs. ao  diante. 

Dia: 


ãe  canto  chão. 

Diathez   diíit^erT  diathez. 


Diapente  he  intervallo  perfcyto  de  cinco  vozes , M4fmà 
cfte ,  ou  he  deduçciona!  ,  como  de  05 ,  a  foi;  de  a  Ia, 
ou  dejunâi  vo,  como  de  mi,  a  mi;  de  fa,  a  fa,  &  tem  de 
diftancia  trei  tonos ,  &  hum  femitono ,  como  parece. 


Diapente  Diap.  deduccional  Diap.  D?ap.  dejunftivo. 


Exacordo  mayor,  he  intef  vallo de  féis  vozes  effe, 
ou  he  deduccional,  como  de  ura  Ia  ,  cu  de  junaivo,^^ 
:omo  de  re  a  mi ;  de  fa ,  a  foi,  &  tem  de  diftancia  qua- 
:to  ronos ,  &  hum  femitono ,  corno  parece. 


Exac.  may  deduccional.  cxac.   mayores  dejunclivos 


Exacordo  menor,  he  intervallo  de  féis  vozes km-Ixtlmi, 

í,CJdflJUnaiV0' dc  re'  a  fai  d«  mi  a  folj  de  mi  a  fa,  tem  m„.r. 
«e  diftancia  três  tonoi ,  *  dous  femitonoi ,  como 
íarece. 
Exac-    men:    exac.    men.    exac.    men. 


Dia- 


§  'Sumhá'cld'Jtm 

Díapazao  hê  Intervalio dejunâivodeoytc voz* 
ha  de  hum  figno  a  outro  teu  íemelhante ,  ceco  de  dít» 
tanciacinco  canos ,  <5c  dous  lemitonos ;  Dcfte  inter 

vaílohaTctte  efpecies  nacuraes. 

Diapâzáo* 


i 


K   E   G   a  A     IX. 

S  Tonos,  ou  Modos,  faó  dó ze;  porem  os  qu 
mais  fe  u£aó  faâ  oito,  a  faber ,  i  .2.3.4.5,6.7 .8, 
Os  nones,  que  faõ  1 .  3.  5.7.  Te  chamaõ  Mcftresj 
ou  Altos. 

Os  pares ,  que  faõ  i<  4.  6.  8.  íe  chamaõ  Difci- 
pulos ,  ou  Bayxos.  Eftes  tons  fenecem  nos  fignos ,  que 
fórmaõ  Diapente  perfeyto, a  faber,  1.  & 2. caio pri- 
roeyro  Dia,  foi,  re;  3.&  4-no  primeyto  Ela,  mi:Ç*í$f  $ 
noprimeyro  Ffa,ut  .7.  &  8.  no  fegundoGíbl,  re,  uri 
I  Os  tons  fobrediros  tem  cada  hum  fçu  levanta 
mento ,  efte ,  ou  lie  Duplex ,  ou  fímplex. 

O;  Pfalmos  de  David  duplex ,  &  íimplex  ic  can 
taõ  rii  mefma  forma,  porém  os  duplex  fe  cantaó  pau 
zado,  Sc  de  vagar. 

Os  Cânticos,  Magni.ficat ?  Bcqediâus,Nancdj 
rnutis ,  duplex  fe  cantaó  de  hum  modo  ,.&  fimplex  ( 
esnt  5  pelos  Pfalmos  \  porem  o  primeyro  verfqt  d 
Magnificar,  principia  no  Mediato,  &  duplex  nm  ter 
mediato  :  Sc  alguns  dos  alevantamentos  tem  diverfe 
íinaes ,  o  que  tudo  moftra  a  regra  feguince* 

RE 


'dé  canto  chão. 


„  * 


* 


REGRA     X. 

PRimeyro  tom  fenece  em  Dia ,  fo! ,  re  pnrrcyro, 
traz  leu  levantamento,  &  fíeciiloiomem  A  la,  mi, 
e  íègundo,  a  Magnificac  duplex  enrra  em  Fia,  ury  di- 
:endo:fa,  foi,  ia 5  tem  cjuauo  iaeculosum  j  cotno 
fàrece. 

Princípio  roeyo  final  í. 


;        3g 


Oval  Dominus  Domino  meo  feúe  a  cexins     me     is. 


Final  3. 


òaxuioium    A    men.     Saeculomm    A 
Final  4.  Duplex. 


men. 


Século  íum    A    men.        Mag  ni  íi  cat. 

O  fegundo  tem  fenece  em  Dia,  foi,  fe  piiiBcyro, 
traz feu  levantamento,  &  fxcu\otum  em  Fia,  uc  pri- 
neyro  tem  hum  íó  feculòrum:  A  Magnificar  entra  ena 
Cíol,  fa,  uc  prime) ro  dizendu,  uc,  1  e 3  ur ,  12, ra, ta, 
pííio  paiece. 


?o 


*  Swnma  da  Àru 

Principio  meyo 


Confitebor  tibi  Domi  ne  %  to  to  eorde  me  o. 

Final. 

1 


'W^rwj&fwm 


i  i 


in  concilio  juítbrum  &.  con  gre  ga  ti  o  ne. 
Duplex 


-Sff- 


-. 


Mag  íii        fí    cat. 

Oterccyro  tom  fenece  em  Ela,  miprimeyro,  ôè 
traz  feo  levantamento,  Ôc  faecaloraa)  em  Cfol ,  fo,  ut 
fegundo-,&  tem  dous  .faeculorum  :  a  Magnifieat  entra 
em  Gfol,re,  ut  íegundo*  dizendo,  ut ,  rc,  fa,fa,fa,  co- 
nio  parece. 


Princípios.        Meyo..       Final,  i. 


lia  tus  vir,  qui  timetDnu,  in  mádatis  ejus  volet  mmis. 
Fina!  2.  Duplex 


barculorum    A    men..   Magni    fis   cat». 


de  Canto  daô.  n 

O  quarto  tom  fenece  em  Ela ,  m!  pi  imeyro ,  traz 
jfèu  levantamento,  &  (ixculorum  erw  Ala,  nii,re  fegiui- 
Ido  :  A  Magnificat  entra  em  Ala,  mi ,  re  fegU(}do5di- 
jzendo:  re,  ut :  utre,teoi  três  íascuiorum  mais  toa- 
dos como  parece; 

Principio  Meyo  Final   i. 


Lau  da  ce  pue  ri  Domimi  lauda  te  nomen  Dokií    nu 


Final  2. 


Fin.  %.  efte /e  v%dnaSé'Dup\çx. 


m 


.a 


-tí- 


Ssculoru     A    men.  Sarculorum  Amen.   Ma  gni   ft    cai. 


.  O  quinto  tom  fenece  em  Ffa,  ut  primeyro,  &  traz 
feu  levantamento ,  &  feculorum  em  Cfol ,  fa ,  ut  íe- 
gundo,temhuai  íófeculormi).  A  Magnificai  entraem 
Ffa.ut  dizendo  fa:  re,  fa,  fa,  fa,  çowo  parece. 


Principio 


Mevo 


F'oaK 


Laudare    Dominu  pmnes  gentes..  Laudare  eu  omnes  po  Ail. 
Duplex.  , 

t 


Ma  grT    fi    cat. 


Ibij 


o 


i  i  Samrni  'At  Jrte 

O  fíxts  tom  fenece  em  Fb,  uc  primeyro  ,.  &  trás 
feu  levantamento,  8c  focuicrum  em  Ala,  mi,re  fegon- 
çb,tem  ha-m-fó  faíoulofuma  Magnificai  entra  euvFfa, 
M primevío  ,  dizendo :& ,  foi,  la, la, la,  como  parece»; 


Laetatus  íum  in  his  ,  qux  dieta  íunt  milaiin  cio  mumDomi- 


ni  i-  bi  mus  Magni    fi    cat. 

q  fettimo  com  fenece  no  fegundo  Gfol ,  re,  ot, 
ttaz  íin  levantamento ,  &  fxeuloruen  em  Dia ,  foi,  re 
fegu-nda,  tem  quatro  feculoruai  :  a  Magnifiçac  entta 
em  Gfol,  re,iu, dizendo ■:.  ut,farmijfa,  fol,fol,ful, 
como  parece, 

priac.      fneycr.  final  t. 


Jjsà  da  íe  ru  fa  lem  Dhm    LaudaDeunv  tiram  Si    on. 


J?i nal  2. 


Final  5. 


Final  4. 


<n|£*gr 


S.?cabrum  Amen.  Ssculorum  Amen.  Sa?culòr.um  Aitten» 

5È 


iVU^.ai 


íi.    cat. 


âo  c4nto  thm.  ^  i  j 

O  oyfavò  tom  fenece  emGíoI  ,  rc  ,  vt  (çgvr,àoytk 

ra2  feu  levantamento  em  Cfol  ,  fa  ,  ut  fegurdo,  icra 

]aus  finaes,  cu  fseculomm  ;  A  Magnificai  entra  em 

lífo!,  íc,  u^dizendo^^rejut,  fa,  fa,  fa,  como  parecer 

Principio     roeyo.  final  i. 


\unc  dimutis  leivant  tuuin  One iecuncum  verLumtuura  in  face, 
Final  i.  Duplex. 

4 : r .  '     %jí         .    VI 


Sicu    lo   rum    A    men.         Mag    ni    íi    cat. 

Os  oyto  tons  fobredicos  moitas  vezes  fe  achaõ,prín£ 
ipaf  mente  o  primeyro,&  íêgondo,  fenecerem  no  Dia* 
sentei  fe  conhecerão  pela  formaç2Ó,&  naó  fe  poderá 
lizer  ferem  nono,ou  deeimo,os  que  fenecerem  err  Ala, 
ni,  re,  tendo  formação  de  primeyro,&  fegundo,  por- 
jue  fuppoftonono,  &  decimo  feneçaô  em  Ala,  mi,^ 
indecimo,&duodecimo  em  C  fol,fajUr,tem  outra  for- 
naçaõ  muito  diffcrente.  De  nono  tom  he  o  levanta- 
uento  do  Pfalmo  In  exitu,a  pontado  na  forma  feguin: 


2 


xr  fu 


dejEgypto  Do  mus  Jacob  de 
-  ■    »n 


ro. 


Bfa  up 


ít  E  G  R  A     XI. 

D  Os  finaes  dittos,  íe  tira  huma  regra  para  cónhcj 
cer  o  tona  das  Antífonas.  Toda  a  Antífona,  què 
fenecer  em  Dia ,  foi,  re,  ou  he  ptimeyro  tom, ou  fe* 
gundo  5  íe  trouxer  o  principio  do  faeculorum  em  Alaj 
tni,re,he  primeyro  tom,  Sc  fe  em  Ffa,  ut,  he  íegundoí 
Toda  a  Antífona ,  que  fenecer  em  Eia ,  cni ,  ou  hc 
terceyto  r  ou  quatro  tom  ;  fe  trouxer  o  principio  do; 
feculorum  em  Gfol,  fa,  ut,heterceyro  ,  &  feem  Ali 
inijfc,  be  quarto-  1 

'  Toda  a  Antiphona,  que  fenecer  em  Ffa,  ut,  ou  M 
auinfo  ,ou  fexto  tom  j  íe  trouxer  o  principio  do fm 
culQrumemCfoljfa,  ut,  he  quinto,  &  feem  Ala, mi: 

re,he  festo.  . 

Toda  a  Antiphona,  que  fenecer  em  Glol,  re,  ut,oiji 
heiettimo,ou  oytavo  tom ;  fe  trouxer  o  principio  do 
foculorumem  Dia,  foi,  re ,  he  íettimo ,  &  fe  ens 
Cfo!,fa,  ut,  heoytavo. 

Para  conhecer  os  introy  tos  daí  Miflas,  fabendo  aoi 
de  tem  o  final,  fe  verá  o  veríò  ,  que  principia,  como 
Magnificas  duplex.  Se  fenecer  cm  Dia,  foi ,  íe  ou  uj 
prímeyro,  cu  fecundo;   fe  trouxer  o  verfo  como. 
Magnificac  do  primeyro .,  feia  priaeyro;  &  íe  trouxe 
a  ^erfocomoa  Magnificrt  drfegundo  t  fera  feguod 
&  do  mefmo  ^noJo  íe  põJero  caohccu  os  mais  C 
canto  chaô,  que  oaò  for  Anrifaru,  t,u  inwoyto,  f 
cenkcer.á  pela  regra  feguiuCe» 


'  ite canto  cfaõ.  «5 

REGRA     Xlfc 

DS  tons  mefires  i.  3.5.7.  for  maõ  acima  do  feu 
final  do difcurfo  de  fuaCantoria  húa  5.  Diapen- 
,&  íobre  efta  5.  huma  4.  Diathezeraõ,  fendo  o  fim 
15.  principio  da  4.  E  os  tens  difcipulos  2.  4.  6.  8. 
rmaõ  cambem  acima  do  feu  final  huma  5 .  Diapentej 
pi ém  abayxo  do  finaLfórroao  a  4.  Diatbezeraó;  fen- 
3  o  final  principio  da  5..  para  cima,  &  principio  da  4^ 
ara  bayxo.  £35.  com  a  4.  fazem  humaoytava  Dia- 
azaõ*  É 

E  formando  affim  os  tons  mefires ,  &  difcipulos 
u  Diapazaõ,  fe  chamaõ  perfeytos,  &  podem  ter  bum 
ooco  mais  de  licença  5  &  fe  lhe  faltar  hum  ,  ou  mais 
ontos  para  o  Diopazaõ ,  feraõ  imperfèjtcs,  porem 
s  meftres  fóbem  mais  da  5.  para  cima  ,  &  o*  difei- 
ulosdecem  mais  do  final  para  bayxo  5  &efiando  em 
jualdade  prefere  o  meftrej Advertindo  que  quando  ef- 
36 em  igualdade  de  pontos,  fe  o  que  íubir  fer  femi" 
pno,  &  o  quedecer  for  tono, fera  difcipulo;  E  ten- 
omais  dous  pontos  do  Diapazaõ  fe  chamaõ  pluf: 
u  am  perfey  tos ;  E  tendo  Diathezeraõ  acima  do  Dia- 
ente,  &  Diathezeraõ  abayxo  do  final ,  fe  chamaõ 
Aixtos. 


€  m 


SaSina  da  "Âtiu 


CAPITULO     II. 

Em  ftè  fe  tratta  dts  entoações  pertencentes  ao  Coro. 

REGRA     I. 

O  Coro  fe  cantão  Miffas,  às  fette  Horas  Can» 
nicas,  que  íaõ  Vefperas,  Compietas,  Matinas, 
com  Laudes,  Prima,  Prima,  Terça>  Sexta ,  Noa,  o  Of-j 
ficío  de  defuntos,  Ladainhas ,  ôcc.  £íle  canto  fe  faz,, 
ou  por  livros  decanta  chão  como  as  MiíTas ,  Sc  An»} 
tifonas,  para  o  que  fe  tem  dado  regras,  &  as  que  (A 
feguem  fa5  para  fe  faber ,   o  que  fe  canta  de  cot. 

As  Vefperas  fe  cantão  na  fornia  feguiate  ao  uzo  da,: 
Sanca  Sé  de  Lisboa,  que  me  pareceo  o  melhor. 

Principia  o  Hebdomadario  na  corda  direyta,  que; 
fempre  he  fa,  dizendo. 


JDeus  in  ai  ju  to     ri  u;n     meum  in  ten  de 
O  Coro  refponde,  Domine  adjxvanáum  me  fc(í'fttâià 
&c.  no  mefmo  tom  tudo  direyto,  6c  no  fim  fe  diz,  con- 
forme o  tempo. 

:i1 


Al    le    lu     ya    laus  tibi  Domine  Rex  arter  112  glo  ris. 
Segaeav-íelogoas  Antiphonas,&  Pfalmos,  osquaes 
fe  cantão  como  ofxculaiu^queno  fim  das  AntiFo- 

ffia3  fe  apontao. 

Aca- 


'iecântètlM'4  17 

Acabados  os  Pfalmos,diz  o  Hebdom.  a  CapkuLi 

pdo  direyto,&  no  fim  abayxa  bom  ponto ,  ôc  o  tot  na 

1  levantar,  &  o  Coro  refponde  abay xado  húa  quinta. 


Ab  ini   tio,  &c.  Cora  ipfo  miniítrávi.  Deo  gra  ti   as/ 
Logo  principia  oHywao,  oofimdo  cjual  dizemo 
veifo  doas  cantores  na  forma  feguinte,  &  o  coto  ref- 
ooade  do  mefmo  moda. 


'jerf.  DiíFufa  eíl  grati  a  m  Ia  bi  is  ta  is 

hro,  ncfp.  Propterea  benedixit  te  D  eus  in  ^er     num 

Tendo  Alleluya  fe  di2  do  mefmo  modo,  l?g;*flío 
na  Alleluya;  &  fendo  por  commemoraçaô,  (ó*  iigaõ 
os  dqus  penúltimos  pontoss  a fli a*. 


. — _J 

f,    '  '¥',',;    '     '■- f   -'" 

1 

tu     is. 


Acabado  ;  principia  o  Hebdom  a  Arnifona  de 
Magnificar,  &  acabada .efla,  dizoHebdomar.  Domims 
»obtfcumy  Sc  o  Coro  ufponde  ,  Et  cum  fflritu  tuo ,  tudo 
direytoj  &  logo  diz  o  Hebdom. Grmut,  abayxando 
bum  ponto,  &  íubindo  ourro,  &  profegue  aOraçaô 
tudo  díreyto ,  ôc  no  fim  abayxa  bom  ponte ,  &  íobe 
outro,  ôc  o  Coío  lefpoxide  ítm  abayxar. 

Ce  &m* 


l%  Summa  Aú  Me. 


tP 


#<RDom,nus  vobiícu  Cor.  Eccúfpiritu  tuoffeU.  Qremus.   ' 


Còcede  nos  Fâmulos  tuos , 


hc.  &  «terno  per  frui  I&ti  t  aí 


feer  omnia   fs  cuia   fae  cu  lo  rum      Amén.. 

Quando  fe  á'u %m  Cbrijjum  Pdmimtmnoftrm ,  abaixa 
a  tcrceyra.. 


i^er  Chriâum  Domiinumaíaftriitiu  a*».  Aroen 


Lpgo  dteem  o  ÈtneÊàmtfs  doas  cantOY£s»&  o  Cotjjji 
ixfponde  d*>  ineímo  modo,  o  qual  fera  hucn  dos qut 
abiiyxo  ie  leguem,  conforme  ottl&po  ,  oufefta. 
Duplex,  íbieimre; 


FerJ. .  Benedica 


mus    Do- 
ei Gia 


mine 
ti  2 


b-/?    Bê.  nsdi  «ca 
4.  Dô' 


ti    afc; 


de  cam  cbaô. 
Dominical  per  armo. 


nrf.  Bí    ne  di  ca  mus    Do 
ffi*  De  o     Gra 


mino. 
ti  as. 


Na  Dominga  daPayxaó. 


"crf.  Be  ne  <k  mus      Do 

{efi.  Dc  o         Gra 

Semidupl  x. 


mi  no. 

ri   as- 


rer\.  B_thmi     O*     mus     ijo 
tyj>.  De  o        Gra 


mi  no. 
ti  as* 


O  ias  fimplex  &  feme*  na  Sé.. 

t — rT, 7 — r=: * iflj 


rerf  Be  ne   di   camus     Do 
Np.  De  o        Gra 


mi   no 

ti  as. 


De  N.  Senhora  no  Sabbado. 


"erí  Be  nedi  ca 
\*{f.  De 


mus  Do 

mi   no. 

o  gra 

Ccij 

nas. 

Nas 


ao  Summh  da  Árti 

Nas  Vigílias ,  ôc  ferias  de  Quarefma,  &  Advento, 
diz  hum  taiitor  fó,o  SenedÍMmusy8c  cuco  o  que  dizei 
d  cus. 


Ferf.  Bene  di  ca  mua  Do  mi  no- 
Kefj>m,Dso  gia  ti  ■  ãel 

No  tempo  da  Paícoa. 


r*r£Bene  dicamusDòm  ino   Alie  luya  alie  Sut  ya- 

j?^.  Dzo  granas  •  ai  le  lu  ya.  ai  le.  lu-  ya. 


Dktoo  Bènedkamus ,  Cfe  &  tendo  o  Cororerpori 
áido  Veogatà&ti  logo  diz  oHcbdbm.Fi*/i^4nwMjt 
C&.   &refpondc.ò  Coro- tudo  em  torabayxo. 


■ 


E  G  R  A 


NAi  Completas  começa  Hum  cantor  -virado»  & 
inclinado  parai  o  Hebdom. 


J 


cere. 


Jxrbe*  Domne  bene  dl 

G  Hebáora^ii-Noato  f»iítt»,í».no«efl»o  tom; 
âfcacabadomtfmo  modo  'gi  abajww,  St oCorotel; 
ditcyto... 


de  cdntocfaõ. 


ai 


A    men. 

Logo  profeguc  e  cantor  direvro,  &  viíadòpara  O 
Mear, dizendo: FratmjQb,ij'e(íútey&c.  tudo  dirtytc,& 
6  no  fim  abayxa  <ja.  &  o  meímo  quando  àlzTu auwm 
%mim}  &c.  &  o  Coro  refponde  :  Veo  giatiast  bayxan- 
o  5a.  &  o  mais  fe  diz  entoado  bayxo,;; ti  que  piuicl- 
liaoHebdotD* 


-fOf 


Gonrcrtcnos  De  us  íalutaris  nbfteiv 

Rei  ponde  o  Coro:  Et  aVtrteiramtuamy  &c.diKytoi 
>go  dis^o  Hebdofli.  Deus  imdjutaiumi&z.  &refpcn- 
e  o  Goro  tudo,  como  no  principio  de  Vefpeias,  & 
cabado  principia  ha  na  cantor  a*  Antífona  Mtjenrè^ 
u  Meluya.  Seguem-  fe  os  Pfalmos ,  6c  o  HyroíiO  ,  & 
çabado  diz  o  Hebdom.  a  Capitula  ,  &c.  cemo  nas 
reípera*  ;  fcdito  o  Veogratias ,  dÍ2em  doi)s  cantores 

Reíponfotia  breve  ,  ótrefpende  o  Coió  como  fe 

gue. 


4^Hlf*^^ 


i.  roa    nu*      tu  a&  Do  mine-  cosamendo  ffi  ri* 


Ge  iijj 


mm 


tum  meum.   Re  de  miíli  nos  Do  mi  ne    Deus  ve  ri 


ta 


tis      Gb        ria  Pa  m ,  &       Fi  li    o 


Spiri  tu    i    Sftn    £ta 


^r/Xuflodi  Aos  Domine  utpupillam  o  'cu  li. 

&ff,  Sub  umbra  alarum  tuarum  pro  tege  nos 

Acabado  o  Coro' Te  diz  a  Antífona  &  Kunc  dlmi 
dfy&c,  &  as  preces  (quando  fe  dizem)  o  que  tudo  fin^ 
do,  diz  o  Hebdomad  VominusVQbi/cum)  Sc  a  Oração  co«i 
mo  nas  Vefperas  5  porem  o  fBenedkamus  Domino,  diz  ( 
mefrao Hebdouh  decendo  3*  abayxo,comofarece 


m[.    Be  ne  di  ca  mus  Doèmi  no, 

Eafllm  refponde  o  Coro.  Veò^r^tiai. 
Nefta  forma  fe  cantaõ  as  Completas  todo  o  znnn 
cirando  o  Refponforio  fefevèí  que  pelo  tempo  Pafch 
&  aos  dias  íeriacs  s  he  diferente. 


it  càtttothúõ' 
Pelo  tempo  P^fchaí. 


23 


Ih  manus  tu  as  Domine  commendo  ípiritum  me  um 


Al  le      lu  ya  ai  le  lu    ya    RedemifH  nos  Domine. 


Deus 

... 

ve  ri   ta     tis 

Al  le    luya.- 

1    ':  

1      *                                            i 

- li 

Gloria   Pa  tri  Sc  Fi  lá  o  &  Spki  tu  i  Saia  &© 

rf  Cuírodi  nos.  Domine..  &c.  com»  acim*  , .' Aanjcmtando  ^ile*- 
iuya.. 

Nos  dias  feriaes. 


jjft  ♦  »  ♦  »  »  #^^t±±É±±M^^ 


Inmarrus  tuas  Domine  commendo  ipiritum  meum, 


RedemifH  nos  Domine  Dètfs  ve  ri  ta  tis  commendo ;  &c. 


24 


SftwmaMArte 


Gloria  a  Patri  5c  Fi  li  o   &  Spiri   tui  Sandia. 


rtrf.  Cuílodi  nos  Domine  ut  pti  pil    Iam  o  cu  li 
j>eft.  Sub  umbra  alarum  tuarum  pro         tege  nos. 


N 


REGRA     HL 

As  Matinas  principia  o  Hebdomadario,  dl 
zendo. 


Pomi  ne      labi  a    me    a    a    pe    ri    es. 

E  o  Coro  vdponíe:  Et  os  meum  annum\ahity^c.t\\ 
do  direyto  :  logo  diz  o  Hebdoniadario:  DetísmàM 
tèrmmy&c.  como  nas  Velperas.  Segue-feolnvitari) 
fíymoo,  Antífonas  coai  os  Pfalmosj  &  acabado  | 
z-mdaus  cantores  o  verfo,coa*ô  no  fim  doHyflftji 
deVefperas,  &  acabado  diz  o  Hebdomadarioabaj 
%£ndóhu4  5a. 


£a  ter  noíter. 


CdttWcvas.  25 

E  acabado  o  Fater  noíler  reíado  ,  diz  o  Domario, 

^tneiiosinducasmtenUúonem  -,  ócocororeíponde  :  Sei 
ibera  nos  à  maio :  tudo  direito ,  abaixando  húa  5  a.  &  do 
mcfoio  modo  diz  Domado*  Exaudt  Domine  ,  Sta  & 
3 coro  refponde; 


A    men. 

Eftes  pontos  acima,  que  abaixaõç*.  feufaõnaSé, 
abaixar  3a.  quando  naõ  he  folemnc.  Logo  diz  o  que 
:anta  a  liçaõ  inclinado  para  o  Domario:  lubeVomne 
ienedicere>  tudo  direito,  abaixando  no  fim  húa  5a.  & 
:3o  me  imo  modo  diz  o  Domario:  ÚíenediBione  perpetua 
Sc.  &  o  coro  refponde  ,  Amen  ,  também  abaixando  5  \ 
pegue  fe  a  liçaó  ,  a  qual  tem  o  ponto  interrogante ,  6c 
fufpenfo ,  como  na  Epiílola  ,  porém  nos  mais  pontos, 
&:  no  fim :  Tu  amem  Domine ,  &c.fe  abaixa  5  \  &  o  coro 
refponde  :  VeogratUs ,  do  mefmo  modo.  Mas  ad  virta- 
fe,  que  todas  as  vefes,  que  fe  abaixa  5a.  no  ultimo  pon- 
to ,  em  o  penúltimo  íê  faz  quebro ;  mas  íe  a  penúltima 
lllaba  for  breve  ,  abaixa  nella  ,  &  na  antepenúltima 
e  faz  o  quebro.  Na  Capella  Real  todos  os  pontos, 
tjue  defeem  5 a.  fazem  hum  ponto  de  mais  em  mi ,  que 
he  o  antepenúltimo  ligado  com  o  penúltimo  ,  como 
carece. 


Pa    ter    not    ter, 


Dd  Nas 


2  6  Summada  Ârtè 

Nas  mais  liço:s  tudo  he  donudoqu^ie  tem  dit- 
to.  Na  leãio  Evangélica ,  fempre  fe  abaixa  5a.  quan 
do  íediz:  Secundum  Matthcenmf§e.  &rdiqua^  &  quando 
íe.diz:  Homilia SanSli  Augtiftim  Epi/copi ,  011  outro  qual « 
quer  Padre, &  acabada  a  ultima  liçaô/e  diz  o  Hymna 
TeDewn}m  forma  feguinte. 


Te  De  um    lauda  mus     Te  Dominu  cõfitemur 


^1HfraL^^H*>kirfl 


ff— 


Te  zcernu  Patré,    omnis    terra    ve  ne     ra  tur. 


Ti  fei  omiies  AngelU     Tibiczli,&  uni  ver  iat  pofeírates. 


Tibi  Cherubimj&^erapHm,      inceíTabi  li  você  proclamar 


Sm     âus.        «fcm     £tus.  Sáátus  Drius  Deus  Sabaoth. 


T- 


Flenifnnt  carli  &ter  ra    majefta  tis    ^oriar      tuar. 

Te 


de  Canto  chaõ. 


*7 


^j^PJSQS^^^^^^toS 


rm 


Te  glori      o      fus        A  pof    to    lo  -runa'    Cho  rus. 


^^JS&Í 


3C 


Te  Prophe  ta     rum    lau     da  bi     lis  nu  me  rus. 


s 


i- 


Te  Martymm    candi    da     tus     lau     dat    excr  ci    tus, 


Te  per    orbe  terraru ,  fan£ta    coníi  te  tur  'Eccle  íi  a 


Pa  trem  imir.en  ix     ma  jef    ta     tis. 


I»i'j1wjte3ff 


.1 f—L. 


RF 


=31 


-tl 


Veneranda  mum  vem  ,     &  u  ni  tum  Fi  li  um, 


-^_il 


Sanclumquoque  Pa  ra    c!i  tum  Spi  ri  tum, 


r3i 


>*. 


_U_ 


TuRexslo    ri   x    Chrif  te 


Ddij 


Ta 


2< 


Summt  ài  drte. 


3S — W. 


Ztt 


1H^+ 


H 


N# 


L|,        .  f  ,» 


JS 


Tu  Pa  tris  fera  pi    ter  nus  es  Fi  li    us. 


Tu  ad  iibérãdfi  fuícepturus  liominé:n5  horruiííi  virginis  uterú. 


H 


Tu  devi  5lo  mor  tis  aculeo  '.aperuiífi  credetibus  regna  CxIoriL  '; 


si 


■  m 


3 


Tu  ad  dexteram  Dei  fedes  ir*  gjo  ri  a  Patris* 


lã^L 


Í«í=r 


-4-1 


¥ 


Jir  dex  crede  ris    ef  fe  ven  trt  rus. 


Si 


Te  er  gp  Qpxfamxis  tuis  ta  mu  lis  /ub  veni  quospre- 

i— ;i,   . .."  '■'  — 


— Fs — r 


ti    o  fo;    fanguiae  re  de  ixuf  ti 


M&££-       ®&  fac  cmaíaflÊis.  euis  irr  gferla  jazmesa;  si* 

Salvuc 


Je  canto  chafc 


2 


Salvum  fac  populu  tuurjDne  &  benedic  herediwti  tu  x. 


■    çJSSÍJC 


m 


Et  re  ge    c  os ,  &  ex  tolle  illos  ufque  in  x  ter 


nu. 


Per  fmgu  los  di     es    be  ne  âi  eí  mus  te. 


Et  laudanuis  nomeD.  tuu  in  fzçulú;  &  in  faeculu  feculi. 


Dignare  Domine  die  if  to  fine  pecato  nos  culto  di  rei 


m 


-4-^-^^^y^j 


rí^. 


Mi  fe  re  re  n©f  tri  Domi  ne  Mi  fe  re  re  nof  tri> 


iar  miíérfcordia  tuaDRe  fuper  nos,quéadmodúfperavimus  in  tel 


r*f* 


gggg^ 


I*  te  Domine   #e   ta  ti.  neo  coufpttd»r  fn    «cr       jjjjsi. 


JM19 


3o 


Summt  da  Arte 


Acaba Jo  o  Te  Veum ,  fe  principiaõ  Laudes  f  que  fe 
cantão  Cem  nenhuma  differença  cosno  as  Vel petas..- 

R   E   GR  A     IV. 

NA  Pritn^,  TerçasS:xta,&:  Noa  fe  principia, 
diz  a  Capicuta,&  Oraçaó,çomo  na?  Veípetai 
&  o  tfenedicamos  como  na  Completa ,  Si  o  Keípoi 
forio  breve  na  Prima  he  como  fe  fegue. 


CLrif  te  Fi  li    Dei    vi  vi        Mife  rc  re  no  bis. 


Qai  fe  des  ad  dex  te     ram  Pa  tris  Glori    a  Patri,  & 
Qui ,  natus  es  de  Maria  Virgine 


Fi    li    o    Spi  Ti  tu    i    San  do. 


- 


Esc  ur  ge  Chrifte    ad  ju  va  nos. 

E  do-tnefmo  modo  refpon«íe  o  coro.  File  R.efpoi 
forio  fe  diz  na  Ff  ima  coáooanno,  tirando  notemfi 
Pafchif,  que  fe  diz  como  o  Refponforio  daComplej 
doaiefroo  t:mpo,  &  nòí  dias  íeriaes  fediz  do  mefa 

mor 


■ie  canto  chat.  £l 

modo,  que  na  Completa ,  &  p  meíino  he  rn  irais  ho- 
tas.  Dittasaspieces  (  quando  k  h.ó  de  dizer)  &  aO- 
laçaô  diz  hum  cantor  a  Kalenda ,  que  Te  cat.tará  <ei*o 
as  limões.  Poíém  a  Kalenda  na  Vefpera  de  Natal  ras 
palavras :  In  (Betblem  )ud*  jiafcitur,  Cfc.  íe  íobe  hurra  4% 
acima  da  corda  do  toro,  &  por  efla  caufafe  principia- 
ià  o  tom  baixo ,  &  fe  canta  ua  forma  feguinte.  O  pti- 
roeiiO  ponto  m.oftraaeorda  direita. 


In  Bechlem  Judje  nafçitur         ex  Maúa    Virgine  íafíus  homo. 


a 


È*H 


tM 


Na  ti  vi  tas  Dotni  ni  nof  tri  Je  fu  Cfcriíli  fecCdú  car- 


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-#^#-8-^ 

♦♦♦^Jt^MW^+K^*— 

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■ 

1 1 1$M 

mm.e   odemdié    Sanâse  AiiíiíWfiíE  atque  íscaaiú  virginú. 


Tudo  o  mais,  que  fe  fegue  ra  Fiirra  defptis  da 
Kalenda  fc  diz  entoado  ;  no  fim  da  qufl  fe  carta  por 
rjevoçaò  a  Amifona  contra  a  pefte,  cemo  fe  legue  : 


■  J       LJ       Lm 


^^mi^^^ys 


SteT  la       Cx  li    extir     p»  vit  qusc  la£ravit  Do- 


^dtJif^^gí^ 


e  *■' 


aiihum  morrfs-pefiema  Çcani  fSmtawi  p™p£aac«s      P    # 


Summa  da  Âni 


baniiMiiu  íp  fa  ítel  la  nunc  digne     ktur  fy  de  ra 


jcompcf    ee  re,    quorum  bel  la  plebeia  csdun  àijz 


mor    tis    ul    cere.     O  pi    jf.fi  maStel      lamaris, 


~-^ z 

fe3l  N- 

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M |      ■      ■ 

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Jtá&J&i-MBi  y  '  Éí  Çà  -M  ff 

3^  PT 

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*Fi<í&  W  pPS  WS  wW'P  i 

1                 i      •               •    • 

^T5~~ 

'  U—-ZJ    '                 ! 

. . 

- 

apefte  fuceur  rere  nobis.^u  di  nos  Do  mi  na; 


9EEES5íiéhí 


nam  Fi  li     us  tu    us  ni  hil  ne        gens     te  ho- 


no  rat:     Sal  va  nos  Je  fu,pro  qui  bus  Virgo  Ma     ter 
1 1 


re      o 


rat. 


Vtr\ 


de  canto  cbaõ. 


33 


#»+»»»++++g5i| 


rcrf.  Oraprono  bis    San&a     Dei      ge    nf-trixi 
tf]f.  Vt  digui  cfficiamur  promiílionibns  Chrifti. 

OREMUS. 

D  Em  miferuwdite,  Deus  pie tatu ,  Deus  inddgènti* ,  cjui 
mijertus  ei  fuptr  affliSlionem  populi  tut,  &  dixifii  J fl- 
uo percuúenú  populum  tuum  \  confine  manum  tuam :  ob  mo- 
m  illius  flelUgloriol* ,  cujus  ubera  pretioja  contra  Vtnenum 
ofirorum  deliclorum  quam  dulcker  juxtfti,  pr^fla  auxilium 
'atuiu*,  utabomnipefley  &  improVifce  morte  jecwé  libere* 
\ur,  &a  totius  perditioMSMur/u  mi/erkordiíer  jdvemur.Ter 
'  Jefu  Chúfie  %exglorU ,  qui  VtVis ,  &  regnas  in  Jãculaj*- 
dorum.    Refp.   Anien. 

Na  Terç?MSexta,&  Noa,  ÍWdizo  R^fponfoiiobre^ 
,  na  forma  feguinte. 


Spe  ci  c    tu    a,     &  pulch  rim  di  ne  tu    a. 


'**ttM&£ç3&Xfc+4?5_ 


In  teu  de   prof  pe  ré  pro  ce  de,  &  Tcg    na  Gloria. 


H tf  tii,ScFi    lí  o,    &Spi  ií  tu  .  Smâo.    ■" 

Ee  F/r/. 


Sum*  ttd  Àrk\ 


nrf.  Aá  ju  va  bit  e  âfftDêúâ  Vtihd    fú0r 

*ejf..  Deus  in  médio  cjus  fton  coisovebitur.. 

Os  Refponforios  da  Sexta ,  &  Noa,  fc  dizem  ne 
forma.  Todas  as  feitas^  &  Domingas  fe  cantaô  por  e 
te  .modo,  tirando  no  te^pò  Pàtèbal ,  &  Fetiat ,  qaef 
dizem,  como  fe  âpôdta  rtá  CoaipieÈ3,  &  no  Aá vcmo> 
que  fe  dizem,  èomo  fe  fegue. 


Vè  ni  àdli  bê  rânduâtnos    Dõíilínum  DetxS vir tututfe 


Õtodôfaeiemtvfâ^  &fál  vi   e  ri  mus;   Gloria. 


tri    &Fi  li    *  &Spi-*i  ttt    i;  San  ão. 
Os  Refponforios  da  Sexta,  &  Noa ,  vao  por  ■  cft 
modo,.&  do  mefmo-iDodo-fc  canta fra* ferias  do Ad 
vente  j  porém  maií  apreífadinho* 

R  E  O  R   A     % 

To  Officio  M  DefimtWi 

S^èfperas  de  Dtfontos  principiaõ  afefolbr 

& aabadas.as  Aouíottas-,  &.  BaknoSy  dw-e 

do" 


looscantofcs  o  verfo  na  .forma  feguinte ,  &  o  coto 
d  ponde  do  mcímo  modo. 


"erf.  Audi  vi  você  de  Cx  lo      dj  et n tem  mM. 


r/f.  Beati  ruortui  quiin  domino  «lojriumur. 

Por  eíle  ver  ío  vaó  o$  vtrfos  das  Matinas,  Todos  os 
nais  veríos,  &  repòíías  fe  dúesi  direito,  abadando  no 
ira  terceira,  como  fe  fegue. 


Pater  ncftre.rer/^Et  ue  nos  inducas  in  ten  ta  ti  ©  «em. 
■Refp.Sed  libera  nos  à  maio. 

rèrfiKeqwcm  seternum  dona  eis  Domine. 


eis. 
mferi. 
eorum* 
inpace. 


meam. 

veniar. 


KefpJEt  lux  perpetua  luceat 
:rhrf.A  porta 
^^.ErueDomine  animRs 

m/.Requieícant 

/^.Aaien  (  direito,  ou  mi,£a, ) 

/^.Domine  exaudi  orationem 

%efj?.Es  clamor  meus  ad  te 
Domintis  )wbifcum.  £í  cum/pmtu  tuo.  Onmus ,  k  dizem 
jireito,  &  do  meírno  rnodoaOfaçaó  ,  ío  no  fim  aca- 
>a,  f  ,  mi,  f<i,  Porém  quando  fe  diz  ptf  Cbrtjluw  Dmi- 
^umfêc.  a  caba  abaixando  9a.  <ftjquiem*Lcrncim}&c.kdiz 
ottto-Gs  tnats  ver fos,  logo  diiefií  <í<hh  c amores. 


Regui  «f  cant      10    pa  ce. 

Ee  i ) 


Simples* 


3<5 


SnÃmâcUJrtt* 

Simples* 


n 


Re    qul    ef   caiu.         ih    pa    ce. 

E  do  meímo  modo  fe  diz  naMiflá. "Na*  Matinas  1 
dizem  os  verfos  como  o  de  Vefparas ,  &  nas  liçoens  k 
fazem  o$  pontos  nefta  forma. 


H 


Nihiienim.funt  dies      tac .  i». 


içaoi 


pW4-*HÍ>|  y^MW- 


R= 


H 


Utgliuiamfa    Hvam  rac  aw 

Sufpetifo* 


-VJ 


Etift-palverem-rc    du    ee&  me. 


Sed  parce  pscca  tis    me    kí 


: 


'  C^nnJbodefanto  fé  le^a  para  a  Igreja  principia 
ábus  cantore$,Sc  fegiefl^os  mais  a  Antífona  fégninte 


« 


Subve  ni         teSanch  De 


i    Og  cu  ri  te. 

IS 


rzn 


í 


^ 


Au  ge  li  Domi  ni    fuf  pipi   en  tes    a-    nimam 


e    jus.    Offe  ren  tes    eam    iu  conf  pe    ftu  Al- 


df 


&  mi, 


Acabada  a  Antifona ,  pjíncípíaô  os  dons  cantorcr, 
c  feguem  os  mais  oPfalmo  Miíferece :  &  deípois  de 
ada  veifo  fe  torna  a  repetir  a  Antifona  Subveniter 
rc.  o  Pfalrao  fe  canta  na  fotma  feguinte  .- 


Miferere    me  í    De:  us  fecundum  magna  miferí-' 


cor  di  am    tu  am-   Subve  ni      te,  &c 


Quando  fe  canta  o  Refponfo  por  hum  cantor  \  ffc 
anta  nefta  forma ,  refpondendo  o  coro. 


tijí 


fg 


Smrnà  da  2rti. 


Memento  me  i    De        us      qui  a  ^entus  eli    Tkamea, 


Nec  «fpiciax      me  vi  fus  ho        minis.  De  pio- 


!! 


jdis    clama  vi  ad  te  Domine,  Domine  ex- 

+1 


au 


di  você  m  meã.  Ky  rie     e    lei    foo. 


t-^Jsà 


m 


Z 


Chrifteelei    íbn.Ky  ri  e  e  lei  fon. 


O 


iief  caat  in  pa  ce.      A  men 


RE  G  RA     VI. 

M  do  de  cantar  a  Ladainha  hc  o  q*ie  Te  f< 
gue. 


; 


K 


decanto  cfao. 


^W^N^wl^W^Hf  |B 


-^>- 


Ky  lie    c    lei    fon.  Chrifte  c  lei    fon,  Chrifte 
Ky  rie    e    lei    fon 


^^-tt^yWH|HOOwK 


tzsz 


tu.  dinos  Chrifte  exairdi  nos.  Pater  de  Gxli6  De  us} 


i 


Miíe  re    re  no  bis* 

Por  Cárter  de  Cdis,&c.  vaõ  Fili^demptor.  Spiritus 
nfte \San&a  7  rinhas  fêc. 


San£U  Ma  ri  a.    O  ra  pro  no  bis* 
Poreftc  vcrfo  vaõtodos ormais,  accrefcentando, 
i  diminuindo ,  conforme  as  íillabasi 


-ft-«  ♦  fl-S 


V  - 


Propi  ti  us  ef  to  paroe  no  bis  Domi  ne. 

Todos  os  roais  verfos,  até  ofim  vaõ  por  efie,  &  pe- 

mefmofe  diz  o  ÀgmDeii  accr  efcentando ,  ou  di- 

inuindo  conforme  a  letra.   Gripe  andinos ,  Chrifteex- 

dinos ,   &  os  Kyrios ,  faó  do  meímo  modo ,  que  no 

incipia,  fá  a  ultimo  Kyrie  cc  roo  íe  legue» 


Smmà  dd  âife 


Hh 


£D2: 


Kj  ri  e    e    l«i      fen* 

Temos  dado  regras  para  tudo,  o  que  k  canta  Mi 
coro  ^  faltaporém  o  modo  de  cantar  as  lamemaçoenfi 
&  liÇoes  de  quinta  ,  fefta,  &  fabbado  da  femana  fantai 
as  quaes  k  coftumaó  dizer  por  livros ,  em  queeflaíi 
Codas  por  extenfo  ;  mas  para  ondeos^naõ  houver,  & 
fe  houverem  de  dizer  pelo  Breviário,  ou  Ripanio,  f< 
cantarão,  como  íe  fegue. 


RE  GR  A     Vil. 


OS  verfo*  de  cada  hum  dos  No&urnos  fe  cantai 
como  os  de  defuntos.  Aslamentaçoens,  aprii 
meira  de  cada  dia  fe  principia  como  fe  fegue. 


In  ci  pit  Lamen    ta     ti    o    Je  re  mi    z    Fio  phctae. 
As  letras  Hebraycas  fe  cantaó  como  fe  fégue. 


Para  o  mais  das  lamentações  dividiremos  cada  poi 
toem  duas  partes.  A  primeira  principia  em  Ala  ,  rt 
te,  primeiro,  que  propi  lamente  chamar)  Ate  ,  6c  dai! 
fula  em  Dá  o!,  re,  coma  parece. 

Qu 


dNàittó  châ%. 


m  *&  v 
Quomoio      fe  det  {o  h    Ci  vi  tas  plena  po  pu  lo?  - 

Na  fegunda  parte  de  cada  ponto  dá-  kmenr^çoers 
?aremos  principio ,  tncyo,  Ôc  fim ;  o  principio  erírífa, 
it,  &  o  rneyo  em  foi,  Ia,&  o  fim  em  Gípl^e,  ut,  coroo 
>arece. 

Triwipio*  Meyo. 


Fa  cia  e  ft  qua  íi  vi  du  a  Doniinagentium.princcpspro- 

(viaci- 
Fim. 


k*-W- 


3 


aru    fac~ta  cíl  fub  tri  bu    te. 

Por  efta  íegunda  parte  do  ponto  das    lauertícces, 

e  podem  cantar  todos  os  pontos  das  limões,  desligan- 

Jo,  ou  ligandojtirando,  ou  acerefeentando,  cenio me- 

hor [parecer  ap^cantor,  íegu indo  fioiêm  aiciEDaaci- 

O  ponto  final  Jerufalem  principia  ,  &  acaba  eia 
31a,  foi,  re,  coroo  parece. 


g^^-tH^-^MR 


Je  ru  fa  lera,    J«  ru  fa"  lem,    convertere  sd  Dcir.irmm 


Deura 


De  um  tu 


um. 


C  AP  1  T  UL  O     III; 

Dás  entotyiem  do  4hnr. 
REGRA     I. 

AMiffa  fe  canta  na  forma  feguinte  j  fendo  D< 
mingo,  diz  o  celebrante  antes  de  deirar  a  ai 
b^nca  a  Antífona  feguinte,  Sc  ô  coro  a  pr ofegue. 


-    ■ 


Af   per        ges  me* 
Pelo  tempo  Pafchal  diz  a  Antífona  feguinte. 


Vi    di    a    quamv 

Acabada  a  Antifona  ,  õc  deitada  a  agoa  benta  r  ái 
eelebraoteos  fegointes  verfos ,  refpondendoocoK 


nrfc&kt  ide  nobis  Do  mi  ne,    mi  fe  ri  cor  diam  tu am. 
.Et&Uuar*..  «™m>  da    bo    bis. 


dec&ntochfo*  44 

No  tempo  Pafchal  fe  acerefeenta ,  Àlleluía. 

irf,    Domirc  exaudi  omionem  mèam. 
ejf.    Et  clamor  meus  ad  te  veniat. 

Diminus  Vobifcum  ,  Et  cuw  fpirito  tuo%  Crtwfís,  &  Orctw% 
udo  he  como  nas  Vefperas ,  St  mais  Heras,  6V  ;,c*ba  : 
m  Cbrijlum  Dominam  no/irum^c fcende. 

Se  houver  Troei  ff  ah  Diacofio ,  ®  /*  não  houver  Diácono ,  9 
nejmo  celebrante  virando  para o  foVo,  di^ajfim. 
como  na  6Y,  ou  ajftm. 


TProce  da  mus  in  pa  ee-  Proce  da  mus  in  pa  cé. 
£  o  coro  rei  ponde. 


In  nomi  ne  Chriftí.  A  meti. 

Acabada  a  ProciíTaó,  &  o  Intróito  da  Mifla,  levan- 
a  o  celebrante  a  Gloria,  conforme  o  tempo,  cemoíc 

ègue. 

In  Dupliabus. 


^  ♦  j  1 1  w-^hr^Hnr 


Glo    ri    a    in    ex    cel  fis    De      o. 
Na  Capella  %eaL 


3 


|T 
_ 


-B— 


H~ 


41 


Glo    ri    a    a  .inex    eelfis    De  o. 

Ffij 


Ih 


InVomhikes ,  &  Semiduplicíhus* 


I 


Gjo  ri    a    in  ex    ce^  fis   De  o* 

í;i  Semiduplicibas  naCapella  l^eal. 

ÉE 


golfes  r 


r? 


T~ 


Glo    ri      a      in    ex      cel     fis       De    o, 
In  Mijfts  fôeaU  Mari^. 


íi       ■  ■  ■     , 


-Glo    ri    a    in  ex    cel      fis    De.    o. 

In  Sv.mpliabus ,  Fertjs  tempore  Tafcbaíi. 

—ti 


r* fee 


3 


i  &. 


i 


Glo    «i    a      ih    ex    cel  fis    De    o. 
In.Siinplicibus  na  Qapella  ^eal. 


ET" 


± 


Gio    ri    a:     in    ex    cel    fis  De    o. 

Acabaia  a  Gloria,  diz  o  celebrante  ,  .Jknmus.Vohi) 
atm  ,.  direita  ,  &  do  inefmo  modo  os  diràô  as  roais  ve  j 
zes..  DiccaáasOraçoens,  fe-diza  Epílíol^naforM 
fegui nte. .  Tonto  de  Epiftòlà  foiemne. 

C&\ 


m 


■-&h§ 


Íss-~*~ 


IfiÊtiòE.piílo  lie  be  a;  ti  Pau  li  A"  pof  to-liadCóriritMo! 

Tom 


ie  cmtocbSol 
.    ^Ponto  interrogaste*   - 


Quis  credit  audi  tu  i  nof  tio?        quid  er  go?  Qua*' 
Tanto  /ufpen(o ,  ^  dos  nomes  Híbreos. 


Sicut  ícriptum  cft.  Audi    te  er  go  do  inus  Da  vid. 
fWo  Final. 


Et  in  finem  orbis  ter       rx  verba  e  oruiri. 


45 


■  Feriai  fe  tira 


.1..       ._.    _  ...   . 

i 

i . — H . 

iv    A    -A        i   • 

MMtà&tà" 

[ff  V  Jriéte 

S  pí  »  w  R 

A   a'  fcaM  W   i 

1 1           ir  v  w 

^r  ^-  sç^  "1 

#Tm/  fe   tlTA 

mi3  lig<tdo. 


Quando  antes  da  Oração  díz>  Flcclamus  genfta 
k.  fe  canta  affim; 

Diácono  Snbdiacono,  Celehrante. 


Tcndje  tirão 
os  mms  lia*" 
dos}  Cr  os 
T  deus  foz.  qué 

jehejdã,  ■ 


Fle&amus  gena  a.  L  e    va  teOm  nipetens. 
As. Profecias  fe  cantão  neffa  fotma. 


teá_. A  £ 


Âr  W1] 


I 


Mí 


In  princi  pi  o  cte  a  vit  De  us  Caelum,  &  ter  ram,  • 

Os  mais  pontos  interrogante,  fuípenfo,  faoccmo 
rda  Epiftola ,  &  fendo  feriai  fe  tiraã  ligadura. 

Efiij  0 


4 1 


Suwm  Í4  Am. 
O  Tonto  find  be  comi  ft  jegue. 


Etreque  e  vit  ab  omni    o   pe  requod  patra  rae. 
Acabada  a  Epiftola ,  íegueíe  o  Evangelho  na  fiSi 
ma  feguinte. 


K**^** 


I 


Domi  nus  vo  bif  cuiru 
tpwtQ  de  Evangelho  jolemhe. 


Sequenti  a     fanfti    Evan  ge      lij  fecundum  MatthaeumJi 

O  ponto  infef rogmce ,  Sc  final  do  Evangelho  ,  1 

como  na  Epiftola ,  &  os  monfilíábos ,  on  fufpeufoi! 

faó  como  os  mais  pomos,  porém  fazem  fe  mais  atra 

como  pwece. 


1 1 U S 


Dixit  Je  fusDiíci  pu  lis   fui  s  Para  bolam  hanc. 
A<*afodo  o  Evangelho,  diz  o  celebrante  Crede 
como  fe  íegue. 

Dominical ,  ©  fepóJé  ufar  no*  Vuf>les  &  hfrtf  0&<rt4í, 


$*jbéM 


Credo  in  unum  De  um. 


4t  tinto  chat. ' 
TÇcí  Vuples  for  u/o. 


47 


^t^tfÊiâ~m 


Cre    do    in    u  num    Ds    um. 


Na  Cappclia  9Qf& 


Cre  do  in    u  num  De  um» 

0  Prefacio^  $ater  mfliv&  r(er  omnia [scula,  &c.  k  can- 
ipeloMiflal,oupor  Imos  particulares,  jor  cftacm- 
i  os  naõa  pooto.Na  quinta  feyra  ferra,  artes  de  fe  dar 

Comunhão  aos  Sacerdote*,  &pqvo,  diz  o  Dííco- 
o  virado  para  o  celebrante  a  urfiíkó  ,  ume  fc 
:gue. 


ffi*-w- 


♦dfcidfcfcMH 


m 


Iftjfcftfiâ 


Coníite 

or    De   o  Orrr  ni  po  ten  ri 

be 

a  re  Maria?* 

t^ 

»M-IWWWj 

TTií 

wrtHMrth 

-^-PF 

Tw 

^ 

: 

femper  Virgini  be  a  to  Michaeli  Archangelo  /  be  a  to  Joa  ni 


HHH-H  ^ffrlHN^-^H^ 


rr 


Biptí^ap  Sf n^is  A poíFo  lis Pe  tro,  &  Panío, cmnibus  Sen£Hs? 


+ç#+#m 


&  ti  bi  Pa  ter,  qui  á  pecea  vinimis  eo  gi  ta  ti  o  nr, 

Terbo, 


48 


r 


íi 


Summâ  SiÂtú. 


ver  boj  &  o  pe  ve>  me  a  culpa»  me  a  culpa,    mea 


roa  xi  ma  culpa  :  i  de  oprecor  òeatum  Mariam  féper  Virginé  , ; 


f  beatum  Michae!e  Àrchangelu  3  beatú  Jpanae  Baptifta,  Sandes 


Apoílolos  J*ãM;  &  Paulu  omnes  Saudosa  te  Pa  ter  o  ra  re 


t      prome  adDaminuDe  um  noflruu. 

Ditco  o  Podcotnmunio  nas  fetias  da  Quarefnd 
diz  o  celebrante,  Oreaíus  na  forma  cufiuasada,  &i 
Diácono  diz. 


.*|^±^^^^^^^^=Í4 


4X 


Hum  li  a  te    ca    pi  ta  veítra    De  o. 

Segue- fe  logo  o  IteMiffaej},  oufâenedkamHs  Donim* 
&c,  (  8c  na  Mi  (Ta  de  Defuntos  o  ^equkjcant  in  face ,  et] 
mo  fica  apontado  em  í~eu  lugar  )  o  qual  íe  cancã  coi 
forme  o  cç.mpo ,  coiao  fe  fegue. 


Pm 


ie  e<tnt$  eh/to. 
Duplex  Jdemne. 


4? 


te    Mif 
'Duplex  minor. 


ã  cíl; 


te    Mif  fa    eft. 

Dominical. 


te     Mif  fa  eíh 

lu  Mi/fis  B,  Motm. 


te    Mif  fa  eíh 

lnftjiis  Semidupliabus. 


Jt 


3S 


— U_ 


_i 


te    Mif  fa    eíl.i 

InfeflisSimpliàhM. 


te    Mif  fa  eft. 

Gã 


In 


5o 


Summa  da  Âm 
In  Simçlicihus  na  Capella  fyíL 


I    te        Mif    ía   eft. 

Al 
A  Sabhatho  fanBo  ,  ufane  in      bis. 


I     te    MiíTaeftAl  le  lu  y  a.       Al    le     lu  ya. 

Os  Henedicamus ,  que  íe dizem  naMiíía,emlugarç 
Itè  Mi/fa  efl :  fe  tomarão  das  Vefperas ,  cap.  x.  Reg.  i 
Sc  o  ^uie/cant  tnçace ,  he  o  mefmo  que  nas  Vefper; 
de  dedefuntosfe  aponta. 

REGRA      ÍL 

Àmbem  peítenc^  à  MiíTa  o  cantar  as  Payxõel 
as  quaes  fe  cantão  pelos  paffionarios  ;  poiêi 
aonde  os  naõ  houver,  &  íe  houverem  de  cantar  pehji 
Miííaes  ,  íecaotâ*aó  na  forma  fegainte.  Sempre  ní 
Payxões  citadas  cantão  três,  queebamao  vulgarroeiji 
te  Chrifto,  Texto,  &  bradado.  Primeiramente  o  Te* 
to,  que hco-  que  mais  canta  ,  fempre  anda  «acordai 
mè,  q-a-e-fe  Ffi,  ut,  &  principia,  ccunofe  feguc. 


o    Domini  ftófe 


nl 


e  fu  ChníU  fecundú  Matth 
Mareai 

hwm 
]oane: 


de  CdYltú  chãl. 


In  ú  lo    tem  pore  d  ixit  Jeíus  Difci     pnlif  fu     is 

at  Je    íus  dixn. 

Todas  as  clau  fulas  do  Texto  ,  quando  fe  fcgue  o 
Ihrifto,  faó  como  e fia  atraz,  porém  quando  fe  legue 
Bradado,  ou  Coro  elriUÍula,como  fe  íegue. 


Di  ce  bant.  au  tem. 


Tu áo  o  mais  que  o  Texto  canta  he  direyto. 

O  Bradado  principia  fempre  na  5a.  em  Cfo!,fa,uf, 
:  tem  também  dous  finaes ,  que  faõ  quando  he  ponto 
terrogante  ,  como  fe  fegue. 


3 


í 


Quidvultis  mihi    da  re3&  cgoenrn    vobis  rra  dam? 

Quando  naó  he  interrogame,vembufcar  otomclc*  . 
exto,  como  parece. 


O  Chriíío  he  o  q  tem  mais  difficudades  para  fe  ca- 
it  fero  paíTionario,  porém  fempre  haverá  há,  &  quã~ 


o  o  naõ  houver ,  poderá  cantar  na  forma  íêguinte. 

O  Chrifto  principia  em  Ffa,  ut ,  &  tem  cada  ponto 
es  partes/enecendo  era  Dia/ol^e,  com  parece^ 

Sc  íus 


o 


PP 


Sçitig  quia  poft  biduum  Paícha  fi  et,  £c  fi  k    as  h»  aviais  itade  tur 

cá 


ut  cru  ci  fi    ga    tutí 
Nefta  Forma  »ay  fempre  o  Chiifto,  porésn  quad: 
he  interrogantc,  fenece  como  Te  fegue. 


X 


irr-^Htffr^A 


hu    ic  mu      U  e  ri  • 

Quando  fe  diz  Âmtn "dko.Vobist ou  ^m<?w  dicotibi>Ei 
Eli,  ou  BloiíBloifêc.  fe  canta  come  fefcgtíc* 


Amen  dico   vobis.     E  li  E  K    lãmafaba  tha         ni. 
Arnen  dicOj  ti  bi.     E  lo  E  tai  lãmafaba  tha         ni. 

Deite  modo  fe  pode  cantar  o[Chriftô ;  &  fuppoí 
tenha  mais  algúas  particularidades ,  ít  podem  accoi{ 
dar  peios  pontos  acima,  por  naõ  confundir ,-  ôece 
ifêo  fedi  fiiru  ArtedcGantoChaó,  por  terdadoc 
primento  ao  prometti  Jo  ,  o  que  tudo  feja  pata  iflay 
gloria,  &  honra  de  Deos.  Amen. 


LAUS     D  E  O. 


TR 


y^?$m$&*k  sfc  «*  áp  w  t#  •'  ^<  è$§&  #  fó?  #  ^  #  &  wZ&í  j|r 

TR AT TA D O 

DAS 

Cííh 

EXPLANAÇÕES- 


EXPLANA  C,  AO     i. 

"ks  louvores  dá  Mufica ,  &  do  modo  jue  delia  /e  ãeye  ujar. 


£*&£%£  &diviíoens,  &  juntamente  dizer  algumas  de 

íuasexcellenciâs;fuppoílc,  que  Jcaôde  Ar2-  ^^^ 
a, nos  feus  lugares  cemmunSjdiga  que  ner»i  úa  faculdade  4^ 
ja,  que  menos  fiecéTlidade  tenha  de  fer  louvada,  qs  Mo- 
ca, por  íerfua  perfeição  corjhecida,  &  confefTada  de  to- 
os.  Principiaremos  por  fuasexcellencias,  para  queaííim, 
cnda  o  cafo,que  delia  fe  faz  nas  Divinas,  &  humanas  le- 
iras, aprendamos  nós  o  modo,  6c  reípey to,  cem  que  bave- 
pos  delia  ufar.Pouco  direy,  do  muyro,  que  dizer  íe  f  ódej 
K>rémtudo,  oquediífer,  declaro  íe  entende  da  Mu  fica, 
tem  íeu  objecto  em  Deos,que  he  o  que  íó  deve  fer  leuva- 
o;&como  o  objecto  naõ  pôde  fer  melhor,  be  ella  a  prin- 
Épal  de  todas  as  faculdades,  &  as  mais  tanto  té  de  perf  1 :  y« 

Aaa  çaõ# 


%     >•  Trattado 

cíS,  quinto  tem  de  Mu  fica*  por  eíía  caufa  Jofeph  Loaren-i 
Bí- &  ço  Luceníi,  naiua  Amalthea  disque  a  Mufica  comprèh^! 

de  to  ias  asfciencias:c^/«/^*  «"«*  «»»«  comprehenditfcii 
entUs  (o  gieÍTio  afRrma  Michael  Píeiíus;  e  bem  ÍV  podei 
dizer,  qae  íe  Adia  naõ  peccára,  íó  eila  íe  ofará  no  muodoj 
E  fupooft  >  que  codas  no  eííadoda  innocencia  infondíííe 
EÊos  ab  homem  ,  íó  a  fciencia  da  Mufica  era  neceffmi.  A» 
razaôhe,  porque  todas  as  mais  fcienciasforaô  foi  madasf 
para  remsdio  de  três  males ,  que  a  culpa  graogeou  aos  hpj 
mdarâ  í-fi-  mm-,  faõeítes:  Ignorância,  Vicio,  lofirmidade*  contra  i 
gorptrt.utr.  Ignorância  fe  formou  a  Thsoriça,  contra  o  V  icma  Ptatfti 
eJpt£uc<$.  ca,  contra  aínfirraidade  a  Mecânica  i?keo*tc*  ignoraria* 
esvellens  fapientiam  illimin&t :  Praftica  vtttum  excludente 
virttitemrohorat\  CMechamca pemriartí  cavens  vtt£pr£ 
Cernis  iefeãum  (emperat.E  como  todo  o  governo  Politico 
Efhico,  &  Gconomico.fe  reja  porTheonca,Pratica,&  Me 
chaaica,  &■  eftas  íe  forraártó  para  remédio  do  que  a  culp; 
gfari^eouí  naóhâvendoefta,  naõ  era  nectííariooufoda 
Qttellas  artes,  &  íciencias ;  Sc  a  fciencia  da  Mnfrca  ,  comji 
■feia  para  louvar  a  Deos,  que  fempre  obriga,  &  enta&mai 
#fá  beneficio  da  prefervaçaõi daqui  íe  infere,  que  foeít 
fehavii  dé  afir:  logo  A  laõ  depois  de  formado  ufana  dei 
ta  fciencia,  louvando  a  Deos  íeu  Creador ,  &  as  mal?,  lup 
poUoas  riffefTe  infuías ,  feriaô  para  ornato  d' alma  ,  pc 
léu  aaõ  as  exercitaria. 

i     Deite  penlamentofe  recolhe  a  razão,  de  dizererr 
que  o  ca  ato  éffi  he  mais  antigo ,  que  o  canto  de  Orgaí 
Para  o  que  íe  propõem  numa  duvida.êt  he,  íe  opnrneyr, 
qaeexerckott»  Mnfica^  nos  c-  incertamente  foy  )ub; 
ého  de Lamec.V  efte  inftituhio  aCythara,&r  Orgao.achr 
d  ,  ascoofoii  ncias  em  huns  mar tellos  de  «eu  meyo  r^rna 
Tuba!  Caim  pnmeyro  inventor  da  ferraria ,  &  íe  aíhm 
Cyrhara ,  &  Orgaò.como  as  coníonancias  he  caotomult 
■  tormc,&  nSo  uaiforra^corno  he  canto  Chaõ,  aonde  lei 
&út&  que  o  cantoChaó  he  mais  aatigo  ?  Ao  que  reípod* 


das  Explanarem.  5 

^uenaôobftandoárazaõde  duvidar,  canto  Cha3  hcmais 
intigojporqdasrneíroas  palavras  :Jubalfmt  pater  ccnen-         » 
\tum  Lytharai&Qrgwoj  fc  infere  (como  diz  hum  douto  ^jj^ 
Porcugucz)jáhaviaxV]ufica,ftm  f  ftarntftes  inítrumcnrcs, 
lem  íer  proporcionada,  que  bem  moftra  íer  canrochaõ.  E 
Te  Adão  depois  de  formaco  louvaria  a  ícu  Creadcr ,  como 
)  sffirma  Frey  Joaódela  Cruz  Dofòinico,co!hendc-o  das  viddeUscè 
palavras  do  texto  :  Pofuit  ev,m  in  Paredijo  lúluitatts :  uí  remonutfftt* 
iperaretur  :  porque enuó  naó  havia  c|  cbrar,  íeruõ  kuvar  6' 
1  Deos  pelo  beneficio  da  crtEÇ3õ,&  naó  tendo  Adaõ  com-  Ccmf' z% 
mihia  para  formar  canto  mu  !tifo:  me,  íó  ufana  do  unifor- 
ne canto  ,  que  he  canto  Chão.  £  eíH  deve  íer  a  caufade 
^orcr-diç-iõ  fe  dizer,  que  ocantoCbaohe  mais  antigo. 

3     Naó  íóments  Adão,  mas  codas  as  crearuras  depois 
Jecreadas  ouvá-aõ  ,  §c  louvaõ  ao  feq  Cteador :  Os  Cecs  o 

uvaó:  Cali  e  n  ar  rant  gloriam  'bei :  Os  Aífros :  Me  latrda-  rfJ.  18. 
iant  afira  tnatutmw.Q  iugoilgnis glando.nix glacies^  jfiri-  Job  38. 
us  procelía>u,qí:/e  faciuntverbum  ejns-.O  ar;  i  t  ofira  wa-  rfl.  J4^" 
iuttm cj u s  annuntitint firmamentunr»içtmr.ào  o  fim  smen-  PJ*^  l^m 


o  fr\    mdmoar,  como  adiar-  fe  molfra,  numero  78  )ou- 


nomme  tuo  (xultf&unt  :  pu  9Í 
\s  piaras:  Tttnc  (xultabint  tmma  hgnajyuarti  a  jacte  Do-  prj  9g# 
mm.  O  df£  :  Dies  dtaeyvãat  íer  tu.  A  noy  te:  Lux  ,  é  te-  Hd.  18." 
tebr£  tauà/tbfint  'Dotrnvu-  &  finalmente  o  raefmo  abifmc :  Van.^. 
Dedtt  abijjus.vocem  fitam  ,Sò  os  moiros  na  culpa,&  os  cr  n- 
Jenados  no  inferno  tem  vozes  mimo  defafinadas,  &  naó  Babac%e.f. 
Ipóden?  íer  de  louvcr  de  Decs  :  Acn  n.intii  lai  dúbi<nt  te 
\Domine ,  neque  etmes ,  qv.i  dejcendvnt  in  mfeimw.  K  upJa^lll' 

faufahe,  porque  a  Mufica  he  hOa  loberapa  ordtm,  &  no 
nfernorudo  hedcfocdem  :  Ubi  nullus  créo  ijcdjarpier  ~y  JO- 
nus  horror  inhabiíat. 

4     Defta  íoberana  crdem,  cem  que  a  Muficá  fe  forma, 
iacêfcusporcentoíoseífeyrn^mru:ae5,íer  Medicina,afu- 

Aaaij  gemar 


a  Tratada 

m  c±  2.  ít  içencar  Demónios,  animar  os  tímidos,  refrear  irados,*  W 
íhnfclv.ck,  i.  lo  por  virtude  natural  Primeiramente,  que  he  Medicim 
#.  o  Íentira5  os  mais  doutos  defta  profi{Taó5&  deve  íer  a  cau 

fa;  porque  qualquer  achaque  nace  de  fcdeíordenaremc, 
JmnEHfik  huí£ore$.  $  porque  a  Mufica  confia  de  htta  boa  ordem, dl ' 
ouuhJloM.  (troe  £oda  a  dcíordcm,8c  por  efta  mefma  caufa afugenta  c  I 
fTZ   '  l'C'  Demooiosipòrquecftes  fe  valem  das  difpofiçóesdefordíí 

flcóes  ,A  juntamente  porque  elle  he  pay  da  dtiordem  ,J 
!  pôde  fofrer  ouvi/taô  excelleçtc  ordem,  ^la  meto 
caufafe  aotcnao  os  tímidos,  &  refreaô  os  trados  ,porqit 
tudo  he  defordem  ,  &  com  o  canto  bem  ordenado  le  rem 
peraõ.  Bem  conheciaó  os  antigos  o  poder  ,q  tem  natura, 
mente  a  Mufica  fobre  os  órgãos,  poccncias,  affcôos,  «c  M 
mores  do  corpo  humano  ;  pois  coftuma5  (comootraz  I 
Padre  Hufebio  nafua  cccuka  Filofofia)  levar  diante  | 
que  hiaô  a  encerrar  infhumentos  muííeos,  paraqne  aca, 
aaó  foííe  a  enterrar  alguém  com  algum  accidente^pe 

com  ioftrumentos,  &  o  Senhor  os  lançou  fora,  para  qu* 
milagre,  que  o  Senhor  fez  em  refuíctcar  a  defunta,  fenai 
attrfbuhiíTe  a  yirtudenaturalda  Mufica, 

<     He  ©  coração  humano  ternário,  como  diz  oro 
FMes  m*     Múo  ffâfifafâ ,  Ur  humlt*  cor  medíocre ,  cor  *ltum:t 
Bcr^rd-lS.    videm.fe  2S  raltê  da  Mufica  em  graves  ,  que  íaô  ba, 
**  ^'         xas ,  ou  humildes;  em  agudas  ,  que  faó medianas,  £    , 
fobre  agudas,  que  íaô  atrasa  como  a  Mufica  tem  efta 
melhtnça  com  o  coração  humano,  efta  M  jç-ufa  j 
f e  render  a íeus  poderes  >  &  para  que  a  Mf^^J 
ha  de  acompanhar  o  coração  em  Deos  i  donde  rompe 
mefmo  Santo  oefta  doce  cantilena  ,  feri  prodeft  duM 

cxceíUcias  \  diz  o  mefmo  Sa6  Bernardo,  ^  «ha» e« 
S^tifíkio  Nome  de  J  £  S  U  S  j  à  kmelhanca  do  O! 


■ 


das  Expltnouês.  5 

wdkcet, qtêod pafcit,quod  &  tíngit.  Foiét  tgnêm>mitrit  D.**tnffiprf 
w,  lemt  dclorem.  O  Ni  me  de  }  h  S  U  S,  diz  o  Santc :  /»-  c^í./frw.  i  £ 
í  pncdicâtum  xpafcit  recogitatum,  invéeatutn  vtigjt*  C.tS 
íc  vem  a  fer  L«x  ,  Çi£itf  ,  ct*  Cãíedtcwa. 

6     Em  a  Muíica,  que  o  Catholicocuko  faz  aDers, 
libem  parece  ha  eftas  três  excellencias ;  a  pnmeyra  he  : 
ud  líicet.  Também  a  boa  Muíica  luz  :  Igmtumeloquium  ?0.  i  ig; 
kw. O  grande  Baptifta  confefla  de  fi,que  he  vozjque  cla- 
i  no  drfertoiEge  vox  ilamantis in  deferto-,fU  dizendo  el-  Joan.i. 
que  voz  ,  Chnítoo  publica  lucerna  ardtnte  ,  &  que  dà 
z:  Lucerna  ardem,  é  lucensi  &  o  Padre  Eterno  por  Da-  10**4* 
d  diz  o  meímo,  como  o  notou  o  Cardeal  Bellarmino:  pí*     iy+ 
%ravi  Ittcernam  tkrifto  me& :  E  naô  parece  muito ,  q  r  Cia   e       *  e 
)Z  luza  ,  quando  íevè  ,  que  as  luzes  promulgarão  vozes  t      ^ 
^r  todo  o  mundo:  Vosejlis  lux  mtmdr.  diz  Chrifto  a  feus  Màtth$.n.\Ai 
ifcipulos,&  eftas  luzes  por  toda  a  terra  íoáraõ:/»  omntrtt  jj^g* 
rram  exivit  fonus  eorum  :  íaó  taó  eficazes  as  vozes  de- 
»s  luzes,  qaffirmaô  Sozomeno,  &  Thecdoreto  ,  como  o  cenelrJnpf 
az  o  douto  Genebrardo,  que  o  canto  Eccelfiaftico  jun-  l^^^f-U 
com  a  piedade ,  deu  luz  de  noíTi  Santa  Fé  aos  mais  dos 
vos  de  Syria:  Narranttbus  Sozomeno,  &  Theodoretople- 
Ique  yyri£  popnlos  ex  harmonia  Ecclefíaftici  cantas  pie* 
ti  tnixta  adfidem  Chrifti  Juiffe  perda  cies.  O* que  gran- 
ia lucerna  he  a  palavra  de  Deos?  Que  mais  foberano 
nto  ?  Lucerna  pedihus  mús  verhum  tuum ,  &  lúmen  fe-  pM  I3& 
itis  méis  :  diz  o  Real  Profeta,  mufíco  da  camará  de 
eos. 

7  He  a  fegundaexcellenciado  Nome  de  JESUS, 
íemelhar.ça  do  Óleo  :  §uod  p&jcit  :  Appropriamos 
mbem  efta  exeellencia  à  Muíica  de  louvor  de  Deos ,  p/^'&4 
pis  íendoíua  palavra,  he  manjar.  Que  feja  palavra  de 
eos  o  mcftra  David  :  Trenuntiabil  língua  meaeloqui- 
n  tuum  %  Aonde  confefla  a  língua  íer  íua  :  Língua  meai 
:  a  palavra,  ou  cântico  ferdeDeos  :  Eloquiutn  tuum. 
Jaó  negáraõ  efta  yerdade,  ainda  os  mefmos  Gentios , 


6  Tratado    , 

q_5  3  eonfeíTáraS  procederem  da  bocca  de  Deos  os.  caj 

cos  dos  feus  Sacerdotes  .'Virgílio. 
$t£.  Mn.  3.  Kjítque  h>£C  demde  camt  divino. ex  ore  Sacerdos. 

O  cj  fó  És  deve  aífirmar  do  cântico  dm  verdadeyros  BÊ 

da  IgrejaCacholica.-Suppofto  fero  canto  da  Igreja  pala; 

de  Deos,  he  logo  manjar,  como  diz  S.  Gregório  Papa: 
Gf'£'ílm'1')'  bus  enim mentis  eft  {ermo.  Dei  E  omeímo  Deos  hums 

dodiííe  :  Non  folo  pane  vwit  homo  ,  fed  de  omniven 

mil  quoiproadit  de  ore  Dei.  Affirma  eíU  doutrina  Genebr 

"^'     do  có  Dentando  eílas  palavras: Er uclâbunt  labtâ  mea  hy 

pfal.  1  rS.      num.  Fundent  copiofe cantabunt  laudem  tuam.  Mecaphj 

Çemh,lbi^     krucíu  qiacopwfum  cibum  feqmtnr, 

6     A  terceyra  exceliencia  heiQvffd  ungit*  ideftt  mel 

n<tt  Sc  heefta  caõ  appropriada  à  Muiica  ,  que  me  parece 

eíc  JÍa  difeu-rfo.  Q^iq  he  medicina  d'  ai  ma  afHrmáraó  m 

tos  Theologos: Saíubriter  cantas in  Ecclejia  fmt-inftitui 
r  utinftrmorum  anim  ad  âevotionem  provocentnr.  O  rn 

■ n  j  Y"  mo  aíErmiS.  Thomá>:S.  foaõ  Chrvioltonvo  di?.  quec< 
itfum  ú'i  o  canto  emendamos  o  togo  da  ira.  v^uel.ja  Medicina 
ài.art.  1.  corpo  confííTáraò  os  mais  doutos  ntfta  íciencia.  Ha 
Joan.chryfoft.  diz  que  he  univeríalmenre  concra  toro  a  género  de  iníi 
inGen.hom.  midides.O Dotmííimo  Theofrafto,Como referePlimo,* 
28.  que  os  enfermos  de  ciática  fe  curaõ  cô  Mufica.  Ornei 

pht.Lq.Jere-  aíT  vera  Marciano  Cappella,&  Cdio- Aureliano.  Oelei: 
publ  fe  ■  &  rjouto  Medico  Cornei  ioCeífo  diz  que  curava  a 

*>//&./. 2 S.f.i.c£irac 5  Mufica.  Êftes, ..&.  outros  muytosfe  podem  ver \ 

os  Provérbios  de  Joan  Serapan  de  Rieros, Medico  Heí^ 
7    •  nhol  r  fran  24.  Qvien  canta  fas  males  e(pantat  fobre  o  q 

ÍHÚOUICUS  Cf-0     ...  .  .  .         •  v*"*  *  i  p        '  c  j  4      1 

r  ,  .  diz  o  diteo  Autbór,  que  ne«num  aforismo  úo  grande  t- 
Corneí.Celf.l.  'p">crates,  nenhua  íentença  de  Galeno,  ou  cântico  ue  A 
^xr8.  cem,  Ía5 de  tanra  importância, &  certeza  para  roirigai 

^pudsera.  afflicçftes  de  noííos  miíeraveis  corpos, Readquirir  a  alegi 
pan.  &  belljíi,qtvidoo  mundo  ama, como  He  oc?.nco,&  Mi 

Jjçí-42.         c<r,  medicina  admirável  pára  afugentar,  &  efpantar  qu 
quer  género  de  males.  Com  o  d  teto  fe  conhece  bera  ,  i 

t 


dasfêxplúmyes.  7 

a  Muííca  as  três  excellencias  à  ícrr  elharça  de  Ok  o , 
,  Cíbus,  &  Medicina. 

Trcs  claves  ha  na  Mtfica  ,  porque  íc  acraó  relia 
thefouros.Tem  tfte  iK>meyC/tfW,c©mo  o  trás  o  D(  u- 
iro  Cardeal  Hugo,  três  figmficaçôes.  Priroeirarr  ért  c  ífdcaf.iz, 
o  lenho  da  Cruz:  fDtbo  clave  domus  <Da<iid>id rjii.  ru   mg. ilfd. 
,qna  calam  aperitur.  Segunda  (ciência  :  Um  vcbts  l(gis  Z/ií-11- 
ttt  qma  tuliftts  clave /ww//*  Terceyra,  podei  :7^*^0  ^»ki6. 
14  Regm  Calorum  Por  efla  cauía  era  próprio  em  a  Mu- 
fofiVm  as  claves  três  %  porque  o  canto fuave  louvor 
Oeos  tem  també  eftas  três  ítgmficações.  Quanto  â  pri- 
fra.a  Cyrhara  de  David  (diz  o  mt(m<  Hugo)no  fenti-  m^0^eirt 
miítico  fignifica  o  (agrado  lenha  da  Cruz  :  Lenfitebor  pA 
in  cythara ,  id  eft  in  Crttce ,  in  qua  omnes  ar  tas  extenfi , 
t  corda  in  cythara,  dulce  Domino  reddidervnt  melcdiam. 
o     Significa  a  Mufiôa  fciencia,6c  naô  íóa  fignifica, 
5  he  húa  das  mais  principaes  por  muitas  raíões.Pi  irney- 
por  ícr  a  mais  celebrada  sm  as  fagradas  letras,  &  delia 
r.os  efpecial  mandato  de  Deos.David:  tantate  Domino  pfil  yf. 
ticum  novum, quia  mirabiliafectt  •/&  em  outros  muitos 
ílmosdiz  o  mefmo  lfaí>s  :  tantate  fUcminocaraituno-  fa^t-crii 
wtlaus  ejus  ab  extremis  terra&em  outra  pane:  (  anta- 
Domino,  quontã  magntfcefecit.  Moyíes  in  lixado:  Can-    xo  ' eaMSr 
tus  T>onnno%  glonofe  (mm  mcgritficatuseft  OEípúito  t 
manda  q  ningutm  ia  atreva  impedir  a  Ktílca:  Ntim-  Eaier  -2; 
'ias  Mujicam  Mardocheo ,  para  obrigar  a  Deos,  a  que  o 
yo  não  perece fle  às  roács  de  feus  inimigo*,  lhe  pedepe- 
;  muficos,  para  que  todos  foflem  (alvos.  JSeclatidas  ora  ifiher  iji 
nntium.  Outros  muitos  lugares  fe  pudéraõ  referir-,  po- 
n  a  brevidade  o  efcuía,&  pnrfertaõ  cel<  brada  em  a  Sa- 
lda Eícritura  ,  mercê  a  Mufica  o  primeyro  lugar  entre 
mais  (ciências.  A  fegunda  razaõ,  porque  he  (ciência  das 
\\s  principaes ,  íe  inoftra  em  eftar  collocada  em  a  Sanfa 
ireja}  &  por  efla  cauía  íer  muito  agradável  à  Mapj  Oade 
|vina,corao  o  meímo  Senhor  o  maniíeâa  em  os  Catares 

a--  fua* 


8  Trdttadi 

çmuunin. i.  ã  ( u  nieftna  Efpofa  a  Igreja: SonetvM tua  m  amibusn, 
vqx  mim  tm  dtdcis.  A  tsrcey  ra,&  ultima  razaô  he,por 
q tun do  fijceciaó  as  (ciências  entre  os  antigos  Filoío 
era  ciclo  p  k  nefcio  o  que  ignorava  a  Muíka  -f  afíim o  ai 
ivttW  d      Vdf  *  °  ^oaío  Pecrarchi:  vfy«i  ///^j  quidem  cântusxacfiâ\ 
re~il  Í:old,  iz>n'ir!iS  Vtify11*  eífet>  indo  fins  kabebatur.  Vej*  íe  o  nut 
22.  "  ■"        fo  H-  nofln.  No  que  temos  dito,  fe  vèyjuõíó  fignifíi 
Mufua  íciencia  ,  mas  hs  das  mais  principaes. 

i  í  Significa  a  Mufica  poder:  diz  a  Sagrada  Efcrirt 
Ktod.c.i$A  q  os  filhos  de  lfrael  faruraó  do  Egypto  armados \Am> 
afcendtrunt  filii  lfrael  de  terra  ^/Egypti.Tz  eíre  texto 
grande  duvida,  por  naô  coníhr  trouxeflem  os  Hraelitas 
trás  armas ,  mais  que  alguns  muficos  inftrumentos.  A  < 
duvidi  refponde  S.  Joaó  Chryfoitomo,  que  os  inftrum 

toim  Ciwy[olt  r  i  t-v 

/„     V  *  tos  muiicos.com  que  louvavaó  a  Deos,  eraõ  as  mais  po 

ditc.iQ,         rolas  ardias  para  lí  defenderem. Ette  poder qmzDeos  n 

ftrar,  quando  quiz  deftruir  a  Cidade  de  Jericó  mandan 

jtó.  <5V         Qus  os  Sacerdotes  tangeflfem :  Sacerdotes cUnget  bticcinu 

o  povo  clamaííe  Clamabit  omnis popnlus  vociferattvmn 

ximat&c o  q  fuccedeu  com  eftas  prevenções?  o  mefmo  r 

too  diz*  tangendo ,  &  clamando  cahiraõ  os  muros.  Igi 

omni  populo  vociferante ,  &  clangentibus  tubis poftquan 

aures  multitudinis  vôx  ,  fomtnfque  tncrepmt,  muriil 

corruerunt.  Poderofa  he  a  oração,  &  arma  tão  fútil  que 

netrando  a  Deos,  fere  o  Demónio,  artelhana  tão  forte,c 

da  terra  abre  brecha  em  o  Ceo  ,  &  reconhecendo  Sani 

go  os  feus  poderes,  com  igualdade  recomenda  o  orarV 

cantar -.Triftatur  atitem  atiqnis  vcftrum  >  oret :  ç_yEquo  á 

mo  ejl  ?  pfallat ;  por  eira  ca  ufa  parece  ha  em  a  Mufica  i 

-Jacoj.f;         claves  ,  por  ter  eiras  três  ílgmficaçóes ,  Crux  Chrifti ,  i 

enligttér'Poteftas.Tzmh(tm  fe  pôde  dizer  íaõas  claves  tf 

porcj  aquella  foberana,  &  fagrada  cythara,  a  Cruz  digo 

Bem  ferm.6i.  tres  craV0S  fe  abrio,  aos  quaes  chama  S.  Bernardo  ,  ciai 

mmiiçá.       ou  chaves  dos  Theíouros  diviuos,&c5  efte  íagrado  inft 

mento  aílig  nado  cõ  eftas  tres  clives  cantou  aquelle  di 


•       'ddsHxplamçpèSé  9. 

b  Oyfnc  aõcffpaflo  de  fuás  penoas  taó  regalach  Mufica  ,  -^         ^ 
ue  cora  ellaatrahi-o  codas  aseouías  a  Cu  Cra  exaíwus 
ter*  *  /tfr*  0/»«i^  traham  a4  me  ipfetm.  Eraô  caõ  efncazes 
;  vozes  das  fonoras  cordas  dtfta  fuaveCythàra,  que  com 
ias  eccos  movia  os  cotações.  Diz  Ca.fliddoro,  que  as  cor- 
asdosinítrumemosmuilcos  fe  chatnaõaífim^po.r^ino'  ^â.ULu 
sm  corações  :  Corda  âkitnr %.eo  .quod  corda  moveat ;  &  ^{M*©. 
;mo  eítss  eraó  taõ  fi hás ,  q  m uico  fi 'ti fiem  raes  eíFrytcs  ? 

iz     A  t\lulicaíuaves&  boa j  ferindo  es  ouvidos  dos  ho- 
ens  os  eleva  ,  &  arrebata.,  deíperUfido-lhe  a  vontade  â 
jntemplaçaôdas  virtudes  moraes ;  por  eíía  caufa  (  cemo 
izi-Thomás)  foi  inrrodnzida  na  igreja:  Lantus  ad  hoc 
wentustfi  tut  affeãíts  hominis  proiwetur  m  'Detms  por-  s.Thm.r.1^ 
uecornando-lhes  os  ânimos  quiecos,  os  eleva  a  filofefar  pi.art.i. 
ascoufasfuperiores,&  ái vinas.Elizeu  aocompafiode  hú 
bio  muíicoíubio  ao  mais  alto  poiuodaoraçaõ,,&  parece 
leferviodeefcada  para  íubir  a  fa!  lar  com  Deos:  Lmqtte 
inertt  ffaUesfaãaefl  fitfer' tem  manusDomim.  A  Mu-  **'£"*'* 
ta  fuaye,  &  boa  có  q  íe  louva  a  Deos  faz.  promulgar  à  Ju- 
iça  Divina  vozes  de  mifericordia  ,  &  aílim  alcançou  o 
roleta  com  o  memoriai  daque  lia  íbnora  $3uíica,  o  defpa- 
lode  fuapençaô  ,  remediando  o  povo  que  perecia  no  de 
'no:  Repleta  efi  terra  aqms.  '  *      '  Aidemê 

13     He  caõ  admirável  era  feus  cfFeytos  o  canto  fuave , 
ue  diz  o  Real  Profeta, que  formando  a  voz,  aítrahia  o  ef- 
irito:  Os  meumaperui,  &  6Ítréxifpnitum-%  prrèm  naõ  fó  Ff*l-i  iSj 
mia  cm  a  alma  húa  alegria  interior  quando  p/eíenre.mas 
nda  quando  fe  promette  de  futuro;  diz  o  meímo  Dav;d, 
xifeífará  a  Deos  em  a  Cythara-:  Cmfiltbor  libiiricytkã-  ?[*l*K 
i  Deus  Deus  meus.    E  lego  profeguindo  fe  admira  de 
aô  ter  de  prefeote  alegria  imeffior :  Quúre  tnjhs  ejl  mi- 
\amea?  moftrando-nos ,  era  digno  de,  admiração  naõ  in-  lhf^ 
uif  aMufica  futura  ,  alegria  prefente. 

14      SendoaMuficanoneíta,  &  boa  taõ  feberana  *  a 
fuíicainhonefta, &  má  he  taó  prejudicial ,  que  afllimaõ 

Bbb  todçs     1 


íô  IrâttMo. 

todos  os  Tfiéol  ogos  he  morte  d'  alma;  fendo  a  boa  atent 
cm.i.i.fçi  ^  coração:  Mors  &  *vita  m manibus  tinguée$\z  o  Eípi  iq 
TVp'slTt.  SaQC0  '»  °  ®odu3âr  honefto,  &  fuave  he  vida }  a  Mofica in 
ZdepJlkL  hooefh,  &  irregular  defconeer  ta  a  humana  armonra , &  in 
4  V,í%  *  tròdoz  a  morte ;'  por  efifa  cauía  fe  devia  formar  o  mote 
ptov^isl  Eifdm  rrMmur,  &  lUitour  :  como  otiaz  o  Padre  Oro! 
Embl.-jè^ãt,  co  em  l?us  emblemas* pois  coma  meímaarmonia  com  qn 
i.  os bons  fe  deleyíaò,  os  máos  fe  precipitaõ>  <Jos  bons  í-  de 

kytem  comos  cantos  de louvor  de  Deos ,  o  Real  Proftí, 
pfal.  i  ijí.     0  $:iZ ;  y0y  exuUmtmiSt  &  falutis  m  tabemaculis  )uftor\ 

E  pelo  contrario  íó  os  mios  ufaõ  dos  impuros  alentos  d 

irregular  muíica.  Boecio  ò  afíifma:  Lafcwus  animuslafc^ 

Muftcl!  ^     raveis,quí  diz  Oavid.he  a  fua  garganta  patente íepulchr 

'         SepulchriímpSensefiguttmeormm'. 

j>fd.$..  15     Manda  Deos  por  IMas  catemos  bem  r  Bene  ca 

ifaíi  $.         E  p  ^rqus  lhe  agrada, o  canto  bom,  repete  :  Frequenta  c 

Mim*.         tkum-.  E  pelo  contrario,  nos  mandou  porDavid  naõ  cant 

mos  mal-,  Prohibelinguamtnam  àmak :  E  fe  defpreíarraí 

eftes  coifelrtos,  uzando  do  noíío  defafinado  canto,  naõ  f 

P/4/.35..       raó  ouvidas  noíTiS  defcõcertadas  vozes  íCanticaljrrttti 

ma  mâtâm  diz  Deos  por  A  mós,  &  por  Ezequiel  Sonih 

^m14?      cith^umtuanimnon  audietur.  Grande  magoa  he  -offej. 

»cd;.-6.      trinos  a  Deos  com  numa  obra  q  entre  todas  as  exterior 

he  amaisejícellentepara  o  louvarmos  :  E  praza  a  D^ 

naô  haja  alguns  Nabucos  ,  que  com  a  íoberatia  Mu 

queiraõ  render  adoraçoens  a  fuás  eftatuas. 

caet,  tnÇam.        16  Suppofto  o$  temos ditto ,  he  neceífario  fabér  qua 

-veúXíen*..  do  a  Maíka  íírja  licita»  on  illicita,  ao  que  fe  reípoude  c" 

im.t.utr..\.   Gayêtano, Bonacina ,  &  outrosj  fempre  a  Mufica  exfao 

diff.z.q.i...     mre  j  fa  ijcica.  porque  nao  gera  peceadoí  porém  per  a 

pwífm  &  dem,pò\^Mt  prejudicial  por  aigúa  intenção  illicita,c^ 

*Tr*         o  he  a  efmola  dada  com  má  intenção :  E  a  razaõ  he  j 

que  os  aaosdaM:jíica  não  faõ  libtdinofos,mas  incennv 
dk.âlcgyia:.doade.íe  ioiera^ue  mfio^nere,  naõ  he  a  M 


das  Explanações.  i  r 

ca  illicira-,  porém  dizemos  íer  prejudica!  tanger, otican.         -     r 
ir  em  osOffkios  Divinos :  Ex mtentione  five  mala  s  five  ^mf™* 
Wz:por<5 coroo  diz  Armila  ,  íe  faz  grande  injuria  ao  lu    27aíéf 
arfagrado,&o  CoociiioTridentiao  oprohibe,&  porei*    ^'C  * 
jrazaõ  chamamos  Muílca  illicita,  pela  mâ  intenção  com 
pe  íe  ajunta.  Também  fera  Mufiça  per  veria  ( íe  h?  que  íe 
ode  chamar  MuficaJ)  a  que  íe  formar  com  palavras  laia-  Jtofcfc 
as,&  faty ricas  iExtpfoôreprocedttknediãwx  é-  mãkdi- 
tio.Dúadc  íe  moita  naõ  he  defeito  ô^t  Mu  fie  a. ,  leoaó  dos 
erverfos  lábios  de  hum  máo  cantante. 

1 7  Naô  dizemos  porém  íer  illieito  cantar ,  cu  tanger 
or  afugentar  a  melancolia,  aliviar  o  trabalho  ,  divertir  a 
ena  ,oa  doença  ,  uíandodecanroshoneftos,  letras  com- 
loftáSi  porque  iíío  íena  prohibirhum  uoiverfal  remédio, 
1  commura  afylo  a  noíías  mizerias-,  pois  certamente,a  ex- 
periência nos  moftra  o  animo  agoniado  ter  em  a  Mufíca 
-poufa,  o  trabalho  alivio,  a  pena  deícanío,  arníteíarr- 
Jgio ,  o  tormento  coníolaçaô,  como  o  cantou  o  Príncipe 
apceíia  P*   tuguefa. 

Canta  o  caminhante  leda  Camões  fym.p. 

No  caminho  trabalho  fo  i.n.cwtJe 

Por  entre  o  efpefo  arvered* ,  j    ?-* 

&  áenoyie o  temeroío  ,     ?■■■.■*■ 

^  i  r  J      i  Cie  7.\., 

imantando  refrea  o  medo. 
Canta  o  prefo  docemente 
Os  duros  grdhoens  tocando 
A'<z  t  rifle ,  à-  dura  corrente  % 
E  o  trabalhador  cantando 
O  trabalho  menos fente. 


18     A  Mufica  tem  vários  modos  ,  &  aflim  tem  vários 
íeytosjquet  m  vários  modos,  dsíTeOvidio.  0v,^ 

JMille  poteft  vários  tpfa  referve  modos. 
Que  tenha  vários  efTeytos ,  a  experiência  he  a  que  yUenum.z^ 
aymes  créditos  deíla  verdade  nos  dâ  ,  &  quem  em 

Bbbij  pâíti- 


i'3  Trataio 

particular  os  quizer  ver,  lea  os  Doutores  citados  á  mârg 

^ff.Fow.  í«    gç  particularmente  os  difcurfos  íobte  a  perfeyçaõ  do  D 

mrm.pftlUt    chezera6  no  encómio  propefinem  do  intignz  JoaõrA!  var 

rt^P-fj'  ?rouVO»  raetI  rneflreo-qual  tratou  com  tanta  erudição, 

Vwrriò     e!eS3nciâ  íeu  iocento,que  fe  poda  dizer  delie  o  que  Far 

TirJTl    diííe,  fatiando  com  Joíeph :  Numquid  íapknttorem,  &  c 

•vltAvhU^.l  fimMt* tni mvenirepotero>Poiemwmanáo ao notlo inte* 

i.f.i^ròí/^tOi  como  quer  que  a  Muíka  tenha  vafios  modos  entre 

usl. ^.Mifi.~   diíter en ces,tambem  os  eff  ey tos  faó  encontrados!  aílrm  qi 

€Ap*,p»  gjfr  em  o  canto  da  Igreja  fera  acertado  accommodar~nos  e 

as  compofições  com  o  fentido  daTetra,tempo,&  liigtr,  Cj 

mo  fera  inconveniente,  fe  ao  levantar  a  De©s  eaatarrm 

hum  bayle,  atndaque  tenha  a  letraao  divino,  8c  pelo  coi 

trarioíe  pôde  permittir  em  as  feitas,  canções fcâiyasr,í 

guindo  em  tudo  ,  o  louvável  coífume  da  lgrejai 

19     Einal mente  tiraremos  de fte  diíeurío,lòuvarrrr<l 

aDeos  emtodo  òtempo,como  o  faziao  Real  Profetrí 

pfitl  53,.       Benedicam Domimmiu omni  ttmpore-,  femper. Iam  ejus} 

r  ■  j  h*á   are  ,?;<?<?,  applicando  ainda  as  canções  de  dirertinrento,,) 

eme  9.1. wd.  louvor  de  Deos.Diz  oveneravei  Padre  Luis-de  la  Puentí 

igjâ*°2.      que  o  fim  a  que  cantarão, os  Anjos  em  o  Portaídè  Belécji 

foy  para  que  comfeu  exemplo  enfinaíTeniem  a  terra  a* 

x*f.\i>         homens  aquellà  doce  cantilena-:  Gloria  inexcéfis  De> 

para  que  aflim  o  fim  de  noíf a  vida  faltando  nos  a  voz,  fe 

intróito  cm  a  Bemaventurança,  &  juntamente  cantem» 

com  íeu«  moradores, aquelle  cântico ,  que  entoarão  os  Ai 

ciãos  do  Apocalípfe  :  'Vicentes,  fedentiin  thronot  &  Agn 

ktneditfio,  t$'-hon&r%  &glwia%  ó '  põtêJlasinfaculàféMl 


'íarllxptaftoçpini,  ,    |j 


EXPLANARAM     II. 

í)a  invenção  da  Muftcay®  pejjoas  wjíones ,  j«£4 

augmentaraô)  ®  mllaflumad.- 

QUerendo  ioveftigar,  quem  fofie  o  priímyro  iovetor 
da  Mafica,  puz  cuidado  em  o  efíudo}  poièm  confef- 
,  que  o  riaõ  pudedeícobrir ;  fiz  hum  re fumo  de  peíToas 
ienets  nella,que  dsfde  o  principio  do  mundo  flor ecèraõj 
ira  ver,,íe  com  efta  diligencia  fatisfazia  meu  delir  jcjmas 
rificoufeem  mim  fida  íénrençade  hum  douto,  que  diz, 
mpre  fe  aparta  mais  o  que  mar?  íe  deíeja.  Quando  a  caio  Mrc.otttj' 
ri  Marciano  Capella  das  íctte  Arte, na  Ai  te  da  Mística,  likgi 
tchei  dar  ellà  razaõ  de  fèu  principio  com  t  ílas  palavras: 
tando  aquelle  immenfo  t  &  wcogitavel  fotmador  das1  tou- 
k \  Jemelhançadejua  idta  me  engendrou  irmãa  doCeey 
de  hum  farto  nacida  com  tile,  naÕrfefamparey  os etapas  ir- 
lalares  movimentos  das  Efirellàst  nem  as  revohçcesde" 
4a  a  maquina ,  que  fazem  companhia  aos feber anos  mora- 
res%  nem  os  fulgor es  velo/es,  òol,  ér  Lna\  antes  acompanho 
ís  modos  com  jon&Y os  numeres.  Mas  quando  aquella  uni* 
de ,  é- pfimeyr a  f firmada  luz  intelleclual  crem  os  homens? 
f»  almas  em  a  terra  fuy  mandada  *vir  a  ella  por  fua gir~ 
rnador a%  finalmente  eu  me  [mo  dava  aponto  a  cengruen* 
}  d  as  coufas ,  dando  os  números  dos  movimentos  mttlk*- 
pães,  &  todos  os  impulfos  da  vontade. 

Com  efta  relação  reconheci  o  pouco,  que  podia  apro-  ^     ,  ^  „ 
ytar  bufear  nacimento  na  terra  , a  quero  tem  a  pátria  nc  ^■l.(t*l3. 
íoj  bem  meaconfélhavfrhum  douto  Pcrtuguez,  dize*i-  tápkiú^i\- 
>,que  couía  taó  divina  naõ  fe  havia  de  attribuir  a  auther 
imano  ;  porém  eu  confundido  das  opinioens  de  muitos 
>utos,que  quizeraõ  dar  a  honra  de  inventores  dt  ffa  fobe*    , 
na  parte  da  besnayeíiturança  a  homens ,  cada  htm  a  itw 

Bbbiijj  ar3%* 


arbicrírj,"  qusria  ínvefèigarqualdelksfoíís;  porque  hui 
fazem  inventores  osGregos,  outros  os  TraceS|&  outros 
figypcios,8c  muitos,  ouí;asdivsrfas  nações.  Porém  jà  q 
lha  não  poismosattribuiraiavenfaóda/Muíica.ao  rn 
nos  key  mofiraado  os  que  foraõ  inílgues  nella,  &  íiosi  i 
trumentos-,  principiando  de  Adãoaté  Noe,  de  Noeai 
"Moyfes,  de  Moyíes  atè  David,  de  David  até  o  N 
cimento  de  noflo  liedemptor t  &  delle  atè  o  tempo  p 
teme. 

zi     Deu  Deis  a  Adaõ  efta  fciencia ,  porque  a  Mufi 

&ttgjjf.i§j    (como  diz  Santo  Agoíliuho)  hedom  de  Deôs,  &  panji 

exarcirar  louvando-o  o  poz  no  Paraifo  ;  Vt  operar et | 

it.JmndeU  coma  expõem  muitos  doutos. Confirma  efta  verdadePaí 

Crm,  dtal  de    ffa^es  t  dizendo  ,  que  o  primeyro  que  cantou  foy  Adlnj 

L>cer.f.6.f.    Vrimumcecmit  xjiâam  Seth  fiího  de  Adão,  &  (eus  filtv 

tf*"  d    f°raô  QS  primeyros,  que  dei  Ia  efcre  veraò  em  duas  co  lim 

m7/n?uei-  hQa  de  metâí»  outra  &*  l*^rilha,  porque  fabendo  por  pr 

YõinPfíjLj,  -fecia  de  Adaô,  que  havia  de  vir  o  diluvio,  &  ignorando] 

tom.i.Genòr]  feri*  da  agoa  ,  ou  de  fogo  ,  quizeraõ  com  efta  prevenc 

inchrosogrq,  confervaíU,  o  que  me  pareceoefciHadoi  porque  he  a  W 

/.  i-       '       fica  tãoviíieuíada  com  a  humana  natureza,  que  àiz  o  F 

dre  Athanaíio  Kircha,  queíe  tirarem  todos  os  homens 

.í/ífr  wmçjm     fnufli0  :  dsyxanio  fo  os  míninos  ,elles  naturalmente  u 

gottfl.ij.i*     narâ5â  renovar  a  Muíica,  como  o  foraõ  fazendo  os  h 

*m'&  mms  na  invenção  dos  inílrumenros,que  os  prirneyros  q 

fe  ufaraó  f  oraõ  as  francas  f«ytas  de  cana  ,  ou  de  oííos  < 

pernis  d  is  aves ,  que  por  eíía  cauía  fechamaõ  1  ibia  , 

Fiftula  Depois  Jubil  fexco  neto  ds  Adaõ  ,  &  filho  dei 

rctsch,  confiiaranda  a  armou  ia ,  que  naciado  fom  de  h< 

marte! I  >s  de  feu  ir<ni5  Tribal  Caim  ,  primeyro  inven 

da  ferraria,  ordenou  os  inftrumentoscompoftosdediv 

Gtn/.Afcfy      £()S  (oris  „   gj,  por  e(fâ  cnifa  diz  a  Sagra. la  Efcrittira  ,  1 

pay  dos  que  cantarão  à  Cythara  ,  &•  Orgaõ  -.  Jubalj 

MHvrchi*'  cstuatium  Cytbsra,  &  Orgam  :  Noema,  ire 

ftt,t9»*t,t.     ^e  Tubal  ,  foy  a  primeyra  ,    que  cantou  ao  íom  i 

,    iufí 


âas  ExpUnaçoens.  ^Ç 

Irumtntos  ,  donde  íe  de-riva  o  tome  ,  que  íígnifrci  fua- 
tiade  ;  as  ligaduras  extenfas  fe  charoaõ  Ntirrjs ,  que  MíiceiEVÀ) 
rece  com  pouca  corrupção  ode  Noema  Dt  Juba!  fe  de-  ^  Jve,^u. 
aõos  nomes  Jnbilafunti  ti  Jvbilatio,  que  fi^nifiaõ  ale-  ^.23. 
ia  proferida  por  vezes  externas,   que  prcpi iaroenre  he 
ufica^poreUe  com  os  novos  infttunjentos  ,  &  Mufica 
oporcionada  alegrar  o  mundo*  Ftla  própria  Mufica  (t  ^ereyrdehcld.. 
ma  nas  íagradas  letras:  Beatttsfopths^tfifcitjvbilatio-  k}Jlm'h 
m\  Eíta  hc  a  noticia,  que  íe  teve  da  Mufica  autes  de  Di- /^^f -3w 
vio. 

tz.      Depois  "dòDitavín  patToa  o  tifo  da  Mufica  ao 
ivo  mundo,  Noe,  6c  íeus  filhos.  Achaõ-fecs  vaticínios, 
eefcreveoaSybilla  Caldeafua  nora,  chauiada  Sanvbe- 
a ,  em  verfo  ,  que  he  parte  da  Klufica  ,  cu  a  mefma  Mu-  'med.^u 
a,  como  dizhumauthor  erudito.  O  Padre  A  lhana  fio  \ArsM4gm 
rche  affirma,  que  depois  do  Diluvio  os  Egy  peies  foram  confl.i^q 
primeyros  iníhuradores  deftaícicncia,doumnadcs  por  im,if 
íiamo  ,  &  Mefraymo  feu  filho  }  das  íagradas  letras  nos 
nft*  havia  Mufica,  &  inftrumentos  antes  deMcyíeSs; 
)rque  queyxando  feLabão  a  Jacob  de  fua  auíencia  fe-m  o 
leíaber  ,lhsdiz:  Porque  razaõ  vos  auíentaftes  fero  mo 
zer ,  para  vos  acompanhar  com  feftas ,  &  cantes,  Tym- 
noSj&Cytharas  ^  Cur  ignorante  me  fvgeve  ichifli,  nec 
dicare  mihi*  «tperjequerer  te  cumgaváio ,  ò  ctnttcts,  &  Genfalfâ 
mpanis ,  &  Cythans?  O  psfiemifíimo  jtb -nos  confins 
i  Arábia  em  ídumea  fequeyxava,  que  a  fua  Wcfica  fe  J«*.iw^  $$• 
nvertera  em  luto,&  lagrimas:  Vtrfaiftinluftwntyiha- 
rnea,  &  Organummeumin  vocemjlentium.  Entre  os  pa- 
bres  parece  íe  continuou  o  uío  das  frautas  de  cana,  á  imi- 
'çaõdasquaes  Pao  paftor  juntando fetce  canudos  inven- 
u  a  fua ,  como  o  traz  Virgílio. 

Tm  primus -calamos  cera  ecngeref lures  '?"&?$*' 

l*$ituit  .... 


Apolío  inventou  a  Lyra,  &  íegundo  parece ,"  ou  o  n# 
houve  ao  mundo,  ou  foyaígum,que  vivendo  primeyro 
Corte,  como  Prúcipe,  fugto delia, & foy  paííor, no qi 
exercício  ia vear,ou-a  Lyra,  conforme  o  contou  o  no; 
Camões» 
■  t  *Pafl&r Tefé z,  hum  tempo  oifíMoloursi 

g       ■&}+  í  §ge  do  sol  as  carretas  move,  &gma, 

Ottvio  o  rio  Aufnzo  a  lyra  de  ouro, 

Que  ofeufacro  inventor  alli  tangia* 

cert>netz.c*j>.      Mercúrio  trazem  Liciano,5c  Diodoro  allegados  por 

u  i.  Fedro  Cerone.foy  inventor  da  Muíká;  Uâõ  falta  quem  I 

^npolem-dpui  ga,que  Mercúrio  foy  Moyfé$;por que  os  Gentios  o  tiah 

.una nopro-    por Embayicidor  das  Diedades, &  Moyfés foy  Êmbayi 

ogo atradu?. ^  ^of  £Q  ver(Jaleyro  Deos,  a  Mercúrio  piara  vaó  com  vai 

Crâomment.a  £í^m  dm${crp«ntc$  enrofcadas }  êç  Moyfés  teve  vara  ,  j 

°tákceâ  e-        ^or  àivin*  promiíTao  no  Egypto  íe  fez  íerpe&te  $  fííer 

krj€(/èi  uc  a-Mercunoinveotocda  Mufica,6c  verdadôyramenceMcj 

i.njt  /.'        ^s  f°Y  oqu*.*  augmentou,  inventandoaígunsínftíumíj 

z  íos  no£gypto,&  fóra  delle$a  Cythera  de  quatro  cordas] 

attribuea  Mercúrio  no  Egypto  depois  lhe  accreícentálj 

jauytas.  Horácio. 

fforttuoLio,  je  camm  magni  Jovis  ,  Deorstm 

NunHuníi  curv£que  lyr*e  parenteml 
A  quinta  corda  dize-rjlheaccrefcêntouCorelho  filho 
TdMwin  of-  A  ti  R»ey  de  Lydia }  Hyanes  Phrygio  a  fexta ;  Terpao] 
ficin.p.i.tit.  ísttimi ;  Licaon  Sanoto  o*  oytava  ;  Prophafto  Periote  a  j 
•cythxr^l,  c^  na }  Eftraco  ColophoDÍoa  decima ,  fe  Thirnoteo  Mi! lei 
'fififrffn  a  undécima,  Bi  duodécima.  O  referido  he  a  noticia,  c|| 
achey  ate  Moyfés. 

23  Foy  Moyfés  tao  íapientifíioio  mníko,  quede!) 
tornou  a  Muíica  o  nome3  &■  fuppnfto,  que  alguns  Autfí 
res  digaõ,qií?  defta  palavra  Egypfnca,Moy,traz  a  Mui 
íua  origem^aõ  parece  que  contradiz  asopinióesquelli 
que  a  ívjj(i:i  traz  fua  ethermlogia  dç  Moyfés ;  porqu 
M  jyfjs,  pj:jf:r  achadj  na  agoa  lhedéraóonomederr 


âa$  Rxpldiidficsl  17 

)  da  pala-vraMcy,  que  quer  dizer  agoa,  &  a  &'u(k»  do        .    _.., 
ieímo  Moyfes }  .porque  ancas  delle  íe  naõ-acha  cite  «orne ,  tt^%j  * 
imo  casco.  O  Padre  Pinada  diz,  que  do  fom  das  agoas  ti-  c  Vi ' 
mMoyíes  as  melodias. Também  alguns  qtierem,que  tra.  zM.c^o. 
1  a  Muíica  a  íua  origem  das  Mufas,às  quaesattr  iboern  íua  safin.c*fcz. 
vençaõj  porém  Março  varron  allegado  por  Dom  Pedro  ^w;:.í.s. 
ífoae,  dizqueasMuíastomàtaó  o  nome  da  Mufica }  &  Circtteli.c.{fi 
enais  certo  he,  que  as  MuíasíaófabuÍoías;&  íóminreío- 
õ  eftacuasd^feiencias,  q os  Gentios  dedicarão  ao  Xem- 
ode  ApoJlo,c?c  coroo  ema  Muíica  íecomprcheadem  to-         l 
ts,comodiz  Plataõl  lhe  deraô  eíte  nome  de  Mofas.  Saie-  Flaidfí* 
iMoyfes  do  Egy  pto  como  o  povo  de  Ifr&el,foy  o  primei- 
sque cantou  louvando  a  Deos  pela  mercê  de  os  livrar  do  r    r    £ 
Krcitode  Faraó:  Tunc  cecmit  Moyfes ,  &c-  Foy  Moyfes  Niim.ioJ 
Dr  mandado  de  Deos  inventor  da  trombeta :  Factibiàttás 
■h as  argênteas >  {&•.&  feria  à  imitação  da  que  ouvío  no 
[cate  òinay,cocaia  por  hum  Anjo.  Cõtinuou-íe  tanto  o 
o  das  trombetas,  que  Gedtaô,&  todos  os  feusfoldados 
afiaó  trombetas,  &  com  eftas  armas  vencèoos  Madiani-  f*fyfy  c-7« 
s:  Divifitque  trecentos  viros  in  três  partes,  &  dedit  tubas 
■  ntanibuseorum-,  &  mais  adiante  :  Qiumâo  perfonuerit 
'bainmanu  meados quoque  cUngite.  Debora,&  Ba:  se  lo* 
ô grandes  mujlcos :  Cecinerunt  'Débora ,  &  Barac.   N aõ  ;jM*-M* 
o  ínftrumento  da  trombetí  íe  uíava  nefte  t€mpo,mas  ou 
os  muytos  ;  porqa  rilha  de  Jephce  o  íahio  a  receber  com  3W«C- l  u 
Impa  nos,  &  cores :  oceurnt  ei  unipenita  fita  íua  cvm  tym-  r  j      t  m 
ms,çrchoris.  Em  tempo  dos  Juizes  dos  Hebreos,  á\z  o  4  f  fj-Jfst 
^areHorscioScoglioíloreceraõOrfeo,^-  Lino,  Sr  ao  \    ' 
efmo  tempo  traz  o  PtdreJoaóBúzicresAmphioniArion  ^Kcm,mi9 
ty  muito  depois  no  tempo  de  Nabuco,conforme  a  opiwi-  2700'. 
'do  meímo  Padre.  DeOrfeo  dizem  os  Poetas  (d«  quem  utm  ÁnKo. 
jm  douto  di-2. Multa inentiuntur  Toeta)quc  tirou  com  a  3419. 
louca  fua-molher  Euridice  do  inferno,&moria  as  arvo-  ^rtjt.  ap»d 
s  ao  íeguirem.  De  Arios,  que  imio  em  húa  embarcaçãr,  Cere»J.i.  c<*{* 
lançando-o  os  aaiinhcyrosan  mar,  hiifii  Dclrln,  p«fa  *S« 

Ccc  íuz 


iB  Trattddò 

íua  NÍuíícri í  d  tómâra,  &  pufcra  íalvoem  terra.  De  AnfToií 
que  as  pedras  o  íegu irão  para  fundar  os  muros  de  Thebaí 
pdc$co  dpud    °  qoc.tudo  íc  çostem  neftes  verfos  de  Pacifico. 
Text.  in  offic.  Qrfhws  Euridicem  Cythara  revocavi  ab  erce 

p.i.th.cyibA  &(  que  Çuis  movit faxa,ne  mufquejtigis. 

r*di9  ^ifce  fuit pelagus  perlongnm  vetJus  Arion  5 

Hac  etiam  Amphion  mania  fiurit '  ope 

De  Lino  fe  lembra  Propercio  no  livro  2. 

Tunc  ego  fim  In&chio  notior  arte  Lino. 

Reduzidas  as  fabulas  a  verdade  de  íeu  íemido,  com 

Muíka  redufio  Orfeo  ,  &  Anrlon  nos  homens  rnfticosa 

governo  Pblitieo,.Ethtco,&-  Económico  em  as  Cidades,  i 

de  Arion  fe  tem  por  certa, 5f  verdadeyrahiftoria.  Foy  as 

tes  de  David  a  Muficatão  veuerada,que  erão  tidos  os  mu 

cos  dos  Profetas,   fe  parece  cr  5o  fyoonymoSi  Antes  d 

Samuel  ungir  a  Saul  em  Etcy,  o  mandou  ir  a  hu lugar,  aoc 

de  lhe  bivião  deíahir  ao  encontro  os  Profetas ,  oj  erão  c 

rou(lcos,c6m^ íè  lè  na  verfàõ  Caldayca,Ôt  cõfírmaõ  muitc 

i.%e%.  10. .     huthorcs:  Cumqíiefgrejjus  fueris  ibi  urbem  obviam  habt 

bis gregem  Prophetarum  defcendèntium  de  excelfo,  &  am 

eos  1J  [alter  iú,  é>Tympanu%  &  libia,  &  Cytharam9  ipfofqv 

porphetantesi&ti  cauía  para  que  o  mandou  meter  entre  c 

muíi>o&,  foy  para  vir  íobre  elle  o  Efpirito  do  Senhor  ,  i 

%Utma.         profetizar  ,  k  fe  mudar  em  outro  varaô  :  Et  infiliet  in\ 

Spiritns Dúmini,  &  prophetabis  canteis,  &  tnvt abais  t 

vir  um  alium  ,  finalizou  a  noticia  até  David. 

*4  Foy  David  hum  Real  mu  fico  da  camará  de  Deo 
f  y  íogode  pequeno  grande  mufico,&  portal  conhecida 
Eect  vidi  filium  Ifai  Bethelehemitem  fcientem  pfalten 
i&èg.  iéa  Era  faõ  grande  cangedor  de  Arpa,q  afagetava  o  Demoni 
wÉà  hi?  c5  o  íom.Dèpois  de  Rey  teve  a  Mufiea  taõ  notável  acere 
itf.ò-  iV  céntamemo,  qoe  para  louvar  a  Deos  inftituhio  quatro  m 
^ovierruEccl .  cantoresvp*ra  os  quses  ordenou  três  meftres  Afaph  ,  Hj 
do >£ ZnJoi  m a o , ■& ■  H k hu ro.E ntaõ e ra  a flíoi ,&  h o j e  he  pelo co n t r a r í 
&&#**&    Diz  Chilcehoggiborim^i.  allegado  pelo  Padre  Mhanaf 


iâs  Explana  fieSi  1 9 

Lírche,  q  tinhaô  os  Hebreos  nefte  te  m  po  trinta  &  íeis  d  i  - 
eríos  inltrumencos,  os  quaes  todos  David  tangia,  &  eníi- 
ava,&  de  muitos  foy  inventor.Feliz  tempo,em  que ò  Rey 
nhaaabocca  os  louvores  de  Deos,  &   na  maõ  a  efpada 
ontra  íeus  inimigos  -,  que  bem  íoube  imitar  íeus  anrece-  r[d.  14^, 
entes ,  de  quem  elle  rnefmo  cantou  ?  kx&luones  Dtiin 
uttureeorttWt  &  gladij  ancipites  in  mambuseorurn.  Depe- 
na a  authoridade  Real  para  ípuvar,cantãdp  a  Peos,  como 
uem  fabia,qfócom  louvar,  6f  cantar  a  Deos  íe  grangea 
raayor  authoridade  ;  Diante  da  Arca  do  Teftamento  foy 
mgeado,&  cantando  como  os  mais  líraelitas ,  &  o  ò;  fez 
um  Rey  taõ  íabjo  diante  da  Arca  de  Deos ,  hoje  na©  falta 
uem  tenha  pordefprefo  cantar  diante  do  Deos  da  Arca  : 
íu ppoiioiua  molher  Micho.l  i  filha  de  Saul  o  efl ranhou, 
or  ir  junto  com  íeus  vafTallos ,  elle  lhe  refpondeo  entre 
[itns co\iUs:GkrioJi<>r apparebv: agora  ficarey  mais  hon-  i.^.€. 
ado.  O  SapientiíTimo  Salam.aó  íeu 'filho ,  foy  doutiííimo 
m  a  Muíiça  como  o  afíevera  o  Padre  Pineda ,  a  qual  per-  p*f*-^<  **m 
;verou  em  íeu, tempo,  comofeupay  a  .tinha  inftituhido      T^i*' 
ara  o  Santo  Taberoaculoifoy  eftà  idade  entre  o  povoHe-  ^'^y^í?r 
reo  florente  de  Profetas,  &  entre  o  Gentílico  de  òabios,   £  I7  *  2JZ - 
:Poetas;dus  Santos  Profetas  diz  a  fagra da  Efcritura,  que 
ulcavaõ  modos  muíicos  para  louvar  a  Deos  :   hperi- 
iafua  requerentes  modos  muficos.  Homero  q  teve  a  prima-  nd.^ 
ia  dos  Poetas  viveo  no  tempo  de  Salsíruó,Ê*  para  louvar 
Mufica  ,  refere  q  os  Gregos  fe  librarão  com  ella  de  hua 
fcfpicipfa  peite:  &  era  outra  paru-,  tf  tinha  poder  côtra  os 
.nxosdeíangue.NotépodeCyrofioreceoográdePkha-  Ui-Cri^M 
[oras  a  que  os  G  egos  fazê  inventor  da  Muílca,aflirmãdo  <#w*  #?4 
jachàraascõfonácias  era  hunsmartellosdehu  ferreiro  na  S°rV"J4£ 
ieí«u forma q  Jubal;  o q  parece naó  ter  lugar,  nê íer vero-  ^J* \'C0Z:« 
miijporq  depois  doDiluvío.antes  de  Pythagoras  mais  de  -w : cÇcn^ 
uljuinosinvêcou 'Mí-.rcario,ouMoyíes.aIyra  cõ  diverfida  ^\; 
e  de  côfonácias,  &em  têpo  de  David  havia  iirítrumentos 
le  varias  cõíonácias,e  naõ  íe  pôde  crer  q  csGregcs  atè  efte 

Ccc  ij  tempo 


20  Tratodé 

fépo  de  Pytliagorâs  as  ignofaír:;§f  íegfido  o  Fbcíâ  Hcm 

ro,  jà  entre  os  Gregos  antes  delíe  havia  MuíicaV  d  cer 

he,q  foyefte  infigoe  Fíloíofò  grande  muílco,  &  como  d 

M.  ^Wcí-.  Boecio,  inventou  o  monacordio,queera  hum  inítrumç 

toõH.i.c,  3 1.  to  de  hua  corda,&  dcfcobdndo  nella  as  armonicas  prop 

çôes:  cita  deve  fèr  a  razaò  de  ihe  attribuirê  a  invenção  d 

Text.moffie.    confònanciis.  Laífus  Hermineo  foi  o  primeyro  » que  de 


vjernopnnd  |^ros  f0^  a  Mufica,  St  inventou  o  generoeromatico^i 
.t  dswesl..  zrentos  &írinta  &  oito  ari nos  antes  da  vinda  de  Ghrifk^ 
VC^°j~  r  diuo  Alexandre  foi  muy  grande  Muílco ,  &  teve  por  meí 
•■  .'.      trea  FokmiOideípoiãdeduzet9S,t^defoitoannosantes< 

;■■  ^  .     vinia  aKLrTruto.Ohmpio  mvetouogenero  Enarmonic 
veúíTymo?'   £*  nal  meate  foraõ  neíla  idade  os  grandes ,  &  infígnes  jpu 
àensdpnd-      bifares  5  U  eferirores  da,Mufíca  em  grande  numero ;  poi 
mced.Geron.  eíitre  osfãbios  G-  egos  era  údò  pornefcio,oque  aignor.1 
Uue.<i  i-       Vâ :  Mufica  apud  Gracos  magno  dim  hononfuif\  me  quis  l\ 
zfiev.KofeL.  héraliter  cenfebatur  erúditus  qui  Mujicaks  cantus  no  a 
comb^L  às-  leret.  Therniftocles  por  ignorar  a  Mu  fica  foi  tido  por  i 
Muftc.p.  t.      douto,  como  traz  Cícero.  Deu-íe  fim  â  noticia  da  Muff 
éci.Tufc     antigua,  pdneipiaremos  com  os  profeflfores  da  nora 
d     íica  ,  que  pi  incipiou  com  a  Ley  da  Graça. 

25  O  principal,  Scprimeyro  Muílco,  que  houve fí 
Ley  do  ■•Graça  foi  Cfírilto  Seabor  Nono ,  como  affireri 
CaíTaneo  por  teítemonho  de  graves  Authorcs,  &  naõ  i 
CdffanJ.eonf^-  pòie  duvidar ,  que  o  íoubeflTe  ícr.  Os  fá  grado»  Evangeliil 
der.$  uverf.  ra<;  decUraô  ,  que  defpois  da  ultima  Cea  cantou  h'fi  Hyfl; 
fed  utfemel  0O  ffy/frfo  Meio,  lè  a  verf  aõ  Grega-.Hymnvcânfatõ.  O  Re 
X ' ,  j  jr-  P*"°feta  David  naõ  íó  chamava  a  Chriítb  Mufico,  ma 
'&*j€vt\  'p  m^mA  ^Q^ca)  dizendo:  Exarge  PfâlÈetiuí&Cythãra 
e.i  7.n.i  v*  me^mo  ^,e  cbama S.  Bernardo:  Jèfus  inaure  meios,  in  tot 
isrn<trâ.fMrA.  dejubihs:  A  Virgem  Sât iíHma  Senhora  NoíTá  foi  excellei 
m^ma  J j^WLba  Mkiíici  -,  Sc  com  íeucanto  ,  diz  Santo  Agoftinht 


âas  Explhoccet*  3  *        i  S  ^  ' 

inçou  fórl  c  pranto  de  Eva:  Eva  phnfíumMaríacantus  j™^  \  *  , 
rityfr.  Foi  elh  Senhora  a  q  cantou  ro  Píalreno  àtàtz^ndisi* 
)rdasonovoCancicodaEncarnsçaõdo  Verbo  j  dez  ver.  ^^^ 
i$ remi  Magnificar,  queomeímo  Santo  Agoftinho  af-  ^ipjw, 
•ma  ,  que  a  Senhora  cantou :  Judite  qnomodo  tympanif-  iVt&m. 
ia  no  (ir  a,  cantavuit ,  <***  w*:  Mortificai  anima  me  a  bato».  *».  6ci 
hmtrmm.  No  templo  aífoveraõ  graves  Auihoresapren-  n.i^&[tfr 
!ra  acamar  os  Píalmos.  Os  fagrados  Apoflolos  coluro-  #*#*** 
is,  &  bafes  da  Igreja  Catholicaenfinados  por  feu  Diyuio  P"wm? 
leftre,  ufára&  no  principio  da  Igreja  o  catar  Píalmcs,  &  ™*>*<-\J&. 
ymnos,  como  cefíifica  Santo  Agoítinho,  dizendo  ,  qse  V^  '   ^ 
hrifto ,  &  os  fagrados  Apoftolos  nos  deraô  documentos,  ^.fgp 
rempios,  5?  preceitos  de  os  canta* :  Sicutde  Hymns  >  tf  j^J&âYtó 
/itóí  canendiscum,  &  ipfms  "Demim  ,  ^  JpfJIokram  %.^v,à^0Afa 
weamus  àocumíta%&  exempla,  &  praceptade  hacre  Um  hs-  epÀ.  *#■ 
tília:  o  mefmo  affirroaõ  muitos  doutos: depois- dos  fagra-  fr&iér.  m  a- 
as  Apoítolos.SátoIgnaeio.tcrceyro  íucceffor  de  S.  Pedro  ihlfcrip.FtcL 
D  Antioquia  ordenou  ocantar  a  coros,  à  imitação  de  hu-  *f*d  Macedo 
tvifaõ,  que  vio,  cantando  os  Anjos  alternatiro.  O  gran-  n^&^Ave- 
;  Origenes-  foi  fapientiíTimo  em  a  Muíics.  Santo  fcfrf  m  ^j^/í 
izemTheodoreto,  &  Niceforo  foi  Authorda  rneduhçaõ  ^j^3*. 
monica,ôc  fegundo  pareee,dcvia  de  introdufiralgu  can-  AJà^nM- 
i  multiforme  cm  alguma  Igreja,  como  diz  Joaó  Bcnana  ^^Jíp^ 
aarmonia.  Em  a  Igreja  Mêdiolaneníc  inftituhioocanto  ctfep.f.MZ-- 
grande  Doutor  da  Igreja  S.  Ambroíio.G  Máximo  Dxu-^r.M.crj. 
rS.  Jeronymo  foi  pcritiífírao  em  a  Mufica.Santo  Augu-  &ín.  ap<â  dit 
Inho  Águia  dos  Doutores  eícreveo  de  MuficafcíVIivrcs.  &Mfa*#r 
IPapa  S.  Damaío  Portuguez ,  natural  de  Guimarães  roâ-  te&catockaS* 
bu  fe  cantaflem  os  Pfalmos,  ô?  no  fim  de  cada  hum  fe  dif-  ^*£ /c,w'  *• 
ffe Gloria  Patri ,  &c.S.Severino  Boecio efereve  cinco  H-  *™£y£*m 
os  de  Mufica  t6e  dizem  inventou  6  Laude.  GsfTiodoro    .""  /  ^5'- 
mbem  efereveo  d<?  Muíka.S.Gregono  Magno  inventou  ^     g#<^. 
zeraselevaçoens,  8c  defceníões  pelas  letras,que  châmaò  r^r./.2.f^ 
ominicaesA.B.C.D.E.F.G.  ordenando  o  canto  chaõ  da  ^o.étfvd tmn^, 
;reja ,  que  delle  tomou  o  nome  canto  Gregoriano ,  cVac-  */*£*/.  /.  ^ 

Cccii)  creí-  *>/*/.  $» 


IK9  Yy  atufo 

*  ^         ,  ccecéntou  Ma  corda  ás  quinze  do  monocordio. Santo 

Áa7a?m-'  dorofoiícieteema  Mufica9Ôcefcreveo  delia.  S.Vitalis 

é&m.  1 1.     Fonnflce  Masimo  mítituhio  o  canto  -dos  Romanos  ,  é 

concordou  com  o  Orga5  ,  corao  o  traz  Durando :  tan 

Romamrum  inftituit,  &  Organo  concorâavit ,  Sc  outros 

Papa  S.  Leaõ  II.  foi  muito  perito  neftainíignefciencia 

Tjít.vh,.  offie,  reformou  o  canto  dos  Pfalmos,  6c  Hymnos,a>mo  refer 

i.^ç.1.  Breviário  Romano  nafua  lenda  a  vinte  «Sc  oiço  de  junh 

Muficis  ttiam  eruditas  fuit  i  ipfe  mim  facros  hymmst 

P/almos  in  Rcckfiâ  ad  comentum  meliorem  reduxit>0  Vei 

ravel  Bedafoi  efcrittor  de  Mufica,S.  Joaõ  Damafcenotí 

' fylamMfcr.  Çoz  ^uífca.  Depois  dos  Authores  referidos ,  inventei 

Ecckffoan'  figoos  que  hoje  tifanjos  o  Reverendo  Padre  Guido  Ar 

$o?n  div.pfál.  noReligiofode  S.Bento,ordenãdo-os  cõ  as  vozes,  q  cí 

mod.c.  ij.%,  ^e  celebre  Hy  na  ao  de  S,  joaõ  Bautifta,  como  íe  dirá  w 

3.0.  u         38*  E&a  invenção  dos  íignos  dizem  íer  achada  pelo  an 

de  noíTa  Redepçió  mil  8c  vinte  dous,  conforme  o Carc 

Baronio  no  tempo  do  Papa  BenedicT:o  Viíí.  outros  era 

&*n».xn.       no  anno  de  mil  5c  vinte  quatro,  fendo  Pótifíce  Joaõ  X> 

iioia.».  %%.  Pedro  Taieíiona  fua  Arte  de  Canto  chaõ,  quer  concorcj 

■TaUCc1'*^*    e^es  attHOS*dizendo,q  bunscefpeitaõ  oannoda  invençí 

*LL  l„fíl»     &  outros  o  da  imprefifaó  i  naõ  devia  de  ter  noticia ,  qu 

-toa».  jstmert      .  /*•  *.  •  -  .  «/•••  i    ~  * 

ílofc  Ufior.p,  IfT1pref»ao  fie  muyto  moderna ,  6c  foi  inventada ,  íegun 

z,n.iQi,\.     relataõ  Polidoto  Virgiíioj&PeiroMexia^aisdequâtf 

cenros  annosdeípois  das  eras  acima  ,  na  era  de  mil  qt 

foHd.rirg.kz  trocentos quarenta  6c  dous  annos  por  hum  Aleroaõ  Ju 

t.rjSàv.Ae      Contembergo.ouContemvirgis  na  Cidade  de  MoguriCj 

vAr.cic.petr.    naõ  faltou  quem  efcreveííe ,  fora  a  invenção  dos  fignos  1 

■$&#./>.  3. r.j.  tempo  do  Papa  Joaõ  XXLl.  perto  de  trezentos  annosdi 

pois  dos  acima  reteridos.  O  certo  he,  que  nefta  matéria 

naõ  pó  Je  dar  certefa  d  o  que  me  parece ,  que  os  últimos 

devem  regeitar,  6c  oomeyoconíiíre  a  virtude,conform<i 

Padre  Joaõ  Buíieres  anno  mil  &  vintequafro.  E íla  fq 

caufade  naõaflinar  têpo  aosáuthcresda  Muficareferid 

jpor  naõ  fazer  húa  larga  lenda  de  opiniões,  que  pouco  i 

porei 


•j 

Da  Explan7(aô.  '%'$ 

rt2o:  fomente  advirtio,que  v  ao  leguidos,  &  por  tfta  or- 
n  (e  viráem  conhecimento  de  quaes  foraõ  primeiros. O 
lifluo  Bernardo  amou  tanto  a  Muficà  ,  que  te  meu  por  ^miaieSt 
pieía  de  fuás  armas  húa  Arpa  com  efia  letra  :  Qtiid  erit  Monu  vo  fcÇ* 
w/rw.Eícreveo  hfia  arte  de  Canto  chaõj  naõ  muito  dei-  (mj0  dadivi- 
isefcreveoRicardodeS.VictordeMufica.O  Papa  Joaõ  fa£ da Mufica, 
í.chamado  vinte  &  hum,  Portuguez  natural  de  Lisboa,  Talef.Cercn, 
reveo  de  Mufica  ,  &  o  Papa  JàaõXXII.  conforme  os  otndre  Latc- 
zaUegadosTalefio,  &  o  ultimo  muitos  o  allegaõ  como  rent.a.del 
Dnferrate,Cerone,  Montano,&  outros.  Santo  Alberto  \wf^™: 
ignofoi  muy  doutcmeíta  ícifencia  »'fez  hum  Ccmmen-   rísrnl- 

S  -      •••»        "*  -«-«•  j*g         *  •      alie  ff  ao  Ki- 

de  Mufica,commentouBoecio,  como  diz  rrey  António  fj^V   ,ja2 
Senna:  In  viia  SããorB  TatrZ  Ordinis  Fraduaterum }         *r 
angélico  Doutor  Santo  Thomas  feu  diícipulo  compoz  Mont^u-d? 
Hymnosdo  Sacramento ,  &  a  cantoria  delles.  Muitos  tmo-lUa*- 
trosSantoscompuferaõ  Mufica,  &  fòraôícientes  nel- 
como  foi  S.Franciíco  de  Sales,S.Francifco  de  BorjaSã- 
Cecilia  Virgem,  &  Martyr,a  quem  os  muficos  fefrejaõ 
r  cantora,  &  atradicçaõ  da  Igreja  apinta  fempretan- 
ndo,  &  cantando  ao  Orgaõjdoinde  fe  infere  bem  que  íe- 

doutiflima  neíta  arte  de  compor  Mufica.  A  primeira 
itifona  de  íuas  Laudes  diz  :  Céintantihus  organisCaciha 
omino decantabatfc  rambem  outros  muitos  $*fitos:£?00- 
m  nominafelnsille  novit,  qvi  nttmtrat  wulntudintw fiifc 
um  ,  &  omnibui  eis  nomina  voent. 

Nefta  ultima  idade  pudéramos  pôr  muitos  Fmpe rado- 
;,  Reys,  &  Príncipes ,  quefòrac  muito  fcieims  nefía  fâ- 
ldade; porém  ío  por  brevidade  pufemos  osSantosdeq 
ia  a  Tgreja;&  alguns  eferittores  Ecdefiafticcs.  qt*e  corn- 
as obras  a  illuftráraé. 


EX- 


E  X  PLANAC,AM    HL 
Das  diffiwcotm  íít  dip^oens  da  Mufictt. 

r  "  Pi  d  ^  1\  /í  ^ica  gèral/I5fiRte  lQ  âtú<\e :.  Eft  fcientia  divh 
TTI'  í  ,  ^  !  JlVJL  oiua  omnia  mundana  inviohto  vinculo  conmíln 
^)ii .  i.ur ,  cr  y«»ifffl  re  unaquaque  par  aquatt  propor ttone  pari 

fertur.  Diz  eíla  dl ffiniçaó, que  a  Mufica  he  fcienciadivt 
na  qual  íe  côprehsnde  todo  o  creado:  o  mefmo  parece  qi 
declarar  o  Efpitito  Santo  dizedo;  Hoc  quad  centinet  €m 
fcientiamhahet  vecis.»  corno  explica  JFrey  Heytor  Pinto  < 
ru't.\-j~-        Ezequiel,  dizendo, qhe  o  meímo,  que  fediííera:  Mimt 
continms  univerfa  (cu  fuo  medo  'Deum  Imdtbus  exiolU) 
ZnEwá.c.L  &  CQacUcài&únéo  Eft  mmdimackuna  Muficaquadâ 
&  admirabiíis  confonantta,  \Deum  ipfum  fro  modoprdt 
canst&Uudans;1Lm  outra  parte  fallaodo  o  Divino  Ef:1 
tito na confticuiçiõ  do  mundo  :  Ludens inerbe terrarvJ 
Wrov.  í, 8.      íe  verte  do  Hebreo.:  V.ãiâas  in  univcrfixotifonanha,. 
27      Efêa  Mufica  geralmente  fe  dividsem  Mtundai 
Hununa,  5c  Inftrumétal.  À  Míídana  diffine  Cícero:  Mi 
CâmmdanaeftarmonUfyderumõtuJphaxaruyquaimp 
'&cerú  çu  çaufatur  .   he  a  arenemia  das  Eíirellas  cauíada  do  mo! 

mento  das  esferas  >  que  efta  haja  Muíicacõíirmaõ  muírí 
&  veja-fe  adiante  num,  78.  A  Humana  diílnem  Frey  G 
poria  Royích  Franciíeode  Salinas,&  ontros.C^UJical 
'M4rg.PhiiJ-    manx  eft,  qtite  de  propor  tionthm  cúrppris,  &  anima ,  &  i 
$ji.  i.e.  5 .      rum  partiii  inter  fi.coíiderat:  He  a  que  coníldera  as  prog, 
'$$».  li.c°i.  çoeriS  do  corpo,  6c  alma,  6c  das  fuás  partes  entre  ú  Por 
íidersçaõ  delia  Mufica  íe  enganarão  os  PUtonicos,dizl 
do  i  como  o  traz  Cícero,  que  a  alma  tinha  íua  origeni 
■     -.r        U ufica :  C£Íeftis  anima,  qua  wúver  filas  animetur  origh 
0c,}J»S'{f  rumpfi  m  MuÇtca.    A  Mufica  Inftrumental  he  a  t|J 
ttja  da  voz  natural,  &  iuftrumentosmuficos,  quecoj 

(cm 


das  Explanações,  25 

rntic!o  fe  percebe,  &  côa  razaõ  úos  numeres  fe  julga  Sa~ 
mas  :  Mujica  Iriftnmentalis  efo  quamvocibvst sut  tn  mu-  S4l*n*fitfrd* 
\as  wjtrumentis,  ut  tn  Lythara  ,  d  íibiis  conftituta  eft  Jed 
tiam  armomcadeprehenditur  conJUre  ratione.  btfa  ultima 
nltr umeRtal  hc  a  que  uíamos ,  por  íer  a  q  o  íentido  perce- 
í,  &  a  razaõ  nos  números  julga. O  primeyro  tj  fe  cfferece 
m  a  Mufica  he  o  fom, que  propriamente  he  a  NJateriaMu- 
ca  j  Êlle  definem  os  hiloíofos :  Eft  percntio  atris indiflo-  Boec.l,i*c.$9 
ila  ttjque  adattditum.  Deita  matéria  buíca  a  razão  com  os 
umeros,  húa,Ôc  muitas  fossas  a ptas,&  agradáveis  ao  fcn- 
^do,  regeitando  as  q  naôfaôaptss,  a  qual  matéria  forma-  ...    . 

a  geralmente  definem  os  Muficos  :  Sonas  eft  voeis  cafus  y*r&    '/*'  * 
meles  yidijt ,  aptus melo  tn  unam  tnt  enfurnem.  Doq  temes  Bm^  »   » 

Iitcofe  coihe.que  nem  fòoíom,  nena  íò  os  numeres  faó  o 
igeito  da  Mufica, masambos  juntos,  que  chamaõ,  Nume- 
us  fonorus.  Porefta  cauía  a  Mufica  humana,  §c  mundana, 
aô  íaó  para  nòs  armonicas ;  porque  nellas  íó  a  razaõ  nos 
iumerospódeju!gar,&  oíentidoa  naõ  pereebei&dc  meí- 
lomodoa  Mufica  das  aves,  &  quaefqueranimaes  irracio- 
aes,  naõ  hearm^nica ;  porque  nella  íòofentido  noíbm  a 
[ercebe;  porém  fe  naô  pôde  confiderar  nus  números. 

28     Ncfte  numero  íonoroíe  confideraóduascoufas  , 

ue  faõ  Dtf}crentiat  &  CAiotus-.  O  me  tus  íe  acha  na  eleva- 

aõ,  &  deíeeníaó  do  compaflo.  A  DifTerença,  cu  he  geral, 

iu  eípecial.  A  geral  fe  acha  na  qualidade, k  he  unifcna,cc- 

iio  Cantochaõ  ,  oudiverfos  fons,comoem  centraponro; 

kmbe  fe  acha  oa  quantidade  ,  fe  he  local,  cc  mo  t  m  Canto 

fiaô,&  Cantodeorgaó,em  as  diflanciasde  htm  pontoa 

wtro;de  grave  a  agudo;  ou  temporal  em  as  diflar.ciasáo 

atar  das  figuras  em  Cãtodeorgaõ.  AdifTtrcrça  eípecial 

«>  ou  natural ,  que  he  o  fom  da  vez  ,  q  precede  da  becca 

w  artificial,  que  he  o  fom ,  que  fazem  os  iuftrumentos  de 

nrdis,  aíTopro  »  ou  ecco.  ^AugX  iMt* 

'I  29     Divide-fe  mais  a  Mufica  em  Praâ-ic2,&  Theorica.  fr*. 

pra&ica  define  Santo  Agoftinho  ,  he  feiencia  de  bem 

Ddd  cantar: 


2:6  TrattiJo 

aníit:  Mii/tca  eft  Çcimtia  bem  wodulandi.Napzhvn  fcí<? 
'í  ;j<*  r     c*a>  moílra,que  &  Mufica,  de  q  ufaõ  es  imperitos  íuppti 
; /f  me  cíiameai  Muíica, naohe  Icieneia;  porque fciencia  £c 

ifmruLfum.  IDO-affifín*  Ariílides)  Eft  cujus  eogmtiú  firma  eft  ,  ^ 
*i£jíl.       to*ni-t**on- prorjks  aliena-,  òí  o  meírao  Santo  Agoítinv 
fobre  as  palavras :  Pfalhte [apttnter :  diz  Nonhenc  pfallí 
quinou  beneiíttelligit ;  a  palavra  bené nos  moílra que  | 
Muíka  ha  ds íer  honefta,  &  naó  como  alguns  dizem  arti 
eiofa,  porque  eíti  íe  comprehende  em  o  modnUndi,  cor 
omeímo  Sinto  explka,ío  o  cantar  honefro  hg  bem  cants 
&c  he  feieneia,  porque  o  cantar  desfoonefto  eftátaèfóra  j 
feríciescia  que  he  imperícia;  A  Muííca  Theorica  diííi 
, ^         Boecio :  Harmónica eft facultas differentias-aesutorum,  \ 
'  ")Vf*  "  graviunt  fonommfen(ttt  ac  ratione  perpmdem  :  que  pr 
priamfinte  comprehende  a  do  Veravel  Beda:  Mufica  Tht 
r.  Bed*  aimd  $M&  "*U  cognitimem  câmprebendert-,  farattomm  dwe.  h 
Mmi.M  pri/K..caarpíeheíider  o  conhecimento  ,.&  dar  a  razaôY 

30  £>ivide-íê  mais  a  Muficaem  Uniforme,qoe  he  Ca 
to  chaiÕ!  &  Multiforme, ou  Menforal*  que  hecantodeC 
gaõ,  A  Uniforme,  que  chamão,  Canto  chão, define S.Bç 
r>*í,ernMPHÍ  n^rdo ,  como  trás  Montana ;  Tlana  eft  Mttfica  eft  mtaru 
Mmtán.jMw..  fimpiex%  &  Umformii  prdatio^  q.u*  nee autgm %nec min 
poíeft.O  Cato  chaõ,q  chamai,  Coral  por  fe  uíar  nos  core 
lie  húa  lirnples ,  &  uniforme  prolação  de  norasvou  figur 
de  igual  valor.  Também  lhe  chamaõ  Gregoriano ,  por  1 
S.  Gregório  feu  reformador.  A  Muííca  Multiforme,  1 
mMá»ihh;2  Meníural  conforme  o  meímo  Montano  \  Eft  notar  um  t 
ver  [a  quantitm,  figurara  imequalitas  qttorum&ugenttir \  < 
mvmanturjuxU  modtiemporis  9ac  prolationissexigentiat 
A  Mu  fica  de  C&nto  deorgaóhe  htfodiv-erfa  quantidade 
gíiras  que  fe  accrafcenta5 ,  &  diminuem!,  conforme  o  m 
do,  tempo  ,  &  prolação.  Ba  Muííca  Multiforme,  ou  Me 
f u r a  1 ,  &  Uniforme  fetratta  nas  explanações  Theoticam 
te?-.ôr 'nasíar?es parricasvente-:  Ogjro  íegointe  moftra  a  d) 
vtfaô^çra)j,.&d:pe€ia)  da-  Mulica  ,&.gara  fe  vir  entícu  c 
.$£&££  í  os  e&ro  fe  ptr incipu  4io  eeivccov .  Mufi 


das  Explanapens, 


tf 


.Vi 


EXPLANARAM     IV. 

Coí  Signos  y  Deducçoens ,  Ví\es ,  Propriedades') 
&  M  u  t  ancas. 

y 

Tz  aArte  na  primeira  regra, q  principia  a  Muíica  por 
íecteíignosjdo  que  naícem  duas  perguntas :Primei- 

Didij  ra. 


2^  -Trattado. 

.         .       ra,  que  côufafejafígfio?  Segunda  ,  porque  faõ  feítrM 

quanto  a  primeira  rei  pondo  com  Cícero:  òtgnum  eji  qt 

Jub  fenfum  diquem  cadit-.U  como  os  íignos  da  Mufica  ci 

tenhaõ  em  íi  vozes;,  he  logo  figno  em  a  Mufica,  vecabi 

/fttt.Ftm,      quecontêjsern  fio  nome  das  pozes.Emo  Apocalypíei 

iap.  7.  mõâra  S.  Joaõ  fette  fignos :  Signa ,  qute  locnta  funt  fepi 

^poc.c^o,     tonitrua:  aos  quaes  chama  fignos  por  conteré*  em  fi  wi, 

Locnta  funt  feptem  tonitrua  vocês  fuaík  Em  quanto  à 

gunda,  íaó  ferre,  porque  como  a  Mufica  íeja  hum  quafi 

finito  ,  que  tnchie  o  mundo  univerío,  &:  o  circulo  do  te 

p o  havendo  de  lhe  dar  principio,  para  fe  poder  de  algu; 

maneira  comprehender,  era  judo  fe  lhe  defife  pelo  nu  mu 

fetce  no  que  nas  (agradas  letras  ílgnifíca  in  fíxiidade,coii 

repetidamente  o  aíTevera  Santo  Agoftinho,  Frey  H> 

^^4^8  tor  Pinto,  Ricardo  de  S.  Vi&or ,  &  outros  muitos.  Ali 

Fr.  Bktt.  m     defta  razaõ,  a  formal  he,  porque  dentro  dos  fette  figno! 

EKffiAif.      achaõ  as  três  deducçoens  ,  &  propriedades  com  fuás  II 

fturdsn-       vozes  cada  hua,  &  por  effa  caufa  naõeraõ  ncceílarios  bj 

"**c*i*        asm  podiaô  íer  menos  >  como  par  ec& 


das  Explanarei* 
32     Maõ  Aretina  abreviada. 


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Proptiedades. 

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7  SIGNOS. 

V 


deducçaõ. 


deducçaõ. 
deducçaõ. 


AlgQas  nações  variaõ  a  forma  dos  fignos  ,  porém  fem- 
e  fizeraè  íettc  com  as  mefmas  vozes.  Os  Franceíes  uíaô 
forma  feguinre,como  traz  Antoine  Parran-Traitedel* 
ufrque  Theonqee,  &  pratique.  C  ha  pite  fexto. 


13;  Ma& 


3o  21  'Atuir 

tmmÀh  6t      33     M*s  abreviada,  de  que  ufaô  os  Francezes. 


5 

^Propriedadei. 

|   -3    £g 

Kl 

mi 

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D!la 

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ut 

F 

M*; 

fá. 

-*  • 

, 

Signos  Francefes 


deducçaõ? 

deducçao, 
dcducçaõ.. 


34  A  forma  primeira  he  a  melhor,  &  delia  fe  na6 
re  variar;  porque  fenaõ  achará  outra  melhor }  porém 
eras  melhores  que  a  dos  Francefes  fe  podem  inventar , 
mo  he  a  que  fe  íegue. 


L 


das  Bxphnaçoeiíí. 


31 


'  p 

Píopiicdades. 

70     q 

o    £ 

^   3    a 

-»         c/ 

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:  S  £■£. 

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A 

;     SIGNOS. 

deducgiõ 


deducçaô 

deduc^ô 


fl    Efía  forma  achei;  querendo  por  os  fignos  em  hum> 
Vo^conas  vozes  feguidas,  ccmo  adiante  parcoe. 


la 


Tráttatto 


Eftt  ma  pirece  muito  melhor,  que  a  dos  Francefes 
íeacommodar  mais  com  adeGuido,  quefótresfij 
muda,  no  prineiro  circulo  de  fora -eftlo  as  letras  Gr. 
feias  [  ao  íegunio  as  vozes  de  Natura:  no  terceiro  a< 
Z2S  ÉeBfion  fio  q  jarto  as  voies  detjquadro.  Nefta 
cíaratnsnts  fe  vè  a  caufa  de  três  íignps"terem  íó  duas  vr 
nus  he  por  Ih?  naõ  alcançar  a  deducçaõ,  por  fere  fó  a| 
zes  íeis,&  os  fignos fe.tte,&  he  muito  appropnado.o  ci 
É.õ#  porque  a  (Sn  comi  o  circulo  anaual  (e  compõem 
ffltce  dias  da  fentiana  denotados  cô  as  fette  letras  Doirt 
caeSiafliJiosdínoscomqueáMuilca  fe  ordena  der 
dos  com  as  raefrnas  letcas  Dominicaes  rodaô  tantas 
zesàs  direytas,  quantas  a  voz  humana  houver  milter 

i 


deis  Explanações.  39 

>ír,5c  tantas  ás  a  veíTas  ,  quantas  a  voz  humana  houver 
ftáí  paradtfcer ;  ôtfuppofto  diga  a  Arte,  q  íe  mulcipli- 
D  três  vezes,  he  porque  para  íe  dar  termo  à  Ni?  fica,  que 
para  aósqu-fi  immenia  ,  era  jufto  fe  lhe  deíTe  hum  ter- 
d  perfeieoj  como  he  o  numero  te<  nano ,  conftituido  d« 
incipio,meyo,  &  fim.  Que  íeja  para  nósqusfi  immenía 
moltr a  claramente,  porque  íe  federa  hu"a  vez,  que  fubt» 
infi«iíamente  femprecom  multiplicação  dos  iate  Sig-  * 
>s,  tivera  vozes -de  Mufica  para  cantar, -&  o  me  imo  úize- 
35  ísdelcera.E  nifto  he  a  frlufíca  maisa  amp!3,qaArtih- 
2ticaj  porque  a  Arthmetica  he  fem  fim,ptrèa3  tem  prin- 
pio,  que  he  i.masa  Mufica  naótem  principio  ,  per  que 
>de  deícer  fem  fim  ,  como  lubir  fero  firo.   E  o  dídelhe 
íncipio,  êcfim,naõhe  porcaufa  da  Arte,  íe  nsó  r cr  de- 
ito da  humaBâ  voz.  E  a  razaó  formal  de  íe  muicipliiaré 
:s  vezes,  he  porque  ordinariamente  kc  o  que  b«fía  para 
lumana  voz  Jubir,&  deícer,&  fe  mais  forem  nectílanos, 
roo  diz  a  Arte,  mais  fe  muItiplicaraõ.Os  primeiros  íette 
charoaó  graves  t  por  ferem  os  mais  baixos»  os  ft-gundes 
;udos*  por  ferem  mais  alros,  que  os  graves ;   os  terceiros  FrMc.cí&m 
bre agudos,  por  ferem  mais  alros,que  es  grave  s,  &  sgu-  F^.tUe.deo^ 
)S.  EmoMonacordio  ,  &Or<gaó  fe  achaõ  q-uaçro  fignos.^™* 
aixodos  graves,quechamaò  íobgraves,&  quatro  fignos 
imadosíobre  agudos,  que  chamaóagudiíiimcs. 
^6     Diz  mais  a  Arre,  que  os  fignos  Íe  multipjicsô  pela 
aõeíquerda  ,  &  a  ca-ufadefeafligoarem  na  maõ  eíqueHa. 
ve  fcrpara  ficar  livre  a  direita  para  o  cõpafío, Quando  pe-     , 
própria  roaó  íecãtafie^como  às  vezes  íe  cata;  &o  aílígna- 
m  íejoa  maõ  ,  parece  figniflcar,  que  com  a  b"ja  Mufica  fe  v[âm-.jé, 
lôdeaíTociar  as  boas  obras.    Diz  David:    Gmr.es  gentes  ityn.ibUcm* 
tudite  manihus$  Jubãnte  Deo  invoce  exttltatt  ms-y  Rey- 
írio  em  Tlauâite  mambas  acereleenra  :  Banis  openbus  co- 
rdent  manuscum  UvgnÀfiUée operentur  >h*ec  confiteatur* 
eclaramaisaArte.queos  fignos  fe  dirão  às  av<  (Ta$,&  mõ 
7n  outra  eaufa mais  que  p^ra  íe  decorarem  bem,&  fácil- 

Eee  mente 


tlef' 


tm  Tratado 

me  ice  íe  bufcarem  para  cirna  da clave  às  direitas ,  & 

biyxo  da  clave  às  avtíTáS. 

37     Diz  a  >Vte  ,  que  em  cada  fetta  fignos  ha  três 
diiçcôes  ,  que  f&ó  os  figaos,  que  tem  efta  voz  ut,  de  ca 
búi  ias  quaes  nafcem  íeis  vozes, que  heut^e^mijfsjíolj 
fua  dfefiiHçáõ  h?:  Deduãio  cft  fex  vocam  %ut  re\mi,fa  fi 
fadg.  6.    i^  progrejfíg,  Deducçao  he  o  aacimento  das  íeis  voztSiív, 
ires  ,  porque  dentro  dos  fctte  íignos  íó  sites  G,!-»!,  re  ,  ui( 
Cf  ai,  fa,  ut-,  Ffafutiteai  efta  voz  ut ;  que  he  o  priacipio  i 
todas  as  vozes,Sr  eftes  tem  eíla  voz-,  porqacGíol,r#,ut>  I 
o  p-ri acipio  dos  fi^nos ,  Sr  Cfol,fa,  ut,  o  meyo,  &  Ffa,  utt 
Bm,Sc .como  temos  ditto  em  principi®,  meyo,  &  flmcoí 
&UMdoJe:.L  fift.c  a  p-tfciçiõ.  As  deducçoens  dize  muitos  Authores  U 
i.w/.f..       fette,  &  araziõhe,  porque  as  rnuUiplicaõ,  èVíuppuft  >p< 
darem  cootradizer,dízendo  que  eataó  havia5  de  íereov 
He  nsceííario  faber,  que  faziaõ  (ó  viste íigaos.O  primei 
^ut ,  pondo  a  primeira  letra  gamma dos  Gregos,  po 
os  Lariao&deUestomáraó  a  Mufica ,  pofta  em  Ar 
nJifc!l.       H°c  ficer  unt  Latiniaà  honor  em  Gracorum,  qnia  certum 
Philofophos  Latinos  à  Grecis  i/Iam  haujtffe  fcientiam , 
ad  Perpetuam  hujtts  rei  memoriumlit  taram  in principio  m 
ms ,  quaapud  nos  diátur  G.fofuerunt  Ç*  A  efte  primei 
Çi%ifí>  naS  davão  mais  que  hCu  voz, ut,cf  juta  com  a  tetra, 
chama  Gíma,iKj  porque,como  taziaõ  principio  eel!e,n 
polia  ter  folhem  re,por  não  ter  principio  donde  íe  dtá 
zir;  &  aílraas  primskos  íette  íignos  nomeavaõGiãma 
Are}B:ni',Cfa,utiDfollreiEla,mi;Ffa,ut48raosíeguáoscl 
maváJ  csa  farma,qj  fios  os  chamamos ;&  aos  ■rercerios cl 
mayaSGfM.rô.utíMa^i^.reiBfa,-      mi;  CfoI,fa;Dla,í 
Elarcom  q  arava ó  ao  teres  iro  C  foi,  q  fa  ut.o  ut?  porque,* 
mo  naó  paflUVaõ  de  Ela  ,  naô  era  negeílario  ,  flemre  ,  j 
Db(fí>l,Tei«ieTt  mi,  em  Ela,mi:&  Ffa,ut,terceiro  ficava 
fó™,  &  pelo  áiíco  íe  cjpniheee  muyto  bé  que  as  deducçij 
»ít3  Í3  ni-jkíplicâdas  não  faõ  mais  defstte  ,  fazendo  vi] 
fK>íTos,q;ttBÈas  ©aisut>Çzercm,i»€CefíariosJ&  m»isidedi:j 
*  ■  S. 


ftmfJ?  Tor. 
I.  í  .cdp.  f 


(Lis  Expla>nye$\  35 

ors  multiplicadas  haverá.  Poíète  os''l'fignõs,&  deduvçoi-s 
a  forma  da  Aite  fazem  mt ros  ccrdulão  ,  &  me  parece 
lais  apprcpria.de;  peque  fluis  -fácil  hetifsr  vozts,  q  nSo 
:>rern  nect  lianas,  do  que  acereícertar  as  que  o  forem, 

38     De  cada  hGa  das  dedneçoens  diz  a  Arfeiiafcê  kis 
czes  Vox  ^definem  es  Filofofos  )eft  qv£ab  ammahs  ore    j    ,  r    , 
rojertur  ,  a  mo  refere  bento  Percyra,  &  a  cita  dthn  çao  x    ^  x 
c-creícentaõoutrc  s:  A;á/«?  ahbus ij?jlrnmtjtis  formata:  &   AOA.MAr?. 
00 forme  eíta  dt  finiçaô'  voz  he  c  íom,que  naíct  d,  becea  iliKWhÀ.z 
o  animai, formado  com  ioftrutrentos  ca  furar  v  Os  inílru   cap.i. 
Afincos  r.cmea  António  Paran  no  DiOicofeguinte.  i^r^í.i. 

Ivftrtttr.entsi,  novem  ftintgittttr,  Iwgva  ^alatunt-t 
Quattifir  cr  dentest  &  duolabrafimuL.  Mdrg.ihUÇ. 

*õe(!es iôílrumíncos  a  ga-gâcajingua^padar,^  csháu.ços  ^Ta' 
6  osquatio  dentes  diancriro  le  forma  a  voz,a  qut!  divie 'e 
IsFilofofos  em  voz  finificacaciva^crno  Hoir.é,&  em  v>  z 
ião  fignifiestiva,  como  íaõ  as  vezes  da  Nj  titica  ur ,  te,  mi, 
a,fol.Ia;poré  eftas  vozes  da  Mu  fie  a  fuppoÍTO  não  í<  jão  fi- 
l,niricativaS;íaó  final  de  figmfkativa?;  &  fe  chsmaó  v< des.* 
Kon  po  i-eta  vtce-,  fed  p  o  figtio  vccis.  Forsô  e  Mas  t i< sdar  raltfedp.  6. 
le  bo  Hymno  de  S.  joao  Bapciíta  pelo.Deurjííimo  Guido 
Retino  Mon^e  de  S\Ôento,o  qual  Hyronocóp^z  Paulo  &r<mJ.i.e*f. 
>lJc^no.para  q  por  interceíTaó  do  Santo  lhe  f í  íTe  reftitui-  -,4- 
ia  a  voz,^ue  pcrdeu,cantandoa'ben-çaõ  do  Cirio  Paícoai', 
'orno a  reíh(uirí)  a  íeu  p?,y  Zacarias  ,  &  o  mefrno  Hymno 
mh  da  tVkílcaj  as  vozes  íaõ  as  primeiras  íyllabasde  cadai 
'€.rk>.  c^mo  parece/ 

tyti  Vt  cfu?anthKÍ$  Fa,  Famuli  lnortmt  ^nfr.^t. 

Re,  Ftftnarefibris  Sol,   Solve  follnti  swJttJcwu 

Mi,  Mtragejhrtw.  La,  L&bureaUitn.  %aft- 

SanoíeJ  cânnes. 
Quites  AutrVire*  áizern  .  que  as  vozes  foraõ  divina^;**- 
Ifl  achadas  nefte  Hymno,  ainda  q  O.Pedro  Cerone  tornos 
liuitoà  fja  conta  o  córradizer  ifto  ,  dizéJo  q  aares  deG-ji- 
lo  hú  Muíico  ,  que  naó  nomea,  puzera  o  dito  Hymno  em 

Eeeij  Mu  fie  a 


'0  Tmttadò 

Muílcacom  as  letras  Gregorianas,  &queacafcr  pufen 
pniiieyras  íylUb^s  de  cada  verío,  ou  meyo  verfo,  fubin* 
de  grado  na  forma  das  vozes,  ur,  re„mia&c.  Eqcomeli 
*,.'r    oçcaíkó emM  1U0  o  íobreditto Guido  inventou  as  íeis  I 
âf^^yp!"  JâkâsmuíiC3es}  &naodtanda  ern  ©  caro  de  Arezo  coj 
*w'  J'     os  demais  MoQg.es,coinoefcreve o  R.D.Nicolao  V  ií <m 
£  ne  em  o  cap.  z.  do  liv.  i.  de  íua  Mufica  pratica  :Nem  II 

pojcocom  mípirsçaó  Divina,  como  dizo  &.  f\  Fr.  Ml 
èmtó&tm.  f1103^0  Aygumoem  o  princ.  defua  íilum.aocap,5,  roei 
I  2.f.4-f.       *^°  ^e  ^e  c-rons,que  naô  figo ,  antes  figo  os  Authores,, 
clie  trás  contra  fi,  &c  ostros  que  pudera  ajuntar;  po 
que  por  íinao.tras, aenhum>,  &.por  iíTo  inoftroque  ÍjjJ 
bem, 
Gr9w.fkpA        37    Para  formar  Guido  os  fignos  com  as  vozes  fobrç; 
«/•>5»        dietas  feguio  ordem  das  Letras  de  S.  Gregório  com  a  foi 
ma  dos  Tecracordos  dos  Gregos  no  género  Diatónico  À\ 
procede  p^rfemitonof  tono,coBo.  Nofemitono  por  mi,  I 
oo  primeiro  tono  fa,íoljnofegundo  íol  Iá,&  aomeímo  fl 
principiou  cOurrotetr3cordo,oqualacabado,torflouapri| 
cipiar  outro  nomefmo  la}que  heo  recracordodosGrejgc! 
acci  isrítal  (Inemeaon ,  de  depois  formou  outros  dous«fi 
oytavas  do  prirneyro95t  fegundo.  Antes  deítesretracord(íií| 
poz  o  renque  era  a  primeira  letra  A  Gregoriana»  &. a  pr, 
meyra  corda  dos  Gregos,quechamaõ  Proslarobanomenc 
ante  g?nus,  oqualre,  foy  pondo  antes  de  todosos  Tem 
cordos  j  ,&  porque  a  primeiVa  íyllaba  do  Hy«ino  era  ut , 
poz  antss  do re,  como  primeyra,&v  principio dafr  ma«> í 
porque  as  letras  Gregoriana?  principiarão  em  A.  pozenj 
uô  out^onroGvGrego,!^  por  ficar  em  oytavada  letr 
©í  cie iS.  Gregório,  &  também  poz  a  dieta  voz  ut, para flj 
psrfeiçoar  os  feus  exacordos,ou  dedocções.E  também  pai 
•*a  cimaâjémdas  quinze  cordas  dos  Gregos  accreceaton 
quatro;  com  que  fez  numero  de  vinte.,  comfetce  exaco?) 
dos  perfeitos. 

i   #t  Para/gorano  ...dcúfcs  exacordos  ordeaoH  ©>n©íflj 
f  Qulád 

I 


jidorres  propriedades,  que  n» Arte  fe  cíarriaògquadio, 
itura,  bíroliCorrtfpofidcrfjttsàs  daducçóes  }  para  a  pti? 
[fcradeducçaó  de  Grammaut,  &  íuas  oytavas  ordenou 
uadro-,  para  a  fegunda  de  Gía ,  ut,  &  íuas  oytavas  orde- 
lou  Nacu!a,6c  para  a  terceira  dtducçaó  accMkntal,  por 
em  fi  o  fet-acordo  accidcnral  dos  Gregos,  &-  fuás  cyta-  Ter  'ètnètitjL 
5,  ordeaou  BmoL  Chamaõ-íe  prepnedades  j  ptrque  1.dvàâ.^. 
ropietas  eft  jus  difpenendt  de  re  aliqua  tutnquamjua.  >|-4-»- 
is  propricdades-diipoem  cadahuma,ccmoas  íuas  vt  Zts  6°7' 
fua  deducçaõ.  Mais  propriamente  de  finemos  Muficos: 
oprtetas  ejl  plurtumvocum  abuno,  eadem  que principio  j*[ff'^ 
rivatw  :  Propriedade  he  derivação  de  moitas  vozes  de  fj"fê*  ' 
meímopriRcipio.Tambéíechamaõ  propriedades ,  por 
le  em  o  canto  ha  tresdiverfidadesde  própria  natura  ,4 
)  Natural,  que  chamamos  Natura  j.afpera  ,  que  chama    Mar^f.j>hU: 
DS&quadrOi-branda,que chamamos  Bmol  :  Natura  tft  U$f£$* 
?   " ca  mu  s,  qui  molhtie,  aut  durit  ia  non  exceátU  ff  d  na  •  mã.z.caf^- 
rah  progreditur  fonont  ate.  Êquadro  eft illec*ntustqut  ah 
mtVdurtus.quám  nat urdis  progpedttw \  E  íe  afligna  cõ 
:e  ^quadrado, como  diz  MargariraPhilofcrlca,g»^/r«- 
\]k"[uí$  tnotui  reftftit  Btnol  eft,  qni  ahquando  molhus 
\am  rtatvralis  progreditur ,  &  ob  iâ  non  nun  quam  fe?  B. 
tundum^quod  defacili  mobile ,&  molle  eft.  O  cacto  de  Na- 
ra  procede  de  modo,  q  nemhe  aípero  nêjbrandc.Geãto 
quadro  procede  mais  aípero,  que  ©  natural,&o  canto  de 
Bmol  procede  mais  brando  ,  q  o  natural. 
I41     Tem  ofobreditto  huroa  objecção  muito  forçoía,Sc 
l  :í«ocanto  de  Natura  tem  féis  vozes  naturaes, que  faõ, 
^re,mi,  fa,  foi, la  6c  o  de  &  quadro  tem  as  meímasfeis  vc- 
is,&  o  de  Bmol  as  mef     mas  féis,  como  pode  fer  prece- 
Temdiverfamentehum  natural ,  outro  aípero,  &  entro 
ando  Parafe  refpoErder  a  eira  duvida  fe  hade  advertir9. 
Je cita  voz,mi,naturalnreiitc  he  afpera,  &  inclinada  a ia- 
r,&  a  voz  fá  ,  Baturalmsnre  branda,  &  icdinadaa  def° 
r„psgrcftawuíami,  fa  ,interval!o  de  d*as  vczís  for* 


SP .      ;  IfãtMQ 

nuíanittmo,  ienio  que  codas  as  mais  vo^es formão 
h^i  co  21  outra  fua  coníecurivâiSc  a  razaõ  he.pcraue 
íubMdo.&ofa,  deícenda  naturalmente  fazem  meaoi 
taaciâifappoftologo  que  o  mi,he  aípero;  buícando  c 
de  Natura,que  he  o  mi,de  E-Ia,mi,&  o  fa,de  Natura, £ 
he  o  faideí,fa,ut!&  fubindocorn  cftas  vozes  a.rè  Bfa,^ 
que  tem  mi,  de  |  quadro,  &  f a  de.Bmol,  vejamos  c' 
.concorda  com       Natura^de  nenhum  modo  concorda 
o  fade  Bmol,  nem  em  diapente,nem  em  diatfwzefaõ,-, 
o  mi,  de  g  quadro  concorda  em  quinta  diapente }  b$ 
vè  logo     que  |  quadro  cõcorda  naturalmente  cõo  o: 
he  voz  afpera  y  6c  naó  com  o  fa  ,  que  he  voz  branda/E 
lo  contraria,  o  fa,  de  Bmol  concorda  naturalmente  co 
4a,de  Natura,em  diacl>ezera5i&  não  com  o  mi  de  Nat 
pelo  que  bem  fe  conhece  que  B  quadro  he  propriedade 
^era^  &  Bmol  propriedade     branda.  Aiodacontri 
razão  parece  me  arguem,  dizendo,  que  lambera  o  mi 
Nanara  concorda  com  .o  mi.,  de  Bmol.,  &  o  fade  Nar 
^  concorda  com  o  fa,  de  ^  quadro,  aoq  refpondo,  que  a 
nãohadiveríidadá  denhiu,  porque  quãdo  hum  coneoi 
*oíicQfdaooutro,5cfó  em  Qfi,  g  mi,  fè  conhece  a  div< 
■na;tupéfa,-que  por  eíTâ  ca  ufa  tem  Jeíte  íigno  dual  letras 
do  os  outf os  todos  fó  hiw-j  porque  as  duas  vozes  que  t 
íuppoftoeíte?ãoem  huma  cãfa,  remdiveríos  apoíenro; 
42     Não  faiará  quem  pergunte,  porque  as  vazei 
cada  p^opieda  1e -olo  íaóiin-ais  de  íeis,  como  âita  A t  r 
os/Vuthí)fès  antigo^do^zeraô  iúv&k  porque  os  (5| 
faõfèfí^ijíarecia^úílo^que  es^ozes  civeflV  m  ò  meítr •« 
mero?  De  msís  que  Gu ido  n    (? o  M  icrolcgo  parece  cl  ( 
tfaõ fecte,como  cohfta  dos  íervos  feguintcs. 

i        ...... 

Guid.Mlcrol  fepTem  foniç  coaptantur  $  fm-em  funt  difmmina, 

li.cap.j.  ■UtnutiiM  ik)ci$l&má?ti?m  ftr \  m.aherj. 

O  meímo  numero  de  Vozts  traz  Virgílio  no  <l  livro 
irirgÁ.Mn.     Eneyda. 


das  Explana  fie  f*  39 

AV/  ntm  Th  mins  Unga.  cum  vefte  facerdôsv 
Qbloqmtur  nurrmis  je  [t  em  dij  a  wunâVôtum. 

ém  roiosefbs  tdVmimhcs  íó  provaõ  q tantas  fachas 
Jas,  qcorrdpondem  aosfett  fignfcs  difTerenres,  &  não 
ão  das  íei>  vozes  mu fi cães,  que-  Guido  tm  EXaCordos 
liou  ■,  claramente  o  difle  Horácio.  ffor.l.^od, 

Tl  .  . 


IX, 


Tu  que  teftudo  rej&nare  fèptem- 
Callida  nanjts. 
)vidio. 

Tlifpar  fef  ténis  fiftu! a  canis, 
e  bem  moft  ão  &Uar  das  cordas  ,   porque  as  vozes  ç^: orid.tr ansf,i* 
cão  as  havia.  Aquelles  Angélicos  muílcos ,  que  1  faias 
cantando  a  duo  diante  do  Throoo  d»  Deos ,  com  íeis 
:es  formarão  fuás  cançoeBS^  Sixala  umtf(x  ala  altíri,  if/t.cjp.6. 
'.  figaifíqusm  as  azas  vozes,diz  Fr.  Hcytcr  Pinto  :  FiY 
Ujusverbamtelhguntur  sh  Ezequiel  diz  q envio  ts^M*^* 
:es  das  azas  1  Auâivivocem  alarum.  A  razão  formal  de 
;m  as  vozes  fuás, me  parece  qus  he,porqne  detro  dcllss 
chão  três  tçtracordos }  hm  que  tem  e  ítmiteno  nc  fim  , 
110  ut,re,rni,  fr;  outro  que  tem  o  íemitono  no  meyo.co- 
re,  mi,  fi,  foi;  &  outro  que  tem  o  femitono  ro  princi- 
iComomi,  fâjíol,  la;&  juntamente  porcue  dentro  das 
vozes  fe  achâo  as  coníonancias  fimples ',  como  unifo- 
3â.j3.6a.&as  propofçoeasdascsníoflaneias,  cemofe 
fira  numero  140.  &  como  o  numero  íeis  he  perfei- 
po  por  nelle  formar  Deos  a  fabrica  univerfaldo  rr.un- 
&  porque  efte  numero  dividido  em  pa»tes  as  rocfmas^ 
tesunidas  fazem  o  todo:  porcíTa  razão  fão  as  vozes  da 
fica  féis,  &  não  podem  fer  mais,  nem  meses;  eíles 
losdeducçoens,  vozes  &  propriedades,  feiòdfm  ver 
tabo  as  breves ,  que  fícâoatraz  numero  32.  33.34.  &"' 
^  na  cab»ayiftivufal,  que  vay  adiaate,  num. 

43     Diz 


<ç£pJ$: 


4®  Trtâtniè 

43    Wíz  anis  a  Arte ,  que  das  feís  vozes  áittts  três 
vem  pira  fazer  mu  rança  para  fubir,&  crés  para  £azer 
tança,  para  deícer.  Mutança  ou  para  melhor  dizer  mu< 
ça,hs  dey xir  huma  voz  de  hua  propriedade ,  &  tomar 
trajem  o  msímo  (Iguo,  Mutatto  efi  variatio  nominisvoc 
e&demfigm.  Primeiramente  havemos  de  faber,que  ha  cí 
Muílca  dous  movimentos;  primeiro  he  moviméto  dei 
cionihjffgundo  disjuntivo.  Movimenccodediíccioíiai 
quaaia  o  cancã  viy  por  húi  íò  deducção  ,  ou  propriei 
de,  Sc  neftecaío  não  íefaz  mutança  ;  porqus  amuta 
ferve  para  pnfardí  humadsducçío  a  outrat&  por iíío 
vem  todas  as  vozes  para  fubir ,  &  todas  padra  defeery  efjj 
carece. 


L 


44  Movimento  disjuntivo  he  quando  íe  pafla 
Ma  propriedade,  ou  deduççaó  para  outra,  &  então  íe 
mutança  paraíubir  em  re*  &  para  deícer  em  lâ}  6r  ló  í 
movimento  disjuntivo  is  deve  agora  chamar,  disjun 
cõf jrme  íua  definição  :  'Dhpmtiú  e/l  tr-anfittts  de propt 
t atenua  m  aliam.  Dizemos  (agora  )  porque  os  antigos 
zião  muitas  disjuntas  $  porque  faziáo  muitas  mudança 

4f  Para  mayor  declaração  das  mutaoças  ,  que  h 
em  que  eootlítetodâ  a  difficuldade  âi  Mu  fica,  havemos 
íaber,  que  (em pre  cantamos  por  duas  prúpnedades»ou{ 
6  lU3dro;8c  Natura,ou  por  BmOÍ,&  Natura;  quando  c 

camos  par[q  qu3Íro5&  Natura  fizemos  mutança  p3ra 
feirdeEj  jua  -$fa  a  Natura  em  Dlj,fo!,re,torxíaodore 
para  (ubirde  Natura  a  £3  juadroem  Ala,mi,  re,tom 
re;&  para  deícer  de  fr  qu4°droa  Natura  fazemos  mut 
em  AUj  mi,re,  toma  doía;  &  para  deícer  de  Natura 
4§u id.ro  em  Elajmi,  tomando  ia,  com  oparece» 


#4/  ExplanaçõinV 


re        re    re 


h  h 


4* 


r  BmoVfc  Natura  fazemos  rnutãça  para  fubir  de  Bmet, 
4acura  cm  DU,fol,re,  tomando  ta  &  para  fubir  dt  Na- 
a  a  Bmol  em  Gíol,  re  ut,  t&mando  re*  &  para  de  icei  de 
tala  Natura,  em  Aia,mi,re,tomando  láj  Sr  para  deícef 
Natura  a  Bmol  em  Dla,íol,  te,  tcmar-do  la ,  como  pa- 
e. 


re 


te 


re  la        la 


ftoqueeftá  diro  coma  explicação  do  fciente  Meftre, 
la  para  fe  entender  *  que  íó  com  o  re,fazemos  mctança 
*a  íubir,  &  com  o  la,para  deícer,&  as  mais  vozes  áe  lu- 
,  6c  de  defcer  fervem  para  principiar  o  canto  íubifidot 
deícendo,  &  aíli  fe  deve  entender  o  verfo. 

Vt%  ret  mifurfurn  tfafolja  itotedeorfvm. 

mbem  fe  deve  advirtir ,  que  eíla  mutarça  fe  faz  vitual, 
fabintellecla^uando  naõ  he  gradatimi  mas  de  /ahc,& 
:aõ  íe  períuppõem  as  vozes,  que  no  mevo  faltaô ,  como 
vé  neftcs  exemplos, 

FíF  gu. 


Trátaãòi 


w 


7S" 


— km 

— M 


6 **,. 


TVnbsm-fe  pó  Je  cantar  ufando  dasvozes  de  íubir  fã 
pre  para  fubir  •,  Sc  das  ds.defcer  íempre  para  deícer,  co| 
íe  vè  neíte  exempla.. 


wtj  re,iui.  iit,'re.mi,fi,ur,"P,  Ia ,  foi,  fi  Ia.fol.fa,mi,la,íol, 

Efuppoftoo  fa,de  Fí:a,ut>ílrva  para  fubir,$E  o  mi,  de  B 

B  mijfir^a  para  deícer.he,  porque  eftes  fignos  naôtemc 

tra  voz  por  quadro  ,  &  Natura  ,  'Se  o  meímo  fe  achí 

cancaado  por  Bmol,  &.Na.tura,  como  parece. 


«t,re.mi,|fa,  ur,  te,  mi?  ut  jc,  fol.fa,  mi»  lajlol,  fa>.la;  íol>fa; 


E  X  P  L  A  N  A  C,  A  M     ¥. 

Vcis  ClaVes  Vlvi/oens ,  &  Géneros* 

i 

Emos  em  a  Múfiea  três  Claves,  que  fervi 

de  demonfrrar  o  ílgnOj  emqueas  figuras» ' 

^r^H  4;     pintos  eftaõ  :  C/^v/í  efl  referatio  cantus\  &  notajigno  »j 

MwQr.c.io.   »{<Mte  demonftratiô'.  Charnão-feclàves  ;  porq  fe  toma  e1 

vocábulo  do  nome  Latino  Clavis  iClaviSf  quefígnific* 

&#r  tlnc.nmt.  efartre  material,coni  que  fe  abre,ou  fecha,  algua  coufa  C 

$&.  vis  ?flinfthimmtum  ,  per  quoà  quis  ofthim  claufiimrefei 

re ,  &  -refaratum  clduisre  poteft:  Aífi  as  claves  dà  Mu 

apsíazjmparsfttstuda.Q  qeftà  inckiío-em  ec2to,dem 

rra 


j 


Sdo-nos  os  fignos,  deduiçõcs,  vozes  propriedade^  Òcc. 

47  Muitos  charruo  claves  aos  vime  figncs ,  &  curros  ^  ^^ 
zcm  íerem  claves  as  íctíe  deducçóes ,  que  feachaõden.  /í';; 
}dellcs,&  finalmente  as  propriedades  lhe  puferaóc  no-  W*.r, 
edeclavesjaosíignos  chamarão  CUves  umveríaes,&  às    ' 
opriedades de  Ej  quadro,  &  natura  claves  naturaes',  & 

amaõ     claves     principaesàs  que  hoje  uíaraos,  que  íao  cerofí.l.i.c-6® 

ias  em  canto  Chaõ,  a  faber,  de  Ha ,  ut,  &  Cíol,  fa,  ut ,  & 

;s  em  canto  de  Qrgaò  ,  que  íaõ  de  Ffa,  ut,  &  Cfol,  fa  ur, 

de  Glol ,  rc  ut,  asquaes  íe  atíignaraõ  primeiro  cem  li- 

us  de  diverfas  cores;   porem  deitas  antiguathas  a  noti- 

i  ferve  de  pouco ,  quem  as  quizer  íaber  mais  por  extenfo 

io Capitulo  6o.  do  2,liviodeCercne. 

48  Eftas  claves  fe  a íiinaõ  em  linhas ,  &  efia  he  a  ra- 
õipcrque  a  ác  Ffa,  ut,fe  afligna  no  primeiro  Ffa,  ut  &  a 
:  Cfol,  b,  ut,  no  fegundo  de  Cfol,fa  utYcV  a  de  Gícl,  re, 
,  no  terceiro  GfoJ,  re,  ut*  porque  foe-fies  ficaô  em  linhg» 
>mo  íe  pôde  ver  na  taboa  univeríal  numero 6c.£íuppcf- 

Gamma,  tit  eftt  ja  em  linha,  como  a  de  Ffa  ,  i|t  e-flá'  nos 
;nos  graves,  era  efeufada  outra  nos rrreíracsgf aves t  de 
ais  que  naõ  faltou  quem  ufaíle  deliam  porém  ailirmaGla-  *.„*  „  j 
anol  atricioler  elcuíado.  Das  claves  a  primeira  de  Ffa,  j'fArf*l.»l&> 
»«e  afligna  com  tre^pontos,&  a  íegunda  de  Cio j.fj^ccô  1.^. 
>us,  &  terceira  de  Gfol.re,  ur,  com  hum. Dizem  que  por 
irimeira  com  a  fegunda  ficar  em  ícxquialtera  prepr  çaõ 
|Cresadoi3S  ;o  qual  parece  não  ztc  lugar  }  pois  que  naõ 
«■rsomefmocom  aíegund3,  &  terceira,  tarr.b<nvficaõ 
ftantes  por  quinta  }  mas  o  cerro  parece,  cefom  eFran-  Fr^cjrc  c:e 
ícode  Tovar,  que  a  de  Ffa,ut,  tem  três  pentes  por  lerá  nrJúítàà 

fçaõ  de  f  como  parece,  -^ ~!&j  ^T     &  a  de 


çao  ae  r  como  parece,  "s^  j&csr 

ol,re,  ut,aieiçaõdeC,aíiiín  C        &  a  de 


oIirc,ut,afciça6de  Q,affim 

Ffíij    W  49  Di- 


.#• 


NtcoUô  Vvol 

licob.i.6. 

Monfer.c.i^. 

f 


* ?'  Tratkâol 
49^Divifa5  a  que  chamaó  conjunta  :  Efítoniinfeim 
tonium,  vel  femitonij  in  tonum  tranfpofttio.  Deitas  teme 
cinco  em  uío ,  duas  de  fa  ,  &  fres  de  mi.  Dividem  o  toni 
da  duas  maneiras ,  ou  com  dívifaó  armonica ,  que  he  pr 
rneiro  ,  o  íemitono  cantavel  de  cinco  comas ,  &  deípois 
incantave]  de  quatro,Sc  deite  modo  dividem  o  tono  as  d; 
vifóes  de  fa,  ou  com  divifaõ  Arithmetica,  que  divide  pn 
meiro  o  femitono  inca*itavel.  E  deítre  modo  dividem  ottí 
bo  as  divifóes  de  mi.  As  divifóes  de  fa,  fe  aífinaõcom  huti 
b,&  as  de  mi.com  huaseftrelinhas,ou  diezís.aífim  Sfdofi: 
deíeaílinaõ,  &como  dividem  o  tono  em  dous  íe  miti 
nos  moftra  a  figura  abaixo.  S.  fignifícaíemitono.Mjgraii! 
de  mayor;m,,pequeno  ,  menor. 

Tono..  Tmoi        TanOê.  Toh£  T6m. 

S.  M.  S.  m.  S..M.  S.  m.  S.  M.  S.  m.  S.  M.  S.  m.S.  M,  S.m.  S.  M. 


i_bj   C    UD    b    E    fc     U    G   %   A 


Nefta  figura  femaífra,  õ^a  primeira  diviíaô  he  de  fa,  1 
íe  aííl  rm entre  Ala,miíre,&  B  mi,&r  a  feguadahedemi,! 
íeaíHgnientreCíoI,fa,ut,&     Dia,  foi,  re-,  a  terceira  hecf! 
fá,&  fe  aíTIgria  entre Dla,íol,re,&Elatmiia  quarta  be  de  mi 
&  íe  al%naêntreFfa,ut,$rGíol,re,utia  quinta  he  demiti 
fe  afligaa  entr?  Ffa,  ut,&  Gíol,re  utj  a  quinra  he  de  mi,&  I 
aíHgna  entre  GfoI,re,  ut,&  Ala,  mi,  re;  Também  fè  raoítrai 
como  as  divifóes  d«  fa, dividem  o  tono  ,  querem  nove  cpi 
mas  armonicamence ,  primeiro  o  femitono  rnayor  cãíav 
de  cinco  comas,  Scdefpoiso  menor  incantave  1  de qustn 
&kasde  mi  dividem  o  tono  Arithroeticamente  primeiro 
íemitono  menor  incantavel  de  quatro  comas*  &:  deípois 
mayorcantavel  de  cinco  comas.  Naõ  pôde  haver  mais  c 
cin^o  diviíóes;  porque  dentro  da  oitava  naõ  ha  mais,qu 
kttz  intrevallos  de  fegtmda;dnus  dos  quaes  íaõ  fémirono 
n.aiuraes,^oacinco  faô tonos, St.fó  elíes  f?  podem  di\M"dtí 

5)2 eífi caníâ emo  Mònac  ordio  entre  gm^ôc  Cíc^fa.u! 


das  Explana  fés.  45 

entre  Ela,mí, &  Ffa,ut,  naô  ha  diviíaõ, porque  nelles  el- 
o  femirono  natural. 

50  Porém  fora  deitas  divifoens  fazem  alguns  doutos 
tre  Gíol,re,  ut,&  Ala,  mj,re  &  eutre  Cíol,  fa,  ur,  &  Dia, 
I,  re,&  entre  Ffa,ut5&  Gíol,re,utidiviíoensdefa:  E  íup- 
)fto  naõ  ha  taes  divifoens  em  o  Moraacordio,parece  que- 
m  dividir  os  tonos, que  as  divifoens  de  mi  devidem  Ari- 
me-t  icamente  como  divifoens  armonicasjccmo  fe  divide 
de  fa.fc  húa  razaõ  podem  dar,  &  he  que  íeasdivifões  de 
^fe  ordenarão  por  evitar  o  rntono  difícnancia  em  a  Mu- 
também  fendo  fa,  een  Ela  mi,  por  divifaõ  fe  ha  de  fazer 
^em  Ala,mi,re,  fubindc}por  evitar  otritonc&  fendo  fa, 
1  Ala.mi,  re,  íobindoa  Dia,  foljrefeha  de  fazer  fa  ,  em 
la,fol,Te  pela  mefroa  caufaj  &  fendo  fa,eui  Dl«,fol,re,  fé 
de  fazer  fa,em  Gíol,re,ut,  para  fe  fazer  quarta  peifey- 
,  como  parece. 


1 


M- 


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É 


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4 


» 


-Br 


9 rèm  efle  modo  de  div ifoe m :  Kec  stfj tcho ,  me  r(pcb(fr 
audeo-,  porque  fem  ellas  fe  canta,  íuppcfto  ,  que  prece- 
ndo  poreftes  intervallos,  neef  fíariafrente  fe  dtve  níar 
lias,  como  fe  vè  em  hrm  refpcrfcrio  da  Septuagrfiira^ 
rmavit  Deus ,  em  as  palavras  :  TfiBus  efi  homo  ,  qv  fe 
sfa,  entre  Gfol,  re,ut,&  Ab,mi,re,&em  canto  de  Orgaô 
nuito  Reverendo  Padre  Frey  M?ncel  Cardcfoufada 
ifma  divifaô  na  Magnifícat ,  roro  fegundo. 
?t  Todas  as  divifoens  de  fá,  fe  crdeháraõ  para  evitar 
ritono  ,  êt  também  para  evitar  o  fere  id  ia  pente,  çue  her 
inta  menor  &  as  divifoens  de  mi ,  para  fazer  clauíula. 
aufúla  heo  âm  de  qualquer  ebra  ,  fuppcficque  dentro1 


■Á 


fTrattaãi 


das  obas  tambsm  íe  fazem  elaufulas  por  elegância,  a 
em  cinco  Chií,  comoem  canto  de  Orgaõ.  A  clauíula 
ds  duas  mineiras  fubindo  hum  ponto,  &bayxandooutr< 
quehepropru  de  canto  Chaó}  ou  baixando  hum  ponc 
&c  fubindo  outro,  que  hs  pro(pria  de  cant  j  de  Qrgaõ,£Ci 
parece. 

Subindo  hum  ponto,  &  bayxando  outro. 


t=dr 


■    i — i 


JSESjqSIÍíHjt 


JáLÊ 


~mí 


i 


Defcendo hum  ponto,  &  íubindo  outro. 


-  :'J 

Ambas  eítas  regras  de  elaufulas  fervem  affim  para  cani 
chaô ,  como  para  canto  de  Orgaõ. 

52  Suppoftodizerfe,que  íubindo  o  canto  de  Ffa,MY 
Bfa,Eimi,©ude  Ffa,&mi,a  Ffaut,ou  pelocontrario  deíc^l 
do  íe  fará  5  no  dittoBfa,  6  mi,  pro  obviar  a  quari 
dotricono ,  ota  a  quinta  meriotj  te  eíia  regra  as  exceiçc^ 
íeguintes. 

Í?rimeyraexeeiça5:  fe  o  cato  fuhir  de  Ffa,ut,a  Bfa,&ri 
8c  deícer  juntamente  a  Ela,  mi  fazendo  antes  redoble  d 
Gíol,re,ut,farfe-ha  o  ponto  de  Ffa,ut,  fcírenido  na  quaí 
diviíaô  »  p^r  ab?iar  a  quinta  falia  •,  &  aííim  fera  fer  fa ,  a 
Bfa,  k  mi, is  giurda  a  perfeição  da  quarta,  &:  quinta, fuj; 
$>:>(tQ  fe  contradiga  a  regra  das  quartaj ,  Quiautile  i 
mutihnonvitiatur, 


Exen 


•*•  "~*1 


das  Explanares* 
Exempla 


47 


H=ã= 


ttis-fea^g 


K 


guodaexceiçaõ.-feocanrodcfcer  de  Bfa  Emi,a  Ffa,uf, 
z-njoelaiiíulaem  Gfo!,  re,  ur,  acabando  dicção  de  le- 
s,  faríe-ha  o  f a ,  de  Ffa  ,ut  ,/uftemdo  na  quarta  drçifaõ, 
)rférclaufula^aflimfemfer  fa,em  Bfa,Enri,fícaanuar- 
perfeita,&porefla  raíaõ  íe  naõfaz  fa,  "em  Bfa,  fkmií 
*/*  cegante  atufa  ctflat  effecJur.  ^ 

Exemplos 


?rceiraexceíçaõ  :  fe  fubir  huma  quinta  de  Ela,  mi,a  Bfáf 
mi,oudeícerdeBfa,mi,  a  Ela,  mi ,  te  mar  fé- ha  tn  i ,  em 
Bfa,  §  roi,  ainda  que  Tuba,  ou  dcfça  quarta  de  triteno;. 
rque   íe  faz  a  quinta  perfeita  com  hum  femitono.que  fé 
mta  aos  três  tonos,  &  naõ  íe  guarda  o  interrallo  menor,, 
ando  fe Jnclue  no  mayor }  id  eu\  roais  perfeito. 
Exemplo. 
Subindo.  Defceudó; 


a  meímo me  parece  neftes  exemplos, .por  iíTo  naÔ  faze< 
»  particular  exceyçaô* 

ar*- 


amónia 
fernand. 


Qurraexceíçaô  :  E  vindo  muitas  duvidas  juntas  form;- 
remos  a  primeira  ,  Sc  as  outras  confor me  a  slla ,  eomo :  j 
fè  neíles  f  xernplos. 

jl.  Exempla.  ic  Exemplo. 


sfcBSi 


ig 


£,  Exemplo. 


fcíiprimiro  exíuplo  íe  deíce  deEfa,tfr,aBfai;{;tn[,tom2! 
djfi.pira  fizer  a  quinta  perfeita,&fubindo  ay£la,mij 
faz  fi.por  ob  Mir  o  critom.No  fegundoexemf>íjO  quefc 
fej  Í3  (Ui,  mi,*  Br\  6j  mi,íe  forma  a  quinta  de  mi,  a  mi,í 
defcen  io  a  Ffa,ut,  íe  "*  raz  fuftenido,  por  evitar  o  tritono 
êc  ínbiad  >  a  Cio!,  fi,  ut,  faz  tambe  fubftenido,por  obvii 
a  quinta  falfa.No  terceiro  exemplo  íe  deíce  de  Cío;l,fa»á 
a  Fía.ut/formanJo  quinta  naturalize  íubindoaBfa,  nMm 
faz  fa,p:>revitarotritonoj5c  Jeícedo  aElj,mi,íefaz  faj 
por  obviar  o  íeroidiapente.  AíHri,  quefeformando-fiq 
primeira  duvida,  naíce  por  caufa  do  fa,fe  diflblve  por  01 
Cro  fa;$c  íe  por  caufà  de  mi,  íe  diííolve  por  outro  mi:  Qm 
vts per quafiumque  caufas  nafeitur ,  ptr  ea fitem  diffolvitt 
55  Final  nence,  (ú  vierem  juntas  quarta,  êc  quinta,f 
feoa  os  por  guardar  luas  quantidades  perfeitas^oufazeBí 

íuft 


das  Explafiaçoew*  49 

!tenido ,  ou  bmolado }  &  naó  obfta,  que  fe  não  afíignemj 
fta  prever  o  dano  do  incervallo  diííbnante ,  para  lhe  al- 
tearmos o  remédio. 

Exemplo. 


a  |  g  1  b=^=b  h  g  j 


jarda-fe  a  perfeyçaõ  da  quarta,  êf  quiata ,  fendo  o  fa,  de 
a,  ut,  íu  (lenido  na  quarta  divifaó. 


*■ 


a=¥ 


ít^g 


» 


gj — m 


uarda-fe  a  quarta, êc  quinta, fazendo  em  Bfa,  &mi,  fa& 
;fcendo  a  Ela,mi,també  fa.Porèm  havendo-te  de  deixar 
m  deites  intervallosdifionantes,  antes  fe  deixe  a  quinta, 
ia  dando-íe  fempre  a  quarta  ,  por  fer  maisdiflbnaete ; 
uia  ex  duobus  malts  minus  e/l  eligendum, 

Exemplo. 


í 


-s- 


n=& 


-S-1H- 


íT 


P 

âz-fe  fa,em  Bfaj§  mi,  por  obviar  a  quarta,  fuppofto  fubá 

;  quinta  Mas.no  terceiro ,  &  quarto  tõ  fe  deve  guardar 

íjuintademi,  ami,poríerda  eíTenciado  tom. 

54     Ufamos  muitas  veies  de  bmol  por  elegância,  & 

fahe  acaufadefe  praticarem  três  deducçôes  como  na- 

Iraes,  fendo  que  íó  a  do  ur,  de  Gíol,re,  ut  &  Cfol.fa,  ut,  o 

ô;  porque  as  cinco  divifoens  tem  cinco  deducçôes  acci- 

^ntaes  Àdiviíaõde  fa,  entre  Ala,  mi,  re,  &  k  mi,  tem  fax 

,em  Ffa.ut ;  &a  divifaó  de  fa  ,  entre  Dia  ,    fol,re,&Ela, 

i,tem  íeu  ut,*m  Bfa,  E  a  diviíaô  de  roi,entre  Cfol,  fa,ut, 

Ggg  Sc 


5  o  Ttáitâh 

6  Dia,  fo^feitemfeuut.em  Ala,mi,re}&adivifaôde 
encre  Ffa,ut,  8cGíol,J"e, ut,  tem  fsu  ut  em  Dia,  foi,  re}J 
diViíaõ  de  mi,  entre  GfoI,  re,  ut,  &  Ala ,  mi,  re^  tem  feu 
em  Ela,  mi;  '&  todas  eftas  cinco deducçoens  faõ  accidetaeí 
&  bem  íe  maftra.que  fó  a  d?ducçaô  do  ut,  de  Gfol,re,ut,f 
Cfol.fa,  ut,  fàô  nattiraeSi porque  formaô  íuas  vozes  íem  dji 
vifoens,  como  parece. 

Deduções  naturaes. 
DeEjquadro  De  natura. 


-^-s-^-^-ff- 


t\  de  fa. 


Deducçoes  accidentaes. 


.  de  fa. 


ithhh1[4 


H* 


ia.  de  mf.       aa.  de  mi.      ?\  de  mi. 


O  primeiro  poato,que  hé  ut,  guiaatèa  diviíaÔ  de  que  f 
Íamos  i,  porque  íe  põem  muitas  juntas  para  formar  as  fi 
vozes  com  íeus  tonos ,  &  íemitonos  \  &  bem  moftra  qua 
quer  deitei  exemplos  as  diviíoens,  por  ondeie  corre  ca 
tando ,  ou  tangendo  por  qualquer  delias. 

55     Suppofto  o  que  temos  ditto,  à  divifaô  de  fa>  que  te 
feuut.cm  FfâjUt,  parece  coanatural,  pois  pra&icamenreíj 
daõ  fuás  vozes  aos  ílgaos  por  onde  corre*  p^rq  nem  Ff 
&t,  havia  de  te*  ut;  nem  Gí  jl,  ut ;  re  ->  nem  Ala,  mi  re*  ro 

& 


dÁiExplanaçõet,  $  f 

c.  aífim  diremos,  que  quando  o  canto  he  nataral  idcit  • 
o  El  quadro,  &  natura  ,  uíando  deftadivifaõ  ,  entaõ  Urá 
•a  junca,  &  prop:  iamenre  divií«ô,  q  divide  o  tono  em 
nis  í  outonos  -t  potèm  quando  diante  da  elave  íe  afiigna 
jm  bmol,  entaó  parece  connatural,  &  efla  deve  íer  a  eau- 
de  te  nomearem  três  propriedades  em  a  Muíica  ,  naô  ne- 
ido  t  m  o  Monacordio  íer  Bfa,  diviíaõ  em  tecla  pretaj  po* 
m  muitas  vczts  em  biíameíma  Mufica  cantaõ  as  vozes 
ítural ,  Sc  o  Orgaó  tange  accidental.  Uíamos  defta  pro- 
tedade  de  bmol  em  os  cantos  brandos,  &  letras  devotas; 
arque  propriamente  abranda  a  dureza  de  noflb  animo: 
ingua  mollts  confrmget  duntiem  :  diz  o  Efpirito  Santo,  & 
ira  títeeífeitoíaõmaisappropriados  o  quinto,  &  ftxto  Trov.i^.v» 
itn,  porque  faõ  tons  de  ta ,  que  he  voz  branda.  J5» 

56  As  divifõesde  fa,  íeallinaõ  no  figno,  que  fica  aci- 
a  1  &  as  de  mi ,  no  figno ,  que  fica  abaixo  :  E  a  razaõ  he  $ 
arq  asdivifões  de  fa,,ficaõ  diftantes  do  figno  acima  qua- 
o  comas  ,  &  do  figno  abaixo  cinco  comas ,  &  por  eíta 
uiía  fe  aflinaõ  no  íigno  acirna ,  que  lhe  fica  mais  perto, 
as  divilões  de  mi  ficaô  diftantes  do  figno  abaixo  quatro 
amas ,  6r  do  figno  acima  cinco  comas ,  &  por  efia  caufa 
iaííignaõ  no  figno  abaixo  ,  que  lhe  fica  maisccnjunclo} 
:  tolas  faõ  degenero  Oromaticoi  porque  nelle  tiveraõ 
u  principio. 

J57  Temos  etyi  a  Mufica  três  géneros  que  faó  Dia- 
inico,  Cromático,  EnarmonicoGVwtfí  (diz  o  Principe  da 
oquencia  )  efi  notin  ad piares  diffetentias  ptrtinens  :  £  cõ- 
irmeefta  definição  ,  cada  hum  dos  generes  procede  por 
es  differentes  inter  vallos  ,  fendo  o  termo  hum  Diathe- 
eraó.  O  geuero  Diatónico,  qne  he  o  que  mais  uíames, 
rocede  por  dous  tonos  ,  &  hum  íemitoRO  íem  diviíaõ  ,6c 
orquecom  os  dous  tonos  íe  junta  o  femitono,  fe  chama 
Matonico.  Oíemiceno  pôde  vir  nopiincipio,  meyo,]ou 
,m,  como  parece. 

Ggg  §  Género 


5* 


Trattddo 


&enerj.  In 

Pfd.  1 50. 

GeronJ,  2 .  f. 

22.    )- 


Género  Diat  on  ieo. 

58  O  género  Cromático  procede  por  outros  três  _ 
tervallos  f  diftin£bos  dos  primeiros  j  a  faber ,  por  hum  í 
micono  cantarei  de  cinco  comas  ,  êc  outro  incatítavcli 
quatro,  &:  três  íemitonos,  dousmayores,  &  hum  meno 
Chama-fe  Cromático ,  idefi ,  Coloraíum,  porque  muda  i 
tonos  em  íemitonos ,  &dá  novacòr  à  Muíica.  Seuinve 
tor  foi  Timotheo  Milefio.  Também  ede género  pôde  v 
riar  nos  interirallos ,  guardando  as  diftancias  de  cada  hui 
eomo  parece. 


:=£ 


fffHb  *áH4 


^e 


ÍF 


Márg.Thihf. 
l.^.tovt.  í. 
rap'.  í  8. ' 


$9  O  género  Enarmonicó  he  totalmente  apartado 
nofifa  natureza,  &  fó  em  alguns  inftrumentos  fe  uíava;  prc 
cede  pordous  dieíis,  aílim  x,&  tresaífim  *  &  hum  ditonjj 
chama-íe  Enarmonicó -,  porque  he  íeparado  por  muitos, , 
pequenos  intervallos.  Enarmonicum  atitem  dteitur  9qm 
fhrihu$ffatijs%&  anguftioribus  feparatur.  Seu  invente 
dizem  íer  Olimpo.  Também  pode  variar  os  intervalloi 
formando  as  quantidades ,  como  parece. 


das  Explânaçf.ef*  53 

6o  O  género  Diatónico  íe  ufa  ccim  lua  inteira  perfci- 
õ,  fuppoík)  que  muitas  vezes  íe  mifturacomo  Croma- 
coadas  vezes  por  nectííidade  por  evitar  o  tritono,  &ou- 
as  por  elegância ,  como  diíTemos,  ao  género  Cromático, 
ntoem  parte  com  o  Diatónico,  cbamaô  alguns  Autho- 
s,  Sêmicroa*?atico,  &  íó  íe  ufa  do  íemitono  cantavel ,  5c 
5  iemiditono.  Do  género  Enarmonico  íó  anda  env  prati- 
i  o  ditono,  tudo  o  mais  anda  em  Theorica.  Tudo  o  ditto, 
ornais  do  que  íe  ha  de  dizer  pelo  difcuríodefte  Tratta- 

,  fe  vè(como  o  Mundo  em  hum  breve  mappajreíumido 

íeguinte  taboa  univeríal. 


£gg  "J 


TAi 


7AB0ADAUNIVERSAL, 

NlBE^jN  B  | ^  Propriedade 

'a 


ZMporp   Di  Maneias.   Lét.  Gr.'  n 


das  Explawçotm,  5  5 

Nefta  taboa  eftaõ  quinze  columnas »  a  primeira  tem  os 
meros  das  proporções,  em  proporção  continuada  ,  com 
livifaó  natural  Diatónica  lyntona  deTolomeo,em  nu- 
:ros ,  para  que  melhor  fc  com  prebendai 
A  fegunda  columna  multiaõ  género  Enarmonico,que 
yide  os  íercironos. 

A  terceyra  muftra  o  género  Cromático ,  que  divide  os 
aos. 

A  quarta  moítra  o  género  Diatónico  natural ,  fem  divi- 
1 ,  ainda  que  leve  a  de  Bfa  ,  por  fer  connatural  cantando 
r  Bmol. 

A  quinta  columna  tem  a  diviíaõ  das  letras  em  graves , 
udas )  êt  fobreagudas. 
À  fexta  tem  as  letras  Gregorianas. 
A  fettima  moítra  donde  íe  aflinaõ  as  claves. 
A  8a- 9a.  10a.  11a.  12a.  13a.  14a.  mcftraõ  as  leis  vozesi 
,  te,  mi,  fa,  íol,  laias  três  deduceões,as  três  propriedades 
flnaes  dos  tons  as  letras  da  íexca  columna  com  as  vo- 
jsmoftraõos  fígnos. 

A  15a.  &  ultima  columna  modra  os  nomes  das  quinze 
rdas  dos  Gregos. 


EXPLANAC,  ÀM     VI. 

©oí  Intervalos. 

1  T""1  Emos  em  a  Mufíca  nove  intervallos  cantáveis :  G}a^jee}tm 
JL   Terterni  fitnttntdi,  qmbus  omnis  cantilena  con-  ^orj]  r  f  g 
iitur,  os  quaes  todos  íe  achaó  em  o  género  Diatónico,  Ce  SfI- 
>eftes:Tono,Semicono>Ditono,Semiditono,  Diatheze- 
5,  Diapente,  Exacordo  mayor,  Exacordo  menor,  Diapa- 
õ.  Tâbem  temos  outros  ivove  ,  a  4  chamaõ  os  práticos 
mpofítores,  Jntervallos  incantaveis ,  &  faõ:Semitono 
enor,  SemidiathezeraõjTiitonojSemidiaptnte^iaf  éts, 


/ 


çá  {Tratada 

fuperfluo,Etacordomayor ,  Êtacordo  meaorySemidi 
zaó,Diapazaõ  íuperfluo,  dos  quaes  o  TriconOjSemidia, 
te,Ecaeordo  mayor,  Ecacordo  menor,  fe  achaó  em  oj 
nero  Diatónico  •,  porem  os  outros  cinco  fe  naó  póá\ 
formar,  fem  intervir  o  género  Cromático  *  idtfc  ,  algui 
diviíaõ  f  como  fe  moftr  ará  explicando  cada  hum  deites  j 
tervalios. 

6i  Primeiramente  intervailo  em  a  Mufica  he  diftí 
$oet.U.  8«  cja  de  hum  fom  grave ,  a  hum  agudo  '."Inlervallumeftji 
acuti  gravifque  dífiantia-.  £  naó  ie  entende  nelt  a  defiaiç, 
que  para  haver  intervallo  devemos  combinar  hua  voz 
fignos  graves,  com  húa  dos  fignos  agudos*  porque  fup 
to ahamamos  aos  fcgtiios  fette  íignos  agudos »  he  a  reím 
to  dos  primeiros  íetce,graves}&  qualquer  figno,ou  voz 
aguda  a  reípeico  de  outra  fua  inferior, como  Ala,  mi,re, 
agudo  a  ref  peito  de  Gibi,  re,  ut ,-&  re ,  he  agudo  a  refpe; 
de  ut,  que  he  grave,  por  fer  íua  inferior  $  pelo  que. 

63  Naó  nomeamos  unifonus  entre  os  intervallos,  p 
naô  convir  com  a  definição,  &  naõ  ter  diítancia  de  gravi 
agudo}&  íupofto  haja  diíiancia  de  movimentG,ou  de  te 
põem  a  pronuncia,  peíoqíe  poíTa  chamar  intervallo, 
mofe  vè  em  Cícero  em  muito  lugares  de  fuás  obras, 

'rer.in^fyp.   chama  intervallo  à  diítancia  do  tempo:  Quoniâminte) 
ddducid.n.    lolocorutn  ,  &  temforumdisjunãifitmm\  (Scaílim  mai 
l^4'.  douto  Pereyra  affirma  ,qoe  qualquer  eípaço  fe  chama  j 

tervallo  :  Omne  fpâtium  intevvalnm  nuncupamtis.  Com  I 
do,  unifonus  naõ  he  ema  Mufica  intervalio ;  parque  a  d 
tanciahade  íerdeíom  f  &  naó  de  tempo,  conforme  et 
finiçaõ  ;  Intervalam  ejl  foniãcutigravifque  diftantia. ^ 

64  He  logo  unifonusema  Mufica  principio  de  inti 
vallo,  ou  principio  de  coníonancia,  ou  diíonancia.  e 
unifonus,  ou  hsíinples,  que  hehuaíò  voz  em  hum  ílgt 
aoquílchamaóos  práticos,  íonanci^,  ou  he  compofto 
he  duas  ou  mais  vozes  em  bum  meírno  figno,  aoquecl 
maóospra&icos  uniíonancia.  Todos  os  intervaljos, 


das  Jmpkmytni.  çj 

5  cbnfonwcia,  ou  diflonancia.  A  coníonatícís,  ou  diíío- 
ncu  íe  coofidéra  cm  o  que  bem  ,  ou  mal  foa  ,  cu  o  que  ^   « .,    • 
lias  relulca  :U  quedem,  ou  mal  íoa  íe  confidera  s m  o  eó-  \n^ut  j, 
i  ponto  : oque  dt  Uas  reíulta  íe  coníídera  em  húa  íó  voz,  atochao *.•," 
t  lejatenor,ou  contralto;  hum  ponto  a  reípeito  de  ontro 
» melmo  papei ,  &  do  melmo  modo  envcanto  chaõ.  Das 
►aíonancias  em  o  contraponto  em -Iheorica  naõ  tratte- 
t>s  i  pelas  refervarmos  ex  coníulro  para  outra  obra  ;  do 
a£hco  baila  a  noticial  que  a  terceira  Artetíá.  As  confo- 
ncias  tomadas,  íegundo  o  que  delia  reíulta,  he  o  inefrno 
ie  iaterv  allos  cantáveis;  as  diffonancias  o  meímo  que  in- 
rvallosincantaveis*  o  que  íuppofto. 
65     Os  intrevalloscantavcisíaó  nove^comp  fetem  di- 
i  os  quaes  todos  íeacbaò  dêtro  noDiapazaó  oitava  Rat- 
ta  das  confonar^ias,cemo4he  chama  Gladiano  PatricÍG: 
HapafonvtmiiumcQKJonantiarum  Regina.  O  primeyro  in- 
;vallo  he  tono  intre  vallo  de  duas  vozesichama  íe  Toncj 
fcQComa  beof>rimevro.intre¥a14ototna  onome  ão  gè« 
l  de  todas  ís  cantoriss.tjue  chamaõ  tonos  à  imitação  dos 
ebreos,que  às  fuás  cantorias  chamavaõ  Neghincth  ,  no- 
e  geral  de  todas ,  que  em  Latim  he  o  meímo  que  hioài% 
dividindoos  intrevallosem  nove,  ao  primt  iro  chama-  cenelr.wpÇ 
ôNeghenoth^do  nomegéral.O  íegundo  Maíkil: tercei-  150.1/.5, 
!  Miltjm:  quartoSigaion:  quinto  JN-e-bht-loth;  Sexto  Se- 
bnoth-:Settim.o''Ohithih  :  oitavo Ghaimud  :  nonoShe- 
í-oith,  ideftyoirava.  Efte  tono  tem  de  diflancia  nove  cô- 
as:  Coma  he  htíadiftancia  mtiito  pequena  >  acha-íeeíta 
1  a  diftancia,que  vay  do  íemitono  mayor  ao  menor*  dos 
aes  íemitonos  ambos,  fe  com  põem  o  tono:  Oomaefifpa-    y 
\m  ,  quomis ejl  femitonium  majus  femitonio  minori  -,  &     '     &'c'  ^? 
'aíaõ  de  íerera  as  comas  nove  i  de  q  U  f<  rma  o  tono  he, 
rqueo  principio  dosintreval*  s  heo  tono,o  rim  he  a  01- 
a}  Ferma-Ía  a  okava  de  hum  Dia  pente,  que  íaõ  cinco 
ntos,  &  de  hum  Oiarnezeraõ,  cj  íaõ  quatro,  que  em  nu. 
ro  faz^oi  nove*  do  meímo  modo  k  foítna  o  tono  de  hú 

H.ih  íemi- 


ç  8  Trattado 

Umkono  raiyor,  queTaõ  cinco  comas ,  &  ó*e  hum  ment 
que  faô  qamo  ;os  qua^s  íe  mito  nos  em  numero  fazem  n 
ve  comas,  &  aíliíti  a  oitava  em  numero  torna  ao  pnneipi 
porque  em  a  Mufica,  que  he  fciencia  perfeitiffima,,  o  pi  i 
pio,  U  o  fim  ha  de  ter  a  meíma  formação» 

66  Em  aquelle  íoberano  Sermaõ  do  Monte  ,  aon» 
nos  qulz  en finar  o  divino  Meftre  os  degráos  para  íubií 
eterna  felicidade,  a  que  a  Igreja  chama  bemaventuranç; 

imkcdjf.  3.    nota  Santo  AgoíHohp-,  que  ia  em  a  primeyra  ,  &  oira 
nomea  o  Keyno  do  CçQ:Beatipauperesfptritu>  quonitipi 
rumeft  regnum  cakrúm)  &  em  a  oitava :  BeatiquiperjeC 
-      n    j  tionem patiuntur propterjulittta,  quonuipforumefiregnu 
f    Dmn    Cíeiorum'  ^efolve  o  Santo  efta  duvida.dizendo  :a  primd 
i»mon°7T  n  h^  °  PriílciP*°»  &  a  ^itava  o  fim  j  &como o  divino  Mj 
er+Dméiu.  to?  «âs  «oftra,.&  provao  que  he  coníumado,  &  perfeit 
ikm^m.of-^  he  acaafa,  porque  na  oitava  íe  torna  a  repetir  o  mi 
mo,q  na  primeira:0^^  (diz  o  Sãto)  tamquamad  cap 
redit,  qma  confuwatunt  tperfeãumque  oftendit  &  probat 

67  Há  a  oitavaem  a  Muficaconfonaaeia  perfeitif 
ma;  formi-fe  efta  do  tono,&  tem  nelle  feu  principio:  xâ 
aoytavahum  Diapente,  &  hum  Diathezeraõ,quefaad 
nove  pontos  imaginados*  logoellè  nos  moftra  tem  o  tot 
nove  comas  confi  ieradas*  porque  deííe  meímo  tooo  íe 
riva :  Derivata  folent  legesfervare  parentum-,  ve-íe  efta 
melharçça  coníiierando  os  pontos  do  tooo ,  que  íaõ 
dous  a  hum  ,  &  os  números  de  nove  a  oito  &  os  pontos  I 
oitava  faõ  de  nove  a  orto,&  os  numerosde  dous  a  humj  | 
mo  íe  vé. 

Poitos;  Numero. 

Tono 2.     1. 9.   & 

Oitava    9.     8.  __  2,   1, 

E>nnde  fe  moftra  tem  otono  os  pontos,  que  tem  aotta 
números  I;  6c  a  oitava  tem  os  pontos ,  que  tem  o  tono  n 

mer 


$* 


dai Explanações.  5  9 

eros.  Por  eftls  razões  ie  n.oltra  ter  o  tcno  neve  ctn  as 
paginadas. He  o  numero  Novenario,  conforme  es  Aritf*-  Tft'e-tà 
eticos,ternariocub<iporque  íe  íorma  do  ternário  rripli-  ^*f#*^- 
ldo,&  ternhuma  excelieucia  entre  os  mais  nume  rcs,qut  M'""-1^-.**' 
ppofto  ic  multiplique  quantas  vezes  quzertn,  kirpre 
inadofeachaò  nove, como  fe  mcílra. 


6  >—  9 

7  *""—  ^ 

8  »-*•    9 

9  •—  9 


54 
63 

72 
Si 


9 
9 
9 
9 


eíta  excellencia  corre  infinitamente  ,  cerro  fe  ceife  do 
jmeral  ,  ve-íe  eira  excellencia  na  de  me rjítrrç  ó  zcin  a  ; 
prque  multiplicando  duas  vezes  9  íaõ  18  &  í<  nsrd.ee í- 
hum  cem©  oito,  lomaô  nove*  &  o  me  In  o  ít  gchsià  nas 
aismntriplicações:  Deflni-fe  o  tono:  Itms  (Jí  jexqtito.  js}c.Mrt.\^. 
'avtfdimentioms  fpatiu.  Eíte  tcno  dizem  alj.  8BB  ler  n  a}er  cl\.Zc,úM 
íut,  a  re,doquedere.  a  mi,&  sífím  de  fa,a  lc  I,rra)ei  eh  TKcr.flr.har. 
je  de  foi,  a  Is,  a  qual  ordem  íenaõ  conhece  pelas  vcztí>  &*ltyufbâ 
inaõ  peloílgnos:  Porém  em  prsclica  claramente  íe  mani*  Wí/.f^n, 
(ta  ferem  iguaes,porq  de  Gjel,re,  ut  a  A  la, mije;  ít  acha 
,re,ronornayor,  cV  íol,la,  tono  menor,  &naõíepcdt  dar 
n  hum  rmímoeípaço  mayoridade;&  menoridade }&bem 
prova  em  o  inftrumento  de  tecla, que  he  irr  mcve),que  o 
leímo  tono  deGÍGl,(e,ue,a  Ala  mi,re,íe  forma  de  Aía}mi, 
,  a  Ej  rui, tangendo  hum  pento  mais  altc}  cerro  etê  tan- 
;fa    em  Dia  ,  íblre;  porém  o  que  mfia  matéria  ít  fòde 
zer  em  Theor ica  pertence  para  as  prcpcçôes  de  que  ex 
oteíToíe  naõ  trata  por  hora.   Na  diftancia  de  1  íía  citava 
mos  cinco  tonos  naturaesde  Gfol,fa,  ut,a  Dla,ícl,re;de 
la.íol,  re,  a  Ela,mi:deFfa,uc;  a  Gft  l,re,ntjde  Gfe  1, re;  ut 
Ma, mi,  re:  de  Ala,  mi,  re,  a  R  mi:  aceidentaes  íe  fetmaõ 
1  diviíaô  da  fa  ,  afeixo  de      E!a,mi,a  fa  uht  de  Ela,mi, 
J!vrtaõacim*-]e  Ffa,ur;  cVdtfladiviíac  à  diviíaô  acima 
!  Gfol^ciUt;  de .f,  mi  à  diviíaô  acima  de  CícJ,  fa,  ut. 

Hhhi/  63  O 


3 


63     O  íegundointervallo  he  femitofto  mayor,  q 
íHÍ9ZdccJ     con^a£lecincocoraâSiacha  -feefteem  a  dttbneu  que  v 
4*c.z.     ""•  doDiconoao  Dithezcraó  .comoím  definição©  dtela. 
oUud.DoJec.  Semitonus  maior: ejtmter^aílu,  qua  ditonu$à*Dwthefe\\ 
/.  ».<\S.  feparatur,  Chama-feieamonojnaõ  por  denotar  mediaç 

Marg.phil.L    m  is  imperfeição  ,  com©  affirma  Gladiano  Patrício.  / 
$•«■•  i .<•. 1 1 8    '«&«# femi  nommeãtetãté ,,fedimperfeãiônem noUnte-, afríi 
como  íemivegal  naõ  fe  entende  meya.vogal  $  mas  voi 
imperr^y ca.:  Quem  aÀmoiumftmi^Qçétv^qfiafiâimidii 
*voc(ilis habettm  Jeãqua/iimperfeãtm  vouile,  fcfte íemii 
no,ou.r.e  natural,  ou  aceidentaí ;  o  natural  he  mi,  a  fa,  f< 
G*;ú Y;\°'  pfocedèf por dkííaéiformá-fetieEla^i/aFfaju^&deè 
Mjruslfc.J'  â  Gí"°í»f*fUt»  °  accideatakmavoríe  Forma  da xiiviíaô  " 
^•-. '  -J  ""'     mijão  ftgno  acitna,  6c  da  div iíão  de  fa  ao  ftgno  abaixo,  ô 
j^J.z.f.30.^  nienorda  divifaõ  de  fa,aòfignoacimai8&dadivifaôde  n 
GuiU.y.c,      ao  flgao  abâixoiSc;  como  as  diviíões  faô cinco rtemosci 
i9'}y€rift.^,    co  íemitonos  mayores  acck!eniae&>  &cinco  menores:  f 
«fc  cauf.M?-      tes  femi  tonos  aceidentaes4e  acbaõ  dividindo  o  tono  f  1 
êtfh.  doiys  íemitoníOSyhum  inayor  de  cinco  comas,a  qne cnam 

gUíM dec,l\os  Gregos  Apotome  j  como  traz  Gladiano  Patrício:  de 
1      d  ne-íe  :  jfpotemfreftfpatiftm  minus fwitonúnnoxomatt^ 

¥lTc'^°V'  Pervdden*.&  oíegundomenor^a  quecharaaô,  Deifis,  < 
Mojãllc.^.  hilíl :  'àpBm46 :  DtèfíSi  feuiimmãtflfpãtiumumcornãU 
mtÀ .  slcm  'fifytèUmtt  mâiori  âeficiens*     Semicono  rraayor  be  eípaçc 
fmtn&vifa-*-  querem  mais  hík comajque otnenor  j femirono  menor 
mm  DiJtow-  ha  eípaçn  que  tem  menos  bua  corna,  que  o  mayor;  0  íefíii 
c*m  (ymww-toao  mayor  he  cantavel,  Sc  o  menor  incánravel :  íuppoí 
fyUgfid  pro  dizem  -aigfis  douros  o  contrario,naõ  íe  deve  fèguir  fuado 
múw e$  ài-  xt'xm^  p^ríer contra  a  experiência  ,  naõcalumniando  fii 
vifioDittoiv-  -0p|n|ag .  porém  fegu  indo  a  mi  is  provável;  por  qua  b  to 
^  ,  que  rizem  o  menor  canraveli  provao  com  razão  contr 

zzrtitsdm.     ©x??nencia;&  os  q/Jaze  o  mayor  cantaveI,fazedo  oroeti 
B'}fc4r.&  alii  ,iae3ravel[\|us  por  mtis  provável feguerrrtodõsos-moddí 
mulii-fiew    nos) provai  cõ  raza§,ôí*expsricncia  Defíáinaeena  íe  trí 
j*&*0  p  carâ.  sm  joufifi  occaíiiõj  5queferídÔo  Seuboi?  a cuja  v  ceta  j 

€ 


á*  fogeito  todo  o  querer.  Cum  enes  deusintrevallc$,to.     .  ^  f, 
>,&íemitono,  formaõ  todos  os  mais  intrevallos.  f.za.&*álii 

69,  0  terceiro  intervallo  he  ditono.  He  intervallo  de  LJiTá\^tti. 
►svoz*es,  tem  de  diftaneiadous tonos  y*Dttonusefttrium  xj^t 
tom*®  ,duorum  que  tonorim  cwnpofít  9 :  for  ma-íc  natural- 
jocedeCíoijre.utja  Bfa,6tTii&  deGfol.farUt^Bla  mi 8c 
Ffa,ut,a  Alamire»poré  accidentalmete  per  divifaõ  fe 
rmade  Dia,  foi  ,re ,  àdivifíaõ  acima  de  Ffa,  ut  d e  E 1  a  1 
i,  à  divifaõ  acima  de  Gfol,  re,  ur-  de  Ala,  mi,re,à  divifaõ 
ima  deGfol,fa,ut,dadivifa5  abaixo  de  Ela*  mí^a  Gíol, 
twt;,de  Efa,aDla,  íol,re., 

Ko:    O  quafto  inire-vallo  He  femiditorra  >  He  também 
rrevallodetres  vo2es;tem  de  diflancia  hum  tono,8t  hfí     ^rr     &* 
mitono  cantavel  ifemditonus  ex  tmo%  étjimitono  mep-  ^^J^S 
íw/íÍ  1  fortaa-f?  .naturalmente  de  Ala,  miYre,a  Cfol,fi,  (ytTior^n. 
ide  Bfa,&  mi,  a  Dia,  íbl,re,&  de  Dia,  (oJj  re>a  Ffa,  &  de  rel.?.í*r*frr 
la,  mi ,  a    Gíol,re,ut;a€eidentalmenre  íe  forma  de  Gfol, 
,  ut,  a  divifaõ  abaixo  de  Ela,  mi,  aula  divifaõ  acima  dè 
fol,faut,a  Elajmivda  divifaõ  acima  de  Ffa,ur,a  Ala,  mi, 
,de  Gfòl,re»ut,  a  bfa,&  da  divifaõ  scim*  de  Gfol,re  uti  a 
mi  O  vocábulo  Ditenosfe  forma  do  primeiro  iorrevallò 
TonuSi  &  delia  palavra«iiz,que  be  o  me/mo  que  bis,  em 
ortuguesdouS}  &  íoa  tudo  dous  tonos.  O  fêmiditono  fe 
»rma  da  palma  ditonus  &  dèfetni,  denotando  imperfei- 
to, êc  vai  o  meí«ofeaiiditono,que  oous  tonos  imperfei* 
)s,que  he  hum  tono,  &  hum  femitono  mayor,- 
71     O  quinto  intervallo  Diathtzeraõ  beintervalló  dè  \. 
aatro  vozes  >  dous  tonos,  &  hum  femitono  mayor:  Via-  ^n^J-9fltflf 
wÇerunvocH  effe  quatuor  intervallorum  trttm exdmbus ^rtt«e_CAfUi}} 
nis ,&  [emitenio  rnaiori tonftat :  Chama-fe  Diathe  zeraõ         -  *¥*"* 
?ftaduas  dições  Gregas  J9/*,que  vai  o  mefmo^  Ex,  ou 
>e,&  deThezeraõ ,  que  he  o  meírno  que- Quatro ,  &  tudo 
into  íe  diz  intervallo  de  quatro  |joze$.Efte  intrevallo  he 
erfèito,  portereiurlo  numero  quaternário  em  vozes,  & 
ternaíio  ei»  típaços.  Das  f xcellencias  do  mirccro  qua- 

Hhfviij  ]  mnari» 


#|  Trâttdi 

terai  aio  tratou  oQjartenano  J  oaó  Alvares  Frotivo  me 
MsitraexprjLíTj;  p  >ré  n  de  paífagemcôfiderenios  diz< 
do  t3ivÍ9JvÍeiire,qa3amde  eíh5dous,ou  três  era  ícu  n| 

Mttthc  i&  P^^W  e^*  e"s  :  Ubifu&t  duo  tatu  ires  w  nòmme  meotibij 
e£9'  Q.13  P«f?  poderá  iiavár  para  q  diffdle  mais  citas  nii 
meros,  que  outrosfa  formal  Deos  a  Jaoejo  congruente  pr(i 
babiliíliui  parece  fir  a  demonftraçaó,  que qmz  oàenhc 
fazer  da  perfeição  do  numero  ternario,6cquatemario{qu 
Virgili  >  Gentio  reconhecendo  fua  perfeyçaõ  determino 
por  inâaicoi;  quaniochamqu  aos  íeus  Troya^os  fiuma^ 
muitas  vezes  diccaf os.  Oterqtíe,  quaterque  beati,) 

f$g.M*li<  p^qje  aon  je  eftió  douseftando  o  Senhor,  faz  o  numer 
ternário»,  &  eâanio  aonde  eftaô  os  três  faz  o  numero  ou  a 
ternário;  querendo  moftrar  afua  infinita  immeoíídaáe  pa 
aumeros  infinito?,  qual  ne o  ternário,  &  quaternário.  Sai 
eftes  d  jus  números  táo  celebrados  em  as  (agradas  letras 
aíHm  doNovo,como  doVelhoTeftamento^ue  para  (efe 
rir  a  menor  parte,  feria  nunca  acabar.  O  (agrado  Lenho  dil 
Cruz,  de  crés,  ou  quatro  arvores  foycompofto,  os  cravo 
foraô  tres,ou  quatro(Tegurado  varias  opioniòes) o  letreir< 
foi  efcritto  em  três  lingoas,8cforpnadq  com  quatro  nomes 
Os  fagrados^poftollos  fo.raõ  doze}o  qual  numero  dividi 
do  em  quatro  partes,  cada  parte  contem  o  ternário }  &  di 
vidido  em  três  partes,  cada  parte  contem  o  quaternarioiô 

Z/Êugufi  fitprà  par  efís  caufa  Santo  Auguftinho  diz,  que  o  numero  duo 

pf*L%6.       denariofigmfica  humyfterio  grande: Vacrãwntummagrt 

hujus  duo  dinarij fignificatio  eft  numeri    Tarnbem  numen 

.'ff  ^P^nari°'Par^côPor  dequarfenario,Sr  ternariojhe  uni! 

£f  *Xi       Te^íal  *  aírifn  °  affír,Tla  °  ^oufi^mo  Ricardo:  Septenam 
^'  miverfitas  de  fignatur \quod  ipfe  feptenarim  ex  quaternária 
qui  vifibilmm,  &  ternário ,  qm  invifibhtim  forma  eji ,  con  '• 
Jumaíur.  Veja  feonum  32. 

Com  o  quexftà  dittfc  fe  prova  fer  o  Diathezeraõ*  interi 
vallo  perfeito:  pois  conte  o  numero  quaternário  em  voz 
&  Qfecaariojero  eípaçosj  acha-íe  efte  intreellodeducci* 

o 


elas  Explanações,  éj 

\n\ât  ut,  afa,dere}a  lol,de  mi,  a  la,  «xceptuar^e  aquaira 
e  Ffa,  ut,  abfa,  kmi.  Accidenfaes  íe  formafc  dadivifac* 
eimadeCfol.fa,  ut  à  diviíaê acima  de  Ffa,ut,  a  bmi;da 
ivilaõ  acima  de  Gíol,  re,  ut ,  àdivifaô  acima  de  Clol, 
I  ut,de  Bfa,à  divifaó  abaixo  de  Elamu 

71     O  ítxto  intervalio  Djapente  he  intervalio  de  cin-  mrg.Fhilof.L 
o  vozes,  trestnnos ,  &  húfemjtono  mayor  cantaveU -.Dia-  5./r,i.<vi3#. 
tteeft  qnmquem  vocumjntei  vallorum  quatuof:  E  fte  intre- 
|allo  he  mais  principal,  que  o  Diathezcraó  :  ^Liapcnte /»- 
"trcvnfonanttaspo/'  "Diapafon  locatnr.  Chama  fe  Dia  pente 
ia  dicção  Grega  dia>fkdc  ^entha,<3  íaõ  cincc;&  vai  c  n  eí- 
no  que  coníonancia  de  cinco  vozty>*Vicitura  ffntha  gra-   vV&We 
t>qu&â  efl  quinque  latiné:Pià\*õ  íe  Diapentes  deus  deduc- 
ionaes,&dous  divjuctivos,ou  deducionaes  faõ  de  ut,a  íol, 
iere,a  la;os  disjuntivos  de  mi, a  mi,&  de  fa,a  fa,í<Iim  eo« 
node  Elajmi.aBfaj&mi,^  de  Ffa,ut,  a  Cíel,fa,ut..fcccic,é- 
al  fe  forma  de  &    à     diviíaõ  acima  de  Ffa,ut  &  dadiviíaô 
cima  de  Gíol,    fa  ut,à  divifaô  acima  de  CÍ€l,re,ut,  &  da 
liviíaõ  acima  de  Ffa,ur,  àdivifaô  acima  de  Gfcl,  fa,  ut,  & 
le  Bfa,a  Ffa,ut,&  da  diviíaõ  abaixo  de  Ela,mi,  a  Bfa. 

73     O  íetimo  intervalio  Exacordo  mayor,  heintre- 
'allo  de  íeis  cozes,  quatro  tonos,  &  hum  femitono  mayor  Tdèf.ezp.6l 
:antaveli  rorma-fe  do  Diapente  ,6c  tono  :  Excordonmojvs  Franch.l.y.en 
\x(Diape»tf%&  tono conficttur.N efte  intervalio  poz  o  dou-  *líj'A. 
lifllmo  Guido  a  dedução  das  vozes,  ermo  o  traz  Gladia,  fj/*  * 
10  Patrício-  fallando  da  fexta  mayor  :ifof  indu  tf  tones  fuás  ^tmoitM1 
ruido  conftituit:  Charoa-fe  Exacordo  da  particula£x,que  ^\w%  \\m^ 
ignifica  fexfr  de  corda  cord<e&  tudo  (oa,íeiscordas;afíim  h.Mu.it 
omoHexagonus  entre osGeometricos  íeis  angulos;àcha- 
e  efte  intrevaJlo  deduccicnal  de  ut,  a  la,  &  disjur6Hvo  de 
^Mol,reiaBfa,6mi,&deFfa,ut,aDla,íol,re.Accider3fal 
te  Are  à  divifaô    acima  de  Ffa,ut,&  dePmi.àdiriíão  aci- 
na  de  Gfol,re  ur.fc  de  Era,mi,  à  divifaô  ^acima  deCíc!,fa 
•t.Sr  de  Bfa,a  Gíoíire,  ur,&  da  diyifão  abaixo  de  Ela,imi,» 
*&l>,fa>,ur. 


6%  Tratado 

74  O  oitava  intervallo  Exacordo  menor  hêtambe 
intervallo  disjufi&ivode  íeis  vozes,  três  tonos,&  dous-í 
rn i tonos  may ores  :  Exmardon  mimts  efi  femttonium  cu, 
Diapente^uemadmodum  mitfatex  Elatmitad  C/òl,fa  ut,  cj 
aliisitem  /irmlibus  Uas:  for  m*4G  efte  intervalio,  contem, 
a  deíi  víçãodi  mi, a  fa,  de  &  la  mi,  a  Coí,fa,ut,ondere,a  f;í 
dó  Ala,rni,reiaFfa,ut,ou  de  mi\a  defol,6fa,&  rai,aGfol,r«j 
ut/Eltshí  mais  fuaveq@£íXacQrdo  mayor    porquanto 
Êxicordomayor  he  alpero,  &  raramente  íe  admite  dl 
falto,  §r  no  menor  fe acha  grande  graç?. ,  principalmente 
no  terceiro  tom:  Htec phrigio  modo  miram  babet  gr  atmm 
fuo  adhibiatnrtotozÇàzcndQ-le  de  mi,afa,  por  ter  íemironi 
iio  principio,  &  femicono  no  fim.  Accideaul  íef©rma  d 

ut  a  éívifás  abaixo  de  £la,mi»  diviíâo  acima  de  GÍf 
fa,nt,  a  Ala,  mijrQjâc  da  diviíão  acima  de  tfajUtja  Dia,  íd 
re,&  da  diviíão  acima  deGfol,re,ut,&  a£la.,mi,êí  de  Dl; 
íol,  re,  a  bfa. 

75  O  nono  intervallo  Diapazâo.he  intrevallo  de  oit; 
meerJefom.  vozes,  cincotonos,  &  dousíemicoraomayores '•:  'D/apafô, 
exUJe  rep.  (dJzÇjcero) Mi  offo  curjus,  inquibns  túâemvistliduoriih 


,-cUdnt  dodec. 

totÂ%  cia:  Confonantiarum ,  tnquit yfimftrtmammmjfectesertl 

quam  fuermt  vocês :  fempre  as  cõfunancias  de  qualquer  irii 

trevaiíohão  deferhúa  menos,  que  asvozes.j  por  eíTacaij 

fa  o  Diachezeráo  teado  quatro  vozes,te  crés  efpeeies,dou 

tonos,  &  hum  femicono:  Bz  o  mefmo  nos  mais  intervallci 

Mdrg.?hilof.    fnayoreSj  ot3  rnenores.He  efta  cõfocancia  de  oitava  a  maj; 

l~ytr,i.e.LO.  .agrad4Vel,maiç  perfeita,&  maisfacilde  perceber  no  oovij 

do:  ^DUpafon  omnium<;<mf®n<mtiãrn  eftjtiCímdiJJimayperfâ 

r*.    ^  Tri_  -ãijfiina^  ajudicio  awtsfaciMima.E  Saato  Auguftinho  aí 

wtXc.i..      <irmatquã  até  os  indoucos  podem  delia  julgar,  ou  cantan 

M^rarML  <do,ou  ouvindo.  Necímfenupojfm^eam  w  fentmtfiveif 

hm.  útautcs.fi  u£  dm  uadistes*  Procede  e ft a  pet h  i$aó  uó  iu: 


das  Explamcxtes.  6  5 

e  por  fc  fprraar  a  oitava,  ou  Diapazaõ  de  dous  intcrvallos 
lerfeitos,  a  laber,  Diapente,  Diatheseraô. 
.76  Neíic  inter  vallo  de  Diapazaõ, como  fentiraõroui- 
as  f  iJofcrfos  antigos,  &  íeguem  muitos  modernos ,  confif- 
:m  os  movimentos  teleftes;  que  eftes  movimentos  fejaõ 
oníoantes  íe  confirma  nas  (agradas  letras  :  §juismarrabtt 
tlorum  vocesl  &  concentum  calt  quis  dormite factev.  ou  cõ- 
prme  te  Jè  do  Hebreo :  Quis  exponet  nubes  tn  fapientta ,  mt 
itrumentnm  calorum  qutsfaaet  qutefcere.  Com  eftas  con- 
Ordancts  vozes,  diz  David  ,  louvaõ  ,  &  publicaó  a  gloria 
ie  Deos :  Cali  enarrant gloriam  Dei.  O  doutiffirno  Nicc- 
^o  de  Lyra  a  comenta  íobre  efte  lugar:  Tatenter  cflendunt 
vagmtndmem  fua potentta ',  &  ordinem  fua  fapientta,  pois 
.uando  naô  ouçamos  fuás  vozes  por  percuffaõ  aérea ,  as 
iuví  aios  tacias  por  contemplação,  como  affirma  o  douto 
ítíncbrardo.Os  Doutores  â  margem  citados  ,a  quem  íegue 
i  grande  Marinho ,  tormaõ  da  terra  ao  firmamento  íeis  tc- 
I  *•> ,  ^ue  he  hum  Diapazaó  perfeito  ,  6c  fuppofto  íe  acha 
aais  lya  coma ,  naô  contradiz  às  opinioehs ,  por  fer parva 
wantitas* 

IvJoítraô-fe  eftas  quantidades; nefía  figura. 

Debaixo  def]e grande  firmamento 
Vez  e  Ceo  de  SaturnoyfDcos  antigo 

fupitey  logo  faz  o  movimento  , 

$ 

S  miar  te  abaixo  bellico  inimigo  -9 

D  claro  olbo  do  Ceo  no  quarto  afiento, 

S  Vénus  que  os  amores  traz  configo. 

Mercúrio  de  eloquência foberana , 

lom  três  rcflos  debaixo  vay  ^Diana.       h 

ia 


'S  ?    refcs. 


rlw.l.  2 . 

S.lffdcr.!.$. 
/. :  6  .Cjc.6  .de 
jfcpfíM.  Ecet 

L  í.c.  27. 

Gccr^.VÀl.l, 
l  .c.t.  afud 
Ciad.l.i.c. 
j  3 .  Marw. 
I  ic.i.r.i. 


luÂM, 


66  Tratado 

Da  fuperficre  da  terra  à  Lua  vay  humaproporça5  íexq 

&ava,-quehé  hum  tono}  da  Lua  a  Mercúrio  hum  femi 

nojde  Mercúrio  a-  Vénus  outro  íemítono;de  Vénus  ao  í 

,  hum  fsmiditonoí  do  Sol  a  Marte  hum  tonoj  de  Marte  aj 

piter  hum  ferafcono*  de  Júpiter  a  Saturno  out«*o  femitoti 

de  Saturno  ao  Ceo  eftrellado  outro  femitono  ,com  que 

zem  féis  tonas}8c  movendo- íe  eftesCeos,  hunscom  m 

velocidade  que  outros* fazem  os  mais  velozes  as^onfona 

cias  miisa-lta?  »  &  os  mais  tardios  as  maisbayxas ;  porq 

como  diz  Baeçio  ,  do  movimento  fefazofom,  &  do-fon 

,     Muííca}por  eíTa  cauía  os  fa bios  antigos ,  como  refere  C, 

,   fí x-  íanio,  diziaó  haver  nove  Mufas,  em  razaô  dos  aííentos 

consta,,  cáp,  i.  f  t       *    r  •  •  i_ 

'Mk  Miceí.  ovti)  wferaí,  Sc  numa  fupenor  armoma,que comprenenC 
Eva,&+-<xoe  codas.  Virgílio  invocando  efta  ultima  chamada  Calli 
p.i.c.i$.n.&  pc>  diz  : 

MneU.  9 .  Vos  o  Caliiúppe  precd r  afpirate  canenrk 

gIaL.I. l.  d.  Donie  k  vè  q-ié  falhado  com  húa  fó  Mufa  põem  o  verl 

J4*  noplun!,  afpirate-,  porque  efta  novena  comprehende  t 

da>as  mris ;,  afíim  como  a  oytava  Diapazaõ  compr^hen) 

os  oyto  inrrevallos  inferiores  s  &  dahi  lhe  vem  chamar. 

Osapazaó  d j  dita*  dicçaS  Grega  Dia ,  em  Latim  Ex  s  &  < 

,/tnjlJe  cAo  pâ;íí'jqll2  em  Latim  fignifica  omneyno  naíTo  idioma;  Tud 

a'^"  &  íoa  tudo}  Corpo  todocheyo  de  melodia, que  comprent 

todas  as  confonancias. 

77  Padece  eíta  doutrina  fobreditta  dos  fonsarmo» 
cos  das  esferas  huma  contradicçaõ  muy  £jrçofa,.&  he  (o 
mo  afHrma  o  Filofofo)que  íuppoftohaja  em  os  Ceosmi 
vimentos  naõ  ha;  percuíTaõ  de  zr  y.  &  fem  efta  naõ  fe  póc 
formar  íom*  logo  naôtern  os  Ceostalarmonia.  A  efta  di 
vidaferefponde,que  Ariftoteles  naó  foy  S.  Paulo,  que  fo 
fê  rebatido  áo  fupremo  Ceo,  pira  dar  dei  lés  noticia  ve 
dadeyra. 

7-8  Doutores  Catholicos  affirmaÓy  ferem  os  Ceos  í< 
irrores,  Sr  de  mais  que  muytosaffirmaó  ferem  a  éreos  coi 
feaílante  probabilidade *  &  razão  he ,,  que  fázsndo  De( 

o  fi 


das  Explanações»]  6j  •'■ 

i  firmamento  ao  feguodo  dia ,  lhe  chamou  Ceo  -.VocavU  p'Àm.i.f. 
\ue  'Deusfirmamentumccclum.  Eíte  firtnamento,diz6m  Sã-  ?-68^-T-  cr 
o  1  hômas,  Durando  ,  &  outros  muitos ,  he  o  mefmo  ar-,  tf6?  uDí'~ 
forque  ío  o  ar  divide  as  agoas  das  agoas,  a  qual  divifaô  íó  r3d'in  lJ'^' 
i  armamento  faz;como  denota  a  particular  caufal  do  tex-  'H'1**-1! 
o  Vf.Fiatfirmamtnium  mtdioaquarnm,  ut  dividat  aquas  teiriTcènef 
baquiSi  &  como  em  o  firmamento  eftaó  os  Planetas,  fica  r^teU&tr. 
Samfcfto  fazerem  com  íeus  movimentos  tão  fuave  armo-  de  opere  ft* 
Ua,  que  íenaó  fora  íufficiente  a  diftancia>  que  entre  nos, &  diertm  difi 
lies  leda,  paia  a  naô  podermos  ouvir  s  patece  que  Deos  32. r».  2^* 
ião  p?rmictiriaouvirmolai  porque  excede  a  faculdade  da  taerqve  soar[ 
lOtencia  audiriva  :  Fiant  luminária  in firmamento  c£li  -,  &  M&gJM  «/*_ 
vira  manuum  ejus  annumiat firmamtntum^  &  naõ  tem  ne-  reíex  J"™?m 
'hum  logar  a  duvida  de  Ariftotelts,  porque.o  rneímo  ar,  5*  w-7-z'í/*. 
ue  na  opinião  detaóíancos  Doutores  he  o  firmamento;  ^  C^°.M?, 
s  aonde  os  Planetas  eftaó,  &aílim  afUrmaõ,  conforme  o  *„£$"*?*'' 
kpoffoio  S.  Paulo,  naõ  haver  mais  de  três  Ceos  ;  lmpireo,  ^'Joz'%b<- 
lorada  dos  btmaveniuradosj  o  Eftrellado,  aonde  eftaó  as  ph\n*T.L<>- 
íftrellas  fixas ;  &o  Aéreo,  ende  enjoos  Planetas.  Eftas  rinc^rriaMc- 
oncordes  coníonancias  naõ  íe  ouvem  na  terra  (como  diz  un.cemlrar- 
loecio}  porque  Deosaílim  o  permute  por  mnyras  caufas,  J.r.TircJ.D. 
primeira  das  quaes  deve  fer;  porque íua  grande  melodia  chyfcfrm. 
'odia  fazer  danao  a  notfa  limitada  potencia  j  &  affim  diz  T^prt-  v- 
.riftc  ce  e*,que  ta&  boa  pôde  fer  huma  coufa,  que  faça  mal  ^*W*>"eC- 
fua  potencia,  como  fe  experimenta  olhando  para  o  Sol,  £*d.meide«* 
uecom  fftaluzsf?  ndeahurya  navifta.  Declara  bem  efte  v'^Ai^-AL 
brecer  o  que  íuecedeo  a  S.Paulo,  quando  ®eos  o  chamou  c*^/  Bctcf 
loa  Igreja,  com  a  voz  ,  &  luz,*que  o  cercou  ficou  fem  fen-  Irf.2^fr//?«' 
dos  :  Ntl  videbat ,  naõ  via  :  naõ  fe pode  ter :  Cadens  in  de 'calo  /».  3. 
rram:  não  comia ,  nem  bebia  :  Aon  mandveavit  neque  bi-  «/tiCff.r.p. 
\t  :  Valhame  Deos,  quenxnrou  os  íentidos  a  Pauío?  A 
oz  de  Deos »  &r  a  luz  que  o  cercou ,  que  era  tão  íoberana, 
be  ao  limitado  do  homem  parece  tirou  a  operaç3Õ.  De 
pm  Mongç  íc  conta  ,  que  com  a  voz  de  huma  avefinha, 
elevou  tanto,  que  trezentos annos lb-e  pareceram  hum 

liiij  dia» 


6%  Travado 

dia :  E  naõ  vio  trezentas  íeflfenta  &  cinco  vezes  cada  anr,< 
as  trevas  da  noyte  ?  naõ  fentio  a  natureía  faka  do  alimen 
toda  vida?  nãoodúvertioo  fallardos  homens?  o  canta1 
dasaves  ?  as  mais  vozes  dos  animaes  terreíles  >  Não,  qu 
jera  tão  fuave  (por  permiflaõ  divina  )  a  voz  de  huma  avefi 
!nha,  que  lhe  tirou a  operação  dos  fentidos.  Muito  bem  co 
firma  efta  verdade,  ò  quediffe  Deos  a  Moyíés :  Naõ  h 
poíFivel  verme  creatura  humana,  &  viva  na  terra-,  naõ,  par 
que  a  viftade  Deos  marte,  íenaõ » porque  com  íua  vifta 
fraca  humanidade  morre. 

79    Os  iacervallos  iacantaveis  fa5  nove ,  coroo  feteí. 

dicto  atraz ,  a  íaber  feraitono  menor ,  que  tem  quatro  ce* 

mas;  acha-fe  effce  dividindo  o  tono  em  dons  femitonos ,  hj 

mayor  que  he  cantavel  ,6?  outro  menor,  que  he  incarna 

Zdrf.wfi.h4r'  veli  efte  íe  define  Semitonium minus  k  majori  commatefii 

monJ.^c.ig  peratnr.  O  íemitono  menor  tem  menos  bua  coma  qo  ma 

Taleff.  ^      yot;  efte  femitono  aaõ  fe  acha  no  género  Diatónico ,  &  fi 

por  divíTaó  íe  acha  de  Bfa,  a  6  mi,  de  CÍQl,Ffa,ut,à  diviíai 

acima ,  da  divifaõ  acima  de   Dla,fol,re,  a  Ela, mi,  de  Ffa 

ut  à  divifaõ  acima ; de GfoI;re,  ut  à  divifaõ  aerma  do  ditti 


ol ,  re  ut. 

8o  Tritono  he  intervallo  diflbnante  de  quatro  vozes 
tesa  de  díftancia  três  tonos  ,  acha-fe  natur*l  de  fa  ,  ut  ,  I 
oUU.cApJ!, ,  n  •  tfritonus  quarta  dura  ,  &generi  'Diatónico  plane  inep 
stepk  vann.  ™  ta^  ex  tr^m  tm^  conflat<_  por  divifaõ  fe  forma  de  Gío! 
%evm.l.u.  te<  nt)  à  diviíâô aíima de  Cfpl,  fa, ut ,  de  Bfa, a  Ela*  mi ,  d 
€'  36*  C.fol.fa.ur.à  drVifaó  acima  de  Ffa,ut,&deDla,fol,r*  à  divi 

íaõ  acima  de  Gfol,re,ut,da  Sivifâo  abaixo  deEla,mi,a  Ala 

mi,  re. 
r  8.i     Semidiathezerão  he  também  intervallo  diílonami 

Íf&cmh^  ^  quatro  vozes ,  hum  tono,  &  dous  femitonos :  Semidi 

Ts  o  atwl^'  theferon  eft  inter  vallum  toni ,  duorum^nefemitonorum  •,  ni 

TMr.u.    fe  acha  efte  no  género  Diatónico;  &  íò  por  diviíã©  fe  fo 

fnadadivifãacimàdeCfol,  fa  ,  ut,  t  Ffa  ut;  dadivifs 

acima  de<5fol,  re,  ut.  a  Cfol,  fa,  ut,  Sr  da  divifão  acima  c 

Ff 


>.'.! 


•    daí  ExfJatuiçoens.  6ç 

jfa.ut,  a  Bfa,&  de  k  mi  à  divifão  abaixo  de  Ela ,  mi. 
Si  Semidiapête ~  he  intervallo  diíTonante de  cinco  vo  oraíug 
■ :  Semidiapente  quinta  tpiperfeãa  ex  duobus  tonis ,  toti-  e'l6J  ^ falt1 
w  quefemitomjs  majortbus  cenftat:  Acha.fe  naturalmente  *¥*à  nleJ- 
Emfl  aFfa,ut,&  accidentalmente  de  Ela,  mi,  a  Bfa  da  di-  W- 
;    vilão  acima  deCíol,  fa,  ur,  a  Gfol,  re,  ur}  &  da  divifão 
íima  de  Ffa,ur,a  Cíol,  fa,  utj  &  da  divifão  acima  deGfol, 
t,  ut,a  Dia,  íol,  re. 

183     Diapentefuperfluo  he  também  intervallo  de  cin- 
j  vozes ,  tem  de  diftanda  quatro  tonos :  *Diapente fuper-         ,  r     - 
\uum  ex  quatuor  tonis  cenftat :  Não  íe  acha  efte  intervallo     A  W™ 

0  género  diatonicf  3  por  diviíão  íe  forma  de  Cfol,fa,  ut,à 
ivifaõ  acima  de  Gfol,  re,  ot,  &  de  Ffa,  ut,à  divifão  acima 
e  Cfol,fa,ut,de  Bfa,à  divifão  acima  de  Ffa,  ut,  &  da  divi- 
,o  abaixo  de  Ela,  mi,  a  6  mi. 

1  84     Etacordomayor    he  intervallo  diíTonante  de  fette  j6fif>Í<%%L 
Ozes,  cinco  tonos,  êc  hum  femirono  mayor  cai>tavel:i7f-  mflmr. 
facordum  majus ,  ex  quinque  tonis  cum  femitono  waJ6riha1m.L5.tl 
wflat:  Acha-fe  no  género  diatónico  de  Gfol,  fa,ut,  B  mi,  12. onr. 

t  de  Ffa,ut,a  Ela,  mi,  por  divifão  fe  acha  de  Gfol,  re,  ut,  7Ígr.Li.c.z'x 
divifão  acima  deFfa,ut,deAla,utmi,re,à  divifão  acima  de  ^ndraUfiâ 
íol,  re ,  ut;  &  de  Dia,  foi,  re,  á  divifão  acima  de  Cfol,  fa> 

8$     Eracordo  menor  conda  de  quatro  tonos ,  &  deus 
mitonos  mayores ;  he  também  diííonante :  Heptacordum 

Íinus  ex  quatuor  tonis ,  duobn f que  Jemittinijs  major  ibus  cof- 
/}forma.fe  natural  de  Dla,fcl,re,a  Cfol,fa,ot,deEla,mi,  a 
Ma,  foi,  re,  de  Gfol,  re,ut,a  Ffa,uf,deAla,mi,re,a  Gfcl,  re, 
rde&mi,a  A'a,mi,  re,por  divifão  íe  forma  de  Cfol,fa,ut, 
Bfa,  da  divifá  acima  de  Cfol,  fa,  ut  a  &  mi ;  &  de  Ffa,  ut, 
divifão  abaixo  de  Ela,  mi ,  da  divifão  acima  de  Ffa,  ur, 
Ela, mi  &  da  divifão  acima  de  Gfol,  re,utá  divifão  aci- 
iadeFfa;ur.  zárUwfim* 

86    Semidiapazaohe  intervallo  difTonante  de  oito  vo-  iArmjt  3,^ 
es,  quatro  tonos,  &  três  íemitonos  mzy  onsSewidiapafcn  ng 

lii  iij  esc 


7  o  7rmd$ 

ex  quatnor  toms ,  trihujqne  femitonijs  majoribus  tiftat.  E 
incervalio  naõ  /e  acha  no  género  Diatónico*  por  diviíaé 
forma  da  <4iviía5  acima  de  Cíoi,  fa,  ut,a  CfoI,fa,ut,da  dir 
taó  acima  iie  Ffa,  uc ,  a  Ffa,  at,  da  divsfaó  acima  de  Gf< 
re^ic  aGíol.rejUC.de  tila,  miá  diviía§  abaixo  de  Eia",  mi, 
de  |n&  a  Bfa,  fubindo  íempre  le  acharão  quatro  tonos, 
ires   íeoiitonosmayores. 

87  Diapazaõ  íuperíluo  ha  também  intervallodiííl 
mate  de  oiro  vozes  ,  féis  tonos  .,  &  hum  femitono  mayo 
^Diapafonfuperfluum  [ex  tonos  cum  femitomo  ãmpleãitv 
' z*U't  Mem.  NSo  íe  acha  natural}  por  divtíãofe  forma  de  Gíoi,  te,  uc 


y/Tniif.c.  2,5, 


.    ,  <  -»  - ., —       — . ,  — ,  — , 

aivifao  acima  de  outro  Cfol ,  re,uc,  oitavaacíma.'  de  Hl 
àdivifão  ,  acima  de  Cíoi,  fa,  ur,  oitavaacima;  da  diviíí 


til 


abaixo  de  Ela,  mi,  a  Ela,  mi,  oitava  acima;  de  Bfa,a  fi 
na  rm  fma  fó  ma,  fobindo  mais  quatro  comas  ,  que  o 
pazaõ  perfeito. 

Todos  eíles  inter^allos  faõ  d  iflb  na  ntee  ,  porque  ferm 
dos  prin:?pa!mente  de  íalto  oifébdem  o  ouvido&fe  dc^e 
evitar. 


: 


Nêft 


das  Explanares. 


7* 


A     b     §     G     %    D    b     E     F    m 


lefta  figura  aonde  eflá  p.  figm fica  perfeita-,  M.  grande  rnejtr^  w.  pe- 
iem menor \ mi.  m\nmia\aonde  ejlà  eflulltnha  *  he  $a,de  mais  luma  co- 
ú\aonde  eftahúaCm\inba\befemtono  menos  Ima  coma}4onde  ejjk  èfle 
lai  §  he  tono  de  dc^  comes  ;  fè  befêmitono ,  6frv    : 

EX- 


J2  Trattado 

E  X  P  L  AN  AC,  A  M     VII. 

*  Dos  Tons. 


Mar^pVdoj:    a~r^  E mos  em  a  Mufíca  doze  toas,  ou  modos :  Tonust 

tf.tr.i.c.8-    g^  regula  canttts  regularis,  curfum  naturalem  infine  % 

G^d.do  dec.  termirians :  íaô  os^onsdozq,  fuppoílo  dizemos  acima,  qi 

-  íâòoito  por  nos  aeommodariaos  com  o  íntrodqzido  uf 

O  mefmc»  fez  Pedra  Taieíio  na  fua  Arte  do  canto  Chaá 

dizendo  no  capitulo  15. que  eraôostonsoito}&  noeapici 

lo  31,  que  neceíTariamente  erao  dozej  Scnaó  faz  ao  cal 

t&n  contrariedade;  porque  certamente  íaó  oito  os  que  ma 

fe  ufao ,  6c  íe  póJern  achar,  como  fe  achaõmaís  quatt 

que  íaó  doze  i  principalmente  em  canto  de  Orgaõ  ,  qj 

.muitos  ufaó do  noveno  &  dozeno,  com titulo,  que  he  es 

ceiro ,  &  oitayo. 

89  Muitas  razões  ha  para  os  tons  ferem  doze  :  apor 
taremos  algumas.  A  primeyra  he,  qo?  íend  .  os  fignos  íet 
&  acabando  cada  dous  tons  em  hum  figao,  parece  havia 
de  feros  tons  catorze*  porém  como  Bfa,&mi,  naõ  pode  f( 
mar  quinta  psrfeytanatutalregeitando    eftes  dous  toi 
que  nelle  hayiaô  de  fenecer ficao  doze;  &  fe  primeiro, 
íegundo  tom  fenecem  «m  Dia.,  foi ,  re ;  terceiro,  &■  quar 
em  Ela,mi,quintQ,&:  fexto  em  Ffa,  utj  fettimo, U  oitai 
em  Gfol,re,ut,&  naõ  diz  a  regra  dostoQS,que  nenhum  de 
tes  fsnecem  em  Ala,  mi,re,nern  Cíol,  fa,ut;  porque  fe  ha 
dizer,  terceiro  fenece  em  Aia,  im,ref  §c  oitavoem  Cíol, 
ut.?  £  fe  íe  açiiaõ  alguns  tons  ueftes  fignos,  logo  ha  mais $\ 
oito  tons. 

90  Segunda  razaõ:  Bem  certo  he  haverem  a  Mufi^ 
vinte  fignosjdosquaes  o  primeiro  heGamma,ut|  Srouk 
mo  Ela.  Também  hecert®,  que  qualquer  tom  uaõ  foi 
mais  defeuíinil  para  cima,  qd&z  pontos,  para  fermeft 

plu 


das  Explanações.  75 

luíquaro  perfeito:  logo  fettimo  toin,  q  he  dos  oiro  o  mais 
co,  o  mais  que  pôde  íobir  he  a  Bfa.b  mijobre  agudo,&  h> 
16  acima  Cíol  ,  fa-,  Dia,  íol ;  &  "'Ela,  icm  íer virem  na 
lufica,  havendo  (ó  oito  ton? jdonde  fe  vè  cIaro,que  ha  no- 
;no  tom  ,  que  forma  dezena  em  Cfol,  fa  ,  &  onzenc  que 
>rma  dezena  em  tia.  E  fe  me  diílerem  ,  que  eftes  fignog 
õíuperfluos,  negaloheij  porque  aílim  como  principia- 
õ  a  fenecer  os  tons  primeiro  ,  &  fegundo  em  D  foi,re, 
lixando  abaixo  de  Dlolrre,  cinco  pontos,  quatro  para  o 
uthezeraóde  fegundo,&hum  de  licença;&  naõ  deyxàraõ 
ais;  porque  naò  eraó  neceíFarioSi  síTiro  naô  haviaô  de 
>rmaríignos  (uperfíuos. 

9,1  Terceira  razaõ  ;  Em  o  canto  Chão  fe  acha  hum 
vantamento  do  Pfalm.  In  exitu  Ifrael,  que  naó  he  dcs 
to  levantamentos;  &  não  íe  poderá  dizer, que  he  primei- 
>,  como  dizem  alguns ;  porque  primeyto  tom  não  tem 
om  levantamentos  diferentes ;  nem  alguns  dcs  mais^lo- 
nefte  tom  certamente  he  (orados  oito,  &  ha  mais  de  oi- 
>  tons. 

9_z  Quarta,  &  ultima  razaõ.  Temos  em  aMuíicafeis 
ozes ,  &  cada  hum  dos  dous  tons  tem  hua  voz  natural  ap- 
ropriada ;  ao  que  lhe  correíponde  outra  femelhante,  ou 
n  quinta  por  cima,  ou  em  quarta  por  baixo. Primeiro,  êe 
gundo  tom  tem  re,  terceiro,  &  quarto  tem  mi,  quinro,  & 
xto  tem  fa  íettimo,  &  oitavo  tê  foi,  nono,  &  decimo  rem 
,  onzeno,  &  dozeno  tem  ur.  donde  fe  moftra  ferem  os  tõs 
:>ze  ;  porque  as  vozes  fãe  íeis. 

93  SediíTerem,  que eftes  tons,  que  fenaõ  cemprchen- 
cm  nos  oiro,  faõ  irregulares,  he  contra  roda  a  rawao;  per- 
ue tom  irregular  heo  com  quecantaõ  os  que  não  íabtm 
Iufica,qiie  não  tê  regras ;  pelo  que  a. definição  chama  ao 
>m  da  Mufíca  Regula  cantus  regularis,  &c  regra  do  canto 
ígular;  porque  na  Mufica  do  canto  Chão,  &  Órgão  nâcr 
e  canto  irregular.  Alguns  dizem  que  os  tons  irregulares  í.e 
)rmáraõ  por  erro  das  Claves;  poraue  mudanéo  a  chv?  <*& 

Kkfc  Ffa,ut* 


74  Trattadò 

Ffa,  ut,  cm  clive  de  Cfol,  fa,  ut,  fica  o  final,  que  ficava  err 
Dia,  íol,re,  em  /Vla,mi,  reoqualdicto  naõtem  lugar5  por 
que  os  qcresladaffem,  íabendo,que  não  havia  tons  em  Ah 
mi,  re,  naõ  podiáo  fazer  cal  erroj  antes  pelos  finaes  podia 
conheceras  claves.  Pelo  que  melhor  íerá  dizer,  que  os  qu 
treladáraõ  não  podendo  diítinguir  aclave  de  t  fa,  ur,  da  d 
Cfol,  fa,  uc,  porque  peio  final  fendo  clave  ds  Fia  ,  ut  erái 
primeirojou  fegundo,  &  pelo  final  fendo  clave  de  Cfol,f; 
ur,  era  noveno,  &  dezeno,  fanaõ  os  primeiros  novenos,  ti 
os  fegundos  dezenos. 

94  O  certo  hequeos  tons  faô  infinitos, ôc  fòemo  nt 
^r%'?êr  mcro  dozeno,  W*  fignifica  univeríidade  fe  podem  num< 
rfalM.re».  rar:gaoco  Agofiinho  :  Sacramentam  efi  cujufdam  univei 
Bedaff^m  ç  mefmodiz  Venerável  Bcda  :  Duodenariof*& 

ned.Glad.L2,.  numero  fblet  m  fcnpturis  univer fitas  dejtgmri.  Os  uregej 
Ctl'z%         "  nomeaõ  os  tons  deíla  forte  :  Primeiro ,  &  fegundo  Dorí< 
Hypodorio.  Terceiro  &  quarto ;  Phrygio ,  Hypophrygi< 
Quinto  &  fexco:  Lydio,Hypofydio:Smmo,&oitavo:Mi 
xolidio,  Hypooiixolidio:  Noveno  &  dezeno,  jEolio,Hjj 
p.Franc       poíeolio :  Onzeno  &  dezeno  :  Jónico  t  Hypojonico:  Êffl 
Marol.ofufc.  tons  Dono,PhTygio,Lydio» M ixoUdio^EoiioJomcocer 
MAtbem.tr.    eftes  nomes  das  regions  donde  fe  inventarão  ,  &  os  ma 
Mufíratr*-    fe  compõem  de£tes,&da  propofiçáo  Grega  Hypo,que  he 
d**'  mefmo  ,  qwefub ,  ou  fubter  como  traz  António  de  Nebrs 

xa,&  faõ  mais  baixos. Os  primeyros  fymples  fechamaõ  ai( 
thenticos-,&  os  compoftos  da  propofiçaõ  Hypo  fe  chama 
Plagares,  &  nos  Meftres ,  Sc  Difcipulos  entendendo-íe  ít 
M^r.pUlof  peno^es,  inferiores  :  Auãmti  fie  diãi%  quia  aufhrttate 
Lytr.i.c.S.  afcen4mdi majorem  habent ,  eximi  :  Tlagalesficàifti.qu 
niam  magis  quam  priores  defeendunt ,  &  mirins  afeendun, 
Cada  humdeftes  tons  compofto  com  propriedade  tem  d 
veríoserTíytos:  O  primeiro*he  alegre:  O  fegundo  grave  J 
terceiro  irofo:  O  quarto  agradável :  O  quinto  humanativ 
Q  fexto^trifte:  O  íecimoalcivo:0  oitavo  generico:Q  nor 
pacifico :  O  decimo  afpero  s  O  undécimo  force :  O  dezei 

aprafiv 


das  Explanarem.  75 

írafível:  Caffiodoro  aponta  as  propriedades  de  alguns: 
hrius prudente*  largitor  e/i:  Phrygius  pugnas  excitai:  Ly- 
fts intelletium obtujjis acmt ,  &  terreno  dejiderio  gravatts 
'lejtium  appetentiatn  tnducit :  c^Ecoltus  animitempeftates 
anquillat  jomminquejam  placatts  attrtbuit :  Bem  ditíeraõ 
Platónicos  >  que  rendia  todo  o  creado  vaíTalagem  à  Mu- 
:a  i  porque  a  alma  celefte  de  quem  univt  Malmente  todas 
creaturas  recebem  animação  ,  teve  origem  da  Mufica  ; 
(tleftis  anima  qua  univer  fitas  animatur>  originem  fumpfit  ex 
ffífica.  Em  hum  tom  abranda  '.x^ALcolius  animi  tempeftates 
anquillat. O  doutiíTimo  OzorioPortuguez:  Aon  igiturfo. 
m  regi  colenda  Mufica  eft%  ut  animam  à  labore  recreat,  aut 
\tur#  vehementtam  Uniet%  atque  temperei  &c.  Donde  nos 
òftta  tem  a  Mufica  poder  para  abrandar,tem  poder  para 
furecer :  Prigius  pugnas  excitai :  Ovídio. 

Efíent  pugnaces ,  qui  fera  bella  canunt. 
nalroente  tem  infinitos  poderes :  alivia  as  dores,  alegra  a 
ntafia  fufpende  o  animo,  $z  he  à  dilicia  mayor,  que  ha  na 
rra :  a  experiência  o  moftra,  íem  que  o  diííera  Phaleto 
ftes  verfos. 

CMuJíca  turbatas  animas ,  agrumque  dobrem 
Sola  levat  mento  <D'tvumque  homtnumque  võluptas 
Qua  fine  rui  jocundum  animis ,  nec  amabile  quidquam 
%j4d  cujus  números  fuperivertuntur ,  &  orbes. 
..rã  conhecimento  da  formação  dos  tons ,  he  neceíTario 
jer  .queremos  em  o  canto  quatro  eípecies  de  Diapente, 
crés  eípecies  de  Diarhezeraõ. 

As  eípecies  de  Diapente  faõ  as  feguintes. 


CaJJloâ.  Jnpet 

rJ4. 


Cie.  l.Tufc.qq 
Vcldrd.  5. 
Cáft  2  9. 
H1eron.ox.0r. 
de  %fg.  stjfit. 

evtd.  2, 


Hier.Thalei. 
de  latf.Mafr 


m 


a 


■m 


m*r 


g 


^=^ 


Kkkij 


Ât 


7  6  Trattado 

Ás  eípecies  de  Diathezeraõ  íaô  as  que  íe  íeguenh 


m 


u 


Comeftasefpecíes  de  Diapente,  &  Diathezeraõ  fe  fórmíj 
fccc  eípecies  de  Diapazaô  ,  ou  para  melhor  dizer  neftase1 
pecies  fe  dividem  cada  nua  das  fece  eípecies  de  Diapazai 
como  adiante  íe  verá. 

As  eípecies  de  Diapazaô  íaô  asyfeguinr.es, 


Cada  hum  dos  tons"tem  em  o  decurfo  de  foa  cantoria  psj 
íer  perfeito  hum  Diapazaô ,  o  qual  fe  divide  em  hum  D! 
pente,  &  em  hum  Diathezeraõ,  Os  tons  Meftres  dividem; 
lua  oitava  armonicamente  ,  primeiro  Diapente,  &  defp | 
o  Diathezeraõ.  E  os  Diícipulos  dív  idem  a  íua  oitava  A1 
thmeticaraente  ,  primeiro  o  Diathezeraõ,  &  deípoií! 
Diapente.  A  fegundaefpecie  Diapazaô  naõ  tem  rryns  c 
húa divizaõ ,  que  he  Anthmetica,&  a  fexca efpecie  de  D 
pazaõ  naõ  tem  mais  que  huadiviíaõ,  que  hearmonica. 

Primeiro  tom  he  compoilo  da  primeira  _ 
ef  ^cie  de  Diapente  re  ,  la ,  &  da  primeira  ..- 
efpecis  de  Diathezaraõ,  re,  foi,  que  aofbos  j| 
fazsm  a  quarta  eípecie  de  Diapazaô.. 


das  Explana  fés. 
Segundo  tom  he  compofto  da  primey- 
i efpecie  de  Diathezeraó  re,  foi  a  &  da^gg 
rimeyra  de  Díapence  re,  la ,  q  ambos  fa-TT 
em  a  primeyra  efp?cie  de  Diapazaõ.      — 


Terceiro  tom  he  compofto  da  fecunda 
fpecie  de  Diapente  mi,  mi,  &  da  legunda 
fpecie  de  Diathezaraõ,  mi,  la,  que  ambos 
iazem  a  quinta  efpeeie  de  Diapazaõ. 
(  Quarto  tom  he  compofto  da  íegundaef 
jeciede  Diathezaraõ  mi,  la  ,  &  da  feguada  §Hf— j 
le Diapente  mi, mi, que  ambos  fazem  a  fe-Zffjij 
»unda  eípecie  de  Diapazaõ. 

Quinto  tom  he  compofto  da  terceira  ef- 
jecie  de  Diapente  fa ,  fa ,  &  da  terceira  de 
Diathezeraó  ut ,  fa  ,  que  ambos  fazem  a 
\x  xta  eípecie  de  Diapazaõ. 

Sexto  tom  he  com  pofto  da  terceira  eípecie 
r]e  Diathezeraó  ut ,  fa  ,  &  da  terceira  de  Dia- 
pente fa  ,  fa,  que  ambos  fazem  a  terceira  eí-— | 
pecie  de  Diapazaê. 

Settimo  tom  he  compofto  de  quarta  eí- 
pecie de  Diapente  ,  ut,  íól,  &  da  primeira 
de  Diathezeraó  re,  foi ,  que  ambos  fazem  a 
íetima  efpecie  Diapazaõ. 

Oiravo  tom  he  compofto  da  primeyra  eí- 
pecie de  Diathezeraó  re,  íol,  &  da  quarta  de 
Diapente,  ur,  íol,que  ambos  fazem  a  quarta 
fpecie  de  Diapazãn. 

Noveno  tom  he  compcfto  d$  primeira  ef- —Ss*. 

ntere,  la  ,  &  da  íegunda  de  8 — «HS»" 


pecie  de  Diapente  re,  la  ,  õí  aa  ieg~. ...... 

Diathezeraó  mija.  que  ambos  fazem  apri-ppg 
meira  efpecie  de  Diapazâ. 


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feÈS- 


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n   hJr<T  g 


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78  Tratado. 

Decimo  tom  Fie  compofto  da  fegundalj-*1    ■    ^ 
efpecie  de  Diathezerâo  mi,  Ia,&  da  primei- -p|— fljHH^-' 
ra  de  Diapente  re,  la,  queambos  fazem  ap3ij-ZI 
quinta  eípeciede  Diapazâo. 

Duodécimo  tom  heeompoftoda  quar- 
ta efpecie  de  Diathezerâo  ut,  fa ,  &  da  ter- 
ceira d<3  Diapente,urt  fel  que  ambos  fazem 
a  ferima  efpecie  de  Diapazâo. 

Ooudecimo  tom  he  com  podo  da  ter- 
ceira efpecie  de  Diathízeráo  ut,  fa  ,  &  da 
quarta  de  Diapente,  ut,  foi  que  ambos  fa- 
zem afetcima  efpeciede  Diapazâo. 

Asfrguraspretasdenotãooilnafdotom. 
Contraefta  doutrina  me  põem  os  Authores  daopiniãod 
oito  tons  hííaobjeção ,  &  he ,  que  fe  o  30.  6c  10o.  tom  tem 
ambos  a  5a.  efpeciede  Diapazâo  de  Ela,  mi,  a  Ela,  mi,  h 
logoomefmo3°.  &  ioe.  domeímomodo  iej°:he  12o.  ter 
ambos  a  7a.  efpecie  de  Diapazâo  ,  fão  logo  femelhante 
7o.  &  1 2o.  &  afíi  mais,  fe  68.  &  1 1°.  tem  a  3a.efpecie  de  Dia 
pazão,  não  ha  diverfidade  entre  6o.  &  1 1°.  &  por  eíTa  cauíí 
íaõ  efcufados  to0,  n°.  1 20. 

Ao  que  refpondo,diftinguifido,&!)egando  a  confeqcen 
cia,  que  o  Diapazâo  de  3°.  &  i°.  fejaomefmo,  concedo 
porém  as  partes  de  que  fe  compõem  fão, diverfas;  porque 
o  3o.  he  comporto  da  2a.  efpecie  de  Diapente  ,  &  da  2a.  ef  ■' 
peciede  Diathezerão ,  &  o  lo.hecompofto  da  2a.  efpecie  j 
de  Diathezerão,&  da  i\  de  Diapente,  pelo  que  os  Diaper»., 
íes  fã  diveríos ,  por  eíía  eaufa  não  fão  o  mefmo ,  por  ferem 
partes  diverfas.  Ê  o  rnefmo  digo  dos  mais.  De  mais ,  que  a 
mefma  femelhança  de  Diapazâo  fe  acha  em  i°.  &  8o.  tom 
que  ambos  tem  4a.  efpeciede  Diapazâo  ,  &  ninguém  ne 
ga,  que  o  i°.  he  i°.  &  o  8o.  he  8o. 

A  ates  fe  confirma  ferem  os  tons  12.  porque  tendo  em 
Muíícafette  eípecies  de  Diapazâo,  das  quaes  cinco  tem 
<k  as  diviíoeos  Ar m  oaica»  &  AritUmetiça  >  que  fazem  10 
*  toasl 


dâ$  Expl  facões.  j  9 

lns,&  porque  a  2*.efpecie  de  Diapazâo  fó  fe  divide  At  irh- 
eucamence ,  &  a  6a.  elpecie  íó  fe  divide  armomcamente, 
jzenia.quecomos  io.f3o  i2.Prova-íe  mais  não  ter  a  obje- 
\o  fundamento  pelas  mefmas  eípecies;porq  fe  a  ia.eípe<  ie 
sDiapeote,  &  a  2a.  &  as  mais  tem  anuíma  quar  ndade  ; 
brque  razão  terá  o  Diapente quatro  eípecies  diverías,  & 
a  mefmo  mGdo  o  Diathezerão  três  diverías,  &  o  Diapa- 
íofette?  Aoque  refpondo,que  fendo  a  1 a.  &  2a.  típecieo 
reímo  no  tocante  ao  todo,  ião  diverías  no  tccante  às  par- 
js,  de  que  íe  compoem,por  razão  do  femitono,que  humas 
bzeseftà  no  principio,  &  outras  no  meyo,  &  outras  no 
m.  E  porefTa  mefmacauíao  Diathezerão  tem  íó  três  eí- 
scies>por  cer  íó  três  diverías  poíturas  o  femitono.  E  o  Dia- 
entetem  íó  quatro,  por  ter  íó  quatro  pofiuras  diverías  o 
imicono  i  &  pela  mefma  razão  tem  o  Diapazão  íettc  ef- 
ecies.  • 

Tudo  o  que  fe  tem  ditto  ferve  para  canto  chaa,  &  canto 
1  Orgao  juntamente  i  o  queje  Jegue  fâ  pertence  a  canto  de 
\rgao. 
1  ■  •  . 

CANTO     DE     ORGAM. 

Ocanto  de  Órgão chamão  Figurai,  Méfural,&  Mul- 
tiforme.Figural, porque  tem  diverías  figuras,  humas 
e  valem  mais ,  &  outras  menos.  Menfural  ,  porque  etfas 
utas  íe  medem  nuas  com  outras,  ou  com  numero  bina- 
\Ot  ou  ternário:  Multiforme  pela  ccmpcílçáo,  &  arroonia 
s  vozes,  em  proporcionadas  diftancias ;  por  tanto  psra 
itarmosconfuzão  dividiremos  tudo  o  que  pertence  ao 
nco  ds  Órgão  em  três  Explanações. 


EXl 


Tratada 


EXPLANC,  AM     VIII. 

Do  Canto  Figurai* 

■  '  C*%  ^ânto  %grtí  íe  define  aífim:  Cantusfiguratus  efl\  <fi 

mco„d9  %Q£  \J  vanis  confiat  notnlts.  Em  quanto  ao  canto  figurai,  d 
ot.^ar.  l.  as  ^gar  ÍS  ^q  C2nCo  de  Orga6,  havemos  de  faber,que  das  oí 
to  figuras  as  cinco  primeiras:  Máxima  ,  Longa,  Breve,  S< 
mibreve, Mínima,  íaõ  as  maispnncipaes,em  queconfiftei 
os  modos,  tempo ,  &  prolação}  &  por  effa  caufa  humas  (| 
perfeitas ,  Sc  outras  alteraõ  as  três  Seminima.  Colchea,  S< 
mico!ch?a,,ía5  diminutivas ,  &  nellas  naó  pôde  haver  pe 
feição  ,.  on  alteração.  ! 

97  Eftas  oito  figuras,  ouíaofihal  devoz,  quepropnV 
mente  chamaó  figuras  ,  ou  faõ  final  de  filencio  ,  que  pril 

"cApfiadtx  ín  PT * a m&n r e  chamao  pau  ias  das  fi  gu r as: Figura  eflfignu  quoc\ 
!. ? Mdrff.  dam  voeis ,  &  filentiis  reprafentativum  voeis  propter  no ti\ 
fhdof.cap.  r..  rum-,  filentii propter  paufas  notis  equivalentes:  Eftas  figurai! 

&  paufas  na  icem  humas  das  outras :  Ovídio. 
°W,  Ex.  alijs  alias  recipit  natura  figuras-. 

98  A  Máxima  he  híía  figura  quadrada  mais  larga  m 
comprida,  com  plica  à  parte  direita, fubitido,  ou  deícend 
também  (c  ufa  fem  plica  :  Máxima  efi  quadrangular  is  cttjt 
hngitudú  trtplicat  latitudinem  t  filum  quoque  duãumt  v\\ 
furftim ,  vel  deorfum, 

A  longa  he  figura  quadrada,  taô"  larga  ,  cnmocomprid; 
com  plica  fugin do,ou  defeendo:  Longa  e(l figura  quadrai 
qnemaàmodum  máxima  caudata,  fed  longitudmem ,  &  laU 
pudinem aqualis. 

O  Bnve  he  figura  quadrada  fem  plica:  Br.evisnotaiter 
quâdlata  fed  ah f que  cauda. 

CH"mibreve  h\ahua  figura  redonda  fem  plica  \Semibn 
vis  efi  n0tâ;admodum.ovis  formata  nullam  babem  caudaà 


das  Explanações,  g  f 

A  Mínima  também  he  redonda  curo  plica:  Mínima  nnf- 
nodí  ejljigur*  m  corpore  fedfihm  adjccíum  hahet. 

A  ^mínima  he  como  a  Mínima,  porém  he  preta,  & 
[uando  hz  branca  cem  nica  acraveflada  !  Seminima,  qva  nt 
WrniBA  pmgiturjed  vel  appleto  medto  (pátio ,  vel  áopoftto  fr- 
eme unco. 

A  Colchea  ,  he  como  a  Seroinima  prera  cem  huma  riíca 
traveíTada  ou  branca  com  duas :  hi/a  qva  pleno  pngitur 
orpore  ,  ut  femimmajed  cólon  untum  et  iam  addit  no  color  a- 
tf  bmos  adjicit  uncos. 

A  Semicolçhea  he  o  mefmo,  que  a  Colchea,  rendo  mais 
íía  nica:  Semtfufca  ejafdemfpeciet,  duos  queque  habens  tin- 
?st  vel  non  color at&  três  obttnens  uncos. 
i  99  Naõ  faça  duvida  chamarmos  ás  Colcheas  fuzasj 
:as  SemicolcheasfemifuzaSiporqueheomclmoem  rodos 
s  que  fazem  oito  figuras.  Em  algumas  obras  de  Grgaô,  & 
íbeca.íeachaô  fufas  c6  três  rifeas,  &  femifuzas  cõ  quatro, 
ue  íaó  diminutivas  das  noíías  cokheas ,  &  (c micolcheas ; 
orem  os  que  fazem  oito  figuras,  íó  nomeaõ  em  lugar  de 
alchea  fuza  ,  &  em  lugar  de  íemicolchea,  femifuía,  fendo 
uns  nomes  finonimos  dos  outros,  Eiras  figuras  di2em  D. 
edro  Cerone,  Sc  André  Lerence,as  inventou  Joaõ  deMu- 
I  Francês  a  a  no de  1352. 

100  Das  oito  figuras  dittas  as  quatro  Máxima,  Lonpa, 
jreve ,  Semioreve  ,  podem  fer  perfeitas ,  &  fó  eftas  r  ede  m 
r  ligadas.  A  ligadura  ,  cu  he  quadrada  ,  ou  obliqua  ,  cu 
íxta:  ligadura  quadrada  he  quando  dous,  ou  mais  pr  nrrs 
iadrados  fe  ataõ,para  que  entre  todos  íe  metra  fó  húa  61- 
ba  de  letra.  Ligadura  obliqua  he  a  que  chamamos  A!fa% 
pe  faõ  figuras  de  corpo  atraveflado  ,  &  erneída  htmafe 
>rmaõ  duas  vozes  diferentes,  húa  no  piincipio  ,&  cura 
)  fim.  Ligadura  enixta  he  quando  os  quadrados  le  ligiaõ 
)m  as  figuras  obliquas. 

A  ligadura  quadrada, ou  templica,ru  rac;íetfm  plica, 
lhefubiado,  kcutífcíccndoi  tír  rrefmt  Hicdc  alipsdura 

LU  cbli- 


8*  T¥4tt4Í9 

obliqua  i  ou  tem  plica ,  ou  aao  >  k  tem  plka^ou  he  fubii 
do  ,  ou  de  ke  ado o 

Das  figuras  qué  tem  çlicài 

v^Oda  figura  ligada  cora  plk*  à  parte  eíquerda  fubir* 
"do,  ou; quadrada,  ou  obhqua,a  pr  imí  ira,  &  a  íegund 
íao  femibreve$rôc  íe  foré  roais  de  duas,  as  maisfubindo  íal 
breves ,  &  def&éado ,  cambem?  tirando  a  ultima  te  defeer 
que  he  longa. 

Si  ià.-     &  s.      s»  s.      s»  $.  b.      s.s  kk  L 


t 


■+ 


Ioda  afigura  ligada  cora  plica  à  parraefquerdapafaba| 
m,  ou feja quadrada,,  Guobliqua ,  he  breve. 


b.b; 


b.  b« 


Ioda  afigura  ligada  com  plica  á  parte  direita  fubináo,d> 
ieícen do ,  ou  bt  Máxima ,  o  u  be  Longa ,  &  te  GoaheGetai 
pelo  corpo. 

M.  1  li  &■ 


testai. 


[''•fW 


_JL 


IK3 


i 


^4 


das  Explana  foi* 

Das  figuras  que  nao  tem  plica. 


«3 


J\  S  figuras  que  naS  tem  plica,  ou  defcem,  cu  fcbern;íe 
fjL^bem  rodas  íaõ  breves,  ôcíe  defcem  a  primeira,  & 
llrima  faõ longas,  &asdomcyo,  íe  forem  m ais  de  duas, 
aõ  breves. 

kb.b.b.b.  b. 


èm  = 


1.  !. 


l.b.b.L 


E 


i  Sf  principiarem  fubindo  ,  &  acabarem  defeendo,  íó  a  ul- 
ma  he  longa,&  as  mais  íaõ  breves5&  íe  principiarem  def- 
endo ,6c  acabarem  fubindo ,  Jô  a  primeira  he  longa-,  &  as 
ais  breves,  &  íe  principiarem  febindo,  &  deícer  m  ao 
eyo,  6c  acabarem  fobiíido ,  todas  íaõ  breves ;  &  íe  deíce- 
m,  &  tornarem  a  íubir,  &  acabarem  defeendo,  a  pri- 
eyta,  &  ultima  faõ  longas ,  &  as  mais  breves, 
.l.b.b.b.b.  b.b.b.b.1. 


Se  entre  eftas  figuras  quadradas  vier  hum  quadrado  de 
rpo  de  Máxima, eíTe  fera  Max  iro  a,&  em  es  roais  íeguar- 
raôas  regras,  como  parece. 


LNij 


t>.M.i: 


b.M.l. 


Trattafo 
I.M.b. 


l.M.bl. 


ioi  A  figura  fem  plica  obliqua  he  na  primeira  par 
Iongi,&  nafegunia  breve:  As  figuras  oblíquas,  a  que  chi 
ma5  Alfas  fe  nomeaõ, 

Alfa  Mocha,        alfa  Breve.        Alfa  de  Semibreve. 
1.    b.  b.     b.  i    s. 


103  A  ligadura  mixta  he  quando  as  figuras  quadrj 
das  fe  hgaõ  com  as  obliquas  :  as  obliquas  íempre  tem 
mefmo  valor  ,  que  antes  de  ligadasj  as  quadradas  fe  regíj 
nõ  pdas  regras  acima :  defcendo  femprea  Oltima  ,  &  pr 
meira  he  longa,  &  íubindo  fem  plica  para  cima  á  maõ  ú 
qusrla  ou  fem  plica  à  mão  direita,  he  breve,  como  pareci 
I.  b  b.       b;  bl.         L        b.k        b.b;b> 


NeftesVerfos  jeguintes  fe  contem  tudo  o  que  efí a 
Das /em  plica. 

Trima  carem  cauda /it  longa  cadente  Jecttnda* 
Ultima  quadrata  dependem fit  tibi  longa 
Efêowiis  media  brevis,  ex  pio  ftat  fine  cauda 
Vrima  carens  cauda  hrevis  eft  (candente  fecunda" 
Ultim  í  conlcendens  brevi$eft\cmcnmque  ligata. 
ZfiMiqaa  brevis  femper  finalis  habenda. 


dittQè 


Da 


Das  com  plica. 
Efl  quebrtvis  canâam  filava  parte  Ytnntttt 
Semtbuvi*  fertur  íforfnmji  duxmt  tilam 
Una  cum  próxima  (equenti       • 
Máxima  cognofeipotent  rationefgura. 

>as  paufas  das  figuras  r5o  temos  que  dizer,  íenão  que  fuás 
alias  faõ  fixas ,  como  diremos  a  diante. 

104,  Temos  em  a  Mufica  mais  alguns  caracteres  figu- 
ados  na  forma  que  a  Arre  os  aponta,  &  os  repico  para  de- 
larar  o  que  fignifícaõ ,  íaó  por  todos  treze,a  faber : 


1  iguras. 

'auzas. 


*—l — L 


klaves. 


_ 


r 


lina-sto    ■ O"!      Cl 

empo.  ^* -1 


juioei; 


cu 

aldeirao.  0 
fcmo!.      b 

luftenido,  ou  díeíi5.  § 
ffles.     § 

anon.      S 
Repetições.   3E 
Bquadrado.  E) 


auzas 


geraes. 


Lliii; 


Iodos 


86  TtMuí* 

Todas  efe  íinaes  faõ  neceíTarios  em  a  Multei  do  canl 

de  Orgaõ,  para  fe  denotar  o  primor  que  nella  ha* 
As  figuras  denotaõ  a  detença  da  voz. 
As  pauzasa  detença  4o  filencio._ 
As  claves  denotaõ  os  ílgnos* 

Os  finaes  do  tempo  denotaõ  a  perfeição  i  &"  imperfeição 
O  guiaõ  no  íioi  da  regra  denota  afigurai  quecttànaoutíl 

íeguinte. 
O  caldeirão  denota  ciaufulae 
O  Bmol  denota  brandura  ,  abaixando  quatro  cornas  d: 

nacural. 

O  6  quadrado  denota  aíperefa,5e  levantamento  ao  natura 
E  o  íuftenido  faz  o  meímo  cíFeíto ,  levantando  quatr 
comas  do  natural. 
Os  eíles  denotaõ ,  donde  eftaõ  fe  torna  a  principiar. 
As  repetiçaões  dentaõ  repetir  do  principio. 
O  cânon  molha  donde  principia  outra  voz  em  fuga. 
As  pauzas  geraes  moftraó  fazer  pauía ,  ou  detença. 

Tem-fe  ditto  ojque  pertence  ao  canto  figurai ,  diremoj 
o  que  pertence  ao  canto  Menfural. 


E  X  P  L   A  N  A  C,  A  M     IX. 

Vo  Canto  Menfural. 

OCaRto  Menfural  fe  define:  Eftnotularnmpaufarnm\ 
que  valor t  five  tnenjura :  todoefte  íe  governa  por  cõi 
paíío ,  que  em  Latim  he  o  mefmo  que  taâíus  ou  menfura 
Efte  tem  dous  defcanços,  &  dous  movimentos  hum  baixa  i 
do,  o  outro  levantando,  define-fe:  Tatus  efi  continua  nwtiu 
itimenfiira  contenta.  Eíles  com  paííos  fafreemo  infirumen| 
to  da  Menfura;  efta  fe  faz  por  Modo,  Tempo,FroUçaõ.C 
M  >io  naMu(ica,ou  he  Modo  IVíaynr,  que  íe  define: Moâu.\ 
major  efi  longarum  m  maxtmis  /  ou  hc  Modo  ©enor ,  quil 


ias  'Explahtíftsi  §7 

s  define:  lUfaís  tninor  eft  wejttra  ortvitwin  lÕgis.O  Tcm- 
oíe  define :  7empus  eft  winjmajetmbrevívrn  m  bn*véns% 
:o  iJrolaçaó :  Prolatto  eftmmjura  mimmarim  mjtmibrt- 
tbus.  De  medo  que  le  a  Máxima  tem  três  longas  he  mo-  , 
o  mayor  perteitoj  íe  tem  duas , he  modo mayor  imperfei- 
> :  Se  a  longa  tem  tre*  breves,  he  modo  menor  per feito,&: 
itemdous  ,he  modo  menor  imperfeito.  SeoBrevetem 
es  íemíbreves  he  tempo  perfeito j&  fe  tem  dous,he  tempo 
n  perfeito.  Se  o  Semíbreve  tem  três  mínimas,  he  proJaçaõ 
erreica,  íe  tem  duas  ,  he  prolação  imperfeita  :  Hajfecwsfê 
rnano  âeducanlny  ferfeãayft  bwAtw,  iwferfiíla  ài- 

106       Com  o  que  bem  claro  fe  vè ,  que  a  Kíaxima  he 
mdomayori  a  Longa  modo  menor j  o  Breve-tcmpcjoSe- 

íbreve  prolação.  A  perfeyçaõ  cftà  em  ferem  ternárias,  & 
imperfeição  em  ferem  binarias.  Para  mayor  clarefa  de- 
liraremos ,  que  coufa  íeja  numero ,  &  que  feja  numero  bi- 
ario,  &  numeraternario :  Numeras  eft  unitatum  colU-flio*. 
íumero  he  hum  ajuntamento  de  unidades,  donde  clara- 
mente fe  vè,  que  hum,  naõ  he  numero  }  porque  nac  t<m  a- 
intamento  de  unidades: Uniíasmneft  nv.mertis  ifedprw- 
pittm  numeru  Numero  binário  he  ajuntamento  de  duas  M^g»  J&/. 
aidades  %  Numerus  binarias  eft  du  ar  um  unitatumnerMis.  ^V*****®*» 
Jumerc  ternário  he  ajuntamento  de  três  unidades: Numt- 
is  ternárias  trium  nniutum  eft  nescus. 

107  Tendo-fe  efte  conhecimento  r  que  íeja  numero ,  & 
lie  íeja  numero  binário,  &  que  íeja  numero  ternário,  & 
je  feja  coropaíTo,  he  ueceíTario  faber  como  fe  mete  o  com- 
iiíTo  nas  figuras.  Para  o  que  havemos  de  faber ,  quedas 
nco figuras  principaes,  o  breve  he  a  que  fica  no  meyo,, 
feio  que  a  elle  fe  deu  o  Tempo,  que  governa  todas  as  cou- 
S:  Ovídio. 

Ipfaquoqítt  ajfídtte  vofountur  1  cm  foram  olw.  pw& 

feefte  breve  he  o  tempp«  Quando  for  perff  ito,  que  íe  cc- 
Kcerà  por  cite  circulo^  Q  teta  ttes  unidades,  que  íéra& 

três- 


88 


Tratada 


três  c5  patifas ,  de  quando  f^for  imperfeito ,  £|  fe  conl 
ccrá  por  efte  meyo  circulo  ^-*terà  o  ditto  breve  duas  uai< 
des,  que  feraõ  dôus  compaflos.  Advertindo ,  que  quando 
B  eve  he  perfeito,  tom  o  Semíbreve  fó  nua  unidade,  ficai 
do  com  elle  em  tripla  proporção, Scquando  o  Breve  he  iti 
perfeito, também  o  Semibreve  tem  hum  corapaíío,  &  eji 
taô  fieaíendo  a  ame tade  do  ditto  breve  ,  ficando  coro  el 
em  dupla  proporção,  &  aífira  todas  as  mais  figuras  para  c 
ma  do  breve  váo  dobrando  em  creícimento,  &:  parabaul 
4o  Semibreve  também  fe  vaó  diminuindo  por  ametade,ctn 
momoffcfa  aBguraíeguiate ,  a  qual  principiando  debaixo 
peia  Máxima ,  facilmente  íe entenderá, 


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VX-yX'  Vj^í- 


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Sinal  de  tempo  perfeito        Smdde  tempo  imperfeita. 

As  valias  das  figuras  em  os  moios,  &  prolação  fe  conhec 
pelo  dito  tempo i  qj  íej a  perfeito,  ou  imperfeito. 

108  S 


-È 


108  Se  rirmos  o  -Modo  May orafll nado  ] 
i£  fe  aíTmacom  duas  punias ,  que  comáo  qus- 
o  linhas ,  &  três  eípaços ,  ôc  e  Menor  que  ht 
íanameíma  forma,  com  final  de  tempo  im- 
srfeito,  eftatá  nefte  caio  o  tempo,  &  a  prolação  im  per  fei- 
,&  valerá  o  Breve  d©usc6paflbs,&  para  cima  a  longa  do- 
ado, que íaõ  quatro,  ôq  a  Máxima  no  dite  Mc  do  Mayor 
es  vezes  quatro  que  faó  doze  por  ier  perfeita  i  &.  ao  Mo- 
3  Menor  o  Breve  os  meímos  dous  compaíTos,  &  akrga 
es  Breves  ,  por  fer  perfeita  ,  que  fsõ  íeis  cc  mpafles  &  a 
laxima  dobrado;  que  íaõ  doze.  às  ferainimssColcheas,  êc 
micolcheastem  a  mefma  valia,  que  no  tempo  imperfeito 
caodo  fempre  em  proporção  dupla. 

*í 


4_ 
«â 

x 


r 


**< 


mayor. 


#« 


menor: 


tjlfodo. 


Menta 


h 


^o        '  .  -Trattãdo 

A  Pfokç3o,que  he  o  femibreve  tem  por  final  âe  fua  pe 
feição  hum  pontinho  dentro  no  íinai  do  tempo,  oqu 
pontinho  muííra  o  femibreve- fèr  perfeito  tendo  ctes  mui 
mas,  $c  treplica  o  íemibreve  da  valia  ,  que  .dantes  tini 
íem  ponto,  &t«das  as  mais  figuras  a  feureípeito:  pc! 
quea  valia  das  figuras  fe  governa  pelo  tempo,  ou  íeja  pe 
feito, ou  imperfeito,  guardando/ fe  íempee  a  prolação. 

5         »  K    F-   r    K  »  i 


12 


II 


41 
16         i8  VJi^^V^^^^  "  M 


G 


109    Temos  moílrado  as  figuras  perfeitas  nosModoj 
Teaipo>6c  Prolaçaõ,&  aflim  o  valor  de  cada  hua  das  figi 
ras,  a  re.íp útv  das  perfeitas»  Agora  moftrarem os  três  ca u 


das  Explanações.  &x 

as,  por  ò^ficaõetTas  figuras  perfuras,  fendo  iir  perfeitas, 
bnrorme  a  boa  razaô.  Primeira, toda  a  figura  pstkitàjtp. 
>0  preta  fica  im  per  feira-,  porque  lempre  a  mudança  de  htm 
fará  mal  cauía  imperfeições ,  ainda  nos  ^  de  fua  natureza 
^6  perfeitos.  Segunda,  toda  afigura  perfeita  ficará imper- 
eita,  tendoajuntamentoderaenoresantes ,  oudeípoisds 
;,  falvo  as menores  antes,  ©u  defpois  ,  fizerem  ternário  per 
i.  Lumferverfofervtrteris;  o  ajuntamento  de  imperfeitos 
empre  he  prejudicial. A  rerèeyra,&  ultima  cauía  he,  quao- 
o  faz  fiocopa  com  outra  para  fazer  ternário  perfeito^Nef- 
6  calo  parece  virtude  defraudar- fe,porèm  he  imperfeição 
lar  a  outrem  o  que  ha  mifter  para  ri  >  tudo  fe  moltra  nelte 
xemplo. 


2       2  2       11  2       11 


1  ; m. 


z      6       33 

-ff 


"  1 i   I 

)  primeiro  breve  he  imperfeito,  por  fer  preto.  O  fegunde 
te  imperfeito,  porqíe  lhe  urahúa  parte  para  fazer  ternário 
om  o  primeiro  preto.  O  terceiro  tambtm  he  imperfeito  , 
orque  faz  ternário  com  a  ultima  parte  do  fegunde.  O 
[uarto  também  he  imperfeito  ,  per  ter  menor  antes  que  o 
ufca  para  o  ternário.  O  quinto  he  imperfeito,  por  tei  me- 
or  defpois  com  divifaõ,0  /exro  he  perfeito,ainda  que  te- 
ha  menor,  porque  íaõ  três  ít-mibreves.que  fazem  nrrrero 
srnarioíeguindo  femayor.O  fettimo  também  heperfeitCi 
orque  tem  ternário  diante  ,  que  ião  de  ys  íemibreves ,  &  o 

Wmm  ij  fegun- 


£*  Tratadè   A 

fegunde  altera,  fcguinda-fe  mayor  j  porém  tendo  divrifâfi 
ficará  imperfeita  A  longa  contem  d ous  breves  perfeitos 
por  ter  figura  perfeita  defpois.  O  oitavo  breve  he  perfeito 
por  ter  defpois  de  fi  iemelhar.ee.  O  ultimo  he  perfeito,pa 

íer  final.  .   r  • 

i  io  Suppofto  o  que  eftá  ditío»  he  acceflario  faber ,  qm 
remos  em  a  Muíica  cinco  pontinhos ,  tôra  o  pontinho  d< 
ProlaçSo,que  denota  dentro  do  tempo  a  prolação  perfeita 
Eftes  pontos  íaô  pontos  de  Augmcntaçaó,  Perfeyçaó.  Re 
ducçâo,  Diviíâo,  &  Alteração. 

Opontode  AugmeBtação  fe  aífina  diante  qualquer  fíí 
gura  ,  tirando  a  perfey ta,  &  lheaugmentaametade»  ài 
que  dia  valia.  . 

*  O  ponto  de  Perfeyção  aífina  diante  da  figura  perreyta 
a  prefervar  a  que  não  íeja  imperfeita,  por  ter  figura  mena 
defpois  de  fi. 

O  ponto  de  RedocçSo  fe  aífina  em  cima  dobrere,&  « 
pé  da  longa, ou  maxinia,qua;tfdoa  prolação  he  perfeyto,& 
ao  pé  da  longa,  oumaxima,apndoo  tempo  heperteyto 
&  fó  na  máxima,  quando  o1P5o  menor  he  perfeyto.  N< 
modo  mayor  não  he  neceflfario  ponto  de  reducção.  klf 
ponto  reduz  hãa  parte  do  ternário  à  figura  em  que  efta ,  i 
qual  parte  lhe  faltava  j  por  figura  menor,  que  a  per feyta;  j 

O  ponto  áf.  Dí^iíaô  fe  aífina  entre  duas  menores  >  eftaaw 
danomeyodeditismayores.Efte  pontodevideaprimeii 
menor  para  a  orimeira  mayor,&  aíegunda  menor  para  a  fe 
gunda  mayor:  parqvwfem  devifaõ,  a  primeira  mayor  er; 
perfeita  |  &  a  f  egunda  menor  altera va,  como  temos  dittov 

O  ponto  de  Alteração  íe  aífina,  quando  três  menores  eíj 
t&o  no  meyodeduas  mayores ,  &  também  as  menores  pai 
dem  íer  íeis  porque  he  ternário  ,  br  pondo  fe  na  primeitfjj 
menor,  akéraa  «ltieu ,  que  he  valer  dobrado.  As  mayorfljJ 
Mo  as-  perfeitas,  ainda  que  eítejão  imperfeitas,porter  figq 
ra  menor,St  as  menores,  as  que  logo  fe  lhe  feguem. 

s  1 1  Efes.  cinco  pontos  reduzem  alguns,  doutos-  a  tr 


das  Explanações. ;•  93 

izendo,  que  o  de  perfeição,  &  reducção  fee  o  ròeíma  &  té 
aftanre  probabilidade  •,  porque  a  figura  mayor  que  a  pre- 
;ita  ,  íe  deve  medir  íenipre  pela  perfeita,  &  por  eífa  caufa 
uandoa  prolação  he  perfeita,  o  breve,  longa,  &  maximay 
lõperfeitas;  porque  contém  em  f\  femibreves,  quehea 
rolaçaô.  Suppofto  naõ  íaõ  perfeitas  per  fi  q  não  ttm  três 
asíuas  menores*  Ião  perfeitas  por  outrem,  que  contem  era 
,queheofemibreve  E  a  rafãohe  ,  porque  afigura  imper- 
pita  não  pôde  receber  mais  imperfeição ,  &  eftas  figuras 
scebê  imperfeição  por  minimas  antes,  ou  defpoisna  mef- 

Í a  conformidade,  que  a  recebe  a  perfeita,  logo  faõ  perféi- 
s  pela  prolação  perfeita,que  contém  em  fi  Suppolto  ifto, 
ponto  de  reducção  não  faz  íeu  effeito,fenão  sò  na  ultima 
Igura  das  perfeitas ,  que  em  íl  contém ,  logo  he  peuio  de 
ier  feição. 

I  112  Dizem  também  que  o  ponto  de  Divizão,  &  Alre- 
açãohe  o  mefmo ;  &  a  ra2ãohe  ;  porque  o  ponto  de  Alre- 
pção  não  altera  a  figura  em  que  íe  põt  m  ,  íe  não  a  figura , 
iue  nçceífario  ha  de  alterar  para  comprimeto  de  ternário, 
íqual  figura  íem  ponto  ,  fendo  neecífario  *  altera,  logo 
tauelle  ponto  não  faz  officiode  alterar,  mas  divide  a  pri- 
peira  menor  para  a  primeira  mayor,  &  por  caufa  dtfta  di- 
izão  he  neceílario  alterar  a  terceyra  ,  para  fazer  ternária 
om  a  fegunda. 

Exemplo. 


em  íe  vè,  que  o  primeiro  femibreve  he  pereiro ,  porque 
íetn  três  mínimas  que  fazem  ternário  perfeito  :  E  o  fegun- 

0  fem ibreve  he  imperfeito,  ainda  que  tenha  três  minimas 
liante  ;  porque  o  ponto  qefrá  defpoisna  primeira  mini* 

McDíaiij  '«na 


9í  .      .  ••  Tratada 

madiviJeeíTa  mínima  paraodittofemibrevel&  porquef 
cioso  duas  mínimas  para  outro  ternário,  altèraa  ultiro 
como  fuccede,  qnaadofe  ajuntão  duas  mínimas,  ainda  qi, 
mo  haja  pontoa  pelo  q  parece ,  que  o  ponto  não  he  de  a 
teraçlo ,  fenâo  de  Divizão. 

n$  Franciíco  de  Tovar,  não  fomente  diz  que  o  ponr 
dí  Alteração  nâo  hefenão  de  Divizáo  mas  afTirma,que 
mncJe  nv.  áe  perfeição  nãp  he  de  perfeição,  fenão  de  divizáo;  &  a  ri 
U.w/.ii.  zâo  he,porque  a  figura  perfeita  não  pode  fer  mais  perfciti 
&  fendo  imperteita,hâO  pode  receber  íenão  augroentaçãc 
ôcaílim  o  ponto,que  fe  allima  defpoisda  figura  perfeita  dj 
vide  as^menores  a  húa  parte;  &  a  mayor  a  outra  ;  com  qu 
ficando  dividida  a  mayor  das  menores,  na  ô  fica  im per fei< 

Exemplo. 
2     i   1      ii       3  3       3    ^     ii     12   3 


Muito  d©  q  íe  tem  dito  do  Caro  mentora],  o  ufo  tem  derrql 
gada.Os  modos  já  não  ha  quem  puíla  catar  húaMaxima,aj 
longa  imperfeita,quãto  mais  perfeita,-  porqa  voz  humai  j 
cada  vez  íe  debilita  mais.  Da  perfeição  do  tépo  tambe"  p<  i 
11  sò  ha  poueo  uzo,  por  ler  muíica  muito  vagarofa-,  porè 
uza-fecom  proporção  diante  do  final  do  tempo  afli  ST 
ponco  uzada  ,  ou  aílun    «7  '   3  que  íe  uza,  a  que  Ç) 
chamão  proporção  ma    (j)   2  yor  tf 

1 14  A  perfeição  da  prolação  também  íe  uzacom  ni^ 
rneros  diante  do  tempo  de  meyocircnlo^"^  3  ou  aílid 
3  poucouzada,  aquechamãoprof  •  1  porç5j 
i  menor  •  neflas  proporções  as^-^  íéminimaj 
colcheas,&  femicolcheas,  ordinariamente  ÍSo  brai 
cas ,  na  forma  que  atraz  fe  difíe  :  as  vahas^neftas  propo: 
ções  íeõ  as  feguintes. 

Neft 


4$ 

I 

I 

12. 

I 


ííVíj  trxftfwcçrens. 


95 


I 

II 
1 

«*- <• 
I 


G,f 


eftas  proporções  pode  haver  es  dirrcs  cinco  pcntos,  po- 
\m  uzamos  sò  deites  tres^a  laber  ponto  deAtigmentação, 
e  Perfeição,  de  Redução.O  ponto  de  divizáoefcuíamcs, 

izendo  tíivizão  denota  negra  affim. 


rzx^-^ 


rr 


1  ponto  de  Alteração  tsmbem  he  efcuíado^  porque  quaa- 
oquizermos  hua  mínima  alterada,  fazenda  a  ícmíbave, 
s  o  me  (mo ,  como  U  vè. 

E 


Tratado 


E  qutndo  qaiusrmos  íemibreve  alterado ,  fazeado-o  br* 
v#íica  com  a  meíma  valia. 


i  if  Poderá  fer  por  erro  dos  que  trasladão  não  íe  faze 
a  divizlo  da  nota  negra}  aíTttn  <5  íuppofto  íe  não  faça*,  nâ< 
faremos  a  primeira  mayor  perfeita ,  nem  alteração  na  ulti 
ma  menor  -,  mas  íempre  que  virmos  menor  diante ,  a  figurj 
pgrfeitajficará  imperfeita, falvo  tiver  ponto  de  perfeição.}! 
o  mefaio  dizemos  da  Proporção  mayor  tjueíuppoftonãY 
tenha  o  tempo  fechado,farefnos  o  breve  perfeito  £  na  pro 
porção  menor ,  íuppofto  lhe  falte  o  ponto  dentro  do  tem 
po,  também  faremos  o  íemibreve  preíeitoj  porque  muita 
vezes  por  defcuido  dos  que  traslada©  íeachâo  eflas  faltas 
ad  vertindo.que  íe  for  muíica  de  lmprefsão}  não  avemos  d 
fazer  eftas  íuppoílçoês-,  porque  o  Author,  que  manda  i 
primir,  quer  que  íe  cante,  como  eile o  aílina  :  <&omeíi 
dizemos  do  traslado  de  homens  doutosj  aílim  como  qua 
do  lemos  hum  eícricocom  muitas  faltas  as  relevamos^ 
quarjdo  he  eícritnra  de  Imprefsão  a  calumniamos. 

1 1 6  Deitas  faltas  fe  veyo  a  dizer ,  que  ero  qualquer  ter' 
nario  mayor  he  o  breve  perfeito^Sc  menor  o  femibreve  pet 
feito  por  uzo  ,  íendo  que  o  uzo ,  que  não  he  recebido  do 
douto? ,  não  faz  ley  ,  |doqual  diz  Santo  Agoftinho,  que 
uzo  illicito  he  abufo  :  Ujtts  illiatus  abufus  dicitur. 

Defte  abuío  nafceo,  cuidarem  alguns,  que  Prolaçãc 
Proporção,&  Ternario.he  o  meímo,íendo  que  não  tem  a 
gíuíemelhança;  porque  Prolação  he  o  Pontinho  dentn 


das  Explanarem.  07 

!o  Tempo :  Porporçaõ  faôdcus  números  diante  do  tem. 
>o:  Ternário  hchd  três  de  ajgariímo  diante  de  qualquer  fi- 
lai de  Tempo.  A  prolação  faz  o  femibreveperfeitCi&  naõ 
iode  haver  proporção  mayor ,  que  fsça  o  Brt  ve  per  feito , 
ilvo  for  pelo  tempo  fechado.  Proporção,  &  Ta  nano  per 
i  naô  faz  figura  perfeita.  E  íuppofto  diga  Santo  A^cfti- 
ho,  que  todo  o  ternário  he  perfeito,  naõ  contradiz  ao  que 
izemos:  porque  o  ternário  naõ  íe  acha  em  alguma  figura, 
ue  (e  íe  achara  fora  perfeito  ;  chamar-fe  terna!  io,  he  por- 
ue  vaõ  três  partes  ao  compaíTo ,  &  naõ  porque  alguma  fi- 
ura  tenha  três  das  fuás  menores. 

117  Advirta-íe  mais,qoe  no  Canto  Menfuraí  ha  muita 
iverfidade  de  proporções  das  quaes  ncfte  breve  compen- 
10  íe  naõ  pode  tratar }  porém  faibaõ,  que  fempre  dos  deus 
umeres,  o  decima  mcftra  as  figuras ,  que  de  prefente  vaò" 
p  compaíTo ,  &  feraõ  daquellas ,  que  mcftra  o  numero  de- 
1  íxo  ,  que  dances  hiaõ. 

Exemplo. 

Io  primeiro  vaõ  quatro  mínimas  ao  compaíTo,  perque  da- 
te, como  moftra  o  numero  debaixo  ,  hiaõ  duas.  No  íegun- 
p  vaõ  três  minfmas  aocompaflb,porque  dantes  hiaõ  duas, 
pmo  moftra  o  numero  debaixo-,  E  no  terceiro  vaõ  circo 
íinimas  :  E  no  quarto  exemplo  vaõ  féis  mínimas  ao  com- 
|aflbj  porque  dantes,  como  mcftra  o  numero  debaixo, 
iaõ  duas, 

118  Por  fim  do  Canto  Menfural  íe  advirta  ,  querrui- 
is  vezes  íe  pode  achar  hum  ternário  mayor,  cu  nurerfem 
umeres  ,  que  o  declarem  ;  &  he  quando  fe  achartm  zs  fi- 
uras,que  de  fua  natureza  faõ  brãcas.de  nc  ta  negra,  ao  qu-e 
hamaõ  Himioliaj  fe  vaõ  três  fenubreveí,  Hiroiolja  mayor; 

Nnn  U 


0  Tratado 

Íq  vai  três  mínimas  pretas,  Himio!  ia  menor  j  quando  as  6« 
gurâs  de  nota  negra  faó  breves,  8c  íemibreves,  enraô  he  ma- 
yor,8í  quaruio  faõíemibeves,  &  minimas»entaú  he  menor, 
6c  logo  que  pararem  as  figuras  de  nota  negra ,  para  a  Hi- 
miolia. 

Exemplo. 

De  Hemiolia  Miyor.  - 


Exemplo. 
De  Himiol  ia  Menor, 


A  Himiolia  mayor chamaô  alguns  Doutos,  HimioliaTem 
poris,  &  a  menor  Himiolia  Prolationisj  do  meímo  gener<| 
íaõ  quaeíquer  figuras  denota  negra  em  números  binários 
porque  fendo  pretas  paíTaõ  a  ternarias,&  naô  he  bem  fe  dí1 
ga,  que  hum  íemibreve  preto  hfjas  vezes  vai  duas minimái 
como  íe  vè  em  qualquer  ternário,  &  outras  húa  minima  cj 
pontinho  j  &  outras  fó  huma  minima ,  como  alguns  qu< 
tem  neftes  exemplos. 

isfjiH  vA  duas  mmimas.     [^qui  querem  valha  minima  yAqut estere 'vd&w 

com  pontinho.  fó  hua  mtmma,  j 

I 


Sè^ 


O  que  na5  parece  fer  conforme  com  a  razaõ  ,  porque  ro^ 
as  figuras  tem  hik  valia  própria,  comforme  o  Modo,  Ten- 
■po,  é*  f  fOÍaçaõ,6c  ofer  preta^naô  lhe  faz  mais,  que  fazei! 4 

impe! 


das  Explanaçoef.  o  | 

^perfeitas  por  mutaçio  de  cor,6iás  vezes  íe  fazeffi  por  di- 
fidir  o  flernario,& evitar  alterações;  &  p0rqfe  fazem  pre- 
ás por  dividir  o  ternário»  todas  as  vezes, q  íe  achãc  pr eras, 
endo  em  numer, binário,  aonde  não  ha  perfeição,  fica  íé- 
lo  de  ternário,  ouHimiolâ;  &  íe  não  digão-me,  fe  Ra  mef- 
aã  occafiâo  ,  que  o  íemibreve  vai  huaíô  mimma,  o  breve 
ntccedencc  vai  trres,ficando  o  ditto  breve  tendo  três  femi- 
reves  pretos,he  logo  o  breve  nefta  occafiâo  figura  perfei- 
i;  porq  tem  três  de  íuas  menores?  Digo  mais;&  não  íôme- 
2  he  figura  perfeita  como  as  mais,  fenlo  com  húa  fingula- 
idade,que  não  tem  algúa  das  figuras  verdadeirarrête  per- 
eira; porque  as  figuras  perfeitas,por  mutação  de  cor  ficão 
mperfeitas;  &  efta  não.  Mais,  as  figuras  perfeitas, por  me- 
iordiance  íe  fazê  imperfeitas ,  &  efte  breve  preto  tem  três 
pmibreves  pretos,por  ter  diãte de  li  hQj&  íe  me dizê|q  não 
era  três  femíbreves ,  hão  de  confefiar ,  que  ou  a  primeira 
[uadrada  não  he  breve }  ou  a  fegunda  ovada  não  he  femi- 
ireve;  porque  íe  o  forem,  hão  íe  de  proporcionar  em  o  ge- 
lero  multiples,  como  ião  proporcionadas  todas  as  figuias. 
Im  quanto  ao  femíbreva  preto  que  dizem  valer  húa  mini- 
Wcom  hum  pontinho,  que  heomefmo,  que  três  femini- 
nas, he  outro  erro  malfeito*  porque  íe  o  íemibr eve  te  três 
eminimas,  o  breve  ha  de  ter  íeis,  &  porque  três,  &  fc  is  faõ 
love,  &  fó  oiro  vão  em  douscompaíTos  ,  quehe  omeímo 
ralor  que  dão  ao  ditto  breve, &  íemibreve.fica  húa  demais, 
>que  tudo  íerè  claramente  fer  falío  íem  nenhum  funáa- 
nento,&  fòfe  ha  dedizer,  que  as  figuras  pretas  ião  terna- 
ias,asquaes  fe  hãode  cantar  em  com paíTinho  ,  áe  tresmi- 
limas  ao  core  palio,  &em  cõpaíTo  largo,  de  tresíemíbreves 
o  compaíTo ,  fazendo  ao  breve  íempre  dous  íemibrêvesjSc 
10  femibreve  duas  mínimas,  fcV  a  figura  rtdond  a  cem  plica 
jue  vier  com  íemibreve  preto,  he  minina  preta,  &  não  íe- 
ninima;6c  não  importa  que  fe  faça  o  compaíTo  dear  terna* 
10 ;  porque  as  mais  vozes  cantão  binaria.*,  ficando  hvmas 
:om  qutrssem  fexquiakera  prcprrção  ,  &  por  iffo  íe  faz  o 
Com  pado  igual.      '  *    Nnoij  Quan- 


ioo  frattado 

Quando  fe acha  hum  j    de  algarifmo  fobre  as  figuras! 
quer  dizer,qus  três  figuras  fazem  a  quantidade,  quedantel 
faziaõduas,  &  por  eíla  caufa  lhe  chamaõ  íexquialitcra 
como  parece. 

3 


Temos  ditto  da  íegunda  divifaõ  do  Canto  de  Orgaõ,  quli 
lie  Menfural  i  da  terceira ,  que  he  Multiforme  utilifiim} 
para  a  compoftura,  feja. 


EjXPLANAC,AM     UJL  T  1  M  A? 
Do  Canto  Multiforme, 


Canto  Multiforme ,  qúe  he  a  ref peito  das  confoaanv 
cias,  &  dififonancias,  que  ha  era  o  contraponto,  &  c8  *| 
poítura,  íe  define.- Eft  numerus  ex  diverfitate  cífonmtiartw 
eonftitntiiS.  E  aflim  todas  as  vezes  ,  que  huaou  mars  voze 
forem  diffsrenres  em  grave,  &  agudo,  he  canto  Multifor  j 
me,  Sc  por  eflfa  caufa  chamaõ  ao  Canto  Chaõ,canto  unifor 
me;  porque  nel!eduas,ou  mais  vozes  vão  fempre  unidas,! 
fem  entre  e!  las  haver  grave ,  &  agudo;  Efte  canto  Mnltij 
forme  tem  feu  principio  em  unifonur,  que  nelle  heo  mef  I 
mo,  que  na  Arithmetica  unus,  &  na  Geometria,  punBus-,  6fl 
aílloi  como  ponto  naõ  he  mer>íura,&  r-.naõ  he  numero, ma  I 
principio  delia  :  Si  utunnseft  numerus  %  fed principium  nnr 
mm-,  itaunifonusnm  eft  confonantia  fed  principium  confo  \ 
naniite.  Pelo  que  no  canto  Multiforme  íò  temos  confonan*  1 
cias  que  íaòasdiíhncias  degrade  agudo  ,  que  íoaõ^  bem  i 


ddt.Êxplinâdts.  lei 

l  diíTonan£ÍâS,que  faò  as  diftancias  de  grave,  a  agudc,que 
oão  mal.  Elias  ecníonancias,  &  difíbnancias  fe  ccnhectm 
relos  íentidos,  èi  razaõ;&  não  baila,  ccmo  alguns  euidão, 
jue  o  fentido  fó  julgue;porqu*  fó  pôde  errar,  &  junto  cem 

razão  não  pôde  ler  enganado  :  daqui  nafet  que  muitos 

ulgão  o  bom  por  máo  ,  &  pelo  contrario  o  mào  por  bom, 

>orque  julgão  conforme  fentem ,  &  não  tem  razão  no  que 

uígão. 

1 20    Ptolomeo  diz,que  o  fentido  jtiíga  da  matéria ;  ôc 

afTeição,  &  a  razaõ  julga  da  forma,  &  cauíaj  do  que  íe  co- 
heque  aílim  como  a  forma  aperfeiçoa  a  matéria  aflim  o 
uizo  racional  aperfeiçoa;  o  fenfitivo*  o  fentido  recebe  o  q 
e  lheorTereee;pòrem  a  razaõ  dà  inteira  fatisfaçaõ.Pelo  cõ- 
rario  a  razaõ  recebe  o  q  lhe  a  ppreíenta  o  fentido ,  &  perfi 
nefma  acha  a  inteyreza  do  que  julga:de  modo,quc  na  mu- 
ica,o  que  o  fentido  julga  nos  fons,a  razão  prova  em  nume- 
osj  do  que  fe  infere,  que  nem  o  íom,  nem  o  numero  per  íi 
iõ  o  fugeito  da  mufica,  porém,  hum,  &  outro  couftituhem 
)  fugeito ,  qu  chamão  Numero  fonoro ,  que  fe  define  :  Efi 
•umerus  partiam  corporis finori ,  qticd  raticnedifcretiacci~ 
tens,  &  per  números  m  partes  divifum,  iucit  nos  tncognitio- 
tem  quantitatis ,  tamfoni  ab  to  produBi ,  qnam  diverfcrttm 
pnorum  ex  fartibus  iffius  cum  eot&  inter  fe  comparatis  fro- 
unientinm.  Deita  den"niçãa,confta  que  o  numero  fonoro  íe 
kha  em  a  proporção ,  ou  proporções  ,qc©m  de  (igualdade 
B  acha  em  o  corpo  fonoro ;  corpo  fonoro  fe  chama  o  efpa- 
[o  i  que  ha  entre  duas,  ou  mais  vozes  ,  q  bem  foão ,  5c  em 
lúalquer  inftrumenro ,  que  tem  ponto ,  contraponto ,  cu 
pm  contra  fom  armonicamentecompofío  Suppoflo  odit- 
b,  he  neceíFario  para  virmos  e©  conhecimento  dos  nume* 
os  íonoros ,  trattarmos  das  proporções;  pelo  qee; 
I  X2i  Proporção  hehua  comparação  entre  duas  quanti- 
dades de  hurna  mefma  efpecie,  como  de  numero  a  numero, 
tu  de  linha  a  Ywhs-.Proportiô  tft  duarvm  quanliutttm  hâbi- 
«fito;  eftá  o»  igualou deíigual.  A  igual  he  de  hum  numero 

Nnniij,  acutro 


ids  I  Trattado 

aoatrofeufemelhante,  como  dei.  ai.  ou  de  2,  a  2.  &c.  í 
deíigual  íediviJeem  de  mayor  deligualdade,quehcquan 
do  a  quantidade  mayor  íe  campara  a  menor,  como  de  3. 
2.  5c c.  &  em  dá  menor  defiguaida  de ,  que  he  quando  o  nu 
mero  menor  íe  compara  ao  uiayor,  como  de  2.  a  3. 

122     A  proporção  igual  não  ferve  na  muíica ,  porqu 
nellasò  íe  acha  a  deíigual  ,  &  por  efla  caufa  íó  delia  trate* 
remos.  A  propocção  deíigual  tem  cinco  géneros,  queían 

M  jltipleXíSuperparcicularis.Superpartiens,  Muitiplex  íu 
perpartíçnlatís.  Multiplex  íuperpartieasi  os  psimeiros  tr< 
iam  fimples  ,  &  os  dous  uiaraus  iam  compoftos  dos  pr 
roeiros. 

123  O  primeiro  género,  qhe  Multiplex  fc  chama,  aílí. 
porque  o  nn  neru  uuyor  de  qualquer  de  fuás  eípecies  coniij 
tèm  o  menor  duas,ou  mais  vexes  íem  foòejar  nads.àe  o  mil 
yor  contém  o  menor  duas  vezes  íe  chama  dupla  ,  como  dl  1 
z.  a  1.  íe  o  mayor  contém  o  menor  três  vezes  íe  chama  tri« 
pia,  íe  quatro  quadrupla, êíaífím  mais, como  parece. 


IPròporçoens  de  género  Multiplex. 


Duj>UA  Tripla     \QuA-dru-    QutntupUlsextupU.  j       Setru-  .    oftir, 

í  l  .  .tf*.  1         .  1  pU.  I        ?U.; 

8a.   |  iia.    I    -5a.    \i7\my.\    ,9.    rffldi*  i22a# 

.  ■  ■■,  hantavel.  \ 


*M  Oílgundo  género heSuperparticularis,&hequáj 
do  o  numero  mayor  contem  o  menor  húa  íò  vez  ,  &  mai 
húi  íò  parte  ;&fe  a  parte  hemeyo,  íe  chama  fexquiaUeru 
&  fehum  ferço  íexquiteria  ,  &  ie  hum  quaito  íexquiquat, 
ta ,  &fe  hum  quinto,  fex.juiquinta,&  aflim  nas  mais  cogsi 
parece. 

jfVi 


âds  Explanares. 


Tropotçôes  género  òuperpartuularis. 


5       l 


l 


4  15  I  -6        i     7        l 

1       3    '  1     4  1     <        16       1        7       1 * 

v^wí  1    Sexqus  j    sex^m-  |  Sexfu-    I  Jfx^»/-  |  Sefyui-   j    Jíx^i 

■era.        terchi.        quarta,       quinta.         fexta.  Jettima.        cuBíívu+ 

cantava,      cantavel.  *    mty0** 

125  O  rerceyro  género  he  Superpartiens,  &  hc  quando 
numero  mayor  contém  o  menor  hwma  vez,  &  mais  duas, 
j  mais  parces:  Sc  as  partes  faõ  duas,  fe  chama  Superbipar- 
ens  ,  &  íeeftas  duas  partes  faõ  terços  ,  ir  diz  ,  Supeibi- 
artiens  tertias :  E  íc  faõ  quintas  Superbipartiens  quintas  :■ 

fe  as  partes  faõ  três  ,  fe  diz .:  Supertripartiens  >  &  íe  eiras 
es  partes  íão  quartos ,  íe  diz  Supertripartiens  quartasj  & 
flim  nas  mais,  como  parece. 

Torporçoens  do  género  òupetpa)  item. 


5 

uperbi 
irtiens 
rttas. 


I     7     I     9 

l     5      I     7 


1     7      i     8      i   io     i     9     i     ti 

1     4      ]     I      I    7      1      5      1      7 


fuperht  fuperhi- 
parties  fártiens 
quintas,  ftttimas. 


fupertri  \fupertri  uffirtrí  \juftr-      fvjer- 
* artÍ€its\pnftiélk  \farturs\qvadrt-   qxu^n- 
quartas)  quintas.  \Jettin.as.i  ftrtiensl  jorin  ns. 
1  étimos,  ft umas. 


ftdfá  in-  \fdfo,  in- 
cantavel.   cautavel. 


tf.men. 


I  2.  Um.  i 


1 26  O  quarro  género ,  que  he  M-u^tiplf  x  fupcrpartieu- 
aris  he  compcíto  do  primeiro  ,  &  íegundo  ,  he  Guardo  o 
luroero  mayor  contém  o  menor  duas  ou  maisvrz<s  ,  & 
■naisalgíía  f>arte:S?  o  contém  duas  vezes, &  mrya/e  churra 
pelas  duas  vezes  Dupla  ;  cV  pelo  mevo  f  xquialtera  ;tudo 
unto  Dupla  fexquiaUeri  ;S*  o  contém  três  vezes,  &  m^ya 
ITriplafexquialtera;  fe  contèas  o  menor  duas  vezes,  &  hum 

terço, 


-    ; 


ío4  v  Tràtuâè 

terço,  Duplafexquiterria,  &  aílifli  nas  mais,*  como  pi 

tece. 


Torrões  dogemroMultiplex  /uperpartkularis. 


i 


9 
i 


Dupla-  I  Tripla-    i  Quadru- 
fexfii- 1  fexaui.  Iplajex- 
Alter*.  J  altera.    I  quialter. 
IO»,     ifalfam-  i     iòa. 
rnxyor.  J  £rf#f  tvd.    mayor. 


17 


IO 

3 


13 

3 


c  amável. 


Dupla-  Tripla- 
jexqm-  Jexqni- 
tereis       tereid. 


Quadrui 

pUjex- 
quiterc. 


127  O  quinto  ,  &  ultimo  género  he  raultipkxíuper, 
pamens  ,eompofto  do  primeyro,  &  terceyro  ;  he  quandí 
o  numero  mayor  contém  o  menor  duas  ,  ou  mais  vezes  i 
duas,  ou  mais  partes  do  ditto  numero  menor  ,  aflim  comi 
de  a.  a  3.  pelo  oito  conter  3.  duas  vezes ,  fe  diz  Dupla  & 
porque  íobejão  duas  partes  fe  diz  Superbipartiens  &r  pórí 
as  duas  partes  íaôtcrçoi,íe  diz  terçúsi&rudo  junto, Dupla' 
!uperbiparnenftcrcias,&  fe  obtiver  três  vezes,&  maisdui 
as  partes,q  fej5o  térços,íe  diràTripla  fuperbipàrtiensterciíí 
as  &  íe  o  cótiver  quatro  vezes,íe  dirá  Quadrupla,ajUntan 
dolhe  as  partes  que  forem  &  affim  nas  roais ,  como  parecà 


Proporções  do  género  Mutiplex  /uperpartiem. 


11 

3 


l 


11 


Dupla-  i  Tripla- 
fuperbi-\fuperhi 
fartiens\  paniens 


<2H«dru-    I  Dupla 
plafetper-  yfupertri- 
vipartiens  partem 


I  J5      t 
J;  4     l 


12 


1 


temas, \  temas,  \  ter  cias.      1  quarea 


Tripla  _  j  J9w^      i/?*^     /  7}>r 

partiens     partiens    quadri-    qua( 
quintas.  Uartiens   partiei 
quintas,   quinta 


j  quaras* 


I  K    Ifalfa  w-  \f4ja  m-  Wfil^fpU  w-  |  ,  oa.       \MnT\falU 
ffrfen.lcanuve! datável.  \  cataveLvcíuvel] vemer.  \cantavel\cann 

Ttm 


Quando  éfltverm  dous  números  juntos,  hum  debaixo  doou. 
tio  ,  entte  Unhas ,  o  debaixo  pertence  ao  de  ema. 

ízS  Temostíatcadodoscincogenerosde  Proporções 
defiguaes  de  mayor  deíigualdade  :  falta  dizer  das  pre  per- 
pões  de  menor  dthguaidade,as  quaes  tem  os  meímcs  cinco 
generos.com  as  nu  imas  cfpecks  ,  &  íó  f e  lhe  acersícenta  a 
propofiçao^;  afiiro  como  íe  comparamos  o  mayor  ao 
menor  nefta  proporção  j  2  X  he  Dupla,  Si  íe  corr  paramos  o 
menor  ao  mayor,pondol  1  lo  menor  por  cima,  &  o  mavor 

porbaixoinCcdjz.fubdapla.&affimfecoiíiparamcsísr 
fiefexqui  li  Ulcera,  òf  fei  2  ifabfcxqu  «Itera,  caffi  nas  1  Vi 
fnais  de  todos  os  generosj  3  I 

129  Sabidasas  proporções  de  mayor ,  &  menor  deíi- 
gualdade ,  doemos  íaber  ,  que  dos  cinco  genrres  de  pro- 
porções(obredirtosifò  os  dous  priroeirosMulr  iplcx,&  Su- 
^crpirtuolaris  íáo  acommodados  â  Mufica  ,  em  quanto  âs 
ponlonancus  :  E  fuppofto  a  íexta  mayor  eítja  na  pro- 
porção  luprrbipartiens  rercias  de  15 1  &  a  fexta  menor  t fíe ia 

iaprop~.rçáoíupertripartiésquinl3ltasdei8i&ambasfe. 
W>  de  género  íuperpartiens  oâo  contradiz  I5 1  o  que  íe  tf  m 
IittOiporque  por  eííi  cauíaàíexca  mavor  não  cbamãoíex- 
a,fenãoTcMuscum  Diapente,  compondo-a  de  tono,  Sc 
Jiapente,  queanbos  eftaõ  nogencro  íop-  rparticularisjôc 
Jomcfmomodoàíexta  menor  chímavão  íemitonus  cvm 
Oiapente,os  quaes  ambos  eftão  no  n  efmo  género,  &  aíTm 
jas  mais ,  que  naõ  eftão  n^fle  dous  $t  neros  Multar  !ex ,  & 
fuperparereularis  por  fingular  prepí  ção. 

130  Sabidos  os  géneros,  para  íaberraosos  números 
onoros,  &  diflonoros,que  na  Mufica  íerven>,  havemr  s  de 
aber  que  todos  nafeem  dos  números  que  Jtbalj  ou  Pyi ha- 
uras achou,  que  proporcionado*  mcftrSo  as  coníonancias 

ue  íe  leguem. 


Oo£>  Deitas 


:<, 


■ 


Trattadct 


tráqv 

61 


Deftas  coníònancias,  principalmente  da  Dupla,  <Çh«  oita- 
va ,  nafcem  todas  as  mais  buas  que ia©  as  fimples  pordi- 
minuiçáa ,  &  outras  que  faõ  as  compoftas  por  multiplica- 
§aô>.  fará  o  qUe  he  neceííariofabermoslquequatqu«  pro- 
porção pò  je  eftar  em  vários  numero»  mayòres  r  ou  meno- 
res, comcaat©^  que  tenháíoa  meíma  comparação,  como  li 
vé  38  Dupla  de  i.  ai.  de  4.  a  2.  de  6.  a  j.  da  8.a  4-de  10.  a  f- 
&  finalmente  de  li.a  6.porque  qualquer  dettVporporÇ^s 
conte™  o  numero  mayor  duas  vezes 0  menori&  por  iffo  rç 
chama  Dupla.  S u  p  pòfto  ifto  pira  mais  clatefa  ufaremos 
áoísTinmérDsminiínos,  que  charaão  Radicacs,  por  íercm  a 

raiz  dos  mais 

13 1  Para  fe  acftar  a  raiz  de  huma  proporção ,  que  eílà 
em  números  raayores,  comonefta  Dupla  de  12.  a  6.íe  par- 
íirà  hum  pelo  outro,como  parece  na  margé ,  na  qual  rcpar- 
tiçaófahiráo  i.  Sc  uaõfobeiou.  Porém  n5o  fallando  rio  2.  q 
fthiraô,  por  quinto  nada íobejou.  06  íerào  partidor  dí 
ambis  os  numsros  n.  6e  6;  primeyro  o  nnmero  may«r 
&  to^o  omimero  m?nor ,  como  fe  moftra  na  margem  # 
porqi;  íwpri^yra  fahirró  2,  8cna  feguadafahio  i.a 
2;  a  1.  hs  a  proporção  Djpla  aos  feus  rmaa«ro&  radicacs ,  os 

I 


das  Explânapcnu  1 07 

quaes juntos feaílíntôaílim  \zl  l>eic*n  fc  partindo- íe  os 
dous  números ,  à  íaber  o  me  1  1 1  ncr  pelo  mayor ,  íc  btja- 
rem  alguns,  o  que  íobejar.íc  torna  a  partir  pelo  numero 
menor  ioríeíobejarcm  alguns  feternao  a  partir  peloíobe- 
10  mayor  *  &  itto  de  bum  cm  outro  íobejo,  até  que  não  ío- 
bejc.Dc  forte,  que  os  fobejos  íaô  o  partidur.fc  parriçaó;  8c 
como  fe  achar  partição  que  naò  fobeje,  cffe  partido r  fera 
partidor  de  ambos  os  números,  a  que  queremos  achar  a 
raiz ;  &  o  que  íahir  da  partição  de  ambos  ,  íaô  os  números  °4  . 
radieaesdatal  proporção.  Seja  exemplo  a  pmpoflçaõítx-  "ll- 
quialterade  12.  a  8  para  íabermos  quaes  íaó  os  íeus  nume-  8r 

tos  radicaes,repartiremcs  hum  pelo  outro,como  parece  na  °* 

margé,  &  porque  íobejão  quatro  (  naô  fazendo  caio  de  1.  tf  8I* 

íahio  jefles  4.íera6  partidor  do  numero  menor,  como  pare-  4  ~" 

ce,&  porquenada  íob-jou  fe  moftra  q  eftes  4.ía6  o  partidor 
deambôs  os  números  da  proporção  12.  a  8.  cada  hum  per    «  I  co 
li ,  pnmeyro  o  miyor ,  &  defpois  o  menor,  como  parece,&  T 

porque  da  pnmeyra  partição  íahiraó  3.  &  da  fcgunda  2.         12I 
oe  I  3  j  he  a  proporção  fexquialtera  é  íeos  números  radica-  3 

es  1  2  1 

.     13*    Sabendo-fe  buícar  os  numeres  radicaes,  he  neceí-  * 

lanojaber,  que  as  propoções  íe  fomaõ  buas  cem  outras,  &   I       o 
led.minuem  ,01»  rirão  huroa-s  de  outras,  &  íe  muirirlição  812 

muytacem  hCU,  &  fc  repartem  huapor  muytas  O  írmar,  &  À~* 

multiplicar  proporções  íe  faz  de  hum  mrímç  mcdo,&;0 
dimmmr,  &  repartir  át  outrb.í^ara  (ornar  duas  prop.  teces 
em  hua  íe  põem  a  mayor  primeyrc ,&  a  menor  lYguncfò.aííi 
como  fe  quero  fomar  a  Dupla  \i }  &  íexquialterã  1  3  1  íeaf- 
finarâojOtasaffip^  3&rnuii  sltiplicadoosnulil  me- 
rodcciaahapeli-  ilcomro fazem  6  &  multiplicando 
03  aumeros  debr  ix©  hum  pelo  outro,  fazem  a.&  de  1  6  j  he 
1  propo;  çaô  Tripla,&  ranto  foicaõ  as  duas  jutas.  O  1  2  1  di- 
miouir,&  repartir  íe  faz  pondo  os  números  do  mtfmo  mo- 
do,  Vnas  multiplicando  em  Cruz ;  como  fe  quero  tirar  da 
Dupia  de  z  a  ítxcjuialtera  de  3  porr y  os  fcuiuiicsxtfla 
1  a        Ooo  ij  for- 


forma  l*5F3l'&:  multiplicando  em  Cruz  2.  Visfif  2.  faò*  A 
&  logoli  2I  hua  vez  3.  h#3-&  porque  as  multiplicações 
deitarão  |4[  que  hepoporçaõ  ítxquicercia,  efla  ha  apro* 
porçaói  I3I  que  fica  tirada  a  f'xqui*itera  da  Dupla. 

133     Para  fabermos  a  proporção  de  cadahúa  das  Cor-1 
fonanciaSi  &  Diífanaoeias,  he  fícceíTario íabarmos ,  quess1 
coníonanc  ias,  ou  faõ  íim  plês,  ou  compaftas,  ou  trieom  pof- 1 
tas.Asftmplis  feachàraõ  por  diminuição  da Dupla,  que  he 
oitava  ès  [i\&  porque  heneceíFario  outra  prsparçaó  para' 
fetirar,oulil  diminuir  da  Dupla  $  tomatemesa  do  tono,ej 
fesfeadomayor  Íexqui9&avadei9l&  fedo  menor  ff xqui- 
noaa  de  [ioj  &  porq  para  alguasL8l  he  forçoío  tirar  o  fe- 
ra itono  1 9  1  saturai  cantav  el  fexquiquiadccima  j  1  6\  mof- 
traremos  eftás  três  iutervaUos  menor,  na  oitava  1 1 5 1   em 
aMjfica  com  fuás  proporções , como  parece. 


âsrifcas  mollraoos  números  das  por  porções , &  os  femt- 
brevesos  Cizms  em  que  edão  os  íobrsditos  inter^aílos, 
cuja ■■diflkreíça  moítraôos  títulos  de  cima. Dentro deíta  oi- 
tavafe  ac??*5  as  con fona nci as,  &  diflonaiicias  íepjintes; 
Settima,  Sexta,  Qainta,  Quarta,  Terceyra ,  Segunda* 

134     Pa^a  virmos  em  conhecimento  da  proporção  da 
fettima,  podemos  tirar  da  Dupla  de  \i\  que  he  oitava,  hfr 
t€mo  may  >r  dej9  f  para  o  que  pve  l  1 1  mos  ambas  as  pw 
pofç&ss.h&adôl  81  fronte  da  cwtra,primeiro  a  de  oittva.Sc 
r    T  defptof 


1 


das  Explanares.  t  o  9 

flefpois  a  dorono,  aífira  \1JC9  \  &  multiplicado  cm  Ciuz 
Fazemduas  vezes  8.1 6,&l  1  8  1  defpr^s  multiplicando* 
outra;  húa  vez  he  9.  os  quaes  pondo  o  rnayor  de  cima,  &  o 
mi<ior  debaixo,  aíli  |t6j  fazem  húa  proporção  da  fettima 
lebmiaMitmi,ret\  9I  E  íe  da  ditta  oitava  tirarmos  hum 

0  00  menor  na  meíma  forma,  ficará  ruía  fettima  pouca 
nayor  de  Ala,  mi,  re,aGXol,re,  ut,  para  o cj poremos am- 
»as  is  proporções  ju&tas  |  2  Y  io  j  &  multiplicando  em 
fruz  fazem  1 8  &  íe.  os  1 1  9  í  quaes  tr* fidos  aos  íeus 
lumerts  radicaes  fazem  9.  a  5.  que  pofto  bum  febre  outro 
I9 1  íe  moftra  efta  fer  a  fettima  menor,  perém  raayor  que  a 
lf  Ide  1 16  i&c  feda  ditta  oitava  tirarmos  hufemitonocã- 
àvel  I9  Ide  }  16 \ ficará hSa  íutima  maycrde  p 51  de 
fíoI,fa,ut,aAlal  i*  lroi,re  :Oquefuppofto,bêfe  ]  8  1  mo- 
ra, qeftasfertimas  não  faõ  iguaesj  porém  asduasíettimas 
ícaores,  a  faber  áe  ]  9 1 8c  de  j  16  [  em  pratica  não  tê  d ifTe- 
;aça ,  porque  em  1  5  I  The  1  9  ]  r  rica  he  pc  uca  a  cj  tem^ 
rquerendo  feíaber ,  fe  mnltiplicaiãoem  Cruz  na  forma 
sim  a-,  &  íahira  hua  proporção  de  |  8  j  j  que  he  huma  co- 
■  raayor.  1  80  1 

13c     Sabidas  as  proporções  de  fettima  mâyor,  &  me- 
or.para  conhecermos  a  proporção  da  ir  xta  mayor  riran- 
r>  da  fertima  mayor  hurn  tono  mayor  ficará  a  fexra  ,  Sr  fe 
a.fexta  mayor  tirarmos  hum  tono  menor,  ficará  a  quinta 

1  fe  áz  quinta  tirarmos  hum  tono  mayor,  ficará  s  quarta; 
J  fe  da  quarta  tirarmos  hum  rono  menor,  ficará  a  terceyra 
enor}  &  porque  a  diferença  que  vay  da  fettima  mayor , 

|  hum  íemiteno  incantavel  de  pqrirando  de  qnalqiier 
fftes  intervallos  hum  femitono  I24I  incanravel ,  ficará 
f  ma yor>feito  menor;  &ifto  fe  entêde  nos  intervallos  im- 
rieitns ,  que  partindo  de  mayores  a  menores  ficão  canta- 
is. Por  efta  ordem  fe  virá  em  conhecimento  èc  todas  ss 
nfonanctiy,  &  diíTonancias  fimples,&  íe  achara,  que  fuás 
joporcoés  faõ  as  feguintes. 

Coo  irj  Oitava 


1 1$  Trinta*  "-S 

Oitava  Dupla  de  a,Víii 

^ecciíB* mayor fuperíeptipatens c&aras de  15.  a  d 

Sétima  menor,  luperquadnparckns  quintas,  de  <)>  a  \,\ 

Setuma  mínima  íuper íeptipartiens  nonas  de  16,  a  9 

Sexta  mayor  ínperoipartieni  certias,  de  5.  a  5 

Sexta  menor  lupertripartiens  quinus,  de  8.  a  5 

Quinta  Piapcnce  fexqmakera,  de  3.  a  zi 

Quinta  menor  íuper  19.  pare.  45.  de  64.  a  4J; 

Quarta  de  trkoaoíu per  13.part.32.de  45.  a  311 

Quarta  DEathezsraô  íexquicercia,  de  4.  a  3: 

1  erceyra  mayor  fexquiquarta,  de  5 .  a  41 

Terceyra  menor  íexquiquinta,  de  6.a  ffl 

Ton©  mayor  íexquioclaya,  de  9,a^| 

Tono  menor,  íexquinonj,  de  10.  a  91 

Semítoao  mayor  fexquidecima  quinta,  de  16.  a  i:J 

Ssuiitono  menor,  lexquiyigeílima  quaita,  de  25.  a  241 

Advertindo,  que  todos  eftes  intrevallos  faõ  naturaes,tji 

raodo  o  femitono  menor,  que  fe  acha  na  maycridade,  qui 

tem  a  terceyra  may^r  a  menor,8c  o  meímo  em  qutlquer  efi 

íonanciJjOU  diííonancia  imperfÀyra.Tambrm  fe  deve  ad, 

vertir ,.  quefuppoftâ  íe  diga  ,  que  a  quaita  perfey  ta  efiá  d 

porp  çaó  fexqukercia  de  14  j  a  quarta  de  Ala^i/e^  Dl; 

íol,  re,  íeicHa  na  porpor  1  3  l  çaõfupetíeptiparrieES  vigíí 

{Imas  de  |  27  |-&  he  mayor ,  que  a  fexqcitmia.  E  íuppoílli 

íediga,l2ol  que  a  quinta  pf  rfcyta  íe  acha  na  porporça| 

fexquialtera  de[  3|  a  qumtade  Dia,  iol,rea  -Ala,  mi,  nu 

fe  acha  na  p  o  l  2  1  porçaõíupertredccim  patriens  vigeín 

maíettima  da  f  40  1  que  hemenor,  quea  ícxquíaifcra.  ij 

tantotem  tfta  l  27 1  quinta  de  Dia,  íoI,re,  a  *la,  mi,  re,  d 

menor,  quanto  tem  a  quarta  de  Ah,  mi,  re,  a  Dia,  íol,  rfl 

de  ro3yor,&  íomarido  as  duaç  proporções,a  faber.da  q-uari 

j  27  jSeta  quinta  j  40  [  íe  achara  t  que  fazem  a  oytav| 

I  20  l  Dupla  dei  2  1  27I  Também  feacasrd,  que  a  fextac 

Ffa,  ur,  a  Dia,  l  1 1  íbijre^aõeftá  na  propo  çaô  fuperbipi 

liei 


das  Explanares.  iir 

liens  tertias  de  j 5}fexta  major  por  quãtoefl â  na  prcper. 
*o  faperunde  1  3  1  ciiupartiês  decima  ít  xta,de  \2j\  que  he 
nayor  que  a  lexca  de  1  5  j  o  n  elmo  íe  vt  rá  1 1 6Icj  a  ter- 
eira  menor  de  Dia  ,  I  3  1  re  ,  a  Ha,  ut ,  he  mais  ptqtre- 
ia,que  a  terceira  menor  iexquiquinta  de  ]  61  per  quan- 
o  íe  acha  na  proporção  loperquinpartifns  ]  5  1  vjgcfima 
KCtma  de  1  32iPoièmfuppc;fío  íeachãocm  números  el- 
as d  ifFeren  1  27 1  ças ,  não  íe&châo  em  fem  ;  per  lerem  as 
iayoridades,ou  menoridades muito  pequenas,que  tm  to- 
as he  a  propoiçáo  de  coma  mayrr  de  1  £1  1  &  ie  chate- 
io acha  do  tono  mayor  ao  menor ,  me  1  80 1  nos  íe  achará 
os  intervallosmayores.  Temes  trattado  dos  inrervalles 
)iacoBÍcts  íimples ,  &  de  luas  proporções  %  feguem  -íe  os 
omp  tiros. 

1 36  Para  fe  vir  em  conhecimento  das  proporções ,  em 
ueaftáo  asconíonancias,  &  diflbnancias  compefias,  uza- 
ícnos  de  fomar  proporções ;  como  íe  quizermos  íaber  os 
umeros  da  novena  mayor ,  que  he  tono  cem  Diapazaõ  ; 
amaremos  a  Dapla  oitava  de  ]  2  ]  cem  a  ícxquic  £Uvavde 
)\  podo  ambns  os  números  hú  1  1  1  defronte  do  outro,  pri- 
■  meiro  os  da  oitava,  e  dei  pois  os  do  tono  aflim  j  2  ►-,-,  9  t 
multiplicando  primeyro  os  decima,  dizendo  i  1  «ws**  ti 
efes  9.  faõ  18.  &  logo  os  debaixo  dizendo  f  fia  vez  8  he 
ios  quaes  nos  (eus  números  radicaes  faõ  9.  £4.  que  he  a 
roporçaóda  novena  de  A  ia, mi,  re,  a  &mi,&  íe  fomar  mos 
dkta  oitava  com  o  tono  menor  na  íbí ima  forma  fará  a 
foporçâo  de  1  20  ]  novena  mayor  de  Gíol,  re  ur,  a  Ala,  mi, 
]m  mais  pe  I9  íquena,  que  a  de  Ala,  mire,  6  mi.  E 
b  mefmo  modo,fomande  o  femirono  mayor  com  a  oira- 
I ,  íe  achará  a  novena  menor ,  êi  aflim  em  todas  as  com- 
bífcis,  &  de  compoítas. 

J  *37  Outra  regra  darei  faciliíHma  ,  ôcfrm  dorida  par* 
í  achar  os  números  das  Confonancras,  &  Diflbnancias, 
fompoíhs,&Dfc*pcft3S,&  he  que  hefabidbs  os  numeres 
is  fonpíes  donde  fe  compõem  >ou  debraremos  o  numero 

major 


til  ,Trâtuh 

tnayor*  íerabolir  no  menor,  ou  partiremos  o  menor  pela 

tneyo  íem  boltr  nomayori  &  fendo  o  menor  pattivel,  feri 

tuetiior  partido,  porque  ficara  a  proporção  nos  numeres 

radicieSi  &  fenaó  for  partivel  dobraremos  o  mayor 6c  ícm- 

x>re  ficará  nos  dittos  números  radicaes.  Exemplo»  Hú.a  do* 

zena,  (jus  proporção  tem  Pverey  qual  he  a  fim  pies  donde  fe; 

compòeim  ,  6c  porque  he  quinta  (exquiakefa  \  3  j  partido 

o  menor  :.fica  i.peloq de j  3  [  hea  proporção  1  3  l  tripla  < 

cmqueflcaadozena.Maisl  iiqneroíaber  a  dezanovena* 

M  he  com pofta  de  dozena,que  proporção  tem? ver ei  qual  -h< 

a  proporção  da  dozena,&  porq  he  a  tripa]  \  3  \  &  o  menoj 

numero  naõ  he  partjvd,  dobrarey  o  mayor  N  1  3  que  faz<6 

&  de  {6  {  proporção  fcxtupla,  fera  a:pri>porçaô  da  ^íanej 

vena  1  1  1  cóp  *rta  da  dezena.  Ror  qualquer  dertas  regas  í( 

£onhece,que  asConíbnãcias,  D  itfonancias  comportas,  íac, 

as  que  fe  leguem  em  léus  números. 

Novena  ma.,vor  naíctda  do  tono  mayor , 

Dupla  fexquiquarta  de  9.  a 

Novena  mayor  nafcida do  tono  menor, 

Dupla  fuperbipartierrsnonas  de  20.  a  | 

Novena  menor,Dupla  íuperbipartiçs decimada  de  32  a  i< 
.Dezena  ,mayor ,  Dupla.fexquialcera  de  5.  a 

Dezena  menor,  Dupla  íuperbipartiens  quintas  de  1 2.  a  < 
Onzena  mayor,  Dupla  fupsr  i  3.  part.i6.  de  45.  a  U 

Qnzecia  perfeita ,  Dupla  íuperbipartiens  temas  de    8  a 
Dozena  menor »  Dupla  íuper  38,  pare.  45.  de      118.  a  4 
Dozena  perfeita,  Tripla  de  3-  * 

Trezena  mayor,  Tnplafexqukercia  de  10.  a 

.Trçzena  menor, Tripla  íexquiquinfa  de  16.  a 

-Quatorzenamay,  T  ipla  íapsrtripartiêfquantas  de  íj.  a 
Q.tarorz?rm  men.  "Tripla  fupertripartieíquintasde  18.  a 
Qoatorzena  mínima,  Tripla  fuperquinparufins  nonas 

de  3h-A 

;  Quinzena  quadurpla  de  4.  a 

Domeímo  modo  que  fe  compõem  as  comportas  das  ti 

Pi 


àài  Explânaáès.  i  ?  3 

iles  te  ccmp*»em  as  Decompoftas  das  Corr  poftas ;  &  por 
GTacaiifa  asDtxompofhs  efião  oas  proporções  íegumres. 
>czaíexcena  naícida  do  lonomayor quadrupla  ítxquisi- 
terade  9.  a  2. 

>ezafcxrerunafcidad«  tono  menor,  quadrupla  íuperqua- 
driparuens  nonas  de  40.39. 

íczakxcenamenoríuperquadripsrtiens  15a  .de    64.3  ij. 
tezatetceaa  roeeor  quadrupla  fuperquadripartiens  quin- 
ta de  '  M'.*Ú 
»c«3<etrena  nuyor,  quinfupla  de  ^ ,a  1* 
^ezoit.i-nay.quinrnplí  fuperquint.parr.oiravaSíde  45.3  8. 
>ezoyr.perf,q»Í!icupla  íexquirema.                          16  a 3. 
>ezaoov.mei».qtíinrt)pl.rup.3i.paíc.^5.de           256.3^. 
íezanovpcrf.íexfupiade  6.a  1. 
inrena  mayor  Oxrupla  íuperbipsrfinestertiasde   2r.a  5; 
^inrena  menor  fextupla  fi]pc<rbipartiensquintasde32.a  f, 
'tgefima  prima  mayor  feptupl/fexquialt. de           15.9  1. 
rigefima  priro.men.íeptupla  íexquiquima  de           só.a  5. 
^ígetíma  pnra.  mínima íeptupla  kxqutncoa de     64.  ao. 
rigefima  lecundaoctuplade  8.1  i. 
1 38     Temos  mcftrado  os  números  das  Simples,  Cem- 
o&as,  8c  Decompoftas*  fequiíermos  formar  cufrzs  tricô- 
oftasje  formarão  do  meímo  modo,-  advernndo,q«?e  íup« 
oílo  Tepõ^m  ar£hv3dup'aentrç  as  ílmplcs.nacdnvida- 
icrsfercernpoíladountfonus  dç  1.  *  r,  porque  dobrando 
primeyro  1. fica  a  Dupla  de  2. a  i.Efco  iimfcrius  fe  sp^n- 
ir  de  2.  a  z.íe  poderá  partir  o  í?gundc.&  fie?»  à  00  rneímo 
iodo  de  2.  a  i.  com  o  que  le  vé  fer  cerr  pòfia  do  uríícnt^, 
:omefmodizemode  jg>  que  hedecompefía,  &  a  :28.cre 
etricompofía.  Todas  efíasdiftanciasíaô  Draícniccs  nc- 
uraes.  Adiftancia  da  coma  mayor,  q<j«-  Iç  ac»»*  no  ror  o  de 
^foljf-a^ut.aDIí/oJ.rr^refpfyrodo  tevo^tre ncr,r?mhf  m 
ie  Díatonic2}&  por  eíTaraeaõ  3  ci<ir,tí»,  &  ccr'fc,que  in- 
tuem efte  tono,  tem  de  maiseítacowa  mayor  de  Sj.aSò. 
jrio  fe  Cem  isofhado. 

Ppp  O 


n  a  Ttâttãdo 

1 39  O  género  cromático  he  o  que  divide  os  tonos  er 
d  pus  íemitonos,  hum  mayor,  6c  outro  menor ,  que  chamai 
Dieíls  cromaeico  de  25.  a  14.  1] 

O  género  Enarmonico,  he o  quedivide  os  feraitonos  na 
turaes  em  dous  dieíis,  hum  cromático  de  2?.  a  24.  &  outri 
queçhamão  finarmonico  de  128. a  125.  Além  defres  intel 
Ta! los  Dútonicos ,  Cromáticos,  Sc  Enarmonicos,  fe  acha* 
outros  em  difFerença,  que  Jiuns  intervallos  tem  a  outros.  I 
toaonayjr  fupèra  o  femitono  menor  hum  femitono  m^ 
yor,  que  o  natural  da  2  7. a 2?.&  omefmoronoraayoríupti 
ra  o;femito  io  m?yor  de  mi,  a  fa  ,  hum  femitono  incantavd 
de  1 3 f .  a  12I  miyor,  que  o  Dieíls  Cromático  hum  Diefl 
Enarmonico,  como  fedice  acima.  E  o  tono  mayor  fupèr, 
ao  menor  bua  coma  mayor  de  8 1.  a  80.&  o  Dieíis  Enarmo 
nico  íupèra  a  eíta  coma  mayor,  hfia  coma  menor  de  1024a 
a jo  1 25. os  quaes  intdrvallos  peitos  em  íua  ordem  ,  íaõ  o 
que  íe  feguem, 

àemicono  menor,  que|chamaõ  dieíls  cromático  de  2?.  a  24 

Semitono  rnayór  que  onatural  de  27.  *  si 

Semitono  menor,mayor  5  o  dieíis  cromático  de  1 35 -a  i&Sj 

Diiíts  Enarmonico  de  128.  ai:| 

Coma  mayor  de  8i.a8< 

Coma  menor  de  10140.81012 

Os  quses  intervalos  fe  conhecerão  ferem  eítes  os  nume 

ros  de  fuás  proporções  9  &  fuperarem  huns  aos  outros,  pel 

partir  proporções  em  Crus,  íendo  meftra  acuriofidade-,  & 

baila  o  que  f;  cem  ditto  para  vir  em  conhecimento  dos  in 

tervalios  Cromáticos,  &  Enarmonicos  por  partição,  oi 

inakiplicaçaõ^omoíetem.diuo  acima  numero  1-3=2.  131 

&134.  ;; 

140  Bsitfe  moílra  no  que  fe  tem  ditto  das  proporções 

&  fias  confonaneias,  Sc  diíTonancias,que  o  primeiro  gene; 

ro  Múltipla, Sc  o  íegunio  Superparticuiaris,faõ  os  gene 

tos-,  e  a  qjfje  eftaõ  todas  as  côíonancias  perfeitas,  &  ás  maii 

êas  imperfeitas  $  &as  que  nelles  fe naõachaõ as  confidera.f 


das  Explanações.  '  1 1  ç 

bios nellcs com  addiçaó  de  tono,  ou  íemitono,quetam- 
bcm  eftaõ  nellcs  $  o  que  tudo  íe  mcftra  na  figura  ieguinte, 


ynumfcrõ  i.  de  cima  com  qualquer  dcs  numeres  c^ayxo 
(la  em  proporção  do  género  Mukiplex ,  &  o  mefroo  fe  a , 
ha  na  linha, q  naíce  do  centro  até  o  n?merc  i.cõ  qualquer 
las  linhas,  q  nafeem do  ditto  centro,  Os  números  debaixo 
lum  com  ourroifeuconíecutivo,  cihõ  (em  picporçac  do 
jenero[Superpgf ticularis  ;t&  o  n  efrrr  rias  líiyhzs, que  vz( 
era  do  cenrro  húas  com  cttns,  tirando  a^que  vem  do  cc- 

Fppij  orr- 


H.6  Trúttah 

te -o para  cima.  ás  linhas  que  n  alcem  de  numefõ? i.  &  veí 
*  ákt  tios  números  dtbaino,  nidier  vem  de  mais,  q  d-emoi 
irar  a  proporção  do  género  Multiplf  x. 

141     Temos moítrado  a  proporç  õ  de  cada  huma  da; 
.€cnfona&cias,&  DiííbnanciaMgora  faiu  declarar^  porqui 
razão  hs  a  prop^rçaS  dupla  da  8a.  &  proporção  íexquiali 
terá  da  5a.  Scafllm  nas  mais.  11  juntamente;  porque  íaõ  hu 
mas  Coafonawes,  &  outtas  DiíTonantts,  E  em  terceiro  lu 
gar:  porque  k  chamaõ  ruías  peiftytas ,  &  outras  imperfeii 
tas.  Muita  difíicuítofas  parecem  eflas  três  duvidai,  porém 
pelas  m cimas  proporções  fe  reíblvem  juaco  com  o  kmiúo 
porque  como  fe  difle  no  numero  119  nem  o  featido  fóhe  <! 
fugeiro  da  Mofíca,  nem  os  numeres  íó  pó  iem  provar ,  o  ( 
o  íentiio  lhe  não  offerece*  &  fe  naõ  dígãoms ,  poderáat! 
guem  conhecer,  em  que  proporção  eftaó  duas  vozes  diftãM 
tes -de-grave,  a  aguie,  íe  não  âSOuvii^Certameate  que  não 
Poderá  cambem  aiguem  conhecer  a  diílancia  que  vay  d« 
hum  íom  grave ,  a  M  agudo ,  (em  o  numerar  ?  Certamente 
naõ  logo  he  nectíTario,  que  os  fentidos  preponhaõ  o  íom 
&£  araíaã  julgue  em  números.  Propoz  íe  ofem  de  quatrJ 
raartelíos  i  Pyth3goras,&logocoaheceo,queo  queeftaví, 
em  dupla  propofçio,  eia  húa  citava  Diapazaõ}  &-effecoJ 
nhecímento  lhe  nafceo  da  unidade  ,  que  o  rnartcHo  matl 
pequeoo.oc  mais  agudo  no  íom, tinha  com  o  mayor,&  fnaii' 
grave  no  íom  á  que  ambos  patecião  hum  mefmofom,  fende1 
diílantes:  aílim  como  de  hSa  fegunda  feira  contando  ati' 
oicojvem  outra  íegunda  fcyra,  íemelhame  no  nome,  fende 
di  (bares  por  tem po. Por  tila  caufa  os  mínimos  numeres  da 
OuoUíaõ  de  dpus»  a  hum,  que  íao  taô  unidos,  que  entre  eh 
l&s não  cabe  oafrò  numero  fendo  taò  diíhntes,  que  híí  du- 
plica o  outf &  E  fuppoílo  a  ftxquiatxcra  de  3.  a  a.&  as  maij 
degenero  íuperpaiticuiaris,  naõ  medie  unidadecemo  na 
Dup!>,  he  por  íer  propriedade  defle  género  t  porém  a  Dq« 
p!*eíxaio  nogeueroíVíuIciplex,  íó  goza  deita  uniaô  Deita; 
Oitava  nafeena  as  miís  coníonaacias ,  como  fetetri  dato. 

Pan 


9 


1*42  Para  Aí  vir  em  cauhccimtnto  dos  números  Cõío- 
nantes,&  DiíTonantes>I?cíftitosi'&  Irrperfeytcs,íedeve  fa- 
ber,  que  os  inrervalios  íe  divid(.m  cm  Ccníonantes  canta* 
i?eis>&  em  Diflonantes  cantáveis,  &  em  DiíTonantes  incan- 
sáveis. Os  Coníonantes  cantáveis  íe  dividem  em  Perfeitos, 
U  Imperfeitos.  Os  Confonantes  cantáveis  íaó  os  que  fc  di- 
videm, íendo  perfeitos,  cm  Confinantes,  &  fendo  imper- 
feitos, em  Diflonantes  catáveis.  Os  interyallos  diflonantes 
cantáveis  faó  os  que  fe  dividem  tendo  partecantavel  ,  6c 
parte  incantavel.  Bcs  DiíTonantes  iceantaveis  íaô  os  qera 
fua  divifaó  tem  tudo  incantavel.  Para  virmos  em  conheci- 
mento deftasdiviíóes  ,  be  neceflsrio  fabermos,  que  temers 
ires  diviíões,  que  faódiyifaõ  Armonica  ,  Aritmética  ,  & 
3eometrica.  A  divifaô  Armonica  divide  hi)ma  proporção 
pm  duas ,  ou  mais  proporções  d t  íiguat  s ,  que  chamaõ  Pro- 
porcionalidade: porém  a  mayor  confonancia,  cu  difltinan- 
:ia  primeiro,  &  deípcis  a  menor.  Eftadrvifaõ  Ariuonicafe 
faz  íomando  os  numeres  àt  tuia  propor ção.cV  a  ftma  roul- 
:iplicalla  por  cada  hum  dosdktosnumeros,&  a  multipli- 
cação fera  a  ratfma  proporção  j  dtfpois  multiplicando  o 
íumcro  mayor  pelo  menor ,  &  o  que  refultar  debrando-o 
erào  Arm~nko  ;  2  íaber  :  A  Dupla  de  2,  a  1.  femades  h- 
pem  3.  multiplicando  eftes  3. pelo  numero  mayor  faz.  í M 
áeípois  pelo  menir  faz  3.  &  de  6. a  3.hea  meíma  propor- 
ão Dupla;  defpoís  multiplicando  o  a,  pelo  1.  faz  2.  &  do- 
brando 4.  6.  efte  4.  he  o  meyoarmoBico  entre  6.&  3,  como; 
parece. 


Pppiij  134 


iiB 


Trmiíâò 

k «~J 

Soma 


s*5 


vefes  dobrado. 


Fexquialtera     Stxquitertia 
<$'•       ií       4a. 


Dupla  diviiid aArmonka- 
mente. 


■  •  .í 

143  A  fegunda  diWfaõ,  quechamaõ  Arithemetca.tam." 
bem  divide  o  todo  em  partes  deíiguaes,  porém  a  merio 
parte  primeiro,  &  a  mayor  defpois.  Efta  divifaõífe  faz  íc 
maado  os  dous  números  da  proporção,^  a  foma  partid 
pelo  meyo,  faj  o  meyo  Arichroetico5  a  íaber:  A  Dupla  ck 
4.  a  2.  íomando0  4.  &  o  2.  faz  6.  &  o  ditto  6.  partido  pelo 
meyoíaõjj.  6c  eíle  he  o  meyo  entre.4.  &  2.  como  parece 

drihmttkãmp.nte. 
Dupla  dividida  a  8  a- 


4  3  2 

Sexquitertia  I  Sexquialtera 


das  Exphnacptns.  1 1  c> 

144  A  terceira ,  &  ultima  diviíaó  fe  í  hama  Gecmeti  « 
ca.  Efta  divide  o  todo  em  partes  iguaes;  &  por  cfía  caufa  íe 
naó  uía  na  Mufica.  Efta  íe  faz  multiplicando  o  mayor,pelo 
menor,  &  aoquerefulrar  buícar  a  raiz  quadrada, &  efia  fe- 
ra omeyo  Geometrico,a  íaber,  a  quadrupla  de  4. a  i.ir  ul- 
tiplicando  hum  por  outro  faz  4.  a  raiz  quadrada  de  4.  íaõ 
2.  &  eííe  he  o  meyo  Geométrico,  como  parece. 

Quadrupla  dividida  Geometricamente. 


4 

2 
1 

1 

Dupla  8a 

Dupla 

8a. 

145^  A  raiz  quadrada  de  bum  numero,  he  o  que  mul- 
tiplicado per  fi  gera  o  outro  mayor ,  de  quem  o  ditto  he 
raiz,  aílí  :  A  raiz  quadrada  de  4.  he  2.  p@rque  duas  vezes 
3ous  íaõ  4.  A  raiz  quadrada  de  9.  íaõ  3.  porque  multipli- 
:ados  per  íi  gera 9.  Cbamaõ-íe  numeres  quadrados,  por- 
que formaó  quadrangulo  repartidos  cm  unidades,  &  taç- 
as unidades  tena  cada  lado,  quantas  em  numero  tem  a 
aiz  quadrada,  como  íe  vè  em  4.  cuja  raiz  he  2.  &  em  9.  cu- 
araiz,  he  3.  &  em  16.  cuja  raiz  he  4. 


11  iii  1111 

11  iii  1     1     1     1 

1x1  1     1     1     1 

1     1     1     1 


146  Temos  ditto  b  modo  dastresdivifces,AriBcníca; 
^ithmerica,  &  Geométrica;  falta  dizer  a  dirTcreeça,  que 
ia  nefta*  diviíôes.  A  difFerença  que  effas  três  diviífies  tem 
;ntre  íl  femanifeffa  ;  porque  além  de  Íe  conhecer ,  que  a 
proporcionalidade  Geométrica  íe  faz  de  huma  proporção 
m  duas  iguaes  ,  como  4. 2. 1.  porque  des  4.  a  2.he  a  meírr  a 
>roporçaõ  Dupla ,  que  a  de  2.  a  1.  íaõ  pote»  os  números 

dirTe- 


tio  Trata  Jè 

difF^reaff  s,<lB*  e  «x€eíTo»qu@  nss  numeres  k  acfia  dos  maí 

yore*  aos  au  «ores,  -.feô.atfteíOM  pf  oporçaã  t  em  que  eíH 


dividida »  esmo  fe  vc. 


{proporciotmluUdâ  Úm 
métrica. 


Dupla. 
Exccflfo        a       i 
411 


Quadrupla  íi'í- 


A  proporcionalidade  Arirhmetica  forma  em  o  exccíío  hua; 
proporção  ignáicomo  parece. 

Igcal. 
Exceda  1     1 


Proporcionalidade  Àt  í(«  £ 
metica. 


lSex(]ui\Sexjmj 
tertk.  \  altera. 
Dupla  dividida 


A  Proporcionalidade  Armonic?.  he  feda  pelo  contrario  j! 
porque  a  Geométrica  tem  em  íeusexcefios  a  fljefma-pro.;l 
porção, em  qtiehe  Ú$$mW%  &À  Arithmeticatem  em  íeuí 
excefloía  mefffia  proporção,;  c|ue  fe div ide,que  he  propor-1 
çaõ  dos  extremos. 

Dupla. 
Exceííos  z  1 

í  4 

Proporcionalidade  Ar»  ÍSexqui  \  Sexqui^ 

monicfc  Wtera.  1  tenta-. 


Dupla  dividida 


Te 


das  Explandyes.  m 

1 147  Tim  porém  toda  efta  doutrina  húa  grande con- 
medade  porque  fe  a  proporcionalidade  Arithmeticafe 
•nnece  por  dividir  a  todo  cm  partes  defigua? s,  primeiro , 
ayor,  5c  deípois  a  menor  6c  feus  excedo*  íaô  húa  próper- 
6  igual.Efta  proporcionalidade  2.  j.^tem  em  feus  exceí- 
s  proporção  igual*  porem  diWde  o  todo  em  partes  defí- 
iaes,  primeiro  a  mayer,  que  he  fexquialtera,  6c  fegundo  a 
enor  fexquitercia  pelo  que  he  divifaõ  Arithmetica  pelos 
cefles,  6c  Armonica  pela  divifaõ  de  mayor  primeiro,  6c 
snor  deípois.  Mais  efta  proporcionalidade  3.4.6.  tem  em 
as  excefibs  a  meíma  proporção,  que  os  extremos ,  6c  por 
g  caufahe  proporcionalidade  Armonica;  mas  porque  di- 
de  o  rodo  em  partes  defiguaes,  p/imeiro  a  menor  fexqui- 
xia,5c  deípois  a  mayor  ícxquialtera#he  divifaõ  Arithme- 
:a.  Ao  q  fe  refponde  ,  que  a  proporção  dos  extremos  não 
!  de  mayor  defigua  Idade,  que  íc  o  fora  ,  havia  de  feguir  a 
gra  das  divifôesi  8c  porque  a  proporção  de  menor  defí- 
saldade  não  he  outra.coufa  ,  que  números  contrários  da 
lyor ,  por  eíía  caufa  as  coníonancias  ficaõ  direríaSiaífim 
i  quando  a  proporção  íubduplaíe  dividir  Arithmerica- 
Snte,  ficará  primeiro  o  menor  6c  deípois  o  mayor  >  tudo 
lo  contrario ,  guardando  íempre  a  diverfidade  nas  dif- 
•enças. 

148  Suppofto  temos  dado  regras  para  as  divifoens  de 
ima  proporção  em  muytaSj  falta  faber,  com  fe  dividirá 
a  prcporçãojcujosnumeros  fomados,faõ  imparcs;porque 
raie  lhe  dar  meyo  Arracnico  fêpre  divide  femarmonia, 
para  íe  lhe  dar  meyoArithmeticc,fe  não  acha  fem  psrti- 
ode  unidade  em  feus  números  radicaes.  E  porque  fó  a 
oporçaõ  entre  cujos  números  não  cabe  unidade,  kàeve 
►brar?  a  que  não  for  Dupla,  ou  do  género  fuperparticula- 
-, não  deve  íer  dobrada  para  fer  dividida.  Seja  exemplo  a 
oporção  fextupla  de  6.  a  1.  a  qual  proporção,  pela  regra 
I  diviíão  Armooica  fe  hão  de  fomar  os  números  ambos,6c 
speis  cada  hum  íe  ha  de  rcuiiiplicar  pela  íerna ,  &  para  o 

Qqq  meyo 


122  Trattado 

meyofe  multiplicarão  os  dons  números  6.  & 'i.Stdeípou: 
dobrados  faraó  o  meyo,  como  parece. 

7 

/    V 
6         i 


42—  12^-7 


E  parque  de  42.  a  1 2,  he  intervallo  difíbiaante,  Sc  de  12! 
a  7.  também  hediííonânte,  &  efla  íextuplade  6. a  i.po< 
íar  confoaancia  per  feyta,fe  deve  dividir  em  coofonanciaSj 
bsm  parece,  qus  a  àwihó  Armonica,  não  divideosnu* 
meros ,  que  fomados  íaõ  impares. 

E  para  efta  fexruplade  6.a  i.fe  dividir  Arithmeticamen. 
te,  os  dous  números  íe  hâo  de  fomar ,  &  a  ametade  da  ditt 
forna  he  o  meyo  Arithmettco  }  6c  porque  fomados  fazei 
7.que  naõ  tem  meyo ,  naõ  pode  a  ditta  fextupla  fer  divid 
da  Arithmeticamence.  E  fuppofto  íe  dobrem  os  numer< 
de  12.  a  2.  fomados  íaõ  1 4  cuja  ametade  faõy.que  naõ  con- 
fona,  nem  com  "o  mayor,  nem  com  o  menor,  como  parece 
12—,  7_  2.  o  mefmo  fe  achará  naocluplade  8.  a  1.  6c  naji 
mais. 

\40  Para  dividirmos  eftas  coníonancías  ,  que  pelas  dit 
tas  diviíoens  ficaó divididas  em  intervallos  incarnáveis, da 
remos  hfia  regra  geral,  &  nova  a  qual  divideas  fimples  cm 
íonancias  em  os  mefmos  intervallos ,  em  qadivifaõ  Arith- 
mecica  os  divide  ,  &  as  comportas, fem  mudar  de  regra,  aí 
divideem  as  de  que  íe  compõem.  Para  o  que  havemos  dt 
íaber,  q  is  Confonancias,  o»  Diflbnancias  íaõ  fimples,  Có< 
poítas,  DecompoftaSjTricompoftas&c.  As  fimples  para  1 
dividirem, fe  tirará  do  numero  mayor  hua  unidade,  & òi 
ficar  fará  a  ditta  divifáof  advertindo,  q  para  a  proporção! 
D'tip!a>,&para  todas  as  proporções  do  género  foperparticu1 
là-ris.fe  dobraràÕ  os  numeroS,éc  defpois  de  dobrados  htía  U 
vez*fe  tirará  hua  unidad©,&  o  que  fícatjhe  o  numero  diviíij 


d  is  ExplanaçôinL  123 

vsJ  Porém  nos  números  das  mais  proporçoens  naõ  íerao 
dobrados^ &  feo  forem,  fe  tirarão  deus,  hum  pela  regra,  Sc 
outro  por  fe  dobrar;  &  fe  fe  dobrar  outra  vez,fe  tirarão  rr es, 
num  pela  regra,  & dous por  íerero  os  números  duas  vezes 
dobrados  ;  &  fe  mais  vezes  fe  dobrarem  ,  mais  unidades  fe 
tirarão  fora  huma  unidade,  que  dá  a  regra.  Seja  rxemplo  a 
Dupla  de  4.  a  2.  â  qual  para  fe  dar  o  numeio  div  ifivel,  fe  ti- 
lará ao  numero mayor  bua  unidade,  &  flcaõ  3.  que  he  o  dit- 
K>  numero  divifivel,  como  parece  4_    3~  2.  Porém  ia 
Cobrarem  os  diteos  números  de  8.  a  4.  fe  tirará  hua  unidade, 
pue  dâ  a  regra ,  &  outra  por  fe  dobrar ,  como  parece 
£-*  ó_  4.  E  fe  fe  triplicar,  («  tirarão  íóra  a  que  dá  a  re- 
£ra  ,  duss  unidades  ,  como  parece  1 2_  9^  6.  E  por  eíta 
Fejgra  feconhece,queas  Coníonancias,&  Diflónãciasfun- 
p'es  fe  dividem  como  parece. 

Ditava  dividida  ^_    3-,  ■  2 

"ettima  mayor  dividida.'  ij_*  14^    8 

Fettima  menor  dividida.  9^,    8_   5 

Settima  minima  dividida.  x6—  mm   9 

Sexta  mayor  dividida.  5^    4-*    3 

iexca  menor ; dividida.  8—    7—.    $ 

uintâ  Diapente dividida.  6_    j„,    4 

pinta  menor  dividida.  64^63^,4^ 

parta  de  Titono  dividida.  45Z44—  fí 

jiartadiathezeraõ  dividida.  8_    7-,    6 

crceiramayor dividida,  io_    9-,    8 

'erceira  mesor  dividida.  n^  1 1  —  i© 

Ton.)  mayor  dividido.  1  s_  17—.  16 

Fenómeno' dividido.  20^19-^.18 

Semitono mayor  dividido.  32^31—30 

St  mltono  menor  dividido.  5o_  49^.  ^8 

.  i;0  Para  as  Compofhsfe  deve  guardar  a  mefma  re* 
gra  ; advertindo,  que  a*  compoftas  fe  compõem  dos  nu- 
meradas fim  pies,  partindo  o  men^r  numero,  ^  quando  o 
menot  naó  he  partível/sdcbra  o  mayor,.&  enta.ôrlca  feita 

Qqqij  eíta 


r24  Trâttâdó 

eftacorepoíiça5  do'nufflcro  das  fímples  dobrado;  afilrn  cr> 
nioj  a  Quadrupla  de4.a  i.íe  formou  da  Dupla  de  2.a  i  do- 
biando  o  numero  mayor  2.  em  4.  porque  o  menor  1.  não  he 
partive^a  qualcompofíçáo  he  o  meímo,  que  íefe  formara 
a  ditra  quadrupla  da  Dupla  dobrada  de  4.  a  2.  partindo  o 
menor  2.6c  fazendo  1.  E  por  efta  caufa  afta  quadrupla  para 
ífi  dividir,  fe  tirarão  do  sumero  mayor  numa  unidade  pela 
regra  ,-&  outra  por  fe  compor ,  de  números  dobrado»,  &  o 
meímo  íe  guardará  em  coda  a  confoaancia,  qtie  fecompu- 
z?r,  por  dobrar  o- mayor  das  ítmples ,  como  parece  ena  af 
comporias,  que  fe  fegu£,  que  a  húas  íe  tira  fó  o  que  manda 
a  regra,&  a  outras,  por  fe  formarem  de  números  dobrados» 
fe  tira  mais  hum,  como  parece. 

Novena may  nafcida  do  ton«  may.dividid.  9  -+  >^»4 
Novena  may. naíeidado  tono  men.dividid.  20^  i8_«  9 
Novena  menor  dividida*  32-*   30,-,  ifi 

Dezena  mayor  dividida.  5-*    4  — «  2  ' 

Dezena  menor  dividida»  12—    i°— •  5"    I 

Onzena  mayor  dividida?  45—    44—16 

O  izena  perfeita  dividida,  8—6  —  3  | 

Dozena  menor  dividida.  128—  126—  45]! 

Dezena  perfeita  dividida»  3  —  2  — •  1 

Trezcna  mayor  dividida.  10—    8—3 

Trezeaamcaor  dividida.  16— •    14— .5  * 

Qjatorzena  mayor  dividida»  i  $-*    14—  4 1 

Qaatorzena  menor  dividida.  18—    16^,5 

Quatorzena  mínima  dividida»  32—    3o—  9 

Quinzena  dividida.  4  ~    2  r".1 

151   A  Quadrupla  com  as  maisDecompoftas  fe  divide II 
do  meímo  modo  tirando  htra  unidade  pela  regra,  5r  tantas,] 
quanta*  fe  dobrarem»  do  numero  mayor  das  fimples  donde  | 
nafeem ,  &  por  erra  caufa  as  Decompoftas  fedividem,  co- 1 
mo  íe  fisguem. 

Defafextenanafcidâ  do  tono  niayordfvid.  9  — .  8^  2 
D-efaíexrec-a  naíeida  do  tomo  mcn.  dividida.  40—  36—  9 

De 


das  Explanações'*  1 2  É 

Deíaíéxrêna  menor  dividida  64^  6o_  1  c 

Pcfifetteua  mayor  dividida  5^,    4,^1 

Defâfettena  menor  dividida.  24_  20^  r 

Defoitena  mayor  dividida.  ^5^44^8 

Defoitena  perfeita  dividida.  1 6„_  12ZI  3 

Peíaoovena  menor  dividida.  256-.    252^45 

Deíanovena  perfeita  dividida.  6-    4^  1 

Vintena  mayor  dividida.  20.-*  1 6~  í 

Vintena  menor  dividida.  jí^uS^tf 

Vigefima  prima  mayor  dividida.  *y^  ££?  z 

fcigefima  prima  menor  dividida.  36—32115 

v  igefima  prima  mínima  dividida.  64—  óZ  9 

V igefíma  fecunda  tricomp.  divid.  8-«  4.-  1 

Parecerne  q  o  curiofo  Leytor  eftará  íatisfeito  das  duas 
Regras  novas:  primeira  para  compor  os  números  das  com- 
portas, partindo  o  menor  numero  das  flmples,  ou  dobrada 
1  mayor.  Segunda  para  íe  dividirem  as  confonancias  ens 
luas  proporçoens. 

152  Temos  ditto  retro  numero  139  que  os  interval- 
as côfonantes  Perfeitos  íe  dividem  r  em  confonames;  po- 
em  pelasdivifões,  queremos  feito, íe  naoítra.que  a  quarta 
íerfeita  íe  divide  cmiurervallos  diflbaaates.&r  não  fó  caa- 
aveis ,  mas  iacantaveisj  pelo  que  parece  íer  diíTonancia. 
Jue  íeja  cõfonancia ,  afKrmSo  os  mais  doutos  com  prova* 
•eis  fundamentos.  E  que  íeja  diíTonancia,  moftra  qualquer 
las  rresdivifóes  referidas.  Porém  eu,  como  tenho  obriga» 
âo  ("alem  dos  grades  fundamentos)  de  feguir  a  opiniaôdc 
tieumeftrejDigo,  que  a  quarta  he  coníonancia  perfeita, 
om  particular  diviía».  Efta  divifaõ  fera  em  hOa  coaíonan- 
i» ,  &  hOa  diíTonancia  canravel ,  por  íe  dividir  em  confo? 
lancia.gozi  da  perfeição,  &  por  fe  dividirem  diffasancia 
havei,  íe  moftra  fer  a  menor  das  perfeitas.  Duas  íaó  as  di* 
ifões  particulares  da  quartaj  primeira  em  riumDitono,& 
um  íemitono  cantavel }  íegunda  em  hum  íemidiíono ,  êç 
um  tono,  como  parece.  ■ 


"**. 


iaé  Tratado 

l  Ditono  1  Semitono    J   J  Senúditono  \  Tono  menor*- 

4  Diãihcztrao    dividido.    A  1  ^JJiate^erao    dividido.    I 


Ou  aílin. 


1  $JPtton0    \  'Ditono  _^  V  \Tono  men>  1  Semiditono  , 

t-Diathezerao  dividido.      A  ^Uiãthezerao  dividido.     * 


Também  a  3a,  menor ,  Sc  a  6 a.  menor  carece  de  divifão 
pelas  regras  acraz,  asquaes  por  particular  divifão,  íe  divi- 
dem como  parece. 

lf  *-■—!  l6  *****  l8  8  »— — 1      6    _-_ ^ 

1  ^^  *gygg     I  ^ono  fààyõA    Ipiâthezerào  l  Semidit.     \ 
*     òermditono  divididoT"  '*  *ÉxaCôTáo  fffênõFdJvid, ~  * 


Eílas  divifoens  não  ceítificão  ferem  eílas  confonancias 
boas;  porque  também  podemos  diVidir  as  dhTonaneias  era 
bons  iattírValltíSi  por  particular  divifão. 

1  ç  3  Htía  razão  íe  pode  daf  muito  forçofa  para  a  quart— 
perfeita, &  a  terceira  menor,  &  a  íexra-menor,f2rem  eoníb-, 
fiancias,  íuppoCto  íe  dwidãoeoj  incantaveis.  P^ra  o  que  ffl 
deve  libei ,  que  todos  os  números,  &  propor çoens ,  que  ef 
tão  dentro  do  Seaario»  fão  cooíonantes,  &  não  fó  eítes  fim 
pies,  mas  ainda  hum  fira  pies  junto  cem  hum  dobrado,  do 
queeítão  dentro  doSenario,  forma  confonsneia.  E  tem  tã 
ta  força  o  eftar  dentro  do  Senario  ,  que  fuppoílo  a  difi  niç3a 
,  da  confoiancí  a  d  sga5qu€ftfua  proporção  deve  fer  do  gene- 
"x.mm^  1.  50  MultipleK,  ou  íuperparticubrisj  como  traz  Jacob  o  Sta 
puiíofe  í  Cònfonantia  eft  foni gr •avi acutique  tnixtur 'a  kavi 
Ur ,  umfornttterque  aunkis  imidens  exmuiltipltci,  autjupet 

parti 


JíteohjÈ dj>.l. 


6 


das  "Expldnãcref*  127 

parti  aãariratiene pofeãa :  a  k xjça  mi.yôr  de  c.  a  J.  q  nin- 
guém nega  ler  confonácia,  eíTà  no  género  íuperpartiens,  & 
fie  coníonancia,  por  eítar  dentro  do  Senario;  pelo  que  bem 
claroeft^quea^.de^.a  3a.  &  a  3a  menorde  6, a  ^.íaocnn- 
fonancias,  por  eftarem  dentro  do  Senario , Sc  também  a  (*l 
menor  de  8.  a  5.  he  cocfonancia,por  fer  o  numero  maycr  o 
quartenario  dobrado,  &  o  menor  o  quinario,que  ambos  ef- 
tão  dentro  do  Sena  rio  i  humíimple,  curro  de  brado ,  &  o 
mefmo  podemos  dizer  da  decima  mayor  da  5. a  2  &  da  tre- 
zeoamayorde  io.  a  3.  &  da  onzena  de  8.  a  3  &da  decima 
menor  de  12.35.  as  quacs  todas  fãoconíonancias,  fem  fe- 
rem do  g<*neroMuiriplex(ou  SuperparticuIaris,por  íe  com- 
porem de  hum  numero  fimples  dentro  do  Senario,&  de  hú 
dobrado  dentro  do  meímo  numero. 

154  Confirma-feelh  razão,  de  ferem  todos  os  núme- 
ros dentro  do  Senario  confonantes,com  íe  dividir  a  quarta 
perfeita,^  terceyra,&  ftxta  menores,em  diflbnStes.E  a  ra- 
zão he,  q  fendo  os  numeres  da  ftxta  menor,  fexta  maycr» 

&c.de  género  diflfonáte,  ião  confonantes,  por  terem  nume- 
res dentro  do  Senario  Do  mefmo  modo  as  partes  em  que  fe 
divide  a  quarta  perfeita.^  terceyra  menor,  &  íexra  menor, 
fio  diíTonantes,aindaqueíejãodo  género  fuperparticularis 
confonante.por  terem  números,  q  não eftáo  dentro  do  Se- 
nario; como  bem  moítra  o  meyo  da  quarta  ,  que  he  7.  co- 
mo parece  6  -.7—8  &  o  meyo  da  terceyra  menor,  que 
he  11.  como  parece  10— 1*_  12  &  o  meyo  da  fexta  me- 
nor, que  he  7.0S  qnaes  meyos  divifi veís  fão  diííonantes,por 
íerem  fora  do  Senario  fimples,  ou  dobrado,  cu  triplicado, 
&c.Que  todos  os  números  dentro  doSenariefejão  conío- 
nantes,  moítra  a  figura  feguinte;a  qual  em  toda  tem  todos 
os  números  dentro  do  Senario  ,  &  as  linhas  que  afraveflao 
df  hum  numero  a  cutro  formão  as  propcfições  de  cada  hu* 
ma  das  confonancias ,  como  parece. 


Ntíta 


tjS 


Tratuda 


•s    .^«-  :    k<- '.(■*" 


Nsíta  figura  fe  moftrâo  as  confonancias  dentro  do  Senâ- 
rio,  coníiderado  hum  numero  coei  outro.  E  também  fe  po- 
derio cooíidcrar  qualquer  dell;s  dobrado  com  qualquer 
fi  tiples,  &  fempre  fera  confonante  j  ainda  que  íeja  de  ge- 
açrodifTonante,  CQmo  íe  vé  na  íeguinte  Figura. 


Figura 


A 


rr\  2  —  i  oa.  *»*> 
u§  4  —  3*.  «*>*; 


»cf*# 


p 

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:<5- 


Cl' 


I  0—»  6  •  Wíty» 
13- 8». 


INDEX 

ALPHABETICO 

Das  Explanações. 

A 

ADaó  foi  o  prímctroquecintoo.n.  21  p.i4-Deu  p"rm- 
cipio  ao  canto  chio,  n.  x.p.3.Santo  Alberto  Magno 
foi  enuy  (ciente  na  Muiica, &  comentou  Boecio,n.25  p.2* 
Alexandre  Magno  foi  grande  Mufieo ,  n.  24.  p.  20  S.  Am- 
brofio  ínftituhiooc&to  na  Igreja  Mediolanenfe,n.2f.p.2i. 
A  pollo  inventou  •  (?*• »  n-  "•  P*  x^  Ap°ftol°s  fagrados 
«afinados  por  Chnftot deixarão  preceitos,  &  documentos 
de  Mufíca,  n.25 .  p.  2 1.  S.  Agoftinho  cfcreveo  íeis  livros 
de  Muiica,  Ibidem. 

B 

BRda  Venerável  efereve©  de  Mnfiea,  n;i?.p.2j. 

S.  Bernardo  efereveo  de  Muíka ,  11.25.P  23. 

Bfa  ,  b  mi,  porque  tem  duas  vozes,  n  35  P- '  j 

P  >r 4     tetndua*  letras  b>  |r,  Viverias ,  11.41.^3$. 

13nol,Ôt3quidco  porque    Í*o contrários,  11:4.1  p  $7. 

B>ecia      efereveo  cinco  livros  de  Muiica,  cV 

inventou  o  Alaúde  »  o.  25.  p.  2 1. 

Cante 


Alfabético.  1 5 1 

CA  ato  cnt5  que  firja ,  o.  30.  p.  26.  Porque  lhe  chmaõ. 
Coral,  &  Gregoriano,  Ibidem.  Porque  Ihethamad. 
XJrjifor me  ,  o.  1 19  p.ico.Cantede  Orgaôíua  diviíac,n  9?. 
p.  79.  Canto  figurai  que  íeja,  n.  96.  p.òo.  Canto  Menfuial, 
q íeja^o.  10$. p.86.CaBto  Multiforme,  qfej»,  n,  119.P.  ice. 
Cantode  A  quadro,  porque  he  aípero ,  de  Buk  I  brando, & 
de  Natu  ^ra  natural,  a.  40.  Si  41.  p.  37.  Cafiodore  eícre- 
ve©deMufica,  n.  25.  p.  2  í.S.  Cecília  foy  grande  Mufica, 
0  2  5p.23,Ceosfaõfonoros,  n.  76  .  atè;8.  p  65.Cbamo, 
&  Mefraymo  feu  filho enfioàraõ  MuíicaaosEgypciosdef. 
pois  do  diluvio,  n.  22.  p.  1  j.  Chnfto  Senhor  NoíTo  cantou 
comos  Api.ítolos,5c  osenfmou, n. 2j.p.  20.  Claves,que  fe- 
jão,  n  46  p.4o.Trazem  íua  ethitnologia  do  nome  Latino 
Clavis,  quefiguifica  a  chave  material  ,  ibidem.  Efte  nome 
Latino,  Cia  vis  tê  três  (ignificaçôcs  nas  (agradas  letras,n.  9. 
p.7.PoíqutfeaíTioaÔasClaves  cm  F,C,&  G,n.  48.  p.  43. 
jC!ave$nacuíezas,univeiíacs,  &  principacSjquaesíaÔ,  n.47. 
p.-l3,Côíonancia,comoíc  de  fine, n.  153.  p.  126  EftSo todas 
dentro  do  Senario,n.  154  p  128.  Como  fe  conheça  íua  per- 
feição pelos  números  de  fuás  proporções , «.  140. atè  o  fim, 
p.115. 

D 

S.  I  '^k  Aroaío  Papa  Poriuguez  rr?a»dou  cantar  es  Pfal- 
LiP  mos  coro  Gloria  Patri  no  fim,  n.  25.  p  2 1. 

David  inventou  muitos  iaftrumétos,&r<  cava  trinta  &  íeis 
diverfos,  n  24  p.  19.  Inftituhic  quatro  mil  cantores,  &  três 
tneftres,  n.  24.P.18.  Diapasão  íua  dffiniça6,n. 75  p.  64.  íua 
-etimologia, o.  ;6.  p  66.  fuás  eípecies,  &  formação,!).  94  P« 
76.  Diapaza6íuperfluoffuadtnrjiçaó,&  foriraçoôn  hy  p, 
70.  Diapazaõ  he  còíonanci»  mais  agtactevel,mais  perfeita. 
ií  maio  fácil  de  percebcr.qatèes  iodeutos  podem  deli»  jul- 
gar, n.  75  p.  64  Nclletílaoos  mcvimcntos.cekftes,n.  76. 

Rrr  ij  p.  6j. 


iyz  Index 

p.65.  O  DíapiZáõ  comprehcnde  rodas  as  mais  confonan-  ! 
cus,n.ibidem,p.  66.  Diapente,fua  ethimologia,  definição, 
&  formação,  a. 7 2. p. 6 3.  Suasefpecies,  n.  94.  p. 75.Dia- 
penteíuperfluo,  íuadefíniçãos8cformaçaõ,n.33,p  69. Dia- 
thezera5,fua  ethimologia,  definição,  &  formaç.n. 7 i.p.  61.  ; 
Suasefpecies,  n.  94.  p  7&  Diatbezeraõfu  per  fluo,  vicie  tri- 
tono.  Definições ,  &  divifôes  da  Mufica,  n.26  p.24.  Di- 
viíáo  geral  da  Mufica  cm  hum  giro,  n.  30.  p.  27.  Divifões 
110 canto, que feja8>,& donde feaílnaõ,  n.49.  p.  44,  Dito» 
no,  fua  definição  8  &  formação,  n.69.  p.6*. 


S.  |]J  Frê  inftituhío  canto  de  Qrgaõ  na  fua  Igreja,  n  2f  p." 
J^3# *°-  Êlifeu  com  a  Mufica  fe  elevou,  &  profetizou,  n. 
i2.p.9.Etacordomayor,  fua  definição,  &  formação,  n.  84. 
p.6  9,  Etacordo  menor,  fua  definição,  &  formação,  n.  85  p. 
69.  £x  acordo  mayor,  íua  ethimologia ,  definição ,  &  for- 
mação ,  o.  73.  p  63.  Excordo  menor,  fua  definição,  &  for- 
mação ,  74.  p,  64.Ela^  mi,  porq  tem  duas  vozes» n.  3  j.p.  32* 


FFa,  ur,  porque  tem  duas  vozes,  o.  ibidem,  Ff-,  diviítõ, 
porqoe  fe  ordenou,  n.y 1.  p.  4$.  Fa ,  &  mi,  em  quarta , 
ou  quinta,  como  fe  temperaô ,  n.  52.  p.  46.  Figuras,  quem 
as  inventou  ?  o.  99.  81.  Figuras  de  Canto  de  Orgaõ  quaes 
íão^n.  104.  p.  85.  Quantas  faô ,  &qual  a  eííencia  de  cada 
hu3fr  n.98,  p.  80.  Quaes  íaõ  as  mais  pííndpacs,  n.  67.  p.8o. 
Qpaes  podem  for  perfeitas,  r.  i 00.  p.  8 1.  Com  perfeição 
por  modo,  té po,  &  prolação,  n.  105. p.87.  Figuras  ligadas, 
&  alfadas,n.  ioo.p.  82.  Porque cauía  fica5  imperfeitas,». 
109.  p.90.  Figuras  de  tona  nepra,  faõ  de  compaííb  ternário, 
sj.i i&p.oj}.  f*% 

G8deão,&  rodos  os  feus  íoldados  traziaô  trombetas,».1 
'  23. p,  17,     Gçncro ,  íuadefinição  3  &  quantos  faõ,  & 

qual 


jtfphabettci.  122 

qual  íua  formação,  n.  5%atè6o.  p.  *  1.  Género  de  pro  por- 
ções,quãtos,&  qual  fua  eflencia,  n.  121.  ate  1 2  7. p.  101  .Gi- 
ro, em  que  ie  moftra  a  diviíaõ  geral  da  Mufica,  d.  y 7.  p. $u 
S.Gregorio  inítiruhio  catar  pelas  letras  Dominicaes,&  orl 
denou,  &  eníinou  o  Canto  ch2o da  Igreja,  n.  25.  p.2 1. Gre- 
gos, puzerãoa  Mufica  em  arte,  n.  37.P.34.  Guido  Arecino 
inventou  os  fignos ,  &  tudo  da  mão,  n.  25.0.22. 


ÍT  Eroiolia  mayor,  &  menor,  que  feja,  R.  1 1 8.  p.9  8.  Ho-' 
X  mero  louva  muito  a  Mufica ,  n.  24.  p.  jq,  Hum,  não 
he  numero,  n.  106.  p.  87. 

S.  T  Gnacio  Martyr ,  inítituhio  cantar  a  coros,  n.  z$.p.  2  7. 
1  Intery alio,  que  íeja,  n.62.p.j6.  Intetvallos  cantáveis» 
quantos  fejaõ ,  &  íua  difiniçaõ  t  o.  61.  &  62.  p.  jç .  Como 
íaô  nomeados  pelos  Hebreos ,  n.  65.  p.  57.  Interrallos  in- 
cantaveis,n.  79^.68.  S.  João  Damaícenoecmpoz  Mu  fi- 
ca, n. 2f.p. 22.  Joaõ  XX. &  João  XXII.  Papas,  eícreverão 
Mufica,  n.  25. p.23.SJfidoroeícreveode  Mufica,  n.25  p.22* 
Jubal.fexto  neto  de  Adão  achou  as  coníonancias,n.2i.p.  14. 
Jubilasum,  &  Jubilatio  íederivão  de  Ju-bal,  n.  21.0.15. 

L 

L  Afifas  Hermínio  foi  o  primeiro,  q  defpois  do  diluvio 
efereveo  de  Mufica,  n*24.p.  20.  S.  LeaõPapa  foi  mui- 
to douto  na  Mufica,  n.  25.  p.  22.  Ligadura  quadrada  obli- 
qua, &  Mixta ,  que  íeja,  n.  ioo.p.8 1. 

M 

MAria  Santifílma  foi  fapientifíima  na  Mufica,  ri.  ar.çC 
20.  Mão  da  Mufica,  no  priocipio,  Mercúrio  in- 
ventou a  cithytra  de  quatro  cordas,dizem  ferMoyíes,n.22: 
p.i  6.Mgdos  mayor,&  menor,  como  íe  affinâc,  a.  ic8.p.8^ 

Rrriij  Moyij 


1^4  Index 

Movioittiitt  ucduccional,  5c  dás  jun&í  vo ,  que  íeja,  a.43-P« 
49.  Moyfcs  inventou  a  trombeta,<f<outros  irjftrumentos,  «^ 
*3p.  1 7.  Wufas  tomarão  o  nome  da  Muíica,  n.  ibidenvMu* 
fica,  íuadcfinicaS  geral,  n.  16.  p.24.  Muíica  mundana, hu- 
mana, &  Hiftruroental,  qfeja,  n.  27^24.  Muíica  pra&ica, 
&  Theoricafqíeja,n.  29^.2$.  Muíica.  n&o  nectílita  de  íer 
louvada,  por  fer  iua  perfeição  confeflada  de  todos,n.i.p..i, 
Se  Adàouãopeceára,  (óeíia  íe  havia  de  uíar,  n.i.p.2.Tras 
lua  origem  de  palavra  rigypciaea  Moy,  ti'.  22.  p.  16.  He  me- 
dicina contra  tudo  o  achaque,  affugenta  Demónios  natu- 
ralmente, n.  4.  p.  3..  Coro  prebende  teclas  as  I  denteias, n.  1, 
p.  2.  Porque  fe  introduzio  ca  Igrej* ,  n.  1  i.p.  9.  Sempre  hê 
licita,  &  forma  tenção  a  pôde  p<cvantar,n.  i6p.  10. Tem 
vari  s modos  ,&  vários effeicos,  n.  18  p.  n.  Mulícosíe ti- 
nha6  por  Profetas ,  n.i  3  p.  i  & 


NOemi  Irmáade  Tuhalfoy  a  primeira, qne cantou  ao 
íom  du»  ittárumentos.n.  2  i.p.  1 4  Noe,  6c  feus  filhos» 
forão  os  primeiros, que  uforaõ  aMufica  defpois  do  diluvio* 
e.2ipag.  if.  Numero,qu^  íeja,  n. iQÓ.p.&7.  Numero  bi- 
panos&  ternário,  que  ff ja,  n. ibidem,  Numero  ter nario,áfc 
quaternário,  fuás  excellencias,  n.  71.  p.62.  Numero íensr 
no  hc  perfeito ,  &  íuas  excellencias,  n.42  p.  39.  Numcto 
novenario,  n.  67.  p,  59. 


o 


OBj  &xjda  MufictEccleíiafHca,qu*l  he,  »•  1  p  i.Or* 
píiev,  Àaphion,  porque  dizem ,  que  as  pedras  os  íe* 
gutàõ,  n.  -5   p.    8. 


PAn  paftor  foi  inventor  da  frauta  de  íettecanudos,o.2i 
p.  15  Paulo  pise  no  compoz  o  HymnodeS  Joaõ 
Ba^tifta,  donde  íetiráraÓ  as  vozes  da  Míufíca,  n."24.p.io/i 
Poiuuh.s  da  Mufica,quantos,n.  1 1  .a,p.  1 1 3.Proltça6,  que 

l  .  •    -  íeja 

■ 


rJlf>h(t  iettco.  1 2  ç 

feja,  n.  108.  p.  90.  Profeta  era  fynonimo  de  Mufico,  1».  22. 
p.18.  Os  Santos  Profetas  bufcavaô  novos  medos  de  Mu- 
fica,  R.24.P.  1 9. Proporção,  que  íeja,  n.  121.  p.  ioi.Propr.r- 
ção  tem  cinco  géneros,  n.  i2  2.p.i  2  7.Proporçôes  no  com- 
paflb,  como  fe  fazem,  rt.  117.  p.97.  como  íe  fomaõ  as  pro- 
porções^ como  íe  repartem,  o.  132. p.  107  Proporções  das 
efjxcics  fjmples,n.  135.  p.  11 1. Propor çes  das  Com poftas, 
&  Decomporias,  1.1  37.p.  1 1 2.Proporcioialidade,qur  f«  \z% 
n.  142.  p.  117.  r^\ 

/^  Uartahe  perfeita,  &  porque,  num.  15  2.  p,  12c. 

KJ  R 

RA  dica  1  numero,  qfeja,  0.2:1  p  106  R  ais  quadrada, 
qfrja,  n.  ?45.p  i  19.  Ricardo  de  S.Viclor  ctweveo  de 
Mufica,  o.  2  5.  p.  23.  r* 

SAlamaõ  foi  fapientifOmo  oa  Mufica,  n.  24  p.  19.  Sam- 
betha  Sybilla  C  aldeã,  nora  de  Noe,  tfere  veo  feus  vati- 
cínios em  vcrfo,n.  21,  p.  15.  Seth  filko  de  Adão,  &  ícusfí- 
ilhos,  foraôos  q  primeiro dereveraõ  de  Mufica, 0.2  i.p.  14. 
ISemidiapazaõ ,  íua  definição,  &  formação,  n.  8*\p.  69.  Se- 
midupente,  íuadefíniçíe,  &  formação,  d.  82.  p.69.Semi- 

Íiathezérãe,  fua  definição,  &  formação  ,  n.  81  p.68  Semi- 
itono.fua  ethimologi*,deíIniç.&  íormaç.n. 70.^.61. Scmi- 
tono  mayor,&  menor,  que  feja,  u.  (%.  p.  60.  S.Severinr  Boe- 
cio  eícre veo  íeis  livros  de  Mufica,  &  inventou  o  Alaude,n 
2j  p.21.  Scxquialtera  noctmpaflo,  qutft  ja,  n.  118  p.  igo. 
Signo  que  íc;a,  u, 31. p.28.  Signos  fctte.or  porq  n.3i.p  27. 
Signos  Fraocezes,  n.  53  p.  30.  Signos  novos  tm  hum  cir- 
cule, n.  35  p.32.  Pcrquc  fe  multiplicáo  três  vifcs,  n.  35. p. 
33.PorqiiS  fe  dizem  pela  n  5o  ef^uerda,  o.  3^.p.  33. 

T 

*T*  A  boa  univerfal,  n.  óo.p.e^.  Tempo  na  Mufica,  q  ff- 
JL  ja,  n.  107.  p.  87.  *ft«- 


136  Índex 

Themiftocles  por  ignorar  a  Muíiea,  foi  tido  por  indoufo; 
24.  p.  20.  Timothco  Miileíio  efcreveo  deíafctte  livros  de 
Muftca,  Sc  inventou  o  genencrornetico ,  n.  ibidem,  Santo 
Th  ornas  compoz  oshymnos  do  Sacramento, Sc  cantoria, 
ii.  25.  p>  23.TonoquefcjaaB.  67.  p.  59.  Tens,  ou  modos, 
íua definição,  6c  numero,  n.88.p.72.  TonsGrogos,n.94. 
p.  74.  Quaes  faó  meftres,  6c  difcipulos  ,  6c  quaes  feus  eftei- 
ros,  ibidem,  fua  formação  ,  n.  94.  p.  76.  &c  Tritono  que 
íeji ,  &  faa  formação  ,  n.  80.  p.  68. 


Italiano  Papa  inflituhio  o  canto  dos  Romanos  5c 
o  concordou  com  o  Órgão,  o.  i5>p.  22.  Uniíonus 
queíeja,  0.64^.56.  Vozes  da  Mufjca,  íua  definição  &  nu- 
mero, n.  38.  p  3>.  Gomo  fe  forma  a  voz,  n.  ibiôxm^Úzo 
que  na5  he  recebido  dos  doutos ,  he  abuío,Q.  1 16. p.  96. 


T 


UJoo  queeíli  eferi to  tocante  á  Arte  ,  fugeíjo 
ao  melhor  parecer  dos  íabios  Medres,  prome- 
tendo emmendar  o  que  naó  íor  bem  diteo :  E  tudo  o 
que  eftà  ditto  j  que  encontrar  aos  bons  coftumes ,  Sc 
aofentir  da  Sarna  Madre  Igreja  ,  já  de  agora  o  dou 
pornaóditto,  St  p  fdmetc o  ,  para  que  pelos  venerá- 
veis Miniftros  a  quem  pertencer  feja  deílruidot&  rif~ 
cado,  ou  em  todo , ou  cm  parte,  como  melhor  jh. a 
parecer»